Rem N Soeng As Sobre Vwltqs E E& Ctqs Ido Império e da Republica

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INTR ODUCÇÃO

ªmais en trou emmeus calculos a edição deste livro,

que não se recommendapor titulo algum, a não ser

pela sinceridade com que tracei os seus ar tigos e por

cer tas curiosidades que ahi se encer ram.

O Jornal do Commercio , do R io . em uma de suas

var ias deu noticia de que estava eu publicando no Cor reio

A mparensc uma serie de ar tigos in titulalos— R emt

'

n iscen

cias — sobre personagens e factos politicos do antigo

regimen .

Depois dessa notícia recebi in numeras car tas , em queseme pediamcollecções dos numeros da folha

, em quefiguravam aquellos ar tigos . N ão as possuindo eu, porqueas edições se esgo tavam. resolvi en tão reduz ir as R emimscencias livro. que chegaria facilmen te as mãos dosque desejassem lel-as .

Como , porém, os 24 ar tigos que escrevi sob aquelletitulo davamapenas para um pequeno volume, en tendi

que devia addicionar—lhes outr os ar tigos publicados tambemno Cor reio Ampar en se referen tes a pessoas e factos potiti

cos do novo regimen , afimde que ficasse bemconhecidomeu juizo sobre cer tos homen s que tem figurado na

R epublica.

Convémdeclarar que as foramescri

ptas duran te o periodo do es tado de sitio . em que a

imprensa es teve amordaçada, não sendo licito externar

pen samen to con trario a. tyrannie que se impunha pelav iolencia e pelo terror .

Sendo eu redector -chefe do Cor r eio Amparen se, e tendonecessidade de encher suas columnas commateria original

III

fui obrigado a recor t er as remin iscencias do an tigo regi

men paraen treter a attençâo dos meus leitores .

R econ heço que esse meu trabalho não tem meritolitterario nemvalor h is torico.

Posso, porém,assegurar que tudo quan to escrevi é a

expressão da verdade, que poderá ser attestadapelos mesmos a quemos factos expos tos se referem.

S in to muito que, por incommodos de saude, não

tivesse pedido comprehender outros vultos impor tan tes dapolitica, comalgun s dos quaes convivi na mais hon rosain timidade.

Parece-me que devendo ser uma das minhas maisg ratas remmiscen cías o discur so que preferi na camarados deputados a H de Junho de 4889 , quando se apresen

tou ao parlamen to o gabinete presidido pelo sr . viscondede Ouro Preto, não seme levará amal que ecolloque emprimeiro lugar nes te despretencioso livro , que en trego ao

juizo, demeus concidadâos .

E tl—o

«O S R . PADR E JO A O M A N U E L (s ignaes deattençáo) :- S r . pres iden te, os ultimos acon tecimen tos politicos quetodos nos temos tes temunhado, si por umlado devemcau

sar no espí rito publico as mais sérias apprehensões e

produzir a mais viva impres são no animo dos Brazileiro s ,

por outro lado devem enchelos do maior jubilo, desper

tando- lhes ao mesmo tempo as mais g ratas esperanças pelosfutur r s des tinos de nossa patria. Tudo está indicando

eviden temen te que es te paiz fadado por Deus aos maisglo riosos des tinos , embreve pas sará por tran sformaçõesprofundas e radicaes , e que as velhas in stituições , que nos

temhumilhado , tendemadesapparecer des tesólo abençoado ,onde não Puderam con solidar- se nem pr r tluzir fructos

beneficos . (Smsação)Tudo e con fusão e anarchia : confusão na ordemsocial,

anarchia na ordem politica. M as tenho fé em Deus que

des te cahos medonh o, emque se debateminanes , se es tor o

cemagonisantes os res tos de uma monarch ia moribunda(apoiados eapplausos) , ha de surgir a luz , essa luz suave

e esplendida da liberdade e da democracia, que ha de in

cendiar todas in telligencias , illuminar todos os espiritos ,inflammar todos os corações , cahindo no seio dapatria comognllas de orvalho divino , vivificando-a

,fecundando-a, como

viv licamas flores os ratos beneficos de umsol de es tio.

ll

Senhores , os apparelhos deste velho sy s temade governoes tão ges tos e impres taveis O s an tigos par tidos achem-se

divididos . esphacellados

U M S R . D E PUTA DO — Descobriu isto agora.

O sa JO ÃO M A N U E L — Só tenho que dar satisfações

N ação que nos julgará .

E sphacellados pelos odios, annullados pela fraqueza,

apodrecidos pela cor rupção , es tragados pelos vermes das

dissidencias que os teem cor roído e dilacerado . O senado e

o con selh o de es tado, onde só deveriamimperar a razão e a

calma,a reflexão,a prudencia e a sabedoria, teem perdi

do a sua seriedade (apoiados e não apoiados ) , desmen tindosuas hon rosas tradições , trah ido

'

o seu papel, desvirtuado

sua mis são, perver tido os fin s para que foramcreados,

tornando—se facciosos e revolucionarios .

O poder ir respon savel, cercado do pres tigio da realeza,in ves tido das maiores e das mais largas att ribuições que

se podem depositar nas mãos de um homem, abusando

escandalosamen te das augus tas prerogatives que tão de boa

fé lhe fo r 'm con feridas pelo legislador cons tituinte, e que

tão gene'

osamen te foram recon hecidas e r cceites pela

N ação , es se poder , vós todos O sabeis e sen tis tornou—se o

poder un ico , supremo e absoluto , tudo avas s ; llando à sua

von tade, tudo amesquin handn , tudo abatendo . tudo my s tificando,

tudo cor rompendo , invadindo, absorvendo e sup

primindo todos os out ros poderes cons titucionaes .

Dian te des ta dissolução dos par tidos , que se estraga

rame se perderam, dian te daanarch ia e desmoralisacão emque se acham as in s tituições com que os nossos paes

procuraram felicitar-nos , não ha espir ito , por mais indifferen te, que não se en t ris teça con templando os males , as

ruinas e as miser ias da patria, que é a un ica sacr ificada

aos er ros , ás ambições , aos caprichos e vaidades daquelles

a quemteems ido confiados os seus des tinos .

S i a h is to ria politica de nosso paiz não fos se fecunda

emfactos r

gue mos trame con firmames ta verdade, bas taria

a organ isação do actual gabinete para desvendar—nos os

O lhos , tirar—lhes todas as cataratas , des fazer-nos todas as

illusões , denunciando ao mesmo temp) , o seg redo das

in tr igas e'

das con spirações palacianas .

O minis terio 7 de Junho é uma verdadeira mons truos idade

(

n áo apoiados da ban cada liberal) ; nada represen ta

e nada significa de g rande, de n obre, de confessavel ; não

é umgoverno da nação, porque vemattentarb

con tra o

sen t imento nacional ; não e um governo nem ao menospar tidario, porque nasceudivorciado do seu par tido é umgoverno ameaçador , que t raz em seu hoj e umpen samen tosinis tro, porque, digamos a verdade, elle é simplesmen teumproducto da von tade imperial.

O que es tamos nós vendo agora de admirava] desurprehenden te

Dissolva- se a situação con servadora, pujan te de força,rep eseutada nes ta casa por 90 deputados , e chama- se ao

poder o par tido liberal, que apenas pôde con tar aqui comumapequenaminoria.

A quemse deve imputar ou attribuir a respon sabilidai

de deste facto, que é a negação de todos os princípios dosys tema parlamen tarO sn . JOAQU IM PanaO º— A os seus chefes .

O S R . JO Ã O M A N U E L que é a inversão completa daordemnaturaldas cousas

Como se poderá decen temen te explicar essephenomenoes tranho de en tregar

-se o poder ao partido que se achaemminoria , na camarados deputados , emcujo seio resideex r ressa a von tade nacional ?

S r . presiden te, tudo es tava escripto, a sen ten ça era

r r rrvogavelA exposição demotivos feitapela nobre ex -minis tru do

imperio relativamen te acrise'

política que se operou e cujasolução deuem resultado a quedado gabinete tode M ar çoe ascen ção do par tido liberal ao poder , é de maximaImpor tanciae gravidade. eder rama ao mesmo tempo muitaluz sobreos acon tecimen tos que se deram.

Ten ho o dever imperioso de fallar ao paiz comamaiorfranquezae lealdade, dizendo tudo o que penso , tudo o que

sin to . N ão é ahora das recriminações pessoaes pelo con«

traria é a hora solemne da coragemcívica e da verdade.

S enhores , vó s ouvis tes ler aquelle documen to importan t íssimo . A corda ficoupaten te, denunciou—se escandalosemente desta vez . N egando a demissão do gabinete, cujochefe lh

'

apedira por seis vezes , a cordr só teve umpensemen to accen tuer cada vez mais a scisão do par tido conservador . E ra prectso fazer crer a es te obre paiz , sempreilludido, que o con selheiro João A lfre o, aquella g rande

alma e aquelle elevado caracter , não passava de umambicioso vulgar , que agar rado ao poder como a os tra ao ro

chedo , solicitavain sis ten temen teadissolução dacamara, parapoder esmagar nas urnas a dissidencia con servadora.

E n trava semduvida nos calculos imperiaes cavar maisfundo ainda o vallo que separava os chefes conservadores ,tornando-os ir reconciliaveis e impossiveis pela in triga, peloodio e pelas paixões , de que se deixassemdominar .

Pois , sen hores , não foi uma crueldade, uma cruelda

de revoltan te, con servar esse gabinete longo tempo expos to

aos ataques mais violen tos , e atado ao pos to dacalumniaedaditfamação , que fazia par te de umplano perversamen tepreconcehido e subter raneameute concer tado ?

M as emtudo isso, senhores . houv auma cómpletamystificação paracastigo de todos que figuraramnes ta comedia:foram todosmys tificados .

O sa. FE LIPPE F IG U E IR ÓA —Apoiado .

O sn . João M A N U EL — M y stificado . sin to dizel-o, foi o

n obre ex—presiden te do conselho , que chegou a acreditar na

s inceridade da corºa negando—lhe a demissão collective do

gabinete, quando elle deviaconhecer de hamuito o g randear tis ta comqueru lidava. (N isa. )

M ys tificado foi o sr . conselheiro Paulino, chefe da

dissidencia.

D E S R . DEPUTADO — E sse não foi ouvido .

O S R . JoÃo M A N U E L commat teu o gravissimoer ro de alliar—se aos seus adversarios naturaa; para combater um governo compos to demembros do seu par tido

(pr otes tos) , acreditando. semduvida, que o poder lhe

iria parar as mãos para realizar o prog ramn a de indemnização . (Pr otes tos .)

M ys tificado foi o s r . conselheiro Cor rea.

O S R . A LF R E DO CHA VE S - 0 regimen to é que es tá agoramys tificado .

O S R . JO Ã O M AN UEL que recuou vendo—se en tre a

espada e aparede ounaufragou, indo de encon tro ao penedoda sua preltmtnar .

O srt . PEDRO LU IZ - Peço a palavra,O SR . JO ÃO M A N U E Lz—M y stifisado foi O nobre visconde

de Cruzeiro, que ainda deu—se ao incommodo de allegarmo tivo de moles tia para não organiser gabinete.

M ys tificado foi O nobre visconde de Vieira da Silva,q ue quiz fazer das fraquezas forças , pondo em con t ribuiçãoO seu espírito elevadí ssimo e o seu patriotismo, suppondopoder formar umgabinete, quando o seupar tido ainda nãoes tava unido .

M ys tificado foi o sr . con selheiro Saraiva, que acreditou

submetter.

a corôa ao seu vas to prog ramma de r eformas ,q ue levariamo paiz as fron teiras da R epublica, e que a

corõa accaitou sem restricções , dispen sando—o ao mesmo

tempo por cautela da iucumbencia honrosa que lhe fõn

confiada, à pr imeira escusaapresen tada.

M ys titlcaj o foi ainda o nobre presidente do con selho,visconde de O uro Preto, que acreditou galgar ao poder

comumgabinete formado deaccordo comos seus amigos ,quando teve de submetter—se à von tade dacorda, que lhe

impoz companheiros comquemnão con tava.

O_SR . VISCO N DE DE OU RO PRETO (presiden te do conselho)

—N ão e exacto .

0 se. J O A O M AN UELz—M ys tificado foi o par tido liberal,que sempre acreditou inaugurar a situação comumgabinete genuíno , quando teve a dolorosa decepção de encon t rar

se comumminis terio compos to de anlicos .

Todos forammystificados , até a propr ia coroa, que

acreditou ter achado o seu homem capaz de matar aR epublica, que surge ameaçadora, quando s . cxc. não temforça para dar contada obraque lhe foi encommendada.

O isa. CAN DID O DE O LiVE rR A (min is tro da j us tiça)Tan to melh or parav. ex .

0 m. JO ÃO M A N UEL —O nobre presidentedo con selhosen te-se

O SR . VISCO N DE DE OU RO PRETO (presiden tedo con selho)— N ão, sen h o r .

O S R . JO ÃO M A N UEL por ver a suaambição realizada ; 8 . cx. apresen ta

-se ao parlamen to muito lampeiro,muito ancho e cheio de si ( r isº), radian te de jubilo e de

O SR . VISCO N DE —DE OU RO PRETO presiden tedo conselho;_ N ão, engana

- se.

O SR . JO ÃO M AN U EL suppondo—se semduvidaum

triumphador .

O SR . VISCO N DE DE OU RO P R ETO (pres iden tedo conselho)—Suppon ho-me urna victims .

O S R . J O ÃO M AN U EL —Camo se engana 3 . cx . ! A sua

v ictoria auma'

verdadeira Victoria de Pyr rho . R iso .)

S . ex . preparou a seu geito umaescadaparasubir , maspor esses mesmos _

deg raus escor regadios hade rolar cah indona praçapublica execrado ecober to demaldições ( sen saçao)porque nutre e afaga o pensamen to sinistro

,de at ten ter

co

hn

tra as liberdades publicas e a soberania nacional. ( O k !

0

Pouco importaque s . ex . appareçaarmado emguer ra,procurando in timidar coma car rancadas duas pastasmilita

XIII

res . (Hilar idadepr olongada.) Senhores , vós comprehendeisper feitamen te que não tenho interesse emoffender a n iªn

guem, mas considero irr isorio o in ten to de se pretenderfazer do nobreministro daguer raumeSpan tt o paraassnstar a R epublica, quando 8. ex . não pas sa de um bomhomem. umcidadão pacato e ummilitar inoãensivo. (Uh !O h R iso .)

A car ranca do nobreminis tro damarinha, sim(hilar idarle), sim, esta é mais formidavel e mais temerosa, porques . ex . ehomemde lucta e deacção .

M as eu faço jus tiçaanobrezade seu caracter .

N ão icreio que O'nobre barão do Lad-

aria queira renun

ciar O seu passado de gloria, macular o seu nome honrado,prestando

-se a ser vir de ter ror,sem pesar a grave res

pon sabilidade do papel que lh e designaramU u sn . DEPUTA no z— E Slà refutando tudo quanto disse.

(Ha outr os apar tes . )

O SR . JO ÃO M AN U E L —E s tou [aliando para O paiz .

(R iso) . Acredito mesmo que o ,nobre barão ato rdoado pela

sn rpreza da escolha. não porque Dá ) amereces se, mas porque

-não a esperava, não tivesse tempo para reflectir , e,O bedecendo sómen te aos impulsos do seu patriotismo,acceitasse o pos to que occupan o gabinete no momento,por ém, emque s . ex . se convencer de que es tá servindo dein s trumen to incon fessavelparamassacrar , para victimar osseus

'UmSR . DEPUTA DO z—N ão creia que o sr . barão do Ladario seja capaz disso .

O S R . J O ÃO M AN U E L es tou cer to daque s . ex . sa

berá assumir a attitude que lhe impõemo seubrio militar ,O seu pat riotismo e a sua dignidade pessoal.O nobreminis tro do imperio não é uma car ranca (r iso),

é simplesmen te uma careta. (Hilar idade pr olongada )O SR . PRESIDE N TE z—A ttençao l Cumpreme dizer ao

n obre deputado que essaexpressão não O parlamen tar . (Apoiados . )

O SR . BE ZA IIAT - O que admira é que V. ex. tivesse

ouvido impass ível, semreclamar , o que se temdito con tra

O imperador .

O SR . JoÃo M AN U EL z—S . ex . represen ta no ministerioO elemen to puramen te aulico.

O SR . A FF O N SO CELSO z—POde dizer o que quizer ; não

O ti'

ende. (Ha outr os apar tes .)O SR . JO ÃO M AN UE L —Ha uma grande difíeren ça a at

nv

tender , un s veemparaaqui e renegam; eu venho para

aqui e professo .

O SR . J OAQU IM PEDRO —lsso não edifica nada.

O SR . .] v M A N U E Lz—Ja se achamahi em jogo Inte

resses do 30 . reinado ; epreciso des tacar alguem para os

ar raiaes do par tido liberal, afimde observar de bemper to

omovimento dessas reformas , que se annunciame se pro

mettam, paraimpedii—as caso tenhamde ser realizadas .

_

8 . ex . , por tan to, represen ta nominis terio o olho aulIco,esse O lho providencial que tudo espreita e tudo va para

salvaguardar os interesses damonarchia.

N o pos to em que se acha 3 . ex represen ta umpapelque lhe é proprio, uma funcção que lhe é pes soal e que so

elle pôde preencher adesempenhar . E ntretanto não sepo

de dizer que s . ex. seja umillus t re desconhecido , porque

já por mais de umavez se tem feito n otavel, pelas Victoriasconquis tadas nas batalhas de flores . 8 . ex . represen ta arn

da a imprensa, porque e o redactor chefe do Cor r eio

Imper iaFique cer to, porém, o nobre presiden te do con selho da

que o povo braziteiro não temmedo de car rancas e muitomenos decaretas .

S . ex . aven turou—se uma empreza ar riscada, tamararia, muito superior às suas forças .

Fez-se crer nas reg tões O lympicas que a permanenctado par tido con servador no poder augmen tava o numero deadeptos da R epublica. Chegou-semesmo adizer que só O

partido liberal podia salvar amonarchia do neutragio a

que es tavaexpos ta, a de todos os seus chefes foi escolhido

o nobre presilen te do con selho, com) o mais capaz de,usando das prºprias palavras que lhe são attribuidas , as

magar a cabeça da h ydra republicana, afogando idéa nova

emvilipendios a emsangue.

O nobrepresiden te do con selho es tamuito enganado . S .

ex . não tem força para con ter esse movimen to que se

levan ta possan te, para abafar essa onda da opin ião que

cresce temerosa, que se avoluma, que sóbe impsVIdae quehade as soberbar e envolver a todos aquellas que ousaramoppor

-lhes bar reiras .

O seu orgulho e a sua ambição hão de ser cas tigados ,

porque s . ex seràesmagado debaixo da pedra que refere da

mon tan ha, Impellida pelas lufadas impetuosas do ven to da

liberdade.

N ão nos illudamos , a R epublicaes tá feita.

IV

se lhe falta a consagração nacional. E lla existe defacto emtodos os espí ritos emtodos os corações brazileiros .

Seria ar rojada temerIdade ou rematadI loucura pretender impedir essa torrente caudalcsa da idea nova. queinvade todos os espiritos e se derramapujan te em todo o

sólo dapatria.

O apparato bellicoso comque o governo procuraater rarO espirito nacional, é desnecessario, porque a R epublica não

quer brigar .

A revolução eoutra: a revolução pacifica, operadapelascen telha do patriotismo, incendiando todos os espiritos e

abrazando todos os corações brazileiros ; revolução que teráO mesmo resultado benefico que teve O da abolição doelemen to servil.

O emprego da força, da violencia e da compressão só

poderão fazer victimas augmen tando con sideravelmen te O

numero de agitadores .

Cadabrazileiro se imporacomo dever sag rado defendera sua idea, agitando a opinião publica. fallando a almanacional, desper tando

—lhe todos os sen timen tos . excitandolhe todos os est ímulos , movendo- lhe todas as fibras patriotIcas , concor rendo para a g randeza e felicidade deste paiz,que ha de elevar se como umgigan te. impondo-se aadmiração e respeito das naçõesmais civilisadas , bafejado pelasauras puras da democracia.

N ão se illuia o nobre presiden te do conselho.

Abolidaa escravidão, que nos envergonhava, epreciso

abolir—se O poder que nos opprimee esmaga, es terilisan dotodas as fontes den quezae es tancando todos as forças vivas

da N ação . Uma cousa econsequencia n atural de outra.

N ão tardaràmuito que:os brazileiros , jubilosos , saudemcomen th nsiasmo o alvo recer da aurora brilhan te da rege

naracan politica e social.

N ão tardará muito que nes te vas tissimo ter ritorio, no

meio das ins tituições que se .desmoronam,se faça ouvir

umavoz nascida espontaneado coração do povo brazileiro ,repercutindo emtodos os angulos des te grande paiz , pane;t randomesmo no seio das flores tas virgens , bradando ener

g ica, pat riotics e unanimemen te : abaixo a monarchia e

v iva a R epublica. (M uito bem,muito bem. A poiados enão

apoiados . A pplausos pr olongados nas galer ias e n o recin to . )VO ZES —O rdemf O rdemO sa. l

'

R E S lDE NTE—adverle ás galerias que não podemdar manifes tações .»

m

O meudiscurso, quedeterminou immediate dissoluçãoda camara dos deputados , as sanh ou as iras da impren samonarch is ta que dirigiu con t ramim os mais violen tosataques .

O orgão monarchis ta, porém, que mais se dis tinguiunessa campanha, foi 0 Diar io M er can til, de S ão Paulo,redigido pelo s r . E duardo Salamonde, que me passou tre

mendadescompos tura emar tigo editorial pelo simples factode haver eu feito minha profissão de fé republicana. Foi

tambem nas columnas do D iar io M ercan til que sah iu

publicado um teleg ramma—torpeza, que se figurou comotendo sido expedido do R io .

E s se teleg ramma, queme causouprofunda indignação,

provocou o seguin te ar tigo que fiz publicar no Cor reio doPovo, de 1 4 de Setembro de 4889 .

0 Dian a M ercan til, de São Paulo, no dia 8 docorren tees tampou emsuas columnas o seguin te telegramma,expedido desta cô r te :

«Con s ta que O padre João M anuel, que na ultimasessão da camara se declarou inesperadamen te republicano,vae agora abjurar para casar . »

N ão precisa ser muito atilado para comprehender o

fundo de torpeza que encer raes se teleg ramma, expedidode encommenda para ferir meu malindre, expondo

—me a

commen tarios desairosos e infamantes .

E'

ex traordinario, parecemesmo incrivel, que a sanguefrio, premeditadamen te, sem provocação , semproposito ,semmotivo e sem necessidade, se ataque tão covarde e

tão brutalmen tea reputação de umhomemque não se acha

emlutacompessoa alguma, julgando—se por is so mesmo a

salvo dessas aggressões violen tas e g rosseiras . Parece,

porém, estar escripto que devo pagar bem caro o grave

at ten tado que comn '

et ti no dia H de Junho n ltinto , pr o

nunciandmme francamen te, em plena camara, contra a

monarchia no B razil.O s rafeiros enlions en raivecidos accommettem—me de

modo desabrido, emtodos o s tons e emtodos os sen tido s

procuram aboccan har -me, atassalhando minha hon ra, maculando o meu nome e enxovalhando minha pessoa commiseraveis embus tes e torpes diffemações .

O vil calumniador trah iu—se na fô rma que deu ao seu

teleg ramma, dizendo que inesperadamen te me declarei

republicano e accrescen tando que vou agora ahj urar paracasar .

XVII

E sses dois adverbios exprimem toda a baixezade san

timen tos de quemempregou—O s calculadamen te para das

merecer a desdourar o acto, que me nobilita e me desvanece naminha vidapublica.

E sse desg raçado ins trumen to do aulicismo desconcertado

,n o empen ho satanico de emporcalhar -me, apan hou

es se pun hado de lama no charco immundo emque se

revolvemas almas apodrecidas , e atirou-m'

a em publico,con tando semduvida coma tendencia natural que tem os

espiritos faceis de acreditar as mais repugnan tes in'amias , a

que espiritos perversos dão curso e publicidade.

Logo após 0 meudiscurso fez - se circular , ora em tomde indignação, ora em tomde espan to , ora de pezar , o ra

de commiseração, que eu só me declarara republicano para

poder abjurar a casar—me.

E s ses rumores in fames foramcor rendo de bocca embocca, seg redados , coch ichados , usando

—se di formulausualdo s calumniadores—cons ta

,diz -se, cor r e como cer to, sabe—se

de fon tepara, espalha—se e out ras miserias a que, para tis

nar , se soccor re sempre a raçamaldita do s linguarudos

perver sos .

A chava-me eu sob a pres são des ses boatos que escapavam á respon sabilidade pela fô rma vaga e impessoal comque eramespalhados , quando o in feliz co r responden te do

D iar io M ercan til, suppondo esmagar me comessa clava de

lama, não teve escrupulo de atirai- os ao ven to da publicidade. Ago ra sim, pos so quebrar o den te venenoso daVibora

que ose escondia para morder -me, pulverisando baixa

calumnia e ccn fundtndo 0 vii calumn tador .

N as lutas mais irritan tes e encarniçadas , a que tenh )

s ido ar ras tado pelas paixões par tidarias , ha sempre umpr n to emque me con sidero seguro e invulneravel.

M eus preceden tes repeliamessa in fame suspeita que a

fria perver s idade ousa levantar sobre a pureza do meucaracter sacerdotal. Bemcedo comprehendi que os adver

ser ios dos padres procuramataca! os de preferencia pelo

lado moral.Preparei

—me para a luta, fi rmando nesse pon to o meuescudo, que ha de resis tir a todos os botes damaledicencia,todos os choques das paixões ruins .

N ão con sin to que impunemen te os salteado res da h on ra

me roubemO thesouro que ten ho accumulado duran te Q3annos de sacerdocio .

Provoco, desafio a todos os meus desafiectos para que

c

esmerilhemminha vidapar ticular espreitem—me emtodas

as min has relações , sorprehendam—me em todos os meusactos , penetrem no mais in timo de minha exis tencia,sigam-me por toda apar te, acompan hem-me em todos os

passos , não me percamde vis ta um somomen to ; e se

encon trarem um acto que possa desdourar umhomemde

bem, não me poupam,não tenham pena de mim, denun

ciamme como umpadre relapso e semcon sciencia

N ão ten ho medo do inquerito o mais minucioso e ainda

mesmo o mais perverso .

Vivo so, liv re, desassombrado , sem o acanhamen to decompadroscos illicitos e sema per turbação de afilhadagemsuspeita.

M inha vida é clarae transparen te.

N ão se me encon t ra empon to algum, em que umhomemhones to não possa achar s se. N ão tenho esconderi

j os, nem ando por devesas tor tuosas , nempor«lugares

escusos . A presen to-me sempre tal qual sou semos biocos

da impos tura o sem amascara da h ypocrisia.

Julgam-me sem duvrda pelas apparencias , porque não

tenh o a compos tura hypocrite de umbeato , nem tonto ares

es tudados de san tar rão ; julgam—ma pelo meu trato social,

pelo meu caracter franco , pelamin ha ph ys ionomie presenteira, pelomeu genio expans ivo emuitas vezes brincalhão ;condemnamme finalmen te por malignas conjecturas .

M iseraveis

Bem sabem que no ter reno das conjecturas não ha

consciencia, Dem caracter , po r mais puros , que possamescapar illesos ã sanha feroz dos calumniadores .

Quaas são os actos praticados por mim '

que possamescandalisar a sociedade

q uan to a maledicencia não ar ticular factos que meenvergon ham, restar

-me—na o direito dedesprezaI—a, tornando-me superior a seus ataques , porque nesse caso a presumpção será sempre a meu favor .

Pelo que se passa no fO ro in timo da consciencia SOdevo ser res con savel peran te Deus

,a quemprestarei de

Vidas ccn tas ; para coma sociedade, emcujo seio mereç olisonjeiro acolh imen to, dis tinguido por sinceras affeições ,cor ro—me o dever de respeitei

-a, es for çando-me por cor responder ao favor com que me h on ra.

Tranquillisem—se. pois , os meus amigo s .

M in ha fé catholica é inabalavel. Fiz—me padre po rvontade e inspirações proprias, quando podiamimperar em

XIX

mimpaixões mais ardentes, e não será hoje que descambopar a o occaso da vida

, com acabeça embranquecida pelosgelos da idade, que hei de commatter a infamia de abiurara religião demeus plis, de cujas verdades nunca duvidei,e cujas doutrinas são a con solação e con for to da minhaalma. A dherindo a idea republicana con trah i como padredeveres aindamais sag rados , man tendo cada vez mais firmet

ªtia

na tacatholicaemais in transigen te meucaracter sacer

ota

Quando nes tepaiz o sopro da democracia fizer desmoronar as cordas e sceptros da realeza rolando sobre as

ruínas damonarchia, espero em Deus tomar par te nesse

laus peren ne, podendo no meio das multidões fremen tes dejubilo. illuminadas pelos vividos clarões da liberdade, elevara h os tia sacrosan ta como symbolo purissimo e sagrado daverdadeirapaz e da felicidade nacional.

Quando a proclamação da republica se fizer ouvir emtodos os angulos des ta terraabençoada, voando pelos ares acorda imperial, confio no A ltís simo que ainda conservareiin tacto meu caracter sacerdotal e man terei illesa minha fécath olica.

Tudo se desmoronara, mas es tejamcer tos de queminhacorôa ficara segura sobre a cabeça.»

D OPO Í S des se artigo que era umnatural desabafo àminha jus ta indignação pela in fame calumnia, que encon trouguarida nas columnas do D iar io M ercan til, de que er a

principal redactor o s r . E duardo Salamon zle, hoje O maisoxaltato dos republicanos , resolvi en t rar de novo para a

Imprensa, collaborando effectivae as siduamen te no Cor reiodo Povo , sendo nes te pos to surprehendido com aproclamação da llepnblica.

Lembrand -me en tão da campanha de diff imação quecon tramimse tinha organisado para en fraquecer

-me peran tea opin

ião nacionalpelo monarchismo desapon tado por causademinh aprofis são de fé republicana, liz publicar o seguin tear t tg i soh o titulo—duas cor ôas emque desde logo es t ra

n her a facilidade das adhesões ao novo regimenN ão ha ainda seis mezes era eucon siderado um vi

sionario , umdespsitado, uminsen sato , um louco , quando

na camara dos deputados vaticinava a proxima queda da

monarchia, que jaagonisav t moribundo, e o auspicios o

XX

adven'o da R epublica B razileira, que começava a despontar no h or is on te dapatrIa, como todos a sonhavam,

reves ti

dade todas as galas nacronaes , adornada com todas as de

corações de democracia. Illuminada pelos vividos clarões

do pat riotismo, fes tejada, applaudida e endeosada pelas

sympath tas pºpulares comen'husias tica effusão de jubtlº e

de felicidade.

M uita gen te então me evitava, como se eu foss a umreprobo, me condemnavacomo réude crime de lesa-Inages

tada, me repellia como umverdadeirº excommungadoO s enlions , na impotencia de seu furor e no empenho

satanico de matar a impressão quemeu discur so pulasse

causar no espí rito publico, tudo inven taram para amesquin har-me, abater me e desmoralisar—me.

Cobriram—me de.

injurias e de improperios , deprimindomeu caracter , atassaihando a minha h on ra

, en xovalhaudo

min ha reputação , chegando a perver sidade ao pon to de

espalharem que so me declarei republicano para maisfacilmen te abjurar e casar me.

R eagi energicamen te con traessa in famia, dando publicotes temun ho

_

da In teg ridade de minha fé cath olica e da

int ran sigencta demeu caracter sacerdotal.Obedecendo aos impulsos do meu melindre pessoal,

torpemen te offendido, e de min ha dignidade profissional,v ilmen te ferida e jus tamenle revoltada, prophctisei ainda

cominquebtan tavel firmeza e comuma fé Vivae inabalavelque embreve a corda imperial Voaria pelos ares batida

pelo sopro patriotico da democracia, mas que minh ahumilde cºr ôa ficaria segura sobrea cabeça

Tudo se realisouper feitamen te no dra 45 do cor ren te.

O tnt ono imperial desabou apodrecido ao primeirobrado de viva a R epublica O Scept ro despedaç ou

—se e a

corºa rolou na praçapublicapor en tre r is os e flores e no

meio de jubilosas expan sõ as populares .

Tudo desf

ez -se empo, tudo desmoronou ao sopro da

liberdade, tuio cahiuaos pedaços en villecido pela cor rupção ,elevando - se brilhan te sobre as ruínas das in s tituições

monarch icas a Imagem pura, esplendtda da democraciatriumphan te l

E en tretan tº n o meio des se catacly sme, em que se

submergiue desappareceu 0 regimen exeoravel de privile

gios , aminha pobre cºr ôa VIl endIada pelos idolatras da

realeza, permanece segura e firme sobreacabeça, attestando

XII

Como me apraz ver se accordaremtodas as gerarchiassocIaes. represen tadas pelo clero , nobreza, o povo , para

dIrigir

protes tos de adhesão à nova ordem de cousas , que

tão bri hantemen te se inaugurou no paiz !Como cresce e se avoluma ondadas conversões , que

vão engrossando as fileiras do par tido nacion al

N ão tardaramuito que se veia fo rmado o grandepar tidºdºs adher en tes , ficando ºs quej á er amabsorvidos e nullifi

cados pelºs que s㺠agºra.

Seja, porém, como fôr , essas adhesões emmassa, emg rande par te h ypocrites e femen tidas. teemsempre o merito de denunciar que amonarch ia, desapparecendo des tesólo abenç oado, não deixou saudades , nem mesmº aquellasque mais tempo viveramasua sombra e que mais largamen te gozaramas suas g raças .

E'muito commodo passar do regaço da realeza, a cuj a

influencia se viveu sempre saboreando as delicias da

monarchia, para os ar raiaes do novo regimen , cºmeçandºlogo a chupar o tutanº da R epublica, occupando os primeiros pos tos , os postos de con fiança, que é de esperar sejamcon feridos aquellas que combateram, que se expuzeram ás

iras e furor da tyrannia

N ão faltamagoraen thusias tas da causa republicana.

E o sr . D . Pedro de Alcan tara tinhaa simplicidade decrer que podia con tar com adhesões sinceras , quando ºs

factos es tão demons t rando que ha muito o paiz já estava

r epublican isadº, passando o ex—imperador pelo dissabor dever virados pelº acessº os seus amigos e os seus servos .

S ó nos con solae tranquillisa umaconsideração, e é que

a dynas tie ex tinguiu—se para sempre, apedrejada pelos que

mais a sugerem,a aviltada por quemmais pretendia ex

piorar as suas minas .

Felizmen te os ultimos actos do pr incipe cºn sºr tematalram de uma vez toda idea, toda presumpção , toda a espe

rança de res tauraçãº.

N o meio da tremenda catas trophe que envolveu a

esmagou a familia imperial, o s r . conde d'

E u não perdeu o

in s tincto mercan til, que sempre o "1s e por onde pauta

todos os actos de sua vida.

Cer to de que lhe escapava o th rono , que era principal

objecto de suas torpes especulações , res olveu mercadej -ar a

corºa imperial, avaliando—a em dous mil con tos de ré s ,apresentando ao governo provisorio um rol de credores e

um

uma lista de necessidades a prover , como que procurava

jus tificar a exigencia daquella somma.

O governo achou que era barato e deu—lhe mais tresmil con tos .

Aquella alma sºrdidamen te metallisada, en torpecida

pelos calculos in c on fes saveis , obcecada pelas ambiçõescr imin osas , deg radou- se atndamais , tornou- se ainda maisVile abjecte, apreçando a corda no nome ir responsavel do

ex- imperador , desse pobre velho inconscien te pela en fermidade, agg ravada pelos annos , que sempre se mos troulimpo demãos , super ior ao ldin heiro , primando pelo maisn obre desin teres se, não se deixando jamais env enenar pelossen timen tos azinhavrados quemovemas almas sordidamen temercenarias .

Devendo es tar atordoado como fracas so da monarchia,O pr in cipe cºn sºr te não perdeu o equilibr io mercantil,mandando pergun tar ao gover no provisorIo se con siderava

bons e validos os ccn tractosmatrimon taes .

E o que é mais t r is te e mais vergon hoso é que ;

quando recebeuº decreto concedendo cincomil con tos , emvez de dous mil, emrua a so rdida ganancia arbitrara a

co rôa impor ta] , mos trou—se commOVIdo e profundamen teg rato , dizendo que nunca esperára out ra cousa de umgoverno de que faziampar te os seus amigos R uy Barboza e

Quin tino Bocayuva lO s r . conde d

'

E u, porém, tocou aº auge da miser ia,chegou a ultima expres são do aviltamen to, quando na

o fficio que dirigiu ao governo provisorio, pedindo exone

ração do lugar de commandan te geraldaar tilhar ia'

declarouimbectle impuden tamen te que, si não fossem as cireumatancias , que bemcon tra a sua von tade o obrigavama sah ir

do paiz , es tar iaprºmptº a cºn tinuar a servir debaixº(

de

qualquer fºrma de gºver nº à nação que por tan tos an itos o

acolheu emseu seio .

E'

o requin te da deg radação

O s r . conde d'

E u, nesse ult imo traço de sua vida no

B razil, descarnou todos os sen timen tos sordidos , toda sua

alma apodrecidanos charcos immundos dos in teresses incon fessaveis .

O s fes tej os feitos par a solemniser as bºdas de pratafo ramos verdadeiros funeraes damonarchia.

O batle da IlhaFiscal foi umperfeito fes tim de Balthasar .

D . Pedro de A lcan taraperdeu a coroa, o conde d'

E ll

XXIV

fez o seu negocio. Dispersou-se acamarilha que me apu

pava, ficando eu com o direito e liberdade de exclamar ,alegando a min ha como e repetindo o brado que soltei na

camara dos deputadosVIVA A R E PU BLICA

Depois do ar tigo que fica tran scripto, publique out ro

no R io emdias de Dezembro de l889 , emfô rma de manifes to, declarando que abandonava a VIde publico para con

sagrar-me ao meu minis terio sag rado.

N es se tempo j á es tava assen tadamin ha mudan ça parao E s tado de São Paulo , onde chegueia H de Fevereiro de

4890 . O s actos de governo provisorio não me inspiravauoconfian ça, pois começaram por un s ar ranjos de famí lia, quedes toavamin teiramen te do ideal republicano.

Quando se publicaram os primeiros actos des se govern onefas to , disse eu aumamigo — A R epublicapr

'

incipiou pelo

gen r zsmº.

E s ta minha observação foi motivadapela n omeação dodr . G odofredo Cun ha, gen ro dº s r . Quin tino Bocayuva, pªrª

o carg o de chefe de policia do E s tado do R io de Jan eir o .

N ão per ten ço ao numero daquelles que cºndemnam a

eterno os tracismo os fí ihos e paren tes dos chefes polit Icos .

A situação, porém, era especialí s sima, tornando- se po r is s o

altamen te est ran havel que fos se aproveitado para car g o de

in tima con fian ça ummoço que ate 1 5 de N ovembro n ão era

republicano , e que só podiaallegar o t í tulo de ser gen r o deseu sºgr º, minis t ro das relações exteriores do govern o pr o

visor ío .

O dr . G odofredo Cunhaera juiz municipal do termo deCampos , na en tão prov íncia do R io de Janeiro.

O governo conservado r , presidido pelo s r . con selh eir o

João A lfredo, tornou especial a comarca de Campos ,extin guindº

—se º logar de juiz municipal.Umdos pr imeiros actºs dº gabinete Ouro Preto fo i

repor a ccmarca de Campos no seu an tigo es tado, r es tabe

lecendo o cargo de juiz municipal e encaixando de novo O

dr . G odofiedo Cun ha, que eradeclaradamen te liberal,O ra, crm o minis terio do s r . visconde de Ouro Preto

cahiu amonarch ia, e logo apó s a proclamação da R epublicao dr . G odof redo Cunha sabiudo lugar de l Z mun icipal deCampos , que exercia ccmo liberal monarch is ta, para O

XXV

impor tante cargo de chefe de policia do R io de Janeir o,

sob o regimen republicano , sómen te por ser gen ro do s r .

Quin tino Bocayuva.

E essemoço , protegido pelo governo do s r . viscondede Ouro Preto , no ominoso tempo do imperio , torn ou-se

emcur to periodo umcabide de empregos nos felizes temposda R epublica.

N omeado chefe de policia do R io de Janeiro , foi emseguida nomeado juiz de direito dacomarca de San ta M ar iaM agdalena, no mesmo E s tado , depois juiz de direito dacomarcade San to A n tonio da Pat rulha, no R io G rande doS ul, depois juiz de casamen tos de N rctheroy , até que atinalfoi encan ado no cargo de juiz seccionaldo R io de Janeiro .

Foi po r isso que descon fiei logo em pr incipio do

regimen republicano , que começou pelo gen r ismo , aca

bando pela mais escandalosa e revoltan te orgia admin ist rativa.

O g t verno provisorio parecia umbando de salteadores

que tin hamas saltado o poder para se locupletarem e ar

r anj arem paren tela famin tº .

Em vis ta de semelhan te descalabro rer-ublicano

,não

pude con ter -me, en t rando para a redacção do Cor r eio Am

paren se, emcujas columnas verberei energicamen te'

os

crimes e escandalos des se governo despudorado, que tan to

comprometteu os des tinos da R epublica.

A firon tei as iras dos que es tavam no gozo de todos os

proven tos . achando magnrlicos e ado raveis todos os crimesque se commet tian r e todos os escandalos que se praticavamá sombra da bandeira republicana, tão tris temen te vrli

pendiada.

Pouco, porém, me impor tavamos does tes que me atiravamemdefeza dos idolos . a cujas . plan tas se agachavamhumildes e submissos . Desde que não me dominavam,

nemo despeito, nem impaciencia, pois nada tinh a prerendido e não aspirava cousa alguma sob o novo regimen ,

obedecia semen te aos dictames da con sciencia quando condemnava comtoda aeuergra os desmandos escandalosos do

governo republicano .

Tenho, porém, tido sempron-iubas compensações .

Quando o marechal Deodoro, en joado das mais deg radan tes bajulações , resolveu descar tar

-se de seus primitivosauxiliares , os mesmos que o applaudiam, que roj avamse a

seus pés , que gloriticavamo seu nome, que exaltavamsuas

vir tudes , que o consideravamumg rande es tadista, tizeram

XXVI

desencadeiar sobre sua pessoa uma tempes tade de epithe

tos tremendos. uma hor rorosa descompos tura, reduzindo o

a ínfimo papel n os des tinos da R epublica.

E s tava eu vingado .

N a primeira eleiç ão presidencial, o nome do marechalfoi hos tilisado subter raneamen te, apezar de se teremfeitodeclarações publicas de que devia ser empenho de h on ra

suff ragal-o , havendo até quem disses se que o marechal

Deodoro não devia ser eleito , mas simacclamado primeiropresidente da R epublica !

Todas essas miserias me convenciamcada vez maisde que o novo regimen es tava sendo sacrificado pelos

proprios que se inculcavam seus defen sores e que se

julgavamseus sus ten taculos , usando- se dos manej os os maistor res e das mais v is especulações .

O con flicto aber to en t re o governo do marechal Deodoro e o congres s o nacional deu em resultada o golpe de

E s tado de 3 de N ovembro .

Con fesso que applaudi na impren sa esse acto , que

dissolvia um verdadeiro aj un tamen to olh eiro , que tan to

con tribuía paradesacreditar o regimen republicano.

A quillo não era cong resso nacional, mas simumconluio

de ambições soºregas e desconcer tadas .

Quando o marechal Deodoro renunciou o poder a 23 de

N ovembro pelo movimen to da armada dirigido pelo con t ra

almiran te Cus todio de M ello , con tinuei em opposição ao

governo do s r . marechal F lor iano Peixo to , cujas t radições

nã o o abonavam. pois que ces ter'

r o que faz um ces to, [a

umcen to ,assimhaj a cipó e tempo .

O nome do s r . Cus todio de M ello era proclamado comoo de um g rande herde, con s rderado o braço direito do

marech al Flo rian o, e h omem de acção, e In spirador detodas as deposições .

Quando , porém, a 6 de Setembro o con t ra-almiran teCus todio se revoltou con t ra o g overn o, de que fizera par te

exercendo tan tapreponderaocia em seu seio . cobriram-n'

o

de oppr obrios , chamando -o de pirata, de bandido , de tudo

quemais podia amesquinhal-o .

E n tret an to , man tive-me no mesmo pos to , atacando o

marechal F loriano e condomnando o con tra-almirante CuslGdÍO «

'

e M ello .

Cipr lChei emser sempre coheren te n os meus juí zos e

cor recto nas minhas h os tilidades aos governos que se

succediame aos personagens que figuravam no scenario

XXVII

poli tico do paiz . O que é verdade é que ainda não me

enganei nos juizes que fo rma e n as progn ost'cos que faço .

Quando os idolatras da ty rannie batiam palmas ao

marechal Floriano Peixoto , que con s iderav am o salvador

da R epublica, não modifiquei nenhuma das propos ições

que expendi sobre seu caracter re'

alsalo e seus in s tinctos

fer ozes , julgando-o capaz de todas as t rah rções e de todas

as perver s idades para perper tuar-se no po ler .

A s denuncias vieramprovar que euunh a razão, es tan

do h oje todos certos de que ninguem mais do que elle

tramava con tra as proprias rns tituiçõ as republicanas .

A men sagemdo dr . Pruien te da M N &ã S impress ionoume tr is temen te, des le que parecia idan tilicar - se como go

vern o do marechal, que chegou a con side rar glor ia da

America e benemerito da hurn rnidade, quando in t imamen tedevia estar convencida de que o seu an tecessor premelitava ferir de mor te acon stituição federal, permanecendo nopoder e firmin io no paiz a detes tava! drctaiuramilitar .

H ijo, po ren , rue seus actos par ecem indicar que temo pen samen to de mudar de esperemos .

A coheren r iademinhas opiniões , a cor recção deminhaconducta, provocaramcon tramimas mais desabr rdas man ifes tações .

N ada se tempoupado paraen fraquecer—ma n o conceito

nacional.Tendo emalgum tempo sido consideralo propheta da

R epublica, ch eguei a ser chamado sebastian is ta , porque

n ão acompan h ava o cºro de h isannas que se en ro rvam emh omenagemaos governos r epublicanos que se desmandavam.

N o meio , porém, des sa saraivada de epitheto s g ros sei

ro s , comque me mimis eavam, praz

rne ag radecer as vozes

amigas que se levan tavamemmeu l ivo r .

E n tre ellas peço licen ça para dratrnguir ade [I in rique

de Barcellos que tan to me penho ra pela sua ext remagenerosidads, e que min tém commigo mais estreita

ligação, ajmais in ttmacommunhã o de ideas e de sen timen tos .

A o pujan te talen to , a) es tyl) primoroso do ex imioj o rn alis t r devo ou os seguin tes co nceitos publicados no

Co r reio de Campinas de 42 de Dezembro de 4894 , que

muito me h onrame ainda mais ma desvanecem«O meu velh ) amigo Alfredo G enoud, que ha dias

reg res sou da E ur opae a quem tive o prazer de abraçar ,

rcos tuma reun ir , ao seu almoço , algun s amigos cujaconversabe serve demolho , emlinguagemcaseir a.

XXVIII

G encud dauns almoços dignos de Lucullo , abundan temen te reg tdos . S empre j W Í ll, tempera ;tudo com per

gun tas patuscas . M as temumdefeito o meu amigo .Quer

que o conviva coma de tudo e, o que é mais g rave, quebeba de todos os Vin hos e licores , Cllj t s gar rafas se perfilamcomo esquadrões an te o conviva

O ra,ha dias , reviamos umliv ro de His toria na livra

ria G enoud, quando nos disseramque, lá den t ro, ao almoçose achav ampessoas amigas , residen tes fora daqui. E n t rees tas es tavao s r . padre João M anuel.

G ratas not icias nos deu elle. O s seus bellissimosar tigos subordinados epig raphe Itemin iscencias vão ser

enfeixados em volume. Precedel' os—á uma eXposiçã r da

politica actual des te paiz . A casa G enoul sera depositaria geral. E

'

facil prever que a edição de tres mil volumesserafacilmen te esgotada, po rque o noms do illus tre autordas R emin iscencias é con hecido n o paiz todo .

_

A segunda nova, que recebemos comsincero alvoroço ,consis tia emque o nosso valen te college volta ao j ornalismo . Aben çoada resolução !

Batendo nos n o hombro, com o seu fino sorriso,dizia-nos elle :

Sabes,Hen rique, é aminha cachaça, sabes

Haun s quatro annos , naes tação daCompanh ia Paulis taemCampinas , um amigo apresen tava

-me a umpassageiro

que desembarcava, designando- o as simO s r . padre João M anuel.

Prendeu-seome a v is ta na pessoa que se indicava por

aquella nome j á no tavel na polrt ea da paiz . Vão arui, ao

cor rer da penna, repr oduzidas as impres sões de momen to .

O recem-chegado era um h omemalto, a quem a

severidade da batina preta accrescen tava alguma cousa

de solemne. Considerei- Ihe a fron te vas ta que refleste a

vas tidão do pensamen to ; o luminoso olhar prescrutalor e

perspicaz ; os longos cabellos brancos que figuramde umacomo auréola aquella fron te ; a bocca rasgada, simultaneamen te risonha e g rave, emque t ran sparece um não sei

que de iron rco . Umcon juncto emfimque att rahe e que se

faz respeitar ; o preciso para angariar sympath ias in telligen tes e amedron tar as nullidades pretenciosas que tememos homen s superiores .

XXX

E vocada a His toria, resaltamda revolucionaria epopéafrancezaduas indiv zdualidades as quaes podemos compararo valen te polemis ta brazileiro . U ma é o ebhele G r égoire

a out ra é o car tuxo DomG erle. O primeir o sah iu da socidade elegan te e autocratica para lh e combater os procca

ceitos . O outro , sabindo d ) fundo de umconven to , abraçou

as idéias revolucionarias . sem que o seu espir ito v icilasse

na crença em Deus . O abbada foi um d is pr imeirosdepois a prepo r a depos ição do imperador N apoleão ; o

out ro bebeu até às fezes o calix daamargura por causa dassuas cren ças .

Ha procedimen tos paralleles que são rumores f'

at ídico s .

O bra'lo do padre João M anuel na Camara de 1 889 ,

teve as mesmas con sequencias demolido ras do juramen tode D omG erle no logo na Pella. Umespaç o de cemannos ,

pelo a pólo , deu emter ra comduas in s tituições congeneres .

Proclamada a R epublica, o padre J oão M anuel atra

vessando as brumas do futuro com o seu aquilino olh ar ,

publicouumar tigo famo so pelos seus eloq'ien tes conceitos .

Lembrou- se de que, an tes de tudo , era min is t ro do A ltar ,onde a celebração de um inaudito sacrificio lembra ao

padre o sacr ificio de todas as ambições ter renas . E d'

alii,eil—o parech o, numacidade do cen t ro de umE s tado , longe dobulício imper tinen te e ir r itan te das

M as , dacadeiradaVerdade, on le dautrinava aos fiais ,

pensou que podia ser utilaos seus paroch ianos na banca de

jornalis ta. E il—o no jo rnal.Foi en tão que a sua penna admirava! fulgiu com os

seus mo rden tes reflexos diaman tinos . N unca, em j or nalpaulis ta, foram lidos melhores ar tigo s do que o s do illus t re

redactor do Cor r eio Amparense. Traçava—os u'

n velh o

politico e elles sabiama lume como se os h on r es se escriptoa mão nervosa de ummoç o enthusias ta. ( ondemnado s avlda epliemera do jornal, es sas ar tigos não deixavam deser primorosos escr iptos au j our lej our .

E ao lel- os , os que sepresumiamde j o rnalis t is tinhamde con fes sar que o mes tre eraelle

, pres tando- Ih e a obedien

cia que deve o soldado ao general.

Que impo r tava que a calumn ia desg raçaia e a in vej ato rpe ten tas sem deprimir o n otavel polemis ta ? A h ! são

in falliveis es ses dous reptis a rejar sob as fulgurações dotalen to . A B iblia, 0 Livro E tern o , nos mis t ra que não foi

pos s ível a Caim encarar a luz que resplendia do alto .

XXXI

E s sa luz emanadadaJus tiça serve para illuminar a facedos j us tos e para desencovar os Cain s do seu

Quem leu as R emin iscen cias não pode esquecer a gale

r ia in reres san tis sima de figuras do an tigo regimen , verda

deiras ph ototypies , algumas das quaes nos anpareciamaté

comos seus cacoéthes especiaes , outras revolvendo-se nas

mas paixões que s óem suscit ar turbaCões politicas . Lapidado s pelo ar tis ta que se chama João M anuel, esses ar t igos ,em liv ro , vão ser um acon tecimen to ! N a t ranquillidade

de seu cerebro, sema neces sidade, po r vezes cruel, de ter

diariamen te de apreciar o que faz de tor to es te mundo ori

g inal, o valen te polemis ta dar- nos à , es tou cer to, um pri

moroso liv ro .

A inda bemque o não assaltou o desalen to !

O s Prometheus repetem-se e os j ornalis tas são , no

n os so tempo , a fielimagemdes se filh o de U rano suppliciado

n o Caucaso , não lhes faltando a ave de rapina para lhes

roer o

HE N R IQU E DE BA RCE LLO S .»

lia ah ium pon to emque o meu bomamigo equivocou

se, e que por lealdade preciso rectificar . N ão foi a con tra

g os to da mesa da camara dos deputados que me in screvi

para fallar na sessão em que se devia apresen tar o gabinete

O uro Preto .

A o con trario , o s r . barão de Lucena, que como presiden teme dis seraa pr incipio es tar completaa iiiscripção doso rado res , apenas soube que eu pretendia declarar -me re

publicano , accrescen tou praseiiteiro : N es se caso fique

t ranquillo e cer to de que lhe concederei a palav ra para

pronunciar- se.

E o barão deLucena resis tiua todos os empenhos quese fizeramparaque não me deixasse faltar .

E s ta é a verdade.

Como eu e elle es tavamos illudidos t

Panna J0 210 M A N U E L .

R E M IN IS CE N CIA S

parlamento do antigo regimen solfreumuitas vezes estimas picantes , mas engraçados , que, se de

'

umlado in

commodavamaos que dessacorporação faziampar te, provo

cavampo r outro lado gostosas gargalhadas aos que eramsimples espectadores .

Lembramo- nos agora de tres denominações, com que

espiritos oaustlcos fizeramconhecer as camaras dos deputados, que se succederamde 4873 l875 , de 4876 a 4877

ede 4878 a 4884 .

A primeira foi qualificada pelo sr . Silveira M ar tins de

camarade illªus tres descon hecidos , e segunda de camara dosFagundes , e a terceira pelo mesmo ar . S ilveira M ar tins de

camara dos ser via.

O dr . SilveiraM ar tins fô rapela primeira vez eleito de

putado pelo R io G rande do Sul em4873 , naeleição a que se

procedeu emvir tudeda dissolução da camara obtida pelo

gabinete de 7 de M arço, de que erachefe o eminen te es ta

dis tavisconde do R io Branco. depois de promulgada a leiaurea de 28 de Setembro, que con siderou livres os filhos deven tre escravo, aos quaes aprºpriadamen te se deu o nomede ingen iios .

O t ribuno rio grandanse levava para o parlamen to a

mais brilhan te reputação do orador , de vigoroso talen to e devas ta illustração .

'Alémdes ses tí tulos que o recommendavamao respeitoda nova camara, ao desvanecimen to de seupar tido e à admiração do paiz, o dr . S ilveira M ar tin s sabia infundir temorpela violenciado ataque dirigido contra ós adver sarios, do

minadopor desmedido orgulho que o fazia suppor o sesuperiora todos os homen s , exagerand) extraordinariamen te os seusmeritos roprios e amesqainhando desdenhosamen te as qualidadas aquelles comquemconvivia.

Foi assim que umdia, combatendo energ icamen tepoliticado gabinete R io Branco, sobcuj o governo con ser

vador se fizera eleger como chefe liberal pela legitima ínfluenciaque exerciaem sua provincia, não teve escrupulode invectivar a camaraaque per tencia, pelo apoio que prestavaao governo , chamando-acora insolito desprezo

— camarade illus tres descon hecidos !

A segunda teve origem nas sessões preparator ías , emque severificavam os poderes da camara eleitaem4876 , naprimeira prova da lei do terço.

Houve quem lembrasse de.convencer ao cidadão Fagundes de que houvera sido eleito deputado pela prov ínciade G oyaz , epara produzir o efieito desejado , en tregou

-se-lhe

umdiploma passado comas devidas lormal'

idades ;O innocen teFagundes. acreditando- se eleito , depositou

na mesada camaraaquello documen to, tomando assen to na

bancada da esquerda.

A pillier ia que a principio despertou boas gargalhadas ,as sumiu depois umcaracter serio que a todos

. poz emconfusão .

O presiden te não podia, decentemente dar começo ao s

t rabalhos da camara, porque um in truso se achava accupando uma das respectivas cadeiras .

O cidadão Fagundes por con sideração alguma queria r etirar . sedo recin to, ondemantinha—se firme na convicção de

que era realmen te represen tan te daprovinciade G oyaz .

A rrancal-o aforça parecia crueldade, porque o h omemeraummaníaco, comas faculdades per turbadas, um verdadeiro desiquilibrado, umperfeito inconscien te.

Deixal-o con servar- se naquelle logar tornava

-se impossivel, parque seria a mais tremenda desmoralisação funccionar a camara tendo emseu seio o represen tante da t roça, umdeputado de pilher ía, encaixado no recin to para pr ovocarh ilaridade.

A quelle mesmo , porém, que se lembrou de eleger o

Fagundes por meio deumd íploma falso, forgicado sem”d uvidaparaprovar que out ros alliestavamnas mesmas condi

ções comesperançade ser reconhecidos leg í timos , occor reua ideia de fazel-o retirar do recin to sem violencia e semescandalo.

Combinaram-se todos, sahindoparaos corredores e salas

da camara, deixando'

o Fagundes só repimpado em sua

cadeira.

Vendo-se isolado, semumcompanheiro nas bancadas ,o falso deputado de G oyaz suppoz talvez que eraes tylo da

casa, abandonando tambemo recinto, onde não lh e foimaisperm

'

ittldo penetrar .Venceu-se, é cer to, adihiculda'lepelatacticaempregada

pelo proprio autor da id

'

éa, mas princrpiando as simsob tãon

'

rmidav'

el ridiculo , essa camara ficou sendo conhecidapelotris te nome decamara dos F agundes .

A terceira denominação foi dadapelo mesmo dr . S ilvei

'

raM artins a camaraunanimemente liberal eleita sob o

governo do con selheiro Sinimbu, chefe do gabinete orga

n is'

ado n ô de Janeiro de 1878.

O tribuno rto o grandenseque faziapar tedes seministerio ,occupando a posta da fazenda, foi forçado a retirar -se pordivergencia polí tica como resto do governo ou an tes como

seuchefe, que não quiz acceitar s cas ideas sobre elegibilidadedos acatholtcos por occs sião da reforma eleitoral, que en tãose

,discn tic n t camarados deputados .

Deixando a pastada fazendade accordo como barão deVilla (Bella, chefe liberal de Per nambuco , que na mesmaoccasião se demit tira do cargº

de minis tro dos negocios

es trangeiros , o dr . S ilveira M artins despeitado por não ter

sido acompan hado pelamaioria da camara, quecon tinuou apres tar apoio ao gabineteSinimbu, emmomen to de exaltaçãoe comamais fogosa vehemencia

,aff rontou—a comaalcunha

de camara dos ser via.

Convemagora que os leitores conheçam, por alguns

t raços biog raph icos que vamos expor , quemfoi o illus trepersonagemque deu seunome à segundadas camaras a quen os temos referido .

Fagundes foiumtypo que se to rnou celebre na famosah is toria dos privilegios .

Concebendo a ideade explorar as fabulosas minas deouro do Caiapo, levou cerca de trin ta annos a requerer o

respectivo privilegio todos os governos e a todas as camaras ,que duran te esse longo tempo se succederamno paiz.

Pode dizer—se que não descançou ummomen to nessa

faina ing rata, ora implorando, ora ameaçando comumg randee pesado bengalão, que com g raça chamava o seu poderexecutivo .

Pos tado apor tadaen tradada camara, abordava a todosos deputados3que po r allipassavam, pedindo acadaumo voto

emfavor de suapretenção.

'

l'ados lhepromettíamo voto, uns por ena, outros or.

espirito de opposlcâo ao governo que então stava.no po ar,e muitos para se veremlivres daquellacon stan te encenação.

Tantos annos consumidos nessa luta improficua. nessa

con stancia inexcedivel, nessaavidez de riquezas collos saes ,nessalabutação incessan te de todos os dias , de todas as horase de todos os instan tes , deramao Fagundes a mais extensacelebridade na cidade do R ioe talvez no paiz inteiro .

O povo começou adar -lhe o expressivo titulo de BarãodeCaiapo. pelo qual liceu sendo geralmente conhecido.

Afinal, depoislde tan tas amotinações , de tantas supplicas .de tan tas ameaças , de tantos labores, semter ummomentode desanimo duran te uma vida in teira, o popularzbarâo deCaiapo, javelho e alquebrado, conseguiudprivilegio paraexplorar as minas de ouro

'

comquegsonhava, acabando porser v íctimadagananciados especuladores , que o conduzirampara Londres onde ficou; abandonado,ªreduzido a extremamiseria

O poder execution que o incançavelZFagnndes brandiaemmomentos de impaciencia e ir ritação, foi sempre inoffensivo emsuas mãos , porque realmen te ot

'

imaginario expiorador dasminas do Caiapó nunca fez malà pessoaal uma.

Conseguiu o que pretendiapelo poder davon ta e, pelaforça da perseverança, tendo alémdisso a gloria de darnome aumacamara, de que não fez par te, e ser conhecido

por umtitulo que lhe não foi concedido pela muniflceuciaimperial.

Se aindahoje liviveàse, nestes tempos de Spura democracia, seria semduvida tratado por cidadão Fagundes , exbarão deCaiapo.

e o desconcbavo. ou se a fatnidade de quem as profere,consideram-se, en tretanto, oradores consummados , aspirando as hon ras da famae as glorias da immor talidade.

N emtodos , 6 cer to, como José Bonilacio e Fer nandes

da Cunha, nascemfeitos oradores , comaccen tuada vocaç io

paraa tribuna, comdispos ições para fallar empublico , ele

ctrisando asmassas comas scintillações fascinadoras de umaeloquenciamascula e arrebatadora, levando a luz aos espi

ritos e.

o en thusiasmo aos corações como brilho de umverbo inspirado .

E ssedomsoé concedidopor Deus as almas privilegiadas .

M as tambemnão deixade ser verdade que ha homensque, fugindo às exhibições solemnes , occultando os seus

merit s enão aproveitando os seus dotes , fazem- se oradores

qúâln' '

o menos arrastados quasi semprepela forçadas circum'

stancias ejrn'

que se acham.

En t re nós contam—se“muitos casos des se phenomenocuriosis

ª

simp .

SilvaParanho'

s, o immor tal visconde do R io B ranco,

umadas mais vi prosas e »pujan tes cerebrações do nos so

paiz , quesdubee ovar bemalto comas puras expansões de

seu patriotismo . foiuma das mals r brilhantes revelações na

imprensa ; ornalrs trsa, illus trando.

as columnas do Cor reiofnlgn rações de

'

seu talento privilegiado .

M Tpmapdp, porémassun to _

na'

camarados deputados comosupplepte pelaprovincia do tiro de Janeiro , , passou desa

percebtdo nomeio dabrilhante“

pleradede oradores que na

quel'

le“temp

o faziamsucces ses sempreferir amdiscurso no

impression s'

s'

e, quando nenhumdelles o excediaomin te ligenola illnsfracao.

_

, .

Somente sados longos nunes , quando firmadasna'

ne

pptaçãohej grn ,ista3 ,nmg«uemlhe reconhecia qualidadcs 'do

h omemde tribuna, que por isso mestria raras vezes ahor9

31" ude, $ilva Paranhos conquis tar creditos de orado r

cn aplªausbs de' séns '

amlgos e confusão de seusadversarios .

Janeçêe ternpo o desconhecido deputado pelo R io de

Janeiro occupava ao senado. uma cadeira que lhe fora'

oon

fiadapelaprovincia'

de M at to G rosso quo cem'tantb . brillio

soubeapresen tar no ramo vitalício do parlamento .

SilvaParanhos , sendo con servador , fõ ra mlandado porlemmissão especialao R io da.Prata para

daguerre do Paraguay .ssão de tantamagnitudede u

adversario, S ilva'Paranhbs obedeceuantes

ª

â'

s

seupatriotismº. dºdia -m9ssõrª. ,ªs illisfsªãisJM R:

fessaveis .

Desejando,

te es tadis taªg ºnizant e noorações no sen ti

,

o t ratado_

da,triplíoo, alliança.

Quªndo , , oram, chegou go R io de J neiro aínoticiaj

des;ses aj us tes dip omaticos . o gabinele presi

'

ddopelbcon selhe'

o

Fur tado, no seio do qual occupava a pas ta de es trdn'“

a s

o con selheiro João Pedro Dias Vieira, cniíiprehe'

nder'

rd malos in tuitos patrioticos do diplomata brasileiro,

'

não hesitouemdemittil—o

'

acin tosamen te do cargo"

de'

coufian'

çn quªe“exer

cia no R io daP'

ralab

commanifes to sacrificio de suas'

ideilspolí ticas , abalando até seus sen timentos pessuaes para comumgoverno de

'

adversarios ,ª

O golpe vibrado pelo gabinete con trao negociador'

da

t r íplice allian ça foi tão violen to e tão rude. que chegou'

adde

per tar colera do populacho, que emummovimowrdein

dignação apedrejouacasa emQue residiaa,familia do» diplo

mata, ar reben tando O s vidros de suas—jan dllas ci

R eg res sando ao uma com'

a calma, «serenidadeeeres ignação de

'

umverdadeiro pat riota, sacrificado deg radados

polí ticas e as in trigas par tidar ias , S ilvaParanh o'

s aespemn zaepochados t rabalhos parlamentares para .justiiiqar

-se,ppranteo paiz da violencia brutale daclamqrosa ustiça.oomquelera julgadopelo g overno, que loucamente saqnbecg raaosrelevan tes serviços que emsituacâwão critica e, tãomglípdrosa es tavapres tando asua patr ia _ g_

Abrindo—se o parlamen to, S ilvaParaphns s u a

do senado .emuma ses são que se to rnou memorave 4

. alaseis horas con secutivas , ar ticulando umadej ean . hrilhangq eesmagadora, comprovada ,

comdocumentos irrecusaveis , proferidatão eloquen temen te, emumtomtão acç e

'

n'

tuado'

dp l

rivez,e de dignidade, que ar rancou

'rnidoSos ªª

applaú'

sos'

âopeito an thusiasmado de seus amigos , levando _

a_

veig ónha e

con fusão ao s'

eio .d'

eseus adversarios .

Quando Silva Paranhos desceudatribpna, duplamentelaureado pelavictoriado

'

talepto ,

e do patriotismo, o“'seiiãdbr

F irmino R odrigues Silva, seu amigo ecor religionario,'

exc11moupor en tre oszvivos transportes daadmiraão e do jubifo

—N ão é somen teumgrande jprnalis ta, mais aindaumnotavel orador !José de Alencar tornou-se o vulto mais pro eminen te no

mundo litterario brasileiro, impondo—sopeleen'

ormid'

àde'

de

seutalento aadmiração dos contemporaneos e conquistandoa anreola da immor talidade.

Foi tudoone quiz ser.menºs senador do Imperio, por

que não depen iade sua vontade. occupando sempre o primeiro ouumdos primeiros lugares no variado terreno desuas locubrações .Boiemiden teemtudo a que se propunha. no j ornalismo,

noO

bromance, no drama, na politica, na jurisprudencia ena

E ntretanto, nos diversos ramos'

a que se dedicava, so

Iuesahindo semre ela superioridade de seu espírito, pela9

'

ançadesuas acudados,pelamasculidadede suas energias ,pe os seus es timulos de gloria o pela sua perseverança no

trabalho , é notavelqueaultimaconquis ta de Joséde Alencarf osse a tribuna do parlamen to, onde deixou uma reputaçãoinvejavele

"

umrenome immor tal. tendo primeiropas sado porelle como qualquer illustredesconhecido !Tendo feito naimprensa jornalís tica suas primeiras ar

mas , creando o genero de folhetins polí ticos no roda-pé doD iar io do R indo Janeiro, abriram—se em seguida a José deA lencar as por tas dacamarados deputados , por onde a sua

passagem_

não foiassignaiadapor nenhumapeçade valor orarorio, como constados anh oes do parlamen to.

Foi sómente em4869 , quando Josede Alencar voltouacamara dos deputados , sendo min is tro da jus tiça do gabinetede 46 de Julho presidido pelo visconde de itaborahy , quecomeçou a formar e aomesmo tempo firmar sua reputaçãodo orador parlamentar , tornan rio-se tão notavele tão celebre,tão res itado e td) temido , tão applaudido e tão admirado ,

or to os aquelles que tinhama fortunadeassistir aos deates emque tomavapar te.

José de A lencar , porém, foi propriamen te um orador

que ,se fez pelo esforço da von tade e pelo poder da in tel

lrgencia.

N anovaphase que se lhe offereceu, fazendo par te da

camara de 4869 , os seus primeiros discursos forameviden

temente recitados, productos de umtrabalho ar tis ticamen te

reparado, como de quemtinhamedo denaufragar na tri

una, onde se desfizerammais deumavez tan tas reputaçõesfirmadas e tan tos '

louros conquis tados .

E'

que a natureza fera cruel e implacavelcomaquellaorganisação, dando uminvolucro tão pequeno a umespiritotão rande.

ispondo de corpo fragil,de orgão de voz fraquissimo,

José deAlencar só poderiaimpression rr pelapalavra, empreg audo es forço supremo para se fazer ouvir .

N ão obs tan te, porem,as desvantagen s pbysicas comque

lutava. a debilidade de sua voz , apequenez do seu vulto ,

completaan seur ade predicados que recommendamo o radorà s s ympr th ias do auditor ia, José de Alencar , assenborei n 'iose da t ribuna, desvendando o s seg relos da eloquencia, as

s umiaproporções g ig antescas preudendo , dominando e ar rebatando os seus o h v n tes pela expan são de suas energias pa

t r io ticas , pelas sono ras vibrações de seu verbo inspirado ,

pelaincomraravel bellezade sua fô rma ar t ís tica, pela g randeza de seus pensamen tos , pelas scin tillaçõas de seu talen topr iv ilegiado

Lembramr-nos ainda v ivamen te impressionado daquellas jus tas da in telligencia, emque se batiamJos é deA lencare S ilveira M ar tins . attrah rndo a camara dos deputaios ho

men s illus tres que iamadmirar os don s gigan tes da tribuna

par lamen tar , deg'

adiando—se emuma arena vas ta, em que

o s pygmens não podem ajus tar - se e con tender .

Con s ervamos ainda bemvivas es sas rcmmisccncias dopas sado

raes e Silva que figurou na primeira parte de nossas

iscencías de hon tem, no s dissera umdia em tomg rave e de profunda convicção : não ha nadamais suave e

mais commodo para o deputado governis ta do que as questões de gabinete.

E como lheoppnzessemos algumas res tricções a respeito ,

fazendo sen tir que,nemsempre era commoda e suave a po

s ição do deputado amigo do governo nas ques tões de con

fian ça, podendo dar -se pr o'undadivergenciade O pinião sobre

assumpto sujeito a debate, M oraes e S ilva accrescen tou

então com'

ar malicir so : nas ques tões de gabinete e deputadonão temt rabalho de pensar , nemde reflectir , nemde es tu

dar parapreferir o seuvoto comfirmeza e seguran ça, porqueo governo, estabelecendo a ques tão no ter reno da con fiança.

dispen saao amigo todos os proces sos labo riosos e pacien tesque se cos tumarn .empregar paraillus trar o eSpirito e ins truiraconsciencia s limde se poder formar uma opinião esclare

ci'a e proferir umvoto con sciencioso .

O governo nes ses casos subs titue se ao deputado , ou

an tes o absor ve e o an nulla, poupando—lhe o incommodo

de pen sar , que é tão difiicile tão peno

Emtroca da liberdade de opinião , de une o deputado

governis taficaprivado nas ques tões degabtn f te, lhe é plenamen te garan tida acommodrdade de abdicar em quero lhe

mereça in teiracon tiança, afaculdadede pensar e de resolver .

Emreg rao governo sabe o que faz . não cabendo ao de

putado que lhe pres ta apoio , o direito de divergir de suas

opiniões , nemde contrariar seus intuitos , nemdepensar «'e

modo diverso.

E'

es ta amaior bellez r do regimen pt rlamen t t r ,em

que não ha outro criter io no“

vo to na maior ia,a não ser a

completa submissão ti von tade e ao pen samen to do govern o ,que sabe tudo e sempre quer o melhor .

A s ques tões de gabinete, porém, forampara o deputadomaranhen se, dr . José da S ilva M aia, o mais pesado dos sã

cr rficios , a mais dura e mais terr ível das imposições .

N os annaes do parlamen to do Imperio não se encon t ra

umdiscurso , umaph rase, nemmesmo os classicos apoiado e

'não apoiado , ou muito bem, pronunciados por aquelle h o

mempolí tico que se to rnou notavelpelo s ilencio sys tematico ,emque se acas tellou duran te sua long i vidaparlamen tar .

A s votações nomiuaes eramo principtl traço caracteristico das ques tões de confian ça para defin ir as po

= ições , de

criminando -se o campo de acção e conhecendo- se individual

mente aquelles que apoiavamou combatiamo governo .

U nicamen te nessas occasiões solemnes ,'

que felizmen tenão se repetiama certa passo, se ouvira n o recin to da ca

maraa voz do dr . S ilva M aia, res ondendo ªs im ou 'n ão,

conforme eraamigo ouadversario do gabinete que en tão

governava.

E sse homemque desde 4869'

até 4889. 0 ccupt raumacadeira nacamara dos deputados pela in fluencia leg í tima de

one dispunha e pelo pres tígio real, de que g erava na sua

provincia, impoz—se como normao mais impenetravel silencio

, que só fó ra in ter rompido nas votações nomrnaes , emqueera obrigad) a proferir s imou não

,obedeceu lo a fo rmula

regimen tal.Demodo que, se todos os deputados que formassemurn a

camara, procedes semcomo o dr . S ilva M ata, haver iaam r n r

econ omia de tempo . v otando—se e'

decitltndo—se todas as que stões que in teressamà causa

'

publica, muitas.

vezes sacr ifi

cada pelos in termtnaveis debates que'

seo

ªbl'lalD , 6 emque

se prununciavamdis cur sos longo s , fas tidio s os e es terers .

N ão houve, en t retan to , quempudes se descobr ir cu adr

v inhar a'

cause verdadeira do s ilencio obs t in ado,.

a que s e

condemnouo deputado maranhen se, ignorando-se aindah oj e

se era filho de umcaprich o, result ido de uma exqutsmce,

ou talvez manifes tação de orgulh o .

Cr nbecemos umh omem, cujo nome não nos é lícito declinar , que possuia tão desmedido orgulho que bug s de estupido . quando realmen te era dotado de talen to super ior .

Fallando como pr eto mí na,

'

expr irnindo s e em termo sras teiras e l

'

ldÍCU IO S , voltava- se as vezes para cs que o ou

paquete brasileiro queemt ºde Agos to de 1868 seguiudoR io parao nor te, conduziaa seubordo g rande numero

da homan s politicos, no se retiravampara as províncias ,uns como presidentes o novo governo , outros senadores emuitos eir—deputados da camara dissolvidapor decret o de lsdomez de Julho.

Como se sabe, cahiraa situação chamada progressista,

subindo os conservadores ao poder , organisando -se o gabinete

'

de 46 de Julho presidido pelo visconde de Itaboraby,que surcederaaominis terio de bde Agosto soba presidenciado conselheiro Zacharias .

A escolhado con selheiro Salles Torres Homempara.o

cargo de senador pelo provinciado R io G randedo N or te,considerada'

pelo en tão chefe do gabineteumdesacer to da corôa,

foi a causa eliicien te ou occl sional damudançada situação

politicaloperadaaa' t ôlde Julhº: de tl868 .

E ra, pois , natural que no paquete que immediatamentea esses acon tecimen tos politicos seguisseparao norte, tomassempassagemos homens que nas suas províncias exercesseminfluencia para tratar das eleições marcadas paraN ovembrodomesmo anno.

N ão obs tan te as divergencias par tidarias que separavamos passageiros divididos en tre con servadores e libarnos ,mavamelles abordo umafamiliade amigos e camaradas, embo ra fossemempolitica adversarios intransigentes e irreconciliaveis .

E n tre os ex vdeputados dissolvidos , lembramo—nos docoror elIzidoro Jansen , chefe prestigioso do partido liberaldaprovinciado M aranhão.

E raumdesses typos queapi imeira vis ta impres sioname attrahem [eli di spietencios idad

—i de seus modos e pela

physi n rmiaaber ta, deexpies são franca e lea'.

N un-adas occas iões de pales tras que a bo rdo sedão emdivers . s g iupi s que se fo rmam, alguempergun tou ao coro

nelJansen se vo tavaparao M a ranhao dispo s to a pleitear as

eleições para fazer- se novamen te eleger deputado.

N emuma, nemoutia ci usa, iespondea promptamen tecoroneL

A piimeiranão sedava, po rque ten ho o dever de obede

cer ao pi nsamen to dos chefes su reinos do meu par tid ) , quetalvez vão ao melhor completaa s tençâo no proximo pleitoeleitoral.

A segunda to rna-s e impos sivel nã i só por es sa r azão ,

como tambemporqueassen teide pedrae cal nuncamais sercandidato emminha vida.

Dizendo-se—lhe, po rém, que não era licito renunciar elle

emtempo opportuno á s suas leg í timas aSpiraçõ s pela fo rça

e pres tigio po lí ticos do que dispunhaemsua provincia. res

pondeuo tiun raj o che'e liberalcomum tomde sinceri lade

e convicção que encan taram no s n interlocutor :

N uncamais Vº ltarei'

ao parlamen to, sejamquaes foremaº condições emque me aclze.

Acabo de conhecer por experienciaprºpria quan to valeumdeputado sem ( opacidade, que no recin to da camara seamesquin ha a seus proprios olhos , tendo con sciencia dot ris tif simo papelque represen ta em uma assemblea.

nude

hamuitos homen s demerito real, Si bro—aliªndo pelo t

º

len toe illus traçâo .

ls do ro Jan s en era co ron el da an tiga guarda nacional,dos tempos da n efan rla

vsabendo apenas ler e esc ever

,as .

s ignando o seu nome como r th t g rapliia.

Tendo aiquirirlo legitima in lluenci i no seu p r tido , do

qu t l o s amigo s o acr lamaramchefe. embo ra se obs tinas se

em dizer se S imples soldado, goiaiido e g iande pres t ígiº e

di s pondo de força real, ii co ronel Jansen lembrou- se em4865 de apresen tar se candidato e fazer - seeleger deputado

pelaprovin t i'

i do M aran hão .

A creditou semduvida emsua ingenuidade que ir ia t e

cebº r na camaraas mesmas r on—iilº raçõ r s que se lhe dis

pen savafn na ter raonde era conhecido como chefe depar tido .

E ngan iu- se

, porém redondamen te o velho coronel,como c. n fes sou r o in a mais encan tadora S implicidade con

tinuaadca expiimir - zeas S im:

— 47

N ão pode haver cousamais humilhan te do que aposi

ção de umchefe politico emuma camara fazend i figura decr eado mudo , alvo de todos os olhares que s obre elle se cra

vamindicando—o como represen tan tedanullidadepretenciosa.

N amin ha idade, namin ha co n lição de chefe, sin to—meen t ris tecer e envergon h ar , quando vej o umdeputado moça,er guendo

—se de sua cadeiia, despertando movimen to de at

ten çâo , paradisco r rer eloquen te e br ilhan temen te soh ie o

as sumpto que se acha emdebate.

O —railamen to , accrescen tava, decididamen te não é lo

gar parabur r os , mas simpara aquelles que sabem dizer o

que pen same o que sen tem, concor rendo comas luzes de

seus talen tos e de suaillus t raçâo para a felicidade da patria.

O s que, como eu, vivemcercadi s de cer to respeito no

cí rculo dos amigos , sendo ouvidos n os negocios publico s , que

quasi sempre resolvemos sob o pe rito de vis ta par tidario ,

não devem renunciar es s s van tagens que se gosamnapro

v incia para expe

r - se ao papel ridiculo , ã figura t ris tissima,que se represen tacccupairdo no par lamen to umacadeira, que

per tence aos homen s de verdadeiromerecimen to in tellectual.Objectando - se- lhe que para promover o bempublico ,

bas tamas in spirações do patrio tismo e o sen so pratico, res

pondeuvivamen te o coronelN ão creia, meu car o

,empatrio tismo de bur r o polí tico ,

que nadacomprehende, que só se deixa in spirar pelos inte

res ses de campanario, que se en tende de politicagem, comon ó s provincianos sabemo s per feitamen te.

Seja, porém, como fô r , disse elle, se não abri a bocca

n a camara porque reconheço que só poderia dizer asneiras ,

pelo menos abriram—se-me cs olhos para ver quan to vale

realmen te umchefe politico que tem a in sen satez de ocen o

par umacadeira no parlamen to ein—at titude de boi que olha

para palacto .

Quando algumdia omeu partido puder enviar seus re

presen tan tes ao seio da camara dos deputados,escolherei

ummoço de talen to para elegel—o emmeu lugar , propor

cio nando lhe en sej o para fazer figura brilhan te no mundopolitico. a quequasi sempre não temacces so pelo tolo egois

mo e pelalamen tavel incon scienciados chefes de seupar tido .

A ssim terminou o velho co ronel Is idoro Jansen , que

cresceuadmiravelmen te acs olhos daquemo ouviadisco r rer

sobre a incompetencia dr s analphabetos para] tomarempar ten os corpos deliberativos , onde é preciso fallar para discutir ,discutir paraesclarecer e esclarecer paradeliberar .

O unico analphabeto que nes te paiz teva o privileg iode se fazer ouv

'

r no parlamen to nomais profundo S llBDCIO e

comamais respeitosa at tençâo , foi o immor tal duque deCaxias , quepelo seu genio militar , por uma notavel in tuiç iode todo que é g rande, pelo seuenormepres t igio, tr rnou- se

uma verdadeiragl0 iia nacional.

O smais es tão condemnados a represen'ar o rapel nada

invejavel de cavalheir os de t r is te figura.

Quando umdia na an tiga camara dos deputados vzu-se

o barão da E s'enciaerguer- separa faltar , houve ummovi

men to geral de espan to e de es tupefacçãoN inguemqueriaacreditar que aquelle homem fosse tâu

incon s ciente de suaincapacidade, adron tan lo ass imo decoro

de seu par tido, que se sen tiria humilhado diantedo quadr ovivo da ignorancia e da es tupidez , que em seu nome tão

ar rojadamen te se man ifes tavamtE o barão assignalado, muito ancho, cheio de si, ( a'mo ,

imper turbai el, s«. ltou o para só proferir asneiras

commendaior Sobral represen tou varias vezes na ca

marados deputaios a província daA lagoas , donde era

n atural e onde residia.

Conhecemol-o j á velho, adiantado emannos e cada vez

mais atrasado empolt ica.

O uviramos dizer que o commendador S obral explicavapor umer ro geographico suanomeação decon sulparaLoanda.

A creditavamos que por pilheria lhe att ribuis sem es sa

explicação quen os parecia anedoctica.

EmA brilde 1 874 , porém, fomos companheiros de viagem do nor te para o R io.

Emumdia, depois do jan tar , achando nos na pales t ra

usual en tre passageiros , o nosso bomamigo M oraes e S ilva,deputado por Pernambuco , insinuou—nos comcer ta malíciaquepergun tassemos ao commendador S obral porque razão

tinha sido nomeado con sul de Loanda.

A divinbando o pensamento de M oraes e S ilva, a princi

pio hesitámos emdirigir ao bomvelh o aquella pergunta. que

parecendo—nos a repetição de uma pilheria, que não nos jul

gavamos autorisado reproduzir , poderiamoles tar o melindre pessoal, creando g ratuitamsn te uma indisposição quepor prudencia deviamos evitar .

M oraes e S ilva, porém, insis tiuprelibando semduv .de o

prazer que teriade experimen tar coma respos tadada.

N ão podendo, pois, resis tir ao espirito ten tador do nosso

companheir ão de v iagem, formulãmos a in terrogação j á coma intenção de ver ificarmos por nósmesmos aquillo que tan tasvezes tinhamos ouvidi , e que anossos olhos não passara desimples anedocta.

O commendadi r Sobral. repimpado emsuacadeiiapre

guiçosa, saboreavaumdelicioso charuto da Bah ia.

R espondendo a nos sa pergun tacomcer to ar de s ir/herancia e emtomde profunda conv icção dis se que sua nomeação para o logar de consulemLoanda for adevida simplesmen te a umer r o geog rapliico .

F icámos pasmo com es s a afIirmação cathegorica, que

nos descon cer tou ao passo que fez rolar nos labios de M oraes

e S ilvaumriso eXpres sivainen temalicioso .

E s tando nós habituado a respeitar o velho S obr

al, que

pelos seus modos e sua bv n h omia nos merecia con sideração ,não nos animamos a dirigir - lhemais pergun tas nesse sen tido ,

dispen sando a explicação des s aer r o geographico , que nos

parecia uma cousa enorme, in ªxce tivel, superior a tud

quan to se pudesse imaginar !M o raes e S llVd, po rem,

ven io escapar-lhe a presa, não

se conteve, e reves tindo- sedecer ta sisudez e g ravidade, per

gun ton por sua vez ao commendado r— Como foi que se "

eu semelhan te er r o geograph íco— E

'

facílimo de explicar , respondeu o S implor io commendador , represen tantedanação pelaprovíncia de A lag ia 3

E assimdiscor reu :

-Cancado das lutas par tidarias , que encarniçadamen tesa travavamna provrncia, resolvi seguir para o R io afimdesolicitar do govern o uma collocação .

'

ó ra do paiz

N es se tempo occupavaa pas tados n egocios est rangeir oso con selheiro Bemvenuto A ugus to de M agalhães Taques ,meuamigo velho , aquemtiz s ent ir minha resolução pedindo

- lhe

umlogar de consulemqualquer pon to onde pudes se repou

sar das fadigas politicas .

R esponden do o minis t ro que os melhores lugares es ta

vampreench idos , auto r is tu—me a ver na s ecretar ia os que se

achavamvªgos , escolhendo o quemefos semais conven ien te.

E nt re poucos n essas cr ndições , encon trei o de Loanda,

que não me desag ralou, embira não co nhecesse bem sua

posição geograph ica.

Procurei en tão ummappa, examinei-o comcuidado , ve

rilicando queLoanda ficavamuito proxima a Lisboa.

Calcularbemas van tagens queme adviriam de exercer .

o cargo de con sul'

naquella bella cidade das possessões portuguezas .

Tinhauma filha emidade de receber educação .

M ettendo -a emumcollegio de Lisboa,me seria facil ir

deLoandavisita!—atodas as semanas.

simesmo reconhece que commetteuumer ro geographico solicitando o logar de

'

consulemLoanda, por ver es ta cidade

bemper to de Lisboa no mappa geograpliicoE nt retan to e precisa con fessar que o commin laior

Sobralera mai: ionocen te d ; que bur r o, mais s implorio d iquepretencios referindo aquelle er ro geographico comoquemalluh a aum t riumph '

) ac idamic s emalterar -sa, semcommover -se, semper turbar - s s .

M ais in toleraveis do que elle, s iomuitos outros que ti

guramempolí tico, como por exemplo o commendado r M al

v ino R eis , que sobo actual reg imen j á foicommandan tedebrigada, n omesmo l'igar onde é bemcon hecidi pelo enor

me ridiculo, que cerca sua indivrdualiiade

Candidato eterno,tan to no novo como no an tigo t ezi

meu, o coronel M alvino tem apich'

or ra de remunerar lar

gemen te umsecretario paraescrever as circulires que cos

tama dirig ir ao eleitorado e as o rdens do diade sua bªigad i .

Quan tos er ros geog raphicos não temet te commett .doemSll

'

t S cons tan tes excur—ões pel ) mundo politicr ?Quanto ao s er r os or thog raph tco s, de alguma. fô rma e—tá

salvo o co ronel M alvino, porque assigna de cruz 0 que os

out ros escrevem.

E aindaassim quer ser deautaio ou sen ido r , ten lo j á(iguais no E —t ido do R io da J aneir o onda proferiudiscar

sos monumen taes lTris te de quemnão se conhece !

o an tigo regimen roucos foramos homens que con seguiramlegitin ar no rarlamen to reputação de orado res

que haviam conquis tado nas províncias .

S ó s e pôdeexplicar es se phenomen o pelas propor çõesexageradas que a imaginação cos tuma dar a tulo que se

ouve elog iar , e que sempre parece men t s do que se dizia,

q uando se exhibe a n os sos olhos .

E'

assimque seguidos de fama ext iaardinaria e muitasvezes merecida, os vultos que de

.

longo se n os afiguram gi

gan tescos . como que se amesquin hamao apr oximarem-se,

po rque realmen te não co r respondemao ente de imaginaçãoque fo rmavamos a seu respeito .

Quan to a oradcres , aar tis tas , a quan tr s se temde ex

h ibir empublico , pôde tambem explicar-se pela preoccupa

ção que naturalmen te os domina, procurando em theat romais vas to firmar na es tre: a reputação que fizeram emmeio mais acanhado.

Tan to es tudam, tan to se preparam, tan to se esmeram,

tan to se apuram, tan to caprichamque muitas vezes as idéasse per turbam,

se confundem, se baralliam, se trans tornamdespenhando

- se fatalmen te do Capitolio á R ocha Tarpeado fiasco .

Isso acon tece, ode dizer - se, emtodas as relações dav ida, sempre quea guemé chamado à mos trar empublico as

suas hablidades , os seus do tes , os seus predicados , as suas

especialidades .

Tomamos a liberdade de reproduzir, como exemplo , umfacto que ha annos se deu comnosco .

A chavamo—nos na es tação de Parahybuna da E strada

Cen t ral, hospedado emcasa do nosso amigo dr . Jorge M oreiradaCunha, casado comuma sen h ora respeitabdis

ºimapor suas vir tudes e por sua fina e esmerada educação .

A lliappareceu para visitar ' nos um cidadão po r n omeCô r tes .queera compadre tan to n osso como dos donos dacasa.

E s tavamos todos à mesa de jan tar , quando a conver s a

cahiu naturalmen te sobre igui rias . sobre bon s .pratos , s bre

quitutes , emfimsobre cousas que in teressamao es tomago .

0 comoadre Cô r tes , animando - se na conversação , dis se

com ar dedesvanecimen to que n inguemera capaz de pre

parar co

(á comleite como suamulher .

R eamen te, accrescen tou adonada casa. eumaespecialidade

, uma cousa deliciosa; nunca tomei café com leite

igual ao que faz a comadre Cô r tes .

E tâo en thusiasmado ficou o compadre ouvindo esses

elogios que n os convidoua todos para no dia seguin te al

B r O Çam º emsua casa.

Quando , porém, à horaaprasada nos preparavamos par aseguir , tiven os a lembran çade dizer a senho ra io dr . Jo r g e

da, Cun ha : ao almoço 'do nos so compadredecididamen te n ãoteremos café comleite po rque a comadre no empen h o de

mos trar suaper ícia, se ha de—esmerar tanto que não s ah ir á

cousa que pres te.

Fiquemos cer tos , accrescen támos , de que sem duv ida

acon tecerá algumdesas tre.

Chegamos à casa dos compadres à horaconvencionada.

A s h ores . po rem, passavam—se com uma len tidão aca

brun hadora, as exigencias do es tomago tornavam- se cada

vezmais imperiosas , o compadreCor tes não parava. andandode umlado paraout ro , sem que apparecesse signal do s lmoço appeoecido .

Deco r rido long ) tempo . sendo quasimeio dia, apresen

tou—se—nos o compadre con trariadissimo, dizendo comar aba

tido e tris te :'

parece uma fatalidade, nunca nos acon teceu

cousa semelhan te—o leite tol/wuO almoço es tá prompte, mas infelizmente não temo s

café comleiteA ssimsucrede a quan tos se preparampara exh ibiç ões

em que ten hamde con firmar creditos r econhecidos e exaltados por seus admirado res .

O dr ,Vicen te do N ascimen to Feitosa era umn ome feitoe merecidamen te reputado na p

r ov ín cia de Per nambuco ,

tendo—se t ornado notavel como tribuno, j ornalis ta e jurisconsulto.

_ 25 _

E leito deputado geralem1863 pelo novo par tido denominado prog ressista, que se formarade conservadores e li

beraes moderaios , sob o min is ter io das aguias presidido

pelo marquez de Olinda, era de esperar que o dr . Feitosa fi

zes se amais brilhan te figura na camara dos deputados .

Parece, porém, que se preoccupou tan to como sucres so

de sua es t ren, tan to se esmerou emarchitectar umapeçadeeloquencia que impres sionasse, con firmando sua nomeadade tribuno

, que foi v íctima domaior emais tris te desas t re

cahindo redondamen te na t r ibunada camarados deputados .

Sendo chefe liberalnasuaprovincia. tendo adherido aliga para formar o novo par tido prog ressis ta, e querendo

salvar suas crenças e os principios daescola liberal, que sempre sus ten tara na t ribuna e na impren sa, propoz- se a ex

plicar a cons tituição do par tido com a auton omia dos ele

men tos , ficando con servador quemfosse con servador e libe

ralquemfosse liberal.E ssa dis tincção não agradou e nempodia ag radar no

momen to, porque geralmen te se acreditavaque na formaçãodo par tido prog ressis ta fundiam- se os elemen tos moderadosde ambos os par tidos comummesmo programma e sobuma nova bandeira.

Acossado, porém, por apar tes que choviam e se cruza

vamde todos os lados da camara, o dr . Feitosa repetiu tan tasvez es as palavras autonomia dos elemen tos que se torn ou

fas tidioso e insuppor tavel, sendo em seguida esmagado completamen te pelo con selheiro Saraiva, que subindo at ribunades fechouo lhe golpes mor taes aos ruidosos applausos de toda

a camara, queph reneticamen te victoriava o orador !

A es tree, pois , do tribuno pernambucano, tão fes tejadona provincia, foi umverdadeiro desas tre, de que nuncamaisse rehabilitou emsua vidapolitica.

N acamarade 4869, o dr . M ello M at tos , talen toso e illus

t rado , que na t ribuna judiciaria da an tiga cor te e naassembléaprovincial do R io de Janeiro , tinha conquistado a mer ecida reputação de orado r , como deputado geral pela prov inciade G oyaz teve tambemomais lamen tavel emais tris tef racasso na tribuna da camara.

Discutia—se alli projecto sobre o elemen to servil.

Per ten cendo ao g rupo dirigido pelo con selheiro Paulinode S ouzaque ferozmen te combatia aquella refo rma humanitar iaepatriotica, o dr . M ello M att s preparou

' se para tomarpar te no renhido debate.

Subiuatribuna, proferiualgumas palavras , engasgou—se4

— 26

com umter rivel caroço , pas sou a mão pela fren te comoquemprccura afogar e coo rdenar ideas , tirou do bolso al

gumas tiras de papel, que cahiramsobre sr alh o , emalli

decco , desconcer tou- se, r lh iudes con fialo para todos os ados

e afinal sen tou- se semar t icular mais uma palav ra.

Quando o g rar de Fernandes da Cunh a en t rou para o

senado . deixando vaga sua cadeira na camara de 1 87 2 , foi

eleito deputado emseu lugar o dr . B onapio Deiró , que na

Bahia era jus tamen te conhecida como dis tincte orador e

jornalis ta emerito .

Suaes tréa, porém, na camara do s deputado s foi infelicis sima.

Discutindo—se o projecto que autorisava o g iverno a

conceder iubtlação ao profess a da theolog'

a mo raldo Seminario de Olinda, conego M anoelThomaz de O liveira, o de

putado Deiró levan tou- se paraj us tilicar uma emenda es ten

dendo aquella favor ao professor do Seminario da Bahia,frei R aymundo da N ativilade.

Descrevendo os s erviços e exaltando as v ir tudes do re

ligioso bahiauo ,fazendo sen tir acamara que tambemtinha

envergado a sotaina de seminar is ta, terminou o seu discur so

de es tréa parlamen tar , exclaman j o : dai ao frade o tiumcumdign itatelQuando seelegeu a camarade 1 8 78 , conhecida depois

por camaradas ser r as , dizia- nos o dr . F rederico R ego , depu

tado pela provincia de R io de Janeiro . que bonitos talen tos

oratori s abrilhan tavama camara liberal.E mencionando os que mais se deviamdis tinguir na

tribuna, tecia osmais pomposos elogios ao dr. Theodomiro

eleito represen tan te de M inas G eraes .

Quando chegou a epor ha da reunião do parlamen to.

tivemos occasião de as sªs lir a ost rea do tão preconisado

orador .

O dr . Theodomiro que é umlype de preto r etin cto ao

subir á tribun a , desper tou immediatamen te a mais curiosa

at tenção pela famaque se espalhava de ser um talen to de

primeira ordem, umo rador eloquen tiss imo .

O seudiscurso dees t ree, porém, foiuma desg raça, repetindo pormi hares devezes a ph rase se por ven tura emt straodo—se digno repre=en tan tede sua raça, que, em abono

da verdade. temdado bem poucos h omens de lettras .

Desses oradores que naufragaram na camara dos deputados , quando eram precedidos de van taj O S t reputação . o

unico que conseguiu reh tbilitar—se, foi o dr . E unapio [Daire,

que dispondo de grande talen to proferiu notaveis discursos,

que figuram nos anuses do an tigo parlamen to brasileiro ,con t ras tando com a celebre es t rea do err—seminarista da

Bah ia, que pedia parao frade o tiumcumdign itate.

Outros são aindamais felizes , por que não podemcahir,

pois en t rampara o parlamen to de quatr o pc'

s,sobre que se

sus ten tam, fazendo as delícias dos que os admiramem tão

eloquen teattitude par lamen tar .

Umdia, discutindo - se o orçamen to do ministerio da

guerra, viu—se comsurpreza levan tar - se o bi rão de Penalva

para expender suas idêas sobre o as sumpto , emque se presumiaen tendido por ter pres tado serviços naguer rado

raguay, donde voltou no pos to de brigadeiro h on orario .

A o vel—o na t ribuna, o dr . G usmão Lobo exclamou nos

t ran spor tes da surpresa e da admiraçãoSan to Deus ! Is to efimdemundo

torio con tra uma nação, em cujo solo seviu pelaprimeiravez a luz do dia.

A esse con fron to atten tatorio de todos os principios ,exaltand i- se comfer vor os prog ressos pho sph orescen tes deuma nação desatiectae deprimindo - secomdesdemos creditos

de umpovo de irmão s , presrdiu um silencio condemnava] ,semque se protes tasse con t ra tão revoltan te ingratidão e di

remos mesmo tão clamo rosainj us tiça.

D'

ahi emdian te começou o s r . Bocayuvaa ser considerado argen tino , s

ando is to talvez acausade se terem con t ra si

levan tado tão g raves suspeitas sobre a negociação do tra

tado das M issões .

Depois dos applauses que cobriramas ultimas palav rasque o orador proferiu no palco do theat ro G ymnas ia, sah imis

co rn aalma de brasileiro profundamen te amargurada, resolv ido a nãomais as sis tir a con ferencias politicas que comoaquellade t ris te reco rdação , podiamferir omelindre nacional.

Succedendo se, porém,as con ferencias n os theatres . em

que tan ta gen temuitas vezes mal caracterisada se exh ibia

para represen tar o seu papel, perguntou-nos umamigo se

não gos tavatoos des se genero de diversão .

! nos sa respos tanegativa,filhado proposito emque nos

achavams s, accrescen tou elle comvivacidade—M ude de resolução, não ha cousa mais in teres san te ,

nemmais curiosa. nemmais diver tida. Vamos n o doming oapreciar 0 Alber to de Car valho , que se faz ouvir no theatr e

S . Luiz . A s segura-lhe que não se ar rependera!

! vis tadess r in stancia feitapor umh omemde espí rito ,não podemos resis tir à ten tação, achando n os ao laio doamigo no logar , diae h oraannunciados .

A pparecendo no palm o dr . A lber to de Carvalho comseus bigodes enormes , sua cabelleiraar tis tica e seu respeitavel casacão, foi recebido ao samde est repitosas palmas .

Começou fazendo aapologia da idea republiiana, de

quesemostrava fervoros o adepto , sendo logo in ter rompidapor cons tan tes eenergicos apar tes que per turbavamo orador ,cor tando-lhe o fio das ideas .

Pergun tavam—lhe uns se qui ria republica pela evoluçãooupela revolução .

O con feren te, ent alado comes sas in ter rogações impertinen tes, sen tia

-se en trea espadaea par ede ou en tre a cr uz

eacaldeir tn ha.

Calava—se paradeixar passar aonda que se encapelava,

M uito s , porém, g ritavam ao mesmo tempo : defina' se

quer a evolução ou a rev t lução ?

Quando de novo se fazia silencio no palco e na platéa,um garo to evclanvava : an ula o bonde

E seguia-se amais es trondosa h ilar idade, que vibrava

em todo o recinto , atordoando os env dos do orador , que

con servava a at titude de v .olima resig nada.

S erenalaa tempestade. o dr . A lber to de Carvalho re

começava sut apolog ia republicana, sendo novamen te in terr ompido de todos os lados por umchuveiro depergun tas no

mesmo sen tido,até que umdos ouvin tes poz - se depé , g ritando

comicamen te— N ão sah irã daqui semdefinir—se, declarando perem

ptoriamen te se é pela evolução ou pela rev r lnçãn .

E quasi todos numa con fus ão hor rivel bradavamdefina- se

O dr . A lber to não se animando a explicaro se, afagava

sua bas ta cabelleira, torcia seus enormes bigodes sempreferir ma

'

s uma palavra.

Faz ia- se en tão n o recin to novo silencio, que era que

brado pela repetição da gaiatadaA nde o bcnde

N o meio dessa troça tremenda, emque a . idéa republicana era sacrificada, ridiculamen te envolvida num casacão

indeftn icei, soltamos boas e gos tosas gargalhadas , bemdizendoa in sis tencia com que o amigo nos fizera ir ass s tir á 1uella

farca, que tan to nos diver iu pela figura burlesca do ar tis ta

que tão t ris temen te se apresen tava em scena tornando—se o

alvo deditos os mais pican tes e depilheris s as mais ang ra

çadas .

Pass rdos tempos vimos nos jorones do R io annuncio de

que ePr incipe N atureza ia Í t ZB l'

uma con ferencia polí tican o R ecreio D ramatico .

N o diae h oramarcados o theatre achava—se repleto deespectado res , quemovidos pela curiosidade não podtamdoixar de ir assis tir aquellapittoresca represen tação.

Lá n os achavamos tambem.

O n ome do con feren te era umattractive ir resist ível.Poucas pessoas não conheciamno R io o Pr incipe N a

tur eza, que se diziadescendente da n obr eza afr icana, e quese to rnou celebre pela sui es tupidez e pelo seu idiotismo .

Fo i o capitão- tenen te Jo =eCarlos de Carvalh o quemse

lembrou de comessa molecagem lançar supremo ridiculosobreas con ferencias politicas que tan to es tavamemmoda.

32

A n tes de levar o preto á scena, o capitão—tenen te Car

valho indus triou-o naar te oratoria, en sinou-lhe umas tan tas

cousas , preparou- 0 para o g rande espectaculo . collocando—se

atraz dos bas tidi res para servir dapon to ao o ralor .

N o centro do palco estava uma peruenamesa, sobre quese collocà ra umcopo com agua.

Quando o Pr in cipe N atureza surgiuem scen a, rompeuumafremen temanifes tação pi r pir te dos espectadores , quefes tej ar amo seuappsrecimen to coma mt is ruidosar ot a de

palmas.E ssemovimen to foi o mt is espan tan so, porquenão h avia

claque organ isada.

Todos quealliseachavam, compreh endiamper feitamen teo fimda [conferenciapela tr is te celebr rd rda do o radi r , umpreto idiota, que só fallavade sus n obre lin hagem, do s seus

t í tulos pr incipescas , do sangueazul que lhe cor ria nas veias .

N ão podia haver mais expres siva piredia, nemcaricatura

mais perfeita, nem ridiculo mais pican ta. relativamen te àcon ferencias polí ticas que se celebravam D JS th eat res do

R io de Janeiro .

Quando o(Pr incipe N atureza, assumindo a attitude de

orador con feren te, despej ou as primeiras palav ras , pareceuque o R ecreio D ramat ico ia abaixo pelos es t repitosos applaus os que ir rompiamde todos os peitos naquelle momen to s o

lemne.

Ouvia- sedis tinctamen tea voz do tenen te Carvalho, que

por traz dos bas tidores sºpravaao Pr incipe N atureza 0 que

es te deviadizer .

A s vezes , porem, o orador não comprehendia bem e

calava- se.

E ntão o tenen teCarvalho, para salvar a situação ou paraaccen tuarmelhor o r idículo , diz

ia

Beba agua

E o Pr in cipe N atureza pegava no cºpo solemnemen te, e

bebiaagua,como fazemos oradores para refrescar a gargan ta

ou para retomar o fio das ideas .

N ão é pos sivel descrever ao vivo, reproduzir com todas

as cores , o que se passou n essa memoravel con ferencia. que

o tenen teCarvalho inven tou coma fer tilidade de seu ines

gotavelhumo rismo, paradesfechar golpedemor te sobre todasas con ferencias politica

s, comque tan tos outros pr in cipes se

haviamcelebrisado .

Decor ridos longos annos, sendo convidado para tomarparte no sacrificio de umper ú recheiado

,tivemos occas ião

V I I I

raumbeme excellen te homeme conselheiro José Ben todaCunha Figueiredo , que falleceu ha pouco tempo ce

nhecide pelo t ítulo do visconde de Bom Conselho.

E ranatural daprovincia da Bahia, mas residiu longos

annes na de Pernambuco .

Figureuno tavelmen te nas lettras , naaimioistraçãe e na

polí tica, tendo sido len te cathedratico da faculdade de direito

do R ecife, presiden te de províncias , minis tro de E s tado ,deputado gerale senador de Imperio .

Po rmuito tempo conhecemos por tradição e conselheiroJosé Ben to, que semuito depois de figurar elle no scenarioadminis trativo epolitice depaiz, tivemos o prazer de conhecer pessoalmen te.

De tudo que tinha escripto, e primeiro t rabalho quelemos foi um folheto que publicou sobre a demissão queseff rerado cargo de presiden te deM inas G eraes .

E xperimen tãmes uma cer tadecepção coma leiturades sedocumen to, que inteiramen te des toava dos creditos de in telligen te, illus t rado e sagaz , de que gesava o seu autor .

A té en tão suppunhamos queumlen te de faculdide deviareunir titulos superiores , possuir g rande capacidade, afimdepoder ensinar amoços de talen to que tivessemde ouvir suaslições de mes t re.

N unca n os passoupelamen te que por filh zt tismo eu interesses de politicagem pudes sem penetrar no templo dasciencia verdadeiras nullidades , que ames iuinham e desmoralisamo magisterio superior , que por isso mesmo deixade ser umelevado sacerdecie para tornar- se umsimples emprego publico .

Convémnotar , emh omenagemà justiça, que o conse

lheí ro José Ben to não podia propriamen te ser considered )

uma nullidade.

Pela leitura, porém. de folhet o aqueja n os referimos ,começámos adescon fiar dJS g randes dotes de espí rito quelh eattribuiam.

E stavaelle na pres idencia daprovinciadeM inas G eraes

quando se deumudan ça deminis terio .

Emlogar . porém,de seguir as praticas es tabelecidas , en

viando ao novo governo seupedido de exoneração, e conse

lheí re Jesé B en te deixou—se ficar t ranquillo n o exercício do

cargo de con fiança, semprocurar saber seamerecia eu não

emface da n ova o rdemde cousas .

O governo, semduvida, esperou que e presiden te de

M inas , como fizeramos das outras prov íncias , solicitass e sua

demissão , facilt tande ass im os planos e intuitos da nova ad

min is tração do paiz .

Comprehendendo en tão que o conselheiro amoitado nãopreten lía mover—se, o gabinete presidido pelo marquez deO linda, se não nos men te a memi r ra, resolveu desper tei—o,en viando—lhe succes sor , tendo adelicadeza de conceder -lhe

exon eração coma clausula— apedido .

O conselheiro Jos é Bento, porém, quen ada tinhapedido,sen tiu-se ferido no seumelindre, protes tand í energican ente

con tra o acto arbit rar io do governo, que sem causa conhe

cidaousavademit til—e de umemprego publico , que exercia a

con ten te de todos .

O raumpro fes sor de faculdade de d'relte,quecon sideravaemprego publico, na acepção com'

numdapalavra, e carga de

presiden tede prov í ncia, de qu não pati : ser exonerado por

umgovern o que não o tinha nomeado , se n motivo provado,semcausa justificada, devia—sen os afigurar pelomenos comoum; excent ricidaie.

Foi sob es ta ext ranha impressão que dahi em diante e

acompanhamos navria politica, até vel- o en trar para o senadoem4869 represen tandi a proví ncia dePernambuco .

A h í o conhecemos nes pessm'men te e pronunciar discursos vulgares , semdesper tar in teressa e semproduzir impressão no anime de quemos ouvia.

S em ter j arn iis s rdo min is t re, apezar de s eus pron ou

ciades desej os , foi aproveitad ) para a pasta de Imperi ) , nogabinete organisado a 25 de funh ) de 48 75 pelo íncly to du

que deCaxias , que succedeuao de 7 de M arço de 1 87 1 , sob

presidenciado immor tal viscondede R io B ranco.

nis tro que aindanão tinha sido preenchida desde a organi

saçâo do gabinete, que ficara incompleto semminist ro da

fazenda.

Levan tou—se para respmder aos oradores opposrcton ts

tas, exprimindo—se assim«A illus treoppºs ição mos tra—se impaciente desejando sa

ber quando se completa o gabinete preenchendo-se a pasta

dafazenda.

An tes de tudo devo dizer - lhes que is to é um pen samen tor econdito do nobre presid

º n te do conselho, em cujo animoé ditiicilpenetrar .

E n tretan to , o que posso assegurar a illus tre opposição éque essa vaga se hadepreen cher oumais cedo oumais tarde. »

ln terpellado ainda uma vez sobr e a questão religiosa,

procurando se saber qual o meio que tinha o governo .para

resolvei-a, respondeu que só com o auxilio da Pr ovidenciaD ivina poder

—se—h ia con seguir a solução de tão impo r tanteques tão que pro

'undamen teagitava o paiz .

Tocan do nesse pon to, lembramo- nos do mais in teressan teepisodio que se deu na vida parlamen tar do visconde do

BomConselho.

Tendo sido demit tido do cargo de mnis tro do Imperio ,

Semhaver resolvido a famosa ques tão religiosa, o con selheir o

José Ben to apresen tou—se umdiano senado sobraçando uma

v olumosa pas ta, que depois collocou sobre a balaus tradadc

fron te de sua cadeira.

Levan tando- se pa'

a faller,teve occcasííio de referir- se à

questão religiosa que ainda se agitava no p'iz .

Tenho aqui, dis se elle bi tendo sobre a pas ta, um pr o .

jacto que formateipara resolver es sa ques tão demodo defin itivo , mas que não tive tempo de apresen tar como governo , ,

po r ter sabido dominis terio .

O senador Zacharias . como espirito cans t co que 0 ea

racterisava. disse rapidamen te como cos tumava fallarDeixever es se projecto .

E s tá aqui, accrescen tou o con selheiro Jo s é Ben to , batendo ainda

.

sobre a pastavolumos a, epos so garan tir queelleresolve dectswamen te a ques tão .

O senador Zacharias insis tiu :Desejo ver o projecto.

E dizendo is to, pas sou da cadeira em que es tava para

outra que ficava mais proxima ao o rador .

O conselheiro José Ben to, vendo aquello movimen to,

teve a cautelade puxar apas tamais para j un to'

de si, baten

do comforça sobre ella e dizendo es tá aqui.

N isso o senador Zacharias levan tou-se, tomando a dircoção do pon to emque o conselheiro Jºs é Bento lallava, e di

zendo comvoz accen tuada :

Hei dever esse projecto .

Quando, porém, chegouaesse apuro, o orador, vendo—seardido, agar rouapastae metteu—a rapdamen te debaixo dograça. exclamando convictamen te es ta aqui o proj ectoE nemj o senador Zacharias , nempessoa alguma ponde

saber o que continhaaquellapas ta volumosa, den tro da qualsedizia es tar umprojecto que cor tavade uma vez a ques tão

religiosa

Quan tas vezes nos temos lembrado dessa pasta my s ter iosado con selheiro José Ben to . quando se falls de cer tos

canudos lacrados e semlacre, cujo real con teú do se ignora,

guardando- se sobreelle impenetrave! reservaparaque escape

completamente as vis tas profanasN o dia seguin te aquelle ir risorio inciden te, que provo

cou tan tah ilaridade no senado, es tando nós aconversar comumamigo que tambem represen tava aprovíncia dePernambuco naquellacamara, disse- nos elle

—Vocé assis tiu [matam a scena do José Ben to comaquellapas ta

O Zacharias comsuamaligna insis tencia só conseguiu

tirar provado que den tro daquillo não exis tiaprojecto algumQue t riste lembrançado José Ben toE ram, semduvida, papeis velhos que faziamavolumar

aquellapasta

mdos vultos mais notaveis na politicado Imperio foi in"

con tes tavelmen te o con selheiro Zacharias de G oes eVasconcellos .

N o senado constituiu- se o ter ror dos governos conserva

do res , que trazia numverdadeiro co r tado, pedindo- lhes em

punhando .a ferula con tas'

a cadamomen to e flagellando-os

como aguilhão da critica amais severa e implacavel e comas argucias de seu espí rito essencialmen te caus tico .

O conselheiro Zacharias era orgulhoso , altaneiro

Sentia prazer satanico quando feria umadversario , ex

pondo-o ao ridículo ouaodiosidade publica.

N es se seu papel, en tretan to , pres tou serviços reaesf ácausa nacional, fazendo muitas vezes impedir o mal, não poramor ao bem, mas para cevar seus in stincms naturaes .

Caprichava em amesquinhar tudo, reduzindo todos a

in timas proporções , para que sua personalidade pairas se emosphere superior, olhando

«os de cimaparabaixo .

E ra uma naturesa exquisita, um: o rganisação exce

pcional.Propen so ao mel, so faziabem anan io era obrigado, e

ain da assimfazia-o s empre commaumodo .

Quando chefe do gabinete de 5 de Agos to, t ratava a ca

marados deputados com um desdem e despreso ir ritan tes ,den ominanda—a confrar ia depallaica, da pr0pria tribuna emque fallava.

N ão aper t ava mão a deputad) algumcomo quem eu

t rava emuma faz—mia de escravos , tazendo apenas uma leveinclinação de cabeça.

E, en tretanto, teve sempremaioria que o sus ten tassen o

poder , cah indo somen te na occas ião que escolheu, semouvir

e semdar satis fação aos chefes do par tido que represen tava

no govern o.

Cahiu, po rém,depc

'

, tendo a altivez de con siderar des

acer to a escolha da cor0 1 , do con selheiro S alles To r res Homempara o logar de senador pela provinciado R io G randedo N o r te.

E ra dotaio de notavel talen to e possuía vasta illus traçã ) ,mos tranda—se entendido nos variados ramªs daalta admin istração .

Todas essas qualidades , porém, eramg randemen te pre

judicadas pelo seu genio, que sacrilicava tudo a uma ph rasede espirito mau, emque era fer til e inexgot avel.

Quando os minis tros deputados iamao senado discutir os

seus or çamentos , o conselh eiro Z acharias diver t ia- se comelles , alcunhando- os mi lignamen '

e e procurando reduzzl-os

a ultima expressão .

Umdos mais victimados pelos cans ticos que o senador

bah iano lhe applicava, foi o con selheiro A n tão , minis tro do

gabinete 46 de Julh o , ao qual chamou um (lll de capitão de

bandeira, porque não tinha fcrças para demittir o con selheiroCapanemado cargo dedirector geraldos t t leg taphos , emcuj oexercicio atacavao proprio min is tro nas columnas do J or naldo Commer cio .

E ncon trou, porém, mais de um que lhe aparaza os golpesferincs que sobre elles des feriu, rebatendo

-os energicamen te .

Quando o ccn selheiro José tle A lencar , que tambemfaziapar te doministerio de 46 de Julh o , apresen tou—se no se

nado paradiscutir o orçamen to da jus tiça, bateu-se galharda

men tecomo formidavel adversario .

O senado r Zacharias , no empenho de amesquinhar 0 ministro da j us tiça, denominou—o fanadmho , procurando tirar

par tido da debilidade ph ysics , que era o envolucro de umg rande espirito .

José de A lencar , porém, não se dBIX O ll esmagar peloataque dirigido con tra sua pessoa, nem in timidar an te a r a

tadura ater radorado senado r bah iana, que se tornara o lla

gello de quan tosmin is t ros tinhamde ir aquella camara n o

cumprimen to do seus deveres .

Subindo at r ibunado senado, o min is tr o fanadznho mostrou se umper feito ath leta, v ibrando sobre o adver sario gol

pes mor taes , discutindo comproticiencia todos os assumptosedirigindo

—lheallusões as mais crueis .

Dizendo aprincipioqueemman o espírito do conselheiroZacharias, não devemos deixar de referir umfacto que vememabono da nossa proposição .

E xerceu elle tpor longos annos o impor tan te cargo de

provedor da San ta Casa de M isericordia no R io de Janeiro .

N arespectiva secretaria exis tia como empregado um ex

cellen temoço , que eraconhecido pelo nome de M achadinho ,

irmão do nosso amigo Horacio M achado que hapouco es tevenes ta cidade hospedado emcasa do seu digno cunhado Fran

cisco Teixeira.

Sabendo o ct n selheiro Zacharias que o M achadinho hav ia con tractado casamen to, mandou dizer—lhepor in termediodo chefe da repar tição F rancisco de Sá , que o demittiria docargo se chegasse a casar-se.

O moço , recebendo es ta in timação, ficou naturalmen tecon trariado e t ris te, semsaber o que fizes se, resolvendo afinal

sujeitar - se ao sacrificmda demis são, comtan to que não fal

tas se asuapalav ra empenhada.

B ealisado casamen to , o chefe F rancisco de Sá aconse

lh ou ao M achadinho que fosse comsuaesposacomprimen iarcon selheiro Zacharias , explicando- lhe aS ituação e pedindo

lhedesculpas por havel—o con trariado .

O novo casal foi recebido gen tilmen tepelo provedor daM iserico rdia. que tratou

—omuito bememsuacasa, ouvindo—o

nas suas explicações , dando o braço a senh ora ao descer a

escada, quando ambos se retiravam satis feitos e cheios de

esperanças .

N o dia seguin te, porém,bemcedo ainda na occasião em

que o chefe da repar tição ia.como cos tumava, receber as or

den s do provedor . en tregou—lhe es te apor taria j á assignada,

demittindo o M achadin ho do emprego que exercia na secre

tariada San taCasade M isericordia !O con selheiro Zacharias queliguron tão notavelmen te na

politica do Imperio , tinha. dessas desenhadas lanten taveis

Omundo é assimmesmo !

- 46

loiros celebravam—se comomais arden te en thusmsm) ,porqueprincipalmen te pareciamprenunciar a conclusão dessa luta

desas tradae fatal para todas as nações que se achavam nella

empen hadas .

Havia qucmdescrevesse ao vivo fo rmidavel comiatenavaldo R iachuelo, emqueaesquadra bras

't leira represen tou

o mais glorioso papel, conquis tando amais brilhan te victoria,ficando in scriptos em lett res de ouro no livro da h is tor iapa

t ria os nomes dos heroes glorificados naquelle feito immerredouro .

Fallava—se comen thusiasmo do insuccesso daabordagemdaParnah yba, das bicudos do Amazonas , do encolhe do Je

quitinh on ha que resis tia heroicamen te as bater ias de ter ra,

que despejavamvivo fogo sobrees se vaso de guer rabrasileiro .

Havia, porém, quem tendo ouvido referir es tes ie tos

heroicos , os repetisse es t rºpiadamen te, chamando A rcozelloem lugar de R iachuelo , almiran te Bar radas em vez de almiran teBarroso, e cutros despropositos em que são fer teis os

que se mettema fellar sobreaquilio que escapa ou excedesuacomprehensão.

! s vezes revelava- se emalguns umacer ta ingenuidadenaaprecração dos vult

f

s edos acontccrmen tcs da“guer ra do

Paraguay .Paraespiritos abs t tactos dava

- se hor rivel con fusão en treos nomes que se repetiam de Lopes , Caxias, O sorio, Po r toA leg re, Polydoro, A rgollo , M itre, Flores e outros generaes

que figuraramnaquellamemoravel campanha.

R ecordamo—nos de umfacto que se deu na cidade doN atal, quando a guer ra do Paraguay ja_

se achava cms eu

per íodo agudo .

Chegà raalli o paquete do sul, esperado com anciedade,agglomerando—se á por ta do cor reio g randemultidão avida denoticias sobre o theatre daguer ra.

R ecebidas as folhas do R io, foramalgun s lel—as na casa

de n egocio domajor Pelince emfren te ao co r reio .

Impor tan tes successes relatava o Jornal do Commer cio,

cuja leitura se ouvia commaxima e religiosa at tenção.

E n t re os ouvin tes achava- se um h omem graduado em

fieltros, professor de lingua franccza do A theneu R io- G

r

an

ense.

O leitor imprimia a suavoz umtomen thusias tico , refemodo os acon tecrmen tos em que ,

eram envolvidas as for ças

olhadas e as de Lopes, comnome se repetiamuitas vezes,

Lopes pa.a aqui, Lopes paraalli, Lopes para acolá, por Lopes

toda apar te.

N isso o professor de francez , sem duvida impressionadocom a repetição daquelle nome que lhe parecia es tranho,fez quebrar o silencio e in ter romper a leitura, dizendo

—Qneirajdesculpar a in ter rupção , pois desejo esclarecerme — es seLopes de quemtan to se falta, epor n ós oucon tra

n ós ?

0 utros ,'

porém, men os simplorios e mais pretencios os ,imaginando planos debatalhas , as severavam que o dictador

do Paraguay es tava se for tificando, preparando-se para re

sis tir as for ças inimigas , que infallivelnren te seriam es tran

guiadas ao encont ro da formidavel esquadra de ter ra que se

tinhaorganisado emA ssumpção .

Quan io na guer r r das cordilheiras a lan ça do Chico

D iabo atraves sou o coração de Lopes no A quidaban ,os en

tendidos proclamavam esse feito heroico como tendo sido

acon tecido nas margens do Qaindiha.

Haverá cousamais eng raçada do que ouvir cer tagen te a

ler comen t husiasmo no ticias sobre guerra, pronunciando pr oj e

'

ctis emlogar depr oj ectis , holópholes emvez de holophótes

e outrasmuitas br rbaridadesPois são es ses mesmos os augures das revoluções , de

terminando os dias de seu est rangulamen to , figurando esqua

dras de ter ra comseus Quindihás , seus prºj éctis eholóphotes .

Queditosa gen te

Que bemaven turado paiz

)mo são vivas e profundas as saudades que experimentamos

,quando n os recordamos daquelles bellos tempos emque ainda creance assis tíamos aos exercícios e paradas da

guarda nacional de nossa ter ra

A companhavamos embevecido, com a alma radian te de

prazer e felicidade, os movimen tos , as manobras , que seexecutavamcomtanto garbo

' e comtan ta distincção, como se os

o fiiciaes e soldados per tencessema corpos de linha bemdisciplínados .

Quando v íamos aquello ar r egan hamilitar comque todosse impunham, provocando en thusiasmos e desper tando emulações , pedíamos a Deus que nos fizesse crescer e appar eccrem[órma parareal

isarmos nossasmais nobres emais arden

tes aspirações .

Como nos encan taramaquellas fardas cur tas,de cavado

e meio de panno , que davamtan ta g raça aos mais sacudidose desempenados t

Fícavamos embas bacados ao con templar tan tagen te un íformisada comseus bunets de couro envernisado e suas barretinas de plumas multico res .

O fardamen to daquelle tempo ,emborademasiado simples ,aindaassimn os r t trah ia, fazen lo nascer emnosso peito de

86 10 3 ir resis t íveis de n os ligar umdiaaquellas fileiras occu

padas pela flor da gen te de nossa ter ra.

S en tíamo - nos t ran spor tar amundos desconhecidos , quando, nos dias de g rande gala, fes tas religiosas e procis sões ,v íamos figurar a guardanacional, que naquelles tempos costumava fazer as guardas de hon ra.

De todos os ofiicªaes que commandavamessas guardas ,7

havia umque mais nos impressionava pelo seupor te, peloseuen thusiasmo, pelo seu desempeno , pelo timbrede suaVo z

marcial, por umconj uncto admiravel de predicados que n o

tavelmen te dis tinguiamsua pessoatalhadapara o serviço das

armas .E

'

penaque os leitores não tivessemconhecido o torren te

Focio M achado do R ego Bar ros a fren te de uma guarda dahon ra acompanhando alguma procis são.

E ra para fazer toda a gen te ficar boquiaber tapelo garbe

comquecommandava sua força.

Quando alguma arrto r ídade super io r lh e pas savaproximoe o tenen te Focio po

s suido de seurapr l, g r itava:-

apresen tar

armas —não havia qurm deixas s e de elect risar - se, sen tindo

cor reremformig rmrhas por todo o corpo .

Vejam, porém, como são as cousas do mundo .

A pezar do en thus iasmo que nos desper tava a figura se

ducture e imponen te do tenen te Focio , e da deslumbramen toqueme causavamos galões de toda aquellaluzida o fiicíalidade,n os sa vccação pronunciada para as armt s

, nos sas tendencias

mavorcías oscíllavam en tre os pr s tos de corr eta e cabo de

esquadra.

Propendiamcs naturalmen te mais r ara e primeiro , que.

depois de algurms exper iencias m: succetlídas,se to rn ou uma

impr s s ibilidade, porque des g raçadamen te nos'

altava pr í n

eipel condição, que é a cmhoccarlura.

Sememboccarlura é impcs s rvel tocar - se in s t rumen t ) defolego.

Como nos soava ag radavelmen te aos ouvidt 3 es ta ph rasepompcs s , que por si só equivale a um g rito de guer ra

cor netamór lPerdida, pois , aesperan çapo r es se lado ,

ficou as sen tado

de pedra e cal que, quando chegassemos aidade de ser alis

tado guarda nacional, resumir íamos toda aness t aspiraç ã o empretender o sympath ico pos to de cabo de esquadra, cuj as r az ões cuviamos repetir a cada passo como expres s ão damaisprofunda sabedor ia.

N ão saiemos po rque r quellas duas frtirrhas n o braço es

quando tin hampara r os inexpri'n ivel encan to , attractive o

mais ir resis tível.O que é cer to eque, quando emnos : os s r n h cs de creance

nos irr aginavamos cabo de esquadra, nos con s ideravamos umg rande h omem, po rque é sempre g rande todo o h omem queat tín ge ao pon to culminan te de suas aspirações .

O cr n selheí ro Paulino de Souza, en trando para apolitica

conduzido pelamão de seu progenitor , visconde de U ruguay ,foi proclamadomarechal de futuro, e como esse tí tulo lh e

fos se concedido mais por adulação do quepor merecimen to ,

experimen tou elle as mais t remendas der ro tas em todas as

casnpmhas emque se empenh ou, send) amais estrondosaaque sotf rcu na ques tão d) elemen to servil.

Comnosco , en tretan to , não se dariim osmesmos insueces ses

, porque sendo cabo de esquadra do futur o, saberiamosh on rar n o presen te es se n obilissimo pos to .

Infelizmen te, porém, não pudemos gozar e prazer de tigurar n aguarda nacional do n osso tempo, porque nemtinhamos ernboccadurapara corneta, nem n os quizeremacceitar

paracabo deesquadra.

Que h or rivel desillusão !Com:) se desvaneceramtan tas esperanças de cornetae se

desfizeramtan tos son h os decab) de esquadra !Em4872 foi que experimen tamos o h or ror des satremenda

decepção.

Tomavamos parte na ses são solemne daaber turado pirl tmen to ao lado do marechal conde de Por to—Aleg re, deputaio pelaprovincia de R io G rande do Sul.

A proxin a'

tdo—se o visconde do R io B ranco, presiden te do

can selh o demin is tros , car regaio de g ran -cruzes de diversas

n acionalidades , disse o conde de Por to—A leg re: estas h on ras e

dis tinccões chegam sempre tardias, na ilade emque es sas

cousas jaa encon t ramin iitferen tes semo calor do en thu

s iasmo, quen os in spira a mocidade.

E o mar echal accrescen tou :- N unca naminhavida me julguei tão g rande, nemex

perimen tei tão ineífavel jubilo. n emme ench ide tan to des van ecimento , como no diaemque deitei nos punhos o s galões

dealteres . Pas seeipor todas as ruas da cidade mirando-me,ch eio de Illifll mes n o, suppond qua todo o mundo me admir ando invejavaaminha sor te, que todas asmoças apaixonadasdisputavama min ha rua) . Tirei o ret rato fardaio para offe

r ecer aos meus companh eiros e amigos com dedicatorias as

mais eXpressivas eenthusiasticas .

Pos so dizer , concluiuomarechalconde de Por to -A leg re,

que só tive umdia de gloria e de felicidade navida, que foi

quando recebia promoção ao pos to de alferes !

Uma nuvemde t ris teza se es tendeu sobre nos so semblan ª

te, quando ouvimos as expan sões do glorioso general rio

g randen se, lembrando-n os de que a sor te adver sa nos privou

dafelicidade de experimen tar essas doces e g rates emoções,

faziala apologia do filho do modo o mais engenhoso e ori

g ina

Diziaelle em tomde surpreza e admiração os moços deagora são umverdtdeir o prodígio pelos enormes prog ressosque revelam emtcdt s os ramos dos con hecimen tos h umanos

A o passo que nos velhos levamos uma vrda in teira a es

tudar para saber alguma causa,a mocidade dos n ossos dras

brilha e se impõe por sua illus tração variadí ssima.

Quando, depois de ter eu lido uma obra moderna de

sciencia,apresso

-me a chamar para ella aat tenção do meuPaulin o

, es te responde-me comar dedesvanecimen to que ha

muito tempo j á fez a sualeitura !E

'

admiravelDemodo que euj á velho quasi sempreme envergon h o de

andar tão atrasado , quando o meu Pauhn o j oven ainda se

mos tra tão familrarisado comauto res que me eram in terra

men te de sconhecidos . »

O raquemouvia a umh omemnotavelcomo o viscon le deU ruguay pronunciar- se tão lisenj eiramen te sobre os meritosdo filho, tiravanatura!men te formando deste o mais elevado

juizo.

Foisobesses auspícios que o con selheiro Paulino en t rou

paraapolitica, achando o ter reno prepared) pt lo proprio pr o

genitor , que era autoridade e umdos o raculos n o seu par

tido, queem 4866 elegeu omar echal do futuro para repres en

tar a prov í ncia do R io de Janeiro na camarados deputados .

4868

A hi evimos nó s pela primeiravez na s sssio leg islativa de

Já tinhamos , porém,lilo umdiscur so proferiio por elle

no anno an terior, n o qual o o rador lizera umapausamo s t rando- sear tis ticamen te commovido quando s e referiu amemor iade seu venerando pai.

Tornava—se notavel quedo pequeno g rupo de con serva

dores que faziam par te daquella famo sa clmara,era o s r .

Paulino daS ouzao menos activo, frequen tando rar rssimas vezes a tribuna

, que não se dignou occuper uma só vez n a sessão de 1 868 .

q uan to Fernandes daCunha, Sayão Lobato e Pereirada S ilva t rovejavamno recin to da camara, combatendo vigo

rosamen tea situação prog ressis ta e condemnando os er ro s do

gabinete5 de Agos to presidido pelo con selh eiro Zacharias , o

mar echaldo futur o como que recolhido ao quar tel de in ver n o

con servavase impass ívelemsuabar raca, á dis tancia respeita

vel, in teiramen tealheio e inditferen te aos combates que se

teriam.

Bemcomprehendiao «maço - velho que, se apalavrae'

prata

o s ilencio e'

our o , e ainda que não temmais razão os quemaisfallam, nemquemerecemm: is os quemais se esforçam.

Tudo is so severificou nessemesm) anno de modo admiraveLQuando ,

t'esmoronando—sea s ituação progressista, orga

n isou—se o gabinete 46 de Ju'

ho,surgiuo s r . Paulino de Souza

como min s tr o do Imperio, sendo seu tio vi conde de Itabo

ah ymin is tro da Fazenda e presiden te do conselho .

De facto o chefe do gabinete erao sobrinho do seu tio ,

dirigindo apoliticageral do paiz , tornando—se arbitro supremo

do par tido con servador .

O con selheiro l'aulino levoupara o governonouos moldes ,

e que alfeiçoou cer to g rupo de amigos sempre promptos a ti

ral o das d ilicu'dades , quando abordado por algumdeputado

im; o r tuno .

A lfectando un s mrdos g raves , umas reservas circumspectas , un s so r risos beuevolos . un s ares de protecção , e con se

lh eiro l'

aultn omesmo as sim tornava-se inacces sivel pelo tommr gico e mys ter ioso que envolvia. sua individualidade.

Quando , po rém, algumdeputado menos timido resolvia

abordar o min is tro do Imperio para tratar de negocios relati

v o s aprcvincia que represen tava, o director polí tico do go

v ern o nemlhe dava as cos tas nemo repellfa.

Pelo con trario fingia onvil-o commaximaattenção, es fregando as mãos , endireitando os oculos , f i zendo rolar nos la

bios un s scr riso s favoritos , inculcando o mais vivo'

in teresse e

es fo r çando - se por orcultar o seuen fado.

O pobre deputado , julgandi por es s as exterioridades at

t rahen tes , acreditava semduvidaque seriabem succedido emsuas pretencões , quando de subito apareciaumterceiro, comon o con to do vigar io , pedindo licen ça para in ter romper a conv r r sa pela necessidade que allegava de fallar sobre assumptourgen tls s irr o .

O minis tro en tão,voltando s e muito delicada e amavel

mf n teparao pr imeiro, pediamildesculpas , concluindo sempreas s im ten hapaciencia conversaremos depois .

E lá se retiravaacampanbando ultimo , que não eramaisdo que umdos amigos pr omptos , que nada queria, a n ão serliv rar o n in is tr o das gar ras de um imper tinen te.

N es se tempo ainda os impor tunos não eram conhecidos

por cacetes , modet n íssimaclas sificação, de que tan to hoje se

abusa, applicando-aa todos os casos , e que não deixade seruma verdadeira caceteaçáo .

O que, porém,admira é que esse homem obedecendo a

n o ras moldes , que es tabelecera no govern o , tives se depois na

opposição g rande numero deadeptos , que lhe deramtan ta fer

çano seio de par tido conservador .

E fcer to que e con selheiro Pauline de S ouza in screvera

na bandeira opposicion is taa legendadaescravidão, abrigandoá sua sombr a todos r s que se eppunhama g rande reforma nacional.

N ão fera esse es tandar te neg ro que tremulava no acampamen to -des inimigos da abolição, e es tamos cer tos de que

n inguemsuppor taria o temceremonioso , e formalismo, a eti

queta, comque o chefe escravocrata recebia e tratava ao s seusmais dedicados amigos que jamais gozaramde suain timidade.

Umavez nos dizia Fer reiraVianna: e Paulino tem umcaracter per fide, es sencialmen teper tide.

Aquellas rugas precoces que as signalama sua fren te,e queparecemfilh as da meditação e de es tudo, são o resultado s

'a

quelle caracter per fido, essencialmen te per tide lN em tan to e nem tão pouco .

A n tes de tudo , achameI-e pretencieso, frivelo , tele e ri

diculo .

Dissedeu elle ir recusavelprova, quando n .» dia t ô de N o

vembre de 4889, j tl havendo governo republicano ergan isade,

marchou solemnemen te para e an tigo senado, onde não pen de

penetrar por es tar pes tade á sua por taumguarda, que impediu sua en trada.

N o dia seguin te o con selheiro Paulin o,emar tigo fi rmado

com o S tª ll ncme,declarava pela Jamal do Commer cio que

só não cumpr iu o seu dever como prcs rden te do senado , po r

que e guardaque alli se'

dClPVR não con sen tiu e seu ing r es so !

Depois f'

t ilt ClifldO melh or , resolveuadhe ir anova fô rmade governo , da qual acaba de desa

'lher er,recolhendo—se a

vida pr ivada.

E'

pena que não leve e Paulmznho emsua compan h ia !

E s a raça de ntar echaes do futur o não tem sido bemsuc

cedida n os seus plan» s de batalhas .

A bem da republica e da [atr ia convém rebaixal—o s a

cabe de esquadra.

de N ovembro de l893 .

X I I I

a types que por assimdizer con s tituemumaraça, que seencon t ramem toda a par te, que deixamapós si uma

lembrança indelevel no lugar em que fazem sua epocha,

duran temui'as gerações que se succedem.

[de, por exemplo. ao R ecife e lá ouvireis referir as h s

terias , as anedectas , emuma palav ra, as men tiras chis tosas ein ofien srvas demaj er Qoaresma, que faziaas delícias damecidade academica, que nas horas vagas se en t regava satis

feita

e feliz a es sa diver são innocen te, apreciando nomeio de gestosas gargalhadas a fecundidade inexgetaveldaquella imaginaç ão capr tchesa e eng raçada !

Tão cedo não se extinguirá n o espí rito pcpular de R io deJaneiro e n ome his torico do cidadão Fagundes , que se to rnrucelebrepelo seuprivilegio da exploração das minas de Caiapó ,e aindamais pelos n ós de seu fermidavel bengaláo , com que

cos tumavaameaçar a quem se oppunhaás suas pretenções , e

que denominava poder executivo

Ainda hoje todos naquella cidade se lembramdo famoson egocian te de obj ectos velhos e popularissime F reitas que

con sumiuboa for tuna comapublicação de ar tigos de J or nal

do Commer cio, nes quaes ,emes tylo unica e incemprehen sivel,se occupavademal das «

vin has,das bis nagas e de outr as cou,

s t'

tosmals queo es timulavam a ]'

aflar

E s se escripter ficou sendo conhecido pelo nome de M al

das Vin has, assimcomo e Fagundes pelo titulo de bar ão de

Cazapó .

Quando se riscará damemoriadamocidade academica deS . Paulo , nas gerações que se succederem,

e nome fes tejadode celebre Tr in ta ! ilos . ha pouco tempo eliminado de nu

8

ParaThiago M eisinhe, pois ,que'

emtudo era gmmmatide,as primeiras nupcias foramuma cenj mcç ãe cepuli tiva, e assegundas uma ter r íveldisjunctiva.

Feliz de quemvive g rammaticalmen te no casamen to , cen

cerdande as par tes dao ração matrimonial emgenero, numeroe caso .

t o de N ovembro de 4893 .

X I V

ão é pi ssivel descrever emuito menos repr oduzir fiel

men te a impressão que experimen tamos , quando a 49 deF evereiro de 4868 vimos pela pr imeira vez a ruidosa crdadedo R io de Janeiro

E ra umaespecie de nero amado que surgia e se impunhaà nossa vis ta de provinciano avidi de con hecer pes soalmen teas g randezas da ar te e as marav ilhas da civ rltsação, de quetan to se nos havia fallido como mais vivo in teres se e o maisarden te en thusiasmo.

N ão nos propomos cer tamen te afazer a apologia de g raude cidade sob os seus variados pon tes de v rs ta, mas unica

men te assignai ir a cªpoeira e determinar o logar , emque t ive

rn os a felicidade de ver de per to e admirar a es tatura de umdos vultos mais no taveis que figuraramnapolit ica do Imperio .

Emdi t s de mez de M aio de 4868 umamigo teve a gent ileza de apres en tar

—nos ao dr . Fer nandes da Cunha, que na

camarados deputados represen tava aprov incia da Bah ii ,abencoado berço de tan tos es tad s tas famosos , de tão dis t inctes

poetas e ora-leres, que comseus raros talen tos nã ) sen en te

se to r naramo ornamen to brilhan te de sua ter ra natal, mastambem se cons tituiramverdadeiras glor ias nacion aes .

Quando o amig o no acto daapresen tação declinou o noss o

h umilde nome, que haviapouco tempo, surgindo daobscuridadecomeçaraa figurar modes tamen te no g rande mundo noiitice, o

dr .Fernandes da (“un ha. com a frauqueza e lealdade que o cara

cterisam, mos trou se admirado de sua realidade, po rque,comodis se, pen sava que fr sse simples pseudi nymo tirmande ar tig osn aquelle tempo publicados no Cor r eto M er can t il sobre as

sumpto politico damais palpitan teactualidade.

.

Dando—nos diploma de illustre desconheculo, na cbrs tesa

ph ras e de S ilveira M ir tin s, o deputalo bahian ) n am s acr i

cavaa verdade, nemferia o nosso am) r proprio, que pelo con

t rario sen tia- se ltsonj eado com aquella manifestação de suti

prezae admiração dian te de n ossa pobre e obscura individua“dado.

0 vulto de Fernandes daCunh a, que tinha uma reputa

ção g lor iosa n o paiz in teiro, cresceu cada vez mais aos no s

sos olhos , que embebidos e extaticos se tixavamna con templação daquelle no tavel orador parlamen tar , que com os ful

gores deslumbran tes de seu verbo inspirado e com a impetuo sidade caudalosa de sua eloquencia ar rebatadora, impresclonava os auditorias , que fascinados se t ran spor tavam a

mundos ideiaes e até en tão descon hecidos .

Fernandes daCunh aoccupava a bancadada camara, quenaquelle tempo se chamava amon tan ha

, por ser amais ele

vadae tendo apenas duas cadeira

Quando no s encon tramos comelle pela primeira vez ,ti

unamos ainda vivis sima a impres—ão que n os produsira a lei

tura d v igo roso discurso proferid ) pelo g rande o tads r na s es

são legislativa do anno an terior .

( ombatendo energicamen te situação prog ress is ta, co n

demnando os er ros eommettidO s pelo gabinete de 5 de A go s t opresidi lo pelo con selheiro Z tchmas , autopsian do a [ olit iCa

demy stificações que se inaugurara n o paiz coma fo rmaçã ) de

umpar tido bybriuo compos to de elemen tos hecterogeneo s q uese des truíam,

Fernandes da Cunha,não poden do con ter s ua

indignação pat rio tt

ª

a, deixara escapar de seu peito es tas me

moravels expresso es«Quando me con vencer de que no pa

'

z desapparecer amin teiramen te todas as garan tias deo rdeme de liberdade, que o

direito é umaburla, a jus tiçaumamen tira, a von tade popula ruma mys titicação , o arbí trio é a lei, a s oberan ia popular umair risão, o gover no subs tituindo—se ã mção e resumindo em s i

todos os poderes , vendo perdidas todas as esperanças de rei

v indicações con s titucionaes , nesse caso procurei- rue no meio

dos con spiradores . »

F oi sobaimpressão aind t vivades se discurso pronunci tdopor Fernandes daCunha emumadas sessões leg islativas de

4867 , que tive ven turade nova o g rande orado r no an no se

guin te.

R epresen tavamos en tão o Cor reio M er can til, impo r tan teo rgão con servador , naqualidade de redactor in cumbi lo de ex

t racter os debates na camara dos deputados .

Quando o fes tejado orador bahiano se lev an toupara faltar ,

decendo aos es ty los seguilc s por todos que sendo minis tros

tin hamsemelhan te preten ção .

A o ouvir es ta confis s ão po r par te do ex—minis t ro da Jus tiça

do gabinete de 1 6 deJulh n,

lªeruandr s dt Cunh t bralou enor

gicamen te do alto damon tan ha— E

'

preciso arabar comes ses es tylos

E o n ome do deputado bah iano , que as simcondemn avao es ty lo dosmini—tr os communicaremao ch efe do E s lado suas

pretenções polí ticas como para obterem seu beneplacito , es

tava incluido numa lis ta senato rial dependen te ainda da esco

lha do imperado rE n tretan to é es semesmo homem. que não frequen tava o

Paçn , que não mendigavag raças imper í t es , que não admittiaes te/ los de submis são avon tade suprema, que jogava uma ca

deira n o sen ldO po r umaexpan são de altivez . que sem quebrade dign idade poder ia coo ler

, é e'

semesmo h omem que aindanoj s ci n ser va in tactas suas cren ças monarch icas , r r j eitan -lo

como umv ilipendio asua h on ra, uma atf r on taasua pobreza euma humilhação ao s u caracter apen

ºão que o gover n o prov is o t to lh e r

-lferect u,oua es pecie de inden taí

—ação pelo suhs idio q ue perdeu como senador do Imperio

N ão no s surprehendeu essa repuls adigna, elevadae n obre,dada po r Fernandes da Cun haaesmola comque o governo pr oviso r to pretendíaamparaº o na sua h oo radis imapobreza, po rser o un ico memde man ter comtoda a sua in teg ridade e pureza aquelle caracter superio r e inquebran tavel.

N em foi aulzco n os ommosos tempos da n efanda, n emé umcon ver s o , umarlhes zs ta no regimen republicano

E,

h oje o que fci sempre emtodos o s tempos e sera até aoultimo dia de sua h ones tis s ima eXis tencta : umg rande talen to

,

umgrande o rado r,um g rande caracter , um g rande h omem,

altivo em sua hon radis s tma pobreza, que é o seu brazão e a

s uagloria.

45 de N ovembro de 4893 .

is 'deruma vez temos ªtido a'tfelictdade'

demorrer

demar te,"

tentrestmuitas 'vantagensptema :de

ficar a gen te conhecendo quemlhe vota verdadeiraiªes titma,

tembwwnessas ºoccas iões «se der ramam'muitas wlagr irnas decrocodilo .

Das diversasmor tes de men tira que soff remos , «et smaisnotavel foi a ao sedeua 24 de M arço de pogoecasiãodr

ànaufragio o paquete Bahia

, dacompan hia brasileira do“

n“lªte.

Amignsª

qhe residiam”

noªR bélªfej B ahia

'

e“R io de Janeiro,

sabiam que deviamos'

to'm'

ar aquelle'

paqtieteachávamos .

Ox presiden tedaprovíncia, dr . Pereirade Carvalho, foi o

instrumento providencial"

quenos“

ag'dardava, insis tindoç inswndo, '

exlgiildo e âté ªtmpondo

'

cdmo" atnigo que'

nos"

demorassM oslmaís " tempo —'âilí ,

encarecendo exageradamenteaneces sidadede nossa'

prese'

tlçana província, de

'

qhe'eramos " represen tante

“h e 'csma'ra dos

deputados .

“Infelizmente'ªnesse

*

teªnt o ainda'eªr

'àmbs litico,ª'a'tlen

dendo'à s cbnvbn

'

ienlcias“e hjeí tof aªdisrsipl

'irla'depdf tido e

eu'

atyrannlaª'nªos

'

libet'wtrfos a'

i8'de'N oªvettlbt'o

'

deª1iª889 ;,de

p ndot'

aª'

plennav de“j ornalista ª

partidario,“e'cuj o

ª

pesadolllligo

'

sadddimos d24,

deD ezembro do'theSmo

imprensaªdemoddª

bo'

s í tivo elª

boremptOrio que'

a'

bando'návamost

pâra'senipre a vida'

bolitica.

*o*lrlue: pot

-em,

leªve'tldatle ”sequelrteamos extremamente

con trariado com especie de tmposição feitapelo presidente

para que mais tempo permanecessemos na prov íncia, dei

xando nós de realisar aviagem, quando j á es tavamos demalasarrumadas e despedidas feitas .

N ossacon ferencia com o dr . Pereira de Carvalh o tevª

logar empalacio no dia 22 de M arço , o paquete Bah ia pas

sou para o sul a 93 atarde,o na noite de 24 deu- se o sin is t ro

en tre Parahybae R ecife, abalroando o vapor Pirapama , da

compan hia pernambucanacomo Baliza da compan h ia bras íleira

, sendo es temet tído apique por aquella, que era de

prºpo rções muito in feriores .

Quando o Pt rapama voltoupara o R ecife, dondo hav ia

sabido , espalhou' se a ater radora no ticia do naufragio do pa

quete Bahza, emque se acreditava irmos como pas sageiro .

N o boletimafiixado à por tada redacção da G a*

era de N o

tzcías figurava o nos so nome en tre os dos nau'

; agos fallecídos a bordo do Bahia.

Parece que não é immodes tia de nos sa par temencionarquemuitagen te boa chorou sincer amen te a nossa mo r te, o

n os fezconvencer de que não torn os e nemseremos defn n cto'

semchoro .

Is to , porém,nao quer dizer quedeixasse de h aver quem

en tendesse que não devia gas tar sua cera com tão n umdeluneta.

São opiniões .

O que en tretan to excede a tudo quan to se po ssa imag inar sabre aman ifes tação de pesar oude regosij o po r occas iãodamor te real ou lícticía de qualquer indivíduo ,

foi o que

acon teceudepois de verilic tdo que realmen te não tin ln mosmo r rido .

Quando se deu o nautrag ío do paquete Balaia, emqueh ouve . tantas victimas a lamen tar , es tava funccíonando emseus trabalh os legislativo s a as sembléa provincial de Pernambuco .

.

O s deputados da O pposiçao liberal, nasua primeira ses

são util, agitaramda t ribuna a ques tão do naufragio, con

demnando a imprev ídencia do governo e. es tigmatisando a

relaxação das compan hias per nambucan a e brasileira.

Sen tia- se, porém, na linguagemdes ses lycurgos umcer to

que de con trar iedade e de indignação, que procuravam.

dis

tar çar affectando zelo e in teresse pbarisaicos pela v ida do

proximo, con fiada aos paquetes dessas companh ias .

O debate sobre o naufragio for se acalprando , apimenlando

—se, até que se desmascararamas baterias de opposição

—67

liberal, quo descobriu- se, passando

—nos t remendae r eoeren

dissimadeecompos tarapor não termos e/[eciwarnen lemor r ido !Quando lemos no D iar io tl: Per nambuco es se curiosis í s

s imo debate, emque a paixão par tidaria chegou ao exces s o

de se desco la/por uma pes soa por n ão ter mor r ido, sen timosa mais pro funda e mais pungen te t ris teza.

Lembramo- n os en tão do que ouv í ramos referir sobre o

admin is t rado r lo cemiterio de G oyanna, emPern ambuco, o

q ual vingava- sede seus in imigos , csbo/eteando lhes os cada

v eres quando allí iamser en ter rados .

A selvageria que teve para comnosco a opposição ltberal

da assembléa prov rncial de Pernambuco , descompondo—nospor n áo termos mor r ido , nos fez convencer de que, se des

g raçadamen te se tives se dado a nossamo r te nes se naufragio,n ão h averia quemdeixas se de cor rer as praias proximas ae

s in is t ro , para as sis tir ao cur ioso espectaculo que se devia

offerecer aos seus olh os , vendo dar à cos ta o nos so pobre ça

daver , afimde por vin gan ça esbo/cteal—o , como fazia comos

seus in imigos o admin s trador do cemiter io da cidade de

G oyanna.

E n tre todas as paixões , de que o h omemsedeixaaecom'

met ter e dominar , a mais ter r ível, mais selvatica, mais bru'

tal emais as san hada, é apaixão par tidar ía que obceca os as

pir t tos , desvir tualisaos sen timen tos , embrutece os corações :

embota as con sciencías ear ras la todos os exces sos .

A paixão par tidaria faz ex t nguí r no h omemo sen timento humano , que subs titue pelo in s t incto de fera.

R aris simos são os que, per ten cendo a urna g rey par t ídaria, não sedeixamcon taminar daquelle vir us rabido, quedesnatura o ser human o , ínfecciona- lhe o o rgan ismo, desvrrtua- lhe a alma

,per ver te—lhe os sen timen tos , brutah sa- o até a

incon scien cia e damnaçáo .

A paixão par tidaria levadaao exces so é o mesmo furorh ydroph obtco , que se apodera do h omem, tornando -o uman imal feroz , que in ves te con tra o s que man tendo a sua fórma

,não obedecemas suas tendencias , procurando mordel- os

para damn i/tcal os .

A O ppos íção ltberal de Pernambuco , que semduvida re

go sij ou- se coma n oticia de nos samo r te, en fureceu—sedepoisdesandando con tra n ós tremendadescompas tutapor não termos realmen temo r r ido .

E seria capaz de bes tiah sada pela paixão par tidaria, s e

o facto fos se verdadeiro, procurar o nosso cadaver paracs

oi no anno de 1868 que pela primeira vez tivemos occasião de assistir à sessão.solemnedaabertura do parla

men to brazileiro .

A quellaapparatosaen scenaçâo nos fariaavistae impressionava o espirito dep rovinciano, que, desejando .coheeer ,

tudo e todos de perto , se ve transpor tadodo pequeno theatre,emque nasceu, viveu e foi educado, a umvasto cen tro deextraordinaria actividade, em. quefiguravamos grandes valtos dapolitica e

'

se exh ibiam os altos ersonagens de.cºr tecomaphosphorescenciade suas fardas ordadas , que tan toattrahiamaos democratas do futur o deslumbrados en tão pelobr ilh o dos eur opeiada realeza.

A uma horada tarde do dia 3 de M aio S . M . o Imperadorpenetrava solemnemente no recin to do senado, assen tando-sesob o docel que aliestava preparado e recebendo das mãosde ummoço idalgo da casa imperial a falta do thr ono quedevia ler peran te a assembléa geral legislativa.

A figura do Imperador nos causou a mais estranha impressão, alémdaverdadeira surpresaque experimentamos. ao

ver umhomemves tido tio exquisitamen tedo'

calçõe'

s de,seda

bemjus tosmos trando umas pernas finas, quecon trastu amcoma.corpulenç ia, com seus sapatos de seda branca, seu

g randemanto,cober to depapos de

_tucano , tendo pesadaco

rea sobre a cabeça e empunhando o sceptro imperial.D . Pedro .II

, quando se reves tíad'

aquelles paramen tosque so appareciamnas sessões solemnes de aber turae encerramen to f do corpo . legislativo, assumia accentuada tomdemagentadepossuído daproeminenciada realces .

Emtodo o caso achamos tudo aquillo an tiquario , ana

ch romco , enormemen te l'

ldlCtllO e eminen temen te ir risor io.

Quan to Sua M ages tade proferiu as pr imeiras palavrasdafaltado thrana— auymtos e dign í ssimos senhor es repr esen

tan tes da n ação— in s tinctivamen te es tremecemo .» ao ouvir

aquella voz lina, allautadª, des hermoniosa, que não parecia

sah ir de corpo tão volumoso e opulen to.

F indaa leiturado documen to , que, segundo o an tigo re

gimen , cor riapor con ta e sob a responsabilidade do gabinete,

retirou-se o Imperador comas mesmas fo rmalidades do es .

tylo, caminhando mages tosamen te tendo aos h ombros o man tode papos de tucano, s obre a cabeça a corda e namão o sce

ptro imperial.E ra semduvida umespectaculo novo, que so offerecia

aos olhos de umpobre provinciano, acos tumado a ver so

men te gen te do povo , que vivemodes tamen te emtoda a sua

encan tadora simplicidade.

N ão sabemos porque nos mos t ramos indifi'eren tes ao brilho de- lumbran te da cô r te, se pela humildadede nossa o r i

gem, se pela obscuridade de nos sa condição ou se pelo impulso n atural de n os sr s sen timen tos .

0 que, porém, é verdade é que jamais apetecemos as

fraudulagen s nemnos deixamos impressionar pelos ouropeisda realesa.

Vivemos duran te vin te '

e umannos no R io de Janeiro ,

ignorando completamen te o caminh o de S . Ch ris tovam, s emmendigar h on ras; nemSullCÍltl l

'

g raças , nemfarejar empregospublicos occupandounicamen te pos ições con feridas pelo vo topopular ou exercendo cargos conliados por D J S SO S chefesh ierarchicos .

Quando fizemo s profissão de fé republicana, expon do—n osao furor e sujeitando—n os a vindictado poder ar rogan te, nãotivemos o trabalho de renunciar brasões nem alijar titulos

outbo rgadoS'

pela muniticencia imperial.S omos h oje o que fomos desde o pr in cipio , simples filho

do povo, presando a h on ra sempretender h on ras , tendo tigurado na palitica tli

'

Imperio sem aspirar g raças imper iaes ,vivendo na cô r te e semdepender da cor te, republican o professo a M de Jun h o de 1889 depondo penna de propagandis ta 3 t

'Í iS depois dep roclamada aR epublica, sem dependenr it s de o rdemalarm-

1 comos seus gover n os , sem ter v io

sitad ) minis tro n em pretendido posições , nem solicitadempreg os , andando sempre de fron te erguida, sobranceir o ,SUPBI

'

IO I'

a tudo, sempaixões , semimpacrencras , semdespei

X VI I

inguemdesprese os avisos e con selhos dos homen s praticos, que por experienciaconhecemomundo emtodos

os seus desv ros e a natureza humana em todas as suascon tingencias .

A inda hoje con servamos gravado namemoria o que nosdisse umhomemsem lettras e semsciencia

, porque tudo

quan to ouvimos se realisou perfeitamen te duran te os 24an nos de vidapolítica, emque consumimos infructiferamen teo precioso tempo de nossamocidade empenh adaemluctases tareis, votada a ímprobos sacrificios e a trabalhos inglorios .

Em dias do mez de A br il de 4869, incorporado a

g rande numero de amigos assis tíamos ao embarque do dr .

F rancisco G omes da S ilva, que do N atal seguia para o R ioafimde tomar par te nos trabalhos legislativos na qualidadede deputado geralpela então provincia do R io G rande doN or te.

Quando chegámos abordo do paquete costeiro dacom.

pan hiapernambucana, ahi encon tramos o nosso distinctiss imo comprovinciano e amigo o dr . Irineu Brasiliano deCarvalho e S ilva, que ia de passagemdo A racat

gpara

o R ecife emcompanh iado seu futuro sog ro, o s r . bar e deM ecejana.

N ós e o dr . Irineu abraçamo onos es t remecidamen te;por en tre os vivos tran spor tes do prazer e da surpreza. quenos causara aquella inesperadofencon t ro.

Depois das expan sões de sincera e affectuosa amizade,o dr . Irineu voltando—se para o barão, que assis tia risonho

a essa scena de alguma sor te in teressan te, disse Tenhoa satisfação de apresentar

- lhe o meubomamggo

O barão de M ecejanaacolheu-nos comex t rema amabiidade, e depois dos cumprimen tos do es tylo , pergun tou

E'

vigario des taparoch ia?

N ão senhor , respondemos nó s .

Umamigo , porém, que se achavapresen te, accrescen

tou O padre epolitico.

Politico exclamou o barão. que j á parecia intee

cessar- se pelanossa sor te, semduvidapor ver a es tima quevotavamos ao seu futuro gen ro .

N ão faça tal, con tinuou elle ; a politica emnos so paiz é

para os bichareis , quemonopolisam todas as posições , e que

se mostramciosos do privilegio que se att ribuem.

N a h ora do perigo, no mais renhido do combate, ellesdesignamao padre os pon tos mais ar riscados , estimulansua coragem, applaudema sua tenacidade tecem-lhe p :mposos elogios, batempalmas comph renetico en thusiasmo .

Cousaguida. po rém, a victoria, n o momen to de dividir os

despojos opimos , não se lembrammais do padre, que éatirado à margem, porque, como dizem, deve ser o typo do

desin teresse e daabnegação .

O dr . Luiz A n tonio Fer reira S outo, nosso amigo de in

fancia, ouvindo ,as palav ras pro fer idas pelo barão de M ecej a

na. disse accentuadamen te Is to, porém,não se applicaa

umpadre como este, referindo-se a nó s .

N ão creia nis so,meupaire, atalhou comvivacid rde

o barão , accrescen taodo : n o momen to em que sahiodo do

papel de simples in drumen to , que serve para elevaç õ es

mais altas aspirações no scenario politico ,

o dr . S en to que se eXpr ime ass ima seu respeito, sera o

seumaior adversario pela ous rdia de pretender in vadir os

dominios dos bachareis .

O barão de M ecej an i , pronuncian'lo- se por es se un do,

não vaticinava sómen te o futuro que nos aguardava, mas

tambemafú rmava o nosso recen tissimo passado .

A ascenção dos conservadores ao poder a 46 de J ulhode 4868 teve como causa efficien te ou occasional a es colh a

senator ial do conselheiro S alles Tor res Homem pela pr o

vinciado R io G rande do N or te,

.

Viemos d'alli expressamen te para o R io de Janeiro coma missão arduae espinhosa de defender a lis ta t r íplice re

sultan te de uma eleicao complicada, cheia de duplicatas , emQue era in teressado o dr . Amaro Bezer ra, um adver sarioformidavelpelo talen to e pela audacia,

Ch egado ao R io a 49 de Fevereiro daquelle anno , r om

O dr . Americo Lobo , irmão do actualminis tro do In tel'

lO l'

, err- senador federal pelo es tado de M inas G eraes . nos

dedicouuma poesia, emque fomos comparado ao sacerdote

que celebrou apr imeira missa n o B rasil.N o anno seguinte, no mesmomez de Junh o, o governo

provisorio fez publicar o projecto de cons tituição, emque o

padre não tinha o direito nemde votar nemde ser votadoFelizmen te j á nes se tempo não tinhamos mais aspira

ções politicas , não deixando por isso de sen tir pelo j acobtnismo feroz o mais profundo e solemne despreso .

Depois de nossa profissão de fé republicana que nos

valeu tan tos encomios enthusias ticos por par teda propaganda, passamos , a ins tancias do dr . Sampaio Fer raz , a escre

ver no Cor reio do Povo, orgão fluminen se do par tido repubhcano .

A ssis timos , nós e o dr . Alfredo M adureira, acon ferenciaemque os fundadores do Cor reio do Povo resolveram sus

pender sua publicação pelos consideraveis prejuizos queinutilmen te es tavamsotfrendo .

E ram esses os drs . Chagas Lobato e Sampaio Fer raz , a

quemo dr . M adureira pediu que adiassematé o dia"

seguin teaelfectividade da resolução , que, como nós dissemos na

occasião, eradepes simo ati

'

cito naquellas circums tancias .

O dr . M adureira, depois de con seguir de nºs a promessada mais assidua collaboração, tomou a si a par te da emprezaper tencen te ao dr . (

“bagas Lobato, fazendo sociedade

como dr .lSampaio?Fer raz , como redactor—geren te.

A chr on iea politica sob o pseudonymo de Desmoulin s ,publicadadiariamen te nas columnas do Cor reio do Povo ,

revelaa cons tanciado nos so es forço e asinceridade da n o s sa

dedicação emfavo r não somen te da causa republicana comotambemda

,empreza j ornalis t1cado par tido.

O general FranciscobG lycerio, sendo-nos apresen tado na

redacção do Cor r eio, disse—nos O senhor , escrevendo as

chr on icas politicas , con trahiu com a propaganda um compromisso de hon ra, não podendomais abandonar esse po s to .

E s tas palav ras ,

!isonj eiras e animadoras forampro feridas pelo chefe prºpagandis ta de São Paulo pouco tempoan tes da proclamação da R epublica.

N o anno seguin te, quando j á n os achavamos aqui,celebrou- se o anniver sario da fundação do Cor reio do Po vo .

O dr . Sampaio Fer raz , que en tão era chefe de policiadacapital federal, sob o governo provisorio , sendo um do sfundadores daquelle orgão republicano, dirigiuumbrinde a

todos que h aviamconcor rido para a sua prosperidade, de

clinando o nome dos redactores e mais auxiliares , lembrando - se até do preto Th in cteo , que foi o primeiro en t regador

da foth*

. O nos so humilde nome, porem,não figurava nessa

lis ta de benemeritos .

R ecordando- nos do que ouvimos dos labios propheticosdo barão de M ecejana, soltamos umagargalhada. Emseguida

dirigimos ao chefe de policia do R io a seguin te car ta

«M eu caro dr . S smpaie Fo r raz . Li no Cor reio do Povo0 brinde que v . fez aos que conco r rerampara a prosperi

ade des safolha.

Que inveja tive do pr eto Thimoteo , cujo nome não foi

esquecido nomomen to solemne da celebração do primeiroanniversario da fundação daquelle o rgão republicano

V. lembrou—se de todos os nossos bons e leaes compan h eiros de campanha, declinando o

,nome de cada um, in

clusive o do pr eto Th rmoteo , semfazer amais leve referencia

ao seucaboclo velho , que ajudou- o a impedir a mor te do

Co r reio coma maior dedicação e

Convém notar que eramos nós o unico redactor , que

fo rmalmen te recusouejamais recebeu remuneração algumapelos serviços prestados na impren sa.

Bemrazão teve barão de M ecejanapara dizer que ao

padre se designava sempre no combate o pon to mais ar riscado , sendo atirado a margemdepois de obtida a victo ria.

quer nos ominosos tempos da n efanda, quer sob o .regimenr epubhcano .

Depois de haver sido proclamado pr opheta da R epublicapassaa ser equiparado ao mendigo , privado do direito de

v ot ar e ser vo tado .

N a impren sa tendo tido a h on rade per tencer ao clubdos caboclos

, como en tre si eramcon hecidos os que formav ama redacção do Cor r eto do Povo , fica o padre abaixo do

pr eto Thimoteo , que foi o primeiro en tregador do orgão r e

suscitado

A goraprincipalmen te que condemnamos tudo o que se

temfeito como o mais lamen tavel desvir tuamento do ideal

republican o , pin tam o padr e, que não é tão ruim como se

diz , dirigindo nos nomes feios , negando—nos o titulo hon ro

si ssiu o de cidadão , e até chamando -nos de sebas tian is taO ra vejamlã que injus tiça e que ing ratidãoBemdicta seja a memoria do nunca assaz lembrado

barão de M ecejana22 de N ovembro de 4893 .

per feitamen te ao typo que imaginavamos , reconhecendo—o áprimeira vis ta como se es tivessemos familiarisadr

;comsua

physionomie.

Como j á tivemos occasião de dizer , na sessão legislativa

de 4868, represen tavamos o Cor r eio M er can til, impor tanteorgão do par tido con servador , como redactor dos debates

na camarados deputados .

E n t rando alli pela primeira vez , sendo—nos designada

umadas t ribuna'

s des tinadas aos represen tan tes dos g randes

o rgãos de publicidade, pudemos con templar de umpon to

mais elevado todos os deputados que occupavamo s seus lo

gares na sessão de 4 de M aio . emque se deviaproceder aeleição damesa. fo r temen tedisputada pela numerosa opposição , comque j á contava o gabinete Zac harias .

R ar íssimos eram os deput ados por nós conhecidos

pessoalmen te.

Vivamen te impres s ionado dian te do espectaculo que

pela primeiravez se offerecia a nossos olhos , movido por

naturale justa cur iosidade, lan çamos a vis ta sobre aquellaassembléa, compos ta de g rande numero de h omens no taveis

que tradicionalmen te conhecíamos , perco r rendo uma a umatodas as physionomas dos que seachavampresen tes .

Quando os nos sos olh os se fixaram sobre o deputado

que occupava acadeirana ex tremidade da saga da bancada,que ficava emfren te à mesa, sen timos cer to es t remecimen tode surpreza e de prazer como se tivessemos deparado comumaindividualidade nos saconhecida.

Demorando avis ta algum,

tempo s obre aquella vulto

que decididamen te não nos parecia es tranh o, con tinuamos a

examinar todos os outros que lhe es tavamaesquerda.

Concluiio esse processo, voltámos de novo acon templaraquelli tigura imponen te que tan to nos impres sionára.

N ão haduvida, dissemos in timamen te, e ellemesmo .

E descendo da t ribuna em que nos achavamo dirig i.

mo-nos ao'

cole ga da direita, pergun tando :— A quelle

'

de

putado que occupa a extremidade da segunda bancada, serao conselh eiro José Bonifacio

—E'

elle mesmo , respondeu—n os pessoa, a qu

ªmhaviamos in ter rogado .

N ão nos tin hamos enganado.

Aquella ph ysionomia angelica, aquella cabeça ar tis ticae

men te con tormada, sede damais puj an temen talidade, aquella fron te espaçosa illuminada pelos vividos clarões do maisprivilegiado talen to, aquellatodo despretenciosamen te singelo

eao mesmo tempo encan tador e attrahen te, correspondiam»

fielmente ao typo que haviamcs imaginado sobre a notavelindividualidade do grende orador academico

Tivemos depois a felicidade de t uvil—o em umdos seusdias mais felizes , fallando de improviso , semachar-se pre

parado para o d' bate, a ins tancias de Tavares Bas tos , que

lá tin ha esgo tado as vezes determinadas pelo regimento e

que não queria ficasse sem respos ta immediate o discurso

que ummembro do gabinete es tava profe rindoCalcizladamen te dis semos ter tido a felicidade de ouvir

José Bonifacio fallar de improviso , po rque dias an tes haviamos surprehendido uma conver sa, em que pessoa que lhe

eramuito chegada, asseverava que elle eraincapaz de subir

à t r ibuna semlonga preparação , recitando discurscs deco

rados , para que pudessemimpressionar .

Jose Bon ifacio , po rém, emuma das sessões da camaraem1868 des fez tãomesquinhae odiosa imputação , occupandoa t r ibuna a pedido ins tan te de seu amigo Tavares Bas tos ,fallando com eloquencia e br ilhan tismo admiraveis .

A lfonso Celso , minis tro do gabinete Zacharias , pronunciava v igo roso discurs o defendendo o governo por ter

liber tado escravos para serem apr oveitados n o serviço das

armas na guer rado Paraguay .O dei utado mineiro era bem joven ainda quando foi

ch amado aos con selhos da co rda, sendo—lhe con tiada pas ta

da mar inha. U r tado de g rande talen to , soube elle legitimara pos ição que galgára sem ser bemconhecido no paiz .

Ju t ticiºndo o governo por ter aproveitado liber tos para

o seiv íço do exercito , o minis tr o da marin ha recor ria abisto r ia para refor çar os seus argumen tos .

E rammais oumenos t res h o ras da tarde, quando JoséB onifacio cos tumava sys tematicamen te retirar—se da ca

mara.

Tavares Bas tos , que não podia mais tomar par te n o

debate, dizia com o mais vivo in teresse Fica, José,

para responderes ao Alfonso Celso .

JoseBonifacio , porem, reluctava, porque era chegada ah o ra de ausen tar—se da camara. E

, cometicita, chegou a

sah ir dabancada, ccllocando—se at raz da cadeira'

em que

Tavares Bas tos se achava.

E n tra, José , repetia es te com in s tancia; vem com

bater as heres ias h is toricas . proferidas pelo A lfonso Celso ,

que atinal concluiu o seu discurso.

Quando o minis tro da marinha essen tou- se, Jose Bonill

facio, en trando rapidame te parao recin to, exclamou z—Peço apalavra !

A o assomar tribuna, h ouve geral movimento de

atten çâo, fazendo-se ao mesmo tempo o mais profundosilencio .

Que cousajest ranha e admiravelN ão tendo tomado uma nota

,o orador abordou todos

os pr atos do discurso pronunciado pelominis tro damarinh a.

Combateuvantaj osamen te todos os seus argumen tos , fallandobrilhan temen te, com prodigiosa elo oencia, em es tylo

elevadíssimo, ph rase scin iillante, citan o factos his toricos ,como se os tivesse tendo emlivro aber to.

Ficámos embasbacadoComo era bello con templar aquella figura encan tado ra

e imponen te. sublimando—se em rasgos de oratoria ar reba

tadora Que g raça especial achamos no sotaque paulis ta,

quemuitos con sideravamcomo defeitoUmtalen to soberbo, uma illustração variad s sinia, um

prodigio de eloquencia, uma verdadeira notabilidade ! Quecerebraçâo superior , que caracter purissimo, que alma an

gelica. que con scien ciaimmaculada, queg randeza deespirito ,

que elevação de sen timen tos , que typo humano excepcionalFeliz de quem teve occasião de ver e ouvir a J o s é

Banif cio, quepelos esplendores de seus talen tos pereg rin o s ,pela inspiração de sua palavra, pela grandezade seus pensemen tes . pelos primores de sua oloquen cia tor rencia

l, pela

pureza de sua vida e pela excellencia de seus merito s .

to'

rnoyu—se o orgulho de sua geração e a glor ia

'

do s eu

paiz23 de N ovembro de 1 893 .

_ g4 _

grave e solemne que lhe era peculiar : Uma cadeira no

senado,é cousa que n ão se rej eita.

A cceito, por tan to , o ofí erecimen to , cambin ido o plano

de batalha, par tiuo dr . G omes para o R io G randado N or te,

onde n os encon trou ar regimen tado nas fileiras do par tido

ºpposicionis ta.

Travou-se então combate renhido, formidavel, decisivo,emque as for ças de ambos os laios se empenh aram comarden te en thusiasmo, disputan do palmo a palm) a victoria,

que afinal nos sor riuauspíciosa, assignalada pelo mais bri

lhan te eesplendido s .:ccesso emnosso favor .

Conseguindo nó s incluir na lis ta t r íplice dous n omesda nossa chapa, o adver sario não se deu por vencido,

procurand) illudir o nosso tr íumpho [ or maio de duplicatase actas falsas, que fo rg ícou como armt de guer ra emsituação cr í tica e desesperada.

N o ar r iscad) pos to que n os foi confiado, es forç àmomospor cumprir o nos so dever, merecendo elogios em ordemdo dia do quar tel general.

Achando—se, porém, complicado o trabalho que fizemos,pela tactícado adversario que se empenh ava embaralbar

as cousas paraver secon seguiafazer burlar o nosso t riuinph o,tivemos de sujeitar nos aeno rmes sacrificios acompan handoa lis ta tr íplice ate ao R io de Janeiro, ondea verdade deviaser definitivamen te apurada.

Chegando alli fomos apresen tadi ao conselheiro SallesTo r res Homem, que n os recebeu de braço s aber tos , rememorando, com ph rases lís snj eí ras , os serviç os que lh ehaviamos prestado na campanha eleitoral

,emque o seu

nome sahira vencedor .

S abendo o g rande o rador parlamen tar que desejavamosdiscutir pela imprensa a eleição senato r í il, deu—n os a

seguin te cartadirigida ao gerente do"

Cor r eio M er can t ilM eu caro s r . R aphael Jo se daCos ta Junior .

—apr esen tando-lhe comprazer um dos mais valen tes generaes ,

que emmeu favor tizeramacampanhaeleitoral na provinciado R io G rande do N or te, rogo

—lhe o favor de franquear as

column as do seu jorn al a defesa e susten taçâ ) de meusdireitos con testados , pelos adversarios da lis ta t r íplice emque figura o meu nome.»

Sendo promovido as simpor actos de bravura ao alto

posto de general bobagem, não se nos leve a mal quenos nos sent í ssemos desvanecido e atemesmo lisonjeado emnossa vaidade.

N ão focamos , é cer t ) , algumG umercindo ouJucaTig re,fazendo proesas nos campos de batalhas, mas tambem,

pon do de par te a modes tia, não tivemos necess idade derecor rer a teleg rammapara es trangular o inimigo , que realmente foi der ro ado na das urnas .

O con selheiro Tor res Homem,mettendo - nos em fófas

de general men tira, quando tinhamos apen as 27 annos

de idade, concor reu semduv ida para que aos 53 n ão passas semos de Simples cabo de esquadra r eformado sem soldoe semetapa

N ã o foi preciso que nos fossemcas sadas aquellas h on ras

po r decreto dictator íal como pena ín fl'ng ída as n os sas rebeldias , porque tivemos o cuidado de renuncial-as commuitaan tecipação afimde que não es tivessemos sujeitos atyrann íah umilh an te da di sciplina, que impõe obediencia pas siva aos

que j urambandeira nas fileiras do exer cito con solidador

Em todo o cas o, porem, rest i - nos sempre a con solação

de que umdia j á fomos promovido por actos de bravuraeleitoralao elevadiss ímo pos to degeneral bobagem

30 de N ovembro de 1 893 .

empavesado, trajando caprichosamen te, com apuro ir re

pr ehen s ível, suppondo talvez que el

'e fosse o un ico mulato

co mun toQuando , po rem, se o commiin icava mais de per to ,

ouvin tin - se- the os sabir s conceito s , sen t indo se-lhe as suaves

ir radiações de uma g rande alma,

os deslumbra i en tos

[ reduzidos pelas vividas scin tilli ncias de um espir ito

superior . pro ferindo ph rases de an imação [ara os bar es ,dispen sando pruden tes con selh os aos ineit per tos , encorajan doaos t ímidos, en sinando ar s ignoran tes , exercendo a maisbenefica e r reS is tivel in fluencia sobre t odo s que se lhe

aproximavam,sem r batel-os , sem humilhal-o s , sem fazer

subir - lhes o rubo r as faces , conver tendo a pales t ra emcon ferencia ins t ructiva, as adver tencias de amig o emprotecções de mes tre, o lar domes tico em academia, semaffectação , sem pretencíos ídades , sem imper tinencias ;quando de seus labios g r os sos se desprend

iamas reªulgencias

de seu verbo in spirado , de seus olhos scin t íllan tes os v ividt s

clarões de seu talen to pereg r ino , aquello todo tão ph y s icamen te repellen te se t rap—figurava em foco de luz , que illu

minava os espí ritos e in fiamrr ava os corações .

N inguem se sen tia mal ao lrdo desse h omem exec

pcit n- l.

Descenden te de or igem a mais humilde, sendo de

condição a mais obscura, S alles Tor res lIomem, pelo seu

pr oprio es fo rço , conquis tou os pos tos mais eminen tes ,subindo às mais elevadas cultn inancias da vida publica.

A lgun s ilesafiecto s suppun hamamesquinhar os seus

g randes meiitos , desvir tuar as suas con quis tas , lançandolhe emros to a subaltern ídade de seu nascimen to, dizendose que era filh o de uma preta quitandeí ra, quo es tacion iva

no Iarg d o R osario para fazer seu negocio .

Tolos e in sen sato : que não comprehendiain que o vicio

de or igemnão affectavaanobrezado caracter , nemaimpurezado sanguemaculava a fidalguiado talen to .

Como são vario s e curiosos os des tinos humanosSalles Tor res llomem,

tendo por mãí uma pobre quí

tandeira, por berço umt aboleiro. por pai umdescon hecido ,

tornou se uma notabilidade do seu tempo, merecendo amaisbrilhan te celebridade no seu paiz pelo pujan te vigo r de

seu talen IO phen omenal, quando nobres de sangue, fidalgos

de n ascimen to , vendo a luz do dia sob tectos de sumptuosospalacíoº. envoltos em sedas e brocados , ado rmecido s ein

berços dourados , aciden tados ao somde can ticos en teados

emhon taasua ascendenciaprivilegiada, abysmam-se nas

trevas daignoranciasendo a anos conhecidos pelacreadagemque os serve e pelos bajuadores que os lis onjeiam.

E Salles Torres Homem, se não erafidalgo de nascença,0 (O rapor temperamen to ou por intuição.

Distingnia—se pelacorrecção de seus modos , peladelica

dezade seu trato, por acções cavalheirescas , pela nobreza

de seus sen timen tos , t ela superioridade de seu espí rito e

pela lidalguiade seu enorme talen to .

Umdia as diziaSalles Tor res Homemnamais ingenuaexpansão de sua alma :

Ha quem pense que sou orgulhoso e impos tor ,julgando-me pelas apparencias. N ão ha tal, accrescentou

comaccentuado tom de sinceridade, sou ho je o que fui

sempre ; es te meu todo, es temeupor te, es te meu ar são

os mesmos dos tris tes tempos , em que era obrigado pelanecess idade a lavar eumesmo na vespers o un ico lenço ,de que tinha de servir-me no dia seguinte.

Quem assimlallava, referindo- se a epocba de suas

privações , eraumh imemque não sabia o que oramodes tia.

por no occupando-se poucas vezes de sua ps soa, quando

ora orçado a tratar de si, exprimia-se sempre com vanta

gem seu respeito.

Emuma occasiâ ) es tavamos a conversar emsua casa,

nó s, elle e o commendador Angelo Thomaz do Amaral, quealludia auma serie de libellos polí ticos quees tavamsendo

publicados no jornal A R epublicaM os trando desejos de ler esses ar tigo

s,Salles Tor res

Homem accrescen tou :

—Seos temamão , peço quem'

os traga semincommodoe semsacrificio . N ão faço grande empen ho nessas cousas

,

achando-me resolvido a não dobrar uma es

quina para ler

ar tigos dessa natureza. se ha um libello po itico que fezcar reira nes te paiz . O s que vieremdepois jnâo terão omesmovalor e nemdesper tat âo o mesmo in teresse.

Salles Tor res HomemalludiaaoLibello do Povo escripto

por Timandra, que era ellemesmo, no qual a dynas tie de

Bragança recebeuos mais tremendosigolpes , ficando reduzidaaultima expres ãe.

Dizia—se que o auctor do Ltbello ; do Povo , implorandomiserrcoroia pela violencia com que atacara a famili tbragan tina, se prostrara humilde aos pés do Imperado r .

exclamando de joelho,

- Senhor, para grandes crimes só gr

l

a

zndes perdões

_ go _

N aquelle momento , porem, ouvindo n ós o Timandrareferir - se com tan to desvanecimen to à obra que lhe deurenome e celebridade, convencemo—nos de que To r res Homemnão seria capaz de ajoelhar - se aos pé s de D . Pedro

parapedir—lheperdão do 5 u maior padrão de gloria.

Uma vez tivemos de pregar na capella imperial àexigencias do respectivo ins acto r , que era monsen ho r Felixde A lbuquerque, no s so bom imigo e desvelado protector .

A es sasolemnidadedeviamassis tir todaacõrte e g randes

do Imperio .

Quando subimos ao p 1 ito, lançando a vis ta sobre o

auditorio , deparou- se—nos a gurude Salles Torres Homemmedido emsua fardade con s elheiro de E stado .

Suapresen çaalli nos fez es tremecer , porque tinhamosde ser ouvido por umeminen temes tre daeloquencia

Fazendo , porém,das fraquezas forças , demos o nos so

recado con forme Deus nos ajudou. Descemos do pulpitoprofundamen te impressionado. ignorando o juízo que aquelle

grande luminar da t ribuna tivesse formado a nos so respeito .

Dias depois , indo nó s a sua cara, S alles Tor res Homemabor dou—nos fazendo referencia ao sermão que tinha ouvido .

Como se t rata de r emin iscencias . não se nos levará a

mal que reproduzamos fielmen te o que se deu, afim de que

a nar ração tique completa, embora alguempos sa pensar queha ímmodestia denossa parte.

—Tive o prazer de onvil—o pela primeira vez , disse

Tor res Homem, permit tindo que lhe externa comfranqueza .

todo omeu— E

'

uma h on ra que v . exc. nos faz , dissemos immediatamen te.

— O senhor , accrescen tou elle, pos sue dotes do orador ,mas temumg rande defeito , falta- lhe escola.

— R econheço que tudome falta.

—Falta« lhe escola, insis tiu elle, imprimindo ph rase,com ex trema delicadeza,

o mz- is pronunciado accen to de

convicção . Con sin ta que lhe dê umcon selh o , que pôde

aproveitar-lhe. Quando en tendi quedevia proferir discur sos

naturais no parlamen to, procurei na leiturados g randes o radores da an tiguidade o typo comque mais me alfeiçoas se, e

'

que felizmen te en con trei. Iden tifiquei-me com o modelo,

assimilei-o completamen te, edesdeen tão começaramosmeustriumphos o ratorios .

Semque nos dissesse qual o orador da an tiguidade que

mereceu as suas sympathies , con tinuou o mes tre

carta, comque o conselheiro Salles Tor res Homemnos apresentou ao gerente do Cor reto M ercan til, foi

po r assimdizer achave que nos abriu as portas do grandemundo politico, porque nos poz emcontacto comos vultosmais eminentes do par tido conservador , os quaes reuniam—sediariamentena salade redacção daquelle :impor tante :orgãode publicidade.

0 Cor reioluercan til tinha sua his toria curiosa e in teres sen te.

Fundado por M uniz Bar reto, que lheassegurara rapidae feliz carreira pela sua incontes tavel competencia na

imprensajornalística, o Cor reio M er can til tor nou-senaquelletempo aescola pratica da mocidade liberal, que em suas

columnas faziaas primeiras armas , habilitando—sea conquis taras mais elevadas posições quer no parlamen to, quer nogoverno do paiz .

E n t remuitos que alli se educaram, convémdes tacarduas individualidades que se dis tinguiramnotavelmen te na

politica do regimen decahido—Silva Paranhos e Francisco

O ctaviano. .

E ste paramais iden tilicar—se como :Correio M er can tilcon trabiunúpcias coma sra. d.

'E ponina gentilissimaf filba

do roprietario da folha. que elle tan to, ,illustrát'a ;comas

t ofugencia'

s do seubeilissimo talen to.

Diz ta'

ch ronica'

do'l tempo que foi no escriptorio de

r edacção do Cor r eio M er can til que Honorio HermetoCarneiro

,eão, depois marquez do Parana, fez a brilhan te

conquis ta g rande'

talen to de Silva Paranh os, que filiado

en tão ao par tido liberal publicava nas columnas daquelle

orgão as car tas do amigo ausen te, em que atacava valentemen te apolitica conservadora.

Honorio Hermeto , eminen te chefe do par tido con servador , acabara de presidir a província de Pernambuco ,

n o

tempo emque as prov íncias eramgovernadas por homen scapazes , exper imen tados , de provada competencia, comrespcn sabilidade prºpria na politicae na alta adminis traç ãodo paiz .

Quando chegouao R io de voltadePernambuco, Honoriofoi escolhido pelo gabinete de en tão para ir ao R io daPrataemmissão especialafimde tratar de elevados in teres sesnacionaes .

Precisando de um secretario'

que o acompanhas se, o

atilzdo es tadis ta não quiz procural-o nas fileiras do seu

proprio par tido , es tendendo a vis ta aos ar raiaes adver sosTinha talvez necessidade ou cr n veniencia de dar uma

prova de seu tino diplomatico para acreditar - se aos olhos do

governo que o distinguira coma inves tidura de umamis sãodamais altacon fiança.

E spirito eminen temen te pratico, perfei o conhecedordos homen s

, perspicaz em suas vis tas , tactico em seus

planos , est rategico emsuas manobras , omarquezdbº

Paran á ,superior às s ug es tões do egoismo, empenhado emaugmen ter as fo r ças de seu par tido com a acquisição de

n ovos talen tos para o seu seio , calculou,mediu, t esou todas

as con sequencias . que podiam resultar do passo ar ro jadoque pretendia dar , e não hesitou um só momen to , seguin doimmediatamen tepara o escriptorio de redacção do Cor r eio

M er c/mtu. onde en trea'

pleiade de moços liberaes que alli

preparavam- se nas nobres pugnas da impren sa para as

conquis tas do fut .. ro , se achava em seu pos to illuminadopelas ir radiacões de seu talen to de escolha, . José M ar ia da

S ilva Paran h os , conhecido depois pelo titulo de ViscondedoR io B ranco .

, O .marquez do Parana, penetrando naqueile reducto

fermidavel,onde seus adver sarios com tan ta valen tia e

in'

trepidez as ses tavam as baterias con tra as'

phalan ges

con servadoras , desper touemtodos que el] : es tavam amaiorsurpreza e es tranha curiosidade.

.

'

Diri'

gindo- se S ilva Paranh os

, que, segundo .a chdon ica,e—t tva

'

escrevendo'

uma das car tas do amigo ausen te; pediulhe umacon ferencia par ticular , na ,qual sem'mais r odeios

lallou—lhe francamenle do fimque o levaraá '

sua”presen ça.

Sabe,disse o

' marquez , que estou' ª

nomeade pelo

seu favor haviamfeito acampanha eleitoral na provincia doR io G randedo N or te.

A s relações que se travaramen tre nós e o nosso semprelembrado R aphael, deviam cons tituir o assumpto desta

remin iscencia.

A digressão, porém, foimais longe do que pensavamosepretendíamos .

A esse verdadeiro mes tre da vida consag raremos relereneins especiaes , pelomuito quenos quiz , pelo bemque nosprocurouj a

'

zer e pela enorme gratidão que devemos a sua

saudosamemoria.

8 de Dezembro do 1 893 .

XXI I

salade redacção do Cor r eio M er can til em4868 era o

pon to, emque se reuniamdiariamen te as summidadesdo par tido con servado r .

A politica era o assumpto obrigado das pales tras comque se en tretin hamesses chefes que tanto se preoccupavamcomos des tinos de seupar tido e patria.

Alli naquelle cen tro tivemos occasião de conhecer

pessoalmente os vultos con servadores mais notaveis peloss eus talen tos e pelaalta posição que occupavamno scenario

politico do paiz .

Imagine—se o g raudecuriosidade e o ar de es tupefacção.

com que olhavamos para aquellos personagens , que eramemquasi suaunanimidade por nós conhecidos t radiccional

men te, e ter - se—na com toda a sua exactidâo o typo do

provinciano, que se ve como por encan to t ran spo r tado do

es t reito circulo em que viveu a um novo mundo desurprezas e de maravilhas .

Como iá dissemos , a car tacom que fomos apresen tadoao geren te do Cor reio M ercan til pelo conselheiro SallesTor res Homem, foi a chave que nos abriu as portas do

g randemundo politico .

E n tre nó s e o nosso bom R aphael José da CO Sl tJ un i-ar es tabeleceu—se uma cor ren te de sympath ies , quenaturalmen te se conver teram namais affectuosa amisade.

Tinha elle por nó s cuidados e carinh os verdadeiramen tepaternaes , a que cor respondíamos com o mais sincero e

profundo reconhecimen to.

Todo o seu empenho era que todos os chefes políticos

que frequen tavam aquella casa de trabalho, nt s

conhecessemfavoravelmente, merecendo nos a sua estimae pro tecção.

Sempre que n os apresen tava aalgumalto personagem,

fazia-o com extrema generosidade. :proferindo a nos so

respo to ph rases as mais lis onjeiro comquecada vez maispenhorava nossa g ratidão .

Cos tumavamos trajar comcerto abandono , que er ronea

evulgarmente se chama philosophia.

Faz íamos abarba uma vez por semana, nossas botinas

rar í ssimas vezes suppor tavamas imper tinencias de escova,

nosso lato quando não era socado, tornava se sempreperfeito guarda

—pô , uma figura emfim vulgar íss ima e

exquisita.

N ão passavamos en tão de um ridiculo sectario da

philosophia do desleixo e daporcar ia.

Emuma occasião, en que tinhamos apurado o n osso

sys tema philosonhico, tivemos de ser apresen tado pelo bomR aphael ao con selheiro José de Alencar , an te quem nos

viamos pelaprimeira vez .

N otamos quedess t vez o nossodisvelado amigo car regou

a mão nos elogios que nos fez , exagerando os predicados

que generosamen te n os empres tou.

N esse dia havia sido publicado no Cor reio M ercan tilum ar tigo de critica theatral tendo como assignatura as

in iciaes J . M .

Sabendo o conselheiro que o ar tigo lera es cripto pornó s , teve a amabilidade de dizer que quando acabara de

lei-o, vendo as iniciaes , chegou quasi a acreditar que era

de sua lav ra, porque olle chamam—se J osé M ar tin ian o deA lencar .

N esse ar tigo tinhamos feito ao grande litte rato as maismerecidas referencias h on rosissimas, e por isso quiz elle

most rar sua gratidão dirigindo-nos aquella _

iin eza.

Depois de mais umdedo de presa,a mais apreciavel,

retir ou- se o conselheiro Alencar para o seu escripto r io deadvocacia, deixando—nos ,

viva e g ratamen te impres sion adopela admiravellucidez de seu g rande espirito encer rado emumcorpo tão fanadin ho .

Depois que elle sabia da salaem que nos achavamos,o bondoso R aphael voltou- se para nos , dizendo em tomamigavelmen te reprehensivo

G rande t rabalho me das para convencer a quemte apresen to de que vales alguma cousa ! Teo modo deves tir te compromette hor rivelmen te.

400

uma cadeira com o pe estendido sobre a caixade umengrawate, que procurava lustrar com a escova nossas

botinas .

R aphael vendo—nos naquella posição, aproximou-se,

comprimen tou-nos meigamen te, ficando defron te de nos até

que o engrawatc acabasse operação .

Quando nos levan tamos muito ancho, suppondo quetinhamos cor respondido a sua espectativa, deu

-nos elle o

braço e seguimos comdirecção à ruade São José .

N ão sejas charlatão, nos disse R aphaelemtombrandoe aliectuoso .

Que necessidade tens de te expor avis ta de todos ,engraxando as botas no meio da rua, sentado em umacadeira?

Faltam-nos recursos para ter creado, respondemospromptamen te.

Olha, accrescentou o R aphael, emuito melh or que

compres uma lata de g raxa, uma escova, eng raxando tu

mesmo as tuas botas .

Omundo vivede simples apparencias .«Quando te virem comas botas bem lustrosas , não

haverá quemdeixe de pensar que ten smuito bon s creadosdispensando

- te por isso mesmo mais consideração .

A pobreza é j á. por si umg rande in for tunio, que se

torna aindamaior , quando todos a conhecem.

«E' muito tris te o ser—se pobre, mas é mil vezes mais

triste saber- se que a gen te e pobre, de quem os favore

;idos

àtda sor te cos tumam fugir para evitarem alguma

um a.

«O homem, por mais criticas que sejamas suas con

dições , deve apresen tar- se empublico cor rectamen te. com

ar prasen teiro e fron te erguida. apparen tando serenidade,seguro na paz da sua con sciencia, para que os fatuos

'

não

se riamde suas penas nem procurem evitar sua apr o

ximação .

E ngraxa, pois , as tuas botas em casa, e todos

acreditarão que esse serviço foi feito pelos teus

creados .»

R a hael, verdadeiro pratico da vida, per feito conhe

ceder o mundo e dos h omens, sempre tin ha para nós

uma adver tenciaamiga, umconselho paternal, uma lição demestre.

oh Como somos grato asuamemoria, e como nos

104

fazendo parte da camara dos deputados de 4869 comorepresen tan te daan tiga provinciade Pernambuco . E nviado

ao parlamen to nacional, não podia dizer-se um illustr e

desconhecido, vis to ter -se revelado en tre seus conter raneos

umespirito superior e um caracter in teger rimo .

Apenas deixou os bancos academicos , foi laureado pelafaculdade dedireito do R ecife, defendendo theses e conquis

tando o g rau de doutor em sciencias jur ídicas e sociaes

naquelles tempos emque, ao con trario de'hoj e, não se bara

toavamesses louros , nemtão facilmen te se conferiam esses

premios de hon ra e dis tincção sómen te destinados ao ver

dadeiro merito.

An tes de per tencer acamarade 1 869 , que o dr . Fer reira

Vianna chamara o con ciliada razão nacional, o con selheiro

João A lfredo se fizera conhecido no foro e na impren sa doR ecife como notaveladvogado e emerito jo rnalis ta, propug nando pelos in teres ses do direito e da jus tiça, edefendendovalen temen te a causado par tido cons ervador , a que desde

academico es tava filiado .

O rganisando- se novo gabinete a 29 de Setembro de

4870 sob a presidencia do incly to rnarquez de São Vicen te,0 nome de João Alfredo foi indicado e acceito para a pasta

dos negocios do Imperio .

Umdos seus primeiros actos nes se min is terio foi darnovo regulamen to araos exames a que se tinhade procedernas diversas facul ades do paiz ,

O s academicos , sen tindo se con trariados pelo rigor que

se devia obser var nes ses processos , protestaram,mas não

foramattendidos , rebellaram- se,mas foram con tidos pela

energiae severidade do minis tro que não se in timidou. nemcedeuumalin ha, nemtransigiucomarebeldia, nemsacrificou

o principio de autoridade, submettendo -se ás exigencias e

imposições daes tudan tada.

O s j ornaes que desde aquelle tempo j á fomentavam o

espirito de indisciplina nas corporações academicas , atacavamo acto do novo minis tro do Imperio, g ritando os respectivosvendedores nos pon tos mais publicos do R io de Janeiro

—Uma folha quaren ta réis ; traz o cspichc do JoãoA lfr edoO minist ro, porém, conscio de sua autoridade e de

seus deveres , man teve- se firme e in transigen te no seupos to

suffocando os movimen tos academicos , suspendendo os

cabeças demotim e fazendo valer o seu regulamen to.

Desde então começou o conselheiro João Alfredo a

gozar comrazão e j us tiça os fóros de energico e, decidido .

Quando o gabinete 89 de Setembro , enfraquecido por

divergencias in tes tinas que incompatibilisavsmalguns deseus membros , que não se en tendiamsobre o .pon to capital

de seu prog ramma, que eraadian tar a solução do problemada emancipação do elemen to servil, teve de renunciar o

pos to ao sempre lembrado visconde do R io,

B ranco , que

o rganiscu minis terio a 7 de M arço de 1 87 1 , o: marquez deS ão Vicen te

,recommendou ao seu successor o nome de seu

minis tro do Imperio como capaz de auxiliaI- o vigorosamen tena g rande e 'difiicrlempresaque tomava s obre seus hombros .

Foi as s imque o con selheiro João A lfredo . passou no

mesmo caracter do gabinete 29 de Setembro para o 7 de

M arço , indicado pelo experimen tado marquez, que tomandolhe o pulso emtão cur to periodo de adminis tração, reconheceu no seu minis t ro provados do tes e aptidões de governo ,que brilhan temen te se man ifes taramna nova phase de sua

vida publica.

A ber to o parlamen to em M aio de 1 87 ! e apresen tado

pelo gabinete 7 daM arço nacamara dos deputados o projectos obre elemen to servrl, scindiu

-se a represen tação nacionaln o seio da camara unanimemen te con servadora, desencadeiando—se tremenda opposição con tra o governo que onsava

propor uma refo rma atten tatoria de pretences direitos de

propriedade.

A s glorias provenien tes da lei aurea promulgada a 28de Setembro daquelle anno , per tenceram quasi inteiras aov enerando visconde do R io B ranco, chefe immor tal dog abinete 7 de M ar ço.

N ão seremos nós quemregatearà ao eminente es tadis tabrazileiro os encomios que lhe são devidos , os louros quelhe competem, as homenagens a que tem direito, pela

passagemdessa lei, sus ten tada na tribuna comos fulgoresde sua in telligencia privilegiada, que impor tana glorificaçãodo seu nome e quecon s titue amais viren te emais brilhan tecoroa de sua immor talidade.

O que, po rém. muitos ignoram é que na elaboração

des sa lei, que tãcn viva e fermidavel opposição provocou no

seio da camarados deputados , foi o con selheiro João A lfredoo braço direito , o braço for te do visconde do R io B ranco ,

que semo concurso vigoroso ,tenaz inabalavel, inin terrupto ,

patrio tico do seu minis tro do Imperio, teria naufragadoir remediavelmen te nos baixios creados as tuciosamen te pelacolligação de todos os in teresses que se c

4hocavam, levan1

tando-se como barreiras quasi insuperaveis para inntilisaros esforços patrioticos eos empenhos humanitarios emfavorda san ta causada liberdade.

E ra o minis tro do Imerio do gabinete 7 de M arço

quem arregimen tava as orcas libertadoras , quem se

en t regavaa esse t rabalho de propaganda, surdo , invisivel,subterraneo , afanoso, per severan te. incançavel, de todos

os dias , de todas as horas , de todos os momen tos ,animando a uns , promettendo a outros , persuadindoa todos , empregando todos os recursos lici

'

os,jogando

todas as armas hones tas , fazendo es tatis tica dos tieiª.vigiando os suspeitos , facilitando concessões possiveis,ageitando pretenções rasoaveis , visitando deputados , abra

çan lo os , tratando -os com familiaridade, em confabulações

con s tan tes e in timas , para conservai-os firmes no mesmopensamen to, inabalaveis nas mesmas ideias , iden tificadosnos mesmos sen timen tos e resolutos aomesmo fim.

E ram precisos , indispen saveis , 6 l deputados para

cons tituí remcasae votaremos encer ramen tos da discussão,que seprocuravaprotelar indefinidamen te.

minis tro do Imperio conseguiu pela sua tactics

man ter esse numero ahora regimen tal, dispos to a tudo ,a

dar e apanhar , semar redor-se de seus pos tos , inutilisando

o recurso da par ede, requerendo e votando encer ramen tosnomeio de uma saraivada de insultos , de remoques , de

improperios, que irrompiam tremendos das bancadas

ºpposicionis tas , que ameaçavam, quebrando as balaus t radas

não escolhendo epithetos injuriosos para atirarem f

ace,

dos amigos do governo.

E ra o con selheiro João Alfredo quem sabia in spirar

as phalanges emancipadoras essa coragem, essa cons tancia,essaabnegação , essa imper turhabilidade para sugeitarem- se

a todos os sacrificios , adrontando impavidamen te todas as

tempestades que se levantavamnos mares encapellados dosin teresses feridos e con trar iados .

Todos comprehendem quan ta habilidade e quantoes forço são necessarios para ar regimentar uma maioriafirme, compacta e ir rednctivel, em uma collectividade

sujeita a seducções , a tent ares , a vacillações em fren te a

elemen tos de resiotenciao rganisados compoderosos recursoseformidaveismeios de acção .

E'

preciso que umespirito superior se lhe communiqueinspirando confiançaafimde que não se quebre acohesão,não desfalleça enão sedissolva.

X X I V

vida do minis terio de 7 de M arço foi agitadiss ímaaindamesmo depois de vencida a gloriosa campanha

do elemento servil com a promulgação da lei de 28 de

Setembro de 487 1 , con riderando liv res os fructos do ven tre

escravo.

E ncer rado o parlamen to, dispersos os represen tan tes

da nação pelas diver sas províncias em que res idiam, o

gabinete teve necessidade de reorganisar—se

,exon erando—se

do cargo deminis tro da jus tiça o con selh eiro S ayão Lobatoe do da guer ra o con selheiro Domingos Jaguaribe.

Passando o con selheiro Duar te de A zevedo da pas tada

mar inha para a da jus tiça, foram n omeados o deputado

Jun queira minis tro da guer ra e o deputado G omes de

Cas tr o minis tro da marinha, aquelle presiden te da an tiga

prov ín cia de Pernambuco e es te dade M aranhão.

N ão acceitando , por ém,o dr . G omes de Cast ro a pas ta

damarin ha, foi nomeado em seu lugar o senador mineiroJoaquimDelfino R ibeiro daLuz .

A o abriram—se as camaras emMaio de 1872, os amigosdo g overno não fo ramsolícitos emcomparecer às ses sões , .

deixando ' semuitos ficar nas prov íncias , augmon tando assimas difficuldades com que j á luctava o gabinete, que não

poderia con tinuar sem con tar com apoio franco de umamaio ria respeitavel pela sua fí rmesa e dedicação.

'

Houve sessões emque seria facil a opposição derrotar

o minis terio emques tão de con fiança dispondo de maior ia,embora occasionai.

N essa luta desesperadaemque o governo se debatia

semelementos paradebellar a crise que o ameaçava, vendo“

- 1 40

se abandonado pelos amigos que se mostravam t ímidos e

esquivos , e hos tilí sado for temente pela opposição escravo

crataque crescia e se avolumava, acudtu ao espirito do

conselheiro João Alfredo a ideia de dissolução da camarados deputados , recurso extremo facultado pela cons tituição ,paraconsultar

- se o paiz depois de reforma tão.

impor tan teque havia causado a scisão nas fileiras do par tido con ser

vador , cujo represen tan te e interprete no poder acreditava

ser o gabinete 7 de M arço .

0 visconde do R io B ranco, porém,vacillava,mos t rava

se hesitan te, propendendo mais a resignar o governo nas

mãos dos seus adversarios de momen to do que solicitar da

cordao emprego do recur so extremo dadissolução dacamarados deputados .

A o conselheiro João Alfredo repugnava o pen samen tode renuncia do poder an tes de exgo tar todos os meioscons titucionaes , ponderando que o presiden te do con selho

disponha de g rande talen to para convencer acorda de queera caso de consulta à nação para ver se es ta condemnavaou approvava a reforma social que sob os auspícios do

governo haviapas=ado emambas as casas do parlamen to .

E foram taes a ín sis tencia e tenacidade com que o

ministro do Imperio faziavaler sua Opinião, que o gloriosochefe do gabinete resolveu- se apedir a corda a dissoluçãoda camara, jus tificando a convenienciadesse acto polí ticocomrazões convincen tes e í r refuteveis .

Em seguida à exposição dos motivos magis tralmentefeitapelo visconde do R io B ranco, o Imperador que durantetodo esse tempo se en t retinhafazendo com o lapis fat ídicogaratujas inin telligiveis emmeiafolhadepapel, no tivemosoccasião de ver , levan tou-se rapidamen te, dizen o z—Lavrese decreto de dissolução .

O ministro do Imperio, porém, que o levava promptoem sua pasta, pediu venia para apresentei

-o aassignaturaimperial.

Foi uma verdadeira bomba que es tourou n ss arra.aes

da opposição conservadora, que já prelibava o goso da

posse do poder , suppondo que seria recusado pela corda o

recurso dadissolução que o governo se animaraa impetrarsemconfiança em ser bemsuccedido .

N aeleição a que se procedeu'

emvir tude da dis soluçãodacamara, merecemos a hon ra de ser eleito deputado pararepresen tar a

'

en tão provínciado R io G rande do N or te.

Tomando logar nas Bleíras governistas, proporcionou—u

N esse mesmo dia, immediatamente depois de nos sa

retirada, o minis tro verificando a my s tificação de que ia

sendo v íctima, to rn ou de nenhum effetto a n omeação do

dr . Benjamin , escolhendo para examinado r o respeitavel dr .

Carneiro , ín teg ro e illns trado len te da E s colaPoly lech n íca.

F oi po r isso que, con hecendo nós esse facto , cuj a

veracidade nin guemousarapô r emduvidadesde que o aliirmãmcs sobpalt vrade hon ra, não sen timos aminima surprezaquando o dr . Ben jamin Con s tan t , occupando a pasta da

guer ran o governo proviso rio , no espaço de an n o mais oumenos promoveu duas vezes seu proprio irmão aos po s tos

de ten en te coronel e coronel do exercito, acceitando elle

mesmo a celebre prom ção ao pªs to de brigadeiro , sendo

simples tenen te—co ronel, feita po r meiaduzia de cadetes sob

a inspiração do s r . S erzedello Cor reia no saguão'

do palacioIttamaraty

E n tretan to, apezar de haver feito tudo isso , depois deter pretendido ser juiz emum :oncur so emque o proprioconcunhado era par te in

'

eressada, mereceu os pomposose return ban tes t í tulos de pur is simo, immaculads e impeccavel

,comque o mais des tructavel dos geur t s o proclamava

incessan temen te da t ribt na da camara dos deput ado s do

Con g res so N acionalO con selheiro João A lfredo

, des fazendo es se ar r an j o de

familia, elevou—se mais ainda ar s nos sos olhos que já o

reputavamos umper feito h omemde bemSua ges tão na pas ta do Imperio foi amais fecunda em

melho ramen tos que perpetuam o seu nome n os fas tos

admin is t rativ r s do paiz, pr imando pela severa econ omia,pela mais r igo rosa moralidade, pelo mais co nsummadoescrunnlo na applics ção dos dinh eiros publ

icos .

S em ter ar reben tado uma verba de seu or çamen to ,

sem reco r rer acre di tos ou supplºmºn iªf ºs s

como fizeramtodos o s in lll t a t i ub'

que o an tecedeaun e lhesuccederam

,U D IO no rag

'

men an tiga como n o actual,

o

con selheiro João A lf redo deixou em sua pas sagem pelasr eg iões do govern : o s mais as s ignah dos e mais br ilhan testraços de se r alta cattacidade admin is trat iva.

A llres tão para at tes taremo seumer ito e;“

proclamaremasua glo r ia, o aj ardinamen to do campo da Proclamação . os

edifícios des tinados a escolas publicas , verdadeiros palacioserguufo s a ins trucção do povo . alémde muitos out ro sdocumen tos de seuext remado zelo e de seununcadesmen tidopatrio tismo.

E n trando para o governo a 29 de Setembro de 4870

deixando o poder a 24 de Junho de 4875 , o con selheiro

João Alfredo, duran te esses quasi cinco annos de ges tão_

da

pas ta dos negocios do Imperio, não desmen tiu um só

momen to o alto conceito emque era tudo pelo marquez deS ão Vicen te, a quem tan to venerou em vida e a cujamemoriacon sagraainda o mais profundo respeito e amaiss incera gratidão .

O nvimol—o sempre referir - se aesse g rande vulto polí ticocomaextrema delicadeza e summa reverencia que os bonsfilhos votamaos pais es tremecidos .

A fimde não fatigar os nossos leitores,reservamo-nos

para.

na seguin te r emin iscencia tratar da ultima phase

politica do notavel h omemde E stado .

1 1 de Janeiro de 4894 .

— 1 46

Alémdisso, ossne umtalen to rar íssimo de as similação,digerindo o que e commaxima facilidade, aprehen tendo

todo o pensamen to do auctor , reproduzindo comfidelidade eprecisão todaadoutrina, todis as theories , todas as opiniões ,sem escapar

-lhe amenor par ticularidade.

Temmais ainda ao serviço dessa in telligencia tão

prompta e tão lucida uma memoria felicissima. que lhe

facilita a con servação de larga s omma de conhecimen tos ,que possuo, adquiridos e accumulados emmenor espaço detempo do que commummen te é neces sario amuitos que decor o e alma se en t regam à s vigilias do es tudo e

pr nudeza dameditação .

Dotado de tão inestimaveis predicados , o con selheiroJoão Alfredo, dispondo de palavra facil e fluen te. con h ece

tambemos segredos da ar te de fallar naest ructuradaph rase,que lhe brota dos labios espon tanea, cor recta, incis iva,muitas vezes caustica e esmagadora.

Se não é um orador de effeito espectaculoso , que

impressione e fascine pelas flores de rethorica e pelos

deslumbran tes rasgos de eloquencia arrebatadora, não se

lhe pode con tes tar o merito de saber impor—se a quem e

ouve pela elevação de pen samen to, pela sabedoria de

conceitos , pela largueza de vistas , pela energ ia de

sen timen tos , pela influenciade linguagem, pelaprecisão de

argumen tos , pelapureza de ideias , pela altivez de caracter ,pela cor recção deph rase e pelo esmero de fó rma litteraria

que imprime em seus discursos convincen tes e persuasivos .

A os advers arios que, de preferencia a outro qualquer

membro do gabinete, o atacavamviolen tamen te no empenh ode des truir aquella força que con trariava seus calculos n o

seio do governo, o con selheiro João A lfredo respondia de

prompto, cheio de altivez, vibran te de energia, con scien te

de seu papel, eloquen te, calmo, sereno , desassombrado,digno, nobre, elevado, sent temer as ameaças , semcomprometter as conveniencias , semsacrificar a dign idadedo cargo, s em in timidar - se

, semvaciller , sem t ran sigir ,sem'

subuletter—se lEmM aio de 1 873 o dr . Hen rique Pereira de Lucena

adminis trava a en tão provincia de Pernambuco, quandouma h orda de vandalos , excitados pelo espí rito de seita;commetteu no R ecife os maiores excessos , quebrando o

incendiando uma typograph ia catholica e invadindo o

collegio dos padres j esuí tas , espancando

-os barbaramen teeªspattfando todos osmoveis do estabelecimen to

N dia seguinte ao emque se prati:aram semelhantesacto s de selvageria, o dr . José M i riano pretendia realisarum ineettng no largo do palacio para concitar o povof ºf t'f

'trºção de novos etten tados .

O dr . Lucena, presiden te da provincia, mandou que o

commtndan te das armas, general Wanderley , fosse em

pessoa intimar a dis solução do meeting por interesses daordempublica.

Quando o genera se aproximava do lugar , nemtempoteve para fazer a in timação, sendo recebido ao som dees trondosa vaia, queo atordoou, voltando immediatamen tea palacio afimde refer ir ao presiden te o que lhe haviaacontecido. O dr . Lusena, porém, depois de ouvir a t risteexposição feitapelo commandan te das armas , disse lhe comaccen tuado tomde energicadecisão :

Umgeneral, que em cumprimen to de seu dever ,dispõe

“de força, não se deixavarar impunemen te, porque

nes se caso lhe é lícito empregar 0 sobre e apatade cavallo

para fazer-se respeitar e obedecer .

O general Wanderley , acceitando aquella Iicção e

sen tindo -se com as cos tas quen tes , tornou ao lugar domeeting , respondendo apupsda com que novamen te foi

recebido, desbaratando tudo a g olpes de sabre e 9. patas decavallo.

N esse tempo aindanão funccionava o teleg rapho ent reo R io e Pernambuco . N o dia emque o paquete chegoudono r te, fa zendo a notíciadaquelles acon tecimen tos passadosn o R ecife, o deputado M ar tinho Campos , subindo atribunana sessão dacamaraà h orado expedien te, dirigiuao governoa mais vehemen te interpellação, tornando-o respon savel por

tudo qu n to se havia dado na cidade do R ecife.

O crn selheiro João Alfredo, minis tro do Imperio,ig norava completamente es ses successos por não ter ainda

recebido a cor respondencia ofií cial. Passando, porém, a

vis ta sobre o D iar io de Per nambuco , que alguem no

momen to lhe offerecera, e emque es tavamminuciosamen terelatados todos os factos , levan tou- se para responder ao

deputado interpellan te, exprimindo- semais oumenos nes testermos :

— N a ausencia completa de info rmações ofiiciaes porn ão haver ainda recebido minh a correspondencia, só me alícito julgar dos lamen taveí s acon tecimen tos passados no

R ecife e denunciados a camara pelo nobre deputado de

M inas G eraes , pela rapida leitura que acabo de fazer do

448

Diar io dePernambuco,devidoaobsequiosidadede umamigo

que m'

o facilitou.

«Se, porém, sao verdadeiros os factos descriptos po res te respeitavel orgão de publicidade, devo declarar desde

j á ao nobre deputado, acamara e. ao paiz que approvoin teiramen te o procedimen to do presiden te de Pernambuco ,porque achando-me emseulugar , dadas asmesmas circums tancías , euprocederia do mesmo modo. »

A energ icae cathegorica respos ta dada pelo minist rocom tan ta firmesa e decisão, fez desconcer tar no momen toos planos da opposição, que acreditava poder abalar o

governo, diminuindo a sua força e comprom'

et tendo o seu

pres tígio. tornando- o respon savel pelos deplotaveis e

trist íssimos successos do R ecife.

A opposição, porém, não desanimou, e tomando por

therna, como arma de hostilidade, o espadeiramen to dopovo ordenado pelo presiden te de Pernambuco e executado

pelo respect ivo commandan te das armas,não cessou umsó

diade lançar todos es ses excessos á con ta,de incapacidade

do governo , que afl'

roniando con sciencia nacional, se

iden tificava como auctor desses at ten tados , con ser vando o

acintosamen te no pos to , que com tão revoltan te abuso do

poder havia des hon rado .

O gabinete, incommodadodiar'

amen te comessamatinadaopposicionis ta, em uma de suas con ferencias resolveu

ar redar de seu caminho es sa pedra de escandal) , fazendo

retirar o dr . Hen rique deLucenadapresidenciada prov ínciade Pernambuco .

O con selheiro João A lfredo, porém, que se ach ava

presen te, ouvindo a resolução tomada por seus collegas ,disse apenas semalterar- se :

—N ada tendo que oppor adecisão dos membros domin is terie, v ivendo nós sob o regimen emque deve preva

lecer a opinião da maioria, res tame sómen te dizer que

an tes de ser lav rado o decreto de demis são do dr . Lucenado cargo de presiden te de Pernambuco, me será concedida

a exoneração do de minis tro do Imperio , porque eu não

me sujeito a referendar adesmoralisação de umamigo, quesabe cumprir os seus deveres

, para satisfazer as exigencras

e imposições dos adver sar ios .

E o que ,é verdade é que o dr . Hour

'

que de Lucena s ó

deixou a adminis tração da prov incia de i'

ernambuco ,

quando bemlhe aprouve, sendo- lhe, por acto da mesma

data, con feridas como premio de seus serv iços as h on ras

X X VI

ão se deve es tranhar que tão demoradamen te nos

occupemos dalersonalidade politicado con selheiro JoãoA lfredo, sabendo- se que fui elle o chefe, com quemmaisv iv emos emin ímidade, hon rando—nos com sua es tima e

dis tinguindoº

nos com sua in teira confiança.

Tinhamos ing res so em sua casa sem etiqueta e semce r imon ia, viv íamos no s anclualio do seu lar domes tico ,merecendo es tima e con fiança de todos , namais respeitosa

; r va

l

n ça, como se es tivessemcs no seio da nossa propria

fam] ia.

E xercendo sobre nos so r spirito decisiva e benetica

in fluencia, o ct n selheí ro João A lfredo encon t rou sempre emn os sa humildepes soa umamigo sincero , disvelado, respei

t oso e dedicado até ao sacr ificio .

Semque jamais o in ter r ogassemos , sabendo que elle

s e con trariava com"

pergun tas , esperavamo s que procurasse

ºon hecer a nossa ºpinião para que nos pronuncíassemos

comliberdade, com isen ção ,co m independencia, dizendo

lhe comfranqueza e lealdade o que pen savamos e o que

sen tíamos a respeito de qualquer assumpto , sobre que se

dig nasse ouv ir nosso juízo .

N as relações pessoaes cu políticas , quer como simples

cidadão , quer como deputado,nemlisonjeavamos suavaidadepara merecer suas g raças , nem desobedeciamos a sua

aus teridade para fazer valer a nos saautonomia.

N o papel sub iterno que desempenhavamos no scenar iopolítico , nem nos cur vavamos servilmen te aos seus acen os

de chefe supremo, nem í afringiatnos as r igorosas leis da1 6

122

disciplina, ,suavisadas pelo f ilme da amisadeo pelo influxo

daconfiança.

A'

primeira vis taa physionomia do con selheiro JoãoAlfredo reves te- se de uma severidadeque parece imposturascar rega

- se de um tom serio e g rave que quasi toca os

limites da car rama, que não fazmedo , mas que estabelece

a distancia respeitosa que se deve guardar a sua

aproximação .

N a in timidade, porém, não ha caracter mais expansivo;nemmaís j ovial, nemmais franco, nemmais attractive.

N ão ha pales tra mais in teressan te pelo espí rito , pelavariedade dos casos h istoricos que cita, (

'as anedoctas que

ccn ta, das pilherias quediz, do s apologcs que refere, pelo

sal comque tempera suas crí ticas, pela pimen ta com que

caus tíca o ridículo , pela ironia comque fere a in s en satez

e pela elevação de conceitos comquemoralisa os lumen s e

factos sujeitos asua apreciação .

Quando no anno de'

1887 , emuma'

das ultimas ses sões

do senado, o con selheiro Antonio Prado, ,us tificando o

requer ín en to que apresentou sobre sct n tectmen tos de

Campinas , emprasou o gabinete a adiantar na sessão do

anno seguin te a ques tão do el'emr n to sr rvil, o con selh eiroJoão Alfredo pt z

—se ao lado do illust re senador paulis ta,

pnoferindo notavel discurso , em que suggerindo diver sosmeios de solução do importan te pr t blema s ocial, disse

nessao ca sião quemuitos camin hos conduz rmà R oma.

N ós que e ramos então deputado, an tes »de partirmospara o noutedepois do encer ramen to das camaras , dis semo sao illus trado chefe pernambucano, que, quando t ivesse de

formar a sua es tat í stica, nos con templasse no numero dosque es tavamdispostos aacompanh al-o nagloriosa campanhada aboh ção,

E stavamos ainda no nor te quando se organisou novo

gabinete a 1 0 de M arço de 4888 sob a presidencia do con

selheiro João Alfredo, a quem.immediatamente dir igimºscar tade felicitação , por se lhe ter proporcionado o ensej ode seguir o caminho un ico que deviaconduza-o á R oma

,

e á immor talidade.

A o voltarmos ao R io a 26 de Abril daquelle ann o ,encon tramos o chefe do gabinete nadando em j utbif o,vrvamen te preoccnpado coma solução do problema, queconstituiav

o pon to cardealdo seu prog ramma do «

g overn o ,

ainda que visivelmen te contrariado com o proiecto no o

conselh eiro An tonio Prado lhe ser iam de São auto ,

— 424

feito nas altas regiões e perversamen te ll f'did') pelas

in trigas palacianas , desencadeiou—so a mais t remenda e

mais negra campan hadedi/famaçáo con tra o mais completo homemdo bem, que commetteu o g rande e i : .perdoavel

crime de haver concor r í lo como pres t igio de seu n omepuro para rehabílttação de uma raça condemned . e para

a glor ificação de sua patria.

A miseravel campanha princ'piada nas ct lumnas d t

imprensa opposicionis ta es tendeu—sc além penetrando até

no seio do conselho de E s tado convocado a—tucíos imente,

depois de varias promessas e de repetida seguran ça da

concessão dos meios ex tremos que a con s tituição facultava

e garan tia.

O que e cer to é que depois da celeb*

e ses são

do conselho de E s tado, realisada, se não n os falh a

a memoria, no dia 30 de M aio de 4889 . o conse

lheiro João Alfredo fdra obrigado a abandonar o poder ,apresen tando a co rôa a demissão collectiva do gabinete

1 0 de M arço.

Foi nessa afilíctívªe dolorosa c injunctura que ainda

mais admiramos a nobreza desse caracter generoso ,

que sabendo de onde lhe vinha o g olpe que o pr os t rarª,

não teve jamais umapalavra de desporto e de imprecaçãocon tra quemo tinha vibrada

Tão s incero, tão leal, tão nobre e tão magnanimo

se mos trou no fracasso que soflrera, prepara lc peh s

tramas que as ambições e a ing ratidã o tinh am ardido,

que ouvindo nos dizer que es t ivamos resolvido a n os

declarar republicano , v ivamen te impres sionaio e pr o

fundamen to aprehen sivo nos pergun tou

E_

o que se dirá, á vis ta de n os sas relaçõesDigam o que quizerem,

respondemos , [icon 10 depois_todos cer tos de que nesse passo obedeça unicamen te asminhas prepr ías inspirações .

"

T E,

inabalavel o seu proposito ? tornou o con

selhet ro .

— N emmesmo v . exc.

, a quem tanto prezo.

e

cuj a autoridade exerce em no; tao g rande t n f1 - encta,

lê capaz de fazer demover—nos de semelhan te reso

ução .

" " Dº que mºdº, accrescen tou, pretende vocemanifestar - se

N a tribunada camarados deputados, respondemos ,

1 25

quand t o novoministerio se apresen tar , seja qual for a

sua feição politica !

O conselheiro João A l'

redo ouvindo—nos falli r comtan ta firmeza e decisão, encolheu os h ombres e

dis se

Faça o que entender , cer to de queme con trariaemex tremo comes se passo que vai dar .

Comprehendemos toda a extensão dos seus senti

men tos .

A fer rado aos princípios e crenças que ainda h ole

pro fessa, o con selheiro não só se incommodava como

n ovo rumo diametralmen te opposto que tomavams s ,como t ªmbem receiava que se pudes se pensar que

fos semos.

nós o o rgão de seus desabafos,

servindo de

in s tr umen to aos seus despeitos , em Vista das relaçõesque en tre nós existiame sabendo-se que lhe eramos tãoobedien te e dedicado até ao sacrificio.

( or reram, porém, os tampas '

sem diminuir a

amisade que ainda hoj e lhe votamos, semen fraquece

rem a es tima e re speito que lhe con sag ramos , até'

que proclamou—se a R epublica a 15 de'

N ovembro de

1 889 .

Desde esse dia até ao de nos sa retirada do R iofrequen támos sempre a :asa do no s so amigo

'

e ex chefe,acompan hando-o D l sua adversidade e admirando ainda

mais'a rigidez do seu caracter aus tero e inquebran

tave .

Um dia ao lusco—fusco achavamo-nos no jardim sito

em fren te da casa emqua residia o conselheiro, quando

se aprox imaram o dr . S antiago e ' Luiz de A ndrale

que foram con videi-o para as sis tir ao banquete ofi'

ereciao

pela colonia pernambucana do R io ao general José

S imeão , que acabava de ser nomeado pelo governo

rovis orio para o cargo de governador do E s tado de

ernambuco.

O conselheiro João A lfredo respondeu com apurada

o r tezia e ex trema delicadezaAgradeço immenso aos meus illus tres con ter raneos

fineza com que me dis tinguem; espero, porém. queompreh endam que não .me é lícito n em me fica bemue, tendo sabido h a pouco tempo dos conselhos da corda,ame par te directa nos h .nquetes e festas que se fazem emuma daR epublica.

Peço, en tretanto, que par ticularmen te, sema solem

nidade de brinde, t ransmittam ao general Simeão meussentimen tos pessoaes de alto apreço elevada con si

de'

ração. s'

.Subimos depois emcompan hia dos dons moços

republicanos, que durante o trajecto não cessaram de

tecer elogios à nobreza de caracter , dignidade o pudor deestadistªpernambucano, que, dizemos nos, não Quer iaconftid me com o turbo do especuladores que

» sendo

monarchistas ,

a,

tbde N ovembro, no dia seguin te descara

damentesd apresen tavamrepublicanos exaltados

,Qlutra, .

vez es tavamos a paloman no mesmo pon toe omesma hora, quando, ,

no lado oppos td ao emquenos achavam

'

os , ouvimos chorar em* um movimen to dla

despedida.

, O conselheiro,

João A lfredo, observando aquellaacena que lhe cbmpungia o coração, dis se

-nos triatementecomtlióvido :

E stavendo, padre,minhaE ugeninha vao ficar) semprofessora, porquenão teqho recursos parapagar aquellla,

qualora se retira de nossa casa, por seremdiapenlvados os

seus serviços. l

,O subsídio e

_senador do Imperio e o ordenado de

conselheiro do s tado erama renda que garan tia a manue faltando-atue agora esses 43 con tos que

, possomais remunerar os serviçosal ugeninh az. »

não se envergonham“

impren sa se lovan tdilsendo ainda alvo de

cplummas do Diario Popular , nes te

em partida o covarde allusão que

dei se ,car tazos nas costas dos minist ros da monar

chiacomo annuncio,de suas prevarieações .

,

E sse infeliz porém, que tramitava eslsa ad

º

ron tosa

calu,mnia, _

os ; bxptando sua ferocidade, sobrando

maís'

tremendo cas tigo encerrado em um asyle dealienados , victimadamais objecto das loucdras , condemnadocomer as proprias fezg

s , illudindo vigilancia do guardau 0 .q

e comtan to brilhan tismo figuroua

, .

do vave hoje na penumbra a qdo se

J

dapdo _

o exemplo de verdadeiro pat riota, semnadaaspirar , _

sem abdicar de seu passado, Bible emanos crenças, intradsigente em seus principios,mantendo

X X V I I

inda não pudemos esquecer o cbdro sen tido do s r .

Quin tino Bocayuva sobre a desas trada mor te doimmor tal propagandis ta republicano , dr . S ilva Jardim

O que falta principalmen te aos homens que se

pr oclamame se inculcamchefes , ea sinceridade, vir tude

rar í s s ima no nosso mundo politico .

q uan to palpitavaaquello g rande coração depatriota,o in trepido agitador ora olhado com prevenções e desdora

pelos que se ar rogavama suprema direcção do seupar tido .

Quin tino Bocayuva detes tava- o, porque encon trava naquella

natureza iudomí ta resis tencias mascu'as , que O s poderiamser vencidas

'

pela rerfidía, pela in triga e pela t raição .

S ó devem ser acreditados no pran to, que der ramampela desgraça tragica do emin e n te cidadão, aquellos que

s inceramen te lamen taram sua exclus ão acin tosa do seio do

con g resso nacional !Sampaio Fer raz, fazendo a apologia do inditoso S ilva

Jardim na camara dos deputados , em um rasgo de

s inceridade que e hon ra, declarou que todos deviam as

cadeiras que occupavam naquelle recin to , ao es forço

patriotico de quem tan to se empenhou pela causa da

R epublica.

E en tretan to , para vergon hado governo provisorio , de

que fazia par te o s r . Quin tino Bocayuva, o notavel prepa

gandista dalli mesmo fo ra exr luidp, dando—se en trada a

uma enxur rada de per feitas nullidades; ques jamais cogita

ramemsua vida dapossibilidade sequer de figurar no seio

de umaassembléa politicalN aquelle cong resso de des ignados exis tem individuos ,

17

— 1 30

arrolados comas ins ígnias de represen tan tes da nação , que

não ousariam apresen tar- se como candidatos

,se a eleiç ão

não tivesse sido uma farca revoltan te, em que figuraram a

imposição e a fraude o fficiaesE foi jus tamen te por is so que S ilva Jardimnão tev e

licen ça'

para en trar naquelle recin to , onde Sampaio Fer razproclamouo requin te da injus tiça e ingratilão, de que o tmmor tal prºpagandis ta fora victima pela inveja e pelo odio

dos chefes que es tav rmno poder .

Agora é que se lembramde serviços relevan tes pres tadospelo in feliz moço à Patria e a R epublica

Hypocritas

Como não tememmais a sombra daquelle her oe da

prepaganda, afivelamamascara e mos tram-se pezarosos e

compungia s l Como tudo isso é_

asqueroso e repuls ivo !

A ultima phase da v ida des ses h omen s tem sido a maistr is te emais vergonhosa, repleta de miseraveís con tradrc

ções e de revoltan tes h ypocr isias .

q uauto o G eneralís simo conservava—os presos amangedoura, todos formavamumcbro un isono para procla

mar suas glor tas, exaltar suas vir tudes e precon iser sua

alta capacidade politica e administ rativa. O s r . CamposSalles , tendo em São Paulo de

'

apadrinhar uma crean ça,

e pergun tando- se como se chamaria, apres sou

—se emres

ponder comexpressivo ar reganho de general de bobagemDeodoras es t nomen ej us O nome des ta creança eDon

doro l

Que bajulação e que desfructe IE en toaram- se can tícos fes tivos por ter uma familia

conquis tado a g rande e inexcedivel hon ra de possuir umDeodoro no seu solo !

O general Francisco G licerio levava o seu en thusiasmopelos meritos do G eneralí ssimo ao pon to de declarar emumbanquete polí tico que o heroe de 1 5 de N ovembro, nãodevia ser eleito, mas simproclamado primeiro presiden teda R epublica. Hoje, porém,

tudo es tá mudado . Depois

que o marechal Deodo ro se ah or receu dessa gen te, enjoadosem duvida de teu as humilhações vergonhosas , vendo

es tragados seus chmolos , que todos elles lan. bíamsatisfeitos

e felizes , não houve apodo que lhe não fos se ar remessado ,nemviles i qnt

—3 lhe não“

us aat irai t a face .

N emmais se lembraramde que tinhamantes glor ificado

apropria or y sipcla do G enerah ssimo , cuj o nome pronun

cíavamcoma bocca cheia, e constituía a hon ra a glor ia

N essa convuls tva agitação , porem, emque vivem se

debatem, pondo-se sempre em evidencia, emporcalhando

agora agamela em quemanjavam e chamando de causa

ruimao idolo que in sen saram. ar riscams se acomer t remenda vaia

, promovidapela molecagem, que, ao som de es t ri

den tes assobios, lhes g rite bemao pé do ouvido

A os bas tidores , generaes de bobagem!H de Julho de 189 1 .

X XV I I I

e emdia nem ha sinceridade nemmodes tia nos

meus publicos .

E ssas virtudes , que ornavamos cidadãosmais notavoisdo paiz, desappareceramcompletamen te entre nós do mundo politico . Todos on quasi todos se consideramchefes e

s e dizempatriotas .

Quan to desembaraço e quan taprotervia!A n tigamen te os homen s eramsemduvidamais sincoios

e mais mbdes tos ! Umg rande servidor do E stado, a cujobem havia consagrado seus talen tos , sua illns tração, suaact ividade, suas insomnias , sua dedicação e seupat riotismo ,diz ia se simplesmen te um cidadão que cumpria o seudevermais vulgar . Agora que fatuidade su; pr o mérito e a

gabolice subs tituiu f ranqueza, qualquer to se proclamapatriota

'

coma mesma facilidade e sbm-ceremonia, querevelamesses den tis tas da praçapublica, quese at tribnemmeritos excepcionaes e se inculcamseres maravilhosos

-A té o s r . Cus todio de M ello cahiu uma,trivialidado,

dizendo na camara dos deputados que selho empres tamsen timen tos de despeito, quando ao contrario

,se; tbmmos trado patr iota peran teo cong resso.

Sen timos deveras que o illustre marinheiro tivesse

assimseguido o exemplo das vulgaridades pretenciosas .

Conhecemos individuos semmerito algum, seminfluencia,sempr es tigio, semforçamoral, que se possuem realmen tedo papeldechefe que se inculcam, mostrando—se cheios de

si, ar rogan tes e insolitos , cimo se tivessem o res na

bar r iga !

O s sectarios da politica dos generaes de brigada são

são insignes na representação dessa verdadeira farça ridi

cula e bnrlescal— N aminha qualidade de chae,

diz u'

n parvo , não

e llL' ili ! liando nar meu p s t r de h .; n t a l

Como chefe, accrescen ta outro , ten ho o dever de

conduzir os amigos ao campo de combate—Iã veque sendo eu chefe, nãome ficam bem cer tas

cousas . .

E só se ouve por toda a par te a palavra chefe, pro

nunciada emphaticamen te por ver ladeiras nullidades , que

não reunemnemum t í tulo que as recommende a confian ça

publicaAn tes de ser chefe, diz um tolo en tatn sdo , t inha

eu liberdade de externar fran camen te meu pen samen to ;agora, porém, queme ach o inves tido do mando , cumpre-meguardar cer tas convtenencias .

Outr'

ora os h omen s erammenos pretenciosos emen os

tôles . Via—se umcidadão , que pelas suas virmles , . pelasua hbn radezapelos seus g randes udo tes de espir ito e ae

coração, se con stituiu o cen t ro de todos os respeito detodas as :onsiderações , de todas as homenagens que lh e

rendiam aquelles, que lhe reconheciamos uter itns e se

subordin ivam'

as suas inspirações .

E sse cidadão tornava—se o verdadeiao ar bitro dos destin

'

os do Jlugar , pela illimitada confiança que conquis tamoorbªasuperioridade de seucriterio e coma prudenciade seuscon selhos .

Todos recorr iamao seu sabio :j .vian , que ora sempr )

obseivado'

como sen tença proferida em ultima"

in stan cia,

taes eramo p'

es tigio de que gosava e a sabedoria“

de suas

opiniões ! Quando, porém. algumadmirador , em, sincera e

cordial expan são—o den ominava de chefe, most rava-s e o

manda chuva jnõbmmodado, dizendo sem'

affectacã i e s emar tificio u u dad son chefe ; í considero—melapenas ums implescompanheiro deªtum, excedido por meus bon s ' amigos em

ãervico

lsª

'

f'

e dedicação a causa do partido, que tudo lh eseVe.

E ra a ss im,"mais ou menos , como se exprimiam os

homen s de recon hecido pres t ígio .e indisputavel in fluen cianas'itocalidadeq ne

'

eramseus verde leiros dominios fendaes lHoje aíoonsa edifferen te

Qualquer —« sujeit o sem in telligencia, sem saber , semvir tudes , sem in fluencia, sem prest

igio , sem for ça.

-mu ral,semtitnln

'

aiga'mªde superioridade, s

'

e idiz bheia, se piocl «ina

X X I X

emos em.

scena o impavido generalCampos Salles , quetema louca preten ção de refo rmar a cons tit .. ição repu

blicana p i r meio de ridiculos projectin h os , que são outros

tan tos pr oj ecti atirados con t ra o reg imen presidencial, deque en t retan to se mr s t ra fervo roso adepto, e cujos pcderespr ocura c

ªrcear pormodo indirecto e imper tinente.

Sempre enfatuido e con t radicto rio, é o proprio general

quemse encar rega de des t ruir suas propos ições desmascar an do—se e revelando fundo neg ro de seus sen timen tosan ti—relig iosos .

N ão ha, não houve, nem haverá nes ta ter ra de San ta

Cruz min i—t romais in imigo daeg reja do que es se enª

pavesa

do general de bobagem, que se acredita amaiar notabilidadedo mundo politico .

Vencido n o seio do Cong resso que nada estabeleceu na

con s tituição sobre precedencia das ceremon ias civil e

religiosa, 0 Pombal caricato quer agora refo rmar a mesmacon s tituição, obrigando a precedencia do casamen to civil e

impondo penas ao sacerdote que celebrar o acto religiosoan tes daquellaformalidade l

N a exposição , porém, que fez para jus tificar o seu novo

projecto, o impavido general se condemnou pela tris te

con t radicção emque cah iu e emque pretende reincidir . D iz

elle que o governo provisorio , es tabelecendo o casamen tocivil, teve emv is ta tirar as le g í timas consequencias da

s eparação da eg reia do es tado , pr : curando principalmen teque a liberdade de cons ciencia fo

'

se completa, e por is s o

tomando po r base a tolerancia, mostrou o maior respeito a

1 8 º

—1 38

todas as crenças , procurando não exaltar os espiritos nemapaixonar os animos .

—Foi assim, accrescenta o celebre general, que na

lei se estabeleceu o principio de ser o acto civil prat icadoan tes ou depois do religioso. E eraainda logica es ta disposição da lei, porque sendo só valido para os effeitos jur ídicoso acto civil, n ão tin ha o poder publico de sepr eaccapar como outro que nada valia.

E'

is so sem tirar nempôr . Se o E stado só recon hececomo valido o casamento civil para os edeitos jurí dico s ,tirando assimas leg ítimas consequencias da separação da

eg reja do estado, como se explica essa insis tencia de to rnarabrigatoria a procedencia daquelle acto, res trin g indo tão

revoltan temen te aliberdade de consciencia Se o casamen toreligioso nada vale aos olhos dos que desconhecem sua

sublimidade, Ctmo é que sepretende prohibir uma cousaquena suaopinião in

sen sata não exis te ?

Que impo r ta ao E s tado que os cidadãos dispensem as

van tagen s que lhes ofierece a lei civil, quando nen humprejuizo causamaomesmo E s tado, que nada perde coma

preferencia dadaà s van tagen s espirituaesJá é uma verdadeira tyrannia es tabelecer que s ó será

valido para os effeitos jur ídicos o casamen to civil, con t ra

r iando assima consciencia catholica, que se ve v iolen tada

a su,eitar—se ao que lhe repugna para garan tir os direitos

civis da familia. A os inimigos r ancorosos da eg reja não

satis fazemessas violencias inspiradas pelo odio que vo tamarelig ião, e pelo espirito revolucionar io que os ar ras ta a

semelhan tes excessos .

O s demolidores dos principios catholicos vão além,e

querem impedir que os sectarios das leis de Deus e da

egreja vivam ccmo quizerem, cbedesendo às inspirações

de suas crenças , aos impulsos de seus sentimen tos , aos

dictames de sua razão e aos es t ímulos de sua conscien cia !

O generalCampo s Salles , paraprovar que sinceramen te se

in teressapelos direitos emoralidade da familia, devia ch egaras ultimas con sequencias de sua doutrina, propondo n esse

senado de livres pens adores que se impuzes se a todo s os

amancebados a obrigação de se casaremcivilmen te !E chega a tal pon to o furor satanico dos inimigo s da

religião que até nemconsen temque o clero catholico cumpraseus sagrados deveres , combatendo essa politica depravada

que tudo pros titne, que se pretende implan tar no solo do

Brazil, cujos habitantes, em sua quasi totalidade, abraçam

1 40

men te sob palavra de hon ra. M as é que ambos dispensaramo in s trumen to de escriptura publicap

or desn cessar io,não pagaramdireitos a fazenda naciona não observaramfinalmen te as leis reguladoras des sas t ran sacções .

A venda é eviden temen te nulla.

M or to o ven dedor , apparecem naturalmen te o s seus

herdeiros para reinvindicar o bem que de'

direito lh es

é res tituído, ficando a familia do comprador de boa fé

reduzidacompletamen te amiseria. A culpa não pode ser

do E stado que estabeleceu lei»

, que regulassem esses as

sumptos , mas simdos que não queremobservei—as , expondo

se aos prejuizos , que dessa inobservancia possamresultar .

Só o cidadão temdireito e dever de zelar os seus dir eitos emtodas as relações davida.

O E stado nada temque ver com. a economia de sua

vidain tima, _

desde que obedecendo às in spirações e esti

mulos de sua consciencia, não fere nem prejudica os

in teresses da r ommunh ão Social.

Deixemos demolidores que os catholicos se cacemcomo quizerem, segun io a lei de Deus ou segundo a lei

dos h omens . N ão atten tem con tra sua liberdade, impondo- lhes

,aquillo que podemdispen sar comou semprejuizo ,

pelo qual são os unicos ras gonsaveis peran te Deus e a pro

pria con sciencia.

E'

tão simples e tão claraes ta questão

O carbolico que não cumpre a lei civil, casando -se

sómen te peran te a eg reja, nesse caso sujeita—se a pena da

privação das suas van tagens , que são a segurançae garan tia

dos direitos de succes são e de herança I

0 impavido general, porém, en tende que a formalidadecivil deve sempre preceder ceremonia religiosa. Is to não

é sómen teuma ty rann ia, e tambemdesaforo33, E ssePombal caricato pretende celebrisar—s e accen tnan

do o odio que vota à eg reja.

N ão comprehende es se des fructavel que por _esse modo

es tá cada vez mais impopularisando esta desg raça-ia repu

blica, j á tão falseada e pros titn ida.

isaias

, Se e se cong res so, que votou a :on stituição , em que

nada se dispoz s sbre precedencia das ceremonias civil e

religiosa, se desvairar approvando o satanico projecto que

o s r . Campos S alles asaba de apresen tar , ann nllando a

propria con s tituição , promet temos que ninguemn os excederà napropagandaenergias , vigorosa, con s tan te, na imprensae na tribuna, con tra os inimigos da egreja, que pretendem

IM

fazer da R epublica o inst rumen to v ilde suas paixões abo

minaveis , o t ris te campo de snas'

j ovpes explorações .

Se o regimen republicano é isso que querem e que

pregam os generaes de bobagem, inimigos da religião e da

eg reja, propondo- se :extinguir no coração do povoj o sen ti

men to catholico, nes se caso não ces saremos de g ritar cheios

de indignação Diabo leve semelhan te R epublica !47 de Julh o de 189 1 .

— 1 44

sednctors s expostas como pensamento criminoso de illudirao pobre povo,que sempre se deixa impressionar como bemque lhepromettem,e apaixonar pelos prog rammes que asseguramag randezae felicidade da palma.

Apenas organison se o governo proviso rio ,preparon- se

a en scenação magica,comque os pelotiqueir os cos tumamen

godai a crednltdade do publico que os con templa,excitandolhe a imaginação comos deslumbrameiitos do sublimee comas fascinações do maravilhoso !

O s r . R uy Barbos s , que era o cabeça ea lín gua dos novos ar tis tas , teve a incumbencia de o rganiser o gabinete de

pr es tidigitação, emque sedeviam realisar sor tes as maisengenh osas s escamoteeç ões as mais sorprehcnden tes l

Pelo orgão do min is tro da fazenda, verdadeiro reidos

magicos , o governo provi - orio fez afiixar no fron tespicio do

seupalacio encan tado aquelle famoso car taz,emque, recheiado de legendas tão sedncioras , se r ccnltavsmin tnitos tão cri

minososE is aqui o elix ir maravilhoso que o grandemagico de

scobriu,;para fazer cicatr'

sar as feridas do organismo nacio

nal,aher tas pelos abutres da monarch ia :

«Cor temos ener gicamen tenas despes as . E liminemos as

f ePª. f lÍCõPs inuteis E s treitemos o amli itoíanfª

í fnnccionalismoreduzindo o pes soal e remunerando liemelhor

“os serviço

For taleçarn os e moralisemos a adminis tração, no r

teando escrupulosamen te o provimen to dos cargos'

do E s tado

pela competencia, pelo merecimen to , pela capacidade. Limitemo s as aposen tadorias aos cas os taxados na lei e

,

fora des tes . apenas às exigencias mais imperiosas de umaselecção severa. N ão mullipliquemos as pen sões , emque ,

gotta a gºtta,'

se podem avolumar tor ren tes de dcspeza

ar ruinadora. Cinismo nos , na creação de serviços novo s ,

anecessidade absoluta, fo rcejando qu: n to ser pos sa, para

que. a cada parcella nacolumna dos sacrificios co r responda

umaverbacompensadora nadas economias .

«'

Fuj amos do filhotismo republicano, t ran s fo rmaçãoimmoral e funes ta do antigo nepo tismo monarch ico , não

con tr ibuamos para,con tinuar a man ter , sob as n ov as

ins tituições , os habitos de uma nação de pretenden tes . E

se pr ocedermos as simteremos meio camin h o vencido para

a re orma de nos sas finan ças , e recon s tituição de n os so

credito e fecundidade de nos sas for ças vitaes . »

Que . ironia pungente, que sarcasmo revoltante, que

1 45

escarneo desavergonliado, cuspidos face da nt çãe escan

dalisada ! N unca se augmen taram ão descaratlimªn te as

despezas publicas , elevan to e o rç un en to à fabulosa sommide t resen tos mil con tos , segoule os calculos do s r . con se

lheiro Saraiva.

Emvez de eliminar , o governo provisorio creou repar

tições inuteis , assumindo o funcoronalís rn o propo r ções

ater radou s . A inda não h ouve exemplo de desmoralrsar - setan to a admin is tração , provend,

- se os cargos publcos pela

incompetencia e pela incapacidade !A s aposen tadorias escandalosas multiplicaramse fera

dos casos taxados na lº i para encaixar - se a afilhadagemin saciavel ! (Joncederam-se pen sões a meio mundo , s emcr iterio,

s em escrupulos , semprevisão , semmoralidade,avelumando - se as sim tor ren tes de despeza ar ruinadora i

Crear tm—se ser viços desnecessarios , cor respondendo a

cada parcella na columna da ociosiia-le uma verba onerosa

nadas dis sipações .

Em tempo algum, o tilhotrsmo imperou tão desbragada

men te como no regimen immo ral e funes to do governo

provisor io , que con tr ibuiuitnpuden temen te p raman ter , sobas n ovas in s tituições , os habitos de uma nação de pretenden tes . N as regiões do poder , n ão ha n ot ica de se haver

Jamais dQs ô D HHVIdO tão cynicarnen te o espir ito de gananciae demercan tilismo

, que tan to tem concor r ido para o des

credito do B rasil.

A his tor ia do g ., vernu provisario a mais tris te e a

mais vergonh osa ! E esses h omen s , que ainda vergam sobo peso das miis tremendas accu—ações , que ainda não 5

llls trlicarain das imoutações mais g raves que lhe tem sido“ªlmª, que ªimh não explicarama o rigem das for tunas que

muitos os ten tam, e das que fizeram seus paren tes e amigos

accuo

mular : esses h omen s condemnados n o tribunal daºpin ião

.

n tcional pelos crimes que no poder commetteram,

per segui l-is pelo clamor publico que os acompanha implacavelmen te, denunciando—os como reus de feios delictos :

raltdade publica o s ten tando car ruagens deslumbrantes e

magn ificas parelhas de Cavallos de raça e habitando

palacetes sumptuosos ; es ses h omen s ainda alimen tamlouca esperança lh tornarem ao poder , donde sahirarn

ç'

ober tos de oppr r li zio e expos tos ás maldições do povoindignado .

X XXI I

ão ha quempassacomprehender o que se es tá desen ro

lande n o scenario politico do paizA s scenas são tão ex travagan tes e os personagens tão

malcaracterisados , que o publico tica suspenso, nãotsabendoo que realmen te se represen ta, pelo en trech o] desconnexoda peça e pelas situações disparatadas que se isuccedem.

Tudo é my s terioso , imprevis to , in trincado, incomprehen sivel, despropcsitado , impossivel

Parece que os h omen s , a quem cabe'

maior respon sabi

lidaoe pelos des tinos da patria, perderam a tramon tana,enlouqueceram, dando por paus e por pedcas , cavando

ahy smos e precipitando- se emdespenhadeires insondaveisN in guem se entende nessa balburdia in fernal

O s es tadis tas que compuzeram o maldito governo

provisorio estão fatalmen te con lemnados , ir remi sivelmen teperdidos na opinião nacional.

Tudo que edificaramse desmorona ao sepre da verdade

que os esmagaN esse catacly smemedonli i , emque se afun laramtodas

es sas con sciencias perver tidas , todos es ses caracteres

apodrecidos , todas essas naturezas aves sas ao bem, nen humdelles escapaavoragemque os at trahe e os t raga. E s tão

pagando bem caro as perseguições que moveram'

con t ra

a eg reiae as profanações quepraticarampretendendo polluiras cousas sag radas

E n tre no : , nes te E s tado , emdata muito recen te, deus e um facto palpitan te des sa tremendazverdade. Quandoo s r . JorgeTybiriçã auto ris riva que verdadeira hordadeberberes inv rdisse a egreja do Colleg o para abater seus

«152

altar es e profanar o sanctuario com a picareta demolido ra,um raio imprevis to fulminouo sacrilego tyrannete, fazendo

o rolar as escadas do Palacio emcuj is polt ronas se r epimpsva, até cahir nos braços do generaldas patacoa-ias , que

lhe ergueuvivas n omeio da rua como querendo resus sitaE—o .

O satrapa não exper imen tou o prazer satan ico de ver

consummadaa obrada des t ruição de um templo de D eus

N ão poude vencer a on'a demaldições que se de

'

car rega

vamsobre sua cabeça amaldiçoada.

E il-o aes tercar - se convulsamen te emagonias pungen tes ,adebater—se desesperadamen te em t r i—tiSSimas conjecturas ,semsaber como e porque havia cabido, sen tindo apenas a

pressão cruel de uma força occiilta e ir resist ível que o

esmagava !N emos vivas levan tados pelo generalCampos S alles ,

nemo teleg ramma expedido pelo s r . Pruden te de M o raes

tiveram o poder de afugen tar os phan tasmas que povoavan1sua imaginação ater rada

, que implacavelmen te o apavo r a

vam, vende se repen tinae bruscamen te enxotada daquelle

recin to, onde imper turbi velVomitava orden s sac'ilegas e se

considerava seguro e invulneravel

E'

es ta a sor te reservada aos que nutrem e os tentamsen timen tos de ir religião e de impiedadeQuemreflectir ummomen to sobre o s desas t res exper i

men tados pelos membr o s do govern o proviso r io e seus

sequazes , não poderá duvidar da in fluencia e acção des s aforça invis í ve

'

l, que pesa inexoravel sobre a fron te ma'

ditados inimigos da eg reja, abatendo o seu o rgulh o , aparen teseus golpes , suspendendo seubraço , paraly sando seumov imen to, impedindo seus sacr ileg ios , despejando os dos s eus

gozos , confundindo sua temeridade, humilhando - o s , expo ndo—os ã execração publica, assignalando os com o fer r ete

damaldiçãoO s

,membros do govern o provisorio es tão sujeitos a

essa pena ter rivel !Parece que uma sombra implacavel os acompan h a

por toda a par te, per seguindo—cs

, apavo rando—os , fazen do

lhes soar aos ouVido s uma voz ater radora, que os amofin aos tor tura e os condemn a.

N ão podemter socego, nempaz , nem t ranquillidade,

nem confiança, nem coragem, riem esperan ça de salvaçao !

Tudo lhes sabe ao con trario do que desej am e do

que pretendem,

X X X I I I

ii um t ríumph o ou um desas tre o discurso proferido

pelo s r . Quin tino Bocayuva, na sessão secreta da

camarados deputadosO corresponden te do E s tado de São Paulo

, em tele

g rammaexpedido do R io, parecia exultar de jubilo dizendoque o s r . Quin tino con seguira omaior t riumpho quepoderiaalmejar na sua vida politica, proferindo emdefeza dot ratado de M on tevideo umdiscurso , que impressionou ca

mara, a s tituindo umverdadeiro successo .

A s folhas daCapital Federal aiinunciaramque os de

putados A ris tides Lobo e Demetrio R ibeiro promoviamumbanquete ofl

'erecido ao negociado r , no qual receberia o s r .

B ocayuva a sagração de chefe supremo do par tido republi

cano do B razil

Por aquella teleg ramma encomias tico e notíciasespalhadas no R io, todos chegarama acreditar que o

illus tre senador federal houvera esmagado a calumnia, :de

que fere victima, produzindo defeza completa em favor

do tratado, ,que a opinião nacional condemnava e

r epellia.

A solemnidade dacasaca, aexh ibíção da caixa de folha

que conduziaos documen tos , a seren idade imper turbavelque se revelava na pliysisn omia do negociador , o tomcathegoríco emque começara a o rar , a fidalga compos turacomque se apresen tara peran te a camara que tinha dejulgar a suaobra, tudo indicava que a h on ra nacional es tavasalva e que tinhamde ser restabelecidas os creditos do

es tadistae diplomatabrazileiro .

Seriaessaa conclusão unicaa chegar , jse o s r . Quintino

— 1 58

Bocayuva tivesse comaffaite pronunciado umdiscurso queimpressionasse a camara, fazendo verdadeiro success o, e

conseguindo o t riumpho mais esplendido de sua vida

politica.

Que tris te engano e que amarga decepção !,A quella teleg ramma do cor responden te do E s tado de

São Paulo não passavade pungen tissima ironia, com que

se exprimira e. dolorosa impressão causada em todos os

animes pelo mais lamen tavel dos desas t res polí ticos que se

pede imaginar . O que preferiu o s r . Quin tino não foi umadefeza

,mas umaIcon tissão do seu er ro 1 N ão se justificou

das accusações sofirí'

das emlongo e profundo silencio , masprostrou- se peran te o tribunal da opinião publica. N ãoar ticulouargumen tos , comque pudesse levar a convicção aoanime dos seus julgadores , mas soccor reu-se a argucias que

produziram resultados negativos .

N ão se sacrificou, como pretendeu fazer crer , poramor da. Patriae da R epublica, repudiando suapropria obra,mas apegou- se aumar tifício grosseiro para fugir à condemnação imminen te que o ameaçavademor te

N ão salvou os seus creditos , mas compromet teu- se cadavezmais . N ão foi um triumpho, mas um desas t re. N ão

foi uma victoria alcançada pela sagacidade diplomatica donegociador , mas uma t ris te vergonha para a polí tica republicana ! O sr . Quin tino Bocayuva concluiu o seu famo sodiscurso

,aconselhando a camara que rejeitas se o t ratado de

M on tevideu, por conveniencías de momento, para quebrares sa arma, explorada emanejada pela prepaganda sebas tianista

, que se avolumava e que era preciso reprimir portodos os modos .

E sse conselho não foi inspirado por con ven iencia demomen to , mas sim como tris te r ecur so de occasião ! O n o

gociador do tratado sen tia- se esmagar sob o peso da opinião ,

que se aeolumaea e que era preciso cortar on illudir por

todos os meios , e por isso t ratou de inven tar es sa propaganda sebastian is ta, que explorava essaques tão .como arma deguer ra con t ra a R epublica !

Seriamais bonito, mais sér ie, mais elevado e mais n o

bre,se o s r . Quin tino, reconhecendo a exacerbação produ

zídano espí rito publico pela criminosa ces são ao es trangeirode g rande par te do territorio nacional, tivesse a co ragem e

franqueza de con fessar o seu er ro,sua fraqueza ou sua

incapacidade, pedindo bordão por não haver sabido cor res

ponder a grandeza do seu papel e acon fiançada pat ria,

— 460

aquelle mon struoso t ratado a golpes de espada pela in tervenção decisíva do G eneralíssimo, e po r is so não cassava,t ratando desse as sumpto , de alludir ã solidar iedade de

g overno provisorio desde o chefe até o ultimo general debrigada.

N ão quiz o in feliz embaixador ccmprehender que, .se

não foi condemnado immediatamen te pelos seus pr oprios .

companheiros , deve attribuir somen te ao in fluxo de sen ti

men to de compaixão , para n ão expel- o ã execração pcpular ,

que j á naquelle tempo s e fazia sen tir po r todo s os o rgãos

da opinião publica. N ão acredito o s r Quin tino que ccnsegniu illudir o espirito nacional com seus g ros seiros ardis .

Já se falta no R io de um outro banquete, quese vai

offerecer ã commissão especial, pelo parecer que elaborou

rejeitando o celeber rimo tratado, que teve a sor temerecida,sendo até repudiado pelo seu preprio negociado r .

E sse banquete pro,ectado para glor ificar o patr iotismoda r cmmissão especial, é o tir o de hon ra disparado sobr e

a cabeça do s r . Quin tino Bocayuva, que seria mais feliz

se tivesse naufragado a bordo do couraçado R iachuelo, queo conduziu ao por to de Buenos A y res , corn cujas festas

est rondosas se deixou atordoar,cedendo de mão beij ada

aos argen tinos t resen tas lagoas de ter ritr rio brazileiro , que

ainda assimnão são sufiicien tes parapagar as des

pesas feitascom sua principesca recepção !

N as g randes , como nas minimas cousas des te mundo ,

se vesempre o dedo de Deus .

te de Agos to de 1 89 1 .

X X X IV

inda não tivemos tempo para con ver sar sobre a

decretação do subs ídio dos senadores e deputados do

cong resso federal.

E'

simplesmen te maravilhoso e que se es tá passando

no scenario politico do paizE

'

uma cousa tris te, depr imen te, vergon h osaParece que os homen s , a quemcabe maior somma de

respon sablidade pelos creditos e es tabilidade das_

nov as

in s tituições , timbram em cada vez mais desmoralisal-as ,efferecendo à nação o mais lugubre espectaculo , que _

o

espí rito mais pessimis ta e a imaginação mais sombr ia nao

poderiamconceber nem esperar

N aques tão de subs ídio o cong res so federal lav rou sua

propria condemnação , con fes sando sua fraqueza, sua

incapacidade moral, sua completa ausenciade pundon o r

e de patrio tismoº que. po rém,

é mais engraçado é o s r . A ris tides Loboacoimar de sebas tianis tas aquelles que tem a coragemde

denunciar esses escandalos , es sas tris tezas , es sas miser ias ,es sas vergonhas !

Quando se discutiu o projecto sobre subs ídio , o pais

conheceu logo aman ha e má fé , reveladas pelo co n gresso.

que pretendia fugir as diflículdades , commet tend i ao governo a tarefa demarcar o quan tumdeviamseus membrosperceber diariamen te.

N o regimen darabideos senado res ganhavam e

os deputados po r dia.

A cons tituição'

ederalde 24 de Fevereiro egualou o

subsídio dos senadores e deputados , semfixar respecti2 1

Poder—'

se-ha acreditar que o hon rado e in tegerrimopresiden te do senado tenha sido est ranho ã confecção dessa

folha em qu' com tan ta an tecipação e inºppor tunidade se

decretou o subsidio dos senadores à rasão dediarios

Será pos s ível que o res to da masa tenha commettidog rave abuso de conflan ça, illuiinde a boa fé e compr omettendo os creditos de seu illus t re presiden te ?

0 t º. secretario suppoz produzir umadefeza em favordamesa do senado, e a tris te verdade é me compr omettena cada vez mais

,atlegando uma an tecipação que mais a

desabona e con iemnaG isele é unica n a h is toria das esper tezas par lamen

tares . O que o cong resso, por falso poder, não se animou '

praticar , a mesa do senado resolveu despejadamen te semprotes to e semreclamação . A quella fixa ão de subs í dio

,no

maximo a que poderiachegar , foi uma verdadeira in sinuaçãoou an tes uma supplica dirigida ao governo, a quem j á se

sabia seriacommet tida a faculdade de agneler a diaria quedeviamvencer os membros do cong resso !

O governo devia ter feito ouvidos demer cador a essa

supplicaindecorosa, dando ao mesmo tempo uma ficção demes tre

,reduzindo a50$000 o subsídio dos senado res , a quem

caridosamen tepoderiadizer para desculpar- se perdoai,irmãos

Como se tem deg radado essa in feliz corporação ! A lémdos factos de ter sido rejeitado um projecto de lei por

aquelles mesmos que lhe hav iampr es tado sua assignatura

e de ter o sr . Pruden te de M oraes suggerido o alvitre der eabr ir - se discus são já encer rada na vespera, para ter lugar

a apresen tação de emendas , veio amesa do senado dar o

escandalo de enviar ao governo uma folha de subs ídio,fixando em a diaria, que ainda não tinha sido

determinada pelo poder competen te.

E quando se denunciam e se commen tam esses factos

quades hon rame envergonhamas novas in s tituições , o s r .

A ris tides Lobo attr ibue tuio isso apropaganda sebas tianis ta

que se desenVolve e esplora tulo con traa R epublica.

N ão ! O que se es tigmatisa e se condemua não é

inven ção do sehastianismo, que é um phan tasma creado

para impressionar e matter medo aos incautos, cuj a_

atten

ção se procura assimdist rahir , para que não vej am o

abysmo de desmoralisação , aque ar rastamessa pobre victimaem cujo nome se praticamtodos os escandalos e se com

z

«senado . federal, ,pelas entranhas innovações ,que, temfeito, pela.violenciadas paixões por quese tem. ,deixado

mover .e arrastar, tornou- se uma corporação perigosa e

impos sivel ! zm.

São tantos .e tão, g raves os desproposites ..quo hn

commettido, que chegou; a constituir, -se, . no.. inxo dos

poderes politicos, umatemeroso ameaçaparaa ordempmblicae umperigo imminente paraa liberdade.

E'

preciso dizer com. franqueza que o sr . dr . Prudentede M oraes tempoderosamente.contribuido «para.aulatissima sitnação, emque .se acha o senado federal, expostoa suspeitas desairosas e sujeito juízos desfavoraveis e

deprimen tes .

Abusando de reputação de que goza real out cenaenrnionalmente, ms n: do. Prudente .l M óraes tem. gborto

precedentes deploraveis , condemnados pelo bomsenso,

.e

pelamoral. O que acabade'

dar,-:se no selo dessa corpora

ção, não nos sorprehendeu, porque já o previamos e

efspernmmos .

Desde que.o sr. Prudente de M oraes cometi o alvimde r eabrir—se uma discussão ja. ,encerrada para ar lugarà essemodo a por ta

para todos os escandalos epara todas as Violencias ._

Aquella in feliz lembrança de reaber tura dc—dísºtmãêssug erida pelapnopnio presidente do &enado; r omflagran tev iolaçâo tdc regimento, concorreu.para.levar es sa corporação a todos ms excessos, rovccando contramas apaixonadas decisões“.minha.

o.espiritomabbco, anº se abate

Justamenteimpressionado pelos demos e aberrações de

— 168

umdos ramos do poder legislativo, cujos actos deveminspirar

- se nos principios de prudenr ia, demoderação e de

patriotismo.

O senado perdeu todos os escrupulos , resvalando

insensatamen te emumper feito abysmo de descredito , queé sua condemnação e que será a suamor te.

N ão se infringemimpunemen te as leis da hon ra nemsesacrificamos principios do pudor . Aindaes tabemg ravadona consciencia nacionalo facto vergonhoso de ter sido emprimeira discussão rejeitado _ unan ímemen te um pr o |ecto,

que fºrapres tigiado com assignatura de vin te e tan tos

senads res , que com incrivel desassombro e impav ldezconcor reramcomo seu voto para decapitar o seu filhoadoptivo !

N ão se desvanecerá jamais da memoria de todos a

t ris tis sima impressão produzida pelo desembaraço menose

'

sc'

rupuloso da mesa do senado , enviando ao govern o a

folhado subs ídio a razão de diarios , quando ainda o

poder competen te não tin ha es tipulado quan to deviam per

ceber diariamen te os senadores edeputados .

Convém nunca se'

esquecer que era e é presiden tedessamesma mesa tão escandalosa o s r . dr . Pruden te deM o raes , que se con sidera o é con siderado o mais puro e

immaculado de todos os politicr s .

A'

vis ta des ses preceden tes , cada qual mais g rave,mais tristeemais cond'

emnavel, não admira nemsorprehende

que essa corporação tocas =e ao cumulo da ir reflexão e daviolencia, annullando o voto de um senador , depois deconhecido o resultado davotação, paraimpuden temen te fazera con tade chegar

'

E sse procedimen to do senado não tem nome, nemqualificação poss ível, porque é pouco cons ideral—o impcIiticoe pouco ain oa chamal- o adron ta brutal cuspida

'

a face deumde seus membros .

Toda a responsabilidode, porém, por esse atten tademendi'o pesa sobre a cabeça do s r . Pruden te de M oraes ,

que, De“aucto ridªde que lhe dá o reg imen to , tinha r i

goroso dever de evital—o , se n ão es tivesse iden tificado comos anarch ts tas que tan to concorrempara desmo ralis nr as

in stituições .

Tendo competenciapara resolver o inciden te par lamentar . declinoude s i essa faculdade, commettendo-a amaio r iado

.

senado, cuj as disposições de espirito conhecia e cuj as

paixões desorden adas por semelhan te modo alimen tou.

170

b om senso vulgar . Ainda levando, porém, o desejo decon iescender a) ultimo extremo , isto é sdmittindo , por

h ypo these, naespecie, a exis tencia do «rotoresse pessoal:

a que se refere o regimen to—essa ques tão não podia ser

suscitada senão em preliminar à votação, que, uma vez

concluida, não podia alterar—se por deliberação ulter ior da

casa.

M inhas cong ratulações , pois , ainda uma vez , e semreservade ordemalguma, pela sua resis tencia a es se erro

deploravel, que. esperamos , não subsis tiracomo precedentena iur isprud

'

encia de uma ins tituição destinada a dar ao

paiz as mais altas licções de jus tiça, de pradencia e dsabedoria legislativa.

S eu amigo e collega—R uy Barboza. »

E digamque essa corporaçã ) não trah ru os seus tios,tornando- se escrava de suas proprias paixões e in st rumentode descredito ede desmorat sacão dapropria R epublica !

umsaneio f iccioso e revolucio nario

3 la Outubro de 189 1 .

X X X V I

cong res s o nar ional, filho da violencia e da fraude,não quer desmen tir a suaorigem,

vivendo da fraude a

violencia.

O senado tem—se abysmado na desmoralisação pelas

innovações escandalosas do s r . Prudente de M oraes , queainda assimé proclamado pelos seus admiradores como o

caracter mais puro e immaculado

Pois não !

Que poderá haver demais decen te e de mais hones todo que o alvitre suggerido pelo presidente do senado dereabrir se umadiscus ºâo encer rada na vespera, para ageitarapresen tação de emendas , que não erammais permittidas

pelo regimento ?Isto que emout ro qualquer seria uma immoralfdade,

sendo praticado pelo s r . Pruden te de M oraes , torna-se umaacção meritorizt e dignadeencomios

E ncer ra se a discussão sobre umprojecto, que não foi

votado immediatamen te por falta de numero legal. N o diaseguin te. quando se ia proceder á votação , um senadorlembra-se de apre

sen tar emendas , que não podiam ser

azeites por força de disposição regimen tal.O sr . Prudente de M oraes , porem, do alto de sua ca

deira de presiden te, não sente o minima acanhamen to pararesolver a diliiculdade, suggerindo o alvitre de r ea

br ir -se a discussão para poder ter lugar a apresen tação das

emendas .

Em que assembléa, em que parlamen to , já se viu

os tentar-se tan ta faltade escrupulos or parte de um presi

den te, que suggere e acon selhaaquil o mesmo, que deveria

ser o primeiro condemnar e repellir , se alguem tives se

ess r infeliz lembran ça?E ssa reaber tura de discussão poderaabonar a ser iedade

do homempublicomais vulgar ?

Sendo, po rém,suggerido esse alvitre pelo irf peccavel

s r . Prudente de M oraes , as sume as proporções encan tadorasde exrremafinura e de tactica admiravel, que cer tamen tenão acudiriam a qualquer espirito , porque con s tituemprecioso patr imon io de espí r itos pr ivilegiados !

Tratava-se de ii arcar o subsidio que deviamperceberos membros do cong resso, que praticou a fragilidade de

commetter essa tarefa ao proprio governo, que era o menoscompeten te para isso .

A cons tituição de 24 de Fevereiro determina expres sa

men te que os senadores e deputados perr eberão a mediªldiaria que será egualpara todos os membros do cong res so,que calculadamen te auctorisou o governo a proceder de

accordo coma legis lação do an tigo regimen .

O ra, percebendo os senado res do imperio a diaria de

753000 e os deputados a de o governo , para que

se ver ificasse a egualdade de subsidio impos ta dia

con s tituição federal, tinha ou de elevar a diariade 50 0

para 753000 ou de abaixal-a de 758000 paraPois bem!A mesado seriado , de

'

que é presiden te o s r. Pruden tede M oraes , cor tou a difficuldade em que naturalmente '

deveria achar- se o gover no , enviando ao mesmo a fr lha desubsidio estipulando

- se a diaria de quando

cousa alguma sobre es te melindroso as sumpto .

lllªlh a sido

ainda resolvida.

N esse caso, o s en tliusiastas do s r . Prudente de M oraesnão devem

,

sómen te aimirar sui tinura e sua tactics ,mas principalmen te a sua esper teza, que br ilhan tementese revelou nessa an tecipação da remessa di folha de subsidio arazão de diet ical

E o governo loi tão maligno que, quando der r'

e'ou o

subsidio dos membros do cong resso elevando de 503000a baseou o seu acto sobre a innocen te folharemettida pela mesa do senado

'

,accrescentando que

parecia s er esse o'

sen timen to daqu'

ella corporação , que

;pªci

padamen te marcara para si mesma a diaria de

0

O ra se“houver um homemsério que nos conven ça de

queo procedimen to da mesa do seriado é cousa decen te

474

que tão habilmen te sabe empregar para chegar [a seus

dos ?

Se foi fraqueza, não ha quem possa deixar de

con sideralaa imperdoavel em um cidadão a quem tan to

se exalta e se endeosa, e que occupa pos to tão

elevado .

Se, porém. foi lectica, não pôde ser mais in feliz e

mais tris te eªsa manobra, que lançou sobre o senado

o maio r descredito. que poderia ter s ido evitado, se

o s r . Pruden te de M o raes tivesse sabido cumprir o seu

dever .

N ão se atiron ta impunemen te o bomsenso nacional,concor rendo para an nullar—se

,depois de conhecido , o

vo to de um senador , que fora admittido a tomarpar te na votação semque alguem se tivesse lembradode consideral o suspeita e incompeten te.

A ssim pensamos com toda a imprensa do R io,

que se pronunciou unan ime con tra a tyranniado senado

e con tra a tactica in feliz de seu pres iden te, que pela

sua autt ridade teria impedido esse escandalo vergonh oso ,se as sumisse a respon sabilidade da decisão , salvando os

creditos da corporação que dirige.

Se, porém, os admiradores en thusias tas dos g randes

meritos do s r . Pruden te de M o raes en tendem que tudo

isso cons titue um padrão de g loria para immor talisaro nome de s . em.

, nes se caso , para que não se diga

que somos caprichosos , faremos sacrificio de n ossas

Opiniões , e unindo nossas vezes a esse edro de no

sannas que se en toam em h on ra do mais fino,do

mas tactrco e domais es per to de todos os presiden tes , g ri

tiiremos comtoda a fo r ça de nos sos pulmões '

Viva o purissimo , o inimitavel, o inexcedível cidadão dr . Pruden te de M oraes !

O ra, viva

7 de Outubro de 489 1 .

X X X VI I

'ssemos hon tem: o cong resso nacional, filho da vio

leucia e da fraude, não quer desmen tir sua o rigem,

vivendo da fraude e da violencia.

E é tris tis sima verdide lPara con firmai—a, bas ta referir o escandalo repugnan te

que se deu na camara dos deputados , por occas ião de

volar- se o ar tigo t º. do projecto do s r . Campos Salleses ta

lbelecendo a procedencia obrigatoria do casamen to

civi

O que se passou alli foi uma vergonha, umamiseria,uma indignidade

E'

o proprio Paiz , orgão do sr . Quin tino Bocayuva,

quemdescreve esses episodios deg radan tes , que só revelamser aquillo um aj un tamen to illicito, que o povo devia

apedrejar para vingar amoralidade publica.

E is como seexprime :

«Votou- se depois o projecto que es tabelece a preceden

cia do casamen to civil sobre a cerimonia religiosa, inver

tida para is so a sessão da camara, por figurar an tes na

ordemdas votações o o rçamen to doministerio das relações

ex teriores . A votação foi até nominal,a requer imen to do

s r . Tesla.

E deu-se en tão o seguin te e curioso caso —no cor rer

da votação , notou—se de subito que j á não es tava na sala a

maioria da deputação paulista. Pouco an tes , parecera que,s i se retirassemdo recin to alguns s rs . deputados , não ha

verianumero para votar : parecera tambemque o projectoia ser rejeitado por umg rande numero de srs . deputados .

M as não foi isso o que se deu paramaior h on ra dacarr era. A indame—mo uma retirada d'

s deputados pan

lis tas , "Ct u 'Cllllldlt numero sufiicienle para vo tar . E en tão

a deputação de São Paulo v t ltou a or cupar o seus respo

clives lugares , e deu o seu vo to ao projecto , fazendo o

depois que j á tinhamv otado todos os s r s . deputados . O s r .

Hen rique de CªÍ l hO achou que isso era umest ratagemaescandaloso . »

N ó s não nos animamos a achar cousa nenhuma dire

mos unicamen te que a me.

-a annunciou o seguin te resultado

para a votação que se vinha de effectuar — ãã a favor do

projecto e 56 con t ra. F s tava rejeitadaaprecedencia obrigateriado cas imen to CiVI'.

M as , nis to , ch egou ao recin to e vo tou o s r BelarminoM endonça. Dept

-is, amesa annunciou este rutro resultado

a favor do projecto 57 , con t ra 56 s r s . represen t i n t ss .

E stava approvado o projecto .

A sessão. que p( llCO an tes se to rnara tumulluosa, ficouaindapr ior . N inguem se en tendia, e foi no meio da maiorbalburdia e de tumulto n aior , que o s r . presiden te annun

ciou es tar appr ovado em segunda o projectoes tabelecendo a preceder cia do casamento sim sobre a

cer imonia religiosa. »

Como se ve, a maioria da depuração paulis ta reprer

senton o papel que lhe foi dis tr ibuido pelo general das

patacoadas , cujo odio a eg reja se commun ica assim aos

que s eguem suas inspiraçõecs nessa tris te e ingloria

campanha.

Ha phenometn s , que so se acreditam, porque se impõemcoma mais dolorosa evidencia.

Faz empar te damaii ria da deputação paulis tacidadãos ,que, quando militavam no an tigo par tido con servador ,mostravam—se inoapazes de commetter umacto que pudesso desdourar o seu caracter e macular a sua honra.

F iliados , porém, à escola que obedece aq pr incipio de

que os fins j us to/icamos meios , revelam-se discipulos; adianlados , acompan hand i os chefes em todas as manobrasindecr rosas , em todos osmanej os indeceules, em tcdas as

t ramoias vergpnhosas .

O con tacto com essa gen te perver teu-os , ar ras tados

pela influencia do espí rito do mal que os at t r ihiu esubiugou.

— l7&

Paraessa gente todo o tempo é tempppara commattaram,

- se todos os escandal'

s .

Depois doalvitre, su gerido no sen ido pelo s r . Prq;den te de M erces de rea r ir se discussão j á encer rada, nãoha mais votações concluídas . nem h o ras pas sadas ,nemczaca alguma que pos sa cheirar amoralidade

A mesa da camara soberana n i rmpudencia,veu que fossemaceitos os vo tr s dos que chegaram depor»

de concluída a votação .

E ainda as s imnão se con seguiu ar ranjar con ta de

chegar !

O projecto lõra rejeitaio por 56 v otos contra 55, comofoi annunciado pela proprii mesa

Hor rorosa decepção para os inimigos da egrejacatholica

E ra preciso entãomais umesforço para inutilisar esserestritado esmagador .

Do'

desembaraço passou—se _ao cypismo .

Depois do.

proclamada a rej eição do pªciente,appareceu o deputado Bellarmino de. M endonça, , quefoi admittido a votar , com preterição.

de todas os

princrpios que as assembleas hones tas cos tumam, observar .

Sendocseuvqto con trariourejeição d , projecto, 0 rfc

sullad'

o deveria ser o empate—56 con t ra“ó

A mesa, porém, que é filha da fraude, _ quiz por sua

vez (constituir—semar.E por is s o, com o maio r descarto , cqm tl tli s ºm

vergonhismo bor ri ilan te, annunciou'

imper turbavel e semcora

'

r que o pr ij ecto fera approvado por'

57 v otos

con tra56 l

Quemdenuncia essa info-iae o propr io Pais . orgão

republicana, cuj p, redactor -chefe é o senador QuintinoBocayuva l

,O projecto, de lei sobre precedengia do casamento

civil, inspirado pe'

o odio que domina o s r . tiemposSalles , passou na C

ªmara dos deputadas por meio da

íraude.mais desay ergonhada. de que. ha noticia,

no par»

amen to.

Aquella votação .

manifes tamente fraudulenta detsmo

ralisop cada vez mais esse mon stro, que jamais sera leido E stado

N essa campanhade odio con tra a eg reja catholica, a

maioria paulis ta não triumphou lPelo con trario, a roveitando -se da fraude, encheu—se

de lama e cobriu-se e opprobrio

8 de Outubro de 1 89 l.

l'roclama—se a res tauração da legalidade, e emnomedes se mesmo princípio plan ta- se aanarch ia e constituem- se

dictaduras militaresO s r . Floriano Peixoto suppõe illudir a con sciencia

nacional inculcando neut ralidade dian te do pronunciamentoda con tade pcpular . quando todos per feitamen te sabemqueas deposições se eli

'ectuame se formamas jun tas governa

tivas por inspiração e ordemdo governo cen tral. N ão pôdemais haver duvidaa semelhan te respeito .

O s factos ani es tão VIVO S e palpitan tes de actualidade.

R evolta- nos tan ta hypocrís ía revelada na realísaçãs de umplano nefas to e criminoso, cujas tristes con sequencias se

rarão sen tirmais tarde,Quando se reconhecer que se preten

de sutfocar o sen timen t popular , asphyxiar o eSpirito de

mocratíco e av 'ltar a con sciencia nacional. O general Floriano Peixoto temaper feiçoado tan to os seus processos de

r es tauraçãoda legalidade queaté parece querer que se resista

asua von tade paramelhor servir -se ao plano que se traç ou e

bypocr í tamen te es tà realisando .

O que se passounos E s tados do M aranhão e daParah ybado N or te con firmaper feitamen te esse juízo que expendemos .

N o primeiro daquelles E s tados a forçapublicaconcoi'

re para

adeposição do respectivo governador , formando—se a jun taproviso ria t endo como presiden te o coronel Jo sé M anuel deM edeiros . Surgemas reclamações peran te o general F loriano Peixoto, ue immediatamen te o

'

rdenoupor teleg ramma ao co ronel edeiros que en tregasse o governo a quemes tives se legalmen te cons tituído.

O coronel M edeiros presiden te da junta governativa,obedecendo a o rdem recebida, chamou o vice-

g overnadordr .

Peixoto , quem passou as redeas do governo. Eimmediatamen teexpediu teleg rammaao vice—presiden te da

R epublica, dando lhe conhecimen to do facto e accrescen tandoque

reinavamcompletapaz e per feita tranquillidadelImagin em a con t rariedade que experimen tou o s r .

Floriano Peixo to, quan do recebeu es se teleg rammapo r par tedo coronel M edeiros , que não soube comprehender o seu

pen samen to, devendo an tes resis tir que obedecer à sua

ordem.

O presiden te da jun ta governativa do es tado do M ara

nhão dever ia ter respondido ao teleg rammado vice—presidente da R epublica, declarando cathegoricamen te que seachava naquelle pos to de con fiançapor unan ime declamaçãodo poco, acuja soberana von tade

'

não lhe era lici'

to'

res is tir,

483

sem faltar aos altos deveres de seu patriot ismo . O coronel

M edeiros , porém,teve a ingenuidade de acreditar na since

r idade da ordemexpedida pelo general F lo riano Peixot o ,

pas sando o govern o a quem legalmen te con s tr uido .

E por is so o vice-

presiden te da R epublica, em vez de

teleg ramma, envit'u—lhe umphouog rapho , represen tado pelo

tenen te M achado , que foi ao M aranhão emmissão especial,admde esclarecer as cousas , fazendo ver e sen tir que as

o rden s do s r . Floriano Peixo to devem ser en teni idas e exe

cutadas pelo acesso .

Depois que o tenen te M achado conlerenciou com o

g overnador do E s tado, levan tou—se de novo a onda popular

invadindo o palacio do govern o , sendo depos to o dr .

Lourenço de eue res tabelecila aprimitivaj un ta governativa.

E o coronel M edeiros foi tão simples que a principio nâo

comprehendeu finura do teleg ramma do pr imeiro magist rado da nação, que se impoz o dever sag rado de respeitar

a autonomia dos E s tados e a manifes tação da von tade

popular

N a Parahybado N or te repetiu se o mesm: facto , que

não surprehendeu a quan tos j á conhecemas vis tas e ma rca

do s r . Floriano Peixoto .

O povo er gueu- se emmassa e effectuou a deposição do

gover nador dr . Venancio N eiva, acclamando a jun ta pr ov rsoria, de que se cr n s tituiu presiden te o tenen te—coronel

Savaget . O senador João N eiva, irmão do governado r de

pos te, pediu providencias ao s r . Florian o Peixoto, que sem

perda de tempo expediu teleg ramma ao tenen te co ronel

Savaget mandando en t regar o gover no ao v ice governado r .

O presiden te da jun ta gover nativa, talvez despeitado ,

passou as rodeas do governo ao pr oprio dr . Ven IDCÍO N eiva,

que t riomphan te teleg raphou para o R io dizendo que nuncadeixara o exercicio do seu car go

O dr . Diogo Velh o S obrinh o , desa on t do comr een tr ega que (" a o t riste desfech o da revo uçã v malog rada.

dir igiu in t uitos e imprºperios as tenen te-co ro : el Savaget,

que o prendeu para cas tigo de suaaudacia.

Poucos dias depois avoluma- se a onda das coloras po

pular es , n dr . Venancio N eiva resolve par tir para o R io ,

passa o gover no ao dr . Fon secacomo substituto legal, sendoes te logo depos to por von tade do povo indignado e emn ome da legalidade, restabelecendo—se a mesma jun ta governativa, de que con tinua a ser presiden te _

o mesmts simotenen te-coronel S avaget , que agora, emvez de in sultos ,

—1 8ll

merecerfapplausos do'

dr . Diogo Velho Sobrinho que se achagosando de completaliberdade

Que diaboE s ses militares ainda não comprehenderam a jinura

do general Floriano Peixoto, que se mos tra tão leal e se

man tém tão fielao seuprogrammade respeitar aautonomiados E s tados e attender aman ifes tação da von tade popular !

Deus permitia que não passemos de simples visionadios ,que vivemos a assus tar—nos como espectro domilitar ismo .

cuja influencia se considera indispensavel para garan tir a

consolidar as ins tituições republicanas

9 de Janeiro de 1892 .

— l86

ondeprincipiou i O seu cadaver, collocado sobre montõesde cadaveres , seraamor talhado naquellas fas as ceroulasem que o governo se en rola como o mais expressivosymboleda legalzdade.

E nemo s r . Flor iano Peixoto merece outro des tino !M on s truoso na ordempolitica, esse homem foi ph onemenal na ordemda natureza. N inguemse admire do no fezelle ao visconde de Ouro Preto , nemao marecha Deodor i

, nem aos cong ressis tas , nemà nação , nem a R e

Publica, nem a feder ição, nem a si mesmo.

O s r . F loriano Peixoto trah iu apropria mai que o

pariu, a elle, porque fez lhe a sorpreza de nascer desete mezes , vendo pela primeira vez a luz do d a na villide Por to Calvo . O ra proceden te de por to caloo e tendotan ta pres sa emv ir ao mundo devia tornar -se um verdadeiro prodígio trahição .

Sendo trahidor de nascença, é natural que ass ignalesua vida publica por es se in stincto que o dominou aindano ven tremater no. Por isso poder

- se-nadizer , comparando irzal, que o s r . F lo riano tem sido trahido r an tes do

par to, no par to e depois do par to . Belas pres3 is , comque quiz nascer , sahiu completamen te tor to , tan to no

corpo como na alma. «Pés itor tos , alma tor ta dissePardal M allet .

De per feito accordo .

lá nó s tinhamos dito tambemnes tas columnas que o

s rzF loriano nasceu tor to e tor to hade mo r rer . N ascendo

pºis , tão assignalado , ninguem se deve surprehen ier comapolitica tor tuosa

, que o v ce—presiden te da R epublicatem seguido in spirando

-se nas cer oulas do s r . Cus todioJosé de M ello , concer tadas com a ser z idura do s r . S erzedello , que é verdadeiro lundilh o do min is teri) . Por is so

é que ninguemse quer prestar a s er vir de remendo napas tada guer ra, que con tinua vaga semduvida peli sangueiraque in ter inamen te a foz trescalar . E temcar radas derasão os generaes que rejeitam semelhante prebenda. 0

governo do s r . F loriano Peixoto es ta t ris temen te reduzidoà s cer oulas do con tra almirante Cus 'odio José de M ello quese con stituiu o seu braç o for te incumbido de executar o s

plan is sanguinarios que concebe para res taurar a disciplin amilitar , firmar o r eg imen da legalidade, cons olidar a R epublica e promover a felicidade da patria.

Todos os out ros minis tros desappareceram do gabin ate

Pi recendo que esta) mettidos no fundilho das ceroulas do

con tra-almiran teminis tro effectivo damarinhae interino daguer ra.

Do res tadomin is ter io só lia no ticiade se haver res ta

belecido na cor respondencia official celeber rima formulasuude e frater nidade que é irmã gemeada irrisoria

ordemeprogresso que se tempraticamen te traduzido namais revoltan te anarchia e no mais lamen tavel reg resso .

E ra só o que faltava

O s r . Cus todio Jos é de M ello lembrou—se de chamar aresponsabilidade a G azetade N ot ícias . que ousoudizer que37 emciaes da armada as signaram um ar tigo, emque se

declaravam solidarios com os officiaes da flotilha do

Amazonas , que desobedeceramao rdemdo governo min

dando depor o governador daquelle E s tado.

N o ominoso regimen da monarch ia h ouve muitos govemos , que se tornaramimpopulares e cahiram fulminados pela ºpinião publica que o s condemnava pelos seus

er ros politicos e adminis trativos. N aquelle nefas to dominiocommetteram- se abusos , praticaram—se escandalos, perpet raram—se crimes . A imprensa levan tava- se para combateres ses hoverncs , atacando os muitas vezes violen ta e viru

len tamente, semtreguas , seni hesitação, de modo cruel e

implacavel.O s governos de en tão, para defender sua polí tica e

jus tificar os seus actos , empregavamas mesmas armas e

usavamdos mesmos recur sos , subvencionando orgãos emseu favor ou recor rendo as secções livres da imprenn eutraparaproduzir a suadefeza. N ão ha, porém, noticia

de que governo algum, no tempo do imperio, tivesse o

despudor demandar imprimir umorgão par ticular na typog raph ie nacional, no

.

mesmo typo e n o mesmo papel emque se imprime o D iar io E assimtambem não

co nsta que, por mais inj ustas que fossem as imputações,algumgoverno da monarch ia tivesse a in feliz lembran çade chamar a responsabilidade a folha que ar ticulasse contra

s i a mais tremenda accusação.

E ssas miserias es tavamdesg raçadamen te reservadas ao

g overno fan far rão do general Flor iano Peixoto, que se diz

o guarda do thesouro publico. e que se inspira na tor tuo

s idadede seus pés e nas ceroulas do con traalmiran te Cus todio José de M ello .

Inculcando—se ridiculamen te guardado erario publico, os r . Floriano con sen te que se imprima na imprensa nacio

nalumorgão, que figura como de propriedade par ticular ,

488

consumindo papel e tin ta, empregando typos , utilisando

todo o material e pessoal neces sarios para a publicação de

uma folhadiaria,[sendo todo o t rabalh o pago pelo thesouro

E como essa folhae des tinada aexaltar os seus meritos, endeosar sua pessoa, endir eitar os seus pés e glorificaras cer oulas do con tra-almiran te, o Vice-

presidene da R e:

publica abre a por tado thesouro, po

r onde en tramos seus

thuriferarios para roubar o din heiro nacional, comque se

pagam as despezas feitas com o s panegy ricos dir igidos à

sua alma tor ta e aos fundilh os do govern o .

3 de M arço de 1892 .

_ 490 _

Floriano Peixoto arrotou tania vigilancia a porta do

thesouro, que inculoava es tar trancado comsete chaves aos

especuladores dapraça, semduvida para fazer crer que os

auxílios , pres tados a bancos felizr s , na miser rima imporlancia de eramfavores innoceiites e a cousa

mais licita des teA s folhas do R io , fazendo sen tir a ausencia do dictador

no palacete do Itamaraty, an nunciaramque a sen tin ellado

thesour o se conservava em sua residencia da Piedade en

t regue ao es tudo de sérios negocios do E s tado . Pouco tempodepois appareceu o famoso decreto concedendo auxílios

aos bancos , para obviar as dimculdades da praça ass iber

bada por tremendacrise financeira. N em era de es perar

outro resultado dos es tudos , a no se con sag rara de corpo

e alma o estadis ta de Por to Cªva, que deixou a calca á

mos tra aforça de tan to meditar sobre os apuros emq ue se

achavamcertos bancos , que só poderiam salvar- se comessa bagatella de aux ílios , que não passavam de insigniti

can te gottade agua tirada ao oceano nacional para matar a

sede devoradora aos que se dedicam as mais licitas e hones tas especulações .

O que é verdade é queo s r . Floriano Peixoto , cancado

de fazer sen tinella ao erario publico , deixou—se en ternecer

pelas instan tes choradeiras dos que podiamemseu favor a

praticade umadas obras demisericordia.

Agoraacham-se escancaradas as por tas do thesouro

nacional. N ão será por falta de auxilios que ficarão os bancos

de pernas para o ar . R enascemas esperanças perdidas. A

praça exulta de jubilo e en lõa h ymnes de gloria ao con

summado bom sen so e immaculado patr iºtismo do mais

caloo de quan tos es tadis tas Por to Calvo temproduzido .

Porvo omais vivo en thus iasmo e fazemexplosão as

mais es trepitosas manifes tações de merecido apreço . E r

guem-se arcos de triumpho, organisamse batalhões de

admiradores , embandeiram-se bonds , accendem—se archotes ,

ardemfogos de bengala, tóca a charanga, forma—se o

pres tito , que se dirige deliran te de jubilo à residencia do

ex—guarda do thesouro publico .

N ão faltamoradores in spirados , nem discursos ar reba

tadores , nemcommoções , nem lag rimas , nem o clas sico e

indeclinavel copo d'

aguaTrocam—se brindes calorosos , tecemse pomposos enco

mios , exaltams e os meritos, enche

—se e esvasiam- se aças ,loca- seao excesso, chega

-se ao delí rio

1 91

O general Florian o e o herºe da fes ta. Todos ºs en

thusias tas en t re si disputam a h on ra de ser cada umº

pr imeiro a beijar -lha os pés , que deixamde ser tor tos .

par ecendo—lhes os mais delicados emais perfeitos que j á se

tem v is tºemcºrpº humanº.

S en temapenas quesejamdous somen te, quando podiamser pelo menos quatr o , para que maior numerº de bemaven turados pudesse aºmesmº tempo cºbril-o s de ºsculºs

pºr en tre ºsmais vivºs transpor tes de surpreza, de admiração e de recºnhecimen tº.

Quando º generallisonjeado por tan tas expan sões , deixasatisfeitº escapar de seus labios t remulºs de emoção umr is o de prazer in timo, tºdºs ºs en thusiastas est remecemradian tes de felicidade por noderem. n o momen to solemne

,

con templar naquelli bocoa desden tada a mais linda, a maisper feita de tºdas as den taduras . Seguem—se en tão ºs vivos

do es ty lo cºr respºndidºs cºm deliran te en thusiasmo .

O ultimº desses vivas ededicadº ao ex guardadº erario

publico , que, inspirado nº mais pur o republican ismo e nº

patrio tismo mais arden te,

sºube revolver a legislação do

imperio edar vigor a uma lei caduca para beneficiar abincºs amigºs , que para nada prestavam por es taremde

pernas quebradas .

A º lado dºs bancºs recºn s tituidos cºmes ses mir ificosauxiliºs , res tabelecem- se as bancas magicas , em que se

fazemfor tunas assombrosas . Vºlta- se asssimaº desen freiado

reg imen daj ogatina. E ncilharam º guarda dº thesºurº,cujas arcas licaramexpºs tas á s especulações di bilsa.

N unca nºs illudimºs comas pacholices dº s r . Floriano

Peixoto, perfeito ( atão caricato, que para disfarçar sua

fraqueza, se incu'cava sen tinellavig ilan te dº erariº publico ,

por cuja pºr tanão deixaria escoar—se um ceitil da fortuna

naciºnal em beneficio dos especuladores , que pretendiamassaltal-º.

Farcis ta

A hi es t㺠os auxilios . dados aºs bancºs emVir tude de

uma leidamºnarch ia, e que só aprºveitar㺠aºs amigºs dºpeitº. que prºstradzis aºs seus pes tor tos , empunhando o

thuribulo dalison ja, incen samsua vadade, endeºsam sua

pessoae glorificam seus prºpr iºs crimesCºmo é farcis taesse s r . Floriano Peixoto !

6 de M arçº de 4892 .

lgl

E n㺠é casº para surprehender se o trahidor de sete

mezcs ater rado cºm es s e mau agouro , tomar a resºluçãº

de mandar fazer desapparecer essa innºcen te tr indade,

que à sua imaginaç㺠escaldada se lhe afigura jun ta que º

temde subs tituir no poder .

O mesmº corpo desengon çado queenvolve aalma tor tade Judas , pºde muitº bem encer rar as en tranhas lerozes

de Herºdes . Tudº se deve esperar desse mºn stro , que a

fatalidade designºupara dirigir ºs des tinos do paiz .

Felizmen te a pºbre mulher teve a in spiração de

baptisar ºs seus tres filhos cºm”

os nºmes de F ranciscº,An tonio e Benedictº.

Se tivesse se lembrado de pô r emalgumdelles o nomede Floriano, ahi

,sim

,es taria ir remissivelmen te perdida.

E sse nome nefando é umverdadeiro“

estigma.

Con ta- seque o dr . Leite de M oraes , sendº victima deum desas tre que sodrru cahindo dº animal que cavalgava,e rm que depositava confiança, quando recobrou os

sen tidos que perdera coma commºç⺠da queda, vingou

se pondº º nºme de Flºrianº nº cavallº que traiçºeiramen te º lançºu pºr ter ra.

E ncºn t rando-se depois cºm o general F ranciscº G licorio , pergun tºu lhe es te se aindapossuía º animal denºmina

ªº Flºrianº.

— Deus me liv re, exclamºu o dr . Leite de M ºraes

ainda hºrrºrisadº n㺠me fará ºutra Desde que puz-lhe

º nome de Flºrianº, atirei-º no pas tº, e iii anda elle sºltºemTielé repudiadº por tºdºs que º cºnheceme que pºrissºmesmº n㺠o queremcomprar

E temraz㺠o illus tre cathedraticº.

A lémde innumeras provas contra o caracter partido,refalsadº e t rah idor do Judas dePor to Calvº

,acabamos de

ler dous documen tos que desvendam os aby smºs daquellaalma tor ta e dainnada. O s manifestos que dirigiramiinaç㺠ºs srs . bar㺠de Con tendas e general Jºsé Clarindº deQueiroz , aquello gºvernadºr depos to de Pernambucº e este

dº%E s tado dº Ceará, s㺠duas fºrmidaveis metralhadoras

as sestadas con tra º palacio de Itamaraty , que n㺠pededeixar de ficar reduzido a ruinas pelº tremendo fºgo queaquellas boccas vomitam,

Ambos , cadauma seu modo , fazem a autºpsia dessemooito de sete mezes

, descarnandº- o, revolvendo—lhe as

en tranhas, e expºndº

-as aºs olhºs dº paiz , que cheio de

pasmº e de nojo as con templa, reconhecendº que são

semelhan tes ai do animal, que o dr . Leite de M ºraes atirouaºs pastºs dºTietê .

Quemlê essas duas peças , sen te se naturalmen te indi

g nadº con tra es se hºmem.oabysmo, que envergºn ha e de

g rada a raç ahumana. O s leitores dºCor r eio «impar ensej ulgarão pºr si mesmos essa natureza avessa aos senti

men tºs de lealdade, tendº dian te dos ºlhºs ºs alludidos man ifes tºs quevamºs reprºduzir emsua in teg ra.

Depºis de sua leitura es tamºs cer tos de que tºdºs

atirarão º bruto aº pos to de Por tºCalvº.

1 3 de M arçº de 1892 .

Quando,porém, se esperava que ominis tro dacampanhaperdida se mos t ras se escandalisado com o procedimentotor tuoso do homem dos pés tor tos , renunciando o postoem que lara tão t ris temen te Iudibriado , ah i es tá o dr .

Fernando Lobo no minis terio impass ível e imper turbavel,como se nada de impor tan te tivesse acon tecido na sua vida

pabhca.

O que desgraçadamen te vai caracterisando e= ta repuo

blica é a ausencia depudor naquelles que a dirigem.

Em t ão o Jor nal do Commer cio do R io lembrou ao

min ist ro do interior o que se passara em 4833 , quandoHonorio Hermeto , depois marquez do Parana, demit tiu- se

do cargo deminis tro por ter seu cunhado promovido a

deposição do presiden te de M inas , tendo o governo de

en tão , de que aindaHonorio fazia par te, dado encrgicas

rovidencias no empenho de ser punido o promotor daamarda.

N ão obs tante essa nobre altitude que provava a inno

cencia do min is tro cunhado, Honorio llo rmet to demitiu-se

paraar redar de sua pessoa a respon sabilidade, dando assim

lplerà

a satisfação a opinião publica naturalmen te escande

tsa a.

O paiz ficou cer to'

de que o ministro demis sionario nãotinha solidariedade com o plano de deposição executado

pelo seu cunhado, mas nemassimdeixou o nobremineirode cumprir o seu dever , abandonando o pos to em que

poderia ser suspeito de cumplicidade, e até ar ras tando

comigo o_

seuamigo in timo, con selheiro R odrigues Tor res,que acompan hou-o saindo tambem do minis terio .

E en tretan to o s r . Fernando Lobo , que tem con tra si

circumstancias ,aggravan tes , depois do desas tre da campa

n ha, en tende que lhe é decoroso con tinuar a ser min is tro

do s r . Flo riano Peixoto,Honorio Hermeto retirou- se do governo , sem que

alguem ousas se levan tar a suspeita de sua cumplicidadecomseu cunhado nadeposição do presiden te de M inas , ao

passo que o dr . E ernando Lobo se con serva no g overna

apesar de seremconhecidas suas opiniões sobre a divisãodo seu E s tado, e além dis so saber o se que foi elle quemanimou os seus paren tes e amigos a proclamarem a inde

pendencia de M inas do Sul de acco rdo com o s r . Flo r ianoPeixoto e Cus todio de M ello, que abraçarame applaudirau:essa ideia comdeliran te en thusiasmo

Sejamjustos e confes semos que ao menos naquelles

tempos ominosos parecia haver nos homen s publicos maisbr io emais vergonha, 80 pelo mais revoltan te semver go

n kiama se poderá explicar permanencia do dr. FernandoLobo n o governo ao lado do s r F loriano Peixo to. que de

uma só vez trah iu meio mundo , revelando en thusiasmodeliran te pela divisão , e condemnando emseguida creação

do E—tado de M inas do Sul.O que é que pôde at trah ir esses dous h omen s que j á

dev iames tar separados pela revolta de sen timen tos de diguidade

Porque será que o dr . Fernando Lobo não se separado s r . Floriano Peixoto, quando nen huma con fiançapodemin spirar umao outro

R eproduzimos um exemplo dado emM inas no tempodamonarch ia, em que o minis tro do in terior devia inspirars e para pautar sua conducta na presente situação. Sejamesmo emM inas que busquemos subs ídio para explicar esseapego do s r . Fernando Lobo ao s r . Flo rian ) Peixoto .

Lembramo-nos de que Silveira M ar tins , . deixando

pas ta da fazenda nomin is terio de 5 de Janeiro , estranhara

q ue o conselheiro Lafayette con tinuass e a ser minis tro daj us tiça ao lado do con selheiro S nimbu, presiden te do conselh o . E a proposito citou es te mo te, que era semprerepetido por Theophilo O ttoni

0 3 j uíz es des ta fes taN unca podemficar mal.

Umpoeta mineiro glosou-o do seguin temodo

Tenho de sella uma bestaQue quer bem ao meucavalloE s te só podemmon tal—oO s j uízes des ta fes ta.

E lla de pollo não pres ta,

O cavallo é tal e qualQuando jun tos comemsal,(loucos dão, ciumes tem,

M as como se querembem,

N uncapodemficar mal.

E'

no seio da propria M inas que se acha tudo quauto

pos sa ser applicado ao dr . Fernando Lobo, que se ve

200

abraçado ao sr . Floriano Peixo to, apezar dos ar ran hões quetemsottrido emsua digui !ade.

O an tigo poetamineir o t raçou naquelle tempo o quadro,

que agora se reproduz com a mais per feita actualidade.

A nós só nos resta a difficuldade na applicação da glosa,e é saber , en tre o s r . F e rnando Lobo e Flor iano, queméabes tae quemé o cavall

1 6 de M arço de 1892 .

—202 - 3

lidade, por creances per tencen tes a familias catholicas . O

governo decretou a procedencia obrigatoria do casamen toem! , cominando penas aos sacerCO tes que tivessem a

ousadia de cumprir o seu dever . celebrando cerimoniasrelig iosas an tes daquella formalidade.

O governo decretou ainda a incapacidade politica a

umacorporação, prohibindo que os padres fos sem vo tados

para cargos de eleição“pular . N ão ha muito o tenen te

Tas s o F ragoso,famigeratfo in tendentemunicipal do dis trictoFederal

, prºpoz e foi aceito que se retirasse do Paço M un icipal a imagemde São Sebastião , padroeiro da cidade,ass mcomo a imagemde N ossa Senhora da Piedade donecroterio.

A bolin -se emtodos os actos da vidapublica o juramentosag rado, sendo subs tituído pelo compromisso de hon ra.

Separada a eg rejado E tado, en tenderam os demolidorr s que deviamriscar do coração do povo brazileiro todo

sen t tmen to religios o , eliminar de seu espirito toda idéia de

Deus , dest ruindo os symbolos da religião cath t lica

'

e in tro

duz indo as tormnlas ridiculas do positivismo, que pretende

no governo do paiz t raçar normas e impor leis , suffocands

as crenças, violentando as consciencias , revoltando os seu

timen tos e abatendo os estimulos da quas i to talidade do

povo brazileiro .

Foram semduvida es ses exemplos lr ls tis sil os , queimpressionaramo espirito do malfeitor evangelico . que

julgou- se att torisado a d ºspedaçar as tmagen s do Ch r is to,afimde que fosse cumpr idaa lei !Quando sobes te regimen de legalidade se commet tsm

crimes quasi iden ticns por in spiração do governo emobediencia e homen '

gemà man ifes tação da von tade e à s

explos ões da coleta popular , não é de admirar que um

in teliz,coma mente desvairada pelo fanatismo de seita

e com a razão aby smada nas trevas da ignorancta, perpetre

semelhan tes atten tados convicto deque temo direito de fazer

cumprir a lei por suaalta recreação.

Se o s r . F loriano Peixoto teve o cynismo de depor

tan tos governadores , dissolver tan tos cong ressos , rasgar

tan tas constituições , an ni tuillar tan tos E stados , ty rannisar

tan tas consciencias e commetter tantos crimes em nome da

legalidade res taurada, não apara surprehen ler queummiseravel in strumen to do ódio de seita sear rojasse con t ra as

imagens de Jesus Ch ris to, espatifando as brutalmente para

saciar sua vingança.

Haverá quempossa es tranhar essas cousas emumpaiz e sob um regimen, emque o governo obedece infa

momen to a in timação que lhe fazem simples es tudan tes ,exigindo e impondo a aposen tadoria de len tes que incor reramnas suas t ras

Tudo se temvis to no dominio des sa R epublica prosti

tnida, que deshon ra a patria brazileira e envergonha os

mais sinceros republicanos .

M eia duzia de ofiiciaes reune—se por ordem do sr .

F loriano Peixoto , e resolvemudar a situação de umE s tado,in timando ao respectivo governador que resigne o seucargo,e acclamando-se emnome do povmuma jun ta governativapara dirigir os seus des tinos .

N o R io G rande do Sul, por occasião de funccionar o

tribunal,da R elação, discutindo uma ordemde habeas cor

pus , que fô raimpetrada, alguns vagabundos in ter romperamao desembargador que orava, expendendo e jus tificando suaopinião .

O desembargador protes ta energicamen te con tra semelh an te in terven ção es tranhae indebita, que concor ria para

per turbar a ordemdos trabalhos do t ribunal.A quellepoco soberan o escandalisou—se, e par tindo para

palacio impoz ao governador a dissolução daquelle t ribun al

por não merecer a sua con fiança.

E o governador obedecendo docilmen te ain timação e

rendendo homenagemamanifes tação da ran rada popular ,decretou immediatamen te a dis so lução do t ribunal daR elação

O sr . Flo riano Peixoto nomea governadores no R io

para seremacclamados nos E stados pela[voz do povo, quenem assis te a essas orgias , retrahindo- se tris te e envergon h . do dian te de tan ta protervia e de tan ta depravação .

O unicr. respon savel por todos esses escandalos quese praticam e por todos esses crimes que se commettem,

é es se homem fatal, perverso e sanguinario, que templan tado anarchiaª

emtodo o raiz , perver tendo todos os

principios , açulando todas as paixões, excitando todos os

odios'

alarmando todas as consciencias , autorisando todosos atten tados , applaudindo todos os mor ticínios , animandotodos os crimes e armando o braço de todos os sicarios

paralmassacrar o povo e profanar todas as cousas sã

gradas .

N ão ha crime, por mais hediondo, de que o s r . Floriano Peixoto não sej a réu ou não tenha se constituido

. .mnesso E s tado , meu principal objectivo, nunca vos recusei

meu concurso, como não recusarei quem quer; que s ej a

que pelas alte rn ªtivas da politica for collocado n direcção

de seu governo ; e o no iarei até onde chegaremmin h asattribuições . Concluiu o devo vos declarar que, despren dido

completamen te in teresses politicos , nadamais quero , nadrmais aspire do que a con solidação da R epubl

'ca, o pres tig io

daaucto r idade e o respeito a lei.— F lor iano . »

Como se ve, o s r . F loriano Peixoto, saudando ao

visconde de Pelotas , por ter assumido o governo dolE s tadodo R io G rande do Sul, não se sabe emnome de que principio, teve o cuidado de lembrar—lhe que a fren te das fo r çasfederaes naquella E s tado se achava um general que ao

seu reconhecido merito reune a qualidade de ser umagaran tia para a R epublica.

A o bomen tendedor meiapalav ra t lª.

E s sa referencia lisonjeira ao commandan te geral dasforças federaes no R io G rande do Sul envolve semduvida

umaameaçaao novo governador , a quemse pretende dizer

que, se,

não obedecer às in spirações do cen tro, ficará

sabendo que o general Bernardo Vasques é uma garant iaparaa llepnblira.

E'

curioso e engraçado que.o chefe do E stado faça voto s

para que o s r . visconde de.

Pelotas com o seu pres tig io

pos sa, semo menor abalo, fazer com que o R io G rande

ent re definitivamen te no regimen da t r anquillidade e da

segurança publica. Is to quer dizer simplesmen te que ( S

s r s . dr . Bar ros Cass e general Bar reto Leite não t in hampres tigio para realiSar esse desideralum, e por isso o R io

G rande não tinhapodido ent rar definitivamen te no reg imenda tranquilidade eda seguran ça publica.

Pelo teleg ramma expedido ao sr . Bar reto Leite, v ê —se

que es te, communicando que h avia resignado o cargo de

governador , lizera recriminações ao governo federal pelo

retardamen to das provilencias pedidas para n ian'er a

ordeme. assegurar a victor ia do pen samen to po litico, que

omesmo general representava no E s tado do R io G rande

do'

Sul. M ais umdes illudido, reconh ecendo a ii.—lia de

sinceridade do general F loriano Peixoto, qir'

e,mandando

publicad o teleg ramma do g overnador res ignn tario to in r u

publico o sabon ete que es te lhe passara, exprobando a

demora das medilas solicitadas da

ordem.

O,paiz fict u srbendo que a causadaretiradado general

Bar reto Lbite do governo foi a falta de providencias. queo s r . F l, riano Peixoto não quiz tomar. afagando semduvidao pen samen to de mudar as figuras do palacio do R io

G rande, substituindo-as por out ras quemelhor se pres tas semaseus planos de conquis ta.

Quesedésse es satrocade telegrammas en tre o governador resignatario que desembn r hoii , e o chefe do E stado quese defendeuexaltando suas vir tudes . não haque es tranhar ,

po rque cadaumes tava no seu direito . O que, porém, não

se jus tifica eque o s r . Floriano Peixoto commettesse inepcia de dar a conhecer ao publico o que se passara na

in timidade por meio do fio elect rico.

N o manifesto dir igido ao E s tado, o general Bar retoLeite teve adelrcadeza de occulter a causa verdadeira de

sua renuncia. E n tretan to o vice-

presiden te da Pc publicanão teve acan hamen to de apresen tar

- se em publico coma

curacn saboada, dando desculpas depapa ter ra e justificandoa com razão decabo de esquadra.

O s r . Bar r eto Leite viu—se obrigado a resignar o poder ,mas não deixou de dar umaesfr egação no govern a, tornandoo respo rsavel pelo retardamen to das providencias noces

sar ias paraman ter a ordem e assegurar a victo ria do pensamen te polí tico que representava n o

_

R io G rande do Sul.Quem, no meio de tudo isso, semost ra quieto , como se

n ão lhe tocasse por casa é o sr . An tão de Faria, que não se

dá por achado, e que nemse lembramais dos seus amigosque ªCdbamde ser enxo tados do poder pir manobras device -

presiden te da R epublica.

Seja, po rém, como fô r , o que não padece duvida é que

a s ituação do R io G rande e das mais melindrosas e ar risca

das . A pezar do pres tigio do s r . visconde de Pelotas , os

an imos não se ach am t ranquillos , nem assegurada a paz

naquelle E s tado . Pronunciamv se cer tos symptomas ameaçado ras , que t razemem sobresalto toda aqueilr população

agitada.

O s r . visconde de Pelotas que aguen te- se no

'

balanç o.

Se con tar coma lealdade do general Floriano Peixoto ,es tará ir remissivelmen te perdido .

E s se h omem está :adado a atraiçoar omundo inteiro.

Cautela, viscondePrepare o sabonete !

lã de Junho de 1892 .

— 2 10

pelo sr . Fernando Lobo lemos o seguin te que nos faz arri

piar os cabellosComarca do Amparo . Foi reformado no mesmo

pos to, o tenen te coronel commandante do 280 batalhão dein fan ter ia 4n ton ro Pires de G odoy Jorge.»

E sse dis tincto cidadão, que ti urou na politica dater ra como chefe do par tido liberal, alleceu em M arc o de4890 ! E en tretan to o fur ibundo minis tro, profanando as

r imas do illustremor to , teve a crueldade de reformal—o no

mesmo pos to, semquerer dar—lhe o merecido accesso.

Que vingan çapequenina !A ssimcomo os mor tos são reformados por cas tigo,

quin tos cadaveres não serão promovidos por merecimentoS an to assim, pode dizer

—se que a guarda nacional do s r .

Fernando Lobo es'acheirando a defuncto. Principiapelo

proprio ministro , que j á. se acha em adiantado es tado de

decomposição . N ão hamuitos dias o tenen te-coronel M anuel

Cotta deitou-lhe uma pá de ter ra sobre a sepultura, à

beira da qual o general E s tevão Fer raz en toou—lhe umaG ªIceiade memen to .

Como se sabº

, o s r . Fernando Lobo tirou—se dos seus

cuidados o suspendeu por tempo indeterminado o tenen te

coronel M anuel Cott t do exercicio do commando do 8o

bat lhão de infan ter ia da guarda nacional do Dist r icto

Federal. A victima immediatamente reclamou con tra a

prepotencia do sanhudo minist ro, a quem o s r . F lorianoPeixoto dirigiuuma car ta passando

- lhe for te repr imenda e

ordenando - lhe que recon siderasse o seu acto.

O sr . Fernando Lobo fez—se de valen te e resis tiu à

ordemdo vice-

pre siden te da R epublica. O pobreminis t r ofoi escovado emreg ranas columnas d'o Paiz , que o trouxede canto chorado.

Suppnnba se que o animal tinha tomado o freio no den tee me não havia quemo pudesse con ter na disparada. O

s r . Floriano Peixoto , porém, geitosamen te amaciou o pellodo bruto. passou

-lhe o barbicacho e o fez parar , desmanchando a dif eren ça. Quando meno s se esperava, eis que apparece o decreto de H do cor ren te, reinteg rando no exerciciodo respectivo cargo o tenen te

—coronel commandante do 80batalhão de in fan teria dt guarda nacional M anuel Co t ta.

S e ominis t ro tinhade ceder a in timação do chefe do E s tado

porque não o fez logo ?Parece ter querido imitar aquelle artimt l qui 30 las

empaca, quan lo é for temen te esporeado.

A gora veja-se a troça que o commandan te superior

general E s tevão Fer raz e o tenen te-coronel rein teg rado

fizeramquando foi publicado o acto do s r . Fernando Lobo .

O general fez baixar a seguinte ordemdo dia:«Tendo sido por decreto de hon tem, publicado no

D iar io u/fcr'

al de hoje, reintegrado no exercicio do respo

ctivo pos to o tenen te-coronel commandan te do 8o batalhão

da guarda nacional, sob meu commando, M anuel Cot ta,con g ratulo

-me com toda a corporação, especialmen te como referido 80 batalhão, pela satis fação com que recebe emseu seio tão dedicado e patriotico cidaN o.

—E s tevão rosé

Fer raz , general de brigada.»

O tenente—coronel M anuel Cotta, ao reassumir o

commando do seu corpo, debochou o ministro do seguin temodo

Commando do 8o batalhão de infan teria da guarda

nacional daCapital Federal.—O rdemdo dia n .—Emcum

primen to da ordemdo dia n º 3 3 , publicada h oje, e deter

minação verbaldo digno general E s tevão Fer raz , oommendan te superior da guarda nacional, reas sumo o commandodes te batalhão do qual foi dispensado por decreto de lã deJun ho preterito . 0 patriotismo , primeiro sen timen to quedeve encamin har todos os actos da guarda nacional. impõelhe o dever de respeitar , sem discussão, sem objecções ,as auctoridades legalmen te con s tituidas , e cumprir Belmon teas ordens dellas emanadas .

S ois tes temun ha de que sempre recommendei amaiscompleta abstenção da politicageme a exacta observancia

às determinações dos nos sos super iores, emprol da paz e

t ranquillidade da familia brazileira e consolidação dasin s tituições republicanas .

A o reassumir o comman lo do 8o batalhão , con firmotodas essasminhas recommendações an teriores , aos ofiiciaesmeus amigos , que ufano—me em suppor o são todos , paten teando—lhes o meu reconhecimen to elas delicadas atten

ções de queme tem cercado, em to os os tempos . Como fito sempre no bemes tar de nossa querida pat ria, na

felicidade da familia brazileira, na es tabilidade e firmezaimperter rita das in s tituições republicanas , tendo a justiçapor guia, a disciplina por norma, e a pureza de nos sas

con sciencias por t ribunal elevado , poderemos esperar quees ta democratica ins tituição venha preencher , em épocamuito proxima, os seus nobres e alevan tados in tuitos .

O honrado general, que actualmente nos dirige, nos ensina

- 2 l2

e'

uos manda, sabe ensinar , sabe dirig ir e sabe mandar.

Sejamos disciplinados , sejamos :patr iotas , sej amos cidadãosrepublicanos como

.o nosso illus tre chefe.

Camaradas ! A patria precisa que vos consumers,pelo vos so respeito as leis , pelo vosso civismo,

.pelos

«vossoses forços , promptos a pres tar- the _ qualquer auxilio

.

queellavenha a carecer nas circums tancias penosas e difiicet s da

sua'reo rganiisação .

Vivaa. R epublica B razileira

Viva o marechal vice-

presidente da R epublica !rrViva a guarda nacional

Viva o general commandan te superior» !

aCapital Federal, 42“de

'

Julho de —Manuel G otta,tenen te-coronelcommandan te.»

O ra todos comprehendemlque es ses vivas , soltados comtanto en thusiasm0 1pelo -s r . M anuel Cotta queremsimplesmen te dizer

M orra o s r . Fern rndo Lobo !E é por iss i semduvida que esse minis tro, que j á rede

a cadaver,es ta desen ter rando os mortos para reformrlz-os

nos imesmos pos tos .

Cer tamen te'

licaremos com uma'

guarda nacion al de'

defunctos .

1 6 de Julho de 1892 .

E'

pruden te que o dr . R odrigues Lima, governador doE s tado da Bahia, não se de muito nessas seguranças por

par te do generalLima e S ilva, que pô de facilmen te mudarde sen timen tos , quando menos se esperar , obedecendo a

outros impulsos e seguindo outras in spirações .

E sse teleg ramma dirigido ao vice-

presiden te da R epu

blica não deve t ranquillisar o dr . R odrigues Lima, porquenemo sr . Limae Silva nemo s r . Floriano Peixoto podemin spirar confiançapelo que dizeme pelo que escrevem.

E lles lá se en tendema seumodo , sendo mais seguro

que ninguemjure na palav ra desses dous heroes , que

quan to mais asseveram, ,

tanto mais longe es tão de ser

acreditados . O s r . Lima e S ilva no R io G rande do N or te

não se pres tou somente manejos politicos , serv iu dein st rumen to aquelles que mais o deprimiam e enxavalha

vam.

Foi elle quem restabeleceu no poder o dr . Pedro Velh oque emoutros tempos escrevia a um seu amigo , pedindoinstan temen te que fizesse retirar do commando do batalh ãoaquellaverdadeirapustula. O s r . Lima e Silva não podia

ignorar o juizo que o dr . Pedro Velho formava a seu res

peito, e en tretanto pres tou—se a levan tar sua influencia

ofiicialno E s tado, concor rendo comas forças federaes s ob

seu commando para depor o dr . M iguel de Castro , comquemman tinha as melhores relações de es timae confian ç a.

Já se vd que apalavrade um general, que falta assim aos

seus compromis sos de hon ra, não tem valor algum, n ão

merece fé emuitomenos '

inspiraconfiança.

Desg raçadamen te, porém, são es ses os typos quefiguramnas culminancias des sa repub

'ica podre e cor r om

pida. Sobes te regimen falsificado , é preciso repetil- o ã

saciedade, tem- se praticado escandalos que nunca se viramnos tem os ne

'as tos damonarch ia.

A in a agora no seio da camara repetiu- se umdes ses

coma mais revoltanle connivenciado governo federal. O

dr . Pedro Velho , que foi elevado ao poder pela in terven çãode uma verdadeira pus tula, segundo o seu pr oprio juizo,en tendeu que devia presentear ao seu delicioso irmãoA ugusto Severo comuma cadeirade deputado no cong res sofederal.

A eleição do irmão do governador era eviden temen tenulla, porque o felizardo, no tempo do ,

sr . marechalDeodo ro,obtivera o privilegio de um

,engenho cen tral com garan tia

de juros pelo E stado. N o seio da commissão de verificação

— 21 5

de poderes foi allegada e provada essa incompatibilidademanifes tao incon tes tavel.A maioria dacommissão, porem, ue é governista e

como taldispos ta a albardar tudo , cousi erou legitima essa

eleição fraternal, despresando a incompatibilidade resultan tedo privilegio comfavores pecun iarios do E stado. O deputado M ilton deu parecer em separado annullando essa

eleição sob todos os pon tos de vis ta escandalosa.

Travou' se o debate no seio da camara, sendo tão bri

lhan to a sus ten tação do voto em separado pelo deputado

bah iano que parece ter amaioria se convencido daincompatibilidade arguidaao candidato irmão do governador .

E s tando a ques tão nesse pé, lembrou-se umalch tmts tadacamarade suggerir ummeio de sanar as difficuldades , nãomenos fimmoral do que a propria eleição. Se o candidato

pr ivilegiado desis tisse dos favores , que o decreto de con

ces são lhe assegurava, a camara poderia liritamente reco

n hecel—o deputado, porqueassimdesapparecia o principio daincompatibilidade

E o irmão Severo cor reua secretaria da agricultura,des is tiu nas mãos do sr . Serzedello, que apressou

- se a

lav rar o decreto dedesis tencia, enviando o ainda fr esquin hoao vice-

presiden te da R epublicapara assignal-o e remettel 0

à mesa dacamarados deputados .

N o an tigo regimen commetteram-se muitas patifariasemmateria eleitoral,mas essade tão g rosso calibre estava

reservadaao regimen da le alidade. O principio que sempr e dominou. era a annulação dos votos , que recahiamsobre o candidato incompatibilisado. A incompatibilidadepr oduziaseus erfeitos no acto daeleição, e tornava—se effe

ctivana verificação de poderes .

Agora hermeneulicaeoutra.

Qualquer desis tmcia posterior faz alliviar o candidato

da incompatibilidade, que o tornava incapaz de receber os

suffragios de seu irmão governador . O s r . A ugusto e

S evero no n ome, mas pouco escrupuloso nos meios de cc

cupar uma cadeira no congresso nacional. Alémdesse

privilegio concedido pelo governo federal, o candidato ir

mão do governador e concessionario de outros no E stado

q ne'

pretende representar .

O s r . Flor iano Peixoto e o s r . Serzedello concor reramparaferir de morte a lei eleitoral, que estabeleceu a in

compsàtibilidade para aq t elles que gosavamde favores do

E s ta o.

— 2 18

não escapasse o lado burlesco dessa scena que à primeiravistase revelava de um ridiculo ir resis tível. quando a cer

tos orgãos illus trados do jornalismo fluminense se afigurava

de uma belleza tocan te e incomparavel“

O menino, porém, se encar regou de bar rar a pin turades se quadro, que os far cis tas tinham preparado parapro

duzir sensação . Cansou nos especie que es sa creance não

se t ivesse assus tado nemse pnzes se a cor rer como ch oque

das car zícas que lhe fizera o bacharel F lorian o Peixoto . M e

nino de coragem, dissemos nó s A gorapodemos accrescentar —menino das arabzas

E para que os nos sos leitores não supponham que

es tamos a phan tasiar , ridicularisando cousas sé rias , vamosreproduzir o que sob o titulo

—menor quepromet te— escreveu

o Jor naldo Commer cio, do R io n os seguin tes termos

An te-h on tem, por occasião do cor tej o n o palacio do

governo, apresen tou—se ummenor de nome M anuel Lucio

M arques ao s r . marechal presiden te da R epublica, solicitando de s . exe. protecção para ser remettido para o seio de

sua familia, residen te no Pará ,ou en tão para ser admittido

como alumno n a collegio M ilitar . O s r . marechal en t re

gand'

o-o aos cuidados do seu official de gabinete, o rden ou

que elle f ISSB incluido naquelle collegio . Hon tem pela

manhã evadiu—se o menor da casad ) s r . otiici ll de gabinete.

M ais tarde compareceu na repar tição da policia M ar ia A .Fialh o, moradora a ma do Lav radio n . 7 6

,dizendo ser a

mãí domenor M arques , cujo verdadeiro nome era JoaquimFaria

'

Blanco. D is se M aria que seu filh o havia es tado o u

suacasa hontemmesmo , tendo -lhe subt rahido uman nel e

umapequena quan tia, desapparecendo em seguida. O dr .

t º dslegado auxiliar j á pr ovidenciou sobre a pr isão de

Blanco . »

E ssacrean ça esbelta, alegr e, in telligen te e desembaraçada nãomerece prisão por esses br inquedos propr ios de suaedede.

Severo cas tigo merecemaquelles que a induzirame

engajarampara represen tar esse papel. Uma das duas :

ou essemenino foi indus triado para dar occasião a que se

manifes tassem o s sen timen tos delicados do s r . F loriano

Peixoto , ou por simesmo concebeuo plano de debochar as

feStas commemo rativas do encalhedo R iachuelo e do desas tre

das cer oulas do s r . f'

us todio de M ello. N o primeiro caso

devemser ras tiga'os o s que abusaramda vivacidade da

creança parailludtr a ingenuidadedavelh ice imbecil.

—249

Se, porém,foi o menino quemse lembrou '

de arran

jar e pºr emexecução aquella scena comica, merece elle

pomposo elogio emordemdo dia, sendo até distinguido comos bordados de generalde br igada.

E'

preciso comprehender que se t rata de uma creança

de 40 a 1 2 anuos de edede, que teve a inspiração de apr esen tar o se no palacio do governo, em occasião de cor tejoofficial, para debicar os maioraes da R epublica, commovendo e en ter necendo a todos coma nar rativade seus infor tunios a pon to de ar rancar afagos e car icias do coração empedern ido do bacharel Florian o Peixoto .

Seja, porém, como fô r , o que es tá provadissimo é queesse men ino é umverdadeir o prodígio . O u tivesse elleservido de ins trumen to para represen tar uma scena de ciíeito , eu tivesse obedecido a suas proprias suggestões de

tr ocis ta prematuro, não podemos deixar de admirar o seu

soberbo talen to e sua assombrosa vocação para gener o

debochaú vo .

O menino Blanco ou é um sugges tionado ou um inapirado . Onde, porem,

essemenino se reveloumais admiravelfoi na lembran ça que teve de apresen tar—se no palacioItamaraty dizendo - se natural do Pará.

A devinhando semdov da que o s r . Floriano , pelaelasticidade de seu caracter , aprecia tudo o que vem da ter ra

da bor racha, omenino procurou tocar nes sa corda sensivel

inculcando - se con ter raneo do s r . Sezerdello Cor reaFelizmen te parapoupar mais es sa vergonhaao paiz, o

corpo diplomatico es t rangeiro não crmps receu ao cor tej o ,deixando de tes temunhar essa scena degradan te, emque o

chefe do E s tado serviade ludibrio ao espí rito trocis ta de umacreance de 40 annos i

S e o corpo diplomatico tivesse es tado presen te, seria ocas o de dirigir ao bacharel Floriano Peixoto uma nota

collectiva in timando o a resignar poder por incapaz e

ridiculo .

ImbecilA té as crean ças o debochame se diver temá sua cusm29 de N ovembro de 4892 .

— 222

notavel de profundas divergencias en t re seus chefes . que

por is so se viam impos sibilitados de co'n bin i r umplano

de ataque defii itivo E mquan to , porém,se divulgavam

essas men tiras ofliciaes e o fiiciosas , os emig rados se arre

gimen tavemconvenien temen te preparando—se paraa g randeluta, a que eram ar rastados pelo p

'

t rio t ismo que os

in spirava.

A inda dian te des sa per spect va de revolução , se repe

tiamas scenas mªis desolado ras de lat rocínio s e as sassina

tos, praticado s impunemen te emnome da legalidade, lan

çando o sus to e o tezro r no seio das familias r io-

g randenses ,victimas de brutal can ibalismo, expos tas ao furor dos

legalis tas , condemnadas á miseria e à desh on ra, abandona

das aos in s tinctr s ferozes de seus iniplacaveis perseguido

res .

N as regiões do poder não exis tiam nemo es oirito de

jus tiça nem os s en timen tos de humanidade. Todos os

olhares se voltavam cheios de con fian ça para os . lado s da

fron teira,onde se agglomeravamos expat riados que deviam

ser umdia os vingadores das v ic times de tan t i s at rocidaies .

A onda foicrescend0 , avolumando se com as lag rimas dos

desbordado s da sor te, formando- se leg iões de pat r io ta que

in trepidamen te se atirar im n o campo de batalha para

liber tar seus irmãos ºpprimldos , esmag ar o despo tismo,salvar R epublica e vingar a human idade.

A tordoados , porém, comesse succes s o , comque imbecilmen te não quer iam con tar , recor remavelha tactics de

desvir tuar os sen timen tos que o in spiram e que todos

conhecem,att ribuin lo- o parvamen tea pl. nos de res tauração.

E'

preciso notar que n s se movimen to patr io tico ach am- se

en'

pen hados tunitos dis tinctos repuLlicanos , que não con

cor reriamcomo s seus es fo rços e com a sua bravura parao anniquillamen to do novo regimen e res tauração da

monarch ia.

DeSpachos expedidos calculidamen te denunciamque oarmamen to a. reh endido na lanchaCarmelita fô racompradocomdinheiro fdrnecids pelos monarch is tas de S ão PauloIsso, alémde parvo , é ir r isor io Como se mude saber queaquello determinado armamen to fô raadquirido comdin heiroenviadºdes te E s tado

Ou'

tro teleg ramma diz que o dr . A n tão de Faria che

gande Por to A legre, aconselhára a seus amigo s que se

retrahissemvis to como Bar ros Cassal tin ha descober to no

plano da revolução in tuitos res tauradores

E entretan to esse despacho edesmentido pelo propriodr . An tão de Faria !

Depois de tudo is so apparece apilav ra solemne do s r .

Floriano Peixo to , que res iiondendo á commissão de repu

blican os que foramao Itamaraty offerecer seu apoio ao

governo naactual emergencia, podiaafii rmar que os i'

nimigos da patria, na suamaioria es trangeiro s , empunhavam a

bandeira res tauradora

E s ta a(firms ção do vice presiden te da“R epublica, além

de cavilosa, é temeraria, porque, fazendo uma imputaçãoque não e screditavel, envolve ao mesmo tempo odensa

g rav í ssima aduas nações que pelo men os officiatmen te se

con s ideramamigas . E s ses es t rangeiros que o s r . Floriano

Peixo to afilrma con s tituí rem a maio ria do movimen to re

v olucionario, só podemper tencer as R epublicas A rgen tina e

do U ruguay . E'

eng raçado at tribuir a republicanos nacionaes

e es trangeiros pen samen to de res tauração monarchica.

Alemde que, diga- se a verdademin e crú a, a palavrado sr .

F lo r iano Peixoto nemmerece fé nem inspira confiança.

Todos se devem recordar da repug nan te farça de 42 de

A br il, emque o chefe do E s tado represen tou o papel de

pro tagonis ta, simulando umplano de con spiração parapederdes ter rar seus adversarios .

E'

por isso que sen timo —nos tomados de verdadeiro

ass ombro quando vemos o dr . Luiz M urat, pondo se ao

ser viço do s r . Floriano Peixo to, in spirar—se nas palav ras por

es te pro'

eridas á commiS são que foiapresen tar—lhe amoçãocotada por mais de mi! r epublican os . Convém reproduzir

o que disse o dr . M urat . que en ternecido foi ajoelhar -se aospés tor tos do vice

-

presiden te da R epublica«A s palavras pronunciadas hon tem pelo chefe do

E s tado à commis são encar regada de en tregar- lhe a moção

votadapormais de mil pes soas , deixam claramen te sen tir a

todo s os patriotas que g raves ar on tecimen tos se preparamin fen sos à R epublica. S e 3 . exc. 0 disse é porque, de facto,os monarch is tes es tão mach inando nas t revas . »

E é o dr . Luiz M urat quem jurando nas palavras do sr .

F loriano Peixo to , ch eg i a umi conclusão des sa o rdemLogo , concluímos tambem por n ossa vez . é verdade

tudo quan to o v ice-

presiden te da R epublica attribuiu ásv íctimas des ter radas pelos acon tecimen tos de 42 de Abril.Se o valo r moraldas palav ras do s r . Flo rian o Peixo to rela

tivas aos rnovrmen tos do Sul é tal que faz o s r . dr . M urat

r enegar o seupassado para pôr- se ao serviço do governo,

Sif

nesae caso foi o illustre patriota injusto quando poz emdiz

ivida qiie disse elle comrelação aos conspirador es de

t de A ri

Quemo poderiaprever ?Já omarechal F loriano Peixoto servede oraculo ao dr.

Luiz M urat . E e tal o en thusiasmo na o in fiamma, tãofervoroso o culto que rende ao novo i olo, que chega a

acreditar no rasgo de patriotismo do chefe do E s tado, de

olorando-se disposto amorrer pelaR epublica.

O dr. Luiz M urat tambemotferece emholocausto o seu

sangue, con tanto que as ins tituições se consolidame frusti

fiquem, para gozo, honraa gloriado sr . Floriano Peixoto,cujo lado se acha, e comquem abraçado deseja descer aaepullura !

N ão lhe invejamos o gosto !4 de M arço de 1 893 .

226

incommodo de ir às urnas para sutIragar os can didatos do

governo

Se o marechal Floriano Peixoto fos se capaz de umacto deabnegação patrio tico, já teriaabandonado es se pos totão elevado , em que deve ter exper imen tado as maistremendas decepções , vendo -se expos to ao ludibrio nacional

que tan tes vezes e po r modo tão significattvo se manifes tapara cr ndemnar a sua politica nefasta e o seu govern omaldicto .

O homem, porém, nemse abala, nem se sen te com

reproducção de umfacto caracter í s tico de seu despres tígio ,

que a outro qualquer demenos impudor tr is temen te impressionaria es timulando -o a renunciar o cargo , que só lh etemservido para desci rnar sua incapacidade e patentear a

ferocidade de seus in stinctos . Tres eleições success tvas

rer lisadas no D is tricto Federal deviam conco r rer para

desper tar o melindre de um h omemque mediocremen te se

presasse, porque todas ellas tem revelado o proposito decondemner es se governo de

ºmoralisado , que só se mantemno poder pelt fraude, pelo ter ror e pela V iolencia, comquemy s titica e in 'imid r a nação brazileira.

N a primeira o s r . A ris tides Lobo, candidato official,con seguiuapenas 4500 e tan tos votos para o cargo de

senador federal.

N a segunda o dr . Vicen te de S ouza, director do D iar ioOlhcialª

foi sufiragado comigual somtna de vo tos , tendocomparecido à s urnas muito :menor numero de eleitores .

N a terceira, que realisou—se a 1 5 do cor ren te, o dr .

Teixeirade S ouza obteve apenas 84 4 votos para derutadoao cong resso nacional, sendo in ºign itican tissimo o numerode eleitores que concor reramà s urnas .

Diz com,muito espí rito o escripto r do D ra a dia do

Jor nal daBraz zl que o dr . Teixeira de S ouza deve pres tarrelevan te serviço ao governo, tingindo de represen tan te doDis tricto Federal, deixando se r econ hecer deputado e tomando as sen to na camara, para poupar ao governo de que éamigo maior fiasco emoutra eleição , a que se tivesse de

proceder . E [l t verdade,se a von tade popular se manifes ta

pela abstenção , e se es ta augmen ta emcada pleito eleito ral

que se su'

cede, não resta duvida de que todos os amigos dor egimen da legalidade devem empen har- se no sen tido deevrtar es sas manifes tações de desprezo publtco , que con

tras tamcomasman if es tações de apreço , que os in teres sados

phan tas iampara captar as boas g l'

dÇ tS do marechal, que é

tão tolo que chega a acreditar na Sin ceridade dessas

per feitas comedias , que se represen tampara lisoniear sur

vaidade e'

imitam a novos commet t tmen tos patr ioticos .

O s exploradores , que jalh e conhecemo fraco , met tem

o pobre diabo em fó fas de g rande es tadis ta, e o idiota,semnada comprehender ou comprehendendo demais nesse

j o g o recíproco demiseraveis explorações , deixa- se levar

pelas can tigas dos especuladores , especulando tambem por

sua vez , submettendo—se a tudo que se lhe impõe, para

con solidar a R epublica epara conservar -se no poder .

A'

s vezes es tacamos na con templação desse h omems in is tro , que a fatalidade parece ter des tinado para flagellode nos sa pat ria.

A sua figura g rotesca, os seus modos aplrvalltados , o

seu todo desengon çado , dão a es sa individualidade assimun s tons de idio tismo, de incon sciencta e de imputabilidade,que causam dó e in spiram compaixão . O s seus actos

,

po rém,manifes tam—se comumcaracter tão accen tuadamen

te perverso , que immediatamen te desfazem a impressãocommiserativa que sua figuradesper ta a primeira vis ta. Omarechal F lorian o Peixoto e ummixto de incon scien te e

de perverso .

Tem carade idiota e en tranhas de fera.

E s tudem sua ph y sion omia apatetada, examinemaquel

les traços caracteris ttcos , aquella fron te acan hada, aquellabocca desden tada, aquelles olh os ao cabra—mor ta

, aquelles

pés tor tos , aquelle todo desconch tvada e reconhecerão umdes ses typos vulgar í ss imos , semmerito, sem valor , sems ig nificação alguma.

Virem-no, porém, de dant ra para fô ra oupenetrem no

ín timo de suas en t ran has,

e encon trarão no fundo desse

aby smo um verdadeiro hor ror , a expressão medonha de

um_caracter tor tuoso , umcoração de fera, umr alma dam

n ada, umamon s t ruosidade moralS ob o pon to de vis ta physiologico o marechal é sim.

plesmen te uma creatura dignade compaixão ou de desprezo.

E s tudado, porem, psycologicamen'e e à luz dos factos queo denunciam, é umser h or riprllan te,que enche de asco e de

pavor a quan tos delle se aproximam e o con templam de

per toE

'

as simque o temos vis to a dir igir caricias a ummenino peralta, que foi a I tamaraty pedir sua protecção

para es tudar no collegio militar , man dando—o depos itar empoder de seu ajudan te de orden s , de cuja casa fugiu para

— 228

cahir depois nasmãos da policia como gatuno, assimcomoo temos con templado cheio de odio, dominado de furor ,seden to de vingança, amandar espingardear seus r oncida

dãos , fazer en sºpar de sangue o solo dapatria. para satis

fazer seus caprich os e covar seus ins tinctos ferozes . fingindo

quecommette todos es ses h or rores para salvar a R epublicaemnome dalegalidade.

Tolo e sanguinario l

N ão admira, por tan to, que o eleitorado do R io de Janei

ro, conhecendo de per to esse mon stro se imponha o dever

patriotico de a'

as tar - se das urnas , quando é chamado avotar , inflingindo lhe o t remendo cas tigo do desprezo publi

co . E'

o unico que merecem aquelles que se as signalampelo fer rete ignominioso da t rahição e do cr ime, e se

celebrisatn pela exploração do poder, pela bypocr isia deseus calculos e pela hediondez de seus in s tinclos ferozes .

Paraben s ao eleitorado do D is tricto Federal, que temsabido con lemnar politica nefasta do marechal dos péstor tos .

24 de M arço de 4893 .

sao“

blíc't seriacapaz de ligar impor tancia ao fructo da imaginação ex travagan te do famoso e nuncaassas lembrado Coelho,que teve a ideaburlesca de subs tituir na marca cometa a

esphera de pernas para o ar por umdos Itaes comella ou

semella

Umcaso que devia ser liquidado pela polícia sem ruído

e sem estrepito para evitar que na rua se sen tisse maucheir o , não merecia as h on ras de uma passeiam-

pr otesto ,nemos rasgos de eloquencía pat riotíca do vice-

presiden te

da R epublica. Agora o movimen to revolucionar io n o E s tadodo R io G rande do Sul proporcionava en sejo aos mesmíssimos Wander lmos e F lorambeis para ar rancaremao marechal F loriano Peixoto mais arden tes b .fora1as republict nas ,adubadas comalgumas men tiras ajllclaes .

O vice-presiden te da R epublica, respondendo ã corn

missão eleitana reunião promovida pelo desfructavel ofiicialde fazenda capitão

- tenen te Conceição , declarou que tinha

provas dos in tuitos res tauradl res da revolução e que estav r

disposto amor rer glor iosamen tepela R epublica como o dº.

r egimen to emD . Pedr ito .

O que, porém, se torna no tavel emtodas es sas fanfart onadas , é que o marechal Floriano Peixoto, desejandotan to mor rer pela R epublica amor talhado na bandeira

marca cometa, em vez de expôr—se aos perigos , está

r ecrutando eolan tar zos para emseulugar env íal- os ao thea

tro dos acon tecimen tos afim de espingardearem seus con

cidadãos

N ão ha quempos—a con ter o riso dian te das scenas

dessa farça, que se represen ta, figurando tan ta gen te que,desejandomor rer pela R epublica, se deixa ticar commodomen te no quar tel de saude. ISS ) tudo , porém, que s a torna

ris ívelpela face ridícula que apresen ta, seria s implesmen teínoffens ívo provr cando gos tosas gar galhadas , se não tivesse

como adubo apimen ta damen t t ra que se lhe accres cen tou

para despertar o sen timen to republicano e ferir o melindrepatr íotíco. O mar ech al F lo riano, respondendo a commis s ãodos F lorambeis e W ander linos , disse em tom solemne quetin ha provas de que eramres tauradores os in tuitos da revo

volução, em que tomavam par te estrangeiros em sua

mater ia,E s te embus te proferido com tan ta solemn rdaie pelo

vice presiden te da R epublica, veiu realmen te in ter romper agargalhada nacional aproposito do s cadaveres de bocca, que

ainda não se amortalharamna bandeira republicana.

231

Po r felicidade, porém,o accesso passou rapidamente,

porque impagavelalmiran tedas cer oulas se incumbiu dereavivar a n ota comíca, mandando publicar o seguinte tele

g rammade burlesco sen sação'

Pen ho satis fação de communicar—vos que as for çasfederalis tas foram totalmen te ann iquílladas na fron teira. »

E sse bddo damarinha nemao menos tem conscienciada respon sabilidade do impor tan te cargo que exerce, porque,se a tivesse, nemmandat ia nem con sen tir ia publicar es se

teleg ramma que tanto temde g ros seiramen te inverídico ,como de tdlo e de des fructavel.

E lle, porém o almiran te das cer oulas , se deu publicidade .l es se teleg ramma que mais parece uma tr oça de gar o ta do que uma not ícia dada por amigo , é sem duvida

porque teve a ingenuidade de acreditar que realmen te as

fo r ças fe ieralis tas es tavam com umsimples tir o de boccaan n iquilladas comple

'

amen te. Serve is to apenas parapr ovara competencia do

celebre min s tro damar inha para julgardas cousas de guer ra, de que en tende tan to como de taç tícan í vel, emque tornou- se para sempre memoravel no dia 23de N ovembro , deixando encalhar couraçado R iachuelo n a

bah iade G uanabara.

E'

preciso, porém, que se n os en tendaquando soltamosn os sas gargalhadas assis tindo a represen tação da for ça

republicana no scenario polí tico do paiz .

N ão é que os personagen s que nella figuram,mereçamapplauses pelo bomdesempen ho de seus papeis . Por es se

lado es tão in teiramen te perdidos , porque só fazemdireitoà mais es trondosa pateada por par te dos espectadores .

O que principalmen te nos provoca o riso é aenscenaçã )burlesca de que a peça se reves te, s ão as posições g rotescas

que os typos assumem em scena, os modos aparvalhadoscom que se apresen tam, a en tonação ridícula com que se

preferem men tiras, e desconchavo do en trecho e os péstor tos dos far cis tas .

Quan to mais desengonçados se mos tram em scena,

merecendo pateada, tan to mais risadas desper tam"

pelacompletaausencia de graça.

Como ar tis tas são desgraçados , mas isso mesmo temsua graça para aquellos que, emvez de chorarem comoHeraclito , es tão dispos tos a rir como Democrito .

Seja, porém, qual fô r o merito dos comedian tes comoar tis tas, ren iinciâmos de bomgrade 0 direito de patear ,

— 234

em seu respeitavel habito, assen tado em uma especie de

pulpito , comsua compos tura g rave, ar piedoso e phy sionomia seraph íca, o con selheiro Vianna, que se conheciaen tão

pelo nome de F r ei duton io , fazia con ferencias religiosas

peran te auditor io escolhido, que, ouvindo aquella palavra

inspirada, sen tia-se t ran spor tar mundos invis íveis pelos

rasgos de sua oloquencía ar rebatadora e edificar pela pureza

da doutrina que o novo apos tolo pregava !Con hecendo omundo e os homen s pelo es tudo e pela

experiencia, o con selheiro Vianna nem se altera com as

pretencios ídades humanas , nemse ir rita com as injus tiçasde que é victima.

A un s cas tiga coma ironia do ph ilosophe, a outros

perdoa coma placidez do ch ris tão . A lem de que, o cen so

lheiro Vianna, dispondo de um espirito admiraVelmen tefino ,

temlembran ças felicí s simas , dito s impagaveis , cheios

de g raça in excedivel. Depois que teve a in felicidade de

perder sua vir tuosa esposa, recolheu- se como que a umretiro espiritual; occupando quasi h abitualmen te urna cella

no conven to de S an to A n tcn to ,de cuja ordem é prov incial

seu amigo F rei João de A ri o r Divino Cos ta.

Quando , logo apos a proclamação da R epublica, se deu

uma revolta de soldados no quar tel do lº . batalhão de

ar tilhei ra,emque se descobr iu a in fluencia in y s terio sa de

umpersonagemmy thico , que se impun ha a imaginaçãoapavo rada dos dominado res , a quem se afigurava umumhomembon ito usando de chapéu do Ch ile, fo ram charr a

do s a presen ça do governo pr ovis or io muitos cidadãos

suspeitos de co n spiração .

O s emissaries do govern o fo ram en cr n trar Fer reira

Vian na met t ído emsua cella no conven to de San to A n tonio .

R ecebendo a in timação para compa recer a presen ça dos

dominado res , o rllus tre v a rão não se per turbou, con servan

do aquella calina e aquello sangue fr io , que con st ituem a

sua fo r ça ir res is t ível. R es ignado ao sacr ificio ,voltou- se

para os emis sar ies do governo com verdadeiro ar de

v íct ima inn r cen te, dizendo m neamen te — Obedeço as

orden s de quemtudo pode, mas peço que me permittam,

para garan tia demin ha alma, levar commigo 0 meudirectorespiritual Pr i i João do Amo r D iv ino .

Fer reira Vianna ar ras tado apresen ça da j un ta revolu

cionar iapor suspeita de con spiração , já n ão con tando coma vida, desej ava salvar a sua alma, levando seucon feswemse r compan h ia.

Como tudo isso é expressivo e eloquen te

Dizem que cheg ando ao quar tel general, onde se

achavam reun idos os donos da ter ra,semperder a calmae

o espí rito, tir ou o relogio e pergun tou com ares de inge

nuidade a quem devra con flal o para maior segurança !

Quando começaram a fazer in ter rogato rio , at tribuindo—se

lh e cumplicrdade na revoltados soldados e imputando - se lhe

o cr ime de con spiração , F r ei A n ton io tomado de surpreza

e de h or ror , exclamou em tomde VICllma sacr ificada :— E u conspirado r ? E nvolvido eu em revoltas de

quar tel, quando o unico militar com quem conversa, é o

s r . co ronel M alvino R eis , commandan te da guarda nacional? !N omeado min is tro do imper io n o gabinete liber tador ,

presidido pelo íncly to brazileiro con selheiro João A lfr edo,

F r ei A n ton io , como que secular isando—se, deixou. o claus t ro

em que v ivia e foi residir emcasa de seu gen ro à rua do

Cattete.

A s por tas de sua residencia deminis tro escancararamse, dando ing res so franco a quan tos e procuravam. O s

r epor ter s das diver sas folhas es tavam alli como se es tives

sememsua propria casa.

E n travame sabiam, quando lhes convin ha, semcere

monias , semetiquetas , com a mais ín tima con fian ça e a

mais completa familiaridade. A s sen tavamse a mesa do

minis t ro , comiame bebiamreguladamen te como quemes tá

amesade seu sog ro . E ra ass im nes sa doce conv ivencia

comum con selheiro da coroa que os r epor ter s ar ranjavamo s seus con s tas e redigiam suas n ot icias com facrlidade

que j amais lhes fô ra concedidaem todos os tempos .

E s tranhando - se aFer reí ra Vian naa in timidade comquet ratava es sa gen te, que nem sempre cor responde a con

fian ça que se lhe deposita, respon deu com expres sivo

so r r iso n os labios os r epor ter s são par en tes do gover n o

Quan tas vezes nos temos lemh rado des se espirito, comque Fer reira Vianna clas srficava os repr esen tan tes da

impren sapela familiaridade que en tre un s e outros h avia,

quando vemos uma especie de paren tesco que se es tabeleceu

en t re o marechal F loriano Peixo to e seus admirado resen thusras tas

Parece que e es tadis tade Por to Calvo não é chefe doE s tado , mas propr iamen te chefe de familia .

Defendem-no com tal ardo r con t ra os mais simplesg racejos que lhe são dirigidos , que só podem ser inspira

dos pela in fluencia do mesmo sangue que lhes cor re nas

236

veias . Tivemos agoraa ultima prova do quan to expande

mos . Tratando—se da reeleição de salvador da R epublica

por alguns amigos que não o podem dispen sar , umillus trado o rgão do R io sahiu- se espaven tosamen te para

salvar a respon sabilidade do marechal, exaltando o seu

patriotismo e abnegação, afiirmando coma segurança de

quem vive em est reita in timidade, que elle é incapaz deconcor rer directa ou indirectamente para realiser - se sua

reeleição , embora reformando—se nesse ponto o es tatuto

repubhcano.

Fez-se ao marechal uma verdadeira defeza de par en te.

Se Fer reira Vian na chamava aos r epor ter s par en tes do

gover no pela simples razão de viveremem sua in timidadede familia, não se deve levar a mal que tambemcon sidere

mos par en tes de F lor ian o a todos aquellos que sabemàs

vezes comquatr o pedras namão para provar - lhe seuamore sua dedicação.

Quan tas e quan tas vezes nos havemos lembrado dosditos de F r ei A n ton io , invej i ndo seu espírito incomparavele sua g raça inexcedível t

Se sob amonarchia tinhamos os paren tes do gover no,não admira que dominando a R epublica nos felicitemoscom os paren tes do F lor ian o

7 J '

. Abril de 4893 .

— 238

de sangue? E a maioria dos submissos , dos que humildemen te se ar ras tamaos pés tor tos da tyrannia, abdicando

dos sen timen tos de human idade, declara por uma votat'ã i

solemne que não é convenien te pacificar o E s tado do R io

G rande do Sul R alado de remor sos , rodeado de espectros ,apavorado coma propria sombra, o mon s tro do Itamaratyvive emuma agitação verdadeiramen te in fernal.

R epetem—se as con ferencias commeio mundo , põem- se

emcon t ribuição todos os expedien tes , cor rompe—se, ameaçase, jogam—se todaa as armas , empregam- se todos os meios ,men te- se, calumn ia- se , enxovalha- se para desper tar adhe

sões , fazer prcsely t tsmo , provocar en thusiasmo e crear

dedicações

O marechal Florian o Peixºto , ] por mais que faça, não

passará de umdespres ível ambicioso , que para _man ter—se

n o poder, não recú i dian te dos mais revoltan tes atten tadoA celebridade que tem conquis tado no periodo nefas to de

sua admin is tração, é tão execravel que es tamos cer tos ,

ellemesmo não pode illudir- s e sobre o juízo que o paiz

in teiro formaa seu respeito .

Deus sabe quan to esforço es tamos fazendo , pelo no s so

mau es tado de saude, para escrever es tas linhas . que n empor s mbras exprimem toda

'

a indignação de que n os

achamos possuídos , con templando es sas scenas desolado ras

que'se desen rolamn i palco polí t ico do paiz , em que se

represen ta a mais tremenda t ragedia. do que é pr o tog o

n í s ta o mon s t r o de Ilimaraty , dominado de odio , seden to devingan ça e de sangue .

Pesem sobre a cabeça des s e reprobo todas as maldiç õesnacionaes

O san gue de irmãos der ramado tão des humanamen tenos campos glorio sos do R io G rande do Sul, h a de s slpicarlhe as faces como umestigma de seus in s tinctos ferozes e

de seus crimes abominaveis34 de M aio de 4893 .

L I I I

ada vez nos causa mais repugnancia e nos desper ta

mt is h o r ror a catadura do V ice-

presiden te da R epu

E s se homemé umverdadeiro aby smo de h ypocrisie. e

de per ver sidaie.. O s ultimos acon tecimen tos do E s tado de

San ta Cathar ina Vieram aindamais denunciar seus ius tinCtos ferozes e descarnar sua ph y swn omta hor ripilan te. A

situação creada alli foi obra exclus ivamen te sua, realisada

po r meio de in s trumen tos con hecidos , que obedeciama

seus planos e semoviama scus acen os

Ums imples teleg ramma despedido de Itamaraty teriaevitado a carnilicma que se deu, poupando

- se o sacr ifício

de tan tas vidas , o ln to e a desolação de tan tas familias .

O marechal Flo riano , porém não se impres sion t comessas

cousas que a seus olh os nada valem,sen tindo pelo con trario

immen so prazer emver der ramado o sangue de M a deiras ,de que se alimen ta e que faz as delicias de seu g overno .

F oi em Itamaraty que se planejou aquella lugubret ragedia, que se represen tou em S an ta Gatherin g depois deruido s a en s renacão, tomando par te todos os Ser ra M ar tin s

e Villas Boas , todos os Paula R amos e Hercí lio Luz ,

sinis t ras ligures que seguiam as in spirações do verdadeiro

pro to gonis t t que se occultára para fugir à respon sabilidade.

Travnu se en tão o con tltcto san g ren to, que se tornou

inev itavel pr la falta absoluta de medidas preven t vas , que

perver samen te deixaramde ser tomadas,apezar dos avisos

reiterados e das ins tan tes solicitações .

A resis tencia toi viva e heroica.

Emvistades saat t ttude energica, que _con tra'iava todos

-24 :

planos de assalto ao poder , omonstro est remeceu, miran

do- se naprºpria som ra, e ordenando a seus sequazes que

não reconhecessemo governo revolucionario do dr . HercílioLuz .

Deu—se immediata mutação de scena, trocando—setelegrammas de cong ratulações , en terrando—se os mor tose pensandd

- se os feridos . De Itamaraty expediu- se es te

despacho que j á per tenceahistoriades ta ne/anda legalzdade:

Palacio do presiden te da R epublica. R io,2, à s 2

horas madrugada. U rgen te. Vice-

presiden te E s tado,commandan te do dis tricto e capitão do por to .! Agoramesmo, 45 minutos depois de meia noite. recebi vosso

teleg ramma. que en cheu 1;e VE LHO CO R A ÇÃO do max imocon ten tamen to , por ver que es tafirmadaa paz nesse E s tado,por tan to satis feito e tranquillo povo catharinen se.

N ão ha ven cidos nemr encedores . M uito bem A lferesVillas Boas , meu emissario , cumpriu firmemen te minhasin s trucções é umben emer itn . E s te govern o tambemsatis

feito per ter dado uma pr ova, de sua S in cer idade n o cumpr imen to do dever , paraben s todos os habitan tes des se E s tado !Viva a R epublica l

— FLon tA N o .

— Vivaa R epublica ! Viva a

con s tituição federal ! Viva o povo catharinense ! Viva o

governo federal ! »

O que se devia ter feito para impedir acarnificina, fezse depois de con summado o at ten tado.

O marechal F lo riano Peixoto e sempre o mesmohomemabysmo, sem fé , sem alma, sem en tranhas , semconsciencia, semcoração , sempatriotismo e semhumanidade.

Hypocrite refinado ousadizer que temo velho coração cheiodemaximo con ten tamen to pelo res tabelecimen to dapaz no

E s tado de S an ta Catharina.

Todo o mundo , porém, sabe que foi elle quem e perturboupor in termedio de seus emissarius , que desavergonhadamen te chamabcnemer itos .

Que prova de sinceridadee essa no cumprimen to dodever , quando sem

'

n i'es tou tardiamen te, depois . que seus

apaniguados , obedecendo às suas ins trucções , sacrificaraut

tan tas v íctimas, levando o luto e acons ternação ao seio detan tas familias

Se o desalmado ainda tem coração como inculca, es tá

es te não somente cell—o,mt s gas to pela praticado crime, a

que se avesou, pelo fermento das traições que o es tragaram.

Se algumacousa produziu-lhemaximo con ten tamento,

e bella e adoravel R epublica !O ultimo movimen to naval con tra o govern o do

'marecbal Floriano Peixoto vemcoroar a

'

obr'

ade desmo ralísação do r agimen proclamado

'

a lã de N ovembro de 1 889 peloexercito e armada emnomedo bes t íatisado.

O con tra-almiranteCus todio José de M ello aos nossos

olh os não pas sará de umambicioso vulgar ,'

que tudo empenha e ar risca tudo para figurar no scenario politico do

paiz, tomando de assalto as posições que não pôde conduistar nempelo talen to nempelo pat riotismo.

Parece Que a idea que principalmen te o píeocrupa, élavar aquellas ce

'

lebres cer oulas , que a'

23 de N ovembro ª

de

l'

89l ficaramcs tampilhadas no encolhe do R iachuelo jun toao po r to da A rmação .

N ão nos in spira sympath ies nem nos desper ta en thusiasmo a attitude que agoraassumiu o con t ra-almiran te, queno governo dalegalidade se tornoucumplice dos er ros e

dos cr imes commet tidos pelo ty ranno de Itamaraty , quedesde o principio contrariou os des ígnios do movimen to de23 de N ovembro, atirando- se despejadamen te politicanéfanda de deposições de governadores , de dissoluções decon g ressos . e de subversão geralde princípios de ordem e

de liberdade.

0 governo domarechal temsido uma seriede at ten tadospraticados em sua maxima par te de accordo como ex

min istro da marin ha, que agora se rebella contra o moustro que todos conheceme a cujavon tade es teve subordina

do . Outro qualquer official da armada poder ía promovere

'

divigir essemovimento revolucionarío, que visaadeposição

do marechal Florian ) Peixoto, menos o contra—almiranteCus todio José de M ello, que foi seu cumplice nos crimescommet tidos , que ora condemns e pretende castigar an tes

de ter expiado suas proprias culpas .

Se nos deixassemos in spirar por paixões incmlessaveisemover por ÍD IBU SSO S mesquinhos de par tida, o movimen tode 6 do cor ren te seria caso para encarecer e applaudir.

porque, es tamos convencidos , deve concor rer for tementearaa queda da tyrannie, que tan to tem compromettídoepublica e aviltado nação brazileiro .

Como, porém,felizmen te não somos especuladores que

exploramas migalhas do poder . sen timo-nos revoltar e ao

mesmo tempo en t ris tecer dian te desse espectaculo, que vemofferecer- se aos olhos da nação e domundo como amaistremenda condemnação do regimen republicano , sacr ídca

de pelos odios e ambições dos que se inculcamseus apo

logis tes o defensores .

O marechal F loriano, temos dito e repetiremos , nãoes tá na alturade dirigir os destinos do B razil. Faltam—lh etodos os titulos para desempenhar as elevadas funcções da

supremamagiStratura do paiz . N ão possue nem talen tos ,nem seriedade, nempatriotismo.

Paraman ter—se n o poder , é capaz de tudo,sobrando- lh e

amais requin tadaper versidale e o cyn ismemais revoltan te.

A poiado pelo j aco in ismo fer oz , que vergonhosamen te o

explora _

tem no gover no percor rido a escala de todos o s

crimes , procurando annullar todos os poderes da nação,abater todos os caracteres , suffocar todos os estímulos ,

perver ter todas as consciencias , sequestrar todaa liberdade,violar todas as leis , esbanj ar todo o dinheiro do E s tado ,absorver toda a soberan ia naciouil, suporímir todas as

g iran tias , anniquillar toda von tade e sen timen to pºpulares .para fazer sobresah í r erguida sobre essas ruinas aquella ti

gura ph ysicamen te gdesengcnçadae moralmente repus ilva.

A penas subiuao poder pela in fluencia do movimen to naval

de 23 de N ovembro, concebeu e realisou o pliuo nefas to

de demolir tudo que cons titucionalmen te es tava feito e

es tabelecido no paiz , tendo como braço forte o con t ra

almiran teCus todio de M ello, que com todos esses crimes se

torn ou solidarío .

R eformou de uma só vez 43 generaes do exercito e da

armada. que tiverama ousadiade lembrar -lhe o cumpr imen to de preceito con s titucional, que manda proceder aeleição depresiden te daR epublica, quando a vaga se abre

publicas para inflingir—lhesmais essa humilhação. E nãocon ten te de haver dado a espectaculo as tres victimas deseu odio furioso, os ten tou ainda mais o seu despreso ,mandando ionduzir o almiran te W andenkolk emumcar ro

de praça de numero “2,ordinaria e r eles , como dis se a

Gazeta de N oticias , ao passo que aos outros dous foramoderecidos car ros de ordem.

E ssa ignobilvingan ça exercida con tra -uma altapaten tedaarmada, devia provocar da par te dessa illus tre classe

ummovimen to de jus ta indignação para desaflron tar os seus

brios e desagg ravar suahonra. tão in solitamen te espesi

nhados na pessoa de um de seus chefes .

Todos esses acto s de violencia o desprezo, raticados

pelo marechal Floriano. con traa nossa marin ha eg uer ra,

podemser con siderados comomotivos plaus íveis e sufilcien o

tes para justificar a explosão de hos tilidades por par te da

corporação offendida. O que, porém, não .podemos comprobender é que o con tra-almiran te Custodio de M ello , quetanto concor reu para o rebaixamen to da sua classe, inapi

rando e referendando actos de prepotencia'e de humilhaç ão,

se puzesse fren te de ummovimen to reinvíndªcador ,declarando , emsua proclamação, que a nação anceia por

per- se livr e de um governo ue a humilha

,eque a epocha e

'

de recon quis ta dedir ei tos e e liberdades que foramcon cul

cados e oppr imidos .

Quem é que pôde acreditar nessas expansõ es ar tinas

de quemtan to sabe conculcar direitos e opprimir iberda

des , t

grnando—se algoz de seus proprios companheiros de

classe

Alémdo que, não conhecemos nem descobrimos as

van tagens que possa colher o regimen republicano da repetição dessesmovimen tos militares de ter ra e mar . O poderpassadaponta da espada para bocca do canhão , dando

se agora ainda mais a circums tancia ag g ravan te de ter

sahido dos fundilhos das cer oulas es tampa/tadas do s r .

Cus todio para voltar ao mesmo pon to de sua o rigem.

O s especuladores , que applaudirama revoluç ão de 23

de N ovembr o que lhes aproveitav », hão de condemner a de

6 do cor ren te, que lhes con traria os calculos concor rendo

para arrancar-lhes a teta, em que gozamas delicias da

legalidade

N ós , porém, quenão vivemos de polí tica paramamar ,como sinceros republicanos condemnamos todos esses movimen tos , q

'

ue fatalmen te con tribuempara o descredita do

24 7

paiz e desmoralisação das instituições . Desejamos ardentemente aqueda do mon stro de Itamaraty, con trao qual selev an ta a consciencia nacional, mas median te o esforço

pat r io tico daquelles que feridos emseus direitos e privadosde sua liberdade, atiram-se no campo da hon ra, expondo a

pr o pria vida, ves tidos da blusa dapatriotas , semespírito eambições de clas se, que só se impõe pela força, suffocandoo sen timen to nacional.

E s tamos far tos de levan tes de quar teªs e de bordo de

nav ios que tan to nos temabatido e envergonh ado.

G umercindo. Tavares , Salgado e seus companheiros deluta serão ºs salvadores da republica e da patria

'

. N esses

h er r es da liberdade es tão depositadas as nossas mais ardentes e vivas esperanças . A ” sua approximação triumpauteo prºprio Itamaraty estremece emseus fundamen tos e os

ido latras da tyrannia presagiamsua proxima ruína.

Preferimos a liberdade reconquis tada pela acção do

pat r iotismo ã que nos possa ser impos tapela espada ou pelo

can h ão. Aquella exprime a pureza do desín teresse e daabn egação que nos animame con solam, esta significa umpresen te outorgado pela forçaque nos humilha.

43 de Setembro de 1893 .

Com o sangue de seus irmãos , ao passo“

que o marechalFloriano tem revelado in stinctos ferozes concor rendo

frescamente paramultiplicar o numero de v ictimes sacrificadas às sugges tões de seu odiº furibun lo e as in spiraçõesde sua hediondaperversidade.

E s tamos cer tos de que, no momento emque o mon s tro .

tocado de lucidez pat r íotica, se disso pudes se ser suscepti

vel, en t regasse à nação º poder que tan to temaviltadog se

desencadeiariamcon tra elle todas as maldições por . arte

dos que hoje o fes tejam e applaudemouvindo as uras

verdades que ora se occultampor in teres ses mesquin hos e

paixões ínconfessaveis .

O marechalDeodoro:teve amesma sorte , que aguarda

a todos que não estiveremmais dispos tos a satisfazer asambições do j acobin ismo , que só acha bom e pat rioticoaquillo que cor responde aos s eus calculos e lh e approveita.

Deºdoro foi a principio con siderado o .mais elevado vulto

da patr ia, o fundador da R epublica, proclamando- se emtodos os pon tos e em todos os tons suas excelsas virtudes , endeosando- se o seu pat riotismo, exaltando- se sua

abnegação, glorificando- se até sua er ysipela

Desde, porém, que dispensou os serviços dos primeiros membros do governo provisorio, foi rebaixado do

pedes tal de gloria a que o haviamelevado, reduzindO oo

ao simples papel de cabo de esquadra na proclamaçãoda R epublica !

O s mesmos que de joelhos aguardavam os s eus

acenos e submissos lhe beijavamas plan tas , con sideran

do—o primeiro es tadis ta do paiz , o heroe de mil batalhas ,Deus da R epublica, cobriram-n o de improperios , enxova

ibaramo seu nome e vilipendíaramas suas glorias

O velho soldado, que sem duvida mal inspirado porseus minis tros commet teu tan tos er ros , resgatados aliás emummomen to de in spiração pat riotics , resignando o poder a

23 de N ovembro , desceu ao tumulo .cruelmen te tor turado

pelas ing ratidões , que soff rera por par te dos mesmos quehumildemen te se r ajavama seus pés , implorando umamigalha de sua con fiança.

E'

es te o des tino reservado aos considerados grandes

da R epublica, cujo vulto se amesquin ha e se rebaixa ao

n ível dos in s trumen tos impres taveis , desde que n ão se

prestammais a servir os in teres ses e satis fazer as ambiçõesdo j acobin ismo insadiavel.

N ão admira, pois , que o con tr a-almiran te Custodio de

Hello seja hoje estigmatísado como salteador dd pode?,quando por iden tico movimen to a 23 de N ovembro foi

pr oclamado salvador da R epublicae benemerito dapatria.

Para nó s, porém, que sabemos guardar a mais rigo

r o sa coherencia, por no nada aspiramos e n ida pretende

mos , senão a conso idação do regimen republicano e a

felicidade da patria, o contra-almiran te é h oje o que foi

h on tem, e será amanhã o que temsido até hoj el simplesmen teumambicioso vulgar .

N de Setembro de 4893 .

256;

certo as mais fundadas esperanças dafconsolidação na.

cional. Ccmprehendemos ue no empenho de an imar as

tropas , o vice-

presidente a R epublica se mostre calmo,apresen tando

-se empalacio fardado e armado para qualqueremergencia, visitando , acompanhadº dd senador Cun ha

ilun ior

loude seu es tado maior , os pontos for tificados do

illora

Tudo isso se explica naturalmen te pelo in teres se de

communics r às forças queo sus ten tamo sangue frio e con

fiança, de que semos tra revestido o chefe do E stado.

O que, porém, não se comprehendee muito men os se

jus tifica é que, para affectar serenidade na effervescen cia

da luta que o assoberba,e

,convnlsioua todo o paiz , o

marechal Floriano Peixoto tenlia a ousadia de escarnecer

do sen timen to nacional, figurando uma situação que n ão

existe, e fallando-lhe de eleições , quando todos sabemque

é simplesmen te imposs ível amanifes tação do '

v oto '

popular !

Em.

umpaiz que não g r zade paz, emque o gover n o

so'

arma para resis tir , emque o espiritº publico se acha

sobresaltado, não pºde haver expansãode liberdade, e ondenão

haliberdade não ha suffragio, e onde não ha suflragio ,não ha eleição.

O marechal Flor iano diz que o comcr ecimen to a': um a

para a formação da um congresso ,e oito sob ainfluenciacops tituçiqnalde umaleiamplamente garan tiriamda verdadedo .au/[regia e o criterio patriotico daescolhados representantes , serão a solução dacrise quenos es tadepauperando oorganismo social

Comparecimen to às urnas e leiamplamen te garantidoradaverdadedo sufí iagio, quando o paiz in teiro se acha convulsionado, quando os amigos do governo , nas vesperas daseleições, se apres tampara a guerra, . se militarisam, se

arregimen tam. se amam, sem ouvida-

para defender as

urnas,egarantir a liberdadedo v t to popular !E sse documen to que o vice—presiden te da R epublica

afiron t samen te atir i u a face da nação brazileiro, ser íarecebi o ao somde es trepitosa gargalhada; se o paiz não

estivesse mergulhado em profunda tr is tezai polos sinis trºs

ªn

gor tuníos do presch te e pelas pungentes .aprehensões de

uuro .

Omarechal Flor iano , .assig ncndo -o e fazendo o publicar ,pretendeu semduvida apparentar

. calma: e « seguran ça n o

meio das ondas tempestuosas que se acoumulamsobre sua

cabeçª,. mas emverdade ec) —revelou mais lamen tavel

257

per turbação de seu espí rito pelos choques violen tos de

tan tas con t rar iedades que profundamen te o abalam.

N ão temos noticia de que nenhum chefe de E s tado

n o momen to critico emque se vc abarbado com movimen tos revoltosos , que não tempodido abafar , que crescem,

se avolumam, se es tendem,se ramificam, assumindo pro

po r ções temerosas , se tirasse de seus cuidados para fallar

à nação de eleições , a proposito de trabalh os prelimin ares ,para t ratar decausas empossweis nas ter riveis conjuncturesem que se acha o paiz

E s tava reservada essa cerebrina novidade aomarechalF loriano Peixoto . que terminou o seu manifes to comes ta

tirada enormemen te tranquillisadoraJulguei-me ( brigado, nes ta occasião emque actuam

,

s em r cs tr rcçáo alguma, todas as garan tias con s titucionaes ,

( salta, M ar tin ho dirigir-vos palavra para vos altere

cer , nes te momen to de h eroica provocação parque es tá

pas sando a R epublica, o penhor segur o , anabalavel e des

in ter es sado de toda a minha lealdade polí ticaE

'

preciso que todos os cidadãos amigos da pat ria

firmemen te creiam e tenham céga con fian ça na palavra

h on rada de quemnão laltuu uma só vez a t il l lealdade

politica.

Tranquillise-se o paiz , por es se temcathegor íco emq ue o marechal se exp

r ime, alludindo aoccasião em que

actuam, semr es tr tcçáo (alguma. todas as garan tias con s ti

tucionaes , (g rata, M ar t inho ficando cer to de que as proxi

mas eleições serão a manifes tação mais . livre e patriotica

da von tade popularA s urnas es tarão escancaradas no dia 30 do corren te

,

defendidas por bayonetas caladas para que não sej am vio

pelos votos dos adversarios do governo .

O marechalFloriano garan tiuque o voto será livre, e é

preciso crer , porque quemnão acredita na sua palavra

h on rada, e não aceita o pen hor seguro , inabalauele desin ter essado de toda a sua lealdade politica, pelo menosar r isca se a ser con siderado como inimigo da R epublica e

da patr ia l

M de Outubro de 4893 .

260

Acabamde fallecer , emmenos de quinze dias , tresfilhos do dr . Pinheiro .

Parabens a. sociedade que as simviu—se livre de tres

futuros bandidos .

Umcer tamen te empunharia a gazua para alta noite

penetrar nas casas e roubar a seusalvo semser presen tidooutro brandiria o punhal assassino para fazer victimassacrificadas aos seus in s tinctos ferozes ; o ultimo manejar iao bacamar te para covardemen te assaltar nas es t radas aos

que passassemincautos .

A inda uma vez parabens asociedade, que as simviu

se livre de tres futuros bandidos .»

A impren sa par tidaria do Para tocou ao requin te do

hor ror , revolvendo- se no charco putrido da abjecção,inven tando in famies paradepr imir , ou profanan to tumulodos innocen tes coma babugemnauseabunda de repugnan te

hydrophobia.

Agoranabella cidade de M ogy-mirimdesg raçadamente

inaugurou- se o mesmo systems despresivel, covarde e

repuls ivo nas columnas editoriaes da Tr ibuna, orgão

anonymo dos jacobinos .

R eproduzimos amiseria, paraque os h omens de bemvejamo abysmo de vilesa e de covardia, a que desce umaalma suja, que sen te-se feliz emmacular a hon r a de quemnem por sombra jamais a offendeu, aceitando e dando

circulação anoticia de umfacto per versamen te imaginario .

Em seu numero Gi , ,de 5 do cor ren te, a Tr ibuna,de M ogy mirim, diz o seguin te soba epigraph e Padre

João M anuel

Pessoa , vinda do Amparo con tou-nos : Que no dia1 de N ovembro, por occasrão da missa paroch ial, aquello

sacerdote quiz fazer retirar da eg reja uma, senh ora denacionalidade italiana

,afimde dar o lugar que ella occupa

va a outra brazileira, de posição elevada na sociedade

amparen se.

A sen hora italiana respondeu ao padre João M anuel

que na ig reja todos eram iguaes , quer fossem ricos oupo

bres e que por isso não deixava o lugar emque es tava.

Insis tindo o padre pela retirada da alludida se.

n hora, algun s italianos dirigiram-se a elle e declara

ram não consen tir que se realisasse aquello in ten to nessa

occasião um delles deu duas bofetadas no mencionadopadre.

Lastimamos profundamen te o acon tecimento e fazemosv o tos para que na florescen te cidade do Amparo não se

r eproduzam factos iden ticos ao que fica nar rado . »

E'

até onde põde chegar to rpeza de uma impren sapros trtuida e depravada l,

8 de N ovembro de 1 893 .

para cons tituir- se o nosso orgulho, galgando as culminanmas do poder , consolidando a R epublica e felrcrtando a

patria.»

O proprio s r . Floriano Peixoto , ao ler es te protes to tão

vehemen te e tão cathegor íco, ficará perplexo sem saber sr

realmen te nasceu emPor to Calvo , ou si, como aflirma o

Phar ol,teve po r berço de seu nascimen to o famoso R io das

E guns . Deparao se-nos agora o Cor r eio da Cacar ia, que

semanalmen te se publica no E s tado de M inas G eraes ,

exprimindo-se assimc N ão é possivel suffocar por mais tempo os estimulos

do nosso patrio tismo , que manda reivindicar para nos sa

ter ra a felicidade de ter s ido o lugar , em que viu pela

primeira vez a luz davidao benemerito marechal F lor iano ,que a o nos so 2 9 , a nossa hon ra e glo r ia, o nosso orgulho ,e nosso desvanecimen to .

N ão é humilhação ter nascido emter ra tão obscura, e

nemse pó le dizer que sej a umcaco ou cousa de cacaracá

quemten ha nascido naCacar ia. E quando n ão exis tissemnos archivos de nos sa ter ra valiosos documen tos que

provam à evidencia o lugar de sua origem,bas tava a

circums tancia de ler o illus tremarechal se pos to de guardaapor ta do thesour o para lazer emcacos todas as preten

ções ex travagan tes emenos lrcitas , paramos t rar qué e filtrobenemerito da heroica ter ra da Cacar ra.

N emse con funda es se herõe, pela sua or igem, comCacos da my tholcgia, esse g igan te mon s t ruoso , que vomitava turbilhões de labaredas e de fumo, e que tendo fur tado

a Hercules umas vitellas , metteu se emsuacapa n o mon teA veutruo , onde Hercules penetrouafor ça, fazendo cah ir os

enormes penedos que en tulhavamaen trada, esmagando e

den tro do prºprio an tro .

N ão ! O sr . F lo riano Peixoto , apezar de ter nascidona Cacar ia e só ter n a bocca poucos cacos de den tes , nãose esconde nas cas as de Cacos , nem teme as coleras dosH ercules da oppcs ição , aindamesmo que clamam terems ido roubados nos seus direitos , nas suas liberdades , quesão as mais preciosas oitcllas .

Perdoamos a Por to Calvo a aspiração de querer con tinuar no gozo dessa hon ra, porque até aqui tem es tado na

mansa e pacífica pos se de tão rnes timavel thesouro . N ão

podemos , porém, tolerar que o R io das E guas venha dis

putar nos es sa gloria.

N ão Floriano Peixoto não per tence a Porto Calvo nemao R io das E guas , é filho legitimo da Cacar ia

E is como se complicam as cousas , podendo até darlugar e levan tamen tos sediciosos, per turbando

- se a paz e a

o rdempublicas !A Voz do Canhotinho, que se publ

icaemPernambuco .

e que se occupa do mesmo assumpto, mos tra- se maisrazoavel emais comedida, fazendo o seu pro tes to nos se

guin tes termosLendo nós emdiver sas folhas a disputa, que se trava

na imprer sa, para saber- se comcer teza em que lugar

nasceu o sr . Floriano Peixºto , tivemos a curiosidade de

recor rer ao tes temunho depessoas desta ter rapara ver

po r acaso nos podia caber essag rande felicidade. Cidadãosde peso e medida, demó r valia e acima de toda a sus

peita, en tre os quaes se des taca o modernissimo oommendan te superior da guarda nacional, nos as severam queaqui nasceu ummenino, que recebeu na pia baptismal o

n ome deFloriano, tllho legitimo de Cus todio l'eixoto, retirando—se j á crescido para o in terior das A lagoas .

A ccrescentarammais que esse menino tinha os péstor tas e nunca soube o que era den tadura. Ainda emten ra idade tornou—se o terror davisinhança, que eravictimade suas malv

,ersações .

R evelandomaus in s tinctos , era umperfeito flagello paraas creações dos visinhos , depennando as gallinhas , torcendoo pescoço aos pin tinhos , queimando os gatos , mar ty risandoo s carneirinhos e commettendo todaa sor te de maldades .

O menino deleitava- se comapraticado mal, sen tindo prazersatanico quando via sangue der ramado.

Ficou sendo conhecido pelo can hotin ho .

Foi essa a tradicção que ouvimos sobre o meninoF loriano, filh o de Cus todio Peixoto .

O ra estando no governo pessoa do mesmo nome e

cognome, revelando os mesmí ssimos ins tinctos , tendo os

mesmos signees , obedecendo as inspirações do verdadeir o

can hoto, não se nos deve es tranhar que acredltemos ser

elle nos so cr nlerraneo. que se dis tinguia empequeno pela

maldade, pelos pés tor tas e pela bocca desden tada.

Isto não pode ser tido denossa par te como umapretenção,mas simplesmen te como uma revelação para ah is toria. »

0 J ornal d'

A gua Choça é mais positivo e mais lut ransigen te na reivindicação dessa gloria.

E is como se expressa :N ão admittimos que t ut ra ter ra se ar rngne hon ra

de ter sido o berço do mar echalFloriano Peixoto . O s maisvelhos des te

,

logar são a tradicção viva desse 'aus toso

acon tecimen to .

Todos repetemcom seguran ça e são capazes de jurar ,si preciso fdr , queo s r . Floriano Peixoto nasceu, ban hou- se,

cresceu e creou- se na A guaChoça.

Foi aqui que elle bebeu todas as inspirações de suas

futuras façan has , vivendo desde pequeno no choco , a fazercalculos , a levantar cas tellos . a imag inar elevaç ões , a

combinar planos , a sonhar ruinas , a premeditar t rah iç ões .

M ergulhado d'

A gua Choco ,sen tiu- se que se lh e en tor taoam

os pés e cabiam- lhe todos os den tes

Tor to e desden tado , dis tinguiu—se pelo ar roto choco

,

mf

os trando- se sempre chuco desembes taiido pelo mundoadr a

E ssemarechal que es tá mon tando guarda ao thes our a,

que ar rota tan t i hones tidade, que pr omet te der ramarultima gotta de sangue em defesa do pav ilhão illesa dos

posªtivis tas , todos o con hecem aqui como filh o leg itimo

d'

A gua Checa, que não foi sómen te o_berço , mas a fon te

de todas as perversidades l»

A G azetade M eia Pataca tambem t rata dessemomen tosoassumpto do seguin temodoO s r . Flor iano nao deve envergonhar

—se de recon h e

t er e confessar a ter ra de seu nascimen to . M eia Patacoo rgulha

-se de pos suir umfilho , que tan to illus tra nome e

as tradicções historicas de sua mãe.

Si o vice pres iden ie da R epublica, deslumbrado pelo s

esplendores do Itamaraty , cesden har a ter rade sua or igem.

negando quenasceuemM eia Pataco , nesse caso res tar- no s à

o direito de proclamar bemalto que o filho degenerado n ão

vale quatr o o ín ten s nemmesmo dez r éis demel cuado .

Pôde o preten s ioso marechal considerar se filh o da

lua e neto do sol, julgando—se até descenden te do Celes teImper io , mas fique cer to de que es ta G azeta con tinuará

a repetir que s . exc. é genuinamen te filho de M eia Pataco . »

A Sen tinella do Cuó, semanar io que se publica n o

cen tro do R io G rande do N or te, exclama por sua vez :

O sr . Flor iano Peixoto illnde-se ou pretende illudir ao

paiz quando faz crer que nasceuemPor to Calvo .

O illust re marechal não pelo ignorar sua or igem,

CONCLU '

SÃO

lguns desafiectos , não podendo quebrar minha altiveznemdiminuir minha inoependencia de caracter, no

t ris te empenho de enxovalharminha reputação, não temhesitado emlançar-me emros to um facto que sedeucommigo a 48 de Abril de 4873 e que indignainente deturpampara ferir me e magoar -me.

Felizmente, porém, possuo um documen to emoriginal

que prova eviden temente os es timulos e energias demin ha dignidadepessoal.

Já uma vez para rebater a in sania de umadversarioignobil, flz publicar na G azeta de N oticias , de 43 de Fevereiro de 1884 , esse documento que conservo como umprecioso thesouro, porque com elle es tou habilitado a

afi'ron tar todos os ataques que se dirijamcon tra minha

hon ra e acon fundir meus calumniadores .

O facto ,de que se servemparaabater-me, seme é :desag radavel, não me desdoura nem me deshon ra, tendo eu

con sciencia de que nessa lamentavel conjunctura tive

coragembas tan te para reagir con tra aaggressão covarde, de

que fuiv ictima, coma circumstancia aggravante da surpreza e daemboscada.

A commissão de policia, compos tados membros damesada camarados deputados , sob as vivas impressões de memen to, lavrou o seuparecer , que impor ta minhaplena justificação, porque dates temunho de que não me acovardei,

quando accommettido de surpresa por meu adver sariot raiçoeiro e covarde.

E sse documen to que providencialmente veio parar asminhasmãos , é firmado pelos membros vdaquellacommissão.

— 270

R eproduzindo-o fielmen te, espero quemeus amigos o leiam

at ten t amen te para que liquemcertos de que não ten ho motivos para envergon har

-me, nem pira sómen te merecercomplacencia, mas simimpô r-me aes tima e respeito dos

h omens de bem.

A” vis ta desse documen to , posso aindaerguer bemalto

aminha fron te, encarando com firmesa e superior idade

aquelles que procuraremdesvir tuar omeu caracter , macularminha hon ra e ferir minha dignidade, referindo—se a umacon tecimen to , que talqual se deu não pôde fazer -me corar

de pejo uemimpellir-me a baixar a vis ta.

E is o documen to emsua in teg ra :

A commissão de policia, repassada de profundo sen timen to . vemdar c

º

n ta a estaaugusta camara,na forma do

ar t ; 224 do R egimen to , das inves tigações a que pr ocedeu e

do que poude colher em relação á lamentavel occur renciaent re os dons s rs . deputados F rancisco Belizar io S oar es de

S ouza o padre João M anuel de Carvalh o, no dia 1 8 do

corren te. Tão deploraveloccur rencia prende- se semduvidaao inciden te que houve ent re os referidos deputados emuma das sessões an teriores .

N o dia 1 8 do cor ren te o sr . deputado Belisario , con tr a

o seu costume, en trou mais cedo no edifí cio da camara, e

con formedeclarou o empregado Pedro G omes de A lcan tara,que serve como por teiro , en trou de sobrecasaca abotoada

demodo que eX teriormen te não t razia comsige in s trumen toou obj et to que revelas se as in ten ções que nut ria e os pla

nos que visava realisar . N o tou—se que po r frequen tes vezes

o s r . deputado Belisario dirigia—se a algumas das janellas

das ante-salas , como quemespreitava alguma cousa.

Infelizmen te chegou o momen to que elle ancioso es

perava. Aproximando se do edificio os s rs . deputados padreJoão M anuele R ocha Leão, e sendo isso observado de umadas jane

'

llas pelo s r . deputado Belisario, dirigiu-se este paraa escada, collocando—se na voltadamesmo , demodo tal quedijficilmen te poder ia ser vis to por , quemen trasse despr even i o

.

do e quando o s r . deputaio João M anuelcomeçava a subir, ,

foi accommettido por elle,munido en tão de'

um ins trpmen toA posição desoan taj osa do aggr edido , que subia iner

me, e a superioridade do ag reasor , que lhe ficou a casa»

lheir o emlugar de sua casal a, são faceis de compreh endarse ; accrescendo, forçae dizel

—o, .quezdeuose uma especie de

Quem dispõe de coragempara repellir uma agg ressão,de dignidade para lutar em condições desiguaes , temdireito a andar

,de cabeça levan tada, encarando altivo e

desa-ssombrade as pessoas de hon ra.

Só os covardes merecemo desprezo publico.