Relatório 2 - Seminário de Tese

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INSTITUTO TECNOLÓGICO DE AERONÁUTICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE INFRAESTRUTURA AERONÁUTICA ANA LAURA MALTA RENDOHL RELAÇÃO ENTRE NOVAS TECNOLOGIAS E O DIMENSIONAMENTO DO CHECK-IN EM TERMINAIS DE PASSAGEIROS AEROPORTUÁRIOS SEGUNDO RELATÓRIO DE SEMINÁRIO DE TESE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 2015

Transcript of Relatório 2 - Seminário de Tese

INSTITUTO TECNOLÓGICO DE AERONÁUTICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE INFRAESTRUTURA

AERONÁUTICA

ANA LAURA MALTA RENDOHL

RELAÇÃO ENTRE NOVAS TECNOLOGIAS E O DIMENSIONAMENTO DO CHECK-IN EM TERMINAIS DE PASSAGEIROS

AEROPORTUÁRIOS

SEGUNDO RELATÓRIO DE SEMINÁRIO DE TESE

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 2015

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ANA LAURA MALTA RENDOHL

RELAÇÃO ENTRE NOVAS TECNOLOGIAS E O DIMENSIONAMENTO DO CHECK-IN EM TERMINAIS DE PASSAGEIROS

AEROPORTUÁRIOS Relatório da tese apresentado como requisito parcial à disciplina Seminário de Tese do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Infraestrutura Aeronáutica, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica.

Orientador: Prof. Dr. Claudio Jorge Pinto Alves Co Orientadora: Prof. Dra. Giovanna M. R. Borille

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 2015

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5 1.1 MOTIVAÇÕES .......................................................................................................6 2 OBJETIVOS ....................................... ...................................................................... 6 2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................... 6 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................. 6 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................... ......................................................... 7 3.1 PROCEDIMENTOS DE CHECK-IN E DESPACHO DE BAGAGEM ................... 11 3.1.1. Balcão Tradicional de Check-in ....................................................................... 11 3.1.2. Web Check-in .................................................................................................. 11 3.1.3. Totens Comuns................................................................................................12 3.1.4.Totens com Impressão de Etiqueta para Bagagem ......................................... 12 3.1.5. Balcões de entrega de bagagem ..................................................................... 13 3.1.6. Balcões de despacho de bagagem ................................................................. 13 3.1.7. Self bag-drop ................................................................................................... 13 4 METODOLOGIA ..................................... ............................................................... 14 5 APLICAÇÃO DA SIMULAÇÃO .......................... ................................................... 19 6 CONCLUSÃO ....................................... ................................................................. 24 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................... ................................................. 25

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RESUMO

Verifica-se que com o crescimento da utilização de novas tecnologias, tanto

aeroportos quanto companhias aéreas encontraram oportunidades para reduzir

custos operacionais, com equipe e com infraestrutura, e proporcionar aos passageiros

mais tranquilidade e conforto, dado que o tempo de processamento do passageiro no

terminal aeroportuário pôde ser reduzido. Atualmente, o self-service check-in oferece

ao cliente diversas alternativas para realizar o procedimento de check-in, tanto pela

internet, aplicativos de celular ou totens de autoatendimento presentes no aeroporto,

dando mais opções para o viajante. Observa-se que outras ferramentas

implementadas em diversos países e que ainda não chegaram ao Brasil, como o Self

Bag-Drop, conseguem tornar a experiência do passageiro no processamento das

atividades operacionais de embarque mais intuitiva, independente, rápida e segura.

Pretende-se, neste trabalho, apresentar cenários com propostas de procedimento de

check-in totalmente compartilhado, com totens e balcões de despacho

compartilhados, onde o passageiro pode entregar sua bagagem em qualquer ponto

de coleta de bagagens do aeroporto, otimizando os espaços da estrutura

aeroportuária, reduzindo custos para as companhias aéreas e proporcionando mais

opções e facilidade para o passageiro. A intenção é encontrar a relação entre

utilização de novas tecnologias e o dimensionamento da área de check-in, e para isso

serão avaliados os impactos no espaço onde é realizado o procedimento,

considerando diferentes porcentagens de passageiros utilizando as tecnologias self-

service.

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1 INTRODUÇÃO

Segundo Kalakou, Psaraki-Kalouptsidi e Moura (2015) os aeroportos têm

anunciado cada vez mais mudanças radicais na forma de conduzir os negócios, entre

elas novos conceitos de gestão de instalações, que visa oferecer ao passageiro uma

experiência de viagem mais rápida, segura e eficiente, ao mesmo tempo que se torna

menos estressante. Para os mesmos autores e também para o estudo de Ma et al

(2011), terminais de aeroportos servem a uma grande variedade de usuários e

funções e essa operação multifacetada exige uma execução de forma eficaz,

garantindo benefícios para todas as partes envolvidas (passageiros, companhias

aéreas, administradores de aeroportos, operadores de serviços aeroportuários, etc.).

Para Lee et al (2014) na gestão do aeroporto é importante que seja

garantido um check-in rápido e sem complicações. Para que haja eficiência, deve

haver um número adequado de balcões, com funcionários motivados, além de várias

alternativas de check-in para minimizar as filas nos balcões.

O Relatório Airport It Trends Survey da SITA - Société Internationale de

Télécommunications Aéronautiques (2014) indica que 17% dos aeroportos tem como

procedimento de check-in majoritário os quiosques (totens de autoatendimento), e que

esse número tem previsão de aumentar para até 72% no ano de 2017. O mesmo

estudo ainda aponta crescimento de 38% para 74% até 2017 da oferta de serviços de

bag-drop nos aeroportos mundiais (onde o passageiro é capaz de despachar sua

bagagem sem necessitar da intervenção de um funcionário).

Segundo a SITA (2014) no relatório The Airline It Trends Survey os

resultados obtidos através de suas pesquisas, apontam para o reconhecimento da

importância das novas tecnologias em terminais de passageiros aeroportuários, em

que três quartos das companhias aéreas esperavam investir em novos projetos de TI

(Tecnologia da Informação) ou realizar a manutenção de sistemas existentes.

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1.1 MOTIVAÇÃO

Diante do exposto destaca-se a relevância da abordagem do assunto.

Nota-se que quanto à literatura disponível, este tema é muito abordado em pesquisas

internacionais e pouco se tem discutido nacionalmente, principalmente no que se

refere ao compartilhamento de equipamentos de check-in e despacho de bagagem.

Este ponto reforça a motivação estudar sobre o tema com o intuito de levantar

informações quanto à utilização das tecnologias no país bem como indicar, através

dos resultados da simulação, os impactos no dimensionamento de check-in de

Terminais de Passageiros (TPS).

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Reconhecer os impactos do uso de novas tecnologias no dimensionamento

de terminais, simulando cenários alternativos para realizar comparações de: (i) tempo

em fila, (ii) quantidade de recursos necessários, (iii) disponibilidade de espaço e (iv)

alteração na curva de chegada dos passageiros.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Tem-se como objetivos específicos: (i) propor uma série de gráficos que

indiquem a área necessária para check-in a partir da porcentagem de passageiros que

utilizam os diferentes procedimentos de check-in e despacho de bagagens, (ii)

comparar a realidade dos procedimentos atuais e o espaço físico utilizado com um

cenário com equipamentos totalmente compartilhados entre as companhias aéreas e

(iii) verificar o impacto da escolha do layout na área necessária para procedimentos

de check-in e despacho de bagagem em um TPS.

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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Para referência bibliográfica, são estudados os temas envolvidos

principalmente com as atividades relacionadas ao check-in. Além disso, busca-se

levantar informações sobre as novas tecnologias que aprimoram esses processos de

embarque, utilização de simulação para analisar o impacto de uso de novas

tecnologias, estudos sobre níveis de serviço e dimensionamento de aeroportos. A

Tabela 1 indica os artigos e as teses que estão sendo analisados e que abordam os

temas supracitados. Vale ressaltar que a leitura deste material está em andamento

para aprofundar as análises no decorrer do desenvolvimento da dissertação.

Tabela 1– Artigos e teses relacionados com o tema de pesquisa selecionados para análise no presente estudo. Fonte: Autora.

Título do Artigo/ Tese Ano Autores Check-in process at Lisbon Airport - Event-based Simulations and Collaborative Design 2008 Díaz Esteban

The capacity analysis of the check-in unit of Antalya Airport using the fuzzy logic method 2008 Kıyıldı, Karasahin

ACRP - Innovations for Airport Terminal Facilities 2008 Impactos da Aplicação do Sistema de Check-in de Autoatendimento em Terminais de Passageiros de Aeroportos

2008 Magri Jr.

Avaliação do Nível de Serviço de Atendimento Check-in de um Terminal de Passageiros Aeroportuários

2009 Martins et al

Cenários alternativos para melhoria do nível de serviço no check-in de importantes aeroportos brasileiros

2010 Maia et al

Check-in processing: Simulation of Passengers with Advanced Traits 2011 Ma et al

The Impact of new Technologies in Airport Passengers' Processes 2011 Gualandi; Mantecchini; Paganelli

Dynamic allocation of check-in facilities and dynamic assignment of passengers at air terminals 2012 Hsu, Chao, Shih

Possibilities of Implementing Airport Self-Service Technologies 2013 Siroky, Hlavsova Aumento da Capacidade do Check-in do Terminal Aeroportuário através da Automatização do Processamento de Passageiros

2013 Paiva

Empirical Analysis of a Self-service Check-in Implementation in Singapore Changi Airport 2014 Lee et al

Optimizing Process of Check-in and Security Check at Airport Terminals 2014 Široký, Hlavsová

Future Airport Terminals: New Technologies promise Capacity Gains 2014 Kalakou; Psaraki-Kalouptsidi; Moura

A seguir são explicitados os conteúdos de alguns dos artigos listados na

Tabela 1.

ACRP –Airport Cooperative Research Program por meio do relatório

Innovations for Airport Terminal Facilities (2008) menciona sobre as inovações que

podem ser implementadas nos terminais aeroportuários. São apresentadas diversas

modificações através do uso de novas tecnologias que podem ser feitas com o objetivo

de facilitar os procedimentos que os passageiros precisam realizar dentro do

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aeroporto, tornando a experiência mais agradável. A figura 1 mostra o conceito que

será apresentado no presente estudo como sendo o modelo 2, onde todos os

equipamentos para realização do check-in são compartilhados.

Figura 1 – Conceito apresentado no relatório ACRP (Fonte: Airport Cooperative

Research Program, 2008)

Magri Júnior (2008) realizou um estudo no Aeroporto de São

Paulo/Congonhas e no Aeroporto de Calgary no Canadá onde foi coletado o tempo

de processamento, realizado entrevistas com passageiros e avaliação do sistema, de

forma que através da comparação qualitativa e comparativa, foi possível identificar a

implicação das novas tecnologias, e estabelecer padrões de nível de serviço para o

check-in self-service.

Martins et al (2009) analisa, através de simulação com o software Arena, o

nível de serviço do processo de check-in do Aeroporto de Vitória – ES. São analisadas

três companhias aéreas com voos apenas domésticos, duas delas apenas com

balcões de check-in tradicional e web, e uma oferecendo o uso de totens além das

duas opções citadas anteriormente. Na conclusão os autores citam que a estrutura

atual do aeroporto está próxima de atingir o limite de capacidade e apresentam o

aumento do uso de totens e web check-in como alternativas para melhorar o nível de

serviço, mas nenhuma simulação foi feita com o objetivo de fornecer dados concretos

e quantitativos de aumento na qualidade do serviço.

Gualandi, Mantecchini e Paganelli (2011) analisaram o impacto do aumento

do uso das novas tecnologias no comportamento da demanda nos aeroportos,

quantificando os benefícios e problemas, baseando-se nos parâmetros da IATA -

International Air Transport Association. Como conclusão, os autores sugerem que as

equações e os parâmetros de dimensionamento sejam revisados e adequados à nova

realidade dos aeroportos.

9 Siroky e Hlavsova (2013) tem como principal objetivo analisar as

possibilidades de otimização de sistema de check-in utilizando tecnologias de self-

service. É estudado o sistema de check-in Aeroporto de Praga no Terminal 2 e

utilizado o software Tecnomatix Plant Simulation.São apresentadas duas propostas

para o estudo de caso: na primeira são implementados self bag-drops e na segunda,

os quiosques imprimem a tag da bagagem e o pax despacha a bagagem no self bag-

drop. Como conclusão, a melhor proposta foi a instalação de self bag-drops, porém

com a situação apresentada no artigo, no momento não seria conveniente aplicar

nenhuma das sugestões, apenas se houvesse um crescimento no volume de

passageiros.

Paiva (2013) apresenta uma dissertação onde analisa o aumento na

capacidade de um aeroporto com a implantação de tecnologias para processamento

de passageiros. A partir de medições realizadas no Aeroporto de São

Paulo/Congonhas, na rotina de check-in tradicional e check-in self-service, foi

construído um modelo de simulação computacional, onde vários cenários puderam

ser observados, buscando aumentar a eficiência do procedimento. Os resultados

apresentados indicavam para uma redução no tempo de espera e no tamanho das

filas nos balcões.

Kakalou, Psaraki-Kalouptsidi e Moura (2014) realizaram um estudo no

Aeroporto de Lisboa em Portugal, no qual utiliza uma simulação para medir o tempo

gasto nos processos de check-in e inspeção de segurança, e quais os ganhos de

capacidade quando esses processos são substituídos por novas tecnologias. Foi

comprovado, através do referido estudo, a redução nos tempos de processamento de

passageiros, além do questionamento sobre a necessidade de expansão do terminal

com a implantação dos novos equipamentos.

A partir da leitura dos artigos e teses indicados anteriormente, foi possível

encontrar dados que serão utilizados como inputs no presente trabalho. A Figura 2

mostra os diferentes tempos médios despendidos em filas e durante as operações,

para cada artigo revisado, os quais apresentam esta informação:

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Figura 2 – Tempo médio em fila e operação de diversos estudos. Fonte: Autora

A Figura 3 indica a porcentagem de passageiros que utilizam cada forma

de check-in e quantidade de recurso disponível em cada um deles, nos artigos

revisados:

Figura 3 – Quantidade de passageiros utilizando cada forma de check-in e quantidade de recursos de

diversos estudos. Fonte: Autora

Os artigos e teses citados na revisão bibliográfica possuem muitos pontos

em comum com a tese em andamento, em cada um é possivel encontrar uma

característica que será abordada nesse estudo, como mostrados na sequência.

• Utilização de simulação para verificar o impacto do uso de novas tecnologias

no check-in;

• Análise do compartilhamento de equipamentos para redução de espaço físico

utilizado;

• Análise quantitativa do efeito da implementação de novas tecnologias;

• Influência do layout na utilização do espaço físico.

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Porém em nenhum deles é proposto um modelo para avaliar o espaço físico

necessário dependendo da porcentagem de passageiros que utilizem novas

tecnologias, como no caso do presente estudo, em que serão sugeridos gráficos para

realizar essa atividade.

3.1 PROCEDIMENTOS DE CHECK-IN E DESPACHO DE BAGAGEM

As novas tecnologias tratadas do estudo são divididas em dois grupos,

referentes ao (i) check-in e (ii) ao despacho de bagagens. No que compete a

realização do procedimento de check-in, são abordados: (i) balcão tradicional de

check-in (ii) web check-in (iii) totens compartilhados, (iv) totens compartilhados com

impressão de tag para bagagens. Para o procedimento de despacho de bagagens,

são citados: (v) balcões de entrega de bagagem, (vi) balcões de despacho de

bagagem, (vii) Self bag-drop. Segue uma descrição mais detalhada de cada um deles

3.1.1. Balcão Tradicional de Check-in

O balcão, presente nas companhias aéreas até hoje, é a forma mais

tradicional de realizar os procedimentos de check-in e despacho de bagagens. Cada

vez mais tem sido substituído por outras formas de realizar as atividades devido ao

grande tempo despendido na fila e operação, além dos custos gerados com

funcionários. Segundo Magri Jr. (2008) esse tipo de check-in tem conceito

centralizado, onde todos os procedimentos são realizados no mesmo local.

3.1.2. Web Check-in

Realizado através do site da companhia aérea, essa forma de check-in

permite realizar esse processo em qualquer lugar em que o passageiro esteja. Nele,

o passageiro responde algumas solicitações, verifica os dados do voo e escolhe o

assento na aeronave e pode imprimir o cartão de embarque. Dependendo da estrutura

oferecido no aeroporto onde irá embarcar, o cartão de embarque poderá ser impresso

no totem, ou simplesmente apresentando na tela do smartphone ou tablet no portão

de embarque. Para Paiva (2013) desta forma companhias aéreas economizam no

custo da impressão dos tickets, quanto o passageiro mais comodidade ao obter seu

cartão de embarque sem enfrentar grandes filas.

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3.1.3. Totens Comuns

Os totens são equipamentos que permitem ao passageiro realizar o procedimento de

check-in de forma independente (sem a necessidade de um funcionário), através dele

é possível escolher o assento na aeronave e imprimir o cartão de embarque. Como

essa estrutura ainda tem um custo elevado de instalação, companhias aéreas buscam

compartilhar o equipamento, dividindo assim o investimento, segundo Howes (2006)

o padrão de totens compartilhados foi desenvolvido pela combinação de companhias

aéreas, aeroporto e fornecedores dos equipamentos/tecnologia. Geralmente as

estruturas são divididas entre companhias aéreas do mesmo grupo. O uso de totens

traz um benefício para os terminais aeroportuário, pois sua taxa de processamento

elevada diminui as filas, economizando espaço físico. Totens compartilhados

apresentam esse ganho em maior escala, visto que companhias aéreas podem ter

horários com maior movimento diferentes entre si e a utilização dos equipamentos de

forma compartilhada, evita a ociosidade e traz um aproveitamento contínuo.

3.1.4.Totens com Impressão de Etiqueta para Bagagem

Com os mesmos benefícios citados anteriormente para os totens

compartilhados, os equipamentos com impressão de tag de bagagem permitem ao

passageiro verificar se a bagagem que será despachada está de acordo com o peso

e as dimensões aceitas pelas companhias aéreas. Se todos os requisitos forem

atingidos, o cliente pode imprimir a tag de suas malas e apenas entrega-las no balcão

de entrega de bagagens, sem precisar passar por mais nenhum procedimento,

economizando tempo. Para o Airport Cooperative Research Program (2008), por esse

processo ser um fator crítico, já que envolve questões de segurança, a utilização

dessa tecnologia exige uma mudança na política e aceitação dos aeroportos e

companhias aéreas.

Para a realização do despacho de bagagens, a seguir são citadas as

alternativas:

3.1.5. Balcões de entrega de bagagem

Balcões onde são entregues as malas que já obtiveram a tag impressa

nos totens que oferecem esse serviço.

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3.1.6. Balcões de despacho de bagagem

Balcões onde realiza-se a pesagem da bagagem, impressão da tag e

despacho. São utilizados por passageiros que realizam o check-in em totens comuns,

através da web ou aplicativos de smartphone e que possuem bagagem. Para Magri

Jr (2008), nesse caso, apenas a identificação e despacho da bagagem ficam a cargo

do agente da companhia aérea, visto que todo o restante do processo foi realizado

pelo passageiro de forma independente.

3.1.7. Self bag-drop

Equipamentos onde o passageiro verifica se o peso e as dimensões da

bagagem estão corretas, caso estejam, a bagagem é despachada no mesmo

equipamento, sem a necessidade do acompanhamento de um funcionário da

companhia aérea. Para a IATA (2009) as companhias aéreas que possuem esse tipo

de tecnologia devem avisar a seus passageiros que realizam o check-in através da

Web ou Totens sobre o uso desse equipamento assim que o Check-in é realizado,

desta forma os clientes não esperam em filas de balcões de despacho de bagagem.

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4 METODOLOGIA

Para a realização deste trabalho, optou-se pela utilização de simulação

para avaliar os efeitos dos novos procedimentos de check-in, com tempos de

processamento e espaço físico utilizado atualmente, e explorando cenários

alternativos, de forma dinâmica e buscando melhores resultados a partir das variações

nos inputs.

Através do uso do software de simulação, busca-se oferecer uma

metodologia para o dimensionamento de áreas de check-in.

Foram escolhidos 2 aeroportos como base para o estudo, são eles:

• Aeroporto Internacional de São Paulo/ Guarulhos (SBGR): foi escolhido

para a realização do estudo de caso por se tratar do aeroporto mais movimentado do

país, com o maior movimento de passageiros no Brasil, além de sua localização que

facilita a realização da pesquisa em campo.

• Aeroporto do Rio de Janeiro/ Santos Dumont (SBRJ): possui o quinto

maior movimento de passageiros domésticos no Brasil e é pioneiro no uso do totem

com impressão de tag de bagagem juntamente com o Aeroporto de São

Paulo/Congonhas e Brasília, uma nova tecnologia até então não disponível em outros

aeroportos no país.

A Figura 4 mostra o número de passageiros processados em aeroportos

brasileiros no ano de 2014, em que se pode notar a posição no ranking dos aeroportos

de estudo. Vale enfatizar que é apresentado o movimento de passageiros doméstico,

pois serão analisados somente os procedimentos de check-in deste tipo de voo.

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Figura 4 – Quantidade de Passageiros Processados em voos domésticos em 2014.

Fonte: Anuário INFRAERO 2014 e sites dos Aeroportos

Para a geração do cenário base na simulação, são necessários inputs de

dados reais do procedimento de Check-in. Para esse estudo, são utilizados dados

cedidos pela Companhia Aérea GOL. Como o foco principal da tese é a influência de

novas tecnologias no procedimento de check-in, foi de grande importância optar por

uma empresa que já implementou novas ferramentas (como o caso do bag-drop em

SDU) para trazer mais opções e facilidades para seus passageiros. Na Tabela 2 são

indicadas as tecnologias disponíveis para os passageiros da GOL.

Tabela 2 – Tecnologias Disponíveis para Passageiros GOL. Fonte: www.voegol.com.br (2015)

Novas Tecnologias Disponíveis

Opções de Check-in Totem Comum, Totem com impressão de Tag, Smartphones, Web

Opções de Despacho Balcão de Despacho, Balcão de entrega de Bagagem

Antecipação de Voo Antecipação de voo através do Totem, Web, Smartphone

Geolocalização Notificações enviadas sobre o trânsito e tempo estimado até o aeroporto

Único no País

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A realização da tese está pautada em 3 pilares: Revisão Bibliográfica, Estudo de caso

e Coleta de Dados e Simulação, como mostra a Figura 5.

Figura 5 – Componentes principais da Tese. Fonte: Autora

• Revisão Bibliográfica: busca por publicações (nacionais e internacionais) que

abordem assuntos relacionados ao presente trabalho, tanto em

dimensionamento de terminais, quanto uso de novas tecnologias para

procedimentos de check-in e despacho, além de utilização de simulação

• Estudo de Caso e Coleta de Dados: observação da realidade dos Aeroportos e

Companhia Aérea selecionados para estudo. A partir do conhecimento do

cenário atual, é possível verificar os procedimentos, até então, adotados nos

aeroportos de estudo permetindo, posteriormente,criar fluxogramas que

representem com a maior semelhança o cenário base.

• Simulação: Criação do modelo base que após validado e verificado permite

replicar diversos cenários alternativos, de acordo com as necessidades do

estudo, obtendo as implicações quantitativas das alterações.

Para entender qual a influência do uso de novas tecnologias no dimensionamento

de áreas de check-in, foram criados fluxogramas com as diversas maneiras de realizar

o procedimento, como mostra a Tabela 3 abaixo.

Tabela 3 – Fluxogramas criados e seus modelos. Fonte: Autora

Fluxograma 1 Modelo Conceitual Atual Aeroporto Internacional de São Paulo/ Guarulhos

Fluxograma 2 Modelo Conceitual Atual Aeroporto do Rio de Janeiro/ Santos Dumont

Fluxograma 3 Modelo Totalmente Compartilhado

17 O primeiro fluxograma, como mostra a Figura 6 remete ao modelo em

funcionamento atualmente no terminal 1 asa A no Aeroporto Internacional de São

Paulo/Guarulhos.

Figura 6 – Fluxograma 1 com base na realidade do Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos.

Fonte: Autora.

O segundo fluxograma, indicado na Figura 7 mostra o modelo em

funcionamento atualmente pela companhia aérea estudada no Aeroporto do Rio de

Janeiro/ Santos Dumont.

Figura 7 – Fluxograma 2 com base na realidade no Aeroporto do Rio de Janeiro/ Santos Dumont.

Fonte: Autora.

O terceiro fluxograma, relativo a Figura 8 sugere uma proposta futura onde

todos os procedimentos envolvendo Check-in são compartilhados.

Figura 8 – Fluxograma 3 com base na proposta de processo totalmente compartilhado.

Fonte: Autora.

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A partir dos fluxogramas 1 e 2, é criado um modelo no Software Arena, em

que o cenário base será validado e verificado. Em seguida diversos cenários

alternativos são simulados, com variações nas porcentagens de passageiros e

recursos disponíveis utilizando cada forma de check-in e despacho de bagagem.

Na etapa seguinte, pretende-se relacionar o número máximo de

passageiros em fila com o espaço disponível, e um gráfico será desenvolvido a partir

dos diversos pontos encontrados com a simulação dos cenários a fim de indicar a

relação entre utilização de determinado tipo de check-in ou despacho de bagagem e

o espaço utilizado para realizar o processo.

Espera-se criar um gráfico para cada tipo de nova tecnologia empregada

no check-in e no despacho, possuindo 2 curvas em cada um, referentes a posse ou

não de bagagens. No eixo x será localizada a área utilizada (em m²) e no eixo y será

apresentada a porcentagem de passageiros utilizando o tipo de procedimento de

check-in ou despacho de bagagem. A Tabela 4 mostra a característica de cada

gráfico.

Tabela 4 – Característica de cada gráfico. Fonte: Autora

Check-in Gráfico 1 Check-in Balcão Tradicional Gráfico 2 Check-in Totem Comum Gráfico 3 Check-in Totem com Impressão de Tag Gráfico 4 Check-in Web/ Smartphone

Despacho de Bagagem Gráfico 6 Balcão de Despacho de Bagagem Gráfico 7 Balcão de Entrega de Bagagem Gráfico 8 Self bag-drop

Um modelo será criado com base no fluxograma 3, esperando encontrar o

melhor resultado de aproveitamento de espaço, pois nele são utilizados apenas

recursos compartilhados entre companhias aéreas. Uma proposta de solução futura

para aeroportos que queiram economizar em espaço e custo de administração do

processo de check-in, além de proporcionar liberdade para o passageiro.

Um estudo de layout será abordado nos dois modelos, buscando a

otimização máxima da área de check-in.

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5 APLICAÇÃO DA SIMULAÇÃO

Como foi citado no capítulo anterior, a partir dos fluxogramas baseados em

cenários reais e um projeto de de procedimento de check-in onde todos os recursos

são totalmente compartilhado, foram criados dois modelos de simulação.

O primeiro modelo, mostrado na Figura 9 reflete a realidade da área de

Check-in apresentada nos Aeroportos de Guarulhos e Santos Dumont. Para o cenário

base com informações do Aeroporto Internacional de São Paulo/ Guarulhos ser

validado, recursos do Check-in no totem com impressão de tag, balcão de entrega de

bagagem e self bag-drop não serão inseridos. Esses recursos serão utilizados apenas

nos cenários alternativos, simulando os efeitos do uso das novas tecnologias, para

haver uma comparação com a realidade e quantificar os possíveis ganhos.

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Figura 9 – Modelo de simulação do Arena com base nos fluxogramas 1 e 2.

Fonte: Autora.

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O segundo modelo, como pode ser visto na Figura 10tem como base uma

proposta do ACRP para aeroportos com procedimentos de check-in totalmente

compartilhados, onde serão avaliados os benefícios dessa sugestão, e quais os

efeitos quantitativos quando comparados ao cenário real apresentado hoje pelos

aeroportos estudados.

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Figura 10 – Modelo de simulação do Arena baseado no fluxograma 3.

Fonte: Autora.

23 Os inputs necessários para a geração do cenário base são apresentados

na Tabela 5 a seguir:

Tabela 5 – Inputs necessários para o modelo do Arena. Fonte: Autora.

Inputs Observações Fonte

% Uso das Formas de Check-in Balcão Tradicional; Totem Comum; Totem com impressão de Tag; Web/Celular

Levantamento em Campo; Companhia Aérea; Agência Reguladora; Manual do Equipamento; Operador Aeroportuário.

% Uso das Formas de Despacho Balcão de Despacho; Balcão de Entrega de Bagagem; Self bag-drop

% Passageiros com Bagagem 0; 1; >1 Tempo de processamento de operação

Curva de chegada dos Passageiros Quantidade de Recursos Balcões; Totens; Self bag-drop

Com a validação e verificação do modelo 1, serão simulados 110 cenários

(como mostra a Tabela 6), para cada tipo de check-in, a porcentagem de passageiros

utilizando irá variar de 10-100%, com ou sem bagagem. Para as fromas de despacho,

a porcentagem de passageiros irá variar de 10-100% apenas com bagagem.

Tabela 6 – Cenários para cada tipo de check-in e despacho de bagagem. Fonte: Autora.

Quantidade de Cenários Check-in Balcão Tradicional 20 cenários Check-in Totem Comum 20 cenários Check-in Totem com Impressão de Tag 20 cenários Check-in Web/ Smartphone 20 cenários Balcão de Despacho de Bagagem 10 cenários Balcão de Entrega de Bagagem 10 cenários Self bag-drop 10 cenários

Com os resultados de todas as simulações, os gráficos serão criados a

partir do output de número máximo de passageiros em fila.

O modelo 2, que representa um aeroporto com todos os serviços de check-

in compartilhados, utilizará como input os mesmos dados de porcentagem de

passageiros com bagagem, curva de chegada dos passageiros e tempo de

processamento de operação do modelo, para que possa ser feita a comparação entre

a situação real versus o cenário proposta.

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6 CONCLUSÃO

Para dar prosseguimento a elaboração da tese, são necessários os inputs

dos modelos, para realização da validação e verificação do cenário base. Para isso,

foi solicitado a companhia aérea GOL informações sobre: Porcentagem do uso de

cada forma de check-in (balcão tradicional, totens, web, aplicativo de smartphone);

Porcentagem de passageiros que despacham bagagens (de cada tipo de check-in);

Tempo de processamento de check-in (no balcão, no despacho de bagagens e no

totem); Curva de chegada de passageiros.

Para a realização da coleta de dados em campo, duas visitas técnicas

foram solicitadas e estão e esperando confirmação para o Aeroporto Internacional de

São Paulo (21/09/2015) e para o Aeroporto do Rio de Janeiro/ Santos Dumont (24/09)

para observação dos procedimentos realizados e comportamento dos passageiros.

A Figura 11 a seguir indica o plano de ação para dar continuidade ao

desenvolvimento da pesquisa.

Figura 11 – Plano de ação (atividades realizadas e previstas).

Fonte: Autora.

A Tabela 7 abaixo mostra as matérias cursadas e matérias a cursar,

incluindo o período.

Tabela 7 – Matérias cursadas e a cursar. Fonte: Autora.

Matérias Cursadas IT-203 Aeroportos 02/2014 IT-207 Pesquisa Operacional Aplicada a Problemas de Transporte Aéreo 02/2014 IT-210 Análise Operacional e Gerencial de Sistemas Logísticos 02/2014 IT-200 Infraestrutura Aeronáutica 01/2015 IT-204 Análise Operacional e Gerencial de Aeroportos 01/2015

Matéria a cursar IT-201 Análise de Transportes 01/2016

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