Recuperação de ecossistemas florestais degradados por atividades de mineração
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Recuperação de ecossistemas florestais degradados por atividades de mineração
Discente: Railma P. Moraes
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Universidade Federal de Lavras – UFLA
Programa de Pós-graduação em Eng. Florestal
Disciplina RAD-523 - Implantação de Mata Ciliar e Recuperação de Áreas Degradadas
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Conceitos
Mineração 3-5
6 - 8
Histórico 9 - 16
Etapas da recuperação 17 - 29
Técnicas de recuperação 30 - 33
Considerações 34
TEMA: Recuperação de ecossistemas florestais degradados por atividades de mineração
Mineração
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A mineração está entre as atividades antrópicas que mais
interferem no ambiente.
Por que minerar?
• Somos dependentes dos produtos oriundos da mineração;
• O Brasil é líder em reserva e produção de muitos minérios;
• CFEM, em 2011= R$ 1,56 bilhão.
Recuperar a área da mineração, torna-se uma exigência.
Complexidade em Recuperar áreas degradadas por mineração
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• Mineral extraído• Método de extração• Período• Local
• Condição do solo• Exposição da rocha
• Pode haver resíduos da extração
• Compactação
• Proximidade com fragmentos • A dispersão limitada das
sementes das espécies clímax
• Seleção de espécies• Falta de Propágulos• Crescimento radicular• Dificuldade no estabelecimento
• Minerador• Poder Público• Comunidade• Dono do Terreno
10% do custo de extração?
ÁREAS DECORRENTES DA MINERAÇÃOÁREA DE LAVRA
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ÁREA DE INFRA-ESTRUTURA
BARRAGEM DE REJEITO
ÁREA DE DISPOSIÇÃO
ESTÉRIL
BARRAGEM DE SEDIMENTOS
Conceitos
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Degradação - mudanças sutis ou graduais que reduzem a integridade e saúde sob o
prisma ecológico.
Reabilitação – (...) retorno dasterras ao que se poderia considerarútil no contexto regional.
Restauração - estabelecimento daintegridade biológica preexistente, isto é,mais próximas daquelas originais doambiente.
Recuperação - processo deauxílio ao restabelecimento deum ecossistema (..), conduzindo-oa auto-sustentabilidade.
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CONCEITOS
RECUPERAÇÃO PROVISÓRIA
Quando a área degradada ainda não tem seu uso final definido; ou
Quando o uso final estiver planejado para longo prazo.
RECUPERAÇÃO DEFINITIVA
Quando o uso final do solo estiver definido;
Requer ações voltadas à estabilização;
De acordo com o Plano Diretor do Município ou região.
Geralmente, em caso de reabilitação da área.
Metas do planejamento de recuperação:
(BITAR, 1997)
HISTÓRICO DA RECUPERAÇÃO PELA MRN em Porto Trombetas- PA
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• Início do reflorestamento no do platô Saracá• Não houve colocação de terra preta • As camadas do solo foram invertidas e
compactadas• Foram plantadas 6 espécies nativas
Salomão, 2010
1979
CENÁRIO
Pouco conhecimento sobre as espécies nativas, prática de tratos culturais no viveiro, adubação de plantio, e manutenção das áreas plantadas
HISTÓRICO DA RECUPERAÇÃO PELA MRN em Porto Trombetas- PA
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Salomão, 2010
• Mantida a mesma situaçãode 1979, mas foram usadas14 espécies.
1979 1980
HISTÓRICO DA RECUPERAÇÃO PELA MRN em Porto Trombetas- PA
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Salomão, 2010
1979 1980 1881
• Primeiro plantio em grande escala em 52 ha• Escarificação intensa e profunda• uso de 30 espécies nativas• pequena área plantada recebeu terra preta ao acaso
O crescimento dos plantios de 1979, 1980 e 1981 foiinsatisfatório, exceto na pequena área com terra preta
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• Comitê Técnico/MRN decidiu pela devolução de terra preta;
• Por motivos administrativos esta decisão não vigorou durante alguns anos.
Salomão, 2012
1979 1980 1981 1983
HISTÓRICO DA RECUPERAÇÃO PELA MRN em Porto Trombetas- PA
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Salomão, 2012
1979 1980 1981 1983
• Os plantios passaram a ser feitos,necessariamente, com adição de solosuperficial.
1985
HISTÓRICO DA RECUPERAÇÃO PELA MRN em Porto Trombetas- PA
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Salomão, 2012
1979 1980 1981 1983 1986 - 1987
• A Geominco testou seu ‘sistema biológico’ derestauração de solo minerados sem a devolução de solosuperficial;
• Terminando com a área abandonada.
1985
HISTÓRICO DA RECUPERAÇÃO PELA MRN em Porto Trombetas- PA
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Salomão, 2012
• Semeio somente de capim nas árease taludes de estradas para finsestéticos e de controle de erosão.
1979 1980 1981 1983 1986 - 1987 1985 1988 a 1991
HISTÓRICO DA RECUPERAÇÃO PELA MRN em Porto Trombetas- PA
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Salomão, 2012
1979 1980 1981 1983 1986 - 1987 1985 1988 a 1991
Ferraz, recomendou a aplicação de terra preta.
Embrapa testa leguminosas para fixa N2.
Monitoramento e parcelas permanentes
1991- Atual
HISTÓRICO DA RECUPERAÇÃO PELA MRN em Porto Trombetas- PA
Etapas da recuperação
171. Caracterização
do local
2. Planejamento da recuperação
1. Avaliação dos impactosambientais - topográficos,hidrológicos, fauna, flora,humanos...
2. Desenvolvimento deplanos a longo e curto prazo epara emergências.
(Toy; Griffith; Ribeiro, 2001)
Etapas da recuperação
181. Caracterização
do local
2. Planejamento da recuperação
3. Manejo de material
3. Remoção earmazenamento do topsoil eextração do minério.
2. Decapeamento – retirada e estocagem da camada fértil
(Toy; Griffith; Ribeiro, 2001)
Etapas da recuperação
191. Caracterização
do local
2. Planejamento da recuperação
3. Manejo de material
4. Reconstrução topográfica
4. Construção de paisagem e pedopaisagens.
Reconformação topográfica
3. Construção de bancadas para lavra
(Toy; Griffith; Ribeiro, 2001)
Etapas da recuperação
201. Caracterização
do local
2. Planejamento da recuperação
3. Manejo de material
4. Reconstrução topográfica
5. Reposição do topsoil
5. Reposição do topsoil, ou deoutro material geológicoadequado capaz de servir comosubstrato para a vegetaçãofutura.
Etapas da recuperação
211. Caracterização
do local
2. Planejamento da recuperação
3. Manejo de material
4. Reconstrução topográfica
5. Reposição do topsoil
6. Manipulação da superfície
6. Redução da compactaçãodo solo, visando facilitar agerminação.
Subsolagem
Etapas da recuperação
221. Caracterização
do local
2. Planejamento da recuperação
3. Manejo de material
4. Reconstrução topográfica
5. Reposição do topsoil
6. Manipulação da superfície
7. Tratamento do solo
7. Aplicação á superfície do solomateriais inorgânicos eorgânicos, como: calcário,esterco.
Etapas da recuperação
231. Caracterização
do local
2. Planejamento da recuperação
3. Manejo de material
4. Reconstrução topográfica
5. Reposição do topsoil
6. Manipulação da superfície
8. Revegetação
7. Tratamento do solo
8. Semeadura ou plantio demudas, em duas etapas, par ocontrole inicial da erosão e parasustentar usos subsequente douso da terra.
Etapas da recuperação
241. Caracterização
do local
2. Planejamento da recuperação
3. Manejo de material
4. Reconstrução topográfica
5. Reposição do topsoil
6. Manipulação da superfície
9. Irrigação
8. Revegetação
7. Tratamento do solo
10. Monitoramento e manutenção
10. Avaliação do progresso darecuperação por meio domonitoramento do crescimento davegetação, do movimento da terra emblocos da erosão. E reparar áreasproblemáticas.
9. Aplicação de água paracomplementar a precipitaçãonatural em regiões áridas esemiáridas.
• Material com características físicas e biológicas que não permitem o desenvolvimento e a fixação da vegetação;
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Etapas da recuperaçãoA - Tratamento do solo
É necessário:
Suavização do relevo;
Obras de drenagem e de estabilidade do terreno;
Aplicação de corretivos e fertilizantes.
Obras de drenagem
Terraço
• Alternativa para repor os nutrientes do solo com baixo custo.
• Melhora a qualidade física, química e biológica do solo.
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Etapas da recuperação
B - Introdução de matéria orgânica
Pode ser feita por meio da adição de cama de aviário, esterco, o, casca de eucalipto, pinus, bagaço de cana, lixo urbano, outros resíduos.
Uso do bagaço de cana
Recomendações:
• OZÓRIO (2000) - serapilheira utilizada na recuperação, coletada de um local no qual se possa encontrar um ponto ótimo entre o fragmento e a fonte de propágulos.
• Nascimento (2012) - a estocagem do topsoil seja realizada no período seco.
• Golos; Dixon (2014) – estocagem coberta e com retorno do topsoil em um ano.27
Etapas da recuperação
C - Reposição do topsoil
Topsoil:Camada mais superficial do solo florestal;Contém altas concentrações de matéria orgânica e nutrientes, o banco de sementes florestal.
• 1. Em áreas com risco de erosão e com pouca possibilidade de disseminação de espécies vegetais.
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Etapas da recuperação
D - Revegetação
Leguminosas e gramíneas
CONSIDERAÇÕES:•Espécies muito agressivas •Capacitada de fixar N2 atmosférico
•Alta produtividade de biomassa
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Etapas da recuperação
D - Revegetação
Plantios em área total
2. Em áreas com boas condições do solo, mas com necessidade da introdução de espécies arbóreas.
CONSIDERAÇÕES:• Técnica de maior custo;• Precisa de manutenção;• A escolha das espécies
deve considerar sua ecologia.
Existem dois modelos básicos de plantio: • em módulos;• em linhas.
TÉCNICAS DE RECUPERAÇÃO
• Ilhas de diversidade e poleiros podem ser instalados;• A técnica mais usada é a Transposição de solo;
Técnicas de nucleação
Enriquecimento
Transposição de plântulas
Semeadura direta
Condução da regeneração
natural
• Indicada á áreas de difícil acesso;• Técnica de baixo custo; porém, baixa eficiência de recrutamento• Indução espécies pioneiras e enriquecimento de espécies não pioneiras.
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• A técnica possibilita maior diversidade;• Requer mais conhecimento sobre a ecologia das espécies;
•Reintroduzir em remanescentes degradados de floresta, sob as copas das arvores, espécies que foram extintas ou estão em risco
• Quase não se aplica a mineração
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Recuperação e diversidade
Número de Indivíduos e Altura Média
É esperado: Inicialmente, maior número de indivíduos do que uma população adulta, que se estabiliza ao longo do tempo, quando aumenta a diversidade
Número de indivíduos - no topsoil aos cinco meses quase dobrou em relação ao
meio natural.
A riqueza de espécies (S) - as parcelas de topsoil apresentaram maior riqueza de
espécies.
Índice de equabilidade de Pielou(J) -flora é similar nas parcelas de topsoil,
mas diferente ao meio natural.
Índice de diversidade de Shannon (H’) - foi maior no
meio natural.
Santos, 2010
Evolução da cobertura vegetal que se desenvolveu sobre o topsoil testado na mina de Alegria entre 2003 e 2008.
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Recuperação
Cobertura vegetal do topsoilapós cinco anos.
Vegetação do topsoil após doze meses.
Topsoil com seis meses de deposição.
Santos, 2010
Considerações
• A recuperação de áreas degradadas deve ser planejada de forma multidisciplinar, buscando compreender os complexos mecanismos de interações ecológicas entre espécies e com os fatores ambientais, de modo a levar a formação de uma comunidade auto-sustentável.
• É importante a aplicação das práticas, já conhecidas para “construir o solo”, assim como, aprimorar estudos sobre as técnicas de recuperação, possibilitando maior viabilidade dos propágulo,
diversidade de espécies e sobrevivência no campo.
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Referências citadas
• BARROS, DALMO ARANTES DE ; PEREIRA, JOSÉ ALDO ALVES ; FERREIRA, MOZART MARTINS ; SILVA, BRUNOMONTOANI ; FERREIRA FILHO, DIÓGENES ; NASCIMENTO, GLEISSON DE OLIVEIRA . Soil physical properties of highmountain fields under bauxite mining. Ciência e Agrotecnologia (UFLA) , v. 37, p. 419-426, 2013.
• CORRÊA, R. S. Recuperação de área degradada pela mineração no cerrado – Manual para revegetação. 2. Ed. Brasília:Universa, 2009. 174p.
• GOLOS, P. J.; DIXON, K. W. Waterproofing Topsoil Stockpiles Minimizes Viability Decline in the Soil Seed Bank in an AridEnvironment. Restoration Ecology Vol. 22, No. 4, pp. 495–501
• NIWTON LEAL FILHOI; GISELE RODRIGUES DOS SANTOSI; RICARDO LEME FERREIRA, Comparando técnicas denucleação utilizadas na restauração de áreas degradadas na Amazônia brasileira. Rev.Árvore vol.37 no.4 Viçosa July/Aug. 2013
• OZÓRIO, T.F. Potencial de uso da serapilheira na recuperação de áreas degradadas por mineração de ferro.2000. 62 p.Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2000.
• SANTOS, L. M. dos. Restauração de Campos Ferruginosos Mediante Resgate de flora e uso de topsoil no QuadriláteroFerrífero, Minas Gerais.
• PAKEMAN, R. J., J. L. SMALL, AND L. TORVELL. 2012. Edaphic factors influence the longevity of seeds in the soil. PlantEcology 213:57–65
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