Poaceae (Gramineae): taxonomia, morfologia, ecologia, aspectos econômicos e históricos
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Poaceae (Gramineae):taxonomia, morfologia, ecologia, aspectos econômicos e históricos
Prof. MSc. Rodrigo Sampaio Rodrigues
Neolítico: 12.000 – 4.000 a.C.
Quais foram as reais implicações decorrentes do estabelecimento da agricultura?
sedentarização: estabelecimento de tribos, aldeias, etc.
estabelecimento de relações sociais e linguagens mais complexas
divisão de tarefas
domesticação de animais (pecuária)
seleção artificial (plantas e animais)
excedentes da produção: moeda de troca
aumento da disponibilidade de tempo para outras tarefas
elaboração de instrumentos mais eficientes para o trabalho
primórdios das ciências: astronomia, meteorologia, etc.
primórdios das religiões, misticismos, cultos e ritos
Neolítico: 12.000 – 4.000 a.C.
O nascimento das civilizações é geralmente associado aos cereais que as simbolizam
Mediterrâneo e Europa
Triticum aestivum L.
Neolítico: 12.000 – 4.000 a.C.
O nascimento das civilizações é geralmente associado aos cereais que as simbolizam
Zea mays L.
Mesoamérica
Neolítico: 12.000 – 4.000 a.C.
O nascimento das civilizações é geralmente associado aos cereais que as simbolizam
Ásia
Oryza sp.
Processo evolucionário conduzido pelo homem com objetivos específicos;
• Aumento da produtividade (quantitativa e qualitativa);• Resistência aos agentes patogênicos;• Aumento da resistência às condições ambientais adversas;
Plantas domesticadas são geneticamente distintas das formas selvagens.
Alterações cromossômicas são acompanhadas de alterações morfológicas, bioquímicas e fisiológicas (Síndrome de Domesticação):
• Perda da dormência das sementes;• Aumento do tamanho e número de frutos e sementes;• Alterações nos mecanismos de dispersão;• Hábito;• Uniformidade morfológica;• Desenvolvimento antrópico-dependente;
Domesticação de plantas:
Principais fatores genéticos envolvidos no processo de domesticação de plantas:
• Mutação (gênica, cromossômica e extranuclear)• Hibridação• Euploidia• Seleção artificial
Oryza sativa L.
Triticale (Hibrido entre Trigo e Centeio)
Domesticação de plantas:
700 gêneros, ca. 10.000-11.000 espécies (GPWG 2001, 2011);
Cosmopolita: trópicos, subtrópicos, zonas temperadas e regiões polares (Gould & Shaw
1983).
Fon
te: tr
opic
os.o
rg
Poaceae: distribuição
GPWG (2001): 12 subfamílias
mobot.org
mobot.org
APG: 13 subfamílias (GPGW (2001) +
Micrairoideae)
Eriachne R. Br.; Isachne R. Br.
Sanchéz-Ken et al. (2007): Arundinoideae
Micrairoideae (Micraireae)
Soreng et al. (2011): 12 subfamílias
(Panicoideae + Centothecoideae)
Poaceae: classificação
Folha cotiledonar: 1
Raiz embrionária efêmera
Folhas paralelinérveas
Flores trímeras
Perigônio 2-verticilado
Ácido silícico
Inflorescência bracteada
Embrião pequeno e alargado
Hábito herbáceo
Epiderme silicosa
Folhas graminoides
Flores pequenas/reduzidas
Flores anemófilas
Flores paleáceas
Ausência de nectários florais
Poaceae: classificação
Brasil:
214 gêneros, 1.435 espécies
Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica,
Pampa e Pantanal
Fil
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l. 2
014
25 gêneros endêmicos
484 espécies endêmicas
Poaceae no Brasil
11 Subfamílias
Poaceae no Brasil
11 Subfamílias
Anomochlooideae Pharoideae
Bambusoideae Erhartoideae
Pooideae
Danthonioideae Arundinoideae
MicrairoideaeAristidoideae
Chloridoideae
Panicoideae
Poaceae no Brasil
Subfamílias mais expressivas:
Bambusoideae Pooideae Aristidoideae Chloridoideae Panicoideae
Ecologia
Grande número de espécies pioneiras:
Polypogon elongatus Kunth
Cynodon dactylon (L.) Pers.
Paspalum urvillei Steud.
Andropogon virgatus Desv. ex Ham.
Ecologia
Espécies fixadoras de solo (revestimento): combate à erosão• raízes fasciculadas• desenvolvimento paquimorfo ou leptomorfo
Capim-das-dunas
Ecologia
Espécies fixadoras de solo (revestimento): combate à erosão• raízes fasciculadas• desenvolvimento paquimorfo ou leptomorfo
Axonopus siccus (Nees) Kuhlm.
Ecologia
Espécies fixadoras de solo (revestimento): combate à erosão• raízes fasciculadas• desenvolvimento paquimorfo ou leptomorfo
Ecologia
Recuperação de áreas degradadas
Axonopus fissifolius (Raddi) Kuhlm. Paspalum notatum Alain ex Flüggé
Ecologia
Invasoras• unidades de conservação• cultura• ruderais
Eleusine indica (L.) Gaertn.
Cenchrus echinatus L.
Melinis minutiflora P. Beauv.
Setaria parviflora P. Beauv.
Economia
Alimentação animal
Pastagem e rebanho
Cenchrus purpureus (Schumach.) Morrone
Urochloa brizantha (Hochst. ex A. Rich.) R.D. Webster
Economia
Ornamental
Cortaderia seloana (Schult.) Asch.
(Foto: Karen Peacock)
Phyllostachys nigra (Lodd. ex Lindl.) Munro
(Foto: Muhamad Dede Rifal)
Economia
Melinis minutiflora P. Beauv. Melinis repens (Willd.) Zizka
Medicinal: aromatizantes, repelentes
Economia
Medicinal: aromatizantes, repelentes
Cymbopogon citratus (DC.) Stapf Chrysopogon zizanioides (L.) Roberty
Economia
Matriz energética:
Biocombustível a partir do bagaço da cana-de-açúcar
Panicum virgatum L.
Biocombustível a partir do bagaço do milho
Ciclo
Estivais (gramíneas de verão): fase vegetativa na primavera e florescimento no verão
Hibernais (gramíneas de inverno): fase vegetativa no outono e florescimento na primavera
Megatérmicas: milho, arroz, sorgo, etc.
Microtérmicas: trigo, alpiste, aveia, cevada, etc.
Ciclo
Monocárpicas (Anuais): florescem uma vez e morrem após a frutificação:
• Anuais: possuem um só período vegetativo: trigo, milho, cevada• Bianuais: vivem vegetativamente em torno de dois anos: azevém• Plurianuais: vivem vegetativamente por longos períodos: bambus
Pluricárpicas (Perenes): florescem várias vezes ao longo de seu ciclo.
Como podemos diferenciar uma gramínea anual de uma gramínea
perene?
Morfologia: colmo
Nós e entrenós evidentes
Gemas com desenvolvimento alterno nos nós
Cheios (maciços) ou fistulosos (ocos)
Ausência de desenvolvimento secundário
Herbáceos e tênues até fortemente lignificados e resistentes (bambus)
Aéreos ou subterrâneos
Morfologia: colmo
Rizoma: caule subterrâneo aclorofilado recoberto de catafilos, acumulam reservas e dos quais partem raízes e colmos aéreos:
Paquimorfo (entouceirante)
Leptomorfo (alastrante)
Hábito (Forma de crescimento)
Chloris pycnothrix Trin.
Estolonífero• caules aéreos rasteiros• enraizamento nos nós basais• formação de partes aéreas em cada nó
Hábito (Forma de crescimento)
Cespitoso:• formação de touceiras• entrenós basais encurtados• partes aéreas eretas
Andropogon bicornis L. Andropogon leucostachyus Kunth
Hábito (Forma de crescimento)
Cespitoso-decumbente• formação de touceiras• sinflorescência erguida• partes aéreas prostradas no solo sem enraizamento
Panicum rudgei Roem. ex Schult.
Hábito (Forma de crescimento)
Decumbente • sem formação de touceiras• sinflorescência erguida• partes aéreas prostradas no solo sem enraizamento (ou apenas nos nós
inferiores)
Trichanthecium parvifolium (Lam.) Zuloaga & Morrone
Hábito (Forma de crescimento)
Apoiante • formação ou não de touceiras• partes aéreas prostradas sobre a vegetação circundante
Chusquea sp.
Hábito (Forma de crescimento)
Apoiante • formação ou não de
touceiras• partes aéreas prostradas
sobre a vegetação circundante
Parodiophyllochloa penicillata (Nees ex Trin.) Zuloaga & Morrone
Folha
Dimorfismo foliar• Importante em alguns
grupos de gramíneas, principalmente bambus
Folhas do colmo
Gema
Folha dos ramos
Folha: região ligular
Ichnanthus sp.
Setaria sphacelata (Schumach.)
M.B.Moss ex Stapf & C.E.Hubb.
Agrostis alba L.
Panicum pilosum Sw.Panicum pilosum Sw.Panicum pilosum Sw.
?
Lígula
Sinflorescência
importante sob o ponto de vista taxonômico frequentemente uniforme entre espécies de um mesmo gênero complexidade estrutural:
• eixo• espiguetas (inflorescências)• antécios
Dois tipos básicos
• Panícula: eixo central do qual partem ramificações de segunda ou mais ordens:• típica• contraída• espiciforme• ramos unilaterais
• Espigas: espiguetas dispostas diretamente sobre a ráquis
Espigueta
Espigueta: inflorescência básica das gramíneas Ráquila: eixo central que sustenta brácteas e as flores
• Brácteas:• brácteas estéreis: glumas (Ø, 1 ou 2)• brácteas florais: lema e pálea antécio 1-muitos
Sporobolus indicus (L.) R. Br.Bromus catharticus Vahl
Espigueta
Anexos das brácteas:
• aristas (usualmente prolongamento das nervuras das brácteas)• tricomas• alas
Danthonia cirrata Hack. &
Arechav.
Echinochloa crus-galli
P. Beauv.
Ichnanthus sp.
Antécio
Antécio: conjunto formado por duas brácteas: lema e pálea
neutro estaminado bissexuado
Ichnanthus leiocarpus (Spreng.) Kunth
Gluma
Gluma
Lema
LemaPálea
Pálea
Antécio
Textura do antécio superior: importante característica taxonômica de alguns grupos
Panicum rudgei
Roem. & Schult.
Setaria parviflora (Poir.)
Kerguélen
Cyphonanthus discrepans (Döll)
Zuloaga & Morrone
Urochloa decumbens (Stapf) R.D.
Webster
Antécio
Textura do antécio superior: importante característica taxonômica de alguns grupos
Aliscioni et al. (2003), Zuloaga et al. (2011)
Flor
Urochloa humidicola (Rendle) Morrone & Zuloaga
lodículas
Lodículas: associadas ao mecanismo de abertura do antécio para a polinização
anteras
Fruto
Digitaria horizontalis Willd.
Cariopse: fruto seco, indeiscente com endosperma farináceo abundante o pericarpo soldado à testa da semente em toda a extensão
Hilo
Embrião
Endosperma