Origem da Sociedade

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Teoria Geral do Teoria Geral do Estado Estado Profª: Fernanda Silva Profª: Fernanda Silva Borges Borges

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Teoria Geral do Teoria Geral do EstadoEstado

Profª: Fernanda Silva Profª: Fernanda Silva BorgesBorges

Definição: “Sociedade é um complexo de relações pelo qual vários indivíduos vivem e operam conjuntamente, de modo a formarem uma nova e superior unidade” (Giorgio Del Vecchio)

Complexo de relações: em decorrência da convivência de vários membros na sociedade tem-se normas de conduta.

Finalidade: manter a ordem, propiciar a execução de objetivos sociais, satisfazer interesses da sociedade.Como? Por meio de obrigações e direitos recíprocos.

Vivem e operam conjuntamente: Cada indivíduo tem consciência de que a sua participação frente aos demais implica na evolução coletiva ou na destruição do grupo socializado.

Origem → Teorias

1. Fruto da própria natureza humana (Sociedade natural).

2. Consequência de um ato de escolha (Contratualistas).

Origem das SociedadesOrigem das Sociedades Tema controvertidoTema controvertido

Tese mais aceita atualmente Tese mais aceita atualmente o o homem, independentemente de homem, independentemente de outros fatores, possui uma outros fatores, possui uma necessidade instintiva e necessidade instintiva e insuperável de insuperável de associaçãoassociação, o , o que, em última análise, forjou que, em última análise, forjou os primeiros agrupamentos os primeiros agrupamentos sociais e, posteriormente, as sociais e, posteriormente, as sociedades primitivassociedades primitivas..

Teorias sobre a Origem das Teorias sobre a Origem das SociedadesSociedades

Teoria do Impulso Associativo Natural Teoria do Impulso Associativo Natural → → afirma a existência de fatores naturais afirma a existência de fatores naturais determinando que o homem procure a determinando que o homem procure a permanente associação com outros permanente associação com outros homens. A sociedade é o produto de um homens. A sociedade é o produto de um impulso associativo natural e da impulso associativo natural e da cooperação da vontade humana.cooperação da vontade humana.

Aristóteles: Aristóteles: “ “ O homem é naturalmente um animal O homem é naturalmente um animal político”político”

Teoria do Impulso Associativo Teoria do Impulso Associativo Natural:Natural:

“ “ O homem é, por natureza, um animal O homem é, por natureza, um animal social e político, vivendo em social e político, vivendo em multidão, ainda mais que todos os multidão, ainda mais que todos os outros animais, o que se evidencia outros animais, o que se evidencia pela natural necessidade”. (São pela natural necessidade”. (São Tomás de Aquino)Tomás de Aquino)

““Onde quer que se observe o homem, Onde quer que se observe o homem, seja qual for a época, o homem seja qual for a época, o homem sempre é encontrado em estado de sempre é encontrado em estado de convivência e combinação com os convivência e combinação com os outros”. (Ranelletti)outros”. (Ranelletti)

Teoria ContratualistaTeoria Contratualista:: A sociedade é um produto de acordo de A sociedade é um produto de acordo de vontades; (contrato hipotético celebrado vontades; (contrato hipotético celebrado entre os homens)entre os homens)

Pacto contratualista Pacto contratualista - - a sociedade é produto de acordo de vontades, ou seja, um contrato hipotético celebrado pelos homens.

Teoria desenvolvida, sobretudo, por Rousseau, deve ser entendida no instante da formação do agrupamento humano “mais complexo” denominado Estado.

Autores que defendem essa tese: Platão, Thomas More, John Locke, , Hobbes, Rousseau.

Estado de Natureza, Contrato Estado de Natureza, Contrato social, Sociedade Civilsocial, Sociedade Civil

O conceito de estado de natureza tem a O conceito de estado de natureza tem a função de explicar a situação pré-função de explicar a situação pré-social na qual os indivíduos existem social na qual os indivíduos existem isoladamente. Duas foram as principais isoladamente. Duas foram as principais concepções do estado de natureza:concepções do estado de natureza:

1-1- A concepção de Hobbes (século XVII) - A concepção de Hobbes (século XVII) - segundo a qual, em estado de natureza, os segundo a qual, em estado de natureza, os indivíduos vivem isolados e em luta indivíduos vivem isolados e em luta permanente, vigorando a guerra de todos permanente, vigorando a guerra de todos contra todos. Para se protegerem uns dos contra todos. Para se protegerem uns dos outros, os humanos inventaram as armas e outros, os humanos inventaram as armas e cercaram as terras que ocupavam. Essas duas cercaram as terras que ocupavam. Essas duas atitudes são inúteis, pois sempre haverá atitudes são inúteis, pois sempre haverá alguém mais forte que vencerá o mais fraco alguém mais forte que vencerá o mais fraco e ocupará as terras cercadas.e ocupará as terras cercadas.

2- A concepção de Rousseau (século XVIII) - segundo 2- A concepção de Rousseau (século XVIII) - segundo a qual, em estado de natureza, os indivíduos vivem a qual, em estado de natureza, os indivíduos vivem isolados pelas florestas, sobrevivendo com o que a isolados pelas florestas, sobrevivendo com o que a Natureza lhes dá. Esse estado de felicidade Natureza lhes dá. Esse estado de felicidade original, no qual os humanos existem sob a forma do original, no qual os humanos existem sob a forma do bom selvagembom selvagem inocente, termina quando alguém cerca inocente, termina quando alguém cerca um terreno e diz: "É meu". A divisão entre o meu e um terreno e diz: "É meu". A divisão entre o meu e o teu, isto é, a propriedade privada, dá origem ao o teu, isto é, a propriedade privada, dá origem ao estado de sociedade, que corresponde, agora, ao estado de sociedade, que corresponde, agora, ao estado de natureza hobbesiano da guerra de todos estado de natureza hobbesiano da guerra de todos contra todos. contra todos.

O estado de natureza de Hobbes e o estado de O estado de natureza de Hobbes e o estado de sociedade de Rousseau evidenciam uma percepção sociedade de Rousseau evidenciam uma percepção do social como luta entre fracos e fortes, do social como luta entre fracos e fortes, vigorando a lei da selva ou o poder da força. vigorando a lei da selva ou o poder da força. Para fazer cessar esse estado de vida ameaçador Para fazer cessar esse estado de vida ameaçador e ameaçado, os humanos decidem passar à e ameaçado, os humanos decidem passar à sociedade civil, isto é, ao Estado Civil, sociedade civil, isto é, ao Estado Civil, criando o poder político e as leis.criando o poder político e as leis.

A passagem do estado de natureza à sociedade civil se dá por meio de um contrato social, pelo qual os indivíduos renunciam à liberdade natural e à posse natural de bens, riquezas e armas e concordam em transferir a um terceiro – o soberano – o poder para criar e aplicar as leis, tornando-se autoridade política.

Elementos Elementos característicos da característicos da

SociedadeSociedadeFinalidade social / Ordem Social e Jurídica/ Poder Social

Finalidade social → Bem Comum

“O bem comum consiste no conjunto de todas as condições de vida social que consintam e favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade humana e do social” (Papa João XXIII).

ORDEM SOCIAL E JURÍDICA – Requisitos:

REITERAÇÃO: é indispensável que os membros da sociedade se manifestem em conjunto reiteradamente, pois só através da ação conjunta continuamente reiterada o todo social terá condições para a consecução de seus objetivos.

ORDEM: norma moral, norma jurídica, convencionalismos sociais;

ADEQUAÇÃO: Cada indivíduo, cada grupo humano e a própria sociedade, devem levar em conta as exigências e as possibilidades da realidade

Tipologia segundo as finalidades (Dalmo de Abreu Dallari):

1. Sociedades de fins particulares: visam o objetivo que inspirou sua criação.

2. Sociedades de fins gerais ou sociedades políticas: objetivo de criar condições para que os indivíduos que nela se integram consigam atingir fins particulares. Ex.: a família, o Estado.

Existe Sociedade sem Existe Sociedade sem Estado?Estado?

As sociedades primitivas não possuem As sociedades primitivas não possuem Estado; Estado;

Não se pode imaginar a sociedade sem o Não se pode imaginar a sociedade sem o Estado, porque o Estado é o destino de Estado, porque o Estado é o destino de toda a sociedade. Essa abordagem é toda a sociedade. Essa abordagem é extremamente etnocentrista, essa convicção extremamente etnocentrista, essa convicção que a história tem um sentido único, de que a história tem um sentido único, de que toda a sociedade está condenada a que toda a sociedade está condenada a participar dessa história e percorrer as participar dessa história e percorrer as etapas que a partir da etapas que a partir da selvageriaselvageria, conduzem , conduzem à à civilizaçãocivilização é equivocada. é equivocada.

A ausência do Estado nas chamadas A ausência do Estado nas chamadas sociedades primitivas ocorre de uma sociedades primitivas ocorre de uma atitude ativa de recusa do Estado, atitude ativa de recusa do Estado, enquanto poder coercitivo separado da enquanto poder coercitivo separado da sociedade. As sociedades com e sem sociedade. As sociedades com e sem Estado, portanto, não exprimem mais Estado, portanto, não exprimem mais diferentes estágios, mas tipos sociais diferentes estágios, mas tipos sociais distintos. distintos.

A ausência de um órgão especifico de A ausência de um órgão especifico de exercício de poder político apenas indica exercício de poder político apenas indica que o poder que nós conhecemos como que o poder que nós conhecemos como Estado se encontra mais ou menos diluído Estado se encontra mais ou menos diluído em cada tipo social. Encontraremos, em cada tipo social. Encontraremos, portanto, nas ditas sociedades portanto, nas ditas sociedades primitivas, caracterizadas dessa forma primitivas, caracterizadas dessa forma pela simples ausência de Estado, as pela simples ausência de Estado, as funções de Estado ausente sendo exercidas funções de Estado ausente sendo exercidas pelo conjunto da estrutura social, pelo conjunto da estrutura social, afastando a idéia do caráter embrionário afastando a idéia do caráter embrionário do seu desenvolvimento.do seu desenvolvimento.

Sociedade e EstadoSociedade e EstadoPrincipais posicionamentos sobre a Origem do Estado segundo Dallari:

1º - o Estado e a própria Sociedade 1º - o Estado e a própria Sociedade teriam existido sempre;teriam existido sempre;2º - a Sociedade existiu sem o 2º - a Sociedade existiu sem o Estado durante um certo período, Estado durante um certo período, após o qual o Estado teria sido após o qual o Estado teria sido constituído buscando satisfazer as constituído buscando satisfazer as necessidade ou conveniências dos necessidade ou conveniências dos grupos sociais;grupos sociais;3º - o conceito de Estado não pode 3º - o conceito de Estado não pode ser entendido como geral e válido ser entendido como geral e válido para todos os tempos; é um conceito para todos os tempos; é um conceito histórico concreto, tendo surgido histórico concreto, tendo surgido quando nasceram a idéia e a prática quando nasceram a idéia e a prática da Soberania.da Soberania.

BibliografiaBibliografia CHAUÍ, Marilena. CHAUÍ, Marilena. FilosofiaFilosofia. São Paulo: . São Paulo: Ática, 2000.Ática, 2000.

CLASTRES, Pierre. CLASTRES, Pierre. A Sociedade contra o A Sociedade contra o EstadoEstado. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.

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FRIEDE, Reis. FRIEDE, Reis. Curso de Ciência Política Curso de Ciência Política e Teoria Geral do Estadoe Teoria Geral do Estado. Rio de . Rio de Janeiro: Forense, 2002.Janeiro: Forense, 2002.