O USO DAS TIC EM PROL DE UMA EDUCAÇÃO DE SURDOS PAUTADA NOS PRECEITOS DO DESING UNIVERSAL: UM...
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O USO DAS TIC EM PROL DE UMA EDUCAÇÃO DE SURDOS PAUTADA NOS PRECEITOS DO DESING UNIVERSAL: UM RELATO DE PESQUISAS
SORAIA SILVA PRIETCH LUCIA VILELA LEITE FILGUEIRAS
GT 18 - Educação e Comunicação Agência Financiadora: FAPEMAT e CAPES
Resumo
O presente artigo se apoia em três tipos de problemas. O primeiro se refere ao uso inadequado das TIC nas escolas públicas; o segundo refere-se à evasão de estudantes com deficiência das etapas de ensino, especialmente do ensino médio e superior; e, o terceiro diz respeito à verificação de falta de acessibilidade nos ambientes educacionais. Desta forma, as pesquisas, realizadas pelas presentes autoras, relatadas, neste artigo, apresentam procedimentos de reconhecimento da situação atual e de proposição de soluções, especialmente no que se refere ao uso e projeto de Tecnologias Assistivas para suporte à educação de surdos. Ao propor tais soluções também se levou em consideração características de Design Universal, no sentido de buscar alternativas que sejam úteis tanto para estudantes surdos quanto para ouvintes. Como diversas pesquisas são descritas, cada qual conta com uma metodologia específica, com finalidade de atingir seus objetivos particulares. Como resultado, foi possível verificar que: as pessoas com deficiência estão interessadas em participar de trabalhos que envolvem esta temática, tanto como pesquisadores quanto como sujeitos de pesquisas; o processo de identificação de barreiras, que promovem a falta de acessibilidade, se mostrou relevante, visto que a vivência de cada pessoa é única, independente se um grupo possui uma mesma deficiência; e, essa temática é um campo vasto para pesquisa pela notória gama de problemas de acessibilidade que ainda persistem na sociedade.
Palavras-chave: Tecnologias da Informação e Comunicação; Design Universal; Educação
Especial; Tecnologias Assistivas; Acessibilidade.
Introdução
Considera-se que o tema deste trabalho esteja vinculado às discussões inerentes
ao Grupo de Trabalho (GT) de Educação e Comunicação, devido ao fato que o uso das
Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) em prol da educação planejada de
acordo com os preceitos do design universal, seja o assunto central desta pesquisa.
Quando a educação planejada de acordo com os preceitos do design universal é
menciona neste artigo, não são feitas distinções de nível, pois o intuito é mostrar as
diferentes possibilidades de uso das TIC nos diversos níveis de ensino, incluindo desde a
educação infantil até o ensino superior. Contudo, as discussões tem como ponto de
partida a modalidade de educação especial, a qual permeia todas as etapas de ensino.
A temática abordada aqui envolve variados tipos de problemas, os quais
justificam a execução desta pesquisa. O primeiro problema diz respeito ao uso das TIC no
processo de ensino-aprendizagem, o qual se verifica na prática por ser equivocado. As
escolas vêm recebendo laboratórios de informática desde 1997, no que tange aos
objetivos do Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo)1, contudo relatórios2
de estágio supervisionado do curso de Licenciatura em Informática da
UFMT/Rondonópolis e de pesquisas3 realizadas em Rondonópolis e microrregião
evidenciam claramente essa prática equivocada.
Em segundo lugar, dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (INEP) apontam um baixo número de estudantes surdos nos
níveis de ensino. É notório que houve um aumento nestes últimos anos, contudo, ao
comparar os números referentes entre ensino fundamental e médio, e entre ensino
médio e superior, é possível averiguar uma queda brusca na quantidade de pessoas com
deficiência que não tem completado sua formação educacional.
O terceiro problema é atitudinal. Conforme RMD (2012, p. 6), “As imagens e
linguagens negativas, os estereótipos, e o estigma – com profundas raízes históricas –
persistem para as pessoas com deficiência no mundo todo”. Esse tipo de atitude persiste
e deve ser combatida. Afinal, dificilmente alguém não tem na família ou em seu círculo de
amizade uma pessoa que necessite atenção especial, seja esta com deficiência ou idosa
ou criança ou em processo de reabilitação devido algum acidente ocorrido.
1 Informações disponíveis em: http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=462, acesso dia 17/07/2013. 2 Disponíveis na Coordenação do Curso de Licenciatura em Informática da UFMT/Rondonópolis.
3 Monografias disponíveis na Biblioteca Regional da UFMT/Rondonópolis.
Neste contexto, o objetivo principal deste trabalho é apresentar um relato de
pesquisas realizadas com o intuito de discutir as possibilidades de uso das TIC em prol da
educação de surdos pautada nos preceitos do design universal. O presente artigo traz as
principais pesquisas realizadas dentro de um contexto maior, sendo que a meta final é
propor uma solução mediada por tecnologia que possibilite, especialmente, aos
estudantes surdos maior autonomia em seu processo de aprendizagem, bem como
ampliação das oportunidades de comunicação e de interação com colegas e professores
em sala de aula.
Para que o assunto proposto seja discutido em detalhes, o presente trabalho se
encontra organizado da seguinte forma: a seção dois apresenta o referencial teórico; na
seção três, o desenvolvimento é descrito, o qual inclui o relato das pesquisas realizadas e
seus respetivos resultados; a seção quatro traz as considerações finais deste trabalho.
Referencial teórico
Nesta seção, o arcabouço teórico incorpora referências bibliográficas e
documentais que tratam sobre os seguintes temas: as barreiras educacionais, a
acessibilidade, o design universal na educação, e o uso das TIC na educação.
Barreiras educacionais
RMD (2012, p.220) apontam no relatório mundial sobre deficiência que “Muitas
barreiras podem impedir as crianças com deficiência de frequentarem a escola”, sendo
que esta afirmação é confirmada ao analisar os dados do Censo do INEP, nos quais se
verifica a queda nos números de matrícula dos estudantes com deficiência nas etapas de
ensino médio e superior. Ainda, conforme RMD (2012) essas barreiras são classificadas
dois conjuntos: problemas do sistema, e problemas escolares.
Com relação a um dos problemas escolares, Baú e Kubo (2009, p.29) informam
que “reagir a uma educação conservadora requer avaliar necessariamente a qualidade da
formação do educador”. As autoras afirmam também que devido ao fato da educação
especial não ter aprofundamento de “‘conteúdo’ curricular de formação do educador. Na
maioria das vezes, é vista como uma formação especial reservada àqueles que desejam
trabalhar com alunos ‘deficientes’”. O que é bastante problemático, pois na prática o que
muitas vezes ocorre nas escolas é o cultivo ao hábito de ‘empurrar o problema’ para o
próximo, ao invés de se engajar na busca por soluções colaborativas entre
professores/profissionais especialistas e professores das salas de aula comum.
Além das barreiras mencionadas nesta subseção, outras que foram levantadas
durante a pesquisa são apresentadas na seção de Desenvolvimento, no que se refere
especificamente às possíveis causas de barreiras educacionais para estudante surdos.
Acessibilidade
A definição de Acessibilidade, disposta no Decreto n° 5.296/2004, evidencia a
importância de se projetar e adequar ambientes que possam ser utilizados por todos os
cidadãos. Essa argumentação pode ser complementada com as palavras mencionadas na
Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CDPD), a qual afirma que “a
deficiência resulta da interação entre pessoas com deficiência e barreiras
comportamentais e ambientais que impedem sua participação plena e eficaz na
sociedade de forma igualitária”. (RMD, 2012, p.4)
Entretanto, é importante ir mais além e considerar também que ambientes
problemáticos são inacessíveis para pessoas sem deficiência também como, por exemplo,
pessoas obesas, pessoas com baixo letramento, idosos, crianças, gestantes. Outrossim,
em certas situações que se pensa estar projetando um ambiente ou uma TIC acessível
para determinado grupo, pode-se estar excluindo uma grande parcela da população, por
exemplo, disponibilizar somente recursos em LIBRAS para incluir pessoas surdas –
certamente ouvintes que não se comunicam na língua de sinais não terão acesso a essas
informações. A situação ideal é pensar no design universal, o qual prevê uma maior gama
de usuários que podem acessar aquele ambiente ou utilizar determinado recurso de TIC.
RMD (2012, p.177) ressalta a relevância de se promover e consolidar a chamada
“cultura de acessibilidade”, iniciando com a adequação de ambientes físicos, e “uma vez
que o conceito de acessibilidade torna-se enraizado e, na medida em que mais recursos se
tornam disponíveis, é mais fácil elevar os padrões e alcançar um maior nível de desenho
universal”.
Design Universal na Educação
De acordo com Raiça (2008, p.30), “os recursos tecnológicos tornam-se um meio
que facilita a aproximação, a interação e a participação de todos, com ou sem
necessidades especiais”. Portanto, o uso das TIC pode ser compreendido como um
instrumento facilitador na concepção de uma educação pautada nos preceitos do design
universal.
No entanto, somente a disponibilização de um único tipo de recurso de TIC na
tentativa de promover o design universal pode não ser suficiente para atender a
demanda dos estudantes. Com relação a isso, RMD (2012, p.200) informa que “diferentes
pessoas com deficiência preferem soluções diferentes para enfrentar barreiras”, e isso
ocorre por que “dois indivíduos com a mesma deficiência podem ter experiências e
necessidades muito diferentes. [...] Pessoas com a mesma deficiência podem enfrentar
tipos de graus de restrição muito diferentes, dependendo do contexto”. (ibid., p.22)
Conforme Gargiulo e Metcalf (2010, p.182), o Design Universal conta com sete os
princípios, a saber: (1) Uso equitativo; (2) Flexibilidade de uso; (3) Uso simples e intuitivo;
(4) Informação perceptível; (5) Tolerância a erro; (6) Baixo esforço físico; e, (7) Tamanho
e espaço para se aproximar e utilizar. Os sete princípios mencionados são aplicáveis tanto
para o projeto e adequação de ambientes e de produtos, sendo acessíveis para grupos
diversos de usuários, não somente cadeirantes ou pessoas com deficiências sensoriais.
Com relação ao projeto e desenvolvimento das TIC, RMD (2012, p.192) ainda
acrescenta, dentre outras recomendações, que dispositivos/equipamentos devem
possibilitar a conexão “a uma ampla variedade de dispositivos de interface de usuário”.
Este é um problema complicado e facilmente verificável na prática, pois grandes
empresas geralmente não projetam dispositivos compatíveis com dispositivos
provenientes de outras empresas renomadas, devido à competição de mercado.
O uso das TIC na Educação
Segundo a RMD (2012, p. 192), “A acessibilidade das TIC é, portanto, necessária
para que as pessoas participem plenamente da sociedade”. Neste contexto, no que se
refere ao uso das TIC no contexto da educação inclusiva, Raiça (2008, p. 30) menciona
que “é importante que o professor possa reconhecer os melhores procedimentos e
instrumentos pedagógicos que se encaixem em suas próprias potencialidades e
interesses pessoais”.
Desta forma, assim como cada estudante com ou sem deficiência pode
necessitar o uso de TIC diferentes, auxiliando em suas especificidades, os professores
também devem buscar recursos com que sintam a vontade e motivados em utilizar. Além
disso, vale destacar que a ideia proposta não é usar indiscriminadamente as TIC, afinal
“não basta que se conheça seu funcionamento, é preciso saber utilizá-lo de acordo com a
concepção educativa que faça do aprendiz um ser pensante, criativo, capaz de tomar
decisões e construir conhecimentos.” (RAIÇA, 2008, p. 32). Por isso, a incorporação das
TIC na prática pedagógica exige um bom planejamento prévio.
Desenvolvimento
Na seção de desenvolvimento, o relato de pesquisas realizadas, pelas presentes
autoras, e seus respectivos resultados são apresentados. Tais pesquisas constam, na
sequência, descritas em ordem cronológica, as quais tiveram como ponto de partida a
tese de doutorado da primeira autora deste artigo, iniciada em 2010, que se encontra em
andamento. Ponto de partida por que a tese inspirou ações de pesquisa e de extensão
que vem ocorrendo em paralelo no ambiente de trabalho, e que vem agregando mais
pessoas interessadas (estudantes, professores, comunidade geral) em somar forças em
prol “desta causa”.
Levantamento de Dados Estatísticos a respeito da Educação Especial no Brasil4
Através desse levantamento de dados junto ao INEP e à SEDUC/MT,
resumidamente foi possível observar os pontos listados na sequência. A finalidade deste
levantamento a de foi conhecer, em termos quantitativos, a respeito da educação
especial no Brasil, visto que sendo as autoras das áreas da computação e engenharia. A
partir disso, ficou definido que a educação especial na perspectiva da inclusão escolar
seria o foco de estudo.
4 Disponível em: https://www.dropbox.com/sh/3beezo3no207o17/gwk07LKa9R, arquivo:
“Dados_INEP_SEDUCMT_EduEspecial.pdf”.
a) ocorreu uma redução nos números de matrícula em escolas exclusivamente especiais
e em classes especiais, comparando-se os anos de 2009 e 2012 em nível nacional, a
saber: reduzindo em 53.031 estudantes matriculados;
b) comparando-se os dados sobre as cinco regiões brasileiras, ao somar os totais
referente às escolas exclusivamente especiais e classes especiais, durante o período
de 2009 a 2012, como resultado tem-se a região Sudeste com o maior número de
estudante matriculados e a região Norte com o menor número, a citar: Sudeste com
437.427; Sul com 195.030; Nordeste com 120.695; Centro-Oeste com 64.259; e Norte
com 47.085;
c) com relação aos dados dos estados da região Centro-Oeste, de número de matrículas
em escolas exclusivamente especiais e classes especiais entre 2009 e 2012, tem-se um
maior número em Mato Grosso do Sul e um menor número no estado de Goiás, a
detalhar: MS com 18.672; DF com 18.664; MT com 18.526; e GO com 8.397;
d) os quantitativos de matrículas dos municípios de Cuiabá e de Rondonópolis,
disponibilizados pela SEDUC/MT, dizem respeito somente à escolas exclusivamente
especiais, assim, respectivamente, tem-se: 09 escolas (03 estaduais e 06 privadas) em
Cuiabá com 973 estudantes, e 01 escola privada em Rondonópolis com 71;
e) um aumento nos números de matrícula em classes comuns, comparando-se os anos
de 2009 e 2012 em nível nacional, a saber: ampliando em 233.746 estudantes
matriculados na modalidade educação especial;
f) ao comparar os dados referentes às cinco regiões brasileiras, somando-se os totais de
classes comuns, durante o período de 2009 a 2012, como resultado tem-se a região
Sudeste com o maior número de estudante matriculados e a região Centro-Oeste com
o menor número, a citar: Sudeste com 825.960; Nordeste com 553.153; Sul com
331.955; Norte com 170.275; e Centro-Oeste com 169.220;
g) no que tange aos dados dos estados da região Centro-Oeste, de número de matrículas
em classes comuns entre 2009 e 2012, tem-se um maior número no estado de Goiás e
um menor número em Mato Grosso, a detalhar: GO com 72.006; DF com 37.983; MS
com 34.683; e MT com 24.548;
h) no que se refere à dependência administrativa, instituições de ensino federais conta
com o menor número de estudantes na educação especial do que nas demais
dependências (estaduais, municipais ou privadas); e, por outro lado, verifica-se que o
maior número de estudantes matriculados na educação especial se encontram em
dependências municipais; excetuando pelas escolas exclusivamente especializadas
que conta com um grande número de dependências de atendimento privado;
i) com relação aos tipos de necessidade educacional especial, percebe-se um número
maior de estudantes com deficiência mental matriculados, comparado aos outros
tipos destacados pelo INEP, entre 2005 e 2009; por outro lado, em menor número de
matrículas tem-se surdo-cegueira;
j) comparando-se os dados referente às etapas de ensino fundamental e médio, dos
anos de 2003 e 2004, por tipo de necessidade educacional especial, é possível notar a
queda no número de matrículas na transição entre a etapa anterior e a próxima,
considerando as escolas exclusivamente especializadas e as classes especiais;
k) ao longo dos anos, também, são notórias algumas mudanças na apresentação dos
dados, tanto no que se refere às nomenclaturas quanto à organização dos dados. Em
alguns anos um tipo de organização está disponível, em outro não; isso dificulta traçar
comparativos de mesma natureza.
Tecnologias para Assistir Pessoas com Deficiência Auditiva na Vida Diária
Esta pesquisa (PRIETCH e FILGUEIRAS, 2010b) teve como foco principal realizar
pesquisa bibliográfica a respeito de Tecnologias Assistivas (TA) para pessoas com
deficiência auditiva e discutir os pontos principais a respeito das alternativas de uso das
mesmas. Sendo assim, como metodologia de pesquisa o método de Revisão Sistemática
(KITCHENHAM, 2004) foi utilizado, em que são adotados procedimentos objetivos para a
realização de revisão de literatura, por meio dos formulários de protocolo, de condução
de revisão, de seleção de revisão de estudos e de extração de dados.
Desta forma, cinquenta e dois trabalhos remanescentes após a revisão
sistemática a respeito das tecnologias para assistir pessoas surdas foram categorizadas
em 05 grupos: (1) Acesso remoto; (2) Acesso direto/local; (3) Tradutores; (4) Recursos de
ensino-aprendizagem; e, (5) Outros dispositivos da vida diária.
Com a realização desta pesquisa, foi possível perceber que existem muitos
estudos sendo realizados sobre essa temática no mundo todo, desde a década de 70,
sendo que atualmente tem-se primado pelo uso de dispositivos móveis e o projeto de
interfaces naturais, que não exija conhecimento prévio do recurso para uso. Além disso,
averiguaram-se várias características e preferências a respeito das pessoas surdas, a
respeito da língua de sinais, das outras formas de comunicação, de questões relacionadas
à percepção visual, das possibilidades de acessibilidade, dentre outras.
Possíveis Causas de Barreiras Educacionais para Estudantes Surdos nas Escolas
Um estudo realizado entre 2011 e 2012, usando os procedimentos metodológicos
de observações em uma escola pública e de revisão bibliográfica, Prietch e Filgueiras
(2011; 2012a) apresentaram o Diagrama Ishikawa5, o qual dispõe uma relação de 22
possíveis causas de barreiras educacionais para estudantes surdos, dado o efeito da
queda no número matrículas de estudantes surdos entre o ensino fundamental e médio.
Essas 22 possíveis causas foram divididas em 4 categorias: (1) ambiente escolar
inadequado; (2) falta de recursos adequados; (3) dificuldades com a língua oral-escrita; e,
(4) processo de avaliação inadequado.
Tomando como ponto de partida as 22 barreiras, uma análise foi realizada a fim
de verificar quais barreiras poderiam ser minimizadas com o uso das TIC (ou tecnologias
assistivas). Isso ocorreu, pois diversas barreiras envolvem mudança de atitude, melhorias
em políticas públicas e em políticas internas das escolas, familiares, dentre outros, que
obviamente a tecnologia não consegue solucionar.
Além disso, tais barreiras auxiliaram uma reflexão a respeito dos tipos de
tecnologias que poderiam ser utilizadas em sala de aula passíveis: de tornar o ambiente
educacional mais acessível para estudantes surdos, de promover maior autonomia ao
estudante em seu processo de aprendizagem, de possibilitar mais interação e
colaboração entre estudantes surdos e ouvintes, e de tentar minimizar algumas das
barreiras educacionais apontadas durante a pesquisa.
5 Disponível em: https://www.dropbox.com/sh/3beezo3no207o17/gwk07LKa9R, arquivo:
“DiagramaIshikawa.png”.
Levantamento de Tecnologias Assistivas Disponíveis para Estudantes Surdos
Em 2012, uma versão do levantamento de TA existentes para estudantes surdos
(versão 6) foi referenciada em Prietch e Filgueiras (2012b). Essa versão inicial contava com
335 produtos e serviços de TA como possibilidades de suporte à educação de pessoas
surdas e de acesso universal. O arquivo, contendo a lista de TA, foi organizado em seis
tabelas da seguinte forma: (1) produtos de tecnologia assistiva para auxílio às pessoas
surdas, encontradas em trabalhos acadêmico-científicos; (2) softwares/jogos/vídeos
educativos para auxílio às pessoas surdas, encontradas na Internet; (3) softwares/jogos
educativos ou ambientes educacionais de acesso universal; (4) softwares aplicativos ou
produtos genéricos úteis para pessoas surdas; (5) softwares aplicativos ou produtos
genéricos de acesso universal; e, (6) serviços de TA úteis para pessoas surdas.
Desde a referida publicação, o arquivo contendo os dados do levantamento
realizado vem sendo atualizado, sendo que em maio deste ano gerou-se a versão 116.
Neste arquivo, constam 381 recursos, sendo que a complementação das informações está
sendo realizada, a fim de incluir também: (1) país/ língua de origem do recurso; (2)
disponibilidade (O recurso: é pago para download, ou pago para uso online? é gratuito
para download? está disponível para uso online? não está disponível ainda? consta apenas
um vídeo demonstrativo do recurso? está parcialmente disponível?); (3) forma de
comunicação (língua de sinais? língua oral/ escrita? signwriting? oralização/ leitura labial?);
(4) recurso (para uso: TV? Celular? Web? Computador desktop/ notebook? Tablet? Objeto
tangível?); e, (5) foco (Tradução? Dicionário? Software educational? Jogo eletrônico?
Ambiente Virtual de Aprendizagem? Sistema de comunicação em tempo real? Sistema de
autoria? Sistema para criação de legenda? Sistema de reconhecimento de voz/fala?
Sistema de monitoramento? Equipamento/ dispositivo para ampliação de som?).
Mapeamento da Situação da Educação Especial em Escolas Regulares e Proposta de
Atuação dos Licenciados em Informática no Atendimento Educacional Especializado (AEE)
6 Disponível em: https://www.dropbox.com/sh/3beezo3no207o17/gwk07LKa9R, arquivo:
“Tabela_TA_Surdos_vs11_Port.pdf”.
No que se refere ao mapeamento da situação da educação especial em escolas
regulares, Prietch e Filgueiras (2012b) relata sobre a pesquisa de campo foi realizada no
mês de agosto de 2011, em Rondonópolis/MT. Vinte e três (23) escolas ou centros
localizados em diferentes bairros do município foram visitados, a saber: 08 escolas
públicas estaduais com sala de recursos (com AEE); 01 escola particular com sala de
recursos (com AEE); 10 escolas públicas estaduais sem sala de recursos (sem AEE); 03
escolas particulares sem sala de recursos (sem AEE); e, 01 centro de reabilitação para
pessoas cegas (atendimento especializado, mas não de cunho restritamente educativo).
Dentre os 23 locais visitados, o número total foi de 263 alunos com algum tipo de
deficiência, somando-se 143 das 22 escolas visitadas, e 120 do centro de habilitação.
Em cada local foi aplicado um questionário contendo seis perguntas, sendo que
algumas destas contavam com subdivisões, as quais de modo geral interessava-se
conhecer sobre: o quantitativo de alunos com deficiência matriculados na escola, quais
tipos de deficiência se caracterizavam os mesmos; a existência ou não de sala de recursos
(ou AEE) na escola/centro; o conhecimento a respeito de termos como acessibilidade e
tecnologias assistivas; o quantitativo e tipos de recursos/serviços de tecnologias
assistivas presentes na escola/centro; e, a forma de uso das TIC para a educação especial.
Como resultado, resumidamente, se obteve o seguinte:
somente três dentre os 23 locais visitados (01 escola particular, 01 escola pública e o
centro de reabilitação) contemplavam profissionais que usam a tecnologia no
processo de ensino-aprendizagem, que utilizam fóruns de discussão para sanar
dúvidas e que participam de cursos online especializados. As outras 05 escolas com
AEE desempenham eficientemente suas atribuições, contudo sem agregar os vários
benefícios que as altas tecnologias assistivas podem propiciar a seus estudantes;
duas escolas públicas sem AEE demonstraram falta de informação a respeito da
educação especial na perspectiva da educação inclusiva, desconhecendo sobre o AEE,
alienados a respeito dos preceitos básicos da legislação de acessibilidade e dos
direitos da pessoa com deficiência;
representantes de duas escolas sem AEE visitadas (01 particular e 01 pública) pediram
que os pesquisadores se dirigissem ao laboratório de informática para entrevistar o
técnico responsável pelo mesmo. Essa atitude deixou claro que as referidas escolas
não tinham conhecimento sobre tecnologias assistivas e nem mesmo de quem seria a
responsabilidade, na instituição, pelos estudantes da educação especial.
Diante do resultado do levantamento realizado nas escolas, uma relação com
propostas de atuação dos Licenciados em Informática como possível membro da equipe
do AEE nas escolas regulares foi descrita. Aqui somente duas propostas constam listadas,
contudo, no artigo publicado no Congresso Brasileiro de Educação Especial (CBEE), de
2012 (p. 15), a relação se encontra na íntegra, a citar: “auxiliar na definição de quais
recursos e serviços de TA necessitam ser comprados [...]”; e, “projetar formas de
automatização de tarefas burocráticas para a sala de AEE [...]”.
Instrumento para Avaliação da Qualidade Emocional de Pessoas Surdas: Emotion-LIBRAS
O instrumento denominado Emotion-LIBRAS foi criado com a finalidade de
identificar as emoções de pessoas surdas brasileiras, especialmente no que se refere às
situações de uso de recursos mediados por tecnologia. (PRIETCH e FILGUEIRAS, 2013b)
A fundamentação teórica para a produção deste instrumento foi pautada nos
trabalhos dos seguintes autores: Russell (1980); Bradley e Lang (1994); Desmet (2003);
Ekman (2003); Norman (2004); Scherer (2005); Elokla, Hirai e Yasuyuki; Morita (2010);
Capovilla, Raphael e Mauricio (2010); os quais, em sua maioria, são da área de psicologia.
Além da revisão teórica, pesquisas de campo foram realizadas com pessoas surdas, a fim
de efetuar adequações no instrumento. Essa etapa de adequações se encontra em
andamento, cuja última versão, ainda não alterada, está disponível para visualização7.
O Emotion-LIBRAS é um questionário que deve ser aplicado em formato digital,
pois conta com vídeos comunicados em LIBRAS. Neste instrumento, o usuário deve
marcar (clicar) na intensidade (1 – baixa, 2 – média, ou 3 – alta) da emoção (palavra
escrita/ sinal em LIBRAS) que sentiu após utilizar um produto.
O motivo pelo qual esse instrumento foi projetado está inserido no contexto da
área de Interação Humano-Computador (IHC) no que tange ao uso de técnicas
relacionadas à Experiência do Usuário (User eXperience, UX). Um dos critérios de
7 Disponível em: https://www.dropbox.com/sh/3beezo3no207o17/gwk07LKa9R, arquivo: “Emotion-
LIBRAS_Estatico.jpg” (imagem estática para visualização).
avaliação da experiência do usuário que vem ganhando destaque é a identificação das
emoções das pessoas ao utilizar produtos, sejam computacionais ou não, sendo que esse
fato é tema de discussão no trabalho de Masip, Oliva e Granolles (2011).
Técnicas de experiência do usuário estão interessadas tanto em questões
relacionadas à usabilidade (ex., facilidade de uso, eficácia, eficiência de um sistema)
quanto àquelas relativas à vivência de situações que sejam positivas e memoráveis para o
usuário (ex., satisfação, confiança, diversão, afetividade).
Reflexão sobre o Uso das TIC em Salas de Aula Comuns em Escolas Regulares: Estudantes
Surdos e o Design Universal
Como foi mencionado no referencial teórico, deste artigo, muitas vezes um
mesmo recurso de TIC pode ser útil para minimizar barreiras para diversos tipos de
usuários. Outrossim, um grupo de usuários com a mesma deficiência não é significado de
que necessitem ou desejem utilizar um mesmo tipo de recurso de TIC.
Neste contexto, uma reflexão a respeito do uso das TIC em salas de aula comuns
em escolas regulares foi realizada por Prietch e Filgueiras (2013a), analisando
especificamente situações de barreiras educacionais para estudantes surdos, a fim de
buscar alternativas de acesso universal para promover um ambiente inclusivo de ensino-
aprendizagem.
A pesquisa teve como metodologia a observação de aulas em uma escola regular
e revisão de literatura, obtendo como resultado a “montagem de um quebra-cabeça” que
agregou peças provenientes de quatro frentes de estudos sedimentadas pelas autoras ao
longo desses quatro anos de pesquisa: (1) potenciais causas de barreiras educacionais; (2)
recursos mediados por tecnologia; (3) estratégias de ensino-aprendizagem, considerando
apenas seis: (a) aula expositiva com questionamentos; (b) seminário ou encenação; (c)
debate; (d) trabalho em grupo/equipe; (e) aulas práticas (em laboratório ou em campo);
(f) avaliação (prova); e, (4) perfil das pessoas surdas, considerando três formas de
comunicação (língua de sinais, língua oral/escrita, e oralização/leitura labial) descritas por
Cavender e Ladner (2008).
A partir desse estudo, foi interessante notar que a maioria das tecnologias
assistivas consideradas como passíveis de uso em salas de aula inclusivas não foram
originalmente projetadas como tecnologias assistivas. Um sistema de reconhecimento de
voz, que transcreve em texto o que está sendo falado em tempo real, pode ser útil para
estudantes surdos, mas também para uma variedade de outros públicos e situações.
Diagnóstico e Proposição de Ações para Transformar a UFMT/Rondonópolis em uma
Universidade mais Acessível
Essa ação diz respeito ao projeto de extensão, relatado por Prietch et al (2013), a
qual promove a interface da extensão com a pesquisa e o ensino, e teve início no ano
corrente. A proposta é de que esta ação seja propagada para anos seguintes, tendo como
base fundamental 07 (sete) linhas de acessibilidade apontadas por Brasil (2009) e,
Tambascia et al (2011), a saber: (1) Deslocamento, (2) Orientação espacial; (3) Condições
de uso; (4) Comunicação; (5) Instrumentação; (6) Metodologia; e, (7) Atitude; sendo que
neste ano, tem-se como foco principal as linhas 4 e 5, pois a maior parte da equipe
atuante é da área de computação.
Para a execução do projeto, “uma lista com 26 atividades foi relacionada, a fim
de que pequenas tarefas sejam executadas e concluídas por cada membro da equipe
executora” (PRIETCH et al, 2013, p. 6), neste aspecto, seis subprojetos se encontram em
andamento com o intuito de solucionar as atividades elencadas. Dentre os subprojetos,
têm-se: 02 trabalhos de conclusão de curso sendo desenvolvidos, 03 subprojetos
relacionados à execução prática de estágio do curso de Licenciatura em Informática, e 01
subprojeto sendo desenvolvido por três estudantes da UFMT/Rondonópolis,
preocupando-se com questões relacionadas às linhas de acessibilidade 1 e 3.
Considerações finais
Todas as informações coletadas e analisadas, e todo o caminho percorrido até o
momento, servem como base sustentadora para a proposição de inovação tecnológica. O
que se vislumbra como tecnologia para uso em sala de aula de escolas públicas brasileiras
ainda pode estar um tanto distante da realidade atual. Contudo, através da pesquisa é
que torna consegue investigar o que é útil, onde é possível chegar, e como a tecnologia
pode somar forçar para promover melhorias na educação. O número de pesquisas que
vem sendo desenvolvidas com essa perspectiva é imenso, inclusive de pesquisas sobre
tecnologias assistivas com aplicação para a educação. Por outro lado, muita evolução
nessa área se tem observado na prática, nas tentativas de uso de tecnologias já
disponíveis, na troca de informações por intermédio de fóruns específicos, de eventos
(encontros, congressos, dentre outros) e de redes sociais.
Assim, a necessidade é imediata. No entanto, muitas soluções ainda estão sendo
projetadas e avaliadas para preencher algumas lacunas existentes. Com esta pesquisa
não é diferente. Muitos caminhos podem ser percorridos em busca de soluções. No
entanto, foi preciso escolher um e seguir em frente. Neste sentido, até o momento de
conclusão da tese, ainda se pretende concluir algumas etapas que se encontram em
andamento. A primeira diz respeito às adequações do instrumento Emotion-LIBRAS; a
segunda refere-se ao projeto de Design de Interação de um recurso de conversão
automática de fala para texto (Sample Voice App, da empresa Nuance) para uso em
dispositivo móvel em sala de aula; a terceira é relativa à avaliação da experiência do
usuário, usando o Emotion-LIBRAS como um dos instrumentos, enquanto estudantes
surdos testam o protótipo que inclui o recurso Sample Voice App.
O reconhecimento de voz já é algo presente no cotidiano de usuários de
celulares, em especial os mais modernos chamados genericamente de smartphones.
Através dos quais é possível falar o nome de uma pessoa que consta gravada na sua
agenda, que automaticamente uma ligação telefônica é iniciada. Contudo, este não é um
problema trivial, pois envolve questões relacionadas à (ao): língua, captura do áudio,
conexão de rede, duração de bateria, processamento em memória, interface de entrega
dos resultados, ética de utilização do que foi transcrito, dentre outros. Tais questões
fazem parte do desafio que se tem em mãos, os quais se pretende ainda debater e avaliar
com finalidade de entregar um protótipo que leve em consideração as necessidades, os
anseios e os desejos do público-alvo, neste caso, os estudantes surdos de ensino médio.
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