C. Peter Wagner - Derrubando as fortalezas em sua cidade

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C. Peter Wagner Derrubando as Fortalezas em Sua Derrubando as Fortalezas em Sua Cidade Cidade Como usar o mapeamento espiritual para tornar suas orações mais estratégicas, eficazes e com um alvo bem definido.

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C. Peter Wagner

Derrubando as Fortalezas em SuaDerrubando as Fortalezas em SuaCidadeCidade

Como usar o mapeamento espiritual para tornar suasorações mais estratégicas, eficazes e com um alvo bem

definido.

Série Guerreiros da OraçãoEditora Bompastor

Digitalizado por BlacKnightRevisado por SusanaCap

PDL & Semeadores da Palavra

Sumário

As Fortalezas...Introdução

Parte I: OS PRINCÍPIOS

1. Visão Panorâmica do Mapeamento Espiritual2. O visível e o invisível3. TRATANDO COM AS FORTALEZAS4. MAPEAMENTO ESPIRITUAL PARA ORAÇÃO DE AÇÃO PROFÉTICA

Parte II: A PRÁTICA

5. DERROTANDO O INIMIGO COM A AJUDA DO MAPEAMENTO ESPIRITUAL6. PASSOS PRÁTICOS PARA LIBERTAR UMA COMUNIDADE7. EVANGELIZANDO UMA CIDADE DEDICADA ÀS TREVAS

Parte III: APLICAÇÃO

8. MAPEANDO E DISCERNINDO SEATTLE, WASHINGTON

9. MAPEANDO A SUA COMUNIDADE

AS FORTALEZAS...

Dizem que, durante a Guerra do Golfo Pérsico,Saddam Hussein lançava os seus foguetes Scud, e então,ficava ouvindo o programa da Televisão CNN paradescobrir se eles haviam acertado o alvo. Os aliados,por sua vez, atacavam com bombas dotadas de pontariainfalível, que apontavam exatamente para as chaminésou janelas que deveriam atingir. Acredito que é tempodos crentes começarem a orar com uma pontariainfalível.

Este livro desvenda as astúcias do diabo, edesvenda os alvos de oração que forçarão o inimigo aliberar milhões de almas perdidas, atualmente mantidasem cativeiro. Sinto-me vibrante porque Deus nos deuuma maravilhosa arma nova para entrarmos em uma guerraespiritual eficaz!

C. Peter Wagner

INTRODUÇÃOPor C. Peter Wagner

Esta é uma daquelas Introduções que você faria bemem ler, antes de continuar lendo o resto deste volume!O mapeamento espiritual é uma questão tão recente, quepoucos que tomarem este livro para lê-lo terão muitopano-de-fundo em sua mente que lhes prepare o caminho.Mas para aqueles que já estiverem bem informados sobrea guerra espiritual em nível estratégico, isso não

será tão difícil, visto que já terá sido estabelecidoum paradigma mental. Para outras pessoas, no entanto,este livro servirá de ponto de sintonia, quanto àquiloque considero uma das coisas mais importantes que oEspírito Santo está dizendo às igrejas, nesta décadade 1990; e esta introdução será extremamente útilquanto a esse processo.

APARECIMENTO DO MAPEAMENTO ESPIRITUAL

Pessoalmente, eu nunca tinha ouvido a expressão"mapeamento espiritual" nas décadas de 1970 ou 1980.Mas tão recentemente quanto o ano de 1990, em umareunião de uma pequena organização chamada deSpiritual Warfare Network, ouvi o pastor Dick Bernal,do Jubilee Christian Center, dizer como os líderes eintercessores de sua igreja tinham tentado identificaros principados espirituais das diferentes cidades e daregião em torno da área da baía de São Francisco.Outros participantes da reunião questionaram a sabedo-ria de fazer-se tal coisa, resultando daí uma vívidadiscussão. Suponho que alguém já estivesse usando otermo, antes daquela ocasião, mas, pelo menos paramim, aquela foi a primeira vez que ouvi falar em talconceito.

Seguiu-se uma rápida sucessão de eventos, e odesfecho foi que a Spiritual Warfare Network tornou-separte integrante da United Prayer Track, um ramo doA.D. 2000 Movement. O A.D. 2000 Movement foi levantadopor Deus, como a principal força catalisadora dasmúltiplas igrejas, agências, ministérios edenominações ao redor do mundo, tendo em vista um

esforço conjunto que visa completar a tarefa daevangelização do mundo, pelo menos, tanto quantopossível, aí pelo ano 2000. Essa é uma organizaçãoformada por pessoas comuns, e suas atividades foramdelegadas a dez teias de recursos separadas. Minhaatual responsabilidade é dirigir a A.D. 2000 UnitedPrayer Track, que está edificando uma base global deoração, que dê respaldo aos esforços de todos osdemais ramos do movimento de evangelismo como um todo.

A unidade mais proeminente, dentro da UnitedPrayer Track é a Divisão de Mapeamento Espiritual,liderada por George Otis, Jr., co-coordenador daPrayer Track. O estabelecimento dessa divisão temelevado o perfil desse novo campo de ministério, a fimde atingir dimensões mundiais. Nós, do A.D. 2000Movement, não estamos mais discutindo se deveríamosfazer mapeamento espiritual. Agora estamosconcentrando as nossas energias sobre como fazer bem essemapeamento.

Filtrando as Divisões

Não é nenhum segredo que a intercessão, a guerraespiritual, o manuseio das forças demoníacas e,ultimamente, o mapeamento espiritual tendem por atrairuma quantidade além do normal do espírito de divisão.Os autores deste livro, a Spiritual Warfare Network, aUnited Prayer Track, a Spiritual Mapping Division e oA.D. 2000 Movement levam a sério a suaresponsabilidade de filtrarem o espírito de divisãotanto quanto possível, fazendo isso mediante aorganização de um sistema de prestação de contas, oque nos ajuda a nos resguardarmos de apelas para oespírito de divisão. Estamos nos esforçando por lançar

alicerces para um ministério bíblico, teológico epastoralmente sensível, para que seja feito ummapeamento espiritual dotado das qualidades daexcelência e da integridade. É provável que nós mesmoscheguemos a cair em equívocos; mas esperamos que,quando assim venha a acontecer, logo possamos notá-los, a fim de podermos corrigi-los prontamente.

QUAL A RAZÃO DESTE LIVRO?

Dentro de cinco anos, ou mesmo dentro de doisanos, após este livro haver sido escrito, certamentesaberemos mais sobre o mapeamento espiritual do quesabemos atualmente. Não obstante, na providênciadivina, ele tem levantado um grupo de pessoas, por en-quanto bastante pequeno ainda, provenientes de muitoslugares do mundo, que na verdade vem fazendomapeamento espiritual faz mais de vinte anos, o quesignifica que têm podido acumular considerávelexperiência nesse campo.

Acredito que, mais do que qualquer outro livro quejá escrevi, este tem emergido da orientação imediatade Deus. Eu tinha planejado escrever uma série de trêsvolumes sobre a oração, a começar por dois deles, comos títulos Oração de Guerra e Escudo de Oração, ambos os quaisseriam publicados pela editora Regal Books. O terceirovolume deveria ser um livro acerca da oração no quetange à igreja local. Todos os três volumes visam aopropósito de ver que uma oração estratégica, dotada dealvos definidos, contribua para a aceleração daevangelização do mundo. Deus, entretanto, me fezinterromper a seqüência, e senti fortemente que eudevia preparar em seguida este volume que versa sobre

o mapeamento espiritual, porquanto Deus queria que oslíderes das igrejas locais contassem com um guiaprático para implementar o que o Espírito estádizendo, no presente, acerca do mapeamento espiritual.

Quando comecei a apresentar a objeção de que eunão sabia o suficiente sobre o mapeamento espiritualpara escrever o livro inteiro, Deus pareceu tornar-semais específico. Lembro-me claramente de que, em umperíodo de oração, em um hotel em que eu estava hospe-dado, em Portland, estado do Oregon, senti poderosaunção da parte do Senhor, e, em menos de quarenta ecinco minutos, eu já havia anotado, em meu bloco depapéis amarelos, o esboço básico do livro que o leitortem agora nas mãos. Sem dúvida alguma, outros líderesevangélicos do mundo poderiam igualar osdiscernimentos e a sabedoria desses autores; masduvido que muitos conseguiriam ultrapassá-los. Aquelesque contribuíram para este volume procedem dos EstadosUnidos da América, da Suécia, da Guatemala e daArgentina. Cada um deles iniciou-se no mapeamentoespiritual sem qualquer treinamento prévio e sem terentrado em contato com outros que estavam fazendo amesma coisa. Mas atualmente comunicam-se uns com osoutros através da Spiritual Warfare Network, e estãotodos admirados e agradecidos de que, durante anos,eles tenham recebido, individualmente, instruçõessimilares da parte do Senhor.

CONHEÇA OS AUTORES CONTRIBUINTES

Em que consiste o mapeamento espiritual? Vários denossos pensadores têm oferecido as suas respectivasdefinições, todas as quais se reforçam e complementam

umas às outras. A definição condensada e não-técnica éa seguinte: Uma tentativa para ver nossa (preencher nesteespaço a região a ser mapeada) como ela realmente é, e nãocomo parece ser. Essa definição foi dada por George OtisJr., o qual, por meio de suas obras como The Last of theGiants (Chosen Books) e seu ministério mundial com o TheSentinel Group e o A.D. 2000 United Prayer Track, éconsiderado por muitos, inclusive por mim mesmo, comoo principal líder evangélico neste campo. Fiqueideleitado quando George concordou em contribuir com oprimeiro capítulo deste livro, provendo uma visãopanorâmica do mapeamento espiritual em geral.

Na qualidade de fundadora e presidente da Generalsof Intercession, Cindy Jacobs sobressai-se tanto noensino quanto na guerra espiritual em nívelestratégico, liderando pastores e intercessores paraque ponham em prática, na realidade, essa atividade nocampo. O capítulo escrito por ela sobre as fortalezashaverá de esclarecer muitas perguntas que, comfreqüência, são apresentadas. O livro de Cindy,Possuindo as Portas do Inimigo (Editora Atos), é um iluminadormanual de treinamento que visa a uma intercessãomilitante, e tem sido altamente aclamado.

Kjell (pronuncia-se "Xel") Sjöberg é conhecido porcausa de seu ministério de intercessão espiritual emnível estratégico, orações de ação profética emapeamento espiritual. Ele vem trabalhando nesse campopor mais tempo do que quaisquer outros autores. Seulivro, intitulado Winning the Prayer War (Sovereign World),tem arado o terreno à nossa frente, nesse campo. Atéonde sei das coisas, ninguém havia relacionado omapeamento espiritual com a oração de ação profética,com o discernimento e a experiência prática que Kjellnos apresenta em seu capítulo.

Juntamente com o meu capítulo sobre "O Visível e oInvisível", que considero um dos mais importantesensaios que tenho escrito em anos recentes, esse grupoprovê a seção de "Princípios" deste volume. Para aseção "Prática" escolhi três praticantes de trêsnações diferentes, cada um dos quais estáprofundamente engajado no mapeamento espiritual, ecada um começou as suas atividades virtualmente semqualquer ajuda, instrução ou modelo que pudesseseguir.

A Seção Prática

Haroldo Caballeros, o pastor da Igreja El Shaddai,da Guatemala, que atualmente tem como membros ativos opresidente da Guatemala e seus familiares, é oprimeiro pastor em cujos estudos pessoais descobrimais compêndios sobre arqueologia do que comentáriossobre a epístola aos Romanos. Não que Haroldonegligencie uma exposição bíblica suficientementeinformada, em seu ministério pastoral, mas é que eleleva muito a sério a necessidade de compreender asforças espirituais que têm moldado a sua comunidade,desde os dias do império maia. O capítulo por eleescrito levará o leitor diretamente ao cerne daquestão.

Bob Beckett talvez tenha sido capaz de monitorarmais de perto do que qualquer dos outros autores osresultados reais do mapeamento espiritual e da guerraespiritual em nível estratégico, em sua igreja local,chamada The Dwelling Place Family Church, e em suacomunidade de Hemet, estado da Califórnia. Ao ensinarmeu curso sobre esse assunto, no Seminário Teológico

Fuller, sempre peço que Bob apresente uma preleçãosobre mapeamento espiritual e, então, levo toda aclasse a Hemet para fazer um mapeamento espiritual aovivo, para que Bob dirija esse mapeamento. Quando vocêestiver lendo o capítulo escrito por ele, obterá umbom vislumbre daquilo que os alunos do SeminárioTeológico Fuller estão aprendendo com a ajuda de BobBeckett.

Não consideramos que o mapeamento espiritual sejauma finalidade em si mesma. Mas vemos uma relaçãode causa e efeito entre a fidelidade do povo deDeus à oração e a vinda do seu Reino.

Menciono Víctor Lorenzo com freqüência, em meulivro, Oração de Guerra (Editora Bompastor), porque aArgentina tem emergido como o nosso principallaboratório de campo para submeter a teste a guerraespiritual em nível estratégico e porque Víctor temsido um dos principais personagens nesse processo.Conforme ele explicou, ele tem trabalhado muito lado alado com Cindy Jacobs. Dentre todos os autores, Víctoré o que tem descoberto maior número de informaçõessobre as forças do inimigo em dada cidade, incluindo adescoberta dos nomes próprios de alguns dos espíritosterritoriais. Os resultados, no campo do evangelismo,têm sido gratificantes.

A Aplicação

Adicionamos a seção final, intitulada "Aplicação",para ajudar a responder uma das mais freqüentesindagações que me são dirigidas: Como é que um pastor

de Pumphandle, estado de Nebraska, que não é um KjelSjöberg ou uma Cindy Jacobs, pode ficar preparandomapeamento espiritual? Mark McGregor ajusta-se a essadescrição. Ele é um crente dedicado, embora nuncatenha sido consagrado ao ministério, um programador decomputador que trabalha por tempo integral, e quedeseja servir ao Senhor ao máximo de suaspotencialidades. Ele é o único contribuinte para estevolume que não está afiliado à Spiritual WarfareNetwork. A fim de mapear a sua cidade de Seattle, elesimplesmente tomou a lista de perguntas que aparece nolivro de John Dawson, Reconquiste Sua Cidade Para Deus(Editora Betânia), e escavou os informes necessáriosconsultando livros e outros recursos disponíveis parao público, como bibliotecas, prefeituras ou sociedadeshistóricas. Não estamos dizendo isto para diminuirMark, mas se ele pôde fazer isso, você também poderáfazê-lo. Leia o capítulo escrito por ele para obter aidéia geral do tipo de informações que se fazemnecessárias.

O simples recolhimento de informes é um passoessencial, embora ainda não seja suficiente. É nessaaltura que pessoas dotadas de dons espirituaisespecíficos, experiência e maturidade, precisam en-trar. Uma dessas pessoas é Bev Klopp, que há anos éreconhecida como uma intercessora e membro da equipede intercessores da Spiritual Warfare Network. Usandoo dom de discernimento de espíritos que ela recebeu,juntamente com anos de experiência no campo da oraçãoem favor de Seattle, Bev provê um modelo deinterpretação de informes e de identificação de alvos.Quando você estiver pronto para passar do recolhimentode informes para o campo de batalha, certifique-se deque conta com alguns crentes como Bev Klopp em suaequipe.

No capítulo anterior, respiguei informes daquiloque outros têm dito neste livro, reunindo uminstrumento de mapeamento espiritual que pudemossugerir, e que alguns leitores poderão sentir serútil, ao entrarem nessa produtiva área do ministério.

QUÃO ÚTIL É O MAPEAMENTO ESPIRITUAL?

Conforme têm salientado diversos dos nossoscontribuintes, não consideramos o mapeamentoespiritual como uma finalidade em si mesma No entanto,cremos que é desejo de Deus que oremos: "Venha o teureino; seja feita a tua vontade" (Mt 6.10). Tambémpodemos ver uma relação de causa e efeito entre afidelidade do povo de Deus à oração e a vinda do seuReino. Quando a vontade de Deus está sendo feita naterra, vemos pessoas perdidas serem salvas; pessoasenfermas serem curadas; pessoas empobrecidas receberemo essencial para a vida secular; o fim de guerras,contendas e derramamento de sangue; pessoas oprimidasque são libertadas; governos justos serem levantados;práticas justas e equitativas no mundo dos negócios;harmonia entre as raças — para mencionarmos apenasalguns desses benefícios.

Muitos líderes evangélicos sentem que, até agora,o ministério de oração em nossas igrejas não tem sidoda variedade mais poderosa. Aprecio a maneira comoGeorge Otis, Jr. exprimiu essa idéia:

Embora a oração seja reconhecida rotineiramentecomo um importante componente dos esforços globaisde evangelização, tais expressões, no mais dasvezes, são mais um produto de hábitos religiosos

adquiridos do que reflexões com base em convicçõesgenuínas. Tal como outros povos religiosos ao redordo globo, oramos porque hesitamos em embarcar emempreendimentos significativos sem primeiro prestarhonras à nossa divindade familiar. Se Deusresponderá ou não às nossas petições específicas éalgo de menor importância para nós do que garantirque não o temos ofendido ao deixarmos de informá-losobre as nossas intenções. Nesse sentido, a oraçãoé mais supersticiosa e profilática do quesobrenatural e procriadora.1

Conforme disse Bob Beckett em seu capítulo, grandeparte de nossas orações tem-se parecido com olançamento dos foguetes Scud, por parte de SaddamHussein. Ele fazia bem pouca idéia de quais seriam osseus alvos, pelo que os efeitos de seus foguetesdeixaram muito a desejar. Aqueles que oram a fim delivrar as pessoas da opressão demoníaca têm aprendido,desde muito tempo atrás, falando em sentido bem geral,que os resultados são bem melhores quando os espíritosmalignos são identificados e especificamente ordenadospara deixarem as suas vítimas no nome de Jesus, em vezde ministrarem com uma vaga oração como: "Senhor, sehá quaisquer espíritos, ordenamos que todos eles saiamem teu nome". Suspeitamos que outro tanto sucedequando oramos pelo livramento de bairros, cidades ounações. O mapeamento espiritual é apenas umaferramenta que nos permite sermos mais específicos e,esperançosamente, mais poderosos em nossas oraçõespelas nossas comunidades.

Escreveu George Otis, Jr.: "Aqueles que dedicamtempo tanto para falarem com Deus quanto para lhedarem ouvidos, antes de se aventurarem em seusrespectivos ministérios, não somente achar-se-ão no

lugar certo e no tempo certo, mas também saberão o quefazer quando chegarem ali".2 Aqueles dentre nós queestão desenvolvendo o tema do mapeamento espiritualestão procurando aumentar a nossa capacidade de darouvidos a Deus e de nos comunicarmos uns com os outrossobre o que estamos ouvindo, com toda a exatidãopossível.

O MAPEAMENTO ESPIRITUAL É BÍBLICO?

Vários dos autores que contribuíram para estevolume reportaram-se à questão da base bíblica domapeamento espiritual. Não é meu propósito reiteraraqui os argumentos deles, mas apenas dizer que todosnós, que temos contribuído para este livro, vemo-noscomo crentes bíblicos, e nenhum de nós ao menosconsideraria recomendar alguma área do ministério aoCorpo de Cristo, se não estivesse plenamenteconvencido de que está ensinando de acordo com avontade de Deus, de um modo que não viole qualquerverdade bíblica. Estamos pessoalmente convencidos deque o mapeamento espiritual é um procedimento bíblico,pelo que estamos ensinando com base nessa premissa. Aomesmo tempo, não ignoramos o fato de que há outrosirmãos e irmãs em Cristo, da mais alta integridade,que discordam de nós. Vários deles têm publicadorecentemente essas noções contrárias em livros eartigos. Agradecemos a Deus por nossos bem informadoscríticos e os abençoamos. Em primeiro lugar, eles têmconseguido perceber alguns erros nossos, sob a formade declarações equivocadas ou exageros, e agoraestamos no processo de corrigi-los. Ademais, sentimosque até mesmo os nossos críticos menos informados nosforçam a permanecer de olhos bem abertos e nos ajudam

a aguçar aquilo que temos a dizer e o que temos afazer. Mas em caso nenhum temos o desejo de entrar emuma polêmica e nem tentamos refutar os nossoscríticos. Não nos inclinamos a dar a impressão de quenós somos bons, fazendo os nossos irmãos e irmãs emCristo parecerem maus, razão pela qual o leitor nãoencontrará tal atitude neste livro.

Estamos plenamente cônscios do fato de que omapeamento espiritual, juntamente com a guerraespiritual em nível estratégico, são inovaçõesrelativamente recentes que estão sendo introduzidas noCorpo de Cristo. Mas sucede que sentimos que estamossendo impelidos pelo Espírito Santo. Mesmo assim,contudo, leis científicas sociais do conhecimento detodos, que cercam as questões da difusão e dainovação, inexoravelmente estão entrando em efeito.Qualquer inovação, mui tipicamente, atrai algunsprimeiros seguidores, depois seguidores secundários e,finalmente, seguidores tardios. Em muitos casos,alguns recusam-se a adotar a inovação, conforme ficademonstrado pela existência da Sociedade Internacionalda Terra Chata. O mapeamento espiritual, no momento,acha-se no estágio dos primeiros seguidores, sendoesse o estágio, conforme já seria de esperar, queestimula a controvérsia mais acesa. A reação nervosados crentes, quando se opõem a qualquer inovação,consiste em dizer: "Isso não é bíblico", conformesucedeu quando surgiu a Escola Dominical, e conformefizeram alguns, quando se começou a falar sobre aabolição da escravatura.

Exemplos Bíblicos e Arqueológicos

Um exemplo de mapeamento espiritual pode ser vistoem Ezequiel 4.1-3, onde Deus instruiu Ezequiel apreparar um mapa tosco da cidade de Jerusalém, em umatabuleta de argila, e, então, lhe disse: "a cercarás".Como é óbvio, isso refere-se à guerra espiritual, enão à guerra convencional.

Menciono isso porque algumas pesquisas têm trazidoà tona o que é considerado pelos arqueólogos como oprimeiro mapa conhecido de uma cidade, a cidade deNipur, o antigo centro cultural da Suméria. Acha-se emuma tabuleta de argila admiravelmente conservada, semdúvida similar àquela que foi usada por Ezequiel. Ostraços do mapa, desenhados por volta de 1500 A.C.,constituem o que hoje chamaríamos de mapeamentoespiritual. No centro da cidade está escrito "o lugarde Enlil. E também está escrito que na cidade "reside odeus do ar, Enlil, a principal divindade de panteão daSuméria".3 Poderíamos identificá-lo como o espíritoterritorial que dominava a Suméria.

Outros edifícios que aparecem nesse antigo mapaincluem Ekur, o mais renomado templo sumeriano; o KagalNanna, ou seja, o portão de Nanna, o deus-lua da Suméria;o Kagal Nergal, ou portão de Nergal, que era considerado reido submundo e marido da deusa Ereshkigal; o Eshmah, ou"Santuário Sublime", que ficava nas periferias dacidade, além de muitos outros.4

Mais um fato interessante. No capítulo escrito porVíctor Lorenzo, o leitor verá que parte do desígniomaligno e oculto da cidade argentina de La Plataenvolvia quebrar, intencionalmente, o usual padrãolatino-americano, em que as ruas apontam nas direçõesdos pontos cardeais: norte, sul, leste e oeste. A

mesma coisa acontecia em Nipur! O assiriologistaSamuel Kramer observou: "O mapa não estava orientadonas direções norte e sul, porém, mais ou menos emângulos de quarenta e cinco graus".5

Ao que tudo indica, há alguns precedenteshistóricos quanto ao mapeamento espiritual.

Isso Glorifica a Satanás?

Desmascarar as astúcias de Satanás pode tornar-sealgo tão fascinante que podemos começar a enfocar anossa atenção sobre o inimigo, e não sobre Deus. Issodeve ser evitado a todo custo. Se não evitarmos essaarmadilha, cairemos nas mãos do inimigo. O principalpropósito da existência de Satanás é impedir que Deusseja glorificado, e o motivo do diabo para tanto é queele quer que a glória reverta para ele. Se ele puder,haverá de querer enganar os servos de Deus, fazendo-osdesviarem-se para atividades que terminam por exaltara criatura, e não o Criador.

Cada um dos escritores que contribuíram para estelivro é um crente espiritual e suficientemente madurono terreno da guerra espiritual prática, ao ponto dereconhecer plenamente os desejos de Satanás, não lhesatisfazendo os desejos. Eles concordam que a reaçãodiante de tal perigo não deve ser retroceder e deixaro campo de batalha nas mãos de Satanás. A reação deveser avançar tão agressivamente quanto for possível, afim de descobrir os desejos, as estratégias, astécnicas e as armas de Satanás. As pesquisas que nosestão ajudando a fazer isso não visam glorificar aSatanás, tal como as pesquisas acerca do câncer nãovisam glorificar o câncer. Mas quanto mais ficamos

sabendo sobre a natureza, as causas, ascaracterísticas e os efeitos do câncer, maispreparados estaremos para erradicá-lo. Anos atrás,para exemplificar, as pesquisas sobre a varíoladesmascararam muito de nossa ignorância acerca dessadoença, e, como resultado disso, milhões e milhões devidas humanas foram salvas. E a varíola não foiglorificada; antes, foi derrotada.

Ainda há o perigo maior do que o de glorificar oinimigo, que é o perigo de ser ignorante sobre oinimigo. Gosto da maneira como William Kumuyi, ocoordenador africano do A.D. 2000 Movement, e um doslíderes da Spiritual Warfare Network coloca a questão:"Por muitas vezes o Adversário tira vantagem de nossaignorância. Se estivermos combatendo contra um inimigoinvisível que está resolvido a destruir-nos e não nosmostrarmos vigilantes, ou nem ao menos nos dermosconta de que está havendo um conflito, então oAdversário tirará proveito dessa nossa ignorância enos derrotará ainda no meio da batalha".6

C. S. Lewis não escreveu Cartas do Coisa-Ruim a fim deglorificar a Satanás ou aos demônios, como aquele denome Absinto, mas antes, para fornecer-nosinstrumentos que nos capacitem a combater melhor osdemônios, em nome de Jesus. Livros como este, queversa sobre o mapeamento espiritual, têm por desígnioo mesmo propósito.

NEM TODOS SÃO CHAMADOS À LINHA DE FRENTE

É apenas natural que alguém, ao ler um livro comoeste, venha a observar: "Quero ser como HaroldoCaballeros", ou então: "Quero ser como Bob Beckett".

Nada há de errado em desejar fazer as coisas que essescrentes fazem, contanto que Deus nos chame para isso. Averdade, porém, é que Deus não chama todos os crentespara a linha de frente da guerra espiritual, tal comoele não chama todos os crentes para serem evangelistaspúblicos ou missionários transculturais. Paraexemplificar, somente uma minúscula porcentagemdaqueles que se alistam na Força Aérea realmente voamnos aviões de combate ou mesmo fazem parte de suatripulação. Outro tanto aplica-se no caso da guerraespiritual.

A Igreja inteira é um exército, e está em meio a umaguerra espiritual. Todos os crentes deveriam entoar ohino "Avante, Soldados Cristãos". Mas nem todos os queestão no exército são enviados à linha de combate.Aqueles que estão na linha de frente precisam daquelesque ficam na retaguarda, e aqueles que ficam naretaguarda precisam daqueles que avançam para a linhade frente.

A LEI DA GUERRA

Quando os filhos de Israel estavam se preparandopara conquistar a Terra Prometia, Deus baixou a lei daguerra. Essa lei é muito importante para nós, hoje emdia, quando percebemos que Deus estava preparando osisraelitas para a guerra espiritual, e não apenas para umaguerra convencional. Qual exército convencional já con-seguiu conquistar e invadir uma cidade marchando aoredor dela por um determinado número de vezes etocando trombetas feitas de chifres? Acredito queessas leis da guerra, registradas no capítulo vinte de

Deuteronômio, são válidas para os nossos própriosdias.

Várias categorias inteiras de homens adultos evigorosos, que em tudo o mais poderiam ter sidoconsiderados guerreiros do exército de Josué, foramexcluídos da linha de frente. Aqueles que tivessemacabado de construir uma casa podiam voltar para casa.Aqueles que tivessem plantado uma nova vinha tambémdeveriam retornar. E aqueles que tivessem ficadonoivos, embora não se tivessem ainda casado, tambémestavam dispensados. Algum raciocínio acha-se pordetrás de cada uma dessas exclusões, no texto sagrado.Mas também ficou escrito que estaria dispensado todohomem "medroso e de coração tímido" (Dt 20.8).

É deveras significativo, em minha opinião, que nãoficou registrada qualquer nota de repreensão ou dedesapontamento quanto a esses homens. Ao que parece, olugar que cabia a eles era em casa, e não nos camposde batalha.

Essa mesma lei da guerra foi aplicadaposteriormente no caso de Gideão. Gideão começou comtrinta e dois mil guerreiros em potencial. Desses,vinte e dois mil mostraram ser medrosos, e foram enco-rajados a voltar para casa. Então, dentre dez mil quede outro modo teriam sido elegíveis, Deus escolheutrezentos. Esses trezentos não eram os maiores, osmais fortes, os mais jovens, os corredores maisvelozes, os mais experientes, os melhores espadachinse, nem mesmo, os mais corajosos. A maneira toda sua,soberanamente, Deus chamou trezentos para que fossem,e chamou nove mil e setecentos para que não fossem.

É dessa maneira que o Corpo de Cristo devefuncionar. Deus dá dons e chama somente a alguns paraserem evangelistas públicos e para pregarem o

evangelho às multidões, postados em plataformas. Deuschama somente alguns poucos para deixarem seus lares efamílias, para irem como missionários a algum paísestrangeiro e para alguma cultura diferente. Mas essesprecisam dos outros crentes que não sobem emplataformas e nem vão a outros países, para que lhesdêem apoio em todos os sentidos. E nós precisamosdeles. O olho não pode dizer à mão: "Não tenhonecessidade de ti" (1 Co 12.21).

O coração de cada autor que contribuiu para estelivro pulsa para que o mundo venha a crer; para quemultidões de homens e de mulheres perdidos sejamlibertados da negra opressão do inimigo e sejamatraídos pelo Espírito Santo para a gloriosa luz doevangelho de Cristo. Juntamo-nos a Jesus para orarpara que o Corpo de Cristo seja um só no Espírito.

ORANDO PELA UNIDADE ESPIRITUAL

Estamos acostumados a ver a atuação dosevangelistas públicos e dos missionáriostransculturais. Mas também podemos aplicar os mesmosprincípios e modos de proceder quando nos empenhamosna guerra espiritual? Deus chama alguns crentes parairem até à linha de frente, ao passo que outroscrentes ficam fazendo outras coisas. Aqueles que vãonão deveriam pensar que são mais espirituais ou maisfavorecidos por Deus do que aqueles que não vão.Aqueles que permanecem em casa não devem criticaraqueles que Deus chama para irem à frente de guerra.Antes, deve haver afirmação mútua e apoio de todos ostipos. Disse o rei Davi: "Porque, qual é a parte dosque desceram à peleja, tal será a parte dos que

ficaram com a bagagem; receberão partes iguais" (1 Sm30.24). Quando a batalha é ganha, todos se beneficiamcom a vitória — tanto os que foram até à linha decombate quanto aqueles que ficaram em casa, tomandoconta das bases.

Estou salientando esse particular porque penso queSatanás gostaria muitíssimo de usar este livro paraproduzir divisões no seio do Corpo de Jesus. Jesusorou ao Pai nestes termos: "...para que todos sejamum... para que o mundo creia que tu me enviaste" (Jo17.21).

O coração de cada autor que contribuiu para estelivro pulsa para que o mundo venha a crer; para quemultidões de homens e de mulheres perdidos sejamlibertados da negra opressão do inimigo e sejamatraídos pelo Espírito Santo para a gloriosa luz doevangelho de Cristo. Para que possamos ver issosuceder, temos de aliar-nos a Jesus, orando para que oCorpo de Cristo seja um só no Espírito.

MANTENDO O ENFOQUE

Sei por experiência própria que o assunto domapeamento espiritual pode ser tão fascinante quealguns podem cair no ardil de pensar que essaatividade é um fim em si mesmo. Ou então, pior ainda,alguns poderão pensar que não se pode maisevangelizar, prestar socorro e desenvolvimento, ourealizar qualquer outra forma de ministério, se nãohouver mapeamento espiritual prévio.

O mapeamento espiritual não é uma finalidade em simesmo e nem é um requisito indispensável para o

ministério do evangelho. Mas deve ser visto apenascomo outra ferramenta que nos ajuda em nossa tarefa daevangelização mundial. Exemplos de irrompimentosdramáticos abundam em lugares de trevas, como o Nepal,a Algéria ou a Mongólia, sem a ajuda do mapeamentoespiritual. Entretanto, naquelas circunstâncias em queo mapeamento espiritual é possível, e quando ele éfeito sob a unção do Espírito Santo, o potencial estápresente para que haja avanços sem precedentes doReino de Deus.

Meu apelo é que quando você estiver lendo estelivro, não desvie a atenção do enfoque central. Onosso propósito final é a glória de Deus porintermédio de Jesus Cristo, que é o Rei dos reis e oSenhor dos senhores. A nossa tarefa consiste emcontribuir para que a glória do Senhor espalhe-se portoda nação, tribo, língua e povo na face da terra.

Notas

1. OTIS, JR., George, em um documento descritivo queintroduziu o artigo "Operation Second Chance", 1992,s. p.2. Idem, ibidem.3. KRAMER, Samuel Noah. From the Tablets of Sumer. IndianHills, CO, The Falcon's Wing Press, 1956. p. 271.4. Idem, ibidem, p. 272-3.5. Idem, ibidem, p. 272.6. KUMUYI, W. F. The Key to Revival and Church Growth. Laos,Nigéria, Zoe Publishing Company, 1988. p. 25.

Parte I:

OS PRINCÍPIOS

1. VISÃO PANORÂMICA DO MAPEAMENTOESPIRITUAL

Por George Otis, Jr.

George Otis, Jr. é o fundador e presidente do Sentinel Group, queorganiza colheitas de oração globais e mapeamentos espirituais de altonível. Ex-missionário da JOCUM - Jovens com Uma Missão, ele tambémserviu por muitos anos como um dos associados da Lausanne Committeefor World Evangelization. Atualmente, George atua como coordenador,juntamente com Peter Wagner, do A.D. 2000 Movement United PrayerTrack, onde encabeça a divisão do Mapeamento Espiritual. Seu livro, TheLast of the Giants (Chosen), tem sido largamente aclamado como umousado esforço pioneiro no campo do mapeamento espiritual.

Em dezembro de 1992, encontrei um marco pessoalsignificativo — o vigésimo aniversário de meuenvolvimento com missões nas fronteiras. Tal como sedá com todos os eventos delineadores, a ocasião foimotivo de celebração e reflexão. Foi um tempo deregozijo devido à fidelidade de Deus, embora também umensejo para contemplarmos o quão radicalmente o mundo

e os campos missionários mudaram durante as duasúltimas incríveis décadas.

A Igreja está enfrentando, no momento, dois desa-fios externos substanciais, que tentam embargar asua contínua expansão: "o entrincheiramento de-moníaco" e "o adiantado da hora".

O progresso do evangelismo, desde os começos dadécada de 1970 até hoje, tem sido simplesmenteespantoso. Em adição aos grande movimentos de Deus naArgentina, na Rússia, na Indonésia, na Guatemala, noBrasil, na Nigéria, na Índia, na China, na Coréia doSul e nas ilhas Filipinas, também têm ocorridodesenvolvimentos notáveis em lugares tão inesperadoscomo o Afeganistão, o Nepal, o Irã, a Mongólia e aArábia Saudita. A implantação bem-sucedida de igrejasnas ilhas do oceano Pacífico, na África e na AméricaLatina tem reduzido o território-alvo do esforçoevangelístico mais concentrado a uma tira deterritório que vai dos 10 aos 40 graus de latitudenorte, e que percorre o Norte da África e a Ásia,conhecido como "a Janela 10/40".

UMA VIAGEM POR CEM NAÇÕES

Nestes últimos vinte anos, tive o privilégio decontemplar grande parte desse processo evangelísticosobre uma base pessoal e in loco. Papéis de liderança emvárias missões e movimentos têm-me proporcionado aoportunidade de viajar e ministrar em quase cem naçõesdo mundo — uma jornada que me tem levado a centros dedetenção da KGB russa, às inseguras e sangrentas ruas

de Beirute e aos mosteiros infestados de demônios doHimalaia.

Essa íntima e tão ampla jornada também me temlevado a concluir que o progresso da evangelização,nas últimas décadas, dificilmente prosseguirá em ritmoigual nas próximas décadas a menos que os crentesfamiliarizem-se melhor com os princípios da guerraespiritual. Pois se a tarefa restante de evangelizaçãomundial haverá de diminuir quanto à área (pelo menosno que tange a territórios e estatísticas sobre gruposétnicos), também tornar-se-á um desafio cada vez maisintenso. Nos últimos poucos anos, os intercessores eos evangelistas que procuram trabalhar dentro dajanela da região de 10/40 graus de latitude norte têm-se encontrado face a face com algumas das maisformidáveis fortalezas espirituais da terra.

A Igreja está enfrentando, no momento, doisdesafios externos substanciais, que tentam embargar asua contínua expansão: "o entrincheiramento demoníaco"e "o adiantado da hora".

Embora dificilmente seja sem igual oentrincheiramento dos demônios — pois os hebreusencontraram o fenômeno tanto no Egito quanto naBabilônia, ao passo que o apóstolo Paulo encontrou-oem Éfeso — precisamos considerar que agora estamosvários séculos mais avançados na história do que eles.Em alguns lugares do mundo atual, notavelmente naÁsia, os pactos demoníacos têm sido servidoscontinuamente desde os dias pós-diluvianos, e a luzespiritual é ali quase imperceptível em nossa própriaépoca.

Em adição a isso, também devemos considerar a horaem que estamos vivendo. No livro de Apocalipse, Deusadvertiu como segue os habitantes da terra e do mar:

"Ai dos que habitam na terra e no mar; porque o Diabodesceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tempouco tempo" (Ap 12.12). Relatos reiterados ecrescentes de incursões do evangelho em suasfortalezas, erodidas pela oração, têm feito o inimigoperceber que a hora que ele vinha temendo há muitoestá chegando sobre ele. Evidências a esse respeitosão providas na crescente incidência de sinais eprodígios demoníacos, além de contra-ataques cada vezmais constantes contra aqueles que estão tentandosondar ou escapar de seu covil.

Em suma, os guerreiros evangélicos, no fim doséculo XX, podem esperar enfrentar desafios, no campode batalha espiritual, que não têm igual quanto aotipo e à magnitude. Os métodos comuns de discernimentoe de resposta a esses desafios não conseguirão maisresolver o problema. Conforme escrevi no meu livrorecente, The Last of the Giants (Chosen Books), se tivermosde vencer com sucesso as obras do inimigo, "Temos deaprender a ver o mundo conforme ele realmente é, e nãocomo parece ser".

DEFINIÇÕES E PRESSUPOSTOS

Em 1990, cunhei uma nova expressão para essa novamaneira de ver as coisas — "mapeamento espiritual" —que agora é o tema central deste volume. Conformesugeri, isso envolve "superpor a nossa compreensãoacerca das forças e eventos, no domínio espiritual,sobre lugares e circunstâncias deste mundo material".1

O pressuposto-chave quanto a isso é que aquelesque põem em prática o mapeamento espiritual já possuemuma fina compreensão sobre o domínio espiritual. Dada

a quantidade de tempo que muitos crentes passamfalando, cantando e lendo sobre essa dimensão sobre aqual a realidade estaria arraigada, parece que essedeveria ser um pressuposto razoável. Infelizmente, nãoé isso que acontece. E isso constitui para nós umaprofunda surpresa.

Poder-se-ia pensar que os caminhos da dimensãoespiritual são tão familiares para o crente médio comoo mar é familiar para os marinheiros; que a maioriados crentes deveria conhecer, na teoria e na prática,aquilo de que Paulo estava falando no sexto capítuloda epístola aos Efésios, quando ele escreveu sobre umabatalha que está sendo desfechada contra as hostesespirituais da iniqüidade, nos lugares celestiais.

O problema parece ser que muitos crentes —sobretudo em nosso atarefado hemisfério Ocidental —não têm dedicado o tempo necessário para aprenderem alinguagem, os princípios e os protocolos da dimensãoespiritual. Alguns crentes preferem ignorar tudo,exceto as suas características macrocósmicas (o céu, oinferno, Deus e o diabo), ao passo que outros tendempor projetar características extraídas de sua própriaimaginação. Ambas essas tendências constituem errossérios. Enquanto que a primeira delas ignora o que estáali, a segunda fica ofuscada por aquilo que não está ali.Em ambos os casos, as obras do diabo permanecemdisfarçadas, e o reino das trevas vai florescendo.

O mapeamento espiritual é um meio através do qualpodemos ver o que está abaixo da superfície do mundomaterial; mas não é um meio mágico. Trata-se de ummeio subjetivo, porquanto é uma habilidade nascida deuma correta relação com Deus e do amor ao mundo queele criou. E trata-se também de um meio objetivo, poispode ser confirmado (ou desacreditado) por meio da

história, da observação sociológica e da Palavra deDeus.

Por igual modo, o mapeamento espiritual não seconfina exclusivamente às obras das trevas. Algunscrentes que praticam a guerra espiritual têm dado aessa disciplina uma definição mais estrita — que alimita ao descobrimento das fortalezas demoníacas —embora isso envolva algum perigo. Maisespecificamente, ela pode encorajar uma preocupaçãocom a localização e as atividades do inimigo, ao mesmotempo que se ignora que Deus também opera na dimensãoespiritual. Quando superpomos a nossa compreensãoacerca das forças e eventos que ocorrem no domínioespiritual, para lugares e circunstâncias deste mundomaterial, devemos lembrar que essas forças e esseseventos não são todos negros. O mapeamento espiritualsimplesmente situa as obras do inimigo dentro docontexto maior da dimensão espiritual.

O CAMPO DE BATALHA ESPIRITUAL DE HOJE

A Igreja de Jesus Cristo não deve retrocederdiante da necessidade de dar uma longa e atenta olhadapara os obstáculos espirituais que estão entre elamesma e o cumprimento da Grande Comissão. O campo debatalha espiritual da década de 1990 está-se tornandocada vez mais um lugar sobrenatural. Existem crentescuja teologia pessoal mostra-se resistente a essanoção, mas esses crentes, com freqüência, são teóricosocidentais que não são pessoas viajadas, que aindaprecisam submeter os seus pressupostos ao teste darealidade. Em contraste com isso, a vasta maioria dospastores, missionários, evangelistas e intercessores

internacionais de hoje não têm qualquer necessidade deserem convencidos de que existe algo em algum lugar, eque esse "algo" se está manifestando em nosso mundomaterial.

Mas o que, exatamente, essas pessoas estão podendoobservar? Com base nas respostas obtidas de volta, daparte de crentes interessados ao redor do mundo, eistrês observações primárias:

1. As trevas espirituais estão aumentando etornando-se mais sofisticadas.

2. Há certo padrão geográfico do mal e da opressãoespiritual.

3. Os crentes não entendem a dimensão espiritualtão bem quanto imaginavam.

As igrejas locais estão descobrindo que ademografia do crescimento eclesiástico não nos diztudo sobre as nossas comunidades. As agênciasmissionárias estão percebendo que uma bem informadafamiliaridade com costumes transculturais não consegueefetuar irrompimentos evangelísticos. E asinstituições de oração intercessória estãoreconhecendo a necessidade de buscarmos coordenadasmais precisas para os nossos alvos. Em suma, aspessoas querem respostas para o dilema do mundoinvisível, a fim de que possam ministrar o evangelhode maneira mais eficiente.

FORTALEZAS TERRITORIAIS

Aninhado perto do âmago da filosofia do mapeamentoespiritual está o conceito das fortalezasterritoriais. Não se trata de alguma idéia nova;muitos escritores já tinham explorado esse tema. Anovidade está na crescente porcentagem do Corpo místicode Cristo que reconhece a necessidade de atacar essasfortalezas.

O problema é que a expressão "fortalezasterritoriais" tem sido explorada ultimamente demaneira tão frouxa que precisamos defini-la. Seu usotem-se tornado tão elástico que aqueles que se estãoaproximando do assunto dificilmente podem decidir noque devem crer.

Em meio à confusão, alguns autores evangélicos têmsugerido que qualquer noção de guerra espiritual queenvolva a idéia de territorialidade espiritual éextrabíblica. Outros têm lançado um véu de dúvidassobre a validade da própria guerra espiritual. Emboraessas vozes estejam claramente na minoria, é evidenteque precisamos definir esses conceitos com maiorexatidão.

Aqueles que não estão aceitando a idéia deterritorialidade espiritual através do argumento quese trata de uma noção extrabíblica deveriam lembrarque há um oceano de diferença entre aquilo que é"extrabíblico" e aquilo que é "antibíblico".Extrabíblico é uma luz amarelada que encoraja apassagem de um veículo com uma certa cautela;antibíblico é uma luz vermelha que requer que omotorista faça alto, em nome da lei e do bom senso.Até o momento, não ouvi ainda alguém afirmar que a

territorialidade espiritual é antibíblica. E a simplesrazão para isso é que isso não é verdade.

Peter Wagner e outros têm salientado, em escritosanteriores, que a Bíblia toca no assunto daterritorialidade espiritual em ambos os Testamentos. 2

A instância mais constantemente citada é a do príncipeda Pérsia, no décimo capítulo do livro de Daniel.Temos ali um caso bem-definido de um ser espiritualmaligno que governava uma área com fronteirasexplicitamente determinadas. Até mesmo aqueles que nãosão eruditos devem considerar como significativo queessa criatura não foi referida como príncipe da Chinaou príncipe do Egito. Quando essa passagem é estudadaconjuntamente com versículos como os de Ezequiel28.12-19 e Deuteronômio 32.8 (na Septuaginta, "de acordocom o número dos anjos de Deus"); e Efésios 6.12 (porexemplo, kosmokrátoras, "governantes mundiais"), então ocaso em favor da territorialidade espiritual torna-seainda mais compelidor.

Conforme atestam aqueles que fizeram uma visitamais do que casual a lugares como a Índia, as reservasdos ameríndios navajos, os Camarões, o Haiti, o Japão,o Marrocos, o Peru, o Nepal, a Nova Guiné e a China,são consideradas coisas corriqueiras as hierarquiaselaboradas de divindades e espíritos. Esses seresincorpóreos são concebidos como espíritos quecontrolam lares, aldeias, cidades, vales, províncias enações, exercendo um poder extraordinário sobre o com-portamento das populações locais. O fato de que opróprio Deus reconheceu o poder vicário de divindadesregionais manifestou-se em sua urgente chamada deAbraão, e, mais tarde, na chamada da nação hebréia,dentre os panteões animados dos babilônios e doscananeus.

POR QUE AS COISAS SÃO COMO SÃO?

Quase todas as pessoas têm tido a experiência deentrar em alguma cidade, bairro ou país somente parasentir um desassossego intangível ou opressão descersobre os seus espíritos. Em muitos desses casos, o queencontramos em tais circunstâncias é a atmosfera sufo-cante de outro reino espiritual. De maneiraimperceptível para nós acabamos de cruzar umafronteira espiritual, que faz parte do império de quefalou o apóstolo Paulo no sexto capítulo de Efésios.

Outras situações mostram-se ainda mais óbvias. Semimportar a teologia das pessoas, qualquer crentehonesto e moderadamente viajado reconhecerá queexistem certas áreas do mundo de hoje onde as trevasespirituais mostram-se mais pronunciadas. Sem importarse se trata de cidades coalhadas de índios, comoVaranasi e Catmandu, ou a decadência ostentosa dePataia ou Amsterdão, ou as regiões espiritualmenteestéreis de Omã ou da parte ocidental do deserto doSaara, em tais lugares a realidade triunfa sobre ateoria a cada instante.

A questão é: por quê? Por que existem algumasáreas espiritualmente mais opressivas, mais entreguesà idolatria, mais espiritualmente estéreis do queoutras? Por que as trevas parecem medrar onde elasrealmente estão?

Uma vez que alguém comece a formular essasquestões fundamentais, é fácil vinculá-las a centenasou mesmo milhares de situações específicas. Por que,por exemplo, a Mesopotâmia tolerou uma tão longa listade governantes tirânicos? Por que a nação do Haiti é o

exemplo mais deplorável de desastre social e econômicodo hemisfério ocidental? Por que as nações andinas daAmérica do Sul sempre parecem encabeçar asestatísticas da taxa de homicídios anuais per capita? Porque há tanta atividade claramente demoníaca nas monta-nhas do Himalaia e em redor delas? Por que o Japãosempre se mostrou uma noz difícil de quebrar por meiodo evangelho? Por que o continente da Ásia domina detal maneira a Janela 10/40?

Todas as igrejas locais podem apresentar dúzias deoutras perguntas, acerca de suas próprias comunidades.Não será difícil formulá-las, uma vez que consideremosque pode ser relevante fazer tais perguntas.

No decorrer dos poucos anos passados, minhaspesquisas em busca por respostas a essas perguntastêm-me levado literalmente ao redor do mundo. Isso metem levado a uma fascinante e instrutiva jornada,serpeando por quase cinqüenta países e produzindo maisde trinta e cinco mil páginas de material documentado— incluindo fotografias, livros, mapas, entrevistas eestudos de casos.

Ao longo do caminho, tenho visitado santuários,templos, mosteiros, bibliotecas e universidades. Tenhosubido por montes sagrados, examinado cemitérios deancestrais e tenho remado pelo sagrado rio Ganges,correnteza abaixo. Tenho ouvido as narrativas de lamastibetanos budistas, médicos-feiticeiros dosameríndios, bem como os principais teóricos domovimento da Nova Era. Tenho comparado notas commissionários e pastores nacionais de proa; entre-vistado antropólogos e estudiosos da pré-história. Etenho sondado as mentes de muitos especialistas quetêm profundos conhecimentos desde o xamanismo até àadoração dos antepassados japoneses, passando pelo

folclore do islamismo, a geomancia e as peregrinaçõesreligiosas.

A súmula desse processo, um livro e uma série defitas gravadas, intitulados The Twilight Labyrinth, 3 é aseqüência natural do livro The Last of the Giants, bem como dolivro que você está manuseando agora. Quanto àquelesque são sérios quanto à identificação e o desgaste dopoder das fortalezas territoriais, este volume ofereceo mais abrangente discernimento que se tem publicadoaté esta data.

O DESAFIO DAS PESQUISAS

Aqueles que têm lido os nossos livros sabem quePeter Wagner e eu concordamos inteiramente que aterritorialidade espiritual tem muito a ver com ascoisas como elas são, em certas cidades, nações eregiões do mundo atual. E muitos outros — incluindopastores, missionários praticantes e professores deteologia — têm chegado a uma conclusão similar. Porém,ainda que esse crescente consenso seja encorajador,muitas outras questões e tarefas ainda precisam serexaminadas.

É útil pensar nesse processo em termos daspesquisas médicas que têm acabado de identificar certovírus como o agente causador por detrás de algumaenfermidade particular. Esta ou aquela pessoa se temrecuperado de forma extraordinária, mas muito trabalhoárduo ainda jaz à frente, se esse conhecimento tiverde ser traduzido sob a forma de ajuda prática em favordaqueles que estão sofrendo, ou que estão procurandotratar a enfermidade em foco.

O primeiro passo usualmente consiste em tentar eem conceber algum tipo de instrumento diagnosticadorque possa ajudar médicos e pacientes a saberem queestão combatendo uma enfermidade no seu estágio maisprimário possível. Isso ajuda a evitar caças ao acaso,em busca de algum tratamento eficaz. Os diagnósticoserrados e as mazelas fantasmas são, ao mesmo tempo,muito caros e perigosos.

O passo seguinte, para os pesquisadores, consisteem dirigir o conhecimento deles para as operaçõesinternas de uma enfermidade qualquer, com vistas à suacura eventual. Conhecer quais as causas de algumproblema, e como detectá-lo pode, em última análise,tornar-se uma carga pesada, se esse conhecimento nãofor o precursor da solução.

Reconhecer o papel da territorialidade espiritual,pois, serve somente de ponto de partida quanto aqualquer pesquisa que se proponha a compreender asrazões e as conseqüências dos modernos campos debatalha espirituais. Mas restam ainda certas perguntasperscrutadoras. Como, por exemplo, são estabelecidasas fortalezas espirituais? Como elas se mantêm dianteda passagem do tempo? E como são reproduzidas essasfortalezas em outras áreas?

Embora não seja possível, neste breve capítulo,responder com detalhes a cada uma dessas perguntas,pelo menos podemos cobrir os pontos básicos. Ao assimfazermos, nosso ponto de partida será uma simples mascrucial definição. Em que consiste, exatamente, umafortaleza espiritual? Sem mergulharmos na aplicação dotermo à mente e à imaginação, uma observação atenta àvariedade de fortalezas territoriais revela duascaracterísticas universais: elas "repelem a luz" e"exportam as trevas". (Cindy Jacobs descreveu vários

tipos de fortaleza, no terceiro capítulo, mas aquiestou tratando acerca do tipo de fortalezasterritoriais.)

As fortalezas territoriais são de naturezainerentemente defensiva e ofensiva. Seus terraplenosescusos desviam os dardos divinos da verdade, pois osarqueiros demoníacos mostram-se sempre muito ocupadosa lançar dardos inflamados na direção de alvosdesprotegidos, lá fora. Se seus acampamentos deprisioneiros retêm milhares de cativos encantados, oscomandos do mal e os centros de controle vivemliberando múltiplas formas de ludibrio, através dashostes espirituais da maldade que eles empregam.

ESTABELECENDO FORTALEZAS TERRITORIAIS

Se tivermos de entender por que as coisas são damaneira como são hoje em dia, teremos primeiramente deexaminar o que aconteceu ontem, e também teremos deresolver o dilema da origem delas. De onde elasvieram? Como essas coisas foram estabelecidas?

O ponto de partida óbvio desse tipo de estudo é atorre de Babel. Pois, conforme somos informados nocapítulo onze do livro de Gênesis, foi da planície deSinear, na antiga Mesopotâmia, que um povo geo-graficamente coerente foi disperso por Deus para osquatro cantos da terra. Mas o que aconteceu àquelaspopulações antigas, ao migrarem de Babel? Artefatosantigos e tradições orais podem oferecer-nos qualquerindício? E, nesse caso, esses indícios têm algumarelevância para a nossa inquirição quanto aentendermos as origens das fortalezas territoriais?

Antes de passarmos adiante, sinto que devo frisarum fato adicional, que pesa sobre a nossa discussão.Colocando a questão nos termos mais simples, osdemônios podem ser achados onde quer que estejam aspessoas. Não há motivo algum para eles estarem emoutro lugar qualquer. Não encontramos provas, nem nasEscrituras nem na história, que os demônios estejaminteressados na criação inanimada ou amoral, como osmontes, os rios, as árvores, as cavernas, as estrelase os animais, a menos que e enquanto as pessoas não sefizerem presentes. A amarga ordem que receberam foiroubar, matar e destruir aquilo que é precioso paraDeus; e, como é claro, os seres humanos, criadossegundo a imagem de Deus, estão no alto da lista deseres valiosos para Deus.

Essa seria a explicação subjacente das trevas queparecem engolfar tantas cidades do mundo. Sempre eonde quer que as pessoas se concentrem, para ali osdemônios serão atraídos pelo odor delas. Não teriasido por esse motivo que a torre de Babel atraiu tãoimediata intervenção divina? É difícil imaginar queaquela ímpar concentração de seres humanos, naplanície de Sinear, não tenha precipitado um dos maisprofundos ajuntamentos de poderes demoníacos dahistória?

Embora pouco se conheça sobre os movimentosoriginais dos primeiros grupos de pessoas que saíramda Mesopotâmia, aquilo que sabemos sugere, pelo menos,um denominador comum da experiência humana — ostraumas. Para alguns, era a incapacidade de transporbarragens montanhosas intransponíveis, que bloqueavamo caminho deles. Para outros, teria havido uma súbitafalta de alimentos, produzida por severas condiçõesclimáticas. Ainda outros acharam-se envolvidos emalgum combate mortal.

Quaisquer que tenham sido esses antigos traumas,eles sempre tiveram por efeito fazer as pessoas severem face a face com os seus desesperos. Como é queeles resolveriam tal desafio? Cada caso estavacarregado de implicações morais. Cada circunstânciaserviu de oportunidade para um povo específico, em umlugar específico, para voltar-se para Deus comarrependimento, declarando-o, assim, como seu legítimogovernante e único libertador.

Infelizmente, o arrependimento em cilício, quehouve em Nínive, tem mostrado ser uma daquelas rarasexceções à regra. A esmagadora maioria dos povos,através da história, tem preferido trocar asrevelações divinas pela mentira. Dando ouvidos aosapelos dos demônios, em seu desespero, têm preferidoentrar em pactos quid pro quo com o mundo dos espíritos.E como compensação pelo consentimento particular dealguma divindade resolver seus traumas imediatos, oshomens têm oferecido a sua lealdade singular econtínua. E assim têm vendido, coletivamente, suasalmas proverbiais.

É mediante a colocação desses antigos colchõesreceptivos, pois, que são estabelecidas as fortalezasterritoriais. A base da transação é inteiramentemoral. As pessoas fazem uma escolha consciente desuprimir a verdade e de acreditar na falsidade. Nofim, os homens são enganados por terem preferido serenganados. Peter Wagner elaborou com eloqüência esseaspecto da questão, no próximo capítulo, ao fazer aexegese de Romanos 1.18-25.

Visto que muitos dos mais antigos pactos entre ospovos e os poderes demoníacos foram transacionados naÁsia, e a Ásia agora abriga os maiores centrospopulacionais do mundo, não nos deveria surpreender

que esse continente atualmente domine as grandes fron-teiras de povos não alcançados pelo evangelho, dentroda conhecida Janela 10/40. População densa elongevidade têm, ambas as coisas, muito a ver com oentrincheiramento das trevas espirituais.

CONSERVANDO AS FORTALEZAS TERRITORIAIS

Que existem dinastias das trevas é um triste fatoda história. A indagação que persegue muita gente é oque sustenta essas dinastias. Se as escolhas malfeitas de gerações anteriores permitiram que as forçasdemoníacas penetrassem em certas regiões, como é queesses poderes malignos conservam os seus direitos deexplorar os territórios durante séculos ou mesmomilênios? Exprimindo a mesma coisa de outra maneira,como é que esses poderes conseguem extensões dearrendamento, depois de terem morrido aqueles queassinaram o contrato original de arrendamento?

Uma das principais respostas a essa pergunta acha-se na questão da transferência de autoridade queocorre durante festividades religiosas, cerimônias eperegrinações. Escrevi extensamente sobre esse assuntono livro The Twilight Labyrinth, e um guia cronológico dessesacontecimentos, publicado por nosso ministério, TheSentinel Group, serve como manual de contra-ofensivapara intercessores.

Que o poder espiritual realmente é liberadodurante essas atividades tem sido confirmado porinúmeros crentes nacionais e por missionários que elestêm entrevistado. 4 Quase todos eles referem-se a umexaltado senso de opressão de crescentes incidentes deperseguição, e, ocasionalmente, de manifestações em

larga escala de sinais e maravilhas demoníacos.Estamos vivendo em tempos difíceis, e os crentes comos quais tenho conversado sempre alegram-se quandoesses incidentes terminam. Somente a oração e o louvorparecem ajudar, e, mesmo assim, algumas vezes elesindagam se as suas orações não são interrompidas pelomesmo tipo de valente espiritual que adiou a respostadivina a Daniel (ver Dn 10.12, 13).

Deveríamos notar que as festividades, ascerimônias e as peregrinações religiosas estão sempreocorrendo em algum lugar do mundo, a cada semana doano. Literalmente, milhares desses eventos têm lugar,desde celebrações localizadas até grandes eventosregionais e internacionais. O dia das bruxas e o hajjdos islamitas são bem conhecidos exemplosinternacionais; festividades regionais menos conheci-das são a Kumbha Mela, na Índia, o Inti Raymi, noPeru, e as celebrações Bon, de verão, no Japão, quetambém atraem imensas multidões de participantes.

Tirando a Poeira de Antigos Colchões de Boas-Vindas

Essas celebrações decisivamente não são osespetáculos culturais benignos, esquisitos e coloridosque as pessoas dizem com freqüência que elas são.Antes, são transações conscientes com o mundo dosespíritos. São oportunidades de as geraçõescontemporâneas reafirmarem as escolhas e os pactosfirmados pelos seus antepassados e por seus pais. Sãoocasiões em que se tira a poeira de antigos colchõesde boas-vindas, ampliando o direito do diabo degovernar sobre povos e lugares específicos nos dias de

hoje. A significação desses acontecimentos não deveriaser subestimada.

Uma vez que uma população entregue-se a vãsimaginações, os poderes demoníacos logo tiram proveitopara animar as mitologias daí resultantes. De umamaneira que nos faz lembrar o Mágico de Oz, agentesespirituais manipuladores põem em prática a arte degovernar por detrás dos bastidores, mediantesombrinhas. A autoridade e a lealdade prestadas achamadas divindades protetoras são rapidamenteabsorvidas — e, daquele instante em diante, a mentiravê-se entrincheirada.

Desafortunadamente, centenas de milhares decrianças por dia nascem nesses sistemas de feitiço aoredor do mundo. Quase todas elas crescem ouvindo falarna mentira; mas é durante o curso dos ritos depuberdade e das iniciações que muitos deles sentem asua intensa sucção gravitacional pela primeira vez. Opoder da mentira, atiçada pela mágica demoníaca, échamado de tradição; e são as tradições, por sua vez,que sustentam as dinastias territoriais.

Ludíbrios Adaptados

Por mais importantes que sejam as tradições namanutenção das dinastias territoriais, entretanto,esse não é o único meio usado pelo inimigo para chegar aessa finalidade. Outra estratégia igualmenteimportante é aquilo que chamo de "ludíbriosadaptados". Essa estratégia é empregada quando astradições, por qualquer razão, começam a perder o seudomínio sobre uma dada sociedade.

Os ludíbrios adaptados, dependendo de como oindivíduo preferir encará-los, ou são correções decurso que se fazem necessários, ou são aprimoramentosda "linha de produção" do diabo. Esses ludíbriosfuncionam por causa da propensão da humanidade paraexperimentar coisas novas. Dizendo a mesma coisa deforma mais crua, e com pedidos de desculpas aosaficionados felinos, o diabo tem aprendido que há maisde uma maneira para esfolar um gato.

Dois exemplos de ludíbrios adaptados dos diasmodernos encontram-se nas novas religiões folclóricasdos japoneses e dos povos islâmicos. O islamismofolclórico é uma combinação de crenças islâmicas eanimistas, e muitas das novas religiões dos japonesesapresentam uma curiosa mescla de conceitos budistas ematerialistas. Em termos de números de aderentes oupraticantes, ambos os movimentos são bem-sucedidos deuma maneira colossal.

Os ludíbrios adaptados não substituem as escravidõesideológicas pré-existentes, mas antes intensificam-nas.Nesse sentido, são análogos a um nível coletivo danarrativa bíblica do demônio que volta ao vaso humanodesocupado, trazendo agora consigo sete outros es-píritos, piores do que ele mesmo (ver Mt 12.43-45; Lc11.24-26).

SERVIDÕES PREVALENTES E SERVIDÕES ARRAIGADAS

Agora que já estamos armados com a compreensãosobre os papéis desempenhados pelo ludibrio adaptado,pelas tradições e pelas festividades religiosas, namanutenção das dinastias territoriais, precisamosainda aprender uma lição final. Essa lição tem a ver

com o discernimento da diferença entre as "servidõesprevalentes" e as "servidões arraigadas". Devido àausência de ensino sobre o assunto, os guerreirosevangélicos com freqüência deixam-se enganar pelasaparências superficiais, quando se esforçam poridentificar as fortalezas territoriais.

Um bom exemplo desse fato foi levantado pelogrande número de pessoas que, poucos anos atrás,insistiam que a fortaleza espiritual sobre a Albâniaera o comunismo do tipo stalinista. Mas, embora nãohaja como duvidar que esse tipo de comunismo fosse aservidão prevalente na ocasião, também muitos aceitavamque essa também era a fortaleza arraigada. A falhanesse raciocínio torna-se óbvia quando consideramosque o comunismo só veio a tornar-se a ideologiapredominante no país em 1944. A significação dessefato é que, por mais vil e destruidor que tenha sidoesse sistema de ateísmo, só está instalado ali fazcerca de cinqüenta anos. A história da Albânia, antesdisso, retrocede até à região bíblica do Ilírico, eremonta a muitos milhares de anos.

Sistemas similares de última hora também podem serencontrados na Mesopotâmia, no Japão e em outras áreasdo mundo. Esses sistemas representam ideologiassuperficiais que chegam e se vão juntamente com ovento. Embora não possam ser ignorados, por outraparte não devem ser confundidos com o subsoloespiritual que precisa ser quebrado se tivermos deentreter esperanças legítimas de que veremos asfortalezas espirituais serem invadidas com sucesso pormeio do evangelho.

A EXPANSÃO DAS TREVAS

Tendo examinado a pergunta de como as fortalezasespirituais são estabelecidas e mantidas, voltamo-nosagora para a questão da expansão territorial. Nesseponto ficamos interessados em saber se o reino dastrevas é geograficamente dinâmico; e, se realmenteassim acontece, como tais fortalezas são reproduzidasem outras áreas.

No meu livro, The Twilight Labyrinth, devotei um capítulointeiro à dinâmica territorial, intitulado de "Caminhoda figueira-de-bengala". Conforme o próprio títulosugere, baseei a ilustração sobre essa árvoretropical, com seus ramos que se estendem e com suasraízes aéreas descendentes, que servem de excelenteanalogia da maneira como se expande o império dastrevas.

Começando com um único tronco maciço, os ramossinuosos da figueira-de-bengala estendem-selateralmente em todas as direções. Dali, naquilo quesem dúvida é a característica mas notável dessaespécie vegetal, as raízes aéreas que descem até ochão vão formando novos troncos. Dessa forma, afigueira-de-bengala pode mover-se lateralmente porgrandes distâncias — ao mesmo tempo em que vai criandouma moita trançada quase impenetrável, com seus muitostroncos e ramos parecidos com a da parreira.

Esses ramos que se estendem e essas raízesdescendentes representam as duas maneiras como aexpansão territorial tem lugar: "exportaçãoideológica" e "fortalezas produzidas por traumas". Aexportação teológica, que é uma extensão territorialdas fortalezas territoriais, é efetuada mediante apropaganda de ideologias ou de influências

espirituais, a partir dos locais de transmissão, oucentros de exportação, que existem em várias áreas domundo. Exemplos de centros assim incluem o Cairo,Trípoli, Karbala, Qom e Meca, no mundo islâmico;Allahabade e Varanasi, no mundo do hinduísmo;Dharamsala e Tóquio, no mundo budista; e Amsterdão,Nova Iorque, Paris e Hollywood no mundo materialista.Se antes os escudos defletores dos valores judaico-cristãos impediam que esses venenos penetrassemprofundamente demais na América do Norte, a erosão dalealdade cristã, em anos recentes, infelizmente temchegado a significar que, em um número crescente deinstâncias, agora o inimigo somos nós mesmos.

Outra maneira pela qual o inimigo expande o seureino no mundo é mediante a indução de novos traumas.Tendo aprendido, com base nas experiências passadas, oquão eficazmente as circunstâncias desesperadas podematrair para a sua teia homens e mulheres, o inimigopor muitas vezes usa a ganância, a concupiscência e adesonestidade de indivíduos depravados a fim dedeflagrar novas crises.

Um exemplo gráfico de uma fortaleza induzida porum trauma, no mundo ocidental, é o Haiti. Tirandoproveito da ganância dos africanos efiques e dosnegociantes franceses de escravos, grandes números deafricanos da África Ocidental foram trazidos para aárea do Caribe e maltratados até ao ponto dodesespero. Preferindo resolver os seus conflitosentrando em novos pactos com o mundo dos espíritos,aqueles escravos estabeleceram um sistema de adoraçãoe de governo secreto alicerçado sobre o animismo,conhecido como vodu. Atualmente, as negras recompensasdesse sistema são largamente conhecidas, conformePeter Wagner passará a demonstrar, no próximocapítulo.

Será possível que o plano de Deus para a sua Igrejaé completar a Grande Comissão no mesmíssimo soloonde o mandamento original foi entregue à primeirafamília da terra?

A GERAÇÃO DO LIMIAR

Conforme os exércitos do Senhor Jesus Cristo vãocomeçando a completar a tarefa da evangelização domundo, na chamada Janela 10/40, é curioso que o centrogeográfico dessa região seja o local do antigo jardimdo Éden, isto é na região do moderno Iraque (ver Gn2.8-14). Será possível que o plano de Deus para a suaIgreja é completar a Grande Comissão no mesmíssimosolo onde o mandamento original foi entregue àprimeira família da terra? (Ver Gn 1.27, 28.)

Qualquer que seja a resposta a essa indagação, éclaro que os guerreiros evangélicos, que ousaremmarchar para essa linha final de combate, terão deenfrentar uma formidável oposição, da parte de umadversário implacável e invisível. Se a missão paraliberar prisioneiros fascinados tiver de obtersucesso, será mister obter um acurado conhecimento arespeito das questões internas do inimigo e de seuscentros de controle, bem como o equivalente espiritualdos óculos de visão noturna, usados pelas forçasarmadas.

É impossível desdobrar três anos de dados colhidose injetados em um mapeamento espiritual em um únicocapítulo. Não obstante, é minha esperança de que essainformação pelo menos deixará os leitores em estado dealerta, a saber, os leitores que estão contemplando

iminentes missões de salvamento, alicerçados sobre ofato de que novos instrumentos se estão tornandodisponíveis para guiá-los através do emaranhado e dosvolteios desse labirinto das horas do crepúsculo.

Perguntas para refletir

1. Discuta sobre o conceito da "territorialidadeespiritual". Você concorda que os principadosespirituais da maldade poderiam ser alocados porSatanás a certas regiões geográficas?2. Este capítulo sugere que as festividades religiosaspodem reforçar a autoridade dos poderes malignos sobreuma área. Nomeie e discuta tantas dessas festasquantas você puder lembrar.3. Você já experimentou uma sensação quase física detrevas e de opressão, em certas áreas de sua cidade ounação? Compartilhe de suas sensações com outroscrentes.4. As fortalezas demoníacas que dominam uma cidade ouuma nação podem ser induzidas por traumas. Pode vocêpensar em tais traumas dentro da história de suacidade ou nação que poderiam ter produzido fortalezasespirituais da maldade?5. Faça uma revisão da distinção feita por GeorgeOtis, Jr., entre os conceitos "extrabíblicos" e"antibíblicos". Você concorda com essa distinção?

Notas

1. OTIS, JR., George. The Last of the Giants. Tarrytown, NovaIorque, Chosen Books, 1991. p. 85.2. Ver, por exemplo, o livro de C. Peter Wagner,Warfare Prayer. Ventura, CA, Regal Books, 1992. p. 87-103.3. Informações adicionais a estas, e outros produtosintercessórios de apoio, podem ser adquiridos atravésdo Sentinel Group, P O. Box 6334, Lynwood, WA 98036.4. Testemunhos específicos têm sido recolhidos noJapão, em Marrocos, na Indonésia, no Haiti, na Índia,no Butão, no Egito, na Turquia, no Nepal, noAfeganistão, no Irã, nas ilhas Fiji, nas reservas dosíndios norte-americanos e em outros lugares.

2. O VISÍVEL E O INVISÍVEL

Por C. Peter Wagner

Uma tentativa para ver o mundo à nossa volta comoele realmente é, e não como parece ser. Essa é adescrição clássica do mapeamento espiritual. Umimportante pressuposto por detrás do mapeamentoespiritual é que a realidade é mais do que nos pareceà superfície. As coisas visíveis de nossa vida diária— árvores, pessoas, cidades, estrelas, governos,animais, profissões, artes, padrões de comportamento —são coisas comuns, e podemos aceitá-las como são.Entretanto, por detrás de muitos dos aspectos visíveisdo mundo ao nosso redor pode haver forças espirituais,

áreas invisíveis da realidade que podem ter maiorsignificação final do que as realidades visíveis.

O apóstolo Paulo deixou isso fortemente entendidoquando escreveu: "...não atentando nós nas coisas quese vêem, mas nas que se não vêem; porque as que sevêem são temporais, e as que se não vêem são eternas"(2 Co 4.18).

Paulo ensinou que, ao reconhecermos a diferençaentre o que é visível e o que é invisível, somosresguardados e "não desfalecemos" (ver 2 Co 4.16). Masdesanimar quanto a quê? Ele mencionou novamente odesânimo — "não desfalecemos" — no primeiro versículodo quarto capítulo, para então lamentar-se de que osseus esforços evangelísticos não surtiam tanto efeitoquanto ele desejava que surtissem. "Mas, se ainda onosso evangelho está encoberto, para os que se perdemestá encoberto", escreveu ele. Por quê? Porque "o deusdeste século" cegou as mentes dos incrédulos (ver 2 Co4.3, 4).

Entendo que a mensagem paulina significa quedevemos reconhecer que a batalha essencial pelaevangelização do mundo é uma batalha espiritual, e queas armas dessa guerra não são carnais, e, sim,espirituais. E também cumpre-nos reconhecer que Deusnos deu um mandato para podermos desfechar uma guerraespiritual que seja inteligente e agressiva. Sepudermos entender isso, o processo de evangelização domundo será acelerado. Compreender as diferenças que háentre o visível e o invisível é um dos maisimportantes componentes do plano geral de batalha,capaz de quebrar o domínio exercido pelo inimigo sobreas almas perdidas, que estão perecendo.

INFLAMANDO A IRA DE DEUS

A principal passagem bíblica que nos mostra adistinção entre o que é visível e o que é invisível, oprimeiro capítulo da epístola aos Romanos, também é ogrande trecho sobre a ira de Deus. É compreensível quea ira de Deus não seja um de nossos temas favoritos,pelo que não há muitos livros escritos sobre ela, enem se ouve muitos sermões a esse respeito. Todavia, aira é um atributo de Deus. Isso significa que não éapenas algum humor passageiro, que vem e que vai, e,sim, uma parte da própria natureza divina. Deus é Deusde ira. Ele também é Deus de justiça, Deus de amor,Deus de misericórdia e Deus de santidade. Essa listapoderia prosseguir, mas Romanos 1.18-31 é trecho quetrata do Deus da ira.

Escreveu Paulo: "Porque do céu se manifesta a irade Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens,que detêm a verdade em injustiça" (Rm 1.18). Essaenlouquecida injustiça tem tudo diretamente a ver como visível e com o invisível. Permita-me o leitor queeu explique.

Deus criou o mundo a fim de manifestar a suaglória. Todo ser humano foi criado para glória deDeus. Os seres humanos ocupam uma posição superiorà de outros objetos da criação, porque somos osúnicos que foram criados à imagem de Deus.

Por que Deus criou o mundo? Ele criou o mundo afim de manifestar a sua glória. Paulo esclareceu que,através das "coisas que estão criadas", ou seja, dosaspectos visíveis da criação, "as suas coisasinvisíveis... se entendem, e claramente se vêem". Tudo

quanto vemos na criação de Deus, sem qualquer exceção,foi originalmente criado para revelar "o seu eternopoder" e "a sua divindade" (ver Rm 1.19,20).

Que significa isso para nós? Para começo deconversa, significa que todo ser humano foi criadopara glorificar a Deus. Os seres humanos ocupam umnível superior ao de outros objetos da criação,porquanto somos os únicos seres que foram criados àimagem de Deus. Todo ser angelical também foi criadopara que glorificasse a Deus. E outro tanto deve serdito acerca de todo animal, planta, corpo celeste,montanha, iceberg, vulcão, urânio, para mencionarmosapenas algumas coisas. A cultura humana também fazparte da criação divina, tendo por desígnio glorificara Deus. Abordarei a questão da cultura humana, comalgum detalhe, conforme for avançando neste capítulo.

CORROMPENDO A CRIAÇÃO DE DEUS

A verdade da questão é que no nosso mundo nemtodos os aspectos da criação glorificam a Deus. Certosseres humanos têm tomado coisas criadas e as têmcorrompido, de tal maneira que tais coisas não maisrevelam a glória de Deus. Pois eles modificaram aglória de Deus, reduzindo-a à "semelhança da imagem dehomem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e derépteis" (Rm 1.23). Deus fica literalmente furiosoquando vê que aquilo que foi criado para redundar emsua glória foi transferido, especificamente, paraseres humanos, aves, mamíferos e répteis. Quando essesobjetos visíveis da criação são manipulados pararepresentarem os poderes sobrenaturais, isso libera aira de Deus.

Se acompanharmos na Bíblia as referências à ira deDeus, fica claro que coisa alguma desperta tanto a irade Deus como adorar e servir "mais à criatura do queao Criador" (Rm 1.25). E Deus abomina tal coisa,sobretudo quando os seres humanos usam o que é visívelpara glorificar a Satanás e a outros seres demoníacos.A mera leitura dos capítulos primeiro a décimo nono dolivro de Jeremias infunde temor no coração de qualquerum que ouse fazer tão horrenda coisa, conforme o povode Judá inclinava-se por fazer, a despeito das adver-tências de Jeremias. Eles estavam dizendo à meramadeira "Tu és meu pai"; e à pedra: "Tu me geraste"(Jr 2.27). Isso magoa tanto a Deus que ele consideratal atitude como se fosse adultério: "Ora, tu temaculaste com muitos amantes" (Jr 3.1). E disse tambémo Senhor: "(Israel) adulterou com a pedra e com o pau"(Jr 3.9).

Não penso que a ordem de apresentação dos DezMandamentos tenha surgido por mero acaso. Deus abominao homicídio, o furto, a imoralidade, a violação dodescanso e a cobiça. Mas todos esses mandamentosaparecem depois do primeiro e do segundo mandamentos:"Não terás outros deuses diante de mim". E também:"Não farás para ti imagem de escultura..." (Êx 20.3 e4). O primeiro mandamento tem a ver com o que éinvisível; e o segundo, com o que é visível.

Penso que é seguro afirmar que nenhum pecado épior do que usar o visível para dar honra e glória aosprincipados demoníacos. Nenhuma outra coisa provocatanto a Deus ao ciúme e à ira.

O Japão e o Sol Nascente

O Japão, que serve de exemplo, é conhecido como"país do sol nascente". O sol, naturalmente, é umacaracterística da criação de Deus, cujo propósito églorificá-lo. A bandeira japonesa exibe somente o sol.Esse é o símbolo dessa nação. Mas o sol da bandeirajaponesa glorifica a Deus? Não. O sol é ali usado como propósito intencional de glorificar Amaterasu Omikami,a deusa-sol que é reconhecida em um santuário como oespírito territorial que governa o Japão.

As pessoas deveriam olhar para a bandeira japonesae, então, dizer: "Louvado seja Deus!" Em vez disso,porém, elas glorificam a criatura, em lugar doCriador.

A Lava do Havaí

Quando, recentemente, dirigi uma conferência sobreguerra espiritual, nas ilhas Havaí, descobri que muitagente só vivia pensando em rochas formadas pelo vulcãoKiluea. As pessoas deveriam contemplar essas belasrochas feitas de lava solidificada e então exclamar:"Glória a Deus! Nosso Deus é fogo consumidor". Ele é oCriador dessas rochas de lava.

Mas não. Muitos habitantes do Havaí olham paraessas rochas e dizem: "Glória à deusa Pele! Se não ahonrarmos, ela nos consumirá a fogo". E qual será aatitude de Deus? De acordo com o primeiro capítulo deRomanos, isso somente o provoca à ira.

O Grande Canhão

A maioria dos crentes norte-americanos concordaque, no que tange a características naturais, o GrandCânion * não tem rival como manifestação visível damajestade de Deus. Poucos cidadãos norte-americanos,sem embargo, reconhecem, conforme fizeram David e JaneRumph, que há aqueles que têm corrompidosistematicamente esse fenômeno geográfico, tornando-oum monumento da idolatria geográfica. Em um artigorecente, eles disseram que uma "ira justa" borbotou dedentro deles, ao contemplarem as perversas forçasinvisíveis, agora glorificadas pelas característicasvisíveis da natureza. É lamentável que a vasta maioriados pontos marcantes do Grand Cânion foram chamadospor nomes de principados e potestades das trevas.Alguns glorificam os espíritos egípcios: a torre de Rá(ou Ré), a pirâmide de Quéops, o templo de Osíris.Outros glorificam principados hindus: o ribeiro deVishnu, o santuário de Rama, o santuário de Krishna.Ou então glorificam divindades gregas e romanas: otemplo de Júpiter, o templo de Juno, o templo deVênus, só para fazer uma seleção ao acaso. Adicionemosa isso o ribeiro do Panteão, o canhão Assombrado e oribeiro do Dragão de Cristal, e você terá aí umafórmula segura para provocar a ira de Deus.

Gosto da reação do casal Rumph. Eles sugerem quedeveríamos "arrepender-nos humildemente em favor denosso povo, por causa de seu pecado coletivo,declarando que o lugar pertence, com todos osdireitos, a Deus, intercedendo diante do Senhor para

* Na tradução para o português foi nomeado como GrandeCanhão.

que o Senhor seja honrado ali, através de novosnomes".1

AFIRMANDO A CULTURA

Estamos vivendo em uma época, ao redor do mundo,mas sobretudo nos Estados Unidos da América, quando seestá desenvolvendo um novo respeito pela cultura.Está-se tornando moda reafirmar a cultura e advogaruma sociedade multicultural. Mas não devemos permitirque isso ponha uma venda nos crentes. Precisamosentender isso à luz do que é visível e do que éinvisível. Por detrás de formas culturais, tal comopor detrás das rochas de lava do Havaí, pode jazertanto o poder invisível do Criador quanto o poderinvisível dos demônios. Se ignorarmos isso, podemostornar-nos desnecessariamente vulneráveis diante deondas devastadoras de uma demonização em alto nível.

A cultura humana, conforme tenho mencionado, fazparte da criação de Deus. Portanto, a cultura é boa emsi mesma. Trata-se de um dos elementos visíveisdesignados a glorificar o Criador. Esse é um ponto tãocrucial que quero reforçá-lo, fazendo referência àquestão tanto no Antigo Testamento quanto no NovoTestamento.

A Torre de Babel

O livro de Gênesis revela-nos as origensculturais. De acordo com o capítulo onze do Gênesis,houve um tempo em que a raça humana tinha uma únicacultura. Mas o propósito original de Deus era que a

raça humana se espalhasse por toda a face do planeta,formando culturas diversas. Os homens, porém, seguindoa sua natureza decaída, pensaram que tinham um planomelhor que o de Deus, e assim resolveram reverter oprocesso de dispersão consolidando-se em torno de umatorre, a torre de Babel. E começaram a construirdeliberadamente a torre: "...para que não sejamosespalhados sobre a face de toda a terra" (Gn 11.4).

A torre de Babel era uma estrutura visível. Qualseria o fator invisível? Os arqueólogos dizem-nos quea torre tinha a forma de um típico zigurate, uma bemconhecida estrutura antiga, que visava aos propósitosdo ocultismo. Eles desejavam contar com uma torre"cujo cume toque nos céus", a fim de atrair o podersatânico que possibilitasse o seu movimento ecumênico.E, assim, estavam usando o visível para glorificar acriatura, em vez do Criador.

A reação de Deus já era previsível. Deus ficouirado. Com um único golpe, o Senhor arruinou os planosdeles, confundindo-lhes as línguas, e eles começaram aespalhar-se, conforme Deus tinha determinado que fossefeito. E assim a raça humana terminou "nas suasterras, cada qual segundo a sua língua, segundo assuas famílias, entre as suas nações" (Gn 10.5).

Os eruditos da Bíblia estão divididos em suasopiniões se as culturas humanas hoje existentes são umcastigo de Deus (plano B de Deus) ou são um propósito deDeus (plano A de Deus). Acredito que as culturas fazemparte do propósito criador de Deus, plano A. Porocasião da torre de Babel, Deus não modificou os seusplanos a longo prazo, mas tão-somente os acelerou. Deacordo com o meu ponto-de-vista, o que poderia terocorrido através de séculos ou milênios, aconteceu emum único instante.

Antes de tudo, é muito próprio de Deus produzir adiversidade. Consideremos as diferentes variedades deborboletas que Deus criou. Ou de peixes. Ou de flores.O mundo é muito melhor com a sua diversidade do quesem ela. Culturas diversas, pois, ajustam-se ao padrãodivino seguido na criação.

O Dom Remidor

Cada cultura ou cada grupo étnico, ou mesmo cadanação, entra com a sua contribuição particular, comonenhum outro ajuntamento humano poderia fazer. Muitos,seguindo a obra pioneira de John Dawson, Reconquiste SuaCidade Para Deus, referem-se a essa característica ímpar dacultura humana como um "dom remidor".2 Um dos aspectoscruciais do mapeamento espiritual consiste emidentificar o dom remidor, ou então, conforme outroscrentes dizem, o propósito redentor de uma cidade, ounação ou qualquer outro formigueiro humano. De fato,essa é a sua parte mais crucial. Em última análise,nosso alvo não é desmascarar as fortalezas satânicas,nem expor o ludibrio do ocultismo, e nem continuarefetuando o mapeamento espiritual, e nem amarrando osprincipados e as potestades do diabo. Nosso alvo érestaurar a glória de Deus quanto a cada detalhe desua criação. Conhecer o dom remidor de Deus que provêuma direção específica e positiva para as nossasorações e para outras atividades da guerra espiritual.

Nosso alvo consiste em restaurar a glória de Deusem todos os detalhes de sua criação. Conhecer o domremidor de Deus provê uma orientação específica e

positiva para as nossas orações e para outrasatividades da guerra espiritual.

Se porventura restar qualquer dúvida se asculturas humanas fariam parte do propósito intencionalde Deus, isso deve ser resolvido pela declaração doapóstolo Paulo, ao falar no Areópago de Atenas. Ali,asseverou ele: "...de um só fez toda a geração doshomens, para habitar sobre toda a face da terra,determinando os tempos já dantes ordenados, e oslimites da sua habitação" (At 17.26). E qual foi opropósito de Deus ao produzir tantos grupos étnicos ouculturas diferentes? "...para que buscassem aoSenhor..." (At 17.27). Isso exprime, com toda aclareza, um propósito remidor.

As Más Novas: A Cultura Corrompeu-se

As boas novas anunciam que as culturas humanastinham por desígnio glorificar a Deus. E as más novasafirmam que, em sua maior parte, essas culturas nãoglorificam a Deus, pois Satanás conseguiu corrompê-las. O alvo primário de Satanás é impedir que Deusseja glorificado. Ele fez isso desde o princípio, aoprovocar a queda de Adão e Eva, corrompendo assim aprópria natureza humana, que fora criada segundo aimagem de Deus. E, então, usando multidões de sereshumanos depravados, ele tem levado avante essaperversa atividade no nível da sociedade como um todo.

Paulo acompanha esse tema em seu sermão noAreópago, uma mensagem inteira sobre o que é visível eo que é invisível. Ele pregou esse sermão porque "oseu espírito se comovia, em si mesmo, vendo a cidade

tão entregue à idolatria" (At 17.16). Nesse sermão,Paulo salientou duas formas culturais comuns, comgrande freqüência usadas para glorificar as forçasdemoníacas tenebrosas: os templos e a arte. Atenasestava cheia de templos e, no entanto, "O Deus que fezo mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e daterra, não habita em templos feitos por mãos dehomens" (At 17.24). Atenas era famosa por suas obrasde arte. Não obstante, "...não havemos de cuidar que adivindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou àpedra, esculpida por artifício e imaginação doshomens" (At 17.29).

Não há que duvidar que tanto a arquitetura quantotodas as demais artes podem glorificar a Deus; e,assim, realmente acontece em grande parte dessesengenhos da inteligência humana. Mas também podemservir de instrumentos prediletos para glorificação dacriatura, Satanás e suas cortes, e não do Criador.

Os antropólogos costumam analisar coisas como aarquitetura e a arte, bem como o comportamento humanoem várias culturas. Eles são capazes de distinguir, ecom notável exatidão, as formas, as funções e ossignificados dos componentes culturais. Mas até mesmoos melhores cientistas sociais só podem examinaraquilo que é visível. Para que possam ir mais fundo doque isso já se tem de apelar para uma dimensão que éestranha para a antropologia cultural — odiscernimento de espíritos. A antropologia vê acultura como ela parece ser, ao passo que o mapeamentoespiritual tenta enxergar a cultura como ela realmente é.

Os primeiros missionários evangélicos,destreinados como eram na antropologia cultural,conforme o são os missionários contemporâneos, caíamem um equívoco crasso. Quando penetravam em outra

cultura, sabiam que havia um inimigo qualquer, masconcluíam erroneamente que esse inimigo era a culturadiferente. Faziam o melhor que estava ao alcancedeles, mas deixavam para trás muitas coisas de queagora nos lamentamos. Hoje compreendemos que nossoinimigo não é alguma cultura diferente da nossa, e,sim, Satanás. Nossa tarefa central é distinguir onde oinvisível corrompeu o visível, e, então, cuidar do problemamediante um encontro de poder (2 Co 10.4, 5).

Nosso alvo é bloquear a obra de Satanás e trazer àtona o dom remidor de Deus, e não destruir a culturade algum povo ou nação.

REAFIRMANDO AS CULTURAS NAS AMÉRICAS

Não é mister algum extraordinário discernimento deespíritos para saber que uma das mais poderosasfortalezas do inimigo, na sociedade norte-americana,remonta à escravidão, e que, em nossos dias,manifesta-se de forma igualmente virulenta por meio doracismo. Temos procurado e continuaremos buscandomeios e modos políticos para vencer essa corrupção danossa sociedade, embora pareça que cada passo para afrente produz um idêntico passo para trás.

A Proclamação da Emancipação, feita por Lincoln,que libertou os escravos norte-americanos, em 1863,foi um passo para a frente. Mas houve em seguida umpasso claro para trás, devido à resultante supremaciabranca, que desenvolveu padrões culturalmente perver-sos como a "assimilação" (isto é, os negros precisavamtornar-se como os brancos, a fim de serem aceitos), oucomo o slogan enganador, como "a América é um cadinhoque dissolve tudo" (isto é, todos os cidadãos

americanos são iguais). Pois misturam uma coisa boa —"todos deveríamos ser cegos para a cor da pele" — comuma coisa ruim — "somos cegos para o nosso racismo".

Foram necessários cem anos, até que o Movimentodos Direitos Civis da década de 1960 começou apropalar essas idéias. Foi então que começamos adescobrir que o negro é bonito, e que os negros podemcontinuar sendo negros e serem bons cidadãos norte-americanos. Começamos a valorizar a cultura afro-americana, bem como as culturas de nossas outrasminorias norte-americanas. Esse foi o passo para afrente. Mas o passo para trás, que é tão novo quemuitos nem ainda se deram conta do que está sucedendo,é uma abertura perigosa e um tanto ingênua para opaganismo. Aqui é onde ficam diretamente ligados ovisível e o invisível.

Exagerando a Tolerância

A tolerância é o contrário da discriminação. Noesforço por reafirmar o pluralismo cultural, atolerância torna-se um conceito altamente valorizado.Grupos intolerantes, como a Ku Klux Klan, sãoconsiderados desvios sociais infelizes em nossos dias.Esse é um passo para a frente.

Meu temor é que, quando a tolerância torna-seexagerada, pode haver dois passos para trás, e no fimtudo pode acabar pior do que no começo. Isso é assimporque, embora as formas visíveis da cultura possamser neutras e mereçam ser toleradas, isso não ocorreno caso de todos os poderes espirituais que se postampor detrás de certas formas culturais. Salomãodescobriu isso quando trouxe mulheres de diferentes

culturas para o seu harém. As mulheres e as artes eartefatos que elas trouxeram de suas culturas pagãseram uma coisa. Os principados e potestades demoníacosque vieram com aquelas mulheres eram algo bemdiferente, o que acabou provocando a queda de Salomão(ver 1 Rs 11.4-10). O que era invisível veio naesteira do que era visível.

Em nossos dias, dos bons cidadãos norte-americanosespera-se que eles tolerem qualquer coisa, desdeestilos de vida próprios do homossexualismo até àsreligiões orientais. Multiculturalismo é uma espéciede senha nas universidades. Jornalistas, artistas,mestres e juízes precisam ser "politicamentecorretos". Mas notemos aonde isso nos conduz. Quando atolerância torna-se suprema, a única coisa que nãopode ser tolerada é a intolerância. O cristianismo,por sua própria natureza, é visto como uma religiãointolerante, porque reivindica que Deus é absoluto,que a sua Palavra é a verdade, que a sua moralidade énormativa, e que somente por meio de Jesus Cristo osseres humanos perdidos podem recuperar o seurelacionamento pessoal com ele. O cristianismobíblico, pois, está longe de ser considerado politica-mente correto.

Eis a razão pela qual não podemos orar ou lernossas Bíblias ou apor os Dez Mandamentos nas paredesde nossas escolas públicas. Esse também é o motivopelo qual a universidade de Washington está requerendodos líderes da Campus Crusade que assinem formuláriosrequerendo que abram seus postos de liderança a todosos estudantes, sem importar o credo religioso ou aorientação sexual destes últimos. Tim Staffordnoticiou: "Em Stanford, as pessoas podem dizerpraticamente qualquer coisa a respeito dos homensbrancos ou dos fundamentalistas religiosos; mas ai

daquele indivíduo que disser ou fizer qualquer coisaconsiderada ofensiva para os oprimidos: as mulheres,os homossexuais, os incapacitados ou as pessoas decor".3

Isso já é ruim por si mesmo, mas o mais alarmanteé que tais atitudes estão começando a penetrar nacorrente principal do cristianismo bíblico. Pesquisasrecentes, feitas por George Barna, têm revelado quesomente 23% dos crentes evangélicos e regeneradosacreditam que existe tal coisa como a verdadeabsoluta!4 Não admira que alguns deles estejamquestionando a necessidade de um evangelismoagressivo. Para esses, talvez a fé em Jesus Cristo,como Salvador e Senhor, na verdade não seja assim tãocrucial, afinal de contas!

Quando contemplamos esse fenômeno à luz do que évisível e do que é invisível, não estamos jogandonenhum jogo cultural. Antes estamos convidandonovamente o paganismo para a nossa sociedade, à guisade tolerância. E isso fornece fortalezas para osespíritos territoriais invadirem e assumirem ocontrole da vida de nossa sociedade. Isso atrai ademonização da sociedade, bem como o desastre finalpara um grande número de pessoas.

Que Fazem os Poderes das Trevas?

Quão perigoso é esse desenvolvimento? Quando asforças demoníacas passam a controlar a sociedade,muitas coisas podem acontecer. Na América do Norteestamos vendo algumas delas começarem a acontecerdiante de nossos olhos. Exemplificando:

1. Podem provocar o ressurgimento do racismo sobformas novas e mais violentas. Minorias podem voltar-se contra outras minorias, como os conflitos entre osafro-americanos e os coreo-americanos, ou entre oshispano-americanos e os afro-americanos.

2. Podem forçar os sistemas legislativo ejudiciário para que legalizem supostos direitos degrupos que exercem pressão, sem importar quãodanificadoras sejam essas causas para a sociedade comoum todo, a longo prazo. Direitos exagerados dosanimais, direitos dos homossexuais, questõesambientais triviais e aborto por conveniência sãovistas como medidas politicamente corretas.

3. Podem abrir as portas para a decadência moral.Quando as pessoas adoram a criatura, e não o Criador,a moralidade naufraga, conforme o primeiro capítulo daepístola aos Romanos nos mostra em termos inequívocos.A sociedade pode tornar-se tão ruim que Deus entregatal povo à vontade deles. Por três vezes, no primeirocapítulo de Romanos, Paulo repete: "Deus entregou".Mas entregou-os a quê? (1) Às "concupiscências de seuscorações, à imundícia, para desonrarem seus corposentre si" (1.24); (2) "varão com varão, cometendotorpeza" (1.27); (3) "a um sentimento perverso, parafazerem coisas que não convém" (1.28). E isso éseguido por uma das mais revoltantes listas depráticas pecaminosas que podem ser encontradas naBíblia. Lamentavelmente, cada item que há nessa listapode ser encontrado nas primeiras páginas dos jornaisde nossas cidades americanas, em nossos dias.

O DESAFIO DO DISCERNIMENTO ESPIRITUAL

Em um meio ambiente nacional e internacional, ondeas culturas estejam sendo afirmadas e onde atolerância é esperada, onde deveríamos traçar a linhadivisória? Por uma parte, queremos fazer valer acultura. Afinal, Deus criou cada cultura e deu a elaum dom ou dons remidores, para a sua glória. Por outraparte, queremos desmascarar os ludíbrios satânicos queestão bloqueando a emergência da glória de Deus.Queremos também identificar as fortalezas espirituais,para então, seguindo os princípios bíblicos da guerraespiritual, derrubar aquelas fortalezas e apresentaravisos de expulsão às forças espirituais que estão pordetrás dessas fortalezas (ver 2 Co 10.2-5 e Ef 6.12).Quanto mais habilidosos nos tornarmos no campo domapeamento espiritual, mais eficazes nos mostraremosno enfrentamento desse desafio.

Algumas vezes, saber onde traçar a linha é tarefarelativamente fácil. Pode ser feito com o bom sensoespiritual. Em outras oportunidades, trata-se de umasituação delicada, que requer dons espirituais como aprofecia e o discernimento de espíritos, além deconsiderável experiência prática, no campo. Permita-meo leitor dar um exemplo pessoal e um exemplo bíblicosobre como devemos traçar essas linhas divisórias.

Limpando a Sala de Estar da Família Wagner

Os leitores de outros livros desta série játomaram conhecimento de que minha esposa, Dóris, e eutemos tido de enfrentar espíritos malignos em nossolar em Altadena, estado da Califórnia. Em um dos

livros desta série, intitulado Escudo de Oração (EditoraBompastor), detalhei a história de como caí de umaescada, em minha garagem, e de como creio que aintercessão de Cathy Schaller, naquela ocasião, salvoua minha vida. As evidências apontam na direção da obradireta de um espírito maligno. Em outro livro, Oração deGuerra (Editora Bompastor), contei como Dóris chegou aver um espírito em nosso dormitório, e de como CathySchaller e George Eckart, algum tempo depois, vieram ànossa casa e exorcizaram os espíritos.

Cathy e George encontraram mais espíritos em nossasala de estar do que em qualquer outra dependência dacasa. Ao partirem, eles sentiam que tinham expulsado atodos os espíritos, excetuando um, que elesdiscerniram estar vinculado a um puma de pedra dacultura dos índios quíchuas, que havíamos adquiridoquando éramos missionários na Bolívia. O puma não eranenhuma antigüidade, mas apenas uma reprodução paraturistas; mas, a despeito disso, o invisível se haviaapegado àquele objeto visível. Além do puma, tínhamoscomo decoração das paredes duas máscaras pagãs, usadaspelos índios chiquitanos, além de duas lâmpadasentalhadas na madeira, representando a cultura dosíndios aimaras.

Quando Dóris e eu voltamos do trabalho para casa,naquele dia, tínhamos de tomar algumas decisões. Ondedeveríamos traçar a linha divisória? Tínhamos trêscoleções diferentes de objetos de arte, de três dasculturas indígenas da Bolívia.

1. O puma. Crendo que um espírito maligno se haviaapegado ao puma, a decisão a respeito foi simples. Opuma precisava desaparecer. Levamos o objeto parafora, quebramo-lo e jogamos os pedaços na lata delixo.

2. As máscaras. Se o discernimento de Cathy e Georgeestavam com a razão, então nenhum espírito se atrelaraàquelas máscaras. No entanto, aquelas máscaras nãoeram meras reproduções para turistas. Elas haviam sidorealmente usadas pelos índios chiquitanos em suascerimônias animistas, com o propósito de glorificar aseus espíritos tribais. E, apesar do pouco quesabíamos naqueles dias, aquilo nos pareceu razãosuficiente para nos livrarmos das máscaras, o querealmente fizemos.

3. As lâmpadas. As lâmpadas eram coisas bemdiferentes. Eram belas espécimes de arte nativa. Eramreproduções esculpidas e envernizadas de Inti, o deus-sol, que era um dos espíritos territoriais quedominavam os índios aimaras, que viviam em terrasaltas. Essas lâmpadas eram os objetos maisdispendiosos que tínhamos trazido da Bolívia para anossa terra. Ajustavam-se perfeitamente bem à nossadecoração. Não estavam carregadas de demônios, como sedava com o puma. Assim sendo, discutimos e resolvemosque as deveríamos considerar como objetos de artenativa, e não como ídolos de objetos imundos. Eficamos com as lâmpadas.

Ficamos com elas até à primeira vez em que CindyJacobs visitou a nossa residência. Cindy, autora docapítulo que se segue, que trata das fortalezasdemoníacas, estava muito à frente de Dóris e de mim emseu discernimento de espíritos e em seu conhecimentodo mapeamento espiritual. Quando ela entrou em nossasala de estar então, com um olhar de choque em suafisionomia, ela perguntou, apontando para as lâmpadas:"O que aquelas coisas estão fazendo aqui?" Explicamosque eram apenas lembranças inocentes, que nos faziamlembrar de nossos dias na Bolívia. Então Cindy disse

gentilmente: "Bem, por que vocês não oram a respeitodelas?", e o assunto não veio à baila novamente.

Depois que Cindy foi embora, começamos a orar.Dessa vez, Deus orientou-nos para tomarmos umaabordagem diferente em nossa decisão. E finalmentepercebemos que nunca tínhamos perguntado a nós mesmosa mais crucial de todas as perguntas: Aqueles objetosglorificavam a Deus? A luz daquilo que estávamosentendendo na época sobre a verdade bíblica do visívele do invisível, a resposta era um óbvio "não". As mãosque tinham feito aquelas lâmpadas, por habilidosas queelas possam ter sido, "mudaram a glória do Deusincorruptível em semelhança da imagem de homemcorruptível" (Rm 1.23). O resultado colimado era darglória ao deus-sol, Inti, que seria uma mera criatura, enão ao Criador. E assim as lâmpadas também se foram!

Mais tarde, lemos em Deuteronômio 7.25, 26, trechoque se refere às "imagens de escultura de seusdeuses", exatamente aquilo que eram nossas lâmpadasIntis. No mesmo trecho bíblico lemos que um objeto dessesé uma "abominação" ao nosso Deus, e logo em seguida:"Não meterás, pois, abominação em tua casa, para quenão sejas anátema, assim como ela; de todo adetestarás, e de todo a abominarás, porque anátema é".E, assim, percebemos claramente o quão erradosestávamos, ao considerarmos aquelas lâmpadas comoinocentes peças de arte nativa.

Nossa casa foi purificada. E foi apenasrecentemente que nossa filha já adulta, Becky, disse-nos que, quando era criança, ao caminhar sozinha pelacasa, nunca entrava na nossa sala de estar. Ela nãofoi capaz de verbalizar as suas impressões naoportunidade, mas ela sentia que a nossa sala de estar

estava contaminada por poderes das trevas. Quãoignorantes mostramos ser, nós, os pais dela.

Como Paulo Traçou a Linha

Parece que os crentes de Corinto eram mais oumenos tão ignorantes acerca do visível e do invisívelquanto o casal Wagner. No contexto daqueles crentes, oproblema surgiu quando tiveram de enfrentar a questãodas carnes que tinham sido oferecidas a ídolos. EPaulo ajudou-os onde deveriam traçar a linha, em 1Coríntios 8-10.

Devemos entender que os aspectos visíveis daquelaquestão, aquela que envolvia ídolos e carne, nãoconstituíam o problema central. Paulo fez as seguintesperguntas retóricas: "Mas, que digo? Que o ídolo éalguma coisa? Ou que o sacrificado ao ídolo é algumacoisa?" (2 Co 10.19). A resposta óbvia a essasperguntas é "não". O problema real acha-se nosdemônios invisíveis que se postam por detrás dessascoisas visíveis.

Os crentes de Corinto ordinariamente podiamconseguir carne sacrificada a ídolos em três lugares:(1) No mercado público; (2) nas residências de amigos,em ocasiões de encontros sociais; e (3) nos própriostemplos idólatras. Onde deveriam eles traçar a linhadivisória?

1. O mercado público. Podem ir e comprar carne ali, semfazer quaisquer indagações (ver 1 Co 10.25).

2. Jantar na casa de um amigo. Podem comer da carne, seninguém levantar qualquer questão a respeito. Porém,

se for anunciado que a carne fora oferecida a ídolos,não comam dela (ver 1 Co 10.7,28).

3. O templo idólatra. Não façam isso. Por quê? Porque,embora os espíritos invisíveis possam não estarpresentes na própria carne, ou na sala de jantar doamigo, sem dúvida estão presentes nos templosidólatras. Disse Paulo: "Antes digo que as coisas queos gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, enão a Deus". E ele prosseguiu: "E não quero que sejaisparticipantes com os demônios" (1 Co 10.20).

Nem sempre é fácil saber onde devem ser traçadasas linhas divisórias. Mas sempre será sábio levantartrês perguntas, sempre que restar alguma dúvida:

• Isso poderia deixar-me sujeito a algumainfluência demoníaca direta?

• Isso dá qualquer aparência de mal?• Isso glorifica a Deus?

Limites da Autoridade

Traçar a linha divisória é uma coisa. Entrar emação direta contra algum objeto ou comportamento éalgo bem diferente. Pude destruir os artefatos queestavam em minha sala de estar porque eu era oproprietário legal deles, e, assim, estavam sob aminha autoridade. Nem Becky e nem Cindy poderiam tertomado tal iniciativa, por mais que tivessem desejadofazê-lo. Em muitas situações da vida, a presença deobjetos visíveis que glorificam à criatura, e não aoCriador, não depende de nós, e nada podemos fazer arespeito.

Para exemplificar, o edifício onde Dóris e eutemos o nosso escritório da A.D. 2000 United PrayerTrack exibe uma estátua grosseiramente imunda, logo emsua entrada. De fato, o dedo daquela figuraindesejável aponta diretamente para a janela do meuescritório. Se eu tivesse autoridade para tanto, semdúvida removeria a estátua e a destruiria, mas nãoposso fazê-lo. E, assim, visto que não posso tratarcom o que é visível, tenho tratado com o que éinvisível.

Dóris e eu convidamos Cindy Jacobs para juntar-seem uma purificação de nosso escritório, assim que nosmudamos para lá. Ela quebrou o poder dos espíritos,dentro do escritório, e amarramos quaisquer forças dastrevas vinculadas à estátua; desde então o escritóriotem-se mostrado pacífico e agradável. Se ainda restaalgum poder espiritual e invisível por detrás daestátua, não sei dizê-lo. Mas sei que agora estamosprotegidos, por termos assumido a autoridade no nomede Jesus, sobre aquela parte do edifício que alugamos.

DEMONIZAÇÃO NACIONAL

Tenho procurado salientar que ignorar a realidadedos poderes invisíveis, por detrás dos aspectosvisíveis da vida diária, podem ter efeitos sérios emesmo devastadores, tanto para o indivíduo quanto paraa sociedade. Duas nações, ainda recentemente, tomaraminsensatas providências oficiais, no nívelgovernamental mais alto, convidando os principadosdemoníacos para virem controlar a sua terra: o Haiti eo Japão.

O Haiti

Faz muito tempo que o Haiti é a nação mais pobredo hemisfério ocidental. Através dos anos, a religiãoimposta pela Igreja Católica Romana em nada temajudado o país. Um vigoroso trabalho missionárioprotestante também não tem ajudado. A política não temajudado. A ajuda financeira estrangeira, por igualmodo, em nada tem ajudado.

Talvez o maior raio de esperança de um futuromelhor para o Haiti ocorreu em dezembro de 1990,quando Jean-Bertrand Aristide tornou-se o primeiropresidente eleito democraticamente, em toda a históriado Haiti. Dentro de uma lista de onze candidatos,Aristide recebeu 67% dos votos, um fenômenorelativamente raro, em eleições multipartidárias.

As coisas pareciam estar melhorando. Poucos mesesdepois da posse de Aristide como presidente, JimShahim noticiou: "Agora o Haiti parece um lugardiferente". Diminuíram as violações dos direitoshumanos. Cessou o êxodo de pessoas por meio deembarcações. Aristide, em uma visita que fez a Paris,recebeu promessas de quinhentos milhões de dólares,para serem empregados em certa variedade de projetos.As pessoas estavam falando sobre o novo aspecto dopaís. Até mesmo um oponente político de Aristidechamou-o de "o nosso messias de esperança".5

Preservando as raízes culturais. Mas foi então queAristide, que também é um padre católico-romano,cônscia ou inconscientemente, cometeu um sério erroespiritual. A 14 de agosto de 1991, pediu oficialmenteque os principais macumbeiros do vodu dirigissem umaobservância nacional da cerimônia de vodu, chamadaBoukmann, a fim de rededicar a nação do Haiti aos

espíritos dos mortos. Essa cerimônia, conforme algunsdizem, envolve o sacrifício de animais e até de sereshumanos. Para quê? Segundo alegavam, para "preservaras raízes culturais do Haiti".

Cerca de um mês mais tarde, a 29 de setembro de1991, Aristide foi derrubado do poder mediante umgolpe militar. O Haiti deu início a um mergulho sócio-econômico. Foi imposto um embargo internacional sobreo país. A economia normal virtualmente deixou deexistir. Milhares de empregos se perderam, muitosirrevogavelmente. Meses após o golpe, Howard W. Frenchexpediu esta notícia: "Port-au-Prince, uma agitadacidade em tempos normais, agora, por muitas vezes,mais parece uma empoeirada cidade fantasma". Osserviços públicos foram suspensos por causa de faltade gasolina, e o lixo foi sendo empilhado em montõescada vez maiores, nas ruas. Muitos investidoresestrangeiros desistiram definitivamente do Haiti. Anação atingiu o ponto mais baixo na escala da misériahumana.

O que aconteceu, na realidade? Os analistaspolíticos são treinados para verem o que é visível. Essesdizem que Aristide foi derrubado pelos ricos por serele um teólogo liberal que favorecia os pobres. Ouentão que os oficiais militares voltaram-se contra elepor causa de sua política anti-drogas e seu desejo deformar uma unidade de segurança fora do controle doexército. São também apresentadas outras razões.

Os mapeadores espirituais, por sua vez, vêem o queé invisível. Embora sem negarem a validade das análisespolíticas, esses crentes vêem por detrás dessas razõesas operações sinistras de poderes espirituais que seutilizam de seres humanos e de estruturas sociais,como as forças militares, visando às suas próprias

finalidades. Não somente os praticantes do vodu, mastambém os espíritos territoriais que governam o Haiti,ficaram deleitados ao aceitarem o convite dopresidente para que se instaurasse uma demonizaçãonacional. Uma vez que eles adquiriram as suasfortalezas legais para vitimizarem as massas popularesdo Haiti, furtando, matando e destruindo, não tinhammais qualquer uso para o seu "amigo" Jean-BertrandAristide, e assim relegaram-no ao rol dos que sóserviam para o monturo. Seu plano para "reafirmar acultura haitiana" foi um tiro pela culatra, porquantoele não foi capaz de discernir o mal invisível dentreo bem visível.

O Japão

De certa feita perguntei de David Yonggi Cho porqual motivo ele pensava que as igrejas evangélicascrescem tão rapidamente na Coréia, mas não no Japão. Aresposta dele me surpreendeu. Embora reconhecendo quehá muitas razões para aquele fato, uma das razões,aquela que ele sugeriu, foi que tinha havido sériosdanos contra a tradicional cultura coreana, em trintae seis anos de ocupação japonesa, e, subseqüentemente,por parte do comunismo proveniente da Coréia do Norte.O cristianismo bíblico, pois, cresceu relativamentesem o empecilho do paganismo tradicional coreano.

Por outro lado, a cultura japonesa tem permanecidovirtualmente intocada durante três mil anos. Opaganismo está profundamente arraigado no entretecidono Japão. Os espíritos que controlam o Japão têmpodido lançar profundas raízes, e não se dispõem a

permitir que o cristianismo tenha mais do que umapresença meramente simbólica.

O mais sério retrocesso no domínio dos espíritosterritoriais do Japão ocorreu durante um período desete anos, imediatamente após a Segunda GuerraMundial. A despeito de uma fachada budista, os espí-ritos mais profundamente entrincheirados no Japão sãoos principados que controlam o xintoísmo, que é umaforma espiritualizada de nacionalismo. A principalfigura visível, empregada por esses anjos negros, é oimperador. Na mente popular dos japoneses, o imperadoré uma divindade. Mas como parte do processo de paz,logo após a Segunda Guerra Mundial, o imperadorrenegou publicamente essa condição de divindade, e ogoverno japonês concordou em separar-se oficialmentede qualquer instituição religiosa, incluindo oxintoísmo. O general MacArthur convidou milhares demissionários evangélicos, muitos se apresentaram, e ocristianismo cresceu bem durante aqueles anos queagora são conhecidos como os "sete anos maravilhosos".

Durante mais de trinta anos, pareceu, no que évisível, que o Japão está mantendo o seu status quo. Masno mundo invisível, os anjos negros pareciam estarrecuperando o seu anterior domínio. O crescimento daIgreja evangélica diminuiu até apenas engatinhar. Eentão morreu o imperador Hiroíto, e seu filho,Akihito, tornou-se o novo imperador. Uma questãocrucial girou em torno da cerimônia do Daijosi, ocomponente religioso da inauguração tradicional detodos os imperadores japoneses. O Daijosi, um ritual deocultismo e adivinhação, coreografado, seria o clímaxde um encontro sexual entre novo imperador e a deusa-sol, Amaterasu Omikami, a principal divindade que dominao Japão. Pouco muda se o contato sexual é físico (umsúcubo) ou se é espiritual. No mundo invisível, o imperador

e a deusa-sol tornam-se uma só carne, e, através deseu líder supremo, a nação convida que os demôniosvenham controlá-la.

Infelizmente para o Japão, tal qual como para oHaiti, uma decisão insensata foi tomada, e o novoimperador resolveu reverter a posição de seu pai,tomada após a Segunda Guerra Mundial, e novamente, namente popular, foi "deificado" mediante a cerimônia doDaijosi. E não somente isso, mas o governo resolveu pagaras despesas dos ritos que custaram vários milhões dedólares, apesar dos veementes protestos dos líderesevangélicos japoneses.

Desde então, como se esperava, a abertaparticipação de oficiais do governo, como líderesnacionais, em peregrinações e cerimônias ligadas aotradicional paganismo japonês está em ascendência. Oque isso significa para a nação japonesa, a longoprazo, é algo que ainda teremos de ver. Mas enquantoeste livro está sendo preparado, a bolsa de valores doJapão, e seu efeito agitador sobre as economias tantodo Japão como do mundo todo, está em rápido declínio,como nunca antes acontecera, desde a Segunda GuerraMundial, um declínio que vem desde a cerimônia doDaijosi.

Que Dizer Sobre os Estados Unidos?

Os Estados Unidos da América são bastantediferentes do Haiti e do Japão, ambos os quais contamcom populações razoavelmente homogêneas. A reafirmaçãodas "raízes culturais haitianas" ou da "tradicionalcultura japonesa" tem um sentido largamente entendido.Mas os Estados Unidos lideram o mundo quanto ao

multiculturalismo nacional. Nos Estados Unidos, areafirmação só poderia ocorrer se fosse feita decultura em cultura.

No momento não é considerado "politicamentecorreto" reafirmar as nossas raízes culturais ecoloniais anglo-americanas, procedentes da NovaInglaterra, da Virgínia, ou das raízes batavo-america-nas de Nova Iorque, ou das raízes germano-americanasda Pennsylvania, ou mesmo das raízes escandinavo-americanas. Mui significativamente, essas são asculturas norte-americanas que foram mais profundamenteinfluenciadas pelo cristianismo e que emergiam dareforma protestante, por mais imperfeito que tenhasido e continue sendo esse movimento cristão.

Antes, a nova excitação cultural que há nosEstados Unidos parece girar em torno de culturasminoritárias, como a dos indígenas norte-americanos,divididos em muitas tribos, os afro-americanos, evários asiáticos-americanos. Entre os hispano-americanos tem surgido uma tendência que tem procuradodiminuir a herança espanhola européia, e tem procuradoenfatizar as raízes nativas dos astecas, dos maias oudos incas. Conforme vem sendo revelado pela nossa novacompreensão do visível e do invisível, essareafirmação cultural pode ser vista como passoscriativos para a frente, em favor de nossa nação,embora também sirva de convite para uma séria quedaespiritual.

O passo para a frente, conforme já foi frisado,está trazendo à luz os dons remidores que Deus temimplantado em cada cultura, a fim de glorificar a simesmo. Nossas culturas são intrinsecamente boas, por-quanto refletem o Criador. Deveríamos afirmar isso em

cada uma das culturas que fazem parte dos EstadosUnidos da América.

Mas também precisamos reconhecer que Satanás temcorrompido de tal forma as culturas que algumas desuas formas, como a arte e a arquitetura, e,particularmente, alguns de seus padrões de compor-tamento, como as danças e os ritos religiosos,evidentemente visam a glorificar à criatura, e não aoCriador. As culturas cujas raízes religiosas exaltamos espíritos demoníacos precisam ser afirmadas comtanta cautela nos Estados Unidos, quanto o têm sido noHaiti e no Japão. De outra sorte, as forças invisíveisdas trevas, assim convidadas para que intervenham navida nacional, certamente proliferarão e provocarãoDeus à ira. Deus não tolerará a prostituiçãoespiritual nos Estados Unidos mais do que tolerou emJudá, nos dias do profeta Jeremias, e o juízo divino éo resultado previsível disso. Tristemente, em vez devermos o alívio do sofrimento humano, podemos ver essesofrimento intensificar-se.

O Havaí Corre Perigo?

O Havaí, o qüinquagésimo estado norte-americano,atualmente está vivendo em meio a um forte movimento,liderado por algumas de suas principais figuras, quebusca valorizar a cultura havaiana. A 21 de agosto de1992, o governador do Havaí, um dos senadores norte-americanos e muitos outros oficiais do governoparticiparam de um rito do paganismo tradicional doHavaí, rotulado como "cerimônia de cura", em favor dadesabitada ilha de Kahoolawe. A cerimônia inclui ooferecimento de corais no altar dedicado aos espíritos

das trevas, bem como o ato de beber a sagrada awa.Parley Kanakaole, líder que dirigiu o evento,interpretou os atos dos oficiais do governo como sequisessem dizer: "Sim, darei apoio à herança culturaldo Havaí, e tudo quanto significa ser um kanaka maoli (umverdadeiro havaiano)".7

Um propósito declarado desse processo seriareparar o dano feito no Havaí pelo cristianismo.Referindo-se a esse evento, Laurel Murphy diz quedepois que os missionários cristãos chegaram, "começoua morrer o poder dos deuses havaianos, e, juntamentecom isso, o poder dos varões havaianos". ParleyKanakaole "sabia que o novo heiau (templo) tinha de seruma mua ha'i kupuna, o lugar de adoração da família, noantigo Havaí, onde os homens invocavam os antepassadosem sua ajuda".8

Ironicamente, o lema do estado do Havaí é oseguinte: "A vida da terra é perpetuada pela justiça".Isso reflete o dom remidor de Deus para o Havaí. Essajustiça seria perpetuada se Jesus Cristo fosseexaltado como legítimo Senhor do Havaí, redundandoisso na glória do Criador. Mas o contrário também éuma possibilidade: a morte da terra é perpetuada pelainjustiça. Conforme já pudemos mencionar, a ira deDeus é vertida sobre as pessoas que "detêm a verdadeem injustiça" (Rm 1.18), quando elas glorificam antesa criatura do que ao Criador. Minha oração é que issonão venha a acontecer no Havaí.

CONCLUSÃO

Onde devemos traçar a linha divisória? Omapeamento espiritual é uma tentativa para oferecer

diretrizes. Ajuda-nos a saber quando começamos aglorificar a criatura, em lugar do Criador. Revela ospoderes invisíveis, tanto bons quanto maus, por detrásdas realidades visíveis da vida diária. Provê aoshomens novos instrumentos para nos engajarmos evencermos o inimigo, assim abrindo o caminho para apropagação do Reino de Deus, a fim de que sua glóriase manifeste entre as nações.

Perguntas para refletir

1. Você pode pensar em quaisquer instâncias, à partedaquelas mencionadas neste capítulo, onde pessoastenham abertamente dado glória à criatura, em vez doCriador?2. Pense sobre os nomes demoníacos dados a certospontos destacados do Grand Cânion. Por que isso produzuma "ira justa" em certas pessoas?3. Sua cidade tem um dom remidor. Segundo você pensa,quais são algumas possibilidades acerca do queconsiste esse dom da sua cidade? Que dizer sobreoutras cidades próximas?4. Discuta alguns pontos específicos dos perigos deafirmar o paganismo, ao mesmo tempo em que se tentarecuperar culturas antigas.5. Revise a purificação da sala de estar da famíliaWagner. Você teria removido o puma? as máscaras? aslâmpadas? Por quê?

Notas

1. RUMPH, Dave e Jane. "Idolatria Geográfica: SatanásRealmente É Dono de Tudo Isso?" Body Life, junho de 1992,p. 13.2. DAWSON, John. Taking Our Cities for God [Reconquiste SuaCidade Para Deus]. Lake Mary, FL, Creation House,1989. p. 39.3. STAFFORD, Tim. "Crentes no Campus e a Política doNovo Pensamento", Christianity Today, 10 de fevereiro de1992, p. 15.4. BARNA, George. What Americans Believe. Ventura, CA, RegaiBooks, 1991. p. 84.5. SHAHIM, Jim. "Ilha de Esperança", American Way, 1o deoutubro de 1991,p. 57.6. FRENCH, Howard W. "O Haiti paga caro pela derrubadade Aristide", Pasadena Star News, 25 de dezembro de 1991,s.p.7. MURPHY, Laurel. "Líderes e dignitários havaianos,chefes de Kahoolawe", Maui News, 21 de agosto de 1992,s.p.8. Idem, ibidem.

3. TRATANDO COM AS FORTALEZAS

Por Cindy Jacobs

Cindy Jacobs é uma líder de oração espiritualmente dotada. Juntocom seu marido, Mike, ela é co-fundadora da Generals of Intercession,

uma organização que congraça líderes de oração por todo o globo, quevisa a fazer intercessões estratégicas em favor de cidades, nações egrupos étnicos não alcançados. Autora do livro Possuindo as Portas doInimigo (Editora Atos), Cindy viaja e preleciona nacional e internacional-mente, e tem servido de instrumento para ensinar a doutrina da unidadeao povo de Deus. Ela também serve na International Board of Women'sAglow Fellowship, além de ser uma das invocadoras a Spiritual WarfareNetwork, da A.D. 2000 United Prayer Track.

Rosário, Argentina — uma cidade abastada e beladiante dos nossos olhos naturais. No verão de 1992, ospastores de Rosário convidaram-me para ensinar em umareunião de toda uma cidade para falar sobre "ComoQuebrar Fortalezas do Ocultismo e da Feitiçaria".Antes de partir para a Argentina, lamentei aoassistir, pela televisão, notícias sobre as terríveisinundações da província argentina de Santa Fé, ondeestá localizada a cidade de Rosário. Enquanto euobservava a destruição causada pela inundação, comeceia indagar se aquela inundação não seria resultante dealguma maldição. Estaria a cidade debaixo de um ataqueespiritual, por causa dos pecados de seus habitantes?Ponderei a respeito ao entrarmos na cidade paradirigir o seminário, e orei ao Senhor para querevelasse o segredo e as coisas ocultas daquelacidade.

No segundo dia do seminário, vários de nós, daequipe da Harvest Evangelism, fomos almoçar com umpastor local. Esse pastor, um representante regionalda igreja de Omar Cabrera, Visão do Futuro (uma igrejaargentina liderante na área da guerra espiritual),tinha estado presente a um seminário sobre guerraespiritual que eu tinha ensinado no ano anterior, em

Mar del Plata, e ele começou a contar-me como haviasido fundada a cidade de Rosário.

Parece que um grupo de padres católicos-romanosestava transportando uma estátua da Rainha do Céu deuma cidade para outra. Enquanto viajavam, a imagem daVirgem do Rosário caiu por quatro vezes da carroça nochão, no espaço de uma pequena distância. Os padres,confiantes que a estátua lhes estava tentando dizerque ela queria que ali fosse o seu santuário,estabeleceram o que é agora a cidade de Rosário. Eassim, a fundadora espiritual dessa cidade não é outrasenão a própria Rainha do Céu! Essas foram revelaçõesmuito iluminadoras. Assim cheguei à conclusão de que aminha suspeita original de que a cidade estava debaixode uma maldição bem poderia estar com a razão.

Naquela tarde, tive um encontro com algunspastores de Rosário e com um pequeno grupo de líderes,os quais pediram que eu orasse pela cidade deles.Expliquei a eles que o mapeamento espiritual da cidadepoderia ajudá-los a localizar as fortalezas doinimigo. Compartilhei com eles acerca de como aoração, feita acerca das portas do inferno, em umacidade, libera os cativos de Satanás para que possamentrar no Reino de Deus. Eles ficaram muito excitados!E a excitação deles só aumentou quando foi descrita ainformação que eu tinha recebido sobre a fundação dacidade. Embora alguns daqueles líderes soubessem daligação da Virgem do Rosário com a cidade deles, elesnão sabiam que ela mesma tinha escolhido a cidade comoa sua própria cidade. E assim as suas mentes foramiluminadas ao perceberem que aquelas estátuas davirgem estavam localizadas em cada um dos postos daprefeitura, bem como na praça central da cidade.Alguns argentinos chegam a chamar a Virgem do Rosáriode "generala da cidade".

ORANDO POR UMA ESTRATÉGIATerminada a reunião, voltei ao meu quarto de hotel

a fim de orar. Eu sentia que o arrependimento em faceda idolatria que envolve a Virgem do Rosário era umadas chaves para solucionamento do problema. Senti queo arrependimento poderia fazer parar a inundação,tanto na cidade como por toda a província de Santa Fé.Entretanto, eu também sabia que uma situação perigosapoderia eclodir, se eu desmascarasse publicamente aadoração da Rainha do Céu como idolatria. A Argentinaé uma nação católica-romana onde os protestantes sãoconsiderados uma seita. Ademais, a veneração devirgens, como a do Rosário, está por demais entranhadana cultura argentina. Enquanto estudava e orava,sentia que o Senhor me estava dando uma estratégia.

Mais tarde, já à noitinha, quando entrei no teatrorepleto, em companhia de minha intérprete, DórisCabrera, muitas orações de meu coração estavam sendodirigidas para o céu: "Senhor, dá-me as palavrascertas; fala por meu intermédio. Ajuda Dóris ainterpretar exatamente o que eu estiver dizendo".

A adoração ao Senhor, naquela reunião, foitremenda. Entreguei a minha mensagem adredementepreparada sobre o mapeamento espiritual. Noencerramento do culto, li o trecho de Jeremias 7.16-19, que mostra como a adoração à Rainha do Céuprovocava Deus à ira. Também expliquei com cuidado quea Rainha do Céu não é Maria, a mãe de Jesus. De fato,Maria jamais desejaria ser chamada pelo nome dessadeusa demônio. Também mostrei que não estamos honrandoMaria, mãe de Jesus, quando a veneramos como a Rainhado Céu.

Em lugar algum da Bíblia Maria é chamada de Rainhado Céu. Então descrevi o julgamento contra osfilisteus, devido à idolatria deles, conforme se lê emJeremias 47.2: "Assim diz o Senhor: Eis que se levan-tam as águas do norte e tornar-se-ão em torrentetransbordante, e alagarão a terra e sua plenitude, acidade e os que moram nela; e os homens clamarão, etodos os moradores da terra se lamentarão".

Podia-se ouvir um alfinete que caísse no chão,naquele teatro! Então, pedi que os pastores viessem àfrente. Tínhamos um bom número representativo dosbatistas, dos nazarenos e de outros grupos, além decarismáticos e pentecostais. Perguntei ao pastorNorberto Carlini se ele gostaria de dirigir uma oraçãode arrependimento, em face da adoração à Rainha do Céue da idolatria em torno dela, para em seguida declararque a cidade voltava a pertencer ao Senhor Jesus. Elee os demais líderes concordaram.

Quando eles se ajoelharam para orar, todossentiram uma avassaladora presença de Deus. As pessoasse humilharam diante do Senhor e começaram a chorar emrazão dos pecados da cidade. Os pastores dirigiram umaoração de arrependimento que trovejou com o poder e aautoridade de Deus. Cada um dos líderes,individualmente, arrependeu-se, e, então, formando umgrupo, eles declararam que a cidade não mais pertenciaà Rainha do Céu, e deixaram o governo da cidade sobreos ombros do Rei Jesus. E o regozijo ressoou até aoscéus, enquanto adorávamos e agradecíamos ao Senhor poraquela tremenda vitória.

A Inundação Retrocede

O que aconteceu à cidade, em resultado disso? Bem,uma coisa pôde ser discernida quase prontamente.Quando voei de volta para casa, poucos dias maistarde, aconteceu-me ler o Buenos Aires Herald. Um dosartigos dizia:

Estabilizam-se as Enchentes no Delta! Em Santa Fé, os ofi-ciais da Defesa Civil anunciaram que a crista daenchente do rio Paraná finalmente tinha começado amover-se para o sul, trazendo alívio imediato àpopulação da província que enfrentava diariamente aameaça de uma evacuação. Durante as últimas duassemanas, o nível do rio vinha subindo constante-mente naquele distrito.1

O nível do rio Paraná baixou consideravelmente nacapital provincial de Santa Fé e na cidade de Rosário.Isso serviu de prova, na dimensão visível, que amaldição tinha sido quebrada e que a cidade tinha sidolibertada! Que tremendo testemunho em favor do poderdo arrependimento! A bênção de Deus foi derramadasobre a cidade, enquanto as fortalezas da idolatriaforam derrubadas.

QUE É O MAPEAMENTO ESPIRITUAL?

Como foi que descobrimos a fortaleza da veneraçãoà Rainha do Céu, na cidade argentina de Rosário? Pormeio de algo que estamos chamando de "mapeamentoespiritual". Até onde vai o meu conhecimento, aprimeira pessoa a usar essa expressão, "mapeamento

espiritual", foi George Otis, Jr., em seu livro, TheLast of the Giants (Chosen Books). Embora muitos de nós, quetêm ministrado no campo da guerra espiritual, tenhamensinado, já faz agora alguns anos, sobre a necessi-dade de pesquisar as cidades, a fim de descobrirmos asfortalezas espirituais do inimigo, só de algum tempopara cá o termo "mapeamento espiritual" tornou-seaceitável para indicar essa forma de pesquisa.

Para sermos honestos, eu tinha alguma reservaquanto a essa expressão, quando ouvi falar dela pelaprimeira vez. Para mim, soava como algo próprio daNova Era. Expressei a minha opinião a respeito paradiversos outros líderes evangélicos e passei algumtempo orando sobre o assunto. Finalmente, cheguei àconclusão que "mapeamento espiritual" é, realmente, umbom título descritivo para essa forma de pesquisaacerca de uma cidade.

Sem embargo, em que consiste, exatamente, omapeamento espiritual? Em minha opinião, trata-se defazer uma sondagem em uma cidade, a fim de descobriras incursões que Satanás tem feito ali, incursõesessas que impedem a propagação do evangelho, mediantea evangelização da cidade para Cristo. George Otis,Jr. afirmou que essa atividade nos permite ver comouma cidade realmente é — e não apenas como ela pareceser. 2

Como é que você está vendo a sua cidade? Muitospastores têm sido chamados para dirigir igrejas, emcidades ou vilas que parecem ser tranqüilas epacíficas, somente para descobrirem que isso estálonge de ser a verdade. Outros passam anos em centrosurbanos violentos com pouca colheita e finalmentedesistem, indo-se embora queimados e desencorajados.Alguns pastores têm experimentado desfechar a guerra

espiritual, mas têm sentido que quase só fazem lutarcom sombras, pois as forças que atacam as suasigrejas, e as famílias que fazem parte delas, sãoinvisíveis e vingativas. Mas as coisas não precisamseguir esse rumo. Deus é o estrategista porexcelência. Na Palavra de Deus existem princípiosespirituais que nos permitem declarar guerra contra asfortalezas de Satanás, derrubar os seus fortins elibertar os cativos.

Uma pergunta com freqüência é feita, quando sediscute esse assunto, ou seja: "A Bíblia não diz que aterra é do Senhor, com tudo quanto há nela e que nelavive?" Naturalmente, temos aí uma verdade. Deus é oproprietário do globo terrestre. Mas também é verdadeque Satanás se intrometeu, apresentando reivindicaçõesfalsas. A Bíblia diz, em 2 Coríntios 4.4, que Satanásse declarou "deus deste século". Na verdade, ele temconseguido cativar reinos inteiros. Mui realisticamen-te, a maioria dos crentes olharia para as suas cidadese diria: "Sei que a terra é do Senhor; mas o queaconteceu à minha cidade?" Infelizmente, a maior partedos crentes não sabe o que deve ser feito para alteraressa situação.

Posso perceber um despertamento recente acerca denossa responsabilidade para orarmos em prol de nossascidades e de nossas nações. Cerca de dois anos atrás,quando se reuniam certos conveniados da SpiritualWarfare Network, o Senhor me impressionou com a idéiade que estava ocorrendo uma reforma por todas asigrejas. O grito de guerra em favor dessa nova reformaé: "Porque a nossa luta não é contra o sangue e acarne, e, sim, contra os principados e potestades,contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra asforças espirituais do mal, nas regiões celestes" (Ef6.1,2). E também: "Porque as armas da nossa milícia

não são carnais, e, sim, poderosas em Deus paradestruir fortalezas." (2 Co 10.4). Já experimentamosmuitas técnicas no terreno do evangelismo. Por que nãosubmetemos a teste, por igual modo, a oração?

Por que alguns crentes se debatem com o conceitode termos de enfrentar um império maligno invisível?Charles Kraft, do Seminário Teológico Fuller, temtrazido à tona muitos pontos de discernimento quanto aessa questão, em seu livro, intitulado Christianity withPower. De acordo com Kraft, vemos aquilo que fomosensinados a ver. Interpretamos a realidade deconformidade com linhas culturalmente aprovadas, eassim somos ensinados a ver as coisas seletivamente.Essa visão seletiva das coisas, para muitas sociedadeseuropéias e americanas, está condicionada pela nossa"visão global ocidental". Essa visão global nos leva acrer que somente aquilo que aprendemos através daciência, ou que podemos discernir mediante os nossoscinco sentidos físicos, corresponde à realidade. MasKraft prossegue, a fim de dizer: "Fomos ensinados acrer somente nas coisas visíveis. Dizem-nos que 'ver écrer'. Se pudermos ver algo, então esse algo deveexistir. Mas se não pudermos ver alguma coisa, então éque essa coisa não existe".3

PANO-DE-FUNDO DO NOVO TESTAMENTO

De que forma essa visão global tipicamenteocidental afeta a Igreja? Em alguns casos, de formaapreciável. Alguns crentes chegam mesmo a relegar aspotestades territoriais, alistadas em Efésios 6.12, aoterreno da mitologia. No entanto, Paulo recomendou quelutássemos contra esses "principados e potestades". Se

realmente existem principados e poderes invisíveis,contra os quais nos compete lutar, não deveríamosfazê-lo dotados de um conhecimento esclarecido?

É interessante observar o número de livroseruditos que estão sendo atualmente publicados e quenos ajudam a abrir os olhos para o mundo, conformePaulo deve tê-lo visto. Alguns dos melhores dentreesses volumes foram escritos por Clinton Arnold, queensina o Novo Testamento na Talbot School of Theology.Arnold examinou ali as crenças dos gregos, dos romanose dos judeus, bem como os ensinos de Jesus acerca dasartes mágicas, da bruxaria e da adivinhação. Osescritos do apóstolo Paulo estão salpicados dereferências escritas diretamente contra as fortalezasespirituais da maldade em seus dias. Paraexemplificar, a respeito da questão de ingerir carnessacrificadas a ídolos, na igreja em Corinto, no décimocapítulo de 1 Coríntios, escreveu Arnold: "Um dosprincípios fundamentais que orientavam Paulo, emreação contra as situações prevalentes na igreja emCorinto, era a sua convicção de que os demônios animama idolatria".4

Outro estudo fascinante sobre as fortalezasdemoníacas, relacionadas à deusa Diana dos Efésios,pode ser achado no livro chamado I Suffer Not a Woman, cujosautores são Richard Clark Kroeger e Catherine ClarkKroeger. Embora a tese desse livro verse sobre oministério das mulheres nas igrejas, também provê umprofundo discernimento quanto ao mundo que prevaleciaem Éfeso, que Paulo encontrou, segundo se vê nocapítulo dezenove do livro de Atos. Ali transpira umacultura eivada de artes mágicas, feitiçaria eadivinhação. O erudito livro dos Kroegers nos brindacom uma vivida descrição da deusa Diana:

Ela estava adornada por uma coroa alta, modeladapara simbolizar as muralhas da cidade de Éfeso; e oseu peitoral estava recoberto por protuberânciascomo se fossem seios. Por cima dessas coisas elausava um colar de bolotas de carvalho, algumasvezes circundadas pelos sinais do zodíaco; poisArtemis (Diana) controlava os corpos celestes douniverso. Na parte da frente de sua estreita erígida saia havia fileiras de animais aos triplos,e aos lados havia abelhas e rosetas — indicativosde seu domínio sobre o parto, a vida animal e afertilidade. Um elaborado sistema mágicodesenvolvera-se em torno da Ephesia Grammata, as seispalavras místicas, escritas na estátua querepresentava a deusa. O livro de Atos informa-nosque os recém-convertidos crentes repudiaram essesistema e queimaram os seus dispendiosos livros demágica (At 19.19).5

Não foi preciso que Paulo e seus colegas deministério visitassem a biblioteca da cidade epesquisassem a história de Éfeso para descobriremquais poderes invisíveis operavam por detrás dosaspectos visíveis da cidade. Os cidadãos de Éfesosabiam que o espírito territorial que dominava acidade deles era Diana, tal como os cidadãos da mo-derna cidade brasileira do Rio de Janeiro sabem que osímbolo religioso mais distintivo dali é a estátua do"Cristo do Corcovado". A necessidade que temos defazer um mapeamento espiritual de nossas cidadestorna-se mais crucial principalmente por causa denossa visão panorâmica ocidental, que tende até mesmopara pôr em dúvida a existência dos poderesespirituais invisíveis da maldade. Paulo nãoenfrentava esse problema. E, a propósito, nem Lucas oenfrentava, conforme demonstrou a erudita de Yale,

Susana Garett, em seu excelente volume, The Demise of theDevil.6

FORTALEZAS

"Fortaleza" parece ser um vocábulo de sentidobastante ambíguo, em muito da linguagem de hoje.Precisamos ter certeza quanto ao seu significado. Umafortaleza espiritual é um lugar fortificado queSatanás construiu a fim de exaltar a si mesmo, emoposição ao conhecimento e aos planos de Deus.

Um dado importante, que não podemos afastar damente, é que Satanás tenta ocultar que realmenteexistem essas fortalezas espirituais. Ele as disfarçaastuciosamente, sob a capa de alguma "cultura".Conforme Peter Wagner salientou no capítulo anterior,está havendo um ressurgimento da adoração dedivindades antigas nas culturas espalhadas por todo oglobo terrestre. Essa é uma estratégia do inimigo afim de reempossar os principados demoníacos sobre asnações de nossos dias. Particularmente em nossa época,é essencial que aprendamos a avaliar a nossa cultura àluz da Palavra de Deus. Somente sob o escrutínio dalâmpada da revelação dada por Deus seremos capazes delibertar as cidades e as nações do mundo dos poderesdas trevas, a fim de prepararmos os povos para acolheita espiritual. Não estou querendo dizer queteremos de expelir cada força demoníaca isolada daterra, para sempre. Nem mesmo Jesus fez isso. Nãoobstante, as nossas orações libertarão muitas regiõesda influência desses poderes, por algum tempo,enquanto estivermos ocupados na colheita de almas.

Atualmente, para os missionários treinados naantropologia, tornou-se comum eles estudarem a culturados povos aos quais são enviados a ministrar. Essesprincípios têm sido claramente enunciados porespecialistas no campo ao discursarem sobre gruposétnicos ainda não alcançados pelo evangelho. Um dosmelhores desses compêndios é o de John Robb,intitulado The Power of People Group Thinking. 7 Nos anos que sepassaram, muitos equívocos foram cometidos pormissionários bem intencionados, que não compreendiamas culturas dos povos entre os quais labutavam. Nãoqueremos lançar qualquer culpa sobre esses primeirosmissionários, mas também não desejamos repetir oserros que cometeram.

Atualmente, os missionários evangélicos podemsaber como as culturas são analisadas, mas também nãoentendem a necessidade de identificar os poderesespirituais por detrás da formação das culturas.Talvez uma das fortalezas que faríamos bem emperscrutar seja a idolatria da cultura propriamentedita. Nem tudo que faz parte da cultura de um povo énecessariamente piedoso! Estamos enviando missionáriosa nações onde as fortalezas demoníacas estão profunda-mente entrincheiradas, e, no entanto, nós lhesfornecemos pouca ou nenhuma intercessão estratégica,no tocante à nação ou às suas famílias. Muitos dessesmissionários não dispõem de qualquer instrumento quelhes permita reconhecer uma fortaleza espiritual, e,muito menos, como devem enfrentá-la estrategicamente.

Fortalezas espirituais específicas precisam serdestruídas a fim de ser liberada a colheita em nossascidades e nações. Em primeiro lugar, é mister perceberque existem fortalezas espirituais nos níveis pessoale coletivo. Estamos muito mais familiarizados com onível pessoal do que com o nível coletivo. O nível

coletivo foi aquele combatido por Daniel e Neemias,quando oraram pela nação de Israel.

A guerra espiritual não é alguma grande "jornada depoder". Antes, é uma exibição dos atributos ecaminhos de Deus, diante de um mundo perdido emoribundo, que olha para ver se realmente nós somosos vencedores, não sujeitos aos poderes malignosdesta era.

Neste capítulo, examinarei especificamente novefortalezas espirituais. George Otis., Jr. trata de umadécima, a saber, as fortalezas territoriais, noprimeiro capítulo deste livro. Embora com certeza issonão esgote a lista de fortalezas do mal, essas sãoaquelas que tenho podido identificar mais claramente,até agora.

I. Fortalezas Pessoais

Em seu excelente livro, Overcoming the Dominion ofDarkness, Gary Kinnaman descreveu as fortalezasespirituais como coisas que Satanás edifica a fim deexercer influência sobre a vida de uma pessoa: pecadospessoais, pensamentos, sentimentos, atitudes e padrõesde comportamento.8

Uma das maneiras do Senhor de tratar com asfortalezas pessoais é mediante a aplicação dos padrõesbíblicos de conduta. Penso que esse é um importanteportão para o reavivamento. Quando estudamos osgrandes reavivamentos, quase invariavelmente lemossobre como o sentimento de santificação os dominou.Explico isso com detalhes no meu livro, Possuindo as Portas

do Inimigo (Editora Atos), no capítulo, "Princípios doCoração Puro".

Um dos maiores empecilhos para Deus mover-se emnossas cidades é o orgulho dos crentes. É tempo declamar a Deus para retirar as vendas de nossos olhos,a fim de que possamos ver o nosso egoísmo, as nossasmás atitudes e a nossa falta de caráter e integridade.Dei meu apoio quando ouvi Bill Gothard dizer: "Amaturidade consiste em fazer o que é certo, mesmoquando ninguém mais está olhando!" Nossos atos sãocontemplados por um Deus Santo e por todo o exércitodo céu.

Precisamos imitar o caráter e a retidão de Deus. Aguerra espiritual não é alguma "jornada de poder".Antes, é a exibição dos atributos e caminhos de Deus,diante de um mundo perdido que olha para ver serealmente somos vencedores, não sujeitos aos poderesmalignos desta era.

Essas fortalezas espirituais, são "buracos emnossa armadura". Aprendi esse princípio da parte deJoy Dawson, grande conhecedora da Bíblia. Joy diz quequando temos motivos errados no coração, como oorgulho ou atos egoístas, esses são como buracosfeitos em nossa armadura, que nos deixam abertosdiante dos ataques do inimigo. Mas essas aberturas sãofechadas mediante o arrependimento, diante de um Deussanto, e mediante o arrependimento expresso a pessoasque porventura tenhamos ofendido. Deus só exalta econfere a vitória aos humildes. Por meio da humildade,do arrependimento e da santidade, as fortalezaspessoais podem ser destruídas.

2. Fortalezas Mentais

Assevera o meu amigo, Ed Silvoso: "Uma fortaleza éuma mente impregnada com desesperança, o que leva ocrente a aceitar, como incapaz de ser mudado, algo queele sabe ser contrário à vontade de Deus".9 Essa é amelhor definição que já encontrei.

As fortalezas podem ser edificadas em nossasmentes de várias maneiras. O inimigo talvez nos tenhaconvencido de que a nossa cidade jamais poderá serganha para o evangelho. Ele gosta de estabelecerlimites às coisas em que cremos. É possível que umacidade seja ganha para Cristo? Podem o prefeito, osvereadores, a força policial, os advogados e osprofessores serem influenciados pelo evangelho?Naturalmente que sim! Algumas vezes tornamo-nos apenas"prisioneiros de guerra" em nossas igrejas. Satanásnão se importa se temos pouco pão e água e algunspoucos visitantes, mas fica muito perturbado quandoresolvemos influenciar a nossa cidade inteira.Precisamos armar o espetáculo de um grande escape daprisão! Em primeiro lugar, precisaremos derrubar asfortalezas construídas em nossas mentes, que sussurramque isso não pode ser feito.

Certa feita, em minha vida, ocorreu-me umasituação que parecia irreparável. Um amigo tinha feitoalgo que me havia ferido profundamente, e eu me sentitraída. As circunstâncias eram tais que parecia quenada mais poderia ser feito para solucionar oproblema. Por dois anos, eu não vi esse amigo, e nósnão falamos um com o outro. A restauração da amizadeparecia sem solução neste lado da vida. Eu nãopercebia, no momento, que havia uma fortaleza mentalque o diabo tinha conseguido construir em minha mente.

Satanás tinha-me enganado para acreditar que era urnasituação imutável. Essa fortaleza exaltava-se contra oconhecimento de Deus, o qual garante: "Tudo é possívelao que crê". Como é óbvio, por ter sido ofendida,preferi não crer na promessa de Deus. E aquele aspectode minha vida sofreu um aleijão.

Um dia, quando eu estava orando, ocorreu-me que eutinha crido em uma mentira. Pois nada é impossívelpara Deus! E comecei a buscar o Senhor quanto a umaestratégia para consertar a brecha. Eu sentia queprecisava discutir a situação com aquela pessoa eendireitar as coisas entre nós. Não foi fácil. Eucarecia de chegar a um lugar onde houvesse perdão ecura. Finalmente, entendi o que deveria fazer. Escreviuma cartinha, garantindo àquele irmão o meu amor, bemcomo eu lamentava toda aquela situação. Em adição,expliquei, de maneira não-acusadora, como eu viaaquela situação. E terminei a carta perguntando sepoderíamos conversar pelo telefone, visto que elemorava a considerável distância de mim. Depois de terrecebido a carta, aquele irmão telefonou para mim, e oamor de Deus manifestou-se tão fortemente, durante onosso diálogo, que a situação foi totalmenteremediada, e nosso relacionamento amistoso foirestaurado.

3. Fortalezas Ideológicas

Gary Kinnaman diz que as fortalezas ideológicas"envolvem uma visão global. Homens como Karl Marx,Charles Darwin e outros afetaram particularmente asidéias filosóficas e religiosas ou não-religiosas queinfluenciam a cultura e a sociedade".10

As fortalezas ideológicas são potencialmentecapazes de afetar culturas inteiras. Adolfo Hitler éum exemplo destacado desse fato. Livros sobre Hitler eo Terceiro Reich estão revelando e trazendo à tona ospoderes ocultos por detrás do Terceiro Reich, queenfeitiçaram essencialmente uma nação inteira.

Filosofias, como a do humanismo, são poderosas esedutoras. A Nova Era está em ascensão, e,provavelmente, é uma das ameaças mais sérias para ocristianismo bíblico nas nações ocidentais. Os quemilitam na Nova Era são ensinados que podem invocar opoder das forças demoníacas contra qualquer religião domundo. Estão se infiltrando rapidamente nas escolas demuitas nações, a fim de arrebatarem as mentes denossos filhos e estabelecerem suas ideologias nosgovernos locais e nacionais.

Precisamos entender que essas fortalezasideológicas são inspiradas pelas forças invisíveis dospoderes das trevas, que provocam a criação deestruturas e instituições sociais que levam avante osseus propósitos. Não podemos exagerar quandoafirmamos: Nossa luta não é contra carne e sangue. Essasfortalezas devem ser atacadas mediante uma intercessãocontínua, bem enfocada, inteligente, permanente, pelasigrejas evangélicas das nações do mundo.

A igreja trancada em suas próprias paredes tem umamentalidade que diz que não somos responsáveis porqualquer coisa que aconteça fora de nossas quatroparedes, fechando os olhos para não ver a batalha realque ocorre em nossas cidades. Muitos pastores elíderes estão atualmente despertando para perceber queestão fugindo de Satanás, em vez de combaterem contra ele!

4. Fortalezas do Ocultismo

Encaro as fortalezas do ocultismo como umaaplicação francamente maligna de muitas fortalezasideológicas.

As fortalezas do ocultismo incluem fortalezas dafeitiçaria, do satanismo e da Nova Era, que convidam aoperação dos chamados espíritos guias. Operam como"propugnadores de poder" para os espíritosterritoriais que dominam regiões geográficas.

Os espíritos territoriais que dominam uma cidadeou região são grandemente fortalecidos pelosencantamentos, maldições rituais e fetiches doocultismo, usados pelas feiticeiras, bruxos esatanistas. Os poderes das trevas que dominam alimanipulam os indivíduos envolvidos no ocultismo paraque obedeçam às suas ordens, na tentativa de destruiro poder da Igreja e do Reino de Deus em umadeterminada área. Os líderes evangélicos por muitasvezes mostram-se inconscientes quanto ao que realmenteestá sucedendo em suas cidades. Muitos pastores elíderes evangélicos vivem pessoalmente debaixo de tre-mendos ataques satânicos, e assim, ou nada percebem doque está sucedendo, ou ficam tão desanimados,desencorajados e exaustos que não podem combatercontra o assédio. Não se trata de algo que precisemostemer, mas que devemos entender e combater, lutandocontra os métodos astutos do inimigo.

Uma das maneiras que os mentores do ocultismo usamem seus ataques contra os líderes evangélicos édespachando maldições contra eles. Isso é feito pormeio de encantamentos, intercessões malignas e jejuns.Diz Ezequiel 13.18: "Assim diz o Senhor Deus: Ai dasque cosem pulseiras mágicas para todos os braços e que

fazem véus para as cabeças de pessoas de todaestatura, para caçarem as almas!" (V. R.) Dick Bernal,nosso colega da Spiritual Warfare Network, escreveu umótimo volume sobre o assunto, intitulado Curses: What TheyAre and How to Break Them.11

Não há que duvidar que a invocação de maldiçõesera praticada tanto nos dias do Antigo Testamentoquanto do Novo Testamento (por exemplo, Isaías 8.19-22; Atos 19.19). E isso também acontece hoje, quandotantos líderes evangélicos caem em pecados sexuais eem i moralidade. Os líderes evangélicos precisam deintercessores que os resguardem, mediante a oração,dessas maldições. O livro de Peter Wagner, Escudo deOração (Editora Bompastor) aborda esse assunto comgrande profundidade.

Como podemos determinar se alguém foi amaldiçoado?Eis alguns poucos dentre os sintomas possíveis:

Enfermidade e estado doentio sem uma causa natural Confusão mental (pode ser provocada pelo controle

da mente) Falta de sono Sonhos sexualmente explícitos e por demais

freqüentes Cansaço extremo Atitudes negativas inexplicáveis.

Estou cônscio de que os sintomas acima sugeridostambém podem ter outras causas. Uma maneira dedescobrir se um problema é resultante ou não de umamaldição é que quando o seu poder é quebrado, os

sintomas desaparecem rapidamente. Uma exceção a isso équando a enfermidade proveniente de uma maldiçãochegou a causar algum dano físico no corpo, quandoentão o corpo precisa ser tratado, em adição à quebrada maldição.

Uma Maldição Vinda da Argentina. Uma das tarefas quedividimos com os Generals of Intercession consiste emdiscernir e destruir as fortalezas sobre cidades. Em1990, minha amiga Dóris Wagner e eu fomos à cidade deResistência, na Argentina, a fim de orar com oslíderes evangélicos, ensinar e discernir as fortalezasespirituais que dominavam a cidade. Víctor Lorenzoreferiu-se a essa visita em seu capítulo (ver o sétimocapítulo deste livro). Um espírito territorial par-ticularmente incômodo era o San La Muerte, literalmente,Santa Morte.

Treze templos estavam espalhados pela cidade,dedicados especificamente à adoração de San La Muerte. Avida era ali tão sem esperança que as pessoasacreditavam que se adorassem San La Muerte pelo menospoderiam ter uma boa morte.

Quando voltei para casa, depois daquela jornada deoração, fui sujeitada a um pesado ataque demoníaco.Certo domingo levantei-me para ir ao culto na igreja,e, então, no meio da reunião, comecei a perder asforças no corpo. No começo simplesmente pensei que mehavia fatigado em demasia; mas progredindo o dia, eupodia perceber que alguma coisa havia de seriamenteerrado comigo. Finalmente, contei a meu marido, Mike:"Querido, chame os nossos intercessores e inicie umacorrente de orações de emergência. Sinto que estoumorrendo!" Era uma situação muito incomum. Eu nuncahavia me sentido daquela maneira, em toda a minhavida, e meu marido nunca me tinha ouvido dizer coisas

assim, antes daquela ocasião. Visto que ele me amamuito, imediatamente chamou os intercessores daGenerals of Intercession, para que entrassem em ação.Depois de cerca de uma hora, eu podia dizer que amaldição havia sido anulada. No dia seguinte eu mesentia totalmente recuperada e forte.

Depois que me recuperei, algo ficou realmente meperturbando a mente. Que direito tinha uma maldiçãopara atingir-me? Diz a Bíblia em Provérbios 26.2:"...a maldição sem causa não virá". Isso levou-me àconclusão de que deveria haver algum buraco em minhaarmadura. Continuando eu dedicada à oração, o Senhorfez-me lembrar de uma chamada telefônica que eu haviarecebido no dia anterior, de alguém a quem muitoestimo. Essa pessoa dissera-me que eu estavatotalmente errada por estar ensinando como fazerguerra espiritual, e que eu precisava desistir.

Deus mostrou-me que quando aquilo me ofendera, eunão tinha perdoado aquela pessoa. Na oportunidade eunem havia pensado em perdoar, mas agora, de súbito,percebi ser aquilo uma verdade! Havia pecado guardadoem meu coração. Imediatamente perdoei e busquei doisamigos crentes para pedir que orassem comigo, para queo Senhor curasse o meu coração partido. No diaseguinte, a pessoa que me tinha ofendido tornou atelefonar para mim e me pediu que a perdoasse. Aquelapessoa simplesmente havia sido usada como instrumentodo inimigo, mas agora se tinha arrependidoprofundamente, tal como eu havia feito, ao mostraraquela atitude indisposta a perdoar.

5. Fortalezas Sociais

Uma fortaleza social é a opressão que se instalasobre uma cidade onde a injustiça social, o racismo ea pobreza — com os problemas conseqüentes — levam aspessoas a acreditarem que Deus não cuida dasnecessidades delas.

A Igreja está acordando lentamente para a suaresponsabilidade de atirar-se contra esse tipo defortaleza. Estudiosos como Walter Wink e Ron Sider sãopioneiros nesse terreno. O trecho de Romanos 12.21fornece-nos os princípios bíblicos para que possamosreagir devidamente: "Não te deixes vencer do mal, masvence o mal com o bem".

As maneiras de demolir essa fortaleza são fazerdoações aos pobres, abrigar aqueles que não têm ondemorar, reconciliar as raças e vestir aqueles quepadecem necessidades. Jesus quer que nos iden-tifiquemos com os pobres e oprimidos, engajando-nos emqualquer tipo de ação social e política que pudermos,usando as armas espirituais do arrependimento e daintercessão. Essa demonstração do amor de Deus époderosa para debilitar o inimigo.

6. Fortalezas Entre Uma Cidade e a Igreja

Satanás tem conseguido enfiar cunhas entre aIgreja e as cidades, o que serve para criar amentalidade que diz: "Nós estamos contra eles". AIgreja, amiudadas vezes, vê o governo da cidade comoum inimigo, e a cidade com freqüência encara a Igrejasob uma luz negativa. Essa fortaleza só pode ser

derrubada quando a Igreja aprende a ser uma bênçãopara a cidade.

A Igreja deveria ser uma das primeirasinstituições para a qual os líderes de uma cidadedeveriam voltar-se em tempos perturbados. Em vezdisso, é a última coisa a que tais líderes apelam; epor muitas vezes nunca entram em contato com ela. Paraque comece a haver boas relações com suas cidades,algumas igrejas oferecem banquetes aos membros dapolícia local, ou fazem doações especiais à cidade, oupatrocinam projetos que abençoam a cidade, como doarparques para os poucos privilegiados.

A comunidade comercial de uma cidade por muitasvezes considera que os crentes são as pessoas maismiseráveis e sovinas que se pode encontrar. Muitasgarçonetes não apreciam os crentes porque eles sequeixam muito e dão gorjetas extremamente pequenas.Não podemos esquecer que somos a única Bíblia quemuitas pessoas conseguem ler.

Algumas igrejas envergonham suas cidades devidoaos pecados de seus líderes, ou por se tornarem umembaraço para a sua comunidade. Talvez alguns pastoresdeveriam ir falar com os líderes da cidade,arrependidos das iniqüidades de suas igrejas, naquiloque diz respeito à cidade. A disposição de manter boasrelações entre a igreja e a cidade derruba asfortalezas de Satanás nas mentes dos líderes de umacidade, além de entravar a capacidade deles de nosacusarem diante dos habitantes.

7. Sedes Satânicas

Uma sede satânica é uma localização geográfica queé altamente oprimida e controlada demoniacamente poralguma potestade das trevas. A partir daquela sededemoníaca o inimigo declara guerra à cidade ou naçãoonde se encontra.

Em Apocalipse 2.13, a Bíblia refere-se a esse tipode fortaleza espiritual, que existia na cidade dePérgamo. Parece que o Senhor nos estava procurandorevelar a estratégia empregada para edificar for-talezas para a adoração de demônios (como se fossemdeuses), em certas regiões do mundo.

A Igreja de Deus é como uma hidrelétrica em umanação, que visa a destruir as obras do maligno.Agora ela está despertando para a arma mais po-derosa de seu arsenal — a unidade.

A cidade de La Plata, na Argentina, é uma sede deSatanás no que toca à maçonaria. A cidade inteira foiconstruída como se fosse um templo para a adoração dosespíritos ligados à maçonaria. As ruas foram traçadasde acordo com os símbolos da maçonaria, em padrões dediagonais e praças, a cada seis ruas. O capítuloescrito por Victor Lorenzo detalha o mapeamentoespiritual dessa sede de Satanás (ver o sétimocapítulo deste livro).

8. Fortalezas do Sectarismo

As fortalezas do sectarismo causam divisões entreas igrejas, orgulho nas doutrinas e crenças, eidolatria de denominações ou sistemas particulares decrenças, que levam as igrejas atingidas a se isolaremdo resto do Corpo de Cristo.

A definição que os dicionários nos dão acerca deum sectarista é: "Alguém caracterizado por algumponto-de-vista estreito ou faccioso; de um corporeligioso cismático, bitolado".

Acredito que as fortalezas do sectarismo são asfortalezas mais críticas e perigosas. A Bíblia diz queuma casa dividida contra si mesma não pode subsistir(ver Mc 3.25). Muitas igrejas estão divididas. Satanástem enviado os seus melhores guerrilheiros espirituaispara acabar com a unidade entre amigos sob o mesmopacto, e, em alguns casos, tem levado a palma davitória em alguns entreveros em nossas cidades; masnão conseguirá ganhar a guerra — isso nuncaacontecerá!

A Igreja de Deus é a hidrelétrica de Deus nasnações, que visa a destruir as obras do maligno. Agoraela está despertando para a mais poderosa arma de seuarsenal — a unidade.

Essa não é nenhuma mensagem nova para a Igreja.Ela vem sendo pregada faz anos. Tenho uma teoria quediz respeito à nossa incapacidade de obter uma unidadeinterdenominacional há mais tempo: Estávamos tãoocupados, brigando dentro de nossas próprias de-nominações, que não podíamos manusear quaisquer novasvariáveis adicionadas à nossa situação.

A unidade torna-se crítica quando buscamos tomaras terras prometidas de nossas cidades. Vamos examinaro padrão que foi usado na conquista da TerraPrometida, e que nos foi dado no livro de Josué:

A. Todas as tribos entraram juntas. Que são essastribos atualmente? A tribo dos batistas, a tribo dosnazarenos, dos pentecostais, dos congregacionais, doscarismáticos, e assim por diante.

B. Todas as tribos entraram ao mesmo tempo. Issofoi necessário porque cada tribo tinha certashabilidades necessárias para a conquista doterritório.

Eu costumava ser ingênua o bastante para pensarque o diabo é que havia inventado as diversasdenominações. Somente a minha própria denominaçãoevangélica poderia trazer o reavivamento. Quando todosse tornassem idênticos a nós, então, sim, Deus poderiacomeçar a operar. Eu nem sabia que em mim havia umafortaleza do sectarismo. Foi então que acabei passandopara a renovação carismática, e cheguei a pensar quenós éramos aqueles que poderíamos trazer oreavivamento, e que todos os outros grupos evangélicosperderiam essa bênção. Finalmente, porém, o Senhorcomeçou a convencer-me de meu sectarismo.

C. Os sacerdotes iam à frente, levando a arca daaliança. Notemos que a água não se dividiu enquanto umlíder de cada tribo também não foi com a arca, atédentro do rio Jordão (ver Js 3.9-17). Por muitasvezes, os membros das congregações dispõem-se mais àunidade do que os seus líderes; mas é essencial que oslíderes dêem o exemplo. Várias razões possíveis para afalta de disposição para a unidade, por parte doslíderes evangélicos, são estas:

Orgulho doutrinário Temor da rejeição Idolatria quanto à denominação ou movimento Temor de perder os membros Exaustão devido a outras demandas ministeriais.

Uma das maneiras pelas quais o Senhor acabou com aminha fortaleza sectária foi fazer-me pensar sobre adoutrina eterna. Talvez você não tenha pensado sobre adoutrina eterna antes desta ocasião; e, por essemotivo, permita-me fazer-lhe uma pergunta: Quando vocêestiver diante do trono e Deus, o que ele haverá deperguntar acerca do que você creu? Será que eleperguntará se você foi batizado, ou se você participouda Ceia do Senhor? Será que ele perguntará se vocêrecebeu dons do Espírito? Ou será que ele perguntaráse você falou em línguas?

Não penso desse modo. Quando ele examinar o seunome no Livro da Vida do Cordeiro, o mais provável éque ele indague: "Você nasceu do alto? Você foi lavadono sangue do Cordeiro?" Essa é a doutrina eterna. Asfortalezas do sectarismo nos deixam cegos para essasrealidades.

9. Fortalezas da Iniqüidade

As fortalezas da iniqüidade derivam-se dos pecadosdos pais que produzem iniqüidades ou fraquezas paracom certos tipos de pecado, nas gerações seguintes.

Minha compreensão inicial a esse respeito ocorreuquanto tive de tratar com iniqüidades pessoais quepassam de uma geração para outra. Mais tarde, chegueia entender que essas iniqüidades também operam emculturas e acabam escravizando, algumas vezes chegandoa amaldiçoar nações inteiras, devido aos pecados deseus fundadores. E essas fortalezas também afetamdenominações e igrejas, onde os pecados dos líderestornam-se fortalezas ou iniqüidades nas geraçõessucessivas daquelas denominações ou igrejas. Pois issopode escancarar a porta para poderes demoníacos quefaçam esses pecados entrarem numa igreja. Mas essasiniqüidades com freqüência ficam escondidas por meiodas tradições eclesiásticas.

A fortaleza do tradicionalismo pode produzir olegalismo. As culturas que têm suas raízes naveneração dos ancestrais mostram-se especialmentesusceptíveis a isso. Certa igreja em outro país re-cusou-se a permitir que se escavasse o terreno emvolta de uma gigantesca árvore apodrecida, para queesta fosse arrancada e cedesse lugar a um novoedifício, porque o fundador da igreja tinha plantadoaquela árvore noventa anos antes. Esse tipo delegalismo deixou os membros daquela igreja vulneráveisdiante da servidão aos demônios.

Outra igreja era conhecida por sua história depecado sexual. Os pastores e demais líderesarrependeram-se desses pecados na vida da igrejadeles. Chegaram mesmo a remover a pedra de esquina deseu templo, que fora lançada pelo pastor que tinhacometido um sério pecado de natureza sexual. Puseramno lugar dela uma nova pedra de esquina, em nome deJesus. Então ordenaram que toda contaminação e pecadodo fundador de sua igreja fossem quebrados. Em

resultado, eles conseguiram anular o poder do pecadosexual em sua igreja. E a atmosfera espiritual mudou.

As nações também cometem iniqüidades. Os pecadosdos fundadores de uma nação e os habitantes daquelanação podem atrair o juízo divino contra ela. Muitoscrentes de hoje estão orando as Escrituras, com baseem 2 Crônicas 7.14: "Se o meu povo, que se chama pelomeu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face,e se converter dos seus maus caminhos, então euouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados, e sarareia sua terra".

"Sararei a sua terra." Esse é um conceito bíblicointeressante. Daniel compreendeu bem essa questão,quando estava orando e clamando a Deus como segue:"Pecamos, e cometemos iniqüidade..." (Dn 9.5).

Neemias confessou ao Senhor: "Também eu e a casade meu pai pecamos" (Ne 1.6). E ele também confessouos pecados de Israel, sua nação.

Os pecados das nações podem produzir fortalezasespirituais de âmbito nacional, e estas afetam muitosaspectos da cultura do povo que vive naquele país.Esses pecados também podem dar aos poderes demoníacosterritoriais o direito legal de demonizarem a culturadaquela nação.

Em coisas assim é que consistem as portas doinferno. Poderemos postar-nos de pé na esquina de umarua, o dia inteiro, gritando para que o diabo abandonea nossa cidade. Mas estaremos agindo por pura pre-sunção e apenas fazendo barulho, se Satanás tiver odireito legal de governar, mediante os pecados doshabitantes daquela cidade.

Quais são os pecados nacionais capazes de produzirfortalezas espirituais? Como podemos descobrir as

iniqüidades de uma nação? Quais passos devemos tomarem oração, a fim de abandonarmos os nossos caminhosímpios e quebrar as iniqüidades que escravizam asnossas nações? Essas são perguntas fundamentais em ummapeamento espiritual. Algumas das respostas serãodescritas, detalhadamente, na segunda seção destelivro.

Perguntas para refletir

1. Cindy Jacobs acredita que a inundação parou nacidade de Rosário, Argentina, porque, através daoração, foi suspensa uma maldição que pairava sobre acidade. Você concorda? Por quê?2. Temos sido ensinados que "ver é crer". Fale sobrealgumas das falácias dessa afirmação, à luz dopresente capítulo.3. Cindy Jacobs explica que há nove tipos diferentesde fortalezas espirituais. Procure verbalizar o que éuma fortaleza espiritual, em um sentido geral. Comovocê explicaria isso a um amigo?4. Leia em voz alta os nomes dos nove tipos defortaleza espiritual. Quantas delas você pode aplicarà sua própria cidade? Descreva aquelas que melhor seaplicam a ela, de acordo com o seu conhecimento dascoisas.5. Haverá alguma fortaleza de sectarismo em suacidade? Nesse caso, quais passos concretos podem sertomados, nos próximos seis meses, para enfraquecê-la?

Notas

1. "Delta Floods Stable", Buenos Aires Herald, domingo, 28de junho de 1992,p.4.2. OTIS, JR., George. The Last of the Giants. Tarrytown, NI,Chosen Books, 1991. p. 85.3. KRAFT, Charles. Christianity With Power. Ann Arbor, MI,Servant Publications, 1989. p. 24.4. ARNOLD, Clinton. Powers of Darkness. Downers Grove, IL,InterVarsity Press, 1992. p. 97. Ver também Ephesians:Power and Magic. Grand Rapids, MI, Baker Book House, 1992.5. KROEGER, Richard Clark & KROEGER, Catherine Clark. ISuffer Not a Woman. Grand Rapids, MI, Baker Book House. p.53, 4.6. GARRETT, Susan R. The Demise of the Devil. Minneapolis, MN,Fortress Press, 1989.7. ROBB, John. Focus! The Power of People GroupThinking. Monróvia, CA, MARC, 1989.8. KANNAMAN, Gary. Overcoming the Dominion of Darkness.Tarrytown, NI, Chosen Books, 1990. p. 54, 56-8.9. SILVOSO, Edgardo (extraído de um memorando paraapoiadores e amigos sobre o "Plano Resistência"), 15de setembro de 1990, p. 3.10. KANNAMAN, p. 162 e 13.11. BERNAL, Dick. Curses: What They Are and How to Break Them(Companion Press, Box 351, Shippensburgo, PA 17257-0351).

4. MAPEAMENTO ESPIRITUAL PARA ORAÇÃO DEAÇÃO PROFÉTICA

Por Kjell Sjöberg

Kjell Sjöberg durante anos tem sido reconhecido como pioneiro daguerra espiritual em nível estratégico. Depois de ter sido líder dosIntercessores pela Suécia durante dez anos, ele tem trabalhado emmuitas nações do mundo, a fim de ensinar seminários avançados sobre aoração e para liderar equipes de oração. Autor do livro Winning thePrayer War (Sovereign World), Kjell (que se pronuncia "xel") é também ocoordenador nacional da Suécia da Spiritual Warfare Network da A.D.2000 United Prayer Track.

"Mapeamento espiritual" é uma expressão que foicunhada para cobrir a pesquisa que fazemos antes da-quilo que gosto de chamar de "oração de ação". Como éóbvio, quando oramos, podemos fazê-lo com maioreficiência se estivermos bem informados.

UM POVO QUE ORA BEM INFORMADO

Um intercessor que é meu amigo, também é homem denegócios. Ele teve a oportunidade de ter um encontrocom o nosso primeiro-ministro, a fim de apresentar-lheum projeto industrial. Ele chegou bem munido comdocumentação, estando pronto para responder a qualquerpergunta de natureza técnica ou econômica que oprimeiro-ministro lhe quisesse dirigir.

Pouco tempo depois, esse amigo estava buscando aoSenhor, dentro da área da oração. Ele sentiu que oSenhor falava com ele e lhe dirigia algumas perguntas:

"Lembras-te de quando visitaste o teu primeiro-ministro? Como foi que te preparaste para aquelaentrevista? E hoje estás buscando a minha face sobreuma questão muito importante. Eu sou o Rei dos reis.Quanto te tens preparado para estares bem informadosobre a área que agora me estás apresentando?" Meuamigo confessou com honestidade: "Não me preparei damesma maneira como o fiz para ir falar com o primeiro-ministro". Ele sentiu que o Senhor lhe dizia: "Entãovolta em outra ocasião, quando estiveres melhorpreparado, porque antes que eu te responda a tuaoração, quero que estejas plenamente informado".

Os intercessores evangélicos lêem jornais eassistem ao noticiário pela televisão, e dali recebemresponsabilidades específicas de oração. A maioria dosintercessores anela por seguir as notícias, porquantoas respostas às suas orações com freqüência figuram naprimeira página dos jornais. Portanto, costumodesafiar os intercessores que assumemresponsabilidades pelas cidades ou nações para que sefaçam tão bem informados como um delegado de políciaou o editor de um jornal.

Houve um tempo em que os Intercessores pelaSuécia, o ministério ao qual sirvo, contavam com um"gabinete nas sombras", formado por homens e mulheresque tinham por responsabilidade cuidar de cada pastaministerial do governo. Eles eram nomeados comovigilantes responsáveis para prover informações paraaqueles que estavam orando pela nação. Um deles eraresponsável pela ecologia, outro pela indústria e ocomércio, um terceiro pela agricultura, e assim pordiante.

Podemos orar no espírito e obter informações daparte do Espírito Santo, mas também devemos orar com o

nosso entendimento. O conceito básico do mapeamentoespiritual é que precisamos estar o mais beminformados que nos for possível, quando estivermosorando.

PESSOAS COM O DOM DO MAPEAMENTO

Quando seleciono os membros de minha equipe parauma dada oração de ação, procuro reunir pessoasdotadas de certa variedade de dons espirituais. Umpastor torna-se necessário entre os guerreiros deoração, alguém que se responsabilize pela nossaproteção e que cuide dos fracos, dos cansados e dosferidos. Há outros que foram espiritualmente dotadospara fazer mapeamento espiritual. Sempre disponho deum ousado espião espiritual em minha equipe.

Certa feita, quando um congresso mundial doespiritismo foi efetuado na Suécia, nosso espião-em-chefe sentiu-se levado a matricular-se como delegado.Ao mesmo tempo, ele convocou uma conferência deoração, em uma igreja das proximidades. Elefreqüentava as sessões do congresso espírita, recolhiainformações e, então, ia até à igreja evangélica, parainformar os intercessores, que usavam as informaçõesna guerra espiritual. E o congresso espírita terminousendo um fracasso e um desastre econômico.

Não recomendo que todos façam o que ele fez. Ele éum daqueles poucos que possui tais dons e chamadadivina. Sem a orientação divina, essas atividadespodem ser presunçosas e perigosas.

A fim de espionar uma sociedade sueca que estátentando reviver a antiga religião dos vikings, e está

adorando os deuses Asas, esse mesmo intercessor espiãotornou-se membro daquela sociedade. Naturalmente, elenão usou o seu verdadeiro nome. À sua porta havia duasplacas intercambiáveis, com nomes diferentes. Ele estásempre bem informado acerca das atividades de gruposcomo a Nova Era e os satanistas, e sempre mete o narizem suas atividades, a fim de acompanhar as informaçõesde que precisam os guerreiros de oração.

Atualmente, quando temos uma conferência de oraçãoou estamos planejando uma oração de ação, usualmentetemos um papel de pesquisas preparado de antemão e quetrata da história da cidade da perspectiva espiritual.E isso fornece aos guerreiros de oração umacompreensão mais ampla sobre o campo de batalha naqual estejam pelejando.

MAPEAMENTO ESPIRITUAL EM BERGSLAGEN, SUÉCIA

Existe uma área da Suécia chamada Bergslagen, ondeo número de membros das igrejas estavam diminuindo, eonde muitos deles estavam desempregados. Houve adecisão de fechar a fundição de ferro, ondetrabalhavam cerca de seiscentos operários. Um domingoà noite, a cidade inteira de Gränsberg protestou,apagando todas as lâmpadas elétricas nas casas, nasruas e nas lojas. O noticiário pela televisão mostrouuma cidade inteiramente às escuras. Foi uma demons-tração de desesperança — como se os habitantes nãovissem futuro para a sua cidade. O preço daspropriedades desabou e se tornou quase impossívelvender uma casa.

Na ocasião, resolvemos iniciar uma guerra deoração por seis meses, e terminar a nossa campanha de

oração com um fim de semana de proclamações vitoriosasde esperança quanto ao futuro. Meu amigo, LarsWiderberg, o espião de nosso time de oração, fez omapeamento espiritual e descobriu que havia quinzecentros da Nova Era naquela área. De cada vez, atravésda história, em que a liberdade de nossa nação se viuameaçada, os fazendeiros de Bergslagen é que setornavam os guerreiros da liberdade que salvavam opaís. Bergslagen era o berço da indústria sueca, masagora estava caindo no olvido.

A primeira fábrica da história da Suécia, naoportunidade, estava ocupada por uma comunidade ligadaà Findhorn Foundation, da Inglaterra, que confessa queLúcifer é a sua fonte de poder. Para os outros,parecíamos como um grupo ocupado em agradávelconversação; mas nós estávamos olhando nos olhos unsdos outros, enquanto proclamávamos o Senhorio de Jesussobre a comunidade. Dois meses mais tarde, quatromembros daquela comunidade aceitaram o Senhor Jesus eforam cheios do Espírito Santo. O Senhor deu-nos assimos despojos de nossa oração de ação.

Lars também descobriu que na região e Bergslagenvivia um médium espírita que se declarava canal doespírito de Jambres, um egípcio que viveu três milanos passados. Então organizamos um ônibus de oração,cheio de intercessores, e paramos do lado de fora decada centro da Nova Era da cidade, a fim de orarmos. Oônibus de oração também parou fora de cada prefeiturada região. E ali oramos para que a liderança políticalocal recebesse sabedoria, da parte de Deus, pararesolver os problemas de desemprego da região. Oramostambém para que usassem os fundos públicos de maneirasábia e honesta e desfechamos guerra espiritual contrao espírito de Jambres. Jambres foi um dos mágicos

egípcios que resistiu a Moisés e a Arão, na tentativade impedir que o povo de Israel saísse do Egito.

Enfrentamos uma batalha renhida, e houve umperíodo de pesada oposição por parte da imprensalocal, que não podia compreender a nossa ousadia naproclamação de um novo dia para Bergslagen. Naquelanoite, quando desafiamos diretamente o espírito deJambres, a oposição começou e aumentou até ao fim desemana, quando proclamamos um novo dia paraBergslagen. A oposição levou-nos a acreditar quetínhamos acertado bem no alvo. É bem possível queJambres fosse o espírito territorial que dominava todaaquela região.

No dia seguinte ao da proclamação da vitória, ogoverno concedeu um bilhão de coroas suecas (150milhões de dólares norte-americanos), para seremempregadas em toda aquela área. Imediatamente subiramos preços das propriedades, ao mesmo tempo que caía ataxa de desemprego. A fundição realmente cerrou asportas, mas todos os operários conseguiram novascolocações. Nossa oração de ação atraiu pastores eigrejas para se unirem, e eles continuaram orandojuntos. Quando a imprensa noticiou as transformaçõeshavidas na área, eles usaram as mesmas palavras quehavíamos usado em nossas proclamações de oração, postoque não tivessem destacado a relação de causa eefeito.

A ORAÇÃO E A GEOGRAFIA

A oração tem uma dimensão geográfica, pelo quemuitos intercessores experientes interessam-se pormapas. As paredes de minha sala de orações estão

recobertas de mapas. Em uma das paredes há um mapa domundo; em outra, há um gigantesco mapa da cidade deEstocolmo. Tenho sido encorajado por alguns de meusamigos, que também dispõem de mapas nas paredes deseus gabinetes de oração. Por muitas vezes, fico de pédefronte do mapa do mundo, quando estou orando.

Quando eu era jovem, Watchman Nee abriu os meusolhos para a dimensão geográfica da oração, através deseu livro, O Ministério de Oração da Igreja. 1

Ao ensinar-nos a orar, "venha o teu reino", oSenhor estava dizendo que há um Reino de Deus nocéu, mas não neste mundo, pelo que devemos orarpara que Deus amplie as fronteiras do Reino doscéus para que atinja esta terra. Na Bíblia, o Reinode Deus aparece em termos geográficos, como tambémem termos históricos. A história é uma questão detempo, ao passo que a geografia é uma questão deespaço. De acordo com as Escrituras, o fatorgeográfico do Reino de Deus ultrapassa de seu fatorhistórico. Disse o Senhor Jesus: "Mas, se euexpulso os demônios pelo Espírito de Deus, éconseguintemente chegado a vós o reino de Deus" (Mt12.28). Vemos aí um problema histórico? Não, masvê-se nisso uma questão geográfica. Onde quer que oFilho de Deus expulse demônios pelo Espírito deDeus, aí está o Reino de Deus. Portanto, duranteeste período de tempo, o Reino de Deus é maisgeográfico do que histórico. Se o nosso conceito doReino for somente histórico, teremos percebidoapenas um de seus lados, e não o Reino em suainteireza.

O Senhor está chamando intercessores para queassumam responsabilidade por cidades, nações e gruposétnicos. As fronteiras geográficas mostram-nos as

nossas áreas de responsabilidade. De acordo com otrecho de Atos 17.26, 27, o Senhor determinou oslimites da habitação dos seres humanos, a fim de quebusquemos o Senhor dentro dessas fronteiras. Temosenviado equipes de oração que orem ao longo dasfronteiras da Suécia. Dividimos a costa marítima emcinqüenta segmentos e pedimos a alguma igreja ou grupode oração que caminhe ou viaje ao longo dessa porçãodos limites do país e ore.

Algumas vezes temos estado de pé nos limites deáreas fechadas para o evangelho, e temos orado paraque as nações abram as suas portas. Por duas vezes,antes de o regime comunista cair na Albânia, dirigiequipes de oração que oraram nas fronteiras daquelepaís. Outros ocuparam-se em orações de açãosemelhantes. Antes de a Dinamarca ter o seu referendo,quando a maioria votou em favor do acordo deMaastrich, com vistas a uma união européia, osintercessores fizeram passeios de oração ao longo dafronteira entre a Alemanha e a Dinamarca, porquantosentiam que esse acordo seria um retrocesso para oevangelho.

A GEOGRAFIA ESPIRITUAL NA BÍBLIA

A Bíblia empresta importância espiritual especiala certas localidades geográficas. Para exemplificar, oSenhor designou uma importância geográfica ímpar àTerra Prometida, muito diferente daquilo que vemos nosmapas ordinários. Seis cidades foram escolhidas comocidades de refúgio. Quarenta e oito cidades foramdadas aos sacerdotes e aos levitas. Quando entraram naTerra Prometida, os filhos de Israel deveriam procurar

o lugar onde o Senhor tinha escolhido para pôr o seunome, para ali habitar. Davi descobriu que esse lugarera a cidade de Jerusalém. Em algumas áreasgeográficas foram proclamadas bênçãos especiais, comoquando Moisés abençoou os descendentes de José,dizendo: "Bendita do Senhor seja a sua terra, com omais excelente dos céus, com o orvalho, e com o abismoque jaz abaixo, e com as mais excelentes novidades dosol... e com o mais excelente dos outeiros eternos"(Dt 33.13-15).

Quando estava a atravessar a fronteira, vieram-lheao encontro anjos de Deus. E ele exclamou: "Este é oexército de Deus". Por essa razão, ele deu nome àquelelugar de Maanaim, que significa "dois exércitos" (verGn 32.1, 2). Outro trecho da fronteira foi chamado deMizpá, que significa "vigia". Labão asseverou: "Vigieo Senhor entre mim e ti, quando estivermos apartadosum do outro" (Gn 31.49, V. R.). E Jacó afirmou quepara além daquela coluna ninguém passaria com másintenções contra o outro (ver Gn 31.48-53).

Samuel levantou uma pedra na fronteira com osfilisteus, depois de havê-los derrotado. "...e chamouo seu nome Ebenézer; e disse: Até aqui nos ajudou oSenhor". E assim os filisteus foram subjugados, enunca mais tentaram qualquer incursão no território deIsrael (ver 1 Sm 7.12, 13).

A GEOGRAFIA SAGRADA E O PLANEJAMENTO DE CIDADES

PELO OCULTISMO

O antropólogo norte-americano Johan Reinhard fezum extenso estudo sobre as montanhas dos Andes, no

Peru e na Bolívia. Ao publicar seus achados na revistaNational Geographic, concluiu ele: "A paisagem não é apenasuma região de impressionante topografia, mas realmenteé um complexo mapa religioso. As montanhas são marcosespirituais, prenhes de significação mágica".2

Reinhard asseverou que as montanhas sagradas estãoligadas umas às outras sob o Illimani, a divindadeprincipal das montanhas, o qual classificaríamos comoum espírito territorial. O artigo é ilustrado commapas dos montes e lagos sagrados da cadeia dos Andes.Acerca de Machu Picchu, o berço do império inca, disseReinhard: "A localização de Machu Picchu permite umacombinação de geografia sagrada e de alinhamentosastronômicos, talvez sem igual nos Andes".3

Fico espiritualmente alerta quando leio sobre osrios, lagos, fontes, florestas, parques, cidades emontes sagrados. Dizem as Escrituras: "Os montestrarão paz ao povo, e os outeiros justiça" (Sl 72.3).Satanás pretende bloquear o fluxo de bênçãos que Deustenciona dar por meio de sua criação, razão pela qualatrai tantas pessoas para adorarem locais geográficos.Todavia, temos visto irrompimentos e uma atmosferadiferentes, depois de declararmos guerra espiritual emlugares que tenham sido dedicados aos demônios.

Quando fazemos mapeamento espiritual, por muitasvezes descobrimos planejamentos de cidades por meio doocultismo, cujas raízes se acham na Babilônia e noEgito. Isso está ocorrendo em cidades e subúrbiosrecém construídos, como aquilo que Víctor Lorenzodescreveu no capítulo sete deste livro. Na cidade deBabilônia, os portões da cidade eram dedicados aosdeuses da cidade, e um zigurate foi erigido bem nomeio da cidade. Em muitas capitais e cidades no mundo,encontramos obeliscos que, algumas vezes, são

construídos no ponto zero, de onde são medidas todasas distâncias. Um obelisco é um símbolo fálico damaçonaria, vinculado à fertilidade e tendo um formatoque era sagrado desde a remota Antigüidade, ao deus-sol dos egípcios, Rá ou Ré. Os obeliscos e os postestótemes eram erigidos como marcos, nos distritos dosdeuses a eles dedicados.

A Meditação Transcendental está edificando naSuécia uma vila-modelo, em Skokloster, sob a direçãode Maharishi, e de acordo com a arquitetura hinduvédica, chamada Sthapatya-Veda, a ciência do meio ambienteperfeito para a vida. Essa ciência assegura que ascasas deveriam saudar o sol, pelo que todas as suasentradas deveriam estar voltadas para o leste. Porigual modo, todas as casas e ruas deveriam seredificadas formando uma espécie de tabuleiro, que sealinhe com certas linhas e pontos de poder, de modo anão perturbar o fluxo de energias psíquicas. A vilaestá sendo edificada como centro de meditação bem nomeio, e cada casa dispõe de uma pequena torre demeditação.

ORAÇÕES DE ATOS PROFÉTICOS

As orações de atos proféticos só são efetuadas porordem do Senhor, no tempo perfeito determinado porele, de acordo com a estratégia que o Senhor tiverrevelado a uma equipe de oração.

Antes que Gideão contasse com o seu exército detrezentos guerreiros escolhidos, ele usou uma pequenaforça de espionagem de dez homens, em uma dasprimeiras histórias de ação guerrilheira do mundo.Gideão obedeceu à ordem do Senhor, dada durante a

noite, e tomou dez de seus homens para derrubar oaltar de seu pai, consagrado a Baal, tendo derrubado oposte-ídolo ao lado dele, para em seguida edificar umtipo de altar apropriado ao Senhor, no mesmo lugar(ver Jz 6.25-27). Foi uma oração de ação divinamentedeterminada.

Elias é um grande exemplo para os intercessores.Veio a palavra do Senhor a Elias, dizendo: "Levanta-te, desce para encontrar-te com Acabe, rei deIsrael... Eis que está na vinha de Nabote..." (1 Rs21.17, 18). Elias foi ao encontro de Acabe, exatamentequando ele ia tomar posse da vinha, depois que Nabotehavia sido assassinado. Por igual modo, o Senhor nosestá dando tarefas divinas para que sejam cumpridas nolugar preciso, combatendo o mal nos lugares elevados.

Parte do mapeamento espiritual consiste em pedir doSenhor palavras e visões proféticas em prol deigreja, cidades e nações... Deus levantaintercessores que cooperem com ele, precisamentequando estão prestes a ocorrer mudanças quepoderiam abrir uma nação para o evangelho.

As orações de ação profética estão especificamenteligadas às equipes de oração que são enviadas àslinhas de fronteira de nações fechadas ao evangelho.Essas equipes viajam até povos não alcançados, apaíses muçulmanos, a áreas de desastres naturais, aosquartéis-generais do inimigo, às fortalezas dasriquezas materiais e a lugares a que até mesmo anjosnão gostam de ir.

As orações de ação profética com freqüência sãogeradas por grupos que se reúnem sobre bases regularespara intercederem por cidades e nações. Orações

contínuas em favor de cidades e nações formam uma basepoderosa de onde nascem orações de ação profética,quando o Senhor fala com o grupo. Em seguida, umaequipe menor é, com freqüência, escolhida e enviada emjornadas de oração ou outras tarefas.

Como líder de uma equipe de oração, acredito queDeus me tem como responsável pela proteção dosintercessores de minha equipe. Sempre pergunto a mimmesmo: Até onde poderemos avançar? Para o que o povoestá preparado? Que prazo Deus está determinando paranós? Meus intercessores serão maduros no Espírito osuficiente para entender as coisas que estamos prestesa fazer? Deus nos mostra muitas coisas, a respeito daoração de guerra, que não seríamos sábios se asdiscutíssemos nas grandes reuniões de oração. Após umadessas reuniões mais amplas, com freqüência convocamosum número menor de crentes dotados do dom dediscernimento para que haja um intenso acompanhamento.Há ocasiões em que é prejudicial atrair a atenção dopúblico em geral ou permitir que a imprensa faça assuas coberturas e dê as notícias.

POR QUE CHAMAMOS DE "PROFÉTICAS" AS ORAÇÕES DE

AÇÃO?

Ao descobrirmos algumas orações de ação, usamos oadjetivo "profético", porquanto oramos para que umapalavra profética de Deus tenha cumprimento. Parte domapeamento espiritual consiste em pedir do Senhorpalavras e visões proféticas em prol de igrejas,cidades e nações. Os profetas da Bíblia referiram-se apalavras proféticas acerca de nações do Oriente Médio,como o Irã, o Iraque , o Líbano, a Etiópia e Israel.

Quando, recentemente, fizemos uma jornada de oraçãoprofética ao Egito, oramos pelo cumprimento docapítulo dezenove de Isaías, uma profecia dirigidacontra o Egito. Com freqüência usamos a palavraprofética como uma arma, em nossas orações.

Uma dimensão de tempo profético, na oração, tambémprecisa ser considerada. O Senhor nos está treinandopara reconhecermos a sua vontade acerca da questão detempo certo. O Senhor quer que intercessores façam-sepresentes nos pontos nevrálgicos da história, pois éele quem "muda o tempo e as estações, remove reis eestabelece reis..." (Daniel 2.21). Por conseguinte,Deus levanta intercessores que cooperem com ele,precisamente quando estão prestes a ocorrer mudançasque poderiam abrir uma nação para o evangelho. Antesque possamos começar a edificar e implantar, é misterdesarraigar, derrubar, destruir e arruinar asestruturas do império das trevas, conforme Deus dissea Jeremias (ver Jr 1.10).

Por muitas vezes, o Senhor nos tem ordenado reuniro povo de Deus para orar, em certas datas, semsabermos exatamente por qual motivo. Por três vezestemos sido levados a convocar conferências nacionaisde oração, quando os grupos da Nova Era têm efetuadosuas conferências de âmbito nacional. Começamos eterminamos ao mesmo tempo sem termos tido conhecimentoanterior acerca do programa da Nova Era; mas de algummodo intuímos que Deus queria que nos dedicássemos àoração na presença dele. Em Madri, chegamos a acumularduas conferências simultaneamente.

Em certas ocasiões, o Senhor nos tem exortado aorar quando há alguma atividade intensa de alto nívelno mundo do ocultismo. Estes são dias em que o Reinode Deus está avançando e quando novas portas se estão

abrindo para a Igreja. Mas a igreja local que dormita,enquanto Satanás mostra-se ativo, terminará deprimidae derrotada.

Motivos Para a Oração de Ação Profética

Os intercessores são convocados para servirem aosevangelistas e prepararem o caminho para a salvação dealmas. São chamados como um ministério sacerdotal parase postarem diante do Senhor como representantes dopovo crente, confessando os pecados do povo e pedindomisericórdia.

O pecado individual impede que o crente tenhacomunhão íntima com Deus. E o pecado coletivo impedeque o Espírito de Deus se manifeste em uma comunidade.O Senhor tem planejado encher a terra inteira com asua glória. Porém, no passado têm acontecido certascoisas que, infelizmente, velam a sua glória. Jesusfalou aos líderes religiosos, em Jerusalém, acerca dopecado coletivo da cidade — o pecado de aquela cidadenão ter recebido aqueles que tinham sido enviados peloSenhor. "Assim, vós mesmos testificais que sois filhosdos que mataram os profetas. Enchei vós, pois, amedida de vossos pais" (Mt 23.31, 32).

A culpa que nunca é resolvida torna-se um conviteaberto para os poderes demoníacos. Antes de podermosamarrar o valente, precisamos tratar dos pecados quetêm outorgado ao inimigo o direito legal de seinstalar em algum lugar. O diabo e seus principadosforam derrotados por Jesus, no Calvário, e não teriamsido capazes de continuar atuando se não dependessemde antigos convites feitos a eles, convites esses quenunca foram cancelados.

O profeta Oséias acusou o povo de Israel de nãoter resolvido um pecado que já vinha a duzentos ecinqüenta anos sendo cometido: "Desde os dias de Gibeápecaste, ó Israel, e nisto permaneceste..." (Os 10.9,V. R. A.).

Moisés instruiu os anciãos, quando estivessem numacidade, sobre como deveriam cuidar de algum pecadocoletivo. Depois que uma pessoa fosse achada morta nocampo, sem que se soubesse quem foi o assassino, osanciãos da cidade próxima deveriam oferecer um sa-crifício e orar: "Sê propício ao teu povo Israel, quetu, ó Senhor, resgataste, e não ponhas o sangueinocente no meio do teu povo Israel." E a intercessãoteria o seguinte efeito: "E aquele sangue lhes seráexpiado. Assim tirarás o sangue inocente do meio deti, pois farás o que é reto aos olhos do Senhor" (Dt21.8, 9).

E importante que compreendamos a diferença que sedestaca aqui entre o pecado individual e o pecadocoletivo. Quando os incrédulos se arrependem econfessam seus pecados pessoais, confiando em Jesus,eles são salvos. Ninguém mais pode tomar o lugar delese confessar os pecados deles em lugar deles. Noentanto, não sucede assim com o pecado coletivo. Osintercessores podem confessar o pecado coletivo, mesmoque não tenham participado pessoalmente dos pecadosconfessados; e, assim, alguma coisa que tenha desagra-dado a Deus pode ser removida. Quando isso sucede,Deus pode derramar o seu Santo Espírito, e, então,torna mais fácil para os incrédulos ouvirem oevangelho de Cristo, arrependerem-se de seus pecados eserem salvos. E assim que a intercessão em nívelestratégico pavimenta o caminho para que haja umevangelismo eficaz.

Esdras forneceu-nos exemplo disso. Quando eleagonizava diante de Deus, confessando os pecados deseus antepassados, clamou: "Desde os dias de nossospais até ao dia de hoje estamos em grande culpa, e porcausa das nossas iniqüidade fomos entregues, nós, osnossos reis, e os nossos sacerdotes, na mão dos reisdas terras, à espada, ao cativeiro, e ao roubo, e àconfusão de rosto, como hoje se vê" (Ed 9.7).

SETE QUESTÕES CRUCIAIS ACERCA DO MAPEAMENTO

ESPIRITUAL

Até esta altura, tenho abordado alguns dosprincípios fundamentais do mapeamento espiritual quetemos podido respigar através de anos de orações deação profética. Por meio da experiência, temos obtidoalgum discernimento sobre o tipo de pesquisa que émais valioso do que outros, para conferir orientaçãoaos pastores e intercessores, para que sejaconquistada alguma cidade ou região para Deus. Seteperguntas cruciais, que temos descoberto serem as maisúteis, têm vindo à superfície quanto ao tipo de oraçãode guerra que Deus usa mais consistentemente no quediz respeito a mim e aos meus colegas. Outrasperguntas, contudo, poderiam ser mais úteis do queessas, para aqueles que receberem outras tarefas acumprir.

1. Quais são os deuses principais da nação?

Quando o Senhor libertou o povo de Israel doEgito, disse: "...sobre todos os deuses do Egito fareijuízos; eu sou o Senhor" (Êx 12.12). Quando oramospela liberdade do povo da União Soviética, primeira-mente preparamos uma lista de seus deuses e pedimosque o Senhor julgasse todos os seus deuses. Quando voua alguma nação, usualmente procuro descobrir qual deuso presidente ou rei daquela nação costuma adorar, equais deuses são adorados pelos grandes homens denegócios.

O deus grego Hermes, cujo nome romano é Mercúrio, éhonrado em muitas nações pela comunidade empresarial.Podemos encontrar a sua estátua em algumas das grandesbolsas de valores do mundo. Hermes é protetor doshomens de negócio, dos ladrões e dos oradores. Deacordo com a mitologia grega, ele era o principal dosladrões. Por detrás de muitos ídolos existem demôniosque requerem adoração.

Estando em Tóquio, sentimo-nos impulsionados aorar diante da Bolsa de Valores, e, em nome de Jesus,removemos Hermes de sua posição de protetor dosladrões. Isso ocorreu por ocasião da cerimônia doDaijosi, descrita por Peter Wagner (ver o segundo capítulodeste livro). Depois de novembro de 1990, um caso apósoutro de corrupção foi desmascarado na Bolsa deValores de Tóquio. E ela nunca mais foi a mesma coisadesde então, em uma situação que prossegue, enquantoescrevo este livro. Deus odeia a ganância, e talvezestejamos vendo nisso um julgamento divino.

2. Quais são os altares, os lugares elevados e ostemplos ligados à adoração dos deuses dafertilidade?

Quando Abraão chegou à Terra Prometida, eleedificou um altar a Deus e invocou sobre ele o nome doSenhor (ver Gn 12.8). Erigir um altar era incluir umterritório no pacto entre Deus e o seu povo escolhido.Aquele território, por assim dizer, entrava em relaçãode pacto com o Senhor. Quando os pagãos edificamaltares aos seus deuses, eles fazem o seu territórioentrar em pacto com os ídolos e com os anjos malignosque estão por detrás desses ídolos.

Eis a maneira de tomar posse da terra: "Totalmentedestruireis todos os lugares onde as nações quepossuireis serviram os seus deuses, sobre as altasmontanhas, e sobre os outeiros, e debaixo de toda aárvore verde; e derribareis os seus altares, equebrareis as suas estátuas, e os seus bosquesqueimareis a fogo, e abatereis as imagens esculpidasdos seus deuses, e apagareis o seu nome daquele lugar"(Dt 12.2, 3). Essa é a chave para que nações sejamabertas para o evangelho. Nos tempos do NovoTestamento, fazemos isso mediante a oração de guerra.Antes de uma oração de ação profética, precisamosmapear todos os lugares altos e seus altares,dedicados a outros deuses. Também devemos pesquisarpara descobrir se eles foram reativados e estão sendousados hoje em dia por grupos que seguem as artesocultas.

3. Líderes políticos, como reis, presidentes ouchefes tribais, têm-se dedicado a algum "deus"vivo?

Isso não é tão incomum como alguns poderiampensar. O fundador de alguma nação foi exaltado paraque viesse a ser adorado como se fosse uma divindade?Temos encontrado poetas, heróis, santos e generaisnacionais elevados à posição de deuses, após a suamorte. Sempre que reis ou líderes políticos se têmtornado deuses, sendo adorados por seus súditos, elestêm tomado o lugar que pertence legitimamente a Jesus.O imperador do Japão é um exemplo disso, conformePeter Wagner salientou (ver o segundo capítulo destelivro).

Entre as tribos e nações que resistem aoevangelho, por muitas vezes achamos essa lealdade queserve de obstáculo à liberdade do evangelho. Esse é ummétodo com freqüência usado hoje em dia pelosditadores, para criarem uma falsa unidade e umaobediência cega da parte dos habitantes. Deus enviouum anjo para derrubar Herodes, que estava aceitandoadoração como se fosse um deus vivo. E, depois queesse empecilho foi removido, Lucas foi capaz deescrever: "E a palavra de Deus crescia e semultiplicava" (At 12.24).

4. Tem havido derramamento de sangue, um poluenteda terra?

Durante o reinado de Davi, a fome se instalou nopaís por três anos sucessivos. Davi buscou a face doSenhor, e o Senhor disse: "É por causa de Saul e da

sua casa sanguinária, porque matou os gibeonitas" (2Sm 21.1). Davi tratou da culpa de sangue, que estavaprovocando escassez de alimentos, segundo as normas doAntigo Testamento, e Deus respondeu às orações emfavor da terra. A colheita foi salva de posterioresdestruições.

5. Como foi lançada a pedra fundamental da cidadeou nação em pauta?

"E os que de ti procederem edificarão os lugares,antigamente assolados; e levantarás os fundamentos degeração em geração; e chamar-te-ão reparador dasroturas, e restaurador de veredas para morar" (Is58.12).

Um grupo de pesquisas estudou a história deSidnei, na Austrália, e descobriu que toda uma tribode aborígines fora varrida do mapa quando a cidade foiconstruída. Outra cidade tinha sido fundada mediantedocumentos forjados. O fundador da cidade precisarafugir quando se descobriu que aqueles que tinhamvendido aquelas terras tinham sido enganados. Em certaárea tribal foi fundada uma cidade mediante um tratadofeito com uma tribo. Mas pouco depois o tratado foiquebrado, mas aqueles que tinham violado o tratado coma tribo em foco subseqüentemente fizeram ruas seremchamadas por seus nomes. E quando as pessoas da tribopercorrem hoje em dia por aquelas ruas, são lembradasdas pessoas desonestas que as iludiram.

Aalborg, na Dinamarca, foi originalmente fundadacomo um mercado de escravos, onde os vikings podiamvender seus prisioneiros de guerra como escravos. Umacidade fundada em cima de tanto sangue e crime

naturalmente está debaixo de uma maldição. Não admiraque as igrejas não possam crescer em um soloamaldiçoado ou que algum anjo negro de Satanás tenhapodido estabelecer ali o seu trono, desde o começo dacidade. Disse o Senhor por meio de Ezequiel: "Derriba-rei a parede que rebocastes de cal não adubada, edarei com ela por terra, e o seu fundamento sedescobrirá..." (Ez 13.14). Por intermédio domapeamento espiritual, o Senhor está hoje deixandodesnudos os alicerces, conforme Víctor Lorenzodemonstra acerca de La Plata, Argentina (ver o sétimocapítulo deste livro).

6. Como têm sido recebidos os mensageiros de Deus?

"E, se ninguém não vos receber, nem escutar asvossas palavras, saindo daquela casa ou cidade, sacudio pó dos vossos pés" (Mt 10.14). Esse ato fará ojulgamento de Deus sobrevir a uma cidade que se mostreassim pouco acolhedora.

Um pastor de Mallakka, na Malásia, disse-me que asua igreja não crescia, e que outras igrejas da cidadetambém não cresciam. Alguma coisa estava bloqueando osseus esforços evangelísticos. Então veio um profeta daInglaterra a Mallakka, que tinha lido a história decomo o missionário católico-romano, Francisco Xavier,havia deixado a cidade de Mallakka. O povo não deuouvidos a Xavier, pelo que ele subiu a um monte eliteralmente sacudiu o pó de seus pés. O profetainglês levou um grupo de pastores de Mallakka até aomesmo monte, onde arrependeram-se em lugar dos antigoshabitantes, porque a cidade não tinha recebido umservo de Deus fazia mais de quatrocentos anos. Assim a

maldição foi interrompida e o pastor disse que apartir daquele dia a sua igreja começou a crescer.Existem outras igrejas e cidades debaixo do julgamentode Deus, por não terem recebido servos de Deus, razãopor que aquele solo é tão estéril.

7. Como foram edificadas as antigas sedes deautoridade?

O mapeamento espiritual, com vistas às orações deação profética, nos conduz a novas áreas.

Para exemplificar, em algumas nações africanas,onde já há uma elevada porcentagem de crentesnacionais, o tempo está maduro para que mais nacionaissejam postos em posições de liderança. Quando oramosem favor de eleições e de candidatos evangélicos,temos descoberto que precisamos desmantelar as antigassedes de autoridade, para que haja líderes piedosos emposições de autoridade.

Precisamos da mais elevada precisão de pontariapara atingir o inimigo, em seu ponto maisvulnerável. Na batalha, a sabedoria consiste emobter a vitória sem desperdiçar munição.

As antigas sedes de autoridade com freqüênciaforam edificadas mediante acordos com os ídolos. Oofício presidencial talvez tenha sido dedicado ao maispoderoso espírito territorial do presente, como tambémaos mortos — seus ancestrais. Desse modo, uma sede depoder foi dedicada a um deus após outro, e todos elestêm certas reivindicações sobre o ofício. Antes de umgolpe que vise a derrubar um presidente, cobras e rãs

podem ter sido sacrificadas a fim de que o golpe tenhasucesso. Talvez tenha havido conselhos de algummédico-feiticeiro, que recebeu uma nova limusineMercedes quando o golpe obtivesse bom êxito. Logo,precisamos mapear as sedes nacionais de poder, paraque possamos orar com maior eficácia. Precisamos,portanto, indagar: "Se as sedes de autoridade têmespíritos, podem elas ser identificadas?"

COMO USAMOS O MAPEAMENTO ESPIRITUAL?

O mapeamento espiritual com freqüência é usadocomo confirmação de coisas que já pudemos ver noEspírito. Uma vez que a nossa estratégia de guerraespiritual seja confirmada a partir de várias fontes,então poderemos avançar com maior ousadia. Se o Senhorrevelar-nos o nome do valente de uma cidade, isso teráde ser confirmado pelas Escrituras e pela história. Setal valente tiver estado nas imediações por centenasde anos, então certamente ele terá deixado impressasas suas pegadas na história e na geografia da cidade.E tudo quanto precisamos saber sobre o nosso inimigo esuas tropas também foi revelado na Bíblia.

Usamos o mapeamento espiritual quando planejamos anossa estratégia de oração. Que tipo de armasespirituais devemos usar? Qual é a natureza do campode batalha? Em qual ordem de seqüência deveremosabordar as questões sobre as quais oraremos? Devehaver confissão antes de começar a guerra.Primeiramente, cancelamos os convites feitos aovalente espiritual, antes de podermos ordenar que elese vá embora. As pesquisas nos ajudam no que dizrespeito ao tempo e aos lugares que visitaremos. O

mapeamento espiritual mostra-nos quem deveria estarenvolvido. Quando tratamos do comércio escravagista,por exemplo, convidamos representantes das nações queestiveram envolvidos no comércio escravagista, paraque se arrependam em favor de suas nações. Na ocasiãoem que abordamos a questão da Inquisição Espanhola,convidei um descendente direto de uma família judaicaque tinha sido expulsa da Espanha, a fim de participarda equipe.

Não nos devemos sentir escravizados à nossapesquisa. Não usamos todo o material preparado porpesquisadores cuidadosos. Davi tinha cinco pedrasquando se encontrou com o gigante Golias, em campo debatalha, mas ele usou apenas uma daquelas pedras a fimde vencer o gigante. Precisamos de uma grande precisãode pontaria para atingirmos o inimigo em seu pontomais vulnerável. A sabedoria na batalha consiste emobter a vitória sem desperdiçar munição.

Depois de termos realizado uma pesquisa e determos apresentado o nosso mapeamento espiritual aoslíderes da cidade em pauta, usualmente indagamos:"Vocês já cuidaram antes dessas coisas, em oração?"Não queremos repetir o que pastores e igrejas jáfizeram. De certa feita fomos aos pastores da cidadede Berlim e perguntamos: "Vocês já cuidaram da culpade sangue desta cidade, considerando que a SegundaGuerra Mundial começou em Berlim, tendo causado amorte de milhões de pessoas?"

"Nunca pensamos sobre isso, e nunca ouvimos alguémconfessar essa culpa de sangue em alguma igreja", foia resposta que recebemos.

Algumas vezes, o mapeamento revela fatos até alidesconhecidos, sobre áreas a respeito das quais jáhavíamos orado. E isso confere-nos maior liberdade

para tratar daquela área, munidos de um novo nível decompreensão.

Orando em Moscou, na Sede da KGB

Em outubro de 1987, organizamos uma oração de açãoprofética em Moscou, em conexão com as celebrações doseptuagésimo aniversário da Constituição ComunistaSoviética. O profeta Daniel entendeu que era chegado otempo certo para ele interceder em prol do livramentode seu povo, depois dele ter descoberto a promessa delibertação, que ocorreria após setenta anos decativeiro na Babilônia. O Senhor demonstrou seu poderao estabelecer os limites de tempo das potestadesmalignas. O Senhor nos deu fé para perceber que essemesmo limite havia sido estabelecido para a opressãocomunista que oprimia a crentes e judeus refugiados.Tínhamos discernido cinco alvos de oração para aquelanoite, em Moscou, e um desses alvos era o quartel-general da KGB, a polícia secreta soviética.

Para aquela oração de ação foi distribuídomaterial pesquisado acerca da KGB a doze pessoas naequipe de oração. Ouvimos uma preleção de duas horassobre a organização da KGB. A KGB tinha dezenove miloficiais e quatrocentos mil agentes que trabalhavampor toda a União Soviética. Ao redor do mundo inteiroeles dispunham de meio milhão de informantes. O seufundador foi Dzerzinsky, e a sua estátua fora erigidana praça defronte da prisão de Ljublanka. No mapa deMoscou, foram assinalados lugares vinculados à KGB,onde eles treinavam os seus agentes, bem como auniversidade Lumumba, onde recrutavam os seus agentesprovenientes de outras nações.

A um minuto depois da meia-noite entre 17 e 18 deoutubro de 1987, começamos a nossa oração de ação,perto do quartel-general da KGB. Tínhamos recebidoduas palavras de conhecimento, da parte de umintercessor israelense e de uma irmã na Escócia, ambosos quais disseram que nos tinham visto orando em umtúnel. Defronte do quartel da KGB há uma estaçãosubterrânea, com um túnel de passagem debaixo dapraça. Descobrimos que esse túnel passava exatamentepor baixo da estátua de Dzerzinsky. O Senhor haviaprovido um lugar onde poderíamos orar com liberdade,sem sermos perturbados por quem quer que fosse.

Penetramos no túnel, e ninguém mais passou porali, durante todo o tempo em que estivemos orando. Aliproclamamos o Mene, Mene, Tekel e Parsim, o escrito na paredeque tinha anunciado a queda do império babilônico (verDn 5.25). E oramos: "No nome de Jesus, te amarramos,poder de Faraó, poder controlador de Assur, e tedeixamos caído aos pés de Jesus. Proclamamos que tuasepultura foi preparada. Cortamos a tua influênciapelas raízes".

A 22 de agosto de 1992, foi removida a estátua dofundador da KGB. Os arquivos secretos da KGB foramdados a público. Não há mais crentes naquela prisão Osrefusniks (refugiados) judeus estão voltando paraIsrael.

TRATANDO AS RAÍZES DA ESCRAVIDÃO NA ÁFRICA

Em julho de 1992, os líderes de oração na ÁfricaOcidental convocaram intercessores do mundo inteiropara virem e ajudarem a efetuar uma tarefaintercessória histórica na Nigéria e na África Ociden-

tal. Essa tarefa consistia em tratar com as raízes daescravidão, que continuam afetando a mentalidade dosafricanos. Líderes negros na África têm ameaçado a suaprópria gente, da mesma maneira que traficantesbrancos de escravos têm tratado os escravos. Aescravatura continua existindo na Mauritânia e entrealgumas tribos do Sudão.

Preparando-nos para a conferência de oração emLagos, na Nigéria, fizemos um estudo sobre o tráficonegreiro. O mapeamento foi efetuado na antiga costa deescravos, famosa por seu comércio escravagista.Obtivemos informações sobre os portos de escravos esobre as fortalezas onde eram mantidos os escravos, emmasmorras, antes de passarem pelo portão sem retorno.Durante quatrocentos anos, oitenta milhões de escravosforam transportados em navios que partiam da ilha deGoree, perto de Dacar. Aquele era um lugar cruel deseleção, onde decidiam quais poderiam ser aproveitadospara serem embarcados para os Estados Unidos daAmérica. Os demais eram lançados aos tubarões, ou eramdeixados para morrer à míngua.

Durante o período de protestos de arrependimentoque tivemos, ficamos surpresos ao ver tantos africanosconfessarem que seus antepassados tinham tomado partena campanha de conquista de escravos, os quais eramvendidos aos negociantes de escravos. Uma enfermeirade Gana chorou e confessou que seu pai lhe havia dito,com muito orgulho, que a tribo dele tinha vendidoescravos. Hoje, as famílias que lucraram com a vendade escravos, gerações atrás, estão enfrentandoproblemas que o dinheiro não pode resolver. Após aconferência de oração que abordou as raízes daescravidão, mediante arrependimento e oração deguerra, enviamos as nossas equipes para orarem nos

centros e portos de escravatura, ao longo da costa daÁfrica Ocidental.

Sentimos que essa jornada de oração profética àÁfrica Ocidental não derrubou todas as fortalezas doinimigo, que estão sendo usadas para manter emservidão grandes contingentes populacionais tanto denegros quanto de brancos. Entretanto, parte do pecadocoletivo, arraigado no comércio escravagista,certamente foi confessado e remido. Mas muito maisprecisa ser feito nesse campo, e acredito que issoserá feito em um futuro bastante próximo, conforme oEspírito Santo continuar falando às igrejas a respeitoda guerra espiritual em nível estratégico. Pelo mundointeiro, Deus está levantando grandes números deintercessores para reforçar o exército espiritual. Umdos grandes auxílios para os intercessores será umacrescente atividade quanto a um mapeamento espiritualinteligente, caracterizado pelo discernimento e pelasensibilidade diante do cronômetro de Deus.

Perguntas para refletir

1. Kjell Sjöberg fala de uma pessoa que se matriculouem um congresso de espiritismo a fim de realizarespionagem espiritual. Você acha que todos os crentesdeveriam fazer coisas assim? Em caso negativo, quemdeveria fazê-lo, e quem não deveria?2. Discuta a importância espiritual das fronteiraspolíticas. Por que é importante orar ao longo dessasfronteiras? Que acontece então?3. Algumas descrições veterotestamentárias de oraçãode ação parecem estranhas. Não é com freqüência quepensamos que Deus continua desejando tais coisas. Mas,ao que tudo indica, é isso que está sucedendo. Qual é

a sua opinião acerca disso hoje em dia? Apresente assuas razões.4. Procure aplicar, uma por uma, as sete perguntas deKjell Stöberg à sua cidade ou nação.5. Por que pomos em prática o mapeamento espiritual?Reveja as razões apresentadas por Sjöberg e discuta-as.

Notas

1. NEE, Watchman. The Prayer Ministry of the Church [OMinistério de Oração da Igreja - Ed. Vida]. NovaIorque, NI, Christian Fellowship Publishers, Inc. p.47.2. REINHARD, Johan. "Sacred Peaks of the Andes", NationalGeographic, março de 1992, p. 93.3. Idem, ibidem, p. 109.

Parte II:

A PRÁTICA

5. DERROTANDO O INIMIGO COM A AJUDA DOMAPEAMENTO ESPIRITUAL

Por Haroldo Caballeros

Haroldo Caballeros é fundador e pastor da Igreja El Shaddai, nacidade de Guatemala, uma igreja com vários milhares de membros. Eleera advogado, antes de Deus chamá-lo para o ministério. Viajava muito,ensinando aos líderes evangélicos de muitas nações como guerrearespiritualmente. Haroldo serve como coordenador de área da SpiritualWarfare Network e como representante latino-americano da UnitedPrayer Track do Movimento A.D. 2000 e Além. O seu ministériointerdenominacional, Jesus E Senhor, da Guatemala, conta com mais devinte mil intercessores na Guatemala.

A Guerra do Golfo Pérsico, em 1991, foi diferentede todas as guerras anteriores. Sua curta duração, ovasto e diversificado nível de tecnologia, e ascomunicações e informações altamente sofisticadas quecoordenaram as forças aliadas, tudo contribuiu para aobtenção do alvo, com pouquíssimas perdas de vidas. Amaioria dos entendidos concorda que a tecnologiasofisticada foi o principal fator que permitiu essavitória sem grande perda de vidas humanas.

O mapeamento espiritual fornece-nos uma imagem oufotografia espiritual da situação nos lugarescelestiais acima de nós. O que uma chapa de raios-Xé para um cirurgião, o mapeamento espiritual é paraos intercessores.

MAPEAMENTO ESPIRITUAL

O mundo natural é apenas um reflexo do mundoespiritual, e sempre houve conexão entre esses doismundos. Nós, que estamos interessados na guerraespiritual, estamos buscando constantemente umatecnologia espiritual aprimorada. O trecho de Isaías45.1-3 ajuda-nos a perceber que Deus revela novasinformações a seu povo, a fim de que possamosdesempenhar melhor o nosso papel e obter a vitória.Podemos esperar que, se Deus adiantou-se a Ciro, o seu"ungido", então é provável que ele fará a mesma coisaem nosso favor, hoje em dia. Ele preparará o nossocaminho à nossa frente (v. 2), fornecer-nos-á ostesouros das trevas e as riquezas ocultas dos lugaressecretos (v. 3), a fim de subjugar nações.

A população do mundo cresce cada vez mais, eestamos enfrentando um desafio estonteante — trêsbilhões e seiscentos milhões de pessoas que ainda nãoouviram o evangelho! Entretanto, nosso Deus é soberanoe está revelando novas e melhores estratégias, paraque possamos atingir esses bilhões em nossa própriageração. Estou convencido de que o mapeamentoespiritual é uma dessas revelações. Esse é um dossegredos divinos que nos ajuda a abrir nossos"detectores" espirituais, e que nos mostra a situaçãoda humanidade conforme Deus a vê, ou seja,espiritualmente, e não como nós a vemos, naturalmente.

Se eu tivesse de definir o mapeamento espiritual,então diria: É a revelação de Deus sobre a situaçãoespiritual do mundo no qual vivemos. É uma visão quevai além de nossos sentidos naturais, e, pelo EspíritoSanto, revela-nos onde estão as hostes espirituais dastrevas.

O mapeamento espiritual fornece-nos uma imagem oufotografia espiritual da situação nos lugarescelestiais acima de nós. O que uma chapa de raios-X épara um cirurgião, o mapeamento espiritual é para osintercessores. Trata-se de uma visão sobrenatural quenos mostra as linhas, a localização, o número, asarmas do inimigo, e, acima de tudo, como o inimigopode ser derrotado.

O mapeamento espiritual desempenha o mesmoimportante papel que a espionagem e o exame de campodo inimigo desempenham durante uma guerra. Essemapeamento é um instrumento espiritual, estratégico esofisticado, que é poderoso em Deus para ajudar nadestruição das fortalezas do adversário.

Também deveríamos sublinhar outro aspecto de nossavisão sobrenatural, a saber, os milhões de anjos queDeus tem enviado para ministrar àqueles que herdam asalvação (ver Hb 1.14). Os anjos obedecem aochamamento do Senhor. Eles são guerreiros espirituaisque, como um exército disciplinado, recebem as suasordens da parte do próprio céu. Eles saem em nossosocorro e nos ajudam a derrotar o inimigo (ver Dn10.13; Sl 91.11 e Ap 12.7).

O mapeamento espiritual é um campo relativamentenovo em nossas comunidades evangélicas; coletivamente,estamos aprendendo muito. Contudo, há um consensobastante pronunciado sobre várias importantespremissas teológicas, que passo agora a iluminar. Elassão úteis para aqueles que querem começar a estudaresse campo.

NOSSA PRINCIPAL TAREFA

Os habitantes deste mundo podem ser divididos emdois grandes grupos gerais:

1. Os Crentes. Aqueles que, "segundo a suamisericórdia", foram salvos "pela lavagem daregeneração e da renovação do Espírito Santo" (Tt3.5). O apóstolo Paulo afirma que esses são sereshumanos espirituais, capazes de discernir todas ascoisas por um ângulo espiritual (ver 1 Co 2.14, 15). Aesse grupo de pessoas chamamos de o Corpo de Cristo,ou seja, a Igreja.

2. Os Incrédulos. São os que ainda não tiveram umencontro salvífico com Jesus Cristo, o Senhor eSalvador. Milhões de pessoas que vivem debaixo daescravidão ao diabo, ao pecado e à ignorância não podemdesvencilhar a si mesmas dessa horrenda servidão.

Os incrédulos do mundo devem ser encarados como oobjeto de nossa formidável tarefa. Conquistar osperdidos é o grande desafio para todos nós, que somoscrentes, sendo a principal razão para livros comoeste. Por que continuamos vivos neste mundo? Por quenão somos automaticamente trasladados para o céuquando nos convertemos? Somente por ficarmos nestemundo, ficaremos "mais salvos", "mais justificados" ou"mais santificados"?

O objetivo central da Igreja na terra é cumprir ospropósitos de Deus. "...Deus nosso Salvador, que querque todos os homens se salvem e venham ao conhecimentoda verdade" (1 Tm 2.3, 4). E também: "O Senhor nãoretarda a sua promessa, ainda que alguns a têm portardia; mas é longânimo para convosco, não querendo

que alguns se percam, senão que todos venham aarrepender-se" (2 Pe 3.9).

Em outras palavras, aquela porção da população daterra que perfaz a Igreja tem, como seu propósito maisimportante, colaborar com Deus, a fim de que ela e oSenhor possam atingir aqueles que ainda nãoreconheceram a Jesus Cristo como seu Senhor eSalvador.

O DEUS DESTA ERA E A SUA ESTRATÉGIA

Muitas pessoas que ainda não receberam a Cristocomo seu Senhor e Salvador não o fizeram ainda porquenão podem. E não podem simplesmente porque Satanás ostem cegado e os mantém cativos.

Por muitas vezes nos queixamos sobre alguém que,segundo todas as aparências, não quer receber oevangelho, sem pararmos para pensar que a ausência dedesejos dos tais pode não ser a verdadeira razão.Qualquer pessoa razoável, a quem a luz seja exibida,preferirá a luz e não as trevas. Mas existem aquelesque não podem ver a luz.

Por muitas vezes desdenhamos de uma comunidade, deuma região ou de uma nação quando dizemos: "Eles nãoquerem receber o evangelho naquele lugar!" É misterque entendamos que o verdadeiro problema usualmentetem natureza espiritual A maioria das pessoas, demuitas regiões geográficas, vive na cobertura dastrevas, o que constitui uma venda sobre os seus olhos.Paulo refere-se a essas pessoas como indivíduos "nosquais o deus deste século cegou os entendimentos dosincrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do

evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus"(2 Co 4.4).

A evangelização torna-se uma tarefa difícil quandoa nossa própria atitude é negativa. Conforme salientouCindy Jacobs em seu livro, essa atitude pode até seruma fortaleza espiritual que está sendo usada peloinimigo (ver o terceiro capítulo deste livro). Cindycitou a definição de Ed Silvoso acerca de umafortaleza mental: "uma mente que fica impregnada peladesesperança, levando o crente a aceitar, comoimutável, aquilo que ele sabe ser contrário à vontadede Deus". Em nossa igreja, na Guatemala, tentamosderrubar essa fortaleza ao operar de acordo com esseprincípio: ninguém é inatingível!

Que o leitor me permita enfatizar este princípio.Embora possa haver exceções, supomos que as pessoaspara quem estamos testificando não recebem Cristoporque não podem. Satanás "cegou os entendimentos dosincrédulos", em consonância com 2 Coríntios 4.4. Nossatarefa, por conseguinte, é combater a batalhaespiritual em favor deles, até que a sua cegueira sejaremovida e os cativos sejam libertados.

A REALIDADE DA GUERRA ESPIRITUAL

A guerra espiritual é o conflito entre o Reino daLuz e o reino das trevas, que é o império de Satanás.Esses dois reinos estão competindo pelas almas eespíritos das pessoas que habitam o globo terrestre.Isso resulta em uma batalha permanente, que envolvedois reinos, o reino visível e o reino invisível. A batalhaespiritual que ocorre nos lugares celestiais, nadimensão invisível, tem início nos corações das

pessoas, mas seu efeito final faz-se sentir nestaterra, a dimensão visível. Aqueles que estãoenvolvidos nesse conflito são os seguintes:

No Reino de Deus:1. Deus Pai2. Jesus Cristo3. O Espírito Santo4. Os anjos de Deus5. A Igreja.No centro desse conflito estão os seres humanos. A

humanidade perdida é a razão dessa batalha. Osincrédulos, como é claro, são vistos muito mais aolado do reino das trevas, porquanto são escravos dopecado e filhos da desobediência. Disse Cristo arespeito deles: "Vós tendes por pai ao diabo" (Jo8.44). Ao mesmo tempo, reconhecemos que há sempre umabatalha espiritual que gira em torno dos crentes, osquais já se acham no Reino de Deus. Pois embora oscrentes já se encontrem no Reino de Deus, ainda sãoatacados pelo diabo, que persegue a Igreja natentativa de fazer estancar o progresso do plano deDeus.

Por outra parte, o reino das trevas compõe-se de:1. O diabo2. Os principados3. As potestades4. Os governantes das trevas deste século5. As hostes espirituais do mal, nos lugares

celestiais

6. Muitas categorias de anjos das trevas referidosna Bíblia, incluindo poderes, domínios e todo nome quese nomeia, não só neste mundo, mas também no mundo porvir (Ef 1.21).

O Papel dos Crentes Nesse Conflito

Em face do conhecimento que temos da Palavra deDeus, compreendemos que Deus já fez a parte que lhetoca. Certamente ele é a maior pessoa da Triunidade,no Antigo Testamento. No Novo Testamento, Jesus Cristoé destacado como aquele que derrotou pessoalmente odiabo, na cruz do Calvário, aquele que, tendodespojado "os principados e potestades, os exibiupublicamente e deles triunfou na mesma cruz" (Cl 2.15,V. R.).

A terceira pessoa da Triunidade, o Espírito Santo,está em nosso meio hoje em dia, com a finalidade deguiar-nos, como filhos de Deus. Os próprios anjos deDeus, que se mantêm atentos à sua voz e têm grandepoder, a fim de cumprir a palavra dele estão esperandoque a Igreja torne conhecida a multiforme sabedoria deDeus aos principados e poderes, nos lugares celestiais(ver Ef 3.10).

Isso, pois, indica que a Igreja tem um papel-chavea desempenhar. E a Igreja somos nós! Em conseqüência,podemos ver um importante aspecto de nossa guerraespiritual como um esforço envidado pela Igreja a fimde remover o véu da cegueira que foi posto sobre osincrédulos, por parte do diabo.

Nós cumprimos duas tarefas básicas: (1) Rasgamos ovéu de trevas mediante a intercessão em nívelestratégico, derrubando-o por meio da Palavra de Deus

e do nome de Jesus (ver Ef 6.17, 18). (2) Nós enviamosesforços evangelísticos (Ef 6.15, 19). Proclamamos aPalavra de Deus de uma maneira que faz as pessoastornarem-se vulneráveis à luz do evangelho, que agorapode brilhar sobre elas, porquanto a cegueira delasfoi curada. Muitos aceitam a Cristo, e Deus os libertado poder das trevas e os faz ingressar no Reino de seuFilho amado.

NATUREZA DA GUERRA ESPIRITUAL

1. A guerra espiritual não é um fim em si mesmo.Mas é uma arma poderosa que, quando usada como parteintegral do evangelismo, pode aumentar a possibilidadede conduzirmos outras pessoas aos pés de Cristo.Dentro desse contexto, o mapeamento espiritual é umrecurso estratégico que nos permite localizar o poderdo inimigo, que impede um evangelismo mais frutífero.

2. As características bem reconhecidas da guerraespiritual são estas: (a) "Porque não temos que lutarcontra a carne e o sangue, mas sim, contra osprincipados, contra as potestades, contra os príncipesdas trevas deste século, contra as hostes espirituaisda maldade, nos lugares celestiais" (Ef 6.12); e (b)"Porque as armas da nossa milícia não são carnais, massim, poderosas em Deus, para destruição dasfortalezas" (2 Co 10.4).

3. Um fato que parece ter sido ocasionalmenteesquecido é a importância da persistência e daconstância. O nível estratégico da guerra espiritualque trata com espíritos territoriais sobre cidades enações completas não consiste em entreveros isolados,mas em uma guerra franca e aberta. Isso envolve uma

constante sucessão de hostilidades; não uma únicabatalha, mas múltiplas batalhas. O resultado final écerto: "Depois virá o fim, quando tiver entregado oreino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todoo império, e toda a potestade e força" (1 Co 15.24).

Sumariando, cumpre-nos entender que o nosso papelhumano na guerra espiritual é decisivo, e que o nossoenvolvimento como guerreiros de oração não é opcional,mas indispensável no cumprimento da Grande Comissãoque Deus nos confiou. O próprio Jesus Cristo, aodescrever a agenda de seu ministério em cinco facetas,dedicou duas dessas facetas ao tema da necessidade delibertar aqueles que estão sendo mantidos cativos (verLc 4.18, 19).

O ELO ENTRE OS REINOS ESPIRITUAL E TERRENO

A interconexão entre o reino invisível ouespiritual e a sua contraparte, o reino visível outerreno, é um tema extremamente importante para nósconsiderarmos. Cada um dos reinos espirituais queestão em conflito tem a sua própria contraparteterrena.

Nenhum de nós duvida da existência de um exércitoque representa o Reino de Deus, composto por anjos; etambém não há dúvidas quanto a outro exércitoorganizado, composto por demônios, que servem o reinodas trevas. Tanto Miguel quanto os seus anjos, comotambém Satanás e seus anjos caídos, são vividamentedescritos no capítulo doze de Apocalipse. Masprecisamos saber mais acerca de como esses doisexércitos relacionam-se com os seres humanos, que

servem a esses dois reinos, aqui na terra, e como issoafeta a nossa vitória final sobre o império do mal.

O Reino da Luz dispõe de servos terrenos de Deus,os quais trabalham para produzir fruto para Deus.Esses servos são comumente divididos em doissubgrupos: (1) Aqueles chamados para o ministériointegral (como apóstolos, profetas, evangelistas,pastores e mestres) e (2) os restantes irmãos e irmãs,membros do Corpo místico de Cristo, chamados de"ministros de uma nova aliança" (2 Co 3.6).

O primeiro desses grupos geralmente é consideradocomo aqueles que ocupam a primeira linha da batalha.Entretanto, esse primeiro grupo pouco conseguiriafazer sem a ajuda e a cooperação constantes do segundogrupo, que geralmente contribui com a maioria dosintercessores, que são aqueles guerreiros da oraçãosem os quais a vitória não seria possível.

E o reino das trevas também conta com seus servos.Em um dos grupos há ministros de tempo integral, queusualmente recebem nomes como bruxos, feiticeiros,xamãs, feiticeiras, canais, sacerdotes e sacerdotisassatânicas, e assim por diante. Esses, juntamente comos líderes dos cultos e das seitas satânicas, dedicamas suas vidas à proclamação dos enganos pespegadospelo diabo, com o propósito de arrastar pessoas para ocativeiro do reino do qual fazem parte.

Imediatamente depois desses, acha-se o grupo quenos causa a maior tristeza. Esse grupo é formado portodas aquelas pessoas que, por não terem aindarecebido a Cristo, continuam debaixo do manto da morteespiritual, sendo manipulados, em diferentes graus,pelo diabo e por seus demônios. Essas pessoas, em suaignorância, constituem o exército terreno que o diabousa.

Ter conhecimento da interação que se dá entre oexército terreno e os principados e potestades dosares ajuda-nos na obtenção da vitória. O que poderiaser melhor para um exército invasor do que saber quala posição ocupada pelo inimigo, detectar a localizaçãode seus quartéis-generais e interceptar seus meios decomunicação? É precisamente isso que o mapeamentoespiritual procura realizar.

UM SONHO REVELADOR

Uma irmã de nome Mirella, que freqüenta a nossaigreja, chegou até mim e me disse: "Pastor, tive ontemum sonho que me causou uma profunda impressão, emboraeu não tenha entendido o seu significado. Esta manhã,quando eu estava orando e perguntando a Deus qual ainterpretação do sonho, ele me disse: 'Este sonho nãofoi para ti. Vai e conta o sonho ao pastor, visto queo sonho foi para ele'".

Desnecessário é dizer que ela chamou a minhaatenção, mas ela nem imaginava ser aquela a maneirapela qual Deus queria alterar a maneira como nossaigreja ora. E isso teria implicações a longo prazo,tanto para a nossa igreja quanto para o nosso país.

O sonho foi o seguinte: Mirella viu três cidadesdos Estados Unidos, que ela chamou por seus nomes, eque ela identificou sem a menor hesitação. E então elaviu que uma corda unia as três cidades — uma cordainvisível e transparente, mas que ela podia ver.Formou-se um triângulo, quando a corda ligou as trêscidades, e três mãos apareceram, cada qual segurandoum dos lados do triângulo. Ela disse que a parte maisestranha do sonho foram as mãos. Eram mãos ásperas,

quase rústicas. Pareceram-lhe como as mãos de um homemvigoroso. Isso era tudo quanto eu precisava saber.

Quem É o Valente?

Alguns dias antes disso, eu tinha meditadoconsideravelmente sobre as três referências, nosevangelhos sinópticos, ao "valente".

1. Mateus 12.29: "Ou, como pode alguém entrar emcasa do homem valente e furtar os seus bens, seprimeiro não maniatar o valente, saqueando então a suacasa?"

2. Marcos 3.27: "Ninguém pode roubar os bens dovalente, entrando-lhe em sua casa, se primeiro nãomaniatar o valente; e então roubará a sua casa".

3. Lucas 11.21,22: "Quando o valente guarda,armado, a sua casa, em segurança está tudo quanto tem;mas, sobrevindo outro mais valente do que ele, evencendo-o, tira-lhe toda a sua armadura em queconfiava, e reparte os seus despojos".

Meu interesse foi atraído pela palavra "homem",dentro do sonho da irmã Mirella. Por que essa palavraé usada com tanta freqüência nas Escrituras? Por queum homem vigoroso? Por que não espírito ou principado oupotestade vigoroso? E por que tinha de ser, especi-ficamente, um "homem"? Comecei a perceber que Deusestava falando ali da interação entre seres humanos ea dimensão espiritual.

E apenas natural que todos os exércitos tenham oseu líder, um general ou capitão, que baixa ordens edecide o que se deve fazer. Esse homem poderia serchamado de valente do exército. Sabemos que alguns homens

têm mostrado ser servos extraordinariamente malignosde Satanás, como Nero ou Adolfo Hitler. Ambos foraminstrumentos humanos poderosos, em favor do mal, parafazerem aquilo que o diabo sabe fazer melhor — roubar,matar e destruir. Poderíamos chamá-los, com toda aexatidão, de valentes de envergadura mundial.

A realidade é que o diabo escolhe aqueles que sedisponham a servi-lo e eleva-os como grandes líderesda terra. É óbvio que um líder assim pode influenciarmuitas pessoas, e, por conseguinte, pode causar imensadestruição. Esses líderes humanos agem como valentesde Satanás e representam as características dosprincipados aos quais servem. Acredito que essesvalentes humanos recebem tarefas, na terra, da partedos principados e das potestades do mal, para serviremaos seus propósitos. Tais homens cultivam uma relaçãoíntima e direta com os demônios, por meio de suasatividades ocultas.

Temos o exemplo da relação entre o príncipe deTiro e o rei de Tiro, em Ezequiel 28.2 e 12. O profetaDaniel fornece-nos outro exemplo sobre o príncipe daPérsia e o príncipe da Grécia, os quais, como é óbvio,eram seres espirituais que exerciam relação einfluência diretas sobre os impérios da Pérsia e daGrécia, por meio de seus imperadores, seus governantesterrenos (ver Dn 10.20).

Lemos no trecho de Isaías 24.21: "E será quenaquele dia o Senhor visitará os exércitos do alto naaltura, e os reis da terra sobre a terra". É evidenteque o diabo governa o mundo através dos reis da terra.Como? Sem dúvida alguma, através do relacionamentoíntimo de seus anjos negros com aquelas pessoas queresolvem entregar-se a Satanás.

E fato sabido que Adolfo Hitler participouabertamente desse processo, ao convidar esses poderestenebrosos para entrarem nele, a fim de torná-lo ohomem forte ou valente de seus dias. E também tem sidonoticiado, ultimamente, que alguns líderes mundiaiscontemporâneos pertencem aos cultos da Nova Era, ou asociedades secretas que procuram dominar o mundo.

Relação Entre o Reino Espiritual e a Humanidade

Deus quer abençoar as pessoas. Ele chama pessoas,e elas respondem, dedicando sua vida ao serviçoprestado a ele. Essas pessoas tornam-se servas doSenhor e passam a depender dele totalmente. Tecemlinhas de comunicação com ele, como a oração, aadoração e a audição daquilo que o Pai diz. Todosreconhecemos como um fato o seguinte princípio: Quantomais íntima for a nossa comunicação com Deus, maiorserá a nossa unção e maior será o nosso sucesso noministério cristão.

Parece que o diabo, que copia e corrompe todas ascoisas que pode, também dispõe de servos que oescolheram como seu senhor, e dedicaram sua vida paraservi-lo. Esses também dispõem de linhas decomunicação com o senhor deles, através de coisas comoa feitiçaria, a bruxaria, os sacrifícios de animais ehumanos, as sessões espíritas, a meditaçãotranscendental e os pactos de sangue. E também operamde acordo com o mesmo princípio. Quanto mais íntimafor a comunicação entre eles e as forças malignas,maior será o poder de que disporão. Quando entendiisso, comecei a perceber que Deus nos estava revelandoos nomes dos valentes ou homens fortes da Guatemala, a

fim de que pudéssemos reconhecer, por intermédiodeles, os principados dominantes. Deus nos estavarevelando o inimigo, não a fim de glorificar oinimigo, mas para ajudar-nos a derrotá-lo.

Amarrando os Valentes da Guatemala

Em conseqüência do sonho de Mirella, tive umaconversa com um dos irmãos de nossa igreja que tem oministério profético. Assim que lhe contei o sonho,ele reagiu de imediato: "O senhor sabe quem são astrês pessoas das três cidades?" E ele passou aenunciar seus nomes, o primeiro e o último! Apósalguma pesquisa, pudemos ver confirmado que aquelestrês homens estavam todos efetuando secretamente obrasmalignas do diabo, em suas respectivas cidades. Umdeles exercia poder através do dinheiro, o segundo,mediante a política, e o terceiro através do tráficode narcóticos.

E Deus nos conferiu uma estratégia ali mesmo.Disse o Senhor: "Amarrem esses principados em nome doSenhor Jesus. Vocês deverão arrancar, quebrar,destruir e derrubar as linhas de comunicação queemprestam poder a esses homens valentes; mas nãoamaldiçoem os indivíduos envolvidos, antes, bendizei-os, porquanto foram criados à imagem e semelhança deDeus".

Como é evidente, não posso revelar os nomes dessestrês homens; mas posso adiantar que, em conseqüênciadireta da oração no local, o primeiro deles perdeutodo o seu poder e está encarcerado, esperando serjulgado pelos seus crimes. O segundo está prestes asofrer embargo político e ser tirado do ofício. E o

terceiro, que está atravessando um momento crítico desua carreira política, sofreu problemas pessoais eagora perdeu quase totalmente a sua influência epoder. Os valentes humanos foram derrubados ao mesmotempo que os poderes celestes da maldade estavam sendoamarrados e derrubados, por meio das orações dossantos.

Nesse caso, a guerra espiritual produziu fruto,não somente espiritualmente, mas também na nossadimensão natural; e o resultado tem sido claramentebíblico. Tendo amarrado e derrotado os valentes,podíamos então passar a tirar deles as suas armaduras,nas quais confiavam, para então dividir os seusdespojos. No caso, os despojos têm sido um evangelismomais frutífero, paz, redução da taxa de violência e amudança do governo espiritual das trevas para a luz. AGuatemala tem agora um presidente evangélico, JorgeSerrano, homem cheio do Espírito Santo, e que também,por acaso, é membro de nossa igreja. Sumariando, temosaprendido que é para vantagem nossa conhecer quem é ovalente, a fim de amarrá-lo e dividir-lhe os despojos.O mapeamento espiritual ajuda-nos a identificar ovalente. Em alguns casos, o mapeamento espiritual nosdará uma série de características que nos guiarãodiretamente ao príncipe ou potestade maligna daquelelugar. Em outros casos, nos estaremos defrontando comuma pessoa natural, que Satanás está usando. E, aindaem outras oportunidades, estaremos face a face com umaestrutura social corrupta.

Mapeamento Espiritual no Campo

Depois de compreender quão importante é discernir,por nome, cada potestade que domina regiões emparticular, saímos a campo, para a nossa primeiraexperiência no campo. Em novembro de 1990, pequenosgrupos de pessoas foram enviados pelas igrejas àscapitais de cada um dos vinte e dois departamentos (oucondados) da Guatemala, a fim de jejuarem, orarem ebuscarem a orientação do Senhor para identificar oprincipado do mal que predominava sobre cadadepartamento. Em sua misericórdia, Deus permitiu-nosobter resultados extraordinários, e vimos, pelaprimeira vez, uma espécie de raios-X espiritual, umverdadeiro mapa espiritual da situação das dimensõesespirituais sobre o nosso país. A nossa guerraespiritual tornou-se muito mais eficaz, e pudemos verresultados físicos de nossos esforços espirituais deuma maneira muito mais abundante do que havíamos antesimaginado.

Um mapeamento espiritual maduro requer um esforçocoordenado que tenha por alvo conquistar cadaterritório alvejado. Nosso propósito é desfechar aguerra espiritual a fim de abrir a porta para umevangelismo eficaz e uma mudança social positiva.

Nossos líderes sentiam-se seguros de que setratava de uma abordagem viável para uma igreja localevangelizar a área geográfica onde ela estivesselocalizada. Por conseguinte, perseveramos até havermosdesenvolvido um modelo funcional. Atualmente estamosusando esse modelo no micromapeamento das vizinhançase subdivisões, antes de nos atirarmos ali ao

empreendimento de evangelizar e implantar igrejas nalocalidade.

INSTRUÇÕES PRÁTICAS QUANTO AO MAPEAMENTO

ESPIRITUAL

Um mapeamento espiritual maduro requer um esforçocoordenado que tenha por alvo conquistar cadaterritório alvejado. Nosso propósito é desfechar aguerra espiritual a fim de abrir a porta para umevangelismo eficaz e uma mudança social positiva.

PLANO PILOTO

A. Visão

Evangelização da nação

B. Objetivos Específicos

1. Entrar em guerra espiritual com o propósito delutar espiritualmente pela nossa nação, até queobtenhamos a vitória.

2. Fazer o mapeamento espiritual que nos capacitaa saber, dentro do possível, quais os planos, asestratégias e os conluios do inimigo, para queentremos na batalha com inteligência, e, em resultado,

sermos vitoriosos dentro de um mínimo de tempo, com ummínimo de riscos e perdas.

3. Se tudo for feito corretamente, o resultado davitória espiritual afetará a nação por meio dereavivamento, reforma e justiça social, tudo o que écausado pela movimentação livre do Espírito Santonaquela nação.

C. Modo de Proceder

O modo de proceder envolve dividir o campo debatalha em territórios geográficos, todos os quaisserão tratados simultaneamente.

1. Defina com precisão cada território.2. Obtenha a equipe de trabalho com os seus

líderes.3. Faça o mapeamento espiritual de acordo com o

manual.4. Discirna a situação do inimigo quanto ao

território escolhido.5. Avalie, arranje e comunique as informações

necessárias para que haja a guerra espiritual.

UM MANUAL DE MAPEAMENTO ESPIRITUAL

Para realizarmos esse mapeamento, dividimo-nos emtrês equipes, cada uma das quais encarregada de umadas três áreas a serem pesquisadas. As equipes nãopodem fazer revelações umas às outras. Isso nos provêinformações cruzadas da parte de cada uma daquelas

três áreas, capacitando-nos a receber confirmação, oque adiciona credibilidade aos nossos resultados.

As três equipes de trabalho recebem,respectivamente, tarefas de pesquisa sobre fatoreshistóricos, fatores físicos e fatores espirituais.

Fatores Históricos

Para fazermos a pesquisa histórica, teremos defazer as seguintes perguntas quanto a cada cidade oucircunvizinhança:

1. O Nome ou os Nomes

Precisamos fazer uma lista ou inventário dos nomesusados para o nosso território, para então fazermos anós mesmos as seguintes indagações:

Esse nome tem algum significado? Se o nome etimológico não tem significado, terá

alguma implicação lógica? Isso importa em bênção ou maldição? É um nome nativo, indígena ou estrangeiro? O nome diz alguma coisa sobre os primeiros

habitantes daquele território? Descreva quaisquer características daqueles que

ali residem? Há alguma relação entre o nome e a atitude de seus

habitantes?

Qualquer desses nomes tem alguma relação diretacom os nomes de demônios ou das artes ocultas?

O nome está ligado a alguma religião, crença ouculto local naquele lugar?

2. Natureza do Território

O território tem quaisquer característicasespeciais que o distingam de outros?

Está aberto ou fechado para o evangelismo? Há muitas ou poucas igrejas ali? A evangelização é fácil ou difícil? As condições sócio-econômicas do território são

uniformes? Há mudanças drásticas nessas condições? Aliste os problemas sociais mais comuns da

circunvizinhança, como drogas, alcoolismo,famílias abandonadas, corrupção do meio ambiente,ganância, desemprego, exploração dos pobres, etc.

Haverá alguma área específica que chame a nossaatenção? Por exemplo, poderíamos definir esseterritório ou os seus habitantes com uma palavra?Que palavra seria essa?

3. História do Território

Quanto a esse aspecto da questão, apelamos para asentrevistas, pesquisas na prefeitura, nas bibliotecas,etc. Uma questão que aqui mostra ser extremamenteimportante consiste em saber quais eventos dão algum

indício ao surgimento dessa circunvizinhança outerritório, ou sob quais circunstâncias isso ocorreu. Quando foi a sua origem? Quem foi seu fundador (ou fundadores)? Qual foi o propósito original de sua fundação? Que podemos aprender do seu fundador? Quais eram a

religião, as crenças e os hábitos dele? Era ele umadorador de ídolos?

Há eventos que têm acontecido com freqüência, comomortes, violência, tragédias ou acidentes? (Nolugar há alguma chamada "esquina ou ladeira damorte"?)

Há algum fator que sugira a presença de algumamaldição ou de algum espírito territorial?

Há histórias assustadoras cercando o lugar? Essashistórias são válidas? O que as teria causado?

Até onde remonta a história da igreja evangélicanaquele lugar?

Como começou a igreja evangélica ali? Foi ela ofruto de algum fator específico?

Essa lista de indagações de forma alguma éexaustiva, mas já é um começo. Não podemos esquecerque o Espírito Santo será nosso principal auxiliarquanto a isso.

Fatores Físicos

Os aspectos físicos referem-se a objetos materiaissignificativos que possamos encontrar em nossoterritório. Parece que o diabo, devido ao seu orgulhosem limites, com freqüência deixa uma esteira paratrás.

Um estudo intensivo dos mapas disponíveis sobre aregião, incluindo os mapas mais antigos e maisrecentes, que nos permitam identificarmodificações. As ruas seguem alguma ordem emparticular? Sugerem qualquer tipo de desenho oupadrão?

Faça um inventário dos parques. Faça um inventário dos monumentos. Existem locais arqueológicos no território? Faça um inventário das estátuas e estude as suas

características. Quais tipos de instituição existem no território? Instituições de autoridade, instituições sociais,

instituições religiosas ou outras? Quantas igrejas há no território? Faça um inventário dos lugares onde Deus é

adorado, e dos lugares onde o diabo é adorado. Uma indagação extremamente importante é esta:

Haverá "lugares altos" no território? Há um número excessivo de bares ou centros de

macumba, ou clínicas de aborto, ou lojas deartigos pornográficos?

Um estudo completo da demografia do territórioserá de grande ajuda.

Estude as condições sócio-econômicas dacircunvizinhança, a taxa de crimes, de violência,de injustiça, de orgulho, de bênçãos e demaldições.

Haverá centros de culto na comunidade? Há umadistribuição específica quanto à localizaçãodesses centros de culto?

Na Guatemala há uma estrada com cinqüentaquilômetros, que vai até à cidade de Antígua, noterritório do país. Ao longo dessa estrada há todasorte de culto estranho, que florescem ao longo de umalinha reta, incluindo: Bahai'i, Testemunhas de Jeová,islamismo, Nova Era, médicos-feiticeiros, e assim pordiante. Uma estrada como essa, não há que duvidar,constitui uma linha de poder do ocultismo, um corredoratravés do qual os demônios e os poderes demoníacosfluem à vontade. Essas linhas de poder oculto derivam-se da contaminação causada pelo diabo, mediantemaldições e a invocação a espíritos territoriais quesomente agora estamos descobrindo. É útil localizaresses pontos, a fim de reverter a maldição para queali comece a haver bênçãos.

Fatores Espirituais

Os fatores espirituais podem ser os maisimportantes de todos os fatores, porquanto revelam acausa real por detrás dos sintomas expostos naspesquisas histórica e física.

Aqueles que são chamados para trabalhar nessa áreaespiritual são os intercessores, pessoas que atuamdotadas do dom do discernimento de espíritos e queouvem acuradamente da parte de Deus. O grupo deintercessores deve dedicar-se a uma intensa oração,com o propósito de saber qual a mente de Cristo ereceber, da parte de Deus, a descrição da condiçãoespiritual do inimigo, nos lugares celestes, por sobreo território definido.

Também queremos sugerir algumas perguntas que osintercessores precisam formular, as quais nos guiarãoquanto às nossas orações; mas isso não pode substituira prática de passar tempo de boa qualidade com Deus,em favor do lugar pelo qual estamos orando.

Os céus estão abertos neste lugar? É fácil orar neste lugar? Ou há muita

opressão? Podemos discernir uma cobertura de trevas?

Podemos definir as suas dimensõesterritoriais?

Haverá diferenças expressas na atmosferaespiritual por sobre as regiões do territóriovisado? Em outras palavras, os lugarescelestiais estão mais abertos ou mais fechadossobre diferentes subdivisões,circunvizinhanças ou comunidades da área?Podemos determinar com exatidão essasseparações?

Deus nos tem revelado algum nome? As informações que temos revelam uma potestade

ou principado que possamos reconhecer?

Deus nos mostrou quem é o "valente"?

Podemos ficar desencorajados ao virmos todas essasperguntas escritas como elas foram; mas, se confiarmosna atuação do Espírito Santo e no desejo de Deus derevelar os seus segredos, então nos sentiremosconfiantes. Não temos aqui uma tarefa que requeirapessoas místicas, nem é algo esquisito. Tudo o queprecisamos é de uma equipe de obreiros que sinta umaverdadeira responsabilidade pelo evangelismo dentro deum território específico e que dependa da orientaçãodo Espírito Santo.

Depois de termos completado a pesquisa quanto atodos esses três fatores, então devemos entregá-la aum grupo de líderes e intercessores maduros, para queavaliem as informações recolhidas. Bev Kloppprovidenciou um exemplo sobre isso no oitavo capítulodeste livro. Temos descoberto que as pesquisas feitasquanto a cada um desses três fatores confirmarão ecomplementarão o trabalho efetuado pelas outras duasequipes, se é que estamos ouvindo com precisão aquiloque o Espírito nos está dizendo.

DANDO O NOME DO VALENTE

Temos passado por experiências verdadeiramenteexcitantes. Por exemplo, um dia Deus mostrou à equipede fatores históricos uma área onde haviaremanescentes arqueológicos, e como estavam vinculadosàs características básicas da idolatria e dafeitiçaria, que remontavam à civilização dos maias. Osmembros da equipe dos fatores físicos,

simultaneamente, localizou uma casa vazia, exatamentena mesma área onde estavam ocorrendo reuniões deidolatria e feitiçaria. Posteriormente Deus mostrouaos membros da equipe de intercessores dos fatoresespirituais que o território espiritual que controlavaaquele lugar estava usando um ser humano como seuvalente. O estilo de vida dessa pessoa incluía aprática de artes ocultas, feitiçaria e idolatria.

Quando estávamos orando, o Senhor falou e disse:"Amanhã darei a vocês o primeiro e o último nome dessehomem, pelo jornal". E também nos revelou em qualpágina esse nome apareceria. Foi algo absolutamentesobrenatural e excitante quando descobrimos,exatamente naquela página, o nome do indivíduo que sededicava a tais atividades. Ele se ajustavaperfeitamente bem à descrição que havia sido dada peloEspírito Santo, incluindo até mesmo a sua aparênciafísica. Para coroar tudo, também descobrimos que o talhomem era o proprietário da casa vazia onde estavamtendo lugar os rituais de artes ocultas, diretamenteem frente da rua onde estava o sítio arqueológico!

Uma vez munidos dessas conclusões, estávamospreparados para desfechar a guerra espiritual. Não nospodemos esquecer que nossa milícia não é contra carnee sangue, mas contra os poderes demoníacos quecontrolam as pessoas. Ademais, precisamos lembrar quefomos chamados para abençoar as pessoas afetadas, enão para amaldiçoá-las. Em último lugar, como esquecerque Cristo Jesus já ganhou a batalha por nós?

CONCLUSÃO

A territorialidade dos espíritos é um fato, pelomenos no que concerne a nós, membros de nossa igreja.Temos estudado o assunto conforme ele é exposto naBíblia. Temos feito o nosso trabalho de casa nessecampo. Compreendemos que o exército maligno das di-mensões espirituais requer adoração e serviço da partede seus seguidores, conferindo o seu poder maligno emproporção à obediência prestada pelos ímpios.

Quando um território é ocupado por pessoas quepreferiram oferecer a sua adoração aos demônios, essaregião fica contaminada, os espíritos territoriaisobtêm o direito de permanecer ali, e os habitante dolugar são mantidos cativos às forças das trevas. Issoposto, é mister identificar o inimigo e entrar nabatalha espiritual, até obtermos a vitória eredimirmos aquele território. O mapeamento espiritualé um dos meios que nos permitem identificar o inimigo.É a nossa espionagem espiritual.

Não temos tempo a perder! É chegado o tempo de oCorpo de Cristo levantar-se, dotado do poder doEspírito Santo, para desafiar os poderes do inferno,destruindo todos os seus esquemas e devolvendo a terraao Senhor Deus, que no-la deu como nossa herança.

Perguntas para refletir

1. Haroldo Caballeros enfocou a sua atenção sobre aconquista dos perdidos para Cristo — o evangelismo.Como é que ele vê o mapeamento espiritual como meioque nos permite exercer um evangelismo mais eficaz?

2. O conceito de que muitos incrédulos não aceitam aCristo porque não podem é uma novidade para muitoscrentes. Usualmente pensamos que isso ocorre somenteporque eles não querem. Qual é a sua opinião sobre essaquestão?3. Haverá alguma relação direta possível entre um"valente" espiritual e uma pessoa viva? Você podepensar em quaisquer exemplos disso em sua cidade ounação?4. Qual é a origem histórica do nome de sua cidade?Por que esse nome teria sido escolhido? Algumacaracterística de sua cidade, hoje em dia, parecerefletir o que há por detrás desse nome?5. Pense sobre a sua própria cidade ou vila. Procurenomear pelo menos três áreas geográficas internas quesão claramente diferentes umas das outras. Descreva ascaracterísticas físicas e procure sugerir quaispoderiam ser as potestades invisíveis ou espirituaispor detrás de cada uma dessas áreas.

6. PASSOS PRÁTICOS PARA LIBERTAR UMACOMUNIDADE

Por Bob Beckett

Bob Beckett é o pastor fundador da Igreja Dwelling Place Family, emHemet, estado da Califórnia. Ele começou a mapear espiritualmente a suacomunidade durante a década de 1970, e atualmente está ajudando acoordenar os líderes evangélicos do sul da Califórnia, para que sedediquem a um extenso mapeamento espiritual. Bob é membro da

Spiritual Warfare Network e é sempre solicitado como orador sobre oassunto da guerra espiritual.

Em 1974, minha esposa, Susana, e eu fomos soli-citados a nos tornarmos diretores de instalações desegurança mínima juvenil, pertencente a uma grandeigreja baseada no condado de Orange, no estado daCalifórnia. As instalações, que ocupavam uma área decerca de 1800km2, estavam localizadas em uma remotacomunidade chamada San Jacinto, na área desértica asudoeste de Palm Springs.

Nunca me esquecerei de como eu ficava perguntandopor que o Senhor nos faria mudar para o meio de lugarnenhum. Afinal, um tanto altivamente, eu pensava que oSenhor me havia chamado para ministrar a sua Palavra efazer oposição às trevas espirituais em algum lugarsignificativo. Mas em lugar disso, ali estava eu,vivendo em uma remota comunidade de retiro, quase tãodistante de qualquer coisa de aparente importância oucrucial ao Reino de Deus como era possível a alguém!Afinal, era assim que San Jacinto parecia para nós, deacordo com um julgamento natural. Eu nem de levedesconfiava, naqueles dias, que me havia mudado parauma das fortalezas das trevas, de uma larga porção doimpério ameríndio do sul da Califórnia!

O UMBIGO DA TERRA?

Pouco depois de havermos chegado àquelasinstalações que chamaríamos de nosso lar durante ospróximos três anos, fui informado pelo ex-proprietáriodo lugar que a propriedade havia sido antes usada comoretiro metafísico e centro de treinamento da Meditação

Transcendental. Durante uma de nossas primeirasconversações, o ex-proprietário perguntou se eu estavainteressado em visitar um dos "umbigos da terra". Naocasião eu não tinha certeza se sabia o que issosignificaria, mas a curiosidade tinha-se apossado demim, pelo que lá nos fomos.

Fomos caminhando até o leito de um riachoatualmente seco, até um dos extremos remotos dapropriedade, encarapitado defronte do sopé de algumascolinas. Enquanto prosseguíamos, ele foi me dizendocomo aquele era um local muito sagrado para aquelesque estão espiritualmente sintonizados com "o cosmos".

Finalmente, estacamos em uma localização daquiloque antes era uma paisagem com cataratas, que fluía oano inteiro, e apontou como as paredes do canhãohaviam sido escavadas, através dos séculos, pela água,que ali caía em um movimento circular. Em seguida, eleexplicou que aquela localização era o "umbigo" ouvórtice da terra, um útil centro de poder notreinamento de pessoas que desejassem envolver-se nosníveis superiores da Meditação Transcendental.

Um dos mais elevados exercícios espirituais dosseguidores da Meditação Transcendental, naquele centrode retiros, era ir até às cataratas, a qualquermomento em que as águas pluviais enchessem o canhão. Eali punham-se a meditar, no vórtice da catarata, atéque a água parasse de girar na direção dos ponteirosdo relógio, conforme a água naturalmente faz acima doequador, mas em direção reversa ao seu curso natural.Aquelas cataratas eram o centro principal do trei-namento deles. Meu guia chegou ao extremo de mostrarque as paredes do canhão tinham sido desgastadas, noprocesso do tempo, mediante um movimento giratório daesquerda para a direita, mas mostrou que a areia e a

terra do leito seco do riacho tinham sido claramentemarcadas por um movimento precisamente contrário daságuas, da direta para a esquerda.

Tudo aquilo parecia intrigante e misterioso, mas oque ocupava os meus pensamentos era um centro derecuperação de jovens problemáticos. Na oportunidade,eu não estava preparado para debater a validade detudo aquilo e de como aquilo poderia relacionar-secomigo. Devo admitir, contudo, que depois de algumtempo de nosso encontro, fiquei perplexo quanto aomotivo que o fizera tentar compartilhar comigo, tãointensamente, tudo aquilo. Agora acredito que era oSenhor que me estava atraindo lentamente em umadireção para onde eu nunca iria por impulso próprio.

TRÊS PONTOS DE PODER NO MAPA

Um dia, não muito depois de minha conversa com oex-proprietário do lugar, eu estava planejando ircaçar na nossa área. Enquanto examinava o mapa,casualmente assinalei a localização do "umbigo". Euestava interessado em ver que a nossa propriedade eaquele "umbigo" estavam localizados bem ao lado de umativo e tradicional centro de xamanismo dos indígenasnorte-americanos.

Não foi muito tempo depois que começou a circularo rumor de que Maharishi Yogi havia adquirido umapropriedade em nossa comunidade. E sucedeu que noteique a localização, de acordo com os rumores, tambémficava adjacente à reserva indígena local. Agora acuriosidade realmente começou a invadir a minha mente.Por que ele teria comprado uma propriedade naquelapequena e tranqüila comunidade? De certa feita,

conversei com alguém que estava trabalhando napropriedade recém-adquirida. Quando perguntei ao homempor que Yogi teria escolhido aquele local específicopara ali fundar suas instalações de retiro, eleretrucou: "É que esta área facilita muito a meditação,e tem uma área espiritual à sua volta".

Embora, na ocasião, eu não tivesse dado muitocrédito a essas reivindicações, também fiqueiimpressionado com elas, ao ponto de ter assinalado olocal no mesmo mapa. Meu mapa agora exibia três locaisbem demarcados de atividade espiritual: o "umbigo", areserva indígena e a propriedade de Maharishi Yogi,todos adjacentes um ao outro.

UMA COVA DE URSO COM UMA ESPINHA DORSAL

Em meus momentos de oração pessoal, comecei a teruma visão que se repetia de quando em vez e querelampejava diante de mim. Parecia algo como uma covade urso, no solo. Cada um dos quatro pontos da pele doanimal tinha como que uma perna de um urso, dotada degarras. O couro do bicho não tinha cabeça, mas pareciaainda ter a espinha dorsal. De cada vez em que eu viao couro desse animal, parecia que ele estavacentralizado sobre a nossa área montanhosa local. Cadaum dos jogos de garras da visão parecia estar embebidoem uma localização específica, incluindo o vale deHemet/San Jacinto. Todas as demais cidades ficavamdentro de um raio de quarenta e oito quilômetros danossa comunidade.

Devo mencionar que nunca tive essa visão em umsonho. Ela sempre aparecia quando eu estava acordado,e quase sempre quando eu me encontrava imerso em

oração. De cada vez em que a visão me era dada, eusentia vagamente que poderia ter algo a ver comespíritos das trevas, governantes do lugar, comoaqueles referidos no décimo capítulo de Daniel, asaber, o príncipe da Pérsia e o príncipe da Grécia.

Durante certo período de oração, fiqueipoderosamente impressionado pelo impulso de levar umgrupo de doze líderes da igreja a uma cabanaespecífica, localizada nas montanhas, que aparecia na-quela visão. Por essa altura dos acontecimentos,Susana e eu pastoreávamos uma pequena igreja quehavíamos implantado na pequena cidade de Hemet. Quandofalei a respeito com os anciãos e vários outroslíderes maduros de nossa congregação, com o meu sensode orientação dado pelo Senhor, eles concordaram em ircomigo até à cabana, que pertencia a uma mulher queera membro de nossa igreja. Deveríamos orar ali atétermos quebrado a "espinha dorsal" daquele espíritodominador, forçando-o a largar o domínio espiritualque ele exercia sobre as pessoas que viviam debaixo deseu controle.

Deus me encorajou de forma notável quandoconversamos com a mulher que era a dona da cabana.Entrei na loja que havia na cidade, e que ela dirigia.Quando ela me viu, baixou-se por detrás do balcão eentão jogou para mim as chaves da cabana. E entãoexplicou: "Em minhas orações, hoje pela manhã, Deus medisse que o senhor viria, e que eu lhe deveria dar aschaves!"

Quando todos nos reunimos na cabana, na sexta-feira seguinte, expliquei com detalhes aquela visãoque se repetia, e o que eu sentia ser o nossopropósito ali na montanha. Compartilhei com o grupoque eu pensava que todos saberiam quando tivéssemos

partido as costas daquela coisa, ouvindo ou sentindoos ossos estalarem. Depois de horas de orações muitointensas, em que ministramos ao Senhor, começamos acantar espontaneamente o hino: "Há Poder no Sangue".Cada um de nós foi alertado por um senso imediato esufocante de maldade, que nos circundava. Mas enquantoentoávamos o hino, todos sentimos que o círculo sequebrava! Muitos de nós chegaram a ouvir um somaudível, não como se vértebras estivessem exatamentese partindo, mas como se elas se estivessemdesconjuntando e separando. A cabana inteira chegou abalançar!

Um profundo senso de alívio desceu sobre todosnós, quando descemos montanha abaixo no dia seguinte.Não compreendíamos exatamente o que tínhamos feito, enem o que poderíamos esperar, em resultado daquelanossa reunião de oração. Mas coisas começaram aocorrer espiritualmente, em nossa pequena comunidadede retiro, aparentemente sonolenta e despretensiosa.Todos sentimos que havia algo de diferente em nossapequena cidade.

OS DEUSES SOLITÁRIOS

Muitos anos mais tarde, Peter e Dóris Wagnervieram visitar-nos, juntamente com os nossos antigosamigos, Cindy e Mike Jacobs.

Até então, eu tinha guardado aquele mapa bastanteroto, pois para mim era um objeto confidencial. Euhavia adicionado ali vários outros pontos de poder,incluindo a gigantesca, opulenta e bem fortificadaIgreja de Cientologia Media Center, que também serviade retiro, e que L. Ron Hubbard havia construído. Eu

nunca havia falado muito sobre o meu mapa, porquepoucas pessoas da comunidade evangélica tinhamconversado sobre tais coisas, e eu não queria dar aimpressão de que estava à beira de tornar-me umlunático. Mas Cindy encorajou-me a mostrar o mapa paraPeter e Dóris, o que fiz com certa hesitação. Exibirtal coisa a um professor de seminário parecia um tantointimidador.

Fiquei tremendamente encorajado quando recebitotal aprovação da parte deles. Peter disse que, emseus contatos através da Spiritual Warfare Network,ele tinha podido confirmar que preparar esses mapasespirituais era uma das mais poderosas novas que oEspírito Santo parecia estar dando às igrejas, pelomundo inteiro, nestes nossos dias. Então ele confessouque era leitor ávido das novelas de fronteira de LoiusL'Amour, e perguntou se eu já tinha lido o livro TheLonesome Gods (Os Deuses Solitários — Bantam Books). Eajuntou que o palco da novela ficava localizado naregião de San Jacinto, e que abordava as antigaslendas indígenas. Na semana seguinte, comprei um vo-lume da novela e me pus a lê-la. Fiquei impressionadodiante das claras descrições sobre Taquitz, o espíritoque dominava sobre a cadeia montanhosa de San Jacinto.

O leitor pode imaginar minha admiração quandopesquisei mais profundamente e descobri que a imensarocha que ficava bem por detrás da cabana ondetínhamos orado até partir-se a coluna vertebral dourso, não era outra coisa senão aquilo que se chamavaPico Taquitz!

DESCOBRINDO A HERANÇA ESPIRITUAL DA NOSSA

COMUNIDADE

Eu havia guardado aquele desgastado mapa pordezessete anos, onde assinalei o que eu pensava quetivesse alguma importância. Durante o mesmo período,fiquei muito interessado em conhecer mais sobre ahistória de nossa comunidade e seus pais fundadores.Com freqüência eu passava meus dias fora, andando a pépor áreas remotas e canhões nunca explorados,examinando cavernas e investigando, para ver se achavapor ali antigas cabanas e relíquias indígenas.

Um daqueles canhões, conhecido como Canhão doMassacre, tinha sido o palco da matança da tribo dosíndios sobobas por outra tribo vizinha, os temeculas.Tendo alguma compreensão acerca da base bíblica dacontaminação de terras, comecei a perguntar a mimmesmo se aquele incidente e sua localização teriaalguma significação espiritual. E, assim, marqueidevidamente a localização do Canhão do Massacre, emmeu mapa.

Outro importante evento passado, na vida de nossacomunidade, tinha sido a tentativa, feita por umacompanhia local de serviço de água e esgoto, deperfurar uma grande adutora que atravessasse o pé dascolinas no lado norte de nosso vale. E isso mostrouter sido um acontecimento muito significativo. Acompanhia errou em seus cálculos de engenharia eacabou sondando a camada de águas freáticas quenutriam todas as fontes daquela área!

Durante dezoito meses, a água fluiu sem ninguémconseguir estacá-la. Todos os esforços para fazerestancar o fluxo de água resultaram em conseqüências

desastrosas. Os prejuízos foram grandes, não somenteem sentido financeiro, mas também no sentido de perdasde vidas humanas. Eventualmente, as águas freáticas detodo aquele vale e das montanhas ao redor se esgotarame a área nunca mais voltou a ser a mesma.

Isso explicava por que eu encontrava plantações defrutas cítricas e ranchos de criação de galinhas noalto das colinas, nas numerosas excursões que fiz àscolinas. Ao que tudo indica, floresciam antes dodesastre com o lençol freático da região. Todosaqueles ranchos tinham sistemas de irrigação e grandespoças de água, alimentadas pelos riachos queantigamente fluíam o ano inteiro. Após o desastre como lençol freático, entretanto, até as reservasindígenas locais perderam o seu abundante suprimentode água e a sua base agrícola, o que deixou oshabitantes da região na miséria.

Muitas pessoas que continuam habitando na reservaindígena ainda podem lembrar quão furiosos ficaram osmembros do concilio tribal por causa do desastreecológico. Os seus xamãs amaldiçoaram a companhia deágua do homem branco, por causa de seu erro. E asituação piorou ainda mais quando se espalharamrumores de que a companhia de água estava desviandodeliberadamente a água, vendendo-a a outras companhiasde água, não fazendo qualquer tentativa para estacar ofluxo de água, e muito menos, querendo compensar osindígenas devido às suas perdas.

Depois de haver localizado o lugar das perfuraçõesem meu mapa, notei que ele ficava ao longo da mesmacadeia de colinas onde ficavam o "umbigo" da terra, areserva indígena, o retiro de Maharishi Yogi e o localdo massacre dos índios sobobas. Compreendi que issoera significativo, embora eu continuasse inseguro

sobre o que fazer com essa informação. E, assim sendo,continuei marcando o meu mapa com descobertas que eusentia que estavam afetando a herança espiritual danossa comunidade.

Ao mesmo tempo, L. Ron Hubbard e a Igreja daCientologia mudaram-se para a cidade. Eles tinhamcomprado um antigo clube de campo, localizado em umapropriedade específica, ao longo da mesma serra decolinas onde ficavam localizados o Canhão do Massacre,o desastre da perfuração do lençol freático, o retiode Maharishi Yogi, a reserva indígena e o "umbigo" daterra. Na verdade, o lugar que eles adquiriramchamava-se Estalagem do Canhão do Massacre. Algumacoisa estava acontecendo naquela área, e o meu mapaestava começando a deixar isso claro. Se eu nãotivesse percebido essas coisas em um mapa,provavelmente eu jamais poderia ter feito a associaçãoentre essas localizações. Mas vê-las assinaladas em ummapa conferiu-me uma perspectiva coerente.

ORAÇÕES NÃO-RESPONDIDAS PELA COMUNIDADE

Conforme mencionei, eu continuei silente acerca domapa e de minhas suspeitas, embora a nossacongregação, naquele tempo, estivesse profundamentededicada à oração e à intercessão de manhã cedo a cadadia útil da semana. Em nossa igreja, a Igreja daDwelling Place, nós orávamos de modo breve, um crentedepois do outro, a respeito de questões nacionais einternacionais, além de orarmos pelas necessidadesindividuais e comunitárias de nossa área. Durante todoo tempo, contudo, manifestava-se um profundo senso defrustração que se acumulava em todos nós, embora nos

mantivéssemos fielmente dedicados à oração pela nossagente e pela nossa comunidade. Essa frustraçãoderivava-se de uma crescente percepção de que, comtoda a honestidade, as nossas orações não estavamsendo eficazes.

Tínhamos aprendido a orar eficazmente pelaspessoas, e estávamos vendo homens e mulheres sendolibertados da servidão emocional, espiritual,financeira e física. Muitas pessoas já haviam sidosalvas em nossa igreja, porquanto tinham visto o poderde Deus sob a forma de curas físicas, ou por teremsido libertadas da opressão demoníaca.

Por que coisas similares não estavam acontecendoem nossa comunidade? Por que nossas orações em favorde pessoas estavam sendo respondidas, mas não nossasorações por Hemet e a região circundante, que estavamsendo ineficazes? Olhávamos, de nossa igreja, para onorte, para o sul, para o leste e para o oeste, masvíamos pouca mudança lá fora. Até parecia que, quantoa certos aspectos, a nossa comunidade estava perdendoterreno. As condições sociais deterioravam-se cada vezmais, e nós parecíamos cercados por trevas que nos iamapertando mais e mais. Sentíamos que estávamos sendofiéis e diligentes, mas tudo quanto fazíamos poucoadiantava.

Enquanto eu agonizava no meu espírito por causa dasituação, mentalmente comecei a passar da abordagemque usávamos para libertar pessoas para a questão daservidão aos demônios. Seria possível aplicar essesmesmos princípios no terreno social, tal e qual fa-zíamos no terreno pessoal? Seria possível que ascidades têm uma certa personalidade?

Isso me levou a escavar mais as Escrituras e abuscar uma base bíblica para o conceito de uma cidade

dotada de personalidade. Se essa premissa mostrasseser biblicamente válida, novos passos deveriam sertomados para vermos a nossa comunidade como uma comu-nidade, e não meramente como indivíduos, libertados eemancipados.

Os maus espíritos, como eu sabia bem, buscamcontrolar uma personalidade ou caráter. Essesespíritos acham acesso até à vida de uma pessoaatravés de pecados passados, pecados atuais, maldiçõesque acompanhavam várias gerações e iniqüidade,idolatria, vitimização, traumas, formas várias decontaminação pessoal e assim por diante. Quando apersonalidade de uma pessoa é contaminada, abre-se aporta daquela personalidade para as trevas, porquantoSatanás habita nas trevas. Minhas pesquisas, queprocuravam confirmar que uma cidade também tempersonalidade, levaram-me aos comentários feitos porJesus, em Mateus 11.20-24:

Então começou ele a lançar em rosto às cidades ondese operou a maior parte dos seus prodígios o não sehaverem arrependido, dizendo: Ai de ti, Corazim! Aide ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidonfossem feitos os prodígios que em vós se fizeram,há muito que se teriam arrependido, com saco e comcinza. Por isso eu vos digo que haverá menor rigorpara Tiro e Sidon, no dia do juízo, do que paravós. E tu, Cafarnaum, que te ergues até aos céus,serás abatida até aos infernos; porque, se emSodoma tivessem sido feitos os prodígios que em tise operaram, teria ela permanecido até hoje. Porémeu vos digo que haverá menos rigor para os deSodoma, no dia do juízo, do que para ti.

Fica claro aqui que Jesus referia-se àresponsabilidade pessoal de uma cidade. Cada cidade,segundo parece, é endereçada como se fosse umapersonalidade dotada de responsabilidade por suasações e por sua reação diante do evangelho.Naturalmente, Jesus não estava dizendo que uma cidadetem uma alma eterna; mas ele referia-se a cidades comoentidades coletivas. Ele dirigiu-se a cada cidade porseu respectivo nome.

Desejoso ainda de obter maior confirmação bíblica,pesquisei a Palavra de Deus estudando cidades eprocurando qualquer informação que me permitissedescobrir mais verdades sobre essa área. Lemos emHebreus 11.10: "Porque [Abraão] esperava a cidade quetem fundamentos, da qual o artífice e construtor éDeus". Abraão estava à procura de uma cidade quetivesse incorporado princípios piedosos como o seualicerce. O termo grego aqui traduzido por "fundamen-tos" também pode ser traduzido por "princípios epreceitos rudimentares". Isso refere-se à moral e àética de uma cidade. Portanto, embutidos dentro dasmuralhas de cada cidade acham-se o seu caráter e a suapersonalidade!

E também descobri que esse vocábulo grego para"fundamentos" é a mesma palavra usada por Paulo em 1Coríntios 3.11, 12, quando ele orientou aquela igrejaa respeito dos alicerces da personalidade humana:"Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do quejá está posto, o qual é Jesus Cristo. E, se alguémsobre este fundamento formar um edifício de ouro,prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha..."

Começamos por indagar sobre o que os fundamentosde nossa própria cidade poderiam ter sido edificados.Teria ela sido edificada sobre Jesus Cristo? Nossa

comunidade foi construída com ouro, prata e pedraspreciosas, ou haveria na sua estrutura alguma madeira,feno e palha? Triste é dizê-lo, vemos muita madeira,feno e palha na área de Hemet.

COMUNICANDO-NOS COM UMA CIDADE

Comecei a acreditar que ministrar libertação a umacidade é algo possível. Tanto a minha comunidadequanto a sua podem ser concebidas como comunidadesdotadas de sua própria personalidade, com fundamentosespirituais perfeitamente reais! Uma chave para issoseria nos comunicarmos com a cidade. Naturalmente,isso nos põe diante de um dilema sem igual. Comopodemos fazer a nossa cidade "falar" conosco, comofaria uma pessoa? Como podemos fazer uma comunidadecontar-nos as coisas que têm acontecido naquelaregião? Como é que ela foi contaminada e aberta paraos espíritos territoriais? Como posso fazer a minhacidade abrir-se e começar a falar comigo?

Novamente, depois de orar e perscrutar a Palavrade Deus, em busca de respostas, encontrei um indício."Clama a mim, e responder-te-ei e anunciar-te-eicoisas grandes e ocultas, que não sabes". Esseversículo indica que as coisas ocultas e invisíveis,que não sou capaz de entender, podem ser importantespara o Senhor. Ao buscarmos o Senhor acerca dessascoisas ocultas, cremos que ele é fiel e que nosresponderá e nos mostrará essas verdades ocultas. OSenhor tem indicado que uma chave para tratar com acomunidade consiste em fazer as mesmas perguntas quedirigiríamos a uma pessoa que busca ser libertada deopressão demoníaca, e que ele nos conduzirá quanto aos

pontos específicos, se realmente colocarmos a nossacidade no caminho da libertação.

E agora precisávamos descobrir como tinham sidolançados os alicerces espirituais de nossa cidade. Deque eram feitos esses fundamentos? Onde estavamlocalizadas as dores e as dificuldades? Até que pontoa história passada da cidade está relacionada aosacontecimentos atuais? Haverá algum envolvimento daminha cidade com o ocultismo? Alguma outra coisa temdesempenhado um papel que conduziu às condiçõespresentes da minha cidade, nos campos espiritual,emocional ou físico?

Eu nem percebia que já me estava comunicando com aminha cidade por cerca de dezenove anos! Uma dasmaneiras de nos comunicarmos ou conversar com umacidade consiste em estudarmos e pesquisarmos ahistória e a herança daquela cidade.

Poderia o mapeamento e o conhecimento histórico deminha cidade estar ligados, na tentativa de falarcomigo sobre o alicerce — bom ou mau — de minhacidade? Quando comecei a examinar de novo essasinformações, gradualmente comecei a ver emergir apersonalidade espiritual de minha comunidade. Era maisou menos como tirar um quebra-cabeça feito de peçasajustáveis, derramar tudo sobre uma mesa e contemplarpeça após peça ajustar-se no seu devido lugar.

FOGUETES SCUD E BOMBAS DE INFALÍVEL PONTARIA

De súbito, vi-me a examinar um quadro dapersonalidade de minha cidade, como eu nunca o tinhavisto antes. Foi excitante pensar que agora seríamos

capazes de ministrar livramento e iniciar o processoque poderia trazer a liberdade espiritual para o nossovale. Poderia ser esse também o elemento que faltavaem nossas orações e intercessões, de que precisávamostão desesperadamente? Estaríamos realmente acertandona mosca de nossos alvos de oração, ou estávamosapenas atirando a esmo, em derredor de nossanecessidade, de uma maneira vaga e ineficaz?

Pensei sobre os foguetes Scud que Saddam Husseinlançou durante a Guerra do Golfo, em 1991. Emboraaqueles mísseis estivessem apontados na direção certa,a óbvia falta de pontaria deles impediu que osfoguetes obtivessem todo o seu potencial dedestruição. Comecei a ver que as nossas orações, emfavor de nossa comunidade, se pareciam, um tanto, comos mísseis mal orientados do ditador iraquiano.Estávamos acertando no inimigo, mas por causa de nossafalta de informações estratégicas, éramos incapazes deisolar ou discernir um alvo específico, apontar paraele e atingi-lo em cheio.

Agora que estávamos começando a acumularinformações estratégicas sobre a personalidade denossa cidade (por exemplo, a sua herança, a suafundação, o seu pano-de-fundo espiritual), seríamoscapazes de formar um plano de guerra estratégico eatingir alvos precisos. Isso se parecia bastante comas bombas de infalível pontaria que os aliadosapontaram, em revide, contra Saddam Hussein. Aquelesque assistiram as notícias da guerra pela televisãoficaram admirados de como aquelas bombas eramapontadas para portas, janelas e entradas de arespecíficas.

Mas se alguma bomba espiritual de pontariainfalível tiver de ser assim exata, alguém

primeiramente precisará recolher informações dereconhecimento. Antes de tudo, será necessário fazeruma exploração da área. Para nós, isso significapesquisar, estudar a terra e os seus primeiroshabitantes, mapear e escavar a história de uma cidade.A guerra espiritual, tal como a guerra convencional,beneficia-se enormemente com base em investigaçõesacuradas.

O mapeamento espiritual tem mostrado ser uminstrumento eficaz na intercessão estratégica e nosatos estratégicos de intercessão pelas nossascomunidades. Enquanto eu reexaminava e revisava osanos de recolhimento de informação que passei fazendo,percebi que, intuitivamente, eu havia conseguidodetectar partes significativas da história de minhaárea no meu mapa. Ali, defronte de mim, havia in-formações históricas, físicas e espirituais. Eu nuncame tinha dado conta da significação que aquele mapateria nos anos vindouros.

Aquele desgastado mapa mostrou conter valiosasinformações para a formação de uma estratégia contraas fortalezas e os espíritos territoriais que setinham alojado em nossa comunidade. Uma vez que nós,na qualidade de uma congregação, aprendemos a noscomunicar com a "personalidade" de nossa cidade, osresultados de nossa intercessão adquiriram um vultodramático.

MAPEANDO UMA CIDADE

Quais, pois, são os passos necessários a umpastor, um crente leigo ou uma congregação, para quedêem início ao mapeamento espiritual?

A História da Cidade

Em primeiro lugar, devemos pesquisar a história ea fundação da comunidade em pauta. Busquemos pontos decontaminação, como derramamentos de sangue, contratosquebrados, pactos desfeitos e preconceitos raciais quepodem ter tido o apoio de antigas leis da cidade,vinculadas a esses erros. Por muitas vezes, ascrônicas a respeito continuam guardadas na prefeituraou na biblioteca da cidade.

Fiz o meu pessoal pôr-se a examinar os nossoslivros de história local, visitar museus e sentar-seem nossa biblioteca, rebuscando os documentos dacidade. Uma das coisas mais interessantes que des-cobrimos foi um antigo marco histórico localizado napropriedade de uma igreja local da nossa comunidade.Era um grande arco arquitetônico que o condado haviapreservado, e que foi declarado um marco histórico,porque um dos primeiros ginásios do país tinha sidoconstruído ali.

O pastor da igreja local é um amigo pessoal bemchegado, e ele tinha ficado muito interessado nahistória da propriedade de sua igreja como com a suapossível relação com aquele marco histórico. Suaspesquisas tinham desenterrado algumas informaçõesinteressantes. A igreja dele e o marco históricoestavam localizados precisamente sobre o local daaldeia dos índios sobobas, os quais, conformemencionei acima, foram massacrados pelos índios deoutra tribo, os temeculas. Eles começaram a matança naregião que, atualmente, é San Jacinto, e, enquanto osguerreiros lutavam, as mulheres e as crianças fugiam

dessa aldeia para o Canhão do Massacre, onde, maistarde, todas elas encontraram a morte.

Nossa pesquisa prosseguiu, e dessa maneira foirevelado que, desde que a igreja fora fundada, nocomeço do século XX, cada pastor ou membro da famíliade algum pastor tinha experimentado morte violenta,com a exceção do atual pastor e do pastor que serviu àigreja antes dele. Não podíamos evitar de perguntar sea violência e o derramamento de sangue havidos nopassado não teriam contaminado aquele terreno econferido uma cabeça de ponte para que pudessem operaros espíritos da morte violenta. Também pensamos queisso poderia ajudar a explicar por qual motivo aquelacircunvizinhança em particular se tinha tomado ocentro geográfico da violência dos bandidos de todaaquela região.

Quando o pastor ficou sabendo acerca doderramamento de sangue entre os índios, bem comoacerca da morte violenta dos pastores, ele convocouuma reunião de seus anciãos e intercessores.Engajaram-se em um período de intercessão sincera e deprofundo arrependimento, em favor de seu terreno e desua igreja.

Que aconteceu? Menos de dois meses mais tarde,membros de gangues locais começaram a converter-se aoSenhor. Pelo menos um deles entrou na igreja, duranteum culto de domingo, e disse: "Quero ser salvo!" Outrochefe de bando, sua mãe e depois toda a família deleaceitaram a Cristo. A violência do banditismo naregião caiu vertiginosamente desde então, embora aindanão tenha desaparecido de vez.

A Personalidade de Uma Cidade

O segundo passo que devemos dar, para realizar omapeamento espiritual de nossa comunidade é pesquisara formação da personalidade de nossa cidade. Em outraspalavras, nossa cidade tornara-se conhecida por causado quê? Las Vegas tornou-se conhecida por causa de suaganância e jogatina; Chicago pela violência dasturbas, e São Francisco como um dos fortins de homensefeminados e de mulheres lésbicas. Nossa própriacomunidade tornou-se conhecida como uma comunidade depessoas aposentadas, um lugar para onde pessoas demais idade costumam vir para passarem tranqüilamenteos seus últimos dias e então morrerem.

Uma área vital que não pode ser negligenciada emnosso desejo de ver nossas comunidades libertadas daservidão espiritual é a área do arrependimento e daremissão de pecados dessas comunidades.

Nesse segundo estágio do mapeamento, procuramos porinstituições financeiras e por quaisquer empresasou edifícios da cidade que parecessem formarajuntamentos compactos. Descobrimos que Hemet temos maiores depósitos bancários per capita do quequalquer outra cidade dos Estados Unidos daAmérica. Localizamos também bares, teatrospornográficos e centros de distribuição de drogas.

Os Centros de Artes Ocultas da CidadeO terceiro passo do nosso processo de mapeamento

foi pesquisar centros psíquicos, de ocultismo, da NovaEra, metafísicos, holísticos e de cultos estranhos.

Tomamos nota dos santuários, dos templos mórmons, daslivrarias da Nova Era e de todas as igrejas epropriedades dirigidas por cultos aberrantes.Conversamos também com jovens ginasianos envolvidoscom drogas e com o satanismo, e entrevistamosdescendentes de médicos-feiticeiros dos índios locais.Por muitas vezes, casas vazias e abandonadas sãousadas para ali haver ritos e sacrifícios de animais,pelo que essas também foram examinadas.

ARREPENDENDO-NOS DOS PECADOS SOCIAISTambém aprenderíamos em breve que outra área vital

que não pode ser esquecida, em nosso desejo de ver asnossas comunidades livres da servidão espiritual,consiste em nos arrependermos e remirmos os pecados denossas comunidades. Esse tópico é coberto com maioresdetalhes no livro de John Dawson, Reconquiste SuaCidade Para Deus,1 bem como no livro de Cindy Jacobs,Possuindo as Portas do Inimigo.2 Em setembro de 1991,Peter Wagner e Cindy Jacobs falaram durante aConferência Sobre Guerra Estratégica em nossa igreja.Por ocasião dessa conferência, fomos capazes de pôr emprática esse conceito do arrependimento em favor denossa cidade, buscando o perdão divino para os nossospecados sociais.

Sob a supervisão de Cindy, os indígenas locais eum representante da companhia de água reuniram-sediante da conferência e se declararam arrependidos umdiante dos outros, por seus malefícios praticados nopassado. Um pastor metodista local subiu na plataformacom um pastor pentecostal, e ambos pediram perdão peloorgulho e espírito de divisão entre os evangélicos eos carismáticos. Finalmente, um homem branco e umhomem índio puseram-se de pé, um diante do outro, e se

arrependeram por causa dos pecados e do ódio que temhavido entre as duas raças. Quando cada uma dessaspessoas arrependeu-se, um depois do outro, perdoando-se mutuamente, muitos presentes à conferência choraramem voz alta, porque anos de divisões e ódios guardadostinham sido quebrados no terreno espiritual. Osprincipados e as potestades receberam golpes rígidos esérios naquela noite.

DEDICAÇÃO DOS PASTORES A ALGUM TERRITÓRIO

Durante os meus primeiros dias de oração pelaminha comunidade e sua gente, senti que o Senhorcomeçava a despertar dentro de mim um forte amor poraquela terra e sua gente. Antes, eu nunca me haviasentido preso à nossa comunidade. Em meu coração, eusempre tinha esperado que algum dia eu partiria paraalgum outro lugar, dotado de algum ministério mundialde alguma sorte. Mas o Senhor começou a mostrar-me queeu jamais poderia ser usado para trazer libertação designificado real e duradouro, à minha própria região,se eu estivesse vivendo ali mas com minha bagagememocional e espiritual sempre arrumada para ir-meembora, sempre esperando pelo dia em que o Senhor mechamasse para alguma comunidade maior, dotado de maiorinfluência e importância.

No entanto, era precisamente isso que eu estavafazendo. Eu vivia esperando sempre por aquela "chamadasuperior"! E assim percebi que o que me estavafaltando era dedicação territorial. E acabei sentindo seraquele um elemento-chave para que fosse iniciado olivramento espiritual de minha cidade.

Se minha cidade tivesse de experimentar umverdadeiro livramento espiritual de seus espíritosgovernantes de apatia religiosa, mesquinhezfinanceira, idolatria oculta e coisas semelhantes, issoteria de começar com os líderes evangélicos, quedeveriam declarar-se comprometidos com os habitantesdo local e com a própria região. Alguma pessoa como euprecisava começar a desempacotar a sua bagagem,deixando para trás o seu sonho de ter algum ministériomais excitante no futuro. Pastores, líderes leigos eigrejas inteiras precisam unir-se, assumindoresponsabilidade territorial a longo prazo, pela re-gião onde estiverem residindo! Susana e eu começamosanunciando à nossa congregação que considerávamosHemet a nossa chamada vitalícia, e também compramossepulturas no cemitério local.

Uma passagem do livro de Jeremias fala sobre umtempo em que os líderes de Israel ignoraram as suasresponsabilidades. "Muitos pastores destruíram a minhavinha, pisaram o meu campo, tornaram em desoladodeserto o meu campo desejado. Em assolação o tornaram,e a mim clama na sua desolação; toda a terra estáassolada, porquanto não há ninguém que tome isso a peito" (Jr12.10, 11; a ênfase é minha).

Nossa igreja começou a tomar a peito, como nuncaantes, a nossa região. Certa manhã de domingo, senti oimpulso do Espírito Santo de levar a nossa congregaçãointeira a um dos lados de uma colina que dava defrente para o inteiro vale de Hemet/San Jacinto. Alificamos, ombro a ombro, de mãos estendidas na direçãode Hemet, durante meia hora, intercedendo contra astrevas espirituais que escravizavam a nossacomunidade.

Certo ano, minha esposa, Susana, sentiu que oSenhor estava instruindo nossa igreja para entrar naparada de Natal realizada em Hemet.Novamente,obedecemos devidamente, entramos na parada, emarchamos pela rua principal de nossa cidade, entoandolouvores a Jesus, com cânticos como "Quão Poderoso E oDeus Que Servimos" e "Fazei um Ruído Jubiloso aoSenhor".

Estou convencido de que quando aprendermos a acei-tar o compromisso com os nossos territórios e com aesfera de influência que nos foi designada, equando aprendermos a destruir fortalezas eprincipados e potestades governantes sobre asnossas comunidades, então, começaremos aincorporar, cidade após cidade, nossas cidades enações dentro do plano final de Deus para elas.

No ano passado, nossa igreja participou com maisde quatrocentos membros de nossa congregação quetomaram parte nos cânticos, nas danças coreográficas,no transporte de bandeiras e coisas similares.Esforçamo-nos por ministrar às pessoas de nossacomunidade mediante essa nossa participação, ao mesmotempo que fazíamos vigorosas declarações aos espíritosdas trevas. A reação favorável de nossa comunidade foitremenda; muitas pessoas estão se rededicando àsigrejas, e as empresas atualmente estão doandodinheiro e materiais que nos ajudam a contrabalançar ocusto dessa nossa participação. No ano passado, osjuizes da parada evangélica também ficaramimpressionados e galardoaram a participação de nossaigreja com o prêmio mais alto — o Troféu Presidencial.Digo isso não por motivo de orgulho pessoal, mas paramostrar como uma congregação comum realmente pode amar

a uma cidade e "trazê-la no seu coração", conformemencionou o profeta Jeremias.

Estou convencido de que, quando aprendermos asentir responsabilidade por nossos territórios e pornossa esfera determinada de influência, e quandoaprendermos a destruir as fortalezas espirituais e osprincipados e potestades que dominam as nossascomunidades, então, começaremos a incorporar, cidadeapós cidade, no plano de Deus em favor de nossascidades e nações.

APOSTANDO NOSSAS CIDADES PARA DEUS

Recentemente, enquanto orava acerca da crescenteviolência dos facínoras de nossa comunidade, sentimosa necessidade de estabelecer um dossel de oraçõessobre a cidade. Já tínhamos orado antes por umacobertura espiritual por sobre a nossa cidade, masnunca tínhamos feito qualquer coisa tangível comosentíamos que o Senhor nos eslava guiando para quefizéssemos.

Em minhas orações, fui atraído pelo trecho deIsaías 33.20-23, uma passagem que eu já havia lido pormuitas vezes, nunca sentindo que essa profecia,dirigida à Assíria, tinha qualquer coisa de direto aver com o meu ministério. Dessa vez, porém, senti queDeus queria que eu desse atenção ao texto literal,aplicando-o à nossa cidade em favor de Deus. Eimportante que tenhamos as Escrituras diante de nós,enquanto vou explicando:

Olha para Sião, a cidade das nossas solenidades;

Os teus olhos verão a Jerusalém, habitação quieta,Tenda que não será derribada,cujas estacas nunca serão arrancadas,E das suas cordas nenhuma se quebrará.

Mas o Senhor ali nos será grandioso,Lugar de rios e correntes largas;Barco nenhum de remo passará por eles,Nem navio grande navegará por eles.Porque o Senhor é o nosso Juiz;

O Senhor é o nosso Legislador;O Senhor é o nosso Rei;Ele nos salvará.

As tuas cordas estão frouxas;Não puderam ter firme o seu mastro,E vela não estenderam.

Quero ser o primeiro a reconhecer que essapassagem, em seu contexto histórico, pouco ou nada tema ver com a guerra espiritual em nível estratégico quevisa a tomar alguma cidade para Deus. Não obstante,sentimos que era a palavra profética para a Igreja deDwelling Place, em Hemet, estado da Califórnia, em1991. E assim passamos a lhe obedecer e a aplicá-la

passo a passo, conforme sentíamos que Deus nos estavaorientando.

Isaías falou ali sobre uma tenda segura em seulugar por estacas fincadas no chão. Essas estacasnunca seriam removidas. Estacas em Hemet? Enquanto euprosseguia dia após dia em oração, sentia que o Senhornos estava dizendo para fincarmos estacas no chão. Eununca ouvira dizer que alguém já tinha feito talcoisa, e nem ficaria surpreso se tal ato nunca tivessesido efetuado. Mas lá em meu espírito eu sabia quepara nós seria algo correto, particularmente se osanciãos da igreja concordassem comigo.

Convoquei todos os anciãos para uma reunião, certodomingo pela manhã, para explicar-lhes que eu sentiaque o Senhor nos estava ordenando fincar estacas nochão, a fim de garantir um dossel espiritual que elequeria estender por cima da cidade. Oramos juntos e,quando assim fizemos, sentimo-nos todos de acordo emobedecer à mente do Senhor. Concordamos que tomaríamosprovidências e entraríamos em ação, de uma maneira quepoderia parecer estranha não somente para os nossovizinhos, mas também até para nós mesmos. Um dosanciãos, que tinha uma loja de objetos de adornofeitos de madeira, apresentou-se como voluntário parafazer estacas de carvalho para nós.

Naquela manhã, em ambos os cultos que houve,compartilhei com a congregação que faríamos outraexcursão de intercessão, ou seja, aquilo a que KjellSjöberg chamou, no quarto capítulo, de oração de açãoprofética. "Venham vestidos casualmente, e reúnam-seno templo da igreja às 16h30", anunciei. Nós nosdividiríamos em cinco grupos. Quatro dos gruposacompanhariam um ancião com uma das estacas, a fim defincá-la em uma das quatro entradas principais do

nosso vale — todas as entradas eram auto-estradas. Oquinto grupo acompanharia minha esposa e eu, até àintersecção principal, bem no centro da cidade.Precisamente às 17 horas, cada um dos anciãos fincariaa sua estaca no chão, para que servisse de memorial aoSenhor; e o dossel de oração resultante permaneceriacomo nossa declaração de guerra espiritual estratégicacontra as trevas que nos estavam apertando cada vezmais.

Ao mesmo tempo, Susana e eu, de pé na intersecçãodo centro da cidade, simultaneamente levantaríamos asnossas vozes em louvor ao Senhor, como se fosse umposte central do dossel espiritual. Então voltaríamosà igreja para o culto normal das 18 horas, quandoentão compartilharíamos juntos de nossas experiências,com o grupo inteiro dos crentes.

Ao orientar cada ancião sobre onde ele deveriafincar a sua respectiva estaca, selecionei cada localatravés do meu mapa. Pedi ao ancião e seu grupo queforam para o lado norte do vale que fincassem a suaestaca ao lado do Canhão do Massacre e da Igreja daCientologia. Em cada estaca estava inscrita a passagembíblica de Isaías 33.20-24.

Rios, Correntes Largas e Navios

Quando voltamos, o ancião do grupo que se tinhadirigido à entrada norte, disse que tinha feito umanotável descoberta. Quando estavam lendo as Escriturasinscritas na estaca em voz alta, perceberam que Isaías33.21 diz que o Senhor estava em um lugar de "rios ecorrentes largas". Um dos homens notou que bemdefronte deles estava o leito agora seco do rio San

Jacinto, e bem à esquerda deles estava o riacho doCanhão do Massacre, agora também seco. Ambas ascorrentes atualmente estão sem água por causa dodesastre na exploração do lençol freático da companhiade água, sobre a qual falamos páginas atrás.

Isso já serviria de encorajamento suficiente; masainda havia mais. A passagem de Isaías mencionaespecificamente navio com cordas, mastros e velas.Vivemos em uma comunidade no deserto, longe dequalquer objeto náutico. No entanto, o ancião explicouà congregação, naquela noite, que depois de teremfincado a estaca, quando já estavam no caminho devolta para a nossa igreja, passaram pela sede centralda Igreja da Cientologia e, para grande admiraçãodeles, viram, no terreno dessa igreja e tendo comopano-de-fundo os sopés das colinas, uma gigantescaréplica, em tamanho natural, de uma escuna com trêsmastros, completa com cordas, mastros e velas!

Todos prorrompemos em gritos de louvor a Deus, aonos darmos conta de que não pode ter sido por meracoincidência extraordinária que todas aquelas trêscoisas estivessem juntas: o rio, as correntes e umnavio, com suas cordas, mastros e velas, no meio dodeserto. Desnecessário é dizer que ficamostremendamente encorajados a premir em intercessão,rogando pelo livramento espiritual de nossa comuni-dade. Pudemos acreditar que o próprio Senhor nos tinhadado, graciosamente, sinais palpáveis de que eleestava dirigindo e orientando as nossas atividades.

Depois que aquele dossel espiritual foi erguido, ofluxo de informações a respeito das atividades dastrevas, em nossa comunidade, aumentou dramaticamente.Parecia que vinham pessoas de todas as partes,trazendo informações sobre antigos edifícios, abusos

passados de terrenos, ou sobre "algum amigo de umamigo" que conhecia onde as bruxas costumavam reunir-se. Imediatamente começamos a ver resultados de nossanova e acurada intercessão, que se tornara possívelpor meio de nosso mapeamento espiritual.

Vida Nova Para a Igreja

Os resultados de nossa intercessão em nívelestratégico e de nossa ação de oração proféticamostraram que rendiam um efeito dramático na vida denossa própria congregação. Se alguma coisa nos havianotabilizado no passado, é que éramos uma igreja muitosujeita a divisões. Tínhamos passado por cincodivisões dessas em dezoito anos. Mas a falta deunidade é agora uma história do passado. Um calorosoespírito de amor e harmonia está atraindo novaspessoas à nossa igreja, a qual vem crescendo comonunca antes.

Durante quinze anos nos tínhamos reunido em umaantiga instalação de produtos de leite, que havia sidoparcialmente mobiliada. Meu gabinete ficava onde erampreparadas as coalhadas e onde havia um separador docoalho e do soro do leite, e a creche ficava no antigofrigorífico. Já nos tínhamos atirado em muitascampanhas de levantamento de fundos, no esforço delevantar as finanças muito necessárias, para quepudéssemos remodelar as instalações, em um mínimobásico para as necessidades da nossa congregação.

Os membros de nossa congregação eram, em suamaioria, operários, e a nossa capacidade financeiranunca parecia ser suficiente para nos fazer

deslanchar. A congregação, bem como a liderança,sentia-se incapaz de alterar essa situação.

Mas agora estava acontecendo alguma coisa, o quedemonstrava, de forma inequívoca, a atuação da mão deDeus. Depois de termos entrado nesse novo nível deintercessão, nossa própria congregação levantoudinheiro suficiente, em um período de apenas dezoitomeses, para edificar toda uma instalação nova para ascrianças (e nada ficamos devendo). Nesse mesmo períodode tempo, remodelamos completamente o santuário (aantiga empresa de laticínios), e a congregaçãoduplicou de tamanho em menos de um ano!

Nova Esperança Para a Comunidade

O resultado desse tipo de intercessão, em queenfrentávamos as fortalezas das trevas, tem modificadofrancamente a face espiritual da nossa comunidade.Nada menos de trinta e cinco ministros, em nossacidade, agora trabalham juntos no evangelismo. Elesreúnem-se mensalmente para terem um período de oraçãoe de apoio mútuo. As igrejas compartilham de seusrecursos, com máquinas de copiar, projetores e outrosequipamentos de escritório. Uma das igrejas compar-tilha de seus ministérios entre as crianças, a cadasemana, com outra igreja, que está sem um local dereuniões permanentes. Não é mais incomum ouvir que ospastores estão trocando de púlpitos, uns com osoutros, aos domingos pela manhã. Um pastor convidou opastor de outra igreja de nossa cidade para vir à suaigreja, dedicar sua filha recém-nascida ao Senhor,diante de sua congregação, e então ficar para pregarno culto matinal.

Faz pouco tempo, trinta igrejas e ministérios dacidade reuniram-se para efetuar um reavivamento deduas semanas, em uma tenda. A cada noite doreavivamento, pregou algum pastor diferente, que operana comunidade, e uma igreja diferente proveu a música.A cada noite, por duas sólidas semanas, a tenda ficoucheia ao máximo de sua capacidade, com membros dascongregações espalhadas por todo o nosso vale,trazendo amigos perdidos para ouvirem o evangelho.Muitos foram salvos, curados e libertados, nesseespetáculo aberto de unidade coletiva do Corpo místicode Cristo, em nosso vale.

Li, em Jeremias 9.3, como o povo de Deus, certaocasião, não mostrou ser os "valentes em favor daverdade". Costumávamos ajustar-nos a essa descrição,mas agora estamos mudando. Acredito que conseguiremosconquistar as nossas cidades, uma a uma, tornando-nosnão somente um "nome, louvor e glória" para o Senhor,mas também saindo de dentro dos limites de nossostemplos, das nossas atividades eclesiásticas, denossos programas e tradições religiosos e tornando-nos, literalmente, um povo que se põe ao lado da causado Senhor, valentes em defesa da verdade, por toda aface da terra!

Perguntas para refletir

1. Bob Beckett expressou a sua frustração porque,embora orações por indivíduos estivessem sendorespondidas, as orações pela comunidade pareciamineficazes. Pode você identificar-se com essa posição?O que pode ser feito a esse respeito?

2. Analise a reunião de oração, na cabana dasmontanhas acerca da "pele de urso", à luz daquilo queaprendemos no capítulo de Kjell Sjöberg, a respeitodas "orações de ação profética".3. Jesus dirigiu-se a cidades como se fossempersonalidades. Você pensa que poderia fazer a mesmacoisa? Poderia isso ser feito em reuniões de oraçãocoletiva, em sua igreja?4. Segundo você pensa, quão importante é que um pastorassuma um "compromisso territorial"? Você conhecealgum pastor que tenha feito compromissosterritoriais? Eles concordariam com Beckett?5. Bob Beckett pensa que todos nós deveríamos sair efincar no solo estacas com versículos bíblicos nelas?Isso soa como algo que você e seus amigos crentesfariam?

Notas

1. DAWSON, John. Reconquiste Sua Cidade Para Deus. Venda Nova,MG, Editora Betânia, 1995.2. JACOBS, Cindy. Possuindo as Portas do Inimigo. Belo Horizon-te, Editora Atos, 1996.

7. EVANGELIZANDO UMA CIDADE DEDICADA ÀSTREVAS

Por Victor Lorenzo

Victor Lorenzo trabalha em sua pátria, a Argentina, junto à HarvestEvangelism. Seus dons de discernimento têm-no equipado para umextenso mapeamento espiritual nas cidades de Resistência e La Plata. Elefoi consagrado ao ministério na Igreja Visão do Futuro, sob o pastorOrnar Cabrera. Victor serve como secretário da Área do Cone Sul, para aSpiritual Warfare Network da A.D. 2000 United Prayer Track.

Sempre que nos reportamos ao assunto da guerraespiritual em geral e à questão do mapeamento espiri-tual em particular, acredito que é útil esclarecer opapel da Igreja, quanto a essa atividade.

O MANDATO DA IGREJA

A Igreja cristã recebeu o mandato de pregar oevangelho pelo mundo inteiro, a fim de expandir oreino de Deus e a sua justiça. A guerra espiritual e omapeamento espiritual são, tão-somente, atividades queajudam no cumprimento desse mandato. Essas duasatividades ajudam-nos a descobrir e destruir as es-tratégias e astúcias de Satanás, que ele tem usadopara manter as multidões sob o seu domínio, surdaspara com a gloriosa mensagem de Jesus Cristo.

Por mais exato que seja o mapeamento espiritual,porém, é minha opinião que, sem um enfoque explícitosobre o evangelismo, tal mapeamento terá poucaserventia. Por semelhante modo, o evangelismo que nãoleva a sério o nosso conflito com os poderesdemoníacos, por meio da guerra espiritual, podetornar-se um esforço insano que rende poucosresultados.

Deus proporcionou autoridade à sua Igreja e aosseus líderes para que tomem posse decircunvizinhanças, cidades, nações e até continentesinteiros para Jesus Cristo. A eficácia da igreja, naconquista dos incrédulos para Cristo e noaprimoramento moral da sociedade, depende, em grandeparte, de sua disposição para entrar nessa batalha. Aunidade espiritual entre as igrejas e a dedicação àoração intercessória são condições importantes para avitória.

CHAMADA DIVINA PARA O MAPEAMENTO ESPIRITUAL

A minha chamada para o mapeamento espiritualocorreu em resultado de meu envolvimento no "PlanoResistência", um maciço esforço evangelístico enfocadoem torno da cidade de Resistência, na Argentina. Nomomento estou atarefado no ministério da HarvestEvangelism, sob a liderança de Edgardo Silvoso, umcompatriota argentino. Tínhamos concordado, como umaequipe, que lançaríamos um projeto evangelístico detrês anos em Resistência, uma cidade de quatrocentosmil habitantes do norte da Argentina. Uma das ênfasesmais importantes é a de nos atirarmos a uma guerraespiritual em nível estratégico, efetuar uma intensacampanha de oração intercessória, multiplicar o númerode igrejas, além de empregarmos métodos tradicionaisde evangelismo. No primeiro ano desse esforço, oEspírito Santo começou a mostrar-nos que a magnitudedo combate espiritual que se fazia necessária paraesse empreendimento era muito maior do que havíamosimaginado a princípio.

Minha própria visão de guerra espiritual foigrandemente ampliada no começo do ano de 1990. Comeceia perceber que a guerra espiritual deve ser efetuadaao nível do solo — expulsar demônios que atormentam aspessoas — como também ao nível estratégico. Estaúltima foi uma dimensão da estratégia demoníaca que játinha atingido dimensões tanto complexas quantogeneralizadas. Quando li o livro de John Dawson, TakingOur Cities for God [Reconquiste Sua Cidade Para Deus] (CreationHouse), comecei a pensar sobre a necessidade deaplicar os princípios sugeridos por Dawson à cidade deResistência. No entanto, no começo eu estavarelutante. Eu havia ministrado a muitas pessoas queestavam escravizadas a espíritos malignos e conhecia,em primeira mão, quais os horrores envolvidos nasatividades do diabo. Eu não sentia a mínima inclinaçãopara entrar com maior profundeza nos segredos daestratégia satânica.

Gonzalo e o Anjo Guardião

A minha relutância em fazer aquilo que, por aquelaaltura, eu sabia ser a vontade de Deus, proveu umaabertura para que o inimigo atacasse tanto a mim mesmoquanto aos meus familiares. A cada noite, durante umasemana inteira, nosso menino de quinze meses, Gonzaloacordava chorando, à uma hora da madrugada. A cadanoite precisávamos de cerca de quatro horas paraacalmá-lo. Finalmente, certa noite, senti que já tinharecebido bastante daquilo e que precisava tomar algumaoutra forma de providência. Eu reconhecia que a minhaatitude de rebeldia estava à raiz daquele nossoproblema e pedi que minha esposa ficasse no leito,enquanto eu cuidava da questão.

Antes de entrar no dormitório do pequeno Gonzalo,fui até à sala de jantar, a fim de orar, e então eudisse: "Senhor, por favor, perdoa-me pela minhadesobediência. Confesso que não tenho nem recursos enem capacidades, em mim mesmo, para cuidar dessasituação. Oro para que abras os meus olhos e os meusouvidos e entenda o que o teu Santo Espírito me querrevelar. Por favor, Deus, dá-me o mesmo tipo de unçãoque deste a Elias, para eu poder perceber asrealidades espirituais. Permite-me ver os meusinimigos, e também concede-me a confiança de queaqueles que estão comigo são mais numerosos e maispoderosos do que aqueles que estão contra mim. Que eupossa divisar a realidade dos teus anjos".

Tendo fé que o Senhor tinha respondido à minhaoração, dirigi-me ao dormitório do Gonzalo. Quandoabri a porta, senti-me avassalado por uma espantosaforça do mal. Senti arrepios de frio e imediatamentepercebi a presença da morte, e sabia que o Senhor meestava revelando a identidade de meu inimigo.

Senti que o Espírito Santo me ordenava: "Assumeautoridade em nome de Jesus". E obedeci. Ordenei que oespírito da morte saísse e que nunca mais voltassepara atormentar a meu filho. Naquele momento, vi emminha mente uma gravura representando um anjoguardião, com a qual eu estava bem familiarizado.

E então eu disse: "Senhor, prometeste quedestacarias anjos para estarem à nossa volta, para nosprotegerem. Se for de tua vontade, preciso agora dessaproteção, sobretudo para os meus familiares". Depronto o dormitório foi invadido por uma luzbrilhante. Olhei na direção do berço onde Gonzaloestava deitado e vi um anjo enorme segurando na mãouma espada desembainhada. E então o anjo me disse: "De

hoje em diante, estarei ao lado de teu filho a fim deprotegê-lo e cuidar dele, enquanto cumprires a tuachamada divina".

Atualmente, Gonzalo está com três anos de idade, enunca mais foi atormentado por espíritos malignos. Omenino é dotado de uma compreensão espiritual incomum,e ele mesmo já sabe assumir autoridade espiritual nonome de Jesus sobre qualquer poder das trevas que eleseja capaz de perceber.

Mapeando a Cidade de Resistência

Compreendi que Deus queria que eu fizessepesquisas quanto à cidade de Resistência, e também euestava dolorosamente consciente de que me faltavatreinamento ou experiência para fazer tais pesquisas.Minha única ferramenta era aquele livro de JohnDawson, Taking Our Cities for God.1 Armei-me com as perguntasfeitas por Dawson e dirigi-me à biblioteca da cidade.Depois de ter examinado, durante quatro dias, centenasde páginas, eu estava totalmente frustrado. E tive deadmitir que embora agora eu dispusesse de muitasinformações exatas, eu não havia ainda descoberto umaúnica coisa que parecesse importante para a tarefa quetínhamos à frente.

Humilhado por essa experiência, dediquei-menovamente à oração. Implorei que o Espírito Santo medesse novas revelações, mostrando-me o caminho à minhafrente. Quando cheguei de volta à minha casa, minhaesposa, que não tinha conhecimento dos detalhesdaquilo que eu estava fazendo, sugeriu que euvisitasse uma exposição local de arte nativa; e,embora eu não tivesse entendido direito por qual

motivo deveria ir, eu sentia que, se seguisse asugestão dela, eu encontraria algumas respostas.

Foi dito e feito. Quando fui ver a exposição,encontrei cinco professores universitários que semostraram mais do que dispostos a compartilharem desuas informações comigo. Eles concordaram que eraimportante compreender a identidade espiritual dacidade de Resistência. Deram-me uma informação queconstituía total novidade para mim. Durante dez dias,e de uma maneira absolutamente incrível, aqueles cincoeruditos confiaram a mim tudo o de que eu precisava.Eu estava admirado da poderosa mão de Deus, que estavaagindo quanto a tudo aquilo. Era difícil de acreditarque aqueles cinco homens, bem conhecidos e respeitadospor toda a cidade, estivessem realmente trabalhandopara mim!

Os Poderes Que Dominavam a Cidade

Mediante as informações que recebi através dofolclore da cidade, fui capaz de identificar quatropotestades espirituais, a saber: San La Muerte (espíritode morte), Pombero (espírito de medo), Curupí (espíritode perversão sexual) e Pitón (espírito de feitiçaria ebruxaria).

Munido desses informes, mas não sabendo exatamenteo que fazer com eles, pedi ao Senhor, uma vez mais,que me mostrasse o caminho. Dessa vez, a resposta doSenhor foi: "Espera". Esperei por um mês e meio. E,então, Cindy Jacobs visitou a Argentina pela primeiravez. A Harvest Evangelism a estava enviando paraajudar a instruir líderes evangélicos e intercessoresquanto à guerra espiritual.

Acompanhada por Dóris Wagner, Cindy ministrou emBuenos Aires com extraordinário poder, e então chegoua Resistência para dirigir um seminário de dois dias.Logo no primeiro dia compartilhei com ela dasinformações que havia recolhido. Falei-lhe sobrequatro grandes murais pintados em arte moderna napraça central da cidade, que eu pensava poderiaapresentar-nos um tipo de mapa espiritual da cidade.

O mapeamento espiritual combina pesquisas, revela-ções divinas e evidências confirmatórias, provendo-nos informes completos e exatos acerca da identida-de, das estratégias e dos métodos empregados pelasforças espirituais das trevas, a fim deinfluenciarem os habitantes e as igrejas de umadada região.

Quando Cindy examinou os painéis, naquela tarde, oSenhor, através do dom de discernimento de espíritosque havia dado a ela, mostrou-lhe claramente o que erainvisível por detrás do que era visível, conformePeter Wagner discute no segundo capítulo deste livro.Ela confirmou a presença dos quatro principados sobreResistência, e também discerniu a presença de maisdois principados. Eram principados de elevada patenteque ela havia encontrado primeiramente em BuenosAires, e acerca dos quais ela suspeitava queexerceriam jurisdição nacional — o espírito daMaçonaria e a Rainha do Céu.

Durante o seminário, Cindy, que foihabilidosamente interpretada por Marfa Cabrera,compartilhou de profundos e reveladoresdiscernimentos. Ela conduziu-nos a uma compreensãomuito mais ampla sobre a guerra espiritual, ao mesmo

tempo que orientava os líderes das igrejas quanto amaneiras práticas de conquistar territórios, em nomede Jesus.

A Batalha na Praça

No dia seguinte, nossa equipe foi até à praça, nacompanhia dos pastores das igrejas evangélicas deResistência, um grupo de intercessores treinados eCindy Jacobs. Lutamos ferozmente contra os poderes in-visíveis que dominavam a cidade, pelo espaço de quatrohoras. Atacamo-los naquilo que sentíamos ser a ordemhierárquica deles, de baixo para cima. Primeirodesfechamos um ataque contra Pombero, e então contra oCurupí, em seguida contra San La Muerte, então o espírito deMaçonaria, e, então a Rainha do Céu, e, finalmentecontra Pitón, o qual, conforme suspeitávamos, atuava comocoordenador de todas as forças malignas da cidade. Aoterminarmos, descera sobre todos nós, que tínhamosparticipado, um senso quase tangível de paz eliberdade. Tínhamos a confiança de que essa primeirabatalha havia sido ganha e que a cidade agora podiaser reivindicada para o Senhor. Depois disso, a igrejaem Resistência estava preparada para iniciar umacampanha de evangelização em plena escala. Osincrédulos começaram a corresponder ao evangelho comonunca antes tinham feito. E em resultado de nossacampanha de evangelização de três anos, a freqüência ànossa igreja aumentou em 102%. O efeito foi sentido emtodas as camadas sociais da cidade. Agora podíamosrealizar projetos comunitários como prover águapotável para os pobres. A imagem pública das igrejasevangélicas melhorou sensivelmente, obtendo elas res-peito e aprovação da parte de líderes políticos e

sociais. Fomos convidados a usar os meios decomunicação para propalar a nossa mensagem. A guerra eo mapeamento espirituais que pudemos realizar abriram,na cidade de Resistência, novas portas para oevangelismo, para a melhoria social e para a colheitaespiritual de almas.

QUE É O MAPEAMENTO ESPIRITUAL?

Conforme vejo as coisas, o mapeamento espiritualcombina pesquisas, revelações divinas e evidênciasconfirmatórias, provendo-nos informes completos eexatos acerca da identidade, das estratégias e dosmétodos empregados pelas forças espirituais dastrevas, a fim de influenciarem os habitantes e asigrejas de uma dada região.

Será Isso Bíblico?

Embora a Bíblia não use a nossa expressãocontemporânea, "mapeamento espiritual", vemos que esseé um dos muitos procedimentos no processo da conduçãoda guerra espiritual. E bíblico estarmos conscientesdos "desígnios" de Satanás, conforme lemos em 2Coríntios 2.11. E o mapeamento espiritual tão-somenteajuda-nos a fazer isso. Para mim é como dizer que ascruzadas de toda uma cidade são bíblicas por serem ummeio de realizarmos evangelismo bíblico, ou que aEscola Dominical é um meio bíblico legítimo de nutrirespiritualmente os crentes, embora essas coisas nuncasejam mencionadas nas Escrituras.

O mapeamento espiritual é como as forças de espio-nagem de um exército. Por meio dele, vamos atéatrás das linhas do inimigo, a fim decompreendermos os planos e as fortificações doinimigo. Assim, fazemos... "espionagem espiritual".

O mapeamento espiritual é como as forças deespionagem de um exército. Por meio dele, vamos atéatrás das linhas do inimigo, a fim de compreendermosos planos e as fortificações do inimigo. Assim,fazemos, conforme disse Kjell Sjöberg, no quartocapítulo, "espionagem espiritual".

Vemos no Antigo Testamento um modelo de conquistade cidades, por meio das experiências do povo deIsrael. Os israelitas primeiramente enviaram espiaspara aquilatar as forças adversárias. No capítulotreze de Números, para exemplificar, achamos osisraelitas em posição de entrarem na Terra Prometida.Moisés enviou até ali doze espias. Eles foram munidosda autoridade de Moisés e de Deus. Eles receberaminstruções claras acerca daquilo que deveriam inves-tigar. E eles voltaram com as informações, juntamentecom um relatório negativo, segundo a opinião damaioria. Resultado? Quarenta anos de perambulação pelodeserto!

E, então, no capítulo segundo do livro de Josué,os israelitas receberam outra oportunidade de entrarna Terra Prometida. Dessa vez, Josué enviou doisespias. Eles receberam autoridade. Receberam ins-truções claras. Colheram as informações da parte de umdos membros do acampamento inimigo, Raabe. E trouxeramde volta as suas informações, sem o acompanhamento dequalquer opinião pessoal. Resultado? A conquista dacidade de Jericó!

No sétimo capítulo do livro de Josué, lemos que osisraelitas estavam prestes a conquistar a cidade deAi. Eles também enviaram espias, mas dessa vez haviapecado no acampamento de Israel. Conforme Cindy Jacobsdiria, eles "tinham buracos em suas armaduras". Foramenviados em um momento errado, deixaram-se enganar etrouxeram de volta um relatório defeituoso. Resultado?Os israelitas foram derrotados!

Com base nessas e em outras passagens, traceidiversos princípios a respeito do mapeamentoespiritual, os quais, conforme creio, são princípiosbíblicos, a saber:

1. Precisamos alicerçar o nosso ministério sobre aPalavra de Deus e a sua revelação.2. Precisamos ter a certeza de que estamos vivendo emsantidade, antes de partirmos.3. Precisamos ser enviados por Deus no tempo certo ecom a sua autoridade.4. Precisamos efetuar a nossa pesquisa de acordo comas instruções que nos são dadas na Bíblia.5. Precisamos dar relatório sem opiniões pessoais oupreconceitos.6. Precisamos manter uma atitude de fé no poder deDeus.

UM NOVO DESAFIO: LA PLATA

Parcialmente, em resultado do ministério efetuadoem Resistência, a associação ministerial da cidade de

La Plata convidou a Harvest Evangelism para efetuar umnovo projeto de evangelismo de três anos, emassociação com eles. Esperávamos que as liçõesaprendidas na cidade de Resistência nos ajudariam afazer um trabalho ainda melhor em La Plata.

Para nós, a cidade de Resistência era como umlaboratório experimental onde, sob condiçõesincomumente estressantes, poderíamos submeter a testede campo cada aspecto do nosso plano. Nosso labo-ratório acabou mostrando-nos tanto pontos fortesquanto pontos fracos. Uma coisa que pudemos aprenderfoi que o sucesso de qualquer plano dessa ordemdepende da atitude dos pastores da cidade e dadisposição das igrejas para se atirarem a tal projeto.Pudemos concluir que a falta de penetração em umacidade, apesar do uso eficaz da evangelização, tem umrelacionamento direto com a condição espiritual dasigrejas.

Em La Plata, queríamos repetir aquilo que tínhamosfeito em Resistência e, ao mesmo tempo, evitar o quetinha saído errado.

Acreditamos que os resultados permanentes dequalquer esforço evangelístico em toda uma cidadedependem, em proporção direta, do sucesso das batalhasespirituais em que os crentes se tiverem empenhadonaquela cidade. Ao mesmo tempo, a vitória final depen-derá da higidez espiritual interna das igrejas. Paraque as igrejas sejam saudáveis, os pastores e outroslíderes evangélicos precisam enfrentar com honestidadequaisquer condições pecaminosas que possam dar margemà atuação do diabo. As igrejas precisam aprender ausar as armas espirituais que o Senhor deu à suaIgreja. Os crentes precisam rejeitar qualquer forma ouaparência de rebeldia, contenda e divisão.

Após três anos intensos de trabalho emResistência, vimos muitos sinais e maravilhas, vimosuma cidade abrir-se para a pregação do evangelho deCristo, vimos bastante melhoria social, e nós mesmospassamos a ser melhor considerados aos olhos dosincrédulos. Por outra parte, não conseguimos curar asferidas causadas pela amargura, entre todos ospastores. Por conseguinte, embora a unidade dasigrejas tenha melhorado consideravelmente, isso nãotinha satisfeito plenamente os desejos do coração deDeus. Alguns líderes não demonstraram a coragem dedeclarar-se abertamente contra as fortalezas que oinimigo havia implantado entre as igrejas. Emresultado disso, as igrejas tornaram-se maisvulneráveis aos ataques espirituais do que eranecessário que fosse, e o projeto não se mostrou tãobem-sucedido conforme nós havíamos esperado que fosse.

A guisa de nota de rodapé, estamos agradecidosque, enquanto estamos escrevendo, a situação melhorouenormemente, e que o Corpo de Cristo, em Resistência,finalmente está chegando a um estado de unidadeespiritual. Se isso tivesse acontecido, digamos, doisou três anos antes, sentimos que teríamos podido vermuito mais fruto permanente do que realmente vimos.Não obstante, o aumento de 102% no número de pessoasque freqüentam a nossa igreja tem sido alentador.

Mudando-nos Para La Plata

O plano de evangelização para La Plata deucontinuidade ao plano que Deus deu para EdgardoSilvoso, como estratégia para conquistar a cidade para

Cristo. Silvoso alicerça a sua estratégia sobre quatroprincípios fundamentais:

1. A unidade espiritual das igrejas de uma cidade2. Poderosas orações intercessórias3. Guerra espiritual em nível estratégico4. Multiplicação de novas igrejas.

Declarou Peter Wagner: "A estratégia maissofisticada para a evangelização de uma cidade queexiste no presente é a da Harvest Evangelism, deEdgardo Silvoso".2 Para vermos como o mapeamentoespiritual ajusta-se ao inteiro desígnioevangelístico, seja-me permitido sintetizar os seispassos sugeridos por Silvoso para a conquista de umacidade para Cristo:

1. Estabelecer o perímetro de Deus na cidade

Definir quem e quantos formam o Reino de Deus nacidade. Procurar o "remanescente fiel", ou seja,aqueles que se comprometeram a pagar o preçonecessário para começar o reavivamento espiritual.

2. Fortalecer o perímetro

Reconhecer que o adversário infiltrou-se tanto nacidade como nas próprias igrejas. Fortalecer eedificar os santos. Discernir as fortalezas doinimigo. "Procurando diligentemente guardar a unidadedo Espírito no vínculo da paz" (Ef 4.3, V. R.).

Iniciar o movimento de oração e estabelecer casas deoração na cidade.

3. Expandir o perímetro de Deus na cidade

Traçar planos específicos para ampliar o Reino deDeus na cidade. Formular alvos e objetivos. Tirarproveito de cada recurso disponível. Começar a treinarlíderes e implantadores de igrejas.

4. Infiltrar o perímetro de Satanás

Lançar um "ataque aéreo" de orações específicas deintercessão estratégica, mediante centenas ou mesmomilhares de casas de oração (células de oração), com oobjetivo de debilitar o controle de Satanás sobre osperdidos, reivindicando, em lugar disso, condiçõesfavoráveis para o evangelho. Ao mesmo tempo, começar aimplantar igrejas embrionárias (faróis), emantecipação a uma colheita abundante.

5. Atacar e destruir o perímetro de Satanás

Dar início ao "assalto frontal". Lançar aconquista espiritual da cidade, confrontando,amarrando e derrubando as potestades espirituais quegovernam a região. Proclamar a mensagem do evangelho atodo habitante da cidade. Discipular os novos crentesatravés dos "faróis" estabelecidos.

6. Estabelecer o novo perímetro de Deus, no queantes era perímetro de Satanás

Batizar os recém-convertidos em um culto batismalunificado, como uma declaração espiritual visível devitória. Continuar a discipular. Edificar as novasigrejas. Injetar a visão missionária para que sejamevangelizadas outras cidades. Repetir o ciclo!

Enquanto estou escrevendo, o plano acerca de LaPlata ainda não atingiu o seu ponto intermediário.Tudo começou em 1991, tendo como alvo ver 5% dapopulação tornarem-se crentes evangélicos, aí pelo anode 1993. Isso significa que as oitenta e cinco igrejasexistentes em 1991 terão de aumentar para trezentasigrejas, aí pelos fins de 1993. Até agora, mil esetecentas casas de oração foram iniciadas, e muitosseminários de treinamento intensivo têm sidoefetuados. Em junho de 1992, Cindy Jacobs visitou LaPlata pela segunda vez. Por ocasião da primeira visitade Cindy, ela efetuou um seminário sobre a curainterior para os membros de igreja, os quais, emgeral, não desfrutavam de higidez espiritualexcelente. Por ocasião da segunda visita de Cindy,conforme detalharei mais adiante, ela conduziu ospastores e os intercessores a começarem a assumirautoridade espiritual sobre a cidade, intensificando o"ataque aéreo".

COMEÇA O MAPEAMENTO ESPIRITUAL

De acordo com os planos evangelísticos de EdgardoSilvoso, o mapeamento espiritual deveria ser feito, emsua maior parte, antes do passo de número cinco,"Atacar e destruir o perímetro de Satanás". Sob aminha orientação, a maior parte do mapeamentoespiritual tinha sido feita antes da visita de CindyJacobs em junho.

Pouco tempo antes de meus familiares e eu nosmudarmos de Resistência para La Plata, passei algumtempo dedicado à oração Pedi que o Senhor me mostrassea situação espiritual de La Plata. Senti que o Senhorfalava comigo, e, um tanto para minha surpresa, diziauma única palavra, "Maçonaria". Imediatamenterelembrei que um dos espíritos governantes sobreResistência, acerca do qual Cindy Jacobs e DórisWagner tinham suspeitado, era um espírito territorialnacional, o espírito da Maçonaria. Eu sabia bastantedo papel desempenhado pela maçonaria durante alibertação da América Latina dos espanhóis, por meiode Simón Bolívar e José de San Martin. Além disso,entretanto, eu não tinha qualquer conhecimento pessoalacerca daquela ordem secreta, o que ela acredita oufaz.

Quando chegamos a La Plata, de imediato procurei eentabulei relações firmes com os intercessoresreconhecidos de diversas igrejas. Sem que tivessehavido qualquer comunicação entre eles, e sem que eutivesse mencionado qualquer coisa, três intercessoresapresentaram-se como voluntários para dar-me ainformação que, nas orações que eles tinham feitorecentemente, tinham sido advertidos acerca doespírito de maçonaria. Isso confirmou a mensagem que

eu havia recebido da parte do Senhor, enchendo-me deconfiança para mover-me ao longo dessa vereda emminhas pesquisas.

Os Fundadores de La Plata

Minhas pesquisas confirmaram que todos aqueles queparticiparam na fundação da cidade de La Plata, poucomais de cem anos atrás, eram pertencentes à maçonaria.Dardo Rocha, conhecido como o progenitor da cidade,foi um maçom de elevado grau. Esses fundadorespertenciam à Loja Maçônica da Argentina Oriental. Olivro publicado pelo jornal El Dia, a fim de comemorar ocentésimo aniversário da fundação de La Plata, disse:"A cidade de La Plata foi fundada a fim de fornecerrefúgio à família maçônica da Argentina Oriental".

Uma Cidade Planejada Para Glorificar o Adversário

Na página seguinte estou reproduzindo um mapa dosmil duzentos e cinqüenta e quatro quarteirões docentro da cidade de La Plata a fim de ilustrar o queparece ter sido o desígnio intencional dos fundadoresda cidade, ou seja, glorificar a criatura, e não oCriador. O número-chave é o seis, número proeminentedo ocultismo, pois as praças estão espaçadas de seisem seis quarteirões. O número seiscentos e sessenta eseis aparece claramente em muitos dos edifíciospúblicos. No ponto mais elevado da cidade fica a praçacentral, de onde partem os dois principais bulevaresdiagonais, chamados Diagonal 73 e Diagonal 74,apontados para os quatro pontos cardeais da bússola. A

cidade não acompanha os quatro pontos cardeais denorte, sul, leste e oeste, conforme se dá com amaioria das cidades latino-americanas, mas formando umângulo de quarenta e cinco graus, ou seja, emdiagonal, de tal maneira de as Diagonais, e não asruas ordinárias, estão alinhadas com os pontoscardeais. Conforme é fácil de perceber, as diagonaisformam pirâmides quase perfeitas.

No processo de estabelecer a nova cidade de LaPlata, Dardo Rocha visitou o Egito, a terra daspirâmides, como também a antiga terra da maçonaria.Ali chegando, ele adquiriu dezesseis múmias,presumivelmente com a intenção de ajudar a fazer acidade ficar sob o poder permanente de anjos negros.Hoje, quatro dessas múmias estão guardadas no Museu deCiência Natural. Ninguém, de todas as pessoas com quementrei em contato, sabe onde ficaram as outras dozemúmias. Contudo, alguns historiadores suspeitam queelas jazem sepultadas em pontos estratégicos dacidade, com o seu potencial de poder oculto parainfluenciar o maior número possível de habitantes.

As Quatro Mulheres

Na praça central, denominada Praça Moreno, háquatro grandes estátuas que, a princípio, parecemquatro mulheres atrativas. Mas um exame mais de pertomostra que cada uma das mulheres foi moldada com osinal da maldição, ou seja, o dedo indicador e o dedomínimo de uma das mãos estendidos. Uma dessasestátuas, que se acha na Diagonal 73, na direçãooeste, está apontando para a Catedral Católica Romana,amaldiçoando assim o poder religioso da cidade. Uma

segunda estátua, na parte oriental da Diagonal 73,está segurando um molho de trigo deformado em uma dasmãos, enquanto que com a outra amaldiçoa o solo, fontede pão diário. A terceira estátua fica no lado norteda Diagonal 74. Ela se acha em uma posição sensual,oferecendo uma flor com uma das mãos, ao passo que coma outra segura um buquê de flores, fazendo o sinal damaldição. Ela está amaldiçoando tudo quanto estáenvolvido no amor conjugal e na família. A quartaestátua fica no lado sul da Diagonal 74, estendendo amão na direção da prefeitura, a fim de amaldiçoar opoder político da cidade.

Quando comecei a investigar a origem das quatroiníquas estátuas, descobri que elas tinham sidoescolhidas e pedidas de um catálogo expedido pelaFundição Val D'Osme, em Paris, França, uma fundição depropriedade de maçons e operada por eles. E tambémdescobri, para minha grande tristeza, que a maioriadas estátuas de praças por toda a Argentina foimanufaturada pela mesma fundição maçônica.

Além disso, na praça central, e vindo da mesmafundição, existem duas grandes urnas da tradiçãomaçônica, com alças com formato de rostos de demônios.

Depois de haver recolhido todas essas informaçõesa respeito do papel da maçonaria na fundação de LaPlata, ainda assim eu não sentia que já tinhadescoberto a chave verdadeira para que pudesse fazer omapeamento espiritual da cidade. Então consagrei-me àoração por diversos dias, pedindo que o Senhor memostrasse mais coisas. Um dia senti que o estavaouvindo dizer-me: "A chave que estás procurando estádesenhada na planta baixa da cidade".

LA PLATA: UM TEMPLO DA MAÇONARIA?

Se examinarmos mais detidamente o mapa da cidadede La Plata, começaremos a perceber que as formasgeométricas do traçado da cidade formam símbolosmaçônicos, segundo se vê nos três pontos abaixo:

1. O Compasso. A articulação do compasso maçônico, emLa Plata, é formada pela praça Rivadávia, nome doprimeiro presidente argentino, que era maçom, e pelapraça almirante Brown, nome do oficial militar queparticipou da revolução argentina contra a Espanha, eque também era maçom. Os dois braços do compassodescem pelas Diagonais 77 e 78.

2. O Quadrado. O lado de dentro do quadrado maçônicoforma um ponto em ângulo reto na praça San Martin,nome do herói nacional da Argentina, que também eramaçom. A parte externa forma um ponto em ângulo retocom a praça Moreno, onde também estão localizadas asquatro notórias estátuas de que já falamos. Moreno foiuma figura-chave da revolução de maio de 1810, e ele,igualmente, era maçom.

3. A Cruz Invertida. Conforme se observa no mapa, a cruzinvertida é formada por aquilo que se chama de "EixoHistórico da Cidade", e que contém os edifícios queabrigam os poderes religiosos e políticos de La Plata.O ponto vertical da cruz com a chefatura de Polícia,ao pé da cruz (parte superior do mapa, visto que acruz está invertida), atravessa a sede do governo daprovíncia, o legislativo da província, o teatroArgentino, a prefeitura, a catedral Católica Romana, oMinistério da Saúde e termina com o quartel doexército. No lado esquerdo da barra transversal fica otribunal, e no lado direito dela, o Ministério daEducação.

Um dos princípios de um governo democráticoconsiste em manter os ramos do governo independentesuns dos outros. Mas já descobri que muitas cidadesplanejadas pelos maçons contam com túneis subterrâneossecretos, interligando esses vários ramos. Em LaPlata, a rua 52, também chamada de Eixo Histórico daCidade, não tem uma rua de superfície, e, sim, umtúnel subterrâneo. Alguns dizem que os maçonscostumavam efetuar ritos secretos debaixo dos centrosde poder da cidade, exercendo assim uma espécie decontrole espiritual sobre o povo, até onde isso erapossível.

Visto que os maçons não acreditam que o sangue deJesus, vertido no Calvário, é o único pagamento pelosnossos pecados, assim sendo, o caminho exclusivo paraa salvação, parece, por meio do mapa, que o "X"formado pelas Diagonais 73 e 74, as diagonaisprincipais, cruza ou cancela a cruz. Essas diagonaiscruzam-se bem era cima da pedra fundamental da cidade,no centro da praça Moreno. Conforme alguns dizem, aliestá contida a cápsula do tempo da maçonaria, im-plantada naquele ponto da cidade pelo próprio DardoRocha.

Embora eu não os tenha destacado no mapa, tambémencontrei outros símbolos maçônicos, no traçado dasruas da cidade, como a Estrela Oriental, o pentagrama,e outros. Símbolos adicionais também existem sob aforma de estátuas e monumentos espalhados por toda acidade.

Depois de ter feito mais algumas pesquisas, nosEstados Unidos da América, no começo do ano de 1992,agora estou preparado para oferecer a hipótese que LaPlata bem pode ter sido a epítome das cidadesplanejadas pela maçonaria. Também não me sentiria

surpreso se a própria cidade fosse considerada como umtemplo da maçonaria, em todo o continente da América.

Que é a Maçonaria?

Meus estudos têm indicado que a maçonaria é ummovimento secreto do ocultismo, que adora e serve aSatanás e os poderes demoníacos. A maçonaria usaquaisquer meios disponíveis para obter poder, auto-ridade e influência sobre as atividades humanas.Compõe-se de uma combinação de muitas crenças e temraízes no antigo Egito, passando depois disso pelaAssíria, pela Caldéia, pela Babilônia, pela China,pela Índia, pela Escandinávia, por Roma e pela Grécia.

Muitas pessoas juntam-se à maçonaria por pensaremque ela é uma associação fraternal e benevolente.Enquanto seus membros vão subindo de grau em grau, ademonização provavelmente vai-se acentuando, e nosgraus superiores há pactos francos e irreversíveis,estabelecidos com Satanás e as suas forças. Oresultado final, na maioria dos casos, não tem nada debenévolo, mas tão-somente ajuda a Satanás a realizaros seus objetivos, que são roubar, matar e destruir.

Uma das conseqüências modernas da maçonaria estávinculada ao crescente movimento da Nova Era. De fato,a New Age Magazine (Revista da Nova Era) é publicada peloSupremo Concilio Mãe do Mundo, o Supremo Concilio doGrau Trinta e Três e Final, do Antigo e Aceito RitoEscocês da Maçonaria, Jurisdição Sul dos Estados Uni-dos da América, cuja sede fica em Washington, D. C.

Os Poderes Que Dominam La Plata

Por meio de nosso estudo sobre a maçonaria e suascrenças, sentimos que descobrimos a presença de seisprincipados espirituais do mal que governam La Plata.Esses espíritos territoriais são os seguintes:

1. O Espírito de Sensualidade. Exibido no comumsimbolismo fálico da maçonaria.

2. O Espírito de Violência. Arraigado nos métodos depunição que cercam os ritos de iniciação da maçonaria.

3. O Espírito de Feitiçaria. Manifestado nas artes mágicase nas intrigas da maçonaria.

4. O Espírito da Morte em Vida. Relacionado às lendasegípcias sobre Osíris, e perpetuado em La Plata pormeio dos rituais de sepultamento de múmias, com afinalidade de amaldiçoar a cidade.

5. A divindade maçônica Jah-Baal-On: Este é o valente quedomina a cidade.

6. A Rainha do Céu. Manifesta-se primariamente naadoração à Virgem Maria, e talvez relacionado, pormeio da maçonaria, à antiga deusa egípcia Ísis.

Muitas linhas geométricas da cidade, sem dúvida,constituem linhas de poder das artes ocultas. O EixoHistórico de La Plata, onde deveria estar a rua 52,serve de exemplo primário. Outra dessas linhas é aDiagonal 74, que vai através da praça central, ondeestão localizadas as quatro estátuas, através demuitas praças importantes, através da localização deuma colônia afro-brasileira, que pratica abertamente a

macumba e as maldições de morte, e terminando no cemi-tério, um evidente símbolo da morte.

ASSUMINDO AUTORIDADE SOBRE LA PLATA

Houve um ano de mapeamento espiritual e de muitasoutras atividades preparativas, incluindo um semináriode curas internas que cobriu a cidade inteira, aformação de uma poderosa teia de intercessores, muitasreuniões de oração de pastores e o estabelecimento demil e setecentas casas de oração. Aí por junho de1992, os pastores da cidade sentiram que era chegado otempo da primeira batalha espiritual contra as forçassatânicas predominantes em La Plata. Cindy Jacobs,muito bem respeitada entre os líderes evangélicosargentinos, por motivo de seus dons espirituais e deseu ministério em que ela orienta os pastores paraconquistarem as suas cidades respectivas para Deus,visitou La Plata, a fim de participar do ataque.

Os pastores adotaram como texto diretriz apassagem de 2 Crônicas 7.14: "Se o meu povo, que sechama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar aminha face, e se converter dos seus maus caminhos,então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seuspecados, e sararei a sua terra".

Os crentes da cidade reuniram-se em uma dasprincipais igrejas. Durante quatro horas, as igrejasde La Plata oraram fervorosamente pela cidade, pedindoperdão por causa das iniqüidade da comunidade e porcausa dos pecados que estavam sendo cometidos. Oslíderes rogaram humildemente a Deus que apagasse asconseqüências do pecado e removesse a maldição de cimada cidade. Também oraram por aqueles que tinham sido

ofendidos pelos líderes políticos e pelas estruturassociais injustas, bem como por aqueles que tinham sidoofendidos pelas igrejas e pelos líderes eclesiásticos.Arrependeram-se da presença da maçonaria na cidade, epor ter sido a cidade entregue a Satanás. Derramaramos seus corações, pedindo perdão por toda forma depecado sexual, pela violência na cidade (especialmentedurante a era terrorista), pela opressão militar, pelaadoração ao principado conhecido como .Rainha do Céu,e, então, pela bruxaria e feitiçaria. Finalmente,voltaram-se contra o espírito de morte em vida, com aresultante apatia predominante entre o povo.

Após um prolongado período de humilhação earrependimento, com o derramamento de muitas lágrimas,os crentes sentiram-se prontos a proclamar: "Agora échegado o tempo de Deus para abençoar La Plata!"

Após aquele notável evento, e sentindo que Deushavia dado resposta às nossas orações, que pediamlivramento e perdão de pecados, vinte pastores ediversos intercessores reuniram-se com Cindy Jacobs eo marido dela, Mike, para planejarem uma estratégiapara declararem batalha na praça central de La Plata,a praça Moreno. O resto do grupo ficou para trás,orando pela nossa proteção. Ficou decidido que ospastores orariam de dois em dois, na praça Moreno — oprimeiro pastor quebraria o poder do espírito e osegundo invocaria o espírito contrário, bem como o domremidor de Deus, utilizando-se das Escrituras. Um porvez, eles oraram:

1. Contra o Espírito de Sensualidade. Os pastores orariamde pé, por sobre a pedra fundamental da cidade, naDiagonal 73, voltados para nordeste, na direção daEuropa, de onde vieram os primeiros colonos para

aquela área, quase todos eles criminosos eprostitutas.

2. Contra o Espírito de Violência. Os pastores orariam naDiagonal 73, voltados para oeste, olhando para ointerior da nação, onde ataques cruéis foramdesfechados contra a população indígena, causandomuito derramamento de sangue e a extinção de algumasdas tribos.

3. Contra o Espírito de Feitiçaria. Os pastores orariam naDiagonal 74, voltados para o norte, na direção doBrasil, de onde veio o baixo espiritismo afro-brasileiro da macumba.

4. Contra o Espírito da Morte em Vida. Os pastores orariamna Diagonal 74, de rostos voltados para o sul, nadireção do cemitério, símbolo da morte.

5. Contra o Espírito da Rainha do Céu. Os pastores orariamde frente para a Catedral Católica-Romana,representante do culto à adoração à Virgem Maria, oumelhor, à Rainha do Céu.

6. Contra a divindade maçônica Jah-Baal-On. Os pastoresorariam de pé sobre a pedra fundamental da cidade,contra esse espírito que era o valente que predominavasobre a cidade.

Começamos a orar às seis horas da tarde,acreditando que o número seis é importante, e oramosna ordem dada acima. Sentimos que Deus nos deu algunssinais significativos enquanto estivemos ali. Paraexemplificar, quando começamos a orar contra oespírito da violência e da destruição, os sinos daprefeitura ficaram tocando, sem qualquer motivoaparente. Tínhamos visto fenômeno idêntico tanto emMar del Plata quanto em Resistência, pelo queinterpretamos que isso seria um sinal divino. Maistarde fomos informados que, naquele exato momento, emque estávamos amarrando o espírito da violência, mani-festaram-se demônios em um rapaz que praticava asartes marciais. Ele deu um salto de 2,70m no ar,chocou a cabeça contra uma parede e começou a quebrarmesas e cadeiras. Os crentes que assistiram à cenaoraram por ele, rogando a Deus que o livrasse, e ojovem foi libertado daquele ataque satânico.

Mais tarde, estando de pé sobre a pedrafundamental da cidade, no centro da praça Moreno,voltamo-nos contra o espírito da maçonaria, e sentimosliberdade, no Espírito Santo, para quebrar asmaldições postas sobre as linhas diagonais no traçadoda cidade. Proclamamos que haveria uma nova cidade,tendo a Jesus Cristo como a pedra fundamental dacidade de La Plata. Então nos arrumamos de modo aformar uma cruz, no centro da praça, por sobre a pedrafundamental da cidade, elevando Jesus sobre a cidade erestaurando a cruz, não de cabeça para baixo, mas queservisse de símbolo de salvação para a cidade de LaPlata.

CONCLUSÃO

Ainda dispomos de muitos meses em nosso esforçoevangelístico em favor da cidade de La Plata.Acreditamos que os resultados ainda serão maiores doque em Resistência. Enquanto concluo este capítulo,estamos em meio a uma cruzada evangelizadora pelacidade inteira, em companhia de Carlos Annacondia, umdos mais poderosos evangelistas de Deus. Muisignificativamente, a cruzada está sendo efetuada noquartel-general do exército, exatamente ao pé da cruzinvertida (naquilo que seria o topo da cruz posta nasua posição correta). Regozijo-me diante daquilo queestá acontecendo e diante daquilo que continuaráacontecendo, bem como devido ao privilégio de estarmosfazendo uma pequena contribuição para a ampliação doReino de Deus, mediante o mapeamento espiritual.

Perguntas para refletir

1. Alguns acharão difícil acreditar que Víctor Lorenzorealmente tenha visto um anjo. Você acha que isso épossível? Você conhece pessoalmente alguém que viu umanjo?2. Reveja os seis princípios postulados por Lorenzoquanto ao mapeamento espiritual, dados à página 177.Apresente uma razão pessoal, sua, para cada princípio.3. A estratégia de Edgardo Silvoso de evangelismo portoda uma cidade incorpora a guerra espiritual em nívelestratégico e o mapeamento espiritual. Você conhecequalquer outra estratégia para cidade inteira que façaisso?

4. Estude o mapa de La Plata. Certifique-se de quepode detectar as características descritas porLorenzo. Por que alguém haveria de querer planejar umacidade de acordo com os padrões próprios do ocultismo?5. Qual é a influência que a maçonaria exerce sobre asua própria comunidade? Como isso é percebido pelopúblico em geral? e pela comunidade cristã?

Notas

1. DAWSON, John. Taking Our Cities for God [Reconquiste Sua CidadePara Deus - Ed. Betânia]. Lake Mary, FL, Creation House,1989. p. 85.2. WAGNER, C. Peter. Oração de Guerra. Editora Bompastor.

Parte III:

APLICAÇÃO

8. MAPEANDO E DISCERNINDO SEATTLE,WASHINGTON

Por Mark McGregor e Bev Klopp

Mark McGregor é um programador de computadores que vive emSeattle, estado de Washington. Ele está fazendo cursos no centro deextensão do Seminário Teológico Fuller, em Seattle.

Bev Klopp é fundadora da Gateway Ministries, que ajuda as igrejasnos campos da oração estratégica, da guerra espiritual e do evangelismo,em suas cidades. Sendo uma bem conhecida intercessora, Bev é membroda equipe de intercessores que servem a Spiritual Warfare Network e aUnited Prayer Track do Movimento A.D. 2000 e Além.

Primeira Seção

MAPEANDO SEATTLE

Por Mark McGregor

Este documento está calcado sobre as vinte per-guntas que aparecem no livro de John Dawson, ReconquisteSua Cidade Para Deus.1 O propósito dessas vinte perguntas,de acordo com o próprio John Dawson, é examinar ahistória de uma cidade ou país, a fim de ajudar adeterminar duas coisas: (1) áreas de pecados passadosque requerem arrependimento e perdão, e (2) os donsremidores dessa cidade. Mas por que isso é importante?

Antes de tudo, Dawson assevera que os pecadospassados de uma cidade ou nação podem franquear aregião para as influências espirituais demoníacas,mantendo a sua população sujeita à escravidãoespiritual.

Em segundo lugar, Dawson garante que Deus tem dadocertos "dons" remidores a cada cidade, e que o inimigotenta perverter esses dons, para impedir que essascidades produzam fruto espiritual. Dawson acredita queos líderes evangélicos precisam descobrir tanto ospecados passados quanto os dons remidores de suas

cidades, a fim de quebrarem os poderes que escravizamuma cidade, e para que haja um avanço para que seestabeleça um verdadeiro meio ambiente espiritual,conforme era a intenção original de Deus.

1. Que lugar ocupa a sua cidade na história de umanação?

O território de Washington veio a tornar-se umarealidade quando a Inglaterra e a América do Nortedecidiram que resolveriam a questão das fronteirasnacionais. A América do Norte reivindicou e recebeutudo entre o paralelo 48 e o rio Colúmbia, com exceçãoda ilha Vitória. Os primeiros colonos chegaram à áreade Seattle no começo da década de 1850, tendo migradodo território de Oregon. As primeiras indústriasexploraram os couros e a madeira. As peles de lontraseguiam para a China e a madeira ia para a cidade deSão Francisco, que estava em grande período deprogresso por causa da corrida do ouro.

A cidade de Seattle começou a desenvolver-se apósa Guerra Civil norte-americana. A cidade nãodesempenhou qualquer papel durante a guerra, embora,devido à sua postura e à lei, não fosse um territórioescravocrata. O crescimento ocorreu aos arrancos,visto que a região não dispunha de qualquer indústriaforte e estável. A descoberta do ouro, primeiro noFraser, e depois no Yukon, ajudou Seattle a crescer,visto que era um ponto natural de parada para quemviajava pela costa marítima. Tornou-se, e até hoje é,o maior ponto de transbordo entre o estado do Alasca eos demais estados, que formam um bloco.

É importante examinar a história de uma cidade oupaís, a fim de ajudar a determinar: (1) áreas depecados passados que requerem arrependimento e per-dão, e (2) os dons remidores dessa cidade ou país.

Seattle cresceu como cidade industrial e comoentreposto de comércio, que dirigia companhias denavegação que a ligavam com o Alasca e com o ExtremoOriente. A construção de navios e o fabrico de aviõestornaram-se duas grandes indústrias. Durante a SegundaGuerra Mundial, Seattle tornou-se uma das principaiscidades a destacar-se no esforço de guerra, por causade sua localização estratégica à beira do oceanoPacífico, e também por causa do impacto da CorporaçãoBoeing. É provável que esse período tenha sido o tempomais significativo para Seattle, durante a históriamoderna.

2. Houve alguma imposição de nova cultura ou deidioma, por causa de conquista?

Sim, embora a palavra "conquista" talvez não sejao melhor termo para descrever os acontecimentos.

Quando o homem branco chegou àquela região, astribos indígenas pertenciam ao grupo de línguascosteiras salish. E a cultura dos índios estavacentrada em torno das atividades da caça e da coleta,que tinha por centro a pesca de salmões. Juntamentecom o homem branco veio a influência das culturasespanhola, francesa, inglesa, norte-americana e russa.Foi assim que se desenvolveu uma língua intermediária,o chinuque, uma combinação de salish, francês einglês. Muitos indígenas, incluindo o chefe Seattle,

não apreciavam esse idioma, mas os brancos recusavam-se essencialmente por aprender o salish, e geralmentesó se comunicavam em inglês, e, só muitoocasionalmente, em chinuque.

A chegada das culturas do homem branco tambémindicou o começo do fim da cultura indígena, além doque muitas tribos foram dizimadas. Enfermidadestrazidas pelo homem branco mataram milhares de índios.A pesca, como meio de vida, foi substituída pelaexploração da madeira, pela construção e por outrasformas de trabalho manual. Os índios começaram aviciar-se nas bebidas alcoólicas. Desapareceu o estilode vida indígena comunitária, que preferia as casaslongas. Em muitas áreas, a cultura indígena tinha sidode tal modo desarraigada que os antropólogos esociólogos da atualidade estão encontrando muita di-ficuldade para reconstruir o estilo de vida tribaloriginal. Para exemplificar, a tribo duwamish estavalocalizada quase na mesma área onde Seattle foioriginalmente estabelecida. A cultura deles foiobliterada por inteiro. Aqueles índios não receberamquaisquer terras, e não mais existem como uma unidadetribal distinta em nossos dias.

Essa imposição de idioma e de cultura até hoje émotivo de ressentimento, de diversas maneiras. Osíndios continuam vivendo em reservas e têm procuradorecuperar a sua herança cultural. Os conflitoscontinuam, a despeito dos direitos dos índios decaçarem e pescarem, da mesma maneira que os seusantepassados costumavam fazer. Uma forte áreaconflitante é o direito que os índios têm de lançar assuas redes de pesca no oceano e nos riachos quecircundam a área de Seattle. Algumas tribos têmprocurado restabelecer suas festividades pagãs que

honravam o deus salmão, que era a figura central demuitas cerimônias religiosas.

3. Quais eram as práticas religiosas dos antigoshabitantes do lugar?

O grupo dos indígenas salish ocupava o extremo suldas chamadas "tribos de postes-tótemes". Suas práticase crenças religiosas são similares às práticas damaioria dos grupos nativos que ocupam a costa doAlasca. O líder religioso da comunidade era um xamã,considerado dotado de grandes poderes nas áreas dabênção, da maldição e da cura de doenças. A posição deum xamã era validada por um encontro inicial com umespírito guia, cuja identidade era mantida secreta. Osxamãs podiam ser do sexo masculino ou do sexofeminino, e o poder não passava, necessariamente, depai para filho. O que emprestava validade e era achave para que alguém se tornasse um xamã era aqueleencontro inicial com um espírito.

O encontro espiritual não se limitava aos xamãs.Pessoas "comuns" também buscavam a orientação deespíritos para guiá-las por toda a vida. Comfreqüência, os espíritos guiavam uma pessoa a algumavocação específica, como o fabrico de canoas. Osartesãos mais habilidosos eram considerados homensdotados de algum guia espiritual. Esse espírito guiausualmente aparecia sob a forma de algum animal. Umexemplo disso eram os entalhadores de madeira, cujoespírito guia geralmente aparecia com a forma de umpica-pau. Sempre que uma pessoa ouvia o som típicofeito por um pica-pau, entendia que o espírito estava

nas proximidades, observando o trabalho que estivessesendo feito.

Um espírito guia geralmente era encontrado apósalgum tempo de jejum e oração. As pessoas interessadasse purificavam cerimonialmente, privando-se dealimentos e buscando algum tipo de encontro com omundo dos espíritos. Com freqüência, entravam em umestado de transe, durante o qual tinham um encontrocom o seu espírito guia.

Os deuses dos índios salish pareciam ser um tantoimpessoais e distantes. Grande parte dos benefíciosoutorgados aos seres humanos (como o fogo,instrumentos e assim por diante) viriam através do es-pírito cheio de truques que era pintado como se fosseum corvo ou um coiote. Esse espírito de truque dava àspessoas coisas que supostamente elas não deveriam ter.Deus não seria um ser necessariamente amigável, masesse espírito enganador, sim, seria amigável.

A principal cerimônia religiosa do ano girava emtorno da volta do salmão. Os indígenas mostravam omaior respeito pelo salmão, mesmo porque o salmão erauma de suas principais fontes de alimentos. O primeirosalmão a ser apanhado em um ano era levado à aldeia,em meio a um cerimonial, e, ali chegando, através derito especial, os índios agradeciam aos espíritos avolta do peixe.

Outro ato cerimonial que não era necessariamentereligioso mas que era extremamente importante para osíndios era o "potlatch". Quando isso sucedia, ohospedeiro oferecia uma grande festa para os seusconvidados, onde não somente havia festejos, mastambém havia intensa troca de presentes. Esse atocerimonial era validado pelo ato de presentear. Duasrazões principais para o "potlatch" eram: (1) a

autoglorificação — pois o hospedeiro demonstrava assimas riquezas e a posição de sua família; e (2) eraobrigatório recompensar com outros presentes. Ospresentes dados de volta eram o "atrativo" maior dacerimônia do "potlatch". Para não se sentirem dimi-nuídos mas manterem a glória da família, os convidadossentiam-se na obrigação de oferecer uma festa similar,com presentes maiores e melhores ainda. Por essarazão, os ricos ficavam cada vez mais ricos, e ospobres ficavam cada vez mais pobres. De acordo com umaoutra forma de "potlatch", em vez de dar presentes, ohospedeiro destruía as suas possessões, a fim dedemonstrar a sua grandeza. Em vez de compartilhar, oindivíduo destruía. Essa destruição podia incluir atémesmo os atos de matar ou aleijar escravos.

Uma área final de prática religiosa diz respeitoaos mortos. Os espíritos dos antepassados eramgrandemente temidos. As tribos mostravam-se muitocuidadosas no sepultamento e honrarias prestadas aosmortos, a fim de que os seus espíritos não voltassempara assombrar a tribo. Uma das crenças era queproferir o nome de uma pessoa morta a fazia ficar"desassossegada" no sepulcro. Por conseguinte, deveser considerado uma grande ameaça ao grande chefeSeattle o fato que a cidade recebeu o nome dele,porque, cada vez em que o nome dele é proferido, issoo afeta no além-túmulo. Com freqüência, os locais desepultamento eram adornados com entalhes e fetiches, oque, em minha opinião, parece algo repelente e feroz.

4. Houve tempo em que surgiu uma nova religião?

Não, até onde sou capaz de dizer. Os antropólogosespeculam que o xamanismo veio da Ásia, e que foi aforma dominante de religião entre os ameríndios, até àchegada do cristianismo.

5. Sob quais circunstâncias o evangelho entroupela primeira vez na cidade?

Em 1852, o bispo Demers efetuou a primeiracerimônia religiosa da cidade, e quase todos oshabitantes fizeram-se presentes. Naquele mesmo ano, opastor Benjamim Close, um metodista, efetuou os pri-meiros cultos protestantes na colônia de Seattle. Opastor Demers estava indo para Fort Victória, e Closevivia em Olímpia, pelo que foram apenas cultosefetuados em ocasiões de visita.

O primeiro ministro residente, que trabalhou portempo integral em Seattle, chegou no outono de 1853. Opastor David Blaine e sua esposa, Catarina,estabeleceram a primeira igreja, uma congregaçãoMetodista Episcopal. Foram bem acolhidos epatrocinados por Arthur Denny, que proveu umaresidência inicial para eles. Ele e sua esposaperfizeram dois terços da congregação inicial. Essafoi a única igreja na área, durante mais de dez anos.

Os Blaines não deixaram uma impressão profunda eduradoura em Seattle. De acordo com os padrões daparte oriental dos Estados Unidos, Seattle não era umacomunidade religiosa. Um claro problema que envolvia oRev. Blaine era a sua atitude para com a populaçãoindígena. Em uma carta que escreveu para sua terra de

origem, ele disse basicamente que era impossívelajudar os índios, e isso por causa destes pontos: (1)a barreira da linguagem; (2) o comportamentopecaminoso deles; e (3) o contexto social deles.

Desde o começo de 1856 até os fins de 1860,Seattle não contou com um ministro evangélicoresidente. As reuniões evangélicas eram efetuadas acada duas semanas, na igreja metodista. Nos fins de1860, chegou o pastor Daniel Bagley, vindo do estadode Oregon. Ele era um implantador de igrejas, tendoimplantado vinte igrejas nos estados de Oregon e deWashington. Bagley tornou-se um dos principaisfundadores da segunda geração de habitantes da cidade,além de ter servido de instrumento na formação daprimeira universidade iniciada na cidade de Seattle(mais tarde, Universidade de Washington). Ele tambémera maçom, juntamente com vários outros fundadores dacidade.

Ministros adicionais começaram a chegar, a partirde 1865, quando os episcopais de Olímpia chegaram àcidade e iniciaram uma congregação. Os presbiterianoschegaram em 1866, na pessoa do pastor GeorgeWhitworth, que também se tornou industrial junto com oRev. Bagley. Naquele estágio inicial, as igrejascooperavam harmoniosamente umas com as outras — duasigrejas e quatro pastores que representavam quatrodenominações. Assim, dois pastores trabalhavam em cadaigreja, alternando-se nos deveres da pregação, e basi-camente sem criarem qualquer problema uns com osoutros. Os católicos romanos chegaram em 1867, oscongregacionais e os batistas, em 1869. O ministrobatista era o pastor Edward Hanford, que foi um dosgrandes primeiros líderes espirituais de Seattle.

O chefe Seattle, o famoso líder índio, no seudiscurso de assinatura de um tratado, provavelmentefoi quem melhor articulou a posição dos índios, notocante ao Deus do homem branco. Uma parte de seudiscurso dizia: "O Deus de vocês não é o nosso Deus. ODeus de vocês ama o povo de vocês, mas odeia o meupovo. Ele abraça com amor e proteção os caraspálidas... mas esqueceu-se de seus filhos de pelevermelha, se é que realmente são seus filhos. NossoDeus, o Grande Espírito, também parece ter-seesquecido de nós". Se o chefe Seattle conseguiu dizeralguma coisa, disse que a Igreja não consegueapresentar um quadro veraz de Deus. Infelizmente, oque os índios viram foi que o Deus dos homens brancoslhes ensinava a ganância, o assassinato e a luta pelopoder espiritual. Eles viam a invasão do homem brancocomo uma luta de poder espiritual, na qual o GrandeEspírito teria saído perdendo.

6. O governo nacional ou da cidade já sedesintegrou alguma vez?

Sim, quanto a certa maneira de dizer. O primitivogoverno da cidade era extremamente corrupto. HenryYesler, um proeminente proprietário de uma madeireira,conservou-se em forte posição de autoridade durantemuitos daqueles primeiros anos, tendo usado a suainfluência para encher de dinheiro os bolsos, àscustas da cidade. Essa corrupção inicial exigiu que acidade começasse tudo de novo, depois que Yeslerperdeu a sua posição de autoridade. As técnicasfraudulentas de Yesler tinham levado a cidade à beirada bancarrota, por diversas vezes.

7. Qual foi o estilo de liderança dos governospassados?

O estilo de governo de Seattle geralmente temgirado em torno da filosofia dos negócios, antes dequalquer outra coisa. Em muitos sentidos, os negóciostêm dirigido o governo, havendo poucas regras no mundodos negócios. Conforme já pudemos mencionar, HenryYesler, durante muitos anos, foi quem exerceuautoridade no governo de Seattle. Nessa posição, elenão foi nem honesto e nem justo. Ele favorecia dirigiroutras pessoas por meio dos negócios, dominando com oseu negócio diversos outros negócios. Quando alguémpropunha algo que poderia beneficiar a outrem, e não aele, então com freqüência ele vetava o projeto, ouentão afunilava fundos para outras finalidades.

Yesler é a mais antiga epítome de riquezas eabastança que pervertia a justiça, a eqüidade e ointeresse pelas pessoas.

O período entre 1900 e 1920 foi um período crucialpara dar forma à cidade de Seattle. Foi apresentada adecisão, diante dos eleitores, se a cidade de Seattledeveria fechar as suas portas para os jogos, oalcoolismo e a prostituição. A votação ficou oscilandopara cá e para lá, mas no fim Seattle continuou comocidade aberta a esses vícios, embora não tão abertaquanto tinha sido durante a corrida do ouro do Yukon.Naquele tempo, o governo e a força policial viviammoralmente maculados pelo suborno e pela corrupção.

8. Já houve alguma guerra que afetasse essacidade?

O efeito primário da guerra sobre Seattle foi aprosperidade econômica. De várias maneiras, as duasguerras mundiais ajudaram a fazer prosperar asindústrias de construção naval, de aviões, demanufaturas e de navegação.

9. A própria cidade foi palco de alguma batalha?

Uma pequena batalha entre os índios ocorreu emtorno de 1856. A cidade de Seattle ficou em estado dealerta, e houve então um pequeno entrevero. Forammortos dois residentes brancos da cidade, e um númeromuito maior de índios. Os índios desfecharam o ataquepor causa de um tratado cujas promessas não tinhamsido cumpridas por parte do homem branco. Oshistoriadores acreditam que Seattle sobreviveu a essabatalha somente porque os índios atacaram a cidade muitardiamente, o que permitiu que os habitantes dacidade solicitassem reforços. Essa ajuda chegou sob aforma de um barco armado da marinha, que bombardeou osíndios e causou a maior parte das perdas de vida entreos índios.

10. Quais nomes têm sido usados para rotular acidade e quais os significados desses nomes?

A Cidade Esmeralda. Essa alcunha é melhorentendida quando se examina o meio ambiente deSeattle. A cidade é cercada de árvores perenes, além

de estar cercada por lagos e montanhas. O nome refleteesse aspecto luxuriante de Seattle; entretanto, otítulo também poderia representar as riquezas e aabundância da região.

11. Por que a cidade foi originalmente fundada?

Parece que no começo Seattle foi ocupada pelosíndios por causa da riqueza de seus recursos naturaise por causa do seu clima. Embora o céu por muitasvezes costume ficar nublado, a temperatura raramentecai abaixo da temperatura de congelamento em qualquerperíodo de tempo no inverno, e a neve é aliinfreqüente e de pouca duração.

O homem branco chegou ali com o propósito de fazerdinheiro, por meio de negócios. Os primeiros homens denegócios chegaram a caminho da China, ali negociaramcom peles de lontras e descobriram que poderiam fazeruma fortuna vendendo estas peles aos chineses. Osprimeiros colonizadores enfocaram a atenção sobre osnegócios com os índios, de quem obtinham as peles, afim de transportá-las à China. Esse período duroupouco tempo, pois não demorou muito para as lontrasrarearem muito, chegando mesmo à beira da extinção.

Arthur Denny e seu grupo (os fundadores) chegaramali à procura de um local próprio para a fundação deum porto, onde pudessem abrir vias de comércio com oExtremo Oriente. Esses homens de negócios, que estavamprocurando uma localização apropriada para ganharmuito dinheiro, descobriram que aquele local era umailha um tanto alagadiça, mas com um porto de águasprofundas, de fácil acesso para a madeira e outrosrecursos naturais. Grande parte dos negócios originais

eram fechados originalmente com a cidade de São Fran-cisco, que era a principal cidade afetada pela corridado ouro da Califórnia. Seattle era um local apropriadopara plantio de cereais e para o embarque de madeira,da qual a cidade de São Francisco precisavadesesperadamente.

Os recém-chegados posteriores geralmente aportavamcom a idéia fixa de enriquecer. A cidade tinha porhabitantes primariamente pessoas pertencentes à classemédia. Muitas pessoas, na verdade, acabaramenriquecendo, e assim as classes abastadas tinhamraízes sólidas na classe média. As oportunidades paranegócios abundavam, envolvendo madeira, manufaturasdiversas e criação de gado. A cidade cresceu a umataxa admirável, até que, na década de 1920, chegou aum patamar onde o crescimento estacionou, até aos anosde grande progresso, durante a Segunda Guerra Mundial.

12. A cidade teve um fundador? Qual era o sonhodele?

Seattle foi fundada por Arthur Denny, Carson Borene William Bell. Esse grupo localizou o canal de águasprofundas e planejou a localização original da cidade.Charles Terry tinha originalmente escolhido ocupar olado oposto da baía, em Alki, mas não demorou muitopara vender algumas terras, e acabou mudando-se paraSeattle propriamente dita.

O sonho de Arthur Denny era estabelecer um larseguro para a sua família. Ele estava interessado emedificar uma comunidade sólida para o futuro. Seugrande alvo não era tornar-se rico, mas contar com umasólida comunidade, baseada no comércio e em uma

população forte. Denny era homem de grande integridadee honestidade, e era muito respeitado na comunidade.Ninguém podia consumir bebidas alcoólicas em suasempresas ou em suas terras. Ele foi um fator impor-tante no estabelecimento de escolas (incluindo auniversidade de Washington), como também na primeiraigreja evangélica. Era considerado por todos,inclusive pelos índios, homem cumpridor de suapalavra. Entretanto, ninguém daquela época escreveuque gostava de Denny. Ele era homem respeitado,honesto e probo — mas ninguém gostava dele.

Não obstante, uma forte característica negativa deDenny, que acredito refletir-se em Seattle até hoje,também precisa ser mencionada. Apesar de todos os seusvalores de integridade, Denny parece ter sidobasicamente homem de inação no tocante às questõesmorais. Até onde sou capaz de dizer, ele não faziaoposição decidida contra os erros morais que ocorriamregularmente ao seu derredor. Ele só pensava nos seuspróprios negócios. Essa atitude parece ter permeado acidade nos seus dias, e assim continua a ser até opresente.

13. Como surgiram os líderes políticos, militarese religiosos, e o que sonhavam eles quanto a simesmos e à sua cidade?

Uma importante visão era fundar uma cidadeutópica, para a classe média alta. Isso tornou-seevidente na divisão de Seattle e da reconstrução eampliação da cidade, depois do incêndio de 1889. Quasedesde o começo, Seattle foi dividida em bairros bons ebairros ruins. Os bairros ruins ficavam localizados ao

sul de Skid Road, onde costumavam residir osalcoólatras, os paupérrimos, os famintos, os desti-tuídos de tudo e uma minoria da população. Era ali queresidiam os trapaceiros, os alcoviteiros e asprostitutas. Os habitantes "respeitáveis", porém,residiam nos bairros bons da cidade.

Aqueles que ocupavam posições políticas geralmentedavam apoio à população "boa" — os homens de negóciosque pertenciam à classe média alta. O planejamento e aexpansão iniciais da cidade tiveram por propósitoaprimorar as condições de vida dessa parte mais abas-tada da população. Os bondes, por exemplo, percorriamsomente os bairros bons da cidades. Parques eram aliplanejados, as ruas eram niveladas e melhoradas. Masos beneficiários de todas essas melhorias eram pessoaspertencentes à classe média alta.

14. Quais instituições políticas, econômicas ereligiosas têm dominado a vida da cidade?

Os grupos políticos, os empresários e os queseguem profissões liberais são as classes que têmpredominado em Seattle. Houve um breve período de leisjustas na cidade, nos primeiros anos do século XX,principalmente no esforço de limpar a área de SkidRoad. Mas essas leis foram logo esquecidas em suaquase totalidade, e não demoraram a ser repelidas.

As uniões trabalhistas sempre foram uma forteinfluência sobre a cidade, desde a década de 1930, ealgumas grandes greves têm tido lugar ali, no decorrerdos anos. As uniões trabalhistas e um governofortemente orientado em favor da classe empresarialtêm tendido por produzir conflitos ao longo dos anos.

Os empresários geralmente têm explorado ostrabalhadores, e as uniões de várias maneiras têmprejudicado o empresariado mediante greves, contratosanti-minorias e coisas semelhantes. Os líderes dasuniões trabalhista;, também têm abusado de maneiraconsiderável de seus liderados, incluindo coisas comoliquidação de empresas, subornos e corrupção.

A dominação econômica tem sofrido modificações coma passagem do tempo. A base econômica original era amadeira e a serraria de Yesler era a principal empresaque explorava essa atividade. Em certo sentido, aindústria madeireira continua atuante até hoje. A fir-ma Weyerhaeuser, que explora a produção de objetos demadeira está localizada nas proximidades de Seattle, edá emprego a aproximadamente quarenta mil pessoas.

A navegação e o comércio é uma das principaisatividades da cidade. Grande parte desses negócios temsido com o Extremo Oriente e com o Alasca. Seattle é oprincipal entreposto para a maior parte do comérciocom o Alasca. E essa sempre foi uma atividade muitoimportante, sobretudo nos dias da descoberta de ourono Alasca. Atualmente, aproximadamente 17% de todos osempregos estão vinculados aos negócios de importação eexportação.

Mas a principal força econômica da cidade é aCompanhia Boeing. A Boeing prove aproximadamente cemmil empregos locais, diversificando-se em certavariedade de indústrias, mormente a indústriaaeroespacial. A economia de Seattle está fortementevinculada à Companhia Boeing, e parece seguir asdiretrizes dela. Talvez um ponto que deva causarpreocupação seja a dependência da cidade para com aBoeing, em vez da dependência para com Deus.

No terreno religioso, nenhuma instituiçãodominante tem surgido em cena. Não obstante, os maçonsprecisam ser mencionados. A maçonaria tem-se feitopresente em Seattle desde o começo de sua história.Vários dos primeiros líderes, no mundo dos negócios enas igrejas, eram maçons, incluindo Doc Maynard e oreverendo Daniel Bagley. Bagley foi maçom a vidainteira, tendo chegado ao grau do Arco Real damaçonaria, antes mesmo de mudar-se para Seattle. EmSeattle, ele acabou sendo escolhido como o Grão-Mestreda primeira loja, no mesmo ano em que aquela loja foifundada.

15. Qual tem sido a experiência daqueles que têmmigrado para a cidade?

Geralmente, a experiência deles tem sido boa. Osfundadores originais da cidade mostravam-seacolhedores para com os recém-chegados; e nunca veio àsuperfície qualquer preconceito contra os irlandesesou contra os judeus. E isso devido a dois fatores: (1)Poucos grandes grupos de imigrantes têm-seestabelecido em Seattle (excetuando escandinavos emBallard); (2) a maioria, se não mesmo todos os imi-grantes, tem-se inclinado por terminar nas favelas dacidade, o que vem acontecendo em Seattle desde adécada de 1880. Nos fins do século XIX talvez tenhasurgido, por um breve período, um desejo de impedir aimigração de chineses para a cidade; e isso talveztenha alguma significação espiritual.

16. Tem havido alguma experiência traumática, comocolapso econômico, choques raciais ou terremotos?

No começo de sua história econômica, Seattleesteve ligada a São Francisco. Quando São Franciscoperdeu impulso, devido à diminuição da corrida doouro, Seattle também perdeu impulso. Um importantecolapso econômico ocorreu na década de 1890, o qualpraticamente destruiu os bancos da cidade de Tacoma.Entretanto, os bancos de Seattle sobreviveram, tendoapelado para o artifício de recursos financeiros cal-deados para um tesouro comum. Sustos econômicos maisrecentes têm estado geralmente ligados a despedidas deempregados pela Boeing, no começo da década de 1970.

Levantes raciais (efetuados por grupos étnicosnão-brancos) ocorreram em 1968, quando a populaçãonegra da cidade passou por um severo período detransição. Gangues, que a si mesmas se apelidavam de"Negros" e de "Brancos", chegaram a fazermanifestações pelas ruas, geralmente em choque umcontra o outro.

Houve grandes incêndios que afetaram Seattle,Spokane e Ellensburgo, em 1889. Em cada uma dessascidades, o distrito comercial foi virtualmentedestruído. Seattle e Spokane recuperaram-se, mas omesmo não aconteceu com Ellensburgo. A região docentro de Seattle adquiriu grande parte de sua atualaparência depois desse incêndio.

Descobri registros sobre dois terremotos designificativa magnitude. Em abril de 1949 e em abrilde 1965 terremotos sérios abalaram Seattle. O segundodeles atingiu o grau 7.0.

Em 1980, o monte Saint Helens, que fica bastanteperto de Seattle, entrou em furiosa erupção vulcânica,que arrasou o cume do monte. Isso atraiu grandeatenção da nação para a cidade de Seattle.

17. A cidade já passou pelo surgimento de algumatecnologia de transformação social?

E possível. Embora o avião não tenha sidoinventado em Seattle, os avanços feitos pela CompanhiaBoeing, quanto à indústria aeroespacial, podem serconsiderados transformadores do quadro social.

18. Tem havido alguma repentina oportunidade deenriquecimento, como a descoberta de petróleo, oualguma nova técnica de irrigação?

Sem dúvida. Todavia, essas oportunidadesgeralmente se têm limitado ao comércio.

A primeira oportunidade de comércio de Seattle foicom São Francisco, que precisava de madeira deconstrução. Uma segunda oportunidade deu-se por causada corrida do ouro no Alasca e no rio Fraser. Osmineiros que seguiam para o norte geralmente passavampor Seattle, na ida e na volta, gastando sempre boasquantias em dinheiro nesse processo.

19. Houve conflitos religiosos entre religiõesrivais ou entre os cristãos?

Até esta altura das investigações, não encontreiqualquer conflito dessa natureza. As primeiras igrejasde Seattle com freqüência eram interdenominacionais.Houve época em que Seattle contava com quatroministros de denominações diferentes, que operavam emapenas duas igrejas. Eles resolviam as suas questõescompartilhando de deveres, em vez de construírem novostemplos.

20. Qual a história dos relacionamentos entre osgrupos étnicos?

Lamentável. Essa é a maior área de perturbações nahistória da cidade de Seattle, o que requer muitoarrependimento e oração. Em sua maior parte, até osprimórdios do século XX, as minorias estavam centradasno distrito internacional ou nas áreas faveladas dosul, naquilo que era conhecido como Skid Road. Émister tentarmos compreender a história dessa região.Essa era a área onde foram construídos os primeirosbordéis e bares. Era também a seção da cidade ondehavia jogatinas, bebedeiras e prostituiçãodesenfreadas. E essa era, igualmente, a área onde asminorias étnicas tinham de viver, de acordo com asleis não escritas da sociedade de Seattle.

Os Índios

Antes da chegada do homem branco, entre osindígenas havia guerras e assaltos freqüentes unscontra os outros. O propósito dessas guerras eracapturar escravos, que serviam de símbolos de riquezae de posição social. Os escravos, entre os índios,essencialmente não tinham quaisquer direitos. Podiamser usados como prostitutas, podiam ser mortos, podiamser desfigurados, e os seus proprietários podiam fazercom eles o que bem quisessem. As tribos mais ferozestendiam por estar localizadas ao norte da ColúmbiaBritânica, que hoje fica no extremo ocidental doCanadá. Os índios locais viviam temendo aqueles gruposde índios que por muitas vezes chegavam a seusterritórios com essas missões aterrorizantes.

Quando chegou o homem branco na região,imediatamente o civilizado começou a explorar osíndios (com a exceção dos padres jesuítas). Noprincípio, os brancos vinham comerciar com couros; to-davia, depois que Seattle foi fundada, eles começarama usar os índios para realizarem trabalhos pesados.Naturalmente, os indígenas eram pagos para tanto, masrecebiam muito menos do que uma pessoa brancareceberia por igual trabalho. Os brancos, para todosos intuitos e propósitos, apossavam-se de quaisquerterras que quisessem, ao passo que os índios eramconstrangidos a viver em reservas, "para o próprio bemdeles". Eles prometiam aos indígenas um lugar para vi-ver, educação, ajuda para iniciar algum negócio,assistência médica, direitos à pesca, e assim pordiante. Mas os civilizados quase nunca cumpriam essaspromessas, tal como continuam descumprindo os seustratados com os índios, até ao dia de hoje.

As escravas índias eram tratadas de maneiraextremamente inadequada. Os indígenas já tinhampadrões sexuais muito frouxos; e os homens brancosdescobriram logo que não era difícil explorar sexual-mente as mulheres indígenas. John Pennell veio de SãoFrancisco até à área de Seattle, em 1861, e deu inícioao bairro Skid Road, em Seattle. Ele estabeleceu barese bordéis para atrair o grande número de homenssolteiros que tinham dinheiro para gastar e quequeriam companhia feminina e entretenimento. Essas"trabalhadoras" femininas eram índias (até que,finalmente, chegaram algumas prostitutas profissio-nais, vindas de São Francisco, durante a década de1870). Essas prostitutas eram ou escravas adquiridasde tribos indígenas locais ou mulheres que tinham sidoinduzidas a vir morar naquela área, sob a promessa deum lugar para ficarem, comida e roupa. Mas o que elasencontravam era uma vida prostituída, exploração emuito abuso. Muito pouco, ou mesmo nada, foi feitopara pôr fim aos estabelecimentos iniciados porPennel.

A justiça também era negada aos indígenas. QuandoBad Jim, um índio, foi linchado, os seus linchadoresbrancos foram julgados em um tribunal. Um dos homensbrancos, que estava sendo julgado, fez parte do grandejúri que o estava julgando (renunciando apenas ao sercondenado). Quando um homem branco se confessavaculpado, o tribunal imediatamente indicava um advogadopara declará-lo inocente. Após um breve "julgamento",todos os homens brancos eram inocentados de qualquercrime que tivessem cometido, mesmo quando a culpadeles fosse inegável. Em contraposição, todos osíndios apresentados para julgamento geralmente eramlinchados ou condenados, sem importar quais fossem asevidências, contra ou a favor deles. O chefe Leschi

foi julgado e enforcado por homicídio, embora asevidências fossem extremamente circunstanciais eapesar de muitos de seus amigos (incluindo DocMaynard) terem argüido em favor de sua inocência.

Os Afro-Americanos

Os afro-americanos têm tido um interessanterelacionamento com Seattle. A cidade começou a crescerterminada a Guerra Civil americana, e por lei estavaem um território contrário à escravatura, razão pelaqual a questão nunca constituiu um problema na cidade.Seattle, porém, se era contra a escravatura, tambémera contra os negros, pelo que os negros nunca forambem acolhidos na cidade, sendo-lhes conferidos bempoucos direitos. Seattle era uma cidade de "brancos".Os negros que ali porventura chegavam acabavamdescobrindo que só podiam residir em uma área, ouseja, as favelas ao sul da Skid Road, o gueto deSeattle. Mesmo com a passagem dos anos, a populaçãonegra recebia ali bem poucos direitos. Os contratosdas uniões trabalhistas excluíam os negros, até que,já em 1940, os tribunais interromperam essa norma.

Os Chineses

Os chineses tiveram de enfrentar o seu período deinjustiças sofridas, nos fins da década de 1880. Oschineses tinham sido originalmente contratados paraconstruir estradas de ferro e efetuar outras tarefasbraçais pesadas e perigosas. Depois que as estradas deferro tinham sido construídas, os chineses começaram a

mudar-se para as cidades estabelecidas, incluindoSeattle, e, ali chegando, estabeleceram-se nas favelasda Skid Road. Muitos brancos entenderam que isso erauma ameaça para os seus empregos, e resolveram fazeralguma coisa no tocante aos trabalhadores chineses.Após semanas de reuniões e agitações, as multidõespassaram a agir. Reuniram os chineses e começaram aembarcá-los à força em um navio a vapor, rumo a SãoFrancisco. Mas foi então que um juiz interveio e fezparar a questão, e eventualmente as coisas voltaram ànormalidade.

O que nos deixa boquiabertos é quem eram aspessoas que se envolveram ou não se envolveram naexpulsão dos chineses de Seattle. Somente uma igreja,metodista episcopal, publicou uma declaração opondo-seao movimento anti-chinês. Eventualmente, o tribunaldecidiu que os chineses não podiam ser expulsos; mas averdade é que várias centenas deles abandonaram dequalquer forma a região, principalmente por motivo demedo.

Segunda Seção

DISCERNINDO SEATTLE

Por Bev Klopp

Estou muito agradecida pelas pesquisas feitas porMark McGregor, que lhe permitiu lançar os alicerces domapeamento espiritual da cidade de Seattle. Muitos dosfatos por ele trazidos à tona fornecerão diretrizesfuturas para as intercessões em favor de Seattle,enquanto eles continuam orando pela nossa queridacidade.

Antes mesmo das pesquisas feitas por Mark, algunsde nós já estavam intercedendo pela Cidade Esmeralda.Estou feliz por anunciar que o número de crenteshumildes, chamados por Deus para mergulharem nabatalha espiritual em favor de Seattle e pela áreanoroeste de nosso país, à beira do Pacífico, estáaumentando rapidamente. Para vermos o Reino de Deusderramar-se sobre Seattle, precisamos de um maiornúmero de intercessores e precisamos de maiores infor-mações sobre nossa cidade e região. Essa combinação defatores nos provera um quadro mais nítido da cidade,conforme ela realmente é, e não como ela parece ser,tomando por empréstimo as palavras de George Otis, Jr.

Os pensamentos que estou aqui compartilhando com oleitor emergiram depois de incontáveis horas deoração, por muitas vezes agonizada, que rasgaram o meucoração, em favor da nossa cidade. Percebo que nãodispomos de respostas definitivas para todos ospoderes espirituais das trevas, que procuram manterSeattle em servidão, pelo que aquilo de quecompartilho aqui deve ser visto como derivado de umpovo que está em processo de formação. Ao mesmo tempo,não podemos esconder o fato que cremos que está sendoobtido bastante progresso espiritual.

ORAÇÕES REMIDORAS

Na qualidade de líderes e intercessores, temossido orientados pelo Senhor para tentar traduzir otipo de pesquisa histórica que Mark McGregor tem feitono campo das orações remidoras, da guerra espiritualeficiente, e da evangelização restauradora, capaz dederrubar fortalezas. E temos sido encorajados quanto a

tudo isso por termos visto alguns resultadospositivos, sob a forma de despertamento da Igreja e desalvação de almas. Temos clamado a Deus, escudados notrecho de 2 Crônicas 7.4-16, unidos em oração earrependimento. A semelhança de Elias, cremos quetemos visto a pequena nuvem da presença de Deus,preparando-se para liberar um grande derramamento doEspírito Santo em uma escala nunca antes vista nanossa região.

Na posição de maior cidade do estado deWashington, Seattle de muitas maneiras é uma modernafronteira paga da independência, onde se evidenciamtodas as perversões possíveis da adoração à deidade edo amor do Pai. O mestre dos ludíbrios tem mantido, hámuito tempo, tanto Seattle quanto a região do noroestedas costas do Oceano Pacífico oprimidos pelas trevasespirituais. Mas atualmente o inimigo estremece,desmascarado diante daqueles que possuem coração puro,que estão dispostos a obedecer a Deus, corajosa esacrificialmente. Acredito que, nesta hora, o Senhordesceu e colocou o seu pé sobre o estado norte-americano de Washington, pronto a demonstrar o seupoder mediante gloriosos atos de compaixão.

O estado de Washington é conhecido como o estadonorte-americano que conta com o menor número deigrejas, em proporção à sua população, além de ser umdos três maiores centros do mundo do movimento da NovaEra. Há menos de um ano, Washington foi um foco daatenção nacional, por terem sido tomadas duas impor-tantes decisões por voto do legislativo estadual, umadelas fortalecendo os direitos de aborto, e a outrapermitindo a eutanásia. E assim, muitos cidadãos viramo nosso estado como uma força liderante quanto a ambasessas questões tão duvidosas. Outrossim, Seattle éconsiderada por muitos como uma das cidades mais

liberais da América do Norte. Também é conhecida comoa cidade com o maior contingente de homossexuais detoda a costa ocidental dos Estados Unidos da América.

Conforme indicou Mark McGregor, a vida dosprimeiros habitantes, os ameríndios, bem como osfundadores brancos de Seattle refletem laços ímpiosque, com freqüência, podem ser explicados por suasraízes pagãs e por suas alianças pecaminosas com oinimigo. Para exemplificar, os índios norte-americanossão herdeiros da cultura mongol, pois eles chegaram daSibéria e do Extremo Oriente, trazendo com eles assuas práticas entrincheiradas no xamanismo e na ado-ração de deusas.

No passado, muitas das tribos indígenas donoroeste norte-americano aliaram-se aos poderesespirituais das trevas mediante o contato com osespíritos dos ancestrais. Eles realizavam ritospessoais para induzir os espíritos guias a ajudá-los aconquistar riquezas e escravos, bem como para teremêxito na guerra, na caça, na pesca e na cura dedoenças diversas. Muitas daquelas pessoas preciosasforam afundadas mais ainda em suas raízes xamanistasatravés das dificuldades da vida, dos saques impostospor outras tribos e pela exploração e desilusão quesurgiram em resultado do tratamento que lhes foidispensado pelos primeiros colonos europeus. Issoficou refletido no célebre discurso do chefe Seattle:"O Deus de vocês ama o povo de vocês... Ele seesqueceu de seus filhos de pele vermelha, se é querealmente são seus filhos".

Conforme salientou Mark McGregor, o famosodiscurso do chefe Seattle expressou esse desespero deque o Deus dos brancos parecia não amar os índios. Deque outra maneira ele poderia haver interpretado a

ganância, a avidez pelo sangue, os abusos e ainjustiça de muitos dos primeiros colonizadores deSeattle? Mas o chefe Seattle também prosseguiu paradizer que os "mortos invisíveis" de sua tribo permane-ceriam. Por ocasião daquela mesma fala, disse ele:"Nossa religião consiste nas tradições de nossosantepassados — os sonhos de nossos homens velhos,conferidos... pelo Grande Espírito. A noite... quandodescer o silêncio sobre as ruas das cidades devocês... elas ficarão apinhadas com as nossas hostes,que estarão voltando".

Os homens da raça branca não pecaram somentecontra os indígenas nativos. McGregor salientou queabusos similares ficaram registrados no tocante aosasiáticos e aos africanos, através da exploração de umtrabalho barato, atos ilegais e outras injustiças. Ospecados de reação e vingança, de uns contra os outros,em vez da atitude de perdão e arrependimento, armaramem Seattle o palco para o levantamento de outrasfortalezas espirituais da maldade.

UMA IGREJA IMPONENTE

Infelizmente, a Igreja não foi ainda capaz dederrubar as fortalezas do mal com a mensagem do amorde Deus, em parte por causa de suas própriasconcepções errôneas, mundanismo, transigências e in-diferença. Em conseqüência, as mentiras do inimigo têmsido reforçadas, estabelecendo novas "fortalezasmentais", conforme diria Cindy Jacobs, umas contra asoutras e contra o verdadeiro conhecimento das verdadeslibertadoras de Deus. Divisões mais profundasresultaram disso, e os poderes malignos por detrás de

tanta malignidade ficaram essencialmente ocultos, nãotendo sido desmascarados. Por exemplo, as tribosaborígines da área estão separadas e isoladas nodesespero de suas reservas, espalhadas por todo oestado, enquanto os ricos e os poderosos continuampredominando em seus "reinos", na cidade, com os seusdeuses do materialismo, do hedonismo, do racionalismoe do intelectualismo.

Estamos vendo que até hoje continuam postos osrestos das vendas de Satanás sobre as mentes dosincrédulos. Parece ter havido um "fascínio atordoante"que cativa as mentes dos crentes e dos incrédulos, pormeio do ludibrio e da sedução religiosos, da apatia,da separação e da falta de unidade. Tudo isso pareceapontar para as forças malignas mencionadas no sextocapítulo da epístola aos Efésios, que têm reivindicadoseus direitos em resultado desses padrões pecaminososentrincheirados e pelas alianças profanas que homenstêm estabelecido com o inimigo.

Essas alianças têm conferido ao adversário umpoder irrestrito e um largo acesso ao estado deWashington e seus grupos populacionais. Isso pode seraveriguado através da continuação de iniqüidade degerações, através do aumento do movimento da Nova Era,através dos rituais satânicos, das leis injustas, dasfestividades profanas e dos pactos feitos por muitosindivíduos com as forças satânicas. No passado, issofoi ilustrado por tratados injustos acerca de terras,acordos violados entre os índios norte-americanos e osprimeiros colonizadores brancos, injustiças sociaiscontra grupos minoritários e a remoção da oração dasescolas. Esses acordos são decretos espirituais dedireitos, que permitem ao inimigo manter-secontinuamente entrincheirado dentro de suasfortalezas. Atualmente, os líderes dessa área estão

tomando consciência e estão ficando alertas diante doconhecimento espiritual e da unidade necessária paraque essas fortalezas sejam derrubadas.

DEVERÍAMOS CHAMAR AS POTESTADES PELOS SEUS NOMES?

Entendemos que nem todos concordam que devemosperscrutar profundamente o bastante, em nossaintercessão, para saber quais os nomes próprios dosprincipados e das potestades que dominam algumacidade, como Seattle. Não insisto que conhecer essesnomes seja um fator essencial para uma eficaz guerraespiritual (mas ver Mc 5.9 e Lc 8.30). Peter Wagnertem discutido essa questão em seu livro, intituladoOração de Guerra, e concordo com a conclusão dele: "Emboranem sempre seja necessário dar nomes aos poderes,ainda assim, se puderem ser descobertos esses nomes,sem importar se são nomes pessoais ou funcionais,usualmente é útil enfocar isso na oração de guerra".2

Não quero mostrar-me dogmática quanto a esse aspectoda questão, mas muitos de nós que têm laborado naintercessão pela cidade sentem que temos chegado aalgum acordo quanto às identidades das principaispotestades. A maioria delas consiste em espíritosespecificamente chamados por nome nas Escrituras.

Alguns dos nomes que pudemos descobrir surgiramrelacionados a fortalezas particulares desta região.Dou aqui nomes a algumas dessas falsas divindades, porcausa de seu "fruto", o que pode ajudar-nos a vincularas potestades espirituais que controlam esta área:Apoliom (ver Ap 9.11), o Destruidor, que tem sua mortee destruição, seu espírito de adivinhação e suas obrasde Jezabel, bem como seu espírito anticristão de

ludibrio, rebeldia, idolatria e cobiça. Belzebu (verMt 12.24), ou seja, o chefe dos demônios, com seucontrole e suas manipulações, com seus simulacrosreligiosos dos dons e com a sua doutrina de demônios.Asmodeu (que figura no livro apócrifo de Tobias 3.8),com suas seduções religiosas, ganância e perversõessexuais. Belial (ver 2 Co 6.15), com seus falsosprofetas e pastores, com seus líderes injustos dainiqüidade, com sua iniqüidade e com seus falsosensinos. Em adição a esses há um espírito reconhecidocomo "Grande Espírito", na parte noroeste dos EstadosUnidos, inspirador do xamanismo e da adoração aosantepassados.

Ademais, existem espíritos chamados Androginia e oDragão, arrebatador de almas. Juntamente com essesocorrem a destruição de pessoas, distorções do amor eda verdade de Deus, violência e abusos sexuais contramulheres e crianças, e perversões de toda espécie nospapéis sexuais masculino e feminino e o relacionamentoentre os dois sexos. Eles estão vinculados à cobiça, àpornografia, à bruxaria, ao racismo e ao espírito dereligiosidade piegas. Também pensamos que temos podidoidentificar um espírito regional que ocupou o monteRainier, o qual desde há muito vem sendo adorado comoo "deus altíssimo", através das avenidas da adoração aSatanás, da adoração à deusa e terra mãe, através doxamanismo e através das atividades da Nova Era.Finalmente, também precisamos levar em conta umconceito belicoso, pirata e aventureiro como o de ummarinheiro, relacionado aos negócios, a leis injustas,ao consumo de drogas e ao uso do ópio.

A CURA COMEÇA PELO ARREPENDIMENTO

Em nosso papel de intercessores, temos procuradofazer retroceder o holocausto espiritual causado poresses malignos espíritos que povoam os céus deSeattle. Esses espíritos têm provocado o caos, aconfusão e o tormento entre a nossa gente, já fazmuitos anos. E a conseqüência disso tem sido umavereda salpicada de mortes. Por meio da oração,todavia, estamos procurando quebrar o poder e asmaldições que conservam as pessoas atreladas a seusfracassos passados. Estamos orando para que asmáscaras sejam retiradas, e para que o espíritosectarista seja desmascarado por intermédio doarrependimento. Temos procurado a graça e amisericórdia de Deus quanto aos pecados passados, etemos rogado que o Senhor cure as feridas. Temos cla-mado para que Deus quebre os padrões, a dureza decoração e a insensibilidade das pessoas, tanto crentesquanto incrédulas, e que daí resultem coraçõespenitentes que perdoem e estendam a graça e amisericórdia uns para com os outros.

Mediante o arrependimento, a purificação e orompimento de laços pecaminosos, esses espíritos devemdesaparecer. Uma legislação justa, o estabelecimentode uma adoração piedosa e relacionamentos amistososentre as pessoas podem quebrar mais ainda os"direitos" que foram sendo adquiridos por essesespíritos territoriais. A guerra espiritual e asorações de ação profética, como aquelas descritas porKjell Sjöberg (ver o quarto capítulo) podem afrouxar olaço apertado, pelo menos por algum tempo, preparandoas mentes para que se abram ao evangelho, e, porconseguinte, ao livramento final que se deriva doarrependimento pessoal e do viver diário piedoso. Na

qualidade de intercessores, temos jejuado e orado comfreqüência, procurando a cura espiritual para a nossacidade. Passo a passo, o Espírito Santo nos tem guiadoem nossas orações, tendentes a derrubar as fortalezasdo mal nesta nossa região do país.

DERRUBANDO FORTALEZAS

Abaixo oferecemos dois exemplos das muitasmaneiras como temos procurado produzir as mudançasnecessárias, através da oração e da reconciliação.

Oração

Vários anos atrás, começamos a orar sobre a áreada praça Pioneira, situada na parte mais antiga dacidade. Esse segmento de Seattle foi literalmenteconstruído sobre as suas próprias ruínas, por motivodo incêndio que foi descrito por Mark McGregor. Issonos prove um quadro natural que revela as condiçõesespirituais da cidade. Quando orávamos, passando pelasedificações feitas abaixo do nível do solo, lembrandoa corrupção passada da cidade e de seus líderesfundadores, sentimos uma imensa tristeza.Identificamo-nos com os pecados deles por meio denossas próprias raízes de queda espiritual e confes-samos tanto os nossos pecados pessoais quanto a nossaindiferença, falta de unidade e transigência moral nasigrejas. Buscamos a misericórdia de Deus e o seuperdão, estribados no trecho de João 20.23: "Aqueles aquem perdoardes os pecados, lhes são perdoados..."Sim, temos reivindicado arrependimento e restauração

para a igreja e para os habitantes da cidade deSeattle.

O combate contra a cegueira das mentes, impostapor Satanás, subiu facilmente aos nossos corações ementes, quando a iniqüidade patente e o ludibriopespegado pelo inimigo foi desmascarado. Usando osprincípios ensinados no décimo capítulo de Jeremias,temos começado a derrubar e a desarraigar, sempre quenos defrontamos com os espíritos maus por detrás daganância, do oportunismo, do engano, do orgulho, darebeldia, da independência, da orgia, da prostituição,da sodomia, do homicídio, do racismo, das atitudespreconceituosas, do desespero, da pobreza abjeta, daindiferença religiosa, da influência da maçonaria, doliberalismo, da rivalidade, da contenda, da suspeição,do interesse próprio, da auto-exaltação, do domínio,da injustiça, da alienação ou da opressão. Lançamosmão dos princípios ensinados em 2 Coríntios 10.4-6 ecomeçamos a derrubar falsos argumentos e crençascontrárias a Deus e à sua verdade. Nossa férobusteceu-se quando começamos a proclamar o senhoriode Jesus Cristo e declaramos profeticamente a palavrade Deus, com cânticos que declaram a derrota dastrevas.

Arrependimento

Em maio de 1992, a Gateway MinistriesInternacional, aos quais sirvo, convidou pastores elíderes municipais para um desjejum de meio de manhã,com o propósito de nos arrependermos de nossospreconceitos raciais e por causa das raízes históricasde mágoas de fundo racial em nossa região. Quase todos

os grupos étnicos estavam representados. Começamos como relacionamento original que fora quebrado entre osaborígines norte-americanos e os primeiros colonosbrancos, e fomos passando de grupo étnico em grupoétnico. Na ocasião, havia mais de duzentas mulheresvindas do estado inteiro, reunidas para uma vigília deoração de vinte e quatro horas, no centro de Seattle,para orarem pela cidade e pelos líderes eclesiásticospresentes. Perdão e arrependimento também foramexpressos entre as mulheres dos vários grupos étnicospresentes. Também houve expressões de arrependimentodiante dos pecados de relacionamento entre os homens eas mulheres. Curas notáveis tiveram lugar, e foramsemeadas as sementes da renovação espiritual.

OS DONS REMIDORES DE SEATTLE

O Corpo místico de Cristo em Seattle estácomeçando a unir-se. Se quisermos poder desfechar ummaior impacto sobre as nossas comunidades,precisaremos aumentar a nossa vigilância no tocante avigílias de oração por toda a cidade, bem como notocante a uma estratégia unificada para um evangelismoque produza o arrependimento e a reconciliação.Fortalezas serão deitadas por terra, quando nosamarmos uns aos outros e, então, juntos, exaltarmos onome do Senhor Jesus. "E eu, quando for levantado daterra, todos atrairei a mim" (Jo 12.32).

Por meio de nosso arrependimento, a Igreja receberáo poder de efetuar uma intercessão eficaz e depregar poderosamente o evangelho. A Igreja precisaelevar-se à altura de sua herança, pois hoje é o

kairós (o tempo oportuno) de o Senhor entrartriunfalmente pelos portões da nossa cidade.

Seattle está sendo chamada para ser uma cidade emuma colina, uma cidade que não possa jazer escondida —um refúgio da luz. Ela será uma cidade que glorifiquea Deus por meio da adoração e do louvor,compartilhando de dons espirituais e físicos com asnações. Seattle deverá ser uma cidade missionária queanuncie a vida e o amor de Jesus Cristo a multidões,através da oração, da proclamação e da doação de simesma.

As forças espirituais do mal que estão por detrásde suas fortalezas, que têm afetado a cidade deSeattle e o estado de Washington já faz agora séculos,em breve haverão de dobrar os joelhos, quando a Igrejaunir-se para alcançar os perdidos e os feridos pelasinjustiças da vida. Os mais fracos entre os fracos, osmais pobres entre os pobres, e os mais desiludidos eoprimidos em breve levantar-se-ão a fim de derrotar oinimigo, que os tem esmagado desde os seus primórdioshistóricos. Por meio de nosso arrependimento, a Igrejareceberá o poder de efetuar uma intercessão eficaz ede pregar poderosamente o evangelho. A Igreja precisaelevar-se à altura de sua herança, pois hoje é o kairós(o tempo oportuno) de o Senhor entrar triunfalmentepelos portões da nossa cidade.

Perguntas para refletir

1. Por que este capítulo foi dividido em duas partes?Isso é significativo?

2. Qual é o sentido da expressão "orações remidoras"?Em que esse método de oração difere de outros métodos?3. De quais maneiras a igreja pode servir de obstruçãodo poder de Deus em uma cidade? Esse é o caso dasigrejas existentes em sua cidade?4. Segundo você pensa, quão importante é descobrir osnomes dos espíritos territoriais que dominam umacidade qualquer?5. Qual o papel desempenhado pelo arrependimento, naguerra espiritual em nível estratégico? Explore asmaneiras como um arrependimento sério poderiafuncionar em sua cidade.

Notas

1. DAWSON, John. Reconquiste Sua Cidade Para Deus. Venda Nova,MG, Editora Betânia, 1995. Usado por permissão.2. WAGNER, C. Peter. Oração de Guerra. São Paulo, EditoraBompastor, p. 144, 1ª ed.

9. MAPEANDO A SUA COMUNIDADE

Por C. Peter Wagner

Muitos leitores deverão estar pensando: Comopoderei fazer isso em minha cidade ? Visto que poucoslíderes evangélicos atualmente têm muito pano-de-fundoformativo nesse terreno do mapeamento espiritual, aresposta a essa pergunta não vem à tona com

facilidade. Importa não cairmos no ardil de pensar quese trata de alguma forma de mágica que funcionará sefizermos as coisas da mesma maneira que fizeram VictorLorenzo ou Bev Klopp. Não existe uma maneira única epadronizada de fazermos mapeamento espiritual.

Tendo dito esse tanto, também quero destacar quehá diretrizes que podem ser úteis. Este breve capítulode sumário tem por finalidade fornecer algumas dessasdiretrizes. Na preparação do sumário, revisei todos oscapítulos deste volume nos quais os contribuintes men-cionaram perguntas que eles costumam fazer ou modos deproceder de que usualmente lançam mão quando estãomapeando espiritualmente uma cidade ou uma região.Também tirei proveito de algum material valiosopreparado por Cindy Jacobs, mas que não se acha nocapítulo escrito por ela. Se reunirmos todas essasinformações, contaremos com uma lista sistematizada deperguntas a serem feitas, quando estivermos preparandoo nosso mapeamento espiritual. Essa lista de perguntasnão é nem completa e nem final. Talvez você queiraacrescentar algumas outras perguntas. Algumas delastalvez não tenham a menor utilidade para você. Mas jáserá um começo.

Existem muitos níveis de mapeamento espiritual.Você poderia preparar o mapeamento de seu bairro ou dazona de sua cidade em que você mora. Mas você tambémpoderia fazer o mapeamento de sua cidade como um todo,ou então da cidade e suas circunvizinhanças, ou de seuestado ou província, ou até mesmo de seu país inteiro.Alguns crentes haverão de querer mapear grupos denações. Para efeito de maior simplicidade, vamos suporque estaremos mapeando uma cidade, pelo que usarei depalavras adaptáveis a isso. Mas as mesmas perguntas,como é óbvio, podem aplicar-se virtualmente a qualquerárea geográfica.

O primeiro passo consiste em recolhermos informações;o segundo passo consiste em agirmos de acordo com essasinformações. Com isso não quero dizer que o primeiropasso inteiro deva ser completado antes que possamoscomeçar o segundo passo. Pois ambos os passos podem edevem operar simultaneamente. Mas a oração de açãomostrar-se-á mais eficaz se estiver alicerçada sobreinformações sólidas.

PRIMEIRO PASSO:

RECOLHIMENTO DE INFORMAÇÕES

Seguindo as orientações dadas por contribuintescomo Haroldo Caballeros, vou dividir a fase derecolhimento de informações em três partes: (1)Pesquisa histórica; (2) pesquisa física; e (3)pesquisa espiritual. Se você quiser distribuir essastrês partes a três equipes distintas, conforme costumafazer Caballeros, isso depende somente de você. Mas sevocê dispuser de pessoal suficiente, há algumas vanta-gens nessa regra.

PESQUISA HISTÓRICA

I. A HISTÓRIA DA CIDADE

A. Fundação da Cidade

1. Quem eram as pessoas que fundaram a cidade?2. Quais foram os motivos pessoais ou coletivos para afundação da cidade? Quais eram as suas crenças e

filosofias? Qual visão tinham eles acerca do futuro dacidade?3. Qual o significado do nome original da cidade?• Esse nome foi alterado?• Há outros nomes ou designações populares para acidade?• Esses nomes têm alguma significação? Estão ligados aalguma religião? São nomes de demônios ou artesocultas? Apontam para alguma bênção? Maldição?Iluminam o dom remidor da cidade? Refletem o caráterdos habitantes da cidade?

B. História Posterior da Cidade

1. Qual o papel que a cidade tem desempenhado na vidae no caráter da nação como um todo?2. Ao surgirem líderes proeminentes da cidade, qual avisão deles acerca da cidade?3. Terá havido mudanças radicais no governo ou naliderança política da cidade?4. Terá havido mudanças significativas ou repentinasna vida econômica da cidade? Fome? Depressão?Tecnologia? Indústria? Descobrimento de recursosnaturais?5. Qual imigração significativa tem ocorrido? Houve aimposição de alguma nova linguagem ou cultura sobre acidade como um todo?6. Como têm sido tratados os imigrantes ou asminorias? De que maneira as raças ou grupos étnicostêm-se relacionado uns com os outros? As leis

municipais têm legitimado o racismo em qualquersentido?7. Os governantes da cidade têm violado tratados,contratos ou pactos?8. Alguma guerra tem afetado diretamente a cidade? Nacidade propriamente dita, houve alguma batalha? Houvederramamento de sangue?9. De que maneira a cidade tem tratado os pobres e osoprimidos? A ganância tem caracterizado os governantesda cidade? Há evidências de corrupção política,econômica ou religiosa nas instituições da cidade?10. Quais desastres naturais têm afetado a cidade?11. A cidade tem algum lema ou slogan? Qual é o seusignificado?12. De que tipo de música as pessoas gostam e costumamouvir? Qual mensagem elas recebem da parte dessamúsica?13. Quais são as cinco palavras que a maior parte doshabitantes da cidade usariam para caracterizar osaspectos positivos de sua cidade hoje em dia? E quaisas cinco palavras que eles usariam para caracterizaros aspectos negativos da cidade?

II. HISTÓRIA DA RELIGIÃO NA CIDADE

A. Religiões Não-Cristãs

1. Quais eram os conceitos e as práticas religiosasdos habitantes da área, antes de cidade ter sidofundada?2. Considerações religiosas foram fatores importantesna fundação da cidade?3. Alguma religião não-cristã entrou na cidade emproporções significativas?4. Quais ordens significativas (como a maçonaria) setêm feito presentes na cidade?5. Quais esconderijos de serpentes, grupos desatanistas ou outros cultos diabólicos têm operado nacidade?

B. Cristianismo

1. Quando entrou o cristianismo na cidade, se é queentrou? Sob quais circunstâncias?2. Os primeiros ou os últimos líderes cristãos têmsido maçons?3. Qual papel a comunidade cristã tem desempenhado navida da cidade como um todo? Tem havido mudançasnisso?4. O cristianismo está crescendo na cidade, parou emum patamar, ou está declinando?

PESQUISAS FÍSICAS

1. Localize diferentes mapas da cidade, especialmenteos mais antigos. Quais modificações tiveram lugar nascaracterísticas físicas da cidade?2. Quem foram os planejadores que pensaram em fundar acidade? Algum deles era seguidor da maçonaria?3. Haverá desenhos ou símbolos significativosembebidos no plano original ou planta baixa da cidade?4. Haverá alguma significação na arquitetura, nalocalização ou na relação das posições dos edifícioscentrais, sobretudo daqueles que representam ospoderes político, econômico, educacional ou religiosoda cidade? Os maçons lançaram qualquer das pedrasfundamentais da cidade?5. Tem havido qualquer significação histórica noterreno particular sobre o qual um ou mais dessesedifícios foi localizado? Quais eram os proprietáriosoriginais das terras onde está a cidade?6. Qual é o pano-de-fundo dos parques e das praças dacidade? Quem os comissionou e fundou? Qualsignificação poderiam ter os seus nomes?7. Qual é o pano-de-fundo e a possível significaçãodas estátuas e monumentos da cidade? Algum dessesobjetos reflete características demoníacas,glorificando a criatura, em vez de glorificar oCriador?8. Quais outras obras de arte aparecem na cidade,especialmente nos edifícios públicos, museus outeatros? Procure especialmente por obras de artesensual ou demoníaca.

9. Haverá algum local arqueológico proeminente nacidade? Qual significado poderia ter esse sítio?10. Qual é a localização de centros altamente visíveisde pecado, como clínicas de aborto, livrarias outeatros pornográficos, lupanares, jogatina, tavernas,atividades homossexuais, etc.?11. Onde existem áreas que concentram atividadesbaseadas na cobiça, na exploração, na pobreza, nadiscriminação, na violência, nas enfermidades ou emacidentes freqüentes?12. Onde se encontram locais de derramamento de sangueno passado ou no presente, através de massacres,guerras ou assassinatos?13. A posição de árvores, colinas, pedras ou riosforma qualquer padrão aparentemente significativo?14. Certos marcos do território da cidade têmdesignações que tendem por desonrar o nome de Deus?15. Qual é o ponto geográfico mais alto da cidade, e oque está construído ou localizado ali? Talvez se tratede uma declaração de autoridade espiritual maligna.16. Quais zonas, setores ou bairros de sua cidadeparecem ter características todas próprias? Procurediscernir áreas da cidade que parecem ter meiosambientes espirituais diferentes.

PESQUISA ESPIRITUAL

A. Não-Cristãos

1. Quais são os nomes das principais divindades ouespíritos territoriais associados ao passado oupresente da cidade?2. Quais são as localizações de lugares elevados,altares, templos, monumentos ou edifícios associados àfeitiçaria, ao ocultismo, às adivinhações, aosatanismo, à maçonaria, ao mormonismo, às religiõesorientais, às Testemunhas de Jeová e cultos similares?Quando localizados em um mapa, esses locais formamalgum padrão discernível?3. Quais são os lugares onde, no passado, havia algumaadoração pagã, antes mesmo da fundação da cidade?4. Quais são os diferentes centros culturais quepoderiam conter objetos de arte ou artefatosvinculados à adoração pagã?5. Algum líder da cidade, tendo consciência disso,dedicou-se a alguma divindade pagã ou a algumprincipado demoníaco?6. Houve maldições conhecidas lançadas peloshabitantes originais sobre a terra ou sobre aquelesque fundaram a cidade?

B. Cristãos

1. Como têm sido recebidos na cidade os mensageiros deDeus?2. A evangelização da cidade tem sido fácil oudifícil?

3. Onde estão localizadas as igrejas? Quais delas vocêveria como igrejas "doadoras de vida"?4. As igrejas da cidade são espiritualmente saudáveis?5. Quais são os líderes evangélicos considerados como"anciãos da cidade"?6. É fácil alguém orar em qualquer das áreas dacidade?7. Qual é a condição de unidade entre os líderesevangélicos, se considerarmos as questões étnicas edenominacionais?8. Qual é a opinião dos líderes da cidade no tocante àmoral cristã?

C. Divulgadoras

1. Quais são os intercessores maduros e reconhecidosque ouvem recados de Deus a respeito da cidade?2. Qual é a identidade dos principados de proa queaparentemente controlam a cidade como um todo, oucertas áreas da vida ou do território da cidade?

SEGUNDO PASSO:

AGINDO COM BASE NAS INFORMAÇÕES

Uma das vantagens para quem conta com diversoscontribuintes, em um livro como este, é que isso provediversas abordagens diferentes à guerra espiritual emnível estratégico. Já vimos Cindy Jacobs levar ospastores da cidade de Resistência ao arrependimento.

Vimos o amigo de Kjell Sjöberg infiltrar-se naorganização sueca de ocultismo, e igualmenteobservamos Haroldo Caballeros encontrar o nome de umvalente em certo jornal da Guatemala. Vimos BobBeckett fincar estacas de carvalho no chão, nasestradas para Hemet. Por igual modo, vimos VíctorLorenzo unir-se com outros crentes para formarem umacruz humana no centro da praça central, em La Plata,na Argentina, e também já acompanhamos Bev Kloppexpressar arrependimento em edifícios subterrâneos.Todos eles descobriram alguma vantagem nos métodos deque se utilizaram, mas nenhum deles asseverou que osoutros deveriam fazer como eles costumam agir.

Por meio da oração, Deus mostrará aos líderes,cidade após cidade, qual ação é a mais apropriada paraa situação particular de cada um. Entrementes, háalgumas regras gerais para se ministrar em uma cidade,usando a guerra espiritual em nível estratégico.Aqueles que leram o primeiro livro desta série, Oraçãode Guerra, ter-se-ão familiarizado com as regras acercada conquista de uma cidade, conforme expliquei aqui.Para benefício daqueles que não leram aqueles livros,ou para benefício daqueles que se olvidaram dosprincípios básicos, simplesmente alistarei as mesmasseis regras, sem qualquer outra explicação:

Regra 1: A Área

Selecione uma área geográfica que você possacontrolar, com fronteiras espirituais discerníveis.

Regra 2: Os Pastores

Garanta a unidade entre os pastores e outroslíderes evangélicos na região e comecem todos a orarjuntos, de uma maneira regular.

Regra 3: O Corpo de Cristo

Projete a imagem mental clara de que o esforço nãoé alguma atividade meramente dos pentecostais ecarismáticos, mas de todo o Corpo de Cristo.

Regra 4: A Preparação Espiritual

Garanta a preparação espiritual dos líderesparticipantes e de outros crentes, por meio doarrependimento, da humildade e da santidade.

Regra 5: A Pesquisa

Pesquise o pano-de-fundo histórico da cidade, afim de detectar quais forças espirituais têm dadoforma à cidade. (Isso foi coberto na primeira partedeste capítulo, intitulada "Recolhimento deInformações".)

Regra 6: Os Intercessores

Trabalhe em companhia de intercessoresespecialmente dotados e chamados para se ocuparem daguerra espiritual em nível estratégico e para buscarema revelação divina acerca destes pontos: (a) O dom oudons remidores da cidade; (b) as fortalezas de Satanásna cidade; (c) os espíritos territoriais designadospor Satanás para a cidade; (d) pecados coletivospassados e presentes, que precisam ser resolvidos; e(e) o plano de ataque e o tempo oportuno determinadospor Deus.

Perguntas para refletir

1. Este capítulo contém sessenta quesitos acerca domapeamento espiritual. Algumas dessas perguntasporventura não se aplicam à sua cidade? Nesse caso,elimine-as.2. Use as perguntas restantes para fazer o mapeamentoespiritual de sua cidade. Uma ou mais pessoas podemfazer isso em sua companhia.3. Marque o que você descobrir em mapas literais dacidade. Compare as suas descobertas com as de outroslíderes evangélicos a fim de averiguar a exatidão deseus discernimentos.4. Forme uma equipe de intercessores para orarem sobreo mapa e compartilharem de seus achados com líderesevangélicos participantes.5. Procure ler o livro de C. Peter Wagner, intituladoOração de Guerra, antes de dar início à guerra espiritualem sua cidade.

FIM