BÉLICO E - Unicesumar

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MATERIAL BÉLICO E Equipamentos PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • O processo para aquisição de materiais bélicos • O transporte de materiais bélicos • As ocorrências envolvendo materiais controlados • O uniforme • Os equipamentos não letais • O armamento letal. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Conhecer e compreender a regulamentação para a aquisição de materiais bélicos Apresentar formas de transporte e armazenamento de equipamentos e armamentos (letais e não-letais) Compreender os procedimentos adotados em ocorrências, o uso de materiais bélicos e providências cabíveis Conhecer as generalidades inerentes ao uniforme do vigilante de transporte de valores, normativa e principais observações • Apresentar os equipamentos disponíveis ao vigilante de transporte de valores, em espe- cial, aos equipamentos não letais, atualmente, disponíveis no segmento • Conhecer o armamento letal, atualmente, disponível ao profissional de escolta armada, em transporte de valores. PROFESSOR Esp. Ricardo Henrique Helbel

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MATERIALBÉLICO EEquipamentos

PLANO DE ESTUDO

A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • O processo para aquisição de materiais bélicos • O transporte de materiais bélicos • As ocorrências envolvendo materiais controlados • O uniforme • Os equipamentos não letais • O armamento letal.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

• Conhecer e compreender a regulamentação para a aquisição de materiais bélicos • Apresentar formas de transporte e armazenamento de equipamentos e armamentos (letais e não-letais) • Compreender os procedimentos adotados em ocorrências, o uso de materiais bélicos e providências cabíveis • Conhecer as generalidades inerentes ao uniforme do vigilante de transporte de valores, normativa e principais observações • Apresentar os equipamentos disponíveis ao vigilante de transporte de valores, em espe-cial, aos equipamentos não letais, atualmente, disponíveis no segmento • Conhecer o armamento letal, atualmente, disponível ao profissional de escolta armada, em transporte de valores.

PROFESSOR

Esp. Ricardo Henrique Helbel

INTRODUÇÃO

Nesta unidade, conheceremos uma parte do material bélico utilizado na ati-vidade de transporte de valores, sabendo que a execução da atividade impõe ao profissional de segurança privada a constante busca de conhecimento, em especial, ao uso e o emprego de materiais letais, sendo necessária a utilização de armas, munições e outros materiais de comercialização controladas.

O vigilante empregado na atividade de transporte de valores deve ser submetido a periódicos cursos de capacitação, reciclagem e especialização, ministrados em centros de formação profissional. Nestes, os materiais béli-cos serão apresentados ao vigilante. Este, antes de ter, de fato, contato com esses materiais, deverá preencher todos os requisitos inerentes à função e, assim, ser capacitado para o uso, a manutenção e as implicações do uso inadequado desses materiais.

Dentre os materiais bélicos postos à disposição da segurança privada, somente, serão autorizadas as aquisições de armas, de munições e de coletes de proteção balística; esta autorização será concedida se os certificados de vistoria correspondentes estiverem válidos e se a capacitação de extensão e as formalidades dos vigilantes estiverem observadas.

Além do material bélico, o vigilante deve ser reconhecido pelo uni-forme operacional, por isso, deverá ser utilizado ostensivamente na exe-cução do serviço. Além do uniforme, também, deverá estar habilitado para utilizar outros tipos de armamentos, conforme disposição, e após a devida qualificação profissional.

Não é objetivo do profissional fazer uso do equipamento letal, porém, se necessário, este deverá estar preparado para agir conforme as disposições legais e realizar o uso adequado do material que a ele foi disponibilizado.

Nesse sentido, conheceremos um pouco o material utilizado pelos profissionais, suas características de emprego e as generalidades rela-cionadas ao material bélico, utilizado pelo vigilante, bem como a forma de emprego e a submissão do profissional a cursos que o capacite na utilização consciente do armamento.

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O PROCESSO PARA AQUISIÇÃO DE Materiais Bélicos

Os equipamentos que poderão ser utilizados pelas empresas especializadas e as que possuem serviço orgânico de segurança estão definidos na Portaria n. 3.233/2012-DG/DPF (BRASIL, 2012). Esta estabelece normas e procedimentos para a aquisição de materiais bélicos.

O requerimento dirige-se ao Coordenador-Geral de Controle de Seguran-ça Privada, este deve informar a quantidade e as especificações dos materiais controlados; instruir o requerimento com a relação das armas e munições que já possuir; apresentar a relação atualizada do quadro de vigilantes; as infor-mações quanto ao contrato de serviço prestado; a documentação de posse dos veículos utilizados, com os respectivos certificados de vistoria e a logística a ser empregada na atividade.

O processo de autorização de aquisição de armas, munições e demais pro-dutos controlados será dirigido ao CGCSP que, ao final, expedirá o respectivo alvará de autorização, válido pelo período de noventa dias, e publicado no D.O.U. com as informações, como a quantidade e a natureza dos materiais. Se o material a ser adquirido estiver sujeito a registro, a solicitação deverá ocor-rer no prazo de validade do alvará de autorização, que comporá novo pedido, juntamente com as notas fiscais que deverão ser apresentadas em trinta dias após sua emissão à DELESP ou CV.

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A Aquisição de Equipamentos de Outras Empresas

A aquisição, também, poderá se dar por outras empresas de segurança especiali-zadas ou de serviços orgânicos, estando ou não em atividade, após, devidamente, autorizadas pelo Coordenador-Geral de Controle de Segurança Privada, me-diante apresentação de informações, quanto à quantidade de armas e munições a serem transferidas, com seus respectivos dados e registros, podendo ser auto-rizada a posse e o uso provisório das armas e munições em caso de demonstrada urgência pelo adquirente, sendo condicionada a autorização à apresentação do protocolo do pedido de transferência junto ao SINARM.

O transporte de materiais bélicos destinados à atividade de transporte de va-lores, quando realizado entre estabelecimentos próprios, para suprimento de postos de serviços e/ou situações que se fizerem necessárias, somente, poderá ser realizado após, devidamente, autorizado pela Delesp ou CV, informando a descrição do material bélico a ser transportado, a motivação da necessidade do transporte, o trajeto pré-definido e o comprovante de recolhimento da taxa de autorização para transporte.

O transporte de valores, geralmente, ocorre durante o período diurno, os equi-pamentos empregados na atividade devem ser acondicionados em local seguro, no estabelecimento da transportadora, e de acesso restrito a pessoas estranhas ao serviço.

O TRANSPORTE DE MATERIAIS Bélicos

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As ocorrências de furto, roubo, perda, extravio ou recuperação de armas, muni-ções ou coletes de proteção balística de propriedade da transportadora deverão ser comunicadas ao Departamento de Polícia Federal por qualquer meio hábil, em até vinte e quatro horas da ocorrência do fato.

Comunicado o fato ao Departamento de Polícia Federal - DPF, as empre-sas especializadas, no prazo de dez dias úteis, deverão encaminhar à Delesp ou CV a cópia do boletim de ocorrência policial, juntamente com as infor-mações que a empresa tenha apurado, nos quais deverão conter, no mínimo, o relato dos funcionários envolvidos, as informações a respeito das instala-ções da empresa bem como eventual ocorrência de arrombamento e medidas corretivas que tenha adotado. De posse de tais informações, a Delesp ou CV providenciará o registro junto ao SINARM.

Quando a empresa responsável pelo transporte estiver em trânsito, poderá guardar as viaturas, armas, munições e outros equipamentos nas dependências de outra empresa especializada, pelo período de até uma noite, devendo informar à Delesp ou CV da circunscrição com antecedência mínima de vinte e quatro horas, observada a necessidade de certificação válida pela empresa depositária.

AS OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO Materiais Controlados

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O UNIFORME

Antes de adentrar, propriamente, nos armamentos utilizados pelo vigilante, devemos observar que a legislação determina a obrigatoriedade do uso de uniforme, exclusiva-mente, no serviço, com características que garantam sua ostensividade, possibilitando que todos que o vejam possam identificá-lo como profissional de segurança.

Alguns elementos devem compor o uniforme do vigilante para garantir sua ostensividade, como apito com cordão, emblema da empresa e plaqueta de iden-tificação do vigilante, com dispositivos que possam garantir sua autenticidade.

O uniforme do vigilante pode ser acrescido de faixas, braçadeiras, inscrições, em-blemas ou outros elementos identificadores. A critério da unidade responsável não deve ser semelhante, porém, ao das forças de segurança pública, devendo ser confec-cionado em material que atenda às necessidades climáticas do local, onde o vigilante prestar os serviços, ficando a cargo da Delesp ou CV a autorização do uniforme na unidade da federação e, posteriormente, poderá rever a autorização concedida.

Cinto Tático

O cinto tático é um dos acessórios de relevante importância no exercício profis-sional do vigilante, portando ou não arma de fogo, uma vez que pode ser destina-do a acomodação de cassetetes e bastões. O cinto pode ser utilizado em conjunto com coletes táticos e demais acessórios.

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Dentro da técnica operacional do vigilante de transporte de valores, o cinto tático, destinado à acomodação de acessórios táticos, compõe-se, geralmente, pelo rádio comunicador, algemas, lanternas, porta carregadores e/ou munições bem como o coldre da arma de fogo. É recomendável que esse seja colocado na linha da cintura, onde o revólver e seu peso venha a ser distribuído em igualdade de proporções, a fim de prevenir consequências do mal uso de forma contínua do equipamento. Por fim, acabe destacar que o cinto é ajustável à cintura e alguns modelos possuem fecho de abertura rápida, do tipo “Tic-tac” - “Underbelt”, e tem como finalidade aumentar a fixação dos acessórios acoplados ao cinto.

Colete de Proteção Balística

O colete de proteção balística é de forneci-mento obrigatório para cada vigilante que compõe a guarnição empregada no trans-porte de valores e passa por semelhante pro-cesso de aquisição. É peculiar o fato de que há a necessidade de observância quanto ao prazo de validade do equipamento e a subs-tituição em caso de ser alvejado em confron-to. O colete não pode ser recondicionado, deve ser substituído, em até trinta dias antes do término do prazo de validade, e destruí-do pela empresa que o comercializou.

A autorização para a compra do equipamento será expedida pela Delesp ou CV e tem validade de sessenta dias, prorrogáveis por igual período. As notas fis-cais dos materiais devem ser apresentadas para emissão e permitida a aquisição entre empresas privadas do mesmo segmento.

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O Bastão, as Algemas e o Rádio Comunicador

Dentre os equipamentos utilizados pelos profissionais de segurança, encontramos os bastões (cassetetes) e as algemas, que compõem o rol de equipamentos a serem disponibilizados aos vigilantes pelas empresas.

O bastão mais utilizado é a “ton-fa”, equipamento destinado a proteção individual, construído em matérias e medidas diversas, pode ser utilizado na defesa, imobilização e no ataque. Esse equipamento é apresentado nos cursos de formação e extensão de vigi-lantes, nas matérias de defesa pessoal.

As algemas são equipamentos metálicos providos de fechadura ou trava e que se prestam a controlar a força do preso, dificultar eventual fuga e garantir a segurança do vigilante, do detido e das demais pessoas que se fizerem presentes.

O uso e emprego de algemas deve observar os requisitos expressos na Súmula Vinculante n. 11, do Supremo Tribunal Federal (STF). Se não estiverem presentes tais requisitos, o agente poderá ser responsabilizado cível e criminalmente.

Devemos, ainda, atentar-nos ao equipamento de comunicação. O rádio co-municador é o meio de comunicação mais utilizado na atividade de segurança, esse equipamento vem passando por constantes aprimoramentos quanto a sua funcionalidade, capacidade de alcance e recursos, comumente utilizado o código “Q”, que utiliza a coleção padronizada de três letras, começadas com a letra “Q”.

Algumas empresas utilizam o NEXTEL, consistente em um equipamento portátil, utilizado como radiocomunicador e telefone, com possibilidade de maior alcance de comunicação.

A comunicação não será restrita apenas ao uso de equipamentos. O vigilante poderá fazer uso de meios naturais de comunicação, como o uso de sinais conven-cionados pelos membros da equipe de segurança, permitindo a discrição e o sigilo das mensagens. Essa é utilizada nos deslocamentos, na constatação de situações de normalidade ou nas que demandem maior atenção da equipe, entre outros.

Figura 1 - Tonfa, bastão comumente utilizado pelos profissionais de segurança / Fonte: Shutterstock.

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Considerando que a atividade de abastecimento e o recolhimento de numerários diários de instituições financeiras, em sua grande maioria, encontram-se estabele-cidas em centros urbanos; as empresas de transporte de valores e escolta armada poderão dotar seus vigilantes de armas e munições não-letais e outros produtos controlados, por exemplo:

• Espargidor de agente químico lacrimogêneo, também conhecido como CS ou OC, em solução líquida, espuma ou gel e outras substâncias similares, contendo até 70g, segundo a capacitação e autorização do órgão regulador.

• Arma de choque elétrico, também conhecida como taser, o uso é pos-sível em contato direto e/ou por meio do lançamento de dardos energi-zados, com perfuração superficial.

• Granadas fumígenas lacrimogêneas, assim como o espargidor, é conhecida como CS ou OS, tem ação coletiva e podem, ainda, ser fumígenas de sinalização.

• Munição no calibre 12, pode conter projéteis de borracha e/ou plástico e uti-lizar elementos lacrimogêneos de jato direto, podem ser lançadas da espingarda Calibre 12 e/ou por meio de lançador de munição não-letal no calibre 12.

• No uso de tais materiais, faz-se necessária a observância dos equipamen-tos de proteção, como a máscara de proteção respiratória, modelo facial completo, e a utilização de filtros com proteção contra gases, aerodisper-sóides químicos e biológicos.

OS EQUIPAMENTOS NÃO-LETAIS

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Quando falamos em transporte de valores, logo, remetemo-nos à utilização de veículos blindados, compostos por vigilantes armados, usando materiais bélicos (coletes balísticos, armas letais e/ou não letais etc.).

Para realizar a atividade de escolta armada, as empresas de segurança especia-lizadas e as que possuem serviço orgânico de segurança, nos termos da legislação vigente, via de regra, somente, poderão utilizar as armas, as munições, os coletes de proteção balística e outros equipamentos descritos na Portaria n. 3.233/2012 (BRASIL, 2012). A exceção dependerá de autorização do Coordenador-Geral de Controle de Segurança Privada, que, após considerar as características estra-tégicas de sua atividade ou sua relevância para o interesse nacional, permitirá a aquisição e o uso de outras armas e equipamentos.

Antes de adentrar propriamente na matéria, devemos esclarecer que a Lei n. 10.826/03 (BRASIL, 2003, on-line), que dispõe sobre o registro, a posse, a comer-cialização de armas de fogo e munição bem como outras providências, em seu Art. 10, esclarece a autorização para o porte de arma de fogo, permitindo o uso para profissionais que realizam atividade de risco ou de ameaça a sua integridade física.

O porte de arma de fogo para o exercício da atividade profissional é, também, co-nhecido como porte funcional, ligado ao exercício da atividade-fim, por exemplo o vigi-lante de transporte de valores. Esse poderá portar a arma de fogo durante o exercício da atividade profissional, mas deve entregar o armamento ao término do turno de serviço.

O ARMAMENTO LETAL

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Não obstante, a posse consiste no registro e autorização para aquisição da arma de fogo e munição, que poderá ser mantida na residência e/ou em local de trabalho, diferente do porte de arma de fogo que depende de autorização para que possa transportá-la, porém com cautela, sem ostensividade, e portar a documentação referente a autorização de porte e o registro do armamento etc.

O profissional de segurança privada, em conformidade com o Art. 10º da Lei n. 10.826/03 (BRASIL, 2003, on-line), possibilita a concessão do porte pessoal de arma de fogo, desde que atenda às exigências do Art. 4° da referida lei e demonstre a sua efetiva necessidade que se dará em virtude do próprio exercício da atividade profissional de risco ou em decorrência de ameaça a sua integridade física.

No exercício da atividade de transporte de valores, cada veículo deverá contar com uma arma curta para cada vigilante e, no mínimo, uma arma longa para cada dois integrantes da guarnição.

As armas são classificadas segundo a suas características principais, quanto ao tipo, emprego, funcionamento e seus princípios de funcionamen-to. A seguir, apresentaremos algumas definições necessárias ao estudo de armamentos de modo geral.

Quanto ao porte

O porte pode ser definido como de porte, portátil e não portátil. O primeiro se dá em razão de seu pouco peso e volume, é fácil de transporte e pode ser acon-dicionado em coldre. O segundo define-se por seu peso e volume, e a arma, ge-ralmente, transportada por meio de bandoleira. O terceiro, não portátil, em razão do peso e volume da arma, significa que pode ser transportada, embarcada em viaturas ou pode ser dividida em partes para ser transportada por grupos.

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Quanto ao emprego

O emprego da arma pode ser de forma individual, destinada a proteção do porta-dor, e/ou coletiva, destinada a proteção tanto de seu portador quanto a do grupo.

Quanto ao funcionamento

O funcionamento poderá ser de repetição, quando o atirador empregar força muscular para realizar o tiro, a cada disparo. O funcionamento semiauto-mático e automático difere no tocante ao disparo, os processos do tiro são realizados automaticamente.

Quanto ao princípio de funcionamento

O princípio de funcionamento pode ser em razão da ação muscular do atirador e/ou em razão da pressão de gás, resultantes da queima de pólvora e/ou carga de projeção, que agirá, diretamente, sobre o ferrolho que será direcionado a reta-guarda e/ou culatra, movimento que realizará a ejeção do estojo deflagrado e no retorno realizará a recarga, possibilitando novo disparo.

Quanto ao calibre, raias e cheios

O calibre, de modo geral, corresponde a medida do diâmetro interno do cano, este poderá possuir raias e cheios. A primeira corresponde aos sucos helicoidais, abertos no cano da arma e opostos de forma paralela, e a separação se dará pelos cheios, ambos com o objetivo de dar maior precisão ao tiro, impondo ao projétil o sentido de rotação, no momento de sua ejeção. A distância entre as raias recebe o nome de passos.

Atualmente, as armas que poderão ser disponibilizadas aos vigilantes, que exercerem a atividade de transporte de valores, são curtas e longas, como pistolas semiautomáticas calibre .380 e 7,65 mm, revólver calibre 38, carabina de repetição calibre 38, espingardas de uso permitido nos calibres 12, 16 ou 20:

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• Revólver: arma de porte in-dividual, de repetição, sua ali-mentação é feita uma a uma da esquerda para a direita, obser-vando que o tambor, no mo-mento do tiro, gira da direita para a esquerda, isto é, no sen-tido anti-horário, dividindo-se em quatro partes: cano, tambor, armação, mecanismo ou guarnição.

• Pistolas semiautomáticas: arma de porte individual, semiautomáti-ca, com alimentação retrocarga, por meio de um carregador metálico tipo cofre. Nele, são depositadas as munições, realizando a alimenta-

ção de baixo para cima; no momento em que o ferrolho é movido, a retaguarda rea-liza a ejeção do estojo e, ao retornar à posição inicial, realiza a alimentação, levan-do a munição do carregador à câmara por meio de uma pequena rampa.

• Carabina de repetição: arma de porte individual, de repetição por ala-vanca "lever action". Seu funcionamento é por meio da ação muscular do atirador, com capacidade de até onze cartuchos, depositados no carrega-dor tubular sob o cano, e tem o sentido de alimentação de trás para frente.

• Espingarda de uso permitido: arma de porte individual, de repetição por ação de bomba, tem seu funcionamento por meio da ação muscular do atirador, possui carregador tubular sob o cano e comporta, geralmente, até oito cartuchos.

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Munição

As munições são o conjunto com-posto pelos projéteis, pólvoras e de-mais artefatos explosivos, destinados a carregar as armas de fogo. A este conjunto de artefatos dá-se o nome de cartucho de munição, depositados em um estojo. Além de espoleta, pól-vora, projétil e armas lisas, é compos-to, também, pelo embuchamento.

As espoletas são divididas em dois tipos: de fogo central, quando a espoleta se encontra localizada no centro da cabeça do cartucho, no momento em que ocorre sua percussão, e a de fogo circular, em que a mistura iniciadora está contida na circunferência interna da cabeça do cartucho, constituindo um verdadeiro anel.

PROJÉTIL

ESTOJO

PÓLVORA

FULMINANTE

Figura 2 - Corte esquemático de cartuchos de fogo-circular e de fogo-central / Fonte: Portal do Tiro (on-line, [2019])5.

BERDAN

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SELADOR

COPO

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ORIFÍCIOSDE PASSAGEM

DA CHAMA

BIGORNA

BIGORNA

SELADOR

MISTURA

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ORIFÍCIOSDE PASSAGEM

DA CHAMA

Figura 3 - Espoleta e esquema do sistema Berdan, bigorna incorporada ao cartucho e dois orifícios de passagem da chama / Fonte: Portal do Tiro (on-line, [2019])5.

BERDAN

BOXER

SELADOR

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MISTURA DETONANTE

ORIFÍCIOSDE PASSAGEM

DA CHAMA

BIGORNA

BIGORNA

SELADOR

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ORIFÍCIOSDE PASSAGEM

DA CHAMA

Figura 4 - Espoleta e esquema do sistema Boxer, com bigorna independente e um só orifício central / Fonte: Portal do Tiro (on-line, [2019])5.

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Ao ser realizada a inflamação da carga de projeção, temos início a queima de gases, que, ao se expandirem, exercem pressão contra o projétil, que será expelido por meio do cano e arremessado contra o alvo.

Manutenção

O vigilante deverá, ainda, ter conhecimento sobre as medidas de manutenção do ar-mamento. Essas são definidas em escalões, de acordo com a função e capacitação do profissional. A boa manutenção garante a maior funcionalidade do armamento, por isso, faz-se necessário, pelo menos, o conhecimento da manutenção de primeiro escalão, correspondente à limpeza e manutenção, sem a desmontagem completa do armamento, que deve ser realizada por profissional com capacitação técnica, denominado armeiro.

Ao receber uma arma, o vigilante deve verificar as condições em que lhe fora entregue e a funcionalidade dos mecanismos, como parafusos, gatilho, tambor etc. As munições e o armamento devem ser protegidos contra umidades e im-pactos. Em caso de exposição a tais condições, realizar a manutenção, limpar e lubrificar, prevenindo, assim, o aparecimento de focos de ferrugem o que evitará danos de funcionamento do armamento.

Na limpeza do armamento, deverá ser utilizado um pincel comum umedeci-do com material lubrificante e, depois, retirar o excesso de lubrificação para evitar corrosões. A manutenção do armamento deve ser realizada sempre que possível e, obrigatoriamente, após a realização de disparos para que sejam retirados os resíduos depositados no armamento. A retirada do excesso de lubrificante deve

Figura 5 - Vista interna, corte lateral e base de cartuchos sistemas Ber-dan e Boxer / Fonte: Portal do Tiro (on-line, [2019])5.

HEADSPACEESTOJO

ESPOLETA

PERCUTORPROJÉTILBASE

Figura 6 - Vista do cartucho no interior da arma de fogo editada pelo autor / Fonte: Portal do Tiro (on-line, [2019])5.

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ser de maior atenção nas câmaras e depósitos das munições, evitando, assim, a exposição de umidade aos cartuchos.

Regras de segurança com o armamento

Ao portar uma arma de fogo, o vigilante deve se atentar para algumas regras de segurança, ou seja, deve considerá-la como se estivesse sempre carregada, atentando-se, sempre, que realizar sua manutenção. Sempre que receber a arma, verifique se ela está descarregada.

O armamento não deve ser deixado em qualquer lugar, deve ter os devidos cuidados, impedindo que outra pessoa se apodere de sua arma de fogo; evitar, ain-da, o porte da arma quando estiver sob a influência de álcool, drogas ou outras substâncias, pois podem reduzir as capacidades psicomotoras. Nesse caso, o agente profissional, como vimos nas unidades anteriores, não poderá assumir o serviço.

A manutenção do armamento constitui regra de segurança de constante observância, devendo ser evitado o excesso de graxa ou lubrificante, que não é sinônimo de limpeza.

Ressalvada a situação em que haja fator necessário para utilizar a arma de fogo, esta nunca deverá ser apontada para objetos ou pessoas, que não se tenha a intenção de atingir, devendo, antes de efetuar o disparo, manter o dedo afastado do gatilho e, somente, na intenção de uso do armamento, esse será posicionado sobre o gatilho. Deve-se evitar o disparo em superfícies que possam modificar o trajeto do projétil e atingir alvo diverso do pretendido.

Quanto as travas de segurança, o vigilante deve evitar o teste sistemático do mecanismo, pois são apenas dispositivos mecânicos, não substituem o bom senso. O atirador deve ter bom conhecimento de seu equipamento e estar condicionado ao seu uso em conjunto com outros equipamentos. Quando estiver fora do coldre, manter o controle de cano do armamento.

Ao realizar a passagem e/ou recebimento da arma, recomenda-se passar aber-ta e sem munição. Somente após a passagem do armamento, será realizado o municiamento em local apropriado, mantendo o controle de cano, preferencial-mente, em locais onde possa haver o controle do projetil, como em caixas com areia. Essas são algumas regras de segurança que possibilitam ao profissional de segurança o uso de arma de fogo, pois reduzem os riscos inerentes ao material.

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Quanto ao efetivo uso do material bélico, o vigilante deve se atentar às normas de segurança e evitar o uso, caso não seja estritamente necessário. Deve cuidar com o uso no interior dos veículos especiais, onde, na ocorrência de disparo acidental, o pro-jétil pode vir a ricochetear e atingir os demais componentes da guarnição. Do mesmo modo que o acionamento acidental de um equipamento não letal, como o espargidor, no interior do veículo especial, pode ocasionar uma situação desconfortável e de risco. Por isso, o profissional deve ser qualificado para prover, efetivamente, a segurança e não ser o causador da insegurança.

Fonte: o autor.

explorando Ideias

A vida constitui o bem jurídico mais valioso a ser preservado e defendido, por isso o uso efetivo do armamento deve constituir a última opção para o profissional de segurança, em defesa própria e de outrem.

pensando juntos

Chegamos ao final deste trabalho. Esperamos que o conteúdo deste livro tenha contribuído para uma boa compreensão das generalidades, desde a segurança em instituições bancárias até os aspectos operacionais da escolta armada, em transporte de valores. Entendemos a importância do plano de segurança e da colaboração de todos os envolvidos no desenvolvimento e implementação das medidas de segurança na ocorrência de eventos críticos. Demonstramos que deve haver colaboração comum com as demais forças de segurança, todos de-vem estar cientes de sua função, no acionamento do plano de segurança, e das medidas que se fizerem necessárias.

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A apresentação de tais características possibilita ao profissional de seguran-ça especializada a compreensão dos aspectos físicos, estruturais, do adequado emprego linguístico e a importância da elaboração, constante, de relatórios que possam contribuir para melhoria do plano de segurança e para melhor destina-ção de recursos, nas fases compreendidas. Como no plano de reação e pós-fato, analisa-se os diversos níveis de crises e possibilita-se o acesso ao conhecimento da legislação específica. Desse modo, é importante o conhecimento/reconhecimento das diferentes atividades abrangidas pela segurança privada especializada bem como os contextos das diferentes áreas de atuação, como condições essenciais à boa formação profissional na área de segurança privada.

Por tudo isso que a segurança privada emprega na segurança bancária, em especial na escolta armada, no transporte de valores não deve ser tratada como uma atividade engessada e que não permita a adoção de medidas que possibili-tem a melhor destinação de recursos e, consequentemente, a segurança de fato.

Por fim, é evidente que o atual cenário da segurança privada, voltada à ativi-dade bancária e à escolta armada, em transporte de valores, decorra da constante evolução das técnicas empregadas que permeia a adoção de novas técnicas e meios que garantam a efetividade da execução do serviço, podendo entregar o produto contratado, ou seja, entregar a efetiva segurança do objeto do contrato e das pessoas que utilizem o espaço físico da contratante e dos demais.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Encerramos esta unidade! Aqui, pudemos conhecer boa parte dos conceitos e generalidades do material bélico de uso, atualmente, autorizados pelos profissio-nais de segurança privada, como a forma de aquisição; guarda e armazenamento; aquisição de outras empresas de segurança especializadas, sem a necessidade que haja o encerramento das atividades pela empresa cedente.

As características do uniforme do vigilante, regulamentação e vedação de similaridade com uniformes de forças policiais demonstram que a ostensividade do fardamento é de fundamental importância para a identificação do profissio-nal em campo, que deverá, ainda, ser equipado de plaquetas de identificação do vigilante e sinais próprios da empresa de segurança.

Pudemos conhecer um pouco dos equipamentos que poderão ser disponi-bilizados ao vigilante no exercício da atividade profissional, de equipamentos de segurança individual a equipamentos destinados à defesa pessoal, considerados como armamentos menos letais, destacando o fato de que somente poderá fazer uso de tais equipamentos após devidamente qualificado e habilitado para o uso.

Vimos, também, a parte teórica de capacitação para o uso do armamento letal, tais como características das armas letais, munições, manutenção, técnicas para transporte, posicionamento, saneamento de eventuais panes, tiro etc.

Por fim, estudamos a atividade de transporte de valores, considerando o fluxo de pessoas nos locais de coleta e abastecimento de numerários, na maioria das vezes, em centros urbanos, o que constitui fator determinante para o atual mate-rial bélico utilizado na atividade-fim, objetivando, principalmente, a conservação de nosso bem mais valioso, a vida.

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na prática

1. Com base no material estudado sobre o processo de aquisição de material bélico pelas empresas de transporte de valores, analise as afirmativas a seguir:

I - Os Equipamentos que poderão ser utilizados pelas empresas especializadas e as que possuem serviço orgânico de segurança estão definidos na Portaria n. 3.233/2012-DG/DPF.

II - O Coordenador-Geral de Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), após ser informado quanto à quantidade e às especificações dos materiais controlados, deve vistoriar o veículo especial, em relação ao depósito ou aparelho de acon-dicionamento das armas e munições no interior do veículo, que deverá ser transportada a todo tempo, no referido local, podendo, somente, ser utilizada nos momentos de coleta e abastecimento dos estabelecimentos.

III - O processo de autorização de aquisição de armas, munições e demais produtos controlados será dirigido ao CGCSP que, ao final, expedirá o respectivo alvará de autorização, válido pelo período de noventa dias e será publicado no D.O.U. com as informações como a quantidade e natureza dos materiais.

IV - Se o material a ser adquirido estiver sujeito a registro, a solicitação deverá ocor-rer no prazo de validade do alvará de autorização, que irá compor o novo pedido, juntamente com as notas fiscais que deverão ser apresentadas em trinta dias após sua emissão à DELESP ou CV.

Considerando as afirmativas anteriores, assinale a alternativa correta:

a) Apenas I e II estão corretas.b) Apenas II e III estão corretas.c) Apenas I está correta.d) Apenas I, III e IV estão corretas.e) Nenhuma das alternativas está correta.

2. Quanto à aquisição de materiais bélicos, essa, também, poderá se dar por outras empresas de segurança, especializadas ou de serviços orgânicos, estando ou não em atividade, após, devidamente, autorizadas pelo Coordenador-Geral de Controle de Segurança Privada, mediante a apresentação de quais informações?

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na prática

a) Quanto à quantidade de armas e munições a serem transferidas, com seus res-pectivos dados e registros.

b) Pode ser autorizada a posse e o uso provisório das armas e munições, em caso de demonstrada urgência pelo adquirente.

c) Condicionada a autorização à apresentação do protocolo do pedido de transfe-rência junto ao SINARM.

d) Todas as alternativas anteriores estão corretas.e) Nenhuma das alternativas está correta.

3. O transporte de materiais bélicos destinados à atividade de transporte de valores, quan-do realizado entre estabelecimentos próprios, para suprimento de postos de serviços e/ou situações que se fizerem necessárias, somente, poderão ser realizadas após:

a) Autorização da Polícia Militar da Unidade Federativa, onde a empresa de trans-porte de Valores estiver instalada. Não é necessária a motivação do transporte, uma vez que se trata de atividade de empresa privada.

b) Autorização do Exército Brasileiro, que disponibilizará escolta por veículos carac-terizados, precedidos de batedores. Os veículos de transporte de valores irão compor o comboio, operação que deverá ser realizada sob comando da Unidade Militar, próxima à sede da empresa de destino.

c) Após, devidamente, autorizadas pela Delesp ou CV, informando a descrição do material bélico a ser transportado, a motivação da necessidade do trans-porte, o trajeto pré-definido e o comprovante de recolhimento da taxa de autorização para transporte.

d) Após, devidamente, autorizada pelo Departamento de Polícia Federal (DPF), com requerimento dirigido à unidade próxima ao destino do equipamento. Este pode ser transportado em carros descaracterizados, por chamarem menos atenção e minimizar a possibilidade de ações criminosas.

e) Comprovada a idoneidade da empresa adquirente e após o processo lici-tatório em que se observa as regras expressas na Lei n. 8.666/93, possibi-lita-se a aquisição do material bélico por outras empresas do segmento de segurança privada especializadas.

137

na prática

4. Com base no conteúdo estudado nesta unidade, analise as afirmativas abaixo:

( ) O uniforme do vigilante pode ser acrescido de faixas, braçadeiras, inscrições, em-blemas ou outros elementos identificadores, a critério da unidade responsável, porém não deve ser semelhante ao das forças de segurança pública, devendo ser confeccionado em material que atenda às necessidades climáticas do local onde o vigilante preste os serviços.

( ) O cinto tático é um dos acessórios de relevante importância no exercício profis-sional do vigilante, portando ou não arma de fogo, uma vez que pode ser des-tinado a acomodação de cassetetes e bastões, pode ser utilizado em conjunto com coletes táticos e demais acessórios.

( ) O colete de proteção balística é de fornecimento facultativo para a guarnição em-pregada no transporte de valores. Passando por processo de aquisição menos burocrático, não há necessidade de observância quanto ao prazo de validade do equipamento, tendo em vista sua durabilidade, somente, há a necessidade de substituição, caso venha a ser alvejado em ocorrência de confronto armado.

( ) O uso e emprego de algemas deve observar os requisitos expressos na Súmula Vinculante n. 11, do Supremo Tribunal Federal (STF). Se não estiverem presen-tes tais requisitos, o agente poderá ser responsabilizado cível e criminalmente.

( ) Considerando que a atividade de abastecimento e recolhimento de numerários diários de instituições financeiras, e que estas, em sua grande maioria, encon-tram-se estabelecidas em grandes centros urbanos, as empresas de transporte de valores e escolta armada poderão dotar seus vigilantes de armas e munições não-letais e outros produtos controlados.

Assinale a alternativa correta:

a) V; V; F; V; V.b) V, V, F, F; F.c) F, F, V, V; V.d) F; F; F; F; F.e) V; V; V; V; V.

5. Considerando o conteúdo estudado, atualmente, quais as armas disponibilizadas

aos vigilantes que exercerem a atividade de transporte de valores?

138

aprimore-se

ALTERAÇÕES AO ESTATUTO DO DESARMAMENTO E A RECLASSIFICAÇÃO DAS ARMAS DE USO PERMITIDO

As recentes alterações impostas ao Estatuto do Desarmamento ampliaram a possi-

bilidade das empresas de segurança especializadas em rever o armamento, atual-

mente, utilizado na atividade-fim, em especial na escolta armada em transporte de

valores, que, conforme previsão legal, é permitido a aquisição de arma de fogo de

uso permitido, sendo classificadas como armas curtas e armas longas, pistolas se-

miautomáticas calibre .380 e 7,65 mm, revólver calibre 38, carabina de repetição

calibre 38, espingardas de uso permitido nos calibres 12, 16 ou 20.

A Portaria n. 1.222/19 (BRASIL, 2019a, on-line), do Exército Brasileiro, em confor-

midade com a disposição do Decreto n. 9.847/19 (BRASIL, 2019b, on-line), ampliou

a potência das armas classificadas como de uso permitido, abrangendo as armas

que utilizem munições com energia cinética de até 1.620 joules, valor quatro vezes

superior ao permitido anteriormente.

Assim, de forma análoga, os calibres inseridos, entre os de uso permitido, disponí-

veis ao uso do cidadão comum, podem, perfeitamente, ser estendidos ao uso dos

profissionais de segurança privada, uma vez que a ausência de disposição contrária

não obstaria o acesso das empresas aos novos calibres disponíveis, desde que cum-

pridos os requisitos para a aquisição de armas e munições já estabelecidos.

Tornou-se possível ao cidadão comum adquirir os novos calibres que, até então, eram

de uso exclusivo das forças de segurança, como os calibres 9mm, .40, .45, .357 entre

outros, bem como a aquisição de armas de marcas importadas que não eram comercia-

lizadas no Brasil, em virtude do domínio do mercado interno explorado pelas empresas

Taurus e Imbel. Por sua vez, a ampliação dada pela nova atende o anseio da categoria

que, ao passar dos anos, teve seu poder de fogo estagnado, enquanto o poder de fogo

de criminosos continuou a evoluir, de forma desproporcional.

Dessa forma, o esperado é a readequação da disposição legal para que, regularmente, o

acesso aos novos calibres de uso permitido às empresas de segurança especializadas, com as

pertinentes qualificações técnicas-profissionais, possibilite a efetiva disposição de segurança.

Fonte: o autor.

139

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Riscos Operacionais - Estrutura para gestão em bancos

Autor: Fábio CoimbraEditora: Saint PaulSinopse: o livro traz o arcabouço conceitual necessário para o aperfeiçoamento da gestão de riscos operacionais em bancos e para o aprimoramento da atuação dos órgãos reguladores e da Supervisão Bancária.

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Lord of War - Senhor das ArmasAno: 2018Sinopse: Yuri Orlov (Nicolas Cage) é um traficante de armas que realiza negócios nos mais variados locais do planeta. Estando, constantemente, em perigosas zonas de guerra, Yuri tenta, sem-pre, manter-se um passo à frente de Jack Valentine (Ethan Haw-ke), um agente da Interpol, e também de seus concorrentes e até mesmo clientes, entre os quais estão alguns dos mais famosos ditadores do planeta.

filme

140

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O vídeo, a seguir, mostra um pouco do curso de formação do profissional de segu-rança privada, demonstrando parte das atividades que irão capacitar o vigilante ao exercício da atividade-fim.

Web: https://www.youtube.com/watch?v=L-Zumb8-ng8&t=8s.

Os vídeos, a seguir, mostram generalidades quanto a manutenção e funciona-mento dos armamentos da fabricante Taurus do Brasil, de uso, comumente, na atividade de escolta armada, em transporte de valores.Web: https://www.youtube.com/watch?v=CgixVyEOvl4.Web: https://www.youtube.com/watch?v=-BRbfW-V4K8.

Web: https://www.youtube.com/watch?v=lTX_JmKlIT0.

O vídeo, a seguir, mostra algumas das armas não-letais em uso no Brasil, da Fabri-cante Condor Tecnologia não-letais, em uso nas atividades de segurança pública e privada no Brasil.

Web: https://www.youtube.com/watch?v=4vPctRM2CMA.

Leia o artigo "Cartuchos, Pólvoras e Projéteis - Noções Básicas" em:Web: https://www.portaldotiro.com/artigos-tecnicos/municao/228-cartuchos-pol-voras--e-projeteis-nocoes-basicas.

conecte-se

141

conclusão geral

conclusão geral

Caro(a) aluno(a),

Concluímos, aqui, nossos estudos. Esperamos que esses conteúdos tenham des-

pertado a curiosidade por mais temas relacionados à segurança privada, em espe-

cial, à atividade bancária e ao transporte de valores, e que os assuntos abordados

tenham colaborado para o seu crescimento profissional.

Iniciamos os estudos na Unidade 1. Nela, pudemos conhecer o contexto históri-

co, motivador do início da atividade de segurança privada especializada, destinada à

atividade bancária, como complementação à segurança pública.

Na unidade 2, relembramos a legislação de segurança bancária e de transporte

de valores, ao focar nas leis, nos decretos e nas portarias. Abordamos, também, as

características e equipamentos para o bom desempenho do Gestor de segurança

bancária, com ênfase no planejamento e na elaboração das medidas preventivas de

segurança na regulamentação do transporte de valores, e em como serão definidos

o veículo e o tipo de escolta que deve ser utilizado.

Na Unidade 3, vimos a importância da elaboração do plano de segurança, sua apli-

cabilidade, abrangência e considerações, quanto às características interna e externa das

instalações, bem como a atuação do vigilante e dos demais profissionais e as definições de

suas funções para a efetiva implementação dos planos de segurança, a cada evento crítico.

Na Unidade 4, pudemos compreender algumas generalidades inerentes à ativi-

dade de transporte de valores, à logística, aos recursos empregados, às especifica-

ções legais específicos dos veículos especiais e do emprego de vigilantes de trans-

porte de valores em escolta armada.

Por fim, na Unidade 5, conhecemos boa parte dos conceitos e das generalidades

do material bélico de uso atual, autorizado pelos profissionais de segurança pri-

vada. Além disso, observamos sua forma de aquisição, guarda e armazenamento;

sistematização que facilita a aquisição de outras empresas de segurança especiali-

zadas, não necessitando, a partir dessa organização, que haja o encerramento das

atividades pela empresa cedente.

Desse modo, caro(a) aluno (a), finalizamos nosso estudo com a perspectiva de

que você se dedique, com afinco, aos conteúdos expostos para tornar-se um profis-

sional cada vez melhor e mais bem capacitado nessa área tão importante.

referências

142

ABCFAV. Manual do Vigilante: Curso de Formação. 2. ed. ABCFAV, 2013. Apostila. 222p. Dispo-nível em: http://www.escolahunters.com.br/wp-content/uploads/2018/08/MANUAL_DO_VIGI-LANTE_2a_Edic-Retificado.pdf. Acesso em: 11 out. 2019.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: D. O. U.,1988.

BRASIL. Decreto n. 1.595, em 10 de agosto de 1995. Dispõe sobre a jornada de trabalho dos servidores da Administração Pública Federal direta, das autarquias e das fundações públicas federais, e dá outras providências. Brasília: D. O.U., 1995b. Disponível em: http://www.planal-to.gov.br/ccivil_03/decreto/D1590.htm. Acesso em: 23 out. 2019.

BRASIL. Decreto n. 55.649, de 28 de janeiro de 1965. Dá nova redação ao Regulamento aprova-do pelo Decreto nº 1.246, de 11 de dezembro de 1936. Brasília: D.O.U., 1995c. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D55649.htm. Acesso em: 25 out. 2019.

BRASIL. Decreto n. 89.056, de 24 de novembro de 1983. Regulamenta a Lei nº 7.102, de 20 de ju-nho de 1983, que “dispõe sobre segurança para estabelecimentos financeiros, estabelece normas para constituição e funcionamento das empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores e dá outras providências”. Brasília: D. O. U., 1983b. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D89056.htm. Acesso em: 23 out. 2019.

BRASIL. Decreto n. 9.847, de 25 de junho de 2019. Regulamenta a Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, para dispor sobre a aquisição, o cadastro, o registro, o porte e a comercia-lização de armas de fogo e de munição e sobre o Sistema Nacional de Armas e o Sistema de Gerenciamento Militar de Armas. Brasília: D.O.U., 2019b. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D9847.htm. Acesso em: 23 out. 2019.

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BRASIL. Decreto-Lei n. 1.034, de 21 de outubro de 1969. Dispõe sobre medidas de segurança para Instituições Bancárias, Caixas Econômicas e Cooperativas de Créditos, e dá outras provi-dências. Brasília: D. O. U., 1969. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto--Lei/1965-1988/Del1034.htm. Acesso em: 23 out. 2019.

BRASIL. Lei Federal n. 7.102, de 20 de junho de 1983. Dispõe sobre segurança para estabele-cimentos financeiros, estabelece normas para constituição e funcionamento das empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores, e dá outras pro-vidências. Brasília: D. O. U., 1983a. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7102.htm. Acesso em: 23 out. 2019.

referências

143

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BRASIL. Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003. Dispõe sobre registro, posse e comercia-lização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm, define crimes e dá outras providências. Brasília: D.O.U., 2003. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.826.htm. Acesso em: 23 out. 2019.

BRASIL. Lei n. 13.654, de 23 de abril de 2018. Altera o Decreto-Lei n. 2.848, de 7 dezembro de 1940 (Código Penal), para dispor sobre os crimes de furto qualificado e de roubo quando envolvam explosivos e do crime de roubo praticado com emprego de arma de fogo ou do qual resulte lesão corporal grave; e altera a Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983, para obrigar instituições que disponibilizem caixas eletrônicos a instalar equipamentos que inutilizem cé-dulas de moeda corrente. Brasília: D.O.U., 2018. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13654.htm. Acesso em: 23 out. 2019.

BRASIL. Lei n. 8.863, em 28 de março de 1994. Altera a Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983. Brasília: D. O.U., 1994. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8863.htm. Acesso em: 22 out. 2019.

BRASIL. Lei n. 9.017, em 30 de março de 1995. Estabelece normas de controle e fiscalização sobre produtos e insumos químicos que possam ser destinados à elaboração da cocaína em suas diversas formas e de outras substâncias entorpecentes ou que determinem dependên-cia física ou psíquica, e altera dispositivos da Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983, que dispõe sobre segurança para estabelecimentos financeiros, estabelece normas para constituição e funcionamento de empresas particulares que explorem serviços de vigilância e de transporte de valores, e dá outras providências. Brasília: D. O.U. 1995a. Disponível em: http://www.pla-nalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9017.htm. Acesso em: 23 out. 2019.

BRASIL. Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995. Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências. Brasília: D. O. U., 1995c. Disponível em: http://www.planal-to.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm. Acesso em: 25 out. 2019.

BRASIL. Ministério da Defesa. Comando do Exército. Portaria n. 1.222/19, de 12 de agosto de 2019. Dispõe sobre parâmetros de aferição e listagem de calibres nominais de armas de fogo e das munições de uso permitido e restrito e dá outras providências. D.O.U., Brasília, 2019a. Disponível em: http://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-1.222-de-12-de-agosto--de-2019-210735786. Acesso em: 25 out. 2019.

referências

144

BRASIL. Ministério da Justiça. Departamento de Polícia Federal. Portaria n. 387, de 28 de agosto de 2006: Altera e consolida as normas aplicadas sobre segurança privada. Brasília: D. O. U., 2006.

BRASIL. Polícia Federal. Organograma – unidades centrais. De acordo com o Decreto n. 8.668, de 11 de fevereiro de 2016 e Portaria n. 490/MJ, de 25 de abril de 2016. Brasília: Polícia Fede-ral, 2016. Disponível em: http://www.pf.gov.br/institucional/acessoainformacao/institucional/ORGANOGRAMADPF.pdf . Acesso em: 27 de set. 2019.

BRASIL. Serviço Público Federal MJ. Departamento de Polícia Federal. Portaria n. 3.233, de 10 de dezembro de 2012: Dispõe sobre as normas relacionadas às atividades de Segurança Privada. Brasília: D. O. U., 2012.

CALDEIRA, T. P. Cidade de Muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo. São Paulo: Editora 34; Edusp, 2003.

HERINGER, R. R. A indústria da segurança privada no Rio de Janeiro. 1992. 96 f. Tese (Mestrado em Sociologia) – Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro, IUPERJ, Rio de Janeiro, 1992.

LOPES, C. da S. Como se vigia os vigilantes: o controle da polícia federal sobre a segurança privada. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, v. 19, n. 40, p. 99-121, out. 2011.

MUSUMECI, L. Serviços privados de vigilância e guarda no Brasil. Um estudo a partir de informações da PNAD - 1985/95. Rio de Janeiro: IPEA, 1998.

ZANETIC, A. A Questão da Segurança Privada: estudo do marco regulatório dos serviços par-ticulares de segurança. 2006. 129f. Dissertação (Mestrado em Ciências Políticas) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, USP, São Paulo, 2006.

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2 Em: http://www.mantadearamida.com.br/artigos/conheca-mais-sobre-carro-forte. Acesso em: 30 set. 2019.

3 Em: http://sergiomansilha.blogspot.com/2009/11/historia-da-brinks. Acesso em: 30 set. 2019.

4 Em: https://portal.trt3.jus.br/internet/conheca-o-trt/comunicacao/noticias-juridicas/impor-tadas-2013-2014/trabalhador-nao-pode-fazer-transporte-de-valores-sem-o-treinamento--exigido-por-lei-02-10-2014-06-02-acs . Acesso em: 11 out. 2019.

5 Em: www.portaldotiro.com/artigos-tecnicos/municao/228-cartuchos-polvoras-e-projeteis--nocoes-basicas. Acesso em: 18 de out. 2019.

gabarito

145

UNIDADE 1

1. A

2. C

3. A

4. C

5. Características como boa apresentação pessoal, cordialidade e simpatia, disci-plina e responsabilidade, atenção visual e boa memória, sigilo e discrição, boa comunicação e capacidade de reação.

UNIDADE 2

1. C

2. a) segurança é prevenção; b) segurança completa só é possível por meio de trei-namento, conscientização e responsa-bilidade compartilhada; c) investimen-to em segurança deve estar atrelado a análise de risco e a relação custo bene-fício dos meios a serem empregados; e, d) as medidas de segurança não devem impedir a atividade normal.

3. A

4. A

5. E

UNIDADE 3

1. A

2. B

3. A

4. C

5. Na ocorrência do evento, os mecanis-mos do plano de segurança devem ser administrados o mais rápido possível, de forma a minimizar os danos e possibili-tar o atendimento às situações, o acio-namento se dará por meio da central de operações ou do telefone do órgão estatal, que observará as características de situações contrárias à normalidade e que necessitem da atuação de grupos especializados, devendo, sempre, bus-car manter a calma dos presentes.

gabarito

146

UNIDADE 4

1. C

2. B

3. C

4. A

5. A Guarnição será composta pelo me-nos por quatro vigilantes habilitados para realizar a atividade de transporte de valores, cada um terá suas funções, previamente, definidas. 01 (um) FIEL (vigilante), incumbido da função de comando da equipe; 01 (um) Motorista (vigilante), responsável pela condução do veículo especial, devendo manter constante atenção às condições que se mostrem suspeitas, devendo, em caso de crise, procurar a unidade de segu-rança pública mais próxima, e 02 (dois) Seguranças (vigilantes), responsáveis pela segurança da equipe, em especial nos momentos de embarque e de-sembarque do veículo especial.

UNIDADE 5

1. D

2. D

3. C

4. A

5. Armas curtas e armas longas, pistolas semiautomáticas calibre .380 e 7,65 mm, Revólver calibre 38, carabina de re-petição calibre 38, espingardas de uso permitido nos calibres 12, 16 ou 20.