Aula 4 - Parasitologia Geral - 2014/2 - Protozoários parasitas
Aula 3 - Parasitologia Geral - 2014/2
Transcript of Aula 3 - Parasitologia Geral - 2014/2
PARASITOLOGIA GERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
Departamento de Parasitologia e Microbiologia
Profª Drª Daniela Reis Joaquim de Freitas
■ A TAXONOMIA E A NOMENCLATURA EM ANIMAIS
Taxonomia ou Sistemática é o ramo das ciências naturais que se
ocupa com a classificação dos organismos.
Existe uma Taxonomia Animal e uma Taxonomia Vegetal (cada
uma com seus princípios e regras particulares).
“Taxis” do grego → ordenamento
“Nomos” do grego → norma
Aristóteles: Fez uma das primeiras classificações.
* Animais de sangue quente
* Animais de sangue frio
Platão: Classificou vegetais quanto ao tamanho.
* Gramíneas * Ervas
* Arbustos * Árvores
OBS: Ambas são classificações artificiais pois, observam apenas
um critério de classificação escolhido aleatoriamente.
■ A TAXONOMIA E A NOMENCLATURA EM ANIMAIS
■ A TAXONOMIA E A NOMENCLATURA EM ANIMAIS
Histórico
• John Ray (1627 - 1705) → Foi o primeiro a desenvolver um
conceito moderno de espécie
• Karl von Linné (1707 – 1787) → Lançou as
bases da classificação biológica em sua obra
“Sistema Naturae”. - estabeleceu a nomemclatura
binomial para espécie.
■ A TAXONOMIA E A NOMENCLATURA EM ANIMAIS
O trabalho classificatório processa-se em 2 etapas:
• Trabalho analítico → Descrição do organismo (estabelecimento da
espécie).
• Trabalho sintético → Formação de grupos mais amplos
(categorias taxonômicas).
Whittaker (1969):
5 reinos, divididos principalmente pelas características morfológicas e
fisiológicas:
Monera: Procariotos
Protista: Eucariotos unicelulares - Protozoários (sem parede
celular) e Algas (com parede celular)
Fungi: Eucariotos aclorofilados
Plantae: Vegetais
Animalia: Animais
■ A TAXONOMIA E A NOMENCLATURA EM ANIMAIS
No entanto, a partir dos estudos de C. Woese (1977)
sistema de classificação baseado principalmente em aspectos
evolutivos (filogenética), a partir da comparação das sequências de
rRNA de diferentes organismos. Com esta nova proposta de
classificação, os organismos são agora subdividos em 3 domínios
(contendo os 5 reinos), empregando-se dados associados ao caráter
evolutivo.
Archea
Bacteria
Eukarya
Domínios
■ A TAXONOMIA E A NOMENCLATURA EM ANIMAIS
Categorias taxonômicas
• Obrigatórias → Phylum, Classe, Ordem, Família, Gênero e
Espécie.
• Facultativas → Subphylum, Superclasse, Subclasse, Infraclasse,
Coorte, Superordem, Subordem, Infraordem, Superfamília, Tribo,
Subtribo, Subgênero, Subespécie.
■ A TAXONOMIA E A NOMENCLATURA EM ANIMAIS
O procedimento biológico classificatório obedece aos seguintes
parâmetros:
• Observações empíricas
• Observações biológicas
• Observações genéticas
EVOLUÇÃO E SISTEMÁTICA
A EVOLUÇÃO sistemática é a área da Biologia que se preocupa
principalmente em compreender a filogeniafilogenia: que é a história
evolutiva das espécies de seres vivos.
Sistemática evolutiva X sistemática filogenética ou cladística:
• Diferem nos critérios para se definir os táxons: a filogenética usa
apenas as novidades evolutivas para formar grupos e há um método
para se testar hipóteses de parentesco.
A cladística foi introduzida a partir da divulgação dos trabalhos de
Willi Hennig, em 1966.
SISTEMÁTICA FILOGENÉTICA OU CLADÍSTICA
Entende-se que a diversidade de seres vivos é resultante de
processos evolutivos e que esses processos ocorrem por anagênese
e por cladogênese.
As relações evolutivas entre os seres vivos são representadas por
diagramas denominados cladogramas (clado = ramo), em que se
destacam os pontos onde ocorreram os eventos cladogenéticos e se
considera a anagênese como processo que origina as novidades
evolutivas.
A filogenia só pode ser reconstruída com base em caracteres
derivados compartilhados.
Anagênese: processo pelo qual um caráter surge ou se modifica
numa população ao longo do tempo, sendo responsável pelas
novidades evolutivas.
Cladogênese: processo responsável pela ruptura da coesão inicial
numa população, gerando duas ou mais populações que não mais se
comunicam.
SISTEMÁTICA FILOGENÉTICA OU CLADÍSTICA
■ A TAXONOMIA E A NOMENCLATURA EM ANIMAIS
1758 (Sistema Naturae) → Lançou as bases da moderna
nomenclatura zoológica.
1898 (Congresso Internacional de Zoologia) → Criação do Código
Internacional de Nomenclatura Zoológica.
1901 → Entraram em vigor as normas do Cód. Intern. de Nomencl.
Zool.
■ A TAXONOMIA E A NOMENCLATURA EM ANIMAIS
♦ Algumas das principais regras de nomenclatura zoológica:
Os nomes científicos devem ser escritos com raízes gregas ou
latinas (ou, na falta delas, com palavras latinizadas).
* Anthropoidea (gr.: anthropus → homem)
* Marsupialia (lat.: marsupium → bolsa)
* Homo (lat.: homo → homem)
■ A TAXONOMIA E A NOMENCLATURA EM ANIMAIS
Nomes geográficos são nomes próprios e, portanto, não aceitam
traduções, devendo ser latinizados na declinação neutra (“us” ou
“is”).
* Australopithecus afarensis
* Mesosaurus brasiliensis
* Australopithecus africanus
■ A TAXONOMIA E A NOMENCLATURA EM ANIMAIS
Nomes patronímios são nomes próprios e, portanto, não aceitam
traduções, devendo ser latinizados na declinação masculina (“i”) ou
na feminina (“ae”).
* Paranthropus boisei → du Bois
* Latimeria chulmanae → Chulmann
* Carodinia vieirai → Vieira
* Ramapithecus nyanzae → Nyanz
■ A TAXONOMIA E A NOMENCLATURA EM ANIMAIS
A nomenclatura estrutura-se a partir do nome da espécie, formado
pelo nome “genérico” e “específico”.
* Homo habilis
Numa publicação científica, deve-se acrescentar o nome do autor,
uma vírgula e o ano da publicação.
* Parapanochthus jaguaribensis Moreira, 1971
■ A TAXONOMIA E A NOMENCLATURA EM ANIMAIS
A nomenclatura da subespécie é tri nominal (nome genérico + nome
específico + nome subespecífico).
* Homo sapiens neanderthalensis
A nomenclatura do subgênero é tri nominal (nome genérico + nome
subgenérico + nome específico).
* Australopithecus (Plesianthropus) transvalensis
■ A TAXONOMIA E A NOMENCLATURA EM ANIMAIS
Os nomes empregados para denominar as categorias taxonômicas
de gênero para cima são sempre uninominais (escritas com inicial
maiúscula).
* Gorilla
* Perissodactyla
* Canidae
* Mollusca
■ A TAXONOMIA E A NOMENCLATURA EM ANIMAIS
Lei da Tautonomia → Os nomes específico, genérico,
subespecífico e subgenérico (na composição do nome) podem ser
repetidos.
* Gorilla gorilla
* Smilodon populator populator
* Rattus rattus
* Paranthropus robustus robustus
■ A TAXONOMIA E A NOMENCLATURA EM ANIMAIS
Alguns nomes devem ser escritos com terminações fixas:
* Tribo → ini (Hominini)
* Subfamília → inae (Homininae)
* Familia → idea (Hominidae)
* Superfamília → oidea (Hominoidea)
* Subordem → ina/dina (Hominina)
ALGORITMO EVOLUTIVO PARA FILOGENIA
Problema de determinação de árvores filogenéticas
Encontrar a melhor árvore que melhor descreve a relação entre um
conjunto de objetos (espécies ou táxons)
Cenoura Baleia Chimpanzé Humano
Alguns Algoritmos de Busca
Branch and Bound
testa todas possibilidades minimizando os caminhos da
raiz às folhas
Branch Swapping
Restrutura a árvore obtida procurando uma melhor (podas e enxertos)
Divide and Conquer
Divide n táxons em subconjuntos (subproblemas) Si
Encontra as melhores sub-árvores por Si e as combina em uma
Algoritmo Evolutivo para FilogeniaAlgoritmo Evolutivo para Filogenia
Exemplo
A B C D E
GF
S1
Pai1
C
D
E
G
S2
Pai2
A
BF
C D E
GF
S2
Pai1
A
BF
A
BF
Podar
CARACTERÍSTICAS, TAMANHO, FORMA E COMPLEXIDADE ESTRUTURAL
Protozoários – dentro de sub-reino Protozoa, Reino Protista
Origem polifilética
Organização eucariota e nutrição holozóica
Protozoários de vida livre podem ser vistos a olho nu
CARACTERÍSTICAS, TAMANHO, FORMA E COMPLEXIDADE ESTRUTURAL
Formas parasitas podem ter 2-4 m; > 100 mm os maiores
Maioria mede entre 5 e 25 m
Forma corporal variada – dependente entre outras coisas da camada
celular que protege e limita o corpo.
Membrana plasmática simples – forma alternante ou amebóide
CARACTERÍSTICAS, TAMANHO, FORMA E COMPLEXIDADE ESTRUTURAL
Estruturas associadas a membrana plasmática confere rigidez corporal
– forma constante e definida
Ciclo de vida de muitos parasitas mostram uma forma corporal
alternante (trofozoítos, formas císticas, formas sexuadas ou
gaméticas, estágios multiplicativos (esquizontes) ou subseqüentes a
um processo sexuado (esporontes)
CARACTERÍSTICAS, TAMANHO, FORMA E COMPLEXIDADE ESTRUTURAL
Complexidade estrutural: organelas
1. Membrana e película
Membrana plasmática trilaminar – lipídeo, proteína, lipídeo
confere proteção
Permite alimentação por fago e pinocitose
Película é mais resistente que MP, surge sob a MP
CARACTERÍSTICAS, TAMANHO, FORMA E COMPLEXIDADE ESTRUTURAL
2. Citoplasma
Matriz citoplasmática constituída de grânulos e filamentos
suspensos
Endoplasma: interno, contém núcleo e organelas; em forma de sol
Ectoplasma: externo, aspecto hialino, em forma de gel
No ectoplasma estão mergulhados os microtúbulos sub-peculiares
(resistência e locomoção)
CARACTERÍSTICAS, TAMANHO, FORMA E COMPLEXIDADE ESTRUTURAL
Apresentam ainda:
Mitocôndrias
Microssomos
RE liso e rugoso
Ribossomos
Núcleo – micro e macronúcleos
CARACTERÍSTICAS, TAMANHO, FORMA E COMPLEXIDADE ESTRUTURAL
Microtúbulos e organelas de sustentação
Axostilo
Costa
Fibrilas
Funis
Anéis polares
CARACTERÍSTICAS, TAMANHO, FORMA E COMPLEXIDADE ESTRUTURAL
Organelas relacionadas à nutrição: pseudópodes e citóstoma
CARACTERÍSTICAS, TAMANHO, FORMA E COMPLEXIDADE ESTRUTURAL
Organelas de função cinética
Pseudópodes
Flagelo
Cílios
Microtúbulos sub-peculiares (movimento deslizante)
CARACTERÍSTICAS, TAMANHO, FORMA E COMPLEXIDADE ESTRUTURAL
Habitats
Extracelulares – trechos do sistema digestório; maioria são de
habitat entérico
Sistema circulatório é um dos habitats mais importantes
(tripanossomas no plasma e Plasmodium nas células circulantes.
Vida livre: ambiente úmido - Volvox
CARACTERÍSTICAS, TAMANHO, FORMA E COMPLEXIDADE ESTRUTURAL
Alimentação
Euglena: autotrófica
Fagocitose e pinocitose