AFO - Aula 00

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ORÇAMENTÁRIA – TEORIA E EXERCÍCIOS – AGENTE/ESCRIVÃO – POLÍCIA FEDERAL 1 Profs. Deusvaldo e Márcio www.pontodosconcursos.com.br AULA ZERO - CRÉDITOS ADICIONAIS Querido estudante! Satisfação por estarmos juntos nessa jornada de estudos! Desejo-lhe sucesso e êxito em seus estudos e uma excelente assimilação dos conteúdos. Que tenha sempre uma mente ILUMINADA! Nesta aula abordaremos o conteúdo créditos adicionais. Este assunto sempre visita as provas de concursos. Nos últimos concursos foram exigidas muitas questões sobre este tópico. Para a Polícia Federal pretendo incluir só questões de concursos de 2009/2010/2011, exceto quando houver poucas questões referentes ao tópico abordado. Neste caso utilizarei questões de 2008, porém, só questões interessantes para melhoria do seu aprendizado. Estude esta nota de aula com bastante atenção e aproveite a oportunidade para adquirir conhecimentos suficientes para ganhar preciosos pontos e aprender esse assunto porque é um tópico tranqüilo de ser assimilado (“digerido”). É importante esclarecer que este curso será ministrado por dois professores: Deusvaldo Carvalho e Marcio Ceccato. Acabamos de lançar um livro em conjunto pela Ed. Campus Elsevier (www.elsevier.com.br): Manual Completo de Contabilidade Pública Teoria Descomplicada. Trata-se de uma obra bastante completa e abrangente, com mais de 900 páginas e cerca de 750 questões de concursos, todas resolvidas e comentadas. Em virtude dessa parceria bem sucedida, estaremos juntos aqui também para garantir seu sucesso neste concurso. Segue nossa apresentação resumida: DEUSVALDO CARVALHO Graduado e Pós-Graduado em Ciências Contábeis; Atualmente ocupo o Cargo de Perito Criminal Federal – Departamento de Polícia Federal – ES; Professor na Academia Nacional da Polícia Federal, FGV/RJ e em diversos cursos preparatórios para concursos em BH, Teresina, Campo Grande – MS, Vitória – ES etc. Cargos ocupados:

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1 Profs. Deusvaldo e Márcio www.pontodosconcursos.com.br

AULA ZERO - CRÉDITOS ADICIONAIS

Querido estudante! Satisfação por estarmos juntos nessa jornada de estudos!

Desejo-lhe sucesso e êxito em seus estudos e uma excelente assimilação dos conteúdos. Que tenha sempre uma mente ILUMINADA!

Nesta aula abordaremos o conteúdo créditos adicionais. Este assunto sempre visita as provas de concursos. Nos últimos concursos foram exigidas muitas questões sobre este tópico.

Para a Polícia Federal pretendo incluir só questões de concursos de 2009/2010/2011, exceto quando houver poucas questões referentes ao tópico abordado. Neste caso utilizarei questões de 2008, porém, só questões interessantes para melhoria do seu aprendizado.

Estude esta nota de aula com bastante atenção e aproveite a oportunidade para adquirir conhecimentos suficientes para ganhar preciosos pontos e aprender esse assunto porque é um tópico tranqüilo de ser assimilado (“digerido”).

É importante esclarecer que este curso será ministrado por dois professores: Deusvaldo Carvalho e Marcio Ceccato. Acabamos de lançar um livro em conjunto pela Ed. Campus Elsevier (www.elsevier.com.br): Manual Completo de Contabilidade Pública – Teoria Descomplicada. Trata-se de uma obra bastante completa e abrangente, com mais de 900 páginas e cerca de 750 questões de concursos, todas resolvidas e comentadas.

Em virtude dessa parceria bem sucedida, estaremos juntos aqui também para garantir seu sucesso neste concurso.

Segue nossa apresentação resumida: DEUSVALDO CARVALHO Graduado e Pós-Graduado em Ciências Contábeis; Atualmente ocupo o Cargo de Perito Criminal Federal – Departamento de Polícia Federal – ES; Professor na Academia Nacional da Polícia Federal, FGV/RJ e em diversos cursos preparatórios para concursos em BH, Teresina, Campo Grande – MS, Vitória – ES etc. Cargos ocupados:

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Auditor Fiscal da atual Receita Federal do Brasil; Professor Efetivo – UFMS/UFES Controlador de Recursos Públicos – Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo.

Entre outros, fui aprovado nos seguintes concursos: 1º. Lugar - Auditor do Estado de Mato Grosso; 1º. Lugar - Professor efetivo da UFMS; 2º. Lugar – Auditor Fiscal no ES; 2º. Lugar - Analista do TRF 4ª região - Florianópolis; 2º. Lugar - Analista TRE/AC; 4º. Lugar - AFC – CGU; 6º. Lugar – TRF 3ª Região – São Paulo; 6º. Lugar - Auditor Substituto de Conselheiro TCE/PI; 7º. Lugar - Auditor Substituto de Conselheiro TCE/ES; 7º. Lugar – Controlador de Recursos Públicos TCE/ES; 8º. Lugar - Auditor Substituto de Conselheiro TCM/CE; 51º. Lugar - Perito Criminal Federal – DPF/MJ.

Obras editadas: Orçamento e Contabilidade Pública – 5ª Edição/2010 – Editora Campus – Série provas e concursos;

LRF – Doutrina e Jurisprudência – 1ª Edição – Editora Campus –Série provas e concursos/2009;

Manual Completo de Contabilidade Pública, Editora Campus –Série Provas e Concursos, mais de 750 questões de concursos (CESPE, ESAF e FCC) todas resolvidas e comentadas.

AFO E Orçamento Público na CF e LRF – 1ª edição/2011 - Editora Campus – Série Questões, 650 questões de concursos resolvidas e comentadas (CESPE, ESAF E FCC)

MARCIO CECCATO Graduado em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Espírito Santo Pós-Graduado em Gestão Industrial pela FDV/Findes Servidor público federal há aproximadamente 6 anos. Atualmente ocupo o cargo de Analista Judiciário – Especialidade Contabilidade, no TRT 17ª Região.

Últimos concursos prestados:

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1º Lugar - Analista Judiciário – esp. Contabilidade, TRT 17ª Região 10º Lugar – Perito Criminal Especial – Polícia Civil do ES

Obras editadas: Manual Completo de Contabilidade Pública, Editora Campus – Série Provas e Concursos, mais de 750 questões de concursos (CESPE, ESAF e FCC) todas resolvidas e comentadas.

Meu amigo e minha amiga! Satisfação por estarmos juntos nessa empolgante jornada virtual de estudos para o concurso da Polícia Federal destinado aos Cargos de Agente e Escrivão. Estes cargos são almejados por muitos candidatos, por se tratar de uma excelente instituição para se trabalhar, a mais bem conceituada pela sociedade, com aprovação de mais de 75% e remuneração extremamente atrativa. E mais, boas expectativas de aumento salarial em 2012.

A conquista de uma das vagas depende praticamente de você: seu esforço, dedicação, planejamento, persistência, vontade de vencer e jamais desistir nos momentos difíceis.

Você se decidiu pela conquista de uma das vagas na Polícia Federal? Caso a resposta seja sim, por favor! Seja bastante rigoroso com você mesmo, cumpra rigorosamente seu planejamento de estudos, procure evitar contato com pessimistas ou derrotados e siga em frente à busca de seus objetivos.

Não se esqueça! Quem estuda AFO para o concurso da Polícia Federal indiretamente está se preparando, entre outros, para os Cargos de Perito Criminal Federal do DPF, em especial, para a Área de Perícia Contábil, posto que muitos assuntos são coincidentes.

O nosso objetivo é procurar “facilitar sua jornada de estudos”, ou seja, mostrar-lhes o caminho mais curto para o aprendizado e, em conseqüência, ajudá-lo a concretizar seus “SONHOS”, ou seja, os objetivos almejados.

A nossa experiência nessa área, em especial, nos concursos realizados pelo CESPE é bastante “madura”. Sempre que possível realizamos alguns cursos e concursos objetivando atualizar conhecimentos e ficar “antenado” nessa empolgante “brincadeira”!

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Por favor! Procure estudar concentrado, se possível, quando estiver descansado, isso porque o estudo da disciplina AFO exige atenção e concentração, haja vista a riqueza de detalhes e peculiaridades dessa matéria.

Estudar para concursos nos dias atuais exige bastante atenção do candidato. Quem “se destaca” nas provas de AFO e Contabilidade Pública geralmente faz a diferença no resultado do concurso, posto que são questões diferenciadas e que poucos acertam. Portanto, procure começar bem!

Não comece seus estudos “achando” ou “imaginando” que essa matéria é chata ou difícil. Isso é mito! Aprender AFO para fazer prova de concurso é simples e sem muita complicação.

O conteúdo e a forma com que temos abordado nossas aulas têm sido mais do que suficiente para o candidato realizar excelentes provas.

Procure focar basicamente nos conteúdos abordados. Repito! O conteúdo abordado em nossas aulas é suficiente para que você realize uma excelente prova, basta estudar razoavelmente a matéria e fazer bastantes exercícios.

Ao estudar esta nota de aula, você estará garantindo acerto de algumas questões para sua classificação. Assim, comece a fazer a diferença desde já.

É importante esclarecer: essa é só uma aula demonstrativa. É a oportunidade para o aluno conhecer a didática, metodologia e até mesmo o “humor” do professor.

Essa metodologia de curso “virtual” proporciona ao aluno bom método de estudo, em especial, através de questionamentos no fórum de dúvidas e respectivas respostas, tanto dos seus quanto de colegas. Dessa forma você poderá tirar proveito deste método. Isso é importante e muitos candidatos obtiveram aprovação através dessa forma de ensino (interação com outros alunos).

Esse é o concurso de seus sonhos? Imagine você ocupando esse cargo e percebendo remuneração superior a R$ 7.500,00 no início da carreira. Então estude! Só assim poderá ocupá-lo e desfrutar de seus benefícios.

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Procure estímulo para estudar! Está satisfeito com o cargo ou emprego atual? Se a resposta for não, “chute o balde”! Só seu esforço tirará você dessa situação e verá que valeu a pena. Como é de costume, não mediremos esforços para trabalhar com muita dedicação e boa vontade, objetivando contribuir da melhor forma possível para que você realize sua merecida conquista e alcance seus objetivos.

Análise do conteúdo programático: Antes, porém, um ALERTA! A disciplina AFO sofreu recentes alterações com a edição dos seguintes instrumentos normativos: Manual da Receita e da Despesa Pública Nacional e a 4ª edição do Manual de Contabilidade Pública, além de outras normas provenientes da Secretaria do Tesouro Nacional – STN. Especificamente quanto ao assunto créditos adicionais praticamente não houve alterações.

Por fim, preste bastante atenção às dicas e principalmente ao que vem sendo “cobrado” em concurso. Procurarei, sempre que possível, trabalhar com questões do CESPE. Porém, caso haja limitação de questões de concursos realizados por esta instituição abordarei questões de outras organizadoras, em especial, das mais semelhantes.

Para que tenhamos objetividade e adequado aproveitamento de estudos, bem como evitar perda de tempo, abordarei só o conteúdo que estiver explícito e específico no edital do concurso anterior.

O nosso curso seguirá a seguinte seqüência de aulas:

Administração das aulas: AULA CONTEÚDO

ZERO Créditos adicionais. Este conteúdo encontra-se dentro do tópico 2.1. Orçamento público

01 2.1 Orçamento público, 2.3 Diretrizes orçamentárias. 02 2.4 SIDOR, SIAFI. 03 2.5 Receita pública: 1ª PARTE - categorias, fontes,.

04 2.5 Receita pública: 2ª PARTE - categorias, fontes, estágios e dívida ativa.

05 2.6 Despesa pública: categorias, estágios.

06 2.7 Suprimento de fundos. 2.8 Restos a pagar. 2.9 Despesas de exercícios anteriores.

07 2.2 Princípios orçamentários. 2.10 Conta única do Tesouro.

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Reflexão! Sabe-se que a grande maioria das pessoas desiste dos seus sonhos quando já estão a um passo da conquista. Desistem muitas vezes por muito pouco, pois é mais fácil desistir do que prosseguir. Desistem dos estudos, do objetivo perseguido por muito tempo ou de um grande sonho, do trabalho, dos projetos, etc. Pense um pouco, neste momento, quantas coisas você deixou de fazer, no ano que passou? Tenho certeza de que devem ser várias. Eu pergunto, por que você não fez? O que lhe impediu para conseguir realizar? Pense! O sol nasce para todos, porém, a sobra é só para quem procura!

Atenção! No fim desta nota de aula estamos apresentando a lista da bateria de exercícios nela comentados, para que o aluno, a seu critério, os resolva antes de ver o gabarito e ler os comentários correspondentes.

Importante! Este curso é de teoria com exercícios, portanto, a prioridade é o conteúdo teórico, porém, mesmo assim comentarei questões suficientes para que você tenha um excelente aprendizado, na medida certa.

Atenção! Durante as nossas aulas irei discorrer passo a passo sobre a carreira Policial Federal, em especial, sobre os Cargos de Agente e Escrivão.

Sumário da aula: 1. CRÉDITOS ADICIONAIS 1.1. PRIMEIRA ESPÉCIE DE CRÉDITO ADICIONAL 1.2. SEGUNDA ESPÉCIE DE CRÉDITO ADICIONAL 1.3. TERCEIRA ESPÉCIE DE CRÉDITO ADICIONAL 2. FONTES DE RECURSOS PARA A ABERTURA DE CRÉDITOS ADICIONAIS 2.2. SUPERÁVIT FINANCEIRO 2.3. RECURSOS RESULTANTES DE ANULAÇÃO PARCIAL OU TOTAL DE DOTAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS 2.4. OPERAÇÕES DE CRÉDITO AUTORIZADAS 2.5. RECURSOS RESULTANTES DA RESERVA PARA CONTINGÊNCIAS 2.6. RECURSOS QUE, EM DECORRÊNCIA DE VETO, EMENDA OU REJEIÇÃO DO PROJETO DE LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL, FICAREM SEM DESPESAS CORRESPONDENTES, DESDE QUE HAJA PRÉVIA E ESPECÍFICA AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA 3. CLASSIFICAÇÃO DA DESPESA NA ABERTURA DE CRÉDITO ADICIONAL 4. EXIGÊNCIAS PARA A EBERTURA DE CRÉDITOS ADICIONAIS 5. QUESTÕES DE CONCURSOS PÚBLICOS

Sucesso em sua jornada! Bons estudos.

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1. CRÉDITOS ADICIONAIS

O que são créditos adicionais? O art. 40 da Lei 4.320/64 conceitua créditos adicionais da seguinte forma: “Art.40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento”. Importante! Guarde bem esse conceito literal/legal!

Interpretando o conceito: “autorizações de despesa não computadas”: são as despesas não fixadas na Lei Orçamentária Anual – LOA, porém, posteriormente autorizadas pelo Legislativo. Nessa situação (despesa não computada), caso haja necessidade, deve-se abrir créditos especiais ou extraordinários, posto que para as despesas não incluídas na lei orçamentária essa norma autoriza a abertura de crédito adicional especial ou extraordinário.

“ou insuficientemente dotadas”: são as despesas incluídas na lei orçamentária, porém, quando de sua execução os recursos foram insuficientes para a conclusão da obra, compra ou serviço. Essa situação requer a abertura de créditos suplementares, ou seja, créditos que suplementam, reforçam os existentes na Lei Orçamentária Anual - LOA.

Atenção! Às vezes cobram-se em concursos apenas o conceito de créditos adicionais, com a tentativa de confundir o candidato com as suas espécies.

Portanto, os créditos adicionais são autorizações para a realização de despesas que não foram incluídas na LOA ou que foram incluídas, porém, com valores insuficientes.

Importante! Não confundir o conceito do gênero (créditos adicionais) com qualquer uma de suas espécies (suplementares, especiais e extraordinários).

Doutrinariamente podemos considerar que os créditos adicionais são instrumentos de ajustes orçamentários, que visam à correção de falhas de planejamento da Lei Orçamentária e que “em tese” a execução do orçamento torna mais flexível ao Executivo, ou seja, mais liberdade ao Chefe do Executivo e dos demais Poderes para suplementar recursos aos projetos que ficaram por terminar em virtude da insuficiência de crédito.

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Portanto, podemos considerar que a abertura de créditos adicionais altera a LOA, posto que nessa situação a lei orçamentária estaria sendo modificada, ou seja, esse instrumento de planejamento não mais será executado conforme aprovado pelo Legislativo.

É por isso que para a abertura de créditos adicionais, estes deverão estar autorizados na LOA ou em leis especiais.

É importante esclarecer que a alteração referida tanto pode ser quantitativa (valor global) quanto qualitativa (permuta de valores).

Quando o governo (Executivo) necessita de mais recursos do que os constantes originalmente na LOA ou que não havia sido planejado para a realização de determinadas despesas, existe necessidade de que o Poder Legislativo o autorize, haja vista que é este Poder que possui competência originária na Constituição Federal para dispor (autorizar, alterar, votar, fiscalizar etc.) sobre orçamento.

Atenção! A autorização para abertura de créditos adicionais é sempre legal porque deve estar autorizada na LOA, em leis especiais ou são abertos por Medida Provisória. É a aplicação do princípio da reserva legal ou legalidade ao orçamento público.

A execução orçamentária no Brasil é sempre autorizada pelo Legislativo. Assim sendo, o orçamento brasileiro é autorizativo. Estamos “caminhando” rumo ao orçamento impositivo, tipo de orçamento que será executado, em tese, conforme aprovado pelo Legislativo, ou seja, limita-se o Executivo a realizar “manobras orçamentárias” na liberação de “verbas”. Existe projeto de Emenda à Constituição nesse sentido.

Foi cobrado em concurso! (FCC-TCM/CE/2011 – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO) As dotações previstas na LOA são chamadas de créditos orçamentários. Entretanto, durante a execução do orçamento, podem surgir necessidades que não estavam previstas inicialmente. Nesse caso, o Poder Público pode utilizar os créditos adicionais, que são autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na LOA. Os créditos adicionais classificados como suplementares e especiais podem (A) ser abertos, desde que existam recursos disponíveis para ocorrer a despesa, independentemente da sua urgência e necessidade.

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(B) ser abertos sem a existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa, em razão da sua urgência e necessidade. (C) ficar abertos sem a existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa por, no máximo, trinta dias. (D) ser autorizados por decreto, em razão da sua urgência e necessidade. (E) ser abertos, desde que existam recursos disponíveis para ocorrer a despesa, salvo no caso de guerra, independentemente da sua urgência e necessidade.

Resolução Os créditos adicionais suplementares são destinados a reforço de dotação orçamentária (art. 41, I, da Lei nº 4.320/64). Esses créditos possuem relação direta com o orçamento, já que suplementam dotações existentes na lei orçamentária anual. Portanto, a abertura de créditos suplementares significa existência de um programa de trabalho ou um projeto (despesa) estabelecido na LOA, porém, quando de sua execução verificou-se que tal crédito não foi suficiente. Os créditos adicionais especiais são destinados a atender despesas para as quais não haja dotação ou categoria de programação orçamentária específica na LOA (art. 41, inciso II, da Lei nº 4.320/64). Visam a atender despesas novas, não previstas na lei orçamentária anual, mas que surgiram durante a execução do orçamento. Essa situação pode ocorrer em função de erros de planejamento (não inclusão da despesa na LOA) ou de novas despesas surgidas durante a execução orçamentária. Atenção! Não confundir créditos especiais com extraordinários. Estes (extraordinários), conforme previsto no § 3º do art. 167 da CF/88, estabelece que a abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62, ou seja, na União a sua abertura será através de Medida Provisória, que depois será imediatamente submetida ao Congresso Nacional para fins de deliberação. Conclusão: Os créditos adicionais classificados como suplementares e especiais podem ser abertos, desde que existam recursos disponíveis para ocorrer a despesa, independentemente da sua urgência e necessidade. Letra A.

Continuando nosso estudo...

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Os créditos adicionais são classificados em três tipos: √ Suplementares; √ Especiais; √ Extraordinários. Portanto, poderíamos dizer que crédito adicional é o gênero e as suas espécies são os suplementares, especiais e extraordinários, conforme demonstrado abaixo:

Conceito de crédito: Em linguagem técnica de orçamento o termo “crédito” significa uma autorização para realizar gastos ou despesas públicas e não se confunde com recursos financeiros.

O crédito, quando disponível no Sistema Integrado de Administração Financeira - siafi para uma unidade orçamentária qualquer, significa que essa unidade gestora pode ultimar os procedimentos para a realização das despesas.

No SIAFI, dentre os diversos documentos existentes, há um documento denominado Nota de Crédito – NC, destinado à transferência de crédito para as Unidades Orçamentárias e outro denominado de Ordem Bancária – OB, cuja finalidade é transferir recursos entre as unidades integrantes do sistema.

Portanto, quando uma unidade orçamentária recebe uma nota de crédito no SIAFI, a partir daí podem iniciar-se os procedimentos para realização das despesas, ou seja, se não for o caso de dispensa ou inexigibilidade de licitação, instaura-se o procedimento licitatório. Concluído o procedimento licitatório e assinado o contrato, se for o caso, os próximos passos são empenhar e liquidar as despesas. A partir da liquidação, a despesa entra em compasso de espera, aguardando a

Créditos adicionais

Suplementares Especiais Extraordinários

Gênero

Espécies

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ordem bancária (recurso financeiro) para que seja realizado o pagamento ao credor.

Após essas poucas considerações acerca do que seja créditos adicionais e da diferença entre crédito e recurso financeiro, passaremos a bordar cada uma das espécies de créditos adicionais.

1.1. PRIMEIRA ESPÉCIE DE CRÉDITO ADICIONAL

Créditos adicionais suplementares: São os créditos destinados a reforço de dotação orçamentária (art. 41, I, da Lei nº 4.320/64). Esses créditos possuem relação direta com o orçamento, já que suplementam dotações existentes na lei orçamentária anual. Portanto, a abertura de créditos suplementares significa existência de um programa de trabalho (despesa) estabelecido na LOA e que esse crédito foi insuficiente.

Exemplo: Foi incluído e aprovado na LOA de 2009, para execução em 2010, um programa de trabalho referente à construção de uma escola no valor total de $ 80.000,00. Em 2010, ao ser executada a despesa na construção da escola verificou-se que o valor aprovado não foi suficiente e que a conclusão da obra ainda irá demandar investimento na ordem de $ 20.000,00. Assim, a alternativa legal será a solicitação ao Legislativo, através de (projeto de lei especial de crédito adicional suplementar) para a abertura de um crédito suplementar de $ 20.000,00 para conclusão da obra. Lembrando que essa autorização poderá estar prevista na própria LOA, porém, caso o percentual autorizado esteja esgotado, não resta alternativa ao Executivo que não seja a solicitação supramencionada.

Portanto, conforme mencionado, o Poder Legislativo pode autorizar a abertura de crédito adicional suplementar na própria LOA, até determinado valor.

Exemplo: na LOA para 2010, Lei nº 12.214, de 26 de janeiro de 2010, os artigos 4º e 5º estabelecem as formas, procedimentos e percentuais para que o Chefe do Poder Executivo realize abertura de créditos adicionais suplementares. Os percentuais variam de acordo com o tipo de gasto.

Essa previsão está prevista na Constituição Federal/88 e constitui exceção ao princípio da exclusividade, onde, “em tese”, a LOA não pode

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tratar de dispositivos estranhos à previsão de receita e à fixação de despesa (art. 165, § 8º, da CF).

Portanto, a abertura de crédito adicional suplementar somente poderá ser realizada quando a despesa estava fixada na lei orçamentária, porém, o crédito não foi suficiente para cobrir o total do gasto.

Exemplo: Em um programa de trabalho (construção de uma sala de videoconferência) em uma unidade orçamentária “X” do Poder Executivo foram fixados os seguintes gastos: Material de construção 10.000,00 Material elétrico 5.000,00 Material hidráulico 4.000,00 Janelas e persianas 3.000,00 Ar-condicionado 10.000,00 Kit audiovisual 30.000,00 Total 62.000,00 Durante o exercício financeiro, ao executar o projeto (obra) verificou-se que o valor de $ 62.000,00 foi insuficiente e havia necessidade de mais $ 3.000,00. Assim sendo, para concluir a obra o gestor solicitou ao Poder Executivo um crédito suplementar de $ 3.000,00.

É importante observar que, caso não existisse a possibilidade do Legislativo autorizar a abertura de crédito suplementar na própria LAO, numa situação semelhante à apresentada, o Poder Executivo teria que pedir autorização ao Legislativo, através de projeto de lei para suplementar os $ 3.000,00 da obra. Não é difícil perceber que seria muita “burocracia”.

Pode-se observar que a técnica de autorização para abertura de crédito suplementar na lei orçamentária torna bem mais ágil e dinâmica a gestão dos recursos públicos.

Como o próprio nome indica, créditos suplementares suplementam (acrescentam) recursos aos programas de trabalho (despesas) previstos na LOA e que não foram suficientes.

Foi cobrado em concurso! (FCC-TRE/AL/2010 – ANAL. JUD. CONTABILIDADE) O mecanismo utilizado para reforçar dotação orçamentária que se tornou insuficiente durante o exercício denomina-se crédito (A) complementar.

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(B) especial. (C) extraordinário. (D) suplementar. (E) ordinário.

Resolução Quando determinado projeto ou programa de trabalho contemplado na LOA não foi concluído por falta de crédito, a técnica orçamentária adequada é utilizar-se do mecanismo de abertura de crédito adicional. Os créditos adicionais (suplementares, especiais e extraordinários) são mecanismos denominados de alterações orçamentárias porque sua utilização altera o orçamento para mais ou apenas com a permuta de valores (fato permutativo), a exemplo da abertura de crédito adicional através de anulação de valores de determinada despesa e transferência/remanejamento para outra de mesmo valor. Análise das opções: A) O crédito adicional complementar não existe como uma das espécies existentes. Importante! Crédito adicional é o gênero e suas espécies são: suplementares, especiais e extraordinários. ERRADO. B) Para reforçar dotação orçamentária não se utiliza do crédito especial. Este pode ser utilizado quando a despesa não estava prevista na LOA, ou seja, para despesas que surgem ao longo da execução orçamentária, porém, tais despesas não forma FIXADAS na LOA. ERRADO. C) O § 3º do art. 167 da CF/88 estabelece que a abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62, ou seja, na União a sua abertura será através de Medida Provisória, que depois será imediatamente submetida ao Congresso Nacional para fins de deliberação. ERRADO. D) O crédito adicional SUPLEMENTAR é utilizado para reforçar dotação orçamentária que se tornou insuficiente durante o exercício financeiro. Ou seja, destina-se a reforçar determinado gasto para concluir a obra ou o serviço a ser prestado. CERTO. E) Crédito ordinário não é espécie de crédito adicional. Letra D.

O que ocorre quando o Executivo esgota o limite dos créditos suplementares previstos na LOA? Depois de esgotados os créditos suplementares autorizados na LOA, aí sim, toda vez que for necessário suplementar uma obra ou serviço o Executivo terá que pedir autorização ao Legislativo através de projeto

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de lei, posto que é este Poder que tem competência para dispor sobre orçamento, ou seja, autorizar despesas.

O crédito suplementar é autorizado por lei e aberto por decreto do Poder Executivo. A sua abertura depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer à despesa e será precedida de exposição fundamentada ou justificada.

Portanto, existem duas formas ou possibilidades do Executivo abrir créditos suplementares: ◊ através de autorização na própria LOA – autorização genérica; ◊ através de lei especial – autorização específica.

Foi cobrado em concurso! Ainda com relação aos orçamentos públicos, julgue o item a seguir.

(CESPE/MPU 2010 - TÉCNICO DE APOIO ESPECIALIZADO/ORÇAMENTO) Créditos suplementares poderão estar autorizados na LOA aprovada.

Resolução Perfeito! O § 8º do art. 165 da CF/88 assim estabelece: “A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.” Com base na literalidade do texto constitucional e em atendimento ao princípio da exclusividade, na LOA só pode ser autorizado a abertura de créditos suplementares. O verbo é exatamente como está no comando da questão. Poderão ser autorizados na própria LOA, abertura de créditos suplementares, exceção constitucional. Pode-se observar que a CF/88 faculta os Poder Legislativo autorizar, não é obrigação. CERTO.

Importante! Cada projeto de lei de crédito adicional deverá restringir-se a uma única espécie de crédito adicional.

Exemplo: O Governo Federal não pode enviar um projeto de lei solicitando autorização para abertura de $ 15 milhões de créditos adicionais, sendo $ 10 milhões de créditos suplementares e $ 5 milhões

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de créditos especiais. Deverá encaminhar um projeto de lei para cada espécie de crédito adicional.

Atenção! Regra específica para a União! Os créditos adicionais aprovados pelo Congresso Nacional serão considerados automaticamente abertos com a sanção e publicação da respectiva lei (art. 56, § 8º, LDO 2009).

Portanto, conforme a LDO da União, os créditos adicionais aprovados pelo Congresso Nacional serão considerados automaticamente abertos com a sanção e publicação da respectiva lei especial.

O art. 63 da LDO/09 repete as normas da LDO/08, estabelecendo que a reabertura dos créditos especiais e extraordinários, conforme disposto no art. 167, § 2o, da Constituição será efetivada, quando necessária, mediante ato próprio de cada Poder e do Ministério Público da União, até 31 de janeiro de 2010. Por ato próprio entende-se: Decreto para o Chefe do executivo e Resolução ou Portaria para os demais Poderes, inclusive o Ministério Público.

Atenção! Dois princípios constitucionais da administração pública foram legalmente incorporados às normas orçamentárias, posto que a LDO 2009 (art. 103) expressamente inseriu os princípios da impessoalidade e publicidade. Cuidado! A ESAF e o CESPE gostam de novidades!

Princípio da impessoalidade orçamentária: Esse princípio estabelece que a execução da Lei Orçamentária e de seus créditos adicionais obedecerá ao princípio constitucional da impessoalidade na Administração Pública, não podendo ser utilizada para influir na apreciação de proposições legislativas em tramitação no Congresso Nacional (art. 103).

Princípio da publicidade orçamentária: Em obediência ao princípio da publicidade a LDO/2009 determina que na execução orçamentária e financeira do exercício de 2010, as transferências voluntárias de recursos da União, cujos créditos orçamentários não identifiquem nominalmente a localidade beneficiada, inclusive aquelas destinadas genericamente a Estado, fica condicionada à prévia divulgação na internet, pelo concedente, dos critérios de distribuição dos recursos, levando em conta os indicadores sócio-econômicos da população beneficiada pela respectiva política pública (art. 42).

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Ficou constatada em diversas Comissões Parlamentares de Inquérito que tem sido muito comum a liberação de recursos, inclusive através de créditos adicionais, para as emendas parlamentares com o intuito de influir nos anseios do Legislativo (parlamentares).

Para coibir essa prática está sendo inserido artigo nas LDOs vedando a execução orçamentária direcionada para beneficiar aliados ou para influir nas proposições legislativas.

Síntese das regras atuais relativas a abertura dos créditos adicionais: Créditos adicionais suplementares autorizados na própria LOA.

Serão abertos por decreto do executivo.

Reabertura de créditos especiais ou extraordinários (somente para os abertos nos últimos 4 meses do exercício financeiro e que ainda existem saldos)

Serão reabertos, no ano seguinte, por decreto do executivo em até 30 dias após a publicação da Lei Orçamentária.

Abertura de créditos suplementares (depois de esgotados os limites da LOA) ou especiais

Serão abertos automaticamente com a sanção e publicação da respectiva lei especial.

Foi cobrado em concurso! Considere a seguinte situação hipotética. Um prefeito municipal encaminhou projeto de lei orçamentária à Câmara Municipal. No projeto, consta dispositivo que autoriza o Poder Executivo a abrir créditos adicionais até o correspondente a 20% da despesa total autorizada. Nessa situação, a solicitação do prefeito municipal tem amparo legal, podendo a Câmara Municipal, entretanto, autorizar outro percentual ou mesmo rejeitar o dispositivo.

Resolução Dentre os créditos adicionais (suplementares, especiais e extraordinários), a CF permite que o Poder Legislativo autorize somentea abertura de créditos suplementares (art. 165, § 8º). Assim sendo, a questão está incorreta.

Importante! O crédito adicional suplementar tem sempre vigência dentro do exercício financeiro, portanto, não pode passar saldo para o ano subseqüente.

As LDOs da União têm determinado que deverão acompanhar os projetos de lei relativos a créditos suplementares de órgãos do Poder

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Judiciário e do Ministério Público da União, pareceres do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público.

Excetuam-se dessa regra os projetos de lei para abertura de créditos suplementares relativos ao Supremo Tribunal Federal à Procuradoria-Geral da República.

Características dos créditos suplementares: ◊ A despesa deve estar fixada no orçamento (LOA), porém, o crédito não foi suficiente para atender o respectivo gasto; ◊ A abertura do crédito depende de indicação prévia da fonte de recursos para suportar a despesa; ◊ Os previstos na LOA são abertos por Decreto do Executivo. Depois de esgotados, serão automaticamente abertos com a sanção e publicação da lei especial; ◊ Não podem ser reabertos no exercício financeiro seguinte. Sua vigência está adstrita ao ano de sua abertura. ◊ Para os Estados, Distrito Federal e Municípios, os procedimentos para realização são os mesmo da União; ◊ Um mesmo projeto de lei não pode versar sobre mais de uma espécie de crédito adicional. Assim, o Executivo não pode, em único projeto de lei, solicitar a abertura de um crédito suplementar e um especial; ◊ Existe a necessidade de autorização legislativa prévia para a sua abertura. Autorização prévia na LOA ou em lei especial.

1.2. SEGUNDA ESPÉCIE DE CRÉDITO ADICIONAL

Créditos adicionais especiais: são destinados a atender despesas para as quais não haja dotação ou categoria de programação orçamentária específica na LOA (art. 41, inciso II, da Lei nº 4.320/64). Visam a atender despesas novas, não previstas na lei orçamentária anual, mas que surgiram durante a execução do orçamento. Essa situação pode ocorrer em função de erros de planejamento (não inclusão da despesa na LOA) ou de novas despesas surgidas durante a execução orçamentária.

Portanto, o crédito especial cria novo item de despesa e se destina a atender um objetivo não previsto quando da elaboração da proposta orçamentária. Exemplo: Uma ponte foi destruída na BR 153 em virtude de chuvas torrenciais. Para a construção de uma nova ponte o governo deverá abrir crédito especial, haja vista que esta despesa não estava prevista na LOA.

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Caso a reconstrução da ponte seja urgente em virtude da não possibilidade de abertura de um desvio para a passagem dos automóveis e essa situação tenha causado uma verdadeira calamidade, pode ser o caso de créditos extraordinários.

A abertura de crédito especial não pode ser autorizada na LOA, mas sim, em lei especial. O crédito especial é autorizado por lei e aberto automaticamente com a sanção e publicação da lei especial.

Atenção! A previsão de que o crédito especial é autorizado por lei e aberto automaticamente com a sanção e publicação da lei especial vem sendo regulamentado nas LDOs da União. A Lei 4.320/64 não estabelece esse procedimento. Portanto, para fins de concurso do CESPE fique com as determinações estabelecidas nas LDOs, exceto quando o comando da questão especificar ou exigir conforme a lei 4.320/64.

Fique atento! Para provas elaboradas pela ESAF ou CESPE, caso seja mencionado que na União a abertura dos créditos especiais são autorizados por lei e abertos automaticamente com a sanção e publicação da lei especial de autorização, esse procedimento está conforme regulamentação das LDOs da União.

Em princípio, os créditos especiais terão vigência dentro do exercício financeiro em que foram abertos, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subseqüente (art. 167, § 3º, CF/88).

Importante! Se a lei de autorização do crédito especial for promulgada nos últimos quatro meses do exercício financeiro e ainda existir saldo não utilizado, em 31 de dezembro, este valor será reaberto no exercício subseqüente e incorporado ao orçamento.

Atenção! Essa reabertura gera um saldo financeiro e, em conseqüência, aumenta o superávit ou diminui o déficit financeiro. Portanto, essa receita incorporada ao orçamento subseqüente é extra-orçamentária.

Exemplo 1: Suponha-se que o governo solicitou abertura de um crédito especial de $ 2 milhões para a construção de um centro de controle de zoonozes não previsto na LOA. A lei de autorização foi sancionada e publicada em 20 de setembro de 2009. Os procedimentos de gastos foram realizados e em 31 de dezembro deste mesmo ano ainda não

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havia sido totalmente construída a obra e restava um saldo de $ 500 mil. Supondo que houve superávit financeiro no exercício de 2009, esse saldo de $ 500 mil fez aumentar as disponibilidades financeiras em 31/12. Assim sendo, em 2010, até 30 dias após a publicação da LOA, o governo irá reabrir o saldo remanescente (não utilizado em 2009) de $ 500 mil. O valor supracitado é uma receita extra-orçamentária, haja vista que no exercício anterior “entrou” como receita orçamentária.

Exemplo 2: Em 30 de novembro de 2009 foi promulgada uma lei especial autorizando a Presidência da República a abrir um crédito especial no valor de $ 250.000.000. Em 31 de dezembro de 2009 ainda restava um saldo de $ 50.000.000 No ano de 2009, em 30/12 foi apurado um superávit financeiro de $ 850.000.000 sem o cômputo dos $ 50.000.000. Em 31/12, em função do saldo do crédito especial não utilizado, o superávit financeiro apurado foi de $ 900.000.000. O valor de $ 50.000.000 poderá ser reaberto em até 30 dias após a publicação da LOA, ou seja, em 2010.

Atenção! A reabertura dos créditos especiais não é obrigatória, exceto quando a obra pela qual surgiu a despesa não foi concluída. Caso não tenha sido concluída a obra, a reabertura do crédito especial é obrigatória e a despesa deverá ser empregada no mesmo projeto de gasto.

O crédito especial aberto no exercício financeiro altera literalmente a despesa prevista na LOA porque é uma dotação que não estava prevista no orçamento.

As LDOs da União têm determinado que deverão acompanhar os projetos de lei relativos a créditos especiais de órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público da União, pareceres do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público.

Excetuam-se dessa regra os projetos de lei para abertura de créditos especiais relativos ao Supremo Tribunal Federal à Procuradoria-Geral da República.

Características dos créditos especiais: ◊ A despesa não está fixada no orçamento (LOA); ◊ A abertura do crédito depende da indicação prévia da fonte de recursos para a realização da despesa;

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◊ São abertos automaticamente com a sanção e publicação da lei de autorização (lei especial), no caso da União. A Lei nº 4.320/64 não prevê essa hipótese; ◊ Os saldos remanescentes dos créditos abertos nos últimos 4 meses do exercício financeiro deverão ser reabertos por Decreto do Executivo, caso a obra não tenha sido concluída, em até 30 dias após a publicação da lei orçamentária. Esse prazo de 30 dias vem sendo regulamentado nas LDOs da União e não existe essa previsão na Lei nº 4.320/64; ◊ Os saldos remanescentes dos créditos abertos nos últimos 4 meses do exercício financeiro poderão ser reabertos por Decreto do Executivo, caso a obra tenha sido concluída, em até 30 dias após a publicação da lei orçamentária; ◊ Não se aplica aos casos de despesas urgentes e imprevisíveis. Essa previsão é para os créditos extraordinários (art. 167, § 3º da CF); ◊ Existe a necessidade de autorização legislativa prévia para a sua abertura. Não pode ser na própria LOA.

1.3. TERCEIRA ESPÉCIE DE CRÉDITO ADICIONAL

Créditos adicionais extraordinários: destinam-se a atender somente

despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública (art. 167, § 3º da CF e art. 41, inciso III, da Lei nº 4.320/64).

Atenção! O termo “como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública” significa que esses fatos imprevisíveis são apenas exemplificativos, ou seja, admitem-se outros fatos não enumerados na CF. Importante! Os créditos extraordinários, como o próprio nome indica, pela urgência que os motiva não necessitam de autorização legislativa prévia para a sua abertura.

Os créditos extraordinários são abertos por medida provisória e submetidos imediatamente ao Poder Legislativo (art. 167, § 3º, c/c art. 62 da CF).

Esse procedimento é inverso aos realizados para a abertura dos créditos suplementares e especiais. Isto é, no caso de despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, o Presidente da República realiza a abertura de créditos extraordinários por meio de Medida Provisória e a encaminha ao Legislativo. Enquanto ainda não apreciada pelo CN, o governo poderá iniciar a realização dos gastos necessários.

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E se a Medida Provisória for rejeitada pelo Congresso Nacional? Nessa situação o Congresso Nacional deve regulamentar, mediante Resolução, as situações geradas, ou seja, as situações quanto aos gastos realizados.

Exemplo: O Congresso nacional pode estabelecer que a despesa realizada deva ser coberta com a anulação ou o remanejamento de despesas fixadas para o pagamento da dívida externa. Relembrando! No caso dos créditos suplementares e especiais, primeiro existe a autorização do Congresso Nacional, em seguida, o governo realiza a abertura dos respectivos créditos.

Em princípio, os créditos extraordinários terão vigência dentro do exercício financeiro em que foram abertos, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subseqüente (art. 167, § 2º, da CF).

Portanto: Créditos suplementares: terão vigência SEMPRE dentro do exercício financeiro; Créditos especiais e extraordinários: em princípio, terão vigência dentro do exercício financeiro, caso o ato de autorização seja publicado nos últimos 4 meses do exercício financeiro, poderão ser reabertos pelos seus saldos no exercício subseqüente.

Características dos créditos extraordinários: ◊ Imprevisibilidade do fato, que requer ação urgente do poder público; ◊ A despesa não está prevista no orçamento (LOA); ◊ A abertura do crédito independe da indicação prévia da fonte de recursos para correr a despesa. Se quiser, o governo pode indicar a fonte de recursos, não existe proibição nesse sentido; ◊ Abertos por Medida Provisória na União e nos Estados onde existe previsão de edição de MP em suas constituições. Nos Municípios e nos Estados onde não existe previsão de edição de MP, a abertura será por Decreto do Poder Executivo. A Lei 4.320/64 não prevê a edição de MP. Essa regra encontra-se na CF/88. ◊ Se o ato de autorização for publicado nos últimos 4 meses do exercício financeiro, os saldos remanescentes em 31 de dezembro podem ser reabertos (transferidos) para o exercício seguinte; ◊ Não há necessidade de autorização legislativa prévia para a sua abertura e não pode ser autorizado na própria LOA. Assim, a autorização legislativa é a posteriori.

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◊ Abertura admitida somente para: a) Atender despesas imprevisíveis E urgentes; b) Tipos de despesas (não exaustivas): b1) Decorrentes de guerra; b2) Comoção interna – Exemplo: Epidemias – “gripe suína”; b3) Calamidade pública – Exemplo: Enchentes e deslizamento de terras em Santa Catarina.

Foi cobrado em concurso! No que se refere aos créditos orçamentários adicionais, julgue o item a seguir.

(CESPE/MPU 2010 – ANALISTA DE CONTABILIDADE – PERITO) Em caso de comoção intestina, o presidente da República poderá editar medida provisória de abertura de créditos extraordinários ou especiais que terão vigência no exercício financeiro, salvo se a edição ocorrer nos últimos quatro meses do exercício, quando, então, serão incorporados ao exercício financeiro subsequente.

Resolução O § 3º do art. 167 da CF/88 estabelece que a abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62.

A Lei 4.320/64 estabelece acerca do assunto da seguinte forma: Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em: I - suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária; II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica; III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública. Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e abertos por decreto executivo.

Observe o que estabelece a CF/88: § 3º - A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62. O termo: “observado o disposto no art. 62.” Significa abertura de crédito extraordinário por medida provisória. Pode-se observar que o CESPE utilizou no comando da questão o conceito da lei 4.320/64 ao utilizar a expressão “intestina”. Porém,

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quando menciona: “...o presidente da República poderá editar medida provisória de abertura de créditos extraordinários ou especiais...”, remete à constituição federal. Porém, contudo, todavia, em nível federal (Presidente da República) a CF/88 determina que a abertura de créditos extraordinários deve ser realizada só por meio de medida provisória. Assim, créditos especiaissão abertos por Decreto do chefe do Poder Executivo, conforme previsto no art. 42 da lei 4.320/64. ERRADO.

Para fixar! Não há necessidade de que o Governo indique a fonte de recursos para a abertura dos créditos extraordinários. Essa é uma faculdade do chefe do Poder Executivo, mas não há vedação para que ele indique, ou seja, se quiser indicar, pode.

Tenho observado que o Governo Federal sempre indica a fonte de recursos.

Foi cobrado em concurso! (CESPE-PREVIC/2011 – CONTABILIDADE) A abertura dos créditos extraordinários não depende da existência de recursos orçamentários disponíveis.

Resolução Perfeito! A abertura dos créditos extraordinários não depende da existência de recursos orçamentários disponíveis. O Chefe do Executivo pode indicar os recursos, porém, não está obrigado. Importante! Caso o Chefe do Executivo tenha aberto crédito extraordinário sem indicação da fonte de recursos durante o exercício financeiro e haja necessidade de abrir um crédito suplementar no qual indique a fonte de recursos proveniente do excesso de arrecadação, no cálculo deve-se excluir o valor do crédito extraordinário aberto. Exemplo: Crédito extraordinário aberto no valor de 100.000, no mês de junho de “X0”; Excesso de arrecadação apurado em agosto de “X0” no valor de 500.000 e necessidade de abertura de crédito suplementar no valor de 500.000. Neste caso o Chefe do Executivo deve descontar do excesso de arrecadação o valor de 100.000. Assim, só poderá abrir 400.000 de crédito suplementar. CERTO.

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Portanto, atenção! Caso o governo não indique a fonte de recursos para a abertura dos créditos extraordinários, quando for abrir créditos suplementares ou especiais indicando como fonte de recursos o excesso de arrecadação, terá que deduzir importância dos créditos extraordinários abertos no exercício (art. 43, § 4°, da Lei nº 4.320/64).

Exemplo: Suponha-se que em setembro e outubro de 2009 a Prefeitura Municipal de Guarapari realizou abertura de créditos extraordinários totalizando $10.000,00 e não indicou a fonte de recursos. Em dezembro do mesmo ano resolveu abrir um crédito especial no valor de $ 40.000,00 e indicou como fonte de recursos o excesso de arrecadação apurado no valor de $ 60.000,00.

Na situação apresentada, qual o valor que essa prefeitura poderá utilizar para abrir crédito suplementar ou especial? Cálculo: Excesso de arrecadação apurado 60.000,00 (-) Valor utilizado na abertura de créditos extraordinários (10.000,00)= Saldo do excesso de arrecadação 50.000,00 (-) Crédito especial aberto em dezembro (40.000,00) = Saldo disponível para abertura de créditosuplementar ou especial

10.000,00

Caiu no concurso do TCU! Considere a seguinte situação hipotética. Para atender despesas urgentes, que decorreram de situação de calamidade pública, um prefeito municipal editou decreto abrindo crédito extraordinário, sem, no entanto, indicar os recursos compensatórios. Nessa situação, a solução adotada tem amparo legal, havendo a obrigatoriedade, entretanto, de que o valor do crédito extraordinário seja compensado quando da utilização de recursos provenientes de excesso de arrecadação para a abertura de créditos adicionais.

Resolução 1. O instrumento normativo para a abertura de créditos extraordinários que tem sido utilizado pelas prefeituras é o Decreto. Importante! Apesar de não constar de forma explicita na Constituição Federal, há entendimento doutrinário de que Estados e Municípios podem editar medidas provisórias. Existem constituições estaduais com essa previsão, a exemplo das dos Estados do Tocantins, Santa Catarina, Piauí etc. Entretanto, no caso dos municípios, há que existir a previsão na constituição estadual e na lei orgânica municipal (in Direito Constitucional, 16ª edição, p. 580).

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Porém, Para fins de concurso tem sido considerada correta a afirmação de que prefeitos e governadores abrem créditos extraordinários por meio de decreto. 2. Conforme demonstrado no quadro acima, o Prefeito deverá compensar o valor dos créditos extraordinários abertos, caso tenha realizado. 3. Acho que essa parte final é do conhecimento de poucos. Um alerta! Nunca se descuide de dar uma lida nos artigos da Lei nº 4.320/64, principalmente dos tópicos mais solicitados em concurso (princípios gerais, orçamento, receita, despesa, balanços públicos, etc.).

Portanto, existe a obrigatoriedade de que o valor do crédito extraordinário seja compensado quando da utilização de recursos provenientes de excesso de arrecadação para a abertura de créditos adicionais. Não se esqueça! Essa compensação só existe quando a fonte de recursos indicada for o excesso de arrecadação. Pelo exposto, a opção está corretíssima!

Nunca é demais repetir! Se a lei de autorização do crédito extraordinário for promulgada nos últimos quatro meses do exercício financeiro, esses créditos poderão ser reabertos no exercício subseqüente, pelos saldos remanescentes.

Atenção! A reabertura dos créditos extraordinários será efetivada, quando necessária, mediante decreto do Presidente da República, até trinta dias após a publicação da lei orçamentária.

Questionamento importante! O governo pode abrir um crédito adicional e depois cancelá-lo? SIM, a qualquer momento. A abertura não obriga que o Executivo execute a despesa.

Assim, podem ser anulados créditos adicionais extraordinários, suplementares ou especiais.

Atenção! O cancelamento de créditos suplementares ou especiais gera fonte de recursos para a abertura de novos créditos adicionais. Porém, o cancelamento de créditos extraordinários não pode ser fonte de recursos porque nem mesmo é indicada a fonte de recurso para sua abertura.

Se o crédito extraordinário foi aberto sem indicação da fonte de recursos, como pode sua anulação constituir fonte de recurso para a abertura de outros créditos adicionais?

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Regra importante para todos os tipos de créditos adicionais: Os créditos adicionais serão contabilizados como suplementares, especiais ou extraordinários, independentemente de a fonte utilizada para viabilizá-los ser o cancelamento de dotações.

É muita informação? Está cansado(a)? A nota de aula está chata? Vai ter que agüentar se quiser ganhar bem! Ainda não estamos no meio da nota de aula! Então, descanse e tome uma água ou um cafezinho!

2. FONTES DE RECURSOS PARA A ABERTURA DE CRÉDITOS ADICIONAIS

Importantíssimo! Quais são as fontes de recursos possíveis para a abertura de créditos adicionais?

A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa (art. 43, da Lei nº 4.320/64).

A Constituição Federal veda a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes (art. 167, V).

Portanto, a abertura dos créditos suplementares e especiais deverá ser justificada e indicar as fontes de recursos, conforme estabelecidos na Constituição Federal, na Lei nº 4.320/64, LOA e na LRF.

Fontes de recursos: � Superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior,encerrado em 31/12 (art. 43, § 1º, inciso I, da Lei nº 4.320/64).

� Os provenientes de excesso de arrecadação (art. 43, § 1º, inciso II, da Leinº 4.320/64).

� Os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou decréditos adicionais, autorizados em Lei (art. 43, § 1º, inciso III, da Lei nº4.320/64);

� O produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridicamentepossibilite ao poder executivo realizá-las (art. 43, § 1º, inciso IV, da Lei nº4.320/64).

� Os resultantes da reserva para contingências, estabelecido na LOA (art. 5º,inciso III, alínea b, da LRF).

� Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de

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lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes, desde quehaja prévia e específica autorização legislativa (art. 166, § 8º, da CF).

A seguir demonstraremos os conceitos e como deverão ser indicadas as fontes de recursos para a abertura de créditos adicionais.

2.1. SUPERÁVIT FINANCEIRO

O que é superávit financeiro? O superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de credito a eles vinculadas. Exemplo: BALANÇO PATRIMONIAL EM 31/12/2009 – ÓRGÃO XATIVO PASSIVOAtivo financeiro Passivo financeiro Caixa 3.000 Restos a pagar 5.000 Bancos 10.000 Depósitos 2.000 Aplicações financeiras 7.000 Impostos a recolher 3.000 Ativo Permanente Passivo permanenteImóveis 10.000 Dívida fundada 15.000

Saldo patrimonial 5.000 Total do ativo 30.000 Total do passivo 30.000

Cálculo do superávit financeiro: Total do Ativo financeiro 20.000 (-) Total do passivo financeiro (10.000)= Superávit financeiro em 31/12/2009 10.000 Comentários: 1. O superávit ou déficit financeiro é apurado no Balanço Patrimonial. Cuidado nº 1! As bancas de concursos tentam “pegar” os candidatos desavisados ou “afoitos”, informando que esse superávit ou o déficit é apurado no balanço financeiro. 2. Esse superávit é considerado uma fonte de recursos para a abertura créditos suplementares e especiais. Cuidado nº 2! O superávit considerado como fonte de recursos é o apurado no balanço patrimonial de encerramento do exercício anterior, em 31/12. 3. Superávit financeiro evidencia a liquidez financeira ou a sobra de caixa apurada no exercício anterior, geralmente essa sobra é proveniente das despesas não pagas e que foram inscritas em restos a pagar ou dos créditos especiais ou extraordinários abertos nos últimos 4 meses do exercício financeiro que não foram totalmente utilizados.

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Foi cobrado em concurso!

Considerando os dados apresentados na tabela acima, extraídos do balanço patrimonial de determinada entidade governamental, julgue o próximo item.

(CESPE/MPU 2010 – ANALISTA ATUARIAL) O superávit financeiro que servirá de base para a abertura de créditos adicionais é de R$ 30.000,00.

Resolução Questão bastante simples, porém, só consegue resolvê-la quem tem conhecimento da estrutura do Balanço Patrimonial (grupos de contas) e ainda calcular o superávit financeiro. Cálculo: Ativo financeiro R$ 1.310 (-) Passivo financeiro R$ (1.280) = Superávit financeiro R$ 30.000 Pronto! Questão resolvida! Não foi fácil? CERTO.

2.2. EXCESSO DE ARRECADAÇÃO

O que é excesso de arrecadação? Excesso de arrecadação é o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício.

Exemplo: ORÇAMENTO PARA 2009 – ÓRGÃO XRECEITA PREVISTA DESPESA FIXADAReceitas Correntes Despesas correntesTributária 3.000 Pessoal e Encargos Sociais 5.000 De serviços 10.000 Serviços de terceiros 2.000

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Patrimonial 7.000 Material de consumo 3.000 Receitas de capital Despesas de CapitalOperações de crédito 10.000 Investimentos 15.000

Inversões financeiras 5.000 Total das receitas 30.000 Total das despesas 30.000

Vamos supor que no exercício financeiro, de janeiro a junho de 2010, houve apenas abertura de um crédito extraordinário de $ 2.000.

Excesso de arrecadação até junho de 2010:

Mês Receita prevista para 2010

Receita arrecadada em 2010

Receita arrecadada em 2009

Janeiro 2.500 3.000 2.000 Fevereiro 2.500 3.000 3.000 Março 2.500 3.000 2.500 Abril 2.500 4.000 3.000 Maio 2.500 4.000 2.500 Junho 2.500 3.000 20.000 2.000 15.000 Julho 2.500 1.000 Agosto 2.500 1.000 Setembro 2.500 2.000 Outubro 2.500 3.000 Novembro 2.500 2.000 Dezembro 2.500 3.000 12.000 Total 30.000 27.000

Cálculo do excesso de arrecadação: Taxa de incremento: 1º período de 2010/1º período de 2009 = 20.000/15.000 = 1,3333, ou seja, 33,33%

Considerando que não houve inflação no período.

12.000 X 33,33% = 4.000, donde 12.000 + 4.000 = 16.000. Demonstrativo do excesso de arrecadação: Situação em 2010: Receitas arrecadadas de 01/01 a 30/06/2010 20.000 (+) Previsão de arrecadação de 01/07 a 31/12/2010 16.000 (-) Crédito extraordinário aberto (2.000) (-) Receitas previstas para o ano (30.000) = Excesso de arrecadação projetado 4.000 Comentários: 1. Com base nos cálculos apresentados o Executivo poderia fundamentar o pedido de abertura de crédito adicional suplementar ou especial, justificando e indicando como fonte de recursos o excesso de arrecadação ocorrido no primeiro semestre e mais a tendência para o segundo semestre, conforme demonstrado acima.

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2. Deve ser descontado do cálculo os créditos extraordinários abertos no período. 3. Na situação apresentada o governo ainda teria $ 4.000 de saldo para justificar a abertura de crédito adicional, indicando como fonte de recursos o excesso de arrecadação. 4. A abertura de crédito adicional com base no excesso de arrecadação altera o orçamento porque há aumento de receitas.

2.3. RECURSOS RESULTANTES DE ANULAÇÃO PARCIAL OU TOTAL DE DOTAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

O que significa anulação parcial ou total de dotações orçamentárias? São fatos meramente permutativos, onde se anulam total ou parcialmente determinadas dotações orçamentárias e remaneja os recursos para outra categoria de programação, desde que tais remanejamentos sejam permitidos na LDO ou que haja autorização legislativa. A CF veda a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa. Portanto, só se realiza remanejamento de recursos quando autorizado pelo Legislativo.

Exemplo: ORÇAMENTO PARA 2010 – ÓRGÃO X

RECEITA PREVISTA DESPESA FIXADA Receitas Correntes Despesas correntes Tributária 3.000 Pessoal e Encargos Sociais 5.000 De serviços 10.000 Serviços de terceiros 2.000 Patrimonial 7.000 Material de consumo 3.000 Receitas de capital Despesas de Capital Operações de crédito 10.000 Investimentos 15.000

Inversões financeiras 5.000 Total das receitas 30.000 Total das despesas 30.000

Anulação parcial ou total de dotações orçamentárias: Dotação inicial da despesa Necessidade real de

gasto Dotação atualizada

Pessoal e Enc. Sociais 5.000 +1.000 6.000 Serviços de terceiros 2.000 -1.000 1.000 Material de consumo 3.000 -1.000 2.000 Investimentos 15.000 +6.000 21.000 Inversões financeiras 5.000 -5.000 0,00 Total 30.000 0,00 30.000 Comentários:

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1. Pode-se verificar que a abertura de créditos adicionais através de anulações parciais ou totais de despesas não há alteração na Lei Orçamentária. 2. Como demonstrado acima, pode-se verificar que houve um crédito adicional para realizar mais despesas com investimentos, no total de $ 6.000, ou seja, a dotação inicial para investimentos que era de $ 15.000, depois do remanejamento a dotação atualizada passou para $ 21.000. 3. Para o remanejamento de recursos foi realizada anulação total de inversões financeiras ($ 5.000) e parcial de e material de consumo ($ 1.000) para adicionar aos investimentos. Pode-se verificar que esse fato não altera a LOA, o total de recursos permanece o mesmo. 4. Consideramos também a anulação de $ 1.000 de despesa com serviços de terceiros e aberto um crédito adicional suplementar de $ 1.000 para Pessoal e Encargos Sociais. 5. Observa-se que todos os créditos adicionais abertos, conforme demonstrado, são suplementares, tendo em vista que as dotações orçamentárias constavam na LOA. 6. O valor total do orçamento permaneceu em $ 30.000.

2.4. OPERAÇÕES DE CRÉDITO AUTORIZADAS

O que são operações de crédito? O conceito de operação de crédito é bastante amplo e está inserido na LRF da seguinte forma: “operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros” (art. 29, III).

Geralmente são receitas obtidas através de empréstimos internos ou externos com prazo para resgate superior a doze meses (longo prazo). Esses empréstimos compõem a dívida fundada ou consolidada do ente.

A Lei nº 4.320/64 estabelece ainda que as operações de crédito (fonte de recursos para a abertura de créditos adicionais) somente serão consideradas as com possibilidade jurídica de serem realizadas, ou seja, que o governo efetivamente as realize (arrecade) - art. 43, IV.

Exemplo: ORÇAMENTO PARA 2009 – ÓRGÃO X

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RECEITA PREVISTA DESPESA FIXADA Receitas Correntes Despesas correntesTributária 3.000 Pessoal e Enc. Sociais 5.000 De serviços 10.000 Serviços de terceiros 2.000 Patrimonial 7.000 Material de consumo 3.000 Receitas de capital Despesas de CapitalOperações de crédito 10.000 Investimentos 15.000

Inversões financeiras 5.000 Total das receitas 30.000 Total das despesas 30.000 Vamos supor que na aprovação da LOA foi autorizado o Executivo a realizar empréstimo (operações de crédito) de $ 10.000 para fins de suplementar as despesas com pessoal.

Vamos considerar ainda que durante a execução do orçamento o Executivo foi autorizado pelo CN a realizar mais $ 5.000 de operações de crédito e que essa foi a única alteração realizada no orçamento durante o exercício financeiro. BALANÇO ORÇAMENTÁRIO – 31/12/2009 – ÓRGÃO X

RECEITA PREVISTA DESPESA FIXADA Receitas Correntes Despesas correntes Tributária 3.000 Pessoal e Encargos Sociais

(2) 10.000

De serviços 10.000 Serviços de terceiros 2.000 Patrimonial 7.000 Material de consumo 3.000 Receitas de capital Despesas de CapitalOperações de crédito (1) 15.000 Investimentos 15.000

Inversões financeiras 5.000Total das receitas 35.000 Total das despesas 35.000 Comentários: 1. Observando o lado das receitas verifica-se que as receitas de capital aumentaram em mais $5.000 em função do empréstimo realizado. 2. Do lado das despesas, a dotação para Pessoal e Encargos Sociais aumentou para $ 10.000, ou seja, mais $ 5.000, em função do crédito adicional suplementar com a fonte de recursos – operações de créditos autorizadas. 3. Verifica-se que as receitas previstas e as despesas fixadas totalizavam $ 30.000. Entretanto, no balanço orçamentário em 31/12/09, a receita e despesa atualizada foi alterado para $ 35.000. Assim sendo, podemos comprovar que a abertura de crédito adicional suplementar, através da fonte de recurso operações de crédito, altera o orçamento.

2.5. RECURSOS RESULTANTES DA RESERVA PARA CONTINGÊNCIAS

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A abertura de créditos adicionais utilizando como fonte de recursos a reserva para contingências tem procedimento igual ao da anulação parcial ou total de dotações orçamentárias. Portanto, os procedimentos são os mesmos, fatos meramente permutativos que não alteram o orçamento, haja vista que a reserva para contingências deve constar na LOA como uma dotação global.

O que é a reserva para contingências? A reserva para contingência é uma dotação orçamentária não especificada e não destinada a órgão, fundo ou despesa. Deverá estar prevista na LOA e sua forma de utilização e montante serão definidos com base na receita corrente líquida. Atenção! A forma de utilização e montante deverá ser estabelecida na LDO e será destinada ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos.

Os riscos fiscais são classificados em dois grupos: ◊ Riscos orçamentários; ◊ E os riscos da dívida. Portanto, os riscos fiscais são divididos em riscos orçamentários e da dívida.

2.6. RECURSOS QUE, EM DECORRÊNCIA DE VETO, EMENDA OU REJEIÇÃO DO PROJETO DE LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL, FICAREM SEM DESPESAS CORRESPONDENTES, DESDE QUE HAJA PRÉVIA E ESPECÍFICA AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA

A situação acima está prevista no § 8º do artigo 166 da constituição Federal.

Vejamos um exemplo: Suponha a seguinte situação hipotética: O Projeto de Lei da LOA foi encaminhado ao CN da seguinte forma: Receitas previstas 100 Tributária 50 De contribuições 30 Operações de crédito 20 Despesa fixada 100 Pessoal e encargos sociais 50 Obras públicas 20 Inversões financeiras 20 Pagamento de dívidas 10 Vamos supor que o projeto de lei foi alterado, sendo rejeitado o pagamento de dívidas de $ 10 e aprovado assim:

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Assim, a LOA foi aprovada e encaminhada para o Presidente da República seguinte forma: Receitas previstas 100 Tributária 50 De contribuições 30 Operações de crédito 20 Despesa fixada 90 Pessoal e encargos sociais 50 Obras públicas 20 Inversões financeiras 20 Nessa situação, a receita ficou maior, ou seja, existe uma sobra de recursos de $ 10. Conforme o art. 166, § 8º da CF, esse valor poderá ser utilizado como fonte de recursos para a abertura de créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica aprovação legislativa. Se o governo resolver utilizar essa fonte de recursos para utilização em obras públicas e supondo que não houve nenhuma outra alteração na LOA, no momento da abertura, o orçamento ficaria assim: Receitas previstas 100 Tributária 50 De contribuições 30 Operações de crédito 20 Despesa fixada (dotação atualizada) 100 Pessoal e encargos sociais 50 Obras públicas 30 Inversões financeiras 20 Observem que a dotação para obras públicas era de $ 20, com a abertura do crédito adicional suplementar dos $ 10 que ficaram sem despesas, essa dotação passou para $ 30.

Atenção! O termo “com prévia e específica aprovação legislativa”significa que o Executivo deverá obter do legislativo específica autorização para utilizar essa sobra de recursos, ou seja, na autorização deverá ser especificado onde o governo deverá realizar o gasto.

Essa fonte de recursos altera o orçamento? O assunto é polêmico! Entretanto entendo que não há alteração da LOA, mas apenas recomposição da situação anterior (projeto de lei).

Pode-se verificar que com a alteração da LOA no CN, o orçamento ficou desequilibrado. Também, o governo não está obrigado a utilizar essa fonte de recurso. Entendo que para fins de concurso dificilmente será cobrado um questionamento não pacífico na doutrina.

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Recordando! A abertura de crédito adicional através das fontes de recursos abaixo enumeradas não altera o orçamento, haja vista que são fatos permutativos, ou seja, retira recurso de uma fonte e acrescenta em outra. Fontes de recursos que não alteram o orçamento: � Anulação parcial ou total de dotações orçamentárias; � Os resultantes da reserva para contingências; � Recursos que em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual ficarem sem despesas correspondentes.

3. CLASSIFICAÇÃO DA DESPESA NA ABERTURA DE CRÉDITO ADICIONAL

O ato normativo que abrir crédito adicional indicará a importância, a espécie do mesmo e a classificação da despesa, até onde for possível.

O art. 6º da Portaria STN nº 163/01 determina que na lei orçamentária, a discriminação da despesa, quanto à sua natureza, far-se-á, no mínimo, por categoria econômica, grupo de natureza de despesa e modalidade de aplicação.

O quadro seguinte sintetiza as principais características das três espécies de crédito adicional:

Características dos créditos adicionais: Espécie decrédito Suplementar Especial Extraordinário

Finalidade Reforço de dotaçãoorçamentária existente naLOA.

Atender à categoria deprogramação nãocontemplada na LOA.

Atender a despesasimprevisíveis eurgentes.

Autorização Prévia, podendo ser incluídana própria LOA ou em leiespecial.

Prévia, em lei especial. Sem necessidadeprévia.

Forma deAbertura

Decreto do PE, para asautorizações na LOA, até olimite estabelecido em lei.

Automaticamente após asanção e publicação daautorização Legislativa,até o limite estabelecidoem lei.

Por meio de MedidaProvisória (União) ouDecreto (Estados eMunicípios).

Recursos Indicação obrigatória Indicação obrigatória Independe de indicação,ou seja, é facultativa.

Valor/Limite Obrigatório, indicado na leiObrigatório, indicado naObrigatório, indicado na

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de autorização e no decretode abertura.

lei de autorização. medida provisória(União) ou no Decreto(Estados e Municípios).

Vigência Sempre no exercíciofinanceiro em que foiaberto.

Em princípio, noexercício financeiro emque foi aberto.

Em princípio, noexercício financeiro emque foi aberto.

Prorrogação Não permitida. Quando autorizado nosúltimos 4 meses doexercício financeiro.

Quando autorizado nosúltimos 4 meses doexercício financeiro.

PE = Poder Executivo. LOA = Lei Orçamentária Anual.

Por fim, cabe ainda mencionarmos acerca dos créditos ilimitados. A Constituição Federal VEDA a concessão ou utilização de créditos ilimitados. Assim sendo, todos os créditos orçamentários deverão possuir valor específico e ainda deverão estar, em princípio, vinculados a um programa de trabalho.

As únicas exceções de despesas não vinculadas a um programa de trabalho são a reserva de contingência e a dotação global para investimentos em regime de execução especial prevista no parágrafo único do art. 20 da Lei nº 4.320/64.

O que são investimentos em regime de execução especial? Investimentos em regime de execução especial são dotações globais, destinadas a atender despesas de projetos ou atividades novos, sem similares e que possibilitem experiências quanto ao desdobramento da despesa em seus respectivos elementos (art. 18, parágrafo único, do Decreto nº 93.872/86).

Quando a CF veda a concessão ou a utilização de créditos ilimitados, como regra geral, está se referindo ao Princípio da especificação ou especialização: esse princípio impõe a classificação e designação dos itens de gasto que devem constar na LOA. Essa regra constitucional veada a inclusão de valores globais, de forma genérica, ilimitados e sem discriminação dos itens de gasto na LOA. Esse princípio também está consagrado no § 1º do art. 15 da Lei nº 4.320/64 a seguir descrito: “Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por elementos”. “§ 1º. Entende-se por elementos o desdobramento da despesa com pessoal, material, serviços, obras e outros meios de que se serve a administração pública para consecução dos seus fins”.

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4. EXIGÊNCIAS PARA A EBERTURA DE CRÉDITOS ADICIONAIS As exigências básicas para abertura de crédito suplementar são: 1. Existência de recursos disponíveis; 2. Exposição de motivos, ou seja, justificativa para abertura de crédito; 3. Autorização legislativa prévia para créditos: a) Suplementares; b) Especiais. 4. Abertura por Medida Provisória na União ou nos Estados nos quais a Constituição Estadual permitem este instrumento legal. 5. Atenção! Para a Lei nº 4.320/64, a abertura de crédito extraordinário nos Estados e Municípios será por Decreto do Executivo (art. 44). Na União, a CF estabelece claramente que deve ser por MP (art. 167, § 3º).

Para finalizar, a título de curiosidade e até mesmo objetivando evitar alguma surpresa na prova iremos apresentar alguns tipos de créditos que têm sido incluídos nas LDOs a título de informações ou indicadores de resultado.

Inicial: inicial é todo e qualquer crédito incluído e aprovado na LOA.

Inicial (suplementação): é todo e qualquer crédito incluído e aprovado na LOA e posteriormente suplementado, ou seja, são os créditos suplementados mediante a abertura de crédito adicional suplementar.

Especial: Crédito aberto para atender despesas não fixadas na LOA.

Especial (suplementação): crédito aberto para atender despesas não fixadas na LOA e posterior suplementação desse crédito especial.

Especial (reabertura de crédito não utilizado): crédito especial aberto nos últimos quatro meses e não totalmente utilizado em 31/12. Assim sendo, o saldo não utilizado pode ser reaberto no exercício seguinte.

Especial reaberto (suplementação): crédito especial aberto nos últimos quatro meses e não totalmente utilizado em 31/12. O saldo não utilizado até 31/12 e reaberto no exercício seguinte pode não ter sido suficiente para a conclusão da obra ou serviço para o qual foi aberto. Assim, o governo poderá suplementar esse crédito.

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Extraordinários: créditos destinados a atender despesas imprevisíveis e urgentes. Extraordinário (reabertura de crédito não utilizado): procedimento igual ao do crédito especial.

Antecipação LDO: são os créditos utilizados antes que a LOA seja aprovada. Exemplo: inicia-se o exercício financeiro em 01/01 e a LOA ainda encontra-se em tramitação no Congresso Nacional. Com a máquina administrativa não pode parar, o governo realiza despesas conforme as regras da LDO e com base nas dotações do projeto de lei em tramitação.

Autógrafo: autógrafo refere-se a uma aprovação de créditos adicionais pelo Poder Legislativo, mediante lei especial. Ocorre quando o Poder Executivo envia mensagem encaminhando projeto de lei solicitando abertura de uma espécie de crédito adicional (suplementar, especial ou extraordinário). A aprovação pelo Legislativo dos créditos adicionais ou da LOA é denominada de autógrafo.

Atenção! Não se refere a nenhum tipo de crédito. A aprovação pelo Legislativo é que se denomina de autógrafo. Exemplo: cada lei aprovada poderia ser denominada de autógrafo 001, autógrafo 002 e assim sucessivamente. Observe uma norma dispondo acerca do assunto: A Lei nº 10.934, de 11 de agosto de 2004 que dispôs sobre as diretrizes para a elaboração da lei orçamentária de 2005 assim estabeleceu: Art. 9º, § 2º O Congresso Nacional encaminhará ao Poder Executivo os autógrafos dos projetos de lei orçamentária e de créditos adicionais também em meio eletrônico, na forma de banco de dados, com base no qual serão editadas as correspondentes leis, cuja integridade em relação ao banco de dados, para fins de publicação, será de responsabilidade do órgão central do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal. Art. 112. Até 24 (vinte e quatro) horas após o encaminhamento à sanção presidencial dos autógrafos do projeto de lei orçamentária e dos projetos de lei de créditos adicionais, o Poder Legislativo enviará ao Poder Executivo, em meio magnético de processamento eletrônico, os dados e informações relativos aos autógrafos, indicando:

Foi cobrado em concurso! (CESGRANRIO - TCE/RO – Técnico de Controle Externo – Contabilidade) O conjunto de créditos orçamentários contém as seguintes categorias de créditos: (A) iniciais, especiais, ordinários e de autógrafos.

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(B) iniciais, especiais, extraordinários e de antecipação da LDO. (C) especiais, industriais, de serviços e informais. (D) especiais, municipais, extraordinários e industriais. (E) formais, informais, iniciais e extraordinários.

Resolução a) Incorreta. Todos os itens fazem parte do conjunto de créditos, exceto o de autógrafos. b) Correta. Os créditos iniciais, especiais, extraordinários e de antecipação da LDO fazem parte do conjunto de créditos orçamentários. c) Incorreto. Não existem os créditos industriais, de serviços e informais. d) Incorreta. Não existem os créditos industriais e municipais. e) Incorreta. Não existem os créditos formais e informais.

Antes dos exercícios, que tal um cafezinho para “ativar” a memória!

5. QUESTÕES DE CONCURSOS PÚBLICOS

No que se refere aos créditos orçamentários adicionais, julgue os itens a seguir.

1. (CESPE/MPU 2010 – ANALISTA DE CONTABILIDADE – PERITO) Considerando que o balanço patrimonial da União tenha apresentado superávit financeiro no exercício anterior, os recursos provenientes desse superávit podem ser utilizados para abertura de créditos suplementares e especiais desde que autorizados por lei e que o resultado apurado não comprometa outras obrigações assumidas.

Resolução O superávit financeiro é apurado no balanço patrimonial da seguinte forma: Estrutura atual dos grupos de contas do balanço patrimonial.

Nova estrutura dos grupos de contas do balanço patrimonial - Válido de forma facultativa a partir de 2010 e obrigatoriamente em 2012 para a União, Estados e Distrito Federal e 2013 para os Municípios (Portaria STN nº 751/09)

Ativo Financeiro (-) Passivo Financeiro = Superávit ou déficit financeiro.

Ativo Circulante (-) Passivo Circulante = Superávit ou déficit financeiro.

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São contas pertencentes aos grupos de contas: ativo circulante e passivo circulante:

Ativo circulante Passivo circulante ATIVO CIRCULANTE Caixa e Equivalente de Caixa Créditos Realizáveis de Curto Prazo Demais Créditos e Valores de Curto Prazo Investimentos Temporários Estoques Variações Patrimoniais Diminutivas Pagas Antecipadamente

PASSIVO CIRCULANTE Obrigações Trabalhistas e Previdenciárias a Pagar de Curto Prazo Empréstimos e Financiamentos de Curto Prazo Fornecedores e Contas a Pagar de Curto Prazo Obrigações Fiscais de Curto Prazo Demais Obrigações de Curto Prazo Provisões de Curto Prazo

Conforme a Lei 4.320/64, o superávit financeiro apurado no balanço patrimonial encerrado no ano anterior é uma das fontes de recursos destinadas a abertura de créditos adicionais.

Atenção! Cuidado com as pegadinhas de concursos! O superávit financeiro a ser utilizado como fonte de recursos destinado a abertura de créditos adicionais é o proveniente do exercício financeiro anterior. Exemplo: Suponha-se que em setembro de 2010 o Presidente da República decide abrir dois créditos adicionais, um suplementar e outro especial, de R$ 50.000,00 cada. O balanço patrimonial encerrado em 31/12/2009 apresentou superávit financeiro de R$ 200.000,00. Assim, o Governo Federal irá utilizar parte do superávit financeiro apurado em 2009, no valor de R$ 100.000,00, restando ainda mais R$ 100.000,00 para utilização futura. Tal superávit financeiro representa, em realidade, sobra de caixa.

É importante saber que os créditos adicionais são divididos em três espécies: suplementares, especiais e extraordinários.

A abertura de créditos suplementares ou especiais obriga informar a fonte de recursos para atender a despesa demandada. No caso de créditos extraordinários, não existe necessidade de que seja informada a fonte de recursos para atender as despesas.

Observe as fontes de recursos que podem ser utilizadas para abertura de créditos adicionais: � Superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior, encerrado em 31/12 (art. 43, § 1º, inciso I, da Lei nº 4.320/64).

� Os provenientes de excesso de arrecadação (art. 43, § 1º, inciso II, da Lei nº 4.320/64).

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� Os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei (art. 43, § 1º, inciso III, da Lei nº 4.320/64);

� O produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao poder executivo realizá-las (art. 43, § 1º, inciso IV, da Lei nº 4.320/64).

� Os resultantes da reserva para contingências, estabelecido na LOA (art. 5º, inciso III, alínea b, da LRF).

� Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes, desde que haja prévia e específica autorização legislativa (art. 166, § 8º, da CF).

CERTO.

2. (CESPE/MPU 2010 – ANALISTA DE CONTABILIDADE – PERITO) Para suprir a falta de dotação orçamentária para a realização de cursos na escola superior do MPU, o chefe do Poder Executivo deve, mediante solicitação do procurador-geral da República, editar decreto para abertura de créditos extraordinários.

Resolução No caso da situação apresentada no comando da questão, “Para suprir a falta de dotação orçamentária para a realização de cursos na escola superior do MPU”, o crédito adicional que deve ser aberto é o suplementar. Isso porque a finalidade do crédito suplementar, como o próprio nome indica, destina-se a reforçar, ou seja, suplementar uma dotação orçamentária existente na lei orçamentária e quando da realização da despesa o crédito foi insuficiente para atender a totalidade do projeto ou programa de trabalho. A Lei 4.320/64 estabelece acerca do assunto da seguinte forma: Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em: I - suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária; A inconsistência no comando da questão está quando afirma que o Chefe do Poder Executivo, mediante solicitação do Procurador-Geral da República, deve editar Decreto para abertura de créditos extraordinários.

De forma alguma! Em nível federal a abertura de créditos extraordinários só pode ser realizada por medida provisória.

Outra imperfeição! Se o crédito é destinado a reforço de dotação, neste caso só poderia ser o suplementar, jamais o extraordinário.

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A CF/88 só permite abertura de crédito extraordinário para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública.

Importante! A expressão: “...como as decorrentes...”, significa que as situações apresentadas (guerra, comoção interna ou calamidade pública) não são exaustivas, ou seja, podem surgir outras situações, por exemplo, em caso de intervenção. ERRADO.

Considerando que o processo orçamentário deve obedecer a um conjunto de princípios consagrados na doutrina especializada, julgue o item seguinte.

3. (CESPE/MPU 2010 - TÉCNICO DE APOIO ESPECIALIZADO/CONTROLE INTERNO) O excesso de arrecadação, quando ocorrer, deve ser incorporado ao orçamento por meio de créditos adicionais, em respeito ao princípio orçamentário do equilíbrio.

Resolução Excesso de arrecadação é uma das fontes de recursos que podem ser utilizadas para a abertura de créditos adicionais. O que se entende por excesso de arrecadação? É o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês, entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício. O excesso de arrecadação deve ser incorporado ao orçamento. E se houve excesso, receitas arrecadadas > receitas previstas, por óbvio, pode-se utilizar a diferença para realizar mais despesas, isto porque as demandas são infinitas e as receitas limitadas.

Entendo que o maior problema não está em entender o excesso de arrecadação, mas sim compreender o que significa o termo: ”considerando-se, ainda, a tendência do exercício” Exemplo de como se apura o excesso de arrecadação considerando a tendência do exercício: ORÇAMENTO PARA 2009 – ÓRGÃO XRECEITA PREVISTA DESPESA FIXADAReceitas Correntes Despesas correntesTributária 3.000 Pessoal e Encargos Sociais 5.000 De serviços 10.000 Serviços de terceiros 2.000 Patrimonial 7.000 Material de consumo 3.000 Receitas de capital Despesas de CapitalOperações de crédito 10.000 Investimentos 15.000

Inversões financeiras 5.000

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Total das receitas 30.000 Total das despesas 30.000Vamos supor que no exercício financeiro, de janeiro a junho de 2010, houve apenas abertura de um crédito extraordinário de $ 2.000.

Excesso de arrecadação até junho de 2010:

Mês Receita prevista para 2010

Receita arrecadada em 2010

Receita arrecadada em 2009

Janeiro 2.500 3.000 2.000 Fevereiro 2.500 3.000 3.000 Março 2.500 3.000 2.500 Abril 2.500 4.000 3.000 Maio 2.500 4.000 2.500 Junho 2.500 3.000 20.000 2.000 15.000 Julho 2.500 1.000 Agosto 2.500 1.000 Setembro 2.500 2.000 Outubro 2.500 3.000 Novembro 2.500 2.000 Dezembro 2.500 3.000 12.000 Total 30.000 27.000

Cálculo do excesso de arrecadação: Taxa de incremento: 1º período de 2010/1º período de 2009 = 20.000/15.000 = 1,3333, ou seja, 33,33%

Considerando que não houve inflação no período.

12.000 X 33,33% = 4.000, donde 12.000 + 4.000 = 16.000. Demonstrativo do excesso de arrecadação: Situação em 2010: Receitas arrecadadas de 01/01 a 30/06/2010 20.000 (+) Previsão de arrecadação de 01/07 a 31/12/2010 16.000 (-) Crédito extraordinário aberto (2.000) (-) Receitas previstas para o ano (30.000) = Excesso de arrecadação projetado 4.000 Comentários: 1. Com base nos cálculos apresentados o Executivo poderia fundamentar o pedido de abertura de crédito adicional suplementar ou especial, justificando e indicando como fonte de recursos o excesso de arrecadação ocorrido no primeiro semestre e mais a tendência para o segundo semestre, conforme demonstrado acima. 2. Deve ser descontado do cálculo os créditos extraordinários abertos no período. 3. Na situação apresentada o governo ainda teria $ 4.000 de saldo para justificar a abertura de crédito adicional, indicando como fonte de recursos o excesso de arrecadação.

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4. A abertura de crédito adicional com base no excesso de arrecadação altera o orçamento porque há aumento de receitas. CERTO.

Julgue os itens subsequentes, que versam acerca da LOA, dos créditos adicionais e da conta única.

4. (CESPE/MPU 2010 – ANALISTA DE CONTROLE INTERNO) A vigência de todo crédito adicional está restrita ao exercício em que esse crédito foi aberto. A prorrogação da vigência é permitida somente para os créditos especiais e extraordinários, quando autorizados em um dos quatro últimos meses do exercício.

Resolução O comando da questão praticamente repete a regra constitucional (§ 2º, art. 167 – CF/88). Observe: § 2º - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subseqüente.

Lei 4.320/64: Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos, salvo expressa disposição legal em contrário, quanto aos especiais e extraordinários. Vigência dos créditos adicionais: Não se esqueça! 1. Em princípio os créditos adicionais terão vigência no exercício em foram abertos; 2. Os créditos suplementares terão vigência SEMPRE no exercício de sua abertura. Assim, jamais poderão ser transferidos (reabertos) no exercício subseqüente; 3. Quanto aos créditos extraordinários e especiais, se forem abertos nos últimos quatro meses do exercício, poderão ser reabertos no exercício seguinte; 4. Só haverá reabertura dos créditos extraordinários ou especiais caso haja saldo do exercício anterior ainda não utilizado. Exemplo: Abriu-se crédito extraordinário de R$ 100.000,00 em outubro de 2010. Até 31/12/2010 havia sido executado só R$ 80.000,00. Neste caso, existe saldo de R$ 20.000,00 que pode ser reaberto em 2011 para fins de conclusão da obra ou serviço.

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CERTO.

5. (CESPE/MPU 2010 – ANALISTA DE CONTROLE INTERNO) Os créditos adicionais são somente aqueles destinados a autorizações de despesas incluídas na LOA que não foram suficientemente dotadas.

Resolução Segundo o art. 40 da lei 4.320/64, “são créditos adicionais as autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento”. Assim, conforme a regra legal, créditos adicionais são destinados a despesas autorizadas e não fixadas na LOA. Exemplo: Crédito adicional para despesas autorizadas na LOA – créditos suplementares; Crédito adicional para despesas NÃO fixadas ou não autorizadas na LOA – créditos especiais e extraordinários. Portanto, os créditos adicionais NÃO são somente aqueles destinados a autorizações de despesas incluídas na LOA que não foram suficientemente dotadas. ERRADO.

6. (CESPE/MPU 2010 – ANALISTA DE CONTROLE INTERNO) Os créditos suplementares e especiais devem ter autorização prévia obrigatoriamente incluída na própria LOA.

Resolução O § 8º do art. 165 da CF/88 assim estabelece: “A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.” O regramento constitucional acima transcrito refere-se ao princípio da exclusividade ao vedar que se inclua na LOA matéria estranha, ou seja, que não se refira a orçamento. A própria CF/88 abre algumas exceções - abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita. Assim, a constituição federal somente permite que seja autorizada na lei orçamentária anual a espécie crédito SUPLEMENTAR. Seria uma autorização prévia do Legislativo para dar maior agilidade aos Poderes na execução do orçamento, em especial, o Poder executivo.

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Portanto, autorização prévia na LOA só pode ocorrer para a abertura de créditos suplementares. Assim, os créditos especiais devem ser abertos só depois de autorizados em lei especial. ERRADO.

7. (CESPE/MPU 2010 – ANALISTA DE CONTROLE INTERNO) Quanto à finalidade, os créditos suplementares são reforços para a categoria de programação contemplada na LOA, enquanto os créditos especiais e os extraordinários atendem a despesas imprevisíveis e urgentes.

Resolução Pegadinha do CESPE! No início do comando da questão, tudo perfeito, porém, no final aparece erroneamente, a expressão “créditos especiais”. Créditos especiais não se destinam a atender despesas imprevisíveis e urgentes, mas sim despesas não dotadas ou não fixadas na LOA. O crédito destinado a atender despesas imprevisíveis e urgentes é o extraordinário. ERRADO.

Ainda com relação aos orçamentos públicos, julgue o item a seguir.

8. (CESPE/MPU 2010 - TÉCNICO DE APOIO ESPECIALIZADO/ORÇAMENTO) Os créditos adicionais provocam, necessariamente, um aumento do valor global do orçamento aprovado.

Resolução Para responder a esta questão necessita-se conhecer todas as fontes de recursos destinadas a abertura de créditos adicionais. Vejamos: ► Superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior, encerrado em 31/12 (art. 43, § 1º, inciso I, da Lei nº 4.320/64).

► Os provenientes de excesso de arrecadação (art. 43, § 1º, inciso II, da Lei nº 4.320/64).

► Os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei (art. 43, § 1º, inciso III, da Lei nº 4.320/64);

► O produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao poder executivo realizá-las (art. 43, § 1º, inciso IV, da Lei nº 4.320/64).

► Os resultantes da reserva para contingências, estabelecido na LOA (art. 5º, inciso III, alínea b, da LRF).

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► Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes, desde que haja prévia e específica autorização legislativa (art. 166, § 8º, da CF).

São fontes de recursos que não provocam aumento do valor global do orçamento aprovado. - Os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei (art. 43, § 1º, inciso III, da Lei nº 4.320/64); - Os resultantes da reserva para contingências, estabelecido na LOA (art. 5º, inciso III, alínea b, da LRF); - Recursos que em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual ficarem sem despesas correspondentes.

Ao utilizar as duas fontes de recursos acima citadas não haverá aumento de despesa. Isso ocorre porque os valores serão permutados, ou seja, retira-se de uma dotação e transfere para outra. Exemplo: Anula-se 100 da reserva de contingência e transfere 100 para suplementar um contrato de obra. Neste caso diminui a reserva de contingência em 100 e aumenta o contrato da obre em 100. ERRADO.

9. (CESPE – Analista Adm./ANAC – 2009) O superávit financeiro pode ser utilizado como fonte para abertura de créditos suplementares e especiais.

Resolução Lei nº 4.320/64: Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende daexistência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida deexposição justificativa. § 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não comprometidos: I - o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior; II - os provenientes de excesso de arrecadação; III - os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei; IV - o produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao poder executivo realizá-las. § 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de credito a eles vinculadas. § 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste artigo, o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e

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a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício. § 4° Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de excesso de arrecadação, deduzir-se-á a importância dos créditos extraordinários abertos no exercício. O superávit financeiro, apurado no final do exercício anterior, poderá ser usado para abertura de créditos adicionais suplementares e especiais, como também os extraordinários. Todavia, a abertura dos dois primeiros depende da existência de recursos disponíveis. CERTO.

10. (CESPE – Procurador/TCE-ES 2009) Acerca dos créditos adicionais, assinale a opção correta. A) Os créditos adicionais se referem às autorizações de despesa expressamente dotadas na lei de orçamento. B) Os créditos extraordinários destinam-se a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica. C) Excesso de arrecadação é a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de crédito a eles vinculadas. D) Abrir créditos extraordinários por lei complementar compete ao Poder Legislativo, que deles dará imediato conhecimento ao Poder Executivo. E) A vigência dos créditos adicionais será limitada ao exercício financeiro em que eles forem abertos, excetuadas expressas disposições legais em contrário, relacionadas aos créditos especiais e extraordinários.

Resolução A) Lei nº 4.320/64: Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em: I - suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária; II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica; III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública. Portanto, os créditos adicionais suplementares são destinados a reforço de dotação orçamentária, todavia, os especiais e extraordinários são dotações que não estão previstas na LOA. ERRADO. B) Apesar dos créditos extraordinários também abrangerem “despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica”, pois são despesas urgentes e imprevisíveis, essa definição contida na opção é a dos créditos adicionais especiais, conforme inciso II, art. 41 da Lei nº 4.320/64, considerando a banca examinadora essa resposta ERRADA. C) Nessa opção o CESPE tentou confundir o candidato com os conceitos de “excesso de arrecadação” e de “superávit financeiro”.

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Lei nº 4.320/64, Art. 43: § 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de credito a eles vinculadas. § 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste artigo, o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício. ERRADO. D) É o inverso: o Poder Executivo abre os créditos extraordinários e dará imediato conhecimento ao Poder Legislativo. E ainda, na União o Poder Executivo se utiliza da medida provisória para tal feito e não de lei complementar, conforme consta na opção. ERRADO. E) Perfeito! Como regra a vigência dos créditos adicionais será limitada ao exercício financeiro em que eles forem abertos. A exceção existe para os créditos especiais e extraordinários, conforme prevê a CF: Art. 167, § 2º - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subseqüente. CERTO. Portanto, letra E.

11. (CESPE – Analista Adm./ANAC – 2009) O superávit financeiro, consistente na diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugados, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de créditos a eles vinculadas, deve ser reconhecido como receita orçamentária.

Resolução O conceito de superávit financeiro está prefeito, todavia, o erro está na parte final da questão, a qual informa que ele “deve ser reconhecido como receita orçamentária.” Lei nº 4.320/64: Art. 43, § 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de credito a eles vinculadas. Portaria Conjunta STN/SOF nº 2/2009 (MCASP, Volume I - Procedimentos Contábeis Orçamentários): Não devem ser reconhecidos como receita orçamentária os recursos financeiros oriundos de: a) Superávit Financeiro – a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de créditos neles vinculadas. Portanto, trata-se de

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saldo financeiro e não de nova receita a ser registrada. O superávit financeiro pode ser utilizado como fonte para abertura de créditos suplementares e especiais; Assim, a Portaria Conjunta STN/SOF nº 2/2009 informa claramente que o superávit financeiro não deve ser reconhecido como receita orçamentária. Trata-se apenas de saldo financeiro ainda não utilizado e não de uma nova receita a ser registrada. ERRADO.

12. (CESPE – ACE/TCE-AC 2009) Assinale a opção correspondente a fonte para abertura de crédito adicional. A) Produto de operações de crédito por antecipação de receita orçamentária. B) Saldo positivo proveniente da diferença entre a despesa realizada e a fixada no balanço orçamentário do exercício anterior. C) Recurso que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de LOA, ficou sem despesas correspondentes. D) Superávit financeiro, apurado bimestralmente, no balanço patrimonial do exercício financeiro. E) Excesso de arrecadação constituído pelo saldo positivo das diferenças entre os ingressos e dispêndios do balanço financeiro.

Resolução O §1º, art. 43 da Lei nº 4.320/64 informa as fontes de recursos para abertura de créditos adicionais: I - o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior; II - os provenientes de excesso de arrecadação; III - os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei; IV - o produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao poder executivo realizá-las. Além dessas quatro, existem também outras duas fontes possíveis para abertura de créditos adicionais, criadas após a edição da Lei nº 4.320, que é de 1964. São as reservas: Reserva de Contingência Reserva do Regime Próprio de Presidência do Servidor Reserva de Contingência: são valores reservados na LOA e possuem o objetivo de sanar passivos contingentes, como também outros riscos e eventos fiscais imprevistos. Reserva do RPPS: o orçamento do fundo próprio de previdência é constituído pela previsão das receitas, contribuições dos segurados e demais receitas a serem auferidas, e fixação das despesas a serem realizadas. Juntamente com as despesas são incluídas e evidenciadas as

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reservas de recursos, os quais não serão desembolsados no presente, pois objetivam formar poupança para fazer face aos compromissos futuros. A reserva do RPPS poderá ser utilizada durante o exercício, caso necessário, para a abertura de créditos adicionais com o objetivo de atender a compromissos desse Regime. Portanto, essa reserva é fonte para abertura de créditos adicionais. Constituição Federal: Art. 166, § 8º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa. Na verdade, o art. 166, § 8º da CF repete a regra contida no inciso III, §1º, art. 43, Lei nº 4.320/64, todavia, com maior riqueza de detalhes. Vamos analisar cada opção: A) O produto das operações de crédito por antecipação de receita orçamentária somente poderá ser utilizado para atender insuficiência de caixa. Não pode ser utilizado para abertura de créditos adicionais. Lei nº 4.320/64: Art. 7° A Lei de Orçamento poderá conter autorização ao Executivo para: (...) II - Realizar em qualquer mês do exercício financeiro, operações de crédito por antecipação da receita, para atender a insuficiências de caixa. LC. 101/00: Art. 38. A operação de crédito por antecipação de receita destina-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro e cumprirá as exigências mencionadas no art. 32 e mais as seguintes: ERRADO. B) Não há essa previsão legal. ERRADO. C) Conforme o art. 166, § 8º da CF. CERTO. D) O superávit financeiro utilizado como fonte para abertura de créditos adicionais refere-se a todo o exercício financeiro, apurado, portanto, no final do ano para uso no próximo exercício. ERRADO. E) Excesso de arrecadação ocorre quando a receita arrecadada é maior que a prevista. Lei nº 4.320/64: Art. 43, § 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste artigo, o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício. ERRADO. Portanto, letra C.

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13. (CESPE – Auditor/SECONT-ES 2009) A Lei Orçamentária Anual (LOA) poderá ser utilizada para autorizar o Poder Executivo a abrir, durante o exercício financeiro, créditos adicionais suplementares até determinado montante, o que garantirá certo grau de flexibilidade à execução orçamentária.

Resolução CF: Art. 165, § 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. Portanto, a LOA poderá conter AUTORIZAÇÃO para abertura de créditos suplementares (apenas esse tipo de crédito adicional), o que, de fato, possibilita maior flexibilidade para a execução orçamentária. CERTO.

14. (CESPE - AFCE/TCU - 2009) Suponha que, pouco antes do final do exercício, seja necessário abrir um crédito adicional em um ente que apresentou os seguintes dados: • a receita arrecadada ficou R$ 500.000,00 inferior à prevista, mas R$ 250.000,00 superior à despesa realizada; • foram abertos R$ 120.000,00 em créditos extraordinários mediante cancelamento de dotações; • foram reabertos R$ 135.000,00 de créditos adicionais não utilizados no exercício anterior; • o superávit financeiro do balanço patrimonial do exercício anterior foi de R$ 245.000,00. Nessas condições, é correto concluir que seria possível abrir crédito suplementar ou especial de até R$ 110.000,00.

Resolução O crédito adicional extraordinário pode ser aberto sem indicação da fonte de recursos, motivo pelo qual a questão foi específica ao mencionar os créditos adicionais suplementar ou especial. Assim, faz-se necessário calcular a fonte de recursos disponíveis. 1ª informação: os R$ 250 mil refere-se a economia de despesa, a qual não é fonte para abertura de créditos adicionais. 2ª informação: os R$ 120 mil provenientes de cancelamento de dotações já foram utilizados em créditos extraordinários. Portanto, ainda não há recursos disponíveis para novos créditos adicionais.

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3ª e 4ª informações: dos R$ 245 mil de superávit financeiro do exercício anterior, R$ 135 mil foram usados, portanto, restam R$ 110 mil (R$245 – R$135) disponíveis para abertura de novos créditos adicionais. É correto concluir que seria possível abrir crédito suplementar ou especial de até R$ 110.000,00. CERTO.

15. (CESPE – Auditor/SECONT-ES 2009) Considere que, em determinado ente da administração, tenha havido solicitação de abertura de crédito especial antes do encerramento do exercício financeiro e que o balanço orçamentário parcial apresente a situação mostrada na tabela a seguir. Nesse caso, é correto afirmar que, pela execução orçamentária, não há recursos para a abertura do crédito especial solicitado. BALANÇO ORÇAMENTÁRIO R$ milhões Receita prevista 500 Despesa fixada (já acrescida do superávit financeiro) 580 Receita arrecadada 550 Despesa realizada 510

Resolução Há recursos para abertura de créditos adicionais pelo excesso de arrecadação, receita arrecadada menos receita prevista: R$550 – R$500 = R$50. Todavia, vamos aproveitar para analisar todos os dados acima fornecidos:

− Se a receita prevista é de R$ 500, então a despesa fixada também é se de R$ 500;

− Se a despesa fixada, já acrescida do superávit financeiro, é de R$ 580, quer dizer que, ao longo do exercício, foi autorizada a abertura de R$ 80 em créditos adicionais (tendo como fonte de recursos o superávit financeiro do exercício anterior).

− Se a receita arrecadada é R$ 550, então há excesso de arrecadação de R$ 50 (R$ 550 – R$ 500).

− Se a despesa realizada é de R$ 510, então foram executadas as despesas inicialmente fixadas de R$ 500 mais R$ 10 dos R$ 80 autorizados de novas despesas (créditos adicionais) em virtude do superávit financeiro.

Portanto, há recursos para abertura de créditos adicionais pelo excesso de arrecadação, receita arrecadada menos receita prevista: R$550 – R$500 = R$50. ERRADO.

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16. (CESPE – Auditor/SECONT-ES 2009) Os créditos adicionais especiais independem da existência prévia de recursos disponíveis e destinam-se a despesas para as quais não havia dotação orçamentária específica.

Resolução Lei nº 4.320/64: Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em: I - suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária; II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica; III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública. Novamente o CESPE exigiu o conceito previsto na norma legal. Apesar dos créditos extraordinários também abrangerem “despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica”, pois são despesas urgentes e imprevisíveis, que, em virtude de tais características, também não estão fixadas na LOA, essa definição contida na opção é a dos créditos adicionais especiais, conforme inciso II, art. 41 da Lei nº 4.320/64, considerando a banca examinadora essa resposta ERRADA.

17. (CESPE – Analista-Contabilidade/TRE-MA 2009) O crédito adicional cuja autorização para abertura constitui exceção ao princípio orçamentário da exclusividade é o A) suplementar. B) especial. C) extraordinário. D) orçamentário. E) ilimitado.

Resolução O princípio orçamentário da exclusividade prevê que a lei de orçamento conterá apenas a previsão da receita e fixação da despesa, evitando assim que na lei orçamentária sejam tratados outros temas estranhos ao orçamento público. Todavia, a Constituição Federal prevê exceções. CF: Art. 165, § 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. Portanto, a LOA poderá conter AUTORIZAÇÃO para abertura de créditos suplementares (apenas esse tipo de crédito adicional) e AUTORIZAÇÃO para contratação de operações de crédito.

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Letra A.

18. (CESPE - TFCE/TCU - 2009) O atendimento de despesas de exercícios anteriores poderá ser feito mediante a reabertura de créditos adicionais, desde que aprovados nos quatro últimos meses do exercício antecedente.

Resolução Despesas de exercícios anteriores são despesas fixadas, no orçamento vigente, decorrentes de compromissos assumidos em exercícios anteriores àquele em que deva ocorrer o pagamento. Lei nº 4.320/64: Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica. Portanto, as despesas de exercícios anteriores serão pagas à custa do orçamento vigente, pois não há correspondentes recursos para saná-las. Despesas executadas mediante a reabertura de créditos adicionais não se enquadram no conceito de despesas de exercícios anteriores. ERRADO.

19. (CESPE – AGU – CONTADOR/2010) Com relação aos conceitos e normas legais que definem a execução orçamentária, julgue o seguinte item.

O crédito extraordinário somente deve ser aberto por meio de medida provisória.

Resolução O CESPE considerou este item CERTO.

Entendo que o item deveria ter sido anulado pelos seguintes motivos:

1. É verdade que em nível federal (União), a CF/88 é cristalina ao estabelecer no § 3º do art. 167 que a abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62.

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O referido art. 62 estabelece que em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. Portanto, no caso da União, a abertura de crédito extraordinário deve ser só por meio do instrumento normativo Medida provisória; 2. Porém, o comando da questão NÃO menciona sobre qual ente federado está se referindo; 3. A doutrina, a exemplo de Alexandre de Moraes e o STF entendem que Estados e municípios podem editar medida provisória, desde que, no caso dos estados, haja previsão na constituição estadual, e no caso dos municípios, na constituição estadual e em sua lei orgânica; 4. Portanto, nos municípios e estados que não podem adotar medida provisória, por falta de previsão constitucional, a lei 4.320/64 estabelece que tais créditos extraordinários serão abertos por Decreto do Executivo (art. 44). Conclusão: O crédito extraordinário somente deve ser aberto por meio de medida provisória na União e nos Entes Federados onde existe previsão de edição de MP. Errado.

20. (CESPE – Analista Judiciário – TST/2008) Considere-se que um órgão da administração tenha apresentado, nos últimos dias do exercício financeiro, a situação mostrada na tabela a seguir.

Com base nesses dados, e sabendo-se que os valores de despesas não serão alterados, é correto concluir que os recursos disponíveis para a abertura de um crédito especial correspondem a R$ 110.000,00.

Resolução Para a resolução dessa questão exige-se conhecimento das fontes de recursos para a abertura de créditos adicionais.

Quais são as fontes de recursos possíveis para a abertura de créditos adicionais?

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A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa (art. 43, da Lei nº 4.320/64).

A Constituição Federal veda a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes (art. 167, V).

Portanto, a abertura dos créditos suplementares e especiais requer justificação e devem ser indicadas as fontes de recursos, conforme estabelecidos na Constituição Federal, na Lei nº 4.320/64, LOA e na LRF. Fontes de recursos: ► Superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior, encerrado em 31/12 (art. 43, § 1º, inciso I, da Lei nº 4.320/64). ► Os provenientes de excesso de arrecadação (art. 43, § 1º, inciso II, da Lei nº 4.320/64). ► Os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei (art. 43, § 1º, inciso III, da Lei nº 4.320/64); ► O produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao poder executivo realizá-las (art. 43, § 1º, inciso IV, da Lei nº 4.320/64). ► Os resultantes da reserva para contingências, estabelecido na LOA (art. 5º, inciso III, alínea b, da LRF). ► Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes, desde que haja prévia e específica autorização legislativa (art. 166, § 8º, da CF).

Conceitos: ► Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de crédito a eles vinculadas (art. 43, § 2º - Lei 4.320/64). ► Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste artigo, o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês, entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício (art. 43, § 3º - Lei 4.320/64). ► Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de excesso de arrecadação, deduzir-se-á a importância dos créditos extraordinários abertos no exercício (art. 43, § 4º - Lei 4.320/64).

Cálculo do excesso de arrecadação: Receita arrecadada 570.000,00 (-) Receita prevista (500.000,00)

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= Excesso de arrecadação (fonte de recurso disponível destinada à abertura de crédito especial)

70.000,00

Comentários: 1. Os dados da questão nos permitem apurar somente uma das fontes de recursos destinada à abertura de créditos adicionais – excesso de arrecadação. 2. Analisando os dados da questão pode-se apurar uma economia orçamentária de R$ 40.000,00. Porém, economia orçamentária não é fonte de recursos destinada à abertura de créditos adicionais. Cálculo da economia orçamentária: Despesa fixada (mesmo valor da receita prevista – princípio do equilíbrio orçamentário) 500.000,00

(-) Despesa empenhada (460.000,00) = Economia orçamentária (não é fonte de recurso destinada à abertura de créditos adicionais) 40.000,00

3. Para resolução dessa questão não existe necessidade de utilizar os dados referentes à despesa liquidada. Informação destinada a confundir o candidato. ERRADO.

21. (CESPE – SECRETARIA DE ADM/PE – ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO/2010) É vedada a abertura de crédito adicional extraordinário sem indicação dos recursos correspondentes.

Resolução A atual legislação brasileira não obriga a indicação da fonte de recursos quando da abertura de créditos extraordinários. Portanto, não existe obrigatoriedade, porém, caso o Chefe do Executivo queira indicar, não há óbice legal. Observe as regras da lei 4.320/64: Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer à despesa e será precedida de exposição justificativa Art. 44. Os créditos extraordinários serão abertos por decreto do Poder Executivo, que deles dará imediato conhecimento ao Poder Legislativo. Importante! Em nível federal o crédito extraordinário deve ser aberto por medida provisória, conforme determina o § 3º do art. 167 da CF/88. Observe as regras da CF/88: § 3º - A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62.

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Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)ERRADO.

22. (CESPE-PREVIC/2011 – ADMINISTRADOR) Em conformidade com as diretrizes orçamentárias em vigor no país, o Poder Executivo pode abrir créditos especiais ao orçamento de investimento para atender despesas relativas a ações em execução no exercício de 2010, mediante a utilização, em favor da correspondente empresa estatal, de saldo de recursos do Tesouro Nacional repassados em exercícios anteriores ou inscritos em restos a pagar no âmbito dos orçamentos fiscal ou da seguridade social.

Resolução Considerações iniciais: 1º. Os créditos especiais e extraordinários abertos nos últimos quatro meses do exercício financeiro podem ser reabertos no limite de seus saldos no exercício seguinte, inclusive a parte relativa aos restos a pagar referente ao crédito aberto no ano anterior; 2º. Os créditos especiais podem ser destinados a todos os tipos de orçamento (fiscal, seguridade social e de investimentos), independentemente do tipo de despesa, ação, projeto, etc.; 3º. Os créditos especiais destinam-se a despesas não fixadas na LOA, porém, surgidas durante a execução do orçamento. CERTO.

23. (CESPE - Analista de Correios – Contador – 2011) Os créditos extraordinários abertos no exercício devem ser subtraídos para a apuração dos recursos decorrentes de excesso de arrecadação a serem utilizados na abertura de créditos especiais.

Resolução Veremos inicialmente o que estabelece a legislação: Lei 4.320/64 (§ 4, art. 43):

“Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de excesso de arrecadação, deduzir-se-á a importância dos créditos extraordinários abertos no exercício”

Exemplo: Suponha-se que em setembro e outubro de “X0” a Prefeitura Municipal de Santa Teresa realizou abertura de créditos extraordinários

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no valor de $10.000,00 e não indicou a fonte de recursos. Em dezembro do mesmo ano resolveu abrir um crédito especial no valor de $ 40.000,00 e indicou como fonte de recursos o excesso de arrecadação apurado no valor de $ 60.000,00.

Na situação apresentada, qual o valor que esta prefeitura poderá utilizar para abrir crédito suplementar ou especial? Cálculo: Excesso de arrecadação apurado 60.000,00 (-) Valor utilizado na abertura de créditos extraordinários (10.000,00)= Saldo do excesso de arrecadação 50.000,00 (-) Crédito especial aberto em dezembro (40.000,00) = Saldo disponível para abertura de créditosuplementar ou especial

10.000,00

Assim, os créditos extraordinários abertos no exercício devem ser subtraídos para a apuração dos recursos decorrentes de excesso de arrecadação a serem utilizados na abertura de créditos especiais. CERTO.

24. (CESPE – SECRETARIA DE ADM/PE – ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO/2010) O superávit orçamentário do exercício anterior é uma das fontes para abertura de créditos adicionais.

Resolução Pegadinha do CESPE! O superávit orçamentário do exercício anterior NÃO é uma das fontes para abertura de créditos adicionais, mas sim o superávit FINANCEIRO apurado em balanço patrimonial do exercício anterior. Observe as regras contidas na Lei 4.320/64: Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer à despesa e será precedida de exposição justificativa § 1o Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não comprometidos: I – o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior; II – os provenientes de excesso de arrecadação; III – os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em lei; IV – o produto de operações de crédito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao Poder Executivo realizá-las § 2o Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva

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entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de crédito a eles vinculadas. (grifei)

ERRADO.

25. (CESPE – SECRETARIA DE ADM/PE – ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO/2010) Os créditos adicionais podem ter vigência plurianual.

Resolução Os créditos adicionais NÃO podem ter vigência plurianual. Os créditos suplementares terão vigência sempre no mesmo exercício de sua abertura. A legislação em vigor (CF/88, Lei 4.320/64 e Decreto 93.872/86) não permite que este crédito seja reaberto no exercício subseqüente. Já os créditos especiais e extraordinários podem ser reabertos no exercício subseqüente pelos seus saldos remanescentes, desde que abertos nos últimos quatro meses do exercício financeiro. A data limite é aquele em que o crédito foi aberto. É importante esclarecer que a reabertura dos créditos especiais e extraordinários no ano seguinte é uma exceção. Assim, em princípio terão vigência no exercício de sua abertura. ERRADO.

26. (CESPE – SECRETARIA DE ADM/PE – ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO/2010) A lei orçamentária anual pode trazer autorização para a abertura de créditos suplementares.

Resolução O comando da questão refere-se ao princípio orçamentário da EXCLUSIVIDADE. De acordo com este princípio, a LOA deve tratar especificamente sobre a previsão de receitas e a fixação de despesas, porém, o legislador constituinte inseriu regramento constitucional excepcionando tal regra. Assim, permitiu a inserção na LOA de abertura de créditos suplementares, abertura de qualquer tipo de operação de crédito e antecipação de receita orçamentária – ARO. Estas regras visam dar maior agilidade ao Executivo para executar o orçamento. Portanto, a lei orçamentária anual pode trazer autorização para a abertura de créditos suplementares. Atenção! A LOA não pode conter autorização para abertura de créditos especiais ou extraordinários.

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CERTO.

27. (CESPE – SECRETARIA DE ADM/PE – CONTADOR/2010) A respeito da abertura de créditos adicionais e do remanejamento de dotações, assinale a opção correta. A A abertura dos créditos especiais e extraordinários depende da existência de recursos disponíveis para que ocorra a despesa e será precedida de exposição justificada. B Com a finalidade de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de excesso de arrecadação, deve-se deduzir a importância dos créditos especiais abertos no exercício. C Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos, salvo expressa disposição legal em contrário, quanto aos especiais e extraordinários. D Reverte à dotação a importância da despesa inscrita em restos a pagar no exercício, sendo considerada como receita do ano em que se efetivar, quando a inscrição ocorrer após o encerramento deste. E A arrecadação de todas as receitas deve ser feita em estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para a criação de caixas especiais.

Resolução A) A abertura dos créditos especiais depende da existência de recursos disponíveis, ou seja, na solicitação deve-se indicar a fonte de recursos. Quanto aos extraordinários, estes NÃO dependem da existência de recursos disponíveis para que ocorra a despesa. Para os dois tipos de créditos a solicitação será precedida de exposição justificada. ERRADO. B) Pegadinha! O comando da opção refere-se ao crédito extraordinário. Portanto, com a finalidade de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de excesso de arrecadação, deve-se deduzir a importância dos créditos EXTRAORDINÁRIOS abertos no exercício. ERRADO. C) Perfeito! Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos, salvo expressa disposição legal em contrário, quanto aos especiais e extraordinários. CERTO. D) NÃO reverte à dotação orçamentária a importância da despesa inscrita em restos a pagar no exercício. ERRADO. E) A arrecadação de todas as receitas deve ser feita em estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria. Porém, existe exceção, a exemplo das receitas previdenciárias. ERRADO. Letra C.

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28. (CESPE/INMETRO – CONTADOR/2010) A lei do orçamento não pode conter autorização ao Poder Executivo para a abertura de créditos suplementares. Resolução O comando da questão refere-se indiretamente ao princípio orçamentário da EXCLUSIVIDADE. Ao contrário do que se afirma no comando da questão, o Poder Legislativo pode autorizar na LOA autorização ao Poder Executivo para a abertura de créditos suplementares, contratação de operações de crédito, bem como a contratação de antecipação de receitas orçamentárias - AROs destinadas a suprir eventual insuficiência de caixa durante o exercício financeiro. É importante salientar que no caso de ARO deve-se atentar para as seguintes regras: Imposições à realização de ARO: ◊ Deve ser realizada somente a partir do décimo dia do início do exercício financeiro; ◊ Deverá ser liquidada, com juros e outros encargos incidentes, até o dia dez de dezembro de cada ano; ◊ Não será autorizada se forem cobrados outros encargos que não a taxa de juros da operação, obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica financeira, ou à que vier a esta substituir.

Está proibida: ◊ Enquanto existir operação anterior da mesma natureza não integralmente resgatada; ◊ No último ano de mandato do Presidente, Governador ou Prefeito Municipal.

Portanto, ao contrário do que se afirma no comando da questão, na lei orçamentária pode conter autorização ao Poder Executivo para a abertura de créditos suplementares. ERRADO.

29. (CESPE-DETRAN/ES/2010-CONTADOR) Caso a LOA não estipule o percentual máximo para cancelamento ou acréscimo de despesas por meio de créditos suplementares, aplica-se o limite de 10% de cada dotação cancelada ou acrescida.

Resolução Sabe-se que o Poder Legislativo pode autorizar na própria LOA a abertura de crédito adicional suplementar. O percentual máximo é estabelecido na própria LOA.

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Caso a LOA não fixe o percentual máximo, não existe regra legal que determine a aplicação do limite de 10%. Observe um exemplo de regra de abertura de crédito suplementar fixado numa LOA da União: Art. 4o Fica autorizada a abertura de créditos suplementares, observado o disposto no parágrafo único do art. 8o da Lei de Responsabilidade Fiscal e nos arts. 13, §§ 2o e 3o, 63, § 9o, 64, 68, 70 e 73 da Lei de Diretrizes Orçamentárias, desde que as alterações promovidas na programação orçamentária sejam compatíveis com a obtenção da meta de resultado primário estabelecida no Anexo de Metas Fiscais da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2006, respeitados os limites e condições estabelecidos neste artigo, para suplementação de dotações consignadas: I - a cada subtítulo, até o limite de doze por cento do respectivo valor, mediante a utilização de recursos provenientes de: a) anulação parcial de dotações, limitada a dez por cento do valor do subtítulo objeto da anulação; b) reserva de contingência, inclusive à conta de recursos próprios e vinculados, observado o disposto no art. 5o, inciso III, da Lei Complementar no 101, de 2000; c) excesso de arrecadação de receitas próprias, desde que para alocação nos mesmos subtítulos em que os recursos dessas fontes foram originalmente programados, observados o limite de quarenta por cento da dotação inicial e o disposto no parágrafo único do art. 8o da Lei de Responsabilidade Fiscal; e d) até dez por cento do excesso de arrecadação de receitas do Tesouro Nacional; ERRADO.

30. (CESPE-DETRAN/ES/2010-CONTADOR) Considere que determinada medida provisória tenha autorizado a abertura de crédito extraordinário, mas acabe perdendo sua eficácia por decurso de prazo. Nessa situação, as despesas realizadas com respaldo nesse crédito são consideradas nulas e devem ser canceladas.

Resolução Em caso de perda de eficácia por decurso de prazo de medida provisória que tenha autorizado a abertura de crédito extraordinário, resolução do Congresso Nacional estabelecerá regras da utilização do crédito ou apenas ratificará os gastos realizados com fulcro na medida provisória editada. Em regra, as despesas realizadas com respaldo nesse crédito não são consideradas nulas, mesmo porque a grande maioria das despesas realizadas não pode retornar no tempo, ou seja, já são fatos consumados. ERRADO.

LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

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No que se refere aos créditos orçamentários adicionais, julgue os itens a seguir.

1. (CESPE/MPU 2010 – ANALISTA DE CONTABILIDADE – PERITO) Considerando que o balanço patrimonial da União tenha apresentado superávit financeiro no exercício anterior, os recursos provenientes desse superávit podem ser utilizados para abertura de créditos suplementares e especiais desde que autorizados por lei e que o resultado apurado não comprometa outras obrigações assumidas.

2. (CESPE/MPU 2010 – ANALISTA DE CONTABILIDADE – PERITO) Para suprir a falta de dotação orçamentária para a realização de cursos na escola superior do MPU, o chefe do Poder Executivo deve, mediante solicitação do procurador-geral da República, editar decreto para abertura de créditos extraordinários.

Considerando que o processo orçamentário deve obedecer a um conjunto de princípios consagrados na doutrina especializada, julgue o item seguinte.

3. (CESPE/MPU 2010 - TÉCNICO DE APOIO ESPECIALIZADO/CONTROLE INTERNO) O excesso de arrecadação, quando ocorrer, deve ser incorporado ao orçamento por meio de créditos adicionais, em respeito ao princípio orçamentário do equilíbrio.

Julgue os itens subsequentes, que versam acerca da LOA, dos créditos adicionais e da conta única.

4. (CESPE/MPU 2010 – ANALISTA DE CONTROLE INTERNO) A vigência de todo crédito adicional está restrita ao exercício em que esse crédito foi aberto. A prorrogação da vigência é permitida somente para os créditos especiais e extraordinários, quando autorizados em um dos quatro últimos meses do exercício.

5. (CESPE/MPU 2010 – ANALISTA DE CONTROLE INTERNO) Os créditos adicionais são somente aqueles destinados a autorizações de despesas incluídas na LOA que não foram suficientemente dotadas.

6. (CESPE/MPU 2010 – ANALISTA DE CONTROLE INTERNO) Os créditos suplementares e especiais devem ter autorização prévia obrigatoriamente incluída na própria LOA.

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7. (CESPE/MPU 2010 – ANALISTA DE CONTROLE INTERNO) Quanto à finalidade, os créditos suplementares são reforços para a categoria de programação contemplada na LOA, enquanto os créditos especiais e os extraordinários atendem a despesas imprevisíveis e urgentes. Ainda com relação aos orçamentos públicos, julgue o item a seguir.

8. (CESPE/MPU 2010 - TÉCNICO DE APOIO ESPECIALIZADO/ORÇAMENTO) Os créditos adicionais provocam, necessariamente, um aumento do valor global do orçamento aprovado.

9. (CESPE – Analista Adm./ANAC – 2009) O superávit financeiro pode ser utilizado como fonte para abertura de créditos suplementares e especiais.

10. (CESPE – Procurador/TCE-ES 2009) Acerca dos créditos adicionais, assinale a opção correta. A) Os créditos adicionais se referem às autorizações de despesa expressamente dotadas na lei de orçamento. B) Os créditos extraordinários destinam-se a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica. C) Excesso de arrecadação é a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de crédito a eles vinculadas. D) Abrir créditos extraordinários por lei complementar compete ao Poder Legislativo, que deles dará imediato conhecimento ao Poder Executivo. E) A vigência dos créditos adicionais será limitada ao exercício financeiro em que eles forem abertos, excetuadas expressas disposições legais em contrário, relacionadas aos créditos especiais e extraordinários.

11. (CESPE – Analista Adm./ANAC – 2009) O superávit financeiro, consistente na diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugados, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de créditos a eles vinculadas, deve ser reconhecido como receita orçamentária.

12. (CESPE – ACE/TCE-AC 2009) Assinale a opção correspondente a fonte para abertura de crédito adicional. A) Produto de operações de crédito por antecipação de receita orçamentária. B) Saldo positivo proveniente da diferença entre a despesa realizada e a fixada no balanço orçamentário do exercício anterior.

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C) Recurso que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de LOA, ficou sem despesas correspondentes. D) Superávit financeiro, apurado bimestralmente, no balanço patrimonial do exercício financeiro. E) Excesso de arrecadação constituído pelo saldo positivo das diferenças entre os ingressos e dispêndios do balanço financeiro.

13. (CESPE – Auditor/SECONT-ES 2009) A Lei Orçamentária Anual (LOA) poderá ser utilizada para autorizar o Poder Executivo a abrir, durante o exercício financeiro, créditos adicionais suplementares até determinado montante, o que garantirá certo grau de flexibilidade à execução orçamentária.

14. (CESPE - AFCE/TCU - 2009) Suponha que, pouco antes do final do exercício, seja necessário abrir um crédito adicional em um ente que apresentou os seguintes dados: • a receita arrecadada ficou R$ 500.000,00 inferior à prevista, mas R$ 250.000,00 superior à despesa realizada; • foram abertos R$ 120.000,00 em créditos extraordinários mediante cancelamento de dotações; • foram reabertos R$ 135.000,00 de créditos adicionais não utilizados no exercício anterior; • o superávit financeiro do balanço patrimonial do exercício anterior foi de R$ 245.000,00. Nessas condições, é correto concluir que seria possível abrir crédito suplementar ou especial de até R$ 110.000,00.

15. (CESPE – Auditor/SECONT-ES 2009) Considere que, em determinado ente da administração, tenha havido solicitação de abertura de crédito especial antes do encerramento do exercício financeiro e que o balanço orçamentário parcial apresente a situação mostrada na tabela a seguir. Nesse caso, é correto afirmar que, pela execução orçamentária, não há recursos para a abertura do crédito especial solicitado. BALANÇO ORÇAMENTÁRIO R$ milhões Receita prevista 500 Despesa fixada (já acrescida do superávit financeiro) 580 Receita arrecadada 550 Despesa realizada 510

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16. (CESPE – Auditor/SECONT-ES 2009) Os créditos adicionais especiais independem da existência prévia de recursos disponíveis e destinam-se a despesas para as quais não havia dotação orçamentária específica.

17. (CESPE – Analista-Contabilidade/TRE-MA 2009) O crédito adicional cuja autorização para abertura constitui exceção ao princípio orçamentário da exclusividade é o A) suplementar. B) especial. C) extraordinário. D) orçamentário. E) ilimitado.

18. (CESPE - TFCE/TCU - 2009) O atendimento de despesas de exercícios anteriores poderá ser feito mediante a reabertura de créditos adicionais, desde que aprovados nos quatro últimos meses do exercício antecedente.

19. (CESPE – AGU – CONTADOR/2010) Com relação aos conceitos e normas legais que definem a execução orçamentária, julgue o seguinte item.

O crédito extraordinário somente deve ser aberto por meio de medida provisória.

20. (CESPE – Analista Judiciário – TST/2008) Considere-se que um órgão da administração tenha apresentado, nos últimos dias do exercício financeiro, a situação mostrada na tabela a seguir.

Com base nesses dados, e sabendo-se que os valores de despesas não serão alterados, é correto concluir que os recursos disponíveis para a abertura de um crédito especial correspondem a R$ 110.000,00.

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21. (CESPE – SECRETARIA DE ADM/PE – ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO/2010) É vedada a abertura de crédito adicional extraordinário sem indicação dos recursos correspondentes.

22. (CESPE-PREVIC/2011 – ADMINISTRADOR) Em conformidade com as diretrizes orçamentárias em vigor no país, o Poder Executivo pode abrir créditos especiais ao orçamento de investimento para atender despesas relativas a ações em execução no exercício de 2010, mediante a utilização, em favor da correspondente empresa estatal, de saldo de recursos do Tesouro Nacional repassados em exercícios anteriores ou inscritos em restos a pagar no âmbito dos orçamentos fiscal ou da seguridade social.

23. (CESPE - Analista de Correios – Contador – 2011) Os créditos extraordinários abertos no exercício devem ser subtraídos para a apuração dos recursos decorrentes de excesso de arrecadação a serem utilizados na abertura de créditos especiais.

24. (CESPE – SECRETARIA DE ADM/PE – ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO/2010) O superávit orçamentário do exercício anterior é uma das fontes para abertura de créditos adicionais.

25. (CESPE – SECRETARIA DE ADM/PE – ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO/2010) Os créditos adicionais podem ter vigência plurianual.

26. (CESPE – SECRETARIA DE ADM/PE – ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO/2010) A lei orçamentária anual pode trazer autorização para a abertura de créditos suplementares.

27. (CESPE – SECRETARIA DE ADM/PE – CONTADOR/2010) A respeito da abertura de créditos adicionais e do remanejamento de dotações, assinale a opção correta. A A abertura dos créditos especiais e extraordinários depende da existência de recursos disponíveis para que ocorra a despesa e será precedida de exposição justificada. B Com a finalidade de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de excesso de arrecadação, deve-se deduzir a importância dos créditos especiais abertos no exercício. C Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos, salvo expressa disposição legal em contrário, quanto aos especiais e extraordinários.

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D Reverte à dotação a importância da despesa inscrita em restos a pagar no exercício, sendo considerada como receita do ano em que se efetivar, quando a inscrição ocorrer após o encerramento deste. E A arrecadação de todas as receitas deve ser feita em estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para a criação de caixas especiais.

28. (CESPE/INMETRO – CONTADOR/2010) A lei do orçamento não pode conter autorização ao Poder Executivo para a abertura de créditos suplementares.

29. (CESPE-DETRAN/ES/2010-CONTADOR) Caso a LOA não estipule o percentual máximo para cancelamento ou acréscimo de despesas por meio de créditos suplementares, aplica-se o limite de 10% de cada dotação cancelada ou acrescida.

30. (CESPE-DETRAN/ES/2010-CONTADOR) Considere que determinada medida provisória tenha autorizado a abertura de crédito extraordinário, mas acabe perdendo sua eficácia por decurso de prazo. Nessa situação, as despesas realizadas com respaldo nesse crédito são consideradas nulas e devem ser canceladas.

GABARITO

1C 2E 3C 4C 5E 6E 7E 8E 9C 10E 11E 12C 13C 14C 15E 16E 17A 18E 19E 20E 21E 22C 23C 24E 25E 26C 27C 28E 29E 30E

Fique com Deus!