ANALISE DO CRESCIMENTO DA POPULACAO DA CIDADE DE MAPUTO 1997 2007

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1 CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007) ÍNDICE 1.1. Contexto.................................................. 3 1.2. Delimitação Espácio-temporal..............................4 1.3. Problema.................................................. 4 1.4. Justificativa............................................. 5 1.5. Objectivos................................................ 6 1.5.1. Objectivo Geral.........................................6 1.5.2. Objectivos Específicos..................................6 1.6. Hipóteses................................................. 6 1.7. Questões chave de Estudo..................................6 CAPITULO II: QUADRO TEÓRICO-CONCEPTUAL E REVISÃO DA LITERATURA. 7 2.1. Teoria Populacional Malthusiana...........................7 2.2.1. Crescimento populacional: obstáculo ao desenvolvimento sustentável?................................................... 9 2.2.2. A Relação População e Recursos.........................11 CAPÍTULO III: METODOLOGIA.....................................16 3.1 Revisão bibliográfica.....................................16 2014

Transcript of ANALISE DO CRESCIMENTO DA POPULACAO DA CIDADE DE MAPUTO 1997 2007

1CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

ÍNDICE

1.1. Contexto..................................................3

1.2. Delimitação Espácio-temporal..............................4

1.3. Problema..................................................4

1.4. Justificativa.............................................5

1.5. Objectivos................................................6

1.5.1. Objectivo Geral.........................................6

1.5.2. Objectivos Específicos..................................6

1.6. Hipóteses.................................................6

1.7. Questões chave de Estudo..................................6

CAPITULO II: QUADRO TEÓRICO-CONCEPTUAL E REVISÃO DA LITERATURA. 7

2.1. Teoria Populacional Malthusiana...........................7

2.2.1. Crescimento populacional: obstáculo ao desenvolvimento

sustentável?...................................................9

2.2.2. A Relação População e Recursos.........................11

CAPÍTULO III: METODOLOGIA.....................................16

3.1 Revisão bibliográfica.....................................16

2014

2CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

3.2 Análise exploratória de dados do INE......................16

3.2.1 Método estatístico......................................16

3.2.2 Método comparativo......................................16

3.2.3 Método cartográfico.....................................17

3.3 Interpretação dos resultados..............................17

4.1. Localização Geográfica...................................18

4.2 Caracterização Físico- Geográfica.........................18

4.3 Divisão administrativa....................................20

4.4 População.................................................21

CAPÍTULO V: ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS.................22

5.1 Taxa de Crescimento da população..........................22

5.2 Factores de crescimento populacional......................25

5.2.1 Factores demográficos...................................26

5.2.2 Factores sociais da dinâmica populacional na Cidade de

Maputo........................................................33

5.3 Tendências de crescimento a nível da cidade de Maputo.....35

5.4 Impacto do crescimento populacional na cidade de Maputo. . .37

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3CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

CAPÍTULO VI: CONCLUSÃO........................................42

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA......................................44

ANEXOS........................................................48

CAPITULO I: INTRODUÇÃO

1.1. Contexto

A população da cidade de Maputo tem sofrido profundas

transformações nos últimos 10 anos, que terão enormes

repercussões em termos sociais e económicos. Há uma certa

dificuldade, por parte da sociedade, em apreender estas mudanças

e, inclusive, em aceitá-las como reais.

Este trabalho tem por objectivo analisar o crescimento

populacional na Cidade de Maputo, o seu ritmo de crescimento, e

os problemas inerentes ao crescimento. Como se sabe nos dias

actuais, em que a questão do crescimento populacional ocupa uma

posição de relevo na agenda dos entes governamentais, da

sociedade civil e dos agentes económicos, faz-se oportuna a

reflexão sobre os impactos da população e, em especial, de sua

dinâmica sobre a viabilidade dessa forma de desenvolvimento.

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4CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

A fim de que tal reflexão reste de todo proveitosa, não será

suficiente a simples observação de tendências demográficas, bem

como de indicadores sociais, económicos e ambientais. Ainda que

essas informações sejam necessárias, é indispensável uma

elaboração teórica a partir da qual seja possível lhes dar

inteligibilidade. A relação população – recursos ressurge como

tema de fundamental importância na actualidade. Traz à tona um

velho debate que permeia as bases teóricas da ciência demográfica

e da geografia da população: a relação entre o crescimento

populacional e os recursos naturais.

O presente trabalho compreende quatro capítulos: o primeiro

capítulo traz a nota introdutiva do tema em análise (Crescimento

populacional na Cidade de Maputo) acompanhado das hipóteses,

objectivos, questões chaves, contexto. O segundo capítulo

apresenta a teoria que orienta o tema em análise. No terceiro

capítulo faz-se a revisão bibliográfica dos demais variados

autores em relação ao tema do trabalho. O quarto capítulo traz a

descrição dos aspectos físico-naturais e sócio-económicos da área

de estudo. O quinto capítulo apresenta a análise e interpretação

dos dados sobre o crescimento da população na Cidade de Maputo e

no sexto apresenta-se a conclusão e recomendação em relação à

análise do tema.

1.2. Delimitação Espácio-temporal

O trabalho que é apresentado tem como horizonte temporal o

período que vai de 1997 a 2007 e que coincide com os últimos dois

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5CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

Recenseamentos Gerais da População e Habitação em Moçambique. O

estudo terá como espaço a Cidade de Maputo.

1.3. Problema

O crescimento populacional é um factor importante nos prospectos

de desenvolvimento de um país, na medida em que o seu ritmo e

características determinam a magnitude e o tipo de serviços

básicos que devem ser disponibilizado para a população. Embora na

maior parte dos países, o ritmo de crescimento populacional tenha

baixado, como resultados das quedas da natalidade e da

mortalidade, em África, muitos países ainda registam níveis

elevados, acima de dois (2) por cento ao ano (Arnaldo e

Muanamoha, 2013).

Este facto leva alguns estudiosos a considerarem o actual

crescimento da população africana como o seu principal problema e

obstáculo ao seu desenvolvimento. No entanto, para outros, o

actual ritmo de crescimento, alicerçado numa fecundidade elevada

e numa mortalidade em declínio, pode ser benéfico, pois garante a

segurança social na velhice e compensa o aumento da mortalidade

devido ao SIDA (Franken & Chasin 1980:98).

O impacto deste contingente de habitantes e as consequênciais

iniciais da primeira Revolução Industrial sobre o planeta não

foram muito grandes. Em 1992, a população mundial atingiu dois

biliões de pessoas e as transformações económicas provocadas pela 2014

6CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

segunda Revolução Industrial começaram a transformar o mapa do

mundo (Kimpara, 2000:186).

A população humana vem crescendo de forma indiscriminada e

exponencial. Surpreendentemente, isto parece não causar

preocupações a políticos (que querem mais votos) e religiões (que

demanda mais fieis).

Actualmente, em que a questão do desenvolvimento sustentável

ocupa uma posição de relevo na agenda dos agentes Governamentais,

da sociedade civil e dos agentes económicos, faz-se oportuna

reflexão sobre os impactos da população e, em especial da sua

dinâmica de crescimento sobre a viabilidade dessa forma de

desenvolvimento (Kimpara, 2000).

Assim sendo, a questão que se coloca é esta: quais são os

principais problemas causados pelo crescimento da população na

Cidade de Maputo?

1.4. Justificativa

A pertinência do estudo prende-se ao facto do “crescimento da

população” poder ter várias consequências. A mais falada é a

escassez de alimentos não obstante a sua mal distribuição

mundial.

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Com o aumento dos níveis de desenvolvimento dos países aumenta

também a população. Já com a população actual os problemas

ambientais relacionados com a poluição são bastantes. Então,

deduz-se que os problemas sejam muito piores com uma população

ainda maior e a produzir cada vez mais desperdícios. Este aumento

da poluição poderá implicar a degradação de muitos ecossistemas

naturais.

Com este estudo, espera-se contribuir com alternativas para

minimizar os impactos adversos do crescimento populacional. O

estudo prende-se também ao facto de despertar interesses e

necessidade de consciencializar as pessoas com a problemática do

crescimento populacional.

1.5. Objectivos

1.5.1. Objectivo Geral

Este estudo tem como objectivo geral analisar o crescimento

populacional na Cidade de Maputo, no período entre 1997 e 2007

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1.5.2. Objectivos Específicos

Os objectivos específicos deste estudo são os seguintes:

Analisar a dinâmica do crescimento populacional;

Identificar os factores que contribuem para o crescimento

populacional;

Mapear os impactos do crescimento populacional na cidade de

Maputo.

1.6. Hipóteses

As hipóteses de partida para este trabalho são as seguintes:

O crescimento populacional é um fenómeno paralelo ao

alargamento territorial, por conseguinte um obstáculo na

distribuição equitativa dos recursos naturais, dificultando

o desenvolvimento sustentável;

O crescimento populacional é um fenómeno proporcional à

degradação do meio ambiente, trazendo consigo um conjunto de

problemas por si associados, nomeadamente, a escassez dos

serviços sociais.

1.7. Questões chave de Estudo

Perante as hipóteses acima, levantam-se as questões de partida

que se seguem:

Será que o crescimento populacional é um obstáculo ao

desenvolvimento sustentável na Cidade de Maputo? 2014

9CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

Quais os impactos causados pelo crescimento da população na

Cidade de Maputo?

CAPITULO II: QUADRO TEÓRICO-CONCEPTUAL E REVISÃO DALITERATURA

2.1. Teoria Populacional Malthusiana

O presente trabalho foi desenvolvido à luz da Teoria Populacional

Malthusiana, de autoria de Tomas Robert Malthus (1766-1834),

economista e demógrafo inglês, e que ganhou o nome de

“Malthusianismo”. Foi a primeira teoria populacional a relacionar

o crescimento da população com a fome, afirmando a tendência do

crescimento populacional em progressão geométrica e do

crescimento da oferta de alimentos em progressão aritmética.

Preocupado com o crescimento populacional acelerado, Malthus

avança em 1798 uma série de ideias, alertando a importância do

controle da natalidade e afirmando que o bem-estar populacional

estaria intimamente relacionado com crescimento demográfico do

planeta. Malthus alertava que o crescimento desordenado

acarretaria na falta de recursos alimentícios para a população,

gerando como consequência a fome. Ele dizia que a população

crescia em progressão geométrica, enquanto a produção de

alimentos crescia em progressão aritmética (Alves, 2002:157). Com

base nesses dados, Malthus concluiu que inevitavelmente a fome

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10CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

seria uma realidade caso não houvesse um controle imediato da

natalidade.

Segundo Alves (2002:176), a definição de praga biológica é quando

uma população fica com alta taxa de natalidade e baixa taxa de

mortalidade e o número de indivíduos cresce em progressão

geométrica, de forma anormal, no ambiente. Profecias malthusianas

previam fome no mundo em virtude desse crescimento. A

superpopulação fica então sem controlo até que surjam predadores

que façam esse controle externo ou se os predadores e parasitas

(doenças) não aparecerem, o descontrole continua até que acabe o

alimento disponível no ambiente, gerando competição intra-

específica e controle populacional por fome.

De acordo com Sawyer (1987:98), na sua teoria Malthus defendia

como pressuposto para estancar o acelerado crescimento

populacional:

A sujeição moral de retardar o casamento;

A prática da castidade antes do casamento;

Ter somente o número de filhos que se pudesse sustentar.

Segundo Alves (2002:87), em sua teoria sobre o crescimento

populacional, Malthus baseia-se em dois princípios básicos:

Caso não seja detida por obstáculos (guerras, epidemias,

etc.), a população tende a crescer segundo uma progressão

geométrica, duplicando a cada 25 anos.

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11CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

Os meios de subsistência, na melhor das hipóteses, só podem

aumentar segundo uma progressão aritmética.

Malthus acreditava que o crescimento demográfico iria ultrapassar

a capacidade produtiva da terra, gerando fome e miséria.

Entretanto, Malthus argumentava que a alta taxa de mortalidade e

fecundidade seriam praticamente impossíveis de reduzir, uma vez

que eram consequências de factores fora do alcance da intervenção

humana. Por isso, ele defendia que desastres como a fome, a

epidemia e a guerra eram benéficas no sentido de serem um

controle para o crescimento populacional (SAWYER, 1987:109).

Dentre os que se opunham à teoria de Malthus destacou-se Jean-

Antonio Nicholas Caritat, o Marquês de Condorcet (1743-1794). Ele

acreditava que as altas taxas de mortalidade e fecundidade

registadas na época eram devidas à ignorância, às superstições e

ao preconceito e que apenas “as luzes da razão” seriam capazes de

reverter essa situação. Sua teoria, publicada entre 1793 e 1974,

se intitulava “Esboço de um quadro histórico dos progressos do espírito humano”

e, ao contrário de Malthus, apresentava uma visão bastante

positiva do progresso humano.

Em suma, para Malthus, a fome e a miséria eram resultantes do

elevado crescimento populacional, a solução, portanto, estava no

controle da natalidade.

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2.2. Revisão da literatura

2.2.1. Crescimento populacional: obstáculo ao desenvolvimento sustentável?

A despeito do desacordo sobre as formas de desenvolvimento e os

meios pelos quais podem ser conciliadas com a preservação

ambiental, existe uma aparente concordância no que diz respeito à

necessidade de se conter o crescimento populacional. Essa

necessidade se explica com base no seguinte argumento: existe uma

quantidade finita de recursos disponíveis, ao passo que a

população tende a crescer indefinidamente, conduzindo a uma

situação de iminente esgotamento dos recursos disponíveis

(Ehrlich, 1990:285).

De facto, há coerência nesse argumento: a conservação dos

recursos, a longo prazo, depende da imposição de um limite ao

crescimento da população. E é desse pressuposto que derivam as

concepções neomalthusianas, as quais apontam o controlo

populacional como uma verdadeira panaceia.

Ehrlich (1990:287) apresenta uma série de aspectos ignorados por

esse argumento, primeiro, entende-se que o impacto do crescimento

da população sobre o ambiente se dá de maneira quase linear –

entendendo a população humana como um grupo homogéneo, à maneira

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13CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

do que é feito na ecologia, ignorando a influência das relações

sociais sobre o comportamento humano em relação ao meio ambiente.

Ainda dentro do mesmo argumento, Foladori (2001) acrescenta um

segundo pressuposto que é a ignorância da declinante fecundidade

observada em várias partes do Mundo.

E, por último, não é levado em conta o factor inercial na

dinâmica das populações, isto é, mesmo que sejam implementadas

campanhas radicais de controlo da população, ainda assim seus

resultados não se reflectirão imediatamente no contingente

populacional e em seu ritmo de crescimento – a menos que ocorra

alguma calamidade (Foladori, 2001:209).

O obstáculo à sustentabilidade está num certo cepticismo em

relação à possibilidade de se restringir o crescimento económico,

bem como quanto à capacidade de a tecnologia oferecer

alternativas aos recursos explorados – soluções de substituição.

Com efeito, no trabalho mais recente.

Ehrlich (1990:280) propõe que a doutrina de crescimento económico

perpétuo, adoptada pela corrente hegemónica dos economistas, os

impede de ver a necessidade de se controlar a população, tendo

como base a suposição da infinitude de recursos – os quais sempre

poderiam ser substituídos por outros recursos.

Mas, segundo Ehrlich (1990), nem sempre se consegue com sucesso

promover a substituição de um recurso, às vezes, pelo contrário,

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14CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

a adopção de um determinado recurso pode pressionar ainda mais o

meio ambiente. Desse modo, as possibilidades de sobrevivência da

humanidade dependem do imperativo de parar de crescer tanto

económica como populacionalmente.

De todo modo, coloca-se a questão: deve-se controlar a população

para atingir o desenvolvimento sustentável, ou implementar um

modelo de desenvolvimento mais justo, e portanto sustentável,

tendo como consequência um estado de equilíbrio na dinâmica

populacional?

Sen (2002:76) parece fornecer uma resposta satisfatória para essa

questão, ele relativiza a concepção de que há uma iminente crise

na produção de alimentos, ressaltando a elevação da produção per

capita de alimentos durante o século XX a despeito da queda dos

preços dos alimentos. Esse é um dos movimentos pelos quais ele

desarticula o argumento malthusiano, mostrando que a produção de

alimentos pode apresentar um incremento superior ao de uma

progressão aritmética. O outro movimento está em mostrar a

relação entre o desenvolvimento socioeconómico e a queda nas

taxas de fecundidade:

As taxas de fecundidade diminuíram acentuadamente com o

desenvolvimento social e económico. As taxas de fecundidade

continuam sendo as mais elevadas e estão relativamente

estáveis nos países menos privilegiados particularmente na

África subsaariana, que não vêm apresentando desenvolvimento

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económico ou social significativos, permanecendo pobres e

atrasados no que concerne a educação básica, serviços de

saúde e expectativa de vida (SEN, 2002:248).

Desse modo, Sen (2002:254) demonstra que a realidade observada

nos últimos anos do século XX, tem levado vantagem no debate com

Malthus. De acordo com aquele pensador, o progresso da razão

humana poderia conduzir as pessoas a constituírem famílias

menores voluntariamente, o que Malthus contestava, com base na

sua premissa de que não haveria diminuição na intensidade da

paixão entre os sexos, sendo que, apenas mediante a fome e a

miséria haveria meio de conter o crescimento da população.

Com efeito, podemos sublinhar que a melhoria no nível da educação

em geral, e particularmente entre as mulheres, é um importante

factor explicativo para essa mudança na dinâmica populacional.

Outrossim, o aumento da participação da mulher na vida pública e

maior independência económica também são factores que devem ser

levados em conta, em suma, quanto mais liberdades o

desenvolvimento poder prover; liberdade de participar da vida

económica, política, de se educar, de ter acesso à saúde, etc,

maior a tendência de que a população se estabilize

voluntariamente.

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16CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

2.2.2. A Relação População e Recursos

Segundo Vargas (1988:178), antes de passarmos para a análise

empírica da relação população versus recursos, torna-se

necessária uma breve revisão das diferentes abordagens sobre a

temática (Malthusiana e Marxista), bem como das principais

escolas que incitaram esse debate: a escola antropocêntrica e

escola biocêntrica.

Para Santos (1996: 16), a existência do homem na terra foi

marcada pela descoberta e redescoberta da natureza, desde do fim

da sua história natural e a criação de sua história Social, ao

desencantamento do Mundo, com a passagem de uma ordem vital a uma

ordem racional.

Essa relação, marcada por períodos de alternância de um elemento

sobre outro, só passa a ser discutida a partir do século XVII,

com construção de duas correntes de pensamento dividindo-se em

defesa de cada um desses elementos: visão antropocêntrica e visão

biocêntrica (Santos, 1996: 17).

A visão antropocêntrica, em vigor desde o início do século XIX,

defende o homem como centro do universo, alheio ao ambiente

natural. Nessa perspectiva a natureza é vista como um refúgio

para todos os problemas causados pela vida urbana, nesse contexto

é que surge a noção de natureza intocada, que inspirou ideias

preservacionistas, eclodindo com o surgimento do primeiro parque

nacional do mundo com essa funcionalidade. Para Vargas

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17CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

(1998:305), essa exaltação inicial da natureza, que será a base

das ideias preservacionistas, estiveram directamente voltadas às

necessidades do homem, isto é, como factor importante para

melhoria da qualidade de vida dos humanos.

Por outro lado, a visão biocêntrica vê o homem como elemento da

natureza e esta possui valor em si mesma. Esta corrente de

pensamento representou uma mudança na antiga ideia de protecção

ambiental, que conduziu a tomada de consciência por parte da

sociedade sobre os limites do planeta, a partir da década de 60,

quando a degradação ambiental tornara-se evidente.

Segundo Costa (1990:12), na abordagem Malthusiana, a relação

população versus recursos é discutida a partir do crescimento

demográfico e da produção de alimentos, iniciada com a publicação

do“Primeiro ensaio sobre população” de Thomas Robert Malthus em 1798.

Este teórico traz para o interior de sua discussão a questão da

pobreza, polemizando com os chamados socialistas utópicos

(Condorcet, Godwin, Wallace1), que defendiam uma sociedade

igualitária como saída à situação de miséria entre a população.

1Para estes, uma sociedade igualitária estimularia os nascimentos estendendo,

portanto, a pobreza para todos, rompendo o movimento oscilatório entre

progresso e retrocesso. Propunha, portanto, um equilíbrio entre crescimento

demográfico e produção de alimentos para se chegar ao óptimo da população, o

que garantiria mais disponibilidade de recursos por habitante.

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18CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

Para Malthus, a miséria e a pobreza actuavam como um obstáculo

positivo para manter o equilíbrio natural entre o aumento

populacional e a produção dos meios de subsistência. Esta

constatação levaria a uma Lei Natural, cujo postulado afirmava

que a população crescia a um ritmo geométrico, enquanto os meios

de subsistência a um ritmo aritmético. Dessa forma, a miséria em

suas várias expressões (fome, desemprego, rebaixamento de

salários, etc. - era um mal) (Ibid.).

A análise malthusiana realizada através do empirismo lógico,

entendia o crescimento populacional como um factor negativo ao

desenvolvimento económico, suas propostas vinham ao encontro da

necessidade de se fortalecer o sistema capitalista através da

dominação ideológica, daí o imenso prestígio que cercou o

lançamento de seu livro e as proliferações das correntes de

pensamento posterior, conhecida como neo-malthusianista, com

ampla aceitação entre tecnocratas e políticos (Costa, 1990:14).

Santos (1996:24), já na abordagem marxiana, contrária às

proposições de Malthus, a sobrepopulação (aumento demográfico)

era resultado das desigualdades sociais imposta pelo modo de

produção, dessa forma entendia que a situação de pobreza era

resultado da não possibilidade do pobre em se apropriar dos meios

de subsistência através de sua força trabalho.

Assim, a superpopulação era relativa não tendo qualquer vínculo

com o crescimento absoluto da população, sendo determinada pela

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19CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

forma de desenvolvimento e reprodução do capital. Esta

superpopulação relativa constitui não só um resultado, mas uma

condição da acumulação do capital. De duas maneiras: 1º) serve

para regular os salários; e 2º) e é material humano disponível, a

ser aproveitado, independente dos limites do aumento real da

população (Damiani, 1991:18).

Concluímos que o método utilizado por Marx considera a

historicidade dos processos, determinando que cada modo de

produção tem suas leis próprias de população. No capitalismo, a

dinâmica populacional é determinada pela posição que esta ocupa

diante das forças produtivas e das relações sociais de produção.

Costa (1990:21) afirma que, o que se observa hoje é que as

colocações [...] de Marx têm muito sentido nas sociedades

capitalistas, pelo avanço tecnológico, que leva a uma

intensificação mais aguda do processo do trabalho, além do

aumento da produtividade que favorece o processo de exploração da

mais-valia relativa, aumentando sobremaneira a quantidade

daqueles que passam a constituir a superpopulação relativa.

MPF (1996) indica três factores do crescimento da população

urbana de Moçambique: I) os saldos migratórios (interno e

internacional); II) a reclassificação de áreas rurais em urbanas

e a anexação de populações vizinhas; e iii) os saldos vegetativos

da população urbana como tal, da população migrante e das

populações anexadas ou agregadas por reclassificação.

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20CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

FNUAP (1999:25) afirma que “o crescimento da população urbana

ultrapassou o desenvolvimento do emprego, da habitação, dos

serviços e do resto da infra-estrutura social e física” e que o

número de megacidades aumentou de duas (Nova Iorque e Tóquio), em

1960, para 17, em 1999.

Muanamoha (2002) aponta que um dos factores que assume cada vez

maior peso no processo de crescimento rápido da população urbana

é a existência de população jovem com acesso crescente ao ensino

e a informação que, face à precariedade de condições de vida nas

áreas rurais, ao nível de saúde, educação, recreação, etc., são

levadas a migrar para as áreas urbanas

Em relação ao crescimento da população urbana, há um entendimento

de que a sua análise deve ser orientada por duas linhas de

reflexões: a primeira preconiza a necessidade de saber quais são

as forças que motivam a localização das pessoas nas cidades e, a

segunda, que procura saber como operam as forças dessa motivação.

Para o mesmo autor, as motivações subjectivas que movem as

pessoas a deslocar-se e a instalar-se na cidade são a preferência

pelo modo de vida urbano e a atracão pela imagem da cidade

(Muanamoha, 2002).

De acordo com Damiani (1990), o crescimento global da população,

em especial as acentuadas taxas de crescimento natural urbana,

causa um crescimento rápido nos países em desenvolvimento. Assim

sendo, Araújo (1997) afirma que nos países desenvolvidos em geral

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21CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

e nos da Europa em particular, o crescimento acelerado da

população urbana teve como consequências a escassez de habitação

adequada, o surgimento de bairros pobres, as deficiências no

sistema de saneamento urbano e a deterioração das condições

ambientais nas cidades. Para Mapengo (2011), esse crescimento

resultou na emergência de mais cidades e no desenvolvimento de

outras tais como Tóquio e Cidade do México.

Araújo (1997:101) refere que na Europa “a principal componente do

crescimento da população urbana foi, durante um longo período, a

migração campo-cidade”, enquanto “em África e na América latina o

actual crescimento da população das cidades deve-se,

fundamentalmente, ao crescimento natural” e no continente

asiático o “mais de metade do crescimento urbano deve-se á

migração campo-cidade e á reclassificação das cidades”.

Araújo (1997:98-99), na sua reflexão sobre o assunto, afirma que

“o crescimento da população dos lugares urbanos pode ser

resultado de quatro processos, que podem actuar simultaneamente:

o crescimento natural positivo; migração rural-urbano dentro do

país; migrações internacionais em direcção às áreas urbanas de

determinado país; expansão territorial dos lugares urbanos

através da redefinição dos seus limites ou da urbanização das

áreas circundantes. Estes factores, de certa forma, também foram

referidos por Repetto (1985) e por Tati (1993). Muanamoha (2000)

acrescenta outro factor de crescimento da população urbana, a

formação de novas cidades.

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22CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

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23CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

CAPÍTULO III: METODOLOGIA

Este capítulo reserva-se à explicação dos procedimentos

metodológicos para realização desta pesquisa, sendo que,

destacaram-se três momentos:

Revisão bibliográfica;

Análise exploratória de dados do INE;

Interpretação dos resultados.

3.1 Revisão bibliográfica

A revisão bibliográfica permitiu a explicitação de conceitos e o

enquadramento do objecto de estudo. Foram consultadas várias

obras no Centro de Análise Políticas (CAP), no Instituto Nacional

de Estatística (INE) e noutras instituições.

3.2 Análise exploratória de dados do INE

Os dados que foram objecto de análise derivaram dos

Recenseamentos Gerais da População e Habitação de 1997 e 2007.

Para a sua análise recorreu-se aos métodos que se apresentam a

seguir:

3.2.1 Método estatístico

Usou-se o método estatístico para o cálculo da taxa de

crescimento populacional entre 1997 e 2007. Para a análise de

dados foram feitas algumas tabelas e construídos gráficos. Ainda

o método estatístico permitiu a caraterização geral da área de

2014

24CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

estudo do ponto de vista físico e demográfico e a descrição da

evolução da população entre 19697 e 2007.

3.2.2 Método comparativo

Este método tem um papel importante para a geografia e consiste

basicamente na identificação das semelhanças e diferenças ao

nível espacial e temporal de dado fenómeno.

Neste trabalho é feita uma análise temporal e espacial para

verificar as variações da distribuição territorial da população

na cidade de Maputo por distritos municipais com base nos dados

dos censos de 1997 e 2007. Assim foi possível diferenciar e

explicar as disparidades verificadas nas diferentes unidades

espaciais da área de estudo.

3.2.3 Método cartográfico

No presente trabalho, recorreu-se ao Sistema de Informação

Geográfica (SIG), que consistiu na elaboração de mapas da

localização geográfica da área de estudo e da sua divisão

administrativa.

3.3 Interpretação dos resultados.

Os resultados do estudo foram analisados e interpretados de forma

qualitativa e quantitativa, com recurso ao pacote informático M-

Excel.

2014

25CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

CAPITULO IV: CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA DE ESTUDO

4.1. Localização Geográfica

Maputo Cidade (até 1976 Lourenço Marques) é a capital e a maior

cidade de Moçambique. É também o principal centro financeiro,

corporativo e mercantil do país. Localiza-se na margem ocidental

da Baía de Maputo, no extremo sul do país, perto da fronteira com

a África do Sul e Suazilândia e, por conseguinte, da tripla

fronteira dos três países. Até 13 de Março de 1976 a cidade era

2014

26CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

denominada "Lourenço Marques" em homenagem ao explorador

português homónimo.

A cidade de Maputo está localizada no Estuário do Espírito Santo,

onde desaguam os rios Tembe, Umbeluzi, Matola e Infulene. Está

situada, entre as latitudes 25º 49' 09"  e 26º 05' 23" Sul e as

longitudes 33° 00' 00" e 32° 26' 15" Este, a uma altitude média

de 47 metros (Muchangos, 1994).

A cidade de Maputo possui uma área de 346,77 km², tendo como

limites, a norte o distrito de Marracuene, a sul o distrito de

Matutuíne, a oeste a cidade da Matola e distrito de Boane, e a

este é banhado pelo Oceano Índico (vide o mapa 1, em anexo).

4.2 Caracterização Físico- Geográfica

A seguir apresentam-se as condições fίsico-geográficas da cidade

de Maputo. Segundo Muchangos (1994), esta cidade, devido á sua

localização geográfica nas cercanias do paralelo 26º Sul, é

marcada por um clima tropical húmido (na classificação de

Koppen), com chuvas predominantemente na época quente. O período

húmido e chuvoso vai de Outubro a Março e o seco de Abril a

Setembro. A média das temperaturas máximas diurnas é da ordem do

28,7º C, rejeitando-se o Máximo em Fevereiro (30,9ºC), enquanto a

média das temperaturas mínimas diurnas é de 17,4ºC, com o mínimo

em Julho (11,9ºC).

2014

27CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

A pluviosidade média anual atinge 756,4mm, sendo os meses de

Janeiro e Fevereiro os períodos em que se registam em média os

valores mais altos de precipitação (vide o gráfico 1 e a tabela 1

abaixo).

Tabela 1: Temperatura registada no ano de 2012 na cidade de Maputo

Mês Jan Fev

Ma

r

Ab

r

Ma

i

Ju

n

Ju

l

Ag

o

Se

t

Ou

t

No

v

De

z AnoTemperat

ura

média

mensal

(°C)

27 27 26 24

.5

22

.5

19

.5

19

.5

21 22 23 25 26 23.

5

Precipit

ação

152

.4

134

.6

99

.1

50

.8

27

.9

17

.8

15

.2

12

.7

30

.5

50

.8

78

.7 94

772

.2

Fonte: INAM

Gráfico 1- gráfico termo-pluviometrico da cidade de Maputo

2014

28CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados do INAM (2012)

4.3 Divisão administrativa

Segundo INE (2009), a cidade de Maputo está administrativamente

dividida em sete (7) distritos nomeadamente: KaMpfumo,

Nhlamankulo, KaMaxakene, KaMavota, KaMubukwane, KaTembe e

KaNyaka, (vide o mapa 2, em anexo, e a tabela 2, abaixo).

Tabela 2: Divisão Administrativa da Cidade de Maputo em 2007

Unidade Administrativa Bairro/PovoaçãoDistrito Municipal

Kampfumo

Central A, B e C; Alto Maé A e

B; Malhangalene A e B; Polana

Cimento A e B, Coop e

Sommerchield.Distrito Municipal

Nhlamankulo

Aeroporto A e B; Xipamanine;

Minkadjuíne; Unidade 7;

Chamanculo A, B, C e D; Malanga

e Munhuana.Distrito Municipal

KaMaxakene

Mafalala;Maxaquene A,B,C e D;

Polana Caniço A e B e

2014

29CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

Urbanização.Distrito Municipal

KaMavota

Mavalane A e B; FPLM; Hulene A

e B; Ferroviário; Laulane; 3 de

Fevereiro; Mahotas, Albazine e

Costa do Sol.DistritoMunicipal

KaMubukwane

Bagamoyo; George Dimitrov

(Benfica); Inhagoia A e B;

Jardim, Luís Cabral; Magoanine;

Malhazine; Nsalane; 25 de Junho

A e B; e Zimpeto ;Distrito Municipal Katembe Chale; Gwachene, Inguide;

Ncassene e Chamissava.Distrito Municipal Kanyaka Ingwane; Ribjene e Nhaquene .

Fonte: INE (2009)

4.4 População

Os dados demográficos disponíveis permitem-nos descrever a

evolução da população entre os anos 1997 e 2007. Segundo os

resultados dos censos de 1997 e 2007, a cidade de Maputo registou

um aumento da sua população ao passar de 966 837 habitantes em

1997 para 1 094 628 habitantes em 2007.

2014

30CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

De acordo com o censo realizado em 1997 e segundo INE (1999), a

cidade de Maputo tinha uma população na ordem de 966 837

habitantes, dos quais 473 728 eram homens e 493 109 eram

mulheres. E de acordo com o censo de 2007 segundo INE (2009), o

efectivo populacional na cidade de Maputo é de 1 094 628

habitantes, dos quais 532 570 são homens e 562 058 são mulheres

(Vide a tabela 3).

Tabela: 3 Distribuição da População de acordo com os distritos Urbanos

Unidade Administrativa Censo

(1997)

Censo (2007)

Distrito Municipal

Kampfumo

154 284 108 096

Distrito Municipal

Nhlamankulo

162 750 154 272

DistritoMunicipal

Kamaxakene

210 551 223 628

Distrito Municipal

Kamavota

228 244 293 270

Distrito Municipal

KaMubukwane

211 008 290 775

Distrito Municipal

Katembe

-----------

--

19 371

Distrito Municipal

KanyaKa

-----------

---

5 216

Total 966 837 1 094 628

2014

31CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

Fonte: INE (1998) e INE (2009)

CAPÍTULO V: ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS

Geralmente, uma população urbana cresce em função de duas

componentes principais nomeadamente, crescimento natural e saldo

migratório, que podem actuar isoladamente ou em combinação. Deste

modo, pretende-se neste capítulo, apresentar e discutir os dados

do crescimento da população da Cidade de Maputo, de acordo com a

seguinte ordem:

Taxa de crescimento da população;

Factores demográficos do crescimento;

Factores sociais do crescimento;

Tendência do crescimento;

Impacto do crescimento populacional na Cidade de Maputo.

5.1 Taxa de Crescimento da populaçãoPara medir o crescimento da população usa-se, geralmente, a Taxa

de Crescimento Natural (TCN). Esta taxa corresponde à diferença

entre a taxa bruta de natalidade e a bruta de mortalidade. Pode

ser positiva, nula ou negativa consoante a taxa bruta de

natalidade seja superior, igual ou inferior à taxa bruta de

mortalidade (Carvalho, 2000).

2014

32CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

Gráfico 2: Taxas de crescimento da Cidade de Maputo, 1997 e 2007

Fonte: Adaptado com base em INE (1999) e INE (2009)

2014

33CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

A Cidade de Maputo registou um crescimento populacional com

tendência a decrescer, se comparados os dois períodos censitários

definidos para este estudo, senão vejamos: até 1997 tinha um

crescimento natural estimado em 2.8%, tendo decrescido para 1.2

no período de 1997 a 2007. No que corresponde ao crescimento

médio anual observado, até 1997 era de 3.4, onde decresceu para

1.5 no período correspondente a 1997-2007.

Para este estudo, também foi analisado o crescimento populacional

ao nível dos distritos municipais que constituem a Cidade de

Maputo, com o objectivo de mapear o crescimento anual da

população de acordo com a situação urbana de cada um deles (vide

tabela 4).

Tabela 4: Crescimento populacional por distrito municipal, Maputo,1997-2007

Distritos 1980 a

1997

1997 a

2007

Diferença Taxa média anual

de crescimento

(%)KaMpfumo 113 234 109 920 -3 314 -0,3

2014

34CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

KaNhlamanku

lu 162 750 156 836 -5 914 -0,4Ka Maxakeni 210 551 227 290 16 739 0,8Ka Mavota 228 244 297 657 69 413 2,7

Ka

Mubukwana 211 008 294 967 83 959 3,4KaTembe 31 706 19 668 -12 038 -4,7KaNyaca 9 344 5 300 -4 044 -5,5

Provincia 966 837

1 111

638 144 801 1,5

Fonte: INE (2010)

A tabela mostra o número de habitantes que vivem nos distritos da

cidade de Maputo. Segundo os resultados dos censos realizados em

1997 e 2007, Maputo cidade registou um aumento da sua população

ao passar de 966837 em 1997 para 1111638 habitantes em 2007.

Neste espaço de tempo (1997-2007), ao nível dos distritos,

KaMubukwane obteve o maior aumento populacional na ordem de 83859

pessoas, seguindo o distrito de kaMavota, kaMaxakeni com 69413 e

16739 respectivamente. Por fim, o distrito com maior perda de

população foi KaTembe, com -12.038 habitantes, seguido pelos

distritos municipais de KaNhlamankulu (-5.914 habitantes),

KaNyaca (-4.044 habitantes) e KaMpfumo (-3.314 habitantes).

2014

35CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

Gráfico 3: Taxa média anual de crescimento da população

Fonte: Adaptado com base em CMCM (2010)

O gráfico 3 mostra a distribuição da taxa média anual do

crescimento populacional na cidade Maputo. Desta distribuição

observou-se que a taxa média anual de crescimento na área em

estudo é de 1.5 %.

Ao nível dos distritos, KaMubukwane obteve maior taxa media de

crescimento anual de 3,3%, seguindo o distrito de kaMavota com

2,7%. Por fim, o distrito com a taxa de crescimento negativa mais

elevada foi KaNyaca, com -5,5%, seguido pelos distritos

2014

36CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

municipais de KaTembe (-4,7), KaNhlamankulu (-0,4) e KaMpfumo (-

0.3).

5.2 Factores de crescimento populacional

Podem influenciar o crescimento da população factores

demográficos e factores sociais. Os factores demográficos

analisam a natalidade/ fecundidade, a mortalidade e a migração.

Os sociais analisam as condições de habitação e de saneamento,

bem como o uso de métodos contraceptivos por parte das mulheres.

5.2.1 Factores demográficos

Segundo Arnaldo e Muanamoha (2013), o crescimento de uma

população é resultado de três processos demográficos: natalidade,

mortalidade e migração.

5.2.1.1 Fecundidade

A fecundidade é uma das componentes principais do crescimento

natural da população. A análise de fecundidade mede a ocorrência

dos nascimentos e comportamento reprodutivo das mulheres em idade

reprodutiva. A importância do seu estudo deve-se ao facto de esta

determinar o crescimento e a estrutura da população.

A principal fonte de dados para o cálculo de taxas específicas e

globais de fecundidade são as estatísticas vitais. No entanto,

2014

37CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

nos países como Moçambique, onde as estatísticas vitais são

deficientes, a medição da fecundidade é feita a partir de dados

de censos e inquéritos.

Neste ponto, apresenta-se a análise de taxas específicas e

globais de fecundidade a nível da cidade de Maputo. A taxa global

de fecundidade, por ser um indicador sintético, tem sido

utilizada para comparar os níveis de fecundidade entre diferentes

grupos populacionais e em diversos períodos de referência. Por

isso, optou-se por apresentar este indicador e comparar o seu

nível entre os dois últimos censos (vide tabela 5 abaixo).

Tabela 5: Indicadores de Fecundidade nos Anos 1997-2007 em Maputo

Cidade

Taxa Bruta de Natalidade

1997 2007

36,1 28,7

Taxa Global de

Fecundidade 4,3 3,0

Taxa Especifica de

Fecundidade

Filhos nascidos em cada 1000 mulheres

1997 2007

15-19 87 6520-24 182 13925-29 189 13430-34 164 11435-39 131 81

2014

38CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

40-44 73 3745-49 39 21

Fonte: Indicadores INE (1999) e INE (2009)

A tabela 5 mostra três indicadores da fecundidade. Quanto ao

primeiro indicador que é a taxa bruta de natalidade, ela indica o

número de nascimentos por cada 1000 habitantes, onde em 1997

nasceram 36,1 crianças em cada 1000 habitantes já em 2007

registou-se uma redução onde nasceram 28,7 crianças em cada 1000

habitantes.

Analisando a taxa global de fecundidade observou-se que em 1997 a

taxa era de 4,3 filhos por mulher e em 2007 a taxa reduziu para

3,0 filhos.

A análise da fecundidade mede o grau com que os nascimentos vão

ocorrendo numa determinada população. Analisando a tabela ela

mostra que houve uma redução quanto ao número de filhos entre os

anos 1997 e 2007.

O gráfico 4 mostra o número de nascimentos em cada faixa etária

ocorridos na cidade Maputo entre 1997 e 2007. Os dados mostram

que nos anos acima registou-se uma ligeira redução. À escala das

faixas etárias os dados revelam que os níveis mais altos de

fecundidade registam-se entre os grupos etários de 20-24 e 25-29

(Vide gráfico 4 abaixo).

2014

39CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

Gráfico 4: Taxas especificas de fecundidade, Maputo cidade.

Fonte: INE (1999) e INE (2009)

5.2.1.2 Mortalidade A mortalidade é o desaparecimento definitivo de toda a evidência

de vida em qualquer momento depois do nascimento, sem hipótese de

ressuscitação (Muanamoha, 2000).

Este é um fenómeno que, em associação com a natalidade e a

migração, determina o crescimento de uma população, podendo ser

analisada a diversos níveis, desde global, por grupos etários,

2014

40CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

por sexo, por estado civil, de acordo com o objectivo que se

pretende analisar. Para este estudo foram analisados os seguintes

indicadores: taxa bruta de mortalidade, taxa de mortalidade

infantil e esperança de vida ao nascer.

A taxa bruta de mortalidade relaciona o número de óbitos num

determinado período de tempo e a população média nesse espaço de

tempo, sendo que, conjuntamente com a taxa bruta de natalidade,

determina o crescimento natural de uma população. Todavia, de

acordo com Carvalho (2000), este indicador tem a desvantagem de

ser influenciada por mudanças na estrutura da população.

Tabela 6: Indicadores de Mortalidade, Cidade de Maputo, 1997 e 2007

Indicadores 1997 2007

Taxa Bruta de Mortalidade

(por mil)

8.4 10.1

Taxa de Mortalidade

Infantil (por mil)

79.7 61.6

Esperança de vida ao

nascer (em anos)

58.3 56.2

Fonte: INE (2009)

2014

41CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

A tabela 6 mostra que, em 1997, com uma população de 987,943

habitantes, a Cidade de Maputo tinha uma taxa bruta de

mortalidade de 8.4‰, o que significa que em cada 1000 habitantes,

8 morreram no período de referência. Embora com factores sociais

a favor tais como o aumento da rede sanitária e das condições de

higiene e de saúde, a cidade de Maputo registou, em 2007, uma

taxa bruta de mortalidade correspondente a 10.1.

A situação descrita no parágrafo anterior é contrariada ao

analisar-se a Taxa de Mortalidade Infantil pois, no ano de 1997,

na área de estudo, a mesma correspondia a aproximadamente 80

óbitos em crianças com menos de 1 ano de idade em cada mil nados

vivos, tendo decrescido no ano 2007 para aproximadamente 62‰.

O decrescimento da TMI não contribuiu para o aumento da esperança

de vida ao nascer mas sim o aumento da TBM veio a ter uma

influência na sua redução, uma vez que, de acordo com INE (2010),

quanto menor for a mortalidade, maior será a esperança de vida ao

nascer. Assim, em 1997, a esperança de vida ao nascer era em

média 58.3 anos, tendo decrescido para 56.2 anos em 2007 (confira

a tabela 7, elaborada com base em INE, 2009).

5.2.1.3 Migrações

As migrações constituem um elemento fundamental para explicar o

grande crescimento populacional da actualidade. Os motivos que

estão na base da sua existência residem quase sempre na busca de

meios que garantam a sobrevivência das pessoas ou a melhoria do

2014

42CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

seu nível de vida. Se focarmos uma das consequências das

migrações na área de chegada verifica-se o acelerado aumento da

população e de ocupação dos espaços físicos. As migrações são

causadas por factores como facilidade de emprego, salários

competitivos, melhores condições de vida. Uma vez adquirida estas

condições origina-se a grande concentração e surgimento de outros

focos tornando-se assim a migração como um dos factores

responsáveis pelo grande crescimento populacional (Sawyer,

1985:347).

Tabela 7: Migração interna de toda a vida, Cidade de Maputo, 1997 e2007

Indicadores 1997 2007

Imigrantes 360,858 343,919

Emigrantes 156,579 243,108

Saldo migratório +204,279 +100,811

Fonte: Raimundo & Muanamoha in CEPSA (2013)

Em 1997, a Cidade de Maputo era constituída por 360,858

imigrantes, o que representava 37.32% da população total

residente na mesma área, sendo que, em 2007, este número

decresceu para 342,919, correspondendo a 30.93% dos residentes

registados nesse ano.

Por outro lado, em 1997, 18.81% dos nativos da área de estudo,

isto é, 156,579, emigraram para vários destinos nacionais, sendo

2014

43CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

de destacar a Província de Maputo. Entretanto, olhando para o

censo de 2007, o número de emigrantes da Cidade de Maputo subiu

para 243,108, tendo havido um incremento de 55.3%.

Dos dois indicadores referidos nos dois parágrafos anteriores,

isto é, imigração e emigração, determinou-se o saldo migratório.

Nos dois anos censitários, a Cidade de Maputo teve um saldo

migratório positivo, sendo 204,279 em 1997 e 100,811 em 2007, o

que significa que houve mais entradas do que saídas. Contudo, é

preciso destacar que, o saldo migratório referente ao ano 2007

foi menor em relação ao outro período (1997), pelo facto de ter-

se registado muitas saídas, embora com entradas relativamente

baixas comparando com as correspondentes ao ano de 1997.

Taxas de Migração interna líquida de toda a vida

Olhando para os dados apresentados na tabela 8 nota-se que, em

1997, na Cidade de Maputo, a taxa de imigração indica que em cada

100 pessoas que residiam, 37.3% tinham nascido noutras

províncias. Já no ano 2007, em cada 100 residentes na mesma área,

31.4% eram provenientes doutras províncias, o que demonstra que

houve uma redução, comparando com os registos referentes ao ano

1997.

Tabela 8: Taxas de migração interna líquida de toda a vida, Cidadede Maputo, 1997 e 2007

2014

44CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

Indicadores 1997 2007

Taxa de imigração

(%)

37.3 31.4

Taxa de emigração

(%)

20.9 25.0

Taxa de migração

liquida (%)

21.1 9.2

Fonte: Raimundo & Muanamoha in CEPSA (2013)

Por outro lado, no que diz respeito à emigração, os dados

apresentados na tabela 8 indicam que, em 1997, em cada 100

nativos da Cidade de Maputo, 20.9% fixaram-se noutras províncias,

sendo que, esta proporção vem a ser ligeiramente maior em 2007,

onde a mesma foi de 25%.

Do ponto de vista de resultado líquido da migração acumulada, a

tabela mostra que a população observada em 1997 registou um

acréscimo de 21.1%. No ano 2007, embora a Cidade de Maputo tenha

continuado a registar um acréscimo na sua população, deve-se

notar que nesse período foi apenas em 9.2%, tendo havido um

decrescimento acentuado em relação ao ano de 1997.

2014

45CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

Migração no ano anterior ao censo

Com a finalidade de estimar a migração mais recente, apresenta-se

também dados referentes à imigração e emigração dos anos

anteriores aos censos analisados (isto é, 1997 e 2007).

Tabela 9: Migração do período 1996-1997 e 2006-2007, Cidade de Maputo,1997 e 2007

Indicadores 1997 2007

Imigrantes 61,508 26,215

Emigrantes 45,738 65,671

Saldo migratório +15,770 -39,456

Fonte: Raimundo & Muanamoha in CEPSA (2013)

De acordo com o censo de 1997, no período em análise, a cidade de

Maputo tinha cerca de 61,508 pessoas que no ano de 1996 residiam

noutra província. Por outro, 45,738 nativos da Cidade de Maputo

que até o ano de 1996 residiam no seu lugar de nascimento, em

1997 encontravam-se noutras províncias. Estes números levam a um

saldo migratório de 15,770, o que significa que a área de estudo

teve mais entrada de habitantes do que saída de seus nativos.

Olhando para o ano 2007, a tabela mostra que na Cidade de Maputo

residiam cerca de 45,738 habitantes que no ano anterior estavam

2014

46CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

noutra província e, entretanto, 65,671 dos seus nativos

encontravam noutras províncias, sendo que no ano 2006

encontravam-se no seu lugar de nascimento. Contudo, o saldo

migratório referente ao período de 2007 foi negativo, isto é -

39456, o que significa que a Cidade de Maputo registou mais

saídas do que entradas.

Todavia a migração apesar de ser um factor que influencia no

processo de crescimento da população, ela não pode ser usado como

um fenómeno vital, para analisar o crescimento populacional

devido a sua flutuação que ocorre a cada ano.

5.2.2 Factores sociais da dinâmica populacional na Cidade de

Maputo

A dinâmica demográfica de uma determinada área urbana está ligada

às condições sociais que esta oferece aos seus habitantes. Desta

maneira, Beaujeu-Garnier (1997:289-290) refere a dois tipos de

condições sociais que podem interferir no comportamento

reprodutivo das famílias, isto é, na definição do tamanho do

agregado familiar pelos casais: condições materiais (habitação

com electricidade) e condições psicológicas (grau de instrução).

Segundo o autor, estes elementos permitem que o urbano utilize

todos os métodos contraceptivos e limite o número de filhos

consoante o seu desejo.

2014

47CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

Entretanto, para além dos elementos que podem influenciar a

fecundidade, existem outros que interferem na mortalidade e,

deste modo, influenciando a dinâmica populacional nomeadamente,

fonte de água, serviço sanitário (latrina, uso ou não de

autoclismo) e assistência no parto.

Tabela 10: Indicadores sociais, Cidade de Maputo, 1997 e 2007

Indicadores socias (*a) 1997 2007

Habitações com electricidade (%) 38.1 63.0

Habitações com água canalizada(%)

49.0 55.1

Habitações sem canalização/queusam outras fontes (%)

51.0 44.1

Latrina melhorada (%) 70.3 50.5

Retrete com autoclismo (%) 20.1 31.0

Sem Latrina/ retrete (%) 4.0 1.5

Taxa bruta de analfabetismo 15 9.8

Indicadores socias (*b) 2003 2011

Mulheres que conhecem pelo menosum método contraceptivo (%)

99.1 99.5

Mulheres que usam métodoscontraceptivos (%)

49.7 35.9

Partos assistidos por agentesespecializados de saúde

86.5 90.8

Fonte: *a) INE (1999; 2009) *b) IDS (2003; 2011)

2014

48CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

No período em que a Cidade de Maputo teve um crescimento natural

de 3.8%, isto é, em 1997, 38.1% das habitações estavam ligadas à

rede eléctrica, sendo este um factor que segundo Chaúque (2004)

influencia na fecundidade, na medida em que os agregados tem

fraco acesso à informação e se deitam mais cedo, permitindo que a

relação sexual seja a única actividade nocturna efectuada pelos

mesmos. Em 2007, houve um aumento significativo na proporção de

habitações com electricidade, sendo portanto para 63%,

reflectindo-se também de alguma forma no crescimento da

população.

Outros factores como canalização da água, uso de outras fontes de

água, uso de latrinas melhoradas, retretes com autoclismo e

habitações sem latrina nem retrete, com 49%, 51, 70.3, 20.1 e 4%,

respectivamente, tiveram em 1997, influência na dinâmica da

população pois a sua variação contribuiu para a tendência de

redução da mortalidade na Cidade de Maputo. Já no ano 2007, mais

habitações tinham água canalizada (55.1%), o que correspondeu à

redução do uso doutras fontes (44.1%). Do mesmo modo, diminui a

proporção das habitações com latrinas melhoradas (50.5%) e

aumentou a que corresponde àquelas com retrete com autoclismo

(31%), sendo que, tornou-se visível a diminuição da proporção de

habitações sem retrete nem latrina (1.5%). Esta variação dos

factores apresentados em 1997 e 2007, influenciou de alguma

maneira para a diminuição da taxa de mortalidade infantil (que em

1997 era de 79.7 e em 2007 de 66.1) e dessa maneira, na redução

do crescimento médio (que em 1997 era de 3.4% e em 2007 de 1.5%).

2014

49CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

A maioria da população da Cidade de Maputo tem como nível

académico concluído mais elevado o Ensino Primário, ou seja, os

níveis educacionais na urbe ainda são baixos, embora tenha

apresentado uma taxa de analfabetismo de 15% em 1997 e 9.8% em

2007, o que indica que houve uma redução.

Na segunda parte da tabela são apresentados factores sociais

extraídos do Inquérito Demográfico e de Saúde (IDS) que, de igual

modo, podem contribuir na explicação da tendência do crescimento

natural ao nível da Cidade de Maputo. Assim, em 2003, cerca de

99.1% das mulheres da área de estudo conheciam algum método

anticonceptivo, porém apenas 49.7% declararam ter usado.

Entretanto, em 2011, embora tenha aumentado a proporção

correspondente ao mesmo indicador (para 99.5%), deve-se destacar

o facto de ter havido uma redução na proporção de mulheres que

declararam o seu uso (35.9%).

Outro indicador que influencia directamente na mortalidade

infantil é a proporção de partos assistidos por agentes

especializados, o qual em 2003 foi de 86.5, tendo subido para

90.8 em 2011.

5.3 Tendências de crescimento a nível da cidade de Maputo

Embora o primeiro censo populacional tenha sido realizado por

volta de 1930 (INE, 1999), as estimativas indicam que, nos

últimos 100 anos, vários factores influenciaram o ritmo de

crescimento da população de Moçambique ao nível nacional e

provincial (Arnaldo et al, 2013:12).

2014

50CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

A cidade de Maputo tinha em 1997 cerca de 966 837 habitantes,

porém esta sofreu um aumento de mais 144 801, representando um

crescimento anual de 1,4% ano. Segundo Arnaldo e Muanamoha

(2013:15), de 1997 até ao último censo realizado em 2007, a taxa

de crescimento anual passou de 3,4% para 1,5% anuais.

Gráfico 5: Factores de crescimento populacional, Maputo, 1997 e

2007

Fonte: Adaptado com base em INE (1998) e INE (2009)

A tabela mostra o comportamento dos factores que influenciaram

directamente na tendência do crescimento da população da Cidade

de Maputo. Conforme o ilustrado, a redução da taxa de crescimento

populacional foi influenciado em grande medida pelo decrescimento

da taxa bruta de natalidade que, por sua vez, foi resultado do

2014

51CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

melhoramento das condições de vida, com destaque a electrificação

das habitações, bem como a diminuição da taxa de analfabetismo. A

diminuição da taxa líquida de migração também teve uma palavra a

dizer no que concerne ao crescimento da população pois, embora

tenha continuado positiva, houve um decrescimento acentuado de

1997 à 2007, o que pode ter reduzido a entrada de populações com

hábitos rurais ligados a uma alta natalidade.

Por outro lado, encontra-se a mortalidade que, conforme o

ilustrado na figura acima, teve uma tendência de aumento, sendo

que, entretanto, não influenciou para o aumento da taxa de

crescimento pois, o crescimento natural teve um peso maior da

natalidade que, por sua vez, embora tenha decrescido, continuava

superior em relação à mortalidade. Contudo, de um modo geral, a

população da Cidade de Maputo continuou a registar um crescimento

positivo, se comparado aos últimos trinta anos, sendo que esta

situação foi causada pelo crescimento natural, que se manteve

positivo do que pelos outros factores, embora seja importante

fazer referência que a migração deu também o seu contributo pois,

as entradas compensaram as saídas, diminuindo a possibilidade de

estes terem tido uma influência significativa sobre o crescimento

demográfico.

2014

52CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

5.4 Impacto do crescimento populacional na cidade de Maputo

O crescimento da Cidade de Maputo como resultado do aumento

populacional proporciona o aumento das catástrofes ambientais,

porquanto que além de representarem um acréscimo nos níveis de

consumo, acabam por desencadear problemas de suma importância,

principalmente no que diz respeito a produção de resíduos

sólidos, revelando a problemática do lixo e seu alto impacto

sobre o meio ambiente (vide figura 1, abaixo).

Figura 1: Deposição desordenada do lixo

2014

53CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

Fonte: DW (2014)

Essa proliferação do aumento do lixo urbano acaba por tornar a

questão dos resíduos como um dos alarmantes problemas ambientais

da actualidade. De acordo com Chaúque (2004), a realidade da

formação de lixo nas grandes cidades é assustadora, sendo que o

Poder Público não consegue dar conta da captação destes resíduos

pela ausência de estrutura, acabando por revelar uma realidade

negativa em termos ambientais, podendo considerar-se que a Cidade

de Maputo não possui um sistema ideal de manutenção de resíduos,

de modo que permanece o lixo produzido nos contentores

proporcionando a proliferação de doenças e riscos ambientalmente

nocivos.

O crescimento acelerado contribui para o não respeito dos planos

diretores, de modo que este acréscimo acaba por revelar o

2014

54CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

aparecimento de construções desordenadas em regiões de solos

frágeis, ribeirinhas e mangais, demonstrando o total desrespeito

ao meio ambiente, pois desencadeia o desmatamento e a poluição,

culminando por causar grandes impactos ao ambiente natural local.

Figura 2: Consequências de construções em lugares impróprios

Fonte: Bambo (2014)

Por outro lado, de acordo com Chaúque (2004), as péssimas

condições de vida nos grandes centros urbanos em decorrência da

migração rural proporcionam o aumento dos índices de violência e

a maior vulnerabilidade de acidentes naturais e industriais.

A expansão demográfica que se observa na cidade trouxe consigo

inúmeras dificuldades administrativas, especialmente em relação a

2014

55CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

infraestruturas como habitação, escolas, hospitais, estradas,

rede sanitária, entre outros, que não puderam ser rapidamente

ampliadas à medida do crescimento da população.

Outra situação provocada pelo elevado crescimento é a dificuldade

ou ainda a falta de transporte semi-colectivo parara a deslocação

da população para as escolas e postos de trabalho (localizados na

sua maioria no centro da cidade e constituídos na sua maioria por

actividades informais), criando situações extremas de luta pelo

acesso a um “chapa” (vide figura 3, abaixo).

Figura 3: Acesso deficitário de transporte

Fonte: Bambo (2014)

2014

56CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

Por outro lado, o congestionamento do trânsito que frequentemente

ocorre na urbe está sobretudo relacionado com a incapacidade da

maioria das rodovias de atender ao intenso tráfego que se

verifica na cidade, sobretudo nas horas de ponta (vide figura 4,

abaixo).

Figura 4: Congestionamento do trânsito na Cidade de Maputo

Fonte: Bambo (2014)

A Cidade de Maputo apresenta uma população activa de cerca de

680,322 (correspondendo a 61.2% da população total da cidade),

com uma taxa de dependência de 63.3, o que indica que para cada

2014

57CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

100 pessoas em idade activa, dependem 63 pessoas. Contudo, de

acordo com Fundo para o Desenvolvimento da Comunidade – FDC

(2009), 30.6% da mesma dedica-se à actividades terciarias, com

maior incidência ao comércio de natureza informal (vide figura 5,

abaixo).

Figura 5: Comércio informal na baixa da Cidade de Maputo

Fonte:

Bambo

(2014)

De um

modo

geral, os

2014

58CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

problemas causados pela explosão demográfica na cidade não se

resumem apenas no enfraquecimento da rede de infraestruturas; a

precoce e crescente degradação destas devido a pressão

demográfica a que estão sujeitas, a deterioração dos serviços

públicos (ensino, saúde e saneamento), os crescentes níveis de

criminalidade, a rápida expansão do mercado informal e a

construção em locais reservados para outros fins, são em grande

medida, consequências do crescimento acelerado da população da

Cidade de Maputo.

CAPÍTULO VI: CONCLUSÃO

Existe uma aparente concordância no que diz respeito à

necessidade de se conter o crescimento populacional. Essa

necessidade explica-se com base no seguinte argumento: existe uma

quantidade finita de recursos disponíveis, ao passo que a

população tende a crescer indefinidamente, conduzindo a uma

situação de iminente esgotamento dos recursos disponíveis.

2014

59CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

No período de análise, a Cidade de Maputo teve um crescimento com

tendência a descer, embora tenha continuado alto. Essa redução

foi influenciada, em grande medida, pelo decrescimento das taxas

de natalidade que, por sua vez, tiveram influência do

melhoramento do nível de vida, com destaque a electrificação das

habitações, bem como a diminuição da taxa de analfabetismo. A

diminuição da taxa líquida de migração também teve uma palavra a

dizer no que concerne ao crescimento da população pois, embora

tenha continuado positiva, houve um decrescimento acentuado de

1997 à 2007, o que pode ter reduzido a entrada de populações com

hábitos rurais ligados a uma alta natalidade.

Por outro lado, encontra-se a mortalidade que teve uma tendência

de aumento, sendo que, entretanto, não influenciou para o aumento

da taxa de crescimento pois, o crescimento natural teve um peso

maior da natalidade que, por sua vez, embora tenha decrescido,

continuava superior em relação à mortalidade. Contudo, de um modo

geral, a população da Cidade de Maputo continuou a registar um

crescimento positivo, se comparado aos últimos trinta anos, sendo

que esta situação foi causada pelo crescimento natural, que se

manteve positivo do que pelos outros factores, embora seja

importante fazer referência que a migração deu também o seu

contributo pois, as entradas compensaram as saídas, diminuindo a

possibilidade de estes terem tido uma influência significativa

sobre o crescimento demográfico.

2014

60CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

O crescimento populacional da Cidade de Maputo gerou problemas

ligados ao enfraquecimento da rede de infraestruturas. Por outro

lado, a precoce e crescente degradação destas devido a pressão

demográfica a que estão sujeitas, a deterioração dos serviços

públicos (ensino, saúde e saneamento), os crescentes níveis de

criminalidade, a rápida expansão do mercado informal e a

construção em locais reservados para outros fins, tornam em

grande medida, a vida dos residentes da Cidade de Maputo muito

difícil e com continuas restrições.

Estas conclusões vêm a cimentar a teoria malthusiana no que diz

respeito a um crescimento acelerado da população em relação à

disponibilidade de recursos, o que traduz-se na dificuldade de

acesso aos principais serviços, aliado ao facto de haver pouca

capacidade no seu fornecimento por parte das autoridades

municipais e pelo Estado. Por outro lado, a pressão exercida pelo

crescimento demográfico aos recursos naturais, concorrem para uma

crescente degradação do ambiente, através da sobreocupação do

solo e a sua excessiva utilização para fins agrícolas, a ocupação

de espaços verdes para fins habitacionais, a produção excessiva

de resíduos sólidos aliando à sua má gestão, entre outras acções.

Deste modo, sugere-se que sejam adoptadas politicas anti-

natalistas, no sentido de diminuir, senão travar a natalidade

elevada, em que se privilegia a divulgação intensiva dos métodos

anticonceptivos. Do mesmo modo, deve-se empreender esforços para

aumentar a qualidade de vida dos residentes, através da

2014

61CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

disponibilização de serviços básicos, de modo a diminuir os

níveis de mortalidade. Torna-se importante criar condições de

atração nas áreas próximas da Cidade de Maputo, com a finalidade

de diminuir os níveis do êxodo rural.

Com estas condições criadas, o crescimento populacional na Cidade

de Maputo poderá conhecer nos próximos anos, uma redução

acentuada, o que pode permitir que haja uma redução na

desigualdade de acesso aos serviços básicos.

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69CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE MAPUTO (1997-2007)

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