A “crise” do sistema prisional e a sociedade de controle

6
0 3 Direito e Marxismo: economia globalizada, mobilização popular e políticas sociais Martonio Mont’Alverne Barreto Lima Organizador Doutor e Pós-Doutor em Direito pela Johann Wolfgang Goethe-Universität Frankfurt am Main. Professor Titular na Universidade de Fortaleza. Coordenador da Área de Direito na Capes. Procurador do Município de Fortaleza. Colaboradores: Adir Ubaldo Rech Luiz Fernando Vasconcelos de Freitas Ana Paula Arrieira Simões Mara de Oliveira Celso Rodrigues Mariana Pio Ramos Ferreira Eduardo José Bordignon Benedetti Marli Marlene Moraes da Costa Evelisen de Freitas Avila Monique Soares Vieira Fabiano Rodrigo Dupont Nara Raquel Alves Göcks Fernando Oliveira Piedade Patrícia Dittrich Ferreira Diniz Flávio Marcelo Busnello Patrícia Krieger Grossi Gabriel Webber Ziero Renata Ovenhausen Albernaz Gabrieli Bandeira Renata Piroli Mascarello Geovana Prante Gasparotto Roberta Marina Cioatto Gissele Carraro Rodrigo Cristiano Diehl Guilherme Gomes Ferreira Salete Oro Boff Jeaneth Nunes Stefaniak Solange Emilene Berwig João Luiz Stefaniak Tania Angelita Iora Jocenir de Oliveira Silva Vanderlei Schneider de Lima Juliana Rego Silva Vanessa Azevedo Karina Morgana Furlan Vanisa da Silva Raber Karlla Maria Martini Wellington Migliari Leonardo Bacher Medeiros Yuri Gabriel Campagnaro Lisélen de Freitas Ávila Lucas Mateus Dalsotto

Transcript of A “crise” do sistema prisional e a sociedade de controle

03

Dir

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216

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dos,

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iona

men

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qu

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o de

se

leti

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de

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se”

do

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da “

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de”

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ante

s no

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s so

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nal,

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, o

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il

da

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bra

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isio

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gar

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as

fund

amen

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isar

, no

pres

ente

est

udo,

os

segu

inte

s in

dica

dore

s: a

) gr

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e es

cola

riza

ção;

b)

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a et

ária

; e c

) et

nia.

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ara

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os t

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obje

tivo

s, u

tili

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mos

os

dado

s co

nsol

idad

os d

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Inte

grad

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s P

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s (I

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o M

inis

téri

o da

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, re

fere

nte

ao m

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e de

zem

bro

de 2

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Alé

m d

isso

, ut

iliz

ar-s

e-ão

mai

s re

lató

rios

of

icia

is,

tant

o de

org

anis

mos

nac

iona

is c

omo

inte

rnac

iona

is,

a pe

squi

sa b

ibli

ográ

fica

, a

fim

de

auxi

liar

na

ilus

traç

ão e

na

fund

amen

taçã

o da

s hi

póte

ses

leva

ntad

as p

or e

ste

trab

alho

. C

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ress

alta

r, a

inda

, o

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ter

dial

ógic

o da

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a te

mát

ica.

O f

enôm

eno

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cera

men

to n

a m

oder

nida

de p

ós-f

ordi

sta

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enci

a se

u ca

ráte

r co

mpl

exo,

no

qual

com

o sa

lien

tou

Wac

quan

t,1 o m

ovim

ento

de

pris

iona

liza

ção

pass

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ar q

uand

o ev

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cia-

se u

m d

eclí

nio

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ueto

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uto

com

o m

eio

de s

egre

gaçã

o e

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usão

soc

ial.

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tudo

, nã

o se

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ar q

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são

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titu

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guet

o, p

ois

o qu

e oc

orre

ent

re

esse

s é

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fusã

o, o

u se

ja,

[...]

as

inst

itui

ções

aco

plar

am-s

e e

com

plem

enta

ram

-se,

poi

s ca

da u

ma

oper

a à

sua

próp

ria

man

eira

par

a re

forç

ar a

sep

araç

ão (

o si

gnif

icad

o et

imol

ógic

o de

seg

reg

are

) de

um

a ca

tego

ria

inde

seja

da,

perc

ebid

a co

mo

uma

amea

ça

dupl

a pa

ra a

met

rópo

le, i

ndis

soci

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men

te m

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e f

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GABRIEL
Realce

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Alé

m d

os o

bjet

ivos

expl

icit

ados

, o

pres

ente

est

udo

poss

ui c

omo

obje

tivo

an

alis

ar s

e a

viab

ilid

ade

da c

riaç

ão e

im

plem

enta

ção

do O

bser

vató

rio

da J

uven

tude

e

Ris

co

Cri

min

al

no

Pre

sídi

o C

entr

al

de

Por

to

Ale

gre,

qu

e vi

sa

prom

over

ões

dire

cion

adas

àqu

eles

que

, em

sua

mai

oria

, es

tão

entr

ando

no

sist

ema

pris

iona

l pe

la

prim

eira

vez

, ou

sej

a, o

s jo

vens

, au

xili

ará

na i

nclu

são

e in

serç

ão s

ocia

l do

s jo

vens

eg

ress

os d

o si

stem

a ca

rcer

ário

.

2 E

nca

rcer

am

ento

bra

sile

iro

: a

lise

do

s in

dic

ad

ore

s

A p

arti

r de

um

a an

ális

e do

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dica

dore

s re

fere

ntes

aci

ma

apon

tado

s, é

que

se

pode

co

nfir

mar

a h

ipót

ese

leva

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a pe

lo p

rese

nte

trab

alho

sob

re a

sel

etiv

idad

e pe

nal

do

apar

elho

rep

ress

ivo

esta

tal

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om i

sso,

que

stio

nar

a “c

rise

” e

supo

sta

disf

unci

onal

idad

e do

sis

tem

a pr

isio

nal.

Alé

m d

isso

, po

der-

se-á

ref

eren

dar

(ou

não)

a t

eori

a de

Wac

quan

t so

bre

a ex

clus

ão e

a v

alid

ade

ou n

ão d

a cr

iaçã

o do

Obs

erva

tóri

o da

Juv

entu

de e

Ris

co

Cri

min

al

no

Pre

sídi

o C

entr

al

de

Por

to

Ale

gre.

S

endo

as

sim

, pa

ssa-

se

à an

ális

e in

divi

dual

dos

indi

cado

res.

2.1

Gra

u d

e es

cola

riza

ção

De

acor

do c

om o

s es

tudo

s re

aliz

ados

pel

o In

stit

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Bra

sile

iro

de G

eogr

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e

Est

atís

tica

(IB

GE

), e

m p

arce

ria

com

o M

inis

téri

o da

Edu

caçã

o e

o In

stit

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Nac

iona

l de

E

stud

os e

Pes

quis

as E

duca

cion

ais

(Ine

p),

cerc

a de

3,1

% d

os e

stud

ante

s do

Ens

ino

Fund

amen

tal

aban

dona

m a

esc

ola.

3 Con

tudo

, va

le r

essa

ltar

que

ain

da d

e ac

ordo

com

o

rela

tóri

o of

icia

l div

ulga

do, o

índi

ce d

e ab

ando

no e

scol

ar n

o E

nsin

o Fu

ndam

enta

l tri

plic

a qu

ando

os

estu

dant

es i

ngre

ssam

no

6º a

no (

anti

ga 5

ª sé

rie)

do

Ens

ino

Fund

amen

tal,

ou

seja

, o

perc

entu

al s

alta

de

1,5%

(ab

ando

no d

o 1º

ao

5º a

no)

para

4,6

% n

o se

xto

ano.

4

Coi

ncid

ente

men

te,

gran

de p

arte

da

popu

laçã

o ca

rcer

ária

mas

culi

na b

rasi

leir

a po

ssui

o

Ens

ino

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tal

Inco

mpl

eto,

se

gund

o os

da

dos

do

Sis

tem

a In

tegr

ado

de

Info

rmaç

ões

Pen

iten

ciár

ias

(Inf

oPen

).5

Sen

do

atri

buiç

ão

dos

gove

rnos

es

tadu

ais,

a

educ

ação

púb

lica

con

tinu

a se

ndo

uma

espé

cie

de “

prio

rida

de”

retó

rica

dos

gov

erna

ntes

. A

o se

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leti

r so

bre

tais

tax

as, o

bser

va-s

e, d

e ac

ordo

com

Wac

quan

t, qu

e a

pris

ão

func

iona

com

o um

a vá

lvul

a de

con

trol

e do

mer

cado

de

trab

alho

des

qual

ific

ado,

ou

seja

, “o

apa

rato

car

cerá

rio

ajud

a a

“flu

idif

icar

” o

seto

r de

em

preg

os m

alre

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erad

os e

red

uz

de m

anei

ra a

rtif

icia

l a

taxa

de

dese

mpr

ego,

sub

trai

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à fo

rça

mil

hões

de

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vídu

os

desq

uali

fica

dos

da f

orça

de

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alho

”.6 S

endo

ass

im, a

reg

ulaç

ão/o

rden

ação

dos

ext

rato

s

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AS

IL.

Inst

itut

o B

rasi

leir

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Geo

graf

ia e

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tica

. B

an

co d

e D

ad

os

Sér

ies

Est

atí

stic

as

& S

érie

sh

istó

rica

s.

Dis

poní

vel

em:

<ht

tp://

seri

eses

tati

stic

as.ib

ge.g

ov.b

r/se

ries

.asp

x?no

=4&

op=0

&vc

odig

o=M

101&

t=ap

rova

cao-

repr

ovac

ao-a

band

ono-

ensi

no-f

unda

men

tal-

seri

e> A

cess

o em

: 3 m

aio

2013

. 4 C

IEG

LIN

SK

I, A

man

da. Í

ndic

e de

aba

ndon

o es

cola

r é

três

vez

es m

aior

no

6º a

no d

o E

nsin

o Fu

ndam

enta

l. E

mp

resa

Bra

sile

ira

d

e C

om

un

ica

ção

. D

ispo

níve

l em

: <

http

://a

genc

iabr

asil

.ebc

.com

.br/

noti

cia/

2012

-05-

22/i

ndic

e-de

-ab

ando

no-e

scol

ar-e

-tre

s-ve

zes-

mai

or-n

o-6%

C2%

BA

-ano

-do-

ensi

no-f

unda

men

tal>

. Ace

sso

em: 3

mai

o 20

13.

5 BR

AS

IL. M

inis

téri

o da

Jus

tiça

. S

iste

ma

In

teg

rad

o D

e In

form

açõ

es P

enit

enci

ári

as

– I

nfo

Pen

. For

mul

ário

cat

egor

ia

e in

dica

dore

s pr

eenc

hido

s –

Tod

as a

s U

F’s

. Dad

os d

e de

zem

bro

de 2

012.

6 W

AC

QU

AN

T, o

p. c

it.

218

mai

s ba

ixos

da

soci

edad

e é

real

izad

a at

ravé

s de

um

vié

s pu

niti

vo e

, po

r su

a ve

z, d

e co

nten

ção

e nã

o ed

ucat

ivo.

Aqu

i par

ece

exis

tir

uma

via

de m

ão d

upla

em

que

a p

riva

ção

de l

iber

dade

nas

cida

dis

so s

e de

sdob

ra e

m p

riva

ções

múl

tipl

as a

o se

tor

nar

egre

sso,

se

ndo

que

a m

esm

a ló

gica

se

apli

ca a

os f

amil

iare

s e

à co

mun

idad

e do

ape

nado

. D

essa

m

anei

ra, é

exp

líci

ta a

vio

laçã

o ao

dis

post

o no

art

. 5º,

XL

V, d

a C

onst

itui

ção

Fede

ral,

que

esta

bele

ce a

gar

anti

a co

nsti

tuci

onal

da

pess

oali

dade

da

pena

.

2.2

Fa

ixa

etá

ria

A m

aior

ia d

os p

reso

s br

asil

eiro

s é

form

ada

por

jove

ns e

ntre

18

e 29

ano

s.7 T

al

indi

cado

r co

njug

ado

com

o q

ue a

nali

sa o

Gra

u de

Esc

olar

izaç

ão c

ompr

ova

a te

se d

a “f

luid

ific

ação

” do

con

ting

ente

de

trab

alha

dore

s, e

xpos

ta a

cim

a, o

u se

ja, “

salt

a-se

dir

eto

da in

fânc

ia a

o m

undo

do

trab

alho

(ou

des

empr

ego)

”.8

Par

a os

jov

ens

com

bai

xa e

scol

arid

ade,

de

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a es

peci

al,

aque

les

oriu

ndos

das

ca

mad

as m

ais

pobr

es d

a so

cied

ade

nega

-se

o ac

esso

à c

idad

ania

e a

o m

erca

do d

e tr

abal

ho (

incl

usão

soc

ial

e ec

onôm

ica)

. D

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for

ma,

a p

arti

r do

fra

cass

o es

cola

r,

dem

onst

rado

pel

os í

ndic

es d

e ev

asão

esc

olar

, os

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são

trat

ados

pel

o E

stad

o po

r m

eio

de u

m “

viés

pol

icia

l e

pena

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crim

inal

izad

os e

m s

uas

açõe

s, p

rinc

ipal

men

te, p

ela

pers

pect

iva

base

ada

na n

oção

(ve

rdad

eira

-fal

sa)

de “

viol

ênci

as u

rban

as”,

que

é u

m n

on

-

sen

se s

ocio

lógi

co”.

9

Inev

itáv

el n

ão c

ruza

r es

tas

info

rmaç

ões:

os

jove

ns s

ão a

fai

xa e

tári

a m

ais

pres

a, a

qu

e co

rres

pond

e po

r m

ais

da

met

ade

do

dese

mpr

ego

e na

su

a gr

ande

m

aior

ia

pess

imam

ente

inst

ruíd

a.

2.3

Etn

ia

Com

a a

náli

se d

esse

últi

mo

indi

cado

r re

fere

nte

às c

arac

terí

stic

as d

a po

pula

ção

carc

erár

ia m

ascu

lina

bra

sile

ira

em s

i, é

poss

ível

diz

er q

ue e

ssa

é co

mpo

sta

por

jove

ns,

pard

os o

u ne

gros

com

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xo g

rau

de e

scol

ariz

ação

e o

riun

dos

de á

reas

per

ifér

icas

. T

al

afir

maç

ão é

pos

síve

l, po

is d

e ac

ordo

com

os

dado

s of

icia

is, c

erca

de

58%

dos

pre

sos

no

Bra

sil a

tual

men

te s

ão p

ardo

s ou

neg

ros.

10

Alé

m d

o pa

nora

ma

desc

rito

, ev

iden

cia-

se a

cha

mad

a in

visi

bili

dade

soc

ial

da

mes

ma

popu

laçã

o qu

e é

mai

oria

no

sist

ema

pris

iona

l. P

or m

eio

da s

érie

de

prec

once

itos

qu

e in

cide

m s

obre

tal s

egm

ento

da

popu

laçã

o e/

ou

[...]

po

r co

nta

da

indi

fere

nça

gene

raliz

ada,

pe

ram

bula

m

invi

síve

is

pela

s gr

ande

s ci

dade

s br

asile

iras

mui

tos

jove

ns p

obre

s, e

spec

ialm

ente

os

negr

os –

so

bre

os q

uais

se

acum

ulam

alé

m d

os e

stig

mas

ass

ocia

dos

à po

brez

a, o

s qu

e de

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m d

o ra

cism

o. U

m d

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um t

rafi

cant

e dá

a u

m d

esse

s m

enin

os u

ma

�����������������������������������������������������������

7 BR

AS

IL. S

iste

ma

In

teg

rad

o D

e In

form

açõ

es P

enit

enci

ári

as

– I

nfo

Pen

.20

12.

8 SO

AR

ES

, Lui

z E

duar

do; M

V B

ILL

; AT

HA

YD

E, C

elso

. Ca

beç

a d

e p

orc

o. R

io d

e Ja

neir

o: O

bjet

iva,

200

5. p

. 211

. 9 W

AC

QU

AN

T, L

oïc.

A c

rim

inal

izaç

ão d

a po

brez

a. I

n: M

ais

Hu

man

a. E

ntre

vist

a. D

ezem

bro,

199

9.

10 B

RA

SIL

. Sis

tem

a I

nte

gra

do

de

Info

rma

ções

Pen

iten

ciá

ria

s –

Info

Pen

.20

12.

219

arm

a. Q

uand

o um

des

ses

men

inos

nos

par

ar n

a es

quin

a, a

pont

ado-

nos

esta

ar

ma

[...]

Ao

fazê

-lo,

sal

tará

da

som

bra

em q

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esap

arec

era

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tor

nará

vi

síve

l. A

arm

a se

rá o

pas

sapo

rte

para

a v

isib

ilida

de.11

3 I

nv

isib

ilid

ad

e e

o a

cess

o a

os

dir

eito

s

A in

visi

bilid

ade

soci

al r

epou

sa s

obre

a m

aior

par

te d

a po

pula

ção

pris

iona

l que

são

“c

uspi

dos”

pel

o P

oder

Jud

iciá

rio

no s

iste

ma

carc

erár

io,

send

o “‘

rest

os’

da s

ocie

dade

, ‘s

obra

s’ i

ndig

esta

s. O

s pr

esíd

ios

estã

o re

plet

os d

e po

bres

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egro

s, d

o se

xo m

ascu

lino

, jo

vens

”.12

A f

alta

de

aces

so a

os D

irei

tos

da q

ual

os p

reso

s sã

o ví

tim

as é

fla

gran

te,

por

exem

plo,

no

Pre

sídi

o C

entr

al d

e P

orto

Ale

gre,

mai

or c

asa

pris

iona

l da

Am

éric

a L

atin

a,

onde

ser

á in

stal

ado

o O

bser

vató

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da J

uven

tude

e R

isco

Cri

min

al,

que

teve

sua

s co

ndiç

ões

rece

ntem

ente

den

unci

adas

à C

omis

são

Inte

ram

eric

ana

de D

irei

tos

Hum

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. N

a m

aior

cas

a pr

isio

nal

da A

mér

ica

Lat

ina,

pod

e-se

enc

ontr

ar u

m p

erce

ntua

l ex

cede

nte

de o

cupa

ção

que

ultr

apas

sa 1

00%

da

capa

cida

de o

rigi

nal

e, s

egun

do o

C

onse

lho

Reg

iona

l de

Eng

enha

ria

e A

gron

omia

do

Est

ado

do R

io G

rand

e do

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, ta

is

cond

içõe

s sã

o “p

recá

rias

de

habi

tabi

lida

de e

de

obso

lesc

ênci

a fu

ncio

nal”

.13 A

lém

de

tais

co

ndiç

ões

viol

arem

o o

rden

amen

to j

uríd

ico

pátr

io,

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am t

rata

dos

inte

rnac

iona

is e

m

mat

éria

de

Dir

eito

s H

uman

os c

omo,

por

exe

mpl

o, o

art

. 5º

da C

onve

nção

Am

eric

ana

de

Dir

eito

s H

uman

os, q

ue a

bord

a a

form

a co

mo

as p

enas

e o

seu

cum

prim

ento

não

pod

em

ser

“des

uman

os o

u de

grad

ante

s. T

oda

pess

oa p

riva

da d

a li

berd

ade

deve

ser

tra

tada

com

o

resp

eito

dev

ido

à di

gnid

ade

iner

ente

ao

ser

hum

ano”

.14

Adi

cion

a-se

a t

al q

uadr

o a

exis

tênc

ia d

e um

méd

ico

para

ate

nder

tod

a a

popu

laçã

o pr

isio

nal

que

atua

lmen

te é

de

3.97

6 pr

esos

,15 a

lém

da

pres

ença

de

esgo

to

cloa

cal a

céu

abe

rto,

de

acor

do c

om o

Con

selh

o R

egio

nal d

e M

edic

ina

do E

stad

o do

Rio

G

rand

e do

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,16 v

iola

ndo-

se d

e m

anei

ra f

lagr

ante

o e

stip

ulad

o no

art

. 11

do

Pro

toco

lo

de S

an S

alva

dor

à C

onve

nção

Am

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ana

de D

irei

tos

Hum

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. Q

uant

o às

con

diçõ

es d

e ac

esso

à J

usti

ça,

exis

tem

, at

ualm

ente

, tr

abal

hand

o no

P

resí

dio

Cen

tral

de

Por

to A

legr

e, a

pena

s qu

atro

def

enso

res

públ

icos

, res

pons

ávei

s pe

los

proc

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s de

Exe

cuçã

o P

enal

dos

det

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s. A

qui,

depa

ra-s

e co

m a

vio

laçã

o de

out

ra

norm

a co

nven

cion

al, d

essa

vez

, o P

acto

Int

erna

cion

al d

os D

irei

tos

Civ

is e

Pol

ític

os, q

ue

poss

ui in

scul

pida

s em

seu

art

. 9º

gara

ntia

s co

mo

o ac

esso

à p

esso

a do

adv

ogad

o.

�����������������������������������������������������������

11 S

OA

RE

S; M

V B

ILL

; AT

HA

YD

E, o

p. c

it.,

p. 1

25.

12 I

bide

m, p

. 188

. 13

IN

ST

ITU

ITO

BR

AS

ILE

IRO

DE

AV

AL

IAÇ

ÕE

S E

PE

RÍC

IAS

DE

EN

GE

NH

AR

IA D

O R

S. L

au

do T

écn

ico

de

Insp

eçã

o P

red

ial:

Pre

síd

io C

entr

al

de

Po

rto

Ale

gre

. Dis

poní

vel e

m: <

htt

p://

ww

w.c

rea-

rs.o

rg.b

r/si

te/d

ocum

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s/L

audo

_de_

Insp

ecao

_Pre

sidi

o_C

entr

al_I

BA

PE

_30_

04_2

012_

Ver

sao_

Rev

isad

a.pd

f>.

Ace

sso

em: 1

1 ag

o. 2

012.

14

OR

GA

NIZ

ÃO

DO

S E

ST

AD

OS

AM

ER

ICA

NO

S. C

on

ven

ção

Am

eric

an

a s

ob

re D

irei

tos

Hu

ma

no

s. D

ispo

níve

l em

: < h

ttp:

//ww

w.o

as.o

rg/j

urid

ico/

port

ugue

se/t

reat

ies/

B-3

2.ht

m>

. Ace

sso

em: 1

1 ag

o. 2

012.

15

ES

TA

DO

DO

RIO

GR

AN

DE

DO

SU

L. S

uper

inte

ndên

cia

dos

Ser

viço

s P

enit

enci

ário

s. P

resí

dio

Cen

tra

l d

eP

ort

o

Ale

gre

. Dis

poní

vel e

m: <

http

://w

ww

.sus

epe.

rs.g

ov.b

r/co

nteu

do.p

hp?c

od_m

enu=

203&

cod_

cont

eudo

=21

>. A

cess

o em

: 3 m

aio

2013

. 16

CO

NS

EL

HO

RE

GIO

NA

L D

E M

ED

ICIN

A D

O E

ST

AD

O D

O R

IO G

RA

ND

E D

O S

UL

. Cre

mer

s e

Cre

a-R

S

entr

ega

m l

aud

os

à O

AB

-RS

.D

ispo

níve

l em

: <

http

://w

ww

.cre

mer

s.or

g.br

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ex.p

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ndic

e=32

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aveB

usca

=pr

esid

io%

20ce

ntra

l&no

tici

aTre

mo=

905>

. Ace

sso

em: 1

1 ag

o.20

12.

220

Res

salt

a-se

que

as

norm

as o

riun

das

do o

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amen

to ju

rídi

co in

tern

acio

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cita

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a, f

oram

dev

idam

ente

rat

ific

adas

pel

o E

stad

o br

asil

eiro

e c

onst

itue

m,

de a

cord

o co

m a

dou

trin

a m

ais

atua

l ac

erca

do

tem

a, n

orm

as d

e hi

erar

quia

con

stit

ucio

nal,

por

forç

a do

dis

post

o no

par

ágra

fo 3

º do

art

igo

5º d

e no

ssa

Lei

Fun

dam

enta

l.

Con

juga

da a

sér

ie d

e pr

econ

ceit

os d

a po

pula

ção-

alvo

das

pol

ític

as r

epre

ssiv

as

esta

tais

, po

de-s

e ad

icio

nar

a sé

rie

de e

stig

mas

que

são

pro

jeta

dos

sobr

e os

egr

esso

s do

si

stem

a pr

isio

nal.

A f

alta

de

qual

ific

ação

pro

fiss

iona

l e

de i

nstr

ução

, m

uita

s ve

zes,

ca

usad

ora

do “

ingr

esso

” na

cri

min

alid

ade,

não

são

sup

rida

s, u

ma

vez

que

o ac

esso

à

educ

ação

nas

uni

dade

s pr

isio

nais

não

é g

aran

tido

de

form

a ef

icaz

pel

o E

stad

o, e

os

trab

alho

s of

erta

dos

dent

ro d

o si

stem

a pr

isio

nal

não

qual

ific

am n

em p

rofi

ssio

nali

zam

os

dete

ntos

qua

ndo

exis

tem

. Val

e re

ssal

tar,

a tí

tulo

de

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plo,

que

, no

Pre

sídi

o C

entr

al d

e P

orto

Ale

gre,

os

dete

ntos

tra

balh

ador

es n

ão s

ão “

bem

vis

tos”

pel

os d

emai

s, t

endo

que

, en

tão,

est

ar a

loja

dos

em g

aler

ia d

iver

sa d

os “

não

trab

alha

dore

s”.

Des

sa f

orm

a, o

egr

esso

do

sist

ema,

des

qual

ific

ado,

ret

orna

ao

mer

cado

de

trab

alho

de

sreg

ulad

o co

min

ado

com

a c

rise

do

guet

o qu

e m

arca

a t

rans

ição

do

Wel

fare

Sta

te a

o E

stad

o-P

enit

ênci

a, c

omo

apon

ta W

acqu

ant.

Ess

e pr

oces

so ta

mbé

m é

car

acte

riza

do p

elas

“f

raçõ

es d

esqu

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icad

as d

a cl

asse

ope

rári

a, a

os q

ue r

ecus

am o

trab

alho

mal

rem

uner

ado

e se

vol

tam

par

a a

econ

omia

inf

orm

al d

a ru

a, c

ujo

carr

o-ch

efe

é o

tráf

ico

de d

roga

s”.17

A t

ese

do p

ensa

dor

fran

cês

é co

mpr

ovad

a, p

ois,

de

acor

do c

om o

s da

dos

ofic

iais

, os

cr

imes

que

mai

s ca

usam

enc

arce

ram

ento

no

país

são

aqu

eles

pre

vist

os n

a L

ei d

e D

roga

s.

Ain

da,

sobr

e as

co

ndiç

ões

de

trab

alho

en

fren

tada

s pe

los

ex-d

eten

tos

é co

men

tada

pel

o so

ciól

ogo:

Ex-

dete

ntos

di

fici

lmen

te

pode

m

exig

ir

algo

m

elho

r qu

e um

em

preg

o de

grad

ante

e d

egra

dado

em

raz

ão d

as t

raje

tóri

as i

nter

rom

pida

s, d

os l

aços

so

ciai

s es

garç

ados

, do

sta

tus

jurí

dico

ign

omin

ioso

e d

o am

plo

lequ

e de

re

stri

ções

lega

is e

obr

igaç

ões

civi

s im

plic

adas

. O m

eio

mil

hão

de c

onde

nado

s qu

e es

coam

das

pri

sões

am

eric

anas

tod

os o

s an

os f

orne

ce a

for

ça d

e tr

abal

ho

vuln

eráv

el a

prop

riad

a pa

ra s

upri

r a

dem

anda

de

empr

egos

tem

porá

rios

, o

seto

r do

mer

cado

de

trab

alho

[...

].18

Alé

m

diss

o,

de

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do

com

R

awls

, “a

s op

ortu

nida

des

de

adqu

irir

cu

ltur

a e

qual

ific

açõe

s nã

o de

vem

dep

ende

r da

cla

sse

soci

al [

...]

deve

des

tina

r-se

a d

emol

ir a

s ba

rrei

ras

entr

e as

cla

sses

”19 s

ão f

unda

men

tais

par

a qu

e se

pos

sa c

oncr

etiz

ar o

pro

jeto

da

just

iça

com

o eq

uida

de.

4 V

iab

ilid

ad

e d

a i

mp

lem

enta

ção

do

ob

serv

ató

rio

da

ju

ven

tud

e e

risc

o c

rim

ina

l

Apó

s an

alis

arm

os o

per

fil

da m

aior

ia d

aque

les

que

ingr

essa

m d

iari

amen

te n

o si

stem

a pr

isio

nal

bras

ilei

ro (

jove

ns n

egro

s co

m b

aixa

esc

olar

idad

e) e

a i

nvis

ibil

idad

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nada

à f

alta

de

aces

so a

dir

eito

s po

r pa

rte

dos

dete

ntos

, pas

sa-s

e ag

ora

a an

alis

ar a

�����������������������������������������������������������

17 W

AC

QU

AN

T, o

p. c

it.,

1999

. 18

WA

CQ

UA

NT

, op.

cit

., 20

08.

19 R

AW

LS

, Joh

n. U

ma

teo

ria d

a j

ust

iça

. 3. e

d. S

ão P

aulo

: M. F

onte

s, 2

003.

p. 8

8.

221

viab

ilid

ade

da i

mpl

emen

taçã

o do

Obs

erva

tóri

o da

Juv

entu

de e

Ris

co C

rim

inal

no

Pre

sídi

o C

entr

al d

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Ale

gre.

Mai

s da

met

ade

dos

pres

os q

ue in

gres

sam

dia

riam

ente

na

mai

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asa

pris

iona

l da

Am

éric

a L

atin

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com

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r jo

vens

. D

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fo

rma,

a

Coo

rden

ador

ia

da

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ntud

e,

liga

da

à S

uper

inte

ndên

cia

dos

Ser

viço

s P

enit

enci

ário

s do

Est

ado

do R

io G

rand

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, em

con

junt

o co

m o

s cu

rsos

de

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uaçã

o em

Dir

eito

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sico

logi

a, d

o C

entr

o U

nive

rsit

ário

Met

odis

ta (

IPA

), p

or m

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do P

roje

to d

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xten

são

Dir

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s H

uman

os n

a P

risã

o e

com

a F

orça

-Tar

efa

Can

arin

ho d

a B

riga

da M

ilit

ar,

que

adm

inis

tra

o P

resí

dio

Cen

tral

, es

tão

desd

e o

mês

de

mar

ço e

m

trat

ativ

as p

ara

a im

plem

enta

ção

do O

bser

vató

rio.

O

pro

jeto

que

vis

a ap

roxi

mar

a a

cade

mia

da

real

idad

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cial

tra

balh

ará

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dive

rsos

mom

ento

s e

em d

ifer

ente

s ár

eas

com

o. E

stim

a-se

que

cer

ca d

e 50

pes

soas

in

gres

sam

dia

riam

ente

no

Pre

sídi

o C

entr

al d

e P

orto

Ale

gre

com

a s

aída

diá

ria

de

apro

xim

adam

ente

25

pess

oas.

Des

se f

luxo

pop

ulac

iona

l gr

ande

par

te c

orre

spon

de a

o pa

drão

des

crit

o an

teri

orm

ente

. O

pro

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do

Obs

erva

tóri

o de

Ris

co C

rim

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pre

vê u

m

acom

panh

amen

to m

ulti

disc

ipli

nar

desd

e o

ingr

esso

do

jove

m n

o si

stem

a po

r m

eio

de

estr

atég

ias

de a

colh

imen

to (

tria

gem

) at

é a

sua

saíd

a. A

lém

dis

so,

o pr

ojet

o ta

mbé

m

prev

ê aç

ões

que

trag

am u

ma

mai

or e

feti

vida

de e

ace

sso

aos

dire

itos

dos

det

ento

s qu

e,

no P

resí

dio

Cen

tral

, ch

egam

dia

riam

ente

e n

ão t

erão

por

mui

to t

empo

ate

ndim

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de

um d

efen

sor

públ

ico.

E

stra

tegi

cam

ente

tra

ta-s

e de

obl

iter

ar a

tra

jetó

ria

de a

prop

riaç

ão d

o ap

enad

o qu

e as

rel

açõe

s pr

isio

nais

est

abel

ecem

; pa

ctos

, pr

omes

sas,

com

prom

isso

s e

clie

ntel

ism

os

dos

mai

s di

vers

os s

ão e

stab

elec

idos

à f

orça

ou

por

mei

o de

out

ras

prát

icas

ent

re a

po

pula

ção

pris

iona

l.

Com

iss

o, o

Obs

erva

tóri

o pr

eten

de r

ompe

r co

m o

cic

lo “

vici

oso”

que

lev

a os

jo

vens

, em

esp

ecia

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rein

cidi

rem

. O

s ga

stos

com

seg

uran

ça p

úbli

ca a

umen

tara

m c

erca

de

14%

, en

tre

os a

nos

de

2010

e 2

011,

de

acor

do c

om o

Anu

ário

Bra

sile

iro

de S

egur

ança

Púb

lica

ult

rapa

ssan

do,

com

iss

o, a

cif

ra d

e R

$ 51

bil

hões

no

ano

de 2

011.

20 A

nual

men

te,

com

mai

s de

qu

inhe

ntos

mil

pre

sos,

o s

iste

ma

pris

iona

l br

asil

eiro

con

tém

um

flu

xo c

ontí

nuo

de

pess

oas

que

por

ele

tran

sita

m,

seja

m p

reso

s (d

efin

itiv

os,

prov

isór

ios

ou t

empo

rári

os),

se

jam

fam

ilia

res

e fu

ncio

nári

os,

é ca

paz

de d

emon

stra

r qu

e em

bora

a p

risã

o se

ja

“inv

isív

el”,

com

o di

z Fo

ucau

lt, e

la n

ão é

“is

olad

a”/”

inac

essí

vel”

da

soci

edad

e. P

or m

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de t

ais

dado

s, é

pos

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l ob

serv

ar q

ue o

sis

tem

a pr

isio

nal,

inst

itui

ção

tota

l po

r na

ture

za,

não

é he

rmét

ica,

ou

seja

, pa

ssa

a op

erar

atr

avés

de

uma

cres

cent

e ló

gica

cir

cula

r e

tran

sitó

ria.

Tal

for

ma

de o

pera

r do

sis

tem

a já

não

dis

ting

ue m

ais

aqui

lo e

stá

dent

ro

daqu

ilo

que

está

for

a.

�����������������������������������������������������������

20 F

ÓR

UM

BR

AS

ILE

IRO

DE

SE

GU

RA

A P

ÚB

LIC

A. A

nuá

rio

Bra

sile

iro

de

Seg

ura

nça

bli

ca, a

no 6

, 201

2.

222

5 C

on

clu

sões

A p

rim

eira

e a

seg

unda

par

tes

do p

rese

nte

trab

alho

par

ecem

sug

erir

aqu

ilo

que

os

hist

oria

dore

s de

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vers

as

corr

ente

s id

enti

fica

m

com

o um

at

avis

mo

hist

óric

o:

a pe

rsis

tênc

ia d

as p

ráti

cas

excl

uden

tes

sobr

e os

mes

mos

gru

pos

soci

ais

hist

oric

amen

te

alij

ados

, com

o p

rivi

legi

ado

pape

l dos

sis

tem

as p

enal

e p

risi

onal

nes

ta o

pera

ção.

D

e fa

to,

as p

esqu

isas

his

tóri

cas

reve

lam

mui

to d

as p

erm

anên

cias

est

rutu

rais

, no

en

tant

o, o

que

as

inci

pien

tes

pesq

uisa

s es

tão

mos

tran

do s

ão d

esdo

bram

ento

s no

vos

e re

leva

ntes

de

mod

elos

de

cont

role

soc

ial

que

o ge

renc

iam

ento

da

“cri

se”

do s

iste

ma

pris

iona

l aju

da a

ali

men

tar.

A

inv

isib

ilid

ade

dos

indi

vídu

os q

ue a

dent

ram

no

sist

ema

pris

iona

l, ad

icio

nada

à

séri

e de

est

igm

as e

pre

conc

eito

s pr

ojet

ados

sob

re a

par

cela

da

popu

laçã

o qu

e é

alvo

das

po

líti

cas

de p

erse

cuçã

o cr

imin

al a

caba

por

con

dena

r so

cial

men

te e

det

erm

inar

o d

esti

no

dos

jove

ns.

Ass

im,

ente

nde-

se

com

o vi

ável

a

impl

emen

taçã

o do

O

bser

vató

rio

da

Juve

ntud

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Ris

co C

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inal

no

Pre

sídi

o C

entr

al d

e P

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Ale

gre,

um

a ve

z qu

e es

se v

em

a ga

rant

ir u

ma

mai

or e

feti

vida

de e

ace

sso

aos

dire

itos

por

par

te d

a po

pula

ção

carc

erár

ia.

Ess

a in

vest

igaç

ão a

inda

pre

cisa

ser

apr

ofun

dada

, po

is s

e co

mo

dizi

a o

juri

sta

“a

pris

ão é

um

a ex

igên

cia

amar

ga, m

as i

mpr

esci

ndív

el”,

21 u

ma

inst

ituiç

ão q

ue a

soc

ieda

de

mod

erna

inv

ento

u e

da q

ual

não

cons

egue

se

livr

ar,

esta

mos

mai

s do

que

nun

ca d

entr

o de

um

a pr

isão

de

novo

tip

o. R

eela

bora

da e

rec

onst

ituí

da,

a pr

isão

afa

sta-

se d

e su

as

feiç

ões

disc

ipli

nare

s e

ford

ista

s e

capi

lari

za-s

e de

for

ma

tent

acul

ar p

or to

da a

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ieda

de.

Ref

erên

cia

s

BA

RA

TT

A, A

less

andr

o. C

rim

ino

log

ia c

ríti

ca e

crí

tica

do d

irei

to p

ena

l. R

io d

e Ja

neir

o: R

evan

, 200

2.

BIT

TE

NC

OU

RT

, Céz

ar R

ober

to. F

alê

nci

a d

a p

ena

de

pri

são

: cau

sas

e al

tern

ativ

as. S

ão P

aulo

: Rev

ista

do

s T

ribu

nais

, 199

3.

BR

ASI

L. M

inis

téri

o da

Jus

tiça.

Sis

tem

a I

nte

gra

do

de

Info

rma

ções

Pen

iten

ciá

ria

s –

In

foP

en. F

orm

ulár

io

cate

gori

a e

indi

cado

res

pree

nchi

dos

– T

odas

as

UF’

s. D

ados

de

deze

mbr

o de

201

2.

BR

ASI

L. I

nstit

uto

Bra

sile

iro

de G

eogr

afia

e E

stat

ístic

a. B

an

co d

e D

ad

os

Sér

ies

Est

atí

stic

as

& S

érie

s

His

tóri

cas.

Dis

poní

vel e

m:

<ht

tp://

seri

eses

tatis

ticas

.ibge

.gov

.br/

seri

es.a

spx?

no=

4&op

=0&

vcod

igo=

M10

1&t=

apro

vaca

o-re

prov

acao

-ab

ando

no-e

nsin

o-fu

ndam

enta

l-se

rie>

. Ace

sso

em: 3

mai

o 20

13.

CIE

GL

INSK

I, A

man

da. Í

ndic

e de

aba

ndon

o es

cola

r é

três

vez

es m

aior

no

6º a

no d

o E

nsin

o Fu

ndam

enta

l. E

mp

resa

Bra

sile

ira

de

Co

mu

nic

açã

o. D

ispo

níve

l em

: < h

ttp:/

/age

ncia

bras

il.eb

c.co

m.b

r/no

tici

a/20

12-0

5-22

/indi

ce-d

e-ab

ando

no-e

scol

ar-e

-tre

s-ve

zes-

mai

or-n

o-6%

C2%

BA

-ano

-do-

ensi

no-f

unda

men

tal>

. Ace

sso

em: 3

mai

o 20

13.

CO

NSE

LH

O R

EG

ION

AL

DE

ME

DIC

INA

DO

EST

AD

O D

O R

IO G

RA

ND

E D

O S

UL

. Cre

mer

s e

Cre

a-R

Sen

treg

am

la

udo

s à

OA

B-R

S.

Dis

poní

vel e

m:

<ht

tp://

ww

w.c

rem

ers.

org.

br/in

dex.

php?

indi

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32&

chav

eBus

ca=

pres

idio

%20

cent

ral&

noti

ciaT

rem

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5>

. Ace

sso

em: 1

1 ag

o. 2

012.

E

STA

DO

DO

RIO

GR

AN

DE

DO

SU

L. S

uper

inte

ndên

cia

dos

Serv

iços

Pen

itenc

iári

os. P

resí

dio

Cen

tra

l

de

Po

rto

Ale

gre

. Dis

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m:

<ht

tp://

ww

w.s

usep

e.rs

.gov

.br/

cont

eudo

.php

?cod

_men

u=20

3&co

d_co

nteu

do=

21>

. Ace

sso

em: 3

mai

o 20

13.

FÓR

UM

BR

ASI

LE

IRO

DE

SE

GU

RA

A P

ÚB

LIC

A. A

nu

ári

o B

rasi

leir

o d

e S

egu

ran

ça P

úb

lica

, ano

6,

2012

.

�����������������������������������������������������������

21 B

ITT

EN

CO

UR

T, C

ézar

Rob

erto

. Fa

lên

cia

da

pen

a d

e p

risã

o. S

ão P

aulo

: RT

, 199

3. p

. 40.

223

INST

ITU

ITO

BR

ASI

LE

IRO

DE

AV

AL

IAÇ

ÕE

S E

PE

RÍC

IAS

DE

EN

GE

NH

AR

IA D

O R

S. L

au

do

Téc

nic

o d

eIn

speç

ão

Pre

dia

l: P

resí

dio

Cen

tra

l d

e P

ort

o A

leg

re. D

ispo

níve

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: <ht

tp://

ww

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rea-

rs.o

rg.b

r/si

te/d

ocum

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s/L

audo

_de_

Insp

ecao

_Pre

sidi

o_C

entr

al_I

BA

PE

_30_

04_2

012_

Ver

sao_

Rev

isad

a.pd

f>. A

cess

o em

: 11

ago.

201

2.

OR

GA

NIZ

ÃO

DO

S E

STA

DO

S A

ME

RIC

AN

OS.

Co

nve

nçã

o A

mer

ica

na

so

bre

Dir

eito

s H

um

an

os.

D

ispo

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: < h

ttp://

ww

w.o

as.o

rg/j

urid

ico/

port

ugue

se/t

reat

ies/

B-3

2.ht

m>

. Ace

sso

em: 1

1 ag

o. 2

012.

R

AW

LS,

Joh

n. U

ma

teo

ria

da

ju

stiç

a. 3

. ed.

São

Pau

lo: M

. Fon

tes,

200

3.

SA

LL

A, F

erna

ndo.

Os

impa

sses

da

dem

ocra

cia

bras

ileir

a: o

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anço

de

uma

déca

da d

e po

lític

as p

úblic

as

para

pri

sões

no

Bra

sil.

In: P

eral

va A

ngel

ine

(Org

.). V

iole

nce

s et

co

ntr

ole

de

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