Post on 21-Apr-2023
PSOL – PARTIDO, SOCIALISMO E LIBERDADE DE IBIRITÉ
PROPOSTA DE GOVERNO PARA A PREFEITURA MUNICIPAL E PARA A
LEGISLATURA 2021-2024
PLANO DE AÇÕES GERAIS POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS:
PROJEÇÕES POR ÁREAS
AUTOR: ENOS VAGNER PONTES
Ibirité, 13 de julho de 2020
PSOL – PARTIDO, SOCIALISMO E LIBERDADE DE IBIRITÉ
PROPOSTA DE GOVERNO PARA A PREFEITURA MUNICIPAL E PARA A
LEGISLATURA 2021-2024
PLANO DE AÇÕES GERAIS POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS:
PROJEÇÕES POR ÁREAS
Plano de ações político-administrativas e
popular apresentado ao eleitorado
ibiriteense como plataforma de Governo
Municipal, nas eleições municipais de
2020, pelo então candidato Enos Vagner
Pontes, através do PSOL – Partido,
Socialismo e Liberdade.
Ibirité, 13 de julho de 2020
Sumário 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 6
1.1 Tema: ........................................................................................................................... 6
1.2 Caracterização, contextualização e fundamentação teórica dos problemas. .................. 6
1.2.1Introitos problematizáveis ............................................................................................ 6
2.2.2 Fundamentação teórica na falta de participação popular ............................................... 6
2.2.3 Fundamentação teórica na falta de saúde pública de qualidade ..................................... 9
2.2.4 Fundamentação teórica na falta de educação pública de qualidade ............................. 11
2.2.5 Fundamentação teórica na falta de transporte coletivo adequado ............................... 15
2.2.6 Fundamentação teórica na falta de um Plano Diretor adequado à realidade local ........ 18
2.2.7 Fundamentação teórica na falta de educação cultural ................................................. 20
2.2.8 Fundamentação teórica na falta de investimentos econômicos na cidade .................... 22
2.2.9 Fundamentação teórica na falta de políticas e organização nos conselhos municipais 25
2.2.10 Fundamentação teórica na falta de planejamento ambiental conjugada à recuperação
do meio ambiente local ....................................................................................................... 28
2.2.11 Fundamentação teórica na falta de transparência entre executivo municipal e
instituições internas e externas na cidade ............................................................................ 31
2.2.12 Fundamentação teórica na falta de políticas de saneamento básico ......................... 34
2.2.13 Fundamentação teórica na falta de políticas de comunicação social ......................... 37
2.2.14 Fundamentação teórica na falta de políticas públicas de desenvolvimento da
assistência e serviço social .................................................................................................. 41
1.1.2 Considerações pós-introitos ........................................................................................ 45
2 QUESTÃO CENTRAL ...................................................................................................... 45
3 OBJETIVOS GERAIS ....................................................................................................... 45
4 HIPÓTESES ...................................................................................................................... 46
5 JUSTIFICATIVAS ............................................................................................................ 48
5.1 Justificáveis iniciais .................................................................................................... 48
5.1.1.A Filosofia político-partidária.................................................................................... 49
5.1.2A opinião pública em seus diversos contextos citadinos .............................................. 51
5.1.3 A falta de lideranças políticas e preocupação com a desorganização no sistema
municipal ........................................................................................................................... 54
5.1.4 Vontade própria, técnica e política somadas à vocação para a cidadania ................... 58
5.2 Justificáveis finais ....................................................................................................... 62
6 OS CONCEITOS DE CONSCIÊNCIA CIDADÃ SITUADOS MEIO ÀS
PROBLEMÁTICAS SOCIAIS.................................................................................................. 62
6.1 Toques teóricos iniciais ..................................................................................................... 62
6.1.1.1 Implementos em políticas novas de participação popular ......................................... 63
6.1.1.2 A instituição dos orçamentos participativos .............................................................. 66
6.1.1.3A reorganização dos conselhos municipais ............................................................... 69
6.1.1.4 As relações com ações de transparência ................................................................... 72
6.1.1.5 A organização político-geográfica da cidade ............................................................. 76
6.1.1.1 Educação pública como tecnologia instrumental de qualidade .................................. 80
6.1.1.2 Ensino regular desarticulado do ensino especial ....................................................... 85
6.1.1.3 A educação formal contextualizada à formação de habilidades culturais ................... 90
6.1.1.4 Ensino sob o marco da operação recuperatória......................................................... 95
6.1.1.5 Nível de ensino sob a atualização dos aprendentes além-faixa-etária .......................100
6.2 Eixos sistemático-culturais ........................................................................................104
6.3 Eixos assintomático-gestionários de saúde pública ....................................................108
6.3.1 Conceitos sintomático-gestionários de saúde pública ................................................108
6.3.2Práticas sintomático-terceirizadas de saúde pública ..................................................113
6.3.3Práticas sintomático-desatenciosas de atenção primária à saúde ...............................118
6.3.4Eixos assintomático-viário-coletivos ..........................................................................122
6.4 Eixos e pressupostos-assintomático-econômicos.........................................................127
6.4.1 Premissas sintomático-econômico-gerais ...................................................................127
6.4.2Premissas sintomático-econômico-solidárias..............................................................131
6.4.3Premissas sintomático-econômico-criativas ...............................................................136
6.5 Eixos assintomático-ambiental-sustentáveis ................................................................... 142
6.6 Eixos sintomático-ambiental-insustentáveis ................................................................... 147
6.7 Eixos assintomático-participativo-comunicacionais....................................................... 152
6.8 Eixos sintomático-político-assistencial-sociais ................................................................ 159
6.9 Eixos assintomático-político-social-juvenis ..................................................................... 164
6.10 Eixos assintomáticos-político-virtuais ............................................................................. 170
6.2 Consideráveis teórico-finais ............................................................................................. 175
7 MARCO DE CONTEXTUALIZAÇÃO PROPOSITIVA ..................................................... 176
7.1 Contextualizáveis propositivo-iniciais ............................................................................. 176
QUADROS SITUACIONAL-PROPOSITIVO-CONTEXTUALIZÁVEIS ................................. 176
7.1.1Eixos democrático-participativos ......................................... Erro! Indicador não definido.
7.1.2 A instituição dos orçamentos participativos ........................ Erro! Indicador não definido.
7.1.3 A reorganização dos conselhos municipais.......................... Erro! Indicador não definido.
7.1.4 As relações com ações de transparência .............................. Erro! Indicador não definido.
7.1.5 A organização político-geográfica da cidade ....................... Erro! Indicador não definido.
7.1.6 Educação pública como tecnologia instrumental de qualidade ......... Erro! Indicador não
definido.
7.1.7 Ensino regular desarticulado do ensino especial ................. Erro! Indicador não definido.
7.1.8 A educação formal contextualizada à formação de habilidades culturais. Erro! Indicador
não definido.
7.1.9 Ensino sob o marco da operação recuperatória .................. Erro! Indicador não definido.
7.1.11 Eixos sistemático-culturais ................................................ Erro! Indicador não definido.
7.1.12 Conceitos sintomático-gestionários de saúde pública ........ Erro! Indicador não definido.
7.1.13 Práticas sintomático-terceirizadas de saúde pública ......... Erro! Indicador não definido.
7.1.14 Práticas sintomático-desatenciosas de atenção primária à saúde ..... Erro! Indicador não
definido.
7.1.16 Premissas sintomático-econômico-gerais .......................... Erro! Indicador não definido.
7.1.17 Premissas sintomático-econômico-solidárias ..................... Erro! Indicador não definido.
7.1.18 Premissas sintomático-econômico-criativas ...................... Erro! Indicador não definido.
7.1.19 Eixos assintomático-ambiental-sustentáveis ...................... Erro! Indicador não definido.
7.1.20 Eixos sintomático-ambiental-insustentáveis ...................... Erro! Indicador não definido.
7.1.21Eixos assintomático-participativo-comunicacionais ........... Erro! Indicador não definido.
7.1.22 Eixos sintomático-político-assistencial-sociais ................... Erro! Indicador não definido.
7.1.23 Eixos assintomático-político-social-juvenis ....................... Erro! Indicador não definido.
7.1.24 Eixos assintomáticos-político-virtuais ............................... Erro! Indicador não definido.
7.2 Contextualizáveis propositivo-finais ...................................... Erro! Indicador não definido.
8 METODOLOGIA .................................................................................................................... 247
9 CONSIDERÁVEIS FINAIS .................................................................................................... 252
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................... 253
6
O RESGATE E À FORMAÇÃO DE CONSCIÊNCIAS: AOS CONTEXTOS SOCIAIS,
POLÍTICO-CULTURAIS.
1 INTRODUÇÃO
1.1 Tema:
Práticas de participação popular, de estudos científicos e eixos propositivos e
contextualizáveis no campo da administração político-pública-municipal.
1.2 Caracterização, contextualização e fundamentação teórica dos problemas.
1.2.1 Introitos problematizáveis
Em se tratando de problemas levantados através de diversas formas de pesquisas, nos
diversos contextos socioculturais de Ibirité, e estes também situados nas condições de
problemas sociais, sobretudo, pelos quais se os contornam, a fim de que sejam estes
colocados pós-introitos, na sua forma, caracterizados, contextualizados e teoricamente
fundamentados.
Para tanto e, por isso, passando estes por explicações teóricas para cuja finalidade seja
detectar, mais profundamente, o teor e natureza dos problemas considerados sociais e, outra
vez para tanto, passíveis de estudos também, teoricamente fundamentados e, em torno dos
quais, se elevem à categoria de eixos, politicamente, propositivos, também, politicamente, a
contentos ao plano de ações gerais que, mais uma vez, se faz politicamente desejável e,
consideravelmente melhor, se na intenção de estes mudarem, num futuro não muito distante,
os contextos sócio-político-culturais na cidade.
Neste tanto, sob esses introitos, passando por teorizações em torno de temáticas como
a falta de participação popular, de saúde pública de qualidade, de educação pública de
qualidade, de transporte coletivo adequado, de um plano diretor adequado à realidade local,
de educação cultural, de investimentos econômicos na cidade, de políticas públicas e de
organização dos conselhos municipais, de planejamento ambiental conjugada à recuperação
do meio ambiente local, de transparência nas relações do executivo com as instituições
internas e externas da cidade, de políticas públicas de saneamento básico, de políticas de
comunicação social, de políticas públicas de assistência social, de políticas públicas para a
juventude e políticas públicas nos campos virtuais, enfim, falta de políticas públicas de
desenvolvimento geral, na cidade.
Noutro tanto, políticas que se fazem tão-necessárias, ao ponto de merecerem prévios e
diversificados estudos, se considerando, no campo da introdução, esses problemas
caracterizados em contextos e teoricamente fundamentados; também sob outros estudos
justificados, e ainda, se considerando o referencial teórico do plano de ações, estudos
profundamente teorizados e consecutivamente transformados em eixos e proposituras
municipal-governamentais. Por fim, é nisto que estes introitos se apegam.
2.2.2 Fundamentação teórica na falta de participação popular
Em se tratando de práticas político-públicas no campo de um pretenso sistema
municipal e popular, o que se vê, muitas vezes, é que as municipalidades – e Ibirité é o foco
deste tema - realizam suas escolhas baseadas em critérios que a própria legislação eleitoral
estabelece. Contudo, esta não estabelece critérios suficientes para que os candidatos cumpram
7
com certas obrigações que os façam previamente organizados, ao ponto de eleitos,
proporcionarem uma cidade mais organizada.
Quer dizer, elegem-se, muitas vezes, sob o critério básico do poder econômico, nunca
sob a base de critérios organizacionais de planejamentos e ações que visem a levantar os
problemas da cidade e propor ao eleitorado, resolvê-los, ou quando pouco, tentar resolvê-los.
Logo, usam-se da força econômica para impor aos eleitores uma candidatura que, talvez na
realidade, os eleitores não quisessem ou fizeram-no por falta de opção.
E, por isso, durante as práticas político-públicas, falta vontade política e transparente
tanto para propor quanto para solucionar os problemas da cidade. Assim, para o ex-presidente,
por exemplo: “[...] vontade política [...]”, [...] "a experiência brasileira mostra que é possível
enfrentar a miséria e a fome com determinação política e diálogo [...]" (LULA, 2013, p.1). É claro,
este se coloca no campo vasto de sua experiência brasileira como ex-presidente, mas abordando
sobre o tema da fome.
Para tanto, o que um pretenso sistema municipal e popular almeja e - se considerando que a
opinião pública aumenta cada dia, na exigência de qualidade de serviços e capacidade técnica para
o exercício dos mesmos – é submeter os cargos comissionados na prefeitura, primeiro, segundo e
terceiro escalões, a uma escolha democrática, paritária e, sobretudo, técnica.
A saber, não existe leis que obriguem um sistema político realizar essas escolhas sob estes
critérios, contudo, a vontade política do pretenso sistema, se o considerando popular, opta por fazê-
lo em consonância à opinião pública coletada nas redes sociais. “[...] e a práxis social ou política,
que compreende a ação ou ações individuais ou coletivas que visam à transformação da
sociedade, por meio desta ou do Estado, tendo em vista uma nova forma de organização ou
direção política e social [...] (QUARESMA, 2012, p.6). Mas também, colocando-o como dado
novo, se considerando a escolha dos cargos comissionados que, nas práticas políticas atuais,
são escolhidos, predominantemente, baseados no critério político.
É claro, a falta de um congresso municipal para deliberar sobre as políticas públicas
da prefeitura faz com que o sistema fique muito concentrado no que tange ao exercício do
poder, e a cidade meio que sem-direção, é uma nova forma de exercício do poder, conforme
pensa Quaresma (2012). Sendo assim, na elaboração de novas políticas públicas do campo
popular, prevê-se a criação de um Conselho Político para cuja finalidade é trabalhar no/com a
secretaria do Gabinete do Executivo Municipal, visando a auxiliá-lo nas principais
orientações, na aplicação de medidas e tomada de decisões.
Tal conselho deverá se compor paritariamente no que tange ao número dos
funcionários do gabinete e ao gênero, bem como em relação ao número de participantes do
campo popular, também observada a paridade de gêneros. Políticas públicas estas que se
estendem também ao fortalecimento dos atuais conselhos municipais, a saber, visa-se à
instalação desses conselhos em uma única casa, onde se reúnam normalmente em salas a eles
disponíveis para a tomada de suas decisões sobre assuntos especificamente seus, bem como
sejam administrados por uma mesa diretora geral da casa. A saber, novas práxis no campo das
ações político-sociais, como pensa Quaresma (2012).
Quer dizer, tais conselhos permanecem como são, com suas mesas diretoras em suas
respectivas salas, mas sendo administrados por uma mesa diretora geral da Casa de Conselhos
para cuja funcionalidade se dará no campo da discussão e aprovação de políticas públicas
gerais, por exemplo, o orçamento geral do município, dentre outras. A saber, novas práxis no
campo das ações político-sociais, como pensa Quaresma (2012).
Além disso, prevê-se, ao pretenso sistema municipal, a criação e instalação dos
orçamentos participativos para cuja composição se observará apenas a paridade de gêneros,
entretanto, todos os seus componentes deverão se originar dos campos populares, bem como
suas políticas no campo do exame, avaliação e priorização de obras e serviços públicos,
obedecendo, regionalmente, a mapas cartografados pela prefeitura municipal. Quer dizer,
8
práxis completamente novas com sentido de uma reeducação administrativa, buscando
implementar novas pedagogias, compreendendo também novas formas de execução de
atividades. [...] as formas de práxis são: a práxis produtiva, que age na e transforma a
realidade natural, física, humana, social a partir do trabalho; a práxis artística,
que produz, cria obras de arte; a práxis experimental, que compreende a
atividade científica experimental; e a práxis social ou política, que compreende
a ação ou ações individuais ou coletivas que visam à transformação da
sociedade, por meio desta ou do Estado, tendo em vista uma nova forma de
organização ou direção política e social [...] (QUARESMA, 2012, P.6).
A saber, o vislumbre dessas novas práxis, como frisa Quaresma (2012), precisa ser
visto sob os olhares transformadores da realidade colocada para a cidade. Daí, no tocante ao
quesito da educação, neste plano prevê-se, conforme sugestões coletadas nas redes sociais,
educação de qualidade, ou seja, uma educação que proporcione aos alunos um crescimento
conjunto na formação de suas habilidades.
Nisto, tanto na aprendizagem de conteúdos ofertados no ensino regular, quanto no
ensino intermediário, quer dizer, ensino focado na formação de habilidades culturais,
conforme versa Freire (2006). Assim sendo, vê-se que, no caso da participação popular, a
educação sai do campo único e exclusivamente pedagógico para uma educação com tomada
de consciência, aonde o sujeito se forma cidadão, sob a ótica da autocrítica, rumo à
capacidade crítica social, ou seja, não fica somente no mundo da alfabetização apenas.
Também, muito menos no da codificação e decodificação, como pensa Freire (2006).
Sua realidade muda-se porque virou cidadão do mundo, e se o virou, significa que suas ações
são concretas, mas o sentido de suas palavras, antes complexas e desconexas às vezes, agora
plenamente conexa ao mundo cultural, portanto, mundo da não codificação e decodificação de
palavras.
[...] Da compreensão de que educação é uma ação cultural para a tomada de
consciência a partir da qual e na qual o aprendiz lê o mundo, critica as
propostas de alfabetização que reduzem a educação à mera codificação e
decodificação de palavras desconexas [...] entre si e da realidade dos educandos:
Que podem um trabalhador camponês ou um trabalhador urbano retirar de
positivo para seu quefazer no mundo, para compreender, criticamente, a
situação concreta de opressão em que se acham, através de um trabalho de
alfabetização em que se lhes diz, adocicadamente, que a “asa é da ave” ou que
“Eva viu a uva”? [...] (FREIRE, 2006, p. 17).
Assim, os problemas da educação enquanto reabilitação de um sistema político-
municipal, estes estão distribuídos, por exemplo, na falta de um congresso municipal para
deliberar sobre as políticas públicas da prefeitura, reeducando as formas de aplicação das
políticas. Daí, a forma do quefazer no mundo, como pensa Freire (2006). Assim, a instalação
de um congresso constitui política metodológica cuja finalidade maior é dar suporte
democrático ao novo sistema.
Isto faz com que o sistema fique menos concentrado, menos centralizado, no que
tange ao exercício do poder, e a cidade como que sem-direção, fica submissa a uma nova
forma de exercício do poder, conforme pensa Quaresma (2012) no que tange às novas práxis
sociais. Sendo assim, na elaboração de novas políticas públicas do campo popular, prevê-se a
criação de um Conselho Político para cuja finalidade é trabalhar no/com a secretaria do
Gabinete do Executivo Municipal, visando a auxiliá-lo nas principais orientações, na
aplicação de medidas e tomada de decisões.
É como se o sistema municipal estivesse se reformulando e alfabetizando-se de novo,
como pensa Freire (2006). Tal conselho deverá se compor paritariamente no que tange ao
9
número dos funcionários do gabinete e ao gênero, bem como em relação ao número de
participantes do campo popular, também observada a paridade de gêneros. Quer dizer, novas
práxis, como pensa Quaresma (2012) e novas políticas públicas como pensa o novo sistema.
Políticas estas que se estendem também ao fortalecimento dos atuais conselhos
municipais, a saber, novos hábitos de vida para os quais se visam à instalação desses
conselhos em uma única casa, onde se reúnam normalmente em salas a eles disponíveis para a
tomada de suas decisões sobre assuntos especificamente seus, com novas consciências, novos
saberes, bem como sejam administrados por uma mesa diretora geral da casa, ou seja, novos
modos de saber as práxis sociais. A saber, novas práxis no campo das ações político-sociais,
como pensa Quaresma (2012).
Finalmente, como o já pensado, também se prevê, ao pretenso sistema municipal, a
criação e instalação dos orçamentos participativos para cuja composição se observará apenas
a paridade de gêneros, entretanto, todos os seus componentes deverão se originar dos campos
populares, bem como suas políticas no campo do exame, avaliação e priorização de obras e
serviços públicos.
Para tanto, sempre obedecendo, regionalmente, a mapas cartografados pela prefeitura
municipal. Daí, retomando os processos de como fazer e quefazer no mundo, como pensa
Freire (2006). Isso tudo como forma de implementação de educação e reabilitação dos
processos de elaboração e aplicação das novas políticas públicas na cidade. No mais, espera-
se esta temática voltar à tona outra vez nalguns dos próximos capítulos deste plano de ações
gerais.
2.2.3 Fundamentação teórica na falta de saúde pública de qualidade
Para começar, ao se lidar com uma realidade cruel de falta de saneamentos básicos, já
se vislumbra uma saúde precária, terceirizada, que não atende eficazmente a seus cidadãos,
precisando estes, muitas vezes, de procurar saúde nos municípios vizinhos, em razão da falta
de consultas comuns e, sobretudo, consultas especializadas e exames das áreas afins. Isso, ao
lado da falta de espaço físico para compor saúde de qualidade, desfazendo-se com toda essa
realidade.
Quer dizer, o sistema de saúde ibiriteense precisa se reorganizar sob os olhares das
novas práxis apontadas por Quaresma (2012) a fim de que sua realidade se transforme,
devolvendo aos cidadãos toda a sua gestão de saúde. Os problemas da saúde continuam na
terceirização do hospital. Primeiro, porque para se terceirizá-lo, é preciso fazer estudos
profundos e pormenorizados sobre suas condições reais, como versa: “[...] A saúde deve fazer
estudos epidemiológicos sobre os condicionantes e determinantes da saúde; [...]”
(CARVALHO, 2013, P.5).
Também, estudos sobre o hospital ao ponto de o sistema municipal considerá-lo sem-
condição de gerenciamento, rejeitando-o e, simultaneamente, submetendo-o à administração
de um terceiro.Para tanto, se chegou a esse ponto, terá sido porque os estudos feitos foram
determinantes de que precária estava a saúde oferecida por ele naquele contexto da história,
para se chegar à terceirização atual apresentando ainda maiores precariedades.
Então, se as novas práxis sociais, como pensa Quaresma (2012), apontaram, como
condição de novas políticas públicas de saúde, estudos determinantes e condicionantes de
uma não terceirização, se considerando que esta vem apresentando problemas muito maiores
do que antes dela, por que esta terceirização está aí renovada, para o ano seguinte, como
administração de saúde?
[...] A saúde deve fazer estudos epidemiológicos sobre os condicionantes e
determinantes da saúde; trabalho, salário, comida, casa, meio ambiente,
saneamento, educação, lazer, acesso aos bens e serviços essenciais e divulgá-los.
10
Ao não identificar e divulgar as causas das doenças e seus condicionantes e
determinantes, passa-se a atribuir à área de saúde a responsabilidade única
pela falta de saúde [...] (CARVALHO, 2013, p.5).
Conseguintemente, uma vez, terceirizada a sua saúde, obviamente, só se faz isto em
favor de serviços muito melhores do que os que estão sendo oferecidos e, mesmo assim, sob a
ótica de estudos pormenorizados, condicionantes e determinantes, conforme versa Carvalho
(2013). É por isso que, normalmente, se escuta das pessoas que o problema da saúde começa
na terceirização do hospital, pois que se pagam preços muito altos para continuar tendo uma
saúde precária.
Todavia, sobretudo, os mesmos problemas ou mais, ou seja, a falta de remédios a
pacientes de controle: hipertensão, diabetes, e outros. Sendo assim, conforme versa Carvalho
(2013), não foram feitos novos estudos epidemiológicos, condicionantes e determinantes de
uma nova realidade combinada com não terceirização? E ainda outros, como falta de
equipamentos, no hospital, e outros: fraldas, lençóis e muito mais; pacientes, muitas vezes,
passam mais de 10 horas sem-alimentação, ou seja, algo incompreensível aos olhos dos
cidadãos (PONTES, 2020).
Daí se faz as perguntas: por que se terceirizou o hospital? Mas, não somente isso, se se
pagam preços altos para que a saúde seja de qualidade, por que os serviços de saúde
continuam precários e até piores? Além disso, os problemas de saúde não se prendem, único e
exclusivamente, ao hospital e suas práticas de terceirização. O problema das localidades com
falta de UPAs ou Unidades de Pronto Atendimento.
Às vezes, as pessoas têm de se deslocarem de distância longa para realizar uma
consulta. E os problemas se agravam ainda mais, quando, muitas dessas localidades, médicos,
enfermeiros e funcionários passam por ameaças de violência, quando não são invadidos em
sua privacidade de trabalho, por grupos criminosos rivais usando das mesmas violências
contra o sistema de saúde.
Sem contar que, no momento atual, essas unidades de saúde e o próprio hospital estão
de greve em razão de salários abaixo do valor de mercado e, mesmo assim, mal pagos. A
saber, as novas práxis sociais, como versa Quaresma (2012), apontam para estudos
pormenorizados, mas capazes de dar rumo a novas políticas públicas de saúde, inclusive
resolvendo os problemas relacionados a essas violências e suas ameaças aos funcionários no
sistema de saúde.
E como a saúde aparece na condição de terceirizada, sofrem ainda com os prejuízos
das ameaças de demissões pelo sistema terceirizado. Quer dizer, todo o sistema hospitalar e
de saúde termina por se ver ameaçado, seja por violências, seja por greves, e se ver
interrompido no seu atendimento, a qualquer momento.
[...] o hospital ainda sofre com as ameaças de greve e de demissão em massa
devido a funcionários sobrecarregados de serviços, sem contar nos prejuízos
com falta de medicações e acolhimentos aos pacientes internados. Quer dizer,
até o atendimento regular do hospital corre riscos, com tais ausências, de ficar
completamente comprometido em sua totalidade [...] (PONTES, 2020, p.2).
Quer dizer, a saúde, não somente a do hospital, não atende eficazmente a seus
cidadãos, precisando estes, muitas vezes, de procurar saúde nos municípios vizinhos. Por isso,
“[...] Regular alguma coisa é estabelecer as regras para que exista, funcione, consiga os
resultados etc. As regras da saúde, na verdade, começam na CF, que estabelece o direito à
saúde e as linhas gerais desse direito [...]” (CARVALHO, 2013, p.11).
A saber, se são direitos, certamente esses estão sendo negados a contento, pois que os
problemas vão, desde a falta de materiais usuais e necessários à profilaxia dos próprios
11
funcionários, quanto mais dos pacientes, até chegar ao campo das consultas e exames
especializados. Algo que há anos se perpetua, e não há quem os resolva. Para tanto, se
pergunta: tem como centralizar as consultas e exames especializados?
Mas, não somente, também estender o atendimento a todas as especialidades? Logo,
muitas outras perguntas sempre são formalizadas, por exemplo: que terceirização é esta, que
presta serviços ruins à saúde, e o agente político principal não reage? A saber, saúde que
precisa ser revista em seus quadros, de terceirizada a uma saúde de responsabilidade direta
dos cidadãos ibiriteenses, mesmo porque, as terceirizações, senão criteriosas, podem trazer
mais problemas para a gestão pública.
Finalmente, nesse caso, ao lidar com uma realidade cruel de falta de saneamentos
básicos, não somente se vislumbra uma saúde precária, terceirizada, que não atende
eficazmente a seus cidadãos, entretanto, estes, muitas vezes, à procura de saúde, precisam sair
dos municípios vizinhos, para uma procura eficaz em nossa cidade mesma, em razão da falta
de consultas comuns e, sobretudo, consultas especializadas e exames das áreas afins.
Isso, ao lado da falta de espaço físico para compor saúde de qualidade, desfazendo-se
com toda essa realidade de saúde ruim. Quer dizer, o sistema de saúde ibiriteense precisa se
reorganizar sob os olhares das novas práxis apontadas por Quaresma (2012) a fim de que sua
realidade se transforme, devolvendo aos cidadãos toda a sua gestão de saúde, ao invés de
permanecer sob a constância e concordância de um sistema terceirizado e, sobretudo, não
somente falho não funcional. No mais, espera-se voltar ao tema nos próximos capítulos
concernentes a este plano de ações gerais.
2.2.4 Fundamentação teórica na falta de educação pública de qualidade
Por conseguinte, os problemas passam pela falta de educação de qualidade, ou seja,
uma educação que proporcione aos alunos um crescimento conjunto. Assim, os problemas da
educação no ensino-aprendizagem, estão distribuídos em salas superlotadas. É claro, como
versa Quaresma (2012), no que tange ao uso das novas práxis sociais, não se resolvem as
superlotações de salas, senão agindo com vontade política de mudar o sistema.
Mas, não só, mudar o contexto político da educação oferecida, ao modelo de educação
colocado por uma educação não modelar. Quer dizer, estudos aprofundados no fim de
verificar o tipo de educação a ser proporcionado. Aliás, como pensa Freire (2005), os estudos
precisam visualizar uma educação sem ser, exatamente, um modelo, mas esta colocada como
meio de libertação, e os alunos como sujeitos capazes de pronunciar o mundo usando suas
próprias palavras.
Assim funciona tanto na educação libertadora de Freire (2005), quanto na mudança de
hábitos pela metodologia das novas práxis sociais pensadas por Quaresma (2012). E para
esses casos de alunos de aprendizagem defasada ocupando espaços com os mesmos alunos de
aprendizagem avançada de cujos professores não estão devidamente habilitados, não por
causa da habilitação em si, mas em razão da diversidade de alunos em situações divergentes
de aprendizagem.
Estes passam também pelos processos de libertação. No entanto, é só colocá-los para
pensar em suas próprias problemáticas que o diálogo entre professores e alunos, escola e
comunidade, funciona, e a educação sob o ponto de vista da libertação, como versa Freire
(2005), passa a ser o elo que os une e, ao mesmo tempo, os mobiliza.
“[...] diz que compreender o diálogo na perspectiva de uma educação que
liberte os homens pressupõe pensar sobre a seguinte questão: “Se é dizendo a
palavra com que, ‘pronunciando’ o mundo, os homens se transformam, o
diálogo se impõe como caminho pelo qual os homens ganham significação
enquanto homens” (FREIRE, 2005, p. 91).
12
Para tanto, se vêm às perguntas: por que não se adotarem salas ao invés de
superlotadas com números previamente estudados e à altura das condições reais do professor?
Neste caso, a preocupação com salas superlotadas é bastante normal, pois que essas
características vêm de sistemas falidos de educação. A comunidade escolar já está até
acostumada a isso, o que não significa aceitar essa realidade.
Se pensar que a educação é uma modalidade muito cara para um sistema político,
significa que as salas terão de continuar superlotadas. Contudo, se considerando os conceitos
de educação passando pelos da nova alfabetização propostos por Freire (2011), educação não
tem preço. Mas, noutro caso, passando também por um conceito de modalidade nova
amparada pelo entendimento das novas práxis sociais, como versa Quaresma (2012) e,
principalmente, passando pelo entendimento que, se é educação, significa que o conceito é de
libertação.
Educação é para libertar, não para superlotar salas de aula, muito menos se não
promove a aprendizagem, ao contrário, muito mais, porque a faz com sentido de educação
libertadora, como pensa Freire (2005). Então, num sistema municipal novo, não se pensa em
educação como despesas, mas como investimentos. Por que não capacitar os professores à
altura da aprendizagem dos alunos de conteúdos e aprendizagem defasados?
Nestes termos, o volume de alunos, com problemas de aprendizagem, não permite aos
profissionais maiores ações de solução dos problemas, ou seja, mesmo ele sendo habilitado,
pós-graduado, mestre, dentre outras características curriculares, vai precisar passar por uma
preparação específica de ensinamentos, para que possa atuar junto a esses alunos. Daí,
humildade, sabedoria, compreensão, determinação, etc. precisam ser características básicas
desse profissional.
Quer dizer, noutros termos, “[...] Por diálogo Freire (2005) entende o caminho pelo
qual os homens ganham significação enquanto homens, solidarizando-se [...]” (QUARESMA,
2012, pp.91-92). É o olhar para o diálogo que, muitas vezes, faz o pensar. Ou seja, o
profissional, às vezes, tem um currículo exemplar, e ninguém pode duvidar disso, mas na hora
das práticas de ensino, a habilidade mais importante daquele momento, pode falhar, é uma
questão humana até.
No entanto, se não for um profissional disposto ao diálogo, aberto para novos
conhecimentos e capacitações, terá dificuldade de se adaptar à realidade adversa de alunos.
Daí, não pode separar os alunos com defasagem de aprendizagem dos de aprendizagem
regular e avançada? Se sem selecionar, crê-se poder. Só que, profissionais, muitas vezes,
habilitados mas não preparados para ministrar aprendizagens em meio à diversidade e níveis
diferentes, também há.
Nesse caso, permanecem as situações de diálogo, como o ato de ser solidário para o
autor: “[...] no ato de refletir e agir no mundo a ser transformado e humanizado, por meio de
criação de ideias, questionamentos, reflexões que não são impostas ao outro, mas discutidas,
dialogadas [...]” (QUARESMA, 2012, pp.91-92). Quer dizer, é o diálogo compreendido de
duas pessoas conversando, professor e a turma de alunos, professor e apenas um aluno, e
assim por diante.
Além disso, noutro caso, tais profissionais se encontram com salários defasados,
desatualizados, ou seja, como versa: “[...] O trabalhador é digno de seu salário [...]” (I
TIMÓTEO, 2018, p. 1207). Quer dizer, se os salários dos trabalhadores no sistema municipal,
de modo geral, estão defasados, isto aponta para uma área com necessidade de estudos
profundos, significativos, com produção de resultados claros, efetivos, à altura e a contento
aos trabalhadores.
Também, se observar: “[...] Ai daquele que edifica sua casa com injustiça, e os seus
aposentos sem direito, que se serve do serviço do seu próximo sem remunerá-lo, e não lhe dá
13
o salário do seu trabalho [...]” (JEREMIAS, 2018, p.788). Quer dizer, no primeiro extrato, o
autor chama a atenção para o salário como meio de dignificação do trabalhador. No entanto,
no segundo, chama-se a tenção para a injustiça, pois que o que não paga o justo e merecido
salário ao trabalhador, enriquece ilícito-injustamente.
Logo, tem de prestar contas é com Deus, não necessariamente com o sistema. E tudo
tem a ver com reabilitação: tanto os trabalhadores, de modo geral, não somente os da
educação; quanto os empreendedores do novo sistema político municipal, quanto outros,
quando for o caso. E não é só isso, quem o faz sofre penalidades. Logo, um sistema municipal
pretenso como de práticas das políticas inovadoras, precisa observar todas as duas premissas,
ou seja, tanto da visibilidade focada no trabalhador sob a ótica da dignidade, quanto para a
ótica da injustiça.
A saber, pagar salários indignos aos trabalhadores, consciente de que existem as
condições reais para fazê-lo e não fazê-lo, constitui responsabilidade do pagador com Deus.
Também, não é só isso, ou seja, se o pagador oferece salários dignos e justos a seus
trabalhadores, não tem porque não cobrar qualidade, eficiência, efetividade, assiduidade,
pontualidade nos serviços, dentre outros. Mesmo assim, isto só se confere fazendo estudos
aprofundados sobre essa mesma temática.
Agora, se estes não recebem orientações técnicas à altura de procederem com um
ensino de melhor qualidade, significa ao sistema, primeiramente, sentir-se preparado e
capacitado para oferecer educação de qualidade, senão termina por cair na lista dos sistemas
falidos de educação. Ou então, ficar se perguntando: [...] Mas de que escola estamos falando?
Com base em que modelo formativo e pedagógico a julgamos? Será que a concebemos como
um serviço público para toda a cidadania [...]” (CARBONELL, 2002, p. 18). Daí, a
preparação profissional ter de abranger a todas as áreas do conhecimento.
Assim, por exemplo, se professor não está recebendo a merecida orientação técnico-
profissional, isso aponta para falhas no sistema de gestão pedagógica. Daí, secundariamente, o
novo sistema, no caso, precisa estar atento aos processos de preparação, capacitação e
atualização na área de especialistas educacionais, como pensa Dowbor (2007), a educação não
pode ser vista apenas como um trampolim seja para sair de determinada região, seja por
qualquer outra razão, ela tem de produzir conhecimentos. Daí, a observar, por exemplo:
[...] Mas de que escola estamos falando? Com base em que modelo formativo e
pedagógico a julgamos? Será que a concebemos como um serviço público para
toda a cidadania e como um mero produto, mas que é oferecido no mercado
para ser adquirido por quem quiser ou puder? Quem se beneficiou de sua
impermeável resistência a todo tipo de evolução e renovação? Essas e outras
questões nos colocam
em um dilema que estará presente ao longo do [...] o caráter polissêmico, plural
e complexo da escola e do tema que nos ocupa prioritariamente: a inovação e a
mudança na educação [...] (CARBONELL, 2002, p. 18)
A saber, se o mesmo acontece nas demais áreas, a mesma observação e atenção devem
ser dispensadas. Contudo, para Carbonell (2002), no que tange às mudança na educação, eis a
pergunta: por que não dividir a educação em ciclos de aprendizagens? Por que não situar o
ensino por níveis: ensino regular, ensino intermediário-cultural, ensino de operação
recuperatória, ensino de atualização para jovens e adultos, por exemplo?
Assim, os problemas da educação no ensino-aprendizagem – pensam-se resolvidos -
ficando distribuídos em quatro eixos de ensino: o ensino regular e monitorial, desde que com
devida preparação do monitor no auxílio ao professor, e nessa preparação conta-se com a
ajuda do orientador educacional; o ensino intermediário-cultural, com foco na formação de
habilidades culturais, como pensa Freire (2006).
14
E ainda, o ensino de operação recuperatória, ou seja, ensino focado na recomposição
de conteúdos e carga horária defasada e o ensino de educação atualizadora, ou seja, focado na
atualização do aprendente além-faixa-etária, educação de jovens e adultos, mais
funcionalmente, durante os noturnos. Quer dizer, é a busca da cidadania, como: “[...] A
educação, na perspectiva da emancipação, precisa, ao contrário da educação bancária, realizar
a problematização da realidade e libertar os homens da opressão, [...]” (FREIRE, 2005, p. 71).
Logo, o novo sistema municipal tem de criar essas situações de aprendizagem para
que os educandos alcancem a maturidade, a cidadania e, sobretudo, a emancipação,
supostamente, perdida com a falta de aproveitamento nos estudos dentro da faixa-etária
normal, lembrando-se de que tais ciclos de ensino pensados neste contexto teórico precisam
ainda ser aprofundados no que tange a sua teorização, conceituação e contextualização prática
noutro capítulo deste plano de ações gerais.
Às vezes, nem um orientador, mas apenas um supervisor pedagógico para cuidar de
vinte turmas num turno, com lotação entre trinta e trinta e oito alunos em sala ou mais e
cuidar também da disciplina e da conduta pedagógica do professor. “[...] Há sempre intenção
nas ações humanas. Na práxis educativa social, os objetivos e as intenções educacionais
integram todas as dimensões do desenvolvimento e da ação humana e, também, as intenções
individuais e coletivas; [...]” (QUARESMA, 2012, p.3).
A saber, se o sistema atual de educação está nessa situação de salas superlotadas, falta
de profissionais para atuar, sobretudo, falta de profissionais preparados, e ainda, profissionais
acumulando funções e excessos de serviços. E é isso que a autora chama de ação e intenção
humana. Entretanto, na caracterização desse problema que dura e perdura, embora em seu
texto a autora coloque as ações humanas educativas e intencionais como que para o bem de
todos.
Nisto, pensa-se, no caso do atual sistema de educação municipal, como sendo ações
humanas educativas e intencionais viciosas, se considerando a perduração do tempo na
convivência com os problemas sem, pelo menos, tentar resolvê-los. Daí, compreender que:
“[...] se os homens são estes seres da busca e se sua vocação ontológica é humanizar-se,
podem, cedo ou tarde, perceber a contradição em que a ‘educação bancária’ pretende mantê-
los e engajar-se na luta por sua libertação [...]” (FREIRE, 2005, p. 71).
Para tanto, Quaresma (2012), continua tratando tais problemas pela ótica das práxis
sociais e coletivas, a saber, sendo o coletivo-social, a transformação social; o objetivo final,
tendo em vista o bem de todos. Isto é, se as turmas estão superlotadas, por que não reduzi-las
a números compatíveis com as condições de aprendizagem? Dado isso, o que se pensa é que
num sistema municipal novo de educação, tais vícios de cultivar problemas sejam eliminados,
passando por ações humanas educativas intencionais visando ao benefício de todos os
engajados ao sistema.
E, muitas vezes, faltando alguém especializado para conduzir a disciplina escolar. Por
um lado, não há técnicos suficientes para execução de certos serviços, por outro, estes
também não estão preparados para o exercício de quantidades enormes de serviços. Por que
não adequar um profissional especializado à realidade da disciplina escolar? Por que não
ampliar os técnicos pedagógicos à realidade dos tipos de serviços existentes? Se falta
habilidade técnica, por que não reabilitar ou atualizar os profissionais?
Assim, a educação caminha com todas as dificuldades possíveis, chamando a atenção
dos munícipes para o exercício de um trabalho mais eficaz, eficiente e de melhor qualidade.
Como melhorar e aperfeiçoar a eficácia do ensino? Como tornar os serviços de educação mais
eficientes e de melhor qualidade? Como caminhar com a educação em menos dificuldades?
Quer dizer, em Freire (2005), tudo isso converge para a humanização do sistema de educação
como um todo.
15
Tudo isso se constitui problemas que contornam os espaços escolares, sem contar que
é na educação que se depositam todas as desconfianças por parte dos agentes políticos-
públicos. Quer dizer, daqui para frente, a intenção e olhar para a educação com olhos de
pretensa confiança em seus profissionais. A saber, quaisquer economias em que houver
necessidade de fazer, olham-se logo para a educação. Assim, o objetivo é não olhar para o
sistema municipal, de modo geral, com olhares de desconfianças, mas com olhares de
mudanças na educação, como versa Carbonell (2002).
Ao contrário, olhar para a educação, e não somente para ela, com olhares de
investimentos, pois que a olhá-la com olhares de economia, será o mesmo que manter o lugar
da superlotação de problemas e, ao mesmo tempo, o lugar da superlotação de cobranças.
Sendo assim, a ideia é diminuir a superlotação de problemas, a vê-la produzir mais, ou seja,
rever todo o sistema a contento aos olhares deste plano de ações gerais no município.
Daí, para finalizar, se não há a figura profissional do orientador educacional, por que
não adotá-la? Por que não distribuir as turmas em números de alunos consonantes às
condições reais de trabalho, tanto do professor quanto do especialista? Quer dizer, em Freire
(2005), “[...] tudo isso converge para a humanização do ser humano. Assim, a concepção de
educação de Freire compreende um processo que desenvolve todas as dimensões do ser
humano e capacita-o para a práxis social [...]” (QUARESMA, 2012, p.3).
Enfim, combinando práxis sociais com diálogo, com libertação, humanização e boas
intenções educativas por parte do sistema municipal novo, pensa-se resolverem problemas
como: disciplina escolar gerenciada por profissional especializado, quantidades suficientes de
profissionais para os tipos de serviços, falta de habilidade técnica, dentre outros.
Todavia, o exercício da falta de profissionais, da superlotação de turmas, o ensino-
aprendizagem ineficiente, dentre outros, só pode ser compensado pela humanização da
educação, num exercício de práxis social-individual, quando for o caso, e práxis coletiva,
como ação humana educativa e intencional para o bem e, predominantemente, válida para
todos. No mais, espera-se retornar ao tema nos próximos capítulos deste plano de ações
gerais.
2.2.5 Fundamentação teórica na falta de transporte coletivo adequado
Em se tratando de transporte coletivo adequado, vê-se que os problemas da cidade de
Ibirité ainda estão na falta de transporte coletivo decente ao uso pelos cidadãos, embora já se
tenha um terminal viário-municipal e intermunicipal de transportes coletivos, mas não é
suficiente, se considerando, primeiro, entender o significado de se ter um transporte coletivo
adequado.
Segundo, se o transporte coletivo não é adequado, é preciso saber em que ele atende e
em que ele não atende às necessidades da população. Logo, definindo-se esses conceitos de
transporte coletivo, pode-se também pormenorizar seus problemas a partir da realidade
vivenciada pela população. Daí, por exemplo, para as autoras: “[...] O transporte coletivo pode
ser definido como um meio para atingir determinados fins como trabalho, escola, mercado,
cinema. Assim o deslocamento das pessoas se torna um ponto estratégico para o
desenvolvimento econômico e social de uma região [...]” (TERRA e DUARTE, 2014, p.6).
Quer dizer, considera-se adequado o transporte coletivo quando ele atende às necessidades
básicas da população usuária.
E essas necessidades são atendidas quando os indivíduos conseguem, via-transporte
coletivo, resolver seus problemas no menor tempo possível gasto dentro do trajeto previsto.
Daí, os usuários usam o transporte coletivo para irem trabalhar, para irem estudar, realizar
suas compras, etc. Se para atingir a determinados fins, o usuário encontra algum problema,
por exemplo, se ele tem de chegar ao local de trabalho antes das 7: 00 - e o ônibus se quebrou.
16
Daí, isso já significa para ele o descumprimento de um direito, bem como uma
necessidade básica não sendo atendida, mesmo porque, se o ônibus estragou-se, ele teve de
embarcar-se em outro superlotado. Se não foi possível, por isso, terá de embarcar-se em outro,
e os valores pagos pela viagem no primeiro ônibus, não no será devolvidos. Logo, isso tudo
pode ser compreendido como sendo características do transporte coletivo adequado e o não
adequado, bem como, pode ser definido direito ao transporte e, ao mesmo tempo, falta de
suprimento da necessidade básica referente direito ao transporte coletivo.
Agora, se os problemas passam por valores das passagens, pelos quais, ainda se cobram
preços altos, e seus preços, estes divergem entre o interior do terminal e os preços cobrados
durante os embarques fora do terminal, os casos de baldeação, enfim, tudo desagrada os
usuários. Entretanto, como pensa: “[...] Para sobreviver na cidade, principalmente nas do 3°
mundo, a população urbana, especialmente a de baixa renda, é obrigada a fazer uma
infinidade de deslocamentos (penosos) para atingir os destinos desejados [...]” (ARAÚJO, at
al, 2011, 576).
Daí, se perguntar: é mesmo necessário um terminal de transportes coletivos? Se é
necessário, por que não adequá-lo às reais condições socioculturais de seus usuários? Por que
há diferença de valores cobrados: dentro do terminal, um valor; fora dele, outro valor? Quer
dizer, talvez, por causa da existência desse terminal, se considerando que os serviços de
administração de transporte sejam caros, aumentem-se em demasiado os preços das passagens
coletivas. Desse modo, mesmo com o terminal-viário, mobilizar-se ao uso do transporte
coletivo, é extremamente caro ao trabalhador em nossa cidade.
[...] A mobilidade urbana é um tema recorrente na atualidade, tanto nas
cidades de países desenvolvidos como de países subdesenvolvidos passam por
problemas de mobilidade. A deficiência da mobilidade urbana influencia a
qualidade de vida de todas as classes sociais, contamina o ar, proporciona
engarrafamentos, e assim contribui com a poluição sonora e maior ocorrência
de acidentes. Porém a camada social que mais sofre o efeito do trânsito é a
classe trabalhadora, por depender do transporte coletivo, de baixa qualidade
na maioria dos municípios brasileiros [...] (TERRA e DUARTE, 2014, p.6).
De outro modo, sabe-se das deficiências do transporte coletivo que, por hora surgem do
nada, como o simples estrago de um ônibus, por exemplo, as contaminações do ar, os
engarrafamentos, conforme versam Terra e Duarte (2014), mas o sofrimento maior recai sobre
os trabalhadores, sobretudo em Ibirité, por causa da distância do centro que, na verdade, é o
polo de trabalho dos trabalhadores ibiriteenses. E estes, por sua vez, não têm culpa, quem
precisa de se situar, nesse caso, é o sistema de transporte. Ao usuário, cabe-lhe pagar sua
passagem, mas ao sistema de transportes, promovê-lo como serviços de qualidade.
Contudo, a prefeitura, muitas vezes, não consegue conduzir os processos que contornam
os meios de transportes, deixando-os por conta das próprias empresas as decisões: na
afirmação de contratos, no aumento das passagens, na cobrança de certas despesas que
sobrecarregam os usuários do transporte. Sem contar ainda na durabilidade dos contratos por
concessão de serviços de transporte, às vezes, até 20 e até 40 anos, já se tem escutado.
É o absurdo se consumando enquanto política pública de transportes municipais,
conforme versam Terra e Duarte (2014) sobre a política de fiscalização de serviços. A
sobrevivência dos trabalhadores não pode ser subestimada em detrimento daqueles que
reúnem melhores condições de transportes, não se pode ignorar as diferenças, mas nem por
isso sobrecarregar a sobrevivência dos trabalhadores.
[...] Não podemos ignorar, contudo, que a existência de um grande número de
deslocamentos por si só não representa inegavelmente boas condições de vida,
17
pois pode refletir a necessidade de deslocamentos excessivos frente à
precariedade do sistema de transportes eleito e/ou disponível para uso
(Goodwin, 1981, citado por Vasconcelos, 2001). Para sobreviver na cidade,
principalmente nas do 3° mundo, a população urbana, especialmente a de baixa
renda, é obrigada a fazer uma infinidade de deslocamentos (penosos) para
atingir os destinos desejados (Cardoso, 2008) [...] (ARAÚJO, at al, 2011, 576).
Para tanto, conforme versa Araújo, at al (2011), sobre a sobrevivência das populações
urbanas nas cidades, outras perguntas: por que a prefeitura não assume o papel de frente no
comando das relações com os transportes coletivos? Se essas relações sob o comando das
empresas, os interesses delas não estarão privilegiados? A prefeitura não tem autonomia para
estabelecer ou mediar essas relações? Por que um contrato entre a prefeitura e as empresas do
transporte coletivo tende a durar até 20 e até 40 anos?
Quer dizer, no caso de Ibirité, muitas vezes, o próprio sistema municipal é quem
promove a falta de qualidade, haja vista para: “[...] O fato é que nem todos têm condições
financeiras de arcar com o combustível e manutenção, nem todos tem condições físicas seja
por ser menor de idade ou ser deficiente físico, nem todos desejam dirigir ou ter um carro e o
serviço de transporte público pode ser a única alternativa para muitos [...] (TERRA e
DUARTE, 2014, p.7). Com já se conhecem as condições econômicas precárias da classe
trabalhadora usuária dos transportes coletivos, aí se impetram duros jugos, podendo ser
considerados até abusivos.
Haja vista, por exemplo, para o fato de que o agente político principal deixar que as
empresas de ônibus conduzam as relações de comando, se esta é uma responsabilidade dele
próprio, proporcionando assim a elas conduzir os processos conforme versam os seus próprios
interesses. E para isso não tem fiscal técnico, oriundo do sistema municipal, também não tem
nenhum vereador acompanhando essas relações e, até mesmo, o Conselho Municipal de
transportes não faz nenhuma menção nem moção de repúdio a essa falta de atenção aos
usuários dos transportes coletivos.
Às vezes, dá-se a impressão de que isso acontece porque não existem leis que possam
ser aplicadas em seu Estado mínimo. Entretanto, como exemplo, tem-se: “[...] A Política
Nacional de Mobilidade Urbana instituída pela Lei nº 12.587, de 03 de janeiro de 2012,
orienta a gestão, operação, fiscalização e controle dos modos de transporte, de serviços e de
infraestruturas para os deslocamentos de pessoas e cargas em área urbanas por meio de seus
conceitos, metas e princípios [...]” (TERRA e DUARTE, 2014, p.7). É como se a população
estivesse completamente desassistida, sem ninguém para representá-la no foro das decisões de
aplicação das políticas públicas de transporte coletivo.
Finalmente, desse modo, no que se trata do transporte coletivo adequado, o que se vê é
que os problemas da cidade de Ibirité ainda estão na falta de transporte coletivo decente ao
uso pelos cidadãos, ou seja, mesmo já se tendo um terminal viário-municipal e intermunicipal
de transportes coletivos relativamente bons, não se o considera suficiente, porque sua
administração é falha, se considerando o entendimento de que o significado de se ter um
transporte coletivo adequado vai passar por todas as problemáticas abordadas no decorrer
desta fundamentação teórica de problemas.
De outro modo, sem se contextualizar isso e aperfeiçoar sua compreensão no campo de
uma contextualização prática, não tem como trabalhar essas questões no âmbito de um
sistema político municipal novo, mesmo porque, todas elas precisam ser estudadas em seu
mais profundo sentido no fim de torná-las políticas públicas de transporte coletivo. É assim
que se esperar voltar a essa pauta nos próximos capítulos deste pretenso plano de ações gerais
de nossa cidade.
18
2.2.6 Fundamentação teórica na falta de um Plano Diretor adequado à realidade local
Em se tratando de Plano Diretor, o que há em torno de Ibirité, é a necessidade de se
revisar o que existe. Seus problemas passam pela reestruturação das leis de zoneamento,
redefinição de seu plano diretor já há 13 anos existente. E assim, sabendo-se que, para se
chegar a ele, as discussões duraram longos 17 anos, entretanto para, hoje, chegar à triste
comprovação de que ele não comporta a verdadeira realidade da cidade.
Daí, no caso deste plano de ação, o que fazer, seria num primeiro momento conceituar o
gênero: plano diretor para, em seguida, definir suas linhas de compreensão. Para tanto,
segundo a eficácia e compreensão dos autores: “[...] os Municípios devem ter um plano
diretor aprovado pela Câmara Municipal, que é obrigatório para as cidades com mais de vinte
mil habitantes. O plano diretor é o instrumento básico da política de desenvolvimento e
expansão urbana [...]” (MACHADO; FERRAZ, 2018, p. 229).
Assim sendo, dentro deste conceito, como instrumento da política de desenvolvimento,
uma vez ampliando-se o leque habitacional da cidade, esse leque precisa vir se adequando à
altura do que está previsto no plano diretor. Senão assim, a cidade continua crescendo
desordenadamente e o descontrole, por parte das autoridades político-administrativas, passa a
ser o instrumental. Compreensão esta, inválida para o entendimento que vem se construindo
neste texto.
A saber, se o plano diretor não conjuga planejamento com recuperação, com
estruturação, preservação, conservação, tombamentos e sustentabilidade ambiental, ou seja,
problemas já levantados e caracterizados como sendo ausentes nas linhas do plano diretor que
existe, então, isto significa que ele precisa ser revisto. E se ele precisa ser revisto é porque não
está colocado como o instrumento básico da política de desenvolvimento, isto é, não é ainda o
instrumental, principalmente, se tocado na sua função social, como versam Machado e Ferraz,
(2018).
Assim desse modo, no conceito de Pinto (2014), o município é o único habilitado a
promover o parcelamento e a regulação do uso e da ocupação do solo urbano. Quer dizer, ao
município compete uma série de instrumentos importantes na divisão de áreas da cidade. Só
que, quem olhasse para Ibirité antes das emancipações de Sarzedo e Mário Campos, há 22
anos, via uma sequência de 121 quilômetros quadrados com muita área verde, muitas
plantações de hortaliças, poucas habitações em relação ao que é hoje. Logo, a cidade tinha
onde e como planejar, portanto, não o fez. Agora, com apenas 74 quilômetros quadrados e,
praticamente, quase todos ocupados com habitações, sendo que boa parte delas está
desordenada, gera, muito, o que fazer.
Assim também, o significado que tem essa reflexão, é a necessidade de revisão de seus
zoneamentos que urge. E se as discussões foram longas para se chegarem à primeira versão de
um plano diretor, estas serão ainda maiores, pois que uma coisa é planejar a cidade contando
com um vasto espaço aberto, outra coisa é planejá-la em meio à diversidade de habitações, de
direitos e garantias que precisam ser cumpridos a contento, sobretudo, nos aspectos físico,
social, econômico e administrativo, desejado pela comunidade local, como versa Sirvinskas
(2006).
Tudo isso vai gerar muitas e muitas perguntas como: se as discussões foram longas, por
que a realidade da cidade não está retratada no plano diretor? E as áreas destinadas aos
produtores rurais e de hortifrutigranjeiros? Assim também, de outro modo, o revisar do plano
diretor precisa se orientar por outros conceitos até se chegar ao ideário de um plano bem-
delineado: [...] O município, respeitando as diretrizes da legislação do estado e da União –
especialmente a Lei Federal n. 10.257, de 10 de julho de 2001, conhecida como
Estatuto da Cidade –, tem a atribuição privativa, portanto, de decidir sobre seu
ordenamento territorial (BRASIL, 2001, on-line). Isso significa que é o
19
município o único habilitado a promover o parcelamento e a regulação do uso e
da ocupação do solo urbano. Essas decisões são tomadas durante a elaboração
do plano diretor, que geralmente faz uso do zoneamento, que é a técnica de
dividir o território da cidade em zonas e fixar os usos permitidos em cada uma
delas [...] (PINTO, 2014, p. 94).
E mesmo assim, embora Pinto (2014) aponte os zoneamentos como meios de
estabelecer os mapas microrregionais da cidade, as perguntas sobre o tema são subsequentes:
como fazer um plano de recuperação de nascentes, por exemplo, se elas não estão previstas no
plano diretor? Como estabelecer novas áreas de tombamentos ambientais, se estas também
não estão previstas nele? Como efetivar um trabalho de sustentabilidade ambiental, sem a
recuperação do ambiente citadino degradado? Como reestruturar a cidade tendo em vista as
preservações ambientais necessárias?
Quer dizer, o zoneamento ambiental funciona principalmente como instrumento de
planejamento territorial com vistas ao desenvolvimento sustentável, como pensa (GIEHL,
2007). Entretanto, foge ao alcance da vista quando não há vontade política suficiente para se
executar uma revisão de verdade, como também, se o há, muitas vezes, é para delinear um
plano diretor em que se estabeleçam mapas de interesses econômicos, sobretudo,
privilegiando as explorações minerárias.
Daí, algo a que a cidade já está entendendo como mais do que na hora de eliminá-las de
seu contexto citadino. O Plano Diretor não prevê áreas para tombamentos, para loteamentos,
para comércios, residências, habitacionais, para construções, a saber, está-se construindo um
prédio, parece destinado aos serviços de justiça – algo extremamente necessário desde há
trinta anos – mas fora da região central, o que já dificultam as locomoções de usuários da
justiça oriundos das regiões periféricas da cidade.
Na verdade, o plano diretor é um recurso em que se pode demonstrar a satisfação da
população da cidade, pois que é recurso de capacitação da comunidade, com sentido de
melhora de sua própria saúde física. Por exemplo: "[...] o processo de capacitação da
comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior
participação no controle deste processo… [...]” (CARVALHO, 2013, p.5). Quer dizer, nesta
linha, o bom desenho do plano diretor da cidade inspira a compreensão de que sua população
tenha mais saúde física, mental e assim por diante.
Noutra linha, sobretudo, a da consciência político-cidadã, de que a manutenção do
ambiente citadino saudável é o melhor e proporciona o bem-estar dos munícipes. A saber, a
cidade não foi pensada previamente, ela surgiu, e o seu desenvolvimento foi-se dando
conforme a necessidade de seus habitantes. Haja vista retroativa para a Várzea do Pantana lá
dos anos 1880, a mostrar como surge uma cidade.
Entretanto, não significa que ela não possa ser repensada e planejada a contento, desde
que preservada a sua história. Daí, como fica as matas que já são áreas de preservação
ambiental? Como fica a mata, de cuja vegetação é as Canelas de Ema, situada dentro do
Parque Estadual do Rola-Moça? E, por sinal, é dessa expansão urbana que os autores estão
recobrando os sentidos: [...] os Municípios devem ter um plano diretor aprovado pela Câmara
Municipal, que é obrigatório para as cidades com mais de vinte mil habitantes.
O plano diretor é o instrumento básico da política de desenvolvimento e
expansão urbana. A propriedade urbana cumpre sua função social ao atender
as exigências fundamentais de ordenação da cidade que devem estar expressas
no plano diretor [...] (MACHADO; FERRAZ, 2018, p. 229).
É! Esta que em início dos anos 90 estava ameaçada de virar conjunto habitacional? A
saber, o município tem de ter seu plano diretor, exatamente, para evitar que matas como as
compostas por madeira de lei como as Canelas de Ema, se transformem em habitações. Essas
20
exigências, como pensam Machado e Ferraz (2018), devem estar previstas no plano diretor
como garantias de que no futuro essas regras não serão quebradas.
Quer dizer, o que pode ou não ser tombado pelo patrimônio municipal? Onde estão
destinadas as áreas para loteamentos, para comércio, para construções, indústrias, etc.? Qual o
perímetro urbano correspondente ao Centro da Cidade e qual não? Ainda tem perímetro
considerado rural? E assim por diante, perguntas e mais perguntas. “[...] indivíduos e grupos
devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio
ambiente [...]" (CARVALHO, 2013, p.5). É todo o cuidado que a cidade precisa de ter para
que o ambiente seja recuperado e conservado a contento.
Ao final, vê-se, por exemplo, no caso do prédio feito para os serviços da Justiça,
possivelmente não o tenham planejado segundo as normas do plano diretor, ou porque elas
não existem, e o prédio precisa ser construído, ou por que alguém o possa ter autorizado
mesmo fora das normas do plano diretor. Logo, são problemas que precisam ser desenhados,
mapeados e formatados segundo a realidade que se vier a detectar no âmbito da cidade. Ao
passo que também, anela-se para que essas temáticas voltem à reflexão nos próximos
capítulos a serem puxados neste plano de ações gerais.
2.2.7 Fundamentação teórica na falta de educação cultural
Em se tratando de educação cultural, o que se percebe em Ibirité, é que não existem
trabalhos puxados pela prefeitura e voltados para as questões culturais, apesar de haver uma
secretaria de cultura no município. Daí, se se olha para a Serra do Rola-Moça, observam-se de
suas tendências para possíveis práticas de turismos, no entanto, a secretaria de cultura não
olha para a serra com olhares de preparação das pessoas.
A saber, como se educando a cidade com senso sensibilidades visando ao saber sob a
ótica da formação cultural. Para tanto, como pensam: “[...] A primeira, inscrita na vertente do
pluralismo norte-americano da ciência política, vê o poder como capacidade de controle sobre
algo ou alguém: quando uma pessoa ou grupo é capaz de controlar de alguma forma as ações
ou possibilidades de outros [...]” (ROMANO e ANTUNES, 1977, p.116). Quer dizer, para se
ter sensibilidade quanto a aspectos culturais, a valorização da formação cultural no interior do
ser humano, faz-se necessária, tornando-a internalizada em seu ser, será capacitá-lo de
empoderamento.
Senão assim, seja este no conhecer da cultura, na capacidade econômica de
investimentos para tornar a cultura algo empoderado no município, capacidade dialógica, ao
ponto de construir o novo modo de vida das pessoas, a partir das ações delas próprias, e
reconstruir aquilo que ficou perdido no campo das ações humanas, portanto, passíveis de
recriação. Nestes termos, para o autor:
[...] Para Freire (2005, p. 91-92), “Não há diálogo, porém, se não há um
profundo amor ao mundo e aos homens. Não é possível a pronúncia do mundo,
que é um ato de criação e recriação, se não há amor que a infunda”. Outro
aspecto que envolve a dialogicidade é a confiança entre os sujeitos envolvidos
no diálogo [...] (FREIRE, 2005, pp.91-92)
Aí, nessa linha do diálogo, como pensa Freire (2005), como fazer do Parque Estadual
da Serra do Rola-Moça um lugar de turismo? Um lugar passível de patrimônio
ambiental/turístico/cultural? A saber, a falta de estruturação no que tange aos aspectos
culturais, pode ser um. O diálogo com as partes interessadas pode ser outro. Por exemplo: não
há uma casa de cultura na cidade onde se possam referendar práticas culturais, de onde se
possam buscar apoios e orientações para as produções artesanais, artes manuais, dentre outras.
21
Assim dessa maneira, o olhar para as mudanças sociais com base no diálogo, Freire
(2005), precisa ser o ponto de referência. Também, não ha um centro de artes, onde se possam
centralizar muitas políticas de valorização das culturas, de modo geral, seja a música, o teatro,
a dança nem políticas públicas voltadas para a valorização da juventude no que tange à
produção cultural do lugar.
Quer dizer, de outra maneira, é a questão da mudança de comportamento passando
pela mudança das práxis sociais, como versa Quaresma (2012). Daí, perguntas: como
envolver a juventude do lugar nos processos de criatividade, inventividade e produção de suas
artes? Isto é, ao se falar em Casa de Cultura, Centro de Artes, em se tratando de Ibirité, talvez,
se pensar falar de coisas de outro mundo, mas não, não se trata disso, trata-se, na verdade, de
trabalhar para que a cidade pense em coisas do gênero, sob um olhar estimulador.
Contudo, se a cidade pode pagar preços altos aos grandes shows artísticos, por que não
pode investir na cultura popular do lugar? Por que se não envolve a juventude, investindo em
bandas musicais e locais, por exemplo? Nas escolas, não se investem na formação de
habilidades culturais dos alunos, ocupam-se apenas com a formação básica dos alunos e
mesmo assim com esta em defasagem. Daí, outras perguntas: por que não se criam eixos de
ensino e estudos voltados para as habilidades culturais? Por que não se criam espaços onde os
jovens possam desenvolver suas habilidades culturais?
Além do mais, estas são qualidades que elevam a autoestima do lugar, sem contar que
não precisa necessariamente de grandes recursos para desenvolver certos serviços, muitas
vezes, é no próprio lugar que se encontram os adereços, ornamentos e materiais necessários à
composição desses gêneros de serviços culturais. Sem contar também, que é desse
empoderamento, que Romano e Antunes (1977) pensam, ou seja, é o poder pela resistência
pela resistência, ou seja, onde há resistência, há poder e vice-versa.
[...] A segunda concepção, que tem origem na visão de Foucault, não considera
o poder como uma substância finita e que pode ser alocada a pessoas e grupos.
O poder é relacional; constituído numa rede de relações sociais entre pessoas
que têm algum grau de liberdade; e somente existe quando se usa. O poder está
presente em todas as relações. Sem poder as relações não existiriam. Nesta
concepção a resistência é uma forma de poder: onde há poder há resistência
(Iorio, 2002), (ROMANO e ANTUNES, 1977, p.116).
O mesmo se repete, ao se pensar numa biblioteca pública municipal, quanto poder de
resistência ela proporciona: criação de espaços de leitura, de dramatização da leitura, de
transposição do objeto lido ao lugar de transformação da realidade cultural. E isso tem a ver
com educação, sobretudo, educação cultural, bem como tem a ver com o empoderamento das
pessoas. Assim como tem a ver com a dialogia entre os sujeitos, como em Freire (2005), que
proporciona a transformação da realidade, ou seja, é nessa concepção de poder que se está
pensando.
É o poder de dar possibilidades às pessoas, que as envolve num todo organizado, de
modo a se aperceberem como seres capazes de se transformarem a si próprios, bem como aos
outros, e ainda, promovem a transformação do lugar onde se estão, os chãos onde se os pisam
e onde se usam as práxis sociais, como versa Quaresma (2012), para a transformação dessa
realidade, supostamente, não cultural para uma produtiva de cultura, bastante diferente da que
se apresenta no quadro de problemas levantados.
Não existem incentivos aos trabalhos artesanais, manuais, culinários, de cultivo e
conservação do corpo, etc. Ao contrário, aplicam-se recursos muito altos em shows artísticos,
por exemplo, o show de Zezé de Camargo e Luciano e Paula Fernandes, altamente caros e que
não explora nem um pouco a criatividade artística do lugar. Ou seja, não se valorizam a
22
cultura da cidade e, ainda por cima, levam os recursos que poderiam ser utilizados em
investimentos de economia solidária, bem como de economia criativa.
Por que não se investem na promoção de feiras culturais, feiras artesanais, feiras
culinárias, etc.? Por que não se promovem encontros de poetas para a produção de poesias e
outros gêneros textuais? Por que não se resgatam os festivais de músicas, festivais de teatro,
de cinema e cineclubes, etc.? A saber, fala-se de resgates, mas na verdade, em Ibirité, pensar
nisso, seria investir no novo, pois que tais atividades nunca foram objeto de reflexão nem de
trabalho da prefeitura, embora a cidade já esteja próxima dos 60 anos de emancipação.
Nisto, tanto de um fazer cultural pela descoberta de novos apetrechos de saberes,
quanto fazeres culturais que despertem na juventude, por exemplo, o desejo pela cultura do
lugar. E não só a juventude, mas também, os demais setores da sociedade local, ou seja, todos
se adornando de apetrechos e afazeres galgando novos valores culturais. E a cidade ganhando
novas visibilidades, revestimentos, investimentos, fazendo o novo empoderar-se, sob o
resgate e empoderamento daquilo, por vezes, considerado velha cultura.
Finalmente, em se tratando de educação cultural, o que se percebe em Ibirité, é que os
valores construídos e puxados para as questões culturais, apesar de haver uma secretaria de
cultura no município, não agem a contento à necessidade e realidade do lugar. Daí, se se olha
para a Serra do Rola-Moça, observam-se de suas tendências: uma, manter-se a serra viva, e
com ela muita luta, por causa das invasões minerárias, e de lá se olhando a cidade como um
todo passível de resgate de valores culturais.
Daí, outra, marcar a serra-viva como ponto turístico da cidade, portanto, livre das
explorações minerárias, bem como os demais pontos arquitetônicos, dentre outras, por
exemplo, a Ermida do Rosário, a estação ferroviária, a própria Fazenda do Rosário, Fundação
Helena Antipoff e seus conglomerados culturais, a ADAV, para possíveis práticas de
turismos, no entanto, a secretaria de cultura não olha para a serra com olhares de preparação
das pessoas para eventos culturais.
Pois que, não há políticas públicas que visem à recuperação e tombamentos de
museus, artes contemporâneas, valorização das produções culturais e locais, sejam
artesanatos, arquiteturas, músicas, danças, dramaturgias, literaturas, poesias, etc. Haja vista
para o chamado de Centro Educacional, ou seja, poderia ser um teatro municipal - embora
nem nome de teatro tenha.
Aliás, um espaço explorado por diversas atividades diferentes, mas não cumpre o seu
objetivo principal que é levar diversão e entretenimento aos habitantes do lugar. Tudo isso
constitui problemas culturais na cidade. Agora, precisa-se de estudar sobre como resolvê-los
enquanto problemas passíveis de serem transformados em realidade cultural planejada.
2.2.8 Fundamentação teórica na falta de investimentos econômicos na cidade
Em se tratando de investimentos econômicos, o que se vê é que os problemas de Ibirité
passam pela ausência de movimentações micro empresariais ou empresariais, com as quais e a
partir das quais se queiram investir na cidade. A saber, a prefeitura municipal não cria
situações de atração de investimentos: se o viajante procura por um hotel, não o encontra; se
uma pensão, muito menos, talvez, pela proximidade aos grandes centros urbanos na capital,
por exemplo, a região do Barreiro, a apenas 8 quilômetros.
Contudo, deixam-se os investimentos que fiquem lá fora, mesmo porque, não há quem
queira investir sem ser atraído para isto, ou seja, os investidores precisam conhecer da
vontade política do sistema municipal para que eles possam se interessar, buscando a
visibilidade e modos de promover investimentos na cidade. Logo, quais políticas adotar para
que empresas, microempresas, pequenos empreendedores e empreendedores individuais
23
invistam na economia da cidade? Como criar situações de atração de investimentos
econômicos para a cidade?
Dessa forma, olhando-se o que diz: “[...] toda sociedad contiene procesos [...], una
sociedad no puede perdurar a menos que pueda institucionalizar el proceso económico de tal
forma que produzca y reproduzca las condiciones materiales para el sustento de la vida, tanto
humana como de la naturaleza externa [...]” (Polanyi, 2008, pp. 53-78), vê-se que as
movimentações econômicas dependem das políticas institucionalizadas. Quer dizer, se não se
pensar em políticas públicas para os setores econômicos, não tem como promover o
desenvolvimento, porque as movimentações de economia dependem dessas políticas.
Daí, se a cidade não se movimenta, supõe-se não haver políticas interessantes. De outra
forma, reproduzir as condições materiais de economia transforma-se no sustento da própria
vida, e não somente, mas pode ser o sustento de outras economias geradas a partir de uma
centralizada. Por exemplo, a realização de um show artístico. Quantos pequenos negócios não
se podem promover durante esse show? Então, isso tem a ver com a institucionalização de
políticas públicas do gênero econômico.
Nestes termos, conjugar saúde com economia faz-se fundamental, pois que com as
pessoas trabalhando, o senso de economia funciona melhor, a saber, com dinheiro circulando,
as pessoas têm melhores condições de cuidarem da saúde, evitando riscos. Noutros termos, o
sistema municipal é o lugar mais apropriado para se pensar nas políticas de atração de
investidores, quer dizer, verificar se o sistema vai oferecer incentivos para que determinada
empresa se instale na cidade; incentivos para que microempresas, pequenos empreendedores e
até empreendedores individuais possam investir na capacidade econômica do município.
[...] "o dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução
de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de
outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso
universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e
recuperação" (Lei 8.080, 2,1) [...] (CARVALHO, 2013, p.5).
Os produtores rurais, por exemplo, levam-se seus produtos e hortaliças ao SEASA por
preços que os recompensam. Entretanto, os mesmos produtos retornam do SEASA por preços
muito mais elevados, ou seja, faltam conversas e entendimentos para que certa economia
solidária possa ser deflagrada e essas práticas serem alteradas para melhor. Isso ocorre devido
aos comportamentos sociais não perceberem a necessidade de promover mudanças em suas
práticas sociais ou práxis sociais como pensa Quaresma (2012). Muitas vezes, as intenções
dos atores sociais não intervêm na consciência dos cidadãos.
Assim, para o autor: “[...] Encontramo-nos, portanto, em uma esfera prática que
implica a intervenção da consciência como processo de realização de uma intenção
determinada, no curso do qual o subjetivo se objetiva, a intenção se realiza, e o objetivo se
subjetiva; ou seja, o realizado corresponde [...]” (VÁSQUEZ, 2007, p. 331). Daí, o que fazer
para resolver esses quadros em que hortaliças produzidas no lugar possam custar preços mais
baratos no lugar, a antes ter que passar pelo SEASA? O mesmo se sucede à falta de
oportunidade dada aos pequenos empreendedores.
Quer dizer, a partir da própria realidade, se preveem situações de economia, pensar,
tecer, teorizar de um lado, e do outro, transformar quilo que foi pensado e teorizado em
práticas materiais e econômicas, conforme versa Polanyi, (2008). Mas não só, há também a
questão da intenção individual, abordada por Vasquez (2007), que pode esse quadro da
realidade, pois que, quando a intenção individual se objetiva, ela pode intervir na consciência,
de modo tão cidadão, a alcançar as intenções subjetivas, no outro ou no coletivo, e ambas se
complementarem. Estes não aproveitam a oportunidade dos shows para trocarem experiências
de compra e venda de pequenos produtos.
24
Como criar situações de valorização dos microempreendedores, da produção artesanal,
etc.? Como investir na produção cultural do lugar visando ao desempenho econômico criativo
da cidade? E assim, os interesses culturais puxam os interesses econômicos, conforme pensa
Bignetti (2011), Também não há nenhuma movimentação cultural com sentido de valorização
dos pequenos produtores, microempreendedores, das oficinas de artesanatos, das exposições
culinárias, nos investimentos de beleza, etc. Como investir nos produtores rurais visando a um
melhor aproveitamento das hortaliças e hortifrutigranjeiros na cidade?
[...] De fato, as teorias econômicas partem de pressupostos baseados no auto
interesse dos atores econômicos, enquanto que a inovação social se volta para os
interesses dos grupos sociais e da comunidade A inovação social, assim, se
apresenta como uma resposta nova a uma situação social julgada não
satisfatória e visa ao bem-estar dos indivíduos e das coletividades através do
atendimento a necessidades com saúde, educação, trabalho, lazer, transporte e
turismo (Cloutier, 2003) [...] (BIGNETTI, 2011, p.7).
Conseguintemente, para Bignetti (2011), os atores econômicos é que inspiram as
movimentações econômicas do lugar. Se não existem práticas que possam conduzir a cidade
ao exercício da economia solidária, muito menos ao da economia criativa em que tanto se
resgatam valores culturais, por hora, abandonados, e se implementam novos valores de
culturas, quanto se promova o desenvolvimento integral da cidade, eles se identificam nessas
movimentações. Como promover o desenvolvimento da cidade, baseando-se na economia
solidária?
Quer dizer, segundo o autor, todas as movimentações econômicas de uma cidade se
constroem a partir de discussões maduras e laços políticos propulsores de comportamentos
solidários. Para tanto, como pensa: “[...] al menos desde la modernidad, las economías son
construcciones políticas y no el na lectura de Polanyi desde la economía social y solidaria en
América Latina [...]” (Polanyi, 2008, pp. 53-78). Daí, se em toda a América Latina, a
economia solidária tem ganhado força, a Ibirité, também, se pode impetrar essa força, desde
que haja vontade política por parte do sistema municipal.
Como conjugar ações de economia solidária com as de economia criativa? Como
resgatar valores culturais outrora praticados na cidade, mas atualmente desprezados? Como
implementar valores culturais ou cultura dos festivais: de música, de teatro, de dança, etc.?
Quer dizer, não conseguem criar suas próprias situações de economias. De repente, passa
pelas mudanças de práxis sociais, como versa Quaresma (2012), assim, se se está num
marasmo econômico e social, sugere-se mobilizar-se, mudando-se as práticas de economia.
Como criar situações de empréstimos para que os empreendedores do município
tenham condições de investir no município? Daí, para a autora: “[...] Há sempre intenção nas
ações humanas. Na práxis educativa social, os objetivos e as intenções educacionais integram
todas as dimensões do desenvolvimento e da ação humana e, também, as intenções
individuais e coletivas; [...]” (QUARESMA, 2012, p.3). A saber, muitas vezes, não é
interessante ao sistema atual, praticar economias, quanto mais solidárias, criativas, deixar que
as pessoas corram por si mesmas e se mobilizem, se querem sobreviver.
O sistema municipal, às vezes, não se sente responsável por melhorar as condições de
vida de seus munícipes. Essa luta precisa ser travada pelos próprios munícipes. “[...] O
equilíbrio entre oferta e demanda exige, em princípio, competição livre, que implica em um
número tão grande de vendedores e compradores que nenhum dos lados pode impor o preço
ao outro [...]” (SINGER, 2018, p.101). E assim, a cidade inteira não se deixa desenvolver a
contento, ao contrário, fica presa aos movimentos econômicos proporcionados pelas cidades
vizinhas, sobretudo, a capital mineira. Em quais políticas investir com o fim de valorizar e
despertar o comércio, a indústria, e outros gêneros propiciadores de movimentações
econômicas?
25
Como promover a indústria e o comércio, competitivamente, ao ponto de fazer com
que a população gaste seus recursos na cidade, ao invés de fazê-lo em outros centros
comerciais da região? “[...] Para Freire (2005), tudo isso converge para a humanização do ser
humano. Assim, a concepção de educação de Freire compreende um processo que desenvolve
todas as dimensões do ser humano e capacita-o para a práxis social [...]” (QUARESMA,
2012, p.3).
Enfim, são problemas que o sistema municipal tende a estudar, bem como resolvê-los,
e ainda, perguntas para as quais esse mesmo sistema tende a buscar respostas. Se não assim,
como fazer Ibirité sair dessas problemáticas de natureza econômica e galgar um sistema
econômico local mais fortalecido ao ponto dos empreendedores investirem, economicamente,
na cidade? Como implementar políticas de cooperação visando às movimentações
econômicas na cidade? Quer dizer, essas são as políticas de natureza econômica do lugar:
“[...] Portanto, não deve surpreender que as organizações sociais e econômicas inventadas e
mantidas por pobres (desprovidos de propriedade) sejam regidas muito mais pela
solidariedade do que pela Competição [...]” (SINGER, 2018, p.101).
É a forma de reversão do quadro social caracterizado pelas pessoas que vivem abaixo
da linha da pobreza. É um modo de fazer política econômica, apontando a essas pessoas
oportunidades de sobrevivência, ou seja, ao mesmo tempo, em que se pratica a economia na
cidade, pratica-se a solidariedade humana. Isto é o que importa. No mais, espera-se voltar a
essas temáticas nos próximos capítulos sob os quais se desenrolam as premissas deste plano
de ações gerais.
2.2.9 Fundamentação teórica na falta de políticas e organização nos conselhos
municipais
E, assim, a começar pela organização dos conselhos, conforme pensa Oliveira (2004),
prosseguindo-se com a falta de participação popular, no sistema político-administrativo-
municipal, a cidade fica como que sem-transparência, e os conselhos municipais se reunindo
em separado sem que um perceba a funcionalidade do outro e vice-versa, sem-autonomia para
as tomadas de decisões. “[...] Os Conselhos têm origem em experiências de caráter informal,
sustentadas por movimentos sociais, como “conselho popular”, ou como estratégias de luta
operária, na fábrica, as comissões de fábrica [...]” (OLIVEIRA, 2004, 56-69). E mesmo tendo
essas origens não consegue se estabelecer enquanto conselho dos movimentos sociais.
”[...] o debate da Constituinte e levaram à incorporação do princípio da participação
comunitária pela Constituição, [...] várias leis que instituciønalizam os Conselhos de Políticas
Públicas [...]” (OLIVEIRA, 2004, 56-69). Assim sendo, a autonomia dos conselhos começa
sob o amparo da lei. Não é somente a funcionalidade, mas o direito a atuarem de modo
organizado. Daí, porque são oriundos das classes populares, não significa viverem ou terem
de viver sob o senso da desorganização.
E como, perguntam-se: é necessário que um conselho saiba da real funcionalidade do
outro? Dessa maneira, não necessariamente saber em detalhes a funcionalidade de um
conselho para o outro, mas se observa que segundo a Lei 8.142 de 28 de dezembro de 1990,
que define a competência dos conselhos de saúde, Art. 1º, parágrafo 2º, define também as
formas de composição e o grau de democracia, de transparência de capacidade mútua no
âmbito de todos os conselhos.
Quer dizer, se há entendimento para que um conselho saiba das atividades do outro,
significa haver transparência nas relações entre eles e, portanto, há democracia no trabalho de
orientação dos conselhos, o que não acontece em Ibirité. Nesse caso, haja vista para as formas
de composição dos conselhos, por hora, política de saúde, mas por definição legal, políticas
de abrangência dos conselhos, de modo geral:
26
[...] O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão
colegiado composto por representantes do governo, prestadores de serviço,
profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no
controle da execução da política de saúde na instância correspondente,
inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão
homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do
governo (BRASIL, 1990b) (OLIVEIRA, 2004, 56-69).
Quer dizer, noutro caso, em Oliveira (2004), pode-se perceber a falta de organização
interna e integração entre os conselhos, de modo que não existe iniciativa de integração nem
puxada pelo próprio conselho municipal, muito menos pelas secretarias. É claro que o autor,
no caso, aborda sobre o Conselho Municipal de saúde, mas as regras para conselhos são todas
de mesma natureza, em geral.
Já em Gramsci (2007), aponta-se para a vontade política e coletiva, bem como a
consciência operosa que se constrói a partir da necessidade histórica, ou seja, para ele, o
conceito de vontade coletiva está firmado na existência de condições de se criá-la em âmbito
nacional, enquanto no entendimento desta proposta, a vontade coletiva começa a se construir
debaixo para cima. Por exemplo, como versa a constituição: “[...] (Art. 31º, § 3º), denunciar
irregularidades ou ilegalidades (Art. 74º, § 2º), participar dos conselhos de gestão de saúde
[...]” (BRASIL, 1988, p.13).
É na construção popular dos conselhos municipais que se instaura, sob as orientações
técnicas e legais, os novos modos de aplicação das políticas públicas voltadas para o campo
popular. Por exemplo, no caso de Ibirité, em que, segundo pesquisas levantadas, os secretários
quase sempre não participam das reuniões dos conselhos, sabem das decisões via-terceiros e
mesmo assim, não as cumpre.
É todo um jogo de desorientações e comportamentos profissionais desprezíveis, que a
cidade também precisa aprender a desprezar, fazendo conforme ainda versa a constituição:
“[...] obter certidões em repartições públicas (Art. 5º - XXXV), fiscalizar as contas, participar
dos conselhos de gestão de saúde (Art. 198º - III), assistência social [...]” (BRASIL, 1988,
p.13). Quando não participa das reuniões, o secretário justifica? Quais os motivos que o
secretário declara para não participar das reuniões?
O conselho exerce algum tipo de cobrança, junto ao executivo, por o secretário não
participar das reuniões? E essa falta interfere em suas ações, assim como impede que outras
políticas públicas possam ser implementadas. Quer dizer, se olhar novamente a constituição:
“[...] (Art. 206º - VI), cooperar por meio de associações no planejamento municipal (Art. 29º -
XII), receber informações das autoridades [...]”(BRASIL, 1988, p.13), verá que existe todo
um aparto legal apontando para a organização dos conselhos.
Quer dizer, nestes termos, os conselhos podem promover a elaboração de políticas
públicas? Daí, os movimentos sociais e populares ficam sem-direção e sem-participação na
vida da cidade. O executivo municipal proporciona aos conselhos palestras educativas com
sentido de informá-los de suas competências? É a dimensão do significado das mudanças que
são enormes.
“(...) a dimensão e o significado desta mudança são enormes porque não se trata
apenas de ‘introduzir o povo’ em práticas de gestão pública, como preconizava as
propostas da democracia com participação comunitária nos anos 80, quando a
ideia da participação vinculava-se à apropriação simples de espaços físicos. Trata-
se agora de mudar a ótica do olhar, do pensar e do fazer; alterar os valores e os
referenciais que balizam o planejamento e o exercício das práticas democráticas
[...]” (GOHN, 2002, p. 07).
Não conseguem orientar suas comunidades para as próprias situações de economias. Os
conselhos promovem trabalhos educativos, junto as suas comunidades de origem, no fim de
27
ajudá-las em suas organizações? É o reflexo da consciência operosa, como pensa Gramisci
(2007) que, nessa situação, não está conseguindo operar a contento. E assim, a cidade inteira
não se deixa desenvolver também a contento, ao contrário, fica presa aos movimentos
econômicos proporcionados pelas cidades vizinhas, sobretudo, a capital mineira.
Os conselhos incentivam suas comunidades de origem a se organizarem
economicamente? A olhar pelo que consta da: “[...] A sociedade tem o direito de pedir conta a
todo agente público por sua administração [...]” (Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão, 1789), o sentido dos conselhos só se faz ampliar, pois que é uma maneira bem
política do ponto de vista social, mas também, bem técnica e organizacional, ao passo que
ainda, interativa, consultiva e fiscalizadora.
A saber, têm plenas condições de representar bem as comunidades que os escolhem. Por
exemplo: “[...] Da mesma forma o Decreto-lei n.º 201/67 autoriza o cidadão à denúncia do
prefeito e a Lei de Responsabilidade Fiscal nº 101 de 2000 [...]” (BRASIL, 1988, p.13). Além
disso, falta na cidade paisagens, áreas de preservação que possam ser visitadas, faltam
tombamentos de espaços ambientais, recuperação de nascentes, parques municipais, etc.
Quer dizer, se não é o Conselho Municipal de determinada área, no caso, o meio
ambiente, mas é um Conselho que está jurisdicionado a uma administração geral e que, em
momento oportuno, pode corresponder no mesmo grau de suficiência, quando existe uma
mesa diretora geral para promover essas interações entre conselhos. Aí, já se toca no quesito
da consciência e vontade política que, para Gramisci (2007), é vontade coletiva e nasce ao
centro do sistema federal de participação popular.
Entretanto, para esta proposta tem de nascer ao centro do sistema municipal, pois que a
participação popular transforma as sociedades, mas nasce das bases locais, ou seja, debaixo
para cima. E não só, mas também, elaborar e formalizar as políticas públicas da área, desde
que sob as orientações da secretaria do executivo municipal. Aliás, conforme versa Brasil
(1988), artigo 5º, todos esses atributos fazem parte da gestão fiscal do município, de cuja
responsabilidade parcial, o Conselho Municipal corresponde.
E, nos campos de ação da mesa diretora geral dos conselhos que – é uma política
pública do âmbito dos conselhos a ser previamente pensada – abranja a todos de uma só vez.
Nesse caso, será somente olhar para a constituição: “[...] (Art. 48º e Art. 49º) assegura à
população o acesso à prestação de contas, aos planos e diretrizes orçamentárias, e demais
instrumentos de transparência vinculados à gestão fiscal [...] (BRASIL, 1988, p.13), que se
poderá ver: os conselhos fazem vistorias e leituras do orçamento geral do município? Eles
fazem vistorias e fiscalizações públicas em razões de serviços descumpridos?
Noutro caso, tudo vira questão de democracia e transparência, haja vista para: os
conselhos são consultados pelas comunidades com sentido de receberem orientações técnicas
para serviços? As comunidades levam demandas de sua realidade até os conselhos para que
estes encaminhem as soluções? Os conselhos municipais promovem as organizações dos
conselhos locais? “[...] O direito ao exercício de poder, por parte dos cidadãos, assegurado
pela Constituição Federal de 1988 (Art. 1º, § 1º), permite ao cidadão junto aos Órgãos
Públicos: peticionar, junto aos Poderes Públicos, para a defesa de seus direitos (Art. 5º -
XXXIV), (Art. 204º - II), e (Art. 5º - XXXIII), promover ações judiciais e representações
(Art. 5º - LXXIII) [...]” (BRASIL, 1988, p.13).
Para tanto e, ao finalizar, é com esses olhos que se vislumbram as competências dos
conselhos municipais, bem como, é a partir desse olhar, que se veem as novas formas de
organização dos conselhos em Ibirté. E, assim, conforme pensa Oliveira (2004),
prosseguindo-se com a falta de participação popular, no sistema político-administrativo-
municipal, a cidade como antes sem-transparência, nesses termos passa a ser transparente e
democrática. Noutros termos, os conselhos municipais, antes se reunindo em separado,
deixam de fazê-lo e todos os conselhos se percebem a funcionais e interagindo uns com os
28
outros e vice-versa, não mais inautônomos, bem como plenamente capazes para as suas
próprias tomadas de decisões.
2.2.10 Fundamentação teórica na falta de planejamento ambiental conjugada à
recuperação do meio ambiente local
No caso de Ibirité, em que os maus-tratos ao meio ambiente, são visíveis, em se
tratando da falta de planejamento conjugada à recuperação desse meio ambiente local, como
versa Carvalho (2013), no que tange às regras da saúde, que começam na Constituição
Federal e estabelece o direito à saúde e as linhas gerais desse direito e, concomitantemente,
vêm as Leis 8.080 e 8.142 que regulamentam melhor esse direito. Quer dizer, com a
pontuação de problemas degenerativos do meio ambiente, como: os esgotos a céus-abertos
dominando o Pantana e seus afluentes, dominando a lagoa da PETROBRAS, somados à falta
de investimentos numa estação de tratamento de esgotos, na transformação das águas sujas
em limpas, e na conservação dessas águas depois de limpas.
Dado isso, vale entender o quanto esses maus-elementos naturais presentes no meio
ambiente, vêm denegrindo e degenerando os cuidados com a saúde e seu funcionamento nos
postos de atendimento: “[...] O planejamento urbano [...] Constituição Federal de 1988 [...]
sobre os municípios [...] crescimento econômico sem, contudo, excluir a preservação do meio
ambiente, a necessidade de assegurar dignidade à pessoa humana [...] participação da
comunidade na elaboração [...] planejamento [...]” (SEGUNDO, 2003, 102). Assim dessa
maneira, vê-se que a população precisa estar atenta, não somente, aos processos de discussão
e elaboração do planejamento urbano como e, sobretudo, acompanhar ativamente todas as
etapas.
E acompanhando, no fim de garantir o funcionamento do meio ambiente, e assim,
garantida fica a qualidade de vida e de saúde. De outra maneira, os processos de tombamentos
de espaços ambientais, de matas, e criação de espaços culturais conjugados a ambientes
sustentáveis, dentre outros, podem ser providenciados, não somente como garantia de que
essas espécies vegetais se manterão intactas, mas também, porque estes garantirão
legitimidade a possíveis biodiversidades no futuro, no município, se praticando preservações
de qualidade.
Daí, algumas perguntas surgem: como planejar o meio ambiente na cidade, se o próprio
Plano diretor ainda não estabeleceu as diretrizes de zoneamentos? Assim, no conceito de
Pinto (2014), por exemplo, o município é o único habilitado a promover o parcelamento e a
regulação do uso e da ocupação do solo urbano. Daí, se esse zoneamento não foi feito a
contento, significa necessidade de revisá-lo. Como propor a recuperação ambiental, dentro do
plano diretor, no planejamento geral e em consonância à Lei orgânica do município?
Assim como, Machado e Ferraz (2018), à luz do plano diretor e da lei orgânica se
planejam o meio ambiente e sua recuperação. Agora, como pensa Segundo (2003), se a
comunidade não se fizer presente nesses processos de discussão, essas possibilidades
diminuem. Contudo, se os esgotos se tornaram céus-abertos, como corrigi-los na ordem em
que se situa os orçamentos financeiros para o ano seguinte? É certo que se trata de serviços
muito caros, não tem como fazê-los sem orçamentos específicos destinados a eles?
Para tanto, tentativas se fazem, para evitar maiores degenerações ambientais. “[...] o
setor privado e a sociedade civil sobre estratégias e alternativas que serão adotadas para que
se alcance o objetivo maior desse instrumento que é a promoção do desenvolvimento
sustentável [...]” (GIEHL, 2007, p.76). E assim, prosseguem-se com as perguntas: a cidade
tem estação de tratamento de esgotos? Tem como tornar as pequenas águas do município em
águas puras, cristalinas e potáveis? A lagoa da PETROBRAS tem recuperação? As águas dela
29
podem se tornar saudáveis e potáveis? Como processar essas operações de recuperação dentro
dos orçamentos financeiros existentes?
Quer dizer, como pensa Carvalho (2013), a participação popular pode ser a alternativa
de resposta a todas essas perguntas, porque, ao se identificar os tamanhos problemas
ambientais como os situados em Ibirité, à primeira impressão, sobretudo ao leitor fora desse
contexto e que aparece de quando em quando, é que não há contribuições comunitárias nem
participação das pessoas na vida administrativa da cidade. Daí, para terem bons espaços
ambientais, o autor já diz:
[...] Promoção da Saúde, segundo o Glossário do Ministério da Saúde, é "o
processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua
qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste
processo… indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer
necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente". Mais comumente,
dizemos que promover a saúde é trabalhar nas causas do adoecer, com
participação efetiva das pessoas, como sujeitos e atores de sua própria vida e
saúde [...] (CARVALHO, 2013, p.5).
Quer dizer, também, os problemas relacionados à lagoa da PETROBRAS passam pela
reestruturação das leis de zoneamento, ou seja, o plano diretor já existe, mas não comporta a
verdadeira realidade da cidade. Nesse tanto, vê-se que segundo Meirelles (2006), o Plano
Diretor é um complexo de normas legais e diretrizes técnicas para o desenvolvimento global e
constante do Município, sobretudo, quanto aos aspectos físico, social, econômico e
administrativo, desejado pela comunidade local.
Para tanto, definem-se: “[...] O art 4, inc III, da lei 10.257/2001, conhecido como
Estatuto da Cidade, apresenta um conjunto de instrumentos necessários à implementação e
efetivação da política urbana. Em se tratando do planejamento municipal, foram elencados
instrumentos especiais [...]” (SEGUNDO, 2003, p.102). E o primeiro desses instrumentos
elencados é o Plano diretor. Sem ele, a cidade fica toda desorganizada. Haja vista que não há
lugar definido para as coisas.
O segundo instrumento vai tocar na disciplina do parcelamento, do uso e da ocupação
do solo. Onde se define o que zonear e para que zonear; o que usar no solo, se esse solo está
propício a determinadas construções ou se não; se o solo pode ser ocupado por certas
plantações ou não, e assim por diante. Contudo, a efetivação das políticas urbanas dar-se-ão,
no campo do plano diretor como um todo. É por isso que nele tem de estar definido tudo o
que a comunidade quer para a cidade.
Noutro tanto, percebe-se que, quanto mais envolvida a comunidade estiver nos
processos de discussão, correção e atualização do plano diretor, maiores serão os
aproveitamentos, melhores linhas traçadas, e divisórias melhores, definições e destino de
serviços, mapeamentos à altura da compreensão de toda a cidade. É nessas discussões que
ficam definidas as funções sociais das pequenas águas, a função social da lagoa, se ela vai
continuar no estado degradável, se vai voltar a uma função exclusiva da PETROBRAS, se vai
compor o patrimônio ambiental da cidade, etc.
E este fica definido com o zoneamento ambiental. Ali se definem o que são as grandes
águas e o que são as pequenas águas. O que deve ser feito com elas: se parques aquáticos, se
ambientais, se parques de entretenimentos, e assim por diante. E noutra propositura vem o
30
plano plurianual que acompanha todos os andamentos promovidos pelo plano diretor, desde
as avaliações para efeito de revisão, às para efeitos de recuperação de áreas degradas, como as
áreas destinadas à preservação ambiental, dentre outras. Tudo isso é a participação popular
que define.
Daí, para realizar essas recuperações relativas às pequenas águas e as águas da lagoa,
tem de rever o plano diretor da cidade. Ele não conjuga planejamento com recuperação,
estruturação, preservação, conservação, tombamentos e sustentabilidade ambiental. Daí, como
pensa Segundo (2003), os planos de desenvolvimento econômico e social que estão definidos
nele, buscarem sua desenvoltura com referência às suas diretrizes. Igualmente, o plano diretor
abarca as diretrizes orçamentárias e orçamento anual do meio ambiente.
Assim, desse modo, os gastos previstos e referentes ao planejamento ambiental também
fica à altura da participação da comunidade, o que se denomina gestão orçamentária
participativa. Fazendo assim, a participação popular vai propiciar os planos, programas e
projetos setoriais. E, por isso, na prefeitura, as secretarias, de modo geral, devem estar
interligadas umas às outras pelo fenômeno da intersetorialidade.
De outro modo, vale ressaltar a importância do plano diretor, porque, em muitas
situações, as secretarias dependem dele para definir suas políticas públicas, na prefeitura.
Entretanto, embora o plano diretor da cidade não preveja certas situações como as frisadas
anteriormente, Sirvinskas (2006) sintetiza este conceito ao afirmar que é o Plano Diretor
quem traça a política de desenvolvimento urbano.
[...] O zoneamento ambiental funciona principalmente como instrumento de
planejamento territorial com vistas ao desenvolvimento sustentável. Isso
porque a divisão de determinado território em zonas com diferentes regimes de
uso, gozo e fruição da propriedade será fruto de estudos ambientais e
socioeconômicos e de negociações democráticas entre o governo [...] (GIEHL,
2007, p.76).
E, nestes termos, a mesma síntese se estende, Segundo Giehl, (2007), o zoneamento
divide em zonas com diferentes regimes de uso, gozo e fruição da propriedade. E isto será
fruto de estudos ambientais e socioeconômicos e de negociações democráticas entre o
governo e, naturalmente, a sociedade local. Daí, não tem como definir regras de planejamento
ambiental sem a participação da cidade. É quem habita a cidade que vive os problemas dela. É
claro que os estudos são feitos por técnicos especializados, mas estes têm de ser discutido
minuciosamente com a cidade. Se, ao contrário, a revisão pode ser considerada
antidemocrática.
Agora, noutros termos, Sirvinskas (2006) afirma que é ele, o plano diretor que dispõe
sobre diretrizes estratégicas de desenvolvimento urbano e econômico da cidade e orienta os
investimentos públicos. Ele não prevê áreas para tombamentos, para loteamentos, para
comércios, residências, habitacionais, para construções, parques aquáticos, ambientais, etc.
Daí, novas perguntas: a recuperação da lagoa passa pelas leis de zoneamentos? Tem como
utilizar a lagoa como base de parque aquático? E como Parque ambiental? Tem como fazer
uma rede de esgotos paralela às pequenas águas até chegar a uma estação de tratamentos?
Desse modo, se pensado um planejamento com o fim de respostas a estas perguntas,
fica sabido que há muitos sonhos por de trás delas. Na verdade, a realidade é muito mais
complexa, pois que não há orçamentos suficientes. E se o houver, precisará buscar
31
orçamentos fora, para complementá-los. Daí, o autor aponta: “[...] Para se alcançar um
planejamento que englobe todas as necessidades municipais, alguns instrumentos podem ser
trabalhados para assegurar a melhoria da qualidade de vida da população [...]” (SEGUNDO,
2003, p.102).
De outro modo, perguntar significa perguntar em busca de resposta, mas não significam
respostas exatas, a contento ao momento; entretanto, significam sonhar com respostas
saudáveis. E isto, Meirelles (2006) já demonstrou que o plano diretor representa o desejo da
comunidade. Logo, se a comunidade pensou, discutiu e aprovou o planejamento - esteja ele na
realidade em que estiver - as autoridades político-administrativas têm de, pelo menos,
trabalharem para conseguir realizar os sonhos da sociedade local. Daí, se ao contrário, não
precisa nem planejar a cidade.
Tem como escoar a lagoa, e depois de escoada, proceder com uma limpeza geral em
todo o seu leito? Tem como proceder com essas mesmas limpezas nos leitos dos córregos
escoadores nela? Tem como, depois dos leitos limpos, tanto dos córregos quanto da lagoa,
cobri-los com certas camadas de areia antes de receber as águas limpas? Todas são perguntas
às quais não se exigem respostas exatas e imediatas.
Contudo, pelo mais e para finalizar, segundo Meirelles (2006), o Plano Diretor é um
complexo de normas legais e diretrizes técnicas que visa ao desenvolvimento global e
constante do Município. E essa visibilidade, segundo ele, se estende, sobretudo, quanto os
aspectos físico, social, econômico e administrativo, desejado pela comunidade local. Logo, o
como fazer, os relatórios técnicos vão apontar, no entanto, se a comunidade não se fizer
participativa, os desejos dela terminam por não se concretizarem. No mais, espera-se retornar
a esta temática ambiental noutros capítulos que devem se desenrolar nas próximas trajetórias
deste plano de ações gerais para Ibirité.
2.2.11 Fundamentação teórica na falta de transparência entre executivo municipal e
instituições internas e externas na cidade
Conseguintemente, a prefeitura municipal sempre vive situações de falta de
transparência nas relações do executivo com as instituições internas da prefeitura, por
exemplo, as relações de uma secretaria com outra e seus departamentos de serviços, em que,
muitas vezes, se norteiam pelo assédio moral. A saber, em as autoras, os olhares apontam
para: “[...] Assim, todos os setores da sociedade, incluindo a União, os Estados, e os
Municípios, têm definidos os respectivos deveres e direitos [...]” (TERRA e DUARTE, 2014,
p.7). Quer dizer, as relações, no âmbito dos serviços públicos, precisam se orientar no campo
dos deveres.
E, consequentemente, todas as secretarias, seus departamentos, e instituições fora da
jurisdição da prefeitura, têm seu marco focado nos direitos e deveres, mas no que tange à
execução dos serviços, as relações estão no campo dos deveres. Assim, ou seja, do mesmo
jeito que têm direitos de agir, têm também deveres par cumprirem. Daí, o que se não pode é
as relações externas no interior da cidade, por exemplo, a Câmara de Vereadores em que se
denunciam valores pagos a alguns vereadores, fora dos salários, para votarem matérias de
interesses do sistema municipal e, por sua vez, particulares.
32
Também, as relações com a PETROBRAS que, senão neste sistema atual, mas noutros
mandatos, foram relações estabelecidas com a empresa, prejudiciais aos munícipes, sobretudo
no que tange ao patrimônio ambiental da cidade. Enfim, conforme versam Terra e Duarte
(2014), quando os sujeitos-profissionais não se sentem colocados suficientemente na
produção de um dever, terminam indo além dos direitos que tem.
Às vezes, olhando-se superficialmente, talvez se pensem não haver problemas nisso. Só
que, no atual sistema municipal, já se percebem movimentações que geram muitas
desconfianças por parte da população. A saber, práticas que precisam ser modificadas,
conforme versa Quaresma (2012), no que tange às novas práxis sociais, assim, substituídas
por práticas beneficentes à população local. Se, ao contrário, perguntas que suscitam
respostas: daí, o que seriam relações de transparência do executivo com as instituições
internas, por exemplo? E que seria transparência com as instituições externas? Quais seriam
essas instituições?
Por exemplo, se os mandatos dos Pinheiros sempre foram baseados nas relações de
favores, ou seja, o prefeito sempre visto como um aliado-favorito-populista, de certos setores
da população, mantendo a prefeitura como se lugar de negociatas e por preços muito altos,
sempre em defesa de alguém com dívida de favor-político. “[...] É possível, e necessário,
diferenciar outros tipos de exercício do poder. Por exemplo, o poder para fazer uma coisa (um
poder generativo que cria possibilidades e ações); [...]” (ROMANO e ANTUNES, 1977,
p.116). Desse modo, o que se percebe nessas relações político-sistêmicas é que o poder, que
as autoras chamam: generativo.
E, por isso, tal poder deveria ser para possibilitar as práticas de ações saudáveis e
beneficentes à população, muitas vezes, torna-se um poder degenerativo, capaz de viciar as
pessoas nos hábitos de não saberem usar a coisa pública. De outro modo, por isso, as
perguntas sempre suscitando respostas ainda não dadas: o que seria essas relações de favores?
O que seria um aliado do povo? Como fazer aliança apenas com certos setores da população?
Como é que se estabelecem relações de negociatas?
[...] A partir da visão foucaultiana, se amplia a noção de poder. O poder não é
só poder sobre recursos (físicos, humanos, financeiros) e idéias, crenças, valores
e atitudes. É possível, e necessário, diferenciar outros tipos de exercício do
poder. Por exemplo, o poder para fazer uma coisa (um poder generativo que
cria possibilidades e ações); o poder com (que envolve um sentido de que o todo
é maior que as partes, especialmente quando um grupo enfrenta os problemas
de maneira conjunta, por exemplo, homens e mulheres questionando as
relações de gênero); e o poder de dentro, isto é, a força espiritual que reside em
cada um de nós, base da auto-aceitação e do auto-respeito, e que significa o
respeito e a aceitação dos outros como iguais. Estes últimos tipos de poder,
poder para, poder com e poder de dentro não são finitos, podem crescer com o
seu exercício (Iorio, 2002). Um grupo exercendo estes poderes não
necessariamente reduz o poder dos outros, porém, de toda forma esse
desenvolvimento implica mudanças nas relações [...] (ROMANO e ANTUNES,
1977, p.116).
O que significa dívida de favores político? Tudo emana do poder que os entes pensam
deter. Nisso, se o agente recebeu a confiança da população para o exercício de determinado
poder, como pensam as autoras, estes últimos tipos de poder, poder para, poder com e poder
de dentro não são finitos, podem crescer com o seu exercício. Para tanto, no pensar de
Romano e Antunes (1977), um grupo exercendo estes poderes não necessariamente reduz o
33
poder dos outros, porém, de toda forma esse desenvolvimento implica que tem de haver
mudanças nas relações.
E nesta versão, isto significa que, ao exercer um poder vicioso sobre as pessoas,
intentam contra a confiança que a população depositou nesses agentes políticos, no instante
em que votou neles. Dado isso, sobretudo, no mandato atual, em que o prefeito, não somente
mantém esse tipo de relações, com certos setores da população, como também gasta muitos
recursos para manter essas relações viciosas. Daí, na visão de Romano e Antunes (1977), que
aborda sobre os serviços públicos executados por seus agentes como sendo fruto do dever,
não meramente do direito, então comportamentos como esses indicam que não há
cumprimentos de deveres.
Nesta linha, haja vista para o fato de que só do segundo semestre de 2019 para frente,
denúncias de mais de 500 assessores na prefeitura, contratados com salários acima dos valores
de mercado, ou seja, número incomparavelmente fora da realidade e necessidade do lugar.
Noutra linha, vê-se a coisa pública tratada como não serviço, ou seja, fora dos caracteres de
uma administração popular, como pensam Salm e Menegasso (2009).
Quer dizer, houvesse uma participação popular ativa na administração municipal, sua
falta de funcionalidade não cairia no desmerecimento público e falta de organização
burocrática na gestão participativa, como versam Salm e Menegasso (2009). Daí, o que
seriam, então, essas relações viciosas? A prefeitura realmente conta com 500 assessores? Há
serviços para todos esses assessores? O Ministério Público conhece essas situações de
assessorias? Os salários pagos a eles realmente estão acima dos salários do mercado? E as
perguntas se intensificam, intermitentemente, por causa do caráter vicioso das relações
colocadas a público. Diferente do que pensam os autores:
[…] a coprodução dos serviços públicos a partir da complementaridade dos
modelos e da proposta de administração pública pode ocorrer por meio da
organização burocrática em que haja a gestão participativa obtida por meio de
estruturas de consentimento; por meio das organizações sociais com
características isonômicas; por meio de comunidades engajadas com a
produção do bem público; por meio da responsabilidade social das empresas,
quando elas produzem um bem público, fato amplamente ignorado pelos
estudiosos da administração pública; e por meio do cidadão, em seu papel de
ser político, produzindo o bem público [...] (SALM; MENEGASSO, 2009, p.
112).
Estes são contratos ilegais ou não? Esses cargos e outros estão realmente fora da
realidade da prefeitura? Estão fora das necessidades básicas do sistema municipal? Isto é,
comportamentos adotados por agentes públicos completamente fora das características
isonômicas, fora do anseio das comunidades engajadas com a produção do bem público,
como versam Salm e Megasso (2009). E os comentários e denúncias anônimas se estendem
sobre as relações viciosas com certos vereadores na Câmara Municipal, ou seja, votos
favoráveis às matérias viciosas do prefeito em troca de dinheiro, fora do salário já recebido
pelo vereador.
Quer dizer, não é a estrutura nem exercício de poder pensada por: “[…] na estrutura e
organização do Estado e da Administração distinguem-se nitidamente poder, órgão, função,
competência, cargo e agente [...]” (MEIRELLES, 1998, p.75). O que há é exatamente a falta
de organização e de estruturação dos serviços, ao lado de um conceito degenerativo de
serviços públicos. E ainda, compra de supostas candidaturas, por valores muito altos, para
deixarem de serem candidatos e apoiarem o atual sistema.
Enfim, relações viciosas que precisam ser estudadas a contento, eliminadas e vencidas
pela população. A saber, se a população não der uma basta, tais problemas se perpetuam. Daí,
mais perguntas: essas relações viciosas da prefeitura com essas instituições são apenas
34
boatos? Elas são denúncias anônimas? O denunciante assume a responsabilidade pelas
denúncias? Há constatação de relações viciosas com a Câmara Municipal?
Quer dizer, perguntas com difíceis respostas, pois que, se olhar para: “[...] No setor
público as bases estão apoiadas na legalidade, tanto da responsabilidade na gestão fiscal dos
recursos públicos e prestação de contas, quanto da ordem devolutiva para a população [...]”
(BRAUN; MULLER, 2014, p. 988), verá que tais perguntas buscam por respostas que estão
no campo da legalidade. E se acontece, significa que participação popular no âmbito da
administração pública, não fiscalização por parte do Ministério Público, como não há
prestações de contas, e assim por diante.
Essas relações viciosas são apenas com alguns setores dos vereadores? Os vereadores
são pagos por do salário para votarem favoráveis às matérias oriundas do executivo
municipal? Há suspeitas de compras de candidaturas? Como funciona essas relações de
compras? O candidato troca sua candidatura por um cargo na prefeitura? A candidatura é
trocada por dinheiro mesmo? Ou é trocada somente por apoio comum?
Finalmente, contemplar uma resposta a essas problemáticas todas, constitui-se em
dificuldades imensas, mesmo porque, a ideia não é exatamente responder, mas propor algo
diferente e que tire o sistema municipal do campo das relações viciosas. Para tanto, como
pensam: “[...] A partir da visão foucaultiana, se amplia a noção de poder. O poder não é só
poder sobre recursos (físicos, humanos, financeiros) e ideias, crenças, valores e atitudes [...]”
(ROMANO e ANTUNES, 1977, p.116). Dada uma verdade, o poder, como vem sendo
exercido através de relações viciosas, seu sentido ganha apenas uma adjetivação defeituosa no
campo do fisiologismo, pois que é só isso o que tem se caracterizado com essas denúncias.
Dada outra verdade, o que falta é a boa institucionalização do diálogo. Senão assim,
não se conseguem combater e eliminar os vícios, há anos arraigados ao sistema municipal
com as instituições e certas pessoas da cidade. E o diálogo de que se fala, aparece no ato de
pensar de: “[...] Não há diálogo, porém, se não há um profundo amor ao mundo e aos homens.
Não é possível a pronúncia do mundo, que é um ato de criação e recriação, se não há amor
que a infunda”. Outro aspecto que envolve a dialogicidade é a confiança entre os sujeitos
envolvidos no diálogo [...]” ( (FREIRE, 2005, p. 91-92). A saber, se a falta de amor prevalece,
o diálogo tem de chegar e abrir as portas para que o ato de amor aconteça.
E fluindo assim, tanto os compromissos com os serviços públicos aliados ao campo dos
deveres, conforme o apontado por Terra e Duarte (2014), quanto o exercício do poder
generativo apontado por Romano e Antunes (1977), quanto o exercício da organização
burocrática com participação popular por meio das organizações sociais e isonômicas
apontados por Salm e Menegasso (2009), quanto a distinção de poder pelos órgãos, funções,
competências, cargos e agentes apontados por Meirelles (1998) e, ainda quanto, as bases da
administração pública apoiadas na legalidade, na responsabilidade, na gestão fiscal dos
recursos públicos e prestação de contas, na ordem devolutiva para a população, conforme
versam Braun e Muller (2014).
Enfim, tudo isso, o diálogo pode proporcionar. E a administração municipal não precisa,
necessariamente, ficar presa e indefesa diante das situações de vícios arraigadas nas relações
políticas da cidade. Daí se espera voltar a esta temática nos próximos capítulos previstos neste
plano de ações gerais a ser executado em nossa cidade.
2.2.12 Fundamentação teórica na falta de políticas de saneamento básico
A falta de preocupação com os serviços de saneamento básico fez a cidade de Ibirité se
enveredar, há 30 anos, por caminhos tortuosos, saneamentos contaminados de maneira tal,
quase impossíveis de recuperação, não pelos serviços em si, porém, pelos custos altos. Quer
dizer, segundo Souza (2002), os processos de expansão da cidade e a incorporação de novos
35
espaços, seja para edificações, seja ocupação aquática, no caso da lagoa, ou seja, a natureza
modifica-se, cada vez mais, no meio ambiente urbano. Logo, trata-se de um lago artificial,
projetado para atender a serviços exclusivos da PETROBRAS.
Naquele caso, as modificações foram tantas, pois que, a história conta de famílias
sitiantes da área que tiveram de ser indenizadas, deixando o lugar para a ocupação da lagoa. A
saber, desde 1989, por motivo de desentendimentos e até inimizades entre o então prefeito
Toninho Pinheiro e a direção da PETROBRAS local, em razões de 1/5 % de impostos
devidos, naquela época, desde a instalação desta, a 1964, nos limites dos municípios de
Betim-Ibirité, mas ocupando boa parte da área de Ibirité, acredita-se em, aproximadamente,
três quilômetros quadrados, mais ou menos, inclusive, vindo até onde está situada a lagoa,
hoje. Logo, não se trata de área tão-pequena a causar tantos estardalhaços.
Isto é, são as modificações do homem sobre a natureza, como frisa Souza (2002), com
o crescimento urbano: “[...] Os rios são, paulatinamente, aterrados e/ou canalizados, a
vegetação é derrubada, os terrenos são impermeabilizados, sem falar dos graves problemas de
poluição do ar e contaminação dos cursos d´água por inadequadas condições de saneamento
ambiental [...]” (SOUZA, 2002, p.42). Daí, a diferença atenuada pelo autor é que essas
contaminações, na lagoa, aconteceram por vontade política própria. A intenção parecia ser
mesma a de prejudicar o meio ambiente.
Na época, quando se fizeram os estudos histórico-arqueológicos, aproximadamente
cinco anos antes da instalação da PETROBRAS, não se pensaram em limites entre
municípios, pois que, Ibirité era apenas distrito de Betim. Na verdade, tais impostos,
merecidamente cobrados, mas não negociados nem pagos até aquele momento da história. O
que não justificaria soltar os esgotos da maioria das habitações da cidade sobre a lagoa como
forma de vingança. Tais comportamentos somente prejudicaram o meio ambiente e a
população.
Daí, as pessoas se perguntarem: as relações da prefeitura e a PETROBRAS ainda estão
interrompidas? E tem como recuperar essas relações de amizades institucionais? A
PETROBRAS paga os reais valores em impostos por desenvolver serviços nos limites de
Ibirité? É claro, respostas às perguntas não são fáceis e nem imediatas. Se olhar pela
universalização dos serviços de saneamentos básicos e sua finalidade, em Saiani (2007), vê-se
possível e, para ele, tem respaldo legal em instâncias federais.
Agora, para o Ministério das Cidades: “[...] deverá buscar o desenvolvimento de
mecanismos de gestão dos serviços e incentivar o desenvolvimento de modelos alternativos
de gestão que permitam alcançar níveis crescentes de eficiência e eficácia e a sustentabilidade
social, ambiental, econômica e financeira do saneamento básico [...]” (MC, 2007, p.7). A
saber, para Saiani (2002) é preciso buscar apoio financeiro em instâncias federais. Já, o
ministério das Cidades, que é uma instância Federal, orienta para, além da busca de recursos
executarem gestões alternativas para alcançar níveis progressivos de eficiência, eficácia e
sustentabilidade ambiental, pois que o trabalho é muito desgastante, portanto, tem de valer
para a vida inteira, se for o caso. É a contemporaneidade da história dando o toque central.
Entretanto, o que se pode fazer é planejar e, através do planejado, tentar conseguir
recursos fora – porque, a cidade não reúne tais recursos em seus orçamentos – e buscar
respostas para solução de problemas que, necessariamente, não precisariam ter ocorrido.
Contudo se observar o problema pelo problema encontrado, é tentar resolver e pronto. Mas, se
olhar para a constituição, em Saiani (2007), ver-se-á que as políticas de saneamento básico
estão prevista em lei Federal:
[...] A Lei Federal n.º 11.445, de 2007, estabelece as diretrizes nacionais para o
saneamento básico e para a política federal de saneamento básico. Um dos
princípios desta lei é a universalização dos serviços de saneamento básico, para
36
que todos tenham acesso ao abastecimento de água de qualidade e em
quantidade suficientes às suas necessidades, à coleta e tratamento adequado do
esgoto e do lixo, e ao manejo correto das águas das chuvas (Brasil, 2007) [...].
[...] BRASIL (2007). Lei n.º 11.445, de 05 de janeiro de 2007 Estabelece
diretrizes nacionais para o saneamento básico. Casa Civil. Subchefia para
Assuntos Jurídicos. Brasília [...] (SAIANI, 2007, p.315).
Para tanto, os resultados: as relações culminaram na transferência das redes de esgotos
de toda a região distrital do Parque Durval de Barros sobre os córregos e ribeirões que
deságuam no Pantana e, consequentemente, na lagoa. Nesse toque, pontua a Lei Federal,
conforme Saiani (2007), que as diretrizes para o saneamento básico são políticas estabelecidas
em plano nacional. E se o são, a busca por recursos permanece.
Então, não precisa do município sofrer, necessariamente, com a falta de solução de tais
problemas, pois que, basta dispor-se de vontade política e correr atrás dos recursos. Aí, só de
ter disposição para a busca, já se caracteriza interesse pela recuperação da cidade, visando a
torná-la um ambiente agradável para se viver. Noutro toque, a perguntar: tem como, junto a
PETROBRAS, promover a recuperação da lagoa? Para o Ministério das cidades, embora a
pergunta se repita, o desenvolvimento de modelos alternativos de gestão é que vão fazer as
diferenças.
Senão isto, não adiantará a busca de recursos junto á instâncias superiores, pois que se
a falta de saneamento básico requer solução, o agente político local tem de dar a solução, pois
que, “[...] os graves problemas de poluição do ar e contaminação dos cursos d´água por
inadequadas condições de saneamento ambiental [...]” (SOUZA, 2002, p.42). Quer dizer, o
que antes era quase mínimo, ou seja, eram esgotos de apenas uma parte da região central de
Ibirité, considerado demais por sinal, tornaram-se as pequenas águas em grandes problemas
de esgotos a céus-abertos. A cidade tem condições de resolver os problemas do saneamento
básico? Há demandas de serviços para que se possa criar uma instância de secretaria? Existem
interesses entre as populações de cooperar com a prefeitura, não só para execução de serviços
voluntários, mas financeiramente, no fim de resolver os problemas do saneamento básico?
Já Saiani (2007) aponta os dados em nível nacional: “[...] em termos de esgotamento
sanitário, o atendimento urbano com coleta era muito escasso, tendo um índice médio
nacional de 48,3%, e um índice médio nacional de apenas 32,2% para o tratamento desse
esgoto coletado. Destaca-se que, em relação ao atendimento à população de baixa renda, o
índice ainda é mais inadequado, e alcançar uma cobertura mais ampla desse benefício é um
grande desafio [...]” (Saiani, 2007, p.263). Logo, o autor aponta para o tamanho das
dificuldades de prestar esse tipo de serviço em âmbito nacional. E, então, no caso de Ibirité?
Nesse caso, em se considerando os índices em plano nacional, os dados os apontam
como relativamente baixos. Contudo, se fosse adequar a mesma situação à realidade de
Ibirité, que tem de promover o esgotamento, primeiramente, dos córregos afluentes e,
secundariamente, sequenciar os procedimentos até à lagoa, a fim de tentar resolver as
situações emblemáticas que se perpetuam no tempo. Assim dessa maneira, regularizar a
situação do saneamento básico requer muitas discussões, porém, muito mais ações, como frisa
o autor:
[...] a agência não só monitora o contrato (de concessão ou de programa), mas
viabiliza um fórum que tem preocupação em aumentar transparência e
accountability, permitindo a instituição de mecanismos de participação popular
(que são relevantes não só para garantir a adequação do serviço, como também
porque representa uma forma menos custosa de fiscalização) (REGAZZO,
2011, p.391).
Noutro caso, observando-se a preocupação com a participação popular e a transparência
no cumprimento das leis de saneamento básico, bem como de fiscalização dos serviços, como
37
frisa Regazzo (2011), não tem como ocupar-se com o que antes eram somente
desentendimentos, virou inimizade e pirraça contra a direção da PETROBRAS que, por sua
vez, reverteu-se contra, e ambas as revoltas deixaram até hoje a população, embora
involuntariamente, ser obrigada a conviver com a falta de higiene e águas malcheirosas
perpassando, praticamente, todo o município.
A saber, se as políticas forem se ocupar com as situações de inimizades, os problemas
do saneamento básico não se resolverão, ao contrário, tais problemas nesse entorno só se
acumulam. A população reclama por causa dos problemas de saneamento básico? A prefeitura
já tomou alguma iniciativa nesse sentido? A secretaria de saúde já promoveu alguma
movimentação com sentido de preocupação com problemas de saneamento básico? O
departamento de fiscalização sanitária já promoveu algum registro observando a falta de
higiene provocada pelos esgotos a céus-abertos?
Quer dizer, reclamar do problema é uma coisa, gerir o problema é outra. Para tanto, é no
gerir sobre o problema que se encontra a solução. Então, para o autor, atualizar a gestão: “[...]
Aqui é apresentado uma gestão que se encaixa no que já foi e no que está sendo no agora,
gestão contemporânea significa apresentar uma gestão que serve em qualquer tempo [...]”
(SENGE, 1998, p. 37-38). Assim sendo, de repente, é na forma de gestão que mora a
habilidade para tornar os problemas com maiores possibilidades de solução.
E os serviços precisam ser feitos com validade contemporânea. Daí, mesmo que em
Souza (2002), os processos de expansão da cidade e a incorporação de novos espaços para
edificações, a natureza modificando-se cada vez mais o meio ambiente urbano, tudo não vai
passar para além das experiências.
Isto, pois que já se conquistou o domínio da técnica, o domínio da participação popular,
e por ela, o domínio da fiscalização pública dos serviços em consonância à lei. Daí,
finalizando-se, é só promover, constantemente, a conservação do meio ambiente, observando
as regras da sustentabilidade ambiental. No mais, espera-se voltar a esta temática nos
próximos capítulos deste plano de ações gerais para o município de Ibirité.
2.2.13 Fundamentação teórica na falta de políticas de comunicação social
Falando-se da falta de políticas públicas voltadas para a comunicação social, já
começa com o visual desgastado, sobretudo, quando a cidade não tem regras para controlar as
publicações visuais. Em, Duarte, (2009), por exemplo, vai-se ver que a comunicação pública
deve ser compreendida com sentido mais amplo do que dar informação. A clareza na
linguagem, na produção da imagem, na vivacidade das cores é que vão, determinantemente,
agradar aos olhos do público. A comunicação, para o autor, deve incluir a possibilidade de o
cidadão ter pleno conhecimento da informação que lhe diz respeito.
De repente, é aquilo a que já foi mencionado noutro contexto analítico deste plano de
ações gerais: o Plano Diretor, muitas vezes, não dá alinhamento ao que se deve adotar como
regras de posturas na cidade, deixa no geral ou não deixa de jeito nenhum. Igualmente, é
aquilo que, em Kondo (2002), vai-se despontar como regra número 3 da boa comunicação, a
saber, clareza - as funções e responsabilidade dos cidadãos e do governo em contribuir para a
discussão e tomada de decisão que devem ser explícitas.
O que não é, no caso de Ibirité, pois que também não define quem vai delimitar essas
regras. E a cidade fica a observar: outdoors fora dos lugares, comunicação visual agressiva,
causando mais sujeiras aos olhos que a si próprios. Não se definem as coisas. E os fatores
culturais, muitas vezes, por um lado, absorvem as influências de comunicações mal-
intencionadas. Por outro lado, denunciam a falta de visibilidade aos transeuntes leitores e
observadores do mundo a sua volta. Aí, em Mattos (2001), em dado momento, distanciam-se
do sistema municipal, em outro, aproximam-se.
38
E tudo termina, por não haver nenhum órgão público capaz de perceber, como que
autocrítica, as situações de insatisfação, para reparar a falta de sustentabilidade nas
comunicações visuais, que também acabam por interferir no meio ambiente. Daí, nesta linha,
a olhar essas relações da cidade com as comunicações visuais: “[...] A relação entre sociedade
e Estado, o grau de distanciamento ou aproximação, as formas de utilização ou não de canais
de comunicação entre os diferentes grupos da sociedade e os órgãos públicos – que refletem e
acionam fatores culturais, como acima referidos [...]” (MATTOS, 2001, p.30).
Para tanto, dá para ver que, por hora, a população se distancia do Poder Público por
causa das imundícies visuais, fazendo-o críticas; por hora, ela se aproxima, ao querer ajudar e
até propor situações de limpeza pública – tipos mutirões comunitários – mas nem isso resolve.
Os órgãos públicos, voltados para as áreas de comunicação, demonstram, muitas vezes, quase
nenhum envolvimento com a causa. Noutra linha, haja vista para os bons serviços de
comunicações, caso fosse interesse da iniciativa público-municipal: faltam boas salas de
cinema, cineclubes, de jornalismos, publicidade e propaganda, dentre outros.
Quer dizer, em Duarte (2009), a comunicação deve ir além de apenas repassar a
informação. E, se há serviços, se implantados, poderiam ser aproveitados, mas não há
interesses, surgem perguntas: há serviços, por parte da prefeitura, voltados para a
comunicação social? Há possibilidades de se criar trabalhos voltados para a produção do
cinema? Produção de vídeos, de cineclubes? Também, em Kondo (2002), as comunicações
têm de ser explícitas, para que os cidadãos se apropriem da informação e sintam-se à vontade
de participar das tomadas de decisões, no que se refere aos questionamentos colocados.
Mas não só, nas tomadas de decisões, em operações de comunicação junto ao sistema
municipal, faltam cooperações entre as secretarias, entre escolas, sejam municipais, sejam
estaduais. Nisto, há possibilidades de se implementar trabalhos de produção de curta-
metragem junto às escolas? Como é feito o trabalho de comunicação da prefeitura? A
prefeitura presta contas dos serviços através de jornais? A prefeitura faz publicações no diário
oficial ou não? A prefeitura faz propagandas de seus serviços?
Daí, com sentido de tentar responder a estas questões, Rosa e Barbosa (2010), vão
apontar as políticas públicas do campo privado, mesmo porque, há muitos tipos de serviços
considerados públicos, mas que se executam via-instituições privadas. Muitas vezes, o
sistema municipal precisa fazer uso dos serviços temporários, devido à falta de recursos para
manutenção regular dessas situações em termos de contratos. Ora, estes devem ser
temporários, por causa da falta de demandas ou porque a cidade não tem um plano de cargos e
salários.
As lógicas de funcionamento atravessam as relações instituídas por políticas
públicas para atuações privadas na área da comunicação social. A
regulamentação desta atividade é que determina esta barreira, pois é o Estado
que privilegia ou dificulta o ingresso de agentes econômicos. Além disso, as
outorgas para concessões de canais televisivos são concedidas por este agente
político, que, ao mesmo tempo, que regula, também é concessionário de algum
canal, dentre outras práticas (ROSA; BARBOSA, 2010, p. 206).
Por conseguinte, em Rosa e Barbosa (2010), vai-se ver que quem controla essas
relações instituídas pelas políticas com intenções em ações privadas, é o município. Nesse
caso, em Ibirité, já se percebem não haver ações de comunicação voltada para o social nem
sob a ótica dos serviços públicos nem sob a dos serviços privados. A prova disso está nos
tipos de perguntas que a população faz, por exemplo: a comunicação da prefeitura promove a
interação entre as secretarias? Que tipo de interação ela promove?
Noutro caso, vê-se, em Kondo (2002), vai-se despontar quem são os responsáveis por
uma boa relação de comunicação junto aos cidadãos: “[...] Compromisso - é preciso obter o
39
comprometimento dos envolvidos, desde a classe política e a alta administração
governamental até os próprios funcionários públicos [...]” (KONDO, 2002, p. 288). Daí,
quando a população reclama da falta de compromisso das pessoas públicas na cidade, em
muitas vezes, ela tem razão.
Agora, se por um lado, mesmo com a disponibilidade dos cidadãos em mutirões, para
ajudarem nas limpezas públicas, como já foi mencionado, e os órgãos públicos não o negam,
mas também, não tomam iniciativas de acatamento às sugestões, fica clara essa falta de
envolvimento destacada pelo autor. Entretanto, por outro lado, se na limpeza da cidade
acontece essa falta de compromisso público por parte dos funcionários, imaginem iniciativas
públicas focadas em ações de comunicação entre as unidades secretariais da prefeitura!
É por isso que, em Duarte (2009), o cidadão oferece as sugestões por causa da
possibilidade de expressar suas posições e opiniões com a certeza de que será ouvido, com
interesse e a perspectiva de participar ativamente, de obter orientação, educação e diálogo,
bem como correspondência entre esses diálogos. É por isso também que faltam comunicações
entre as unidades de saúde, no hospital, nas UPAs, dentre outros cujas relações possam ser
intermediadas por esses tipos de serviços.
Agora, no que tange à função social da comunicação, na regra número oito que trata
da boa comunicação, pode-se perceber: “[...] Responsabilidade - o governo precisa prestar
contas das contribuições oferecidas pelos cidadãos e, portanto, deve-se investir em
mecanismos que sejam abertos, transparentes e de fácil fiscalização [...]” (KONDO, 2002, p.
288). Dessa maneira, a forma de participação dos cidadãos, em meio a essas relações
estabelecidas pelo sistema municipal, em relação às políticas públicas de comunicação, o que
se vai perceber são perguntas e mais perguntas, para as quais, muitas vezes, não se têm
respostas, por exemplo:
Qual a função social da TV Ibirité? Ela não tem programações sequenciadas e regulares,
por quê? Por que ela não se coloca como TV aberta? E por que também não se coloca como
canal fechado ou pago? Quem, de fato, é o responsável por essa TV? É mesmo um canal de
televisão ou é só para cumprir com determinados contratos, objetivos, para fins determinados?
Faltam comunicações ativas e participativas nas relações da TV Ibirité com a população, ou
seja, é preciso construir relações de valorização da comunicação social na cidade, algo que
não existe.
[...] comunicação pública deve ser compreendida com sentido mais amplo do
que dar informação. Deve incluir a possibilidade de o cidadão ter pleno
conhecimento da informação que lhe diz respeito, inclusive aquela que não
busca por não saber que existe, à possibilidade de expressar suas posições com
a certeza de que será ouvido com interesse e a perspectiva de participar
ativamente, de obter orientação, educação e diálogo. Na prática, isso inclui o
estímulo a ser protagonista naquilo que lhe diz respeito, ter conhecimento de
seus direitos, a orientação e atendimento adequado, passando pelo direito, a
saber, como são gastos os recursos públicos, o motivo e o voto de um
parlamentar, até a possibilidade de ter participação efetiva nas decisões sobre
aquilo que é de interesse público [...] (DUARTE, 2009, p. 64).
Todavia, de outra maneira, em Duarte (2009), dá para ver que a comunicação pública
exige sentido amplo, incluindo a possibilidade de o cidadão ter pleno conhecimento da
informação que lhe diz respeito, sobretudo, aquela informação que ele não busca por não
saber que ela existe. Então, este é o caso da TV Ibirité, que não se coloca enquanto agência de
comunicação, mas fica de quando em quando, usando de programações esporádicas e fins
específicos, descumprindo com papéis sociais, mas alcançando objetivos particulares e, com
40
isso, deixando certas suspeições na mente dos cidadãos. Logo, são estes também problemas
na cidade.
Para tanto, as perguntas se colocam: a TV Ibirité tem papel particular de apoio às
elites de Ibirité? Como é sua programação? O seu trabalho é independente? O seu trabalho é
conjugado com televisão aberta de maior protagonismo? Ela é uma TV claramente aberta ou
fechada? Ela faz trabalhos independentes ou não tem programação específica? Somente tem
programações solicitadas? Como é feito o serviço de jornalismo da prefeitura? A prefeitura
usa a TV para repassar essas informações? Quer dizer, são perguntas para as quais não se têm
respostas. No entanto, não as têm por causa das falhas de comunicação.
Daí, haja vista para: “[...] As falhas e vícios das massas, em média, já distinguimos:
unidirecionalidade, tendências massificantes, verticalismo, reafirmação do poder econômico
ou governamental, [...]“ (MACLUHAN, 1999, p.2). Embora, não se procure por respostas às
perguntas, mesmo porque, o objetivo deste é analisar as situações da comunicação na cidade e
verificar possibilidades futuras de conserto das constatações ruins, no entanto, o autor, ao
apontar as falhas, acaba por responder a algumas das perguntas. A saber, talvez, algumas
destas características já se encaixem na suposta TV Ibirité.
Quer dizer, o que, em Mattos (2001), não é considerada comunicação social, quando
esta estabelece contornos próprios, enquanto as políticas públicas pensadas foram para uma
sociedade. Por exemplo, a conduta de unidirecionalidade destacada pelo autor, mas que a TV
pode estar praticando, ao realizar programações aleatórias sem-devidas regularidades e, por
isso, descumprindo papéis sociais.
Aliás, ao mesmo tempo, que a direção é única e sem participação da cidade, das
pessoas como testemunhas do trabalho existente, pode estar fazendo usos e reafirmações do
poder econômico ou governamental, bem como, fazendo programações para atender a
recomendações particulares de poderio econômico de elites locais. Logo, se é um trabalho de
comunicação social e cumpre com as funções sociais da comunicação, não tem como ficar
inexplícito, executado às escondidas.
Contudo, dado isso, vale pensar estas situações questionadas em relação à TV Ibirité, à
luz de algumas regras da boa comunicação social, como versa o autor sobre a regra número 2:
“[...] Direito - O acesso à informação e as possibilidades de participação devem estar
ancoradas em leis claras e objetivas [...]” (KONDO, 2002, p. 288). Logo, a comunicação
realizada pela suposta TV, não está satisfazendo a cidade por que está ancorada na falta de
participação popular e falta de clarezas e objetividades nas relações estabelecidas por ela.
Também, se pode ver a regra número 3. “[...] Clareza - as funções e responsabilidade
dos cidadãos e do governo em contribuir para a discussão e tomada de decisão devem ser
explícitas [...]” (KONDO, 2002, p. 288). Mais uma vez, a suposta TV se enquadra na falta de
responsabilidade com os cidadãos não recebendo as contribuições que eles poderiam dar, se
estivessem participando dos processos de comunicação estabelecidos pela emissora, bem
como, enquanto emissora de TV não está dando a sua contribuição social com a cidade,
realizando atividades inexplícitas e, como o já mencionado, às escondidas.
Para tanto, vê-se que o mesmo acontece quando se estudam as regras: “[...] 4. Prazo -
é preciso estabelecer prazo suficiente para que as discussões possam surgir e se consolidar ao
longo do processo de debate. 5. Objetividade - as informações fornecidas pelo governo aos
cidadãos devem ser objetivas, completas e acessíveis a todos [...]” (KONDO, 2002, p. 288).
A saber, porque não cumpriu com algumas regras primárias, também acabou por descumprir
com as outras, automaticamente.
Desse modo, aos estudar a regra: “[...] 6. Recursos - o governo deve alocar os recursos
necessários para o desenvolvimento dos mecanismos de governança, incluindo o treinamento
e a capacitação de funcionários públicos. 7. Coordenação - as iniciativas que demandam a
41
participação do cidadão precisam ser coordenadas nas várias esferas do governo para não
haver o risco de ocorrer uma “fadiga por excesso de consulta” [...]” (KONDO, 2002, p. 288).
No caso a regra seis (6), se a participação é popular e o governo municipal apoia as
iniciativas da suposta TV, então, esta tem de preparar, tecnicamente, os funcionários do setor
para que a contribuição social seja realizada a contento dos cidadãos. O que também não
acontece se observando a regra de número sete (7). Agora, quanto ao estudo da regra: “[...] 9.
Avaliação - são necessários instrumentos de avaliação dos mecanismos de governança, a fim
de verificar sua eficácia junto aos cidadãos [...]” (KONDO, 2002, p. 288), pode ser o que
esteja acontecendo neste momento, ou seja, a avaliação do exercício funcional-social da
suposta TV.
Um tipo de serviço que deveria ser feito por prefeitura e população, ao mesmo tempo.
Mas, não ocorre pela falta de função social dela na cidade. Daí, ao se observar a regra: “[...]
10. Cidadania ativa - um dos maiores beneficiários da cidadania ativa é o próprio governo,
que conta com a ampliação da capacidade cívica da sociedade e passa a implementar seus
projetos a partir de prévio processo de legitimação dos cidadãos [...]”(KONDO, 2002, p. 288),
vê-se de uma regra de supra importância no campo da participação popular, e que a suposta
TV não os observa. E, por não observar, todo o seu trabalho permanece ancorado ao campo
das suspeições sociais.
Para finalizar, vê-se que, em Mattos (2001), a relação de comunicação, entre sociedade
e município, o grau de distanciamento ou aproximação, as formas de utilização ou não de
canais de comunicação entre os diferentes grupos da sociedade e os órgãos públicos – que
refletem e incorporam fatores culturais, falando-se da falta de políticas públicas voltadas para
a comunicação social, quando a cidade não tem regras para controlar as publicações visuais.
Daí, em Duarte, (2009), por exemplo, vai-se ver que a comunicação pública deve ser
compreendida com sentido mais amplo do que dar informação. A clareza na linguagem, na
produção da imagem, na vivacidade das cores que vão, determinantemente, agradar aos olhos
do público.
Para tanto, à luz e reflexão do autor: “[...] imposição do padrão de conduta através da
propaganda e publicidade, [...] falta de verdadeira participação das pessoas comuns no
processo produtivo das imagens e no controle eletivo dos meios, autoritarismo do Estado, etc.
[...]” (MACLUHAN, 1999, p.2). Enfim, prosseguindo-se com a compreensão de uma
comunicação social, aos olhos da participação popular, exclui os comportamentos autoritários
do município em relação à comunidade, e da suposta TV em relação ao todo da cidade que
não participa de suas atividades, por estas não cumprirem com a função social da
comunicação. No mais, espera-se voltar a essas reflexões, sobre a comunicação social no
município, nos próximos capítulos, a serem desenrolados, neste plano de ações gerais.
2.2.14 Fundamentação teórica na falta de políticas públicas de desenvolvimento da
assistência e serviço social
Em se tratando de ausência de políticas públicas de desenvolvimento do serviço social,
tendo como referência a cidade de Ibirité, o que se percebe, para Simionatto (2014), a
produção de conhecimentos pelo Serviço Social tem avançado em toda a América Latina,
ampliando sua interlocução com as Ciências Sociais e as diversas temáticas do mundo
contemporâneo.
Contudo, no que tange às ausências, por exemplo, tais conhecimentos se afincam na
falta de atenção básica focada nos serviços sociais, percebe-se que tais temáticas saem do
mundo contemporâneo, para a realidade dura de Ibirité. É claro que a autora está tocando no
quesito da produção conhecimentos, algo extremamente teórico, supostamente, na contramão
da realidade dura colocada pela cidade.
42
A saber, em razões de uma precarização e falta de segurança no trabalho e com a
flexibilização das leis desse mesmo trabalho, como frisa o autor: “[...] a flexibilização e a
precarização do trabalho, o crescimento do desemprego, o aumento do exército industrial de
reserva, bem como do ponto de vista subjetivo, mediante à cooptação da classe trabalhadora
por meio de um intenso processo de transformismo, especialmente, em seus institutos de
representação coletiva [...]” (IASI, 2012, p. 286). Quer dizer, são ausências que até
comprometem o desempenho político do atual sistema municipal.
Isto, se considerando que essas ausências têm origem nessas problemáticas de
flexibilização e precarização do trabalho. A saber, de um lado se flexibilizam e precarizam as
leis do trabalho; do outro, o capitalismo contemporâneo se submete a investigações oriundas
das temáticas e questões sociais: “[...] desvendam a dinâmica do capitalismo contemporâneo
e, ao mesmo tempo, oferecem subsídios à investigação de um vasto campo de expressões da
questão social, tais como pobreza, violência, fome, desemprego, relações de gênero, carências
materiais e existenciais, vinculadas às complexas determinações sociais das novas condições
históricas [...]” (SIMIONATTO, 2014, p. 17-18).
Quer dizer, a pobreza, a violência, a fome, o desemprego, etc. na cidade, tomam como
dolorido o sofrimento devido a uma força do capitalismo capaz de impedir as pessoas de
crescerem socialmente, ao contrário, tornando-as cada vez menos crescente no que tange às
conquistas de emprego, e com ele, a solução do problema da fome, que por si diminui a
pobreza e, possivelmente, a violência.
Desse modo, vê-se ser isso que a prefeitura não leva em consideração essas
precarizações, na hora em que não atende às necessidades dessas pessoas que perderam seu
trabalho e, por isso, estão dependendo da atenção básica dos serviços sociais, principalmente,
porque essa é a hora mais importante para quem carece, quando alguém se dispõe a ajudar. E
é isso que Iasi (2012) coloca como sendo o ponto de vista subjetivo, pois que, é como se a
classe trabalhadora, uma vez vítima dessas sequenciais de violência, faz-se cooptada, ao
conseguir meios de sobrevivência. E isso também nas relações do Estado com a sociedade vai
soar conquistas:
[...] No âmbito das relações Estado e sociedade, as produções captam e debatem
as ‘contrarreformas’ e sua incidência no campo dos direitos sociais e das
conquistas históricas das lutas dos trabalhadores. Temas como políticas sociais
e suas interfaces com os direitos, a cidadania, a democracia, a sociedade civil, os
movimentos sociais, a participação popular, aparecem em produções e
pesquisas mediante análises críticas, desvendam a dinâmica do capitalismo
contemporâneo e, ao mesmo tempo, oferecem subsídios à investigação de um
vasto campo de expressões da questão social, tais como pobreza, violência,
fome, desemprego, relações de gênero, carências materiais e existenciais,
vinculadas às complexas determinações sociais das novas condições históricas
[...] (SIMIONATTO, 2014, p. 17-18).
De outro modo, se considerando a história das lutas dos trabalhadores, como frisa
Simionatto, (2014), por políticas público-sociais na interface dos direitos, da cidadania, da
democracia, dentre outros, Disso tudo, passa ser constatações da sociedade civil, na
convivência com as problemáticas sociais e as dos serviços sociais, apontando, inclusive,
como exemplos disso, as perguntas: Como é feito o trabalho de serviço social na cidade? É
uma cidade que conta com muitas pessoas e moradores de rua?
Dado isso, percebe-se que Offe, (1984) defende a tese de que para a explicação da
trajetória evolutiva da política social, precisam ser levadas em conta como fatores causais
concomitantes tanto exigências quanto necessidades, pois que, de um mesmo lado, existe
tanto um quanto outro, ou seja, as pessoas que sofrem as perdas econômicas por causa do
43
desemprego, da fome, da violência, dentre outras, são as mesmas que – em razão das perdas –
exigem soluções dos problemas, porque se trata de sobrevivências.
E desse mesmo lado estão as pessoas com suas necessidades básicas, que vão,
naturalmente, cair nas situações de exigências. Então, não é só se incomodar com a responder
às perguntas de um ponto de vista teórico, mas de solucionar os problemas do ponto de vista
das pessoas assoladas pelos problemas e de sua dura realidade. E em se trata disso, a
prefeitura, muitas vezes, não se coloca, se deixa questionar, dando a entender que as
comunidades se acostumam e param de perguntar.
Há registros, por parte dos serviços sociais da prefeitura, com sentido de atendimento
a essas pessoas de rua? Há muitos andarilhos de rua, sem-atenção para saúde, vivendo da
mendicância nas ruas, feridos, maltratados, sem-referência familiar, precisando de abrigo?
Existem políticas voltadas para o problema da mendicância? Como ficam os moradores de
rua, em temporadas de frio? Existem programas de alimentação, de tratamento de saúde, de
tratamentos psicológicos dos moradores de rua? Existem abrigos para eles?
Assim sendo, fazer um trabalho de serviço social, requer uma análise profunda e
segura da realidade apresentada, como versa: “[...] Indubitavelmente, a omissão dessa análise
da realidade poderá trazer consequências desastrosas para o trabalho profissional, a exemplo
de respostas conservadoras e de leituras parciais e incongruentes que não ultrapassam a
análise descritiva ou fragmentada das situações apresentadas (FAERMANN, 2016, p. 47-48).
Mas, essa análise profunda não pode ser pensada em termos de respostas a perguntas
como se presentes no campo teórico, mas análises que contemple, de fato e de verdade, a
realidade caracterizada como sendo desastrosa para o autor. As pessoas não precisam de
respostas teóricas, elas requerem práticas de atenção básica. E isso não é por toda a vida, é só
enquanto necessidade básica. É até que se consiga resolver os problemas de sobrevivência
provocados lá pela flexibilização e precarização do trabalho, como pensa Iasi (2012). Então
não tem essa de a prefeitura não se envolver.
[...] os processos de globalização e mundialização do capital, as mudanças no
mundo do trabalho e suas consequências para a classe trabalhadora, tanto do
ponto de vista objetivo, com a flexibilização e a precarização do trabalho, o
crescimento do desemprego, o aumento do exército industrial de reserva, bem
como do ponto de vista subjetivo, mediante a cooptação da classe trabalhadora
por meio de um intenso processo de transformismo especialmente em seus
institutos de representação coletiva [...] (IASI, 2012, p. 286).
Muitas vezes, essas pessoas não tomam banho, não se alimentam, senão das migalhas
aos poucos esmoladas. Existe alguma política voltada para recuperação social dessas pessoas?
Eles tomam banho regularmente? Mas não só, pessoas carentes de um trabalho de reeducação
familiar, psicológico, psicossocial, religioso, de reaprendizagem na convivência social. Existe
alguma política de reeducação e reinserção social? “[…] possibilitou aos profissionais a
compreensão da sociedade capitalista em uma perspectiva de classe [...]” (FAERMANN,
2016, p. 47-48).
Daí vê-se que as problemáticas colocadas apontam para situações de necessidade de
ações de serviços sociais, e estas de intervenção técnico-profissional. Também, não tem como
um profissional do serviço social convencer alguém que já criou o hábito de não tomar banho,
por exemplo, de, de repente, do nada, passar a tomar banho. Não se trata de um ato de colocar
para se banhar, como se fosse uma criança.
Numa verdade, é todo um trabalho de reabilitação de vida, de readaptação a uma nova
realidade, ou seja, criação de novos hábitos. E isso, muitas vezes, requer tempo. Noutra
verdade, o exemplo colocado foi de um adulto com hábitos de rua, de não tomar banho.
Então, só de começar a resolver o resolver o problema, também já se entende que começou o
44
trabalho e reinserção, seja na vida familiar, seja na vida social, senão as duas situações ao
mesmo tempo.
Nesse caso, para Faermann, (2016), a solução dos problemas começa por ações
técnicas oriundas do trabalho profissional. Então, tem de haver interesse político, por parte da
prefeitura, com sentido de reabilitar os serviços sociais da cidade, para a sociedade não
continuar tendo o desprazer de ver essas pessoas maltratadas e não poderem fazer nada. Logo,
também, não é reabilitar os serviços sociais na cidade, mas reabilitar também os maiores de
rua, tornando-os sujeitos socialmente reinseridos.
Para tanto, noutro caso, ao olhar do autor: “[...] Nessa perspectiva de inovação, é
imprescindível salientar que as organizações que descobrirem como cultivar nos indivíduos o
comprometimento e a capacidade de aprender em todos os níveis organizacionais obterão o
sucesso [...] (SENGE, 1998, p. 37-38). A solução dos problemas começa sob uma perspectiva
de inovação, ou seja, não é simplesmente agir técnico-profissionalmente, que os problemas
ficam resolvidos, é tudo de gestão.
Para ele, é preciso aprender a cativar os indivíduos, cultivando neles o
comprometimento, formando neles também a capacidade, seja no campo do resgate da moral
perdida, por causa da indignidade provocada, por exemplo, pela perda do emprego que, por
isso, o indivíduo foi nas ruas. Quer dizer, para Senge (1998), tanto os profissionais do serviço
social precisam aprender a lidar com esses indivíduos de rua, quanto tais indivíduos têm de
reaprender a vida familiar, se for o caso; reaprender a vida social. E isso tudo requer trabalho
e dedicação por parte da prefeitura. Logo, vai depender da vontade política do agente
principal. Então, é uma questão de inovação e, sobretudo, de gestão social mesmo.
E continua, neste contexto, Senge (1998), com a perspectiva de que outros problemas
se relacionam a pessoas idosas vivendo sozinhas, muitas vezes, têm suas aposentadorias
roubadas por farsantes, outras vezes, não têm aposentadorias e saem pelas ruas sem ter o que
comer outros vivendo à custa de familiares, de conhecidos que, por não terem suas rendas,
acabam não sendo atendidos em suas necessidades e terminam na mendicância. Quer dizer,
para ele, tudo questão de gestão.
Estes são os mesmos problemas que precisam passar pela boa gestão do serviço social,
para ter solução. Existe uma secretaria ou um departamento de desenvolvimento social?
Existem visitas de agentes sociais a idosos? Há denúncias de problemas de idosos vivendo
sozinhos? Há políticas de atenção básica voltadas para esses setores da terceira idade? Há
politicas de recuperação das familiares em casos de pessoas abandonadas?
Mas, noutro contexto, o autor aponta: “[...] a investigação do capital enquanto relação
social e a análise da questão social como resultado das contradições do modo de produção
capitalista, na sua maneira conflitante de produzir e de se apropriar da riqueza socialmente
produzida [...]” (FAERMANN, 2016, p. 47-48). Quer dizer, são problemas exigentes de um
bom serviço social.
E estes os atendam nas suas necessidades físicas, pessoais, de reinserção ao convívio
social. Para tanto, necessitam, basicamente, de abrigo. E complementa que é o modo de
produção capitalista que cria essas situações necessitárias de serviços sociais. Há programas
de alimentação barata destinadas às pessoas abaixo da linha de pobreza? Há programas de
alimentação gratuita para as pessoas que não têm rendas?
Finalmente, em se tratando de ausência de políticas públicas de desenvolvimento do
serviço social, tendo como referência a cidade de Ibirité, o que se percebe, para Simionatto
(2014), a produção de conhecimentos pelo Serviço Social tem avançado em toda a América
Latina, ampliando sua interlocução com as Ciências Sociais e as diversas temáticas do mundo
contemporâneo, precisa agora, de uma interlocução com as práticas de serviços sociais na
cidade.
45
A saber, deixar o campo das reflexões teóricas, e guiar-se rumo ao campo das ações
concretas, até que tanto os serviços da cidade sejam resgatados, a contentos sociais, bem
como, sejam recuperadas as pessoas de rua, até que tornem realmente sujeitos reinseridos,
senão, familiarmente, à altura do merecimento, contudo, sujeitos sociais. No mais, espera-se
voltar às temáticas dos serviços sociais, nos próximos capítulos a serem desenrolados neste
plano de ações gerais do município.
1.1.2 Considerações pós-introitos
Em se considerando que os problemas da cidade foram levantados e, por isso,
pesquisados, nos diversos contextos sócio-político-culturais e estes também situados nas
condições de problemas sociais, sobretudo, pelos quais se agora contornados, sob o fim de
que fossem colocados pós-introitos, como que caracterizados, contextualizados e teoricamente
fundamentados.
Para tanto, como estes se passaram por fundamentações teóricas e cumprindo com
finalidades de detectar, no mais profundo, o teor e natureza dos problemas considerados
sociais e, para tanto, passíveis de estudos também, teoricamente fundamentados e, em torno
dos quais, se fossem elevados à categoria de eixos, politicamente, propositivos, também,
politicamente, a contentos ao plano de ações gerais que, mais uma vez, se faz politicamente
desejável e, consideravelmente melhor, se na intenção de estes mudarem, num futuro não
muito distante, os contextos sócio-político-culturais na cidade.
Quer dizer, sob os introitos pontuados, viu-se que foram
caracterizados/teorizados/fundamentados em torno de temáticas como a falta de participação
popular, de saúde pública e educação pública de qualidade, de transporte coletivo adequado,
de um plano diretor adequado à realidade local, de educação cultural, de investimentos
econômicos na cidade, de políticas públicas e de organização dos conselhos municipais, de
planejamento ambiental conjugada à recuperação do meio ambiente local, de transparência
nas relações do executivo com as instituições internas e externas da cidade, de políticas
públicas de saneamento básico, de políticas de comunicação social, de políticas públicas de
assistência social, de políticas públicas para a juventude e políticas públicas nos campos
virtuais, enfim, falta de políticas públicas de desenvolvimento geral, na cidade.
Portanto, temáticas teorizadas e, por isso, consideradas, bibliograficamente,
fundamentadas em seus problemas e contextos. Também, na sua forma, políticas tão-
necessárias, ao ponto de merecerem continuidade nos estudos, agora, sob a forma de
justificativas em seus termos, e referencial teórico no que suas marcas possam alcançar,
sobretudo, se considerando, os problemas nos contextos teóricos fundamentados. Por fim, é
disto que esses introitos, agora se desapegam.
2 QUESTÃO CENTRAL
Como Ibirité, lugar privilegiado nas relações político-administrativo-formais,
posiciona-se, de modo a protagonizar-se enquanto agente principal na promoção de políticas
públicas de participação popular, em processos de reabilitação e de formação da consciência
social e cidadã?
3 OBJETIVOS GERAIS
3.1 Proporcionar aos munícipes de Ibirité, num período de 4 anos ou mais, uma cidade em
condições administráveis.
46
3.1.1 Criar situações políticas, em que todo o sistema municipal, se deixe entremear-se pela
participação popular, visando à eficiência e eficácia na administração político-pública-
municipal.
3.1.2 Trabalhar, incansavelmente, para que o sistema de saúde no município tenha as
condições reais de atender aos munícipes em consonância às reais demandas, seja de
qualidade e evite demandar saúde junto aos municípios vizinhos.
3.1.3 Fazer educação em consonância com reabilitação da cidadania, proporcionando aos
munícipes a consciência pública, na luta constante por educação de qualidade, visando ao
aperfeiçoamento da leitura do mundo no contexto político da cidade.
3.1.4 Efetivar, junto à população da cidade, políticas públicas e transparentes de transportes
coletivos, visando à prestação de serviços de qualidade.
3.1.5 Proporcionar aos cidadãos ibiriteenses de implementação e, ao mesmo tempo, resgate
de culturas, bem como ao alunado da cidade, concernente às necessidades reais do município,
práticas de educação pública de qualidade, ampliando-se sua eficiência à formação de
habilidades culturais em consonância às demandas existentes.
3.1.6 Criar situações de investimentos econômicos, proporcionando a atração de
investidores, ao mesmo tempo, que propicia oportunidades de trabalho e empreendimentos
visando a supostos adventos de economia solidária e criativa.
3.1.7 Planejar o meio ambiente da cidade visando à recuperação, conservação, preservação e
sustentabilidade ambiental conjuntamente a uma revisão do plano diretor proporcionando
situações de ambiência saudável e consciência político-ambiental-cidadã.
3.1.8 Recuperar, através da transparência política, as relações de diplomacia entre o
executivo municipal e as instituições internas, externas, às empresariais e Câmara Municipal,
no fim de evitar e eliminar os hábitos viciosos no âmbito da administração público-municipal.
3.1.9 Habilitar sistemas de desenvolvimento social visando à recuperação de indivíduos nos
planos de tratamento de saúde, de reeducação, tratamento psicológico, etc., no fim de
reinserção social.
3.1.10 Revisar o Plano Diretor da cidade, conjuntamente, aos demais setores
interdependentes e intersetoriais, na prefeitura municipal, visando a um planejamento
ambiental saudável e comungue as ideias e participação de toda a cidade.
3.2 Proporcionar aos cidadãos ibiriteenses, servidores públicos municipais e diversos usos
de informática e internet de qualidade suficiente às necessidades básicas do município.
4 HIPÓTESES
4.1 As politicas públicas voltadas para a participação popular, ao invés de trazerem novos
implementos de participação, trouxe foi maior desânimo e desestímulos às populações.
4.2 Os Orçamentos Participativos como políticas novas e de novos implementos
democrático-sociais, na verdade, por causa dos desestímulos, não trouxeram nada de
novo para a sociedade local.
4.3 A instalação de uma mesa de administração no âmbito dos conselhos municipais piorou
a situação de desorganização dos conselhos, tornando-os muito menos participativos do
que era antes.
47
4.4 A educação enquanto tecnologia instrumental, sumamente importante para a sociedade
local, acabou-se deixando levar pelas influências corporativistas presentes no sistema
educacional, e terminando por tecnologia muito menos instrumental e menos
auxiliadora ainda enquanto sistema proponente de educação tecnológico-instrumental.
4.5 A educação especial preterida enquanto sistema desarticulado do ensino regular
comum acabou-se na mesma situação de antes, pois que, em razão da legislação
vigente e não seletiva, não houve compreensão de que essa suposta desarticulação não
se caracterizasse como sendo ações de educação discriminatórias.
4.6 A educação, em nível intermediário-cultural, também não se concretizou nas práticas
das políticas educacionais, em razão da falta de consciência cultural, se considerando
esta como de suma importância para o exercício da aprendizagem de habilidades
culturais.
4.7 O ensino sob a forma de operação recuperatória não foi compreendido pela
comunidade escolar como nível operatório de ensino comum. Este acabou sendo
compreendido como tão-excludente quanta os níveis de ensino tradicionais.
4.8 A atualização de aprendizagem, sob a ótica do ensino além-faixa-etária, terminou-se
como política pública educacional não praticável, devido à falta demanda escolar de
jovens, adultos e idosos suficientes para comporem os números em sala de aula.
4.9 As demandas de políticas públicas voltadas para as práticas de cultura terminaram por
não se concretizarem, pois que a cidade é muito próxima dos grandes centros urbanos e
a população local já se habituou às práticas de cultura na cidade grande. Daí, Ibirité
continuou a mesma em termos de práticas culturais.
4.10 As políticas públicas de saúde não puderam se interpor no âmbito do sistema de saúde.
Por hora, esta se confunde precária de atendimento básico e pronto-atendimento no
hospital. E, por causa disso, não houve adaptação às novas políticas de saúde.
4.11 As políticas de saúde interpostas pela terceirização do hospital, na verdade, tiveram de
continuar na mesma situação, pois que o considerado ilegal em termos de políticas do
SUS deixou-se de ser considerado como tal, o que terminou por ser a terceirização a
opção mesma do hospital.
4.12 A atenção básica de saúde também não vigorou, nas mesmas proposituras que antes,
pois que, se tinha o propósito de envolver mais as comunidades na participação de
ações de saúde, estas nas práticas não puderam ocorrer, não houve aceitação por parte
das comunidades em colaborarem com o sistema de atenção básica.
4.13 O transporte coletivo continua obedecendo às mesmas regras de antes. Não houve
aceitação do sistema de transporte sofrer as interferências de políticas públicas
inovadoras. E a comunidade também concordou com isso.
4.14 Os incentivos propostos pelo sistema municipal - com sentido de estimular as
comunidades a investirem na produção de economia solidária e criativa, na cidade -
não deram certo, sobretudo, porque a ideia de criação de um banco popular, não foi, na
prática, uma ideia tão-saudável quanto se pensava na teoria.
48
4.15 As políticas públicas voltadas para a formulação de um planejamento ambiental, de
fato não aconteceram, pois que, nas práticas, se exigiam que o saneamento básico
estivesse fora das políticas ambientais. Daí, como tudo se parece interligado, e o
saneamento básico nem de longo-prazo tem jeito. Então, foi melhor não elaborar as
políticas, a ter de cavar recursos fora, se considerando que não há orçamentos próprios
para essas políticas.
4.16 As políticas públicas de comunicação social não vigoraram na forma em que foram
propostas, pois que pra vigorarem, teria de ser implantada, sob um sistema de
secretaria, o que não foi possível, se considerando a falta de demanda de serviços de
comunicação, ou seja, estes somente poderão se dar via-departamento de comunicação
social.
4.17 As politicas do campo da assistência social estavam indo muito bem, porém como o
campo de ação social cresceu demais, e a compreensão era de que os serviços que
aumentaram, deveriam estar sendo geridos no sistema municipal de educação, não no
da assistência social, então isso terminou par cair no desestímulo.
4.18 As políticas públicas do campo da juventude pensadas pelo sistema municipal não
coadunam com a realidade dos jovens, sobretudo, no que tange à educação
profissionalizante. Os jovens não gostam de protecionismos.
4.19 As políticas virtuais, por sua vez, não podem ser executadas no município, pois que
este não autonomia sobre elas, se considerando sua elaboração e execução num âmbito
mais abrangente e superior ao município, mesmo sendo este considerado Estado
mínimo.
4.20 As propostas políticas do campo propositivo estavam muito fora da realidade do
município, por isso, também, não puderam se concretizar, conforme o sonhado nas
linhas gerais deste plano de ação.
5 JUSTIFICATIVAS
5.1 Justificáveis iniciais
Em se tratando de justificativas, o que se pensa possível fazer, é apresentar as razões
que fundamentam os verdadeiros motivos que levaram o Partido Socialismo e Liberdade –
PSOL, bem como sua pré-candidatura a prefeito de Ibirité, a elaborarem um Plano de Ações
Gerais para a cidade. Para tanto, como se trata de uma coletânea de problemáticas, muito
vasta, e selecionadas durante os processos de pesquisas, não justifica implicar todas elas,
como razões justificáveis do plano, senão as principais e as mais motivadoras, durante as
pesquisas.
Então, disso posto, fica assim provado, que essas razões girem apenas em torno dos
principais problemas e que, por serem os principais, também requeiram pormenorizadas
fundamentações e respaldadas pelas mais diversas e atualizadas referências bibliográficas.
Eixos estes - por sua vez - geradores das razões que fomentaram a elaboração do, já
mencionado Plano. Portanto, razões estas, às quais, além de se fazerem justificar, se fazem
também, teoricamente, fundamentar-se, como na sequência, em que estes se colocam:
49
5.1.1. A Filosofia político-partidária
A começar da Filosofia político-partidária, vê-se que o PSOL, como versa Souza
(2006), partido versátil nas linguagens dos campos multidisciplinares, e seu foco está nas
explicações sobre a natureza da política pública e seus processos, enquanto partido de
esquerda e portador – no campo das tendências - de grandes correntes de intelectuais - não
que os demais correligionários não façam suas cobranças, mas os demais - já mencionados - são zelosos nisso, capricham, para que o partido não perca as suas referências estatutárias e,
por isso, de esquerda.
Isto é, estes não deixariam por menos a tarefa de um candidato a prefeito apresentar-
se, ao eleitorado, sem a devida discussão abordando, a propósito, o seu plano de trabalho.
Quer dizer, essas são exigências das forças políticas internas ao partido, impulsionando a
própria organização deste: “[...] O tipo de partido policy-seeking é aquele que possui
programas bem definidos, ideologias articuladas e que busca remodelar a agenda política com
o objetivo de realizar mudanças substantivas em uma série de áreas [...]” (AMARAL, 2010, p.
112- 113). Esta é a lógica do PSOL, por um lado, disputar o poder, mas com senso de
organização.
Mas, por outro lado, preocupa-se tanto com as suas filosofias internas e, às vezes, se
esquece de que também tem de disputar o poder, senão, não é partido: “[...] (AMARAL, 2010,
p. 112- 113). Geralmente, o partido dá mais prioridade às suas ideias e a seu programa do que
às eleições [...]” (AMARAL, 2010, p. 112- 113). É claro que o candidato, sabendo disso, vai-
se policiar, zelando para fazer aquilo de que o partido exige, mesmo porque, se está filiado
nele, é porque corrobora das mesmas iniciativas de autopoliciamento e, por isso, também
profundamente partidário a ele.
Já, em Teixeira (2002), se aponta para as diretrizes, princípios norteadores de ações do
poder público, regras e procedimentos para as relações entre poder público e sociedade,
mediações entre atores da sociedade e do Estado. A saber, dentro da sociedade, está o partido
político que, além de obedecer às suas regras internas, tem também de se ocupar com as
regras impostas pelo poder público.
Então, não é só e simplesmente apresentar ao eleitorado um programa de governo, ser
eleito com ele. Numa verdade, este tem de estar em sintonia com as diretrizes, e os princípios
norteadores de ações assegurados pelo poder público. Noutra verdade, tem também de
cumprir com os papéis sociais a que se submetem os partidos. Nisto, haja vista para a
organização dos partidos como, exatamente, retoma Amaral (2010):
[...] Os partidos podem caminhar em sentido a um tipo ideal ou a outro ao
longo do tempo e sob as diferentes circunstâncias; b) permite a compreensão
dos partidos como organizações que podem possuir características de mais de
um tipo ideal em vários graus; c) possibilita o estudo da disputa interna de
poder. É possível usar a mesma classificação para analisar os grupos internos e
como eles influenciam o partido; d) com o refinamento da operacionalização,
permite a análise tanto do comportamento quanto da organização das
agremiações; e) com definições claras e boas medidas operacionais, é possível
comparar partidos em diferentes lugares e contextos. O tipo de partido policy-
seeking é aquele que possui programas bem definidos, ideologias articuladas e
que busca remodelar a agenda política com o objetivo de realizar mudanças
substantivas em uma série de áreas. Geralmente, o partido dá mais prioridade
às suas ideias e a seu programa do que às eleições. No aspecto organizacional,
conta com intensa participação de filiados/ativistas na vida partidária e com
uma infraestrutura de apoio para o desenvolvimento de políticas [...]
(AMARAL, 2010, pp.112-113).
50
Por conseguinte, as políticas públicas e sociais vão apontar, na realidade do partido:
“[...] são campos multidisciplinares, e seu foco está nas explicações sobre a natureza da
política pública e seus processos.” (SOUZA, 2006, p. 25). Este se referindo à
multidisciplinaridade faz crer que, no aspecto organizacional, os partidos podem até coincidir-
se, no que tange às exigências, ao modo como cada filiado participa, se com muito ativismo,
se com influência sobre as políticas públicas através do partido em que milita.
Contudo, no tangente à infraestrutura dos partidos, sobretudo, o PSOL, por exemplo,
não dispõe desses recursos de que o autor atribui aos partidos. Numa verdade, os partidos de
esquerda, que ainda não tiveram o privilégio do poder, também não o dispõem. Noutra
verdade, o PSOL, por exemplo, para conseguir sua infraestrutura, tem de mover um mundo de
coisas: promover feijoadas completas, campanhas de doações, coletas públicas durante
manifestações, etc. Senão isso, como conseguir realizar seus eventos e disputar seus pleitos?
Nesse caso, para Falchetti, (2017), Ideologicamente, a autonomia se localiza dentro da
tradição libertária, abrangendo pensadores e militantes que refletem e aderem à autonomia
como princípio-chave de organização e ação política. É o caso, por exemplo, dos partidos de
esquerda, preferem manter a autonomia própria sem se deixar envolver pelas influências
econômicas, mesmo porque, o dinheiro sempre se coloca como o mais forte sobre os
processos de organização partidária, ou seja, o dinheiro de outrem atrapalha a organização do
partido.
É por isso que o PSOL, por exemplo, prefere conquistar a sua infraestrutura,
promovendo: feijoadas completas, campanhas de doações, coletas públicas durante
manifestações, festas com arrecadações na entrada, etc., para não se permitir ao poder
econômico, porque ele é exigente de um poder atrelado, que coopta as forças do partido. Aí,
depois, tudo o que partido quer fazer, depende do poder financeiro do sujeito que fez as
supostas contribuições ao partido.
Noutro caso, como pensa o autor sobre as organizações partidárias que se deixam
mover pelo poder econômico: “[...] O tipo vote-seeking, por sua vez, é aquele cujo principal
objetivo é vencer eleições. Seu programa é mais maleável e pode ser mais facilmente alterado
para maximizar as possibilidades de vitória eleitoral [...]” (AMARAL, 2010, p. 112- 113).
Quer dizer, é o partido que não se importa com sua autonomia, e organização interna, e
compromissos sociais, e responsabilidade no exercício do poder, e respeito próprio e mútuo, e
muita coisa a mais.
A saber, é o partido que vende a sua organização como forma de cumprimento do
objetivo de vencer as eleições, mas também, depois não governa, pois que suas lideranças,
muitas vezes, não sabem lidar com o dinheiro e, ao invés de dominá-lo, se deixam dominar
por ele. Daí, pergunta-se: de que terá valido o exercício do poder para essas lideranças?
Diferente do modo como Falchetti (2017) aborda as questões referentes à organização
partidária:
[...] É possível identificar determinados elementos anarquistas e marxistas no
ativismo autonomista, por vezes, misturando fontes e referências dos diferentes
campos teóricos, em 123 Maria da Glória Gohn Caderno C R H, Salvador, v.
31, n. 82, p. 117-133, Jan./Abr. 2018. Muitos movimentos contêm membros das
distintas orientações, como é o caso do próprio MPL. Internamente ele é
composto por um pequeno grupo de militantes de um amplo espectro social que
congrega punks, feministas, professores, artistas, estudantes, trabalhadores e
desempregados, em sua maioria, jovens, usuários do transporte. Há uma
rotatividade relativa dentro do movimento, o que envolve uma variação grande
no perfil dos manifestantes, de modo que a identidade está mais na partilha dos
princípios organizativos e de ação [...]” (Falchetti, 2017, p. 12).
51
Se olhar para a forma como Falchetti (2017) vê os processos de organização nos
movimentos sociais que, geralmente são partidários - senão sob uma sigla exclusiva, mas
partidários de alguma sigla por simpatia - mas que neste estudo independe de partido político,
suas formas de composição, as características de seus componentes, por exemplo, cada grupo
se apresenta sob uma identidade social diferente: punks, feministas, estudantes,
desempregados e outros. Entretanto, todos se dão às mãos no interior do movimento.
Nenhum discrimina o outro por ter as características que tem e assim por diante.
Diferente da forma de organização apresentada por: “[...] O nível de envolvimento dos
filiados na vida partidária é baixo, a estrutura partidária não é grande e as campanhas
eleitorais são altamente profissionalizadas [...]” (AMARAL, 2010, p. 112- 113). É claro que
essas filosofias de vida de um partido não comporta durabilidade, pois que, o centro de sua
formação política está ancorado no poder econômico de seus correligionários.
Por isso, não se diz nem militantes, porque não há militância, o que há são pequenas
reuniões, no tempo determinado das eleições, para formalizar o que já foi comprado pelo
poderio econômico. A saber, essas filosofias são futilidades políticas, das quais, pensa-se, a
sociedade ibiriteense já se cansou, pois que, são os mesmos que investem muito dinheiro
durante as campanhas, porém, quando chegam ao poder, sugam toda a máquina.
E isso, através das superfaturas, dos emolumentos disfarçados em contratos
terceirizados e rachados, ao mesmo tempo. Tudo, como forma de depredar os cofres públicos.
Também, é claro que um partido de esquerda que se dá ao respeito não comunga com essas
organizações. E é nisto que mora a infraestrutura do PSOL. Fazer-se partido que respeita,
sobretudo, o eleitorado que votou nele, mas a população como um todo, independente de
apoio político.
Portanto, em se tratando da Filosofia político-partidária, vê-se que o PSOL, como
versa Souza (2006), abordando sobre os campos multidisciplinares das organizações
partidárias, e para esta justificativa, um partido versátil nas linguagens da diversidade, vai
adotar como pensamento, agora: “[...] As pessoas vão então compartilhar essas experiências,
torná-las equivalentes, dar-lhes uma linguagem, transformá-las em demandas e tentar
construir propostas e reivindicações, bem como modificações da realidade e dos formatos em
que a realidade se baseia [...] (Boltanski, 2017, p. 10).
E é isto o que interessa ao PSOL, isto é, como o já mencionado, o próprio partido não
permitiria, por menos, a tarefa de seu candidato a prefeito apresentar-se, ao eleitorado, sem a
devida discussão abordando, a propósito, o seu plano de governo. Então, em razão dessas
motivações todas, a Filosofia Político-partidária do PSOL passou a ser a razão primeira, pela
qual, se está justificando esta alternativa de Plano de Governo.
5.1.2 A opinião pública em seus diversos contextos citadinos
A começar da opinião pública, sob o olhar pretenso e fenomenal da autora: “[...] O
estudo da opinião pública, como fenômeno, implica no levantamento dos fatores psicológicos,
sociológicos e históricos [...]” (AUGRAS, 1998, p.21). Para ela, necessário será também
passar em revista os meios de expressão da opinião, porque esta, muitas vezes, se confunde
com manipulação de opinião. E é isso que soou diferente no campo das ideias e discussões, no
seio do PSOL.
Afinal, para Lippamann (2010), mais a frente, se verá que a opinião, muitas vezes, é
somente fruto de comportamentos humanos, o que para esta proposta soa como soltos, sem
muita reflexão. Só que, depois, também se percebe que nada disso soa tão mais forte que o
próprio ato de opinar. Todavia, para esta proposta, somando-se aos diversos contextos da
cidade, o que se nos faz pensar é o caráter, muitas vezes, favorável desta em relação ao
52
ideário de plano de governo, sobretudo, porque essa opinião tem um profundo significado
para a candidatura do PSOL nestas eleições 2020.
Agora, quando se começa a olhar para a opinião no contexto dos comportamentos
humanos, pensa-se, às vezes, que a opinião possa ser apenas um modo de comportamento das
pessoas, conforme demonstra: “[...] Aqueles aspectos do mundo que têm a ver com o
comportamento de outros seres humanos, na medida em que o comportamento cruza com o
nosso, que é dependente do nosso, ou que nos é interessante, podemos chamar rudemente de
opinião pública [...]” (LIPPMANN, 2010, p.40).
Contudo, ao solicitar a opinião de alguém sobre algo importante, aí se vê que o que,
em princípio, parecia apenas demonstração de comportamento, por hora, se coloca como
sendo algo passível de absoluta consideração, e é mais uma atenuante de justificativa desta
proposta de governo, sobretudo, porque, em Augras (1998), a percepção é que o levantamento
dos fatores psicológicos, sociológicos e históricos, numa pesquisa de opinião, são
incomensuravelmente importantes, para se alcançar bons resultados.
E isso porque uma das fontes de sugestões de proposta a este plano, foi via-redes
sociais, ou seja, quando a pré-candidatura do PSOL solicita da opinião pública, nas redes
sociais, sugestões de propostas com finalidade de composição de um plano escrito de governo
para a cidade de Ibirité, e o índice de participação mui significativamente alto, se sobrepõe, é
porque a proposta agradou a esse público.
Isso atua, predominantemente, sobre o somatório de incentivos à candidatura. A saber,
assim, como em Lippmann (2010), se acode à ideia de que a opinião pública se conceitua num
comportamento humano referente aos outros, e que é dependente da gente, porque é também
interessante para a gente. Então, tocando nisto, percebe-se que esta opinião das redes sociais
sobre fazer um plano de governo, inclusive, como forma de divulgação da imagem do pré-
candidato soou profundamente agradável aos olhos do partido e, concomitantemente, aos da
candidatura. [...] A opinião é uma crença que tem consciência de ser insuficiente tanto
subjetiva quanto objetivamente. Se a crença é tão somente subjetivamente sufi
ciente e é, ao mesmo tempo, considerada como objetivamente insuficiente, é
chamada de fé. Enfim, a crença sufi ciente tanto subjetiva quanto
objetivamente é chamada de ciência. A sufi ciência subjetiva denomina-se
convicção (para mim mesmo), e a sufi ciência objetiva, certeza (para todos).
Não me deterei para explicar conceitos tão claros [...] (Kant, 2009, p. 515).
Quer dizer, o conceito de opinião, abordado na contextualização anterior, aponta para
um primeiro contexto em que a opinião pública, em Lippmann (2010), se origina dos
comportamentos humanos, o que para esta proposta fica entendido como sendo
comportamentos soltos, sem muita reflexão, pois que acontece muito rápido, mas que, nas
ruas, através de conversas informais, ônibus coletivo, ficou possível conhecer as intenções da
comunidade, quanto ao perfil de candidatura e, para tanto, a pré-candidatura do PSOL sentir-
se incentivada.
Entretanto, já num segundo contexto, a opinião pública, em Augras (1998), vai
implicar no levantamento dos fatores psicológicos, sociológicos e históricos, dentre outros, o
que para esta proposta fica compreendido como sendo, exatamente, os pontos em que se faz
refletir sobre os conteúdos da opinião dada. Daí ficou possível perceber as intenções da
comunidade, quanto a pesquisas nos polos educacionais, enquanto, mais uma vez, a pré-
candidatura do PSOL sente-se estimulada.
E como exemplo disso, ficou colocada a consulta às redes sociais sobre sugestões
concretas que viessem compor a proposta de governo da pré-candidatura do PSOL às eleições
2020, e constituindo-se, com as sugestões nas redes sociais como sendo um terceiro contexto
em que a opinião pública desponta-se como estimuladora da pré-candidatura. Daí,
53
prosseguindo-se, volta-se à mesma autora, com o objetivo de justificar esta proposta de plano
de governo.
Dado isso, apontando a opinião, mas sob a assertiva de que a retenção de informação
estatística, em Augras (1998), pode ser considerada forma legítima de atuação do poder, ou
seja, a autora se expressa sob a afirmativa de um suposto resultado contrário ao esperado pelo
agente político que, no caso, opta por reter a informação do público com finalidade de se
manter mais facilmente no poder, quando for o caso de manutenção do poder.
Diferente do compreendido por esta proposta que se firma sobre a ideia de que, se
pensando o plano de governo como meio seguro de exercício do poder. “[...] Reter
informação estatística é considerada forma legítima de atuação do poder, razão pela qual
alguns legisladores [...]” (AUGRAS, 1998, p.21). A saber, as leituras da autora, ao escrever, e
sobre ela, ao lê-la, apontam para um contexto da opinião centrado nas ideias de que governar,
sob a companhia e direção de um Plano de Governo, nos contextos políticos conjunturais e
atual, soa mui agradavelmente aos olhos do público opinante.
Então, se a premissa nesta opinião pontua comportamento científico, a ideia de coleta
de sugestões no contexto das redes sociais, tem tudo a ver com as exigências do PSOL, no
sentido de sua candidatura apresentar ao eleitorado, durante as próximas eleições 2020, as
suas propostas constantes de seu plano de governo. Igualmente, a mesma autora, Augras
(1998), reforça a assertiva de que os partidos políticos é que não devem controlar os órgãos
estatísticos de opinião: “[...] defendem a tese de que os órgãos estatísticos oficiais deveriam
ser controlados por instâncias não político-partidárias [...]” (AUGRAS, 1998, p.21).
“[...] Os governantes, de modo geral, pensam o contrário” (AUGRAS, 1998, p.21).
Enfim, estas referentes às formas de opinião pública, se despontam como sendo o Plano de
Governo um recurso, politicamente, novo e capaz de fomentar maneiras novas de fazer
política na cidade. Diferente de Bourdieu (1973) que vai apontar como sugestivas as opiniões
emitidas pela metodologia dos postulados:
[...] Qualquer pesquisa de opinião supõe que todo mundo pode ter uma opinião;
ou, colocando de outra maneira, que a produção de uma opinião está ao alcance
de todos. Mesmo sabendo que poderei me chocar com um sentimento
ingenuamente democrático, contestarei este primeiro postulado. Segundo
postulado: supõe-se que todas as opiniões têm valor. Acho que é possível
demonstrar que não é nada disso e que o fato de se acumular opiniões que
absolutamente não possuem a mesma força real, faz com que se produzam
artefatos sem sentido. Terceiro postulado implícito: pelo simples fato de se
colocar a mesma questão a todo mundo, está implícita, a hipótese de que há um
consenso sobre os problemas, ou seja, que há um acordo sobre as questões que
merecem ser colocadas [...] (BOURDIEU, 1973. p.1).
A continuar, em Bourdieu, (1973), também abordando sobre a temática da opinião,
mas agora, esta como recurso de poder, ou seja, para ele, todas as pessoas, sem tirar nem por,
são capazes de produzir e emitir opiniões. Em razão disso, talvez, os autores apontem de
modo diferente: “[...] a opinião é o conhecimento imediato (baseado nas experiências vividas)
que se apresenta como um conjunto falsamente sistemático de juízos, [...]” (Japiassú e
Marcondes, 2006, p. 207).
Este é um conceito que os autores formalizam com sentido de construção da opinião
sob a evocação da experiência. Quer dizer, para os autores, qualquer pessoa, seja falante da
norma popular de linguagem, seja da linguagem coloquial, seja norma culta, seja científica,
aliás, pode ser até analfabeto, mas como o sujeito é falante, no uso de determinada linguagem,
é plenamente capaz e está apto a emitir opinião sobre determinado assunto a que lhe
convenha.
54
Se assim visto, em Bourdieu (1973), vai-se conhecer o conceito de opinião sob a ótica
da trilogia dos postulados, ou seja, pensar-se, por exemplo, num triângulo e em cada aresta a
presença de um postulado. Assim, de um modo, sendo, numa primeira aresta, a do topo de
triângulo, supõe-se, aonde se situa e se postula o primeiro conceito de opinião, ou seja, o
postulado da opinião como estando em poder de todas as pessoas.
De outro modo, numa das arestas de base, o segundo postulado, centrado na
compreensão de que todas as opiniões, independentemente, de normas de linguagem, estão
contidas de valores. Prosseguindo-se, ainda de outro modo, o terceiro postulado, centrado na
compreensão de que a opinião é implícita. E, para esta proposta, se é implícita, significa que
todas as pessoas são capazes de opinar, mas nem todas querem colocar sua opinião a público.
E daí, se traduz uma ideia de acordo, pois que, quem não colocou em público a sua opinião,
deduz-se a ideia de consenso com as demais opiniões.
Entretanto e, para finalizar, a trilogia de Bourdieu (1973) não se choca ao conceito de
opinião formalizado por Japiassú e Marcondes (2006), pois que a diferença está no emprego
das palavras, enquanto Bourdieu (1973) usou o método da trilogia dos postulados. Assim,
para os autores, a opinião se coloca através: “[...] de representações esquemáticas e sumárias,
elaborado pela prática e para a prática, visando a traduzir as necessidades em conhecimentos e
a designar os objetos por sua utilidade [...]” (Japiassú e Marcondes, 2006, p. 207).
Quer dizer, disso posto, se começar da opinião pública, sob o olhar pretenso e
fenomenal da autora, ao passo que também, sob o olhar pretenso, da pré-candidatura do
PSOL: “[...] O estudo da opinião pública, como fenômeno, implica no levantamento dos
fatores psicológicos, sociológicos e históricos [...]” (AUGRAS, 1998, p.21), significa revisar
os meios de expressão da opinião, para que ela se promova, seja por trilogias, seja pelo
domínio das diversas linguagens, seja por quaisquer outras formas de expressão, mas jamais
seja confundida com manipulação de opinião.
Contudo, nos contextos da cidade, sobretudo, em salas de aula e reuniões de pais-
mestres, mais uma vez, ficou possível perceber as intenções da comunidade quanto ao perfil
de uma candidatura. Daí se constituindo um quarto e último contexto em que a opinião
pública local atua como estimuladora da pré-candidatura do PSOL. E é isso que soa diferente
no campo das ideias e discussões, no seio do partido. Daí, tais contextos diferenciados de
pesquisas, destacarem-se como eixos justificáveis deste plano de governo da candidatura do
PSOL nas eleições de 2020.
5.1.3 A falta de lideranças políticas e preocupação com a desorganização no sistema
municipal
Em se tratando de falta de lideranças nos diversos campos de ações da política e nos
contextos nacional, regional e local, o que se vê é que a ausência de lideranças implica
também na ausência de organização. Nesse ponto, se enfocando o contexto municipal e
olhado pela ótica da eficácia, percebe-se que: “[...] não há explicação simples para o que
constitui um comportamento de liderança eficaz – a eficácia do líder varia de uma atuação
para outra [...]” (GRIFFIN e MOORHEAD, 2006, p. 282).
Nisso posto, o comportamento do líder, supostamente, eficaz, por si só – supõe-se – já
produz explicações sobre o caráter de liderança demonstrado, porque, de um lado, exerce o
papel de um líder criterioso e, por isso, não precisa, necessariamente, explicar por que
consegue eficácia com seu trabalho de liderança. De outro lado, a eficácia no trabalho de um
líder varia de acordo com o modo de atuação.
E, de repente, em Banov (2011), abordando sobre os estilos de liderança, vê-se que
estes partem do pressuposto de que não existe um único estilo ou característica de liderança
válida para toda e qualquer situação. Quer dizer, há diferenças no modo de liderar, pois cada
55
líder tem seu jeito próprio. Contudo, é nesse modo de atuação pensado, também, por Griffin e
Mooread (2006) que as lideranças se diferem, sobretudo, porque, cada líder carrega sobre seus
ombros as diferenças individuais que, por si só e até sem querer, essas diferenças e
particularidades se deixam transferir para os contextos de seu exercício profissional.
A saber, não tem como – o ser humano que está no papel de líder – não se deixar
transferir aspectos das características pessoais para o cargo a que ocupa durante o exercício
profissional, embora se saiba que esses comportamentos pessoais não possam predominar
sobre as características do líder, durante o exercício profissional, ao contrário, o que deve
predominar são as características do profissional.
Noutro ponto, a olhar pela ótica da atuação: “[...] Quando se fala em liderança, são três
fatores que devem ser levados em consideração: o líder, o grupo e a situação, sendo a situação
o fator de importância na determinação de quem deverá ser o líder e o papel que ele deverá
desempenhar [...]” (BANOV, 2011, p.33). Daí se vê que o trabalho de liderança não se
conota, primeiramente, pela ótica da eficácia, mas pelo modo como o líder atua e demonstra
sua eficácia na atuação.
Disso posto, Banov (2011) vai apontar para o leitor que o trabalho do líder, para ser
exercido, tem de, primeiro, existir três elementos-chaves: a situação necessitária de liderança,
o grupo exigente de atuação do líder e o líder. Quer dizer, se não existirem tais elementos, fica
difícil compreender o exercício analítico da proposta autoral. Contudo, necessário se faz
compreender a falta de lideranças políticas.
Isto, secundariamente e, sobretudo, nos processos de organização do sistema
municipal, no caso de Ibirité, por exemplo, se consolidam, exatamente, as lideranças que
chegam ao sistema, principalmente, porque não reúnem as características e habilidades
necessárias para o exercício dos cargos. Assim, desse modo, em Bennis (1996), quem escolhe
os líderes não pensam, necessariamente, em seus atributos enquanto líder.
Não pensa que, para o exercício da liderança, o sujeito precisa reunir as habilidades, às
quais, possa utilizar como suporte, nos momentos das adversidades. E essa falta de
preocupação com os processos de organização no sistema municipal, bem como com a
habilidade técnica das lideranças políticas no exercício, sobretudo, dos cargos confiáveis,
constituem razões justificáveis do plano de ação, mesmo porque, todo líder, se foi escolhido e
não está preparado, precisa ser capacitado para enfrentar as dificuldades do cargo. Se, ao
contrário, vai deixar transparecer a seus liderados que o sistema é desorganizado. E é com isso
que Bennis (1996) vai-se preocupar:
[...] Desde então, a importância e o valor de um líder se fazem sentir
praticamente em todas as direções dentro das organizações e não somente pelo
grupo de colaboradores. Os líderes são importantes por três motivos: em
primeiro lugar, eles são responsáveis pela eficácia das organizações. O sucesso
ou fracasso de qualquer organização. Em segundo, as adversidades que
encontramos pelo caminho às vezes nos deixam sem rumo, então buscamos nos
líderes um caminho, um porto seguro. E em terceiro lugar, o líder é aquele que
conhece o problema, mas não se prende ao contexto, seja ele por conta dos
cenários administrativos voláteis ou fusões e aquisições ou ainda por fatores
demográficos [...] (BENNIS, 1996, p.22)
Conseguintemente, como em Bennis (1996), se trata da importância dos líderes quanto
a sua eficácia e organização, ao olhar pelo campo das conjunturas nacionais dos últimos anos,
a falta de liderança vem se confirmando cada dia. O eleitorado parece votar por desespero. O
primeiro que deixa transparecer uma roupagem de segurança, já é suficiente para ser votado e
eleito.
56
Para tanto, segundo Banov (2011), sobre os estilos de liderança parte-se do
pressuposto de que não existe um único estilo ou característica de liderança válida para toda e
qualquer situação, ou seja, porque o candidato apresenta as suas experiências militares, não
quer dizer, exatamente, experiência válida para o exercício político, mesmo porque, o
profissional militar foi criado para dar segurança, não para mandar alguém assegurar a
outrem. Isto, nas práticas, não se configura, por causa da origem de ambas as profissões:
militar e político.
Daí supõe-se erro do ponto de vista do eleitorado, na hora de mirar o sufrágio. Nesse
caso, haja vista para a eleição do presidente Bolsonaro, em 1918. No entanto, onde foi parar a
capacidade de segurança? Isso também ocorre nas conjunturas regionais, quando alguém que
se apresenta ao eleitorado, com supostas experiências inovadoras no campo empresarial, já é
suficiente para receber o voto e também ser eleito.
Entretanto, o que se vê nas práticas políticas é que sua atuação enquanto governador,
não passa das intenções de uso do aparato do Estado para beneficiar suas próprias empresas.
Logo, mais uma vez, a mira do voto surtiu efeitos equivocados. A saber, a falta de liderança
política se confirma porque o eleitorado quer políticos inovadores, não políticos reformadores
e repetidores de mesmas práticas.
Nesse tanto, vê-se que o líder, para: “[...] sua ação no meio ambiente permita, tanto
quanto possível, maiores oportunidades de satisfação motivacional das pessoas, que poderão
direta ou indiretamente influenciar no desempenho [...]” (BERGAMINI, 1994, p.118). Ele
tem de ser capaz de agir proporcionando satisfação aos liderados, estar sempre em
consonância motivacional às pessoas a quem lidera e com as quais se relaciona,
diuturnamente.
É essa exigência de reciprocidade que vem se colocando sobre a mente das pessoas, ou
seja, ao mesmo tempo, em que o líder exerce o seu trabalho, o tempo todo, chamando a
atenção das pessoas para ele, o recurso didático usado por ele, precisa ser à altura de manter o
foco, do ponto de vista dos liderados, nele. E isto é recíproco, pois que, para manterem o foco
sobre o líder, as pessoas têm de ver práticas de políticas novas, senão, o foco se perde
consideravelmente.
É, por isso, que nesse contexto político analisado, abordando as duas últimas
conjunturas eleitorais, nacional e regional, se constata que o voto foi por protesto, desespero,
falta de liderança política confiável e que, mesmo assim, a falta de liderança vem se
perpetuando, porque o modo de tais eleitos exercerem a suas lideranças, repete as práticas
políticas tradicionais.
E é isto o que, nas conjunturas atuais, o eleitorado não quer, jamais. No entanto - por
serem também experiências vivenciadas no contexto municipal de Ibirité - constitui, portanto,
eixos justificáveis do plano de ação da candidatura do PSOL. Para tanto, em Foucaut (2001),
se desponta, aonde se pode chegar, o nível da administração publica, quando o eleitorado não
quer o estilo político empregado:
[...] Mostrando explicitamente o poder como abjeto, infame, ubuesco ou
simplesmente ridículo, não se trata, de limitar os seus efeitos (...). Parece
[segundo o autor] que se trata, ao contrário, de manifestar da forma mais
patente a incontornabiliade, [...] aqui a análise da crise feita por José Luis
Câmara Leme (2008, p. 181-197); 13 Cf. FOUCAULT, Michel (2001). Além de
uma gama de obras literárias sobre o grotesco do funcionário político em
Kafka, Balsac, Dostoiévski e de governantes em Shakespeare. O cinema
também se dedicou a esse tema. Para citar apenas um exemplo, nessa direção,
vale uma análise da brilhante comédia francesa de Bertrand Tavernier, “O
palácio francês”, em cartaz em abril de 2014. 14. Cf. MAQUIAVEL, O
príncipe, cap. VII. 15. Retomaremos esse conceito com uma formulação mais
57
precisa em outro momento desse texto. 11 LIDERANÇA POLÍTICA:
PARRESÍA E VIRTU SILVANA TÓTORA E MIGUEL CHAIA vitabilidade
do poder, que pode precisamente funcionar com todo rigor e na ponta extrema
da sua racionalidade violenta, mesmo quando está nas mãos de alguém
efetivamente desqualificado [...] (FOUCAULT, 2001, p. 17).
Igualmente, em Foucaut (2001), não fossem as administrações públicas e seus agentes
políticos objetos de foco nas crônicas políticas, jornalísticas, televisivas, cinematográficas,
etc., o que seria dessa arte enquanto entretenimento de um povo, né! Assim, nesta linguagem
crítica, pitoresca, artesanal e debochada, às vezes, o autor vai discutir a vitalidade do poder,
apontando ao leitor que tudo não passa de meras metodologias, ou seja, cada líder se coloca
de um modo diferente: uns mais firmes e rigorosos; outros menos, outros sem postura, ainda
outros carinhosos e dedicados, etc., mas tudo modo de fazer sua liderança.
E é isso que Foucaut (2001) enfoca, criticamente, sob as crônicas de Kafka, de Balsac,
de Dostoiévski e até de governantes, em Shakespeare, abordando a temática do político
profissional. Então, para ele, agir politicamente é uma questão de postura que o agente
político, o líder tem de tomar diante das pessoas lideradas e dos fatos. Só que ele se expressa
em tom de motejo. Aí, de repente, tem-se a impressão de que ele quer frisar é a
desqualificação do político em si, o que não é, pois que essa desqualificação tem um peso
significativo, porém, não é para todos.
De vez em quando, aparece um político qualificado. Daí, se essa coisa de liderança
vista sob o olhar de: “[...] o comportamento organizacional pode ser definido como: Ciência
interdisciplinar que estuda a dinâmica de como as pessoas e grupos se comportam e se
relacionam no âmbito das organizações [...]” (JOHANN, 2013, p.2), soa diferente, mas não
destoa de Foucaut (2001), porque a linguagem denotativa de Johann (2013) toca na
organização sistemática pela ótica da interdisciplinaridade, ou seja, quando se usa de uma
disciplina para ensinar conteúdos de outra.
É uma disciplina dando-se às mãos da outra, para que ambas ou várias disciplinas
juntas façam o trabalho de ensinar, e todos também aprendam juntos: alunos e professores.
Porém, o autor Johann (2013) chama a atenção dessa ordem para o campo da sabedoria das
lideranças, com sentido de organizar o sistema pelo uso e conduta das dinâmicas de grupos, a
fim de tornar tudo mais funcional, organizado e isso se enquadra no campo das ações
didático-pedagógicas.
No que o autor que discorre dele, no caso Foucaut (2001), faz a mesma coisa, usa a
linguagem da interdisciplinaridade, todavia, suas dinâmicas deixam o campo didático-
pedagógico para as ações do campo das disciplinas de entretenimento, sobretudo, as visuais.
Por conseguinte, o mesmo autor não toca somente nesses quesitos, ao contrário, ele se
preocupa com a organização do sistema e pontua: “[...] também, como os indivíduos e grupos
interagem com a própria organização da qual fazem parte [...]” (JOHANN, 2013, p.2).
Finalmente, de certo modo, se considerando: “[...] Portanto, o comportamento
organizacional é o campo de estudos que analisa a interação humana no ambiente interno das
organizações [...]” (JOHANN, 2013, p.2). Para ele, as interações humanas vão estabelecer as
diferenças na organização do sistema e - no caso desta proposta, é o sistema municipal - basta
saber fazer uso da interdisciplinaridade.
De certo outro modo, o que se constrói em termos de eixos e conteúdos a esta
justificativa, é que o problema da falta de liderança se resolve com a capacitação do líder para
agir e interagir, com o sentido de manter seus liderados em plena atenção a seu trabalho,
sintonia às orientações recebidas e ao sistema como um todo organizado. Para tanto, o agente
político, para manter o foco, precisa estar focado.
Isto, pois que, não tem como, nas conjunturas atuais, exigentes de inovações o tempo
todo, implementar políticas novas sob as roupagens das velhas. Então, no caso desta
58
justificativa, é só saber fazer uso da interdisciplinaridade enquanto disciplina básica tanto para
a formação e manutenção do político focado, quanto para a organização do sistema municipal.
E, como o já mencionado, abordando a falta de preocupação com os processos de organização
no sistema municipal, bem como, a habilidade técnica das lideranças políticas no exercício,
sobretudo, dos cargos confiáveis.
Enfim, o anelo por lideranças políticas confiáveis e observação do modo de novos
eleitos exercerem a suas lideranças e repetirem as práticas políticas tradicionais, se
considerando que todo líder, se foi escolhido e não está preparado, precisa ser capacitado para
enfrentar as dificuldades do cargo, então, é isto o que, nas conjunturas atuais, o eleitorado não
quer, jamais.
No entanto - por serem também experiências vivenciadas no contexto municipal de
Ibirité, e identificadas nas pesquisas, não somente se consolida nesta proposta de governo,
como também constitui eixo observável, nas práticas futuras na administração municipal.
Constitui, portanto, eixos justificáveis do plano de ação da candidatura do PSOL nestas
eleições em 2020.
5.1.4 Vontade própria, técnica e política somadas à vocação para a cidadania
A começar do advento da Lei nº 13.165/2015 em 2016 que estabelece,
primeiramente, as regras de pré-campanha e reconhece que esta foi consideravelmente
ampliada, sendo permitida, ao pré-candidato, a menção à pretensa candidatura, à exaltação
das qualidades pessoais, além de diversos atos que podem ter cobertura dos meios de
comunicação social. Secundariamente, aos anseios pessoais que, de certa forma, incomodam
as instâncias individuais de um pré-candidato, à formação e experiências técnicas, somadas à
sensação de pertencimento na cidade. Logo, a isso, a lei está buscando resolver.
Dado isso, sobretudo, no referente a uma pré-candidatura a prefeito: visada, manjada,
etc., não pelo cargo em si, mas talvez, pela pessoa que pleiteia, muitas vezes, vista por certos
outros como que ousada, candidatura galgando posto muito acima do potencial,
principalmente, porque o olhar dos outros - mesmo nesses tempos pós-modernos - quase
sempre tem a ver com o não ter posses.
Daí, não dispor de poder econômico suficiente para bancar uma candidatura desse
porte. “[...] Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor está em pé ou
cai; mas estará em pé porque o senhor é poderoso para sustê-lo [...]” (ROMANOS, 2018,
p.1.149). Enfim, tratamentos discriminatórios, mas que, em Deus, não precisam ser levados
em consideração, apenas, mencionados como prova de que tais preconceitos existem.
Quer dizer, mesmo que o pré-candidato não leve em consideração, certos comentários
discriminatórios, vale pensar que: “[...] É importante saber que quando o assunto é de
interesse público, a intenção do candidato só pode ser boa se suas ideias forem relevantes
para a população [...]” (NOVO, 2020, p.4). Então, o pré-candidato já deve se pautar nisso,
pois que se suas ideias não forem boas aos olhos dos mais próximos, será preciso pensar
mais um pouco, talvez, até que se construam os dotes necessários, as habilidades, no fim de
conquista dessa população.
A saber, o sujeito antes de expor seu desejo ao público mais próximo: familiares,
confessionais, colegas de educandário, correligionários, etc., sabe e compreende que essa
exposição – como confere aos hábitos, costumes e ensinamentos familiares – jamais deve
vir antes de ser indicado e convidado pelos grupos mais próximos, sobretudo, antes dos
partidários. A saber, a vontade é pessoal, mas esta não se sobrepõe à vontade dos outros.
Daí, “[...] Seja outro o que te louve e não a tua boca; o estrangeiro e não os teus lábios [...]”
(PROVÉRBIOS, 2018, p.689).
59
Para tanto, a boa candidatura, como nos costumes e ensinamentos familiares, é
aquela colocada, acima de tudo, segundo a vontade de Deus. Logo, devem ser estas as
primeiras observações. No entanto, “[...] qualquer cidadão tem o direito de requerer o
registro de sua candidatura, desde que respeitadas condições constitucionais e legais de
elegibilidade [...]” (CRB, art. § 3º, I a VI, a, b e c; CE, art. 3º, e LC 64/1990, art. 1º).
E na sequência, pós-observância dos preceitos mais salutares e dos mais próximos,
espera-se enfrentar todos aqueles comentários discriminatórios, no fim de saber se a pré-
candidatura é de interesse público, se o público mais próximo considera as suas ideias
relevantes, se avaliam a sua intenção enquanto pré-candidato em relação a eles, em relação
à cidade e, sobretudo, em relação à própria gerência do sistema político municipal, se
considerando que a pré-candidatura é para prefeito e precisa reunir habilidades próprias.
Mas ainda, no trato com o mesmo autor, vê-se ser preciso que a primeira palavra, em
relação ao querer ser candidato, também não ser dele próprio, porém, do grupo com quem se
desenvolvem as relações mais próximas. Então, vale conferir: “[...] Dessa forma, é preciso
entender aquilo que seus eleitores querem e que se ofereça algo realmente útil a eles. O
período pré-campanha é ideal para fazer isso [...]” (NOVO, 2020, p.4).
Daí, olhando-se para o autor, Novo (2020), que se percebe, junto ao desejo pessoal e
individual de concorrer a determinado cargo eletivo, são, supostamente, certos incômodos
caracterizados e combinados a indícios de hipossuficiência, a saber, receios de que a pessoa
do candidato possa se sentir exposta, muitas vezes, a condições de desejos reflexivos, porém,
intimidado diante das situações de querer e se permitir ser candidato.
Logo, se identificadas tais características, talvez, esteja no ponto do candidato repensar
e voltar noutro pleito. Só que, em Weber (1984), muitas vezes, a vinculação do carisma com a
posse de um cargo faz parte da transição da "transformação institucional do carisma". Então,
para os recém-chegados à política, como em Novo (2020), esse comportamento, supostamente
tímido, pode ter um significado ético, carismático, embora Weber esteja, de fato, de referindo
ao carisma vicioso do funcionário público no exercício da função pública.
E, de repente, compreende-se que a boa reputação de um pré-candidato está na visão e
avaliação que os outros têm dele, não na sua avaliação pessoal. Desse modo, este eixo
desponta-se como componente das justificáveis desta proposta de governo. Daí, mais uma
vez, será preciso elencar os grupos e ouvir os mais próximos, para não prejudicar a sua boa-
intenção enquanto pré-candidato.
[...] é evidente que a ocupação de cargos públicos nessas condições pode
resultar e favorecer os usos eleitorais do carisma de função, uma noção básica
na análise de processos de legitimação para Weber (1984, p. 856-889). Porém,
para este, se trata de algo bem mais geral e amplo e não se restringe
especificamente a processos eleitorais. A vinculação do carisma com a posse de
um cargo faz parte da transição da "transformação institucional do carisma" e
consiste na adesão "a uma organização social como consequência do
predomínio de organizações permanentes e tradições, surgidas no lugar da
crença carismática pessoal em heróis e na revelação". De qualquer modo, esse
"carisma do cargo oficial – a crença na graça específica possuída por um
instituto enquanto tal – não é, de maneira alguma, um fenômeno próprio da
Igreja e, menos ainda, um fenômeno próprio só de condições primitivas. Se
manifesta, inclusive, nas condições modernas e em uma forma politicamente
importante nas relações que mantêm os subordinados relativamente ao poder
do Estado" (WEBER, 1984, p. 873-874). Como nas condições estudadas, se
trata de disputa por cargos com base em determinadas "qualidades" atribuídas
a candidatos, onde se destacam aquelas "demonstradas" no exercício de cargos
60
públicos; por suposto, esse carisma do cargo pode ser transmitido aos seus
ocupantes [...] (WEBER, 1984, p. 873-874).
Doutro modo, ainda tocando no quesito do poder carismático, despontado na seção
anterior como característica de um pré-candidato, nesta proposta de governo que, de certa
forma, faz-se uma exigência do próprio Estado, como em Weber (1984), o funcionário
público que ocupa cargo oficial e vivencia um suposto carisma vicioso. Aliás, para ele, menos
ainda, um fenômeno próprio só de condições primitivas, por causa da relação que se costuma
fazer na crença do carisma da igreja com a graça concedida por Deus.
Assim dessa maneira, vista: “[...] Se manifesta, inclusive, nas condições modernas e
em uma forma politicamente importante nas relações que mantêm os subordinados
relativamente ao poder do Estado [...]" (WEBER, 1984, p. 873-874). Quer dizer, para o autor,
crítico radical aos carismas, aponta para o carisma oriundo do poder de Estado, de cargos
oficiais, altos funcionários públicos, como sendo, ao olhar desta proposta, dotes viciosos, que
tende a prender a atenção dos liderados usando de boas eloquências, mas é só aparato.
E, não somente, usando, inclusive, o posto público para adquirir favorecimentos
eleitorais. E continuando, vê-se que, ambos os conceitos de carisma, para ele, Weber (1984),
aparecem classificados como sendo fenômenos ultrapassados e primitivos. Diferente do
conceito apontado por esta proposta de governo que, na seção anterior, em que o termo
carisma recebe uma conotação de habilidade, ou seja, está relacionado à ética pessoal do pré-
candidato e suas habilidades intrínsecas para ocupação de cargos eletivo-públicos.
Logo, podem ser considerados critérios de grupos apoiadores como recursos para
indicação e defesa de seu pré-candidato mediante instâncias de poder partidário. Sem contar
também, que, em Weber (1984), o carisma pessoal sofre alterações, pós-assunção de cargos
oficiais no poder institucional, ou seja, o funcionário leva certo estilo carismático, porém, o
perde pela transformação institucional.
Agora, para a constituição, a compreensão do interesse pessoal de um pré-candidato,
passa pela capacidade político-representativa: “[...] conduz-se pela representatividade política
do povo, junto aos Poderes do Estado, a partir de eleições periódicas que são
consubstanciadas pela soberania popular no exercício do direito de sufrágio, no art. 1º,
parágrafo único e art. 14, caput, nas quais qualquer cidadão tem o direito de requerer o
registro de sua candidatura [...]” (CRB, art. § 3º, I a VI, a, b e c; CE, art. 3º, e LC 64/1990, art.
1º). Logo, a capacidade político-representativa vai funcionar como critério básico adotado
pelos foros sociais para fazer a indicação de seu pré-candidato.
Entretanto, a responsabilidade por colocar em prática o seu interesse pessoal de pré-
candidato, vai passar pelas instâncias populares, a saber, os polos de apoio onde o pré-
candidato encontra suas primeiras sugestões com indicativos de capacidade político-eleitoral,
político-relacional, sobretudo, o carisma com sentido de habilidade e vocação para
desempenho de cargo-público-eletivo, e assim por diante.
Daí, a compreensão criteriosa de uma boa pré-candidatura passa por sua indicação em
foros populares, previamente, ao foro partidário. Desse modo, este eixo desponta-se como
sendo mais um componente das justificáveis desta proposta de governo. Aí, em Manin (1995),
se vai tocar no funcionário público como suposto usuário do trunfo eleitoral, ou seja, dependendo do cargo, né.
[...] a inserção no setor público ou a ocupação prévia de determinado cargo
público pode permitir a sua utilização como recurso de mediação e conversão
em trunfo eleitoral. Por outro lado, as modalidades em que isso pode ocorrer
dependem do tipo de inserção e do cargo ocupado no setor público e sua
utilização eleitoral, bem como das concepções de "política" em confronto em
determinado processo eleitoral. Da perspectiva dos eleitores em potencial, como
destacado por Manin (1995, p. 187, grifos no original), para eleger determinado
61
candidato, os eleitores "devem julgar como superior a respeito da qualidade ou
ao conjunto de qualidades consideradas politicamente pertinentes",
selecionando, assim, "superioridades percebidas e diferenças reais". Por outro
lado, ainda conforme Manin (1995, p. 230), "a conduta passada dos candidatos
constitui um dos poucos dados disponíveis que permitem avaliar a confiança
que se pode depositar em seus engajamentos". No caso em pauta, além dos
"engajamentos", o próprio exercício de cargos públicos pode ser tomado como
critério de avaliação. Mas, em termos mais concretos, os princípios de definição
dessas "qualidades" podem ser compósitos e até contraditórios, além de
diversos. Por exemplo, podem estar mais diretamente associados a alguma
"capacidade administrativa", à disposição da promoção da "participação
política", ao "nível intelectual", à "capacidade de realização” [...] (MANIN,
1995, pp.187-230).
De outro modo, em Coradini, (2002), para a apreensão dos recursos e princípios de
legitimação postos em prática, são tomados, muitas vezes, alguns casos exemplares de
candidatos para os quais a inserção no setor público tem efeitos diretos. Por um lado, em
termos mais gerais, ao pertencimento regional, ou a tantas outras qualidades atribuídas e
destacadas em determinado candidato.
A saber, o autor refere-se aos candidatos, durante pleitos eleitorais, que procuram o
setor público em busca de apoio para as suas candidaturas. Entretanto, nesta proposta de
governo se busca a referência, em Coradini, (2002), sob o ponto de vista do funcionário dos
serviços públicos em se colocar como pré-candidato e contar com os polos de trabalho,
referentes à sua categoria profissional, no fim de se ponderar sobre sua vocação para pré-
candidatura nas eleições municipais.
O que, na verdade, é o caso da proposta de governo na construção de suas justificáveis
enquanto proposta. Para tanto, “[...] Isso é atribuído à imagem do Estado, não mais associado
apenas à "autoridade", mas como a de "fornecedor de serviços", o que é reforçado pela
crescente interdependência relativamente aos partidos políticos [...]” (COTTA et al., 2004, p.
9). Quer dizer, a ideia primária traz suas raízes das relações de um Estado cuja imagem se
desgasta devido à influência exagerada de certos políticos, certos fornecedores e, por isso, o
autor aponta a crescente interdependência como formas de entrelaces ainda maiores.
Contudo, numa visão secundária se traz raízes de que há setores nesse Estado que
trabalham para eliminar tais dependências. A saber, as influências político-partidárias ainda se
perpetuam nas relações com o Estado. Isso, em Weber (1984), se relaciona a disputa por
cargos com base em determinadas "qualidades" atribuídas a candidatos, onde se destacam
aquelas "demonstradas" no exercício de cargos públicos.
Para ele, um suposto carisma do cargo pode ser transmitido aos seus ocupantes. Isto é,
as relações dos funcionários públicos, no interior do Estado, com certos candidatos, só se
fazem aperfeiçoar cada dia mais, e nessas relações, supostamente, viciosas, a dependência
dessa influência política se torna cada vez maior. Enfim, vê-se que em ambos os estudos, as
relações viciosas se aproximam muito, diferenciando-se apenas, em Cotta et al, (2004), no
que tange aos setores que não aceitam essas relações.
Isso, principalmente, porque elas não estão somente no campo das relações político-
partidárias, mas também, no campo das relações empresariais, embora se considerando que,
em Weber (1984), não existem posicionamentos contrários. O que traz à tona a compreensão
de que os serviços públicos, de modo geral, salvas algumas exceções, se deixam influenciar
por relações viciosas.
Finalmente, no que se referem às justificáveis do plano de ação, estas se diferenciam
sobremaneira, se considerando que a relação de interdependência, nos bastidores do Estado,
está no campo da opinião. Quer dizer, como se trata de relações próximas, a pré-candidatura
busca apoio moral, opiniões sinceras sobre as reais habilidades do futuro candidato e sua
62
vocação para disputar o pleito, bem como para o exercício do mandato. Para tanto, constitui-
se esta em mais uma justificável do plano de ações gerais da pré-candidatura do PSOL.
5.2 Justificáveis finais
Finalmente, enquanto justificativas de um plano de governo para um futuro e pretenso
exercício à frente de um sistema político-administrativo-municipal, o que se pensa ter sido
feito, foi apresentar as razões fundamentais dos verdadeiros motivos que levaram o Partido Socialismo e Liberdade – PSOL, bem como sua pré-candidatura a prefeito de Ibirité, a
elaborarem o referido Plano de Ações Gerais para a cidade.
Então, nisso posto, valem lembrar que para montar o plano de ação, suas ações prévias
passaram por etapas e processos de pesquisas, ou seja, não foi simplesmente fazer e pronto,
como, às vezes, criticam alguns. Também, as pesquisas passaram por diversos contextos
diferentes, vindo desde bate-papos em pontos de ônibus, saguões de pronto-atendimento de
saúde, polos educacionais, reuniões de pais e mestres, pesquisas bibliográficas comuns,
pesquisas, basicamente, na internet, consultas às redes sociais, mensagens por Whatsapp,
conversas ao telefone, e assim por diante.
Desse modo, assim como as pesquisas possibilitaram situações trabalhosas, os estudos
justificáveis também. De outro modo, estudos também trabalhosos para cuja essência
resultou-se em pontuados e ponderações dirigidas aos eixos justificáveis, e estes, por sua vez,
não se os necessitam pontuar nem se os considerar, se estes já estão demarcados em suas
contextualizações textuais justificáveis.
6 OS CONCEITOS DE CONSCIÊNCIA CIDADÃ SITUADOS MEIO ÀS
PROBLEMÁTICAS SOCIAIS
6.1 Toques teóricos iniciais
Em se tratando de marco de conceituação e contextualização teórica, o que se pensa
possível fazer, é apontar nesta tarefa textual o que, de fato, marca significativamente, o plano
de ações gerais, no modo como essas marcas vêm se destacando nos contextos histórico,
político, social, administrativo, e os contrastes sobre que estes se vêm pautando. Nisto
importa, sobretudo, aos pontos de vistas teóricos, o em que e com quem se os contrastam
como estes se realizam, em que e até onde a cidade participa desses fatos que se destacam e,
por isso, marcam, politicamente, a vida dela.
E, ao lado disso, sob as mais bem-recomendadas referências: conceituais-histórico-
teóricas: consultas virtuais, legislações vigentes e, também, sob as leituras e observações dos
mais recentes e críticos artigos científicos, este se possa afirmar enquanto marco teórico.
Então, no que se posta, ficará, possivelmente, teorizado, e essas contextualizações girem
apenas em torno dos eixos-problemas e que, por serem os mais necessitários de toques
teóricos, também requeiram pormenorizadas fundamentações e experiências respaldadas pelas
mais diversas e atualizadas referências bibliográficas focando sempre os conceitos e teores
desejados.
Para tanto, apontando e fundamentando eixos teóricos sumamente importantes para
constatarem que as experiências vivenciadas pelos autores são realmente necessárias para a
desenvoltura do plano de ações gerais, além de comprovarem, cientificamente, que os
problemas da cidade podem ser difíceis, sonhados demasiadamente, mas não impossíveis de -
tratados à luz de boas políticas públicas, boa gestão, ainda que de longo prazo - tenham
soluções.
63
Logo, ao sabor das mais atualizadas referências bibliográficas e sob as boas reflexões
críticas, pretende-se chegar ao marco teórico da conceituação e contextualização, tendo como
referências temáticas de base, as principais problemáticas sob as quais, Ibirité vem
experimentando, com o passar dos anos. Experimentações estas que servirão para, a partir
delas, se apontarem, também, os eixos contextuais propositivos nas práticas políticas futuras
da cidade de Ibirité. Para tanto, assim se os fazem teorizar-se:
6.1.1 Eixos democrático-participativos
6.1.1.1 Implementos em políticas novas de participação popular
No tangente aos implementos das políticas novas de participação popular, o que os
marca, no caso de Ibirité, são as suas ausências, no que se as pensam frágeis, não por elas em
si, mas em razão dos atrelamentos entre o sistema político e certos setores da sociedade. E
isso, no que se depara ao conceito de democracia, traz à tona: “[...] a democracia é um modo
de vida que é conduzido pela fé pessoal no cotidiano pessoal de trabalho conjunto com outras
pessoas [...]” (DEWEY, 2008 [1939], p. 140).
E esse modo de vida democrático que a sociedade vem construindo com o passar dos
tempos, é o mesmo modo de vida que o atual sistema político administrativo municipal não o
reconhece como tal, senão aquele pautado nessas relações de atrelamento. Daí, para ser
democracia popular, precisa contar com participação ativa. Entretanto, se olhada em Ricci
(2005), que trata da participação popular, por meio de conselhos e mecanismos de
representação direta da sociedade. Então, para ele, a democracia tem de ser direta, e para esta
proposta, não pode estar presa a atrelamentos.
Nesse tanto, para ser o que se pretende democracia ativa, tem de se posicionar auto e
criticamente em relação a sua participação, tem de estar nos serviços do sistema, sem
necessariamente estar profissionalizado nele, mas se o estiver, seu comportamento não pode
fugir dessas ponderações: pontuando criticamente os feitos do sistema, numa crítica
construtiva e sem-malefícios, num comportamento e observância política tal, que os de fora
possam destacá-lo como um não atrelado, portanto, um sujeito politicamente correto e
consciente.
Noutro tanto, não se diferente do que pensa o instituto: “[...] A participação efetiva vai
além do envolvimento neste ou naquele projeto, assim como não se limita ao envolvimento de
uns poucos membros da comunidade [...]” (CEPA, 2002, P.12). É claro, a crítica se faz
funcional e atualizada, pois que toca nas relações atreladas de Ibirité, ou seja, a política de
atrelamento não permite a participação de muitas pessoas, senão alguns poucos, porque tudo
se desemboca num conjunto de interesses ultra pessoais.
Contudo, se olhado como pensa Mattos (2012), que trata dos embates políticos,
sabendo-se que, muitas vezes, atrás deles estão os interesses diversos. Então, se o sujeito for
adepto das políticas de atrelamento, sua representatividade comunitária fica totalmente
comprometida, porque as boas políticas comunitárias não serão propostas e, muito menos,
defendidas por esse sujeito, por causa de seu comprometimento e suas relações viciosas com
o sistema municipal.
Diz-se assim, pois que, muitas vezes, esses atrelamentos dão frutos a seus atrelados. E
é o que não poderia ocorrer, jamais. Daí, a compreensão de que participação popular somente
funciona quando existem sinceridade e honestidade nas relações, portanto, esta não combina
com relações de atrelamentos. Nisso posto, em Mattos (2012), se vai apontar que ambas as
partes: comunidade e sistema administrativo podem trabalhar juntos sem se pautar por vícios,
pois que é nessa participação popular e ativa que moram as conquistas da cidade:
64
[...] Esse processo ocorre com um embate político entre diversos interesses, e
quando da definição do objetivo da politica adotada, serão rejeitas várias
propostas de ação. É aí que reside a importância da participação ativa de um
corpo técnico da administração pública que deverá fundamentar com clareza a
proposta escolhida no que se refere à utilização de diversos recursos necessários
– materiais, econômicos, técnicos, pessoais, dentre outros - e disponíveis [...]
(DIAS, MATOS, 2012, p. 76).
Dessa maneira, sobretudo, como pensa Mattos (2012), abordando sobre a participação
ativa de um corpo técnico com sentido de fundamentar as clarezas de uma proposta de
trabalho. Enquanto que, no caso deste plano de ação, prefere-se compreender esse conceito
como sendo as composições paritárias nas relações de participação popular, no grau de
honestidade como elas se entrecruzam, nos resultados a que elas produzem para a cidade.
Tudo se faz crer que, nessas relações, não há ninguém ali pensando no que o gestor
setorial ou mesmo o gestor municipal esteja oferecendo ao troco de estar ali prestando os
serviços de relevância. Isto importa a um sistema em que se implementam políticas novas de
participação popular. Senão isto, de que valerão as políticas públicas, se não a apenas alguns
setores da cidade, por causa das relações de privilégios.
Então, pensando nisso, vê-se que não é este último o conceito a que se quer chegar. De
outra maneira, a olhar o conceito de democracia pela visão de: “[...] Democracia é a crença de
que mesmo quando necessidades e fins ou consequências são diferentes para cada indivíduo,
o hábito da cooperação amigável – que pode incluir, como no esporte, rivalidade e
competição – é em si um acréscimo valioso à vida [...]” (DEWEY, 2008 [1939], p. 140).
O que se percebe é a necessidade de que as próprias relações humanas exigem:
cooperações amigáveis, gestos e competições que se rivalizam, mas no campo das amizades,
jamais em campos de revolta, distrato, dentre outros que não se justificam em relações de
amizade. Quer dizer, as rivalidades existem, mas as relações humanas precisam girar em torno
das amabilidades.
De repente, assim, como Salomão nos orienta: “[...] Como o óleo e o perfume alegram
o coração, assim, o amigo encontra doçura no conselho cordial [...]” (PROVÉRBIOS, 2018,
p.689). O homem não foi criado para viver em situações desarmônicas. Deus o criou para
viver em harmonia, entretanto, só não o consegue em razão da imperfeição humana. Contudo,
não significa que, porque é frágil, não possa lutar contra as fragilidades, a viver vida
tranquila.
Mas, voltando ao conceito de democracia como sendo crença sobreposta aos valores,
como se versa em Dewey (2008), o que se quer pontuar não é exatamente essa ausência de
participação popular nas relações políticas no sistema municipal, mas, mais que isso, ou seja,
o resgate dos valores perdidos meio a essas relações. É preciso combater diuturnamente as
relações políticas de atrelamento, para que, em meio a esses combates, se possam resgatar
valores perdidos no âmbito dessa participação popular.
Mas não só, reconstruir valores e, ao reconstruir, apurar a constatação de novos
valores. E isso tudo transformado em políticas públicas de participação popular. Aliás, por se
lembrar de atrelamentos, assim, tomando como base as orientações de Kunsch (2009), é
preciso evitar três aspectos: a tentativa de suprimir a opinião popular, sobrepujando a visão
alternativa pela visão técnica. E ainda nisso, a utilização de metodologias fora da realidade
comunitária.
Para tanto, a exclusão dos menos esclarecidos no processo de planejamento
participativo também. A saber, este é o teor da discussão a que se quer chegar: um conceito de
democracia popular com senso de corresponsabilidade, algo que, em Henriques (2007), se
consegue perceber sua natureza e receber apoio moral, estímulos e incentivos para continuar
na construção de um conceito de democracia conjugado ao senso de não atrelamento.
65
[...] No sentido contrário dessa perspectiva, surgem as Relações Públicas
Populares, Alternativas ou Comunitárias, que independentemente da
nomenclatura têm por finalidade estabelecer e manter vínculos sociais
entre os movimentos e seus públicos, por meio da co-responsabilização
[...] A co-responsabilização ocorre quando os [...] públicos se sentem
parte integrante do movimento ao ponto de se assumirem como
elementos fundamentais para a manutenção da Organização Não-
Governamental (ONG), Associação, Entidade ou outros. [...] corrobora
ao afirmar que as ações de Relações Públicas Populares devem ser
pensadas com a intenção de gerar a coresponsabilidade, que é o caminho
mais viável para gerar a participação, mobilização verdadeira e efetivo
êxito das iniciativas [...] (HENRIQUES, 2007, p.46).
Por conseguinte, as vias da corresponsabilidade como, em Henriques (2007), se faz
reforçar, traz à tona os conceitos em torno da consciência comunitária, pois que só através da
consciência se vai construir este conceito de relação corresponsável que, jamais se pode
compreendê-lo como relação de atrelamento. Na corresponsabilidade, tanto entes do governo,
quanto da sociedade civil assumem papéis sumamente importantes no sistema municipal, mas
não se configura numa relação de “toma-lá-dá-cá”.
E em muitos sistemas vai até mais que isto: vícios e mais vícios, até desgastar a
política dos agentes locais. Neste sentido, vale até voltar à consciência sobre como diz o
autor: “[...] a consciência clara de uma vida comunitária, em todas as suas implicações,
constitui a ideia de democracia [...]” (DEWEY, 2008 [1927], p. 55). É um conceito de vida
comunitária em que se implicam diversas situações, mas que também não se tem definido o
papel de cada um no bojo da democracia.
Consciência sim, mas com definição de papéis, senão, não se o têm claro o teor e valor
da consciência. Daí, havendo dúvida, a comunidade tende a dispersar-se. O que não é
interessante no que tange ao conceito de consciência comunitária que vem sendo trabalhado
como eixo de teorização deste plano de ações gerais. Assim, para o instituto CEPA (2002),
"Fazer e ser parte de", ativa e solidária, leva, obrigatoriamente, ao reconhecimento de
objetivos comuns.
E estes, por sua vez, e à formulação de uma estratégia compartilhada, compatível com
a capacidade das pessoas e com as especificidades de cada município. Então, o senso de
corresponsabilidade como, em Henriques (2007) aparece colocado como estratégia política de
responsabilidade popular, ou seja, há compromissos entre ambas as partes: comunidade e
governo. E, principalmente, porque, não é só e somente só, o senso de corresponsabilidade,
mas o reconhecimento da capacidade intelectual.
Quer dizer, de cada pessoa no sistema, independentemente, de quem seja ela, se
profissional a frente de cargo no sistema, se não profissional, mas popular e sem nenhum
cargo no sistema. Contudo, no âmbito das relações, comunidade/sistema municipal, os papéis
assumidos são corresponsáveis, porque cada partícipe vai fazer segundo as suas condições
físicas e intelectuais. E todos se respeitam mutuamente.
Dado isso e, para finalizar, vê-se ainda em: “[...] Em regimes democráticos, um
governo é eleito e pode ser alterado de eleição para eleição. A gestão (ou administração) está
diretamente vinculada ao programa de governo da força política eleita e aos cargos de
confiança que são preenchidos pelos eleitos [...]” (RICCI, 2005, p.13). Nestes termos, o
conceito de democracia que a gestão constrói está na relação que o eleito vinculou com os
eleitores durante as eleições e, por isso, esse eleitor, fatalmente, vai ser ocupante de cargos
confiáveis no governo.
E isto não se configura, exatamente, como sendo relação de atrelamento. Mesmo tendo
havido participação ativa do eleitor/apoiador, durantes as eleições, essas escolhas para cargos
confiáveis tem de passar por avaliações técnicas e políticas, dentro de um congresso
convocado para esse fim, e proceder com as escolhas, necessariamente.
66
A compreensão de que participação popular somente funciona quando existem
sinceridade e honestidade nas relações, portanto, esta não combina com relações de
atrelamentos. Conquanto, também se vai apontar que ambas as partes: comunidade e sistema
administrativo podem trabalhar juntos sem se pautar por vícios, pois que é nessa participação
popular e ativa que moram as conquistas da cidade.
O conceito de democracia popular com senso de corresponsabilidade, mas não só, a
compreensão de que é a consciência comunitária conjugada ao senso de corresponsabilidade é
que vão conter as relações de atrelamento até eliminá-las por completo, bem como resgatar
valores de participação e dar sustentabilidade às políticas de participação popular.
6.1.1.2 A instituição dos orçamentos participativos
A começar do pensamento novo em termos de instituição dos orçamentos
participativos, embora essa possa ser considerada política já experimentada em várias cidades
no Brasil, sobretudo, Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, onde nasceu a ideia em 1989 com a
eleição de Olívio Dultra pelo PT. Mesmo assim, embora, as experiências tenham sido
significativamente valiosas nos contextos citadinos como um todo portalegrense e organizado.
Só que, em Ferraresi (2003), se vai perceber que as experiências italianas com o
municipalismo, originário da Idade Média, desembocam-se nos orçamentos participativos.
Quer dizer, foram à luz desta tradição, que seriam lidas as experiências italianas do
Orçamento Participativo, como confirma a declaração de um dos autores da “Carta do Novo
Município”, sustentando que a experiência incipiente da rede levou a Porto Alegre “a grande
tradição do municipalismo italiano”.
Por aí, se vê que não se trata de política nova, se considerando o tempo na História,
no entanto, política nova, porque o que conceitua o termo, não é exatamente a experiência
transcorrida com o tempo, mas o grau de participação e envolvimento dos cidadãos no
trabalho de participação popular. E as experiências mostram que quem sempre ganhou com
isso foram cidades, sobretudo, dentre as já exemplificadas. Sem contar a grande Experiência
de Belo Horizonte, com a eleição de Patrus Ananias (PT), em 1992.
Contudo, ao toque especial dado por: ”[...] sendo o OP uma política que envolve
instituições (desde normas, regras, procedimentos, convenções e organizações) que se
propõem incorporar a participação popular na tomada de decisão sobre recursos
orçamentários, [...]” (PIRES, R., 2001, p. 82), se vai ver que as características do Orçamento
Participativo enquanto política pública de participação popular retoma toda aquela ideia de
envolvimento com a coisa pública, conforme pensa Cepa (2002), sobre a participação efetiva.
Isto, principalmente, porque vai além do envolvimento neste ou naquele projeto,
assim como não se limita ao envolvimento de uns poucos membros da comunidade. Quer
dizer, a ideia de democracia retomada com as implementações do Orçamento Participativo
vão tornar as relações muito mais sérias e menos atreladas, como em Henriques (2007),
menos comprometida com os vícios políticos. Porém, isso tem um quê. É a relação de
comprometimento com a cidade que essa política pública é capaz de estabelecer.
Nas práticas sociais direcionadas por essa política os cidadãos se inteiram de
informações, de conhecimento, mui aprofundado até, como em Pires (2001), sobre as normas
que regem a participação popular, regras sob as quais, os orçamentos participativos se
enquadram, os procedimentos nas práticas políticas que os cidadãos adotam, sejam nas tiradas
de prioridades de serviços e obras, nos orçamentos e previsões de gastos com tais serviços e
obras, nas experiências de convívios sociais, na participação das reuniões ordinárias, nas
assembleias gerais, nas convenções e organizações dos orçamentos, etc.
Sem contar que, o corpo diretor dos orçamentos participativos, segundo este Plano de
Ações Gerais, somente recebe orientações técnicas dos profissionais no sistema municipal,
67
entretanto, se compõem dos entes exclusivamente populares, pelo menos, no que tange a este
plano de ações gerais. Daí se vai ver também que as políticas direcionadas pelo Orçamento
Participativo, como em Ferraresi (2003), retomam, habilidosamente, um novo conceito para a
democracia.
E, para tanto, um novo conceito de participação popular, uma nova forma de assunção
de responsabilidades políticas e corresponsabilidades sociais, bem como novo modo de as
comunidades participarem da vida político-pública da cidade, e lugar de as pessoas
adquirirem conhecimento, a partir de suas próprias experiências nas vivências e convivências
dentre as relações saciais e correlações com o sistema municipal.
Por isso, em Ferraresi (2003), se vai compreender como se leem a Carta do Novo
Município, e como se vão dar as experiências de autogoverno municipal, tendo a Itália como
grande herdeira do Comunalismo Medieval, Porto Alegre como receptora dos Orçamentos
Participativos na Itália e Belo Horizonte como delegada na continuidade dessas experiências:
A Carta do Novo Município, bem como a rede que adoptou as suas linhas
directivas, valem-se de um contexto histórico, cultural e administrativo que, na
Itália, é particularmente fértil em matéria de autogoverno municipal, herdeiro
das formas mais completas do comunalismo medieval (como já observava Max
Weber em 1889) e das experiências renascentistas que “conservaram uma
grande vitalidade também nos séculos sucessivos, igualmente por causa da
fragmentação política do país” (Bobbio, 2003: 29). E foi à luz desta tradição
que seriam lidas as experiências italianas do Orçamento Participativo, como
confirma a declaração de um dos autores da “Carta do Novo Município”,
sustentando que a experiência incipiente da rede levou a Porto Alegre “a
grande tradição do municipalismo italiano”, centrada na inovação contínua da
“célula fundamental do nascimento da democracia, como é o município, a
comuna: a raiz da refundação da cidade desde a Idade Média” (Ferraresi, 2003,
p. 186).
A continuar sob o pensamento novo abordando a instituição dos Orçamentos
Participativos, sobretudo, no saber de Ferraresi (2003), no que contempla o município como
sendo o renascimento da democracia e o modo de fazer com que essa ideia de democracia
nova se alastre pelos contextos sociais de cidades, principalmente, porque são relevantes os
fomentos democráticos de participação popular. Daí, estes se fazem capazes de mudar
completamente os contextos sociais da cidade.
Haja vista para o que pensa: “[...] a constatação empírica da realização deste propósito
– não questionando a forma e extensão de sua realização – nos leva a dizer que OP ‘funciona’,
isto é, produz resultados [...]” (PIRES, R., 2001, p. 82). Sim, é verdade que as políticas
públicas voltadas para os Orçamentos Participativos funcionam, basta acompanhar suas
dinâmicas pelos contextos citadinos a fora. Estes adotaram regras específicas para o estabelecimento de prioridades de serviços e
obras públicas. Então, assim, funciona. No entanto, se as assembleias não conseguem
estabelecer suas regras para realizar as escolhas, também, nesse contexto social, se vai afirmar
que os Orçamentos Participativos não funcionaram. Contudo, neste tanto, vê-se, em Pires
(2001), que nas experiências estudadas por ela, este funcionou.
Dera-se em bons resultados, porque – respeitadas as particularidades de cada
município - foi possível envolver técnicos devidamente preparados para exercício prático
desta política, ou seja, o de orientar prazerosamente os usuários nesse serviço. Mas, não
somente estes, a participação do povo na execução desses serviços se faz muito mais
envolvente até, principalmente, porque não existe uma cobrança exageradamente
insustentável, como nos sistemas de não gestão, mas de administração direta.
Quer dizer, em Kingdon (1995), onde se dá as pessoas mais liberdade para agirem,
supõe-se agem mais. E é isto que as políticas públicas voltadas para a participação popular
68
precisam fazer: envolver as pessoas nos processos de participação popular; fazer com que elas
gostem de estar ali, de cumprir com as tarefas distribuídas democraticamente a cada um dos
partícipes.
Noutro tanto, observa-se que: “[...] descreve os empreendedores de políticas públicas
como "dispostos a investir seus recursos - tempo, energia, reputação e dinheiro - para
promover uma posição na expectativa de um retorno futuro sob a forma de benefícios
materiais, práticos ou solidários [...]" (KINGDON, 1995, p. 179). É dessa amizade com o
sistema municipal que o autor se nos está remetendo.
Todavia, também se precisa ir e, ao mesmo tempo, voltar, sobretudo, pensando na
eficácia dos serviços sob o olhar da disposição pessoal, da boa-vontade, ou seja, não nas
doações de serviços sem as meras relevâncias, pois que, podem cair nos atrelamentos
políticos e a relação de dependência, por parte da comunidade, se faz tão-segura que o próprio
sistema perde o controle da coisa pública.
Daí se vai ver, primeiramente, no caso público, que os Orçamentos Participativos,
segundo as experiências vivenciadas por outros municípios, são políticas que funcionam.
Logo, se elas são políticas que funcionam mais necessárias tornam, para este plano de ações
gerais, praticá-las.
Secundariamente, constituem ver pelo conceito de governança, como é que funciona:
“[...] Por último, a contribuição mais peculiar à governança é a função direção, entendida
como a soma de liderança e atividades de coordenação. O modelo relacional da GP põe ênfase
na coordenação entre atores públicos e privados, [...]”. (SECCHI, 2009, p. 364). Expressando-
se assim, dá para ver que as relações de gestão social e populares não estão somente no campo
dos serviços públicos, mas também, no campo dos serviços privados, embora, ele toque
apenas na governança pública, como se passa a compreendê-las:
[...] O tipo de relacionamento entre os ambientes internos e externos à
organização pública é um ponto em comum entre os modelos gerenciais e o
modelo de governança pública. Os modelos diferem da burocracia nesse
aspecto. As esferas públicas e privadas são tratadas como impermeáveis no
modelo burocrático weberiano, até como estratégia para enfrentar as ameaças
de corrupção e patrimonialismo que assombravam as organizações pré-
burocráticas [...] (SECCHI, 2009, p. 364).
Conseguintemente, em Secchi (2009), se toca no advento da governança pública,
apontando como alternativas de governança as vias públicas e privadas como estratégias para
enfrentar as ameaças de corrupção. Quer dizer, a este modelo de que se fala, também, os
autores apontam: “[...] afirmam que a difusão de políticas públicas é similar a um modelo de
equilíbrio pontuado, no qual se verificam irrupções de ajuste de políticas, movidas pela
abertura de vácuos de gestão que permitem aos empreendedores promover a adoção de novas
políticas [...]” (BAUMGARTNER e JONES, 1993, p. 29).
Aliás, por assim dizer, discorrem sobre as políticas públicas como sendo eixos de
equilíbrio com fins de abrir o leque para os vácuos de gestão, aonde se promovem os
empreendimentos, e isso, por causa das novas políticas implementadas, facilita o implemento
de outras novas políticas de empreendimentos a partir daquelas já implementadas. E aí, no
conceito pontuado por: “[...] e na capacidade de coordenação horizontal entre organizações
públicas, organizações do terceiro setor, cidadãos, redes de políticas públicas e organizações
privadas, na busca de soluções para problemas coletivos [...]” (SECCHI, 2009, p. 364).
Daí, desta visão conceitual pautada em políticas maiores geradoras de políticas
menores, se vão compreender, conforme versam Baumgartner e Jones, (1993), se vão
conceber também as políticas de formação de redes de políticas públicas. E tudo isso, sob a
ótica da solução dos problemas coletivos. Mas, no que concerne às políticas públicas dos
69
Orçamentos Participativos, o que se faz crer: [...] o funcionamento do orçamento participativo
é dividido em várias etapas. Primeiramente, o autor diz que se deve analisar em que setor o
orçamento participativo é desenvolvido nos municípios, se na prefeitura local, em secretarias
de planejamento ou em uma secretaria específica para desempenhar tal função [...]”
(SÁNCHEZ, 2002, p. 41).
A saber, como se trata de um implemento novo e composto de várias etapas
diferentes, inclusive a sua própria composição técnica, que se não faz dirigir, mas orientar
apenas, sua mesa diretora não contida de técnicos, mas de membros originários das
comunidades de bases. Na oportunidade, vale lembrar as experiências de Belo Horizonte entre
1993 e 2004, começando com Patrus Ananias PT, passando por Doutor Célio de Castro (PSB)
e encerrando com Fernando Pimentel.
Nesse caso, sobretudo, as políticas implementadas em 1993, as conquistas da cidade
em termos de participação popular, praticamente, não só se resgataram, mas renasceram. Haja
vista para a Serraria Souza Pinto, depois de anos e anos ao relento e abandono, sobressai
como espaço cultural da cidade. E as políticas voltadas para os catadores de papel, o quanto
não foi importante para tantas populações que não tinham, praticamente, o que comer.
Finalmente, um novo conceito de participação popular se faz construir, sob uma nova
forma de assunção de responsabilidades políticas e corresponsabilidades sociais, bem como
novo modo de as comunidades participarem da vida político-pública da cidade e lugar de as
pessoas adquirirem conhecimento, a partir de suas próprias experiências nas vivências e
convivências dentre as relações sociais e correlações com o sistema municipal.
Daí se vai ver, primeiramente, no caso público, que os Orçamentos Participativos,
segundo as experiências vivenciadas por outros municípios, são políticas que funcionam.
Logo, se elas são políticas que funcionam mais necessárias tornam, para este plano de ações
gerais, praticá-las, incondicional e necessariamente, sobretudo, sabendo aproveitar as
experiências vivenciadas pelos próprios citadinos, como foram experiências de Belo
Horizonte.
Um novo conceito de participação popular se faz construir, sob uma nova forma de
assunção de responsabilidades políticas e corresponsabilidades sociais, bem como novo modo
de as comunidades participarem da vida político-pública da cidade e lugar de as pessoas
adquirirem conhecimento, a partir de suas próprias experiências nas vivências e convivências
dentre as relações sociais e correlações com o sistema municipal.
Os Orçamentos Participativos, segundo as experiências vivenciadas por outros
municípios, são políticas que funcionam. Logo, se elas são políticas que funcionam mais,
necessárias tornam, para este plano de ações gerais, praticá-las, incondicional e
necessariamente, sobretudo, sabendo aproveitar as experiências vivenciadas pelos próprios
citadinos, como foram experiências de Belo Horizonte.
6.1.1.3 A reorganização dos conselhos municipais
E, assim, a começar da organização dos conselhos, conforme pensa Oliveira (2004),
abordando o princípio da participação popular, compreendendo que em termos de
organização, este fica como que sem papéis definidos, e a cidade fica como que sem-
transparência. A olhar pela regência da lei, os conselhos municipais se definem como: “[...] A
assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à
seguridade social, [...]” e tem por objetivos a alcançar.
Então, o fato de estar se reunindo em separado sem que um perceba a funcionalidade
do outro e vice-versa, dá a impressão de algo sem-autonomia para as tomadas de decisões.
Para tanto, o autor os reconhece: “[...] Os Conselhos têm origem em experiências de caráter
70
informal, sustentadas por movimentos sociais, como “conselho popular”, ou como estratégias
de luta operária, na fábrica, as comissões de fábrica [...]” (OLIVEIRA, 2004, 56-69).
E mesmo tendo essas origens não consegue se estabelecer enquanto conselho dos
movimentos sociais. Logo, o que está faltando iniciativa e ação da parte de que os administra.
Este é um problema constatado, mas não diz respeito à estrutura sob a qual os conselhos se
fundamentaram, ou seja, tem de ser resolvido noutra instância. O que se preza aqui é observar
o que a lei orienta sob a constituição dos conselhos.
Daí, ainda abordado pelo autor: ”[...] o debate da Constituinte e levaram à
incorporação do princípio da participação comunitária pela Constituição, [...] várias leis que
institucionalizam os Conselhos de Políticas Públicas [...]” (OLIVEIRA, 2004, 56-69). Assim
sendo, a autonomia dos conselhos começa sob o amparo da lei. Não é somente a
funcionalidade, mas o direito a atuarem de modo organizado.
Daí, porque são oriundos das classes populares, não significa viverem ou terem de
viver sob o senso da desorganização. Dessa maneira, não necessariamente saber em detalhes
a funcionalidade de um conselho para o outro, mas se observa que segundo a Lei 8.142 de 28
de dezembro de 1990, que define a competência dos conselhos de saúde, por exemplo, artigo
1º, parágrafo 2º, define também as formas de composição e o grau de democracia, de
transparência de capacidade mútua no âmbito de todos eles.
Quer dizer, se há entendimento para que um conselho saiba das atividades do outro,
significa haver transparência nas relações entre eles e, portanto, há democracia no trabalho de
orientação dos conselhos, o que não acontece em Ibirité, mas o que marca a cidade é que os
conselhos existem. Daí, para esta proposta, fica claro que o senso de organização está acima
dos problemas detectados.
Os conselhos têm de se organizar de acordo com sua autonomia, e assim fazendo, se
reconhecem atuantes nos papéis para os quais a lei os criou. Nesse caso, como se trata de
marca histórica dos conselhos na cidade, haja vista para as formas de composição dos
conselhos, por hora, política de saúde, mas por definição legal, políticas de abrangência dos
conselhos, de modo geral, mas também, como a lei os define cumprindo papéis sociais e
alcançando objetivos:
[...] Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar,
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivo: I- a
proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II – o
ampara às crianças e adolescente carentes; III- a promoção da integração ao
mercado de trabalho; IV- a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de
deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; V- a garantia
de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e
ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou
tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei [...] (CRB, 1988, p.91)
Dessa maneira, como se observa a lei, em CRB (1988), cabe a ela a promoção da
integração comunitária, e aos conselhos, pós-organizados, a execução dessa integração. No
entanto, se olhado, em Gramsci (2007), que aborda a vontade política e coletiva, bem como a
consciência operosa que se constrói a partir da necessidade histórica, ou seja, os conselhos
municipais estão organizados de início dos anos 90.
E, para ele, o conceito de vontade coletiva está firmado na existência de condições de se
criá-la em âmbito nacional, enquanto no entendimento desta proposta, a vontade coletiva
começa a se construir debaixo para cima. E isso já vem sendo proporcionado à cidade. Haja
vista para o que já foi a Federação de Associações Comunitárias de Ibirité, o Projeto Cultural
sob a égide dessa Federação, quanta coisa não trouxe em termos de ações comunitárias, em
termos de formação de lideranças, em termos de novos hábitos de cultura, dentre outras.
71
E isso tudo culmina, mais tarde, com a formação dos conselhos municipais. E só estes já
se contam 30 anos. Agora, nesse caso, se há desorganização, é porque faltam políticas
públicas com ações comunitárias mais producentes. Quer dizer, noutro caso, em Oliveira
(2004), pode-se perceber a falta de organização interna e integração entre os conselhos, de
modo que não existe iniciativa de integração nem puxada pelo próprio conselho municipal,
muito menos pelas secretarias.
A saber, estes são problemas detectados, mas o teor de tais problemas está na falta de
políticas públicas de organização. É claro que o autor, no caso, aborda sobre o Conselho
Municipal de saúde, mas as regras para conselhos são todas de mesma natureza, em geral. Daí
vê-se serem na construção popular dos conselhos municipais que se instauram, sob as
orientações técnicas e legais, os novos modos de aplicação das políticas públicas voltadas
para o campo popular.
Então, é ter consciência operosa, conforme versa Oliveira (2004), com sentido de
elaboração delas visando à organização, no caso de implemento novo, e reorganização, no
caso do já existente. Por exemplo, no caso de Ibirité, em que, segundo pesquisas levantadas,
os secretários quase sempre não participam das reuniões dos conselhos, sabem das decisões
via-terceiros e mesmo assim, não as cumpre. Isso acontece porque faltam políticas de
organização, mas não só, faltam iniciativas da parte do agente político principal.
É todo um jogo de desorientações e comportamentos profissionais desprezíveis, que a
cidade também precisa aprender a desprezar, fazendo conforme ainda versa a constituição:
“[...] obter certidões em repartições públicas (Art. 5º - XXXV), fiscalizar as contas, participar
dos conselhos de gestão de saúde (Art. 198º - III), assistência social [...]” (BRASIL, 1988,
p.13). Para tanto, o que os conselhos não cumprem, mas a lei determina é que sejam
consultores e fiscalizadores à altura de sua autonomia.
Daí, o que se compreende definido, nesta seção, é fazer a promoção da integração
comunitária, através dos conselhos; é promover a consciência operosa de que a definição e
organização dos conselhos já existem, o que falta é a gestão político-administrativa deles à
altura de eles poderem cumprir seus papéis sociais com eficiência e eficácia.
[...] Seguindo a orientação do texto constitucional o legislativo brasileiro passou
a regulamentar a implementação dos vários conselhos propostos, em leis
especiais, das quais destacamos o ECA, artigo 88, inciso II, a constituição e
implementação de Conselhos de Direitos, órgãos deliberativos e controladores
das ações […]” em que está “assegurada a participação popular paritária […]”
nos municípios, Estados e no plano federal. E a lei federal nº 8742 de 7 de
dezembro de 1993, que determina que a assistência social deve ser prestada,
preferencialmente pela União e pelos municípios. É importante observar que os
Conselhos Municipais também estão previstos nas leis orgânicas dos
municípios. Para Alexandre Fortes os Conselhos Municipais são: “órgãos
responsáveis pela elaboração, integração e controle das políticas públicas
voltadas para a assistência social” [...] (CRB, 1988, p.108).
E assim, como reza em CRB (1988), essa falta de interfere em suas ações, assim como
impede que outras políticas públicas possam ser implementadas, impedem coisas mais
simples até, como os próprios conselhos de se organizarem a contento a seus interesses em
sintonia aos seus papéis definidos. Quer dizer, se olhar novamente a constituição: “[...] (Art.
206º - VI), cooperar por meio de associações no planejamento municipal (Art. 29º - XII),
receber informações das autoridades [...]” (BRASIL, 1988, p.13), verá que existe todo um
aparto legal apontando para a organização dos conselhos.
Nesse tanto, se olhado à luz do que pensa: “[...] a dimensão e o significado desta
mudança são enormes porque não se trata apenas de ‘introduzir o povo’ em práticas de gestão
72
pública, como preconizava as propostas da democracia com participação comunitária nos
anos 80, [...]” Quer dizer, estes são os termos em que os conselhos podem promover a
elaboração de políticas públicas, dentro de seus contextos de ações e em sintonia com a
iniciativa política do agente principal.
Daí, senão isso, os movimentos sociais e populares ficam sem-direção e sem-
participação na vida da cidade, pois que se o executivo municipal não proporciona aos
conselhos palestras educativas com sentido de mantê-los informdos de suas competências É a
dimensão do significado das mudanças que são enormes. Por exemplo, como versa a
constituição: “[...] (Art. 31º, § 3º), denunciar irregularidades ou ilegalidades (Art. 74º, § 2º),
participar dos conselhos de gestão [...]” (BRASIL, 1988, p.13).
Não conseguem orientar suas comunidades para as próprias situações de autodefesa
diante da econômica. A saber, estes não promovem trabalhos educativos, junto as suas
comunidades de origem, no fim de ajudá-las em suas organizações, porque não conhecem, de
fato, sua autonomia para agir. É o reflexo da consciência operosa, como pensa Gramisci
(2007) que, nessa situação, não está conseguindo reagir a contento.
E assim, a cidade inteira não se deixa desenvolver também a contento, ao contrário,
fica presa à falta de iniciativas oriundas da secretaria do agente político principal. “[...]
quando a ideia da participação vinculava-se à apropriação simples de espaços físicos. Trata-se
agora de mudar a ótica do olhar, do pensar e do fazer; alterar os valores e os referenciais que
balizam o planejamento e o exercício das práticas democráticas [...]” (GOHN, 2002, p. 07).
Os conselhos incentivam suas comunidades de origem a se organizarem com base em
sua referência de organização. A olhar pelo que consta da: “[...] A sociedade tem o direito de
pedir conta a todo agente público por sua administração [...]” (Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão, 1789), o sentido dos conselhos só se faz ampliar, pois que é uma
maneira bem política do ponto de vista social, mas também, bem técnica e organizacional, ao
passo que ainda, interativa, consultiva e fiscalizadora. A saber, têm plenas condições de
representar bem as comunidades que os escolhem.
Por exemplo: “[...] Da mesma forma o Decreto-lei n.º 201/67 autoriza o cidadão à
denúncia do prefeito e a Lei de Responsabilidade Fiscal nº 101 de 2000 [...]” (BRASIL, 1988,
p.13). Quer dizer, se não é o Conselho Municipal de determinada área, no caso, o meio
ambiente, mas é um Conselho que está jurisdicionado a uma administração geral e que, em
momento oportuno, pode corresponder no mesmo grau de suficiência, quando existe uma
mesa diretora geral para promover essas interações entre conselhos.
Aí, já se toca no quesito da consciência operosa e vontade política que, para Gramisci
(2007), é vontade coletiva e nasce ao centro do sistema federal de participação popular. Os
conselhos existem, e o senso de organização deles está acima dos problemas detectados. Para
tanto, os conselhos têm de se organizar de acordo com sua autonomia, e assim fazendo, se
reconhecem atuantes nos papéis para os quais a lei os criou, bem como proporcionar a
existência de uma mesa diretora geral para promover a gestão dessas interações entre
conselhos e outros serviços.
Fazer a promoção da integração comunitária, através dos conselhos, e promover a
consciência operosa de que se a definição e organização contribuem para que a falta de gestão
político-administrativa seja vencida à altura de eles poderem cumprir seus papéis sociais com
sabedoria, eficiência e eficácia.
6.1.1.4 As relações com ações de transparência
Em se tratando de transparência nas relações da prefeitura municipal com as demais
instituições internas a ela, bem como as externas, por exemplo, as relações de uma secretaria
com outra e seus departamentos de serviços, em que, muitas vezes, não se entonam
73
transparentemente, ao contrário, destacam-se pelos assédios, ou seja, caracteres ruins. Quer
dizer, se olhado pelo conceito: “[...] Na tentativa de tornar o conceito anterior menos fluido,
descreve que a transparência faz-se a partir de três elementos: um observador, algo disponível
a ser observado e os meios ou métodos para se realizar a observação [...]” (OLIVER, 2004, p.
2). Assim, afirma o autor, mas as atitudes vindas ao público têm de ser transparentes, porém
sob os comportamentos saudáveis.
A saber, conceito de transparência apontado como que de controlador de serviços, de
observação de comportamentos no trabalho, de observação de cumprimentos de tarefa, ou
seja, conceitos vagos em termos de transparência. Para tanto, se os olhares apontam para:
“[...] Assim, todos os setores da sociedade, incluindo a União, os Estados, e os Municípios,
têm definidos os respectivos deveres e direitos [...]” (TERRA e DUARTE, 2014, p.7), fica
sabido que, se há deveres e direitos sendo observados, significa haver papéis definidos.
Quer dizer, as relações, no âmbito dos serviços públicos, precisam se orientar no campo
dos deveres. Conseguintemente, se olhar para: “[...] No setor público as bases estão apoiadas
na legalidade, tanto da responsabilidade na gestão fiscal dos recursos públicos e prestação de
contas, quanto da ordem devolutiva para a população [...]” (BRAUN; MULLER, 2014, p.
988), verá que tais situações estão pautadas na lei, conforme versam os autores em estudo.
Portanto, se sob a legalidade, o conceito de transparência soa mais forte, no que se diferencia
de Oliver (2004), que o aponta apenas como controlador de situações de serviços.
Ainda, se estão no campo da legalidade, significa que há participação popular no âmbito
da administração pública, a fiscalização no âmbito do Ministério Público, e se não há
prestações de contas, e assim por diante. E, consequentemente, todas as secretarias, seus
departamentos, e instituições fora da jurisdição da prefeitura, têm seu marco focado nos
direitos e deveres, mas no que tange à execução dos serviços, as relações ficam somente no
campo dos deveres.
Assim, do mesmo jeito que têm direitos de agir, têm também deveres par cumprirem. E,
por sua vez, particulares, não são a estrutura nem exercício de poder pensada por: “[…] na
estrutura e organização do Estado e da Administração distinguem-se nitidamente poder,
órgão, função, competência, cargo e agente [...]” (MEIRELLES, 1998, p.75). O que há é
exatamente a falta de organização e de estruturação dos serviços, ao lado de um conceito
degenerativo de serviços públicos.
Daí, na visão de Romano e Antunes (1977), que abordam sobre os serviços públicos
executados por seus agentes como sendo fruto do dever, não meramente do direito, então
comportamentos como esses indicam que não há cumprimentos de deveres. E, por isso, tal
poder deveria ser para possibilitar as práticas de ações saudáveis e beneficentes à população,
muitas vezes, torna-se um poder degenerativo, capaz de viciar as pessoas nos hábitos de não
saberem usar a coisa pública.
Enfim, fica compreendido nesta seção, que o conceito de transparência apontado como
que de controlador de serviços, de observação de comportamentos no trabalho, de observação
de cumprimentos de tarefa se tornam conceitos muito vagos em termos de transparência,
enquanto que, se sob a legalidade, o conceito de transparência soa mais forte, no que o
diferencia muito em termos de conceito.
Isto significa que a participação popular no âmbito da administração pública, a
fiscalização no âmbito dos conselhos municipais e a denúncia no âmbito do Ministério
Público se complementar, praticamente, as definições do conceito estudado. Por conseguinte,
em Filho (2005), se passa a considerar outras formas de conceituar a transparência:
[...] Nesse mesmo contexto, Filho (2005, p. 5) considera que: a transparência
pública não se confunde com o tradicional princípio jurídico da publicidade,
que fundamenta o moderno Estado de direito. As duas noções são distintas,
ainda que a publicidade garanta ao poder público uma certa transparência. A
74
diferença é a exigência da publicidade é atendida com a publicação dos atos
poder público no veículo oficial de imprensa, ao passo que a transparência não
se satisfaz com o mero cumprimento de formalidades. Ela é mais exigente [...]
(FILHO, 2005, p.11)
Em se continuando, na definição de transparência como, em Filho (2005), se postula, ou
seja, não vê o conceito de transparência se confundindo com o princípio jurídico da
publicidade. O que se vê é que tudo emana do poder que os entes pensam deter, se a público
colocado, soa transparente. Nisso, por exemplo, se o agente político recebeu a confiança da
população para o exercício de determinado poder, como pensam as autoras, Romano e
Antunes (1977).
Estes últimos tipos de poder, poder para exercer, poder com recursos e poder se-
recursos, e poder de dentro, o entusiasmo, por exemplo, não são infinitos, podem crescer com
o seu exercício. Para tanto, no pensar de um grupo exercendo estes poderes, não
necessariamente, reduz o poder dos outros, porém, de toda forma esse desenvolvimento
implica que tem de haver mudanças nas definições de poder, sobretudo, nas relações a que
eles estabelecem.
Para tanto, os autores reportam-se: “[…] a coprodução dos serviços públicos a partir da
complementaridade dos modelos e da proposta de administração pública pode ocorrer por
meio da organização burocrática em que haja a gestão participativa obtida por meio de
estruturas de consentimento [...]” (SALM; MENEGASSO, 2009, p. 112). E nesta definição do
poder sob a ordem do consentimento, vê-se isto significar que, quando alguém, ao exercer um
poder vicioso, por exemplo, sobre as pessoas, intenta contra a confiança que a população
depositou sobre esse alguém, no instante em que votou nele.
Daí, o conceito de poder vai-se esmiuçando, degenerando-se, não pelo tipo de poder
exercido, mas pelas características negativas que colocadas, ampliando cada vez mais, o
conceito de desconfiança do que o de confiança recebida por ele durante o voto. Nessa linha,
vê-se a coisa pública tratada como desserviço, ou seja, fora dos caracteres de uma
administração popular, como pensam Salm e Menegasso (2009).
Quer dizer, noutra linha, houvesse uma participação popular ativa na administração
municipal, sua falta de funcionalidade não cairia no desmerecimento público e falta de
organização burocrática na gestão participativa, como versam Salm e Menegasso (2009). Às
vezes, olhando-se superficialmente, talvez se pensem não haver problemas nisso. Só que, no
atual sistema municipal, já se percebem movimentações que geram muitas desconfianças por
parte da população.
A saber, práticas que precisam ser modificadas, conforme versa Quaresma (2012), no
que tange às novas práxis sociais, assim, substituídas por práticas e benefícios à população
local. Assim, conforme versam Terra e Duarte (2014), quando os sujeitos-profissionais não se
sentem colocados suficientemente na produção de um dever, terminam indo além dos direitos
que têm.
Dessa maneira, fica entendido, nesta proposta, que no concernente ao conceito de poder,
estes últimos tipos de poder, poder para exercer, poder com recursos e poder se-recursos, e
poder de dentro, o entusiasmo, por exemplo, não são finitos, podem crescer com o seu
exercício. Para tanto, no pensar de um grupo exercendo estes poderes, não necessariamente,
reduz o poder dos outros, porém, de toda forma esse desenvolvimento implica que tem de
haver mudanças nas definições de poder.
Dado isso, de outra maneira, o conceito de poder vai-se esmiuçando, degenerando-se,
não pelo tipo de poder exercido, mas pelas características negativas que colocadas, ampliando
cada vez mais, o conceito de desconfiança do que o de confiança recebida por ele durante o
voto. Daí, em Lopes (2007), o acesso à informação vai se constituir um tipo de poder e, por
75
isso, soa transparência. A saber, esta soa mais para mudanças de hábitos do que
necessariamente modos de exercer o poder.
[...] considera que: Ora, se a informação é um bem público, há um papel do
governo muito importante para sua provisão, a exemplo do que ocorre com os
demais bens públicos. Do mesmo modo, o acesso à informação pública não é um
bem em si mesmo, não é exatamente um daqueles “direitos inatos”. É fato que,
em sociedades democráticas, deve existir um direito básico de acesso à
informação, de expressão e de conhecimento das atividades governamentais [...]
portanto, há claro incentivo à promoção da transparência e da abertura nos
governos de Estados democráticos. Da mesma maneira, [...] destaca que: [...] o
acesso público à informação, ainda que primordial para a garantia de um
Estado transparente e responsável é instrumental no sentido de que os ganhos
advindos das políticas de transparência governamental não se encerram em si
mesmos, mas nos resultados trazidos por este tipo de política para a
administração pública (LOPES, 2007, p.11)
Mas, em se abordando sobre as relações que estão ligadas às ações de transparência, o
que se percebe é que o direito básico de acesso à informação, conforme destaca Lopes (007),
se considerando que tal direito está ao pórtico central das sociedades democráticas, então,
expressar sobre e conhecer as atividade governamentais, se nos parece pouco aos olhos da
democracia, sobretudo, o elevado conceito de participação popular.
Isto é, comportamentos adotados por agentes públicos completamente fora das
características isonômicas, fora do anseio das comunidades engajadas com a produção do bem
público, como versam Salm e Megasso (2009), por exemplo. E essa transparência
governamental de que Lopes (2007) fala, precisa ser iniciativa, senão direta do agente político
principal, tem de ser do governo municipal.
É, através dessas iniciativas, que os conceitos se constroem: de transparência pela
capacidade de informação; pela capacidade de se manter atento às necessidades públicas, de
saber ouvir, principalmente, quando se trata de leituras críticas da população em relação ao
governo, e assim por diante. Contudo, contemplar e satisfazer-se uma resposta a essas críticas
todas, constitui-se em dificuldades imensas.
Para tanto, se olhado do ponto de vista da pessoa, mesmo porque, a ideia não é
exatamente responder a crítica nenhuma, mas propor algo diferente e que tire o sistema
municipal do campo das relações criticáveis negativamente, porque o exercício do poder pelo
próprio exercício, somente cria situações de desconfianças. Tal poder, como em Romano e
Antunes (1977), deveria ser para possibilitar as práticas de ações saudáveis e benéficas à
população, muitas vezes, torna-se um poder degenerativo, capaz de viciar as pessoas nos
hábitos de não saberem usar a coisa pública.
E é sobre isto que as mesmas autoras vão abordar: “[...] A partir da visão foucaultiana,
se amplia a noção de poder. O poder não é só poder sobre recursos (físicos, humanos,
financeiros) e ideias, crenças, valores e atitudes [...]” (ROMANO e ANTUNES, 1977, p.116).
Dada uma verdade, o poder, como vem sendo exercido para fins próprios, permite a
conceituação das relações, passando-as pelo viés dos vícios, seu sentido ganha apenas uma
adjetivação defeituosa no campo do fisiologismo, pois que é só isso o que se caracteriza
quando o sistema se envereda por um exercício público como se fosse propriedade sua.
E, por isso, tal exercício do poder dever ser para facilitar as práticas de ações saudáveis
e beneficentes à população, muitas vezes, porque o poder degenera, vicia as pessoas nos
hábitos de não saberem lidar com a coisa pública. Resolver isto tem de voltar aos contextos da
história. Dada outra verdade, o que falta é a boa institucionalização do diálogo. Senão assim,
76
não se conseguem combater e eliminar os vícios, há anos arraigados ao sistema municipal
com as instituições e certos viciados nas relações de atrelamento ao sistema.
E o diálogo de que se fala, aparece no ato de pensar de: “[...] Não há diálogo, porém, se
não há um profundo amor ao mundo e aos homens. Não é possível a pronúncia do mundo,
que é um ato de criação e recriação, se não há amor que a infunda [...]”. Dada ainda outra
verdade, sob outro aspecto que “[...] envolve a dialogicidade é a confiança entre os sujeitos
envolvidos no diálogo [...]” (FREIRE, 2005, p. 91-92). A saber, se a falta de amor prevalece,
o diálogo tem de chegar e abrir as portas para que o ato de amor aconteça.
E, de repente, tudo passa a ser uma questão de amor. E, finalmente, fluindo assim, tanto
os compromissos com os serviços públicos aliados ao campo dos deveres, conforme o
apontado por Terra e Duarte (2014), quanto o exercício do poder generativo apontado por
Romano e Antunes (1977), quanto o exercício da organização burocrática com participação
popular por meio das organizações sociais e isonômicas apontados por Salm e Menegasso
(2009).
E ainda, quanto distinção de poder pelos órgãos, funções, competências, cargos e
agentes apontados por Meirelles (1998) e, ainda quanto, as bases da administração pública
apoiadas na legalidade, na responsabilidade, na gestão fiscal dos recursos públicos e prestação
de contas, na ordem devolutiva para a população, conforme versam Braun e Muller (2014).
Enfim, fica compreendido neste teor, que o conceito de transparência apontado como
que de controlador de serviços, de observação de comportamentos no trabalho, de observação
de cumprimentos de tarefa se tornam conceitos muito vagos em termos de transparência.
Enquanto que, se sob a legalidade, o conceito de transparência soa mais forte, no que o
diferencia muito em termos de conceito.
6.1.1.5 A organização político-geográfica da cidade
Pensando-se em organização político-geográfica, tendo Ibirité como referência,
conforme Comunicação (2018), o que se vai perceber é nos diferenciáveis relevos, sobre os
quais, a cidade se edificou com o passar dos anos. Olhar para trás e ver 1880, Vargem do
Pantana começando ao cruzamento dos ribeirões Ibirité-Pantana. Os caminhoneiros,
carregados de abóbora, paravam para tomar das águas claras a que o cruzamento de ambos os
córregos proporcionava-os.
A contar de uma história que aquele pequeno povoado não a conseguia vislumbras.
Haja vista o que se vislumbra, hoje, em termos de geografia e de cidade. E, sob essa mesma
vista, soma-se ao pensamento: “[...] Vivemos com uma noção de território herdada da
Modernidade incompleta e do seu legado de conceitos puros, tantas vezes atravessando os
séculos praticamente intocados. É o uso do território, e não o território em si mesmo, que faz
dele objeto da análise social [...]” (SANTOS, 2005, p.15).
A saber, a História conta, muitas vezes, do que o homem não consegue contar nem
observar do que precisa ser levado a contento como herança territorial. Fosse o homem fazer
isso, as bases e grotões, sustentáculos da Serra do Rola-Moça, talvez, não pudessem nos dizer,
agora, do que o homem foi capaz de fazer e, ao mesmo tempo, do que não foi. Ora, esse
legado de conceitos puros de que o autor recorda, na verdade, constata-se como sendo
impedimento para o homem fazer o que precisa ser feito.
E, por isso, em Gonçalves (2007), se vai ver que a cidade tornou-se um ambiente de
alta complexidade, sendo pelo crescimento desordenado e espontâneo, inclusive - se
considerando as invasões posteriores à emancipação - pela falta de políticas habitacionais,
pela não elaboração e não cumprimento dos planos diretores, durante longos anos - mesmo
depois da constituição de 1988 - ou a falta dos planos, como também na gestão do território,
77
pela formação dos aglomerados urbanos, envolvendo diversos núcleos de gestão em uma
mesma área.
Mas, voltando aos conceitos puros, em Santos (2005), sem contar que esta expressão:
“[...] legados de conceitos puros [...]” (SANTOS, 2005, p.15). A saber, comporta sentido
duplo: de um lado, o conceito puro não deixa o homem agir porque – conforme a força dos
hábitos antigos – ao fazer, um planejamento de cidade, fosse o caso, por exemplo, sentir-se-ia
em estado de desrespeito aos antigos proprietários das terras que, apesar de mortos, mereciam
a conservação de suas antigas terras em mesmo estado, ou seja, supostamente, intocadas.
De outro, a ambiguidade se confirma, sob a ordem do não fazer porque, também e
acima de tudo, não reuniam conhecimentos político, técnico e científico suficientes, para fazê-
lo com responsabilidade. E, se fosse, de certo, haveria razões. Mas, neste sentido ambíguo
pode estar morando, há anos, esta mesma falta de conhecimentos, já mencionada. Então, neste
sentido, vale ver: “[...] o fato de que se, por um lado, as forças políticas dirigem a organização
e o ordenamento do território, por outro, o território influencia diretamente na política de
gestão desse espaço social [...]” (SANCHEZ e PIRES, 1991, pp.33-34).
“[...] Portanto, estamos tratando da relação entre política e território, e consideramos
que a base territorial é condição necessária para a existência de toda organização política [...]”
(SANCHEZ e PIRES, 1991, pp.33-34). E se assim se considera, de repente, vale pensar no
que um plano de ações gerais significa para a cidade, principalmente, em meio a essas
problemáticas todas. Certamente, se é planejamento, possivelmente, preveja alterações nos
espaços geográficos.
Daí, para finalizar esta seção, observa-se que a História conta das águas claras,
potáveis, tão-potáveis que eram atrativos dos caminhoneiros – não tão distantes assim do
Barreiro, há 8 quilômetros dali – mas os proporcionavam prazer. Então, nesta proposta,
precisa prever algo sobre isso, pelo menos prever; pelo mais, esforçar-se para recuperar as
águas. Outra marca que fica clara neste plano, conforme em Santos (2005), se verifica, é o
legado de conceitos puros que, ao prever as alterações já mencionadas, precisa evitá-los.
É claro, o respeito aos mortos, aos antigos habitantes, ao trabalho de dedicação e
construções que esses habitantes deram à cidade, tem de se manter. Só não pode ficar preso
aos conceitos impeditivos de ações. Além disso, outra marca claramente perceptível, é a
influência do sentido duplo de linguagens, para cujo uso, também se faz necessário evitar. No
mais, como o tema trata do conceito de urbanização não observado, pelos antepassados na
cidade, por um motivo ou outro, em Gonçalves (2007), se vai ver como os territórios devem
ser considerados no campo das análises Geossociais:
[...] Conforme Gonçalves e Couto (2007, p. 6): [...] vê-se nesses anos o
aprofundamento do processo de urbanização, trazendo com isso muitos
problemas sociais, como a segregação nas periferias, e também de caráter
administrativo, pela falta de políticas adequadas, financiamento, entre outros
amplamente discutidos por diversos autores. A cidade tornou-se um ambiente
de alta complexidade, seja pelo crescimento desordenado e espontâneo
(invasões), pela falta de políticas habitacionais, pelo não cumprimento dos
planos diretores ou a falta deles, como também na gestão do território, pela
formação dos aglomerados urbanos, envolvendo diversos núcleos de gestão em
uma mesma área. Nesse sentido, torna-se impossível para um grande número
de municípios brasileiros desenvolverem políticas voltadas unicamente para
atender os limites do seu próprio território [...] (GONÇALVES, 2007, p.6).
Entretanto, a retomar pela temática da urbanização, Ibirité vem passando no tempo e
nessas passagens, adquirindo tamanhas segregações periféricas, haja vista para a Vila das
Antenas, Vila Ideal, Águia Dourada, dentre outras, conforme em Gonçalves (2007), e as
comunidades, cada vez mais populosas, desde os anos 80, a cidade crescendo em média 8%
ao ano, até chegar aos patamares de hoje, ou seja, entre 180.000 e 200.000 habitantes.
78
Mas, se considerando os contornos de hoje, a falta de políticas públicas adequadas a
tem tornado, mais e mais, um ambiente de alta complexidade devido ao crescimento
desordenado – mesmo com políticas de locação imobiliária, ainda que frágeis – sobretudo,
desordenadas pelas ocupações espontâneas dos últimos 30 anos.
A olhar para essa dialética, político-geográfica-habitacional, assiste aos aglomerados e
conglomerados, sob a ótica de: “[...] Hoje, quando vivemos uma dialética do mundo concreto,
evoluímos da noção, tornada antiga, de Estado Territorial para a noção pós-moderna de
transnacionalização do território [...]” (Santos, 2005:15 [1994]). Basta olhar na História e ver
das origens como tudo começou, caminhando pelo tempo, a desembocar-se no que aí está.
Mas, em Comunicação (2018), se vê a Sabará, sua origem mais antiga; Santa Quitéria,
hoje, Esmeraldas dando sequência; Contagem recebendo-a como o seu grande distrito, e esta
passando pela mudança de nome, de Vila do Pantana ao significado de Ibirité, ou seja, Terra-
firme, Chão-Duro; Betim, sua última jornada enquanto distrito, até sua emancipação a 30-12-
1962. Daí dá para perceber as alterações pelas mudanças de território.
E a História conta como é fácil mudar de um território ao outro, sob a nomenclatura de
distrito, sem se ocupar com as conurbações que, até então sob o controle, não se ocupariam,
mas sem-preocupação com os processos de urbanização, por isso, não se registram sequer
quase nada, se houve estudos para fazer essas mudanças, se o território, geograficamente,
estaria pronto para receber o distrito. Só se sabe que é nesta sequência que a cidade
emancipou-se.
Mas, em Santos (2005), se concebe a dialética dos distritos transformados em
territórios autônomos, assim, mesmo sem-noção dos critérios sob os quais se evolui à
condição de distrito, bem como a município. Aliás, é nesses termos que se vai preconizar:
“[...] é possível elaborar uma perspectiva crítica sobre a versão contemporânea do
empreendedorismo urbano. Em primeiro lugar, a análise deve enfocar o contraste entre vigor
superficial de diversos projetos de regeneração de economias urbanas debilitadas e as
tendências subjacentes da condição urbana [...]” (HARVEY, 2005, p. 186).
Quer dizer, é o crescimento desordenado das cidades colocado agora, há tantos anos
depois, sob a ótica da dialética urbana, sobretudo, engajada aos processos de conurbação. E
agora, qual ou quais projetos vão se encaixar em meio a tantas dialéticas: desmoronar tudo e
recomeçar do zero será o mesmo que avançar em passos descontínuos, ou seja, a cidade
continua, e os passos retrocedem.
Contudo, vê-se que a crescimentos desordenados, faz-se possível retroceder-se,
recuperar e, de novo, controlar, desde que os conceitos de legado puro, como em Santos
(2005), sobrecarregado de duplicidade de sentidos, deixem as sobrecargas que fiquem no
passado, bem como a sua capacidade de impedir os homens de trabalharem pela recuperação
da cidade. Dado isso e, para finalizar mais uma seção, vale compreender pela ética e ótica
deste plano de ações gerais, a marca a que se pode chegar, é que com o crescimento
desordenado, a cidade ganhou as segregações periféricas.
No entanto, com o bom planejamento, faz-se necessário, recuperar essas comunidades,
tentando situá-las ao plano da cidade ambientalmente desejada. Outra marca, também,
significativa neste plano é que, historicamente falando, com os territórios recebendo os
distritos sem se preocuparem com estudos aprofundados sobre os problemas urbanísticos
futuros, compreendendo essas práticas como evitáveis em caso de planejamento de
recuperação da cidade.
A saber, em se tratando de urbanismo, tudo daqui para frente, na cidade precisa ser
planejado. Além disso, a reafirmação dos conceitos de legado puro como, em Santos (2005),
sejam, mais uma vez, considerados, evitáveis. No mais, como em Castells, (1980), a próxima
temática vai abordar como a concentração espacial de moradores em áreas metropolitanas,
79
determina, não somente, a concentração como também a interdependência crescente, do
conjunto de meios de consumo necessários a essas concentrações.
A concentração espacial dos trabalhadores em cidades e áreas metropolitanas
de dimensão cada vez maior determina, por sua vez, a concentração e
interdependência crescentes do conjunto de meios de consumo que lhes são
necessários. E isso ocorre tanto no que se refere ao consumo individual
(produtos distribuídos através do mercado de forma fracionada) como ao
consumo coletivo (bens e serviços indivisíveis, que correspondem à maioria dos
chamados serviços urbanos: educação, moradia, transportes, saúde, áreas
verdes, centros culturais etc.). A crescente interdependência das unidades de
produção e de gestão, tanto em seu aspecto econômico como em seu aspecto
técnico, conduz à criação de um verdadeiro complexo econômico-social, que
constitui a estrutura urbana dessas unidades de atividade e de residência que
são as cidades (CASTELLS, 1980, p.21).
E em se continuando as abordagens sobre as concentrações espaciais focada nos meios
de consumo, segundo o olhar de Castells (1980), e esse olhar dela para o futuro, da referência
de tempo em que estava, para o hoje em que estamos agora, vale ver, com os olhos da
preocupação social, como as coisas mudaram e a geografia crítica absorveu tantas populações,
ao mesmo tempo, de modo que, os serviços urbanos se tornaram mais difíceis e mais
complexos, por causa dessas demandas.
Então, esse olhar da autora, Castells (1980), aponta para a educação que nos lembra de
seu estado de crise; para a moradia que também nos desperta em preocupação com os
aglomerados, sobretudo, em épocas de chuvaradas, a saber, em crise; para os transportes cujas
reclamações são constantes do mau funcionamento dos ônibus coletivos; saúde, sobretudo em
época de pandemia, mas contanto que tudo em crise, e assim por diante.
Dá para ver que as suas previsões caberiam em algumas situações de conflitos, de
necessidades básicas, necessidade de readequação. Ao olhar de crise, necessariamente, faz-se
jus observar e até exigir as políticas de projetos: “[...] Deve-se reconhecer que, sob a
camuflagem de muitos projetos de sucesso, existem alguns problemas sociais e econômicos
muito sérios, [...]” (HARVEY, 2005, P.186). Estas, por causa de sua importância, pelo menos,
como ação paliativa, na solução de certas crises.
Nesse caso, haja vistas para a “Fome Zero”, em REPÚBLICA (2006), quantas
famílias classificadas como abaixo da linha de pobreza, mas com a chegada de um governo
cujas politicas públicas contra a fome foram significativas. Também esse quadro social
mudou de cor e de tom. Entretanto, período na História marcado na vida dessas populações.
Então, noutro caso e, mais uma vez, o olhar futurista, em Castells (1980), demonstra sinais de
insatisfação, pelo cumprimento da previsão; de razão, porque todas as suas preocupações
tinham estruturas racionais e fundos de verdades não muito distantes do tempo dela.
E são esses os mesmos problemas que, em Harvey (2005), se podem constatar. A
saber, na geografia social eles estão presentes, na geografia econômica, eles também estão
presentes. E dessas análises tanto, em Castells (1980), quanto, em Harvey (2005), se pode
compreender que ambos tratam da mesma geografia política. E ainda em: “[...] e que isso, em
muitas cidades, está assumindo um caráter geográfico, na forma de uma cidade dupla, com a
regeneração de um centro decadente e um mar circundante de pobreza crescente [...]”
(HARVEY, 2005, p.186).
Daí se vai compreender a duplicidade de sentidos de uma mesma cidade, não pela
ótica das classes sociais, na trilogia, classificadas: de um lado ricos, dou outro, médio-ricos e
dou outro, pobres. Todavia, o duplo sentido se coloca pela ótica da própria pobreza, ou seja,
ao mesmo tempo, em que os poderes públicos trabalham pela recuperação daquilo que é
decadente - supostamente, os centros urbanos - usando de projetos de iniciativas sociais, para
80
que os mais pobres se diminuam no grau de pobreza, como tudo funciona paliativamente, o
próprio tempo vai determinar o quanto a pobreza cresceu substancialmente.
Finalmente, se precisa prever algo sobre a recuperação das águas, pelo menos prever;
pelo mais, esforçar-se para recuperá-las, tornando-as tão-claras e tão-potáveis, quanto o eram
ao final do século XIX. Conforme em Santos (2005), se verifica, é o legado de conceitos
puros que, ao prever as alterações já mencionadas, precisa evitá-los. É claro, o respeito aos
mortos, aos antigos habitantes, ao trabalho de dedicação e construções que esses habitantes
deram à cidade, tem de se manter.
Só não pode ficar preso aos conceitos impeditivos de ações. No entanto, com o bom
planejamento, faz-se necessário, recuperar também, as comunidades, tentando situá-las ao
plano da cidade ambientalmente desejada. E ainda, significativa neste plano é que,
historicamente falando, com os territórios recebendo os distritos sem se preocuparem com
estudos aprofundados sobre os problemas urbanísticos futuros, nesta proposta, os estudos
científicos serão sempre critérios básicos para quaisquer alterações na geografia da cidade.
Disso, compreendendo essas práticas como evitáveis em caso de planejamento de
recuperação da cidade em tempos atuais. A saber, em se tratando de urbanismo, tudo daqui
para frente, na cidade, precisa ser planejado. Além disso, claramente perceptível, é a
influência do sentido duplo de linguagens, para cujo uso, também se faz necessário evitar. A
geografia crítica absorveu tantas populações, ao mesmo tempo, de modo que, os serviços
urbanos se tornaram mais difíceis e mais complexos, por causa dessas demandas.
Além do mais, fica claro ainda, nesta proposta, que as ações de recuperação ambiental
da cidade, jamais podem ser paliativas, pois que não garantem a solução dos problemas. A
saber, na geografia social eles estão presentes, na geografia econômica, eles também estão
presentes. E dessas análises tanto, em Castells (1980), quanto, em Harvey (2005), se pode
compreender que ambos tratam da mesma geografia política.
Entretanto, o duplo sentido se coloca pela ótica da própria pobreza, ou seja, ao mesmo
tempo, em que os poderes públicos trabalham pela recuperação daquilo que é decadente,
usando de projetos de iniciativas sociais, para que os mais pobres se diminuam no grau de
pobreza, como na cidade tudo funciona paliativamente, o próprio tempo vai determinar o
quanto a pobreza cresceu em tantos substanciais. Ao final, entende-se, nesta proposta que, em
termos de investimentos humanos, nada pode ser visto como decadente e, muito menos, como
paliativo, pois que todo o investimento é válido, quando se trata de seres humanos.
6.1.2 Eixos educacional-pedagógicos
6.1.2.1 Educação pública como tecnologia instrumental de qualidade
Em se tratando de política educacional, tendo a escola pública como tecnologia
instrumental para a maioria da população, e a tendo como referência, o que se vê no tangente
ao que se considera fundamental, necessidades básicas e estímulo para que se alcance a
qualidade do ensino, o caminho, talvez, percorra uma trajetória: “[...] Convoca-se uma monor-
racionalidade do tipo técnico e uma perspectiva gestionário-utilitária, (neotayloriana),
decompõe-se e fragmenta-se o processo de avaliação, quantificando e mensurando,
formalizando [...]” (LIMA, 2002, p.28).
“[...] adota-se uma visão mecanicista da organização escolar, centrada nas operações
técnicas, na eficácia e na eficiência [...]” (LIMA, 2002, p.28). E essa trajetória tem mesmo de
passar pelos trâmites técnicos, senão, não se consegue a organização escolar, mesmo porque,
esta depende de certas atitudes da escola e do sistema-gestor sobre ela, mas não vai ficar presa
à apreensão técnica, porque não é só de técnicas que vive a escola, também não só de técnicas
trabalha o professor nem aprendem os alunos, e assim por diante.
81
Daí, de acordo com esta proposta de gestão, a qualidade no ensino depende desses
processos de organização, no entanto, precisa comportar: professores à altura dessa qualidade
desejada, planos de cargos e salários conjuntamente planejados, discutidos e elaborados a
contento às necessidades básicas dos professores. Dado isso, em Bezerra (2008), se vai
observar do tom dado à política educacional quando as relações atravessam os trâmites das
combinações privadas, pois que, é o desenho dessas políticas de combinações que vai
influenciar na organização do trabalho docente.
Quer dizer, mas não somente isso, professores que, figuradamente, “vistam de fato a
camisa” do sistema, sobretudo, no instante em que estão na sala de aula, pois que, professor é
profissão humana, tem de ensinar assim como tem de aprender: “[...] Só ajuda alguém a
crescer aquele que se propõe a crescer junto; só ensina alguma coisa aquele que está aberto
para aprender e descobrir; [...]” (NOVAES, 2003, p. 134). E esta descoberta, tanto a
educação, no conjunto de seus profissionais, se for o caso, precisam tomar ciência e
consciência disso.
Independente das influências intermediadas por esse ou aquele sujeito não
educacional, a escola se organiza sob as boas condutas administrativas, mas, se não houver
boa-vontade do professor somada ao interesse dos alunos, ao compromisso da escola em
prestar-lhe as melhores assessorias, não adianta organização curricular, não adiantam os
melhores especialistas para os orientarem na desenvoltura técnica. “[...] só educa
verdadeiramente quem vê diante de si uma trajetória de realização criativa, buscando sempre
se renovar, demonstrando o seu profundo respeito pelo outro e pela vida [...]” (NOVAES,
2003, p. 134).
Nesse caso, por exemplo, no que tange às perspectivas gestionário-utilitárias como, em
Lima (2002), tipo aquelas em que os processos de avaliações se fragmentam mediante os
métodos de mensuração e quantificações, sobre os quais a escola vê qualidade, mas os
próprios já se dão por definhados em razão da falta de qualidade nas metodologias de
avaliação. Diferente do tratado, em Novais (2003), em que o professor, nos mesmos passos
em que ensina os conteúdos, também aprende os mesmos conteúdos e outras habilidades do
entorno. Ser professor não é ser aluno, é ensinar, mas também, é aprender com o aluno.
Então, desenhar políticas educacionais, não é só elaborá-las, publicá-las e torná-las
práticas sistemáticas, é preciso pensar tudo previamente, sobre como fazê-las, pensar em
quem vai aplicá-las nas práticas de sala de aula, prepará-los e como deixá-los capacitados para
o desenvolvimento das referidas políticas. É preciso pensar nos recursos tecnológicos, dos
quais, o professor disporá para usá-los, fomentá-los dos mais ricos incrementos e torná-los, de
fato e de verdade, instrumentos utilitários aos alunos.
Desse modo, as políticas educacionais se dão como instrumentais ao bom exercício da
sala de aula. De outro modo, como em Lima (2002) novamente, adota-se uma visão
mecanicista da organização escolar, centrada nas operações técnicas, na eficácia e na
eficiência, mas não se ocupa de saber se os alunos, de fato e de verdade, estão aprendendo o
que o professor ensina. De repente, tudo cai no vazio, só a escola não de deu conta que se
esvaziou. A saber, não é esta a política sistemático-educacional que proporciona qualidade.
Enfim, para esta proposta, nesta seção, as trajetórias de ensino têm mesmo de passar
pelos trâmites técnicos, senão, não se consegue a organização escolar, mas não vai ficar presa
à apreensão técnica, porque não é só de técnicas que vive a escola, também não só de técnicas
que trabalha o professor nem aprendem os alunos, e assim por diante. Daí, de acordo com esta
proposta de gestão, a qualidade no ensino depende desses processos de organização.
No entanto, precisa comportar: professores à altura dessa qualidade desejada, planos
de cargos e salários conjuntamente planejados, discutidos e elaborados a contento às
necessidades básicas dos professores, mas, em contrapartida, professores que, figuradamente,
82
“vistam de fato a camisa” do sistema, sobretudo, no instante em que estão na sala de aula,
pois que, professor é profissão humana, tem de ensinar assim como tem de aprender.
Então, desenhar políticas educacionais, não é só elaborá-las, publicá-las e torná-las
práticas sistemáticas, é preciso pensar tudo previamente, sobre como fazê-las, pensar em
quem vai aplicá-las nas práticas de sala de aula, prepará-los e como deixá-los capacitados para
o desenvolvimento das referidas políticas.
É preciso pensar nos recursos tecnológicos, dos quais, o professor disporá para usá-
los, fomentá-los dos mais ricos incrementos e torná-los, de fato e de verdade, instrumentos
utilitários aos alunos. Desse modo, as políticas educacionais se dão como instrumentais ao
bom exercício da sala de aula. De outro modo, em Paro (2001), se vai ver como se
contextualizam as realidades das comunidades no que tange à heterogeneidade dos alunos na
escola pública:
[...] Constatou-se, também, que os métodos pedagógicos eram inadequados para
atender às atuais demandas da sociedade, já que não eram contextualizados à
realidade de cada comunidade e desconsideravam a heterogeneidade dos alunos
da escola pública. Assim, para haver uma compreensão verdadeira das
questões que inviabilizam parte das iniciativas educacionais, torna-se
necessária uma análise crítica da realidade escolar. De acordo com Paro [...] a
escola pública tem baixa qualidade, antes de tudo e principalmente, porque, em
seus métodos e conteúdos, não favorece a atualização histórico-cultural da
criança e do adolescente de modo a se construírem como sujeitos históricos e
em condições de exercitarem uma cidadania efetiva [...] (PARO, 2001, p.131)
Assim, do modo como Paro (2001) trabalha as questões relacionadas à
heterogeneidade dos alunos, as políticas educacionais se dão como instrumentais ao bom
exercício da sala de aula, embora, para haver uma compreensão verdadeira das questões que
inviabilizam parte das iniciativas educacionais, a heterogeneidade já não vai significar tanto,
pois que, tem o significado que as leis as dão.
Desse modo, o que os sistemas de ensino, normalmente, fazem é cumprir com as
regências das leis. Agora, em nome da heterogeneidade, colocar tudo como se experiências,
somente, técnicas, já diz: "[...] transformar a experiência educativa em puro treinamento
técnico é amesquinhar o que há de fundamentalmente humano no exercício educativo: o seu
caráter formador [...]" (FREIRE, 1996, p. 33). Então, é preciso conceituar melhor essa
heterogeneidade do ponto de vista do ensino e da aprendizagem.
Daí, classe homogênea não é o que se quer para o ensino-aprendizagem. Disso, já se
tem certeza. Agora, a heterogeneidade, no que tange ao ensino, por exemplo, Zabala (2010),
especialista espanhol em Filosofia e Psicologia da Educação, explica: "[...] Em cada caso,
utilizamos uma forma de ensinar adequada às necessidades do aluno [...]” (ZABALA, 2010,
p.224). É assim que se começa a ver como se praticam, na sala de aula, as políticas
educacionais de natureza heterogênea.
O professor tem de ser um profissional disposto e dedicado, pois que tem de atender
na sua particularidade. Aí, quando se olha, em Freire (1996), que rejeita o ensino sob as
abordagens técnicas, porém, o sobrepõe sob a condição humana. A saber, para ele e para este
plano de ação, é um ser humano a ensinar seres humanos. Então, o conceito de
heterogeneidade, como nesta proposta, tem de se equilibrar entre estas duas linhas: de um
lado, o professor precisa dominar a técnica do ensino, mas não pode se esmerar sobre ela, para
não se esquecer de que existe uma lógica tecnicista que precisa, necessariamente, ser evitada.
Doutro lado, como em Zabala (2010), o professor precisa estar atento às suas próprias
características humanas, na busca do ensino adequado às necessidades dos alunos, mas não
só, estar também atento às características humanas de todos os alunos com quem, diariamente,
83
lida; e ainda, não somente, ele precisa estar atento às condições humanas e, muitas vezes,
subumanas, às quais, seus alunos sobrevivem, também diariamente.
Além disso, tem ainda de pensar nas condições humanas a que os pais dos alunos se
submetem. Quer dizer, é uma gama de situações críticas que a heterogeneidade não consegue
sustentar, se em acordo com as políticas educacionais, muitas vezes, impostas a ela. Assim,
basta ver o que: “[...] da humanidade a uma nova forma de vida, livre, igualitária, democrática
e solidária pode ser construída por diferentes formas, entre elas, a presença revolucionária do
processo educativo libertador e não domesticador [...]” (GUZZO, 2007, p. 19).
Para tanto, nos termos do autor, é preciso ser mais compreensivo com essas situações
heterogêneas, dividir mais as sobrecargas, ainda que fique um pouco mais caro para o sistema
municipal. Embora, se saiba que não há recursos assim como que dispostos. Enfim, tudo
precisa ser feito como muito esmero, estudos, dedicação e políticas muito bem pensadas para
não comprometer as boas-intenções dos trabalhadores.
Também, é claro, a escola, o professor, o especialista, o sistema educacional, como um
todo disposto e organizado, têm de pensar nas condições da heterogeneidade, para não se
esquecerem de que são seres humanos. Daí, o que fica claro, nesta segunda seção, é que
primeiro, a heterogeneidade seja mantida no sistema municipal de ensino. Segundo, o
professor tem de ser um profissional muito habilidoso, pois que, além de observar as
condições humanas próprias, tem de observar as condições humanas de todo o seu entorno.
Para tanto, equilibrarem-se, entre as duas linhas: de um lado, ser técnico, mas não
tecnicista; do outro, ser humano. E ainda, a heterogeneidade tem de abrir o leque para as
oportunidades: tanto às de ensino, quanto às de aprendizagens. Conquanto, continuando nas
temáticas das políticas educacionais, agora em Nagle (1991), abordando sobre o que o
professor, muitas vezes, tem de fazer, na inversão de papéis, na busca do ensino e do melhor
engajamento, como em Zabala (2010) para alcançar o ensino adequado às necessidades dos
alunos:
[...] As últimas descobertas da nova psicopedagogia inverteram no ensino, o
papel do professor e do aluno: o professor que falava para o aluno ouvir, que
pensava pelo aluno; que aferia toda a classe pelo mesmo nível intelectual e a
julgava capaz de acompanhá-lo com o mesmo aproveitamento, há de ser
substituído pelo professor que ouve o que o aluno diz; que provoca o seu
raciocínio, que o considera como unidade psíquica, sob o ponto de vista
intelectual, moral e volitivo [...]. Não mais o programa norteará o ensino, mas o
tipo de cada aluno será a nova bússola da educação [...] (NAGLE, 1991, p. 283-
284).
Porquanto, ao retomar, pelas abas da inversão do ensino, em Nagle (1991), o estudo
sobre as políticas educacionais cujos personagens principais são alunos e professores, o que se
vê – dentre essas inversões de papéis - é necessidade de que o professor tem de fazer o ensino
pelas inversões, senão não consegue a busca do melhor engajamento, como em Zabala (2010),
para alcançar o ensino adequado às necessidades dos alunos.
É claro que essa inversão vai implicar na mudança de metodologia, por parte do
professor, e de nível de classes por parte dos alunos, ou seja, aquele sistema de organização
de classes na escola, que usava como critério básico, a aprendizagem pelo mesmo nível
intelectual dos alunos. A saber, classificavam-se num mesmo grupo, os alunos, supostamente,
capazes de acompanhar os ensinamentos do professor com mesma empatia e aproveitamento.
Nesse mesmo prisma, sobretudo, percebido aos olhos de: "[...] não cumpre, pois é um
tipo de aprendizado um pouco arcaico no sentido de que eu já tenho o que é para ser passado,
então eu acho que a gente não tem cumprido muito bem esse papel não [...]" (FREIRE, 1996,
p. 33). E isso, de acordo com os técnicos de ensino, sempre a denominaram: ‘forma de
organização sistemática de ensino pelo critério da homogeneidade’.
84
Daí, as provas de seleção, para o aluno ser admitido em certas escolas, em razão do
nível de ensino em que a escola também era classificada; as avaliações diagnósticas, depois de
admitido, para que este pudesse ser classificado por sala de aula. É claro que as diagnósticas,
ainda se as usam normalmente, mas não com o sentido de classificar os alunos, mas coletar
informações; porém, não para verificar níveis de ensino, mas níveis de conteúdos; também,
não para encaixar alunos nesta, nessa ou naquela classe.
Quer dizer, em Zabala (2010), se buscam as formas de engajamentos para se alcançar
a metodologia de ensino mais adequada às necessidades dos alunos. Enquanto que, sob o
olhar crítico e ferrenho de Freire (1996), rival por excelência da homogeneidade, se busca a
aprendizagem, através de metodologias completamente fora do sistema arcaico de ensino.
Então, cada sala de aula numerada em sintonia ao nível intelectual dos alunos nela
organizados. Isso, com a democratização do ensino e a adesão às formas de diversidades, aos
poucos veio se perdendo em meio às políticas educacionais. Daí dá para entender que na
homogeneidade, supõem-se escolas iguais, professores iguais e alunos também iguais, ao
passo que também, se considerando o conceito de igualdade, os serviços também seriam
iguais, portanto, mais fáceis de serem executados.
Para tanto, diferente do pensar de: “[...] Segundo as características de cada um,
estabelecemos um tipo de atividade que constitui um desafio alcançável, mas um desafio, e,
depois, lhes oferecemos a ajuda necessária para superá-lo [...]" (ZABALA, 2010, p.224). A
saber, vale ver que, pelo critério da homogeneidade, escolas, professores, alunos e tudo mais
parecem ser de um só perfil. Também diferente da heterogeneidade que, por si só, desponta-se
sob os tons da diversidade.
E aí, noutro prisma, vê-se que os sistemas de ensino, sob a ótica das políticas públicas
de ensino fácil, abusam da democracia, superlotam as salas de aula, enfocando os sensos de
desorganização, para que os entes sociais enxerguem a heterogeneidade como sendo critério
ruim para ser adotado nos sistemas de ensino. E aí, desmoronam-se os desdobramentos e a
educação se sobrecarrega de muitos enfadonhos. E o professor acaba tendo de selecionar
quase do mesmo jeito, pois que, tem que diferenciar entre o aluno que fez a atividade e o que
não a fez, entre o que está presente, e o que não está em sala de aula, etc.
Finalmente, fica claro nestas três seções - no que tange às políticas educacionais - esta
precisa comportar: professores à altura da qualidade de ensino desejada pelos entes sociais, os
planos de cargos e salários e recuperações salariais, conjuntamente planejados e professores
que, figuradamente, “vistam de fato a camisa” do sistema, pois que, professor é profissão
humana.
Além disso, desenhar políticas educacionais, não é só elaborá-las, publicá-las e torná-
las práticas sistemáticas, é preciso pensar tudo previamente, sobre como fazê-las, pensar em
quem vai aplicá-las nas práticas de sala de aula, prepará-los e como deixá-los capacitados para
o desenvolvimento das referidas políticas, bem como, pensar nos recursos tecnológicos, dos
quais, o professor disporá para usá-los, fomentá-los dos mais ricos incrementos e torná-los, de
fato e de verdade, instrumentos utilitários aos alunos.
Enfim, ao lado disso, primeiro, a heterogeneidade seja mantida no sistema municipal
de ensino. Segundo, ao adotá-la, o professor tem de ser um profissional muito habilidoso, pois
que, além de observar as condições humanas próprias, tem de observar as condições humanas
de todo o seu entorno, equilibrarem-se, entre as duas linhas: de um lado, ser técnico, mas não
tecnicista; do outro, ser humano.
E ainda, a heterogeneidade, ao se adotá-la, tem de abrir o leque para as oportunidades:
tanto às de ensino, quanto às de aprendizagens. E, ao final de tudo, compreender que a
heterogeneidade, ao se adotá-la, e para ser o que é, tem de funcionar de maneira organizada.
Se, ao contrário, possivelmente, não terá como mais diversificar as suas páginas nos cadernos
da educação.
85
6.1.2.2 Ensino regular desarticulado do ensino especial
Ao se pensar em educação, tendo o ensino regular, enquanto fruto de políticas públicas
praticadas nas escolas, o que se vê, em Brasil (2007), por exemplo, são reafirmações da visão
sistêmica da educação, que busca superar a oposição entre educação regular e educação
especial, sobretudo, em salas de aula e, por isso, estas visando ao ensino-aprendizagem nos
planos de uma heterogeneidade caracterizada pelos conceitos da diversidade.
E, para tanto, no que se faz acurada enquanto heterogeneidade, pois que, se vistas sob
os olhares da democracia, amparada pelo senso de organização e participação popular, as
crianças: nem todas conseguem alcançar a aprendizagem. Quer dizer, o ensino regular,
conjugado à educação especial que, em Brasil (2007), se caracterizam por eixos educacionais
opositores entre si, nas práticas educacionais, estes podem até se considerar sumamente
importantes e mesclados com preparativos de aprendizagem.
Só que, na realidade, isto não acontece. O que se vê são crianças, adolescente e até
jovens vivenciando experiências de não aprendizagem. A saber, nas práticas de sala de aula,
essas possibilidades de conjugar ensinamentos de conteúdos, nas diversas disciplinas
curriculares, com aprendizagem, compreendem-se mais difíceis para o professor, mas não
somente, conjugar essa aprendizagem dos conteúdos das disciplinas para os alunos, constata-
se ainda mais difícil.
Nisso posto, quando há o professor de apoio, no caso do Ensino Médio, por exemplo,
o planejamento dele não pode estar em consonância ao da disciplina em curso, porque o aluno
em nível especial, geralmente, está muito aquém, no que tange ao nível de aprendizagem, de
modo que, combinar aprendizagem de conteúdos, fica difícil. Logo, o máximo que se pode
fazer é manter um relacionamento interpessoal, uma mediação apenas no campo social,
sobretudo, observando aos demais na sala, da necessidade de respeito, de zelo uns com os
outros e considerando o Especial ao centro dessas relações.
Mas, não é só no Ensino Médio que ocorre isso, em todos os outros níveis de ensino
também. Então, em Brasil (2007), essa relação de oposição, entre os níveis regular e especial
de ensino, realmente se caracteriza. Agora, se olhar para: “[...] Na medida em que a orientação
inclusiva implica um ensino adaptado às diferenças e às necessidades individuais, os
educadores precisam estar habilitados para atuar de forma competente junto aos alunos
inseridos nos vários níveis de ensino [...]” (NASCIMENTO, 2009, p.4).
E é nesse ínterim de tempo, que mora o artefato das relações perigosas. Afinal, o
professor, nas práticas de sala de aula, não consegue articular essa diferença na aprendizagem,
às necessidades individuais dos alunos, mesmo com o professor-apoio. Imagine em se falando
do Especial sem-apoio. As discrepâncias entre modo de ensino, combinação de conteúdos e
adaptação do aluno à realidade na sala de aula, em relação a sua aprendizagem, são
significativamente, maiores.
Entretanto, vale ver: “[...] Nessa perspectiva, todos os alunos anteriormente excluídos
devem ser inseridos na vida social e educativa, além disso, não permite que ninguém fique de
fora do ensino regular, [...]” (MACHADO e NAZARI, 2014, p. 11). Então, no tocante a essa
oposição entre, ensino regular e ensino especial, sobre que se fala em Brasil (2007), vê-se que
a oposição existe porque, de fato e de verdade, os problemas que a caracterizam, também
existem e, por sua vez, muito acentuados.
Desse modo, não é uma oposição em cima de fatores discriminatórios em si, mas
oposição em razão dos níveis de aprendizagem. Não é o caso de um aluno atrapalhar o outro,
é que, conforme, em Nascimento (2009), o professor não está habilitado para fazer esse tipo
de mediação. De outro modo, ele até tenta, mas como não consegue, sua mediação cai no
interpessoal-social. Além disso, também, as naturezas de ambas as modalidades de ensino,
regular especial, não se combinam ao ponto de se as mesclarem enquanto modalidades que se
86
aproximam, entre si. É claro que, social-educativamente, esses alunos não apresentam
problema algum, ao contrário, os outros alunos sempre os tratam com muito zelo.
Enfim, como desfecho desta seção e marca significativa deste plano de ações gerais, o
que se percebe é a clara oposição entre os níveis regular e especial de ensino, bem como a
falta de preparação profissional do professor para mediar esse tipo de ensino e, ainda, a falta
de consonância entre os planejamentos e conteúdo ensinado pelo professor e, ao mesmo
tempo, aprendido pelo aluno especial, pois que na realidade, o aluno não o aprende, mesmo
com o professor-apoio.
Além disso, a clara discrepância entre inclusão social e intelectual, se considerando
que a social não trás nenhum problema para a sala de aula, entretanto, a inclusão intelectual
apresenta muitos problemas, porque a mediação do ensino não acontece e, como ela não
acontece, também, não há aprendizagem, por parte do Especial. No mais, como o tema ainda
se estende, como em Brasil, (2007), abordando os contornos da oposição entre o ensino
regular e especial, vale à pena observar essa extensão:
[...] No documento Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, princípios e programas, publicado pelo Ministério da Educação, é reafirmada a visão sistêmica da educação que busca superar a oposição entre educação regular e educação especial. Contrariando a concepção sistêmica da transversalidade da educação especial nos diferentes níveis, etapas e modalidades de ensino, a educação não se estruturou na perspectiva da inclusão e do atendimento às necessidades educacionais especiais, limitando, o cumprimento do princípio constitucional que prevê a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola e a continuidade nos níveis mais elevados de ensino [...] (BRASIL, 2007, p. 09).
E continuando na dialética da inclusão social x inclusão intelectual, sob a ótica da
oposição entre ensino regular e ensino especial, em Brasil (2007), contrariando a concepção
sistêmica da transversalidade da educação especial nos diferentes níveis, etapas e modalidades
de ensino, sobretudo, no que concerne à heterogeneidade no ensino, se considerando os
diversos conceitos presentes nos contextos da diversidade.
Nesse caso, incluir sim, só que é preciso conceber melhor os conceitos que contornam
essas inclusões. Muitas vezes, o ato de incluir se confunde ao de excluir, pois que se inclui o
aluno no todo social da escola, aí, como o professor não foi preparado para fazer essa
inclusão, os alunos daquela turma não foram preparados para receber o colega incluso, o
professor de apoio foi capacitado, mas não foi preparado para mediar, junto ao apoiado, os
conteúdos nas diversas disciplinas.
E, como tudo isso acontece nas práticas de ensino, então, de fato e de verdade, não se
consegue compreender o conceito presente no ato de incluir. “[...] desde o início da
escolaridade, ao final de sua formação escolar, a meta, do novo paradigma, é incluir todos
aqueles que se encontra em situação de exclusão do sistema regular de ensino público [...]”
(MACHADO e NAZARI, 2014, p. 11). Quer dizer, a exclusão de que fala os autores, podem
ser a da lista de matriculados na escola, na turma, disciplinas e outras.
Não pode ser da exclusão social, porque esta, já ficou bem-clara neste estudo que,
tanto professor-titular da disciplina, quanto professor de apoio, quanto os alunos da turma
fazem esse trabalho muito bem-feito. O problema está na inclusão intelectual. Ela não
acontece na sala de aula, mas não é por culpa de um ou de outro, é por causa das diferentes
discrepâncias presentes enquanto modalidades, enquanto não consonância do ensino ao
conteúdo, enquanto não adaptação, muitas vezes, do aluno apoiado ao apoiador e vice-versa.
Isto, em Machado e Nazari (2014), faz uma diferença muito grande, porque, o sentido
da inclusão a que eles orientam independe de objeções como as colocadas, para eles a
87
inclusão do nome do aluno na lista da escola já pode ser considerado incluso ao sistema
escolar. Então, nestes termos, não se os contestam no conceito de inclusão escolar, porque,
para eles, esses conceitos de inclusão e exclusão independem de questionamentos.
Aliás, já está pacificado que: “[...] Fica claro que a simples inserção de alunos com
necessidades educativas especiais, sem nenhum tipo de apoio ou assistência aos sistemas
regulares de ensino, pode redundar em fracasso, na medida em que esses alunos apresentam
problemas graves de qualidade, expressos pelos altos níveis de repetência, de evasão e pelos
baixos níveis de aprendizagem [...]” (Bueno, 1999, pp.7-25).
E é, exatamente, este conceito de inclusão que está sendo interpelado, pois que, o que
se quer é também, exatamente, não se chegar ao fracasso. Afinal, problemas certamente, serão
detectados. Se fundados em questões emocionais, crê-se não haver problema, se considerando
que, uma vez detectada a divergência emocional, os profissionais da escola são inteiramente
capazes de encaminhar as situações aos setores responsáveis.
Se fundados em problemas de relacionamentos entre os alunos-apoiados e os demais
alunos na sala, também, não consta de problemas. Só que fundados em questões intelectuais
ou de aprendizagem, de fato, vai-se considerar problemas. Quer dizer, em Bueno (1999), altos
índices de repetência, de evasão escolar e baixos níveis de aprendizagem são os problemas
mais encontrados nas escolas e são também os que mais deixam a escola em situação de
fracasso escolar.
Dado isso, se olhado ao tom da legislação vigente: “[...] I - a dignidade humana e a
observância do direito de cada aluno de realizar seus projetos de estudo, de trabalho e de
inserção na vida social; [...]” (BRASIL, 2001, p.1), o princípio da dignidade humana pode
estar sendo quebrado em inúmeras escolas, infelizmente. Contudo, na lei se prevê, mas nas
práticas, não se fazem conhecer, porque, primeiro, não houve preparação das partes para o
cumprimento do previsto nela.
Para tanto, se olhado ainda sob as ponderações de Saviani (1997), sobre situações
sistemáticas de ensino que devem merecer de cada instituição de ensino um rigoroso
programa, capaz de promover a valorização real dos alunos nelas envolvidos, verá que um
novo sistema regular de ensino precisar ser instaurado, porquanto, um bom programa que
promova a solução desses problemas.
Sobretudo, com o aluno especial não é feito um trabalho conscientizando-o de que ele
está na escola com o fim de realizar projetos de estudo, muito menos com o fim e se preparar
para o acesso ao trabalho. Na verdade, a única inserção com a qual ele chega à escola
consciente, é a inserção na vida social. Então, em Brasil (2001), que o princípio está previsto,
está, mas somente na lei, pois que, nas práticas escolares, se reconhece que está muito
impraticável.
Ao final desta segunda seção, vale conhecer os eixos que a marcaram neste plano de
ações gerais, por exemplo, nesta fica compreendido que os conceitos de inclusão e exclusão
escolares, aplicados nas práticas escolares, se confundem entre si, não pelo conceito, mas pela
falta de compreensão e discernimento dos profissionais que os aplicam. Também, o conceito
de inclusão escolar não pode ser compreendido com o sentido de inclusão intelectual, pois
que, se assim o for, a lei o compreende com sentido discriminatório.
E ainda, na verdade, o único problema, nas práticas escolares, é quando as pessoas
assimilam como prática o conceito de inclusão intelectual, pois que, neste de fato, não há
consonâncias: entre professor da disciplina e o professor-apoiador, bem como,
correspondência em aprendizagem do aluno com estes. E ainda, os demais conceitos relativos
à inclusão escolar estão todos no rol dos conceitos bem-assimilados. No mais, a próxima
temática diz respeito à inserção social sob os olhares das ferramentas psicológicas. E é isso
que, em Minik (2002), se passa a discorrer:
88
[...] Vygotsky afirmava que é na interação social, no comportamento que é
empreendido por mais de um indivíduo, que os signos primeiro funcionam
como ferramentas psicológicas no comportamento. O indivíduo participa da
atividade mediada pela linguagem, pelas ferramentas psicológicas que outros
usam para influenciar o comportamento dele e que usa para influenciar o
comportamento dos outros. Subsequentemente, o indivíduo começa a aplicar a
si mesmo as mesmas formas de comportamento que eram inicialmente
aplicadas a ele pelos outros [...] (Minik, 2002, p.4,).
Dado isso, vê-se que não tem como não conhecer mais de perto a inserção social,
como em Minik (2002), sem conhecer as dinâmicas que giram em torno das ferramentas
psicológicas nos comportamentos dos seres humanos. E aí, nesse contorno, o do olhar para os
comportamentos é que se vai ver como se conceituam a inclusão social, ou seja, conhecer
como que o aluno-apoiado, depois de adentrar a escola, se sente em relação às outras pessoas
com as quais se relaciona.
Quer dizer, tudo precisa passar, muitas vezes, por observações criteriosas. É o caso
de: “[...] cabe a ele, a partir de observações criteriosas, ajustar suas intervenções pedagógicas
ao processo de aprendizagem dos diferentes alunos, de modo que lhes possibilite um ganho
significativo do ponto de vista educacional, afetivo e sociocultural [...]” (PRADO & FREIRE,
2001, p.5). A saber, os critérios usados pelo professor para inserir o aluno nos contextos
socioculturais que se iniciam na sala de aula, passando pela escola como um todo e
desemboca nos socioculturais externos à escola.
Então, esse caber do professor faz-se sumamente importante, primeiro, porque se ele
não souber fazer essa mediação, junto ao aluno especial, o seu trabalho pode cair no vazio.
Segundo, quem precisa saber absorver as orientações mediadas pelo professor, é o aluno-
mediado. Então, a sensação de prazer ou desprazer do aluno-mediado em relação ao
mediador, só ele vai poder dizer. E ele não vai dizer isso para o seu mediador, jamais, pelo
menos com palavras. Quer dizer, através de gestos isso pode acontecer.
Mas, aí, em caso de erro, é outra sabedoria que o mediador precisa ter: descobrir onde
errou. “[...] II - a busca da identidade própria de cada educando, o reconhecimento e a
valorização das suas diferenças e potencialidades, bem como de suas necessidades
educacionais especiais no processo de ensino e aprendizagem, como base para a constituição
e ampliação de valores, atitudes, conhecimentos, habilidades e competências; [...]” (BRASIL,
2001, p.1).
A saber, é nisso que se está preconizando, quando o professor se esmera no uso de
ferramentas comportamentais para descobrir o estado de inserção social do aluno: se este se
adaptou bem ao contexto da sala de aula, para ele, novo; e este se estendendo ao contexto
escolar. Logo, é toda essa busca do reconhecimento e valorização, pelas diferenças e
potencialidades do aluno.
E essas descobertas, o professor tem de fazer usando a modalidade da inclusão social
para, através das descobertas que vier a fazer, chegar à inserção social. Para tanto, em Brasil
(1997), se vai ver que esses alunos-especiais precisam de muita atenção por parte do
mediador, porque eles vêm de suas comunidades comportando todos os hábitos possíveis,
desvalidos de condições: machucados fisicamente, às vezes, agressivos, linguagens obscenas
no seu modo de expressar, tudo o que se falam, de repente, eles já vêm com respostas
defensivas, etc. Sendo assim, o professor tem de ter muito jeito, ou seja, saber incluir o aluno.
Agora, saber se incluiu, demora algum tempo, mas só os processos de avaliações é que vão
dizer.
Mas, aí, já não será mais uma questão de inserir ou não. Numa verdade, esse trabalho
de inserir social-pedagogicamente, de todo o jeito, o professor tem de fazer, porque o aluno
dito-especial já está inserido. E aí, se olhar do ponto de vista não conceitual da escola, ao
recebê-lo na lista de matriculados, verá que não houve nem um tipo de avaliação para recebê-
89
lo. Quer dizer, é só pensar no que diz: “[...] O princípio fundamental desta Linha de Ação é de
que as escolas devem acolher todas as crianças, independentemente de suas condições físicas,
intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras [...]” (Brasil, 1997, p. 17 e 18).
Noutra verdade, o professor-mediador dessa inserção social precisa saber se colocar
nos primeiros contatos com os alunos-especiais, mesmo porque, já se diz no senso comum: “a
primeira impressão é a que fica”. Então, se não souber se colocar diante deles, de cara, já se
cria um clima ruim entre ambas as partes. E, apesar de ser apenas inserção social, o professor
precisa de toda uma pedagogia para poder entrar e sair em meio a eles.
E continuando, vê-se que o bom acolhimento se faz fundamental: “[...] Devem
acolher crianças com deficiência e crianças bem dotadas; crianças que vivem nas ruas e que
trabalham; crianças de populações distantes ou nômades; crianças de minorias linguísticas,
étnicos ou culturais e crianças de outros grupos e zonas desfavorecidos ou marginalizados
[...]” (Brasil, 1997, p. 17 e 18). De repente, saber acolher, a escola já faz, ao recebê-lo na lista
de matrículas. Os passos seguintes são da gestão pedagógica, e os mais complexos são do
professor que fará toda a mediação necessária para conseguir resultados prósperos no trabalho
de inserção social.
Finalmente, como desfecho e marca significativa deste plano de ações gerais, o que se
percebe é a clara oposição entre os níveis regular e especial de ensino, bem como a falta de
preparação profissional do professor para mediar esse tipo de ensino e, ainda, a falta de
consonância entre os planejamentos e conteúdo ensinado pelo professor e, ao mesmo tempo,
aprendido pelo aluno-especial, pois que na realidade, o aluno não o aprende, mesmo com o
professor-apoio.
Além disso, a clara discrepância entre inclusão social e intelectual, se considerando
que a social não trás nenhum problema para a sala de aula, entretanto, a inclusão intelectual
apresenta muitos problemas, porque a mediação do ensino não acontece e, como ela não
acontece, também, não há aprendizagem, por parte do Especial. Daí vale conhecer outros
eixos que a marcaram neste plano de ações gerais, por exemplo, a compreensão de que os
conceitos de inclusão e exclusão, aplicados nas práticas escolares, se confundem entre si, não
pelo conceito, mas pela falta de compreensão e discernimento dos profissionais que os
aplicam, muitas vezes.
Também, o conceito de inclusão escolar não pode ser compreendido com o sentido de
inclusão intelectual, pois que, se assim o for, a lei o compreende com sentido discriminatório.
E ainda, na verdade, o único problema, nas práticas escolares, é quando as pessoas assimilam
como prática o conceito de inclusão intelectual, pois que, neste de fato, não há consonâncias:
entre professor da disciplina e o professor-apoiador, bem como, correspondência em
aprendizagem do aluno com estes.
E ainda, os demais conceitos relativos à inclusão escolar estão todos no rol dos
conceitos bem-assimilados. Ao fim, o que marca a última seção do artigo, primeiro, o
professor-mediador não precisa se ocupar com as inclusões que não seja a social, vai usar de
todas as ferramentas necessárias para fazê-lo. Para tanto, sobre situações sistemáticas de
ensino que devem merecer de cada instituição de ensino um rigoroso programa, capaz de
promover a valorização real dos alunos nelas envolvidos, verá que, em Saviani (1997), um
novo sistema regular de ensino precisar ser instaurado, porquanto, um bom programa que
promova a solução desses problemas. Logo, isso também soa como marca desta proposta.
E as ferramentas psicológico-comportamentais são os instrumentos ultra utilitários.
Segundo, saber se colocar diante dos alunos, bem como, e se fizer a inserção social,
observando sempre que é “a primeira impressão é a que fica”. No mais, acolher bem a todos
os alunos, sem formulação de conceitos e sem-desperdícios de arrogâncias, mesmo porque, é
o professor que tem de repassar a eles os primeiros exemplos de vida, de profissionalismo e
de inclusão social.
90
6.1.2.3 A educação formal contextualizada à formação de habilidades culturais
Em se tratando de educação, tendo como referência as habilidades culturais, o que se
percebe nos contextos de Ibirité, é a falta de certas presenças culturais que marcam as
necessidades da população quanto a sua disposição para o entretenimento. Desse modo,
embora haja disposição, percebe-se que não há situações de correspondências a essa
disposição da população em relação aos recursos de entretenimento.
Quer dizer, em Libâneo (2010), vê-se que o educador não é mais apenas o docente, são
os múltiplos agentes educativos, conforme as instâncias em que operam, seja a família, a
escola, os meios de comunicação, a fabricas, os movimentos sociais, etc. Só que, se olhada
aos olhos da atenção cultural, vê-se que falta, no bojo educação formal essa preocupação com
a formação do aluno voltada para as questões culturais.
Disso posto, de repente, remete-se ao que a população marca como falta de presença
cultural, bem como e, ao mesmo tempo, como disposição para o entretenimento. E, olhando
assim, compreende-se porque a população trás consigo essas marcas e, por isso, se considera,
muitas vezes, necessitária de movimentações culturais. De repente, pode ser por que: “[...] A
educação informal corresponderia a ações e influencias exercida pelo meio, pelo ambiente
sociocultural, e que se desenvolve por meio das relações dos indivíduos e grupos com o seu
ambiente humano, social, ecológico, físico e cultural, [...]” (LIBÂNEO, 2010, p. 31).
Desse modo, o que essa população, considerada carente de cultura, quer é que ao lado
da educação formal, a escola também se ocupe com a formação cultural, mesmo porque, essa
suposta carência, não surge à toa, do nada. De repente também, tem-se de perceber, primeiro,
as ausências, para depois manifestar as necessidades. E é isso que vem acontecendo com a
cidade no decorrer dos anos. Muitas vezes, os próprios shows artísticos que a secretaria de
cultura proporciona à cidade, em certas temporadas, custam muito caros.
E estes não correspondem à realidade da cidade, de modo que, esta permanece se
considerando necessitária de cultura. E isso, só acontece por falta de consciência cultural. A
saber, consciência que, em Libâneo (2010), vai-se formar, seja na família, na escola, nos
meios de comunicação, nas fabricas, nos movimentos sociais, etc. Quer dizer, para ele, autor,
essa consciência cultural está contextualizada nesses polos sociais.
Ele, autor trabalha com a suposição de que essas pessoas, nesses polos, já receberam a
formação cultural deseja, quando de suas presenças na educação formal. Só que para esta
proposta de educação cultural, essa consciência cultural se forma desde pequeno, ao
frequentar a educação formal. Só que também, isso não aconteceu nas práticas educacionais.
Haja vista, em Ibirité, para a Fundação Helena Antipoff que promovia a desenvoltura dessas
habilidades até metade da década de 1980.
Pós-isso, também, parou. No mais, não consta de escola nenhuma que fizesse isso. Aí,
no tangente a esses adultos de hoje carentes de cultura, supõem-se quando crianças, das
presenças nos contextos sociais, seus hábitos culturais formados em sua personalidade, vão
cobrar e suas atuações vão influenciar as ações culturais nesses polos.
De outro modo, a olhar pela formação de consciência proposta pela autora: “[...] Ao se
expressar, os atores/sujeitos dos processos de aprendizagem articulam o universo de saberes
disponíveis, passados e presentes, no esforço de pensar/elaborar/reelaborar sobre a realidade
em que vivem. Os códigos culturais são acionados, e afloram as emoções contidas na
subjetividade de cada um [...]” (GHON, 2011, p. 113 -114).
O que se vai ver é que essa formação cultural consciente cresce articulada aos
contextos de construção dos saberes humanos, ou seja, os hábitos culturais são formados nos
mesmos passos da formação da personalidade. Aí, nos momentos oportunos em que as
91
emoções se afloram, esses hábitos são acionados pela própria força da personalidade, de
modo que a consciência cultural brota e se desponta naturalmente. Logo, é isso que tem
acontecido com muitos setores e grupos sociais na cidade.
Daí, Libâneo, novamente, vai completar a análise abrangendo as suas resultantes: “[...]
das quais resultam conhecimentos, experiências, práticas, mas que não estão ligadas
especificamente a uma instituição, nem são intencionais e organizadas [...]” (LIBÂNEO,
2010, p. 31). Essas são as ações culturais de que ele estava falando anteriormente. Só que ele
entende que é a escola comum que forma esses hábitos em seus alunos, porém, esta proposta
de acordo com as pesquisas feitas nos polos educacionais da cidade, isso não tem acontecido,
mesmo com a atuação dos projetos de educação integral dos últimos anos. Na verdade, a
realidade cultural é muito mais dura do que se pensa.
Por fim, as marcas que contextualizam esta proposta nesta primeira seção, é que a
população se considera necessitária de cultura, e por se considerar necessitária, também tem
disposição para o entretenimento, embora perceba a falta de consciência cultural em meio aos
contextos sociais. E, neste contexto, outra marca significativa nesta proposta, é que a
consciência cultural se forma, paralelamente, ao exercício da educação formal.
Mas se considerando que esta não investe há mais de 40 anos na educação pela
formação de hábitos culturais, então, o sistema municipal de educação, pós-estudo nesta
proposta, tem de buscar os meios de tornar essas marcas praticáveis. Daí ainda, outra marca é
que se vai ver é que essa formação cultural consciente cresce articulada aos contextos de
construção dos saberes humanos, ou seja, os hábitos culturais são formados nos mesmos
passos da formação da personalidade.
E ainda, outra marca é que, muitas vezes, se promovem shows artísticos, mas não
procura saber se a população está gostando, portanto, nesta proposta, toda promoção cultural
precisa ser a contento às necessidades da população, senão, não vale à pena investir. No mais,
como a próxima seção, em Lopes, Mendes e Faria (2005), se vai tocar na temática das
abordagens culturais pela formação das habilidades, vale contextualizá-las:
[...] As diversas abordagens do termo cultura, muitas vezes direciona o
pensamento à música, literatura, artes, ou uma infinidade de habilidades
desenvolvidas durante o percurso da existência do homem; entretanto, sua
perspectiva é muito mais ampla, considerando-se que a cultura pode ser
concebida como tudo que o homem produz [...]. De acordo com Lopes, Mendes
e Faria (2005, p. 13), sua definição se refere às “teias de significados”
construídas ao longo da existência humana; tudo que a ele faz referência e que
ele adquire e significa durante sua existência partindo sempre das relações
sociais [...] (LOPES, MENDES e FARIA, 2005, p.13)
A continuar, pelas abordagens, no entorno da educação cultural focada na formação de
habilidades como, em Lopes, Mendes e Faria (2005), na sua contextualização, se vai tocar na
temática das abordagens culturais enquanto mediadora da formação das habilidades. Então,
não é na escola comum que se vai promover esse tipo de educação, porque essas demandas
culturais se fazem grandes, de modo que, a escola comum não os comporta mais. Já o
comportou há muitos anos.
Neste ponto, haja vista para o que o autor coloca em termos de educação cultural: “[...]
Não é apenas o aluno na escola, mas o adulto, os pais, o telespectador, o leitor, o trabalhador,
o morador, o consumidor etc. Os conteúdos e métodos também sofrem outras modulações
conforme as variedades de situações pedagógicas [...]” (LIBÂNEO, 2010, p.56). A saber, a
escola comum se modificou demais, de modo que, num mesmo espaço tem-se de comportar
diversas demandas em diversas esferas sociais.
Daí, conjugar isto a um novo formato de educação, em sua forma cultural, vai alterar
mais ainda os processos educacionais da escola comum. Noutros tempos, muito remotos até,
92
dava para combinar as duas coisas – vale até lembrar a professora Dona Elza a buscar nos
alunos os testes vocacionais para a música – isso, na escola Sandoval de Azevedo, em Ibirité,
de até início dos anos 80. Só que, hoje, as demandas culturais nos contextos da diversidade,
também se ampliaram e, não somente, elas também se modificaram quanto ao conceito.
Quer dizer, ao conceituar a educação pela formação das habilidades culturais, se pela
escola comum, esse conceito precisa ser retrabalhado no eixo do ensino regular. Aí, não vai
sobrar espaços/tempos/módulos para que se possa fazer a desenvoltura desse trabalho de
ensino cultural. Além do mais, a educação comum já vem se adequando, há anos, sem a
formação direta de habilidades culturais, para tanto, como em todas as áreas, as coisas se
diversificaram, pode ficar meio que intransigente comportar os dois tipos de educação num
mesmo espaço físico.
Quer dizer, em Libâneo (2010), se vai reportar novamente essa compreensão de que a
escola hoje não é apenas o aluno na escola, mas o adulto, os pais, o telespectador, o leitor, o
trabalhador, o morador, o consumidor etc. E isto precisa ficar claro neste estudo. Senão, não
tem como se apropriar dos saberes científico, como a autora versa em: “[…]. É fundamental
que todos possam tanto se apropriar dos saberes científicos fundamentais, quanto aprenderem
com todo seu histórico, seja nos livros, nos teatros, [...]” (KRAMER, 1998, p.22).
E, por assim dizer, essa apropriação dos saberes científico vai-se dar, quando também,
o aluno estiver cuidando de suas habilidades, fundamentalmente, culturais. Noutro ponto, na
forma como se versam as metodologias, os sistemas de ensino precisam estar pensando e
buscando, o tempo todo, modos de resgatar os valores da educação como um todo, por hora,
abandonados. Se no passado foi possível executar certas políticas educacionais de cultura, não
significa que não possam ser elaboradas novas políticas e a educação possa se recuperar.
Quer dizer, se olhado pela ótica do autor: “[...] A nova metodologia de ensino-
aprendizagem expressa totalidade do processo pedagógico, dando-lhe centro e direção na
construção e reconstrução do conhecimento. Ela dá unidade a todos os elementos que
compõem o processo educativo escolar [...]” (GASPARIN, 2007, p.5), o erro está em não
estudar as possibilidades, porque orientação, direção existem, sobretudo, pontuando na
construção e reconstrução do conhecimento.
E esse leque da formação só vem contribuir para que esses eixos de construção e
reconstrução de novas formas de educação sejam ministrados a contento às necessidades da
população. E é isto que a autora demonstra: “[...] com as linguagens e as artes, seja no
cinema, na música, na dança, considerando que a experiência nestes casos integra a formação
cultural e humanista imprescindíveis para o enfrentamento dos desafios mais potenciais da
vida atual [...]” (KRAMER, 1998, p.22).
É para isso que os processos de elaboração de políticas públicas no âmbito da cultura
precisam estar atentos. A saber, a criação de um sistema voltado para a formação cultural faz-
se um tipo de política. Contudo, diversas outras políticas, não somente, no campo da
formação cultural, se fazem necessárias.
Ao final, se vê que as marcas que contextualizam esta proposta nesta segunda seção, é
que a formação de habilidades culturais, se conjugada ao ensino regular formal, os espaços de
educação não comportam devido às diversas demandas socioculturais já desenvolvidas. Para
tanto, outra marca, é que esse formato de educação cultural só é cabível num espaço criado
para esse fim.
Portanto, não se trata de uma escola somente de práticas culturais, mas de uma escola
que consta de formação e prática cultural, ao mesmo tempo. E, ainda, outra marca é que o
sistema político municipal tem de pensar, elaborar e aplicar políticas, não somente no campo
da formação cultural, mas também no campo do resgate de hábitos culturais, no campo dos
investimentos em projetos culturais, em festivais voltados para a cultura, em pontos de
93
referências culturais, em apoios a organizações, na cidade, voltadas para os valores culturais
do lugar.
Dado isso, em Freire (2011), como as temáticas da próxima seção estarão voltadas
para abordagens relacionadas aos pontos de referências culturais, faz-se bem entrar nos
conceitos comportamentais do homem, sobretudo, porque é nesse conceito de cultura que os
espaços/referências de cultura, também se organizam:
[…] o conceito antropológico de cultura, onde existe a distinção entre os dois
mundos: o da natureza e o da cultura. A função ativa do homem em e com sua
realidade. Assim, a perspectiva de mediação que possui a natureza para as
relações e comunicação entre os homens e a cultura é concebida como o que o
homem é capaz de acrescentar a que ele não criou e é resultado do seu trabalho,
da sua capacidade de criar e recriar [...] (FREIRE, 2011, p.108).
A começar do conceito que o homem constrói de cultura, faz-se perceber os diversos
sentidos de que ele próprio se faz realizar. Para tanto, em Freire (2011), essa perspectiva do
homem situado num lugar e dali olhar para o mundo a sua volta e criar situações de cultura,
faz-se um conceito dele próprio, homem. No entanto, quando ele para e vê o mundo a sua
volta, começa também, a estabelecer seus parâmetros de cultura.
Quer dizer, em Freire (2011), ele conceitua o mundo e, ao mesmo tempo, separa os
mundos em dois. Para ele, homem, de um lado, o mundo da natureza com suas espécies
naturais, espécies animais, relevos naturais, montanhas, mares, o homem, enquanto espécie
natural/racional que cuida desse espaço a que ele mesmo conceitua como sendo o mundo da
natureza.
De outro lado, ele mesmo, homem, conceitua o mundo da cultura, com suas
diversidades criadas por ele, os espaços artificiais, as arquiteturas, as plantações, construções,
a saber, tudo o que o homem faz vai ser compreendido como cultura. Quer dizer, é nesse
esmiuçar dos conceitos que o homem constrói que os sujeitos também, se interagem uns com
os outros.
Para tanto, é dessa interação que o autor observa: “[...] Na interação entre professor e
aluno dá-se o confronto entre os conceitos ou conhecimentos espontâneos e os conhecimentos
científicos. Os conceitos científicos descem à realidade empírica, enquanto os espontâneos
ascendem buscando sistematização, abstração, generalização. Por isso, a aquisição dos
conceitos científicos implica a reconstrução dos conceitos espontâneos numa articulação e
transformação recíprocas [...]” (GASPARIN, 2007, p. 109).
E é isso que a escola faz todos os dias em seus processos de educação e de ensino.
Ainda, em Freire (2011), é possível se aperceber do homem, a partir dos conceitos que ele
mesmo veio, por hora, construindo e, por hora, reconstruindo. E tudo vem ganhando forma
elástica: uns se construindo a partir dos outros. E isso tem uma razão de ser, porque é nesse
conceito de cultura que os espaços/referências de cultura, também se organizam,
independentemente, de sua forma conceitual elástica.
Quer dizer, a cidade de Ibirité, através de alguns dentre a população, pontuou isso no
início deste estudo: a sensação de necessitária de cultura. Agora, como a cidade vai promover
um novo conceito de cultura, se ela mesma se coloca como necessitária. E se é necessitária, é
também porque não tem cultura. Entretanto, se olhar mais uma vez, em Freire (2011), ele
mesmo, homem, conceitua o mundo da cultura, com suas diversidades criadas por ele, os
espaços artificiais, as arquiteturas, as plantações, construções, a saber, tudo o que o homem
faz vai ser compreendido como cultura.
Então, chegou a hora de a população de Ibirité compreender que, a partir deste tempo
presente, é ela quem vai desenvolver ao seu modo, as suas habilidades para a cultura. Desse
modo, não vai poder se colocar mais enquanto população necessitária de cultura. De outro
94
modo, não vai mais se considerar necessitária porque aprendeu que cultura está relacionada ao
modo de viver de cada um no dia a dia da cidade.
Entretanto, se vista sob os olhos da Constituição Federal (1988), é hora de a
população se colocar, enquanto sociedade local, e trabalhar na promoção e incentivo na
colaboração para que a cidade passe a valorizar mais a cultura do lugar, assim: “[...] A
Constituição Federal, promulgada em 1988, em seu Art. 205 estabelece: Art. 205. A
educação, direito de todos e dever do estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, [...]”.
Isto, para o autor: “[...] visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para
o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho [...]” (CBR, 1988, p.22). Então,
nessa lógica da valorização cultural é que vão se constituir as novas políticas de cultura. Daí,
se nos processos de participação popular, ficou compreendido que a cidade vai ter uma casa
de cultura, por exemplo, e esta funcionar como referência cultural tanto para os do lugar
quanto para os de fora do lugar.
Daí, então, é trabalhar tanto para que haja a elaboração das políticas públicas que
levam a esse fim, quanto pela colocação dessas políticas em prática, e não somente esta
exemplificada, mas quaisquer outras do gênero e assim por diante. Logo, segundo o conceito
de Freire (2011), só de estar fazendo assim, também, já se está fazendo cultura.
Finalmente, as que contextualizam esta proposta é que a população se considera
necessitária de cultura, e por se considerar necessitária, também tem disposição para o
entretenimento, embora perceba a falta de consciência cultural em meio aos contextos sociais.
E, neste contexto, outra marca significativa é que a consciência cultural se forma,
paralelamente, ao exercício da educação formal.
Entretanto, se considerando que esta não investe há mais de 40 anos na educação pela
formação de hábitos culturais, então, o sistema municipal de educação, pós-estudo nesta
proposta, tem de buscar os meios de tornar essas marcas praticáveis. Daí ainda, outra marca
que se vai ver, é que essa formação cultural consciente cresce articulada aos contextos de
construção dos saberes humanos, ou seja, os hábitos culturais são formados nos mesmos
passos da formação da personalidade.
Daí, se se promovem shows artísticos, mas não procuram saber se a população está
gostando, a partir desta proposta, toda promoção cultural precisa ser a contento às
necessidades da população, senão, não vale à pena investir. Também, se vê que há outras
marcas que contextualizam esta proposta, por exemplo, é que a formação de habilidades
culturais, se conjugada ao ensino regular formal, os espaços de educação não a comportam,
devido às diversas demandas socioculturais já desenvolvidas.
Conquanto, é que esse formato de educação cultural só é cabível num espaço criado
para esse fim. Portanto, não se trata de uma escola somente de práticas culturais, mas de uma
escola que consta de formação e prática cultural, ao mesmo tempo. E, ainda, é que o sistema
político municipal tem de pensar, elaborar e aplicar políticas, não somente no campo da
formação cultural, mas também no campo do resgate de hábitos culturais, no campo dos
investimentos em projetos culturais, em festivais voltados para a cultura, em pontos de
referências culturais, em apoios a organizações, na cidade, voltadas para os valores culturais
do lugar.
E como se trata de situações de ensino, é preciso fazer como em Saviani (1997), sobre
situações sistemáticas de ensino que devem merecer de cada instituição de ensino um rigoroso
programa, capaz de promover a valorização real dos alunos nelas envolvidos, verá que dentro
do sistema regular de ensino precisa ser instaurado, porquanto, um bom programa que
promova a solução desses problemas.
Daí, então, chegou a hora de a população de Ibirité compreender que, a partir deste
tempo presente, é ela quem vai desenvolver ao seu modo, as suas habilidades para a cultura.
95
Desse modo, não vai poder se colocar mais enquanto população necessitária de cultura. De
outro modo, não vai mais se considerar necessitária porque aprendeu que cultura está
relacionada ao modo de viver de cada um no dia a dia da cidade.
Para tanto, também, em CRB (1988), é hora de a população se colocar, enquanto
sociedade local, e trabalhar na promoção e incentivo na colaboração para que a cidade passe a
valorizar mais a cultura do lugar e, nessa lógica da valorização cultural, é que vão se
constituir as novas políticas de cultura. Portanto, é trabalhar tanto para que haja a elaboração
das políticas públicas que levam a esse fim, quanto pela colocação dessas políticas em prática.
6.1.2.4 Ensino sob o marco da operação recuperatória
O marco da operação recuperatória precisa ser olhado sob um ponto de vista
diferencial, conceitual-regulatório, porém, especial. Daí, em Vasconcellos (2000), por
exemplo, sob a ótica desses referenciais de recuperação, alguns problemas se apresentam: a
recuperação da nota, mas não da aprendizagem; a recuperação da aprendizagem, mas não da
nota; nem uma nem outra. Cabe, pois, a pergunta: a recuperação recupera? O quê? Quer dizer,
o autor pondera duvidoso-inacreditavelmente, nas propostas pedagógicas voltadas para as
formas de recuperação existentes nos diversos contextos escolares e sistemas de ensino.
Portanto, o marco conceitual-regulatório é centrado nos referenciais de recuperação, e
se coloca como especial, porque o trabalho a ser executado com os alunos, orientados sob este
marco, é em regime especial. Os professores, especialistas, enfim, todos os profissionais
envolvidos são especialistas preparados exclusivamente para o exercício da recuperação de
alunos defasados.
Entretanto, no que tange ao eixo recuperatório, pode ser concebido como sendo uma
nova política pedagógica para cujas finalidades se cumpram com os propósitos de reinserir,
no sistema regular de ensino, aquelas crianças, adolescentes e jovens que estejam fora da
faixa-etária, para frequentar o ensino regular; estejam aquém das séries, dos conteúdos
estudados nelas.
E, assim, estejam aquém, emocionalmente, portanto, necessitária de recuperação de
carga-horária, de estímulos, enfim, das defasagens, de modo geral, acumuladas no decorrer
dos anos. Contudo, não tenham ainda, para o ensino fundamental, 15 anos e, para o ensino
médio, que não é responsabilidade direta do sistema municipal, 18 anos.
Todavia, compreender a preparação feita pelo autor, em termos de recuperação, é esta:
“[...] Como mais um respaldo legal, a Câmara de Educação Básica – CEB/CNE emitiu
parecer 12/97 explicitando o tema, esclarecendo e ou reafirmando questões já contempladas
na LDBEN no 9394/96, [...]” (SAVIANI, 1990, p.20). E essas questões, de que ele fala, estão
relacionadas às modalidades de recuperação que é responsabilidade dos sistemas de ensino.
Também, o mesmo autor continua a respaldar a ideia de recuperação sistemática, por
exemplo: “[...] além da Indicação no 001/99 CEE/PR quando expõe sobre a obrigatoriedade
dos 8 estudos de recuperação, situações que devem merecer de cada instituição de ensino um
rigoroso programa, capaz de promover a valorização real dos alunos nelas envolvidos [...]”
(SAVIANI, 1997, p.20). Daí, a ideia de marco de recuperação vai-se formular no campo de
um programa de ensino cujo objetivo geral é recuperar conteúdos e cargas-horárias defasadas
em crianças, adolescentes e jovens.
Prosseguindo-se, para que haja compreensões dessas modalidades todas, será preciso
também definir o que está por detrás deste adjetivo ‘diferencial’ no que tange às
características da operação recuperatória. Para tanto, sob as ponderações de: “[...]
Vasconcellos afirma que Os estudos de recuperação padecem de uma ambiguidade: são
apontados como a grande saída para ajudar os alunos com dificuldades, mas frequentemente
96
não passam de uma proposta que não sai do papel, em função das condições objetivas de
trabalho dos professores [...]” (VASCONCELLOS, 2000, p.78).
O termo ‘diferencial’, na verdade, aparece, primeiramente, como adjetivo referente ao
substantivo ‘operação’. Isso, em Cegalla (1989), vai acrescentar o sentido de que o termo
‘operação’ não se consiste num significado comum, mesmo porque, o ato de operar já tem um
sentido forte, o de ir além do fazer. Agora, com o adjetivo se referindo a ele, no caso do
‘diferencial’, significa que a operação não é a mesma com a qual se procedem a médicos, nas
práticas de cirurgias; procedem a operários, com as máquinas nas fábricas.
A saber, a operação, neste caso, é mental. E isto significa que, no sistema de ensino
conceituado, o centro das operações, é a mente. Para tanto, este soa como que bastante
figurado. Mas, ainda tem o significado ideológico da expressão ‘marco de operação
recuperatória diferencial’, que quer dizer que este sistema de ensino pensado não vai ser a
mesma coisa que as outras propostas de recuperação já conhecidas nos contextos escolares.
Isso, para Saviani (1997), tem um significado, ou seja, promover a valorização real dos
alunos, mas nesta proposta, soa como que, só criando um sistema capaz de promover a
valorização real dos alunos nelas envolvidos.
No entanto, para Vasconcellos (2000), tem outro, são apontados como a grande saída
para ajudar os alunos com dificuldades, mas frequentemente não passam de uma proposta que
não sai do papel. Então, dá para ver que o adjetivo ‘diferencial’ acrescentado à expressão, já
mencionada, faz sentido. Do mesmo modo, os esforços e investimentos feitos, e apensados
nesta proposta pedagógica, têm de ser para valer. De outro modo, educação tem de ser vista
como investimentos, não meramente, como paliativos pedagógicos.
Afora isso, há ainda, o composto: ‘conceitual-regulatório’. Estes, também, referentes à
expressão ‘marco de operação recuperatória’ que significa, ideologicamente, que o conceito
de recuperação inexiste ou é um conceito tão-ruim que ela própria se faz inexistir. Daí,
compreender que o inexistente, em termos de conceito, tem de ser redefinido e passar a
existir. Para tanto, vai precisar da regulação, como meios de regras, para garantir o
funcionamento do sistema.
E se não for assim, como os alunos serão recuperados? Disso posto, para finalizar esta
seção, tem de ver quais eixos ficaram marcados nesta proposta. E ai, primeiro, tem-se de
entender que o marco da operação recuperatória não vai passar pelos mesmos trâmites de
outras propostas de recuperação já praticadas em diversos contextos escolares, ou seja, essas
precisam passar por critérios novos.
Segundo, se são critérios novos, precisa serem, também, um sistema novo, não
somente de propostas pedagógicas, mas como programa de ensino. Além disso, os
profissionais atuantes no sistema, ao lado da formação pedagógica básica para esse fim, terão
de ter as especialidades afins, as experiências nas práticas escolares mais diversas, e não
somente, terão de passar por cursos e treinamentos contínuos para que, nas práticas, se houver
desacertos, seja estes o mínimo possível.
E, por fim, todos os profissionais, alunos e pais de alunos envolvidos no/com o
sistema terão de encarar as propostas pedagógicas como sendo diferentes. Estes terão de
acreditar nela, senão, como proceder com as recuperações, se nas primeiras impressões, não
se acreditarem nelas? No mais, como as temáticas da próxima seção, em Saviani (1997), vão
tratar de mudanças feitas pelas políticas educacionais, mas nas práticas políticas, não
funcionam, então vale ver:
Cabe a observação de que a atual LDB é mais indicativa do que prescritiva. Se
indagarmos o que muda, efetivamente, na vida real das escolas, poderíamos
responder que, a rigor, pouca coisa, dependendo do encaminhamento da
política educacional, das decisões dos órgãos normativos e, importante, das
próprias escolas. [...], conforme as posições adotadas nos diferentes níveis de
97
decisão, a atual lei é uma lei com a qual a educação pode ficar, aquém, além ou
igual à situação atual (SAVIANI, 1997, p. 226).
Conseguintemente, abordando sobre o pretenso marco de operação recuperatória, o
que se percebe é certo teor de fragilidade nos contextos textuais na LDBN (1996), conforme,
em Saviani (1997), também se faz compreender. Aliás, faz-se este o momento de esta
proposta alcançar as justificativas de que precisa para se apresentar, enquanto marco de
operação recuperatória, em sua forma pragmático-sistêmica.
A saber, se a lei não oferece a segurança de que os processos de recuperação escolar
tanto precisam para se fazerem valer, ou seja, apenas indicar, como proposta pedagógica de
recuperação, aos sistemas de ensino, faz-se pouco, em se tratando de lei, sobretudo, lei
especial. Se esta é lei, tem de ser prescritiva, senão, os sistemas de ensino não procedem, nas
práticas educacionais, se somente como indicativo.
No entanto, ou pelo menos, estes não se sentem seguros o suficiente para proceder
com as recuperações do jeito como indica a lei. Constituindo-se, portanto, este, num primeiro
elemento que justifica as razões de a recuperação se formalizar através de um programa, não
de uma apenas uma proposta. Neste sentido, para o autor: “[...] A recuperação deveria ser
pensada como princípio derivado da própria avaliação. Esta, num processo contínuo e
permanente, embutido no próprio exercício de ensinar e aprender [...]” (PARO, 2001, p. 42).
E é por isso que a operação recuperatória se faz, necessariamente, na sua forma
programático-sistemática, cumprindo com uns objetivos principais e vários objetivos
específicos, mas todos com o sentido no alcance da finalidade maior que é recuperar os alunos
em defasagem. Logo, mais um eixo justificável das operações recuperatórias. Quer dizer, se
analisando o Projeto Político Pedagógico do Colégio lócus de estudo, observa-se, também,
que a recuperação de estudos não se apresenta de forma explícita, a quem quer que seja.
Então assim, para esse PPP Colégio Lócus (2008), os estudos de recuperação devem
ser entendidos como um dos aspectos da aprendizagem, em seu desenvolvimento contínuo, no
qual, o aluno esteja inserido, mas não só, sobretudo, envolvido, como o próprio sistema Lócus
define: “[...] com aproveitamento insuficiente, disponha de condições próprias que lhe
possibilitem a apreensão dos conteúdos básicos, sob os quais ficou defasado. Portanto, para os
alunos de baixo rendimento escolar, serão proporcionados estudos de recuperação paralela
através de atividades extraclasses e/ou atendimento individual [...]” (PEDAGÓGICO, 2008,
p.62).
Essas são algumas das experiências vivenciadas em termos de recuperação. No
entanto, mesmo assim, se parece um tanto quanto vaga a proposta, porque esta não se
apresenta com a devida clareza - por demais criteriosas que a própria forma de recuperação o
exige - ainda mais, se pensar nos sujeitos que estão por detrás dela: pais, mestres,
especialistas, dentre outros. Enfim, mais um argumento que justifica o marco de operação
recuperatória.
E continuando, vê-se que aponta outros elementos: “[...] diagnosticaria os problemas e
dificuldades que a recuperação também num processo contínuo e permanente, de solucionar
(ou intentar soluções) pelo oferecimento de novos recursos e alternativas de ação [...]”
(PARO, 2001, p. 42). Daí, se os vê enquanto elementos importantes nos trâmites das formas
de recuperação, mas não contêm o ideal de segurança. E, por isso, funcionam como elementos
justificáveis de um programa, ao invés de apenas proposta.
Contudo, ao finalizar esta seção, no que tange a esta proposta, o que se percebe,
primeiramente, é que os processos de recuperação para, se fizer como tais têm de buscar suas
próprias formas de conceito, de estruturação, e de respaldo, sobretudo, porque se na forma da
LDBN (1996), não se conseguem maiores seguranças. Em seguida, vê-se ainda que as
experiências analisadas por autores e as apresentadas por alguns sistemas de ensino, quanto às
práticas de recuperação escolar, só se apresentam enquanto propostas inexplícitas.
98
No entanto, somente justificam as iniciativas desta proposta de firmar as recuperações
sob um ideal de programa de ensino ao invés de apenas proposta, porque as intenções são de
fazê-las funcionar sob um sistema mais organizado. No mais, como a próxima seção vai
tratar, sob a ótica do Conselho Estadual de educação (1998), de formulação de conceitos de
recuperação sistemática, também se encontra uma definição de recuperação na Indicação CEE
nº. 5, ou seja, então, de repente, vale pontuar sobre essas formulações:
[...] Dentro do processo de ensino aprendizagem, recuperar significa voltar,
tentar de novo, adquirir o que se perdeu, e não pode ser entendido como um
processo unilateral. Se o aluno não aprendeu, o ensino não produziu seus
efeitos, não havendo qualquer utilidade em atribuir-se culpa ou
responsabilidade a qualquer uma das partes envolvidas. Para recobrar algo
perdido, é preciso sair à sua procura e, quanto antes melhor; inventar
estratégias de busca, refletir sobre as causas, sobre o momento ou circunstância
em que se deu a perda, pedir ajuda, usar uma lanterna para iluminar melhor.
Se a busca se restringir em dar voltas no mesmo lugar, provavelmente não será
bem sucedida [...] (EDUCAÇÃO, 1998, p. 2).
A forma conceitual, sob a qual se apresenta o Conselho Estadual de Educação (1998),
quanto às modalidades de recuperação, vê-se que os sistemas de ensino têm de estar
avaliando, senão periodicamente, mas o tempo todo, as suas práticas de avaliações, pois que,
o que se faz aplicar aos alunos como avaliação, tem de se fazer aplicar, proporcionalmente,
aos sistemas. Afinal, o sistema que não se avalia, também, não se corrige.
E, por isso talvez, seja o fato de as recuperações não se darem por corretas sob o ponto
de vista dos resultados. Quer dizer, se os resultados das avaliações foram ruins, tem-se de
buscar onde estão os porquês. E a cada avaliação feita num dado momento, produz efeitos
diferentes noutros dados momentos do futuro. Neste sentido, as práticas de educação focadas
nas recuperações têm de mudar os modos sobre com praticá-las.
Senão assim, os resultados dos alunos também nunca mudam. Logo, ambos precisam
produzir resultados: alunos ao serem avaliados, e professores, e sistemas de ensino, e
especialistas, e comunidade que acompanha os processos, e tudo mais estando sob esses
papéis. Noutro sentido, olhar como as formas de avaliações, senão a atenção básica, essas
produzem: “[...] Quando os ciclos ou a progressão continuada impedem o uso da avaliação
como forma de reprovar ou reter o aluno, [...]” (FREITAS, 2004, p. 158).
E o autor continua com as suas análises e proposituras: “[...] supondo que estão apenas
interferindo com o plano instrucional, impede adicionalmente o exercício de poder do
professor no processo de ensino aprendizagem da sala de aula, sem nada colocar no ensaio
[...]” (FREITAS, 2004, p. 158). Daí se vê que o professor precisa de autonomia para o
exercício de seu trabalho. E se este não se dispuser nem dispor para, tanto se perde o estímulo
do professor, quanto se perde este no aluno.
Para tanto, o aproveitamento, expresso em números, vai atribuir ao professor,
autonomia, estímulo e, sobretudo, confiança no sistema de ensino. Em suposta contrapartida,
vai o aluno que, por si só, ao ser avaliado e receber um expresso aproveitamento numérico, ao
contrário do que se pensaria, vai ter garantidos os mesmo atributos, tanto de sua parte em
relação ao professor e sistema de ensino, quanto em relação a si próprio, a sua família, dentre
outros atributos de confiança.
Contudo, a preparação de todos os setores envolvidos com a proposta, faz-se
fundamental, porque estes se tornam consciente dos papéis de cada uma. E é sobre isto que o
mesmo autor vai tocar: “[...] A recuperação paralela no ensino de física: o que pensa o
professor? Sequer a preparação do professor e dos alunos para a nova situação. Como não há
motivadores naturais que o professor possa utilizar, [...]” (FREITAS, 2004, p. 158).
99
Isto significa que, sem-preparação, não há motivação: “[...] ai retirados os motivadores
artificiais (nota, reprovação, etc.), desestabiliza as relações de poder existentes, obrigando o
professor a lançar mão de outras formas de controle nem sempre mais adequado [...]”
(FREITAS, 2004, p. 158). E é aí que moram os perigos da falta de preparação das partes a
serem envolvidas nos processos, e essa consistência e consciência precisam dar ao professor
mais segurança em seu trabalho.
Quer dizer, se ele não atribui notas e não reprova, também, não se sente seguro no
exercício do poder de professor; se o faz, não está impedido, mas precisa se cuidar para não se
adequar a certas culturas de reprovação que, ao invés de estimular, desestimulam. Também,
precisa se cuidar como, em Educação (1998), Se o aluno não aprendeu, e o ensino não
produziu seus efeitos, não havendo qualquer utilidade em atribuir-se culpa ou
responsabilidade a qualquer uma das partes envolvidas.
Assim, a cultura da reprovação, além de desestimular as partes, pode atribuir
sentimento de culpa. O que não é nem um pouco recomendável, sobretudo, no que tange a
uma proposta que queira se afirmar enquanto programam de ensino. Finalmente, tem-se de
entender que o marco da operação recuperatória não vai passar pelos mesmos trâmites de
outras propostas de recuperação já praticadas em diversos contextos escolares, ou seja, essas
precisam passar por critérios novos.
Segundo, se são critérios novos, precisa serem, também, um sistema novo, não
somente de propostas pedagógicas, mas como programa de ensino. Além disso, os
profissionais atuantes no sistema, ao lado da formação pedagógica básica para esse fim, terão
de ter as especialidades afins, as experiências nas práticas escolares mais diversas, e não
somente, terão de passar por cursos e treinamentos contínuos para que, nas práticas, se houver
desacertos, seja estes o mínimo possível.
Entretanto, todos os profissionais, alunos e pais de alunos envolvidos no/com o
sistema terão de encarar as propostas pedagógicas como sendo diferentes. Estes terão de
acreditar nela, senão, como proceder com as recuperações, se nas primeiras impressões, não
se acreditarem nelas? Daí, o que se percebe, primeiramente, é que os processos de
recuperação para, se fizer como tais têm de buscar suas próprias formas de conceito, de
estruturação, e de respaldo, sobretudo, porque se na forma da LDBN (1996), não se
conseguem maiores seguranças.
Em seguida, vê-se ainda que as experiências analisadas por autores e as apresentadas
por alguns sistemas de ensino, quanto às práticas de recuperação escolar, só se apresentam
enquanto propostas inexplícitas. No entanto, somente justificam as iniciativas desta proposta
de firmar as recuperações sob um ideal de programa de ensino ao invés de apenas proposta,
porque as intenções são de fazê-las funcionar sob um sistema mais organizado.
Finalmente, nesta proposta, o que fica claro, primeiro, é sobre as modalidades de
avaliações que permanecem com as mesmas características, podendo se inovar, conforme
resultados oriundos das próprias avaliações e de avaliações sobre o próprio sistema, para os
alunos. Entretanto, ao final de cada etapa de avaliação dos alunos, avaliam-se também o
sistema nas suas formas de aplicação dessas avaliações.
O sistema adota a reprovação, mas não a estimula, sob a justificativa de não cair na
cultura da reprovação. Daí se vê que o professor precisa de autonomia para o exercício de seu
trabalho. E se este não se dispuser nem dispor para, tanto se perde o estímulo do professor,
quanto se perde este no aluno. Então, a preparação de todos os setores envolvidos com a
proposta, faz-se fundamental, porque estes se tornam conscientes dos papéis de cada um.
Nisso, em Educação (1998), e se o aluno não aprendeu, e o ensino não produziu seus
efeitos, não há qualquer utilidade em atribuir-se culpa ou responsabilidade a qualquer uma das
partes envolvidas. Logo, sentimento de culpa é algo característico do campo pessoal, o
desfecho se faz com as práticas do profissionalismo, não com amadorismo.
100
6.1.2.5 Nível de ensino sob a atualização dos aprendentes além-faixa-etária
Em se pensando nos processos de recuperação escolar, associando-os à educação de
jovens e adultos, veem-se, de repente, sob uma expectativa muito grande, essas iniciativas
que, sob esses conceitos, muitas vezes, se colocam de volta à vida escolar: “[...] Considera-se
que a EJA atende um universo de pessoas jovens, adultas e idosas, bastante diverso, com
trajetórias de vida distintas, com ou sem repertório escolar prévio, que chegam da ou retornam
à escola, movidos por interesses e disponibilidades também diferenciados [...]” (PP - EJA,
2001, p. 52).
Tais iniciativas de jovens e adultos formuladas sobre os recursos, meios e modos de
se atualizarem enquanto estudantes, de se reinserirem enquanto pessoas e de se sentirem
novos sujeitos, por isso, presentes na sociedade como trabalhadores, profissionais, enfim,
como pessoas movidas por motivações a que elas mesmas, talvez nalgum dia, tivessem
pensado não conseguissem chegar a esse patamar.
Isso, por causa do estímulo que a própria maturidade os viesse reclamar. Para tanto,
quando o autor toca na temática da educação bancária, chama a atenção para o incentivo
desses jovens e adultos, a leitura crítica com a qual eles devem retomar: “[...] Na medida em
que esta visão bancária anula o poder criador dos educandos ou o minimiza, estimulando sua
ingenuidade e não sua criticidade satisfaz ao interesse dos opressores: para estes o
fundamental não é o desnudamento do mundo, a sua transformação [...]” (FREIRE, 1997,
p.83). Logo, numa lógica, jovens, adultos e idosos, ao se descobrirem da falta que a educação
faz, procuram a escola de novo. E isso funciona como forma de combate aos sistemas de
opressão presentes no mundo.
Entretanto, noutra lógica, mesmo com essas ações desse público, de redescobrimento
do mundo, os sistemas de opressão permanecem: “[...] O seu “humanitarismo”, e não
humanismo está em preservar a situação de que são beneficiários e que lhes possibilita a
manutenção de sua falsa generosidade [...]” (FREIRE, 1997, p.83). Nesse caso, o autor faz
pensar e, pós-isso, olhar pela visão crítica do mundo, ou seja, olhar para aqueles que em nome
da generosidade, satisfazem-se do mundo sobre a exploração e dominação dos mais pobres.
Daí, quando os adultos se descobrem da faixa de idade em que estão e começam a
olhar para a escola e vê-la como um lugar de superação, o incentivo maior precisa ser da
escola, aos recebê-los, para trazê-los de volta a esperança que tivera perdido na adolescência,
momento em que deixaram os estudos. Noutro caso e, em Freire (1997), se vê a orientação
desses jovens e adultos rumo a se capacitarem, sob o poder da criticidade em relação,
sobretudo, a esses humanitaristas e falso-humanos, presentes nas sociedades.
Para tanto, noutra forma de conceituar: “[...] A educação de jovens e adultos é toda
educação destinada àqueles que não tiveram oportunidades educacionais em idade própria ou
que tiveram de forma insuficiente, não conseguindo alfabetizar-se e obter os conhecimentos
básicos necessários [...]” (PAIVA, 1973, p.16). E, sob este conceito de uma escola para
aqueles que não tiveram oportunidades em idade própria, é que os adultos voltam à escola.
Desse modo, em Libâneo (2010), se pode ver o conceito de escola a partir das
diversas formas de educação que os seres humanos vivem diariamente e o como essa
educação se mistura com a vida. Começa em casa, e segue nas ruas, na igreja ou na escola.
Para ele, de um modo ou de muitos modos, todos envolvem pedaços da vida com ela, seja
para aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar, ao mesmo tempo. Seja para saber, para
fazer, para ser ou para conviver, todos os dias se misturam a vida com a educação.
Mas, agora, sob o pensar desta proposta, a educação formal vai fazer falta para todos
os homens, em todos os dias, ainda que ele não consiga retomar a escola, vai sempre lembrar
101
com saudade, porque é nela que se prepara para a vida. E é na vida que se encontra a
necessidade dela. Aliás, de outro modo, o próprio autor, traz essa ideia de valorização da
escola como vida e da vida como escola: “[...] Com uma ou com várias: educação?
Educações. (...) Não há uma forma única nem um único modelo de educação; a escola não é o
único lugar em que ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escolar não é a única
prática, e o professor profissional não é seu único praticante [...]” (LIBÂNEO, 2010, p. 26).
E aí se caracterizam as diferenças de olhares conceituais do mundo em que se vive. E
é este o olhar que se quer dar para a educação de jovens e adultos. Seja, através da escola
cultural, prevista no eixo da educação cultural deste marco, seja por uma política pública
específica, seja através de projetos específicos voltados para esse gênero de educação, o que
não pode é o sistema municipal deixar à mercê toda essa gama de adultos carentes de
educação. Para tanto e, para finalizar esta seção e esses momentos conceituais de educação,
vale pontuar os eixos de que ela se deixa marcar-se.
No entanto, a marca primeira se faz notar que jovens e adultos e idosos - quando
ainda em faixa própria, perdem a oportunidade de concluírem os estudos – entretanto, já na
idade, além-faixa-etária, se descobrem da falta que a educação faz. Daí, a requererem do
poder público uma nova oportunidade como chance de recuperar o tempo, supostamente,
perdido. Outra marca logicamente destacada, é que o sistema público municipal deve
elaborar, dentre outras, uma política que atenda às necessidades desse público.
E ainda outra é que, ao atender, na proposta didático-pedagógica, deve focar como
temáticas principais, as experiências vivenciadas por este público conjugadas ao teor de
criticidades, conforme apontado em Freire (1997). No mais, como a temática, na próxima
seção, em CEB (2000), vai tratar da obrigatoriedade dos sistemas que optarem por oferecerem
educação para jovens e adultos, estabelecerem as diretrizes dessa em consonância aos ditames
da lei e, dentro desse contexto legal, a educação de adultos torna-se mais que um direito. E é isto o que
se passa a ver:
A educação de adultos, dentro desse contexto, torna-se mais que um direito: é a
chave para o século XXI; é tanta consequência do exercício da cidadania como
condição para uma plena participação na sociedade. Além do mais, é um
poderoso argumento em favor do desenvolvimento ecológico sustentável, da
democracia, da justiça, da igualdade entre os sexos, do desenvolvimento
socioeconômico e científico, além de ser um requisito fundamental para a
construção de um mundo onde a violência cede lugar ao diálogo e à cultura de
paz baseada na justiça. A educação de adultos pode modelar a identidade do
cidadão e dar um significado à sua vida. A educação ao longo da vida implica
repensar o conteúdo que reflita certos fatores, como idade, igualdade entre os
sexos, necessidades especiais, idioma, cultura e disparidades econômicas. (CEB,
2000, p.36).
E continuando no desembolar das temáticas voltadas para as diretrizes da educação
para jovens e adultos e idosos, em CEB (2000), faz-se importante reiterar, desde o início, que
o parecer que se dirige aos sistemas de ensino e seus respectivos estabelecimentos, que
venham a se ocupar da educação de jovens e adultos e idosos, sob a forma presencial e
semipresencial, em cursos voltados para esse gênero de educação, tenham como objetivo o
fornecimento de certificados de conclusão de etapas da educação básica.
Entretanto, para tais estabelecimentos, as diretrizes expostas são obrigatórias, bem
como, será obrigatória uma formação docente que lhes seja consequente. A saber, os sistemas
de ensino que adotem a educação de jovens e adultos como política, seja pública ou privada,
têm de proceder com a capacitação e preparação de professores e profissionais à altura de uma
atenção básica e em sintonia às necessidades dos alunos.
102
Daí, a preparação de espaços, o mais próximo possível da realidade deles, sempre em
consonância à disponibilidade deles, de modo geral, ou seja, os cursos devem acontecer
sempre durante o período noturno. E, por isso, devem seguir sob as orientações básicas e o
exercício de dinâmicas voltas para os saberes humanos, como se versa em: “[...] reafirmamos
que apenas o desenvolvimento centrado no ser humano e a existência de uma sociedade
participativa, baseada no respeito integral aos direitos humanos, levarão a um
desenvolvimento justo e sustentável. A efetiva participação de homens e mulheres em cada
esfera da vida é requisito fundamental para a humanidade sobreviver e enfrentar os desafios
do futuro [...]” (CEB, 2000, p. 36).
E nessa perspectiva de participação que a proposta pedagógica do sistema, no caso
deste plano de ações gerais, deve se pautar. E esteja sob mesmas orientações já discutidas
noutros eixos, por exemplo, com avaliações não somente periódicas, mas também, pós-
conteúdos estudados, ou seja, para que os alunos se firmem nos estudos e não se deixem
desviar. Eles, por um lado, têm de ser conduzidos a acreditar no sistema pelas ações do
próprio sistema.
E, por outro lado, o sistema também tem de se auto avaliar, e ser avaliado pelos
alunos. E, ao lado disso, estarem sempre conscientes de que: “[...] O educador não é mais
apenas o docente, são os múltiplos agentes educativos conforme as instâncias em que operam
(família, escola, meios de comunicação, fabricas, movimentos sociais etc.) [...]” (LIBÂNEO,
2010, p.56). O sistema tem seus professores, designados para esse fim, mas a consciência de
uma educação abrangente nunca se pode perder de vista.
A educação oferecida pelo sistema municipal de ensino para jovens e adultos é um
modo mais particular de estudar e aprender, bem como, de modo formalizado, lá à frente, o
estudante possa se orgulhar de ter conseguido se reinserir na escola e refazer a sua vida.
Porém, nunca se esquecer de que a escola da vida tem de ser sempre sua boa referência. Daí,
nesta mesma perspectiva, como o mesmo autor continua conceituando esse gênero de escola:
“[...] Não é apenas o aluno na escola, mas o adulto, os pais, o telespectador, o leitor, o
trabalhador, o morador, o consumidor etc. Os conteúdos e métodos também sofrem outras
modulações conforme as variedades de situações pedagógicas [...]” (LIBÂNEO, 2010, p.56).
E aí, é claro, nos ensinos da vida não se fazem planejamentos de curso nem anuais
nem bimestrais nem de aulas, ao contrário, aprende-se os ensinamentos e pronto. Então,
formalizar a educação tem muitas vantagens, basta valorizá-la, que vai perceber isto. No
entanto, como já é final da seção, vale pontuar suas marcas. Sendo assim, eis a primeira
marca, a de que os sistemas de ensino, uma vez optado por oferecer a educação de jovens e
adultos, deve se conscientizar das obrigatoriedades legais impostas a eles.
Outra marca é que, os estudantes - nesta linha de ensino - também tem têm de se
conscientizar de que suas experiências de vida se fazem complementos aos conteúdos
ministrados, bem como, se conscientizar das responsabilidades com os cursos em todas as
suas modalidades e disciplinas. E ainda outra é que os profissionais envolvidos com a
proposta têm de serem os primeiros a acreditar nela, em seguida, avaliar os alunos pós-
conteúdos aplicados e, ainda, avaliar-se a si mesmos e ao sistema, para que a proposta
pedagógica não se incorra em descréditos.
Afora isso, como em Freire (1985), não há educação fora das sociedades humanas e
não há homem no vazio, então, o ato de estudar, nunca foi tão-importante, antes que se
pudesse perceber da sua necessidade. Para tanto, se assim o é, na próxima seção, se vai ver
sobre a temática das opções de vida, sobretudo, no que tange à opção por educação. Então,
vale se embrenhar por essas veredas:
Não há educação fora das sociedades humanas e não há homem no vazio. [...]
Desde logo, qualquer busca implica, necessariamente, numa opção. Opção pelo
ontem, que significava uma sociedade sem povo, comandada por uma “elite”
103
superposta a seu mundo, alienada, em que o homem simples, minimizado e sem
consciência desta minimização, era mais “coisa” que homem mesmo. Ou opção
pelo Amanhã, por uma nova sociedade, que, sendo sujeito de si mesma, tivesse
no homem e no povo sujeitos da História. [...] A opção teria de ser também
entre uma “educação” para a “domesticação”, para a alienação, e uma
educação para a liberdade. “Educação “para o homem-objeto ou educação
para o homem-sujeito (FREIRE, 1985, pp. 35-36 ).
Então, neste prisma das opções de vida, sobretudo, no que tange à opção por educação,
que se vista sob os olhares do ontem, em Freire (1985), conduzida pelas elites, então, não era
opção, significava algo muito que alienado. Então, é por isso que vale à pena se embrenhar
por essas veredas, porque nelas tem um mundo aberto, opções de vida, opções por conhecer o
mundo através das letras e do conhecimento.
E nesta perspectiva dialética que se despontam as diversas formas de opção: “[...] Essa
metodologia dialética do conhecimento perpassa todo o trabalho docente-discente,
estruturando e desenvolvendo o processo de construção do conhecimento escolar, tanto no
que se refere à nova forma de o professor estudar e preparar os conteúdos e elaborar e
executar seu projeto de ensino, como às respectivas ações do aluno [...]” (GASPARIN, 2007,
p.5).
É claro, noutro prisma e, em Freire (1985), se criticam as minimizações, a falta de
consciência dessas minimizações, no que tange às opções de vida e, dentre essas opões, está
educação no seio das sociedades humanas. Só que, em Gasparin (2007), se vão apontar as
metodologias dialéticas do conhecimento, sobretudo, no que tange ao trabalho docente-
discente. E é nesta perspectiva que se afirma esta proposta pedagógica que, antes de ser o que
se propõe, tem de se ajustar aos trâmites de uma política pública voltada para esse fim:
educação para jovens e adultos e idosos.
Numa verdade, se trata de uma política pública que se implementa e, por isso,
organiza um sistema escolar, mesmo porque, não há esse gênero de educação no atual sistema
municipal de ensino. E se não o há, e a proposta pedagógica pensada a partir de pesquisas no
entorno dos noturnos, de escolas municipais constatadas vazias, e em torno da realidade
demandada, vê-se que tais políticas podem ser elaboradas e aplicadas a contento à realidade
pesquisada.
Então, noutra verdade, não é só confirmar essas demandas de adultos necessitários de
escola, como no ver desta proposta será necessário fazer, mas também, conforme em Gasparin
(2007), é todo um desenvolvendo no processo de construção do conhecimento escolar, tanto
no que se refere à nova forma de o professor estudar e preparar os conteúdos e elaborar e
executar seu projeto de ensino, como às respectivas ações dos alunos.
Isso tudo se faz necessário entender. Aliás, o próprio autor, no mesmo contexto,
continua: “[...] A nova metodologia de ensino-aprendizagem expressa totalidade do processo
pedagógico, dando-lhe centro e direção na construção e reconstrução do conhecimento. Ela dá
unidade a todos os elementos que compõem o processo educativo escolar [...]” (GASPARIN,
2007, p.5). E, neste caso, aponta-se para as metodologias do novo e pretenso sistema escolar
voltado para a educação de jovens e adultos.
Aliás, neste, tanto alunos quanto profissionais têm exercícios a fazerem – não que
noutros não os tenham – mas, o que se quer dizer é que, uma vez constatados
descompromissos previamente assumidos por ambas as partes: profissionais e alunos, outra
vez, suspensos os serviços, ainda que já sistematizados. De repente, é tudo questão de
compromisso assumido mediante realidades e necessidades constatadas.
Dado isso, em Freire (1999), entende-se que o diálogo coloca o professor ao lado do
aluno, com a tarefa de orientar e dirigir o processo educativo, como um ser que também
busca. E nisso, como o aluno, o professor é também um aprendiz. Esse é o legado: quem
ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Logo, “[...] Ensinar inexiste
104
sem aprender e vice-versa e foi aprendendo socialmente que, historicamente, mulheres e
homens descobriram que era possível ensinar [...]” (FREIRE, 1999, pp. 25-26). Conceito este,
necessariamente, se faz absorver-se nesta proposta.
Também, dando continuidade aos conceitos de ensinar-aprender: “[...] E foram assim,
socialmente aprendendo, que ao longo dos tempos mulheres e homens perceberam que era
possível - depois, preciso - trabalhar maneiras, caminhos, métodos de ensinar. Aprender
precedeu ensinar ou, em outras palavras, ensinar se diluía na experiência realmente fundante
de aprender [...]” (FREIRE, 1999, pp. 25-26). Daí é neste fundamento final do autor que se
afirma esta proposta pedagógica.
6.2 Eixos sistemático-culturais
A começar do que se caracteriza como sendo política pública voltada para os
contextos da cultura, pensa-se que, em Oliveira (2011), por exemplo, as diversas abordagens
do termo cultura, muitas vezes direciona o pensamento à música, literatura, artes, ou uma
infinidade de habilidades desenvolvidas durante o percurso da existência do homem.
Entretanto, sua perspectiva é muito mais ampla, se considerando que a cultura deve ser
concebida como sendo tudo que o homem produz.
Então, neste contexto, não é apenas um conceito formalizado em torno de certas
modalidades culturais, como a música, a pintura, a literatura, as artes de modo geral. Na
verdade, se conceituar cultura por essas modalidades, vai-se entender o conceito mais por
aquilo que se pratica enquanto produto da cultura do que concepção cultural a partir dos feitos
pelas mãos do homem como senso de cultura.
Então, noutro contexto, na versão conceitual apontada por: “[...] as formas pelas quais
a cultura estabelece fronteiras e distingue a diferença é aquilo que separa uma identidade da
outra, estabelecendo distinções, frequentemente na forma de oposições [...]” (Woodward,
2009, p. 41). Quer dizer, é conceito de cultura pela busca da identidade. E, ao fazer essa
busca, alcançam-se as fronteiras-limites entre uma identidade e outra.
Disso posto, se a conceituar pelos movimentos contrários, vai-se entender que cultura
não tem limites. Daí, para o autor: “[...] Cada cultura tem suas próprias e distintivas formas de
classificar o mundo e, por meio da construção de sistemas classificatórios, que a cultura nos
propicia os meios pelos quais podemos dar sentido ao mundo social e construir significados
[...]” (Woodward, 2009, p. 41). Então, para o autor, cultura se concebe pelos atos do homem
sobre tudo o que ele produz em termos de saberes, se opera com uma máquina, por exemplo,
é porque tem sabedoria para operar, se carpe a terra, também, é porque tem domínio e saber
para carpi-la, e assim por diante.
Daí, conceber a ideia de cultura pela formulação de políticas públicas, vai funcionar
como indicativos de que, ao elaborá-las e formalizá-las, está-se puxando e fomentando no
homem o conceito de valorização de seus saberes com sentido de identificar o que ele faz e
ele próprio reconhecer o que faz como sendo o produto e, por isso, concebido como cultura.
Para tanto, noutro ponto de vista, em sua definição, vão se referir às “[...] “teias de
significados” construídas ao longo da existência humana; tudo que a ele faz referência e que
ele adquire e significa durante sua vida [...]” (LOPES, MENDES e FARIA, 2005, p. 13).
Quer dizer, para os autores, cultura cognomina-se como “teias de significados”, tudo o
que o homem faz tem significados, porque, para eles, tudo tendo um significado, e estando
compondo os modos de vida do homem, então, isso é cultura. Logo, esta não pode se prender
somente às tonalidades musicais, teatrais, visuais, audiovisuais, etc., tem de se ater também
aos fazimentos do homem.
Dessa forma, explana-se sob um conceito de cultura, pelo que esta não se os constem,
ou seja, se no campo da diversidade, ela não os têm. Entretanto, se pela escola: “[...] a escola
105
que estiver comprometida com a cidadania e democracia, necessita ter, essencialmente, a
constituição cultural, para que seja estabelecida uma cidadania integral, e isso em razão de
que o ensino-aprendizagem, durante toda a história humana, foi muito heterogêneo, isto é,
somente o pensamento do professor era considerado, e ignorado os dos alunos [...]”
(KRAMER, 1998, p.16).
De outra forma, em Rego (2014), estes se vão ver que estes conhecimentos ressaltaram
a importância de entender a dimensão que pode alcançar a cultura elaborada,
homogeneamente, possibilitando aos indivíduos auferir mecanismos salutares de aceitar as
próximas gerações, acompanhando o indivíduo durante sua vida inteira. Daí, ao finalizar esta
primeira seção, vê-se como marca primeira que o conceito de cultura não se formaliza apenas
pelas modalidades culturais tradicionais, mas pelos fazimentos do homem.
E, nesta proposta, se firma sobre a compreensão de que um conceito formalizado em
torno de certas modalidades culturais, como a música, a pintura, a literatura, as artes de modo
geral, formaliza-se em cima do que é produto, pois que, na verdade, cultura se concebe pelos
atos do homem sobre tudo o que ele produz, seja em termos de saberes ou não.
E outra marca a de que a formulação de políticas públicas vai funcionar como
indicativo de que, nelas, o homem puxa o seu trabalho como forma de valorização de seus
saberes, pois tudo o que ele faz, está contido de significados. Dado isso, como as temáticas da
próxima seção, em Silva (2007), abordam sobre os conceitos de cultura fora dos imperativos
categóricos. Então, se vale à pena ver:
Assim, a cultura não funciona como imperativo categórico, mas é carregada
pela historicidade das instituições que a delimitam e que configuram as
políticas publicas culturais. As decisões conceituais por um ou outro conjunto
de significados são tácitas ou explícitas e impõem traduções institucionais e
estilos de governo, embora esses derivem não apenas dos conceitos, mas do
conjunto de forças sociais e políticas, concepções e interpretações sobre o objeto
e as estratégias de intervenção. (SILVA, 2007, p. 4).
A contar das formas simbólicas a que, muitas vezes, contornam os conceitos de
cultura. No entanto, em Silva (2007), esta não funciona na condição de imperativo categórico,
ao contrário, sob o controle de políticas públicas culturais, esta vem colocada e carregada de
história no bojo das instituições, principalmente, em se tratando desta proposta que intenta
sob um plano sistemático municipal, elaborar e implementar suas políticas públicas de
cultura.
Assim sendo, no pensar do autor quanto às políticas públicas: “[...] A política cultural
é resultado de programas de intervenção realizados por mais de um agente: pelo Estado, por
instituições civis, por entidades privadas ou até por grupos comunitários, objetivando
satisfazer as necessidades culturais da sociedade e desenvolver suas representações simbólicas
[...]” (COELHO, 1997, p. 293). Então, é nas políticas públicas que moram os segredos de uma
cidade ter mais promoções de atividades culturais, como em Ibirité, por exemplo.
Nela, há conceitos divergentes e formas diferentes de se conceber a cultura. Daí,
elaborar uma política pública voltada para implantação de um projeto, como já foi o Projeto
Cultural, no passado, por exemplo. Daí, na política elaborada, se verá do que este pretende
com a cidade, os tipos de trabalhos pretendidos, quais os legados se devem deixar, para a
cidade, pós-vencida sua temporada.
No entanto, é nesse conceito que se quer discutir. É na satisfação das necessidades da
sociedade local, pelas instituições, na forma como elas se organizam e também na satisfação
de suas necessidades culturais, local. “[...] Cada cultura tem suas próprias e distintivas formas
de classificar o mundo e é por meio da construção de sistemas classificatórios que a cultura
106
nos propicia os meios pelos quais podemos dar sentido ao mundo social e construir
significados [...]” (Woodward, 2009, p. 41).
Assim dessa maneira, conhecer as definições e saber definir os conceitos de cultura
faz-se importante, primeiro, porque, ao elaborar o seu programam de cultura, este precisará
por definições de conceitos de cultura referentes àquele programa a ser elaborado. A saber,
em relação aos programas, o autor vai tocar nas fronteiras que a cultura é capaz de
estabelecer: “[...] as formas pelas quais a cultura estabelece fronteiras e distingue a diferença é
aquilo que separa uma identidade da outra, estabelecendo distinções, frequentemente na forma
de oposições [...]” (Woodward, 2009, p. 41).
Pensando assim, se vê que as pessoas não têm na cidade o em que se referendar, por
exemplo, no Rio de Janeiro, o Cristo-Redentor, instalado a 1912, desde então vem servindo de
referência ao mundo inteiro como meio de se lembrar da cidade do Rio. Em Belo Horizonte, o
Pirulito da Praça Sete – senão ao mundo – mas, pelo menos, em termos de Brasil, serve de
referência para ser lembrado como símbolo da cidade. Logo, são essas coisas que precisam
ser organizadas a contento da população.
Aí, no falar do porquê de um programa de cultura, é só, ao elaborar o seu programam
de cultura, este precisará por definições de conceitos de cultura referentes àquele programa a
ser elaborado Assim, se ao contrário, terá dificuldades nos processos de elaboração. De outra
maneira, discute-se assim, neste ponto da proposta didático-administrativa nos eixos da
cultura, o que se pensa é no que a cidade vai construir a partir deste plano de ações gerais, em
termos de cultura.
A saber, reunir os feitos e legados da população em uma casa de cultura, por exemplo,
e ver em que esta servirá como referência para a população, as cidades vizinhas; o que esta
terá como referência cultural para os estudantes da cidade, e assim por diante. Lembra-se, por
exemplo, de que esses legados culturais, eles já existem na cidade, o que não existe é
organização deles num lugar específico e para esse fim reservado. Quer dizer, e não é somente
nesta área que as políticas públicas precisam funcionar.
Basta pensar nas arquiteturas isoladas que não são nem pontos turísticos nem reserva
cultural. Nesse caso, haja vista para estação ferroviária que tem história, mas, não tem
memória. E, por fim, as marcas que contemplam esta seção, se confirmam como sendo,
primeiro, as políticas públicas, no contexto da cultura, precisam ser pensadas, elaboradas e
implementadas em consonância às necessidades da cidade, mas ao consenso da população.
Outra marca se concentra na organização de representações simbólicas, seja em forma
de casa de cultura, seja em forma de museu, ou de quaisquer outras formas de simbologias da
cidade, para no futuro, talvez, não muito distante, já se possam contar na cidade, quais os
símbolos que a representam. E ainda, outra marca concentra-se na elaboração de um programa
de cultura capaz de absorver as demandas culturais na cidade.
E, ao final, ainda outra marca concentra-se na elaboração de políticas públicas, a
contento ao programa, voltadas para a preservação dos valores culturais da cidade, para a
realização de encontros culturais sejam de poetas, de músicos, de escritores, sobretudo, com
valorização dos pátrios-citadinos; voltadas para casas populares, organização de museus, de
casa de cultura, de centro de artes, dentre outros. No mais, como a próxima seção vai tratar,
em Thompson (2009), da cultura voltada para a apropriação dos conhecimentos científico e
tecnológicos, então, vale à pena parar por aqui, mas depois voltar:
Sendo a apropriação dos conhecimentos científicos e tecnológicos um processo
ativo, que ocorre em contextos específicos e é protagonizado por públicos
diferenciados, a educação científica e a promoção da cultura científica devem
[...] contribuir, por um lado, para um melhor conhecimento não só dos
conteúdos como também das condições históricas, sociais e culturais da
produção do conhecimento científico e da inovação tecnológica e, por outro,
107
para a integração do conhecimento científico e tecnológico e das competências a
eles associados nos repertórios de recursos cognitivos e críticos necessários à
participação na sociedade e ao exercício ativo da cidadania. (NUNES, 2008, p.
2-3)
Conquanto, se cultura tem a ver com os feitos do homem durante toda a sua vida,
então, a apropriação dos conhecimentos científicos e tecnológicos, em Nunes (2008), vai
conceituar valores da cultura científica. Daí, como é tudo feito pelo homem, ao seu modo e
gosto, também, são conceitos de cultura. Na sequência, é isto que o autor vai refletir e, por
isso, apontar como a comunicação desenvolve seus conceitos.
Para tanto, vai ver: “[...] A conexão entre políticas culturais e políticas de
comunicações parece ser outro importante desafio colocado pela atualidade. Ela guarda íntima
associação com o tema da globalização do mundo, com a relevância contemporânea das
comunicações e com a percepção da hegemonia da cultura midiática no mundo
contemporâneo [...]” (RUBIM, 2008, p. 22).
Nesses termos, no caso das políticas de comunicação, para ele, estão relacionadas ao
mundo globalizado. Então, não tem como não falar de globalização como instrumento de
influência ao mundo. De repente, é o poder do grande mercado mundial colocando os homens
como dependentes de suas redes de comunicação e influências. Nisto, se voltando à cultura
das simbologias, ver-se-á que as formas simbólicas, muitas vezes, estão no campo virtual.
A saber, olhar para o que é simbólico desconsiderando as diversidades materiais,
levando-as para o mundo da internet: “[...] o estudo das formas simbólicas – isto é, ações,
objetos e expressões significativas de vários tipos – em relação a contextos e processos
historicamente específicos e socialmente estruturados dentro dos quais e por meio dos quais,
essas formas simbólicas são produzidas, transmitidas e recebidas [...]” (THOMPSON, 2009,
p.181).
Noutros termos, como a simbologia faz usos dos objetos, das ações, das expressões do
homem como formas de atribuir-lhes significados, então, reforça novamente os conceitos de
cultura, sob a ótica da simbologia, em Thompson (2009), usando desses mesmos objetos não
só como meio de atribuição de significados, mas, sobretudo, como meios de atribuir-lhes
capacidade simbólica. Mas também, em Lopes, Mendes e Faria, (2005), vão tocar nas
produções humanas como resultados das “teias de significados”.
Mas agora, no que tange às políticas públicas voltadas para o mundo virtual e
combinadas aos conceitos de cultura, por exemplo, ao se tratar da cultura visual muito
presente na televisão, na internet, nos celulares também; mas não só, a cultura áudio visual
que também usa esses mesmos instrumentos.
Daí, o que se ocupa agora, é o como estabelecer um programa cultural também focado
na valorização das culturas virtuais. E o pensar nas políticas públicas que se vão desenvolver
sob as dinâmicas virtuais. Dado isso, vê-se, em Rubim (2008), a relevância das comunicações
sob uma percepção hegemônica da cultura midiática no mundo contemporâneo. E tudo
colocado como sendo fruto da globalização.
Dessa forma, se olhado pelo modo como se estabelecem as comunicações, sob a ótica
de dominação da globalização, essa forma de comunicação deve ser outra, se considerando a
necessidade humana de se evitar quaisquer dependências da globalização, melhor olhar por:
“[...] atenta para o cunho dialógico da educação, pressupondo a comunicação entre as partes,
para que esta seja estabelecida num mesmo nível, isto é, dentro da mesma realidade [...]”
(FREIRE, 2011, p.108).
A saber, pensar programas prevendo políticas públicas, projetos sociais, culturais, de
cultura midiática, de comunicação em audiovisuais, etc. Quer dizer, tudo isso precisa ser
conceituado sob a ótica do diálogo em Freire (2011). O que não é diferente, pois que toca na
simbologia como sendo fenômeno que dá significância à contextualização social dos objetos
108
como símbolos. “[...] Os fenômenos culturais, deste ponto de vista, devem ser entendidos
como formas simbólicas em contextos estruturados; e a análise cultural como o estudo da
constituição significativa e da contextualização social das formas simbólicas [...]”
(THOMPSON, 2009, p.181).
Enquanto em Freire (2011), se vai propor o diálogo como forma de solução dos
problemas. De outra forma, se volta ao autor do diálogo, como meio de estabelecer os
planejamentos, no caso, culturais. E estes sendo recursos auxiliadores na elaboração do
programa de cultura para a cidade, nas políticas públicas previstas nele, e demais outros
instrumentos de conceituação cultural.
Finalmente, “[...] O consagrado autor aponta ainda que, todo diálogo demanda a
existência de um conteúdo para dialogar e, por esta razão, determina um tipo de planejamento
destinado a orientar este diálogo, devendo ser abordado, conforme explana [...]” (FREIRE,
2011, p.108). Disso posto, de repente, vale buscar as razões dos recursos dialógicos como
fenômenos de transformações da cidade sob a ótica da gestão cultural. Assim sendo, vale ver,
nesta última seção, as marcas que ficaram em todo o eixo cultural.
Por exemplo, vê-se como o conceito de cultura não se formaliza apenas pelas
modalidades culturais tradicionais, mas pelos fazimentos do homem. E, nesta proposta, se
firma sobre a compreensão de que um conceito formalizado em torno de certas modalidades
culturais, como a música, a pintura, a literatura, as artes de modo geral, soa incompleto, pois
que se formaliza em cima do que é produto, e ainda, na verdade, cultura se concebe pelos atos
do homem sobre tudo o que ele produz, seja em termos de saberes ou não.
No entanto, a de que a formulação de políticas públicas vai funcionar como indicativo
de que, nelas, o homem puxa o seu trabalho como forma de valorização de seus saberes, pois
tudo o que ele faz, está contido de significados. E, por fim, as que contemplam esta última
seção, se confirmam como sendo, primeira, as políticas públicas, no contexto da cultura,
precisam ser pensadas, elaboradas e implementadas em consonância às necessidades da
cidade, mas ao consenso da população.
E ainda se concentra na organização de representações simbólicas, como em
Thompson (2009), seja em forma de casa de cultura, seja em forma de museu, ou de
quaisquer outras formas de simbologias da cidade, para no futuro, talvez, não muito distante,
já se possam contar, na cidade, quais os símbolos que a representam. E ainda, concentra-se na
elaboração de um programa de cultura capaz de absorver as demandas culturais na cidade.
E, ao final, concentra-se na elaboração de políticas públicas, a contento ao programa,
voltadas para a preservação dos valores culturais da cidade, para a realização de encontros
culturais sejam de poetas, de músicos, de escritores, sobretudo, com valorização dos pátrios-
citadinos; voltadas para casas populares, organização de museus, de casa de cultura, de centro
de artes, dentre outros.
Como se vê nesta proposta que, ao se estabelecer as relações de comunicação com o
mundo, evitar quaisquer formas de dependência da globalização. E que na elaboração do
programa cultural, devem-se prever políticas públicas do âmbito virtual e pensar programas
prevendo políticas públicas, projetos sociais, culturais, de cultura midiática, de comunicação
em audiovisuais, etc. Quer dizer, tudo isso precisa ser conceituado sob a ótica do diálogo em
Freire (2011). No mais, neste eixo se concentram as mais propícias das políticas de cultura
para a cidade.
6.3 Eixos assintomático-gestionários de saúde pública
6.3.1 Conceitos sintomático-gestionários de saúde pública
109
Em se tratando de saúde pública, tendo como referências as experiências apontadas
por gestionários de saúde, sobretudo, nos campos conceituais. Para tanto, vale começar pelas
definições que a própria lei estabelece. Por exemplo, no formular as políticas de saúde de
modo a promover, nos campos econômico e social, "[...] o dever do Estado de garantir a saúde
consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de
riscos de doenças e de outros agravos, e no estabelecimento de condições que assegurem
acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação
[...]" (Lei 8.080, 1990, pp.1-2).
A saber, nesse ponto da lei já é possível perceber a capacidade de poder dos dirigentes
do Sistema de Saúde Pública – SUS, o seu modo de atuar nas políticas de saúde, de certa
forma, interferindo no campo econômico e social. Noutro ponto, ou melhor, se é considerada
interferência, o que as políticas de saúde praticam, então, estas não podem ser vistas como
algo ruim, porque, se não houver, por parte do Estado, investimentos em políticas econômicas
e sociais, suficientes, as políticas de saúde também não caminham, ou se caminham, terá de
ser com muitas dificuldades.
Então, este conceito, sobre que a lei se afirma, só tende a garantir maiores
probabilidades de funcionamentos do SUS, por exemplo. Quer dizer, a esse respeito, em
Oliveira (2000), se pode lembrar o caráter empresarial das mídias nacionais, já organizadas
em redes e, por isso, monopolizam as falas, constitui a agenda pública, exacerba seu papel de
ator político e imprimem na notícia seu valor de troca.
Daí se vê que, com esses comportamentos, o agente político está sendo favorável aos
grupos de poder, que na verdade, produzem notícias sobre os desvios do SUS, em detrimento
das mudanças substantivas que esse sistema de saúde pode proporcionar à sociedade. O que
não quer dizer que esta proposta de ações gerais para Ibirité esteja apoiando os desvios no
SUS, as corrupções internas, dentre outras.
Assim, o que é público, para o autor, sob um crítico: “[...] aparece como sintoma de
ineficiência, desperdício, mau atendimento ou corrupção, como se fosse portador de uma
doença crônica, generalizada e sem cura” e o que é privado é “valorado positivamente, [...]
politica em saúde [...]” (OLIVEIRA, 2000, p. 76).
Neste contexto, observa-se que, quando o autor se coloca, conceituando o caráter dos
grupos de interferência, primeiramente, entende-se que ele está defendendo o SUS. Contudo,
deixa certo teor de ambiguidades com significados ruins, pois que, ao defender, de repente,
por um lado, tem-se a impressão de que ele concorda com os monopólios dos grupos
empresariais de mídias nacionais, no fazer tendencioso das notícias referentes ao SUS. Por
outro lado, também, deixa transparecer ao leitor que concorda como com os conteúdos
noticiados por essas mídias. A saber, conteúdos tais como: os desvios no SUS, as corrupções
internas, dentre outros.
Noutro contexto e, para finalizar esta primeira seção, dá para perceber como sendo
marcas, primeiro, os conceitos compreendidos como ruins que a própria lei 8080 (1990) deixa
transparecer quando estabelece a necessidade de o Estado formular políticas públicas
econômicas e sociais no fim de ajudar o SUS a implementar as suas políticas de saúde. Outra
marca é que esta proposta não reconhece isso como interferência ruim, ao contrário, essas, na
verdade, são políticas intersetoriais, portanto, extremamente, necessárias para o
funcionamento do SUS.
Ainda, outra marca é que esta proposta se coloca inteira e permanentemente em defesa
do SUS, bem como, se coloca contrária ao monopólio de mídias empresariais, aos conteúdos
de corrupção caracterizadores de um SUS ruim, e esta ainda entende ainda que,
independentemente, dos conteúdos, as mídias jornalísticas foram feitas para informar a
sociedade dos fatos ocorridos, o que elas não podem é ser tendenciosas.
110
Nisto, observa-se ainda outra marca que se concentra nas relações político-
empresariais, embora em nível nacional, mas no caso de Ibirité, também em caso de ocorrer
situações parecidas, esta proposta as tem como reprováveis. No mais, como a próxima seção
vai tratar da cultura que se constrói no entorno da organização de classes corporativistas em
meio aos sistemas de saúde. Então, vale ver:
[...] O discurso objetivista tende a constituir o modelo construído para explicar
as práticas como um poder realmente capaz de determiná-los: reificando as
abstrações (em frases como a ‘cultura determina a idade do desaleitamento...)
ele trata suas construções como ‘cultura’, ‘estruturas’, ‘classes sociais’ ou
‘modos de produção’ como realidades dotadas de eficácia social, capaz de
constranger diretamente as práticas; ou então atribuindo aos conceitos o poder
de agir na história [...] ele personifica os coletivos e os transforma em sujeitos
responsáveis de ações históricas [...] (BOURDIEU, 2009, p. 62).
Mas, em se continuando sobre as abordagens da cultura que se constrói no entorno da
organização de classes corporativistas em meio aos sistemas de saúde, como em Bourdieu
(2009), o que se percebe é toda uma gama de situações, muitas vezes, comprometedoras e até
prejudiciais ao SUS. Então, essas relações que se estabelecem nos discursos objetivistas que,
em muitos casos, desconstroem com as organizações de classes.
Quer dizer, se por um lado, as classes, ao se organizarem, como forma de estabelecer
as lutas de classes na conquista de seus objetivos, também termina por se enquadrarem sob
um conceito corporativista. O que é, altamente, negativo para as organizações sociais. Por
outro lado, esse mesmo corporativismo só é prejudicial à própria categoria, sobretudo, no que
tange a seus objetivos internos, mas não compromete a eficácia social, a não ser quando a organização opta por comportamentos radicais: quebradeiras de coisas públicas, ataques
caceteiros, invasões de órgãos públicos.
Aliás, o que levam a prejuízo a coisa e causa pública. Logo, em Bourdieu (2009), é
possível perceber isso, essa coisa de lutar por causas coletivas, mas destruindo as públicas.
Mas também, é possível estabelecer certas rupturas com essas organizações, sem
necessariamente discriminá-las enquanto tais. Assim sendo, enquanto para Bourdieu (2009), o
que determina a ineficácia social são os comportamentos radicais de certas organizações de
classe.
Nisso, o que, para o autor em foco, o que determina: “[...] A ruptura com essa
associação e a abertura ao diálogo é um grande desafio para que o Sistema Único de Saúde
(SUS) se constitua em um sistema público, pautado pelos eixos da integralidade e da
humanização na atenção à saúde que, no debate atual, formatam propostas defendidas [...]”
(MENEGON, 2008, p. 32). A saber, todas essas dialéticas sociais colocadas em Bourdieu
(2009), são passíveis de contenção, usando-se apenas o diálogo.
Só que, esse é um dentre os vários problemas sociais. Entretanto, todos podem estar,
senão intimo, mas ligados a problemas de saúde pública. E isto, o autor questiona pela falta de
integralidade não presente nas políticas públicas do SUS. Então, para ele, o diálogo é o
elemento ponderador dessas questões. Supõe-se que, se não há integralidade nos atendimentos
de saúde, é porque as práticas previstas nas políticas públicas de saúde não estão
corroborando a contento à população.
Nesse contexto, em Penteado e Fortunato (2015), por exemplo, vai-se compreender
que por mais que determinada política alcance resultados positivos do ponto de vista técnico,
ela somente poderá ser convertida em capital político, para seu realizador, se for percebida
pela população. Quer dizer, para ele, boas políticas, com boas avaliações técnicas, podem
perder sua continuidade caso não obtenham visibilidade positiva e apoio da opinião pública.
(PENTEADO; FORTUNATO, 2015, p. 139).
111
Então, noutro contexto, todo o cuidado é pouco quando o tratado é de elaboração de
políticas públicas. E no caso de Ibirité, essa é uma causa pela qual se tenha de lutar,
constante-firmemente, para a saúde pública no município seja levada ao contento da
população. E, para finalizar mais esta seção, fica necessário pontuar suas marcas,
supostamente, mais indeléveis.
Por exemplo, no que tange aos movimentos de organização de classes, esta proposta
entende-se favorável às organizações em classe, mas pensa que o corporativismo e o
radicalismo devem ser evitados: o primeiro, porque prejudica, indiretamente, a organização
interna do movimento; o segundo, porque prejudica diretamente a coisa e causa público-
social, sobretudo, quando se valem de agressões ao patrimônio público.
Outra marca é que a organização em classe, sob um conceito pacífico, não
compromete a eficácia social. Mas, ainda outra marca é a abertura ao diálogo como sendo o
grande desafio para que o Sistema Único de Saúde - SUS se constitua num sistema público,
pautado pelos eixos da integralidade e da humanização, em atenção à saúde.
E ainda outra marca é compreender que, por mais que determinada política alcance
resultados positivos do ponto de vista técnico, ela somente poderá ser convertida em capital
político, para seu realizador, se for percebida pela população. E, ao lado disso, boas políticas,
com boas avaliações técnicas, podem perder sua continuidade, caso não obtenham
visibilidade positiva e apoio da opinião pública.
E daí, se o tratado é de elaboração de políticas públicas e, no caso de Ibirité, por
exemplo, essa é uma causa pela qual se tenha de lutar, constante-firmemente, para que a saúde
pública, no município, seja levada ao contento da população. No mais, como na próxima
seção, se vai tratar da dialética na opinião pública x divergências na aplicação de políticas
públicas, em Frazão (2006) em contrapartida aos riscos de saúde não evidenciados em
propagandas publicitárias, em Howlett (2000). Para tanto, vale à pena verificar:
[...] É necessário examinar de modo profundo as diferentes situações, desde
aquelas onde a aplicação da medida foi aceita e é mantida ainda hoje, até
aquelas onde sua aplicação foi recusada ou em determinado momento
interrompida. O debate não se dá acima dos conflitos de interesses e da arena
onde ocorre a disputa das políticas públicas de saúde e saneamento. Os
diferentes agentes políticos, entre os quais, autoridades governamentais,
parlamentares, lideranças comunitárias e representantes de empresas e
organizações não levam em consideração apenas as evidências científicas, mas
também e, sobretudo, questões de ordem ética, econômica, legal e ambiental
que decorrem dos diferentes valores que orientam a ação dos atores políticos.
Apesar das tentativas de privatização, a água é um bem público imprescindível
para a vida humana, e cada vez mais, fator de proteção social, soberania e
riqueza econômica dos países [...] (FRAZÃO, 2006, p. 137).
A recomeçar da dialética na opinião pública, conforme Howlett (2000), apontando
como contrapartida os riscos de saúde não evidenciados em propagandas publicitárias e
passando pelas divergências na aplicação de políticas públicas, conforme em Frazão (2006),
se identifica. Assim sendo, o olhar para essas situações provoca a necessidade de examinar o
mais profundo dessas diferenças, dando ênfase ao significado que elas têm diante das
controvérsias sociais, sobretudo, porque a disputa entre políticas públicas de saúde e
saneamento é, na verdade, os conflitos de interesses sobre que essas disputas se ancoram.
Desse modo, a opinião dialética, no que tange às políticas, vai passar, principalmente,
pelo campo da significativa instrumentação que ela tem se considerando o caráter
informativo-publicitário: “[...] Um óbvio exemplo da dialética da opinião-política, diz respeito
ao uso de instrumentos substantivos de políticas baseados em informação, como a propaganda
112
e a educação ou campanhas de conscientização, para atingir objetivos governamentais
específicos [...]” (HOWLETT, 2000, p. 183-184).
Daí, as chamadas campanhas de conscientização têm muito mais a ver com a
provocação de conflitos do que necessariamente conscientização política. De outro modo, se
voltando à questão da falta de integralidade, em Menegon (2008), vai-se completar o nexo de
sentidos, quando como o mesmo aponta um dos aspectos da lógica da integralidade que inclui
a prevenção de doenças e a promoção da saúde, e que ainda não faz parte do cotidiano da
maioria de nossa população.
E é nesse antro que moram os problemas, sobretudo, por que: “[...] observamos que,
assim como o jornal dá maior visibilidade às notícias que envolvem procedimentos
hospitalares, também para a população em geral, cuidar da saúde está associado ao hospital e
à procura de serviços de saúde para sanar doenças já instaladas e cuidados emergenciais [...]”
(MENEGON, 2008, p. 37). Dado isso, enquanto os jornais e as chamadas campanhas de
conscientização estão provocando conflitos entre grupos com suas informações tendenciosas.
E isso é a respeito das políticas públicas de saúde, a população permanece
inconsciente para com seus deveres consigo própria. Agora, imagine o grau de consciência em
relação aos problemas da sociedade. E isto se pode perceber: “[...] Sendo a água processada
pelas estações de tratamento, o veículo do fluoreto; aspectos relacionados à propriedade e à
capacidade dos mananciais e demais fontes para sua obtenção, à cobertura da rede de
abastecimento, à aceitação da população em consumi-la, e à repartição dos custos do seu
tratamento e distribuição, tanto pelo Estado quanto pela sociedade, são aspectos geradores de
intensas disputas e debates [...]” (FRAZÃO, 2006, p. 137).
A saber, é essa consciência que a população não tem, sobretudo, em se tocando nos
contextos sociais de Ibirité, pois que, as denúncias de que os córregos locais está há mais de
trintas comportando esgotos a céus-abertos, despontando falta de higiene na cidade. O que,
por um lado, a população sempre reclama, mas não há registros formulados dessas
reclamações em órgãos públicos.
Também, de outro lado, não há registros na secretaria de saúde nem de quaisquer
outros órgãos de saúde no fim de exigir solução desses problemas. E é sobre essa falta de
consciência político-social que os autores estão discorrendo. Só que eles começam a diluir
essa dialética em âmbito nacional. Só também que o raciocínio vem descendo até chegar ao
âmbito municipal. Isto por que a falta de compromisso social com a coisa e causa pública vai
muito mais além do que os próprios autores discorrem.
Haja vista para as preocupações do autor: “[...] Os esforços do governo para alterar a
opinião e o comportamento do público em questões como beber e dirigir, os riscos das drogas
ou do cigarro para a saúde, a necessidade do respeito aos direitos humanos, ou mesmo a
promoção de sentimentos de solidariedade nacional ou unidade nacional são conhecidos e
documentados nos estudos sobre o tema [...]” (HOWLETT, 2000, p. 183-184).
Quer dizer, o mesmo grau de consciência da população se coaduna ao grau de
conscientização dos agentes políticos, estejam eles em âmbitos nacional, estadual e municipal.
Se se constata que a opinião-pública não está favorável ao governo, ele não se incomoda em
alterar essa opinião para melhorá-la. Ao contrário, ele não reage. Não se locomove. É como se
o vento que assoprou e passou.
Finalmente, no todo do artigo, dá para perceber, primeiro, os conceitos compreendidos
como ruins que a própria lei 8080 (1990) deixa transparecer quando estabelece a necessidade
de o Estado formular políticas públicas econômicas e sociais no fim de ajudar o SUS a
implementar as suas políticas de saúde. E que esta proposta não reconhece isso como
interferência ruim, ao contrário, essas, na verdade, são políticas intersetoriais, portanto,
extremamente, necessárias para o funcionamento do SUS.
113
Ainda, é que esta proposta se coloca inteira e permanentemente em defesa do SUS,
bem como, se coloca contrária ao monopólio de mídias empresariais, aos conteúdos de
corrupção caracterizadores de um SUS ruim, e esta ainda entende que, independentemente,
dos conteúdos, as mídias jornalísticas foram feitas para informar a sociedade dos fatos
ocorridos, o que elas não podem é ser tendenciosas.
Nisto, observa-se ainda que estas se concentrem nas relações político-empresariais,
embora em nível nacional, mas no caso de Ibirité, também em caso de ocorrer situações
parecidas, esta proposta as tem como reprováveis. E na sequência, no que tange aos
movimentos de organização de classes, esta proposta entende-se favorável às organizações em
classe, mas pensa que o corporativismo e o radicalismo devem ser evitados: o primeiro,
porque prejudica, indiretamente, a organização interna do movimento; o segundo, porque
prejudica diretamente a coisa e causa público-social, sobretudo, quando se valem de agressões
ao patrimônio público.
A organização em classe, sob um conceito pacífico, não compromete a eficácia social.
Mas, reconhece a abertura ao diálogo como sendo o grande desafio para que o Sistema Único
de Saúde – SUS se constitua num sistema público, pautado pelos eixos da integralidade e da
humanização, em atenção à saúde.
E ainda é compreender que, por mais que determinada política alcance resultados
positivos do ponto de vista técnico, ela somente poderá ser convertida em capital político,
para seu realizador, se for percebida pela população. E, ao lado disso, boas políticas, com
boas avaliações técnicas, podem perder sua continuidade, caso não obtenham visibilidade
positiva e apoio da opinião pública.
E daí, se o tratado é de elaboração de políticas públicas e, no caso de Ibirité, por
exemplo, essa é uma causa pela qual se tenha de lutar, constante-firmemente, para que a saúde
pública, no município, seja levada ao contento da população. Para tanto, nesta última seção,
primeiro, no tocante à dialética, uma vez, identificada na opinião pública, significa que o
olhar para essas situações provoca a necessidade de examinar o mais profundo dessas
diferenças de opinião.
E isto, no tocante à disputa entre políticas públicas de saúde e saneamento, reconhece-
se, na verdade, os conflitos de interesses sobre que essas disputas se ancoram, como sendo
jamais aprovados por esta proposta. E ainda, no referente à consciência que a população não
tem, salvas algumas raríssimas exceções e, sobretudo, em se tocando nos contextos sociais de
Ibirité, pois que, as denúncias de que os córregos locais estão, há mais de trintas anos,
comportando esgotos a céus-abertos, despontando falta de higiene na cidade.
O que, por um lado, a população sempre reclama, mas não há registros formulados
dessas reclamações em órgãos públicos. Também, de outro lado, não há registros na secretaria
e saúde nem de quaisquer outros órgãos de saúde no fim de exigir solução desses problemas
do sistema municipal. E é sobre essa falta de consciência político-social que os autores estão
discorrendo.
Entretanto, a falta de compromisso social com a coisa e causa pública vai muito mais
além do que os próprios autores discorrem, pois se se constata que a opinião-pública não está
favorável ao governo, ele não se incomoda em alterar essa opinião para melhorá-la. Ao
contrário, ele não reage. E essa sensação de não reagente embasbaca quaisquer que sejam os
opinantes, em meio à opinião-político-pública-popular.
6.3.2 Práticas sintomático-terceirizadas de saúde pública
Ao começar a redesenhar o triângulo da terceirização, sob as arestas a que esta se
caracteriza, sobretudo, no que tange às políticas públicas voltadas para o hospital de Ibirité. O
que se percebe é a necessidade de o sistema municipal de saúde se ver, de um lado, livre das
114
incumbências, encargos sociais, sobrecargas materiais, de trabalho, de insumos, enfim, de
demandas que, normalmente, os sistemas de saúde requerem de seu gestor.
De outro lado, se o sistema de saúde não funciona, a liberdade do gestor já se vai dar
ao campo da autodefesa em relação às reclamações da população referentes ao sistema mal
gerido. Isto, se olhado sob as perspectivas dos fatos, se verá: “[...] A terceirização das ações e
serviços de saúde é uma medida adotada por um número cada vez maior de entes federativos.
O poder público está deixando de gerenciar hospitais, unidades básicas de saúde, equipes da
saúde da família e outros serviços, transferindo esta incumbência para entidades privadas [...]”
(UNIÃO, 2012, p. 65).
No caso de Ibirité, sob as perspectivas das necessidades, é o que se questiona, pois
que, uma coisa é implementar uma política pública, sobretudo, de saúde, pós-estudos,
cientificamente, comprovadas as tais necessidades. Outra coisa é fazê-lo, aleatoriamente, sob
as defensivas de um sistema de saúde sobrecarregado de problemas, os quais, o gestor não os
consegue dirimir. Quer dizer, se no tocante às reclamações da população, a decisão política
significa, no entanto, que estas serão transferidas a outro gestor.
Daí, o agente político responsável ficar menos irrequieto em relação aos problemas da
saúde. Agora, se olhado sob o ponto de vista da responsabilidade legal, o que se vê, na mesma
linha técnica de entendimento: “[...] contratos com empresas privadas com fins lucrativos para
gerenciarem hospitais públicos. Trata-se de modelo bastante semelhante com o das
organizações sociais, pois uma unidade pública de saúde tem seu gerenciamento terceirizado,
mas não existe legislação que autorize este tipo de ajuste [...]” (UNIÃO, 2012, p. 40).
Então, dá para ver que não é só ficar livre dos encargos e problemas de saúde,
terceirizá-la e pronto. Tem legislações a obedecer. Para tanto, saber onde moram os
problemas que a legislação classifica como ilegais - numa política pública deste nível - faz-se
ver, em União (2012), primeiro: a) Ausência de indicadores ou dos atributos necessários
para que a avaliação do desempenho da organização de saúde seja efetiva - Numa visita
de auditoria, o sistema de saúde terá de comprovar que o atendimento em saúde é efetivo,
portanto, não sofre interrupção.
Então, seus funcionários têm de ser efetivos, portanto, passado por concurso público.
Além disso, uma vez, constatada ausência de qualquer indicador, bem como a inexistência de
capacidade técnica para operacionalizá-lo, já é suficiente para um primeiro enquadramento de
ilegalidade. B) Pós-visita da auditoria, se conclui que todos os casos analisados mostram
a necessidade de implantar controles e procedimentos que permitam uma real avaliação
da organização da saúde no sistema visitado.
Quer dizer, essa prática, no sistema terceirizado, significa que o sistema de saúde, no
caso o municipal, não tem qualquer controle sobre custos, gastos, serviços e funcionários que
o sistema está empregando. Então, já é suficiente para um segundo enquadramento de
ilegalidade, pois que, este se caracteriza como uso da infraestrutura e dos recursos públicos de
forma privada e sem qualquer transparência.
Algo a que a legislação vigente não permite. C) A falta de controle sobre a
execução dos contratos de gestão – Portanto, ao final da visita, a auditoria do TCU também
verifica que há completo quadro de descontrole, por parte do sistema público municipal, pois
que os elementos caracterizadores de enquadramento de ilegalidade já se constatam como
existentes. Portanto, as operações de saúde, naquele sistema terceirizado, podem,
perfeitamente, ser suspensas, se considerando que não há elementos legais suficientes para
mantê-lo em pleno funcionamento.
Para tanto, essas iniciativas do sistema municipal de saúde em Ibirité, em Borsói
(2011), tem uma explicação também cabível e justificável, pois que, mostra a reestruturação
produtiva gerando novas formas de vínculo laboral e, por isso, precárias. E entre elas, a
terceirização, esta relacionada aos objetivos últimos do capital para geração de mais-valia.
115
Para ele, autor, a terceirização surge para flexionar a força produtiva das empresas em crise,
expandindo-se, todavia, a diversas atividades, atingindo não apenas a esfera dos serviços ou
das atividades-meio: limpeza, vigilância, manutenção.
Aliás, chega a despontar entre as atividades-fim, como nos setores de tecnologia da
informação, bancário, automobilístico e de telefonia. Enfim, olhando por estes olhos, dá para
ver que a terceirização, em Ibirité, além dos problemas a que ela não conseguiu resolver, em
razão dos enquadramentos de ilegalidade, não poderia, jamais, ter sido contratada. E, ao final
desta primeira seção, constatam-se as seguintes marcas: a gestão de saúde deve trabalhar para
que esta funcione com qualidade e, se porventura, depois de avaliações sequentes e
específicas, não conseguir uma gestão funcional, deve-se trocar o gestor, a manter o sistema
público de saúde fora dos enquadramentos legais.
Daí, em caso de terceirizar serviços, sistemas, e quaisquer outras modalidades
públicas de atendimento, somente, após estudos cientificamente comprováveis da
necessidade. E ainda, no caso desta proposta em relação ao sistema de saúde atual, os
contratos referentes à terceirização, devem ser revogados e o sistema de saúde do hospital de
Ibirité, retomado sob a gestão pública do município. No mais, como na próxima seção, em
Marcelino (2008), a temática vai tratar dos conceitos relativos à terceirização, vale à pena
continuar os estudos por esse eixo:
[...] A terceirização é entendida como uma relação de vínculo trabalhista em
que uma empresa/empregador contrata um terceiro para prestar serviços em
sua empresa. Tal associação é marcada por uma relação de trabalho
vulnerável, pela fragilidade dos direitos trabalhistas, de defesa e segurança. [...]
A terceirização se inscreve hoje como uma das práticas de gestão do trabalho
que visa um processo de descentralização das empresas. Ela pode se dar de
diferentes formas: trabalho domiciliar, empresas fornecedoras de componentes,
serviços e, até mesmo, força de trabalho para a própria planta produtiva da
empresa contratante. (MARCELINO, 2008, p.123)
Em se continuando sobre as práticas de terceirização, e como, em Marcelino (2008), a
temática vai tratar dos conceitos relativos, vale à pena continuar os estudos por esse eixo da
compreensão sobre como se conceitua esta nas práticas sociais de trabalho. No entanto, para o
autor em foco, esta se contém numa relação de vínculo trabalhista entre empresa ou
empregador e um terceiro contratado a prestar serviços a sua empresa.
Só que o mesmo aponta para as fragilidades nos contratos de trabalho, se considerando
a relação de trabalho vulnerável, deixando os trabalhadores às margens da segurança no
trabalho. Assim dessa maneira, olhando pela ótica da transferência dos gerenciamentos, o
autor pensa: “[...] O modelo de transferência do gerenciamento de unidades públicas de saúde
para as organizações sociais também é contestado na Justiça do Trabalho, sendo considerada
uma forma de terceirização de atividades finalísticas do Poder Público, o que seria ilegal [...]”
(UNIÃO, 2012, p. 14).
Quer dizer, a ilegalidade permanece mesmo em situações em que a própria legislação
vigente autoriza a transferência do gerenciamento, ou seja, não a prática ilegal não aparece
somente nas situações estudadas na seção anterior, se se trata de atividade-fim, então, a
terceirização não poderia ser contratada. Ao contrário, somente, se atividade-meio. Ainda
assim, mesmo que estivesse cumprindo com todos os fins contratuais pontuados na seção
anterior, o contrato de transferência de gerenciamento do hospital de Ibirité, poderia ainda ser
revogado.
Assim de outra maneira, o próprio corpo técnico analista dessas situações aponta
exemplos nas práticas sociais: “[...] Ainda recentemente, em outubro de 2012, decisão judicial
decretou a nulidade de todos os contratos de gestão celebrados pela Secretaria Estadual de
Saúde de São Paulo e determinou a troca dos funcionários terceirizados por servidores
116
concursados nos 37 hospitais e outras 44 unidades de saúde. Decisões semelhantes já foram
tomadas em outras unidades da federação [...]” (UNIÃO, 2012, p. 14).
Isto é, no Brasil, como se trata de um Estado focado no direito dos cidadãos, todos os
serviços são considerados legal-eminentemente públicos. O que se pode fazer são as
chamadas concessões, dentre outras do gênero, se considerando os serviços não essenciais.
Contudo, há os serviços, essencialmente, públicos. É o caso dos serviços de saúde, de
educação. Estes, para concedê-los à iniciativa privada, precisa de muitas contestações legais.
É por isso que a ilegalidade de contratos está predominando neste estudo, pois que,
não é fácil proceder com a transferência de gerenciamento dos serviços de saúde, sem as mais
profundas observações legais. No caso de Ibirité, por exemplo, há suspeitas, por partes da
população de que haja uma fórmula triangular de relações viciosas, ou seja, nas arestas de
base do triângulo, dois negociantes: um contratado e outro contratante, mas a natureza dos
contratos está na aresta superior do triângulo.
Logo, suspeitam-se de que os valores do contrato sejam superiores ao combinado. O
valor real fica com o contratado, e o restante é devolvido ao contratante. Daí, se as suspeitas
se confirmam, essas relações se constituem por demais que fraudulentas, pois que terá havido
superfaturas no contrato. Aí, supõe-se, já não será mais caso só de revogação dos contratos. E,
por isso, também, foge da eminência deste estudo.
Ao final desta segunda seção, as marcas que ficam, podem ser: a terceirização aponta
para as fragilidades nos contratos de trabalho, se considerando a relação vulnerável, deixando
os trabalhadores às margens da segurança no trabalho. E isso não comunga com esta proposta
de planejamento, sobretudo, em razão de sua ilegalidade. Outra marca se concentra na
estimativa de que a transferência de gerenciamento de serviços essencialmente públicos
precisa passar por estudos, minuciosamente, científicos.
E estes altamente comprobatórios de justificativas para que se possa pactuar uma
política desse gênero. E ainda outra marca seria: se considerando os serviços públicos como
de essencial responsabilidade, as relações viciosas e perniciosas se suspendem a si próprias,
pois que estão fora desta proposta de planejamento de governo. No mais, em União (2012),
como as temáticas da próxima seção vão tratar da representatividade da sociedade civil junto
aos sistemas de saúde pública. Então, vale à pena conferir:
[...] De acordo com a legislação, há exigência de constituição e participação de
conselhos de saúde e de representantes da sociedade e usuários dos serviços no
controle sobre as OSs. No entanto, o item 4.7 é conclusivo: “Desconsideração
pelos gestores estaduais e municipais das instâncias de controle social” Há casos
em que, quando consultados os conselhos de saúde, as suas recomendações não
são atendidas, como aquelas nas quais se posicionam contra a terceirização,
conforme registra o relatório. [...] Porém, além da falta de estudos prévios que
demonstrem que a terceirização para organizações sociais é a opção mais
vantajosa em cada um dos serviços transferidos, outro problema identificado
no processo de decisão acerca da transferência ou não do gerenciamento dos
serviços de saúde para entidades privadas é a falta de participação dos
conselhos de saúde. Em muitos casos não há consulta às entidades de controle
social, em outros há a manifestação contrária à terceirização, que não é
atendida pelos gestores locais [...] (UNIÃO, 2012, p. 56).
A contar da participação popular, sobretudo, como as temáticas vão tratar da
representatividade da sociedade civil junto aos sistemas de saúde pública, se considerando,
em União (2012), que os conselhos municipais de saúde funcionam como órgãos consultivos
e fiscalizadores, mas, no que tange ao exercício real da coisa pública consultada, o mérito vai
para os conselhos - mas não totalmente porque existem falhas - pois que sempre é possível
constatar, nas práticas sociais, tais evidências.
117
Entretanto, no dizer da coisa pública fiscalizada, onde estão os méritos, se
considerando as marcas identificadas na seção anterior, por exemplo, a que se concentra na
estimativa de que a transferência de gerenciamento de serviços essencialmente públicos
precisa passar por estudos, minuciosamente, científicos. Isso, porque, em Ibirité, essa
transferência procedeu-se como sendo normal, sem-haver nem um registro em boletim
constando da insatisfação do conselho municipal de saúde, independentemente, de quaisquer
suspeitas da população das formas e riscos sob os quais corria o contrato.
A saber, nas seções de consultorias, os conselhos municipais não repassam
orientações, no que tange aos possíveis enquadramentos de irregularidade e ilegalidade,
senão, somente em termos de serviços de saúde, marcações de consultas especializadas e
demoradas, resultados de exames que precisam de orientações legais para a aquisição dos
remédios. No mais, quanto aos cumprimentos da legalidade, essas consultorias não
funcionam.
Para tanto, vele acompanhar o desenrolar: “[...] O TCU já se pronunciou acerca da
legalidade do modelo em mais de uma ocasião. O acórdão 1.146/2003-TCU-Plenário julgou
representação acerca de irregularidades na implementação do Programa Saúde da Família
pelo governo do Distrito Federal, que estaria contratando pessoal sem concurso público,
valendo-se da simulação de contrato de gestão com o Instituto Candango de Solidariedade.
Ficou demonstrado que o instituto atuava apenas como mera pessoa interposta, para viabilizar
a contratação de pessoal sem concurso público. A entidade não tinha atuação na área de saúde
e sua tarefa no contrato seria apenas de fazer a seleção e gestão do pessoal [...]” (UNIÃO,
2012, pp.14-15).
Dado isso, vê-se que a representatividade dos usuários, nos conselhos de saúde,
precisa ir além das relações de dependência e atrelamentos aos gestores públicos, pois que
estas prejudicam sua representatividade. É claro que os últimos exemplos constam de
resultados de petições judiciais, em âmbito nacional, mas essa dinâmica de falhas, nos
desempenhos dos conselhos, se estende por, praticamente, todas as cidades. E em Ibirité, não
é diferente. A saber, é a falta de autonomia dos conselhos para agirem.
Não fazem as consultorias a contento das necessidades das comunidades, porque a
formação técnica nos conselhos, os sistemas de saúde deixam a desejar. É assim, como
mostra: “[…] a prestação de serviços gratuitos de assistência médico-hospitalar, ambulatorial
e de apoio diagnóstico e terapêutico à comunidade, assim como a prestação às instituições
públicas federais de ensino ou instituições congêneres de serviços de apoio ao ensino, à
pesquisa e à extensão, ao ensino-aprendizagem e à formação de pessoas no campo da saúde
pública, observada, nos termos do art. 207 da Constituição Federal, a autonomia universitária
[...]” (Brasil, 2012, p. 10).
Autonomia para dar capacidade técnica geral de saúde aos conselhos, a lei dá, mas
conseguir essa formação técnica dos sistemas de saúde precisa ter como alvos de lutas
internas entre conselhos municipais e gestores de saúde. Quer dizer, é desta representatividade
que, em União (2012), está-se discorrendo. A lei os trata como de representatividade social, e
participação popular, e como serviços de relevância, e de consultoria, e de fiscalização, mas
na realidade, tal representatividade deixa muito a desejar, entretendo-se, às vezes, a apenas,
participar de reuniões ordinárias dos conselhos. E isso é algo inadmissível nesta proposta de
ações gerais para a cidade.
Finalmente, a gestão de saúde deve trabalhar para que esta funcione com qualidade e,
se porventura, depois de avaliações sequentes e específicas, não conseguir uma gestão
funcional, deve-se trocar o gestor, a manter o sistema público de saúde fora dos
enquadramentos legais. Daí, em caso de terceirizar serviços, sistemas, e quaisquer outras
modalidades públicas de atendimento, somente, após estudos cientificamente comprováveis
de sua necessidade.
118
E ainda, no caso desta proposta em relação ao sistema de saúde atual, os contratos
referentes à terceirização, devem ser revogados e o sistema de saúde do hospital de Ibirité,
retomado sob a gestão pública do município. A terceirização aponta para as fragilidades nos
contratos de trabalho, se considerando a relação vulnerável, deixando os trabalhadores às
margens da segurança no trabalho.
E isso não comunga com esta proposta de planejamento, sobretudo, em razão de sua
ilegalidade. Mas, se concentra na estimativa de que a transferência de gerenciamento de
serviços essencialmente públicos precisa passar por estudos, minuciosamente, científicos. E
estes altamente comprobatórios de justificativas para que se possa pactuar uma política desse
gênero. E se considerando os serviços públicos com essencial responsabilidade, as relações
viciosas e perniciosas se suspendem a si próprias, pois que estão fora desta proposta de
planejamento de governo.
Essa transferência procedeu-se como sendo normal, sem-haver nem um registro em
boletim constando da insatisfação do conselho municipal de saúde, independentemente, de
quaisquer suspeitas da população das formas e riscos sob os quais corria o contrato.
Compreende-se que o conselho municipal de saúde, no caso de Ibirité, tem de atuar nas suas
funções, em consonância aos princípios da lei, evitando quaisquer formas de atrelamento ao
gestor, bem como quaisquer formas de cumplicidade ao gestor de saúde, em caso de suspeitas
de envolvimento em relações viciosas. Para tanto, usar dos registros a que os faz jus.
E fazendo assim, o sistema de saúde tem de promover a formação técnica dos
conselhos em consonância à legislação vigente, visando à qualidade nos atendimentos em
assessorias aos serviços de saúde. Além disso, os próprios conselhos têm de buscar a garantia
de sua autonomia nos serviços. E a de que a lei os trata como de representatividade social, e
participação popular, e como serviços de relevância, e de consultoria, e de fiscalização, mas
na realidade, tal representatividade deixa muito a desejar, entretendo-se, às vezes, a apenas,
participar de reuniões ordinárias dos conselhos. E isso é algo inadmissível nesta proposta de
ações gerais para a cidade.
6.3.3 Práticas sintomático-desatenciosas de atenção primária à saúde
A continuar discorrendo e, agora, sobre os sintomas que acometem as gestões de
saúde, principalmente, no que tange à atenção básica e, sobretudo, começando, em Paim
(1994), seria, portanto, uma tarefa de o processo reflexivo sobre a saúde coletiva compreender
melhor os modelos que estruturam os serviços e sistemas de saúde. Neste fim, talvez, se
considerando os processos de organização de saúde, fosse melhor conhecer algumas de suas
ilicitudes.
Por exemplo, no caso apontado por: “[...] É lícito, pois, a partir deste ponto, lançar a
questão sobre quais as formas de organização das redes e modelos de atenção que poderiam
mudar uma estrutura de saúde centrada na doença e na figura do médico, com um trabalho
frequentemente fragmentado e avesso à colaboração [...]” (MENDES, 2010, p.35). Quer dizer,
noutro fim, o autor chama a atenção para as questões relacionadas aos modelos de atenção
básica, enfocando o caráter fragmentário e contrário às colaborações com o sistema.
E como, geralmente, elas estão organizadas em redes e nos grandes centros urbanos,
poderiam se despontar mesmo como modelos a serem seguidos. A saber, se em rede funciona
e pode servir de modelo, o ideal seria estendê-las às comunidades de saúde, onde sua
organização está precária, o trabalho de atenção básica, fragmentado, as estruturas de
atendimento se fundamentam muito mais nas enfermidades e no atendimento pelo médico do
que normalmente pelas colaborações.
É claro, em Mendes (2010), que enfermidade se trata com médico. Mas, para que este
atenda ao paciente, é preciso haver organização sistemática na unidade de saúde. E é essa
119
organização que conta com as colaborações: dos funcionários, muitas vezes, para ficar depois
do expediente para ajudar nalguma opinião sobre o próprio expediente; a comunidade com
sua participação, opinando sobre a funcionalidade do sistema, mas coletando os problemas da
unidade a serem encaminhados ao órgão central, ao conselho municipal e a outros órgãos,
etc., para que estes possam dar soluções. É a isso que Mendes (2010), critica.
Nisso, de repente, como o autor se coloca em início do extrato textual, dá-se a
impressão de que está tudo bem, o que, na verdade, não está. Daí, em se continuando no ato
de discorrer, vem o autor para contextualizar: “[...] combinações tecnológicas utilizadas pela
organização dos serviços de saúde em determinados espaços-populações, incluindo ações
sobre o ambiente, grupos populacionais, equipamentos comunitários e usuários de diferentes
unidades prestadoras de serviços de saúde com distinta complexidade [...]” (Paim, 1994,
p.457). E, ao fazê-lo, aponta sugestões sobre como colaborar com a organização do sistema de
saúde, seja central, local, em quaisquer lugares.
Os colaboradores podem atuar das diversas maneiras, no trato com o meio ambiente,
na organização dos grupos de saúde, por exemplo, o Bate-Coração, muito comuns em
unidades locais de saúde, inclusive em Ibirité. É claro que é tudo sob a orientação da gestão
da unidade. O que não pode é a atenção básica de saúde ficar em estágios deploratórios de
desatenção por falta de colaboradores, de materiais a contento às necessidades da unidade de
saúde local, falta de incentivo do governo municipal, dentre outros.
Neste contexto, a política nacional da atenção básica enfatiza que é de
responsabilidade comum, em todas as esferas de governo: “[...] apoiar e estimular a adoção da
estratégia saúde da família pelos serviços municipais de saúde como tática prioritária de
expansão, consolidação e qualificação da atenção básica à saúde [...]” (BRASIL, 2011, p. 27),
E, nesse caso, compete às Secretarias Municipais de Saúde: “[...] inserir a estratégia saúde da
família em sua rede de serviços como tática prioritária de organização da atenção básica [...]”
(BRASIL, 2011, pp. 32).
E essa expansão vai-se dar se realmente a referida modalidade de saúde vier a ser
colocada como prioridade. Noutro contexto, em Starfield (2002), e tocando nas questões
referentes à integralidade, é provavelmente um dos atributos mais importantes para as
discussões acerca da resolubilidade da Atenção Primária à Saúde – APS, dentro dos diferentes
sistemas de saúde. Para ele isso implica que as unidades de APS devem garantir que o
indivíduo receba todos os tipos de serviços de atenção à saúde, necessários,
responsabilizando-se diretamente pelas condições mais comuns.
Essa é a orientação, mas isso nem sempre acontece, embora o autor toque com muita
propriedade no assunto. Enfim, como sendo a primeira seção, necessário, se faz registrar suas
marcas: a organização da atenção básica de saúde precisa conhecer as licitudes, mas também,
as ilicitudes do entorno para que perceba com mais clareza sua necessidade de organização; as
estruturas de atendimento se fundamentam muito mais nas enfermidades e no atendimento
pelo médico do que normalmente pelas colaborações.
Contudo, isso acontece por as pessoas ou colaboradores não saberem o em que
colaborar; mas, para que o médico atenda ao paciente, é preciso haver organização sistemática
na unidade de saúde. O que não pode é a atenção básica de saúde ficar em estágios
deploratórios de desatenção por falta de colaboradores, de materiais a contento às
necessidades da unidade de saúde local, falta de incentivo do governo municipal, dentre
outros. No mais, como a próxima temática, em Campos (1989), vai tratar do modo como o
conceito de atenção básica amplia as perspectivas técnico-assistenciais. Disso posto, vale ver:
[...] De forma complementar, Campos (1989, p.53) define os modelos
assistenciais como "o modo como são produzidas as ações de saúde e a maneira
como os serviços de saúde e o Estado se organizam para produzi-las e para
distribuí-las". Posteriormente, o conceito de modelos de atenção veio ampliar e
120
superar a perspectiva técnico-assistencial, incluindo, além de um componente
técnico (também chamado de operativo), as vertentes gerencial e organizativa
(Teixeira, 2006). Conforme Mendes (2010), as redes de atenção à saúde são
compostas por três elementos constituintes: a população, a estrutura
operacional e os modelos de atenção [...] (CAMPOS, 1989, p.53).
No tangente ao conceito de modelos de atenção básica, conforme se versa, em Campos
(1989), como forma de ampliar e superar a perspectiva técnico-assistencial, sobretudo no que
se refere às formas de gerenciamento e sua organização. Disso posto, vale lembrar que
quando mais de uma liderança exercem o mesmo papel à frente da unidade de saúde, ocorrem,
muitas vezes, problemas de relacionamentos entre os diversos funcionários do setor.
É claro, a gerência das unidades locais de saúde, geralmente, fica sob a liderança de
uma enfermeira. Isso, se vistos sob o olhar dos autores Leite & Veloso (2008), que
conceituam os termos ‘trabalho e equipe’ para melhor compreender o significado de trabalho
em equipe na área da saúde, conforme se observa: o trabalho em equipe pode ser desdobrável,
em partes, sendo o trabalho uma atividade contínua e necessária a uma ação que envolve o
conjunto de arranjos institucionais, segundo os autores.
Quer dizer, a necessidade do conceito de trabalho em equipe, está colocada,
exatamente, para conter essas situações de ingerências que, geralmente, aparecem no
ambiente de serviço. Mas também esse ‘desdobrável’ se em termos de compartilhamentos de
lideranças, muitas vezes, não funciona. Por exemplo, voltando-se à lógica dos enfermeiros
colocados como líderes em uma mesma unidade local de saúde, quando, muitas vezes,
acontecem divergências de relacionamentos. E nesses casos, como sempre há mais de uma
enfermeira na unidade, se uma autoridade da gestão não aparecer no local para determinar
quem vai ser o principal responsável por aquela unidade de saúde, o empurra-empurra de
serviços, muitas vezes, toma conta do lugar. Isso acontece nas práticas sociais de saúde.
Só não acontece mais nos lugares em que se controlam mais. Para tanto, em se
tocando nas questões relativas à gestão de saúde, pensa-se no cuidado integral à saúde do
sujeito, pois que, se considera importante a ampliação da oferta de serviços de saúde. Isso, em
Bacellar, Rocha, & Flor (2012), aponta-se para o fato de que, disponibilizar o acesso a
diferentes profissionais de saúde não é condição suficiente para garantir o cuidado integral
dos sujeitos.
Deve-se compreender que o indivíduo é um ser integrado e precisa de ser atendido
mediante práticas e serviços integrados. A falta de gestão na unidade traz falta de participação
popular, falta de atenção básica, falta de colaboração e colaboradores, bem como, Starfield
(2002), falta de encaminhamentos para os serviços secundários dirigidos às consultas,
serviços terciários para manejo definitivo de problemas específicos e para serviços de suporte
fundamentais, como internação domiciliar, dentre outros serviços comunitários.
Esse atributo exige, assim, que a APS reconheça toda a variedade de necessidades
relacionadas à saúde da população e disponibilize os recursos para abordá-las. “[...] o
trabalho em equipe pode ser desdobrável, em partes, sendo o trabalho uma atividade contínua
e necessária a uma ação que envolve o conjunto de arranjos institucionais que transformam as
relações sociais de produção nos locais de trabalho. Já a equipe é o conjunto de profissionais
que se aplicam a desenvolver trabalho conjunto a partir da definição de objetivos [...]”
(LEITE & VELOSO, 2008, p. 377).
Quer dizer, enquanto, em Starfield (2002), preocupa-se com as questões práticas de
gestão de saúde, e dá todo um toque para que esses atributos sejam reconhecidos pelo sistema
de saúde como necessidade básica, Bacellar, Rocha, & Flor (2012) vão se preocupar com os
cuidados que o sistema de saúde deve ter com o indivíduo integralizado a esse sistema, ao
passo que também, chama a atenção para a ampliação das ofertas de serviços de saúde.
121
A saber, enquanto isso, a autoria preocupa-se com o conceito de: “[...] A Atenção
Básica deve ser a porta de entrada preferencial do Sistema Único de Saúde (SUS) [...]”
(Brasil, 2006, p. 1). Dado isso, uma das importâncias que mais se percebe é a necessidade da
própria atenção básica se comprometer mais com seu autoconhecimento, pois que, muitas
vezes, os problemas identificados em seu meio, são maiores, por falta de conhecimento mais
profundo da própria causa dos seus serviços.
Finalmente, nesta segunda seção, faz-se possível registrar as seguintes marcas: o bom
gerenciamento e sua boa organização são as formas de ampliar e superar a perspectiva
técnico-assistencial, sobretudo, no que se refere aos problemas ocorridos em razão das formas
de lideranças compartilhadas. Outra marca seria o conceito de ‘trabalho e equipe’ que foi
criado para melhor compreender o significado dele no âmbito da área da saúde.
Além disso, falta de gestão na unidade traz falta de participação popular, falta de
atenção básica, falta de colaboração e colaboradores. E ainda, o trabalho em equipe pode ser
desdobrável, em partes, sendo o trabalho uma atividade contínua e necessária a uma ação que
envolve o conjunto de arranjos institucionais e que, por isso, transformam as relações sociais
de produção nos locais de trabalho. E ainda outra marca é que uma das importâncias que mais
se percebe é a necessidade da própria atenção básica se comprometer mais com seu
autoconhecimento, pois que, muitas vezes, os problemas identificados em seu meio, são
maiores, por falta de conhecimento mais profundo da própria causa dos seus serviços.
Logo, a Atenção Básica de saúde deve ser a porta de entrada preferencial do Sistema
Único de Saúde, o SUS. No mais, com a próxima seção, Brasil (2006), vai trabalhar com o
exercício de práticas gerenciais e sanitárias, democráticas e participativas, e sob a forma de
trabalho em equipe, dirigido às populações de territórios bem delimitados, então, se vai ver:
[...] A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no
âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde,
a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a
manutenção da saúde. É desenvolvida por meio do exercício de práticas
gerenciais e sanitárias democráticas e participativas, sob a forma de trabalho
em equipe, dirigidas a populações de territórios bem delimitados, pelas quais
assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no
território em que vivem essas populações. Utiliza tecnologias de elevada
complexidade e baixa densidade, que devem resolver os problemas de saúde de
maior frequência e relevância em seu território. É o contato preferencial dos
usuários com os sistemas de saúde. Orienta-se pelos princípios da
universalidade, da acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo e
continuidade, da integralidade, da responsabilização, da humanização, da
equidade e da participação social [...] (BRASIL, 2006, p.1).
E em se retomando, em Brasil (2006), o trabalho com o exercício de práticas
gerenciais e sanitárias, democráticas e participativas, e sob a forma de trabalho em equipe,
dirigido às populações de territórios bem delimitados, como se faz conotar pela prevenção de
agravos, pelos diagnósticos, pelo tipo de tratamento adotado, pela reabilitação e, ao mesmo
tempo, conservação da saúde.
Nestes termos, o que se vai ver, no tocante às práticas gerenciais e sanitárias, é que,
muitas vezes, o paciente recebe as orientações, durante as reuniões dos grupos de saúde, sobre
o que se tem de fazer em casa, como continuidade do tratamento orientado pelo médico. Daí,
como não tem alguém controlando, então, ele não pratica. Aí, na consulta de retorno, o
médico percebe que o problema não se resolveu.
Quer dizer, esse é apenas um dos exemplos práticos e sintomáticos da atenção básica.
Na verdade, em Brasil (2006), cada um dos determinantes levantados pelo autor no extrato
textual recuado, vai apontar - mais e mais - exemplos concretos de situações controversas de
122
atenção básica frustrante. Mas, e quando o médico faz a receita, e o paciente, ao chegar a
casa, vai contar ao vizinho do remédio receitado, entretanto, o vizinho, que não é médico e
nada mais do gênero, opina em contrário ao uso do referido remédio.
Só que, nesse caso, o paciente acredita mais na palavra do vizinho do que do médico e
não toma o remédio porque o vizinho disse que faz mal. Daí precisa de uma situação mais
frustrante para o médico da atenção básica, quando ocorre isso? Quer dizer, em Mendes
(2010), se vão apontar certas lógicas de organização e intervenções que, de certa forma,
amenizam essas situações frustrantes: “[...] Sistemas lógicos que organizam o funcionamento
das redes de atenção à saúde, articulando, de forma singular, as relações entre a população e
suas subpopulações estratificadas por riscos, os focos das intervenções do sistema de atenção
à saúde [...]” (MENDES, 2010, p.2302).
E assim, o autor completa sua ótica: “[...] e os diferentes tipos de intervenções
sanitárias, definidos em função da visão prevalecente da saúde, das situações demográfica e
epidemiológica e dos determinantes sociais da saúde, vigentes em determinado tempo e em
determinada sociedade [...]” (MENDES, 2010, p.2302). Assim sendo, por essa lógica de
organização, apontada pelo autor, é possível fazer uma atenção básica mais bem-
fundamentada, sobretudo, por causa dos processos de integralização que as redes
proporcionam.
Nisso, haja vista para o que Starfield (2002), sobre a atenção primária de saúde. Para o
autor, ela implica que as unidades de APS devem garantir que o indivíduo receba todos os
tipos de serviços de atenção à saúde, necessários, - independentemente de ele, paciente,
corresponder nas práticas de saúde aos prescritos médicos, pois que, muitas vezes não
correspondem - responsabilizando-se diretamente pelas condições mais comuns, bem como
pelo encaminhamento para os serviços secundários para consultas, serviços terciários para
manejo definitivo de problemas mais específicos e para serviços de suporte fundamentais.
Isso, por que, se a atenção primária for olhar para os correspondentes negativos oriundos dos
comportamentos de certos pacientes, ela não dá atendimento a eles.
Então, ela não pode olhar isso, ao contrário, tem de recebê-los, orientá-los e
encaminhá-los para os serviços desejados, independente de quaisquer comportamentos
atípicos. Aliás, no caso de ela, atenção básica adotar condutas disciplinares e educativas em
relação a pacientes não correspondentes aos prescritos médicos, simplesmente, cai nos
processos de desumanização da saúde, como em Brasil (2006).
E isso não pode ser levado em conta, em se considerando as questões humanas. Para
tanto, em Mendes (2008), se vai ver de novas contribuições: “[...] conceitua redes de atenção
à saúde como: [...] organizações poliárquicas de conjuntos de serviços de saúde vinculados
entre si por uma missão única, por objetivos comuns e por ação cooperativa e
interdependente, que permitem ofertar atenção contínua e integral a determinada população,
[...]” (MENDES, 2008, p.35).
E estes continuam apontando as suas lógicas: “[...] coordenada pela atenção primária à
saúde − prestada no tempo certo, no lugar certo, com o custo certo e com a qualidade certa e
de forma humanizada −, e com responsabilidade sanitária e econômica por esta população
[...]” (MENDES, 2008, p.35). Enfim, para o autor a atenção à saúde funciona como sendo
missão única dos trabalhadores. Tanto os médicos, quanto os enfermeiros, quanto quaisquer
outros servidores do SUS têm de contar com os processos de humanização, sobretudo, como
missionários da atenção básica de saúde.
6.3.4 Eixos assintomático-viário-coletivos
Em se tratando de transportes coletivos, de repente, vale começar pelas dificuldades
funcionais a que este se coloca, diariamente, nas movimentações de trânsito nos grandes
123
centros urbanos, mas, sobretudo, no caso específico de Ibirité, com dificuldades. Pensar como
cidade, será preciso formular um conceito novo, porque a cidade vem ganhando, com o passar
dos anos, populações acima do que a sua realidade, supostamente, seja capaz de absorver.
Quer dizer, contando com uma área territorial equivalente a 73.395 Km2,
supostamente pequena para comportar 184.153 habitantes, conforme IBGE (2018). Uma
cidade relativamente populosa, não pela população em si, mas pela capacidade espacial da
área geográfica. Desse modo, não tem como pensar no transporte coletivo dela sem pensar nas
movimentações dessa população toda.
Mas como se trata primeiramente de conceito, vale compreender o que, em
Rosestraten (1998), se conceitua como trânsito, ou seja, é um conceito que permite definições
consensuais, por exemplo: “[...] o deslocamento de pessoas ou coisas pelas vias de circulação,
distinto de tráfego, que seria o mesmo trânsito, mas em missão de transporte [...]”
(ROSESTRATEN, 1998, p.3). A saber, conceito simplório, se considerada a realidade dos
grandes centros urbanos.
Mas, sobretudo, simplório, se considerada a realidade de Ibirité que é um grande
centro urbano, embora, dependente viário-economicamente das regiões adjacentes,
principalmente, Belo Horizonte. Mas, simplório sim, pela realidade da maioria de seus
trabalhadores que pernoitam no trânsito e nele amanhecem sob as madrugadas frias e
esperançosas de sobrevida. Contudo, como se trata de conceito, de repente também, vale
conhecer outro, quem sabe nele, a realidade da cidade esteja nela retratada.
Por exemplo, o Ministério das Cidades, (BRASIL, 2004), vai definir mobilidade
urbana como sendo: “[...] um atributo associado às pessoas e aos bens; corresponde às
diferentes respostas dadas por indivíduos e agentes econômicos às suas necessidades de
deslocamento, consideradas as dimensões do espaço urbano e a complexidade das atividades
nele desenvolvidas [...]” (BRASIL, 2004, p.21).
Mas ele, ministério, continua ainda a sua definição sob uma expressão mais específica:
“[...] a mobilidade urbana é um atributo das cidades e se refere à facilidade de deslocamento
de pessoas e bens no espaço urbano. Tais deslocamentos são feitos através de veículos, vias e
toda a infraestrutura (vias, calçadas, etc.). É o resultado da interação entre os deslocamentos
de pessoas e bens com a cidade [...]” (BRASIL, 2004, p.21). Quer dizer, essas foram às
definições últimas, e sob um conceito bem mais atualizado, pronuncia o Ministério das
cidades, todavia, se se aperceber bem, verá que o conceito ainda não atende a realidade de
Ibirité.
Aliás, não é que a cidade, sob os olhares de estudiosos, tenha de ter formalizado o seu
conceito específico, porém, é preciso ver em qual conceito ela melhor se encaixa, porque ela é
cidade tão-movimentada quanto às outras, portanto, esta não é diferente; ela acolhe seres
humanos como as outras; ela estuda o modo de vida de seus habitantes como as outras; ela
estuda o modo de vida de seu trânsito como as outras, e assim por diante.
Para tanto, ainda há um conceito em que se precisa olhar a cidade sob ele, que é, em
Vasconcellos (1985), o terceiro conceito a que se pode aliar a essas análises e discussões que,
numa verdade, é o conceito de qualidade de vida contornado ao sistema de trânsito. A saber,
em Vasconcellos (1985), considera-se como resultado o: "[...] respeito às funções de cada via,
principalmente às vias de zonas residenciais, e à defesa do meio ambiente. Envolve também a
compatibilização entre o uso do solo de uma via e o volume e o tipo de tráfego que por ela
passa [...]" (VASCONCELLOS, 1985, p.27).
Ao final das formulações de conceitos, vale ver que, talvez, noutra verdade, a
realidade da cidade esteja bem melhor conceituada, embora ainda longe, no que diz respeito
às boas conceituações de cidade. E se seguindo este raciocínio, para que haja qualidade de
vida, real e suficientemente considerada qualidade, é necessária a manutenção dos sistemas
viários e todo o cuidado que o próprio usuário precisa se ater, para que as condições de
124
tráfego sejam melhores, e a cidade possa se considerar, ambientalmente, sustentável, em
termos de transportes coletivos e trânsitos viários.
Enfim, como esta é a primeira seção deste eixo, vale pontuar suas marcas. Portanto, a
primeira é que a cidade merece formular seu conceito de cidade, mesmo sob os componentes
das dificuldades, sob os quais, se comportam seus trânsitos. Outra marca seria que, em Brasil
(2004), ao se conceituar mobilidade urbana, nos grandes centros, é preciso considerar as
respostas dos indivíduos e agentes econômicos às suas necessidades de deslocamento, se os
considerando ainda nas dimensões do espaço urbano e as complexidades das atividades neles
desenvolvidas.
E ainda outra é que, em Vasconcellos (1985), o conceito de qualidade de vida
contornado ao sistema de trânsito da cidade, sobretudo, com respeito às funções de cada via,
principalmente, às vias de zonas residenciais, e à defesa do meio ambiente, e o cidadão
sempre consciente de que este envolve, também, a compatibilização entre o uso do solo de
uma via, e o volume, e o tipo de tráfego que por ela circunda. No mais, como na próxima
seção, em Gonçalves e Couto (2007), se vai ver sobre exemplos de cidade que consegue
viabilizar seus trânsitos sem maiores problemas, então, vale ver:
A cidade de Criciúma, situada ao Sul do Estado de Santa Catarina, que decidiu,
a partir do ano de 1994, pelo investimento no setor transporte. Implantou o
Sistema Integrado de Transportes em 1996, alcançando resultados técnicos e
sociais de considerável importância para a cidade. Porém, a partir da reforma
administrativa do final do ano de 1996, deixou uma lacuna com relação ao
escopo jurídico, administrativo e da gestão do sistema. Assim, nos cinco anos
seguintes muitos problemas de garantia da estabilidade e da evolução do
sistema vieram à tona, seja pela impossibilidade de aplicar o devido controle e
fiscalização, ou ainda, pela possibilidade de propor a complementação da rede
de serviços. Desta forma, o transporte ilegal se instalou e as discussões relativas
à gestão regional não puderam avançar. (GONÇALVES e COUTO, 2007, p. 7).
Ao se colocar a cidade de Criciúma, como exemplo de grande centro urbano e de boa
engenharia de trânsito, na verdade, se quer acompanhar o desempenho de suas políticas
públicas municipais, no que tange ao transporte coletivo que, em Gonçalves e Couto (2007),
soa como que a fim, quem sabe, de que elas possam servir de referência para este estudo e
quem sabe como experiências, senão somente a outras grandes cidades, mas, sobretudo,
Ibirité que é a que está em foco neste momento.
Assim, dessa maneira, se olhadas aos olhos da especificidade, se verá que suas
políticas públicas de transporte coletivo tiveram boas determinações e se engenharam sob os
investimentos, também, específicos e, por isso, sob as avaliações dos técnicos de trânsito,
como sendo um sistema de circulação viária, considerado bem-sucedido.
Entretanto, de outra maneira, ainda em Gonçalves e Couto (20007), se esta olhada aos
olhos da engenhosidade, também, se verá que não se pensou nas políticas públicas de
transporte coletivo como algo mais delongado no tempo e menos demorado, no que tange à
deterioração dos instrumentos de transportes, mesmo os considerando, de uso público
permanente.
E outra coisa sobre que a gestão de transportes esqueceu-se de pensar, foi nas lacunas
abertas, não somente, nos escopos jurídico e administrativo, como o autor aborda, mas,
sobretudo, no próprio sistema e na forma de gestão política conduzida pelo sistema. Assim, se
percebe que o agente político principal não acompanhou o desempenho das políticas, dos seus
administrados nem seus aliados jurídicos.
Daí, na oportunidade, se olhar para a forma como, em Vasconcellos (2001), se versa
sobre certas características de transportes, pode ser que se concluam não ter o sistema de
transportes de Criciúma estudado melhor o trânsito sob as vistas da engenharia, a deixar as
125
boas dinâmicas do transporte coletivo se perder em apenas cinco anos: “[...] Apesar de todas
as intervenções realizadas, estas condições permanecem insatisfatórias para a maioria,
especialmente, para aqueles que não têm acesso ao transporte privado: as grandes cidades dos
países em desenvolvimento apresentam baixos níveis de serviço dos transportes públicos,
[...]” (VASCONCELLOS, 2001, p. 13).
E o autor continua a discorrer: “[...] distribuição desigual de acessibilidade, com altos
índices de acidentes de trânsito (envolvendo, principalmente, os papéis mais vulneráveis,
como pedestres e ciclistas), congestionamento, poluição ambiental e invasão dos espaços
habitacionais e de vivência coletiva por tráfego inadequado [...]” (VASCONCELLOS, 2001,
p. 13). Enfim, nesse ponto, com essas características tão-peculiares a Criciúma que, talvez,
pensar, não houvesse outros grandes centros urbanos com características tão-comuns.
Sendo assim, o escopo jurídico do projeto provedor das políticas de transportes, ficou
prejudicado, porque nele se esqueceu de prever as dinâmicas legais de fiscalização suficientes
para conter os transportes ilegais instalados pós-cinco anos. Nisso, a suposta junta de
advogados, no sistema, pecou. Noutro ponto, se politicamente considerado, supõe-se, o agente
político principal não ter acompanhado todos os processos ao ponto de intervir, quando
necessário, fosse.
Mas não somente, por sua vez, supostamente, deixou de supervisionar os serviços, os
insumos, as políticas, as aplicações das políticas, por fim, só foi perceber que as políticas não
deram, exatamente, certo, depois de cinco anos, quando alguém também de considerável
desrespeito pelas obras anteriores, reformou-as, sem levar em conta as políticas de transporte
coletivo validadas pelos técnicos e população como bons investimentos das últimas
temporadas políticas na cidade.
Quer dizer, experiências são experiências e, por serem o que são, de repente,
independente de boas ou ruins, vale à pena ser contadas. Mas, no caso de Ibirité, embora as
populações se aproximem em números: a outra com 213.000 e esta com um pouco menos de
200.000 habitantes. Então, essas experiências são para Ibirité olhar bem de perto, para não
repetir as mesmas histórias. Também embora, o contexto sócio-político-cultural de Criciúma
seja bem diferente do de Ibirité.
Contudo, as referências e marcas das experiências, é que precisam mais de ser levadas
em contas. Para tanto, antes de marcar quaisquer destaques, ainda vele considerar algumas
experiências referendadas: “[...] No entanto, para garantir que o trânsito aconteça
satisfatoriamente, não basta apenas atender às demandas por mobilidade dos transeuntes; sua
acessibilidade também é de vital importância. considera a acessibilidade à facilidade (ou
dificuldade) com que os locais da cidade são atingidos pelas pessoas e mercadorias, medida
pelo tempo e pelo custo envolvido [...]” (VASCONCELLOS, 1985, p.26).
Tudo isso precisa ser levado em conta pelos estudos de engenharia política e de
transportes. Outra coisa é a despesa de tempo, de custos, desgaste físico-mental, por exemplo:
“[...] Seria a facilidade, em distância, tempo e custo, de se alcançar fisicamente, a partir de um
ponto específico na cidade, os destinos desejados (Gomide, 2006). Contudo, a acessibilidade
não deve se restringir apenas à facilidade de cruzar o espaço, abrangendo também a facilidade
de chegar aos destinos [...]” (VASCONCELLOS, 2001, p.13).
De repente, tudo tem de ser levado em conta porque todos compõem a cidade: “[...]
acessibilidade trata da efetividade do sistema de transporte em conectar localidades separadas
[...]” (CARDOSO, 2008, p.42). Também, precisam ser levados em conta, principalmente,
porque as pessoas sofrem com os trânsitos, mas, ao lado disso, a cidade tem de pensar em
seus índices de desenvolvimento humano. E se não fizer os estudos científicos, à altura do que
a cidade merece, não fica tão difícil repetir a história e experiências de Criciúma.
Enfim, como esta é a segunda seção, de repente, fica bem registrar suas marcas. Para
tanto, uma primeira marca é que, ao se pensar nas políticas públicas da cidade e, no caso de
126
Ibirité e por serem políticas de transportes, fazer estudos profundos, buscando a
especificidade do projeto, a engenhosidade do trânsito, e pensando nas responsabilidades:
política, jurídica, administrativa e sistêmica, fazendo previsões de acessibilidade, de tempo,
durabilidade e estabilidade, pensando sempre nos cidadãos, consciente de que a cidade tem de
trabalhar seus índices de desenvolvimento humano.
Outra marca seria que, ao se fazer novos estudos científicos para a aplicação de
determinadas políticas públicas, levar sempre em consideração obras executadas em mandatos
anteriores, independentemente, de quem tenham sido os responsáveis, para que a cidade não
arque com os prejuízos materiais, morais, políticos, etc. Por fim, marca-se que experiências
são experiências e, por serem o que são, de repente, independente de boas ou ruins, vale à
pena contá-las. No mais, como em Planmob (2007), na próxima seção vai tratar das medidas
regulatórias dos transportes de cargas em meio urbano e relacionadas ao padrão de vida social
e local. E por isso, de repente, vale à pena conferir:
[...] na movimentação de cargas, medidas regulatórias do poder público podem
condicionar ou restringir rotas, horários, regiões, tipos de produtos e tipos de
veículos, sempre em função do interesse coletivo, procurando resolver conflitos
de ruído, segurança, capacidade do sistema viário e outros aspectos [...] o
transporte de carga pode sofrer restrições espaciais ou temporais de circulação;
e assim por diante (PLANMOB, 2007, p.41-44).
Voltando ao tema dos transportes de cargas, olhando para as movimentações
embaraçosas e pesadas de caminhões, seja de minérios, de cascalhos, sobretudo, porque a
região é minerária, e as mineradoras exercem fortes influências sobre o trânsito. Isto, porque
se está falando de Ibirité. No entanto, como em Planmob (2007), nesta seção se trataria das
medidas regulatórias dos transportes de cargas em meio urbano e relacionadas ao padrão de
vida social e local.
Disto, de repente, vale à pena conferir em que termos tudo isso ocorre, se
considerando que os transportes de cargas, segundo a Planmob (2007), sofrem medidas
regulatórias do Poder Público e, por isso, não podem, muitas vezes, fazer o que geralmente
fazem nas travessias e centros de cidades. Hoje, até que não se escutam reclamações sobre a
circulação desses caminhões de minérios e cascalhos, mas já houve tempo, em que as
mineradoras ‘Itaminas e Santa Paulina’ deram muito trabalhos aos agentes políticos
principais, não que eles não gostassem, pois que sempre as apoiaram, mas porque a população
reclamava muito.
Assim, vale compreender – no caso de elas voltarem a incomodar - que existe solução,
sobretudo, oriunda do Ministério das cidades: “[...] resultado de um conjunto de políticas de
transporte e circulação que visam à priorização dos modos não motorizados e coletivos de
transporte, de forma afetiva, que não gere segregações espaciais, socialmente inclusivas, e
ecologicamente, sustentáveis [...]” (MCIDADES, 2006, p.19). Olhando assim, vê-se que
Ibirité não tem tanto trânsito pesado, atualmente, mas mesmo assim, vale precaver-se e
trabalhar para que a cidade venha a ser um espaço socialmente aculturável e ambientalmente
conservado.
Isto, por quê? Porque a cada tempo que passa, os padrões de vida mudam. E a cidade
precisa acompanhar o ritmo das mudanças sociais. Aliás, não somente, ela precisa,
principalmente, promover essas mudanças com resultados em transformações sociais.
Imagine que em 25 e 35 anos atrás, se procurasse, em Ibirité, por uma lanchonete ou um
pequeno restaurante, dir-se-ia que não os encontrasse. A saber, peculiarmente, interiorana.
Contudo, se se observar, em Rolnik &Boter (2004), o que se discorre sobre as
mudanças nos padrões sociais das cidades: “[...] A disponibilidade de crédito a juros
subsidiados, voltada sempre para a produção de imóveis novos, permitiu à classe média das
127
grandes cidades constituírem novos bairros e centralidades nas cidades, gerando, além da
expansão horizontal, o paulatino esvaziamento dos centros tradicionais. Do ponto de vista da
estratégia de produção e financiamento das infraestruturas, os centros tradicionais foram
abordados apenas como centros econômicos saturados, devendo ser objeto de
descentralização das atividades, inclusive administrativas [...]” (ROLNIK & BOTER, 2004, p.
21).
E é isto que Ibirité está vivendo: mudanças – se, para mais e em número de habitantes
- e mudanças nos padrões de vida social da cidade. E, nesta lógica, como crescente
populacional acentuado nas últimas décadas, já deveria ter pensado antes nessas questões
referentes às mudanças de padrões socioculturais. Isso porque, Nova Lima, por exemplo,
conforme em IBGE (2010), cidade desenvolvida por ingleses, pós-aquisição da Mina de
Morro Velho a 1834, pequena, apenas uma Freguesia de Sabará, mas já pensara em seu
Teatro Municipal, desde ainda pequena nem mesmo emancipada.
Mas, o que se quer mesmo demonstrar é sobre padrão e qualidade de vida que, em
Rodrigues (2002), se entende que: “[...] As transformações culturais da modernidade no
urbano podem ser tidas como padrão de vida e como qualidade de vida. Com relação ao
padrão de vida, as medições referem-se à produção, mas, principalmente, ao consumo de
mercadorias. Trata-se da capacidade de pagar para consumir unidades de moradia, cidade,
veículos, cinema, teatro etc. [..]” (RODRIGUES, 2002, p.82).
E é por causa dessas coisas que se quer preocupar com o sistema de transporte, de
modo geral e, sobretudo, os coletivos da cidade. Mas, não somente, em razão das mudanças
de padrões socioculturais, pois que, principalmente, pela comodidade da população. Afinal,
uma cidade que depende, praticamente, de seus centros urbanos mais avizinhados, precisa
adquirir certo grau de independência, aperfeiçoando-se enquanto centralidade local. E, para
tanto, melhorando-se enquanto espaço sociocultural, econômico e provedor de certas
economias, meio a uma população, considerada por ela mesma - em pesquisa para este plano
de ações gerais - carente de cultura.
6.4 Eixos e pressupostos-assintomático-econômicos
6.4.1 Premissas sintomático-econômico-gerais
Em se colocando como eixos apontados para os sintomas econômicos, o que se vê, na
cidade de Ibirité, é a falta de práticas políticas voltadas para a construção de dados
econômicos na cidade, oportunizando a população de crescer, economicamente. Para tanto, no
concerne a um conceito voltado para essa causa, em Neto e Braz (2006), é a cidade, em seu
contexto social, na compreensão da política como instrumento de globalização e ampliação
das relações econômicas entre as nações, na ótica dos autores, e que vão promover as
transformações sociais e, ao mesmo tempo, permitir observar as transformações, que ocorrem
com base na participação da sociedade em debates políticos, por exemplo.
Assim sendo, vê-se ainda que ambos os autores analisem os dois contextos: um sobre a
economia e o outro sobre a política; e as duas temáticas juntas analisadas dentro da concepção
da sociedade, e dos direitos sociais, e dos direitos trabalhistas no mundo contemporâneo.
Então, em Cordeiro e Ribeiro (2002), vê-se, nesta contextualização conceitual, se olhada para
o mundo globalizado, tendo como referência o universo empresarial, a partir da década de
1990, os ambientes de negócios se tornarem os mais complexos fenômenos econômicos e
sociais de alcance mundial.
E estes, pensam os autores, estão reestruturando o ambiente empresarial. E a
globalização da economia, alavancada pela tecnologia da informação e da comunicação, passa
a ser uma realidade inescapável e, sobre as quais, o grande mercado mundial perdeu o
128
controle, de modo que esta, de lá para cá, vem dominando o mundo de tal jeito que, está-se
criando relação de dependência, dos mais diversos povos, em relação a essa globalização.
Dessa maneira sendo, o mundo globalizado conta com as tecnologias mais avançadas na
promoção da sua economia: “[...] As chamadas novas tecnologias, bem como as novas formas
de organização do trabalho, têm colocado os métodos tradicionais de gestão das empresas no
banco dos réus [...]” (CORDEIRO e RIBEIRO, 2002, p.1). E é isso o que tem desgastado os
complexos econômicos mundiais, pois que, de um lado, centros urbanos altamente
desenvolvidos economicamente, estes criaram, de certa forma, dependências desse mundo
globalizado, de modo que seus investimentos vão perdendo as forças e, de repente, estes se
veem no mundo caído.
Daí, em Cordeiro e Ribeiro (2002), apesar dos métodos de gestão dessas empresas serem
tradicionais, caíram como se assentadas ao banco dos réus. De outro lado, pequenos polos
mundiais, também nessas mesmas relações de dependências desse mundo globalizado, ao
contrário, criam forças econômicas e estas crescem ao ponto de se tornarem polos econômicos
fortes no âmbito do planeta. Então, a globalização, na verdade, acaba sendo um processo de
contradições e o chamado ‘grande mercado mundial’ dá apoio a uns, mas desapoio a outros.
Quer dizer, as mudanças nos contextos sociais são esses resultados de pequenas
movimentações econômicas chamados de transformações socioculturais e econômicas. E eles
têm origem. Aliás, segundo se compreende: “[...] também observam que a relação da ciência
econômica com a economia política surgiu a partir das transformações sociais e culturais [...]”
(NETO e BRAZ, 2006, p.34). Dado isso, ao final desta seção, vale reconhecer suas marcas
sendo a primeira a compreender os apontamentos, sintomático-econômicos, como se referindo
ao planeta Terra.
Contudo, tais sintomas - de acordo com o grau de dependência da globalização –
influenciam, também, os pequenos polos comerciais. Também, é preciso compreender a
globalização é um grande mercado mundial contraditório em suas concepções nos modos de
investimentos, pois que, de um lado, criam perspectivas de modo que os pequenos polos
comerciais se tornam grandes polos pelo mundo afora, bem como, ao contrário, grandes polos
voltam às origens, e se tornam réus, economicamente.
No mais, como na próxima seção, se vai discorrer sobre os conceitos, o versátil modelo
de conexão apontado, em Campos e Canavazes (2007), se colocam como conceito de conexão
que se pauta na definição da globalização como um processo de encadeamento articulado e
cíclico. E nisto, vale ver:
[...] A noção de globalização surge, pois, a propósito de vários domínios da
nossa vida e encontra expressão em todas as grandes línguas do mundo. Apesar
de muito recorrente (e talvez também por isso) a noção de globalização nem
sempre é clara, prestando-se a usos e sentidos muito diversos. É, pois,
importante clarificar a noção de Globalização. Um bom ponto de partida é
atentarmo-nos diferentes discursos, aproximações e definições de globalização –
oriundas não só do mundo acadêmico, mas também de organizações
internacionais como a OIT e do mundo sindical. Deste modo, não fechamos a
nossa visão sobre o fenômeno e podemos enriquecer a nossa noção com visões
que, sendo diferentes, não são exclusivas, nem são necessariamente
contraditórias entre si, podendo mesmo ser complementares e, sobretudo,
convocam a debate diferentes dimensões e perspectivas sobre a Globalização
[...] (CAMPOS e CANAVAZES, 2007, p.4).
Prosseguindo-se, sob a noção do conceito de globalização combinada a ideia de
produção de economia, de certa forma, já focada, embora se vá discorrer sobre os conceitos,
em Campos e Canavazes (2007), no versátil modelo de conexão como o apontado, e se
129
colocam como pauta na definição da globalização como um processo de encadeamento
articulado e cíclico.
Nisso, em Cordeiro e Ribeiro (2002), se apresentam uma breve abordagem sobre o
contexto histórico-econômico da gestão empresarial no contexto nacional. Para tanto, segundo
eles, a economia vai se desenvolver no sentido de uma disciplina científica estritamente
especializada, originária de preocupações históricas, sociais e políticas, sendo que tais
preocupações serão postas à conta das outras ciências sociais que se articulam na sequência a
partir do final da primeira metade do XIX.
Daí, a História, a Sociologia e a Teoria ou Ciências Políticas. No marco desta, a que
se chamou: “divisão intelectual do trabalho científico”. Então, se olhando, em Neto e Braz
(2006), a relação da ciência econômica com a economia política surgiu a partir das
transformações sociais e culturais. E daí, a economia se especializa, institucionalizando-se
como disciplina particular, específica, notadamente técnica, que ganha estatuto científico-
acadêmico.
Para tanto, em Cordeiro e Ribeiro (2000), chamadas novas tecnologias, bem como as
novas formas de organização do trabalho, têm colocado os métodos tradicionais de gestão das
empresas no banco dos réus. Isso, por que, supostamente, adequada à ordem social da
burguesia conservadora, torna-se, basicamente, economia instrumental. Mas, se no grupo dos
réus, significa um grupo que se perdera, economicamente, meio aos processos de
transformações sociais.
E daí, esta se desenvolve sob um enorme arsenal técnico, valendo-se, intensivamente,
de modelos matemáticos, que não se reagem diante dos fatos. Todavia, Campos e Canavazes
(2007), não se fecham à visão sobre o fenômeno e, neles, pode até enriquecer a noção como
sendo visões diferentes, não são exclusivas, também, não são, necessariamente, contraditórias
entre si, podendo mesmo ser complementares e, sobretudo, convocam ao debate, as diferentes
dimensões e perspectivas sobre a Globalização.
Para tanto, é por isso que ela renuncia a qualquer pretensão de fornecer as bases para a
compreensão do conjunto da vida social e, principalmente, deixa de lado os procedimentos
analíticos, a saber, os que partem da produção. E nisso, analisa, preferencialmente, a
superfície imediata da vida econômica, sobretudo, os fenômenos da circulação, influentes de
economia, privilegiando o estudo da distribuição dos bens produzidos entre os agentes
econômicos e quando, excepcionalmente, atenta para a produção, aborda-a de modo a ladear a
teoria do valor-trabalho.
Entretanto, em Karl Marx (2016), mostra, sob a perspectiva histórica, que o
capitalismo é um modo de produção de mercadorias, incluindo-se, nesta categoria, a força de
trabalho. E esse modo de produção foi gerado, a saber, em início da Idade Moderna, no século
XV, e consolidada com a primeira Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra, em 1750. No
entanto, esta se trata de um sistema econômico, cuja existência depende da concentração da
propriedade dos meios de produção em mãos de uma classe social, a capitalista, e da presença
de outra, no caso a classe trabalhadora, que, para subsistir, tem que vender a única mercadoria
que possui, ou seja, a força de trabalho, em Marx, (2016) e Catani (1984).
Quer dizer, a divisão social do trabalho e a troca de produtos, também, são condições
fundamentais para o sistema econômico capitalista se desenvolver, de acordo com Marx
(2016), porque as pessoas não possuem todas as qualificações necessárias para produzirem
tudo o que necessitam para sobreviver. Assim, todos dependem uns dos outros para adquirir
produtos, por meio da troca.
O problema é que, no capitalismo, a primeira motivação da produção não é o
atendimento às necessidades do trabalhador ou do capitalista, mas, sim, o lucro, que será
transformado em capital adicional para ser usado na ampliação da produção, visando ao mais
lucrativo, e ao domínio do grande mercado, supostamente, já se chama de globalização.
130
Enfim, como desfecho desta segunda seção, vale-se registrar as marcas que, em Campos e
Canavazes (2007), no versátil modelo de conexão como o apontado, estes se colocam, como
pauta na definição da globalização, como esta sendo um processo de encadeamento articulado
e cíclico.
Para tanto, a economia vai se desenvolver no sentido de uma disciplina científica
estritamente especializada, originária de preocupações históricas, sociais e políticas, sendo
que tais preocupações serão postas à conta das outras ciências sociais que se articulam na
sequência, a partir do final da primeira metade do XIX. E ainda, em Marx, (2016) e Cattani
(1984), esta se trata de um sistema econômico, cuja existência depende da concentração da
propriedade dos meios de produção em mãos de uma classe social, a capitalista, e da presença
de outra, no caso, a classe trabalhadora, que, para subsistir, tem de vender a única mercadoria
que possui, ou seja, a sua força de trabalho.
No mais, como na próxima seção, se vai ver, em Therborn (2011), sobre a temática na
globalização implicar, obviamente, na desigualdade entre a humanidade global, os que
estejam recebendo mais atenção. Daí, vale à pena ver:
[...] A globalização implica, obviamente, em que a desigualdade entre a
humanidade global esteja recebendo mais atenção. Somente com o
desenvolvimentismo pós-Segunda Guerra Mundial, a desigualdade entre as
nações do mundo recebeu atenção pública. A atual onda de globalização está
provocando a comparação entre outras categorias humanas, como as mulheres
do mundo, as crianças do mundo, domicílios em todo planeta [...]
(THERBORN, 2011, p.132). [...] argumenta em seu estudo sobre a relação da
desigualdade social com a globalização e como o aprofundamento do capital
refletiu na sociedade um panorama de maior diferenciação entre as classes
sociais. A questão da diversidade é tratada pela globalização como um tema
que diverge da razão de proporção no sentido do consumo e do pertencimento,
ao ponto de que a perspectiva social parte da desigualdade em todos os seus
principais aspectos sociais: cultural, educacional, habitacional, dentre outros
[...] (THERBORN, 2011, p.132).
No que tange a desigualdade social, do ponto de vista universal, como se vai ver, em
Therborn (2011), relacionada à temática da globalização e, por isso, implicar, obviamente, na
desigualdade entre as sociedades na humanidade global, os que estejam recebendo mais
atenção. Daí, vale à pena ver como a desigualdade social e a globalização são temas,
constantemente, envolvidos em estudos sobre a relação da economia e o impacto social nos
processos urbanos e de conjuntura social, como em Neto e Braz (2006), se faz refletir.
Sendo assim, para entender o contexto da economia como ciência social e política,
sobretudo, no que tange à atenção dispensada no pós-guerra 1945, depois das atrocidades
acometidas durante a guerra, as sociedades do campo internacional, se empenharam pela
cultura da paz. Nesse contexto, concernente ao pós-guerra 1945, faz-se de suma importância
compreender as relações com a sociedade parecendo-se bem mais estreitas, mas não
descoladas da realidade política como instrumento de governança pública.
Dai a cultura da paz. E, em Neto e Braz (2006), também se observam da relação da
ciência econômica com a economia política surgindo a partir dessas transformações sociais e
culturais, como o já mencionado, noutro contexto deste estudo. Só que, apesar dos avanços
das sociedades internacionais, isso tudo trouxe à tona os conceitos relativos à globalização,
porque é daí que esta vem ganhando força com passar dos anos.
Noutro contexto, se vê, em Chang (2004), as mudanças de paradigmas tecnológicos,
no final do século XIX, inauguraram uma nova fase na industrialização global. A grande
indústria afirma-se com a introdução de métodos de trabalho em série, com a gerência
131
científica e a fragmentação das tarefas do trabalhador, do mesmo modo que a constituição de
poderosos oligopólios mina a ideia de um mercado concorrencial perfeito.
E aí, neste estudo, esse mercado concorrencial de que fala Chang (2004), é o que mais
tarde se veio conhece como sendo a globalização. Então, para ele, a era do carvão e da
energia a vapor se superpõe a era da eletricidade, do aço e do petróleo. Essa nova revolução
industrial ocorre em paralelo a uma intensa luta pelo poder mundial, cuja tradução maior está
expressa na corrida armamentista e nas fortes políticas protecionistas às quais se opõem os
principais Estados uns aos outros.
As duas guerras mundiais (1914-1918) e (1939-1945) são o resultado dessas tensões.
E a partir do pós-guerra 1945, em Therborn (2011), a relação da desigualdade social com a
globalização e como o aprofundamento do capital refletiu na sociedade um panorama de
maior diferenciação entre as classes sociais. Para tanto, a questão da diversidade é tratada pela
globalização como um tema que diverge da razão de proporção no sentido do consumo e do
pertencimento.
Finalmente, sendo a compreensão dos apontamentos, sintomático-econômicos, como
se referindo ao planeta Terra. Contudo, tais sintomas - de acordo com o grau de dependência
da globalização – influenciam, também, os pequenos polos comerciais. Também, é preciso
compreender que a globalização é um grande mercado mundial contraditório em suas
concepções nos modos de investimentos.
Isso, pois que, de um lado, criam perspectivas de modo que os pequenos polos
comerciais se tornam grandes polos pelo mundo afora, bem como, ao contrário, grandes polos
voltam às origens, e se tornam réus, economicamente impedidos de se desenvolverem. Para
tanto, outras marcas, em Campos e Canavazes (2007), no versátil modelo de conexão como o
apontado, estes se colocam, como pauta na definição da globalização, como esta sendo um
processo de encadeamento articulado e cíclico.
No entanto, a economia se desenvolve no sentido de uma disciplina científica,
estritamente especializada, originária de preocupações históricas, sociais e políticas, sendo
que tais preocupações serão postas à conta das outras ciências sociais que se articulam na
sequência, a partir do final da primeira metade do século XIX. E ainda, em Marx, (2016) e
Catani (1984), esta se trata de um sistema econômico, cuja existência depende da
concentração da propriedade dos meios de produção em mãos de uma classe social, a
capitalista. Mas, se considerando a globalização relacionada à desigualdade social, vê-se que,
como marca desta proposta, os fenômenos da globalização somente puxam para aumentar a
desigualdade social no mundo.
E da presença de outra, no caso, a classe trabalhadora, que, para subsistir, tem de
vender a única mercadoria que possui, ou seja, a sua força de trabalho. E ainda, as marcas
finais, que indicam a desigualdade social relacionada à globalização são temas impactantes
das sociedades internacionais, pois que, ambas as modalidades crescem, em discrepância
juntas, mas mesmo assim com todos os problemas, a cultura da paz tem se colocado.
No mais, como nos próximos eixos e, como Ibirité é uma realidade exigente de
investimentos econômicos, em Campos e Canavazes (2007), no versátil modelo de conexão,
vai-se tratar - de modos diferenciados destes - de temáticas abordando as economias solidária
e criativa, como sendo as alternativas mais propícias para a cidade nos próximos anos.
6.4.2 Premissas sintomático-econômico-solidárias
Ao se pensar numa cidade como Ibirité, por exemplo, olhando para os seus sintomas
característico-políticos, mas sob os pontos em que se demarcam a economia solidária, se vista
sob os fenômenos da globalização como, em Campos e Canavazes (2007), no versátil modelo
de conexão, como estes se colocam na definição da globalização, e a cidade pensando que
132
com ela se vai desenvolver economicamente, engana-se. Na verdade, o que se vai ver é uma
cidade completamente fora desses parâmetros, pois que, suas políticas públicas nunca se
voltam para essas temáticas, sobretudo, em razões das características e interesses políticos de
seus agentes político-principais.
Quer dizer, adotar comportamentos solidários, em certos contextos sociais já é difícil,
quanto mais sob o ponto de vista econômico - e da globalização ainda por cima - são questões
de interesses políticos, mas não só, pois que esta somente tende para aumentar a desigualdade
social entre os povos. Logo, se o agente político principal não tiver interesse nesses tipos de
demandas econômicas, dificilmente, elas sobressam na cidade.
Assim, desse modo, dentro dessas premissas, se iniciam os estudos sobre a economia
solidária. Para tanto e, de outro modo, em Laville (2004), se vai ver - em contextos
socioeconômicos externos à cidade de Ibirité - que depois de um longo período de mudanças
sociais, políticas e econômicas, marcadas, por exemplo, pelo envelhecimento da população, o
reconhecimento e expansão dos serviços de cuidados às pessoas, o aumento das desigualdades
gerado pela sucessão de políticas neoliberais e pela globalização resultante, presenciou-se a
nova geração da Economia Social.
A saber, esta política econômica de que muita gente tem medo - porque pensa que isto
é política econômica só dos pobres - não é “o bicho de sete cabeças” de que se têm medo.
Nisso posto, de repente, vale conhecer o pensamento de: “[...] De forma geral, a Economia
Solidária não é uma alternativa somente para os pobres e excluídos, mas proporciona avanços
em diversos domínios e contextos, e envolve de maneira responsável amplos segmentos da
sociedade. Essa nova economia se propõe a recuperar socialmente o que o progresso
tecnológico proporcionou e excluiu em determinadas situações [...]” (CATTANI, 2003, p.2).
A saber, é o que se precisa pensar em termos de cidade, fazer com que as pessoas se
interessem por economia, porque isso vai ajudá-las na melhoria de suas vidas, vai ajudar no
crescimento da sociedade local, sobretudo, porque as pessoas se envolvem nos processos
econômicos e, ao se envolverem, se entusiasmam com as causas uns dos outros, com os
próprios negócios; começam a entender que, o ato de comprar e vender, não são somente
coisas de ricos, mas de quaisquer pessoas, independente, de suas condições financeiras, de
classe social.
Aliás, quando as pessoas se envolvem nesses processos econômicos solidários, elas
nem se lembram de que existem classificações sociais. E, por isso e muito mais que isso, vale
à pena solidarizar-se economicamente uns com os outros, porque além de as pessoas terem
vidas melhores, a cidade cresce em seu conceito social, cresce em suas dinâmicas
empresariais – empresários em todos os níveis querendo adotar o município como o lugar de a
sua empresa desenvolver-se - cresce em seu índice de desenvolvimento humano, e assim por
diante.
Quer dizer, em França Filho (2003), por exemplo, a economia solidária pode ser
definida como uma série de experiências organizacionais inscritas numa dinâmica atual em
torno das chamadas novas formas de solidariedade. E é isto o que a cidade passa a conceituar
depois de começar a vivenciar as suas relações sob os impulsos dos processos econômicos
propiciados pelas políticas públicas locais.
Enfim, como esta é a primeira seção deste artigo, de repente, vale à pena pontuar as
suas marcas que, na verdade, de acordo com esta proposta de ação, a cidade deve adotar a
economia solidária como modalidade de desenvolvimento econômico, no entanto, a pesar de,
em Campos e Canavazes (2007), no que tange ao versátil modelo de conexão, e nesta
proposta, se a cidade quer adotar a economia solidária como meio de desenvolvimento
econômico, jamais pode confiar e, para tanto, se pautar nos referenciais fenômenos da
globalização, pois que estes somente tendem para aumentar a desigualdade social.
133
Outra marca seria que a nova geração da Economia Social, esta política econômica de
que muita gente tem medo - porque pensa que isto é política econômica só dos pobres - não é
“o bicho de sete cabeças” de que se têm medo, pois que, em Cattani (2003), a Economia
Solidária não é uma alternativa somente para os pobres e excluídos, mas proporciona avanços
em diversos domínios e contextos, e envolve, de maneira responsável, amplos os segmentos
da sociedade, independente, de suas condições financeiras, de classe social, etc.
Aliás, quando as pessoas se envolvem nesses processos econômicos solidários, elas
nem se lembram de que existem classificações sociais. Afora isso, como na próxima seção,
em Singer (2002), se vai abordar sobre modos de produção, conceitos e ponderações no
entorno da economia solidária, mais que de repente, vale à pena conferir, pois que, no entendimento dele:
[...] a Economia Solidária é outro modo de produção, cujos princípios básicos
são a propriedade coletiva ou associada do capital e o direito à liberdade
individual. A aplicação desses princípios une todos os que produzem numa
única classe de trabalhadores que são possuidores de capital por igual em cada
cooperativa ou sociedade econômica. O resultado natural é a solidariedade e a
igualdade, cuja reprodução, no entanto, exige mecanismos estatais de
redistribuição solidária da renda [...] (SINGER, 2002, p.10).
Em se pautando nos conceitos de modos de produção, nos conceitos de economia
solidária e sob as ponderações, em Singer (2002), que se vai abordar sobre modos de
produção que – se a linha econômica é a solidária - então, os modos não podem ser
capitalistas, mas os conceitos sobre que se colocam as discussões no âmbito da economia
solidária e isso, sob as ponderações de cujos princípios básicos se operam sobre a propriedade
coletiva, ou seja, a associação do capital sob os poderes do direito e da liberdade individual, o
modo de produção tem de se constituir sob a forma de unidade social, de grupos econômicos
que se pensam solidários.
Nisso, em Goerck e Fraga (2010), por exemplo, a Economia Solidária constitui-se em
uma das formas de os sujeitos contestarem o sistema, seja por meio dos princípios nos quais
os trabalhadores inseridos nesses empreendimentos, estão respaldados, seja pela compreensão
dos mesmos em relação ao modo com que ocorre a produção e comercialização existentes, em
que predominam a individualidade, a competitividade e a consequente exclusão social.
Ela compreende o conjunto de atividades econômicas de produção, distribuição,
consumo, poupança e crédito, e estas organizadas sob a forma de autogestão. Para tanto, esta
não se trata de uma liberdade individual em que o sujeito se coloca sobre como se um
pedestal e dali começam a por os outros para produzir para ele. E aí, se enriquece rapidamente
e ainda, tempos depois, enche a caixa-torácica, e lábios, e boca, para dizer que foi com muito
suor e trabalho que conseguiu montar seu império.
Este conceito arrogante, nesta proposta, se o considera varrido, completamente fora
dos conceitos de economia solidária. No entanto, se olhar para as proposituras indiretas e
diretas observações do autor, vê-se que, com isso, se observa uma relação circular, na qual, as
práticas e experiências no campo da economia solidária se convertem em: “[...] foco de
atuação de inúmeras organizações civis, em itens das políticas públicas e em temas de
pesquisa [...]” (GAIGER, 2012, p.10).
Conquanto, a liberdade individual de que o autor fala é direito de negociar livremente,
pagar menos impostos, poder investir na produção daquilo a que sabe projetar e também
produzir, comprar e vender, sem necessariamente tomar bênçãos aos grandes empresários.
Para ele, liberdade individual não quer dizer que o sujeito esteja sozinho e, aliás, mesmo
estando sozinho, não quer dizer que tenha de negociar, individualmente, suas produções
econômicas, ao contrário, quer dizer que ele desenvolve o seu projeto econômico a seu modo,
134
mas este está fundamentado nas causas coletivas, quando um amortece ao outro na hora das
necessidades.
Individual significa que tudo foi resolvido no coletivo da cidade. Quer dizer, em FBES
(2003), o Fórum Brasileiro de Economia Solidária, esta constitui o fundamento de uma
globalização humanizadora, de um desenvolvimento sustentável, socialmente, justo e voltado
para a satisfação racional das necessidades de cada um e de todos os cidadãos da terra,
seguindo um caminho intergeracional de desenvolvimento sustentável na qualidade de sua
vida.
E neste ponto, globalização talvez não, mas humanização sim e, se o projeto é de
economia solidária, significa que todos pensam juntos, mas nem todos produzem as mesmas
coisas. Então, nesse coletivo, um compra do outro o que não produz e vice-versa. Mas essa
liberdade de que o autor fala, ainda vai, além disso, é a liberdade individual de poder reunir-se
a um coletivo e, nele, decidirem com que produtos trabalharem, negociarem, comprarem,
venderem, etc. É um ajudar o outro e todos crescendo juntos.
Assim, a economia solidária pode ser definida também como: “[...] uma série de
experiências organizacionais inscritas numa dinâmica atual em torno das chamadas novas
formas de solidariedade [...]” (FRANÇA FILHO, 2003, p. 13). A saber, porque a economia é
solidária, não quer dizer, que o negociante tenha de montar uma cooperativa. Isto é só se o
coletivo, no âmbito das regras estabelecidas por eles, decidir que vai ser na forma de
cooperativa.
E, mesmo assim, o indivíduo não precisa concordar, ele pode promover o seu projeto
individual, mas, deixar que este se desenvolva sob as regras do coletivo. E, também, é nesse
conceito de coletividade que o autor está tocando. A saber, é sobre isso que, em Singer
(2002), se ponderam. Economia solidária é o que um não tem, mas se o outro tem, então,
significa que todos têm o mesmo produto. É o sentido de um ser todos e todos serem um, ao
mesmo tempo. E sem-arrogâncias, né.
Já os apontamentos do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE (2008) definem a
Economia Solidária como um jeito diferente de produzir, vender, comprar e trocar o que é
preciso para viver, sem explorar os outros, sem querer levar vantagem, sem destruir o
ambiente, e cooperando, fortalecendo o grupo, cada um pensando no bem de todos e no
próprio bem, ao mesmo tempo.
Por fim, nesta segunda seção, o que se pode marcar são os conceitos sobre que se
colocam as discussões no âmbito da economia solidária e isso, sob as ponderações de cujos
princípios básicos se operam sobre a propriedade coletiva, ou seja, a associação do capital sob
os poderes do direito e da liberdade individual, o modo de produção tem de se constituir sob a
forma de unidade social, de grupos econômicos que se pensam solidários.
E neste ponto, em FBES (2003), a globalização talvez não, mas humanização sim e, se
o projeto é de economia solidária, significa que todos pensam juntos, mas nem todos
produzem as mesmas coisas. Então, nesse coletivo, um compra do outro o que não produz e
vice-versa. Daí, em MTE (2008), é um jeito diferente de produzir, vender, comprar e trocar o
que é preciso para viver, sem explorar os outros, sem querer levar vantagem, sem destruir o
ambiente, e cooperando, fortalecendo o grupo, cada um pensando no bem de todos e no
próprio bem, ao mesmo tempo.
Fazendo assim, a cidade só tende a crescer. No mais, como na próxima seção, em
Gaiger (2009), se vai tratar do caráter universal irrevogável dos direitos dos cidadãos e a
necessidade de um novo sistema de regulação da economia. Então, vale ver como essas
dinâmicas funcionam sob esta regulação da economia de que ele fala:
A respeito dessa, Gaiger (2009) faz as seguintes ponderações: [...] Suas ações
concretas e suas bandeiras atuais reclamam o caráter universal irrevogável dos
direitos dos cidadãos e a necessidade de um novo sistema de regulação da
135
economia. Ela refuta a separação entre as esferas social e econômica e a
omissão dos seus vínculos recíprocos no debate político em torno dos modelos
de sociedade. Seu olhar crítico sobre o silêncio da Economia Social precedente .
A Economia Solidária no Centro das Discussões: um trabalho bibliométrico de
estudos brasileiros [...] a respeito dessas questões, sua insistência quanto à
dimensão política das iniciativas que promove e sua adesão aos movimentos
altermundialistas conduziram vários dos seus defensores a designá-la de
Economia Solidária, termo então predominante na América Latina [...]
(GAIGER, 2009, p. 84).
A respeito dessa economia solidária, em Gaiger (2009), se vai tratar do caráter
universal irrevogável dos direitos dos cidadãos e a necessidade de um novo sistema de
regulação da economia. E como assim se propõe, então, vale ver como essas dinâmicas
funcionam sob esta regulação da economia de que ele fala. Daí, nesse ínterim, em Barretos e
Paula (2009), os estudos no campo da economia solidária têm alcançado, recentemente, cada
vez mais destaque e importância nos negócios, sobretudo, porque o modo solidário se
sobrepõe ao capitalista.
E aonde se visa ao solidário, lança fora o lucro. Mesmo porque nem de lucro vivem os
homens, ao contrário, de lucro vivem poucos, aqueles de cuja capacidade de exploração do
homem sobre o homem seja maior, o lucro é também o seu maior contento. Entretanto, ao
solidário não se aplicam lucros, porque no coração deste, mora o pensar no outro, e no outro,
mora o coração dele e vice-versa. Assim, nesta concepção de Gaiger (2009), negam-se as
reciprocidades nos debates políticos sobre que se sustentam os modelos de sociedade.
E nesses modelos se veem cada dia, o senso de solidariedade se sobrepor, porque é
essa sociedade igualitária, não somente pela qual se lutam, mas os aglomerados,
conglomerados e cidades vêm se descobrindo da necessidade de se tornarem solidários entre
si e de se fazerem lugares melhores para se viverem. Tudo isso porque o sentido da vida
humana tem cada dia, se conceituado melhor. E, de repente, sem-solidariedades, não tem esse
clima de vida.
E, na mesma linha, na concepção de Barretos, Lopes e Paula (2011), por exemplo, a
proposta da economia solidária emerge como uma possibilidade de geração de renda, inserção
e mudança social. Em seus estudos, eles questionaram esse tema de estudo da seguinte
maneira: em que consiste o movimento da economia solidária? Para tanto, conceitualmente, a
economia solidária se baseia na ideia de que os benefícios da atividade econômica devem
estar ao alcance daqueles que a realizam, ou seja, dos trabalhadores.
Tal proposta diferencia-se da realidade da sociedade centrada no mercado, sobretudo,
no grande mercado concorrencial e mundial, justamente em função dos seus princípios e
valores. Seus fundamentos são o humanismo, a liberdade, a igualdade, a solidariedade e a
racionalidade. A saber, as primeiras iniciativas se deram em forma de cooperativas em busca
de recuperar o trabalho e a autonomia econômica, perdidos em nome da lógica capitalista,
como se sana em Singer, (2002).
Quer dizer, como fazer uma cidade melhor sem esses elementos ponderadores de
solidariedade: uma possibilidade de geração de renda, inserção e mudança de vida pessoal,
passando aos processos de vida social, o que em Barretos, Lopes e Paula (2011), só se os pode
resumir em economia solidária. Esse conceito vem sendo construído ao longo do século XX,
na Europa, no interior da chamada “economia social”. Tal expressão, segundo Sínger (2002),
representa um debate sobre as possibilidades de cooperação econômica e as formas de
manifestação da solidariedade na sociedade.
Nisso, englobando atividades econômicas, como aquelas desenvolvidas por
cooperativas de trabalhadores, nos mais diversos setores produtivos, e não econômicas, como
o trabalho voluntário em associações de diferentes finalidades. Mas, não só Singer (2002),
ponderou sobre essas atividades econômicas, na verdade, em Laville (2001), classificam-se
136
tais atividades, como serviços de proximidade: creches associativas, lugares de expressão e de
atividades artísticas, iniciativas de ajuda em domicílio, de esporte ou de proteção ao meio
ambiente, etc. Quer dizer, onde o laço social é valorizado por meio da reciprocidade.
Então, aquilo que, em Gaiger (2009), não se ponderou enquanto elementos de
reciprocidade, em razões dos modelos de sociedades omissas a esses debates políticos, em
Laville (2001), se deram por significativos e complementários de necessidades entre as
pessoas mais comuns. E, por causa desses estudos tão realísticos e propiciatórios de combate
aos modelos capitalistas tão necessários, sublimes e incontroversos, é que surgem os novos
sentidos da solidariedade.
Nesse sentido, então, afirma ainda que: “[...] pode-se considerar que a produção de
conhecimentos sobre a economia solidária assume hoje algumas das características de uma
área acadêmica própria, interdisciplinar e entrelaçada a estudos sobre temáticas afins ou sobre
questões mais gerais das sociedades e da realidade global [...]” (GAIGER, 2012b, p. 10). Isto,
porque a solidariedade, no campo da economia, saí de seus planos mais concretos em práticas
sociais, para os campos da ciência, tecnologia e ensinamentos científicos.
Para tanto, ganhando as conceituais do universo interdisciplinar-científico: “[...]
Inicialmente, o tema ingressou nas universidades graças à militância acadêmica de alguns
pesquisadores, não sem enfrentar desconhecimento e descrédito. Passados vinte anos,
constitui um objeto de investigações como tantos outros, em torno do qual gravitam
instituições e pessoas que se reconhecem como integrantes de um círculo acadêmico peculiar,
mobilizando-se em eventos científicos, publicações e pesquisas [...]” (GAIGER, 2012b, p.
10).
Entretanto, a apropriação desse novo conceito, vai tomar ciência, não só para: “[...] a
apropriação do conceito e o reconhecimento da importância desse tema nas instituições de
pesquisa no Brasil trouxeram consigo novas demandas de conhecimentos, o que acarreta
também diversos “desafios ao marco epistemológico, teórico e metodológico das ciências”,
estimulando assim “novos objetos investigativos e a discussão em torno de métodos e
fronteiras disciplinares [...]” (GAIGER, 2012b, p. 5). Mas, porque da universidade, os estudos
voltam na forma de atividades e metodologias. E o ensino não fica só e somente só no campo
científico, mais volta proporcionando muito mais confiabilidade. E disso, toda cidade precisa,
não somente Ibirité.
Finalmente, vale destacar as marcas finais do artigo apontando para a cidade que esta
deve adotar a economia solidária como modalidade de desenvolvimento econômico, em
Campos e Canavazes (2007), no que tange ao versátil modelo de conexão, e nesta proposta, se
a cidade quer adotar a economia solidária como meio de desenvolvimento econômico, jamais
pode confiar e, para tanto, se pautar nos referenciais fenômenos da globalização, pois que
estes somente tendem para aumentar a desigualdade social.
6.4.3 Premissas sintomático-econômico-criativas
Também, ao modo sintomático-econômico, em se pensando numa cidade como Ibirité,
por exemplo, olhando para os mesmos sintomas, característico-políticos, mas agora, sob os
pontos em que se demarcam a economia criativa, se vista sob os fenômenos da globalização
como, em Campos e Canavazes (2007), naquele versátil modelo de conexão em que eles
mesmos deixam transparecer os fenômenos discrepantes entre a desigualdade social e essa
globalização, como estes se colocam na definição dessa mesma globalização, e a cidade
pensando que com ela mesma, se vai desenvolver-se economicamente.
Aí, nesta, continua-se pensando que, quem assim se entretém, engana-se, mais uma
vez. Numa verdade, o que se vai ver é uma cidade completamente fora desses parâmetros
econômicos, sobretudo, culturais e criativos, pois que, suas políticas públicas nunca se voltam
137
para essas temáticas, haja vistas para trás, no tempo da história, principalmente, em razões das
características e interesses políticos de seus agentes, os políticos-principais.
Quer dizer, noutra verdade, adotar comportamentos econômico-criativos, em certos
contextos sociais já é difícil, ainda se tratando de Ibirité, quanto mais sob o ponto de vista
econômico - e dessa globalização ainda por cima, que de humanização nada tem - são
questões de interesses pessoais, mas acima de tudo, políticos; contudo, não só, pois que esta
somente tende para aumentar a desigualdade social entre os povos e, em Ibirité, não ficará por
menos.
Logo, na cidade, se o agente político principal não tiver interesse nessas práticas e
demandas econômicas, dificilmente, elas sobressaem na cidade, principalmente, a criativa que
depende de habilidades intrínsecas, mas não só, também, de qualificação profissional. Assim,
desse modo, dentro dessas premissas, se iniciam os estudos sobre a economia criativa. Para
tanto e, de outro modo, em Unesco (2010), se vai ver - em contextos socioeconômicos
externos à cidade de Ibirité.
Daí, o papel do governo como incentivador dos negócios criativos através de políticas
para o crescimento ao longo do tempo é de fundamental relevância para estes setores. Neles,
as empresas que mais investem em criatividade são de pequenos e médios portes. E os
sujeitos palradores de investimentos são os esforços de trabalhadores, que depois de um longo
período de mudanças sociais, políticas e econômicas, marcadas, por exemplo, pelas alterações
com aglomerações de pessoas em aglomerados de habitações.
E ainda, os êxodos rurais e as cidades conglomeradas por ajuntamentos, ao lado do
envelhecimento da população, e mesmo sendo cidades compostas de aglomerados,
constituem-se elas nos melhores lugares, senão, para se viver, mas para a sobrevivência, em
detrimentos das sobrevidas rurais. Daí, o reconhecimento e expansão dos serviços de cuidados
às pessoas, o aumento das desigualdades gerado pela sucessão de políticas neoliberais e por
essa globalização desigual, resultante em mais desigualdades sociais e discrepâncias,
presencia-se a nova geração oriunda da economia social e promotora de solidariedades nos
âmbitos da criatividade cultural.
Esse é o papel de um governo municipal: “[...] as empresas que mais investem em
criatividade são de pequenos e médios portes. Apesar da vantagem de empregarem mais,
essas empresas sofrem dificuldades em obter financiamento para seus projetos. As grandes
empresas se arriscam em novas tecnologias de comunicação com aplicações digitais para
atender mercados consumidores com bens e serviços classificados como produtos culturais
[...]” (UNESCO, 2010, p.86).
Esta é a dinâmica, ou se investem nelas ou deixem que elas invistam na cidade, ou se
invistam em si próprias; mas, se sob os olhares discriminatórios, não funciona, pois que elas
são mesmas de pequenos e médios portes. E já está dito que elas empregam mais, mas seus
projetos terminam por serem mais caros, pela falta de patrocinadores ou pelas dificuldades em
financiamentos. E se tem essas dificuldades, isto significa que elas são muito melhores em
qualidade de serviços, de produtos, de empreendimentos, de capacidade criativa e tudo mais
do gênero.
Isso, porque seus empreendedores – zelosos por suas empresas e pelo senso de
dificuldades – cuidam sempre para que seus negócios e produtos estejam atualizados e sempre
caracterizados no âmbito da economia e cultura criativa. Destes, em Unesco (2010), até se
apontam algumas características, por exemplo, os direcionadores da demanda da indústria
criativa, que podem ser divididos em: designs interiores, gráficas, moda; novas mídias:
arquitetura, cultura e entretenimento, pesquisa e desenvolvimento; e serviços criativos e
correlatos, de modo geral.
Para tanto, em Brasil (2011), baseadas em interpretações próprias e/ou na de
pesquisadores, órgãos mundo afora relacionados com a economia criativa, tentam delimitar a
138
sua compreensão sobre o tema. Destaca-se, portanto, a compreensão expressa no Plano da
Secretaria de Economia Criativa, no Brasil: “[...] Economia Criativa partindo das dinâmicas
culturais, sociais e econômicas construídas a partir do ciclo de criação, produção,
distribuição/circulação/difusão e consumo/fruição de bens e serviços oriundos dos setores
criativos, caracterizados pela prevalência de sua dimensão simbólica [...]” (Brasil, 2011, p.
23). E esses são os valores culturais a ela atribuídos.
Contudo, a criatividade se caracteriza como: “[...] A economia criativa é, portanto, a
economia do intangível, do simbólico. Ela se alimenta dos talentos criativos, que se
organizam individual ou coletivamente para produzir bens e serviços criativos [...]” (Brasil,
2011, p. 23). De repente, vale à pena tê-las, não sob o olhar do ter, mas do crer, do fazer, do
saber-fazer, do entender e com elas, buscar o entretenimento para a cidade associada à relação
de trabalho, empregabilidade, desenvolvimento social e humano e, sobretudo, cultural e
criativo.
Enfim, fazendo tudo sob o resgate das marcas que ficaram nesta seção. A economia
criativa se vista sob os fenômenos da globalização, implica na permanência da desigualdade
social e se a cidade pensando que com ela mesma, se vai desenvolver-se economicamente. Aí,
nesta, continua-se pensando que, quem assim se entretém, engana-se, mais uma vez. A cidade
está fora dos padrões da economia criativa, mas isso não significa que o sistema municipal
não possa adotá-la, desde que, com investimentos e criatividade.
Então, se o agente político principal não tiver interesse nessas práticas e demandas
econômicas, dificilmente, elas sobressaem na cidade, principalmente, a criativa que depende
de habilidades intrínsecas, mas não só, também, de qualificação profissional. E já está dito
que elas empregam mais, mas seus projetos terminam por serem mais caros, pela falta de
patrocinadores ou pelas dificuldades em financiamentos.
E se tem essas dificuldades, isto significa que elas são muito melhores em qualidade
de serviços, de produtos, de empreendimentos, de capacidade criativa e tudo mais do gênero,
porque seus empreendedores – zelosos por suas empresas e pelo senso de dificuldades –
cuidam sempre para que seus negócios e produtos estejam atualizados e sempre
caracterizados no âmbito da economia e cultura criativa. No mais, como na próxima seção, se
vai ver, em Santos (2007), a economia criativa sob a temática dos bens ou serviços culturais
produzidos, reproduzidos e difundidos segundo critérios comerciais e industriais. Neles, se
vale ver:
[...] bens ou serviços culturais [...] produzidos, reproduzidos e difundidos
segundo critérios comerciais e industriais, ou seja, quando se trata de uma
produção em série, destinada ao mercado e orientada por estratégias de
natureza prioritariamente económica. E o que cabe, concretamente, neste
sector das indústrias culturais? Em geral, refere-se o cinema, o disco, o rádio, a
televisão, mas também se avança a informática, a publicidade, o turismo, ou
ainda, a organização de espetáculos e o comércio da arte Nessa perspectiva, o
cinema poderia ser tratado apenas como negócio, e não ou também como arte.
Entretanto, a ideia de indústrias culturais surgiu no pós-guerra e hoje o termo
já é tratado com menos agressividade, sendo frequentemente amenizado com o
posterior conceito de economia da cultura [...] (SANTOS, 2007, p. 26).
Nesse tanto, se vai ver, em Santos (2007), a economia criativa sob a temática dos bens
ou serviços culturais produzidos, reproduzidos e difundidos segundo critérios comerciais e
industriais. E se a economia é criativa, então, é porque os serviços se caracterizam como
sendo culturais, e sendo culturais, estes se apresentam sob as diversas modalidades de
mercado. Se do artesanato, por exemplo, os tombados materiais: os manuais em bordados,
crivados, tricotados, tecidos em todas as cores e tons; os em madeira em hagiografias, em
talhados, em móveis, em carpintarias, e tudo mais do gênero.
139
Mas, se dos artefatos culturais, por exemplo, os tombados imateriais: os cinemas,
cineclubes, os anúncios publicitários, as peças teatrais, os sambas-enredos e em agogôs,
escolas de samba, congados, enfim, shows artísticos. E ainda, se em artefatos culinários, por
exemplo, os tombados dos sabores: pães de queijo-minas, queijos-Serro, café-Nice, dentre
outros. Todos produzidos, reproduzidos e difundidos ao rigor dos critérios do comércio e da
indústria criativa.
Noutro tanto, a conhecer do mérito da indústria criativa sob a ótica dos bens tangíveis:
“[...] Percebe-se que o bem cultural possui um efeito dominó na economia da cultura, se uma
cidade possui um prédio histórico que se transforma em museu, ele é um bem cultural
tangível que teve, em sua etapa de produção, a construção do prédio e a adequação para se
tornar um museu [...]” (FLIRISSI e VALIATI, 2007, p.118).
Na verdade, estes são portentos da cultura que se a cidade não os pode aculturar, pelo
menos, prepara-se para os tornarem cultura local. Se para turismo, em História (2018), não se
sabe, haja vista para a pequena estação ferroviária que, desde 1917, conta sua história na
corrida sobre os trilhos e sob os linguísticos de ybyrete. E a Ermida do Rosário, com a
Fazenda Pestalozzi, a ADAV como escola dos discentes-maiores em maturidade intelectual e
o próprio antigo Instituto Rural-ISER, hoje, a Fundação Helena Antipoff.
Tudo história, cultura e imaterialidade contida no interior da história e da cultura que,
sob a ótica da economia criativa, podem virar muito mais que museus, que história, que
ambiente natural, que cidade hipossuficiente colocada como “carente” de cultura. Para tanto,
vale ver: “[...] eles estão a Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais, destinada à educação de
alunos, com altas habilidades, o Ginásio Normal Rural Oficial Sandoval Soares de Azevedo
destinado à formação pedagógica de normalistas para o ensino rural; o Instituto Superior
de Educação Rural, órgão de pesquisa e especialização em educação rural; Ginásio Normal
Oficial Caio Martins, destinado ao curso vocacional agrícola masculino e ao semi-internato
para moças [...]” (PINCER, 2005, p.2).
E a autora continua pontuando: “[...] a Associação Comunitária do Rosário para
o Desenvolvimento e Assistência com objetivo de oficinas pedagógicas destinadas
a adolescentes e jovens da comunidade; a Associação Milton Campos para
o Desenvolvimento e Assistência às Vocações dos Bem-dotados, colônia de férias para
adolescentes e bem-dotados. A prática filosófica de Helena Antipoff, para o ensino na
Fazenda focava a aproximação dos alunos com a vida no campo [...]” (PINCER, 2005, p.2).
Quer dizer, o tipo de empresa que atua nesses setores, sobretudo, esses patrimônios da
História de Ibirité, é prevalentemente, de portes pequenos e médios, e que sofrem dificuldades
para obterem financiamentos para seus projetos, produtos e empreendimentos, pois que,
aparentemente, são negócios mais arriscados que, em outros ramos, afetando particularmente
os países que possuem sistemas financeiros menos desenvolvidos, no caso, o Brasil, por
exemplo: ”[...] as grandes empresas fazem uso das novas tecnologias de comunicação com
aplicações digitais para suprir os mercados consumidores por meio de bens e serviços
classificados como produtos culturais [...]” (UNESCO, 2010, p. 86).
“[...] Entre as empresas criativas com uma história de sucesso, podem ser citadas a
Microsoft e a Apple, que desde a década de 1980 focaram na criação de sistemas operacionais
para computadores pessoais de baixo custo em que a matéria-prima para a criação dos
produtos e serviços foi à criatividade [...]” (UNESCO, 2010, p. 86). Quer dizer, as matérias-
primas da economia criativa estão nas suas diversas áreas, baseadas em atividades de
conhecimento abrangendo artes em geral, potenciais geradores de vendas do comércio e
direitos de propriedade intelectual.
Em outros produtos tangíveis e intelectualmente intangíveis ou serviços artísticos com
criatividade, valor econômico, e com objetivos de mercado, constituindo-se numa nova
dinâmica do setor. Enfim, tudo sob o resgate das marcas que ficaram nesta segunda seção.
140
Para tanto, se a economia é criativa, então, é porque os serviços se caracterizam como sendo
culturais, e sendo culturais, estes se apresentam sob as diversas modalidades de mercado. ,
estes são portentos da cultura que se a cidade não os pode aculturar, pelo menos, prepara-se
para os tornarem cultura local.
Se para turismo, em História (2018), não se sabe, as matérias-primas da economia
criativa estão nas suas diversas áreas, baseadas em atividades de conhecimento abrangendo
artes, em geral, potenciais geradores de vendas do comércio e direitos de propriedade
intelectual. No mais, como na próxima seção, se vai tratar, em Florissi e Valiati (2007), das
temáticas da característica particular da economia da cultura e a reação em cadeia quando um
bem cultural é produzido, colocado em circulação e consumido pelo mercado. Disso, se vale
ver: [...] Outra característica particular da economia da cultura é a sua reação em
cadeia quando um bem cultural é produzido, colocado em circulação e
consumido pelo mercado: Quando algum grupo de indivíduos consome um bem
cultural, a existência futura desse capital cultural depende da manutenção e de
investimentos no presente. Isso irá possibilitar a continuidade desse capital em
possuir valor econômico e gerar um fluxo de serviços que adiciona um valor
econômico ao agregado – fator muito importante para a economia. Fica claro,
então, que uma quantidade de recursos deve ser alocado de modo que esse
capital cultural possa continuar existindo e fomentando a economia da região,
ou mesmo gerando somente valor cultural para o indivíduo pela sua mera
existência [...] (FLORISSI e VALIATI, 2007, p. 16).
Prosseguindo-se, o que se vai tratar, em Florissi e Valiati (2007), das temáticas das
características particulares da economia na cultura e a reação em cadeia quando um bem
cultural é produzido, colocado em circulação e consumido pelo mercado. Disso, se vale ver, é
que quando algum grupo de indivíduos consome um bem cultural, a existência futura desse
capital cultural, depende da manutenção e de investimentos no presente.
Quer dizer, as formas de se investir num produto cultural, é adquirindo o produto,
diferente do ato de empreender. Então, se o produto é uma sessão de teatro, por exemplo,
significa que o serviço foi adquirido pelo expectador. Como se trata de um bem imaterial,
portanto, não permanente, senão apenas em temporada em que a peça se encontra em cartaz.
Logo, em Florissi e Valiati (2007), a permanência do capital se extingue com a temporada.
É, por isso, que a indústria focada na economia criativa tende para não investimentos,
bem como, para não investidos, pois que, a permanência e circulação do capital cultural, só
vão ser efetivas, se os investidores cuidarem em manter a sequência na prestação do serviço.
E não somente, o investidor tem de se preocupar também com a criação de hábitos nos
investidos ou os consumidores daquele serviço. Quer dizer, ainda sob os conceitos de Florissi
e Valiati (2007), criando-se hábitos, significa que o consumidor vai sempre procurar por
aquela peça de teatro, a sessão de cinema, o show artístico, seja musical, seja humorístico,
seja dramático, e assim por diante.
Então, nessa linha de entendimento, a compreensão será: “[...] Se o produto cultural
possui o valor simbólico de acordo com a percepção de cada indivíduo, diante dele, o
mercado terá o valor econômico, de acordo com algo material e mensurável, como
faturamento, público pagante e empregos. Complementando o raciocínio [...]” (Reis, 2007, p.
282).
Para tanto, às vezes, não há investidores interessados em prestar os serviços, por causa
das dificuldades de se criar e manter um público ativo e frequente, pois que, todo serviço
cultural criativo tem um público-pagante, assim como quaisquer outros produtos materiais
precisam de um consumidor-comprador daquele produto. E no caso da indústria criativa, esse
investimento fica mais caro para quem investe. Por exemplo, a arte circense, se esta demorar-
141
se mais que um mês, em determinada localidade, perde a freguesia, pois que, o próprio
investidor não consegue manter as situações de entretenimento.
E isso vale para os teatros, os cinemas, e outros, que não são ambulantes como os
circos, mas têm de trabalhar com as temporadas, senão, não caminham nem se desenvolvem
enquanto economia de entretenimento. Nesse contexto, embora a associação entre
criatividade, e produtos, e serviços diferenciados não seja novidade, passou a receber maior
atenção com o despontar de várias tendências paralelas, que se amalgamaram, reformulando-
se umas as outras.
Dentre elas vale até ressaltar: “[...] expansão da representatividade econômica das
indústrias culturais e sua circulação em meios digitais; a maior disponibilidade de tempo para
lazer nos países desenvolvidos; [...] o declínio paralelo de algumas tradicionais locomotivas
da economia; e o fomento da visão transversal da cultura [...]” (Reis, 2007, p. 282). Quer
dizer, é a diversidade se colocando, cada dia mais, sob as possibilidades de ampliação das
indústrias culturais. O que antes do advento da internet, era cultura material e imaterial, mas
num mundo real, na internet, passou a ser cultura virtual.
A expansão da representatividade vai, a cada tempo da história, se modificando, e se
tornando um mundo, cada vez, mais vasto. Entretanto, nada do aculturado anterior, se perde.
Na verdade, pode ser difícil para uns, mais fácil para outros, mais estabilizado para outros,
contudo, há público para todas as culturas. Noutra linha, em Cleber Morelli-Mendes,
Cristóvão Domingos de Almeida (2016), percebe-se que o plano da Secretaria de Economia
Criativa, no Brasil, apresenta uma postura mais ampla sobre o tema, compreendendo a
economia criativa de forma similar ao que, os autores mencionados, cunham na indústria
criativa.
Estes as comparando a um grande guarda-chuva capaz de ter, em si, as diversas
atividades de caráter criativo e de valor simbólico, não somente os culturais, ou ainda,
fazendo algum tipo de distinção entre elas. Para tanto, vale compreender como funciona isso,
como importância dada à indústria criativa para o desenvolvimento e esta como atividade
econômica. Noutro contexto, vê-se que documento da Unesco (2010), recomenda que os
governos atuem de modo a apoiar esse setor da economia. Entre essas medidas, se resumem
em:
Nível micro: analisa e mapeia os impactos econômicos e sociais das indústrias
criativas. Ao mesmo tempo, dar suporte às pequenas e médias empresas.
Nível meso: comparar a análise entre as indústrias criativas e outros ramos da
economia [...].
[...] Nível macro: estabelecimento de políticas sistêmicas com instrumentos
institucionais para o desenvolvimento socioeconômico e fortalecimento da identidade
cultural. A meta das políticas públicas propostas pela Unesco é analisar o impacto de longo
prazo das indústrias criativas nas economias nacionais (UNESCO, 2010, p. 262).
E entre as manifestações em destaque da indústria criativa, em Unesco (2008),
destacam-se:
A) Patrimônio cultural: representa a identidade cultural influenciada por aspectos
históricos, antropológicos e étnicos, estética e visões sociais que influenciam o patrimônio
cultural, bem como os bens e serviços produzidos. Subdividido em: manifestações culturais
tradicionais (festivais e celebrações) e locais culturais (bibliotecas, museus, exposições).
B) Artes: inspiradas no patrimônio cultural, valores de identidade e símbolos,
incluindo atividades baseadas puramente na arte e cultura. Subdividido em: artes visuais
(pintura, fotografia) e artes performáticas (música ao vivo, teatro, ópera).
C) Mídia: baseada na comunicação de grande audiência. Subdividido em:
publicações e mídia impressa (livros e revistas) e audiovisual (filmes, televisão, rádio etc.)
(Unesco, 2008).
142
Finalmente, fazendo tudo sob o resgate das marcas que ficaram nesta seção. A
economia criativa se vista sob os fenômenos da globalização, implica na permanência da
desigualdade social e se a cidade pensando que com ela mesma, se vai desenvolver-se
economicamente. Aí, nesta, continua-se pensando que, quem assim se entretém, engana-se,
mais uma vez. A cidade está fora dos padrões da economia criativa, mas isso não significa
que o sistema municipal não possa adotá-la, desde que, com investimentos e criatividade.
Então, se o agente político principal não tiver interesse nessas práticas e demandas
econômicas, dificilmente, elas sobressaem na cidade, principalmente, a criativa que depende
de habilidades intrínsecas, mas não só, também, de qualificação profissional. E já está dito
que elas empregam mais, mas seus projetos terminam por serem mais caros, pela falta de
patrocinadores ou pelas dificuldades em financiamentos.
E se tem essas dificuldades, isto significa que elas são muito melhores em qualidade
de serviços, de produtos, de empreendimentos, de capacidade criativa e tudo mais do gênero,
porque seus empreendedores – zelosos por suas empresas e pelo senso de dificuldades –
cuidam sempre para que seus negócios e produtos estejam atualizados e sempre
caracterizados no âmbito da economia e cultura criativa.
Enfim, tudo sob o resgate das marcas que ficaram. Para tanto, se a economia é
criativa, então, é porque os serviços se caracterizam como sendo culturais, e sendo culturais,
estes se apresentam sob as diversas modalidades de mercado, pois que estes são portentos da
cultura que se a cidade não os pode aculturar, pelo menos, prepara-se para os tornarem cultura
local.
Se para turismo, em História (2018), não se sabe, as matérias-primas da economia
criativa estão nas suas diversas áreas, baseadas em atividades de conhecimento abrangendo
artes, em geral, potenciais geradores de vendas do comércio e direitos de propriedade
intelectual. Nisso, quando algum grupo de indivíduos consome um bem cultural, a existência
futura desse capital cultural, depende da manutenção e de investimentos no presente.
Consequentemente, a expansão da representatividade vai, a cada tempo da história, se
modificando, e se tornando um mundo, cada vez, mais vasto. Entretanto, nada do aculturado
anterior, se perde. A indústria criativa não atrai muitos investidores em razão de serviços não
fixos, podendo somente ser executados nas temporadas. Mesmo assim, o investidor tem de
propiciar as condições para que seus consumidores adquiram hábitos de cultura e se tornem
expectadores ativos e frequentes nas modalidades de cultura criativa.
6.5 Eixos assintomático-ambiental-sustentáveis
Em se pensando nos sintomas a que se acometem o meio ambiente em Ibirité, a tocar
nas questões que implicam em ambiente agradável para se viver, sobretudo, o que tange às
qualificações do espaço sobre que se edifica a cidade, vale até compreender, nos termos em
que: “[...] para termos de fato uma cobertura qualificada das questões ambientais [...], é
preciso que os editores entendam que o assunto merece o mesmo status da política e da
economia, exigindo também matérias investigativas de fôlego. Não basta mostrar na televisão
paraísos perdidos na Amazônia e no Pantanal, é preciso explicar as verdadeiras causas da
crise ambiental que ameaça o país com a maior biodiversidade do mundo [...]” (MOTA, 2010,
p.6).
Quer dizer, o autor está preocupado com o meio ambiente geral. Para ele, mostrar
espaços ambientais bem qualificados e bem-preservados, só pode ser para incentivar os
demais ambientes a se tornarem como tais espaços. E é por isso que se começa a olhar para
esse espaço, de que se fala esta proposta, como lugar que precisa adotar como referência esses
parâmetros conceituados adotados pelo autor.
143
É claro que não é tão-simples assim, pois que até a biodiversidade do município, no
caso a Serra do Rola-Moça, que vem, há anos, trabalhando para que esta possa se tornar a
hidro biodiversidade, não só do lugar, mas da região, se considerando que esta já é um Parque
Estadual, quer dizer, uma reserva ambiental. E olha a luta a que se tem travado entre prefeito
municipal, contrário, e movimentos sociais, Ongs favoráveis, e as mineradoras no pleito de
voltarem a explorar a serra, sobretudo, a Santa Paulina.
E esta até o momento não podido ser essa reserva desejada. Então, não é simples o
processo. Daí se estiver previsto num plano, trabalhar a temática no campo da cidade como
um todo necessitário de um meio ambiente saudável, fica menos difícil, se ao contrário,
praticamente ignorado e impossível. A saber, por esse olhar, em Miranda (2008), por
exemplo, se vai ver que um bom começo para ampliar a sustentabilidade florestal seria
repensar o papel das florestas na economia e na vida.
Aliás, para ele, do País, facilitando o plantio para a produção comercial de energia e
madeira, principalmente, nas áreas de pastagem da Amazônia, e protegendo, adequadamente,
o valioso patrimônio natural. Nesse caso, o autor se posiciona também sobre um meio
ambiente geral, em Miranda (2008), entretanto, cada lugar precisa olhar para essa referência
geral como instrumento de orientação politica, no sentido de trabalhar para melhorar o seu
ambiente local.
Esse é o caso de Ibirité, conforme Comunicação (2018). No mesmo caso e sob outro
olhar, basta recobrar o sentido das águas de quando se era ainda moçoilo, claras, que de tão-
claras, se faziam potáveis, ao ponto de se as beberem com as mãos – bastava agachar-se.
Quem sabe ainda, uns 40 anos atrás - mas nessa situação caracterizada, se crê que há muito
antes - a ver também que a maioria das áreas geográficas da cidade se vestia de vegetações em
serrados, conforme Comunicação (2018).
E, hoje, quantas matas não se transformaram, primeiramente, em campos de hortaliças
e ouros hortifrutigranjeiros – tempos bons de cidade, pois que, quase o que a vista alcançava,
esverdeava-se de hortaliças – secundariamente, estas em habitações! Quer dizer, em todas as
situações espaciais transformadas, o objetivo das propriedades de cumprirem com a sua
função social, se manteve. Isso não quer dizer que, quando em vegetações em serrados, estas
não tivessem funções sociais.
O que, na verdade, tinham – sobretudo, o de manter a umidade climática dos ares, suas
filtragens e purificações, facilitando nos processos de respiração dos humanos, da fauna, das
próprias vegetações, ou seja, as funções sociais somente se mudaram de foco. Agora, essas
mesmas propriedades, sob as mãos de outros donos, cumprem com função social de habitar os
humanos, atribuir-lhes a dignidade da moradia e, ao lado disso, tantas outras funções: abrigo
das chuvas, temporais, dentre outros.
A saber, situações geográfico-espaciais fundamentadas: “[...] Os anos 80 foram
denominados por vários analistas econômicos como a “década perdida”. Isso devido à
profunda crise vivida pela economia brasileira, marcando um período de estagnação
econômica, aceleração da urbanização descontrolada, inflação elevada, desemprego e altas
taxas de juros pagas ao sistema financeiro internacional. O aprofundamento da crise provocou
um processo de transformações econômicas, políticas e sociais de forma drástica e rápida
como jamais vivida anteriormente [...]” (GONÇALVES; ANACLETO; MORATO, 2012, p.
3).
Quer dizer, os autores relembram-se dos anos em que tudo começou, supostamente, a
derruir. E, por eles, no que se refere à aceleração da urbanização descontrolada, dá para
perceber que uma coisa chama a outra. Por exemplo, a estagnação econômica acompanhada
de elevada inflação provoca desempregos e estes, por causa da pobreza, movimenta as
pessoas para as periferias e, no caso de Ibirité, grande periferia da capital, também em
conturbação, o momento em que municípios se encontram, através das habitações.
144
Época em que, se olhasse para trás em 10 anos, década de setenta, como em
Populacional (2019), o município de Ibirité apresenta elevado grau de urbanização - 98 por
cento. Até 1970, menos de 20 por cento da população vivia em área urbana e as atividades
ligadas ao setor primário eram a principal ocupação do município. Coincidindo com o
grande crescimento demográfico da década de 1970, observado na Região Metropolitana de
Belo Horizonte, Ibirité passou por um processo intenso de urbanização, quando a população
urbana passou de 20 para 68 por cento.
Enfim, nesta seção, no que tange às marcas que ficaram, vale ver que se devem adotar
as experiências e referências espacial-ambientais bem-conservadas, em âmbito nacional,
como referência e forma de incentivo às melhorias e valorizações ambientais do lugar.
Também, a luta pela biodiversidade do município, no caso a Serra do Rola-Moça, pra que esta
possa se tornar a hidro biodiversidade, não só do lugar, mas da região, permanece, se
considerando que esta já é um Parque Estadual, quer dizer, uma reserva ambiental.
E ainda, se reconhece a história da cidade, nos seus vários processos de
transformações espacial-geográficas, como sendo as propriedades cumprindo a sua função
social, tanto em seu passado histórico quanto atualmente. No mais, como na próxima seção,
se vai ver que, em Loureiro (2004), como a cidade se confunde em meio a suas próprias
histórias e faz nascer à tona a necessidade educação ambiental. Então, vale ver:
[...] Em Educação Ambiental, ciência e formação crítica precisam se relacionar
de modo a compreendermos sob que condições o saber científico se desenvolveu
e a favor do que e de quem, nos apropriando da base instrumental e reflexiva
necessária para a educação, para alteração objetiva das condições de vida da
população e reversão do processo de degradação e exploração das demais
espécies e da natureza como um todo, rompendo com dogmas e obstáculos à
liberdade humana [...] (LOUREIRO, 2004, p. 30).
Neste prisma, sob a ordem da ciência somada à formação crítica e, visando às
conquistas dos saberes-científico e relacionando esses saberes com espaço geográfico a que se
ocupa, entendendo-o como sendo o ambiente em que se vive. E por ser esse ambiente, se vai
ver que, em Loureiro (2004), a cidade precisa de muita educação ambiental e, para tanto, esta,
às vezes, se confunde em meio a suas próprias histórias e faz nascer à tona às condições de
necessidade básica, dessa educação ambiental.
Então, noutro prisma, vale ver que num todo necessitário de um meio ambiente
saudável, ficam mais difíceis os processos de recuperação, se considerando os poucos espaços
rurais que a cidade tem e, menos difícil, se ao contrário, praticamente ignorado e impossível,
sem nenhuma iniciativa de recuperação ambiental. Daí, essa educação ambiental de que, em
Loureiro (2004), se fala tem de estar conjugada aos processos de formação política dos
cidadãos.
A saber, por esse novo olhar, em Miranda (2008), por exemplo, se vai ver que “[...]
um bom começo para ampliar a sustentabilidade florestal seria repensar o papel das florestas
na economia e na vida do País, facilitando o plantio para a produção comercial de energia e
madeira principalmente nas áreas de pastagem da Amazônia e protegendo adequadamente o
valioso patrimônio natural [...]” (MIRANDA, 2008b, p. 51).
Isso quer dizer que a sustentabilidade ambiental precisa ser, na verdade, implantadas e,
em meio a isso, resgatadas algumas partes de matas de serrado ainda em bons estágios, e
resgatada através do replantio de árvores, na revoada de sementes, da recuperação de
nascentes d’água, da recuperação dos córregos Pantana e seus afluentes dos esgotos a céus-
abertos a que viraram nos últimos trinta anos.
Quer dizer, no pensar do autor, através de reestudo e correção do: "[...] o plano diretor
como plano urbanístico se caracteriza como plano imperativo por suas diretrizes serem
impositivas para a coletividade, apresentando um conjunto de normas de conduta que os
145
particulares ficam obrigados a respeitar [...]" (SAULE JR, 2002, p. 77-78). A saber, através
das sessões e estudos abordando o planejamento ambiental visando à correção do plano
diretor da cidade, se faz a educação ambiental que, em Louteiro (2004), tão-necessária e, ao
mesmo tempo, se projeta a recuperação ambiental da cidade.
Assim sendo, em Ucam (2014), os artigos 1º e 2º da Lei 9.795/99, que dispõem sobre
educação ambiental e instituem a política nacional de mesma natureza, e a define como sendo
educação ambiental, os processos, por meio dos quais, o indivíduo e a coletividade constroem
valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a
conservação do meio ambiente, bem como, estes de uso comum do povo, essencial à
qualidade de vida e sustentabilidade ambiental, sendo um componente essencial e permanente
da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e
modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal.
A saber, como em Loureiro (2004), se a cidade investe em educação ambiental,
adquirem-se a formação e consciência ambiental, ao mesmo tempo. Para tanto, se faz
necessário implementar estudos competentes e permanentes: “[...] O conhecimento e as
informações são a base necessária para analisar questões controversas que incluem conflitos
de interpretações e decisões, dependentes de valores pessoais e sociais. Preparar o cidadão
para pensar sobre as questões que permitem várias respostas muitas vezes conflitantes
demanda que ele seja alfabetizado em ciências [...]” (KRASILCHIK; MARANDINO, 2004,
p. 34).
Afora isso, a população tende a se valer dos conhecimentos como instrumentos de
formação, consciência e os aproveitando em situações ambientais de fortalecimento da
cidadania. Nisto, no tocante à criação de instrumentos legais, a Constituição Federal
determina, em seu artigo 23, inciso VI, que cabe à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios a competência concorrente para “[...] proteger o meio ambiente e combater a
poluição em qualquer de suas formas [...]” (CERVI, 2009, p.1).
Daí, essa possibilidade decorre da concretização do denominado federalismo
cooperativo refletido, quando no parágrafo único do artigo 23, se prevendo numa lei
complementar que se fixem normas para a cooperação entre União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, visando ao equilíbrio entre desenvolvimento e bem-estar em âmbito nacional,
como em CERVI (2009) se orienta.
A saber, se o crescimento é amplo, então é só ver: “[...] Considerando que, de um lado,
há um crescimento marcadamente amplo da ciência e da tecnologia e, de outro, situações que
agravam a miséria, a degradação ambiental e os conflitos étnicos, sociais e políticos, é preciso
que os cidadãos estejam em condições de usar seus conhecimentos para fundamentar suas
posições e ações [...]” (KRASILCHIK; MARANDINO, 2004, p. 34).
Enfim, a falta de uma boa educação ambiental como, em Loureiro (2004), permite
que se agravem as situações de miséria nas comunidades, e por esta se agravar, estende-se à
degradação ambiental. E daí, nestes se vêm os conflitos impostos pelo etnocentrismo que, na
verdade, são os preconceitos sobre as etnias, e assim se vai estender, também, às questões
sociais, aonde os problemas se multiplicam e chegam às questões conflitantes do âmbito
político.
E é, também, aonde se permanecem como problemas sociais para a vida toda,
praticamente, pois que é no campo político que esses problemas nunca se resolvem. Por fim,
como esta é a segunda seção deste artigo, vale reforçar as suas marcas. Para tanto, a primeira
se faz, nesta proposta e, em Loureiro (2004), se reconhecer a educação ambiental como
necessária e permanente para a formação da consciência política, ambiental e cidadã.
E ainda, em Loureiro (2004), reconhecer, através de estudos de revisão do plano
diretor, a necessidade de um planejamento ambiental visando à correção do plano diretor da
cidade, á recuperação do meio ambiente, através dos quais, a educação ambiental se torna
146
disciplina permanente dos cidadãos ibiriteenses, bem como, planejamento ambiental tão-
necessário e, ao mesmo tempo, se nele se projeta a recuperação ambiental da cidade.
Dado isso, a população tende a se valer dos conhecimentos como instrumentos de
formação, consciência e os aproveitando em situações ambientais de fortalecimento da
cidadania. No mais, como na próxima seção, se vai ver Bueno, (2007), como as temáticas do
Jornalismo Ambiental que contempla as várias mídias ou ambientes: jornais, revistas, rádio,
televisão, sites, newsletters. Para tanto, se faz ver:
[...] O Jornalismo Ambiental contempla várias mídias ou ambientes (jornais,
revistas, rádio, televisão, sites, newsletters, etc.) e, como as demais
manifestações jornalísticas, caracteriza-se pelos atributos da atualidade e
periodicidade. A cobertura jornalística ambiental pode estar inserida num
veículo ao lado de outras coberturas (como ocorre basicamente nos jornais e
revistas de informação geral ou nos programas de rádio e televisão), mas
também pode ser o foco exclusivo de uma publicação, como acontece nas
chamadas mídias ambientais [...] (BUENO, 2007, p.35).
Então, nesta linha, como se vão ver, em Bueno, (2007), as temáticas do Jornalismo
Ambiental que contempla as várias mídias ou ambientes: jornais, revistas, rádio, televisão,
sites, newsletters. Para tanto, se faz bem conhecerem que o meio ambiente é uma coisa tão-
abrangente, significativa e curiosa, ao mesmo tempo, que devido aos processos de
diversidade, são muitas as temáticas que andam juntas.
Daí, em Bueno, (2007), se tocar nessas modalidades temático-assertivas da
comunicação. E, como andam juntas, de repente, tem como resolver uma sem resolver a outra,
por exemplo, no caso e possibilidades de uma limpeza dos córregos do Pantana e seus
afluentes, visando à recuperação das águas claras, vê-se que não tem como fazer isto, sem
investir na retirada dos esgotos, já canalizados, das moradias nesses espaços.
E aí, é claro que, se estão falando de serviços, praticamente, impossíveis de se
realizarem, se considerando os orçamentos, normalmente, previstos para âmbito da cidade, no
decorrer dos anos. Só que, também, tem outra coisa, é que se não os previrem no plano de
ações gerais, isto significa que essas necessidades básicas de meio ambiente vão ficar
esquecidas para o resto da vida. Então, qual é a vantagem da elaboração de um plano de
governo?
As vantagens, na verdade, estão no campo dos interesses políticos. Ele é um
instrumento único, sumo e politicamente importante para se garantir que os problemas da
cidade, senão resolvidos por razões diversas, mas os problemas, só de estarem previsto no
plano, já estão encaminhados. Nele, não se trata de promessas afincadas em interesses
somados à falta de compromissos políticos.
Ainda, que durem 20 anos para serem resolvidos, existe compromissos políticos com
eles. É a consciência político-social-cidadã e, no caso destes sintomáticos problemas,
consciência ambiental. Independentemente, do agente político principal, a cidade não pode
deixar morrer a ideia de plano de governo. E isso vale para todas as esferas da gestão público-
municipal.
Mas, ainda, nesta linha, e sob a ordem dos comprimentos regidos por acordos
jurídico-políticos e consoante ao entendimento de que: “[...] os direitos fundamentais têm [...]
a função de direitos de defesa dos cidadãos sob uma dupla perspectiva: 1) constituem, num
plano jurídico-objetivo, normas de competência negativa para os poderes públicos, proibindo
fundamentalmente as ingerências destes na esfera jurídica individual; 2) implica, num plano
jurídico-subjetivo, o poder de exercer positivamente direitos fundamentais (liberdade
positiva) e de exigir omissões dos poderes públicos, de forma a evitar agressões lesivas por
parte dos mesmos (liberdade negativa) [...]” (CANOTILHO, 1993, p. 541).
147
Ao fim da linha, se vai entender que a educação ambiental como, em Loureiro (2004),
precisa estar presente na vida do sistema municipal e da cidade, através da informação, dos
conhecimentos, da participação popular, da conscientização e todos juntos na promoção da
consciência ambiental. Mas agora, noutra linha, e em se tocando nas fontes de energia
promotoras de mais baixo impacto ambiental, lembra-se de uma vantagem, mesmo tendo
fraca densidade energética na agroenergia, método de produção de energia oriunda da cana-
de-açúcar, tem a ver com esse chamado baixo impacto ambiental.
E por isso, vale tentar entender: ”[...] se toda cana-de-açúcar do Brasil fosse
transformada em energia o que é impossível sua palha, colmos, bagaço, álcool e açúcar
representariam o equivalente à produção de 1 milhão de barris de petróleo, enquanto a
produção nacional ultrapassa os 2 milhões [...]” (MIRANDA, 2008c, p. 28). É claro que não
se trata, nesta contextualização textual, de fazer ou deixar de fazer uso desses elementos da
cana de açúcar, na verdade, é só exemplo de teorização da temática ambiental. É só conhecer.
Mas o que o autor quer dizer que não vantagem para o Brasil investir nesse tipo de extração
energética, exatamente, por causa da baixa densidade energética.
E o que esta proposta pensa é que todas as formas possíveis de investimentos na
sustentabilidade ambiental, os sistemas político-públicos devem promover essas iniciativas.
Para tanto, empreendimentos, o que não é negócio, hoje, na cidade, pode vir a ser amanha. O
que a cidade não pode é perder o vínculo com os processos de criatividade. Logo, no meio
ambiente também se visam a empreendimentos culturais criativos.
É só saber explorá-los. Para tanto, há outras abordagens, em Miranda (2008), por
exemplo, a dos "Pouco sustentáveis". Para ele, dentro deste argumento científico, afirma-se
que "A energia renovável é solar", e está na flora, o que é mais um argumento favorável à
"sustentabilidade verde". Contudo, apesar de abundantes e de muita qualidade ambiental, as
energias renováveis apresentam muitas desvantagens, segundo o autor, pois que limitam seu
emprego futuro, e sobre as quais, pouco se reflete.
Conquanto e, para finalizar, se faz necessário continuar a discussão: “[...] Na casa
sustentável, a bioarquitetura e a bioconstrução valorizam os recursos naturais locais,
aproveitam materiais oriundos da reciclagem de edificações demolidas, evitam produtos
tóxicos e embalagens descartáveis, cuidam da gestão da água da chuva e das águas residuais
[...]” (MIRANDA, 2008, p. 28).
E o autor discorrendo, aborda ainda sobre: “[...] utilizam a energia solar, integram as
áreas externas e áreas verdes com o funcionamento interior das residências e adotam sistemas
construtivos sustentáveis [...]” (MIRANDA, 2008, p. 28). Logo, essas são experiências
fundamentais para que a população de Ibirité aproveite da oportunidade de informação e
conhecimentos para somá-los à consciência social, político-ambiental e cidadã.
6.6 Eixos sintomático-ambiental-insustentáveis
Em se pensando nos sintomas a que se acometem o meio ambiente em Ibirité, a tocar
nas questões de saneamento básico que, não por acaso, implicam na degradação ambiental
propositada e que, por sinal, vem soando muito desagradável com o passar de 30 anos,
sobretudo, no que tange ao quesito do uso das águas, do solo urbano, dos esgotos a céus-
abertos, sobre os quais se transformaram o Pantana e seus ribeirões afluentes.
Neste sentido, no dos esgotos a céus-abertos, se olhados os olhos para o país, verá que
esse problema não é só de Ibirité, a ver como registram, segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística IBGE (2012), em 2010, cerca de 1.915.292 domicílios, do País, ainda
não dispunham de abastecimento de água adequado. E cerca de 1.514.992 domicílios não
tinham banheiros nem sanitários. E 7.218.079 domicílios lançavam seus resíduos sólidos
diretamente no ambiente de forma inadequada.
148
E é esse o grande problema de saneamento básico de Ibirité. Noutro sentido, sem
contar também, nas grandes águas, sobre as quais, se desembocam em tais ribeirões. Desse
modo, pelo mais, não tem como falar em qualidade de vida na cidade, enquanto essas
situações desagradáveis não estiverem pelo menos, se não negociadas e encaminhadas a
contento, estejam sob os estudos cientificamente válidos e em situações projetáveis de
recuperação ambiental.
De outro modo, para se viver, sobretudo, no que tange às qualificações do espaço
sobre que se edifica a cidade, e o saneamento básico se constitui de um conjunto de
elementos, sumamente, importantes, para que se valha sobreviver com qualidade de vida,
também, não tem como continuar contando com eles nas situações em que estão. Haja vista
para os aguapés. A saber, a mesma medida de lançar os esgotos nos ribeirões que se
desembocam na lagoa, foi mesma a que puxou os aguapés como recursos de justificativa de
tratamento da lagoa.
Quer dizer, segundo os conceitos populares, “os aguapés são vegetações aquáticas que
usam de esgotos como recursos de alimentos. Nisso, tendem para purificar as águas onde
estão plantados”. No entanto, nisto também se vê de um conceito sem comprovação científica,
para tanto, desconsiderado nesta proposta. Na verdade, o fato é que os aguapés cobriram todas
as águas da lagoa, piorando ainda mais, pois que aí, tanto os esgotos quanto a falta de
oxigênio danificaram o estágio de potabilidade de suas águas.
Quer dizer, em ANA (2002), cada ano, a problemática sobre o uso da água tomou
novas proporções, o crescimento populacional, o êxodo rural, o advento da Revolução
Industrial e a instituição dos grandes centros urbanos, exigiu que medidas mais efetivas
fossem tomadas, quando se trata de distribuição da água, tratamento de esgoto e controle de
problemas de saúde resultantes da ausência do saneamento básico.
A saber, para a Agência Nacional da Água: “[...] Nasce aí, a transformação da água em
mercadoria, por meio dos serviços de abastecimento público, embora houvesse um refluxo
nas concessões de serviços sanitários a companhias privadas, a partir do final do século XIX,
passando o poder público a assumir diretamente a responsabilidade sobre os serviços, a cargo
dos municípios. Nesse processo, emergem “corpos de engenheiros que substituiriam os
estrangeiros na implantação de serviços sanitários e exerceriam forte influência sobre a
administração pública” [...]” (MURTHA, CASTRO e HELLER, 2015, p.201).
Todavia, o problema das grandes águas, na lagoa da PETROBRAS, contaminadas,
destratadas e, por isso, sem-previsão imediata de serem tais problemas resolvidos, e por longo
prazo inda, infelizmente, e somente projetos com tentativas de recursos fora dos orçamentos
municipais, poderão ser implementados. Isto é claro, sob os olhares de políticas públicas bem-
definidas e delimitadas: “[...] A avaliação deve ser considerada um elemento fundamental
para o sucesso das políticas públicas, não deve ser realizada somente ao final do processo,
mas em todos os momentos do ciclo de políticas. Constitui uma fonte de aprendizado que
permite ao gestor perceber quais as ações tendem a produzir melhores resultados [...]” (DIAS
e MATOS, 2012, p. 84).
Por fim, a contento avaliadas, analisadas à luz da legislação vigente, podem-se
viabilizar projetos que tornem os problemas da falta de saneamento básico, em Ibirité, quando
não passível de solução imediata, mas esperançosamente de longo prazo. No mais, como
sendo esta a primeira seção, faz-se bem registrar suas marcas. Primeiro, reconhecer que o
problema da falta de saneamento básico, em Ibirité, implica na degradação ambiental, se
segundo depoimentos de setores da população sob consultas informais, politicamente,
propositada e que, por sinal, vem soando muito desagradável com o passar de 30 anos.
Estas são situações desagradáveis, mas segundo IBGE (2012), não são problemas
somente de Ibirité, na verdade, estes estão por todo o país. No entanto, não justifica não lutar
para que tais problemas sejam solucionáveis. Não tem como falar em qualidade de vida na
149
cidade, enquanto as situações de esgotos a céus-abertos não estiverem pelo menos, se não
negociadas e encaminhadas a contento, estejam sob os estudos cientificamente válidos e em
situações projetáveis de recuperação ambiental.
Portanto, a contento avaliadas, analisadas à luz da legislação vigente, podem-se
viabilizar projetos e políticas públicas que tornem os problemas da falta de saneamento
básico, em Ibirité, quando não passível de solução imediata, mas esperançosamente de longo
prazo. No mais, como na próxima seção, se verá sobre a temática da elaboração de políticas
públicas como formulação de alternativas à população, então vale vê-las:
[...] Delimitar um problema público é politicamente fundamental no processo
de elaboração de uma política pública; envolve definir quais são seus elementos
e sintetizar em uma fase a essência do mesmo. No entanto, é importante
destacar que qualquer definição oficial do problema é temporária. Nas fases
sucessivas de formulação das alternativas e, principalmente, na implementação,
os problemas públicos podem ser redefinidos, e adaptados por alguns doa
atores envolvidos [...] (DIAS e MATOS, 2012, p. 69).
Se por este prisma, se verá sobre a temática da elaboração de políticas públicas como
modo de formulação e alternativas à população, então vale vê-las do modo como, em Dias e
Matos (2012), se delimita, politicamente, o problema público e, ao lado dele, o zelo para com
a elaboração da política pública a ele mais adequada. Aliás, se nele não consubstanciada a
definição dos elementos que a sintetizam, em sua essência nem problema nem política nem
alternativa dada á população, pois que a primeira coisa revelada vai ser a delimitação do
problema.
E esse só se dá por delimitado, uma vez, realizadas pesquisas no entorno dele. E se
este é um problema real da cidade – no caso da falta de saneamento básico, por exemplo – no
que se vai dar em conta, além das anotações observáveis, terá de coletar depoimentos
daqueles que vivem as situações mais de perto. E assim, depois de realizadas pesquisas, se
consegue delimitar o problema público.
Noutro prisma, vale lembrar o problema público, quando este consta como sendo um
dos principais objetivos do pacto nacional pelo saneamento básico que, quanto à gestão dos
serviços de saneamento, o Plansab (2007) orienta: “[...] deverá buscar o desenvolvimento de
mecanismos de gestão dos serviços e incentivar o desenvolvimento de modelos alternativos
de gestão que permitam alcançar níveis crescentes de eficiência e eficácia e a sustentabilidade
social, ambiental, econômica e financeira do saneamento básico [...]” (MC, 2007:7).
Quer dizer, são esses os termos em que se delimita o problema público. No que se
refere às questões urbanas, não há como negar que os municípios assumem um papel
fundamental no estabelecimento de políticas públicas visando à organização da sociedade e à
proteção ambiental. A própria Constituição Federal coloca no inciso VIII do artigo 30: “[...]
Compete aos Municípios: (...) VIII – promover, no que couber adequado ordenamento
territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo
urbano [...]”. (CRB, art.30, VIII).
E exatamente, essa a preocupação com o saneamento básico da cidade. Quer dizer, o
problema vai muito mais além do que se pensa e discute. Na verdade, os leitos dos córregos já
estão completamente tomados pelos esgotos da cidade. As águas, de águas não mais têm,
senão, barro e apenas barro escuro e fétido. Então, preparar o terreno para que estes voltem ao
leito com as águas claras, límpidas e potáveis, os orçamentos não comportam as suas
necessidades.
Então, como rever essas situações, senão pela compreensão de que: “[...] Essa
competência reflete diretamente na proteção dos recursos hídricos dos territórios municipais.
Assim, mesmo os municípios não tendo competência legal para legislar sobre recursos
hídricos, é muito importante que estes implantem políticas públicas voltadas a preservação
150
dos cursos de água. Essas políticas públicas englobam entre outras áreas, o esgotamento
sanitário [...]” (PORTO, 2012, p.232).
Desse modo, pela história se vê que, em Murtha, Castro, Heller e Léo (2015), numa
primeira fase, que vai até o final do século XIX, houve um tempo de uma integração entre as
ações de saúde e as de água e esgotamento sanitário. E esta integração representava o
segmento preventivo da saúde frente à ameaça de epidemias, nas áreas urbanas, e à situação
sanitária precária na área rural. Informava-se essa integração à teoria dos miasmas, que levava
à ideia de sanear o ambiente urbano para promover a saúde pública.
Nesse enfoque, e ainda, em Murtha, Castro, Heller e Léo (2015), o Estado assumiu
responsabilidades sobre os serviços de água e esgotamento sanitário nas principais cidades do
país, e o fez transferindo os serviços mais importantes para as empresas privadas,
majoritariamente inglesas, cabendo ao Estado regulamentação das concessões. Noutro
enfoque, sob os olhos desta proposta, se vê que as problemáticas do âmbito e entorno da falta
de saneamento básico em Ibirité seguem contornadas por necessidades.
E estas vão desde a recuperação ambiental de toda a cidade, à recuperação dos leitos
dos córregos e ribeirões, do leito de toda a lagoa, do tratamento dos esgotos, da canalização
de novos leitos para coletas de esgotos, o tratamento das águas até torná-las potáveis, e a
preparação do meio ambiente como espaço transitável a humanos. Quer dizer, estes são
problemas para mais de 20 anos de serviços. E não são desfrutáveis de apenas uma, duas ou
três políticas públicas.
Na verdade, abrange várias políticas públicas e capitalizam recursos de vários
orçamentos, por seguintes anos de serviços. Por fim, como esta é a segunda seção, vale mais
uma vez contornar as suas marcas. Para tanto, a temática da elaboração de políticas públicas
como modo de formulação e alternativas à população, então vale vê-las, em Dias e Matos
(2012), se delimita, politicamente, o problema público e, ao lado dele, o zelo para com a
elaboração da política pública a ele mais adequada.
E este deve ser a delimitação do problema, que só se dá por delimitado, uma vez,
realizadas pesquisas no entorno dele. E o desenvolvimento de mecanismos de gestão dos
serviços e incentivo ao desenvolvimento de modelos alternativos de gestão que permitam
alcançar níveis crescentes de eficiência e eficácia e a sustentabilidade social, ambiental,
econômica e financeira do saneamento básico, (MC, 2007, p.7).
Também, preparar o terreno para que estes voltem ao leito com as águas claras,
límpidas e potáveis, embora os orçamentos não comportem as suas necessidades. Então, como
rever essas situações, senão pela compreensão de que essa competência reflete diretamente na
proteção dos recursos hídricos dos territórios municipais. E se os orçamentos não os
comportam isto significa trabalho quadriplicado e orçamentos desdobrados. Dado isso, houve
um tempo de uma integração entre as ações de saúde e as de água e esgotamento sanitário.
E esta integração representava o segmento preventivo da saúde frente à ameaça de
epidemias, nas áreas urbanas, e à situação sanitária precária na área rural. E, no caso de
Ibirité, os problemas abrangem várias políticas públicas e capitalizam recursos de vários
orçamentos, por seguintes anos de serviços. Portanto, ao final desta segunda seção, em Porto
(2012), vale ver, na próxima, abordando a temática do gerenciamento e aplicação dos recursos
hídricos como subconjunto de governança pública. Então, vale ver:
[...] o termo gerenciamento aplicado a recursos hídricos, pode ser definido
como um subconjunto da governança, conceito amplo e que implica a existência
de conjuntos de sistemas políticos, sociais, econômicos e administrativos que
afetam, direta ou indiretamente, a administração, o uso, consumo, impacto,
preservação e serviços, entre outros aspectos relativos a esses recursos. O
crescimento populacional desenfreado exigiu que normas legais fossem criadas
151
juntamente com sistemas de administração, com participação governamental e
da sociedade civil [...] (PORTO, 2012, p.232).
Nos termos a que se tocam, em Murtha, Castro, Heller e Léo (2015), na integração
representativa de saúde e, por isso, preventiva de epidemias, mas neste plano, não somente,
todavia de coisas até mais simples, se for o caso, porém que, em Santos (2020), preventiva de
certos protozoários que, em sua maioria absoluta, apresentam vida livre e, por isso, são
encontrados em diferentes ambientes aquáticos e úmidos.
Conquanto, existem espécies que vivem associadas a outros organismos, como no caso
dos parasitas. Aliás, entre as doenças humanas causadas por protozoários pode-se citar
a amebíase, tricomoníase, toxoplasmose, leishmaniose, visceral e tegumentar, doença de
Chagas e malária. Isso, sem contar nas lumbricoides, verminoses, a saber, doenças muito
presentes nos organismos de boa parte da população de Ibirité, sobretudo, crianças e
adolescentes.
Quer dizer, tudo pode ser situado nessas contradições e certas ações de prevenção que,
em Murtha, Castro, Heller e Léo (2015), muitas vezes, nas práticas sociais da cidade, não
estão representadas nessas supostas integrações de saúde. Nesse caso, haja vista para a
necessidade de se pensar em um plano de ação deste porte que, supostamente, só sendo
utilitário para situações muito críticas.
Mas, em Porto (2012), vale ver que tais políticas implicam na existência de conjuntos
de sistemas políticos, sociais, econômicos e administrativos que afetam, direta ou
indiretamente, a administração, o uso, consumo, impacto, preservação e serviços, entre outros
aspectos relativos a esses recursos, diretamente responsabilizáveis à gestão pública de saúde
do município. Quer dizer, são esses instrumentos de políticas públicas conjugados à
necessidade e participação popular é que vão determinar a hora de fazê-las.
E, nele também autor, certamente, abordando a temática do gerenciamento e
aplicação dos recursos hídricos como subconjunto de governança pública e instrumentalizá-
las nos sentidos de políticas públicas. Então, é nesse contexto que vale ver. “[...] A avaliação
deve ser considerada um elemento fundamental para o sucesso das políticas públicas, não
deve ser realizada somente ao final do processo, mas em todos os momentos do ciclo de
políticas. Constitui uma fonte de aprendizado que permite ao gestor perceber quais as ações
tendem a produzir melhores resultados [...]” (DIAS e MATOS, 2012, p. 84).
Noutro caso, os processos de avaliação, tendo como referência, o gerenciamento e
aplicação dos recursos hídricos como subconjunto de governança pública e instrumentalizá-
las nos sentidos de políticas públicas, é que vão processar essas situações de modo a torná-las
viáveis ou inviáveis ao sistema público de saúde. Para tanto, e dando continuidade ao
pensamento avaliativo, em Dias e Matos, (2012), se vê que avaliação é um processo
transversal a toda a política e isso implica na definição da finalidade, da metodologia, e no
modo como os processos de análise podem produzir informações válidas sobre o desempenho
da política.
E nisso, consequentemente, na tomada de decisão com relação a possíveis
modificações, continuidade ou exclusão de uma política ou programa público. Assim, nesse
tanto, se olhada aos olhos da lei, para Batista, Marques, Gonçalves (2018), tem como
fundamentos a água como um bem de domínio público, um recurso natural limitado e dotado
de valor econômico, estabeleceu uso prioritário, em situações de escassez, para consumo
humano e animal.
Então, finalizando, vê-se que a gestão dos recursos hídricos de forma a propiciar o
uso adequado das águas, a delimitação da bacia hidrográfica como unidade territorial a fim de
implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos, a descentralização da gestão desses
recursos, a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades na gestão. E isso,
152
se trazido aos contextos da cidade, no caso de Ibirité, como revitalizar uma suposta existente
estação de tratamento de esgotos.
E, sobretudo, porque tem de serem colocados em ação muito antes de quaisquer
recuperações referentes às águas do Pantana, seus afluentes e seus desemboques na lagoa.
Quer dizer, é uma política pública chamando pela necessidade da outra e todas encadeadas
proporcionando aos munícipes cumprimentos de exercícios da cidadania, na exigência de
cumprimentos da função social da saúde, no caso dos esgotos a céus-abertos e função social
da cidade. Lembrando-se de que estes são serviços, ultra necessários, porém, por serem mui
dispendiosos, necessitam execuções de longo prazo.
6.7 Eixos assintomático-participativo-comunicacionais
Em se conectando ao mundo da comunicação social, sobretudo, como aquela que se
coloca como sendo participativa, no âmbito da expressão e percepção do caráter popular de
poder. Assim como se compreendem certas instituições de cujas supostas monitorias
combinam mudanças nessa forma de poder popular. Para tanto, ao ver: “[...]” A abundância
comunicativa e as instituições monitórias combinam para promover uma espécie de mudança
na forma da percepção popular de poder [...]” (KEANE, 2010, p.669).
Nesta situação, pensa-se que, ao definir os modos de atuação desses monitores a que
autora os chama de independentes, destaca-se que eles colocam as instituições políticas e
sociais sob o constante alerta. Isso, em (KEANE, 2010), de as instituições nunca estarem
sossegadas. Para isso incorrer, significa enfraquecimento da centralidade das instituições que,
no caso, são as eleições, bem como a atuação dos partidos políticos e de seus parlamentares
sobre a situação de vida e de comunicação da população.
Aí, de repente, já não é mais uma questão de comunicação, mas de falta dela. Então, é
por isso, que a democracia a que a autora chama de monitorada e, ao mesmo tempo, de pós-
representativa tem o quê da sublimidade de intenções, mas não tem o de sabedoria na
combinação de mudanças. Daí, para a “[...] democracia monitória testemunha constante
escrutínio público e discussões em relação ao poder, ao ponto de parecer que nenhuma
organização ou líder dentro das áreas do governo ou da vida social está imune de problemas
políticos [...]” (KEANE, 2010, P.662).
Numa verdade, tais problemas se colocam pela falta de saber aplicar a
comunicabilidade no ato de comunicação, pois que, se assim o é, de repente, não adianta a
diversidade de signos linguísticos como componentes da língua, e mesmo assim, não exercitar
a comunicação. É claro, noutra verdade, a autora se expressa, sob a força do escrutínio
público, de um lado, quando a opinião está colocada direta e pessoalmente diante da consulta.
A saber, o opinante responde a perguntas diretas a um consultor de opinião para
institutos de pesquisas, por exemplo, no caso de se opinar sobre os desempenhos de dados
candidatos em determinada eleição. De outro lado, em Keane (2010), o escrutínio público de
que ela fala, está ligado, às próprias eleições. E sendo a consulta considerada o dia do
sufrágio, e a opinião apontada com a apuração dos resultados.
E é isso que se discorre como sendo as falhas de comunicação no campo das políticas
eleitorais, sobretudo, porque, muitas vezes, o eleitor escolhe o candidato a que não quer,
justificavelmente, pela falta de opção. A saber, a ojeriza com a temática política não permite
aos candidatos se darem por conhecidos aos eleitores e vice-versa. Daí, ao se chegar ao dia do
sufrágio, acaba-se escolhendo a quem não quer.
Quer dizer, em Weber, Coelho e Locatelli, (2017), se apresenta aos leitores partes da
revolução que ocorreu nas pesquisas em Comunicação nas duas últimas décadas, aquela que,
segundo os organizadores: “[...] é a pesquisa que desagrada aos poderes porque ela pode
mostrar como a manipulação, o controle, o silenciamento e a repressão são exercidos. A
153
pesquisa das áreas das ciências sociais, política e humanas é o lugar da comunicação capaz de
interferir, refletir e tornar visíveis as coisas do poder [...]” (WEBER, COELHO e
LOCATELLI, 2017, p.12).
Logo, as falhas de comunicação, muitas vezes, são detectadas pelas ações dos políticos
eleitos sob a pontuação dessas pesquisas de opinião. Isso, pelo fato de, depois de chegarem ao
poder, o eleitorado descobre que não era aquilo o de que eles queriam. Daí, as opiniões se
alteram em relação ao político eleito. E aí, começam as divergências entre cidadãos e agentes
políticos. Enfim, é neste sentido que esta proposta de ações gerais lê as ideias, em Keane
(2010), ao passo que também, lê as de Weber, Coelho e Locatelli (2017). E tudo isto juntos
formula o pensamento de uma comunicação social equivocada, às vees.
Entretanto, noutra leitura e esta, em Silva (1985), abordando sobre a força da
comunicação gráfica no jornalismo impresso que, para ele, está representada no próprio
planejamento visual-gráfico das páginas dos jornais. Nesta perspectiva, o planejamento
visual-gráfico vem a significar: “[...] o conjunto de elementos visuais de um jornal, livro,
revista, cartaz, ou tudo que seja impresso [...]” (SILVA, 1985, p. 13).
Quer dizer, o conceito de comunicação social vem ganhando forças e se ampliando ao
modo do se fazer comunicável, seja com falhas, mas sem, necessariamente, correções, pois
que, no caso de uma opinião dada a um consultor de instituto, se esta tiver sido considerada
mal, sua correção, somente será possível numa segunda oportunidade. Ao passo que o mesmo
acontece no caso de escolhas pelo sufrágio universal. A correção só se vai dar na próxima e
seguinte temporada de eleições.
E como agora em Silva (1985), a temática está representada no próprio planejamento
visual-gráfico. E as páginas dos jornais que o digam do quanto de eficiência se exige no ato
de se fazer comunicar-se, pois que os leitores tendem, a cada dia, mais exigentes de textos
objetivos visando a interagir-se com as leituras usando-se apenas de códigos. Portanto,
diferente das leituras dinâmicas, pois que nessas, se usam saltar frases, períodos, às vezes,
lendo apenas uma palavra do parágrafo.
E a receptividade comunicacional, durante as leituras, é completa. Agora, as leituras
via-códigos, às vezes, substituem-se palavras inteiras por apenas um sinal gráfico. Nisso, haja
vista para as comunicações via-internet. Mas, é claro que, em Silva (1985), o visual-gráfico
vem significar, para o autor, o conjunto dos elementos visuais a que se somam os resultados
da comunicação escrita, de um lado, e lida de outro lado.
Aí, se por esses caminhos, as discussões se delongam, pois que, os conceitos relativos
à comunicação social vêm somente se ampliando e se ramificando: no campo das políticas
eleitorais, nas políticas de opinião individual, nas políticas de comunicação e planejamento
visual-gráfico de jornais, nos casos de comunicação escrita e, agora, já se está caindo também
nos conceitos de leitura. Enfim, como já se está ao final desta primeira seção, faz-se bem
pontuar as suas marcas.
Para tanto, nesta proposta se reconhece a comunicação como instrumento de
participação popular e de exercício do poder. Também, se reconhece que por mais perfeito
que seja o ato de comunicação, sempre se deixam falhas no ato de se comunicar-se. Dado
isso, quando se trata de opinião sob o conceito de escrutínio público, há duas compreensões,
sendo a primeira, em se tratando de opinião a consultor de instituto, em caso de erros, esta
aprece sempre individual e sem-possibilidades de correção.
Entretanto, em se tratando de opinião sobre o desempenho de candidatos em eleições,
em caso de erros, as possibilidades de correção existem, mas somente nas eleições seguintes.
E, no referente aos leitores atuais que tendem, a cada dia, mais exigentes de textos objetivos
visando a interagir-se com as leituras usando-se apenas de códigos. Portanto, diferente das
leituras dinâmicas, pois que nessas, se usam saltar frases, períodos, às vezes, lendo apenas
154
uma palavra do parágrafo. E, ao lado disso, se formula o conceito de uma comunicação social
equivocada, às vezes.
E a receptividade comunicacional, durante as leituras, é completa. Agora, as leituras
via-códigos, às vezes, substituem-se palavras inteiras por apenas um sinal gráfico. E mesmo
assim, o ato de se comunicar-se, se realiza. No mais, como na próxima seção, em Collaro
(2005), se vai abordar sobre a temática dos arranjos editoriais caracterizados como estilos de
comunicação social, sobretudo, a impressa. Então, faz-se bem observá-los:
[...] A frequência com que arranjos visuais são explícita ou implicitamente
usados caracterizará o estilo ou a linha editorial de um jornal ou revista, que
integram um complexo processo de inter-relações sociais. E vai além à medida
que o futuro das artes gráficas, de acordo [...], está na redução das fases de
execução e no crescimento do conhecimento que transcende a simples produção
das 5 manchas gráficas . Ele assevera que o [...] conhecimento de recursos
técnicos, aliado à estética visual, proporcionará a esse profissional um longo
caminho através dos tempos. O gerenciamento das fases de fluxo operacional
das artes gráficas permite-nos dizer que tal conhecimento independente da área
de atuação dos profissionais de comunicação social, pois, mesmo sem o
conhecimento técnico necessário para executar tarefas complexas de produção
e impressão, caberá a eles a aprovação de campanhas publicitárias,
embalagens, e a produção de apresentação de produtos nas mídias impressa e
digital [...] (COLLARO, 2005, p. 35).
Contudo, em se considerando a receptividade comunicacional, tendo como referência,
em Collaro (2005), as abordagens sobre a temática dos arranjos editoriais caracterizados como
estilos de comunicação social, sobretudo, a impressa. Então, nesse caso, faz-se bem observá-
los enquanto elementos neutralizadores de falhas comunicacionais, se considerando que as
linhas editoriais é que determinam todo o conjunto da comunicação textual, seja esta visual,
audiovisual, impressa, gestual, prosódica, etc.
Para tanto, se observam também, dos elementos de interferências nos processos de
comunicação, como: “[...] Os consumidores hoje têm maior capacidade de interferência na
produção: tornam-se coprodutores. A esse novo tipo de ‘consumo produtivo’ corresponde um
novo tipo de trabalho, imaterial. O ‘trabalho imaterial’ está caracterizado pelas operações de
sentido e sobre sentidos, voltado para a gestão de informações, [...]” (HERSCHMANN e
PEREIRA, 2002, p.8).
Quer dizer, o trabalho de produção da comunicação tem de estar atento aos processos
de interferências, pois que, nos momentos, supostamente, controversos de hoje, se contam
com esses elementos, porque, na verdade, não são apenas elementos, mas acima de quaisquer
suspeitas, são consumidores da notícia como produto. Portanto, como a comunicação social se
faz um tanto democrática, participativa e de coprodução, então, os leitores-consumidores não
vão aceitar pagar o preço da notícia, por exemplo, sem interferir em sua imaterialidade,
constituição e, por isso, coprodução.
Dado isso, em Godin (2003), se vai ver que esses consumidores, se não puderem
participar da construção das notícias, por exemplo, também, não as vão tolerá-las, em caso de
elas não se adequarem a seus interesses: “[...] Não dá mais para sobreviver interrompendo
estranhos com uma mensagem que eles não querem ouvir, sobre um produto do qual nunca
ouviram falar, usando métodos que os incomodam. Os consumidores têm muito pouco tempo
e capacidade para tolerar isso [...]” (GODIN, 2003, p.35).
E é essa intolerância que a receptividade comunicacional desconsidera e, por
desconsiderá-la e saber de suas exigências, é que ela prefere aceitar as suas interferências.
Logo, melhor as interferências sob a forma de coprodução e acompanhada de sua aquisição
como produto, do que sob a intolerância acompanhada da ausência da aquisição da notícia
como produto de consumo. Quer dizer, é em meio ao contexto de surgimento e consolidação
155
do jornalismo digital que, em Alves (2006), se discute sobre a sobrevivência dos veículos
tradicionais de comunicação social.
De acordo com o autor, os jornais que sobreviverão – num futuro não muito distante -
serão aqueles que souberem fazer o melhor uso do vídeo e do áudio, aqueles mais interativos
em relação à participação popular ou em relação à contribuição por interferências coautoras,
ou seja, além dessa participação coautora, os que souberem apresentar e misturar suas
narrativas de comunicações sociais tradicionais com outras, mais baseadas em textos e fotos,
vídeos, certamente, sobreviverão às intempéries da área, em tempos futuros não muito
distantes.
Isso, em Alves (2006), vai aparecer como reforço e compartilhamento dos processos
de interferências, em Herschmann e Pereira (2002) que, senão assim, pensa ele, Alves (2002),
os serviços de comunicação social tradicional desfalecerão pelos caminhos das notícias. E
voltando, agora, sobre o que os autores desfecham no entorno dos processos de interferências
coautoras: “[...] exigindo que o trabalhador empregue o máximo de informações no processo
produtivo, fragilizando inclusive a fronteira, por exemplo, entre trabalho e lazer. Sinaliza-se,
desse modo, para a crise das noções isoladas de produção e consumo: passamos todos a
experienciar a coprodução, a produção coletiva e/ou em rede, advindo daí a parte mais
significativa da mais-valia [...]” (HERSCHMANN e PEREIRA, 2002, p.8).
Na verdade, esse é o sentido da coisa a ser revelada em termos de comunicação social
futura. Quer dizer, pelo hoje, se pensa o amanhã. E, por isso, a comunicação social se refaz e
se reconstrói a cada dia, mesmo contando com os intentos das interferências coautoras.
Noutra verdade, mais uma vez em Alves (2006), se defende que: “[...] tal sobrevivência não
depende apenas de uma adaptação aos novos critérios de forma ou linguagem impostos pela
era digital, tendo em vista que a publicidade aparece como um ponto importante nesse
processo [...]” (ALVES, 2006, p.98). E as adaptações da comunicação social aos critérios de
linguagem, vão sendo observadas com o passar dos dias.
E o autor continua a discorrer sobre esses processos de sobrevivência da comunicação
jornalística: “[...] É preciso que as empresas jornalísticas estejam atentas ao evidente processo
de desintermediação em curso, já que hoje são oferecidas aos tradicionais anunciantes novas
possibilidades de se comunicar diretamente com seus consumidores, antes acessíveis apenas
através da mídia [...]” (ALVES, 2006, p.98).
Quer dizer, o autor reconhece como sendo sobrevivência às empresas dos ramos da
comunicação social, a compreensão de que elas devam ser criativas, sempre buscando
combinar bons critérios de linguagem com a também criteriosa organização e simulação e
aproveitamento de fatos oportunos para que a boa comunicação esteja sempre em voga. Se
assim, não há o com que se preocupar-se.
Entretanto, a boa comunicação social, para ser como tal, precisa também se adequar a
certas situações de natureza política, sobretudo, porque em quaisquer lugares em que se
promova a comunicação social, vai depender de ela se adequar a certas políticas públicas,
esteja ela no campo privado ou no campo público. Para tanto, vale conhecer o entendimento
do autor: “[...] tentou-se criar um ente estranho, despolitizado, “técnico e apartidário”, como
se fosse possível separar política de governo de política de agência “independente”; separar
política executiva de política regulatória [...]” (RAMOS, 2004, p.9).
E assim, o autor discorre: “[...] Ao que consta de especulações do período, essa
separação deveria ter sido ainda mais radical com a extinção do Ministério das
Comunicações, fundido a um genérico Ministério da Infra-estrutura, deixando para a Anatel a
condução quase total da política setorial [...]” (RAMOS, 2004, p.9). A saber, a referência em
Ramos (2004), aponta para a necessidade de uma suposta separação da comunicação social
das políticas público-regulatórias que se pretende tratar nas próximas contextualizações
textuais. Antes, porém, é preciso nesta, apontar as marcas que ficaram.
156
Dado isso, faz-se bem reconhecer a receptividade comunicacional como meio de
observar os elementos neutralizadores de falhas comunicacionais, se considerando que as
linhas editoriais é que determinam todo o conjunto da comunicação textual, seja esta visual,
audiovisual, impressa, gestual, prosódica, etc. Ou seja, faz-se bem reconhecer ainda que, nos
tempos atuais e controversos, não tem como não receber a coprodução como recurso de
participação popular e contribuição com a notícia, se considerando, nos processos de
interferências, melhor aceitar a tolerância acompanhada da coprodução, à intolerância com as
notícias.
Logo, melhor as interferências sob a forma de coprodução e acompanhada de sua
aquisição como produto, do que sob a intolerância acompanhada da ausência da aquisição da
notícia como produto de consumo. Daí, nesta proposta também, se reconhece como sendo
sobrevivência, às empresas dos ramos da comunicação social, a compreensão de que elas
devam ser criativas, sempre buscando combinar bons critérios de linguagem com a também
criteriosa organização e simulação e aproveitamento de fatos oportunos para que a boa
comunicação esteja sempre em voga.
Se assim, não há o com que se preocupar-se. Entretanto, a boa comunicação social,
para ser como tal, precisa também se adequar a certas situações de natureza política,
sobretudo, porque, em quaisquer lugares em que se promova a comunicação social, vai
depender de ela se adequar a certas políticas públicas, esteja ela no campo privado ou no
campo público. A saber, voltando-se à referência em Ramos (2004), vê-se que esta aponta
para a necessidade de uma suposta separação da comunicação social das políticas público-
regulatórias que se pretende tratar na próxima seção. Então, vale ver:
[...] todos os meios, velhos e novos, assim como as diversas tecnologias vídeo
eletrônicas e digitais que os tornam possíveis, coexistem, conformando ou não
convergências em sentido estrito, porém constituindo ecossistemas
comunicativos cada vez mais complexos. A chegada de um novo meio não supõe
necessariamente, nem tampouco imediatamente, a suplantação do anterior. E
isto por várias razões. Primeiro, porque cada meio ou tecnologia é muito mais
que isso. Sua transformação então envolve outros fatores, além dos
estritamente técnicos ou instrumentais. Segundo, porque cada tecnologia
demanda um tempo de aprendizagem e apropriação por parte dos usuários, No
momento de sua introdução e inicial aceitação, em geral, é usada de maneira
parcial, desperdiçando seu cabal potencial e até sua principal contribuição. O
conhecido caso dos computadores que são simplesmente usados como máquinas
de escrever, permitindo maior produtividade e eficiência, é um clássico exemplo
desse fenômeno. Terceiro, porque as tecnologias demandam uma atenção
diversificada para gratificar seus usuários (...). Quarto, porque cada tecnologia
atende melhor à satisfação de uma ou mais necessidades que as anteriores, mas
não de todas, Assim, as velhas tecnologias sempre conservam um grau de
distinção insubstituível. E quinto, porque cada nova tecnologia provoca outras
mudanças subsequentes, que também requerem reajustes e reacomodações
variados por parte dos usuários (...) o sexto motivo que atrasa as mudanças é o
óbvio: simplesmente não há poder aquisitivo para acompanhar o
desenvolvimento tecnológico que é oferecido no mercado [...] (GÓMEZ, 2008,
pp.84-85)
Mas, em se voltando à referência, em Ramos (2004), que aponta para uma suposta
separação da comunicação social das políticas público-regulatórias, isso, sob todos os meios,
velhos e novos, assim, em Gomez (2008), como as diversas tecnologias vídeo-eletrônicas e
digitais, que os tornam possíveis, coexistem, conformando ou não convergências em sentido
estrito, porém constituindo ecossistemas comunicativos cada vez mais complexos.
Isto de que se pretende tratar nesta seção, de repente, é o toque nas características
essenciais a esse modelo de regulação, pretendida neste contexto, como meios de referência,
157
para auxílio na elaboração e implementação de políticas públicas de comunicação social.
Então, neste mesmo sentido, se vale ver em Pieranti e Martins (2008), as características
essenciais a esse modelo de regulação, é a independência das agências.
Aliás, nelas, o Poder Executivo não interfere, politicamente, caracterizando uma
instância pretensamente neutra em relação aos atores interessados, em que as decisões são
tomadas, levando-se em consideração, fundamentalmente, os aspectos técnicos. Quer dizer,
para eles autores, essas são premissas, radicalmente, opostas ao observado, especificamente,
no campo das comunicações, no Brasil.
Estas marcadas por práticas como clientelismo e pela influência dos atores político-
partidários, que se fortaleceram com o modelo de expansão da radiodifusão adotado durante o
regime militar e intensificado no raiar da Nova República, como se verá adiante. Referindo-se
a esse cenário e à criação da Anatel, em Ramos (2004), se conclui: “[...] Em Anetti e Clark
(2009), outra característica peculiar à sociedade da informação é a preocupação social em
promover o direito humano fundamental de acesso à informação, de modo eficiente e
integralizado mundialmente, e assim garantir que os benefícios advindos com as tecnologias
da informação sejam usufruídos por muitos, ao invés, de poucos privilegiados [...]” (RAMOS,
2004, p.9).
Mas, em se falando da falta de políticas públicas voltadas para a comunicação social,
se considerando a cidade de Ibirité, já começa com o visual desgastado, sobretudo, quando a
cidade não tem regras para controlar as publicações visuais. E isto em, Duarte, (2009), por
exemplo, vai-se ver que a comunicação pública deve ser compreendida com sentido mais
amplo do que dar informação. A clareza na linguagem, na produção da imagem, na
vivacidade das cores é que se vão, determinantemente, agradar ou não aos olhos do público. E
a comunicação, para o autor, deve incluir a possibilidade de o cidadão ter pleno conhecimento
da informação que lhe diz respeito.
De repente, por exemplo, no caso do Plano Diretor que, muitas vezes, não dá
alinhamento ao que se deve adotar como regras de posturas na cidade, deixa no geral ou não
deixa de jeito nenhum, sabendo-se que isso tem a ver com a comunicação social no lugar.
Igualmente, é aquilo que, em Kondo (2002), vai-se despontar como regra número 3 da boa
comunicação, a saber, clareza - as funções e responsabilidade dos cidadãos e do governo em
contribuir para a discussão e tomada de decisão que devem ser explícitas entre as secretarias e
no interior da cidade.
O que não é no caso de Ibirité, pois que também não define quem vai delimitar essas
regras. E aí, as políticas públicas, nesse caso, é que assumem os papéis delimitadores. E a
cidade fica a observar: outdoors fora dos lugares, comunicação visual, muitas vezes,
agressiva, causando mais sujeiras aos olhos que a si próprios. Não se definem as coisas. E os
fatores culturais, muitas vezes, por um lado, absorvem as influências de comunicações mal-
intencionadas. Por outro lado, denunciam a falta de visibilidade aos transeuntes leitores e
observadores do mundo a sua volta. Aí, em Mattos (2001), em dado momento, distanciam-se
do sistema municipal, em outro, aproximam-se.
E tudo termina, por não haver nenhum órgão público capaz de perceber, como que
autocrítica, as situações de insatisfação, para reparar a falta de sustentabilidade nas
comunicações visuais, que também acabam por interferir no meio ambiente. Daí, nesta linha,
a olhar essas relações da cidade com as comunicações visuais: “[...] A relação entre sociedade
e Estado, o grau de distanciamento ou aproximação, as formas de utilização ou não de canais
de comunicação entre os diferentes grupos da sociedade e os órgãos públicos – que refletem e
incorporam fatores culturais, como acima referidos [...]” (MATTOS, 2001, p.30).
Para tanto, dá para ver que, por hora, a população se distancia do Poder Público por
causa das imundícies visuais, fazendo-o críticas; por hora, ela se aproxima, ao querer ajudar e
até propor situações de limpeza pública – tipos mutirões comunitários – mas nem isso resolve.
158
Os órgãos públicos, voltados para as áreas de comunicação, demonstram, muitas vezes, quase
nenhum envolvimento com a causa. Noutra linha, haja vista para os bons serviços de
comunicações, caso fosse interesse da iniciativa público-municipal: faltam boas salas de
cinema, cineclubes, de jornalismos, publicidade e propaganda, dentre outros.
Quer dizer, em Duarte (2009), a comunicação deve ir além de apenas repassar a
informação. E, se há serviços, se implantados, poderiam ser aproveitados, mas não há
interesses, surgem perguntas: se há serviços, por parte da prefeitura, voltados para a
comunicação social. Se há possibilidades de se criar trabalhos voltados para a produção do
cinema, Para a produção de vídeos, de cineclubes, dentre outros. Também, em Kondo (2002),
as comunicações têm de ser explícitas, para que os cidadãos se apropriem da informação e
sintam-se à vontade de participar das tomadas de decisões, no que se refere aos
questionamentos colocados.
Mas não só, nas tomadas de decisões, em operações de comunicação junto ao sistema
municipal, faltam cooperações entre as secretarias, entre escolas, sejam municipais, sejam
estaduais. Nisto, há possibilidades de se implementar trabalhos de produção de curta-
metragem junto às escolas? Como é feito o trabalho de comunicação da prefeitura? A
prefeitura presta contas dos serviços através de jornais? A prefeitura faz publicações no diário
oficial ou não? A prefeitura faz propagandas de seus serviços?
Daí, com sentido de tentar responder a estas questões, Rosa e Barbosa (2010), vão
apontar as políticas públicas do campo privado, mesmo porque, há muitos tipos de serviços
considerados públicos, mas que se executam via-instituições privadas: “[...] As mídias e
tecnologias da informação inseridas com amparo da modernidade podem oferecer a impressão
de que os meios de comunicação anteriores têm sua importância reduzida ou estão a caminho
do desuso, mas essa impressão não corresponde à realidade de uso desses meios, ou seja,
mesmo em países que já inseriram digitalmente seus cidadãos com ferramentas como o
computador com acesso à Internet na própria residência (como os Estados Unidos), o número
de horas dedicado ao rádio ou à televisão permanece elevado, e é feito muitas vezes, ao
mesmo tempo, em que navegam no ciberespaço [...]” (RAMOS, 2004, p.9).
Quer dizer, as políticas públicas dos campos virtuais é que vão dar o enfoque desejado
a essas formas de comunicação que só os processos de discussão, elaboração e implementação
das políticas públicas de comunicação social e políticas público-virtuais é que vão dar o norte
das regulações de que precisam as comunicações sociais. Para tanto, a completar da versão
que, em Ramos (2004), se faz nortear: “[...] As políticas públicas para as comunicações, de
acordo com as conclusões da comissão da Unesco (1983), estão relacionadas essencialmente
ao modelo de desenvolvimento adotado por cada nação.
Em um primeiro momento, a comunicação é vista como processo técnico,
consequência do estabelecimento de infraestrutura necessária para a transmissão de dados
[...]” (UNESCO, 1983, p.340). Mas, isto se trazido à realidade da cidade, vê-se chamar
diversas modalidades de políticas públicas, porque de um lado, tem as pesquisas de campo,
que o próprio sistema municipal precisa realizar, e encontrar dados para elaboração de suas
políticas; de outro lado, há as pesquisas voltadas para as linguagens visuais que também têm
de coletar dados para elaboração de suas políticas.
Além disso, com advento da internet, que de advento mesmo, tem pouco, mas como
sempre inovando, se faz, diariamente, em advento. Contanto, que essas também, têm suas
pesquisas a fazer e, por isso, tem políticas públicas a elaborar e implementar, sobretudo, no
que tange ao cinema, aos cineclubes, se for o caso, à TV Ibirité a fazer-se cumprir sua função
social na cidade, e assim por diante.
Contudo, em se continuando: “[...] O problema fundamental consiste na relação que se
deve estabelecer entre a comunicação — obras de infraestrutura e atividades — e os objetivos
nacionais ou, em outras palavras, a incorporação do desenvolvimento da comunicação aos
159
planos de desenvolvimento geral. Como a comunicação não é um setor separado e autônomo,
a interdependência, talvez mais marcada nesse campo e em outros, impõe a necessidade de
formular algumas políticas de comunicação que não se limitem à informação e ainda menos
aos meios de comunicação social, mas sim que levem em consideração todos os meios que
pode utilizar uma sociedade para atingir seus objetivos gerais de desenvolvimento [...]”
(UNESCO, 1983, p.340).
Entretanto, a boa comunicação social, para ser como tal, precisa também se adequar a
certas situações de natureza política, sobretudo, porque, em quaisquer lugares em que se
promova a comunicação social, vai depender de ela se adequar a certas políticas públicas,
esteja ela no campo privado ou no campo público. Nisso, também, se faz reconhecer, sob
todos os meios, velhos e novos, assim, em Gomez (2008), como as diversas tecnologias
vídeo-eletrônicas e digitais, que os tornam possíveis, coexistem, conformando ou não
convergências em sentido estrito, porém constituindo ecossistemas comunicativos cada vez
mais complexos.
E as características essenciais a esse modelo de regulação, é a independência das
agências. Aliás, nelas, o Poder Executivo não interfere, politicamente, caracterizando uma
instância pretensamente neutra em relação aos atores interessados, em que as decisões são
tomadas, levando-se em consideração, fundamentalmente, os aspectos técnicos. Daí se vai ver
que a comunicação pública deve ser compreendida com sentido mais amplo do que dar
informação.
Finalmente, a clareza na linguagem, na produção da imagem, na vivacidade das cores
é que se vão, determinantemente, agradar aos olhos do público. Já, as políticas públicas dos
campos virtuais é que vão dar o enfoque desejado a essas formas de comunicação que só os
processos de discussão, elaboração e implementação das políticas públicas de comunicação
social e políticas público-virtuais é que vão dar o norte das regulações de que precisam as
comunicações sociais.
6.8 Eixos sintomático-político-assistencial-sociais
Em se tratando de políticas públicas de assistência social, no caso de Ibirité, por
exemplo, o que se vê é que o município sempre se coloca, num fazer até esforçado de serviço
social, mas sob a ordem de uma política assistencialista, o que não comunga bem com as
necessidades sociais. Nesse tanto, em Behring (2010), apesar de esse novo arcabouço teórico-
normativo de que o autor fala, de comportar uma série de importantes mudanças, não fica
isento de introduzir e/ou reproduzir conceitos conservadores.
E além de estar ausente um debate que abarque as determinações mais fundamentais da
pobreza e da desigualdade social como estruturais da sociedade, cuja contradição fundamental
se localizar nas origens e lutas de classes. E, muitas vezes, esse fazer social, preso a conceitos
conservadores, também se prende a um fazer-assistencial focado no ismo, esquecendo-se de
que a cidade precisa de um sistema que preste maior atenção ao quadro de pessoas
desgastadas: espiritualmente, financeiramente, socialmente, etc., não têm, sequer, como
sobreviverem.
Estes são aposentados, muitas vezes, lesados por tombadores de rua, muitos não
aposentados, sem-quaisquer formas de auxílio. E, por isso, vida desprezível, pois que não são
todas as pessoas que passam, e querem, e podem ajudar. Quer dizer, essas situações, se
olhadas à luz do que, em Bobbio, Matteucci e Pasquino (1998), e caracterizando todas as
mudanças que possam ser ocasionadas por esses fatos, elaboram-se concepções de um Estado
assistencialista, no caso de Ibirité, menos desenvolvido.
Este traz consigo certas dificuldades de consolidação do Welfare State. Para tanto,
quadros de desassistências, plenamente, presentes na: “[...] independentemente da sua renda,
160
todos os cidadãos, como tais, têm direito de serem protegidos – com pagamento em dinheiro
ou com serviços – contra situações de dependência de longa duração: velhice, invalidez ou de
curta: doença, desemprego, maternidade [...]” (BOBBIO, MATTEUCCI e PASQUINO, 1998,
p.417). Mas, noutro tanto, se vê que a Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS - vem
sendo descumprida nos contextos sociais da cidade.
Quer dizer, se em Boschetti, Teixeira e Salvador (2013), se vai ver que a constituição
de um sistema de gestão é uma demanda reconhecida desde a aprovação da Lei 8.742/93 – a
saber, a base dos serviços assistenciais prestados pelo governo à população em situação de
pobreza e vulnerabilidade social no Brasil. E em cinco anos após seu reconhecimento, como
parte da Seguridade Social brasileira, na Constituição Federal.
A saber, é importante destacar ainda, os instrumentos de gestão do Sistema Único de
Assistência Social – SUAS - que representam avanços em termos de organização e
planejamento técnico e financeiro, conforme em NOB-SUAS (2013), nas três esferas de
gestão: no Plano de Assistência Social; no orçamento; no monitoramento, na avaliação e
gestão da informação; e no relatório anual de gestão.
A saber, é na forma de gestão dos serviços que moram as implicâncias da qualidade ou
falta dela no sistema de assistência, de modo geral. A saber, em Bobbio, Matteucci e Pasquino
(1998), que tocam nas questões de assistência sob a orientação do Estado desenvolvido, nesta
aprece respaldando a assistência social num Estado mínimo e subdesenvolvido. Assim desse
modo, por estar em condições mínimas, prendem-se, falsamente, ao assistencialismo, e
deixam de fora a assistência tão necessária.
E o indivíduo que precisa daquele bem-assistencial, além de não recebê-lo e, em
Bobbio, Matteucci e Pasquino (1998) – pois que, no sistema falho, não são todos os
necessitários da cidade que os recebem – também não recebe educação para aprender a lidar
com o salário da assistência, não recebe orientação espiritual, não é preparado para se
recuperar enquanto indivíduo desgastado socialmente, não tem abrigo, e termina por viver
andarilho, nas ruas.
E aí as pessoas mais bem-informadas da cidade que gostam de ajudar - mas também,
sabe que o ajudar precisa de controle – muitas vezes, querem saber onde está o Planejamento
assistencial social, em que orçamentos se enquadram e quais monitores e os tipos de
monitoramentos, a saber, como cidadão, faz-se toda uma avaliação em torno da falta de gestão
e descobre que precisa ajudar o andarilho a conquistar os direitos que tem a tais serviços, ao
invés de outras ajudas também centradas no ismo. Enfim, nesta primeira seção, faz-se bem
ainda registrar as marcas que ficaram.
E estas podem ser primeiro, a de reconhecer que a atual política assistencial-social da
cidade se orienta sob a ordem do assistencialismo e, por isso, não comunga com as
necessidades reais da cidade. E, em Bobbio, Matteucci e Pasquino (1998), a de reconhecer
ainda que ao focar a política assistencial-social no ismo vai reproduzir como, em Behring
(2010), os conceitos conservadores e, por isso, ao invés de erradicar com a pobreza e
desigualdade social, só tende a torná-las estruturais na sociedade local.
A de reconhecer ainda que independentemente da sua renda, todos os cidadãos,
categorizados como necessitários de assistência, têm direito de serem protegidos – com
pagamento em dinheiro ou com serviços – contra situações de dependência de longa duração
como, em Bobbio, Matteucci e Pasquino (1998), ou seja, velhice, invalidez ou de curta:
doença, desemprego, maternidade, reconhecendo ainda que, além desses bens-assistenciais,
estes têm direito a reeducação, a orientação espiritual, a abrigo, a reinserção na vida social.
Daí, compreender que a cidade precisa do Planejamento assistencial social, conhecer
em que orçamentos, estes se enquadram, os serviços de monitoria e os tipos de
monitoramentos, a saber, como cidadão, tem direito e faz-se a uma avaliação continua do
sistema assistencial-social da cidade. Assim de outro modo, em Boschetti, Teixeira e Salvador
161
(2013), vê-se que, passados 20 anos da aprovação da LOAS, a implementação do SUAS traz
uma série de inovações e avanços importantes, os quais, faz-se também observá-los:
[...] Do ponto de vista da concepção de assistência social, é inegável que a
institucionalidade do SUAS tenta retirar a assistência social do arcabouço da
filantropia e cria diretrizes, critérios e forte arcabouço legal, antes inexistente e
de difícil estruturação em uma nação federada, com fortes disparidades
nacionais e locais. A definição conceitual de assistência como política de
proteção social presente na PNAS e no SUAS amplia suas feições e funções ali
determinadas, rompendo com a histórica nomenclatura até então existente [...]
(BOSCHETTI, TEIXEIRA e SALVADOR, 2013, p. 2).
Assim em se continuando e do ponto de vista da concepção de assistência social, a que
se vê, sobretudo, em Boschetti, Teixeira e Salvador (2013), inegável que a institucionalidade
do SUAS tenta retirar a assistência social do arcabouço da filantropia e cria diretrizes,
critérios e forte arcabouço legal. Aí, vê-se que os passados 20 anos da aprovação da LOAS, a
implementação do SUAS vão trazer uma série de inovações e avanços importantes na área da
assistência social, os quais, faz-se bem e também observá-los.
Contudo, nas práticas sociais, essas assistências sob os arcabouços legais, a que se estão
colocadas, também deixa seus apetrechos de falta de cumprimento com as diretrizes. Sair do
centralismo na filantropia é uma boa, adotar critérios, estabelecer diretrizes, sem-praticidades,
se vai cair nas disparidades e inconsequências sociais. Mas, no que concerne à importância
dessa assistência social, é olhar para trás e ver de suas origens, por exemplo:
“[...] Já a partir da segunda metade da década de cinquenta, em clima de grande
expectativa, decorrente da filosofia do pós-guerra – a do desenvolvimento – e dos primeiros
planos desenvolvimentistas em implantação, o Serviço Social, ao mesmo tempo, que
incorporava a filosofia, reconhecia a necessidade de uma revisão de sua teoria, de sua postura
e de seus métodos, como condição de melhor integrar-se nesse processo [...]” (JUNQUEIRA,
1980, p. 5).
Quer dizer, não é de hoje que se já busca uma assistência social ativa, justa, aquiescente
às necessidades demandadas no município. No entanto, se há cinco décadas, se buscavam
avaliações e revisões, nos fins de novos métodos de se assistir aos necessitários, vê-se que,
pós-longos anos, se chega à compreensão de que essa assistência continua necessitária de
revisões, também, nos fins de chegar a outros métodos que a possa tornar mais eficiente e
eficaz, socialmente falando.
Nesses termos, em Fome (2005), se vai ver de outros componentes metodológicos
capazes de auxiliar nessas revisões. Por exemplo, a Assistência Social como política de
proteção social configura-se como sendo uma nova situação para o Brasil. Ela fala em termos
de Brasil, significa garantir a todos, que dela necessitam, e sem contribuição prévia a provisão
dessa proteção, enquanto que nesta proposta significa estar revendo as situações de
necessidades assistenciais.
E nesta perspectiva significaria aportar quem, quantos, quais e onde estão os brasileiros
de mandatários serviços e atenções de assistência social. Noutra perspectiva, uma nova
situação, por exemplo, não dispõe de imediata e pronta análise de suas incidências. A opção
que se construiu para exame da política de assistência social na realidade brasileira parte
então da defesa de certo modo de olhar e quantificar a realidade, a partir de:
Primeiro, uma visão social inovadora, dando continuidade ao inaugurado pela
Constituição Federal de 1988 e pela Lei Orgânica da Assistência Social de 1993, pautada na
dimensão ética de incluir “os invisíveis”, os transformados em casos individuais, enquanto de
fato os é parte de uma situação social coletiva. Quer dizer, as diferenças e os diferentes, as
disparidades e as desigualdades.
162
Segundo, uma visão social de proteção, o que supõe conhecer os riscos, as
vulnerabilidades sociais a que estão sujeitos, bem como os recursos com que contam para
enfrentar tais situações com menor dano pessoal e social possível. Isto se supõe conhecer os
riscos e as possibilidades de enfrentá-los.
Terceiro, uma visão social capaz de captar as diferenças sociais, entendendo que as
circunstâncias e os requisitos sociais circundantes do indivíduo, e dele em sua família, são
determinantes para sua proteção e autonomia. Isto exige confrontar a leitura macro com a
micro social.
Quarta, uma visão social capaz de entender que a população tem necessidades, mas
também possibilidades ou capacidades que devem e podem ser desenvolvidas. Assim, uma
análise de situação não pode ser só das ausências, mas também das presenças, até mesmo
como desejos em superar a situação atual a que se encontra o sujeito social.
Quinta, uma visão social capaz de identificar forças e não fragilidades, que as
diversas situações de vida, possuam. E assim, se conclui o ideário de correções das políticas
de assistência social.
No entanto, em Mioto (2013), se vai ver que, se levar em conta o momento particular do
Serviço Social, a busca de sua consolidação como profissão em uma área supostamente
considerada como de benemerência e desempenhando ações no sentido da organização de
demandas aos serviços e benefícios oferecidos pelo aparato institucional público e privado.
Quer dizer, o debate sobre o significado das funções no trato das questões sociais, e
destas com as questões estruturais e conjunturais, noutros tempos, passava ao largo das
preocupações profissionais. Na verdade, essas funções eram centradas de forma bastante
endógenas, no interior do Serviço Social, nos processos e métodos de intervenção.
E estes autonomizados das instâncias institucionais, até meados da década de 1970.
Internacionalmente, conectava-se com as questões relativas ao desenvolvimento e ao
progresso social como uma trajetória natural a ser seguida pelos países. Na época, estes
considerados subdesenvolvidos, mas, hoje, essa carência de desenvolvimento ainda
permanece.
Ao final, em se considerando nesta segunda seção, as marcas que ficaram, vai se ver
que não adianta retirar a assistência social do arcabouço da filantropia e cria diretrizes,
critérios e forte arcabouço legal, saindo do centralismo da filantropia, adotando critérios,
estabelecendo diretrizes, sem-praticidades, e caindo nas disparidades e inconsequências
sociais.
Não adianta continuar com os serviços de assistência social sem que estas passem pelas
correções sob a visão social da inovação, da proteção, da captação das diferenças, das
necessidades da população e da identificação das forças políticas de autodefesa, e estas, em
detrimentos da identificação de suas fragilidades.
Para tanto, em Mauriel (2012), vê-se que a manutenção de uma política de
compromissos com o capital financeiro mantém em paralelo uma Política de Assistência
Social assentada, majoritariamente, na transferência de renda como estratégia de minimizar os
efeitos mais deletérios do avanço destrutivo do capitalismo contemporâneo. No entanto, para
ele Mauriel (2012), os discursos do combate à pobreza tornam-se centrais para instituir um
consenso em torno dos projetos em cursos. Assim sendo, vale ver:
O lugar cada vez mais privilegiado que a pobreza assume no debate sobre
política social faz com que as formas assumidas para o enfrentamento da
questão social impeçam a generalização dos direitos sociais. O problema não
está só na prioridade da pobreza enquanto categoria de análise para pensar as
políticas sociais, mas na forma e no tratamento dado aos ‘pobres’, que são
renomeados por suas fragilidades, descontextualizados, deshistoricizados,
163
aparecendo no discurso tecnocrático reconstituído por um novo tipo de
vigilância moral (MAURIEL, 2012, p. 181).
Agora, nele mesmo autor, os discursos do combate à pobreza, para constituir
consensos no entorno dos projetos, em Mauriel (2012), e para se tornarem, centralmente
importantes, os consensos têm de ser construídos e institucionalizados nas mais comuns e
elaborais formas de políticas públicas consonantes aos gestos político-públicos adotados pelo
sistema municipal na aplicação dessas políticas.
E isto, ao mesmo tempo, gestos receptivos por parte dos cidadãos fragilizados,
supostamente descontextualizados e sem suas histórias e, por isso, cidadãos, além de crentes e
carentes dos bens materiais-assistenciais, se fazem crentes e carentes do mesmo jeito numa
vigilância moral constante: tanto da parte de quem, supostamente, os assiste, quanto deles
próprios enquanto assistidos.
Assim sendo, é nisso que vale ver, por exemplo, quando em Schmidt e Mendes da
Silva (2015), “[...] A análise situacional da PNAS parte da população em geral e não da
determinação fundamental da inserção no mundo do trabalho, que implica em condições
determinadas de vida e de configuração de necessidades, numa lógica na qual o acesso aos
bens e serviços socialmente produzidos no mercado depende da venda da força de trabalho
por parte da maioria [...]” (SCHMIDT e MENDES da SILVA, 2015, pp.86-94).
Quer dizer, nessas políticas de consensos, geralmente, quem concorda é também quem
precisa e está carente desses materiais assistenciais, ou seja, quem aplica as políticas quase
nunca faz uma autocrítica sobre o trabalho que executa, sobre as relações que estabelece com
os assistidos, na verdade, suas ações de crítica estão mais fáceis de incorrer sobre os assistidos
somente, do que sobre si.
E o autor continua tocando nessas questões puxadas pelos consensos: “[...] O corte da
análise situacional é o da renda relacionada ao território, não do trabalho, com o que se deixa
de pensar a proteção social como um sistema amplo, relacionado às demais políticas de
seguridade, em especial, a previdência social [...]” (SCHMIDT E MENDES DA SILVA,
2015, pp.86-94).
Quer dizer, em BEHRING (2011), se já diz que o arcabouço teórico-normativo
comporta mudanças, mas nesta proposta, se entende que, se não souber a plicar essas
mudanças, elas vão se prender aos conceitos conservadores, e aí, não terá adiantado ampliar:
“[...] quando a assistência social se amplia pela via da expansão quantitativa do PBF em
detrimento do próprio SUAS, ou da rede de serviços que ele supõe e requer, uma série de
implicações impõe sérias restrições à consolidação do SUAS [...]” (BEHRING, 2011, p. 90).
E nele, se continua na compreensão de que, do que significa a ampliação da atenção
básica em assistência social, sem as políticas de correção: “[...] apesar de esse novo arcabouço
teórico-normativo comportar uma série de importantes mudanças, não é isento de introduzir
e/ou reproduzir conceitos conservadores, além de estar ausente um debate que abarque as
determinações mais fundamentais da pobreza e da desigualdade social como estruturais da
sociedade, cuja contradição fundamental se localiza na luta de classes [...]” (BEHRING, 2010,
p. 168).
Para ele, autor não há recursos suficientes para aplicação na rede de serviços,
construindo equipamentos públicos, estruturados e de qualidade, referenciados nos planos
municipais e nos territórios, assegurando as condições de trabalho aos trabalhadores da
Assistência Social, sigilo no atendimento, autonomia profissional nos procedimentos técnicos,
indo além do plantão e, de preferência, com salários dignos.
Daí se entra numa discussão tal sobre as políticas sociais e os Serviços Sociais da
cidade - no caso deste estudo - e os desafios que esta relação apresenta para a intervenção
profissional. Quer dizer, eles enfatizam o florescimento e o aprofundamento desse debate, ao
longo das duas últimas décadas do século 20, e a sua consolidação no início do século 21. E
164
também pormenoriza e se expressa, através da consistente produção de conhecimento, e da
inserção peculiar dos órgãos representativos da categoria profissional nos processos de luta
pela institucionalização das políticas públicas compatíveis com os valores contidos no Código
de Ética Profissional dos assistentes sociais.
Então, o enfoque maior recai sobre a questão da intervenção dos assistentes sociais, no
campo da política social, ao implementar o projeto profissional, comprometido com a defesa
dos direitos sociais de caráter universal. Nessa perspectiva, trata a política social como um
campo contraditório, permeado por interesses e projetos societários antagônicos, no qual se
reatualizam questões diretamente articuladas à especificidade e à autonomia profissional.
Dai se vai vendo as questões referentes aos processos de carências materiais, tanto no
campo dos assistidos, quanto no campo dos profissionais assistentes e a relação de trabalho
no/com o sistema político-social-assistencial municipal. Então, é neste sentido que esta
proposta vê o arcabouço-teórico-normativo, como necessário instrumento de mudar o foco
dessas relações, diferente do autor Behring (2010), que considera o novo arcabouço teórico-
normativo como quem comporta uma série de importantes mudanças nem, por isso, não fica
isento de introduzir e/ou reproduzir conceitos conservadores.
Isso, além de estar ausente do debate abarcador das determinações fundamentais da
pobreza e da desigualdade social. E, para tanto, estas colocadas como estruturais na
sociedade. E ainda, para ele, Behring (2010), há contradição, também fundamental, se localiza
na luta de classes. Aí, essas compreensões só se vão dar noutros estudos abordando como
temáticas as políticas públicas de assistência no âmbito das lutas de classes. Finalmente, em
se encerrando este artigo, o que se faz ver é a presença das marcas que ficaram. E, nesta
primeira seção, faz-se bem ainda registrar as marcas.
E estas podem ser primeiro, a de reconhecer que a atual política assistencial-social da
cidade se orienta sob a ordem do assistencialismo e, por isso, não comunga com as
necessidades reais da cidade. E, em Bobbio, Matteucci e Pasquino (1998), a de reconhecer
ainda que ao focar a política assistencial-social no ismo vai reproduzir como, em Behring
(2010), os conceitos conservadores e, por isso, ao invés de tentar erradicar com a pobreza e
desigualdade social, só tende a torná-las estruturais na sociedade local.
6.9 Eixos assintomático-político-social-juvenis
Em se tratando de políticas público-sociais, tendo como referência o público juvenil, o
que se vê é a necessidade de o poder público buscar tratamentos lógicos e mais apropriados
aos contextos da juventude. Isso se pensado em termos de cidade e esta sendo Ibirité, o que se
faz ver é que também não há dessas políticas. E, por não havê-las, a juventude fica sem-lugar
e acaba criando por ela mesma seus espaços e modos de desenvolverem suas práticas de vida
e suas culturas.
O que não é bom para a sociedade local, pois que, em situações como essas, isso
significa os jovens sozinhos em seu canto e os pais sem-controle de onde eles e o que eles
estão fazendo. Na verdade, o que se requer dos sistemas, são políticas que garantam que as
famílias conseguem acompanhar e supervisionar os passos dos filhos sem que eles se sintam
incomodados com a supervisão dos pais. Neste sentido, se olhado a contento ao querer
desenvolver-se da juventude, em Silva e Silva (2011), o posicionamento é de que as políticas
públicas para juventude precisam se efetivar como emancipatórias e adequadas às
necessidades específicas das diferentes juventudes.
E ainda, no mesmo sentido, se olhado ao mesmo querer desenvolver-se da juventude,
em Sposito e Carrano (2003), se vão propor a analise das políticas públicas com foco na
juventude, mas conceituando política pública ao modo das condições que o sistema público
dispõe para aplicar e investir nessa juventude, ou seja, é da seguinte forma: “[...] Em sua
165
acepção mais genérica, a ideia de políticas públicas está associada a um conjunto de ações
articuladas com recursos próprios (financeiros e humanos), envolve uma dimensão temporal
(duração) e alguma capacidade de impacto [...]” (SPOSITO e CARRANO, 2003, p. 17).
Quer dizer, ao mesmo tempo, que em Silva e Silva (2011), se quer efetivar as políticas
públicas, atribuindo-as à juventude como forma de emancipá-la de modo adequado à
necessidade e realidade dos jovens, se faz diferente do que se formula, em Sposito e Carrano
(2003), que para tornar essas políticas públicas efetivas e emancipadas vai depender das
condições a que o sistema municipal possa fazê-lo.
A saber, no caso de Ibirité, por exemplo, como o já mencionado, no que tange à
supervisão e acompanhamento da sociedade ou dos pais sobre os seus filhos, é que eles
querem saber, se de manhã, ele está na escola; se á tarde ele está no cursinho; se à noite, ele
está no teatro, no cinema, na igreja, dentre outras. Quer dizer, a política pública precisa ser
pensada - não como sendo unicamente responsáveis pelos jovens, seus pais e a sociedade
onde eles estão inseridos - mas também e, sobretudo, o poder público.
A saber, algo que, em Sposito e Carrano (2003), não se está pensando bem, pois que,
para eles depende das condições do sistema para que as políticas venham a ser aplicadas.
Assim desse modo, se as políticas públicas não garantem segurança aos pais, à sociedade, de
que o lugar onde os jovens estão construindo as suas relações de vida e cultura, é lugar
seguro, isso pode pesar, primeiramente, nos índices de violência e mortes, e usos de drogas, e
envolvimentos no mundo do crime, dentre outros congêneres negativos.
E pesando assim, como fica o estado de consciência do agente politico principal e seus
correlacionais, da vara da juventude no âmbito do sistema judiciário, conselhos tutelares,
conselho de defesa da criança do adolescente. Mas, secundariamente, vai pesar também no
índice de desenvolvimento humano da cidade. Então, nisto se vê de não se tratar apenas do
ente social como indivíduo, mas, sobretudo, ser social e coletivamente contextualizado ao
âmbito da cidade.
É uma questão de responsabilidade social, pois que, a juventude tanto preocupa aos
pais, à sociedade local e vai preocupar mais ainda os poderes públicos da cidade, porque, se
olhar no fundo, no fundo, até os adultos estão sob a responsabilidade desses poderes, quanto
mais os jovens. Agora, de outro modo e noutro sentido, os autores continuam discorrendo,
inclusive, nas políticas públicas voltadas, não somente, para as questões de implantação de
serviços, mas para os conflitos, até já tocados: “[...] Ela não se reduz à implantação de
serviços, pois engloba projetos de natureza ético-política, e compreende níveis diversos de
relações entre o Estado e a sociedade civil na sua constituição [...]” (SPOSITO e CARRANO,
2003, p. 17).
E os autores permanecem discorrendo sobre: “[...] Situa-se também no campo de
conflitos entre atores que disputam orientações na esfera pública e os recursos destinados à
sua implantação. É preciso não confundir políticas públicas com políticas governamentais
[...]” (SPOSITO e CARRANO, 2003, p. 17). Quer dizer, embora os autores toquem nas
questões relacionadas aos projetos ético-políticos corretamente falando, esta proposta
discorda, pois que, a juventude precisa de serviços, de estudos, de diversão, de relações
familiares, e se o poder público não pensar nas políticas voltadas para eles, jovens, isso
implica na falta de ética-politica mesmo.
Por exemplo, se a prefeitura não investe na escola profissionalizante – e já está sabido
que há algumas escolas do gênero na cidade – então tem de investir em políticas voltadas,
quem sabe, para os jovens-aprendizes, inclusive, aproveitando os alunos das escolas
profissionalizantes da cidade. Quer dizer, esses são projetos que tanto valorizam o sistema
municipal, quanto a sociedade local e quanto os jovens.
E estas são políticas que não se excluem às modalidades éticas. Por exemplo, em
Feitosa (2013), se vai ver que os dois não são excludentes, podem sim conviver,
166
pacificamente, inclusive, porque essas políticas vão ajudar a resolver conflitos: “[...] O Direito
do Desenvolvimento se efetiva pelo PIB (Produto Interno Bruto), e pelo IDH (Índice de
Desenvolvimento Humano), baixos. O Direito ao Desenvolvimento exige medidas radicais de
reversão do quadro de desigualdade social, com melhoras crescentes no IDHAD (Índice de
Desenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade), em processo de inclusão social e
participação comunitária [...] (FEITOSA, 2013, p. 175).
Esse é o fim dessas políticas: diminuir os índices negativos de desenvolvimento na
cidade e, para tanto, melhora e aperfeiçoa os índices de desenvolvimento humano, se
considerando, sobretudo, que a cidade precisa trabalhar, humanitariamente. Dado isso, como
já se está ao final da primeira seção, vale ver de suas marcas que ficaram. Nesse caso, tem de
reconhecer que, se o sistema municipal não cria políticas de atenção à juventude, esta fica
sem-lugar e acaba criando por ela mesma seus espaços e modos de desenvolverem suas
práticas de vida e suas culturas.
O que não é bom para a sociedade local, pois que, em situações como essas, isso
significa os jovens sozinhos em seu canto e os pais sem-controle de onde eles e o que eles
estão fazendo. Na verdade, o que se requer dos sistemas, são políticas que garantam que as
famílias conseguem acompanhar e supervisionar os passos dos filhos sem que eles se sintam
incomodados com a supervisão dos pais. E essas políticas públicas para juventude precisam se
efetivar como emancipatórias e adequadas às necessidades específicas das diferentes
juventudes.
A saber, a política pública precisa ser pensada - não como sendo unicamente
responsáveis pelos jovens, seus pais e a sociedade onde eles estão inseridos - mas também e,
sobretudo, o poder público. E se as políticas públicas não garantem segurança aos pais, à
sociedade, de que o lugar onde os jovens estão construindo as suas relações de vida e cultura,
é lugar seguro, isso pode pesar, primeiramente, nos índices de violência e mortes, e usos de
drogas, e envolvimentos no mundo do crime, dentre outros congêneres negativos.
E pesando assim, como fica o estado de consciência do agente politico principal e seus
correlacionais, da vara da juventude no âmbito do sistema judiciário, conselhos tutelares,
conselho de defesa da criança do adolescente. Mas, secundariamente, vai pesar também no
índice de desenvolvimento humano da cidade. Nisto se vê, também, de não se tratar apenas do
ente social como indivíduo, mas, sobretudo, ser social e coletivamente contextualizado ao
âmbito da cidade.
É uma questão de responsabilidade social, pois que, a juventude tanto preocupa aos
pais, à sociedade local e vai preocupar mais ainda os poderes públicos da cidade, porque, se
olhar no fundo, no fundo, até os adultos estão sob a responsabilidade desses poderes, quanto
mais os jovens. Esse é o fim dessas políticas: diminuir os índices negativos de
desenvolvimento humano na cidade e, para tanto, melhora e aperfeiçoa os índices de
desenvolvimento humano, se considerando, sobretudo, que a cidade precisa trabalhar,
humanitariamente. No mais, como em Pais (1990), se vai trabalhar a temática da capacidade
explicativa das teorias clássicas de reprodução social, no que tange às condições sociais e
valores semelhantes. Então, vale ver:
Sem que se possa negar a capacidade explicativa, em determinados contextos de
investigação, das teorias classistas da reprodução social, a coalescência de
jovens de diferentes condições sociais a valores relativamente semelhantes (à
importância dada ao dinheiro, à convivialidade, à moda, à música, ao desporto,
à sexualidade, etc.) é um fenômeno que a teoria das classes tem dificuldades de
explicar. Por outro lado, não é certo que entre jovens pertencentes a uma
mesma classe social se verifique, indiscutivelmente, uma homogeneidade
cultural ou de modos de vida entre esses jovens, como o fará supor o latente
determinismo presente em alguns trabalhos da corrente classista. (PAIS, 1990,
p. 159).
167
Por conseguinte, mas no que tange à capacidade explicativa em contextos de
investigação quanto às teorias clássicas de reprodução social, como em Pais (1990), se vai
trabalhar nessa temática, tal capacidade explica tais teorias pela compreensão de que a
reprodução social, no que tange às condições sociais e valores semelhantes na importância
dada ao dinheiro, na consideração do convívio social como meio de reprodução dos modos de
vida dos homens.
E como nesta temática, o foco está dado para a juventude, então, vale ver que os
modos de vida em foco também e, principalmente, é o dos jovens. Assim sendo, o poder
público tem de dar importância aos bens culturais, sobretudo, como forma de atrativos e
entretenimentos aos jovens. A juventude se faz assim, onde há batidos de violão, logo, se
formulam alguns aglomerados de jovens em torno das músicas; se os batidos se dão sob uma
pelada de futebol, os jovens se comungam nas mesmas sensações.
E nessa formação de grupos juvenis sempre se nos pontuou, favoravelmente, a
história. Haja vista para, em Lima, Carvalho e Lima (2012), abordando sobre esses grupos, e
pontuando sobre o fim da escravidão, na condição de classe, como as diferenças de classes
ficaram ainda mais marcantes. “[...] Os negros formavam novos grupos sociais, como o dos
miseráveis, que, em busca de sobrevivência, faziam trabalhos pesados e colocavam seus
filhos nas ruas, para mendigarem [...]” (LIMA, CARVALHO E LIMA, 2012, p. 651).
E os autores discorrem apontando a forma dos grupos se organizarem: “[...] A rua
passou, portanto, a ser o lugar de sobrevivência para muitas famílias provenientes de classes
populares. Por esse aspecto, passa-se a se entender a condição de crianças e adolescentes em
situação de moradores de rua, associando a delinquência à pobreza e, em consequência, ao
medo social e à condição de periculosidade [...]” (LIMA, CARVALHO E LIMA, 2012, p.
651). Então, pelo extrato se vê que a escravidão durou muito tempo ainda, depois de
legalmente destituída.
E a história começou a contar de crianças, adolescentes e jovens se agrupando nas ruas
fora dos parâmetros previstos pelo poder público. E é sabido que esses agrupamentos de
jovens fora das políticas públicas pensadas pelo poder público, só vão trazer índices que
denotam pontos negativos ao desenvolvimento humano. E nesse ínterim, se observar, em
Starlet (2011), se vai ver que em caráter normativo, infraconstitucional, em relação às
garantias, especificamente, dos direitos da criança, do adolescente e dos jovens.
O direito brasileiro foi marcado por quatro grandes momentos: o primeiro com o
Código de Menores de 1927; o segundo com o Código de Menores 1979; o terceiro com o
Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990, e o mais recente Estatuto da Juventude,
publicado em 2013. E ela mesma se coloca sobre como o Direito reconhece essas instituições
nos conceitos da juventude: “[...] O direito ao desenvolvimento faz parte do direito humano
de terceira geração ou da chamada dimensão, tratado como direito de solidariedade, que é
genericamente caracterizado como direito dos povos, por ter titularidade coletiva ou difusa.
Neles, englobam-se os direitos à paz, à autodeterminação dos povos, ao desenvolvimento e ao
meio ambiente sadio e economicamente equilibrado [....]” (STARLET, 2011, p. 49).
E o autor pontua sobre como as políticas se efetivam: “[...] E explica que os direitos de
terceira geração são chamados de direitos de solidariedade e de fraternidade, em face de sua
implicação universal ou, no mínimo, transindividual e por exigirem esforços e
responsabilidades em escala até mesmo mundial para sua efetivação [...]” (STARLET, 2011,
p. 49).
Quer dizer, esses são os termos na forma como os grupos se organizam e se efetivam
socialmente. Isso é tão significativo que não tem como pensar em políticas públicas para a
juventude, sem não se falar em bandas de músicas, seja no pátio da escola, na Praça principal,
nos coretos das matrizes religiosas, ou mesmo, nos grupos de teatro, como, por exemplo, em
Histórias de Ibirité (2018), o Grupo do Apoio, nos tempos do Projeto Cultural de Ibirité que,
168
além da teatralização das linguagens, promoviam dramatizações e, conjugados trabalhos com
a Frente de Cinema, promoviam sessões em Cineclubes, dentre outros.
Quer dizer, e se o poder público não pensa em políticas públicas desses gêneros,
comportamentos diferentes e variados de jovens podem se aperceber adotados, por exemplo,
em Frezza, Maraschin e Santos (2009), se vão afirmar que “[....] as ações de políticas públicas
de juventude podem tanto contribuir para criar novos sentidos e práticas para e pelos jovens,
como podem, simplesmente, reforçar as concepções e modos de viver dominantes reservados
à juventude dita em maior vulnerabilidade social [...]” (FREZZA, MARASCHIN e SANTOS,
2009, p.316).
Quer dizer, políticas públicas precisam ser para ajudar os jovens a se construírem
enquanto cidadãos, senão isso deixá-los que fique a sós com eles mesmos, vão promover suas
culturas a seu modo. E aí, não se sabe mesmo ao certo o que pode acontecer se estão às
margens da vulnerabilidade. Agora, se olhado aos olhos das marcas que ficaram nesta
segunda seção, o que se vê é que para se compreender a juventude é só trabalhar nessa
temática, em que tal capacidade se explica as teorias pela compreensão de que a reprodução
social.
E, sobretudo, no que tange às condições sociais e valores semelhantes na importância
dada ao dinheiro, na consideração do convívio social como meio de reprodução dos modos de
vida dos homens. E como nesta temática, o foco está dado para a juventude, então, vale ver
que os modos de vida em foco também e, principalmente, é o dos jovens. Então, o poder
público tem de dar importância aos bens culturais, sobretudo, como forma de atrativos e
entretenimentos aos jovens.
A juventude se faz assim, onde há batidos de violão, logo, se formulam alguns
aglomerados de jovens em torno das músicas; se os batidos se dão sob uma pelada de futebol,
os jovens se comungam nas mesmas sensações. E nessa formação de grupos juvenis sempre
se nos pontuou, favoravelmente, a história. E é sabido que esses agrupamentos de jovens fora
das políticas públicas pensadas pelo poder público, só vão trazer índices que denotam pontos
negativos ao desenvolvimento humano, principalmente, por estão em estado de
vulnerabilidade.
E esses são os termos na forma como os grupos se organizam e se efetivam
socialmente. Isso é tão significativo que não tem como pensar em políticas públicas para a
juventude, sem não se falar em bandas de músicas, seja no pátio da escola, na Praça principal,
nos coretos das matrizes religiosas, ou mesmo, nos grupos de teatro, como, por exemplo, em
Histórias de Ibirité (2018), o Grupo do Apoio, nos tempos do Projeto Cultural de Ibirité que,
além da teatralização das linguagens, promoviam dramatizações e, conjugados trabalhos com
a Frente de Cinema, promoviam sessões em Cineclubes, dentre outros.
A saber, políticas públicas precisam ser para ajudar os jovens a se construírem
enquanto cidadãos, senão isso deixá-los que fique a sós com eles mesmos, vão promover suas
culturas a seu modo. E aí, não se sabe mesmo ao certo o que pode acontecer se estão expostos
à vulnerabilidade. No mais, como em Sposito e Corrochano (2005), não se propõem a definir
o conceito de juventude, mas problematizam a categoria jovem ou juventude, ao considerarem
em nota que:
Trata-se não apenas de reiterar o caráter histórico e cultural da condição
juvenil, mas de pressupor que os modelos simbólicos que tendem a compor uma
imagem do que devem ser os jovens em uma determinada sociedade, além de
normatizar sobre o trânsito para uma condição adulta considerada desejável,
delimitam aquilo que pode ser reconhecido como o comportamento legítimo
para o próprio momento do ciclo de vida. Apesar da diversidade de modelos, é
possível considerar que algumas formas constituem dominância e passam a
orientar a experiência concreta dos jovens, mas adaptadas às peculiaridades
169
que decorrem de classe social, sexo, etnia, extração religiosa, condição
(SPOSITO e CORROCHANO, 2005, pp.141-172).
Em se continuando, a olhar para a temática da reiteração ao caráter histórico da
condição juvenil, sob os modelos simbólicos que tendem a compor sua imagem, como em
Sposito e Corrochano (2005), não se propõem a definir o conceito de juventude, mas
problematizam a categoria jovem ou juventude, ao considerarem a composição da imagem
juvenil sob as normatizações que estes jovens têm de adotar e, de certa forma, obedecerem,
para serem reconhecidos na sua passagem para a condição adulta.
E isso é coisa dos contextos sociais. Dependendo do grupo social, dali, surgem regras
a serem impostas aos jovens. Dado isso, vale compreender as situações de jovens colocados,
muitas vezes, sob a ordem desses grupos sociais, se considerando o Projeto Viva (2012), em
que se refere às políticas e programas direcionados à juventude, com especial atenção aos
jovens negros, entre 15 e 29 anos, do sexo masculino, em sua maioria, com baixa
escolaridade, os quais vivem nas periferias dos centros urbanos.
A saber, o atendimento prioriza, independentemente, da cor, da raça, os jovens em
situação de exposição à violência, aqueles que se encontram ameaçados de morte, em situação
de violência doméstica, em situação de rua, cumprindo medidas socioeducativas, egressos do
sistema penitenciário e usuários de crack e outras drogas. Tudo isso, o Projeto juventude Viva
(2012) assumiu compromissos de tentar recuperá-los e reinseri-los aos contextos sociais sem-
estigmas.
Para tanto, ainda se faz necessário observar: “[...] Do ponto de vista repressivo, as
políticas de segurança, focadas na criminalidade juvenil são, de um lado, cobertas para um
sistema de sanção especial de adolescentes em conflito com a lei, por meio das diretrizes do
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e do Sistema Nacional de Atendimento
Socioeducativo (SINASE). Do outro, para os jovens não adolescentes, com ações que se
dividem em policiamento ostensivo, persecução penal e execução penal [...]” (FERREIRA et
al 2009, p.199). É para isso que se pensam nas políticas públicas no âmbito da juventude.
A saber, ou a política tem o papel principal de entreter os jovens, nalguns lugares,
indiretamente controlado pelo poder público, pelas famílias, pela sociedade. Isso, para não se
os deixar influenciar pelos requintes de desigualdades e, por isso, expostos aos processos
negativos de vulnerabilidade, enveredando-se pelos guetos da vida, correndo-se aos riscos de
se tornarem expostos à marginalidade.
Ou a política tem o papel principal de recuperar os jovens que já se encontram nessas
situações. Então, mais uma vez, a política pública tem o seu papel importante na vida da
juventude. Contudo, olhar para os jovens sem contar com uma política público-desportiva,
por exemplo, e pensar nas caminhadas coletivas - tanto conta com jovens, adultos e idosos -
mas também, nos campeonatos desportivos, quando o espírito de competividade é incentivado
e aceito por eles com muito prazer, brandura e alegria, dentre outras competividades do
âmbito cultural-desportivo que, além de ser saudáveis ao corpo, faz todo um trabalho de
respeito e convenção disciplinar.
O que os ajudam muito das iniciativas e defesas na formação de habilidades do campo
educacional. Entretanto, se olhado assim, vê-se que, em Silva e Silva (2011), por sua vez,
aponta que: “[...] Um dos principais desafios para a implementação de uma política pública
asseguradora de direitos sociais para a juventude é obter a mobilização permanente da
sociedade civil, conjugada à vontade e à decisão política para ampliar, aperfeiçoar, avaliar e
monitorar, além de realizar o controle social democrático das atuais iniciativas.” (SILVA e
SILVA, 2011, p.670).
Finalmente, disso posto, vale compreender as políticas públicas voltadas para a
juventude com sentido de resgates culturais, a saber, hábitos já perdidos; de implementos de
culturas novas, ou seja, culturas ainda não praticadas no âmbito da cidade, que possam se
170
tornar viáveis aos contextos de valorização dos hábitos da juventude, no âmbito da cidade
como um todo pensado público e politicamente organizado.
6.10 Eixos assintomáticos-político-virtuais
No que concerne às políticas virtuais, faz-se bem saber que, em Sodré (2008), é
possível perceber que a sociedade contemporânea vem marcada pela “comunicação
generalizada”, na qual, se insinua nas estruturas sociais, permeando as relações intersubjetivas
e estabelecendo o que vem sendo denominado de realidade virtual.
Para tanto, como pensa: “[...] A rede tecnológica confunde-se com o processo
comunicacional, resultando, no âmbito da mídia, a imagem-mercadoria, característica da
contemporaneidade [...]” (SODRÉ, 2008, p.19). Então, essa comunicação que o autor chama-
a de ‘generalizada’, mas que se funda na imagem-mercadoria vai trazer aos conceitos de
mundo virtual a capacidade humana de viver dois mundos diferentes e, ao mesmo tempo, o
real e virtual.
Para o autor, a virada do século é caracterizada pela transição da comunicação
centralizada, vertical e unidirecional, para uma comunicação marcada pelas possibilidades
trazidas pelo avanço técnico das telecomunicações, como a interatividade e multimídia. Para
alguns teóricos, segundo Sodré (2008), se referem a essas tecnologias como “pós-midiáticas”.
A saber, as novas tecnologias apoiam e coincidem, em termos econômicos, “[...] com
a extraordinária aceleração da expansão do capital, o que o autor chama de
“turbocapitalismo”, esse processo tendencial de transnacionalização do sistema produtivo e de
atualização do velho liberalismo de Adam Smith, a que se vem chamando de ‘globalização’ e
cuja autopropaganda, atravessada pela ideologia do pensamento único, lhe atribui poderes
universais de uniformização [...] (SODRÉ, 2008, p.11).
Então, os pensadores das políticas público-virtuais precisam estar cientes, no universo
virtual, dessa globalização, mas, sobretudo, ciente de que esta, em nome de uma unicidade,
promove, cada vez mais, a desigualdade social entre os povos. Para tanto, no caso de Ibirité,
por exemplo, aonde as políticas virtuais assumirão papéis influentes, senão nos campos de
comunicação das redes sociais, então, tais políticas não poderão ser elaboradas com sentido
de governar as redes virtuais, se considerando que essas já têm seus administradores oriundos
de um campo mais geral.
E o Estado mínimo não exerce poder jurisdicional sobre elas. Entretanto, tais políticas
público-virtuais poderão ser pensadas, elaboradas e implementadas desde que sejam voltadas
para o uso dessas redes virtuais-sociais como meios de publicação, de comunicação e de
divulgação de imagens, de trabalhos, de diversas atividades no sistema político-público-
municipal e na cidade como um todo influente e, ao mesmo tempo, influenciado pelas
políticas virtuais.
Mas, os pensadores das políticas virtuais, mesmo messe campo particularmente
citadino, precisam observar como se caracterizam certas redes de influência, sobretudo, em
Collaro (2005), a frequência com que arranjos visuais são explícita ou implicitamente usados,
caracterizará o estilo ou a linha editorial de um jornal ou revista, que integram um complexo
processo de inter-relações sociais. E isso, na verdade, vai além, à medida que o futuro das
artes gráficas, esteja em redução de fase de execução, e no crescimento do conhecimento que
transcende a simples produção da mancha gráfica.
E ele assevera que o “[...] conhecimento de recursos técnicos, aliado à estética visual,
proporcionará a esse profissional, um longo caminho através dos tempos. O gerenciamento
das fases de fluxo operacional das artes gráficas permite-nos dizer que tal conhecimento,
independente da área de atuação dos profissionais de comunicação social, pois, mesmo sem o
conhecimento técnico necessário para executar tarefas complexas de produção e impressão,
171
caberá a eles a aprovação de campanhas publicitárias, embalagens, e a produção de
apresentação de produtos nas mídias impressa e digital [...]” (COLLARO, 2005, p. 35).
Para tanto, numa verdade, é isso o que se quer com as políticas virtuais, ou seja, estas
como sendo utilitárias no respaldo e preparação de campanhas publicitárias, de preparação de
imagens no campo da impressão gráfica, mas também, no campo das publicidades visuais;
imagens, por exemplo, que vão causar impressão no consumidor, através de embalagens e a
forma de determinado produto se apresentar ao público consumidor, nos entre meios
comerciais da cidade.
Quer dizer, é esse tipo de regulação sobre os comércios virtuais, que as políticas
públicas virtuais deverão regular, no entanto, também, servirão de referência para as mídias
impressas, como jornais, revistas impressas, revistas virtuais, e até mesmo, os canais virtuais e
de televisão e audiovisuais. A saber, é sob esse olhar de Collaro (2005), que a cidade precisa
se fazer presente nos campos virtuais. E nada como as políticas virtuais e as de comunicação
social, para tornar os canais de comunicação sejam estes visuais, audiovisuais, virtuais,
impressos, dentre outros, todos precisam estar contextualizados às políticas públicas feitas
para a cidade.
Por fim, como esta é a primeira seção deste artigo, faz-se necessário registrar as suas
marcas que ficaram. A marca reconhece como que, em Sodré (2008), a rede tecnológica
confunde-se com o processo comunicacional, resultando, no âmbito da mídia, a imagem-
mercadoria, característica da contemporaneidade. Para o autor, a virada do século é
caracterizada pela transição da comunicação centralizada, vertical e unidirecional, para uma
comunicação marcada pelas possibilidades trazidas pelo avanço técnico das
telecomunicações, como a interatividade e multimídia.
E os pensadores das políticas público-virtuais precisam estar cientes, no universo
virtual, dessa globalização, mas, sobretudo, ciente de que esta, em nome de uma unicidade,
promove, cada vez mais, a desigualdade social entre os povos. E no caso de Ibirité, por
exemplo, aonde as políticas virtuais assumirão papéis influentes, senão nos campos de
comunicação das redes sociais, então, tais políticas não poderão ser elaboradas com sentido
de governar as redes virtuais, se considerando que essas já têm seus administradores oriundos
de um campo mais geral.
E o Estado mínimo não exerce poder jurisdicional sobre elas. E tais políticas público-
virtuais poderão ser pensadas, elaboradas e implementadas, desde que sejam voltadas para o
uso dessas redes virtuais-sociais como meios de publicação, de comunicação e de divulgação
de imagens, de trabalhos, de diversas atividades no sistema político-público-municipal e na
cidade como um todo influente e, ao mesmo tempo, influenciado pelas políticas virtuais.
Para tanto, numa verdade, é isso o que se quer com as políticas virtuais, ou seja, estas
como sendo utilitárias no respaldo e preparação de campanhas publicitárias, de preparação de
imagens no campo da impressão gráfica, mas também, no campo das publicidades visuais;
imagens, por exemplo, que vão causar impressão no consumidor, através de embalagens e a
forma de determinado produto se apresentar ao público consumidor, nos entre meios
comerciais da cidade.
Quer dizer, noutra verdade, é esse tipo de regulação sobre os comércios virtuais, que
as políticas públicas virtuais deverão regular, no entanto, também, servirão de referência para
as mídias impressas, como jornais, revistas impressas, revistas virtuais, e até mesmo, os
canais virtuais e de televisão e audiovisuais. No mais, como na próxima seção, em Redação
(2001), se vai ver sobre a temática de como se estabelecer a visibilidade e legibilidade
tipográfica no âmbito do planejamento gráfico. Então, vale ver:
[...] Em um planejamento gráfico, há certos princípios ou pressupostos básicos,
pelos quais um editor se pauta para produzir a notícia. A seleção, composição,
organização, classificação, relação, produção, legibilidade, visibilidade e
172
tipografia são alguns deles. Estabelecer o elo entre as duas linguagens, texto e
imagem, provendo a interconexão entre elas, é atribuição do editor gráfico,
conforme o texto a ser publicado, também deve saber, “[...] diante de uma foto,
o melhor corte a lhe ser dado, em decorrência da ênfase que importa à edição e
do conjunto visual da página [...] (REDAÇÃO, 2001, p. 33).
Mas, em se tratando planejamento gráfico, no que se concerne em Redação (2001),
aonde se vai ver sobre a temática de como se estabelecer a visibilidade e legibilidade
tipográfica, tendo o âmbito do planejamento gráfico, como referência. Então, vale ver que este
autor preocupa-se com as questões relacionadas às noticias do ponto de vista da impressão
gráfica, não do ponto de vista da própria notícia.
Quer dizer, ele olha pelo elo que proporciona ligação entre as duas linguagens, texto e
imagem, ao mesmo tempo. A saber, para ele, Redação (2001), a notícia, para ser notícia,
precisa trazer com ela a imagem que contextualiza os fatos, senão assim, possivelmente, a
notícia torna-se incompleta, no que tange aos processos de produção gráfica. Quer dizer, nele
há uma preocupação grande com a estética, não necessariamente, com os fatos. Entretanto,
para se fizer a interconexão entre as duas situações, texto e imagem, é preciso, antes de tudo,
considerar a notícia pela própria notícia, antes de quaisquer contextualizações textuais.
E aí, já se sabe que esta corre tão-rapidamente que o ato de torná-la notícia, no âmbito
do planejamento gráfico, desimpede-a de acontecer, pois que, embora tão-rapidamente, mas
esta ficando somente entre alguns que a presenciaram e outros que a receberam por repasse,
mais valem estas no âmbito das notícias expressamente gráficas e áudio-visualmente
divulgadas e acobertando maiores informações e informados, do que apenas repasses de
notícias. E esse, ao ver desta proposta, é o olhar conceitual de Redação (2001).
No entanto, em Sodré (2008), defende-se que estas características de uniformização
são, na verdade, mais aparentes do que de fato concretas, tendo em vista a globalização como
fenômeno claramente regional, em seu modo de ação, uma vez, que os investimentos
concentram-se em determinadas regiões do mundo. E se assim o faz, significa que o
fenômeno da globalização não se formaliza conforme os conceitos construídos pelos povos
componentes do mundo, pois que, não os engloba a todos, deixando sempre marcas de
desigualdade.
Nisto, haja vista para: “[...] O que este fenômeno teria de “global”, então, é a medida
da velocidade de deslocamento de capitais e informações, tornadas possíveis pelas
teletecnologias. De fato, o que o fenômeno globalista (já antigo) tem de muito novo no fim
deste milênio [...]” (SODRÉ, 2008, p.12). Agora, isso combinado aos olhares que se dão para
o conjunto dos elementos visuais, se comparado aos aspectos técnicos do planejamento
gráfico, vai-se ver que as teletecnologias avançam muito mais que a própria globalização, que
ganha perfis fenomenais, mas não consegue unificar os povos, embora o tenha em seu bojo
como objetivo principal.
E as teletecnologias unificam tanto, ao ponto de quaisquer povos em quaisquer cantos
do mundo, se faz possível perceber a existência da comunicação. Então, vale até perguntar
ainda que indiretamente, que globalização é esta que ao invés de igualar, desiguala. Sendo
assim, ao mais tardar, os conjuntos dos elementos visuais de que se fala, aprecem sob os
olhares, em Mcluhan (1999), num olhar sobre o todo, no conjunto dos elementos visuais que
integram as páginas de jornal, o estudioso e pesquisador, no campo da comunicação, defende
a ideia de que a página do jornal teria quebrado a linearidade do livro, isto é, a apresentação
de forma simultânea de várias histórias, em sistema mosaico.
Quer dizer, ele assegura que o livro: “[...] é uma forma restrita e confessional que nos
leva ao ponto de vista individual, enquanto que o jornal, ao contrário, exige a participação
coletiva. Dessa forma, torna-o, juntamente como as revistas, um dos mais importantes
173
veículos de comunicação de massa [...]” (MCLUHAN, 1999, p. 231-2). Quer dizer, o autor
parece preocupar-se muito com as páginas do jornal sob o ponto de vista tipográfico.
Entretanto, seus incômodos não estão ligados, tão-só e somente só, às tipografias, pois
que já é sabido que os elementos visuais tanto se fazem presentes nas linguagens impressas
quanto nas não impressas, ou seja, no mundo virtual, por exemplo, as linguagens gráficas,
mas não impressas aparecem despontando muito mais teor imagístico seja na cor, no tom da
cor, na combinação de cores, no entoar das palavras sonorizadas e combinadas ao estado
emocional do sujeito virtual, tão-significativamente forte, que o mundo virtual tem-se
aparecido muito mais atrativo aos olhos do leitor-internauta do que aos olhos do leitor-texto-
impresso.
E talvez, seja este o motivo de, em Mcluhan (1999), incomodar-se tanto com as
páginas do jornal impressas. Pode ser que, para ele, as linguagens virtuais tenham atraído
maiores números de leitores. Enfim, como se está ao final da segunda seção, faz-se bem
observar-se das marcas que ficaram. Para tanto, vale ver que este autor preocupa-se com as
questões relacionadas às noticias do ponto de vista da impressão gráfica, não do ponto de
vista da própria notícia.
Entretanto, para se fizer a interconexão entre as duas situações, texto e imagem, é
preciso, antes de tudo, considerar a notícia pela própria notícia, antes de quaisquer
contextualizações textuais. Contudo, mais valem estas no âmbito das notícias expressamente
gráficas e áudio-visualmente divulgadas e acobertando maiores informações e informados, do
que apenas repasses de notícias. E se assim o faz, significa que o fenômeno da globalização
não se formaliza conforme os conceitos construídos pelos povos componentes do mundo, pois
que, não os engloba a todos, deixando sempre marcas de desigualdade.
Daí vai-se ver que as teletecnologias avançam muito mais que a própria globalização,
que ganha perfis fenomenais, mas não consegue unificar os povos, embora o tenha em seu
bojo como objetivo principal. E as teletecnologias unificam tanto, ao ponto de quaisquer
povos em quaisquer cantos do mundo, se faz possível perceber a existência da comunicação.
Então, vale até perguntar ainda que indiretamente, que globalização é esta que ao invés de
igualar, desiguala.
E o autor parece preocupar-se muito com as páginas do jornal sob o ponto de vista
tipográfico, entretanto, seus incômodos não estão ligados, tão-só e somente só, às tipografias,
pois que já é sabido que os elementos visuais tanto se fazem presentes nas linguagens
impressas quanto nas não impressas, ou seja, no mundo virtual, por exemplo, as linguagens
gráficas, mas não impressas aparecem despontando muito mais teor imagístico.
Isso seja na cor, no tom da cor, na combinação de cores, no entoar das palavras
sonorizadas e combinadas ao estado emocional do sujeito virtual, tão-significativamente forte,
que o mundo virtual tem-se aparecido muito mais atrativo aos olhos do leitor-internauta do
que aos olhos do leitor-texto-impresso. No mais, como na próxima seção, em Castells, (2002),
se vai ver sobre a temática da comunicação baseada na integração dos múltiplos modos de
comunicação. Então, vale ver:
“O que caracteriza o novo sistema de comunicação, baseado na integração em
rede digitalizada de múltiplos modos de comunicação, é a sua capacidade de
inclusão e de abrangência de todas as expressões culturais (...). É precisamente
devido a sua diversificação, multimodalidade e versatilidade que o novo sistema
de comunicação é capaz de abarcar e integrar todas as formas de expressão,
bem como a diversidade de interesses, valores e imaginações, inclusive a
expressão de conflitos sociais” (CASTELLS, 2002. p 460 )
Conquanto, se faz perceber que, em se tratando de um novo sistema de comunicação
que, em Castells, (2002), se vai ver sobre a temática da comunicação baseada na integração
dos múltiplos modos de comunicação e sua extrema capacidade de inclusão das diversas
174
expressões culturais espalhadas pelo mundo. Então, valem ver, em Mattos (2001), a relação
entre sociedade e Estado, o grau de distanciamento ou aproximação, as formas de utilização
ou não de canais de comunicação entre os diferentes grupos da sociedade e os órgãos públicos
– que se refletem.
E se incorporam fatores culturais, como acima referidos – estabelecem contornos
próprios para as políticas pensadas para uma sociedade. “[...] Indiscutivelmente, as formas de
organização, o poder de pressão e articulação de diferentes grupos sociais no processo de
estabelecimento e reivindicação de demandas são fatores fundamentais na conquista de novos
e mais amplos direitos sociais, incorporados ao exercício da cidadania [...]” (MATTOS, 2001,
p.30).
Quer dizer, ambas as autoras tocam de modo diferente, mas sobre o mesmo assunto, se
considerando, primeiramente, sob a diversificação e multimodalidade conjugada ao versátil
modo de um sistema se comunicar-se, conforme em Castells (2002), se possibilita. Daí, como
as pautas deste artigo se alinham sob as temáticas das políticas públicas virtuais, o modo de
desenvolver essa versatilidade comunicacional só vai fazer com que tais políticas se efetivem
e se tornem mais eficazes, cada dia. Secundariamente, em Mattos (2001), se tecem as
considerações de uma versatilidade fundamentada nas conquistas de novos e mais amplos
direitos sociais.
E, ainda por cima, esses estão ligados à ampliação do exercício da cidadania. Logo,
em Castells (2002), se constrói o sentido da inclusão social pela versatilidade do novo modo
de fazer comunicação social, para tanto, usando-se as tecnologias virtuais. Já, em Mattos
(2001), essa mesma versatilidade vai ampliar – em função das reivindicações – as conquistas
dos novos direitos sociais conjugados ao exercício da cidadania. E isso, na verdade, se resume
em fazer a inclusão social dos sujeitos através das redes sociais de comunicação.
E nesse teor das linguagens que edificam e, ao mesmo tempo, unificam, é que se
avaliam os processos de conhecimentos, conforme em Gobbi (2010), avaliar o estado do
conhecimento no campo acadêmico e profissional da Comunicação Social, na última década,
passa por vários desafios: “[...] Embora em estágio avançado, se comparado com outras
regiões, principalmente da América Latina, a área ainda busca a ampliação dos níveis de
excelência na formação universitária e na inserção dos egressos no mercado profissional [...]”
(GOBBI, 2010, p.16).
Mas, ele permanece discorrendo: “[...] Outras características da Comunicação Social
altercadas são o amplo entendimento sobre o conceito do campo comunicacional, as
definições de suas fronteiras, objetos, agentes (produtores e consumidores), cenários e
produções) [...]” (GOBBI, 2010, p.16). Nisto, se avalia por causa dos avanços da
comunicação social, não somente no âmbito do Jornalismo, da Publicidade e Propaganda,
mas, sobretudo, nos campos virtuais.
Essa comunicação vem ganhando, cada dia, mais impulso e visibilidade, e participação
social, e sugestões de mídias, e leituras cada vez mais contextuais e a contento aos conceitos
da diversidade. Quer dizer, estes, muitas vezes, contrários ao que em, Marshall (2003), vem
chamar de hegemonia publicitária: “[...] A hegemonia da publicidade representa, sobretudo, a
hegemonia de um modo de vida, uma concepção humana de ser e estar, do que é ter e do que
é representar. A publicidade permite ao ser humano encarnar um conceito, uma ideia ou uma
imagem [...]” (MARSHALL, 2003, p.96).
A saber, na hegemoneidade, dá-se a entender que a comunicação está sendo realizada
de modo igual para todos os cidadãos. Nisso, se sabe que, como direito, os cidadãos têm se
comunicado mundo a fora, entretanto, não se os podem considerar iguais, por causa das falhas
de comunicação. E falhas acontecem tanto no mundo real quanto no virtual. Agora, entender
isto pelo universo das profusões de informações, conforme em Anjos e Ezequiel (2011), é
outra incógnita a ser decifrada, por exemplo: “[...] Frente à existência de uma profusão de
175
informações, é premente se desenvolver a habilidade para decidir como e o quê se quer obter
no mundo virtual, como processar os 93 resultados obtidos e, por último, como usá-los para
concluir a tarefa específica que motivou a busca de informação [...]” (Anjos e Ezequiel, 2011,
p. 72).
Daí, se compreender que essas buscas de informações, só se as conseguem mais
facilmente, por causa da democracia presente nos processos de comunicação social pela
internet. E isso depende das políticas público-virtuais. Se há democracia, estas significam as
políticas estarem abertas e avançadas proporcionando ao mundo se comunicar livremente. E
aí, no âmbito das profusões de informações, como em Anjos e Ezequiel (2011), as
conversações e redes sociais vão justificar a existência de políticas públicas, sobretudo,
democráticas até em localidades mais próximas dos grandes centros urbanos como Ibirité, por
exemplo.
Daí ainda, se olhados por esses adventos, se vai ver: “[...] Com o advento dos sites de
rede social, essas conversações online passaram a criar novos impactos, espalhando-se pelas
conexões estabelecidas nessas ferramentas e através delas, sendo amplificadas para outros
grupos. São centenas de milhares de novas formas de trocas sociais que constroem
conversações públicas, coletivas, síncronas e assíncronas, que permeiam grupos e sistemas
diferentes, migram, espalham-se e semeiam novos comportamentos. São conversações em
redes [...]” (RECUERO, 2012, p. 121).
E essas conversações de que a o autor fala que precisam ficar sintomatizadas no
âmbito do sistema público municipal. E isso só se os fazem, através de políticas públicas
convencionadas na própria localidade onde, normalmente, se fazem as comunicações e, para
tanto, se há detectadas ausências delas no lugar. Portanto, é o caso de Ibirité.
Finalmente, como esta é a última seção deste artigo, faz-se bem frisar de suas marcas
que ficaram e, entre as principais, no entanto, no que concerne às políticas virtuais, faz-se bem
saber que, em Sodré (2008), é possível perceber a sociedade contemporânea marcada pela
“comunicação generalizada”, na qual, se insinua nas estruturas sociais, permeando as relações
intersubjetivas e estabelecendo o que vem sendo denominado de realidade virtual.
6.2 Consideráveis teórico-finais
Em se tratando de marco de conceituação e contextualização teórica, o que se pensou
possível fosse fazer, foi apontar nesta tarefa textual o que, de fato, marcou significativamente,
o plano de ações gerais, no modo como essas marcas se fizeram destacadas, nos contextos
histórico-político-sociais-administrativos, e os contrastes sobre que estes se vieram pautados.
Nisso importou, sobretudo, aos pontos de vistas teóricos, o em que e com quem se os
contrastaram como estes se realizaram, em que e até onde a cidade participou desses fatos que
se destacaram e, por isso, marcaram, politicamente, a vida dela.
E, ao lado disso, sob as mais bem-recomendadas referências: conceituais-histórico-
teóricas: consultas virtuais, legislações vigentes e, também, sob as leituras e observações dos
mais recentes e críticos artigos científicos, estes se afirmaram enquanto marco teórico. Então,
no que se postou ficar, possivelmente teorizado, e essas contextualizações girassem apenas
em torno dos eixos-problemas e que, por serem os mais necessitários de toques teóricos,
também requeressem pormenorizadas fundamentações e experiências respaldadas pelas mais
diversas e atualizadas referências bibliográficas focadas sempre nos conceitos e teores
desejados. E isso se despontou, claramente, ocorrido.
Para tanto, apontados e fundamentados eixos teóricos sumamente importantes para a
constatação das experiências vivenciadas pelos autores. E nisso, realmente, necessárias para a
176
desenvoltura do plano de ações gerais, além de comprovadas, cientificamente, que os
problemas da cidade pudessem ser difíceis, sonhados demasiadamente, mas não impossíveis
de - tratados à luz de boas políticas públicas, boa gestão, ainda que de longo prazo –
tornassem-se passíveis de soluções.
Logo, ao sabor das mais atualizadas referências bibliográficas e sob as boas reflexões
críticas, pretendeu-se chegar ao marco teórico da conceituação e contextualização, tendo
como referências temáticas de base, as principais problemáticas sob as quais, Ibirité vem
experimentando, com o passar dos anos. Experimentações estas que – agora, pós-teorizadas -
servirão para, a partir delas, se apontarem, também, os eixos contextuais propositivos nas
práticas políticas futuras da cidade. Para tanto, marcos propositivos com os quais se pretende
dar norte político sob os conceitos de cidade desejados.
7 MARCO DE CONTEXTUALIZAÇÃO PROPOSITIVA
7.1 Contextualizáveis propositivo-iniciais
Em se tratando de marco de contextualização propositiva, o que se pensa possível
fazer, é a partir dos eixos construídos, apurados e levantados com os estudos no entorno do
referencial teórico, apontar nesta tarefa textual o que, de fato, significativamente, pode gerar
as proposições referentes aos contextos do plano de ações gerais, no modo como essas
proposições se fizerem destacadas, nos contextos histórico-político-sociais-administrativos, e
os contrastes sobre que estas se vieram pautadas.
Nisso importa, sobretudo, aos pontos de vistas práticos, o em que e com quem se as
contrastaram na realidade social. E assim, como estas se devem situar, em que e até onde a
cidade participa delas e, por isso, marcaram-na, politicamente, ao ponto de estas se tornarem
propostas de governo municipal, para a legislatura que se dará entre 2021-2024.
Para tanto, necessárias para a desenvoltura do plano de ações gerais, além de
comprovadas, cientificamente, que os problemas da cidade possam ser difíceis, sonhados
demasiadamente, mas não impossíveis de - tratados à luz de boas políticas públicas, boa
gestão, ainda que, muitos deles, de longo prazo – tornem-se passíveis de soluções. Logo,
eixos sumamente importantes para dar norte a todos os processos de construção e demarcação
propositiva de todo o capítulo das contextualizações práticas do plano de ações gerais para a
cidade.
E estes sob as boas reflexões críticas, pretende-se chegar a esta contextualização, tendo
como referências temáticas de base, as principais problemáticas teorizadas nos introitos, nas
justificáveis e nos referenciais teóricos. Aliás, problemáticas essas, com as quais, Ibirité vem
convivendo, no passar dos anos. Para ela, experiências que servirão para apontarem, também,
os contextos sociais passíveis de desejadas práticas políticas futuras na cidade. Portanto, eixos
propositivos, os quais, se os pretende pautar:
QUADROS SITUACIONAL-PROPOSITIVO-CONTEXTUALIZÁVEIS
7.1.1 Eixos democrático-participativos
TÓPICO 1 - Mesmo tendo havido participação ativa do eleitor/apoiador, durantes as
eleições, essas escolhas para cargos confiáveis tem de passar por avaliações técnicas e
177
políticas, dentro de um congresso convocado para esse fim, e proceder com as escolhas,
necessariamente.
PROPOSTA 1
IBIRITÉ, ESCOLHA DE COMISSIONADOS SOB OS CRITÉRIOS TÉCNICO-
PROFISSIONAIS, AMPARADOS PELA PARTICIPAÇÃO POPULAR E
COLOCADOS COMO MEIOS DE DESENVOLVIMENTO POLÍTICO-
ADMINISTRATIVO.
Em se tratando de participação popular, num dos campos de ação do
desenvolvimento social, o que se vê em nossa cidade, primeiramente, é a falta de vontade
política de experimentar coisas novas nas práticas da administração pública municipal, seja
por medo, por falta de experiência ao lidar com o novo, seja por outras razões, o fato é que
sempre preferem ao modo antigo de fazer política, a investir no novo. E aí, se o sistema que
se instala não acredita em sua própria capacidade de administração da coisa pública, como
vai atrair confianças de outrem para essa mesma administração?
Esse é um fator preponderante. Outro é que se a chapa foi eleita, terá sido porque tem
a confiança da população para o exercício de seu mandato. Enfim, uma vez eleita, o que se
tem a fazer é executar suas tarefas com responsabilidade, dedicação e boa vontade visando à
atração da confiança de outrem com sentido de investimentos diversos, dentre econômicos,
na cidade, seja desconstruindo, reconstruindo e seja, ao mesmo tempo, construindo a partir
de seus planejamentos que, na realidade, só de planejar a cidade, pode ser que isso já seja
visto como um dado novo. Logo, investir nas forças populares pode contrair experiências
provedoras a o desenvolvimento humano.
Assim dessa maneira, no caso de Ibirité, o que se coloca como proposta de
desenvolvimento social e popular começa – tão-somente, seja constatada eleição da chapa
majoritária - na convocação de um primeiro Congresso Municipal para deliberar sobre
assuntos de natureza político-administrativa. Daí fica perceptível necessidade de se pautar
todos os serviços de cunho administrativos, com os quais se adota e se tomará decisões, no
decorrer do ano seguinte pós-empossada a chapa.
Para tanto, numa primeira etapa, os serviços de cunho administrativos de que se fala
se soma desde a convocação do/dos partidos componentes básicos da Frente Partidária
privilegiada com a vitória no pleito eleitoral, passando por momentos de avaliações da
campanha, às composições de: uma equipe para montagem e organização do Congresso
Municipal; outra equipe de transição de governo, e ainda outras que se fizerem necessárias
até o momento em que se iniciar o congresso.
Destas, observando-se apenas que todas elas deverão ser escolhidas e empossadas ao
final da reunião de convocação do congresso, ou seja, ainda na 1ª etapa, momento em que se
reúnem os partidos apoiadores do novo sistema. Destes, antes da instalação do congresso, o
prefeito eleito e sua equipe promovem a eleição e posse de uma mesa diretora do congresso.
Daí por diante, esta prossegue com os trabalhos.
De outra maneira e na sequência, se faz necessária a apresentação de critérios gerais visando à designação e posse dos comissionados ao primeiro escalão. E ainda, tais critérios
também devem ser observados nas composições de cargos nos demais escalões. Desse
modo, tais serviços se constituem, primariamente, com a chapa eleita estabelecendo os
critérios gerais, dando norte a todas as etapas de desenvoltura do Congresso, bem como,
secundariamente, estabelecendo a ordem em que todos esses serviços possam ser executados
a contento, inclusive com a escolha de uma comissão de recursos humanos para filtragem e
178
seleção de candidatos a cargos comissionados.
De outro modo, essa comissão deve ser constituída a partir de critérios específicos
elaborados, discutidos e aprovados nas comissões de trabalho e levado ao plenário do
congresso para sua aprovação imediata. E, ao final do referido congresso, terminem com a
indicação e posterior nomeação, em diário oficial, de todos os comissionados aos cargos, no
futuro sistema político-administrativo-municipal e, no congresso, suas respectivas
declarações de empossados. Pós-isto, a cidade, possivelmente, já se aperceba do novo modo
de vida e cultura a que seus munícipes poderão caminhar dali para frente.
Por conseguinte, das ramificações de serviços, ainda no campo primeiro, caberão ao
prefeito eleito e sua equipe estabelecerem os critérios gerais que darão contrato e posse aos
comissionados do primeiro escalão. Critérios estes também a serem observados para as
composições de cargos nos demais escalões. Daí, tais critérios se orientam como sendo:
1º- Paridade: o prefeito eleito escolhe metade das secretarias, e a comissão de
recursos humanos seleciona os seus respectivos ocupantes dos cargos comissionados. Pós-
escolha, a parte restante das secretarias e dos seus respectivos cargos fica sob a
responsabilidade do congresso que, também, aprova a seleção de todos os comissionados.
Daí, em caso de imparidade, a decisão fica sob a responsabilidade do prefeito eleito e sua
equipe.
2º - Tecnicidade ou paridade técnico-política: a equipe de Recursos Humanos
eleita no Congresso procede com as seleções de técnicos, observando-se habilidades técnicas
em consonância ao cargo pleiteado e em sintonia ao maior grau de habilitação técnica
apresentado e comprovado através de diplomas e/ou certificados técnico-profissionais.
Destes, observam-se que, pós-seleção, os profissionais terão, com o prefeito eleito e
sua equipe uma sessão para entrevista coletiva, a verificar o grau de confiabilidade relacional
entre ambos: profissionais e prefeito eleito. Nesse caso – situação que deve ser evitada –
mas, não havendo confirmação da confiabilidade, o classificado seguinte deve ser
convocado.
3º - Proporcionalidade: pós-seleção de primeira escala, havendo cargos
remanescentes, a seleção se estende a demais candidatos, com o maior ou mesmo grau de
habilitação ou não, devendo estes ser submetidos à mesma sessão para verificação da
confiabilidade relacional. Destes, compreende-se que, no caso dos demais escalões,
observar-se-ão ordem nos mesmos critérios e suas respectivas observações na composição de
todos os cargos comissionados até a última escala.
Daí observa-se ainda que o Congresso delibere, somente, sobre os cargos
comissionados, de modo que, os cargos de natureza estatutária e/ou designados não sofrerão
interferência contratual de trabalho, em todo o sistema político-administrativo municipal,
senão em caso de substituição ou não a cargos comissionados, ou substituição dentre outros
cargos já intrínsecos ao sistema. Nesse caso, se o profissional – seja designado ou efetivo -
deixou seu cargo de origem para ocupar cargo comissionado, deve também deixar, no cargo
de origem, um substituto, caso tenha de retornar ao cargo por quaisquer razões. Lembrando-
se de que a garantia de retorno ao cargo é válida somente para o sistema municipal.
4º - Equidade: segundo a Lei Orgânica do município, as secretarias de primeira
escala deverão ser ocupadas por detentores de diplomas constando de formação superior
equivalente ao cargo pleiteado. Só que, no caso desta proposta de governo, em todos os
cargos comissionados, seus detentores deverão ter passado por seleção paritária-técnico-
política sendo, primariamente, considerado não somente nível superior, mas o maior grau de
formação profissional que o candidato possa apresentar, estendendo-se, secundariamente, em
caso de cargos remanescentes, podendo chegar à não formação específica, desde que
comprovadas vagas remanescentes e deliberadas no Congresso Municipal.
Além disso, no caso de comissionado envolvido em processos de corrupção, tenha
179
sido usufrutuário de confiança em outros sistemas políticos, seja no atual sistema municipal,
uma vez comprovada a ação em processo, este deve ser afastado do sistema, deixando um
substituto, até comprovada apuração, isenção e total lisura. Entretanto, havendo ainda
mandato municipal, poderá retornar ao cargo, e seu substituto ser readequado ao sistema ou
não e vice-versa. O que não pode é o sistema manter o comissionado em estado de
confiança, quando este, na verdade, não mais a detém, até se prove o contrário.
Também, se observa que, todos os cargos comissionados terão percebidos honorários
iguais, em acordo ao nível de cada escala: 1ª, 2ª e 3ª, e ao cargo a que ocupa. E, observa-se
ainda que, o grau de paridade empregada a paridade de escolhas de que se fala para a escolha
dos cargos de primeira escala, deverá ser considerado nos demais escalões, desde que, seja
agora entre o prefeito eleito e o congresso, porém, em se tratando de vagas remanescente e
pós-congresso, a paridade de escolhas de que se fala , passa a ser entre prefeito eleito e o
respectivo e futuro comissionado na secretaria, se considerando que o congresso não estará
convocado para se reunir e deliberar apenas sobre cargos remanescentes, senão convocado
somente, ao final de cada ano, para avaliar os serviços prestados pela prefeitura naquele ano
e planejar os serviços a serem prestados no ano seguinte.
5º - Quantidade: a funcionalidade do congresso em relação aos cargos
comissionados se dará também quanto à quantidade de cargos. Estes devem se pontuar
como cargos comissionados e, por isso, devem se pautar em critérios específicos já definidos
por lei. Entretanto, os cargos que se fizerem maiores em número que os definidos por lei,
deverão ser desconsiderados, exceto, se comprovada sua necessidade, sem ferimento de leis
maiores.
Para tanto, a comissão de transição de governo, certo e juntamente ao prefeito e sua
equipe, fará estudos comprovando a eficácia dos cargos em acordo ao tipo de serviços
listados, evitando quaisquer formas de fantasia. Logo, o sistema municipal deve trabalhar
com cargos realmente existentes, ou seja, os excedentes devem ser excluídos, evitando-se
quaisquer formas de inchaço ao sistema.
6º - Lealdade: os valores relacionais atribuídos aos cargos comissionados somam-se
aos de assunção da responsabilidade inerente ao cargo ocupado. Para tanto, o profissional
selecionado e aprovado na sessão de entrevista, deverá se ater às atribuições do cargo, suas
responsabilidades, suas funções e cumprimentos de cargas horárias, buscando com eficácia o
exercício da lealdade, do bom entendimento entre as partes interessadas, ao futuro sistema
político-administrativo-municipal. Logo, dentre estes e outros atributos afins, não
mencionados neste, uma vez caracterizados como deslealdade, podem gerar falta de
confiabilidade relacional.
7º - Autonomia: os valores relacionais atribuídos aos cargos comissionados somam-
se também, ao cumprimento de suas funções em plena sintonia com o querer do prefeito
eleito, contudo, exercendo suas funções em consonância à autonomia, a eles delegadas,
sobretudo, na observância do princípio da dignidade humana, respeito mútuo e compromisso
com a legalidade e lealdade ao sistema municipal e seus principais mentores.
Finalmente, como a proposta é de participação popular, nos campos de ação do
desenvolvimento administrativo, essa decisão passando pelo congresso, supõe-se, inspira
mais confiança uma divisão das responsabilidades focada na formação técnico-profissional
em consonância às deliberações de um congresso convocado para esse fim, contrário ao
sistema tradicional de escolhas para cargos comissionados.
A saber, visa-se a uma escolha mais democrática, mais técnico-profissional, deixando
de lado a escolha exclusivamente política, bem como a falta de vontade política de
experimentar coisas novas nas práticas da administração pública municipal, optando-se por
dividir as responsabilidades com/ou em contramão à não participação popular.
E como o congresso tem papéis não somente deliberativo, mas também avaliativo, se
180
a experiência de escolha não deu certo, o mesmo avalia e reavalia, ao ponto de se optarem
por outra metodologia de desenvolvimento administrativo com participação popular ou não.
Logo, o objetivo é investir nas forças populares como forma de contrair confianças e
experiências provedoras de desenvolvimentos nas diversas áreas da administração municipal.
No mais, somam-se estas proposituras às saudações do pré-candidato a prefeito Prof.
ENOS PONTES.
Ibirité, aos 30 de junho de 2020.
• TÓPICO 2 - O conceito de democracia popular com senso de corresponsabilidade, mas
não só, a compreensão de que é a consciência comunitária conjugada ao senso de
corresponsabilidade é que vão conter as relações de atrelamento até eliminá-las por
completo, bem como resgatar valores de participação e dar sustentabilidade às políticas
de participação popular.
PROPOSTA 2
CONGRESSO MUNICIPAL: METODOLOGIA DE PARTICIPAÇÃO
POPULAR PARA DELIBERAÇÃO SOBRE POLÍTICAS PÚBLICAS RUMO AO
DESENVOLVIMENTO SOCIAL-POLÍTICO-ADMINISTRATIVO
Pós-apresentação dos critérios norteadores da escolha de cargos comissionados,
realizada na segunda fase do congresso, procede-se com a convocação da sociedade civil
organizada, quer dizer, em se tratando dos serviços de organização do congresso para
assuntos de natureza político-administrativa-municipal, vê-se que a este caberá a convocação
de todas as instituições da sociedade civil organizada, conforme registros e alvarás
expedidos pela prefeitura municipal e constantes dos serviços de cadastros, seus respectivos
endereços e dados relacionados a sua pessoa jurídica e o tipo de serviços que presta à cidade.
(Lembrando-se de que tais dados cadastrais deverão ser levantados pela comissão de
transição constituída e empossada na primeira etapa do congresso).
Quanto à forma de representação das sociedades civis no congresso, sua
representação será feita por unidades das sociedades civis, e cada uma das unidades deverá
comparecer ao congresso, munida de ofício gerador da convocação, e ata da assembleia geral
que a instituição realizou, e esta originou seus delegados e ouvintes, constando de dados
cadastrais da instituição e representantes ao referido congresso, além de plena consonância
aos critérios de organização estabelecidos pela comissão organizadora, e aprovados no
plenário do congresso. Logo, o que não pode à comissão de transição é deixar fora do
congresso, involuntariamente, alguma sociedade civil organizada por falta de 180nforma-la
da necessidade de sua participação.
Contudo, a representação da unidade social e civil não se faz obrigatória, mas como
forma de participação e colaboração com o novo sistema político-administrativo-municipal.
E somente seus delegados terão direito a voto, entretanto, os ouvintes terão direito ao uso da
palavra, desde que na ordem congressual, bem como, terão direito, como os delegados, a
concorrer a cargos comissionados normalmente, desde que em acordo aos critérios
estabelecidos pelo congresso.
A saber, a unidade, na assembleia de escolha de seus delegados e ouvintes, e ao
número de representantes a que tem direito, deverá observar a paridade como critério básico
de escolha, e ainda pontuando que, ambos os representantes ou mais, ao retorno do
congresso, terão compromisso de prestar relatório e informações sobre os acontecimentos, à
instituição representada, bem como acompanhar os trabalhos da/na prefeitura no decorrer do
ano.
181
Também, os partidos políticos que não participaram das eleições, seja como
coligados ou apoiadores da chapa majoritária e eleita; como sociedade civil, poderão
participar do congresso normalmente, e seus representantes concorrerem a cargos nas
mesmas condições que as demais sociedades, desde que não haja propositura, com
aprovação no plenário do congresso, contrária a sua participação no governo.
Para tanto, as referências com as quais o congresso pretende se instalar e trabalhar
passa pela convocação e chamada de todas as instituições da Sociedade Civil Organizada
(SCO). Daí, a comissão de transição de governo, na observância e pesquisa aos cadastros da
prefeitura, fará a coleta de dados da instituição desejada: razão social, nome, endereço físico,
CNPJ, endereço eletrônico, telefone, e outros. E realizando suas escolhas segundo os grupos
e critérios abaixo:
1º grupo – Segmento de trabalhadores em educação – Escolas municipais,
estaduais e particulares de ensino infantil, ensino fundamental e médio. Informa-se,
primeiro, o total de funcionários. Segundo, entre dois e dez funcionários, indicam-se 1
delegado e 1 ouvinte; entre onze e cinquenta funcionários, indicam-se dois delegados e dois
ouvintes; acima de 51 funcionários, indicam-se 3 delegados e 3 ouvintes.
2º grupo – Segmento de trabalhadores em saúde – Hospitais públicos ou não,
clínicas médica ou odontológica, policlínicas, UPAs, Unidade Advocatícia, de engenharia,
de comunicação, e outros dos gêneros. Informa-se, primeiro, o total de funcionários.
Segundo, entre dois e dez funcionários, indicam-se 1 delegado e 1 ouvinte; entre onze e
cinquenta funcionários, indicam-se dois delegados e dois ouvintes; acima de 51 funcionários,
indicam-se 3 delegados e 3 ouvintes.
3º grupo – Segmento de trabalhadores da indústria – Metalúrgicas, industriários,
indústrias, serralherias, oficinas mecânicas, borracharias e outras, serrarias, madeireiras,
carpintarias, e outros. Informa-se, primeiro, o total de funcionários. Segundo, entre dois e
dez funcionários, indicam-se 1 delegado e 1 ouvinte; entre onze e cinquenta funcionários,
indicam-se dois delegados e dois ouvintes; acima de 51 funcionários, indicam-se 3 delegados
e 3 ouvintes. Observa-se, no caso de SCO optar por participar e apoiar o novo sistema
municipal, poderá também optar por apresentar apenas os delegados, não os ouvintes.
4º grupo – Segmento de associados civis diversos – Associações de moradores,
creches, escolas infantis, abrigos para menores, abrigos para idosos, ONGs, etc. Informa-se,
primeiro, o total de associados. Segundo, entre dois e dez associados, indicam-se 1 delegado
e 1 ouvinte; entre onze e cinquenta associados, indicam-se dois delegados e dois ouvintes;
acima de 51 associados, indicam-se 3 delegados e 3 ouvintes.
5º grupo – Segmento de associados políticos diversos – Partidos políticos,
sindicatos, associações públicas, associações de comerciantes, sindicatos de produtores
rurais, de trabalhadores rurais, e afins. Informa-se, primeiro, o total de associados. Segundo,
entre dois e dez associados, indicam-se 1 delegado e 1 ouvinte; entre onze e cinquenta
associados, indicam-se dois delegados e dois ouvintes; acima de 51 associados, indicam-se 3
delegados e 3 ouvintes.
6º grupo – Segmento de representantes populares e administrativos no atual
sistema municipal – Conselhos municipais, conselhos tutelares, conselhos locais, etc.
Informa-se, primeiro, o total de associados ou trabalhadores. Segundo, entre dois e dez
associados, indicam-se 1 delegado e 1 ouvinte; entre onze e cinquenta associados, indicam-
se dois delegados e dois ouvintes; acima de 51 associados, indicam-se 3 delegados e 3
ouvintes.se, primeiro, o total de associados. Segundo, entre dois e dez associados, indicam-se
1 delegado e 1 ouvinte; entre onze e cinquenta associados, indicam-se dois delegados e dois
ouvintes; acima de 51 associados, indicam-se 3 delegados e 3 ouvintes.
7º grupo – Segmento de associados e trabalhadores em unidades de interação
desportiva – Clubes aquáticos, clubes desportivos, ligas desportivas, federações desportivas,
182
etc. Informa-se, primeiro, o total de associados ou trabalhadores. Segundo, entre dois e dez
associados, indicam-se 1 delegado e 1 ouvinte; entre onze e cinquenta associados, indicam-
se dois delegados e dois ouvintes; acima de 51 associados, indicam-se 3 delegados e 3
ouvintes.
8ª grupo – Segmento de representantes e trabalhadores dos poderes executivo,
legislativo e judiciário – Poder executivo: representantes do prefeito e trabalhadores de
gabinete do prefeito; poder legislativo: representantes do legislativo e trabalhadores na
câmara municipal; poder judiciário: representante do gabinete judiciário e seus
trabalhadores. Informa-se, primeiro, o total de associados ou trabalhadores. Segundo, entre
dois e dez associados, indicam-se 1 delegado e 1 ouvinte; entre onze e cinquenta associados,
indicam-se dois delegados e dois ouvintes; acima de 51 associados, indicam-se 3 delegados e
3 ouvintes.
9º grupo – Segmento de associações ou denominações religiosas – Igrejas
evangélicas, congregações, associações religiosas, igrejas católico-romanas, igrejas
evangélico-pentecostais e não pentecostais, etc. Informa-se, primeiro, o total de associados
ou membros. Segundo, entre dois e dez associados, indicam-se 1 delegado e 1 ouvinte; entre
onze e cinquenta associados, indicam-se dois delegados e dois ouvintes; acima de 51
associados, indicam-se 3 delegados e 3 ouvintes.
Contudo, numa observação geral, o que garante a funcionalidade do congresso é o
informativo de participação da unidade civil, ou seja, os documentos exigidos pela comissão
de transição: ofício constando dos critérios, razão social, número de funcionários ou
associados, endereços físico e eletrônico, prazo de confirmação de sua participação, etc.
Já, na organização do Congresso, este deverá elaborar e aprovar seu regimento
interno, nele constando da programação, previsão de durabilidade, tema geral e temas
específicos, etc.; indicar comissão de receita e despesas, prever a quantidade de
congressistas, palestrantes; fazer nomeações de comissões de trabalhos e distribuições de
temas e campos de ação, seus relatores; cada comissão de trabalho, de acordo com suas
temáticas, estará responsável pela elaboração de critérios específicos, em consonância aos
critérios gerais já previstos pela equipe do prefeito eleito, e assim por diante.
Dentre outras atribuições do congresso, preveem-se a aprovação das principais
temáticas e serviços relacionados ao desenvolvimento social-popular no sistema municipal,
sobretudo, a criação e fortalecimento dos conselhos, creem-se, em todas as secretarias, senão
as principais. Por exemplo: os conselhos escolares locais e extensão dessa mesma estrutura
às demais secretarias e seus respectivos conselhos municipais; criação de um órgão popular
centralizado, dentro da estrutura dos conselhos já existentes, ou seja, sem-ônus ao município,
para sua administração direta, constando de uma mesa diretora, facilitando as possibilidades
de unificação de um conselho geral, quando se tratar de assuntos gerais da cidade.
Agora, na lógica da criação, extensão e aprovação de forças populares anexas ao
novo sistema, prevê-se a realização de mapeamentos regionais da cidade visando à criação
de um segundo poder popular – se considerando os conselhos o primeiro – e instalação dos
serviços de orçamentos participativos, buscando fortalecer a dinâmica de participação
popular das/nas decisões político-administrativas da cidade, bem como a aprovação desses
serviços: se sob a responsabilidade da secretaria do prefeito ou se de uma secretaria
específica.
Noutra lógica, por exemplo, a forma de composição dos cargos e características de
seus dirigentes nos orçamentos participativos, se com ônus ou sem-ônus aos cofres do
município, se por localidades, se geral, sobre quais matérias os orçamentos participativos
vão deliberar, bem como, sua finalidade, sua natureza estrutural, funcional e organizacional,
se órgão fiscal, consultivo ou deliberativo, se somente órgão popular com representatividade
apenas do campo popular.
183
Também, sobre quais matérias o órgão central de conselhos deliberará, se
considerando que os conselhos já o são consultivos e fiscalizadores, o órgão central ser
apenas organizacional, se com ônus ou sem-ônus ao município, sua finalidade, sua natureza
estrutural, funcional e organizacional. Ou seja, tudo isso junto constitui matérias a serem
debatidas e consolidadas em comissões de trabalho, bem como aprovadas pelo congresso.
Finalmente, como a proposta é de participação popular, nos campos de ação do
desenvolvimento social, o que se vê é a importância da realização de um congresso
municipal como metodologia de começo de governo. Outrossim, importante se faz,
primeiramente, que este congresso tenha origem no foro dos partidos que puxaram a
campanha do prefeito eleito, para tanto, se organize em consonância aos critérios gerais
estabelecidos por ele e sua equipe, com foco na designação de ocupantes dos cargos
comissionados.
Para tanto, elabore, discuta, amadureça e aprove as políticas públicas voltadas para os
setores de participação popular. Secundariamente, elabore, discuta, amadureça e aprove sua
própria organização, seus critérios, defina suas deliberações para esta edição e deixe
convocada sua segunda edição com fins de coletas de relatórios de serviços prestados a
cidade, futuras deliberações e formas de avaliações dos serviços da prefeitura em seu
primeiro ano de governo. Em terceiro lugar, tenha consciência de que todos esses serviços
deverão passar pela ciência de seus respectivos conselhos e Câmara Municipal.
No mais, conta-se com o apoio do eleitorado a esta proposta de nova forma de
organização da cidade, além de, pós-eleição, contar com a participação de toda a cidade nos
processos de sua reorganização, bem como, todos os poderes constituídos: judiciário,
legislativo e popular, e ainda, o apoio da prefeitura municipal na cooperação com os serviços
de transição de governo, de modo que estas novas propostas político-administrativas sejam
assumidas e praticadas com sucesso e muita eficácia.
Saudações do pré-candidato a prefeito Prof. ENOS PONTES.
Ibirité, aos 30 de junho de 2020.
• TÓPICO 3 – Conquanto, também se vai apontar que ambas as partes: comunidade e
sistema administrativo podem trabalhar juntos sem se pautar por vícios, pois que é
nessa participação popular e ativa que moram as conquistas da cidade.
PROPOSTA 3
CONGRESSO MUNICIPAL: METODOLOGIA DE PARTICIPAÇÃO
POPULAR PARA DELIBERAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS RUMO AO
DESENVOLVIMENTO SOCIAL-POLÍTICO-ADMINISTRATIVO
Pós-apresentação dos critérios norteadores da escolha de cargos comissionados,
procede-se com a convocação da sociedade civil organizada, quer dizer, em se tratando dos
serviços de organização do congresso para assuntos de natureza político-administrativa-
municipal, vê-se que a este caberá convocação de todas as instituições da sociedade civil
organizada, conforme registros e alvarás expedidos pela prefeitura municipal e constantes
dos serviços de cadastros, seus respectivos endereços e dados relacionados a sua pessoa
jurídica e o tipo de serviços que presta à cidade. (Lembrando-se que tais dados cadastrais
deverão ser levantados pela comissão de transição constituída e empossada na primeira etapa
do congresso).
Quanto à forma de representação das sociedades civis no congresso, sua
representação será feita por unidades das sociedades civis, e cada uma das unidades deverá
comparecer ao congresso, munida de ofício gerador da convocação, e ata da assembleia geral
184
que a instituição realizou, e esta originou seus delegados e ouvintes, constando de dados
cadastrais da instituição e representantes ao referido congresso, além de plena consonância
aos critérios de organização estabelecidos pela comissão organizadora, e aprovados no
plenário do congresso. Logo, o que não pode à comissão de transição é deixar fora do
congresso, involuntariamente, alguma sociedade civil organizada por falta de 184nforma-la
da necessidade de sua participação.
Contudo, a representação da unidade social e civil não se faz obrigatória, mas como
forma de participação e colaboração com o novo sistema político-administrativo-municipal.
E somente seus delegados terão direito a voto, entretanto, os ouvintes terão direito ao uso da
palavra, desde que na ordem congressual, bem como, terão direito, como os delegados, a
concorrer a cargos comissionados normalmente, desde que em acordo aos critérios
estabelecidos pelo congresso.
A saber, a unidade, na assembleia de escolha de seus delegados e ouvintes, e ao
número de representantes a que tem direito, deverá observar a paridade como critério básico
de escolha, e ainda pontuando que, ambos os representantes ou mais, ao retorno do
congresso, terão compromisso de prestar relatório e informações sobre os acontecimentos, à
instituição representada.
Também, os partidos políticos que não participaram das eleições, seja como
coligados ou apoiadores da chapa majoritária e eleita; como sociedade civil, poderão
participar do congresso normalmente, e seus representantes concorrerem a cargos nas
mesmas condições que as demais sociedades, desde que não haja propositura, com
aprovação no plenário do congresso, contrária a sua participação no governo.
Já, na organização do Congresso, este deverá elaborar e aprovar seu regimento
interno, nele constando da programação, previsão de durabilidade, tema geral e temas
específicos, etc.; indicar comissão de receita e despesas, prever a quantidade de
congressistas, palestrantes; fazer nomeações de comissões de trabalhos e distribuições de
temas e campos de ação, seus relatores; cada comissão de trabalho, de acordo com suas
temáticas, estará responsável pela elaboração de critérios específicos, em consonância aos
critérios gerais já previstos pela equipe do prefeito eleito, e assim por diante.
Dentre outras atribuições do congresso, preveem-se a aprovação das principais
temáticas e serviços relacionados ao desenvolvimento social-popular no sistema municipal,
sobretudo, a criação e fortalecimento dos conselhos, crê-se, em todas as secretarias, senão as
principais. Por exemplo: os conselhos escolares locais e extensão dessa mesma estrutura às
demais secretarias e seus respectivos conselhos municipais; criação de um órgão popular
centralizado, dentro da estrutura dos conselhos já existentes, ou seja, sem-ônus ao município,
para sua administração direta, constando de uma mesa diretora, facilitando as possibilidades
de unificação de um conselho geral, quando se tratar de assunto gerais da cidade.
Agora, na lógica da criação, extensão e aprovação de forças populares anexas ao
novo sistema, prevê-se a realização de mapeamentos regionais da cidade visando à criação
de um segundo poder popular – se considerando os conselhos o primeiro – e instalação dos
serviços de orçamentos participativos, buscando fortalecer a dinâmica de participação
popular das/nas decisões político-administrativas da cidade, bem como a aprovação desses
serviços: se sob a responsabilidade da secretaria do prefeito ou se de uma secretaria
específica.
Noutra lógica, por exemplo, a forma de composição dos cargos e características de
seus dirigentes nos orçamentos participativos, se com ônus ou sem-ônus aos cofres do
município, se por localidades, se geral, sobre quais matérias os orçamentos participativos
vão deliberar, bem como, sua finalidade, sua natureza estrutural, funcional e organizacional,
se órgão fiscal, consultivo ou deliberativo, se somente órgão popular com representatividade
apenas do campo popular.
185
Também, sobre quais matérias o órgão central de conselhos deliberará, se
considerando que os conselhos já o são consultivos e fiscalizadores, o órgão central ser
apenas organizacional, se com ônus ou sem-ônus ao município, sua finalidade, sua natureza
estrutural, funcional e organizacional. Ou seja, tudo isso junto constitui matérias a serem
debatidas e consolidadas em comissões de trabalho, bem como aprovadas pelo congresso.
Finalmente, como a proposta é de participação popular, nos campos de ação do
desenvolvimento social, o que se vê é a importância da realização de um congresso
municipal como metodologia de começo de governo. Igualmente, importante se faz,
primeiramente, que este congresso tenha origem no foro dos partidos que puxaram a
campanha do prefeito eleito, para tanto, se organize em consonância aos critérios gerais
estabelecidos por ele e sua equipe, com foco na designação de ocupantes dos cargos
comissionados.
Para tanto, elabore, discuta, amadureça e aprove as políticas públicas voltadas para os
setores de participação popular. Secundariamente, elabore, discuta, amadureça e aprove sua
própria organização, seus critérios, defina suas deliberações para esta edição e deixe
convocada sua segunda edição com fins de coletas de relatórios de serviços prestados a
cidade, futuras deliberações e formas de avaliações dos serviços da prefeitura em seu
primeiro ano de governo. Em terceiro lugar, tenha consciência de que todos esses serviços
deverão passar pela ciência de seus respectivos conselhos e Câmara Municipal.
No mais, conta-se com o apoio do eleitorado a esta proposta de nova forma de
organização da cidade, além de, pós-eleição, contar com a participação de toda a cidade nos
processos de sua reorganização, bem como, todos os poderes constituídos: judiciário,
legislativo e popular, e ainda, o apoio da prefeitura municipal na cooperação com os serviços
de transição de governo, de modo que estas novas propostas político-administrativas sejam
assumidas e praticadas com sucesso e muita eficácia.
Saudações do pré-candidato a prefeito Prof. ENOS PONTES.
Ibirité, aos 30 de junho de 2020.
1º - O sistema municipal deve definir, dentre as políticas públicas municipais, as
voltadas para a revisão e elaboração do plano de carreias dos servidores municipais, de todos
os setores e categorias. Estas visando à recuperação salarial parcial com sentido de
atualização dos salários sob um plano de carreira, mais justo.
2º - No congresso municipal, deve-se discutir em comissão, na revisão do plano de
carreira, definir o em que será revisado, por que, como e por quanto tempo se retroagirá, em
termos de tempos-anos, na chamada recuperação salarial, bem como as percentagens, se
considerando a ausência de orçamentos para esse fim.
7.1.2 A instituição dos orçamentos participativos
• TÓPICO 1 - Um novo conceito de participação popular se faz construir, sob uma nova
forma de assunção de responsabilidades políticas e corresponsabilidades sociais, bem
como novo modo de as comunidades participarem da vida político-pública da cidade e
lugar de as pessoas adquirirem conhecimento, a partir de suas próprias experiências
nas vivências e convivências dentre as relações sociais e correlações com o sistema
municipal.
PROPOSTA 1
186
TEXTO-BASE PARA ORIENTAÇÕES DAS POLÍTICAS RELACIONADAS AOS
ORÇAMENTOS PARTICIPATIVOS
A começar da instituição dos Orçamentos Participativos, o que se vê é a necessidade
de se criar um sistema de participação popular em torno deles, constituído apenas por
representantes da sociedade civil organizada, constando da razão social referente à sociedade
a que os cidadãos representam e o grau de participação e envolvimento dos cidadãos no
trabalho de participação popular. E as experiências mostram que quem sempre ganhou com
isso foram cidades, sobretudo, dentre as já exemplificadas. Contudo, ao toque especial dado
por: sendo o OP uma política que envolve instituições (desde normas, regras, procedimentos,
convenções e organizações) que se propõem incorporar a participação popular na tomada de
decisão sobre recursos orçamentários, se vai ver que as características do Orçamento
Participativo enquanto política pública de participação popular retoma toda aquela ideia de
envolvimento com a coisa pública, sobre a participação efetiva.
Isto, principalmente, porque vai além do envolvimento neste ou naquele projeto,
assim como não se limita ao envolvimento de uns poucos membros da comunidade. Quer
dizer, a ideia de democracia retomada com as implementações do Orçamento Participativo
vão tornar as relações muito mais sérias e menos atreladas, nenhum pouco, comprometida
com os vícios políticos. Porém, isso tem um quê. É a relação de comprometimento com a
cidade que essa política pública é capaz de estabelecer.
Nas práticas sociais direcionadas por essa política os cidadãos se inteiram de
informações, de conhecimento, mui aprofundado até, sobre as normas que regem a
participação popular, regras sob as quais, os orçamentos participativos se enquadram, os
procedimentos nas práticas políticas que os cidadãos adotam, sejam nas tiradas de
prioridades de serviços e obras, nos orçamentos e previsões de gastos com tais serviços e
obras, nas experiências de convívios sociais, na participação das reuniões ordinárias, nas
assembleias gerais, nas convenções e organizações dos orçamentos, etc.
Sem contar que, o corpo diretor dos orçamentos participativos, segundo este Plano de
Ações Gerais, somente recebe orientações técnicas dos profissionais no sistema municipal,
entretanto, se compõem dos entes exclusivamente populares, Daí se vai ver também que as
políticas direcionadas pelo Orçamento Participativo, retomam, habilidosamente, um novo
conceito de democracia.
E, para tanto, um novo conceito de participação popular, uma nova forma de
assunção de responsabilidades políticas e corresponsabilidades sociais, bem como novo
modo de as comunidades participarem da vida político-pública da cidade, e lugar de as
pessoas adquirirem conhecimento, a partir de suas próprias experiências nas vivências e
convivências dentre as relações saciais e correlações com o sistema municipal.
Finalmente, o que o congresso tema fazer é discutir essas políticas dos Orçamentos
Participativos, aprovar em comissões de trabalho de cuja proposta de política pública, pós-
aprovada em Comissão, seja levado a contento ao plenário do Congresso Municipal. Depois
de aprovada pelo congresso, a secretaria do gabinete do prefeito municipal deverá em projeto
de lei e esta encaminhada à Câmara Municipal para apreciação e aprovação final.
187
• TÓPICO 2 - Os Orçamentos Participativos, segundo as experiências vivenciadas por
outros municípios, são políticas que funcionam. Logo, se elas são políticas que
funcionam mais, necessárias tornam praticá-las, incondicional e necessariamente,
sobretudo, sabendo aproveitar as experiências vivenciadas por outros municípios.
PROPOSTA 2
ALGUMAS OUTRAS ORIENTAÇÕES SOBRE OS ORÇAMENTOS
PARTICIPATIVOS
1º - A composição dos Orçamentos Participativos deverão se dar como, primeiramente, com
a aprovação da política pelo congresso, em seguida, com a elaboração da referida política e
sua aprovação pela Câmara Municipal. Depois, seguir os trâmites orientados pela política
pública aprovada. A saber, compor seu regimento interno, definir o número de
representantes e suas entidades representadas, definir data, horários da primeira reunião,
compor sua mesa diretora através de eleições.
2º - Definir o corpo técnico e orientador dos serviços relacionados aos Orçamentos
Participativos, definir mapeamentos sob as regionais, finalidades destes na região, definir os
tipos de serviços que serão prestados, dentre outras atribuições importantes. Lembrando-se
de que a instituição dos Orçamentos Participativos são políticas de ações imediatas.
3º - Os serviços de Orçamentos Participativos devem estar sempre se inovando seja na
forma de proteção dos assistidos, seja na forma de captação das diferenças individuais e
coletivas, seja na forma como as necessidades se colocam e os necessitários se posicionam
diante delas, seja na forma como as políticas de autodefesa do sistema se colocam e na forma
como os assistidos se colocam em autodefesa diante dessas políticas no sistema, seja forma
se priorizam as obras e serviços. Em todo o seu trabalho, vale ser criterioso, pois que é o ser
criterioso que torna o sistema impermeável e, por isso, vencedor de possíveis corrupções.
4º - Os serviços de Orçamentos Participativos, bem como, todos os serviços do sistema
municipal em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas
periodicamente, ou seja, a cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais,
fixando-os ao rol de sua secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios
finais, que devem ser apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema
municipal. No referente aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados
por setor, sendo anualmente, devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.
7.1.3 A reorganização dos conselhos municipais
• TÓPICO 1- Os conselhos existem, e o senso de organização deles está acima dos
problemas detectados. Para tanto, os conselhos têm de se organizar de acordo com sua
autonomia, e assim fazendo, se reconhecem atuantes nos papéis para os quais a lei os
criou, bem como proporcionar a existência de uma mesa diretora geral para promover
188
a gestão dessas interações entre conselhos e outros serviços.
PROPOSTA 1
ALGUMAS ORIENTAÇÕES PARA A REORGANIZAÇÃO DOS
CONSELHOS MUNICIPAIS
A começar da organização dos conselhos, abordando o princípio da participação
popular, compreendendo que em termos de organização, este fica como que sem papéis
definidos, e a cidade fica como que sem-transparência. A olhar pela regência da lei, os
conselhos municipais se definem com assistência social será prestada a quem dela necessitar,
independentemente de contribuição à seguridade social e tem por objetivos a alcançar.
Então, o fato de estar se reunindo em separado sem que um perceba a funcionalidade
do outro e vice-versa, dá a impressão de algo sem-autonomia para as tomadas de decisões.
Para tanto, o autor os reconhece os conselhos têm origem em experiências de caráter
informal, sustentadas por movimentos sociais, como “conselho popular”, ou como
estratégias de luta operária, na fábrica, as comissões de fábrica.
E mesmo tendo essas origens não consegue se estabelecer enquanto conselho dos
movimentos sociais. Logo, o que está faltando iniciativa e ação da parte de que os
administra. Este é um problema constatado, mas não diz respeito à estrutura sob a qual os
conselhos se fundamentaram, ou seja, tem de ser resolvido noutra instância. O que se preza
aqui é observar o que a lei orienta sob a constituição dos conselhos.
O debate da Constituinte e levaram à incorporação do princípio da participação
comunitária pela Constituição, várias leis que institucionalizam os Conselhos de Políticas
Públicas. Assim sendo, a autonomia dos conselhos começa sob o amparo da lei. Não é
somente a funcionalidade, mas o direito a atuarem de modo organizado.
Daí, porque são oriundos das classes populares, não significa viverem ou terem de
viver sob o senso da desorganização. Dessa maneira, não necessariamente saber em detalhes
a funcionalidade de um conselho para o outro, mas se observa que segundo a Lei 8.142 de 28
de dezembro de 1990, que define a competência dos conselhos de saúde, por exemplo, artigo
1º, parágrafo 2º, define também as formas de composição e o grau de democracia, de
transparência de capacidade mútua no âmbito de todos eles.
Quer dizer, se há entendimento para que um conselho saiba das atividades do outro,
significa haver transparência nas relações entre eles e, portanto, há democracia no trabalho
de orientação dos conselhos, o que não acontece em Ibirité, mas o que marca a cidade é que
os conselhos existem. Daí, para esta proposta, fica claro que o senso de organização está
acima dos problemas detectados.
Os conselhos têm de se organizar de acordo com sua autonomia, e assim fazendo, se
reconhecem atuantes nos papéis para os quais a lei os criou. Nesse caso, como se trata de
marca histórica dos conselhos na cidade, haja vista para as formas de composição dos
conselhos, por hora, política de saúde, mas por definição legal, políticas de abrangência dos
conselhos, de modo geral, mas também, como a lei os define cumprindo papéis sociais e
alcançando objetivos:
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar,
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivo: I- a proteção à
família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II – o ampara às crianças e
adolescente carentes; III- a promoção da integração ao mercado de trabalho; IV- a
habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua
integração à vida comunitária; V- a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à
pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à
própria manutenção ou tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei [...] (CRB,
189
1988, p.91).
Dessa maneira, como se observa a lei, cabe a ela a promoção da integração
comunitária, e aos conselhos, pós-organizados, a execução dessa integração. No entanto, se
olhado, que aborda a vontade política e coletiva, bem como a consciência operosa que se
constrói a partir da necessidade histórica, ou seja, os conselhos municipais estão organizados
de início dos anos 90.
E, para ele, o conceito de vontade coletiva está firmado na existência de condições de
se criá-la em âmbito nacional, enquanto no entendimento desta proposta, a vontade coletiva
começa a se construir debaixo para cima. E isso já vem sendo proporcionado à cidade. Haja
vista para o que já foi a Federação de Associações Comunitárias de Ibirité, o Projeto Cultural
sob a égide dessa Federação, quanta coisa não trouxe em termos de ações comunitárias, em
termos de formação de lideranças, em termos de novos hábitos de cultura, dentre outras.
E isso tudo culmina, mais tarde, com a formação dos conselhos municipais. E só estes
já se contam 30 anos. Agora, nesse caso, se há desorganização, é porque faltam políticas
públicas com ações comunitárias mais producentes. Quer dizer, noutro caso, em Oliveira
(2004), pode-se perceber a falta de organização interna e integração entre os conselhos, de
modo que não existe iniciativa de integração nem puxada pelo próprio conselho municipal,
muito menos pelas secretarias. Logo, os conselhos se reorganizam segundo a observância
legal e orientações presentes nestes eixos.
• TÓPICO 2 - Fazer a promoção da integração comunitária, através dos conselhos, e
promover a consciência operosa de que se a definição e organização contribuem para
que a falta de gestão político-administrativa seja vencida à altura de eles poderem
cumprir seus papéis sociais com sabedoria, eficiência e eficácia.
PROPOSTA 2
1º
TEXTO-BASE PARA ORIENTAÇÃO DA MESA DIRETORA GERAL DOS
CONSELHOS MUNICIPAIS
Os conselhos municipais, no atual contexto sócio-político-cultural não conseguem orientar
suas comunidades para as próprias situações de autodefesa diante da econômica. A saber,
estes não promovem trabalhos educativos, junto as suas comunidades de origem, no fim de
ajudá-las em suas organizações, porque não conhecem, de fato, sua autonomia para agir. É o
reflexo da consciência operosa que, nessa situação, não está conseguindo reagir a contento.
E assim, a cidade inteira não se deixa desenvolver também a contento, ao contrário,
fica presa à falta de iniciativas oriundas da secretaria do agente político principal. Quando a
ideia da participação vinculava-se à apropriação simples de espaços físicos. Trata-se agora
de mudar a ótica do olhar, do pensar e do fazer; alterar os valores e os referenciais que
balizam o planejamento e o exercício das práticas democráticas.
Os conselhos incentivam suas comunidades de origem a se organizarem com base em
sua referência de organização. A olhar pelo que consta de que a sociedade tem o direito de
pedir conta a todo agente público por sua administração (Declaração dos Direitos do Homem
e do Cidadão, 1789), o sentido dos conselhos só se faz ampliar, pois que é uma maneira bem
política do ponto de vista social, mas também, bem técnica e organizacional, ao passo que
ainda, interativa, consultiva e fiscalizadora. A saber, têm plenas condições de representar
190
bem as comunidades que os escolhem.
Por exemplo, da mesma forma o Decreto-lei n.º 201/67 autoriza o cidadão à denúncia
do prefeito e a Lei de Responsabilidade Fiscal nº 101 de 2000. Quer dizer, se não é o
Conselho Municipal de determinada área, no caso, o meio ambiente, mas é um Conselho que
está jurisdicionado a uma administração geral e que, em momento oportuno, pode
corresponder no mesmo grau de suficiência, quando existe uma mesa diretora geral para
promover essas interações entre conselhos.
Aí, já se toca no quesito da consciência operosa e vontade política que é vontade
coletiva e nasce ao centro do sistema federal de participação popular. Os conselhos existem,
e o senso de organização deles está acima dos problemas detectados. Para tanto, os conselhos
têm de se organizar de acordo com sua autonomia, e assim fazendo, se reconhecem atuantes
nos papéis para os quais a lei os criou, bem como proporcionar a existência de uma mesa
diretora geral para promover a gestão dessas interações entre conselhos e outros serviços.
Fazer a promoção da integração comunitária, através dos conselhos, e promover a
consciência operosa de que se a definição e organização contribuem para que a falta de
gestão político-administrativa seja vencida à altura de eles poderem cumprir seus papéis
sociais com sabedoria, eficiência e eficácia.
2º - Os serviços prestados pelos conselhos municipais, bem como, todos os serviços do
sistema municipal em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas
periodicamente, ou seja, a cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais,
fixando-os ao rol de sua secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios
finais, que devem ser apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema
municipal. No referente aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados
por setor, sendo anualmente, devem apresentados por sua respectiva secretaria.
7.1.4 As relações com ações de transparência
TÓPICO 1 - O conceito de transparência apontado como que de controlador de
serviços, de observação de comportamentos no trabalho, de observação de
cumprimentos de tarefa se tornam conceitos muito vagos em termos de transparência.
PROPOSTA 1
1º - Em se tratando de transparência nos serviços prestados à população pelo sistema político
municipal, o que vê, em termos de transparência e para que seu conceito não fique vago na
compreensão da população ibiriteense, é preciso retomar os processos de fiscalização seja
sanitária, seja dos serviços de saúde, dos serviços escolares, dos transportes coletivos, etc.
Quer dizer, todas as áreas de atuação do sistema administrativo municipal, precisam ser
fiscalizadas.
2º - Não justifica haver fiscais que passaram por concurso público, são efetivos e recebem
normalmente seus vencimentos, mas, a cidade, nas práticas, não ver realmente os serviços,
não ter realmente essa garantia de que os serviços funcionem. Enfim, vale compreender que
transparência também não é somente isso. Ela precisa ser percebida pela população no
âmbito de todos os serviços e abrangendo todo o sistema municipal.
• TÓPICO 2 - Se sob a legalidade, o conceito de transparência soa mais forte, no que o
diferencia muito em termos de conceito. Então, no concernente ao conceito de poder,
191
estes últimos tipos de poder, poder para exercer, poder com recursos e poder sem-
recursos, e poder de dentro, o entusiasmo.
PROPOSTA 2
O poder de que fala eixo em tópico, na verdade, é o empoderamento conquistado pela
pessoa, através de lutas, trabalhos missionários, encorajamento, dentre outros. No caso deste
eixo, o empoderamento vem oriundo do sistema municipal sobre os munícipes como um
todo e está relacionado aos incentivos que o sistema municipal possa proporcionar a seus
agentes políticos de confiança, aos funcionários da prefeitura, à população como um todo a
ser animado e encorajado, dotado de esperanças, etc. Quer dizer, esse empoderamento tem
de ser uma característica do agente político principal, no caso o prefeito. E isso se faz
proposta, em caso de vitórias nas eleições.
• TÓPICO 3 - Um grupo exercendo estes poderes, não necessariamente, reduz o poder
dos outros, porém, de toda forma esse desenvolvimento implica que tem de haver
mudanças nas definições de poder.
PROPOSTA 3
Primerio - as mudanças nas definições de poder vão acontecer da seguinte forma: 1º -
Convoca-se um congresso municipal. Este tem finalidade de criar comissões de trabalho;
aprovar iniciativas de políticas públicas; estabelecer critérios de escolhas para cargos
comissionados; criar comissões de transição e de recursos humanos; listar e estabelecer todos
os serviços comissionados do sistema municipal, através da comissão de transição;
selecionar técnico-profissionais à altura de ocupar cargos comissionados de acordo com os
critérios elaborados e estabelecidos pelas comissões de trabalho e aprovado pelo plenário do
congresso, dentre outros serviços. 2º - Esta é, na verdade, a primeira alteração colocada
como mudanças nas definições de poder. Atualmente, quem faz esses serviços é próprio
prefeito e seu gabinete.
Segundo, a criação e instalação dos serviços de Orçamentos Participativos, é outra mudança
que altera as definições de poder e devem acontecer da seguinte forma: 1º - Estes, depois de
aprovados e instalados deverão fazer: mapeamentos de toda a cidade por regiões, definindo
nomes a cada região; compor o corpo administrativo dos orçamentos participativos, ou seja,
entre 8 e 16 membros oriundos das comunidades e 8 e 16 membros oriundos do sistema
administrativo. Só que, somente os membros oriundos das comunidades dirigirão o sistema,
através de uma mesa diretora contida dentre 5 e 7 membros. Os demais membros oriundos
da comunidade comporão apenas plenário em casos de reuniões ordinárias e extraordinárias
e quórum.
2º - Os membros oriundos do sistema administrativo comporão o corpo técnico dos
orçamentos participativos. A saber, estes somente deliberarão sobre problemas técnicos e
repassarão orientações e informações necessárias à mesa diretora, ao plenário ou a quaisquer
outras seguimentos no sistema de orçamentos participativos. 3º - Esta se constitui na segunda
alteração na definição de poder. Essas políticas nunca existiram no sistema municipal de
Ibirité. Para tanto, deverão passar a existir. Na verdade, considera-se que esta seja mais uma
mudança que altera as definições de poder.
Terceiro, a unificação dos conselhos municipais existentes em cada uma das secretarias do
prefeito municipal. Essa unificação vai-se dar somente no campo geral, para quando se tratar
192
de políticas públicas do âmbito de todo o município, por exemplo, leitura e aprovação do
orçamento do município. Portanto, cada conselho continua na sua.
Quarto, a criação da mesa administrativa dos conselhos é para organizar o sistema de
conselhos, orientando-os quanto a seus serviços e sua formação técnica e convocando
assembleias gerais quando necessárias. Logo, essas são apenas algumas das diversas formas
de alteração nas definições de poder.
TÓPICO 4 - A participação popular no âmbito da administração pública, a fiscalização
no âmbito dos conselhos municipais e a denúncia no âmbito do Ministério Público se
complementam, praticamente, nas definições do conceito de poder. E essa definição tem
de caminhar no exercício da participação popular
PROPOSTA 4
1º - Em se tratando de fiscalização, o que se vê é que os conselhos municipais adotam como
atributos seus, as características de consultivo e fiscalizador. Estas já estão definidas em lei.
O papel consultivo é quando a comunidade o procura para orientá-la quanto algum serviço,
ou direito, ou deveres dos cidadãos, dentre outros.
2º - O papel fiscalizador é quando os conselhos fazem visitas para vistorias a órgãos públicos
registrados avisos, boletins de ocorrências, enfim, situações atípicas aos serviços comumente
realizados no sistema. No caso desta proposta, é tornar os conselhos efetivos e eficazes nas
práticas de fiscalização técnica. Não é a mesma forma do fiscal da prefeitura fiscalizar. O
fiscal da prefeitura impõe multas, caso encontre irregularidades. Os conselhos podem fechar
estabelecimentos, impor avisos, boletins de ocorrências, mas não impõem multas.
4º - Os serviços de fiscalização, bem como, todos os serviços do sistema municipal em suas
respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas periodicamente, ou seja, a cada
três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais, fixando-os ao rol de sua secretaria.
Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios finais, que devem ser apresentados
ao congresso municipal para avaliação anual do sistema municipal. No referente aos
relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados por setor, sendo anualmente,
devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.
7.1.5 A organização político-geográfica da cidade
TÓPICO 1 - Precisa-se prever algo sobre a recuperação das águas, pelo menos prever;
pelo mais, esforçar-se para recuperá-las, tornando-as tão-claras e tão-potáveis, quanto
o eram ao final do século XIX. Outra marca que fica clara neste plano, conforme em
Santos (2005), se verifica, é o legado de conceitos puros que, ao prever as alterações já
mencionadas, precisa evitá-los.
PROPOSTA 1
A proposta é para longo prazo e prevê um planejamento geral, abrangendo todas as
nascentes do município, com tratamentos e recuperação de nascentes danificadas e das águas
que se tornaram imundas. O objetivo é torná-las potáveis.
TÓPICO 2 - É claro, o respeito aos mortos, aos antigos habitantes, ao trabalho de
dedicação e construções que esses habitantes deram à cidade, tem de se manter. Só não
193
pode ficar preso aos conceitos impeditivos de ações. No entanto, com o bom
planejamento, faz-se necessário, recuperar também, as comunidades, tentando situá-las
ao plano da cidade ambientalmente desejada.
PROPOSTA 2
1º - Junto à defesa civil da cidade, realizar planos de prevenção das chuvas, cheias e
enchentes que atingem aos moradores. Prever as comunidades vulneráveis e trabalhar com
elas, para que elas não venham a ser atingidas, em situações de tempestades, cheias e
enchentes.
2º - E, ao lado disso, junto aos serviços de obras do município, prever e edificar moradias, de
acordo com os orçamentos cabíveis, no fim de recuperar as moradias perdidas em razão das
enchentes.
TÓPICO 3 - E ainda, significativa neste plano é que, historicamente falando, com os
territórios recebendo os distritos sem se preocuparem com estudos aprofundados sobre
os problemas urbanísticos futuros, nesta proposta, os estudos científicos serão sempre
critérios básicos para quaisquer alterações na geografia da cidade.
PROPOSTA 3
1º - Antes e, em todas e quaisquer situações de alterações geográficas, geológica e relevos no
município, propõe-se realizar estudos profundos, em consonância ao plano diretor, aos
planos de recuperação de nascentes e das águas, aos planos de recuperação ambiental da
cidade, ao planejamento urbano, rural, e ao planejamento ambiental da cidade, bem como ao
planejamento de recuperação de saneamento básico da cidade.
2º- Antes de realizar quaisquer alterações, geográfico-críticas, alterando os modos de vida,
de aglomerados, favelas, conglomerados dentre outros. Realizar também estudos profundos
sobre as situações de pessoas, individualmente, e famílias inteiras, a fim de não se
comprometer o modo de vida das pessoas nem o modo de vida da cidade nem a
responsabilidade jurídica do sistema municipal.
TÓPICO 4 - A falta de preocupação com estudos científicos antes de quaisquer práticas
políticas soa como evitáveis em caso de planejamento de recuperação da cidade em
tempos atuais. A saber, em se tratando de urbanismo, tudo daqui para frente, na
cidade, precisa ser planejado.
PROPOSTA 4
1º - Elaborar um planejamento urbanístico, em consonância ao plano diretor, de longo prazo,
prevendo todas as situações de parques e jardins comuns, parques e jardins aquáticos,
parques ambientais, áreas de preservação ambiental, áreas para recuperação ambiental, áreas
para a construção civil e condomínios fechados áreas para fins de loteamentos e locação
imobiliária, áreas para tombamentos ambientais, tombamentos turísticos, tombamentos
materiais e imateriais.
4º - Os serviços de planejamentos, bem como, todos os serviços do sistema municipal em
suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas periodicamente, ou seja, a
cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais, fixando-os ao rol de sua
secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios finais, que devem ser
apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema municipal. No
referente aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados por setor,
194
sendo anualmente, devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.
TÓPICO 5 - Além disso, claramente perceptível, é a influência do sentido duplo de
linguagens, para cujo uso, também se faz necessário evitar. A geografia crítica
absorveu tantas populações, ao mesmo tempo, de modo que, os serviços urbanos se
tornaram mais difíceis e mais complexos, por causa dessas demandas.
PROPOSTA 5
1º - Realizar, junto à defesa civil, um planejamento de recuperação, assentamento e
reassentamento das populações que vivem em áreas de riscos, tanto em caráteres provisórios,
quando for o caso, e em caráter definitivo, a fim de melhorar o desempenho dos serviços
urbanos e os fluxos de movimentações urbanas, trabalhando para que todas as famílias
tenham suas moradias, dentro de suas condições reais, mas com dignidade.
TÓPICO 6 - O duplo sentido se coloca pela ótica da própria pobreza, ou seja, ao
mesmo tempo, em que os poderes públicos trabalham pela recuperação daquilo que é
decadente, usando de projetos de iniciativas sociais, para que os mais pobres se
diminuam no grau de pobreza, como na cidade tudo funciona paliativamente, o próprio
tempo vai determinar o quanto a pobreza cresceu em tantos substanciais.
PROPOSTA 6
1º Realizar, junto ao serviço social-assistencial, um planejamento de recuperação do estado
de pobreza e, ao mesmo tempo, de precaução com sentido de evitar empobrecer-se. Fazer
levantamentos de famílias abaixo da linha da pobreza e elaborar planilhas de gastos a partir
desses levantamentos.
2º - Realizar buscas de empregos para aqueles entes sociais que estejam em situações de
pobreza, de acordo com as suas condições para o trabalho, a fim de auxiliar na tomada de
precaução com a pobreza.
TÓPICO 7 - Em termos de investimentos humanos, nada pode ser visto como
decadente e, muito menos, como paliativo, pois que todo o investimento é válido,
quando se trata de seres humanos.
PROPOSTA 7
1º - Realizar, junto aos recursos humanos, um planejamento de recuperação e investimento
humano. Este deve abranger os direitos humanos, a conquista de empregos e, junto aos
serviços, social-assistenciais, a distribuição de cestas-básicas para as famílias de baixa renda,
a fim de que estas, se por acaso ainda não têm, possam conquistar a dignidade.
7.1.6 Educação pública como tecnologia instrumental de qualidade
• TÓPICO 1 - No que tange às políticas educacionais - esta precisa comportar:
professores à altura da qualidade de ensino desejada pelos entes sociais, os planos de
cargos e salários e recuperações salariais, conjuntamente planejados e professores que,
figuradamente, “vistam de fato a camisa” do sistema, pois que, professor é profissão
humana.
PROPOSTA 1
1º - Neste tópico, presumem-se capacitar professores para atuar num sistema de educação
instrumental e comum, mas profissionais preparados para inserir e reinserir os alunos,
socialmente. Neste ainda, não se abole a reprovação, mas não se adota a cultura da
reprovação. Reprovar sim, mas conscientes tanto professores e quantos alunos reprovados.
195
2º - A partir de estudos aprofundados, tomar como referência os salários dos profissionais de
educação de mercado ou de institutos de análises econômicas à altura da categoria
profissional, e a partir desses estudos, realizar a recuperação salarial da categoria, também, a
partir do de referência de aonde se começaram as defasagens. Essa recuperação tem de estar
em sintonia com os orçamentos do município e não poderão se recuperar de uma só vez.
Têm de estar em sintonia com os orçamentos e em acordo à capacidade do comporta de
vencimentos mensais.
3º - Toda essa recuperação salarial tem de ser prevista num plano de cargos e salários de
todas as categorias servidoras no sistema municipal. E dentro desse plano cada categoria, em
separado, terá seu plano especificado em acordos selados com as próprias categorias.
4º - O sistema municipal trabalhará afincadamente, para que todas as categorias sejam-pagas
em seus merecidos vencimentos. E o sistema trabalhará também para que os serviços
prestados caminhem gradualmente, na sua forma, qualificado e buscando cada vez mais a
expressão de qualidade, contando com o serviço, mas também com o servidor dedicado ao
serviço que presta à cidade.
5º - O sistema municipal de educação realizará estudos aprofundados sobre os problemas de
educação ocorridos, com os profissionais de educação, na legislatura 2013-1016, visando a
correção buscando-se acordos satisfatórios com a categoria.
3º - Realizará também estudos aprofundados abordando o plano de carreira dos profissionais
de educação, visando à correção do atual plano, retroagindo-se no tempo, buscando-se o
limite mínimo de aonde se começaram a defasar os salários, e acompanhado de correção
salarial visando a uma atualização de salários satisfatória. Esta política será discutida e
definida no congresso municipal que antecede a data de posse da chapa a ser eleita.
• TÓPICO 2 - Desenhar políticas educacionais, não é só elaborá-las, publicá-las e torná-
las práticas sistemáticas, é preciso pensar tudo previamente, sobre como fazê-las,
pensar em quem vai aplicá-las nas práticas de sala de aula, prepará-los e como deixá-
los capacitados para o desenvolvimento das referidas políticas.
PROPOSTA 2
1º - A criação de um sistema escolar/educacional que vise à valorização e impulsão cada vez
maior do ensino regular, ao recuperatório, ao cultural, ao de atualização de jovens e adultos
e, proporcionando-os destaques sim, desde que com aproveitamentos iguais ou superiores a
80% em todas as disciplinas curriculares, independente de quaisquer conceitos atribuídos a
elas. E os destaques não podem ser somente orais e visuais, ou seja, tem de oferecer prêmios
coniventes a aproveitamentos na construção de conhecimentos. Os presentes materiais não
são considerados prêmios.
2º - Todas as políticas educacionais serão discutidas e pensadas juntamente às categorias
profissionais afins e seus respectivos sindicatos. Além disso, as suas práticas serão
previamente preparatórias. Os servidores serão capacitados, antecipadamente, à publicação e
oficialização da referida política. Os processos de capacitação desses profissionais serão
encadeados entre si. De cima de capacita e na respectiva ordem decrescente se repassa, com
qualidade. E assim por diante.
196
• TÓPICO 3 - Pensar nos recursos tecnológicos, dos quais, o professor disporá para usá-
los, fomentá-los dos mais ricos incrementos e torná-los, de fato e de verdade,
instrumentos utilitários aos alunos.
PROPOSTA 3
1º - A sala de informática será considerada, em seus termos, como disciplina escolar nos
componentes e grades curriculares. Para tanto, o profissional de educação terá de ser
professor a ministrar a disciplina, com formação pedagógica, superior e as afins e formação
técnica superior.
2º - Todo o sistema educacional municipal do regular constará de turmas: a) Ensino
fundamental I – turmas, em média, compostas por 20 alunos em sala, considerada tolerância
para mais em até 25 alunos, e tolerância para menos - desde que seja a última criada naquele
ciclo de ensino – sendo 15 alunos. b) Ensino Fundamental II – turmas, em média, compostas
por 25 alunos em sala, considerada tolerância para mais 27 alunos, e tolerância para menos -
desde que seja a última criada naquele ciclo de ensino – sendo 20 alunos.
3º - Todo o sistema educacional municipal do ensino recuperatório, constará de turmas: a)
Ensino fundamental I – turmas, em média, compostas por 20 alunos em sala, considerada
tolerância para mais em até 25 alunos, e tolerância para menos - desde que seja a última
criada naquele ciclo de ensino – sendo 15 alunos. b) Ensino Fundamental II – turmas, em
média, compostas por 20 alunos em sala, considerada tolerância para mais 25 alunos, e
tolerância para menos - desde que seja a última criada naquele ciclo de ensino – sendo 15
alunos.
TÓPICO 4 - A heterogeneidade seja mantida no sistema municipal de ensino. Segundo,
ao adotá-la, o professor tem de ser um profissional muito habilidoso, pois que, além de
observar as condições humanas próprias, tem de observar as condições humanas de
todo o seu entorno, equilibrarem-se, entre as duas linhas: de um lado, ser técnico, mas
não tecnicista; do outro, ser humano.
PROPOSTA 4
1º - O professor, para atuar em quaisquer níveis de ensino, no sistema municipal, comporá o
seu currículo profissional, além da formação pedagógica comum exigível, exigir-se-á a
formação humana em Psicologia. No caso de efetivos, terão esses certos prazos para
cumprirem os propósitos caso seja necessário.
2º - A admissão continuará sendo via-concurso público, apenas as diferenças e que se deve
observar essas alterações, se for o caso.
4º - Os serviços de Educação instrumental, bem como, todos os serviços do sistema
municipal em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas
periodicamente, ou seja, a cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais,
fixando-os ao rol de sua secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios
finais, que devem ser apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema
municipal. No referente aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados
por setor, sendo anualmente, devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.
• TÓPICO 5 - A heterogeneidade, ao se adotá-la, tem de abrir o leque para as
197
oportunidades: tanto às de ensino, quanto às de aprendizagens. E, ao final de tudo,
compreender que a heterogeneidade, ao se adotá-la, e para ser o que é, tem de
funcionar de maneira organizada. Se, ao contrário, possivelmente, não terá como mais
diversificar as suas páginas nos cadernos da educação.
PROPOSTA 5
1º - O professor tem de entender que ele é um profissional do ensino, então de zelar pelo
profissional que ele é; tem de zelar pelo ensino, ter sabedoria, zelar pela sua sala de aula.
Deve fazer o seu trabalho com o maior cuidado, primeiro porque está lidando com gente;
segundo, porque a sala de aula é o espelho dele; terceiro, porque ele é o espelho da escola. E
assim por diante.
2º - O professor tem de ensinar o aluno a zelar pela sua aprendizagem. Além do ensino, seu
exemplo vai ser repassado a ele. No sistema, não se adotará a cultura da reprovação, mas terá
reprovações.
7.1.7 Ensino regular desarticulado do ensino especial
• TÓPICO 1 - O que se percebe é a clara oposição entre os níveis regular e especial de
ensino, bem como a falta de preparação profissional do professor para mediar esse tipo
de ensino e, ainda, a falta de consonância entre os planejamentos e conteúdo ensinado
pelo professor e, ao mesmo tempo, aprendido pelo aluno-especial, pois que na
realidade, o aluno não o aprende, mesmo com o professor-apoio.
PROPOSTA 2
CARACTERÍSITICAS DO ENSINO REGULAR
1º - Ensino regular - Este passa a ser compreendido como sendo aquele que, ministrado
sobre alunos dentro da faixa etária legal, aprendizagem regular, permanente e plenamente,
capazes de se auto monitorarem, bem como capazes de monitorarem a aprendizagens de
outrem.
Contudo, alunos comprovadamente em defasagens de conteúdos disciplinares e
aprendizagens, estando na faixa etária regular, torna-se recomendável sua permanência nesse
ciclo do ensino regular, se considerando que a escola trará como prioridade a criação de uma
equipe de monitoramento entre os alunos com aprendizagem regular ou avançada, para o
exercício do monitoramento untos aos colegas com aprendizagem defasada na turma.
Os conteúdos ministrados nesse ciclo são todos aqueles previstos no plano de curso da
escola, elaborado pela equipe de gestores pedagógicos e retomado pelos professores e suas
respectivas áreas pedagógicas, em seu plano de ensino geral e ainda o plano de ensino
específico categorizado como bimestral e semanal. Este podendo conjugar, no plano ensino
individual do professor, os conteúdos consonantes às matérias de natureza transversal, se
considerando ainda que os planos de ensino do professor deverão estar em sintonia ao plano
198
de curso da gestão pedagógica.
TÓPICO 2 - A clara discrepância entre inclusão social e intelectual, se considerando
que a social não trás nenhum problema para a sala de aula, entretanto, a inclusão
intelectual apresenta muitos problemas, porque a mediação do ensino não acontece e,
como ela não acontece, também, não há aprendizagem, por parte do aluno especial.
PROPOSTA 2
1º - Essa modalidade de aprendizagem tem de ser por estudos à altura do aluno especial. E
não contar com uma aprendizagem de conteúdos voltada para o nível de ensino a que ele está
inserido. Nesse caso, somente cabe o ensino voltado para a inserção social.
TÓPICO 3 - A compreensão de que os conceitos de inclusão e exclusão, aplicados nas
práticas escolares, se confundem entre si, não pelo conceito, mas pela falta de
compreensão e discernimento dos profissionais que os aplicam, muitas vezes.
PROPOSTA 3
1º - O professor é quem jamais pode ficar confuso em relação à formulação desses conceitos
de inclusão e exclusão social, pois que é ele quem lida diretamente com os alunos. Afinal,
quaisquer acusações de discriminação vão cair sobre ele.
TÓPICO 4 - O único problema, nas práticas escolares, é quando as pessoas assimilam
como prática o conceito de inclusão intelectual, pois que, neste de fato, não há
consonâncias: entre professor da disciplina e o professor-apoiador, bem como,
correspondência em aprendizagem do aluno com estes.
PROPOSTA 4
1º - Nessas situações, o professor tem de ter o seu planejamento em nível de ensino da turma.
2º - O professor apoiador tem de ter o seu planejamento adaptado à realidade do nível em
que o professor titular planejou. No mais, ambos têm de combinar os planos.
3º - Os serviços de educação, bem como, todos os serviços do sistema municipal em suas
respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas periodicamente, ou seja, a cada
três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais, fixando-os ao rol de sua secretaria.
Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios finais, que devem ser apresentados
ao congresso municipal para avaliação anual do sistema municipal. No referente aos
relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados por setor, sendo anualmente,
devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.
TÓPICO 5 - As situações sistemáticas de ensino que devem merecer de cada instituição
de ensino um rigoroso programa, capaz de promover a valorização real dos alunos
nelas envolvidos, verá que, em Saviani (1997), um novo sistema regular de ensino
precisar ser instaurado, porquanto, um bom programa que promova a solução desses
problemas.
PROPOSTA 5
199
1º - Ensino ministrado sobre alunos dentro da faixa etária legal, aprendizagem regular,
permanente e plenamente, capazes de se auto monitorarem, bem como capazes de
monitorarem a aprendizagens de outrem.
2º - Ensino ministrado sob o condão da monitoria, a saber, os alunos comprovadamente em
defasagens de conteúdos disciplinares e aprendizagens, estando na faixa etária regular, torna-
se recomendável sua permanência nesse ciclo do ensino regular, se considerando que a
escola trará, como prioridade, a criação de uma equipe de monitoramento entre os alunos
com aprendizagem regular ou avançada, sob a orientação do professor, para o exercício do
monitoramento juntos aos colegas com aprendizagem defasada na turma.
3º - A Secretaria de Educação deverá promover a elaboração de um programam de ensino
focado no ensino regular, mas se comprovadas deficiências dentro da faixa-etária, tais
deficiências sejam sanadas via-monitoria.
TÓPICO 6 - As ferramentas psicológico-comportamentais são os instrumentos ultra
utilitários. Segundo, saber se colocar diante dos alunos, bem como, e se fizer a inserção
social, observando sempre que é “a primeira impressão é a que fica”.
PROPOSTA 6
!º - O professor, na primeira aula, deixa a sua impressão, e o aluno marca a sua imagem. Daí
para frente, o professor será sempre a referência para o aluno.
7.1.8 A educação formal contextualizada à formação de habilidades culturais
• TÓPICO 1 - O sistema político municipal tem de pensar, elaborar e aplicar políticas,
não somente no campo da formação cultural, mas também no campo do resgate de
hábitos culturais, no campo dos investimentos em projetos culturais, em festivais
voltados para a cultura, em pontos de referências culturais, em apoios a organizações,
na cidade, voltadas para os valores culturais do lugar.
PROPOSTA 1
CARACTERÍSTICAS DO ENSINO CULTURAL
2º - Ensino intermediário-cultural – Este ciclo de ensino é compreendido como que focado
no desenvolvimento das habilidades culturais, ou seja, é a oportunidade que a escola precisa
dar aos professores de trabalhar as teorias de ensino do campo cultural e aos alunos a
formação de suas habilidades voltadas para esse campo.
Nesse ciclo não se priorizam faixas etárias, senão a faixa geral entre 7 e 17 anos, a saber,
tanto os alunos das faixas etárias do ensino regular e monitorial quanto os alunos do ciclo de
operação recuperatória e da educação de jovens e adultos estarão situados nele, pois que o
objetivo do ensino é a formação da habilidade cultural. Embora cumprindo com objetivos
diferentes, o ciclo obedece aos mesmos parâmetros avaliativos adotados no ensino regular e
monitorial, o de operação recuperatória e o da educação de jovens e adultos, diferenciando-
se apenas no quesito das avaliações práticas.
A saber, nesse ciclo há dois tipos de avaliação: a teórica e a prática. Os conteúdos
200
ministrados nesse ciclo são todos aqueles previstos no plano de curso da escola voltado para
os conteúdos teóricos da área de estudos culturais, elaborado pela equipe de gestores
pedagógicos e retomado pelos professores e suas respectivas áreas pedagógicas, em seu
plano de ensino geral e ainda o plano de ensino específico categorizado como bimestral e
semanal. Este podendo conjugar, no plano de ensino individual do professor, os conteúdos
consonantes às atividades de natureza prática, ou seja, avaliações-teórico-práticas; trabalhos
avaliativos teórico-práticos, etc. também os profissionais que atuam nesse ciclo, além da
formação pedagógica, terão de passar pela formação específica e voltada para o ensino e
formação das habilidades culturais, se considerando ainda que os planos de ensino do
professor deverão estar em sintonia ao plano de curso da gestão pedagógica.
• TÓPICO 2 - O sistema político municipal tem de pensar, elaborar e aplicar políticas,
não somente no campo da formação cultural, mas também no campo do resgate de
hábitos culturais, no campo dos investimentos em projetos culturais, em festivais
voltados para a cultura, em pontos de referências culturais, em apoios a organizações,
na cidade, voltadas para os valores culturais do lugar.
PROPOSTA 2
1º - A secretaria de educação tem de pensar e elaborar um programa de ensino focado na
formação de habilidades culturais. Este de médio prazo e voltado para a atenção básica de
todos os alunos, de quaisquer níveis, no sistema municipal de ensino.
2º - As primeira experiências focadas no ensino cultural devem ser via-projetos, até que o
sistema se organize num espaço reservado para esse fim e a partir de um programa de ensino
caracterizado segundo esses conceitos de escola cultural, também focado no resgate de
hábitos culturais.
3º - Como tarefas práticas, a escola cultural deve focar a valorização da produção cultural
local, primeiramente, dos alunos do sistema municipal de ensino, secundariamente, na
produção cultural local.
• TÓPICO 3 - A população se considera necessitária de cultura, e por se considerar
necessitária, também tem disposição para o entretenimento, embora perceba a falta de
consciência cultural em meio aos contextos sociais. E, neste contexto, significativo é que
a consciência cultural se forma, paralelamente, ao exercício da educação formal.
PROPOSTA 3
1º - Como tarefas práticas, a escola cultural deve focar a valorização da produção cultural
local, primeiramente, dos alunos do sistema municipal de ensino, secundariamente, na
produção cultural local, inclusive, na promoção de certos festivais.
2º - A formação da consciência cultural só se vai dar praticando a cultura.
3º - Os serviços de educação cultural, bem como, todos os serviços do sistema municipal em
suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas periodicamente, ou seja, a
cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais, fixando-os ao rol de sua
secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios finais, que devem ser
apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema municipal. No
referente aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados por setor,
sendo anualmente, devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.
201
• TÓPICO 4 - Se se promovem shows artísticos, mas não procuram saber se a população
está gostando, a partir desta proposta, toda promoção cultural precisa ser a contento às
necessidades da população, senão, não vale à pena investir.
PROPOSTA 4
1º - Antes de quaisquer promoções artísticas, o sistema na secretaria de cultura deve
promover coletas de opiniões, sem-ônus, com o fim de conhecer a opinião da população
sobre os eventos sobre a necessidade deste ou não.
2º - Todo o investimento cultural deve, prioritariamente, estar voltados para as produções
culturais do lugar. Noutras situações, somente, pós-constatadas as necessidades.
TÓPICO 5 - Também, se vê que há contextualizações, por exemplo, a formação de
habilidades culturais, se conjugada ao ensino regular formal, os espaços de educação
não a comportam, devido às diversas demandas socioculturais já desenvolvidas.
PROPOSTA 5
1º - O sistema municipal, junto à secretaria de obras e sob as previsões de médio ou de longo
prazo, providenciar espaço que comportem essas modalidades de ensino.
2º - Esse formato de educação cultural só é cabível num espaço criado para esse fim.
Portanto, não se trata de uma escola somente de práticas culturais, mas de uma escola que
consta de formação e prática cultural, ao mesmo tempo.
TÓPICO 6 - E como se trata de situações de ensino, é preciso fazer como em Saviani
(1997), sobre situações sistemáticas de ensino que devem merecer de cada instituição de
ensino um rigoroso programa, capaz de promover a valorização real dos alunos nelas
envolvidos, verá que dentro do sistema regular de ensino precisa ser instaurado,
porquanto, um bom programa que promova a solução desses problemas.
TÓPICO 6
1º - Promover a elaboração de um programa de ensino que valorize a real condição dos
alunos com a escola envolvidos. Nisto se verá que dentro do sistema regular de ensino
precisa ser instaurado programa que preveja e promova boas políticas públicas e a solução
desses problemas de ensino e aprendizagem.
TÓPICO 7 - É hora de a população se colocar, enquanto sociedade local, e trabalhar na
promoção e incentivo na colaboração para que a cidade passe a valorizar mais a
cultura do lugar e, nessa lógica da valorização cultural, é que vão se constituir as novas
políticas de cultura. Portanto, é trabalhar tanto para que haja a elaboração das
políticas públicas que levam a esse fim, quanto pela colocação dessas políticas em
prática.
TÓPICO 7
1ª – Trabalhar na elaboração de políticas, de médio e longo prazo, para que a cidade possa
ter a sua casa de cultura, lugar de referência para as escolas, às instituições mais ligadas à
cultura, buscarem seus modos de produzir cultura.
2º - Continuar na luta pela conservação da Serra do Rola-Moça como sendo, não somente,
ambiental, mas também, lugar de cultura e turismo.
3º - Trabalhar pela cultura dos museus: de educação, inclusive, tendo como referência a
grande educadora Dona Helena Antipoff; da estação ferroviária do Ybyreté; ermida do
Rosário, dentre outros.
202
7.1.9 Ensino sob o marco da operação recuperatória
• TÓ´PICO 1 - O que fica claro, primeiro, é sobre as modalidades de avaliações que
permanecem com as mesmas características, podendo se inovar, conforme resultados
oriundos das próprias avaliações e de avaliações sobre o próprio sistema, para os
alunos. Entretanto, ao final de cada etapa de avaliação dos alunos, avaliam-se também
o sistema nas suas formas de aplicação dessas avaliações.
PROPOSTA1
CARACTERÍSTICAS DO ENSINO RECUPERATÓRIO
3º - Ensino de operação recuperatória - Este passa a ser compreendido como sendo aquele
que, ministrado sobre alunos fora da faixa etária legal, aprendizagem irregular, ou seja,
alunos passíveis de ensinamentos e monitoramentos, com defasagens de aprendizagens de
conteúdos e outras defasagens do campo emocional.
Contudo, alunos comprovadamente capazes de aprender conteúdos disciplinares e
aprendizagens diversas, se estando fora da faixa etária regular, torna-se recomendável sua
permanência nesse ciclo do ensino de operação recuperatória, se considerando que a escola
trará como prioridade a sua atualização na aprendizagem para o fim de reconduzi-lo ao
ensino regular de acordo com o seu desempenho nos processos avaliativos.
Os conteúdos ministrados nesse ciclo são todos aqueles previstos no plano de curso da
escola, elaborado pela equipe de gestores pedagógicos e retomado pelos professores e suas
respectivas áreas pedagógicas, em seu plano de ensino geral e ainda o plano de ensino
específico categorizado como bimestral e semanal. Este podendo conjugar, no plano de
ensino individual do professor, os conteúdos consonantes às matérias de natureza
transversal, desde que à altura e nível de aprendizagem exigida nesse ciclo, se considerando
ainda que os planos de ensino do professor deverão estar em sintonia ao plano de curso da
gestão pedagógica.
• TÓPICO 2 - O sistema adota a reprovação, mas não a estimula, sob a justificativa de
não cair na cultura da reprovação. Daí se vê que o professor precisa de autonomia
para o exercício de seu trabalho. E se este não se dispuser nem dispor para, tanto se
perde o estímulo do professor, quanto se perde este no aluno. Então, a preparação de
todos os setores envolvidos com a proposta, faz-se fundamental, porque estes se tornam
conscientes dos papéis de cada um.
PROPOSTA 2
203
1º - O sistema deve usar com mais rigor da modalidade de reprovação, não como critério de
perseguição pessoal, mas como base de avaliação correta, visando ao bem-comum do
alunado, na valorização da produção de conhecimento. Para que todos tenham os mesmos
deveres e os mesmos direitos, visando sempre ao alcance do conhecimento como alvo
pessoal do aluno e da família e alvo coletivo da escola.
2º - O sistema deve recusar a cultura da reprovação, ou seja, a aprovação não pode ser
automática nem imediata, ao contrário, tem de ser mediante produção de conhecimentos.
Contudo, o aluno experiente de reprovação não pode, jamais, ser submetido a experiências
de perseguição pessoal. O que se tem de valorizar é a produção do conhecimento ao lado da
valorização humana do aluno e vice e versa.
7 3º - Usar da reprovação como instrumento de autonomia do professor no exercício de seu
trabalho é o mesmo que se adequar à cultura da reprovação. E isto será inadmissível.
8
9 4º - O professor deve ser um profissional dedicado ao seu trabalho como de direito e de
dever. Para tanto, no que disser respeito ao seu trabalho, tem de estar disposto. Ser agradável
não quer dizer se deixar explorar. Quer dizer que ser agradável é muito melhor do que ser
desagradável.
10
11 5º - O sistema usará de todos os recursos possíveis e, “até impossíveis”, para que os
servidores do sistema municipal sintam-se estimulados no exercício dos serviços que o
cabem.
12
13 6º - Também, o mesmo estímulo será extensivo aos alunos, bem como, os profissionais do
ensino estarão diretamente comprometidos com o estímulo dos alunos na produção de
conhecimento.
14
15 7º - Todos os profissionais do ensino, a contar de um médio prazo, estarão diligente e
periodicamente se atualizando buscando sempre a preparação profissional como meio de
produção e autoestima e produção de estímulo nos alunos.
16
17 8º - Cada profissional deve ter ciência e consciência dos serviços a serem prestados à cidade,
bem como, cada aluno também tem de ter ciência e consciência dos conhecimentos que estão
sendo produzidos na escola.
TÓPICO 3 - Se o aluno não aprendeu e o ensino não produziu seus efeitos, não há
qualquer utilidade em atribuir-se culpa ou responsabilidade a qualquer uma das partes
envolvidas. Logo, sentimento de culpa é algo característico do campo pessoal, o
desfecho se faz com as práticas do profissionalismo, não com amadorismo.
PROPOSTA 2
1º - O ciclo do sistema recuperatório de ensino está conceituado, basicamente, na
recuperação de conteúdo. Pretende-se este funcionar numa escola e sala de aula normal com
a mesma previsão de carga horária que a dos demais ciclos de aprendizagens. As diferenças
estão na individualidade de cada aluno. Como o sistema será de recuperação permanente,
então, são as avaliações periódicas que vão determinar se aluno atualizou-se quanto aos
conteúdos defasados ou não, para prosseguir ao ciclo seguinte.
2º - Se o aluno não se recuperou nos conteúdos defasados, deve permanecer no ciclo. No
entanto, a escola vai-se esmerar ainda mais, para este se sobressaia melhor nas avaliações
204
seguintes. Mas, ele precisa avançar os ciclos conscientemente dos conteúdos que estão sendo
estudados e assimilados. Não é culpa dele, mas também, não é do professor. Ambos têm de
zelar para que, tanto ensino quanto aprendizagem, sejam conquistadas, com dedicação e
sucesso.
3º - O professor, no exercício do ensino, tem de zelar pelo profissionalismo, ou seja, fazê-lo
sem-amadorismo. E o aluno tem de zelar pelo não amadorismo. Aluno também tem de ter
dedicação afincada na produção dos conhecimentos, mas com aprendizagem.
4º - Os serviços de educação sob o marco recuperatório, bem como, todos os serviços do
sistema municipal em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas
periodicamente, ou seja, a cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais,
fixando-os ao rol de sua secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios
finais, que devem ser apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema
municipal. No referente aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados
por setor, sendo anualmente, devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.
7.1.10 Nível de ensino sob a atualização dos aprendentes além-faixa-etária
• TÓPICO 1 - Faz-se notar que jovens e adultos e idosos - quando ainda em faixa
própria, perdem a oportunidade de concluírem os estudos – entretanto, já na idade,
além-faixa-etária, se descobrem da falta que a educação faz. Daí, a requererem do
poder público uma nova oportunidade como chance de recuperar o tempo,
supostamente, perdido.
PROPOSTA 1
CARACTERÍSTICAS DO ENSINO DE JOVENS E ADULTOS
4º - Ensino para atualização de jovens e adultos - Este passa a ser compreendido como
sendo aquele que, ministrado sobre alunos fora da faixa etária legal, aprendizagem irregular,
ou seja, alunos passíveis de ensinamentos e monitoramentos, com defasagens de
aprendizagens de conteúdos e, talvez, outras defasagens do campo emocional, mas que
trabalham no decorrer do dia ou perderam a oportunidade de estudos em razão da
necessidade de trabalho.
Contudo, alunos comprovadamente capazes de aprender conteúdos disciplinares e
aprendizagens diversas, se estando fora da faixa etária regular, mas também, alunos que
ainda não tenham sido alfabetizados, torna-se recomendável sua permanência nesse ciclo do
ensino, se considerando que a escola trará como prioridade a sua atualização no curso da
aprendizagem.
Os conteúdos ministrados nesse ciclo são todos aqueles previstos no plano de curso da
escola, elaborado pela equipe de gestores pedagógicos e retomado pelos professores e suas
respectivas áreas pedagógicas, em seu plano de ensino geral e ainda o plano de ensino
específico categorizado como bimestral e semanal. Este podendo conjugar, no plano de
ensino individual do professor, os conteúdos consonantes às matérias de natureza transversal,
desde que à altura e nível de aprendizagem exigida nesse ciclo, se considerando ainda que os
planos de ensino do professor deverão estar em sintonia ao plano de curso da gestão
pedagógica.
205
TÓPICO 2 - O sistema público municipal deve elaborar, dentre outras, uma política
que atenda às necessidades desse público de jovens, adultos e idosos.
PROPOSTA 2
1º - O sistema de educação municipal deve ampliar sua atenção básica de ensino para a
população de jovens, adultos e idosos. Estes, comprovadamente, além-faixa-etária, ou seja,
idade igual ou superior a 18 anos.
2º - O sistema municipal de educação deve reservar os noturnos e todos os seus prédios
escolares para, na comunidade onde houver demanda de população de jovens, adultos e
idosos, além-faixa-etária, buscar a atender a essas demandas.
3º - O sistema de educação municipal deve ainda formular um programa de ensino – em
sintonia com estes planos ações gerais e - voltados para essa categoria de aprendizes, nos
mesmos moldes das modalidades do ensino recuperatório.
TÓPICO 3 - Ao atender, na proposta didático-pedagógica, deve focar como temáticas
principais, as experiências vivenciadas por este público conjugadas ao teor de
criticidades, conforme apontado em Freire (1997).
PROPOSTA 3
1º - Ao elaborar o programa de ensino, em sintonia com as políticas públicas voltadas para o
público de jovens, adultos e idosos, deve-se ocupar coma proposta didático-pedagógica e
suas temáticas contornadas pelas experiências de vida dessas populações e oferta de
conteúdos disciplinar-curriculares concomitantes ao nível de ensino desejado, tendo como
referência as metodologias Paulo-Freirianas.
2º - As demandas de ensino serão detectadas mediante a realização de pesquisas e
levantamentos em cada comunidade onde haja estabelecimento de ensino do sistema
municipal de educação, ou senão o havendo, mas havendo demandas, o sistema deve buscar
as formas de poder atender às demandas através de outros estabelecimentos.
3º - As turmas não poderão ultrapassar os limites de 20 alunos em sala, bem como, os limites
mínimos não podendo ser inferior a 12 alunos em sala.
4º - Os professores e gestores de educação nesse nível de ensino, também, farão atualizações,
consensuais e contínuas de cursos visando a estarem sempre preparados e capacitados para o
exercício desse nível de ensino nas escolas municipais.
TÓPICO 4 - A de que os sistemas de ensino, uma vez optado por oferecer a educação de
jovens e adultos, deve se conscientizar das obrigatoriedades legais impostas a eles.
PROPOSTA 4
1ª – O nível de ensino voltado para a atualização de populações além-faixa-etária deverá se
formalizar sob as observações de toda a legislação acima dele vigente a ele imposta, bem
como toda a legislação municipal de educação, sobretudo, a que ampara jovens e adultos, a
ele observada.
2º - Todas as disciplinas, ministradas e ponderadas nas modalidades de ensino recuperatório
estarão sob a iminência de serem ministradas no ensino para jovens, adultos e idosos.
TÓPICO 5 - Os estudantes - nesta linha de ensino - também têm de se conscientizar de
que suas experiências de vida se fazem complementos aos conteúdos ministrados, bem
como, se conscientizar das responsabilidades com os cursos em todas as suas
modalidades e disciplinas.
206
PROPOSTA 5
1º - As responsabilidades dos alunos são com a frequência ao curso, observando-se os 75%
de frequência, previstos na LDB. Cabe aos professores manterem a consciência dos alunos
atenta, mas a conscientização deles, inclusive, na observância da baixa-frequência como
critério de reprovação.
TÓPICO 6 - Os profissionais envolvidos com a proposta têm de serem os primeiros a
acreditar nela, em seguida, avaliar os alunos pós-conteúdos aplicados e, ainda, avaliar-
se a si mesmos e ao sistema, para que a proposta pedagógica não se incorra em
descréditos.
PROPOSTA 6
1º - As avaliações serão periódicas, contínuas e pós-ciclos de conteúdos.
2º - Os profissionais do ensino, nesse nível, atualizam-se, avaliam os processos de
atualização e se auto se avaliam, bem como, avaliam o sistema de ensino e de reabilitação de
jovens, adultos e idosos.
TÓPICO 7 - Na opção de vida, os cidadãos têm total liberdade ao fazê-la, mas na opção
por educação, os adultos fazem opção, têm liberdade para desempenhá-la, porém
assumem compromissos, e esses não podem ser descumpridos, por nenhuma das partes
envolvidas, porque não se trata de apenas criar e oficializar uma política pública, mas
acima de tudo, atender a uma população necessitária.
PROPOSTA 7
1º - Os compromissos devem ser assumidos e cumpridos a contento das populações e do
sistema municipal de educação. Os processos de avaliação é que apurarão essas situações de
compromissos.
2º - Os serviços de educação sob o marco da atualização além-faixa-etária, bem como, todos
os serviços do sistema municipal em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações
de contas periodicamente, ou seja, a cada três meses, como sendo relatórios parcial-
trimestrais, fixando-os ao rol de sua secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange
aos relatórios finais, que devem ser apresentados ao congresso municipal para avaliação
anual do sistema municipal. No referente aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem
ser apresentados por setor, sendo anualmente, devem ser apresentados por sua respectiva
secretaria.
TÓPICO 8 - Ao se aprovarem as políticas públicas desse gênero de educação, estão-se,
automaticamente, criando os noturnos nos polos de educação municipal. E ainda outra
é que, conforme em Freire (1999), o diálogo se caracteriza como sendo base de todas as
relações estabelecidas no sistema de educação de jovens e adultos.
PROPOSTA 8
1ª – O diálogo é a base todos os processos educação no município, principalmente, neste
nível de ensino além-faixa-etária.
7.1.11 Eixos sistemático-culturais
TÓPICO 1 - O conceito de cultura não se formaliza apenas pelas modalidades culturais
tradicionais, mas pelos fazimentos do homem. E este se firma sobre a compreensão de
que um conceito formalizado em torno de certas modalidades culturais, como a música,
a pintura, a literatura, as artes de modo geral, soa incompleto, pois que se formaliza em
cima do que é produto, e ainda, na verdade, cultura se concebe pelos atos do homem
sobre tudo o que ele produz, seja em termos de saberes ou não.
PROPOSTA 1
207
1º - Os conceitos de cultura não precisam ser formalizados, mas precisam ser concebidos,
nas práticas sociais como sendo tudo o que o homem produz. E ele só vai conceber isto,
fazendo.
2º - As práticas de cultura devem estar incrementadas no dia a dia da cidade, voltadas para a
valorização cultural do que os sujeitos produzem na cidade e isso elevado à condição de
produção cultural.
TÓPICO 2 - A organização de representações simbólicas, como em Thompson (2009),
seja em forma de casa de cultura, seja em forma de museu, ou de quaisquer outras
formas de simbologias da cidade, para no futuro, talvez, não muito distante, já se
possam contar, na cidade, quais os símbolos que a representam.
PROPOSTA 2
1º - O levante de objetos de cultura, locais, monumentos históricos, museus, devem ser
promovidos, na tentativa de se escolher e localizar os símbolos da cidade. Esse tipo de
trabalho deve ser feito, em médio prazo, inclusive, como forma de valorização dos museus
como objeto de cultura e preservação.
TÓPICO 3 - Concentra-se na elaboração de um programa de cultura capaz de absorver
as demandas culturais na cidade.
PROPOSTA 3
1º - A Secretaria municipal de cultura deve elaborar, em consonância a este plano de ações
gerais, o seu programa de cultura para a cidade. Nele devem-se prever as diversas políticas
públicas da área de cultura que se assentem ao gosto da população.
2º - Os serviços na Secretaria Municipal de Cultura, bem como, todos os serviços do sistema
municipal em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas
periodicamente, ou seja, a cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais,
fixando-os ao rol de sua secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios
finais, que devem ser apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema
municipal. No referente aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados
por setor, sendo anualmente, devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.
TÓPICO 4 - Concentra-se na elaboração de políticas públicas, a contento ao programa,
voltadas para a preservação dos valores culturais da cidade, para a realização de
encontros culturais sejam de poetas, de músicos, de escritores, sobretudo, com
valorização dos pátrios-citadinos; voltadas para casas populares, organização de
museus, de casa de cultura, de centro de artes, dentre outros.
PROPOSTA 4
1º - Devem-se promover na cidade os encontros culturais, por eles não serem por demais
dispendiosos, e por apresentarem significados na formação de hábitos culturais, e elevando-
se a produção cultural do lugar às condições de produtos-frutos passíveis de economia
criativa.
2º - Como políticas de longo prazo, trabalhar para que a cidade tenha, não somente, os
encontros culturais, mas as casas de cultura, os centros de artes, do movimento popular. Etc.
TÓPICO 5- Ao se estabelecer as relações de comunicação com o mundo, evitar
quaisquer formas de dependência da globalização.
PROPOSTA 5
1º - A cidade deve trabalhar de imediato, para que sua produção cultural seja levada à feira
pública, à condição de produto-fruto de economia criativa, com distribuições vendáveis
solidariamente entre os munícipes, sem criar situações de dependência de outros de sistemas
comerciais superiores e mais seguros financeiramente.
208
2º - A confiança comercial precisa ser depositada no companheirismo entre os produtores
culturais, primeiro, valorizando a produção cultural do lugar e, posterior, a produção de
outrem.
TÓPICO 6 - Na elaboração do programa cultural, devem-se prever políticas públicas
do âmbito virtual e pensar programas prevendo políticas públicas, projetos sociais,
culturais, de cultura midiática, de comunicação em audiovisuais, etc. Quer dizer, tudo
isso precisa ser conceituado sob a ótica do diálogo em Freire (2011).
PROPOSTA 6
1º - A elaboração de políticas públicas virtuais tem de dar consonâncias à condições e
políticas público-comerciais do mundo real.
2º - Para o desenvolvimento cultural do lugar, a cidade buscará recursos, fundamentados em
projetos rigorosamente bem-elaborados e serem submetidos a verbas exclusivas para
projetos culturais sendo, também, via-emendas parlamentares, dentre outros.
7.1.12 Conceitos sintomático-gestionários de saúde pública
TÓPICO 1 - Os conceitos compreendidos como ruins que a própria lei 8080 (1990)
deixa transparecer quando estabelece a necessidade de o Estado formular políticas
públicas econômicas e sociais no fim de ajudar o SUS a implementar as suas políticas de
saúde.
PROPOSTA 1
1º - A política de fiscalização sanitária deve ser rigorosamente colocada em prática,
sobretudo, porque há falhas na aplicação de saneamento básico no município. Isto implica
nas águas dos ribeirões, córregos e lagoa estarem, em grau elevado, contaminadas, devido à
falta de esgotamentos, de tratamentos de esgotos e das águas.
2ª – Os serviços de fiscalização da própria saúde se tornaram cúmplices da fata de
saneamento básico no município. Algo que deve ser corrigido com a elaboração e aplicação
de novas políticas de saúde.
TÓPICO 2 – As políticas intersetoriais, portanto, extremamente, necessárias para o
funcionamento do SUS.
PROPOSTA 2
1º - Devem ser elaboradas e aplicadas políticas públicas de saneamento básico e de longo
prazo, visando à correção de problemas de saúde. Para tanto, exigir-se-á da equipe de
fiscalização de saúde registros de situações que implicam de contágios: sejam por áscaris-
lumbricoides, verminoses, dentre outras formas de contágios.
2º - Devem ser elaboradas e aplicadas políticas públicas de recuperação ambiental de médio
prazo, de recuperação das águas, de nascentes, de coletas de lixos, de aterro sanitário,
visando à precaução e correção de problemas de saúde. Para tanto, exigir-se-á da equipe de
fiscalização geral do município registros de situações que implicam em riscos de contágios,
tornando-se problemas de saúde.
3º - Devem ser elaboradas e aplicadas políticas públicas de tratamentos, de longo prazo,
visando à correção de problemas de saúde. Para tanto, exigir-se-á da equipe de fiscalização
de saneamento básico, situações que implicam em contágios diversos causadores de
209
problemas de saúde.
TÓPICO 3 - Esta proposta se coloca inteira e permanentemente em defesa do SUS, bem
como, se coloca contrária ao monopólio de mídias empresariais, aos conteúdos de
corrupção caracterizadores de um SUS ruim, e esta ainda entende que,
independentemente, dos conteúdos, as mídias jornalísticas foram feitas para informar a
sociedade dos fatos ocorridos, o que elas não podem é ser tendenciosas.
PROPOSTA 3
1º - Somente poderão se aplicar as políticas públicas de saúde que fortaleçam e estejam em
defesa do SUS. O único sistema capaz de implementar políticas de saúde favoráveis a toda a
comunidade, sobretudo, capaz de atender às comunidades mais pobres.
2º - As mídias empresariais poderão ser aceitas no sistema de saúde, desde que com
atividades em proporção de igualdade em relação às outras mídias empresariais, sem jamais,
exploração de monopólios.
3º - As mídias jornalísticas, como imprensa comum, cumprirão seus papéis de informar não
somente no âmbito do sistema de saúde, mas também, todos os demais sistemas abrangentes
da administração pública municipal.
4º - Também, não se aceitam mídias empresariais de quaisquer ramos de negócios, em
caráter excepcionalmente, tendencioso.
TÓPICO 4 - E na sequência, no que tange aos movimentos de organização de classes,
esta proposta entende-se favorável às organizações em classe, mas pensa que o
corporativismo e o radicalismo devem ser evitados: o primeiro, porque prejudica,
indiretamente, a organização interna do movimento; o segundo, porque prejudica
diretamente a coisa e causa público-social, sobretudo, quando se valem de agressões ao
patrimônio público.
PROPOSTA 4
1º - A organização em classes, seja setorial, intersetorial, seja sistêmica à saúde, deve ser não
somente respeitada com também incentivada, nas mesmas proporções do respeito mútuo. O
corporativismo e o radicalismo são comportamentos opcionais adotados ou não pelas
categorias. Ao sistema, independem, quaisquer opiniões.
2º - A organização sindical será respeitada, seja no sistema de saúde ou em quaisquer outros,
sobretudo, até incentivada.
3º - A organização em classe, sob um conceito pacífico, não compromete a eficácia social
nem quaisquer atendimentos ao público. Portanto, deve ser incentivada.
TÓPICO 5 - Mas, reconhece a abertura ao diálogo como sendo o grande desafio para
que o Sistema Único de Saúde – SUS se constitua num sistema público, pautado pelos
eixos da integralidade e da humanização, em atenção à saúde.
PROPOSTA 5
1º - As políticas públicas, no âmbito do SUS-IBIRITÉ, estarão pautadas na integralidade,
humanização e atenção básica de saúde.
2º - Todas as relações, no âmbito do sistema de saúde local, estarão pautadas, além das
210
qualificações do tópico anterior, também se estende às políticas do diálogo.
3º - Os serviços na Secretaria de Saúde, bem como, todos os serviços do sistema municipal
em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas periodicamente, ou seja,
a cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais, fixando-os ao rol de sua
secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios finais, que devem ser
apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema municipal. No
referente aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados por setor,
sendo anualmente, devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.
TÓPICO 6 - Compreender que, por mais que determinada política alcance resultados
positivos do ponto de vista técnico, ela somente poderá ser convertida em capital
político, para seu realizador, se for percebida pela população. E, ao lado disso, boas
políticas, com boas avaliações técnicas, podem perder sua continuidade, caso não
obtenham visibilidade positiva e apoio da opinião pública.
PROPOSTA 6
1º - A valorização do trabalho técnico-profissional está prevista em todos os campos e áreas
profissionais do sistema municipal. Na saúde, sobretudo, além da prioridade à capacidade
técnica, será também feito um plano de cargos e salários, visando a iminentes situações de
correções salariais, ao ponto de valorização dos serviços, do atendimento, da manutenção de
materiais, à profilaxia e garantia dos profissionais no sistema de saúde.
2º - A avaliação dos serviços de saúde será periódica nos termos técnicos, contínua em
termos político e assistencial à saúde ao contento da população. Nesse caso, além da
avaliação de desempenho, no âmbito dos serviços de saúde, será composta equipes de
avaliação sistemática, compondo-se, paritariamente, de membros técnicos e de participação
popular.
3º - As avaliações políticas, no sistema de saúde, serão contínuas e permanentes.
TÓPICO 7 - Se o tratado é de elaboração de políticas públicas e, no caso de Ibirité, por
exemplo, essa é uma causa pela qual se tenha de lutar, constante-firmemente, para que
a saúde pública, no município, seja levada ao contento da população. Para tanto, nesta
última seção, ficam claras como maracas, primeiro, no tocante à dialética, uma vez,
identificada na opinião pública, significa que o olhar para essas situações provoca a
necessidade de examinar o mais profundo dessas diferenças de opinião.
PROPOSTA 7
1º - Deve-se coletar, periodicamente, a opinião pública abordando ao sistema de saúde como
um todo complexo, visando ao bom funcionamento das unidades de saúde locais, do hospital
de Ibirité, do hospital-dia da saúde mental e outros.
2º - As opiniões divergentes serão aceitas como forma de colaboração ao sistema de saúde.
TÓPICO 8 - No tocante à disputa entre políticas públicas de saúde e saneamento,
reconhece-se, na verdade, os conflitos de interesses sobre que essas disputas se ancoram,
como sendo jamais aprovados por esta proposta.
PROPOSTA 8
1º - Não há interesse em disputas de políticas públicas sobre elas mesmas. Também, não
intenções de valorizar investimentos com intuitos de competitividades. As intenções estão no
âmbito do aceite aos investimentos, sob as regras públicas da carta-convite. No mais, a
211
concorrência pública é que determinará as regras de todos os investimentos, inclusive,
evitando-se quaisquer conflitos.
TÓPICO 9 - A população sempre reclama, mas não há registros formulados dessas
reclamações em órgãos públicos. Também, de outro lado, não há registros na secretaria
e saúde nem de quaisquer outros órgãos de saúde no fim de exigir solução desses
problemas do sistema municipal. E é sobre essa falta de consciência político-social que
os autores estão discorrendo.
PROPOSTA 9
1º - As denúncias por ausências de serviços, por equívocos na execução de serviços, por falta
de atendimento adequado, dentre as reclamações, serão recebidas, inclusive, como meio de
obtenção de informações sobre a gestão de serviços. Isso implica na execução de uma gestão
mais precavida.
2º - A consciência político-social-cidadã será, nessas oportunidades, trabalhadas a contento
da população.
TÓPICO 10 - A falta de compromisso social com a coisa e causa pública vai muito mais
além do que os próprios autores discorrem, pois se se constata que a opinião-pública
não está favorável ao governo, ele não se incomoda em alterar essa opinião para
melhorá-la. Ao contrário, ele não reage. E essa sensação de não reagente embasbaca
quaisquer que sejam os opinantes, em meio à opinião-político-pública-popular.
PROPOSTA 10
1º - A opinião pública sobre o governo municipal, não somente sobre o sistema de saúde,
será a contento formalizada e observada à altura das necessidades sistemáticas e necessidades
da população.
2º - Em caso de opinião pública contrária às ações e políticas do governo municipal, este
deverá se colocar ao inteiro dispor de alterá-las para melhor, na cidade.
7.1.13 Práticas sintomático-terceirizadas de saúde pública
TÓPICO 1 - A gestão de saúde deve trabalhar para que esta funcione com qualidade e,
se porventura, depois de avaliações sequentes e específicas, não conseguir uma gestão
funcional, deve-se trocar o gestor, a manter o sistema público de saúde fora dos
enquadramentos legais.
PROPOSTA 1
1º - Saúde com qualidade num sistema público, sobretudo, municipal tem de ter materiais
necessários à manutenção dos serviços, atendo a todas as pessoas daquela comunidade, de
acordo com as suas marcações; os quadros de médicos, enfermeiros e funcionários completos
e em consonância com a legislação vigente. Além disso, os atendimentos têm de agradar a
população atendida. Se assim, considera-se de qualidade.
2º - O sistema deve se auto se avaliar continuamente e avaliar, periodicamente, o seu
desempenho. Também, deve ser avaliado pelas comunidades de clientes. Para tanto, tem de
organizar o grupo colegiado das unidades de saúde para procederem com os serviços
necessários ao funcionamento do sistema.
212
3º - Pós-três avaliações consecutivas e a gestão obtiver aproveitamento inferior ao exigido
pela legislação vigente, pelas três vezes consecutivas, a gestão terá de ser trocada, obedecendo
aos critérios, previamente, estabelecidos em acordo a esse plano de ação e à legislação
vigente.
TÓPICO 2 - Em caso de terceirizar serviços, sistemas, e quaisquer outras modalidades
públicas de atendimento, somente, após estudos cientificamente comprováveis de sua
necessidade.
PROPOSTA 2
1º - A terceirização de serviços e prestação de serviços e quaisquer outras formas de prestação,
somente serão viáveis, pós-estudos comprovados que o sistema público de saúde não
consegue gerir seus serviços. Mesmo assim, serão buscados recursos onde for necessário para
não permitir a terceirização.
2º - Os estudos têm de ser cientificamente comprovados. Afora isso, até o contrato de
terceirização que o sistema atual tiver renovado, terão de serem estudadas as possibilidades de
ele ser revogado. O SUS foi criado para ser público. Não para se geri-lo por vias terceirizadas.
TÓPICO 3 - E no caso desta proposta em relação ao sistema de saúde atual, os contratos
referentes à terceirização, devem ser revogados e o sistema de saúde do hospital de
Ibirité, retomado sob a gestão pública do município. A terceirização aponta para as
fragilidades nos contratos de trabalho, se considerando a relação vulnerável, deixando os
trabalhadores às margens da segurança no trabalho.
PROPOSTA 3
1º - Uma vez constatadas ilegalidades nos contratos de terceirização do hospital de Ibirité,
estes serão imediatamente revogados.
2º - O SUS não pode correr riscos. É obrigação do sistema público de saúde gerir seus
serviços de saúde. É cumprimento de princípio e direito constitucional e fundamental de todo
ente social.
TÓPICO 4 - Se considerando os serviços públicos com de essencial responsabilidade, as
relações viciosas e perniciosas se suspendem a si próprias, pois que estão fora desta
proposta de planejamento de governo.
PROPOSTA 4
1º - As relações viciosas e perniciosas estão automaticamente suspensas, uma vez constatada
posse do novo sistema político da cidade. Outra vez, a causa não pode ser confundida com
causa particular.
2º - No sistema público municipal, cada servidor assumirá seus serviços e suas respectivas
responsabilidades. Jamais, deve se esquecer desses compromissos.
TÓPICO 5 - Essa transferência procedeu-se como sendo normal, sem-haver nem um
registro em boletim constando da insatisfação do conselho municipal de saúde,
independentemente, de quaisquer suspeitas da população das formas e riscos sob os
quais corria o contrato.
PROPOSTA 5
213
1º - O conselho municipal de saúde foi constituído para cumprir com o seu papel de consultor
e fiscalizador. Quando este estiver prestando consultas técnicas de serviços – e para isso tem
ser devidamente habilitado - deve proceder com os registros de consultor nas atas e boletins de
informação. Quando estiver no papel de fiscalizador, deve proceder com os registros de
fiscalização nas atas e nos boletins de ocorrência, inclusive, quando houver necessidade de
interditar determinados serviços na cidade.
2º - Cada conselho municipal deve agir conforme o teor da lei a ele vigente, evitando
quaisquer formas de atrelamento ao gestor, bem como quaisquer formas de cumplicidade ao
gestor de saúde, em caso de suspeitas de envolvimento em relações viciosas. Para tanto, usar
dos registros a que os faz jus.
TÓPICO 6 - O sistema de saúde tem de promover a formação técnica dos conselhos em
consonância à legislação vigente, visando à qualidade nos atendimentos em assessorias
aos serviços de saúde.
PROPOSTA 6
1º - O sistema tem de promover a formação técnica dos conselhos municipais, de modo geral.
Sem-formação técnica, é como que sem-autonomia. Eles próprios têm de cobrar do sistema
esses investimentos técnicos.
2º - Para tanto, também, têm de zelar dos conselhos por eles administrados. A saber, toda a
formação técnica que receber do sistema municipal, tem de repassada, ajudando na formação
técnica deles.
TÓPICO 7 - A de que a lei os trata como de representatividade social, e participação
popular, e como serviços de relevância, e de consultoria, e de fiscalização, mas na
realidade, tal representatividade deixa muito a desejar, entretendo-se, às vezes, a apenas,
participar de reuniões ordinárias dos conselhos. E isso é algo inadmissível nesta proposta
de ações gerais para a cidade.
PROPOSTA 7
1º - Os conselhos municipais, de quaisquer áreas no sistema municipal, foram eleitos para
representar as suas entidades. Portanto, têm de fazê-lo com ética, com relevância, exercendo
suas consultorias e seus papéis de fiscalizadores. Não podem ficar somente como participantes
de reuniões ordinárias sem os cumprimentos dos serviços a eles incumbidos.
2º - Os serviços de atendimento no hospital, bem como, todos os serviços do sistema
municipal em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas periodicamente,
ou seja, a cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais, fixando-os ao rol de sua
secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios finais, que devem ser
apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema municipal. No referente
aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados por setor, sendo
anualmente, devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.
7.1.14 Práticas sintomático-desatenciosas de atenção primária à saúde
TÓPICO 1 - Se considerando as identificáveis, vale proceder: a organização da atenção
básica de saúde precisa conhecer as licitudes, mas também, as ilicitudes do entorno para
que perceba com mais clareza sua necessidade de organização, bem como, saber que as
214
estruturas de atendimento se fundamentam muito mais nas enfermidades e no
atendimento pelo médico do que normalmente pelas colaborações.
PROPOSTA 1
1º - A atenção básica de saúde deve se dar com a valorização e reconhecimento igualitário
tanto dos profissionais de saúde em relação aos pacientes, quanto dos pacientes em relação aos
profissionais de saúde.
2º - A atenção básica de saúde está focada no paciente. Os profissionais estabelecem os
critérios de atendimento em consonância às necessidades dos pacientes, não segundo as suas
necessidades.
3º - As ilicitudes da atenção básica não podem continuar como sendo ilicitudes. Têm de ser
corrigidas. Por exemplo: a consulta não pode ser marcada sem a solicitação do paciente,
senão, em caso da agente fazer a marcação. E tem de ser em acordo com ele, em dia e horários
a que ele possa consultar-se. O mesmo vale para os exames médicos e outros.
4º - Cada unidade de saúde tem ter o conselho local de saúde eleito, paritariamente e
organizada sua mesa diretora, ou seja, metade dos representantes tem de ser do sistema e outra
metade dentre os usuários inscritos naquela localidade.
5º - Todos os critérios de funcionamento da unidade local de saúde têm de ser estabelecidos
pelo conselho local de saúde. E todas as decisões lançadas em ata das reuniões mensais e
outros registros necessários.
6º - Os conselhos locais de saúde é que levam as demandas político-assistenciais da unidade
de saúde até o conselho municipal.
7º - As demandas e problemas administrativos são conduzidos até à Secretaria de Saúde pela
gerência da unidade de saúde.
8º - Não pode haver mistura de cumprimento de tarefas entre conselhos locais de saúde e
gerenciamentos na unidade local de saúde. Também, não pode haver quaisquer formas de
atrelamentos políticos e outros entre ambas as representações nos conselhos locais de saúde.
TÓPICO 2 - Contudo, isso acontece por as pessoas ou colaboradores não saberem o em
que colaborar; mas, para que o médico atenda ao paciente, é preciso haver organização
sistemática na unidade de saúde. O que não pode é a atenção básica de saúde ficar em
estágios deploratórios de desatenção por falta de colaboradores, de materiais a contento
às necessidades da unidade de saúde local, falta de incentivo do governo municipal,
dentre outros.
PROPOSTA 2
1º - Os principais colaboradores com a unidade local de saúde são os já eleitos para comporem
os conselhos locais de saúde. O que não pode é haver vínculo por atrelamentos, mas
colaboração sim.
2º - O sistema de saúde local conta com as colaborações tanto dos funcionários quanto dos
usuários da saúde local. O que precisa é promover nos registros da gerência local, a lavratura
do responsável e tipo de colaboração, sem-comprometimentos sistemático-funcionais.
TÓPICO 3 - E ainda, conhecer que o bom gerenciamento e sua boa organização são as
formas de ampliar e superar a perspectiva técnico-assistencial, sobretudo, no que se
refere aos problemas ocorridos em razão das formas de lideranças compartilhadas.
215
PROPOSTA 3
1º - A unidade de saúde local terá somente um servidor responsável pela gerência da unidade.
Este deve ser um médico ou um enfermeiro. O máximo que pode ter, além disso, é um
assistente de gerência ou um vice-diretor, se for o caso.
2º - As unidades de saúde não comportam lideranças compartilhadas.
TÓPICO 4 - O conceito de ‘trabalho e equipe’ que foi criado para melhor compreender
o significado dele no âmbito da área da saúde. Além disso, falta de gestão na unidade
traz falta de participação popular, falta de atenção básica, falta de colaboração e
colaboradores.
PROPOSTA 4
1º - A gestão, na unidade local de saúde, tem de zelar para que a atenção básica seja cumprida
ao rigor da lei. A boa gestão garante a participação popular.
2º - Todas as unidades locais de saúde no município terão de ter seus conselhos locais, pois
que há serviços que somente os conselhos podem prestar, ao passo que há também serviços
que somente os gestores podem prestar.
TÓPICO 5 - Uma das importâncias que mais se percebe é a necessidade da própria
atenção básica se comprometer mais com seu autoconhecimento, pois que, muitas vezes,
os problemas identificados em seu meio, são maiores, por falta de conhecimento mais
profundo da própria causa dos seus serviços.
PROPOSTA 5
1º - As unidades locais de saúde terão de promover sequencialmente cursos de atualização
abordando as temáticas relacionadas a seus serviços, sejam por seguimentos de enfermeiros,
de agentes de saúde, dentre outros. Estes para aperfeiçoamento dos serviços.
2º - Os serviços de Atenção Básica em Saúde, bem como, todos os serviços do sistema
municipal em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas periodicamente,
ou seja, a cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais, fixando-os ao rol de sua
secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios finais, que devem ser
apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema municipal. No referente
aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados por setor, sendo
anualmente, devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.
TÓPICO 6 - E ainda, lembrar-se sempre de que a atenção à saúde funciona como sendo
missão única dos trabalhadores. Tanto os médicos, quanto os enfermeiros, quanto
quaisquer outros servidores do SUS têm de contar com os processos de humanização,
sobretudo, como missionários da atenção básica de saúde neste, nesse, naquele ou
quaisquer lugares.
PROPOSTA 6
1º - O trabalho missionário não quer dizer missão religiosa, mas dedicação aos serviços.
7.1.15 Eixos assintomático-viário-coletivos
TÓPICO 1 - Vale denotar que a cidade merece reformular seu conceito de cidade,
mesmo sob os componentes das dificuldades, sob os quais, se comportam seus trânsitos.
PROPOSTA 1
1º - A cidade deve elaborar políticas de trânsito, visando ao controle das situações divergentes
neste, a comportamentos saudáveis, tornando o trânsito menos complexo.
216
2º - A reformulação de seu conceito de trânsito vai depender dessas políticas públicas.
TÓPICO 2 - Ao se conceituar mobilidade urbana, nos grandes centros, é preciso
considerar as respostas dos indivíduos e agentes econômicos às suas necessidades de
deslocamento, se os considerando ainda nas dimensões do espaço urbano e as
complexidades das atividades neles desenvolvidas.
PROPOSTA 2
1º - As políticas de trânsito, para elaboradas e implementadas, devem ser considerada
consultas detalhadas junto à população usuária.
2º - As políticas públicas de transporte e trânsito que mexem com a estrutura econômica dos
usuários do trânsito, dos transportes coletivos e outros têm de realizado com a participação da
população dessas decisões.
3º - As decisões abrangentes do transporte coletivo público são de responsabilidade do agente
político principal, o prefeito; junto aos empresários do transporte. Entretanto, as decisões têm
de ser tomadas, juntamente, ao conselho municipal de transportes. Quaisquer decisões, fora
desses componentes juntos, serão consideradas ilegais.
4º - As passagens dos ônibus coletivos não podem ter preços divergentes, ou seja, dentro do
terminal metropolitano um preço, fora do terminal, outro preço. O usuário não pode ficar
responsável por taxas administrativas de trânsito e administração viária. Essas despesas são de
responsabilidade das empresas de transportes coletivos usuárias das pistas de trânsito.
TÓPICO 3 - O conceito de qualidade de vida contornado ao sistema de trânsito da
cidade, sobretudo, com respeito às funções de cada via, principalmente, às vias de zonas
residenciais, e à defesa do meio ambiente, e o cidadão sempre consciente de que este
envolve, também, a compatibilização entre o uso do solo de uma via, e o volume, e o tipo
de tráfego que por ela circunda.
PROPOSTA 3
1º - As empresas de transportes coletivos têm de aumentar as demandas de circulação de
ônibus, em horários de pico, levando em consideração as necessidades da população. E
mesmo assim, não transportar passageiros que não estejam assentados ou, pelo menos,
obedeça-se a um limite mínimo.
2º - A fiscalização público-municipal de transportes terá de ser rigorosa em relação ao
cumprimento da legislação vigente, tanto em relação à limpeza nos ônibus, quanto aos limites
de cidadãos em pé, quanto ao cumprimento das regras de trânsito dentre outros.
TÓPICO 4 - Ao se pensar nas políticas públicas da cidade e, no caso de Ibirité e por
serem políticas de transportes, fazer estudos profundos, buscando a especificidade do
projeto, a engenhosidade do trânsito, e pensando nas responsabilidades: política,
jurídica, administrativa e sistêmica, fazendo previsões de acessibilidade, de tempo,
durabilidade e estabilidade, pensando sempre nos cidadãos, consciente de que a cidade
tem de trabalhar seus índices de desenvolvimento humano.
PROPOSTA 4
1º - A Secretaria municipal de transportes, antes de quaisquer elaborações e implementação de
políticas públicas de transportes, tem de realizar estudos profundos, cientificamente
217
comprovados, com consultas à população, com fins de evitar gastos desnecessários e
avaliações negativas da população em relação aos transportes na cidade, seja de automóveis,
caminhões, ônibus coletivos.
2º - A Secretaria municipal de transportes, antes de quaisquer elaborações e implementação de
políticas públicas de transportes, tem de realizar estudos profundos, cientificamente
comprovados, com consultas à população, em relação ao uso do solo da via, quando da
necessidade de recapeamento asfáltico, ou mesmo, em vias a serem asfaltadas pela primeira
vez.
TÓPICO 5 - Ao se fazer novos estudos científicos para a aplicação de determinadas
políticas públicas, levar sempre em consideração obras executadas em mandatos
anteriores, independentemente, de quem tenham sido os responsáveis, para que a cidade
não arque com os prejuízos materiais, morais, políticos, etc.
PROPOSTA 5
1º - Ao se elaborar políticas públicas, seja em qualquer das secretarias, levar em consideração
as obras executadas por outros agentes políticos, ou seja, não desfazê-las sem que tenham
realmente necessidade, ou desfazê-las em razões políticas. A cidade não é obrigada a arcar
com despesas se os motivos são trocas políticas em eleições.
2º - Os serviços de transportes, bem como, todos os serviços do sistema municipal em suas
respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas periodicamente, ou seja, a cada
três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais, fixando-os ao rol de sua secretaria. Isto,
para facilitar o montante, no que tange aos relatórios finais, que devem ser apresentados ao
congresso municipal para avaliação anual do sistema municipal. No referente aos relatórios,
estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados por setor, sendo anualmente, devem ser
apresentados por sua respectiva secretaria.
TÓPICO 6 - Em termos de transportes de cargas, como a região é minerária, e as
mineradoras exercem fortes influências sobre o trânsito, embora, no momento, este não
esteja exatamente incomodando, mas a população precisa estar precavida quanto à
exploração minerária que sempre abusou do lugar no tangente a transportes de carga.
Então, a cidade precisa acompanhar o ritmo das mudanças sociais.
PROPOSTA 6
1º - A cidade deve providenciar o seu código de postura, visando a corrigir falhas em todos os sentidos: prevendo regas para transportes de carga, para circulação de ônibus coletivo,
circulação de caminhões de minérios, de moto-boys, dentre outros, mas não somente, regras
para circulação de pedestres, de animais nas pistas, nas ruas, etc.
2º - A cidade precisa acompanhar o ritmo das mudanças sociais, no que tange, não somente,
aos transportes, mas a todo o modo de vida das pessoas, na cultura, no lazer, nos esportes, etc.
TÓPICO 6 - Se vai ver que as transformações culturais da modernidade no urbano
podem ser tidas como padrão de vida e como qualidade de vida. E sendo Ibirité uma
cidade que depende, praticamente, de seus centros urbanos mais avizinhados, precisa
adquirir certo grau de independência, aperfeiçoando-se enquanto centralidade local.
Isto, sobretudo, deixando-se para trás os conceitos hipossuficientes relacionados à
carência de cultura, como, em muitas vezes, se declara.
218
PROPOSTA 6
1º - A cidade deve promover o seu desenvolvimento comercial, industrial e econômico,
tornando uma centralidade urbana, de modo a não ficar na dependência econômica, cultural,
comercial, dos grandes centros como, principalmente, Barreiro e Eldorado.
2º - Para tanto, de acordo a realidade da cidade e em consonância aos orçamentos previstos e a
legislação vigente, o sistema municipal deve promover os incentivos fiscais, econômicos,
dente outros, para que sua autonomia seja reconhecida nas práticas sociais.
7.1.16 Premissas sintomático-econômico-gerais
TÓPICO 1 - A compreensão dos apontamentos, sintomático-econômicos, como se
referindo ao planeta Terra. Contudo, tais sintomas - de acordo com o grau de
dependência da globalização – influenciam, também, os pequenos polos comerciais.
Também, é preciso compreender que a globalização é um grande mercado mundial
contraditório em suas concepções nos modos de investimentos.
PROPOSTA 1
1º - O desenvolvimento de grupos econômicos na cidade depende da capacidade de abertura e
incentivo do sistema municipal. E esse sistema estará aberto e disposto a fazer políticas de
incentivo para os processos econômico atraiam investidores, de modo solidário e, se possível,
criativo.
2º - As políticas econômicas no município serão incentivadas com sentido sempre progressivo
e com senso de solidariedade entre os investidores, nunca regredindo.
TÓPICO 5 - Mas, se considerando a globalização relacionada à desigualdade social, vê-
se que, os fenômenos da globalização somente puxam para aumentar a desigualdade
social no mundo.
PROPOSTA 5
1º - O sistema municipal usará de incentivos para o desenvolvimento econômico na cidade,
mas sempre com sentido de investimentos e produção econômica voltada para o senso de
igualdade. Não haverá incentivos para que um grupo enriqueça sobre outro e vice-versa. A
ideia é a de que todos os investidores cresçam juntos.
2º - Os incentivos na produção de hortifrutigranjeiros, por exemplo, deverão se passar pela
criação de um centro de distribuição de alimentos hortifrutigranjeiros, antes de os produtos
irem para o CEASA. Isto, a fim de que a população adquira os produtos por preços mais
baratos, sem os acréscimos do atravessador. Tudo isso deve ser em acordo com os produtores
rurais.
7.1.17 Premissas sintomático-econômico-solidárias
TÓPICO 1 - A nova geração da Economia Social, esta política econômica de que muita
gente tem medo - porque pensa que isto é política econômica só dos pobres - não é “o
bicho de sete cabeças” de que se têm medo, pois que, em Cattani (2003), a Economia
Solidária não é uma alternativa somente para os pobres e excluídos, mas proporciona
219
avanços em diversos domínios e contextos, e envolve, de maneira responsável, amplos os
segmentos da sociedade, independente, de suas condições financeiras, de classe social,
etc.
PROPOSTA 1
1º - Na economia solidária, cada um pensa no tipo de negócio a que vai desenvolver, precisa
ser de acordo com as características econômicas da cidade. Os incentivos econômicos virão
da prefeitura, mas não podem todos os mesmos investidores negociar os mesmos tipos de
produtos. Cada um pensa em produto diferente.
2º - O sistema municipal providenciar estudos aprofundados sobre os gêneros de negócios
proporcionando opções para os investidores interessados.
3º - O sistema deve criar situações de investimentos proporcionando segurança aos que
investem, mas o sistema municipal quanto os investidores têm de assumir compromissos e
responderem pelos compromissos assumidos.
TÓPICO 2 - Quando as pessoas se envolvem nesses processos econômicos solidários,
elas nem se lembram de que existem classificações sociais. Daí, o que se pode marcar
são os conceitos sobre que se colocam as discussões no âmbito da economia solidária e
isso, sob as ponderações de cujos princípios básicos se operam sobre a propriedade
coletiva, ou seja, a associação do capital sob os poderes do direito e da liberdade
individual, o modo de produção tem de se constituir sob a forma de unidade social, de
grupos econômicos que se pensam solidários.
PROPOSTA 2
1º - O sistema municipal promoverá incentivos aos grupos econômicos que queiram assumir
compromissos com as cooperativas de trabalhadores. É um tipo de investimento que traz à
tona comportamentos econômicos solidários.
2º - Não importa ao investimento ser feito por empreendedor individual, o que importa é a
cidade estar se desenvolvendo sob a organização dos grupos econômicos. E o empreendedor
individual pode investir e seus investimentos serem de inteiro teor coletivo. O sistema
municipal deve incentivar a organização desses investidores.
TÓPICO 3 - A globalização talvez não, mas humanização sim e, se o projeto é de
economia solidária, significa que todos pensam juntos, mas nem todos produzem as
mesmas coisas. Então, nesse coletivo, um compra do outro o que não produz e vice-
versa. Daí, em MTE (2008), é um jeito diferente de produzir, vender, comprar e trocar
o que é preciso para viver, sem explorar os outros, sem querer levar vantagem, sem
destruir o ambiente, e cooperando, fortalecendo o grupo, cada um pensando no bem de
todos e no próprio bem, ao mesmo tempo.
PROPOSTA 3
1º - Com a criação do banco popular para cuja finalidade é emprestar aos investidores, pode
até ser pensada uma forma concreta de circulação de moeda própria no município, não que a
moeda já existente em âmbito nacional perca o seu valor, ao contrário. Pode se pensar numa
moeda municipal como forma de incentivo, de circulação e valorização dos produtos
produzidos na cidade. E isso de médio a longo-prazo.
2º - É por isso que o sistema municipal tem de promover a atração de investidores. E nesses
processos, organizar os grupos econômicos e seus respectivos produtos a serem produzidos.
E nesse coletivo, um compra do outro o que não produz e vice-versa. É um comportamento
solidário que não precisa necessariamente ser em forma de cooperativa.
220
TÓPICO 4 - Fazendo assim, a cidade só tende a crescer e os estudos no campo da
economia solidária têm alcançado, recentemente, cada vez mais destaque e importância
nos negócios, sobretudo, porque o modo solidário se sobrepõe ao capitalista. E aonde se
visa ao solidário, lança fora o lucro. Mesmo porque nem de lucro vivem os homens, ao
contrário, de lucro vivem poucos, aqueles de cuja capacidade de exploração do homem
sobre o homem seja maior, o lucro é também o seu maior contento.
PROPOSTA 4
1º - Não quer dizer que o investidor não terá lucro com os investimentos que fez. A diferença
que ele terá lucro e o seu concorrente também terá. E todos os investidores terão lucros
juntamente. O que não terá é um investidor maior tendo vários lucros sobre outros menores.
2º - A ideia de investimentos solidários sobrepõe ao capitalismo por isso: ninguém fica com
seu produto sem ser vendido. Já se começa comprando uns dos outros e a ideia se alastra por
toda a sociedade.
3º - O sistema municipal também pode ser um comprador e, ao incentivar os investimentos,
ajudar naquilo que os seus serviços o exigirem, adquirir dos fornecedores dos econômico-
solidários.
TÓPICO 5 - Na solidariedade, seus fundamentos são o humanismo, a liberdade, a
igualdade, a solidariedade e a racionalidade. Para tanto, as primeiras iniciativas se
deram em forma de cooperativas em busca de recuperar o trabalho e a autonomia
econômica, perdidos em nome da lógica capitalista. E como, a apropriação desse novo
conceito, vai tomar ciência, não só para a apropriação do conceito e o reconhecimento
da importância desse tema nas instituições de pesquisa.
PROPOSTA 5
1º - O sistema municipal vai apenas reunir os interessados em investir na economia da
cidade, bem como estabelecer as políticas públicas cujas regras favoreçam aos possíveis
investidores tanto em economia solidária quanto criativa. Estudar, juntamente com outros
órgãos, por exemplo, o CEBRAE, EMATER, dentre outros, os melhores negócios e projetos
de acordo com a realidade da cidade.
2º - Agora, se vai ou não ser em forma de cooperativas, empreendedores coletivos,
empreendedores individuais, dentro outros, os investidores interessados é que tomarão as
iniciativas.
TÓPICO 6 - Estas trouxeram consigo novas demandas de conhecimentos, o que
acarreta também diversos “desafios ao marco epistemológico, teórico e metodológico
das ciências”, estimulando assim novos objetos investigativos e a discussão em torno de
métodos e fronteiras disciplinares. No mais, espera-se que os sintomas problemático-
econômicos de Ibirité, sejam observados a contento, não somente nesta proposta de
ação e gestão, mas nas práticas políticas da cidade na próxima legislatura.
PROPOSTA 6
1º - O sistema municipal poderá, a título de incentivo e, através de convênios com outros do
ramo da economia solidária e criativa, promover cursos que proporcionem a preparação,
capacitação e formação de sujeitos interessados em investir em economia solidária e criativa
na cidade. É claro que isto gera assunção de compromissos e regras a serem observadas.
Mas, será tudo com o objetivo de melhorar o desempenho econômico da cidade.
2º - Os serviços de investimentos em economia solidária, bem como, todos os serviços do
221
sistema municipal em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas
periodicamente, ou seja, a cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais,
fixando-os ao rol de sua secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios
finais, que devem ser apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema
municipal. No referente aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados
por setor, sendo anualmente, devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.
7.1.18 Premissas sintomático-econômico-criativas
TÓPICO 1 - A economia criativa se vista sob os fenômenos da globalização, implica na
permanência da desigualdade social e se a cidade pensando que com ela mesma, se vai
desenvolver-se economicamente. Aí, nesta, continua-se pensando que, quem assim se
entretém, engana-se, mais uma vez. A cidade está fora dos padrões da economia criativa,
mas isso não significa que o sistema municipal não possa adotá-la, desde que, com
investimentos e criatividade.
PROPOSTA 1
1º - As políticas públicas culturais e de entretenimento voltadas para a teatralização das
linguagens, como por exemplo, as artes circenses, as artes teatrais, as artes cinematográficas,
as visuais e audiovisuais, dentre outras, serão incentivadas no universo dos negócios criativos.
Os investidores precisam é ter conhecimentos aprofundados sobre os gêneros sugeridos.
Incentivos haverá desde que haja também interessados.
2º - Os serviços de investimentos em economia criativa, bem como, todos os serviços do
sistema municipal em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas
periodicamente, ou seja, a cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais, fixando-
os ao rol de sua secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios finais,
que devem ser apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema
municipal. No referente aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados
por setor, sendo anualmente, devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.
TÓPICO 2 - Então, se o agente político principal não tiver interesse nessas práticas e
demandas econômicas, dificilmente, elas sobressaem na cidade, principalmente, a
criativa que depende de habilidades intrínsecas, mas não só, também, de qualificação
profissional. E já está dito que elas empregam mais, mas seus projetos terminam por
serem mais caros, pela falta de patrocinadores ou pelas dificuldades em financiamentos.
PROPOSTA 2
1º - O sistema municipal não deve patrocinar diretamente os investimentos, mas deve criar
situações de investimentos. Por exemplo, trabalhar para que a cidade tenha um banco popular
onde os investidores encontrem empréstimos por juros baratíssimos baseados em alíquotas
irrisórias, mas significativas para a economia da cidade. Onde os investidores terão garantias,
prazos adequados às condições, de modo que esses empréstimos garantam os investimentos
nos negócios desejados.
2º - Os empréstimos garantirão recursos aos investimentos. É claro que tudo feito com
decência e ordem, regras para empréstimos, e estes mediante projetos de negócios de natureza
solidário-criativa que alcancem investimentos e melhoras na economia da cidade.
222
3º - O sistema municipal providenciará, junto aos interessados, incentivos a iniciativas de
projeto econômico de banco, visando aos possíveis clientes dentre as populações da cidade. É
claro que não tem como controlar e demarcar como regra que este tenha como investidores
somente empresários da cidade. Mas, a ideia é projetar a iniciativa de banco.
4º - E este, depois de criado e instalado, deve fazer, em sintonia com o sistema municipal, o
seu programa de empréstimos para empreendedores solidários e criativos.
TÓPICO 3 - E se tem essas dificuldades, isto significa que elas são muito melhores em
qualidade de serviços, de produtos, de empreendimentos, de capacidade criativa e tudo
mais do gênero, porque seus empreendedores – zelosos por suas empresas e pelo senso de
dificuldades – cuidam sempre para que seus negócios e produtos estejam atualizados e
sempre caracterizados no âmbito da economia e cultura criativa.
PROPOSTA 3
1º - A produção artesanal, a exposição em feiras-livres, exposição de alimentos, produção de
artes manuais, dentre outras, também serão incentivadas, através da realização de encontros,
através de empréstimos no banco popular depois de este ter sido criado, através de cursos de
preparação e formação técnico-profissional voltado para fins criativos. Só será preciso ter
pessoas interessadas.
TÓPICO 4 - Para tanto, se a economia é criativa, então, é porque os serviços se
caracterizam como sendo culturais, e sendo culturais, estes se apresentam sob as
diversas modalidades de mercado. Estes são portentos da cultura que se a cidade não os
pode aculturar, pelo menos, prepara-se para os tornarem cultura local.
PROPOSTA 4
1º - As políticas públicas culturais e de entretenimento voltadas para a dramatização, como
por exemplo, as encenações, as artes dos jograis, as artes cinematográficas, as visuais e
audiovisuais, produção, dentre outras, serão incentivadas no universo dos negócios criativos.
Isto, no bojo dos projetos culturais conjugado ao trabalho de educação cultural, pode ter muita
valia. Os investidores precisam é ter conhecimentos aprofundados sobre os gêneros sugeridos.
Incentivos haverá desde que tenham também interessados.
TÓPICO 5 - Se para turismo, em História (2018), não se sabe, as matérias-primas da
economia criativa estão nas suas diversas áreas, baseadas em atividades de conhecimento
abrangendo artes, em geral, potenciais geradores de vendas do comércio e direitos de
propriedade intelectual. Nisso, quando algum grupo de indivíduos consome um bem
cultural, a existência futura desse capital cultural, depende da manutenção e de
investimentos no presente.
PROPOSTA 5
1º - As políticas públicas culturais e de entretenimento voltadas para o turismo ambiental no
Parque Estadual Serra do Rola-Moça, turismo de monumentos históricos, na educação e
conhecimento com as obras de Helena Antipoff em Ibirité, por exemplos. Quer dizer, os
investidores precisam é ter conhecimentos aprofundados sobre os gêneros turísticos sugeridos.
Estudar as possibilidades de negócios e investir. Incentivos haverá desde que tenha também
interessados.
223
TÓPICO 6 - A expansão da representatividade vai, a cada tempo da história, se
modificando, e se tornando um mundo, cada vez, mais vasto. Entretanto, nada do
aculturado anterior, se perde. A indústria criativa não atrai muitos investidores em
razão de serviços não fixos, podendo somente ser executados nas temporadas. Mesmo
assim, o investidor tem de propiciar as condições para que seus consumidores adquiram
hábitos de cultura e se tornem expectadores ativos e frequentes nas modalidades de
cultura criativa.
PROPOSTA 6
1º - A cultura dos festivais, que a cidade nem os experimentou, como serviços de temporada,
podem ser agradáveis à população. Quer dizer, os investidores precisam é ter conhecimentos
aprofundados sobre os gêneros de festivais sugeridos. Estudar as possibilidades de cabimentos
deles na cidade, de negócios e investir. Incentivos haverá desde que tenha também
interessados.
7.1.19 Eixos assintomático-ambiental-sustentáveis
TÓPICO 1 - E ainda, reconhecer, através de estudos de revisão do plano diretor, a
necessidade de um planejamento ambiental visando à correção do atual plano diretor da
cidade, á recuperação do meio ambiente, através dos quais, a educação ambiental se
torna disciplina permanente dos cidadãos ibiriteenses, bem como, planejamento
ambiental tão-necessário e, ao mesmo tempo, se nele se projeta a recuperação ambiental
da cidade.
PROPOSTA 1
IBIRITÉ, CIDADE COM MEIO AMBIENTE DEGENERADO, PORTANTO,
NECESSITÁRIA DE POLÍTICAS PÚBLICAS CLARAS, E AÇÕES
CONCRETAS PARA TORNÁ-LA CIDADE AMBIENALMENTE
SUSTENTÁVEL.
Em se pensando em meio ambiente, lembra-se, primeiramente, do caráter especial que tem esta pré-
campanha de majoritário, em Ibirité, no próximo pleito. Secundariamente, se considerando a busca da
conscientização coletiva da sociedade ibiriteense, seja no campo dos planejamentos teóricos de projetos
ambientais, seja para manutenção, conservação, preservação, sustentabilidade ambiental e tombamentos de
patrimônios - que é para aonde a memória dos munícipes se volta agora - quando o mundo para e fica em
casa, não meramente para tal, mas em favor de vitórias sobre a crise de saúde pública mundial, ai colocado
na forma de pandemia. Logo, nossa cidade descobre que seu meio ambiente precisa de tratamento urgente.
Para tanto, algumas medidas de precaução necessitam ser tomadas.
Assim, desta maneira, o tratamento do meio ambiente, em nossa cidade, passa a ser o de voltar nossas mentes
para o que tem de ser planejado em termos de reformulação, conservação, preservação e sustentabilidade
ambiental, ao lado do que tem de ser corrigido em termos de devastação, depredação, degeneração e
descontinuidade ambiental, ou seja, é todo um trabalho, que precisa ser feito, e o seu desenvolvimento
começa no mobilizar-se da cidade. Logo, aqui começa a luta pela educação dos sujeitos sociais na produção e conservação do meio ambiente. Senão isso, não haverá lugar no mundo mais capaz de lutar e vencer os
problemas ambientais, senão nós mesmos que aqui vivemos.
Assim, de outra maneira, a busca da conscientização ambiental tem de passar por um planejamento geral que
abranja uma reformulação da cidade, em conjunto com a lei orgânica municipal e as leis de zoneamento,
estudando as áreas de proteção ambiental com as áreas-verdes que ainda possam ser recuperadas e tombadas,
e outras que possam ser destinadas a novos loteamentos, à recuperação de nascentes d'água e suas outras
potenciais nascentes, ou seja, uma reformulação que conjugue recuperação e manutenção ambiental, ao
224
mesmo tempo. Daí, fazendo isto, a cidade começa a ter referência do que existe e o que possa, futuramente,
existir em termos de elaboração e aplicação de políticas ambientais na cidade.
Por conseguinte, nesses termos, a busca da conscientização ambiental tem de passar por esse mesmo
planejamento geral que abranja também um levantamento abordando o que já se tem de ambiente
conservado, o que se precisa prever nesses termos e, ao lado disso, do que deve ser preservado e tombado, a
fim de que se possam adotar as políticas de sustentabilidade ambiental, e a cidade comece a se olhar
enquanto referência de meio ambiente planejado.
Noutros termos, esse mesmo levantamento deve abordar o que tem de ser corrigido no que tange à
devastação, depredação, degeneração e descontinuidade ambiental, a saber, o olhar para a Serra do Rola-
Moça como potencial de hidro biodiversidade já começa a desconstruir ideias de explorações minerárias.
Quer dizer, a cidade tem de corrigir esse erro, pois a conservação de nascentes já começa por lá. Aliás,
abaixo da Serra, a maior parte de córregos, riachos e ribeirões, ou está soterrada como passagem de esgotos
subterrâneos, ou está a céu-aberto com águas totalmente poluídas, ou está na lagoa da PETROBRAS como
forma de dejetos-depositários vivendo tentativas de serem purificados pelos aguapés. Logo, isto tudo precisa
ser corrigido para que se possam retomar os processos de continuidade e tratamento ambiental sustentável.
Contudo, para que se processem as correções ambientais, será preciso, no campo do planejamento geral de
meio ambiente, harmonizar-se com outros setores na administração da cidade, sobretudo, com a Secretaria de
Urbanização, por exemplo, num feitio que redescubra e reposicione as funções sociais das áreas já tombadas
como APA DO GROTÃO E CANDEIAS colocadas como patrimônio, ou seja, ÁREA de PROTEÇÃO
AMBIENTAL DE NOSSA CIDADE, bem como posicione a situação daquelas áreas que possam ainda ser
preservadas e tombadas.
E ainda com a Secretaria de Saneamento Básico, por exemplo, visando a projetos que processem os
tratamentos dos esgotos já existentes, com readequação, tornando-os esgotos passíveis de coletas e fossas
ecológicas, buscando salvar o Pantana e seus riachos afluentes de permanecerem depositários de esgotos a
céu-aberto na cidade. Daí, salvando não somente, as pequenas águas, mas também a Lagoa da PETROBRAS
que pode até reverter seu estado de putrefação a um de recuperação.
Aí, vale até relembrar, por exemplo, a luta da ONG e movimento Serra Sempre-Viva, primeiro, com o
sentido de elaborar e buscar a consciência política dos cidadãos e vereadores rumo à aprovação do projeto
Hidro Biodiversidade focando a Serra do Rola-Moça como sendo o patrimônio da conservação de suas
nascentes d’água, de sua vegetação e, sobretudo, lugar de não exploração minerária. Daí, no primeiro
processo de lutas, a adesão foi muito positiva, pois contou com a aprovação unânime da Câmara de
Vereadores.
Segundo, algo a que não se pernoitou, uma vez colocado o veto pelo prefeito, as lutas convocaram um
segundo processo com lutas e busca de consciências redobradas. E, ao final, com a não derrubada do veto, as
minerações Santa Paulina parecem se considerar vitoriosas, com a possibilidade de voltarem a minerar a
serra. Todavia, isso ainda tem muito o que mobilizar, e a sociedade local, o que fazer, o que não pode é os
munícipes de nossa cidade ficarem de braços cruzados diante dessas possibilidades, se considerando que a
Serra é a pontuação-chave das questões ambientais em nosso município.
Conseguintemente, vê-se que nossa Ibirité ainda comporta outros problemas ambientais deixando-a sufocada
por falta do mínimo de atenção dos agentes político-administrativos ao lado da falta de uma consciência-
cidadã capaz de provocar reações nesses supostos agentes político-administrativos. É o caso das moradias
desordenadas, não pelo fato de ser, mas pela falta de orientações técnicas e preventivas que, muitas vezes,
levam os moradores a perderem seus entes-queridos, nos tristes desfechos de atingimentos, através de chuvas
e suas enchentes. Logo, em razão da falta de trabalho preventivo e seletivo de lixos, os problemas se
transformam em ambientais.
Quer dizer, a falta de condições de moradia não é o problema da cidade, mas a de uma Companhia de Defesa
com capacidade sumamente técnica de pesquisa e planejamento no fim de orientar os moradores e capacitá-
los de condições reais de defesa e autodefesa nos momentos de enfrentamento dos atingimentos das chuvas e
enchentes. Logo, problemas que, numa primeira estância, não seria necessariamente ambientais mas que, por
falta de capacitação técnica e preparação da cidade e moradores, terminam por serem muito mais que
225
ambientais, por causa do desprezo com a coisa pública e destrato aos seres humanos.
Finalmente, a conscientização coletiva dos munícipes de nossa cidade passa pela identificação dos problemas
anteriormente abordados, bem como de muitos outros que a estes estão ligados e que precisam ser corrigidos
e passados a limpo. Daí, ações propositivas de enfrentamento aos problemas ambientais e continuidade dos
tombamentos, podem até ser elencados, como:
A) A continuidade da/na luta pela manutenção, preservação e conservação da Serra do Rola-Moça, viva;
B) Continuidade da/na luta pela tomada da Serra do Rola-Moça como sendo Patrimônio Hídrico
Biodiversidade e livre das explorações minerárias;
C) A tomada de um trabalho de conscientização permanente, buscando o apoio e participação das sociedades
civis na listagem, encaminhamento e solução dos problemas ambientais da cidade;
D) A tomada de um trabalho ativo, eficaz, efetivo e permanente na transformação dos esgotos redes-
moradias em coletas ecológicas, no fim de eliminar as responsabilidades dos riachos, córregos e ribeirões
afluentes ao Pantana, com a coleta de esgotos residenciais, proporcionando à lagoa da PETROBRAS, senão
espaço transitável, mas, pelo menos, apreciável à vista dos transeuntes.
Enfim, ações propositivas visando a proporcionar aos cidadãos ibiriteenses uma cidade com seus espaços,
senão conservados e preservados a contento, mas afincada nas lutas para que, cada dia, seus espaços sejam
transformados e aperfeiçoados, dando a si mesma as condições reais de se considerar uma cidade,
ambientalmente, sustentável e com muita alegria, festas e singeleza de coração, possa continuar galgando os
patamares de cidade ambientalmente conservada.
Sem mais, as saudações do professor ENOS PONTES.
Ibirité, 22 de junho de 2020.
TÓPICO 2 - Para tanto, vale ver que se devem adotar as experiências e referências
espacial-ambientais bem-conservadas, em âmbito nacional, como referência e forma de
incentivo às melhorias e valorizações ambientais do lugar.
PROPOSTA 2
1º - Deve-se trabalhar para que a adoção de experiências e referências espacial-ambientais
bem-conservadas sirva como referência e forma de incentivo às melhorias e valorizações
ambientais do lugar.
2º - Áreas como a mata das Canelas de Ema de cuja uma parte já se encontra em áreas do
Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, deve ser destinada, sob os novos estudos, à
preservação; bem como, a Mata do Rosário também devem ser preservadas e até
transformadas em Parques Municipais visando a evitar a invasão e especulação imobiliária.
TÓPICO 3 - Também, a luta pela biodiversidade do município, no caso a Serra do Rola-
Moça, pra que esta possa se tornar a hidro biodiversidade, não só do lugar, mas da
região, permanece, se considerando que esta já é um Parque Estadual, quer dizer, uma
reserva ambiental.
PROPOSTA 3
1º - A luta para que o Parque Estadual Serra do Rola-Moça seja a hidro biodiversidade do
município, mas não somente, se tornar a hidro biodiversidade, não só do lugar, mas da região.
Essa luta tem de voltar ao coração e continuar nos hábitos dos ibiriteenses. Se a cidade
desanimar, a exploração minerária retoma os espaços. E a ideia de preservação da serra pode
se perder.
2º - As áreas que, no plano diretor, sejam destinadas a preservação ambiental, devem ser
conservadas sob a tutoria de servidores públicos municipais cuja formação profissional seja a
esse fim.
226
3º - Quaisquer aberturas de novas ruas, novas estradas e outras têm de passar pela aprovação
do CODEMA, sob a lavratura de laudo técnico e especificadas as razões pelas quais, a
abertura foi aprovada ou reprovada.
4º - Efetivar serviços de atenção básica ambiental começando por dentro de casa. A saber,
junto á população, realizar serviços de orientações ambientais internos, com o sentido de
colaborar com a coletas de lixos, separando os tipos de lixos, antes de depositá-los nas lixeiras
residenciais.
TÓPICO 4 - E ainda, se reconhece a história da cidade, nos seus vários processos de
transformações espacial-geográficas, como sendo as propriedades cumprindo a sua
função social, tanto em seu passado histórico quanto atualmente.
PROPOSTA 4
1º - A história da cidade precisa continuar sendo contada: suas origens, seu pertencimento
temporário a municípios diferentes, como tudo se deu até chegar a Ibirité de hoje. Os
programas de ensino, no sistema de educação municipal, precisam estar atentos.
2º - A propriedade tem de cumprir a sua função social. A propriedade abandonada e sem-
função deve ser arrolada como sob os impostos à altura de sua disfunção.
TÓPICO 5 - Também, se reconhecer a educação ambiental como necessária e
permanente para a formação da consciência política, ambiental e cidadã.
PROPOSTA 5
1º - A educação ambiental tem de fazer parte dos programas de ensino nas escolas municipais,
inclusive, com aulas práticas.
2º - Realizar estudos aprofundados abordando o sistema de terceirização nas coletas de lixos,
verificando de suas reais necessidades. Isto deve contar com a participação da cidade nas
tomadas de decisões, visando à eficácia e efetividade dos serviços. Naquilo que for melhor
para a população, certamente, o sistema municipal deve adotar.
TÓPICO 6 - A população tende a se valer dos conhecimentos como instrumentos de
formação, consciência e os aproveitando em situações ambientais de fortalecimento da
cidadania. E, ao final, se faz bem conhecerem que o meio ambiente é uma coisa tão-
abrangente, significativa e curiosa, ao mesmo tempo, que devido aos processos de
diversidade, são muitas as temáticas que andam juntas.
PROPOSTA 6
1º - Matérias como Educação Ambiental, Educação para o Trânsito, História da Ibirité,
Educação Cultural, dentre outras devem fazer parte dos programas de ensino em escolas
municipais.
2º - Promover nova correção no plano diretor da cidade visando aos zoneamentos ideais,
destinando as áreas de loteamentos urbanos sob a organização e critérios, previamente, bem-
pensados; prevendo área industrial, área comercial, áreas para a construção civil, para os
condomínios fechados, para os condomínios habitacionais, áreas de correção ambiental, de
preservação, dentre outras.
TÓPICO 7 - As vantagens, na verdade, estão no campo dos interesses políticos. O plano
é um instrumento único, sumo e politicamente importante para se garantir que os
problemas da cidade, senão resolvidos por razões diversas, mas os problemas, só de
estarem previstos no plano, já estão encaminhados.
PROPOSTA 7
1º - O sistema municipal deve elaborar um planejamento ambiental abordando a recuperação
227
de nascentes, preservação de certas matas, certos monumentos ambientais, culturais, enfim, o
espaço ambiental da cidade. Alguns problemas, nesse planejamento, têm de ser de imediato,
outras situações têm de ser de longo-prazo.
2º - O sistema municipal deve estudar novas situações de aterro sanitário no município e
implementar novas políticas nesse campo temático. Os espaços da cidade estão se consumindo
aos poucos e certos problemas ambientais que precisam ser resolvidos, senão, daqui a pouco
não haverá mais espaço isto.
3º - Novas políticas de seleção, preparação e coletas de lixos têm de ser acordadas junto à
população, sob os processos conscientização constantes, visando ao melhor ambiente que a
cidade possa construir para ela.
4º - Estabelecer regras e preços adequados à realidade econômica da população, no que tange
à coleta de lixos, a pagamentos de taxas, de impostos, dentre outros. O IPTU, por exemplo,
legalmente, pode deixar de ser cobrado, mas as populações abaixo da linha de pobreza - se são
proprietárias de imóveis - têm de serem cobranças simbólicas. E essa cobrança simbólica deve
se estender às comunidades mais pobres, mesmo as acima da linha de pobreza. A saber, quem
tem condições de pagar mais, paga mais.
TÓPICO 8 - Todas as formas possíveis de investimentos na sustentabilidade ambiental,
os sistemas político-públicos devem promover essas iniciativas. Para tanto,
empreendimentos, o que não é negócio, hoje, na cidade, pode vir a ser amanha. O que a
cidade não pode é perder o vínculo com os processos de criatividade. E essas são
experiências fundamentais para a população de Ibirité aproveite da oportunidade de
informação e conhecimentos para tomá-los à consciência social, político-ambiental e
cidadã e, jamais, perder o vínculo com a consciência ambiental.
PROPOSTA 8
1º - O sistema municipal promoverá políticas públicas, de sustentabilidades ambientais e
promoverá incentivos àqueles investidores que queiram promover empreendimentos nessas
áreas do meio ambiente. A cidade não pode perder de vista o seu potencial de recuperação
ambiental.
2º - Todas as obras e serviços públicos a serem executados serão priorizados e discutidos no
âmbito dos orçamentos participativos, em seguida, suas políticas, quando se tratarem
exclusivas do âmbito dos conselhos, serão elaboradas e aprovadas lá, para, em seguida,
encaminhadas para a provação na Câmara Municipal; se não exclusivas dos conselhos
municipais, serão elaboradas nos polos de origem da política, em seguida, encaminhada aos
conselhos municipais para discussão e aprovação e ainda reencaminhada à Câmara Municipal
provação final.
3º - Ao lado das políticas públicas de comunicação social, deverão vir também, as políticas de
limpeza urbana da cidade, seja as proibições de animais nos espaços urbanos, a presença de
focos de lixos em certas esquinas de ruas, dentre outras congêneres.
4º - Os serviços na Secretaria de Meio Ambiente, bem como, todos os serviços do sistema
municipal em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas periodicamente,
ou seja, a cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais, fixando-os ao rol de sua
secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios finais, que devem ser
apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema municipal. No referente
aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados por setor, sendo
228
anualmente, devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.
7.1.20 Eixos sintomático-ambiental-insustentáveis
TÓPICO 1 - Vale contornar as suas marcas que se fundamentam, primeiramente, em
reconhecer que o problema da falta de saneamento básico, em Ibirité, implica na
degradação ambiental, se segundo depoimentos de setores da população sob as consultas
informais, politicamente, propositada e que, por sinal, vem soando muito desagradável
com o passar de 30 anos.
PROPOSTA 1
1º - O sistema municipal deve elaborar políticas públicas voltadas para um novo formato da
coleta de esgotos, sobretudo, numa coleta ecológica paralela aos leitos de córregos e ribeirões,
mas, completamente fora dos leitos. E isto com os investimentos nas tecnologias mais
apropriadas nos tratamentos dos esgotos produzidos pelos novos canais de esgotamentos. Pós-
isso, políticas focadas na recuperação dos leitos dos córregos e lagoa e, ainda em seguida,
recuperação das águas. Lembrando-se sempre que essas são políticas de longo-prazo.
2º - O sistema municipal deve conjuntamente ao município vizinho com divide os lites da
lagoa, elaborar políticas públicas de limpeza dos aguapés e de limpeza dos leitos de córregos e
ribeirões que deságuam na lagoa. Essas políticas também são para longo-prazo, mesmo
porque, precisa de várias máquinas trabalhando, ao mesmo tempo, para de uma só vez e
conter, de vez, a dinâmica de crescimento dos aguapés.
3º - Deve limpar-se toda a orla da lagoa, de modo que, não sobrem resquícios dos aguapés que
vegetações aquáticas e se alimentam, basicamente, de esgotos. Para tanto, essas vegetações
crescem descontroladamente rápido. O serviço precisa ser de muita qualidade. E dependem de
políticas de longo-prazo.
TÓPICO 2 - No entanto, não há justifica não lutar para que tais problemas sejam
solucionáveis. Não tem como falar em qualidade de vida na cidade, enquanto as situações
de esgotos a céus-abertos não estiverem pelo menos, se não negociadas e encaminhadas a
contento, estejam sob os estudos cientificamente válidos e em situações projetáveis de
recuperação ambiental.
PROPOSTA 2
1º - Os esgotos a céus-abertos, na verdade, não são somente os córregos, ribeirões e a própria
lagoa, não, estão também em algumas ruas da região do canal, dentre outros bairros. As
políticas de saneamento básico, de modo geral, porque dependem de políticas maiores e mais
abrangentes de saneamento básico precisam estar no plano do longo-prazo.
2º - Entretanto, os estudos aprofundados e cientificamente comprovados, abordando todo o
saneamento básico do município, podem ser de imediato, os investimentos sob os quais esses
saneamentos se submetem, podem ser cavados a contento e a partir de buscas constantes em
orçamentos de outras instâncias de poder: governo estadual, governo federal, emendas
parlamentares, dentre outros. O que não pode é o saneamento básico ficar à mercê das áscaris-
lumbricoides, verminoses e as doenças originárias desses elementos presentes na falta de
saneamento.
229
TÓPICO 3 - Portanto, a contento avaliadas, analisadas à luz da legislação vigente,
podem-se viabilizar projetos e políticas públicas que tornem os problemas da falta de
saneamento básico, em Ibirité, quando não passível de solução imediata, mas
esperançosamente de longo prazo.
PROPOSTA 3
1º - Os serviços de fiscalização do município não ficarão sem realizar seus registros em razões
de políticas não implementadas. A obrigação dos fiscais é de realizar os serviços necessários
ao funcionamento da cidade. Já, as políticas têm de ser aplicadas a contento à realidade.
2º - Os registros de boletins de ocorrências poderão, inclusive, ser usados como recursos de
reivindicações, junto a instâncias superiores, com sentido de sensibilização das autoridades
nos propósitos de liberação de orçamentos para a cidade em apoio à solução dos problemas de
falta de saneamento.
TÓPICO 4 - E na temática da elaboração de políticas públicas como modo de
formulação e alternativas à população, então vale vê-las, em Dias e Matos (2012), que se
delimita, politicamente, o problema público e, ao lado dele, o zelo para com a elaboração
da política pública a ele mais adequada.
PROPOSTA 4
1º - Os conselhos municipais do setor de saneamento básico, do setor de saúde e de meio
ambiente também não poderão deixar de discutir e realizar suas diligências de fiscalização a
fim de ajudar o sistema municipal na luta pela conquista de orçamentos com sentido no
saneamento básico no município. As políticas são de longo-prazo, mas se não houver
insistentes buscas, acompanhadas de pressões sensibilizáveis nem de longo-prazo,
possivelmente, se as consegue.
2º - Os serviços setoriais de meio ambiente, bem como, todos os serviços do sistema
municipal em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas periodicamente,
ou seja, a cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais, fixando-os ao rol de sua
secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios finais, que devem ser
apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema municipal. No referente
aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados por setor, sendo
anualmente, devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.
TÓPICO 5 - E este deve ser a delimitação do problema, que só se dá por delimitado, uma
vez, realizadas pesquisas no entorno dele. E o desenvolvimento de mecanismos de gestão
dos serviços e incentivo ao desenvolvimento de modelos alternativos de gestão que
permitam alcançar níveis crescentes de eficiência e eficácia e a sustentabilidade social,
ambiental, econômica e financeira do saneamento básico.
PROPOSTA 5
1º - Antes de resolver quaisquer problemas, a equipe técnica da área deve levantar o problema,
realizar pesquisar em entorno dele, com estudos bastante aprofundados, ao ponto de esclarecer
quais as soluções cabíveis a ele. Em seguida, dar caminho à solução dele.
2º - Os mecanismos de gestão mais adequada, só depois de levantados os problemas,
pesquisados e esclarecidas as forma de solução, poder-se-á aplicar a política e gestão mais
adequada à solução do problema.
230
TÓPICO 6 - Também, preparar o terreno para que estes voltem ao leito com as águas
claras, límpidas e potáveis, embora os orçamentos não comportem as suas necessidades.
Então, como rever essas situações, senão pela compreensão de que essa competência
reflete diretamente na proteção dos recursos hídricos dos territórios municipais. E se os
orçamentos não os comportam isto significa trabalho quadriplicado e orçamentos
desdobrados. Dado isso, houve tempo de uma integração entre as ações de saúde e as de
água e esgotamento sanitário.
PROPOSTA 6
1º - Os projetos prevendo os objetivos, as metodologias de trabalho, as planilhas de orçamento
e a previsão de resultados, independentemente de os orçamentos comportarem as suas
necedades, não poderão ficar sem elaboração. É através deles que o sistema municipal
conseguirá os recursos necessários para cuidar dos serviços nele previstos.
2º - Os projetos de proteção dos recursos hídricos precisam ser a prova de que a cidade
necessita de tais recursos financeiros para mantê-los protegidos. Aliás, até já existem alguns
córregos de Ibirité debaixo dessa proteção, feitos via-COPASA, por ocasião de instalação do
Lago Azul – fonte d’água potável da região metropolitana de Belo Horizonte – o que já é
avanço, mas essa proteção hídrica tem de se estender às demais águas. É questão até de
precaução em relação às pessoas que viverão no futuro e as águas de que elas necessitarão.
TÓPICO 7 - E esta integração representava o segmento preventivo da saúde frente à
ameaça de epidemias, nas áreas urbanas, e à situação sanitária precária na área rural. E,
no caso de Ibirité, os problemas abrangem várias políticas públicas e capitalizam
recursos de vários orçamentos, por seguintes anos de serviços.
PROPOSTA 7
1º - Os processos de unificação dos conselhos municipais colocados como políticas novas nos
eixos democráticos participativos – Eixo 1. E estas têm a finalidade de fazer a integração entre
as políticas de representação como forma e seguimento de prevenção de enfermidades, por
exemplo. É nesse âmbito de políticas gerais que a mesa diretora dos conselhos promoverá essa
unificação. Há políticas, menos gerais, norteadas pelos conselhos afins, mas há outras que
dizem respeito a todos os conselhos. E elas deverão ser colocadas em prática.
TÓPICO 8 - Para tanto, reconhecer que a integração representativa de saúde nem
sempre atua como preventiva, pois que, no caso de Ibirité, como não há políticas de
saneamento básico, não são cobranças dos setores de saúde em relação a essas políticas,
então, a população corre riscos de contaminações diversas. Reconhecer ainda que há
necessidade de projetos de saúde visando à solução desses problemas identificados em
pesquisas de campo.
PROPOSTA 8
1º - As políticas integradas continuam sendo necessárias para a prevenção da saúde, de
epidemias, e outras formas de contaminações. Toda a vez em que houver discussões desse
porte, abrangendo políticas público-gerais, os conselhos serão convocados para discuti-las,
elaborá-las e o sistema municipal implementá-las.
TÓPICO 9 - Para tanto, tais políticas implicam na existência de conjuntos de sistemas
políticos, sociais, econômicos e administrativos que afetam, direta ou indiretamente, a
administração, o uso, consumo, impacto, preservação e serviços, entre outros aspectos
relativos a esses recursos, diretamente responsabilizáveis à gestão pública de saúde do
231
município. Quer dizer, são esses instrumentos de políticas públicas conjugados à
necessidade e participação popular é que vão determinar a hora de fazê-las.
PROPOSTA 9
1º - O problema da falta de saneamento na cidade, conforme os estudos realizados, precisa de
políticas conjuntas para resolvê-lo: política de saneamento básico, política ambiental, política
de recuperação de leitos de córregos e da lagoa, política de recuperação das águas, política de
tratamento de esgotos, política de extração e limpeza de aguapés. E pós-políticas públicas
aplicadas, vêm-se às políticas de conservação do meio ambiente como um todo recuperado. E
é isto que se pretende em longo-prazo.
2º - E essas políticas públicas, para serem transpostas ao papel, é preciso de discussões
profundas, significativas e mui exigentes dentre os conselhos municipais das respectivas áreas,
a câmara de vereadores e a cidade como um todo participativo. Se não, não se as consegue
nem pô-las ao papel.
TÓPICO 10 - E ainda, reconhecer que a necessidade de avaliação contínua do
desempenho das políticas públicas, pois que, essas constituem uma fonte de aprendizado
que permite ao gestor perceber quais as ações tendem a produzir melhores resultados.
PROPOSTA 10
1º - A equipe técnica formada, a partir da junção das políticas públicas conjuntas, além de
trabalhar na aplicação das referidas políticas, deve realizar avaliações cíclicas e periódicas
abordando os serviços aplicados nessas políticas conjuntas. A saber, o que deu certo, o que
não deu; se faltou material, se sobrou; para onde vai o que sobrou; e registrar todos os
processos de avaliações. Esses registros são as referências para o aperfeiçoamento das etapas
seguintes.
2º - As avaliações pós-ciclo e pós-periódicas é que vão determinar a necessidade ou não da
política seguinte. A saber, as políticas são conjuntas, mas isso não quer dizer que elas são
aplicadas todas ao mesmo tempo. Ao contrário, para resolver um problema, precisa delas
todas juntas. Nesse caso, há momentos que são todas juntas, depende; há momentos que tem
de pesar, qual será primeiro, e assim por diante. E quem faz isso é a equipe técnica. Noutro
caso, vai depender dos resultados da avaliação.
TÓPICO 11 - A descentralização da gestão desses recursos, a participação do Poder
Público, dos usuários e das comunidades na gestão. E isso, se trazido aos contextos da
cidade, no caso de Ibirité, como revitalizar uma suposta existente estação de tratamento
de esgotos, que tem de serem colocados em ação muito antes de quaisquer recuperações
referentes às águas do Pantana, seus afluentes e seus desemboques na lagoa.
PROPOSTA 11
1º - A descentralização da gestão pública ocorre exatamente para que os recursos cheguem à
execução da obra necessitária. Quando se os centraliza, as populações nem ficam sabendo dos
recursos, pois que não participam. Quando há participação popular a população acompanha e
não deixa desviar o foco dos recursos. A tendência de a obra ser executada é muito maior do
que sem a participação popular.
2º - Colocar a estação de tratamentos de esgotos é algo dificílimo aos olhos da cidade, mas se
esta virar o foco das atenções, de repente, antes que os olhos pisquem já se podem ter
232
conseguido os recursos, né. Por enquanto, vale o foco.
TÓPICO 12 - Para se projetarem políticas públicas, tem de, primeiro, estudá-las em
todos os sentidos, para que a cidade se veja contemplada, ainda que de longo prazo, e em
segundo lugar, tenha em mãos a pauta de suas cobranças previstas para o exercício da
cidadania nesses supostos longos prazos.
PROPOSTA 12
1º - Isso tudo de que se vem falando neste eixo vai, primeiramente, ser estudado, para em
seguida, planejado e depois disso, captar recursos e plicar as políticas. Tem de ser de longo-
prazo, pois que os projetos são muito caros, difíceis de captação de recursos.
2º - Se a comunidade é participativa, volta-se a lembrar, é só não perder o foco, nas
reivindicações sobre o problema da falta de saneamento básico.
7.1.21 Eixos assintomático-participativo-comunicacionais
TÓPICO 1 - Para tanto, nesta proposta se reconhece a comunicação como instrumento
de participação popular e de exercício do poder. Também, se reconhece que por mais
perfeito que seja o ato de comunicação, sempre se deixa falhas no ato de se comunicar-se.
Dado isso, quando se trata de opinião sob o conceito de escrutínio público, há duas
compreensões, sendo a primeira, em se tratando de opinião a consultor de instituto, em
caso de erros, esta aparece sempre individual e sem-possibilidades de correção.
PROPOSTA 1
1º - O sistema municipal, no exercício da comunicação, manterá seus serviços sob as
constantes informações. A saber, a boa comunicação é um dos recursos de manutenção da
transparência. Se o sistema não se faz comunicar-se, também, a população não se deixa
informar-se. Então, pelo menos, um jornal bem-elaborado, deve ser adotado pelo sistema para
manter as informações na cidade, de modo geral.
2 º - É claro que o sistema precisa fazer uso de outros recursos de comunicação social, para
que a população esteja situada nos contextos da cidade. Deve ser buscado conversa visando ao
entendimento entre TV Ibirité e prefeitura, no sentido de a TV cumprir o seu papel funcional e
social, e ambos combinarem situações de boa comunicação desta com a cidade, também, do
sistema municipal com a cidade.
3º - As pesquisas de opinião são instrumentos de comunicação social, extremamente,
necessários na cidade. Sempre tem de se estar coletando informações sobre estas, essas ou
aquelas políticas no sistema, a fim de avaliar resultados sobre a continuidade se certos
serviços ou não. É um tipo de serviço que a cidade vai contar com ele integralmente.
4º - As pesquisas de opinião também são válidas como preparatórias de certos serviços na
cidade. Muitas vezes, é através da opinião que se chega ao exercício da necessidade. Através
dela, se colhem informações e se chega à realidade da necessidade de determinadas políticas
públicas.
TÓPICO 2 - E, no referente aos leitores atuais que tendem, a cada dia, mais exigentes de
textos objetivos visando a interagir-se com as leituras usando-se apenas de códigos.
Portanto, diferente das leituras dinâmicas, pois que nessas, se usam saltar frases,
períodos, às vezes, lendo apenas uma palavra do parágrafo. E, ao lado disso, se formula
233
o conceito de uma comunicação social equivocada, às vezes.
PROPOSTA 2
1º - A comunicação social precisa se expressar usando de todas as linguagens possíveis e
expressadas no universo linguístico atual, ou seja, ela tem de ser atual. E depende muito
contexto social. Ela precisa interagir-se ao mundo e apontar a ele qual é dinâmica linguística
do tempo, da informação, do trabalho, da religião, da sociedade; as crônicas do dia, as
linguagens que contribuam com a formação da opinião. E assim por diante. A saber, a
comunicação jamais pode ser equivocada, ele tem de ser sempre funcional. E o sistema
municipal deve exigir isto dela.
2º - Os serviços na Secretaria de Comunicação Social, bem como, todos os serviços do
sistema municipal em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas
periodicamente, ou seja, a cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais, fixando-
os ao rol de sua secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios finais,
que devem ser apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema
municipal. No referente aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados
por setor, sendo anualmente, devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.
TÓPICO 3 - E a receptividade comunicacional, durante as leituras, é completa. Agora,
as leituras via-códigos, às vezes, substituem-se palavras inteiras por apenas um sinal
gráfico. E mesmo assim, o ato de se comunicar-se, se realiza. E ainda, na sequência, faz-
se bem reconhecer a receptividade comunicacional como meio de observar os elementos
neutralizadores de falhas comunicacionais, se considerando que as linhas editoriais é que
determinam todo o conjunto da comunicação textual, seja esta visual, audiovisual,
impressa, gestual, prosódica, etc.
PROPOSTA 3
1º - Serão observados, no sistema municipal, um modo de comunicar-se e se fazer
compreender junto às populações, com clareza e objetividade, ser receptivo e buscar ser bem-
recebido, usando-se da humildade como comportamento ideal para saber usar das linguagens,
em seu tempo e hora. Isso para unificar as pessoas em torno da atenção às necessidades
básicas do município.
TÓPICO 4 - Reconhecer ainda que, nos tempos atuais e controversos, não tem como não
receber a coprodução como recurso de participação popular e contribuição com a
notícia, se considerando, nos processos de interferências, melhor aceitar a tolerância
acompanhada da coprodução, à intolerância com as notícias.
PROPOSTA 4
1º - O conselho de comunicação social precisa estar atento a essa participação, na organização
das políticas públicas da área, na coprodução da informação e dos serviços de comunicação. O
sistema municipal deve contar com essas contribuições e, ainda por cima, considerando-as na
sua forma e qualidade essenciais para o funcionamento da cidade.
TÓPICO 5 - Melhor as interferências sob a forma de coprodução e acompanhada de sua
aquisição como produto, do que sob a intolerância acompanhada da ausência da
aquisição da notícia como produto de consumo.
234
PROPOSTA 5
1º - Com a cidade trabalhando em seus contextos normais, já terá notícias o suficiente para
que haja um sistema de comunicação social seguro na prefeitura. Os fatos acompanhados da
notícia, a reportagem acompanhada das entrevistas, dos pequenos vídeos, da fotografia. E
assim por diante.
2º - E as orientações sobre a produção de vídeos nas escolas, sobre a leitura informativa, sobre
a produção de documentários, sobre a exibição dos próprios filmes produzidos, etc. Quer
dizer, na própria cidade já existem as situações de notícias. O que a comunicação social tem
de fazer é ir atrás desses elementos e usá-los como instrumentos a seu favor.
TÓPICO 6 - Se reconhecem como sendo sobrevivência, às empresas dos ramos da
comunicação social, a compreensão de que elas devam ser criativas, sempre buscando
combinar bons critérios de linguagem com a também criteriosa organização e simulação
e aproveitamento de fatos oportunos para que a boa comunicação esteja sempre em
voga. Se assim, não há o com que se preocupar-se.
PROPOSTA 6
1º - Para quaisquer tipos de empresas, mas no caso do ramo econômico-criativo e do campo
da comunicação social, terão incentivos do sistema municipal. É preciso buscar o objeto de
seu produto. E este pode estar na produção de vídeos, de documentários, de cinema, cineclube,
de rádio, de TV, e assim por diante.
TÓPICO 7 - Entretanto, a boa comunicação social, para ser como tal, precisa também se
adequar a certas situações de natureza política, sobretudo, porque, em quaisquer lugares
em que se promova a comunicação social, vai depender de ela se adequar a certas
políticas públicas, esteja ela no campo privado ou no campo público. Nisso, também, se
faz reconhecer, sob todos os meios, velhos e novos, como as diversas tecnologias vídeo-
eletrônicas e digitais, que os tornam possíveis, coexistem, conformando ou não
convergências em sentido estrito, porém constituindo ecossistemas comunicativos cada
vez mais complexos.
PROPOSTA 7
1º - O sistema municipal, abrangendo a todas as áreas confiáveis, deverá elabora políticas
públicas voltadas para a conduta pessoal dos cidadãos. E uma dessas políticas deve ser a
elaboração de um código de postura da cidade.
2º - Ao lado dessa política do código de posturas, este deverá ainda elaborar um programa de
posturas para a cidade. Este vem, ao mesmo tempo, que as políticas públicas relacionadas a
ele.
TÓPICO 8 - E as características essenciais a esse modelo de regulação, é a independência
das agências. Aliás, nelas, o poder executivo não interfere, politicamente, caracterizando
uma instância pretensamente neutra em relação aos atores interessados, em que as
decisões são tomadas, levando-se em consideração, fundamentalmente, os aspectos
técnicos. Daí se vai ver que a comunicação pública deve ser compreendida com sentido
mais amplo do que dar informação.
235
PROPOSTA 8
1º - No sistema municipal, entende-se que a regulação dos processos de comunicação social é
fundamental, mas a independências das agências de comunicação, seja uma TV, seja uma
produtora de vídeos, seja agência de publicidade e propaganda, etc. Os seus têm de obedecer
aos processos de regulação pública, mas elas precisam de sua independência. E a regulação
não vai reprimir essa independência.
2º - Agora, no que depender do sistema municipal, toda a independência será respeitada.
Contudo, no que tange à comunicação entre o sistema municipal e a cidade, esta deve ser feita
com qualidade e não ficar presa ao mérito mínimo da informação. Os processos de
comunicação merecem mais dedicação dos comunicadores.
TÓPICO 9 - A clareza na linguagem, na produção da imagem, na vivacidade das cores é
que se vão, determinantemente, agradar aos olhos do público. Já, as políticas públicas
dos campos virtuais é que vão dar o enfoque desejado a essas formas de comunicação
que só os processos de discussão, elaboração e implementação das políticas públicas de
comunicação social e políticas público-virtuais é que vão dar o norte das regulações de
que precisam as comunicações sociais.
PROPOSTA 9
1º - As políticas públicas de comunicação social deverão estar a contento à vontade e
participação e coprodução popular. E, por isso, o grau de qualidade nas produções, seja em
outdoor, placas, sejam quaisquer formas de publicidade, deverão estar em sintonia ao código
de posturas da cidade, sempre com sentido de evitar sujeiras visuais.
2º - O sistema municipal, em termos de comunicação radio-difusora, promoverá incentivo a
que essas se organizem na cidade, visando ao bem-comum de todos e ao cumprimento de suas
funções público e social em meio à cidade, sejam estas emissoras originárias do campo
comum, seja rádios-internet, sejam quaisquer outras.
7.1.22 Eixos sintomático-político-assistencial-sociais
TÓPICO 1 - E estas podem ser primeiro, a de reconhecer que a atual política
assistencial-social da cidade se orienta sob a ordem do assistencialismo e, por isso, não
comunga com as necessidades reais da cidade. E a de reconhecer ainda que ao focar a
política assistencial-social no ismo vai reproduzir os conceitos conservadores e, por isso,
ao invés de tentar erradicar com a pobreza e desigualdade social, só tende a torná-las
estruturais na sociedade local.
PROPOSTA 1
1º - As políticas público-assistenciais devem ser colocadas como que para a melhora de vida
das pessoas, sejam funcionários, sejam moradores de ruas, idosos sem-lar, idosos com lar, mas
expostos às vulnerabilidades dentro da própria casa ou próprias do isolamento social.
2º - O serviço social, no campo da assistência, no sistema municipal, deve focar uma
assistência que vise ao suprimento das necessidades acompanhadas da recuperação como
pessoa, de ser humano supostamente caído, a um ser – se não completo – mas, levantado, e
nessas perspectivas, sempre o proporcionando reabilitação para o lar, orientação espiritual,
tratamento nas debilitações físicas, mentais, psicológicas, enfim, tornar os sujeitos passíveis
236
dessas dificuldades, em sujeitos reinseridos, socialmente.
TÓPICO 2 - Também, a de reconhecer que, independentemente, da sua renda, todos os
cidadãos, categorizados como necessitários de assistência, têm direito de serem
protegidos – com pagamento em dinheiro ou com serviços – contra situações de
dependência de longa duração como, ou seja, velhice, invalidez ou de curta: doença,
desemprego, maternidade, reconhecendo ainda que, além desses bens-assistenciais, estes
têm direito a reeducação, a orientação espiritual, a abrigo, a reinserção na vida social. E
não tem outro caminho a promover essas conquistas, senão pela assistência social.
PROPOSTA 2
1º - O sistema municipal, na lógica do atendimento social, se o cidadão já tem garantido o seu
salário-proteção, então, tem de verificar qual é a necessidade e assim descoberta, cuidar para
que ele não seja lesado em seus pertences pessoais, em seu salário-proteção, dentre outras
lesões.
2º - Deve-se criar uma espécie de disque-alerta, para que, uma vez se recebendo a denúncia de
maus-tratos, de abandono familiar, de situações de rua, etc., a assistente social possa visitar a
família individual denunciada, no sentido de auxiliá-la em suas necessidades.
3º - Se pós-consulta de assistência social, ficarem verificadas as condições reais para o
exercício do trabalho, a própria deve encaminhar ente social a um posto de atendimento,
proporcionando-o usufruir da dignidade do trabalho.
TÓPICO 3 - Compreender que a cidade precisa do Planejamento assistencial social,
conhecer em que orçamentos, estes se enquadram, os serviços de monitoria e os tipos de
monitoramentos, a saber, como cidadão, tem direito e faz-se a uma avaliação continua
do sistema assistencial-social da cidade.
PROPOSTA 3
1º - O sistema de assistência social deve levantar todas as situações de abandono, de situações
de rua, de situações passíveis de assistência social, sob uma pesquisa de campo e situação de
problemas sociais.
2º - Deve elaborar um programa de assistência voltado para as soluções de todos os problemas
levantados na cidade.
3º - Deve-se, dentro da realidade dos orçamentos e realidade dos sujeitos para cujos problemas
levantados, providenciarem o abrigo, banhos, alimentações, cama, dentre outras modalidades
de assistência. O que não pode são os serviços de assistência fazer “vistas-grossas” para as
situações passíveis de assistência, mas não assisti-las.
4º - É claro que os problemas não passíveis de soluções pelo sistema de assistência municipal,
devem ser encaminhados às instâncias com maiores condições de resolvê-los.
5º - Devem-se criar os serviços de monitoria social para que, uma vez, detectado o problema
pela assistente social, esta possa encaminhar para os beneficiários de tais serviços e, outra vez,
os monitores possam ajudar à pessoa encaminhada no que ela necessite em termos de
assistência social.
237
6º - Tais serviços de assistência social têm de passar por avaliações sequenciais do sistema, da
comunidade usuária, da comunidade não usuária, e se houver dentre outras. Contudo, não
somente, o sistema de assistência social tem de se auto se avaliar, meio a essas avaliações
sequenciais.
7º - É claro, uma vez, identificado problemas nas avaliações, outra vez imediata, buscar a
solução deles, ou seja, nunca deixar para resolver depois.
8º - Os serviços voltados para atendimento, através de creches, devem estar todos sob a
responsabilidade da secretaria de desenvolvimento social.
9º - Consideram-se serviços de assistência social todas as unidades de atendimento através de
creches, sejam elas particulares, sejam públicas. E considerados instrutores aqueles
profissionais que assumem papéis de ensino junto às crianças nas creches. E monitores todos
aqueles profissionais que assumem papéis de auxiliares de ensino.
10– As unidades de assistência social, inclusive as escolas particulares de ensino a crianças até
cinco anos, terão como instrutores aqueles profissionais que assumem papéis de ensino.
Monitores todos os profissionais que assumem papéis de auxiliares de ensino, sendo os
demais do campo administrativo, assessores e ajudantes de serviços gerais são os atuantes na
limpeza e no prepara de alimentações.
11 – As unidades de assistência social como: abrigos, asilos, albergues, dentre outros do
gênero, são destinados à educação, reeducação, reabilitação e atendimento de assistência
social. Para tanto, terão profissionais de instrução, de auxílio à instrução, de assessoria geral e
de ajudantes de serviços gerais.
12 – Consideram-se unidades de assistência social todos os locais destinados a atendimentos
de assistência social, por exemplo: abrigo para reeducação e recuperação de adultos de rua e
outros locais públicos; asilos ou abrigo para reabilitação, educação e atendimentos de idosos;
orfanato para educação e atendimento de crianças e adolescentes sem pais nem responsáveis;
creches para educação e atendimentos de crianças; unidades particulares de ensino para
educação e atendimento de crianças até cinco anos de idade, dentre outras.
13 – Havendo demanda de adolescentes e jovens até 17 anos completos e 18 incompletos,
desde que formem turmas dentre 15-20 instruídos, poderá o sistema de assistência social
abarcar com a educação social voltada para adolescentes e jovens.
18 – No caso de o sistema municipal abarcar com a educação social, terá de admitir
profissionais para o exercício da educação social, ou seja, os educadores sociais. Noutro caso,
estes devem funcionar em noturnos, em prédios escolares do sistema de educação comum.
19 – No caso sistemático da educação social, será preciso o sistema de assistência social
elaborar um programa voltado para a inserção e reinserção social. Nesse programa deve
constar de todas as modalidades de ensino, em consonância com a LDBN – Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional, só que focada no sistema de educação social.
TÓPICO 4 - E vai se vir que não adianta retirar a assistência social do arcabouço da
filantropia e criar diretrizes, critérios e forte arcabouço legal, saindo do centralismo da
filantropia, adotando critérios, estabelecendo diretrizes, sem-praticidades, e caindo nas
238
disparidades e inconsequências sociais.
PROPOSTA 4
1º - Os serviços de assistência social, dentro do sistema municipal, não pode se colocar com se
sendo o de uma instituição filantrópica, é preciso vê-los sob a ordem de políticas públicas que
destinem os serviços, em cima de tais demandas, sob o cumprimento de tais orçamentos, a
origem desses orçamentos, o lugar em que deve ser praticada a assistência, e assim por diante.
2º - Os serviços de assistência social, bem como, todos os serviços do sistema municipal em
suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas periodicamente, ou seja, a
cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais, fixando-os ao rol de sua secretaria.
Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios finais, que devem ser apresentados
ao congresso municipal para avaliação anual do sistema municipal. No referente aos
relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados por setor, sendo anualmente,
devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.
TÓPICO 5 - Não adianta ainda, continuar com os serviços de assistência social sem que
estas passem pelas correções sob a visão social da inovação, da proteção, da captação das
diferenças, das necessidades da população e da identificação das forças políticas de
autodefesa, e estas, em detrimentos da identificação de suas fragilidades.
PROPOSTA 5
1º - Os serviços de assistência social, dentro do sistema municipal, devem se colocar com
sendo um sistema autêntico, que não tem o de que se suspeitar, sob um modelo ético-moral-
assistencial, sem nenhuma vocação para as fragilidades, ou seja, quando se colocar, tem de
saber e ter consciência do que se está fazendo, porque as decisões são para resolver, não para
voltar atrás, a qualquer custo. Mas, nem por isso, se devem submeter às decisões a poderios
intransigentes e autoritários. Tudo deve ser feito com decência e ordem, sabendo-se de que
esta é uma ética válida, também, para todas as secretarias.
2º - Os serviços de assistência social devem estar sempre se inovando seja na forma de
proteção dos assistidos, seja na forma de captação das diferenças individuais e coletivas, seja
na forma como as necessidades se colocam e os necessitários se posicionam diante delas, seja
na forma como as políticas de autodefesa do sistema se colocam e na forma como os
assistidos se colocam em autodefesa diante dessas políticas do sistema. Em todo o seu
trabalho, vale ser criterioso, pois que é o ser criterioso que torna o sistema impermeável e, por
isso, vencedor de possíveis corrupções.
TÓPICO 6 - Para tanto, desse modo, vê-se que a manutenção de uma política de
compromissos com o capital financeiro mantém em paralelo uma Política de Assistência
Social assentada, majoritariamente, na transferência de renda como estratégia de
minimizar os efeitos mais deletérios do avanço destrutivo do capitalismo contemporâneo.
E de outro modo, para se tornarem, centralmente importantes, os consensos têm de ser
construídos e institucionalizados nas mais comuns e elaborais formas de políticas
públicas.
PROPOSTA 6
1º - Os serviços de assistência social têm de serem para ajudar as pessoas a se sentirem
importantes, estimuladas, animadas com a vida e socialmente, não pode ser para fortalecer
cada vez mais o capitalismo, e este se torne cada vez mais selvagem sobre os homens. Quer
dizer, onde houver pessoas precisando de assistência, ele tem de se fazer presente, e se colocar
239
disposto, e se interpor com iniciativas de ações sociais sobre as essas pessoas.
2º - O sistema de assistência social deve trabalhar para tirar as pessoas de situações de riscos e
colocá-las em situações de amparadas. Ajudar a quem precisa de emprego, emprego; a quem
precisa de salário-proteção, buscar encaminhá-lo. E assim por diante.
TÓPICO 7 - E essas consonantes aos gestos político-públicos adotados pelo sistema
municipal na aplicação dessas políticas e, ao mesmo tempo, gestos receptivos por parte
dos cidadãos fragilizados, supostamente descontextualizados e sem suas histórias e, por
isso, cidadãos, além de crentes e carentes dos bens materiais-assistenciais, se fazem
crentes e carentes do mesmo jeito numa vigilância moral constante: tanto da parte de
quem, supostamente, os assiste, quanto deles próprios enquanto assistidos.
PROPOSTA 7
1º - Os profissionais da assistência social têm de estar sempre vigilantes tanto do ponto de
vista de sua profissão, quanto do ponto de vista do sistema municipal a quem presta serviços,
ao tipo de assistência que presta à sociedade através do sistema municipal, e ao tipo de
assistência exigente por seu assistido. Essa vigilância, muitas vezes, significa estar sempre de
prontidão.
TÓPICO 8 - O arcabouço teórico-normativo comporta mudanças, mas nesta proposta,
se entende que, se não souber a plicar essas mudanças, elas vão se prender aos conceitos
conservadores, e aí, não terá adiantado ampliar. E também, pormenoriza e se expressa,
através da consistente produção de conhecimento, e da inserção peculiar dos órgãos
representativos da categoria profissional, nos processos de luta pela institucionalização
das políticas públicas compatíveis com os valores contidos no Código de Ética
Profissional dos assistentes sociais. E nisso, se vê que há contradição, também
fundamental, e esta se localiza na luta de classes.
PROPOSTA 8
1º - No sistema municipal, a ideia é fazer uma assistência social sem-fins de conservadorismo,
proporcionar mudanças nos modelos de atenção básica e social, ampliar o atendimento até
aonde ele exista, ou seja, não deixar pessoas sem-atenção, fazer um trabalho de integração,
recuperação, interação e reintegração social.
2º - Os serviços de assistência social, dentro do sistema municipal, precisam estar atentos à
carreira como profissão escolhida, na luta constante por sua valorização profissional cada maior e na luta pela institucionalização das políticas públicas puxadas pelo setor como sendo
compatíveis à ética do sistema municipal, à ética de sua profissão e da sociedade local.
Entretanto, não se esquecendo das políticas interesetoriais a que a cidade certamente,
demanda.
7.1.23 Eixos assintomático-político-social-juvenis
TÓPICO 1 - A saber, tem-se de reconhecer que, se o sistema municipal não cria políticas
de atenção à juventude, esta fica sem-lugar e acaba criando por ela mesma seus espaços
e modos de desenvolverem suas práticas de vida e suas culturas. O que não é bom para a
sociedade local, pois que, em situações como essas, isso significa os jovens sozinhos em
seu canto e os pais sem-controle de onde eles e o que eles estão fazendo.
240
PROPOSTA 1
1º - Os serviços de atenção social juvenil, bem como, todos os serviços do sistema municipal
em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas periodicamente, ou seja, a
cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais, fixando-os ao rol de sua secretaria.
Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios finais, que devem ser apresentados
ao congresso municipal para avaliação anual do sistema municipal. No referente aos
relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados por setor, sendo anualmente,
devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.
2º - O sistema municipal de criar situações de competividade esportiva visando à interação
entre os jovens nos bairros, na cidade, dos jovens da cidade com outros jovens das cidades
vizinhas, dentre outras cidades, e assim por diante.
3 º - Promover através das escolas jogos, campeonatos de peladas, de futebol, de corridas,
caminhadas ecológicas, dentre outras.
TÓPICO 2 - Na verdade, o que se requer dos sistemas, são políticas que garantam que as
famílias conseguem acompanhar e supervisionar os passos dos filhos sem que eles se
sintam incomodados com a supervisão dos pais. E essas políticas públicas para juventude
precisam se efetivar como emancipatórias e adequadas às necessidades específicas das
diferentes juventudes.
PROPOSTA 2
1º - Os alunos de escolas profissionalizantes no município, a título de incentivo, receberão
apoio do sistema municipal. Esses apoios serão discutidos junto às gestões dessas escolas. Se
este serão apoios financeiros, como, quanto, qual origem, etc. Contudo, a intenção é apoiar
essas instituições no trabalho a que elas desenvolvem com a juventude.
2º - O sistema municipal, em acordo com a gestão dessas escolas profissionalizantes e através
do sistema de educação, elaborará um programa de emprego voltado para jovens-aprendizes.
E esses originários de escolas profissionalizantes no município. O objetivo é valorizar os
serviços de educação profissionalizante para jovens que estejam em aprendizagem profissional
e, ao mesmo tempo, os jovens que estudam nessas escolas poderão já profissionalizar seus
serviços, ainda estudando. Deve ser em até dois anos, mas já levam experiências de
profissionalização com eles.
TÓPICO 3 - A saber, a política pública precisa ser pensada - não como sendo,
unicamente, os responsáveis pelos jovens, seus pais e a sociedade onde eles estão
inseridos - mas também e, sobretudo, o poder público. E se as políticas públicas não
garantem segurança aos pais, à sociedade, de que o lugar onde os jovens estão
construindo as suas relações de vida e cultura, é lugar seguro, isso pode pesar,
primeiramente, nos índices de violência e mortes, e usos de drogas, e envolvimentos no
mundo do crime, dentre outros congêneres negativos.
PROPOSTA 3
1º - O sistema municipal deve promover atos públicos com destino a reconhecer os atos
culturais da juventude como sendo idôneos no que convier e conforme as características
peculiares deles próprios, pra tanto, autônomos, e criar situações para que eles também
241
promovam seus atos e sonhos de cultura, na proporção político-jovial, a que eles se sintam
autônomos no fazer.
2º - O sistema municipal deve assegurar-lhes a promoção e realização de espetáculos à altura,
necessidade e agrado da juventude enquanto seguimento social propício de solicitações e
realizações culturais.
3º - O sistema municipal, no que o couber, devem evitar o máximo possível, que a juventude
se envolva em culturas de desacordos sociais, de violência e mortes, e drogas, e quaisquer
outros componentes que neguem as suas boas relações com seus familiares, com a sociedade e
religiões, e outras congêneres.
TÓPICO 4 - E pesando assim, como fica o estado de consciência do agente politico
principal e seus correlacionais, da vara da juventude no âmbito do sistema judiciário,
conselhos tutelares, conselho de defesa da criança do adolescente. Mas, secundariamente,
vai pesar também no índice de desenvolvimento humano da cidade. Nisto se vê, também,
de não se tratar apenas do ente social como indivíduo, mas, sobretudo, ser social e
coletivamente contextualizado ao âmbito da cidade.
PROPOSTA 4
1º - O sistema municipal deve trabalhar conjuntamente à Vara da infância e juventude, aos
conselhos tutelares e conselho de defesa da criança do adolescente, visando ao cumprimento
da legislação vigente no que tange aos comportamentos dos jovens nos diversos contextos
sociais.
2º - Deve trabalhar a conscientização social da juventude, no que tange às suas ações,
necessidades e praticidades culturais. No entanto, promovendo atividades culturais a contento
deles, com a ajuda deles, com manutenção deles inseridos nos contextos sociais, dos/com os
quais, a sociedade participe e esteja inteiramente disposta a colaborar.
3º - Promoverá, em consonância a realidade orçamentária do município e realidade social da
cidade, shows artísticos, festivais de música, de cinema, de teatro, desportivos, dentre outros,
visando ao bom convívio destes com a sociedade, com as diversas modalidades culturais, com
aprendizagem de novas habilidades culturais, e assim, ao crescimento político/cultural/social
de futuro e em continuidade da desenvoltura social daí existente.
TÓPICO 5 - Nisso, o que se vê é que para se compreender a juventude é só trabalhar
nessa temática, em que tal capacidade se explica as teorias pela compreensão de que a
reprodução social e, sobretudo, no que tange às condições sociais e valores semelhantes
na importância dada ao dinheiro, na consideração do convívio social como meio de
reprodução dos modos de vida dos homens.
PROPOSTA 5
1º - O sistema municipal, em consonância a realidade orçamentária do município e realidade
social da cidade, deve promover exposição de artes, de fotografias, de cinema, de música,
dentre outras, com finalidades de valorização da cultura juvenil e produção cultural do lugar,
visando à interação entre essas modalidades culturais, entre a juventude e os contextos da
cidade, e a integração social da cidade como necessitária de conscientização cultural.
242
2º - Deve promover também, em conjunto aos objetivos da economia criativa, incentivos que
visem aos jovens se promover profissionalmente, se fazendo empreendedores nas modalidades
culturais, promovendo desenvolvimento social da juventude, da cidade e contribuindo para o
desenvolvimento social e humano da cidade.
TÓPICO 6 - O foco está dado para a juventude, então, vale ver que os modos de vida em
foco também e, principalmente, é o dos jovens. Então, o poder público tem de dar
importância aos bens culturais, sobretudo, como forma de atrativos e entretenimentos
aos jovens. A juventude se faz assim, onde há batidos de violão, logo, se formulam alguns
aglomerados de jovens em torno das músicas; se os batidos se dão sob uma pelada de
futebol, os jovens se comungam nas mesmas sensações.
PROPOSTA 6
1º - Também, se promoverão encontros culturais de modalidades mais simples - desde que
haja interessados – seja no resgate da velha serenata musical, sejam nas caminhadas poéticas,
nas baladas de violão, nas peladas de futebol, nas caminhadas ecológicas, passeios culturais,
nos abraços a monumentos ambientais como forma de gritos e manifestos de proteção ao
monumento, dentre outras. Tudo como forma de conscientização cultural/ambiental da
juventude e sociedade, visando sempre a uma cidade melhor.
2º - Deve proporcionar à juventude a participação de cursos de formação cultural no fim da
aprendizagem das habilidades culturais, e essas serem aproveitadas na promoção de eventos
que eles próprios, os jovens, o façam como meio de se fortalecerem e se efetivarem enquanto
sujeitos autônomos na produção de seu próprio modo de vida.
TÓPICO 7 - E nessa formação de grupos juvenis sempre se nos pontuou,
favoravelmente, a história. E é sabido que esses agrupamentos de jovens fora das
políticas públicas pensadas pelo poder público, só vão trazer índices que denotam pontos
negativos ao desenvolvimento humano, principalmente, porque estão em estado de
vulnerabilidade. E esses são os termos na forma como os grupos se organizam e se
efetivam socialmente.
PROPOSTA 7
1º - O sistema municipal, também, através das Secretarias de educação e de cultura,
promoverá - fora dos contextos escolares normais e de acordo com a iniciativa de interessados
- grupos de estudos, de leituras, de interpretação, de produção textual, nos fins de formação de
opinião, de desenvolvimento da capacidade criativa, desenvolvimento das habilidades de leitura e interpretação textual, desenvolvimento das habilidades escrituração, dentre outras.
Tudo como forma de busca e construção de conhecimentos.
2º - Devem-se promover excursões ambientais a parques ecológicos, culturais a monumentos,
excursões históricas a grutas, a minas históricas; passeios turísticos por cidades históricas, e
quaisquer outras modalidades de excursões, com finalidade didático-pedagógica ou não, mas
sempre com os fins de produção de conhecimento.
TÓPICO 8 - Isso é tão significativo que não tem como pensar em políticas públicas para
a juventude, sem não se falar em bandas de músicas, seja no pátio da escola, na Praça
principal, nos coretos das matrizes religiosas, ou mesmo, nos grupos de teatro, como, por
exemplo, em Histórias de Ibirité (2018), o Grupo do Apoio, nos tempos do Projeto
Cultural de Ibirité que, além da teatralização das linguagens, promoviam dramatizações
243
e, conjugados trabalhos com a Frente de Cinema, promoviam sessões em Cineclubes,
dentre outros.
PROPOSTA 8
1º - O sistema municipal deve pensar em políticas públicas para a juventude, contudo, sem
não se falar em bandas de músicas, seja no pátio da escola, na Praça principal, nos coretos das
matrizes religiosas, ou mesmo, nos grupos de teatro, na teatralização das linguagens, nas
dramatizações e nos conjugados trabalhos com grupos de Cinema, de Cineclubes, dentre
outros. Essas políticas devem vir como forma de incentivos a essas práticas culturais e
colocadas sob o parecer da juventude em poder executá-las com afeição, dedicação e bom
desempenho cultural na cidade.
TÓPICO 9 - A saber, políticas públicas precisam ser para ajudar os jovens a se
construírem enquanto cidadãos, senão isso deixá-los que fique a sós com eles mesmos,
vão promover suas culturas a seu modo. E aí, não se sabe mesmo ao certo o que pode
acontecer se estão expostos à vulnerabilidade. É uma questão de responsabilidade social,
pois que, a juventude tanto preocupa aos pais, à sociedade local e vai preocupar mais
ainda os poderes públicos da cidade, porque, se olhar no fundo, no fundo, até os adultos
estão sob a responsabilidade desses poderes, quanto mais os jovens.
PROPOSTA 9
1º - As políticas, públicas no âmbito da juventude, precisam ser para ajudar os jovens a se
construírem enquanto cidadãos, senão isso deixá-los que fique a sós com eles mesmos, vão
promover suas culturas a seu modo. Não é que a seu modo seja ruim, mas para que os
investimentos, se oriundos do sistema municipal, precisa ter o controle do referido sistema,
mesmo porque, em tudo por tudo a que o sistema investe, também tem de ter as prestações de
contas, por um lado; e se feitos por eles próprios, tem de haver o acompanhamento da
sociedade e pais, por outro lado. O que acaba sendo mais difícil para as famílias.
TÓPICO 10 - Esse é o fim dessas políticas: diminuir os índices negativos de
desenvolvimento humano na cidade e, para tanto, melhora e aperfeiçoa os índices de
desenvolvimento humano, se considerando, sobretudo, que a cidade precisa trabalhar,
humanitariamente. Daí vale compreender as situações de jovens colocados, muitas vezes,
sob a ordem desses grupos sociais, se considerando o Projeto Viva (2012), em que se
refere às políticas e programas direcionados à juventude, com especial atenção aos
jovens negros, entre 15 e 29 anos, do sexo masculino, em sua maioria, com baixa
escolaridade, os quais vivem nas periferias dos centros urbanos.
PROPOSTA 10
1º - O sistema municipal deve criar um programa de desenvolvimento de políticas públicas
para a juventude de modo geral. E nesse programa deve conter a valorização das experiências
da juventude nas escolas, nos campeonatos desportivos, nas corridas, caminhadas ecológicas
ou não, dentre outros. Tudo visando ao jovem ter o que fazer e com que se entreter. Essas
políticas estarão voltadas, de modo geral, para entretenimento e os comportamentos dos
jovens com sentido de eles estarem se descobrindo em seus talentos e apontando para uma
vida promissora de futuro.
TÓPICO 11 - A saber, ou a política tem o papel principal de entreter os jovens, nalguns
lugares, indiretamente controlado pelo poder público, pelas famílias, pela sociedade.
244
Isso, para não se os deixar influenciar pelos requintes de desigualdades e, por isso,
expostos aos processos negativos de vulnerabilidade, enveredando-se pelos guetos da
vida, correndo-se aos riscos de se tornarem expostos à marginalidade, ou a política tem o
papel principal de recuperar os jovens que já se encontram nessas situações.
PROPOSTA 11
1º - O projeto de âmbito nacional, denominado Projeto Viva (2012), tinha o objetivo de
promover atividades culturais visando à recuperação de jovens de certos contextos de
periculosidade, nesses em que se refere às políticas e programas direcionados à juventude,
com especial atenção aos jovens negros, entre 15 e 29 anos, do sexo masculino, em Ibirité, não
pode ser diferente, precisa-se na Batalha do Rap, dentre outros visando ao entretenimento,
para possíveis retiradas desses jovens das de vulnerabilidades. E o sistema municipal tem esse
compromisso com a sociedade.
TÓPICO 12 - Ainda, se vale compreender as políticas públicas voltadas para a
juventude com sentido de resgates culturais, a saber, hábitos já perdidos; de
implementos de culturas novas, ou seja, culturas ainda não praticadas no âmbito da
cidade, que possam se tornar viáveis aos contextos de valorização dos hábitos da
juventude, no âmbito da cidade como um todo pensado, público e politicamente
organizado.
PROPOSTA 12
1º - Pretende-se investir na construção de projetos, planejado por jovens, e que tenha
finalidades de resgates de valores culturais, por hora, abandonados; bem como, por jovens que
queiram e planejem projetos que invistam em culturas novas, ou culturas a que a cidade nunca
experimentou. De acordo com o programa cultural da juventude, o sistema municipal deverá
estar aberto para investimentos desse porte.
7.1.24 Eixos assintomáticos-político-virtuais
TÓPICO 1 - A marca reconhece como que, em Sodré (2008), a rede tecnológica
confunde-se com o processo comunicacional, resultando, no âmbito da mídia, a imagem-
mercadoria, característica da contemporaneidade. Para o autor, a virada do século é
caracterizada pela transição da comunicação centralizada, vertical e unidirecional, para
uma comunicação marcada pelas possibilidades trazidas pelo avanço técnico das
telecomunicações, como a interatividade e multimídia.
PROPOSTA 1
1º - Os serviços no campo das políticas virtuais, bem como, todos os serviços do sistema
municipal em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas periodicamente,
ou seja, a cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais, fixando-os ao rol de sua
secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios finais, que devem ser
apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema municipal. No referente
aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados por setor, sendo
anualmente, devem apresentados por sua respectiva secretaria.
TÓPICO 2 - E os pensadores das políticas público-virtuais precisam estar cientes, no
universo virtual, dessa globalização, mas, sobretudo, ciente de que esta, em nome de uma
unicidade, promove, cada vez mais, a desigualdade social entre os povos. E no caso de
Ibirité, por exemplo, aonde as políticas virtuais assumirão papéis influentes, senão nos
245
campos de comunicação das redes sociais, então, tais políticas não poderão ser
elaboradas com sentido de governar as redes virtuais, se considerando que essas já têm
seus administradores oriundos de um campo mais geral.
PROPOSTA 2
1º - No sistema municipal, sobretudo, na Secretaria de Comunicação Social, será um portal
eletrônico, com tutoriais, que cuide das políticas virtuais e voltadas, inclusive, para a
juventude. Na verdade, esse portal deve ser criado em todas as secretarias para atender às
diversidades de políticas públicas elaboradas e aprovadas pelo sistema municipal.
TÓPICO 3 - E o Estado mínimo não exerce poder jurisdicional sobre elas. E tais políticas
público-virtuais poderão ser pensadas, elaboradas e implementadas, desde que sejam
voltadas para o uso dessas redes virtuais-sociais como meios de publicação, de
comunicação e de divulgação de imagens, de trabalhos, de diversas atividades no sistema
político-público-municipal e na cidade como um todo influente e, ao mesmo tempo,
influenciado pelas políticas virtuais.
PROPOSTA 3
1º - O sistema municipal, através dos serviços de comunicação social, poderá usar das redes
sociais na internet, para realizar seus serviços de comunicação, mas em acordo aos limites
impostos pelo sistema virtual, sejam propagandas do sistema, seja criação de portais tutoriais,
seja criação de páginas, sites, blogs, dentre outros. Tudo com o fim de manter a comunidade
sempre informada dos tipos de serviços prestados.
TÓPICO 4 - Para tanto, numa verdade, é isso o que se quer com as políticas virtuais, ou
seja, estas como sendo utilitárias no respaldo e preparação de campanhas publicitárias,
de preparação de imagens no campo da impressão gráfica, mas também, no campo das
publicidades visuais; imagens, por exemplo, que vão causar impressão no consumidor,
através de embalagens e a forma de determinado produto se apresentar ao público
consumidor, nos entre meios comerciais da cidade.
PROPOSTA 4
1º - O sistema municipal, além do jornal impresso, deve trabalhar, junto às mídias virtuais,
pela implantação de um jornal também virtual, no que as informações produzidas pelo sistema
municipal, sejam também, publicadas nas redes sociais.
TÓPICO 5 - Quer dizer, noutra verdade, é esse tipo de regulação sobre os comércios
virtuais, que as políticas públicas virtuais deverão regular, no entanto, também, servirão
de referência para as mídias impressas, como jornais, revistas impressas, revistas
virtuais, e até mesmo, os canais virtuais e de televisão e audiovisuais. Para tanto, vale ver
que há preocupação com as questões relacionadas às noticias do ponto de vista da
impressão gráfica, não do ponto de vista da própria notícia.
PROPOSTA 5
1º - A regulação e controle das publicidades virtuais - no que tange à jurisdição do âmbito de
Ibirité - devem passar pelas políticas públicas do âmbito da comunicação social e, assim,
quaisquer publicidades deverão obedecer a essas regras estabelecidas por essas políticas.
TÓPICO 6 - Entretanto, para se fizer a interconexão entre as duas situações, texto e
imagem, é preciso, antes de tudo, considerar a notícia pela própria notícia, antes de
quaisquer contextualizações textuais. Contudo, mais valem estas no âmbito das notícias
expressamente gráficas e áudio-visualmente divulgadas e acobertando maiores
informações e informados, do que apenas repasses de notícias. E se assim o faz, significa
que o fenômeno da globalização não se formaliza conforme os conceitos construídos pelos
povos componentes do mundo, pois que, não os engloba a todos, deixando sempre marcas
de desigualdade.
PROPOSTA 6
246
1º - Quaisquer políticas públicas, sejam de controle de publicidade, de controle de quaisquer
outras formas de comunicação jornalístico-social, não se deve jamais, se deixar influenciar –
se é que tem jeito – pelos chamados fenômenos da globalização, pois que esta tem deixado
marcas de desigualdade pelo mundo afora.
TÓPICO 7 - Daí vai-se ver que as teletecnologias avançam muito mais que a própria
globalização, que ganha perfis fenomenais, mas não consegue unificar os povos, embora
o tenha em seu bojo como objetivo principal. E as teletecnologias unificam tanto, ao
ponto de quaisquer povos em quaisquer cantos do mundo, se faz possível perceber a
existência da comunicação. Então, vale até perguntar ainda que indiretamente, que
globalização é esta que ao invés de igualar, desiguala.
PROPOSTA 7
1º - O sistema municipal deve criar situações de incentivos e investimentos em comunicações
via-teletecnologias, com a atualização e aperfeiçoamento de linguagens, ao ponto de facilitar a
comunicação, interação e integração entre as redes que compõem o sistema municipal.
TÓPICO 8 - Isso seja na cor, no tom da cor, na combinação de cores, no entoar das
palavras sonorizadas e combinadas ao estado emocional do sujeito virtual, tão-
significativamente forte, que o mundo virtual tem-se aparecido muito mais atrativo aos
olhos do leitor-internauta do que aos olhos do leitor-texto-impresso. Quer dizer, como as
pautas deste artigo se alinham sob as temáticas das políticas públicas virtuais, o modo de
desenvolver essa versatilidade comunicacional só vai fazer com que tais políticas se
efetivem e se tornem mais eficazes, cada dia, em Castells (2002), se constrói o sentido da
inclusão social pela versatilidade do novo modo de fazer comunicação social, para tanto,
usando-se as tecnologias virtuais.
PROPOSTA 8
1º - Seja na cor, no tom da cor, na combinação de cores, no entoar das palavras sonorizadas e
combinadas ao estado emocional do sujeito virtual, tão-significativamente forte, que o mundo
virtual tem-se parecido muito mais atrativo aos olhos do leitor-internauta do que aos olhos do
leitor-texto-impresso, e isto, o sistema municipal deve absorver com eficiência e eficácia, a
fim de proporcionar à comunicação virtual cada mais possível nos contextos da sociedade
atual e local.
2º - Promover a inclusão social-virtual seja de crianças, adolescentes e jovens, mas também,
adultos e idosos, conforme haja interesses e disponibilidades para tais.
TÓPICO 9 - Essa mesma versatilidade vai ampliar – em função das reivindicações – as
conquistas dos novos direitos sociais conjugados ao exercício da cidadania. E isso, na
verdade, se resume em fazer a inclusão social dos sujeitos através das redes sociais de
comunicação. E nesse teor das linguagens que edificam e, ao mesmo tempo, se unificam, e
que se avaliam os processos de conhecimentos, conforme em Gobbi (2010), se avalia por
causa dos avanços da comunicação social, não somente no âmbito do Jornalismo, da
Publicidade e Propaganda, mas, sobretudo, nos campos virtuais.
PROPOSTA 9
1º - A inclusão social-virtual se resume em fazer a inclusão dos sujeitos através das redes
sociais de comunicação. E nesse teor das linguagens que edificam e, ao mesmo tempo, se
unificam, é que se avaliam os processos de conhecimentos, se avalia a causa dos avanços da
comunicação social, dentre outros instrumentos importantes de avaliação.
TÓPICO 10 - Essa comunicação vem ganhando, cada dia, mais impulso e visibilidade, e
participação social, e sugestões de mídias, e leituras cada vez mais contextuais e a contento
aos conceitos da diversidade. Então, na hegemonia, dá-se a entender que a comunicação
está sendo realizada de modo igual para todos os cidadãos. Nisso, se sabe que, como
247
direito, os cidadãos têm se comunicado mundo a fora. Só diante disso, se deve
compreender que essas buscas de informações, só se as conseguem mais facilmente, por
causa da democracia presente nos processos de comunicação social pela internet.
PROPOSTA 10
1º - A criação do conselho municipal de comunicação social vai implicar na participação das
comunidades, nos eventos de comunicação incluindo o desenvolvimento social como sendo um
todo complexo de redes de comunicação, mas possibilitando conteúdos de informações
importantes para o desenvolvimento das próprias redes sociais, no âmbito do sistema municipal.
7.2 Contextualizáveis propositivo-finais
Em se tratando de marco de contextualização propositiva, o que se viu foi estes
considerados em seus termos. E tudo muito consciente de que a partir dos marcos teóricos que
tais eixos se fizeram construídos, apurados e levantados, para tanto, apontados nesta tarefa
textual o que, de fato, significou e, por isso, pode gerar as proposições referentes aos contextos
do plano de ações gerais, no modo como essas proposições se fizeram destacadas, nos contextos
histórico-político-sociais-administrativos, e os contrastes sobre que estas se vieram pautadas.
No mais, o que se faz, agora, é pontuar e, dependendo da situação, ponderar sobre as
sugestões propositivas em acordo a sua realidade político-contextual. A saber, nalgumas
situações, o marco é propositivo, com aplicações imediatas. Noutras situações, o marco é apenas
sugestivo, se considerando as necessidades de captar recursos para que estes se tornem aplicáveis
como nas aplicações imediatas. E nestes, é o caso do saneamento básico, colocado como
sugestão de longo prazo, por exemplo.
8 METODOLOGIA
PLANO DE AÇÃO:
METODOLOGIAS PROBLEMATIZÁVEL-JUSTUFUCÁVEL-TEORIZÁVEL E
PROPOSITIVO-CONTEXTUALIZÁVEIS
Em se pensando nas metodologias que, por hora, se colocam como meios de
apresentar as razões pelas quais se delineiam as facetas deste plano de ações gerais, e para
cujos objetivos gerais estabelecidos seja o de nele se referenciar e, através dele, administrar a
cidade de Ibirité por, pelo menos, os próximos quatro anos, pensa-se. E se assim considerando,
por exemplo: “[...] Para o espírito científico qualquer conhecimento é uma resposta a uma
pergunta. Se não tem pergunta não pode ter conhecimento científico. Nada se dá tudo se
constrói [...]”. (JAPIASSÚ, 1999, p. 84).
E, por assim dizer, no apensado pelo autor, em plano este de cuja motivação pessoal
maior tivera sido realizar as etapas de pesquisas, sem as quais, este não se concretizaria
enquanto plano teórico, primeiramente, de situação, caracterização e fundamentação dos
problemas levantados nessas referidas pesquisas. Quer dizer, em Borges e Silva (2011), não é
possível sair da condição de objeto (massa de manobra), sem formar consciência crítica desta
situação e contestá-la com iniciativa própria, fazendo deste questionamento o caminho de
mudança.
248
A saber, embora, ao cerne de suas teorias, provedor de ações que se fazem necessárias,
possivelmente notórias, todavia, concretizáveis nos campos práticos de circulação da cidade,
pontuar muitos desses problemas, talvez, se os possam considerá-los objetos de manobra, mas
não os possam considerá-los objetos de estudos científicos. Isto, se olhado ao que, em Borges e
Silva (2011), se colocam, pois que para ser objeto de estudo científico, precisa gerar as
minúcias da situação do problema como sendo real e passível de transformação.
E não somente, também a caracterização como forma de definição dele, até chegar à
sua fundamentação teórica que é, na verdade, o que explica e comprova ser ele, de fato, um
problema passível de estudo científico. E é isso o que vem acontecendo com os estudos neste
plano de ações. Entretanto, se olhado ao que, em Japiassu (1999), sobretudo, como objeto
passível de estudo científico, este se não tem pergunta no entorno dele não pode ter
conhecimento científico.
Então, se constitui daí, o ponto culminante da pergunta central, pois que, para o autor,
basta ser capaz de gerar a pergunta central em torno dele, e o problema já se torna gerador de
construções e reflexões científicas. Aí, de repente, em que se cumpriram as etapas de pesquisas,
pois que, houve maneiras insinuais e, sequencialmente várias de se fazê-las. Daí, mesmo
porque, em Borges e Silva (2011), é na consciência crítica que a situação dos problemas se
fundamenta.
Mas também é na contestação deles, através das referências bibliográficas, que essas
fundamentações se explicam e se tornam cada vez mais claras, ao ponto de se proporcionar
mudanças e essas, por sinal, mui significativas. Para tanto, como mais uma vez, em Borges e
Silva (2011), a pesquisa científica tem auxiliado na formação de profissionais, através de três
atitudes basilares, por exemplo: atitude reflexivo-crítica, investigativa, e emancipadora.
E nisso que os mesmos autores recobram no que se concerne à consciência crítica,
pois que nesta se faz o eixo que norteia a pesquisa científica. A saber, sem o senso crítico, a
base científica se desfaz, pois que a crítica funciona como que se dissecassem os problemas.
Daí, em Borges e Silva (2011), a pesquisa científica tem auxiliado na formação de profissionais
da educação, pois que estes precisam se dotar senão, completamente, de senso crítico, mas tê-
lo, pois que também, vai ensinar a seus alunos o que é senso crítico.
E esta leitura crítica ocorre neste plano de ações gerais, se considerando que é na
fundamentação teórica que está o eixo crítico dos problemas levantados. Logo, dá para ver que
não tem como escriturar um plano de ações como este, focado na situação,
contextualização/caracterização e, fundamentação dos problemas, sem embasá-lo nas leituras
críticas dos mesmos problemas:
[...] a pesquisa tem auxiliado na formação de professores, por meio de três
atitudes basilares, enquanto profissional da educação que são: atitude reflexivo-
crítica, investigativa, e emancipadora. De conformidade com, reconhece-se. Não
é possível sair da condição de objeto (massa de manobra), sem formar
consciência crítica desta situação e contestá-la com iniciativa própria, fazendo
deste questionamento o caminho de mudança. Aí surge o sujeito, que o será
tanto mais se, pela vida afora, andar sempre de olhos abertos, reconstruindo-se
permanentemente pelo questionamento. Nesse horizonte, pesquisa e educação
coincidem, ainda que, no todo, uma não possa reduzir-se à outra. Nenhum
fenômeno histórico é mais característico do questionamento reconstrutivo do
que o processo emancipatório, não apenas em seu ponto de partida, mas
249
principalmente como marca permanente do processo. (BORGES e SILVA,
2011, p 36).
Por conseguinte, no que concerne à iniciativa de questionamentos, e isso, muito
particular e próprio de quem questiona, vai-se vendo que, em Borges e Silva (2011), surge o
sujeito, que o será tanto mais se, pela vida a fora, andar sempre de olhos abertos,
reconstruindo-se permanentemente pelo questionamento. Quer dizer, a metodologia científica
se baseia na pergunta central para puxar as redes do problema, mas isso não significa ter de
puxar as redes pela vida a fora, conforme versam Borges e Silva (2011).
A saber, a ciência pode estar com o sujeito estudioso todo o tempo, se ele quiser, mas
ele como sujeito humana e socialmente colocado, vai ver que não dá pra fazer ciência e
metodologia em todo o tempo de sua vida, embora estas, muitas vezes, estão colocadas passo
a passo, mas o sujeito não pode percebê-la. Assim dessa maneira, quando se colocam sob um
segundo polo de estudos deste plano de ações gerais, a justificativa, por exemplo, se vê que,
conforme Gonsalves (2001) é uma etapa do processo de pesquisa que o autor conceitua.
E esta como sendo o: “[...] momento de organizar a justificativa, considerando os
seguintes aspectos: por que escolhi tal tema? O tema que escolhi é importante? Que motivos o
justificam, nos planos teórico e prático? Qual é a relação do tema e/ou do problema formulado
com o contexto social? Que contribuição posso oferecer com este estudo e, se for o caso,
quais os aspectos inovadores do trabalho? [...]” (GONÇALVES, 2001, pp.58-59).
E neste plano, é na justificava que aparecem as razões pelas quais o autor se coloca
sob a conduta de elaboração do plano, e os eixos justificáveis vão receber fundamentações
específicas no sentido de explicar, minuciosamente, o teor dessas justificativas. Então, cada
eixo justificável obedece a uma metodologia diferente, embora, todos se costurem nos
processos de teorização orientados pelos referenciais bibliográficos.
E isto é uma tendência de todo texto científico, não somente a deste plano, se
considerando que ele precisa explicar as razões sobre as quais ele mesmo se fundamenta. Se
não isso, logo, o leitor questiona. E, ao questionar a falta de justificáveis de um texto
científico, o leitor se descobre fazendo ciência. E também fazendo assim, em Lakatos e
Marconi (2003), por exemplo, se vai conceituar Ciência.
Mas também, não vai ficar somente nisso, pois que o leitor vai ver que o fazer ciência
também está relacionada ao fazer metodologias: “[...] A ciência surge no contexto humano
como uma necessidade de saber o porquê dos acontecimentos como um modo de
compreender e analisar o mundo através de um conjunto de técnicas e métodos. Considerando
a etimologia das palavras, ciência significa “conhecimento”, todavia, vale ressaltar que nem
todos os conhecimentos são científicos nem pertence à ciência, como por exemplo, os
conhecimentos vulgares [...]” (LAKATOS e MARCONI, 2003, p. 84).
Aliás, se pensar bem mais que o costumeiro, se vai ver que o tempo todo se faz
estudos de ciências, se faz metodologias, se fazem estudos, operações mentais, até mesmo
quando se está andando a cavalo, operando a máquina de lavar, dentre outras espécimes de
operações mentais. A saber, é o mundo colocado sob o conjunto de técnicas e métodos que,
em muitas vezes, não é apercebido pelas pessoas.
Aliás, os próprios dominantes dessas linguagens já as têm internalizado e, talvez por
isso, muitos pensem estar fazendo ciências, até mesmo, nos banhos de piscina. Para tanto, é
sob esse olhar que, em Lakatos e Marconi (2003), se vai ver das etapas de pesquisas que
250
também, de certa forma, explicam certas lacunas deste plano de ações gerais, por exemplo, as
etapas de que se fala - vale-se bem lembrar - passaram por processos bastante dispendiosos,
mas também considerados produtivos e, ao mesmo tempo, lucrativos, se intelectualmente,
consideradas.
Quer dizer, estas se pontuam como sendo a 1ª etapa, a da Pesquisa Bibliográfica:
realizada no decorrer de 2019, com desfecho em abril de 2020. E constam de leituras
contextuais, com referências bibliográficas, anotações de trechos, coletas de extratos de
textos, etc. A saber, tudo muito praticamente colocado. Mas, na seguinte, a 2ª etapa, a da
Pesquisa de campo: realizadas em pontos de ônibus, durante as viagens em ônibus coletivos,
durante consultas médicas em unidades de pronto-atendimento, em postos de saúde, leituras
em periódicos-informativos do sistema municipal, e assim por diante.
Logo, as metodologias marcadas durante as práticas sociais. Algo de que Lakatos e
Marconi (2003) falavam ainda há pouco. E, por isso, vale-se pontuar essas etapas, por
exemplo, a 3ª etapa, a da Pesquisa Virtual: realizada no site da prefeitura municipal, por
consultas às redes sociais, através de mensagens escritas vindas pelo Whatsapp, através de
conversas pelo celular, etc. Isso tudo soa como forma de levantar problemas, depois situá-los
e justificá-los como se pensa tenha sido feito.
Quer dizer, em Moroz e Gianfaldoni (2006), Metodologia Científica fica menos
evidente quando se trata de interferências para além das buscas metodológicas, mas, para eles,
nem por isso é menos real – quando são consideradas as atividades humanas: os mecanismos
de comunicação de massa, as atividades didáticas, as condutas de orientação médica também
têm, por base, o desenvolvimento do conhecimento científico.
E é nesse prisma que entra a 4ª etapa, a da Pesquisa Participativa: realizada por
ocasião de pré-campanha, quando o partido PSOL promoveu a realização de seminários
temáticos em torno dos temas, previamente, levantados, quando da realização da segunda
etapa, porém, não foram contemplados durante essa pesquisa de levantamento de problemas.
Daí, os seminários girarem em torno desses temas.
Então, uma primeira possibilidade, o partido se reunindo aos seminários, distribui os
grupos e os repassam as tarefas. Quer dizer, as atividades são humanas, não tem como
justificá-las, senão, por eixos como a filosofia político-partidária colocada sob a ordem das
razões explicáveis de sentidos que as metodologias do plano de ações gerais se impuseram
enquanto justificativa plausível e praticável. Também, a opinião pública em seus diversos
contextos citadinos se posicionando como colaboradora no levantamento de problemas, mas
não só, nas justificativas deles eixos puxadores de alternativas explicáveis ao plano.
Aliás, não fosse falta de lideranças políticas e preocupação com a desorganização no
sistema municipal, nas suas diversas maneiras de se deixarem coletar enquanto, problemas,
eixos de justificativa, de teorizações, não se chegariam à vontade própria do autor, a técnica e
política somadas à vocação para a cidadania. A saber, eixo simplesmente desdobrável. Então,
noutro sentido, é essa disposição humana, colocada, muitas vezes, como coberta de lacunas
em textos.
[...] A interferência da ciência fica evidente quando se consideram as
inovações tecnológicas: novos produtos, novas fontes de energia, entre
outros, são criados a partir do conhecimento científico; esta
251
interferência fica [...]. Metodologia Científica menos evidente – mas nem
por isso é menos real – quando são consideradas as atividades humanas:
os mecanismos de comunicação de massa, as atividades didáticas, as
condutas de orientação médica também têm, por base, o
desenvolvimento do conhecimento científico. Daí ser importante a
comunicação dos conhecimentos científicos produzidos; só à medida que
estes forem veiculados e debatidos amplamente pela sociedade, poderá
ter condições de interferir tanto no que está sendo produzido como na
direção a ser dada às suas possíveis aplicações [...] (MOROZ e
GIANFALDONI, 2006, p. 11).
A saber, em se tratando de eixo simplesmente desdobrável, o que se percebe ainda
nesses contextos metodológicos, sobretudo, em Moroz e Gianfaldoni (2006), é que as
condutas de orientação médica, segundo os autores, também têm, por base, o
desenvolvimento do conhecimento científico. E se olhar bem de perto para essas condutas
médicas, vai-se ver das consultas que as metodologias estão presentes nelas.
Daí, num sentido, ser importante a comunicação dos conhecimentos científicos
produzidos. Então, noutro sentido, é essa disposição humana, colocada, muitas vezes, como
coberta de lacunas de textos, sobretudo, numa terceira dimensão como a do marco teórico, ao
desejo do autor em teorizar as situações demarcatórias de eixos, de impressões, de referências
bibliográficas, dessas que se fundamentam, até chegar ao mais profundo teor do que se quer
enquanto marcas de um plano de ações gerais.
Quer dizer, plano marcado por estudos científicos: um que faz a contextualização dos
pontos introdutórios, como sendo o levante de problemas, contornados pela situação real, pela
caracterização que define e pela contextualização que aprofunda e define o cerne do
problema, no entanto, o que se quer é mostrar para um contexto social inteiro que estes, além
de serem problemas sociais são passíveis de solução.
Dado isso, no que, por exemplo, os autores afirmam: “[...] A ciência é um modo de
compreender e analisar o mundo empírico, envolvendo o conjunto de procedimentos e a busca
do conhecimento científico através do uso da consciência crítica que levará o pesquisador a
distinguir o essencial do superficial e o principal do secundário [...]” (CERVO e BERVIAN,
2002, p.16).
Agora, se estes colocados sob as situações do mundo empírico, se vai ver no marco de
contextualização propositiva que, aquilo que foi problematizado no campo dos introitos e
transformado em eixos teóricos no campo das teorizações, ficou tão profundamente
fundamentado à luz de referenciais bibliográficos que acabou virando eixos também, de
demarcações propositivas.
Então, essas são as comprovações empíricas, ou seja, aquilo que antes era problema
ficou justificado sob a ótica dos estudos científicos e, por isso, ficou demarcado sob a ótica da
busca do teor e, por isso, viraram-se eixos teorizáveis, e se não somente isso virou também
propositura no campo das diversidades de ações, e estas concretizáveis, no âmbito dos
contextos políticos sociais.
Para tanto, o que se vê, em Moroz e Gianfaldoni (2006), além da produção e gestão do
conhecimento, um fator muito importante tem a ver com a difusão e comunicação de todo e
qualquer conhecimento produzido pela pessoa humana. Logo, eles chamam a atenção para a
importância do aspecto da comunicação da produção do conhecimento científico nos
seguintes termos: considerando-se um tipo específico de conhecimento, o científico.
Daí se verifica que a comunicação assume um papel relevante, uma vez que a ciência,
hoje, é responsável por parte das alterações que ocorrem na sociedade; outra vez, que isto, em
termos de metodologia, vai fluir, minuciosamente, neste plano de ações gerais, enquanto eixo
propositivo orientador de práticas político-pública-administrativo-sociais.
252
E é isso que se quis ver enquanto marco metodológico demarcador de passos de
situação, de caracterização/contextualização e fundamentação de problemas. Mas não
somente, marco de problematizáveis, de eixos justificáveis, de eixos de teorizáveis e,
finalmente, contextualizações propositivas.
9 CONSIDERÁVEIS FINAIS
Para finalizar os trâmites deste artigo, e em se considerando que os problemas da
cidade pesquisados e, por isso, levantados, nos diversos contextos sócio-político-culturais e
estes também situados nas condições de problemas sociais, sobretudo, pelos quais se agora
contornados, sob o fim de que se fossem colocados pós-introitos, como que caracterizados,
contextualizados e teoricamente fundamentados.
Para tanto, como estes se passaram por fundamentações teóricas e cumprindo com
finalidades de detectar, no mais profundo, o teor e natureza dos problemas considerados
sociais e, no entanto, passíveis de estudos também, teoricamente fundamentados e, em torno
dos quais, se fossem elevados à categoria de eixos, politicamente, propositivos, também,
politicamente, a contentos ao plano de ações gerais que, mais uma vez, se faz politicamente
desejável e, consideravelmente melhor, se na intenção de estes mudarem, num futuro não
muito distante, os contextos sócio-político-culturais na cidade.
Quer dizer, sob os introitos pontuados, viram-se
caracterizados/teorizados/fundamentados em torno de temáticas como a falta de participação
popular, de saúde pública e educação pública de qualidade, de transporte coletivo adequado,
de um plano diretor adequado à realidade local, de educação cultural, de investimentos
econômicos na cidade, de políticas públicas e de organização dos conselhos municipais, de
planejamento ambiental conjugada à recuperação do meio ambiente local, de transparência
nas relações do executivo com as instituições internas e externas da cidade, de políticas
públicas de saneamento básico, de políticas de comunicação social, de políticas públicas de
assistência social, de políticas públicas para a juventude e políticas públicas nos campos
virtuais, enfim, falta de políticas públicas de desenvolvimento geral, na cidade.
Para tanto, temáticas teorizadas e, por isso, consideradas, bibliograficamente,
fundamentadas em seus contextos. Também, na sua forma, políticas tão-necessárias, ao ponto
de merecerem continuidade nos estudos, principalmente, sob a forma de justificativas em seus
termos, e referencial teórico no que suas marcas pudessem alcançar, sobretudo, se os
considerando nos contextos teóricos fundamentados.
E enquanto justificativas de um plano de governo para um futuro e pretenso exercício
à frente de um sistema político-administrativo-municipal, o que se pensa ter sido feito, foi
apresentar as razões fundamentais dos verdadeiros motivos que levaram o Partido Socialismo
e Liberdade – PSOL, bem como sua pré-candidatura a prefeito de Ibirité, a elaborarem o
referido Plano de Ações Gerais para a cidade.
Então, nisso posto, valem-se lembrar de que para montar o plano de ação, suas ações
prévias passaram por etapas e processos de pesquisas, ou seja, não foi simplesmente fazer e
pronto, como, às vezes, criticam alguns. Também, as pesquisas passaram por diversos
contextos diferentes, vindo desde bate-papos em pontos de ônibus, saguões de pronto-
atendimento de saúde, polos educacionais, reuniões de pais e mestres, pesquisas bibliográficas
comuns, pesquisas de bases na internet, consultas às redes sociais, mensagens por Whatsapp,
conversas ao telefone, e assim por diante.
Desse modo, assim como as pesquisas possibilitaram situações trabalhosas, os estudos
justificáveis também. E, por isso, estudos também trabalhosos para cuja essência resultou-se
253
em pontuados e ponderações dirigidas aos eixos justificáveis, e estes, por sua vez, não se os
necessitam pontuar nem se os considerar se já estão demarcados em suas contextualizações
textuais justificáveis.
De outro modo, em se tratando de marco de contextualização propositiva, o que se viu
foi estes considerados em seus termos. E tudo muito consciente e consistente de que a partir
dos marcos teóricos que tais eixos se fizeram construídos, apurados e levantados, para tanto,
apontados nesta tarefa textual o que, de fato, significou e, por isso, pode gerar as proposições
referentes aos contextos do plano de ações gerais, no modo como essas proposições se
fizeram destacadas, nos contextos histórico-político-sociais-administrativos, e os contrastes
sobre que estas se vieram pautadas.
Finalmente, o que se faz, agora, é pontuar e, dependendo da situação, ponderar sobre
as sugestões propositivas em acordo a sua realidade político-contextual. A saber, nalgumas
situações, o marco é propositivo, com aplicações imediatas. Noutras situações, o marco é
apenas sugestivo, se considerando as necessidades de captar recursos para que estes se tornem
aplicáveis como nas aplicações imediatas.
E nestes, é o caso do saneamento básico, colocado como sugestão de longo prazo, por
exemplo. Entretanto, como tudo é plano, de certo, muitas destas proposições se farão práticas
imediatas. Para tanto, outras – se não cavados os recursos em tempo hábil – pode ser que até
de longo-prazo fique difícil executá-las. Mas, como tudo é plano, espera-se, na convocação do
segundo Congresso Municipal para assuntos político-administrativos, poder avaliá-las e
reconsiderá-las, não somente em seus termos, mas em termos mesmos de políticas públicas,
socialmente, realizáveis.
REFERÊNCIAS
ANA, AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS. A Evolução da Gestão dos Recursos
Hídricos no Brasil. Brasília; ANA, 2002. Disponível em: Acesso em: 26 de abril de 2018.
AGOSTINIANO, COLÉGIO MAGNUM. Manual do aluno. Belo Horizonte, 2007.
ARBACHE, Ana Paula. A Formação de educadores de pessoas jovens e adultos numa
perspectiva multicultural crítica. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro. Papel Virtual
Editora, 2001.
ALVES, Rosental Camon. Jornalismo Digital: Dez anos de web e a revolução continua In
Revista Comunicação & Sociedade. São Paulo: Universidade Metodista de São Paulo, vol. 9 -
10, 2006.
ANTIPOFF, H.; Rezende, N. Ortopedia mental nas classes especiais. Belo Horizonte:
Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais. 1934, 107p.
AMARAL, Oswaldo E. do. Adaptação e resistência: o PT no Governo Lula entre 2003 e
2008. Revista Brasileira de Ciência Política, n. 4, 2010, p. 105-134.
254
ARAÚJO, Marley Rosana Melo de; OLIVEIRA, Jonathan Melo de; DE JESUS, Maísa
Santos; DE SÁ, Nelma Rezende; DOS SANTOS, Párbata Araújo Côrtes;
AUGRAS, Monique. Opinião pública, teoria e pesquisa. Petrópolis: Vozes, 1978.
BANOV, Maria Regina. Psicologia no gerenciamento de pessoas. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2011.
BACELLAR, A.; Rocha, J. S. X. & Flor, M. S. (2012). Abordagem centrada na pessoa e
políticas públicas de saúde brasileiras do século XXI: Uma aproximação
possível. Revista do NUFEN, 4(1),127-140.
BARRETO, R. O.; LOPES, F. T.; PAULA, A. P. P. A Economia Solidária na inclusão
social de usuários de álcool e outras drogas: Reflexões a partir da análise de experiências
em Minas Gerais e São Paulo, Anais... XXXV Encontro da ANPAD, Rio de Janeiro, 2011.
BAUMGARTNER, F. & JONES, B. Agendas and Instability in American Politics.
Chicago: University of Chicago Press, 1993.
BENNIS, W. A formação do líder. São Paulo: Atlas, 1996.
BEHRING, E. R. Balanço Crítico do SUAS e o Trabalho do/a Assistente Social. In:
Conselho Federal de Serviço Social. Seminário Nacional O trabalho do/a Assistente Social no
SUAS. Brasília: CFESS, 2011. p. 84-95.
BEHRING, E. R. Trabalho e Seguridade Social: o neoconservadorismo nas políticas
sociais. In: Trabalho e Seguridade Social: percursos e dilemas. Elaine Rossetti Behring e
Maria Helena Tenório de Almeida (Orgs). São Paulo: Cortez, 2010a. p. 152-174.
BEZERRA, E. Parceria público-privada nos municípios de Brotas e
Pirassununga: estratégias para a oferta do ensino? 2008. Dissertação (Mestrado) –
Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro.
BERGAMINI, Cecília Whitcker. Liderança: Administração do sentido. São Paulo: Atlas,
1994.
BRAUN, Carla Cristine; MUELLER, Rafael Rodrigo. A gestão do conhecimento na
administração pública municipal em Curitiba com a aplicação do método OKA —
Organizational Knowledge Assessment. Revista de Administração Pública – RAP, vol. 48,
núm. 4, julio-agosto pp. 983-1006: Escola Brasileira de Administração Pública e de
Empresas: Rio de Janeiro 2014.
BIGNETTI, Luiz Paulo. As inovações sociais: uma incursão por ideias, tendências e focos
de pesquisa. Ciências Sociais Unisinos, 47(1): 3-14, janeiro/abril, Rio Grande do Sul, 2011.
bignetti@unisinos.br
BOBBIO, Luigi (2003), I governi locali nelle democrazie contemporanee. Bari/Roma:
Laterza.
255
BOBBIO, N. A era dos direitos. 7. reimp. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. Disponível em:.
Acesso em: 20 set. 2017. ; MATTEUCCI, N.; PASQUINO, G. Dicionário de política I.
Brasília, DF: Editora UnB, 1998.
BOBBIO N, MATTEUCCI, N.; PASQUINO, G. Dicionário de política I. Brasília, DF:
Editora UnB, 1998.
BOSCHETTI, I.; TEIXEIRA, S. O.; SALVADOR, E. A Assistência Social após 20 anos de
LOAS: fim da travessia do deserto? In: Anais do 14° Congresso Brasileiro de Assistentes
Sociais. Águas de Lindóia: CFESS-CRESS/SP, 2013.
BOLTANSKI, Luc. Questionando a realidade. [Uma entrevista]. Revista Dialogo Global,
[s.l], v. 7, n.1, p.10, mar. 2017. Disponível em: http://isa-global-dialogue.net/ wp-
content/uploads/2017/03/v7i1-portuguese.pdf. Acesso em: 21 mar. 2017.
BORSÓI, I. (2011). Vivendo para trabalhar: Do trabalho degradado ao trabalho
precarizado. Convergencia, 18(55),113-133.
BOURDIEU, P. O senso prático. Petropolis: Vozes, 2009.
BOURDIEU, Pierre. A opinião pública não existe. França: Les Temps Modernes, 1973.
BRASIL, Constituição. Constituição da República Federativa do Brasil: texto
constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações determinadas
pelas Emendas Constitucionais de Revisão nos 1 a 6/94, pelas Emendas
Constitucionaisnos 1/92 a 91/2016 e pelo Decreto Legislativo no 186/2008, 1988 –
Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2016, 496 p. ISBN: 978-85-
7018-698 – 01 - Constituição, Brasil (1988). 2. Emenda Constitucional, Brasil. 3. Decreto
Legislativo.
Brasil.
BRASIL. Ministério das Cidades. Mobilidade e política urbana: subsídios para uma
gestão integrada. Brasília – DF, 2005. (Cadernos do Ministério das Cidades)
BRASIL. Ministério da Educação. Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, princípios
e programas. Brasília: MEC, 2007.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: introdução aos parâmetros curriculares
nacionais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.
BRASIL. Constituição. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado,
1988.
BRASIL. Ministério da Educação (MEC), Secretaria de Educação Média e Tecnológica
(SEMEC). Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Brasília: Ministério da
Educação, 1999.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e Bases da
Educação Nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF.
256
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília:
Senado, 1988.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e Bases da
Educação Nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF.
BRASIL. MINISTÉRIO DAS CIDADES. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental –
SNSA. Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento: Diagnóstico dos Serviços de
Água e Esgotos – 2016. Brasília: SNSA/MCIDADES, 2018. 220 p.
BRASIL. 2011. Ministério da Cultura. Plano da Secretaria da Economia Criativa.
Brasília, 156 p.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: introdução aos parâmetros curriculares
nacionais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.
BRASIL. Constituição. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado,
1988.
BRASIL. Presidência da República. Lei n° 12.550, de 15 de dezembro de 2011. Autoriza o
Poder Executivo a criar a empresa pública denominada Empresa Brasileira de Serviços
Hospitalares — EBSERH; acrescenta dispositivos ao decreto-lei no 2.84 8, de 7 de dezembro
de 1940 — Código Penal; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, p. 2, 16
dez. 2011.
BRITTO, A.L.N.P.; LIMA, S.C.R.B.; HELLER, L.; CORDEIRO, B.S. da fragmentação à
articulação A Política Nacional de Saneamento e seu Legado Histórico. R. B. estudos
urbanos e regionais, v. 14 , n. 1, maio 2012.
BUENO, José Geraldo Silveira. “Crianças com Necessidades Educativas Especiais,
Política Educacional e a Formação de Professores: Generalistas ou Especialistas?” in
Revista Brasileira de Educação Especial (5), pp. 7-25, 1999.
BUENO, Wilson da Costa. Jornalismo Ambiental: explorando além do conceito.
Desenvolvimento e Meio ambiente, [S.l.], v. 15, jun. 2007. ISSN 2176-9109. Disponível em: .
Acesso em: 28 nov. 2017.
CAMPOS. Modelos assistenciais e Unidades Básicas de Saúde: elementos para debate.
In: CAMPOS, G.W.S.; MERHY, E.E.; NUNES, E.D. (Orgs.). Planejamento sem norma. 2.ed.
São Paulo: Hucitec, 1989. p.53-60.
CAMPOS, Luís; CANAVEZES, Sara. Introdução a globalização. 2007. Disponível em:
https://dspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/2468/1/Introdu%C3%A7%C3%A3o%20%C3
%A0%20Globaliza%C3%A7%C3%A3o.pdf. Acesso em: 20 jun. 2020
CANOTILHO, J.J. GOMES. Direito Constitucional e teoria da Constituição. Coimbra:
Almedida. 1993. CARBONELL, Jaume. A aventura de inovar: a mudança na escola. Trad.
Fátima Murad. C264a, Artmed Editora, 2002. Catalogação na publicação: Mônica Ballejo
Canto - CRB 10/1023, ISBN 85-7307-895-2, CDU 37.012, Porto Alegre, Brasil.
257
CARDOSO, F.H. Mãos à obra, Brasil: proposta de governo. 5. ed. Brasília, DF, 1994.
CARVALHO, Gilson. A saúde pública no Brasil. Estudos avançados, Av. Vol.27, Nº78,
print version ISSN 0103-4014
https://doi.org/10.1590/S0103-40142013000200002
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2002 - Último acesso
em 22-07-2020.
CASTELLS, M. Cidade, democracia e socialismo: a experiência das associações de
vizinhos de Madri. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.
CATANI, Afrânio Mendes. O que é capitalismo. 15. ed. São Paulo: Brasiliense, 1984.
CEB, PARECER 11/2000. In: SOARES, Leôncio. Diretrizes Curriculares Nacionais:
Educação de Jovens e Adultos. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
CEGALLA, Domingos Pascoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. Editora
companhia nacional, classificação seminovo, São Paulo, 1989.
CNE/CEB, Resolução 1/2000. In: SOARES, Leôncio. Diretrizes Curriculares Nacionais:
Educação de Jovens e Adultos. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
CEB, PARECER 11/2000. In: SOARES, Leôncio. Diretrizes Curriculares Nacionais:
Educação de Jovens e Adultos. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
COMUNICAÇÃO, Secretaria de. História de Ibirité. Prefeitura Municipal de Ibirité, Minas
Gerais, 2018. Site: https://www.ibirite.mg.gov.br/detalhe-da-materia/info/historia/6506
COELHO, Teixeira. Dicionário crítico de política cultural: cultura e imaginário. São
Pulo: FAPESP, Iluminuras, 1997.
COTTA, M. et al. "De serviteurs de l´État à la representante élus; Les parlamentaires
originaires du sectreur public en Europe", Pôle Sud, n. 21. 2004, p. 101-122.
CORDEIRO, José Vicente B. de Mello; RIBEIRO, Renato Vieira. Gestão da empresa. In:
FAE BUSINESS SCHOOL (Org.). Coleção Gestão Empresarial. São Paulo: FAE, 2002.
CATTANI, A. D. Desemprego e degradação social. Trabalho e autonomia. Petrópolis:
Vozes, 2000. Cap.2.
CERVI, T. M. D. C. O estudo de impacto ambiental: A realidade entre a proteção jurídica
do meio ambiente e o desenvolvimento. 2009. Disponível em:
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-ambiental/o-estudo-de-impacto-ambiental-a-
realidade-entre-a-protecao-juridica-do-meio-ambiente-e-o-desenvolvimento/. Acesso em? 10
jun. 2020.
COTTA, M. et al. "De serviteurs de l´État à la representante élus; Les parlamentaires
originaires du sectreur public en Europe", Pôle Sud, n. 21. 2004, p. 101-122.
258
COLLARO, Antonio Celso. Projeto gráfico: teoria e prática da diagramação. São Paulo:
Summus, 1987. Produção visual e gráfica. São Paulo: Summus, 2005.
CURY, C.R.J. Políticas públicas: diretrizes e necessidades da educação básica. In:
ENCONTRO DE EDUCAÇÃO DO OESTE PAULISTA, 3., 2001, Marília. Anais... Marília:
UNESP, 2001. p.1-3.
CHANG, H.-J. (2004). Chutando a escada: a estratégia do desenvolvimento em
perspectiva histórica. São Paulo, Unesp.
DEWEY, John. Democracia criativa: a tarefa diante de nós. [1939] In Democracia
cooperativa: escritos políticos escolhidos de John Dewey (1927-1939). FRANCO, Augusto
de. & POGREBINSCHI, Thamy. (orgs.) Porto Alegre: EDIPUCRS, 2008.
DEBERT, G. F. A invenção da terceira idade e a rearticulação de formas de consumo e
demandas políticas. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 12, n. 34, p. 39-56, jun. 1997.
DIAS, Reinaldo; MATOS, Fernanda. Políticas Públicas – Princípios, Propósitos e
Processos. São Paulo: Atlas, 2012.
DOWBOR, Ladislau. Educação e apropriação da realidade local. Estudos avançados, p.76,
2007.
DUARTE, Jorge; SILVA, Heloiza Dias da. Política de comunicação e gestão empresarial:
a experiência da Embrapa. Revista Organicom. Ano 4. Número 6. 1° Semestre de 2007, p. 13-
25.
DUARTE, Jorge. Instrumentos de comunicação pública. In: DUARTE, Jorge (Org.).
Comunicação pública: Estado, mercado, sociedade interesse público. São Paulo: Atlas, 2009.
EDUCAÇÃO (MG), CONSELHO ESTADUAL DE Parecer CEE/MG nº. 1.132, de 12 de
novembro de 1997. Dispõe sobre a Educação Básica, nos termos da Lei 9.394/96.
Educação, Belo Horizonte, 12 nov. 1997. Disponível em: Acesso em: 7 mar. 2012.
EDUCAÇÃO (MG), CONSELHO ESTADUAL DE. Parecer CEE/MG nº 1.158, de 11 de
dezembro de 1998. Responde consulta da SEE/MG e da Federação dos Estabelecimentos
de Ensino de Minas Gerais, com as orientações ao sistema estadual de ensino para
operacionalização do disposto no Parecer nº 1132/97. Arquivos, Belo Horizonte, 11 dez.
1998. Disponível em: Acesso em: 7 mar. 2012.
EDUCAÇÃO (SP), CONSELHO ESTADUAL DE. Indicação CEE nº. 5, de 15 de abril de
1998. Conceitua recuperação. Indicações, São Paulo, 1998. Disponível em: Acesso em: 17
jul. 2008.
FAERMANN, Lindamar Alves. Teoria social de Marx: conhecimentos e contribuições ao
trabalho do assistente social. In: Serviço Social em Revista. Londrina. V 18. Nº 2. p. 34-51,
jan/jun. 2016.
259
FALCHETTI, Cristhiane. Da institucionalização da participação à emergência do
autonomismo: tendências recentes da ação coletiva no Brasil. In: CONGRESS OF THE
LATIN AMERICAN STUDIES ASSOCIATION, Lima, Peru: LASA, 2017.
FBES – FÓRUM BRASILEIRO DE ECONOMIA SOLIDÁRIA. Carta de Princípios da
Economia Solidária. III Plenária Nacional da Economia Solidária, 2003. Disponível em:
http://www.fbes.org.br/index. php?option=com_content&task=view&id=63&Itemid=60.
Acesso em 14 de julho de 2014.
FEITOSA, Maria Luiza Alencar Mayer. Direito econômico do desenvolvimento e direito
humano ao desenvolvimento: limites e confrontações. In: FEITOSA, Maria Luiza Alencar
Mayer;
FILHO, A. O desafio de implementar uma gestão pública transparente. In: X Congresso
CLAD, 18-21 oct, 2005, Santiago, Chile. Anais. Santiago: CLAD, 2005.
FERRARESI, Giorgio (2002), Destratificare Porto Alegre e usarne la ricchezza, Roma:
Carta--Almanacco.
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Direitos Humanos Fundamentais. 11ª ed. rev. e
aum. – São Paulo: Saraiva, 2009, p. 50.
FLORISSI, S.; VALIATI, L. (orgs.). 2007. Economia da Cultura: Bem-estar Econômico e
Evolução Cultural. Porto Alegre, UFRGS, 118 p.
FOME, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à. Política Nacional de
Assistência Social PNAS/ 2004, Norma Operacional Básica NOB/SUA. Secretaria Nacional
de Assistência Social, Brasília, Novembro de 2005.
FOUCAULT, Michel. Os anormais. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo, Martins
Fontes, 2001
FRANÇA FILHO, G. C.; LAVILLE, J. Economia Solidária: uma abordagem
internacional. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004.
FRANCO, Fernanda Cristina Oliveira; PETERKE, Sven; VENTURA, Victor Alecancar
Mayer Fefeitosa. Direitos humanos de solidariedade: avanços e impasses. Curitiba: Appris,
2013.
FRAZÃO, P. Debate ultrapassa fronteira da ciência. Revista da Associação Brasileira de
Odontologia, São Paulo, v. 14, n. 10, p. 136-7, 2006.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 27. ed. São
Paulo: Paz e Terra; 1996.
FREIRE, Paulo. Educação Como Prática da Liberdade. 16ª Ed. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1985.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 12ª
Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.
260
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, 17. ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1998.
FREITAS, L. C. A avaliação e as reformas dos anos de 1990 novas formas de exclusão
velhas formas de subordinação. Educação e sociedade, Campinas, SP, v. 25, n. 86, p.131-
170, 2004. Disponível em: . Acesso em: 18 jul. 2008.
GAIGER, L. I. Antecedentes e expressões atuais da economia solidária. Revista Crítica de
Ciências Sociais, v. 84, p. 81-99, março 2009.
GAIGER, Práticas sociais e conhecimento acadêmico no campo da economia solidária.
Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais, n. 73, 2012b.
GASPARIN, João Luiz . Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. 4ª Ed.
Campinas, SP: Autores Associados, 2007.
GIEHL, Germano. O zoneamento ambiental. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, 37, 2007.
Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?
nlink=revista_artigos_leitura&artigo_id=3203>. Acesso em 07 dez 2009.
GOBBI, Maria Cristina. Panorama da produção de conhecimento em Comunicação no
Brasil. In: CASTRO, Daniel; MELO, José Marques (Orgs). Panorama da Comunicação e das
telecomunicações no Brasil. Brasília: Ipea, 2010, 3 v., p. 19-27 .
GODIN, S. A vaca roxa: como transformar sua empresa e ganhar o jogo fazendo o
inusitado. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
GOHM, M. G. Educação não-formal e cultura política. 5. ed. São Paulo, Cortez. 2011.
GOERCK, C.; FRAGA, C. K. Economia Popular Solidária no Brasil: um espaço de
resistência às manifestações de desigualdade da questão social. Vivências: Revista
Eletrônica de Extensão da URI, v. 6, n. 9, p. 103-111, 2010.
GUZZO, R. S. L. Escola amordaçada: compromisso do psicólogo com este contexto. In:
MARTÍNEZ, A. M. (Org.). Psicologia escolar e compromisso social: novos discursos, novas
práticas. 2. ed. Campinas: Editora Alínea, 2007. cap. I, p. 17-29.
GOHM, M. G. Educação não-formal e cultura política. 5. ed. São Paulo, Cortez. 2011.
GÓMEZ, Orozco Guillermo. Comunicação social e mudança tecnológica: um cenário de
múltiplos desordenamentos. In: MORAES, Dennis de (org.). Sociedade Midiatizada. Trad.
Carlos Frederico Moura da Silva, Maria Inês Coimbra Guedes, Lucio Pimentel. Rio de
Janeiro: Mauá, 2006.
GONÇALVES, Natália M. ANACLETO, Mônica de O. MORATO, Randy S. A abertura da
economia brasileira nos anos 1990 e seus impactos no direito fundamental ao trabalho e
na demografia: o caso da cidade de Criciúma, Santa Catarina. In: IX Seminário
Internacional Demandas Sociais e Políticas Públicas na Sociedade Contemporânea. Anais...
Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2012.
GONÇALVES, Natalia M.; COUTO, L. Claudia. Gestão compartilhada: uma análise à luz
da lei dos consórcios públicos. In: 16° Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito.
261
Anais... ANTP. Maceió, 2007. Disponível em:
http://www.cbtu.gov.br/estudos/pesquisa/antp_16congr/resumos/arquivos/antp2007_212.pdf
(acesso em 27 de julho de 2012).
GRAMSCI, A. Cadernos do cárcere. 3. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2004. v.
1.
GRAMSCI, A. Cadernos do cárcere. 3. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007. v.
3.
GRIFFIN, R. W; MOORHEAD, G. Fundamentos do Comportamento Organizacional. São
Paulo: Ática, 2006.
GUZZO, R. S. L. Escola amordaçada: compromisso do psicólogo com este contexto. In:
MARTÍNEZ, A. M. (Org.). Psicologia escolar e compromisso social: novos discursos,
novas práticas. 2. ed. Campinas: Editora Alínea, 2007. cap. I, p. 17-29.
HARVEY, David. Do administrativismo ao empreendedorismo: a transformação da
governança urbana no capitalismo tardio. In: HARVEY, David. A produção capitalista do
espaço. São Paulo: Annablume (2005 [1989]).
HENRIQUES, M.S (org). Comunicação e estratégias de mobilização. Belo Horizonte:
Autêntica, 2007.
HOWLETT, M. A Dialética da opinião pública: efeitos recíprocos da política pública e da
opinião pública em sociedades democráticas contemporâneas. Opinião Pública, Campinas,
v. 6, n. 2, p. 167-186, 2000.
HERSCHMANN, M.; PEREIRA, C. A. M. Comunicação e novas estratégias
comunicacionais na era da informação e do conhecimento. Comunicação & Sociedade,
vol. 1, n. 38, 2002.
IAMAMOTO, M. V. Serviço Social em tempo de capital fetiche: capital financeiro,
trabalho e questão social. SP: Cortez, 2008.
IASI, M. Democracia de cooptação e o apassivamento da classe trabalhadora. In:
SALVADOR, E. et al. (Orgs.). Financeirização, fundo público e política social. São Paulo:
Cortez, 2012.
IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n°
5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 dez. 2010.
IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa
Nacional de Amostra de Domicílios 2008: um panorama da saúde no Brasil: acesso de
utilização dos serviços e condições de saúde e fatores de risco e proteção à saúde. Rio de
Janeiro, 2010. Disponível em:
<http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20-%20RJ/panorama.pdf>.
Acesso em: 28 maio 2014.
» http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20-%20RJ/panorama.pdf
INSTITUTO CEPA. Avaliação do Pronaf Infra-Estrutura e Serviços Municipais.
Florianópolis-SC, jul. 2002.
262
JAPIASSÚ, H.; MARCONDES, D. 2006. Dicionário Básico de Filosofia. Rio de Janeiro,
Zahar, 310 p. JOHANN, Silvio. Comportamento Organizacional: teoria e prática. 1.ed.
São Paulo:Saraiva, 2013.
JUNQUEIRA, H. I. Quase duas décadas de reconceituação do Serviço Social: uma
abordagem crítica. Serviço Social & Sociedade, São Paulo: Cortez, ano II, n. 4, p. 1-38,
1980.
KANT, I. 2009. Crítica da razão pura. São Paulo, Martin Claret, 544 p.
KEANE, J. Vida e Morte da Democracia. Coimbra: Edições 70, 2010.
KEANE, John. Structural transformations of the public sphere. Communication Review
(The), v. 1, n. 1, p. 1-22, 1995.
KUNSCH, Margarida Maria Krohling (Org.). Relações públicas: história, teorias e
estratégias nas organizações. São Paulo: Saraiva, 2009.
KINGDON, J. W. Agendas, Alternatives, and Public Policies. 2nd. edition. New York:
Longman, 1995.
KRAMER, Sonia (Org.). Infância e produção cultural. 2. ed. Campinas: Papirus, 1998.
FREIRE, Paulo. A educação Como Prática da Liberdade. 34ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
2011a.
KRASILCHIK, M.; MARANDINO, M. Ensino de ciências e cidadania. São Paulo:
Moderna, 2004.
KRAMER, Sonia (Org.). Infância e produção cultural. 2. ed. Campinas: Papirus, 1998.
LAVILLE, J. L. Economia solidária, a perspectiva europeia. Sociedade e Estado, v. 16,
n. 1, 2001.
LEITE, R. F. B., & Veloso, T. M. G. (2008). Trabalho em equipe: Representações sociais
de profissionais do PSF. Psicologia, Ciência e Profissão, 28(2),374-389.
LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê? 12. ed. São Paulo: Cortez, 2010.
LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê? 12. ed. São Paulo: Cortez, 2010.
LIMA, Wânia C. Gomes; CARVALHO, Cynthia Xavier; LIMA, Cláudio Basílio. Crianças e
adolescentes em situação de rua: desenvolvimento econômico, estratégias compulsórias e
direitos fundamentais. Pensar, 2012, vol. 17, nº 2, p. 646-671.
LIMA, Thiago Cavalcante. TRANSPORTE PÚBLICO COLETIVO: DISCUtindo
ACESSIBILIDADE, MOBILIDADE E QUALIDADE DE VIDA. Universidade Federal de
Sergipe, revista PSICOLOGIA & SOCIEDADE, 2011, Aracaju, Brasil.
263
LIMA, L. C. Modernização racionalização e optimização: perspectivas neotaylorianas na
organização e administração da educação. In: LIMA, L. C.; AFONSO, A. J. Reformas da
educação pública: democratização, modernização, neoliberalismo. Porto: Edições
Afrontamento, 2002.
LIPPMANN, Walter. Opinião pública. Petrópolis: Vozes, 2010.
LOPES, Karina Rizek; MENDES, Roseana Pereira; FARIA, Vitória Líbia Barreto de
(Orgs.). Coleção pro-infantil modulo II unidade 3 livros de estudo. vol. 2. Brasília: MEC.
2005. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Educinf/mod_ii_vol2unid2.pdf Acesso em:
10/09/2019.
LOPES, C. Acesso à informação pública para a melhoria da qualidade dos gastos
públicos – literatura, evidências empíricas e o caso brasileiro. Caderno de Finanças
Públicas, Brasília, n. 8, p. 5-40, 2007
LOUREIRO, C. F. B. Trajetórias e fundamentos da educação ambiental. São Paulo:
Cortez, 2004.
MACHADO, Antônio Cláudio da Costa (org.); FERRAZ, Anna Candida da Cunha (coord.);
et al. Constituição Federal interpretada: artigo por artigo, parágrafo por parágrafo. 11.
ed. Barueri: Editora Manole, 2020.
MANIN, B. Principes du Gouvernement Représentatif. Paris: Calmann-Lévy, 1995.
MATTOS, Eloisa. ESTADO E POLÍTICAS (PÚBLICAS) SOCIAIS. HÖFLING
Cadernos Cedes, ano XXI, nº 55, novembro, Departamento de Metodologia de Ensino
(Deme) da Faculdade de Educação da Unicamp, 2001, São Paulo. E-mail:
amcsl@obelix.unicamp.br
MACHADO, Fernando Soares; NAZARI, Juliano. Aspectos Históricos das pessoas com
deficiência no contexto educacional: rumo a uma perspectiva inclusiva. 2014. Disponível
em: Acesso em: 20 mai. 2016.
MARCELINO, P. R. P. (2008). Terceirização e ação sindical: A singularidade da
reestruturação do capital no Brasil (Tese de doutorado). Recuperado
de http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000438166
MARQUES, A.P; GONÇALVES, F.; BATISTA, A.; LIMA, J.D. Evolução da Legislação
Brasileira sobre Recursos Hídricos. 04 fevereiro 2018. Disponível em: Acesso em 26 abril,
2018.
MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. 34. ed. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2016. Livro Primeiro, Volume I.
MARSHALL, Leandro. O jornalismo na era da publicidade. São Paulo: Summus, 2003.
MAURIEL, A. P. O. Pobreza, seguridade e Assistência Social: desafios da política social
brasileira. In: Desenvolvimentismo e construção de hegemonia: crescimento econômico e
264
reprodução da desigualdade. Ana Elizabete Mota (Org.). Recife: Ed. Universitária da UFPE,
2012.
MENICUCCI, Telma M. G.; BRASIL, Flávia Duque. Construção de agendas e inovações
institucionais: análise comparativa da reforma sanitária e da reforma urbana. Estudos
de Sociologia, volume 15, n. 29, 369-396, 2010.
MIOTO, Regina Celia Tamaso. Política Social e Serviço Social: os desafios da intervenção
profissional. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Política social e Serviço Social,
Florianópolis, 2013.
McLUHAN, Herbert Marshall. Os meios de comunicação como extensões do homem. São
Paulo: Cultrix, 1999.
MC (MINISTÉRIO DAS CIDADES). Gasto público em saneamento básico: relatório de
aplicações de saneamento-ambiental. 2007. Disponível em:
<www.cidades.gov.br/secretarias-nacionais//>. Acesso em: 18 dez. 2008.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Municipal Brasileiro. 14ª. ed. São Paulo: Malheiros,
2006.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. Ed. Atualizada por EURICO
DE ANDRADE AZEVEDO, DÉLCIO BALESTERO ALEIXO e JOSÉ EMMANUEL
BURLE FILHO, 23ª edição, Helvética Editorial Ltda. Impresso no Brasil Printed in Brazil –
1998.
MIRANDA, E. E. Sustentabilidade na escola 1: o nascimento de um conceito. Carta na
Escola, São Paulo, n. 19, p. 28-29, set. 2007a.
MIRANDA, E. E. Sustentabilidade na escola 5: você tem sede de quê? Carta na Escola,
São Paulo, n. 23, p. 32-33, fev. 2008a.
MIRANDA, E. E. Sustentabilidade na escola 6: florestas sustentáveis. Carta na Escola,
São Paulo, n. 24, p. 50-51, mar. 2008b.
MIRANDA, E. E. Sustentabilidade na escola 7: pouco sustentáveis. Carta na Escola, São
Paulo, n. 25, p. 28-29, abr. 2008c.
MINIK, N. Desenvolvimento do Pensamento de Vygotsky - uma introdução a
pensamento e linguagem. In: DANIELS, H. (Ed.). Uma introdução a Vygotsky. São Paulo:
Loyola, 2002.
MENDES, E.V. As redes de atenção à saúde. Cienc. Saúde Colet., v.15, n.5, p.2297-305,
2010.
MENDES. E. V. As redes de atenção à saúde. Revista Médica de Minas Gerais, Belo
Horizonte, v. 18, n. 4 supl, p. 3-11, 2008.
MENEGON, V. S. M. Crise dos serviços de saúde no cotidiano da mídia impressa.
Psicologia & Sociedade, Belo Horizonte, v. 20, p. 32-40, 2008. Edição especial.
265
MINISTÉRIO DAS CIDADES. Mobilidade e desenvolvimento urbano. Brasília:
MCidades, 2006. 164 p.
MOTTA, Camila Pelegrini. Jornalismo Ambiental em rede e a biodiversidade no foco da
mídia. In Anais XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Caxias do Sul,
2010. Disponível em . Acesso em 11/12/2017.
MORAES, L. R. S.(Coord.)et al. Panorama do saneamento básico no Brasil: análise
situacional do déficit em saneamento básico. Brasília, DF: Ministério das Cidades, 2011. v.
II.
MURTHA, Ney Albert; CASTRO, José Esteban; HELLER, Léo. Uma perspectiva histórica
das primeiras políticas públicas de saneamento e de recursos hídricos no Brasil.
Ambiente & Sociedade, São Paulo v. XVIII, n. 3 n p. 193-210 n jul.-set. 2015.
NAGLE, J. A educação na primeira república. FAUSTO, B. (Dir.). História geral da
civilização brasileira. O Brasil Republicano. Sociedade e Instituições (1889-1930). Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, t. III, v. 9, 1991.
NASCIMENTO, Rosangela Pereira do. PREPARANDO PROFESSORES PARA
PROMOVER A INCLUSÃO DE ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS
ESPECIAIS Londrina 2009.
NETO, José Paulo; BRAZ, Marcelo. Economia política: uma introdução crítica. São Paulo:
Editora Cortez, 2006.
NOVO, Benigno Núñez. A importância da pré-campanha eleitoral Conteudo Juridico,
Brasilia-DF: 14 ago 2020. Disponivel em: https://conteudojuridico.com.br/coluna/3021/a-
importncia-da-pr-campanha-eleitoral. Acesso em: 14 ago 2020.
NOVAES, M. H. Repensando a formação e o exercício profissional do psicólogo escolar
na sociedade pós-moderna. In: ALMEIDA, S. F. C. (Org.). Psicologia escolar: ética e
competência na formação e atuação profissional. Campinas: Editora Alínea, 2003. cap. 6,
p. 127-134.
NUNES FILHO, Pedro. Processo de significação: hipermídia, ciberespaço e publicações
digitais. Disponível em: Acesso em 20 fev. 2009
OFFE, Claus. Algumas contradições do Estado Social Moderno. Trabalho & Sociedade:
Problemas estruturais e perspectivas para o futuro da sociedade do trabalho, vol. 2, Rio de
Janeiro: Tempo Brasileiro, 1991.
OFFE, Claus. Problemas estruturais do Estado capitalista. Rio de Janeiro:Tempo
Brasileiro, 1984.
OLIVEIRA, Valdir de Castro. Comunicação, informação e participação popular nos
conselhos de saúde. Saúde e sociedade, v. 13, n. 2, p. 56-69, 2004.
OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à sociologia. 30ª ed. São Paulo: Ática, 2011.
266
OLIVEIRA, V. C. A Comunicação midiática e o Sistema Único de Saúde. Interface.
Comunicação, Saúde, Educação. Botucatu, v. 4 , n. 7, p. 71-80, 2000.
PARANÁ. Projeto Político Pedagógico, Colégio Estadual Cristo Rei – Ensino Normal,
2008.
PARO, V. H. Reprovação escolar: renúncia à educação. São Paulo: Xamã, 2001.
PAIVA, Jane; MACHADO, M,M; TIMOTHY, Ireland. (org.). Educação de Jovens e
Adultos: Uma memória contemporânea 1996-2004. Brasília. Virtual Books, 2007.
Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=657-
vol1ejaelt-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 22 de Jan. de 2016, 10:30:00.
PARO, VH. Políticas educacionais: considerações sobre o discurso genérico e a abstração
da realidade. In: Paro VH. Escritos sobre educação. São Paulo: Xamã; 2001. p. 121-39.
PAIS, J. M (1990). A construção sociológica da juventude – alguns contributos. Análise
Social, Vol. 25, No. 105-106, pp. 139-165.
PAIM, I.S. A reforma sanitária e os modelos assistenciais. In: ROUQUAYROL, M.Z.
(Org.). Epidemiologia & Saúde. 4.ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 1994. p.455-66.
PINCER, Valeska de Mello. A festa do milho como prática de desenvolvimento
educacional e cultural. In: Portal Mineiro de História da Educação – Faculdade de Educação
– UFMG. Disponível em
http://www.fae.ufmg.br/portalmineiro/conteudo/externos/4cpehemg/Textos/pdf/6c_4.pdf
SANDEVILLE JÚNIOR, Euler. Paisagem: teoria. In: Paisagem Ambiente: ensaios – nº 20 –
USP:São Paulo – p. 47-60, 2005. Disponível em
http://www.journals.usp.br/paam/article/viewFile/40228/43094
PAIVA, Vanilda Pereira. Educação popular e educação de jovens e adultos. Rio de
Janeiro: Edições Loyola, 1973.
PENTEADO, C. C.; FORTUNATO, I. Mídia e políticas públicas: possíveis campos
exploratórios. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 30 n. 87, fev. 2015.
PIERANTI, Octávio Penna; MARTINS, Paulo Emílio Matos. Políticas públicas para as
comunicações no Brasil: adequação tecnológica e liberdade de expressão. Escola
Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getulio Vargas
(Ebape/FGV)rap – Rio de Janeiro 42(2):303-25, Mar./abr. 2008. pieranti@fgv.br.
paulo.martins@fgv.br.
PIEDADE, COLÉGIO NOSSA SENHORA DA. Agenda escolar. Belo Horizonte, 2005.
Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 20, n. 74, p. 135-164, jan./mar. 2012 A
recuperação paralela no ensino de física: o que pensa o professor? 161
PINTO, Victor Carvalho. Direito urbanístico: Plano diretor e direito de propriedade. 4.
ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014.
267
POLANYI. Una lectura de Polanyi desde la economía social y solidaria en América
Latina Reading Polanyi based on social and solidarity economy in Latin America. V.16,
N.31, pp.17-35, jun.2014, Cad. Metrop. São Paulo, Brasil. http://dx.doi.org/10.1590/2236-
9996.2014-31
POPULACIONAL, Censo 2014. Censo Populacional 2014. Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). 1 de julho de 2014. Consultado em 11 de agosto de 2014.
Arquivado do original em 30 de março de 2019
PORTO, Rubem La Laina. Fundamentos para gestão da água. São Paulo : s.n., 2012. p.
232
PRADO, M. E. B. B.; FREIRE, F. M. P. A formação em serviço visando a reconstrução da
prática educacional. In: FREIRE, F. M. P.; VALENTE, A . (Orgs) Aprendendo para a Vida:
os Computadores na Sala de Aula. São Paulo: Cortez, 2001.
QUARESMA, Adilene Gonçalves. GESTÃO SOCIAL, EDUCAÇÃO E
DESENVOLVIMENTO LOCAL: INSTRUMENTOS PARA A TRANSFORMAÇÃO
SOCIAL. (Organizadoras) LUCÍLIA REGINA DE SOUZA MACHADO e MARIA LUCIA
MIRANDA AFONSO, Editora Autêntica, Belo Horizonte, 2012.
RAMOS, Murilo César. Agências reguladoras: a reconciliação com a política. In: LATIN
AMERICAN STUDIES ASSOCIATION, 2004, Las Vegas, Nevada. Anais... Las Vegas,
Nevada: Lasa, 2004.
RAGAZZO, Carlos Emmanuel Joppert. Regulação jurídica, racionalidade econômica e
saneamento básico. Rio de Janeiro: Renovar, 2011.
REDAÇÃO, MANUAL DE. FOLHA DE S. PAULO. São Paulo: Publifolha, 2001.
RECUERO, R. 2013. Atos de ameaça à face e à conversação em redes sociais na internet.
In: A. PRIMO (org.), Interações em rede. Porto Alegre, Sulina, p. 51-69.
RECUERO, R. 2012. A conversação em rede – comunicação mediada pelo computador e
redes sociais na internet. Porto Alegre, Sulina, 238 p.
REGO, Teresa Cristina. Vygotsky: uma pesquisa histórico-cultural da educação. 25ª ed.
Petrópolis: Vozes, 2014.
ROZESTRATEN, R. J. A. (1988). Psicologia do trânsito: conceitos e processos básicos.
São Paulo: EPU.
REIS, A.C.F. 2007. Economia da cultura e desenvolvimento sustentável: o caleidoscópio
da cultura. Barueri, Manole, 354 p.
REZENDE, Sonaly; HELLER, Léo; QUEIROZ, Ana Carolina Lanza. Água, saneamento e
saúde no Brasil: interseções e desacordos. Anuario de Estudios Americanos, 66, 2, julio-
diciembre, 57-80, Sevilla (España), 2009.
268
ROMANO, JORGE O. ANTUNES, MARTA. Empoderamento e direitos no combate à
pobreza. O R G A N I Z A D O R E S: Jorge O. Romano (1950) e Marta Antunes (1977), Rio
de Janeiro, Action Aid Brasil, 116p. 25cm, ISBN 85-XXXXX-XX-X.
RUBIM, Antonio Albino Canelas. Políticas culturais do governo Lula / Gil: desafios e
enfrentamentos. In: RUBIM, Antonio Albino Canelas; BAYARDO, Rubens (Orgs.).
Políticas Culturais na Ibero-América. Salvador: EDUFBA, 2008. p. 51-74.
SAIANI, C.C.S. Restrições à expansão dos investimentos em saneamento básico no
Brasil: déficit de acesso e desempenho dos prestadores. 2007. 315 f. Dissertação (mestrado
em economia aplicada) — Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de
Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2007.
SALM, José Francisco; MENEGASSO, Maria Ester. Os Modelos de Administração
Pública como Estratégias Complementares para a Coprodução do Bem Público. Revista
de Ciências da Administração • v. 11, n. 25, p. 68-96, set/dez, 2009.
SÁNCHEZ, Joan-Eugeni. Espacio, Economia y Sociedad. Barcelona: Siglo XXI de España
(1991).
SANTOS, Milton. O retorno do território. OSAL: Observatório Social de América
Latina, Buenos Aires, año 6, n. 16, jun. (2005 [1994]). Disponível
em: http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/osal/osal16/D16Santos.pdf.
SANTOS, R. 2007. Indústrias Culturais. Imagens, valores e consumos. Lisboa, Edições
70, 384 p
SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Protozoários"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/protozoarios.htm. Acesso em 03 de setembro de
2020.
SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da pessoa humana na Constituição Federal de 1988.
7 ed. rev. atual. Porto Alegra: Livraria do Advogado Editora, 2009. A eficácia dos direitos
fundamentais: Uma Teoria geral dos direitos fundamentais na perspectiva
constitucional. 10 ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2011.
SAVIANI, D. A nova lei da educação: trajetória, limites e perspectivas. Campinas, SP:
Autores Associados, 1997.
SAVIANI, D. Tendências Pedagógicas Contemporâneas. Revista Interação, ano 8, 1981.
SEGUNDO, Rinaldo. O planejamento urbano municipal e o meio ambiente. Jus
Navigandi, Teresina, ano 7, n. 63, mar. 2003. Disponível em:
<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=3836>. Acesso em: 18 out. 2009.
SENGE, Peter Michael. A quinta disciplina: arte e prática da organização que aprende.
Traduzido por: OP Produções. São Paulo: Best Seller, 1998.
SETÚBAL, A. A. Pesquisa em Serviço Social: utopia e realidade. 5. ed. São Paulo: Cortez,
2011.
269
SINGER, P. Introdução à Economia Solidária. São Paulo: Editora Fundação Perseu
Abramo, 2002.
SILVA, Frederico A. da. Política cultura no Brasil, 2002-2006: acompanhamento e
análise. Brasília-DF: Ministério da Cultura, 2007. (Coleção Cadernos de Políticas Culturais,
v. 2).
SILVA, R. S., & Silva, V.R. (2011). Política Nacional de Juventude: Trajetória e desafios.
Caderno CRH, 24(63), 663-678.
SIMIONATTO, I. Intelectualidade, política e produção do conhecimento: desafios ao
Serviço Social. Serviço Social e Sociedade, São Paulo, n. 117, p. 7-21, jan./mar. 2014.
SIRVINSKAS, Luís Paulo. Manual de Direito Ambiental. 4ª. ed revista, atualizada e
ampliada. São Paulo: Saraiva, 2006
SOUZA, C. Políticas Públicas: uma revisão da literatura. Sociologias, Porto Alegre, v. 8,
n. 16, p. 20-45, jul./dez. 2006.
SODRÉ, MUNIZ. Antropológica do Espelho. 3ª edição. Editora Vozes, 2008.
SOUZA, M.S. Meio ambiente urbano e saneamento básico. Revista Geograf UFC:
Mercator 2002; 1(1): 41-52. 2002.
SOUZA, Jorge Pedro. Elementos de Teoria e Pesquisa da Comunicação e dos Media,
2006, Porto.
STARFIELD, B. Atenção Primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e
tecnologia. Brasília: UNESCO, Ministério da Saúde, 2002. 726 p.
SPOSITO, M. P., & Corrochano, M. C. (2005). A face oculta da transferência de renda
para jovens no Brasil. Tempo Social: Revista de Sociologia da USP, 17(2), 141-172.
SPOSITO, M. P., & Carrano, P. C. R. (2003). Juventude e políticas públicas no Brasil.
Revista Brasileira de Educação, 24, 16-39.
TEIXEIRA, E. C. O papel das políticas públicas no desenvolvimento local e na
transformação da realidade. Revista AATR, 2002. Disponível em:
http://pt.scribd.com/doc/57253448/03- Aatr-Pp-Papel-Politicas-Publicas. Acesso em:
21/06/2011.
TERRA, Stela Xavier; DUARTE, Patrícia Costa. Estudo da qualidade no sistema de
transporte coletivo urbano por ônibus na cidade de Pelotas, RS. Revista de Engenharia da
SALESIANA, Faculdade Engenharia de Produção. UFPEL, Pelotas, n. 1 (2014) pp. 6-10, Rio
Grande do Sul.
TILLY, C. (1996). Coerção, capital e estados europeus: 1990-1992. São Paulo, Edusp.
THERBORN, Goran. Globalização e desigualdade: questões de conceituação e
esclarecimento, Sociologias, Porto Alegre, ano 3, n. 6, jul/dez 2001, p. 122-169
270
THOMPSON, J. B. Ideologia e cultura moderna. Teoria social crítica na era dos meios de
comunicação de massa. Petropólis: Vozes, 2009.
UNESCO. Creative economy: report 2008. Nova York: United Nation, 2008.
UNESCO. Um mundo e muitas vozes: comunicação e informação na nossa época. Rio de
Janeiro: FGV, 1983.
UNIÃO, TRIBUNAL DE CONTAS DA. Relatório de Auditoria Operacional, TC 018.
739/2012-1. Brasília, 2012. Disponível
em: http://www.tcu.gov.br/consultas/juris/docs/judoc/acord/20131129/ac_3239_47_13_p.doc.
Acesso em: 21 jun. 2016.
UNESCO. Creative economy: report 2010. Nova York: United Nation, 2010.
WEBER, M. H.; COELHO, M. P.; LOCATELLI, C. (Orgs.). Comunicação Pública:
práticas e pesquisa. Porto Alegre: Insular, 2017.
WEBER, M. Economia y Sociedad; Esbozo de Sociologia Comprensiva. México: Fondo de
Cultura Econômica, 1984.
WOODWARD, K. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. In:
SILVA, T. T. Identidade e diferença. A perspectiva dos Estudos Culturais. Petrópolis:
Vozes Ltda, 2009. p. 7-72
WOLF, Mauro. Teorias da comunicação. Lisboa/Portugal: Presença, 2001.
VASCONCELLOS, C. dos S. Avaliação. Superação da Lógica Classificatória e
excludente. 4 ed. São Paulo: Libertad, 1998. Cadernos Pedagógicos do Libertado, v 5.
VASCONCELLOS, E. A. (2001). Transporte urbano, espaço e equidade: análise das
políticas públicas. São Paulo: Annablume.
VASCONCELLO, E. A. (1985). O que é o trânsito. São Paulo: Brasiliense.
ZANETTI, Camila Bruna Zanetti; GIOVANI, Clark. Trabalho publicado nos Anais do
XVIII Congresso Nacional do CONPEDI, realizado em São Paulo – SP nos dias 04, 05, 06
e 07 de novembro de 2009.