PLANO DE AÇÕES GERAIS POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS:

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PSOL PARTIDO, SOCIALISMO E LIBERDADE DE IBIRITÉ PROPOSTA DE GOVERNO PARA A PREFEITURA MUNICIPAL E PARA A LEGISLATURA 2021-2024 PLANO DE AÇÕES GERAIS POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS: PROJEÇÕES POR ÁREAS AUTOR: ENOS VAGNER PONTES Ibirité, 13 de julho de 2020 PSOL PARTIDO, SOCIALISMO E LIBERDADE DE IBIRITÉ

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PSOL – PARTIDO, SOCIALISMO E LIBERDADE DE IBIRITÉ

PROPOSTA DE GOVERNO PARA A PREFEITURA MUNICIPAL E PARA A

LEGISLATURA 2021-2024

PLANO DE AÇÕES GERAIS POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS:

PROJEÇÕES POR ÁREAS

AUTOR: ENOS VAGNER PONTES

Ibirité, 13 de julho de 2020

PSOL – PARTIDO, SOCIALISMO E LIBERDADE DE IBIRITÉ

PROPOSTA DE GOVERNO PARA A PREFEITURA MUNICIPAL E PARA A

LEGISLATURA 2021-2024

PLANO DE AÇÕES GERAIS POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS:

PROJEÇÕES POR ÁREAS

Plano de ações político-administrativas e

popular apresentado ao eleitorado

ibiriteense como plataforma de Governo

Municipal, nas eleições municipais de

2020, pelo então candidato Enos Vagner

Pontes, através do PSOL – Partido,

Socialismo e Liberdade.

Ibirité, 13 de julho de 2020

Sumário 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 6

1.1 Tema: ........................................................................................................................... 6

1.2 Caracterização, contextualização e fundamentação teórica dos problemas. .................. 6

1.2.1Introitos problematizáveis ............................................................................................ 6

2.2.2 Fundamentação teórica na falta de participação popular ............................................... 6

2.2.3 Fundamentação teórica na falta de saúde pública de qualidade ..................................... 9

2.2.4 Fundamentação teórica na falta de educação pública de qualidade ............................. 11

2.2.5 Fundamentação teórica na falta de transporte coletivo adequado ............................... 15

2.2.6 Fundamentação teórica na falta de um Plano Diretor adequado à realidade local ........ 18

2.2.7 Fundamentação teórica na falta de educação cultural ................................................. 20

2.2.8 Fundamentação teórica na falta de investimentos econômicos na cidade .................... 22

2.2.9 Fundamentação teórica na falta de políticas e organização nos conselhos municipais 25

2.2.10 Fundamentação teórica na falta de planejamento ambiental conjugada à recuperação

do meio ambiente local ....................................................................................................... 28

2.2.11 Fundamentação teórica na falta de transparência entre executivo municipal e

instituições internas e externas na cidade ............................................................................ 31

2.2.12 Fundamentação teórica na falta de políticas de saneamento básico ......................... 34

2.2.13 Fundamentação teórica na falta de políticas de comunicação social ......................... 37

2.2.14 Fundamentação teórica na falta de políticas públicas de desenvolvimento da

assistência e serviço social .................................................................................................. 41

1.1.2 Considerações pós-introitos ........................................................................................ 45

2 QUESTÃO CENTRAL ...................................................................................................... 45

3 OBJETIVOS GERAIS ....................................................................................................... 45

4 HIPÓTESES ...................................................................................................................... 46

5 JUSTIFICATIVAS ............................................................................................................ 48

5.1 Justificáveis iniciais .................................................................................................... 48

5.1.1.A Filosofia político-partidária.................................................................................... 49

5.1.2A opinião pública em seus diversos contextos citadinos .............................................. 51

5.1.3 A falta de lideranças políticas e preocupação com a desorganização no sistema

municipal ........................................................................................................................... 54

5.1.4 Vontade própria, técnica e política somadas à vocação para a cidadania ................... 58

5.2 Justificáveis finais ....................................................................................................... 62

6 OS CONCEITOS DE CONSCIÊNCIA CIDADÃ SITUADOS MEIO ÀS

PROBLEMÁTICAS SOCIAIS.................................................................................................. 62

6.1 Toques teóricos iniciais ..................................................................................................... 62

6.1.1.1 Implementos em políticas novas de participação popular ......................................... 63

6.1.1.2 A instituição dos orçamentos participativos .............................................................. 66

6.1.1.3A reorganização dos conselhos municipais ............................................................... 69

6.1.1.4 As relações com ações de transparência ................................................................... 72

6.1.1.5 A organização político-geográfica da cidade ............................................................. 76

6.1.1.1 Educação pública como tecnologia instrumental de qualidade .................................. 80

6.1.1.2 Ensino regular desarticulado do ensino especial ....................................................... 85

6.1.1.3 A educação formal contextualizada à formação de habilidades culturais ................... 90

6.1.1.4 Ensino sob o marco da operação recuperatória......................................................... 95

6.1.1.5 Nível de ensino sob a atualização dos aprendentes além-faixa-etária .......................100

6.2 Eixos sistemático-culturais ........................................................................................104

6.3 Eixos assintomático-gestionários de saúde pública ....................................................108

6.3.1 Conceitos sintomático-gestionários de saúde pública ................................................108

6.3.2Práticas sintomático-terceirizadas de saúde pública ..................................................113

6.3.3Práticas sintomático-desatenciosas de atenção primária à saúde ...............................118

6.3.4Eixos assintomático-viário-coletivos ..........................................................................122

6.4 Eixos e pressupostos-assintomático-econômicos.........................................................127

6.4.1 Premissas sintomático-econômico-gerais ...................................................................127

6.4.2Premissas sintomático-econômico-solidárias..............................................................131

6.4.3Premissas sintomático-econômico-criativas ...............................................................136

6.5 Eixos assintomático-ambiental-sustentáveis ................................................................... 142

6.6 Eixos sintomático-ambiental-insustentáveis ................................................................... 147

6.7 Eixos assintomático-participativo-comunicacionais....................................................... 152

6.8 Eixos sintomático-político-assistencial-sociais ................................................................ 159

6.9 Eixos assintomático-político-social-juvenis ..................................................................... 164

6.10 Eixos assintomáticos-político-virtuais ............................................................................. 170

6.2 Consideráveis teórico-finais ............................................................................................. 175

7 MARCO DE CONTEXTUALIZAÇÃO PROPOSITIVA ..................................................... 176

7.1 Contextualizáveis propositivo-iniciais ............................................................................. 176

QUADROS SITUACIONAL-PROPOSITIVO-CONTEXTUALIZÁVEIS ................................. 176

7.1.1Eixos democrático-participativos ......................................... Erro! Indicador não definido.

7.1.2 A instituição dos orçamentos participativos ........................ Erro! Indicador não definido.

7.1.3 A reorganização dos conselhos municipais.......................... Erro! Indicador não definido.

7.1.4 As relações com ações de transparência .............................. Erro! Indicador não definido.

7.1.5 A organização político-geográfica da cidade ....................... Erro! Indicador não definido.

7.1.6 Educação pública como tecnologia instrumental de qualidade ......... Erro! Indicador não

definido.

7.1.7 Ensino regular desarticulado do ensino especial ................. Erro! Indicador não definido.

7.1.8 A educação formal contextualizada à formação de habilidades culturais. Erro! Indicador

não definido.

7.1.9 Ensino sob o marco da operação recuperatória .................. Erro! Indicador não definido.

7.1.11 Eixos sistemático-culturais ................................................ Erro! Indicador não definido.

7.1.12 Conceitos sintomático-gestionários de saúde pública ........ Erro! Indicador não definido.

7.1.13 Práticas sintomático-terceirizadas de saúde pública ......... Erro! Indicador não definido.

7.1.14 Práticas sintomático-desatenciosas de atenção primária à saúde ..... Erro! Indicador não

definido.

7.1.16 Premissas sintomático-econômico-gerais .......................... Erro! Indicador não definido.

7.1.17 Premissas sintomático-econômico-solidárias ..................... Erro! Indicador não definido.

7.1.18 Premissas sintomático-econômico-criativas ...................... Erro! Indicador não definido.

7.1.19 Eixos assintomático-ambiental-sustentáveis ...................... Erro! Indicador não definido.

7.1.20 Eixos sintomático-ambiental-insustentáveis ...................... Erro! Indicador não definido.

7.1.21Eixos assintomático-participativo-comunicacionais ........... Erro! Indicador não definido.

7.1.22 Eixos sintomático-político-assistencial-sociais ................... Erro! Indicador não definido.

7.1.23 Eixos assintomático-político-social-juvenis ....................... Erro! Indicador não definido.

7.1.24 Eixos assintomáticos-político-virtuais ............................... Erro! Indicador não definido.

7.2 Contextualizáveis propositivo-finais ...................................... Erro! Indicador não definido.

8 METODOLOGIA .................................................................................................................... 247

9 CONSIDERÁVEIS FINAIS .................................................................................................... 252

REFERÊNCIAS ............................................................................................................................... 253

6

O RESGATE E À FORMAÇÃO DE CONSCIÊNCIAS: AOS CONTEXTOS SOCIAIS,

POLÍTICO-CULTURAIS.

1 INTRODUÇÃO

1.1 Tema:

Práticas de participação popular, de estudos científicos e eixos propositivos e

contextualizáveis no campo da administração político-pública-municipal.

1.2 Caracterização, contextualização e fundamentação teórica dos problemas.

1.2.1 Introitos problematizáveis

Em se tratando de problemas levantados através de diversas formas de pesquisas, nos

diversos contextos socioculturais de Ibirité, e estes também situados nas condições de

problemas sociais, sobretudo, pelos quais se os contornam, a fim de que sejam estes

colocados pós-introitos, na sua forma, caracterizados, contextualizados e teoricamente

fundamentados.

Para tanto e, por isso, passando estes por explicações teóricas para cuja finalidade seja

detectar, mais profundamente, o teor e natureza dos problemas considerados sociais e, outra

vez para tanto, passíveis de estudos também, teoricamente fundamentados e, em torno dos

quais, se elevem à categoria de eixos, politicamente, propositivos, também, politicamente, a

contentos ao plano de ações gerais que, mais uma vez, se faz politicamente desejável e,

consideravelmente melhor, se na intenção de estes mudarem, num futuro não muito distante,

os contextos sócio-político-culturais na cidade.

Neste tanto, sob esses introitos, passando por teorizações em torno de temáticas como

a falta de participação popular, de saúde pública de qualidade, de educação pública de

qualidade, de transporte coletivo adequado, de um plano diretor adequado à realidade local,

de educação cultural, de investimentos econômicos na cidade, de políticas públicas e de

organização dos conselhos municipais, de planejamento ambiental conjugada à recuperação

do meio ambiente local, de transparência nas relações do executivo com as instituições

internas e externas da cidade, de políticas públicas de saneamento básico, de políticas de

comunicação social, de políticas públicas de assistência social, de políticas públicas para a

juventude e políticas públicas nos campos virtuais, enfim, falta de políticas públicas de

desenvolvimento geral, na cidade.

Noutro tanto, políticas que se fazem tão-necessárias, ao ponto de merecerem prévios e

diversificados estudos, se considerando, no campo da introdução, esses problemas

caracterizados em contextos e teoricamente fundamentados; também sob outros estudos

justificados, e ainda, se considerando o referencial teórico do plano de ações, estudos

profundamente teorizados e consecutivamente transformados em eixos e proposituras

municipal-governamentais. Por fim, é nisto que estes introitos se apegam.

2.2.2 Fundamentação teórica na falta de participação popular

Em se tratando de práticas político-públicas no campo de um pretenso sistema

municipal e popular, o que se vê, muitas vezes, é que as municipalidades – e Ibirité é o foco

deste tema - realizam suas escolhas baseadas em critérios que a própria legislação eleitoral

estabelece. Contudo, esta não estabelece critérios suficientes para que os candidatos cumpram

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com certas obrigações que os façam previamente organizados, ao ponto de eleitos,

proporcionarem uma cidade mais organizada.

Quer dizer, elegem-se, muitas vezes, sob o critério básico do poder econômico, nunca

sob a base de critérios organizacionais de planejamentos e ações que visem a levantar os

problemas da cidade e propor ao eleitorado, resolvê-los, ou quando pouco, tentar resolvê-los.

Logo, usam-se da força econômica para impor aos eleitores uma candidatura que, talvez na

realidade, os eleitores não quisessem ou fizeram-no por falta de opção.

E, por isso, durante as práticas político-públicas, falta vontade política e transparente

tanto para propor quanto para solucionar os problemas da cidade. Assim, para o ex-presidente,

por exemplo: “[...] vontade política [...]”, [...] "a experiência brasileira mostra que é possível

enfrentar a miséria e a fome com determinação política e diálogo [...]" (LULA, 2013, p.1). É claro,

este se coloca no campo vasto de sua experiência brasileira como ex-presidente, mas abordando

sobre o tema da fome.

Para tanto, o que um pretenso sistema municipal e popular almeja e - se considerando que a

opinião pública aumenta cada dia, na exigência de qualidade de serviços e capacidade técnica para

o exercício dos mesmos – é submeter os cargos comissionados na prefeitura, primeiro, segundo e

terceiro escalões, a uma escolha democrática, paritária e, sobretudo, técnica.

A saber, não existe leis que obriguem um sistema político realizar essas escolhas sob estes

critérios, contudo, a vontade política do pretenso sistema, se o considerando popular, opta por fazê-

lo em consonância à opinião pública coletada nas redes sociais. “[...] e a práxis social ou política,

que compreende a ação ou ações individuais ou coletivas que visam à transformação da

sociedade, por meio desta ou do Estado, tendo em vista uma nova forma de organização ou

direção política e social [...] (QUARESMA, 2012, p.6). Mas também, colocando-o como dado

novo, se considerando a escolha dos cargos comissionados que, nas práticas políticas atuais,

são escolhidos, predominantemente, baseados no critério político.

É claro, a falta de um congresso municipal para deliberar sobre as políticas públicas

da prefeitura faz com que o sistema fique muito concentrado no que tange ao exercício do

poder, e a cidade meio que sem-direção, é uma nova forma de exercício do poder, conforme

pensa Quaresma (2012). Sendo assim, na elaboração de novas políticas públicas do campo

popular, prevê-se a criação de um Conselho Político para cuja finalidade é trabalhar no/com a

secretaria do Gabinete do Executivo Municipal, visando a auxiliá-lo nas principais

orientações, na aplicação de medidas e tomada de decisões.

Tal conselho deverá se compor paritariamente no que tange ao número dos

funcionários do gabinete e ao gênero, bem como em relação ao número de participantes do

campo popular, também observada a paridade de gêneros. Políticas públicas estas que se

estendem também ao fortalecimento dos atuais conselhos municipais, a saber, visa-se à

instalação desses conselhos em uma única casa, onde se reúnam normalmente em salas a eles

disponíveis para a tomada de suas decisões sobre assuntos especificamente seus, bem como

sejam administrados por uma mesa diretora geral da casa. A saber, novas práxis no campo das

ações político-sociais, como pensa Quaresma (2012).

Quer dizer, tais conselhos permanecem como são, com suas mesas diretoras em suas

respectivas salas, mas sendo administrados por uma mesa diretora geral da Casa de Conselhos

para cuja funcionalidade se dará no campo da discussão e aprovação de políticas públicas

gerais, por exemplo, o orçamento geral do município, dentre outras. A saber, novas práxis no

campo das ações político-sociais, como pensa Quaresma (2012).

Além disso, prevê-se, ao pretenso sistema municipal, a criação e instalação dos

orçamentos participativos para cuja composição se observará apenas a paridade de gêneros,

entretanto, todos os seus componentes deverão se originar dos campos populares, bem como

suas políticas no campo do exame, avaliação e priorização de obras e serviços públicos,

obedecendo, regionalmente, a mapas cartografados pela prefeitura municipal. Quer dizer,

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práxis completamente novas com sentido de uma reeducação administrativa, buscando

implementar novas pedagogias, compreendendo também novas formas de execução de

atividades. [...] as formas de práxis são: a práxis produtiva, que age na e transforma a

realidade natural, física, humana, social a partir do trabalho; a práxis artística,

que produz, cria obras de arte; a práxis experimental, que compreende a

atividade científica experimental; e a práxis social ou política, que compreende

a ação ou ações individuais ou coletivas que visam à transformação da

sociedade, por meio desta ou do Estado, tendo em vista uma nova forma de

organização ou direção política e social [...] (QUARESMA, 2012, P.6).

A saber, o vislumbre dessas novas práxis, como frisa Quaresma (2012), precisa ser

visto sob os olhares transformadores da realidade colocada para a cidade. Daí, no tocante ao

quesito da educação, neste plano prevê-se, conforme sugestões coletadas nas redes sociais,

educação de qualidade, ou seja, uma educação que proporcione aos alunos um crescimento

conjunto na formação de suas habilidades.

Nisto, tanto na aprendizagem de conteúdos ofertados no ensino regular, quanto no

ensino intermediário, quer dizer, ensino focado na formação de habilidades culturais,

conforme versa Freire (2006). Assim sendo, vê-se que, no caso da participação popular, a

educação sai do campo único e exclusivamente pedagógico para uma educação com tomada

de consciência, aonde o sujeito se forma cidadão, sob a ótica da autocrítica, rumo à

capacidade crítica social, ou seja, não fica somente no mundo da alfabetização apenas.

Também, muito menos no da codificação e decodificação, como pensa Freire (2006).

Sua realidade muda-se porque virou cidadão do mundo, e se o virou, significa que suas ações

são concretas, mas o sentido de suas palavras, antes complexas e desconexas às vezes, agora

plenamente conexa ao mundo cultural, portanto, mundo da não codificação e decodificação de

palavras.

[...] Da compreensão de que educação é uma ação cultural para a tomada de

consciência a partir da qual e na qual o aprendiz lê o mundo, critica as

propostas de alfabetização que reduzem a educação à mera codificação e

decodificação de palavras desconexas [...] entre si e da realidade dos educandos:

Que podem um trabalhador camponês ou um trabalhador urbano retirar de

positivo para seu quefazer no mundo, para compreender, criticamente, a

situação concreta de opressão em que se acham, através de um trabalho de

alfabetização em que se lhes diz, adocicadamente, que a “asa é da ave” ou que

“Eva viu a uva”? [...] (FREIRE, 2006, p. 17).

Assim, os problemas da educação enquanto reabilitação de um sistema político-

municipal, estes estão distribuídos, por exemplo, na falta de um congresso municipal para

deliberar sobre as políticas públicas da prefeitura, reeducando as formas de aplicação das

políticas. Daí, a forma do quefazer no mundo, como pensa Freire (2006). Assim, a instalação

de um congresso constitui política metodológica cuja finalidade maior é dar suporte

democrático ao novo sistema.

Isto faz com que o sistema fique menos concentrado, menos centralizado, no que

tange ao exercício do poder, e a cidade como que sem-direção, fica submissa a uma nova

forma de exercício do poder, conforme pensa Quaresma (2012) no que tange às novas práxis

sociais. Sendo assim, na elaboração de novas políticas públicas do campo popular, prevê-se a

criação de um Conselho Político para cuja finalidade é trabalhar no/com a secretaria do

Gabinete do Executivo Municipal, visando a auxiliá-lo nas principais orientações, na

aplicação de medidas e tomada de decisões.

É como se o sistema municipal estivesse se reformulando e alfabetizando-se de novo,

como pensa Freire (2006). Tal conselho deverá se compor paritariamente no que tange ao

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número dos funcionários do gabinete e ao gênero, bem como em relação ao número de

participantes do campo popular, também observada a paridade de gêneros. Quer dizer, novas

práxis, como pensa Quaresma (2012) e novas políticas públicas como pensa o novo sistema.

Políticas estas que se estendem também ao fortalecimento dos atuais conselhos

municipais, a saber, novos hábitos de vida para os quais se visam à instalação desses

conselhos em uma única casa, onde se reúnam normalmente em salas a eles disponíveis para a

tomada de suas decisões sobre assuntos especificamente seus, com novas consciências, novos

saberes, bem como sejam administrados por uma mesa diretora geral da casa, ou seja, novos

modos de saber as práxis sociais. A saber, novas práxis no campo das ações político-sociais,

como pensa Quaresma (2012).

Finalmente, como o já pensado, também se prevê, ao pretenso sistema municipal, a

criação e instalação dos orçamentos participativos para cuja composição se observará apenas

a paridade de gêneros, entretanto, todos os seus componentes deverão se originar dos campos

populares, bem como suas políticas no campo do exame, avaliação e priorização de obras e

serviços públicos.

Para tanto, sempre obedecendo, regionalmente, a mapas cartografados pela prefeitura

municipal. Daí, retomando os processos de como fazer e quefazer no mundo, como pensa

Freire (2006). Isso tudo como forma de implementação de educação e reabilitação dos

processos de elaboração e aplicação das novas políticas públicas na cidade. No mais, espera-

se esta temática voltar à tona outra vez nalguns dos próximos capítulos deste plano de ações

gerais.

2.2.3 Fundamentação teórica na falta de saúde pública de qualidade

Para começar, ao se lidar com uma realidade cruel de falta de saneamentos básicos, já

se vislumbra uma saúde precária, terceirizada, que não atende eficazmente a seus cidadãos,

precisando estes, muitas vezes, de procurar saúde nos municípios vizinhos, em razão da falta

de consultas comuns e, sobretudo, consultas especializadas e exames das áreas afins. Isso, ao

lado da falta de espaço físico para compor saúde de qualidade, desfazendo-se com toda essa

realidade.

Quer dizer, o sistema de saúde ibiriteense precisa se reorganizar sob os olhares das

novas práxis apontadas por Quaresma (2012) a fim de que sua realidade se transforme,

devolvendo aos cidadãos toda a sua gestão de saúde. Os problemas da saúde continuam na

terceirização do hospital. Primeiro, porque para se terceirizá-lo, é preciso fazer estudos

profundos e pormenorizados sobre suas condições reais, como versa: “[...] A saúde deve fazer

estudos epidemiológicos sobre os condicionantes e determinantes da saúde; [...]”

(CARVALHO, 2013, P.5).

Também, estudos sobre o hospital ao ponto de o sistema municipal considerá-lo sem-

condição de gerenciamento, rejeitando-o e, simultaneamente, submetendo-o à administração

de um terceiro.Para tanto, se chegou a esse ponto, terá sido porque os estudos feitos foram

determinantes de que precária estava a saúde oferecida por ele naquele contexto da história,

para se chegar à terceirização atual apresentando ainda maiores precariedades.

Então, se as novas práxis sociais, como pensa Quaresma (2012), apontaram, como

condição de novas políticas públicas de saúde, estudos determinantes e condicionantes de

uma não terceirização, se considerando que esta vem apresentando problemas muito maiores

do que antes dela, por que esta terceirização está aí renovada, para o ano seguinte, como

administração de saúde?

[...] A saúde deve fazer estudos epidemiológicos sobre os condicionantes e

determinantes da saúde; trabalho, salário, comida, casa, meio ambiente,

saneamento, educação, lazer, acesso aos bens e serviços essenciais e divulgá-los.

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Ao não identificar e divulgar as causas das doenças e seus condicionantes e

determinantes, passa-se a atribuir à área de saúde a responsabilidade única

pela falta de saúde [...] (CARVALHO, 2013, p.5).

Conseguintemente, uma vez, terceirizada a sua saúde, obviamente, só se faz isto em

favor de serviços muito melhores do que os que estão sendo oferecidos e, mesmo assim, sob a

ótica de estudos pormenorizados, condicionantes e determinantes, conforme versa Carvalho

(2013). É por isso que, normalmente, se escuta das pessoas que o problema da saúde começa

na terceirização do hospital, pois que se pagam preços muito altos para continuar tendo uma

saúde precária.

Todavia, sobretudo, os mesmos problemas ou mais, ou seja, a falta de remédios a

pacientes de controle: hipertensão, diabetes, e outros. Sendo assim, conforme versa Carvalho

(2013), não foram feitos novos estudos epidemiológicos, condicionantes e determinantes de

uma nova realidade combinada com não terceirização? E ainda outros, como falta de

equipamentos, no hospital, e outros: fraldas, lençóis e muito mais; pacientes, muitas vezes,

passam mais de 10 horas sem-alimentação, ou seja, algo incompreensível aos olhos dos

cidadãos (PONTES, 2020).

Daí se faz as perguntas: por que se terceirizou o hospital? Mas, não somente isso, se se

pagam preços altos para que a saúde seja de qualidade, por que os serviços de saúde

continuam precários e até piores? Além disso, os problemas de saúde não se prendem, único e

exclusivamente, ao hospital e suas práticas de terceirização. O problema das localidades com

falta de UPAs ou Unidades de Pronto Atendimento.

Às vezes, as pessoas têm de se deslocarem de distância longa para realizar uma

consulta. E os problemas se agravam ainda mais, quando, muitas dessas localidades, médicos,

enfermeiros e funcionários passam por ameaças de violência, quando não são invadidos em

sua privacidade de trabalho, por grupos criminosos rivais usando das mesmas violências

contra o sistema de saúde.

Sem contar que, no momento atual, essas unidades de saúde e o próprio hospital estão

de greve em razão de salários abaixo do valor de mercado e, mesmo assim, mal pagos. A

saber, as novas práxis sociais, como versa Quaresma (2012), apontam para estudos

pormenorizados, mas capazes de dar rumo a novas políticas públicas de saúde, inclusive

resolvendo os problemas relacionados a essas violências e suas ameaças aos funcionários no

sistema de saúde.

E como a saúde aparece na condição de terceirizada, sofrem ainda com os prejuízos

das ameaças de demissões pelo sistema terceirizado. Quer dizer, todo o sistema hospitalar e

de saúde termina por se ver ameaçado, seja por violências, seja por greves, e se ver

interrompido no seu atendimento, a qualquer momento.

[...] o hospital ainda sofre com as ameaças de greve e de demissão em massa

devido a funcionários sobrecarregados de serviços, sem contar nos prejuízos

com falta de medicações e acolhimentos aos pacientes internados. Quer dizer,

até o atendimento regular do hospital corre riscos, com tais ausências, de ficar

completamente comprometido em sua totalidade [...] (PONTES, 2020, p.2).

Quer dizer, a saúde, não somente a do hospital, não atende eficazmente a seus

cidadãos, precisando estes, muitas vezes, de procurar saúde nos municípios vizinhos. Por isso,

“[...] Regular alguma coisa é estabelecer as regras para que exista, funcione, consiga os

resultados etc. As regras da saúde, na verdade, começam na CF, que estabelece o direito à

saúde e as linhas gerais desse direito [...]” (CARVALHO, 2013, p.11).

A saber, se são direitos, certamente esses estão sendo negados a contento, pois que os

problemas vão, desde a falta de materiais usuais e necessários à profilaxia dos próprios

11

funcionários, quanto mais dos pacientes, até chegar ao campo das consultas e exames

especializados. Algo que há anos se perpetua, e não há quem os resolva. Para tanto, se

pergunta: tem como centralizar as consultas e exames especializados?

Mas, não somente, também estender o atendimento a todas as especialidades? Logo,

muitas outras perguntas sempre são formalizadas, por exemplo: que terceirização é esta, que

presta serviços ruins à saúde, e o agente político principal não reage? A saber, saúde que

precisa ser revista em seus quadros, de terceirizada a uma saúde de responsabilidade direta

dos cidadãos ibiriteenses, mesmo porque, as terceirizações, senão criteriosas, podem trazer

mais problemas para a gestão pública.

Finalmente, nesse caso, ao lidar com uma realidade cruel de falta de saneamentos

básicos, não somente se vislumbra uma saúde precária, terceirizada, que não atende

eficazmente a seus cidadãos, entretanto, estes, muitas vezes, à procura de saúde, precisam sair

dos municípios vizinhos, para uma procura eficaz em nossa cidade mesma, em razão da falta

de consultas comuns e, sobretudo, consultas especializadas e exames das áreas afins.

Isso, ao lado da falta de espaço físico para compor saúde de qualidade, desfazendo-se

com toda essa realidade de saúde ruim. Quer dizer, o sistema de saúde ibiriteense precisa se

reorganizar sob os olhares das novas práxis apontadas por Quaresma (2012) a fim de que sua

realidade se transforme, devolvendo aos cidadãos toda a sua gestão de saúde, ao invés de

permanecer sob a constância e concordância de um sistema terceirizado e, sobretudo, não

somente falho não funcional. No mais, espera-se voltar ao tema nos próximos capítulos

concernentes a este plano de ações gerais.

2.2.4 Fundamentação teórica na falta de educação pública de qualidade

Por conseguinte, os problemas passam pela falta de educação de qualidade, ou seja,

uma educação que proporcione aos alunos um crescimento conjunto. Assim, os problemas da

educação no ensino-aprendizagem, estão distribuídos em salas superlotadas. É claro, como

versa Quaresma (2012), no que tange ao uso das novas práxis sociais, não se resolvem as

superlotações de salas, senão agindo com vontade política de mudar o sistema.

Mas, não só, mudar o contexto político da educação oferecida, ao modelo de educação

colocado por uma educação não modelar. Quer dizer, estudos aprofundados no fim de

verificar o tipo de educação a ser proporcionado. Aliás, como pensa Freire (2005), os estudos

precisam visualizar uma educação sem ser, exatamente, um modelo, mas esta colocada como

meio de libertação, e os alunos como sujeitos capazes de pronunciar o mundo usando suas

próprias palavras.

Assim funciona tanto na educação libertadora de Freire (2005), quanto na mudança de

hábitos pela metodologia das novas práxis sociais pensadas por Quaresma (2012). E para

esses casos de alunos de aprendizagem defasada ocupando espaços com os mesmos alunos de

aprendizagem avançada de cujos professores não estão devidamente habilitados, não por

causa da habilitação em si, mas em razão da diversidade de alunos em situações divergentes

de aprendizagem.

Estes passam também pelos processos de libertação. No entanto, é só colocá-los para

pensar em suas próprias problemáticas que o diálogo entre professores e alunos, escola e

comunidade, funciona, e a educação sob o ponto de vista da libertação, como versa Freire

(2005), passa a ser o elo que os une e, ao mesmo tempo, os mobiliza.

“[...] diz que compreender o diálogo na perspectiva de uma educação que

liberte os homens pressupõe pensar sobre a seguinte questão: “Se é dizendo a

palavra com que, ‘pronunciando’ o mundo, os homens se transformam, o

diálogo se impõe como caminho pelo qual os homens ganham significação

enquanto homens” (FREIRE, 2005, p. 91).

12

Para tanto, se vêm às perguntas: por que não se adotarem salas ao invés de

superlotadas com números previamente estudados e à altura das condições reais do professor?

Neste caso, a preocupação com salas superlotadas é bastante normal, pois que essas

características vêm de sistemas falidos de educação. A comunidade escolar já está até

acostumada a isso, o que não significa aceitar essa realidade.

Se pensar que a educação é uma modalidade muito cara para um sistema político,

significa que as salas terão de continuar superlotadas. Contudo, se considerando os conceitos

de educação passando pelos da nova alfabetização propostos por Freire (2011), educação não

tem preço. Mas, noutro caso, passando também por um conceito de modalidade nova

amparada pelo entendimento das novas práxis sociais, como versa Quaresma (2012) e,

principalmente, passando pelo entendimento que, se é educação, significa que o conceito é de

libertação.

Educação é para libertar, não para superlotar salas de aula, muito menos se não

promove a aprendizagem, ao contrário, muito mais, porque a faz com sentido de educação

libertadora, como pensa Freire (2005). Então, num sistema municipal novo, não se pensa em

educação como despesas, mas como investimentos. Por que não capacitar os professores à

altura da aprendizagem dos alunos de conteúdos e aprendizagem defasados?

Nestes termos, o volume de alunos, com problemas de aprendizagem, não permite aos

profissionais maiores ações de solução dos problemas, ou seja, mesmo ele sendo habilitado,

pós-graduado, mestre, dentre outras características curriculares, vai precisar passar por uma

preparação específica de ensinamentos, para que possa atuar junto a esses alunos. Daí,

humildade, sabedoria, compreensão, determinação, etc. precisam ser características básicas

desse profissional.

Quer dizer, noutros termos, “[...] Por diálogo Freire (2005) entende o caminho pelo

qual os homens ganham significação enquanto homens, solidarizando-se [...]” (QUARESMA,

2012, pp.91-92). É o olhar para o diálogo que, muitas vezes, faz o pensar. Ou seja, o

profissional, às vezes, tem um currículo exemplar, e ninguém pode duvidar disso, mas na hora

das práticas de ensino, a habilidade mais importante daquele momento, pode falhar, é uma

questão humana até.

No entanto, se não for um profissional disposto ao diálogo, aberto para novos

conhecimentos e capacitações, terá dificuldade de se adaptar à realidade adversa de alunos.

Daí, não pode separar os alunos com defasagem de aprendizagem dos de aprendizagem

regular e avançada? Se sem selecionar, crê-se poder. Só que, profissionais, muitas vezes,

habilitados mas não preparados para ministrar aprendizagens em meio à diversidade e níveis

diferentes, também há.

Nesse caso, permanecem as situações de diálogo, como o ato de ser solidário para o

autor: “[...] no ato de refletir e agir no mundo a ser transformado e humanizado, por meio de

criação de ideias, questionamentos, reflexões que não são impostas ao outro, mas discutidas,

dialogadas [...]” (QUARESMA, 2012, pp.91-92). Quer dizer, é o diálogo compreendido de

duas pessoas conversando, professor e a turma de alunos, professor e apenas um aluno, e

assim por diante.

Além disso, noutro caso, tais profissionais se encontram com salários defasados,

desatualizados, ou seja, como versa: “[...] O trabalhador é digno de seu salário [...]” (I

TIMÓTEO, 2018, p. 1207). Quer dizer, se os salários dos trabalhadores no sistema municipal,

de modo geral, estão defasados, isto aponta para uma área com necessidade de estudos

profundos, significativos, com produção de resultados claros, efetivos, à altura e a contento

aos trabalhadores.

Também, se observar: “[...] Ai daquele que edifica sua casa com injustiça, e os seus

aposentos sem direito, que se serve do serviço do seu próximo sem remunerá-lo, e não lhe dá

13

o salário do seu trabalho [...]” (JEREMIAS, 2018, p.788). Quer dizer, no primeiro extrato, o

autor chama a atenção para o salário como meio de dignificação do trabalhador. No entanto,

no segundo, chama-se a tenção para a injustiça, pois que o que não paga o justo e merecido

salário ao trabalhador, enriquece ilícito-injustamente.

Logo, tem de prestar contas é com Deus, não necessariamente com o sistema. E tudo

tem a ver com reabilitação: tanto os trabalhadores, de modo geral, não somente os da

educação; quanto os empreendedores do novo sistema político municipal, quanto outros,

quando for o caso. E não é só isso, quem o faz sofre penalidades. Logo, um sistema municipal

pretenso como de práticas das políticas inovadoras, precisa observar todas as duas premissas,

ou seja, tanto da visibilidade focada no trabalhador sob a ótica da dignidade, quanto para a

ótica da injustiça.

A saber, pagar salários indignos aos trabalhadores, consciente de que existem as

condições reais para fazê-lo e não fazê-lo, constitui responsabilidade do pagador com Deus.

Também, não é só isso, ou seja, se o pagador oferece salários dignos e justos a seus

trabalhadores, não tem porque não cobrar qualidade, eficiência, efetividade, assiduidade,

pontualidade nos serviços, dentre outros. Mesmo assim, isto só se confere fazendo estudos

aprofundados sobre essa mesma temática.

Agora, se estes não recebem orientações técnicas à altura de procederem com um

ensino de melhor qualidade, significa ao sistema, primeiramente, sentir-se preparado e

capacitado para oferecer educação de qualidade, senão termina por cair na lista dos sistemas

falidos de educação. Ou então, ficar se perguntando: [...] Mas de que escola estamos falando?

Com base em que modelo formativo e pedagógico a julgamos? Será que a concebemos como

um serviço público para toda a cidadania [...]” (CARBONELL, 2002, p. 18). Daí, a

preparação profissional ter de abranger a todas as áreas do conhecimento.

Assim, por exemplo, se professor não está recebendo a merecida orientação técnico-

profissional, isso aponta para falhas no sistema de gestão pedagógica. Daí, secundariamente, o

novo sistema, no caso, precisa estar atento aos processos de preparação, capacitação e

atualização na área de especialistas educacionais, como pensa Dowbor (2007), a educação não

pode ser vista apenas como um trampolim seja para sair de determinada região, seja por

qualquer outra razão, ela tem de produzir conhecimentos. Daí, a observar, por exemplo:

[...] Mas de que escola estamos falando? Com base em que modelo formativo e

pedagógico a julgamos? Será que a concebemos como um serviço público para

toda a cidadania e como um mero produto, mas que é oferecido no mercado

para ser adquirido por quem quiser ou puder? Quem se beneficiou de sua

impermeável resistência a todo tipo de evolução e renovação? Essas e outras

questões nos colocam

em um dilema que estará presente ao longo do [...] o caráter polissêmico, plural

e complexo da escola e do tema que nos ocupa prioritariamente: a inovação e a

mudança na educação [...] (CARBONELL, 2002, p. 18)

A saber, se o mesmo acontece nas demais áreas, a mesma observação e atenção devem

ser dispensadas. Contudo, para Carbonell (2002), no que tange às mudança na educação, eis a

pergunta: por que não dividir a educação em ciclos de aprendizagens? Por que não situar o

ensino por níveis: ensino regular, ensino intermediário-cultural, ensino de operação

recuperatória, ensino de atualização para jovens e adultos, por exemplo?

Assim, os problemas da educação no ensino-aprendizagem – pensam-se resolvidos -

ficando distribuídos em quatro eixos de ensino: o ensino regular e monitorial, desde que com

devida preparação do monitor no auxílio ao professor, e nessa preparação conta-se com a

ajuda do orientador educacional; o ensino intermediário-cultural, com foco na formação de

habilidades culturais, como pensa Freire (2006).

14

E ainda, o ensino de operação recuperatória, ou seja, ensino focado na recomposição

de conteúdos e carga horária defasada e o ensino de educação atualizadora, ou seja, focado na

atualização do aprendente além-faixa-etária, educação de jovens e adultos, mais

funcionalmente, durante os noturnos. Quer dizer, é a busca da cidadania, como: “[...] A

educação, na perspectiva da emancipação, precisa, ao contrário da educação bancária, realizar

a problematização da realidade e libertar os homens da opressão, [...]” (FREIRE, 2005, p. 71).

Logo, o novo sistema municipal tem de criar essas situações de aprendizagem para

que os educandos alcancem a maturidade, a cidadania e, sobretudo, a emancipação,

supostamente, perdida com a falta de aproveitamento nos estudos dentro da faixa-etária

normal, lembrando-se de que tais ciclos de ensino pensados neste contexto teórico precisam

ainda ser aprofundados no que tange a sua teorização, conceituação e contextualização prática

noutro capítulo deste plano de ações gerais.

Às vezes, nem um orientador, mas apenas um supervisor pedagógico para cuidar de

vinte turmas num turno, com lotação entre trinta e trinta e oito alunos em sala ou mais e

cuidar também da disciplina e da conduta pedagógica do professor. “[...] Há sempre intenção

nas ações humanas. Na práxis educativa social, os objetivos e as intenções educacionais

integram todas as dimensões do desenvolvimento e da ação humana e, também, as intenções

individuais e coletivas; [...]” (QUARESMA, 2012, p.3).

A saber, se o sistema atual de educação está nessa situação de salas superlotadas, falta

de profissionais para atuar, sobretudo, falta de profissionais preparados, e ainda, profissionais

acumulando funções e excessos de serviços. E é isso que a autora chama de ação e intenção

humana. Entretanto, na caracterização desse problema que dura e perdura, embora em seu

texto a autora coloque as ações humanas educativas e intencionais como que para o bem de

todos.

Nisto, pensa-se, no caso do atual sistema de educação municipal, como sendo ações

humanas educativas e intencionais viciosas, se considerando a perduração do tempo na

convivência com os problemas sem, pelo menos, tentar resolvê-los. Daí, compreender que:

“[...] se os homens são estes seres da busca e se sua vocação ontológica é humanizar-se,

podem, cedo ou tarde, perceber a contradição em que a ‘educação bancária’ pretende mantê-

los e engajar-se na luta por sua libertação [...]” (FREIRE, 2005, p. 71).

Para tanto, Quaresma (2012), continua tratando tais problemas pela ótica das práxis

sociais e coletivas, a saber, sendo o coletivo-social, a transformação social; o objetivo final,

tendo em vista o bem de todos. Isto é, se as turmas estão superlotadas, por que não reduzi-las

a números compatíveis com as condições de aprendizagem? Dado isso, o que se pensa é que

num sistema municipal novo de educação, tais vícios de cultivar problemas sejam eliminados,

passando por ações humanas educativas intencionais visando ao benefício de todos os

engajados ao sistema.

E, muitas vezes, faltando alguém especializado para conduzir a disciplina escolar. Por

um lado, não há técnicos suficientes para execução de certos serviços, por outro, estes

também não estão preparados para o exercício de quantidades enormes de serviços. Por que

não adequar um profissional especializado à realidade da disciplina escolar? Por que não

ampliar os técnicos pedagógicos à realidade dos tipos de serviços existentes? Se falta

habilidade técnica, por que não reabilitar ou atualizar os profissionais?

Assim, a educação caminha com todas as dificuldades possíveis, chamando a atenção

dos munícipes para o exercício de um trabalho mais eficaz, eficiente e de melhor qualidade.

Como melhorar e aperfeiçoar a eficácia do ensino? Como tornar os serviços de educação mais

eficientes e de melhor qualidade? Como caminhar com a educação em menos dificuldades?

Quer dizer, em Freire (2005), tudo isso converge para a humanização do sistema de educação

como um todo.

15

Tudo isso se constitui problemas que contornam os espaços escolares, sem contar que

é na educação que se depositam todas as desconfianças por parte dos agentes políticos-

públicos. Quer dizer, daqui para frente, a intenção e olhar para a educação com olhos de

pretensa confiança em seus profissionais. A saber, quaisquer economias em que houver

necessidade de fazer, olham-se logo para a educação. Assim, o objetivo é não olhar para o

sistema municipal, de modo geral, com olhares de desconfianças, mas com olhares de

mudanças na educação, como versa Carbonell (2002).

Ao contrário, olhar para a educação, e não somente para ela, com olhares de

investimentos, pois que a olhá-la com olhares de economia, será o mesmo que manter o lugar

da superlotação de problemas e, ao mesmo tempo, o lugar da superlotação de cobranças.

Sendo assim, a ideia é diminuir a superlotação de problemas, a vê-la produzir mais, ou seja,

rever todo o sistema a contento aos olhares deste plano de ações gerais no município.

Daí, para finalizar, se não há a figura profissional do orientador educacional, por que

não adotá-la? Por que não distribuir as turmas em números de alunos consonantes às

condições reais de trabalho, tanto do professor quanto do especialista? Quer dizer, em Freire

(2005), “[...] tudo isso converge para a humanização do ser humano. Assim, a concepção de

educação de Freire compreende um processo que desenvolve todas as dimensões do ser

humano e capacita-o para a práxis social [...]” (QUARESMA, 2012, p.3).

Enfim, combinando práxis sociais com diálogo, com libertação, humanização e boas

intenções educativas por parte do sistema municipal novo, pensa-se resolverem problemas

como: disciplina escolar gerenciada por profissional especializado, quantidades suficientes de

profissionais para os tipos de serviços, falta de habilidade técnica, dentre outros.

Todavia, o exercício da falta de profissionais, da superlotação de turmas, o ensino-

aprendizagem ineficiente, dentre outros, só pode ser compensado pela humanização da

educação, num exercício de práxis social-individual, quando for o caso, e práxis coletiva,

como ação humana educativa e intencional para o bem e, predominantemente, válida para

todos. No mais, espera-se retornar ao tema nos próximos capítulos deste plano de ações

gerais.

2.2.5 Fundamentação teórica na falta de transporte coletivo adequado

Em se tratando de transporte coletivo adequado, vê-se que os problemas da cidade de

Ibirité ainda estão na falta de transporte coletivo decente ao uso pelos cidadãos, embora já se

tenha um terminal viário-municipal e intermunicipal de transportes coletivos, mas não é

suficiente, se considerando, primeiro, entender o significado de se ter um transporte coletivo

adequado.

Segundo, se o transporte coletivo não é adequado, é preciso saber em que ele atende e

em que ele não atende às necessidades da população. Logo, definindo-se esses conceitos de

transporte coletivo, pode-se também pormenorizar seus problemas a partir da realidade

vivenciada pela população. Daí, por exemplo, para as autoras: “[...] O transporte coletivo pode

ser definido como um meio para atingir determinados fins como trabalho, escola, mercado,

cinema. Assim o deslocamento das pessoas se torna um ponto estratégico para o

desenvolvimento econômico e social de uma região [...]” (TERRA e DUARTE, 2014, p.6).

Quer dizer, considera-se adequado o transporte coletivo quando ele atende às necessidades

básicas da população usuária.

E essas necessidades são atendidas quando os indivíduos conseguem, via-transporte

coletivo, resolver seus problemas no menor tempo possível gasto dentro do trajeto previsto.

Daí, os usuários usam o transporte coletivo para irem trabalhar, para irem estudar, realizar

suas compras, etc. Se para atingir a determinados fins, o usuário encontra algum problema,

por exemplo, se ele tem de chegar ao local de trabalho antes das 7: 00 - e o ônibus se quebrou.

16

Daí, isso já significa para ele o descumprimento de um direito, bem como uma

necessidade básica não sendo atendida, mesmo porque, se o ônibus estragou-se, ele teve de

embarcar-se em outro superlotado. Se não foi possível, por isso, terá de embarcar-se em outro,

e os valores pagos pela viagem no primeiro ônibus, não no será devolvidos. Logo, isso tudo

pode ser compreendido como sendo características do transporte coletivo adequado e o não

adequado, bem como, pode ser definido direito ao transporte e, ao mesmo tempo, falta de

suprimento da necessidade básica referente direito ao transporte coletivo.

Agora, se os problemas passam por valores das passagens, pelos quais, ainda se cobram

preços altos, e seus preços, estes divergem entre o interior do terminal e os preços cobrados

durante os embarques fora do terminal, os casos de baldeação, enfim, tudo desagrada os

usuários. Entretanto, como pensa: “[...] Para sobreviver na cidade, principalmente nas do 3°

mundo, a população urbana, especialmente a de baixa renda, é obrigada a fazer uma

infinidade de deslocamentos (penosos) para atingir os destinos desejados [...]” (ARAÚJO, at

al, 2011, 576).

Daí, se perguntar: é mesmo necessário um terminal de transportes coletivos? Se é

necessário, por que não adequá-lo às reais condições socioculturais de seus usuários? Por que

há diferença de valores cobrados: dentro do terminal, um valor; fora dele, outro valor? Quer

dizer, talvez, por causa da existência desse terminal, se considerando que os serviços de

administração de transporte sejam caros, aumentem-se em demasiado os preços das passagens

coletivas. Desse modo, mesmo com o terminal-viário, mobilizar-se ao uso do transporte

coletivo, é extremamente caro ao trabalhador em nossa cidade.

[...] A mobilidade urbana é um tema recorrente na atualidade, tanto nas

cidades de países desenvolvidos como de países subdesenvolvidos passam por

problemas de mobilidade. A deficiência da mobilidade urbana influencia a

qualidade de vida de todas as classes sociais, contamina o ar, proporciona

engarrafamentos, e assim contribui com a poluição sonora e maior ocorrência

de acidentes. Porém a camada social que mais sofre o efeito do trânsito é a

classe trabalhadora, por depender do transporte coletivo, de baixa qualidade

na maioria dos municípios brasileiros [...] (TERRA e DUARTE, 2014, p.6).

De outro modo, sabe-se das deficiências do transporte coletivo que, por hora surgem do

nada, como o simples estrago de um ônibus, por exemplo, as contaminações do ar, os

engarrafamentos, conforme versam Terra e Duarte (2014), mas o sofrimento maior recai sobre

os trabalhadores, sobretudo em Ibirité, por causa da distância do centro que, na verdade, é o

polo de trabalho dos trabalhadores ibiriteenses. E estes, por sua vez, não têm culpa, quem

precisa de se situar, nesse caso, é o sistema de transporte. Ao usuário, cabe-lhe pagar sua

passagem, mas ao sistema de transportes, promovê-lo como serviços de qualidade.

Contudo, a prefeitura, muitas vezes, não consegue conduzir os processos que contornam

os meios de transportes, deixando-os por conta das próprias empresas as decisões: na

afirmação de contratos, no aumento das passagens, na cobrança de certas despesas que

sobrecarregam os usuários do transporte. Sem contar ainda na durabilidade dos contratos por

concessão de serviços de transporte, às vezes, até 20 e até 40 anos, já se tem escutado.

É o absurdo se consumando enquanto política pública de transportes municipais,

conforme versam Terra e Duarte (2014) sobre a política de fiscalização de serviços. A

sobrevivência dos trabalhadores não pode ser subestimada em detrimento daqueles que

reúnem melhores condições de transportes, não se pode ignorar as diferenças, mas nem por

isso sobrecarregar a sobrevivência dos trabalhadores.

[...] Não podemos ignorar, contudo, que a existência de um grande número de

deslocamentos por si só não representa inegavelmente boas condições de vida,

17

pois pode refletir a necessidade de deslocamentos excessivos frente à

precariedade do sistema de transportes eleito e/ou disponível para uso

(Goodwin, 1981, citado por Vasconcelos, 2001). Para sobreviver na cidade,

principalmente nas do 3° mundo, a população urbana, especialmente a de baixa

renda, é obrigada a fazer uma infinidade de deslocamentos (penosos) para

atingir os destinos desejados (Cardoso, 2008) [...] (ARAÚJO, at al, 2011, 576).

Para tanto, conforme versa Araújo, at al (2011), sobre a sobrevivência das populações

urbanas nas cidades, outras perguntas: por que a prefeitura não assume o papel de frente no

comando das relações com os transportes coletivos? Se essas relações sob o comando das

empresas, os interesses delas não estarão privilegiados? A prefeitura não tem autonomia para

estabelecer ou mediar essas relações? Por que um contrato entre a prefeitura e as empresas do

transporte coletivo tende a durar até 20 e até 40 anos?

Quer dizer, no caso de Ibirité, muitas vezes, o próprio sistema municipal é quem

promove a falta de qualidade, haja vista para: “[...] O fato é que nem todos têm condições

financeiras de arcar com o combustível e manutenção, nem todos tem condições físicas seja

por ser menor de idade ou ser deficiente físico, nem todos desejam dirigir ou ter um carro e o

serviço de transporte público pode ser a única alternativa para muitos [...] (TERRA e

DUARTE, 2014, p.7). Com já se conhecem as condições econômicas precárias da classe

trabalhadora usuária dos transportes coletivos, aí se impetram duros jugos, podendo ser

considerados até abusivos.

Haja vista, por exemplo, para o fato de que o agente político principal deixar que as

empresas de ônibus conduzam as relações de comando, se esta é uma responsabilidade dele

próprio, proporcionando assim a elas conduzir os processos conforme versam os seus próprios

interesses. E para isso não tem fiscal técnico, oriundo do sistema municipal, também não tem

nenhum vereador acompanhando essas relações e, até mesmo, o Conselho Municipal de

transportes não faz nenhuma menção nem moção de repúdio a essa falta de atenção aos

usuários dos transportes coletivos.

Às vezes, dá-se a impressão de que isso acontece porque não existem leis que possam

ser aplicadas em seu Estado mínimo. Entretanto, como exemplo, tem-se: “[...] A Política

Nacional de Mobilidade Urbana instituída pela Lei nº 12.587, de 03 de janeiro de 2012,

orienta a gestão, operação, fiscalização e controle dos modos de transporte, de serviços e de

infraestruturas para os deslocamentos de pessoas e cargas em área urbanas por meio de seus

conceitos, metas e princípios [...]” (TERRA e DUARTE, 2014, p.7). É como se a população

estivesse completamente desassistida, sem ninguém para representá-la no foro das decisões de

aplicação das políticas públicas de transporte coletivo.

Finalmente, desse modo, no que se trata do transporte coletivo adequado, o que se vê é

que os problemas da cidade de Ibirité ainda estão na falta de transporte coletivo decente ao

uso pelos cidadãos, ou seja, mesmo já se tendo um terminal viário-municipal e intermunicipal

de transportes coletivos relativamente bons, não se o considera suficiente, porque sua

administração é falha, se considerando o entendimento de que o significado de se ter um

transporte coletivo adequado vai passar por todas as problemáticas abordadas no decorrer

desta fundamentação teórica de problemas.

De outro modo, sem se contextualizar isso e aperfeiçoar sua compreensão no campo de

uma contextualização prática, não tem como trabalhar essas questões no âmbito de um

sistema político municipal novo, mesmo porque, todas elas precisam ser estudadas em seu

mais profundo sentido no fim de torná-las políticas públicas de transporte coletivo. É assim

que se esperar voltar a essa pauta nos próximos capítulos deste pretenso plano de ações gerais

de nossa cidade.

18

2.2.6 Fundamentação teórica na falta de um Plano Diretor adequado à realidade local

Em se tratando de Plano Diretor, o que há em torno de Ibirité, é a necessidade de se

revisar o que existe. Seus problemas passam pela reestruturação das leis de zoneamento,

redefinição de seu plano diretor já há 13 anos existente. E assim, sabendo-se que, para se

chegar a ele, as discussões duraram longos 17 anos, entretanto para, hoje, chegar à triste

comprovação de que ele não comporta a verdadeira realidade da cidade.

Daí, no caso deste plano de ação, o que fazer, seria num primeiro momento conceituar o

gênero: plano diretor para, em seguida, definir suas linhas de compreensão. Para tanto,

segundo a eficácia e compreensão dos autores: “[...] os Municípios devem ter um plano

diretor aprovado pela Câmara Municipal, que é obrigatório para as cidades com mais de vinte

mil habitantes. O plano diretor é o instrumento básico da política de desenvolvimento e

expansão urbana [...]” (MACHADO; FERRAZ, 2018, p. 229).

Assim sendo, dentro deste conceito, como instrumento da política de desenvolvimento,

uma vez ampliando-se o leque habitacional da cidade, esse leque precisa vir se adequando à

altura do que está previsto no plano diretor. Senão assim, a cidade continua crescendo

desordenadamente e o descontrole, por parte das autoridades político-administrativas, passa a

ser o instrumental. Compreensão esta, inválida para o entendimento que vem se construindo

neste texto.

A saber, se o plano diretor não conjuga planejamento com recuperação, com

estruturação, preservação, conservação, tombamentos e sustentabilidade ambiental, ou seja,

problemas já levantados e caracterizados como sendo ausentes nas linhas do plano diretor que

existe, então, isto significa que ele precisa ser revisto. E se ele precisa ser revisto é porque não

está colocado como o instrumento básico da política de desenvolvimento, isto é, não é ainda o

instrumental, principalmente, se tocado na sua função social, como versam Machado e Ferraz,

(2018).

Assim desse modo, no conceito de Pinto (2014), o município é o único habilitado a

promover o parcelamento e a regulação do uso e da ocupação do solo urbano. Quer dizer, ao

município compete uma série de instrumentos importantes na divisão de áreas da cidade. Só

que, quem olhasse para Ibirité antes das emancipações de Sarzedo e Mário Campos, há 22

anos, via uma sequência de 121 quilômetros quadrados com muita área verde, muitas

plantações de hortaliças, poucas habitações em relação ao que é hoje. Logo, a cidade tinha

onde e como planejar, portanto, não o fez. Agora, com apenas 74 quilômetros quadrados e,

praticamente, quase todos ocupados com habitações, sendo que boa parte delas está

desordenada, gera, muito, o que fazer.

Assim também, o significado que tem essa reflexão, é a necessidade de revisão de seus

zoneamentos que urge. E se as discussões foram longas para se chegarem à primeira versão de

um plano diretor, estas serão ainda maiores, pois que uma coisa é planejar a cidade contando

com um vasto espaço aberto, outra coisa é planejá-la em meio à diversidade de habitações, de

direitos e garantias que precisam ser cumpridos a contento, sobretudo, nos aspectos físico,

social, econômico e administrativo, desejado pela comunidade local, como versa Sirvinskas

(2006).

Tudo isso vai gerar muitas e muitas perguntas como: se as discussões foram longas, por

que a realidade da cidade não está retratada no plano diretor? E as áreas destinadas aos

produtores rurais e de hortifrutigranjeiros? Assim também, de outro modo, o revisar do plano

diretor precisa se orientar por outros conceitos até se chegar ao ideário de um plano bem-

delineado: [...] O município, respeitando as diretrizes da legislação do estado e da União –

especialmente a Lei Federal n. 10.257, de 10 de julho de 2001, conhecida como

Estatuto da Cidade –, tem a atribuição privativa, portanto, de decidir sobre seu

ordenamento territorial (BRASIL, 2001, on-line). Isso significa que é o

19

município o único habilitado a promover o parcelamento e a regulação do uso e

da ocupação do solo urbano. Essas decisões são tomadas durante a elaboração

do plano diretor, que geralmente faz uso do zoneamento, que é a técnica de

dividir o território da cidade em zonas e fixar os usos permitidos em cada uma

delas [...] (PINTO, 2014, p. 94).

E mesmo assim, embora Pinto (2014) aponte os zoneamentos como meios de

estabelecer os mapas microrregionais da cidade, as perguntas sobre o tema são subsequentes:

como fazer um plano de recuperação de nascentes, por exemplo, se elas não estão previstas no

plano diretor? Como estabelecer novas áreas de tombamentos ambientais, se estas também

não estão previstas nele? Como efetivar um trabalho de sustentabilidade ambiental, sem a

recuperação do ambiente citadino degradado? Como reestruturar a cidade tendo em vista as

preservações ambientais necessárias?

Quer dizer, o zoneamento ambiental funciona principalmente como instrumento de

planejamento territorial com vistas ao desenvolvimento sustentável, como pensa (GIEHL,

2007). Entretanto, foge ao alcance da vista quando não há vontade política suficiente para se

executar uma revisão de verdade, como também, se o há, muitas vezes, é para delinear um

plano diretor em que se estabeleçam mapas de interesses econômicos, sobretudo,

privilegiando as explorações minerárias.

Daí, algo a que a cidade já está entendendo como mais do que na hora de eliminá-las de

seu contexto citadino. O Plano Diretor não prevê áreas para tombamentos, para loteamentos,

para comércios, residências, habitacionais, para construções, a saber, está-se construindo um

prédio, parece destinado aos serviços de justiça – algo extremamente necessário desde há

trinta anos – mas fora da região central, o que já dificultam as locomoções de usuários da

justiça oriundos das regiões periféricas da cidade.

Na verdade, o plano diretor é um recurso em que se pode demonstrar a satisfação da

população da cidade, pois que é recurso de capacitação da comunidade, com sentido de

melhora de sua própria saúde física. Por exemplo: "[...] o processo de capacitação da

comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior

participação no controle deste processo… [...]” (CARVALHO, 2013, p.5). Quer dizer, nesta

linha, o bom desenho do plano diretor da cidade inspira a compreensão de que sua população

tenha mais saúde física, mental e assim por diante.

Noutra linha, sobretudo, a da consciência político-cidadã, de que a manutenção do

ambiente citadino saudável é o melhor e proporciona o bem-estar dos munícipes. A saber, a

cidade não foi pensada previamente, ela surgiu, e o seu desenvolvimento foi-se dando

conforme a necessidade de seus habitantes. Haja vista retroativa para a Várzea do Pantana lá

dos anos 1880, a mostrar como surge uma cidade.

Entretanto, não significa que ela não possa ser repensada e planejada a contento, desde

que preservada a sua história. Daí, como fica as matas que já são áreas de preservação

ambiental? Como fica a mata, de cuja vegetação é as Canelas de Ema, situada dentro do

Parque Estadual do Rola-Moça? E, por sinal, é dessa expansão urbana que os autores estão

recobrando os sentidos: [...] os Municípios devem ter um plano diretor aprovado pela Câmara

Municipal, que é obrigatório para as cidades com mais de vinte mil habitantes.

O plano diretor é o instrumento básico da política de desenvolvimento e

expansão urbana. A propriedade urbana cumpre sua função social ao atender

as exigências fundamentais de ordenação da cidade que devem estar expressas

no plano diretor [...] (MACHADO; FERRAZ, 2018, p. 229).

É! Esta que em início dos anos 90 estava ameaçada de virar conjunto habitacional? A

saber, o município tem de ter seu plano diretor, exatamente, para evitar que matas como as

compostas por madeira de lei como as Canelas de Ema, se transformem em habitações. Essas

20

exigências, como pensam Machado e Ferraz (2018), devem estar previstas no plano diretor

como garantias de que no futuro essas regras não serão quebradas.

Quer dizer, o que pode ou não ser tombado pelo patrimônio municipal? Onde estão

destinadas as áreas para loteamentos, para comércio, para construções, indústrias, etc.? Qual o

perímetro urbano correspondente ao Centro da Cidade e qual não? Ainda tem perímetro

considerado rural? E assim por diante, perguntas e mais perguntas. “[...] indivíduos e grupos

devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio

ambiente [...]" (CARVALHO, 2013, p.5). É todo o cuidado que a cidade precisa de ter para

que o ambiente seja recuperado e conservado a contento.

Ao final, vê-se, por exemplo, no caso do prédio feito para os serviços da Justiça,

possivelmente não o tenham planejado segundo as normas do plano diretor, ou porque elas

não existem, e o prédio precisa ser construído, ou por que alguém o possa ter autorizado

mesmo fora das normas do plano diretor. Logo, são problemas que precisam ser desenhados,

mapeados e formatados segundo a realidade que se vier a detectar no âmbito da cidade. Ao

passo que também, anela-se para que essas temáticas voltem à reflexão nos próximos

capítulos a serem puxados neste plano de ações gerais.

2.2.7 Fundamentação teórica na falta de educação cultural

Em se tratando de educação cultural, o que se percebe em Ibirité, é que não existem

trabalhos puxados pela prefeitura e voltados para as questões culturais, apesar de haver uma

secretaria de cultura no município. Daí, se se olha para a Serra do Rola-Moça, observam-se de

suas tendências para possíveis práticas de turismos, no entanto, a secretaria de cultura não

olha para a serra com olhares de preparação das pessoas.

A saber, como se educando a cidade com senso sensibilidades visando ao saber sob a

ótica da formação cultural. Para tanto, como pensam: “[...] A primeira, inscrita na vertente do

pluralismo norte-americano da ciência política, vê o poder como capacidade de controle sobre

algo ou alguém: quando uma pessoa ou grupo é capaz de controlar de alguma forma as ações

ou possibilidades de outros [...]” (ROMANO e ANTUNES, 1977, p.116). Quer dizer, para se

ter sensibilidade quanto a aspectos culturais, a valorização da formação cultural no interior do

ser humano, faz-se necessária, tornando-a internalizada em seu ser, será capacitá-lo de

empoderamento.

Senão assim, seja este no conhecer da cultura, na capacidade econômica de

investimentos para tornar a cultura algo empoderado no município, capacidade dialógica, ao

ponto de construir o novo modo de vida das pessoas, a partir das ações delas próprias, e

reconstruir aquilo que ficou perdido no campo das ações humanas, portanto, passíveis de

recriação. Nestes termos, para o autor:

[...] Para Freire (2005, p. 91-92), “Não há diálogo, porém, se não há um

profundo amor ao mundo e aos homens. Não é possível a pronúncia do mundo,

que é um ato de criação e recriação, se não há amor que a infunda”. Outro

aspecto que envolve a dialogicidade é a confiança entre os sujeitos envolvidos

no diálogo [...] (FREIRE, 2005, pp.91-92)

Aí, nessa linha do diálogo, como pensa Freire (2005), como fazer do Parque Estadual

da Serra do Rola-Moça um lugar de turismo? Um lugar passível de patrimônio

ambiental/turístico/cultural? A saber, a falta de estruturação no que tange aos aspectos

culturais, pode ser um. O diálogo com as partes interessadas pode ser outro. Por exemplo: não

há uma casa de cultura na cidade onde se possam referendar práticas culturais, de onde se

possam buscar apoios e orientações para as produções artesanais, artes manuais, dentre outras.

21

Assim dessa maneira, o olhar para as mudanças sociais com base no diálogo, Freire

(2005), precisa ser o ponto de referência. Também, não ha um centro de artes, onde se possam

centralizar muitas políticas de valorização das culturas, de modo geral, seja a música, o teatro,

a dança nem políticas públicas voltadas para a valorização da juventude no que tange à

produção cultural do lugar.

Quer dizer, de outra maneira, é a questão da mudança de comportamento passando

pela mudança das práxis sociais, como versa Quaresma (2012). Daí, perguntas: como

envolver a juventude do lugar nos processos de criatividade, inventividade e produção de suas

artes? Isto é, ao se falar em Casa de Cultura, Centro de Artes, em se tratando de Ibirité, talvez,

se pensar falar de coisas de outro mundo, mas não, não se trata disso, trata-se, na verdade, de

trabalhar para que a cidade pense em coisas do gênero, sob um olhar estimulador.

Contudo, se a cidade pode pagar preços altos aos grandes shows artísticos, por que não

pode investir na cultura popular do lugar? Por que se não envolve a juventude, investindo em

bandas musicais e locais, por exemplo? Nas escolas, não se investem na formação de

habilidades culturais dos alunos, ocupam-se apenas com a formação básica dos alunos e

mesmo assim com esta em defasagem. Daí, outras perguntas: por que não se criam eixos de

ensino e estudos voltados para as habilidades culturais? Por que não se criam espaços onde os

jovens possam desenvolver suas habilidades culturais?

Além do mais, estas são qualidades que elevam a autoestima do lugar, sem contar que

não precisa necessariamente de grandes recursos para desenvolver certos serviços, muitas

vezes, é no próprio lugar que se encontram os adereços, ornamentos e materiais necessários à

composição desses gêneros de serviços culturais. Sem contar também, que é desse

empoderamento, que Romano e Antunes (1977) pensam, ou seja, é o poder pela resistência

pela resistência, ou seja, onde há resistência, há poder e vice-versa.

[...] A segunda concepção, que tem origem na visão de Foucault, não considera

o poder como uma substância finita e que pode ser alocada a pessoas e grupos.

O poder é relacional; constituído numa rede de relações sociais entre pessoas

que têm algum grau de liberdade; e somente existe quando se usa. O poder está

presente em todas as relações. Sem poder as relações não existiriam. Nesta

concepção a resistência é uma forma de poder: onde há poder há resistência

(Iorio, 2002), (ROMANO e ANTUNES, 1977, p.116).

O mesmo se repete, ao se pensar numa biblioteca pública municipal, quanto poder de

resistência ela proporciona: criação de espaços de leitura, de dramatização da leitura, de

transposição do objeto lido ao lugar de transformação da realidade cultural. E isso tem a ver

com educação, sobretudo, educação cultural, bem como tem a ver com o empoderamento das

pessoas. Assim como tem a ver com a dialogia entre os sujeitos, como em Freire (2005), que

proporciona a transformação da realidade, ou seja, é nessa concepção de poder que se está

pensando.

É o poder de dar possibilidades às pessoas, que as envolve num todo organizado, de

modo a se aperceberem como seres capazes de se transformarem a si próprios, bem como aos

outros, e ainda, promovem a transformação do lugar onde se estão, os chãos onde se os pisam

e onde se usam as práxis sociais, como versa Quaresma (2012), para a transformação dessa

realidade, supostamente, não cultural para uma produtiva de cultura, bastante diferente da que

se apresenta no quadro de problemas levantados.

Não existem incentivos aos trabalhos artesanais, manuais, culinários, de cultivo e

conservação do corpo, etc. Ao contrário, aplicam-se recursos muito altos em shows artísticos,

por exemplo, o show de Zezé de Camargo e Luciano e Paula Fernandes, altamente caros e que

não explora nem um pouco a criatividade artística do lugar. Ou seja, não se valorizam a

22

cultura da cidade e, ainda por cima, levam os recursos que poderiam ser utilizados em

investimentos de economia solidária, bem como de economia criativa.

Por que não se investem na promoção de feiras culturais, feiras artesanais, feiras

culinárias, etc.? Por que não se promovem encontros de poetas para a produção de poesias e

outros gêneros textuais? Por que não se resgatam os festivais de músicas, festivais de teatro,

de cinema e cineclubes, etc.? A saber, fala-se de resgates, mas na verdade, em Ibirité, pensar

nisso, seria investir no novo, pois que tais atividades nunca foram objeto de reflexão nem de

trabalho da prefeitura, embora a cidade já esteja próxima dos 60 anos de emancipação.

Nisto, tanto de um fazer cultural pela descoberta de novos apetrechos de saberes,

quanto fazeres culturais que despertem na juventude, por exemplo, o desejo pela cultura do

lugar. E não só a juventude, mas também, os demais setores da sociedade local, ou seja, todos

se adornando de apetrechos e afazeres galgando novos valores culturais. E a cidade ganhando

novas visibilidades, revestimentos, investimentos, fazendo o novo empoderar-se, sob o

resgate e empoderamento daquilo, por vezes, considerado velha cultura.

Finalmente, em se tratando de educação cultural, o que se percebe em Ibirité, é que os

valores construídos e puxados para as questões culturais, apesar de haver uma secretaria de

cultura no município, não agem a contento à necessidade e realidade do lugar. Daí, se se olha

para a Serra do Rola-Moça, observam-se de suas tendências: uma, manter-se a serra viva, e

com ela muita luta, por causa das invasões minerárias, e de lá se olhando a cidade como um

todo passível de resgate de valores culturais.

Daí, outra, marcar a serra-viva como ponto turístico da cidade, portanto, livre das

explorações minerárias, bem como os demais pontos arquitetônicos, dentre outras, por

exemplo, a Ermida do Rosário, a estação ferroviária, a própria Fazenda do Rosário, Fundação

Helena Antipoff e seus conglomerados culturais, a ADAV, para possíveis práticas de

turismos, no entanto, a secretaria de cultura não olha para a serra com olhares de preparação

das pessoas para eventos culturais.

Pois que, não há políticas públicas que visem à recuperação e tombamentos de

museus, artes contemporâneas, valorização das produções culturais e locais, sejam

artesanatos, arquiteturas, músicas, danças, dramaturgias, literaturas, poesias, etc. Haja vista

para o chamado de Centro Educacional, ou seja, poderia ser um teatro municipal - embora

nem nome de teatro tenha.

Aliás, um espaço explorado por diversas atividades diferentes, mas não cumpre o seu

objetivo principal que é levar diversão e entretenimento aos habitantes do lugar. Tudo isso

constitui problemas culturais na cidade. Agora, precisa-se de estudar sobre como resolvê-los

enquanto problemas passíveis de serem transformados em realidade cultural planejada.

2.2.8 Fundamentação teórica na falta de investimentos econômicos na cidade

Em se tratando de investimentos econômicos, o que se vê é que os problemas de Ibirité

passam pela ausência de movimentações micro empresariais ou empresariais, com as quais e a

partir das quais se queiram investir na cidade. A saber, a prefeitura municipal não cria

situações de atração de investimentos: se o viajante procura por um hotel, não o encontra; se

uma pensão, muito menos, talvez, pela proximidade aos grandes centros urbanos na capital,

por exemplo, a região do Barreiro, a apenas 8 quilômetros.

Contudo, deixam-se os investimentos que fiquem lá fora, mesmo porque, não há quem

queira investir sem ser atraído para isto, ou seja, os investidores precisam conhecer da

vontade política do sistema municipal para que eles possam se interessar, buscando a

visibilidade e modos de promover investimentos na cidade. Logo, quais políticas adotar para

que empresas, microempresas, pequenos empreendedores e empreendedores individuais

23

invistam na economia da cidade? Como criar situações de atração de investimentos

econômicos para a cidade?

Dessa forma, olhando-se o que diz: “[...] toda sociedad contiene procesos [...], una

sociedad no puede perdurar a menos que pueda institucionalizar el proceso económico de tal

forma que produzca y reproduzca las condiciones materiales para el sustento de la vida, tanto

humana como de la naturaleza externa [...]” (Polanyi, 2008, pp. 53-78), vê-se que as

movimentações econômicas dependem das políticas institucionalizadas. Quer dizer, se não se

pensar em políticas públicas para os setores econômicos, não tem como promover o

desenvolvimento, porque as movimentações de economia dependem dessas políticas.

Daí, se a cidade não se movimenta, supõe-se não haver políticas interessantes. De outra

forma, reproduzir as condições materiais de economia transforma-se no sustento da própria

vida, e não somente, mas pode ser o sustento de outras economias geradas a partir de uma

centralizada. Por exemplo, a realização de um show artístico. Quantos pequenos negócios não

se podem promover durante esse show? Então, isso tem a ver com a institucionalização de

políticas públicas do gênero econômico.

Nestes termos, conjugar saúde com economia faz-se fundamental, pois que com as

pessoas trabalhando, o senso de economia funciona melhor, a saber, com dinheiro circulando,

as pessoas têm melhores condições de cuidarem da saúde, evitando riscos. Noutros termos, o

sistema municipal é o lugar mais apropriado para se pensar nas políticas de atração de

investidores, quer dizer, verificar se o sistema vai oferecer incentivos para que determinada

empresa se instale na cidade; incentivos para que microempresas, pequenos empreendedores e

até empreendedores individuais possam investir na capacidade econômica do município.

[...] "o dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução

de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de

outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso

universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e

recuperação" (Lei 8.080, 2,1) [...] (CARVALHO, 2013, p.5).

Os produtores rurais, por exemplo, levam-se seus produtos e hortaliças ao SEASA por

preços que os recompensam. Entretanto, os mesmos produtos retornam do SEASA por preços

muito mais elevados, ou seja, faltam conversas e entendimentos para que certa economia

solidária possa ser deflagrada e essas práticas serem alteradas para melhor. Isso ocorre devido

aos comportamentos sociais não perceberem a necessidade de promover mudanças em suas

práticas sociais ou práxis sociais como pensa Quaresma (2012). Muitas vezes, as intenções

dos atores sociais não intervêm na consciência dos cidadãos.

Assim, para o autor: “[...] Encontramo-nos, portanto, em uma esfera prática que

implica a intervenção da consciência como processo de realização de uma intenção

determinada, no curso do qual o subjetivo se objetiva, a intenção se realiza, e o objetivo se

subjetiva; ou seja, o realizado corresponde [...]” (VÁSQUEZ, 2007, p. 331). Daí, o que fazer

para resolver esses quadros em que hortaliças produzidas no lugar possam custar preços mais

baratos no lugar, a antes ter que passar pelo SEASA? O mesmo se sucede à falta de

oportunidade dada aos pequenos empreendedores.

Quer dizer, a partir da própria realidade, se preveem situações de economia, pensar,

tecer, teorizar de um lado, e do outro, transformar quilo que foi pensado e teorizado em

práticas materiais e econômicas, conforme versa Polanyi, (2008). Mas não só, há também a

questão da intenção individual, abordada por Vasquez (2007), que pode esse quadro da

realidade, pois que, quando a intenção individual se objetiva, ela pode intervir na consciência,

de modo tão cidadão, a alcançar as intenções subjetivas, no outro ou no coletivo, e ambas se

complementarem. Estes não aproveitam a oportunidade dos shows para trocarem experiências

de compra e venda de pequenos produtos.

24

Como criar situações de valorização dos microempreendedores, da produção artesanal,

etc.? Como investir na produção cultural do lugar visando ao desempenho econômico criativo

da cidade? E assim, os interesses culturais puxam os interesses econômicos, conforme pensa

Bignetti (2011), Também não há nenhuma movimentação cultural com sentido de valorização

dos pequenos produtores, microempreendedores, das oficinas de artesanatos, das exposições

culinárias, nos investimentos de beleza, etc. Como investir nos produtores rurais visando a um

melhor aproveitamento das hortaliças e hortifrutigranjeiros na cidade?

[...] De fato, as teorias econômicas partem de pressupostos baseados no auto

interesse dos atores econômicos, enquanto que a inovação social se volta para os

interesses dos grupos sociais e da comunidade A inovação social, assim, se

apresenta como uma resposta nova a uma situação social julgada não

satisfatória e visa ao bem-estar dos indivíduos e das coletividades através do

atendimento a necessidades com saúde, educação, trabalho, lazer, transporte e

turismo (Cloutier, 2003) [...] (BIGNETTI, 2011, p.7).

Conseguintemente, para Bignetti (2011), os atores econômicos é que inspiram as

movimentações econômicas do lugar. Se não existem práticas que possam conduzir a cidade

ao exercício da economia solidária, muito menos ao da economia criativa em que tanto se

resgatam valores culturais, por hora, abandonados, e se implementam novos valores de

culturas, quanto se promova o desenvolvimento integral da cidade, eles se identificam nessas

movimentações. Como promover o desenvolvimento da cidade, baseando-se na economia

solidária?

Quer dizer, segundo o autor, todas as movimentações econômicas de uma cidade se

constroem a partir de discussões maduras e laços políticos propulsores de comportamentos

solidários. Para tanto, como pensa: “[...] al menos desde la modernidad, las economías son

construcciones políticas y no el na lectura de Polanyi desde la economía social y solidaria en

América Latina [...]” (Polanyi, 2008, pp. 53-78). Daí, se em toda a América Latina, a

economia solidária tem ganhado força, a Ibirité, também, se pode impetrar essa força, desde

que haja vontade política por parte do sistema municipal.

Como conjugar ações de economia solidária com as de economia criativa? Como

resgatar valores culturais outrora praticados na cidade, mas atualmente desprezados? Como

implementar valores culturais ou cultura dos festivais: de música, de teatro, de dança, etc.?

Quer dizer, não conseguem criar suas próprias situações de economias. De repente, passa

pelas mudanças de práxis sociais, como versa Quaresma (2012), assim, se se está num

marasmo econômico e social, sugere-se mobilizar-se, mudando-se as práticas de economia.

Como criar situações de empréstimos para que os empreendedores do município

tenham condições de investir no município? Daí, para a autora: “[...] Há sempre intenção nas

ações humanas. Na práxis educativa social, os objetivos e as intenções educacionais integram

todas as dimensões do desenvolvimento e da ação humana e, também, as intenções

individuais e coletivas; [...]” (QUARESMA, 2012, p.3). A saber, muitas vezes, não é

interessante ao sistema atual, praticar economias, quanto mais solidárias, criativas, deixar que

as pessoas corram por si mesmas e se mobilizem, se querem sobreviver.

O sistema municipal, às vezes, não se sente responsável por melhorar as condições de

vida de seus munícipes. Essa luta precisa ser travada pelos próprios munícipes. “[...] O

equilíbrio entre oferta e demanda exige, em princípio, competição livre, que implica em um

número tão grande de vendedores e compradores que nenhum dos lados pode impor o preço

ao outro [...]” (SINGER, 2018, p.101). E assim, a cidade inteira não se deixa desenvolver a

contento, ao contrário, fica presa aos movimentos econômicos proporcionados pelas cidades

vizinhas, sobretudo, a capital mineira. Em quais políticas investir com o fim de valorizar e

despertar o comércio, a indústria, e outros gêneros propiciadores de movimentações

econômicas?

25

Como promover a indústria e o comércio, competitivamente, ao ponto de fazer com

que a população gaste seus recursos na cidade, ao invés de fazê-lo em outros centros

comerciais da região? “[...] Para Freire (2005), tudo isso converge para a humanização do ser

humano. Assim, a concepção de educação de Freire compreende um processo que desenvolve

todas as dimensões do ser humano e capacita-o para a práxis social [...]” (QUARESMA,

2012, p.3).

Enfim, são problemas que o sistema municipal tende a estudar, bem como resolvê-los,

e ainda, perguntas para as quais esse mesmo sistema tende a buscar respostas. Se não assim,

como fazer Ibirité sair dessas problemáticas de natureza econômica e galgar um sistema

econômico local mais fortalecido ao ponto dos empreendedores investirem, economicamente,

na cidade? Como implementar políticas de cooperação visando às movimentações

econômicas na cidade? Quer dizer, essas são as políticas de natureza econômica do lugar:

“[...] Portanto, não deve surpreender que as organizações sociais e econômicas inventadas e

mantidas por pobres (desprovidos de propriedade) sejam regidas muito mais pela

solidariedade do que pela Competição [...]” (SINGER, 2018, p.101).

É a forma de reversão do quadro social caracterizado pelas pessoas que vivem abaixo

da linha da pobreza. É um modo de fazer política econômica, apontando a essas pessoas

oportunidades de sobrevivência, ou seja, ao mesmo tempo, em que se pratica a economia na

cidade, pratica-se a solidariedade humana. Isto é o que importa. No mais, espera-se voltar a

essas temáticas nos próximos capítulos sob os quais se desenrolam as premissas deste plano

de ações gerais.

2.2.9 Fundamentação teórica na falta de políticas e organização nos conselhos

municipais

E, assim, a começar pela organização dos conselhos, conforme pensa Oliveira (2004),

prosseguindo-se com a falta de participação popular, no sistema político-administrativo-

municipal, a cidade fica como que sem-transparência, e os conselhos municipais se reunindo

em separado sem que um perceba a funcionalidade do outro e vice-versa, sem-autonomia para

as tomadas de decisões. “[...] Os Conselhos têm origem em experiências de caráter informal,

sustentadas por movimentos sociais, como “conselho popular”, ou como estratégias de luta

operária, na fábrica, as comissões de fábrica [...]” (OLIVEIRA, 2004, 56-69). E mesmo tendo

essas origens não consegue se estabelecer enquanto conselho dos movimentos sociais.

”[...] o debate da Constituinte e levaram à incorporação do princípio da participação

comunitária pela Constituição, [...] várias leis que instituciønalizam os Conselhos de Políticas

Públicas [...]” (OLIVEIRA, 2004, 56-69). Assim sendo, a autonomia dos conselhos começa

sob o amparo da lei. Não é somente a funcionalidade, mas o direito a atuarem de modo

organizado. Daí, porque são oriundos das classes populares, não significa viverem ou terem

de viver sob o senso da desorganização.

E como, perguntam-se: é necessário que um conselho saiba da real funcionalidade do

outro? Dessa maneira, não necessariamente saber em detalhes a funcionalidade de um

conselho para o outro, mas se observa que segundo a Lei 8.142 de 28 de dezembro de 1990,

que define a competência dos conselhos de saúde, Art. 1º, parágrafo 2º, define também as

formas de composição e o grau de democracia, de transparência de capacidade mútua no

âmbito de todos os conselhos.

Quer dizer, se há entendimento para que um conselho saiba das atividades do outro,

significa haver transparência nas relações entre eles e, portanto, há democracia no trabalho de

orientação dos conselhos, o que não acontece em Ibirité. Nesse caso, haja vista para as formas

de composição dos conselhos, por hora, política de saúde, mas por definição legal, políticas

de abrangência dos conselhos, de modo geral:

26

[...] O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão

colegiado composto por representantes do governo, prestadores de serviço,

profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no

controle da execução da política de saúde na instância correspondente,

inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão

homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do

governo (BRASIL, 1990b) (OLIVEIRA, 2004, 56-69).

Quer dizer, noutro caso, em Oliveira (2004), pode-se perceber a falta de organização

interna e integração entre os conselhos, de modo que não existe iniciativa de integração nem

puxada pelo próprio conselho municipal, muito menos pelas secretarias. É claro que o autor,

no caso, aborda sobre o Conselho Municipal de saúde, mas as regras para conselhos são todas

de mesma natureza, em geral.

Já em Gramsci (2007), aponta-se para a vontade política e coletiva, bem como a

consciência operosa que se constrói a partir da necessidade histórica, ou seja, para ele, o

conceito de vontade coletiva está firmado na existência de condições de se criá-la em âmbito

nacional, enquanto no entendimento desta proposta, a vontade coletiva começa a se construir

debaixo para cima. Por exemplo, como versa a constituição: “[...] (Art. 31º, § 3º), denunciar

irregularidades ou ilegalidades (Art. 74º, § 2º), participar dos conselhos de gestão de saúde

[...]” (BRASIL, 1988, p.13).

É na construção popular dos conselhos municipais que se instaura, sob as orientações

técnicas e legais, os novos modos de aplicação das políticas públicas voltadas para o campo

popular. Por exemplo, no caso de Ibirité, em que, segundo pesquisas levantadas, os secretários

quase sempre não participam das reuniões dos conselhos, sabem das decisões via-terceiros e

mesmo assim, não as cumpre.

É todo um jogo de desorientações e comportamentos profissionais desprezíveis, que a

cidade também precisa aprender a desprezar, fazendo conforme ainda versa a constituição:

“[...] obter certidões em repartições públicas (Art. 5º - XXXV), fiscalizar as contas, participar

dos conselhos de gestão de saúde (Art. 198º - III), assistência social [...]” (BRASIL, 1988,

p.13). Quando não participa das reuniões, o secretário justifica? Quais os motivos que o

secretário declara para não participar das reuniões?

O conselho exerce algum tipo de cobrança, junto ao executivo, por o secretário não

participar das reuniões? E essa falta interfere em suas ações, assim como impede que outras

políticas públicas possam ser implementadas. Quer dizer, se olhar novamente a constituição:

“[...] (Art. 206º - VI), cooperar por meio de associações no planejamento municipal (Art. 29º -

XII), receber informações das autoridades [...]”(BRASIL, 1988, p.13), verá que existe todo

um aparto legal apontando para a organização dos conselhos.

Quer dizer, nestes termos, os conselhos podem promover a elaboração de políticas

públicas? Daí, os movimentos sociais e populares ficam sem-direção e sem-participação na

vida da cidade. O executivo municipal proporciona aos conselhos palestras educativas com

sentido de informá-los de suas competências? É a dimensão do significado das mudanças que

são enormes.

“(...) a dimensão e o significado desta mudança são enormes porque não se trata

apenas de ‘introduzir o povo’ em práticas de gestão pública, como preconizava as

propostas da democracia com participação comunitária nos anos 80, quando a

ideia da participação vinculava-se à apropriação simples de espaços físicos. Trata-

se agora de mudar a ótica do olhar, do pensar e do fazer; alterar os valores e os

referenciais que balizam o planejamento e o exercício das práticas democráticas

[...]” (GOHN, 2002, p. 07).

Não conseguem orientar suas comunidades para as próprias situações de economias. Os

conselhos promovem trabalhos educativos, junto as suas comunidades de origem, no fim de

27

ajudá-las em suas organizações? É o reflexo da consciência operosa, como pensa Gramisci

(2007) que, nessa situação, não está conseguindo operar a contento. E assim, a cidade inteira

não se deixa desenvolver também a contento, ao contrário, fica presa aos movimentos

econômicos proporcionados pelas cidades vizinhas, sobretudo, a capital mineira.

Os conselhos incentivam suas comunidades de origem a se organizarem

economicamente? A olhar pelo que consta da: “[...] A sociedade tem o direito de pedir conta a

todo agente público por sua administração [...]” (Declaração dos Direitos do Homem e do

Cidadão, 1789), o sentido dos conselhos só se faz ampliar, pois que é uma maneira bem

política do ponto de vista social, mas também, bem técnica e organizacional, ao passo que

ainda, interativa, consultiva e fiscalizadora.

A saber, têm plenas condições de representar bem as comunidades que os escolhem. Por

exemplo: “[...] Da mesma forma o Decreto-lei n.º 201/67 autoriza o cidadão à denúncia do

prefeito e a Lei de Responsabilidade Fiscal nº 101 de 2000 [...]” (BRASIL, 1988, p.13). Além

disso, falta na cidade paisagens, áreas de preservação que possam ser visitadas, faltam

tombamentos de espaços ambientais, recuperação de nascentes, parques municipais, etc.

Quer dizer, se não é o Conselho Municipal de determinada área, no caso, o meio

ambiente, mas é um Conselho que está jurisdicionado a uma administração geral e que, em

momento oportuno, pode corresponder no mesmo grau de suficiência, quando existe uma

mesa diretora geral para promover essas interações entre conselhos. Aí, já se toca no quesito

da consciência e vontade política que, para Gramisci (2007), é vontade coletiva e nasce ao

centro do sistema federal de participação popular.

Entretanto, para esta proposta tem de nascer ao centro do sistema municipal, pois que a

participação popular transforma as sociedades, mas nasce das bases locais, ou seja, debaixo

para cima. E não só, mas também, elaborar e formalizar as políticas públicas da área, desde

que sob as orientações da secretaria do executivo municipal. Aliás, conforme versa Brasil

(1988), artigo 5º, todos esses atributos fazem parte da gestão fiscal do município, de cuja

responsabilidade parcial, o Conselho Municipal corresponde.

E, nos campos de ação da mesa diretora geral dos conselhos que – é uma política

pública do âmbito dos conselhos a ser previamente pensada – abranja a todos de uma só vez.

Nesse caso, será somente olhar para a constituição: “[...] (Art. 48º e Art. 49º) assegura à

população o acesso à prestação de contas, aos planos e diretrizes orçamentárias, e demais

instrumentos de transparência vinculados à gestão fiscal [...] (BRASIL, 1988, p.13), que se

poderá ver: os conselhos fazem vistorias e leituras do orçamento geral do município? Eles

fazem vistorias e fiscalizações públicas em razões de serviços descumpridos?

Noutro caso, tudo vira questão de democracia e transparência, haja vista para: os

conselhos são consultados pelas comunidades com sentido de receberem orientações técnicas

para serviços? As comunidades levam demandas de sua realidade até os conselhos para que

estes encaminhem as soluções? Os conselhos municipais promovem as organizações dos

conselhos locais? “[...] O direito ao exercício de poder, por parte dos cidadãos, assegurado

pela Constituição Federal de 1988 (Art. 1º, § 1º), permite ao cidadão junto aos Órgãos

Públicos: peticionar, junto aos Poderes Públicos, para a defesa de seus direitos (Art. 5º -

XXXIV), (Art. 204º - II), e (Art. 5º - XXXIII), promover ações judiciais e representações

(Art. 5º - LXXIII) [...]” (BRASIL, 1988, p.13).

Para tanto e, ao finalizar, é com esses olhos que se vislumbram as competências dos

conselhos municipais, bem como, é a partir desse olhar, que se veem as novas formas de

organização dos conselhos em Ibirté. E, assim, conforme pensa Oliveira (2004),

prosseguindo-se com a falta de participação popular, no sistema político-administrativo-

municipal, a cidade como antes sem-transparência, nesses termos passa a ser transparente e

democrática. Noutros termos, os conselhos municipais, antes se reunindo em separado,

deixam de fazê-lo e todos os conselhos se percebem a funcionais e interagindo uns com os

28

outros e vice-versa, não mais inautônomos, bem como plenamente capazes para as suas

próprias tomadas de decisões.

2.2.10 Fundamentação teórica na falta de planejamento ambiental conjugada à

recuperação do meio ambiente local

No caso de Ibirité, em que os maus-tratos ao meio ambiente, são visíveis, em se

tratando da falta de planejamento conjugada à recuperação desse meio ambiente local, como

versa Carvalho (2013), no que tange às regras da saúde, que começam na Constituição

Federal e estabelece o direito à saúde e as linhas gerais desse direito e, concomitantemente,

vêm as Leis 8.080 e 8.142 que regulamentam melhor esse direito. Quer dizer, com a

pontuação de problemas degenerativos do meio ambiente, como: os esgotos a céus-abertos

dominando o Pantana e seus afluentes, dominando a lagoa da PETROBRAS, somados à falta

de investimentos numa estação de tratamento de esgotos, na transformação das águas sujas

em limpas, e na conservação dessas águas depois de limpas.

Dado isso, vale entender o quanto esses maus-elementos naturais presentes no meio

ambiente, vêm denegrindo e degenerando os cuidados com a saúde e seu funcionamento nos

postos de atendimento: “[...] O planejamento urbano [...] Constituição Federal de 1988 [...]

sobre os municípios [...] crescimento econômico sem, contudo, excluir a preservação do meio

ambiente, a necessidade de assegurar dignidade à pessoa humana [...] participação da

comunidade na elaboração [...] planejamento [...]” (SEGUNDO, 2003, 102). Assim dessa

maneira, vê-se que a população precisa estar atenta, não somente, aos processos de discussão

e elaboração do planejamento urbano como e, sobretudo, acompanhar ativamente todas as

etapas.

E acompanhando, no fim de garantir o funcionamento do meio ambiente, e assim,

garantida fica a qualidade de vida e de saúde. De outra maneira, os processos de tombamentos

de espaços ambientais, de matas, e criação de espaços culturais conjugados a ambientes

sustentáveis, dentre outros, podem ser providenciados, não somente como garantia de que

essas espécies vegetais se manterão intactas, mas também, porque estes garantirão

legitimidade a possíveis biodiversidades no futuro, no município, se praticando preservações

de qualidade.

Daí, algumas perguntas surgem: como planejar o meio ambiente na cidade, se o próprio

Plano diretor ainda não estabeleceu as diretrizes de zoneamentos? Assim, no conceito de

Pinto (2014), por exemplo, o município é o único habilitado a promover o parcelamento e a

regulação do uso e da ocupação do solo urbano. Daí, se esse zoneamento não foi feito a

contento, significa necessidade de revisá-lo. Como propor a recuperação ambiental, dentro do

plano diretor, no planejamento geral e em consonância à Lei orgânica do município?

Assim como, Machado e Ferraz (2018), à luz do plano diretor e da lei orgânica se

planejam o meio ambiente e sua recuperação. Agora, como pensa Segundo (2003), se a

comunidade não se fizer presente nesses processos de discussão, essas possibilidades

diminuem. Contudo, se os esgotos se tornaram céus-abertos, como corrigi-los na ordem em

que se situa os orçamentos financeiros para o ano seguinte? É certo que se trata de serviços

muito caros, não tem como fazê-los sem orçamentos específicos destinados a eles?

Para tanto, tentativas se fazem, para evitar maiores degenerações ambientais. “[...] o

setor privado e a sociedade civil sobre estratégias e alternativas que serão adotadas para que

se alcance o objetivo maior desse instrumento que é a promoção do desenvolvimento

sustentável [...]” (GIEHL, 2007, p.76). E assim, prosseguem-se com as perguntas: a cidade

tem estação de tratamento de esgotos? Tem como tornar as pequenas águas do município em

águas puras, cristalinas e potáveis? A lagoa da PETROBRAS tem recuperação? As águas dela

29

podem se tornar saudáveis e potáveis? Como processar essas operações de recuperação dentro

dos orçamentos financeiros existentes?

Quer dizer, como pensa Carvalho (2013), a participação popular pode ser a alternativa

de resposta a todas essas perguntas, porque, ao se identificar os tamanhos problemas

ambientais como os situados em Ibirité, à primeira impressão, sobretudo ao leitor fora desse

contexto e que aparece de quando em quando, é que não há contribuições comunitárias nem

participação das pessoas na vida administrativa da cidade. Daí, para terem bons espaços

ambientais, o autor já diz:

[...] Promoção da Saúde, segundo o Glossário do Ministério da Saúde, é "o

processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua

qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste

processo… indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer

necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente". Mais comumente,

dizemos que promover a saúde é trabalhar nas causas do adoecer, com

participação efetiva das pessoas, como sujeitos e atores de sua própria vida e

saúde [...] (CARVALHO, 2013, p.5).

Quer dizer, também, os problemas relacionados à lagoa da PETROBRAS passam pela

reestruturação das leis de zoneamento, ou seja, o plano diretor já existe, mas não comporta a

verdadeira realidade da cidade. Nesse tanto, vê-se que segundo Meirelles (2006), o Plano

Diretor é um complexo de normas legais e diretrizes técnicas para o desenvolvimento global e

constante do Município, sobretudo, quanto aos aspectos físico, social, econômico e

administrativo, desejado pela comunidade local.

Para tanto, definem-se: “[...] O art 4, inc III, da lei 10.257/2001, conhecido como

Estatuto da Cidade, apresenta um conjunto de instrumentos necessários à implementação e

efetivação da política urbana. Em se tratando do planejamento municipal, foram elencados

instrumentos especiais [...]” (SEGUNDO, 2003, p.102). E o primeiro desses instrumentos

elencados é o Plano diretor. Sem ele, a cidade fica toda desorganizada. Haja vista que não há

lugar definido para as coisas.

O segundo instrumento vai tocar na disciplina do parcelamento, do uso e da ocupação

do solo. Onde se define o que zonear e para que zonear; o que usar no solo, se esse solo está

propício a determinadas construções ou se não; se o solo pode ser ocupado por certas

plantações ou não, e assim por diante. Contudo, a efetivação das políticas urbanas dar-se-ão,

no campo do plano diretor como um todo. É por isso que nele tem de estar definido tudo o

que a comunidade quer para a cidade.

Noutro tanto, percebe-se que, quanto mais envolvida a comunidade estiver nos

processos de discussão, correção e atualização do plano diretor, maiores serão os

aproveitamentos, melhores linhas traçadas, e divisórias melhores, definições e destino de

serviços, mapeamentos à altura da compreensão de toda a cidade. É nessas discussões que

ficam definidas as funções sociais das pequenas águas, a função social da lagoa, se ela vai

continuar no estado degradável, se vai voltar a uma função exclusiva da PETROBRAS, se vai

compor o patrimônio ambiental da cidade, etc.

E este fica definido com o zoneamento ambiental. Ali se definem o que são as grandes

águas e o que são as pequenas águas. O que deve ser feito com elas: se parques aquáticos, se

ambientais, se parques de entretenimentos, e assim por diante. E noutra propositura vem o

30

plano plurianual que acompanha todos os andamentos promovidos pelo plano diretor, desde

as avaliações para efeito de revisão, às para efeitos de recuperação de áreas degradas, como as

áreas destinadas à preservação ambiental, dentre outras. Tudo isso é a participação popular

que define.

Daí, para realizar essas recuperações relativas às pequenas águas e as águas da lagoa,

tem de rever o plano diretor da cidade. Ele não conjuga planejamento com recuperação,

estruturação, preservação, conservação, tombamentos e sustentabilidade ambiental. Daí, como

pensa Segundo (2003), os planos de desenvolvimento econômico e social que estão definidos

nele, buscarem sua desenvoltura com referência às suas diretrizes. Igualmente, o plano diretor

abarca as diretrizes orçamentárias e orçamento anual do meio ambiente.

Assim, desse modo, os gastos previstos e referentes ao planejamento ambiental também

fica à altura da participação da comunidade, o que se denomina gestão orçamentária

participativa. Fazendo assim, a participação popular vai propiciar os planos, programas e

projetos setoriais. E, por isso, na prefeitura, as secretarias, de modo geral, devem estar

interligadas umas às outras pelo fenômeno da intersetorialidade.

De outro modo, vale ressaltar a importância do plano diretor, porque, em muitas

situações, as secretarias dependem dele para definir suas políticas públicas, na prefeitura.

Entretanto, embora o plano diretor da cidade não preveja certas situações como as frisadas

anteriormente, Sirvinskas (2006) sintetiza este conceito ao afirmar que é o Plano Diretor

quem traça a política de desenvolvimento urbano.

[...] O zoneamento ambiental funciona principalmente como instrumento de

planejamento territorial com vistas ao desenvolvimento sustentável. Isso

porque a divisão de determinado território em zonas com diferentes regimes de

uso, gozo e fruição da propriedade será fruto de estudos ambientais e

socioeconômicos e de negociações democráticas entre o governo [...] (GIEHL,

2007, p.76).

E, nestes termos, a mesma síntese se estende, Segundo Giehl, (2007), o zoneamento

divide em zonas com diferentes regimes de uso, gozo e fruição da propriedade. E isto será

fruto de estudos ambientais e socioeconômicos e de negociações democráticas entre o

governo e, naturalmente, a sociedade local. Daí, não tem como definir regras de planejamento

ambiental sem a participação da cidade. É quem habita a cidade que vive os problemas dela. É

claro que os estudos são feitos por técnicos especializados, mas estes têm de ser discutido

minuciosamente com a cidade. Se, ao contrário, a revisão pode ser considerada

antidemocrática.

Agora, noutros termos, Sirvinskas (2006) afirma que é ele, o plano diretor que dispõe

sobre diretrizes estratégicas de desenvolvimento urbano e econômico da cidade e orienta os

investimentos públicos. Ele não prevê áreas para tombamentos, para loteamentos, para

comércios, residências, habitacionais, para construções, parques aquáticos, ambientais, etc.

Daí, novas perguntas: a recuperação da lagoa passa pelas leis de zoneamentos? Tem como

utilizar a lagoa como base de parque aquático? E como Parque ambiental? Tem como fazer

uma rede de esgotos paralela às pequenas águas até chegar a uma estação de tratamentos?

Desse modo, se pensado um planejamento com o fim de respostas a estas perguntas,

fica sabido que há muitos sonhos por de trás delas. Na verdade, a realidade é muito mais

complexa, pois que não há orçamentos suficientes. E se o houver, precisará buscar

31

orçamentos fora, para complementá-los. Daí, o autor aponta: “[...] Para se alcançar um

planejamento que englobe todas as necessidades municipais, alguns instrumentos podem ser

trabalhados para assegurar a melhoria da qualidade de vida da população [...]” (SEGUNDO,

2003, p.102).

De outro modo, perguntar significa perguntar em busca de resposta, mas não significam

respostas exatas, a contento ao momento; entretanto, significam sonhar com respostas

saudáveis. E isto, Meirelles (2006) já demonstrou que o plano diretor representa o desejo da

comunidade. Logo, se a comunidade pensou, discutiu e aprovou o planejamento - esteja ele na

realidade em que estiver - as autoridades político-administrativas têm de, pelo menos,

trabalharem para conseguir realizar os sonhos da sociedade local. Daí, se ao contrário, não

precisa nem planejar a cidade.

Tem como escoar a lagoa, e depois de escoada, proceder com uma limpeza geral em

todo o seu leito? Tem como proceder com essas mesmas limpezas nos leitos dos córregos

escoadores nela? Tem como, depois dos leitos limpos, tanto dos córregos quanto da lagoa,

cobri-los com certas camadas de areia antes de receber as águas limpas? Todas são perguntas

às quais não se exigem respostas exatas e imediatas.

Contudo, pelo mais e para finalizar, segundo Meirelles (2006), o Plano Diretor é um

complexo de normas legais e diretrizes técnicas que visa ao desenvolvimento global e

constante do Município. E essa visibilidade, segundo ele, se estende, sobretudo, quanto os

aspectos físico, social, econômico e administrativo, desejado pela comunidade local. Logo, o

como fazer, os relatórios técnicos vão apontar, no entanto, se a comunidade não se fizer

participativa, os desejos dela terminam por não se concretizarem. No mais, espera-se retornar

a esta temática ambiental noutros capítulos que devem se desenrolar nas próximas trajetórias

deste plano de ações gerais para Ibirité.

2.2.11 Fundamentação teórica na falta de transparência entre executivo municipal e

instituições internas e externas na cidade

Conseguintemente, a prefeitura municipal sempre vive situações de falta de

transparência nas relações do executivo com as instituições internas da prefeitura, por

exemplo, as relações de uma secretaria com outra e seus departamentos de serviços, em que,

muitas vezes, se norteiam pelo assédio moral. A saber, em as autoras, os olhares apontam

para: “[...] Assim, todos os setores da sociedade, incluindo a União, os Estados, e os

Municípios, têm definidos os respectivos deveres e direitos [...]” (TERRA e DUARTE, 2014,

p.7). Quer dizer, as relações, no âmbito dos serviços públicos, precisam se orientar no campo

dos deveres.

E, consequentemente, todas as secretarias, seus departamentos, e instituições fora da

jurisdição da prefeitura, têm seu marco focado nos direitos e deveres, mas no que tange à

execução dos serviços, as relações estão no campo dos deveres. Assim, ou seja, do mesmo

jeito que têm direitos de agir, têm também deveres par cumprirem. Daí, o que se não pode é

as relações externas no interior da cidade, por exemplo, a Câmara de Vereadores em que se

denunciam valores pagos a alguns vereadores, fora dos salários, para votarem matérias de

interesses do sistema municipal e, por sua vez, particulares.

32

Também, as relações com a PETROBRAS que, senão neste sistema atual, mas noutros

mandatos, foram relações estabelecidas com a empresa, prejudiciais aos munícipes, sobretudo

no que tange ao patrimônio ambiental da cidade. Enfim, conforme versam Terra e Duarte

(2014), quando os sujeitos-profissionais não se sentem colocados suficientemente na

produção de um dever, terminam indo além dos direitos que tem.

Às vezes, olhando-se superficialmente, talvez se pensem não haver problemas nisso. Só

que, no atual sistema municipal, já se percebem movimentações que geram muitas

desconfianças por parte da população. A saber, práticas que precisam ser modificadas,

conforme versa Quaresma (2012), no que tange às novas práxis sociais, assim, substituídas

por práticas beneficentes à população local. Se, ao contrário, perguntas que suscitam

respostas: daí, o que seriam relações de transparência do executivo com as instituições

internas, por exemplo? E que seria transparência com as instituições externas? Quais seriam

essas instituições?

Por exemplo, se os mandatos dos Pinheiros sempre foram baseados nas relações de

favores, ou seja, o prefeito sempre visto como um aliado-favorito-populista, de certos setores

da população, mantendo a prefeitura como se lugar de negociatas e por preços muito altos,

sempre em defesa de alguém com dívida de favor-político. “[...] É possível, e necessário,

diferenciar outros tipos de exercício do poder. Por exemplo, o poder para fazer uma coisa (um

poder generativo que cria possibilidades e ações); [...]” (ROMANO e ANTUNES, 1977,

p.116). Desse modo, o que se percebe nessas relações político-sistêmicas é que o poder, que

as autoras chamam: generativo.

E, por isso, tal poder deveria ser para possibilitar as práticas de ações saudáveis e

beneficentes à população, muitas vezes, torna-se um poder degenerativo, capaz de viciar as

pessoas nos hábitos de não saberem usar a coisa pública. De outro modo, por isso, as

perguntas sempre suscitando respostas ainda não dadas: o que seria essas relações de favores?

O que seria um aliado do povo? Como fazer aliança apenas com certos setores da população?

Como é que se estabelecem relações de negociatas?

[...] A partir da visão foucaultiana, se amplia a noção de poder. O poder não é

só poder sobre recursos (físicos, humanos, financeiros) e idéias, crenças, valores

e atitudes. É possível, e necessário, diferenciar outros tipos de exercício do

poder. Por exemplo, o poder para fazer uma coisa (um poder generativo que

cria possibilidades e ações); o poder com (que envolve um sentido de que o todo

é maior que as partes, especialmente quando um grupo enfrenta os problemas

de maneira conjunta, por exemplo, homens e mulheres questionando as

relações de gênero); e o poder de dentro, isto é, a força espiritual que reside em

cada um de nós, base da auto-aceitação e do auto-respeito, e que significa o

respeito e a aceitação dos outros como iguais. Estes últimos tipos de poder,

poder para, poder com e poder de dentro não são finitos, podem crescer com o

seu exercício (Iorio, 2002). Um grupo exercendo estes poderes não

necessariamente reduz o poder dos outros, porém, de toda forma esse

desenvolvimento implica mudanças nas relações [...] (ROMANO e ANTUNES,

1977, p.116).

O que significa dívida de favores político? Tudo emana do poder que os entes pensam

deter. Nisso, se o agente recebeu a confiança da população para o exercício de determinado

poder, como pensam as autoras, estes últimos tipos de poder, poder para, poder com e poder

de dentro não são finitos, podem crescer com o seu exercício. Para tanto, no pensar de

Romano e Antunes (1977), um grupo exercendo estes poderes não necessariamente reduz o

33

poder dos outros, porém, de toda forma esse desenvolvimento implica que tem de haver

mudanças nas relações.

E nesta versão, isto significa que, ao exercer um poder vicioso sobre as pessoas,

intentam contra a confiança que a população depositou nesses agentes políticos, no instante

em que votou neles. Dado isso, sobretudo, no mandato atual, em que o prefeito, não somente

mantém esse tipo de relações, com certos setores da população, como também gasta muitos

recursos para manter essas relações viciosas. Daí, na visão de Romano e Antunes (1977), que

aborda sobre os serviços públicos executados por seus agentes como sendo fruto do dever,

não meramente do direito, então comportamentos como esses indicam que não há

cumprimentos de deveres.

Nesta linha, haja vista para o fato de que só do segundo semestre de 2019 para frente,

denúncias de mais de 500 assessores na prefeitura, contratados com salários acima dos valores

de mercado, ou seja, número incomparavelmente fora da realidade e necessidade do lugar.

Noutra linha, vê-se a coisa pública tratada como não serviço, ou seja, fora dos caracteres de

uma administração popular, como pensam Salm e Menegasso (2009).

Quer dizer, houvesse uma participação popular ativa na administração municipal, sua

falta de funcionalidade não cairia no desmerecimento público e falta de organização

burocrática na gestão participativa, como versam Salm e Menegasso (2009). Daí, o que

seriam, então, essas relações viciosas? A prefeitura realmente conta com 500 assessores? Há

serviços para todos esses assessores? O Ministério Público conhece essas situações de

assessorias? Os salários pagos a eles realmente estão acima dos salários do mercado? E as

perguntas se intensificam, intermitentemente, por causa do caráter vicioso das relações

colocadas a público. Diferente do que pensam os autores:

[…] a coprodução dos serviços públicos a partir da complementaridade dos

modelos e da proposta de administração pública pode ocorrer por meio da

organização burocrática em que haja a gestão participativa obtida por meio de

estruturas de consentimento; por meio das organizações sociais com

características isonômicas; por meio de comunidades engajadas com a

produção do bem público; por meio da responsabilidade social das empresas,

quando elas produzem um bem público, fato amplamente ignorado pelos

estudiosos da administração pública; e por meio do cidadão, em seu papel de

ser político, produzindo o bem público [...] (SALM; MENEGASSO, 2009, p.

112).

Estes são contratos ilegais ou não? Esses cargos e outros estão realmente fora da

realidade da prefeitura? Estão fora das necessidades básicas do sistema municipal? Isto é,

comportamentos adotados por agentes públicos completamente fora das características

isonômicas, fora do anseio das comunidades engajadas com a produção do bem público,

como versam Salm e Megasso (2009). E os comentários e denúncias anônimas se estendem

sobre as relações viciosas com certos vereadores na Câmara Municipal, ou seja, votos

favoráveis às matérias viciosas do prefeito em troca de dinheiro, fora do salário já recebido

pelo vereador.

Quer dizer, não é a estrutura nem exercício de poder pensada por: “[…] na estrutura e

organização do Estado e da Administração distinguem-se nitidamente poder, órgão, função,

competência, cargo e agente [...]” (MEIRELLES, 1998, p.75). O que há é exatamente a falta

de organização e de estruturação dos serviços, ao lado de um conceito degenerativo de

serviços públicos. E ainda, compra de supostas candidaturas, por valores muito altos, para

deixarem de serem candidatos e apoiarem o atual sistema.

Enfim, relações viciosas que precisam ser estudadas a contento, eliminadas e vencidas

pela população. A saber, se a população não der uma basta, tais problemas se perpetuam. Daí,

mais perguntas: essas relações viciosas da prefeitura com essas instituições são apenas

34

boatos? Elas são denúncias anônimas? O denunciante assume a responsabilidade pelas

denúncias? Há constatação de relações viciosas com a Câmara Municipal?

Quer dizer, perguntas com difíceis respostas, pois que, se olhar para: “[...] No setor

público as bases estão apoiadas na legalidade, tanto da responsabilidade na gestão fiscal dos

recursos públicos e prestação de contas, quanto da ordem devolutiva para a população [...]”

(BRAUN; MULLER, 2014, p. 988), verá que tais perguntas buscam por respostas que estão

no campo da legalidade. E se acontece, significa que participação popular no âmbito da

administração pública, não fiscalização por parte do Ministério Público, como não há

prestações de contas, e assim por diante.

Essas relações viciosas são apenas com alguns setores dos vereadores? Os vereadores

são pagos por do salário para votarem favoráveis às matérias oriundas do executivo

municipal? Há suspeitas de compras de candidaturas? Como funciona essas relações de

compras? O candidato troca sua candidatura por um cargo na prefeitura? A candidatura é

trocada por dinheiro mesmo? Ou é trocada somente por apoio comum?

Finalmente, contemplar uma resposta a essas problemáticas todas, constitui-se em

dificuldades imensas, mesmo porque, a ideia não é exatamente responder, mas propor algo

diferente e que tire o sistema municipal do campo das relações viciosas. Para tanto, como

pensam: “[...] A partir da visão foucaultiana, se amplia a noção de poder. O poder não é só

poder sobre recursos (físicos, humanos, financeiros) e ideias, crenças, valores e atitudes [...]”

(ROMANO e ANTUNES, 1977, p.116). Dada uma verdade, o poder, como vem sendo

exercido através de relações viciosas, seu sentido ganha apenas uma adjetivação defeituosa no

campo do fisiologismo, pois que é só isso o que tem se caracterizado com essas denúncias.

Dada outra verdade, o que falta é a boa institucionalização do diálogo. Senão assim,

não se conseguem combater e eliminar os vícios, há anos arraigados ao sistema municipal

com as instituições e certas pessoas da cidade. E o diálogo de que se fala, aparece no ato de

pensar de: “[...] Não há diálogo, porém, se não há um profundo amor ao mundo e aos homens.

Não é possível a pronúncia do mundo, que é um ato de criação e recriação, se não há amor

que a infunda”. Outro aspecto que envolve a dialogicidade é a confiança entre os sujeitos

envolvidos no diálogo [...]” ( (FREIRE, 2005, p. 91-92). A saber, se a falta de amor prevalece,

o diálogo tem de chegar e abrir as portas para que o ato de amor aconteça.

E fluindo assim, tanto os compromissos com os serviços públicos aliados ao campo dos

deveres, conforme o apontado por Terra e Duarte (2014), quanto o exercício do poder

generativo apontado por Romano e Antunes (1977), quanto o exercício da organização

burocrática com participação popular por meio das organizações sociais e isonômicas

apontados por Salm e Menegasso (2009), quanto a distinção de poder pelos órgãos, funções,

competências, cargos e agentes apontados por Meirelles (1998) e, ainda quanto, as bases da

administração pública apoiadas na legalidade, na responsabilidade, na gestão fiscal dos

recursos públicos e prestação de contas, na ordem devolutiva para a população, conforme

versam Braun e Muller (2014).

Enfim, tudo isso, o diálogo pode proporcionar. E a administração municipal não precisa,

necessariamente, ficar presa e indefesa diante das situações de vícios arraigadas nas relações

políticas da cidade. Daí se espera voltar a esta temática nos próximos capítulos previstos neste

plano de ações gerais a ser executado em nossa cidade.

2.2.12 Fundamentação teórica na falta de políticas de saneamento básico

A falta de preocupação com os serviços de saneamento básico fez a cidade de Ibirité se

enveredar, há 30 anos, por caminhos tortuosos, saneamentos contaminados de maneira tal,

quase impossíveis de recuperação, não pelos serviços em si, porém, pelos custos altos. Quer

dizer, segundo Souza (2002), os processos de expansão da cidade e a incorporação de novos

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espaços, seja para edificações, seja ocupação aquática, no caso da lagoa, ou seja, a natureza

modifica-se, cada vez mais, no meio ambiente urbano. Logo, trata-se de um lago artificial,

projetado para atender a serviços exclusivos da PETROBRAS.

Naquele caso, as modificações foram tantas, pois que, a história conta de famílias

sitiantes da área que tiveram de ser indenizadas, deixando o lugar para a ocupação da lagoa. A

saber, desde 1989, por motivo de desentendimentos e até inimizades entre o então prefeito

Toninho Pinheiro e a direção da PETROBRAS local, em razões de 1/5 % de impostos

devidos, naquela época, desde a instalação desta, a 1964, nos limites dos municípios de

Betim-Ibirité, mas ocupando boa parte da área de Ibirité, acredita-se em, aproximadamente,

três quilômetros quadrados, mais ou menos, inclusive, vindo até onde está situada a lagoa,

hoje. Logo, não se trata de área tão-pequena a causar tantos estardalhaços.

Isto é, são as modificações do homem sobre a natureza, como frisa Souza (2002), com

o crescimento urbano: “[...] Os rios são, paulatinamente, aterrados e/ou canalizados, a

vegetação é derrubada, os terrenos são impermeabilizados, sem falar dos graves problemas de

poluição do ar e contaminação dos cursos d´água por inadequadas condições de saneamento

ambiental [...]” (SOUZA, 2002, p.42). Daí, a diferença atenuada pelo autor é que essas

contaminações, na lagoa, aconteceram por vontade política própria. A intenção parecia ser

mesma a de prejudicar o meio ambiente.

Na época, quando se fizeram os estudos histórico-arqueológicos, aproximadamente

cinco anos antes da instalação da PETROBRAS, não se pensaram em limites entre

municípios, pois que, Ibirité era apenas distrito de Betim. Na verdade, tais impostos,

merecidamente cobrados, mas não negociados nem pagos até aquele momento da história. O

que não justificaria soltar os esgotos da maioria das habitações da cidade sobre a lagoa como

forma de vingança. Tais comportamentos somente prejudicaram o meio ambiente e a

população.

Daí, as pessoas se perguntarem: as relações da prefeitura e a PETROBRAS ainda estão

interrompidas? E tem como recuperar essas relações de amizades institucionais? A

PETROBRAS paga os reais valores em impostos por desenvolver serviços nos limites de

Ibirité? É claro, respostas às perguntas não são fáceis e nem imediatas. Se olhar pela

universalização dos serviços de saneamentos básicos e sua finalidade, em Saiani (2007), vê-se

possível e, para ele, tem respaldo legal em instâncias federais.

Agora, para o Ministério das Cidades: “[...] deverá buscar o desenvolvimento de

mecanismos de gestão dos serviços e incentivar o desenvolvimento de modelos alternativos

de gestão que permitam alcançar níveis crescentes de eficiência e eficácia e a sustentabilidade

social, ambiental, econômica e financeira do saneamento básico [...]” (MC, 2007, p.7). A

saber, para Saiani (2002) é preciso buscar apoio financeiro em instâncias federais. Já, o

ministério das Cidades, que é uma instância Federal, orienta para, além da busca de recursos

executarem gestões alternativas para alcançar níveis progressivos de eficiência, eficácia e

sustentabilidade ambiental, pois que o trabalho é muito desgastante, portanto, tem de valer

para a vida inteira, se for o caso. É a contemporaneidade da história dando o toque central.

Entretanto, o que se pode fazer é planejar e, através do planejado, tentar conseguir

recursos fora – porque, a cidade não reúne tais recursos em seus orçamentos – e buscar

respostas para solução de problemas que, necessariamente, não precisariam ter ocorrido.

Contudo se observar o problema pelo problema encontrado, é tentar resolver e pronto. Mas, se

olhar para a constituição, em Saiani (2007), ver-se-á que as políticas de saneamento básico

estão prevista em lei Federal:

[...] A Lei Federal n.º 11.445, de 2007, estabelece as diretrizes nacionais para o

saneamento básico e para a política federal de saneamento básico. Um dos

princípios desta lei é a universalização dos serviços de saneamento básico, para

36

que todos tenham acesso ao abastecimento de água de qualidade e em

quantidade suficientes às suas necessidades, à coleta e tratamento adequado do

esgoto e do lixo, e ao manejo correto das águas das chuvas (Brasil, 2007) [...].

[...] BRASIL (2007). Lei n.º 11.445, de 05 de janeiro de 2007 Estabelece

diretrizes nacionais para o saneamento básico. Casa Civil. Subchefia para

Assuntos Jurídicos. Brasília [...] (SAIANI, 2007, p.315).

Para tanto, os resultados: as relações culminaram na transferência das redes de esgotos

de toda a região distrital do Parque Durval de Barros sobre os córregos e ribeirões que

deságuam no Pantana e, consequentemente, na lagoa. Nesse toque, pontua a Lei Federal,

conforme Saiani (2007), que as diretrizes para o saneamento básico são políticas estabelecidas

em plano nacional. E se o são, a busca por recursos permanece.

Então, não precisa do município sofrer, necessariamente, com a falta de solução de tais

problemas, pois que, basta dispor-se de vontade política e correr atrás dos recursos. Aí, só de

ter disposição para a busca, já se caracteriza interesse pela recuperação da cidade, visando a

torná-la um ambiente agradável para se viver. Noutro toque, a perguntar: tem como, junto a

PETROBRAS, promover a recuperação da lagoa? Para o Ministério das cidades, embora a

pergunta se repita, o desenvolvimento de modelos alternativos de gestão é que vão fazer as

diferenças.

Senão isto, não adiantará a busca de recursos junto á instâncias superiores, pois que se

a falta de saneamento básico requer solução, o agente político local tem de dar a solução, pois

que, “[...] os graves problemas de poluição do ar e contaminação dos cursos d´água por

inadequadas condições de saneamento ambiental [...]” (SOUZA, 2002, p.42). Quer dizer, o

que antes era quase mínimo, ou seja, eram esgotos de apenas uma parte da região central de

Ibirité, considerado demais por sinal, tornaram-se as pequenas águas em grandes problemas

de esgotos a céus-abertos. A cidade tem condições de resolver os problemas do saneamento

básico? Há demandas de serviços para que se possa criar uma instância de secretaria? Existem

interesses entre as populações de cooperar com a prefeitura, não só para execução de serviços

voluntários, mas financeiramente, no fim de resolver os problemas do saneamento básico?

Já Saiani (2007) aponta os dados em nível nacional: “[...] em termos de esgotamento

sanitário, o atendimento urbano com coleta era muito escasso, tendo um índice médio

nacional de 48,3%, e um índice médio nacional de apenas 32,2% para o tratamento desse

esgoto coletado. Destaca-se que, em relação ao atendimento à população de baixa renda, o

índice ainda é mais inadequado, e alcançar uma cobertura mais ampla desse benefício é um

grande desafio [...]” (Saiani, 2007, p.263). Logo, o autor aponta para o tamanho das

dificuldades de prestar esse tipo de serviço em âmbito nacional. E, então, no caso de Ibirité?

Nesse caso, em se considerando os índices em plano nacional, os dados os apontam

como relativamente baixos. Contudo, se fosse adequar a mesma situação à realidade de

Ibirité, que tem de promover o esgotamento, primeiramente, dos córregos afluentes e,

secundariamente, sequenciar os procedimentos até à lagoa, a fim de tentar resolver as

situações emblemáticas que se perpetuam no tempo. Assim dessa maneira, regularizar a

situação do saneamento básico requer muitas discussões, porém, muito mais ações, como frisa

o autor:

[...] a agência não só monitora o contrato (de concessão ou de programa), mas

viabiliza um fórum que tem preocupação em aumentar transparência e

accountability, permitindo a instituição de mecanismos de participação popular

(que são relevantes não só para garantir a adequação do serviço, como também

porque representa uma forma menos custosa de fiscalização) (REGAZZO,

2011, p.391).

Noutro caso, observando-se a preocupação com a participação popular e a transparência

no cumprimento das leis de saneamento básico, bem como de fiscalização dos serviços, como

37

frisa Regazzo (2011), não tem como ocupar-se com o que antes eram somente

desentendimentos, virou inimizade e pirraça contra a direção da PETROBRAS que, por sua

vez, reverteu-se contra, e ambas as revoltas deixaram até hoje a população, embora

involuntariamente, ser obrigada a conviver com a falta de higiene e águas malcheirosas

perpassando, praticamente, todo o município.

A saber, se as políticas forem se ocupar com as situações de inimizades, os problemas

do saneamento básico não se resolverão, ao contrário, tais problemas nesse entorno só se

acumulam. A população reclama por causa dos problemas de saneamento básico? A prefeitura

já tomou alguma iniciativa nesse sentido? A secretaria de saúde já promoveu alguma

movimentação com sentido de preocupação com problemas de saneamento básico? O

departamento de fiscalização sanitária já promoveu algum registro observando a falta de

higiene provocada pelos esgotos a céus-abertos?

Quer dizer, reclamar do problema é uma coisa, gerir o problema é outra. Para tanto, é no

gerir sobre o problema que se encontra a solução. Então, para o autor, atualizar a gestão: “[...]

Aqui é apresentado uma gestão que se encaixa no que já foi e no que está sendo no agora,

gestão contemporânea significa apresentar uma gestão que serve em qualquer tempo [...]”

(SENGE, 1998, p. 37-38). Assim sendo, de repente, é na forma de gestão que mora a

habilidade para tornar os problemas com maiores possibilidades de solução.

E os serviços precisam ser feitos com validade contemporânea. Daí, mesmo que em

Souza (2002), os processos de expansão da cidade e a incorporação de novos espaços para

edificações, a natureza modificando-se cada vez mais o meio ambiente urbano, tudo não vai

passar para além das experiências.

Isto, pois que já se conquistou o domínio da técnica, o domínio da participação popular,

e por ela, o domínio da fiscalização pública dos serviços em consonância à lei. Daí,

finalizando-se, é só promover, constantemente, a conservação do meio ambiente, observando

as regras da sustentabilidade ambiental. No mais, espera-se voltar a esta temática nos

próximos capítulos deste plano de ações gerais para o município de Ibirité.

2.2.13 Fundamentação teórica na falta de políticas de comunicação social

Falando-se da falta de políticas públicas voltadas para a comunicação social, já

começa com o visual desgastado, sobretudo, quando a cidade não tem regras para controlar as

publicações visuais. Em, Duarte, (2009), por exemplo, vai-se ver que a comunicação pública

deve ser compreendida com sentido mais amplo do que dar informação. A clareza na

linguagem, na produção da imagem, na vivacidade das cores é que vão, determinantemente,

agradar aos olhos do público. A comunicação, para o autor, deve incluir a possibilidade de o

cidadão ter pleno conhecimento da informação que lhe diz respeito.

De repente, é aquilo a que já foi mencionado noutro contexto analítico deste plano de

ações gerais: o Plano Diretor, muitas vezes, não dá alinhamento ao que se deve adotar como

regras de posturas na cidade, deixa no geral ou não deixa de jeito nenhum. Igualmente, é

aquilo que, em Kondo (2002), vai-se despontar como regra número 3 da boa comunicação, a

saber, clareza - as funções e responsabilidade dos cidadãos e do governo em contribuir para a

discussão e tomada de decisão que devem ser explícitas.

O que não é, no caso de Ibirité, pois que também não define quem vai delimitar essas

regras. E a cidade fica a observar: outdoors fora dos lugares, comunicação visual agressiva,

causando mais sujeiras aos olhos que a si próprios. Não se definem as coisas. E os fatores

culturais, muitas vezes, por um lado, absorvem as influências de comunicações mal-

intencionadas. Por outro lado, denunciam a falta de visibilidade aos transeuntes leitores e

observadores do mundo a sua volta. Aí, em Mattos (2001), em dado momento, distanciam-se

do sistema municipal, em outro, aproximam-se.

38

E tudo termina, por não haver nenhum órgão público capaz de perceber, como que

autocrítica, as situações de insatisfação, para reparar a falta de sustentabilidade nas

comunicações visuais, que também acabam por interferir no meio ambiente. Daí, nesta linha,

a olhar essas relações da cidade com as comunicações visuais: “[...] A relação entre sociedade

e Estado, o grau de distanciamento ou aproximação, as formas de utilização ou não de canais

de comunicação entre os diferentes grupos da sociedade e os órgãos públicos – que refletem e

acionam fatores culturais, como acima referidos [...]” (MATTOS, 2001, p.30).

Para tanto, dá para ver que, por hora, a população se distancia do Poder Público por

causa das imundícies visuais, fazendo-o críticas; por hora, ela se aproxima, ao querer ajudar e

até propor situações de limpeza pública – tipos mutirões comunitários – mas nem isso resolve.

Os órgãos públicos, voltados para as áreas de comunicação, demonstram, muitas vezes, quase

nenhum envolvimento com a causa. Noutra linha, haja vista para os bons serviços de

comunicações, caso fosse interesse da iniciativa público-municipal: faltam boas salas de

cinema, cineclubes, de jornalismos, publicidade e propaganda, dentre outros.

Quer dizer, em Duarte (2009), a comunicação deve ir além de apenas repassar a

informação. E, se há serviços, se implantados, poderiam ser aproveitados, mas não há

interesses, surgem perguntas: há serviços, por parte da prefeitura, voltados para a

comunicação social? Há possibilidades de se criar trabalhos voltados para a produção do

cinema? Produção de vídeos, de cineclubes? Também, em Kondo (2002), as comunicações

têm de ser explícitas, para que os cidadãos se apropriem da informação e sintam-se à vontade

de participar das tomadas de decisões, no que se refere aos questionamentos colocados.

Mas não só, nas tomadas de decisões, em operações de comunicação junto ao sistema

municipal, faltam cooperações entre as secretarias, entre escolas, sejam municipais, sejam

estaduais. Nisto, há possibilidades de se implementar trabalhos de produção de curta-

metragem junto às escolas? Como é feito o trabalho de comunicação da prefeitura? A

prefeitura presta contas dos serviços através de jornais? A prefeitura faz publicações no diário

oficial ou não? A prefeitura faz propagandas de seus serviços?

Daí, com sentido de tentar responder a estas questões, Rosa e Barbosa (2010), vão

apontar as políticas públicas do campo privado, mesmo porque, há muitos tipos de serviços

considerados públicos, mas que se executam via-instituições privadas. Muitas vezes, o

sistema municipal precisa fazer uso dos serviços temporários, devido à falta de recursos para

manutenção regular dessas situações em termos de contratos. Ora, estes devem ser

temporários, por causa da falta de demandas ou porque a cidade não tem um plano de cargos e

salários.

As lógicas de funcionamento atravessam as relações instituídas por políticas

públicas para atuações privadas na área da comunicação social. A

regulamentação desta atividade é que determina esta barreira, pois é o Estado

que privilegia ou dificulta o ingresso de agentes econômicos. Além disso, as

outorgas para concessões de canais televisivos são concedidas por este agente

político, que, ao mesmo tempo, que regula, também é concessionário de algum

canal, dentre outras práticas (ROSA; BARBOSA, 2010, p. 206).

Por conseguinte, em Rosa e Barbosa (2010), vai-se ver que quem controla essas

relações instituídas pelas políticas com intenções em ações privadas, é o município. Nesse

caso, em Ibirité, já se percebem não haver ações de comunicação voltada para o social nem

sob a ótica dos serviços públicos nem sob a dos serviços privados. A prova disso está nos

tipos de perguntas que a população faz, por exemplo: a comunicação da prefeitura promove a

interação entre as secretarias? Que tipo de interação ela promove?

Noutro caso, vê-se, em Kondo (2002), vai-se despontar quem são os responsáveis por

uma boa relação de comunicação junto aos cidadãos: “[...] Compromisso - é preciso obter o

39

comprometimento dos envolvidos, desde a classe política e a alta administração

governamental até os próprios funcionários públicos [...]” (KONDO, 2002, p. 288). Daí,

quando a população reclama da falta de compromisso das pessoas públicas na cidade, em

muitas vezes, ela tem razão.

Agora, se por um lado, mesmo com a disponibilidade dos cidadãos em mutirões, para

ajudarem nas limpezas públicas, como já foi mencionado, e os órgãos públicos não o negam,

mas também, não tomam iniciativas de acatamento às sugestões, fica clara essa falta de

envolvimento destacada pelo autor. Entretanto, por outro lado, se na limpeza da cidade

acontece essa falta de compromisso público por parte dos funcionários, imaginem iniciativas

públicas focadas em ações de comunicação entre as unidades secretariais da prefeitura!

É por isso que, em Duarte (2009), o cidadão oferece as sugestões por causa da

possibilidade de expressar suas posições e opiniões com a certeza de que será ouvido, com

interesse e a perspectiva de participar ativamente, de obter orientação, educação e diálogo,

bem como correspondência entre esses diálogos. É por isso também que faltam comunicações

entre as unidades de saúde, no hospital, nas UPAs, dentre outros cujas relações possam ser

intermediadas por esses tipos de serviços.

Agora, no que tange à função social da comunicação, na regra número oito que trata

da boa comunicação, pode-se perceber: “[...] Responsabilidade - o governo precisa prestar

contas das contribuições oferecidas pelos cidadãos e, portanto, deve-se investir em

mecanismos que sejam abertos, transparentes e de fácil fiscalização [...]” (KONDO, 2002, p.

288). Dessa maneira, a forma de participação dos cidadãos, em meio a essas relações

estabelecidas pelo sistema municipal, em relação às políticas públicas de comunicação, o que

se vai perceber são perguntas e mais perguntas, para as quais, muitas vezes, não se têm

respostas, por exemplo:

Qual a função social da TV Ibirité? Ela não tem programações sequenciadas e regulares,

por quê? Por que ela não se coloca como TV aberta? E por que também não se coloca como

canal fechado ou pago? Quem, de fato, é o responsável por essa TV? É mesmo um canal de

televisão ou é só para cumprir com determinados contratos, objetivos, para fins determinados?

Faltam comunicações ativas e participativas nas relações da TV Ibirité com a população, ou

seja, é preciso construir relações de valorização da comunicação social na cidade, algo que

não existe.

[...] comunicação pública deve ser compreendida com sentido mais amplo do

que dar informação. Deve incluir a possibilidade de o cidadão ter pleno

conhecimento da informação que lhe diz respeito, inclusive aquela que não

busca por não saber que existe, à possibilidade de expressar suas posições com

a certeza de que será ouvido com interesse e a perspectiva de participar

ativamente, de obter orientação, educação e diálogo. Na prática, isso inclui o

estímulo a ser protagonista naquilo que lhe diz respeito, ter conhecimento de

seus direitos, a orientação e atendimento adequado, passando pelo direito, a

saber, como são gastos os recursos públicos, o motivo e o voto de um

parlamentar, até a possibilidade de ter participação efetiva nas decisões sobre

aquilo que é de interesse público [...] (DUARTE, 2009, p. 64).

Todavia, de outra maneira, em Duarte (2009), dá para ver que a comunicação pública

exige sentido amplo, incluindo a possibilidade de o cidadão ter pleno conhecimento da

informação que lhe diz respeito, sobretudo, aquela informação que ele não busca por não

saber que ela existe. Então, este é o caso da TV Ibirité, que não se coloca enquanto agência de

comunicação, mas fica de quando em quando, usando de programações esporádicas e fins

específicos, descumprindo com papéis sociais, mas alcançando objetivos particulares e, com

40

isso, deixando certas suspeições na mente dos cidadãos. Logo, são estes também problemas

na cidade.

Para tanto, as perguntas se colocam: a TV Ibirité tem papel particular de apoio às

elites de Ibirité? Como é sua programação? O seu trabalho é independente? O seu trabalho é

conjugado com televisão aberta de maior protagonismo? Ela é uma TV claramente aberta ou

fechada? Ela faz trabalhos independentes ou não tem programação específica? Somente tem

programações solicitadas? Como é feito o serviço de jornalismo da prefeitura? A prefeitura

usa a TV para repassar essas informações? Quer dizer, são perguntas para as quais não se têm

respostas. No entanto, não as têm por causa das falhas de comunicação.

Daí, haja vista para: “[...] As falhas e vícios das massas, em média, já distinguimos:

unidirecionalidade, tendências massificantes, verticalismo, reafirmação do poder econômico

ou governamental, [...]“ (MACLUHAN, 1999, p.2). Embora, não se procure por respostas às

perguntas, mesmo porque, o objetivo deste é analisar as situações da comunicação na cidade e

verificar possibilidades futuras de conserto das constatações ruins, no entanto, o autor, ao

apontar as falhas, acaba por responder a algumas das perguntas. A saber, talvez, algumas

destas características já se encaixem na suposta TV Ibirité.

Quer dizer, o que, em Mattos (2001), não é considerada comunicação social, quando

esta estabelece contornos próprios, enquanto as políticas públicas pensadas foram para uma

sociedade. Por exemplo, a conduta de unidirecionalidade destacada pelo autor, mas que a TV

pode estar praticando, ao realizar programações aleatórias sem-devidas regularidades e, por

isso, descumprindo papéis sociais.

Aliás, ao mesmo tempo, que a direção é única e sem participação da cidade, das

pessoas como testemunhas do trabalho existente, pode estar fazendo usos e reafirmações do

poder econômico ou governamental, bem como, fazendo programações para atender a

recomendações particulares de poderio econômico de elites locais. Logo, se é um trabalho de

comunicação social e cumpre com as funções sociais da comunicação, não tem como ficar

inexplícito, executado às escondidas.

Contudo, dado isso, vale pensar estas situações questionadas em relação à TV Ibirité, à

luz de algumas regras da boa comunicação social, como versa o autor sobre a regra número 2:

“[...] Direito - O acesso à informação e as possibilidades de participação devem estar

ancoradas em leis claras e objetivas [...]” (KONDO, 2002, p. 288). Logo, a comunicação

realizada pela suposta TV, não está satisfazendo a cidade por que está ancorada na falta de

participação popular e falta de clarezas e objetividades nas relações estabelecidas por ela.

Também, se pode ver a regra número 3. “[...] Clareza - as funções e responsabilidade

dos cidadãos e do governo em contribuir para a discussão e tomada de decisão devem ser

explícitas [...]” (KONDO, 2002, p. 288). Mais uma vez, a suposta TV se enquadra na falta de

responsabilidade com os cidadãos não recebendo as contribuições que eles poderiam dar, se

estivessem participando dos processos de comunicação estabelecidos pela emissora, bem

como, enquanto emissora de TV não está dando a sua contribuição social com a cidade,

realizando atividades inexplícitas e, como o já mencionado, às escondidas.

Para tanto, vê-se que o mesmo acontece quando se estudam as regras: “[...] 4. Prazo -

é preciso estabelecer prazo suficiente para que as discussões possam surgir e se consolidar ao

longo do processo de debate. 5. Objetividade - as informações fornecidas pelo governo aos

cidadãos devem ser objetivas, completas e acessíveis a todos [...]” (KONDO, 2002, p. 288).

A saber, porque não cumpriu com algumas regras primárias, também acabou por descumprir

com as outras, automaticamente.

Desse modo, aos estudar a regra: “[...] 6. Recursos - o governo deve alocar os recursos

necessários para o desenvolvimento dos mecanismos de governança, incluindo o treinamento

e a capacitação de funcionários públicos. 7. Coordenação - as iniciativas que demandam a

41

participação do cidadão precisam ser coordenadas nas várias esferas do governo para não

haver o risco de ocorrer uma “fadiga por excesso de consulta” [...]” (KONDO, 2002, p. 288).

No caso a regra seis (6), se a participação é popular e o governo municipal apoia as

iniciativas da suposta TV, então, esta tem de preparar, tecnicamente, os funcionários do setor

para que a contribuição social seja realizada a contento dos cidadãos. O que também não

acontece se observando a regra de número sete (7). Agora, quanto ao estudo da regra: “[...] 9.

Avaliação - são necessários instrumentos de avaliação dos mecanismos de governança, a fim

de verificar sua eficácia junto aos cidadãos [...]” (KONDO, 2002, p. 288), pode ser o que

esteja acontecendo neste momento, ou seja, a avaliação do exercício funcional-social da

suposta TV.

Um tipo de serviço que deveria ser feito por prefeitura e população, ao mesmo tempo.

Mas, não ocorre pela falta de função social dela na cidade. Daí, ao se observar a regra: “[...]

10. Cidadania ativa - um dos maiores beneficiários da cidadania ativa é o próprio governo,

que conta com a ampliação da capacidade cívica da sociedade e passa a implementar seus

projetos a partir de prévio processo de legitimação dos cidadãos [...]”(KONDO, 2002, p. 288),

vê-se de uma regra de supra importância no campo da participação popular, e que a suposta

TV não os observa. E, por não observar, todo o seu trabalho permanece ancorado ao campo

das suspeições sociais.

Para finalizar, vê-se que, em Mattos (2001), a relação de comunicação, entre sociedade

e município, o grau de distanciamento ou aproximação, as formas de utilização ou não de

canais de comunicação entre os diferentes grupos da sociedade e os órgãos públicos – que

refletem e incorporam fatores culturais, falando-se da falta de políticas públicas voltadas para

a comunicação social, quando a cidade não tem regras para controlar as publicações visuais.

Daí, em Duarte, (2009), por exemplo, vai-se ver que a comunicação pública deve ser

compreendida com sentido mais amplo do que dar informação. A clareza na linguagem, na

produção da imagem, na vivacidade das cores que vão, determinantemente, agradar aos olhos

do público.

Para tanto, à luz e reflexão do autor: “[...] imposição do padrão de conduta através da

propaganda e publicidade, [...] falta de verdadeira participação das pessoas comuns no

processo produtivo das imagens e no controle eletivo dos meios, autoritarismo do Estado, etc.

[...]” (MACLUHAN, 1999, p.2). Enfim, prosseguindo-se com a compreensão de uma

comunicação social, aos olhos da participação popular, exclui os comportamentos autoritários

do município em relação à comunidade, e da suposta TV em relação ao todo da cidade que

não participa de suas atividades, por estas não cumprirem com a função social da

comunicação. No mais, espera-se voltar a essas reflexões, sobre a comunicação social no

município, nos próximos capítulos, a serem desenrolados, neste plano de ações gerais.

2.2.14 Fundamentação teórica na falta de políticas públicas de desenvolvimento da

assistência e serviço social

Em se tratando de ausência de políticas públicas de desenvolvimento do serviço social,

tendo como referência a cidade de Ibirité, o que se percebe, para Simionatto (2014), a

produção de conhecimentos pelo Serviço Social tem avançado em toda a América Latina,

ampliando sua interlocução com as Ciências Sociais e as diversas temáticas do mundo

contemporâneo.

Contudo, no que tange às ausências, por exemplo, tais conhecimentos se afincam na

falta de atenção básica focada nos serviços sociais, percebe-se que tais temáticas saem do

mundo contemporâneo, para a realidade dura de Ibirité. É claro que a autora está tocando no

quesito da produção conhecimentos, algo extremamente teórico, supostamente, na contramão

da realidade dura colocada pela cidade.

42

A saber, em razões de uma precarização e falta de segurança no trabalho e com a

flexibilização das leis desse mesmo trabalho, como frisa o autor: “[...] a flexibilização e a

precarização do trabalho, o crescimento do desemprego, o aumento do exército industrial de

reserva, bem como do ponto de vista subjetivo, mediante à cooptação da classe trabalhadora

por meio de um intenso processo de transformismo, especialmente, em seus institutos de

representação coletiva [...]” (IASI, 2012, p. 286). Quer dizer, são ausências que até

comprometem o desempenho político do atual sistema municipal.

Isto, se considerando que essas ausências têm origem nessas problemáticas de

flexibilização e precarização do trabalho. A saber, de um lado se flexibilizam e precarizam as

leis do trabalho; do outro, o capitalismo contemporâneo se submete a investigações oriundas

das temáticas e questões sociais: “[...] desvendam a dinâmica do capitalismo contemporâneo

e, ao mesmo tempo, oferecem subsídios à investigação de um vasto campo de expressões da

questão social, tais como pobreza, violência, fome, desemprego, relações de gênero, carências

materiais e existenciais, vinculadas às complexas determinações sociais das novas condições

históricas [...]” (SIMIONATTO, 2014, p. 17-18).

Quer dizer, a pobreza, a violência, a fome, o desemprego, etc. na cidade, tomam como

dolorido o sofrimento devido a uma força do capitalismo capaz de impedir as pessoas de

crescerem socialmente, ao contrário, tornando-as cada vez menos crescente no que tange às

conquistas de emprego, e com ele, a solução do problema da fome, que por si diminui a

pobreza e, possivelmente, a violência.

Desse modo, vê-se ser isso que a prefeitura não leva em consideração essas

precarizações, na hora em que não atende às necessidades dessas pessoas que perderam seu

trabalho e, por isso, estão dependendo da atenção básica dos serviços sociais, principalmente,

porque essa é a hora mais importante para quem carece, quando alguém se dispõe a ajudar. E

é isso que Iasi (2012) coloca como sendo o ponto de vista subjetivo, pois que, é como se a

classe trabalhadora, uma vez vítima dessas sequenciais de violência, faz-se cooptada, ao

conseguir meios de sobrevivência. E isso também nas relações do Estado com a sociedade vai

soar conquistas:

[...] No âmbito das relações Estado e sociedade, as produções captam e debatem

as ‘contrarreformas’ e sua incidência no campo dos direitos sociais e das

conquistas históricas das lutas dos trabalhadores. Temas como políticas sociais

e suas interfaces com os direitos, a cidadania, a democracia, a sociedade civil, os

movimentos sociais, a participação popular, aparecem em produções e

pesquisas mediante análises críticas, desvendam a dinâmica do capitalismo

contemporâneo e, ao mesmo tempo, oferecem subsídios à investigação de um

vasto campo de expressões da questão social, tais como pobreza, violência,

fome, desemprego, relações de gênero, carências materiais e existenciais,

vinculadas às complexas determinações sociais das novas condições históricas

[...] (SIMIONATTO, 2014, p. 17-18).

De outro modo, se considerando a história das lutas dos trabalhadores, como frisa

Simionatto, (2014), por políticas público-sociais na interface dos direitos, da cidadania, da

democracia, dentre outros, Disso tudo, passa ser constatações da sociedade civil, na

convivência com as problemáticas sociais e as dos serviços sociais, apontando, inclusive,

como exemplos disso, as perguntas: Como é feito o trabalho de serviço social na cidade? É

uma cidade que conta com muitas pessoas e moradores de rua?

Dado isso, percebe-se que Offe, (1984) defende a tese de que para a explicação da

trajetória evolutiva da política social, precisam ser levadas em conta como fatores causais

concomitantes tanto exigências quanto necessidades, pois que, de um mesmo lado, existe

tanto um quanto outro, ou seja, as pessoas que sofrem as perdas econômicas por causa do

43

desemprego, da fome, da violência, dentre outras, são as mesmas que – em razão das perdas –

exigem soluções dos problemas, porque se trata de sobrevivências.

E desse mesmo lado estão as pessoas com suas necessidades básicas, que vão,

naturalmente, cair nas situações de exigências. Então, não é só se incomodar com a responder

às perguntas de um ponto de vista teórico, mas de solucionar os problemas do ponto de vista

das pessoas assoladas pelos problemas e de sua dura realidade. E em se trata disso, a

prefeitura, muitas vezes, não se coloca, se deixa questionar, dando a entender que as

comunidades se acostumam e param de perguntar.

Há registros, por parte dos serviços sociais da prefeitura, com sentido de atendimento

a essas pessoas de rua? Há muitos andarilhos de rua, sem-atenção para saúde, vivendo da

mendicância nas ruas, feridos, maltratados, sem-referência familiar, precisando de abrigo?

Existem políticas voltadas para o problema da mendicância? Como ficam os moradores de

rua, em temporadas de frio? Existem programas de alimentação, de tratamento de saúde, de

tratamentos psicológicos dos moradores de rua? Existem abrigos para eles?

Assim sendo, fazer um trabalho de serviço social, requer uma análise profunda e

segura da realidade apresentada, como versa: “[...] Indubitavelmente, a omissão dessa análise

da realidade poderá trazer consequências desastrosas para o trabalho profissional, a exemplo

de respostas conservadoras e de leituras parciais e incongruentes que não ultrapassam a

análise descritiva ou fragmentada das situações apresentadas (FAERMANN, 2016, p. 47-48).

Mas, essa análise profunda não pode ser pensada em termos de respostas a perguntas

como se presentes no campo teórico, mas análises que contemple, de fato e de verdade, a

realidade caracterizada como sendo desastrosa para o autor. As pessoas não precisam de

respostas teóricas, elas requerem práticas de atenção básica. E isso não é por toda a vida, é só

enquanto necessidade básica. É até que se consiga resolver os problemas de sobrevivência

provocados lá pela flexibilização e precarização do trabalho, como pensa Iasi (2012). Então

não tem essa de a prefeitura não se envolver.

[...] os processos de globalização e mundialização do capital, as mudanças no

mundo do trabalho e suas consequências para a classe trabalhadora, tanto do

ponto de vista objetivo, com a flexibilização e a precarização do trabalho, o

crescimento do desemprego, o aumento do exército industrial de reserva, bem

como do ponto de vista subjetivo, mediante a cooptação da classe trabalhadora

por meio de um intenso processo de transformismo especialmente em seus

institutos de representação coletiva [...] (IASI, 2012, p. 286).

Muitas vezes, essas pessoas não tomam banho, não se alimentam, senão das migalhas

aos poucos esmoladas. Existe alguma política voltada para recuperação social dessas pessoas?

Eles tomam banho regularmente? Mas não só, pessoas carentes de um trabalho de reeducação

familiar, psicológico, psicossocial, religioso, de reaprendizagem na convivência social. Existe

alguma política de reeducação e reinserção social? “[…] possibilitou aos profissionais a

compreensão da sociedade capitalista em uma perspectiva de classe [...]” (FAERMANN,

2016, p. 47-48).

Daí vê-se que as problemáticas colocadas apontam para situações de necessidade de

ações de serviços sociais, e estas de intervenção técnico-profissional. Também, não tem como

um profissional do serviço social convencer alguém que já criou o hábito de não tomar banho,

por exemplo, de, de repente, do nada, passar a tomar banho. Não se trata de um ato de colocar

para se banhar, como se fosse uma criança.

Numa verdade, é todo um trabalho de reabilitação de vida, de readaptação a uma nova

realidade, ou seja, criação de novos hábitos. E isso, muitas vezes, requer tempo. Noutra

verdade, o exemplo colocado foi de um adulto com hábitos de rua, de não tomar banho.

Então, só de começar a resolver o resolver o problema, também já se entende que começou o

44

trabalho e reinserção, seja na vida familiar, seja na vida social, senão as duas situações ao

mesmo tempo.

Nesse caso, para Faermann, (2016), a solução dos problemas começa por ações

técnicas oriundas do trabalho profissional. Então, tem de haver interesse político, por parte da

prefeitura, com sentido de reabilitar os serviços sociais da cidade, para a sociedade não

continuar tendo o desprazer de ver essas pessoas maltratadas e não poderem fazer nada. Logo,

também, não é reabilitar os serviços sociais na cidade, mas reabilitar também os maiores de

rua, tornando-os sujeitos socialmente reinseridos.

Para tanto, noutro caso, ao olhar do autor: “[...] Nessa perspectiva de inovação, é

imprescindível salientar que as organizações que descobrirem como cultivar nos indivíduos o

comprometimento e a capacidade de aprender em todos os níveis organizacionais obterão o

sucesso [...] (SENGE, 1998, p. 37-38). A solução dos problemas começa sob uma perspectiva

de inovação, ou seja, não é simplesmente agir técnico-profissionalmente, que os problemas

ficam resolvidos, é tudo de gestão.

Para ele, é preciso aprender a cativar os indivíduos, cultivando neles o

comprometimento, formando neles também a capacidade, seja no campo do resgate da moral

perdida, por causa da indignidade provocada, por exemplo, pela perda do emprego que, por

isso, o indivíduo foi nas ruas. Quer dizer, para Senge (1998), tanto os profissionais do serviço

social precisam aprender a lidar com esses indivíduos de rua, quanto tais indivíduos têm de

reaprender a vida familiar, se for o caso; reaprender a vida social. E isso tudo requer trabalho

e dedicação por parte da prefeitura. Logo, vai depender da vontade política do agente

principal. Então, é uma questão de inovação e, sobretudo, de gestão social mesmo.

E continua, neste contexto, Senge (1998), com a perspectiva de que outros problemas

se relacionam a pessoas idosas vivendo sozinhas, muitas vezes, têm suas aposentadorias

roubadas por farsantes, outras vezes, não têm aposentadorias e saem pelas ruas sem ter o que

comer outros vivendo à custa de familiares, de conhecidos que, por não terem suas rendas,

acabam não sendo atendidos em suas necessidades e terminam na mendicância. Quer dizer,

para ele, tudo questão de gestão.

Estes são os mesmos problemas que precisam passar pela boa gestão do serviço social,

para ter solução. Existe uma secretaria ou um departamento de desenvolvimento social?

Existem visitas de agentes sociais a idosos? Há denúncias de problemas de idosos vivendo

sozinhos? Há políticas de atenção básica voltadas para esses setores da terceira idade? Há

politicas de recuperação das familiares em casos de pessoas abandonadas?

Mas, noutro contexto, o autor aponta: “[...] a investigação do capital enquanto relação

social e a análise da questão social como resultado das contradições do modo de produção

capitalista, na sua maneira conflitante de produzir e de se apropriar da riqueza socialmente

produzida [...]” (FAERMANN, 2016, p. 47-48). Quer dizer, são problemas exigentes de um

bom serviço social.

E estes os atendam nas suas necessidades físicas, pessoais, de reinserção ao convívio

social. Para tanto, necessitam, basicamente, de abrigo. E complementa que é o modo de

produção capitalista que cria essas situações necessitárias de serviços sociais. Há programas

de alimentação barata destinadas às pessoas abaixo da linha de pobreza? Há programas de

alimentação gratuita para as pessoas que não têm rendas?

Finalmente, em se tratando de ausência de políticas públicas de desenvolvimento do

serviço social, tendo como referência a cidade de Ibirité, o que se percebe, para Simionatto

(2014), a produção de conhecimentos pelo Serviço Social tem avançado em toda a América

Latina, ampliando sua interlocução com as Ciências Sociais e as diversas temáticas do mundo

contemporâneo, precisa agora, de uma interlocução com as práticas de serviços sociais na

cidade.

45

A saber, deixar o campo das reflexões teóricas, e guiar-se rumo ao campo das ações

concretas, até que tanto os serviços da cidade sejam resgatados, a contentos sociais, bem

como, sejam recuperadas as pessoas de rua, até que tornem realmente sujeitos reinseridos,

senão, familiarmente, à altura do merecimento, contudo, sujeitos sociais. No mais, espera-se

voltar às temáticas dos serviços sociais, nos próximos capítulos a serem desenrolados neste

plano de ações gerais do município.

1.1.2 Considerações pós-introitos

Em se considerando que os problemas da cidade foram levantados e, por isso,

pesquisados, nos diversos contextos sócio-político-culturais e estes também situados nas

condições de problemas sociais, sobretudo, pelos quais se agora contornados, sob o fim de

que fossem colocados pós-introitos, como que caracterizados, contextualizados e teoricamente

fundamentados.

Para tanto, como estes se passaram por fundamentações teóricas e cumprindo com

finalidades de detectar, no mais profundo, o teor e natureza dos problemas considerados

sociais e, para tanto, passíveis de estudos também, teoricamente fundamentados e, em torno

dos quais, se fossem elevados à categoria de eixos, politicamente, propositivos, também,

politicamente, a contentos ao plano de ações gerais que, mais uma vez, se faz politicamente

desejável e, consideravelmente melhor, se na intenção de estes mudarem, num futuro não

muito distante, os contextos sócio-político-culturais na cidade.

Quer dizer, sob os introitos pontuados, viu-se que foram

caracterizados/teorizados/fundamentados em torno de temáticas como a falta de participação

popular, de saúde pública e educação pública de qualidade, de transporte coletivo adequado,

de um plano diretor adequado à realidade local, de educação cultural, de investimentos

econômicos na cidade, de políticas públicas e de organização dos conselhos municipais, de

planejamento ambiental conjugada à recuperação do meio ambiente local, de transparência

nas relações do executivo com as instituições internas e externas da cidade, de políticas

públicas de saneamento básico, de políticas de comunicação social, de políticas públicas de

assistência social, de políticas públicas para a juventude e políticas públicas nos campos

virtuais, enfim, falta de políticas públicas de desenvolvimento geral, na cidade.

Portanto, temáticas teorizadas e, por isso, consideradas, bibliograficamente,

fundamentadas em seus problemas e contextos. Também, na sua forma, políticas tão-

necessárias, ao ponto de merecerem continuidade nos estudos, agora, sob a forma de

justificativas em seus termos, e referencial teórico no que suas marcas possam alcançar,

sobretudo, se considerando, os problemas nos contextos teóricos fundamentados. Por fim, é

disto que esses introitos, agora se desapegam.

2 QUESTÃO CENTRAL

Como Ibirité, lugar privilegiado nas relações político-administrativo-formais,

posiciona-se, de modo a protagonizar-se enquanto agente principal na promoção de políticas

públicas de participação popular, em processos de reabilitação e de formação da consciência

social e cidadã?

3 OBJETIVOS GERAIS

3.1 Proporcionar aos munícipes de Ibirité, num período de 4 anos ou mais, uma cidade em

condições administráveis.

46

3.1.1 Criar situações políticas, em que todo o sistema municipal, se deixe entremear-se pela

participação popular, visando à eficiência e eficácia na administração político-pública-

municipal.

3.1.2 Trabalhar, incansavelmente, para que o sistema de saúde no município tenha as

condições reais de atender aos munícipes em consonância às reais demandas, seja de

qualidade e evite demandar saúde junto aos municípios vizinhos.

3.1.3 Fazer educação em consonância com reabilitação da cidadania, proporcionando aos

munícipes a consciência pública, na luta constante por educação de qualidade, visando ao

aperfeiçoamento da leitura do mundo no contexto político da cidade.

3.1.4 Efetivar, junto à população da cidade, políticas públicas e transparentes de transportes

coletivos, visando à prestação de serviços de qualidade.

3.1.5 Proporcionar aos cidadãos ibiriteenses de implementação e, ao mesmo tempo, resgate

de culturas, bem como ao alunado da cidade, concernente às necessidades reais do município,

práticas de educação pública de qualidade, ampliando-se sua eficiência à formação de

habilidades culturais em consonância às demandas existentes.

3.1.6 Criar situações de investimentos econômicos, proporcionando a atração de

investidores, ao mesmo tempo, que propicia oportunidades de trabalho e empreendimentos

visando a supostos adventos de economia solidária e criativa.

3.1.7 Planejar o meio ambiente da cidade visando à recuperação, conservação, preservação e

sustentabilidade ambiental conjuntamente a uma revisão do plano diretor proporcionando

situações de ambiência saudável e consciência político-ambiental-cidadã.

3.1.8 Recuperar, através da transparência política, as relações de diplomacia entre o

executivo municipal e as instituições internas, externas, às empresariais e Câmara Municipal,

no fim de evitar e eliminar os hábitos viciosos no âmbito da administração público-municipal.

3.1.9 Habilitar sistemas de desenvolvimento social visando à recuperação de indivíduos nos

planos de tratamento de saúde, de reeducação, tratamento psicológico, etc., no fim de

reinserção social.

3.1.10 Revisar o Plano Diretor da cidade, conjuntamente, aos demais setores

interdependentes e intersetoriais, na prefeitura municipal, visando a um planejamento

ambiental saudável e comungue as ideias e participação de toda a cidade.

3.2 Proporcionar aos cidadãos ibiriteenses, servidores públicos municipais e diversos usos

de informática e internet de qualidade suficiente às necessidades básicas do município.

4 HIPÓTESES

4.1 As politicas públicas voltadas para a participação popular, ao invés de trazerem novos

implementos de participação, trouxe foi maior desânimo e desestímulos às populações.

4.2 Os Orçamentos Participativos como políticas novas e de novos implementos

democrático-sociais, na verdade, por causa dos desestímulos, não trouxeram nada de

novo para a sociedade local.

4.3 A instalação de uma mesa de administração no âmbito dos conselhos municipais piorou

a situação de desorganização dos conselhos, tornando-os muito menos participativos do

que era antes.

47

4.4 A educação enquanto tecnologia instrumental, sumamente importante para a sociedade

local, acabou-se deixando levar pelas influências corporativistas presentes no sistema

educacional, e terminando por tecnologia muito menos instrumental e menos

auxiliadora ainda enquanto sistema proponente de educação tecnológico-instrumental.

4.5 A educação especial preterida enquanto sistema desarticulado do ensino regular

comum acabou-se na mesma situação de antes, pois que, em razão da legislação

vigente e não seletiva, não houve compreensão de que essa suposta desarticulação não

se caracterizasse como sendo ações de educação discriminatórias.

4.6 A educação, em nível intermediário-cultural, também não se concretizou nas práticas

das políticas educacionais, em razão da falta de consciência cultural, se considerando

esta como de suma importância para o exercício da aprendizagem de habilidades

culturais.

4.7 O ensino sob a forma de operação recuperatória não foi compreendido pela

comunidade escolar como nível operatório de ensino comum. Este acabou sendo

compreendido como tão-excludente quanta os níveis de ensino tradicionais.

4.8 A atualização de aprendizagem, sob a ótica do ensino além-faixa-etária, terminou-se

como política pública educacional não praticável, devido à falta demanda escolar de

jovens, adultos e idosos suficientes para comporem os números em sala de aula.

4.9 As demandas de políticas públicas voltadas para as práticas de cultura terminaram por

não se concretizarem, pois que a cidade é muito próxima dos grandes centros urbanos e

a população local já se habituou às práticas de cultura na cidade grande. Daí, Ibirité

continuou a mesma em termos de práticas culturais.

4.10 As políticas públicas de saúde não puderam se interpor no âmbito do sistema de saúde.

Por hora, esta se confunde precária de atendimento básico e pronto-atendimento no

hospital. E, por causa disso, não houve adaptação às novas políticas de saúde.

4.11 As políticas de saúde interpostas pela terceirização do hospital, na verdade, tiveram de

continuar na mesma situação, pois que o considerado ilegal em termos de políticas do

SUS deixou-se de ser considerado como tal, o que terminou por ser a terceirização a

opção mesma do hospital.

4.12 A atenção básica de saúde também não vigorou, nas mesmas proposituras que antes,

pois que, se tinha o propósito de envolver mais as comunidades na participação de

ações de saúde, estas nas práticas não puderam ocorrer, não houve aceitação por parte

das comunidades em colaborarem com o sistema de atenção básica.

4.13 O transporte coletivo continua obedecendo às mesmas regras de antes. Não houve

aceitação do sistema de transporte sofrer as interferências de políticas públicas

inovadoras. E a comunidade também concordou com isso.

4.14 Os incentivos propostos pelo sistema municipal - com sentido de estimular as

comunidades a investirem na produção de economia solidária e criativa, na cidade -

não deram certo, sobretudo, porque a ideia de criação de um banco popular, não foi, na

prática, uma ideia tão-saudável quanto se pensava na teoria.

48

4.15 As políticas públicas voltadas para a formulação de um planejamento ambiental, de

fato não aconteceram, pois que, nas práticas, se exigiam que o saneamento básico

estivesse fora das políticas ambientais. Daí, como tudo se parece interligado, e o

saneamento básico nem de longo-prazo tem jeito. Então, foi melhor não elaborar as

políticas, a ter de cavar recursos fora, se considerando que não há orçamentos próprios

para essas políticas.

4.16 As políticas públicas de comunicação social não vigoraram na forma em que foram

propostas, pois que pra vigorarem, teria de ser implantada, sob um sistema de

secretaria, o que não foi possível, se considerando a falta de demanda de serviços de

comunicação, ou seja, estes somente poderão se dar via-departamento de comunicação

social.

4.17 As politicas do campo da assistência social estavam indo muito bem, porém como o

campo de ação social cresceu demais, e a compreensão era de que os serviços que

aumentaram, deveriam estar sendo geridos no sistema municipal de educação, não no

da assistência social, então isso terminou par cair no desestímulo.

4.18 As políticas públicas do campo da juventude pensadas pelo sistema municipal não

coadunam com a realidade dos jovens, sobretudo, no que tange à educação

profissionalizante. Os jovens não gostam de protecionismos.

4.19 As políticas virtuais, por sua vez, não podem ser executadas no município, pois que

este não autonomia sobre elas, se considerando sua elaboração e execução num âmbito

mais abrangente e superior ao município, mesmo sendo este considerado Estado

mínimo.

4.20 As propostas políticas do campo propositivo estavam muito fora da realidade do

município, por isso, também, não puderam se concretizar, conforme o sonhado nas

linhas gerais deste plano de ação.

5 JUSTIFICATIVAS

5.1 Justificáveis iniciais

Em se tratando de justificativas, o que se pensa possível fazer, é apresentar as razões

que fundamentam os verdadeiros motivos que levaram o Partido Socialismo e Liberdade –

PSOL, bem como sua pré-candidatura a prefeito de Ibirité, a elaborarem um Plano de Ações

Gerais para a cidade. Para tanto, como se trata de uma coletânea de problemáticas, muito

vasta, e selecionadas durante os processos de pesquisas, não justifica implicar todas elas,

como razões justificáveis do plano, senão as principais e as mais motivadoras, durante as

pesquisas.

Então, disso posto, fica assim provado, que essas razões girem apenas em torno dos

principais problemas e que, por serem os principais, também requeiram pormenorizadas

fundamentações e respaldadas pelas mais diversas e atualizadas referências bibliográficas.

Eixos estes - por sua vez - geradores das razões que fomentaram a elaboração do, já

mencionado Plano. Portanto, razões estas, às quais, além de se fazerem justificar, se fazem

também, teoricamente, fundamentar-se, como na sequência, em que estes se colocam:

49

5.1.1. A Filosofia político-partidária

A começar da Filosofia político-partidária, vê-se que o PSOL, como versa Souza

(2006), partido versátil nas linguagens dos campos multidisciplinares, e seu foco está nas

explicações sobre a natureza da política pública e seus processos, enquanto partido de

esquerda e portador – no campo das tendências - de grandes correntes de intelectuais - não

que os demais correligionários não façam suas cobranças, mas os demais - já mencionados - são zelosos nisso, capricham, para que o partido não perca as suas referências estatutárias e,

por isso, de esquerda.

Isto é, estes não deixariam por menos a tarefa de um candidato a prefeito apresentar-

se, ao eleitorado, sem a devida discussão abordando, a propósito, o seu plano de trabalho.

Quer dizer, essas são exigências das forças políticas internas ao partido, impulsionando a

própria organização deste: “[...] O tipo de partido policy-seeking é aquele que possui

programas bem definidos, ideologias articuladas e que busca remodelar a agenda política com

o objetivo de realizar mudanças substantivas em uma série de áreas [...]” (AMARAL, 2010, p.

112- 113). Esta é a lógica do PSOL, por um lado, disputar o poder, mas com senso de

organização.

Mas, por outro lado, preocupa-se tanto com as suas filosofias internas e, às vezes, se

esquece de que também tem de disputar o poder, senão, não é partido: “[...] (AMARAL, 2010,

p. 112- 113). Geralmente, o partido dá mais prioridade às suas ideias e a seu programa do que

às eleições [...]” (AMARAL, 2010, p. 112- 113). É claro que o candidato, sabendo disso, vai-

se policiar, zelando para fazer aquilo de que o partido exige, mesmo porque, se está filiado

nele, é porque corrobora das mesmas iniciativas de autopoliciamento e, por isso, também

profundamente partidário a ele.

Já, em Teixeira (2002), se aponta para as diretrizes, princípios norteadores de ações do

poder público, regras e procedimentos para as relações entre poder público e sociedade,

mediações entre atores da sociedade e do Estado. A saber, dentro da sociedade, está o partido

político que, além de obedecer às suas regras internas, tem também de se ocupar com as

regras impostas pelo poder público.

Então, não é só e simplesmente apresentar ao eleitorado um programa de governo, ser

eleito com ele. Numa verdade, este tem de estar em sintonia com as diretrizes, e os princípios

norteadores de ações assegurados pelo poder público. Noutra verdade, tem também de

cumprir com os papéis sociais a que se submetem os partidos. Nisto, haja vista para a

organização dos partidos como, exatamente, retoma Amaral (2010):

[...] Os partidos podem caminhar em sentido a um tipo ideal ou a outro ao

longo do tempo e sob as diferentes circunstâncias; b) permite a compreensão

dos partidos como organizações que podem possuir características de mais de

um tipo ideal em vários graus; c) possibilita o estudo da disputa interna de

poder. É possível usar a mesma classificação para analisar os grupos internos e

como eles influenciam o partido; d) com o refinamento da operacionalização,

permite a análise tanto do comportamento quanto da organização das

agremiações; e) com definições claras e boas medidas operacionais, é possível

comparar partidos em diferentes lugares e contextos. O tipo de partido policy-

seeking é aquele que possui programas bem definidos, ideologias articuladas e

que busca remodelar a agenda política com o objetivo de realizar mudanças

substantivas em uma série de áreas. Geralmente, o partido dá mais prioridade

às suas ideias e a seu programa do que às eleições. No aspecto organizacional,

conta com intensa participação de filiados/ativistas na vida partidária e com

uma infraestrutura de apoio para o desenvolvimento de políticas [...]

(AMARAL, 2010, pp.112-113).

50

Por conseguinte, as políticas públicas e sociais vão apontar, na realidade do partido:

“[...] são campos multidisciplinares, e seu foco está nas explicações sobre a natureza da

política pública e seus processos.” (SOUZA, 2006, p. 25). Este se referindo à

multidisciplinaridade faz crer que, no aspecto organizacional, os partidos podem até coincidir-

se, no que tange às exigências, ao modo como cada filiado participa, se com muito ativismo,

se com influência sobre as políticas públicas através do partido em que milita.

Contudo, no tangente à infraestrutura dos partidos, sobretudo, o PSOL, por exemplo,

não dispõe desses recursos de que o autor atribui aos partidos. Numa verdade, os partidos de

esquerda, que ainda não tiveram o privilégio do poder, também não o dispõem. Noutra

verdade, o PSOL, por exemplo, para conseguir sua infraestrutura, tem de mover um mundo de

coisas: promover feijoadas completas, campanhas de doações, coletas públicas durante

manifestações, etc. Senão isso, como conseguir realizar seus eventos e disputar seus pleitos?

Nesse caso, para Falchetti, (2017), Ideologicamente, a autonomia se localiza dentro da

tradição libertária, abrangendo pensadores e militantes que refletem e aderem à autonomia

como princípio-chave de organização e ação política. É o caso, por exemplo, dos partidos de

esquerda, preferem manter a autonomia própria sem se deixar envolver pelas influências

econômicas, mesmo porque, o dinheiro sempre se coloca como o mais forte sobre os

processos de organização partidária, ou seja, o dinheiro de outrem atrapalha a organização do

partido.

É por isso que o PSOL, por exemplo, prefere conquistar a sua infraestrutura,

promovendo: feijoadas completas, campanhas de doações, coletas públicas durante

manifestações, festas com arrecadações na entrada, etc., para não se permitir ao poder

econômico, porque ele é exigente de um poder atrelado, que coopta as forças do partido. Aí,

depois, tudo o que partido quer fazer, depende do poder financeiro do sujeito que fez as

supostas contribuições ao partido.

Noutro caso, como pensa o autor sobre as organizações partidárias que se deixam

mover pelo poder econômico: “[...] O tipo vote-seeking, por sua vez, é aquele cujo principal

objetivo é vencer eleições. Seu programa é mais maleável e pode ser mais facilmente alterado

para maximizar as possibilidades de vitória eleitoral [...]” (AMARAL, 2010, p. 112- 113).

Quer dizer, é o partido que não se importa com sua autonomia, e organização interna, e

compromissos sociais, e responsabilidade no exercício do poder, e respeito próprio e mútuo, e

muita coisa a mais.

A saber, é o partido que vende a sua organização como forma de cumprimento do

objetivo de vencer as eleições, mas também, depois não governa, pois que suas lideranças,

muitas vezes, não sabem lidar com o dinheiro e, ao invés de dominá-lo, se deixam dominar

por ele. Daí, pergunta-se: de que terá valido o exercício do poder para essas lideranças?

Diferente do modo como Falchetti (2017) aborda as questões referentes à organização

partidária:

[...] É possível identificar determinados elementos anarquistas e marxistas no

ativismo autonomista, por vezes, misturando fontes e referências dos diferentes

campos teóricos, em 123 Maria da Glória Gohn Caderno C R H, Salvador, v.

31, n. 82, p. 117-133, Jan./Abr. 2018. Muitos movimentos contêm membros das

distintas orientações, como é o caso do próprio MPL. Internamente ele é

composto por um pequeno grupo de militantes de um amplo espectro social que

congrega punks, feministas, professores, artistas, estudantes, trabalhadores e

desempregados, em sua maioria, jovens, usuários do transporte. Há uma

rotatividade relativa dentro do movimento, o que envolve uma variação grande

no perfil dos manifestantes, de modo que a identidade está mais na partilha dos

princípios organizativos e de ação [...]” (Falchetti, 2017, p. 12).

51

Se olhar para a forma como Falchetti (2017) vê os processos de organização nos

movimentos sociais que, geralmente são partidários - senão sob uma sigla exclusiva, mas

partidários de alguma sigla por simpatia - mas que neste estudo independe de partido político,

suas formas de composição, as características de seus componentes, por exemplo, cada grupo

se apresenta sob uma identidade social diferente: punks, feministas, estudantes,

desempregados e outros. Entretanto, todos se dão às mãos no interior do movimento.

Nenhum discrimina o outro por ter as características que tem e assim por diante.

Diferente da forma de organização apresentada por: “[...] O nível de envolvimento dos

filiados na vida partidária é baixo, a estrutura partidária não é grande e as campanhas

eleitorais são altamente profissionalizadas [...]” (AMARAL, 2010, p. 112- 113). É claro que

essas filosofias de vida de um partido não comporta durabilidade, pois que, o centro de sua

formação política está ancorado no poder econômico de seus correligionários.

Por isso, não se diz nem militantes, porque não há militância, o que há são pequenas

reuniões, no tempo determinado das eleições, para formalizar o que já foi comprado pelo

poderio econômico. A saber, essas filosofias são futilidades políticas, das quais, pensa-se, a

sociedade ibiriteense já se cansou, pois que, são os mesmos que investem muito dinheiro

durante as campanhas, porém, quando chegam ao poder, sugam toda a máquina.

E isso, através das superfaturas, dos emolumentos disfarçados em contratos

terceirizados e rachados, ao mesmo tempo. Tudo, como forma de depredar os cofres públicos.

Também, é claro que um partido de esquerda que se dá ao respeito não comunga com essas

organizações. E é nisto que mora a infraestrutura do PSOL. Fazer-se partido que respeita,

sobretudo, o eleitorado que votou nele, mas a população como um todo, independente de

apoio político.

Portanto, em se tratando da Filosofia político-partidária, vê-se que o PSOL, como

versa Souza (2006), abordando sobre os campos multidisciplinares das organizações

partidárias, e para esta justificativa, um partido versátil nas linguagens da diversidade, vai

adotar como pensamento, agora: “[...] As pessoas vão então compartilhar essas experiências,

torná-las equivalentes, dar-lhes uma linguagem, transformá-las em demandas e tentar

construir propostas e reivindicações, bem como modificações da realidade e dos formatos em

que a realidade se baseia [...] (Boltanski, 2017, p. 10).

E é isto o que interessa ao PSOL, isto é, como o já mencionado, o próprio partido não

permitiria, por menos, a tarefa de seu candidato a prefeito apresentar-se, ao eleitorado, sem a

devida discussão abordando, a propósito, o seu plano de governo. Então, em razão dessas

motivações todas, a Filosofia Político-partidária do PSOL passou a ser a razão primeira, pela

qual, se está justificando esta alternativa de Plano de Governo.

5.1.2 A opinião pública em seus diversos contextos citadinos

A começar da opinião pública, sob o olhar pretenso e fenomenal da autora: “[...] O

estudo da opinião pública, como fenômeno, implica no levantamento dos fatores psicológicos,

sociológicos e históricos [...]” (AUGRAS, 1998, p.21). Para ela, necessário será também

passar em revista os meios de expressão da opinião, porque esta, muitas vezes, se confunde

com manipulação de opinião. E é isso que soou diferente no campo das ideias e discussões, no

seio do PSOL.

Afinal, para Lippamann (2010), mais a frente, se verá que a opinião, muitas vezes, é

somente fruto de comportamentos humanos, o que para esta proposta soa como soltos, sem

muita reflexão. Só que, depois, também se percebe que nada disso soa tão mais forte que o

próprio ato de opinar. Todavia, para esta proposta, somando-se aos diversos contextos da

cidade, o que se nos faz pensar é o caráter, muitas vezes, favorável desta em relação ao

52

ideário de plano de governo, sobretudo, porque essa opinião tem um profundo significado

para a candidatura do PSOL nestas eleições 2020.

Agora, quando se começa a olhar para a opinião no contexto dos comportamentos

humanos, pensa-se, às vezes, que a opinião possa ser apenas um modo de comportamento das

pessoas, conforme demonstra: “[...] Aqueles aspectos do mundo que têm a ver com o

comportamento de outros seres humanos, na medida em que o comportamento cruza com o

nosso, que é dependente do nosso, ou que nos é interessante, podemos chamar rudemente de

opinião pública [...]” (LIPPMANN, 2010, p.40).

Contudo, ao solicitar a opinião de alguém sobre algo importante, aí se vê que o que,

em princípio, parecia apenas demonstração de comportamento, por hora, se coloca como

sendo algo passível de absoluta consideração, e é mais uma atenuante de justificativa desta

proposta de governo, sobretudo, porque, em Augras (1998), a percepção é que o levantamento

dos fatores psicológicos, sociológicos e históricos, numa pesquisa de opinião, são

incomensuravelmente importantes, para se alcançar bons resultados.

E isso porque uma das fontes de sugestões de proposta a este plano, foi via-redes

sociais, ou seja, quando a pré-candidatura do PSOL solicita da opinião pública, nas redes

sociais, sugestões de propostas com finalidade de composição de um plano escrito de governo

para a cidade de Ibirité, e o índice de participação mui significativamente alto, se sobrepõe, é

porque a proposta agradou a esse público.

Isso atua, predominantemente, sobre o somatório de incentivos à candidatura. A saber,

assim, como em Lippmann (2010), se acode à ideia de que a opinião pública se conceitua num

comportamento humano referente aos outros, e que é dependente da gente, porque é também

interessante para a gente. Então, tocando nisto, percebe-se que esta opinião das redes sociais

sobre fazer um plano de governo, inclusive, como forma de divulgação da imagem do pré-

candidato soou profundamente agradável aos olhos do partido e, concomitantemente, aos da

candidatura. [...] A opinião é uma crença que tem consciência de ser insuficiente tanto

subjetiva quanto objetivamente. Se a crença é tão somente subjetivamente sufi

ciente e é, ao mesmo tempo, considerada como objetivamente insuficiente, é

chamada de fé. Enfim, a crença sufi ciente tanto subjetiva quanto

objetivamente é chamada de ciência. A sufi ciência subjetiva denomina-se

convicção (para mim mesmo), e a sufi ciência objetiva, certeza (para todos).

Não me deterei para explicar conceitos tão claros [...] (Kant, 2009, p. 515).

Quer dizer, o conceito de opinião, abordado na contextualização anterior, aponta para

um primeiro contexto em que a opinião pública, em Lippmann (2010), se origina dos

comportamentos humanos, o que para esta proposta fica entendido como sendo

comportamentos soltos, sem muita reflexão, pois que acontece muito rápido, mas que, nas

ruas, através de conversas informais, ônibus coletivo, ficou possível conhecer as intenções da

comunidade, quanto ao perfil de candidatura e, para tanto, a pré-candidatura do PSOL sentir-

se incentivada.

Entretanto, já num segundo contexto, a opinião pública, em Augras (1998), vai

implicar no levantamento dos fatores psicológicos, sociológicos e históricos, dentre outros, o

que para esta proposta fica compreendido como sendo, exatamente, os pontos em que se faz

refletir sobre os conteúdos da opinião dada. Daí ficou possível perceber as intenções da

comunidade, quanto a pesquisas nos polos educacionais, enquanto, mais uma vez, a pré-

candidatura do PSOL sente-se estimulada.

E como exemplo disso, ficou colocada a consulta às redes sociais sobre sugestões

concretas que viessem compor a proposta de governo da pré-candidatura do PSOL às eleições

2020, e constituindo-se, com as sugestões nas redes sociais como sendo um terceiro contexto

em que a opinião pública desponta-se como estimuladora da pré-candidatura. Daí,

53

prosseguindo-se, volta-se à mesma autora, com o objetivo de justificar esta proposta de plano

de governo.

Dado isso, apontando a opinião, mas sob a assertiva de que a retenção de informação

estatística, em Augras (1998), pode ser considerada forma legítima de atuação do poder, ou

seja, a autora se expressa sob a afirmativa de um suposto resultado contrário ao esperado pelo

agente político que, no caso, opta por reter a informação do público com finalidade de se

manter mais facilmente no poder, quando for o caso de manutenção do poder.

Diferente do compreendido por esta proposta que se firma sobre a ideia de que, se

pensando o plano de governo como meio seguro de exercício do poder. “[...] Reter

informação estatística é considerada forma legítima de atuação do poder, razão pela qual

alguns legisladores [...]” (AUGRAS, 1998, p.21). A saber, as leituras da autora, ao escrever, e

sobre ela, ao lê-la, apontam para um contexto da opinião centrado nas ideias de que governar,

sob a companhia e direção de um Plano de Governo, nos contextos políticos conjunturais e

atual, soa mui agradavelmente aos olhos do público opinante.

Então, se a premissa nesta opinião pontua comportamento científico, a ideia de coleta

de sugestões no contexto das redes sociais, tem tudo a ver com as exigências do PSOL, no

sentido de sua candidatura apresentar ao eleitorado, durante as próximas eleições 2020, as

suas propostas constantes de seu plano de governo. Igualmente, a mesma autora, Augras

(1998), reforça a assertiva de que os partidos políticos é que não devem controlar os órgãos

estatísticos de opinião: “[...] defendem a tese de que os órgãos estatísticos oficiais deveriam

ser controlados por instâncias não político-partidárias [...]” (AUGRAS, 1998, p.21).

“[...] Os governantes, de modo geral, pensam o contrário” (AUGRAS, 1998, p.21).

Enfim, estas referentes às formas de opinião pública, se despontam como sendo o Plano de

Governo um recurso, politicamente, novo e capaz de fomentar maneiras novas de fazer

política na cidade. Diferente de Bourdieu (1973) que vai apontar como sugestivas as opiniões

emitidas pela metodologia dos postulados:

[...] Qualquer pesquisa de opinião supõe que todo mundo pode ter uma opinião;

ou, colocando de outra maneira, que a produção de uma opinião está ao alcance

de todos. Mesmo sabendo que poderei me chocar com um sentimento

ingenuamente democrático, contestarei este primeiro postulado. Segundo

postulado: supõe-se que todas as opiniões têm valor. Acho que é possível

demonstrar que não é nada disso e que o fato de se acumular opiniões que

absolutamente não possuem a mesma força real, faz com que se produzam

artefatos sem sentido. Terceiro postulado implícito: pelo simples fato de se

colocar a mesma questão a todo mundo, está implícita, a hipótese de que há um

consenso sobre os problemas, ou seja, que há um acordo sobre as questões que

merecem ser colocadas [...] (BOURDIEU, 1973. p.1).

A continuar, em Bourdieu, (1973), também abordando sobre a temática da opinião,

mas agora, esta como recurso de poder, ou seja, para ele, todas as pessoas, sem tirar nem por,

são capazes de produzir e emitir opiniões. Em razão disso, talvez, os autores apontem de

modo diferente: “[...] a opinião é o conhecimento imediato (baseado nas experiências vividas)

que se apresenta como um conjunto falsamente sistemático de juízos, [...]” (Japiassú e

Marcondes, 2006, p. 207).

Este é um conceito que os autores formalizam com sentido de construção da opinião

sob a evocação da experiência. Quer dizer, para os autores, qualquer pessoa, seja falante da

norma popular de linguagem, seja da linguagem coloquial, seja norma culta, seja científica,

aliás, pode ser até analfabeto, mas como o sujeito é falante, no uso de determinada linguagem,

é plenamente capaz e está apto a emitir opinião sobre determinado assunto a que lhe

convenha.

54

Se assim visto, em Bourdieu (1973), vai-se conhecer o conceito de opinião sob a ótica

da trilogia dos postulados, ou seja, pensar-se, por exemplo, num triângulo e em cada aresta a

presença de um postulado. Assim, de um modo, sendo, numa primeira aresta, a do topo de

triângulo, supõe-se, aonde se situa e se postula o primeiro conceito de opinião, ou seja, o

postulado da opinião como estando em poder de todas as pessoas.

De outro modo, numa das arestas de base, o segundo postulado, centrado na

compreensão de que todas as opiniões, independentemente, de normas de linguagem, estão

contidas de valores. Prosseguindo-se, ainda de outro modo, o terceiro postulado, centrado na

compreensão de que a opinião é implícita. E, para esta proposta, se é implícita, significa que

todas as pessoas são capazes de opinar, mas nem todas querem colocar sua opinião a público.

E daí, se traduz uma ideia de acordo, pois que, quem não colocou em público a sua opinião,

deduz-se a ideia de consenso com as demais opiniões.

Entretanto e, para finalizar, a trilogia de Bourdieu (1973) não se choca ao conceito de

opinião formalizado por Japiassú e Marcondes (2006), pois que a diferença está no emprego

das palavras, enquanto Bourdieu (1973) usou o método da trilogia dos postulados. Assim,

para os autores, a opinião se coloca através: “[...] de representações esquemáticas e sumárias,

elaborado pela prática e para a prática, visando a traduzir as necessidades em conhecimentos e

a designar os objetos por sua utilidade [...]” (Japiassú e Marcondes, 2006, p. 207).

Quer dizer, disso posto, se começar da opinião pública, sob o olhar pretenso e

fenomenal da autora, ao passo que também, sob o olhar pretenso, da pré-candidatura do

PSOL: “[...] O estudo da opinião pública, como fenômeno, implica no levantamento dos

fatores psicológicos, sociológicos e históricos [...]” (AUGRAS, 1998, p.21), significa revisar

os meios de expressão da opinião, para que ela se promova, seja por trilogias, seja pelo

domínio das diversas linguagens, seja por quaisquer outras formas de expressão, mas jamais

seja confundida com manipulação de opinião.

Contudo, nos contextos da cidade, sobretudo, em salas de aula e reuniões de pais-

mestres, mais uma vez, ficou possível perceber as intenções da comunidade quanto ao perfil

de uma candidatura. Daí se constituindo um quarto e último contexto em que a opinião

pública local atua como estimuladora da pré-candidatura do PSOL. E é isso que soa diferente

no campo das ideias e discussões, no seio do partido. Daí, tais contextos diferenciados de

pesquisas, destacarem-se como eixos justificáveis deste plano de governo da candidatura do

PSOL nas eleições de 2020.

5.1.3 A falta de lideranças políticas e preocupação com a desorganização no sistema

municipal

Em se tratando de falta de lideranças nos diversos campos de ações da política e nos

contextos nacional, regional e local, o que se vê é que a ausência de lideranças implica

também na ausência de organização. Nesse ponto, se enfocando o contexto municipal e

olhado pela ótica da eficácia, percebe-se que: “[...] não há explicação simples para o que

constitui um comportamento de liderança eficaz – a eficácia do líder varia de uma atuação

para outra [...]” (GRIFFIN e MOORHEAD, 2006, p. 282).

Nisso posto, o comportamento do líder, supostamente, eficaz, por si só – supõe-se – já

produz explicações sobre o caráter de liderança demonstrado, porque, de um lado, exerce o

papel de um líder criterioso e, por isso, não precisa, necessariamente, explicar por que

consegue eficácia com seu trabalho de liderança. De outro lado, a eficácia no trabalho de um

líder varia de acordo com o modo de atuação.

E, de repente, em Banov (2011), abordando sobre os estilos de liderança, vê-se que

estes partem do pressuposto de que não existe um único estilo ou característica de liderança

válida para toda e qualquer situação. Quer dizer, há diferenças no modo de liderar, pois cada

55

líder tem seu jeito próprio. Contudo, é nesse modo de atuação pensado, também, por Griffin e

Mooread (2006) que as lideranças se diferem, sobretudo, porque, cada líder carrega sobre seus

ombros as diferenças individuais que, por si só e até sem querer, essas diferenças e

particularidades se deixam transferir para os contextos de seu exercício profissional.

A saber, não tem como – o ser humano que está no papel de líder – não se deixar

transferir aspectos das características pessoais para o cargo a que ocupa durante o exercício

profissional, embora se saiba que esses comportamentos pessoais não possam predominar

sobre as características do líder, durante o exercício profissional, ao contrário, o que deve

predominar são as características do profissional.

Noutro ponto, a olhar pela ótica da atuação: “[...] Quando se fala em liderança, são três

fatores que devem ser levados em consideração: o líder, o grupo e a situação, sendo a situação

o fator de importância na determinação de quem deverá ser o líder e o papel que ele deverá

desempenhar [...]” (BANOV, 2011, p.33). Daí se vê que o trabalho de liderança não se

conota, primeiramente, pela ótica da eficácia, mas pelo modo como o líder atua e demonstra

sua eficácia na atuação.

Disso posto, Banov (2011) vai apontar para o leitor que o trabalho do líder, para ser

exercido, tem de, primeiro, existir três elementos-chaves: a situação necessitária de liderança,

o grupo exigente de atuação do líder e o líder. Quer dizer, se não existirem tais elementos, fica

difícil compreender o exercício analítico da proposta autoral. Contudo, necessário se faz

compreender a falta de lideranças políticas.

Isto, secundariamente e, sobretudo, nos processos de organização do sistema

municipal, no caso de Ibirité, por exemplo, se consolidam, exatamente, as lideranças que

chegam ao sistema, principalmente, porque não reúnem as características e habilidades

necessárias para o exercício dos cargos. Assim, desse modo, em Bennis (1996), quem escolhe

os líderes não pensam, necessariamente, em seus atributos enquanto líder.

Não pensa que, para o exercício da liderança, o sujeito precisa reunir as habilidades, às

quais, possa utilizar como suporte, nos momentos das adversidades. E essa falta de

preocupação com os processos de organização no sistema municipal, bem como com a

habilidade técnica das lideranças políticas no exercício, sobretudo, dos cargos confiáveis,

constituem razões justificáveis do plano de ação, mesmo porque, todo líder, se foi escolhido e

não está preparado, precisa ser capacitado para enfrentar as dificuldades do cargo. Se, ao

contrário, vai deixar transparecer a seus liderados que o sistema é desorganizado. E é com isso

que Bennis (1996) vai-se preocupar:

[...] Desde então, a importância e o valor de um líder se fazem sentir

praticamente em todas as direções dentro das organizações e não somente pelo

grupo de colaboradores. Os líderes são importantes por três motivos: em

primeiro lugar, eles são responsáveis pela eficácia das organizações. O sucesso

ou fracasso de qualquer organização. Em segundo, as adversidades que

encontramos pelo caminho às vezes nos deixam sem rumo, então buscamos nos

líderes um caminho, um porto seguro. E em terceiro lugar, o líder é aquele que

conhece o problema, mas não se prende ao contexto, seja ele por conta dos

cenários administrativos voláteis ou fusões e aquisições ou ainda por fatores

demográficos [...] (BENNIS, 1996, p.22)

Conseguintemente, como em Bennis (1996), se trata da importância dos líderes quanto

a sua eficácia e organização, ao olhar pelo campo das conjunturas nacionais dos últimos anos,

a falta de liderança vem se confirmando cada dia. O eleitorado parece votar por desespero. O

primeiro que deixa transparecer uma roupagem de segurança, já é suficiente para ser votado e

eleito.

56

Para tanto, segundo Banov (2011), sobre os estilos de liderança parte-se do

pressuposto de que não existe um único estilo ou característica de liderança válida para toda e

qualquer situação, ou seja, porque o candidato apresenta as suas experiências militares, não

quer dizer, exatamente, experiência válida para o exercício político, mesmo porque, o

profissional militar foi criado para dar segurança, não para mandar alguém assegurar a

outrem. Isto, nas práticas, não se configura, por causa da origem de ambas as profissões:

militar e político.

Daí supõe-se erro do ponto de vista do eleitorado, na hora de mirar o sufrágio. Nesse

caso, haja vista para a eleição do presidente Bolsonaro, em 1918. No entanto, onde foi parar a

capacidade de segurança? Isso também ocorre nas conjunturas regionais, quando alguém que

se apresenta ao eleitorado, com supostas experiências inovadoras no campo empresarial, já é

suficiente para receber o voto e também ser eleito.

Entretanto, o que se vê nas práticas políticas é que sua atuação enquanto governador,

não passa das intenções de uso do aparato do Estado para beneficiar suas próprias empresas.

Logo, mais uma vez, a mira do voto surtiu efeitos equivocados. A saber, a falta de liderança

política se confirma porque o eleitorado quer políticos inovadores, não políticos reformadores

e repetidores de mesmas práticas.

Nesse tanto, vê-se que o líder, para: “[...] sua ação no meio ambiente permita, tanto

quanto possível, maiores oportunidades de satisfação motivacional das pessoas, que poderão

direta ou indiretamente influenciar no desempenho [...]” (BERGAMINI, 1994, p.118). Ele

tem de ser capaz de agir proporcionando satisfação aos liderados, estar sempre em

consonância motivacional às pessoas a quem lidera e com as quais se relaciona,

diuturnamente.

É essa exigência de reciprocidade que vem se colocando sobre a mente das pessoas, ou

seja, ao mesmo tempo, em que o líder exerce o seu trabalho, o tempo todo, chamando a

atenção das pessoas para ele, o recurso didático usado por ele, precisa ser à altura de manter o

foco, do ponto de vista dos liderados, nele. E isto é recíproco, pois que, para manterem o foco

sobre o líder, as pessoas têm de ver práticas de políticas novas, senão, o foco se perde

consideravelmente.

É, por isso, que nesse contexto político analisado, abordando as duas últimas

conjunturas eleitorais, nacional e regional, se constata que o voto foi por protesto, desespero,

falta de liderança política confiável e que, mesmo assim, a falta de liderança vem se

perpetuando, porque o modo de tais eleitos exercerem a suas lideranças, repete as práticas

políticas tradicionais.

E é isto o que, nas conjunturas atuais, o eleitorado não quer, jamais. No entanto - por

serem também experiências vivenciadas no contexto municipal de Ibirité - constitui, portanto,

eixos justificáveis do plano de ação da candidatura do PSOL. Para tanto, em Foucaut (2001),

se desponta, aonde se pode chegar, o nível da administração publica, quando o eleitorado não

quer o estilo político empregado:

[...] Mostrando explicitamente o poder como abjeto, infame, ubuesco ou

simplesmente ridículo, não se trata, de limitar os seus efeitos (...). Parece

[segundo o autor] que se trata, ao contrário, de manifestar da forma mais

patente a incontornabiliade, [...] aqui a análise da crise feita por José Luis

Câmara Leme (2008, p. 181-197); 13 Cf. FOUCAULT, Michel (2001). Além de

uma gama de obras literárias sobre o grotesco do funcionário político em

Kafka, Balsac, Dostoiévski e de governantes em Shakespeare. O cinema

também se dedicou a esse tema. Para citar apenas um exemplo, nessa direção,

vale uma análise da brilhante comédia francesa de Bertrand Tavernier, “O

palácio francês”, em cartaz em abril de 2014. 14. Cf. MAQUIAVEL, O

príncipe, cap. VII. 15. Retomaremos esse conceito com uma formulação mais

57

precisa em outro momento desse texto. 11 LIDERANÇA POLÍTICA:

PARRESÍA E VIRTU SILVANA TÓTORA E MIGUEL CHAIA vitabilidade

do poder, que pode precisamente funcionar com todo rigor e na ponta extrema

da sua racionalidade violenta, mesmo quando está nas mãos de alguém

efetivamente desqualificado [...] (FOUCAULT, 2001, p. 17).

Igualmente, em Foucaut (2001), não fossem as administrações públicas e seus agentes

políticos objetos de foco nas crônicas políticas, jornalísticas, televisivas, cinematográficas,

etc., o que seria dessa arte enquanto entretenimento de um povo, né! Assim, nesta linguagem

crítica, pitoresca, artesanal e debochada, às vezes, o autor vai discutir a vitalidade do poder,

apontando ao leitor que tudo não passa de meras metodologias, ou seja, cada líder se coloca

de um modo diferente: uns mais firmes e rigorosos; outros menos, outros sem postura, ainda

outros carinhosos e dedicados, etc., mas tudo modo de fazer sua liderança.

E é isso que Foucaut (2001) enfoca, criticamente, sob as crônicas de Kafka, de Balsac,

de Dostoiévski e até de governantes, em Shakespeare, abordando a temática do político

profissional. Então, para ele, agir politicamente é uma questão de postura que o agente

político, o líder tem de tomar diante das pessoas lideradas e dos fatos. Só que ele se expressa

em tom de motejo. Aí, de repente, tem-se a impressão de que ele quer frisar é a

desqualificação do político em si, o que não é, pois que essa desqualificação tem um peso

significativo, porém, não é para todos.

De vez em quando, aparece um político qualificado. Daí, se essa coisa de liderança

vista sob o olhar de: “[...] o comportamento organizacional pode ser definido como: Ciência

interdisciplinar que estuda a dinâmica de como as pessoas e grupos se comportam e se

relacionam no âmbito das organizações [...]” (JOHANN, 2013, p.2), soa diferente, mas não

destoa de Foucaut (2001), porque a linguagem denotativa de Johann (2013) toca na

organização sistemática pela ótica da interdisciplinaridade, ou seja, quando se usa de uma

disciplina para ensinar conteúdos de outra.

É uma disciplina dando-se às mãos da outra, para que ambas ou várias disciplinas

juntas façam o trabalho de ensinar, e todos também aprendam juntos: alunos e professores.

Porém, o autor Johann (2013) chama a atenção dessa ordem para o campo da sabedoria das

lideranças, com sentido de organizar o sistema pelo uso e conduta das dinâmicas de grupos, a

fim de tornar tudo mais funcional, organizado e isso se enquadra no campo das ações

didático-pedagógicas.

No que o autor que discorre dele, no caso Foucaut (2001), faz a mesma coisa, usa a

linguagem da interdisciplinaridade, todavia, suas dinâmicas deixam o campo didático-

pedagógico para as ações do campo das disciplinas de entretenimento, sobretudo, as visuais.

Por conseguinte, o mesmo autor não toca somente nesses quesitos, ao contrário, ele se

preocupa com a organização do sistema e pontua: “[...] também, como os indivíduos e grupos

interagem com a própria organização da qual fazem parte [...]” (JOHANN, 2013, p.2).

Finalmente, de certo modo, se considerando: “[...] Portanto, o comportamento

organizacional é o campo de estudos que analisa a interação humana no ambiente interno das

organizações [...]” (JOHANN, 2013, p.2). Para ele, as interações humanas vão estabelecer as

diferenças na organização do sistema e - no caso desta proposta, é o sistema municipal - basta

saber fazer uso da interdisciplinaridade.

De certo outro modo, o que se constrói em termos de eixos e conteúdos a esta

justificativa, é que o problema da falta de liderança se resolve com a capacitação do líder para

agir e interagir, com o sentido de manter seus liderados em plena atenção a seu trabalho,

sintonia às orientações recebidas e ao sistema como um todo organizado. Para tanto, o agente

político, para manter o foco, precisa estar focado.

Isto, pois que, não tem como, nas conjunturas atuais, exigentes de inovações o tempo

todo, implementar políticas novas sob as roupagens das velhas. Então, no caso desta

58

justificativa, é só saber fazer uso da interdisciplinaridade enquanto disciplina básica tanto para

a formação e manutenção do político focado, quanto para a organização do sistema municipal.

E, como o já mencionado, abordando a falta de preocupação com os processos de organização

no sistema municipal, bem como, a habilidade técnica das lideranças políticas no exercício,

sobretudo, dos cargos confiáveis.

Enfim, o anelo por lideranças políticas confiáveis e observação do modo de novos

eleitos exercerem a suas lideranças e repetirem as práticas políticas tradicionais, se

considerando que todo líder, se foi escolhido e não está preparado, precisa ser capacitado para

enfrentar as dificuldades do cargo, então, é isto o que, nas conjunturas atuais, o eleitorado não

quer, jamais.

No entanto - por serem também experiências vivenciadas no contexto municipal de

Ibirité, e identificadas nas pesquisas, não somente se consolida nesta proposta de governo,

como também constitui eixo observável, nas práticas futuras na administração municipal.

Constitui, portanto, eixos justificáveis do plano de ação da candidatura do PSOL nestas

eleições em 2020.

5.1.4 Vontade própria, técnica e política somadas à vocação para a cidadania

A começar do advento da Lei nº 13.165/2015 em 2016 que estabelece,

primeiramente, as regras de pré-campanha e reconhece que esta foi consideravelmente

ampliada, sendo permitida, ao pré-candidato, a menção à pretensa candidatura, à exaltação

das qualidades pessoais, além de diversos atos que podem ter cobertura dos meios de

comunicação social. Secundariamente, aos anseios pessoais que, de certa forma, incomodam

as instâncias individuais de um pré-candidato, à formação e experiências técnicas, somadas à

sensação de pertencimento na cidade. Logo, a isso, a lei está buscando resolver.

Dado isso, sobretudo, no referente a uma pré-candidatura a prefeito: visada, manjada,

etc., não pelo cargo em si, mas talvez, pela pessoa que pleiteia, muitas vezes, vista por certos

outros como que ousada, candidatura galgando posto muito acima do potencial,

principalmente, porque o olhar dos outros - mesmo nesses tempos pós-modernos - quase

sempre tem a ver com o não ter posses.

Daí, não dispor de poder econômico suficiente para bancar uma candidatura desse

porte. “[...] Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor está em pé ou

cai; mas estará em pé porque o senhor é poderoso para sustê-lo [...]” (ROMANOS, 2018,

p.1.149). Enfim, tratamentos discriminatórios, mas que, em Deus, não precisam ser levados

em consideração, apenas, mencionados como prova de que tais preconceitos existem.

Quer dizer, mesmo que o pré-candidato não leve em consideração, certos comentários

discriminatórios, vale pensar que: “[...] É importante saber que quando o assunto é de

interesse público, a intenção do candidato só pode ser boa se suas ideias forem relevantes

para a população [...]” (NOVO, 2020, p.4). Então, o pré-candidato já deve se pautar nisso,

pois que se suas ideias não forem boas aos olhos dos mais próximos, será preciso pensar

mais um pouco, talvez, até que se construam os dotes necessários, as habilidades, no fim de

conquista dessa população.

A saber, o sujeito antes de expor seu desejo ao público mais próximo: familiares,

confessionais, colegas de educandário, correligionários, etc., sabe e compreende que essa

exposição – como confere aos hábitos, costumes e ensinamentos familiares – jamais deve

vir antes de ser indicado e convidado pelos grupos mais próximos, sobretudo, antes dos

partidários. A saber, a vontade é pessoal, mas esta não se sobrepõe à vontade dos outros.

Daí, “[...] Seja outro o que te louve e não a tua boca; o estrangeiro e não os teus lábios [...]”

(PROVÉRBIOS, 2018, p.689).

59

Para tanto, a boa candidatura, como nos costumes e ensinamentos familiares, é

aquela colocada, acima de tudo, segundo a vontade de Deus. Logo, devem ser estas as

primeiras observações. No entanto, “[...] qualquer cidadão tem o direito de requerer o

registro de sua candidatura, desde que respeitadas condições constitucionais e legais de

elegibilidade [...]” (CRB, art. § 3º, I a VI, a, b e c; CE, art. 3º, e LC 64/1990, art. 1º).

E na sequência, pós-observância dos preceitos mais salutares e dos mais próximos,

espera-se enfrentar todos aqueles comentários discriminatórios, no fim de saber se a pré-

candidatura é de interesse público, se o público mais próximo considera as suas ideias

relevantes, se avaliam a sua intenção enquanto pré-candidato em relação a eles, em relação

à cidade e, sobretudo, em relação à própria gerência do sistema político municipal, se

considerando que a pré-candidatura é para prefeito e precisa reunir habilidades próprias.

Mas ainda, no trato com o mesmo autor, vê-se ser preciso que a primeira palavra, em

relação ao querer ser candidato, também não ser dele próprio, porém, do grupo com quem se

desenvolvem as relações mais próximas. Então, vale conferir: “[...] Dessa forma, é preciso

entender aquilo que seus eleitores querem e que se ofereça algo realmente útil a eles. O

período pré-campanha é ideal para fazer isso [...]” (NOVO, 2020, p.4).

Daí, olhando-se para o autor, Novo (2020), que se percebe, junto ao desejo pessoal e

individual de concorrer a determinado cargo eletivo, são, supostamente, certos incômodos

caracterizados e combinados a indícios de hipossuficiência, a saber, receios de que a pessoa

do candidato possa se sentir exposta, muitas vezes, a condições de desejos reflexivos, porém,

intimidado diante das situações de querer e se permitir ser candidato.

Logo, se identificadas tais características, talvez, esteja no ponto do candidato repensar

e voltar noutro pleito. Só que, em Weber (1984), muitas vezes, a vinculação do carisma com a

posse de um cargo faz parte da transição da "transformação institucional do carisma". Então,

para os recém-chegados à política, como em Novo (2020), esse comportamento, supostamente

tímido, pode ter um significado ético, carismático, embora Weber esteja, de fato, de referindo

ao carisma vicioso do funcionário público no exercício da função pública.

E, de repente, compreende-se que a boa reputação de um pré-candidato está na visão e

avaliação que os outros têm dele, não na sua avaliação pessoal. Desse modo, este eixo

desponta-se como componente das justificáveis desta proposta de governo. Daí, mais uma

vez, será preciso elencar os grupos e ouvir os mais próximos, para não prejudicar a sua boa-

intenção enquanto pré-candidato.

[...] é evidente que a ocupação de cargos públicos nessas condições pode

resultar e favorecer os usos eleitorais do carisma de função, uma noção básica

na análise de processos de legitimação para Weber (1984, p. 856-889). Porém,

para este, se trata de algo bem mais geral e amplo e não se restringe

especificamente a processos eleitorais. A vinculação do carisma com a posse de

um cargo faz parte da transição da "transformação institucional do carisma" e

consiste na adesão "a uma organização social como consequência do

predomínio de organizações permanentes e tradições, surgidas no lugar da

crença carismática pessoal em heróis e na revelação". De qualquer modo, esse

"carisma do cargo oficial – a crença na graça específica possuída por um

instituto enquanto tal – não é, de maneira alguma, um fenômeno próprio da

Igreja e, menos ainda, um fenômeno próprio só de condições primitivas. Se

manifesta, inclusive, nas condições modernas e em uma forma politicamente

importante nas relações que mantêm os subordinados relativamente ao poder

do Estado" (WEBER, 1984, p. 873-874). Como nas condições estudadas, se

trata de disputa por cargos com base em determinadas "qualidades" atribuídas

a candidatos, onde se destacam aquelas "demonstradas" no exercício de cargos

60

públicos; por suposto, esse carisma do cargo pode ser transmitido aos seus

ocupantes [...] (WEBER, 1984, p. 873-874).

Doutro modo, ainda tocando no quesito do poder carismático, despontado na seção

anterior como característica de um pré-candidato, nesta proposta de governo que, de certa

forma, faz-se uma exigência do próprio Estado, como em Weber (1984), o funcionário

público que ocupa cargo oficial e vivencia um suposto carisma vicioso. Aliás, para ele, menos

ainda, um fenômeno próprio só de condições primitivas, por causa da relação que se costuma

fazer na crença do carisma da igreja com a graça concedida por Deus.

Assim dessa maneira, vista: “[...] Se manifesta, inclusive, nas condições modernas e

em uma forma politicamente importante nas relações que mantêm os subordinados

relativamente ao poder do Estado [...]" (WEBER, 1984, p. 873-874). Quer dizer, para o autor,

crítico radical aos carismas, aponta para o carisma oriundo do poder de Estado, de cargos

oficiais, altos funcionários públicos, como sendo, ao olhar desta proposta, dotes viciosos, que

tende a prender a atenção dos liderados usando de boas eloquências, mas é só aparato.

E, não somente, usando, inclusive, o posto público para adquirir favorecimentos

eleitorais. E continuando, vê-se que, ambos os conceitos de carisma, para ele, Weber (1984),

aparecem classificados como sendo fenômenos ultrapassados e primitivos. Diferente do

conceito apontado por esta proposta de governo que, na seção anterior, em que o termo

carisma recebe uma conotação de habilidade, ou seja, está relacionado à ética pessoal do pré-

candidato e suas habilidades intrínsecas para ocupação de cargos eletivo-públicos.

Logo, podem ser considerados critérios de grupos apoiadores como recursos para

indicação e defesa de seu pré-candidato mediante instâncias de poder partidário. Sem contar

também, que, em Weber (1984), o carisma pessoal sofre alterações, pós-assunção de cargos

oficiais no poder institucional, ou seja, o funcionário leva certo estilo carismático, porém, o

perde pela transformação institucional.

Agora, para a constituição, a compreensão do interesse pessoal de um pré-candidato,

passa pela capacidade político-representativa: “[...] conduz-se pela representatividade política

do povo, junto aos Poderes do Estado, a partir de eleições periódicas que são

consubstanciadas pela soberania popular no exercício do direito de sufrágio, no art. 1º,

parágrafo único e art. 14, caput, nas quais qualquer cidadão tem o direito de requerer o

registro de sua candidatura [...]” (CRB, art. § 3º, I a VI, a, b e c; CE, art. 3º, e LC 64/1990, art.

1º). Logo, a capacidade político-representativa vai funcionar como critério básico adotado

pelos foros sociais para fazer a indicação de seu pré-candidato.

Entretanto, a responsabilidade por colocar em prática o seu interesse pessoal de pré-

candidato, vai passar pelas instâncias populares, a saber, os polos de apoio onde o pré-

candidato encontra suas primeiras sugestões com indicativos de capacidade político-eleitoral,

político-relacional, sobretudo, o carisma com sentido de habilidade e vocação para

desempenho de cargo-público-eletivo, e assim por diante.

Daí, a compreensão criteriosa de uma boa pré-candidatura passa por sua indicação em

foros populares, previamente, ao foro partidário. Desse modo, este eixo desponta-se como

sendo mais um componente das justificáveis desta proposta de governo. Aí, em Manin (1995),

se vai tocar no funcionário público como suposto usuário do trunfo eleitoral, ou seja, dependendo do cargo, né.

[...] a inserção no setor público ou a ocupação prévia de determinado cargo

público pode permitir a sua utilização como recurso de mediação e conversão

em trunfo eleitoral. Por outro lado, as modalidades em que isso pode ocorrer

dependem do tipo de inserção e do cargo ocupado no setor público e sua

utilização eleitoral, bem como das concepções de "política" em confronto em

determinado processo eleitoral. Da perspectiva dos eleitores em potencial, como

destacado por Manin (1995, p. 187, grifos no original), para eleger determinado

61

candidato, os eleitores "devem julgar como superior a respeito da qualidade ou

ao conjunto de qualidades consideradas politicamente pertinentes",

selecionando, assim, "superioridades percebidas e diferenças reais". Por outro

lado, ainda conforme Manin (1995, p. 230), "a conduta passada dos candidatos

constitui um dos poucos dados disponíveis que permitem avaliar a confiança

que se pode depositar em seus engajamentos". No caso em pauta, além dos

"engajamentos", o próprio exercício de cargos públicos pode ser tomado como

critério de avaliação. Mas, em termos mais concretos, os princípios de definição

dessas "qualidades" podem ser compósitos e até contraditórios, além de

diversos. Por exemplo, podem estar mais diretamente associados a alguma

"capacidade administrativa", à disposição da promoção da "participação

política", ao "nível intelectual", à "capacidade de realização” [...] (MANIN,

1995, pp.187-230).

De outro modo, em Coradini, (2002), para a apreensão dos recursos e princípios de

legitimação postos em prática, são tomados, muitas vezes, alguns casos exemplares de

candidatos para os quais a inserção no setor público tem efeitos diretos. Por um lado, em

termos mais gerais, ao pertencimento regional, ou a tantas outras qualidades atribuídas e

destacadas em determinado candidato.

A saber, o autor refere-se aos candidatos, durante pleitos eleitorais, que procuram o

setor público em busca de apoio para as suas candidaturas. Entretanto, nesta proposta de

governo se busca a referência, em Coradini, (2002), sob o ponto de vista do funcionário dos

serviços públicos em se colocar como pré-candidato e contar com os polos de trabalho,

referentes à sua categoria profissional, no fim de se ponderar sobre sua vocação para pré-

candidatura nas eleições municipais.

O que, na verdade, é o caso da proposta de governo na construção de suas justificáveis

enquanto proposta. Para tanto, “[...] Isso é atribuído à imagem do Estado, não mais associado

apenas à "autoridade", mas como a de "fornecedor de serviços", o que é reforçado pela

crescente interdependência relativamente aos partidos políticos [...]” (COTTA et al., 2004, p.

9). Quer dizer, a ideia primária traz suas raízes das relações de um Estado cuja imagem se

desgasta devido à influência exagerada de certos políticos, certos fornecedores e, por isso, o

autor aponta a crescente interdependência como formas de entrelaces ainda maiores.

Contudo, numa visão secundária se traz raízes de que há setores nesse Estado que

trabalham para eliminar tais dependências. A saber, as influências político-partidárias ainda se

perpetuam nas relações com o Estado. Isso, em Weber (1984), se relaciona a disputa por

cargos com base em determinadas "qualidades" atribuídas a candidatos, onde se destacam

aquelas "demonstradas" no exercício de cargos públicos.

Para ele, um suposto carisma do cargo pode ser transmitido aos seus ocupantes. Isto é,

as relações dos funcionários públicos, no interior do Estado, com certos candidatos, só se

fazem aperfeiçoar cada dia mais, e nessas relações, supostamente, viciosas, a dependência

dessa influência política se torna cada vez maior. Enfim, vê-se que em ambos os estudos, as

relações viciosas se aproximam muito, diferenciando-se apenas, em Cotta et al, (2004), no

que tange aos setores que não aceitam essas relações.

Isso, principalmente, porque elas não estão somente no campo das relações político-

partidárias, mas também, no campo das relações empresariais, embora se considerando que,

em Weber (1984), não existem posicionamentos contrários. O que traz à tona a compreensão

de que os serviços públicos, de modo geral, salvas algumas exceções, se deixam influenciar

por relações viciosas.

Finalmente, no que se referem às justificáveis do plano de ação, estas se diferenciam

sobremaneira, se considerando que a relação de interdependência, nos bastidores do Estado,

está no campo da opinião. Quer dizer, como se trata de relações próximas, a pré-candidatura

busca apoio moral, opiniões sinceras sobre as reais habilidades do futuro candidato e sua

62

vocação para disputar o pleito, bem como para o exercício do mandato. Para tanto, constitui-

se esta em mais uma justificável do plano de ações gerais da pré-candidatura do PSOL.

5.2 Justificáveis finais

Finalmente, enquanto justificativas de um plano de governo para um futuro e pretenso

exercício à frente de um sistema político-administrativo-municipal, o que se pensa ter sido

feito, foi apresentar as razões fundamentais dos verdadeiros motivos que levaram o Partido Socialismo e Liberdade – PSOL, bem como sua pré-candidatura a prefeito de Ibirité, a

elaborarem o referido Plano de Ações Gerais para a cidade.

Então, nisso posto, valem lembrar que para montar o plano de ação, suas ações prévias

passaram por etapas e processos de pesquisas, ou seja, não foi simplesmente fazer e pronto,

como, às vezes, criticam alguns. Também, as pesquisas passaram por diversos contextos

diferentes, vindo desde bate-papos em pontos de ônibus, saguões de pronto-atendimento de

saúde, polos educacionais, reuniões de pais e mestres, pesquisas bibliográficas comuns,

pesquisas, basicamente, na internet, consultas às redes sociais, mensagens por Whatsapp,

conversas ao telefone, e assim por diante.

Desse modo, assim como as pesquisas possibilitaram situações trabalhosas, os estudos

justificáveis também. De outro modo, estudos também trabalhosos para cuja essência

resultou-se em pontuados e ponderações dirigidas aos eixos justificáveis, e estes, por sua vez,

não se os necessitam pontuar nem se os considerar, se estes já estão demarcados em suas

contextualizações textuais justificáveis.

6 OS CONCEITOS DE CONSCIÊNCIA CIDADÃ SITUADOS MEIO ÀS

PROBLEMÁTICAS SOCIAIS

6.1 Toques teóricos iniciais

Em se tratando de marco de conceituação e contextualização teórica, o que se pensa

possível fazer, é apontar nesta tarefa textual o que, de fato, marca significativamente, o plano

de ações gerais, no modo como essas marcas vêm se destacando nos contextos histórico,

político, social, administrativo, e os contrastes sobre que estes se vêm pautando. Nisto

importa, sobretudo, aos pontos de vistas teóricos, o em que e com quem se os contrastam

como estes se realizam, em que e até onde a cidade participa desses fatos que se destacam e,

por isso, marcam, politicamente, a vida dela.

E, ao lado disso, sob as mais bem-recomendadas referências: conceituais-histórico-

teóricas: consultas virtuais, legislações vigentes e, também, sob as leituras e observações dos

mais recentes e críticos artigos científicos, este se possa afirmar enquanto marco teórico.

Então, no que se posta, ficará, possivelmente, teorizado, e essas contextualizações girem

apenas em torno dos eixos-problemas e que, por serem os mais necessitários de toques

teóricos, também requeiram pormenorizadas fundamentações e experiências respaldadas pelas

mais diversas e atualizadas referências bibliográficas focando sempre os conceitos e teores

desejados.

Para tanto, apontando e fundamentando eixos teóricos sumamente importantes para

constatarem que as experiências vivenciadas pelos autores são realmente necessárias para a

desenvoltura do plano de ações gerais, além de comprovarem, cientificamente, que os

problemas da cidade podem ser difíceis, sonhados demasiadamente, mas não impossíveis de -

tratados à luz de boas políticas públicas, boa gestão, ainda que de longo prazo - tenham

soluções.

63

Logo, ao sabor das mais atualizadas referências bibliográficas e sob as boas reflexões

críticas, pretende-se chegar ao marco teórico da conceituação e contextualização, tendo como

referências temáticas de base, as principais problemáticas sob as quais, Ibirité vem

experimentando, com o passar dos anos. Experimentações estas que servirão para, a partir

delas, se apontarem, também, os eixos contextuais propositivos nas práticas políticas futuras

da cidade de Ibirité. Para tanto, assim se os fazem teorizar-se:

6.1.1 Eixos democrático-participativos

6.1.1.1 Implementos em políticas novas de participação popular

No tangente aos implementos das políticas novas de participação popular, o que os

marca, no caso de Ibirité, são as suas ausências, no que se as pensam frágeis, não por elas em

si, mas em razão dos atrelamentos entre o sistema político e certos setores da sociedade. E

isso, no que se depara ao conceito de democracia, traz à tona: “[...] a democracia é um modo

de vida que é conduzido pela fé pessoal no cotidiano pessoal de trabalho conjunto com outras

pessoas [...]” (DEWEY, 2008 [1939], p. 140).

E esse modo de vida democrático que a sociedade vem construindo com o passar dos

tempos, é o mesmo modo de vida que o atual sistema político administrativo municipal não o

reconhece como tal, senão aquele pautado nessas relações de atrelamento. Daí, para ser

democracia popular, precisa contar com participação ativa. Entretanto, se olhada em Ricci

(2005), que trata da participação popular, por meio de conselhos e mecanismos de

representação direta da sociedade. Então, para ele, a democracia tem de ser direta, e para esta

proposta, não pode estar presa a atrelamentos.

Nesse tanto, para ser o que se pretende democracia ativa, tem de se posicionar auto e

criticamente em relação a sua participação, tem de estar nos serviços do sistema, sem

necessariamente estar profissionalizado nele, mas se o estiver, seu comportamento não pode

fugir dessas ponderações: pontuando criticamente os feitos do sistema, numa crítica

construtiva e sem-malefícios, num comportamento e observância política tal, que os de fora

possam destacá-lo como um não atrelado, portanto, um sujeito politicamente correto e

consciente.

Noutro tanto, não se diferente do que pensa o instituto: “[...] A participação efetiva vai

além do envolvimento neste ou naquele projeto, assim como não se limita ao envolvimento de

uns poucos membros da comunidade [...]” (CEPA, 2002, P.12). É claro, a crítica se faz

funcional e atualizada, pois que toca nas relações atreladas de Ibirité, ou seja, a política de

atrelamento não permite a participação de muitas pessoas, senão alguns poucos, porque tudo

se desemboca num conjunto de interesses ultra pessoais.

Contudo, se olhado como pensa Mattos (2012), que trata dos embates políticos,

sabendo-se que, muitas vezes, atrás deles estão os interesses diversos. Então, se o sujeito for

adepto das políticas de atrelamento, sua representatividade comunitária fica totalmente

comprometida, porque as boas políticas comunitárias não serão propostas e, muito menos,

defendidas por esse sujeito, por causa de seu comprometimento e suas relações viciosas com

o sistema municipal.

Diz-se assim, pois que, muitas vezes, esses atrelamentos dão frutos a seus atrelados. E

é o que não poderia ocorrer, jamais. Daí, a compreensão de que participação popular somente

funciona quando existem sinceridade e honestidade nas relações, portanto, esta não combina

com relações de atrelamentos. Nisso posto, em Mattos (2012), se vai apontar que ambas as

partes: comunidade e sistema administrativo podem trabalhar juntos sem se pautar por vícios,

pois que é nessa participação popular e ativa que moram as conquistas da cidade:

64

[...] Esse processo ocorre com um embate político entre diversos interesses, e

quando da definição do objetivo da politica adotada, serão rejeitas várias

propostas de ação. É aí que reside a importância da participação ativa de um

corpo técnico da administração pública que deverá fundamentar com clareza a

proposta escolhida no que se refere à utilização de diversos recursos necessários

– materiais, econômicos, técnicos, pessoais, dentre outros - e disponíveis [...]

(DIAS, MATOS, 2012, p. 76).

Dessa maneira, sobretudo, como pensa Mattos (2012), abordando sobre a participação

ativa de um corpo técnico com sentido de fundamentar as clarezas de uma proposta de

trabalho. Enquanto que, no caso deste plano de ação, prefere-se compreender esse conceito

como sendo as composições paritárias nas relações de participação popular, no grau de

honestidade como elas se entrecruzam, nos resultados a que elas produzem para a cidade.

Tudo se faz crer que, nessas relações, não há ninguém ali pensando no que o gestor

setorial ou mesmo o gestor municipal esteja oferecendo ao troco de estar ali prestando os

serviços de relevância. Isto importa a um sistema em que se implementam políticas novas de

participação popular. Senão isto, de que valerão as políticas públicas, se não a apenas alguns

setores da cidade, por causa das relações de privilégios.

Então, pensando nisso, vê-se que não é este último o conceito a que se quer chegar. De

outra maneira, a olhar o conceito de democracia pela visão de: “[...] Democracia é a crença de

que mesmo quando necessidades e fins ou consequências são diferentes para cada indivíduo,

o hábito da cooperação amigável – que pode incluir, como no esporte, rivalidade e

competição – é em si um acréscimo valioso à vida [...]” (DEWEY, 2008 [1939], p. 140).

O que se percebe é a necessidade de que as próprias relações humanas exigem:

cooperações amigáveis, gestos e competições que se rivalizam, mas no campo das amizades,

jamais em campos de revolta, distrato, dentre outros que não se justificam em relações de

amizade. Quer dizer, as rivalidades existem, mas as relações humanas precisam girar em torno

das amabilidades.

De repente, assim, como Salomão nos orienta: “[...] Como o óleo e o perfume alegram

o coração, assim, o amigo encontra doçura no conselho cordial [...]” (PROVÉRBIOS, 2018,

p.689). O homem não foi criado para viver em situações desarmônicas. Deus o criou para

viver em harmonia, entretanto, só não o consegue em razão da imperfeição humana. Contudo,

não significa que, porque é frágil, não possa lutar contra as fragilidades, a viver vida

tranquila.

Mas, voltando ao conceito de democracia como sendo crença sobreposta aos valores,

como se versa em Dewey (2008), o que se quer pontuar não é exatamente essa ausência de

participação popular nas relações políticas no sistema municipal, mas, mais que isso, ou seja,

o resgate dos valores perdidos meio a essas relações. É preciso combater diuturnamente as

relações políticas de atrelamento, para que, em meio a esses combates, se possam resgatar

valores perdidos no âmbito dessa participação popular.

Mas não só, reconstruir valores e, ao reconstruir, apurar a constatação de novos

valores. E isso tudo transformado em políticas públicas de participação popular. Aliás, por se

lembrar de atrelamentos, assim, tomando como base as orientações de Kunsch (2009), é

preciso evitar três aspectos: a tentativa de suprimir a opinião popular, sobrepujando a visão

alternativa pela visão técnica. E ainda nisso, a utilização de metodologias fora da realidade

comunitária.

Para tanto, a exclusão dos menos esclarecidos no processo de planejamento

participativo também. A saber, este é o teor da discussão a que se quer chegar: um conceito de

democracia popular com senso de corresponsabilidade, algo que, em Henriques (2007), se

consegue perceber sua natureza e receber apoio moral, estímulos e incentivos para continuar

na construção de um conceito de democracia conjugado ao senso de não atrelamento.

65

[...] No sentido contrário dessa perspectiva, surgem as Relações Públicas

Populares, Alternativas ou Comunitárias, que independentemente da

nomenclatura têm por finalidade estabelecer e manter vínculos sociais

entre os movimentos e seus públicos, por meio da co-responsabilização

[...] A co-responsabilização ocorre quando os [...] públicos se sentem

parte integrante do movimento ao ponto de se assumirem como

elementos fundamentais para a manutenção da Organização Não-

Governamental (ONG), Associação, Entidade ou outros. [...] corrobora

ao afirmar que as ações de Relações Públicas Populares devem ser

pensadas com a intenção de gerar a coresponsabilidade, que é o caminho

mais viável para gerar a participação, mobilização verdadeira e efetivo

êxito das iniciativas [...] (HENRIQUES, 2007, p.46).

Por conseguinte, as vias da corresponsabilidade como, em Henriques (2007), se faz

reforçar, traz à tona os conceitos em torno da consciência comunitária, pois que só através da

consciência se vai construir este conceito de relação corresponsável que, jamais se pode

compreendê-lo como relação de atrelamento. Na corresponsabilidade, tanto entes do governo,

quanto da sociedade civil assumem papéis sumamente importantes no sistema municipal, mas

não se configura numa relação de “toma-lá-dá-cá”.

E em muitos sistemas vai até mais que isto: vícios e mais vícios, até desgastar a

política dos agentes locais. Neste sentido, vale até voltar à consciência sobre como diz o

autor: “[...] a consciência clara de uma vida comunitária, em todas as suas implicações,

constitui a ideia de democracia [...]” (DEWEY, 2008 [1927], p. 55). É um conceito de vida

comunitária em que se implicam diversas situações, mas que também não se tem definido o

papel de cada um no bojo da democracia.

Consciência sim, mas com definição de papéis, senão, não se o têm claro o teor e valor

da consciência. Daí, havendo dúvida, a comunidade tende a dispersar-se. O que não é

interessante no que tange ao conceito de consciência comunitária que vem sendo trabalhado

como eixo de teorização deste plano de ações gerais. Assim, para o instituto CEPA (2002),

"Fazer e ser parte de", ativa e solidária, leva, obrigatoriamente, ao reconhecimento de

objetivos comuns.

E estes, por sua vez, e à formulação de uma estratégia compartilhada, compatível com

a capacidade das pessoas e com as especificidades de cada município. Então, o senso de

corresponsabilidade como, em Henriques (2007) aparece colocado como estratégia política de

responsabilidade popular, ou seja, há compromissos entre ambas as partes: comunidade e

governo. E, principalmente, porque, não é só e somente só, o senso de corresponsabilidade,

mas o reconhecimento da capacidade intelectual.

Quer dizer, de cada pessoa no sistema, independentemente, de quem seja ela, se

profissional a frente de cargo no sistema, se não profissional, mas popular e sem nenhum

cargo no sistema. Contudo, no âmbito das relações, comunidade/sistema municipal, os papéis

assumidos são corresponsáveis, porque cada partícipe vai fazer segundo as suas condições

físicas e intelectuais. E todos se respeitam mutuamente.

Dado isso e, para finalizar, vê-se ainda em: “[...] Em regimes democráticos, um

governo é eleito e pode ser alterado de eleição para eleição. A gestão (ou administração) está

diretamente vinculada ao programa de governo da força política eleita e aos cargos de

confiança que são preenchidos pelos eleitos [...]” (RICCI, 2005, p.13). Nestes termos, o

conceito de democracia que a gestão constrói está na relação que o eleito vinculou com os

eleitores durante as eleições e, por isso, esse eleitor, fatalmente, vai ser ocupante de cargos

confiáveis no governo.

E isto não se configura, exatamente, como sendo relação de atrelamento. Mesmo tendo

havido participação ativa do eleitor/apoiador, durantes as eleições, essas escolhas para cargos

confiáveis tem de passar por avaliações técnicas e políticas, dentro de um congresso

convocado para esse fim, e proceder com as escolhas, necessariamente.

66

A compreensão de que participação popular somente funciona quando existem

sinceridade e honestidade nas relações, portanto, esta não combina com relações de

atrelamentos. Conquanto, também se vai apontar que ambas as partes: comunidade e sistema

administrativo podem trabalhar juntos sem se pautar por vícios, pois que é nessa participação

popular e ativa que moram as conquistas da cidade.

O conceito de democracia popular com senso de corresponsabilidade, mas não só, a

compreensão de que é a consciência comunitária conjugada ao senso de corresponsabilidade é

que vão conter as relações de atrelamento até eliminá-las por completo, bem como resgatar

valores de participação e dar sustentabilidade às políticas de participação popular.

6.1.1.2 A instituição dos orçamentos participativos

A começar do pensamento novo em termos de instituição dos orçamentos

participativos, embora essa possa ser considerada política já experimentada em várias cidades

no Brasil, sobretudo, Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, onde nasceu a ideia em 1989 com a

eleição de Olívio Dultra pelo PT. Mesmo assim, embora, as experiências tenham sido

significativamente valiosas nos contextos citadinos como um todo portalegrense e organizado.

Só que, em Ferraresi (2003), se vai perceber que as experiências italianas com o

municipalismo, originário da Idade Média, desembocam-se nos orçamentos participativos.

Quer dizer, foram à luz desta tradição, que seriam lidas as experiências italianas do

Orçamento Participativo, como confirma a declaração de um dos autores da “Carta do Novo

Município”, sustentando que a experiência incipiente da rede levou a Porto Alegre “a grande

tradição do municipalismo italiano”.

Por aí, se vê que não se trata de política nova, se considerando o tempo na História,

no entanto, política nova, porque o que conceitua o termo, não é exatamente a experiência

transcorrida com o tempo, mas o grau de participação e envolvimento dos cidadãos no

trabalho de participação popular. E as experiências mostram que quem sempre ganhou com

isso foram cidades, sobretudo, dentre as já exemplificadas. Sem contar a grande Experiência

de Belo Horizonte, com a eleição de Patrus Ananias (PT), em 1992.

Contudo, ao toque especial dado por: ”[...] sendo o OP uma política que envolve

instituições (desde normas, regras, procedimentos, convenções e organizações) que se

propõem incorporar a participação popular na tomada de decisão sobre recursos

orçamentários, [...]” (PIRES, R., 2001, p. 82), se vai ver que as características do Orçamento

Participativo enquanto política pública de participação popular retoma toda aquela ideia de

envolvimento com a coisa pública, conforme pensa Cepa (2002), sobre a participação efetiva.

Isto, principalmente, porque vai além do envolvimento neste ou naquele projeto,

assim como não se limita ao envolvimento de uns poucos membros da comunidade. Quer

dizer, a ideia de democracia retomada com as implementações do Orçamento Participativo

vão tornar as relações muito mais sérias e menos atreladas, como em Henriques (2007),

menos comprometida com os vícios políticos. Porém, isso tem um quê. É a relação de

comprometimento com a cidade que essa política pública é capaz de estabelecer.

Nas práticas sociais direcionadas por essa política os cidadãos se inteiram de

informações, de conhecimento, mui aprofundado até, como em Pires (2001), sobre as normas

que regem a participação popular, regras sob as quais, os orçamentos participativos se

enquadram, os procedimentos nas práticas políticas que os cidadãos adotam, sejam nas tiradas

de prioridades de serviços e obras, nos orçamentos e previsões de gastos com tais serviços e

obras, nas experiências de convívios sociais, na participação das reuniões ordinárias, nas

assembleias gerais, nas convenções e organizações dos orçamentos, etc.

Sem contar que, o corpo diretor dos orçamentos participativos, segundo este Plano de

Ações Gerais, somente recebe orientações técnicas dos profissionais no sistema municipal,

67

entretanto, se compõem dos entes exclusivamente populares, pelo menos, no que tange a este

plano de ações gerais. Daí se vai ver também que as políticas direcionadas pelo Orçamento

Participativo, como em Ferraresi (2003), retomam, habilidosamente, um novo conceito para a

democracia.

E, para tanto, um novo conceito de participação popular, uma nova forma de assunção

de responsabilidades políticas e corresponsabilidades sociais, bem como novo modo de as

comunidades participarem da vida político-pública da cidade, e lugar de as pessoas

adquirirem conhecimento, a partir de suas próprias experiências nas vivências e convivências

dentre as relações saciais e correlações com o sistema municipal.

Por isso, em Ferraresi (2003), se vai compreender como se leem a Carta do Novo

Município, e como se vão dar as experiências de autogoverno municipal, tendo a Itália como

grande herdeira do Comunalismo Medieval, Porto Alegre como receptora dos Orçamentos

Participativos na Itália e Belo Horizonte como delegada na continuidade dessas experiências:

A Carta do Novo Município, bem como a rede que adoptou as suas linhas

directivas, valem-se de um contexto histórico, cultural e administrativo que, na

Itália, é particularmente fértil em matéria de autogoverno municipal, herdeiro

das formas mais completas do comunalismo medieval (como já observava Max

Weber em 1889) e das experiências renascentistas que “conservaram uma

grande vitalidade também nos séculos sucessivos, igualmente por causa da

fragmentação política do país” (Bobbio, 2003: 29). E foi à luz desta tradição

que seriam lidas as experiências italianas do Orçamento Participativo, como

confirma a declaração de um dos autores da “Carta do Novo Município”,

sustentando que a experiência incipiente da rede levou a Porto Alegre “a

grande tradição do municipalismo italiano”, centrada na inovação contínua da

“célula fundamental do nascimento da democracia, como é o município, a

comuna: a raiz da refundação da cidade desde a Idade Média” (Ferraresi, 2003,

p. 186).

A continuar sob o pensamento novo abordando a instituição dos Orçamentos

Participativos, sobretudo, no saber de Ferraresi (2003), no que contempla o município como

sendo o renascimento da democracia e o modo de fazer com que essa ideia de democracia

nova se alastre pelos contextos sociais de cidades, principalmente, porque são relevantes os

fomentos democráticos de participação popular. Daí, estes se fazem capazes de mudar

completamente os contextos sociais da cidade.

Haja vista para o que pensa: “[...] a constatação empírica da realização deste propósito

– não questionando a forma e extensão de sua realização – nos leva a dizer que OP ‘funciona’,

isto é, produz resultados [...]” (PIRES, R., 2001, p. 82). Sim, é verdade que as políticas

públicas voltadas para os Orçamentos Participativos funcionam, basta acompanhar suas

dinâmicas pelos contextos citadinos a fora. Estes adotaram regras específicas para o estabelecimento de prioridades de serviços e

obras públicas. Então, assim, funciona. No entanto, se as assembleias não conseguem

estabelecer suas regras para realizar as escolhas, também, nesse contexto social, se vai afirmar

que os Orçamentos Participativos não funcionaram. Contudo, neste tanto, vê-se, em Pires

(2001), que nas experiências estudadas por ela, este funcionou.

Dera-se em bons resultados, porque – respeitadas as particularidades de cada

município - foi possível envolver técnicos devidamente preparados para exercício prático

desta política, ou seja, o de orientar prazerosamente os usuários nesse serviço. Mas, não

somente estes, a participação do povo na execução desses serviços se faz muito mais

envolvente até, principalmente, porque não existe uma cobrança exageradamente

insustentável, como nos sistemas de não gestão, mas de administração direta.

Quer dizer, em Kingdon (1995), onde se dá as pessoas mais liberdade para agirem,

supõe-se agem mais. E é isto que as políticas públicas voltadas para a participação popular

68

precisam fazer: envolver as pessoas nos processos de participação popular; fazer com que elas

gostem de estar ali, de cumprir com as tarefas distribuídas democraticamente a cada um dos

partícipes.

Noutro tanto, observa-se que: “[...] descreve os empreendedores de políticas públicas

como "dispostos a investir seus recursos - tempo, energia, reputação e dinheiro - para

promover uma posição na expectativa de um retorno futuro sob a forma de benefícios

materiais, práticos ou solidários [...]" (KINGDON, 1995, p. 179). É dessa amizade com o

sistema municipal que o autor se nos está remetendo.

Todavia, também se precisa ir e, ao mesmo tempo, voltar, sobretudo, pensando na

eficácia dos serviços sob o olhar da disposição pessoal, da boa-vontade, ou seja, não nas

doações de serviços sem as meras relevâncias, pois que, podem cair nos atrelamentos

políticos e a relação de dependência, por parte da comunidade, se faz tão-segura que o próprio

sistema perde o controle da coisa pública.

Daí se vai ver, primeiramente, no caso público, que os Orçamentos Participativos,

segundo as experiências vivenciadas por outros municípios, são políticas que funcionam.

Logo, se elas são políticas que funcionam mais necessárias tornam, para este plano de ações

gerais, praticá-las.

Secundariamente, constituem ver pelo conceito de governança, como é que funciona:

“[...] Por último, a contribuição mais peculiar à governança é a função direção, entendida

como a soma de liderança e atividades de coordenação. O modelo relacional da GP põe ênfase

na coordenação entre atores públicos e privados, [...]”. (SECCHI, 2009, p. 364). Expressando-

se assim, dá para ver que as relações de gestão social e populares não estão somente no campo

dos serviços públicos, mas também, no campo dos serviços privados, embora, ele toque

apenas na governança pública, como se passa a compreendê-las:

[...] O tipo de relacionamento entre os ambientes internos e externos à

organização pública é um ponto em comum entre os modelos gerenciais e o

modelo de governança pública. Os modelos diferem da burocracia nesse

aspecto. As esferas públicas e privadas são tratadas como impermeáveis no

modelo burocrático weberiano, até como estratégia para enfrentar as ameaças

de corrupção e patrimonialismo que assombravam as organizações pré-

burocráticas [...] (SECCHI, 2009, p. 364).

Conseguintemente, em Secchi (2009), se toca no advento da governança pública,

apontando como alternativas de governança as vias públicas e privadas como estratégias para

enfrentar as ameaças de corrupção. Quer dizer, a este modelo de que se fala, também, os

autores apontam: “[...] afirmam que a difusão de políticas públicas é similar a um modelo de

equilíbrio pontuado, no qual se verificam irrupções de ajuste de políticas, movidas pela

abertura de vácuos de gestão que permitem aos empreendedores promover a adoção de novas

políticas [...]” (BAUMGARTNER e JONES, 1993, p. 29).

Aliás, por assim dizer, discorrem sobre as políticas públicas como sendo eixos de

equilíbrio com fins de abrir o leque para os vácuos de gestão, aonde se promovem os

empreendimentos, e isso, por causa das novas políticas implementadas, facilita o implemento

de outras novas políticas de empreendimentos a partir daquelas já implementadas. E aí, no

conceito pontuado por: “[...] e na capacidade de coordenação horizontal entre organizações

públicas, organizações do terceiro setor, cidadãos, redes de políticas públicas e organizações

privadas, na busca de soluções para problemas coletivos [...]” (SECCHI, 2009, p. 364).

Daí, desta visão conceitual pautada em políticas maiores geradoras de políticas

menores, se vão compreender, conforme versam Baumgartner e Jones, (1993), se vão

conceber também as políticas de formação de redes de políticas públicas. E tudo isso, sob a

ótica da solução dos problemas coletivos. Mas, no que concerne às políticas públicas dos

69

Orçamentos Participativos, o que se faz crer: [...] o funcionamento do orçamento participativo

é dividido em várias etapas. Primeiramente, o autor diz que se deve analisar em que setor o

orçamento participativo é desenvolvido nos municípios, se na prefeitura local, em secretarias

de planejamento ou em uma secretaria específica para desempenhar tal função [...]”

(SÁNCHEZ, 2002, p. 41).

A saber, como se trata de um implemento novo e composto de várias etapas

diferentes, inclusive a sua própria composição técnica, que se não faz dirigir, mas orientar

apenas, sua mesa diretora não contida de técnicos, mas de membros originários das

comunidades de bases. Na oportunidade, vale lembrar as experiências de Belo Horizonte entre

1993 e 2004, começando com Patrus Ananias PT, passando por Doutor Célio de Castro (PSB)

e encerrando com Fernando Pimentel.

Nesse caso, sobretudo, as políticas implementadas em 1993, as conquistas da cidade

em termos de participação popular, praticamente, não só se resgataram, mas renasceram. Haja

vista para a Serraria Souza Pinto, depois de anos e anos ao relento e abandono, sobressai

como espaço cultural da cidade. E as políticas voltadas para os catadores de papel, o quanto

não foi importante para tantas populações que não tinham, praticamente, o que comer.

Finalmente, um novo conceito de participação popular se faz construir, sob uma nova

forma de assunção de responsabilidades políticas e corresponsabilidades sociais, bem como

novo modo de as comunidades participarem da vida político-pública da cidade e lugar de as

pessoas adquirirem conhecimento, a partir de suas próprias experiências nas vivências e

convivências dentre as relações sociais e correlações com o sistema municipal.

Daí se vai ver, primeiramente, no caso público, que os Orçamentos Participativos,

segundo as experiências vivenciadas por outros municípios, são políticas que funcionam.

Logo, se elas são políticas que funcionam mais necessárias tornam, para este plano de ações

gerais, praticá-las, incondicional e necessariamente, sobretudo, sabendo aproveitar as

experiências vivenciadas pelos próprios citadinos, como foram experiências de Belo

Horizonte.

Um novo conceito de participação popular se faz construir, sob uma nova forma de

assunção de responsabilidades políticas e corresponsabilidades sociais, bem como novo modo

de as comunidades participarem da vida político-pública da cidade e lugar de as pessoas

adquirirem conhecimento, a partir de suas próprias experiências nas vivências e convivências

dentre as relações sociais e correlações com o sistema municipal.

Os Orçamentos Participativos, segundo as experiências vivenciadas por outros

municípios, são políticas que funcionam. Logo, se elas são políticas que funcionam mais,

necessárias tornam, para este plano de ações gerais, praticá-las, incondicional e

necessariamente, sobretudo, sabendo aproveitar as experiências vivenciadas pelos próprios

citadinos, como foram experiências de Belo Horizonte.

6.1.1.3 A reorganização dos conselhos municipais

E, assim, a começar da organização dos conselhos, conforme pensa Oliveira (2004),

abordando o princípio da participação popular, compreendendo que em termos de

organização, este fica como que sem papéis definidos, e a cidade fica como que sem-

transparência. A olhar pela regência da lei, os conselhos municipais se definem como: “[...] A

assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à

seguridade social, [...]” e tem por objetivos a alcançar.

Então, o fato de estar se reunindo em separado sem que um perceba a funcionalidade

do outro e vice-versa, dá a impressão de algo sem-autonomia para as tomadas de decisões.

Para tanto, o autor os reconhece: “[...] Os Conselhos têm origem em experiências de caráter

70

informal, sustentadas por movimentos sociais, como “conselho popular”, ou como estratégias

de luta operária, na fábrica, as comissões de fábrica [...]” (OLIVEIRA, 2004, 56-69).

E mesmo tendo essas origens não consegue se estabelecer enquanto conselho dos

movimentos sociais. Logo, o que está faltando iniciativa e ação da parte de que os administra.

Este é um problema constatado, mas não diz respeito à estrutura sob a qual os conselhos se

fundamentaram, ou seja, tem de ser resolvido noutra instância. O que se preza aqui é observar

o que a lei orienta sob a constituição dos conselhos.

Daí, ainda abordado pelo autor: ”[...] o debate da Constituinte e levaram à

incorporação do princípio da participação comunitária pela Constituição, [...] várias leis que

institucionalizam os Conselhos de Políticas Públicas [...]” (OLIVEIRA, 2004, 56-69). Assim

sendo, a autonomia dos conselhos começa sob o amparo da lei. Não é somente a

funcionalidade, mas o direito a atuarem de modo organizado.

Daí, porque são oriundos das classes populares, não significa viverem ou terem de

viver sob o senso da desorganização. Dessa maneira, não necessariamente saber em detalhes

a funcionalidade de um conselho para o outro, mas se observa que segundo a Lei 8.142 de 28

de dezembro de 1990, que define a competência dos conselhos de saúde, por exemplo, artigo

1º, parágrafo 2º, define também as formas de composição e o grau de democracia, de

transparência de capacidade mútua no âmbito de todos eles.

Quer dizer, se há entendimento para que um conselho saiba das atividades do outro,

significa haver transparência nas relações entre eles e, portanto, há democracia no trabalho de

orientação dos conselhos, o que não acontece em Ibirité, mas o que marca a cidade é que os

conselhos existem. Daí, para esta proposta, fica claro que o senso de organização está acima

dos problemas detectados.

Os conselhos têm de se organizar de acordo com sua autonomia, e assim fazendo, se

reconhecem atuantes nos papéis para os quais a lei os criou. Nesse caso, como se trata de

marca histórica dos conselhos na cidade, haja vista para as formas de composição dos

conselhos, por hora, política de saúde, mas por definição legal, políticas de abrangência dos

conselhos, de modo geral, mas também, como a lei os define cumprindo papéis sociais e

alcançando objetivos:

[...] Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar,

independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivo: I- a

proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II – o

ampara às crianças e adolescente carentes; III- a promoção da integração ao

mercado de trabalho; IV- a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de

deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; V- a garantia

de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e

ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou

tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei [...] (CRB, 1988, p.91)

Dessa maneira, como se observa a lei, em CRB (1988), cabe a ela a promoção da

integração comunitária, e aos conselhos, pós-organizados, a execução dessa integração. No

entanto, se olhado, em Gramsci (2007), que aborda a vontade política e coletiva, bem como a

consciência operosa que se constrói a partir da necessidade histórica, ou seja, os conselhos

municipais estão organizados de início dos anos 90.

E, para ele, o conceito de vontade coletiva está firmado na existência de condições de se

criá-la em âmbito nacional, enquanto no entendimento desta proposta, a vontade coletiva

começa a se construir debaixo para cima. E isso já vem sendo proporcionado à cidade. Haja

vista para o que já foi a Federação de Associações Comunitárias de Ibirité, o Projeto Cultural

sob a égide dessa Federação, quanta coisa não trouxe em termos de ações comunitárias, em

termos de formação de lideranças, em termos de novos hábitos de cultura, dentre outras.

71

E isso tudo culmina, mais tarde, com a formação dos conselhos municipais. E só estes já

se contam 30 anos. Agora, nesse caso, se há desorganização, é porque faltam políticas

públicas com ações comunitárias mais producentes. Quer dizer, noutro caso, em Oliveira

(2004), pode-se perceber a falta de organização interna e integração entre os conselhos, de

modo que não existe iniciativa de integração nem puxada pelo próprio conselho municipal,

muito menos pelas secretarias.

A saber, estes são problemas detectados, mas o teor de tais problemas está na falta de

políticas públicas de organização. É claro que o autor, no caso, aborda sobre o Conselho

Municipal de saúde, mas as regras para conselhos são todas de mesma natureza, em geral. Daí

vê-se serem na construção popular dos conselhos municipais que se instauram, sob as

orientações técnicas e legais, os novos modos de aplicação das políticas públicas voltadas

para o campo popular.

Então, é ter consciência operosa, conforme versa Oliveira (2004), com sentido de

elaboração delas visando à organização, no caso de implemento novo, e reorganização, no

caso do já existente. Por exemplo, no caso de Ibirité, em que, segundo pesquisas levantadas,

os secretários quase sempre não participam das reuniões dos conselhos, sabem das decisões

via-terceiros e mesmo assim, não as cumpre. Isso acontece porque faltam políticas de

organização, mas não só, faltam iniciativas da parte do agente político principal.

É todo um jogo de desorientações e comportamentos profissionais desprezíveis, que a

cidade também precisa aprender a desprezar, fazendo conforme ainda versa a constituição:

“[...] obter certidões em repartições públicas (Art. 5º - XXXV), fiscalizar as contas, participar

dos conselhos de gestão de saúde (Art. 198º - III), assistência social [...]” (BRASIL, 1988,

p.13). Para tanto, o que os conselhos não cumprem, mas a lei determina é que sejam

consultores e fiscalizadores à altura de sua autonomia.

Daí, o que se compreende definido, nesta seção, é fazer a promoção da integração

comunitária, através dos conselhos; é promover a consciência operosa de que a definição e

organização dos conselhos já existem, o que falta é a gestão político-administrativa deles à

altura de eles poderem cumprir seus papéis sociais com eficiência e eficácia.

[...] Seguindo a orientação do texto constitucional o legislativo brasileiro passou

a regulamentar a implementação dos vários conselhos propostos, em leis

especiais, das quais destacamos o ECA, artigo 88, inciso II, a constituição e

implementação de Conselhos de Direitos, órgãos deliberativos e controladores

das ações […]” em que está “assegurada a participação popular paritária […]”

nos municípios, Estados e no plano federal. E a lei federal nº 8742 de 7 de

dezembro de 1993, que determina que a assistência social deve ser prestada,

preferencialmente pela União e pelos municípios. É importante observar que os

Conselhos Municipais também estão previstos nas leis orgânicas dos

municípios. Para Alexandre Fortes os Conselhos Municipais são: “órgãos

responsáveis pela elaboração, integração e controle das políticas públicas

voltadas para a assistência social” [...] (CRB, 1988, p.108).

E assim, como reza em CRB (1988), essa falta de interfere em suas ações, assim como

impede que outras políticas públicas possam ser implementadas, impedem coisas mais

simples até, como os próprios conselhos de se organizarem a contento a seus interesses em

sintonia aos seus papéis definidos. Quer dizer, se olhar novamente a constituição: “[...] (Art.

206º - VI), cooperar por meio de associações no planejamento municipal (Art. 29º - XII),

receber informações das autoridades [...]” (BRASIL, 1988, p.13), verá que existe todo um

aparto legal apontando para a organização dos conselhos.

Nesse tanto, se olhado à luz do que pensa: “[...] a dimensão e o significado desta

mudança são enormes porque não se trata apenas de ‘introduzir o povo’ em práticas de gestão

72

pública, como preconizava as propostas da democracia com participação comunitária nos

anos 80, [...]” Quer dizer, estes são os termos em que os conselhos podem promover a

elaboração de políticas públicas, dentro de seus contextos de ações e em sintonia com a

iniciativa política do agente principal.

Daí, senão isso, os movimentos sociais e populares ficam sem-direção e sem-

participação na vida da cidade, pois que se o executivo municipal não proporciona aos

conselhos palestras educativas com sentido de mantê-los informdos de suas competências É a

dimensão do significado das mudanças que são enormes. Por exemplo, como versa a

constituição: “[...] (Art. 31º, § 3º), denunciar irregularidades ou ilegalidades (Art. 74º, § 2º),

participar dos conselhos de gestão [...]” (BRASIL, 1988, p.13).

Não conseguem orientar suas comunidades para as próprias situações de autodefesa

diante da econômica. A saber, estes não promovem trabalhos educativos, junto as suas

comunidades de origem, no fim de ajudá-las em suas organizações, porque não conhecem, de

fato, sua autonomia para agir. É o reflexo da consciência operosa, como pensa Gramisci

(2007) que, nessa situação, não está conseguindo reagir a contento.

E assim, a cidade inteira não se deixa desenvolver também a contento, ao contrário,

fica presa à falta de iniciativas oriundas da secretaria do agente político principal. “[...]

quando a ideia da participação vinculava-se à apropriação simples de espaços físicos. Trata-se

agora de mudar a ótica do olhar, do pensar e do fazer; alterar os valores e os referenciais que

balizam o planejamento e o exercício das práticas democráticas [...]” (GOHN, 2002, p. 07).

Os conselhos incentivam suas comunidades de origem a se organizarem com base em

sua referência de organização. A olhar pelo que consta da: “[...] A sociedade tem o direito de

pedir conta a todo agente público por sua administração [...]” (Declaração dos Direitos do

Homem e do Cidadão, 1789), o sentido dos conselhos só se faz ampliar, pois que é uma

maneira bem política do ponto de vista social, mas também, bem técnica e organizacional, ao

passo que ainda, interativa, consultiva e fiscalizadora. A saber, têm plenas condições de

representar bem as comunidades que os escolhem.

Por exemplo: “[...] Da mesma forma o Decreto-lei n.º 201/67 autoriza o cidadão à

denúncia do prefeito e a Lei de Responsabilidade Fiscal nº 101 de 2000 [...]” (BRASIL, 1988,

p.13). Quer dizer, se não é o Conselho Municipal de determinada área, no caso, o meio

ambiente, mas é um Conselho que está jurisdicionado a uma administração geral e que, em

momento oportuno, pode corresponder no mesmo grau de suficiência, quando existe uma

mesa diretora geral para promover essas interações entre conselhos.

Aí, já se toca no quesito da consciência operosa e vontade política que, para Gramisci

(2007), é vontade coletiva e nasce ao centro do sistema federal de participação popular. Os

conselhos existem, e o senso de organização deles está acima dos problemas detectados. Para

tanto, os conselhos têm de se organizar de acordo com sua autonomia, e assim fazendo, se

reconhecem atuantes nos papéis para os quais a lei os criou, bem como proporcionar a

existência de uma mesa diretora geral para promover a gestão dessas interações entre

conselhos e outros serviços.

Fazer a promoção da integração comunitária, através dos conselhos, e promover a

consciência operosa de que se a definição e organização contribuem para que a falta de gestão

político-administrativa seja vencida à altura de eles poderem cumprir seus papéis sociais com

sabedoria, eficiência e eficácia.

6.1.1.4 As relações com ações de transparência

Em se tratando de transparência nas relações da prefeitura municipal com as demais

instituições internas a ela, bem como as externas, por exemplo, as relações de uma secretaria

com outra e seus departamentos de serviços, em que, muitas vezes, não se entonam

73

transparentemente, ao contrário, destacam-se pelos assédios, ou seja, caracteres ruins. Quer

dizer, se olhado pelo conceito: “[...] Na tentativa de tornar o conceito anterior menos fluido,

descreve que a transparência faz-se a partir de três elementos: um observador, algo disponível

a ser observado e os meios ou métodos para se realizar a observação [...]” (OLIVER, 2004, p.

2). Assim, afirma o autor, mas as atitudes vindas ao público têm de ser transparentes, porém

sob os comportamentos saudáveis.

A saber, conceito de transparência apontado como que de controlador de serviços, de

observação de comportamentos no trabalho, de observação de cumprimentos de tarefa, ou

seja, conceitos vagos em termos de transparência. Para tanto, se os olhares apontam para:

“[...] Assim, todos os setores da sociedade, incluindo a União, os Estados, e os Municípios,

têm definidos os respectivos deveres e direitos [...]” (TERRA e DUARTE, 2014, p.7), fica

sabido que, se há deveres e direitos sendo observados, significa haver papéis definidos.

Quer dizer, as relações, no âmbito dos serviços públicos, precisam se orientar no campo

dos deveres. Conseguintemente, se olhar para: “[...] No setor público as bases estão apoiadas

na legalidade, tanto da responsabilidade na gestão fiscal dos recursos públicos e prestação de

contas, quanto da ordem devolutiva para a população [...]” (BRAUN; MULLER, 2014, p.

988), verá que tais situações estão pautadas na lei, conforme versam os autores em estudo.

Portanto, se sob a legalidade, o conceito de transparência soa mais forte, no que se diferencia

de Oliver (2004), que o aponta apenas como controlador de situações de serviços.

Ainda, se estão no campo da legalidade, significa que há participação popular no âmbito

da administração pública, a fiscalização no âmbito do Ministério Público, e se não há

prestações de contas, e assim por diante. E, consequentemente, todas as secretarias, seus

departamentos, e instituições fora da jurisdição da prefeitura, têm seu marco focado nos

direitos e deveres, mas no que tange à execução dos serviços, as relações ficam somente no

campo dos deveres.

Assim, do mesmo jeito que têm direitos de agir, têm também deveres par cumprirem. E,

por sua vez, particulares, não são a estrutura nem exercício de poder pensada por: “[…] na

estrutura e organização do Estado e da Administração distinguem-se nitidamente poder,

órgão, função, competência, cargo e agente [...]” (MEIRELLES, 1998, p.75). O que há é

exatamente a falta de organização e de estruturação dos serviços, ao lado de um conceito

degenerativo de serviços públicos.

Daí, na visão de Romano e Antunes (1977), que abordam sobre os serviços públicos

executados por seus agentes como sendo fruto do dever, não meramente do direito, então

comportamentos como esses indicam que não há cumprimentos de deveres. E, por isso, tal

poder deveria ser para possibilitar as práticas de ações saudáveis e beneficentes à população,

muitas vezes, torna-se um poder degenerativo, capaz de viciar as pessoas nos hábitos de não

saberem usar a coisa pública.

Enfim, fica compreendido nesta seção, que o conceito de transparência apontado como

que de controlador de serviços, de observação de comportamentos no trabalho, de observação

de cumprimentos de tarefa se tornam conceitos muito vagos em termos de transparência,

enquanto que, se sob a legalidade, o conceito de transparência soa mais forte, no que o

diferencia muito em termos de conceito.

Isto significa que a participação popular no âmbito da administração pública, a

fiscalização no âmbito dos conselhos municipais e a denúncia no âmbito do Ministério

Público se complementar, praticamente, as definições do conceito estudado. Por conseguinte,

em Filho (2005), se passa a considerar outras formas de conceituar a transparência:

[...] Nesse mesmo contexto, Filho (2005, p. 5) considera que: a transparência

pública não se confunde com o tradicional princípio jurídico da publicidade,

que fundamenta o moderno Estado de direito. As duas noções são distintas,

ainda que a publicidade garanta ao poder público uma certa transparência. A

74

diferença é a exigência da publicidade é atendida com a publicação dos atos

poder público no veículo oficial de imprensa, ao passo que a transparência não

se satisfaz com o mero cumprimento de formalidades. Ela é mais exigente [...]

(FILHO, 2005, p.11)

Em se continuando, na definição de transparência como, em Filho (2005), se postula, ou

seja, não vê o conceito de transparência se confundindo com o princípio jurídico da

publicidade. O que se vê é que tudo emana do poder que os entes pensam deter, se a público

colocado, soa transparente. Nisso, por exemplo, se o agente político recebeu a confiança da

população para o exercício de determinado poder, como pensam as autoras, Romano e

Antunes (1977).

Estes últimos tipos de poder, poder para exercer, poder com recursos e poder se-

recursos, e poder de dentro, o entusiasmo, por exemplo, não são infinitos, podem crescer com

o seu exercício. Para tanto, no pensar de um grupo exercendo estes poderes, não

necessariamente, reduz o poder dos outros, porém, de toda forma esse desenvolvimento

implica que tem de haver mudanças nas definições de poder, sobretudo, nas relações a que

eles estabelecem.

Para tanto, os autores reportam-se: “[…] a coprodução dos serviços públicos a partir da

complementaridade dos modelos e da proposta de administração pública pode ocorrer por

meio da organização burocrática em que haja a gestão participativa obtida por meio de

estruturas de consentimento [...]” (SALM; MENEGASSO, 2009, p. 112). E nesta definição do

poder sob a ordem do consentimento, vê-se isto significar que, quando alguém, ao exercer um

poder vicioso, por exemplo, sobre as pessoas, intenta contra a confiança que a população

depositou sobre esse alguém, no instante em que votou nele.

Daí, o conceito de poder vai-se esmiuçando, degenerando-se, não pelo tipo de poder

exercido, mas pelas características negativas que colocadas, ampliando cada vez mais, o

conceito de desconfiança do que o de confiança recebida por ele durante o voto. Nessa linha,

vê-se a coisa pública tratada como desserviço, ou seja, fora dos caracteres de uma

administração popular, como pensam Salm e Menegasso (2009).

Quer dizer, noutra linha, houvesse uma participação popular ativa na administração

municipal, sua falta de funcionalidade não cairia no desmerecimento público e falta de

organização burocrática na gestão participativa, como versam Salm e Menegasso (2009). Às

vezes, olhando-se superficialmente, talvez se pensem não haver problemas nisso. Só que, no

atual sistema municipal, já se percebem movimentações que geram muitas desconfianças por

parte da população.

A saber, práticas que precisam ser modificadas, conforme versa Quaresma (2012), no

que tange às novas práxis sociais, assim, substituídas por práticas e benefícios à população

local. Assim, conforme versam Terra e Duarte (2014), quando os sujeitos-profissionais não se

sentem colocados suficientemente na produção de um dever, terminam indo além dos direitos

que têm.

Dessa maneira, fica entendido, nesta proposta, que no concernente ao conceito de poder,

estes últimos tipos de poder, poder para exercer, poder com recursos e poder se-recursos, e

poder de dentro, o entusiasmo, por exemplo, não são finitos, podem crescer com o seu

exercício. Para tanto, no pensar de um grupo exercendo estes poderes, não necessariamente,

reduz o poder dos outros, porém, de toda forma esse desenvolvimento implica que tem de

haver mudanças nas definições de poder.

Dado isso, de outra maneira, o conceito de poder vai-se esmiuçando, degenerando-se,

não pelo tipo de poder exercido, mas pelas características negativas que colocadas, ampliando

cada vez mais, o conceito de desconfiança do que o de confiança recebida por ele durante o

voto. Daí, em Lopes (2007), o acesso à informação vai se constituir um tipo de poder e, por

75

isso, soa transparência. A saber, esta soa mais para mudanças de hábitos do que

necessariamente modos de exercer o poder.

[...] considera que: Ora, se a informação é um bem público, há um papel do

governo muito importante para sua provisão, a exemplo do que ocorre com os

demais bens públicos. Do mesmo modo, o acesso à informação pública não é um

bem em si mesmo, não é exatamente um daqueles “direitos inatos”. É fato que,

em sociedades democráticas, deve existir um direito básico de acesso à

informação, de expressão e de conhecimento das atividades governamentais [...]

portanto, há claro incentivo à promoção da transparência e da abertura nos

governos de Estados democráticos. Da mesma maneira, [...] destaca que: [...] o

acesso público à informação, ainda que primordial para a garantia de um

Estado transparente e responsável é instrumental no sentido de que os ganhos

advindos das políticas de transparência governamental não se encerram em si

mesmos, mas nos resultados trazidos por este tipo de política para a

administração pública (LOPES, 2007, p.11)

Mas, em se abordando sobre as relações que estão ligadas às ações de transparência, o

que se percebe é que o direito básico de acesso à informação, conforme destaca Lopes (007),

se considerando que tal direito está ao pórtico central das sociedades democráticas, então,

expressar sobre e conhecer as atividade governamentais, se nos parece pouco aos olhos da

democracia, sobretudo, o elevado conceito de participação popular.

Isto é, comportamentos adotados por agentes públicos completamente fora das

características isonômicas, fora do anseio das comunidades engajadas com a produção do bem

público, como versam Salm e Megasso (2009), por exemplo. E essa transparência

governamental de que Lopes (2007) fala, precisa ser iniciativa, senão direta do agente político

principal, tem de ser do governo municipal.

É, através dessas iniciativas, que os conceitos se constroem: de transparência pela

capacidade de informação; pela capacidade de se manter atento às necessidades públicas, de

saber ouvir, principalmente, quando se trata de leituras críticas da população em relação ao

governo, e assim por diante. Contudo, contemplar e satisfazer-se uma resposta a essas críticas

todas, constitui-se em dificuldades imensas.

Para tanto, se olhado do ponto de vista da pessoa, mesmo porque, a ideia não é

exatamente responder a crítica nenhuma, mas propor algo diferente e que tire o sistema

municipal do campo das relações criticáveis negativamente, porque o exercício do poder pelo

próprio exercício, somente cria situações de desconfianças. Tal poder, como em Romano e

Antunes (1977), deveria ser para possibilitar as práticas de ações saudáveis e benéficas à

população, muitas vezes, torna-se um poder degenerativo, capaz de viciar as pessoas nos

hábitos de não saberem usar a coisa pública.

E é sobre isto que as mesmas autoras vão abordar: “[...] A partir da visão foucaultiana,

se amplia a noção de poder. O poder não é só poder sobre recursos (físicos, humanos,

financeiros) e ideias, crenças, valores e atitudes [...]” (ROMANO e ANTUNES, 1977, p.116).

Dada uma verdade, o poder, como vem sendo exercido para fins próprios, permite a

conceituação das relações, passando-as pelo viés dos vícios, seu sentido ganha apenas uma

adjetivação defeituosa no campo do fisiologismo, pois que é só isso o que se caracteriza

quando o sistema se envereda por um exercício público como se fosse propriedade sua.

E, por isso, tal exercício do poder dever ser para facilitar as práticas de ações saudáveis

e beneficentes à população, muitas vezes, porque o poder degenera, vicia as pessoas nos

hábitos de não saberem lidar com a coisa pública. Resolver isto tem de voltar aos contextos da

história. Dada outra verdade, o que falta é a boa institucionalização do diálogo. Senão assim,

76

não se conseguem combater e eliminar os vícios, há anos arraigados ao sistema municipal

com as instituições e certos viciados nas relações de atrelamento ao sistema.

E o diálogo de que se fala, aparece no ato de pensar de: “[...] Não há diálogo, porém, se

não há um profundo amor ao mundo e aos homens. Não é possível a pronúncia do mundo,

que é um ato de criação e recriação, se não há amor que a infunda [...]”. Dada ainda outra

verdade, sob outro aspecto que “[...] envolve a dialogicidade é a confiança entre os sujeitos

envolvidos no diálogo [...]” (FREIRE, 2005, p. 91-92). A saber, se a falta de amor prevalece,

o diálogo tem de chegar e abrir as portas para que o ato de amor aconteça.

E, de repente, tudo passa a ser uma questão de amor. E, finalmente, fluindo assim, tanto

os compromissos com os serviços públicos aliados ao campo dos deveres, conforme o

apontado por Terra e Duarte (2014), quanto o exercício do poder generativo apontado por

Romano e Antunes (1977), quanto o exercício da organização burocrática com participação

popular por meio das organizações sociais e isonômicas apontados por Salm e Menegasso

(2009).

E ainda, quanto distinção de poder pelos órgãos, funções, competências, cargos e

agentes apontados por Meirelles (1998) e, ainda quanto, as bases da administração pública

apoiadas na legalidade, na responsabilidade, na gestão fiscal dos recursos públicos e prestação

de contas, na ordem devolutiva para a população, conforme versam Braun e Muller (2014).

Enfim, fica compreendido neste teor, que o conceito de transparência apontado como

que de controlador de serviços, de observação de comportamentos no trabalho, de observação

de cumprimentos de tarefa se tornam conceitos muito vagos em termos de transparência.

Enquanto que, se sob a legalidade, o conceito de transparência soa mais forte, no que o

diferencia muito em termos de conceito.

6.1.1.5 A organização político-geográfica da cidade

Pensando-se em organização político-geográfica, tendo Ibirité como referência,

conforme Comunicação (2018), o que se vai perceber é nos diferenciáveis relevos, sobre os

quais, a cidade se edificou com o passar dos anos. Olhar para trás e ver 1880, Vargem do

Pantana começando ao cruzamento dos ribeirões Ibirité-Pantana. Os caminhoneiros,

carregados de abóbora, paravam para tomar das águas claras a que o cruzamento de ambos os

córregos proporcionava-os.

A contar de uma história que aquele pequeno povoado não a conseguia vislumbras.

Haja vista o que se vislumbra, hoje, em termos de geografia e de cidade. E, sob essa mesma

vista, soma-se ao pensamento: “[...] Vivemos com uma noção de território herdada da

Modernidade incompleta e do seu legado de conceitos puros, tantas vezes atravessando os

séculos praticamente intocados. É o uso do território, e não o território em si mesmo, que faz

dele objeto da análise social [...]” (SANTOS, 2005, p.15).

A saber, a História conta, muitas vezes, do que o homem não consegue contar nem

observar do que precisa ser levado a contento como herança territorial. Fosse o homem fazer

isso, as bases e grotões, sustentáculos da Serra do Rola-Moça, talvez, não pudessem nos dizer,

agora, do que o homem foi capaz de fazer e, ao mesmo tempo, do que não foi. Ora, esse

legado de conceitos puros de que o autor recorda, na verdade, constata-se como sendo

impedimento para o homem fazer o que precisa ser feito.

E, por isso, em Gonçalves (2007), se vai ver que a cidade tornou-se um ambiente de

alta complexidade, sendo pelo crescimento desordenado e espontâneo, inclusive - se

considerando as invasões posteriores à emancipação - pela falta de políticas habitacionais,

pela não elaboração e não cumprimento dos planos diretores, durante longos anos - mesmo

depois da constituição de 1988 - ou a falta dos planos, como também na gestão do território,

77

pela formação dos aglomerados urbanos, envolvendo diversos núcleos de gestão em uma

mesma área.

Mas, voltando aos conceitos puros, em Santos (2005), sem contar que esta expressão:

“[...] legados de conceitos puros [...]” (SANTOS, 2005, p.15). A saber, comporta sentido

duplo: de um lado, o conceito puro não deixa o homem agir porque – conforme a força dos

hábitos antigos – ao fazer, um planejamento de cidade, fosse o caso, por exemplo, sentir-se-ia

em estado de desrespeito aos antigos proprietários das terras que, apesar de mortos, mereciam

a conservação de suas antigas terras em mesmo estado, ou seja, supostamente, intocadas.

De outro, a ambiguidade se confirma, sob a ordem do não fazer porque, também e

acima de tudo, não reuniam conhecimentos político, técnico e científico suficientes, para fazê-

lo com responsabilidade. E, se fosse, de certo, haveria razões. Mas, neste sentido ambíguo

pode estar morando, há anos, esta mesma falta de conhecimentos, já mencionada. Então, neste

sentido, vale ver: “[...] o fato de que se, por um lado, as forças políticas dirigem a organização

e o ordenamento do território, por outro, o território influencia diretamente na política de

gestão desse espaço social [...]” (SANCHEZ e PIRES, 1991, pp.33-34).

“[...] Portanto, estamos tratando da relação entre política e território, e consideramos

que a base territorial é condição necessária para a existência de toda organização política [...]”

(SANCHEZ e PIRES, 1991, pp.33-34). E se assim se considera, de repente, vale pensar no

que um plano de ações gerais significa para a cidade, principalmente, em meio a essas

problemáticas todas. Certamente, se é planejamento, possivelmente, preveja alterações nos

espaços geográficos.

Daí, para finalizar esta seção, observa-se que a História conta das águas claras,

potáveis, tão-potáveis que eram atrativos dos caminhoneiros – não tão distantes assim do

Barreiro, há 8 quilômetros dali – mas os proporcionavam prazer. Então, nesta proposta,

precisa prever algo sobre isso, pelo menos prever; pelo mais, esforçar-se para recuperar as

águas. Outra marca que fica clara neste plano, conforme em Santos (2005), se verifica, é o

legado de conceitos puros que, ao prever as alterações já mencionadas, precisa evitá-los.

É claro, o respeito aos mortos, aos antigos habitantes, ao trabalho de dedicação e

construções que esses habitantes deram à cidade, tem de se manter. Só não pode ficar preso

aos conceitos impeditivos de ações. Além disso, outra marca claramente perceptível, é a

influência do sentido duplo de linguagens, para cujo uso, também se faz necessário evitar. No

mais, como o tema trata do conceito de urbanização não observado, pelos antepassados na

cidade, por um motivo ou outro, em Gonçalves (2007), se vai ver como os territórios devem

ser considerados no campo das análises Geossociais:

[...] Conforme Gonçalves e Couto (2007, p. 6): [...] vê-se nesses anos o

aprofundamento do processo de urbanização, trazendo com isso muitos

problemas sociais, como a segregação nas periferias, e também de caráter

administrativo, pela falta de políticas adequadas, financiamento, entre outros

amplamente discutidos por diversos autores. A cidade tornou-se um ambiente

de alta complexidade, seja pelo crescimento desordenado e espontâneo

(invasões), pela falta de políticas habitacionais, pelo não cumprimento dos

planos diretores ou a falta deles, como também na gestão do território, pela

formação dos aglomerados urbanos, envolvendo diversos núcleos de gestão em

uma mesma área. Nesse sentido, torna-se impossível para um grande número

de municípios brasileiros desenvolverem políticas voltadas unicamente para

atender os limites do seu próprio território [...] (GONÇALVES, 2007, p.6).

Entretanto, a retomar pela temática da urbanização, Ibirité vem passando no tempo e

nessas passagens, adquirindo tamanhas segregações periféricas, haja vista para a Vila das

Antenas, Vila Ideal, Águia Dourada, dentre outras, conforme em Gonçalves (2007), e as

comunidades, cada vez mais populosas, desde os anos 80, a cidade crescendo em média 8%

ao ano, até chegar aos patamares de hoje, ou seja, entre 180.000 e 200.000 habitantes.

78

Mas, se considerando os contornos de hoje, a falta de políticas públicas adequadas a

tem tornado, mais e mais, um ambiente de alta complexidade devido ao crescimento

desordenado – mesmo com políticas de locação imobiliária, ainda que frágeis – sobretudo,

desordenadas pelas ocupações espontâneas dos últimos 30 anos.

A olhar para essa dialética, político-geográfica-habitacional, assiste aos aglomerados e

conglomerados, sob a ótica de: “[...] Hoje, quando vivemos uma dialética do mundo concreto,

evoluímos da noção, tornada antiga, de Estado Territorial para a noção pós-moderna de

transnacionalização do território [...]” (Santos, 2005:15 [1994]). Basta olhar na História e ver

das origens como tudo começou, caminhando pelo tempo, a desembocar-se no que aí está.

Mas, em Comunicação (2018), se vê a Sabará, sua origem mais antiga; Santa Quitéria,

hoje, Esmeraldas dando sequência; Contagem recebendo-a como o seu grande distrito, e esta

passando pela mudança de nome, de Vila do Pantana ao significado de Ibirité, ou seja, Terra-

firme, Chão-Duro; Betim, sua última jornada enquanto distrito, até sua emancipação a 30-12-

1962. Daí dá para perceber as alterações pelas mudanças de território.

E a História conta como é fácil mudar de um território ao outro, sob a nomenclatura de

distrito, sem se ocupar com as conurbações que, até então sob o controle, não se ocupariam,

mas sem-preocupação com os processos de urbanização, por isso, não se registram sequer

quase nada, se houve estudos para fazer essas mudanças, se o território, geograficamente,

estaria pronto para receber o distrito. Só se sabe que é nesta sequência que a cidade

emancipou-se.

Mas, em Santos (2005), se concebe a dialética dos distritos transformados em

territórios autônomos, assim, mesmo sem-noção dos critérios sob os quais se evolui à

condição de distrito, bem como a município. Aliás, é nesses termos que se vai preconizar:

“[...] é possível elaborar uma perspectiva crítica sobre a versão contemporânea do

empreendedorismo urbano. Em primeiro lugar, a análise deve enfocar o contraste entre vigor

superficial de diversos projetos de regeneração de economias urbanas debilitadas e as

tendências subjacentes da condição urbana [...]” (HARVEY, 2005, p. 186).

Quer dizer, é o crescimento desordenado das cidades colocado agora, há tantos anos

depois, sob a ótica da dialética urbana, sobretudo, engajada aos processos de conurbação. E

agora, qual ou quais projetos vão se encaixar em meio a tantas dialéticas: desmoronar tudo e

recomeçar do zero será o mesmo que avançar em passos descontínuos, ou seja, a cidade

continua, e os passos retrocedem.

Contudo, vê-se que a crescimentos desordenados, faz-se possível retroceder-se,

recuperar e, de novo, controlar, desde que os conceitos de legado puro, como em Santos

(2005), sobrecarregado de duplicidade de sentidos, deixem as sobrecargas que fiquem no

passado, bem como a sua capacidade de impedir os homens de trabalharem pela recuperação

da cidade. Dado isso e, para finalizar mais uma seção, vale compreender pela ética e ótica

deste plano de ações gerais, a marca a que se pode chegar, é que com o crescimento

desordenado, a cidade ganhou as segregações periféricas.

No entanto, com o bom planejamento, faz-se necessário, recuperar essas comunidades,

tentando situá-las ao plano da cidade ambientalmente desejada. Outra marca, também,

significativa neste plano é que, historicamente falando, com os territórios recebendo os

distritos sem se preocuparem com estudos aprofundados sobre os problemas urbanísticos

futuros, compreendendo essas práticas como evitáveis em caso de planejamento de

recuperação da cidade.

A saber, em se tratando de urbanismo, tudo daqui para frente, na cidade precisa ser

planejado. Além disso, a reafirmação dos conceitos de legado puro como, em Santos (2005),

sejam, mais uma vez, considerados, evitáveis. No mais, como em Castells, (1980), a próxima

temática vai abordar como a concentração espacial de moradores em áreas metropolitanas,

79

determina, não somente, a concentração como também a interdependência crescente, do

conjunto de meios de consumo necessários a essas concentrações.

A concentração espacial dos trabalhadores em cidades e áreas metropolitanas

de dimensão cada vez maior determina, por sua vez, a concentração e

interdependência crescentes do conjunto de meios de consumo que lhes são

necessários. E isso ocorre tanto no que se refere ao consumo individual

(produtos distribuídos através do mercado de forma fracionada) como ao

consumo coletivo (bens e serviços indivisíveis, que correspondem à maioria dos

chamados serviços urbanos: educação, moradia, transportes, saúde, áreas

verdes, centros culturais etc.). A crescente interdependência das unidades de

produção e de gestão, tanto em seu aspecto econômico como em seu aspecto

técnico, conduz à criação de um verdadeiro complexo econômico-social, que

constitui a estrutura urbana dessas unidades de atividade e de residência que

são as cidades (CASTELLS, 1980, p.21).

E em se continuando as abordagens sobre as concentrações espaciais focada nos meios

de consumo, segundo o olhar de Castells (1980), e esse olhar dela para o futuro, da referência

de tempo em que estava, para o hoje em que estamos agora, vale ver, com os olhos da

preocupação social, como as coisas mudaram e a geografia crítica absorveu tantas populações,

ao mesmo tempo, de modo que, os serviços urbanos se tornaram mais difíceis e mais

complexos, por causa dessas demandas.

Então, esse olhar da autora, Castells (1980), aponta para a educação que nos lembra de

seu estado de crise; para a moradia que também nos desperta em preocupação com os

aglomerados, sobretudo, em épocas de chuvaradas, a saber, em crise; para os transportes cujas

reclamações são constantes do mau funcionamento dos ônibus coletivos; saúde, sobretudo em

época de pandemia, mas contanto que tudo em crise, e assim por diante.

Dá para ver que as suas previsões caberiam em algumas situações de conflitos, de

necessidades básicas, necessidade de readequação. Ao olhar de crise, necessariamente, faz-se

jus observar e até exigir as políticas de projetos: “[...] Deve-se reconhecer que, sob a

camuflagem de muitos projetos de sucesso, existem alguns problemas sociais e econômicos

muito sérios, [...]” (HARVEY, 2005, P.186). Estas, por causa de sua importância, pelo menos,

como ação paliativa, na solução de certas crises.

Nesse caso, haja vistas para a “Fome Zero”, em REPÚBLICA (2006), quantas

famílias classificadas como abaixo da linha de pobreza, mas com a chegada de um governo

cujas politicas públicas contra a fome foram significativas. Também esse quadro social

mudou de cor e de tom. Entretanto, período na História marcado na vida dessas populações.

Então, noutro caso e, mais uma vez, o olhar futurista, em Castells (1980), demonstra sinais de

insatisfação, pelo cumprimento da previsão; de razão, porque todas as suas preocupações

tinham estruturas racionais e fundos de verdades não muito distantes do tempo dela.

E são esses os mesmos problemas que, em Harvey (2005), se podem constatar. A

saber, na geografia social eles estão presentes, na geografia econômica, eles também estão

presentes. E dessas análises tanto, em Castells (1980), quanto, em Harvey (2005), se pode

compreender que ambos tratam da mesma geografia política. E ainda em: “[...] e que isso, em

muitas cidades, está assumindo um caráter geográfico, na forma de uma cidade dupla, com a

regeneração de um centro decadente e um mar circundante de pobreza crescente [...]”

(HARVEY, 2005, p.186).

Daí se vai compreender a duplicidade de sentidos de uma mesma cidade, não pela

ótica das classes sociais, na trilogia, classificadas: de um lado ricos, dou outro, médio-ricos e

dou outro, pobres. Todavia, o duplo sentido se coloca pela ótica da própria pobreza, ou seja,

ao mesmo tempo, em que os poderes públicos trabalham pela recuperação daquilo que é

decadente - supostamente, os centros urbanos - usando de projetos de iniciativas sociais, para

80

que os mais pobres se diminuam no grau de pobreza, como tudo funciona paliativamente, o

próprio tempo vai determinar o quanto a pobreza cresceu substancialmente.

Finalmente, se precisa prever algo sobre a recuperação das águas, pelo menos prever;

pelo mais, esforçar-se para recuperá-las, tornando-as tão-claras e tão-potáveis, quanto o eram

ao final do século XIX. Conforme em Santos (2005), se verifica, é o legado de conceitos

puros que, ao prever as alterações já mencionadas, precisa evitá-los. É claro, o respeito aos

mortos, aos antigos habitantes, ao trabalho de dedicação e construções que esses habitantes

deram à cidade, tem de se manter.

Só não pode ficar preso aos conceitos impeditivos de ações. No entanto, com o bom

planejamento, faz-se necessário, recuperar também, as comunidades, tentando situá-las ao

plano da cidade ambientalmente desejada. E ainda, significativa neste plano é que,

historicamente falando, com os territórios recebendo os distritos sem se preocuparem com

estudos aprofundados sobre os problemas urbanísticos futuros, nesta proposta, os estudos

científicos serão sempre critérios básicos para quaisquer alterações na geografia da cidade.

Disso, compreendendo essas práticas como evitáveis em caso de planejamento de

recuperação da cidade em tempos atuais. A saber, em se tratando de urbanismo, tudo daqui

para frente, na cidade, precisa ser planejado. Além disso, claramente perceptível, é a

influência do sentido duplo de linguagens, para cujo uso, também se faz necessário evitar. A

geografia crítica absorveu tantas populações, ao mesmo tempo, de modo que, os serviços

urbanos se tornaram mais difíceis e mais complexos, por causa dessas demandas.

Além do mais, fica claro ainda, nesta proposta, que as ações de recuperação ambiental

da cidade, jamais podem ser paliativas, pois que não garantem a solução dos problemas. A

saber, na geografia social eles estão presentes, na geografia econômica, eles também estão

presentes. E dessas análises tanto, em Castells (1980), quanto, em Harvey (2005), se pode

compreender que ambos tratam da mesma geografia política.

Entretanto, o duplo sentido se coloca pela ótica da própria pobreza, ou seja, ao mesmo

tempo, em que os poderes públicos trabalham pela recuperação daquilo que é decadente,

usando de projetos de iniciativas sociais, para que os mais pobres se diminuam no grau de

pobreza, como na cidade tudo funciona paliativamente, o próprio tempo vai determinar o

quanto a pobreza cresceu em tantos substanciais. Ao final, entende-se, nesta proposta que, em

termos de investimentos humanos, nada pode ser visto como decadente e, muito menos, como

paliativo, pois que todo o investimento é válido, quando se trata de seres humanos.

6.1.2 Eixos educacional-pedagógicos

6.1.2.1 Educação pública como tecnologia instrumental de qualidade

Em se tratando de política educacional, tendo a escola pública como tecnologia

instrumental para a maioria da população, e a tendo como referência, o que se vê no tangente

ao que se considera fundamental, necessidades básicas e estímulo para que se alcance a

qualidade do ensino, o caminho, talvez, percorra uma trajetória: “[...] Convoca-se uma monor-

racionalidade do tipo técnico e uma perspectiva gestionário-utilitária, (neotayloriana),

decompõe-se e fragmenta-se o processo de avaliação, quantificando e mensurando,

formalizando [...]” (LIMA, 2002, p.28).

“[...] adota-se uma visão mecanicista da organização escolar, centrada nas operações

técnicas, na eficácia e na eficiência [...]” (LIMA, 2002, p.28). E essa trajetória tem mesmo de

passar pelos trâmites técnicos, senão, não se consegue a organização escolar, mesmo porque,

esta depende de certas atitudes da escola e do sistema-gestor sobre ela, mas não vai ficar presa

à apreensão técnica, porque não é só de técnicas que vive a escola, também não só de técnicas

trabalha o professor nem aprendem os alunos, e assim por diante.

81

Daí, de acordo com esta proposta de gestão, a qualidade no ensino depende desses

processos de organização, no entanto, precisa comportar: professores à altura dessa qualidade

desejada, planos de cargos e salários conjuntamente planejados, discutidos e elaborados a

contento às necessidades básicas dos professores. Dado isso, em Bezerra (2008), se vai

observar do tom dado à política educacional quando as relações atravessam os trâmites das

combinações privadas, pois que, é o desenho dessas políticas de combinações que vai

influenciar na organização do trabalho docente.

Quer dizer, mas não somente isso, professores que, figuradamente, “vistam de fato a

camisa” do sistema, sobretudo, no instante em que estão na sala de aula, pois que, professor é

profissão humana, tem de ensinar assim como tem de aprender: “[...] Só ajuda alguém a

crescer aquele que se propõe a crescer junto; só ensina alguma coisa aquele que está aberto

para aprender e descobrir; [...]” (NOVAES, 2003, p. 134). E esta descoberta, tanto a

educação, no conjunto de seus profissionais, se for o caso, precisam tomar ciência e

consciência disso.

Independente das influências intermediadas por esse ou aquele sujeito não

educacional, a escola se organiza sob as boas condutas administrativas, mas, se não houver

boa-vontade do professor somada ao interesse dos alunos, ao compromisso da escola em

prestar-lhe as melhores assessorias, não adianta organização curricular, não adiantam os

melhores especialistas para os orientarem na desenvoltura técnica. “[...] só educa

verdadeiramente quem vê diante de si uma trajetória de realização criativa, buscando sempre

se renovar, demonstrando o seu profundo respeito pelo outro e pela vida [...]” (NOVAES,

2003, p. 134).

Nesse caso, por exemplo, no que tange às perspectivas gestionário-utilitárias como, em

Lima (2002), tipo aquelas em que os processos de avaliações se fragmentam mediante os

métodos de mensuração e quantificações, sobre os quais a escola vê qualidade, mas os

próprios já se dão por definhados em razão da falta de qualidade nas metodologias de

avaliação. Diferente do tratado, em Novais (2003), em que o professor, nos mesmos passos

em que ensina os conteúdos, também aprende os mesmos conteúdos e outras habilidades do

entorno. Ser professor não é ser aluno, é ensinar, mas também, é aprender com o aluno.

Então, desenhar políticas educacionais, não é só elaborá-las, publicá-las e torná-las

práticas sistemáticas, é preciso pensar tudo previamente, sobre como fazê-las, pensar em

quem vai aplicá-las nas práticas de sala de aula, prepará-los e como deixá-los capacitados para

o desenvolvimento das referidas políticas. É preciso pensar nos recursos tecnológicos, dos

quais, o professor disporá para usá-los, fomentá-los dos mais ricos incrementos e torná-los, de

fato e de verdade, instrumentos utilitários aos alunos.

Desse modo, as políticas educacionais se dão como instrumentais ao bom exercício da

sala de aula. De outro modo, como em Lima (2002) novamente, adota-se uma visão

mecanicista da organização escolar, centrada nas operações técnicas, na eficácia e na

eficiência, mas não se ocupa de saber se os alunos, de fato e de verdade, estão aprendendo o

que o professor ensina. De repente, tudo cai no vazio, só a escola não de deu conta que se

esvaziou. A saber, não é esta a política sistemático-educacional que proporciona qualidade.

Enfim, para esta proposta, nesta seção, as trajetórias de ensino têm mesmo de passar

pelos trâmites técnicos, senão, não se consegue a organização escolar, mas não vai ficar presa

à apreensão técnica, porque não é só de técnicas que vive a escola, também não só de técnicas

que trabalha o professor nem aprendem os alunos, e assim por diante. Daí, de acordo com esta

proposta de gestão, a qualidade no ensino depende desses processos de organização.

No entanto, precisa comportar: professores à altura dessa qualidade desejada, planos

de cargos e salários conjuntamente planejados, discutidos e elaborados a contento às

necessidades básicas dos professores, mas, em contrapartida, professores que, figuradamente,

82

“vistam de fato a camisa” do sistema, sobretudo, no instante em que estão na sala de aula,

pois que, professor é profissão humana, tem de ensinar assim como tem de aprender.

Então, desenhar políticas educacionais, não é só elaborá-las, publicá-las e torná-las

práticas sistemáticas, é preciso pensar tudo previamente, sobre como fazê-las, pensar em

quem vai aplicá-las nas práticas de sala de aula, prepará-los e como deixá-los capacitados para

o desenvolvimento das referidas políticas.

É preciso pensar nos recursos tecnológicos, dos quais, o professor disporá para usá-

los, fomentá-los dos mais ricos incrementos e torná-los, de fato e de verdade, instrumentos

utilitários aos alunos. Desse modo, as políticas educacionais se dão como instrumentais ao

bom exercício da sala de aula. De outro modo, em Paro (2001), se vai ver como se

contextualizam as realidades das comunidades no que tange à heterogeneidade dos alunos na

escola pública:

[...] Constatou-se, também, que os métodos pedagógicos eram inadequados para

atender às atuais demandas da sociedade, já que não eram contextualizados à

realidade de cada comunidade e desconsideravam a heterogeneidade dos alunos

da escola pública. Assim, para haver uma compreensão verdadeira das

questões que inviabilizam parte das iniciativas educacionais, torna-se

necessária uma análise crítica da realidade escolar. De acordo com Paro [...] a

escola pública tem baixa qualidade, antes de tudo e principalmente, porque, em

seus métodos e conteúdos, não favorece a atualização histórico-cultural da

criança e do adolescente de modo a se construírem como sujeitos históricos e

em condições de exercitarem uma cidadania efetiva [...] (PARO, 2001, p.131)

Assim, do modo como Paro (2001) trabalha as questões relacionadas à

heterogeneidade dos alunos, as políticas educacionais se dão como instrumentais ao bom

exercício da sala de aula, embora, para haver uma compreensão verdadeira das questões que

inviabilizam parte das iniciativas educacionais, a heterogeneidade já não vai significar tanto,

pois que, tem o significado que as leis as dão.

Desse modo, o que os sistemas de ensino, normalmente, fazem é cumprir com as

regências das leis. Agora, em nome da heterogeneidade, colocar tudo como se experiências,

somente, técnicas, já diz: "[...] transformar a experiência educativa em puro treinamento

técnico é amesquinhar o que há de fundamentalmente humano no exercício educativo: o seu

caráter formador [...]" (FREIRE, 1996, p. 33). Então, é preciso conceituar melhor essa

heterogeneidade do ponto de vista do ensino e da aprendizagem.

Daí, classe homogênea não é o que se quer para o ensino-aprendizagem. Disso, já se

tem certeza. Agora, a heterogeneidade, no que tange ao ensino, por exemplo, Zabala (2010),

especialista espanhol em Filosofia e Psicologia da Educação, explica: "[...] Em cada caso,

utilizamos uma forma de ensinar adequada às necessidades do aluno [...]” (ZABALA, 2010,

p.224). É assim que se começa a ver como se praticam, na sala de aula, as políticas

educacionais de natureza heterogênea.

O professor tem de ser um profissional disposto e dedicado, pois que tem de atender

na sua particularidade. Aí, quando se olha, em Freire (1996), que rejeita o ensino sob as

abordagens técnicas, porém, o sobrepõe sob a condição humana. A saber, para ele e para este

plano de ação, é um ser humano a ensinar seres humanos. Então, o conceito de

heterogeneidade, como nesta proposta, tem de se equilibrar entre estas duas linhas: de um

lado, o professor precisa dominar a técnica do ensino, mas não pode se esmerar sobre ela, para

não se esquecer de que existe uma lógica tecnicista que precisa, necessariamente, ser evitada.

Doutro lado, como em Zabala (2010), o professor precisa estar atento às suas próprias

características humanas, na busca do ensino adequado às necessidades dos alunos, mas não

só, estar também atento às características humanas de todos os alunos com quem, diariamente,

83

lida; e ainda, não somente, ele precisa estar atento às condições humanas e, muitas vezes,

subumanas, às quais, seus alunos sobrevivem, também diariamente.

Além disso, tem ainda de pensar nas condições humanas a que os pais dos alunos se

submetem. Quer dizer, é uma gama de situações críticas que a heterogeneidade não consegue

sustentar, se em acordo com as políticas educacionais, muitas vezes, impostas a ela. Assim,

basta ver o que: “[...] da humanidade a uma nova forma de vida, livre, igualitária, democrática

e solidária pode ser construída por diferentes formas, entre elas, a presença revolucionária do

processo educativo libertador e não domesticador [...]” (GUZZO, 2007, p. 19).

Para tanto, nos termos do autor, é preciso ser mais compreensivo com essas situações

heterogêneas, dividir mais as sobrecargas, ainda que fique um pouco mais caro para o sistema

municipal. Embora, se saiba que não há recursos assim como que dispostos. Enfim, tudo

precisa ser feito como muito esmero, estudos, dedicação e políticas muito bem pensadas para

não comprometer as boas-intenções dos trabalhadores.

Também, é claro, a escola, o professor, o especialista, o sistema educacional, como um

todo disposto e organizado, têm de pensar nas condições da heterogeneidade, para não se

esquecerem de que são seres humanos. Daí, o que fica claro, nesta segunda seção, é que

primeiro, a heterogeneidade seja mantida no sistema municipal de ensino. Segundo, o

professor tem de ser um profissional muito habilidoso, pois que, além de observar as

condições humanas próprias, tem de observar as condições humanas de todo o seu entorno.

Para tanto, equilibrarem-se, entre as duas linhas: de um lado, ser técnico, mas não

tecnicista; do outro, ser humano. E ainda, a heterogeneidade tem de abrir o leque para as

oportunidades: tanto às de ensino, quanto às de aprendizagens. Conquanto, continuando nas

temáticas das políticas educacionais, agora em Nagle (1991), abordando sobre o que o

professor, muitas vezes, tem de fazer, na inversão de papéis, na busca do ensino e do melhor

engajamento, como em Zabala (2010) para alcançar o ensino adequado às necessidades dos

alunos:

[...] As últimas descobertas da nova psicopedagogia inverteram no ensino, o

papel do professor e do aluno: o professor que falava para o aluno ouvir, que

pensava pelo aluno; que aferia toda a classe pelo mesmo nível intelectual e a

julgava capaz de acompanhá-lo com o mesmo aproveitamento, há de ser

substituído pelo professor que ouve o que o aluno diz; que provoca o seu

raciocínio, que o considera como unidade psíquica, sob o ponto de vista

intelectual, moral e volitivo [...]. Não mais o programa norteará o ensino, mas o

tipo de cada aluno será a nova bússola da educação [...] (NAGLE, 1991, p. 283-

284).

Porquanto, ao retomar, pelas abas da inversão do ensino, em Nagle (1991), o estudo

sobre as políticas educacionais cujos personagens principais são alunos e professores, o que se

vê – dentre essas inversões de papéis - é necessidade de que o professor tem de fazer o ensino

pelas inversões, senão não consegue a busca do melhor engajamento, como em Zabala (2010),

para alcançar o ensino adequado às necessidades dos alunos.

É claro que essa inversão vai implicar na mudança de metodologia, por parte do

professor, e de nível de classes por parte dos alunos, ou seja, aquele sistema de organização

de classes na escola, que usava como critério básico, a aprendizagem pelo mesmo nível

intelectual dos alunos. A saber, classificavam-se num mesmo grupo, os alunos, supostamente,

capazes de acompanhar os ensinamentos do professor com mesma empatia e aproveitamento.

Nesse mesmo prisma, sobretudo, percebido aos olhos de: "[...] não cumpre, pois é um

tipo de aprendizado um pouco arcaico no sentido de que eu já tenho o que é para ser passado,

então eu acho que a gente não tem cumprido muito bem esse papel não [...]" (FREIRE, 1996,

p. 33). E isso, de acordo com os técnicos de ensino, sempre a denominaram: ‘forma de

organização sistemática de ensino pelo critério da homogeneidade’.

84

Daí, as provas de seleção, para o aluno ser admitido em certas escolas, em razão do

nível de ensino em que a escola também era classificada; as avaliações diagnósticas, depois de

admitido, para que este pudesse ser classificado por sala de aula. É claro que as diagnósticas,

ainda se as usam normalmente, mas não com o sentido de classificar os alunos, mas coletar

informações; porém, não para verificar níveis de ensino, mas níveis de conteúdos; também,

não para encaixar alunos nesta, nessa ou naquela classe.

Quer dizer, em Zabala (2010), se buscam as formas de engajamentos para se alcançar

a metodologia de ensino mais adequada às necessidades dos alunos. Enquanto que, sob o

olhar crítico e ferrenho de Freire (1996), rival por excelência da homogeneidade, se busca a

aprendizagem, através de metodologias completamente fora do sistema arcaico de ensino.

Então, cada sala de aula numerada em sintonia ao nível intelectual dos alunos nela

organizados. Isso, com a democratização do ensino e a adesão às formas de diversidades, aos

poucos veio se perdendo em meio às políticas educacionais. Daí dá para entender que na

homogeneidade, supõem-se escolas iguais, professores iguais e alunos também iguais, ao

passo que também, se considerando o conceito de igualdade, os serviços também seriam

iguais, portanto, mais fáceis de serem executados.

Para tanto, diferente do pensar de: “[...] Segundo as características de cada um,

estabelecemos um tipo de atividade que constitui um desafio alcançável, mas um desafio, e,

depois, lhes oferecemos a ajuda necessária para superá-lo [...]" (ZABALA, 2010, p.224). A

saber, vale ver que, pelo critério da homogeneidade, escolas, professores, alunos e tudo mais

parecem ser de um só perfil. Também diferente da heterogeneidade que, por si só, desponta-se

sob os tons da diversidade.

E aí, noutro prisma, vê-se que os sistemas de ensino, sob a ótica das políticas públicas

de ensino fácil, abusam da democracia, superlotam as salas de aula, enfocando os sensos de

desorganização, para que os entes sociais enxerguem a heterogeneidade como sendo critério

ruim para ser adotado nos sistemas de ensino. E aí, desmoronam-se os desdobramentos e a

educação se sobrecarrega de muitos enfadonhos. E o professor acaba tendo de selecionar

quase do mesmo jeito, pois que, tem que diferenciar entre o aluno que fez a atividade e o que

não a fez, entre o que está presente, e o que não está em sala de aula, etc.

Finalmente, fica claro nestas três seções - no que tange às políticas educacionais - esta

precisa comportar: professores à altura da qualidade de ensino desejada pelos entes sociais, os

planos de cargos e salários e recuperações salariais, conjuntamente planejados e professores

que, figuradamente, “vistam de fato a camisa” do sistema, pois que, professor é profissão

humana.

Além disso, desenhar políticas educacionais, não é só elaborá-las, publicá-las e torná-

las práticas sistemáticas, é preciso pensar tudo previamente, sobre como fazê-las, pensar em

quem vai aplicá-las nas práticas de sala de aula, prepará-los e como deixá-los capacitados para

o desenvolvimento das referidas políticas, bem como, pensar nos recursos tecnológicos, dos

quais, o professor disporá para usá-los, fomentá-los dos mais ricos incrementos e torná-los, de

fato e de verdade, instrumentos utilitários aos alunos.

Enfim, ao lado disso, primeiro, a heterogeneidade seja mantida no sistema municipal

de ensino. Segundo, ao adotá-la, o professor tem de ser um profissional muito habilidoso, pois

que, além de observar as condições humanas próprias, tem de observar as condições humanas

de todo o seu entorno, equilibrarem-se, entre as duas linhas: de um lado, ser técnico, mas não

tecnicista; do outro, ser humano.

E ainda, a heterogeneidade, ao se adotá-la, tem de abrir o leque para as oportunidades:

tanto às de ensino, quanto às de aprendizagens. E, ao final de tudo, compreender que a

heterogeneidade, ao se adotá-la, e para ser o que é, tem de funcionar de maneira organizada.

Se, ao contrário, possivelmente, não terá como mais diversificar as suas páginas nos cadernos

da educação.

85

6.1.2.2 Ensino regular desarticulado do ensino especial

Ao se pensar em educação, tendo o ensino regular, enquanto fruto de políticas públicas

praticadas nas escolas, o que se vê, em Brasil (2007), por exemplo, são reafirmações da visão

sistêmica da educação, que busca superar a oposição entre educação regular e educação

especial, sobretudo, em salas de aula e, por isso, estas visando ao ensino-aprendizagem nos

planos de uma heterogeneidade caracterizada pelos conceitos da diversidade.

E, para tanto, no que se faz acurada enquanto heterogeneidade, pois que, se vistas sob

os olhares da democracia, amparada pelo senso de organização e participação popular, as

crianças: nem todas conseguem alcançar a aprendizagem. Quer dizer, o ensino regular,

conjugado à educação especial que, em Brasil (2007), se caracterizam por eixos educacionais

opositores entre si, nas práticas educacionais, estes podem até se considerar sumamente

importantes e mesclados com preparativos de aprendizagem.

Só que, na realidade, isto não acontece. O que se vê são crianças, adolescente e até

jovens vivenciando experiências de não aprendizagem. A saber, nas práticas de sala de aula,

essas possibilidades de conjugar ensinamentos de conteúdos, nas diversas disciplinas

curriculares, com aprendizagem, compreendem-se mais difíceis para o professor, mas não

somente, conjugar essa aprendizagem dos conteúdos das disciplinas para os alunos, constata-

se ainda mais difícil.

Nisso posto, quando há o professor de apoio, no caso do Ensino Médio, por exemplo,

o planejamento dele não pode estar em consonância ao da disciplina em curso, porque o aluno

em nível especial, geralmente, está muito aquém, no que tange ao nível de aprendizagem, de

modo que, combinar aprendizagem de conteúdos, fica difícil. Logo, o máximo que se pode

fazer é manter um relacionamento interpessoal, uma mediação apenas no campo social,

sobretudo, observando aos demais na sala, da necessidade de respeito, de zelo uns com os

outros e considerando o Especial ao centro dessas relações.

Mas, não é só no Ensino Médio que ocorre isso, em todos os outros níveis de ensino

também. Então, em Brasil (2007), essa relação de oposição, entre os níveis regular e especial

de ensino, realmente se caracteriza. Agora, se olhar para: “[...] Na medida em que a orientação

inclusiva implica um ensino adaptado às diferenças e às necessidades individuais, os

educadores precisam estar habilitados para atuar de forma competente junto aos alunos

inseridos nos vários níveis de ensino [...]” (NASCIMENTO, 2009, p.4).

E é nesse ínterim de tempo, que mora o artefato das relações perigosas. Afinal, o

professor, nas práticas de sala de aula, não consegue articular essa diferença na aprendizagem,

às necessidades individuais dos alunos, mesmo com o professor-apoio. Imagine em se falando

do Especial sem-apoio. As discrepâncias entre modo de ensino, combinação de conteúdos e

adaptação do aluno à realidade na sala de aula, em relação a sua aprendizagem, são

significativamente, maiores.

Entretanto, vale ver: “[...] Nessa perspectiva, todos os alunos anteriormente excluídos

devem ser inseridos na vida social e educativa, além disso, não permite que ninguém fique de

fora do ensino regular, [...]” (MACHADO e NAZARI, 2014, p. 11). Então, no tocante a essa

oposição entre, ensino regular e ensino especial, sobre que se fala em Brasil (2007), vê-se que

a oposição existe porque, de fato e de verdade, os problemas que a caracterizam, também

existem e, por sua vez, muito acentuados.

Desse modo, não é uma oposição em cima de fatores discriminatórios em si, mas

oposição em razão dos níveis de aprendizagem. Não é o caso de um aluno atrapalhar o outro,

é que, conforme, em Nascimento (2009), o professor não está habilitado para fazer esse tipo

de mediação. De outro modo, ele até tenta, mas como não consegue, sua mediação cai no

interpessoal-social. Além disso, também, as naturezas de ambas as modalidades de ensino,

regular especial, não se combinam ao ponto de se as mesclarem enquanto modalidades que se

86

aproximam, entre si. É claro que, social-educativamente, esses alunos não apresentam

problema algum, ao contrário, os outros alunos sempre os tratam com muito zelo.

Enfim, como desfecho desta seção e marca significativa deste plano de ações gerais, o

que se percebe é a clara oposição entre os níveis regular e especial de ensino, bem como a

falta de preparação profissional do professor para mediar esse tipo de ensino e, ainda, a falta

de consonância entre os planejamentos e conteúdo ensinado pelo professor e, ao mesmo

tempo, aprendido pelo aluno especial, pois que na realidade, o aluno não o aprende, mesmo

com o professor-apoio.

Além disso, a clara discrepância entre inclusão social e intelectual, se considerando

que a social não trás nenhum problema para a sala de aula, entretanto, a inclusão intelectual

apresenta muitos problemas, porque a mediação do ensino não acontece e, como ela não

acontece, também, não há aprendizagem, por parte do Especial. No mais, como o tema ainda

se estende, como em Brasil, (2007), abordando os contornos da oposição entre o ensino

regular e especial, vale à pena observar essa extensão:

[...] No documento Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, princípios e programas, publicado pelo Ministério da Educação, é reafirmada a visão sistêmica da educação que busca superar a oposição entre educação regular e educação especial. Contrariando a concepção sistêmica da transversalidade da educação especial nos diferentes níveis, etapas e modalidades de ensino, a educação não se estruturou na perspectiva da inclusão e do atendimento às necessidades educacionais especiais, limitando, o cumprimento do princípio constitucional que prevê a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola e a continuidade nos níveis mais elevados de ensino [...] (BRASIL, 2007, p. 09).

E continuando na dialética da inclusão social x inclusão intelectual, sob a ótica da

oposição entre ensino regular e ensino especial, em Brasil (2007), contrariando a concepção

sistêmica da transversalidade da educação especial nos diferentes níveis, etapas e modalidades

de ensino, sobretudo, no que concerne à heterogeneidade no ensino, se considerando os

diversos conceitos presentes nos contextos da diversidade.

Nesse caso, incluir sim, só que é preciso conceber melhor os conceitos que contornam

essas inclusões. Muitas vezes, o ato de incluir se confunde ao de excluir, pois que se inclui o

aluno no todo social da escola, aí, como o professor não foi preparado para fazer essa

inclusão, os alunos daquela turma não foram preparados para receber o colega incluso, o

professor de apoio foi capacitado, mas não foi preparado para mediar, junto ao apoiado, os

conteúdos nas diversas disciplinas.

E, como tudo isso acontece nas práticas de ensino, então, de fato e de verdade, não se

consegue compreender o conceito presente no ato de incluir. “[...] desde o início da

escolaridade, ao final de sua formação escolar, a meta, do novo paradigma, é incluir todos

aqueles que se encontra em situação de exclusão do sistema regular de ensino público [...]”

(MACHADO e NAZARI, 2014, p. 11). Quer dizer, a exclusão de que fala os autores, podem

ser a da lista de matriculados na escola, na turma, disciplinas e outras.

Não pode ser da exclusão social, porque esta, já ficou bem-clara neste estudo que,

tanto professor-titular da disciplina, quanto professor de apoio, quanto os alunos da turma

fazem esse trabalho muito bem-feito. O problema está na inclusão intelectual. Ela não

acontece na sala de aula, mas não é por culpa de um ou de outro, é por causa das diferentes

discrepâncias presentes enquanto modalidades, enquanto não consonância do ensino ao

conteúdo, enquanto não adaptação, muitas vezes, do aluno apoiado ao apoiador e vice-versa.

Isto, em Machado e Nazari (2014), faz uma diferença muito grande, porque, o sentido

da inclusão a que eles orientam independe de objeções como as colocadas, para eles a

87

inclusão do nome do aluno na lista da escola já pode ser considerado incluso ao sistema

escolar. Então, nestes termos, não se os contestam no conceito de inclusão escolar, porque,

para eles, esses conceitos de inclusão e exclusão independem de questionamentos.

Aliás, já está pacificado que: “[...] Fica claro que a simples inserção de alunos com

necessidades educativas especiais, sem nenhum tipo de apoio ou assistência aos sistemas

regulares de ensino, pode redundar em fracasso, na medida em que esses alunos apresentam

problemas graves de qualidade, expressos pelos altos níveis de repetência, de evasão e pelos

baixos níveis de aprendizagem [...]” (Bueno, 1999, pp.7-25).

E é, exatamente, este conceito de inclusão que está sendo interpelado, pois que, o que

se quer é também, exatamente, não se chegar ao fracasso. Afinal, problemas certamente, serão

detectados. Se fundados em questões emocionais, crê-se não haver problema, se considerando

que, uma vez detectada a divergência emocional, os profissionais da escola são inteiramente

capazes de encaminhar as situações aos setores responsáveis.

Se fundados em problemas de relacionamentos entre os alunos-apoiados e os demais

alunos na sala, também, não consta de problemas. Só que fundados em questões intelectuais

ou de aprendizagem, de fato, vai-se considerar problemas. Quer dizer, em Bueno (1999), altos

índices de repetência, de evasão escolar e baixos níveis de aprendizagem são os problemas

mais encontrados nas escolas e são também os que mais deixam a escola em situação de

fracasso escolar.

Dado isso, se olhado ao tom da legislação vigente: “[...] I - a dignidade humana e a

observância do direito de cada aluno de realizar seus projetos de estudo, de trabalho e de

inserção na vida social; [...]” (BRASIL, 2001, p.1), o princípio da dignidade humana pode

estar sendo quebrado em inúmeras escolas, infelizmente. Contudo, na lei se prevê, mas nas

práticas, não se fazem conhecer, porque, primeiro, não houve preparação das partes para o

cumprimento do previsto nela.

Para tanto, se olhado ainda sob as ponderações de Saviani (1997), sobre situações

sistemáticas de ensino que devem merecer de cada instituição de ensino um rigoroso

programa, capaz de promover a valorização real dos alunos nelas envolvidos, verá que um

novo sistema regular de ensino precisar ser instaurado, porquanto, um bom programa que

promova a solução desses problemas.

Sobretudo, com o aluno especial não é feito um trabalho conscientizando-o de que ele

está na escola com o fim de realizar projetos de estudo, muito menos com o fim e se preparar

para o acesso ao trabalho. Na verdade, a única inserção com a qual ele chega à escola

consciente, é a inserção na vida social. Então, em Brasil (2001), que o princípio está previsto,

está, mas somente na lei, pois que, nas práticas escolares, se reconhece que está muito

impraticável.

Ao final desta segunda seção, vale conhecer os eixos que a marcaram neste plano de

ações gerais, por exemplo, nesta fica compreendido que os conceitos de inclusão e exclusão

escolares, aplicados nas práticas escolares, se confundem entre si, não pelo conceito, mas pela

falta de compreensão e discernimento dos profissionais que os aplicam. Também, o conceito

de inclusão escolar não pode ser compreendido com o sentido de inclusão intelectual, pois

que, se assim o for, a lei o compreende com sentido discriminatório.

E ainda, na verdade, o único problema, nas práticas escolares, é quando as pessoas

assimilam como prática o conceito de inclusão intelectual, pois que, neste de fato, não há

consonâncias: entre professor da disciplina e o professor-apoiador, bem como,

correspondência em aprendizagem do aluno com estes. E ainda, os demais conceitos relativos

à inclusão escolar estão todos no rol dos conceitos bem-assimilados. No mais, a próxima

temática diz respeito à inserção social sob os olhares das ferramentas psicológicas. E é isso

que, em Minik (2002), se passa a discorrer:

88

[...] Vygotsky afirmava que é na interação social, no comportamento que é

empreendido por mais de um indivíduo, que os signos primeiro funcionam

como ferramentas psicológicas no comportamento. O indivíduo participa da

atividade mediada pela linguagem, pelas ferramentas psicológicas que outros

usam para influenciar o comportamento dele e que usa para influenciar o

comportamento dos outros. Subsequentemente, o indivíduo começa a aplicar a

si mesmo as mesmas formas de comportamento que eram inicialmente

aplicadas a ele pelos outros [...] (Minik, 2002, p.4,).

Dado isso, vê-se que não tem como não conhecer mais de perto a inserção social,

como em Minik (2002), sem conhecer as dinâmicas que giram em torno das ferramentas

psicológicas nos comportamentos dos seres humanos. E aí, nesse contorno, o do olhar para os

comportamentos é que se vai ver como se conceituam a inclusão social, ou seja, conhecer

como que o aluno-apoiado, depois de adentrar a escola, se sente em relação às outras pessoas

com as quais se relaciona.

Quer dizer, tudo precisa passar, muitas vezes, por observações criteriosas. É o caso

de: “[...] cabe a ele, a partir de observações criteriosas, ajustar suas intervenções pedagógicas

ao processo de aprendizagem dos diferentes alunos, de modo que lhes possibilite um ganho

significativo do ponto de vista educacional, afetivo e sociocultural [...]” (PRADO & FREIRE,

2001, p.5). A saber, os critérios usados pelo professor para inserir o aluno nos contextos

socioculturais que se iniciam na sala de aula, passando pela escola como um todo e

desemboca nos socioculturais externos à escola.

Então, esse caber do professor faz-se sumamente importante, primeiro, porque se ele

não souber fazer essa mediação, junto ao aluno especial, o seu trabalho pode cair no vazio.

Segundo, quem precisa saber absorver as orientações mediadas pelo professor, é o aluno-

mediado. Então, a sensação de prazer ou desprazer do aluno-mediado em relação ao

mediador, só ele vai poder dizer. E ele não vai dizer isso para o seu mediador, jamais, pelo

menos com palavras. Quer dizer, através de gestos isso pode acontecer.

Mas, aí, em caso de erro, é outra sabedoria que o mediador precisa ter: descobrir onde

errou. “[...] II - a busca da identidade própria de cada educando, o reconhecimento e a

valorização das suas diferenças e potencialidades, bem como de suas necessidades

educacionais especiais no processo de ensino e aprendizagem, como base para a constituição

e ampliação de valores, atitudes, conhecimentos, habilidades e competências; [...]” (BRASIL,

2001, p.1).

A saber, é nisso que se está preconizando, quando o professor se esmera no uso de

ferramentas comportamentais para descobrir o estado de inserção social do aluno: se este se

adaptou bem ao contexto da sala de aula, para ele, novo; e este se estendendo ao contexto

escolar. Logo, é toda essa busca do reconhecimento e valorização, pelas diferenças e

potencialidades do aluno.

E essas descobertas, o professor tem de fazer usando a modalidade da inclusão social

para, através das descobertas que vier a fazer, chegar à inserção social. Para tanto, em Brasil

(1997), se vai ver que esses alunos-especiais precisam de muita atenção por parte do

mediador, porque eles vêm de suas comunidades comportando todos os hábitos possíveis,

desvalidos de condições: machucados fisicamente, às vezes, agressivos, linguagens obscenas

no seu modo de expressar, tudo o que se falam, de repente, eles já vêm com respostas

defensivas, etc. Sendo assim, o professor tem de ter muito jeito, ou seja, saber incluir o aluno.

Agora, saber se incluiu, demora algum tempo, mas só os processos de avaliações é que vão

dizer.

Mas, aí, já não será mais uma questão de inserir ou não. Numa verdade, esse trabalho

de inserir social-pedagogicamente, de todo o jeito, o professor tem de fazer, porque o aluno

dito-especial já está inserido. E aí, se olhar do ponto de vista não conceitual da escola, ao

recebê-lo na lista de matriculados, verá que não houve nem um tipo de avaliação para recebê-

89

lo. Quer dizer, é só pensar no que diz: “[...] O princípio fundamental desta Linha de Ação é de

que as escolas devem acolher todas as crianças, independentemente de suas condições físicas,

intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras [...]” (Brasil, 1997, p. 17 e 18).

Noutra verdade, o professor-mediador dessa inserção social precisa saber se colocar

nos primeiros contatos com os alunos-especiais, mesmo porque, já se diz no senso comum: “a

primeira impressão é a que fica”. Então, se não souber se colocar diante deles, de cara, já se

cria um clima ruim entre ambas as partes. E, apesar de ser apenas inserção social, o professor

precisa de toda uma pedagogia para poder entrar e sair em meio a eles.

E continuando, vê-se que o bom acolhimento se faz fundamental: “[...] Devem

acolher crianças com deficiência e crianças bem dotadas; crianças que vivem nas ruas e que

trabalham; crianças de populações distantes ou nômades; crianças de minorias linguísticas,

étnicos ou culturais e crianças de outros grupos e zonas desfavorecidos ou marginalizados

[...]” (Brasil, 1997, p. 17 e 18). De repente, saber acolher, a escola já faz, ao recebê-lo na lista

de matrículas. Os passos seguintes são da gestão pedagógica, e os mais complexos são do

professor que fará toda a mediação necessária para conseguir resultados prósperos no trabalho

de inserção social.

Finalmente, como desfecho e marca significativa deste plano de ações gerais, o que se

percebe é a clara oposição entre os níveis regular e especial de ensino, bem como a falta de

preparação profissional do professor para mediar esse tipo de ensino e, ainda, a falta de

consonância entre os planejamentos e conteúdo ensinado pelo professor e, ao mesmo tempo,

aprendido pelo aluno-especial, pois que na realidade, o aluno não o aprende, mesmo com o

professor-apoio.

Além disso, a clara discrepância entre inclusão social e intelectual, se considerando

que a social não trás nenhum problema para a sala de aula, entretanto, a inclusão intelectual

apresenta muitos problemas, porque a mediação do ensino não acontece e, como ela não

acontece, também, não há aprendizagem, por parte do Especial. Daí vale conhecer outros

eixos que a marcaram neste plano de ações gerais, por exemplo, a compreensão de que os

conceitos de inclusão e exclusão, aplicados nas práticas escolares, se confundem entre si, não

pelo conceito, mas pela falta de compreensão e discernimento dos profissionais que os

aplicam, muitas vezes.

Também, o conceito de inclusão escolar não pode ser compreendido com o sentido de

inclusão intelectual, pois que, se assim o for, a lei o compreende com sentido discriminatório.

E ainda, na verdade, o único problema, nas práticas escolares, é quando as pessoas assimilam

como prática o conceito de inclusão intelectual, pois que, neste de fato, não há consonâncias:

entre professor da disciplina e o professor-apoiador, bem como, correspondência em

aprendizagem do aluno com estes.

E ainda, os demais conceitos relativos à inclusão escolar estão todos no rol dos

conceitos bem-assimilados. Ao fim, o que marca a última seção do artigo, primeiro, o

professor-mediador não precisa se ocupar com as inclusões que não seja a social, vai usar de

todas as ferramentas necessárias para fazê-lo. Para tanto, sobre situações sistemáticas de

ensino que devem merecer de cada instituição de ensino um rigoroso programa, capaz de

promover a valorização real dos alunos nelas envolvidos, verá que, em Saviani (1997), um

novo sistema regular de ensino precisar ser instaurado, porquanto, um bom programa que

promova a solução desses problemas. Logo, isso também soa como marca desta proposta.

E as ferramentas psicológico-comportamentais são os instrumentos ultra utilitários.

Segundo, saber se colocar diante dos alunos, bem como, e se fizer a inserção social,

observando sempre que é “a primeira impressão é a que fica”. No mais, acolher bem a todos

os alunos, sem formulação de conceitos e sem-desperdícios de arrogâncias, mesmo porque, é

o professor que tem de repassar a eles os primeiros exemplos de vida, de profissionalismo e

de inclusão social.

90

6.1.2.3 A educação formal contextualizada à formação de habilidades culturais

Em se tratando de educação, tendo como referência as habilidades culturais, o que se

percebe nos contextos de Ibirité, é a falta de certas presenças culturais que marcam as

necessidades da população quanto a sua disposição para o entretenimento. Desse modo,

embora haja disposição, percebe-se que não há situações de correspondências a essa

disposição da população em relação aos recursos de entretenimento.

Quer dizer, em Libâneo (2010), vê-se que o educador não é mais apenas o docente, são

os múltiplos agentes educativos, conforme as instâncias em que operam, seja a família, a

escola, os meios de comunicação, a fabricas, os movimentos sociais, etc. Só que, se olhada

aos olhos da atenção cultural, vê-se que falta, no bojo educação formal essa preocupação com

a formação do aluno voltada para as questões culturais.

Disso posto, de repente, remete-se ao que a população marca como falta de presença

cultural, bem como e, ao mesmo tempo, como disposição para o entretenimento. E, olhando

assim, compreende-se porque a população trás consigo essas marcas e, por isso, se considera,

muitas vezes, necessitária de movimentações culturais. De repente, pode ser por que: “[...] A

educação informal corresponderia a ações e influencias exercida pelo meio, pelo ambiente

sociocultural, e que se desenvolve por meio das relações dos indivíduos e grupos com o seu

ambiente humano, social, ecológico, físico e cultural, [...]” (LIBÂNEO, 2010, p. 31).

Desse modo, o que essa população, considerada carente de cultura, quer é que ao lado

da educação formal, a escola também se ocupe com a formação cultural, mesmo porque, essa

suposta carência, não surge à toa, do nada. De repente também, tem-se de perceber, primeiro,

as ausências, para depois manifestar as necessidades. E é isso que vem acontecendo com a

cidade no decorrer dos anos. Muitas vezes, os próprios shows artísticos que a secretaria de

cultura proporciona à cidade, em certas temporadas, custam muito caros.

E estes não correspondem à realidade da cidade, de modo que, esta permanece se

considerando necessitária de cultura. E isso, só acontece por falta de consciência cultural. A

saber, consciência que, em Libâneo (2010), vai-se formar, seja na família, na escola, nos

meios de comunicação, nas fabricas, nos movimentos sociais, etc. Quer dizer, para ele, autor,

essa consciência cultural está contextualizada nesses polos sociais.

Ele, autor trabalha com a suposição de que essas pessoas, nesses polos, já receberam a

formação cultural deseja, quando de suas presenças na educação formal. Só que para esta

proposta de educação cultural, essa consciência cultural se forma desde pequeno, ao

frequentar a educação formal. Só que também, isso não aconteceu nas práticas educacionais.

Haja vista, em Ibirité, para a Fundação Helena Antipoff que promovia a desenvoltura dessas

habilidades até metade da década de 1980.

Pós-isso, também, parou. No mais, não consta de escola nenhuma que fizesse isso. Aí,

no tangente a esses adultos de hoje carentes de cultura, supõem-se quando crianças, das

presenças nos contextos sociais, seus hábitos culturais formados em sua personalidade, vão

cobrar e suas atuações vão influenciar as ações culturais nesses polos.

De outro modo, a olhar pela formação de consciência proposta pela autora: “[...] Ao se

expressar, os atores/sujeitos dos processos de aprendizagem articulam o universo de saberes

disponíveis, passados e presentes, no esforço de pensar/elaborar/reelaborar sobre a realidade

em que vivem. Os códigos culturais são acionados, e afloram as emoções contidas na

subjetividade de cada um [...]” (GHON, 2011, p. 113 -114).

O que se vai ver é que essa formação cultural consciente cresce articulada aos

contextos de construção dos saberes humanos, ou seja, os hábitos culturais são formados nos

mesmos passos da formação da personalidade. Aí, nos momentos oportunos em que as

91

emoções se afloram, esses hábitos são acionados pela própria força da personalidade, de

modo que a consciência cultural brota e se desponta naturalmente. Logo, é isso que tem

acontecido com muitos setores e grupos sociais na cidade.

Daí, Libâneo, novamente, vai completar a análise abrangendo as suas resultantes: “[...]

das quais resultam conhecimentos, experiências, práticas, mas que não estão ligadas

especificamente a uma instituição, nem são intencionais e organizadas [...]” (LIBÂNEO,

2010, p. 31). Essas são as ações culturais de que ele estava falando anteriormente. Só que ele

entende que é a escola comum que forma esses hábitos em seus alunos, porém, esta proposta

de acordo com as pesquisas feitas nos polos educacionais da cidade, isso não tem acontecido,

mesmo com a atuação dos projetos de educação integral dos últimos anos. Na verdade, a

realidade cultural é muito mais dura do que se pensa.

Por fim, as marcas que contextualizam esta proposta nesta primeira seção, é que a

população se considera necessitária de cultura, e por se considerar necessitária, também tem

disposição para o entretenimento, embora perceba a falta de consciência cultural em meio aos

contextos sociais. E, neste contexto, outra marca significativa nesta proposta, é que a

consciência cultural se forma, paralelamente, ao exercício da educação formal.

Mas se considerando que esta não investe há mais de 40 anos na educação pela

formação de hábitos culturais, então, o sistema municipal de educação, pós-estudo nesta

proposta, tem de buscar os meios de tornar essas marcas praticáveis. Daí ainda, outra marca é

que se vai ver é que essa formação cultural consciente cresce articulada aos contextos de

construção dos saberes humanos, ou seja, os hábitos culturais são formados nos mesmos

passos da formação da personalidade.

E ainda, outra marca é que, muitas vezes, se promovem shows artísticos, mas não

procura saber se a população está gostando, portanto, nesta proposta, toda promoção cultural

precisa ser a contento às necessidades da população, senão, não vale à pena investir. No mais,

como a próxima seção, em Lopes, Mendes e Faria (2005), se vai tocar na temática das

abordagens culturais pela formação das habilidades, vale contextualizá-las:

[...] As diversas abordagens do termo cultura, muitas vezes direciona o

pensamento à música, literatura, artes, ou uma infinidade de habilidades

desenvolvidas durante o percurso da existência do homem; entretanto, sua

perspectiva é muito mais ampla, considerando-se que a cultura pode ser

concebida como tudo que o homem produz [...]. De acordo com Lopes, Mendes

e Faria (2005, p. 13), sua definição se refere às “teias de significados”

construídas ao longo da existência humana; tudo que a ele faz referência e que

ele adquire e significa durante sua existência partindo sempre das relações

sociais [...] (LOPES, MENDES e FARIA, 2005, p.13)

A continuar, pelas abordagens, no entorno da educação cultural focada na formação de

habilidades como, em Lopes, Mendes e Faria (2005), na sua contextualização, se vai tocar na

temática das abordagens culturais enquanto mediadora da formação das habilidades. Então,

não é na escola comum que se vai promover esse tipo de educação, porque essas demandas

culturais se fazem grandes, de modo que, a escola comum não os comporta mais. Já o

comportou há muitos anos.

Neste ponto, haja vista para o que o autor coloca em termos de educação cultural: “[...]

Não é apenas o aluno na escola, mas o adulto, os pais, o telespectador, o leitor, o trabalhador,

o morador, o consumidor etc. Os conteúdos e métodos também sofrem outras modulações

conforme as variedades de situações pedagógicas [...]” (LIBÂNEO, 2010, p.56). A saber, a

escola comum se modificou demais, de modo que, num mesmo espaço tem-se de comportar

diversas demandas em diversas esferas sociais.

Daí, conjugar isto a um novo formato de educação, em sua forma cultural, vai alterar

mais ainda os processos educacionais da escola comum. Noutros tempos, muito remotos até,

92

dava para combinar as duas coisas – vale até lembrar a professora Dona Elza a buscar nos

alunos os testes vocacionais para a música – isso, na escola Sandoval de Azevedo, em Ibirité,

de até início dos anos 80. Só que, hoje, as demandas culturais nos contextos da diversidade,

também se ampliaram e, não somente, elas também se modificaram quanto ao conceito.

Quer dizer, ao conceituar a educação pela formação das habilidades culturais, se pela

escola comum, esse conceito precisa ser retrabalhado no eixo do ensino regular. Aí, não vai

sobrar espaços/tempos/módulos para que se possa fazer a desenvoltura desse trabalho de

ensino cultural. Além do mais, a educação comum já vem se adequando, há anos, sem a

formação direta de habilidades culturais, para tanto, como em todas as áreas, as coisas se

diversificaram, pode ficar meio que intransigente comportar os dois tipos de educação num

mesmo espaço físico.

Quer dizer, em Libâneo (2010), se vai reportar novamente essa compreensão de que a

escola hoje não é apenas o aluno na escola, mas o adulto, os pais, o telespectador, o leitor, o

trabalhador, o morador, o consumidor etc. E isto precisa ficar claro neste estudo. Senão, não

tem como se apropriar dos saberes científico, como a autora versa em: “[…]. É fundamental

que todos possam tanto se apropriar dos saberes científicos fundamentais, quanto aprenderem

com todo seu histórico, seja nos livros, nos teatros, [...]” (KRAMER, 1998, p.22).

E, por assim dizer, essa apropriação dos saberes científico vai-se dar, quando também,

o aluno estiver cuidando de suas habilidades, fundamentalmente, culturais. Noutro ponto, na

forma como se versam as metodologias, os sistemas de ensino precisam estar pensando e

buscando, o tempo todo, modos de resgatar os valores da educação como um todo, por hora,

abandonados. Se no passado foi possível executar certas políticas educacionais de cultura, não

significa que não possam ser elaboradas novas políticas e a educação possa se recuperar.

Quer dizer, se olhado pela ótica do autor: “[...] A nova metodologia de ensino-

aprendizagem expressa totalidade do processo pedagógico, dando-lhe centro e direção na

construção e reconstrução do conhecimento. Ela dá unidade a todos os elementos que

compõem o processo educativo escolar [...]” (GASPARIN, 2007, p.5), o erro está em não

estudar as possibilidades, porque orientação, direção existem, sobretudo, pontuando na

construção e reconstrução do conhecimento.

E esse leque da formação só vem contribuir para que esses eixos de construção e

reconstrução de novas formas de educação sejam ministrados a contento às necessidades da

população. E é isto que a autora demonstra: “[...] com as linguagens e as artes, seja no

cinema, na música, na dança, considerando que a experiência nestes casos integra a formação

cultural e humanista imprescindíveis para o enfrentamento dos desafios mais potenciais da

vida atual [...]” (KRAMER, 1998, p.22).

É para isso que os processos de elaboração de políticas públicas no âmbito da cultura

precisam estar atentos. A saber, a criação de um sistema voltado para a formação cultural faz-

se um tipo de política. Contudo, diversas outras políticas, não somente, no campo da

formação cultural, se fazem necessárias.

Ao final, se vê que as marcas que contextualizam esta proposta nesta segunda seção, é

que a formação de habilidades culturais, se conjugada ao ensino regular formal, os espaços de

educação não comportam devido às diversas demandas socioculturais já desenvolvidas. Para

tanto, outra marca, é que esse formato de educação cultural só é cabível num espaço criado

para esse fim.

Portanto, não se trata de uma escola somente de práticas culturais, mas de uma escola

que consta de formação e prática cultural, ao mesmo tempo. E, ainda, outra marca é que o

sistema político municipal tem de pensar, elaborar e aplicar políticas, não somente no campo

da formação cultural, mas também no campo do resgate de hábitos culturais, no campo dos

investimentos em projetos culturais, em festivais voltados para a cultura, em pontos de

93

referências culturais, em apoios a organizações, na cidade, voltadas para os valores culturais

do lugar.

Dado isso, em Freire (2011), como as temáticas da próxima seção estarão voltadas

para abordagens relacionadas aos pontos de referências culturais, faz-se bem entrar nos

conceitos comportamentais do homem, sobretudo, porque é nesse conceito de cultura que os

espaços/referências de cultura, também se organizam:

[…] o conceito antropológico de cultura, onde existe a distinção entre os dois

mundos: o da natureza e o da cultura. A função ativa do homem em e com sua

realidade. Assim, a perspectiva de mediação que possui a natureza para as

relações e comunicação entre os homens e a cultura é concebida como o que o

homem é capaz de acrescentar a que ele não criou e é resultado do seu trabalho,

da sua capacidade de criar e recriar [...] (FREIRE, 2011, p.108).

A começar do conceito que o homem constrói de cultura, faz-se perceber os diversos

sentidos de que ele próprio se faz realizar. Para tanto, em Freire (2011), essa perspectiva do

homem situado num lugar e dali olhar para o mundo a sua volta e criar situações de cultura,

faz-se um conceito dele próprio, homem. No entanto, quando ele para e vê o mundo a sua

volta, começa também, a estabelecer seus parâmetros de cultura.

Quer dizer, em Freire (2011), ele conceitua o mundo e, ao mesmo tempo, separa os

mundos em dois. Para ele, homem, de um lado, o mundo da natureza com suas espécies

naturais, espécies animais, relevos naturais, montanhas, mares, o homem, enquanto espécie

natural/racional que cuida desse espaço a que ele mesmo conceitua como sendo o mundo da

natureza.

De outro lado, ele mesmo, homem, conceitua o mundo da cultura, com suas

diversidades criadas por ele, os espaços artificiais, as arquiteturas, as plantações, construções,

a saber, tudo o que o homem faz vai ser compreendido como cultura. Quer dizer, é nesse

esmiuçar dos conceitos que o homem constrói que os sujeitos também, se interagem uns com

os outros.

Para tanto, é dessa interação que o autor observa: “[...] Na interação entre professor e

aluno dá-se o confronto entre os conceitos ou conhecimentos espontâneos e os conhecimentos

científicos. Os conceitos científicos descem à realidade empírica, enquanto os espontâneos

ascendem buscando sistematização, abstração, generalização. Por isso, a aquisição dos

conceitos científicos implica a reconstrução dos conceitos espontâneos numa articulação e

transformação recíprocas [...]” (GASPARIN, 2007, p. 109).

E é isso que a escola faz todos os dias em seus processos de educação e de ensino.

Ainda, em Freire (2011), é possível se aperceber do homem, a partir dos conceitos que ele

mesmo veio, por hora, construindo e, por hora, reconstruindo. E tudo vem ganhando forma

elástica: uns se construindo a partir dos outros. E isso tem uma razão de ser, porque é nesse

conceito de cultura que os espaços/referências de cultura, também se organizam,

independentemente, de sua forma conceitual elástica.

Quer dizer, a cidade de Ibirité, através de alguns dentre a população, pontuou isso no

início deste estudo: a sensação de necessitária de cultura. Agora, como a cidade vai promover

um novo conceito de cultura, se ela mesma se coloca como necessitária. E se é necessitária, é

também porque não tem cultura. Entretanto, se olhar mais uma vez, em Freire (2011), ele

mesmo, homem, conceitua o mundo da cultura, com suas diversidades criadas por ele, os

espaços artificiais, as arquiteturas, as plantações, construções, a saber, tudo o que o homem

faz vai ser compreendido como cultura.

Então, chegou a hora de a população de Ibirité compreender que, a partir deste tempo

presente, é ela quem vai desenvolver ao seu modo, as suas habilidades para a cultura. Desse

modo, não vai poder se colocar mais enquanto população necessitária de cultura. De outro

94

modo, não vai mais se considerar necessitária porque aprendeu que cultura está relacionada ao

modo de viver de cada um no dia a dia da cidade.

Entretanto, se vista sob os olhos da Constituição Federal (1988), é hora de a

população se colocar, enquanto sociedade local, e trabalhar na promoção e incentivo na

colaboração para que a cidade passe a valorizar mais a cultura do lugar, assim: “[...] A

Constituição Federal, promulgada em 1988, em seu Art. 205 estabelece: Art. 205. A

educação, direito de todos e dever do estado e da família, será promovida e incentivada com a

colaboração da sociedade, [...]”.

Isto, para o autor: “[...] visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para

o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho [...]” (CBR, 1988, p.22). Então,

nessa lógica da valorização cultural é que vão se constituir as novas políticas de cultura. Daí,

se nos processos de participação popular, ficou compreendido que a cidade vai ter uma casa

de cultura, por exemplo, e esta funcionar como referência cultural tanto para os do lugar

quanto para os de fora do lugar.

Daí, então, é trabalhar tanto para que haja a elaboração das políticas públicas que

levam a esse fim, quanto pela colocação dessas políticas em prática, e não somente esta

exemplificada, mas quaisquer outras do gênero e assim por diante. Logo, segundo o conceito

de Freire (2011), só de estar fazendo assim, também, já se está fazendo cultura.

Finalmente, as que contextualizam esta proposta é que a população se considera

necessitária de cultura, e por se considerar necessitária, também tem disposição para o

entretenimento, embora perceba a falta de consciência cultural em meio aos contextos sociais.

E, neste contexto, outra marca significativa é que a consciência cultural se forma,

paralelamente, ao exercício da educação formal.

Entretanto, se considerando que esta não investe há mais de 40 anos na educação pela

formação de hábitos culturais, então, o sistema municipal de educação, pós-estudo nesta

proposta, tem de buscar os meios de tornar essas marcas praticáveis. Daí ainda, outra marca

que se vai ver, é que essa formação cultural consciente cresce articulada aos contextos de

construção dos saberes humanos, ou seja, os hábitos culturais são formados nos mesmos

passos da formação da personalidade.

Daí, se se promovem shows artísticos, mas não procuram saber se a população está

gostando, a partir desta proposta, toda promoção cultural precisa ser a contento às

necessidades da população, senão, não vale à pena investir. Também, se vê que há outras

marcas que contextualizam esta proposta, por exemplo, é que a formação de habilidades

culturais, se conjugada ao ensino regular formal, os espaços de educação não a comportam,

devido às diversas demandas socioculturais já desenvolvidas.

Conquanto, é que esse formato de educação cultural só é cabível num espaço criado

para esse fim. Portanto, não se trata de uma escola somente de práticas culturais, mas de uma

escola que consta de formação e prática cultural, ao mesmo tempo. E, ainda, é que o sistema

político municipal tem de pensar, elaborar e aplicar políticas, não somente no campo da

formação cultural, mas também no campo do resgate de hábitos culturais, no campo dos

investimentos em projetos culturais, em festivais voltados para a cultura, em pontos de

referências culturais, em apoios a organizações, na cidade, voltadas para os valores culturais

do lugar.

E como se trata de situações de ensino, é preciso fazer como em Saviani (1997), sobre

situações sistemáticas de ensino que devem merecer de cada instituição de ensino um rigoroso

programa, capaz de promover a valorização real dos alunos nelas envolvidos, verá que dentro

do sistema regular de ensino precisa ser instaurado, porquanto, um bom programa que

promova a solução desses problemas.

Daí, então, chegou a hora de a população de Ibirité compreender que, a partir deste

tempo presente, é ela quem vai desenvolver ao seu modo, as suas habilidades para a cultura.

95

Desse modo, não vai poder se colocar mais enquanto população necessitária de cultura. De

outro modo, não vai mais se considerar necessitária porque aprendeu que cultura está

relacionada ao modo de viver de cada um no dia a dia da cidade.

Para tanto, também, em CRB (1988), é hora de a população se colocar, enquanto

sociedade local, e trabalhar na promoção e incentivo na colaboração para que a cidade passe a

valorizar mais a cultura do lugar e, nessa lógica da valorização cultural, é que vão se

constituir as novas políticas de cultura. Portanto, é trabalhar tanto para que haja a elaboração

das políticas públicas que levam a esse fim, quanto pela colocação dessas políticas em prática.

6.1.2.4 Ensino sob o marco da operação recuperatória

O marco da operação recuperatória precisa ser olhado sob um ponto de vista

diferencial, conceitual-regulatório, porém, especial. Daí, em Vasconcellos (2000), por

exemplo, sob a ótica desses referenciais de recuperação, alguns problemas se apresentam: a

recuperação da nota, mas não da aprendizagem; a recuperação da aprendizagem, mas não da

nota; nem uma nem outra. Cabe, pois, a pergunta: a recuperação recupera? O quê? Quer dizer,

o autor pondera duvidoso-inacreditavelmente, nas propostas pedagógicas voltadas para as

formas de recuperação existentes nos diversos contextos escolares e sistemas de ensino.

Portanto, o marco conceitual-regulatório é centrado nos referenciais de recuperação, e

se coloca como especial, porque o trabalho a ser executado com os alunos, orientados sob este

marco, é em regime especial. Os professores, especialistas, enfim, todos os profissionais

envolvidos são especialistas preparados exclusivamente para o exercício da recuperação de

alunos defasados.

Entretanto, no que tange ao eixo recuperatório, pode ser concebido como sendo uma

nova política pedagógica para cujas finalidades se cumpram com os propósitos de reinserir,

no sistema regular de ensino, aquelas crianças, adolescentes e jovens que estejam fora da

faixa-etária, para frequentar o ensino regular; estejam aquém das séries, dos conteúdos

estudados nelas.

E, assim, estejam aquém, emocionalmente, portanto, necessitária de recuperação de

carga-horária, de estímulos, enfim, das defasagens, de modo geral, acumuladas no decorrer

dos anos. Contudo, não tenham ainda, para o ensino fundamental, 15 anos e, para o ensino

médio, que não é responsabilidade direta do sistema municipal, 18 anos.

Todavia, compreender a preparação feita pelo autor, em termos de recuperação, é esta:

“[...] Como mais um respaldo legal, a Câmara de Educação Básica – CEB/CNE emitiu

parecer 12/97 explicitando o tema, esclarecendo e ou reafirmando questões já contempladas

na LDBEN no 9394/96, [...]” (SAVIANI, 1990, p.20). E essas questões, de que ele fala, estão

relacionadas às modalidades de recuperação que é responsabilidade dos sistemas de ensino.

Também, o mesmo autor continua a respaldar a ideia de recuperação sistemática, por

exemplo: “[...] além da Indicação no 001/99 CEE/PR quando expõe sobre a obrigatoriedade

dos 8 estudos de recuperação, situações que devem merecer de cada instituição de ensino um

rigoroso programa, capaz de promover a valorização real dos alunos nelas envolvidos [...]”

(SAVIANI, 1997, p.20). Daí, a ideia de marco de recuperação vai-se formular no campo de

um programa de ensino cujo objetivo geral é recuperar conteúdos e cargas-horárias defasadas

em crianças, adolescentes e jovens.

Prosseguindo-se, para que haja compreensões dessas modalidades todas, será preciso

também definir o que está por detrás deste adjetivo ‘diferencial’ no que tange às

características da operação recuperatória. Para tanto, sob as ponderações de: “[...]

Vasconcellos afirma que Os estudos de recuperação padecem de uma ambiguidade: são

apontados como a grande saída para ajudar os alunos com dificuldades, mas frequentemente

96

não passam de uma proposta que não sai do papel, em função das condições objetivas de

trabalho dos professores [...]” (VASCONCELLOS, 2000, p.78).

O termo ‘diferencial’, na verdade, aparece, primeiramente, como adjetivo referente ao

substantivo ‘operação’. Isso, em Cegalla (1989), vai acrescentar o sentido de que o termo

‘operação’ não se consiste num significado comum, mesmo porque, o ato de operar já tem um

sentido forte, o de ir além do fazer. Agora, com o adjetivo se referindo a ele, no caso do

‘diferencial’, significa que a operação não é a mesma com a qual se procedem a médicos, nas

práticas de cirurgias; procedem a operários, com as máquinas nas fábricas.

A saber, a operação, neste caso, é mental. E isto significa que, no sistema de ensino

conceituado, o centro das operações, é a mente. Para tanto, este soa como que bastante

figurado. Mas, ainda tem o significado ideológico da expressão ‘marco de operação

recuperatória diferencial’, que quer dizer que este sistema de ensino pensado não vai ser a

mesma coisa que as outras propostas de recuperação já conhecidas nos contextos escolares.

Isso, para Saviani (1997), tem um significado, ou seja, promover a valorização real dos

alunos, mas nesta proposta, soa como que, só criando um sistema capaz de promover a

valorização real dos alunos nelas envolvidos.

No entanto, para Vasconcellos (2000), tem outro, são apontados como a grande saída

para ajudar os alunos com dificuldades, mas frequentemente não passam de uma proposta que

não sai do papel. Então, dá para ver que o adjetivo ‘diferencial’ acrescentado à expressão, já

mencionada, faz sentido. Do mesmo modo, os esforços e investimentos feitos, e apensados

nesta proposta pedagógica, têm de ser para valer. De outro modo, educação tem de ser vista

como investimentos, não meramente, como paliativos pedagógicos.

Afora isso, há ainda, o composto: ‘conceitual-regulatório’. Estes, também, referentes à

expressão ‘marco de operação recuperatória’ que significa, ideologicamente, que o conceito

de recuperação inexiste ou é um conceito tão-ruim que ela própria se faz inexistir. Daí,

compreender que o inexistente, em termos de conceito, tem de ser redefinido e passar a

existir. Para tanto, vai precisar da regulação, como meios de regras, para garantir o

funcionamento do sistema.

E se não for assim, como os alunos serão recuperados? Disso posto, para finalizar esta

seção, tem de ver quais eixos ficaram marcados nesta proposta. E ai, primeiro, tem-se de

entender que o marco da operação recuperatória não vai passar pelos mesmos trâmites de

outras propostas de recuperação já praticadas em diversos contextos escolares, ou seja, essas

precisam passar por critérios novos.

Segundo, se são critérios novos, precisa serem, também, um sistema novo, não

somente de propostas pedagógicas, mas como programa de ensino. Além disso, os

profissionais atuantes no sistema, ao lado da formação pedagógica básica para esse fim, terão

de ter as especialidades afins, as experiências nas práticas escolares mais diversas, e não

somente, terão de passar por cursos e treinamentos contínuos para que, nas práticas, se houver

desacertos, seja estes o mínimo possível.

E, por fim, todos os profissionais, alunos e pais de alunos envolvidos no/com o

sistema terão de encarar as propostas pedagógicas como sendo diferentes. Estes terão de

acreditar nela, senão, como proceder com as recuperações, se nas primeiras impressões, não

se acreditarem nelas? No mais, como as temáticas da próxima seção, em Saviani (1997), vão

tratar de mudanças feitas pelas políticas educacionais, mas nas práticas políticas, não

funcionam, então vale ver:

Cabe a observação de que a atual LDB é mais indicativa do que prescritiva. Se

indagarmos o que muda, efetivamente, na vida real das escolas, poderíamos

responder que, a rigor, pouca coisa, dependendo do encaminhamento da

política educacional, das decisões dos órgãos normativos e, importante, das

próprias escolas. [...], conforme as posições adotadas nos diferentes níveis de

97

decisão, a atual lei é uma lei com a qual a educação pode ficar, aquém, além ou

igual à situação atual (SAVIANI, 1997, p. 226).

Conseguintemente, abordando sobre o pretenso marco de operação recuperatória, o

que se percebe é certo teor de fragilidade nos contextos textuais na LDBN (1996), conforme,

em Saviani (1997), também se faz compreender. Aliás, faz-se este o momento de esta

proposta alcançar as justificativas de que precisa para se apresentar, enquanto marco de

operação recuperatória, em sua forma pragmático-sistêmica.

A saber, se a lei não oferece a segurança de que os processos de recuperação escolar

tanto precisam para se fazerem valer, ou seja, apenas indicar, como proposta pedagógica de

recuperação, aos sistemas de ensino, faz-se pouco, em se tratando de lei, sobretudo, lei

especial. Se esta é lei, tem de ser prescritiva, senão, os sistemas de ensino não procedem, nas

práticas educacionais, se somente como indicativo.

No entanto, ou pelo menos, estes não se sentem seguros o suficiente para proceder

com as recuperações do jeito como indica a lei. Constituindo-se, portanto, este, num primeiro

elemento que justifica as razões de a recuperação se formalizar através de um programa, não

de uma apenas uma proposta. Neste sentido, para o autor: “[...] A recuperação deveria ser

pensada como princípio derivado da própria avaliação. Esta, num processo contínuo e

permanente, embutido no próprio exercício de ensinar e aprender [...]” (PARO, 2001, p. 42).

E é por isso que a operação recuperatória se faz, necessariamente, na sua forma

programático-sistemática, cumprindo com uns objetivos principais e vários objetivos

específicos, mas todos com o sentido no alcance da finalidade maior que é recuperar os alunos

em defasagem. Logo, mais um eixo justificável das operações recuperatórias. Quer dizer, se

analisando o Projeto Político Pedagógico do Colégio lócus de estudo, observa-se, também,

que a recuperação de estudos não se apresenta de forma explícita, a quem quer que seja.

Então assim, para esse PPP Colégio Lócus (2008), os estudos de recuperação devem

ser entendidos como um dos aspectos da aprendizagem, em seu desenvolvimento contínuo, no

qual, o aluno esteja inserido, mas não só, sobretudo, envolvido, como o próprio sistema Lócus

define: “[...] com aproveitamento insuficiente, disponha de condições próprias que lhe

possibilitem a apreensão dos conteúdos básicos, sob os quais ficou defasado. Portanto, para os

alunos de baixo rendimento escolar, serão proporcionados estudos de recuperação paralela

através de atividades extraclasses e/ou atendimento individual [...]” (PEDAGÓGICO, 2008,

p.62).

Essas são algumas das experiências vivenciadas em termos de recuperação. No

entanto, mesmo assim, se parece um tanto quanto vaga a proposta, porque esta não se

apresenta com a devida clareza - por demais criteriosas que a própria forma de recuperação o

exige - ainda mais, se pensar nos sujeitos que estão por detrás dela: pais, mestres,

especialistas, dentre outros. Enfim, mais um argumento que justifica o marco de operação

recuperatória.

E continuando, vê-se que aponta outros elementos: “[...] diagnosticaria os problemas e

dificuldades que a recuperação também num processo contínuo e permanente, de solucionar

(ou intentar soluções) pelo oferecimento de novos recursos e alternativas de ação [...]”

(PARO, 2001, p. 42). Daí, se os vê enquanto elementos importantes nos trâmites das formas

de recuperação, mas não contêm o ideal de segurança. E, por isso, funcionam como elementos

justificáveis de um programa, ao invés de apenas proposta.

Contudo, ao finalizar esta seção, no que tange a esta proposta, o que se percebe,

primeiramente, é que os processos de recuperação para, se fizer como tais têm de buscar suas

próprias formas de conceito, de estruturação, e de respaldo, sobretudo, porque se na forma da

LDBN (1996), não se conseguem maiores seguranças. Em seguida, vê-se ainda que as

experiências analisadas por autores e as apresentadas por alguns sistemas de ensino, quanto às

práticas de recuperação escolar, só se apresentam enquanto propostas inexplícitas.

98

No entanto, somente justificam as iniciativas desta proposta de firmar as recuperações

sob um ideal de programa de ensino ao invés de apenas proposta, porque as intenções são de

fazê-las funcionar sob um sistema mais organizado. No mais, como a próxima seção vai

tratar, sob a ótica do Conselho Estadual de educação (1998), de formulação de conceitos de

recuperação sistemática, também se encontra uma definição de recuperação na Indicação CEE

nº. 5, ou seja, então, de repente, vale pontuar sobre essas formulações:

[...] Dentro do processo de ensino aprendizagem, recuperar significa voltar,

tentar de novo, adquirir o que se perdeu, e não pode ser entendido como um

processo unilateral. Se o aluno não aprendeu, o ensino não produziu seus

efeitos, não havendo qualquer utilidade em atribuir-se culpa ou

responsabilidade a qualquer uma das partes envolvidas. Para recobrar algo

perdido, é preciso sair à sua procura e, quanto antes melhor; inventar

estratégias de busca, refletir sobre as causas, sobre o momento ou circunstância

em que se deu a perda, pedir ajuda, usar uma lanterna para iluminar melhor.

Se a busca se restringir em dar voltas no mesmo lugar, provavelmente não será

bem sucedida [...] (EDUCAÇÃO, 1998, p. 2).

A forma conceitual, sob a qual se apresenta o Conselho Estadual de Educação (1998),

quanto às modalidades de recuperação, vê-se que os sistemas de ensino têm de estar

avaliando, senão periodicamente, mas o tempo todo, as suas práticas de avaliações, pois que,

o que se faz aplicar aos alunos como avaliação, tem de se fazer aplicar, proporcionalmente,

aos sistemas. Afinal, o sistema que não se avalia, também, não se corrige.

E, por isso talvez, seja o fato de as recuperações não se darem por corretas sob o ponto

de vista dos resultados. Quer dizer, se os resultados das avaliações foram ruins, tem-se de

buscar onde estão os porquês. E a cada avaliação feita num dado momento, produz efeitos

diferentes noutros dados momentos do futuro. Neste sentido, as práticas de educação focadas

nas recuperações têm de mudar os modos sobre com praticá-las.

Senão assim, os resultados dos alunos também nunca mudam. Logo, ambos precisam

produzir resultados: alunos ao serem avaliados, e professores, e sistemas de ensino, e

especialistas, e comunidade que acompanha os processos, e tudo mais estando sob esses

papéis. Noutro sentido, olhar como as formas de avaliações, senão a atenção básica, essas

produzem: “[...] Quando os ciclos ou a progressão continuada impedem o uso da avaliação

como forma de reprovar ou reter o aluno, [...]” (FREITAS, 2004, p. 158).

E o autor continua com as suas análises e proposituras: “[...] supondo que estão apenas

interferindo com o plano instrucional, impede adicionalmente o exercício de poder do

professor no processo de ensino aprendizagem da sala de aula, sem nada colocar no ensaio

[...]” (FREITAS, 2004, p. 158). Daí se vê que o professor precisa de autonomia para o

exercício de seu trabalho. E se este não se dispuser nem dispor para, tanto se perde o estímulo

do professor, quanto se perde este no aluno.

Para tanto, o aproveitamento, expresso em números, vai atribuir ao professor,

autonomia, estímulo e, sobretudo, confiança no sistema de ensino. Em suposta contrapartida,

vai o aluno que, por si só, ao ser avaliado e receber um expresso aproveitamento numérico, ao

contrário do que se pensaria, vai ter garantidos os mesmo atributos, tanto de sua parte em

relação ao professor e sistema de ensino, quanto em relação a si próprio, a sua família, dentre

outros atributos de confiança.

Contudo, a preparação de todos os setores envolvidos com a proposta, faz-se

fundamental, porque estes se tornam consciente dos papéis de cada uma. E é sobre isto que o

mesmo autor vai tocar: “[...] A recuperação paralela no ensino de física: o que pensa o

professor? Sequer a preparação do professor e dos alunos para a nova situação. Como não há

motivadores naturais que o professor possa utilizar, [...]” (FREITAS, 2004, p. 158).

99

Isto significa que, sem-preparação, não há motivação: “[...] ai retirados os motivadores

artificiais (nota, reprovação, etc.), desestabiliza as relações de poder existentes, obrigando o

professor a lançar mão de outras formas de controle nem sempre mais adequado [...]”

(FREITAS, 2004, p. 158). E é aí que moram os perigos da falta de preparação das partes a

serem envolvidas nos processos, e essa consistência e consciência precisam dar ao professor

mais segurança em seu trabalho.

Quer dizer, se ele não atribui notas e não reprova, também, não se sente seguro no

exercício do poder de professor; se o faz, não está impedido, mas precisa se cuidar para não se

adequar a certas culturas de reprovação que, ao invés de estimular, desestimulam. Também,

precisa se cuidar como, em Educação (1998), Se o aluno não aprendeu, e o ensino não

produziu seus efeitos, não havendo qualquer utilidade em atribuir-se culpa ou

responsabilidade a qualquer uma das partes envolvidas.

Assim, a cultura da reprovação, além de desestimular as partes, pode atribuir

sentimento de culpa. O que não é nem um pouco recomendável, sobretudo, no que tange a

uma proposta que queira se afirmar enquanto programam de ensino. Finalmente, tem-se de

entender que o marco da operação recuperatória não vai passar pelos mesmos trâmites de

outras propostas de recuperação já praticadas em diversos contextos escolares, ou seja, essas

precisam passar por critérios novos.

Segundo, se são critérios novos, precisa serem, também, um sistema novo, não

somente de propostas pedagógicas, mas como programa de ensino. Além disso, os

profissionais atuantes no sistema, ao lado da formação pedagógica básica para esse fim, terão

de ter as especialidades afins, as experiências nas práticas escolares mais diversas, e não

somente, terão de passar por cursos e treinamentos contínuos para que, nas práticas, se houver

desacertos, seja estes o mínimo possível.

Entretanto, todos os profissionais, alunos e pais de alunos envolvidos no/com o

sistema terão de encarar as propostas pedagógicas como sendo diferentes. Estes terão de

acreditar nela, senão, como proceder com as recuperações, se nas primeiras impressões, não

se acreditarem nelas? Daí, o que se percebe, primeiramente, é que os processos de

recuperação para, se fizer como tais têm de buscar suas próprias formas de conceito, de

estruturação, e de respaldo, sobretudo, porque se na forma da LDBN (1996), não se

conseguem maiores seguranças.

Em seguida, vê-se ainda que as experiências analisadas por autores e as apresentadas

por alguns sistemas de ensino, quanto às práticas de recuperação escolar, só se apresentam

enquanto propostas inexplícitas. No entanto, somente justificam as iniciativas desta proposta

de firmar as recuperações sob um ideal de programa de ensino ao invés de apenas proposta,

porque as intenções são de fazê-las funcionar sob um sistema mais organizado.

Finalmente, nesta proposta, o que fica claro, primeiro, é sobre as modalidades de

avaliações que permanecem com as mesmas características, podendo se inovar, conforme

resultados oriundos das próprias avaliações e de avaliações sobre o próprio sistema, para os

alunos. Entretanto, ao final de cada etapa de avaliação dos alunos, avaliam-se também o

sistema nas suas formas de aplicação dessas avaliações.

O sistema adota a reprovação, mas não a estimula, sob a justificativa de não cair na

cultura da reprovação. Daí se vê que o professor precisa de autonomia para o exercício de seu

trabalho. E se este não se dispuser nem dispor para, tanto se perde o estímulo do professor,

quanto se perde este no aluno. Então, a preparação de todos os setores envolvidos com a

proposta, faz-se fundamental, porque estes se tornam conscientes dos papéis de cada um.

Nisso, em Educação (1998), e se o aluno não aprendeu, e o ensino não produziu seus

efeitos, não há qualquer utilidade em atribuir-se culpa ou responsabilidade a qualquer uma das

partes envolvidas. Logo, sentimento de culpa é algo característico do campo pessoal, o

desfecho se faz com as práticas do profissionalismo, não com amadorismo.

100

6.1.2.5 Nível de ensino sob a atualização dos aprendentes além-faixa-etária

Em se pensando nos processos de recuperação escolar, associando-os à educação de

jovens e adultos, veem-se, de repente, sob uma expectativa muito grande, essas iniciativas

que, sob esses conceitos, muitas vezes, se colocam de volta à vida escolar: “[...] Considera-se

que a EJA atende um universo de pessoas jovens, adultas e idosas, bastante diverso, com

trajetórias de vida distintas, com ou sem repertório escolar prévio, que chegam da ou retornam

à escola, movidos por interesses e disponibilidades também diferenciados [...]” (PP - EJA,

2001, p. 52).

Tais iniciativas de jovens e adultos formuladas sobre os recursos, meios e modos de

se atualizarem enquanto estudantes, de se reinserirem enquanto pessoas e de se sentirem

novos sujeitos, por isso, presentes na sociedade como trabalhadores, profissionais, enfim,

como pessoas movidas por motivações a que elas mesmas, talvez nalgum dia, tivessem

pensado não conseguissem chegar a esse patamar.

Isso, por causa do estímulo que a própria maturidade os viesse reclamar. Para tanto,

quando o autor toca na temática da educação bancária, chama a atenção para o incentivo

desses jovens e adultos, a leitura crítica com a qual eles devem retomar: “[...] Na medida em

que esta visão bancária anula o poder criador dos educandos ou o minimiza, estimulando sua

ingenuidade e não sua criticidade satisfaz ao interesse dos opressores: para estes o

fundamental não é o desnudamento do mundo, a sua transformação [...]” (FREIRE, 1997,

p.83). Logo, numa lógica, jovens, adultos e idosos, ao se descobrirem da falta que a educação

faz, procuram a escola de novo. E isso funciona como forma de combate aos sistemas de

opressão presentes no mundo.

Entretanto, noutra lógica, mesmo com essas ações desse público, de redescobrimento

do mundo, os sistemas de opressão permanecem: “[...] O seu “humanitarismo”, e não

humanismo está em preservar a situação de que são beneficiários e que lhes possibilita a

manutenção de sua falsa generosidade [...]” (FREIRE, 1997, p.83). Nesse caso, o autor faz

pensar e, pós-isso, olhar pela visão crítica do mundo, ou seja, olhar para aqueles que em nome

da generosidade, satisfazem-se do mundo sobre a exploração e dominação dos mais pobres.

Daí, quando os adultos se descobrem da faixa de idade em que estão e começam a

olhar para a escola e vê-la como um lugar de superação, o incentivo maior precisa ser da

escola, aos recebê-los, para trazê-los de volta a esperança que tivera perdido na adolescência,

momento em que deixaram os estudos. Noutro caso e, em Freire (1997), se vê a orientação

desses jovens e adultos rumo a se capacitarem, sob o poder da criticidade em relação,

sobretudo, a esses humanitaristas e falso-humanos, presentes nas sociedades.

Para tanto, noutra forma de conceituar: “[...] A educação de jovens e adultos é toda

educação destinada àqueles que não tiveram oportunidades educacionais em idade própria ou

que tiveram de forma insuficiente, não conseguindo alfabetizar-se e obter os conhecimentos

básicos necessários [...]” (PAIVA, 1973, p.16). E, sob este conceito de uma escola para

aqueles que não tiveram oportunidades em idade própria, é que os adultos voltam à escola.

Desse modo, em Libâneo (2010), se pode ver o conceito de escola a partir das

diversas formas de educação que os seres humanos vivem diariamente e o como essa

educação se mistura com a vida. Começa em casa, e segue nas ruas, na igreja ou na escola.

Para ele, de um modo ou de muitos modos, todos envolvem pedaços da vida com ela, seja

para aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar, ao mesmo tempo. Seja para saber, para

fazer, para ser ou para conviver, todos os dias se misturam a vida com a educação.

Mas, agora, sob o pensar desta proposta, a educação formal vai fazer falta para todos

os homens, em todos os dias, ainda que ele não consiga retomar a escola, vai sempre lembrar

101

com saudade, porque é nela que se prepara para a vida. E é na vida que se encontra a

necessidade dela. Aliás, de outro modo, o próprio autor, traz essa ideia de valorização da

escola como vida e da vida como escola: “[...] Com uma ou com várias: educação?

Educações. (...) Não há uma forma única nem um único modelo de educação; a escola não é o

único lugar em que ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escolar não é a única

prática, e o professor profissional não é seu único praticante [...]” (LIBÂNEO, 2010, p. 26).

E aí se caracterizam as diferenças de olhares conceituais do mundo em que se vive. E

é este o olhar que se quer dar para a educação de jovens e adultos. Seja, através da escola

cultural, prevista no eixo da educação cultural deste marco, seja por uma política pública

específica, seja através de projetos específicos voltados para esse gênero de educação, o que

não pode é o sistema municipal deixar à mercê toda essa gama de adultos carentes de

educação. Para tanto e, para finalizar esta seção e esses momentos conceituais de educação,

vale pontuar os eixos de que ela se deixa marcar-se.

No entanto, a marca primeira se faz notar que jovens e adultos e idosos - quando

ainda em faixa própria, perdem a oportunidade de concluírem os estudos – entretanto, já na

idade, além-faixa-etária, se descobrem da falta que a educação faz. Daí, a requererem do

poder público uma nova oportunidade como chance de recuperar o tempo, supostamente,

perdido. Outra marca logicamente destacada, é que o sistema público municipal deve

elaborar, dentre outras, uma política que atenda às necessidades desse público.

E ainda outra é que, ao atender, na proposta didático-pedagógica, deve focar como

temáticas principais, as experiências vivenciadas por este público conjugadas ao teor de

criticidades, conforme apontado em Freire (1997). No mais, como a temática, na próxima

seção, em CEB (2000), vai tratar da obrigatoriedade dos sistemas que optarem por oferecerem

educação para jovens e adultos, estabelecerem as diretrizes dessa em consonância aos ditames

da lei e, dentro desse contexto legal, a educação de adultos torna-se mais que um direito. E é isto o que

se passa a ver:

A educação de adultos, dentro desse contexto, torna-se mais que um direito: é a

chave para o século XXI; é tanta consequência do exercício da cidadania como

condição para uma plena participação na sociedade. Além do mais, é um

poderoso argumento em favor do desenvolvimento ecológico sustentável, da

democracia, da justiça, da igualdade entre os sexos, do desenvolvimento

socioeconômico e científico, além de ser um requisito fundamental para a

construção de um mundo onde a violência cede lugar ao diálogo e à cultura de

paz baseada na justiça. A educação de adultos pode modelar a identidade do

cidadão e dar um significado à sua vida. A educação ao longo da vida implica

repensar o conteúdo que reflita certos fatores, como idade, igualdade entre os

sexos, necessidades especiais, idioma, cultura e disparidades econômicas. (CEB,

2000, p.36).

E continuando no desembolar das temáticas voltadas para as diretrizes da educação

para jovens e adultos e idosos, em CEB (2000), faz-se importante reiterar, desde o início, que

o parecer que se dirige aos sistemas de ensino e seus respectivos estabelecimentos, que

venham a se ocupar da educação de jovens e adultos e idosos, sob a forma presencial e

semipresencial, em cursos voltados para esse gênero de educação, tenham como objetivo o

fornecimento de certificados de conclusão de etapas da educação básica.

Entretanto, para tais estabelecimentos, as diretrizes expostas são obrigatórias, bem

como, será obrigatória uma formação docente que lhes seja consequente. A saber, os sistemas

de ensino que adotem a educação de jovens e adultos como política, seja pública ou privada,

têm de proceder com a capacitação e preparação de professores e profissionais à altura de uma

atenção básica e em sintonia às necessidades dos alunos.

102

Daí, a preparação de espaços, o mais próximo possível da realidade deles, sempre em

consonância à disponibilidade deles, de modo geral, ou seja, os cursos devem acontecer

sempre durante o período noturno. E, por isso, devem seguir sob as orientações básicas e o

exercício de dinâmicas voltas para os saberes humanos, como se versa em: “[...] reafirmamos

que apenas o desenvolvimento centrado no ser humano e a existência de uma sociedade

participativa, baseada no respeito integral aos direitos humanos, levarão a um

desenvolvimento justo e sustentável. A efetiva participação de homens e mulheres em cada

esfera da vida é requisito fundamental para a humanidade sobreviver e enfrentar os desafios

do futuro [...]” (CEB, 2000, p. 36).

E nessa perspectiva de participação que a proposta pedagógica do sistema, no caso

deste plano de ações gerais, deve se pautar. E esteja sob mesmas orientações já discutidas

noutros eixos, por exemplo, com avaliações não somente periódicas, mas também, pós-

conteúdos estudados, ou seja, para que os alunos se firmem nos estudos e não se deixem

desviar. Eles, por um lado, têm de ser conduzidos a acreditar no sistema pelas ações do

próprio sistema.

E, por outro lado, o sistema também tem de se auto avaliar, e ser avaliado pelos

alunos. E, ao lado disso, estarem sempre conscientes de que: “[...] O educador não é mais

apenas o docente, são os múltiplos agentes educativos conforme as instâncias em que operam

(família, escola, meios de comunicação, fabricas, movimentos sociais etc.) [...]” (LIBÂNEO,

2010, p.56). O sistema tem seus professores, designados para esse fim, mas a consciência de

uma educação abrangente nunca se pode perder de vista.

A educação oferecida pelo sistema municipal de ensino para jovens e adultos é um

modo mais particular de estudar e aprender, bem como, de modo formalizado, lá à frente, o

estudante possa se orgulhar de ter conseguido se reinserir na escola e refazer a sua vida.

Porém, nunca se esquecer de que a escola da vida tem de ser sempre sua boa referência. Daí,

nesta mesma perspectiva, como o mesmo autor continua conceituando esse gênero de escola:

“[...] Não é apenas o aluno na escola, mas o adulto, os pais, o telespectador, o leitor, o

trabalhador, o morador, o consumidor etc. Os conteúdos e métodos também sofrem outras

modulações conforme as variedades de situações pedagógicas [...]” (LIBÂNEO, 2010, p.56).

E aí, é claro, nos ensinos da vida não se fazem planejamentos de curso nem anuais

nem bimestrais nem de aulas, ao contrário, aprende-se os ensinamentos e pronto. Então,

formalizar a educação tem muitas vantagens, basta valorizá-la, que vai perceber isto. No

entanto, como já é final da seção, vale pontuar suas marcas. Sendo assim, eis a primeira

marca, a de que os sistemas de ensino, uma vez optado por oferecer a educação de jovens e

adultos, deve se conscientizar das obrigatoriedades legais impostas a eles.

Outra marca é que, os estudantes - nesta linha de ensino - também tem têm de se

conscientizar de que suas experiências de vida se fazem complementos aos conteúdos

ministrados, bem como, se conscientizar das responsabilidades com os cursos em todas as

suas modalidades e disciplinas. E ainda outra é que os profissionais envolvidos com a

proposta têm de serem os primeiros a acreditar nela, em seguida, avaliar os alunos pós-

conteúdos aplicados e, ainda, avaliar-se a si mesmos e ao sistema, para que a proposta

pedagógica não se incorra em descréditos.

Afora isso, como em Freire (1985), não há educação fora das sociedades humanas e

não há homem no vazio, então, o ato de estudar, nunca foi tão-importante, antes que se

pudesse perceber da sua necessidade. Para tanto, se assim o é, na próxima seção, se vai ver

sobre a temática das opções de vida, sobretudo, no que tange à opção por educação. Então,

vale se embrenhar por essas veredas:

Não há educação fora das sociedades humanas e não há homem no vazio. [...]

Desde logo, qualquer busca implica, necessariamente, numa opção. Opção pelo

ontem, que significava uma sociedade sem povo, comandada por uma “elite”

103

superposta a seu mundo, alienada, em que o homem simples, minimizado e sem

consciência desta minimização, era mais “coisa” que homem mesmo. Ou opção

pelo Amanhã, por uma nova sociedade, que, sendo sujeito de si mesma, tivesse

no homem e no povo sujeitos da História. [...] A opção teria de ser também

entre uma “educação” para a “domesticação”, para a alienação, e uma

educação para a liberdade. “Educação “para o homem-objeto ou educação

para o homem-sujeito (FREIRE, 1985, pp. 35-36 ).

Então, neste prisma das opções de vida, sobretudo, no que tange à opção por educação,

que se vista sob os olhares do ontem, em Freire (1985), conduzida pelas elites, então, não era

opção, significava algo muito que alienado. Então, é por isso que vale à pena se embrenhar

por essas veredas, porque nelas tem um mundo aberto, opções de vida, opções por conhecer o

mundo através das letras e do conhecimento.

E nesta perspectiva dialética que se despontam as diversas formas de opção: “[...] Essa

metodologia dialética do conhecimento perpassa todo o trabalho docente-discente,

estruturando e desenvolvendo o processo de construção do conhecimento escolar, tanto no

que se refere à nova forma de o professor estudar e preparar os conteúdos e elaborar e

executar seu projeto de ensino, como às respectivas ações do aluno [...]” (GASPARIN, 2007,

p.5).

É claro, noutro prisma e, em Freire (1985), se criticam as minimizações, a falta de

consciência dessas minimizações, no que tange às opções de vida e, dentre essas opões, está

educação no seio das sociedades humanas. Só que, em Gasparin (2007), se vão apontar as

metodologias dialéticas do conhecimento, sobretudo, no que tange ao trabalho docente-

discente. E é nesta perspectiva que se afirma esta proposta pedagógica que, antes de ser o que

se propõe, tem de se ajustar aos trâmites de uma política pública voltada para esse fim:

educação para jovens e adultos e idosos.

Numa verdade, se trata de uma política pública que se implementa e, por isso,

organiza um sistema escolar, mesmo porque, não há esse gênero de educação no atual sistema

municipal de ensino. E se não o há, e a proposta pedagógica pensada a partir de pesquisas no

entorno dos noturnos, de escolas municipais constatadas vazias, e em torno da realidade

demandada, vê-se que tais políticas podem ser elaboradas e aplicadas a contento à realidade

pesquisada.

Então, noutra verdade, não é só confirmar essas demandas de adultos necessitários de

escola, como no ver desta proposta será necessário fazer, mas também, conforme em Gasparin

(2007), é todo um desenvolvendo no processo de construção do conhecimento escolar, tanto

no que se refere à nova forma de o professor estudar e preparar os conteúdos e elaborar e

executar seu projeto de ensino, como às respectivas ações dos alunos.

Isso tudo se faz necessário entender. Aliás, o próprio autor, no mesmo contexto,

continua: “[...] A nova metodologia de ensino-aprendizagem expressa totalidade do processo

pedagógico, dando-lhe centro e direção na construção e reconstrução do conhecimento. Ela dá

unidade a todos os elementos que compõem o processo educativo escolar [...]” (GASPARIN,

2007, p.5). E, neste caso, aponta-se para as metodologias do novo e pretenso sistema escolar

voltado para a educação de jovens e adultos.

Aliás, neste, tanto alunos quanto profissionais têm exercícios a fazerem – não que

noutros não os tenham – mas, o que se quer dizer é que, uma vez constatados

descompromissos previamente assumidos por ambas as partes: profissionais e alunos, outra

vez, suspensos os serviços, ainda que já sistematizados. De repente, é tudo questão de

compromisso assumido mediante realidades e necessidades constatadas.

Dado isso, em Freire (1999), entende-se que o diálogo coloca o professor ao lado do

aluno, com a tarefa de orientar e dirigir o processo educativo, como um ser que também

busca. E nisso, como o aluno, o professor é também um aprendiz. Esse é o legado: quem

ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Logo, “[...] Ensinar inexiste

104

sem aprender e vice-versa e foi aprendendo socialmente que, historicamente, mulheres e

homens descobriram que era possível ensinar [...]” (FREIRE, 1999, pp. 25-26). Conceito este,

necessariamente, se faz absorver-se nesta proposta.

Também, dando continuidade aos conceitos de ensinar-aprender: “[...] E foram assim,

socialmente aprendendo, que ao longo dos tempos mulheres e homens perceberam que era

possível - depois, preciso - trabalhar maneiras, caminhos, métodos de ensinar. Aprender

precedeu ensinar ou, em outras palavras, ensinar se diluía na experiência realmente fundante

de aprender [...]” (FREIRE, 1999, pp. 25-26). Daí é neste fundamento final do autor que se

afirma esta proposta pedagógica.

6.2 Eixos sistemático-culturais

A começar do que se caracteriza como sendo política pública voltada para os

contextos da cultura, pensa-se que, em Oliveira (2011), por exemplo, as diversas abordagens

do termo cultura, muitas vezes direciona o pensamento à música, literatura, artes, ou uma

infinidade de habilidades desenvolvidas durante o percurso da existência do homem.

Entretanto, sua perspectiva é muito mais ampla, se considerando que a cultura deve ser

concebida como sendo tudo que o homem produz.

Então, neste contexto, não é apenas um conceito formalizado em torno de certas

modalidades culturais, como a música, a pintura, a literatura, as artes de modo geral. Na

verdade, se conceituar cultura por essas modalidades, vai-se entender o conceito mais por

aquilo que se pratica enquanto produto da cultura do que concepção cultural a partir dos feitos

pelas mãos do homem como senso de cultura.

Então, noutro contexto, na versão conceitual apontada por: “[...] as formas pelas quais

a cultura estabelece fronteiras e distingue a diferença é aquilo que separa uma identidade da

outra, estabelecendo distinções, frequentemente na forma de oposições [...]” (Woodward,

2009, p. 41). Quer dizer, é conceito de cultura pela busca da identidade. E, ao fazer essa

busca, alcançam-se as fronteiras-limites entre uma identidade e outra.

Disso posto, se a conceituar pelos movimentos contrários, vai-se entender que cultura

não tem limites. Daí, para o autor: “[...] Cada cultura tem suas próprias e distintivas formas de

classificar o mundo e, por meio da construção de sistemas classificatórios, que a cultura nos

propicia os meios pelos quais podemos dar sentido ao mundo social e construir significados

[...]” (Woodward, 2009, p. 41). Então, para o autor, cultura se concebe pelos atos do homem

sobre tudo o que ele produz em termos de saberes, se opera com uma máquina, por exemplo,

é porque tem sabedoria para operar, se carpe a terra, também, é porque tem domínio e saber

para carpi-la, e assim por diante.

Daí, conceber a ideia de cultura pela formulação de políticas públicas, vai funcionar

como indicativos de que, ao elaborá-las e formalizá-las, está-se puxando e fomentando no

homem o conceito de valorização de seus saberes com sentido de identificar o que ele faz e

ele próprio reconhecer o que faz como sendo o produto e, por isso, concebido como cultura.

Para tanto, noutro ponto de vista, em sua definição, vão se referir às “[...] “teias de

significados” construídas ao longo da existência humana; tudo que a ele faz referência e que

ele adquire e significa durante sua vida [...]” (LOPES, MENDES e FARIA, 2005, p. 13).

Quer dizer, para os autores, cultura cognomina-se como “teias de significados”, tudo o

que o homem faz tem significados, porque, para eles, tudo tendo um significado, e estando

compondo os modos de vida do homem, então, isso é cultura. Logo, esta não pode se prender

somente às tonalidades musicais, teatrais, visuais, audiovisuais, etc., tem de se ater também

aos fazimentos do homem.

Dessa forma, explana-se sob um conceito de cultura, pelo que esta não se os constem,

ou seja, se no campo da diversidade, ela não os têm. Entretanto, se pela escola: “[...] a escola

105

que estiver comprometida com a cidadania e democracia, necessita ter, essencialmente, a

constituição cultural, para que seja estabelecida uma cidadania integral, e isso em razão de

que o ensino-aprendizagem, durante toda a história humana, foi muito heterogêneo, isto é,

somente o pensamento do professor era considerado, e ignorado os dos alunos [...]”

(KRAMER, 1998, p.16).

De outra forma, em Rego (2014), estes se vão ver que estes conhecimentos ressaltaram

a importância de entender a dimensão que pode alcançar a cultura elaborada,

homogeneamente, possibilitando aos indivíduos auferir mecanismos salutares de aceitar as

próximas gerações, acompanhando o indivíduo durante sua vida inteira. Daí, ao finalizar esta

primeira seção, vê-se como marca primeira que o conceito de cultura não se formaliza apenas

pelas modalidades culturais tradicionais, mas pelos fazimentos do homem.

E, nesta proposta, se firma sobre a compreensão de que um conceito formalizado em

torno de certas modalidades culturais, como a música, a pintura, a literatura, as artes de modo

geral, formaliza-se em cima do que é produto, pois que, na verdade, cultura se concebe pelos

atos do homem sobre tudo o que ele produz, seja em termos de saberes ou não.

E outra marca a de que a formulação de políticas públicas vai funcionar como

indicativo de que, nelas, o homem puxa o seu trabalho como forma de valorização de seus

saberes, pois tudo o que ele faz, está contido de significados. Dado isso, como as temáticas da

próxima seção, em Silva (2007), abordam sobre os conceitos de cultura fora dos imperativos

categóricos. Então, se vale à pena ver:

Assim, a cultura não funciona como imperativo categórico, mas é carregada

pela historicidade das instituições que a delimitam e que configuram as

políticas publicas culturais. As decisões conceituais por um ou outro conjunto

de significados são tácitas ou explícitas e impõem traduções institucionais e

estilos de governo, embora esses derivem não apenas dos conceitos, mas do

conjunto de forças sociais e políticas, concepções e interpretações sobre o objeto

e as estratégias de intervenção. (SILVA, 2007, p. 4).

A contar das formas simbólicas a que, muitas vezes, contornam os conceitos de

cultura. No entanto, em Silva (2007), esta não funciona na condição de imperativo categórico,

ao contrário, sob o controle de políticas públicas culturais, esta vem colocada e carregada de

história no bojo das instituições, principalmente, em se tratando desta proposta que intenta

sob um plano sistemático municipal, elaborar e implementar suas políticas públicas de

cultura.

Assim sendo, no pensar do autor quanto às políticas públicas: “[...] A política cultural

é resultado de programas de intervenção realizados por mais de um agente: pelo Estado, por

instituições civis, por entidades privadas ou até por grupos comunitários, objetivando

satisfazer as necessidades culturais da sociedade e desenvolver suas representações simbólicas

[...]” (COELHO, 1997, p. 293). Então, é nas políticas públicas que moram os segredos de uma

cidade ter mais promoções de atividades culturais, como em Ibirité, por exemplo.

Nela, há conceitos divergentes e formas diferentes de se conceber a cultura. Daí,

elaborar uma política pública voltada para implantação de um projeto, como já foi o Projeto

Cultural, no passado, por exemplo. Daí, na política elaborada, se verá do que este pretende

com a cidade, os tipos de trabalhos pretendidos, quais os legados se devem deixar, para a

cidade, pós-vencida sua temporada.

No entanto, é nesse conceito que se quer discutir. É na satisfação das necessidades da

sociedade local, pelas instituições, na forma como elas se organizam e também na satisfação

de suas necessidades culturais, local. “[...] Cada cultura tem suas próprias e distintivas formas

de classificar o mundo e é por meio da construção de sistemas classificatórios que a cultura

106

nos propicia os meios pelos quais podemos dar sentido ao mundo social e construir

significados [...]” (Woodward, 2009, p. 41).

Assim dessa maneira, conhecer as definições e saber definir os conceitos de cultura

faz-se importante, primeiro, porque, ao elaborar o seu programam de cultura, este precisará

por definições de conceitos de cultura referentes àquele programa a ser elaborado. A saber,

em relação aos programas, o autor vai tocar nas fronteiras que a cultura é capaz de

estabelecer: “[...] as formas pelas quais a cultura estabelece fronteiras e distingue a diferença é

aquilo que separa uma identidade da outra, estabelecendo distinções, frequentemente na forma

de oposições [...]” (Woodward, 2009, p. 41).

Pensando assim, se vê que as pessoas não têm na cidade o em que se referendar, por

exemplo, no Rio de Janeiro, o Cristo-Redentor, instalado a 1912, desde então vem servindo de

referência ao mundo inteiro como meio de se lembrar da cidade do Rio. Em Belo Horizonte, o

Pirulito da Praça Sete – senão ao mundo – mas, pelo menos, em termos de Brasil, serve de

referência para ser lembrado como símbolo da cidade. Logo, são essas coisas que precisam

ser organizadas a contento da população.

Aí, no falar do porquê de um programa de cultura, é só, ao elaborar o seu programam

de cultura, este precisará por definições de conceitos de cultura referentes àquele programa a

ser elaborado Assim, se ao contrário, terá dificuldades nos processos de elaboração. De outra

maneira, discute-se assim, neste ponto da proposta didático-administrativa nos eixos da

cultura, o que se pensa é no que a cidade vai construir a partir deste plano de ações gerais, em

termos de cultura.

A saber, reunir os feitos e legados da população em uma casa de cultura, por exemplo,

e ver em que esta servirá como referência para a população, as cidades vizinhas; o que esta

terá como referência cultural para os estudantes da cidade, e assim por diante. Lembra-se, por

exemplo, de que esses legados culturais, eles já existem na cidade, o que não existe é

organização deles num lugar específico e para esse fim reservado. Quer dizer, e não é somente

nesta área que as políticas públicas precisam funcionar.

Basta pensar nas arquiteturas isoladas que não são nem pontos turísticos nem reserva

cultural. Nesse caso, haja vista para estação ferroviária que tem história, mas, não tem

memória. E, por fim, as marcas que contemplam esta seção, se confirmam como sendo,

primeiro, as políticas públicas, no contexto da cultura, precisam ser pensadas, elaboradas e

implementadas em consonância às necessidades da cidade, mas ao consenso da população.

Outra marca se concentra na organização de representações simbólicas, seja em forma

de casa de cultura, seja em forma de museu, ou de quaisquer outras formas de simbologias da

cidade, para no futuro, talvez, não muito distante, já se possam contar na cidade, quais os

símbolos que a representam. E ainda, outra marca concentra-se na elaboração de um programa

de cultura capaz de absorver as demandas culturais na cidade.

E, ao final, ainda outra marca concentra-se na elaboração de políticas públicas, a

contento ao programa, voltadas para a preservação dos valores culturais da cidade, para a

realização de encontros culturais sejam de poetas, de músicos, de escritores, sobretudo, com

valorização dos pátrios-citadinos; voltadas para casas populares, organização de museus, de

casa de cultura, de centro de artes, dentre outros. No mais, como a próxima seção vai tratar,

em Thompson (2009), da cultura voltada para a apropriação dos conhecimentos científico e

tecnológicos, então, vale à pena parar por aqui, mas depois voltar:

Sendo a apropriação dos conhecimentos científicos e tecnológicos um processo

ativo, que ocorre em contextos específicos e é protagonizado por públicos

diferenciados, a educação científica e a promoção da cultura científica devem

[...] contribuir, por um lado, para um melhor conhecimento não só dos

conteúdos como também das condições históricas, sociais e culturais da

produção do conhecimento científico e da inovação tecnológica e, por outro,

107

para a integração do conhecimento científico e tecnológico e das competências a

eles associados nos repertórios de recursos cognitivos e críticos necessários à

participação na sociedade e ao exercício ativo da cidadania. (NUNES, 2008, p.

2-3)

Conquanto, se cultura tem a ver com os feitos do homem durante toda a sua vida,

então, a apropriação dos conhecimentos científicos e tecnológicos, em Nunes (2008), vai

conceituar valores da cultura científica. Daí, como é tudo feito pelo homem, ao seu modo e

gosto, também, são conceitos de cultura. Na sequência, é isto que o autor vai refletir e, por

isso, apontar como a comunicação desenvolve seus conceitos.

Para tanto, vai ver: “[...] A conexão entre políticas culturais e políticas de

comunicações parece ser outro importante desafio colocado pela atualidade. Ela guarda íntima

associação com o tema da globalização do mundo, com a relevância contemporânea das

comunicações e com a percepção da hegemonia da cultura midiática no mundo

contemporâneo [...]” (RUBIM, 2008, p. 22).

Nesses termos, no caso das políticas de comunicação, para ele, estão relacionadas ao

mundo globalizado. Então, não tem como não falar de globalização como instrumento de

influência ao mundo. De repente, é o poder do grande mercado mundial colocando os homens

como dependentes de suas redes de comunicação e influências. Nisto, se voltando à cultura

das simbologias, ver-se-á que as formas simbólicas, muitas vezes, estão no campo virtual.

A saber, olhar para o que é simbólico desconsiderando as diversidades materiais,

levando-as para o mundo da internet: “[...] o estudo das formas simbólicas – isto é, ações,

objetos e expressões significativas de vários tipos – em relação a contextos e processos

historicamente específicos e socialmente estruturados dentro dos quais e por meio dos quais,

essas formas simbólicas são produzidas, transmitidas e recebidas [...]” (THOMPSON, 2009,

p.181).

Noutros termos, como a simbologia faz usos dos objetos, das ações, das expressões do

homem como formas de atribuir-lhes significados, então, reforça novamente os conceitos de

cultura, sob a ótica da simbologia, em Thompson (2009), usando desses mesmos objetos não

só como meio de atribuição de significados, mas, sobretudo, como meios de atribuir-lhes

capacidade simbólica. Mas também, em Lopes, Mendes e Faria, (2005), vão tocar nas

produções humanas como resultados das “teias de significados”.

Mas agora, no que tange às políticas públicas voltadas para o mundo virtual e

combinadas aos conceitos de cultura, por exemplo, ao se tratar da cultura visual muito

presente na televisão, na internet, nos celulares também; mas não só, a cultura áudio visual

que também usa esses mesmos instrumentos.

Daí, o que se ocupa agora, é o como estabelecer um programa cultural também focado

na valorização das culturas virtuais. E o pensar nas políticas públicas que se vão desenvolver

sob as dinâmicas virtuais. Dado isso, vê-se, em Rubim (2008), a relevância das comunicações

sob uma percepção hegemônica da cultura midiática no mundo contemporâneo. E tudo

colocado como sendo fruto da globalização.

Dessa forma, se olhado pelo modo como se estabelecem as comunicações, sob a ótica

de dominação da globalização, essa forma de comunicação deve ser outra, se considerando a

necessidade humana de se evitar quaisquer dependências da globalização, melhor olhar por:

“[...] atenta para o cunho dialógico da educação, pressupondo a comunicação entre as partes,

para que esta seja estabelecida num mesmo nível, isto é, dentro da mesma realidade [...]”

(FREIRE, 2011, p.108).

A saber, pensar programas prevendo políticas públicas, projetos sociais, culturais, de

cultura midiática, de comunicação em audiovisuais, etc. Quer dizer, tudo isso precisa ser

conceituado sob a ótica do diálogo em Freire (2011). O que não é diferente, pois que toca na

simbologia como sendo fenômeno que dá significância à contextualização social dos objetos

108

como símbolos. “[...] Os fenômenos culturais, deste ponto de vista, devem ser entendidos

como formas simbólicas em contextos estruturados; e a análise cultural como o estudo da

constituição significativa e da contextualização social das formas simbólicas [...]”

(THOMPSON, 2009, p.181).

Enquanto em Freire (2011), se vai propor o diálogo como forma de solução dos

problemas. De outra forma, se volta ao autor do diálogo, como meio de estabelecer os

planejamentos, no caso, culturais. E estes sendo recursos auxiliadores na elaboração do

programa de cultura para a cidade, nas políticas públicas previstas nele, e demais outros

instrumentos de conceituação cultural.

Finalmente, “[...] O consagrado autor aponta ainda que, todo diálogo demanda a

existência de um conteúdo para dialogar e, por esta razão, determina um tipo de planejamento

destinado a orientar este diálogo, devendo ser abordado, conforme explana [...]” (FREIRE,

2011, p.108). Disso posto, de repente, vale buscar as razões dos recursos dialógicos como

fenômenos de transformações da cidade sob a ótica da gestão cultural. Assim sendo, vale ver,

nesta última seção, as marcas que ficaram em todo o eixo cultural.

Por exemplo, vê-se como o conceito de cultura não se formaliza apenas pelas

modalidades culturais tradicionais, mas pelos fazimentos do homem. E, nesta proposta, se

firma sobre a compreensão de que um conceito formalizado em torno de certas modalidades

culturais, como a música, a pintura, a literatura, as artes de modo geral, soa incompleto, pois

que se formaliza em cima do que é produto, e ainda, na verdade, cultura se concebe pelos atos

do homem sobre tudo o que ele produz, seja em termos de saberes ou não.

No entanto, a de que a formulação de políticas públicas vai funcionar como indicativo

de que, nelas, o homem puxa o seu trabalho como forma de valorização de seus saberes, pois

tudo o que ele faz, está contido de significados. E, por fim, as que contemplam esta última

seção, se confirmam como sendo, primeira, as políticas públicas, no contexto da cultura,

precisam ser pensadas, elaboradas e implementadas em consonância às necessidades da

cidade, mas ao consenso da população.

E ainda se concentra na organização de representações simbólicas, como em

Thompson (2009), seja em forma de casa de cultura, seja em forma de museu, ou de

quaisquer outras formas de simbologias da cidade, para no futuro, talvez, não muito distante,

já se possam contar, na cidade, quais os símbolos que a representam. E ainda, concentra-se na

elaboração de um programa de cultura capaz de absorver as demandas culturais na cidade.

E, ao final, concentra-se na elaboração de políticas públicas, a contento ao programa,

voltadas para a preservação dos valores culturais da cidade, para a realização de encontros

culturais sejam de poetas, de músicos, de escritores, sobretudo, com valorização dos pátrios-

citadinos; voltadas para casas populares, organização de museus, de casa de cultura, de centro

de artes, dentre outros.

Como se vê nesta proposta que, ao se estabelecer as relações de comunicação com o

mundo, evitar quaisquer formas de dependência da globalização. E que na elaboração do

programa cultural, devem-se prever políticas públicas do âmbito virtual e pensar programas

prevendo políticas públicas, projetos sociais, culturais, de cultura midiática, de comunicação

em audiovisuais, etc. Quer dizer, tudo isso precisa ser conceituado sob a ótica do diálogo em

Freire (2011). No mais, neste eixo se concentram as mais propícias das políticas de cultura

para a cidade.

6.3 Eixos assintomático-gestionários de saúde pública

6.3.1 Conceitos sintomático-gestionários de saúde pública

109

Em se tratando de saúde pública, tendo como referências as experiências apontadas

por gestionários de saúde, sobretudo, nos campos conceituais. Para tanto, vale começar pelas

definições que a própria lei estabelece. Por exemplo, no formular as políticas de saúde de

modo a promover, nos campos econômico e social, "[...] o dever do Estado de garantir a saúde

consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de

riscos de doenças e de outros agravos, e no estabelecimento de condições que assegurem

acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação

[...]" (Lei 8.080, 1990, pp.1-2).

A saber, nesse ponto da lei já é possível perceber a capacidade de poder dos dirigentes

do Sistema de Saúde Pública – SUS, o seu modo de atuar nas políticas de saúde, de certa

forma, interferindo no campo econômico e social. Noutro ponto, ou melhor, se é considerada

interferência, o que as políticas de saúde praticam, então, estas não podem ser vistas como

algo ruim, porque, se não houver, por parte do Estado, investimentos em políticas econômicas

e sociais, suficientes, as políticas de saúde também não caminham, ou se caminham, terá de

ser com muitas dificuldades.

Então, este conceito, sobre que a lei se afirma, só tende a garantir maiores

probabilidades de funcionamentos do SUS, por exemplo. Quer dizer, a esse respeito, em

Oliveira (2000), se pode lembrar o caráter empresarial das mídias nacionais, já organizadas

em redes e, por isso, monopolizam as falas, constitui a agenda pública, exacerba seu papel de

ator político e imprimem na notícia seu valor de troca.

Daí se vê que, com esses comportamentos, o agente político está sendo favorável aos

grupos de poder, que na verdade, produzem notícias sobre os desvios do SUS, em detrimento

das mudanças substantivas que esse sistema de saúde pode proporcionar à sociedade. O que

não quer dizer que esta proposta de ações gerais para Ibirité esteja apoiando os desvios no

SUS, as corrupções internas, dentre outras.

Assim, o que é público, para o autor, sob um crítico: “[...] aparece como sintoma de

ineficiência, desperdício, mau atendimento ou corrupção, como se fosse portador de uma

doença crônica, generalizada e sem cura” e o que é privado é “valorado positivamente, [...]

politica em saúde [...]” (OLIVEIRA, 2000, p. 76).

Neste contexto, observa-se que, quando o autor se coloca, conceituando o caráter dos

grupos de interferência, primeiramente, entende-se que ele está defendendo o SUS. Contudo,

deixa certo teor de ambiguidades com significados ruins, pois que, ao defender, de repente,

por um lado, tem-se a impressão de que ele concorda com os monopólios dos grupos

empresariais de mídias nacionais, no fazer tendencioso das notícias referentes ao SUS. Por

outro lado, também, deixa transparecer ao leitor que concorda como com os conteúdos

noticiados por essas mídias. A saber, conteúdos tais como: os desvios no SUS, as corrupções

internas, dentre outros.

Noutro contexto e, para finalizar esta primeira seção, dá para perceber como sendo

marcas, primeiro, os conceitos compreendidos como ruins que a própria lei 8080 (1990) deixa

transparecer quando estabelece a necessidade de o Estado formular políticas públicas

econômicas e sociais no fim de ajudar o SUS a implementar as suas políticas de saúde. Outra

marca é que esta proposta não reconhece isso como interferência ruim, ao contrário, essas, na

verdade, são políticas intersetoriais, portanto, extremamente, necessárias para o

funcionamento do SUS.

Ainda, outra marca é que esta proposta se coloca inteira e permanentemente em defesa

do SUS, bem como, se coloca contrária ao monopólio de mídias empresariais, aos conteúdos

de corrupção caracterizadores de um SUS ruim, e esta ainda entende ainda que,

independentemente, dos conteúdos, as mídias jornalísticas foram feitas para informar a

sociedade dos fatos ocorridos, o que elas não podem é ser tendenciosas.

110

Nisto, observa-se ainda outra marca que se concentra nas relações político-

empresariais, embora em nível nacional, mas no caso de Ibirité, também em caso de ocorrer

situações parecidas, esta proposta as tem como reprováveis. No mais, como a próxima seção

vai tratar da cultura que se constrói no entorno da organização de classes corporativistas em

meio aos sistemas de saúde. Então, vale ver:

[...] O discurso objetivista tende a constituir o modelo construído para explicar

as práticas como um poder realmente capaz de determiná-los: reificando as

abstrações (em frases como a ‘cultura determina a idade do desaleitamento...)

ele trata suas construções como ‘cultura’, ‘estruturas’, ‘classes sociais’ ou

‘modos de produção’ como realidades dotadas de eficácia social, capaz de

constranger diretamente as práticas; ou então atribuindo aos conceitos o poder

de agir na história [...] ele personifica os coletivos e os transforma em sujeitos

responsáveis de ações históricas [...] (BOURDIEU, 2009, p. 62).

Mas, em se continuando sobre as abordagens da cultura que se constrói no entorno da

organização de classes corporativistas em meio aos sistemas de saúde, como em Bourdieu

(2009), o que se percebe é toda uma gama de situações, muitas vezes, comprometedoras e até

prejudiciais ao SUS. Então, essas relações que se estabelecem nos discursos objetivistas que,

em muitos casos, desconstroem com as organizações de classes.

Quer dizer, se por um lado, as classes, ao se organizarem, como forma de estabelecer

as lutas de classes na conquista de seus objetivos, também termina por se enquadrarem sob

um conceito corporativista. O que é, altamente, negativo para as organizações sociais. Por

outro lado, esse mesmo corporativismo só é prejudicial à própria categoria, sobretudo, no que

tange a seus objetivos internos, mas não compromete a eficácia social, a não ser quando a organização opta por comportamentos radicais: quebradeiras de coisas públicas, ataques

caceteiros, invasões de órgãos públicos.

Aliás, o que levam a prejuízo a coisa e causa pública. Logo, em Bourdieu (2009), é

possível perceber isso, essa coisa de lutar por causas coletivas, mas destruindo as públicas.

Mas também, é possível estabelecer certas rupturas com essas organizações, sem

necessariamente discriminá-las enquanto tais. Assim sendo, enquanto para Bourdieu (2009), o

que determina a ineficácia social são os comportamentos radicais de certas organizações de

classe.

Nisso, o que, para o autor em foco, o que determina: “[...] A ruptura com essa

associação e a abertura ao diálogo é um grande desafio para que o Sistema Único de Saúde

(SUS) se constitua em um sistema público, pautado pelos eixos da integralidade e da

humanização na atenção à saúde que, no debate atual, formatam propostas defendidas [...]”

(MENEGON, 2008, p. 32). A saber, todas essas dialéticas sociais colocadas em Bourdieu

(2009), são passíveis de contenção, usando-se apenas o diálogo.

Só que, esse é um dentre os vários problemas sociais. Entretanto, todos podem estar,

senão intimo, mas ligados a problemas de saúde pública. E isto, o autor questiona pela falta de

integralidade não presente nas políticas públicas do SUS. Então, para ele, o diálogo é o

elemento ponderador dessas questões. Supõe-se que, se não há integralidade nos atendimentos

de saúde, é porque as práticas previstas nas políticas públicas de saúde não estão

corroborando a contento à população.

Nesse contexto, em Penteado e Fortunato (2015), por exemplo, vai-se compreender

que por mais que determinada política alcance resultados positivos do ponto de vista técnico,

ela somente poderá ser convertida em capital político, para seu realizador, se for percebida

pela população. Quer dizer, para ele, boas políticas, com boas avaliações técnicas, podem

perder sua continuidade caso não obtenham visibilidade positiva e apoio da opinião pública.

(PENTEADO; FORTUNATO, 2015, p. 139).

111

Então, noutro contexto, todo o cuidado é pouco quando o tratado é de elaboração de

políticas públicas. E no caso de Ibirité, essa é uma causa pela qual se tenha de lutar,

constante-firmemente, para a saúde pública no município seja levada ao contento da

população. E, para finalizar mais esta seção, fica necessário pontuar suas marcas,

supostamente, mais indeléveis.

Por exemplo, no que tange aos movimentos de organização de classes, esta proposta

entende-se favorável às organizações em classe, mas pensa que o corporativismo e o

radicalismo devem ser evitados: o primeiro, porque prejudica, indiretamente, a organização

interna do movimento; o segundo, porque prejudica diretamente a coisa e causa público-

social, sobretudo, quando se valem de agressões ao patrimônio público.

Outra marca é que a organização em classe, sob um conceito pacífico, não

compromete a eficácia social. Mas, ainda outra marca é a abertura ao diálogo como sendo o

grande desafio para que o Sistema Único de Saúde - SUS se constitua num sistema público,

pautado pelos eixos da integralidade e da humanização, em atenção à saúde.

E ainda outra marca é compreender que, por mais que determinada política alcance

resultados positivos do ponto de vista técnico, ela somente poderá ser convertida em capital

político, para seu realizador, se for percebida pela população. E, ao lado disso, boas políticas,

com boas avaliações técnicas, podem perder sua continuidade, caso não obtenham

visibilidade positiva e apoio da opinião pública.

E daí, se o tratado é de elaboração de políticas públicas e, no caso de Ibirité, por

exemplo, essa é uma causa pela qual se tenha de lutar, constante-firmemente, para que a saúde

pública, no município, seja levada ao contento da população. No mais, como na próxima

seção, se vai tratar da dialética na opinião pública x divergências na aplicação de políticas

públicas, em Frazão (2006) em contrapartida aos riscos de saúde não evidenciados em

propagandas publicitárias, em Howlett (2000). Para tanto, vale à pena verificar:

[...] É necessário examinar de modo profundo as diferentes situações, desde

aquelas onde a aplicação da medida foi aceita e é mantida ainda hoje, até

aquelas onde sua aplicação foi recusada ou em determinado momento

interrompida. O debate não se dá acima dos conflitos de interesses e da arena

onde ocorre a disputa das políticas públicas de saúde e saneamento. Os

diferentes agentes políticos, entre os quais, autoridades governamentais,

parlamentares, lideranças comunitárias e representantes de empresas e

organizações não levam em consideração apenas as evidências científicas, mas

também e, sobretudo, questões de ordem ética, econômica, legal e ambiental

que decorrem dos diferentes valores que orientam a ação dos atores políticos.

Apesar das tentativas de privatização, a água é um bem público imprescindível

para a vida humana, e cada vez mais, fator de proteção social, soberania e

riqueza econômica dos países [...] (FRAZÃO, 2006, p. 137).

A recomeçar da dialética na opinião pública, conforme Howlett (2000), apontando

como contrapartida os riscos de saúde não evidenciados em propagandas publicitárias e

passando pelas divergências na aplicação de políticas públicas, conforme em Frazão (2006),

se identifica. Assim sendo, o olhar para essas situações provoca a necessidade de examinar o

mais profundo dessas diferenças, dando ênfase ao significado que elas têm diante das

controvérsias sociais, sobretudo, porque a disputa entre políticas públicas de saúde e

saneamento é, na verdade, os conflitos de interesses sobre que essas disputas se ancoram.

Desse modo, a opinião dialética, no que tange às políticas, vai passar, principalmente,

pelo campo da significativa instrumentação que ela tem se considerando o caráter

informativo-publicitário: “[...] Um óbvio exemplo da dialética da opinião-política, diz respeito

ao uso de instrumentos substantivos de políticas baseados em informação, como a propaganda

112

e a educação ou campanhas de conscientização, para atingir objetivos governamentais

específicos [...]” (HOWLETT, 2000, p. 183-184).

Daí, as chamadas campanhas de conscientização têm muito mais a ver com a

provocação de conflitos do que necessariamente conscientização política. De outro modo, se

voltando à questão da falta de integralidade, em Menegon (2008), vai-se completar o nexo de

sentidos, quando como o mesmo aponta um dos aspectos da lógica da integralidade que inclui

a prevenção de doenças e a promoção da saúde, e que ainda não faz parte do cotidiano da

maioria de nossa população.

E é nesse antro que moram os problemas, sobretudo, por que: “[...] observamos que,

assim como o jornal dá maior visibilidade às notícias que envolvem procedimentos

hospitalares, também para a população em geral, cuidar da saúde está associado ao hospital e

à procura de serviços de saúde para sanar doenças já instaladas e cuidados emergenciais [...]”

(MENEGON, 2008, p. 37). Dado isso, enquanto os jornais e as chamadas campanhas de

conscientização estão provocando conflitos entre grupos com suas informações tendenciosas.

E isso é a respeito das políticas públicas de saúde, a população permanece

inconsciente para com seus deveres consigo própria. Agora, imagine o grau de consciência em

relação aos problemas da sociedade. E isto se pode perceber: “[...] Sendo a água processada

pelas estações de tratamento, o veículo do fluoreto; aspectos relacionados à propriedade e à

capacidade dos mananciais e demais fontes para sua obtenção, à cobertura da rede de

abastecimento, à aceitação da população em consumi-la, e à repartição dos custos do seu

tratamento e distribuição, tanto pelo Estado quanto pela sociedade, são aspectos geradores de

intensas disputas e debates [...]” (FRAZÃO, 2006, p. 137).

A saber, é essa consciência que a população não tem, sobretudo, em se tocando nos

contextos sociais de Ibirité, pois que, as denúncias de que os córregos locais está há mais de

trintas comportando esgotos a céus-abertos, despontando falta de higiene na cidade. O que,

por um lado, a população sempre reclama, mas não há registros formulados dessas

reclamações em órgãos públicos.

Também, de outro lado, não há registros na secretaria de saúde nem de quaisquer

outros órgãos de saúde no fim de exigir solução desses problemas. E é sobre essa falta de

consciência político-social que os autores estão discorrendo. Só que eles começam a diluir

essa dialética em âmbito nacional. Só também que o raciocínio vem descendo até chegar ao

âmbito municipal. Isto por que a falta de compromisso social com a coisa e causa pública vai

muito mais além do que os próprios autores discorrem.

Haja vista para as preocupações do autor: “[...] Os esforços do governo para alterar a

opinião e o comportamento do público em questões como beber e dirigir, os riscos das drogas

ou do cigarro para a saúde, a necessidade do respeito aos direitos humanos, ou mesmo a

promoção de sentimentos de solidariedade nacional ou unidade nacional são conhecidos e

documentados nos estudos sobre o tema [...]” (HOWLETT, 2000, p. 183-184).

Quer dizer, o mesmo grau de consciência da população se coaduna ao grau de

conscientização dos agentes políticos, estejam eles em âmbitos nacional, estadual e municipal.

Se se constata que a opinião-pública não está favorável ao governo, ele não se incomoda em

alterar essa opinião para melhorá-la. Ao contrário, ele não reage. Não se locomove. É como se

o vento que assoprou e passou.

Finalmente, no todo do artigo, dá para perceber, primeiro, os conceitos compreendidos

como ruins que a própria lei 8080 (1990) deixa transparecer quando estabelece a necessidade

de o Estado formular políticas públicas econômicas e sociais no fim de ajudar o SUS a

implementar as suas políticas de saúde. E que esta proposta não reconhece isso como

interferência ruim, ao contrário, essas, na verdade, são políticas intersetoriais, portanto,

extremamente, necessárias para o funcionamento do SUS.

113

Ainda, é que esta proposta se coloca inteira e permanentemente em defesa do SUS,

bem como, se coloca contrária ao monopólio de mídias empresariais, aos conteúdos de

corrupção caracterizadores de um SUS ruim, e esta ainda entende que, independentemente,

dos conteúdos, as mídias jornalísticas foram feitas para informar a sociedade dos fatos

ocorridos, o que elas não podem é ser tendenciosas.

Nisto, observa-se ainda que estas se concentrem nas relações político-empresariais,

embora em nível nacional, mas no caso de Ibirité, também em caso de ocorrer situações

parecidas, esta proposta as tem como reprováveis. E na sequência, no que tange aos

movimentos de organização de classes, esta proposta entende-se favorável às organizações em

classe, mas pensa que o corporativismo e o radicalismo devem ser evitados: o primeiro,

porque prejudica, indiretamente, a organização interna do movimento; o segundo, porque

prejudica diretamente a coisa e causa público-social, sobretudo, quando se valem de agressões

ao patrimônio público.

A organização em classe, sob um conceito pacífico, não compromete a eficácia social.

Mas, reconhece a abertura ao diálogo como sendo o grande desafio para que o Sistema Único

de Saúde – SUS se constitua num sistema público, pautado pelos eixos da integralidade e da

humanização, em atenção à saúde.

E ainda é compreender que, por mais que determinada política alcance resultados

positivos do ponto de vista técnico, ela somente poderá ser convertida em capital político,

para seu realizador, se for percebida pela população. E, ao lado disso, boas políticas, com

boas avaliações técnicas, podem perder sua continuidade, caso não obtenham visibilidade

positiva e apoio da opinião pública.

E daí, se o tratado é de elaboração de políticas públicas e, no caso de Ibirité, por

exemplo, essa é uma causa pela qual se tenha de lutar, constante-firmemente, para que a saúde

pública, no município, seja levada ao contento da população. Para tanto, nesta última seção,

primeiro, no tocante à dialética, uma vez, identificada na opinião pública, significa que o

olhar para essas situações provoca a necessidade de examinar o mais profundo dessas

diferenças de opinião.

E isto, no tocante à disputa entre políticas públicas de saúde e saneamento, reconhece-

se, na verdade, os conflitos de interesses sobre que essas disputas se ancoram, como sendo

jamais aprovados por esta proposta. E ainda, no referente à consciência que a população não

tem, salvas algumas raríssimas exceções e, sobretudo, em se tocando nos contextos sociais de

Ibirité, pois que, as denúncias de que os córregos locais estão, há mais de trintas anos,

comportando esgotos a céus-abertos, despontando falta de higiene na cidade.

O que, por um lado, a população sempre reclama, mas não há registros formulados

dessas reclamações em órgãos públicos. Também, de outro lado, não há registros na secretaria

e saúde nem de quaisquer outros órgãos de saúde no fim de exigir solução desses problemas

do sistema municipal. E é sobre essa falta de consciência político-social que os autores estão

discorrendo.

Entretanto, a falta de compromisso social com a coisa e causa pública vai muito mais

além do que os próprios autores discorrem, pois se se constata que a opinião-pública não está

favorável ao governo, ele não se incomoda em alterar essa opinião para melhorá-la. Ao

contrário, ele não reage. E essa sensação de não reagente embasbaca quaisquer que sejam os

opinantes, em meio à opinião-político-pública-popular.

6.3.2 Práticas sintomático-terceirizadas de saúde pública

Ao começar a redesenhar o triângulo da terceirização, sob as arestas a que esta se

caracteriza, sobretudo, no que tange às políticas públicas voltadas para o hospital de Ibirité. O

que se percebe é a necessidade de o sistema municipal de saúde se ver, de um lado, livre das

114

incumbências, encargos sociais, sobrecargas materiais, de trabalho, de insumos, enfim, de

demandas que, normalmente, os sistemas de saúde requerem de seu gestor.

De outro lado, se o sistema de saúde não funciona, a liberdade do gestor já se vai dar

ao campo da autodefesa em relação às reclamações da população referentes ao sistema mal

gerido. Isto, se olhado sob as perspectivas dos fatos, se verá: “[...] A terceirização das ações e

serviços de saúde é uma medida adotada por um número cada vez maior de entes federativos.

O poder público está deixando de gerenciar hospitais, unidades básicas de saúde, equipes da

saúde da família e outros serviços, transferindo esta incumbência para entidades privadas [...]”

(UNIÃO, 2012, p. 65).

No caso de Ibirité, sob as perspectivas das necessidades, é o que se questiona, pois

que, uma coisa é implementar uma política pública, sobretudo, de saúde, pós-estudos,

cientificamente, comprovadas as tais necessidades. Outra coisa é fazê-lo, aleatoriamente, sob

as defensivas de um sistema de saúde sobrecarregado de problemas, os quais, o gestor não os

consegue dirimir. Quer dizer, se no tocante às reclamações da população, a decisão política

significa, no entanto, que estas serão transferidas a outro gestor.

Daí, o agente político responsável ficar menos irrequieto em relação aos problemas da

saúde. Agora, se olhado sob o ponto de vista da responsabilidade legal, o que se vê, na mesma

linha técnica de entendimento: “[...] contratos com empresas privadas com fins lucrativos para

gerenciarem hospitais públicos. Trata-se de modelo bastante semelhante com o das

organizações sociais, pois uma unidade pública de saúde tem seu gerenciamento terceirizado,

mas não existe legislação que autorize este tipo de ajuste [...]” (UNIÃO, 2012, p. 40).

Então, dá para ver que não é só ficar livre dos encargos e problemas de saúde,

terceirizá-la e pronto. Tem legislações a obedecer. Para tanto, saber onde moram os

problemas que a legislação classifica como ilegais - numa política pública deste nível - faz-se

ver, em União (2012), primeiro: a) Ausência de indicadores ou dos atributos necessários

para que a avaliação do desempenho da organização de saúde seja efetiva - Numa visita

de auditoria, o sistema de saúde terá de comprovar que o atendimento em saúde é efetivo,

portanto, não sofre interrupção.

Então, seus funcionários têm de ser efetivos, portanto, passado por concurso público.

Além disso, uma vez, constatada ausência de qualquer indicador, bem como a inexistência de

capacidade técnica para operacionalizá-lo, já é suficiente para um primeiro enquadramento de

ilegalidade. B) Pós-visita da auditoria, se conclui que todos os casos analisados mostram

a necessidade de implantar controles e procedimentos que permitam uma real avaliação

da organização da saúde no sistema visitado.

Quer dizer, essa prática, no sistema terceirizado, significa que o sistema de saúde, no

caso o municipal, não tem qualquer controle sobre custos, gastos, serviços e funcionários que

o sistema está empregando. Então, já é suficiente para um segundo enquadramento de

ilegalidade, pois que, este se caracteriza como uso da infraestrutura e dos recursos públicos de

forma privada e sem qualquer transparência.

Algo a que a legislação vigente não permite. C) A falta de controle sobre a

execução dos contratos de gestão – Portanto, ao final da visita, a auditoria do TCU também

verifica que há completo quadro de descontrole, por parte do sistema público municipal, pois

que os elementos caracterizadores de enquadramento de ilegalidade já se constatam como

existentes. Portanto, as operações de saúde, naquele sistema terceirizado, podem,

perfeitamente, ser suspensas, se considerando que não há elementos legais suficientes para

mantê-lo em pleno funcionamento.

Para tanto, essas iniciativas do sistema municipal de saúde em Ibirité, em Borsói

(2011), tem uma explicação também cabível e justificável, pois que, mostra a reestruturação

produtiva gerando novas formas de vínculo laboral e, por isso, precárias. E entre elas, a

terceirização, esta relacionada aos objetivos últimos do capital para geração de mais-valia.

115

Para ele, autor, a terceirização surge para flexionar a força produtiva das empresas em crise,

expandindo-se, todavia, a diversas atividades, atingindo não apenas a esfera dos serviços ou

das atividades-meio: limpeza, vigilância, manutenção.

Aliás, chega a despontar entre as atividades-fim, como nos setores de tecnologia da

informação, bancário, automobilístico e de telefonia. Enfim, olhando por estes olhos, dá para

ver que a terceirização, em Ibirité, além dos problemas a que ela não conseguiu resolver, em

razão dos enquadramentos de ilegalidade, não poderia, jamais, ter sido contratada. E, ao final

desta primeira seção, constatam-se as seguintes marcas: a gestão de saúde deve trabalhar para

que esta funcione com qualidade e, se porventura, depois de avaliações sequentes e

específicas, não conseguir uma gestão funcional, deve-se trocar o gestor, a manter o sistema

público de saúde fora dos enquadramentos legais.

Daí, em caso de terceirizar serviços, sistemas, e quaisquer outras modalidades

públicas de atendimento, somente, após estudos cientificamente comprováveis da

necessidade. E ainda, no caso desta proposta em relação ao sistema de saúde atual, os

contratos referentes à terceirização, devem ser revogados e o sistema de saúde do hospital de

Ibirité, retomado sob a gestão pública do município. No mais, como na próxima seção, em

Marcelino (2008), a temática vai tratar dos conceitos relativos à terceirização, vale à pena

continuar os estudos por esse eixo:

[...] A terceirização é entendida como uma relação de vínculo trabalhista em

que uma empresa/empregador contrata um terceiro para prestar serviços em

sua empresa. Tal associação é marcada por uma relação de trabalho

vulnerável, pela fragilidade dos direitos trabalhistas, de defesa e segurança. [...]

A terceirização se inscreve hoje como uma das práticas de gestão do trabalho

que visa um processo de descentralização das empresas. Ela pode se dar de

diferentes formas: trabalho domiciliar, empresas fornecedoras de componentes,

serviços e, até mesmo, força de trabalho para a própria planta produtiva da

empresa contratante. (MARCELINO, 2008, p.123)

Em se continuando sobre as práticas de terceirização, e como, em Marcelino (2008), a

temática vai tratar dos conceitos relativos, vale à pena continuar os estudos por esse eixo da

compreensão sobre como se conceitua esta nas práticas sociais de trabalho. No entanto, para o

autor em foco, esta se contém numa relação de vínculo trabalhista entre empresa ou

empregador e um terceiro contratado a prestar serviços a sua empresa.

Só que o mesmo aponta para as fragilidades nos contratos de trabalho, se considerando

a relação de trabalho vulnerável, deixando os trabalhadores às margens da segurança no

trabalho. Assim dessa maneira, olhando pela ótica da transferência dos gerenciamentos, o

autor pensa: “[...] O modelo de transferência do gerenciamento de unidades públicas de saúde

para as organizações sociais também é contestado na Justiça do Trabalho, sendo considerada

uma forma de terceirização de atividades finalísticas do Poder Público, o que seria ilegal [...]”

(UNIÃO, 2012, p. 14).

Quer dizer, a ilegalidade permanece mesmo em situações em que a própria legislação

vigente autoriza a transferência do gerenciamento, ou seja, não a prática ilegal não aparece

somente nas situações estudadas na seção anterior, se se trata de atividade-fim, então, a

terceirização não poderia ser contratada. Ao contrário, somente, se atividade-meio. Ainda

assim, mesmo que estivesse cumprindo com todos os fins contratuais pontuados na seção

anterior, o contrato de transferência de gerenciamento do hospital de Ibirité, poderia ainda ser

revogado.

Assim de outra maneira, o próprio corpo técnico analista dessas situações aponta

exemplos nas práticas sociais: “[...] Ainda recentemente, em outubro de 2012, decisão judicial

decretou a nulidade de todos os contratos de gestão celebrados pela Secretaria Estadual de

Saúde de São Paulo e determinou a troca dos funcionários terceirizados por servidores

116

concursados nos 37 hospitais e outras 44 unidades de saúde. Decisões semelhantes já foram

tomadas em outras unidades da federação [...]” (UNIÃO, 2012, p. 14).

Isto é, no Brasil, como se trata de um Estado focado no direito dos cidadãos, todos os

serviços são considerados legal-eminentemente públicos. O que se pode fazer são as

chamadas concessões, dentre outras do gênero, se considerando os serviços não essenciais.

Contudo, há os serviços, essencialmente, públicos. É o caso dos serviços de saúde, de

educação. Estes, para concedê-los à iniciativa privada, precisa de muitas contestações legais.

É por isso que a ilegalidade de contratos está predominando neste estudo, pois que,

não é fácil proceder com a transferência de gerenciamento dos serviços de saúde, sem as mais

profundas observações legais. No caso de Ibirité, por exemplo, há suspeitas, por partes da

população de que haja uma fórmula triangular de relações viciosas, ou seja, nas arestas de

base do triângulo, dois negociantes: um contratado e outro contratante, mas a natureza dos

contratos está na aresta superior do triângulo.

Logo, suspeitam-se de que os valores do contrato sejam superiores ao combinado. O

valor real fica com o contratado, e o restante é devolvido ao contratante. Daí, se as suspeitas

se confirmam, essas relações se constituem por demais que fraudulentas, pois que terá havido

superfaturas no contrato. Aí, supõe-se, já não será mais caso só de revogação dos contratos. E,

por isso, também, foge da eminência deste estudo.

Ao final desta segunda seção, as marcas que ficam, podem ser: a terceirização aponta

para as fragilidades nos contratos de trabalho, se considerando a relação vulnerável, deixando

os trabalhadores às margens da segurança no trabalho. E isso não comunga com esta proposta

de planejamento, sobretudo, em razão de sua ilegalidade. Outra marca se concentra na

estimativa de que a transferência de gerenciamento de serviços essencialmente públicos

precisa passar por estudos, minuciosamente, científicos.

E estes altamente comprobatórios de justificativas para que se possa pactuar uma

política desse gênero. E ainda outra marca seria: se considerando os serviços públicos como

de essencial responsabilidade, as relações viciosas e perniciosas se suspendem a si próprias,

pois que estão fora desta proposta de planejamento de governo. No mais, em União (2012),

como as temáticas da próxima seção vão tratar da representatividade da sociedade civil junto

aos sistemas de saúde pública. Então, vale à pena conferir:

[...] De acordo com a legislação, há exigência de constituição e participação de

conselhos de saúde e de representantes da sociedade e usuários dos serviços no

controle sobre as OSs. No entanto, o item 4.7 é conclusivo: “Desconsideração

pelos gestores estaduais e municipais das instâncias de controle social” Há casos

em que, quando consultados os conselhos de saúde, as suas recomendações não

são atendidas, como aquelas nas quais se posicionam contra a terceirização,

conforme registra o relatório. [...] Porém, além da falta de estudos prévios que

demonstrem que a terceirização para organizações sociais é a opção mais

vantajosa em cada um dos serviços transferidos, outro problema identificado

no processo de decisão acerca da transferência ou não do gerenciamento dos

serviços de saúde para entidades privadas é a falta de participação dos

conselhos de saúde. Em muitos casos não há consulta às entidades de controle

social, em outros há a manifestação contrária à terceirização, que não é

atendida pelos gestores locais [...] (UNIÃO, 2012, p. 56).

A contar da participação popular, sobretudo, como as temáticas vão tratar da

representatividade da sociedade civil junto aos sistemas de saúde pública, se considerando,

em União (2012), que os conselhos municipais de saúde funcionam como órgãos consultivos

e fiscalizadores, mas, no que tange ao exercício real da coisa pública consultada, o mérito vai

para os conselhos - mas não totalmente porque existem falhas - pois que sempre é possível

constatar, nas práticas sociais, tais evidências.

117

Entretanto, no dizer da coisa pública fiscalizada, onde estão os méritos, se

considerando as marcas identificadas na seção anterior, por exemplo, a que se concentra na

estimativa de que a transferência de gerenciamento de serviços essencialmente públicos

precisa passar por estudos, minuciosamente, científicos. Isso, porque, em Ibirité, essa

transferência procedeu-se como sendo normal, sem-haver nem um registro em boletim

constando da insatisfação do conselho municipal de saúde, independentemente, de quaisquer

suspeitas da população das formas e riscos sob os quais corria o contrato.

A saber, nas seções de consultorias, os conselhos municipais não repassam

orientações, no que tange aos possíveis enquadramentos de irregularidade e ilegalidade,

senão, somente em termos de serviços de saúde, marcações de consultas especializadas e

demoradas, resultados de exames que precisam de orientações legais para a aquisição dos

remédios. No mais, quanto aos cumprimentos da legalidade, essas consultorias não

funcionam.

Para tanto, vele acompanhar o desenrolar: “[...] O TCU já se pronunciou acerca da

legalidade do modelo em mais de uma ocasião. O acórdão 1.146/2003-TCU-Plenário julgou

representação acerca de irregularidades na implementação do Programa Saúde da Família

pelo governo do Distrito Federal, que estaria contratando pessoal sem concurso público,

valendo-se da simulação de contrato de gestão com o Instituto Candango de Solidariedade.

Ficou demonstrado que o instituto atuava apenas como mera pessoa interposta, para viabilizar

a contratação de pessoal sem concurso público. A entidade não tinha atuação na área de saúde

e sua tarefa no contrato seria apenas de fazer a seleção e gestão do pessoal [...]” (UNIÃO,

2012, pp.14-15).

Dado isso, vê-se que a representatividade dos usuários, nos conselhos de saúde,

precisa ir além das relações de dependência e atrelamentos aos gestores públicos, pois que

estas prejudicam sua representatividade. É claro que os últimos exemplos constam de

resultados de petições judiciais, em âmbito nacional, mas essa dinâmica de falhas, nos

desempenhos dos conselhos, se estende por, praticamente, todas as cidades. E em Ibirité, não

é diferente. A saber, é a falta de autonomia dos conselhos para agirem.

Não fazem as consultorias a contento das necessidades das comunidades, porque a

formação técnica nos conselhos, os sistemas de saúde deixam a desejar. É assim, como

mostra: “[…] a prestação de serviços gratuitos de assistência médico-hospitalar, ambulatorial

e de apoio diagnóstico e terapêutico à comunidade, assim como a prestação às instituições

públicas federais de ensino ou instituições congêneres de serviços de apoio ao ensino, à

pesquisa e à extensão, ao ensino-aprendizagem e à formação de pessoas no campo da saúde

pública, observada, nos termos do art. 207 da Constituição Federal, a autonomia universitária

[...]” (Brasil, 2012, p. 10).

Autonomia para dar capacidade técnica geral de saúde aos conselhos, a lei dá, mas

conseguir essa formação técnica dos sistemas de saúde precisa ter como alvos de lutas

internas entre conselhos municipais e gestores de saúde. Quer dizer, é desta representatividade

que, em União (2012), está-se discorrendo. A lei os trata como de representatividade social, e

participação popular, e como serviços de relevância, e de consultoria, e de fiscalização, mas

na realidade, tal representatividade deixa muito a desejar, entretendo-se, às vezes, a apenas,

participar de reuniões ordinárias dos conselhos. E isso é algo inadmissível nesta proposta de

ações gerais para a cidade.

Finalmente, a gestão de saúde deve trabalhar para que esta funcione com qualidade e,

se porventura, depois de avaliações sequentes e específicas, não conseguir uma gestão

funcional, deve-se trocar o gestor, a manter o sistema público de saúde fora dos

enquadramentos legais. Daí, em caso de terceirizar serviços, sistemas, e quaisquer outras

modalidades públicas de atendimento, somente, após estudos cientificamente comprováveis

de sua necessidade.

118

E ainda, no caso desta proposta em relação ao sistema de saúde atual, os contratos

referentes à terceirização, devem ser revogados e o sistema de saúde do hospital de Ibirité,

retomado sob a gestão pública do município. A terceirização aponta para as fragilidades nos

contratos de trabalho, se considerando a relação vulnerável, deixando os trabalhadores às

margens da segurança no trabalho.

E isso não comunga com esta proposta de planejamento, sobretudo, em razão de sua

ilegalidade. Mas, se concentra na estimativa de que a transferência de gerenciamento de

serviços essencialmente públicos precisa passar por estudos, minuciosamente, científicos. E

estes altamente comprobatórios de justificativas para que se possa pactuar uma política desse

gênero. E se considerando os serviços públicos com essencial responsabilidade, as relações

viciosas e perniciosas se suspendem a si próprias, pois que estão fora desta proposta de

planejamento de governo.

Essa transferência procedeu-se como sendo normal, sem-haver nem um registro em

boletim constando da insatisfação do conselho municipal de saúde, independentemente, de

quaisquer suspeitas da população das formas e riscos sob os quais corria o contrato.

Compreende-se que o conselho municipal de saúde, no caso de Ibirité, tem de atuar nas suas

funções, em consonância aos princípios da lei, evitando quaisquer formas de atrelamento ao

gestor, bem como quaisquer formas de cumplicidade ao gestor de saúde, em caso de suspeitas

de envolvimento em relações viciosas. Para tanto, usar dos registros a que os faz jus.

E fazendo assim, o sistema de saúde tem de promover a formação técnica dos

conselhos em consonância à legislação vigente, visando à qualidade nos atendimentos em

assessorias aos serviços de saúde. Além disso, os próprios conselhos têm de buscar a garantia

de sua autonomia nos serviços. E a de que a lei os trata como de representatividade social, e

participação popular, e como serviços de relevância, e de consultoria, e de fiscalização, mas

na realidade, tal representatividade deixa muito a desejar, entretendo-se, às vezes, a apenas,

participar de reuniões ordinárias dos conselhos. E isso é algo inadmissível nesta proposta de

ações gerais para a cidade.

6.3.3 Práticas sintomático-desatenciosas de atenção primária à saúde

A continuar discorrendo e, agora, sobre os sintomas que acometem as gestões de

saúde, principalmente, no que tange à atenção básica e, sobretudo, começando, em Paim

(1994), seria, portanto, uma tarefa de o processo reflexivo sobre a saúde coletiva compreender

melhor os modelos que estruturam os serviços e sistemas de saúde. Neste fim, talvez, se

considerando os processos de organização de saúde, fosse melhor conhecer algumas de suas

ilicitudes.

Por exemplo, no caso apontado por: “[...] É lícito, pois, a partir deste ponto, lançar a

questão sobre quais as formas de organização das redes e modelos de atenção que poderiam

mudar uma estrutura de saúde centrada na doença e na figura do médico, com um trabalho

frequentemente fragmentado e avesso à colaboração [...]” (MENDES, 2010, p.35). Quer dizer,

noutro fim, o autor chama a atenção para as questões relacionadas aos modelos de atenção

básica, enfocando o caráter fragmentário e contrário às colaborações com o sistema.

E como, geralmente, elas estão organizadas em redes e nos grandes centros urbanos,

poderiam se despontar mesmo como modelos a serem seguidos. A saber, se em rede funciona

e pode servir de modelo, o ideal seria estendê-las às comunidades de saúde, onde sua

organização está precária, o trabalho de atenção básica, fragmentado, as estruturas de

atendimento se fundamentam muito mais nas enfermidades e no atendimento pelo médico do

que normalmente pelas colaborações.

É claro, em Mendes (2010), que enfermidade se trata com médico. Mas, para que este

atenda ao paciente, é preciso haver organização sistemática na unidade de saúde. E é essa

119

organização que conta com as colaborações: dos funcionários, muitas vezes, para ficar depois

do expediente para ajudar nalguma opinião sobre o próprio expediente; a comunidade com

sua participação, opinando sobre a funcionalidade do sistema, mas coletando os problemas da

unidade a serem encaminhados ao órgão central, ao conselho municipal e a outros órgãos,

etc., para que estes possam dar soluções. É a isso que Mendes (2010), critica.

Nisso, de repente, como o autor se coloca em início do extrato textual, dá-se a

impressão de que está tudo bem, o que, na verdade, não está. Daí, em se continuando no ato

de discorrer, vem o autor para contextualizar: “[...] combinações tecnológicas utilizadas pela

organização dos serviços de saúde em determinados espaços-populações, incluindo ações

sobre o ambiente, grupos populacionais, equipamentos comunitários e usuários de diferentes

unidades prestadoras de serviços de saúde com distinta complexidade [...]” (Paim, 1994,

p.457). E, ao fazê-lo, aponta sugestões sobre como colaborar com a organização do sistema de

saúde, seja central, local, em quaisquer lugares.

Os colaboradores podem atuar das diversas maneiras, no trato com o meio ambiente,

na organização dos grupos de saúde, por exemplo, o Bate-Coração, muito comuns em

unidades locais de saúde, inclusive em Ibirité. É claro que é tudo sob a orientação da gestão

da unidade. O que não pode é a atenção básica de saúde ficar em estágios deploratórios de

desatenção por falta de colaboradores, de materiais a contento às necessidades da unidade de

saúde local, falta de incentivo do governo municipal, dentre outros.

Neste contexto, a política nacional da atenção básica enfatiza que é de

responsabilidade comum, em todas as esferas de governo: “[...] apoiar e estimular a adoção da

estratégia saúde da família pelos serviços municipais de saúde como tática prioritária de

expansão, consolidação e qualificação da atenção básica à saúde [...]” (BRASIL, 2011, p. 27),

E, nesse caso, compete às Secretarias Municipais de Saúde: “[...] inserir a estratégia saúde da

família em sua rede de serviços como tática prioritária de organização da atenção básica [...]”

(BRASIL, 2011, pp. 32).

E essa expansão vai-se dar se realmente a referida modalidade de saúde vier a ser

colocada como prioridade. Noutro contexto, em Starfield (2002), e tocando nas questões

referentes à integralidade, é provavelmente um dos atributos mais importantes para as

discussões acerca da resolubilidade da Atenção Primária à Saúde – APS, dentro dos diferentes

sistemas de saúde. Para ele isso implica que as unidades de APS devem garantir que o

indivíduo receba todos os tipos de serviços de atenção à saúde, necessários,

responsabilizando-se diretamente pelas condições mais comuns.

Essa é a orientação, mas isso nem sempre acontece, embora o autor toque com muita

propriedade no assunto. Enfim, como sendo a primeira seção, necessário, se faz registrar suas

marcas: a organização da atenção básica de saúde precisa conhecer as licitudes, mas também,

as ilicitudes do entorno para que perceba com mais clareza sua necessidade de organização; as

estruturas de atendimento se fundamentam muito mais nas enfermidades e no atendimento

pelo médico do que normalmente pelas colaborações.

Contudo, isso acontece por as pessoas ou colaboradores não saberem o em que

colaborar; mas, para que o médico atenda ao paciente, é preciso haver organização sistemática

na unidade de saúde. O que não pode é a atenção básica de saúde ficar em estágios

deploratórios de desatenção por falta de colaboradores, de materiais a contento às

necessidades da unidade de saúde local, falta de incentivo do governo municipal, dentre

outros. No mais, como a próxima temática, em Campos (1989), vai tratar do modo como o

conceito de atenção básica amplia as perspectivas técnico-assistenciais. Disso posto, vale ver:

[...] De forma complementar, Campos (1989, p.53) define os modelos

assistenciais como "o modo como são produzidas as ações de saúde e a maneira

como os serviços de saúde e o Estado se organizam para produzi-las e para

distribuí-las". Posteriormente, o conceito de modelos de atenção veio ampliar e

120

superar a perspectiva técnico-assistencial, incluindo, além de um componente

técnico (também chamado de operativo), as vertentes gerencial e organizativa

(Teixeira, 2006). Conforme Mendes (2010), as redes de atenção à saúde são

compostas por três elementos constituintes: a população, a estrutura

operacional e os modelos de atenção [...] (CAMPOS, 1989, p.53).

No tangente ao conceito de modelos de atenção básica, conforme se versa, em Campos

(1989), como forma de ampliar e superar a perspectiva técnico-assistencial, sobretudo no que

se refere às formas de gerenciamento e sua organização. Disso posto, vale lembrar que

quando mais de uma liderança exercem o mesmo papel à frente da unidade de saúde, ocorrem,

muitas vezes, problemas de relacionamentos entre os diversos funcionários do setor.

É claro, a gerência das unidades locais de saúde, geralmente, fica sob a liderança de

uma enfermeira. Isso, se vistos sob o olhar dos autores Leite & Veloso (2008), que

conceituam os termos ‘trabalho e equipe’ para melhor compreender o significado de trabalho

em equipe na área da saúde, conforme se observa: o trabalho em equipe pode ser desdobrável,

em partes, sendo o trabalho uma atividade contínua e necessária a uma ação que envolve o

conjunto de arranjos institucionais, segundo os autores.

Quer dizer, a necessidade do conceito de trabalho em equipe, está colocada,

exatamente, para conter essas situações de ingerências que, geralmente, aparecem no

ambiente de serviço. Mas também esse ‘desdobrável’ se em termos de compartilhamentos de

lideranças, muitas vezes, não funciona. Por exemplo, voltando-se à lógica dos enfermeiros

colocados como líderes em uma mesma unidade local de saúde, quando, muitas vezes,

acontecem divergências de relacionamentos. E nesses casos, como sempre há mais de uma

enfermeira na unidade, se uma autoridade da gestão não aparecer no local para determinar

quem vai ser o principal responsável por aquela unidade de saúde, o empurra-empurra de

serviços, muitas vezes, toma conta do lugar. Isso acontece nas práticas sociais de saúde.

Só não acontece mais nos lugares em que se controlam mais. Para tanto, em se

tocando nas questões relativas à gestão de saúde, pensa-se no cuidado integral à saúde do

sujeito, pois que, se considera importante a ampliação da oferta de serviços de saúde. Isso, em

Bacellar, Rocha, & Flor (2012), aponta-se para o fato de que, disponibilizar o acesso a

diferentes profissionais de saúde não é condição suficiente para garantir o cuidado integral

dos sujeitos.

Deve-se compreender que o indivíduo é um ser integrado e precisa de ser atendido

mediante práticas e serviços integrados. A falta de gestão na unidade traz falta de participação

popular, falta de atenção básica, falta de colaboração e colaboradores, bem como, Starfield

(2002), falta de encaminhamentos para os serviços secundários dirigidos às consultas,

serviços terciários para manejo definitivo de problemas específicos e para serviços de suporte

fundamentais, como internação domiciliar, dentre outros serviços comunitários.

Esse atributo exige, assim, que a APS reconheça toda a variedade de necessidades

relacionadas à saúde da população e disponibilize os recursos para abordá-las. “[...] o

trabalho em equipe pode ser desdobrável, em partes, sendo o trabalho uma atividade contínua

e necessária a uma ação que envolve o conjunto de arranjos institucionais que transformam as

relações sociais de produção nos locais de trabalho. Já a equipe é o conjunto de profissionais

que se aplicam a desenvolver trabalho conjunto a partir da definição de objetivos [...]”

(LEITE & VELOSO, 2008, p. 377).

Quer dizer, enquanto, em Starfield (2002), preocupa-se com as questões práticas de

gestão de saúde, e dá todo um toque para que esses atributos sejam reconhecidos pelo sistema

de saúde como necessidade básica, Bacellar, Rocha, & Flor (2012) vão se preocupar com os

cuidados que o sistema de saúde deve ter com o indivíduo integralizado a esse sistema, ao

passo que também, chama a atenção para a ampliação das ofertas de serviços de saúde.

121

A saber, enquanto isso, a autoria preocupa-se com o conceito de: “[...] A Atenção

Básica deve ser a porta de entrada preferencial do Sistema Único de Saúde (SUS) [...]”

(Brasil, 2006, p. 1). Dado isso, uma das importâncias que mais se percebe é a necessidade da

própria atenção básica se comprometer mais com seu autoconhecimento, pois que, muitas

vezes, os problemas identificados em seu meio, são maiores, por falta de conhecimento mais

profundo da própria causa dos seus serviços.

Finalmente, nesta segunda seção, faz-se possível registrar as seguintes marcas: o bom

gerenciamento e sua boa organização são as formas de ampliar e superar a perspectiva

técnico-assistencial, sobretudo, no que se refere aos problemas ocorridos em razão das formas

de lideranças compartilhadas. Outra marca seria o conceito de ‘trabalho e equipe’ que foi

criado para melhor compreender o significado dele no âmbito da área da saúde.

Além disso, falta de gestão na unidade traz falta de participação popular, falta de

atenção básica, falta de colaboração e colaboradores. E ainda, o trabalho em equipe pode ser

desdobrável, em partes, sendo o trabalho uma atividade contínua e necessária a uma ação que

envolve o conjunto de arranjos institucionais e que, por isso, transformam as relações sociais

de produção nos locais de trabalho. E ainda outra marca é que uma das importâncias que mais

se percebe é a necessidade da própria atenção básica se comprometer mais com seu

autoconhecimento, pois que, muitas vezes, os problemas identificados em seu meio, são

maiores, por falta de conhecimento mais profundo da própria causa dos seus serviços.

Logo, a Atenção Básica de saúde deve ser a porta de entrada preferencial do Sistema

Único de Saúde, o SUS. No mais, com a próxima seção, Brasil (2006), vai trabalhar com o

exercício de práticas gerenciais e sanitárias, democráticas e participativas, e sob a forma de

trabalho em equipe, dirigido às populações de territórios bem delimitados, então, se vai ver:

[...] A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no

âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde,

a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a

manutenção da saúde. É desenvolvida por meio do exercício de práticas

gerenciais e sanitárias democráticas e participativas, sob a forma de trabalho

em equipe, dirigidas a populações de territórios bem delimitados, pelas quais

assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no

território em que vivem essas populações. Utiliza tecnologias de elevada

complexidade e baixa densidade, que devem resolver os problemas de saúde de

maior frequência e relevância em seu território. É o contato preferencial dos

usuários com os sistemas de saúde. Orienta-se pelos princípios da

universalidade, da acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo e

continuidade, da integralidade, da responsabilização, da humanização, da

equidade e da participação social [...] (BRASIL, 2006, p.1).

E em se retomando, em Brasil (2006), o trabalho com o exercício de práticas

gerenciais e sanitárias, democráticas e participativas, e sob a forma de trabalho em equipe,

dirigido às populações de territórios bem delimitados, como se faz conotar pela prevenção de

agravos, pelos diagnósticos, pelo tipo de tratamento adotado, pela reabilitação e, ao mesmo

tempo, conservação da saúde.

Nestes termos, o que se vai ver, no tocante às práticas gerenciais e sanitárias, é que,

muitas vezes, o paciente recebe as orientações, durante as reuniões dos grupos de saúde, sobre

o que se tem de fazer em casa, como continuidade do tratamento orientado pelo médico. Daí,

como não tem alguém controlando, então, ele não pratica. Aí, na consulta de retorno, o

médico percebe que o problema não se resolveu.

Quer dizer, esse é apenas um dos exemplos práticos e sintomáticos da atenção básica.

Na verdade, em Brasil (2006), cada um dos determinantes levantados pelo autor no extrato

textual recuado, vai apontar - mais e mais - exemplos concretos de situações controversas de

122

atenção básica frustrante. Mas, e quando o médico faz a receita, e o paciente, ao chegar a

casa, vai contar ao vizinho do remédio receitado, entretanto, o vizinho, que não é médico e

nada mais do gênero, opina em contrário ao uso do referido remédio.

Só que, nesse caso, o paciente acredita mais na palavra do vizinho do que do médico e

não toma o remédio porque o vizinho disse que faz mal. Daí precisa de uma situação mais

frustrante para o médico da atenção básica, quando ocorre isso? Quer dizer, em Mendes

(2010), se vão apontar certas lógicas de organização e intervenções que, de certa forma,

amenizam essas situações frustrantes: “[...] Sistemas lógicos que organizam o funcionamento

das redes de atenção à saúde, articulando, de forma singular, as relações entre a população e

suas subpopulações estratificadas por riscos, os focos das intervenções do sistema de atenção

à saúde [...]” (MENDES, 2010, p.2302).

E assim, o autor completa sua ótica: “[...] e os diferentes tipos de intervenções

sanitárias, definidos em função da visão prevalecente da saúde, das situações demográfica e

epidemiológica e dos determinantes sociais da saúde, vigentes em determinado tempo e em

determinada sociedade [...]” (MENDES, 2010, p.2302). Assim sendo, por essa lógica de

organização, apontada pelo autor, é possível fazer uma atenção básica mais bem-

fundamentada, sobretudo, por causa dos processos de integralização que as redes

proporcionam.

Nisso, haja vista para o que Starfield (2002), sobre a atenção primária de saúde. Para o

autor, ela implica que as unidades de APS devem garantir que o indivíduo receba todos os

tipos de serviços de atenção à saúde, necessários, - independentemente de ele, paciente,

corresponder nas práticas de saúde aos prescritos médicos, pois que, muitas vezes não

correspondem - responsabilizando-se diretamente pelas condições mais comuns, bem como

pelo encaminhamento para os serviços secundários para consultas, serviços terciários para

manejo definitivo de problemas mais específicos e para serviços de suporte fundamentais.

Isso, por que, se a atenção primária for olhar para os correspondentes negativos oriundos dos

comportamentos de certos pacientes, ela não dá atendimento a eles.

Então, ela não pode olhar isso, ao contrário, tem de recebê-los, orientá-los e

encaminhá-los para os serviços desejados, independente de quaisquer comportamentos

atípicos. Aliás, no caso de ela, atenção básica adotar condutas disciplinares e educativas em

relação a pacientes não correspondentes aos prescritos médicos, simplesmente, cai nos

processos de desumanização da saúde, como em Brasil (2006).

E isso não pode ser levado em conta, em se considerando as questões humanas. Para

tanto, em Mendes (2008), se vai ver de novas contribuições: “[...] conceitua redes de atenção

à saúde como: [...] organizações poliárquicas de conjuntos de serviços de saúde vinculados

entre si por uma missão única, por objetivos comuns e por ação cooperativa e

interdependente, que permitem ofertar atenção contínua e integral a determinada população,

[...]” (MENDES, 2008, p.35).

E estes continuam apontando as suas lógicas: “[...] coordenada pela atenção primária à

saúde − prestada no tempo certo, no lugar certo, com o custo certo e com a qualidade certa e

de forma humanizada −, e com responsabilidade sanitária e econômica por esta população

[...]” (MENDES, 2008, p.35). Enfim, para o autor a atenção à saúde funciona como sendo

missão única dos trabalhadores. Tanto os médicos, quanto os enfermeiros, quanto quaisquer

outros servidores do SUS têm de contar com os processos de humanização, sobretudo, como

missionários da atenção básica de saúde.

6.3.4 Eixos assintomático-viário-coletivos

Em se tratando de transportes coletivos, de repente, vale começar pelas dificuldades

funcionais a que este se coloca, diariamente, nas movimentações de trânsito nos grandes

123

centros urbanos, mas, sobretudo, no caso específico de Ibirité, com dificuldades. Pensar como

cidade, será preciso formular um conceito novo, porque a cidade vem ganhando, com o passar

dos anos, populações acima do que a sua realidade, supostamente, seja capaz de absorver.

Quer dizer, contando com uma área territorial equivalente a 73.395 Km2,

supostamente pequena para comportar 184.153 habitantes, conforme IBGE (2018). Uma

cidade relativamente populosa, não pela população em si, mas pela capacidade espacial da

área geográfica. Desse modo, não tem como pensar no transporte coletivo dela sem pensar nas

movimentações dessa população toda.

Mas como se trata primeiramente de conceito, vale compreender o que, em

Rosestraten (1998), se conceitua como trânsito, ou seja, é um conceito que permite definições

consensuais, por exemplo: “[...] o deslocamento de pessoas ou coisas pelas vias de circulação,

distinto de tráfego, que seria o mesmo trânsito, mas em missão de transporte [...]”

(ROSESTRATEN, 1998, p.3). A saber, conceito simplório, se considerada a realidade dos

grandes centros urbanos.

Mas, sobretudo, simplório, se considerada a realidade de Ibirité que é um grande

centro urbano, embora, dependente viário-economicamente das regiões adjacentes,

principalmente, Belo Horizonte. Mas, simplório sim, pela realidade da maioria de seus

trabalhadores que pernoitam no trânsito e nele amanhecem sob as madrugadas frias e

esperançosas de sobrevida. Contudo, como se trata de conceito, de repente também, vale

conhecer outro, quem sabe nele, a realidade da cidade esteja nela retratada.

Por exemplo, o Ministério das Cidades, (BRASIL, 2004), vai definir mobilidade

urbana como sendo: “[...] um atributo associado às pessoas e aos bens; corresponde às

diferentes respostas dadas por indivíduos e agentes econômicos às suas necessidades de

deslocamento, consideradas as dimensões do espaço urbano e a complexidade das atividades

nele desenvolvidas [...]” (BRASIL, 2004, p.21).

Mas ele, ministério, continua ainda a sua definição sob uma expressão mais específica:

“[...] a mobilidade urbana é um atributo das cidades e se refere à facilidade de deslocamento

de pessoas e bens no espaço urbano. Tais deslocamentos são feitos através de veículos, vias e

toda a infraestrutura (vias, calçadas, etc.). É o resultado da interação entre os deslocamentos

de pessoas e bens com a cidade [...]” (BRASIL, 2004, p.21). Quer dizer, essas foram às

definições últimas, e sob um conceito bem mais atualizado, pronuncia o Ministério das

cidades, todavia, se se aperceber bem, verá que o conceito ainda não atende a realidade de

Ibirité.

Aliás, não é que a cidade, sob os olhares de estudiosos, tenha de ter formalizado o seu

conceito específico, porém, é preciso ver em qual conceito ela melhor se encaixa, porque ela é

cidade tão-movimentada quanto às outras, portanto, esta não é diferente; ela acolhe seres

humanos como as outras; ela estuda o modo de vida de seus habitantes como as outras; ela

estuda o modo de vida de seu trânsito como as outras, e assim por diante.

Para tanto, ainda há um conceito em que se precisa olhar a cidade sob ele, que é, em

Vasconcellos (1985), o terceiro conceito a que se pode aliar a essas análises e discussões que,

numa verdade, é o conceito de qualidade de vida contornado ao sistema de trânsito. A saber,

em Vasconcellos (1985), considera-se como resultado o: "[...] respeito às funções de cada via,

principalmente às vias de zonas residenciais, e à defesa do meio ambiente. Envolve também a

compatibilização entre o uso do solo de uma via e o volume e o tipo de tráfego que por ela

passa [...]" (VASCONCELLOS, 1985, p.27).

Ao final das formulações de conceitos, vale ver que, talvez, noutra verdade, a

realidade da cidade esteja bem melhor conceituada, embora ainda longe, no que diz respeito

às boas conceituações de cidade. E se seguindo este raciocínio, para que haja qualidade de

vida, real e suficientemente considerada qualidade, é necessária a manutenção dos sistemas

viários e todo o cuidado que o próprio usuário precisa se ater, para que as condições de

124

tráfego sejam melhores, e a cidade possa se considerar, ambientalmente, sustentável, em

termos de transportes coletivos e trânsitos viários.

Enfim, como esta é a primeira seção deste eixo, vale pontuar suas marcas. Portanto, a

primeira é que a cidade merece formular seu conceito de cidade, mesmo sob os componentes

das dificuldades, sob os quais, se comportam seus trânsitos. Outra marca seria que, em Brasil

(2004), ao se conceituar mobilidade urbana, nos grandes centros, é preciso considerar as

respostas dos indivíduos e agentes econômicos às suas necessidades de deslocamento, se os

considerando ainda nas dimensões do espaço urbano e as complexidades das atividades neles

desenvolvidas.

E ainda outra é que, em Vasconcellos (1985), o conceito de qualidade de vida

contornado ao sistema de trânsito da cidade, sobretudo, com respeito às funções de cada via,

principalmente, às vias de zonas residenciais, e à defesa do meio ambiente, e o cidadão

sempre consciente de que este envolve, também, a compatibilização entre o uso do solo de

uma via, e o volume, e o tipo de tráfego que por ela circunda. No mais, como na próxima

seção, em Gonçalves e Couto (2007), se vai ver sobre exemplos de cidade que consegue

viabilizar seus trânsitos sem maiores problemas, então, vale ver:

A cidade de Criciúma, situada ao Sul do Estado de Santa Catarina, que decidiu,

a partir do ano de 1994, pelo investimento no setor transporte. Implantou o

Sistema Integrado de Transportes em 1996, alcançando resultados técnicos e

sociais de considerável importância para a cidade. Porém, a partir da reforma

administrativa do final do ano de 1996, deixou uma lacuna com relação ao

escopo jurídico, administrativo e da gestão do sistema. Assim, nos cinco anos

seguintes muitos problemas de garantia da estabilidade e da evolução do

sistema vieram à tona, seja pela impossibilidade de aplicar o devido controle e

fiscalização, ou ainda, pela possibilidade de propor a complementação da rede

de serviços. Desta forma, o transporte ilegal se instalou e as discussões relativas

à gestão regional não puderam avançar. (GONÇALVES e COUTO, 2007, p. 7).

Ao se colocar a cidade de Criciúma, como exemplo de grande centro urbano e de boa

engenharia de trânsito, na verdade, se quer acompanhar o desempenho de suas políticas

públicas municipais, no que tange ao transporte coletivo que, em Gonçalves e Couto (2007),

soa como que a fim, quem sabe, de que elas possam servir de referência para este estudo e

quem sabe como experiências, senão somente a outras grandes cidades, mas, sobretudo,

Ibirité que é a que está em foco neste momento.

Assim, dessa maneira, se olhadas aos olhos da especificidade, se verá que suas

políticas públicas de transporte coletivo tiveram boas determinações e se engenharam sob os

investimentos, também, específicos e, por isso, sob as avaliações dos técnicos de trânsito,

como sendo um sistema de circulação viária, considerado bem-sucedido.

Entretanto, de outra maneira, ainda em Gonçalves e Couto (20007), se esta olhada aos

olhos da engenhosidade, também, se verá que não se pensou nas políticas públicas de

transporte coletivo como algo mais delongado no tempo e menos demorado, no que tange à

deterioração dos instrumentos de transportes, mesmo os considerando, de uso público

permanente.

E outra coisa sobre que a gestão de transportes esqueceu-se de pensar, foi nas lacunas

abertas, não somente, nos escopos jurídico e administrativo, como o autor aborda, mas,

sobretudo, no próprio sistema e na forma de gestão política conduzida pelo sistema. Assim, se

percebe que o agente político principal não acompanhou o desempenho das políticas, dos seus

administrados nem seus aliados jurídicos.

Daí, na oportunidade, se olhar para a forma como, em Vasconcellos (2001), se versa

sobre certas características de transportes, pode ser que se concluam não ter o sistema de

transportes de Criciúma estudado melhor o trânsito sob as vistas da engenharia, a deixar as

125

boas dinâmicas do transporte coletivo se perder em apenas cinco anos: “[...] Apesar de todas

as intervenções realizadas, estas condições permanecem insatisfatórias para a maioria,

especialmente, para aqueles que não têm acesso ao transporte privado: as grandes cidades dos

países em desenvolvimento apresentam baixos níveis de serviço dos transportes públicos,

[...]” (VASCONCELLOS, 2001, p. 13).

E o autor continua a discorrer: “[...] distribuição desigual de acessibilidade, com altos

índices de acidentes de trânsito (envolvendo, principalmente, os papéis mais vulneráveis,

como pedestres e ciclistas), congestionamento, poluição ambiental e invasão dos espaços

habitacionais e de vivência coletiva por tráfego inadequado [...]” (VASCONCELLOS, 2001,

p. 13). Enfim, nesse ponto, com essas características tão-peculiares a Criciúma que, talvez,

pensar, não houvesse outros grandes centros urbanos com características tão-comuns.

Sendo assim, o escopo jurídico do projeto provedor das políticas de transportes, ficou

prejudicado, porque nele se esqueceu de prever as dinâmicas legais de fiscalização suficientes

para conter os transportes ilegais instalados pós-cinco anos. Nisso, a suposta junta de

advogados, no sistema, pecou. Noutro ponto, se politicamente considerado, supõe-se, o agente

político principal não ter acompanhado todos os processos ao ponto de intervir, quando

necessário, fosse.

Mas não somente, por sua vez, supostamente, deixou de supervisionar os serviços, os

insumos, as políticas, as aplicações das políticas, por fim, só foi perceber que as políticas não

deram, exatamente, certo, depois de cinco anos, quando alguém também de considerável

desrespeito pelas obras anteriores, reformou-as, sem levar em conta as políticas de transporte

coletivo validadas pelos técnicos e população como bons investimentos das últimas

temporadas políticas na cidade.

Quer dizer, experiências são experiências e, por serem o que são, de repente,

independente de boas ou ruins, vale à pena ser contadas. Mas, no caso de Ibirité, embora as

populações se aproximem em números: a outra com 213.000 e esta com um pouco menos de

200.000 habitantes. Então, essas experiências são para Ibirité olhar bem de perto, para não

repetir as mesmas histórias. Também embora, o contexto sócio-político-cultural de Criciúma

seja bem diferente do de Ibirité.

Contudo, as referências e marcas das experiências, é que precisam mais de ser levadas

em contas. Para tanto, antes de marcar quaisquer destaques, ainda vele considerar algumas

experiências referendadas: “[...] No entanto, para garantir que o trânsito aconteça

satisfatoriamente, não basta apenas atender às demandas por mobilidade dos transeuntes; sua

acessibilidade também é de vital importância. considera a acessibilidade à facilidade (ou

dificuldade) com que os locais da cidade são atingidos pelas pessoas e mercadorias, medida

pelo tempo e pelo custo envolvido [...]” (VASCONCELLOS, 1985, p.26).

Tudo isso precisa ser levado em conta pelos estudos de engenharia política e de

transportes. Outra coisa é a despesa de tempo, de custos, desgaste físico-mental, por exemplo:

“[...] Seria a facilidade, em distância, tempo e custo, de se alcançar fisicamente, a partir de um

ponto específico na cidade, os destinos desejados (Gomide, 2006). Contudo, a acessibilidade

não deve se restringir apenas à facilidade de cruzar o espaço, abrangendo também a facilidade

de chegar aos destinos [...]” (VASCONCELLOS, 2001, p.13).

De repente, tudo tem de ser levado em conta porque todos compõem a cidade: “[...]

acessibilidade trata da efetividade do sistema de transporte em conectar localidades separadas

[...]” (CARDOSO, 2008, p.42). Também, precisam ser levados em conta, principalmente,

porque as pessoas sofrem com os trânsitos, mas, ao lado disso, a cidade tem de pensar em

seus índices de desenvolvimento humano. E se não fizer os estudos científicos, à altura do que

a cidade merece, não fica tão difícil repetir a história e experiências de Criciúma.

Enfim, como esta é a segunda seção, de repente, fica bem registrar suas marcas. Para

tanto, uma primeira marca é que, ao se pensar nas políticas públicas da cidade e, no caso de

126

Ibirité e por serem políticas de transportes, fazer estudos profundos, buscando a

especificidade do projeto, a engenhosidade do trânsito, e pensando nas responsabilidades:

política, jurídica, administrativa e sistêmica, fazendo previsões de acessibilidade, de tempo,

durabilidade e estabilidade, pensando sempre nos cidadãos, consciente de que a cidade tem de

trabalhar seus índices de desenvolvimento humano.

Outra marca seria que, ao se fazer novos estudos científicos para a aplicação de

determinadas políticas públicas, levar sempre em consideração obras executadas em mandatos

anteriores, independentemente, de quem tenham sido os responsáveis, para que a cidade não

arque com os prejuízos materiais, morais, políticos, etc. Por fim, marca-se que experiências

são experiências e, por serem o que são, de repente, independente de boas ou ruins, vale à

pena contá-las. No mais, como em Planmob (2007), na próxima seção vai tratar das medidas

regulatórias dos transportes de cargas em meio urbano e relacionadas ao padrão de vida social

e local. E por isso, de repente, vale à pena conferir:

[...] na movimentação de cargas, medidas regulatórias do poder público podem

condicionar ou restringir rotas, horários, regiões, tipos de produtos e tipos de

veículos, sempre em função do interesse coletivo, procurando resolver conflitos

de ruído, segurança, capacidade do sistema viário e outros aspectos [...] o

transporte de carga pode sofrer restrições espaciais ou temporais de circulação;

e assim por diante (PLANMOB, 2007, p.41-44).

Voltando ao tema dos transportes de cargas, olhando para as movimentações

embaraçosas e pesadas de caminhões, seja de minérios, de cascalhos, sobretudo, porque a

região é minerária, e as mineradoras exercem fortes influências sobre o trânsito. Isto, porque

se está falando de Ibirité. No entanto, como em Planmob (2007), nesta seção se trataria das

medidas regulatórias dos transportes de cargas em meio urbano e relacionadas ao padrão de

vida social e local.

Disto, de repente, vale à pena conferir em que termos tudo isso ocorre, se

considerando que os transportes de cargas, segundo a Planmob (2007), sofrem medidas

regulatórias do Poder Público e, por isso, não podem, muitas vezes, fazer o que geralmente

fazem nas travessias e centros de cidades. Hoje, até que não se escutam reclamações sobre a

circulação desses caminhões de minérios e cascalhos, mas já houve tempo, em que as

mineradoras ‘Itaminas e Santa Paulina’ deram muito trabalhos aos agentes políticos

principais, não que eles não gostassem, pois que sempre as apoiaram, mas porque a população

reclamava muito.

Assim, vale compreender – no caso de elas voltarem a incomodar - que existe solução,

sobretudo, oriunda do Ministério das cidades: “[...] resultado de um conjunto de políticas de

transporte e circulação que visam à priorização dos modos não motorizados e coletivos de

transporte, de forma afetiva, que não gere segregações espaciais, socialmente inclusivas, e

ecologicamente, sustentáveis [...]” (MCIDADES, 2006, p.19). Olhando assim, vê-se que

Ibirité não tem tanto trânsito pesado, atualmente, mas mesmo assim, vale precaver-se e

trabalhar para que a cidade venha a ser um espaço socialmente aculturável e ambientalmente

conservado.

Isto, por quê? Porque a cada tempo que passa, os padrões de vida mudam. E a cidade

precisa acompanhar o ritmo das mudanças sociais. Aliás, não somente, ela precisa,

principalmente, promover essas mudanças com resultados em transformações sociais.

Imagine que em 25 e 35 anos atrás, se procurasse, em Ibirité, por uma lanchonete ou um

pequeno restaurante, dir-se-ia que não os encontrasse. A saber, peculiarmente, interiorana.

Contudo, se se observar, em Rolnik &Boter (2004), o que se discorre sobre as

mudanças nos padrões sociais das cidades: “[...] A disponibilidade de crédito a juros

subsidiados, voltada sempre para a produção de imóveis novos, permitiu à classe média das

127

grandes cidades constituírem novos bairros e centralidades nas cidades, gerando, além da

expansão horizontal, o paulatino esvaziamento dos centros tradicionais. Do ponto de vista da

estratégia de produção e financiamento das infraestruturas, os centros tradicionais foram

abordados apenas como centros econômicos saturados, devendo ser objeto de

descentralização das atividades, inclusive administrativas [...]” (ROLNIK & BOTER, 2004, p.

21).

E é isto que Ibirité está vivendo: mudanças – se, para mais e em número de habitantes

- e mudanças nos padrões de vida social da cidade. E, nesta lógica, como crescente

populacional acentuado nas últimas décadas, já deveria ter pensado antes nessas questões

referentes às mudanças de padrões socioculturais. Isso porque, Nova Lima, por exemplo,

conforme em IBGE (2010), cidade desenvolvida por ingleses, pós-aquisição da Mina de

Morro Velho a 1834, pequena, apenas uma Freguesia de Sabará, mas já pensara em seu

Teatro Municipal, desde ainda pequena nem mesmo emancipada.

Mas, o que se quer mesmo demonstrar é sobre padrão e qualidade de vida que, em

Rodrigues (2002), se entende que: “[...] As transformações culturais da modernidade no

urbano podem ser tidas como padrão de vida e como qualidade de vida. Com relação ao

padrão de vida, as medições referem-se à produção, mas, principalmente, ao consumo de

mercadorias. Trata-se da capacidade de pagar para consumir unidades de moradia, cidade,

veículos, cinema, teatro etc. [..]” (RODRIGUES, 2002, p.82).

E é por causa dessas coisas que se quer preocupar com o sistema de transporte, de

modo geral e, sobretudo, os coletivos da cidade. Mas, não somente, em razão das mudanças

de padrões socioculturais, pois que, principalmente, pela comodidade da população. Afinal,

uma cidade que depende, praticamente, de seus centros urbanos mais avizinhados, precisa

adquirir certo grau de independência, aperfeiçoando-se enquanto centralidade local. E, para

tanto, melhorando-se enquanto espaço sociocultural, econômico e provedor de certas

economias, meio a uma população, considerada por ela mesma - em pesquisa para este plano

de ações gerais - carente de cultura.

6.4 Eixos e pressupostos-assintomático-econômicos

6.4.1 Premissas sintomático-econômico-gerais

Em se colocando como eixos apontados para os sintomas econômicos, o que se vê, na

cidade de Ibirité, é a falta de práticas políticas voltadas para a construção de dados

econômicos na cidade, oportunizando a população de crescer, economicamente. Para tanto, no

concerne a um conceito voltado para essa causa, em Neto e Braz (2006), é a cidade, em seu

contexto social, na compreensão da política como instrumento de globalização e ampliação

das relações econômicas entre as nações, na ótica dos autores, e que vão promover as

transformações sociais e, ao mesmo tempo, permitir observar as transformações, que ocorrem

com base na participação da sociedade em debates políticos, por exemplo.

Assim sendo, vê-se ainda que ambos os autores analisem os dois contextos: um sobre a

economia e o outro sobre a política; e as duas temáticas juntas analisadas dentro da concepção

da sociedade, e dos direitos sociais, e dos direitos trabalhistas no mundo contemporâneo.

Então, em Cordeiro e Ribeiro (2002), vê-se, nesta contextualização conceitual, se olhada para

o mundo globalizado, tendo como referência o universo empresarial, a partir da década de

1990, os ambientes de negócios se tornarem os mais complexos fenômenos econômicos e

sociais de alcance mundial.

E estes, pensam os autores, estão reestruturando o ambiente empresarial. E a

globalização da economia, alavancada pela tecnologia da informação e da comunicação, passa

a ser uma realidade inescapável e, sobre as quais, o grande mercado mundial perdeu o

128

controle, de modo que esta, de lá para cá, vem dominando o mundo de tal jeito que, está-se

criando relação de dependência, dos mais diversos povos, em relação a essa globalização.

Dessa maneira sendo, o mundo globalizado conta com as tecnologias mais avançadas na

promoção da sua economia: “[...] As chamadas novas tecnologias, bem como as novas formas

de organização do trabalho, têm colocado os métodos tradicionais de gestão das empresas no

banco dos réus [...]” (CORDEIRO e RIBEIRO, 2002, p.1). E é isso o que tem desgastado os

complexos econômicos mundiais, pois que, de um lado, centros urbanos altamente

desenvolvidos economicamente, estes criaram, de certa forma, dependências desse mundo

globalizado, de modo que seus investimentos vão perdendo as forças e, de repente, estes se

veem no mundo caído.

Daí, em Cordeiro e Ribeiro (2002), apesar dos métodos de gestão dessas empresas serem

tradicionais, caíram como se assentadas ao banco dos réus. De outro lado, pequenos polos

mundiais, também nessas mesmas relações de dependências desse mundo globalizado, ao

contrário, criam forças econômicas e estas crescem ao ponto de se tornarem polos econômicos

fortes no âmbito do planeta. Então, a globalização, na verdade, acaba sendo um processo de

contradições e o chamado ‘grande mercado mundial’ dá apoio a uns, mas desapoio a outros.

Quer dizer, as mudanças nos contextos sociais são esses resultados de pequenas

movimentações econômicas chamados de transformações socioculturais e econômicas. E eles

têm origem. Aliás, segundo se compreende: “[...] também observam que a relação da ciência

econômica com a economia política surgiu a partir das transformações sociais e culturais [...]”

(NETO e BRAZ, 2006, p.34). Dado isso, ao final desta seção, vale reconhecer suas marcas

sendo a primeira a compreender os apontamentos, sintomático-econômicos, como se referindo

ao planeta Terra.

Contudo, tais sintomas - de acordo com o grau de dependência da globalização –

influenciam, também, os pequenos polos comerciais. Também, é preciso compreender a

globalização é um grande mercado mundial contraditório em suas concepções nos modos de

investimentos, pois que, de um lado, criam perspectivas de modo que os pequenos polos

comerciais se tornam grandes polos pelo mundo afora, bem como, ao contrário, grandes polos

voltam às origens, e se tornam réus, economicamente.

No mais, como na próxima seção, se vai discorrer sobre os conceitos, o versátil modelo

de conexão apontado, em Campos e Canavazes (2007), se colocam como conceito de conexão

que se pauta na definição da globalização como um processo de encadeamento articulado e

cíclico. E nisto, vale ver:

[...] A noção de globalização surge, pois, a propósito de vários domínios da

nossa vida e encontra expressão em todas as grandes línguas do mundo. Apesar

de muito recorrente (e talvez também por isso) a noção de globalização nem

sempre é clara, prestando-se a usos e sentidos muito diversos. É, pois,

importante clarificar a noção de Globalização. Um bom ponto de partida é

atentarmo-nos diferentes discursos, aproximações e definições de globalização –

oriundas não só do mundo acadêmico, mas também de organizações

internacionais como a OIT e do mundo sindical. Deste modo, não fechamos a

nossa visão sobre o fenômeno e podemos enriquecer a nossa noção com visões

que, sendo diferentes, não são exclusivas, nem são necessariamente

contraditórias entre si, podendo mesmo ser complementares e, sobretudo,

convocam a debate diferentes dimensões e perspectivas sobre a Globalização

[...] (CAMPOS e CANAVAZES, 2007, p.4).

Prosseguindo-se, sob a noção do conceito de globalização combinada a ideia de

produção de economia, de certa forma, já focada, embora se vá discorrer sobre os conceitos,

em Campos e Canavazes (2007), no versátil modelo de conexão como o apontado, e se

129

colocam como pauta na definição da globalização como um processo de encadeamento

articulado e cíclico.

Nisso, em Cordeiro e Ribeiro (2002), se apresentam uma breve abordagem sobre o

contexto histórico-econômico da gestão empresarial no contexto nacional. Para tanto, segundo

eles, a economia vai se desenvolver no sentido de uma disciplina científica estritamente

especializada, originária de preocupações históricas, sociais e políticas, sendo que tais

preocupações serão postas à conta das outras ciências sociais que se articulam na sequência a

partir do final da primeira metade do XIX.

Daí, a História, a Sociologia e a Teoria ou Ciências Políticas. No marco desta, a que

se chamou: “divisão intelectual do trabalho científico”. Então, se olhando, em Neto e Braz

(2006), a relação da ciência econômica com a economia política surgiu a partir das

transformações sociais e culturais. E daí, a economia se especializa, institucionalizando-se

como disciplina particular, específica, notadamente técnica, que ganha estatuto científico-

acadêmico.

Para tanto, em Cordeiro e Ribeiro (2000), chamadas novas tecnologias, bem como as

novas formas de organização do trabalho, têm colocado os métodos tradicionais de gestão das

empresas no banco dos réus. Isso, por que, supostamente, adequada à ordem social da

burguesia conservadora, torna-se, basicamente, economia instrumental. Mas, se no grupo dos

réus, significa um grupo que se perdera, economicamente, meio aos processos de

transformações sociais.

E daí, esta se desenvolve sob um enorme arsenal técnico, valendo-se, intensivamente,

de modelos matemáticos, que não se reagem diante dos fatos. Todavia, Campos e Canavazes

(2007), não se fecham à visão sobre o fenômeno e, neles, pode até enriquecer a noção como

sendo visões diferentes, não são exclusivas, também, não são, necessariamente, contraditórias

entre si, podendo mesmo ser complementares e, sobretudo, convocam ao debate, as diferentes

dimensões e perspectivas sobre a Globalização.

Para tanto, é por isso que ela renuncia a qualquer pretensão de fornecer as bases para a

compreensão do conjunto da vida social e, principalmente, deixa de lado os procedimentos

analíticos, a saber, os que partem da produção. E nisso, analisa, preferencialmente, a

superfície imediata da vida econômica, sobretudo, os fenômenos da circulação, influentes de

economia, privilegiando o estudo da distribuição dos bens produzidos entre os agentes

econômicos e quando, excepcionalmente, atenta para a produção, aborda-a de modo a ladear a

teoria do valor-trabalho.

Entretanto, em Karl Marx (2016), mostra, sob a perspectiva histórica, que o

capitalismo é um modo de produção de mercadorias, incluindo-se, nesta categoria, a força de

trabalho. E esse modo de produção foi gerado, a saber, em início da Idade Moderna, no século

XV, e consolidada com a primeira Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra, em 1750. No

entanto, esta se trata de um sistema econômico, cuja existência depende da concentração da

propriedade dos meios de produção em mãos de uma classe social, a capitalista, e da presença

de outra, no caso a classe trabalhadora, que, para subsistir, tem que vender a única mercadoria

que possui, ou seja, a força de trabalho, em Marx, (2016) e Catani (1984).

Quer dizer, a divisão social do trabalho e a troca de produtos, também, são condições

fundamentais para o sistema econômico capitalista se desenvolver, de acordo com Marx

(2016), porque as pessoas não possuem todas as qualificações necessárias para produzirem

tudo o que necessitam para sobreviver. Assim, todos dependem uns dos outros para adquirir

produtos, por meio da troca.

O problema é que, no capitalismo, a primeira motivação da produção não é o

atendimento às necessidades do trabalhador ou do capitalista, mas, sim, o lucro, que será

transformado em capital adicional para ser usado na ampliação da produção, visando ao mais

lucrativo, e ao domínio do grande mercado, supostamente, já se chama de globalização.

130

Enfim, como desfecho desta segunda seção, vale-se registrar as marcas que, em Campos e

Canavazes (2007), no versátil modelo de conexão como o apontado, estes se colocam, como

pauta na definição da globalização, como esta sendo um processo de encadeamento articulado

e cíclico.

Para tanto, a economia vai se desenvolver no sentido de uma disciplina científica

estritamente especializada, originária de preocupações históricas, sociais e políticas, sendo

que tais preocupações serão postas à conta das outras ciências sociais que se articulam na

sequência, a partir do final da primeira metade do XIX. E ainda, em Marx, (2016) e Cattani

(1984), esta se trata de um sistema econômico, cuja existência depende da concentração da

propriedade dos meios de produção em mãos de uma classe social, a capitalista, e da presença

de outra, no caso, a classe trabalhadora, que, para subsistir, tem de vender a única mercadoria

que possui, ou seja, a sua força de trabalho.

No mais, como na próxima seção, se vai ver, em Therborn (2011), sobre a temática na

globalização implicar, obviamente, na desigualdade entre a humanidade global, os que

estejam recebendo mais atenção. Daí, vale à pena ver:

[...] A globalização implica, obviamente, em que a desigualdade entre a

humanidade global esteja recebendo mais atenção. Somente com o

desenvolvimentismo pós-Segunda Guerra Mundial, a desigualdade entre as

nações do mundo recebeu atenção pública. A atual onda de globalização está

provocando a comparação entre outras categorias humanas, como as mulheres

do mundo, as crianças do mundo, domicílios em todo planeta [...]

(THERBORN, 2011, p.132). [...] argumenta em seu estudo sobre a relação da

desigualdade social com a globalização e como o aprofundamento do capital

refletiu na sociedade um panorama de maior diferenciação entre as classes

sociais. A questão da diversidade é tratada pela globalização como um tema

que diverge da razão de proporção no sentido do consumo e do pertencimento,

ao ponto de que a perspectiva social parte da desigualdade em todos os seus

principais aspectos sociais: cultural, educacional, habitacional, dentre outros

[...] (THERBORN, 2011, p.132).

No que tange a desigualdade social, do ponto de vista universal, como se vai ver, em

Therborn (2011), relacionada à temática da globalização e, por isso, implicar, obviamente, na

desigualdade entre as sociedades na humanidade global, os que estejam recebendo mais

atenção. Daí, vale à pena ver como a desigualdade social e a globalização são temas,

constantemente, envolvidos em estudos sobre a relação da economia e o impacto social nos

processos urbanos e de conjuntura social, como em Neto e Braz (2006), se faz refletir.

Sendo assim, para entender o contexto da economia como ciência social e política,

sobretudo, no que tange à atenção dispensada no pós-guerra 1945, depois das atrocidades

acometidas durante a guerra, as sociedades do campo internacional, se empenharam pela

cultura da paz. Nesse contexto, concernente ao pós-guerra 1945, faz-se de suma importância

compreender as relações com a sociedade parecendo-se bem mais estreitas, mas não

descoladas da realidade política como instrumento de governança pública.

Dai a cultura da paz. E, em Neto e Braz (2006), também se observam da relação da

ciência econômica com a economia política surgindo a partir dessas transformações sociais e

culturais, como o já mencionado, noutro contexto deste estudo. Só que, apesar dos avanços

das sociedades internacionais, isso tudo trouxe à tona os conceitos relativos à globalização,

porque é daí que esta vem ganhando força com passar dos anos.

Noutro contexto, se vê, em Chang (2004), as mudanças de paradigmas tecnológicos,

no final do século XIX, inauguraram uma nova fase na industrialização global. A grande

indústria afirma-se com a introdução de métodos de trabalho em série, com a gerência

131

científica e a fragmentação das tarefas do trabalhador, do mesmo modo que a constituição de

poderosos oligopólios mina a ideia de um mercado concorrencial perfeito.

E aí, neste estudo, esse mercado concorrencial de que fala Chang (2004), é o que mais

tarde se veio conhece como sendo a globalização. Então, para ele, a era do carvão e da

energia a vapor se superpõe a era da eletricidade, do aço e do petróleo. Essa nova revolução

industrial ocorre em paralelo a uma intensa luta pelo poder mundial, cuja tradução maior está

expressa na corrida armamentista e nas fortes políticas protecionistas às quais se opõem os

principais Estados uns aos outros.

As duas guerras mundiais (1914-1918) e (1939-1945) são o resultado dessas tensões.

E a partir do pós-guerra 1945, em Therborn (2011), a relação da desigualdade social com a

globalização e como o aprofundamento do capital refletiu na sociedade um panorama de

maior diferenciação entre as classes sociais. Para tanto, a questão da diversidade é tratada pela

globalização como um tema que diverge da razão de proporção no sentido do consumo e do

pertencimento.

Finalmente, sendo a compreensão dos apontamentos, sintomático-econômicos, como

se referindo ao planeta Terra. Contudo, tais sintomas - de acordo com o grau de dependência

da globalização – influenciam, também, os pequenos polos comerciais. Também, é preciso

compreender que a globalização é um grande mercado mundial contraditório em suas

concepções nos modos de investimentos.

Isso, pois que, de um lado, criam perspectivas de modo que os pequenos polos

comerciais se tornam grandes polos pelo mundo afora, bem como, ao contrário, grandes polos

voltam às origens, e se tornam réus, economicamente impedidos de se desenvolverem. Para

tanto, outras marcas, em Campos e Canavazes (2007), no versátil modelo de conexão como o

apontado, estes se colocam, como pauta na definição da globalização, como esta sendo um

processo de encadeamento articulado e cíclico.

No entanto, a economia se desenvolve no sentido de uma disciplina científica,

estritamente especializada, originária de preocupações históricas, sociais e políticas, sendo

que tais preocupações serão postas à conta das outras ciências sociais que se articulam na

sequência, a partir do final da primeira metade do século XIX. E ainda, em Marx, (2016) e

Catani (1984), esta se trata de um sistema econômico, cuja existência depende da

concentração da propriedade dos meios de produção em mãos de uma classe social, a

capitalista. Mas, se considerando a globalização relacionada à desigualdade social, vê-se que,

como marca desta proposta, os fenômenos da globalização somente puxam para aumentar a

desigualdade social no mundo.

E da presença de outra, no caso, a classe trabalhadora, que, para subsistir, tem de

vender a única mercadoria que possui, ou seja, a sua força de trabalho. E ainda, as marcas

finais, que indicam a desigualdade social relacionada à globalização são temas impactantes

das sociedades internacionais, pois que, ambas as modalidades crescem, em discrepância

juntas, mas mesmo assim com todos os problemas, a cultura da paz tem se colocado.

No mais, como nos próximos eixos e, como Ibirité é uma realidade exigente de

investimentos econômicos, em Campos e Canavazes (2007), no versátil modelo de conexão,

vai-se tratar - de modos diferenciados destes - de temáticas abordando as economias solidária

e criativa, como sendo as alternativas mais propícias para a cidade nos próximos anos.

6.4.2 Premissas sintomático-econômico-solidárias

Ao se pensar numa cidade como Ibirité, por exemplo, olhando para os seus sintomas

característico-políticos, mas sob os pontos em que se demarcam a economia solidária, se vista

sob os fenômenos da globalização como, em Campos e Canavazes (2007), no versátil modelo

de conexão, como estes se colocam na definição da globalização, e a cidade pensando que

132

com ela se vai desenvolver economicamente, engana-se. Na verdade, o que se vai ver é uma

cidade completamente fora desses parâmetros, pois que, suas políticas públicas nunca se

voltam para essas temáticas, sobretudo, em razões das características e interesses políticos de

seus agentes político-principais.

Quer dizer, adotar comportamentos solidários, em certos contextos sociais já é difícil,

quanto mais sob o ponto de vista econômico - e da globalização ainda por cima - são questões

de interesses políticos, mas não só, pois que esta somente tende para aumentar a desigualdade

social entre os povos. Logo, se o agente político principal não tiver interesse nesses tipos de

demandas econômicas, dificilmente, elas sobressam na cidade.

Assim, desse modo, dentro dessas premissas, se iniciam os estudos sobre a economia

solidária. Para tanto e, de outro modo, em Laville (2004), se vai ver - em contextos

socioeconômicos externos à cidade de Ibirité - que depois de um longo período de mudanças

sociais, políticas e econômicas, marcadas, por exemplo, pelo envelhecimento da população, o

reconhecimento e expansão dos serviços de cuidados às pessoas, o aumento das desigualdades

gerado pela sucessão de políticas neoliberais e pela globalização resultante, presenciou-se a

nova geração da Economia Social.

A saber, esta política econômica de que muita gente tem medo - porque pensa que isto

é política econômica só dos pobres - não é “o bicho de sete cabeças” de que se têm medo.

Nisso posto, de repente, vale conhecer o pensamento de: “[...] De forma geral, a Economia

Solidária não é uma alternativa somente para os pobres e excluídos, mas proporciona avanços

em diversos domínios e contextos, e envolve de maneira responsável amplos segmentos da

sociedade. Essa nova economia se propõe a recuperar socialmente o que o progresso

tecnológico proporcionou e excluiu em determinadas situações [...]” (CATTANI, 2003, p.2).

A saber, é o que se precisa pensar em termos de cidade, fazer com que as pessoas se

interessem por economia, porque isso vai ajudá-las na melhoria de suas vidas, vai ajudar no

crescimento da sociedade local, sobretudo, porque as pessoas se envolvem nos processos

econômicos e, ao se envolverem, se entusiasmam com as causas uns dos outros, com os

próprios negócios; começam a entender que, o ato de comprar e vender, não são somente

coisas de ricos, mas de quaisquer pessoas, independente, de suas condições financeiras, de

classe social.

Aliás, quando as pessoas se envolvem nesses processos econômicos solidários, elas

nem se lembram de que existem classificações sociais. E, por isso e muito mais que isso, vale

à pena solidarizar-se economicamente uns com os outros, porque além de as pessoas terem

vidas melhores, a cidade cresce em seu conceito social, cresce em suas dinâmicas

empresariais – empresários em todos os níveis querendo adotar o município como o lugar de a

sua empresa desenvolver-se - cresce em seu índice de desenvolvimento humano, e assim por

diante.

Quer dizer, em França Filho (2003), por exemplo, a economia solidária pode ser

definida como uma série de experiências organizacionais inscritas numa dinâmica atual em

torno das chamadas novas formas de solidariedade. E é isto o que a cidade passa a conceituar

depois de começar a vivenciar as suas relações sob os impulsos dos processos econômicos

propiciados pelas políticas públicas locais.

Enfim, como esta é a primeira seção deste artigo, de repente, vale à pena pontuar as

suas marcas que, na verdade, de acordo com esta proposta de ação, a cidade deve adotar a

economia solidária como modalidade de desenvolvimento econômico, no entanto, a pesar de,

em Campos e Canavazes (2007), no que tange ao versátil modelo de conexão, e nesta

proposta, se a cidade quer adotar a economia solidária como meio de desenvolvimento

econômico, jamais pode confiar e, para tanto, se pautar nos referenciais fenômenos da

globalização, pois que estes somente tendem para aumentar a desigualdade social.

133

Outra marca seria que a nova geração da Economia Social, esta política econômica de

que muita gente tem medo - porque pensa que isto é política econômica só dos pobres - não é

“o bicho de sete cabeças” de que se têm medo, pois que, em Cattani (2003), a Economia

Solidária não é uma alternativa somente para os pobres e excluídos, mas proporciona avanços

em diversos domínios e contextos, e envolve, de maneira responsável, amplos os segmentos

da sociedade, independente, de suas condições financeiras, de classe social, etc.

Aliás, quando as pessoas se envolvem nesses processos econômicos solidários, elas

nem se lembram de que existem classificações sociais. Afora isso, como na próxima seção,

em Singer (2002), se vai abordar sobre modos de produção, conceitos e ponderações no

entorno da economia solidária, mais que de repente, vale à pena conferir, pois que, no entendimento dele:

[...] a Economia Solidária é outro modo de produção, cujos princípios básicos

são a propriedade coletiva ou associada do capital e o direito à liberdade

individual. A aplicação desses princípios une todos os que produzem numa

única classe de trabalhadores que são possuidores de capital por igual em cada

cooperativa ou sociedade econômica. O resultado natural é a solidariedade e a

igualdade, cuja reprodução, no entanto, exige mecanismos estatais de

redistribuição solidária da renda [...] (SINGER, 2002, p.10).

Em se pautando nos conceitos de modos de produção, nos conceitos de economia

solidária e sob as ponderações, em Singer (2002), que se vai abordar sobre modos de

produção que – se a linha econômica é a solidária - então, os modos não podem ser

capitalistas, mas os conceitos sobre que se colocam as discussões no âmbito da economia

solidária e isso, sob as ponderações de cujos princípios básicos se operam sobre a propriedade

coletiva, ou seja, a associação do capital sob os poderes do direito e da liberdade individual, o

modo de produção tem de se constituir sob a forma de unidade social, de grupos econômicos

que se pensam solidários.

Nisso, em Goerck e Fraga (2010), por exemplo, a Economia Solidária constitui-se em

uma das formas de os sujeitos contestarem o sistema, seja por meio dos princípios nos quais

os trabalhadores inseridos nesses empreendimentos, estão respaldados, seja pela compreensão

dos mesmos em relação ao modo com que ocorre a produção e comercialização existentes, em

que predominam a individualidade, a competitividade e a consequente exclusão social.

Ela compreende o conjunto de atividades econômicas de produção, distribuição,

consumo, poupança e crédito, e estas organizadas sob a forma de autogestão. Para tanto, esta

não se trata de uma liberdade individual em que o sujeito se coloca sobre como se um

pedestal e dali começam a por os outros para produzir para ele. E aí, se enriquece rapidamente

e ainda, tempos depois, enche a caixa-torácica, e lábios, e boca, para dizer que foi com muito

suor e trabalho que conseguiu montar seu império.

Este conceito arrogante, nesta proposta, se o considera varrido, completamente fora

dos conceitos de economia solidária. No entanto, se olhar para as proposituras indiretas e

diretas observações do autor, vê-se que, com isso, se observa uma relação circular, na qual, as

práticas e experiências no campo da economia solidária se convertem em: “[...] foco de

atuação de inúmeras organizações civis, em itens das políticas públicas e em temas de

pesquisa [...]” (GAIGER, 2012, p.10).

Conquanto, a liberdade individual de que o autor fala é direito de negociar livremente,

pagar menos impostos, poder investir na produção daquilo a que sabe projetar e também

produzir, comprar e vender, sem necessariamente tomar bênçãos aos grandes empresários.

Para ele, liberdade individual não quer dizer que o sujeito esteja sozinho e, aliás, mesmo

estando sozinho, não quer dizer que tenha de negociar, individualmente, suas produções

econômicas, ao contrário, quer dizer que ele desenvolve o seu projeto econômico a seu modo,

134

mas este está fundamentado nas causas coletivas, quando um amortece ao outro na hora das

necessidades.

Individual significa que tudo foi resolvido no coletivo da cidade. Quer dizer, em FBES

(2003), o Fórum Brasileiro de Economia Solidária, esta constitui o fundamento de uma

globalização humanizadora, de um desenvolvimento sustentável, socialmente, justo e voltado

para a satisfação racional das necessidades de cada um e de todos os cidadãos da terra,

seguindo um caminho intergeracional de desenvolvimento sustentável na qualidade de sua

vida.

E neste ponto, globalização talvez não, mas humanização sim e, se o projeto é de

economia solidária, significa que todos pensam juntos, mas nem todos produzem as mesmas

coisas. Então, nesse coletivo, um compra do outro o que não produz e vice-versa. Mas essa

liberdade de que o autor fala, ainda vai, além disso, é a liberdade individual de poder reunir-se

a um coletivo e, nele, decidirem com que produtos trabalharem, negociarem, comprarem,

venderem, etc. É um ajudar o outro e todos crescendo juntos.

Assim, a economia solidária pode ser definida também como: “[...] uma série de

experiências organizacionais inscritas numa dinâmica atual em torno das chamadas novas

formas de solidariedade [...]” (FRANÇA FILHO, 2003, p. 13). A saber, porque a economia é

solidária, não quer dizer, que o negociante tenha de montar uma cooperativa. Isto é só se o

coletivo, no âmbito das regras estabelecidas por eles, decidir que vai ser na forma de

cooperativa.

E, mesmo assim, o indivíduo não precisa concordar, ele pode promover o seu projeto

individual, mas, deixar que este se desenvolva sob as regras do coletivo. E, também, é nesse

conceito de coletividade que o autor está tocando. A saber, é sobre isso que, em Singer

(2002), se ponderam. Economia solidária é o que um não tem, mas se o outro tem, então,

significa que todos têm o mesmo produto. É o sentido de um ser todos e todos serem um, ao

mesmo tempo. E sem-arrogâncias, né.

Já os apontamentos do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE (2008) definem a

Economia Solidária como um jeito diferente de produzir, vender, comprar e trocar o que é

preciso para viver, sem explorar os outros, sem querer levar vantagem, sem destruir o

ambiente, e cooperando, fortalecendo o grupo, cada um pensando no bem de todos e no

próprio bem, ao mesmo tempo.

Por fim, nesta segunda seção, o que se pode marcar são os conceitos sobre que se

colocam as discussões no âmbito da economia solidária e isso, sob as ponderações de cujos

princípios básicos se operam sobre a propriedade coletiva, ou seja, a associação do capital sob

os poderes do direito e da liberdade individual, o modo de produção tem de se constituir sob a

forma de unidade social, de grupos econômicos que se pensam solidários.

E neste ponto, em FBES (2003), a globalização talvez não, mas humanização sim e, se

o projeto é de economia solidária, significa que todos pensam juntos, mas nem todos

produzem as mesmas coisas. Então, nesse coletivo, um compra do outro o que não produz e

vice-versa. Daí, em MTE (2008), é um jeito diferente de produzir, vender, comprar e trocar o

que é preciso para viver, sem explorar os outros, sem querer levar vantagem, sem destruir o

ambiente, e cooperando, fortalecendo o grupo, cada um pensando no bem de todos e no

próprio bem, ao mesmo tempo.

Fazendo assim, a cidade só tende a crescer. No mais, como na próxima seção, em

Gaiger (2009), se vai tratar do caráter universal irrevogável dos direitos dos cidadãos e a

necessidade de um novo sistema de regulação da economia. Então, vale ver como essas

dinâmicas funcionam sob esta regulação da economia de que ele fala:

A respeito dessa, Gaiger (2009) faz as seguintes ponderações: [...] Suas ações

concretas e suas bandeiras atuais reclamam o caráter universal irrevogável dos

direitos dos cidadãos e a necessidade de um novo sistema de regulação da

135

economia. Ela refuta a separação entre as esferas social e econômica e a

omissão dos seus vínculos recíprocos no debate político em torno dos modelos

de sociedade. Seu olhar crítico sobre o silêncio da Economia Social precedente .

A Economia Solidária no Centro das Discussões: um trabalho bibliométrico de

estudos brasileiros [...] a respeito dessas questões, sua insistência quanto à

dimensão política das iniciativas que promove e sua adesão aos movimentos

altermundialistas conduziram vários dos seus defensores a designá-la de

Economia Solidária, termo então predominante na América Latina [...]

(GAIGER, 2009, p. 84).

A respeito dessa economia solidária, em Gaiger (2009), se vai tratar do caráter

universal irrevogável dos direitos dos cidadãos e a necessidade de um novo sistema de

regulação da economia. E como assim se propõe, então, vale ver como essas dinâmicas

funcionam sob esta regulação da economia de que ele fala. Daí, nesse ínterim, em Barretos e

Paula (2009), os estudos no campo da economia solidária têm alcançado, recentemente, cada

vez mais destaque e importância nos negócios, sobretudo, porque o modo solidário se

sobrepõe ao capitalista.

E aonde se visa ao solidário, lança fora o lucro. Mesmo porque nem de lucro vivem os

homens, ao contrário, de lucro vivem poucos, aqueles de cuja capacidade de exploração do

homem sobre o homem seja maior, o lucro é também o seu maior contento. Entretanto, ao

solidário não se aplicam lucros, porque no coração deste, mora o pensar no outro, e no outro,

mora o coração dele e vice-versa. Assim, nesta concepção de Gaiger (2009), negam-se as

reciprocidades nos debates políticos sobre que se sustentam os modelos de sociedade.

E nesses modelos se veem cada dia, o senso de solidariedade se sobrepor, porque é

essa sociedade igualitária, não somente pela qual se lutam, mas os aglomerados,

conglomerados e cidades vêm se descobrindo da necessidade de se tornarem solidários entre

si e de se fazerem lugares melhores para se viverem. Tudo isso porque o sentido da vida

humana tem cada dia, se conceituado melhor. E, de repente, sem-solidariedades, não tem esse

clima de vida.

E, na mesma linha, na concepção de Barretos, Lopes e Paula (2011), por exemplo, a

proposta da economia solidária emerge como uma possibilidade de geração de renda, inserção

e mudança social. Em seus estudos, eles questionaram esse tema de estudo da seguinte

maneira: em que consiste o movimento da economia solidária? Para tanto, conceitualmente, a

economia solidária se baseia na ideia de que os benefícios da atividade econômica devem

estar ao alcance daqueles que a realizam, ou seja, dos trabalhadores.

Tal proposta diferencia-se da realidade da sociedade centrada no mercado, sobretudo,

no grande mercado concorrencial e mundial, justamente em função dos seus princípios e

valores. Seus fundamentos são o humanismo, a liberdade, a igualdade, a solidariedade e a

racionalidade. A saber, as primeiras iniciativas se deram em forma de cooperativas em busca

de recuperar o trabalho e a autonomia econômica, perdidos em nome da lógica capitalista,

como se sana em Singer, (2002).

Quer dizer, como fazer uma cidade melhor sem esses elementos ponderadores de

solidariedade: uma possibilidade de geração de renda, inserção e mudança de vida pessoal,

passando aos processos de vida social, o que em Barretos, Lopes e Paula (2011), só se os pode

resumir em economia solidária. Esse conceito vem sendo construído ao longo do século XX,

na Europa, no interior da chamada “economia social”. Tal expressão, segundo Sínger (2002),

representa um debate sobre as possibilidades de cooperação econômica e as formas de

manifestação da solidariedade na sociedade.

Nisso, englobando atividades econômicas, como aquelas desenvolvidas por

cooperativas de trabalhadores, nos mais diversos setores produtivos, e não econômicas, como

o trabalho voluntário em associações de diferentes finalidades. Mas, não só Singer (2002),

ponderou sobre essas atividades econômicas, na verdade, em Laville (2001), classificam-se

136

tais atividades, como serviços de proximidade: creches associativas, lugares de expressão e de

atividades artísticas, iniciativas de ajuda em domicílio, de esporte ou de proteção ao meio

ambiente, etc. Quer dizer, onde o laço social é valorizado por meio da reciprocidade.

Então, aquilo que, em Gaiger (2009), não se ponderou enquanto elementos de

reciprocidade, em razões dos modelos de sociedades omissas a esses debates políticos, em

Laville (2001), se deram por significativos e complementários de necessidades entre as

pessoas mais comuns. E, por causa desses estudos tão realísticos e propiciatórios de combate

aos modelos capitalistas tão necessários, sublimes e incontroversos, é que surgem os novos

sentidos da solidariedade.

Nesse sentido, então, afirma ainda que: “[...] pode-se considerar que a produção de

conhecimentos sobre a economia solidária assume hoje algumas das características de uma

área acadêmica própria, interdisciplinar e entrelaçada a estudos sobre temáticas afins ou sobre

questões mais gerais das sociedades e da realidade global [...]” (GAIGER, 2012b, p. 10). Isto,

porque a solidariedade, no campo da economia, saí de seus planos mais concretos em práticas

sociais, para os campos da ciência, tecnologia e ensinamentos científicos.

Para tanto, ganhando as conceituais do universo interdisciplinar-científico: “[...]

Inicialmente, o tema ingressou nas universidades graças à militância acadêmica de alguns

pesquisadores, não sem enfrentar desconhecimento e descrédito. Passados vinte anos,

constitui um objeto de investigações como tantos outros, em torno do qual gravitam

instituições e pessoas que se reconhecem como integrantes de um círculo acadêmico peculiar,

mobilizando-se em eventos científicos, publicações e pesquisas [...]” (GAIGER, 2012b, p.

10).

Entretanto, a apropriação desse novo conceito, vai tomar ciência, não só para: “[...] a

apropriação do conceito e o reconhecimento da importância desse tema nas instituições de

pesquisa no Brasil trouxeram consigo novas demandas de conhecimentos, o que acarreta

também diversos “desafios ao marco epistemológico, teórico e metodológico das ciências”,

estimulando assim “novos objetos investigativos e a discussão em torno de métodos e

fronteiras disciplinares [...]” (GAIGER, 2012b, p. 5). Mas, porque da universidade, os estudos

voltam na forma de atividades e metodologias. E o ensino não fica só e somente só no campo

científico, mais volta proporcionando muito mais confiabilidade. E disso, toda cidade precisa,

não somente Ibirité.

Finalmente, vale destacar as marcas finais do artigo apontando para a cidade que esta

deve adotar a economia solidária como modalidade de desenvolvimento econômico, em

Campos e Canavazes (2007), no que tange ao versátil modelo de conexão, e nesta proposta, se

a cidade quer adotar a economia solidária como meio de desenvolvimento econômico, jamais

pode confiar e, para tanto, se pautar nos referenciais fenômenos da globalização, pois que

estes somente tendem para aumentar a desigualdade social.

6.4.3 Premissas sintomático-econômico-criativas

Também, ao modo sintomático-econômico, em se pensando numa cidade como Ibirité,

por exemplo, olhando para os mesmos sintomas, característico-políticos, mas agora, sob os

pontos em que se demarcam a economia criativa, se vista sob os fenômenos da globalização

como, em Campos e Canavazes (2007), naquele versátil modelo de conexão em que eles

mesmos deixam transparecer os fenômenos discrepantes entre a desigualdade social e essa

globalização, como estes se colocam na definição dessa mesma globalização, e a cidade

pensando que com ela mesma, se vai desenvolver-se economicamente.

Aí, nesta, continua-se pensando que, quem assim se entretém, engana-se, mais uma

vez. Numa verdade, o que se vai ver é uma cidade completamente fora desses parâmetros

econômicos, sobretudo, culturais e criativos, pois que, suas políticas públicas nunca se voltam

137

para essas temáticas, haja vistas para trás, no tempo da história, principalmente, em razões das

características e interesses políticos de seus agentes, os políticos-principais.

Quer dizer, noutra verdade, adotar comportamentos econômico-criativos, em certos

contextos sociais já é difícil, ainda se tratando de Ibirité, quanto mais sob o ponto de vista

econômico - e dessa globalização ainda por cima, que de humanização nada tem - são

questões de interesses pessoais, mas acima de tudo, políticos; contudo, não só, pois que esta

somente tende para aumentar a desigualdade social entre os povos e, em Ibirité, não ficará por

menos.

Logo, na cidade, se o agente político principal não tiver interesse nessas práticas e

demandas econômicas, dificilmente, elas sobressaem na cidade, principalmente, a criativa que

depende de habilidades intrínsecas, mas não só, também, de qualificação profissional. Assim,

desse modo, dentro dessas premissas, se iniciam os estudos sobre a economia criativa. Para

tanto e, de outro modo, em Unesco (2010), se vai ver - em contextos socioeconômicos

externos à cidade de Ibirité.

Daí, o papel do governo como incentivador dos negócios criativos através de políticas

para o crescimento ao longo do tempo é de fundamental relevância para estes setores. Neles,

as empresas que mais investem em criatividade são de pequenos e médios portes. E os

sujeitos palradores de investimentos são os esforços de trabalhadores, que depois de um longo

período de mudanças sociais, políticas e econômicas, marcadas, por exemplo, pelas alterações

com aglomerações de pessoas em aglomerados de habitações.

E ainda, os êxodos rurais e as cidades conglomeradas por ajuntamentos, ao lado do

envelhecimento da população, e mesmo sendo cidades compostas de aglomerados,

constituem-se elas nos melhores lugares, senão, para se viver, mas para a sobrevivência, em

detrimentos das sobrevidas rurais. Daí, o reconhecimento e expansão dos serviços de cuidados

às pessoas, o aumento das desigualdades gerado pela sucessão de políticas neoliberais e por

essa globalização desigual, resultante em mais desigualdades sociais e discrepâncias,

presencia-se a nova geração oriunda da economia social e promotora de solidariedades nos

âmbitos da criatividade cultural.

Esse é o papel de um governo municipal: “[...] as empresas que mais investem em

criatividade são de pequenos e médios portes. Apesar da vantagem de empregarem mais,

essas empresas sofrem dificuldades em obter financiamento para seus projetos. As grandes

empresas se arriscam em novas tecnologias de comunicação com aplicações digitais para

atender mercados consumidores com bens e serviços classificados como produtos culturais

[...]” (UNESCO, 2010, p.86).

Esta é a dinâmica, ou se investem nelas ou deixem que elas invistam na cidade, ou se

invistam em si próprias; mas, se sob os olhares discriminatórios, não funciona, pois que elas

são mesmas de pequenos e médios portes. E já está dito que elas empregam mais, mas seus

projetos terminam por serem mais caros, pela falta de patrocinadores ou pelas dificuldades em

financiamentos. E se tem essas dificuldades, isto significa que elas são muito melhores em

qualidade de serviços, de produtos, de empreendimentos, de capacidade criativa e tudo mais

do gênero.

Isso, porque seus empreendedores – zelosos por suas empresas e pelo senso de

dificuldades – cuidam sempre para que seus negócios e produtos estejam atualizados e sempre

caracterizados no âmbito da economia e cultura criativa. Destes, em Unesco (2010), até se

apontam algumas características, por exemplo, os direcionadores da demanda da indústria

criativa, que podem ser divididos em: designs interiores, gráficas, moda; novas mídias:

arquitetura, cultura e entretenimento, pesquisa e desenvolvimento; e serviços criativos e

correlatos, de modo geral.

Para tanto, em Brasil (2011), baseadas em interpretações próprias e/ou na de

pesquisadores, órgãos mundo afora relacionados com a economia criativa, tentam delimitar a

138

sua compreensão sobre o tema. Destaca-se, portanto, a compreensão expressa no Plano da

Secretaria de Economia Criativa, no Brasil: “[...] Economia Criativa partindo das dinâmicas

culturais, sociais e econômicas construídas a partir do ciclo de criação, produção,

distribuição/circulação/difusão e consumo/fruição de bens e serviços oriundos dos setores

criativos, caracterizados pela prevalência de sua dimensão simbólica [...]” (Brasil, 2011, p.

23). E esses são os valores culturais a ela atribuídos.

Contudo, a criatividade se caracteriza como: “[...] A economia criativa é, portanto, a

economia do intangível, do simbólico. Ela se alimenta dos talentos criativos, que se

organizam individual ou coletivamente para produzir bens e serviços criativos [...]” (Brasil,

2011, p. 23). De repente, vale à pena tê-las, não sob o olhar do ter, mas do crer, do fazer, do

saber-fazer, do entender e com elas, buscar o entretenimento para a cidade associada à relação

de trabalho, empregabilidade, desenvolvimento social e humano e, sobretudo, cultural e

criativo.

Enfim, fazendo tudo sob o resgate das marcas que ficaram nesta seção. A economia

criativa se vista sob os fenômenos da globalização, implica na permanência da desigualdade

social e se a cidade pensando que com ela mesma, se vai desenvolver-se economicamente. Aí,

nesta, continua-se pensando que, quem assim se entretém, engana-se, mais uma vez. A cidade

está fora dos padrões da economia criativa, mas isso não significa que o sistema municipal

não possa adotá-la, desde que, com investimentos e criatividade.

Então, se o agente político principal não tiver interesse nessas práticas e demandas

econômicas, dificilmente, elas sobressaem na cidade, principalmente, a criativa que depende

de habilidades intrínsecas, mas não só, também, de qualificação profissional. E já está dito

que elas empregam mais, mas seus projetos terminam por serem mais caros, pela falta de

patrocinadores ou pelas dificuldades em financiamentos.

E se tem essas dificuldades, isto significa que elas são muito melhores em qualidade

de serviços, de produtos, de empreendimentos, de capacidade criativa e tudo mais do gênero,

porque seus empreendedores – zelosos por suas empresas e pelo senso de dificuldades –

cuidam sempre para que seus negócios e produtos estejam atualizados e sempre

caracterizados no âmbito da economia e cultura criativa. No mais, como na próxima seção, se

vai ver, em Santos (2007), a economia criativa sob a temática dos bens ou serviços culturais

produzidos, reproduzidos e difundidos segundo critérios comerciais e industriais. Neles, se

vale ver:

[...] bens ou serviços culturais [...] produzidos, reproduzidos e difundidos

segundo critérios comerciais e industriais, ou seja, quando se trata de uma

produção em série, destinada ao mercado e orientada por estratégias de

natureza prioritariamente económica. E o que cabe, concretamente, neste

sector das indústrias culturais? Em geral, refere-se o cinema, o disco, o rádio, a

televisão, mas também se avança a informática, a publicidade, o turismo, ou

ainda, a organização de espetáculos e o comércio da arte Nessa perspectiva, o

cinema poderia ser tratado apenas como negócio, e não ou também como arte.

Entretanto, a ideia de indústrias culturais surgiu no pós-guerra e hoje o termo

já é tratado com menos agressividade, sendo frequentemente amenizado com o

posterior conceito de economia da cultura [...] (SANTOS, 2007, p. 26).

Nesse tanto, se vai ver, em Santos (2007), a economia criativa sob a temática dos bens

ou serviços culturais produzidos, reproduzidos e difundidos segundo critérios comerciais e

industriais. E se a economia é criativa, então, é porque os serviços se caracterizam como

sendo culturais, e sendo culturais, estes se apresentam sob as diversas modalidades de

mercado. Se do artesanato, por exemplo, os tombados materiais: os manuais em bordados,

crivados, tricotados, tecidos em todas as cores e tons; os em madeira em hagiografias, em

talhados, em móveis, em carpintarias, e tudo mais do gênero.

139

Mas, se dos artefatos culturais, por exemplo, os tombados imateriais: os cinemas,

cineclubes, os anúncios publicitários, as peças teatrais, os sambas-enredos e em agogôs,

escolas de samba, congados, enfim, shows artísticos. E ainda, se em artefatos culinários, por

exemplo, os tombados dos sabores: pães de queijo-minas, queijos-Serro, café-Nice, dentre

outros. Todos produzidos, reproduzidos e difundidos ao rigor dos critérios do comércio e da

indústria criativa.

Noutro tanto, a conhecer do mérito da indústria criativa sob a ótica dos bens tangíveis:

“[...] Percebe-se que o bem cultural possui um efeito dominó na economia da cultura, se uma

cidade possui um prédio histórico que se transforma em museu, ele é um bem cultural

tangível que teve, em sua etapa de produção, a construção do prédio e a adequação para se

tornar um museu [...]” (FLIRISSI e VALIATI, 2007, p.118).

Na verdade, estes são portentos da cultura que se a cidade não os pode aculturar, pelo

menos, prepara-se para os tornarem cultura local. Se para turismo, em História (2018), não se

sabe, haja vista para a pequena estação ferroviária que, desde 1917, conta sua história na

corrida sobre os trilhos e sob os linguísticos de ybyrete. E a Ermida do Rosário, com a

Fazenda Pestalozzi, a ADAV como escola dos discentes-maiores em maturidade intelectual e

o próprio antigo Instituto Rural-ISER, hoje, a Fundação Helena Antipoff.

Tudo história, cultura e imaterialidade contida no interior da história e da cultura que,

sob a ótica da economia criativa, podem virar muito mais que museus, que história, que

ambiente natural, que cidade hipossuficiente colocada como “carente” de cultura. Para tanto,

vale ver: “[...] eles estão a Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais, destinada à educação de

alunos, com altas habilidades, o Ginásio Normal Rural Oficial Sandoval Soares de Azevedo

destinado à formação pedagógica de normalistas para o ensino rural; o Instituto Superior

de Educação Rural, órgão de pesquisa e especialização em educação rural; Ginásio Normal

Oficial Caio Martins, destinado ao curso vocacional agrícola masculino e ao semi-internato

para moças [...]” (PINCER, 2005, p.2).

E a autora continua pontuando: “[...] a Associação Comunitária do Rosário para

o Desenvolvimento e Assistência com objetivo de oficinas pedagógicas destinadas

a adolescentes e jovens da comunidade; a Associação Milton Campos para

o Desenvolvimento e Assistência às Vocações dos Bem-dotados, colônia de férias para

adolescentes e bem-dotados. A prática filosófica de Helena Antipoff, para o ensino na

Fazenda focava a aproximação dos alunos com a vida no campo [...]” (PINCER, 2005, p.2).

Quer dizer, o tipo de empresa que atua nesses setores, sobretudo, esses patrimônios da

História de Ibirité, é prevalentemente, de portes pequenos e médios, e que sofrem dificuldades

para obterem financiamentos para seus projetos, produtos e empreendimentos, pois que,

aparentemente, são negócios mais arriscados que, em outros ramos, afetando particularmente

os países que possuem sistemas financeiros menos desenvolvidos, no caso, o Brasil, por

exemplo: ”[...] as grandes empresas fazem uso das novas tecnologias de comunicação com

aplicações digitais para suprir os mercados consumidores por meio de bens e serviços

classificados como produtos culturais [...]” (UNESCO, 2010, p. 86).

“[...] Entre as empresas criativas com uma história de sucesso, podem ser citadas a

Microsoft e a Apple, que desde a década de 1980 focaram na criação de sistemas operacionais

para computadores pessoais de baixo custo em que a matéria-prima para a criação dos

produtos e serviços foi à criatividade [...]” (UNESCO, 2010, p. 86). Quer dizer, as matérias-

primas da economia criativa estão nas suas diversas áreas, baseadas em atividades de

conhecimento abrangendo artes em geral, potenciais geradores de vendas do comércio e

direitos de propriedade intelectual.

Em outros produtos tangíveis e intelectualmente intangíveis ou serviços artísticos com

criatividade, valor econômico, e com objetivos de mercado, constituindo-se numa nova

dinâmica do setor. Enfim, tudo sob o resgate das marcas que ficaram nesta segunda seção.

140

Para tanto, se a economia é criativa, então, é porque os serviços se caracterizam como sendo

culturais, e sendo culturais, estes se apresentam sob as diversas modalidades de mercado. ,

estes são portentos da cultura que se a cidade não os pode aculturar, pelo menos, prepara-se

para os tornarem cultura local.

Se para turismo, em História (2018), não se sabe, as matérias-primas da economia

criativa estão nas suas diversas áreas, baseadas em atividades de conhecimento abrangendo

artes, em geral, potenciais geradores de vendas do comércio e direitos de propriedade

intelectual. No mais, como na próxima seção, se vai tratar, em Florissi e Valiati (2007), das

temáticas da característica particular da economia da cultura e a reação em cadeia quando um

bem cultural é produzido, colocado em circulação e consumido pelo mercado. Disso, se vale

ver: [...] Outra característica particular da economia da cultura é a sua reação em

cadeia quando um bem cultural é produzido, colocado em circulação e

consumido pelo mercado: Quando algum grupo de indivíduos consome um bem

cultural, a existência futura desse capital cultural depende da manutenção e de

investimentos no presente. Isso irá possibilitar a continuidade desse capital em

possuir valor econômico e gerar um fluxo de serviços que adiciona um valor

econômico ao agregado – fator muito importante para a economia. Fica claro,

então, que uma quantidade de recursos deve ser alocado de modo que esse

capital cultural possa continuar existindo e fomentando a economia da região,

ou mesmo gerando somente valor cultural para o indivíduo pela sua mera

existência [...] (FLORISSI e VALIATI, 2007, p. 16).

Prosseguindo-se, o que se vai tratar, em Florissi e Valiati (2007), das temáticas das

características particulares da economia na cultura e a reação em cadeia quando um bem

cultural é produzido, colocado em circulação e consumido pelo mercado. Disso, se vale ver, é

que quando algum grupo de indivíduos consome um bem cultural, a existência futura desse

capital cultural, depende da manutenção e de investimentos no presente.

Quer dizer, as formas de se investir num produto cultural, é adquirindo o produto,

diferente do ato de empreender. Então, se o produto é uma sessão de teatro, por exemplo,

significa que o serviço foi adquirido pelo expectador. Como se trata de um bem imaterial,

portanto, não permanente, senão apenas em temporada em que a peça se encontra em cartaz.

Logo, em Florissi e Valiati (2007), a permanência do capital se extingue com a temporada.

É, por isso, que a indústria focada na economia criativa tende para não investimentos,

bem como, para não investidos, pois que, a permanência e circulação do capital cultural, só

vão ser efetivas, se os investidores cuidarem em manter a sequência na prestação do serviço.

E não somente, o investidor tem de se preocupar também com a criação de hábitos nos

investidos ou os consumidores daquele serviço. Quer dizer, ainda sob os conceitos de Florissi

e Valiati (2007), criando-se hábitos, significa que o consumidor vai sempre procurar por

aquela peça de teatro, a sessão de cinema, o show artístico, seja musical, seja humorístico,

seja dramático, e assim por diante.

Então, nessa linha de entendimento, a compreensão será: “[...] Se o produto cultural

possui o valor simbólico de acordo com a percepção de cada indivíduo, diante dele, o

mercado terá o valor econômico, de acordo com algo material e mensurável, como

faturamento, público pagante e empregos. Complementando o raciocínio [...]” (Reis, 2007, p.

282).

Para tanto, às vezes, não há investidores interessados em prestar os serviços, por causa

das dificuldades de se criar e manter um público ativo e frequente, pois que, todo serviço

cultural criativo tem um público-pagante, assim como quaisquer outros produtos materiais

precisam de um consumidor-comprador daquele produto. E no caso da indústria criativa, esse

investimento fica mais caro para quem investe. Por exemplo, a arte circense, se esta demorar-

141

se mais que um mês, em determinada localidade, perde a freguesia, pois que, o próprio

investidor não consegue manter as situações de entretenimento.

E isso vale para os teatros, os cinemas, e outros, que não são ambulantes como os

circos, mas têm de trabalhar com as temporadas, senão, não caminham nem se desenvolvem

enquanto economia de entretenimento. Nesse contexto, embora a associação entre

criatividade, e produtos, e serviços diferenciados não seja novidade, passou a receber maior

atenção com o despontar de várias tendências paralelas, que se amalgamaram, reformulando-

se umas as outras.

Dentre elas vale até ressaltar: “[...] expansão da representatividade econômica das

indústrias culturais e sua circulação em meios digitais; a maior disponibilidade de tempo para

lazer nos países desenvolvidos; [...] o declínio paralelo de algumas tradicionais locomotivas

da economia; e o fomento da visão transversal da cultura [...]” (Reis, 2007, p. 282). Quer

dizer, é a diversidade se colocando, cada dia mais, sob as possibilidades de ampliação das

indústrias culturais. O que antes do advento da internet, era cultura material e imaterial, mas

num mundo real, na internet, passou a ser cultura virtual.

A expansão da representatividade vai, a cada tempo da história, se modificando, e se

tornando um mundo, cada vez, mais vasto. Entretanto, nada do aculturado anterior, se perde.

Na verdade, pode ser difícil para uns, mais fácil para outros, mais estabilizado para outros,

contudo, há público para todas as culturas. Noutra linha, em Cleber Morelli-Mendes,

Cristóvão Domingos de Almeida (2016), percebe-se que o plano da Secretaria de Economia

Criativa, no Brasil, apresenta uma postura mais ampla sobre o tema, compreendendo a

economia criativa de forma similar ao que, os autores mencionados, cunham na indústria

criativa.

Estes as comparando a um grande guarda-chuva capaz de ter, em si, as diversas

atividades de caráter criativo e de valor simbólico, não somente os culturais, ou ainda,

fazendo algum tipo de distinção entre elas. Para tanto, vale compreender como funciona isso,

como importância dada à indústria criativa para o desenvolvimento e esta como atividade

econômica. Noutro contexto, vê-se que documento da Unesco (2010), recomenda que os

governos atuem de modo a apoiar esse setor da economia. Entre essas medidas, se resumem

em:

Nível micro: analisa e mapeia os impactos econômicos e sociais das indústrias

criativas. Ao mesmo tempo, dar suporte às pequenas e médias empresas.

Nível meso: comparar a análise entre as indústrias criativas e outros ramos da

economia [...].

[...] Nível macro: estabelecimento de políticas sistêmicas com instrumentos

institucionais para o desenvolvimento socioeconômico e fortalecimento da identidade

cultural. A meta das políticas públicas propostas pela Unesco é analisar o impacto de longo

prazo das indústrias criativas nas economias nacionais (UNESCO, 2010, p. 262).

E entre as manifestações em destaque da indústria criativa, em Unesco (2008),

destacam-se:

A) Patrimônio cultural: representa a identidade cultural influenciada por aspectos

históricos, antropológicos e étnicos, estética e visões sociais que influenciam o patrimônio

cultural, bem como os bens e serviços produzidos. Subdividido em: manifestações culturais

tradicionais (festivais e celebrações) e locais culturais (bibliotecas, museus, exposições).

B) Artes: inspiradas no patrimônio cultural, valores de identidade e símbolos,

incluindo atividades baseadas puramente na arte e cultura. Subdividido em: artes visuais

(pintura, fotografia) e artes performáticas (música ao vivo, teatro, ópera).

C) Mídia: baseada na comunicação de grande audiência. Subdividido em:

publicações e mídia impressa (livros e revistas) e audiovisual (filmes, televisão, rádio etc.)

(Unesco, 2008).

142

Finalmente, fazendo tudo sob o resgate das marcas que ficaram nesta seção. A

economia criativa se vista sob os fenômenos da globalização, implica na permanência da

desigualdade social e se a cidade pensando que com ela mesma, se vai desenvolver-se

economicamente. Aí, nesta, continua-se pensando que, quem assim se entretém, engana-se,

mais uma vez. A cidade está fora dos padrões da economia criativa, mas isso não significa

que o sistema municipal não possa adotá-la, desde que, com investimentos e criatividade.

Então, se o agente político principal não tiver interesse nessas práticas e demandas

econômicas, dificilmente, elas sobressaem na cidade, principalmente, a criativa que depende

de habilidades intrínsecas, mas não só, também, de qualificação profissional. E já está dito

que elas empregam mais, mas seus projetos terminam por serem mais caros, pela falta de

patrocinadores ou pelas dificuldades em financiamentos.

E se tem essas dificuldades, isto significa que elas são muito melhores em qualidade

de serviços, de produtos, de empreendimentos, de capacidade criativa e tudo mais do gênero,

porque seus empreendedores – zelosos por suas empresas e pelo senso de dificuldades –

cuidam sempre para que seus negócios e produtos estejam atualizados e sempre

caracterizados no âmbito da economia e cultura criativa.

Enfim, tudo sob o resgate das marcas que ficaram. Para tanto, se a economia é

criativa, então, é porque os serviços se caracterizam como sendo culturais, e sendo culturais,

estes se apresentam sob as diversas modalidades de mercado, pois que estes são portentos da

cultura que se a cidade não os pode aculturar, pelo menos, prepara-se para os tornarem cultura

local.

Se para turismo, em História (2018), não se sabe, as matérias-primas da economia

criativa estão nas suas diversas áreas, baseadas em atividades de conhecimento abrangendo

artes, em geral, potenciais geradores de vendas do comércio e direitos de propriedade

intelectual. Nisso, quando algum grupo de indivíduos consome um bem cultural, a existência

futura desse capital cultural, depende da manutenção e de investimentos no presente.

Consequentemente, a expansão da representatividade vai, a cada tempo da história, se

modificando, e se tornando um mundo, cada vez, mais vasto. Entretanto, nada do aculturado

anterior, se perde. A indústria criativa não atrai muitos investidores em razão de serviços não

fixos, podendo somente ser executados nas temporadas. Mesmo assim, o investidor tem de

propiciar as condições para que seus consumidores adquiram hábitos de cultura e se tornem

expectadores ativos e frequentes nas modalidades de cultura criativa.

6.5 Eixos assintomático-ambiental-sustentáveis

Em se pensando nos sintomas a que se acometem o meio ambiente em Ibirité, a tocar

nas questões que implicam em ambiente agradável para se viver, sobretudo, o que tange às

qualificações do espaço sobre que se edifica a cidade, vale até compreender, nos termos em

que: “[...] para termos de fato uma cobertura qualificada das questões ambientais [...], é

preciso que os editores entendam que o assunto merece o mesmo status da política e da

economia, exigindo também matérias investigativas de fôlego. Não basta mostrar na televisão

paraísos perdidos na Amazônia e no Pantanal, é preciso explicar as verdadeiras causas da

crise ambiental que ameaça o país com a maior biodiversidade do mundo [...]” (MOTA, 2010,

p.6).

Quer dizer, o autor está preocupado com o meio ambiente geral. Para ele, mostrar

espaços ambientais bem qualificados e bem-preservados, só pode ser para incentivar os

demais ambientes a se tornarem como tais espaços. E é por isso que se começa a olhar para

esse espaço, de que se fala esta proposta, como lugar que precisa adotar como referência esses

parâmetros conceituados adotados pelo autor.

143

É claro que não é tão-simples assim, pois que até a biodiversidade do município, no

caso a Serra do Rola-Moça, que vem, há anos, trabalhando para que esta possa se tornar a

hidro biodiversidade, não só do lugar, mas da região, se considerando que esta já é um Parque

Estadual, quer dizer, uma reserva ambiental. E olha a luta a que se tem travado entre prefeito

municipal, contrário, e movimentos sociais, Ongs favoráveis, e as mineradoras no pleito de

voltarem a explorar a serra, sobretudo, a Santa Paulina.

E esta até o momento não podido ser essa reserva desejada. Então, não é simples o

processo. Daí se estiver previsto num plano, trabalhar a temática no campo da cidade como

um todo necessitário de um meio ambiente saudável, fica menos difícil, se ao contrário,

praticamente ignorado e impossível. A saber, por esse olhar, em Miranda (2008), por

exemplo, se vai ver que um bom começo para ampliar a sustentabilidade florestal seria

repensar o papel das florestas na economia e na vida.

Aliás, para ele, do País, facilitando o plantio para a produção comercial de energia e

madeira, principalmente, nas áreas de pastagem da Amazônia, e protegendo, adequadamente,

o valioso patrimônio natural. Nesse caso, o autor se posiciona também sobre um meio

ambiente geral, em Miranda (2008), entretanto, cada lugar precisa olhar para essa referência

geral como instrumento de orientação politica, no sentido de trabalhar para melhorar o seu

ambiente local.

Esse é o caso de Ibirité, conforme Comunicação (2018). No mesmo caso e sob outro

olhar, basta recobrar o sentido das águas de quando se era ainda moçoilo, claras, que de tão-

claras, se faziam potáveis, ao ponto de se as beberem com as mãos – bastava agachar-se.

Quem sabe ainda, uns 40 anos atrás - mas nessa situação caracterizada, se crê que há muito

antes - a ver também que a maioria das áreas geográficas da cidade se vestia de vegetações em

serrados, conforme Comunicação (2018).

E, hoje, quantas matas não se transformaram, primeiramente, em campos de hortaliças

e ouros hortifrutigranjeiros – tempos bons de cidade, pois que, quase o que a vista alcançava,

esverdeava-se de hortaliças – secundariamente, estas em habitações! Quer dizer, em todas as

situações espaciais transformadas, o objetivo das propriedades de cumprirem com a sua

função social, se manteve. Isso não quer dizer que, quando em vegetações em serrados, estas

não tivessem funções sociais.

O que, na verdade, tinham – sobretudo, o de manter a umidade climática dos ares, suas

filtragens e purificações, facilitando nos processos de respiração dos humanos, da fauna, das

próprias vegetações, ou seja, as funções sociais somente se mudaram de foco. Agora, essas

mesmas propriedades, sob as mãos de outros donos, cumprem com função social de habitar os

humanos, atribuir-lhes a dignidade da moradia e, ao lado disso, tantas outras funções: abrigo

das chuvas, temporais, dentre outros.

A saber, situações geográfico-espaciais fundamentadas: “[...] Os anos 80 foram

denominados por vários analistas econômicos como a “década perdida”. Isso devido à

profunda crise vivida pela economia brasileira, marcando um período de estagnação

econômica, aceleração da urbanização descontrolada, inflação elevada, desemprego e altas

taxas de juros pagas ao sistema financeiro internacional. O aprofundamento da crise provocou

um processo de transformações econômicas, políticas e sociais de forma drástica e rápida

como jamais vivida anteriormente [...]” (GONÇALVES; ANACLETO; MORATO, 2012, p.

3).

Quer dizer, os autores relembram-se dos anos em que tudo começou, supostamente, a

derruir. E, por eles, no que se refere à aceleração da urbanização descontrolada, dá para

perceber que uma coisa chama a outra. Por exemplo, a estagnação econômica acompanhada

de elevada inflação provoca desempregos e estes, por causa da pobreza, movimenta as

pessoas para as periferias e, no caso de Ibirité, grande periferia da capital, também em

conturbação, o momento em que municípios se encontram, através das habitações.

144

Época em que, se olhasse para trás em 10 anos, década de setenta, como em

Populacional (2019), o município de Ibirité apresenta elevado grau de urbanização - 98 por

cento. Até 1970, menos de 20 por cento da população vivia em área urbana e as atividades

ligadas ao setor primário eram a principal ocupação do município. Coincidindo com o

grande crescimento demográfico da década de 1970, observado na Região Metropolitana de

Belo Horizonte, Ibirité passou por um processo intenso de urbanização, quando a população

urbana passou de 20 para 68 por cento.

Enfim, nesta seção, no que tange às marcas que ficaram, vale ver que se devem adotar

as experiências e referências espacial-ambientais bem-conservadas, em âmbito nacional,

como referência e forma de incentivo às melhorias e valorizações ambientais do lugar.

Também, a luta pela biodiversidade do município, no caso a Serra do Rola-Moça, pra que esta

possa se tornar a hidro biodiversidade, não só do lugar, mas da região, permanece, se

considerando que esta já é um Parque Estadual, quer dizer, uma reserva ambiental.

E ainda, se reconhece a história da cidade, nos seus vários processos de

transformações espacial-geográficas, como sendo as propriedades cumprindo a sua função

social, tanto em seu passado histórico quanto atualmente. No mais, como na próxima seção,

se vai ver que, em Loureiro (2004), como a cidade se confunde em meio a suas próprias

histórias e faz nascer à tona a necessidade educação ambiental. Então, vale ver:

[...] Em Educação Ambiental, ciência e formação crítica precisam se relacionar

de modo a compreendermos sob que condições o saber científico se desenvolveu

e a favor do que e de quem, nos apropriando da base instrumental e reflexiva

necessária para a educação, para alteração objetiva das condições de vida da

população e reversão do processo de degradação e exploração das demais

espécies e da natureza como um todo, rompendo com dogmas e obstáculos à

liberdade humana [...] (LOUREIRO, 2004, p. 30).

Neste prisma, sob a ordem da ciência somada à formação crítica e, visando às

conquistas dos saberes-científico e relacionando esses saberes com espaço geográfico a que se

ocupa, entendendo-o como sendo o ambiente em que se vive. E por ser esse ambiente, se vai

ver que, em Loureiro (2004), a cidade precisa de muita educação ambiental e, para tanto, esta,

às vezes, se confunde em meio a suas próprias histórias e faz nascer à tona às condições de

necessidade básica, dessa educação ambiental.

Então, noutro prisma, vale ver que num todo necessitário de um meio ambiente

saudável, ficam mais difíceis os processos de recuperação, se considerando os poucos espaços

rurais que a cidade tem e, menos difícil, se ao contrário, praticamente ignorado e impossível,

sem nenhuma iniciativa de recuperação ambiental. Daí, essa educação ambiental de que, em

Loureiro (2004), se fala tem de estar conjugada aos processos de formação política dos

cidadãos.

A saber, por esse novo olhar, em Miranda (2008), por exemplo, se vai ver que “[...]

um bom começo para ampliar a sustentabilidade florestal seria repensar o papel das florestas

na economia e na vida do País, facilitando o plantio para a produção comercial de energia e

madeira principalmente nas áreas de pastagem da Amazônia e protegendo adequadamente o

valioso patrimônio natural [...]” (MIRANDA, 2008b, p. 51).

Isso quer dizer que a sustentabilidade ambiental precisa ser, na verdade, implantadas e,

em meio a isso, resgatadas algumas partes de matas de serrado ainda em bons estágios, e

resgatada através do replantio de árvores, na revoada de sementes, da recuperação de

nascentes d’água, da recuperação dos córregos Pantana e seus afluentes dos esgotos a céus-

abertos a que viraram nos últimos trinta anos.

Quer dizer, no pensar do autor, através de reestudo e correção do: "[...] o plano diretor

como plano urbanístico se caracteriza como plano imperativo por suas diretrizes serem

impositivas para a coletividade, apresentando um conjunto de normas de conduta que os

145

particulares ficam obrigados a respeitar [...]" (SAULE JR, 2002, p. 77-78). A saber, através

das sessões e estudos abordando o planejamento ambiental visando à correção do plano

diretor da cidade, se faz a educação ambiental que, em Louteiro (2004), tão-necessária e, ao

mesmo tempo, se projeta a recuperação ambiental da cidade.

Assim sendo, em Ucam (2014), os artigos 1º e 2º da Lei 9.795/99, que dispõem sobre

educação ambiental e instituem a política nacional de mesma natureza, e a define como sendo

educação ambiental, os processos, por meio dos quais, o indivíduo e a coletividade constroem

valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a

conservação do meio ambiente, bem como, estes de uso comum do povo, essencial à

qualidade de vida e sustentabilidade ambiental, sendo um componente essencial e permanente

da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e

modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal.

A saber, como em Loureiro (2004), se a cidade investe em educação ambiental,

adquirem-se a formação e consciência ambiental, ao mesmo tempo. Para tanto, se faz

necessário implementar estudos competentes e permanentes: “[...] O conhecimento e as

informações são a base necessária para analisar questões controversas que incluem conflitos

de interpretações e decisões, dependentes de valores pessoais e sociais. Preparar o cidadão

para pensar sobre as questões que permitem várias respostas muitas vezes conflitantes

demanda que ele seja alfabetizado em ciências [...]” (KRASILCHIK; MARANDINO, 2004,

p. 34).

Afora isso, a população tende a se valer dos conhecimentos como instrumentos de

formação, consciência e os aproveitando em situações ambientais de fortalecimento da

cidadania. Nisto, no tocante à criação de instrumentos legais, a Constituição Federal

determina, em seu artigo 23, inciso VI, que cabe à União, aos Estados, ao Distrito Federal e

aos Municípios a competência concorrente para “[...] proteger o meio ambiente e combater a

poluição em qualquer de suas formas [...]” (CERVI, 2009, p.1).

Daí, essa possibilidade decorre da concretização do denominado federalismo

cooperativo refletido, quando no parágrafo único do artigo 23, se prevendo numa lei

complementar que se fixem normas para a cooperação entre União, Estados, Distrito Federal e

Municípios, visando ao equilíbrio entre desenvolvimento e bem-estar em âmbito nacional,

como em CERVI (2009) se orienta.

A saber, se o crescimento é amplo, então é só ver: “[...] Considerando que, de um lado,

há um crescimento marcadamente amplo da ciência e da tecnologia e, de outro, situações que

agravam a miséria, a degradação ambiental e os conflitos étnicos, sociais e políticos, é preciso

que os cidadãos estejam em condições de usar seus conhecimentos para fundamentar suas

posições e ações [...]” (KRASILCHIK; MARANDINO, 2004, p. 34).

Enfim, a falta de uma boa educação ambiental como, em Loureiro (2004), permite

que se agravem as situações de miséria nas comunidades, e por esta se agravar, estende-se à

degradação ambiental. E daí, nestes se vêm os conflitos impostos pelo etnocentrismo que, na

verdade, são os preconceitos sobre as etnias, e assim se vai estender, também, às questões

sociais, aonde os problemas se multiplicam e chegam às questões conflitantes do âmbito

político.

E é, também, aonde se permanecem como problemas sociais para a vida toda,

praticamente, pois que é no campo político que esses problemas nunca se resolvem. Por fim,

como esta é a segunda seção deste artigo, vale reforçar as suas marcas. Para tanto, a primeira

se faz, nesta proposta e, em Loureiro (2004), se reconhecer a educação ambiental como

necessária e permanente para a formação da consciência política, ambiental e cidadã.

E ainda, em Loureiro (2004), reconhecer, através de estudos de revisão do plano

diretor, a necessidade de um planejamento ambiental visando à correção do plano diretor da

cidade, á recuperação do meio ambiente, através dos quais, a educação ambiental se torna

146

disciplina permanente dos cidadãos ibiriteenses, bem como, planejamento ambiental tão-

necessário e, ao mesmo tempo, se nele se projeta a recuperação ambiental da cidade.

Dado isso, a população tende a se valer dos conhecimentos como instrumentos de

formação, consciência e os aproveitando em situações ambientais de fortalecimento da

cidadania. No mais, como na próxima seção, se vai ver Bueno, (2007), como as temáticas do

Jornalismo Ambiental que contempla as várias mídias ou ambientes: jornais, revistas, rádio,

televisão, sites, newsletters. Para tanto, se faz ver:

[...] O Jornalismo Ambiental contempla várias mídias ou ambientes (jornais,

revistas, rádio, televisão, sites, newsletters, etc.) e, como as demais

manifestações jornalísticas, caracteriza-se pelos atributos da atualidade e

periodicidade. A cobertura jornalística ambiental pode estar inserida num

veículo ao lado de outras coberturas (como ocorre basicamente nos jornais e

revistas de informação geral ou nos programas de rádio e televisão), mas

também pode ser o foco exclusivo de uma publicação, como acontece nas

chamadas mídias ambientais [...] (BUENO, 2007, p.35).

Então, nesta linha, como se vão ver, em Bueno, (2007), as temáticas do Jornalismo

Ambiental que contempla as várias mídias ou ambientes: jornais, revistas, rádio, televisão,

sites, newsletters. Para tanto, se faz bem conhecerem que o meio ambiente é uma coisa tão-

abrangente, significativa e curiosa, ao mesmo tempo, que devido aos processos de

diversidade, são muitas as temáticas que andam juntas.

Daí, em Bueno, (2007), se tocar nessas modalidades temático-assertivas da

comunicação. E, como andam juntas, de repente, tem como resolver uma sem resolver a outra,

por exemplo, no caso e possibilidades de uma limpeza dos córregos do Pantana e seus

afluentes, visando à recuperação das águas claras, vê-se que não tem como fazer isto, sem

investir na retirada dos esgotos, já canalizados, das moradias nesses espaços.

E aí, é claro que, se estão falando de serviços, praticamente, impossíveis de se

realizarem, se considerando os orçamentos, normalmente, previstos para âmbito da cidade, no

decorrer dos anos. Só que, também, tem outra coisa, é que se não os previrem no plano de

ações gerais, isto significa que essas necessidades básicas de meio ambiente vão ficar

esquecidas para o resto da vida. Então, qual é a vantagem da elaboração de um plano de

governo?

As vantagens, na verdade, estão no campo dos interesses políticos. Ele é um

instrumento único, sumo e politicamente importante para se garantir que os problemas da

cidade, senão resolvidos por razões diversas, mas os problemas, só de estarem previsto no

plano, já estão encaminhados. Nele, não se trata de promessas afincadas em interesses

somados à falta de compromissos políticos.

Ainda, que durem 20 anos para serem resolvidos, existe compromissos políticos com

eles. É a consciência político-social-cidadã e, no caso destes sintomáticos problemas,

consciência ambiental. Independentemente, do agente político principal, a cidade não pode

deixar morrer a ideia de plano de governo. E isso vale para todas as esferas da gestão público-

municipal.

Mas, ainda, nesta linha, e sob a ordem dos comprimentos regidos por acordos

jurídico-políticos e consoante ao entendimento de que: “[...] os direitos fundamentais têm [...]

a função de direitos de defesa dos cidadãos sob uma dupla perspectiva: 1) constituem, num

plano jurídico-objetivo, normas de competência negativa para os poderes públicos, proibindo

fundamentalmente as ingerências destes na esfera jurídica individual; 2) implica, num plano

jurídico-subjetivo, o poder de exercer positivamente direitos fundamentais (liberdade

positiva) e de exigir omissões dos poderes públicos, de forma a evitar agressões lesivas por

parte dos mesmos (liberdade negativa) [...]” (CANOTILHO, 1993, p. 541).

147

Ao fim da linha, se vai entender que a educação ambiental como, em Loureiro (2004),

precisa estar presente na vida do sistema municipal e da cidade, através da informação, dos

conhecimentos, da participação popular, da conscientização e todos juntos na promoção da

consciência ambiental. Mas agora, noutra linha, e em se tocando nas fontes de energia

promotoras de mais baixo impacto ambiental, lembra-se de uma vantagem, mesmo tendo

fraca densidade energética na agroenergia, método de produção de energia oriunda da cana-

de-açúcar, tem a ver com esse chamado baixo impacto ambiental.

E por isso, vale tentar entender: ”[...] se toda cana-de-açúcar do Brasil fosse

transformada em energia o que é impossível sua palha, colmos, bagaço, álcool e açúcar

representariam o equivalente à produção de 1 milhão de barris de petróleo, enquanto a

produção nacional ultrapassa os 2 milhões [...]” (MIRANDA, 2008c, p. 28). É claro que não

se trata, nesta contextualização textual, de fazer ou deixar de fazer uso desses elementos da

cana de açúcar, na verdade, é só exemplo de teorização da temática ambiental. É só conhecer.

Mas o que o autor quer dizer que não vantagem para o Brasil investir nesse tipo de extração

energética, exatamente, por causa da baixa densidade energética.

E o que esta proposta pensa é que todas as formas possíveis de investimentos na

sustentabilidade ambiental, os sistemas político-públicos devem promover essas iniciativas.

Para tanto, empreendimentos, o que não é negócio, hoje, na cidade, pode vir a ser amanha. O

que a cidade não pode é perder o vínculo com os processos de criatividade. Logo, no meio

ambiente também se visam a empreendimentos culturais criativos.

É só saber explorá-los. Para tanto, há outras abordagens, em Miranda (2008), por

exemplo, a dos "Pouco sustentáveis". Para ele, dentro deste argumento científico, afirma-se

que "A energia renovável é solar", e está na flora, o que é mais um argumento favorável à

"sustentabilidade verde". Contudo, apesar de abundantes e de muita qualidade ambiental, as

energias renováveis apresentam muitas desvantagens, segundo o autor, pois que limitam seu

emprego futuro, e sobre as quais, pouco se reflete.

Conquanto e, para finalizar, se faz necessário continuar a discussão: “[...] Na casa

sustentável, a bioarquitetura e a bioconstrução valorizam os recursos naturais locais,

aproveitam materiais oriundos da reciclagem de edificações demolidas, evitam produtos

tóxicos e embalagens descartáveis, cuidam da gestão da água da chuva e das águas residuais

[...]” (MIRANDA, 2008, p. 28).

E o autor discorrendo, aborda ainda sobre: “[...] utilizam a energia solar, integram as

áreas externas e áreas verdes com o funcionamento interior das residências e adotam sistemas

construtivos sustentáveis [...]” (MIRANDA, 2008, p. 28). Logo, essas são experiências

fundamentais para que a população de Ibirité aproveite da oportunidade de informação e

conhecimentos para somá-los à consciência social, político-ambiental e cidadã.

6.6 Eixos sintomático-ambiental-insustentáveis

Em se pensando nos sintomas a que se acometem o meio ambiente em Ibirité, a tocar

nas questões de saneamento básico que, não por acaso, implicam na degradação ambiental

propositada e que, por sinal, vem soando muito desagradável com o passar de 30 anos,

sobretudo, no que tange ao quesito do uso das águas, do solo urbano, dos esgotos a céus-

abertos, sobre os quais se transformaram o Pantana e seus ribeirões afluentes.

Neste sentido, no dos esgotos a céus-abertos, se olhados os olhos para o país, verá que

esse problema não é só de Ibirité, a ver como registram, segundo o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística IBGE (2012), em 2010, cerca de 1.915.292 domicílios, do País, ainda

não dispunham de abastecimento de água adequado. E cerca de 1.514.992 domicílios não

tinham banheiros nem sanitários. E 7.218.079 domicílios lançavam seus resíduos sólidos

diretamente no ambiente de forma inadequada.

148

E é esse o grande problema de saneamento básico de Ibirité. Noutro sentido, sem

contar também, nas grandes águas, sobre as quais, se desembocam em tais ribeirões. Desse

modo, pelo mais, não tem como falar em qualidade de vida na cidade, enquanto essas

situações desagradáveis não estiverem pelo menos, se não negociadas e encaminhadas a

contento, estejam sob os estudos cientificamente válidos e em situações projetáveis de

recuperação ambiental.

De outro modo, para se viver, sobretudo, no que tange às qualificações do espaço

sobre que se edifica a cidade, e o saneamento básico se constitui de um conjunto de

elementos, sumamente, importantes, para que se valha sobreviver com qualidade de vida,

também, não tem como continuar contando com eles nas situações em que estão. Haja vista

para os aguapés. A saber, a mesma medida de lançar os esgotos nos ribeirões que se

desembocam na lagoa, foi mesma a que puxou os aguapés como recursos de justificativa de

tratamento da lagoa.

Quer dizer, segundo os conceitos populares, “os aguapés são vegetações aquáticas que

usam de esgotos como recursos de alimentos. Nisso, tendem para purificar as águas onde

estão plantados”. No entanto, nisto também se vê de um conceito sem comprovação científica,

para tanto, desconsiderado nesta proposta. Na verdade, o fato é que os aguapés cobriram todas

as águas da lagoa, piorando ainda mais, pois que aí, tanto os esgotos quanto a falta de

oxigênio danificaram o estágio de potabilidade de suas águas.

Quer dizer, em ANA (2002), cada ano, a problemática sobre o uso da água tomou

novas proporções, o crescimento populacional, o êxodo rural, o advento da Revolução

Industrial e a instituição dos grandes centros urbanos, exigiu que medidas mais efetivas

fossem tomadas, quando se trata de distribuição da água, tratamento de esgoto e controle de

problemas de saúde resultantes da ausência do saneamento básico.

A saber, para a Agência Nacional da Água: “[...] Nasce aí, a transformação da água em

mercadoria, por meio dos serviços de abastecimento público, embora houvesse um refluxo

nas concessões de serviços sanitários a companhias privadas, a partir do final do século XIX,

passando o poder público a assumir diretamente a responsabilidade sobre os serviços, a cargo

dos municípios. Nesse processo, emergem “corpos de engenheiros que substituiriam os

estrangeiros na implantação de serviços sanitários e exerceriam forte influência sobre a

administração pública” [...]” (MURTHA, CASTRO e HELLER, 2015, p.201).

Todavia, o problema das grandes águas, na lagoa da PETROBRAS, contaminadas,

destratadas e, por isso, sem-previsão imediata de serem tais problemas resolvidos, e por longo

prazo inda, infelizmente, e somente projetos com tentativas de recursos fora dos orçamentos

municipais, poderão ser implementados. Isto é claro, sob os olhares de políticas públicas bem-

definidas e delimitadas: “[...] A avaliação deve ser considerada um elemento fundamental

para o sucesso das políticas públicas, não deve ser realizada somente ao final do processo,

mas em todos os momentos do ciclo de políticas. Constitui uma fonte de aprendizado que

permite ao gestor perceber quais as ações tendem a produzir melhores resultados [...]” (DIAS

e MATOS, 2012, p. 84).

Por fim, a contento avaliadas, analisadas à luz da legislação vigente, podem-se

viabilizar projetos que tornem os problemas da falta de saneamento básico, em Ibirité, quando

não passível de solução imediata, mas esperançosamente de longo prazo. No mais, como

sendo esta a primeira seção, faz-se bem registrar suas marcas. Primeiro, reconhecer que o

problema da falta de saneamento básico, em Ibirité, implica na degradação ambiental, se

segundo depoimentos de setores da população sob consultas informais, politicamente,

propositada e que, por sinal, vem soando muito desagradável com o passar de 30 anos.

Estas são situações desagradáveis, mas segundo IBGE (2012), não são problemas

somente de Ibirité, na verdade, estes estão por todo o país. No entanto, não justifica não lutar

para que tais problemas sejam solucionáveis. Não tem como falar em qualidade de vida na

149

cidade, enquanto as situações de esgotos a céus-abertos não estiverem pelo menos, se não

negociadas e encaminhadas a contento, estejam sob os estudos cientificamente válidos e em

situações projetáveis de recuperação ambiental.

Portanto, a contento avaliadas, analisadas à luz da legislação vigente, podem-se

viabilizar projetos e políticas públicas que tornem os problemas da falta de saneamento

básico, em Ibirité, quando não passível de solução imediata, mas esperançosamente de longo

prazo. No mais, como na próxima seção, se verá sobre a temática da elaboração de políticas

públicas como formulação de alternativas à população, então vale vê-las:

[...] Delimitar um problema público é politicamente fundamental no processo

de elaboração de uma política pública; envolve definir quais são seus elementos

e sintetizar em uma fase a essência do mesmo. No entanto, é importante

destacar que qualquer definição oficial do problema é temporária. Nas fases

sucessivas de formulação das alternativas e, principalmente, na implementação,

os problemas públicos podem ser redefinidos, e adaptados por alguns doa

atores envolvidos [...] (DIAS e MATOS, 2012, p. 69).

Se por este prisma, se verá sobre a temática da elaboração de políticas públicas como

modo de formulação e alternativas à população, então vale vê-las do modo como, em Dias e

Matos (2012), se delimita, politicamente, o problema público e, ao lado dele, o zelo para com

a elaboração da política pública a ele mais adequada. Aliás, se nele não consubstanciada a

definição dos elementos que a sintetizam, em sua essência nem problema nem política nem

alternativa dada á população, pois que a primeira coisa revelada vai ser a delimitação do

problema.

E esse só se dá por delimitado, uma vez, realizadas pesquisas no entorno dele. E se

este é um problema real da cidade – no caso da falta de saneamento básico, por exemplo – no

que se vai dar em conta, além das anotações observáveis, terá de coletar depoimentos

daqueles que vivem as situações mais de perto. E assim, depois de realizadas pesquisas, se

consegue delimitar o problema público.

Noutro prisma, vale lembrar o problema público, quando este consta como sendo um

dos principais objetivos do pacto nacional pelo saneamento básico que, quanto à gestão dos

serviços de saneamento, o Plansab (2007) orienta: “[...] deverá buscar o desenvolvimento de

mecanismos de gestão dos serviços e incentivar o desenvolvimento de modelos alternativos

de gestão que permitam alcançar níveis crescentes de eficiência e eficácia e a sustentabilidade

social, ambiental, econômica e financeira do saneamento básico [...]” (MC, 2007:7).

Quer dizer, são esses os termos em que se delimita o problema público. No que se

refere às questões urbanas, não há como negar que os municípios assumem um papel

fundamental no estabelecimento de políticas públicas visando à organização da sociedade e à

proteção ambiental. A própria Constituição Federal coloca no inciso VIII do artigo 30: “[...]

Compete aos Municípios: (...) VIII – promover, no que couber adequado ordenamento

territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo

urbano [...]”. (CRB, art.30, VIII).

E exatamente, essa a preocupação com o saneamento básico da cidade. Quer dizer, o

problema vai muito mais além do que se pensa e discute. Na verdade, os leitos dos córregos já

estão completamente tomados pelos esgotos da cidade. As águas, de águas não mais têm,

senão, barro e apenas barro escuro e fétido. Então, preparar o terreno para que estes voltem ao

leito com as águas claras, límpidas e potáveis, os orçamentos não comportam as suas

necessidades.

Então, como rever essas situações, senão pela compreensão de que: “[...] Essa

competência reflete diretamente na proteção dos recursos hídricos dos territórios municipais.

Assim, mesmo os municípios não tendo competência legal para legislar sobre recursos

hídricos, é muito importante que estes implantem políticas públicas voltadas a preservação

150

dos cursos de água. Essas políticas públicas englobam entre outras áreas, o esgotamento

sanitário [...]” (PORTO, 2012, p.232).

Desse modo, pela história se vê que, em Murtha, Castro, Heller e Léo (2015), numa

primeira fase, que vai até o final do século XIX, houve um tempo de uma integração entre as

ações de saúde e as de água e esgotamento sanitário. E esta integração representava o

segmento preventivo da saúde frente à ameaça de epidemias, nas áreas urbanas, e à situação

sanitária precária na área rural. Informava-se essa integração à teoria dos miasmas, que levava

à ideia de sanear o ambiente urbano para promover a saúde pública.

Nesse enfoque, e ainda, em Murtha, Castro, Heller e Léo (2015), o Estado assumiu

responsabilidades sobre os serviços de água e esgotamento sanitário nas principais cidades do

país, e o fez transferindo os serviços mais importantes para as empresas privadas,

majoritariamente inglesas, cabendo ao Estado regulamentação das concessões. Noutro

enfoque, sob os olhos desta proposta, se vê que as problemáticas do âmbito e entorno da falta

de saneamento básico em Ibirité seguem contornadas por necessidades.

E estas vão desde a recuperação ambiental de toda a cidade, à recuperação dos leitos

dos córregos e ribeirões, do leito de toda a lagoa, do tratamento dos esgotos, da canalização

de novos leitos para coletas de esgotos, o tratamento das águas até torná-las potáveis, e a

preparação do meio ambiente como espaço transitável a humanos. Quer dizer, estes são

problemas para mais de 20 anos de serviços. E não são desfrutáveis de apenas uma, duas ou

três políticas públicas.

Na verdade, abrange várias políticas públicas e capitalizam recursos de vários

orçamentos, por seguintes anos de serviços. Por fim, como esta é a segunda seção, vale mais

uma vez contornar as suas marcas. Para tanto, a temática da elaboração de políticas públicas

como modo de formulação e alternativas à população, então vale vê-las, em Dias e Matos

(2012), se delimita, politicamente, o problema público e, ao lado dele, o zelo para com a

elaboração da política pública a ele mais adequada.

E este deve ser a delimitação do problema, que só se dá por delimitado, uma vez,

realizadas pesquisas no entorno dele. E o desenvolvimento de mecanismos de gestão dos

serviços e incentivo ao desenvolvimento de modelos alternativos de gestão que permitam

alcançar níveis crescentes de eficiência e eficácia e a sustentabilidade social, ambiental,

econômica e financeira do saneamento básico, (MC, 2007, p.7).

Também, preparar o terreno para que estes voltem ao leito com as águas claras,

límpidas e potáveis, embora os orçamentos não comportem as suas necessidades. Então, como

rever essas situações, senão pela compreensão de que essa competência reflete diretamente na

proteção dos recursos hídricos dos territórios municipais. E se os orçamentos não os

comportam isto significa trabalho quadriplicado e orçamentos desdobrados. Dado isso, houve

um tempo de uma integração entre as ações de saúde e as de água e esgotamento sanitário.

E esta integração representava o segmento preventivo da saúde frente à ameaça de

epidemias, nas áreas urbanas, e à situação sanitária precária na área rural. E, no caso de

Ibirité, os problemas abrangem várias políticas públicas e capitalizam recursos de vários

orçamentos, por seguintes anos de serviços. Portanto, ao final desta segunda seção, em Porto

(2012), vale ver, na próxima, abordando a temática do gerenciamento e aplicação dos recursos

hídricos como subconjunto de governança pública. Então, vale ver:

[...] o termo gerenciamento aplicado a recursos hídricos, pode ser definido

como um subconjunto da governança, conceito amplo e que implica a existência

de conjuntos de sistemas políticos, sociais, econômicos e administrativos que

afetam, direta ou indiretamente, a administração, o uso, consumo, impacto,

preservação e serviços, entre outros aspectos relativos a esses recursos. O

crescimento populacional desenfreado exigiu que normas legais fossem criadas

151

juntamente com sistemas de administração, com participação governamental e

da sociedade civil [...] (PORTO, 2012, p.232).

Nos termos a que se tocam, em Murtha, Castro, Heller e Léo (2015), na integração

representativa de saúde e, por isso, preventiva de epidemias, mas neste plano, não somente,

todavia de coisas até mais simples, se for o caso, porém que, em Santos (2020), preventiva de

certos protozoários que, em sua maioria absoluta, apresentam vida livre e, por isso, são

encontrados em diferentes ambientes aquáticos e úmidos.

Conquanto, existem espécies que vivem associadas a outros organismos, como no caso

dos parasitas. Aliás, entre as doenças humanas causadas por protozoários pode-se citar

a amebíase, tricomoníase, toxoplasmose, leishmaniose, visceral e tegumentar, doença de

Chagas e malária. Isso, sem contar nas lumbricoides, verminoses, a saber, doenças muito

presentes nos organismos de boa parte da população de Ibirité, sobretudo, crianças e

adolescentes.

Quer dizer, tudo pode ser situado nessas contradições e certas ações de prevenção que,

em Murtha, Castro, Heller e Léo (2015), muitas vezes, nas práticas sociais da cidade, não

estão representadas nessas supostas integrações de saúde. Nesse caso, haja vista para a

necessidade de se pensar em um plano de ação deste porte que, supostamente, só sendo

utilitário para situações muito críticas.

Mas, em Porto (2012), vale ver que tais políticas implicam na existência de conjuntos

de sistemas políticos, sociais, econômicos e administrativos que afetam, direta ou

indiretamente, a administração, o uso, consumo, impacto, preservação e serviços, entre outros

aspectos relativos a esses recursos, diretamente responsabilizáveis à gestão pública de saúde

do município. Quer dizer, são esses instrumentos de políticas públicas conjugados à

necessidade e participação popular é que vão determinar a hora de fazê-las.

E, nele também autor, certamente, abordando a temática do gerenciamento e

aplicação dos recursos hídricos como subconjunto de governança pública e instrumentalizá-

las nos sentidos de políticas públicas. Então, é nesse contexto que vale ver. “[...] A avaliação

deve ser considerada um elemento fundamental para o sucesso das políticas públicas, não

deve ser realizada somente ao final do processo, mas em todos os momentos do ciclo de

políticas. Constitui uma fonte de aprendizado que permite ao gestor perceber quais as ações

tendem a produzir melhores resultados [...]” (DIAS e MATOS, 2012, p. 84).

Noutro caso, os processos de avaliação, tendo como referência, o gerenciamento e

aplicação dos recursos hídricos como subconjunto de governança pública e instrumentalizá-

las nos sentidos de políticas públicas, é que vão processar essas situações de modo a torná-las

viáveis ou inviáveis ao sistema público de saúde. Para tanto, e dando continuidade ao

pensamento avaliativo, em Dias e Matos, (2012), se vê que avaliação é um processo

transversal a toda a política e isso implica na definição da finalidade, da metodologia, e no

modo como os processos de análise podem produzir informações válidas sobre o desempenho

da política.

E nisso, consequentemente, na tomada de decisão com relação a possíveis

modificações, continuidade ou exclusão de uma política ou programa público. Assim, nesse

tanto, se olhada aos olhos da lei, para Batista, Marques, Gonçalves (2018), tem como

fundamentos a água como um bem de domínio público, um recurso natural limitado e dotado

de valor econômico, estabeleceu uso prioritário, em situações de escassez, para consumo

humano e animal.

Então, finalizando, vê-se que a gestão dos recursos hídricos de forma a propiciar o

uso adequado das águas, a delimitação da bacia hidrográfica como unidade territorial a fim de

implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos, a descentralização da gestão desses

recursos, a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades na gestão. E isso,

152

se trazido aos contextos da cidade, no caso de Ibirité, como revitalizar uma suposta existente

estação de tratamento de esgotos.

E, sobretudo, porque tem de serem colocados em ação muito antes de quaisquer

recuperações referentes às águas do Pantana, seus afluentes e seus desemboques na lagoa.

Quer dizer, é uma política pública chamando pela necessidade da outra e todas encadeadas

proporcionando aos munícipes cumprimentos de exercícios da cidadania, na exigência de

cumprimentos da função social da saúde, no caso dos esgotos a céus-abertos e função social

da cidade. Lembrando-se de que estes são serviços, ultra necessários, porém, por serem mui

dispendiosos, necessitam execuções de longo prazo.

6.7 Eixos assintomático-participativo-comunicacionais

Em se conectando ao mundo da comunicação social, sobretudo, como aquela que se

coloca como sendo participativa, no âmbito da expressão e percepção do caráter popular de

poder. Assim como se compreendem certas instituições de cujas supostas monitorias

combinam mudanças nessa forma de poder popular. Para tanto, ao ver: “[...]” A abundância

comunicativa e as instituições monitórias combinam para promover uma espécie de mudança

na forma da percepção popular de poder [...]” (KEANE, 2010, p.669).

Nesta situação, pensa-se que, ao definir os modos de atuação desses monitores a que

autora os chama de independentes, destaca-se que eles colocam as instituições políticas e

sociais sob o constante alerta. Isso, em (KEANE, 2010), de as instituições nunca estarem

sossegadas. Para isso incorrer, significa enfraquecimento da centralidade das instituições que,

no caso, são as eleições, bem como a atuação dos partidos políticos e de seus parlamentares

sobre a situação de vida e de comunicação da população.

Aí, de repente, já não é mais uma questão de comunicação, mas de falta dela. Então, é

por isso, que a democracia a que a autora chama de monitorada e, ao mesmo tempo, de pós-

representativa tem o quê da sublimidade de intenções, mas não tem o de sabedoria na

combinação de mudanças. Daí, para a “[...] democracia monitória testemunha constante

escrutínio público e discussões em relação ao poder, ao ponto de parecer que nenhuma

organização ou líder dentro das áreas do governo ou da vida social está imune de problemas

políticos [...]” (KEANE, 2010, P.662).

Numa verdade, tais problemas se colocam pela falta de saber aplicar a

comunicabilidade no ato de comunicação, pois que, se assim o é, de repente, não adianta a

diversidade de signos linguísticos como componentes da língua, e mesmo assim, não exercitar

a comunicação. É claro, noutra verdade, a autora se expressa, sob a força do escrutínio

público, de um lado, quando a opinião está colocada direta e pessoalmente diante da consulta.

A saber, o opinante responde a perguntas diretas a um consultor de opinião para

institutos de pesquisas, por exemplo, no caso de se opinar sobre os desempenhos de dados

candidatos em determinada eleição. De outro lado, em Keane (2010), o escrutínio público de

que ela fala, está ligado, às próprias eleições. E sendo a consulta considerada o dia do

sufrágio, e a opinião apontada com a apuração dos resultados.

E é isso que se discorre como sendo as falhas de comunicação no campo das políticas

eleitorais, sobretudo, porque, muitas vezes, o eleitor escolhe o candidato a que não quer,

justificavelmente, pela falta de opção. A saber, a ojeriza com a temática política não permite

aos candidatos se darem por conhecidos aos eleitores e vice-versa. Daí, ao se chegar ao dia do

sufrágio, acaba-se escolhendo a quem não quer.

Quer dizer, em Weber, Coelho e Locatelli, (2017), se apresenta aos leitores partes da

revolução que ocorreu nas pesquisas em Comunicação nas duas últimas décadas, aquela que,

segundo os organizadores: “[...] é a pesquisa que desagrada aos poderes porque ela pode

mostrar como a manipulação, o controle, o silenciamento e a repressão são exercidos. A

153

pesquisa das áreas das ciências sociais, política e humanas é o lugar da comunicação capaz de

interferir, refletir e tornar visíveis as coisas do poder [...]” (WEBER, COELHO e

LOCATELLI, 2017, p.12).

Logo, as falhas de comunicação, muitas vezes, são detectadas pelas ações dos políticos

eleitos sob a pontuação dessas pesquisas de opinião. Isso, pelo fato de, depois de chegarem ao

poder, o eleitorado descobre que não era aquilo o de que eles queriam. Daí, as opiniões se

alteram em relação ao político eleito. E aí, começam as divergências entre cidadãos e agentes

políticos. Enfim, é neste sentido que esta proposta de ações gerais lê as ideias, em Keane

(2010), ao passo que também, lê as de Weber, Coelho e Locatelli (2017). E tudo isto juntos

formula o pensamento de uma comunicação social equivocada, às vees.

Entretanto, noutra leitura e esta, em Silva (1985), abordando sobre a força da

comunicação gráfica no jornalismo impresso que, para ele, está representada no próprio

planejamento visual-gráfico das páginas dos jornais. Nesta perspectiva, o planejamento

visual-gráfico vem a significar: “[...] o conjunto de elementos visuais de um jornal, livro,

revista, cartaz, ou tudo que seja impresso [...]” (SILVA, 1985, p. 13).

Quer dizer, o conceito de comunicação social vem ganhando forças e se ampliando ao

modo do se fazer comunicável, seja com falhas, mas sem, necessariamente, correções, pois

que, no caso de uma opinião dada a um consultor de instituto, se esta tiver sido considerada

mal, sua correção, somente será possível numa segunda oportunidade. Ao passo que o mesmo

acontece no caso de escolhas pelo sufrágio universal. A correção só se vai dar na próxima e

seguinte temporada de eleições.

E como agora em Silva (1985), a temática está representada no próprio planejamento

visual-gráfico. E as páginas dos jornais que o digam do quanto de eficiência se exige no ato

de se fazer comunicar-se, pois que os leitores tendem, a cada dia, mais exigentes de textos

objetivos visando a interagir-se com as leituras usando-se apenas de códigos. Portanto,

diferente das leituras dinâmicas, pois que nessas, se usam saltar frases, períodos, às vezes,

lendo apenas uma palavra do parágrafo.

E a receptividade comunicacional, durante as leituras, é completa. Agora, as leituras

via-códigos, às vezes, substituem-se palavras inteiras por apenas um sinal gráfico. Nisso, haja

vista para as comunicações via-internet. Mas, é claro que, em Silva (1985), o visual-gráfico

vem significar, para o autor, o conjunto dos elementos visuais a que se somam os resultados

da comunicação escrita, de um lado, e lida de outro lado.

Aí, se por esses caminhos, as discussões se delongam, pois que, os conceitos relativos

à comunicação social vêm somente se ampliando e se ramificando: no campo das políticas

eleitorais, nas políticas de opinião individual, nas políticas de comunicação e planejamento

visual-gráfico de jornais, nos casos de comunicação escrita e, agora, já se está caindo também

nos conceitos de leitura. Enfim, como já se está ao final desta primeira seção, faz-se bem

pontuar as suas marcas.

Para tanto, nesta proposta se reconhece a comunicação como instrumento de

participação popular e de exercício do poder. Também, se reconhece que por mais perfeito

que seja o ato de comunicação, sempre se deixam falhas no ato de se comunicar-se. Dado

isso, quando se trata de opinião sob o conceito de escrutínio público, há duas compreensões,

sendo a primeira, em se tratando de opinião a consultor de instituto, em caso de erros, esta

aprece sempre individual e sem-possibilidades de correção.

Entretanto, em se tratando de opinião sobre o desempenho de candidatos em eleições,

em caso de erros, as possibilidades de correção existem, mas somente nas eleições seguintes.

E, no referente aos leitores atuais que tendem, a cada dia, mais exigentes de textos objetivos

visando a interagir-se com as leituras usando-se apenas de códigos. Portanto, diferente das

leituras dinâmicas, pois que nessas, se usam saltar frases, períodos, às vezes, lendo apenas

154

uma palavra do parágrafo. E, ao lado disso, se formula o conceito de uma comunicação social

equivocada, às vezes.

E a receptividade comunicacional, durante as leituras, é completa. Agora, as leituras

via-códigos, às vezes, substituem-se palavras inteiras por apenas um sinal gráfico. E mesmo

assim, o ato de se comunicar-se, se realiza. No mais, como na próxima seção, em Collaro

(2005), se vai abordar sobre a temática dos arranjos editoriais caracterizados como estilos de

comunicação social, sobretudo, a impressa. Então, faz-se bem observá-los:

[...] A frequência com que arranjos visuais são explícita ou implicitamente

usados caracterizará o estilo ou a linha editorial de um jornal ou revista, que

integram um complexo processo de inter-relações sociais. E vai além à medida

que o futuro das artes gráficas, de acordo [...], está na redução das fases de

execução e no crescimento do conhecimento que transcende a simples produção

das 5 manchas gráficas . Ele assevera que o [...] conhecimento de recursos

técnicos, aliado à estética visual, proporcionará a esse profissional um longo

caminho através dos tempos. O gerenciamento das fases de fluxo operacional

das artes gráficas permite-nos dizer que tal conhecimento independente da área

de atuação dos profissionais de comunicação social, pois, mesmo sem o

conhecimento técnico necessário para executar tarefas complexas de produção

e impressão, caberá a eles a aprovação de campanhas publicitárias,

embalagens, e a produção de apresentação de produtos nas mídias impressa e

digital [...] (COLLARO, 2005, p. 35).

Contudo, em se considerando a receptividade comunicacional, tendo como referência,

em Collaro (2005), as abordagens sobre a temática dos arranjos editoriais caracterizados como

estilos de comunicação social, sobretudo, a impressa. Então, nesse caso, faz-se bem observá-

los enquanto elementos neutralizadores de falhas comunicacionais, se considerando que as

linhas editoriais é que determinam todo o conjunto da comunicação textual, seja esta visual,

audiovisual, impressa, gestual, prosódica, etc.

Para tanto, se observam também, dos elementos de interferências nos processos de

comunicação, como: “[...] Os consumidores hoje têm maior capacidade de interferência na

produção: tornam-se coprodutores. A esse novo tipo de ‘consumo produtivo’ corresponde um

novo tipo de trabalho, imaterial. O ‘trabalho imaterial’ está caracterizado pelas operações de

sentido e sobre sentidos, voltado para a gestão de informações, [...]” (HERSCHMANN e

PEREIRA, 2002, p.8).

Quer dizer, o trabalho de produção da comunicação tem de estar atento aos processos

de interferências, pois que, nos momentos, supostamente, controversos de hoje, se contam

com esses elementos, porque, na verdade, não são apenas elementos, mas acima de quaisquer

suspeitas, são consumidores da notícia como produto. Portanto, como a comunicação social se

faz um tanto democrática, participativa e de coprodução, então, os leitores-consumidores não

vão aceitar pagar o preço da notícia, por exemplo, sem interferir em sua imaterialidade,

constituição e, por isso, coprodução.

Dado isso, em Godin (2003), se vai ver que esses consumidores, se não puderem

participar da construção das notícias, por exemplo, também, não as vão tolerá-las, em caso de

elas não se adequarem a seus interesses: “[...] Não dá mais para sobreviver interrompendo

estranhos com uma mensagem que eles não querem ouvir, sobre um produto do qual nunca

ouviram falar, usando métodos que os incomodam. Os consumidores têm muito pouco tempo

e capacidade para tolerar isso [...]” (GODIN, 2003, p.35).

E é essa intolerância que a receptividade comunicacional desconsidera e, por

desconsiderá-la e saber de suas exigências, é que ela prefere aceitar as suas interferências.

Logo, melhor as interferências sob a forma de coprodução e acompanhada de sua aquisição

como produto, do que sob a intolerância acompanhada da ausência da aquisição da notícia

como produto de consumo. Quer dizer, é em meio ao contexto de surgimento e consolidação

155

do jornalismo digital que, em Alves (2006), se discute sobre a sobrevivência dos veículos

tradicionais de comunicação social.

De acordo com o autor, os jornais que sobreviverão – num futuro não muito distante -

serão aqueles que souberem fazer o melhor uso do vídeo e do áudio, aqueles mais interativos

em relação à participação popular ou em relação à contribuição por interferências coautoras,

ou seja, além dessa participação coautora, os que souberem apresentar e misturar suas

narrativas de comunicações sociais tradicionais com outras, mais baseadas em textos e fotos,

vídeos, certamente, sobreviverão às intempéries da área, em tempos futuros não muito

distantes.

Isso, em Alves (2006), vai aparecer como reforço e compartilhamento dos processos

de interferências, em Herschmann e Pereira (2002) que, senão assim, pensa ele, Alves (2002),

os serviços de comunicação social tradicional desfalecerão pelos caminhos das notícias. E

voltando, agora, sobre o que os autores desfecham no entorno dos processos de interferências

coautoras: “[...] exigindo que o trabalhador empregue o máximo de informações no processo

produtivo, fragilizando inclusive a fronteira, por exemplo, entre trabalho e lazer. Sinaliza-se,

desse modo, para a crise das noções isoladas de produção e consumo: passamos todos a

experienciar a coprodução, a produção coletiva e/ou em rede, advindo daí a parte mais

significativa da mais-valia [...]” (HERSCHMANN e PEREIRA, 2002, p.8).

Na verdade, esse é o sentido da coisa a ser revelada em termos de comunicação social

futura. Quer dizer, pelo hoje, se pensa o amanhã. E, por isso, a comunicação social se refaz e

se reconstrói a cada dia, mesmo contando com os intentos das interferências coautoras.

Noutra verdade, mais uma vez em Alves (2006), se defende que: “[...] tal sobrevivência não

depende apenas de uma adaptação aos novos critérios de forma ou linguagem impostos pela

era digital, tendo em vista que a publicidade aparece como um ponto importante nesse

processo [...]” (ALVES, 2006, p.98). E as adaptações da comunicação social aos critérios de

linguagem, vão sendo observadas com o passar dos dias.

E o autor continua a discorrer sobre esses processos de sobrevivência da comunicação

jornalística: “[...] É preciso que as empresas jornalísticas estejam atentas ao evidente processo

de desintermediação em curso, já que hoje são oferecidas aos tradicionais anunciantes novas

possibilidades de se comunicar diretamente com seus consumidores, antes acessíveis apenas

através da mídia [...]” (ALVES, 2006, p.98).

Quer dizer, o autor reconhece como sendo sobrevivência às empresas dos ramos da

comunicação social, a compreensão de que elas devam ser criativas, sempre buscando

combinar bons critérios de linguagem com a também criteriosa organização e simulação e

aproveitamento de fatos oportunos para que a boa comunicação esteja sempre em voga. Se

assim, não há o com que se preocupar-se.

Entretanto, a boa comunicação social, para ser como tal, precisa também se adequar a

certas situações de natureza política, sobretudo, porque em quaisquer lugares em que se

promova a comunicação social, vai depender de ela se adequar a certas políticas públicas,

esteja ela no campo privado ou no campo público. Para tanto, vale conhecer o entendimento

do autor: “[...] tentou-se criar um ente estranho, despolitizado, “técnico e apartidário”, como

se fosse possível separar política de governo de política de agência “independente”; separar

política executiva de política regulatória [...]” (RAMOS, 2004, p.9).

E assim, o autor discorre: “[...] Ao que consta de especulações do período, essa

separação deveria ter sido ainda mais radical com a extinção do Ministério das

Comunicações, fundido a um genérico Ministério da Infra-estrutura, deixando para a Anatel a

condução quase total da política setorial [...]” (RAMOS, 2004, p.9). A saber, a referência em

Ramos (2004), aponta para a necessidade de uma suposta separação da comunicação social

das políticas público-regulatórias que se pretende tratar nas próximas contextualizações

textuais. Antes, porém, é preciso nesta, apontar as marcas que ficaram.

156

Dado isso, faz-se bem reconhecer a receptividade comunicacional como meio de

observar os elementos neutralizadores de falhas comunicacionais, se considerando que as

linhas editoriais é que determinam todo o conjunto da comunicação textual, seja esta visual,

audiovisual, impressa, gestual, prosódica, etc. Ou seja, faz-se bem reconhecer ainda que, nos

tempos atuais e controversos, não tem como não receber a coprodução como recurso de

participação popular e contribuição com a notícia, se considerando, nos processos de

interferências, melhor aceitar a tolerância acompanhada da coprodução, à intolerância com as

notícias.

Logo, melhor as interferências sob a forma de coprodução e acompanhada de sua

aquisição como produto, do que sob a intolerância acompanhada da ausência da aquisição da

notícia como produto de consumo. Daí, nesta proposta também, se reconhece como sendo

sobrevivência, às empresas dos ramos da comunicação social, a compreensão de que elas

devam ser criativas, sempre buscando combinar bons critérios de linguagem com a também

criteriosa organização e simulação e aproveitamento de fatos oportunos para que a boa

comunicação esteja sempre em voga.

Se assim, não há o com que se preocupar-se. Entretanto, a boa comunicação social,

para ser como tal, precisa também se adequar a certas situações de natureza política,

sobretudo, porque, em quaisquer lugares em que se promova a comunicação social, vai

depender de ela se adequar a certas políticas públicas, esteja ela no campo privado ou no

campo público. A saber, voltando-se à referência em Ramos (2004), vê-se que esta aponta

para a necessidade de uma suposta separação da comunicação social das políticas público-

regulatórias que se pretende tratar na próxima seção. Então, vale ver:

[...] todos os meios, velhos e novos, assim como as diversas tecnologias vídeo

eletrônicas e digitais que os tornam possíveis, coexistem, conformando ou não

convergências em sentido estrito, porém constituindo ecossistemas

comunicativos cada vez mais complexos. A chegada de um novo meio não supõe

necessariamente, nem tampouco imediatamente, a suplantação do anterior. E

isto por várias razões. Primeiro, porque cada meio ou tecnologia é muito mais

que isso. Sua transformação então envolve outros fatores, além dos

estritamente técnicos ou instrumentais. Segundo, porque cada tecnologia

demanda um tempo de aprendizagem e apropriação por parte dos usuários, No

momento de sua introdução e inicial aceitação, em geral, é usada de maneira

parcial, desperdiçando seu cabal potencial e até sua principal contribuição. O

conhecido caso dos computadores que são simplesmente usados como máquinas

de escrever, permitindo maior produtividade e eficiência, é um clássico exemplo

desse fenômeno. Terceiro, porque as tecnologias demandam uma atenção

diversificada para gratificar seus usuários (...). Quarto, porque cada tecnologia

atende melhor à satisfação de uma ou mais necessidades que as anteriores, mas

não de todas, Assim, as velhas tecnologias sempre conservam um grau de

distinção insubstituível. E quinto, porque cada nova tecnologia provoca outras

mudanças subsequentes, que também requerem reajustes e reacomodações

variados por parte dos usuários (...) o sexto motivo que atrasa as mudanças é o

óbvio: simplesmente não há poder aquisitivo para acompanhar o

desenvolvimento tecnológico que é oferecido no mercado [...] (GÓMEZ, 2008,

pp.84-85)

Mas, em se voltando à referência, em Ramos (2004), que aponta para uma suposta

separação da comunicação social das políticas público-regulatórias, isso, sob todos os meios,

velhos e novos, assim, em Gomez (2008), como as diversas tecnologias vídeo-eletrônicas e

digitais, que os tornam possíveis, coexistem, conformando ou não convergências em sentido

estrito, porém constituindo ecossistemas comunicativos cada vez mais complexos.

Isto de que se pretende tratar nesta seção, de repente, é o toque nas características

essenciais a esse modelo de regulação, pretendida neste contexto, como meios de referência,

157

para auxílio na elaboração e implementação de políticas públicas de comunicação social.

Então, neste mesmo sentido, se vale ver em Pieranti e Martins (2008), as características

essenciais a esse modelo de regulação, é a independência das agências.

Aliás, nelas, o Poder Executivo não interfere, politicamente, caracterizando uma

instância pretensamente neutra em relação aos atores interessados, em que as decisões são

tomadas, levando-se em consideração, fundamentalmente, os aspectos técnicos. Quer dizer,

para eles autores, essas são premissas, radicalmente, opostas ao observado, especificamente,

no campo das comunicações, no Brasil.

Estas marcadas por práticas como clientelismo e pela influência dos atores político-

partidários, que se fortaleceram com o modelo de expansão da radiodifusão adotado durante o

regime militar e intensificado no raiar da Nova República, como se verá adiante. Referindo-se

a esse cenário e à criação da Anatel, em Ramos (2004), se conclui: “[...] Em Anetti e Clark

(2009), outra característica peculiar à sociedade da informação é a preocupação social em

promover o direito humano fundamental de acesso à informação, de modo eficiente e

integralizado mundialmente, e assim garantir que os benefícios advindos com as tecnologias

da informação sejam usufruídos por muitos, ao invés, de poucos privilegiados [...]” (RAMOS,

2004, p.9).

Mas, em se falando da falta de políticas públicas voltadas para a comunicação social,

se considerando a cidade de Ibirité, já começa com o visual desgastado, sobretudo, quando a

cidade não tem regras para controlar as publicações visuais. E isto em, Duarte, (2009), por

exemplo, vai-se ver que a comunicação pública deve ser compreendida com sentido mais

amplo do que dar informação. A clareza na linguagem, na produção da imagem, na

vivacidade das cores é que se vão, determinantemente, agradar ou não aos olhos do público. E

a comunicação, para o autor, deve incluir a possibilidade de o cidadão ter pleno conhecimento

da informação que lhe diz respeito.

De repente, por exemplo, no caso do Plano Diretor que, muitas vezes, não dá

alinhamento ao que se deve adotar como regras de posturas na cidade, deixa no geral ou não

deixa de jeito nenhum, sabendo-se que isso tem a ver com a comunicação social no lugar.

Igualmente, é aquilo que, em Kondo (2002), vai-se despontar como regra número 3 da boa

comunicação, a saber, clareza - as funções e responsabilidade dos cidadãos e do governo em

contribuir para a discussão e tomada de decisão que devem ser explícitas entre as secretarias e

no interior da cidade.

O que não é no caso de Ibirité, pois que também não define quem vai delimitar essas

regras. E aí, as políticas públicas, nesse caso, é que assumem os papéis delimitadores. E a

cidade fica a observar: outdoors fora dos lugares, comunicação visual, muitas vezes,

agressiva, causando mais sujeiras aos olhos que a si próprios. Não se definem as coisas. E os

fatores culturais, muitas vezes, por um lado, absorvem as influências de comunicações mal-

intencionadas. Por outro lado, denunciam a falta de visibilidade aos transeuntes leitores e

observadores do mundo a sua volta. Aí, em Mattos (2001), em dado momento, distanciam-se

do sistema municipal, em outro, aproximam-se.

E tudo termina, por não haver nenhum órgão público capaz de perceber, como que

autocrítica, as situações de insatisfação, para reparar a falta de sustentabilidade nas

comunicações visuais, que também acabam por interferir no meio ambiente. Daí, nesta linha,

a olhar essas relações da cidade com as comunicações visuais: “[...] A relação entre sociedade

e Estado, o grau de distanciamento ou aproximação, as formas de utilização ou não de canais

de comunicação entre os diferentes grupos da sociedade e os órgãos públicos – que refletem e

incorporam fatores culturais, como acima referidos [...]” (MATTOS, 2001, p.30).

Para tanto, dá para ver que, por hora, a população se distancia do Poder Público por

causa das imundícies visuais, fazendo-o críticas; por hora, ela se aproxima, ao querer ajudar e

até propor situações de limpeza pública – tipos mutirões comunitários – mas nem isso resolve.

158

Os órgãos públicos, voltados para as áreas de comunicação, demonstram, muitas vezes, quase

nenhum envolvimento com a causa. Noutra linha, haja vista para os bons serviços de

comunicações, caso fosse interesse da iniciativa público-municipal: faltam boas salas de

cinema, cineclubes, de jornalismos, publicidade e propaganda, dentre outros.

Quer dizer, em Duarte (2009), a comunicação deve ir além de apenas repassar a

informação. E, se há serviços, se implantados, poderiam ser aproveitados, mas não há

interesses, surgem perguntas: se há serviços, por parte da prefeitura, voltados para a

comunicação social. Se há possibilidades de se criar trabalhos voltados para a produção do

cinema, Para a produção de vídeos, de cineclubes, dentre outros. Também, em Kondo (2002),

as comunicações têm de ser explícitas, para que os cidadãos se apropriem da informação e

sintam-se à vontade de participar das tomadas de decisões, no que se refere aos

questionamentos colocados.

Mas não só, nas tomadas de decisões, em operações de comunicação junto ao sistema

municipal, faltam cooperações entre as secretarias, entre escolas, sejam municipais, sejam

estaduais. Nisto, há possibilidades de se implementar trabalhos de produção de curta-

metragem junto às escolas? Como é feito o trabalho de comunicação da prefeitura? A

prefeitura presta contas dos serviços através de jornais? A prefeitura faz publicações no diário

oficial ou não? A prefeitura faz propagandas de seus serviços?

Daí, com sentido de tentar responder a estas questões, Rosa e Barbosa (2010), vão

apontar as políticas públicas do campo privado, mesmo porque, há muitos tipos de serviços

considerados públicos, mas que se executam via-instituições privadas: “[...] As mídias e

tecnologias da informação inseridas com amparo da modernidade podem oferecer a impressão

de que os meios de comunicação anteriores têm sua importância reduzida ou estão a caminho

do desuso, mas essa impressão não corresponde à realidade de uso desses meios, ou seja,

mesmo em países que já inseriram digitalmente seus cidadãos com ferramentas como o

computador com acesso à Internet na própria residência (como os Estados Unidos), o número

de horas dedicado ao rádio ou à televisão permanece elevado, e é feito muitas vezes, ao

mesmo tempo, em que navegam no ciberespaço [...]” (RAMOS, 2004, p.9).

Quer dizer, as políticas públicas dos campos virtuais é que vão dar o enfoque desejado

a essas formas de comunicação que só os processos de discussão, elaboração e implementação

das políticas públicas de comunicação social e políticas público-virtuais é que vão dar o norte

das regulações de que precisam as comunicações sociais. Para tanto, a completar da versão

que, em Ramos (2004), se faz nortear: “[...] As políticas públicas para as comunicações, de

acordo com as conclusões da comissão da Unesco (1983), estão relacionadas essencialmente

ao modelo de desenvolvimento adotado por cada nação.

Em um primeiro momento, a comunicação é vista como processo técnico,

consequência do estabelecimento de infraestrutura necessária para a transmissão de dados

[...]” (UNESCO, 1983, p.340). Mas, isto se trazido à realidade da cidade, vê-se chamar

diversas modalidades de políticas públicas, porque de um lado, tem as pesquisas de campo,

que o próprio sistema municipal precisa realizar, e encontrar dados para elaboração de suas

políticas; de outro lado, há as pesquisas voltadas para as linguagens visuais que também têm

de coletar dados para elaboração de suas políticas.

Além disso, com advento da internet, que de advento mesmo, tem pouco, mas como

sempre inovando, se faz, diariamente, em advento. Contanto, que essas também, têm suas

pesquisas a fazer e, por isso, tem políticas públicas a elaborar e implementar, sobretudo, no

que tange ao cinema, aos cineclubes, se for o caso, à TV Ibirité a fazer-se cumprir sua função

social na cidade, e assim por diante.

Contudo, em se continuando: “[...] O problema fundamental consiste na relação que se

deve estabelecer entre a comunicação — obras de infraestrutura e atividades — e os objetivos

nacionais ou, em outras palavras, a incorporação do desenvolvimento da comunicação aos

159

planos de desenvolvimento geral. Como a comunicação não é um setor separado e autônomo,

a interdependência, talvez mais marcada nesse campo e em outros, impõe a necessidade de

formular algumas políticas de comunicação que não se limitem à informação e ainda menos

aos meios de comunicação social, mas sim que levem em consideração todos os meios que

pode utilizar uma sociedade para atingir seus objetivos gerais de desenvolvimento [...]”

(UNESCO, 1983, p.340).

Entretanto, a boa comunicação social, para ser como tal, precisa também se adequar a

certas situações de natureza política, sobretudo, porque, em quaisquer lugares em que se

promova a comunicação social, vai depender de ela se adequar a certas políticas públicas,

esteja ela no campo privado ou no campo público. Nisso, também, se faz reconhecer, sob

todos os meios, velhos e novos, assim, em Gomez (2008), como as diversas tecnologias

vídeo-eletrônicas e digitais, que os tornam possíveis, coexistem, conformando ou não

convergências em sentido estrito, porém constituindo ecossistemas comunicativos cada vez

mais complexos.

E as características essenciais a esse modelo de regulação, é a independência das

agências. Aliás, nelas, o Poder Executivo não interfere, politicamente, caracterizando uma

instância pretensamente neutra em relação aos atores interessados, em que as decisões são

tomadas, levando-se em consideração, fundamentalmente, os aspectos técnicos. Daí se vai ver

que a comunicação pública deve ser compreendida com sentido mais amplo do que dar

informação.

Finalmente, a clareza na linguagem, na produção da imagem, na vivacidade das cores

é que se vão, determinantemente, agradar aos olhos do público. Já, as políticas públicas dos

campos virtuais é que vão dar o enfoque desejado a essas formas de comunicação que só os

processos de discussão, elaboração e implementação das políticas públicas de comunicação

social e políticas público-virtuais é que vão dar o norte das regulações de que precisam as

comunicações sociais.

6.8 Eixos sintomático-político-assistencial-sociais

Em se tratando de políticas públicas de assistência social, no caso de Ibirité, por

exemplo, o que se vê é que o município sempre se coloca, num fazer até esforçado de serviço

social, mas sob a ordem de uma política assistencialista, o que não comunga bem com as

necessidades sociais. Nesse tanto, em Behring (2010), apesar de esse novo arcabouço teórico-

normativo de que o autor fala, de comportar uma série de importantes mudanças, não fica

isento de introduzir e/ou reproduzir conceitos conservadores.

E além de estar ausente um debate que abarque as determinações mais fundamentais da

pobreza e da desigualdade social como estruturais da sociedade, cuja contradição fundamental

se localizar nas origens e lutas de classes. E, muitas vezes, esse fazer social, preso a conceitos

conservadores, também se prende a um fazer-assistencial focado no ismo, esquecendo-se de

que a cidade precisa de um sistema que preste maior atenção ao quadro de pessoas

desgastadas: espiritualmente, financeiramente, socialmente, etc., não têm, sequer, como

sobreviverem.

Estes são aposentados, muitas vezes, lesados por tombadores de rua, muitos não

aposentados, sem-quaisquer formas de auxílio. E, por isso, vida desprezível, pois que não são

todas as pessoas que passam, e querem, e podem ajudar. Quer dizer, essas situações, se

olhadas à luz do que, em Bobbio, Matteucci e Pasquino (1998), e caracterizando todas as

mudanças que possam ser ocasionadas por esses fatos, elaboram-se concepções de um Estado

assistencialista, no caso de Ibirité, menos desenvolvido.

Este traz consigo certas dificuldades de consolidação do Welfare State. Para tanto,

quadros de desassistências, plenamente, presentes na: “[...] independentemente da sua renda,

160

todos os cidadãos, como tais, têm direito de serem protegidos – com pagamento em dinheiro

ou com serviços – contra situações de dependência de longa duração: velhice, invalidez ou de

curta: doença, desemprego, maternidade [...]” (BOBBIO, MATTEUCCI e PASQUINO, 1998,

p.417). Mas, noutro tanto, se vê que a Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS - vem

sendo descumprida nos contextos sociais da cidade.

Quer dizer, se em Boschetti, Teixeira e Salvador (2013), se vai ver que a constituição

de um sistema de gestão é uma demanda reconhecida desde a aprovação da Lei 8.742/93 – a

saber, a base dos serviços assistenciais prestados pelo governo à população em situação de

pobreza e vulnerabilidade social no Brasil. E em cinco anos após seu reconhecimento, como

parte da Seguridade Social brasileira, na Constituição Federal.

A saber, é importante destacar ainda, os instrumentos de gestão do Sistema Único de

Assistência Social – SUAS - que representam avanços em termos de organização e

planejamento técnico e financeiro, conforme em NOB-SUAS (2013), nas três esferas de

gestão: no Plano de Assistência Social; no orçamento; no monitoramento, na avaliação e

gestão da informação; e no relatório anual de gestão.

A saber, é na forma de gestão dos serviços que moram as implicâncias da qualidade ou

falta dela no sistema de assistência, de modo geral. A saber, em Bobbio, Matteucci e Pasquino

(1998), que tocam nas questões de assistência sob a orientação do Estado desenvolvido, nesta

aprece respaldando a assistência social num Estado mínimo e subdesenvolvido. Assim desse

modo, por estar em condições mínimas, prendem-se, falsamente, ao assistencialismo, e

deixam de fora a assistência tão necessária.

E o indivíduo que precisa daquele bem-assistencial, além de não recebê-lo e, em

Bobbio, Matteucci e Pasquino (1998) – pois que, no sistema falho, não são todos os

necessitários da cidade que os recebem – também não recebe educação para aprender a lidar

com o salário da assistência, não recebe orientação espiritual, não é preparado para se

recuperar enquanto indivíduo desgastado socialmente, não tem abrigo, e termina por viver

andarilho, nas ruas.

E aí as pessoas mais bem-informadas da cidade que gostam de ajudar - mas também,

sabe que o ajudar precisa de controle – muitas vezes, querem saber onde está o Planejamento

assistencial social, em que orçamentos se enquadram e quais monitores e os tipos de

monitoramentos, a saber, como cidadão, faz-se toda uma avaliação em torno da falta de gestão

e descobre que precisa ajudar o andarilho a conquistar os direitos que tem a tais serviços, ao

invés de outras ajudas também centradas no ismo. Enfim, nesta primeira seção, faz-se bem

ainda registrar as marcas que ficaram.

E estas podem ser primeiro, a de reconhecer que a atual política assistencial-social da

cidade se orienta sob a ordem do assistencialismo e, por isso, não comunga com as

necessidades reais da cidade. E, em Bobbio, Matteucci e Pasquino (1998), a de reconhecer

ainda que ao focar a política assistencial-social no ismo vai reproduzir como, em Behring

(2010), os conceitos conservadores e, por isso, ao invés de erradicar com a pobreza e

desigualdade social, só tende a torná-las estruturais na sociedade local.

A de reconhecer ainda que independentemente da sua renda, todos os cidadãos,

categorizados como necessitários de assistência, têm direito de serem protegidos – com

pagamento em dinheiro ou com serviços – contra situações de dependência de longa duração

como, em Bobbio, Matteucci e Pasquino (1998), ou seja, velhice, invalidez ou de curta:

doença, desemprego, maternidade, reconhecendo ainda que, além desses bens-assistenciais,

estes têm direito a reeducação, a orientação espiritual, a abrigo, a reinserção na vida social.

Daí, compreender que a cidade precisa do Planejamento assistencial social, conhecer

em que orçamentos, estes se enquadram, os serviços de monitoria e os tipos de

monitoramentos, a saber, como cidadão, tem direito e faz-se a uma avaliação continua do

sistema assistencial-social da cidade. Assim de outro modo, em Boschetti, Teixeira e Salvador

161

(2013), vê-se que, passados 20 anos da aprovação da LOAS, a implementação do SUAS traz

uma série de inovações e avanços importantes, os quais, faz-se também observá-los:

[...] Do ponto de vista da concepção de assistência social, é inegável que a

institucionalidade do SUAS tenta retirar a assistência social do arcabouço da

filantropia e cria diretrizes, critérios e forte arcabouço legal, antes inexistente e

de difícil estruturação em uma nação federada, com fortes disparidades

nacionais e locais. A definição conceitual de assistência como política de

proteção social presente na PNAS e no SUAS amplia suas feições e funções ali

determinadas, rompendo com a histórica nomenclatura até então existente [...]

(BOSCHETTI, TEIXEIRA e SALVADOR, 2013, p. 2).

Assim em se continuando e do ponto de vista da concepção de assistência social, a que

se vê, sobretudo, em Boschetti, Teixeira e Salvador (2013), inegável que a institucionalidade

do SUAS tenta retirar a assistência social do arcabouço da filantropia e cria diretrizes,

critérios e forte arcabouço legal. Aí, vê-se que os passados 20 anos da aprovação da LOAS, a

implementação do SUAS vão trazer uma série de inovações e avanços importantes na área da

assistência social, os quais, faz-se bem e também observá-los.

Contudo, nas práticas sociais, essas assistências sob os arcabouços legais, a que se estão

colocadas, também deixa seus apetrechos de falta de cumprimento com as diretrizes. Sair do

centralismo na filantropia é uma boa, adotar critérios, estabelecer diretrizes, sem-praticidades,

se vai cair nas disparidades e inconsequências sociais. Mas, no que concerne à importância

dessa assistência social, é olhar para trás e ver de suas origens, por exemplo:

“[...] Já a partir da segunda metade da década de cinquenta, em clima de grande

expectativa, decorrente da filosofia do pós-guerra – a do desenvolvimento – e dos primeiros

planos desenvolvimentistas em implantação, o Serviço Social, ao mesmo tempo, que

incorporava a filosofia, reconhecia a necessidade de uma revisão de sua teoria, de sua postura

e de seus métodos, como condição de melhor integrar-se nesse processo [...]” (JUNQUEIRA,

1980, p. 5).

Quer dizer, não é de hoje que se já busca uma assistência social ativa, justa, aquiescente

às necessidades demandadas no município. No entanto, se há cinco décadas, se buscavam

avaliações e revisões, nos fins de novos métodos de se assistir aos necessitários, vê-se que,

pós-longos anos, se chega à compreensão de que essa assistência continua necessitária de

revisões, também, nos fins de chegar a outros métodos que a possa tornar mais eficiente e

eficaz, socialmente falando.

Nesses termos, em Fome (2005), se vai ver de outros componentes metodológicos

capazes de auxiliar nessas revisões. Por exemplo, a Assistência Social como política de

proteção social configura-se como sendo uma nova situação para o Brasil. Ela fala em termos

de Brasil, significa garantir a todos, que dela necessitam, e sem contribuição prévia a provisão

dessa proteção, enquanto que nesta proposta significa estar revendo as situações de

necessidades assistenciais.

E nesta perspectiva significaria aportar quem, quantos, quais e onde estão os brasileiros

de mandatários serviços e atenções de assistência social. Noutra perspectiva, uma nova

situação, por exemplo, não dispõe de imediata e pronta análise de suas incidências. A opção

que se construiu para exame da política de assistência social na realidade brasileira parte

então da defesa de certo modo de olhar e quantificar a realidade, a partir de:

Primeiro, uma visão social inovadora, dando continuidade ao inaugurado pela

Constituição Federal de 1988 e pela Lei Orgânica da Assistência Social de 1993, pautada na

dimensão ética de incluir “os invisíveis”, os transformados em casos individuais, enquanto de

fato os é parte de uma situação social coletiva. Quer dizer, as diferenças e os diferentes, as

disparidades e as desigualdades.

162

Segundo, uma visão social de proteção, o que supõe conhecer os riscos, as

vulnerabilidades sociais a que estão sujeitos, bem como os recursos com que contam para

enfrentar tais situações com menor dano pessoal e social possível. Isto se supõe conhecer os

riscos e as possibilidades de enfrentá-los.

Terceiro, uma visão social capaz de captar as diferenças sociais, entendendo que as

circunstâncias e os requisitos sociais circundantes do indivíduo, e dele em sua família, são

determinantes para sua proteção e autonomia. Isto exige confrontar a leitura macro com a

micro social.

Quarta, uma visão social capaz de entender que a população tem necessidades, mas

também possibilidades ou capacidades que devem e podem ser desenvolvidas. Assim, uma

análise de situação não pode ser só das ausências, mas também das presenças, até mesmo

como desejos em superar a situação atual a que se encontra o sujeito social.

Quinta, uma visão social capaz de identificar forças e não fragilidades, que as

diversas situações de vida, possuam. E assim, se conclui o ideário de correções das políticas

de assistência social.

No entanto, em Mioto (2013), se vai ver que, se levar em conta o momento particular do

Serviço Social, a busca de sua consolidação como profissão em uma área supostamente

considerada como de benemerência e desempenhando ações no sentido da organização de

demandas aos serviços e benefícios oferecidos pelo aparato institucional público e privado.

Quer dizer, o debate sobre o significado das funções no trato das questões sociais, e

destas com as questões estruturais e conjunturais, noutros tempos, passava ao largo das

preocupações profissionais. Na verdade, essas funções eram centradas de forma bastante

endógenas, no interior do Serviço Social, nos processos e métodos de intervenção.

E estes autonomizados das instâncias institucionais, até meados da década de 1970.

Internacionalmente, conectava-se com as questões relativas ao desenvolvimento e ao

progresso social como uma trajetória natural a ser seguida pelos países. Na época, estes

considerados subdesenvolvidos, mas, hoje, essa carência de desenvolvimento ainda

permanece.

Ao final, em se considerando nesta segunda seção, as marcas que ficaram, vai se ver

que não adianta retirar a assistência social do arcabouço da filantropia e cria diretrizes,

critérios e forte arcabouço legal, saindo do centralismo da filantropia, adotando critérios,

estabelecendo diretrizes, sem-praticidades, e caindo nas disparidades e inconsequências

sociais.

Não adianta continuar com os serviços de assistência social sem que estas passem pelas

correções sob a visão social da inovação, da proteção, da captação das diferenças, das

necessidades da população e da identificação das forças políticas de autodefesa, e estas, em

detrimentos da identificação de suas fragilidades.

Para tanto, em Mauriel (2012), vê-se que a manutenção de uma política de

compromissos com o capital financeiro mantém em paralelo uma Política de Assistência

Social assentada, majoritariamente, na transferência de renda como estratégia de minimizar os

efeitos mais deletérios do avanço destrutivo do capitalismo contemporâneo. No entanto, para

ele Mauriel (2012), os discursos do combate à pobreza tornam-se centrais para instituir um

consenso em torno dos projetos em cursos. Assim sendo, vale ver:

O lugar cada vez mais privilegiado que a pobreza assume no debate sobre

política social faz com que as formas assumidas para o enfrentamento da

questão social impeçam a generalização dos direitos sociais. O problema não

está só na prioridade da pobreza enquanto categoria de análise para pensar as

políticas sociais, mas na forma e no tratamento dado aos ‘pobres’, que são

renomeados por suas fragilidades, descontextualizados, deshistoricizados,

163

aparecendo no discurso tecnocrático reconstituído por um novo tipo de

vigilância moral (MAURIEL, 2012, p. 181).

Agora, nele mesmo autor, os discursos do combate à pobreza, para constituir

consensos no entorno dos projetos, em Mauriel (2012), e para se tornarem, centralmente

importantes, os consensos têm de ser construídos e institucionalizados nas mais comuns e

elaborais formas de políticas públicas consonantes aos gestos político-públicos adotados pelo

sistema municipal na aplicação dessas políticas.

E isto, ao mesmo tempo, gestos receptivos por parte dos cidadãos fragilizados,

supostamente descontextualizados e sem suas histórias e, por isso, cidadãos, além de crentes e

carentes dos bens materiais-assistenciais, se fazem crentes e carentes do mesmo jeito numa

vigilância moral constante: tanto da parte de quem, supostamente, os assiste, quanto deles

próprios enquanto assistidos.

Assim sendo, é nisso que vale ver, por exemplo, quando em Schmidt e Mendes da

Silva (2015), “[...] A análise situacional da PNAS parte da população em geral e não da

determinação fundamental da inserção no mundo do trabalho, que implica em condições

determinadas de vida e de configuração de necessidades, numa lógica na qual o acesso aos

bens e serviços socialmente produzidos no mercado depende da venda da força de trabalho

por parte da maioria [...]” (SCHMIDT e MENDES da SILVA, 2015, pp.86-94).

Quer dizer, nessas políticas de consensos, geralmente, quem concorda é também quem

precisa e está carente desses materiais assistenciais, ou seja, quem aplica as políticas quase

nunca faz uma autocrítica sobre o trabalho que executa, sobre as relações que estabelece com

os assistidos, na verdade, suas ações de crítica estão mais fáceis de incorrer sobre os assistidos

somente, do que sobre si.

E o autor continua tocando nessas questões puxadas pelos consensos: “[...] O corte da

análise situacional é o da renda relacionada ao território, não do trabalho, com o que se deixa

de pensar a proteção social como um sistema amplo, relacionado às demais políticas de

seguridade, em especial, a previdência social [...]” (SCHMIDT E MENDES DA SILVA,

2015, pp.86-94).

Quer dizer, em BEHRING (2011), se já diz que o arcabouço teórico-normativo

comporta mudanças, mas nesta proposta, se entende que, se não souber a plicar essas

mudanças, elas vão se prender aos conceitos conservadores, e aí, não terá adiantado ampliar:

“[...] quando a assistência social se amplia pela via da expansão quantitativa do PBF em

detrimento do próprio SUAS, ou da rede de serviços que ele supõe e requer, uma série de

implicações impõe sérias restrições à consolidação do SUAS [...]” (BEHRING, 2011, p. 90).

E nele, se continua na compreensão de que, do que significa a ampliação da atenção

básica em assistência social, sem as políticas de correção: “[...] apesar de esse novo arcabouço

teórico-normativo comportar uma série de importantes mudanças, não é isento de introduzir

e/ou reproduzir conceitos conservadores, além de estar ausente um debate que abarque as

determinações mais fundamentais da pobreza e da desigualdade social como estruturais da

sociedade, cuja contradição fundamental se localiza na luta de classes [...]” (BEHRING, 2010,

p. 168).

Para ele, autor não há recursos suficientes para aplicação na rede de serviços,

construindo equipamentos públicos, estruturados e de qualidade, referenciados nos planos

municipais e nos territórios, assegurando as condições de trabalho aos trabalhadores da

Assistência Social, sigilo no atendimento, autonomia profissional nos procedimentos técnicos,

indo além do plantão e, de preferência, com salários dignos.

Daí se entra numa discussão tal sobre as políticas sociais e os Serviços Sociais da

cidade - no caso deste estudo - e os desafios que esta relação apresenta para a intervenção

profissional. Quer dizer, eles enfatizam o florescimento e o aprofundamento desse debate, ao

longo das duas últimas décadas do século 20, e a sua consolidação no início do século 21. E

164

também pormenoriza e se expressa, através da consistente produção de conhecimento, e da

inserção peculiar dos órgãos representativos da categoria profissional nos processos de luta

pela institucionalização das políticas públicas compatíveis com os valores contidos no Código

de Ética Profissional dos assistentes sociais.

Então, o enfoque maior recai sobre a questão da intervenção dos assistentes sociais, no

campo da política social, ao implementar o projeto profissional, comprometido com a defesa

dos direitos sociais de caráter universal. Nessa perspectiva, trata a política social como um

campo contraditório, permeado por interesses e projetos societários antagônicos, no qual se

reatualizam questões diretamente articuladas à especificidade e à autonomia profissional.

Dai se vai vendo as questões referentes aos processos de carências materiais, tanto no

campo dos assistidos, quanto no campo dos profissionais assistentes e a relação de trabalho

no/com o sistema político-social-assistencial municipal. Então, é neste sentido que esta

proposta vê o arcabouço-teórico-normativo, como necessário instrumento de mudar o foco

dessas relações, diferente do autor Behring (2010), que considera o novo arcabouço teórico-

normativo como quem comporta uma série de importantes mudanças nem, por isso, não fica

isento de introduzir e/ou reproduzir conceitos conservadores.

Isso, além de estar ausente do debate abarcador das determinações fundamentais da

pobreza e da desigualdade social. E, para tanto, estas colocadas como estruturais na

sociedade. E ainda, para ele, Behring (2010), há contradição, também fundamental, se localiza

na luta de classes. Aí, essas compreensões só se vão dar noutros estudos abordando como

temáticas as políticas públicas de assistência no âmbito das lutas de classes. Finalmente, em

se encerrando este artigo, o que se faz ver é a presença das marcas que ficaram. E, nesta

primeira seção, faz-se bem ainda registrar as marcas.

E estas podem ser primeiro, a de reconhecer que a atual política assistencial-social da

cidade se orienta sob a ordem do assistencialismo e, por isso, não comunga com as

necessidades reais da cidade. E, em Bobbio, Matteucci e Pasquino (1998), a de reconhecer

ainda que ao focar a política assistencial-social no ismo vai reproduzir como, em Behring

(2010), os conceitos conservadores e, por isso, ao invés de tentar erradicar com a pobreza e

desigualdade social, só tende a torná-las estruturais na sociedade local.

6.9 Eixos assintomático-político-social-juvenis

Em se tratando de políticas público-sociais, tendo como referência o público juvenil, o

que se vê é a necessidade de o poder público buscar tratamentos lógicos e mais apropriados

aos contextos da juventude. Isso se pensado em termos de cidade e esta sendo Ibirité, o que se

faz ver é que também não há dessas políticas. E, por não havê-las, a juventude fica sem-lugar

e acaba criando por ela mesma seus espaços e modos de desenvolverem suas práticas de vida

e suas culturas.

O que não é bom para a sociedade local, pois que, em situações como essas, isso

significa os jovens sozinhos em seu canto e os pais sem-controle de onde eles e o que eles

estão fazendo. Na verdade, o que se requer dos sistemas, são políticas que garantam que as

famílias conseguem acompanhar e supervisionar os passos dos filhos sem que eles se sintam

incomodados com a supervisão dos pais. Neste sentido, se olhado a contento ao querer

desenvolver-se da juventude, em Silva e Silva (2011), o posicionamento é de que as políticas

públicas para juventude precisam se efetivar como emancipatórias e adequadas às

necessidades específicas das diferentes juventudes.

E ainda, no mesmo sentido, se olhado ao mesmo querer desenvolver-se da juventude,

em Sposito e Carrano (2003), se vão propor a analise das políticas públicas com foco na

juventude, mas conceituando política pública ao modo das condições que o sistema público

dispõe para aplicar e investir nessa juventude, ou seja, é da seguinte forma: “[...] Em sua

165

acepção mais genérica, a ideia de políticas públicas está associada a um conjunto de ações

articuladas com recursos próprios (financeiros e humanos), envolve uma dimensão temporal

(duração) e alguma capacidade de impacto [...]” (SPOSITO e CARRANO, 2003, p. 17).

Quer dizer, ao mesmo tempo, que em Silva e Silva (2011), se quer efetivar as políticas

públicas, atribuindo-as à juventude como forma de emancipá-la de modo adequado à

necessidade e realidade dos jovens, se faz diferente do que se formula, em Sposito e Carrano

(2003), que para tornar essas políticas públicas efetivas e emancipadas vai depender das

condições a que o sistema municipal possa fazê-lo.

A saber, no caso de Ibirité, por exemplo, como o já mencionado, no que tange à

supervisão e acompanhamento da sociedade ou dos pais sobre os seus filhos, é que eles

querem saber, se de manhã, ele está na escola; se á tarde ele está no cursinho; se à noite, ele

está no teatro, no cinema, na igreja, dentre outras. Quer dizer, a política pública precisa ser

pensada - não como sendo unicamente responsáveis pelos jovens, seus pais e a sociedade

onde eles estão inseridos - mas também e, sobretudo, o poder público.

A saber, algo que, em Sposito e Carrano (2003), não se está pensando bem, pois que,

para eles depende das condições do sistema para que as políticas venham a ser aplicadas.

Assim desse modo, se as políticas públicas não garantem segurança aos pais, à sociedade, de

que o lugar onde os jovens estão construindo as suas relações de vida e cultura, é lugar

seguro, isso pode pesar, primeiramente, nos índices de violência e mortes, e usos de drogas, e

envolvimentos no mundo do crime, dentre outros congêneres negativos.

E pesando assim, como fica o estado de consciência do agente politico principal e seus

correlacionais, da vara da juventude no âmbito do sistema judiciário, conselhos tutelares,

conselho de defesa da criança do adolescente. Mas, secundariamente, vai pesar também no

índice de desenvolvimento humano da cidade. Então, nisto se vê de não se tratar apenas do

ente social como indivíduo, mas, sobretudo, ser social e coletivamente contextualizado ao

âmbito da cidade.

É uma questão de responsabilidade social, pois que, a juventude tanto preocupa aos

pais, à sociedade local e vai preocupar mais ainda os poderes públicos da cidade, porque, se

olhar no fundo, no fundo, até os adultos estão sob a responsabilidade desses poderes, quanto

mais os jovens. Agora, de outro modo e noutro sentido, os autores continuam discorrendo,

inclusive, nas políticas públicas voltadas, não somente, para as questões de implantação de

serviços, mas para os conflitos, até já tocados: “[...] Ela não se reduz à implantação de

serviços, pois engloba projetos de natureza ético-política, e compreende níveis diversos de

relações entre o Estado e a sociedade civil na sua constituição [...]” (SPOSITO e CARRANO,

2003, p. 17).

E os autores permanecem discorrendo sobre: “[...] Situa-se também no campo de

conflitos entre atores que disputam orientações na esfera pública e os recursos destinados à

sua implantação. É preciso não confundir políticas públicas com políticas governamentais

[...]” (SPOSITO e CARRANO, 2003, p. 17). Quer dizer, embora os autores toquem nas

questões relacionadas aos projetos ético-políticos corretamente falando, esta proposta

discorda, pois que, a juventude precisa de serviços, de estudos, de diversão, de relações

familiares, e se o poder público não pensar nas políticas voltadas para eles, jovens, isso

implica na falta de ética-politica mesmo.

Por exemplo, se a prefeitura não investe na escola profissionalizante – e já está sabido

que há algumas escolas do gênero na cidade – então tem de investir em políticas voltadas,

quem sabe, para os jovens-aprendizes, inclusive, aproveitando os alunos das escolas

profissionalizantes da cidade. Quer dizer, esses são projetos que tanto valorizam o sistema

municipal, quanto a sociedade local e quanto os jovens.

E estas são políticas que não se excluem às modalidades éticas. Por exemplo, em

Feitosa (2013), se vai ver que os dois não são excludentes, podem sim conviver,

166

pacificamente, inclusive, porque essas políticas vão ajudar a resolver conflitos: “[...] O Direito

do Desenvolvimento se efetiva pelo PIB (Produto Interno Bruto), e pelo IDH (Índice de

Desenvolvimento Humano), baixos. O Direito ao Desenvolvimento exige medidas radicais de

reversão do quadro de desigualdade social, com melhoras crescentes no IDHAD (Índice de

Desenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade), em processo de inclusão social e

participação comunitária [...] (FEITOSA, 2013, p. 175).

Esse é o fim dessas políticas: diminuir os índices negativos de desenvolvimento na

cidade e, para tanto, melhora e aperfeiçoa os índices de desenvolvimento humano, se

considerando, sobretudo, que a cidade precisa trabalhar, humanitariamente. Dado isso, como

já se está ao final da primeira seção, vale ver de suas marcas que ficaram. Nesse caso, tem de

reconhecer que, se o sistema municipal não cria políticas de atenção à juventude, esta fica

sem-lugar e acaba criando por ela mesma seus espaços e modos de desenvolverem suas

práticas de vida e suas culturas.

O que não é bom para a sociedade local, pois que, em situações como essas, isso

significa os jovens sozinhos em seu canto e os pais sem-controle de onde eles e o que eles

estão fazendo. Na verdade, o que se requer dos sistemas, são políticas que garantam que as

famílias conseguem acompanhar e supervisionar os passos dos filhos sem que eles se sintam

incomodados com a supervisão dos pais. E essas políticas públicas para juventude precisam se

efetivar como emancipatórias e adequadas às necessidades específicas das diferentes

juventudes.

A saber, a política pública precisa ser pensada - não como sendo unicamente

responsáveis pelos jovens, seus pais e a sociedade onde eles estão inseridos - mas também e,

sobretudo, o poder público. E se as políticas públicas não garantem segurança aos pais, à

sociedade, de que o lugar onde os jovens estão construindo as suas relações de vida e cultura,

é lugar seguro, isso pode pesar, primeiramente, nos índices de violência e mortes, e usos de

drogas, e envolvimentos no mundo do crime, dentre outros congêneres negativos.

E pesando assim, como fica o estado de consciência do agente politico principal e seus

correlacionais, da vara da juventude no âmbito do sistema judiciário, conselhos tutelares,

conselho de defesa da criança do adolescente. Mas, secundariamente, vai pesar também no

índice de desenvolvimento humano da cidade. Nisto se vê, também, de não se tratar apenas do

ente social como indivíduo, mas, sobretudo, ser social e coletivamente contextualizado ao

âmbito da cidade.

É uma questão de responsabilidade social, pois que, a juventude tanto preocupa aos

pais, à sociedade local e vai preocupar mais ainda os poderes públicos da cidade, porque, se

olhar no fundo, no fundo, até os adultos estão sob a responsabilidade desses poderes, quanto

mais os jovens. Esse é o fim dessas políticas: diminuir os índices negativos de

desenvolvimento humano na cidade e, para tanto, melhora e aperfeiçoa os índices de

desenvolvimento humano, se considerando, sobretudo, que a cidade precisa trabalhar,

humanitariamente. No mais, como em Pais (1990), se vai trabalhar a temática da capacidade

explicativa das teorias clássicas de reprodução social, no que tange às condições sociais e

valores semelhantes. Então, vale ver:

Sem que se possa negar a capacidade explicativa, em determinados contextos de

investigação, das teorias classistas da reprodução social, a coalescência de

jovens de diferentes condições sociais a valores relativamente semelhantes (à

importância dada ao dinheiro, à convivialidade, à moda, à música, ao desporto,

à sexualidade, etc.) é um fenômeno que a teoria das classes tem dificuldades de

explicar. Por outro lado, não é certo que entre jovens pertencentes a uma

mesma classe social se verifique, indiscutivelmente, uma homogeneidade

cultural ou de modos de vida entre esses jovens, como o fará supor o latente

determinismo presente em alguns trabalhos da corrente classista. (PAIS, 1990,

p. 159).

167

Por conseguinte, mas no que tange à capacidade explicativa em contextos de

investigação quanto às teorias clássicas de reprodução social, como em Pais (1990), se vai

trabalhar nessa temática, tal capacidade explica tais teorias pela compreensão de que a

reprodução social, no que tange às condições sociais e valores semelhantes na importância

dada ao dinheiro, na consideração do convívio social como meio de reprodução dos modos de

vida dos homens.

E como nesta temática, o foco está dado para a juventude, então, vale ver que os

modos de vida em foco também e, principalmente, é o dos jovens. Assim sendo, o poder

público tem de dar importância aos bens culturais, sobretudo, como forma de atrativos e

entretenimentos aos jovens. A juventude se faz assim, onde há batidos de violão, logo, se

formulam alguns aglomerados de jovens em torno das músicas; se os batidos se dão sob uma

pelada de futebol, os jovens se comungam nas mesmas sensações.

E nessa formação de grupos juvenis sempre se nos pontuou, favoravelmente, a

história. Haja vista para, em Lima, Carvalho e Lima (2012), abordando sobre esses grupos, e

pontuando sobre o fim da escravidão, na condição de classe, como as diferenças de classes

ficaram ainda mais marcantes. “[...] Os negros formavam novos grupos sociais, como o dos

miseráveis, que, em busca de sobrevivência, faziam trabalhos pesados e colocavam seus

filhos nas ruas, para mendigarem [...]” (LIMA, CARVALHO E LIMA, 2012, p. 651).

E os autores discorrem apontando a forma dos grupos se organizarem: “[...] A rua

passou, portanto, a ser o lugar de sobrevivência para muitas famílias provenientes de classes

populares. Por esse aspecto, passa-se a se entender a condição de crianças e adolescentes em

situação de moradores de rua, associando a delinquência à pobreza e, em consequência, ao

medo social e à condição de periculosidade [...]” (LIMA, CARVALHO E LIMA, 2012, p.

651). Então, pelo extrato se vê que a escravidão durou muito tempo ainda, depois de

legalmente destituída.

E a história começou a contar de crianças, adolescentes e jovens se agrupando nas ruas

fora dos parâmetros previstos pelo poder público. E é sabido que esses agrupamentos de

jovens fora das políticas públicas pensadas pelo poder público, só vão trazer índices que

denotam pontos negativos ao desenvolvimento humano. E nesse ínterim, se observar, em

Starlet (2011), se vai ver que em caráter normativo, infraconstitucional, em relação às

garantias, especificamente, dos direitos da criança, do adolescente e dos jovens.

O direito brasileiro foi marcado por quatro grandes momentos: o primeiro com o

Código de Menores de 1927; o segundo com o Código de Menores 1979; o terceiro com o

Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990, e o mais recente Estatuto da Juventude,

publicado em 2013. E ela mesma se coloca sobre como o Direito reconhece essas instituições

nos conceitos da juventude: “[...] O direito ao desenvolvimento faz parte do direito humano

de terceira geração ou da chamada dimensão, tratado como direito de solidariedade, que é

genericamente caracterizado como direito dos povos, por ter titularidade coletiva ou difusa.

Neles, englobam-se os direitos à paz, à autodeterminação dos povos, ao desenvolvimento e ao

meio ambiente sadio e economicamente equilibrado [....]” (STARLET, 2011, p. 49).

E o autor pontua sobre como as políticas se efetivam: “[...] E explica que os direitos de

terceira geração são chamados de direitos de solidariedade e de fraternidade, em face de sua

implicação universal ou, no mínimo, transindividual e por exigirem esforços e

responsabilidades em escala até mesmo mundial para sua efetivação [...]” (STARLET, 2011,

p. 49).

Quer dizer, esses são os termos na forma como os grupos se organizam e se efetivam

socialmente. Isso é tão significativo que não tem como pensar em políticas públicas para a

juventude, sem não se falar em bandas de músicas, seja no pátio da escola, na Praça principal,

nos coretos das matrizes religiosas, ou mesmo, nos grupos de teatro, como, por exemplo, em

Histórias de Ibirité (2018), o Grupo do Apoio, nos tempos do Projeto Cultural de Ibirité que,

168

além da teatralização das linguagens, promoviam dramatizações e, conjugados trabalhos com

a Frente de Cinema, promoviam sessões em Cineclubes, dentre outros.

Quer dizer, e se o poder público não pensa em políticas públicas desses gêneros,

comportamentos diferentes e variados de jovens podem se aperceber adotados, por exemplo,

em Frezza, Maraschin e Santos (2009), se vão afirmar que “[....] as ações de políticas públicas

de juventude podem tanto contribuir para criar novos sentidos e práticas para e pelos jovens,

como podem, simplesmente, reforçar as concepções e modos de viver dominantes reservados

à juventude dita em maior vulnerabilidade social [...]” (FREZZA, MARASCHIN e SANTOS,

2009, p.316).

Quer dizer, políticas públicas precisam ser para ajudar os jovens a se construírem

enquanto cidadãos, senão isso deixá-los que fique a sós com eles mesmos, vão promover suas

culturas a seu modo. E aí, não se sabe mesmo ao certo o que pode acontecer se estão às

margens da vulnerabilidade. Agora, se olhado aos olhos das marcas que ficaram nesta

segunda seção, o que se vê é que para se compreender a juventude é só trabalhar nessa

temática, em que tal capacidade se explica as teorias pela compreensão de que a reprodução

social.

E, sobretudo, no que tange às condições sociais e valores semelhantes na importância

dada ao dinheiro, na consideração do convívio social como meio de reprodução dos modos de

vida dos homens. E como nesta temática, o foco está dado para a juventude, então, vale ver

que os modos de vida em foco também e, principalmente, é o dos jovens. Então, o poder

público tem de dar importância aos bens culturais, sobretudo, como forma de atrativos e

entretenimentos aos jovens.

A juventude se faz assim, onde há batidos de violão, logo, se formulam alguns

aglomerados de jovens em torno das músicas; se os batidos se dão sob uma pelada de futebol,

os jovens se comungam nas mesmas sensações. E nessa formação de grupos juvenis sempre

se nos pontuou, favoravelmente, a história. E é sabido que esses agrupamentos de jovens fora

das políticas públicas pensadas pelo poder público, só vão trazer índices que denotam pontos

negativos ao desenvolvimento humano, principalmente, por estão em estado de

vulnerabilidade.

E esses são os termos na forma como os grupos se organizam e se efetivam

socialmente. Isso é tão significativo que não tem como pensar em políticas públicas para a

juventude, sem não se falar em bandas de músicas, seja no pátio da escola, na Praça principal,

nos coretos das matrizes religiosas, ou mesmo, nos grupos de teatro, como, por exemplo, em

Histórias de Ibirité (2018), o Grupo do Apoio, nos tempos do Projeto Cultural de Ibirité que,

além da teatralização das linguagens, promoviam dramatizações e, conjugados trabalhos com

a Frente de Cinema, promoviam sessões em Cineclubes, dentre outros.

A saber, políticas públicas precisam ser para ajudar os jovens a se construírem

enquanto cidadãos, senão isso deixá-los que fique a sós com eles mesmos, vão promover suas

culturas a seu modo. E aí, não se sabe mesmo ao certo o que pode acontecer se estão expostos

à vulnerabilidade. No mais, como em Sposito e Corrochano (2005), não se propõem a definir

o conceito de juventude, mas problematizam a categoria jovem ou juventude, ao considerarem

em nota que:

Trata-se não apenas de reiterar o caráter histórico e cultural da condição

juvenil, mas de pressupor que os modelos simbólicos que tendem a compor uma

imagem do que devem ser os jovens em uma determinada sociedade, além de

normatizar sobre o trânsito para uma condição adulta considerada desejável,

delimitam aquilo que pode ser reconhecido como o comportamento legítimo

para o próprio momento do ciclo de vida. Apesar da diversidade de modelos, é

possível considerar que algumas formas constituem dominância e passam a

orientar a experiência concreta dos jovens, mas adaptadas às peculiaridades

169

que decorrem de classe social, sexo, etnia, extração religiosa, condição

(SPOSITO e CORROCHANO, 2005, pp.141-172).

Em se continuando, a olhar para a temática da reiteração ao caráter histórico da

condição juvenil, sob os modelos simbólicos que tendem a compor sua imagem, como em

Sposito e Corrochano (2005), não se propõem a definir o conceito de juventude, mas

problematizam a categoria jovem ou juventude, ao considerarem a composição da imagem

juvenil sob as normatizações que estes jovens têm de adotar e, de certa forma, obedecerem,

para serem reconhecidos na sua passagem para a condição adulta.

E isso é coisa dos contextos sociais. Dependendo do grupo social, dali, surgem regras

a serem impostas aos jovens. Dado isso, vale compreender as situações de jovens colocados,

muitas vezes, sob a ordem desses grupos sociais, se considerando o Projeto Viva (2012), em

que se refere às políticas e programas direcionados à juventude, com especial atenção aos

jovens negros, entre 15 e 29 anos, do sexo masculino, em sua maioria, com baixa

escolaridade, os quais vivem nas periferias dos centros urbanos.

A saber, o atendimento prioriza, independentemente, da cor, da raça, os jovens em

situação de exposição à violência, aqueles que se encontram ameaçados de morte, em situação

de violência doméstica, em situação de rua, cumprindo medidas socioeducativas, egressos do

sistema penitenciário e usuários de crack e outras drogas. Tudo isso, o Projeto juventude Viva

(2012) assumiu compromissos de tentar recuperá-los e reinseri-los aos contextos sociais sem-

estigmas.

Para tanto, ainda se faz necessário observar: “[...] Do ponto de vista repressivo, as

políticas de segurança, focadas na criminalidade juvenil são, de um lado, cobertas para um

sistema de sanção especial de adolescentes em conflito com a lei, por meio das diretrizes do

Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e do Sistema Nacional de Atendimento

Socioeducativo (SINASE). Do outro, para os jovens não adolescentes, com ações que se

dividem em policiamento ostensivo, persecução penal e execução penal [...]” (FERREIRA et

al 2009, p.199). É para isso que se pensam nas políticas públicas no âmbito da juventude.

A saber, ou a política tem o papel principal de entreter os jovens, nalguns lugares,

indiretamente controlado pelo poder público, pelas famílias, pela sociedade. Isso, para não se

os deixar influenciar pelos requintes de desigualdades e, por isso, expostos aos processos

negativos de vulnerabilidade, enveredando-se pelos guetos da vida, correndo-se aos riscos de

se tornarem expostos à marginalidade.

Ou a política tem o papel principal de recuperar os jovens que já se encontram nessas

situações. Então, mais uma vez, a política pública tem o seu papel importante na vida da

juventude. Contudo, olhar para os jovens sem contar com uma política público-desportiva,

por exemplo, e pensar nas caminhadas coletivas - tanto conta com jovens, adultos e idosos -

mas também, nos campeonatos desportivos, quando o espírito de competividade é incentivado

e aceito por eles com muito prazer, brandura e alegria, dentre outras competividades do

âmbito cultural-desportivo que, além de ser saudáveis ao corpo, faz todo um trabalho de

respeito e convenção disciplinar.

O que os ajudam muito das iniciativas e defesas na formação de habilidades do campo

educacional. Entretanto, se olhado assim, vê-se que, em Silva e Silva (2011), por sua vez,

aponta que: “[...] Um dos principais desafios para a implementação de uma política pública

asseguradora de direitos sociais para a juventude é obter a mobilização permanente da

sociedade civil, conjugada à vontade e à decisão política para ampliar, aperfeiçoar, avaliar e

monitorar, além de realizar o controle social democrático das atuais iniciativas.” (SILVA e

SILVA, 2011, p.670).

Finalmente, disso posto, vale compreender as políticas públicas voltadas para a

juventude com sentido de resgates culturais, a saber, hábitos já perdidos; de implementos de

culturas novas, ou seja, culturas ainda não praticadas no âmbito da cidade, que possam se

170

tornar viáveis aos contextos de valorização dos hábitos da juventude, no âmbito da cidade

como um todo pensado público e politicamente organizado.

6.10 Eixos assintomáticos-político-virtuais

No que concerne às políticas virtuais, faz-se bem saber que, em Sodré (2008), é

possível perceber que a sociedade contemporânea vem marcada pela “comunicação

generalizada”, na qual, se insinua nas estruturas sociais, permeando as relações intersubjetivas

e estabelecendo o que vem sendo denominado de realidade virtual.

Para tanto, como pensa: “[...] A rede tecnológica confunde-se com o processo

comunicacional, resultando, no âmbito da mídia, a imagem-mercadoria, característica da

contemporaneidade [...]” (SODRÉ, 2008, p.19). Então, essa comunicação que o autor chama-

a de ‘generalizada’, mas que se funda na imagem-mercadoria vai trazer aos conceitos de

mundo virtual a capacidade humana de viver dois mundos diferentes e, ao mesmo tempo, o

real e virtual.

Para o autor, a virada do século é caracterizada pela transição da comunicação

centralizada, vertical e unidirecional, para uma comunicação marcada pelas possibilidades

trazidas pelo avanço técnico das telecomunicações, como a interatividade e multimídia. Para

alguns teóricos, segundo Sodré (2008), se referem a essas tecnologias como “pós-midiáticas”.

A saber, as novas tecnologias apoiam e coincidem, em termos econômicos, “[...] com

a extraordinária aceleração da expansão do capital, o que o autor chama de

“turbocapitalismo”, esse processo tendencial de transnacionalização do sistema produtivo e de

atualização do velho liberalismo de Adam Smith, a que se vem chamando de ‘globalização’ e

cuja autopropaganda, atravessada pela ideologia do pensamento único, lhe atribui poderes

universais de uniformização [...] (SODRÉ, 2008, p.11).

Então, os pensadores das políticas público-virtuais precisam estar cientes, no universo

virtual, dessa globalização, mas, sobretudo, ciente de que esta, em nome de uma unicidade,

promove, cada vez mais, a desigualdade social entre os povos. Para tanto, no caso de Ibirité,

por exemplo, aonde as políticas virtuais assumirão papéis influentes, senão nos campos de

comunicação das redes sociais, então, tais políticas não poderão ser elaboradas com sentido

de governar as redes virtuais, se considerando que essas já têm seus administradores oriundos

de um campo mais geral.

E o Estado mínimo não exerce poder jurisdicional sobre elas. Entretanto, tais políticas

público-virtuais poderão ser pensadas, elaboradas e implementadas desde que sejam voltadas

para o uso dessas redes virtuais-sociais como meios de publicação, de comunicação e de

divulgação de imagens, de trabalhos, de diversas atividades no sistema político-público-

municipal e na cidade como um todo influente e, ao mesmo tempo, influenciado pelas

políticas virtuais.

Mas, os pensadores das políticas virtuais, mesmo messe campo particularmente

citadino, precisam observar como se caracterizam certas redes de influência, sobretudo, em

Collaro (2005), a frequência com que arranjos visuais são explícita ou implicitamente usados,

caracterizará o estilo ou a linha editorial de um jornal ou revista, que integram um complexo

processo de inter-relações sociais. E isso, na verdade, vai além, à medida que o futuro das

artes gráficas, esteja em redução de fase de execução, e no crescimento do conhecimento que

transcende a simples produção da mancha gráfica.

E ele assevera que o “[...] conhecimento de recursos técnicos, aliado à estética visual,

proporcionará a esse profissional, um longo caminho através dos tempos. O gerenciamento

das fases de fluxo operacional das artes gráficas permite-nos dizer que tal conhecimento,

independente da área de atuação dos profissionais de comunicação social, pois, mesmo sem o

conhecimento técnico necessário para executar tarefas complexas de produção e impressão,

171

caberá a eles a aprovação de campanhas publicitárias, embalagens, e a produção de

apresentação de produtos nas mídias impressa e digital [...]” (COLLARO, 2005, p. 35).

Para tanto, numa verdade, é isso o que se quer com as políticas virtuais, ou seja, estas

como sendo utilitárias no respaldo e preparação de campanhas publicitárias, de preparação de

imagens no campo da impressão gráfica, mas também, no campo das publicidades visuais;

imagens, por exemplo, que vão causar impressão no consumidor, através de embalagens e a

forma de determinado produto se apresentar ao público consumidor, nos entre meios

comerciais da cidade.

Quer dizer, é esse tipo de regulação sobre os comércios virtuais, que as políticas

públicas virtuais deverão regular, no entanto, também, servirão de referência para as mídias

impressas, como jornais, revistas impressas, revistas virtuais, e até mesmo, os canais virtuais e

de televisão e audiovisuais. A saber, é sob esse olhar de Collaro (2005), que a cidade precisa

se fazer presente nos campos virtuais. E nada como as políticas virtuais e as de comunicação

social, para tornar os canais de comunicação sejam estes visuais, audiovisuais, virtuais,

impressos, dentre outros, todos precisam estar contextualizados às políticas públicas feitas

para a cidade.

Por fim, como esta é a primeira seção deste artigo, faz-se necessário registrar as suas

marcas que ficaram. A marca reconhece como que, em Sodré (2008), a rede tecnológica

confunde-se com o processo comunicacional, resultando, no âmbito da mídia, a imagem-

mercadoria, característica da contemporaneidade. Para o autor, a virada do século é

caracterizada pela transição da comunicação centralizada, vertical e unidirecional, para uma

comunicação marcada pelas possibilidades trazidas pelo avanço técnico das

telecomunicações, como a interatividade e multimídia.

E os pensadores das políticas público-virtuais precisam estar cientes, no universo

virtual, dessa globalização, mas, sobretudo, ciente de que esta, em nome de uma unicidade,

promove, cada vez mais, a desigualdade social entre os povos. E no caso de Ibirité, por

exemplo, aonde as políticas virtuais assumirão papéis influentes, senão nos campos de

comunicação das redes sociais, então, tais políticas não poderão ser elaboradas com sentido

de governar as redes virtuais, se considerando que essas já têm seus administradores oriundos

de um campo mais geral.

E o Estado mínimo não exerce poder jurisdicional sobre elas. E tais políticas público-

virtuais poderão ser pensadas, elaboradas e implementadas, desde que sejam voltadas para o

uso dessas redes virtuais-sociais como meios de publicação, de comunicação e de divulgação

de imagens, de trabalhos, de diversas atividades no sistema político-público-municipal e na

cidade como um todo influente e, ao mesmo tempo, influenciado pelas políticas virtuais.

Para tanto, numa verdade, é isso o que se quer com as políticas virtuais, ou seja, estas

como sendo utilitárias no respaldo e preparação de campanhas publicitárias, de preparação de

imagens no campo da impressão gráfica, mas também, no campo das publicidades visuais;

imagens, por exemplo, que vão causar impressão no consumidor, através de embalagens e a

forma de determinado produto se apresentar ao público consumidor, nos entre meios

comerciais da cidade.

Quer dizer, noutra verdade, é esse tipo de regulação sobre os comércios virtuais, que

as políticas públicas virtuais deverão regular, no entanto, também, servirão de referência para

as mídias impressas, como jornais, revistas impressas, revistas virtuais, e até mesmo, os

canais virtuais e de televisão e audiovisuais. No mais, como na próxima seção, em Redação

(2001), se vai ver sobre a temática de como se estabelecer a visibilidade e legibilidade

tipográfica no âmbito do planejamento gráfico. Então, vale ver:

[...] Em um planejamento gráfico, há certos princípios ou pressupostos básicos,

pelos quais um editor se pauta para produzir a notícia. A seleção, composição,

organização, classificação, relação, produção, legibilidade, visibilidade e

172

tipografia são alguns deles. Estabelecer o elo entre as duas linguagens, texto e

imagem, provendo a interconexão entre elas, é atribuição do editor gráfico,

conforme o texto a ser publicado, também deve saber, “[...] diante de uma foto,

o melhor corte a lhe ser dado, em decorrência da ênfase que importa à edição e

do conjunto visual da página [...] (REDAÇÃO, 2001, p. 33).

Mas, em se tratando planejamento gráfico, no que se concerne em Redação (2001),

aonde se vai ver sobre a temática de como se estabelecer a visibilidade e legibilidade

tipográfica, tendo o âmbito do planejamento gráfico, como referência. Então, vale ver que este

autor preocupa-se com as questões relacionadas às noticias do ponto de vista da impressão

gráfica, não do ponto de vista da própria notícia.

Quer dizer, ele olha pelo elo que proporciona ligação entre as duas linguagens, texto e

imagem, ao mesmo tempo. A saber, para ele, Redação (2001), a notícia, para ser notícia,

precisa trazer com ela a imagem que contextualiza os fatos, senão assim, possivelmente, a

notícia torna-se incompleta, no que tange aos processos de produção gráfica. Quer dizer, nele

há uma preocupação grande com a estética, não necessariamente, com os fatos. Entretanto,

para se fizer a interconexão entre as duas situações, texto e imagem, é preciso, antes de tudo,

considerar a notícia pela própria notícia, antes de quaisquer contextualizações textuais.

E aí, já se sabe que esta corre tão-rapidamente que o ato de torná-la notícia, no âmbito

do planejamento gráfico, desimpede-a de acontecer, pois que, embora tão-rapidamente, mas

esta ficando somente entre alguns que a presenciaram e outros que a receberam por repasse,

mais valem estas no âmbito das notícias expressamente gráficas e áudio-visualmente

divulgadas e acobertando maiores informações e informados, do que apenas repasses de

notícias. E esse, ao ver desta proposta, é o olhar conceitual de Redação (2001).

No entanto, em Sodré (2008), defende-se que estas características de uniformização

são, na verdade, mais aparentes do que de fato concretas, tendo em vista a globalização como

fenômeno claramente regional, em seu modo de ação, uma vez, que os investimentos

concentram-se em determinadas regiões do mundo. E se assim o faz, significa que o

fenômeno da globalização não se formaliza conforme os conceitos construídos pelos povos

componentes do mundo, pois que, não os engloba a todos, deixando sempre marcas de

desigualdade.

Nisto, haja vista para: “[...] O que este fenômeno teria de “global”, então, é a medida

da velocidade de deslocamento de capitais e informações, tornadas possíveis pelas

teletecnologias. De fato, o que o fenômeno globalista (já antigo) tem de muito novo no fim

deste milênio [...]” (SODRÉ, 2008, p.12). Agora, isso combinado aos olhares que se dão para

o conjunto dos elementos visuais, se comparado aos aspectos técnicos do planejamento

gráfico, vai-se ver que as teletecnologias avançam muito mais que a própria globalização, que

ganha perfis fenomenais, mas não consegue unificar os povos, embora o tenha em seu bojo

como objetivo principal.

E as teletecnologias unificam tanto, ao ponto de quaisquer povos em quaisquer cantos

do mundo, se faz possível perceber a existência da comunicação. Então, vale até perguntar

ainda que indiretamente, que globalização é esta que ao invés de igualar, desiguala. Sendo

assim, ao mais tardar, os conjuntos dos elementos visuais de que se fala, aprecem sob os

olhares, em Mcluhan (1999), num olhar sobre o todo, no conjunto dos elementos visuais que

integram as páginas de jornal, o estudioso e pesquisador, no campo da comunicação, defende

a ideia de que a página do jornal teria quebrado a linearidade do livro, isto é, a apresentação

de forma simultânea de várias histórias, em sistema mosaico.

Quer dizer, ele assegura que o livro: “[...] é uma forma restrita e confessional que nos

leva ao ponto de vista individual, enquanto que o jornal, ao contrário, exige a participação

coletiva. Dessa forma, torna-o, juntamente como as revistas, um dos mais importantes

173

veículos de comunicação de massa [...]” (MCLUHAN, 1999, p. 231-2). Quer dizer, o autor

parece preocupar-se muito com as páginas do jornal sob o ponto de vista tipográfico.

Entretanto, seus incômodos não estão ligados, tão-só e somente só, às tipografias, pois

que já é sabido que os elementos visuais tanto se fazem presentes nas linguagens impressas

quanto nas não impressas, ou seja, no mundo virtual, por exemplo, as linguagens gráficas,

mas não impressas aparecem despontando muito mais teor imagístico seja na cor, no tom da

cor, na combinação de cores, no entoar das palavras sonorizadas e combinadas ao estado

emocional do sujeito virtual, tão-significativamente forte, que o mundo virtual tem-se

aparecido muito mais atrativo aos olhos do leitor-internauta do que aos olhos do leitor-texto-

impresso.

E talvez, seja este o motivo de, em Mcluhan (1999), incomodar-se tanto com as

páginas do jornal impressas. Pode ser que, para ele, as linguagens virtuais tenham atraído

maiores números de leitores. Enfim, como se está ao final da segunda seção, faz-se bem

observar-se das marcas que ficaram. Para tanto, vale ver que este autor preocupa-se com as

questões relacionadas às noticias do ponto de vista da impressão gráfica, não do ponto de

vista da própria notícia.

Entretanto, para se fizer a interconexão entre as duas situações, texto e imagem, é

preciso, antes de tudo, considerar a notícia pela própria notícia, antes de quaisquer

contextualizações textuais. Contudo, mais valem estas no âmbito das notícias expressamente

gráficas e áudio-visualmente divulgadas e acobertando maiores informações e informados, do

que apenas repasses de notícias. E se assim o faz, significa que o fenômeno da globalização

não se formaliza conforme os conceitos construídos pelos povos componentes do mundo, pois

que, não os engloba a todos, deixando sempre marcas de desigualdade.

Daí vai-se ver que as teletecnologias avançam muito mais que a própria globalização,

que ganha perfis fenomenais, mas não consegue unificar os povos, embora o tenha em seu

bojo como objetivo principal. E as teletecnologias unificam tanto, ao ponto de quaisquer

povos em quaisquer cantos do mundo, se faz possível perceber a existência da comunicação.

Então, vale até perguntar ainda que indiretamente, que globalização é esta que ao invés de

igualar, desiguala.

E o autor parece preocupar-se muito com as páginas do jornal sob o ponto de vista

tipográfico, entretanto, seus incômodos não estão ligados, tão-só e somente só, às tipografias,

pois que já é sabido que os elementos visuais tanto se fazem presentes nas linguagens

impressas quanto nas não impressas, ou seja, no mundo virtual, por exemplo, as linguagens

gráficas, mas não impressas aparecem despontando muito mais teor imagístico.

Isso seja na cor, no tom da cor, na combinação de cores, no entoar das palavras

sonorizadas e combinadas ao estado emocional do sujeito virtual, tão-significativamente forte,

que o mundo virtual tem-se aparecido muito mais atrativo aos olhos do leitor-internauta do

que aos olhos do leitor-texto-impresso. No mais, como na próxima seção, em Castells, (2002),

se vai ver sobre a temática da comunicação baseada na integração dos múltiplos modos de

comunicação. Então, vale ver:

“O que caracteriza o novo sistema de comunicação, baseado na integração em

rede digitalizada de múltiplos modos de comunicação, é a sua capacidade de

inclusão e de abrangência de todas as expressões culturais (...). É precisamente

devido a sua diversificação, multimodalidade e versatilidade que o novo sistema

de comunicação é capaz de abarcar e integrar todas as formas de expressão,

bem como a diversidade de interesses, valores e imaginações, inclusive a

expressão de conflitos sociais” (CASTELLS, 2002. p 460 )

Conquanto, se faz perceber que, em se tratando de um novo sistema de comunicação

que, em Castells, (2002), se vai ver sobre a temática da comunicação baseada na integração

dos múltiplos modos de comunicação e sua extrema capacidade de inclusão das diversas

174

expressões culturais espalhadas pelo mundo. Então, valem ver, em Mattos (2001), a relação

entre sociedade e Estado, o grau de distanciamento ou aproximação, as formas de utilização

ou não de canais de comunicação entre os diferentes grupos da sociedade e os órgãos públicos

– que se refletem.

E se incorporam fatores culturais, como acima referidos – estabelecem contornos

próprios para as políticas pensadas para uma sociedade. “[...] Indiscutivelmente, as formas de

organização, o poder de pressão e articulação de diferentes grupos sociais no processo de

estabelecimento e reivindicação de demandas são fatores fundamentais na conquista de novos

e mais amplos direitos sociais, incorporados ao exercício da cidadania [...]” (MATTOS, 2001,

p.30).

Quer dizer, ambas as autoras tocam de modo diferente, mas sobre o mesmo assunto, se

considerando, primeiramente, sob a diversificação e multimodalidade conjugada ao versátil

modo de um sistema se comunicar-se, conforme em Castells (2002), se possibilita. Daí, como

as pautas deste artigo se alinham sob as temáticas das políticas públicas virtuais, o modo de

desenvolver essa versatilidade comunicacional só vai fazer com que tais políticas se efetivem

e se tornem mais eficazes, cada dia. Secundariamente, em Mattos (2001), se tecem as

considerações de uma versatilidade fundamentada nas conquistas de novos e mais amplos

direitos sociais.

E, ainda por cima, esses estão ligados à ampliação do exercício da cidadania. Logo,

em Castells (2002), se constrói o sentido da inclusão social pela versatilidade do novo modo

de fazer comunicação social, para tanto, usando-se as tecnologias virtuais. Já, em Mattos

(2001), essa mesma versatilidade vai ampliar – em função das reivindicações – as conquistas

dos novos direitos sociais conjugados ao exercício da cidadania. E isso, na verdade, se resume

em fazer a inclusão social dos sujeitos através das redes sociais de comunicação.

E nesse teor das linguagens que edificam e, ao mesmo tempo, unificam, é que se

avaliam os processos de conhecimentos, conforme em Gobbi (2010), avaliar o estado do

conhecimento no campo acadêmico e profissional da Comunicação Social, na última década,

passa por vários desafios: “[...] Embora em estágio avançado, se comparado com outras

regiões, principalmente da América Latina, a área ainda busca a ampliação dos níveis de

excelência na formação universitária e na inserção dos egressos no mercado profissional [...]”

(GOBBI, 2010, p.16).

Mas, ele permanece discorrendo: “[...] Outras características da Comunicação Social

altercadas são o amplo entendimento sobre o conceito do campo comunicacional, as

definições de suas fronteiras, objetos, agentes (produtores e consumidores), cenários e

produções) [...]” (GOBBI, 2010, p.16). Nisto, se avalia por causa dos avanços da

comunicação social, não somente no âmbito do Jornalismo, da Publicidade e Propaganda,

mas, sobretudo, nos campos virtuais.

Essa comunicação vem ganhando, cada dia, mais impulso e visibilidade, e participação

social, e sugestões de mídias, e leituras cada vez mais contextuais e a contento aos conceitos

da diversidade. Quer dizer, estes, muitas vezes, contrários ao que em, Marshall (2003), vem

chamar de hegemonia publicitária: “[...] A hegemonia da publicidade representa, sobretudo, a

hegemonia de um modo de vida, uma concepção humana de ser e estar, do que é ter e do que

é representar. A publicidade permite ao ser humano encarnar um conceito, uma ideia ou uma

imagem [...]” (MARSHALL, 2003, p.96).

A saber, na hegemoneidade, dá-se a entender que a comunicação está sendo realizada

de modo igual para todos os cidadãos. Nisso, se sabe que, como direito, os cidadãos têm se

comunicado mundo a fora, entretanto, não se os podem considerar iguais, por causa das falhas

de comunicação. E falhas acontecem tanto no mundo real quanto no virtual. Agora, entender

isto pelo universo das profusões de informações, conforme em Anjos e Ezequiel (2011), é

outra incógnita a ser decifrada, por exemplo: “[...] Frente à existência de uma profusão de

175

informações, é premente se desenvolver a habilidade para decidir como e o quê se quer obter

no mundo virtual, como processar os 93 resultados obtidos e, por último, como usá-los para

concluir a tarefa específica que motivou a busca de informação [...]” (Anjos e Ezequiel, 2011,

p. 72).

Daí, se compreender que essas buscas de informações, só se as conseguem mais

facilmente, por causa da democracia presente nos processos de comunicação social pela

internet. E isso depende das políticas público-virtuais. Se há democracia, estas significam as

políticas estarem abertas e avançadas proporcionando ao mundo se comunicar livremente. E

aí, no âmbito das profusões de informações, como em Anjos e Ezequiel (2011), as

conversações e redes sociais vão justificar a existência de políticas públicas, sobretudo,

democráticas até em localidades mais próximas dos grandes centros urbanos como Ibirité, por

exemplo.

Daí ainda, se olhados por esses adventos, se vai ver: “[...] Com o advento dos sites de

rede social, essas conversações online passaram a criar novos impactos, espalhando-se pelas

conexões estabelecidas nessas ferramentas e através delas, sendo amplificadas para outros

grupos. São centenas de milhares de novas formas de trocas sociais que constroem

conversações públicas, coletivas, síncronas e assíncronas, que permeiam grupos e sistemas

diferentes, migram, espalham-se e semeiam novos comportamentos. São conversações em

redes [...]” (RECUERO, 2012, p. 121).

E essas conversações de que a o autor fala que precisam ficar sintomatizadas no

âmbito do sistema público municipal. E isso só se os fazem, através de políticas públicas

convencionadas na própria localidade onde, normalmente, se fazem as comunicações e, para

tanto, se há detectadas ausências delas no lugar. Portanto, é o caso de Ibirité.

Finalmente, como esta é a última seção deste artigo, faz-se bem frisar de suas marcas

que ficaram e, entre as principais, no entanto, no que concerne às políticas virtuais, faz-se bem

saber que, em Sodré (2008), é possível perceber a sociedade contemporânea marcada pela

“comunicação generalizada”, na qual, se insinua nas estruturas sociais, permeando as relações

intersubjetivas e estabelecendo o que vem sendo denominado de realidade virtual.

6.2 Consideráveis teórico-finais

Em se tratando de marco de conceituação e contextualização teórica, o que se pensou

possível fosse fazer, foi apontar nesta tarefa textual o que, de fato, marcou significativamente,

o plano de ações gerais, no modo como essas marcas se fizeram destacadas, nos contextos

histórico-político-sociais-administrativos, e os contrastes sobre que estes se vieram pautados.

Nisso importou, sobretudo, aos pontos de vistas teóricos, o em que e com quem se os

contrastaram como estes se realizaram, em que e até onde a cidade participou desses fatos que

se destacaram e, por isso, marcaram, politicamente, a vida dela.

E, ao lado disso, sob as mais bem-recomendadas referências: conceituais-histórico-

teóricas: consultas virtuais, legislações vigentes e, também, sob as leituras e observações dos

mais recentes e críticos artigos científicos, estes se afirmaram enquanto marco teórico. Então,

no que se postou ficar, possivelmente teorizado, e essas contextualizações girassem apenas

em torno dos eixos-problemas e que, por serem os mais necessitários de toques teóricos,

também requeressem pormenorizadas fundamentações e experiências respaldadas pelas mais

diversas e atualizadas referências bibliográficas focadas sempre nos conceitos e teores

desejados. E isso se despontou, claramente, ocorrido.

Para tanto, apontados e fundamentados eixos teóricos sumamente importantes para a

constatação das experiências vivenciadas pelos autores. E nisso, realmente, necessárias para a

176

desenvoltura do plano de ações gerais, além de comprovadas, cientificamente, que os

problemas da cidade pudessem ser difíceis, sonhados demasiadamente, mas não impossíveis

de - tratados à luz de boas políticas públicas, boa gestão, ainda que de longo prazo –

tornassem-se passíveis de soluções.

Logo, ao sabor das mais atualizadas referências bibliográficas e sob as boas reflexões

críticas, pretendeu-se chegar ao marco teórico da conceituação e contextualização, tendo

como referências temáticas de base, as principais problemáticas sob as quais, Ibirité vem

experimentando, com o passar dos anos. Experimentações estas que – agora, pós-teorizadas -

servirão para, a partir delas, se apontarem, também, os eixos contextuais propositivos nas

práticas políticas futuras da cidade. Para tanto, marcos propositivos com os quais se pretende

dar norte político sob os conceitos de cidade desejados.

7 MARCO DE CONTEXTUALIZAÇÃO PROPOSITIVA

7.1 Contextualizáveis propositivo-iniciais

Em se tratando de marco de contextualização propositiva, o que se pensa possível

fazer, é a partir dos eixos construídos, apurados e levantados com os estudos no entorno do

referencial teórico, apontar nesta tarefa textual o que, de fato, significativamente, pode gerar

as proposições referentes aos contextos do plano de ações gerais, no modo como essas

proposições se fizerem destacadas, nos contextos histórico-político-sociais-administrativos, e

os contrastes sobre que estas se vieram pautadas.

Nisso importa, sobretudo, aos pontos de vistas práticos, o em que e com quem se as

contrastaram na realidade social. E assim, como estas se devem situar, em que e até onde a

cidade participa delas e, por isso, marcaram-na, politicamente, ao ponto de estas se tornarem

propostas de governo municipal, para a legislatura que se dará entre 2021-2024.

Para tanto, necessárias para a desenvoltura do plano de ações gerais, além de

comprovadas, cientificamente, que os problemas da cidade possam ser difíceis, sonhados

demasiadamente, mas não impossíveis de - tratados à luz de boas políticas públicas, boa

gestão, ainda que, muitos deles, de longo prazo – tornem-se passíveis de soluções. Logo,

eixos sumamente importantes para dar norte a todos os processos de construção e demarcação

propositiva de todo o capítulo das contextualizações práticas do plano de ações gerais para a

cidade.

E estes sob as boas reflexões críticas, pretende-se chegar a esta contextualização, tendo

como referências temáticas de base, as principais problemáticas teorizadas nos introitos, nas

justificáveis e nos referenciais teóricos. Aliás, problemáticas essas, com as quais, Ibirité vem

convivendo, no passar dos anos. Para ela, experiências que servirão para apontarem, também,

os contextos sociais passíveis de desejadas práticas políticas futuras na cidade. Portanto, eixos

propositivos, os quais, se os pretende pautar:

QUADROS SITUACIONAL-PROPOSITIVO-CONTEXTUALIZÁVEIS

7.1.1 Eixos democrático-participativos

TÓPICO 1 - Mesmo tendo havido participação ativa do eleitor/apoiador, durantes as

eleições, essas escolhas para cargos confiáveis tem de passar por avaliações técnicas e

177

políticas, dentro de um congresso convocado para esse fim, e proceder com as escolhas,

necessariamente.

PROPOSTA 1

IBIRITÉ, ESCOLHA DE COMISSIONADOS SOB OS CRITÉRIOS TÉCNICO-

PROFISSIONAIS, AMPARADOS PELA PARTICIPAÇÃO POPULAR E

COLOCADOS COMO MEIOS DE DESENVOLVIMENTO POLÍTICO-

ADMINISTRATIVO.

Em se tratando de participação popular, num dos campos de ação do

desenvolvimento social, o que se vê em nossa cidade, primeiramente, é a falta de vontade

política de experimentar coisas novas nas práticas da administração pública municipal, seja

por medo, por falta de experiência ao lidar com o novo, seja por outras razões, o fato é que

sempre preferem ao modo antigo de fazer política, a investir no novo. E aí, se o sistema que

se instala não acredita em sua própria capacidade de administração da coisa pública, como

vai atrair confianças de outrem para essa mesma administração?

Esse é um fator preponderante. Outro é que se a chapa foi eleita, terá sido porque tem

a confiança da população para o exercício de seu mandato. Enfim, uma vez eleita, o que se

tem a fazer é executar suas tarefas com responsabilidade, dedicação e boa vontade visando à

atração da confiança de outrem com sentido de investimentos diversos, dentre econômicos,

na cidade, seja desconstruindo, reconstruindo e seja, ao mesmo tempo, construindo a partir

de seus planejamentos que, na realidade, só de planejar a cidade, pode ser que isso já seja

visto como um dado novo. Logo, investir nas forças populares pode contrair experiências

provedoras a o desenvolvimento humano.

Assim dessa maneira, no caso de Ibirité, o que se coloca como proposta de

desenvolvimento social e popular começa – tão-somente, seja constatada eleição da chapa

majoritária - na convocação de um primeiro Congresso Municipal para deliberar sobre

assuntos de natureza político-administrativa. Daí fica perceptível necessidade de se pautar

todos os serviços de cunho administrativos, com os quais se adota e se tomará decisões, no

decorrer do ano seguinte pós-empossada a chapa.

Para tanto, numa primeira etapa, os serviços de cunho administrativos de que se fala

se soma desde a convocação do/dos partidos componentes básicos da Frente Partidária

privilegiada com a vitória no pleito eleitoral, passando por momentos de avaliações da

campanha, às composições de: uma equipe para montagem e organização do Congresso

Municipal; outra equipe de transição de governo, e ainda outras que se fizerem necessárias

até o momento em que se iniciar o congresso.

Destas, observando-se apenas que todas elas deverão ser escolhidas e empossadas ao

final da reunião de convocação do congresso, ou seja, ainda na 1ª etapa, momento em que se

reúnem os partidos apoiadores do novo sistema. Destes, antes da instalação do congresso, o

prefeito eleito e sua equipe promovem a eleição e posse de uma mesa diretora do congresso.

Daí por diante, esta prossegue com os trabalhos.

De outra maneira e na sequência, se faz necessária a apresentação de critérios gerais visando à designação e posse dos comissionados ao primeiro escalão. E ainda, tais critérios

também devem ser observados nas composições de cargos nos demais escalões. Desse

modo, tais serviços se constituem, primariamente, com a chapa eleita estabelecendo os

critérios gerais, dando norte a todas as etapas de desenvoltura do Congresso, bem como,

secundariamente, estabelecendo a ordem em que todos esses serviços possam ser executados

a contento, inclusive com a escolha de uma comissão de recursos humanos para filtragem e

178

seleção de candidatos a cargos comissionados.

De outro modo, essa comissão deve ser constituída a partir de critérios específicos

elaborados, discutidos e aprovados nas comissões de trabalho e levado ao plenário do

congresso para sua aprovação imediata. E, ao final do referido congresso, terminem com a

indicação e posterior nomeação, em diário oficial, de todos os comissionados aos cargos, no

futuro sistema político-administrativo-municipal e, no congresso, suas respectivas

declarações de empossados. Pós-isto, a cidade, possivelmente, já se aperceba do novo modo

de vida e cultura a que seus munícipes poderão caminhar dali para frente.

Por conseguinte, das ramificações de serviços, ainda no campo primeiro, caberão ao

prefeito eleito e sua equipe estabelecerem os critérios gerais que darão contrato e posse aos

comissionados do primeiro escalão. Critérios estes também a serem observados para as

composições de cargos nos demais escalões. Daí, tais critérios se orientam como sendo:

1º- Paridade: o prefeito eleito escolhe metade das secretarias, e a comissão de

recursos humanos seleciona os seus respectivos ocupantes dos cargos comissionados. Pós-

escolha, a parte restante das secretarias e dos seus respectivos cargos fica sob a

responsabilidade do congresso que, também, aprova a seleção de todos os comissionados.

Daí, em caso de imparidade, a decisão fica sob a responsabilidade do prefeito eleito e sua

equipe.

2º - Tecnicidade ou paridade técnico-política: a equipe de Recursos Humanos

eleita no Congresso procede com as seleções de técnicos, observando-se habilidades técnicas

em consonância ao cargo pleiteado e em sintonia ao maior grau de habilitação técnica

apresentado e comprovado através de diplomas e/ou certificados técnico-profissionais.

Destes, observam-se que, pós-seleção, os profissionais terão, com o prefeito eleito e

sua equipe uma sessão para entrevista coletiva, a verificar o grau de confiabilidade relacional

entre ambos: profissionais e prefeito eleito. Nesse caso – situação que deve ser evitada –

mas, não havendo confirmação da confiabilidade, o classificado seguinte deve ser

convocado.

3º - Proporcionalidade: pós-seleção de primeira escala, havendo cargos

remanescentes, a seleção se estende a demais candidatos, com o maior ou mesmo grau de

habilitação ou não, devendo estes ser submetidos à mesma sessão para verificação da

confiabilidade relacional. Destes, compreende-se que, no caso dos demais escalões,

observar-se-ão ordem nos mesmos critérios e suas respectivas observações na composição de

todos os cargos comissionados até a última escala.

Daí observa-se ainda que o Congresso delibere, somente, sobre os cargos

comissionados, de modo que, os cargos de natureza estatutária e/ou designados não sofrerão

interferência contratual de trabalho, em todo o sistema político-administrativo municipal,

senão em caso de substituição ou não a cargos comissionados, ou substituição dentre outros

cargos já intrínsecos ao sistema. Nesse caso, se o profissional – seja designado ou efetivo -

deixou seu cargo de origem para ocupar cargo comissionado, deve também deixar, no cargo

de origem, um substituto, caso tenha de retornar ao cargo por quaisquer razões. Lembrando-

se de que a garantia de retorno ao cargo é válida somente para o sistema municipal.

4º - Equidade: segundo a Lei Orgânica do município, as secretarias de primeira

escala deverão ser ocupadas por detentores de diplomas constando de formação superior

equivalente ao cargo pleiteado. Só que, no caso desta proposta de governo, em todos os

cargos comissionados, seus detentores deverão ter passado por seleção paritária-técnico-

política sendo, primariamente, considerado não somente nível superior, mas o maior grau de

formação profissional que o candidato possa apresentar, estendendo-se, secundariamente, em

caso de cargos remanescentes, podendo chegar à não formação específica, desde que

comprovadas vagas remanescentes e deliberadas no Congresso Municipal.

Além disso, no caso de comissionado envolvido em processos de corrupção, tenha

179

sido usufrutuário de confiança em outros sistemas políticos, seja no atual sistema municipal,

uma vez comprovada a ação em processo, este deve ser afastado do sistema, deixando um

substituto, até comprovada apuração, isenção e total lisura. Entretanto, havendo ainda

mandato municipal, poderá retornar ao cargo, e seu substituto ser readequado ao sistema ou

não e vice-versa. O que não pode é o sistema manter o comissionado em estado de

confiança, quando este, na verdade, não mais a detém, até se prove o contrário.

Também, se observa que, todos os cargos comissionados terão percebidos honorários

iguais, em acordo ao nível de cada escala: 1ª, 2ª e 3ª, e ao cargo a que ocupa. E, observa-se

ainda que, o grau de paridade empregada a paridade de escolhas de que se fala para a escolha

dos cargos de primeira escala, deverá ser considerado nos demais escalões, desde que, seja

agora entre o prefeito eleito e o congresso, porém, em se tratando de vagas remanescente e

pós-congresso, a paridade de escolhas de que se fala , passa a ser entre prefeito eleito e o

respectivo e futuro comissionado na secretaria, se considerando que o congresso não estará

convocado para se reunir e deliberar apenas sobre cargos remanescentes, senão convocado

somente, ao final de cada ano, para avaliar os serviços prestados pela prefeitura naquele ano

e planejar os serviços a serem prestados no ano seguinte.

5º - Quantidade: a funcionalidade do congresso em relação aos cargos

comissionados se dará também quanto à quantidade de cargos. Estes devem se pontuar

como cargos comissionados e, por isso, devem se pautar em critérios específicos já definidos

por lei. Entretanto, os cargos que se fizerem maiores em número que os definidos por lei,

deverão ser desconsiderados, exceto, se comprovada sua necessidade, sem ferimento de leis

maiores.

Para tanto, a comissão de transição de governo, certo e juntamente ao prefeito e sua

equipe, fará estudos comprovando a eficácia dos cargos em acordo ao tipo de serviços

listados, evitando quaisquer formas de fantasia. Logo, o sistema municipal deve trabalhar

com cargos realmente existentes, ou seja, os excedentes devem ser excluídos, evitando-se

quaisquer formas de inchaço ao sistema.

6º - Lealdade: os valores relacionais atribuídos aos cargos comissionados somam-se

aos de assunção da responsabilidade inerente ao cargo ocupado. Para tanto, o profissional

selecionado e aprovado na sessão de entrevista, deverá se ater às atribuições do cargo, suas

responsabilidades, suas funções e cumprimentos de cargas horárias, buscando com eficácia o

exercício da lealdade, do bom entendimento entre as partes interessadas, ao futuro sistema

político-administrativo-municipal. Logo, dentre estes e outros atributos afins, não

mencionados neste, uma vez caracterizados como deslealdade, podem gerar falta de

confiabilidade relacional.

7º - Autonomia: os valores relacionais atribuídos aos cargos comissionados somam-

se também, ao cumprimento de suas funções em plena sintonia com o querer do prefeito

eleito, contudo, exercendo suas funções em consonância à autonomia, a eles delegadas,

sobretudo, na observância do princípio da dignidade humana, respeito mútuo e compromisso

com a legalidade e lealdade ao sistema municipal e seus principais mentores.

Finalmente, como a proposta é de participação popular, nos campos de ação do

desenvolvimento administrativo, essa decisão passando pelo congresso, supõe-se, inspira

mais confiança uma divisão das responsabilidades focada na formação técnico-profissional

em consonância às deliberações de um congresso convocado para esse fim, contrário ao

sistema tradicional de escolhas para cargos comissionados.

A saber, visa-se a uma escolha mais democrática, mais técnico-profissional, deixando

de lado a escolha exclusivamente política, bem como a falta de vontade política de

experimentar coisas novas nas práticas da administração pública municipal, optando-se por

dividir as responsabilidades com/ou em contramão à não participação popular.

E como o congresso tem papéis não somente deliberativo, mas também avaliativo, se

180

a experiência de escolha não deu certo, o mesmo avalia e reavalia, ao ponto de se optarem

por outra metodologia de desenvolvimento administrativo com participação popular ou não.

Logo, o objetivo é investir nas forças populares como forma de contrair confianças e

experiências provedoras de desenvolvimentos nas diversas áreas da administração municipal.

No mais, somam-se estas proposituras às saudações do pré-candidato a prefeito Prof.

ENOS PONTES.

Ibirité, aos 30 de junho de 2020.

• TÓPICO 2 - O conceito de democracia popular com senso de corresponsabilidade, mas

não só, a compreensão de que é a consciência comunitária conjugada ao senso de

corresponsabilidade é que vão conter as relações de atrelamento até eliminá-las por

completo, bem como resgatar valores de participação e dar sustentabilidade às políticas

de participação popular.

PROPOSTA 2

CONGRESSO MUNICIPAL: METODOLOGIA DE PARTICIPAÇÃO

POPULAR PARA DELIBERAÇÃO SOBRE POLÍTICAS PÚBLICAS RUMO AO

DESENVOLVIMENTO SOCIAL-POLÍTICO-ADMINISTRATIVO

Pós-apresentação dos critérios norteadores da escolha de cargos comissionados,

realizada na segunda fase do congresso, procede-se com a convocação da sociedade civil

organizada, quer dizer, em se tratando dos serviços de organização do congresso para

assuntos de natureza político-administrativa-municipal, vê-se que a este caberá a convocação

de todas as instituições da sociedade civil organizada, conforme registros e alvarás

expedidos pela prefeitura municipal e constantes dos serviços de cadastros, seus respectivos

endereços e dados relacionados a sua pessoa jurídica e o tipo de serviços que presta à cidade.

(Lembrando-se de que tais dados cadastrais deverão ser levantados pela comissão de

transição constituída e empossada na primeira etapa do congresso).

Quanto à forma de representação das sociedades civis no congresso, sua

representação será feita por unidades das sociedades civis, e cada uma das unidades deverá

comparecer ao congresso, munida de ofício gerador da convocação, e ata da assembleia geral

que a instituição realizou, e esta originou seus delegados e ouvintes, constando de dados

cadastrais da instituição e representantes ao referido congresso, além de plena consonância

aos critérios de organização estabelecidos pela comissão organizadora, e aprovados no

plenário do congresso. Logo, o que não pode à comissão de transição é deixar fora do

congresso, involuntariamente, alguma sociedade civil organizada por falta de 180nforma-la

da necessidade de sua participação.

Contudo, a representação da unidade social e civil não se faz obrigatória, mas como

forma de participação e colaboração com o novo sistema político-administrativo-municipal.

E somente seus delegados terão direito a voto, entretanto, os ouvintes terão direito ao uso da

palavra, desde que na ordem congressual, bem como, terão direito, como os delegados, a

concorrer a cargos comissionados normalmente, desde que em acordo aos critérios

estabelecidos pelo congresso.

A saber, a unidade, na assembleia de escolha de seus delegados e ouvintes, e ao

número de representantes a que tem direito, deverá observar a paridade como critério básico

de escolha, e ainda pontuando que, ambos os representantes ou mais, ao retorno do

congresso, terão compromisso de prestar relatório e informações sobre os acontecimentos, à

instituição representada, bem como acompanhar os trabalhos da/na prefeitura no decorrer do

ano.

181

Também, os partidos políticos que não participaram das eleições, seja como

coligados ou apoiadores da chapa majoritária e eleita; como sociedade civil, poderão

participar do congresso normalmente, e seus representantes concorrerem a cargos nas

mesmas condições que as demais sociedades, desde que não haja propositura, com

aprovação no plenário do congresso, contrária a sua participação no governo.

Para tanto, as referências com as quais o congresso pretende se instalar e trabalhar

passa pela convocação e chamada de todas as instituições da Sociedade Civil Organizada

(SCO). Daí, a comissão de transição de governo, na observância e pesquisa aos cadastros da

prefeitura, fará a coleta de dados da instituição desejada: razão social, nome, endereço físico,

CNPJ, endereço eletrônico, telefone, e outros. E realizando suas escolhas segundo os grupos

e critérios abaixo:

1º grupo – Segmento de trabalhadores em educação – Escolas municipais,

estaduais e particulares de ensino infantil, ensino fundamental e médio. Informa-se,

primeiro, o total de funcionários. Segundo, entre dois e dez funcionários, indicam-se 1

delegado e 1 ouvinte; entre onze e cinquenta funcionários, indicam-se dois delegados e dois

ouvintes; acima de 51 funcionários, indicam-se 3 delegados e 3 ouvintes.

2º grupo – Segmento de trabalhadores em saúde – Hospitais públicos ou não,

clínicas médica ou odontológica, policlínicas, UPAs, Unidade Advocatícia, de engenharia,

de comunicação, e outros dos gêneros. Informa-se, primeiro, o total de funcionários.

Segundo, entre dois e dez funcionários, indicam-se 1 delegado e 1 ouvinte; entre onze e

cinquenta funcionários, indicam-se dois delegados e dois ouvintes; acima de 51 funcionários,

indicam-se 3 delegados e 3 ouvintes.

3º grupo – Segmento de trabalhadores da indústria – Metalúrgicas, industriários,

indústrias, serralherias, oficinas mecânicas, borracharias e outras, serrarias, madeireiras,

carpintarias, e outros. Informa-se, primeiro, o total de funcionários. Segundo, entre dois e

dez funcionários, indicam-se 1 delegado e 1 ouvinte; entre onze e cinquenta funcionários,

indicam-se dois delegados e dois ouvintes; acima de 51 funcionários, indicam-se 3 delegados

e 3 ouvintes. Observa-se, no caso de SCO optar por participar e apoiar o novo sistema

municipal, poderá também optar por apresentar apenas os delegados, não os ouvintes.

4º grupo – Segmento de associados civis diversos – Associações de moradores,

creches, escolas infantis, abrigos para menores, abrigos para idosos, ONGs, etc. Informa-se,

primeiro, o total de associados. Segundo, entre dois e dez associados, indicam-se 1 delegado

e 1 ouvinte; entre onze e cinquenta associados, indicam-se dois delegados e dois ouvintes;

acima de 51 associados, indicam-se 3 delegados e 3 ouvintes.

5º grupo – Segmento de associados políticos diversos – Partidos políticos,

sindicatos, associações públicas, associações de comerciantes, sindicatos de produtores

rurais, de trabalhadores rurais, e afins. Informa-se, primeiro, o total de associados. Segundo,

entre dois e dez associados, indicam-se 1 delegado e 1 ouvinte; entre onze e cinquenta

associados, indicam-se dois delegados e dois ouvintes; acima de 51 associados, indicam-se 3

delegados e 3 ouvintes.

6º grupo – Segmento de representantes populares e administrativos no atual

sistema municipal – Conselhos municipais, conselhos tutelares, conselhos locais, etc.

Informa-se, primeiro, o total de associados ou trabalhadores. Segundo, entre dois e dez

associados, indicam-se 1 delegado e 1 ouvinte; entre onze e cinquenta associados, indicam-

se dois delegados e dois ouvintes; acima de 51 associados, indicam-se 3 delegados e 3

ouvintes.se, primeiro, o total de associados. Segundo, entre dois e dez associados, indicam-se

1 delegado e 1 ouvinte; entre onze e cinquenta associados, indicam-se dois delegados e dois

ouvintes; acima de 51 associados, indicam-se 3 delegados e 3 ouvintes.

7º grupo – Segmento de associados e trabalhadores em unidades de interação

desportiva – Clubes aquáticos, clubes desportivos, ligas desportivas, federações desportivas,

182

etc. Informa-se, primeiro, o total de associados ou trabalhadores. Segundo, entre dois e dez

associados, indicam-se 1 delegado e 1 ouvinte; entre onze e cinquenta associados, indicam-

se dois delegados e dois ouvintes; acima de 51 associados, indicam-se 3 delegados e 3

ouvintes.

8ª grupo – Segmento de representantes e trabalhadores dos poderes executivo,

legislativo e judiciário – Poder executivo: representantes do prefeito e trabalhadores de

gabinete do prefeito; poder legislativo: representantes do legislativo e trabalhadores na

câmara municipal; poder judiciário: representante do gabinete judiciário e seus

trabalhadores. Informa-se, primeiro, o total de associados ou trabalhadores. Segundo, entre

dois e dez associados, indicam-se 1 delegado e 1 ouvinte; entre onze e cinquenta associados,

indicam-se dois delegados e dois ouvintes; acima de 51 associados, indicam-se 3 delegados e

3 ouvintes.

9º grupo – Segmento de associações ou denominações religiosas – Igrejas

evangélicas, congregações, associações religiosas, igrejas católico-romanas, igrejas

evangélico-pentecostais e não pentecostais, etc. Informa-se, primeiro, o total de associados

ou membros. Segundo, entre dois e dez associados, indicam-se 1 delegado e 1 ouvinte; entre

onze e cinquenta associados, indicam-se dois delegados e dois ouvintes; acima de 51

associados, indicam-se 3 delegados e 3 ouvintes.

Contudo, numa observação geral, o que garante a funcionalidade do congresso é o

informativo de participação da unidade civil, ou seja, os documentos exigidos pela comissão

de transição: ofício constando dos critérios, razão social, número de funcionários ou

associados, endereços físico e eletrônico, prazo de confirmação de sua participação, etc.

Já, na organização do Congresso, este deverá elaborar e aprovar seu regimento

interno, nele constando da programação, previsão de durabilidade, tema geral e temas

específicos, etc.; indicar comissão de receita e despesas, prever a quantidade de

congressistas, palestrantes; fazer nomeações de comissões de trabalhos e distribuições de

temas e campos de ação, seus relatores; cada comissão de trabalho, de acordo com suas

temáticas, estará responsável pela elaboração de critérios específicos, em consonância aos

critérios gerais já previstos pela equipe do prefeito eleito, e assim por diante.

Dentre outras atribuições do congresso, preveem-se a aprovação das principais

temáticas e serviços relacionados ao desenvolvimento social-popular no sistema municipal,

sobretudo, a criação e fortalecimento dos conselhos, creem-se, em todas as secretarias, senão

as principais. Por exemplo: os conselhos escolares locais e extensão dessa mesma estrutura

às demais secretarias e seus respectivos conselhos municipais; criação de um órgão popular

centralizado, dentro da estrutura dos conselhos já existentes, ou seja, sem-ônus ao município,

para sua administração direta, constando de uma mesa diretora, facilitando as possibilidades

de unificação de um conselho geral, quando se tratar de assuntos gerais da cidade.

Agora, na lógica da criação, extensão e aprovação de forças populares anexas ao

novo sistema, prevê-se a realização de mapeamentos regionais da cidade visando à criação

de um segundo poder popular – se considerando os conselhos o primeiro – e instalação dos

serviços de orçamentos participativos, buscando fortalecer a dinâmica de participação

popular das/nas decisões político-administrativas da cidade, bem como a aprovação desses

serviços: se sob a responsabilidade da secretaria do prefeito ou se de uma secretaria

específica.

Noutra lógica, por exemplo, a forma de composição dos cargos e características de

seus dirigentes nos orçamentos participativos, se com ônus ou sem-ônus aos cofres do

município, se por localidades, se geral, sobre quais matérias os orçamentos participativos

vão deliberar, bem como, sua finalidade, sua natureza estrutural, funcional e organizacional,

se órgão fiscal, consultivo ou deliberativo, se somente órgão popular com representatividade

apenas do campo popular.

183

Também, sobre quais matérias o órgão central de conselhos deliberará, se

considerando que os conselhos já o são consultivos e fiscalizadores, o órgão central ser

apenas organizacional, se com ônus ou sem-ônus ao município, sua finalidade, sua natureza

estrutural, funcional e organizacional. Ou seja, tudo isso junto constitui matérias a serem

debatidas e consolidadas em comissões de trabalho, bem como aprovadas pelo congresso.

Finalmente, como a proposta é de participação popular, nos campos de ação do

desenvolvimento social, o que se vê é a importância da realização de um congresso

municipal como metodologia de começo de governo. Outrossim, importante se faz,

primeiramente, que este congresso tenha origem no foro dos partidos que puxaram a

campanha do prefeito eleito, para tanto, se organize em consonância aos critérios gerais

estabelecidos por ele e sua equipe, com foco na designação de ocupantes dos cargos

comissionados.

Para tanto, elabore, discuta, amadureça e aprove as políticas públicas voltadas para os

setores de participação popular. Secundariamente, elabore, discuta, amadureça e aprove sua

própria organização, seus critérios, defina suas deliberações para esta edição e deixe

convocada sua segunda edição com fins de coletas de relatórios de serviços prestados a

cidade, futuras deliberações e formas de avaliações dos serviços da prefeitura em seu

primeiro ano de governo. Em terceiro lugar, tenha consciência de que todos esses serviços

deverão passar pela ciência de seus respectivos conselhos e Câmara Municipal.

No mais, conta-se com o apoio do eleitorado a esta proposta de nova forma de

organização da cidade, além de, pós-eleição, contar com a participação de toda a cidade nos

processos de sua reorganização, bem como, todos os poderes constituídos: judiciário,

legislativo e popular, e ainda, o apoio da prefeitura municipal na cooperação com os serviços

de transição de governo, de modo que estas novas propostas político-administrativas sejam

assumidas e praticadas com sucesso e muita eficácia.

Saudações do pré-candidato a prefeito Prof. ENOS PONTES.

Ibirité, aos 30 de junho de 2020.

• TÓPICO 3 – Conquanto, também se vai apontar que ambas as partes: comunidade e

sistema administrativo podem trabalhar juntos sem se pautar por vícios, pois que é

nessa participação popular e ativa que moram as conquistas da cidade.

PROPOSTA 3

CONGRESSO MUNICIPAL: METODOLOGIA DE PARTICIPAÇÃO

POPULAR PARA DELIBERAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS RUMO AO

DESENVOLVIMENTO SOCIAL-POLÍTICO-ADMINISTRATIVO

Pós-apresentação dos critérios norteadores da escolha de cargos comissionados,

procede-se com a convocação da sociedade civil organizada, quer dizer, em se tratando dos

serviços de organização do congresso para assuntos de natureza político-administrativa-

municipal, vê-se que a este caberá convocação de todas as instituições da sociedade civil

organizada, conforme registros e alvarás expedidos pela prefeitura municipal e constantes

dos serviços de cadastros, seus respectivos endereços e dados relacionados a sua pessoa

jurídica e o tipo de serviços que presta à cidade. (Lembrando-se que tais dados cadastrais

deverão ser levantados pela comissão de transição constituída e empossada na primeira etapa

do congresso).

Quanto à forma de representação das sociedades civis no congresso, sua

representação será feita por unidades das sociedades civis, e cada uma das unidades deverá

comparecer ao congresso, munida de ofício gerador da convocação, e ata da assembleia geral

184

que a instituição realizou, e esta originou seus delegados e ouvintes, constando de dados

cadastrais da instituição e representantes ao referido congresso, além de plena consonância

aos critérios de organização estabelecidos pela comissão organizadora, e aprovados no

plenário do congresso. Logo, o que não pode à comissão de transição é deixar fora do

congresso, involuntariamente, alguma sociedade civil organizada por falta de 184nforma-la

da necessidade de sua participação.

Contudo, a representação da unidade social e civil não se faz obrigatória, mas como

forma de participação e colaboração com o novo sistema político-administrativo-municipal.

E somente seus delegados terão direito a voto, entretanto, os ouvintes terão direito ao uso da

palavra, desde que na ordem congressual, bem como, terão direito, como os delegados, a

concorrer a cargos comissionados normalmente, desde que em acordo aos critérios

estabelecidos pelo congresso.

A saber, a unidade, na assembleia de escolha de seus delegados e ouvintes, e ao

número de representantes a que tem direito, deverá observar a paridade como critério básico

de escolha, e ainda pontuando que, ambos os representantes ou mais, ao retorno do

congresso, terão compromisso de prestar relatório e informações sobre os acontecimentos, à

instituição representada.

Também, os partidos políticos que não participaram das eleições, seja como

coligados ou apoiadores da chapa majoritária e eleita; como sociedade civil, poderão

participar do congresso normalmente, e seus representantes concorrerem a cargos nas

mesmas condições que as demais sociedades, desde que não haja propositura, com

aprovação no plenário do congresso, contrária a sua participação no governo.

Já, na organização do Congresso, este deverá elaborar e aprovar seu regimento

interno, nele constando da programação, previsão de durabilidade, tema geral e temas

específicos, etc.; indicar comissão de receita e despesas, prever a quantidade de

congressistas, palestrantes; fazer nomeações de comissões de trabalhos e distribuições de

temas e campos de ação, seus relatores; cada comissão de trabalho, de acordo com suas

temáticas, estará responsável pela elaboração de critérios específicos, em consonância aos

critérios gerais já previstos pela equipe do prefeito eleito, e assim por diante.

Dentre outras atribuições do congresso, preveem-se a aprovação das principais

temáticas e serviços relacionados ao desenvolvimento social-popular no sistema municipal,

sobretudo, a criação e fortalecimento dos conselhos, crê-se, em todas as secretarias, senão as

principais. Por exemplo: os conselhos escolares locais e extensão dessa mesma estrutura às

demais secretarias e seus respectivos conselhos municipais; criação de um órgão popular

centralizado, dentro da estrutura dos conselhos já existentes, ou seja, sem-ônus ao município,

para sua administração direta, constando de uma mesa diretora, facilitando as possibilidades

de unificação de um conselho geral, quando se tratar de assunto gerais da cidade.

Agora, na lógica da criação, extensão e aprovação de forças populares anexas ao

novo sistema, prevê-se a realização de mapeamentos regionais da cidade visando à criação

de um segundo poder popular – se considerando os conselhos o primeiro – e instalação dos

serviços de orçamentos participativos, buscando fortalecer a dinâmica de participação

popular das/nas decisões político-administrativas da cidade, bem como a aprovação desses

serviços: se sob a responsabilidade da secretaria do prefeito ou se de uma secretaria

específica.

Noutra lógica, por exemplo, a forma de composição dos cargos e características de

seus dirigentes nos orçamentos participativos, se com ônus ou sem-ônus aos cofres do

município, se por localidades, se geral, sobre quais matérias os orçamentos participativos

vão deliberar, bem como, sua finalidade, sua natureza estrutural, funcional e organizacional,

se órgão fiscal, consultivo ou deliberativo, se somente órgão popular com representatividade

apenas do campo popular.

185

Também, sobre quais matérias o órgão central de conselhos deliberará, se

considerando que os conselhos já o são consultivos e fiscalizadores, o órgão central ser

apenas organizacional, se com ônus ou sem-ônus ao município, sua finalidade, sua natureza

estrutural, funcional e organizacional. Ou seja, tudo isso junto constitui matérias a serem

debatidas e consolidadas em comissões de trabalho, bem como aprovadas pelo congresso.

Finalmente, como a proposta é de participação popular, nos campos de ação do

desenvolvimento social, o que se vê é a importância da realização de um congresso

municipal como metodologia de começo de governo. Igualmente, importante se faz,

primeiramente, que este congresso tenha origem no foro dos partidos que puxaram a

campanha do prefeito eleito, para tanto, se organize em consonância aos critérios gerais

estabelecidos por ele e sua equipe, com foco na designação de ocupantes dos cargos

comissionados.

Para tanto, elabore, discuta, amadureça e aprove as políticas públicas voltadas para os

setores de participação popular. Secundariamente, elabore, discuta, amadureça e aprove sua

própria organização, seus critérios, defina suas deliberações para esta edição e deixe

convocada sua segunda edição com fins de coletas de relatórios de serviços prestados a

cidade, futuras deliberações e formas de avaliações dos serviços da prefeitura em seu

primeiro ano de governo. Em terceiro lugar, tenha consciência de que todos esses serviços

deverão passar pela ciência de seus respectivos conselhos e Câmara Municipal.

No mais, conta-se com o apoio do eleitorado a esta proposta de nova forma de

organização da cidade, além de, pós-eleição, contar com a participação de toda a cidade nos

processos de sua reorganização, bem como, todos os poderes constituídos: judiciário,

legislativo e popular, e ainda, o apoio da prefeitura municipal na cooperação com os serviços

de transição de governo, de modo que estas novas propostas político-administrativas sejam

assumidas e praticadas com sucesso e muita eficácia.

Saudações do pré-candidato a prefeito Prof. ENOS PONTES.

Ibirité, aos 30 de junho de 2020.

1º - O sistema municipal deve definir, dentre as políticas públicas municipais, as

voltadas para a revisão e elaboração do plano de carreias dos servidores municipais, de todos

os setores e categorias. Estas visando à recuperação salarial parcial com sentido de

atualização dos salários sob um plano de carreira, mais justo.

2º - No congresso municipal, deve-se discutir em comissão, na revisão do plano de

carreira, definir o em que será revisado, por que, como e por quanto tempo se retroagirá, em

termos de tempos-anos, na chamada recuperação salarial, bem como as percentagens, se

considerando a ausência de orçamentos para esse fim.

7.1.2 A instituição dos orçamentos participativos

• TÓPICO 1 - Um novo conceito de participação popular se faz construir, sob uma nova

forma de assunção de responsabilidades políticas e corresponsabilidades sociais, bem

como novo modo de as comunidades participarem da vida político-pública da cidade e

lugar de as pessoas adquirirem conhecimento, a partir de suas próprias experiências

nas vivências e convivências dentre as relações sociais e correlações com o sistema

municipal.

PROPOSTA 1

186

TEXTO-BASE PARA ORIENTAÇÕES DAS POLÍTICAS RELACIONADAS AOS

ORÇAMENTOS PARTICIPATIVOS

A começar da instituição dos Orçamentos Participativos, o que se vê é a necessidade

de se criar um sistema de participação popular em torno deles, constituído apenas por

representantes da sociedade civil organizada, constando da razão social referente à sociedade

a que os cidadãos representam e o grau de participação e envolvimento dos cidadãos no

trabalho de participação popular. E as experiências mostram que quem sempre ganhou com

isso foram cidades, sobretudo, dentre as já exemplificadas. Contudo, ao toque especial dado

por: sendo o OP uma política que envolve instituições (desde normas, regras, procedimentos,

convenções e organizações) que se propõem incorporar a participação popular na tomada de

decisão sobre recursos orçamentários, se vai ver que as características do Orçamento

Participativo enquanto política pública de participação popular retoma toda aquela ideia de

envolvimento com a coisa pública, sobre a participação efetiva.

Isto, principalmente, porque vai além do envolvimento neste ou naquele projeto,

assim como não se limita ao envolvimento de uns poucos membros da comunidade. Quer

dizer, a ideia de democracia retomada com as implementações do Orçamento Participativo

vão tornar as relações muito mais sérias e menos atreladas, nenhum pouco, comprometida

com os vícios políticos. Porém, isso tem um quê. É a relação de comprometimento com a

cidade que essa política pública é capaz de estabelecer.

Nas práticas sociais direcionadas por essa política os cidadãos se inteiram de

informações, de conhecimento, mui aprofundado até, sobre as normas que regem a

participação popular, regras sob as quais, os orçamentos participativos se enquadram, os

procedimentos nas práticas políticas que os cidadãos adotam, sejam nas tiradas de

prioridades de serviços e obras, nos orçamentos e previsões de gastos com tais serviços e

obras, nas experiências de convívios sociais, na participação das reuniões ordinárias, nas

assembleias gerais, nas convenções e organizações dos orçamentos, etc.

Sem contar que, o corpo diretor dos orçamentos participativos, segundo este Plano de

Ações Gerais, somente recebe orientações técnicas dos profissionais no sistema municipal,

entretanto, se compõem dos entes exclusivamente populares, Daí se vai ver também que as

políticas direcionadas pelo Orçamento Participativo, retomam, habilidosamente, um novo

conceito de democracia.

E, para tanto, um novo conceito de participação popular, uma nova forma de

assunção de responsabilidades políticas e corresponsabilidades sociais, bem como novo

modo de as comunidades participarem da vida político-pública da cidade, e lugar de as

pessoas adquirirem conhecimento, a partir de suas próprias experiências nas vivências e

convivências dentre as relações saciais e correlações com o sistema municipal.

Finalmente, o que o congresso tema fazer é discutir essas políticas dos Orçamentos

Participativos, aprovar em comissões de trabalho de cuja proposta de política pública, pós-

aprovada em Comissão, seja levado a contento ao plenário do Congresso Municipal. Depois

de aprovada pelo congresso, a secretaria do gabinete do prefeito municipal deverá em projeto

de lei e esta encaminhada à Câmara Municipal para apreciação e aprovação final.

187

• TÓPICO 2 - Os Orçamentos Participativos, segundo as experiências vivenciadas por

outros municípios, são políticas que funcionam. Logo, se elas são políticas que

funcionam mais, necessárias tornam praticá-las, incondicional e necessariamente,

sobretudo, sabendo aproveitar as experiências vivenciadas por outros municípios.

PROPOSTA 2

ALGUMAS OUTRAS ORIENTAÇÕES SOBRE OS ORÇAMENTOS

PARTICIPATIVOS

1º - A composição dos Orçamentos Participativos deverão se dar como, primeiramente, com

a aprovação da política pelo congresso, em seguida, com a elaboração da referida política e

sua aprovação pela Câmara Municipal. Depois, seguir os trâmites orientados pela política

pública aprovada. A saber, compor seu regimento interno, definir o número de

representantes e suas entidades representadas, definir data, horários da primeira reunião,

compor sua mesa diretora através de eleições.

2º - Definir o corpo técnico e orientador dos serviços relacionados aos Orçamentos

Participativos, definir mapeamentos sob as regionais, finalidades destes na região, definir os

tipos de serviços que serão prestados, dentre outras atribuições importantes. Lembrando-se

de que a instituição dos Orçamentos Participativos são políticas de ações imediatas.

3º - Os serviços de Orçamentos Participativos devem estar sempre se inovando seja na

forma de proteção dos assistidos, seja na forma de captação das diferenças individuais e

coletivas, seja na forma como as necessidades se colocam e os necessitários se posicionam

diante delas, seja na forma como as políticas de autodefesa do sistema se colocam e na forma

como os assistidos se colocam em autodefesa diante dessas políticas no sistema, seja forma

se priorizam as obras e serviços. Em todo o seu trabalho, vale ser criterioso, pois que é o ser

criterioso que torna o sistema impermeável e, por isso, vencedor de possíveis corrupções.

4º - Os serviços de Orçamentos Participativos, bem como, todos os serviços do sistema

municipal em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas

periodicamente, ou seja, a cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais,

fixando-os ao rol de sua secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios

finais, que devem ser apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema

municipal. No referente aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados

por setor, sendo anualmente, devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.

7.1.3 A reorganização dos conselhos municipais

• TÓPICO 1- Os conselhos existem, e o senso de organização deles está acima dos

problemas detectados. Para tanto, os conselhos têm de se organizar de acordo com sua

autonomia, e assim fazendo, se reconhecem atuantes nos papéis para os quais a lei os

criou, bem como proporcionar a existência de uma mesa diretora geral para promover

188

a gestão dessas interações entre conselhos e outros serviços.

PROPOSTA 1

ALGUMAS ORIENTAÇÕES PARA A REORGANIZAÇÃO DOS

CONSELHOS MUNICIPAIS

A começar da organização dos conselhos, abordando o princípio da participação

popular, compreendendo que em termos de organização, este fica como que sem papéis

definidos, e a cidade fica como que sem-transparência. A olhar pela regência da lei, os

conselhos municipais se definem com assistência social será prestada a quem dela necessitar,

independentemente de contribuição à seguridade social e tem por objetivos a alcançar.

Então, o fato de estar se reunindo em separado sem que um perceba a funcionalidade

do outro e vice-versa, dá a impressão de algo sem-autonomia para as tomadas de decisões.

Para tanto, o autor os reconhece os conselhos têm origem em experiências de caráter

informal, sustentadas por movimentos sociais, como “conselho popular”, ou como

estratégias de luta operária, na fábrica, as comissões de fábrica.

E mesmo tendo essas origens não consegue se estabelecer enquanto conselho dos

movimentos sociais. Logo, o que está faltando iniciativa e ação da parte de que os

administra. Este é um problema constatado, mas não diz respeito à estrutura sob a qual os

conselhos se fundamentaram, ou seja, tem de ser resolvido noutra instância. O que se preza

aqui é observar o que a lei orienta sob a constituição dos conselhos.

O debate da Constituinte e levaram à incorporação do princípio da participação

comunitária pela Constituição, várias leis que institucionalizam os Conselhos de Políticas

Públicas. Assim sendo, a autonomia dos conselhos começa sob o amparo da lei. Não é

somente a funcionalidade, mas o direito a atuarem de modo organizado.

Daí, porque são oriundos das classes populares, não significa viverem ou terem de

viver sob o senso da desorganização. Dessa maneira, não necessariamente saber em detalhes

a funcionalidade de um conselho para o outro, mas se observa que segundo a Lei 8.142 de 28

de dezembro de 1990, que define a competência dos conselhos de saúde, por exemplo, artigo

1º, parágrafo 2º, define também as formas de composição e o grau de democracia, de

transparência de capacidade mútua no âmbito de todos eles.

Quer dizer, se há entendimento para que um conselho saiba das atividades do outro,

significa haver transparência nas relações entre eles e, portanto, há democracia no trabalho

de orientação dos conselhos, o que não acontece em Ibirité, mas o que marca a cidade é que

os conselhos existem. Daí, para esta proposta, fica claro que o senso de organização está

acima dos problemas detectados.

Os conselhos têm de se organizar de acordo com sua autonomia, e assim fazendo, se

reconhecem atuantes nos papéis para os quais a lei os criou. Nesse caso, como se trata de

marca histórica dos conselhos na cidade, haja vista para as formas de composição dos

conselhos, por hora, política de saúde, mas por definição legal, políticas de abrangência dos

conselhos, de modo geral, mas também, como a lei os define cumprindo papéis sociais e

alcançando objetivos:

Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar,

independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivo: I- a proteção à

família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II – o ampara às crianças e

adolescente carentes; III- a promoção da integração ao mercado de trabalho; IV- a

habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua

integração à vida comunitária; V- a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à

pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à

própria manutenção ou tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei [...] (CRB,

189

1988, p.91).

Dessa maneira, como se observa a lei, cabe a ela a promoção da integração

comunitária, e aos conselhos, pós-organizados, a execução dessa integração. No entanto, se

olhado, que aborda a vontade política e coletiva, bem como a consciência operosa que se

constrói a partir da necessidade histórica, ou seja, os conselhos municipais estão organizados

de início dos anos 90.

E, para ele, o conceito de vontade coletiva está firmado na existência de condições de

se criá-la em âmbito nacional, enquanto no entendimento desta proposta, a vontade coletiva

começa a se construir debaixo para cima. E isso já vem sendo proporcionado à cidade. Haja

vista para o que já foi a Federação de Associações Comunitárias de Ibirité, o Projeto Cultural

sob a égide dessa Federação, quanta coisa não trouxe em termos de ações comunitárias, em

termos de formação de lideranças, em termos de novos hábitos de cultura, dentre outras.

E isso tudo culmina, mais tarde, com a formação dos conselhos municipais. E só estes

já se contam 30 anos. Agora, nesse caso, se há desorganização, é porque faltam políticas

públicas com ações comunitárias mais producentes. Quer dizer, noutro caso, em Oliveira

(2004), pode-se perceber a falta de organização interna e integração entre os conselhos, de

modo que não existe iniciativa de integração nem puxada pelo próprio conselho municipal,

muito menos pelas secretarias. Logo, os conselhos se reorganizam segundo a observância

legal e orientações presentes nestes eixos.

• TÓPICO 2 - Fazer a promoção da integração comunitária, através dos conselhos, e

promover a consciência operosa de que se a definição e organização contribuem para

que a falta de gestão político-administrativa seja vencida à altura de eles poderem

cumprir seus papéis sociais com sabedoria, eficiência e eficácia.

PROPOSTA 2

TEXTO-BASE PARA ORIENTAÇÃO DA MESA DIRETORA GERAL DOS

CONSELHOS MUNICIPAIS

Os conselhos municipais, no atual contexto sócio-político-cultural não conseguem orientar

suas comunidades para as próprias situações de autodefesa diante da econômica. A saber,

estes não promovem trabalhos educativos, junto as suas comunidades de origem, no fim de

ajudá-las em suas organizações, porque não conhecem, de fato, sua autonomia para agir. É o

reflexo da consciência operosa que, nessa situação, não está conseguindo reagir a contento.

E assim, a cidade inteira não se deixa desenvolver também a contento, ao contrário,

fica presa à falta de iniciativas oriundas da secretaria do agente político principal. Quando a

ideia da participação vinculava-se à apropriação simples de espaços físicos. Trata-se agora

de mudar a ótica do olhar, do pensar e do fazer; alterar os valores e os referenciais que

balizam o planejamento e o exercício das práticas democráticas.

Os conselhos incentivam suas comunidades de origem a se organizarem com base em

sua referência de organização. A olhar pelo que consta de que a sociedade tem o direito de

pedir conta a todo agente público por sua administração (Declaração dos Direitos do Homem

e do Cidadão, 1789), o sentido dos conselhos só se faz ampliar, pois que é uma maneira bem

política do ponto de vista social, mas também, bem técnica e organizacional, ao passo que

ainda, interativa, consultiva e fiscalizadora. A saber, têm plenas condições de representar

190

bem as comunidades que os escolhem.

Por exemplo, da mesma forma o Decreto-lei n.º 201/67 autoriza o cidadão à denúncia

do prefeito e a Lei de Responsabilidade Fiscal nº 101 de 2000. Quer dizer, se não é o

Conselho Municipal de determinada área, no caso, o meio ambiente, mas é um Conselho que

está jurisdicionado a uma administração geral e que, em momento oportuno, pode

corresponder no mesmo grau de suficiência, quando existe uma mesa diretora geral para

promover essas interações entre conselhos.

Aí, já se toca no quesito da consciência operosa e vontade política que é vontade

coletiva e nasce ao centro do sistema federal de participação popular. Os conselhos existem,

e o senso de organização deles está acima dos problemas detectados. Para tanto, os conselhos

têm de se organizar de acordo com sua autonomia, e assim fazendo, se reconhecem atuantes

nos papéis para os quais a lei os criou, bem como proporcionar a existência de uma mesa

diretora geral para promover a gestão dessas interações entre conselhos e outros serviços.

Fazer a promoção da integração comunitária, através dos conselhos, e promover a

consciência operosa de que se a definição e organização contribuem para que a falta de

gestão político-administrativa seja vencida à altura de eles poderem cumprir seus papéis

sociais com sabedoria, eficiência e eficácia.

2º - Os serviços prestados pelos conselhos municipais, bem como, todos os serviços do

sistema municipal em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas

periodicamente, ou seja, a cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais,

fixando-os ao rol de sua secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios

finais, que devem ser apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema

municipal. No referente aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados

por setor, sendo anualmente, devem apresentados por sua respectiva secretaria.

7.1.4 As relações com ações de transparência

TÓPICO 1 - O conceito de transparência apontado como que de controlador de

serviços, de observação de comportamentos no trabalho, de observação de

cumprimentos de tarefa se tornam conceitos muito vagos em termos de transparência.

PROPOSTA 1

1º - Em se tratando de transparência nos serviços prestados à população pelo sistema político

municipal, o que vê, em termos de transparência e para que seu conceito não fique vago na

compreensão da população ibiriteense, é preciso retomar os processos de fiscalização seja

sanitária, seja dos serviços de saúde, dos serviços escolares, dos transportes coletivos, etc.

Quer dizer, todas as áreas de atuação do sistema administrativo municipal, precisam ser

fiscalizadas.

2º - Não justifica haver fiscais que passaram por concurso público, são efetivos e recebem

normalmente seus vencimentos, mas, a cidade, nas práticas, não ver realmente os serviços,

não ter realmente essa garantia de que os serviços funcionem. Enfim, vale compreender que

transparência também não é somente isso. Ela precisa ser percebida pela população no

âmbito de todos os serviços e abrangendo todo o sistema municipal.

• TÓPICO 2 - Se sob a legalidade, o conceito de transparência soa mais forte, no que o

diferencia muito em termos de conceito. Então, no concernente ao conceito de poder,

191

estes últimos tipos de poder, poder para exercer, poder com recursos e poder sem-

recursos, e poder de dentro, o entusiasmo.

PROPOSTA 2

O poder de que fala eixo em tópico, na verdade, é o empoderamento conquistado pela

pessoa, através de lutas, trabalhos missionários, encorajamento, dentre outros. No caso deste

eixo, o empoderamento vem oriundo do sistema municipal sobre os munícipes como um

todo e está relacionado aos incentivos que o sistema municipal possa proporcionar a seus

agentes políticos de confiança, aos funcionários da prefeitura, à população como um todo a

ser animado e encorajado, dotado de esperanças, etc. Quer dizer, esse empoderamento tem

de ser uma característica do agente político principal, no caso o prefeito. E isso se faz

proposta, em caso de vitórias nas eleições.

• TÓPICO 3 - Um grupo exercendo estes poderes, não necessariamente, reduz o poder

dos outros, porém, de toda forma esse desenvolvimento implica que tem de haver

mudanças nas definições de poder.

PROPOSTA 3

Primerio - as mudanças nas definições de poder vão acontecer da seguinte forma: 1º -

Convoca-se um congresso municipal. Este tem finalidade de criar comissões de trabalho;

aprovar iniciativas de políticas públicas; estabelecer critérios de escolhas para cargos

comissionados; criar comissões de transição e de recursos humanos; listar e estabelecer todos

os serviços comissionados do sistema municipal, através da comissão de transição;

selecionar técnico-profissionais à altura de ocupar cargos comissionados de acordo com os

critérios elaborados e estabelecidos pelas comissões de trabalho e aprovado pelo plenário do

congresso, dentre outros serviços. 2º - Esta é, na verdade, a primeira alteração colocada

como mudanças nas definições de poder. Atualmente, quem faz esses serviços é próprio

prefeito e seu gabinete.

Segundo, a criação e instalação dos serviços de Orçamentos Participativos, é outra mudança

que altera as definições de poder e devem acontecer da seguinte forma: 1º - Estes, depois de

aprovados e instalados deverão fazer: mapeamentos de toda a cidade por regiões, definindo

nomes a cada região; compor o corpo administrativo dos orçamentos participativos, ou seja,

entre 8 e 16 membros oriundos das comunidades e 8 e 16 membros oriundos do sistema

administrativo. Só que, somente os membros oriundos das comunidades dirigirão o sistema,

através de uma mesa diretora contida dentre 5 e 7 membros. Os demais membros oriundos

da comunidade comporão apenas plenário em casos de reuniões ordinárias e extraordinárias

e quórum.

2º - Os membros oriundos do sistema administrativo comporão o corpo técnico dos

orçamentos participativos. A saber, estes somente deliberarão sobre problemas técnicos e

repassarão orientações e informações necessárias à mesa diretora, ao plenário ou a quaisquer

outras seguimentos no sistema de orçamentos participativos. 3º - Esta se constitui na segunda

alteração na definição de poder. Essas políticas nunca existiram no sistema municipal de

Ibirité. Para tanto, deverão passar a existir. Na verdade, considera-se que esta seja mais uma

mudança que altera as definições de poder.

Terceiro, a unificação dos conselhos municipais existentes em cada uma das secretarias do

prefeito municipal. Essa unificação vai-se dar somente no campo geral, para quando se tratar

192

de políticas públicas do âmbito de todo o município, por exemplo, leitura e aprovação do

orçamento do município. Portanto, cada conselho continua na sua.

Quarto, a criação da mesa administrativa dos conselhos é para organizar o sistema de

conselhos, orientando-os quanto a seus serviços e sua formação técnica e convocando

assembleias gerais quando necessárias. Logo, essas são apenas algumas das diversas formas

de alteração nas definições de poder.

TÓPICO 4 - A participação popular no âmbito da administração pública, a fiscalização

no âmbito dos conselhos municipais e a denúncia no âmbito do Ministério Público se

complementam, praticamente, nas definições do conceito de poder. E essa definição tem

de caminhar no exercício da participação popular

PROPOSTA 4

1º - Em se tratando de fiscalização, o que se vê é que os conselhos municipais adotam como

atributos seus, as características de consultivo e fiscalizador. Estas já estão definidas em lei.

O papel consultivo é quando a comunidade o procura para orientá-la quanto algum serviço,

ou direito, ou deveres dos cidadãos, dentre outros.

2º - O papel fiscalizador é quando os conselhos fazem visitas para vistorias a órgãos públicos

registrados avisos, boletins de ocorrências, enfim, situações atípicas aos serviços comumente

realizados no sistema. No caso desta proposta, é tornar os conselhos efetivos e eficazes nas

práticas de fiscalização técnica. Não é a mesma forma do fiscal da prefeitura fiscalizar. O

fiscal da prefeitura impõe multas, caso encontre irregularidades. Os conselhos podem fechar

estabelecimentos, impor avisos, boletins de ocorrências, mas não impõem multas.

4º - Os serviços de fiscalização, bem como, todos os serviços do sistema municipal em suas

respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas periodicamente, ou seja, a cada

três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais, fixando-os ao rol de sua secretaria.

Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios finais, que devem ser apresentados

ao congresso municipal para avaliação anual do sistema municipal. No referente aos

relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados por setor, sendo anualmente,

devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.

7.1.5 A organização político-geográfica da cidade

TÓPICO 1 - Precisa-se prever algo sobre a recuperação das águas, pelo menos prever;

pelo mais, esforçar-se para recuperá-las, tornando-as tão-claras e tão-potáveis, quanto

o eram ao final do século XIX. Outra marca que fica clara neste plano, conforme em

Santos (2005), se verifica, é o legado de conceitos puros que, ao prever as alterações já

mencionadas, precisa evitá-los.

PROPOSTA 1

A proposta é para longo prazo e prevê um planejamento geral, abrangendo todas as

nascentes do município, com tratamentos e recuperação de nascentes danificadas e das águas

que se tornaram imundas. O objetivo é torná-las potáveis.

TÓPICO 2 - É claro, o respeito aos mortos, aos antigos habitantes, ao trabalho de

dedicação e construções que esses habitantes deram à cidade, tem de se manter. Só não

193

pode ficar preso aos conceitos impeditivos de ações. No entanto, com o bom

planejamento, faz-se necessário, recuperar também, as comunidades, tentando situá-las

ao plano da cidade ambientalmente desejada.

PROPOSTA 2

1º - Junto à defesa civil da cidade, realizar planos de prevenção das chuvas, cheias e

enchentes que atingem aos moradores. Prever as comunidades vulneráveis e trabalhar com

elas, para que elas não venham a ser atingidas, em situações de tempestades, cheias e

enchentes.

2º - E, ao lado disso, junto aos serviços de obras do município, prever e edificar moradias, de

acordo com os orçamentos cabíveis, no fim de recuperar as moradias perdidas em razão das

enchentes.

TÓPICO 3 - E ainda, significativa neste plano é que, historicamente falando, com os

territórios recebendo os distritos sem se preocuparem com estudos aprofundados sobre

os problemas urbanísticos futuros, nesta proposta, os estudos científicos serão sempre

critérios básicos para quaisquer alterações na geografia da cidade.

PROPOSTA 3

1º - Antes e, em todas e quaisquer situações de alterações geográficas, geológica e relevos no

município, propõe-se realizar estudos profundos, em consonância ao plano diretor, aos

planos de recuperação de nascentes e das águas, aos planos de recuperação ambiental da

cidade, ao planejamento urbano, rural, e ao planejamento ambiental da cidade, bem como ao

planejamento de recuperação de saneamento básico da cidade.

2º- Antes de realizar quaisquer alterações, geográfico-críticas, alterando os modos de vida,

de aglomerados, favelas, conglomerados dentre outros. Realizar também estudos profundos

sobre as situações de pessoas, individualmente, e famílias inteiras, a fim de não se

comprometer o modo de vida das pessoas nem o modo de vida da cidade nem a

responsabilidade jurídica do sistema municipal.

TÓPICO 4 - A falta de preocupação com estudos científicos antes de quaisquer práticas

políticas soa como evitáveis em caso de planejamento de recuperação da cidade em

tempos atuais. A saber, em se tratando de urbanismo, tudo daqui para frente, na

cidade, precisa ser planejado.

PROPOSTA 4

1º - Elaborar um planejamento urbanístico, em consonância ao plano diretor, de longo prazo,

prevendo todas as situações de parques e jardins comuns, parques e jardins aquáticos,

parques ambientais, áreas de preservação ambiental, áreas para recuperação ambiental, áreas

para a construção civil e condomínios fechados áreas para fins de loteamentos e locação

imobiliária, áreas para tombamentos ambientais, tombamentos turísticos, tombamentos

materiais e imateriais.

4º - Os serviços de planejamentos, bem como, todos os serviços do sistema municipal em

suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas periodicamente, ou seja, a

cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais, fixando-os ao rol de sua

secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios finais, que devem ser

apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema municipal. No

referente aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados por setor,

194

sendo anualmente, devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.

TÓPICO 5 - Além disso, claramente perceptível, é a influência do sentido duplo de

linguagens, para cujo uso, também se faz necessário evitar. A geografia crítica

absorveu tantas populações, ao mesmo tempo, de modo que, os serviços urbanos se

tornaram mais difíceis e mais complexos, por causa dessas demandas.

PROPOSTA 5

1º - Realizar, junto à defesa civil, um planejamento de recuperação, assentamento e

reassentamento das populações que vivem em áreas de riscos, tanto em caráteres provisórios,

quando for o caso, e em caráter definitivo, a fim de melhorar o desempenho dos serviços

urbanos e os fluxos de movimentações urbanas, trabalhando para que todas as famílias

tenham suas moradias, dentro de suas condições reais, mas com dignidade.

TÓPICO 6 - O duplo sentido se coloca pela ótica da própria pobreza, ou seja, ao

mesmo tempo, em que os poderes públicos trabalham pela recuperação daquilo que é

decadente, usando de projetos de iniciativas sociais, para que os mais pobres se

diminuam no grau de pobreza, como na cidade tudo funciona paliativamente, o próprio

tempo vai determinar o quanto a pobreza cresceu em tantos substanciais.

PROPOSTA 6

1º Realizar, junto ao serviço social-assistencial, um planejamento de recuperação do estado

de pobreza e, ao mesmo tempo, de precaução com sentido de evitar empobrecer-se. Fazer

levantamentos de famílias abaixo da linha da pobreza e elaborar planilhas de gastos a partir

desses levantamentos.

2º - Realizar buscas de empregos para aqueles entes sociais que estejam em situações de

pobreza, de acordo com as suas condições para o trabalho, a fim de auxiliar na tomada de

precaução com a pobreza.

TÓPICO 7 - Em termos de investimentos humanos, nada pode ser visto como

decadente e, muito menos, como paliativo, pois que todo o investimento é válido,

quando se trata de seres humanos.

PROPOSTA 7

1º - Realizar, junto aos recursos humanos, um planejamento de recuperação e investimento

humano. Este deve abranger os direitos humanos, a conquista de empregos e, junto aos

serviços, social-assistenciais, a distribuição de cestas-básicas para as famílias de baixa renda,

a fim de que estas, se por acaso ainda não têm, possam conquistar a dignidade.

7.1.6 Educação pública como tecnologia instrumental de qualidade

• TÓPICO 1 - No que tange às políticas educacionais - esta precisa comportar:

professores à altura da qualidade de ensino desejada pelos entes sociais, os planos de

cargos e salários e recuperações salariais, conjuntamente planejados e professores que,

figuradamente, “vistam de fato a camisa” do sistema, pois que, professor é profissão

humana.

PROPOSTA 1

1º - Neste tópico, presumem-se capacitar professores para atuar num sistema de educação

instrumental e comum, mas profissionais preparados para inserir e reinserir os alunos,

socialmente. Neste ainda, não se abole a reprovação, mas não se adota a cultura da

reprovação. Reprovar sim, mas conscientes tanto professores e quantos alunos reprovados.

195

2º - A partir de estudos aprofundados, tomar como referência os salários dos profissionais de

educação de mercado ou de institutos de análises econômicas à altura da categoria

profissional, e a partir desses estudos, realizar a recuperação salarial da categoria, também, a

partir do de referência de aonde se começaram as defasagens. Essa recuperação tem de estar

em sintonia com os orçamentos do município e não poderão se recuperar de uma só vez.

Têm de estar em sintonia com os orçamentos e em acordo à capacidade do comporta de

vencimentos mensais.

3º - Toda essa recuperação salarial tem de ser prevista num plano de cargos e salários de

todas as categorias servidoras no sistema municipal. E dentro desse plano cada categoria, em

separado, terá seu plano especificado em acordos selados com as próprias categorias.

4º - O sistema municipal trabalhará afincadamente, para que todas as categorias sejam-pagas

em seus merecidos vencimentos. E o sistema trabalhará também para que os serviços

prestados caminhem gradualmente, na sua forma, qualificado e buscando cada vez mais a

expressão de qualidade, contando com o serviço, mas também com o servidor dedicado ao

serviço que presta à cidade.

5º - O sistema municipal de educação realizará estudos aprofundados sobre os problemas de

educação ocorridos, com os profissionais de educação, na legislatura 2013-1016, visando a

correção buscando-se acordos satisfatórios com a categoria.

3º - Realizará também estudos aprofundados abordando o plano de carreira dos profissionais

de educação, visando à correção do atual plano, retroagindo-se no tempo, buscando-se o

limite mínimo de aonde se começaram a defasar os salários, e acompanhado de correção

salarial visando a uma atualização de salários satisfatória. Esta política será discutida e

definida no congresso municipal que antecede a data de posse da chapa a ser eleita.

• TÓPICO 2 - Desenhar políticas educacionais, não é só elaborá-las, publicá-las e torná-

las práticas sistemáticas, é preciso pensar tudo previamente, sobre como fazê-las,

pensar em quem vai aplicá-las nas práticas de sala de aula, prepará-los e como deixá-

los capacitados para o desenvolvimento das referidas políticas.

PROPOSTA 2

1º - A criação de um sistema escolar/educacional que vise à valorização e impulsão cada vez

maior do ensino regular, ao recuperatório, ao cultural, ao de atualização de jovens e adultos

e, proporcionando-os destaques sim, desde que com aproveitamentos iguais ou superiores a

80% em todas as disciplinas curriculares, independente de quaisquer conceitos atribuídos a

elas. E os destaques não podem ser somente orais e visuais, ou seja, tem de oferecer prêmios

coniventes a aproveitamentos na construção de conhecimentos. Os presentes materiais não

são considerados prêmios.

2º - Todas as políticas educacionais serão discutidas e pensadas juntamente às categorias

profissionais afins e seus respectivos sindicatos. Além disso, as suas práticas serão

previamente preparatórias. Os servidores serão capacitados, antecipadamente, à publicação e

oficialização da referida política. Os processos de capacitação desses profissionais serão

encadeados entre si. De cima de capacita e na respectiva ordem decrescente se repassa, com

qualidade. E assim por diante.

196

• TÓPICO 3 - Pensar nos recursos tecnológicos, dos quais, o professor disporá para usá-

los, fomentá-los dos mais ricos incrementos e torná-los, de fato e de verdade,

instrumentos utilitários aos alunos.

PROPOSTA 3

1º - A sala de informática será considerada, em seus termos, como disciplina escolar nos

componentes e grades curriculares. Para tanto, o profissional de educação terá de ser

professor a ministrar a disciplina, com formação pedagógica, superior e as afins e formação

técnica superior.

2º - Todo o sistema educacional municipal do regular constará de turmas: a) Ensino

fundamental I – turmas, em média, compostas por 20 alunos em sala, considerada tolerância

para mais em até 25 alunos, e tolerância para menos - desde que seja a última criada naquele

ciclo de ensino – sendo 15 alunos. b) Ensino Fundamental II – turmas, em média, compostas

por 25 alunos em sala, considerada tolerância para mais 27 alunos, e tolerância para menos -

desde que seja a última criada naquele ciclo de ensino – sendo 20 alunos.

3º - Todo o sistema educacional municipal do ensino recuperatório, constará de turmas: a)

Ensino fundamental I – turmas, em média, compostas por 20 alunos em sala, considerada

tolerância para mais em até 25 alunos, e tolerância para menos - desde que seja a última

criada naquele ciclo de ensino – sendo 15 alunos. b) Ensino Fundamental II – turmas, em

média, compostas por 20 alunos em sala, considerada tolerância para mais 25 alunos, e

tolerância para menos - desde que seja a última criada naquele ciclo de ensino – sendo 15

alunos.

TÓPICO 4 - A heterogeneidade seja mantida no sistema municipal de ensino. Segundo,

ao adotá-la, o professor tem de ser um profissional muito habilidoso, pois que, além de

observar as condições humanas próprias, tem de observar as condições humanas de

todo o seu entorno, equilibrarem-se, entre as duas linhas: de um lado, ser técnico, mas

não tecnicista; do outro, ser humano.

PROPOSTA 4

1º - O professor, para atuar em quaisquer níveis de ensino, no sistema municipal, comporá o

seu currículo profissional, além da formação pedagógica comum exigível, exigir-se-á a

formação humana em Psicologia. No caso de efetivos, terão esses certos prazos para

cumprirem os propósitos caso seja necessário.

2º - A admissão continuará sendo via-concurso público, apenas as diferenças e que se deve

observar essas alterações, se for o caso.

4º - Os serviços de Educação instrumental, bem como, todos os serviços do sistema

municipal em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas

periodicamente, ou seja, a cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais,

fixando-os ao rol de sua secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios

finais, que devem ser apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema

municipal. No referente aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados

por setor, sendo anualmente, devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.

• TÓPICO 5 - A heterogeneidade, ao se adotá-la, tem de abrir o leque para as

197

oportunidades: tanto às de ensino, quanto às de aprendizagens. E, ao final de tudo,

compreender que a heterogeneidade, ao se adotá-la, e para ser o que é, tem de

funcionar de maneira organizada. Se, ao contrário, possivelmente, não terá como mais

diversificar as suas páginas nos cadernos da educação.

PROPOSTA 5

1º - O professor tem de entender que ele é um profissional do ensino, então de zelar pelo

profissional que ele é; tem de zelar pelo ensino, ter sabedoria, zelar pela sua sala de aula.

Deve fazer o seu trabalho com o maior cuidado, primeiro porque está lidando com gente;

segundo, porque a sala de aula é o espelho dele; terceiro, porque ele é o espelho da escola. E

assim por diante.

2º - O professor tem de ensinar o aluno a zelar pela sua aprendizagem. Além do ensino, seu

exemplo vai ser repassado a ele. No sistema, não se adotará a cultura da reprovação, mas terá

reprovações.

7.1.7 Ensino regular desarticulado do ensino especial

• TÓPICO 1 - O que se percebe é a clara oposição entre os níveis regular e especial de

ensino, bem como a falta de preparação profissional do professor para mediar esse tipo

de ensino e, ainda, a falta de consonância entre os planejamentos e conteúdo ensinado

pelo professor e, ao mesmo tempo, aprendido pelo aluno-especial, pois que na

realidade, o aluno não o aprende, mesmo com o professor-apoio.

PROPOSTA 2

CARACTERÍSITICAS DO ENSINO REGULAR

1º - Ensino regular - Este passa a ser compreendido como sendo aquele que, ministrado

sobre alunos dentro da faixa etária legal, aprendizagem regular, permanente e plenamente,

capazes de se auto monitorarem, bem como capazes de monitorarem a aprendizagens de

outrem.

Contudo, alunos comprovadamente em defasagens de conteúdos disciplinares e

aprendizagens, estando na faixa etária regular, torna-se recomendável sua permanência nesse

ciclo do ensino regular, se considerando que a escola trará como prioridade a criação de uma

equipe de monitoramento entre os alunos com aprendizagem regular ou avançada, para o

exercício do monitoramento untos aos colegas com aprendizagem defasada na turma.

Os conteúdos ministrados nesse ciclo são todos aqueles previstos no plano de curso da

escola, elaborado pela equipe de gestores pedagógicos e retomado pelos professores e suas

respectivas áreas pedagógicas, em seu plano de ensino geral e ainda o plano de ensino

específico categorizado como bimestral e semanal. Este podendo conjugar, no plano ensino

individual do professor, os conteúdos consonantes às matérias de natureza transversal, se

considerando ainda que os planos de ensino do professor deverão estar em sintonia ao plano

198

de curso da gestão pedagógica.

TÓPICO 2 - A clara discrepância entre inclusão social e intelectual, se considerando

que a social não trás nenhum problema para a sala de aula, entretanto, a inclusão

intelectual apresenta muitos problemas, porque a mediação do ensino não acontece e,

como ela não acontece, também, não há aprendizagem, por parte do aluno especial.

PROPOSTA 2

1º - Essa modalidade de aprendizagem tem de ser por estudos à altura do aluno especial. E

não contar com uma aprendizagem de conteúdos voltada para o nível de ensino a que ele está

inserido. Nesse caso, somente cabe o ensino voltado para a inserção social.

TÓPICO 3 - A compreensão de que os conceitos de inclusão e exclusão, aplicados nas

práticas escolares, se confundem entre si, não pelo conceito, mas pela falta de

compreensão e discernimento dos profissionais que os aplicam, muitas vezes.

PROPOSTA 3

1º - O professor é quem jamais pode ficar confuso em relação à formulação desses conceitos

de inclusão e exclusão social, pois que é ele quem lida diretamente com os alunos. Afinal,

quaisquer acusações de discriminação vão cair sobre ele.

TÓPICO 4 - O único problema, nas práticas escolares, é quando as pessoas assimilam

como prática o conceito de inclusão intelectual, pois que, neste de fato, não há

consonâncias: entre professor da disciplina e o professor-apoiador, bem como,

correspondência em aprendizagem do aluno com estes.

PROPOSTA 4

1º - Nessas situações, o professor tem de ter o seu planejamento em nível de ensino da turma.

2º - O professor apoiador tem de ter o seu planejamento adaptado à realidade do nível em

que o professor titular planejou. No mais, ambos têm de combinar os planos.

3º - Os serviços de educação, bem como, todos os serviços do sistema municipal em suas

respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas periodicamente, ou seja, a cada

três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais, fixando-os ao rol de sua secretaria.

Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios finais, que devem ser apresentados

ao congresso municipal para avaliação anual do sistema municipal. No referente aos

relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados por setor, sendo anualmente,

devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.

TÓPICO 5 - As situações sistemáticas de ensino que devem merecer de cada instituição

de ensino um rigoroso programa, capaz de promover a valorização real dos alunos

nelas envolvidos, verá que, em Saviani (1997), um novo sistema regular de ensino

precisar ser instaurado, porquanto, um bom programa que promova a solução desses

problemas.

PROPOSTA 5

199

1º - Ensino ministrado sobre alunos dentro da faixa etária legal, aprendizagem regular,

permanente e plenamente, capazes de se auto monitorarem, bem como capazes de

monitorarem a aprendizagens de outrem.

2º - Ensino ministrado sob o condão da monitoria, a saber, os alunos comprovadamente em

defasagens de conteúdos disciplinares e aprendizagens, estando na faixa etária regular, torna-

se recomendável sua permanência nesse ciclo do ensino regular, se considerando que a

escola trará, como prioridade, a criação de uma equipe de monitoramento entre os alunos

com aprendizagem regular ou avançada, sob a orientação do professor, para o exercício do

monitoramento juntos aos colegas com aprendizagem defasada na turma.

3º - A Secretaria de Educação deverá promover a elaboração de um programam de ensino

focado no ensino regular, mas se comprovadas deficiências dentro da faixa-etária, tais

deficiências sejam sanadas via-monitoria.

TÓPICO 6 - As ferramentas psicológico-comportamentais são os instrumentos ultra

utilitários. Segundo, saber se colocar diante dos alunos, bem como, e se fizer a inserção

social, observando sempre que é “a primeira impressão é a que fica”.

PROPOSTA 6

!º - O professor, na primeira aula, deixa a sua impressão, e o aluno marca a sua imagem. Daí

para frente, o professor será sempre a referência para o aluno.

7.1.8 A educação formal contextualizada à formação de habilidades culturais

• TÓPICO 1 - O sistema político municipal tem de pensar, elaborar e aplicar políticas,

não somente no campo da formação cultural, mas também no campo do resgate de

hábitos culturais, no campo dos investimentos em projetos culturais, em festivais

voltados para a cultura, em pontos de referências culturais, em apoios a organizações,

na cidade, voltadas para os valores culturais do lugar.

PROPOSTA 1

CARACTERÍSTICAS DO ENSINO CULTURAL

2º - Ensino intermediário-cultural – Este ciclo de ensino é compreendido como que focado

no desenvolvimento das habilidades culturais, ou seja, é a oportunidade que a escola precisa

dar aos professores de trabalhar as teorias de ensino do campo cultural e aos alunos a

formação de suas habilidades voltadas para esse campo.

Nesse ciclo não se priorizam faixas etárias, senão a faixa geral entre 7 e 17 anos, a saber,

tanto os alunos das faixas etárias do ensino regular e monitorial quanto os alunos do ciclo de

operação recuperatória e da educação de jovens e adultos estarão situados nele, pois que o

objetivo do ensino é a formação da habilidade cultural. Embora cumprindo com objetivos

diferentes, o ciclo obedece aos mesmos parâmetros avaliativos adotados no ensino regular e

monitorial, o de operação recuperatória e o da educação de jovens e adultos, diferenciando-

se apenas no quesito das avaliações práticas.

A saber, nesse ciclo há dois tipos de avaliação: a teórica e a prática. Os conteúdos

200

ministrados nesse ciclo são todos aqueles previstos no plano de curso da escola voltado para

os conteúdos teóricos da área de estudos culturais, elaborado pela equipe de gestores

pedagógicos e retomado pelos professores e suas respectivas áreas pedagógicas, em seu

plano de ensino geral e ainda o plano de ensino específico categorizado como bimestral e

semanal. Este podendo conjugar, no plano de ensino individual do professor, os conteúdos

consonantes às atividades de natureza prática, ou seja, avaliações-teórico-práticas; trabalhos

avaliativos teórico-práticos, etc. também os profissionais que atuam nesse ciclo, além da

formação pedagógica, terão de passar pela formação específica e voltada para o ensino e

formação das habilidades culturais, se considerando ainda que os planos de ensino do

professor deverão estar em sintonia ao plano de curso da gestão pedagógica.

• TÓPICO 2 - O sistema político municipal tem de pensar, elaborar e aplicar políticas,

não somente no campo da formação cultural, mas também no campo do resgate de

hábitos culturais, no campo dos investimentos em projetos culturais, em festivais

voltados para a cultura, em pontos de referências culturais, em apoios a organizações,

na cidade, voltadas para os valores culturais do lugar.

PROPOSTA 2

1º - A secretaria de educação tem de pensar e elaborar um programa de ensino focado na

formação de habilidades culturais. Este de médio prazo e voltado para a atenção básica de

todos os alunos, de quaisquer níveis, no sistema municipal de ensino.

2º - As primeira experiências focadas no ensino cultural devem ser via-projetos, até que o

sistema se organize num espaço reservado para esse fim e a partir de um programa de ensino

caracterizado segundo esses conceitos de escola cultural, também focado no resgate de

hábitos culturais.

3º - Como tarefas práticas, a escola cultural deve focar a valorização da produção cultural

local, primeiramente, dos alunos do sistema municipal de ensino, secundariamente, na

produção cultural local.

• TÓPICO 3 - A população se considera necessitária de cultura, e por se considerar

necessitária, também tem disposição para o entretenimento, embora perceba a falta de

consciência cultural em meio aos contextos sociais. E, neste contexto, significativo é que

a consciência cultural se forma, paralelamente, ao exercício da educação formal.

PROPOSTA 3

1º - Como tarefas práticas, a escola cultural deve focar a valorização da produção cultural

local, primeiramente, dos alunos do sistema municipal de ensino, secundariamente, na

produção cultural local, inclusive, na promoção de certos festivais.

2º - A formação da consciência cultural só se vai dar praticando a cultura.

3º - Os serviços de educação cultural, bem como, todos os serviços do sistema municipal em

suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas periodicamente, ou seja, a

cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais, fixando-os ao rol de sua

secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios finais, que devem ser

apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema municipal. No

referente aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados por setor,

sendo anualmente, devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.

201

• TÓPICO 4 - Se se promovem shows artísticos, mas não procuram saber se a população

está gostando, a partir desta proposta, toda promoção cultural precisa ser a contento às

necessidades da população, senão, não vale à pena investir.

PROPOSTA 4

1º - Antes de quaisquer promoções artísticas, o sistema na secretaria de cultura deve

promover coletas de opiniões, sem-ônus, com o fim de conhecer a opinião da população

sobre os eventos sobre a necessidade deste ou não.

2º - Todo o investimento cultural deve, prioritariamente, estar voltados para as produções

culturais do lugar. Noutras situações, somente, pós-constatadas as necessidades.

TÓPICO 5 - Também, se vê que há contextualizações, por exemplo, a formação de

habilidades culturais, se conjugada ao ensino regular formal, os espaços de educação

não a comportam, devido às diversas demandas socioculturais já desenvolvidas.

PROPOSTA 5

1º - O sistema municipal, junto à secretaria de obras e sob as previsões de médio ou de longo

prazo, providenciar espaço que comportem essas modalidades de ensino.

2º - Esse formato de educação cultural só é cabível num espaço criado para esse fim.

Portanto, não se trata de uma escola somente de práticas culturais, mas de uma escola que

consta de formação e prática cultural, ao mesmo tempo.

TÓPICO 6 - E como se trata de situações de ensino, é preciso fazer como em Saviani

(1997), sobre situações sistemáticas de ensino que devem merecer de cada instituição de

ensino um rigoroso programa, capaz de promover a valorização real dos alunos nelas

envolvidos, verá que dentro do sistema regular de ensino precisa ser instaurado,

porquanto, um bom programa que promova a solução desses problemas.

TÓPICO 6

1º - Promover a elaboração de um programa de ensino que valorize a real condição dos

alunos com a escola envolvidos. Nisto se verá que dentro do sistema regular de ensino

precisa ser instaurado programa que preveja e promova boas políticas públicas e a solução

desses problemas de ensino e aprendizagem.

TÓPICO 7 - É hora de a população se colocar, enquanto sociedade local, e trabalhar na

promoção e incentivo na colaboração para que a cidade passe a valorizar mais a

cultura do lugar e, nessa lógica da valorização cultural, é que vão se constituir as novas

políticas de cultura. Portanto, é trabalhar tanto para que haja a elaboração das

políticas públicas que levam a esse fim, quanto pela colocação dessas políticas em

prática.

TÓPICO 7

1ª – Trabalhar na elaboração de políticas, de médio e longo prazo, para que a cidade possa

ter a sua casa de cultura, lugar de referência para as escolas, às instituições mais ligadas à

cultura, buscarem seus modos de produzir cultura.

2º - Continuar na luta pela conservação da Serra do Rola-Moça como sendo, não somente,

ambiental, mas também, lugar de cultura e turismo.

3º - Trabalhar pela cultura dos museus: de educação, inclusive, tendo como referência a

grande educadora Dona Helena Antipoff; da estação ferroviária do Ybyreté; ermida do

Rosário, dentre outros.

202

7.1.9 Ensino sob o marco da operação recuperatória

• TÓ´PICO 1 - O que fica claro, primeiro, é sobre as modalidades de avaliações que

permanecem com as mesmas características, podendo se inovar, conforme resultados

oriundos das próprias avaliações e de avaliações sobre o próprio sistema, para os

alunos. Entretanto, ao final de cada etapa de avaliação dos alunos, avaliam-se também

o sistema nas suas formas de aplicação dessas avaliações.

PROPOSTA1

CARACTERÍSTICAS DO ENSINO RECUPERATÓRIO

3º - Ensino de operação recuperatória - Este passa a ser compreendido como sendo aquele

que, ministrado sobre alunos fora da faixa etária legal, aprendizagem irregular, ou seja,

alunos passíveis de ensinamentos e monitoramentos, com defasagens de aprendizagens de

conteúdos e outras defasagens do campo emocional.

Contudo, alunos comprovadamente capazes de aprender conteúdos disciplinares e

aprendizagens diversas, se estando fora da faixa etária regular, torna-se recomendável sua

permanência nesse ciclo do ensino de operação recuperatória, se considerando que a escola

trará como prioridade a sua atualização na aprendizagem para o fim de reconduzi-lo ao

ensino regular de acordo com o seu desempenho nos processos avaliativos.

Os conteúdos ministrados nesse ciclo são todos aqueles previstos no plano de curso da

escola, elaborado pela equipe de gestores pedagógicos e retomado pelos professores e suas

respectivas áreas pedagógicas, em seu plano de ensino geral e ainda o plano de ensino

específico categorizado como bimestral e semanal. Este podendo conjugar, no plano de

ensino individual do professor, os conteúdos consonantes às matérias de natureza

transversal, desde que à altura e nível de aprendizagem exigida nesse ciclo, se considerando

ainda que os planos de ensino do professor deverão estar em sintonia ao plano de curso da

gestão pedagógica.

• TÓPICO 2 - O sistema adota a reprovação, mas não a estimula, sob a justificativa de

não cair na cultura da reprovação. Daí se vê que o professor precisa de autonomia

para o exercício de seu trabalho. E se este não se dispuser nem dispor para, tanto se

perde o estímulo do professor, quanto se perde este no aluno. Então, a preparação de

todos os setores envolvidos com a proposta, faz-se fundamental, porque estes se tornam

conscientes dos papéis de cada um.

PROPOSTA 2

203

1º - O sistema deve usar com mais rigor da modalidade de reprovação, não como critério de

perseguição pessoal, mas como base de avaliação correta, visando ao bem-comum do

alunado, na valorização da produção de conhecimento. Para que todos tenham os mesmos

deveres e os mesmos direitos, visando sempre ao alcance do conhecimento como alvo

pessoal do aluno e da família e alvo coletivo da escola.

2º - O sistema deve recusar a cultura da reprovação, ou seja, a aprovação não pode ser

automática nem imediata, ao contrário, tem de ser mediante produção de conhecimentos.

Contudo, o aluno experiente de reprovação não pode, jamais, ser submetido a experiências

de perseguição pessoal. O que se tem de valorizar é a produção do conhecimento ao lado da

valorização humana do aluno e vice e versa.

7 3º - Usar da reprovação como instrumento de autonomia do professor no exercício de seu

trabalho é o mesmo que se adequar à cultura da reprovação. E isto será inadmissível.

8

9 4º - O professor deve ser um profissional dedicado ao seu trabalho como de direito e de

dever. Para tanto, no que disser respeito ao seu trabalho, tem de estar disposto. Ser agradável

não quer dizer se deixar explorar. Quer dizer que ser agradável é muito melhor do que ser

desagradável.

10

11 5º - O sistema usará de todos os recursos possíveis e, “até impossíveis”, para que os

servidores do sistema municipal sintam-se estimulados no exercício dos serviços que o

cabem.

12

13 6º - Também, o mesmo estímulo será extensivo aos alunos, bem como, os profissionais do

ensino estarão diretamente comprometidos com o estímulo dos alunos na produção de

conhecimento.

14

15 7º - Todos os profissionais do ensino, a contar de um médio prazo, estarão diligente e

periodicamente se atualizando buscando sempre a preparação profissional como meio de

produção e autoestima e produção de estímulo nos alunos.

16

17 8º - Cada profissional deve ter ciência e consciência dos serviços a serem prestados à cidade,

bem como, cada aluno também tem de ter ciência e consciência dos conhecimentos que estão

sendo produzidos na escola.

TÓPICO 3 - Se o aluno não aprendeu e o ensino não produziu seus efeitos, não há

qualquer utilidade em atribuir-se culpa ou responsabilidade a qualquer uma das partes

envolvidas. Logo, sentimento de culpa é algo característico do campo pessoal, o

desfecho se faz com as práticas do profissionalismo, não com amadorismo.

PROPOSTA 2

1º - O ciclo do sistema recuperatório de ensino está conceituado, basicamente, na

recuperação de conteúdo. Pretende-se este funcionar numa escola e sala de aula normal com

a mesma previsão de carga horária que a dos demais ciclos de aprendizagens. As diferenças

estão na individualidade de cada aluno. Como o sistema será de recuperação permanente,

então, são as avaliações periódicas que vão determinar se aluno atualizou-se quanto aos

conteúdos defasados ou não, para prosseguir ao ciclo seguinte.

2º - Se o aluno não se recuperou nos conteúdos defasados, deve permanecer no ciclo. No

entanto, a escola vai-se esmerar ainda mais, para este se sobressaia melhor nas avaliações

204

seguintes. Mas, ele precisa avançar os ciclos conscientemente dos conteúdos que estão sendo

estudados e assimilados. Não é culpa dele, mas também, não é do professor. Ambos têm de

zelar para que, tanto ensino quanto aprendizagem, sejam conquistadas, com dedicação e

sucesso.

3º - O professor, no exercício do ensino, tem de zelar pelo profissionalismo, ou seja, fazê-lo

sem-amadorismo. E o aluno tem de zelar pelo não amadorismo. Aluno também tem de ter

dedicação afincada na produção dos conhecimentos, mas com aprendizagem.

4º - Os serviços de educação sob o marco recuperatório, bem como, todos os serviços do

sistema municipal em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas

periodicamente, ou seja, a cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais,

fixando-os ao rol de sua secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios

finais, que devem ser apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema

municipal. No referente aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados

por setor, sendo anualmente, devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.

7.1.10 Nível de ensino sob a atualização dos aprendentes além-faixa-etária

• TÓPICO 1 - Faz-se notar que jovens e adultos e idosos - quando ainda em faixa

própria, perdem a oportunidade de concluírem os estudos – entretanto, já na idade,

além-faixa-etária, se descobrem da falta que a educação faz. Daí, a requererem do

poder público uma nova oportunidade como chance de recuperar o tempo,

supostamente, perdido.

PROPOSTA 1

CARACTERÍSTICAS DO ENSINO DE JOVENS E ADULTOS

4º - Ensino para atualização de jovens e adultos - Este passa a ser compreendido como

sendo aquele que, ministrado sobre alunos fora da faixa etária legal, aprendizagem irregular,

ou seja, alunos passíveis de ensinamentos e monitoramentos, com defasagens de

aprendizagens de conteúdos e, talvez, outras defasagens do campo emocional, mas que

trabalham no decorrer do dia ou perderam a oportunidade de estudos em razão da

necessidade de trabalho.

Contudo, alunos comprovadamente capazes de aprender conteúdos disciplinares e

aprendizagens diversas, se estando fora da faixa etária regular, mas também, alunos que

ainda não tenham sido alfabetizados, torna-se recomendável sua permanência nesse ciclo do

ensino, se considerando que a escola trará como prioridade a sua atualização no curso da

aprendizagem.

Os conteúdos ministrados nesse ciclo são todos aqueles previstos no plano de curso da

escola, elaborado pela equipe de gestores pedagógicos e retomado pelos professores e suas

respectivas áreas pedagógicas, em seu plano de ensino geral e ainda o plano de ensino

específico categorizado como bimestral e semanal. Este podendo conjugar, no plano de

ensino individual do professor, os conteúdos consonantes às matérias de natureza transversal,

desde que à altura e nível de aprendizagem exigida nesse ciclo, se considerando ainda que os

planos de ensino do professor deverão estar em sintonia ao plano de curso da gestão

pedagógica.

205

TÓPICO 2 - O sistema público municipal deve elaborar, dentre outras, uma política

que atenda às necessidades desse público de jovens, adultos e idosos.

PROPOSTA 2

1º - O sistema de educação municipal deve ampliar sua atenção básica de ensino para a

população de jovens, adultos e idosos. Estes, comprovadamente, além-faixa-etária, ou seja,

idade igual ou superior a 18 anos.

2º - O sistema municipal de educação deve reservar os noturnos e todos os seus prédios

escolares para, na comunidade onde houver demanda de população de jovens, adultos e

idosos, além-faixa-etária, buscar a atender a essas demandas.

3º - O sistema de educação municipal deve ainda formular um programa de ensino – em

sintonia com estes planos ações gerais e - voltados para essa categoria de aprendizes, nos

mesmos moldes das modalidades do ensino recuperatório.

TÓPICO 3 - Ao atender, na proposta didático-pedagógica, deve focar como temáticas

principais, as experiências vivenciadas por este público conjugadas ao teor de

criticidades, conforme apontado em Freire (1997).

PROPOSTA 3

1º - Ao elaborar o programa de ensino, em sintonia com as políticas públicas voltadas para o

público de jovens, adultos e idosos, deve-se ocupar coma proposta didático-pedagógica e

suas temáticas contornadas pelas experiências de vida dessas populações e oferta de

conteúdos disciplinar-curriculares concomitantes ao nível de ensino desejado, tendo como

referência as metodologias Paulo-Freirianas.

2º - As demandas de ensino serão detectadas mediante a realização de pesquisas e

levantamentos em cada comunidade onde haja estabelecimento de ensino do sistema

municipal de educação, ou senão o havendo, mas havendo demandas, o sistema deve buscar

as formas de poder atender às demandas através de outros estabelecimentos.

3º - As turmas não poderão ultrapassar os limites de 20 alunos em sala, bem como, os limites

mínimos não podendo ser inferior a 12 alunos em sala.

4º - Os professores e gestores de educação nesse nível de ensino, também, farão atualizações,

consensuais e contínuas de cursos visando a estarem sempre preparados e capacitados para o

exercício desse nível de ensino nas escolas municipais.

TÓPICO 4 - A de que os sistemas de ensino, uma vez optado por oferecer a educação de

jovens e adultos, deve se conscientizar das obrigatoriedades legais impostas a eles.

PROPOSTA 4

1ª – O nível de ensino voltado para a atualização de populações além-faixa-etária deverá se

formalizar sob as observações de toda a legislação acima dele vigente a ele imposta, bem

como toda a legislação municipal de educação, sobretudo, a que ampara jovens e adultos, a

ele observada.

2º - Todas as disciplinas, ministradas e ponderadas nas modalidades de ensino recuperatório

estarão sob a iminência de serem ministradas no ensino para jovens, adultos e idosos.

TÓPICO 5 - Os estudantes - nesta linha de ensino - também têm de se conscientizar de

que suas experiências de vida se fazem complementos aos conteúdos ministrados, bem

como, se conscientizar das responsabilidades com os cursos em todas as suas

modalidades e disciplinas.

206

PROPOSTA 5

1º - As responsabilidades dos alunos são com a frequência ao curso, observando-se os 75%

de frequência, previstos na LDB. Cabe aos professores manterem a consciência dos alunos

atenta, mas a conscientização deles, inclusive, na observância da baixa-frequência como

critério de reprovação.

TÓPICO 6 - Os profissionais envolvidos com a proposta têm de serem os primeiros a

acreditar nela, em seguida, avaliar os alunos pós-conteúdos aplicados e, ainda, avaliar-

se a si mesmos e ao sistema, para que a proposta pedagógica não se incorra em

descréditos.

PROPOSTA 6

1º - As avaliações serão periódicas, contínuas e pós-ciclos de conteúdos.

2º - Os profissionais do ensino, nesse nível, atualizam-se, avaliam os processos de

atualização e se auto se avaliam, bem como, avaliam o sistema de ensino e de reabilitação de

jovens, adultos e idosos.

TÓPICO 7 - Na opção de vida, os cidadãos têm total liberdade ao fazê-la, mas na opção

por educação, os adultos fazem opção, têm liberdade para desempenhá-la, porém

assumem compromissos, e esses não podem ser descumpridos, por nenhuma das partes

envolvidas, porque não se trata de apenas criar e oficializar uma política pública, mas

acima de tudo, atender a uma população necessitária.

PROPOSTA 7

1º - Os compromissos devem ser assumidos e cumpridos a contento das populações e do

sistema municipal de educação. Os processos de avaliação é que apurarão essas situações de

compromissos.

2º - Os serviços de educação sob o marco da atualização além-faixa-etária, bem como, todos

os serviços do sistema municipal em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações

de contas periodicamente, ou seja, a cada três meses, como sendo relatórios parcial-

trimestrais, fixando-os ao rol de sua secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange

aos relatórios finais, que devem ser apresentados ao congresso municipal para avaliação

anual do sistema municipal. No referente aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem

ser apresentados por setor, sendo anualmente, devem ser apresentados por sua respectiva

secretaria.

TÓPICO 8 - Ao se aprovarem as políticas públicas desse gênero de educação, estão-se,

automaticamente, criando os noturnos nos polos de educação municipal. E ainda outra

é que, conforme em Freire (1999), o diálogo se caracteriza como sendo base de todas as

relações estabelecidas no sistema de educação de jovens e adultos.

PROPOSTA 8

1ª – O diálogo é a base todos os processos educação no município, principalmente, neste

nível de ensino além-faixa-etária.

7.1.11 Eixos sistemático-culturais

TÓPICO 1 - O conceito de cultura não se formaliza apenas pelas modalidades culturais

tradicionais, mas pelos fazimentos do homem. E este se firma sobre a compreensão de

que um conceito formalizado em torno de certas modalidades culturais, como a música,

a pintura, a literatura, as artes de modo geral, soa incompleto, pois que se formaliza em

cima do que é produto, e ainda, na verdade, cultura se concebe pelos atos do homem

sobre tudo o que ele produz, seja em termos de saberes ou não.

PROPOSTA 1

207

1º - Os conceitos de cultura não precisam ser formalizados, mas precisam ser concebidos,

nas práticas sociais como sendo tudo o que o homem produz. E ele só vai conceber isto,

fazendo.

2º - As práticas de cultura devem estar incrementadas no dia a dia da cidade, voltadas para a

valorização cultural do que os sujeitos produzem na cidade e isso elevado à condição de

produção cultural.

TÓPICO 2 - A organização de representações simbólicas, como em Thompson (2009),

seja em forma de casa de cultura, seja em forma de museu, ou de quaisquer outras

formas de simbologias da cidade, para no futuro, talvez, não muito distante, já se

possam contar, na cidade, quais os símbolos que a representam.

PROPOSTA 2

1º - O levante de objetos de cultura, locais, monumentos históricos, museus, devem ser

promovidos, na tentativa de se escolher e localizar os símbolos da cidade. Esse tipo de

trabalho deve ser feito, em médio prazo, inclusive, como forma de valorização dos museus

como objeto de cultura e preservação.

TÓPICO 3 - Concentra-se na elaboração de um programa de cultura capaz de absorver

as demandas culturais na cidade.

PROPOSTA 3

1º - A Secretaria municipal de cultura deve elaborar, em consonância a este plano de ações

gerais, o seu programa de cultura para a cidade. Nele devem-se prever as diversas políticas

públicas da área de cultura que se assentem ao gosto da população.

2º - Os serviços na Secretaria Municipal de Cultura, bem como, todos os serviços do sistema

municipal em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas

periodicamente, ou seja, a cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais,

fixando-os ao rol de sua secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios

finais, que devem ser apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema

municipal. No referente aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados

por setor, sendo anualmente, devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.

TÓPICO 4 - Concentra-se na elaboração de políticas públicas, a contento ao programa,

voltadas para a preservação dos valores culturais da cidade, para a realização de

encontros culturais sejam de poetas, de músicos, de escritores, sobretudo, com

valorização dos pátrios-citadinos; voltadas para casas populares, organização de

museus, de casa de cultura, de centro de artes, dentre outros.

PROPOSTA 4

1º - Devem-se promover na cidade os encontros culturais, por eles não serem por demais

dispendiosos, e por apresentarem significados na formação de hábitos culturais, e elevando-

se a produção cultural do lugar às condições de produtos-frutos passíveis de economia

criativa.

2º - Como políticas de longo prazo, trabalhar para que a cidade tenha, não somente, os

encontros culturais, mas as casas de cultura, os centros de artes, do movimento popular. Etc.

TÓPICO 5- Ao se estabelecer as relações de comunicação com o mundo, evitar

quaisquer formas de dependência da globalização.

PROPOSTA 5

1º - A cidade deve trabalhar de imediato, para que sua produção cultural seja levada à feira

pública, à condição de produto-fruto de economia criativa, com distribuições vendáveis

solidariamente entre os munícipes, sem criar situações de dependência de outros de sistemas

comerciais superiores e mais seguros financeiramente.

208

2º - A confiança comercial precisa ser depositada no companheirismo entre os produtores

culturais, primeiro, valorizando a produção cultural do lugar e, posterior, a produção de

outrem.

TÓPICO 6 - Na elaboração do programa cultural, devem-se prever políticas públicas

do âmbito virtual e pensar programas prevendo políticas públicas, projetos sociais,

culturais, de cultura midiática, de comunicação em audiovisuais, etc. Quer dizer, tudo

isso precisa ser conceituado sob a ótica do diálogo em Freire (2011).

PROPOSTA 6

1º - A elaboração de políticas públicas virtuais tem de dar consonâncias à condições e

políticas público-comerciais do mundo real.

2º - Para o desenvolvimento cultural do lugar, a cidade buscará recursos, fundamentados em

projetos rigorosamente bem-elaborados e serem submetidos a verbas exclusivas para

projetos culturais sendo, também, via-emendas parlamentares, dentre outros.

7.1.12 Conceitos sintomático-gestionários de saúde pública

TÓPICO 1 - Os conceitos compreendidos como ruins que a própria lei 8080 (1990)

deixa transparecer quando estabelece a necessidade de o Estado formular políticas

públicas econômicas e sociais no fim de ajudar o SUS a implementar as suas políticas de

saúde.

PROPOSTA 1

1º - A política de fiscalização sanitária deve ser rigorosamente colocada em prática,

sobretudo, porque há falhas na aplicação de saneamento básico no município. Isto implica

nas águas dos ribeirões, córregos e lagoa estarem, em grau elevado, contaminadas, devido à

falta de esgotamentos, de tratamentos de esgotos e das águas.

2ª – Os serviços de fiscalização da própria saúde se tornaram cúmplices da fata de

saneamento básico no município. Algo que deve ser corrigido com a elaboração e aplicação

de novas políticas de saúde.

TÓPICO 2 – As políticas intersetoriais, portanto, extremamente, necessárias para o

funcionamento do SUS.

PROPOSTA 2

1º - Devem ser elaboradas e aplicadas políticas públicas de saneamento básico e de longo

prazo, visando à correção de problemas de saúde. Para tanto, exigir-se-á da equipe de

fiscalização de saúde registros de situações que implicam de contágios: sejam por áscaris-

lumbricoides, verminoses, dentre outras formas de contágios.

2º - Devem ser elaboradas e aplicadas políticas públicas de recuperação ambiental de médio

prazo, de recuperação das águas, de nascentes, de coletas de lixos, de aterro sanitário,

visando à precaução e correção de problemas de saúde. Para tanto, exigir-se-á da equipe de

fiscalização geral do município registros de situações que implicam em riscos de contágios,

tornando-se problemas de saúde.

3º - Devem ser elaboradas e aplicadas políticas públicas de tratamentos, de longo prazo,

visando à correção de problemas de saúde. Para tanto, exigir-se-á da equipe de fiscalização

de saneamento básico, situações que implicam em contágios diversos causadores de

209

problemas de saúde.

TÓPICO 3 - Esta proposta se coloca inteira e permanentemente em defesa do SUS, bem

como, se coloca contrária ao monopólio de mídias empresariais, aos conteúdos de

corrupção caracterizadores de um SUS ruim, e esta ainda entende que,

independentemente, dos conteúdos, as mídias jornalísticas foram feitas para informar a

sociedade dos fatos ocorridos, o que elas não podem é ser tendenciosas.

PROPOSTA 3

1º - Somente poderão se aplicar as políticas públicas de saúde que fortaleçam e estejam em

defesa do SUS. O único sistema capaz de implementar políticas de saúde favoráveis a toda a

comunidade, sobretudo, capaz de atender às comunidades mais pobres.

2º - As mídias empresariais poderão ser aceitas no sistema de saúde, desde que com

atividades em proporção de igualdade em relação às outras mídias empresariais, sem jamais,

exploração de monopólios.

3º - As mídias jornalísticas, como imprensa comum, cumprirão seus papéis de informar não

somente no âmbito do sistema de saúde, mas também, todos os demais sistemas abrangentes

da administração pública municipal.

4º - Também, não se aceitam mídias empresariais de quaisquer ramos de negócios, em

caráter excepcionalmente, tendencioso.

TÓPICO 4 - E na sequência, no que tange aos movimentos de organização de classes,

esta proposta entende-se favorável às organizações em classe, mas pensa que o

corporativismo e o radicalismo devem ser evitados: o primeiro, porque prejudica,

indiretamente, a organização interna do movimento; o segundo, porque prejudica

diretamente a coisa e causa público-social, sobretudo, quando se valem de agressões ao

patrimônio público.

PROPOSTA 4

1º - A organização em classes, seja setorial, intersetorial, seja sistêmica à saúde, deve ser não

somente respeitada com também incentivada, nas mesmas proporções do respeito mútuo. O

corporativismo e o radicalismo são comportamentos opcionais adotados ou não pelas

categorias. Ao sistema, independem, quaisquer opiniões.

2º - A organização sindical será respeitada, seja no sistema de saúde ou em quaisquer outros,

sobretudo, até incentivada.

3º - A organização em classe, sob um conceito pacífico, não compromete a eficácia social

nem quaisquer atendimentos ao público. Portanto, deve ser incentivada.

TÓPICO 5 - Mas, reconhece a abertura ao diálogo como sendo o grande desafio para

que o Sistema Único de Saúde – SUS se constitua num sistema público, pautado pelos

eixos da integralidade e da humanização, em atenção à saúde.

PROPOSTA 5

1º - As políticas públicas, no âmbito do SUS-IBIRITÉ, estarão pautadas na integralidade,

humanização e atenção básica de saúde.

2º - Todas as relações, no âmbito do sistema de saúde local, estarão pautadas, além das

210

qualificações do tópico anterior, também se estende às políticas do diálogo.

3º - Os serviços na Secretaria de Saúde, bem como, todos os serviços do sistema municipal

em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas periodicamente, ou seja,

a cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais, fixando-os ao rol de sua

secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios finais, que devem ser

apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema municipal. No

referente aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados por setor,

sendo anualmente, devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.

TÓPICO 6 - Compreender que, por mais que determinada política alcance resultados

positivos do ponto de vista técnico, ela somente poderá ser convertida em capital

político, para seu realizador, se for percebida pela população. E, ao lado disso, boas

políticas, com boas avaliações técnicas, podem perder sua continuidade, caso não

obtenham visibilidade positiva e apoio da opinião pública.

PROPOSTA 6

1º - A valorização do trabalho técnico-profissional está prevista em todos os campos e áreas

profissionais do sistema municipal. Na saúde, sobretudo, além da prioridade à capacidade

técnica, será também feito um plano de cargos e salários, visando a iminentes situações de

correções salariais, ao ponto de valorização dos serviços, do atendimento, da manutenção de

materiais, à profilaxia e garantia dos profissionais no sistema de saúde.

2º - A avaliação dos serviços de saúde será periódica nos termos técnicos, contínua em

termos político e assistencial à saúde ao contento da população. Nesse caso, além da

avaliação de desempenho, no âmbito dos serviços de saúde, será composta equipes de

avaliação sistemática, compondo-se, paritariamente, de membros técnicos e de participação

popular.

3º - As avaliações políticas, no sistema de saúde, serão contínuas e permanentes.

TÓPICO 7 - Se o tratado é de elaboração de políticas públicas e, no caso de Ibirité, por

exemplo, essa é uma causa pela qual se tenha de lutar, constante-firmemente, para que

a saúde pública, no município, seja levada ao contento da população. Para tanto, nesta

última seção, ficam claras como maracas, primeiro, no tocante à dialética, uma vez,

identificada na opinião pública, significa que o olhar para essas situações provoca a

necessidade de examinar o mais profundo dessas diferenças de opinião.

PROPOSTA 7

1º - Deve-se coletar, periodicamente, a opinião pública abordando ao sistema de saúde como

um todo complexo, visando ao bom funcionamento das unidades de saúde locais, do hospital

de Ibirité, do hospital-dia da saúde mental e outros.

2º - As opiniões divergentes serão aceitas como forma de colaboração ao sistema de saúde.

TÓPICO 8 - No tocante à disputa entre políticas públicas de saúde e saneamento,

reconhece-se, na verdade, os conflitos de interesses sobre que essas disputas se ancoram,

como sendo jamais aprovados por esta proposta.

PROPOSTA 8

1º - Não há interesse em disputas de políticas públicas sobre elas mesmas. Também, não

intenções de valorizar investimentos com intuitos de competitividades. As intenções estão no

âmbito do aceite aos investimentos, sob as regras públicas da carta-convite. No mais, a

211

concorrência pública é que determinará as regras de todos os investimentos, inclusive,

evitando-se quaisquer conflitos.

TÓPICO 9 - A população sempre reclama, mas não há registros formulados dessas

reclamações em órgãos públicos. Também, de outro lado, não há registros na secretaria

e saúde nem de quaisquer outros órgãos de saúde no fim de exigir solução desses

problemas do sistema municipal. E é sobre essa falta de consciência político-social que

os autores estão discorrendo.

PROPOSTA 9

1º - As denúncias por ausências de serviços, por equívocos na execução de serviços, por falta

de atendimento adequado, dentre as reclamações, serão recebidas, inclusive, como meio de

obtenção de informações sobre a gestão de serviços. Isso implica na execução de uma gestão

mais precavida.

2º - A consciência político-social-cidadã será, nessas oportunidades, trabalhadas a contento

da população.

TÓPICO 10 - A falta de compromisso social com a coisa e causa pública vai muito mais

além do que os próprios autores discorrem, pois se se constata que a opinião-pública

não está favorável ao governo, ele não se incomoda em alterar essa opinião para

melhorá-la. Ao contrário, ele não reage. E essa sensação de não reagente embasbaca

quaisquer que sejam os opinantes, em meio à opinião-político-pública-popular.

PROPOSTA 10

1º - A opinião pública sobre o governo municipal, não somente sobre o sistema de saúde,

será a contento formalizada e observada à altura das necessidades sistemáticas e necessidades

da população.

2º - Em caso de opinião pública contrária às ações e políticas do governo municipal, este

deverá se colocar ao inteiro dispor de alterá-las para melhor, na cidade.

7.1.13 Práticas sintomático-terceirizadas de saúde pública

TÓPICO 1 - A gestão de saúde deve trabalhar para que esta funcione com qualidade e,

se porventura, depois de avaliações sequentes e específicas, não conseguir uma gestão

funcional, deve-se trocar o gestor, a manter o sistema público de saúde fora dos

enquadramentos legais.

PROPOSTA 1

1º - Saúde com qualidade num sistema público, sobretudo, municipal tem de ter materiais

necessários à manutenção dos serviços, atendo a todas as pessoas daquela comunidade, de

acordo com as suas marcações; os quadros de médicos, enfermeiros e funcionários completos

e em consonância com a legislação vigente. Além disso, os atendimentos têm de agradar a

população atendida. Se assim, considera-se de qualidade.

2º - O sistema deve se auto se avaliar continuamente e avaliar, periodicamente, o seu

desempenho. Também, deve ser avaliado pelas comunidades de clientes. Para tanto, tem de

organizar o grupo colegiado das unidades de saúde para procederem com os serviços

necessários ao funcionamento do sistema.

212

3º - Pós-três avaliações consecutivas e a gestão obtiver aproveitamento inferior ao exigido

pela legislação vigente, pelas três vezes consecutivas, a gestão terá de ser trocada, obedecendo

aos critérios, previamente, estabelecidos em acordo a esse plano de ação e à legislação

vigente.

TÓPICO 2 - Em caso de terceirizar serviços, sistemas, e quaisquer outras modalidades

públicas de atendimento, somente, após estudos cientificamente comprováveis de sua

necessidade.

PROPOSTA 2

1º - A terceirização de serviços e prestação de serviços e quaisquer outras formas de prestação,

somente serão viáveis, pós-estudos comprovados que o sistema público de saúde não

consegue gerir seus serviços. Mesmo assim, serão buscados recursos onde for necessário para

não permitir a terceirização.

2º - Os estudos têm de ser cientificamente comprovados. Afora isso, até o contrato de

terceirização que o sistema atual tiver renovado, terão de serem estudadas as possibilidades de

ele ser revogado. O SUS foi criado para ser público. Não para se geri-lo por vias terceirizadas.

TÓPICO 3 - E no caso desta proposta em relação ao sistema de saúde atual, os contratos

referentes à terceirização, devem ser revogados e o sistema de saúde do hospital de

Ibirité, retomado sob a gestão pública do município. A terceirização aponta para as

fragilidades nos contratos de trabalho, se considerando a relação vulnerável, deixando os

trabalhadores às margens da segurança no trabalho.

PROPOSTA 3

1º - Uma vez constatadas ilegalidades nos contratos de terceirização do hospital de Ibirité,

estes serão imediatamente revogados.

2º - O SUS não pode correr riscos. É obrigação do sistema público de saúde gerir seus

serviços de saúde. É cumprimento de princípio e direito constitucional e fundamental de todo

ente social.

TÓPICO 4 - Se considerando os serviços públicos com de essencial responsabilidade, as

relações viciosas e perniciosas se suspendem a si próprias, pois que estão fora desta

proposta de planejamento de governo.

PROPOSTA 4

1º - As relações viciosas e perniciosas estão automaticamente suspensas, uma vez constatada

posse do novo sistema político da cidade. Outra vez, a causa não pode ser confundida com

causa particular.

2º - No sistema público municipal, cada servidor assumirá seus serviços e suas respectivas

responsabilidades. Jamais, deve se esquecer desses compromissos.

TÓPICO 5 - Essa transferência procedeu-se como sendo normal, sem-haver nem um

registro em boletim constando da insatisfação do conselho municipal de saúde,

independentemente, de quaisquer suspeitas da população das formas e riscos sob os

quais corria o contrato.

PROPOSTA 5

213

1º - O conselho municipal de saúde foi constituído para cumprir com o seu papel de consultor

e fiscalizador. Quando este estiver prestando consultas técnicas de serviços – e para isso tem

ser devidamente habilitado - deve proceder com os registros de consultor nas atas e boletins de

informação. Quando estiver no papel de fiscalizador, deve proceder com os registros de

fiscalização nas atas e nos boletins de ocorrência, inclusive, quando houver necessidade de

interditar determinados serviços na cidade.

2º - Cada conselho municipal deve agir conforme o teor da lei a ele vigente, evitando

quaisquer formas de atrelamento ao gestor, bem como quaisquer formas de cumplicidade ao

gestor de saúde, em caso de suspeitas de envolvimento em relações viciosas. Para tanto, usar

dos registros a que os faz jus.

TÓPICO 6 - O sistema de saúde tem de promover a formação técnica dos conselhos em

consonância à legislação vigente, visando à qualidade nos atendimentos em assessorias

aos serviços de saúde.

PROPOSTA 6

1º - O sistema tem de promover a formação técnica dos conselhos municipais, de modo geral.

Sem-formação técnica, é como que sem-autonomia. Eles próprios têm de cobrar do sistema

esses investimentos técnicos.

2º - Para tanto, também, têm de zelar dos conselhos por eles administrados. A saber, toda a

formação técnica que receber do sistema municipal, tem de repassada, ajudando na formação

técnica deles.

TÓPICO 7 - A de que a lei os trata como de representatividade social, e participação

popular, e como serviços de relevância, e de consultoria, e de fiscalização, mas na

realidade, tal representatividade deixa muito a desejar, entretendo-se, às vezes, a apenas,

participar de reuniões ordinárias dos conselhos. E isso é algo inadmissível nesta proposta

de ações gerais para a cidade.

PROPOSTA 7

1º - Os conselhos municipais, de quaisquer áreas no sistema municipal, foram eleitos para

representar as suas entidades. Portanto, têm de fazê-lo com ética, com relevância, exercendo

suas consultorias e seus papéis de fiscalizadores. Não podem ficar somente como participantes

de reuniões ordinárias sem os cumprimentos dos serviços a eles incumbidos.

2º - Os serviços de atendimento no hospital, bem como, todos os serviços do sistema

municipal em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas periodicamente,

ou seja, a cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais, fixando-os ao rol de sua

secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios finais, que devem ser

apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema municipal. No referente

aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados por setor, sendo

anualmente, devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.

7.1.14 Práticas sintomático-desatenciosas de atenção primária à saúde

TÓPICO 1 - Se considerando as identificáveis, vale proceder: a organização da atenção

básica de saúde precisa conhecer as licitudes, mas também, as ilicitudes do entorno para

que perceba com mais clareza sua necessidade de organização, bem como, saber que as

214

estruturas de atendimento se fundamentam muito mais nas enfermidades e no

atendimento pelo médico do que normalmente pelas colaborações.

PROPOSTA 1

1º - A atenção básica de saúde deve se dar com a valorização e reconhecimento igualitário

tanto dos profissionais de saúde em relação aos pacientes, quanto dos pacientes em relação aos

profissionais de saúde.

2º - A atenção básica de saúde está focada no paciente. Os profissionais estabelecem os

critérios de atendimento em consonância às necessidades dos pacientes, não segundo as suas

necessidades.

3º - As ilicitudes da atenção básica não podem continuar como sendo ilicitudes. Têm de ser

corrigidas. Por exemplo: a consulta não pode ser marcada sem a solicitação do paciente,

senão, em caso da agente fazer a marcação. E tem de ser em acordo com ele, em dia e horários

a que ele possa consultar-se. O mesmo vale para os exames médicos e outros.

4º - Cada unidade de saúde tem ter o conselho local de saúde eleito, paritariamente e

organizada sua mesa diretora, ou seja, metade dos representantes tem de ser do sistema e outra

metade dentre os usuários inscritos naquela localidade.

5º - Todos os critérios de funcionamento da unidade local de saúde têm de ser estabelecidos

pelo conselho local de saúde. E todas as decisões lançadas em ata das reuniões mensais e

outros registros necessários.

6º - Os conselhos locais de saúde é que levam as demandas político-assistenciais da unidade

de saúde até o conselho municipal.

7º - As demandas e problemas administrativos são conduzidos até à Secretaria de Saúde pela

gerência da unidade de saúde.

8º - Não pode haver mistura de cumprimento de tarefas entre conselhos locais de saúde e

gerenciamentos na unidade local de saúde. Também, não pode haver quaisquer formas de

atrelamentos políticos e outros entre ambas as representações nos conselhos locais de saúde.

TÓPICO 2 - Contudo, isso acontece por as pessoas ou colaboradores não saberem o em

que colaborar; mas, para que o médico atenda ao paciente, é preciso haver organização

sistemática na unidade de saúde. O que não pode é a atenção básica de saúde ficar em

estágios deploratórios de desatenção por falta de colaboradores, de materiais a contento

às necessidades da unidade de saúde local, falta de incentivo do governo municipal,

dentre outros.

PROPOSTA 2

1º - Os principais colaboradores com a unidade local de saúde são os já eleitos para comporem

os conselhos locais de saúde. O que não pode é haver vínculo por atrelamentos, mas

colaboração sim.

2º - O sistema de saúde local conta com as colaborações tanto dos funcionários quanto dos

usuários da saúde local. O que precisa é promover nos registros da gerência local, a lavratura

do responsável e tipo de colaboração, sem-comprometimentos sistemático-funcionais.

TÓPICO 3 - E ainda, conhecer que o bom gerenciamento e sua boa organização são as

formas de ampliar e superar a perspectiva técnico-assistencial, sobretudo, no que se

refere aos problemas ocorridos em razão das formas de lideranças compartilhadas.

215

PROPOSTA 3

1º - A unidade de saúde local terá somente um servidor responsável pela gerência da unidade.

Este deve ser um médico ou um enfermeiro. O máximo que pode ter, além disso, é um

assistente de gerência ou um vice-diretor, se for o caso.

2º - As unidades de saúde não comportam lideranças compartilhadas.

TÓPICO 4 - O conceito de ‘trabalho e equipe’ que foi criado para melhor compreender

o significado dele no âmbito da área da saúde. Além disso, falta de gestão na unidade

traz falta de participação popular, falta de atenção básica, falta de colaboração e

colaboradores.

PROPOSTA 4

1º - A gestão, na unidade local de saúde, tem de zelar para que a atenção básica seja cumprida

ao rigor da lei. A boa gestão garante a participação popular.

2º - Todas as unidades locais de saúde no município terão de ter seus conselhos locais, pois

que há serviços que somente os conselhos podem prestar, ao passo que há também serviços

que somente os gestores podem prestar.

TÓPICO 5 - Uma das importâncias que mais se percebe é a necessidade da própria

atenção básica se comprometer mais com seu autoconhecimento, pois que, muitas vezes,

os problemas identificados em seu meio, são maiores, por falta de conhecimento mais

profundo da própria causa dos seus serviços.

PROPOSTA 5

1º - As unidades locais de saúde terão de promover sequencialmente cursos de atualização

abordando as temáticas relacionadas a seus serviços, sejam por seguimentos de enfermeiros,

de agentes de saúde, dentre outros. Estes para aperfeiçoamento dos serviços.

2º - Os serviços de Atenção Básica em Saúde, bem como, todos os serviços do sistema

municipal em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas periodicamente,

ou seja, a cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais, fixando-os ao rol de sua

secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios finais, que devem ser

apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema municipal. No referente

aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados por setor, sendo

anualmente, devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.

TÓPICO 6 - E ainda, lembrar-se sempre de que a atenção à saúde funciona como sendo

missão única dos trabalhadores. Tanto os médicos, quanto os enfermeiros, quanto

quaisquer outros servidores do SUS têm de contar com os processos de humanização,

sobretudo, como missionários da atenção básica de saúde neste, nesse, naquele ou

quaisquer lugares.

PROPOSTA 6

1º - O trabalho missionário não quer dizer missão religiosa, mas dedicação aos serviços.

7.1.15 Eixos assintomático-viário-coletivos

TÓPICO 1 - Vale denotar que a cidade merece reformular seu conceito de cidade,

mesmo sob os componentes das dificuldades, sob os quais, se comportam seus trânsitos.

PROPOSTA 1

1º - A cidade deve elaborar políticas de trânsito, visando ao controle das situações divergentes

neste, a comportamentos saudáveis, tornando o trânsito menos complexo.

216

2º - A reformulação de seu conceito de trânsito vai depender dessas políticas públicas.

TÓPICO 2 - Ao se conceituar mobilidade urbana, nos grandes centros, é preciso

considerar as respostas dos indivíduos e agentes econômicos às suas necessidades de

deslocamento, se os considerando ainda nas dimensões do espaço urbano e as

complexidades das atividades neles desenvolvidas.

PROPOSTA 2

1º - As políticas de trânsito, para elaboradas e implementadas, devem ser considerada

consultas detalhadas junto à população usuária.

2º - As políticas públicas de transporte e trânsito que mexem com a estrutura econômica dos

usuários do trânsito, dos transportes coletivos e outros têm de realizado com a participação da

população dessas decisões.

3º - As decisões abrangentes do transporte coletivo público são de responsabilidade do agente

político principal, o prefeito; junto aos empresários do transporte. Entretanto, as decisões têm

de ser tomadas, juntamente, ao conselho municipal de transportes. Quaisquer decisões, fora

desses componentes juntos, serão consideradas ilegais.

4º - As passagens dos ônibus coletivos não podem ter preços divergentes, ou seja, dentro do

terminal metropolitano um preço, fora do terminal, outro preço. O usuário não pode ficar

responsável por taxas administrativas de trânsito e administração viária. Essas despesas são de

responsabilidade das empresas de transportes coletivos usuárias das pistas de trânsito.

TÓPICO 3 - O conceito de qualidade de vida contornado ao sistema de trânsito da

cidade, sobretudo, com respeito às funções de cada via, principalmente, às vias de zonas

residenciais, e à defesa do meio ambiente, e o cidadão sempre consciente de que este

envolve, também, a compatibilização entre o uso do solo de uma via, e o volume, e o tipo

de tráfego que por ela circunda.

PROPOSTA 3

1º - As empresas de transportes coletivos têm de aumentar as demandas de circulação de

ônibus, em horários de pico, levando em consideração as necessidades da população. E

mesmo assim, não transportar passageiros que não estejam assentados ou, pelo menos,

obedeça-se a um limite mínimo.

2º - A fiscalização público-municipal de transportes terá de ser rigorosa em relação ao

cumprimento da legislação vigente, tanto em relação à limpeza nos ônibus, quanto aos limites

de cidadãos em pé, quanto ao cumprimento das regras de trânsito dentre outros.

TÓPICO 4 - Ao se pensar nas políticas públicas da cidade e, no caso de Ibirité e por

serem políticas de transportes, fazer estudos profundos, buscando a especificidade do

projeto, a engenhosidade do trânsito, e pensando nas responsabilidades: política,

jurídica, administrativa e sistêmica, fazendo previsões de acessibilidade, de tempo,

durabilidade e estabilidade, pensando sempre nos cidadãos, consciente de que a cidade

tem de trabalhar seus índices de desenvolvimento humano.

PROPOSTA 4

1º - A Secretaria municipal de transportes, antes de quaisquer elaborações e implementação de

políticas públicas de transportes, tem de realizar estudos profundos, cientificamente

217

comprovados, com consultas à população, com fins de evitar gastos desnecessários e

avaliações negativas da população em relação aos transportes na cidade, seja de automóveis,

caminhões, ônibus coletivos.

2º - A Secretaria municipal de transportes, antes de quaisquer elaborações e implementação de

políticas públicas de transportes, tem de realizar estudos profundos, cientificamente

comprovados, com consultas à população, em relação ao uso do solo da via, quando da

necessidade de recapeamento asfáltico, ou mesmo, em vias a serem asfaltadas pela primeira

vez.

TÓPICO 5 - Ao se fazer novos estudos científicos para a aplicação de determinadas

políticas públicas, levar sempre em consideração obras executadas em mandatos

anteriores, independentemente, de quem tenham sido os responsáveis, para que a cidade

não arque com os prejuízos materiais, morais, políticos, etc.

PROPOSTA 5

1º - Ao se elaborar políticas públicas, seja em qualquer das secretarias, levar em consideração

as obras executadas por outros agentes políticos, ou seja, não desfazê-las sem que tenham

realmente necessidade, ou desfazê-las em razões políticas. A cidade não é obrigada a arcar

com despesas se os motivos são trocas políticas em eleições.

2º - Os serviços de transportes, bem como, todos os serviços do sistema municipal em suas

respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas periodicamente, ou seja, a cada

três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais, fixando-os ao rol de sua secretaria. Isto,

para facilitar o montante, no que tange aos relatórios finais, que devem ser apresentados ao

congresso municipal para avaliação anual do sistema municipal. No referente aos relatórios,

estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados por setor, sendo anualmente, devem ser

apresentados por sua respectiva secretaria.

TÓPICO 6 - Em termos de transportes de cargas, como a região é minerária, e as

mineradoras exercem fortes influências sobre o trânsito, embora, no momento, este não

esteja exatamente incomodando, mas a população precisa estar precavida quanto à

exploração minerária que sempre abusou do lugar no tangente a transportes de carga.

Então, a cidade precisa acompanhar o ritmo das mudanças sociais.

PROPOSTA 6

1º - A cidade deve providenciar o seu código de postura, visando a corrigir falhas em todos os sentidos: prevendo regas para transportes de carga, para circulação de ônibus coletivo,

circulação de caminhões de minérios, de moto-boys, dentre outros, mas não somente, regras

para circulação de pedestres, de animais nas pistas, nas ruas, etc.

2º - A cidade precisa acompanhar o ritmo das mudanças sociais, no que tange, não somente,

aos transportes, mas a todo o modo de vida das pessoas, na cultura, no lazer, nos esportes, etc.

TÓPICO 6 - Se vai ver que as transformações culturais da modernidade no urbano

podem ser tidas como padrão de vida e como qualidade de vida. E sendo Ibirité uma

cidade que depende, praticamente, de seus centros urbanos mais avizinhados, precisa

adquirir certo grau de independência, aperfeiçoando-se enquanto centralidade local.

Isto, sobretudo, deixando-se para trás os conceitos hipossuficientes relacionados à

carência de cultura, como, em muitas vezes, se declara.

218

PROPOSTA 6

1º - A cidade deve promover o seu desenvolvimento comercial, industrial e econômico,

tornando uma centralidade urbana, de modo a não ficar na dependência econômica, cultural,

comercial, dos grandes centros como, principalmente, Barreiro e Eldorado.

2º - Para tanto, de acordo a realidade da cidade e em consonância aos orçamentos previstos e a

legislação vigente, o sistema municipal deve promover os incentivos fiscais, econômicos,

dente outros, para que sua autonomia seja reconhecida nas práticas sociais.

7.1.16 Premissas sintomático-econômico-gerais

TÓPICO 1 - A compreensão dos apontamentos, sintomático-econômicos, como se

referindo ao planeta Terra. Contudo, tais sintomas - de acordo com o grau de

dependência da globalização – influenciam, também, os pequenos polos comerciais.

Também, é preciso compreender que a globalização é um grande mercado mundial

contraditório em suas concepções nos modos de investimentos.

PROPOSTA 1

1º - O desenvolvimento de grupos econômicos na cidade depende da capacidade de abertura e

incentivo do sistema municipal. E esse sistema estará aberto e disposto a fazer políticas de

incentivo para os processos econômico atraiam investidores, de modo solidário e, se possível,

criativo.

2º - As políticas econômicas no município serão incentivadas com sentido sempre progressivo

e com senso de solidariedade entre os investidores, nunca regredindo.

TÓPICO 5 - Mas, se considerando a globalização relacionada à desigualdade social, vê-

se que, os fenômenos da globalização somente puxam para aumentar a desigualdade

social no mundo.

PROPOSTA 5

1º - O sistema municipal usará de incentivos para o desenvolvimento econômico na cidade,

mas sempre com sentido de investimentos e produção econômica voltada para o senso de

igualdade. Não haverá incentivos para que um grupo enriqueça sobre outro e vice-versa. A

ideia é a de que todos os investidores cresçam juntos.

2º - Os incentivos na produção de hortifrutigranjeiros, por exemplo, deverão se passar pela

criação de um centro de distribuição de alimentos hortifrutigranjeiros, antes de os produtos

irem para o CEASA. Isto, a fim de que a população adquira os produtos por preços mais

baratos, sem os acréscimos do atravessador. Tudo isso deve ser em acordo com os produtores

rurais.

7.1.17 Premissas sintomático-econômico-solidárias

TÓPICO 1 - A nova geração da Economia Social, esta política econômica de que muita

gente tem medo - porque pensa que isto é política econômica só dos pobres - não é “o

bicho de sete cabeças” de que se têm medo, pois que, em Cattani (2003), a Economia

Solidária não é uma alternativa somente para os pobres e excluídos, mas proporciona

219

avanços em diversos domínios e contextos, e envolve, de maneira responsável, amplos os

segmentos da sociedade, independente, de suas condições financeiras, de classe social,

etc.

PROPOSTA 1

1º - Na economia solidária, cada um pensa no tipo de negócio a que vai desenvolver, precisa

ser de acordo com as características econômicas da cidade. Os incentivos econômicos virão

da prefeitura, mas não podem todos os mesmos investidores negociar os mesmos tipos de

produtos. Cada um pensa em produto diferente.

2º - O sistema municipal providenciar estudos aprofundados sobre os gêneros de negócios

proporcionando opções para os investidores interessados.

3º - O sistema deve criar situações de investimentos proporcionando segurança aos que

investem, mas o sistema municipal quanto os investidores têm de assumir compromissos e

responderem pelos compromissos assumidos.

TÓPICO 2 - Quando as pessoas se envolvem nesses processos econômicos solidários,

elas nem se lembram de que existem classificações sociais. Daí, o que se pode marcar

são os conceitos sobre que se colocam as discussões no âmbito da economia solidária e

isso, sob as ponderações de cujos princípios básicos se operam sobre a propriedade

coletiva, ou seja, a associação do capital sob os poderes do direito e da liberdade

individual, o modo de produção tem de se constituir sob a forma de unidade social, de

grupos econômicos que se pensam solidários.

PROPOSTA 2

1º - O sistema municipal promoverá incentivos aos grupos econômicos que queiram assumir

compromissos com as cooperativas de trabalhadores. É um tipo de investimento que traz à

tona comportamentos econômicos solidários.

2º - Não importa ao investimento ser feito por empreendedor individual, o que importa é a

cidade estar se desenvolvendo sob a organização dos grupos econômicos. E o empreendedor

individual pode investir e seus investimentos serem de inteiro teor coletivo. O sistema

municipal deve incentivar a organização desses investidores.

TÓPICO 3 - A globalização talvez não, mas humanização sim e, se o projeto é de

economia solidária, significa que todos pensam juntos, mas nem todos produzem as

mesmas coisas. Então, nesse coletivo, um compra do outro o que não produz e vice-

versa. Daí, em MTE (2008), é um jeito diferente de produzir, vender, comprar e trocar

o que é preciso para viver, sem explorar os outros, sem querer levar vantagem, sem

destruir o ambiente, e cooperando, fortalecendo o grupo, cada um pensando no bem de

todos e no próprio bem, ao mesmo tempo.

PROPOSTA 3

1º - Com a criação do banco popular para cuja finalidade é emprestar aos investidores, pode

até ser pensada uma forma concreta de circulação de moeda própria no município, não que a

moeda já existente em âmbito nacional perca o seu valor, ao contrário. Pode se pensar numa

moeda municipal como forma de incentivo, de circulação e valorização dos produtos

produzidos na cidade. E isso de médio a longo-prazo.

2º - É por isso que o sistema municipal tem de promover a atração de investidores. E nesses

processos, organizar os grupos econômicos e seus respectivos produtos a serem produzidos.

E nesse coletivo, um compra do outro o que não produz e vice-versa. É um comportamento

solidário que não precisa necessariamente ser em forma de cooperativa.

220

TÓPICO 4 - Fazendo assim, a cidade só tende a crescer e os estudos no campo da

economia solidária têm alcançado, recentemente, cada vez mais destaque e importância

nos negócios, sobretudo, porque o modo solidário se sobrepõe ao capitalista. E aonde se

visa ao solidário, lança fora o lucro. Mesmo porque nem de lucro vivem os homens, ao

contrário, de lucro vivem poucos, aqueles de cuja capacidade de exploração do homem

sobre o homem seja maior, o lucro é também o seu maior contento.

PROPOSTA 4

1º - Não quer dizer que o investidor não terá lucro com os investimentos que fez. A diferença

que ele terá lucro e o seu concorrente também terá. E todos os investidores terão lucros

juntamente. O que não terá é um investidor maior tendo vários lucros sobre outros menores.

2º - A ideia de investimentos solidários sobrepõe ao capitalismo por isso: ninguém fica com

seu produto sem ser vendido. Já se começa comprando uns dos outros e a ideia se alastra por

toda a sociedade.

3º - O sistema municipal também pode ser um comprador e, ao incentivar os investimentos,

ajudar naquilo que os seus serviços o exigirem, adquirir dos fornecedores dos econômico-

solidários.

TÓPICO 5 - Na solidariedade, seus fundamentos são o humanismo, a liberdade, a

igualdade, a solidariedade e a racionalidade. Para tanto, as primeiras iniciativas se

deram em forma de cooperativas em busca de recuperar o trabalho e a autonomia

econômica, perdidos em nome da lógica capitalista. E como, a apropriação desse novo

conceito, vai tomar ciência, não só para a apropriação do conceito e o reconhecimento

da importância desse tema nas instituições de pesquisa.

PROPOSTA 5

1º - O sistema municipal vai apenas reunir os interessados em investir na economia da

cidade, bem como estabelecer as políticas públicas cujas regras favoreçam aos possíveis

investidores tanto em economia solidária quanto criativa. Estudar, juntamente com outros

órgãos, por exemplo, o CEBRAE, EMATER, dentre outros, os melhores negócios e projetos

de acordo com a realidade da cidade.

2º - Agora, se vai ou não ser em forma de cooperativas, empreendedores coletivos,

empreendedores individuais, dentro outros, os investidores interessados é que tomarão as

iniciativas.

TÓPICO 6 - Estas trouxeram consigo novas demandas de conhecimentos, o que

acarreta também diversos “desafios ao marco epistemológico, teórico e metodológico

das ciências”, estimulando assim novos objetos investigativos e a discussão em torno de

métodos e fronteiras disciplinares. No mais, espera-se que os sintomas problemático-

econômicos de Ibirité, sejam observados a contento, não somente nesta proposta de

ação e gestão, mas nas práticas políticas da cidade na próxima legislatura.

PROPOSTA 6

1º - O sistema municipal poderá, a título de incentivo e, através de convênios com outros do

ramo da economia solidária e criativa, promover cursos que proporcionem a preparação,

capacitação e formação de sujeitos interessados em investir em economia solidária e criativa

na cidade. É claro que isto gera assunção de compromissos e regras a serem observadas.

Mas, será tudo com o objetivo de melhorar o desempenho econômico da cidade.

2º - Os serviços de investimentos em economia solidária, bem como, todos os serviços do

221

sistema municipal em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas

periodicamente, ou seja, a cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais,

fixando-os ao rol de sua secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios

finais, que devem ser apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema

municipal. No referente aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados

por setor, sendo anualmente, devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.

7.1.18 Premissas sintomático-econômico-criativas

TÓPICO 1 - A economia criativa se vista sob os fenômenos da globalização, implica na

permanência da desigualdade social e se a cidade pensando que com ela mesma, se vai

desenvolver-se economicamente. Aí, nesta, continua-se pensando que, quem assim se

entretém, engana-se, mais uma vez. A cidade está fora dos padrões da economia criativa,

mas isso não significa que o sistema municipal não possa adotá-la, desde que, com

investimentos e criatividade.

PROPOSTA 1

1º - As políticas públicas culturais e de entretenimento voltadas para a teatralização das

linguagens, como por exemplo, as artes circenses, as artes teatrais, as artes cinematográficas,

as visuais e audiovisuais, dentre outras, serão incentivadas no universo dos negócios criativos.

Os investidores precisam é ter conhecimentos aprofundados sobre os gêneros sugeridos.

Incentivos haverá desde que haja também interessados.

2º - Os serviços de investimentos em economia criativa, bem como, todos os serviços do

sistema municipal em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas

periodicamente, ou seja, a cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais, fixando-

os ao rol de sua secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios finais,

que devem ser apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema

municipal. No referente aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados

por setor, sendo anualmente, devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.

TÓPICO 2 - Então, se o agente político principal não tiver interesse nessas práticas e

demandas econômicas, dificilmente, elas sobressaem na cidade, principalmente, a

criativa que depende de habilidades intrínsecas, mas não só, também, de qualificação

profissional. E já está dito que elas empregam mais, mas seus projetos terminam por

serem mais caros, pela falta de patrocinadores ou pelas dificuldades em financiamentos.

PROPOSTA 2

1º - O sistema municipal não deve patrocinar diretamente os investimentos, mas deve criar

situações de investimentos. Por exemplo, trabalhar para que a cidade tenha um banco popular

onde os investidores encontrem empréstimos por juros baratíssimos baseados em alíquotas

irrisórias, mas significativas para a economia da cidade. Onde os investidores terão garantias,

prazos adequados às condições, de modo que esses empréstimos garantam os investimentos

nos negócios desejados.

2º - Os empréstimos garantirão recursos aos investimentos. É claro que tudo feito com

decência e ordem, regras para empréstimos, e estes mediante projetos de negócios de natureza

solidário-criativa que alcancem investimentos e melhoras na economia da cidade.

222

3º - O sistema municipal providenciará, junto aos interessados, incentivos a iniciativas de

projeto econômico de banco, visando aos possíveis clientes dentre as populações da cidade. É

claro que não tem como controlar e demarcar como regra que este tenha como investidores

somente empresários da cidade. Mas, a ideia é projetar a iniciativa de banco.

4º - E este, depois de criado e instalado, deve fazer, em sintonia com o sistema municipal, o

seu programa de empréstimos para empreendedores solidários e criativos.

TÓPICO 3 - E se tem essas dificuldades, isto significa que elas são muito melhores em

qualidade de serviços, de produtos, de empreendimentos, de capacidade criativa e tudo

mais do gênero, porque seus empreendedores – zelosos por suas empresas e pelo senso de

dificuldades – cuidam sempre para que seus negócios e produtos estejam atualizados e

sempre caracterizados no âmbito da economia e cultura criativa.

PROPOSTA 3

1º - A produção artesanal, a exposição em feiras-livres, exposição de alimentos, produção de

artes manuais, dentre outras, também serão incentivadas, através da realização de encontros,

através de empréstimos no banco popular depois de este ter sido criado, através de cursos de

preparação e formação técnico-profissional voltado para fins criativos. Só será preciso ter

pessoas interessadas.

TÓPICO 4 - Para tanto, se a economia é criativa, então, é porque os serviços se

caracterizam como sendo culturais, e sendo culturais, estes se apresentam sob as

diversas modalidades de mercado. Estes são portentos da cultura que se a cidade não os

pode aculturar, pelo menos, prepara-se para os tornarem cultura local.

PROPOSTA 4

1º - As políticas públicas culturais e de entretenimento voltadas para a dramatização, como

por exemplo, as encenações, as artes dos jograis, as artes cinematográficas, as visuais e

audiovisuais, produção, dentre outras, serão incentivadas no universo dos negócios criativos.

Isto, no bojo dos projetos culturais conjugado ao trabalho de educação cultural, pode ter muita

valia. Os investidores precisam é ter conhecimentos aprofundados sobre os gêneros sugeridos.

Incentivos haverá desde que tenham também interessados.

TÓPICO 5 - Se para turismo, em História (2018), não se sabe, as matérias-primas da

economia criativa estão nas suas diversas áreas, baseadas em atividades de conhecimento

abrangendo artes, em geral, potenciais geradores de vendas do comércio e direitos de

propriedade intelectual. Nisso, quando algum grupo de indivíduos consome um bem

cultural, a existência futura desse capital cultural, depende da manutenção e de

investimentos no presente.

PROPOSTA 5

1º - As políticas públicas culturais e de entretenimento voltadas para o turismo ambiental no

Parque Estadual Serra do Rola-Moça, turismo de monumentos históricos, na educação e

conhecimento com as obras de Helena Antipoff em Ibirité, por exemplos. Quer dizer, os

investidores precisam é ter conhecimentos aprofundados sobre os gêneros turísticos sugeridos.

Estudar as possibilidades de negócios e investir. Incentivos haverá desde que tenha também

interessados.

223

TÓPICO 6 - A expansão da representatividade vai, a cada tempo da história, se

modificando, e se tornando um mundo, cada vez, mais vasto. Entretanto, nada do

aculturado anterior, se perde. A indústria criativa não atrai muitos investidores em

razão de serviços não fixos, podendo somente ser executados nas temporadas. Mesmo

assim, o investidor tem de propiciar as condições para que seus consumidores adquiram

hábitos de cultura e se tornem expectadores ativos e frequentes nas modalidades de

cultura criativa.

PROPOSTA 6

1º - A cultura dos festivais, que a cidade nem os experimentou, como serviços de temporada,

podem ser agradáveis à população. Quer dizer, os investidores precisam é ter conhecimentos

aprofundados sobre os gêneros de festivais sugeridos. Estudar as possibilidades de cabimentos

deles na cidade, de negócios e investir. Incentivos haverá desde que tenha também

interessados.

7.1.19 Eixos assintomático-ambiental-sustentáveis

TÓPICO 1 - E ainda, reconhecer, através de estudos de revisão do plano diretor, a

necessidade de um planejamento ambiental visando à correção do atual plano diretor da

cidade, á recuperação do meio ambiente, através dos quais, a educação ambiental se

torna disciplina permanente dos cidadãos ibiriteenses, bem como, planejamento

ambiental tão-necessário e, ao mesmo tempo, se nele se projeta a recuperação ambiental

da cidade.

PROPOSTA 1

IBIRITÉ, CIDADE COM MEIO AMBIENTE DEGENERADO, PORTANTO,

NECESSITÁRIA DE POLÍTICAS PÚBLICAS CLARAS, E AÇÕES

CONCRETAS PARA TORNÁ-LA CIDADE AMBIENALMENTE

SUSTENTÁVEL.

Em se pensando em meio ambiente, lembra-se, primeiramente, do caráter especial que tem esta pré-

campanha de majoritário, em Ibirité, no próximo pleito. Secundariamente, se considerando a busca da

conscientização coletiva da sociedade ibiriteense, seja no campo dos planejamentos teóricos de projetos

ambientais, seja para manutenção, conservação, preservação, sustentabilidade ambiental e tombamentos de

patrimônios - que é para aonde a memória dos munícipes se volta agora - quando o mundo para e fica em

casa, não meramente para tal, mas em favor de vitórias sobre a crise de saúde pública mundial, ai colocado

na forma de pandemia. Logo, nossa cidade descobre que seu meio ambiente precisa de tratamento urgente.

Para tanto, algumas medidas de precaução necessitam ser tomadas.

Assim, desta maneira, o tratamento do meio ambiente, em nossa cidade, passa a ser o de voltar nossas mentes

para o que tem de ser planejado em termos de reformulação, conservação, preservação e sustentabilidade

ambiental, ao lado do que tem de ser corrigido em termos de devastação, depredação, degeneração e

descontinuidade ambiental, ou seja, é todo um trabalho, que precisa ser feito, e o seu desenvolvimento

começa no mobilizar-se da cidade. Logo, aqui começa a luta pela educação dos sujeitos sociais na produção e conservação do meio ambiente. Senão isso, não haverá lugar no mundo mais capaz de lutar e vencer os

problemas ambientais, senão nós mesmos que aqui vivemos.

Assim, de outra maneira, a busca da conscientização ambiental tem de passar por um planejamento geral que

abranja uma reformulação da cidade, em conjunto com a lei orgânica municipal e as leis de zoneamento,

estudando as áreas de proteção ambiental com as áreas-verdes que ainda possam ser recuperadas e tombadas,

e outras que possam ser destinadas a novos loteamentos, à recuperação de nascentes d'água e suas outras

potenciais nascentes, ou seja, uma reformulação que conjugue recuperação e manutenção ambiental, ao

224

mesmo tempo. Daí, fazendo isto, a cidade começa a ter referência do que existe e o que possa, futuramente,

existir em termos de elaboração e aplicação de políticas ambientais na cidade.

Por conseguinte, nesses termos, a busca da conscientização ambiental tem de passar por esse mesmo

planejamento geral que abranja também um levantamento abordando o que já se tem de ambiente

conservado, o que se precisa prever nesses termos e, ao lado disso, do que deve ser preservado e tombado, a

fim de que se possam adotar as políticas de sustentabilidade ambiental, e a cidade comece a se olhar

enquanto referência de meio ambiente planejado.

Noutros termos, esse mesmo levantamento deve abordar o que tem de ser corrigido no que tange à

devastação, depredação, degeneração e descontinuidade ambiental, a saber, o olhar para a Serra do Rola-

Moça como potencial de hidro biodiversidade já começa a desconstruir ideias de explorações minerárias.

Quer dizer, a cidade tem de corrigir esse erro, pois a conservação de nascentes já começa por lá. Aliás,

abaixo da Serra, a maior parte de córregos, riachos e ribeirões, ou está soterrada como passagem de esgotos

subterrâneos, ou está a céu-aberto com águas totalmente poluídas, ou está na lagoa da PETROBRAS como

forma de dejetos-depositários vivendo tentativas de serem purificados pelos aguapés. Logo, isto tudo precisa

ser corrigido para que se possam retomar os processos de continuidade e tratamento ambiental sustentável.

Contudo, para que se processem as correções ambientais, será preciso, no campo do planejamento geral de

meio ambiente, harmonizar-se com outros setores na administração da cidade, sobretudo, com a Secretaria de

Urbanização, por exemplo, num feitio que redescubra e reposicione as funções sociais das áreas já tombadas

como APA DO GROTÃO E CANDEIAS colocadas como patrimônio, ou seja, ÁREA de PROTEÇÃO

AMBIENTAL DE NOSSA CIDADE, bem como posicione a situação daquelas áreas que possam ainda ser

preservadas e tombadas.

E ainda com a Secretaria de Saneamento Básico, por exemplo, visando a projetos que processem os

tratamentos dos esgotos já existentes, com readequação, tornando-os esgotos passíveis de coletas e fossas

ecológicas, buscando salvar o Pantana e seus riachos afluentes de permanecerem depositários de esgotos a

céu-aberto na cidade. Daí, salvando não somente, as pequenas águas, mas também a Lagoa da PETROBRAS

que pode até reverter seu estado de putrefação a um de recuperação.

Aí, vale até relembrar, por exemplo, a luta da ONG e movimento Serra Sempre-Viva, primeiro, com o

sentido de elaborar e buscar a consciência política dos cidadãos e vereadores rumo à aprovação do projeto

Hidro Biodiversidade focando a Serra do Rola-Moça como sendo o patrimônio da conservação de suas

nascentes d’água, de sua vegetação e, sobretudo, lugar de não exploração minerária. Daí, no primeiro

processo de lutas, a adesão foi muito positiva, pois contou com a aprovação unânime da Câmara de

Vereadores.

Segundo, algo a que não se pernoitou, uma vez colocado o veto pelo prefeito, as lutas convocaram um

segundo processo com lutas e busca de consciências redobradas. E, ao final, com a não derrubada do veto, as

minerações Santa Paulina parecem se considerar vitoriosas, com a possibilidade de voltarem a minerar a

serra. Todavia, isso ainda tem muito o que mobilizar, e a sociedade local, o que fazer, o que não pode é os

munícipes de nossa cidade ficarem de braços cruzados diante dessas possibilidades, se considerando que a

Serra é a pontuação-chave das questões ambientais em nosso município.

Conseguintemente, vê-se que nossa Ibirité ainda comporta outros problemas ambientais deixando-a sufocada

por falta do mínimo de atenção dos agentes político-administrativos ao lado da falta de uma consciência-

cidadã capaz de provocar reações nesses supostos agentes político-administrativos. É o caso das moradias

desordenadas, não pelo fato de ser, mas pela falta de orientações técnicas e preventivas que, muitas vezes,

levam os moradores a perderem seus entes-queridos, nos tristes desfechos de atingimentos, através de chuvas

e suas enchentes. Logo, em razão da falta de trabalho preventivo e seletivo de lixos, os problemas se

transformam em ambientais.

Quer dizer, a falta de condições de moradia não é o problema da cidade, mas a de uma Companhia de Defesa

com capacidade sumamente técnica de pesquisa e planejamento no fim de orientar os moradores e capacitá-

los de condições reais de defesa e autodefesa nos momentos de enfrentamento dos atingimentos das chuvas e

enchentes. Logo, problemas que, numa primeira estância, não seria necessariamente ambientais mas que, por

falta de capacitação técnica e preparação da cidade e moradores, terminam por serem muito mais que

225

ambientais, por causa do desprezo com a coisa pública e destrato aos seres humanos.

Finalmente, a conscientização coletiva dos munícipes de nossa cidade passa pela identificação dos problemas

anteriormente abordados, bem como de muitos outros que a estes estão ligados e que precisam ser corrigidos

e passados a limpo. Daí, ações propositivas de enfrentamento aos problemas ambientais e continuidade dos

tombamentos, podem até ser elencados, como:

A) A continuidade da/na luta pela manutenção, preservação e conservação da Serra do Rola-Moça, viva;

B) Continuidade da/na luta pela tomada da Serra do Rola-Moça como sendo Patrimônio Hídrico

Biodiversidade e livre das explorações minerárias;

C) A tomada de um trabalho de conscientização permanente, buscando o apoio e participação das sociedades

civis na listagem, encaminhamento e solução dos problemas ambientais da cidade;

D) A tomada de um trabalho ativo, eficaz, efetivo e permanente na transformação dos esgotos redes-

moradias em coletas ecológicas, no fim de eliminar as responsabilidades dos riachos, córregos e ribeirões

afluentes ao Pantana, com a coleta de esgotos residenciais, proporcionando à lagoa da PETROBRAS, senão

espaço transitável, mas, pelo menos, apreciável à vista dos transeuntes.

Enfim, ações propositivas visando a proporcionar aos cidadãos ibiriteenses uma cidade com seus espaços,

senão conservados e preservados a contento, mas afincada nas lutas para que, cada dia, seus espaços sejam

transformados e aperfeiçoados, dando a si mesma as condições reais de se considerar uma cidade,

ambientalmente, sustentável e com muita alegria, festas e singeleza de coração, possa continuar galgando os

patamares de cidade ambientalmente conservada.

Sem mais, as saudações do professor ENOS PONTES.

Ibirité, 22 de junho de 2020.

TÓPICO 2 - Para tanto, vale ver que se devem adotar as experiências e referências

espacial-ambientais bem-conservadas, em âmbito nacional, como referência e forma de

incentivo às melhorias e valorizações ambientais do lugar.

PROPOSTA 2

1º - Deve-se trabalhar para que a adoção de experiências e referências espacial-ambientais

bem-conservadas sirva como referência e forma de incentivo às melhorias e valorizações

ambientais do lugar.

2º - Áreas como a mata das Canelas de Ema de cuja uma parte já se encontra em áreas do

Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, deve ser destinada, sob os novos estudos, à

preservação; bem como, a Mata do Rosário também devem ser preservadas e até

transformadas em Parques Municipais visando a evitar a invasão e especulação imobiliária.

TÓPICO 3 - Também, a luta pela biodiversidade do município, no caso a Serra do Rola-

Moça, pra que esta possa se tornar a hidro biodiversidade, não só do lugar, mas da

região, permanece, se considerando que esta já é um Parque Estadual, quer dizer, uma

reserva ambiental.

PROPOSTA 3

1º - A luta para que o Parque Estadual Serra do Rola-Moça seja a hidro biodiversidade do

município, mas não somente, se tornar a hidro biodiversidade, não só do lugar, mas da região.

Essa luta tem de voltar ao coração e continuar nos hábitos dos ibiriteenses. Se a cidade

desanimar, a exploração minerária retoma os espaços. E a ideia de preservação da serra pode

se perder.

2º - As áreas que, no plano diretor, sejam destinadas a preservação ambiental, devem ser

conservadas sob a tutoria de servidores públicos municipais cuja formação profissional seja a

esse fim.

226

3º - Quaisquer aberturas de novas ruas, novas estradas e outras têm de passar pela aprovação

do CODEMA, sob a lavratura de laudo técnico e especificadas as razões pelas quais, a

abertura foi aprovada ou reprovada.

4º - Efetivar serviços de atenção básica ambiental começando por dentro de casa. A saber,

junto á população, realizar serviços de orientações ambientais internos, com o sentido de

colaborar com a coletas de lixos, separando os tipos de lixos, antes de depositá-los nas lixeiras

residenciais.

TÓPICO 4 - E ainda, se reconhece a história da cidade, nos seus vários processos de

transformações espacial-geográficas, como sendo as propriedades cumprindo a sua

função social, tanto em seu passado histórico quanto atualmente.

PROPOSTA 4

1º - A história da cidade precisa continuar sendo contada: suas origens, seu pertencimento

temporário a municípios diferentes, como tudo se deu até chegar a Ibirité de hoje. Os

programas de ensino, no sistema de educação municipal, precisam estar atentos.

2º - A propriedade tem de cumprir a sua função social. A propriedade abandonada e sem-

função deve ser arrolada como sob os impostos à altura de sua disfunção.

TÓPICO 5 - Também, se reconhecer a educação ambiental como necessária e

permanente para a formação da consciência política, ambiental e cidadã.

PROPOSTA 5

1º - A educação ambiental tem de fazer parte dos programas de ensino nas escolas municipais,

inclusive, com aulas práticas.

2º - Realizar estudos aprofundados abordando o sistema de terceirização nas coletas de lixos,

verificando de suas reais necessidades. Isto deve contar com a participação da cidade nas

tomadas de decisões, visando à eficácia e efetividade dos serviços. Naquilo que for melhor

para a população, certamente, o sistema municipal deve adotar.

TÓPICO 6 - A população tende a se valer dos conhecimentos como instrumentos de

formação, consciência e os aproveitando em situações ambientais de fortalecimento da

cidadania. E, ao final, se faz bem conhecerem que o meio ambiente é uma coisa tão-

abrangente, significativa e curiosa, ao mesmo tempo, que devido aos processos de

diversidade, são muitas as temáticas que andam juntas.

PROPOSTA 6

1º - Matérias como Educação Ambiental, Educação para o Trânsito, História da Ibirité,

Educação Cultural, dentre outras devem fazer parte dos programas de ensino em escolas

municipais.

2º - Promover nova correção no plano diretor da cidade visando aos zoneamentos ideais,

destinando as áreas de loteamentos urbanos sob a organização e critérios, previamente, bem-

pensados; prevendo área industrial, área comercial, áreas para a construção civil, para os

condomínios fechados, para os condomínios habitacionais, áreas de correção ambiental, de

preservação, dentre outras.

TÓPICO 7 - As vantagens, na verdade, estão no campo dos interesses políticos. O plano

é um instrumento único, sumo e politicamente importante para se garantir que os

problemas da cidade, senão resolvidos por razões diversas, mas os problemas, só de

estarem previstos no plano, já estão encaminhados.

PROPOSTA 7

1º - O sistema municipal deve elaborar um planejamento ambiental abordando a recuperação

227

de nascentes, preservação de certas matas, certos monumentos ambientais, culturais, enfim, o

espaço ambiental da cidade. Alguns problemas, nesse planejamento, têm de ser de imediato,

outras situações têm de ser de longo-prazo.

2º - O sistema municipal deve estudar novas situações de aterro sanitário no município e

implementar novas políticas nesse campo temático. Os espaços da cidade estão se consumindo

aos poucos e certos problemas ambientais que precisam ser resolvidos, senão, daqui a pouco

não haverá mais espaço isto.

3º - Novas políticas de seleção, preparação e coletas de lixos têm de ser acordadas junto à

população, sob os processos conscientização constantes, visando ao melhor ambiente que a

cidade possa construir para ela.

4º - Estabelecer regras e preços adequados à realidade econômica da população, no que tange

à coleta de lixos, a pagamentos de taxas, de impostos, dentre outros. O IPTU, por exemplo,

legalmente, pode deixar de ser cobrado, mas as populações abaixo da linha de pobreza - se são

proprietárias de imóveis - têm de serem cobranças simbólicas. E essa cobrança simbólica deve

se estender às comunidades mais pobres, mesmo as acima da linha de pobreza. A saber, quem

tem condições de pagar mais, paga mais.

TÓPICO 8 - Todas as formas possíveis de investimentos na sustentabilidade ambiental,

os sistemas político-públicos devem promover essas iniciativas. Para tanto,

empreendimentos, o que não é negócio, hoje, na cidade, pode vir a ser amanha. O que a

cidade não pode é perder o vínculo com os processos de criatividade. E essas são

experiências fundamentais para a população de Ibirité aproveite da oportunidade de

informação e conhecimentos para tomá-los à consciência social, político-ambiental e

cidadã e, jamais, perder o vínculo com a consciência ambiental.

PROPOSTA 8

1º - O sistema municipal promoverá políticas públicas, de sustentabilidades ambientais e

promoverá incentivos àqueles investidores que queiram promover empreendimentos nessas

áreas do meio ambiente. A cidade não pode perder de vista o seu potencial de recuperação

ambiental.

2º - Todas as obras e serviços públicos a serem executados serão priorizados e discutidos no

âmbito dos orçamentos participativos, em seguida, suas políticas, quando se tratarem

exclusivas do âmbito dos conselhos, serão elaboradas e aprovadas lá, para, em seguida,

encaminhadas para a provação na Câmara Municipal; se não exclusivas dos conselhos

municipais, serão elaboradas nos polos de origem da política, em seguida, encaminhada aos

conselhos municipais para discussão e aprovação e ainda reencaminhada à Câmara Municipal

provação final.

3º - Ao lado das políticas públicas de comunicação social, deverão vir também, as políticas de

limpeza urbana da cidade, seja as proibições de animais nos espaços urbanos, a presença de

focos de lixos em certas esquinas de ruas, dentre outras congêneres.

4º - Os serviços na Secretaria de Meio Ambiente, bem como, todos os serviços do sistema

municipal em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas periodicamente,

ou seja, a cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais, fixando-os ao rol de sua

secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios finais, que devem ser

apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema municipal. No referente

aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados por setor, sendo

228

anualmente, devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.

7.1.20 Eixos sintomático-ambiental-insustentáveis

TÓPICO 1 - Vale contornar as suas marcas que se fundamentam, primeiramente, em

reconhecer que o problema da falta de saneamento básico, em Ibirité, implica na

degradação ambiental, se segundo depoimentos de setores da população sob as consultas

informais, politicamente, propositada e que, por sinal, vem soando muito desagradável

com o passar de 30 anos.

PROPOSTA 1

1º - O sistema municipal deve elaborar políticas públicas voltadas para um novo formato da

coleta de esgotos, sobretudo, numa coleta ecológica paralela aos leitos de córregos e ribeirões,

mas, completamente fora dos leitos. E isto com os investimentos nas tecnologias mais

apropriadas nos tratamentos dos esgotos produzidos pelos novos canais de esgotamentos. Pós-

isso, políticas focadas na recuperação dos leitos dos córregos e lagoa e, ainda em seguida,

recuperação das águas. Lembrando-se sempre que essas são políticas de longo-prazo.

2º - O sistema municipal deve conjuntamente ao município vizinho com divide os lites da

lagoa, elaborar políticas públicas de limpeza dos aguapés e de limpeza dos leitos de córregos e

ribeirões que deságuam na lagoa. Essas políticas também são para longo-prazo, mesmo

porque, precisa de várias máquinas trabalhando, ao mesmo tempo, para de uma só vez e

conter, de vez, a dinâmica de crescimento dos aguapés.

3º - Deve limpar-se toda a orla da lagoa, de modo que, não sobrem resquícios dos aguapés que

vegetações aquáticas e se alimentam, basicamente, de esgotos. Para tanto, essas vegetações

crescem descontroladamente rápido. O serviço precisa ser de muita qualidade. E dependem de

políticas de longo-prazo.

TÓPICO 2 - No entanto, não há justifica não lutar para que tais problemas sejam

solucionáveis. Não tem como falar em qualidade de vida na cidade, enquanto as situações

de esgotos a céus-abertos não estiverem pelo menos, se não negociadas e encaminhadas a

contento, estejam sob os estudos cientificamente válidos e em situações projetáveis de

recuperação ambiental.

PROPOSTA 2

1º - Os esgotos a céus-abertos, na verdade, não são somente os córregos, ribeirões e a própria

lagoa, não, estão também em algumas ruas da região do canal, dentre outros bairros. As

políticas de saneamento básico, de modo geral, porque dependem de políticas maiores e mais

abrangentes de saneamento básico precisam estar no plano do longo-prazo.

2º - Entretanto, os estudos aprofundados e cientificamente comprovados, abordando todo o

saneamento básico do município, podem ser de imediato, os investimentos sob os quais esses

saneamentos se submetem, podem ser cavados a contento e a partir de buscas constantes em

orçamentos de outras instâncias de poder: governo estadual, governo federal, emendas

parlamentares, dentre outros. O que não pode é o saneamento básico ficar à mercê das áscaris-

lumbricoides, verminoses e as doenças originárias desses elementos presentes na falta de

saneamento.

229

TÓPICO 3 - Portanto, a contento avaliadas, analisadas à luz da legislação vigente,

podem-se viabilizar projetos e políticas públicas que tornem os problemas da falta de

saneamento básico, em Ibirité, quando não passível de solução imediata, mas

esperançosamente de longo prazo.

PROPOSTA 3

1º - Os serviços de fiscalização do município não ficarão sem realizar seus registros em razões

de políticas não implementadas. A obrigação dos fiscais é de realizar os serviços necessários

ao funcionamento da cidade. Já, as políticas têm de ser aplicadas a contento à realidade.

2º - Os registros de boletins de ocorrências poderão, inclusive, ser usados como recursos de

reivindicações, junto a instâncias superiores, com sentido de sensibilização das autoridades

nos propósitos de liberação de orçamentos para a cidade em apoio à solução dos problemas de

falta de saneamento.

TÓPICO 4 - E na temática da elaboração de políticas públicas como modo de

formulação e alternativas à população, então vale vê-las, em Dias e Matos (2012), que se

delimita, politicamente, o problema público e, ao lado dele, o zelo para com a elaboração

da política pública a ele mais adequada.

PROPOSTA 4

1º - Os conselhos municipais do setor de saneamento básico, do setor de saúde e de meio

ambiente também não poderão deixar de discutir e realizar suas diligências de fiscalização a

fim de ajudar o sistema municipal na luta pela conquista de orçamentos com sentido no

saneamento básico no município. As políticas são de longo-prazo, mas se não houver

insistentes buscas, acompanhadas de pressões sensibilizáveis nem de longo-prazo,

possivelmente, se as consegue.

2º - Os serviços setoriais de meio ambiente, bem como, todos os serviços do sistema

municipal em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas periodicamente,

ou seja, a cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais, fixando-os ao rol de sua

secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios finais, que devem ser

apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema municipal. No referente

aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados por setor, sendo

anualmente, devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.

TÓPICO 5 - E este deve ser a delimitação do problema, que só se dá por delimitado, uma

vez, realizadas pesquisas no entorno dele. E o desenvolvimento de mecanismos de gestão

dos serviços e incentivo ao desenvolvimento de modelos alternativos de gestão que

permitam alcançar níveis crescentes de eficiência e eficácia e a sustentabilidade social,

ambiental, econômica e financeira do saneamento básico.

PROPOSTA 5

1º - Antes de resolver quaisquer problemas, a equipe técnica da área deve levantar o problema,

realizar pesquisar em entorno dele, com estudos bastante aprofundados, ao ponto de esclarecer

quais as soluções cabíveis a ele. Em seguida, dar caminho à solução dele.

2º - Os mecanismos de gestão mais adequada, só depois de levantados os problemas,

pesquisados e esclarecidas as forma de solução, poder-se-á aplicar a política e gestão mais

adequada à solução do problema.

230

TÓPICO 6 - Também, preparar o terreno para que estes voltem ao leito com as águas

claras, límpidas e potáveis, embora os orçamentos não comportem as suas necessidades.

Então, como rever essas situações, senão pela compreensão de que essa competência

reflete diretamente na proteção dos recursos hídricos dos territórios municipais. E se os

orçamentos não os comportam isto significa trabalho quadriplicado e orçamentos

desdobrados. Dado isso, houve tempo de uma integração entre as ações de saúde e as de

água e esgotamento sanitário.

PROPOSTA 6

1º - Os projetos prevendo os objetivos, as metodologias de trabalho, as planilhas de orçamento

e a previsão de resultados, independentemente de os orçamentos comportarem as suas

necedades, não poderão ficar sem elaboração. É através deles que o sistema municipal

conseguirá os recursos necessários para cuidar dos serviços nele previstos.

2º - Os projetos de proteção dos recursos hídricos precisam ser a prova de que a cidade

necessita de tais recursos financeiros para mantê-los protegidos. Aliás, até já existem alguns

córregos de Ibirité debaixo dessa proteção, feitos via-COPASA, por ocasião de instalação do

Lago Azul – fonte d’água potável da região metropolitana de Belo Horizonte – o que já é

avanço, mas essa proteção hídrica tem de se estender às demais águas. É questão até de

precaução em relação às pessoas que viverão no futuro e as águas de que elas necessitarão.

TÓPICO 7 - E esta integração representava o segmento preventivo da saúde frente à

ameaça de epidemias, nas áreas urbanas, e à situação sanitária precária na área rural. E,

no caso de Ibirité, os problemas abrangem várias políticas públicas e capitalizam

recursos de vários orçamentos, por seguintes anos de serviços.

PROPOSTA 7

1º - Os processos de unificação dos conselhos municipais colocados como políticas novas nos

eixos democráticos participativos – Eixo 1. E estas têm a finalidade de fazer a integração entre

as políticas de representação como forma e seguimento de prevenção de enfermidades, por

exemplo. É nesse âmbito de políticas gerais que a mesa diretora dos conselhos promoverá essa

unificação. Há políticas, menos gerais, norteadas pelos conselhos afins, mas há outras que

dizem respeito a todos os conselhos. E elas deverão ser colocadas em prática.

TÓPICO 8 - Para tanto, reconhecer que a integração representativa de saúde nem

sempre atua como preventiva, pois que, no caso de Ibirité, como não há políticas de

saneamento básico, não são cobranças dos setores de saúde em relação a essas políticas,

então, a população corre riscos de contaminações diversas. Reconhecer ainda que há

necessidade de projetos de saúde visando à solução desses problemas identificados em

pesquisas de campo.

PROPOSTA 8

1º - As políticas integradas continuam sendo necessárias para a prevenção da saúde, de

epidemias, e outras formas de contaminações. Toda a vez em que houver discussões desse

porte, abrangendo políticas público-gerais, os conselhos serão convocados para discuti-las,

elaborá-las e o sistema municipal implementá-las.

TÓPICO 9 - Para tanto, tais políticas implicam na existência de conjuntos de sistemas

políticos, sociais, econômicos e administrativos que afetam, direta ou indiretamente, a

administração, o uso, consumo, impacto, preservação e serviços, entre outros aspectos

relativos a esses recursos, diretamente responsabilizáveis à gestão pública de saúde do

231

município. Quer dizer, são esses instrumentos de políticas públicas conjugados à

necessidade e participação popular é que vão determinar a hora de fazê-las.

PROPOSTA 9

1º - O problema da falta de saneamento na cidade, conforme os estudos realizados, precisa de

políticas conjuntas para resolvê-lo: política de saneamento básico, política ambiental, política

de recuperação de leitos de córregos e da lagoa, política de recuperação das águas, política de

tratamento de esgotos, política de extração e limpeza de aguapés. E pós-políticas públicas

aplicadas, vêm-se às políticas de conservação do meio ambiente como um todo recuperado. E

é isto que se pretende em longo-prazo.

2º - E essas políticas públicas, para serem transpostas ao papel, é preciso de discussões

profundas, significativas e mui exigentes dentre os conselhos municipais das respectivas áreas,

a câmara de vereadores e a cidade como um todo participativo. Se não, não se as consegue

nem pô-las ao papel.

TÓPICO 10 - E ainda, reconhecer que a necessidade de avaliação contínua do

desempenho das políticas públicas, pois que, essas constituem uma fonte de aprendizado

que permite ao gestor perceber quais as ações tendem a produzir melhores resultados.

PROPOSTA 10

1º - A equipe técnica formada, a partir da junção das políticas públicas conjuntas, além de

trabalhar na aplicação das referidas políticas, deve realizar avaliações cíclicas e periódicas

abordando os serviços aplicados nessas políticas conjuntas. A saber, o que deu certo, o que

não deu; se faltou material, se sobrou; para onde vai o que sobrou; e registrar todos os

processos de avaliações. Esses registros são as referências para o aperfeiçoamento das etapas

seguintes.

2º - As avaliações pós-ciclo e pós-periódicas é que vão determinar a necessidade ou não da

política seguinte. A saber, as políticas são conjuntas, mas isso não quer dizer que elas são

aplicadas todas ao mesmo tempo. Ao contrário, para resolver um problema, precisa delas

todas juntas. Nesse caso, há momentos que são todas juntas, depende; há momentos que tem

de pesar, qual será primeiro, e assim por diante. E quem faz isso é a equipe técnica. Noutro

caso, vai depender dos resultados da avaliação.

TÓPICO 11 - A descentralização da gestão desses recursos, a participação do Poder

Público, dos usuários e das comunidades na gestão. E isso, se trazido aos contextos da

cidade, no caso de Ibirité, como revitalizar uma suposta existente estação de tratamento

de esgotos, que tem de serem colocados em ação muito antes de quaisquer recuperações

referentes às águas do Pantana, seus afluentes e seus desemboques na lagoa.

PROPOSTA 11

1º - A descentralização da gestão pública ocorre exatamente para que os recursos cheguem à

execução da obra necessitária. Quando se os centraliza, as populações nem ficam sabendo dos

recursos, pois que não participam. Quando há participação popular a população acompanha e

não deixa desviar o foco dos recursos. A tendência de a obra ser executada é muito maior do

que sem a participação popular.

2º - Colocar a estação de tratamentos de esgotos é algo dificílimo aos olhos da cidade, mas se

esta virar o foco das atenções, de repente, antes que os olhos pisquem já se podem ter

232

conseguido os recursos, né. Por enquanto, vale o foco.

TÓPICO 12 - Para se projetarem políticas públicas, tem de, primeiro, estudá-las em

todos os sentidos, para que a cidade se veja contemplada, ainda que de longo prazo, e em

segundo lugar, tenha em mãos a pauta de suas cobranças previstas para o exercício da

cidadania nesses supostos longos prazos.

PROPOSTA 12

1º - Isso tudo de que se vem falando neste eixo vai, primeiramente, ser estudado, para em

seguida, planejado e depois disso, captar recursos e plicar as políticas. Tem de ser de longo-

prazo, pois que os projetos são muito caros, difíceis de captação de recursos.

2º - Se a comunidade é participativa, volta-se a lembrar, é só não perder o foco, nas

reivindicações sobre o problema da falta de saneamento básico.

7.1.21 Eixos assintomático-participativo-comunicacionais

TÓPICO 1 - Para tanto, nesta proposta se reconhece a comunicação como instrumento

de participação popular e de exercício do poder. Também, se reconhece que por mais

perfeito que seja o ato de comunicação, sempre se deixa falhas no ato de se comunicar-se.

Dado isso, quando se trata de opinião sob o conceito de escrutínio público, há duas

compreensões, sendo a primeira, em se tratando de opinião a consultor de instituto, em

caso de erros, esta aparece sempre individual e sem-possibilidades de correção.

PROPOSTA 1

1º - O sistema municipal, no exercício da comunicação, manterá seus serviços sob as

constantes informações. A saber, a boa comunicação é um dos recursos de manutenção da

transparência. Se o sistema não se faz comunicar-se, também, a população não se deixa

informar-se. Então, pelo menos, um jornal bem-elaborado, deve ser adotado pelo sistema para

manter as informações na cidade, de modo geral.

2 º - É claro que o sistema precisa fazer uso de outros recursos de comunicação social, para

que a população esteja situada nos contextos da cidade. Deve ser buscado conversa visando ao

entendimento entre TV Ibirité e prefeitura, no sentido de a TV cumprir o seu papel funcional e

social, e ambos combinarem situações de boa comunicação desta com a cidade, também, do

sistema municipal com a cidade.

3º - As pesquisas de opinião são instrumentos de comunicação social, extremamente,

necessários na cidade. Sempre tem de se estar coletando informações sobre estas, essas ou

aquelas políticas no sistema, a fim de avaliar resultados sobre a continuidade se certos

serviços ou não. É um tipo de serviço que a cidade vai contar com ele integralmente.

4º - As pesquisas de opinião também são válidas como preparatórias de certos serviços na

cidade. Muitas vezes, é através da opinião que se chega ao exercício da necessidade. Através

dela, se colhem informações e se chega à realidade da necessidade de determinadas políticas

públicas.

TÓPICO 2 - E, no referente aos leitores atuais que tendem, a cada dia, mais exigentes de

textos objetivos visando a interagir-se com as leituras usando-se apenas de códigos.

Portanto, diferente das leituras dinâmicas, pois que nessas, se usam saltar frases,

períodos, às vezes, lendo apenas uma palavra do parágrafo. E, ao lado disso, se formula

233

o conceito de uma comunicação social equivocada, às vezes.

PROPOSTA 2

1º - A comunicação social precisa se expressar usando de todas as linguagens possíveis e

expressadas no universo linguístico atual, ou seja, ela tem de ser atual. E depende muito

contexto social. Ela precisa interagir-se ao mundo e apontar a ele qual é dinâmica linguística

do tempo, da informação, do trabalho, da religião, da sociedade; as crônicas do dia, as

linguagens que contribuam com a formação da opinião. E assim por diante. A saber, a

comunicação jamais pode ser equivocada, ele tem de ser sempre funcional. E o sistema

municipal deve exigir isto dela.

2º - Os serviços na Secretaria de Comunicação Social, bem como, todos os serviços do

sistema municipal em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas

periodicamente, ou seja, a cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais, fixando-

os ao rol de sua secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios finais,

que devem ser apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema

municipal. No referente aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados

por setor, sendo anualmente, devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.

TÓPICO 3 - E a receptividade comunicacional, durante as leituras, é completa. Agora,

as leituras via-códigos, às vezes, substituem-se palavras inteiras por apenas um sinal

gráfico. E mesmo assim, o ato de se comunicar-se, se realiza. E ainda, na sequência, faz-

se bem reconhecer a receptividade comunicacional como meio de observar os elementos

neutralizadores de falhas comunicacionais, se considerando que as linhas editoriais é que

determinam todo o conjunto da comunicação textual, seja esta visual, audiovisual,

impressa, gestual, prosódica, etc.

PROPOSTA 3

1º - Serão observados, no sistema municipal, um modo de comunicar-se e se fazer

compreender junto às populações, com clareza e objetividade, ser receptivo e buscar ser bem-

recebido, usando-se da humildade como comportamento ideal para saber usar das linguagens,

em seu tempo e hora. Isso para unificar as pessoas em torno da atenção às necessidades

básicas do município.

TÓPICO 4 - Reconhecer ainda que, nos tempos atuais e controversos, não tem como não

receber a coprodução como recurso de participação popular e contribuição com a

notícia, se considerando, nos processos de interferências, melhor aceitar a tolerância

acompanhada da coprodução, à intolerância com as notícias.

PROPOSTA 4

1º - O conselho de comunicação social precisa estar atento a essa participação, na organização

das políticas públicas da área, na coprodução da informação e dos serviços de comunicação. O

sistema municipal deve contar com essas contribuições e, ainda por cima, considerando-as na

sua forma e qualidade essenciais para o funcionamento da cidade.

TÓPICO 5 - Melhor as interferências sob a forma de coprodução e acompanhada de sua

aquisição como produto, do que sob a intolerância acompanhada da ausência da

aquisição da notícia como produto de consumo.

234

PROPOSTA 5

1º - Com a cidade trabalhando em seus contextos normais, já terá notícias o suficiente para

que haja um sistema de comunicação social seguro na prefeitura. Os fatos acompanhados da

notícia, a reportagem acompanhada das entrevistas, dos pequenos vídeos, da fotografia. E

assim por diante.

2º - E as orientações sobre a produção de vídeos nas escolas, sobre a leitura informativa, sobre

a produção de documentários, sobre a exibição dos próprios filmes produzidos, etc. Quer

dizer, na própria cidade já existem as situações de notícias. O que a comunicação social tem

de fazer é ir atrás desses elementos e usá-los como instrumentos a seu favor.

TÓPICO 6 - Se reconhecem como sendo sobrevivência, às empresas dos ramos da

comunicação social, a compreensão de que elas devam ser criativas, sempre buscando

combinar bons critérios de linguagem com a também criteriosa organização e simulação

e aproveitamento de fatos oportunos para que a boa comunicação esteja sempre em

voga. Se assim, não há o com que se preocupar-se.

PROPOSTA 6

1º - Para quaisquer tipos de empresas, mas no caso do ramo econômico-criativo e do campo

da comunicação social, terão incentivos do sistema municipal. É preciso buscar o objeto de

seu produto. E este pode estar na produção de vídeos, de documentários, de cinema, cineclube,

de rádio, de TV, e assim por diante.

TÓPICO 7 - Entretanto, a boa comunicação social, para ser como tal, precisa também se

adequar a certas situações de natureza política, sobretudo, porque, em quaisquer lugares

em que se promova a comunicação social, vai depender de ela se adequar a certas

políticas públicas, esteja ela no campo privado ou no campo público. Nisso, também, se

faz reconhecer, sob todos os meios, velhos e novos, como as diversas tecnologias vídeo-

eletrônicas e digitais, que os tornam possíveis, coexistem, conformando ou não

convergências em sentido estrito, porém constituindo ecossistemas comunicativos cada

vez mais complexos.

PROPOSTA 7

1º - O sistema municipal, abrangendo a todas as áreas confiáveis, deverá elabora políticas

públicas voltadas para a conduta pessoal dos cidadãos. E uma dessas políticas deve ser a

elaboração de um código de postura da cidade.

2º - Ao lado dessa política do código de posturas, este deverá ainda elaborar um programa de

posturas para a cidade. Este vem, ao mesmo tempo, que as políticas públicas relacionadas a

ele.

TÓPICO 8 - E as características essenciais a esse modelo de regulação, é a independência

das agências. Aliás, nelas, o poder executivo não interfere, politicamente, caracterizando

uma instância pretensamente neutra em relação aos atores interessados, em que as

decisões são tomadas, levando-se em consideração, fundamentalmente, os aspectos

técnicos. Daí se vai ver que a comunicação pública deve ser compreendida com sentido

mais amplo do que dar informação.

235

PROPOSTA 8

1º - No sistema municipal, entende-se que a regulação dos processos de comunicação social é

fundamental, mas a independências das agências de comunicação, seja uma TV, seja uma

produtora de vídeos, seja agência de publicidade e propaganda, etc. Os seus têm de obedecer

aos processos de regulação pública, mas elas precisam de sua independência. E a regulação

não vai reprimir essa independência.

2º - Agora, no que depender do sistema municipal, toda a independência será respeitada.

Contudo, no que tange à comunicação entre o sistema municipal e a cidade, esta deve ser feita

com qualidade e não ficar presa ao mérito mínimo da informação. Os processos de

comunicação merecem mais dedicação dos comunicadores.

TÓPICO 9 - A clareza na linguagem, na produção da imagem, na vivacidade das cores é

que se vão, determinantemente, agradar aos olhos do público. Já, as políticas públicas

dos campos virtuais é que vão dar o enfoque desejado a essas formas de comunicação

que só os processos de discussão, elaboração e implementação das políticas públicas de

comunicação social e políticas público-virtuais é que vão dar o norte das regulações de

que precisam as comunicações sociais.

PROPOSTA 9

1º - As políticas públicas de comunicação social deverão estar a contento à vontade e

participação e coprodução popular. E, por isso, o grau de qualidade nas produções, seja em

outdoor, placas, sejam quaisquer formas de publicidade, deverão estar em sintonia ao código

de posturas da cidade, sempre com sentido de evitar sujeiras visuais.

2º - O sistema municipal, em termos de comunicação radio-difusora, promoverá incentivo a

que essas se organizem na cidade, visando ao bem-comum de todos e ao cumprimento de suas

funções público e social em meio à cidade, sejam estas emissoras originárias do campo

comum, seja rádios-internet, sejam quaisquer outras.

7.1.22 Eixos sintomático-político-assistencial-sociais

TÓPICO 1 - E estas podem ser primeiro, a de reconhecer que a atual política

assistencial-social da cidade se orienta sob a ordem do assistencialismo e, por isso, não

comunga com as necessidades reais da cidade. E a de reconhecer ainda que ao focar a

política assistencial-social no ismo vai reproduzir os conceitos conservadores e, por isso,

ao invés de tentar erradicar com a pobreza e desigualdade social, só tende a torná-las

estruturais na sociedade local.

PROPOSTA 1

1º - As políticas público-assistenciais devem ser colocadas como que para a melhora de vida

das pessoas, sejam funcionários, sejam moradores de ruas, idosos sem-lar, idosos com lar, mas

expostos às vulnerabilidades dentro da própria casa ou próprias do isolamento social.

2º - O serviço social, no campo da assistência, no sistema municipal, deve focar uma

assistência que vise ao suprimento das necessidades acompanhadas da recuperação como

pessoa, de ser humano supostamente caído, a um ser – se não completo – mas, levantado, e

nessas perspectivas, sempre o proporcionando reabilitação para o lar, orientação espiritual,

tratamento nas debilitações físicas, mentais, psicológicas, enfim, tornar os sujeitos passíveis

236

dessas dificuldades, em sujeitos reinseridos, socialmente.

TÓPICO 2 - Também, a de reconhecer que, independentemente, da sua renda, todos os

cidadãos, categorizados como necessitários de assistência, têm direito de serem

protegidos – com pagamento em dinheiro ou com serviços – contra situações de

dependência de longa duração como, ou seja, velhice, invalidez ou de curta: doença,

desemprego, maternidade, reconhecendo ainda que, além desses bens-assistenciais, estes

têm direito a reeducação, a orientação espiritual, a abrigo, a reinserção na vida social. E

não tem outro caminho a promover essas conquistas, senão pela assistência social.

PROPOSTA 2

1º - O sistema municipal, na lógica do atendimento social, se o cidadão já tem garantido o seu

salário-proteção, então, tem de verificar qual é a necessidade e assim descoberta, cuidar para

que ele não seja lesado em seus pertences pessoais, em seu salário-proteção, dentre outras

lesões.

2º - Deve-se criar uma espécie de disque-alerta, para que, uma vez se recebendo a denúncia de

maus-tratos, de abandono familiar, de situações de rua, etc., a assistente social possa visitar a

família individual denunciada, no sentido de auxiliá-la em suas necessidades.

3º - Se pós-consulta de assistência social, ficarem verificadas as condições reais para o

exercício do trabalho, a própria deve encaminhar ente social a um posto de atendimento,

proporcionando-o usufruir da dignidade do trabalho.

TÓPICO 3 - Compreender que a cidade precisa do Planejamento assistencial social,

conhecer em que orçamentos, estes se enquadram, os serviços de monitoria e os tipos de

monitoramentos, a saber, como cidadão, tem direito e faz-se a uma avaliação continua

do sistema assistencial-social da cidade.

PROPOSTA 3

1º - O sistema de assistência social deve levantar todas as situações de abandono, de situações

de rua, de situações passíveis de assistência social, sob uma pesquisa de campo e situação de

problemas sociais.

2º - Deve elaborar um programa de assistência voltado para as soluções de todos os problemas

levantados na cidade.

3º - Deve-se, dentro da realidade dos orçamentos e realidade dos sujeitos para cujos problemas

levantados, providenciarem o abrigo, banhos, alimentações, cama, dentre outras modalidades

de assistência. O que não pode são os serviços de assistência fazer “vistas-grossas” para as

situações passíveis de assistência, mas não assisti-las.

4º - É claro que os problemas não passíveis de soluções pelo sistema de assistência municipal,

devem ser encaminhados às instâncias com maiores condições de resolvê-los.

5º - Devem-se criar os serviços de monitoria social para que, uma vez, detectado o problema

pela assistente social, esta possa encaminhar para os beneficiários de tais serviços e, outra vez,

os monitores possam ajudar à pessoa encaminhada no que ela necessite em termos de

assistência social.

237

6º - Tais serviços de assistência social têm de passar por avaliações sequenciais do sistema, da

comunidade usuária, da comunidade não usuária, e se houver dentre outras. Contudo, não

somente, o sistema de assistência social tem de se auto se avaliar, meio a essas avaliações

sequenciais.

7º - É claro, uma vez, identificado problemas nas avaliações, outra vez imediata, buscar a

solução deles, ou seja, nunca deixar para resolver depois.

8º - Os serviços voltados para atendimento, através de creches, devem estar todos sob a

responsabilidade da secretaria de desenvolvimento social.

9º - Consideram-se serviços de assistência social todas as unidades de atendimento através de

creches, sejam elas particulares, sejam públicas. E considerados instrutores aqueles

profissionais que assumem papéis de ensino junto às crianças nas creches. E monitores todos

aqueles profissionais que assumem papéis de auxiliares de ensino.

10– As unidades de assistência social, inclusive as escolas particulares de ensino a crianças até

cinco anos, terão como instrutores aqueles profissionais que assumem papéis de ensino.

Monitores todos os profissionais que assumem papéis de auxiliares de ensino, sendo os

demais do campo administrativo, assessores e ajudantes de serviços gerais são os atuantes na

limpeza e no prepara de alimentações.

11 – As unidades de assistência social como: abrigos, asilos, albergues, dentre outros do

gênero, são destinados à educação, reeducação, reabilitação e atendimento de assistência

social. Para tanto, terão profissionais de instrução, de auxílio à instrução, de assessoria geral e

de ajudantes de serviços gerais.

12 – Consideram-se unidades de assistência social todos os locais destinados a atendimentos

de assistência social, por exemplo: abrigo para reeducação e recuperação de adultos de rua e

outros locais públicos; asilos ou abrigo para reabilitação, educação e atendimentos de idosos;

orfanato para educação e atendimento de crianças e adolescentes sem pais nem responsáveis;

creches para educação e atendimentos de crianças; unidades particulares de ensino para

educação e atendimento de crianças até cinco anos de idade, dentre outras.

13 – Havendo demanda de adolescentes e jovens até 17 anos completos e 18 incompletos,

desde que formem turmas dentre 15-20 instruídos, poderá o sistema de assistência social

abarcar com a educação social voltada para adolescentes e jovens.

18 – No caso de o sistema municipal abarcar com a educação social, terá de admitir

profissionais para o exercício da educação social, ou seja, os educadores sociais. Noutro caso,

estes devem funcionar em noturnos, em prédios escolares do sistema de educação comum.

19 – No caso sistemático da educação social, será preciso o sistema de assistência social

elaborar um programa voltado para a inserção e reinserção social. Nesse programa deve

constar de todas as modalidades de ensino, em consonância com a LDBN – Lei de Diretrizes

e Bases da Educação Nacional, só que focada no sistema de educação social.

TÓPICO 4 - E vai se vir que não adianta retirar a assistência social do arcabouço da

filantropia e criar diretrizes, critérios e forte arcabouço legal, saindo do centralismo da

filantropia, adotando critérios, estabelecendo diretrizes, sem-praticidades, e caindo nas

238

disparidades e inconsequências sociais.

PROPOSTA 4

1º - Os serviços de assistência social, dentro do sistema municipal, não pode se colocar com se

sendo o de uma instituição filantrópica, é preciso vê-los sob a ordem de políticas públicas que

destinem os serviços, em cima de tais demandas, sob o cumprimento de tais orçamentos, a

origem desses orçamentos, o lugar em que deve ser praticada a assistência, e assim por diante.

2º - Os serviços de assistência social, bem como, todos os serviços do sistema municipal em

suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas periodicamente, ou seja, a

cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais, fixando-os ao rol de sua secretaria.

Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios finais, que devem ser apresentados

ao congresso municipal para avaliação anual do sistema municipal. No referente aos

relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados por setor, sendo anualmente,

devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.

TÓPICO 5 - Não adianta ainda, continuar com os serviços de assistência social sem que

estas passem pelas correções sob a visão social da inovação, da proteção, da captação das

diferenças, das necessidades da população e da identificação das forças políticas de

autodefesa, e estas, em detrimentos da identificação de suas fragilidades.

PROPOSTA 5

1º - Os serviços de assistência social, dentro do sistema municipal, devem se colocar com

sendo um sistema autêntico, que não tem o de que se suspeitar, sob um modelo ético-moral-

assistencial, sem nenhuma vocação para as fragilidades, ou seja, quando se colocar, tem de

saber e ter consciência do que se está fazendo, porque as decisões são para resolver, não para

voltar atrás, a qualquer custo. Mas, nem por isso, se devem submeter às decisões a poderios

intransigentes e autoritários. Tudo deve ser feito com decência e ordem, sabendo-se de que

esta é uma ética válida, também, para todas as secretarias.

2º - Os serviços de assistência social devem estar sempre se inovando seja na forma de

proteção dos assistidos, seja na forma de captação das diferenças individuais e coletivas, seja

na forma como as necessidades se colocam e os necessitários se posicionam diante delas, seja

na forma como as políticas de autodefesa do sistema se colocam e na forma como os

assistidos se colocam em autodefesa diante dessas políticas do sistema. Em todo o seu

trabalho, vale ser criterioso, pois que é o ser criterioso que torna o sistema impermeável e, por

isso, vencedor de possíveis corrupções.

TÓPICO 6 - Para tanto, desse modo, vê-se que a manutenção de uma política de

compromissos com o capital financeiro mantém em paralelo uma Política de Assistência

Social assentada, majoritariamente, na transferência de renda como estratégia de

minimizar os efeitos mais deletérios do avanço destrutivo do capitalismo contemporâneo.

E de outro modo, para se tornarem, centralmente importantes, os consensos têm de ser

construídos e institucionalizados nas mais comuns e elaborais formas de políticas

públicas.

PROPOSTA 6

1º - Os serviços de assistência social têm de serem para ajudar as pessoas a se sentirem

importantes, estimuladas, animadas com a vida e socialmente, não pode ser para fortalecer

cada vez mais o capitalismo, e este se torne cada vez mais selvagem sobre os homens. Quer

dizer, onde houver pessoas precisando de assistência, ele tem de se fazer presente, e se colocar

239

disposto, e se interpor com iniciativas de ações sociais sobre as essas pessoas.

2º - O sistema de assistência social deve trabalhar para tirar as pessoas de situações de riscos e

colocá-las em situações de amparadas. Ajudar a quem precisa de emprego, emprego; a quem

precisa de salário-proteção, buscar encaminhá-lo. E assim por diante.

TÓPICO 7 - E essas consonantes aos gestos político-públicos adotados pelo sistema

municipal na aplicação dessas políticas e, ao mesmo tempo, gestos receptivos por parte

dos cidadãos fragilizados, supostamente descontextualizados e sem suas histórias e, por

isso, cidadãos, além de crentes e carentes dos bens materiais-assistenciais, se fazem

crentes e carentes do mesmo jeito numa vigilância moral constante: tanto da parte de

quem, supostamente, os assiste, quanto deles próprios enquanto assistidos.

PROPOSTA 7

1º - Os profissionais da assistência social têm de estar sempre vigilantes tanto do ponto de

vista de sua profissão, quanto do ponto de vista do sistema municipal a quem presta serviços,

ao tipo de assistência que presta à sociedade através do sistema municipal, e ao tipo de

assistência exigente por seu assistido. Essa vigilância, muitas vezes, significa estar sempre de

prontidão.

TÓPICO 8 - O arcabouço teórico-normativo comporta mudanças, mas nesta proposta,

se entende que, se não souber a plicar essas mudanças, elas vão se prender aos conceitos

conservadores, e aí, não terá adiantado ampliar. E também, pormenoriza e se expressa,

através da consistente produção de conhecimento, e da inserção peculiar dos órgãos

representativos da categoria profissional, nos processos de luta pela institucionalização

das políticas públicas compatíveis com os valores contidos no Código de Ética

Profissional dos assistentes sociais. E nisso, se vê que há contradição, também

fundamental, e esta se localiza na luta de classes.

PROPOSTA 8

1º - No sistema municipal, a ideia é fazer uma assistência social sem-fins de conservadorismo,

proporcionar mudanças nos modelos de atenção básica e social, ampliar o atendimento até

aonde ele exista, ou seja, não deixar pessoas sem-atenção, fazer um trabalho de integração,

recuperação, interação e reintegração social.

2º - Os serviços de assistência social, dentro do sistema municipal, precisam estar atentos à

carreira como profissão escolhida, na luta constante por sua valorização profissional cada maior e na luta pela institucionalização das políticas públicas puxadas pelo setor como sendo

compatíveis à ética do sistema municipal, à ética de sua profissão e da sociedade local.

Entretanto, não se esquecendo das políticas interesetoriais a que a cidade certamente,

demanda.

7.1.23 Eixos assintomático-político-social-juvenis

TÓPICO 1 - A saber, tem-se de reconhecer que, se o sistema municipal não cria políticas

de atenção à juventude, esta fica sem-lugar e acaba criando por ela mesma seus espaços

e modos de desenvolverem suas práticas de vida e suas culturas. O que não é bom para a

sociedade local, pois que, em situações como essas, isso significa os jovens sozinhos em

seu canto e os pais sem-controle de onde eles e o que eles estão fazendo.

240

PROPOSTA 1

1º - Os serviços de atenção social juvenil, bem como, todos os serviços do sistema municipal

em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas periodicamente, ou seja, a

cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais, fixando-os ao rol de sua secretaria.

Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios finais, que devem ser apresentados

ao congresso municipal para avaliação anual do sistema municipal. No referente aos

relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados por setor, sendo anualmente,

devem ser apresentados por sua respectiva secretaria.

2º - O sistema municipal de criar situações de competividade esportiva visando à interação

entre os jovens nos bairros, na cidade, dos jovens da cidade com outros jovens das cidades

vizinhas, dentre outras cidades, e assim por diante.

3 º - Promover através das escolas jogos, campeonatos de peladas, de futebol, de corridas,

caminhadas ecológicas, dentre outras.

TÓPICO 2 - Na verdade, o que se requer dos sistemas, são políticas que garantam que as

famílias conseguem acompanhar e supervisionar os passos dos filhos sem que eles se

sintam incomodados com a supervisão dos pais. E essas políticas públicas para juventude

precisam se efetivar como emancipatórias e adequadas às necessidades específicas das

diferentes juventudes.

PROPOSTA 2

1º - Os alunos de escolas profissionalizantes no município, a título de incentivo, receberão

apoio do sistema municipal. Esses apoios serão discutidos junto às gestões dessas escolas. Se

este serão apoios financeiros, como, quanto, qual origem, etc. Contudo, a intenção é apoiar

essas instituições no trabalho a que elas desenvolvem com a juventude.

2º - O sistema municipal, em acordo com a gestão dessas escolas profissionalizantes e através

do sistema de educação, elaborará um programa de emprego voltado para jovens-aprendizes.

E esses originários de escolas profissionalizantes no município. O objetivo é valorizar os

serviços de educação profissionalizante para jovens que estejam em aprendizagem profissional

e, ao mesmo tempo, os jovens que estudam nessas escolas poderão já profissionalizar seus

serviços, ainda estudando. Deve ser em até dois anos, mas já levam experiências de

profissionalização com eles.

TÓPICO 3 - A saber, a política pública precisa ser pensada - não como sendo,

unicamente, os responsáveis pelos jovens, seus pais e a sociedade onde eles estão

inseridos - mas também e, sobretudo, o poder público. E se as políticas públicas não

garantem segurança aos pais, à sociedade, de que o lugar onde os jovens estão

construindo as suas relações de vida e cultura, é lugar seguro, isso pode pesar,

primeiramente, nos índices de violência e mortes, e usos de drogas, e envolvimentos no

mundo do crime, dentre outros congêneres negativos.

PROPOSTA 3

1º - O sistema municipal deve promover atos públicos com destino a reconhecer os atos

culturais da juventude como sendo idôneos no que convier e conforme as características

peculiares deles próprios, pra tanto, autônomos, e criar situações para que eles também

241

promovam seus atos e sonhos de cultura, na proporção político-jovial, a que eles se sintam

autônomos no fazer.

2º - O sistema municipal deve assegurar-lhes a promoção e realização de espetáculos à altura,

necessidade e agrado da juventude enquanto seguimento social propício de solicitações e

realizações culturais.

3º - O sistema municipal, no que o couber, devem evitar o máximo possível, que a juventude

se envolva em culturas de desacordos sociais, de violência e mortes, e drogas, e quaisquer

outros componentes que neguem as suas boas relações com seus familiares, com a sociedade e

religiões, e outras congêneres.

TÓPICO 4 - E pesando assim, como fica o estado de consciência do agente politico

principal e seus correlacionais, da vara da juventude no âmbito do sistema judiciário,

conselhos tutelares, conselho de defesa da criança do adolescente. Mas, secundariamente,

vai pesar também no índice de desenvolvimento humano da cidade. Nisto se vê, também,

de não se tratar apenas do ente social como indivíduo, mas, sobretudo, ser social e

coletivamente contextualizado ao âmbito da cidade.

PROPOSTA 4

1º - O sistema municipal deve trabalhar conjuntamente à Vara da infância e juventude, aos

conselhos tutelares e conselho de defesa da criança do adolescente, visando ao cumprimento

da legislação vigente no que tange aos comportamentos dos jovens nos diversos contextos

sociais.

2º - Deve trabalhar a conscientização social da juventude, no que tange às suas ações,

necessidades e praticidades culturais. No entanto, promovendo atividades culturais a contento

deles, com a ajuda deles, com manutenção deles inseridos nos contextos sociais, dos/com os

quais, a sociedade participe e esteja inteiramente disposta a colaborar.

3º - Promoverá, em consonância a realidade orçamentária do município e realidade social da

cidade, shows artísticos, festivais de música, de cinema, de teatro, desportivos, dentre outros,

visando ao bom convívio destes com a sociedade, com as diversas modalidades culturais, com

aprendizagem de novas habilidades culturais, e assim, ao crescimento político/cultural/social

de futuro e em continuidade da desenvoltura social daí existente.

TÓPICO 5 - Nisso, o que se vê é que para se compreender a juventude é só trabalhar

nessa temática, em que tal capacidade se explica as teorias pela compreensão de que a

reprodução social e, sobretudo, no que tange às condições sociais e valores semelhantes

na importância dada ao dinheiro, na consideração do convívio social como meio de

reprodução dos modos de vida dos homens.

PROPOSTA 5

1º - O sistema municipal, em consonância a realidade orçamentária do município e realidade

social da cidade, deve promover exposição de artes, de fotografias, de cinema, de música,

dentre outras, com finalidades de valorização da cultura juvenil e produção cultural do lugar,

visando à interação entre essas modalidades culturais, entre a juventude e os contextos da

cidade, e a integração social da cidade como necessitária de conscientização cultural.

242

2º - Deve promover também, em conjunto aos objetivos da economia criativa, incentivos que

visem aos jovens se promover profissionalmente, se fazendo empreendedores nas modalidades

culturais, promovendo desenvolvimento social da juventude, da cidade e contribuindo para o

desenvolvimento social e humano da cidade.

TÓPICO 6 - O foco está dado para a juventude, então, vale ver que os modos de vida em

foco também e, principalmente, é o dos jovens. Então, o poder público tem de dar

importância aos bens culturais, sobretudo, como forma de atrativos e entretenimentos

aos jovens. A juventude se faz assim, onde há batidos de violão, logo, se formulam alguns

aglomerados de jovens em torno das músicas; se os batidos se dão sob uma pelada de

futebol, os jovens se comungam nas mesmas sensações.

PROPOSTA 6

1º - Também, se promoverão encontros culturais de modalidades mais simples - desde que

haja interessados – seja no resgate da velha serenata musical, sejam nas caminhadas poéticas,

nas baladas de violão, nas peladas de futebol, nas caminhadas ecológicas, passeios culturais,

nos abraços a monumentos ambientais como forma de gritos e manifestos de proteção ao

monumento, dentre outras. Tudo como forma de conscientização cultural/ambiental da

juventude e sociedade, visando sempre a uma cidade melhor.

2º - Deve proporcionar à juventude a participação de cursos de formação cultural no fim da

aprendizagem das habilidades culturais, e essas serem aproveitadas na promoção de eventos

que eles próprios, os jovens, o façam como meio de se fortalecerem e se efetivarem enquanto

sujeitos autônomos na produção de seu próprio modo de vida.

TÓPICO 7 - E nessa formação de grupos juvenis sempre se nos pontuou,

favoravelmente, a história. E é sabido que esses agrupamentos de jovens fora das

políticas públicas pensadas pelo poder público, só vão trazer índices que denotam pontos

negativos ao desenvolvimento humano, principalmente, porque estão em estado de

vulnerabilidade. E esses são os termos na forma como os grupos se organizam e se

efetivam socialmente.

PROPOSTA 7

1º - O sistema municipal, também, através das Secretarias de educação e de cultura,

promoverá - fora dos contextos escolares normais e de acordo com a iniciativa de interessados

- grupos de estudos, de leituras, de interpretação, de produção textual, nos fins de formação de

opinião, de desenvolvimento da capacidade criativa, desenvolvimento das habilidades de leitura e interpretação textual, desenvolvimento das habilidades escrituração, dentre outras.

Tudo como forma de busca e construção de conhecimentos.

2º - Devem-se promover excursões ambientais a parques ecológicos, culturais a monumentos,

excursões históricas a grutas, a minas históricas; passeios turísticos por cidades históricas, e

quaisquer outras modalidades de excursões, com finalidade didático-pedagógica ou não, mas

sempre com os fins de produção de conhecimento.

TÓPICO 8 - Isso é tão significativo que não tem como pensar em políticas públicas para

a juventude, sem não se falar em bandas de músicas, seja no pátio da escola, na Praça

principal, nos coretos das matrizes religiosas, ou mesmo, nos grupos de teatro, como, por

exemplo, em Histórias de Ibirité (2018), o Grupo do Apoio, nos tempos do Projeto

Cultural de Ibirité que, além da teatralização das linguagens, promoviam dramatizações

243

e, conjugados trabalhos com a Frente de Cinema, promoviam sessões em Cineclubes,

dentre outros.

PROPOSTA 8

1º - O sistema municipal deve pensar em políticas públicas para a juventude, contudo, sem

não se falar em bandas de músicas, seja no pátio da escola, na Praça principal, nos coretos das

matrizes religiosas, ou mesmo, nos grupos de teatro, na teatralização das linguagens, nas

dramatizações e nos conjugados trabalhos com grupos de Cinema, de Cineclubes, dentre

outros. Essas políticas devem vir como forma de incentivos a essas práticas culturais e

colocadas sob o parecer da juventude em poder executá-las com afeição, dedicação e bom

desempenho cultural na cidade.

TÓPICO 9 - A saber, políticas públicas precisam ser para ajudar os jovens a se

construírem enquanto cidadãos, senão isso deixá-los que fique a sós com eles mesmos,

vão promover suas culturas a seu modo. E aí, não se sabe mesmo ao certo o que pode

acontecer se estão expostos à vulnerabilidade. É uma questão de responsabilidade social,

pois que, a juventude tanto preocupa aos pais, à sociedade local e vai preocupar mais

ainda os poderes públicos da cidade, porque, se olhar no fundo, no fundo, até os adultos

estão sob a responsabilidade desses poderes, quanto mais os jovens.

PROPOSTA 9

1º - As políticas, públicas no âmbito da juventude, precisam ser para ajudar os jovens a se

construírem enquanto cidadãos, senão isso deixá-los que fique a sós com eles mesmos, vão

promover suas culturas a seu modo. Não é que a seu modo seja ruim, mas para que os

investimentos, se oriundos do sistema municipal, precisa ter o controle do referido sistema,

mesmo porque, em tudo por tudo a que o sistema investe, também tem de ter as prestações de

contas, por um lado; e se feitos por eles próprios, tem de haver o acompanhamento da

sociedade e pais, por outro lado. O que acaba sendo mais difícil para as famílias.

TÓPICO 10 - Esse é o fim dessas políticas: diminuir os índices negativos de

desenvolvimento humano na cidade e, para tanto, melhora e aperfeiçoa os índices de

desenvolvimento humano, se considerando, sobretudo, que a cidade precisa trabalhar,

humanitariamente. Daí vale compreender as situações de jovens colocados, muitas vezes,

sob a ordem desses grupos sociais, se considerando o Projeto Viva (2012), em que se

refere às políticas e programas direcionados à juventude, com especial atenção aos

jovens negros, entre 15 e 29 anos, do sexo masculino, em sua maioria, com baixa

escolaridade, os quais vivem nas periferias dos centros urbanos.

PROPOSTA 10

1º - O sistema municipal deve criar um programa de desenvolvimento de políticas públicas

para a juventude de modo geral. E nesse programa deve conter a valorização das experiências

da juventude nas escolas, nos campeonatos desportivos, nas corridas, caminhadas ecológicas

ou não, dentre outros. Tudo visando ao jovem ter o que fazer e com que se entreter. Essas

políticas estarão voltadas, de modo geral, para entretenimento e os comportamentos dos

jovens com sentido de eles estarem se descobrindo em seus talentos e apontando para uma

vida promissora de futuro.

TÓPICO 11 - A saber, ou a política tem o papel principal de entreter os jovens, nalguns

lugares, indiretamente controlado pelo poder público, pelas famílias, pela sociedade.

244

Isso, para não se os deixar influenciar pelos requintes de desigualdades e, por isso,

expostos aos processos negativos de vulnerabilidade, enveredando-se pelos guetos da

vida, correndo-se aos riscos de se tornarem expostos à marginalidade, ou a política tem o

papel principal de recuperar os jovens que já se encontram nessas situações.

PROPOSTA 11

1º - O projeto de âmbito nacional, denominado Projeto Viva (2012), tinha o objetivo de

promover atividades culturais visando à recuperação de jovens de certos contextos de

periculosidade, nesses em que se refere às políticas e programas direcionados à juventude,

com especial atenção aos jovens negros, entre 15 e 29 anos, do sexo masculino, em Ibirité, não

pode ser diferente, precisa-se na Batalha do Rap, dentre outros visando ao entretenimento,

para possíveis retiradas desses jovens das de vulnerabilidades. E o sistema municipal tem esse

compromisso com a sociedade.

TÓPICO 12 - Ainda, se vale compreender as políticas públicas voltadas para a

juventude com sentido de resgates culturais, a saber, hábitos já perdidos; de

implementos de culturas novas, ou seja, culturas ainda não praticadas no âmbito da

cidade, que possam se tornar viáveis aos contextos de valorização dos hábitos da

juventude, no âmbito da cidade como um todo pensado, público e politicamente

organizado.

PROPOSTA 12

1º - Pretende-se investir na construção de projetos, planejado por jovens, e que tenha

finalidades de resgates de valores culturais, por hora, abandonados; bem como, por jovens que

queiram e planejem projetos que invistam em culturas novas, ou culturas a que a cidade nunca

experimentou. De acordo com o programa cultural da juventude, o sistema municipal deverá

estar aberto para investimentos desse porte.

7.1.24 Eixos assintomáticos-político-virtuais

TÓPICO 1 - A marca reconhece como que, em Sodré (2008), a rede tecnológica

confunde-se com o processo comunicacional, resultando, no âmbito da mídia, a imagem-

mercadoria, característica da contemporaneidade. Para o autor, a virada do século é

caracterizada pela transição da comunicação centralizada, vertical e unidirecional, para

uma comunicação marcada pelas possibilidades trazidas pelo avanço técnico das

telecomunicações, como a interatividade e multimídia.

PROPOSTA 1

1º - Os serviços no campo das políticas virtuais, bem como, todos os serviços do sistema

municipal em suas respectivas secretarias têm de realizar prestações de contas periodicamente,

ou seja, a cada três meses, como sendo relatórios parcial-trimestrais, fixando-os ao rol de sua

secretaria. Isto, para facilitar o montante, no que tange aos relatórios finais, que devem ser

apresentados ao congresso municipal para avaliação anual do sistema municipal. No referente

aos relatórios, estes sendo, trimestralmente, devem ser apresentados por setor, sendo

anualmente, devem apresentados por sua respectiva secretaria.

TÓPICO 2 - E os pensadores das políticas público-virtuais precisam estar cientes, no

universo virtual, dessa globalização, mas, sobretudo, ciente de que esta, em nome de uma

unicidade, promove, cada vez mais, a desigualdade social entre os povos. E no caso de

Ibirité, por exemplo, aonde as políticas virtuais assumirão papéis influentes, senão nos

245

campos de comunicação das redes sociais, então, tais políticas não poderão ser

elaboradas com sentido de governar as redes virtuais, se considerando que essas já têm

seus administradores oriundos de um campo mais geral.

PROPOSTA 2

1º - No sistema municipal, sobretudo, na Secretaria de Comunicação Social, será um portal

eletrônico, com tutoriais, que cuide das políticas virtuais e voltadas, inclusive, para a

juventude. Na verdade, esse portal deve ser criado em todas as secretarias para atender às

diversidades de políticas públicas elaboradas e aprovadas pelo sistema municipal.

TÓPICO 3 - E o Estado mínimo não exerce poder jurisdicional sobre elas. E tais políticas

público-virtuais poderão ser pensadas, elaboradas e implementadas, desde que sejam

voltadas para o uso dessas redes virtuais-sociais como meios de publicação, de

comunicação e de divulgação de imagens, de trabalhos, de diversas atividades no sistema

político-público-municipal e na cidade como um todo influente e, ao mesmo tempo,

influenciado pelas políticas virtuais.

PROPOSTA 3

1º - O sistema municipal, através dos serviços de comunicação social, poderá usar das redes

sociais na internet, para realizar seus serviços de comunicação, mas em acordo aos limites

impostos pelo sistema virtual, sejam propagandas do sistema, seja criação de portais tutoriais,

seja criação de páginas, sites, blogs, dentre outros. Tudo com o fim de manter a comunidade

sempre informada dos tipos de serviços prestados.

TÓPICO 4 - Para tanto, numa verdade, é isso o que se quer com as políticas virtuais, ou

seja, estas como sendo utilitárias no respaldo e preparação de campanhas publicitárias,

de preparação de imagens no campo da impressão gráfica, mas também, no campo das

publicidades visuais; imagens, por exemplo, que vão causar impressão no consumidor,

através de embalagens e a forma de determinado produto se apresentar ao público

consumidor, nos entre meios comerciais da cidade.

PROPOSTA 4

1º - O sistema municipal, além do jornal impresso, deve trabalhar, junto às mídias virtuais,

pela implantação de um jornal também virtual, no que as informações produzidas pelo sistema

municipal, sejam também, publicadas nas redes sociais.

TÓPICO 5 - Quer dizer, noutra verdade, é esse tipo de regulação sobre os comércios

virtuais, que as políticas públicas virtuais deverão regular, no entanto, também, servirão

de referência para as mídias impressas, como jornais, revistas impressas, revistas

virtuais, e até mesmo, os canais virtuais e de televisão e audiovisuais. Para tanto, vale ver

que há preocupação com as questões relacionadas às noticias do ponto de vista da

impressão gráfica, não do ponto de vista da própria notícia.

PROPOSTA 5

1º - A regulação e controle das publicidades virtuais - no que tange à jurisdição do âmbito de

Ibirité - devem passar pelas políticas públicas do âmbito da comunicação social e, assim,

quaisquer publicidades deverão obedecer a essas regras estabelecidas por essas políticas.

TÓPICO 6 - Entretanto, para se fizer a interconexão entre as duas situações, texto e

imagem, é preciso, antes de tudo, considerar a notícia pela própria notícia, antes de

quaisquer contextualizações textuais. Contudo, mais valem estas no âmbito das notícias

expressamente gráficas e áudio-visualmente divulgadas e acobertando maiores

informações e informados, do que apenas repasses de notícias. E se assim o faz, significa

que o fenômeno da globalização não se formaliza conforme os conceitos construídos pelos

povos componentes do mundo, pois que, não os engloba a todos, deixando sempre marcas

de desigualdade.

PROPOSTA 6

246

1º - Quaisquer políticas públicas, sejam de controle de publicidade, de controle de quaisquer

outras formas de comunicação jornalístico-social, não se deve jamais, se deixar influenciar –

se é que tem jeito – pelos chamados fenômenos da globalização, pois que esta tem deixado

marcas de desigualdade pelo mundo afora.

TÓPICO 7 - Daí vai-se ver que as teletecnologias avançam muito mais que a própria

globalização, que ganha perfis fenomenais, mas não consegue unificar os povos, embora

o tenha em seu bojo como objetivo principal. E as teletecnologias unificam tanto, ao

ponto de quaisquer povos em quaisquer cantos do mundo, se faz possível perceber a

existência da comunicação. Então, vale até perguntar ainda que indiretamente, que

globalização é esta que ao invés de igualar, desiguala.

PROPOSTA 7

1º - O sistema municipal deve criar situações de incentivos e investimentos em comunicações

via-teletecnologias, com a atualização e aperfeiçoamento de linguagens, ao ponto de facilitar a

comunicação, interação e integração entre as redes que compõem o sistema municipal.

TÓPICO 8 - Isso seja na cor, no tom da cor, na combinação de cores, no entoar das

palavras sonorizadas e combinadas ao estado emocional do sujeito virtual, tão-

significativamente forte, que o mundo virtual tem-se aparecido muito mais atrativo aos

olhos do leitor-internauta do que aos olhos do leitor-texto-impresso. Quer dizer, como as

pautas deste artigo se alinham sob as temáticas das políticas públicas virtuais, o modo de

desenvolver essa versatilidade comunicacional só vai fazer com que tais políticas se

efetivem e se tornem mais eficazes, cada dia, em Castells (2002), se constrói o sentido da

inclusão social pela versatilidade do novo modo de fazer comunicação social, para tanto,

usando-se as tecnologias virtuais.

PROPOSTA 8

1º - Seja na cor, no tom da cor, na combinação de cores, no entoar das palavras sonorizadas e

combinadas ao estado emocional do sujeito virtual, tão-significativamente forte, que o mundo

virtual tem-se parecido muito mais atrativo aos olhos do leitor-internauta do que aos olhos do

leitor-texto-impresso, e isto, o sistema municipal deve absorver com eficiência e eficácia, a

fim de proporcionar à comunicação virtual cada mais possível nos contextos da sociedade

atual e local.

2º - Promover a inclusão social-virtual seja de crianças, adolescentes e jovens, mas também,

adultos e idosos, conforme haja interesses e disponibilidades para tais.

TÓPICO 9 - Essa mesma versatilidade vai ampliar – em função das reivindicações – as

conquistas dos novos direitos sociais conjugados ao exercício da cidadania. E isso, na

verdade, se resume em fazer a inclusão social dos sujeitos através das redes sociais de

comunicação. E nesse teor das linguagens que edificam e, ao mesmo tempo, se unificam, e

que se avaliam os processos de conhecimentos, conforme em Gobbi (2010), se avalia por

causa dos avanços da comunicação social, não somente no âmbito do Jornalismo, da

Publicidade e Propaganda, mas, sobretudo, nos campos virtuais.

PROPOSTA 9

1º - A inclusão social-virtual se resume em fazer a inclusão dos sujeitos através das redes

sociais de comunicação. E nesse teor das linguagens que edificam e, ao mesmo tempo, se

unificam, é que se avaliam os processos de conhecimentos, se avalia a causa dos avanços da

comunicação social, dentre outros instrumentos importantes de avaliação.

TÓPICO 10 - Essa comunicação vem ganhando, cada dia, mais impulso e visibilidade, e

participação social, e sugestões de mídias, e leituras cada vez mais contextuais e a contento

aos conceitos da diversidade. Então, na hegemonia, dá-se a entender que a comunicação

está sendo realizada de modo igual para todos os cidadãos. Nisso, se sabe que, como

247

direito, os cidadãos têm se comunicado mundo a fora. Só diante disso, se deve

compreender que essas buscas de informações, só se as conseguem mais facilmente, por

causa da democracia presente nos processos de comunicação social pela internet.

PROPOSTA 10

1º - A criação do conselho municipal de comunicação social vai implicar na participação das

comunidades, nos eventos de comunicação incluindo o desenvolvimento social como sendo um

todo complexo de redes de comunicação, mas possibilitando conteúdos de informações

importantes para o desenvolvimento das próprias redes sociais, no âmbito do sistema municipal.

7.2 Contextualizáveis propositivo-finais

Em se tratando de marco de contextualização propositiva, o que se viu foi estes

considerados em seus termos. E tudo muito consciente de que a partir dos marcos teóricos que

tais eixos se fizeram construídos, apurados e levantados, para tanto, apontados nesta tarefa

textual o que, de fato, significou e, por isso, pode gerar as proposições referentes aos contextos

do plano de ações gerais, no modo como essas proposições se fizeram destacadas, nos contextos

histórico-político-sociais-administrativos, e os contrastes sobre que estas se vieram pautadas.

No mais, o que se faz, agora, é pontuar e, dependendo da situação, ponderar sobre as

sugestões propositivas em acordo a sua realidade político-contextual. A saber, nalgumas

situações, o marco é propositivo, com aplicações imediatas. Noutras situações, o marco é apenas

sugestivo, se considerando as necessidades de captar recursos para que estes se tornem aplicáveis

como nas aplicações imediatas. E nestes, é o caso do saneamento básico, colocado como

sugestão de longo prazo, por exemplo.

8 METODOLOGIA

PLANO DE AÇÃO:

METODOLOGIAS PROBLEMATIZÁVEL-JUSTUFUCÁVEL-TEORIZÁVEL E

PROPOSITIVO-CONTEXTUALIZÁVEIS

Em se pensando nas metodologias que, por hora, se colocam como meios de

apresentar as razões pelas quais se delineiam as facetas deste plano de ações gerais, e para

cujos objetivos gerais estabelecidos seja o de nele se referenciar e, através dele, administrar a

cidade de Ibirité por, pelo menos, os próximos quatro anos, pensa-se. E se assim considerando,

por exemplo: “[...] Para o espírito científico qualquer conhecimento é uma resposta a uma

pergunta. Se não tem pergunta não pode ter conhecimento científico. Nada se dá tudo se

constrói [...]”. (JAPIASSÚ, 1999, p. 84).

E, por assim dizer, no apensado pelo autor, em plano este de cuja motivação pessoal

maior tivera sido realizar as etapas de pesquisas, sem as quais, este não se concretizaria

enquanto plano teórico, primeiramente, de situação, caracterização e fundamentação dos

problemas levantados nessas referidas pesquisas. Quer dizer, em Borges e Silva (2011), não é

possível sair da condição de objeto (massa de manobra), sem formar consciência crítica desta

situação e contestá-la com iniciativa própria, fazendo deste questionamento o caminho de

mudança.

248

A saber, embora, ao cerne de suas teorias, provedor de ações que se fazem necessárias,

possivelmente notórias, todavia, concretizáveis nos campos práticos de circulação da cidade,

pontuar muitos desses problemas, talvez, se os possam considerá-los objetos de manobra, mas

não os possam considerá-los objetos de estudos científicos. Isto, se olhado ao que, em Borges e

Silva (2011), se colocam, pois que para ser objeto de estudo científico, precisa gerar as

minúcias da situação do problema como sendo real e passível de transformação.

E não somente, também a caracterização como forma de definição dele, até chegar à

sua fundamentação teórica que é, na verdade, o que explica e comprova ser ele, de fato, um

problema passível de estudo científico. E é isso o que vem acontecendo com os estudos neste

plano de ações. Entretanto, se olhado ao que, em Japiassu (1999), sobretudo, como objeto

passível de estudo científico, este se não tem pergunta no entorno dele não pode ter

conhecimento científico.

Então, se constitui daí, o ponto culminante da pergunta central, pois que, para o autor,

basta ser capaz de gerar a pergunta central em torno dele, e o problema já se torna gerador de

construções e reflexões científicas. Aí, de repente, em que se cumpriram as etapas de pesquisas,

pois que, houve maneiras insinuais e, sequencialmente várias de se fazê-las. Daí, mesmo

porque, em Borges e Silva (2011), é na consciência crítica que a situação dos problemas se

fundamenta.

Mas também é na contestação deles, através das referências bibliográficas, que essas

fundamentações se explicam e se tornam cada vez mais claras, ao ponto de se proporcionar

mudanças e essas, por sinal, mui significativas. Para tanto, como mais uma vez, em Borges e

Silva (2011), a pesquisa científica tem auxiliado na formação de profissionais, através de três

atitudes basilares, por exemplo: atitude reflexivo-crítica, investigativa, e emancipadora.

E nisso que os mesmos autores recobram no que se concerne à consciência crítica,

pois que nesta se faz o eixo que norteia a pesquisa científica. A saber, sem o senso crítico, a

base científica se desfaz, pois que a crítica funciona como que se dissecassem os problemas.

Daí, em Borges e Silva (2011), a pesquisa científica tem auxiliado na formação de profissionais

da educação, pois que estes precisam se dotar senão, completamente, de senso crítico, mas tê-

lo, pois que também, vai ensinar a seus alunos o que é senso crítico.

E esta leitura crítica ocorre neste plano de ações gerais, se considerando que é na

fundamentação teórica que está o eixo crítico dos problemas levantados. Logo, dá para ver que

não tem como escriturar um plano de ações como este, focado na situação,

contextualização/caracterização e, fundamentação dos problemas, sem embasá-lo nas leituras

críticas dos mesmos problemas:

[...] a pesquisa tem auxiliado na formação de professores, por meio de três

atitudes basilares, enquanto profissional da educação que são: atitude reflexivo-

crítica, investigativa, e emancipadora. De conformidade com, reconhece-se. Não

é possível sair da condição de objeto (massa de manobra), sem formar

consciência crítica desta situação e contestá-la com iniciativa própria, fazendo

deste questionamento o caminho de mudança. Aí surge o sujeito, que o será

tanto mais se, pela vida afora, andar sempre de olhos abertos, reconstruindo-se

permanentemente pelo questionamento. Nesse horizonte, pesquisa e educação

coincidem, ainda que, no todo, uma não possa reduzir-se à outra. Nenhum

fenômeno histórico é mais característico do questionamento reconstrutivo do

que o processo emancipatório, não apenas em seu ponto de partida, mas

249

principalmente como marca permanente do processo. (BORGES e SILVA,

2011, p 36).

Por conseguinte, no que concerne à iniciativa de questionamentos, e isso, muito

particular e próprio de quem questiona, vai-se vendo que, em Borges e Silva (2011), surge o

sujeito, que o será tanto mais se, pela vida a fora, andar sempre de olhos abertos,

reconstruindo-se permanentemente pelo questionamento. Quer dizer, a metodologia científica

se baseia na pergunta central para puxar as redes do problema, mas isso não significa ter de

puxar as redes pela vida a fora, conforme versam Borges e Silva (2011).

A saber, a ciência pode estar com o sujeito estudioso todo o tempo, se ele quiser, mas

ele como sujeito humana e socialmente colocado, vai ver que não dá pra fazer ciência e

metodologia em todo o tempo de sua vida, embora estas, muitas vezes, estão colocadas passo

a passo, mas o sujeito não pode percebê-la. Assim dessa maneira, quando se colocam sob um

segundo polo de estudos deste plano de ações gerais, a justificativa, por exemplo, se vê que,

conforme Gonsalves (2001) é uma etapa do processo de pesquisa que o autor conceitua.

E esta como sendo o: “[...] momento de organizar a justificativa, considerando os

seguintes aspectos: por que escolhi tal tema? O tema que escolhi é importante? Que motivos o

justificam, nos planos teórico e prático? Qual é a relação do tema e/ou do problema formulado

com o contexto social? Que contribuição posso oferecer com este estudo e, se for o caso,

quais os aspectos inovadores do trabalho? [...]” (GONÇALVES, 2001, pp.58-59).

E neste plano, é na justificava que aparecem as razões pelas quais o autor se coloca

sob a conduta de elaboração do plano, e os eixos justificáveis vão receber fundamentações

específicas no sentido de explicar, minuciosamente, o teor dessas justificativas. Então, cada

eixo justificável obedece a uma metodologia diferente, embora, todos se costurem nos

processos de teorização orientados pelos referenciais bibliográficos.

E isto é uma tendência de todo texto científico, não somente a deste plano, se

considerando que ele precisa explicar as razões sobre as quais ele mesmo se fundamenta. Se

não isso, logo, o leitor questiona. E, ao questionar a falta de justificáveis de um texto

científico, o leitor se descobre fazendo ciência. E também fazendo assim, em Lakatos e

Marconi (2003), por exemplo, se vai conceituar Ciência.

Mas também, não vai ficar somente nisso, pois que o leitor vai ver que o fazer ciência

também está relacionada ao fazer metodologias: “[...] A ciência surge no contexto humano

como uma necessidade de saber o porquê dos acontecimentos como um modo de

compreender e analisar o mundo através de um conjunto de técnicas e métodos. Considerando

a etimologia das palavras, ciência significa “conhecimento”, todavia, vale ressaltar que nem

todos os conhecimentos são científicos nem pertence à ciência, como por exemplo, os

conhecimentos vulgares [...]” (LAKATOS e MARCONI, 2003, p. 84).

Aliás, se pensar bem mais que o costumeiro, se vai ver que o tempo todo se faz

estudos de ciências, se faz metodologias, se fazem estudos, operações mentais, até mesmo

quando se está andando a cavalo, operando a máquina de lavar, dentre outras espécimes de

operações mentais. A saber, é o mundo colocado sob o conjunto de técnicas e métodos que,

em muitas vezes, não é apercebido pelas pessoas.

Aliás, os próprios dominantes dessas linguagens já as têm internalizado e, talvez por

isso, muitos pensem estar fazendo ciências, até mesmo, nos banhos de piscina. Para tanto, é

sob esse olhar que, em Lakatos e Marconi (2003), se vai ver das etapas de pesquisas que

250

também, de certa forma, explicam certas lacunas deste plano de ações gerais, por exemplo, as

etapas de que se fala - vale-se bem lembrar - passaram por processos bastante dispendiosos,

mas também considerados produtivos e, ao mesmo tempo, lucrativos, se intelectualmente,

consideradas.

Quer dizer, estas se pontuam como sendo a 1ª etapa, a da Pesquisa Bibliográfica:

realizada no decorrer de 2019, com desfecho em abril de 2020. E constam de leituras

contextuais, com referências bibliográficas, anotações de trechos, coletas de extratos de

textos, etc. A saber, tudo muito praticamente colocado. Mas, na seguinte, a 2ª etapa, a da

Pesquisa de campo: realizadas em pontos de ônibus, durante as viagens em ônibus coletivos,

durante consultas médicas em unidades de pronto-atendimento, em postos de saúde, leituras

em periódicos-informativos do sistema municipal, e assim por diante.

Logo, as metodologias marcadas durante as práticas sociais. Algo de que Lakatos e

Marconi (2003) falavam ainda há pouco. E, por isso, vale-se pontuar essas etapas, por

exemplo, a 3ª etapa, a da Pesquisa Virtual: realizada no site da prefeitura municipal, por

consultas às redes sociais, através de mensagens escritas vindas pelo Whatsapp, através de

conversas pelo celular, etc. Isso tudo soa como forma de levantar problemas, depois situá-los

e justificá-los como se pensa tenha sido feito.

Quer dizer, em Moroz e Gianfaldoni (2006), Metodologia Científica fica menos

evidente quando se trata de interferências para além das buscas metodológicas, mas, para eles,

nem por isso é menos real – quando são consideradas as atividades humanas: os mecanismos

de comunicação de massa, as atividades didáticas, as condutas de orientação médica também

têm, por base, o desenvolvimento do conhecimento científico.

E é nesse prisma que entra a 4ª etapa, a da Pesquisa Participativa: realizada por

ocasião de pré-campanha, quando o partido PSOL promoveu a realização de seminários

temáticos em torno dos temas, previamente, levantados, quando da realização da segunda

etapa, porém, não foram contemplados durante essa pesquisa de levantamento de problemas.

Daí, os seminários girarem em torno desses temas.

Então, uma primeira possibilidade, o partido se reunindo aos seminários, distribui os

grupos e os repassam as tarefas. Quer dizer, as atividades são humanas, não tem como

justificá-las, senão, por eixos como a filosofia político-partidária colocada sob a ordem das

razões explicáveis de sentidos que as metodologias do plano de ações gerais se impuseram

enquanto justificativa plausível e praticável. Também, a opinião pública em seus diversos

contextos citadinos se posicionando como colaboradora no levantamento de problemas, mas

não só, nas justificativas deles eixos puxadores de alternativas explicáveis ao plano.

Aliás, não fosse falta de lideranças políticas e preocupação com a desorganização no

sistema municipal, nas suas diversas maneiras de se deixarem coletar enquanto, problemas,

eixos de justificativa, de teorizações, não se chegariam à vontade própria do autor, a técnica e

política somadas à vocação para a cidadania. A saber, eixo simplesmente desdobrável. Então,

noutro sentido, é essa disposição humana, colocada, muitas vezes, como coberta de lacunas

em textos.

[...] A interferência da ciência fica evidente quando se consideram as

inovações tecnológicas: novos produtos, novas fontes de energia, entre

outros, são criados a partir do conhecimento científico; esta

251

interferência fica [...]. Metodologia Científica menos evidente – mas nem

por isso é menos real – quando são consideradas as atividades humanas:

os mecanismos de comunicação de massa, as atividades didáticas, as

condutas de orientação médica também têm, por base, o

desenvolvimento do conhecimento científico. Daí ser importante a

comunicação dos conhecimentos científicos produzidos; só à medida que

estes forem veiculados e debatidos amplamente pela sociedade, poderá

ter condições de interferir tanto no que está sendo produzido como na

direção a ser dada às suas possíveis aplicações [...] (MOROZ e

GIANFALDONI, 2006, p. 11).

A saber, em se tratando de eixo simplesmente desdobrável, o que se percebe ainda

nesses contextos metodológicos, sobretudo, em Moroz e Gianfaldoni (2006), é que as

condutas de orientação médica, segundo os autores, também têm, por base, o

desenvolvimento do conhecimento científico. E se olhar bem de perto para essas condutas

médicas, vai-se ver das consultas que as metodologias estão presentes nelas.

Daí, num sentido, ser importante a comunicação dos conhecimentos científicos

produzidos. Então, noutro sentido, é essa disposição humana, colocada, muitas vezes, como

coberta de lacunas de textos, sobretudo, numa terceira dimensão como a do marco teórico, ao

desejo do autor em teorizar as situações demarcatórias de eixos, de impressões, de referências

bibliográficas, dessas que se fundamentam, até chegar ao mais profundo teor do que se quer

enquanto marcas de um plano de ações gerais.

Quer dizer, plano marcado por estudos científicos: um que faz a contextualização dos

pontos introdutórios, como sendo o levante de problemas, contornados pela situação real, pela

caracterização que define e pela contextualização que aprofunda e define o cerne do

problema, no entanto, o que se quer é mostrar para um contexto social inteiro que estes, além

de serem problemas sociais são passíveis de solução.

Dado isso, no que, por exemplo, os autores afirmam: “[...] A ciência é um modo de

compreender e analisar o mundo empírico, envolvendo o conjunto de procedimentos e a busca

do conhecimento científico através do uso da consciência crítica que levará o pesquisador a

distinguir o essencial do superficial e o principal do secundário [...]” (CERVO e BERVIAN,

2002, p.16).

Agora, se estes colocados sob as situações do mundo empírico, se vai ver no marco de

contextualização propositiva que, aquilo que foi problematizado no campo dos introitos e

transformado em eixos teóricos no campo das teorizações, ficou tão profundamente

fundamentado à luz de referenciais bibliográficos que acabou virando eixos também, de

demarcações propositivas.

Então, essas são as comprovações empíricas, ou seja, aquilo que antes era problema

ficou justificado sob a ótica dos estudos científicos e, por isso, ficou demarcado sob a ótica da

busca do teor e, por isso, viraram-se eixos teorizáveis, e se não somente isso virou também

propositura no campo das diversidades de ações, e estas concretizáveis, no âmbito dos

contextos políticos sociais.

Para tanto, o que se vê, em Moroz e Gianfaldoni (2006), além da produção e gestão do

conhecimento, um fator muito importante tem a ver com a difusão e comunicação de todo e

qualquer conhecimento produzido pela pessoa humana. Logo, eles chamam a atenção para a

importância do aspecto da comunicação da produção do conhecimento científico nos

seguintes termos: considerando-se um tipo específico de conhecimento, o científico.

Daí se verifica que a comunicação assume um papel relevante, uma vez que a ciência,

hoje, é responsável por parte das alterações que ocorrem na sociedade; outra vez, que isto, em

termos de metodologia, vai fluir, minuciosamente, neste plano de ações gerais, enquanto eixo

propositivo orientador de práticas político-pública-administrativo-sociais.

252

E é isso que se quis ver enquanto marco metodológico demarcador de passos de

situação, de caracterização/contextualização e fundamentação de problemas. Mas não

somente, marco de problematizáveis, de eixos justificáveis, de eixos de teorizáveis e,

finalmente, contextualizações propositivas.

9 CONSIDERÁVEIS FINAIS

Para finalizar os trâmites deste artigo, e em se considerando que os problemas da

cidade pesquisados e, por isso, levantados, nos diversos contextos sócio-político-culturais e

estes também situados nas condições de problemas sociais, sobretudo, pelos quais se agora

contornados, sob o fim de que se fossem colocados pós-introitos, como que caracterizados,

contextualizados e teoricamente fundamentados.

Para tanto, como estes se passaram por fundamentações teóricas e cumprindo com

finalidades de detectar, no mais profundo, o teor e natureza dos problemas considerados

sociais e, no entanto, passíveis de estudos também, teoricamente fundamentados e, em torno

dos quais, se fossem elevados à categoria de eixos, politicamente, propositivos, também,

politicamente, a contentos ao plano de ações gerais que, mais uma vez, se faz politicamente

desejável e, consideravelmente melhor, se na intenção de estes mudarem, num futuro não

muito distante, os contextos sócio-político-culturais na cidade.

Quer dizer, sob os introitos pontuados, viram-se

caracterizados/teorizados/fundamentados em torno de temáticas como a falta de participação

popular, de saúde pública e educação pública de qualidade, de transporte coletivo adequado,

de um plano diretor adequado à realidade local, de educação cultural, de investimentos

econômicos na cidade, de políticas públicas e de organização dos conselhos municipais, de

planejamento ambiental conjugada à recuperação do meio ambiente local, de transparência

nas relações do executivo com as instituições internas e externas da cidade, de políticas

públicas de saneamento básico, de políticas de comunicação social, de políticas públicas de

assistência social, de políticas públicas para a juventude e políticas públicas nos campos

virtuais, enfim, falta de políticas públicas de desenvolvimento geral, na cidade.

Para tanto, temáticas teorizadas e, por isso, consideradas, bibliograficamente,

fundamentadas em seus contextos. Também, na sua forma, políticas tão-necessárias, ao ponto

de merecerem continuidade nos estudos, principalmente, sob a forma de justificativas em seus

termos, e referencial teórico no que suas marcas pudessem alcançar, sobretudo, se os

considerando nos contextos teóricos fundamentados.

E enquanto justificativas de um plano de governo para um futuro e pretenso exercício

à frente de um sistema político-administrativo-municipal, o que se pensa ter sido feito, foi

apresentar as razões fundamentais dos verdadeiros motivos que levaram o Partido Socialismo

e Liberdade – PSOL, bem como sua pré-candidatura a prefeito de Ibirité, a elaborarem o

referido Plano de Ações Gerais para a cidade.

Então, nisso posto, valem-se lembrar de que para montar o plano de ação, suas ações

prévias passaram por etapas e processos de pesquisas, ou seja, não foi simplesmente fazer e

pronto, como, às vezes, criticam alguns. Também, as pesquisas passaram por diversos

contextos diferentes, vindo desde bate-papos em pontos de ônibus, saguões de pronto-

atendimento de saúde, polos educacionais, reuniões de pais e mestres, pesquisas bibliográficas

comuns, pesquisas de bases na internet, consultas às redes sociais, mensagens por Whatsapp,

conversas ao telefone, e assim por diante.

Desse modo, assim como as pesquisas possibilitaram situações trabalhosas, os estudos

justificáveis também. E, por isso, estudos também trabalhosos para cuja essência resultou-se

253

em pontuados e ponderações dirigidas aos eixos justificáveis, e estes, por sua vez, não se os

necessitam pontuar nem se os considerar se já estão demarcados em suas contextualizações

textuais justificáveis.

De outro modo, em se tratando de marco de contextualização propositiva, o que se viu

foi estes considerados em seus termos. E tudo muito consciente e consistente de que a partir

dos marcos teóricos que tais eixos se fizeram construídos, apurados e levantados, para tanto,

apontados nesta tarefa textual o que, de fato, significou e, por isso, pode gerar as proposições

referentes aos contextos do plano de ações gerais, no modo como essas proposições se

fizeram destacadas, nos contextos histórico-político-sociais-administrativos, e os contrastes

sobre que estas se vieram pautadas.

Finalmente, o que se faz, agora, é pontuar e, dependendo da situação, ponderar sobre

as sugestões propositivas em acordo a sua realidade político-contextual. A saber, nalgumas

situações, o marco é propositivo, com aplicações imediatas. Noutras situações, o marco é

apenas sugestivo, se considerando as necessidades de captar recursos para que estes se tornem

aplicáveis como nas aplicações imediatas.

E nestes, é o caso do saneamento básico, colocado como sugestão de longo prazo, por

exemplo. Entretanto, como tudo é plano, de certo, muitas destas proposições se farão práticas

imediatas. Para tanto, outras – se não cavados os recursos em tempo hábil – pode ser que até

de longo-prazo fique difícil executá-las. Mas, como tudo é plano, espera-se, na convocação do

segundo Congresso Municipal para assuntos político-administrativos, poder avaliá-las e

reconsiderá-las, não somente em seus termos, mas em termos mesmos de políticas públicas,

socialmente, realizáveis.

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