Post on 31-Mar-2023
Aula 02:Aula 02:
Extensão Rural no BrasilExtensão Rural no Brasil
Prof. Deodoro Magno BrighentiUniversidade Federal de São João del Rei Curso de ZootecniaDisciplina: Extensão Rural
Extensão Rural no BrasilExtensão Rural no Brasil1. Os marcos iniciais da extensão rural
no Brasil2. Fases da extensão rural no Brasil3. A visão de sociedade dos
extensionistas4. O debate atual sobre a extensão rural
Os marcos iniciais da extensão Os marcos iniciais da extensão rural rural Origem:Formalizada em 1914 como
Serviço Cooperativo de Extensão Rural
Objetivo:Permitir à população rural americana, ausente dos colégios agrícolas, o acesso a conhecimentos úteis e práticos relacionados à agricultura, pecuária e economia doméstica.
Modelos de Extensão RuralModelos de Extensão Rural Modelo ClássicoModelo Clássico: trabalhava sob a ótica na qual o
progresso técnico era visto como o único caminho para promover o desenvolvimento. O processo de modernização em si seria um fator de mudanças sociais, independentemente das estruturas sócio-econômicas e políticas existentes.
A extensão buscava a melhoria de vida da população rural por meio da difusão de tecnologias químico-mecânicas que aumentassem a produtividade das lavouras (FIGUEIREDO, 1984 ).
Modelo de Adoção Modelo de Adoção DifusionistaDifusionista: fundamentado no conceito de “capacidade de inovar” que era um processo mental por onde passava o indivíduo desde a primeira notícia da inovação até decidir adotá-la ou rejeitá-la (ROGERS,1971).
Modelos de Extensão RuralModelos de Extensão Rural
Modelo humanismo assistencialistaModelo humanismo assistencialista: caracterizado pela "preocupação" com a melhoria das condições de vida da população rural. Baseada no assistencialismo e a tutela que a Extensão Rural estabelecia na sua relação com a comunidade.
Problema: falsa generosidade fez das pessoas objetos do humanismo, mantendo a situação de opressão e impedindo a sua humanização (FREIRE, 2006).
Modelos de Extensão RuralModelos de Extensão Rural
Extensão Rural no BrasilExtensão Rural no Brasil Origem:1948 criação da Associação de
Crédito e Assistência Rural (ACAR)
Objetivo: Melhorar as condições de vida no campo por meio do aumento de produtividade das lavouras e educação da família rural. Os instrumentos de ação eram a assistência técnica e o crédito supervisionado.
Fases da Extensão Rural no Fases da Extensão Rural no Brasil Brasil Três momentos distintos, relacionados
à orientação filosófica e ao modelo operacional predominante
◦ 1) Humanismo assistencialista; ◦ 2) Difusionismo produtivista; ◦ 3) Humanismo crítico.
Fases da Extensão Rural no Fases da Extensão Rural no Brasil Brasil
Especificação Humanismo assistencialista
DifusionismoProdutivista
HumanismoCrítico
Prevalência 1948-1962 1963-1984 1985-atualPúblicoPreferencial
Pequenos Agricultores
Grandes e médiosAgricultores
Pequenos e médiosAgricultores
Unidade de trabalho Família Rural Produtor Rural Família Rural
Orientação pedagógica
"Ensinar a fazerfazendo" Difusionista Dialógica problematizadora
Papel do agente de extensão
Indutor de mudanças de comportamento
Elaborador de projetos de crédito rural
Catalisador de processos sociais
Tipo de Planejamento Vertical ascendente Vertical descendente Circular
Papel da tecnologia
Apenas subjacente: instrumento para melhorar as condições de vida da família rural
Finalístico: modernizar o processo produtivo aumentando a produtividade da terra e do trabalho
Essencial, mas dentro de padrões de equilíbrio ecológico, energético e social
Organização da população
Cria grupos de agricultores, donas de casa e jovens rurais
Não se preocupa com este tipo de ação
Estimula a organização e o associativismo rural autônomos
Tipo e uso do crédito rural
Supervisionado: cobre investimentos no lar e na propriedade (produtivos ou não)
Orientado; voltado para produtos com o fim de viabilizar tecnologias de uso intensivo de capital
Orientado: voltado preferencialmente para viabilizar "tecnologias apropriadas"
Os ExtensionistasOs Extensionistas Profissionais das ciências agrárias,
agrônomos, veterinários, zootecnistas e técnicos agrícolas das instituições de extensão rural oficiais responsáveis pela difusão dos programas de extensão rural.
Problema: muitas vezes, os “extensionistas” supõem a ilegitimidade do saber dos agricultores.
A visão de sociedade dos extensionistasA visão de sociedade dos extensionistas
FREIRE (2006) afirma que: O termo extensão encontra-se em relação
significativa com transmissão, entrega, mecanicismo, invasão cultural, manipulação.
Para grande parte dos extensionistas, o diálogo é inviável pois os resultados são lentos, duvidosos, demorados, enquanto outros dizem que, apesar dos resultados que o diálogo pudesse produzir, este não se concilia com a urgência do país em relação à necessidade de se estimular a produtividade.
A visão de sociedade dos extensionistasA visão de sociedade dos extensionistas
Há uma inegável descrença no homem simples; uma subestimação do seu poder de refletir, de sua capacidade de assumir o papel verdadeiro de quem procura conhecer; o de sujeito dessa procura.
Problemas: Considerar o caráter político da extensão rural como
instrumento de dominação do lado do poder. Outros a utilizam como instrumento de resistência e
contestação junto às camadas populares. Consequencia contradição de transformar o elemento
educacional em instrumento de dominação.
A visão de sociedade dos extensionistasA visão de sociedade dos extensionistas
Perspectivas:◦ mudanças efetivas na ação extensionista, de forma a
superar o enfoque produtivista de sua atuação e construir uma nova extensão rural comprometida com os ideais do desenvolvimento sustentável.
◦ Abandonar o estilo clássico-difusionista, refletindo a permanência da visão tradicional do desenvolvimento rural, apesar de apresentar no discurso oficial um compromisso com o desenvolvimento rural sustentável.
Papel dos novos extensionistasPapel dos novos extensionistas
A missão de não mais voltar-se apenas para o "agronegócio" e para as tarefas de natureza estritamente produtiva, mas também para a cidadania, o desenvolvimento sustentável, a participação;
Garantir acesso ao conhecimento, ao mercado e à livre organização;
O público prioritário, ou seja, o agricultor familiar; Os métodos não se limitam a técnicas de
comunicação, nem estas são o seu aspecto mais relevante.
Programa para a reduçãoda emissão dos gases doefeito estufa (GEE) naAgricultura
Metas:• Recuperação de Pastagens
Degradadas• iLPF• Sistema Plantio Direto• Fixação Biológica de Nitrogênio• Florestas Plantadas• Tratamento de Dejetos Animais
Consideração FinalConsideração Final"O principal desafio metodológico da
extensão hoje é o contraste entre a formação limitada e voltada para uma atividade fragmentária do zootecnista e a necessidade de que o extensionista seja um agente de desenvolvimento, parte de um amplo processo de mobilização social"