Modelos de Extensão Rural

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Aula 02: Aula 02: Extensão Rural no Brasil Extensão Rural no Brasil Prof. Deodoro Magno Brighenti Universidade Federal de São João del Rei Curso de Zootecnia Disciplina: Extensão Rural

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Aula 02:Aula 02:

Extensão Rural no BrasilExtensão Rural no Brasil

Prof. Deodoro Magno BrighentiUniversidade Federal de São João del Rei Curso de ZootecniaDisciplina: Extensão Rural

Extensão Rural no BrasilExtensão Rural no Brasil1. Os marcos iniciais da extensão rural

no Brasil2. Fases da extensão rural no Brasil3. A visão de sociedade dos

extensionistas4. O debate atual sobre a extensão rural

Os marcos iniciais da extensão Os marcos iniciais da extensão rural rural Origem:Formalizada em 1914 como

Serviço Cooperativo de Extensão Rural

Objetivo:Permitir à população rural americana, ausente dos colégios agrícolas, o acesso a conhecimentos úteis e práticos relacionados à agricultura, pecuária e economia doméstica.

Modelos de Extensão RuralModelos de Extensão Rural Modelo ClássicoModelo Clássico: trabalhava sob a ótica na qual o

progresso técnico era visto como o único caminho para promover o desenvolvimento. O processo de modernização em si seria um fator de mudanças sociais, independentemente das estruturas sócio-econômicas e políticas existentes.

A extensão buscava a melhoria de vida da população rural por meio da difusão de tecnologias químico-mecânicas que aumentassem a produtividade das lavouras (FIGUEIREDO, 1984 ).

Modelo de Adoção Modelo de Adoção DifusionistaDifusionista: fundamentado no conceito de “capacidade de inovar” que era um processo mental por onde passava o indivíduo desde a primeira notícia da inovação até decidir adotá-la ou rejeitá-la (ROGERS,1971).

Modelos de Extensão RuralModelos de Extensão Rural

Modelo humanismo assistencialistaModelo humanismo assistencialista: caracterizado pela "preocupação" com a melhoria das condições de vida da população rural. Baseada no assistencialismo e a tutela que a Extensão Rural estabelecia na sua relação com a comunidade.

Problema: falsa generosidade fez das pessoas objetos do humanismo, mantendo a situação de opressão e impedindo a sua humanização (FREIRE, 2006).

Modelos de Extensão RuralModelos de Extensão Rural

Extensão Rural no BrasilExtensão Rural no Brasil Origem:1948 criação da Associação de

Crédito e Assistência Rural (ACAR)

Objetivo: Melhorar as condições de vida no campo por meio do aumento de produtividade das lavouras e educação da família rural. Os instrumentos de ação eram a assistência técnica e o crédito supervisionado.

Fases da Extensão Rural no Fases da Extensão Rural no Brasil Brasil Três momentos distintos, relacionados

à orientação filosófica e ao modelo operacional predominante

◦ 1) Humanismo assistencialista; ◦ 2) Difusionismo produtivista; ◦ 3) Humanismo crítico.

Fases da Extensão Rural no Fases da Extensão Rural no Brasil Brasil

Especificação Humanismo assistencialista

DifusionismoProdutivista

HumanismoCrítico

Prevalência 1948-1962 1963-1984 1985-atualPúblicoPreferencial

Pequenos Agricultores

Grandes e médiosAgricultores

Pequenos e médiosAgricultores

Unidade de trabalho Família Rural Produtor Rural Família Rural

Orientação pedagógica

"Ensinar a fazerfazendo" Difusionista Dialógica problematizadora

Papel do agente de extensão

Indutor de mudanças de comportamento

Elaborador de projetos de crédito rural

Catalisador de processos sociais

Tipo de Planejamento Vertical ascendente Vertical descendente Circular

Papel da tecnologia

Apenas subjacente: instrumento para melhorar as condições de vida da família rural

Finalístico: modernizar o processo produtivo aumentando a produtividade da terra e do trabalho

Essencial, mas dentro de padrões de equilíbrio ecológico, energético e social

Organização da população

Cria grupos de agricultores, donas de casa e jovens rurais

Não se preocupa com este tipo de ação

Estimula a organização e o associativismo rural autônomos

Tipo e uso do crédito rural

Supervisionado: cobre investimentos no lar e na propriedade (produtivos ou não)

Orientado; voltado para produtos com o fim de viabilizar tecnologias de uso intensivo de capital

Orientado: voltado preferencialmente para viabilizar "tecnologias apropriadas"

Os ExtensionistasOs Extensionistas Profissionais das ciências agrárias,

agrônomos, veterinários, zootecnistas e técnicos agrícolas das instituições de extensão rural oficiais responsáveis pela difusão dos programas de extensão rural.

Problema: muitas vezes, os “extensionistas” supõem a ilegitimidade do saber dos agricultores.

A visão de sociedade dos extensionistasA visão de sociedade dos extensionistas

FREIRE (2006) afirma que: O termo extensão encontra-se em relação

significativa com transmissão, entrega, mecanicismo, invasão cultural, manipulação.

Para grande parte dos extensionistas, o diálogo é inviável pois os resultados são lentos, duvidosos, demorados, enquanto outros dizem que, apesar dos resultados que o diálogo pudesse produzir, este não se concilia com a urgência do país em relação à necessidade de se estimular a produtividade.

A visão de sociedade dos extensionistasA visão de sociedade dos extensionistas

Há uma inegável descrença no homem simples; uma subestimação do seu poder de refletir, de sua capacidade de assumir o papel verdadeiro de quem procura conhecer; o de sujeito dessa procura.

Problemas: Considerar o caráter político da extensão rural como

instrumento de dominação do lado do poder. Outros a utilizam como instrumento de resistência e

contestação junto às camadas populares. Consequencia contradição de transformar o elemento

educacional em instrumento de dominação.

A visão de sociedade dos extensionistasA visão de sociedade dos extensionistas

Perspectivas:◦ mudanças efetivas na ação extensionista, de forma a

superar o enfoque produtivista de sua atuação e construir uma nova extensão rural comprometida com os ideais do desenvolvimento sustentável.

◦ Abandonar o estilo clássico-difusionista, refletindo a permanência da visão tradicional do desenvolvimento rural, apesar de apresentar no discurso oficial um compromisso com o desenvolvimento rural sustentável.

Papel dos novos extensionistasPapel dos novos extensionistas

A missão de não mais voltar-se apenas para o "agronegócio" e para as tarefas de natureza estritamente produtiva, mas também para a cidadania, o desenvolvimento sustentável, a participação;

Garantir acesso ao conhecimento, ao mercado e à livre organização;

O público prioritário, ou seja, o agricultor familiar; Os métodos não se limitam a técnicas de

comunicação, nem estas são o seu aspecto mais relevante.

Programa para a reduçãoda emissão dos gases doefeito estufa (GEE) naAgricultura

Metas:• Recuperação de Pastagens

Degradadas• iLPF• Sistema Plantio Direto• Fixação Biológica de Nitrogênio• Florestas Plantadas• Tratamento de Dejetos Animais

Consideração FinalConsideração Final"O principal desafio metodológico da

extensão hoje é o contraste entre a formação limitada e voltada para uma atividade fragmentária do zootecnista e a necessidade de que o extensionista seja um agente de desenvolvimento, parte de um amplo processo de mobilização social"