Post on 05-Feb-2023
Logística Hospitalar: Estoque de Farmácia
JOSIAM DE PAULA BRANDOLIM S. DA SILVA (jobrandolim@hotmail.com)
LUIS HENRIQUE MANCIO DE CAMARGO (luhecamargo@hotmail.com)
MARIA LUÍSA R. DOS SANTOS (maria.santos7648@terra.com.br)
ODETE ALINE APARECIDA RAMOS (aline_ramos2009@hotmail.com)
SIRLENE LOPES MONTEIRO DA SILVA (sirlenelms@hotmail.com)
CENTRO UNIVERSITÁRIO NOSSA SENHORA DO PATROCÍNIO FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS
CURSO DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA
Resumo: Atualmente no setor da saúde, principalmente em hospitais, os recursos estão cada vez mais escassos, obrigando aos gestores desses estabelecimentos uma busca por metodologias novas de controle, sendo que os insumos hospitalares e os medicamentos estocados nas farmácias possuem um custo elevado. Este artigo tem por objetivo apresentar e discutir a gestão e o controle de estoques em uma farmácia hospitalar, cuja eficiência operacional depende de um sistema de gestão e controle de estoques bem estruturados, sendo possível identificar faltas de medicamentos em estoque, bem como eliminar os seus excessos e que ainda o gerenciamento possa melhorar a situação econômica do estabelecimento, e principalmente possa prestar ao atendimento das necessidades sociais de seus consumidores. Para entender melhor a dinâmica destes sistemas são apresentados conceitos de farmácia hospitalar, sistemas de estoques, classificação ABC, além da importância de um descarte adequado e consciente de medicamentos.
Palavras Chave: Estoque de farmácia; medicamentos; logística hospitalar.
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1 INTRODUÇÃO
Este artigo tem por objetivo geral observar e apontar a forma adequada do
abastecimento do estoque de medicamentos em uma farmácia hospitalar. Nesse
sentido pretende-se demonstrar que é fundamental a eficiência operacional em um
sistema de gestão e controle de estoques, haja vista que o objetivo primordial de um
hospital é restabelecer e preservar a saúde das pessoas que o procuram.
A administração de materiais em qualquer empresa é uma área especializada
cuja finalidade é fazer chegar o material certo para a necessidade certa no exato
momento em que ela for necessária. Quando esta administração de materiais é
referente a materiais hospitalares, planejar, controlar e organizar as necessidades é
ainda mais fundamental, pois em geral os materiais devem ficar disponíveis em
níveis adequados, evitar faltas e excessos que comprometam o capital de giro e
ainda resultar em medicamentos com prazos de validade vencidos. Nestes casos de
empresas voltadas para a área de saúde o cuidado deverá ser ainda maior, uma vez
que a falta poderá colocar em risco vidas humanas.
O controle de estoque exerce influencia muito grande na rentabilidade da
empresa. Os estoques absorvem capital que poderia estar sendo investido de outras
maneiras, desviam fundos de outros usos potencias e têm o mesmo custo de capital
que qualquer outro projeto de investimento da empresa. (CHING, 2007, p.32).
O objetivo principal do gerenciamento de estoques é a redução de custos
gerados pelo mesmo utilizando-se de técnicas adequadas ao invés da deterioração
da qualidade do serviço publico.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 História da farmácia hospitalar
Para se falar de Farmácia Hospitalar é preciso primeiro conhecer um pouco
do seu histórico, pois assim será possível compreender melhor o que está ocorrendo
no Brasil de hoje e o que provavelmente acontecerá no futuro. A primeira farmácia
hospitalar que se tem registro data de 1752 em um hospital da Pensilvânia (EUA),
na qual foi apresentada a primeira proposta de padronização de medicamentos. No
Brasil, as farmácias hospitalares mais antigas foram instaladas nas Santas Casas de
Misericórdia e Hospitais Militares, É relevante destacar o Professor José Sylvio
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Cimino, que dirigiu o Serviço de Farmácia do Hospital das Clínicas da Universidade
de São Paulo, como um dos baluartes da farmácia hospitalar brasileira, cujo trabalho
contribuiu efetivamente para o desenvolvimento da assistência farmacêutica
hospitalar.
Segundo CIMINO (2009, p.277) É a unidade tecnicamente aparelhada para
prover clinicas e demais serviços dos medicamentos e produtos de que necessitam
para o bom funcionamento.
Com a industrialização do medicamento, surgindo assim o fármaco pronto
para uso, houve uma crise na profissão farmacêutica, atingindo de forma parecida o
farmacêutico de hospital. Esse profissional praticamente desapareceu dos hospitais,
só permanecendo nas instituições de grande porte.
Em alguns países desenvolvidos a saída para esta crise foi o retorno do
farmacêutico para o hospital, ou seja, o farmacêutico passou a ser
um especialista em medicamentos, recuperando a relação médico-farmacêutico e
farmacêutico-paciente. A sua principal arma ou habilidade passou a ser a
informação.
Em 1965 surgiu nos EUA a farmácia clínica, que tem como meta principal o
uso racional dos medicamentos. O farmacêutico, além das suas atribuições junto
aos medicamentos, passa a ter atividades clínicas voltadas para o paciente.
Em 1975 a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) introduziu no
currículo do curso de farmácia a disciplina Farmácia Hospitalar, tornando-se mais
tarde uma realidade em diversas universidades. Além disso, em 1980 foi implantado
o curso de pós-graduação em Farmácia Hospitalar na Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ).
Já em 1995 foi criada a Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar
(SBRAFH), contribuindo intensamente para a dinamização da profissão e para o
desenvolvimento da produção técnico-científica nas áreas de assistência
farmacêutica hospitalar.
Em nações subdesenvolvidas como o Brasil a saída para a crise da profissão
foi à busca de novos caminhos de atuação, dando ênfase principalmente às análises
clínicas. As consequências deste fato foram bastante danosas para o país e para a
profissão farmacêutica, pois a questão do medicamento ficou aleijada. Atualmente,
embora o Brasil seja uma das dez maiores economias do mundo, o quarto mercado
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farmacêutico em vendas, com uma flora medicinal riquíssima, importa a maioria dos
medicamentos que consome.
Nesse momento, vivemos uma fase clínico-assistencial da farmácia
hospitalar, como expressa o conceito da SBRAFH: “unidade clínica, administrativa e
econômica, dirigida por profissional farmacêutico, ligada, hierarquicamente, à
direção do hospital e integrada funcionalmente com as demais unidades de
assistência ao paciente”. A atuação da farmácia hospitalar se preocupa com os
resultados da assistência prestada ao paciente e não apenas com a provisão de
produtos e serviços. Como unidade clínica, o foco de sua atenção deve estar no
paciente, nas suas necessidades e no medicamento, como instrumento.
2.1.1 Objetivos da farmácia hospitalar
Os objetivos de uma farmácia hospitalar é visar o alcance e eficiência na
assistência ao paciente e integração às demais atividades desenvolvidas no
ambiente hospitalar. Para atingir seus objetivos, a farmácia deve contar com um
sistema eficiente de informações, dispor de sistema de controle e manipular
corretamente os fatores de custo. É essencial, também, o planejamento e
gerenciamento adequado do serviço.
Dentro de um hospital, as questões referentes ao gerenciamento dos
medicamentos e a forma como estes são distribuídos entre seus vários setores
(postos de enfermagem, centro de tratamento intensivo, centro cirúrgico) nos dizem
muito em relação à qualidade da prestação deste serviço pela farmácia (FREITAS,
2004).
2.2 Estoque
As mercadorias, produtos , quantidades de matérias-primas, suprimentos que
estão em processo de produção (inacabados) ou estocagem (produtos finais), são
denominados como estoque . Quando se fala em estoque, lembra-se de armazéns,
pátios, chão de fábrica entre outros e, este por sua vez, é usado principalmente em
logística. Gestão de estoques é um conceito presente em todo tipo de organização,
assim como na vida das pessoas. Sua história tem sido construída desde o inicio da
sociedade, utilizando estoques de variadas formas e recursos. Constituí-se no
principal critério de avaliação de eficiência do sistema de administração de materiais.
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Nas organizações o cuidado com o estoque é muito importante, pois seu
excesso representa custos operacionais empatados, por outro lado níveis baixos de
estoque originam perdas e custos elevados pela falta de produtos. Pode -se resumir
que os estoques servem como reguladores, encontrar o ponto chave neste trade-off
é de grande valia, pois trará empresa estabilidade.
2.2.1 Tipos de estoque
Estoques no canal;
Estoque para fins de especulação;
Natureza regular ou cíclica;
Estoque de segurança;
Estoque obsoleto, morto ou evaporado.
2.2.2 Vantagens do estoque
Redução do preço unitário;
Estoque de segurança, assegurar o consumo regular em caso de produção irregular;
Economizar nos custos com o transporte;
Prevenção contra atrasos nas entregas.
2.2.3 Desvantagens do estoque
Alguns produtos não podem ser estocados ou somente poderão ser mantidos por
um curto prazo;
Perda no caso do produto não for vendido, imobilizando o capital;
Ruptura , ocasiona vendas perdidas e até mesmo perda de clientes.
2.2.4 Custos
Para a política de estoque três classes são importantes: os custos de
manutenção, de aquisição e de falta de estoques, esses determinam a quantidade
do pedido para reposição no estoque .
Os custos de manutenção de estoque refere-se à quantidade armazenada e
ao tempo que a mercadoria fica no estoque. A manutenção de estoques geram
custos adicionais e estes refletem nos custos operacionais, no entanto este fato
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pode representar um aspecto positivo deste processo, ou seja, ele compensa os
custos de manutenção.
Para BALLOU (2006, p. 273) existem cinco motivos para reduzir os
custos. O primeiro é a existencia de estoque que proporciona economias
consideradas, pois permite que a produção seja mais equilibradas e
prolongadas, funcionando assim como um pulmão entre duas variáveis.
Segundo, o estoque também incentiva as economias de compras e
transportes, dado que o custo da manutenção do excesso de estoque é
compensado pela redução de preços obtidos. Terceiro, a compra
antecipada de produtos representa preços baixos, mas comprar em
quantidades maiores acarreta estoques maiores. Contudo, se houver alta
dos preços no futuro, um estoque maior é justificável. Quarto, a volubilidade
dos prazos da produção e transporte de mercadorias pode provocar
incertezas sobre os custos operacionais e sobre o nível do serviço ao
cliente. Em quinto, choques não planejados e não antecipados afetam o
sistema logístico.
Custos de aquisição de mercadorias estão relacionadas a reposição dos
estoques, e quando essa reposição é solicitada gera uma variedade de custos.
Custos de aquisição inclui preços , ou custo de fabricação, processamento do
pedido, retirada do estabelecimento até seu destino final, entre outros.
Os custos de falta de estoque é quando o pedido do cliente não pode ser
atendido, pois o estoque existente não é suficiente para suprir à necessidade . Ele
origina outros dois custos: custo de venda de pedido e o de pedidos atrasados.
2.2.5 Critérios de avaliação de estoques
Podemos considerar quatro critérios utilizados, sendo eles:
Custo Padrão (Standard Cost);
UEPS (último a entrar, primeiro a sair);
Preço médio ponderado;
PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair) ou FIFO (first-in, first- uot).
2.2.5.1 Peps
Neste critério as primeiras mercadorias que entrarem no estoque, serão
aquelas que serão utilizadas primeiro. O estoque apresenta uma relação bastante
expressiva com o custo de reposição, adotando este método, o efeito da oscilação
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dos preços sobre os resultados é expressivo e as saídas são confrontadas com os
custos mais antigos.
2.2.5.2 Ueps
Conhecido como LIFO (last-in first-out) é utilizado para avaliar estoques, o
custo do estoque é representado de forma que as unidades últimas a entrar, sejam
as primeiras unidades vendidas , ou seja, primeiro a sair.
Esse método não é muito utilizado nas organizações, pois a empresa poderá
ter sérios prejuízos. Por exemplo: produtos perecíveis, estes possuem válidades e,
de acordo com o método, quando a empresa for vender os que entrarem primeiro
poderam estar vencidos.
2.2.5.3 Preço médio ponderado
É usado em empresas, onde seus estoques tenham um controle permanente,
e que em cada aquisição, o seu preço médio é atualizado pelo método do custo
médio ponderado (Ferreira, 2007, p. 32).
2.2.5.4 Custo padrão
Método de custeio onde tanto as entradas de estoque, quanto as saídas são
apropriadas ao custo padrão estabelecido pela empresa, ou seja, é aquele que foi
utilizado na construção do planejamento orçamentário anual.
2.3 Segmentos do gerenciamento de estoques de materias
O gerenciamento de materiais visa satisfazer as necessidades assistenciais
do hospital, sendo responsável pela coordenação e conciliação dos interesses dos
profissionais de saúde, da área econômico-financeira e dos fornecedores. Para isto
o gerenciamento deve contar com os seguintes segmentos: normalização, controle,
aquisição e armazenamento.
2.3.1 Normalização de materiais
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As técnicas de normalização são assistenciais para um efetivo planejamento
e controle dos materiais utilizados no hospital. Sendo, portanto, um dos elos entre a
equipe de saúde e a farmácia.
2.3.2 Padronização
A seleção de medicamentos é um processo dinâmico, contínuo,
multidisciplinar e participativo. A padronização visa a selecionar os medicamentos e
materiais médico-hospitalares a serem utilizados na instituição.
A padronização facilita os processos de aquisição, armazenamento, distribuição e
controle de estoque, pois reduz a quantidade de itens.
2.3.3 Controle de Estoque
A informação em rede entre as unidades de saúde e o almoxarifado é
essencial para o bom controle de estoque.
O controle de estoque é fundamental para a garantia da qualidade do ciclo
logístico da Assistência Farmacêutica:
Tabela 1 Subsidiar as atividades da Assistência Farmacêutica na programação, aquisição e
distribuição.
Assegurar o suprimento, garantindo a regularidade do abastecimento.
Estabelecer quantidades necessárias e evitar perdas.
Ter procedimentos operacionais da rotina (procedimentos operacionais padrão) por
escrito.
Ter registros de movimentação de estoque.
Manter controle e arquivo dos dados organizados e atualizados.
Fonte: o autor
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2.3.4 Elementos de Previsão de Estoque
Para manter um dimensionamento correto dos estoques que atendam às
necessidades, com regularidade no abastecimento, recomenda-se a utilização dos
seguintes instrumentos:
Tabela 1
Consumo médio mensal (CMM) – é a soma do consumo de medicamentos
utilizados em determinado período de tempo dividido pelo número de meses da sua
utilização. Quanto maior o período de coleta de dados, maior a segurança nos
resultados. Saídas por empréstimo devem ser desconsideradas.
Estoque mínimo (EMI) – é a quantidade mínima a ser mantida em estoque para
atender o CMM, em determinado período de tempo, enquanto se processa o pedido
de compra, considerando-se o tempo de reposição de cada produto.
Estoque máximo (EMX) – é a quantidade máxima que deverá ser mantida em
estoque, que corresponde ao estoque de reserva, mas a quantidade de reposição.
Tempo de reposição (TR) – é o tempo decorrido entre a solicitação da compra e a
entrega do produto, considerando a disponibilidade para a dispensação do
medicamento. Os novos pedidos são feitos quando se atinge o Ponto de
Requisição.
Ponto de reposição (PR) – é a quantidade existente no estoque, que determina a
emissão de um novo pedido.
Quantidade de reposição (QR) – é a quantidade de reposição de medicamentos
que depende da periodicidade da aquisição.
Fonte: o autor
QR = (CMM x TR + EMI) – EA EA = estoque atual
2.3.5 Inventário
O inventário é um instrumento que a administração utiliza para confrontar o
estoque registrado em ficha ou computador com o estoque real ou físico. Os
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inventários podem ser classificados como permanentes, periódicos ou rotativos.
Ainda é comum no Brasil a realização de inventários periódicos anuais, apurando
todas as discrepâncias no final do encerramento do ano fiscal em dezembro.
Uma farmácia hospitalar que trabalha com sistema de distribuição por doses
individualizadas ou unitárias, não deve fazer inventários anuais, pois as divergências
de estoques que normalmente acontecem, serão descobertas tardiamente
dificultando a apuração das causas em tempo hábil.
É aconselhável fazer inventario utilizando-se da classificação ABC, e incluir
medicamentos que interessam a administração, utilizando sobre estes um controle
mais rigoroso.
A administração deve planejar com antecedência que tipo de inventario a
farmácia ira utilizar, e resolver também, o que será feito com as divergências de
estoque que são possíveis e esperadas, dentro de um limite, de um inventario.
2.3.6 Técnicas de gestão de estoques mais adotadas
Existem varias formas de controlar a quantidade em inventario de modo a
atender os requisitos de nível de serviço e ao mesmo tempo minimizar o custo de
manutenção do estoque (BALLOU 1993).
2.4 Classificação ABC
A meta da administração dos estoques é garantir a disponibilidade suficiente
de estoques para suprir as operações, ao mesmo tempo em que mantém nos níveis
mais baixos possíveis os custos de encomenda e recebimento, de estocagem, de
falta de estoque e os de obsolescência.
A preocupação com a logística hospitalar vem crescendo muito, pois dela
depende, entre outros setores, o abastecimento de todos os pontos de distribuição
de medicamentos e materiais médico-hospitalares dentro do hospital, independente
do valor. Como cada grupo de medicamentos tem determinadas peculiaridades
gerenciais (preço, consumo, como giro, prazos de entrega) é importante que se
organizem os produtos em grupos que obtenham características gerenciais
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parecidas. Esta padronização e separação possibilitam a uma atenção maior para
cada grupo de medicamentos e podem ser feitas segundo a classificação ABC.
A classificação ABC permite identificar aqueles itens que justificam atenção e
tratamento adequado quanto à sua administração, já que alguns itens podem ter
grande quantidade física, porém com baixa representatividade financeira, por serem
individualmente de baixo valor dentro do conjunto do estoque, outros itens,
entretanto, ao contrário, isto é, possuem pequena quantidade física, porém com alta
representatividade financeira, por serem individualmente de grande valor dentro do
conjunto do estoque. O método ABC torna-se uma ferramenta gerencial bastante
eficaz e simples para a classificação dos itens componentes do estoque,
principalmente no que diz respeito a sua importância financeira.
A classificação ABC, segundo Dias (2005), tem sido utilizada não somente
para administração de estoques, mas também para a definição de políticas de
vendas, estabelecimento para a programação da produção e outros problemas
relativos a cada organização.
Compreende-se que essa classificação torna-se uma ferramenta de suma
importância para o administrador, na qual permite classificar e estudar de forma
geral as minorias mais significativas. Por exemplo: os clientes importantes de um
banco; os produtos mais significativos dentro do portfólio de produtos de uma
empresa; os clientes mais representativos dentro do faturamento de uma empresa;
os maiores salários de uma organização etc.
Arnold (2002), afirma que o princípio da classificação ABC baseia-se na
observação de que um pequeno número de itens normalmente envolve os
resultados obtidos em qualquer situação. Segundo ele:
Essa observação foi feita pela primeira vez por um economista italiano,
Vilfredo Pareto, e se chama lei de Pareto. Aplicada à administração de
estoques, observa-se geralmente que a relação entre a porcentagem de
itens e a porcentagem da utilização anual em valores monetários segue um
padrão em que, cerca de 20% dos itens correspondem a aproximadamente
80% da utilização em valores monetários; cerca de 30% dos itens
correspondem a aproximadamente 15% da utilização em valores
monetários; e cerca de 50% dos itens correspondem a aproximadamente
5% da utilização em valores monetários (ARNOLD, 2002, p.284).
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Figura 1 – Classificação ABC
Fonte: o autor
Para Dias (2005), entretanto, as porcentagens utilizadas em qualquer controle
de estoque com relação à adoção da classificação ABC são aproximadas e não
devem ser tidas como absolutas, pois podem variar de acordo com os produtos
armazenados ou a critério da diretoria da organização. A uniformidade dos dados
coletados para a montagem da classificação ABC é essencial para a obtenção de
conclusões e ações que devem ser tomadas com base no resultado obtido por meio
da classificação ABC.
O sistema de controle de estoque de medicamentos adequado para uma
farmácia hospitalar deve levar em consideração, no mínimo, a discriminação dos
diferentes itens estocados, de maneira que se possa aplicar um grau de controle
adequado à importância de cada item no conjunto do estoque. Faz-se necessário
investir em um sistema de processamento de informações que possa lidar com seus
conjuntos particulares de circunstâncias de controle de estoque, pois encontrar
fórmulas para controlar estoques sem afetar o crescimento dos custos é um dos
grandes desafios que os empresários estão encontrando nessa época de escassez
de recursos.
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2.4.1 Estocagem de medicamentos
Estocar e administrar um almoxarifado de medicamentos não é como estocar
ou administrar qualquer outro tipo de produto. Requer cuidado, conhecimento e
experiência para o trabalho proposto. A legislação específica pela guarda dos
medicamentos, deve ser exercida por um farmacêutico, o mesmo deve receber de
seus superiores toda a assistência necessária para um trabalho eficiente, garantindo
desta forma a estocagem e manuseio seguro dos medicamentos.
Os mesmos cuidados devem ter no armazenamento desses medicamentos
ainda nos laboratório de desenvolvimento, no percurso de transportes (ser
transportado de forma correta, conforme necessidade de transporte) até a
distribuição às redes hospitalares.
Desta forma, as condições de estocagem, distribuição e transporte
desempenham papel importante para assegurar os padrões de qualidade dos
medicamentos. Eles devem ser armazenados em lugares específicos, de acordo
com a classificação dos tipos de cada medicamento, por exemplo, medicamentos
imunobiológicos (vacinas e soros) devem ser estocados em equipamentos
frigoríficos, constituídos de refrigeradores, freezers e câmaras frias, respeitando as
temperaturas de cada medicamento, além de ser evitado ao máximo, a exposição
desses produtos a qualquer tipo de luz.
Já para os medicamentos termolábeis, que não podem sofrer variações
excessivas de temperatura, o local de estocagem deve manter uma temperatura
constante próximo aos 20ºC.
É importante que todo o pessoal do almoxarifado, deve estar familiarizado
com as técnicas de estocagens desses produtos, para poder atender qualquer tipo
de emergência, consequente a uma eventual corte de energia elétrica ou defeito no
sistema de refrigeração, podendo comprometer os produtos estocados. Todos os
equipamentos devem possuir um sistema de alarme confiável que indique
prontamente qualquer tipo de anormalidade em seu funcionamento.
A área de estocagem dos medicamentos controlados deve ser considerada
de segurança máxima. Esses medicamentos precisam estar em área isolada dos
demais, somente tendo acesso o pessoal autorizado, farmacêutico responsável pelo
almoxarifado. Os registros de entrada e saída desses medicamentos devem ser
feitos conforme determina a legislação sanitária específica.
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A estocagem também pode ser feita em estantes, armários, prateleiras ou
estrados, onde deve permitir a fácil visualização para a identificação, quanto ao
nome do produto, seu número de lote e principalmente o prazo de validade.
Os medicamentos com prazo de validade vencido, devem ser baixados do
estoque e destruídos, com registro justificado por escrito pelo farmacêutico
responsável, obedecendo o disposto na legislação vigente.
Toda e qualquer área destinada a estocagem de medicamentos deve permitir
a preservação das suas condições de uso, como livres de pó, lixo, roedores, aves,
insetos e quaisquer outros animais, e para facilitar a limpeza e circulação de
pessoas, os medicamentos devem ser estocados à distancia mínima de 1 (um)
metro da parede. A movimentação de pessoas, escadas e veículos internos, nesses
locais deve ser cuidadosa para não causar avarias, comprometimento e/ou perda de
medicamentos.
Além da estocagem correta dos medicamentos, as farmácias hospitalares
devem adotar algumas estratégias para assegurar a aquisição de medicamentos
com qualidade, eficazes e seguros, como exigir aos laboratórios industriais,
fabricantes de medicamentos a apresentação da cópia da autorização de
funcionamento expedida pelo ministério da Saúde, exigência da Lei nº 6.360, de 23
de setembro de 1976, do Decreto nº 79.094, de 5 de janeiro de 1997, Portaria nº
2.814, de 29 de maio de 1998, republicada em 18 de novembro de 1998, e a
portaria nº801, de 7 de outubro de 1998.
Exigir das distribuidoras a autorização de funcionamento, emitida pela
Secretaria da Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, e o credenciamento pelos
fabricantes dos produtos que vendem e exigir ainda a todos os fornecedores a
numeração dos lotes na nota fiscal de venda.
No ato do recebimento dos medicamentos deve ser examinada quanto a sua
documentação e fisicamente inspecionada, e para que sejam verificadas suas
condições de entrega, quantidades entregues conforme solicitado para não
comprometer a falta do medicamento para o paciente, embalagens violadas,
medicamentos danificados.
Os lotes que forem submetidos à amostragem ou julgados passiveis de
análise, devem ser conservados em quarentena, até liberação do Controle de
Qualidade.
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Segundo o código de defesa do consumidor,(Lei nº 8.078/90) artigo 14 a lei
estabelece que: “O fornecedor de serviços responde, independentemente da
existência de culpa, pela reparação de danos causados aos consumidores por
defeitos relativos à prestação de serviços, bem como por informações insuficientes
ou inadequadas sobre a fruição e riscos.” (GOMES, REIS. p.380).
Por tanto, o trabalho de todos os profissionais envolvidos, desde manipulação
dos medicamentos, Controle de Qualidade, transportes, recebimento, estocagem de
medicamentos, tanto no seu manuseio, como o controle, devem assegurar
comprometimento, profissionalismo, em suas atividades desenvolvidas, pois se os
medicamentos tem o seu estado normal alterado, tornam-se inativos ou nocivos à
saúde das pessoas, o manuseio e armazenagem correta pode significar a diferença
entre a saúde e a doença, e em casos extremos, entre a vida e a morte.
2.4.2 Descarte de medicamentos/ vencimentos em estoque
Em um hospital, seja ele público ou privado, a administração de estoque dos
medicamentos e suas formas de distribuição dizem muito em relação à qualidade da
prestação de serviços pela farmácia. Um ponto importante é o destino do descarte
dos medicamentos com seus prazos de validade vencidos e suas consequências
para o meio ambiente. No Brasil, o descarte correto dos resíduos sólidos de origem
farmacêutica é normatizado tanto pelo Ministério da Saúde, quando pelo do Meio
Ambiente, que devem fornecer instrumentos para que os envolvidos em atividades
que geram resíduos desta natureza possam dar a disposição final adequada.
O descarte incorreto ou o reuso indevido de sobras de remédios pode causar
reações diversas graves, intoxicações, entre outros problemas. Causando também
contaminação da água, do solo e de animais quando descartado em lugar errado.
Conforme dados do Instituto Brasileiro de Defesa dos Usuários de Medicamentos
(IDUM), cerca de 20% dos medicamentos são descartados em locais proibidos como
em lixo comum ou em vaso sanitário ocasionando o envenenamento e intoxicação
em comparação ao contato com produtos químicos.
No caso de medicamentos de tarja preta - que têm uso controlado e podem
causar dependência-, a coleta é responsabilidade da Vigilância Sanitária. A farmácia
tem de notificar a Vigilância que determinado produto está com a validade vencida.
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A própria Vigilância deve dar baixa no registro do medicamento, recolhê-lo e
encaminhá-lo para incineração. Há brechas na legislação que permite que cada
estabelecimento tome uma atitude diferente, porém alguns hospitais e farmácias já
estão preocupados para onde encaminhar os medicamentos vencidos. Mas muitos
deles jogam no lixo que fica exposto nas ruas.
Facilitando a atuação de “gangues” que podem recolher os produtos intactos
no lixo e colocar de volta no mercado. Deveria ser obrigatório que os
estabelecimentos destruíssem os medicamentos antes que fossem transportados
(descartados).
Atualmente, não existe uma regulamentação que indique qual a melhor forma
de descartar remédios, vencidos ou já usados, embalagens e cortantes como
agulhas, ampolas, vidros de xarope, frascos e bisnagas, no lixo de casa. Parece
uma questão simples, mas o medicamento pode contaminar o resto dos resíduos
comuns jogados na lixeira e comprometer a reciclagem correta.
Os descarte de resíduos de medicamentos são realizadas através da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Esta é uma agência reguladora
e foi criado pela Lei nº 9.782. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária tem a
obrigação de proteger e promover a saúde da população garantindo a segurança
sanitária de produtos e serviços.
Segundo o artigo 93, da Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº. 44/2009
Dispões sobre boas práticas em farmácias e drogarias.
“Fica permitido às farmácias e drogarias participar de programa de coleta de
medicamentos a serem descartados pela comunidade, considerando os princípios
da biossegurança de empregar medidas técnicas, administrativas e normativas para
prevenir acidentes, preservando a saúde pública e o meio ambiente.”
Com base nesse artigo é estabelecida a população e também em hospitais e
farmácias o retorno de medicamentos não utilizados e fora da validade, foi criado
sistema papa – pílula, encontrada em locais específicos como em farmácias e em
hospitais com grande movimentação de medicamentos.
Ministrado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Existe
hoje muita dificuldade para que as pessoas descartem corretamente os
medicamentos restantes de tratamentos ou que estejam com a data de validade
vencida.
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Há poucos estabelecimentos especializados em seu recolhimento e destinação
e também poucos sabem sobre a melhor forma de elimina-los.
A destinação correta dos medicamentos vencidos ou não utilizados é a
incineração, que deve ficar a cargo de uma empresa com licença ambiental para
esse fim, por estar em jogo produtos que contem em sua formulação substâncias
química, esse tipo de medicamento devem ser tirados das prateleiras e separa-los
em caixa lacradas, em locais de difícil acesso.
O apoio da prefeitura na realização das coletas de materiais hospitalares
sejam eles medicamentos ou materiais com resíduos biológicos são de extrema
importância para o bom andamento de todo o processo de descarte.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo procurou analisar diferentes aspectos da logística de
abastecimento de uma farmácia hospitalar. Foram apresentadas características com
relação à logística de abastecimento de medicamentos
Neste estudo, fica evidente a necessidade de se adotar um sistema com o
qual se possam adquirir maiores conhecimentos sobre o comportamento dinâmico
dos processos de gerenciamento e abastecimento de estoque no dia-a-dia de uma
organização hospitalar. Mediante esse sistema, será possível determinar com maior
precisão e segurança a estrutura mais adequada no caso do abastecimento de
medicamentos em farmácias hospitalares.
Nota-se que, hoje em dia, as farmácias hospitalares são obrigadas a trabalhar
com estoques altos que abrigam uma grande diversidade de produtos que dificultam
o planejamento de seu ressuprimento. Por conseqüência, o custo total associado
aos medicamentos representa um valor significativo nos orçamentos dos hospitais.
E aliado a isso, tem-se que muitas vezes o controle e a tomada de decisão
são feitos sem o uso de sistemas informatizados específicos de suporte à decisão.
Outro fator importante a ser analisado, é a conscientização para que haja o
descarte correto de medicamentos restantes de tratamentos ou que estejam com a
data de validade vencida. A falta de estabelecimentos especializados em seu
recolhimento com licença ambiental pode comprometer a eficiência do sistema de
descarte de medicamentos.
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No entanto, a gestão de estoques em farmácias hospitalares vem passando,
nos últimos anos, por profundas transformações. Sabe-se que, planejar e controlar
custos são mecanismos que podem garantir a sobrevivência das instituições
hospitalares.
Para isso, existem diferentes técnicas de gestão de estoques que podem ser
adaptadas às novas necessidades das farmácias hospitalares, buscando a
otimização do controle dos itens dos estoques.
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