2015 1 Farmácia Psi - A1 - História da Psicologia
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Faculdade de Saúde Ibituruna – FASICurso de Graduação em Farmácia
4o período
História da Psicologia
Aula 1
BOCK, Ana M. B.; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria L. T. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Saraiva, 2009. Cap. 2.
Marco científico inicial
1879 William Wundt Laboratório de Psicologia
Experimental Leipzig, Alemanha
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Definição
Psyché: alma Logos: razão Hoje não se concebe o mundo psíquico
como sinônimo de alma, mas se estudam os registros simbólicos e emocionados das construções e vivências no mundo material e social.
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Grécia Antiga
Não havia Psicologia, mas já havia uma preocupação com a alma humana.
A alma (ou espírito) era concebida como parte imaterial do ser humano, abarcando os sentimentos de amor e ódio, a irracionalidade, o desejo, a sensação e a percepção, que era a definidora da relação do homem com o mundo.
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Grécia Antiga
Sócrates (469-399 a.C.): preocupação com o limite que separa o ser humano dos animais (razão)
Platão (427-347 a.C.): buscava definir um lugar para a razão em nosso próprio corpo (cabeça)
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Grécia Antiga
Aristóteles (384-322 a.C.): corpo e alma não se dissociam; a psyché é o princípio ativo da vida: alma vegetativa (alimentação e
reprodução; vegetais) sensitiva (percepção e movimento;
animais) racional (função pensante)
De Anima: primeiro tratado das ideias psicológicas
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Império Romano e Idade Média
Cristianismo: força religiosa e política dominante, com a Igreja Católica monopolizando o poder econômico e político, e o saber
Santo Agostinho (354-430): alma imortal, como manifestação divina no homem [Platão]
São Tomás de Aquino (1225-1274): o ser humano busca, em sua essência, a perfeição por meio de sua existência, somente reunida por Deus [Aristóteles]
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Renascimento A descoberta de novas terras e a acumulação
de riquezas pelas nações em formação (França, Itália, Espanha, Inglaterra) traz o processo de valorização do homem.
1543: Copérnico e o heliocentrismo 1610: Galileu e a queda dos corpos Descartes (1596-1659): separação entre
mente e corpo (Cogito ergo sum) Fisiologia e Anatomia
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A Psicologia como ciência
Ciência X Subjetividade Séc. XIX: O avanço da ciência é necessário O mundo feudal estático com a razão
submetida à fé dá lugar ao capitalismo, com a racionalidade humana possibilitando a construção do conhecimento, fruto da razão, e a possibilidade de desvendar a natureza e suas leis pela observação rigorosa e objetiva.
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A Psicologia como ciência
Capitalismo: todo homem é consumidor potencial
Ascensão da burguesia: emancipação do ser humano
Hegel: importância da história para a compreensão do ser humano
Darwin: teoria da evolução A verdade passa a contar com o aval da
ciência
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A Psicologia como ciência
Augusto Comte: Filosofia positivista, necessidade de maior rigor científico na construção do conhecimento nas ciências humanas, método da ciência natural e construção do conhecimento através da Física
Meados do séc. XIX: A Fisiologia e a Neurofisiologia formulam teorias sobre o sistema nervoso central, demonstrando que o pensamento, as percepções e os sentimentos humanos eram seus produtos.
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A Psicologia como ciência Máquina capitalista máquina humana,
cérebro Psicologia Fisiologia, Neuroanatomia e
Neurofisiologia 1846
Neurologia: doença mental é fruto da ação direta ou indireta de diversos fatores sobre as células cerebrais
Neuroanatomia: a atividade motora nem sempre está ligada à consciência (reflexo)
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A Psicologia como ciência
Psicofísica Lei de Fechner-Weber (1860): a
percepção aumenta em progressão aritmética e o estímulo, em progressão geométrica
Fenômeno psicológico mensurável, atingindo status científico
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A Psicologia como ciência
Wundt, o pai da Psicologia moderna (1832-1926): Laboratório de Psicologia Experimental na Universidade de Leipzig, Alemanha
Paralelismo psicofísico: fenômenos mentais correspondem a fenômenos orgânicos
Introspeccionismo: método de exploração mental do percurso da estimulação sensorial
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A experiência da subjetividade
Período feudal e início do Renascimento: vida privada não era importante (quartos, banheiro...)
Perda de referências; dessacralização Modernidade: experiência pessoal;
capitalismo produz sujeitos ativos, consumidores e produtores individuais
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A experiência da subjetividade
Descartes: valorização da razão (racionalismo); a ideia do ser singular que tem a experiência da razão (individualismo); e de que a representação do mundo é algo interno ao indivíduo (experiência subjetiva)
Cada um buscando sua verdade não deixaria de produzir conflitos; humanos passam a produzir formas de controle para garantir a manutenção e a continuidade da sociedade (poder)
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A experiência da subjetividade
A Psicologia é produto das dúvidas do ser humano moderno, valorizado enquanto indivíduo e constituído como sujeito capaz de se responsabilizar e de escolher seu destino.
A Filosofia, que até então tinha algo a dizer sobre essas experiências, e a Fisiologia, que podia estudar cientificamente as sensações, fonte da subjetividade humana, se reúnem como pensamentos para fundar, no final do séc. XIX, a Psicologia.
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A Psicologia do fim do séx. XIX
Liberta-se da Filosofia e produz conhecimentos que: Definem o comportamento, a vida psíquica e a
consciência como seu objeto de estudo; Delimitam seu campo de estudo,
diferenciando-se da Filosofia e da Fisiologia;
Formulam métodos de estudo desse objeto; Formulam teoria com corpo consistente na
área.
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A Psicologia do fim do séx. XIX
Devem obedecer os critérios básicos da metodologia científica: buscam a neutralidade do conhecimento, com dados passíveis de comprovação e conhecimento cumulativo que sirva de ponto de partida para outros experimentos e pesquisas.
EUA: surgem primeiras abordagens ou escolas da Psicologia
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Funcionalismo
William James (1842-1910): pragmatismo econômico; importa responder “o que fazem os
homens” e “por que o fazem”; a consciência é o centro das
preocupações, buscando-se a compreensão do seu funcionamento, na medida em que o homem a usa para adaptar-se ao meio.
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Estruturalismo
Edward Titchener (1867-1927): advindo do funcionalismo; consciência estudada em seus
aspectos estruturais (estados elementares da consciência como estruturas do SNC);
introspeccionismo; conhecimentos psicológicos
produzidos em laboratório.
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Associacionismo
Edward L. Thorndike (1874-1949): Formulação da primeira teoria da
aprendizagem, que se dá por um processo de associação de ideias, das mais simples às mais complexas;
Lei do Efeito (comportamento tende a se repetir se recompensamos o organismo assim que o emitir).
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Psicologia: método objetivo e científico
Como produzir conhecimento sobre o ser humano se o próprio cientista é também seu objeto de estudo?
Como garantir que a Psicologia pudesse ser um conhecimento objetivo sobre a subjetividade? Através de um método objetivo e empírico
que levasse à sistematização cuidadosa do que se observou, garantindo a replicação e a verificação.
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Psicologia: método objetivo e científico
O materialismo histórico-dialético uniu subjetividade e objetividade em um mesmo processo, entendendo a realidade como em permanente movimento:
Caracteriza-se: pelos pressupostos materialistas (de que
a realidade existe independentemente de nossas ideias e da razão humana e que existem leis na realidade que podem ser);
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Psicologia: método objetivo e científico
pela concepção dialética (a contradição e sua constante superação como base do movimento de transformação constante da realidade); e
pela concepção histórica (o mundo se constrói em seu movimento e podemos conhecê-lo estudando-o exatamente em seu processo de transformação).
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Psicologia: método objetivo e científico
O sujeito e o mundo estão em relação e são transformados por ela.
A Psicologia, então, desenvolve-se a partir da construção de teorias que, quando baseadas no pensamento dicotômico, vão escolher este ou aquele aspecto, procurando entender o ser humano na sua relação com o mundo. ///
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