Psicologia Infantil

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FACULDADE TECNOLOGIA E CIENCIAS Curso de psicologia- Vitoria da conquista Lays Lucena RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO Área: Psicologia Clínica Ludoterapia Trabalho referente a estágio supervisionado, desenvolvido na Clínica de Psicologia Aplicada da Faculdade Tecnologia e Ciências (FTC), Vitoria da Conquista, durante o ano de 2014, sob supervisão e orientação da Profº. PABLO VINÍCIUS COUTO DE ARAÚJO.

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FACULDADE TECNOLOGIA E CIENCIASCurso de psicologia- Vitoria da conquista

Lays Lucena

RELATÓRIO FINALDE ESTÁGIO

Área: Psicologia ClínicaLudoterapia

Trabalho referente a estágio supervisionado,

desenvolvido na Clínica de Psicologia Aplicada da Faculdade Tecnologia e Ciências (FTC), Vitoria da

Conquista, durante o ano de 2014,

sob supervisão e orientação da Profº.

PABLO VINÍCIUS COUTO DE ARAÚJO.

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Vitoria da Conquista-Bahia2014

RELATÓRIO FINALDE ESTÁGIO

Área: Psicologia ClínicaLudoterapia

Autora: Lays dos Santos Lucena 8ª semestre psicologia (FTC)

Supervisor: Profª Pablo Vinicius Couto Araújo

Coordenadora de curso: Angélica Rosa_______________________________________________________________

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Resumo

O presente trabalho surgiu a partir do estágiosupervisionado para formação depsicólogo, na área de Atendimento infantil, durante o anode 2014, foi construído baseado nos atendimentos, do paciente: P.E 2anos e 6 meses, e da paciente A.A.L 7 anos. Realizado noserviço de psicologia da Faculdade de tecnologia e Ciências(FTC).

Os atendimentos foram embasados na técnica clinica deludoterapia que tem como objetivo proporcionar à criançaexpor seus sentimentos, e dificuldades através da fantasiado brincar, e de sua imaginação.

O uso dos jogos e brincadeiras permite que a criança liberea tensão, frustração, insegurança. Assim à ludoterapia éuma poderosa aliada para o atendimento clinico que podeproporcionar que ela se expresse naturalmente considerandoas possiblidades de que ao brincar é possível demostrar suavisão de mundo.

Na infância o individuo não tem seu desenvolvimento,emocional, cognitivo e linguístico formado, e issodificulta o acesso as suas dificuldades e sofrimentos

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psíquicos, assim se faz necessário um olhar diferenciadopara o atendimento, criando mecanismos que substitua afala, principal ferramenta usada na psicoterapia comadultos, pelo brinca. Podemos comparar a sala deatendimento como as palavras usadas e o brincar como suaforma de linguagem.

Ao terapeuta cabe o papel dinâmico de analisar e regular oscomportamentos, oferecendo os instrumentos que vãofavorecer a construção de novos significados, e ainterpretação clara dos fatos, contribuir para o sucesso dapsicoterapia. É importante ressaltar que o brincarmencionado aqui se difere totalmente do brincar espontâneoque a criança tem fora do setting terapêutico, aludoterapia é uma técnica de psicoterapia, que dispõe deferramentas desenvolvidas para o atendimento infantil,realizada de maneira profissional responsável.

Palavras-chave: Ludoterapia; infantil; jogos; conflitos;brincar

Sumário

1Introdução ....................................................................... 5

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2 Local e condições nas quais o estágioaconteceu .......... 7

3 Descrição dotrabalho ..................................................... 8

3.1Dados .............................................................. 8

3.2Queixa ............................................................ 9

3.3 EncaminhamentosP.E .................................................. 9

3.4 Contexto familiar ....................................9

3.5 Dinâmica da paciente............................. 10

3.6 Hipóteses diagnostica ............. 10

3.7 Técnicas empregadas eprocedimentos..................................................... 11

3.8 Conversa com ospais .....................................................13

3.9 EncaminhamentosA.A.L.....................................................13

3.10Resultados.....................................................13

4 Apreciação sobre o desenrolar das atividades e dos

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desafiosenfrentados....................................................14

5 ConsideraçõesFinais ...................................................... 15

6 ReferênciasBibliográficas ............................................... 16

1.Introdução

“Quando olho uma criança ela me inspira dois sentimentos, ternura pelo que é,e respeito pelo que posso ser.” Jean Piaget

O presente trabalho surgiu a partir do estágiosupervisionado, realizado no serviço de psicologia, daFaculdade de Tecnologia e Ciências (FTC), Vitoria daConquista, BA, na área de Atendimento infantil, durante operíodo de 29 de setembro 2014 a 06 de dezembro de 2014.

O estagio foi realizado no serviço de psicologia da (FTC),supervisionado pelo professor Pablo Vinicius Couto Araújo.

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Além dos atendimentos semanais, contou com reuniões desupervisão que ocorreram sempre nas terças feiras, ondeera possível obter a troca de informações, e oacompanhamento dos atendimentos realizados uma vez porsemana com duração de 50 minutos. Durante todo o processo,foi considerada rigorosamente a importância do sigilo dasinformações e de todos os critérios éticos necessários.

Atendimentos foram embasados na pratica de Ludoterapia, quevisa o atendimento clinico com crianças de ate 11 anos,utilizando praticas como brincadeiras, contos e desenhos, afim de explorar o mundo interior da criança, de maneiranatural e espontânea, Levando a compreender as questões queafetam seu comportamento favorecendo a solução dospossíveis conflitos.

Os atendimentos foram realizados com: P.E 2 anos e 6meses e da Paciente A. 7 anos.O primeiro atendimento do paciente P.E(2 anos e 6 meses),foi feito com os pais(ambos presentes) que apresentaramcomo queixa principal, uma dificuldade em desenvolver alinguagem, Ocorreram 2 atendimentos.

O segundo atendimento ocorreu com a paciente A. (7 anos), oprimeiro contato foi realizado com os pais(ambos presentes)que apresentaram como queixa principal um atraso escolar,os sintomas de tornaram presentes após uma crise familiar. Ao decorrer do estagio foi de grande importância consideraro contexto familiar do individuo, compreendendo que apsicoterapia infantil apresenta uma demanda que ultrapassaa relação, paciente x terapeuta. Winnicot enfatiza a importância do contexto familiar desdeos primeiros dias de vida, e de como desde muito cedo ainteração mãe e filho é significativa na construção dodesenvolvimento do individuo, analisar essa condição é desuma importância para o entendimento do pensar e agir dacriança. São das influencias familiares que emanam ascondições favoráveis para comportamento do sujeito, “osuprimento ambiental ou fornece uma oportunidade para que ocorra oprocesso interno de crescimento, ou então impede que tal aconteça” winnicott(1999, p.148).

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Os pais são grandes referencia para os filhos, o processode imitação é muito comum em crianças com a faixa etária de4 a 7 anos, as meninas enxergam na mãe o modelo ideal demulher, e esse processo de imitação faz parte do seudesenvolvimento por isso é necessário que a família sejauma boa referencia. “A respeito da família cuja estrutura se relacionacom a estrutura da personalidade do indivíduo. Disto podemos inferir o quantoé importante proporcionar à criança um ambiente saudável, que proporcione opleno desenvolvimento se suas potencialidades, que lhe proteja e lhe desperteo prazer de viver, caso contrário, pode ocorrer um “fracasso do suprimentoambiental” (WINNICOTT, 1999, p.149),

A família contemporânea vem sofrendo mudanças, favorecendoo surgimento de conflitos. Durante os atendimentos ficouevidente à necessidade de se manter atento afim de criarmecanismos que proporcione menor quantidade de danospossíveis para o desenvolvimento da criança. “uma família bemestruturada requer algumas condições básicas, como é a necessidade de quehaja uma hierarquia na distribuição de papéis, lugares, posições e atribuições,com a manutenção de um clima de liberdade e de respeito recíproco entre osmembros”. Zimerman (1999, p.104).

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2. Local e condições nas quais o estágio aconteceu

A Clínica de Psicologia da Faculdade de Tecnologia eCiências (FTC), onde se realizaram as atividades do estágioobrigatório para a formação de psicólogo, fica localizada àRua Leonidio Oliveira, Nº837, Bairro: Candeias.Dispõe de um consultório infantil, que atende asnecessidades da pratica de Ludoterapia, e oferta umavariedade de brinquedos e jogos.O ambiente é considerado favorável para o desenvolvimentodas atividades.

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3 Descrição do trabalho

Foram 10 sessões, sendo um atendimento por semana.Com o primeiro paciente P.A foram realizados apenas doisatendimentos sendo um com os pais, no outro atendimentoexistiu a tentativa de um encaminhamento, devido a demandaapresentada pelos pais não se encaixar na proposta depsicoterapia.

Com a segunda paciente ocorreram 7 sessões, sem ocorrênciade faltas ou atrasos.

Segue-se o desenvolvimento do trabalho, excetuando-se osresumos das.sessões, por entender que, desta forma, a identidade dapaciente fica efetivamente preservada.

3.1 Dados

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P.ESexo: MasculinoIdade: 2 e 6 mesesEstado Civil: solteiro Inicio do atendimento:

A.A.L

Sexo: FemininoIdade: 7 anosEstado Civil: solteira Início do Atendimento: 03/10/2014Término do Atendimento: 06/12/2014

3.2 Queixa

P.EEncaminhado pelo psiquiatra.Os pais relatam um atraso no desenvolvimento da linguagem,e pouca socialização da criança.

A.A.LChegou ao serviço através dos pais com a queixa de atrasoescolar, associado a um problema com a separação dos pais.

3.3 Encaminhamentos e encerramento P.E

Foi encerrado o processo com o paciente P.E na segundasessão, após perceber que a demanda do paciente não era depsicoterapia, uma vez que os pais demostraram interessem emuma avaliação psicológica.

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Foi solicitado um encaminhamento, o mesmo não ocorreudevido a falta de estagiário disponível. E não permaneceuna lista de espera devido dificuldade de comunicação comos pais.

3.4 Contexto Familiar A.A.L

A.A.L Vive com pai e mãe, nunca esteve sob cuidados debabas, sua mãe não trabalha fora, somente seu pai. Existeuma diferença significativa de idade entre os pais. Não temirmãos, mais relata um forte desejo em ter. Mora perto dafamília; avós tios e tias.Seu pai assume uma conduta mais passiva, e se destacasempre sendo mais permissivo. “Quero proporcionar a minha filhatudo o que eu nunca tive, por isso tenho dificuldade em recusar o que ela mepede.” Diz o pai de A.A.L

A mãe possui condutas mais enérgicas, relata histórico dediscursões com a filha, diz não saber lidar com ela por teruma fala agressiva. “Eu grito com ela, com o pai dela e meu jeito de ser,e isso deixa ela(A.A.L) nervosa. Diz a mãe de A.A.L A.A.L, ainda dorme com os pais por uma decisão da mãe.

Em determinados momentos os problemas do casal parece semistura com as questões da filha. A mãe parece transferiseus anseios e angustias ao comportamento da paciente.

3.5 Dinâmica da paciente A.A.L

A.A.L: É tímida, fala pouco, mas responde bem as tentativasde aproximação.Possui dificuldade com a escrita, e com questõesmatemáticas, faz desenhos confusos e cria contos ehistorias com palavras desconectas. Em seus relatosdemostra medo, insegurança e parece se sentir ameaçada. (apaciente demostra em seus desenhos e historias a presença de lobos, cobras,leões, que procuram destruir uma família feliz).

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Sobre o contexto familiar coloca se sentir sozinha diantedos pais, e deseja um irmão para brincar. Destaca que nãogosta de presenciar brigas entre os pais, e que não gostaquando gritam com ela.“Quando meus pais gritam comigo, meu coração doi”, diz A.A.L (Demostrasinais de ansiedade ). Aborda o desejo de dormir no próprioquarto demostrando um possível desejo de ter maisautonomia. Diz gostar muito de vê os pais sempre juntos.

A.A.L, esta no período final do estagio pré operatório einiciando no operatório formal, no entanto apresentacondutas regressivas. Quando submetida as provaspiagetianas em todas elas, apresentou respostas nãocondizentes com o esperado para sua idade.Não gosta de ser contrariada e procura se explicar medianteaos questionamentos.

Gosta de ir para escolar, e atualmente está encerrando o 2ºano do fundamental I, faz reforço escolar para aprenderapreender a ler, considera a leitura extremamenteimportante e se demostra ansiosa para aprender. “meninainteligente sabe ler, só menina burra não sabe”, diz A.A.LQuando pequena, diz te apanhado da professora na creche, ecriado resistência em voltar a escola. A mãe confirma oocorrido.

3.6 Hipóteses diagnostica

Distúrbio Psicossomático, por defesas do ego para mediarconflitos originados do ambiente familiar.

A paciente parece carregar consigo as angustiasoriginada pela estabilidade do relacionamento com ospais, causando possivelmente um quadro de ansiedade.

Possui uma dificuldade cognitiva e dificuldade deconcentração.

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3.7 Técnicas empregadas e procedimentos

PRÁTICA DA LUDOTERAPIA

- Trabalho com os conflitos

Mediado através do uso de brinquedos, histórias e desenhos,foi trabalhado a exposição dos conflitos, em algunsmomentos foi possível identificar a maneira com que A.enxerga seu mundo, e como atual dentro do seu contextofamiliar.Ao manusear os brinquedos a paciente não apresentoucondutas agressivas. Através dos desenhos com as tintas,ela conseguiu demostrar suas angustias relacionando-as comas cores, sua forma de desenhar, e a confusão com a ordemdos desenhos.

A brincadeira com jogos da memoria e dominó permitiufortalecer o raciocínio logico e as noções de espaço dapaciente, que apresentou progresso quando foi estimuladapelos jogos. Foi possível identificar a falta em saberlidar com as perdas e frustrações, assim o jogos tambémpermitiram trabalhar os reforçadores possíveis para evitarque a paciente identificasse as perdas como fracassomediando assim seus conflitos e favorecendo o entendimentode perda e ganho.

As brincadeiras de faz de conta permitiu recriar o contextoque A.A.L está inserida nos ambientes fora do settingterapêutico ajudando a paciente a lidar com as angustias,medos e inseguranças.

“O brinquedo é visto por Duarte (1989, p. 86) como “o ‘herdeiro’ natural dosobjetos transicionais e dos fenômenos transicionais”, nesse sentido, a criançaao interagir sente-se segura para expressar, brincando, aquilo que não falariase fosse questionada.

- Resistencia e aceitação do processo terapêutico

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Segundo Coppolillo (1990, p. 212) há cinco importantesconquistas na

primeira fase da psicoterapia:

1. A criança atinge um grau de bem-estar que a permite ser produtivanas sessões;2. A criança se comunica normalmente; 3. A criança e o terapeuta atingem uma aliança de trabalho ou aliançaterapêutica;4. A criança se torna consciente de que algumas das suas atividadesmentais são geradas internamente, em vez de tiradas do mundoexterno;5. A criança e o terapeuta começam a dividir modos de representar seusestados internos com palavras, imagens e símbolos

As 5 conquistas foram alcançadas com êxito, pois foipossível estabelecer vinculo com a paciente, e ao decorrerdas sessões foi possível percebe-la bem mais a vontade ecomunicativa. Nas ultimas sessões conseguia demostrar saberlidar melhor com as diferenças entre o seu mundo exterior eseus conflitos internos como medo, e angustias, expressandoisso através de exemplos corriqueiros.

“O lobo mal pega as crianças mais só nas historinhas, os lobos de verdade nãopegam ninguém. Então eu posso contar historias com lobos bons também”.Depende de eu estar alegre ou triste. Diz, A. Demostrando estar tomandoconsciência de ser o elemento transformador dentro da suaprópria vida e criando autonomia para seu desenvolvimento,conseguindo distinguiu melhor seus sentimentos.

Por parte da paciente em questão surgiram alguns mecanismosde defesa que geraram resistências em algumas partes doprocesso, essas defesas foram trabalhadas de maneira a nãoafetar o equilíbrio da paciente, assim algumas foramcombatidas e trabalhadas durante o processo, outras forampreservadas afim de garantir o cuidado com a estabilidadepsíquica da paciente respeitando seus limites.

- Elaboração de provas piagetianas.

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Devido a faixa etária, e a queixa à respeito do aprendizadoescolar, foi desenvolvido durante os atendimentos aelaboração das provas piagetianas, afim de averiguar ascondições cognitivas de aprendizado da paciente.

Foram feitas as provas de conservação eseriação: da quantidade de matéria, docomprimento do peso e da quantidade de líquidos.

Recursos utilizados: Bolinhas de diversas cores etamanhos, um dominó, lápis de cor, copo com aguae massinhas de modelar.

- Solicitação do relatório escolar

Considerando o contexto social da paciente e a queixaprincipal do mau rendimento escolar foi solicitado umrelatório escolar, afim de obter uma investigação maisprofunda sobre o sintoma e a criação de vínculos com osdemais meios envolvidos com a paciente.Relatório escolar foi entregue já ao final dosatendimentos, o mesmo foi anexado ao prontuário dapaciente.O relatório apresenta que a paciente, não possui uma boamemorização e por isso não consegue ter uma boa ficção dassilabas emperrando sua evolução na aprendizagem da leitura,no entanto destacou que atualmente ela vem apresentandomelhoras significativas. Ambas as professoras alegam faltade concentração durante as atividades, relata tambémimaturidade da aluna nas situações corriqueiras, quandocomparada aos outros colegas de classe. Consideram que a paciente se relaciona bem com os colegas,e é participativa.

3.8 Conversa com os pais

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Durante os atendimentos surgiu a necessidade de uma sessãodirecionada aos pais afim de explanar os diversos fatoresque causam interferência direta no desenvolvimento doprocesso terapêutico.

3.9 Encaminhamentos A.A.L

Desde o início do processo terapêutico notou-se a intensaansiedade por parte mãe, a respeito do que ela compreendiaser a problemática da paciente. Misturavam suas demandas,com os comportamentos da filha, tentando direcionar o quedeveria ser trabalhado durante psicoterapia. Por contadisso foi sugerido que procurasse ajuda para lidar melhorcom seus conflitos e com a dinâmica de A. Houve tentativa de encaminhamento, o que não ocorreu devidoao período semestral esta sendo encerrado e não existirestagiários disponíveis. No entanto é importante destacarque é imprescindível que a mãe passe pelo processoterapêutico

3.10 Resultados

Paciente demonstrou progresso durante o tratamento lidandobem com seus conflitos. Foi possível perceber isso, atravéscriatividade para criar outras brincadeiras fugindo doconvencional se tornando mais autônoma, mais segura paratomar iniciativas.

Conseguiu demostrar melhor seus conflitos internos, expondoseus medos e angustias. A privação destes sentimentosvinha potencializando seu quadro ansioso, durante osatendimentos A.A.L conseguiu através das atividades lúdicascolocar em questão seus anseios, proporcionando um aliviode suas tensões, reconhecendo muitas vezes seus momentos de

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alegrias e tristeza mediante aos personagens que ela mesmacriava nas suas historias. Na escola tem demostrado mais interesse no desenvolvimentodas atividades, se sentindo mais segura e capaz, contudopossivelmente será necessário um atendimentopsicopedagógico.

Muitas das questões apresentadas pelos pais demostram queeles estão atribuindo questões suas para o comportamento dacriança, causando ansiedade em todo o contexto familiar.Assim é de suma importância que os pais também passem porum acompanhamento terapêutico, proporcionando melhorcompreensão daquilo que pode estar sendo fator gerador dosintoma/problema.

È importante destacar que o paciente tem o seu própriotempo e isso deve ser respeitado. Aos poucos foi possíveldesenvolver mecanismos favoráveis para que ela encontrassemeios de como lidar com seus conteúdos, contudo, mereceatenção o fato de que ainda apresenta questões a seremtrabalhadas tornando conveniente a continuidade dosatendimentos.

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4. Apreciações sobre o desenrolar das atividades edesafios enfrentados

Considerando o progresso durante os atendimentos, pode-seobservar que apaciente aos poucos demostrou adaptação, superação ecriatividade. Os recursos lúdico favoreceram para queA.A.L extravasasse sua tensão de forma a interagir com osbrinquedos e com à terapeuta.

A paciente demostrou resistências em colocar suas emoçõespara fora, algumas vezes parecia tentar camuflar suastensões, preferia não tocar em determinados assuntos, essasquestões possivelmente poderia não revelada através de umasimples conversar, com auxilio dos brinquedos ela conseguiureproduzir suas angustias, revelar seus desejos e metas,

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através da fantasia, podemos observar os desejos da criançamediante as questões que afligem, permitindo que ela possarecriar situações presenciadas e revelar suas expectativasfuturas.

Apesar de se demostrar disponível para o processo, e não serecusar à interagir com o ambiente, uma das dificuldadesencontradas foi proporcionar que a paciente demostrasseautonomia suficiente para expor suas projeções. Noprincipio procurava se esquivar das atividades projetivas,preferindo brinquedos, que continha regras ecomportamentos previamente determinados. Esperando sempreser direcionada. Quando à paciente responde desta forma exige ainda maisempenho do terapeuta para que processo terapêutico não setorne apenas uma brincadeira comum.Com isso foi necessáriopor algumas vezes, usar procedimentos diretivos, afim deprovocar na criança o envolvimento necessário paraextravasar suas tensões. É importante destacar que a dinâmica familiar da paciente,foi um dos fatores que impediram que algumas questõesfossem trabalhadas de maneira satisfatória, Outro fator a ser considerado é o do pouco espaço de tempo,devido ao encerramento do estagio especifico, resultandoassim na necessidade de um encaminhamento, afim de darcontinuidade as demandas trabalhadas.

Contar com acompanhamento profissional, através dasupervisão foi de extrema importância, favorecendo á trocade experiências, e garantindo a construção do aprendizado.Proporcionando uma melhor direção das técnicas eferramentas a serem utilizadas, resguardando de seguir aspraticas éticas necessárias.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao analisar o percurso percorrido é possível considerar quehouve progresso Durante os atendimentos. Apesar das demandas que aindaprecisam ser trabalhadas, a paciente demostrou resultados

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significativos em seus comportamentos suficientes paraconsiderar os bons resultados.

Considerando que o problema em questão não abrange somentea criança, a conscientização dos pais foi de extremaimportância. O reconhecimento dos problemas familiares,entendendo os possíveis prejuízos que determinadoscomportamentos causam no ambiente familiar, foi o ponto departida crucial para da continuidade as questõestrabalhadas até aqui. Aspectos que foram revelados, as questões trabalhadas eoutras que não se mostraram de forma imediata, fizeramdesse trabalho um imenso aprendizado. È importanteconsiderar que o trabalho apresentados se trata de umprocesso de estágio, com isso à experiência profissionaladquirida, e os conhecimentos teóricos, somados aosresultados apresentados, me fazem entender que foi possívelalcançar os objetivos da pratica de estagio.

O sucesso do tratamento, depende diretamente do empenho edisponibilidade por todas as partes envolvidas; terapeuta,paciente, e neste caso por se tratar de um atendimentoinfantil podemos somar aqui a participação dos pais, oprocesso terapêutico que não consegue unir esse fatores éfadado a não progredir, Deve ser levado em conta o tempopróprio e a subjetividade de cada um, entendendo que parao processo terapêutico não existe uma receita pronta, e quenão deve acontecer de maneira engessada. Com isso a junçãoda teoria e pratica são essenciais para a construção de umbom profissional.

Por fim cabe ressaltar, o quanto foi gratificantecompartilhar desta experiência com os demais colegasenvolvidos no estagio especifico, em Ludoterapia do segundosemestre 2014 (FTC), dividir experiências e conhecimentosfavoreceram para a ocorrência dos bom resultados. Contarcom a supervisão do Profº Pablo Vinicius Couto, trouxesegurança e o embasamento necessário para que fossepossível obter a construção do aprendizado. Sincerosagradecimentos.

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6. Referencias

WINNICOTT, Donald. A criança e o seu mundo. Rio deJaneiro: Guanabara Koogan, 1982.

____. Tudo começa em casa. São Paulo: Martins Fontes,1989. ____,. Conversando com os pais. São Paulo: MartinsFontes, 1999.

https://psicologado.com/psicologia-geral/desenvolvimento-humano/o-contexto-familiar-e-o-desenvolvimento-infantil-consideracoes-sobre-o-complexo-de-edipo-a-aprendizagem-e-os-limites acesso em 07/12/2014

http://gruposerbh.com.br/textos/dissertacoes_mestrado/dissertacao05.pdf acesso em 10/12/2014

http://repositorio.ufrn.br:8080/jspui/bitstream/1/8547/1/MuniqueTCM_DISSERT.pdf acesso em 09/12/2014

https://psicologado.com/atuacao/psicologia-clinica/a-relacao-terapeutica-como-forma-de-intervencao acesso05/12/2014