Post on 27-Jan-2023
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E CULTURA
Divisão de Extensão
Programa Institucional de Bolsas de Extensão Universitária
PIBEX
RELATÓRIO FINAL DE PROJETO DE EXTENSÃO
FORMAÇÃO DE NÚCLEOS EM PROL DA
COLETA SELETIVA DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO
CAMPUS DA UFV
Misael Dieimes de Oliveira - Bolsista
Rolf Puschmann - Orientador
Fevereiro – 2010
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SUMÁRIO
1. OBJETIVO DO PROJETO ....................................................................................... 2
2. METODOLOGIA E PRINCIPAIS AÇÕES DESENVOLVIDAS ........................ 2
2.1. Núcleos .......................................................................................................... 2
2.2. Banco de Informações ................................................................................. 4
2.3. Educação Ambiental .................................................................................... 7
2.4. Semana do Fazendeiro ................................................................................ 8
2.5. Divulgação .................................................................................................... 9
2.6. Coleta de Resíduos Perigosos .................................................................... 10
2.7. Monitoramento da Unidade de Triagem ................................................. 10
2.8. Equipe ......................................................................................................... 12
3. PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE ................................................................. 13
4. IMPACTOS CAUSADOS NA COMUNIDADE ................................................... 13
5. INTERAÇÃO ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO ........................................... 14
6. PERSPECTIVAS DE CONTINUIDADE .............................................................. 14
7. COMENTÁRIOS E DIFICULDADES DO BOLSISTA SOBRE O PROJETO 14
8. COMENTÁRIOS DO COORDENADOR SOBRE O PROJETO E ATUAÇÃO
DO BOLSISTA ................................................................................................. 15
9. IMAGENS ................................................................................................................. 16
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1. OBJETIVO DO PROJETO
O objetivo geral do projeto foi o promover o envolvimento e a participação da
comunidade universitária para melhorar o gerenciamento dos resíduos sólidos gerados
no campus da UFV, por meio da formação de Núcleos e da coleta seletiva.
Os objetivos específicos foram:
a) Formação de novos Núcleos para a implantação da coleta seletiva, com ênfase em
departamentos e setores da UFV onde ainda não é praticada, e a consolidação dos
Núcleos pilotos para melhoria da coleta seletiva já existente;
b) Criação de um banco de dados com informações sobre os resíduos produzidos nos
Núcleos nos quais a coleta seletiva foi implantada;
c) Promoção de atividades de educação ambiental com a comunidade e com órgãos de
ensino público como a Escola Estadual Effie Rolfs e Colégio de Aplicação Coluni;
d) Implantação de estrutura de coleta de resíduos perigosos como pilhas, baterias,
lâmpadas e monitoramento dos seus pontos de coleta;
e) Apresentação do Projeto Reciclar em eventos institucionais em geral e divulgação
da coleta seletiva;
f) Aperfeiçoamento do monitoramento dos materiais processados na Unidade de
Triagem do Projeto Reciclar.
2. METODOLOGIA E PRINCIPAIS AÇÕES DESENVOLVIDAS
2.1. Núcleos
O grande número de departamentos e setores na universidade torna difícil a
implantação da coleta seletiva em todos os prédios simultaneamente. Por isso, optou-se
por implantar a coleta de forma gradativa, iniciando-se com menor número de prédios
para posterior expansão, doravante denominados de Núcleos.
Cada Núcleo de ação é formado por um grupo de 2 ou 3 estudantes que atuam
em determinados prédios para desenvolver a coleta seletiva em conjunto com os
funcionários que ali trabalham. Uma mesma equipe pode atuar em mais de um prédio.
Em 2009 foram criados 5 Núcleos, somando atualmente 18 Núcleos (Tabela 1).
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Tabela 1. Situação dos Núcleos na UFV em 2009.
Nº Núcleo Etapa
1 Edifício Arthur Bernardes Monitoramento
2 Edifício Fábio Ribeiro Monitoramento
3 Colégio de Aplicação – Coluni Monitoramento
4 Centro de Ciências Exatas Monitoramento
5 Alojamento Velho Monitoramento
6 Departamento de Economia Rural Monitoramento
7 Dptos de Solos, Fitotecnia e Fitopatologia Monitoramento
8 CCB 1 e CCB 2 Monitoramento
9 Departamento de Engenharia Florestal Monitoramento
10 Bioagro, Entomologia, Apiário e Fruticultura Plano de ação
11 Departamento de Economia Doméstica Plano de ação
12 PVA, PVB e Biblioteca Plano de ação
13 Central de Ensino e Extensão* Plano de ação
14 Escola Effie Rolfs* Plano de ação
15 Alojamento Novo* Plano de ação
16 Departamento de Veterinária* Diagnóstico
17 Departamento de Zootecnia* Diagnóstico
18 Dptos de Administração, Economia e Letras Diagnóstico
* Núcleos de ação criados em 2009.
As principais atividades realizadas em cada Núcleo foram: A) Diagnóstico,
B) Plano de ação e C) Monitoramento.
A) Na fase de diagnóstico aplicaram-se 3 modelos de questionários avaliando as
características do prédio, as condições da coleta de resíduos sólidos e o perfil dos
funcionários responsáveis pela limpeza do local. Por meio dos questionários foi
possível a identificação de vários problemas, sendo que os mais freqüentes foram:
a) Falta de sacos plásticos nas cores branca e preta para acondicionamento dos
materiais recicláveis e não recicláveis, respectivamente;
b) Ausência ou ineficiência na separação dos materiais recicláveis;
c) Acondicionamento inadequado dos resíduos, principalmente de vidro
descartado;
d) Localização do ponto de coleta distante do prédio;
e) Desconhecimento do horário da coleta;
f) Desconhecimento de quais materiais são recicláveis e quais não são recicláveis;
g) Falta de colaboração de parte dos funcionários.
B) Na fase do plano de ação, foram realizadas reuniões com todos os funcionários e
professores em cada um dos seguintes Núcleos: Bioagro, Departamentos de
Economia Doméstica, Solos e Veterinária e Escola Effie Rolfs. Foi apresentado o
funcionamento da coleta de resíduos sólidos e discutidos os problemas específicos
em cada prédio.
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C) Na etapa de monitoramento foram realizadas visitas semanais a todos os prédios
com o objetivo de detectar problemas que ocorriam e avaliar a melhoria no sistema
de coleta seletiva praticado. O acompanhamento dos Núcleos após a implantação da
coleta seletiva foi importante, pois nesta fase a responsabilidade pelo manejo dos
resíduos gerados se tornou maior por parte dos funcionários, enquanto que a
influência da equipe de estudantes diminuiu gradativamente. Para complementar o
monitoramento, nos meses de junho, agosto e novembro, a equipe de cada Núcleo
apresentou um relatório de avaliação das atividades realizadas e os resultados
obtidos até o momento.
Devido à dificuldade na obtenção de recursos para a aquisição de coletores
seletivos, foi feita uma parceria com o Restaurante Universitário e a Pró-Reitoria de
Assuntos Comunitários para a pintura de 100 baldes de sucos que serão reutilizados
como coletores para auxiliar na coleta seletiva nos Núcleos. Os coletores já estão
prontos e serão distribuídos no início de 2010.
2.2. Banco de Informações
Por meio dos questionários e relatórios de cada Núcleo, reuniu-se diversos dados
importantes no diagnóstico de problemas e no acompanhamento da evolução da coleta
seletiva em cada prédio. As informações foram arquivadas na secretaria do Projeto
Reciclar em pastas individuais para cada Núcleo, estando disponíveis para consulta. A
partir de mais de 80 questionários aplicados na fase de diagnóstico foram quantificados
vários aspectos referentes à coleta seletiva na UFV (Figuras 1 a 10).
Figura 1. Conhecimento sobre o Projeto Reciclar.
Figura 2. Nível de conhecimento sobre resíduos sólidos.
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Figura 3. Interesse em participar de um programa de coleta seletiva.
Dentre os funcionários entrevistados, 63% não conheciam o trabalho
desenvolvido pelo Projeto Reciclar e 30% alegaram não ter conhecimento algum sobre
os resíduos sólidos. Porém, mesmo sem o conhecimento necessário, 79% deles tinham
interesse em participar de um programa de coleta seletiva. Isso mostra a importância da
divulgação e da capacitação dos funcionários realizada nos Núcleos pelos colaboradores
do projeto, para que a falta de informação não seja um obstáculo para a coleta seletiva.
Figura 4. Conhecimento dos horários de coleta.
Figura 5. Destino dado aos resíduos.
Um bom exemplo da importância da informação é o fato de 43% dos
entrevistados não conhecerem os horários de coleta. Quando os resíduos não são
descartados no horário correto, dificilmente são recolhidos pelo veículo responsável
pela coleta seletiva e podem, até mesmo, deixar de serem recolhidos caso sejam
dispostos no final da tarde. Somente 56% dos funcionários dispunham os materiais nos
pontos de coleta seletiva existentes no campus.
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Figura 6. Correspondência entre as cores dos sacos plásticos usados e as recomendadas
pelo projeto.
Figura 7. Problemas observados nos sacos plásticos.
Figura 8. Origem dos materiais utilizados na limpeza.
O Projeto Reciclar recomenda que os materiais recicláveis sejam acondicionados
em sacos plásticos de cor clara e os não recicláveis em sacos plásticos de cor escura.
Segundo os funcionários, nem sempre os sacos estão disponíveis nas cores e tamanhos
adequados, o que faz com que 56% dos recipientes de coleta não tenham os sacos nas
cores adequadas. Uma da alterntivas para este problema é o trabaho de conscientização
feito nas secretarias dos departamentos para que os sacos plásticos adquiridos possam
facilitar a coleta seletiva. As secretarias são consideradas os pontos mais importantes,
pois 49% do material utilizado na limpeza provém delas.
Figura 9. Fornecimento de EPI.
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Figura 10. Interesse em usar EPI.
Com relação ao uso de equipamentos de proteção individual (EPI), somente 40%
dos funcionários os recebiam. Para agravar este dado, apenas 60% deles tinham
interesse em usá-lo, alegando que o uso das luvas e máscaras causa incômodo. O
descaso com os equipamentos de segurança cria condições para a exposição dos
funcionários a riscos que poderiam ser evitados. Observou-se que diversos resíduos
químicos e biológicos são descartados de laboratórios, sem critérios para segregação e
sem tratamento adequado.
2.3. Educação Ambiental
Uma das principais formas de interação com a comunidade foi por meio de
palestras, realizadas tanto pelo bolsista como também pelos voluntários. Dessa forma
foram desenvolvidas as seguintes atividades:
a) Realização de palestras em oito turmas de calouros, no início de 2009, nas
disciplinas introdutórias dos cursos de Ciências Biológicas, Comunicação,
Cooperativismo, Engenharia de Produção, Química (Licenciatura e Bacharelado),
Medicina Veterinária e Engenharia Ambiental. Cada palestra teve duração de 40
minutos, com a apresentação do Projeto Reciclar, seguido de 10 minutos para
perguntas e discussão. As palestras foram realizadas nos meses de março a maio.
b) Participação na Colônia de Férias que reuniu mais de 330 crianças, com idades entre
5 e 12 anos, para atividades recreativas e culturais no mês de julho. O evento foi
organizado pela Divisão de Esportes da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários, em
parceria com o Departamento de Educação Física, o Curso de Dança e a Divisão de
Saúde. As crianças foram levadas para conhecer a Unidade de Triagem do Projeto
Reciclar guiadas por duas voluntárias do projeto. No local, mostrou-se “o caminho
do lixo” e foram abordados aspectos importantes da geração e destinação dos
resíduos e como é possível participar da coleta seletiva.
c) Acompanhamento da visita de cerca de 30 professoras do município de Araponga e
50 alunos do ensino médio da escola Santa Rita à Unidade de Triagem, no mês de
maio. Cada visita teve duração de 40 minutos e foram apresentadas as etapas do
processamento dos materiais recicláveis.
d) Realização de uma apresentação do Projeto Reciclar, em novembro, para alunos do
1º ano do Colégio de Aplicação Coluni com o apoio da professora Átima Clemente
Alves Zuanon. A apresentação constou de duas partes: na primeira foi mostrado o
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funcionamento do Projeto Reciclar e em seguida uma palestra com o tema “Meio
ambiente e você, tudo a ver”.
e) Realização de três palestras na Escola Municipal Coronel Antônio Faustino Duarte,
no município de Paula Cândido. A atividade, de cunho educacional, contou com a
participação de cinco voluntários da equipe de estudantes do projeto. Os temas das
palestras foram "Lixo e Meio Ambiente”, “Pilhas e Baterias” e “Alternativas para o
problema do Lixo”. Cada palestra teve duração de uma hora seguida de espaço para
perguntas e discussão com os alunos.
2.4. Semana do Fazendeiro
A Semana do Fazendeiro, realizada pela Universidade Federal de Viçosa desde
1929, é uma atividade de extensão que busca difundir conhecimentos técnicos de
diversas áreas, visando melhorias na produtividade rural, além de contribuir para o bem-
estar do produtor e de sua família. O evento, devido ao grande número de pessoas que
traz para a universidade, gera um forte impacto tanto econômico quanto ambiental.
Apesar de não existirem dados quantitativos, sabe-se que é grande o volume de resíduos
produzidos sendo compostos principalmente por materiais recicláveis (papel, plástico,
metal e vidro). Logo, este evento se mostrou uma ótima oportunidade para que fosse
desenvolvido um trabalho em conjunto com a Comissão Organizadora para o
gerenciamento destes resíduos.
A coleta seletiva foi realizada durante toda a semana, no período de 12 a 17 de
julho de 2009. Foram utilizados 24 coletores com capacidade para 300L e 6 com
capacidade para 150L. Metade dos coletores foi destinada à coleta de materiais
recicláveis e a outra para os não recicláveis. Os coletores foram distribuídos em locais
onde se esperava maior circulação de pessoas. Também foram distribuídos cartazes
próximos aos coletores, com o intuito de orientar as pessoas em relação aos tipos de
materiais recicláveis e os não recicláveis.
O objetivo foi dar um destino correto aos resíduos sólidos recicláveis produzidos
por meio da coleta seletiva, contudo, observou-se que em alguns pontos os materiais
estavam sendo misturados, principalmente próximo às áreas de alimentação. Acredita-se
que a grande movimentação e aglomeração de pessoas nesses locais durante a noite
dificultou a visualização dos cartazes e a identificação dos coletores. Dos materiais
recolhido pela manhã poucos foram aproveitados, o que normalmente não ocorreu na
coleta realizada no período da tarde em que a movimentação de pessoas era
consideravelmente menor. Em outros pontos não ocorreu o mesmo problema. Os
resíduos foram devidamente separados onde a aglomeração de pessoas não foi tão
intensa.
A coleta, executada pela Divisão de Parques e Jardins, mostrou-se de grande
importância tanto para as pessoas que vieram participar da 80ª Semana do Fazendeiro,
quanto para o grupo organizador. Além da experiência adquirida, foi uma amostra do
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quanto a coleta seletiva é necessária e reafirmou a importância do Projeto Reciclar para
a UFV.
Além da coleta dos resíduos, também foi realizado o curso “Coleta Seletiva e
Destinação de Resíduos Sólidos Recicláveis e Embalagens de Agrotóxicos” durante a
80ª Semana do Fazendeiro. O minicurso, com 8 horas de duração e cerca de 20
participantes, foi executado em conjunto com outros professores, nos formatos teórico e
prático, onde foram feitas visitas à Unidade de Triagem do Projeto Reciclar, Unidade de
Triagem e Compostagem de São Miguel e ao Posto de Recolhimento de Embalagens
Vazias de Agrotóxicos na cidade de Coimbra.
2.5. Divulgação
A divulgação deu-se principalmente por meio de palestras, produção e
distribuição de cartazes. Foram desenvolvidas as seguintes atividades:
a) Apresentação de duas palestras como tema “Coleta Seletiva na UFV” no evento de
lançamento do Projeto de Educação Ambiental da Editora UFV. As palestras foram
realizadas para os funcionários da Divisão Gráfica Universitária (DGU) e da
Livraria UFV;
b) Apresentação no II Simpósio Cidadão – Responsabilidade Social, organizado pelos
PETs de Economia Doméstica, Biologia, Administração e Nutrição, com o tema:
“Projeto Reciclar – Experiência de participação e envolvimento comunitário”;
c) Divulgação e atualização das atividades nos sites da UFV e do Projeto Reciclar com
o apoio da CPD;
d) Apresentação na forma de pôster no I Congresso de Iniciação Científica e Extensão
da Engenharia Ambiental, que ocorreu juntamente com o VII Encontro Nacional de
Estudantes de Engenharia Ambiental, em julho de 2009;
e) Participação no VII Simpósio de Extensão Universitária com apresentações nas
formas oral e pôster;
f) Distribuição de cartazes em diversos Núcleos. Os cartazes mostram de forma
simples e clara os tipos de materiais que podem ser reciclados e quais os benefícios
desse processo. Também, foram colocados dois coletores na entrada do Restaurante
Universitário para materiais recicláveis, visto que é distribuída uma grande
quantidade de panfletos com propaganda nas proximidades.
g) Apresentação na disciplina CIV340 – Gerenciamento de Resíduos Sólidos Urbanos.
h) No mês de novembro foi realizada uma oficina de papel reciclado para os membros
do projeto. O objetivo foi levar os voluntários a conhecer o novo local da secretaria
e permitir que tal atividade possa ser realizada por eles próprios para os visitantes
que são recebidos na Unidade de Triagem do Projeto Reciclar.
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2.6. Coleta de Resíduos Perigosos
A coleta de resíduos perigosos já era feita há alguns anos no prédio da Biologia
(Edifício Chotaro Shimoya) e no Centro de Ensino de Extensão (CEE). Em 2008 foram
construídos 10 coletores com o apoio da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e do
Laboratório de Propriedades da Madeira, coordenado pelo professor José de Castro. Os
coletores foram distribuídos no primeiro semestre de 2009 (Tabela 2). O objetivo da
implantação dos coletores é o recolhimento de pilhas, baterias, lâmpadas, CDs e
disquetes, resíduos estes que não devem ser descartados no lixo comum. Muitos deles
contêm metais pesados e produtos químicos que, se liberados na natureza, causam
danos gravíssimos ao meio ambiente e à saúde.
Atualmente, a coleta do material acima referido é coordenada pelo Gestor de
Resíduos e Rejeitos Tóxicos, Químicos, Biológicos e Radioativos da UFV, Belmiro
Zamperlini e executada por funcionários do Corpo de Bombeiros da UFV. Os materiais
coletados são armazenados temporariamente em um depósito na UFV e, posteriormente,
recolhidos por empresas especializadas. Para divulgação da coleta, foi criada uma
página no site do Projeto Reciclar com os procedimentos para o descarte correto dos
resíduos perigosos.
Tabela 2. Localização dos coletores de resíduos perigosos.
1 Centro de Ensino de Extensão*
2 Edifício Chotaro Shimoya (Biologia)*
3 Biblioteca (BBT)
4 Centro de Ciências Exatas
5 Colégio de Aplicação Coluni
6 Departamento de Engenharia Florestal
7 Edifício Arthur Bernardes
8 Edifício Fábio Ribeiro (Departamento de Química)
9 Funarbe
10 Pavilhão de Aulas I (PVA)
11 Pavilhão de Aulas II (PVB)
12 Posto de Informações do Serviço de Vigilância
* Coletores existentes desde o ano 2000.
2.7. Monitoramento da Unidade de Triagem
O monitoramento foi feito de segunda a sexta durante o primeiro período letivo
de 2009. Para isso foram estabelecidos turnos nos quais dois voluntários faziam
anotações de todos os materiais que chegavam e saíam da unidade. Os estudos
apresentados não se baseiam na quantidade de materiais e sim na freqüência com que os
materiais chegam e saem da Unidade de Triagem.
A coleta de materiais recicláveis é feita com dois veículos: um caminhão e uma
Kombi. Durante o período de dezembro de 2008 até junho de 2009 o caminhão esteve
com defeitos mecânicos e a coleta teve sérios problemas, sendo realizada apenas pela
Kombi. Como a quantidade de material transportada pela Kombi é bem menor, a
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freqüência de coleta aumentou consideravelmente quando comparada com o mesmo
período de 2008 (Figura 11). Mesmo assim, não foi possível suprir a demanda dos
pontos de coleta e grande volume de material deixou de ser coletado. O “excesso” de
materiais recicláveis foi recolhido pelo caminhão compactador da UFV, que recolhe
qualquer tipo de material e o leva para o aterro da cidade de Viçosa.
Figura 11. Número de coletas mensais de materiais recicláveis nos anos de 2008 e 2009.
No período de março a junho de 2008 a Kombi foi responsável por 24% da
coleta realizada no campus (Figura 12), contra 72% em 2009 (Figura 13).
Figura 12. Coleta seletiva segundo a origem dos resíduos recicláveis e tipo de transporte
em 2008.
12
Figura 13. Distribuição da coleta seletiva segundo a origem dos resíduos recicláveis em
2009.
A partir do mês de julho de 2009 a coleta seletiva foi regularizada e voltou a ser
feita pela kombi e pelo caminhão.
2.8. Equipe
No nível estratégico, o planejamento das atividades foi feito pelo bolsista de
extensão em conjunto com o orientador. Já nos níveis tático e operacional as atividades
foram planejadas nas reuniões semanais e nos encontros internos realizados pelas
equipes de cada Núcleo. Nas reuniões foram discutidos os problemas encontrados em
cada Núcleo e as alternativas de solução. Tais reuniões permitiram o acompanhamento
das atividades de cada Núcleo e a troca de experiências entre os voluntários. A
freqüência média nas 35 reuniões realizadas foi de 65%. A porcentagem média de faltas
foi de 35%, sendo 15% justificadas.
Todos os arquivos e documentos foram organizados na secretaria do Projeto
Reciclar. A secretaria foi transferida para o Laboratório de Engenharia Sanitária e
Ambiental (LESA) em outubro de 2009 e conta com uma estagiária com regime de 20h
semanais. Os horários de funcionamento foram divulgados entre todos os voluntários e
professores colaboradores. O principal meio de comunicação utilizado foi o e-mail do
Projeto Reciclar (reciclar@ufv.br).
No início de cada período letivo foram atualizados dados de todos os
voluntários, incluindo telefone, endereço eletrônico, e a grade de horários disponíveis
para as atividades do projeto. Isso facilitou o planejamento das tarefas, especialmente
aquelas realizadas em grupo.
Na última reunião do ano de 2009 os voluntários responderam a um pequeno
questionário, com 5 perguntas, para um feedback das atividades feitas ao longo do ano,
analisando os pontos fortes e fracos da equipe e do projeto como um todo.
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3. PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE
Nos Núcleos em geral, a principal dificuldade enfrentada pelos componentes dos
Núcleos foi conseguir a colaboração das pessoas que ali trabalham. Isso se deve porque
a coleta seletiva exige uma cadeia de ações bem organizadas, que se inicia desde a
geração dos resíduos. Ao gerador cabe a responsabilidade de separar os resíduos e, se
esta etapa não ocorre de forma satisfatória, o trabalho de coleta dentro do prédio,
acondicionamento e disposição feita de forma seletiva pelos demais funcionários terá
pouquíssimo ou, até mesmo, nenhum resultado.
Muitas pessoas demonstraram interesse pelo trabalho de coleta seletiva, porém
nem todos os funcionários se mostraram dispostos a participar, o que desestimulou parte
dos funcionários dos prédios. Por vezes funcionários responsáveis pela coleta dos
resíduos se queixaram que as pessoas não colaboravam na separação, o que de fato
inviabilizou a coleta seletiva. Apesar da falta se sinergia observada em alguns locais
houve bons trabalhos que serviram de exemplo para diversos prédios da UFV, a
exemplo do programa desenvolvido pela Editora UFV.
O projeto contou com diversos parceiros que permitiram e facilitaram a
realização de todas as atividades citadas até o momento. A Divisão de Parque e Jardins
se destacou principalmente durante a coleta seletiva feita na Semana do Fazendeiro. Já a
Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários manteve 12 bolsistas de atividades alocados no
Projeto Reciclar. A Reitoria apoiou o projeto com meia bolsa para uma estagiária na
secretaria do projeto. Ainda vale ressaltar a participação do Restaurante Universitário na
reutilização doa baldes para a coleta seletiva. Felizmente o grupo de pessoas que
participou de forma ativa predominou nos Núcleos em que o projeto atuou.
4. IMPACTOS CAUSADOS NA COMUNIDADE
As principais mudanças observadas dizem respeito à informação, participação e
manejo dos resíduos. As visitas, palestras e demais atividades realizadas nos prédios
trouxeram novas idéias aos funcionários e os tornaram capazes de provocar mudanças
para melhorar a coleta do lixo onde trabalham. Em vários locais nos prédios em que
projeto atua, surgiram, de forma espontânea, pontos para coleta de papel e de plástico
descartados. Problemas como a falta de sacos plásticos e desconhecimento do horário de
coleta estão sendo solucionados, não só pelos voluntários do projeto, mas também por
aqueles que acolheram a coleta seletiva.
Outra importante conquista foi a distribuição dos coletores de resíduos perigosos
consolidando a coleta desses materiais. Apesar de conhecidos os riscos causados pelo
descarte de pilhas e baterias no ambiente, muitas vezes os membros da comunidade não
têm alternativas acessíveis para dar destinação adequada a estes resíduos. Estes pontos
de coleta permitem que as pilhas possam ser trazidas de casa pelas pessoas e descartadas
de forma segura.
14
A divulgação feita por meio dos cartazes, palestras e até mesmo a implantação
dos pontos de coleta de resíduos perigosos desmistificou a coleta seletiva e a tornou
realidade em muitos locais.
5. INTERAÇÃO ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO
A relação ensino, pesquisa e extensão não se deu pela simples presença destes
três elementos de forma distinta, mas sim pela sua combinação. A equipe de voluntários
deste projeto foi constituída por estudantes de diversos cursos, de forma que para a
realização de cada tarefa foi necessária a aprendizagem de conhecimentos básicos
referentes à coleta seletiva praticada na UFV. A pesquisa esteve presente por meio dos
diagnósticos realizados nos prédios e no monitoramento da Unidade de Triagem. A
partir do conhecimento das necessidades do sistema de coleta de cada prédio, foi
possível a extensão das técnicas adequadas de manejo de resíduos para esses locais e a
inclusão das pessoas na rotina da coleta seletiva. Inclusão esta, que se deu pelo acesso à
informação e pelo estímulo à participação dos grupos inseridos no contexto do dia-a-dia
dos Núcleos.
6. PERSPECTIVAS DE CONTINUIDADE
As atividades terão continuidade com o projeto de extensão “Gerenciamento da
coleta seletiva de resíduos sólidos nos núcleos e eventos da UFV”. O objetivo do
projeto será a expansão dos Núcleos e a coleta dos resíduos em eventos institucionais,
semelhante à atividade desenvolvida na 80a Semana do Fazendeiro. Parte do grupo de
estudantes permanecerá no novo projeto, dando continuação ao presente trabalho.
7. COMENTÁRIOS E DIFICULDADES DO BOLSISTA SOBRE O PROJETO
A execução do presente projeto permitiu o desenvolvimento pessoal do bolsista
no planejamento e organização de tarefas, habilidade de trabalho em grupo e o
conhecimento de diversos lugares e pessoas.
Houve grande dificuldade para que fosse realizada a distribuição dos coletores
especiais de resíduos sólidos, uma vez que para isso é necessário um funcionário que
trabalha no Núcleo se dedique ao monitoramento do coletor e operacionalização da
coleta dos resíduos. Somente em quatro, dos dez núcleos levantados inicialmente, foram
identificados funcionários que apoiaram esta ação.
Observou-se que os integrantes de cada Núcleo desenvolveram gradativamente
mais autonomia e independência. Tal mudança pôde ser notada à medida que as
reuniões e ações nos Núcleos, e atividades como o transporte e pintura dos novos
coletores, passaram a ser realizadas sem a necessidade da presença do bolsista ou
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coordenador. Isto permitiu o desenvolvimento de novas atividades e o crescimento dos
estudantes dentro do projeto.
A expansão da coleta de pilhas e baterias foi muito bem recebida por todos
aqueles que, de uma forma ou de outra, não sabiam o que fazer com os resíduos gerados
nos prédios. Entretanto, o projeto tem freqüentemente recebido reclamações sobre
atrasos na coleta. A coleta propriamente dita é feita com o apoio do Corpo de
Bombeiros da UFV que nem sempre está disponível para realizá-la. Já foi proposta uma
tentativa de se fazer a coleta com freqüência quinzenal ou mensal, mas não houve
progresso, pois a reserva de um dia específico para que isso seja feito é inviável.
Espera-se que, com o aumento da demanda de coleta destes resíduos, seja criada ou
delegada esta função a um grupo de pessoas capacitadas e designadas a desenvolver tal
atividade.
Por último, cabe ressaltar a importância da contribuição de toda a equipe dos
Núcleos, que permitiu a expansão do Projeto Reciclar para cerca de 30 prédios no
campus da UFV.
8. COMENTÁRIOS DO COORDENADOR SOBRE O PROJETO E ATUAÇÃO
DO BOLSISTA
O bolsista realizou um excelente trabalho, sistematizando a metodologia de
ações, reuniões, cadastramento e acompanhamento das atividades desenvolvidas em
conjunto com os demais estudantes. Arquivou a documentação gerada na secretaria do
Projeto Reciclar na forma impressa e eletrônica.
Envolveu-se pessoalmente às múltiplas atividades do Projeto Reciclar, além dos
objetivos previstos. Compareceu assiduamente aos encontros para discussão dos
detalhes e exercitou intensamente as atividades de liderança junto aos voluntários do
projeto. Redigiu comunicações, cartas e circulares sob minha supervisão. O bolsista
interagiu estreitamente com o orientador.
Em conclusão, foi um excelente bolsista que merecia continuar, no entanto
assumirá uma bolsa de iniciação científica a partir do mês de março de 2010.
16
9. IMAGENS
Localização dos Núcleos de ação no campus da UFV*
* Numeração de acordo com a Tabela 1.
Exemplo de coletor de resíduos perigosos
2
4
6
8
3
5
7
10
14
9
11 13
15
18
1
8
10
10
10 12
12
12