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FACULDADE DE AGRONOMIA E ENGENHARIA FLORESTAL
Curso de Engenharia Agronómica
Departamento de Protecção Vegetal
Projecto Final
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e
maturação do fruto) na cultura da Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de
Búzi.
Autor:
Aboo Bacar João Danane
dananeaboobacar@gmail.com
Supervisão
Professora Doutora Luísa Santos
Eng. João Gomes (GalpBúzi)
Maputo, Setembro de 2014
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na
cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane i
Resumo
O cultivo intensivo de uma determinada cultura que começa a ser produzida para fins comerciais
sofre a pressão de escolha da melhor variedade que se adapte as condições de uma determinada
região e que tenha uma boa produção. Posteriormente, devido a factores adversos essas
variedades tem apresentado problemas de pragas. Devido à pouca informação científica existente
sobre a entomofauna da Jatropha em Moçambique, este trabalho servirá de instrumento para
ajudar aos produtores na adopção de estratégias adequadas para o controlo das pragas reduzindo
as perdas de rendimento. Para tal o presente trabalho tem como objectivo avaliar a incidência da
entomofauna associada a cultura da Jatropha na fase reprodutiva (floração, frutificação e
maturação do fruto). Nos meses de Março à Abril foram feitas observações num ensaio com 12
variedades (protótipos de variedades) e nos campos dos agricultores do sector familiar,
localizados no distrito de Búzi (Sofala). O ensaio foi conduzido usando o delineamento dos
blocos completos casualizados, constituído por 4 blocos, e 12 talhões por bloco, usando um
compasso de 4mx3m. A área do ensaio foi de 0.5 hectares, e cada talhão com uma área de 108
m2. Para a analise de dados usou-se o STATA 10.1 e SPSS 20. As variáveis analisadas foram:
densidade populacional, o nível de infestação, a abundancia relativa, a frequência e foi feita a
correlação entre a densidade e o rendimento (apenas para o ensaio). Por fim para a identificação
das variedades menos susceptíveis procedeu-se ao teste de comparação de médias de Tukey. No
total foram colectadas 39 espécies, sendo as principais pragas registadas a Aphtona spp,
Pseudococcus longispinus, Selenothrips rubrocintus, Callidea panathiopica,
Polyphagotarsonemus latus e Tetranychus sp. As variedades 5 e 12 foram as menos susceptíveis
ao ataque das pragas, tendo as mesmas apresentado o rendimento mais alto registado no ano de
2013. Houve uma associação fraca negativa entre o rendimento e a densidade populacional da
Aphtona spp.
Palavra-chave: Jatropha curcas, entomofauna, Aphtona spp, Pseudococcus longispinus,
Callidea panathiopica, Moçambique.
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na
cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane ii
DEDICATÓRIA
Este trabalho é dedicado:
Ao meu Pai João Danane (em memória) pelo pouco tempo de vida em que estivemos juntos, ao
meu cunhado Marcelino Maridade (em memória) pela criação, educação e pela grande
compreensão e paciência a mim prestada e por tornar-se num 2º pai durante o tempo que
vivemos juntos, as minhas irmãs Rabia João Danane e Cacilda João Danane (em memória)
A minha irmã Alzira Aboo Bacar pela criação, educação, paciência, amor, pelos ensinamentos da
vida, por cuidar de mim, por tudo que sou hoje e serei um dia, sempre serei eternamente grato e a
minha Mãe pelos conselhos, amor, sacrifício que fez por mim.
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na
cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane iii
Agradecimentos
Primeiro agradecer a Deus (Allah) ao senhor e todo-poderoso
Agradecer também a GalpBúzi pelo financiamento para a realização deste trabalho, a minha
Supervisora a Professora Doutora Luísa Santos pela confiança e apoio a mim prestado durante a
realização do trabalho, pela paciência, compreensão e ensinamentos que ajudaram na minha
formação profissional e ajudaram-me como pessoa.
Ao Engenheiro João Gomes (GalpBúzi) pelo acompanhamento, paciência e pela ajuda durante o
período da realização do trabalho;
Aos trabalhadores da Galp Búzi em especial ao sr Alberto, Gedeão, Paulino, Francisco, pelos
ensinamentos, pela hospitalidade, pela abertura pois eles contribuíram e muito para a realização
deste trabalho;
Agradecer também ao sr. Fernando Chadiwa pela paciência e o seu valioso tempo, pela ajuda na
proximidade e acompanhamento nos campos dos outros agricultores visitados, pelo seu grande
apoio quanto a abertura que teve em me receber; ao senhor Armando Peranhe pela sua abertura e
disponibilidade;
A minha mãe Eva Aboo Bacar, aos meus irmãos Alzira R. Aboo Bacar, Freitas Júlio, Ijate, Rabia
(memória), Bizaine, Cacilda (memória), Zainadine, Fazila, Amina, Essumaila, aos meus
sobrinhos Chaquila, Gany, Camila, Dinácia e a toda minha família pelo apoio e confiança
depositada em mim ao longo destes anos na academia.
A minha namorada Zipora Mendes, aos meus amigos Sunil, Germano, Arménio, Gabriel,
Munhaua, Amílcar, Spimma, Danny, aos meus colegas ingressados em 2009 em especial ao
Tidónio, Viriato, Lucas, Rafael, Paulo, Judite, Cidália, Jane, aos meus colegas e amigos do
Tangara pela força e ajuda durante a minha estadia nesta Universidade.
A todos que directa ou indirectamente contribuíram para a minha formação vai o meu
agradecimento do fundo do coração muitíssimo OBRIGADO, QUIXUKURO.
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na
cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane iv
ÍNDICE
Resumo .......................................................................................................................................................... i
DEDICATÓRIA ........................................................................................................................................... ii
Agradecimentos ........................................................................................................................................... iii
Lista de Tabelas ........................................................................................................................................... vi
Lista de Figuras ........................................................................................................................................... vii
Lista de abreviaturas .................................................................................................................................. viii
I. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 1
1.1. Generalidades ................................................................................................................................ 1
1.2. Problema de estudo ....................................................................................................................... 2
1.3. Objectivos ..................................................................................................................................... 3
1.3.1. Geral: ..................................................................................................................................... 3
1.3.2. Específicos: ........................................................................................................................... 3
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................................. 4
2.1. Origem e distribuição da jatropha ................................................................................................. 4
2.2. Descrição botânica da jatropha ..................................................................................................... 4
2.3. Produção e produtividade da jatropha ........................................................................................... 7
2.4. Importância Económica da jatropha ............................................................................................. 8
2.5. Pragas e Doenças da jatropha........................................................................................................ 9
III. MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................................... 17
3.1. Breve Descrição da Área de Estudo ............................................................................................ 17
3.2. Materiais ..................................................................................................................................... 20
3.3. Metodologia ................................................................................................................................ 20
3.4. Análise de dados ......................................................................................................................... 22
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................................... 24
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cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane v
4.1.Ensaio de Variedades ............................................................................................................................ 24
4.1.1. Espécies Identificadas ............................................................................................................. 24
4.1.2. Densidade populacional; nível de infestação e abundância relativa. ...................................... 25
4.2. Levantamento nos campos dos agricultores ......................................................................................... 31
4.2.1. Espécies Identificadas ....................................................................................................................... 31
4.2.2. Frequência relativa, densidade populacional, nível de infestação e abundancia relativa. ................. 32
4.2.3. Nível de infestação e densidade populacional dos besouros da folha por campo visitado ............... 34
4.2.4. Descrição das principais práticas culturais ....................................................................................... 35
V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES........................................................................................... 37
5.1. CONCLUSÕES .............................................................................................................................. 37
5.2. RECOMENDAÇÕES ..................................................................................................................... 38
VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ 40
Anexos ........................................................................................................................................................ 43
Anexo 1: Layoult do ensaio: compasso 4mx3m ......................................................................................... 44
Anexo2: Questionário de levantamento de dados no campo ...................................................................... 45
Anexo 3: Fichas de campo de levantamento da entomofauna no sector familiar ....................................... 48
Anexo 4: Ficha de campo de levantamento da entomofauna na área experimental de Chissamba. ........... 50
Anexo 5: ANOVA da densidade de besouros ............................................................................................. 51
Anexo 6: ANOVA da densidade de cochonilhas ........................................................................................ 54
Anexo 7: ANOVA da densidade de trips .................................................................................................... 54
Anexo 8: ANOVA percentagem de infestação ........................................................................................... 55
Anexo 9: Dados de correlação entre o rendimento e as principais pragas .................................................. 57
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cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane vi
Lista de Tabelas
Tabela 1: Lista de espécies encontradas ....................................................................................... 24
Tabela 2: Frequência relativa, abundancia relativa, densidade média e percentagem de infestação
média das espécies encontradas .................................................................................................... 26
Tabela 3: Correlação entre o rendimento e a densidade das principais pragas ............................. 31
Tabela 4: Lista de espécies colectadas nos campos do sector familiar ......................................... 32
Tabela 5: Frequência relativa, densidade média, nível de infestação e abundancia relativa ........ 33
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cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
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Lista de Figuras
Figura 1: Planta da Jatropha (Búzi, Sofala) .................................................................................... 6
Figura 2: Frutos verdes e maduros no mesmo cacho ...................................................................... 6
Figura 3: Sementes da Jatropha ...................................................................................................... 7
Figura 4: Alguns danos causados pelo ataque da Aphtona spp: A) Ataque a folha e B) Ataque
severo ............................................................................................................................................ 11
Figura 5: A: larva de trips e B: o adulto de trips (Selenothrips rubrocintus); B: Fonte: ADW
(2013) ............................................................................................................................................ 13
Figura 6: Folha atacada pela cochonilha (Pseudococcus longispinus) ......................................... 15
Figura 7: Ataque de ácaros ........................................................................................................... 16
Figura 8: A: Larvas e B: Adulto da Callidea panathiopica .......................................................... 16
Figura 9: Mapa da área de estudo ................................................................................................. 18
Figura 10: Nível de infestação, densidade populacional do besouro da folha e teste de
comparação de médias por variedade ........................................................................................... 27
Figura 11: Nível de infestação, densidade populacional da cochonilha e teste de comparação de
médias por variedade .................................................................................................................... 28
Figura 12: Nível de infestação, densidade populacional e teste de comparação de médias dos
trips por variedade......................................................................................................................... 29
Figura 13: Comportamento das variedades de Jatropha ao ataque da Aphtona spp e a sua
influência no rendimento .............................................................................................................. 30
Figura 14: Nível de infestação e densidade populacional do besouro da folha por campo visitado
....................................................................................................................................................... 34
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Lista de abreviaturas
% - Percentagem
Kg – quilograma
ha – hectare
cm – centímetro
m – metro
ton – toneladas
MAE – Ministério de Administração Estatal
Km2 – quilómetros quadrados
mm – milímetro
oC – graus Celsius
FAEF – Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal
GTZ –
Sr. – Senhor
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Lista de anexos
Anexo 1:
Anexo 2:
Anexo 3:
Anexo 4:
Anexo 5:
Anexo6:
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cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 1
I. INTRODUÇÃO
1.1. Generalidades
A jatropha (Jatropha curcas L.) pertence a família das Euphorbiaceae, a mesma família que a
mandioca e o ricínio, uma planta resistente à seca e com propriedades tóxicas (De Arruda et al.,
2004).
A jatropha é designada por vários nomes em vários Países, como o pinhão do Paraguai,
purgueira, grão-de-maluco, pinhão-manso entre outros, afirmando também a provável origem ser
o Brasil, tendo sido introduzida por navegadores Portugueses nas ilhas do Arquipélago de Cabo
Verde e Guiné, donde foi disseminado pelo continente Africano.
O nome jatropha resulta do grego iatrós (doutor) e trophé (comida), implicando as suas
propriedades medicinais, curcas é o nome comum para o pinhão-manso (jatropha) em Malabar,
Índia. Em algumas regiões o pinhão-manso (jatropha) é considerado uma erva daninha
(Biodieselbr, 2011).
De acordo com Farias e Bianchini (2010), pinhão-manso (Jatropha curcas L.) (Euforbiáceas) era
utilizada principalmente como cerca viva e na fabricação de sabão, entretanto vem sendo
estudada por apresentar propriedades promissoras para a produção de biocombustíveis.
As principais vantagens do cultivo da Jatropha para a produção de biocombustíveis são o baixo
custo de produção e a sua capacidade de produzir em solos pouco férteis e arenosos, além da
produtividade, facilidade de cultivo, da colheita de sementes e a fácil conservação da semente
após a colheita (De Arruda et al., 2004).
A cultura de Jatropha, como toda outra cultura que começa a ser cultivada comercialmente e
posteriormente sofre a pressão para escolher a melhor variedade que se adapte a uma
determinada região e que tenha uma boa produção, tem apresentado vários problemas
relacionados com as pragas e doenças, sendo de destacar a ocorrência de ácaros, trips, percevejo,
e doenças como a antracnose, oídio e seca descendente (Castro et al., 2008).
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cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 2
No entanto apesar de se conhecer as técnicas de produção desta cultura pouco ainda se sabe
sobre as pragas e doenças, com isso, a ocorrência destes organismos pode comprometer a sua
produção e o uso indevido de pesticidas para o seu controlo (Rodriguês et al., 2009).
1.2. Problema de estudo
Segundo Fernando (2006) citado por Gagnaux (2009) a produção de óleo por hectare de jatropha
é de 1590 kg óleo/ha podendo atingir 2200 kg óleo/ha, num espaçamento de 2m x 2m onde esta
produção é 30% e 90% superior à produção de óleo de girassol e soja respectivamente.
De acordo com De Arruda et al. (2004), citando vários autores, afirma que o rendimento varia
muito em função da região de plantio, método de cultivo, práticas culturais, idade da cultura,
quantidade de precipitação e da fertilidade do solo. De Arruda et al. (2004), citando Brasil
(1985) a um espaçamento de 3m x 3m o rendimento anual de óleo pode atingir 3 a 4 ton/ha,
citando Adam (1953) apresenta um rendimento de 4 a 5 kg de frutos por planta.
Sabendo que o preço dos combustíveis fósseis está a subir cada vez mais, há uma necessidade de
procura de combustíveis alternativos para a mitigação da subida dos preços, e a jatropha é uma
das culturas importantes para a produção de biocombustíveis.
Em 2005 foi iniciada a produção da cultura da jatropha em território Nacional em forma
experimental para a produção de biodiesel e para investigação. Em Moçambique, há pouca
informação sobre esta cultura e sem informação oficial (científica) publicada, sendo que para
além dos diversos problemas relacionados a sua produção, evidenciam-se as pragas por causar
danos as plantas e consequentemente a redução da produção.
Em 2009 foi feito o primeiro estudo da entomofauna da cultura da jatropha em Moçambique nas
fases de plântula e vegetativa (Gagnaux, 2009). No entanto não existem estudos sobre a
entomofauna na fase reprodutiva, há uma necessidade de fazer o levantamento da entomofauna
que atacam esta planta no distrito de Búzi e conhecer as espécies que atacam mais a cultura na
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Projecto Final Aboo Bacar João Danane 3
fase de frutificação e maturação do fruto. Conhecendo as espécies que atacam esta cultura vai
ajudar aos produtores na adopção de estratégias adequadas para o controlo de pragas evitando
deste modo a perda de rendimento e poder rentabilizar a produção. O estudo servirá também
como um instrumento conclusivo que vai poder enriquecer ao País com a informação sobre a
entomofauna da cultura de Jatropha desde a sementeira até a colheita.
1.3. Objectivos
1.3.1. Geral:
Avaliar a incidência da entomofauna associada à cultura da jatropha (Jatropha curcas L)
na fase de frutificação e maturação do fruto;
1.3.2. Específicos:
Colectar e identificar a entomofauna na cultura da jatropha na fase de frutificação e
maturação;
Comparar as densidades populacionais, nível de infestação, abundancia relativa das
espécies encontradas;
Descrever as principais práticas culturais feitas pelos produtores da Jatropha do sector
familiar no Distrito de Búzi.
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II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Origem e distribuição da jatropha
Segundo Guimarães (2008), a maioria dos estudos científicos afirma que a jatropha (Jatropha
curcas L.), tem sua origem na América do Sul, possivelmente no Brasil, tendo sido introduzida
por navegadores Portugueses nos finais do século XVIII nas Ilhas de Cabo Verde e Guiné, de
onde foi mais tarde disseminada pelo continente Africano. Actualmente é cultivada em todo
mundo com vários nomes populares, como o pinhão-paraguaio, pinhão-de-purga e outros.
Correia (2009) citando Heller (1996), o provável centro de origem é o México e América
Central, pois a planta não foi encontrada na vegetação espontânea em África e na Asia, mas
apenas sob forma cultivada.
Tominaga et al. (2007) afirma que apesar de vários investigadores considerarem o Brasil como o
centro de origem da jatropha por esta ter sido difundida a partir dai pelos navegadores
Portugueses, é mais seguro considerar que o verdadeiro centro de origem seja o México, pois os
responsáveis pela distribuição do México até a Argentina incluindo o Brasil foram os Índios que
migraram da América do Norte para a América do Sul há mais de 10000 anos.
2.2. Descrição botânica da jatropha
A jatropha é um arbusto alto ou uma árvore que pode crescer até 6 metros, ela pertence a família
Euphorbiaceae, tem uma longevidade na faixa de 50 anos, planta de folhas verdes com
comprimento de 6 cm e largura de 15 cm. A planta é hermafrodita, com flores masculinas e
femininas na mesma planta, cada fruto contem 3 sementes, as sementes secas tem um teor de
humidade de 7% e pode conter entre 32% e 40% de óleo (Putten, 2009).
De acordo com Tomingana et al. (2007), a jatropha atinge 3-5 metros de altura, podendo chegar
até 12 metros, com um diâmetro de tronco de 30 a 80 cm. O caule é leve, macio, esverdeado,
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Projecto Final Aboo Bacar João Danane 5
cinzento ou castanho. As folhas quando novas apresentam uma coloração vermelho-vinho,
cobertas com pelugem branca e a medida que envelhecem tornam-se verdes, pálidas, brilhantes,
com nervuras esbranquiçadas e salientes na base. O pecíolo é longo e esverdeado, do qual partem
as nervuras divergentes. A inflorescência surge no ápice do caule impedindo o seu
desenvolvimento apical, as flores são amarelo-esverdeadas, monóicas, unissexuais e produzidas
na mesma inflorescência.
As flores femininas são em geral cerca de 10 a 20, localizam-se nas ramificações e apresentam
um pedúnculo longo, não articulado, com três células elípticas, ovário com três carpelos, cada
um com um lóculo com três estigmas bifurcados. As flores masculinas, mais de 50, com 10
estames, cinco unidos na base e cinco à coluna encontram-se situadas nas pontas das
ramificações, a polinização das flores é feita por insectos, (Tominaga et al, 2007).
O sistema radicular é do tipo pivotante, com uma raiz principal que atinge grandes
profundidades. Apresenta grandes profundidades de raízes laterais, responsáveis pela nutrição da
planta. Pode-se dizer que o sistema radicular é equivalente à altura da planta, assim como o
diâmetro da exploração do solo (Da Cunha, 2009).
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cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 6
Figura 1: Planta da Jatropha (Búzi, Sofala)
Figura 2: Frutos verdes e maduros no mesmo cacho
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Figura 3: Sementes da Jatropha
2.3. Produção e produtividade da jatropha
A produtividade varia muito em função das regiões climáticas (nas zonas equatoriais ela floresce
duas vezes por ano, enquanto que nas zonas áridas só floresce uma vez por ano), e é influenciada
por: métodos de plantação, idade da cultura, fertilidade do solo, tratamentos culturais, entre
outros. A produtividade económica vai até 20 a 25 anos a partir desta idade a produtividade
diminui consideravelmente e não é viável manter a plantação, recomendando-se a sua
substituição. Para um espaçamento de 3 x 3m, o rendimento anual de óleo pode atingir de 3,0 a
4,0 ton/ha (Da Cunha, 2009).
De Arruda et al. (2004), menciona algumas vantagens da produção de jatropha como o baixo
custo de produção e a sua capacidade de produzir em solos pouco férteis e arenosos, além da alta
produtividade, da facilidade de cultivo e da colheita de sementes. Outro aspecto importante é a
fácil conservação de sementes após a colheita, podendo ser armazenada por longos períodos sem
inconvenientes da deterioração do óleo como acontece com as sementes de outras oleaginosas.
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Projecto Final Aboo Bacar João Danane 8
A produtividade da cultura de jatropha varia muito em função da região de cultivo, método de
cultivo, práticas culturais, idade da cultura, quantidade de precipitação e da fertilidade do solo,
podendo o rendimento atingir 4 ton/ha (De Arruda et al., 2004).
Segundo Tominaga et al. (2007) as características desejáveis sob o ponto de vista do cultivo
comercial, para as plantas de jatropha são: apresentar maior quantidade de ramos que saem da
base (define a produtividade da planta) e maior número médio de frutos por cacho.
2.4. Importância Económica da Jatropha
Segundo Baganí, (sd), as diferentes partes da planta da jatropha podem ser usadas para:
A planta da Jatropha é usada como uma planta medicinal:
1. As folhas para o combate a malária, queimando as folhas e espalhando o fumo
dentro de casa;
2. As sementes ou fruto para prevenir a constipação (das variedades que não
apresentam propriedades tóxicas);
A jatropha plantada em forma de barreira reduz a erosão causada pela água e vento,
(erosão hídrica e eólica);
A cultura da jatropha é usada como fonte de sombra para as plantas de café em Cuba.
De acordo com Da Cunha (2009), a jatropha é uma planta com muitos atributos, múltiplos usos e
considerável potencial, em especial para a prevenção e controle da erosão do solo, recuperação
do solo e como cerca viva. Outros aspectos positivos incluem à produção de óleo com a
vantagem de armazenamento das sementes por longos períodos de tempo.
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Projecto Final Aboo Bacar João Danane 9
Segundo Correia (2009), a jatropha é uma planta de múltiplos usos, sendo que a principal razão
para a exploração desta cultura seja a utilização energética, onde toda a parte aérea pode ser
usada como combustível. O óleo pode ser extraído e utilizado directamente ou convertido em
biodiesel, e os resíduos resultantes podem também ser convertidos em energia.
2.5. Pragas e Doenças da Jatropha
São poucos os estudos sobre os insectos associados ao Jatropha, mas para o seu estabelecimento
até a colheita é preciso saber e conhecer a sua entomofauna.
Segundo Farias e Bianchini (2010) citando Gallo (2002), os danos causados pelos insectos às
plantas são variáveis, podendo ser observados em todos os órgãos vegetais, entretanto dependem
da espécie e do nível populacional da praga, do estágio de desenvolvimento e estrutura vegetal
atacada e da duração do ataque, obtendo assim um maior ou menor prejuízo quantitativo ou
qualitativo.
Segundo Gagnaux, (2009), as principais pragas que ocorrem na jatropha em Moçambique
durante a fase vegetativa pertencem maioritariamente as ordens Coleoptera, Orthoptera,
Hemiptera, Hymenoptera, Lepidoptera, Isoptera e Thysanoptera, sendo as principais pragas:
Besouro da Folha (Aphtona spp.), os gafanhotos macaco, (Lophothericles sp. e Pieltainidia sp.),
Disdercus sp., Ceylalictus sp., lagarta verde mineira da folha (Stomphastis thraustica), as
espécies de térmites do género Comitermes e os trips.
De acordo com Rodriguês et al. (2009), as principais ordens de insectos associadas a cultura de
jatropha são: Coleóptera, Díptera, Hemíptera, Himenóptera, Lepidóptera e Ortóptera. Segundo
Correia (2009), as pragas que atacam a cultura da jatropha são o ácaro branco
(Polyphagotarsonemus latus), ácaro vernelho (Tetranychus sp.), trips (Selenothrips
rubrocinatus) e térmites.
De acordo com Franken e Nielsen (2009), quando a jatropha é cultivada apresenta densidades
elevadas de pragas, sendo que a maior parte delas não são prejudiciais e são de menor
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importância económica, e a importância das pragas variam de acordo com as regiões, sendo a
destacar em África algumas pragas como o besouro saltador (Aphtona spp.), besouro saltador
amarelo (Aphtona dilutipes), o besouro saltador dourado e entre outras pragas.
Segundo Tominaga et al. (2007), as principais pragas que ocorrem nesta cultura são: as formigas,
cigarrinha-verde (Empoasca sp.), ácaros (ácaro-branco: Polyphagotarsonemus latus e acaro-
vermelho: Tetranychus sp.), trips (Selenothtips rubrocinatus), as térmites, percevejos
(Pachycoris spp.) e outras pragas de menor importância ocorrem nesta cultura como são os casos
de gafanhotos (comem as folhas), esperanças (comem as folhas), broca-das-hastes e a lagarta
mineira. E registando-se também algumas doenças que ocorrem tais como: Oídio ou mofo-
branco (Oidium hevea), Gomose (Phytophthora sp.), a ferrugem (Phakopsora jatrophicola), as
viroses (ela pode ser atacada por vírus que atacam a mandioca).
Morfologia, biologia e danos das principais espécies de insectos
Besouros da folha (Aphtona spp.)
Classificação sistemática
Esta espécie de insecto pode ser classificada sistematicamente da seguinte forma:
Classe: Insecta;
Ordem: Coleoptera;
Família: Chrysomelidae;
Subfamília: Alticinae;
Género: Aphtona
Espécie: Aphtona spp
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cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
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Descrição da praga e seus danos
De acordo com Scholtz & Holm (1985), a família Chrysomelidae é uma das mais numerosas
famílias dos coleópteros, em que os adultos e as larvas se alimentam da planta, mas têm-se
adaptado a diferentes formas de vida. Dentro da família são pragas muito importantes
economicamente nas plantas cultivadas. A subfamília Alticinae é caracterizada pelas pernas
traseiras que são adaptadas para o salto. A maior parte dos insectos são pequenos, que podem ser
caracterizados pela coloração amarela ou metálica.
Estes insectos habitam em varias plantas alimentares com elevada frequência. As suas larvas
alimentam-se na maior parte dos casos nas raízes das plantas, mas algumas podem ser de livre
habitat.
De acordo com Gagnaux (2009), citando (Hansen, 2008) afirma que as espécies deste género têm
apenas uma única geração por ano e alimentam-se exclusivamente das plantas da família
Euphorbiaceae e apos a deposição dos ovos estes eclodem em 10 dias. Os adultos são polífagos e
alimentam-se das folhas da planta provocando uma redução da área fotossintética e em casos
extremos de ataque causando a morte da planta. A partir dos 14 oC, são criadas condições para a
emergência desta praga.
Figura 4: Alguns danos causados pelo ataque da Aphtona spp: A) Ataque a folha e B) Ataque severo
A B
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Trips (Selenothrips rubrocintus)
Classificação sistemática
Esta espécie pode ser classificada sistematicamente da seguinte forma:
Classe: Insecta;
Ordem: Thysanoptera;
Familia: Thripidae;
Género: Selenothrips;
Espécie: Selenothrips rubrocintus
Descrição da praga e danos causados pela mesma
Os trips atacam folhas completamente desenvolvidas, dando um aspecto branco-prateado as
folhas. As larvas são avermelhadas e formam colonias, aparecendo manchas rubras nas folhas.
Os adultos apresentam geralmente uma cor preta e corpo fino (Franco e Gabriel, 2008). Em
infestações intensas, ramos, flores e frutos podem ser atingidos, causando desfolha e
desfilhamento de frutos e sementes (Tominaga et al, 2007).
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na
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Figura 5: A: larva de trips e B: o adulto de trips (Selenothrips rubrocintus); B: Fonte: ADW (2013)1
Segundo Silva (2006) as larvas dos trips são avermelhados, formam colónias bem visíveis ao
olho nu, o adulto é preto de formato típico de um trips, corpo fino e de movimentos rápidos.
Para um efectivo controlo, deve-se fazer um uso de estratégias através do controlo químico e
biológico, rotação na aplicação de pesticidas para evitar a resistência aos mesmos. Para evitar
hipóteses de transmissão viral, as plantas que mostrarem sintomas de infecção devem ser
removidas. Tratamento químico com pesticidas de acção sistémica (deltamethrin SC, fenthion 50
CE ) é preciso com a finalidade de eliminar as pupas que ficam em repouso as vezes no solo
assim como nas plantas (Otieno e Mwangi, 2009).
Cochonilha (Pseudococcus longispinus)
Classificação sistemática
Classe: Insecta;
Ordem: Hemiptera;
Família: Pseudococcidae;
Género: Pseudococcus
1 Disponível em: http://animaldiversity.ummz.umich.edu/accounts/Selenothrips_rubrocinctus/classification/
A B
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Espécie: Pseudococcus longispinus
Descrição da praga e os seus danos
De acordo com Hernansáez (2008) entre as cochonilhas as mais comumente conhecidas
pertencem aos géneros Pseudococcus e Planococcus. As cochonilhas destas famílias alimentam-
se praticamente sobre toda a parte superficial da planta resultado na produção de melaço. Por não
possuírem um corpo rígido, estes insectos são móveis em todos os seus estágios de vida,
incluindo a fêmea adulta.
O Pseudococcus longispinus tem o corpo oval e com abundantes secreções de cera de coloração
branca, farinhento ou filamentoso e de consistência suave. Nesta espécie é característico que os
filamentos caudais são mais largos que os laterais e mais largos em relação ao tamanho do seu
corpo. No estado adulto este insecto mede cerca de 4mm de largura, e geralmente não é
considerada uma praga de importância económica.
Segundo Picker et al. (2004), esta praga reproduz-se acima de seis gerações por estação nas
regiões quentes. É capaz de se alimentar por todas as partes da planta.
De acordo com Olmi (1985), esta espécie vive nas regiões tropicais, causa prejuízos a muitas
outras culturas como os citrinos, o cafezeiro, o coqueiro, a cana sacarina, entre outras culturas
pois trata-se duma espécie polífaga.
Uma geração desta espécie dura cerca de 15 dias sobre condições óptimas e podem multiplicar-
se durante todo o ano nas regiões tropicais. Contudo, as espécies podem variar nas diferentes
regiões, (Rao et al, 2010).
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Figura 6: Folha atacada pela cochonilha (Pseudococcus longispinus)
De acordo com Silva (2006), o ácaro branco Polyphagotarsonemus latus (Banks), ao atacar a
planta este paralisa o seu crescimento, ficando as suas folhas prateadas. Tominaga et al. (2007)
diz que o ataque do ácaro branco ataca as brotações novas e a folha fica com aspecto de papel
crepom. Ataca a ponta da planta e encrespa as folhas, inibe o desenvolvimento das folhas e as
inflorescências, paralisando seu crescimento. Na época seca, o ataque é mais grave.
O ácaro-vermelho (Tetranychus sp) ataca as folhas mais velhas. Na época seca, causa
amarelecimento e a queda prematura das folhas, é de menor importância em relação ao ácaro
branco, tem corpo vermelho e ocorre geralmente nas folhas maduras (velhas) da planta.
(Tominaga et al., 2007).
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Figura 7: Ataque de ácaros
Outra espécie de praga que ocorre e que poderá ser de grande importância devido ao seu ataque é
a ocorrência da Calidea panaethiopica (Kirkaldy), em que o adulto ataca as flores e as capsulas
dos frutos. Esta espécie causa a deformação e o aborto da capsula, ela deposita seus ovos ao
redor das capsulas para causar maiores danos. Os adultos começam a surgir nas plantas no fim
do mês de Março, e as fêmeas chegam primeiro e imediatamente colocam os seus ovos abaixo da
superfície das folhas e das capsulas. Esta praga causa o aborto das flores e dos frutos, reduz o
tamanho, o peso e o conteúdo de óleo nas sementes (Terren et al, 2012).
Figura 8: A: Larvas e B: Adulto da Callidea panathiopica
A B
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III. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. Breve Descrição da Área de Estudo
O presente trabalho foi realizado na Província de Sofala, no distrito de Búzi especificamente no
posto administrativo de Bandúa no campo experimental de Chissamba (campo de multiplicação
de variedades) pertencente a Galp e nos campos dos agricultores do sector familiar localizados
nas proximidades deste.
De acordo com MAE (2005), o distrito de Búzi está localizado a sudoeste da Província de Sofala,
sendo limitado a Norte pelos Distritos de Nhamatanda e Dondo, a Oeste os distritos de
Chibabava e Gondola (Manica) e a Este pelo Oceano Indico. Tem uma superfície de 7329 Km2.
Segundo a classificação de Koppen, no distrito de Búzi ocorrem dois tipos de clima
nomeadamente o clima de tipo Tropical Chuvoso de Savana “Aw” ao longo da faixa costeira e
clima de tipo Tropical Temperado Húmido “Cw” no interior do distrito, observando-se em
ambos casos duas estações, a chuvosa e a seca.
A precipitação média anual é de 1089 mm, enquanto a evapotranspiração potencial média anual
está na ordem dos 1562 mm. A temperatura média anual é de 24.7oC, as médias anuais máximas
e mínima são de 31.3 e 18oC respectivamente.
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Figura 9: Mapa da área de estudo
Ensaio
Este trabalho foi dividido em duas partes, a 1ª em que o estudo foi feito na área experimental de
Chissamba, em que foi montado um ensaio2 com 12 variedades (protótipos de variedades) e a 2ª
parte que consistiu na visita a alguns campos de agricultores do sector familiar.
A visita dos campos do sector familiar foi para ter uma ideia sobre a forma como eles cultivam,
as praticas feitas por estes e por fim uma comparação com o que acontece nos campos da Galp.
2 O ensaio já estava montado na altura da recolha de dados
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Projecto Final Aboo Bacar João Danane 19
Delineamento do ensaio
Cada bloco foi composto por 12 talhões e cada talhão com área de 108 m2 e 9 plantas por talhão
(36 plantas por variedade), o que contabiliza uma área total do ensaio de 0,5 hectares, ver anexo
1 o layout do ensaio. O compasso usado para a montagem do ensaio foi de 4m x 3m, o mesmo
foi montado usando o delineamento dos blocos completos casualizados (DBCC) com 4
repetições. Foi escolhido o DBCC porque constatou-se no terreno uma variação do declive do
terreno.
Com a montagem do ensaio pretendia-se comparar o desenvolvimento e comportamento das
diferentes variedades (protótipos de variedades) de jatropha (Jatropha curcas L.), como exemplo
a altura da planta, o diâmetro, número de ramos, data da floração, produtividade entre outros
aspectos. E foi neste aspecto que introduziu-se a componente para a avaliação da entomofauna
na fase reprodutiva da cultura (floração, frutificação e maturação do fruto).
O ensaio foi montado em Setembro de 2010, primeiro foi feito a multiplicação das plantas em
viveiro que durou 60 dias em que continha uma semente por plástico e para posterior transplante
no campo definitivo, foi feita a preparação do solo com 2 lavouras e 1 gradagem.
É feita a adubação uma vez ao ano usando 100 kg de superfosfato de cálcio e 50 kg de nitrato de
cálcio (para todos campos), em que esta é feita duma forma localizada. Não é feita a rega, as
sachas são feitas periodicamente sem um intervalo fixo, mas sim, são priorizados os campos que
estiverem mais infestados assim como também para aplicação de pesticidas, em que faz-se uma
rotatividade de pesticidas entre os quais cipermetrina, bimipirid, cloropirifos, metamidofo,
imidacloropiride, abemetina, endossulfao e alcatin.
As sachas são mecanizadas, e usam capinadeiras e grades pesadas para esta operação, assim
como para aplicação de pesticidas que usam tanque rocha e pulverizadores de dorso estes
manualmente.
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3.2. Materiais
Frascos de vidro – para a conservação dos insectos
Álcool a 96% de concentração de volume – para ajudar a conservar os insectos;
GPS – para a marcação de coordenadas
Sacos de papel - colocar os insectos maiores
Algodão – ajudar na esterilização das bancadas no laboratório,
Máquina fotográfica – tirar fotos das plantas, e dos insectos encontrados
Rede entomológica – ajudar na colecta dos insectos voadores.
Lupa – ajudar na observação de ácaros.
3.3. Metodologia
O período de recolha de dados decorreu nos meses de Fevereiro e Março de 2013, as
observações foram feitas sem um intervalo fixo de tempo, pois devido a várias adversidades não
foi possível cumprir com o planeado que era fazer observações quinzenais.
3.3.1. Ensaio:
1. Colecta e identificação da entomofauna na cultura da jatropha na fase de floração,
frutificação e maturação.
No campo experimental de Chissamba onde estava montado o ensaio a amostragem foi
de 432 plantas a nível do ensaio, isto de modo a permitir obter os dados de todas as
variedades e em todos os blocos.
Uso de colecta manual de todos os insectos presentes em cada planta. Em cada planta
observada foi contado o número de indivíduos presentes, e os insectos colectados foram
armazenados em frascos;
A identificação das espécies foi feita no laboratório da FAEF. Foram identificados com
base na classificação (Ordem, família e espécie aquelas que foram possível). Para os
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cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 21
casos de lagartas para a identificação dos adultos colocou-se em frascos para posterior
criação até a emergência dos adultos. A identificação foi feita pelo autor com ajuda de
técnicos especializados na área de entomologia.
2. Comparação das densidades populacionais, nível de infestação, abundancia relativa das
espécies encontradas:
Cálculo da densidade populacional, nível de infestação e abundancia relativa usando as
seguintes fórmulas:
Densidade populacional (D) é o quociente entre o número total de indivíduos observados e o
número total de plantas observadas.
(1)
Onde D é a densidade populacional da praga
Nível de infestação (PI) é a razão percentual do quociente entre o número de plantas atacadas
pelo número de plantas observadas (Chaibe e Singh, 1991) citado por Gagnaux (2009).
(2)
Onde: PI é o nível de infestação
Abundancia relativa é o quociente do somatório do número total de indivíduos duma espécie
pelo número total de indivíduos de todas as espécies encontradas na amostra.
(3)
Onde:
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cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 22
Ab – Abundancia relativa da espécie i
Ni – Número total de indivíduos da espécie i
Nt – É o número total de indivíduos de todas espécies encontradas.
3.3.2. Levantamento nos campos dos agricultores
1. Colecta e identificação da entomofauna na cultura da jatropha na fase de floração,
frutificação e maturação.
Nos campos dos agricultores do sector familiar foi feita a escolha de 20 plantas no campo
usando o padrão de amostragem em ziguezague. Cada planta foi observada na parte
superior nomeadamente as folhas, flores e os frutos. Os procedimentos seguintes são
iguais aos descritos para a metodologia no ensaio.
2. Descrição das principais práticas culturais feitas pelos produtores (inquiridos) do sector
familiar;
Através do inquérito semiestruturado, disponível no anexo 2, foi possível descrever as
principais práticas culturais e os métodos de combate as pragas pelos agricultores através
das suas respostas e da observação que foi feita no campo.
Para o objectivo 2 que é comparar as densidades populacionais, nível de infestação, abundância
relativa das espécies encontradas a metodologia usada foi a mesma descrita para o ensaio.
3.4. Análise de dados
Nesta secção de análise de dados, foram analisadas as seguintes variáveis: o número de
espécies presentes, frequência absoluta e relativa, a abundancia relativa, nível de
infestação, densidade populacional.
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cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 23
Modelo estatístico:
; em que:
Yij – Valor observado parcela j que recebeu o tratamento i
µ - Média geral
τi – Efeito do tratamento i
βj – Efeito do bloco j
εij – Erro experimental
Os dados foram analisados usando o Pacote Estatístico STATA 10. Com base neste pacote fez-se
a análise de variância (ANOVA), teste de Normalidade de Shapiro-Wilk, teste de
Heteroskedasticidade de Breusch-Pagan e o teste de comparação de médias de Tukey, ao nível
de significância de 5%.
A quando a analise dos dados constatou-se que estes não seguiam uma distribuição normal
devido a violação do teste de homogeneidade de variâncias, que para a circunstancia foi preciso
corrigir os erros e repetir a ANOVA com base nos dados transformados, para tal os dados
sofreram uma transformação raiz quadrada. Usou-se também o SPSS 20 para fazer a analise da
correlação entre o rendimento e a densidade das principais pragas encontradas.
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cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
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IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Ensaio de Variedades
4.1.1. Espécies Identificadas
Foram colectadas 39 espécies que atacam a cultura da jatropha na fase reprodutiva. Dentre as
espécies encontradas as mais frequentes pertencem a ordem dos Coleopteros, Thysanoptera e
Homoptera. Foram também encontrados insectos das ordens Lepidoptera, Orthoptera, e também
ácaros (tabela 1). Referir que todas as plantas na qual foram feitas as observações estavam na
fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto).
Tabela 1: Lista de espécies encontradas
Ordem Subordem Família Espécie
Coleóptero Chrysomelidae Aphtona spp.
Coccinellidae Micraspis striata
Hemiptera
Homoptera
Pseudococcidae
Pseudococcus longispinus
Thysanoptera
Thripidae
Selenothrips rubrocintus
Hemiptera
Heteroptera
Scutelleridae
Callidea panathiopica
Não identificada
Não identificada
Não identificada
Orthoptera Acrididae Nomadacris septemfasciata
Nesostigmata
Tarsonenidae
Tetranychidae
Polyphagotarsonemus latus
Tetranychus sp.
Diptera Asilidae Hyperechia marshalli
Hymenoptera
Não identificada
Não identificada
Não identificada
Não identificada
Hemiptera
Não identificada
Não identificada
Não identificada
Não identificada
Lepidoptera Não identificada Não identificada
Não identificada
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na
cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 25
As outras 19 espécies não foram listadas pelo facto delas não terem registado uma maior
importância económica, isto é, elas foram omitidas pois a maior parte destes insectos so registou-
se um ou dois insectos de cada espécie.
De acordo com Otieno e Mwangi (2009), as principais espécies de insectos que foram
encontradas na fase reprodutiva da Jatropha no Quénia são: trips (Heliothrips haemorrhoidalis e
Scirtothrips kenyensis), calidea (Callidea dregri), cochonilhas (Ferrisia virgata e Planococcus
sp), mosca branca (Bemisia tabaci), os besouros das folhas (Aphtona spp.) e ácaros branco assim
como o vermelho.
Enquanto Franco e Gabriel (2008) afirmam que as principais pragas da cultura da jatropha são
Pachycoris torridus, Sternocoelus notaticeps, Polyphagotarsonemus latus (ácaro branco),
Tetranychus sp (ácaro vermelho), Empoasca sp (cigarrinha verde), Selenothrips rubrocinctus
(Trips), besouro verde entre outras pragas. Referir ainda que este autor não faz menção em
relação a fase de ocorrência destas pragas.
As principais pragas para esta cultura registadas no Senegal são: a lagarta verde mineira (S.
thraustica), P. morosalis, Calidea panaethiopica (Terren et al, 2012).
Segundo De Arruda et al. (2004), as principais pragas que atacam esta cultura são a agarícinea e
o bostrichus que atacam o lenho. O mesmo autor refere que de todas as pragas a mais prejudicial
a planta é a cochonilha.
De acordo com o estudo publicado pelo GTZ no Quénia em 2009 sobre a produção desta cultura
relata que as principais espécies de insectos (pragas) que foram encontradas são: Scutellera
nobilis, Pempelia morosalis, Stomphastis (Acrocercops) thraustica, Achaea janata, Oxycetonia
versicolor, Clitocybe tabescens, Colletotrichum gloeosporioides, Phakopsora jatrophicola.
4.1.2. Densidade populacional; nível de infestação e abundância relativa.
As três principais espécies que ocorreram em todas as variedades são os besouros da folha
(Aphtona spp.), cochonilhas (Pseudococcus longispinus) e por fim os trips (Selenothrips
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cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 26
rubrocintus), (tabela 2). Os besouros foram a principal espécie de insecto encontrada tendo-se
registado uma abundancia relativa de 79.56%, densidade média de 4.91besouros/planta e uma
percentagem de infestação de 86.8%.
Tabela 2: Frequência relativa, abundancia relativa, densidade média e percentagem de infestação média das
espécies encontradas
Espécie Frequência
relativa
(%)
Abundancia
relativa (%)
Densidade
media
(ind./planta)
Percentagem
de infestação
(%)
Aphtona spp 13.64 79.56 4.91 86.8
Micraspis striata 1.14 0.04 0.002 0.23
Pseudococcus longispinus 13.64 7.75 0.48 15.05
Selenothrips rubrocintus 12.50 4.46 0.28 12.5
Callidea panathiopica 3.41 1.39 0.09 8.56
Sp não identificada 1.14 0.01 0.08 0.23
Sp não identificada 1.14 0.11 0.01 0.46
Sp não identificada 1.14 0.41 0.03 0.23
Nomadacris septemfasciata 3.41 0.11 0.007 0.69
Hyperechia marshalli 1.14 0.04 0.002 0.23
Sp não identificada 2.27 0.26 0.02 1.62
Sp não identificada 1.14 0.04 0.002 0.23
Sp não identificada 1.14 2.96 0.18 9.26
Sp não identificada 1.14 0.04 0.002 0.23
Sp não identificada 1.14 0.04 0.002 0.23
Sp não identificada 1.14 0.04 0.002 0.23
Sp não identificada 1.14 0.04 0.002 0.23
Sp não identificada 1.14 0.04 0.002 0.23
As outras espécies que não foram listadas na tabela 2, representam uma frequência relativa de
37,45%.
De acordo com o estudo do GTZ realizado no Quénia em 2009 evidência que dos 267 campos
visitados, 119 deles houve registo dos besouros dourado e em 47 campos foi registado a
ocorrência dos besouros vermelhos.
Referir ainda que a variedade 9 teve uma densidade e percentagem de infestação dos besouros da
folha com 10.3 e 100% respectivamente. A variedade 7 e a variedade 4 tiveram uma densidade
média de besouros de 6.9 e 5.5 respectivamente. As variedades 5, 6 e 12 registaram densidade
média e percentagem de infestação de 2.4, 3.1 e 2.9, e 75, 75 e 77.8% respectivamente.
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Projecto Final Aboo Bacar João Danane 27
Figura 10: Nível de infestação, densidade populacional do besouro da folha e teste de comparação de médias
por variedade
Para a cochonilha a variedade 4 registou uma densidade populacional média de 1.4 indivíduos
por planta e uma percentagem de infestação de 19.4%, sendo que as outras variedades registaram
densidades abaixo de 1 individuo por planta. A variedade 5 registou um nível de infestação de
27.8%, seguida das variedades 10 e 11 com 22.2 e 19.4% respectivamente.
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Projecto Final Aboo Bacar João Danane 28
Figura 11: Nível de infestação, densidade populacional da cochonilha e teste de comparação de médias por
variedade
Para os trips, todas as variedades registaram densidades médias abaixo de 1individuo por planta,
sendo que a variedade 1 registou uma densidade de 0.61 indivíduos por planta e uma
percentagem de infestação de 22.2%. As variedades 3, 7 e 8 registaram uma densidade média e
percentagem de infestação de 0.08, 0.08 e 0.03 trips por planta e 8.3, 2.8 e 2.8%
respectivamente.
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na
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Projecto Final Aboo Bacar João Danane 29
Figura 12: Nível de infestação, densidade populacional e teste de comparação de médias dos trips por
variedade
Segundo os dados da ANOVA (anexo 6 e 7) não houve diferenças significativas em relação a
densidade populacional e o nível de infestação da cochonilha e dos trips, e o uso do bloco
também não teve um efeito significativo na redução do erro experimental. E de acordo com o
teste de Tukey também não houve diferenças significativas em relação a densidade populacional
e o nível de infestação dos besouros da folha.
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na
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Projecto Final Aboo Bacar João Danane 30
Figura 13: Comportamento das variedades de Jatropha ao ataque da Aphtona spp e a sua influência no
rendimento
Do gráfico 13 é possível notar que a variedade 5 foi menos propensa ao ataque dos besouros da
folha, tendo registado também maior rendimento, seguida da variedade 12 e 6 que registaram
também densidades baixas dos besouros da folha. Por seu lado a variedade 9 foi a mais
susceptível ao ataque desta praga, tendo registado uma infestação de 100% das suas plantas,
embora não tenha tido o menor rendimento.
Do teste de Tukey realizado ao nível de significância de 5% em relação ao parâmetro da
densidade de infestação é possível notar segundo os dados no anexo 5 que as variedades não
diferem entre si estatisticamente, isso quer dizer que pode ser recomendada qualquer uma das
variedades (protótipos de variedades) para o seu cultivo.
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na
cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 31
Correlação entre a densidade e o rendimento
Houve uma associação fraca negativa (r = -0.268) entre a densidade de besouros da folha
(Aphtona spp.) e o rendimento. Quanto as outras pragas houve uma associação fraca positiva
sendo de 0.259 dos trips e 0.165 registada na cochonilha, (tabela 4).
Tabela 3: Correlação entre o rendimento e a densidade das principais pragas
Correlação entre a densidade das principais pragas e o rendimento
A.spp S.r P.l
Rendimento -0.268 0.259 0.165
Onde: A.sp – Aphtona spp; S.r – Selenothrips rubrocintus; P.l – Pseudococcus longispinus
4.2. Levantamento nos campos dos agricultores
4.2.1. Espécies Identificadas
Foram encontradas 14 espécies nos campos do sector familiar (tabela 4), sendo que o campo que
apresentou mais diversidade de espécies foi o campo 1 com 8 espécies diferentes seguindo o
campo 2. As principais pragas registadas nos campos do sector familiar são a Aphtona spp.,
seguida da cochonilha (Pseudococcus longispinus) e dos trips (Selenothrips rubrocintus).
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na
cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 32
Tabela 4: Lista de espécies colectadas nos campos do sector familiar
Ordem Família Espécie
Coleóptera Chrysomelidae Aphtona spp.
Homóptera Pseudococcidae Pseudococcus longispinus
Formiga
Thysanoptera Thripidae Selenothrips rubrocintus
N/identificado N/identificado Amostra 6 (C1) Planta 2
Amostra 7 (C1)
Amostra 7 (C2)
Amostra 7 (C4)
Amostra 9 (C3)
Amostra 8 (C1)
Hemynoptera Amostra 6 (C1)
Heteróptera Scutelleridae Callidea panathiopica
Hemíptera Pentatomidae Coenomorpha
Amostra 6 (C1)
Todas as plantas observadas estavam na fase reprodutiva, mas como os frutos da Jatropha não
têm uma maturação uniforme, os agricultores vão tirando os frutos logo que estes estejam
prontos para a colheita, por isso foi possível encontrar plantas que não tinham frutos nem flores.
4.2.2. Frequência relativa, densidade populacional, nível de infestação e abundancia
relativa.
Aphtona spp., e Pseudococcus longispinus ocorreram em todos os campos visitados, os
Selenothrips rubrocintus apenas ocorreram em três campos, não tendo sido registados apenas em
um campo. As formigas ocorreram em todos campos, referir que estas formigas não são pragas
mas foram colectadas porque várias vezes verificou-se estas sendo predadoras de algumas
espécies de cochonilhas.
Aphtona spp. ocorreu em todos campos visitados, e teve uma frequência relativa de 16% (tabela
5), abundancia média relativa de 88.39%, uma densidade de indivíduos por planta de 19.60,
tornando-se assim como a principal espécie registada nestes campos.
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na
cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 33
Tabela 5: Frequência relativa, densidade média, nível de infestação e abundancia relativa
Espécie Frequência
relativa
(%)
Densidade
média (nr
ind./planta)
Nível de
infestação
(%)
Abundância
relativa (%)
1. Aphtona spp. 16.0 19.60 68.75 88.39
2. Pseudococcus longispinus 16.0 0.83 25 3.72
3. Formiga 16.0 0.66 22.5 2.99
4. Selenothrips rubrocintus 12.0 0.44 17.5 1.97
5. Amostra 6 (C1) 4.0 0.28 1.25 1.24
6. Amostra 7 (C1) 4.0 0.01 1.25 0.06
7. Amostra 7 (C2) 4.0 0.16 7.5 0.73
8. Amostra 7 (C4) 4.0 0.01 1.25 0.06
9. Amostra 9 (C3) 4.0 0.13 7.5 0.56
10. Amostra 8 (C1) 4.0 0.01 1.25 0.06
11. Amostra 6 (C1) 4.0 0.01 1.25 0.06
12. Callidea panathiopica 4.0 0.01 1.25 0.06
13. Coenomorpha 4.0 0.01 1.25 0.06
14. Amostra 6 (C1) 4.0 0.01 1.25 0.06
Para além da Aphtona spp, segundo os dados da abundancia relativa a cochonilha e os trips são
as espécies que surgem como as mais importantes nestes campos. As cochonilhas apresentaram
uma frequência relativa de 16%, tendo-se registado uma abundancia média relativa de 3.72% e
uma densidade populacional de 0.83 indivíduos por planta, apresentando um nível de infestação
de 25%.
Os trips também registaram um lugar destaque, mas estes foram encontrados apenas na fase de
ninfa, sendo que o seu adulto não foi encontrado. Eles ocorreram apenas em 3 campos registando
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na
cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 34
assim uma frequência de ocorrência de 12% e uma abundancia relativa de 1.97%, uma densidade
média de 0.44 trips por planta e um nível de infestação de 17.5%.
4.2.3. Nível de infestação e densidade populacional dos besouros da folha por campo
visitado
Dentre os campos visitados a maior densidade registou-se no campo 2 com uma densidade de
40.8 indivíduos/planta, seguido do campo 1 com uma densidade média de 27.6 indivíduos/planta
tendo noutros campos registado densidades abaixo de 10 indivíduos/planta.
Figura 14: Nível de infestação e densidade populacional do besouro da folha por campo visitado
Quanto ao nível de infestação o campo 2 teve uma infestação de 100%, seguido o campo 1 com
uma infestação de 95%, sendo que os restantes dois (2) campos tiveram uma infestação de 40%.
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na
cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 35
Do gráfico 14 é possível notar ainda que o campo onde se registou menor ocorrência dos
besouros foi o campo 3, onde se registou uma densidade de 0.7 besouros por planta e uma
percentagem de infestação de 40%.
A diferença da densidade populacional dos besouros e do nível de infestação nos diferentes
campos, pode estar associado ao facto que, o campo 3 na época da recolha de dados passavam 10
dias após aplicação com acetamipirid e o campo 4 na altura que foi feita a recolha de dados
passavam 15 dias após a aplicação com fortis. Enquanto que o campo 1 e 2, ainda não haviam
feito aplicação pois não tinham os produtos para a sua aplicação.
4.2.4. Descrição das principais práticas culturais
Todos os campos dos agricultores visitados, têm uma área não superior a 0.5 hectares e as
praticas usadas por eles são quase semelhantes, visto que todos usaram a sementeira directa para
a sementeira, a semente foi fornecida pela MoçamGalp (GalpBúzi). Para a sementeira todos eles
usaram uma semente por covacho, o compasso entre eles varia sendo que alguns usam o
compasso de 3x2m e outros 3x3m.
Salientar que três destes campos foram plantados Setembro e Outubro de 2010, por ser em
regime de sequeiro como forma de aproveitar a chuva para melhor vigor das plantas e apenas 1
deles foi plantado em Março. Como uma cultura qualquer a jatropha não foge a regra, foi feito
um preparo do solo inicial, fazendo uma lavoura manual, nenhum dos agricultores faz adubação
assim como a rega, excepto o campo que foi implantado em Março, em que foi feita a rega nos
primeiros 45 dias após a emergência como forma de garantir um bom vigor, e a rega era
localizada em que o mesmo aplicava 1 litro de água por planta e regava duas (2) vezes por
semana.
A principal praga que ataca a estes campos durante o seu ciclo são os besouros da folha (Aphtona
spp.), causando sérios prejuízos a cultura e aos agricultores visto que estes atacam as folhas
diminuindo a área fotossintética da planta e em casos mais extremos causando a morte da planta.
Para o seu controlo estes agricultores usam o controlo químico, mais curativo do que preventivo,
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na
cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 36
uma vez que eles aplicam quando vêm que os seus campos estão já bastante atacados, e para tal
usam vários produtos dependendo da disponibilidade, uma vez que estes são fornecidos pela
GalpBúzi. Os pesticidas usados são a cipermetrina, acetamipiride, fortis entre outos.
Dos campos visitados foi possível ver o tratamento destes em relação à vegetação, alguns
decidem por limpar apenas a área (em volta da planta em forma de circulo) onde se localiza a
planta, outros optam por remover toda a vegetação deixando os seus campos limpos, mas todos
eles têm em comum a prática da remoção da vegetação e aplicação de pesticidas apenas quando
estes necessitem. Por fim, a colheita e o armazenamento da semente em sacos para posterior
comercialização.
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na
cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 37
V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1. CONCLUSÕES
Com base no trabalho feito foi possível colectar e identificar as principais espécies de
pragas que causam danos a cultura da jatropha na fase reprodutiva (floração, frutificação
e maturação do fruto) no distrito de Búzi, no campo experimental de chissamba e nos
campos de agricultores do sector familiar. Foram identificadas 39 espécies, sendo as de
maior importância Aphtona spp, Pseudococcus longispinus e Selenothrips rubrocintus.
Comparando a densidade populacional foi possível constatar que a Aphtona spp. registou
uma densidade de 4.91 individuos/planta, Pseudococcus longispinus e Selenothrips
rubrocintus registaram densidades de 0.48 e 0.28 respectivamente.
Quanto ao nível de infestação a Aphtona spp. registou 86.8%, Pseudococcus longispinus
e Selenothrips rubrocintus registaram 15.05 e 12.5% respectivamente. A Aphtona spp.
registou uma abundancia relativa de 79.56%, enquanto que Pseudococcus longispinus e
Selenothrips rubrocintus registaram uma abundancia de 7.75 e 4.46% respectivamente.
A variedade 5 registou uma densidade populacional de 2.4 indivíduos/planta e uma
percentagem de infestação de 75%, a variedade 9 registou uma densidade populacional
de 10.3 e 100% da percentagem de infestação no que diz respeito ao ataque da Aphtona
spp.
Quanto ao ataque das cochonilhas, a variedade 4 registou uma densidade de 1.4
individuos/planta e 27.8% da percentagem de infestação, e as variedades 8 e 9 registaram
um nível de infestação de 5.6% com uma densidade média de 0.4 individuos/planta.
Quanto aos trips, na variedade 1 foi registada uma densidade média de 0.61 ind/planta e
um nível de infestação de 22.2%, e as variedades 7 e 8 registaram um nível de infestação
de 2.8% e uma densidade média de 0.08 e 0.03 ind/planta respectivamente.
Nos campos do sector familiar visitados os besouros da folha (Aphtona spp) tiveram uma
densidade populacional de 19.6 individuos/planta, cochonilhas (Pseudococcus
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na
cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 38
longispinus) registaram uma densidade de 0.83 e os trips (Selenothrips rubrocintus) 0.44.
os besouros registaram uma percentagem de infestação de 68.75%, as cochonilhas e os
trips registaram 25 e 17.5% respectivamente. Para a abundancia relativa os besouros
registaram uma abundancia de 88.39%, sendo que as cochonilhas e os trips registaram
uma abundancia de 3.72 e 1.97% respectivamente.
Nos campos do sector familiar as principais práticas culturais são a preparação do solo
fazendo uma lavoura manual, as sachas são feitas mediante o crescimento da vegetação,
aplicação de pesticidas para o controlo de organismos indesejados, a colheita e o
armazenamento da semente em sacos.
5.2. RECOMENDAÇÕES
1. A Galp Búzi
Que se faça um plano adequado sobre o corte e remoção de infestantes;
Que se façam estudos posteriores sobre as pragas no armazenamento da semente;
Que se façam mais ensaios de variedades (protótipos de variedade) para a escolha
da variedade mais resistente aos besouros da folha incluindo no estudo a
componente sobre o compasso;
Que se façam estudos sobre o controle das larvas da Aphtona spp. no solo;
Que se façam estudos sobre o controlo biológico para o controle da Aphtona spp;
Que usem as técnicas de um maneio integrado de pragas e doenças.
2. Aos agricultores:
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na
cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 39
Que removam toda a vegetação dos campos de modo a não servir de hospedeiros
aos besouros de folha;
Fazer aplicações de pesticidas que contenham clorpirifós ou cifenotrina;
Que façam aplicações de pesticidas de modo preventivo, e promover a rotação
dos mesmos;
Que calendarizem as datas de aplicação dos pesticidas e as datas da limpeza dos
campos (remoção da vegetação).
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na
cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 40
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Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na
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Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na
cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 43
Anexos
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na cultura de Jatropha (Jatropha curcas L)
no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 44
Anexo 1: Layoult do ensaio: compasso 4mx3m
BLOCO I BLOCO II BLOCO III BLOCO IV
3m 3m 3m
4m
12 6 6 7
1
2 11
3 10
4
5
9
8
3
12
10.
7
1
4
5
11
9
2
5
2
1
8
10
12
3
11
9
4
7
4
9
8
2
11
5
10
1
12
3
6 8
6 7
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na
cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 45
Anexo2: Questionário de levantamento de dados no campo
Local: ___________________________________ Data: __________________
Nome do agricultor: ________________________
Nome do inquiridor: ________________________
1. Qual é o tipo de solo? Arenoso Franco Argiloso Outro _____________
2. Qual o tipo de sementeira usada? Directa Transplante
3. Qual o tipo de propagação usada?
4. Se por sementes quantas usadas por covacho?
5. Qual a proveniência da semente?
6. Qual foi o compasso usado?
7. Área da plantação;
8. Data de sementeira ou transplantação;
9. Idade da plantação;
10. Foi feito o preparo do solo? Sim Não
11. Se sim, quais as operações? Lavouras Gradagens Sulcagem Outras ___________
12. É feita adubação? Sim Não
13. Se não porquê?
________________________________________________________________________
___________________________________________________________________
14. Se sim, com que compostos?
________________________________________________________________________
__________________________________________________________________.
15. Qual o tipo de adubação faz? Orgânica Química
16. Se sim, como é feita a adubação? Em linha A lanço Outro __________________
17. É feita a rega? Sim Não
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na
cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 46
18. Se sim, qual o tipo de rega usada? Gravidade Aspersão Gota-a-Gota Outro
_______________
19. Que quantidade de água aplica por cada rega?
20. E qual é a periodicidade (intervalo de rega)?
21. Existe algum ataque de pragas? Sim Não
22. Se sim, quais são?
________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________.
23. Quais são as pragas mais frequentes?
________________________________________________________________________
_______________________________________________________________.
24. Quais são as pragas que causam mais dano?
_______________________________________________________________________.
25. Em que altura do ano e/ou fase de desenvolvimento existe maior incidência de
pragas?______________________________________________________.
26. Quais são os métodos de combate as pragas
usado?__________________________________________________________________
________________________________________________.
27. Qual (s) o (s) método (s) que tem apresentado melhores resultados?
________________________________________________________________________
_____________________________________________.
28. É usado algum pesticida para evitar o ataque das pragas? Sim Não
29. Se pulverizado, quando foi a última
pulverização?_________________________________________________________
30. Qual é a periodicidade de
aplicação?_____________________________________________________________
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na
cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 47
31. E com que produto (s)?
________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________.
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na cultura de Jatropha (Jatropha curcas L)
no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 48
Anexo 3: Fichas de campo de levantamento da entomofauna no sector familiar
Avaliação da entomofauna na fase de frutificação e maturação do fruto na cultura da Jatrofa (Jatropha Curcas L)
FICHA DE REGISTO NO CAMPO
Província: Distrito: P. Admin: Localidade: Bairro:
Campo no: Data: Latitude: Longitude: Altitude:
Proprietário: Colector:
Cultura: Variedade: Estagio de crescimento: Fase reprodutiva
Pesticida aplicado e dose:
Data da última aplicação:
Outras práticas de maneio:
Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3 Amostra 4 Amostra 5 Amostra 6 Ácaros 7 Amostra 8 Amostra 9 Amostra 10
Plan
ta
Nr.
ind. p.at Nr.
ind. Sev. Nr.
ind. p.at. Nr.
ind. p.at Nr.
ind. p.at Nr.
ind. p.at Nr. ind. p.at Nr.
ind. p.at Nr.
ind. p.at Nr.
ind. p.at
1 2 3 4 5 6 7 8 9
10 11 12 13 14 15
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na cultura de Jatropha (Jatropha curcas L)
no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 49
16 17 18 19 20
Observações:
.
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na cultura de Jatropha (Jatropha curcas L)
no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 50
Anexo 4: Ficha de campo de levantamento da entomofauna na área experimental de Chissamba.
Avaliação da entomofauna na fase de frutificação e maturação do fruto na cultura da Jatrofa (Jatropha Curcas L)
FICHA DE REGISTO NO CAMPO
Província: Sofala Distrito: Búzi P. Admin: Localidade: Bandúa Bairro:
Campo no: Data: Latitude: Longitude: Altitude:
Proprietário: Colector:
Cultura: Jatrofa Variedade: Estagio de crescimento: Reprodutivo
Pesticida aplicado e dose:
Data da última aplicação:
Outras práticas de maneio:
Amostra1 Amostra 2 Amostra 3 Amostra 4 Amostra 5 Amostra 6 Amostra 7 Amostra 8 Amostra 9
Variedade Nr. ind. p.at p.at Ind Nr. ind. p.at Nr. ind. p.at Nr. ind. p.at Nr. ind. p.at Nr. ind. p.at Nr. ind. p.at Nr. ind. p.at
1 2 3 4 5 6 7 8 9
10 11 12
Observações:
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na
cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 51
Anexo 5: ANOVA da densidade de besouros
Total 51797.4792 47 1102.07402 Residual 21314.6875 33 645.899621 bloco 14964.0625 3 4988.02083 7.72 0.0005 var 15518.7292 11 1410.79356 2.18 0.0410 Model 30482.7917 14 2177.34226 3.37 0.0020 Source Partial SS df MS F Prob > F
Root MSE = 25.4146 Adj R-squared = 0.4139 Number of obs = 48 R-squared = 0.5885
Teste de Shapiro Wilk (Teste de Normalidade) densidade de besouros
erro 48 0.95886 1.874 1.336 0.09083 Variable Obs W V z Prob>z Shapiro-Wilk W test for normal data
Teste de Breusch-Pagan (Teste de Heteroskedasticidade) densidade de besouros
Prob > chi2 = 0.0088 chi2(1) = 6.86
Variables: erro Ho: Constant varianceBreusch-Pagan / Cook-Weisberg test for heteroskedasticity
Generate qbesouros=besouros^0.5
Anova apos a transformação dos dados
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na
cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 52
Total 209.935763 47 4.46671836 Residual 79.5227389 33 2.40977997 bloco 64.6174157 3 21.5391386 8.94 0.0002 var 65.7956083 11 5.98141893 2.48 0.0215 Model 130.413024 14 9.315216 3.87 0.0007 Source Partial SS df MS F Prob > F
Root MSE = 1.55235 Adj R-squared = 0.4605 Number of obs = 48 R-squared = 0.6212
2º teste de Shapiro-Wilk
erro1 48 0.99167 0.379 -2.062 0.98042 Variable Obs W V z Prob>z Shapiro-Wilk W test for normal data
2º teste de Breusch-Pagan apos a transformação dos dados
Prob > chi2 = 0.9117 chi2(1) = 0.01
Variables: erro1 Ho: Constant varianceBreusch-Pagan / Cook-Weisberg test for heteroskedasticity
Teste de comparação de médias
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na
cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 53
| 12| 4.9384 4.9384 4.9384 4.9384 5.0063| -1.4807 -4.2466 -1.4243 -1.3853 | 11| 4.9384 4.9384 4.9384 6.3916| -.09537 -2.8613 -.03901 | 10| 4.9384 4.9384 6.4306| -.05636 -2.8222 | 9| 4.9384 9.2529| 2.7659 --------+----------------------------------------Level(X)| 8 9 10 11 Mean(Y) | 6.487 9.2529 6.4306 6.3916 (Row Mean - Column Mean) / (Critical Diff) | 12| 4.9384 4.9384 4.9384 4.9384 4.9384 4.9384 4.9384 5.0063| -1.0323 -1.0583 -1.2096 -1.9921 .46549 -.11622 -2.2418 | 11| 4.9384 4.9384 4.9384 4.9384 4.9384 4.9384 4.9384 6.3916| .35303 .32701 .17569 -.60675 1.8508 1.2691 -.85648 | 10| 4.9384 4.9384 4.9384 4.9384 4.9384 4.9384 4.9384 6.4306| .39203 .36602 .2147 -.56774 1.8898 1.3081 -.81747 | 9| 4.9384 4.9384 4.9384 4.9384 4.9384 4.9384 4.9384 9.2529| 3.2143 3.1883 3.0369 2.2545 4.7121 4.1304 2.0048 | 8| 4.9384 4.9384 4.9384 4.9384 4.9384 4.9384 4.9384 6.487| .44839 .42238 .27106 -.51138 1.9462 1.3645 -.76111 | 7| 4.9384 4.9384 4.9384 4.9384 4.9384 4.9384 7.2481| 1.2095 1.1835 1.0322 .24973 2.7073 2.1256 | 6| 4.9384 4.9384 4.9384 4.9384 4.9384 5.1225| -.91607 -.94208 -1.0934 -1.8758 .58171 | 5| 4.9384 4.9384 4.9384 4.9384 4.5408| -1.4978 -1.5238 -1.6751 -2.4575 | 4| 4.9384 4.9384 4.9384 6.9983| .95977 .93376 .78243 | 3| 4.9384 4.9384 6.2159| .17734 .15132 | 2| 4.9384 6.0646| .02601 --------+----------------------------------------------------------------------Level(X)| 1 2 3 4 5 6 7 Mean(Y) | 6.0386 6.0646 6.2159 6.9983 4.5408 5.1225 7.2481 (Row Mean - Column Mean) / (Critical Diff)
Homogeneous error SD = 2.000973, degrees of freedom = 36Simultaneous significance level: 5% (Tukey wsd method)
------------------------------------------------------------------ 12 4 5.006279 .4786002 11 4 6.391594 1.1758 10 4 6.430603 1.175776 9 4 9.252852 1.514895 8 4 6.486962 1.067602 7 4 7.248071 1.776275 6 4 5.122499 .7659426 5 4 4.540791 .6140631 4 4 6.99834 .3017913 3 4 6.215907 .6089614 2 4 6.064582 .6379236 1 4 6.038569 .7715109------------------------------------------------------------------ Level n Mean S.E.------------------------------- ------------------------------- Group variable (X): var Response variable (Y): bbesouros
Group variable (X): var Response variable (Y): bbesouros
Pairwise Comparisons of Means
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na
cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 54
Anexo 6: ANOVA da densidade de cochonilhas
Total 2520.3125 47 53.6236702 Residual 1686.6875 33 51.1117424 bloco 444.5625 3 148.1875 2.90 0.0496 var 389.0625 11 35.3693182 0.69 0.7364 Model 833.625 14 59.5446429 1.16 0.3449 Source Partial SS df MS F Prob > F
Root MSE = 7.14925 Adj R-squared = 0.0468 Number of obs = 48 R-squared = 0.3308
Anexo 7: ANOVA da densidade de trips
Total 745.979167 47 15.8718972 Residual 411.520833 33 12.4703283 bloco 237.729167 3 79.2430556 6.35 0.0016 var 96.7291667 11 8.79356061 0.71 0.7247 Model 334.458333 14 23.889881 1.92 0.0619 Source Partial SS df MS F Prob > F
Root MSE = 3.53134 Adj R-squared = 0.2143 Number of obs = 48 R-squared = 0.4483
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na
cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 55
Anexo 8: ANOVA percentagem de infestação
Besouros:
Total 12506.2844 47 266.091157 Residual 6668.66889 33 202.080875 bloco 2929.01049 3 976.33683 4.83 0.0068 var 2908.605 11 264.418636 1.31 0.2633 Model 5837.61549 14 416.972535 2.06 0.0434 Source Partial SS df MS F Prob > F
Root MSE = 14.2155 Adj R-squared = 0.2406 Number of obs = 48 R-squared = 0.4668
Cochonilhas:
Total 13191.2266 47 280.664396 Residual 7421.67501 33 224.899243 bloco 3705.80499 3 1235.26833 5.49 0.0036 var 2063.7466 11 187.613328 0.83 0.6084 Model 5769.5516 14 412.110828 1.83 0.0756 Source Partial SS df MS F Prob > F
Root MSE = 14.9966 Adj R-squared = 0.1987 Number of obs = 48 R-squared = 0.4374
Trips:
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na
cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 56
.
Total 14960.877 47 318.316531 Residual 7557.5402 33 229.01637 bloco 5705.31011 3 1901.77004 8.30 0.0003 var 1698.02666 11 154.36606 0.67 0.7522 Model 7403.33677 14 528.809769 2.31 0.0240 Source Partial SS df MS F Prob > F
Root MSE = 15.1333 Adj R-squared = 0.2805 Number of obs = 48 R-squared = 0.4948
Avaliação da entomofauna na fase reprodutiva (floração, frutificação e maturação do fruto) na
cultura de Jatropha (Jatropha curcas L) no distrito de Búzi
Projecto Final Aboo Bacar João Danane 57
Anexo 9: Dados de correlação entre o rendimento e as principais pragas
Correlação rendimento vs dendidade de Aphtona spp
Rendimento Dens_besour
os
Rendimento Pearson Correlation 1 -.268
Sig. (2-tailed)
.399
N 12 12
Densidade Pearson Correlation -.268 1
Sig. (2-tailed) .399
N 12 12
Correlação rendimento vs densidade de Pseudococcus longispinus
Rendimento Dens_cochon
Rendimento Pearson Correlation 1 .165
Sig. (2-tailed)
.609
N 12 12
Dens_cochon Pearson Correlation .165 1
Sig. (2-tailed) .609
N 12 12
Correlação rendimento vs densidade de Selenothrips rubrocintus
Rendimento Dens_trips
Rendimento Pearson
Correlation
1 .259
Sig. (2-tailed)
.416
N 12 12
Dens_trips Pearson
Correlation
.259 1
Sig. (2-tailed) .416
N 12 12