UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CURSO DE PSICOLOGIA PSICOLOGIA BEHAVIORISTA I ANÁLISE EXPERIMENTAL...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CURSO DE PSICOLOGIA PSICOLOGIA BEHAVIORISTA I ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO DE PROCESSOS DE MODELAGEM, REFORÇAMENTO CONTÍNUO, EXTINÇÃO, RECONDICIONAMENTO E ESQUEMAS DE REFORÇAMENTO COM RATOS NO LABORATÓRIO DIDÁTICO Anderson Tavares Rocha Eduardo Silva Ricetti Fernanda Ban Greboggy CURITIBA Julho de 2013 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO................................................. ........................................................... 3 1.1 REFORÇO....................................................

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁCURSO DE PSICOLOGIAPSICOLOGIA BEHAVIORISTA I

ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO DEPROCESSOS DE MODELAGEM, REFORÇAMENTOCONTÍNUO, EXTINÇÃO, RECONDICIONAMENTO EESQUEMAS DE REFORÇAMENTO COM RATOS NOLABORATÓRIO DIDÁTICOAnderson Tavares RochaEduardo Silva RicettiFernanda Ban Greboggy

CURITIBAJulho de 2013SUMÁRIO1.

INTRODUÇÃO.................................................

...........................................................

3

1.1

REFORÇO....................................................

.......................................................

1.2.

PUNIÇÃO....................................................

...................................................

1.3.

EXTINÇÃO...................................................

....................................................

1.4.

MODELAGEM..................................................

.....................................................

1.5.

PRIVAÇÃO...................................................

....................................................

1.6. INTERMITÊNCIA E CONTINUIDADE DO

REFORÇO......................

1.7.

GENERALIZAÇÃO..............................................

...................................................

1.8.

DISCRIMINAÇÃO..............................................

......................................

2. O CONCEITO DE

EXPERIMENTAÇÃO.............................................

.....

3. RELATÓRIO DOS

PROCEDIMENTOS..............................................

....

3.1.

SUJEITO....................................................

................................

3.2. AMBIENTE, MATERIAIS E

INSTRUMENTOS...............................................

...

3.3.

PROCEDIMENTOS..............................................

......................................

3.3.1. Linha de base, ambientação à caixa de estudo do

comportamento operante e treino ao

bebedouro..................................................

...................................

3.3.2. Modelagem à pressão à

barra......................................................

....................

3.3.3. Reforçamento contínuo

(CRF)...................................................

3.3.4. Extinção, apresentação do reforçador secundário,

recondicionamento e esquema de reforçamento de razão fixa

dois (FR2)................................................

3.3.5. esquemas de reforçamento de razão

fixa...................................................

3.3.6. Esquemas de reforçamento de razão

variável..........................................

1. INTRODUÇÃO

Após a publicação do Manifesto Behaviorista por John

Watson em 1913, os estudos sobre comportamento,

principalmente sobre aquilo que veio a se chamar de

comportamento operante, ganharam maior visibilidade. Porém,

as teorias de Watson não se aplicavam a certos

comportamentos que o behaviorismo tratou como objeto de

estudo após os trabalhos de B. F. Skinner  (como o pensar),

devido ao próprio conceito de comportamento daquele autor

como sendo aquilo que é necessariamente observável. Então,

interessado nos estudos de Pavlov e Watson, Skinner – um

dos pioneiros da psicologia experimental – reviu as teorias

sobre comportamento da época e fundou a filosofia que deu

origem à Análise do Comportamento: o Behaviorismo Radical.

Para se compreender o comportamento tal qual Skinner

(2003/1953) o propõe é necessário compreender primeiro o

conceito de comportamento respondente que, em suma, é uma

relação entre uma determinada alteração no ambiente que

produz determinada alteração num organismo na qual o

estímulo elicia a resposta (Skinner, 1953/2003).

Diferentemente do comportamento respondente, o

comportamento operante não é analisado majoritariamente

pelas consequências que o ambiente produz no organismo e

sim pelas alterações que o organismo produz no ambiente,

melhor dizendo, pelas consequências do comportamento que é

emitido (Skinner, 2003/1953) . Diz-se, portanto, que o

comportamento operante ocorre em função de algo e altera o

ambiente onde é emitido e o próprio sujeito que o emite.

Para compreender um comportamento operante, há um maior

interesse na função que ele estabelece no ambiente no qual

é emitido no que em sua descrição topográfica exaustiva

(Skinner, 2003/1953); por mais que “dissecar” as formas de

um comportamento facilite o entendimento da sua função

através das alterações provocadas nas variáveis ambientais

(antecedentes e consequentes a uma resposta), deve-se

sempre ter estas como foco da análise do comportamento.

Skinner (1953/2003) prefere a palavra funcional do que

causal pelo sentido que se atribuiu ao termo “causal” na

história da ciência. Se o comportamento fosse determinado

por uma relação meramente causal, estímulo antecedente, uma

resposta e sua consequência passada e presente

estabeleceriam relações mecânicas. De certa maneira, a

palavra funcional ainda atribui causas ao comportamento,

mas diferentemente: o comportamento enquanto relação entre

estímulo antecedente, uma resposta e sua consequência não é

linear e mecânico, ele se constrói a partir das funções que

as classes de estimulos consequentes e antecedentes

estabelecem com a resposta e é dinâmico, no sentido de que

essas funções não são constantes.

Sendo assim, a Análise do Comportamento, estabelecida

numa filosofia de base monista (Baum, 2006) , determinista

(Skinner, 1953/2003) se considerar-se a análise funcional

proposta por Skinner e materialista (Baum, 2006) ,

fundamenta alguns conceitos básicos sobre o comportamento

operante dos organismos. São eles os processos de reforço

positivo, reforço negativo, punição positiva, punição

negativa e extinção. Segue a abordagem sobre cada um desses

processos, bem como exemplos que se aplicam a eles.

1.1. REFORÇO

Com base na noção de comportamento apresentada

anteriormente, pode-se dizer que os organismos se

comportam, principalmente para operar sobre o meio em que

estão. Como visto, o comportamento operante tem

consequências que influenciam na apresentação futura dele,

podendo ser apresentado mais ou menos vezes, dependendo da

função que se estabelece entre uma resposta e sua

respectiva consequência. As consequências que aumentam a

probabilidade de ocorrência dos comportamentos são chamadas

de reforço (Moreira e Medeiros, 2007). Porém, antes que se

formem conclusões erradas, é importante ressaltar que os

estímulos só serão entendidos como reforçadores ou

aversivos de acordo com a função que cada organismo

estabelece em suas relações comportamentais, de modo que

aquilo que é reforçador para certas pessoas pode ser

aversivo à outras e vice-e-versa. Assim, qualquer estímulo

consequente que provoca o aumento da frequência de um

determinado comportamento pode ser entendido como

reforçador. O comportamento de um menino, por exemplo, de

fazer a tarefa de casa pode ser reforçado toda vez que ele

é elogiado pela ação realizada, sendo o elogio o reforço

(consequência) para que o menino faça mais vezes a tarefa

de casa.

Segundo Moreira e Medeiros (2007), o reforço pode ser

positivo ou negativo, sendo o primeiro referente a

apresentação de um estímulo ao organismo que aumente a

probabilidade de um comportamento ser emitido, ou seja, se

refere à adição de um estímulo – como receber uma promoção

no trabalho em função do esforço, solucionar um problema

recorrente, ganhar um chocolate, entre outros. Já o reforço

negativo é a consequência de não apresentação de um

estímulo aversivo ao organismo – como evitar uma briga de

namorados, não ser atropelado ao olhar a sinalização de

trânsito, não apanhar quando se lava a louça, entre outros.

Como no exemplo já citado, o menino, quando elogiado, foi

reforçado positivamente, o que elevará a probabilidade de

ele fazer a tarefa de casa no futuro (emitir mais vezes a

resposta). Agora, caso o comportamento de fazer a tarefa

tenha como consequência a não apresentação do castigo por

parte da mãe dele, ocorre uma contingência de reforçamento

negativo, pois a frequência do comportamento (fazer a

tarefa) poderá aumentar em função de evitar o estímulo

aversivo (ficar de castigo).

 

1.2. PUNIÇÃO

Em algumas situações, as consequências, ao contrário

dos casos de reforço, provocam a diminuição da frequência

dos comportamentos emitidos. Os processos pelos quais a

probabilidade de ocorrência de uma determinada resposta

diminui em função de uma consequência aversiva apresentada

previamente a ela são chamados de punição (Moreira e

Medeiros, 2007). Tais processos são classificados também

como positivos – diminuição da frequência de uma resposta

devido a apresentação de um estímulo aversivo – e negativos

– diminuição da frequência de uma resposta através da

retirado de um estímulo reforçador.

Um exemplo comum de punição positiva é observado

quando os pais batem nos filhos para que eles parem com a

emissão de um comportamento, como correr pela casa ou

gritar com os vizinhos. Neste caso caso, o estímulo

aversivo é a dor que criança sente ao apanhar dos pais. Já

a punição negativa pode ser exemplificada pelo patrão que

diminui o salário de seus funcionários (estímulo reforçador

retirado) para que os mesmos parem de chegar atrasados do

horário de almoço. Retirar o brinquedo de uma criança

(estímulo reforçador retirado) para que ela pare de fazer

“manha” é outro exemplo válido.

De acordo com Moreira e Medeiros (2007) a punição é um

exemplo do que estabelece o que é chamado em análise do

comportamento de controle aversivo, que é a aplicação da

punição para o controle dos comportamentos emitidos por um

organismo, o que tende a gerar mudanças comportamentais

mais significativas em relação à rapidez em que eslas

ocorrem, que tende a maior do que no processo de reforço.

Porém, de acordo com Moreira e Medeiros (2007), existem

quatro principais características do controle aversivo que

tornam o processo de reforço mais indicado para o trabalho

com o comportamento. São eles:

Eliciação de respostas emocionais, como choro, raiva, repulsa,

tremores, o que resulta em desvantagens para o controle do

comportamento, como o que poderia ser chamado de culpa, em

decorrência da relação aversiva que pode se estabelecer

entre as respostas emocionais e os agentes punidores – quem

efetuou a punição – os quais podem emitir uma cadeia de

respostas com chances de reforçar a resposta indesejada do

organismo punido;

Supressão de outros comportamentos além do punido, ou seja, a

frequência de outras respostas, de contingências similares

as da resposta punida, também diminui, o que pode não ser o

desejado na aplicação da punição;

Emissão de respostas incompatíveis ao comportamento punido, ou

seja, o organismo emiti respostas diferentes da punida a

fim de evitar que a punição ocorra de novo. Isso faz com

que novas respostas sejam emitidas sem que elas sejam

necessariamente desejadas no processo de controle do

comportamento;

Contracontrole, que diz respeito a emissão de

comportamentos que impossibilitam que a punição seja

aplicada novamente, como por exemplo em casos de esquiva,

de fuga ou de emissão da resposta punida apenas em

ambientes em que o agente punidor não esteja presente.

Segundo (Moreira e Medeiros, 2007) além destas quatro

características, há outras duas resultantes da apresentação

de estímulos aversivos: a esquiva, comportamento de evitar

o estímulo aversivo antes que ele se apresente (um jovem

que se tranca no quarto para evitar brigar com seu pai

devido a suas notas baixas); e fuga, sendo o comportamento

de sair da situação em que o estímulo aversivo já se

apresenta (no meio de uma briga, uma das pessoas sair com o

carro para “esfriar a cabeça”). Tanto a esquiva quanto a

fuga são estabelecidas, inicialmente, por reforço negativo,

cabendo ao processo de discriminação (ver adiante) a

manutenção destes comportamentos.

De modo geral, reforço é toda consequência que aumenta

a frequência de uma resposta, bem como punição é toda

consequência que diminui a frequência de uma resposta.

Assim como o conceito positivo é usado quando há a adição

de um estímulo e o negativo quando há a retirada de um

estímulo.

1.3. EXTINÇÃO

Os processos de reforço e punição servem ao controle

da frequência de respostas, tendo em vista as mudanças de

comportamento que acarretam. Contudo, esses não são os

únicos processos que possibilitam essa mudança no

comportamento. A extinção também é um processo muito

observado pela análise do comportamento e segundo Moreira e

Medeiros (2007) ela diz respeito a não apresentação do

estímulo reforçador anteriormente presente que resulta na

não emissão ou diminuição de frequência de uma determinada

resposta, fazendo com que tal resposta – e somente essa –

volte a frequência anterior ao seu condicionamento. Ao

contrário da punição negativa, semelhante à extinção, que

também elicia respostas emocionais – que através de um

determinado comportamento se tem a ausência do reforçador,

que pode voltar a ser apresentado após a emissão de outro

comportamento, a extinção não possibilita o controle do

organismo para que ele volte a ter o reforço (Moreira e

Medeiros, 2007).

Da mesma forma, a punição negativa suprime a resposta

de forma mais imediata; já a extinção provoca um aumento da

frequência da resposta num primeiro momento, bem como maior

variabilidade de respostas e regressão – processo pelo qual

o organismo emite a reposta que anteriormente era mais

eficaz para a apresentação do reforçador – para enfim

reduzir a emissão do comportamento gradativamente (Moreira

e Medeiros, 2007). Caracteriza-se aí a resistência à extinção.

Esta, por sua vez, é medida pelo somatório de todas as

respostas emitidas que foram levadas ao processo de

extinção durante o andamento do mesmo (Keller e Schoenfeld,

1915).

Keller e Schoenfeld (1915) indicam três fatores que

influenciam a extinção de uma resposta condicionada por

reforço regular (ou contínuo) evidenciados em

experimentação:

a) número de reforçamentos aplicados à resposta (quanto

mais reforçada uma resposta é, mais ela se torna resistente

à extinção, lembrando que há um limite para o valor

reforçador da consequência que controla tal resposta);

b) quantidade de reforço dado a cada resposta (quanto maior

a quantidade de consequências reforçadoras apresentadas por

resposta, maior a resistência à extinção da resposta);

c) grau de motivação - privação no sentido estrito -

presente durante a extinção (quanto mais privado de

reforçadores que controlam a emissão de uma determinada

resposta, mais resistente o indivíduo é à extinção de tal

resposta).

Há processos de extinção que aparentemente são

rápidos, mas na verdade eles são produtos de uma vasta

experiência, como se fosse possível aprender sinais de

insucesso devido a experiências anteriores, que passariam a

governar o número de respostas a serem emitidas na extinção

(Keller e Schoenfeld, 1915).

1.4. MODELAGEM

De acordo com Moreira e Medeiros (2007), Skinner

(1953/2003) e Keller (1973), é a partir da modelagem que um

novo comportamento passa a fazer parte do repertório

comportamental de um organismo. Apesar de já nascermos com

uma carga biológica que possibilite a interação com o

ambiente, como o caso de bebês que nascem emitindo vários

sons diferentes, novos comportamentos, como saber falar,

não surgem do nada, eles surgem a partir de comportamentos

já existentes. Ou seja, o comportamento de falar surge pelo

comportamento de emitir sons desconexos através da

modelagem (Moreira e Medeiros, 2007).

A aquisição de um novo comportamento é possivel

através do reforçamento diferencial de aproximações

sucessivas de um comportamento. O reforço diferencial se dá

no reforço de respostas que seguem determinado critério e

não apresentar estimulos que aumentem a probabilidade de

ocorrência da resposta, em respostas similares. Seguindo o

exemplo dado por Moreira e Medeiros (2007), quando o bebê

emite vários fonemas na presença de sua mãe e algum deles

aproxima-se remotamente da palavra “mamãe”, está logo lhe

dá mais atenção e carinho, o que tende a ser reforçador

para a criança, a emissão deste fonema irá, então, aumentar

sua frequência, enquanto a emissão de outros fonemas irá

diminuir por não gerar a mesma consequência.

Depois de algum tempo, o entusiasmo da mãe diminuirá,

e o reforço também, com isso, o comportamento do bebê irá

variar mais uma vez, em busca de reforço, que ocorrerá

quando o fonema for um pouco mais parecido com a palavra

“mamãe” que o anterior, e assim será seguido de reforço e

passará pelo mesmo processo, que se repetirá até que o bebê

seja capaz de falar a palavra “mamãe”. Caracterizando assim

a modelagem, em que o reforço diferencial é feito de forma

a exigir gradualmente do organismo comportamentos mais

próximos do comportamento a ser desenvolvido para que o

reforço seja dado, o que caracteriza as aproximações

sucessivas (Moreira e Medeiros, 2007).

Como lembrado por Keller (1973), essa mudança no

comportamento do sujeito não depende de modificações no

mundo exterior, pois não há nenhum sinal exterior que

indique a disponibilidade do reforço ou a força necessária

para consegui-lo. Apesar de essas ligações poderem ser

estabelecidas, os únicos sinais discriminativos na

modelagem devem vir do próprio movimento. Isso não quer

dizer que, por exemplo, a presença da barra não tenha

relação com a aquisição do comportamento de pressiona-la.

“a mudança na resposta ocorre sem dúvida na presença do

sinal, mas não depende de nenhuma modificação nele”

(Keller, 1973).

1.5. PRIVAÇÃO

Além dos processos já citados – reforço, punição,

extinção e modelagem – há também a privação como um dos

meios eficazes no controle do comportamento, pois mantem

forte influencia na manutenção do mesmo.

A privação, como o próprio termo diz, refere-se a quando se

priva um organismo, por um determinado período de tempo, de

um estímulo reforçador anteriormente presente, mesmo que

respostas que eliciavam tal reforçador sejam emitidas

(Moreira e Medeiros, 2007).Assim, o organismo atribui maior

valor ao estímulo privado, pois o mesmo se apresenta numa

menor frequência, fazendo com que a resposta que resulta no

reforço tenha sua probabilidade aumentada. É possivel

diferenciar extinção de privação da seguinte forma: a

primeira resulta no retorno da frequência de uma reposta ao

seu nível operante, enquanto a segunda faz com que a

frequência de uma resposta aumente, em vez de diminuir,

porém isso ocorre porque a privação aumenta o valor

reforçador do estímulo (como será melhor explicado

adiante), e não pela privação em si.

Esse processo, quando presente em esquemas de

reforçamento, faz com que a interação comportamental como

um todo (estímulo antecedente, resposta e estímulo

consequente) seja alterada, pois a partir da privação, o

estímulo reforçador é mais valorizado, fazendo com que o

organismo busque mais o reforço, resultando na maior

frequência da resposta, mesmo que a frequência do

reforçador diminua.

1.6. INTERMITÊNCIA E CONTINUIDADE DO REFORÇO

Conforme visto anteriormente, quando um comportamento

operante é reforçado (positiva ou negativamente) a

probabilidade de ele ser apresentado no futuro é maior.

Entretanto, grande parte das as respostas apresentadas

pelos organismos não são reforçadas todas as vezes em que

são emitidas. Ora, se é o reforço que as mantêm e nem

sempre ele é apresentado quando determinada resposta é

emitida, como estas respostas podem continuar sendo

emitidas e também terem esta probabilidade aumentada?

Skinner (1953/2003) responde a esta pergunta ao

estabelecer dois esquemas “básicos” de reforçamento: o

contínuo e o intermitente. O reforçamento contínuo

(designado pela sigla CRF, do inglês continuous reinforcement)

caracteriza-se quando uma determinada resposta é reforçada

sempre que emitida. O reforçamento intermitente

caracteriza-se quando uma determinada resposta ou classe de

respostas não é reforçada toda vez que emitida.

Segundo (Skinner, 1953/2003) (Baum, 2006) e (Moreira e

Medeiros, 2007) há dois tipos de esquema de reforçamento

intermitente, um que se refere ao reforço em função da

quantidade de respostas emitidas (denominado esquema de

razão) e um que se refere ao reforço em função do tempo

(denominado esquema de intervalo). Eles podem ser fixos (a

cada X respostas/quantidade de tempo, Y reforços são

apresentados) ou variáveis (a quantidade de respostas/tempo

não é constante para a apresentação do reforço).

É possível elencar algumas diferenças mais gerais

entre os esquemas intermitentes e contínuos tomando por

base o trabalho de Moreira e Medeiros (2007):

A frequência de respostas é maior nos esquemas

intermitentes do que no esquema contínuo, basicamente

porque no reforçamento contínuo a obtenção de um reforço é

mais facilitada, o que diminui o valor do reforço muito

rapidamente. Já nos esquemas intermitentes ocorre o

contrário, o valor do reforço diminui aos poucos, fazendo

com que o organismo, geralmente, mantenha um nível alto de

respostas por mais tempo do que em reforçamento contínuo;

Para a aquisição de um comportamento, um esquema de

reforçamento contínuo é o mais adequado tendo em vista que,

geralmente, quando um organismo apresenta uma resposta nova

ou de rara emissão em seu repertório e, por algum motivo,

há um interesse em manter esta resposta, se ela não for

reforçada continuamente por um determinado período há

grandes chances de ela não ser apresentada novamente em

breve;

Para a manutenção de um comportamento (tendo em vista,

é claro, interesses em uma alta taxa de respostas) os

esquemas de reforçamento intermitentes são mais indicados,

pois eles tendem a aumentar a resistência a extinção de

comportamentos que foram submetidos a eles.

Tendo estas diferenças em vista e tomando por base a

obra de Moreira e Medeiros (2007), é de grande importância

para os fins deste trabalho definir as características mais

específicas de cada um dos quatro esquemas intermitentes:

Esquema de reforçamento intermitente de razão fixa: designado

pela sigla FR (do inglês fixed ratio), este esquema gera uma

alta taxa de respostas e o valor da razão indica o valor

real de respostas por reforço (FR 2, por exemplo, indica

que a cada duas respostas emitidas, haverá reforço). O

organismo submetido a este tipo de esquema tende a

apresentar uma pausa na emissão das respostas quando elas

são reforçadas ao fim da razão estabelecida. Isto ocorre em

função de uma discriminação temporal sobre o reforço (ver

conceito de discriminação mais adiante) estabelecida ao

longo do processo de condicionamento sob este esquema;

Esquema de reforçamento intermitente de razão variável: designado

pela sigla VR (do inglês variable ratio), este esquema tende a

gerar taxas bem altas de respostas e o valor da razão

indica o valor médio de respostas por reforço (VR 2, por

exemplo, indica que, em média, a cada duas respostas

emitidas, haverá reforço). Não ocorre o fenômeno da pausa

neste tipo de esquema em função da variabilidade da

apresentação do reforço, o que não possibilita a

discriminação temporal;

Esquema de reforçamento intermitente de intervalo fixo: designado

pela sigla FI (do inglês fixed interval), este esquema gera

taxas de respostas muito baixas e o valor do intervalo é o

valor real da quantidade de tempo entre as apresentações do

reforço (FI 2', por exemplo, indica que a cada dois

minutos, haverá reforço). Este esquema se caracteriza por

um aumento gradual na taxa de respostas entre o início e o

fim de um intervalo. Isto ocorre devido a uma discriminação

temporal sobre o reforço similar ao esquema e FR, de modo

que o organismo emita mais respostas quanto mais próximo da

ocorrência do reforço;

Esquema de reforçamento intermitente de intervalo variável:

designado pela sigla VI (do inglês variable interval), este

esquema gera taxas de respostas razoavelmente altas e o

valor do intervalo é o valor médio da quantidade de tempo

entre as apresentações do reforço (VI 2', por exemplo,

indica que, em média, a cada dois minutos, haverá reforço).

Devido a impossibilidade do estabelecimento de uma

discriminação temporal similar ao esquema de FI, o sujeito

submetido a este esquema tende a apresentar taxas moderadas

de respostas.

Sendo assim, quanto maior o valor de um esquema de

razão, maior será a frequência de respostas e maior serão

as pausas após o reforço, sendo que esta última relação

também vale para os esquemas de intervalo. Entretanto,

quanto maior o valor de um esquema de intervalo, menor será

a frequência de respostas.

Por fim, uma característica deve ser observada sobre

os esquemas de intervalo: o reforço é apresentado em função

de um intervalo de tempo, mas só é apresentado realmente

mediante a emissão da resposta a ser reforçada. Esta

característica diferencia estes esquemas de outros como os

esquemas não-contingentes, onde o reforço é apresentado em

função do tempo, mas a emissão da resposta a ser reforçada

não é necessária (Moreira e Medeiros, 2007).

1.7. GENERALIZAÇÃO

Para Moreira e Medeiros (2007) a generalização ocorre

quando uma resposta é emitida na presença de estímulos que

tenham alguma semelhança com um SD, sendo que a

probabilidade disso ocorrer aumenta com a semelhança,

principalmente física, entre os estímulos. A importância

deste processo está na rapidez de aprendizagem de novas

respostas que ele possibilita. Por exemplo, uma

vez estabelecido o comportamento de girar a tampa de uma

garrafa com tampa de rosca para abri-la, não precisaremos

de um novo processo de aprendizagem para proceder com uma

nova garrafa com tampa de rosca (Moreira e Medeiros, 2007).

É a generalização que permite a emissão de

comportamentos passiveis de reforço em situações novas,

desde que essa tenha alguma característica similar a uma

situação na qual um comportamento tenha sido estabelecido.

“Quando um operante ou um respondente for condicionado

em uma situação-estímulo, poderá ser evocado, sem

condicionamento posterior, em uma outra situação-estímulo”

(Keller, 1973, pg. 30). Ainda segundo Keller (1973), a

generalização pode ocorrer tanto em relação ao

condicionamento quanto à extinção.

Por exemplo, se um organismo é condicionado a emitir

determinado comportamento frente a um determinado tom de

azul e emite esse comportamento frente a outros tons de

azul, ocorreu uma generalização em relação a esse

condicionamento. Se, no entanto, um comportamento

anteriormente reforçado e estabelecido deixa de apresentar

consequência reforçadora quando emitido na presença de

determinado ruído e a partir disso sua emissão diminui de

frequência mesmo na presença de outros ruídos, ocorreu

então uma generalização em relação à extinção deste

comportamento.

É possivel medir o gradiente de generalização, por um

teste que deve ser aplicado em extinção, pois tanto o

reforçamento diferencial quanto o adicional interferem

neste gradiente (Moreira e Medeiros, 2007). Como o

reforçamento diferencial apresenta reforço apenas às

respostas emitidas diante de um estímulo específico, ele

diminui a generalização e aumenta a discriminação. Enquanto

o reforçamento adicional tem o efeito inverso, pois reforça

as demais variações de um estimulo discriminativo, o que

aumenta a generalização (Moreira e Medeiros, 2007).

1.8. DISCRIMIMNAÇÃO

Para Keller (1973), a discriminação, sendo a quebra de

uma generalização, é uma questão de extinção. Pois se

caracteriza quando uma resposta é extinta na ausência de um

estimulo e aparece na presença do mesmo. É pela

discriminação que não chamamos de cachorro todo o animal de

quatro patas, e podemos inclusive diferenciar várias raças

de uma mesma espécie de animal.

A discriminação operante ocorre quando uma resposta só

resulta em reforço em determinado contexto. Este contexto é

denominado estímulo discriminativo. Cada estímulo

antecedente evoca uma resposta específica, controlando qual

resposta será reforçada (Moreira e Medeiros, 2007). Há

também o estimulo que sinalize a indisponibilidade do

reforço, que será chamado de estimulo delta.

Por exemplo, na presença de um cachorro, este será um

estimulo discriminativo para a emissão do comportamento de

falar a palavra “cachorro”, pois esse comportamento será

reforçado. Já no caso do sujeito falar a palavra “cavalo”

este reforço não virá, e neste caso a presença do cachorro

será um estímulo delta para a emissão do comportamento de

falar a palavra “cavalo”. Com o tempo, o sujeito

discriminará as características do animal que serão

estímulos discriminativos para o comportamento de falar a

palavra “cachorro”.

Esta discriminação pode ocorrer também em relação à

punição. Além de sinalizar a disponibilidade do reforço, o

estimulo discriminativo também sinaliza a punição. Se na

presença de um cachorro a pessoa fala a palavra “cavalo” e

é punida de alguma forma, a presença de um cachorro será

então um estímulo discriminativo de que o comportamento de

falar a palavra cavalo será punido.

No caso da discriminação respondente, temos, segundo

Keller (1973), alguma dificuldade, pois o próprio

condicionamento respondente requer algum grau de

discriminação, pois durante o condicionamento, determinada

resposta não será reforçada na ausência do estimulo a ser

condicionado. No experimento de Pavlov, por exemplo,

existiam mais estímulos no ambiente além daquele a ser

condicionado, no caso, o som. Mesmo com todos os estímulos

presentes serem pareados ao estimulo incondicionado, era só

na presença do som que o reforço era apresentado. “Assim, a

resposta é extinta na ausência do som, mas aparece quando o

som for parte do composto – isto é discriminação” (Keller,

1973).

Porém, por mais que se possa aumentar gradualmente

esta discriminação, estuda-se qual o limite ao qual se

poderia chegar, visto que alguns experimentos resultaram em

comportamentos neuróticos e agressivos além de

desobediência, excitamento e rudeza dos sujeitos

experimentais conforme a exigência de discriminação era

aumentada, ou seja, era necessária a discriminação entre

estímulos muito semelhantes para a apresentação do reforço.

É um ramo da Psicologia denominado psicofísica que busca

determinar “a menor diferença que pode existir entre dois

estímulos antes que a probabilidade da resposta correta

seja menor que 50 por cento” (Keller, 1973).

2. O CONCEITO DE EXPERIMENTAÇÃO

Toma-se como referência para análise do conceito de

experimentação o artigo “Discriminação simples com

mudanças sucessivas na função dos estímulos: aprendizagem

em bebês”, e foi redigido por Flávia Teresa Neves Silva e

Carlos Barbosa Alves de Souza. Em seguida está o resumo do

artigo conforme se dá no corpo do mesmo:

“Investigou-se em três bebês a

aprendizagem de discriminações simples com

mudanças sucessivas na função dos estímulos

(DSMS). Figuras animadas foram apresentadas em

uma tela sensível ao toque. O treino começou

com uma discriminação simples (DS) com dois

estímulos, com mudança na função dos estímulos,

até que todos tivessem funcionado uma vez como

S+ e outra como S-. Posteriormente, três

estímulos foram apresentados na mesma

tentativa, completando um ciclo de DSMS. Duas

crianças aprenderam a DSMS com dois estímulos e

uma, a DS com dois estímulos. A substituição

dos conjuntos de estímulos durante o treino,

caracterizada como um treino de múltiplos

exemplares, parece ter favorecido a permanência

das crianças na tarefa e a aprendizagem da

mesma.” (Silva e Souza, 2009).

A experimentação é um dos métodos utilizados para

desenvolver o conhecimento científico. Como tem em geral a

conotação de ferramenta para a corroboração empírica de uma

teoria, dentro da análise do comportamento ela tem uma

função semelhante. Consistindo em testar duas ou mais

situações aparentemente relacionadas, alterando a

ocorrência de algumas delas, as chamadas variáveis

independentes, enquanto as outras são observadas, chamadas

variáveis dependentes, de modo a comprovar ou descartar a

hipótese de uma relação entre elas. Para que os dados

retirados disso sejam relevantes, é importante que se isole

o maior número de variáveis possivel.

Apesar de isso ser mais facilmente feito em um

laboratório, com sujeitos infra-humanos que tenham um

repertório pequeno e anteriormente observado, a

experimentação pode ser feita em qualquer lugar, com

qualquer organismo. Levando-se em conta que muitos

processos realizados na experimentação ocorrem naturalmente

em todos os lugares e organismos.

Retornando às variáveis, a variável dependente do

experimento foi a aprendizagem de discriminações simples,

que no estudo foi considerada como uma unidade de variável,

sendo que os valores desta unidade de variável foram

medidos pela quantidade de discriminações feitas pela

criança.

Enquanto a principal variável independente era as

mudanças sucessivas na função dos estímulos. Sendo esta

formada por um conjunto de variáveis, das quais as unidades

eram, as doze figuras animadas que serviram como estímulos,

nas quais formas, cores e movimentos eram diferentes de

forma a aumentar a discriminabilidade das mesmas. E se eram

apresentados dois ou três estímulos.

Quanto a variáveis controladas, é possível citar a

idade das crianças (de 10 a 20 meses), a presença dos pais

na sala experimental, as dimensões, climatização e

iluminação da sala, a duração das sessões e o não contato

das crianças com situações experimentais anteriores.

Houveram também variáveis intervenientes, como a

presença de brinquedos na sala, que haviam sido planejadas,

mas que distraíram as crianças durante algumas sessões. E

também a duração dos vídeos que consequenciavam a resposta

correta, que no inicio variavam entre 5 e 10 segundos, mas

tiveram que ser ajustados para ter sempre 10 segundos.

Com base nas informações apresentadas nesta introdução

sobre alguns processos comportamentais e sobre o conceito

de experimentação, o objetivo deste trabalho é investigar

os processos de modelagem, reforçamento contínuo, extinção

e recondicionamento e de esquemas de reforçamento de razão

fixa e variável no laboratório didático de Análise

Experimental do Comportamento.

3. RELATÓRIO DOS PROCEDIMENTOS

3.1 SUJEITO

Para as investigações dos processos comportamentais

propostos para análise durante o decorrer da disciplina de

Psicologia Behaviorista I, foi utilizado um rato Wistar,

macho, com dois meses de idade e massa de 300g

aproximadamente no início da disciplina, proveniente do

biotério do Campus Prédio Histórico da Universidade Federal

do Paraná e sem experiência prévia com o ambiente do

experimento a que iria ser inserido. O sujeito experimental

utilizado no presente trabalho recebeu o nome de Padawan na

primeira aula da disciplina e a partir de então foi mantido

em uma gaiola individual em ambiente com temperatura

controlada (25ºC) e com ciclo claro-escuro natural de 12h

no biotério onde já era mantido.

3.2. AMBIENTE, MATERIAS E INSTRUMENTOS

As investigações foram realizadas no laboratório

didático de Análise Experimental do Comportamento da

Universidade Federal do Paraná, de tamanho padrão (citar

dimensões) com X cubículos experimentais. As sessões

experimentais ocorreram em três dos cubículos do

laboratório, o primeiro de dimensões X (que será denominado

de cubículo A neste trabalho) e o segundo e terceiro com

dimensões X (que serão denominados de cubículo B e C neste

trabalho). Nos três cubículos haviam três banquetas – uma

para cada integrante do grupo – uma mesa (citar dimensões

para A e B) sobre a qual havia uma caixa para o estudo do

comportamento operante (citar dimensões e popularmente

conhecida como caixa de Skinner, como será tratada neste

trabalho para facilitar a leitura), um aparelho de celular

com a função “cronômetro”, folhas para registro das

respostas do sujeito e para o registro do acionamento do

mecanismo de água (ANEXO 1), duas canetas, um lápis, uma

borracha. É necessário dizer ainda que foram usadas três

caixas para estudo do comportamento operante diferentes

(que serão tratadas aqui no trabalho como caixas A, B e C),

todas com as mesmas dimensões.

3.3. PROCEDIMENTOS

Foram realizadas doze sessões experimentais ao longo

da disciplina de Psicologia Behaviorista I. Em todas as

sessões os sujeitos experimentais foram privados de água

por um período que variou entre 24h e 32h. Alguns processos

investigados na disciplina demandaram mais de uma sessão,

portanto a descrição das sessões será feitas de acordo com

o processo em investigação nelas. Sendo assim, os

procedimentos foram os seguintes:

3.3.1. Linha de base, ambientação a caixa de estudo do

comportamento operante e treino ao bebedouro.

1. Método: Para a realização deste procedimento foi

necessária apenas uma sessão experimental que

ocorreu na data de 03/05/2013 com duração de uma

hora, das 10:00h às 11:00h. Foram utilizados o

cubículo A e a caixa de Skinner A nesta sessão. Ao

adentrarem no laboratório todos os membros do grupo

fizeram os procedimentos de higienização das mãos e

da caixa e um membro preparou a cuba de água para

colocar na caixa. Após a verificação dos sistemas

da caixa aguardou-se a autorização do professor ou

monitor para dar início à sessão, com a chave na

posição “manual”. O objetivo geral desta primeira

sessão era medir as respostas emitidas pelo sujeito

experimental em nível operante (denominado de

medição de linha de base), mas os primeiros trinta

minutos também foram dedicados à ambientação do

sujeito experimental Padawan ao ambiente novo em

que acabara de ser inserido – a caixa de Skinner –

e a segunda meia hora foi dedicada à

dessensibilização do sujeito experimental ao

barulho provocado pelo acionamento do mecanismo de

água. Para que esse procedimento fosse o menos

aversivo possível para o sujeito experimental, o

mecanismo foi acionado inicialmente quando ele

estivesse longe do bebedouro e conforme a resposta

do sujeito de olhar em direção ao bebedouro

diminuísse de intensidade o mecanismo era acionado

quando ele estivesse cada vez mais perto do

bebedouro. A sessão foi encerrada sob a condição de

ter passado o tempo estipulado para a sua

realização.

1. Resultados: Na sua primeira experiência com a

Caixa de Skinner, o sujeito experimental Padawan

agiu de forma ativa para com o ambiente,

emitindo desde o início um alto número de

respostas de levantar-se, farejar as paredes, o

chão e o bebedouro, sendo esta última frequente

apenas após trinta minutos de experimento,

quando passou a ser liberada água de acordo com

as resposta do sujeito experimental. A partir da

metade do experimento, há também um aumento na

emissão das respostas de beber água e

tocar/farejar a barra, sendo a resposta de

pressionar a barra emitida quatro vezes nesse

procedimento. Destaca-se uma considerável

emissão da resposta “coçar-se”, bem como a não

emissão da resposta dormir, sendo estas duas

situações fortemente presentes nos demais

procedimentos.

Gráficos referentes ao 1° procedimento:Gráfico 1Respostas: Coçar-se, levantar-se e dormir referentes ao 1°Treino - 02.05.13

Gráfico 2Respostas: Farejar a caixa, o chão e o bebedouro referentes ao1° Treino - 02.05.13

Gráfico 3Respostas: Tocar/Farejar a barra, pressionar a barra e beberágua referentes ao 1° Treino - 02.05.13

2. Discussão: Supõe-se que a alta frequência das

respostas relacionadas ao ato de farejar e

levantar-se é devido ao reconhecimento do

ambiente novo realizado pelo sujeito

experimental Padawan, que se mostrou interessado

em explorar a caixa de Skinner. Quando se

iniciou a liberação manual de água, após alguns

sustos, o sujeito passou se dessensibilizar em

relação ao som feito pela concha. Isso ocorre

quando o estimulo inicialmete discriminativo

para a ocorrência de punição é apresentado

algumas vezes sem que haja qualquer consequência

punitiva (Skinner, 1953/2003), Além disso,

neste experimento o som (estimulo

discriminativo) era inclusive sequenciado de um

estimulo que havia estabelecido caráter

reforçador (água). Nota-se que, apos isso, o

sujeito passou a se aproximar gradualmente da

barra, chegando a pressioná-la algumas vezes,

dando a entender que já na primeira sessão ele

começou a discriminar uma relação entre a barra

e a liberação de água.

3.3.2. Modelagem à pressão a barra.

3. Método: Para a realização deste procedimento

foram necessárias duas sessões experimentais,

uma na data de 17/05/2013 e outra no dia 22 do

mesmo mês. A primeira durou  uma hora, das

10:00h às 11:00h, e a segunda durou trinta e

oito minutos, das 13:30h às 14:08h. Foram

utilizados o cubículo B e a caixa de Skinner B

na primeira sessão e o cubículo A e a caixa de

Skinner A na segunda sessão. Em ambas, ao

adentrarem no laboratório todos os membros do

grupo fizeram os procedimentos de higienização

das mãos e da caixa e um membro preparou a cuba

de água para colocar na caixa. Após a

verificação dos sistemas da caixa aguardou-se a

autorização do professor ou monitor para dar

início à sessão, com a chave na posição

“manual”. O objetivo principal das sessões

referentes ao processo de modelagem à pressão da

barra era fazer com que o sujeito experimental

Padawan estabelecesse a resposta de pressão à

barra da caixa de Skinner para obtenção de água.

Para que tal relação fosse desenvolvida foi

estabelecido o reforço diferencial para as

respostas do sujeito experimental que mais se

aproximavam da resposta-alvo: o pressionar a

barra. Isso significa que, aos poucos, as

respostas que no início de ambas se aproximavam

do “pressionar a barra” e eram reforçadas pela

deixaram de o ser à medida que respostas mais

próximas ainda do “pressionar a barra” eram

apresentadas, sendo assim, foram selecionadas

as seguintes respostas em ordem da mais distante

para a menos distante da resposta alvo: olhar

para a barra no canto oposto à ela da caixa de

Skinner, se aproximar do bebedouro, farejar o

bebedouro, farejar a barra por baixo dela,

farejar a barra por cima dela, levantar-se em

direção a barra, tocar a barra (com o focinho ou

com as patas), pressionar a barra (mesmo com

força insuficiente) e por fim, pressionar a

barra com a chave do mecanismo de água na

posição “automático”, estabelecendo um esquema

de CRF.

1. 1ª sessão: O objetivo acima citado não foi

alcançado na primeira sessão e ela foi

encerrada sob a condição de ter passado o

tempo estipulado para a sua realização.

2. 2ª sessão: Tendo em vista que a resposta de

pressão à barra não se estabeleceu como era o

objetivo, houve uma segunda sessão em que se

repetiram os mesmos procedimentos da

primeira, mas no cubículo A e na caixa de

Skinner A. Nesta sessão objetivo foi

alcançado, ou seja, o sujeito experimental

passou a pressionar a barra para receber

água, e o experimento teve fim após X

respostas do sujeito em esquema de CRF.

4. Resultados:

1. 1ª sessão: Na primeira sessão desse

procedimento, o sujeito experimental em

questão teve a emissão das respostas

tocar/farejar a barra e beber água elevadas

de forma muito similar, observando-se no

gráfico 6 que a linha dessas duas respostas

mantiveram-se muito próximas. Em relação ao

procedimento anterior, houve uma estabilidade

das respostas de dormir e farejar o chão, as

paredes e o bebedouro em relação ao

experimento anterior. Porém, a resposta de

coçar-se teve sua frequência triplicada e a

resposta levantar-se foi emitida menos vezes

em relação ao experimento anterior. Não houve

emissão da resposta de pressionar a barra.

Gráficos referentes ao 2° procedimento (1ª

sessão):

Gráfico 4Respostas: Coçar-se, levantar-se e dormir referentes ao 2°Treino - 16.05.13

Gráfico 5Respostas: Farejar a caixa, o chão e o bebedouro referentes ao2° Treino - 16.05.13

Gráfico 6Respostas: Tocar/Farejar a barra, pressionar a barra e beberágua referentes ao 2° Treino - 16.05.13

2. 2ª sessão: Já na segunda sessão de modelagem,

a resposta de coçar-se voltou a frequência do

primeiro procedimento e a resposta de

levantar-se, bem como as de tocar/farejar a

barra, farejar o bebedouro, pressionar a

barra e beber água, sofreu aumento em sua

frequência de maneira significativa em

relação as sessões realizadas até o momento.

Destaque ao fato de que o mesmo período – por

volta de dezenove minutos de duração do

experimento – em que a frequência da resposta

tocar/farejar a barra diminuiu continuamente,

a frequência de pressionar a barra passou a

se elevar. A resposta de dormir se manteve

nula e as de farejar o chão e as paredes

estáveis.

Gráficos referentes ao 2° procedimento (2ª

sessão):Gráfico 7Respostas: Coçar-se, levantar-se e dormir referentes a reposiçãodo 2° Treino - 22.05.13

Gráfico 8Respostas: Farejar a caixa, o chão e o bebedouro referentes areposição do 2° Treino - 22.05.13

Gráfico 9Respostas: Tocar/Farejar a barra, pressionar a barra e beberágua referentes a reposição do 2° Treino - 22.05.13

5. Discussão:

1. 1ª sessão: Para o grupo, a estabilidade em

determinadas respostas são reflexos do fato

de que o sujeito experimental Padawan ainda

estava se acostumando com o ambiente, o qual

possivelmente ainda apresentava certa

insegurança ao sujeito. Pois havia surgido

para o sujeito um número considerável de

estímulos ainda incondicionados. Apesar

disso, a modelagem fez com que o sujeito

Padawan estabelecesse certa discriminação da

relação barra e liberação de água (Skinner

1956/2003) se analisarmos a similaridade da

emissão das respostas tocar/farejar a barra e

beber água – ainda liberada pela aluna

Fernanda. Porém, sabe-se que ainda não havia

se efetivado o processo de modelagem

desejado, pois o sujeito não pressionou a

barra, sendo marcada uma reposição do

experimento.

2. 2ª sessão: A estabilidade das frequências de

farejar o chão e as paredes é motivo para

acreditar que o sujeito ainda não havia se

habituado ao ambiente, ou seja, a

variabilidade de seu comportamento estava

alta pois o sujeito ainda não havia

discriminado claramente um estimulo que

sinalizasse reforço ou o próprio

comportamento que gerasse algum (Moreira e

Medeiros, 2007). Porém, considerando o

aumento na frequência das respostas

relacionadas a modelagem desejada –

pressionar da barra e beber água – bem como a

similaridade entre elas, supomos que as

respostas emitidas pelo sujeito experimental

Padawan tinham o objetivo de buscar entender

a situação a qual ele estava inserido; sendo

tal situação cada vez mais compreendida,

ocorrendo maior discriminação do pressionar a

barra para a liberação da água, ou seja, a

medida que o sujeito discriminava

comportamentos cada vez mais próximos ao

objetivo, maior seria a frequência desse

comportamento. Deduzimos isso através do

constatado no período entre os minutos

dezenove e trinta e sete (gráfico 9), em que

o sujeito experimental passa a pressionar

mais vezes a barra. Tidas essas conclusões,

encerrou-se essa sessão.

3.3.3. Reforçamento Contínuo (CRF)

6. Método: Para a realização deste procedimento

foram necessárias duas sessões experimentais, a

primeira ocorreu na data de 24/05/2013 com

duração de quinze minutos, das 10:00h às 10:15h

e a segunda ocorreu na data de 07/06/2013 com

duração de trinta minutos, das 9:30 às 10:00h.

Foram utilizados o cubículo A e a caixa de

Skinner A nas duas sessões. Ao adentrarem no

laboratório todos os membros do grupo fizeram os

procedimentos de higienização das mãos e um

membro preparou a cuba de água para colocar na

caixa que já havia sido higienizada pelo

responsável pelo biotério e pelo laboratório

didático. Após a verificação dos sistemas da

caixa aguardou-se a autorização do professor ou

monitor para dar início à sessão, com a chave na

posição “automático”.

1. 1ª sessão: O objetivo principal desta sessão

era observar o sujeito experimental Padawan

em sua nova relação comportamental com a

caixa de Skinner estabelecida no procedimento

de modelagem (pressionar a barra para receber

água) e agora sob esquema de CRF. O

experimento teve fim após o término do tempo

estipulado para a duração dele.

2. 2ª sessão: Idem ao tópico 3.1.1.

7. Resultados:

1. 1ª sessão: Na primeira sessão, a mais rápida,

houve uma estabilidade das respostas de

farejar o chão e tocar/farejar a barra e uma

diminuição na frequência de coçar-se e

farejar as paredes. Já as respostas levantar-

se, pressionar a barra e beber água se

mantiveram muito similares, tendo destaque

que a frequência da resposta tocar/farejar a

barra diminuiu a partir do minuto onze

enquanto a frequência de pressionar a barra

continuou subindo.

Gráficos referentes ao 3° procedimento (1ª

sessão):Gráfico 10Respostas: Coçar-se, levantar-se e dormir referentes ao 3°Treino - 24.05.13

Gráfico 11Respostas: Farejar a caixa, o chão e o bebedouro referentes ao3° Treino - 24.05.13

Gráfico 12Respostas: Tocar/Farejar a barra, pressionar a barra e beberágua referentes ao 3° Treino - 24.05.13

2. 2ª sessão: Na segunda sessão, as respostas de

levantar-se, farejar as paredes, o chão e o

bebedouro mantiveram suas frequências,

enquanto a da resposta de tocar/farejar a

barra diminuiu. Como é possível observar no

gráfico 15, as respostas de pressionar a

barra e beber água são praticamente

idênticas, tanto em questão de aumento da

frequência quando de período em que foram

emitidas.  A resposta coçar-se duplicou sua

frequência e a resposta de dormir se manteve

nula em ambas as sessões.

Gráficos referentes ao 3° procedimento (2ª

sessão):Gráfico 13Respostas: Coçar-se, levantar-se e dormir referentes ao 4°Treino - 07.06.13

Gráfico 14Respostas: Farejar a caixa, o chão e o bebedouro referentes ao4° Treino - 07.06.13

Gráfico 15Respostas: Tocar/Farejar a barra, pressionar a barra e beberágua referentes ao 4° Treino - 07.06.13

8. Discussão:

1. 1ª sessão: Afirmamos que a discriminação, por

parte do sujeito experimental Padawan, de

pressionar a barra para receber água se

tornou melhor estabelecida, uma vez que a

tendência da frequência de tocar/farejar a

barra diminuiu e a de pressionar a barra

aumentou. A razão pela qual a frequência da

resposta de farejar as paredes diminuiu

enquanto a de farejar o chão se manteve pode

ser devido ao fato de que a parte do chão que

passou a ser mais farejada é próxima ao

bebedouro, demonstrando mais uma vez que o

sujeito experimental Padawan estabeleceu

relação entre o bebedouro – relacionado a

beber água, liberação de água – e a barra,

que tem as respostas relacionadas a ela –

tocar, farejar e pressionar – com contínuo

aumento de frequência ou no mínimo

estabilidade.

2. 2ª sessão: Com a sobreposição das linhas

correspondentes as respostas de pressionar a

barra e beber água (gráfico 15), supõe-se que

foi bem estabelecida a relação entre a

primeira resposta mencionada e a liberação de

água. A explicação para a similaridade da

emissão da resposta levantar-se com a de

pressionar a barra se dá no fato de que o

sujeito experimental Padawan utiliza as duas

patas dianteiras para pressionar a barra,

levantando-se sempre que for realizar tal

comportamento. Destaque a emissão da resposta

coçar-se que será melhor abordada nas

próximas discussões.

3.3.4. Extinção, apresentação do reforçador secundário,

recondicionamento e esquema de reforçamento de razão fixa

dois (FR2).

9. Método: Para a realização deste procedimento foi

necessária apenas uma sessão experimental que

ocorreu na data de 14/06/2013 com duração de uma

hora, das 10:00h às 11:00h. Foram utilizados o

cubículo C e a caixa de Skinner C nesta sessão.

Ao adentrarem no laboratório todos os membros do

grupo fizeram os procedimentos de higienização

das mãos e um membro preparou a cuba de água

para colocar na caixa que já havia sido

higienizada pelo responsável pelo biotério e

pelo laboratório didático. Após a verificação

dos sistemas da caixa aguardou-se a autorização

do professor ou monitor para dar início à

sessão, com a chave na posição “automático”.

Esta sessão foi dividida em quatro etapas:

1. 1ª etapa: durante os primeiros quinze minutos

o sujeito experimental foi submetido a um

esquema de CRF, segundo orientação do

processo descrito por Matos e Tomanari (2002)

para este processo;

2. 2ª etapa: nos próximos quinze minutos foi

iniciado o processo de extinção para a

resposta de pressão à barra para receber a

água do sujeito experimental, sendo que a

chave foi mudada para a posição “manual” e

após o quinto minuto desta etapa a cuba

d'água foi retirada, conforme a orientação de

Matos e Tomanari (2002);

3. 3ª etapa: essa etapa durou apenas cinco

minutos e consistia no acionamento do

mecanismo de água manualmente, sem a água,

para verificar qual a era a relação que o

sujeito experimental Padawan mantinha com o

barulho emitido pelo mecanismo e ao fim da

etapa a cuba d'água foi recolocada;

4. 4ª etapa: nos vinte e cinco minutos restantes

da sessão, o sujeito experimental foi

submetido a um esquema de CRF novamente, à

fim de recondicionar o sujeito a pressionar a

barra para receber água e após dez minutos o

sujeito experimental foi submetido a um

esquema de FR 2, a fim de iniciar uma nova

relação com ambiente que seria objeto de

análise mais profundo nas quatro sessões que

se seguiriam.

O experimento teve fim após o tempo estipulado

para a sessão.

10.Resultados: Pelos gráficos 16, 17 e 18, nota-se

três momentos distintos no panorama geral dos

comportamentos do sujeito experimental Padawan.

Em um primeiro momento, todas as respostas

registradas mantiveram suas frequências muito

similares a sessão anterior. Cerca de a partir

do minuto quinze, as frequências de coçar-se,

farejar a barra, o chão e as paredes subiram e

as de levantar-se, pressionar a barra e tocar a

barra diminuíram; por sua vez a resposta de

beber água manteve-se nula. Num terceiro

momento, a partir do minuto trinta e cinco,

houve uma abrupta inversão nas frequências das

respostas, sendo aqueles que anteriormente

haviam subido ou caído voltam as suas

frequências anteriores a quinze minutos. A

resposta de beber água voltou a ser emitida

normalmente e a resposta dormir manteve-se nula.

Gráficos referentes ao 4° procedimento:Gráfico 16Respostas: Coçar-se, levantar-se e dormir referentes ao 5°Treino - 14.06.13

Gráfico 17Respostas: Farejar a caixa, o chão e o bebedouro referentes ao5° Treino - 14.06.13

Gráfico 18Respostas: Tocar/Farejar a barra, pressionar a barra e beberágua referentes ao 5° Treino - 14.06.13

11.Discussão: Trabalhando com os três momentos

citados nos resultados, pode-se dizer que a

estabilidade dos comportamentos de forma similar

a sessão anterior firma a consideração de

estabelecimento da relação pressionar a barra

para a liberação de água, sendo a modelagem bem

sucedida nesse caso. No momento em que se

iniciou o processo de extinção, cessando a

liberação de água, as respostas emitidas

passaram a ter frequência similar a 1° sessão.

Por esse fato se percebe na prática as

características da extinção mencionadas na

Introdução: as respostas emitidas voltaram a

suas frequências anteriores ao condicionamento;

há maior variabilidade das respostas emitidas,

constatada na alteração não uniforme entre as

frequências das respostas registradas; a

frequência de tocar a barra, farejar chão e

parede (próximas a barra) – respostas que

anteriormente eram reforçadas – aumentou; há

também a eliciação de respostas emocionais,

sendo perceptível pelo grupo sentimentos de

ansiedade e aflição advindas do sujeito

experimental Padawan. Essas respostas emitidas e

variadas pelo sujeito são comprovações da

resistência a extinção.

Curiosamente, a resposta coçar-se teve alta

frequência até metade do período que durou o

processo em questão, o que resultou na elaboração

de uma hipótese: que o sujeito experimental

discriminou, durante as primeiras sessões, a

resposta de coçar-se como sendo relacionada com a

liberação de água, sendo esta resposta reforçada

em segundo plano, pois, as vezes, quando o

sujeito se aproximava ou pressionava a barra, ele

também se coçava logo em seguida, recebendo o

reforço (água) após a resposta de coçar-se, ou

seja, a coceira foi reforçada.

Contudo, ao final do processo de extinção e

início do recondicionamento, as respostas do

sujeito experimental Padawan rapidamente voltaram

a ter a frequência de quando a relação de

pressionar a barra para receber água havia sido

estabelecida, constatando-se, assim, que o

sujeito experimental foi rápido em rediscriminar

os estímulos presentes e as respostas emitidas,

sendo o processo de recondicionamento bem

sucedido.

Tentou-se estabelecer reforçamento por razão

fixa dois, porém houve pouco tempo para o

trabalho com esse processo e não se é possível

fazer uma boa análise sobre ele nessa discussão.

3.3.5. Esquemas de reforçamento de razão fixa.

12.Método: Para realizar este procedimento foram

necessárias quatro sessões experimentais. Devido

à complexidade da descrição de cada sessão deste

procedimento, elas serão abordadas

separadamente. É necessário dizer que em todas

as sessões todos os membros do grupo fizeram os

procedimentos de higienização das mãos ao

adentrarem no laboratório e um membro preparou a

cuba de água para colocar na caixa que já havia

sido higienizada pelo responsável pelo biotério

e pelo laboratório didático. Após a verificação

dos sistemas da caixa aguardou-se a autorização

do professor ou monitor para dar início a cada

sessão, com a posição da chave em “manual”, por

preferência do grupo. É necessário dizer que

tínhamos uma ordem de esquemas a seguir (citar a

ordem), mas depois da primeira sessão a ordem

não foi mais seguida por critérios variados que

serão especificados nas sessões.

1. 1ª sessão: Esta sessão ocorreu na data de

21/06/2013 com duração de uma hora e três

minutos, das 10:15h às 11:30h. Foram

utilizados nessa sessão o cubículo A e a

caixa de Skinner A. O experimento foi

iniciado com o sujeito experimental sob

esquema de CRF por dez respostas. Em seguida,

estabeleceu-se a seguinte série de razões

fixas (com acionamento do mecanismo de água

manualmente feito por um dos integrantes do

grupo): FR 3 a 1', FR 5 aos 9', FR 3 aos 14',

FR 5 aos 17', FR 7 aos 25', FR 5 aos 28', FR

7 aos 38', FR 3 aos 42', FR 5 aos 44', FR 7

aos 46', FR 8 aos 53'. Até os 25' foi seguido

o modelo para a mudança de razões, com os

critérios estabelecidos para ele. A partir do

minuto 28' as razões eram diminuídas mediante

autorização dos monitores ou do professor sob

o critério de não estabelecimento da razão

precedente devido ao tempo sem emissão da

resposta de pressão à barra e eram aumentadas

mediante autorização sob o critério de

estabelecimento da razão precedente devido a

emissão de respostas suficientes para

completar a razão por três vezes sem

intervalos de um minuto entre elas. O

experimento teve fim após cinco minutos sem

resposta de pressão à barra emitida pelo

sujeito experimental Padawan.

2. 2ª sessão: Esta sessão ocorreu na data de

28/06/2013 com duração de uma hora e seis

minutos, das 9:30h às 10:45h. Foi utilizado

nesta sessão o cubículo C e a caixa de

Skinner C. O experimento foi iniciado com o

sujeito experimental sob esquema de CRF por

apenas uma resposta. Em seguida, estabeleceu-

se a seguinte série de razões fixas (com

acionamento do mecanismo de água manualmente

feito por um dos integrantes do grupo): FR 2

a 1', FR 3 aos 3', FR 5 aos 4', FR 7 aos 7',

FR 9 aos 15', FR 7 aos 17', FR 9 aos 18', FR

7 aos 20', FR 5 aos 31', FR 7 aos 32', FR 9

aos 34', FR 7 aos 42', FR 9 aos 50'. O

critério para o aumento da razão até os 7’

foi o de o sujeito emitir respostas de

pressão à barra suficientes para completar a

razão uma vez, visto que ele atingiu a FR 7

na sessão anterior. A partir daí as razões

eram diminuídas mediante autorização dos

monitores ou do professor sob o critério de

não estabelecimento da razão precedente

devido ao tempo sem emissão da resposta de

pressão à barra e eram aumentadas mediante

autorização sob o critério de estabelecimento

da razão precedente devido a emissão de

respostas suficientes para completar a razão

por três vezes sem intervalos de um minuto

entre elas. O experimento teve fim após cinco

minutos sem resposta de pressão à barra

emitida pelo sujeito experimental Padawan.

3. 3ª sessão: Esta sessão ocorreu na data de

05/07/ 2013 com duração de cinquenta e sete

minutos, das 10:00h às 11:15h. Foi utilizado

nesta sessão o cubículo C e a caixa de

Skinner C. O experimento foi iniciado com o

sujeito experimental sob esquema de CRF por

apenas uma resposta. Em seguida, estabeleceu-

se a seguinte série de razões fixas (com

acionamento do mecanismo de água manualmente

feito por um dos integrantes do grupo): FR 2

ao 1', FR 3 e FR 5 aos 2', FR 7 aos 3', FR 10

aos 7', FR 11 aos 8', FR 11 aos 18', FR 12

aos 19', FR 14 aos 26', FR 15 aos 31', FR 16

aos 39', FR 17 aos 43’. O critério para o

aumento da razão até os 3’ foi o de o sujeito

emitir respostas de pressão à barra

suficientes para completar a razão uma vez,

visto que ele estabeleceu FR 7 na sessão

anterior, apesar de ter atingido FR 9. A

partir daí as razões eram diminuídas mediante

autorização dos monitores ou do professor sob

o critério de não estabelecimento da razão

precedente devido ao tempo sem emissão da

resposta de pressão à barra e eram aumentadas

mediante autorização sob o critério de

estabelecimento da razão precedente devido a

emissão de respostas suficientes para

completar a razão por três vezes sem

intervalos de um minuto entre elas. O

experimento teve fim após cinco minutos sem

resposta de pressão à barra emitida pelo

sujeito experimental Padawan. É importante

dizer que a barra da caixa travou por volta

dos 20’ e parou de emitir o clique,

dificultando a contagem das pressões à barra.

Para verificar de fato o estabelecimento da

FR 16 efetuada sessão, foi realizada a sessão

seguinte.

4. 4ª sessão: Esta sessão ocorreu na data de

12/07/2013 com duração de X minutos, das

13:30h às 14:30h. Foi utilizado nesta sessão

o cubículo A e a caixa de Skinner A. O

experimento foi iniciado com o sujeito

experimental sob esquema de CRF por doze

respostas. Em seguida, estabeleceu-se a

seguinte série de razões fixas (com

acionamento do mecanismo de água manualmente

feito por um dos integrantes do grupo): FR 2

e 3 aos 4’, FR 4 aos 5’, FR 7 aos 10’, FR 9

aos 14’, FR 11 aos 20’, FR 13 aos 23’, FR 15

aos 32’, FR 19 aos 40’. O experimento teve

fim após quarenta e oito minutos sem resposta

de pressão à barra emitida pelo sujeito

experimental Padawan suficiente para a razão

estabelecida em última instância que era a FR

19.

13.Resultados:

1. 1ª sessão: Na primeira sessão desse

procedimento, as repostas de levantar-se e

farejar o bebedouro tiveram um significativo

aumento de frequência. Já a resposta tocar a

barra foi quase nula. Demais frequências

tiveram pouca alteração. Vale destacar o fato

de que as respostas de pressionar a barra e

beber água foram emitidas juntas (gráfico 21)

até o minuto onze; sendo a partir daí a

frequência de pressionar a barra aumentada de

forma significativa em relação a de beber

água. A resposta de dormir se manteve nula

nessa sessão. O sujeito experimental Padawan

chegou a estabelecer reforçamento por razão

variável 5.

Gráficos referentes ao 5° procedimento (1ª

sessão):Gráfico 19Respostas: Coçar-se, levantar-se e dormir referentes ao 6°Treino - 21.06.13

Gráfico 20Respostas: Farejar a caixa, o chão e o bebedouro referentes ao6° Treino - 21.06.13

Gráfico 21Respostas: Tocar/Farejar a barra, pressionar a barra e beberágua referentes ao 6° Treino - 21.06.13

2. 2ª sessão: Na segunda sessão, todas as

respostas estudadas tiveram sua frequência

levemente diminuída, com exceção da resposta

de coçar-se, que sofreu aumento de

frequência, e de tocar/farejar a barra, que

voltou a frequência anterior a última sessão.

A resposta de dormir se manteve nula nessa

sessão.O sujeito experimental Padawan chegou

a estabelecer reforçamento por razão variável

7.

3.

Gráficos referentes ao 5° procedimento (2ª

sessão):Gráfico 22Respostas: Coçar-se, levantar-se e dormir referentes ao 7°Treino - 28.06.13

Gráfico 23Respostas: Farejar a caixa, o chão e o bebedouro referentes ao

7° Treino - 28.06.13

Gráfico 24Respostas: Tocar/Farejar a barra, pressionar a barra e beberágua referentes ao 7° Treino - 28.06.13

4. 3ª sessão: Já na terceira sessão, a resposta

levantar-se e pressionar a barra se

mantiveram com alta frequência e as respostas

de beber água e coçar-se tiveram cerca de

metade da frequência anteriormente

registrada. Demais respostas se mantiveram

estáveis. A resposta de dormir se manteve

nula nessa sessão. O sujeito experimental

Padawan estabeleceu reforçamento por razão

fixa 10, chegando a realizar razão fixa 17.

Gráficos referentes ao 5° procedimento (3ª

sessão):Gráfico 25Respostas: Coçar-se, levantar-se e dormir referentes ao 8°Treino - 05.07.13

Gráfico 26Respostas: Farejar a caixa, o chão e o bebedouro referentes ao8° Treino - 05.07.13

Gráfico 27Respostas: Tocar/Farejar a barra, pressionar a barra e beberágua referentes ao 8° Treino - 05.07.13

5. 4ª sessão: Respostas de levantar-se,

pressionar a barra e farejar bebedouro

sofreram diminuição significativa na

frequência. Pouca alteração na frequência das

demais respostas. Em relação a sessão

anterior, a frequência da resposta de

pressionar a barra diminuiu, enquanto a de

beber água se manteve similar. Estabeleceu-se

reforçamento por razão fixa 15.

Gráficos referentes ao 5° procedimento (4ª

sessão):Gráfico 28Respostas: Coçar-se, levantar-se e dormir referentes a reposiçãodo 8° Treino - 10.07.13

Gráfico 29Respostas: Farejar a caixa, o chão e o bebedouro referentes areposição do 8° Treino - 10.07.13

Gráfico 30Respostas: Tocar/Farejar a barra, pressionar a barra e beberágua referentes a reposição do 8° Treino - 10.07.13

14.Discussão:

1. 1ª sessão: os resultados obtidos na primeira

sessão corroboram as informações apresentadas

por Moreira e Medeiros (2007), o sujeito

experimental Padawan apresentou a frequência

de emissão da resposta de pressão à barra

aumentada em relação aos procedimentos de

CRF. Além disso, o fenômeno da pausa foi

razoavelmente vísivel, ou seja, supõe-se que

houve o início de uma certa discrminação

temporal do sujeito com relação a

apresentação do reforço. Observa-se também um

aumento na frequência das respostas que

precedem a pressão à barra, como o levantar-

se e o farejar a barra, em relação aos

procedimentos de CRF. (anderson) No início da

sessão, que começou com reforço contínuo, o

esperado comportamento de semelhante emissão

de respostas em relação a sessão anterior se

efetivou. Já quando iniciado o processo de

reforçamento por razão fixa, observou-se que

quanto maior a razão imposta maior era a

frequência de pressionar a barra, mesmo que a

resposta de beber água se mante-se estável.

Duas características da razão fixa podem ser

percebidas pelos gráficos 19, 20 e 21,

referentes a sessão em questão: há um aumento

considerável da emissão da resposta reforçada

– pressionar a barra – que tende ao aumento

da frequência quando a razão fixa é

aumentada; e percebe-se as pausas entre a

apresentação do reforço – beber água – e a

retomada da emissão da resposta reforçada.

Constata-se – pela observação do grupo e pela

da linha de farejar o bebedouro (gráfico 21)

– que há certa ansiedade no sujeito

experimental durante esse processo,

assemelhando-se ao início do processo de

extinção, porém de forma menos acentuada,

devido aos reforços intermitentemente

apresentados, o que leva a maior resistência

a extinção; sendo essas considerações

teóricas que também são perceptíveis nos

gráficos em questão quando analisarmos o

aumento da frequência de pressionar a barra e

levantar-se, bem como estabilidade em vez de

diminuição da frequência das demais respostas

– com exceção de tocar/farejar a barra.

2. 2ª sessão: novamente, os resultados

corroboram as informações apresentadas por

Moreira e Medeiros (2007). Neste experimento

houve um aumento um pouco menor da

apresentação da resposta de pressão à barra

em relação aos procedimentos de CRF,

provavelmente pela forma como foi conduzida a

troca de razão: neste experimento as razões

mais altas que foram alcançada na sessão

anterior foram mantidas por mais tempo, o que

aumenta também a incidência da pausa, que se

tornou um pouco mais visível, o que pode

indicar uma maior discriminação temporal do

sujeito com relação a apresentação do

reforço. (anderson) As mesmas considerações

feitas na discussão da sessão anterior são

válidas para essa. Vale destacar que

novamente a resposta coçar-se teve alta

frequência. Nesse período da disciplina, já

havia preocupação com esse fato, que atingia

boa parte dos sujeitos experimentais daquele

laboratório. Foi feita a visita de uma

veterinária entre as 3ª e 4ª sessões desse

procedimento, sendo que na última todos os

sujeitos já haviam sido medicados – o

“remédio” consistia em um banho específico

com determinada solução química. A

veterinária não achou uma causa exata para

coceira, sendo levantada a hipótese de sarna,

fungos, entre outras. Há também o fato de

dificuldade no estabelecimento de razões

fixas 10 que atribuiu-se as caixas de Skinner

usadas nas 1ª e 2ª sessões desse

procedimento, pois estavam danificadas com

principal problema sendo a não firmeza da

barra, que fez com que o sujeito experimental

e os próprios alunos (?) se confundissem na

emissão ou não da resposta de pressionar a

barra, fazendo com que o reforço fosse dado

de forma mais aleatória, não seguindo a razão

fixa e dificultando a discriminação por parte

do sujeito.

3. 3ª sessão: na terceira sessão ocorreu a mesma

corroboração de informações das sessões

anteriores. Neste experimento houve um

aumento da da apresentação da resposta de

pressão à barra em relação a 2ª sessão deste

procedimento, atingindo um nível pouco acima

da 1ª, supõe-se que isso ocorreu devido a

ocorrência de razões mais altas que na 2ª

sessão que compensariam a diferença que houve

entre a primeira e a segunda. Houve uma

pequena complicação durante esta sessão: a

barra ficou presa, de modo a não emitir o

barulho de "clique" quando pressionada, o que

prejudicou a discriminação dos observadores

com a relação a resposta do sujeito. Em

função diso, realizamos a 4ª sessão, para

confirmar se a razão 16 havia realmente sido

estabelecida. (anderson) A partir dessa

sessão, o sujeito experimental Padawan havia

estabelecido reforçamento por razão fixa 7,

sendo aumentada mais ainda a razão,

alcançando razão fixa 17. Com isso, firma-se

mais ainda, pela comparação dos gráficos

19,20 e 21 com os 22, 23 e 24, referentes as

sessões anterior e em questão,

respectivamente, as considerações

características sobre reforçamento por razão

fixa especificadas na 1ª discussão desse

procedimento. Percebe-se o aumento na duração

das pausas entre a emissão das respostas de

beber água e pressionar a barra, o que é

devido ao aumento do esforço que deve ser

empregado pelo sujeito experimental para

apresentação do reforço numa razão fixa cada

vez mais alta. Nota-se também queda na

frequência da resposta coçar-se.

4. 4ª sessão: nesta sessão o sujeito

experimental Padawan alcançou a FR 15, valor

próximo ao encontrado na sessão anterior,

corroborando os resultados da sessão

anterior. Com relação a diminuição da

frequência das respostas, o tempo de duração

das sessões sem dúvida influenciou neste

resultado, pois são pelo menos quinze minutos

de diferença entre elas, sendo a 4ª sessão

mais curta. (anderson)Nessa sessão,

estranhou-se a queda na frequência das

respostas mais emitidas do sujeito –

levantar-se, pressionar barra, farejar o

bebedouro e beber água. Há duas hipóteses

elaboradas para a ocorrência desse fato. A

primeira virá a ser explicada na uma

discussão desse relatório. Já a segunda diz

respeito ao condições de relevância para a

emissão de um resposta, que na situação em

questão, relaciona-se com o forte esforço

físico necessário de ser empregado pelo

sujeito experimental – pressionar a barra até

dezenove vezes sem reforço – para uma

considerável pequena ou pouca apresentação do

reforçador- água. Outras considerações

teóricas já foram abordadas anteriormente nas

discussões desse procedimento.

3.3.6. Esquema de reforçamento de razão variável 10 (VR 10)

15.Método: Para a realização deste procedimento

foram necessárias duas sessões experimentais, a

primeira ocorreu na data de 12/07/2013 com

duração de quarente e sete minutos, das 9:30h às

10:30h e a segunda ocorreu na data de 19/07/2013

com duração de dezenove minutos, das 9:30 às

10:00h. Foram utilizados o cubículo A e a caixa

de Skinner A nas duas sessões. Ao adentrarem no

laboratório todos os membros do grupo fizeram os

procedimentos de higienização das mãos e um

membro preparou a cuba de água para colocar na

caixa que já havia sido higienizada pelo

responsável pelo biotério e pelo laboratório

didático. Após a verificação dos sistemas da

caixa aguardou-se a autorização do professor ou

monitor para dar início à sessão, com o chave de

acionamento na posição “manual”. O objetivo

principal destas sessões era observar o sujeito

experimental Padawan em sua relação com a caixa

de Skinner sob a nova relação a que foi

submetido, o esquema de reforçamento de razão

variável 10. Para que este valor fosse obtido,

foi seguida uma série de razões contituída pelos

seguintes valores: 2, 7, 5, 3, 4, 6, 1, 4, 9,

3, 7, 8, 10, 1, 8, 3, 9, 2, 7, 1. O critério

para encerramento de ambas a sessões era o de

cumprir esta sequência de razões pelo menos sete

vezes. Na primeira sessão o sujeito experimental

Padawan cumpriu a série de razões por sete vezes

e a sessão foi encerrada. Na segunda, o

experimento foi encerrado mediante autorização

do monitor do laboratório diante da observação

do comportamento atípico do sujeito experimental

que será apresentado em sequência.

16.Resultados:

1. 1ª sessão: Nesse procedimento, houve uma

mudança nos modos como as frequências se

apresentaram nos gráficos. Em relação ao

gráfico 29, o gráfico 32 demonstra que as

frequências de farejar chão, paredes e

bebedouro se mantiveram, porém, ao contrário

da sessão anterior, a emissão dessas

respostas ficaram muito similares em questão

de minuto em que foram emitidas. O mesmo

ocorre com as respostas de pressionar a

barra, levantar-se e beber água, que, além

disso, sofrem significativo aumento de

frequência – sendo a resposta beber água com

frequência pouco inferior as outras duas

repostas em questão. Houve pouca alteração na

frequência de tocar a barra, resposta a qual

– junto com coçar-se, que sofreu brusca queda

em relação com a sessão anterior – manteve-se

praticamente nula. A resposta de dormir não

foi emitida.

Gráficos referentes ao 6° procedimento (1ª

sessão):Gráfico 31Respostas: Coçar-se, levantar-se e dormir referentes ao 9°Treino - 12.07.13

Gráfico 32Respostas: Farejar a caixa, o chão e o bebedouro referentes ao9° Treino - 12.07.13

Gráfico 33Respostas: Tocar/Farejar a barra, pressionar a barra e beberágua referentes ao 9° Treino - 12.07.13

2. 2ª sessão: Na última sessão da disciplina, o

sujeito experimental Padawan teve a frequência

da maioria de suas respostas registradas

diminuídas de forma significativa, mantendo

abaixo de trinta a emissão de todas as

respostas. São exceção a essa situação a

resposta levantar-se e tocar/farejar a barra,

que tiveram suas frequências dobradas. Destaque

para a emissão das respostas tocar/farejar a

barra e pressionar a barra, que se mantiveram

muito similares. Fora as respostas de farejar o

chão, as paredes e o bebedouro, as demais foram

emitidas com significativas pausas. A resposta

de beber água foi emitida apenas nos primeiros

minutos cerca de três vezes. A frequência da

resposta dormir continuou nula.

Gráficos referentes ao 6° procedimento (2ª

sessão):Gráfico 34Respostas: Coçar-se, levantar-se e dormir referentes ao 10°Treino - 19.07.13

Gráfico 35Respostas: Farejar a caixa, o chão e o bebedouro referentes ao10° Treino - 19.07.13

Gráfico 36Respostas: Tocar/Farejar a barra, pressionar a barra e beber

água referentes ao 10° Treino - 19.07.13

17.Discussão:

1. 1ª sessão: Nas sessões anteriores, houve

forte problema com a emissão da resposta

coçar-se, que chegou a ser considerada em

certo ponto até como resposta reforçada.

Porém, após a visita da veterinária,

verificou-se que nas sessões seguintes

ocorreu a queda na frequência de tal

resposta, indicando a alta possibilidade do

problema da coceira ser orgânico. Na sessão

em questão, finalmente iniciou-se o processo

de reforçamento por razão variável, podendo

esse ser constatado pela demonstração de suas

características típicas através dos gráficos

31, 32 e 33, referentes a essa sessão.

Constata-se que a frequência da resposta

reforçada – pressionar a barra – sofreu

considerável aumento, bem como as pausas

entre a emissão das respostas beber água e

pressionar a barra são quase inexistentes,

ambas características da razão variável já

presentes teoricamente. Esses comportamentos

são devidos ao fato do sujeito experimental

não saber quando será reforçado e a

impossibilidade de discriminar isso, uma vez

que o número de respostas a serem

necessariamente emitidas varia, fazendo com

que o sujeito emita o máximo de respostas

anteriormente reforçadas no menor prazo de

tempo possível afim de conseguir o reforço,

no caso, água. A baixa emissão da resposta de

tocar/farejar a barra, registrada até mesmo

em algumas sessões anteriores, é devido a

relação já firmada de necessidade de

pressionar a barra para a liberação da água,

sendo discriminado por parte do sujeito

experimental a inutilidade de apenas tocar a

barra.

2. 2ª sessão: Durante todas as sessões, o

sujeito experimental Padawan não emitiu a

reposta dormir e manteve um alto índice de

emissão de ao menos uma resposta, salve raras

exceções, podendo-se entender o sujeito como

ativo em relação aos experimentos. Portanto,

o comportamento quieto de Padawan –

expressando talvez certo desanimo,

desinteresse, cansaço ou fraqueza – foi

motivo de estranhamento por parte dos alunos

(?), sendo tal comportamento motivo de

encerramento do experimento em apenas vinte

minutos de duração. Tendo em vista que o

mesmo comportamento foi constatado em outros

sujeitos experimentais que realizaram a

sessão em mesma data e horário em questão,

supõe-se que a sua causa seja mais geral e

relacionada com demais sujeitos. A hipótese

mais provável é a de que a medicação – banho

com um tipo específico de solução química –

para a coceira tenha, de alguma forma,

influído nos organismos dos sujeitos

experimentais para além de sua função

primordial, sendo o comportamento quieto um

efeito colateral do remédio. Concluiu-se os

experimentos sem a certeza de estabelecimento

do reforçamento por razão variável.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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