REVISTA TRIMESTRAL JURISPRUDENCIA

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SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL REVISTA TRIMESTRAL DE JURISPRUDENCIA Organizada pela Divirao de Jurirprudincia Vol. 72 ( pp.1.321 ) Abril 1975

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SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

REVISTA

TRIMESTRALDE

JURISPRUDENCIA

Organizada pela

Divirao de Jurirprudincia

Vol. 72 ( pp.1.321 ) Abril 1975

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

MINISTROS

DJACI Alves FALCAO (22.2.67), PresidenteCarlos THOMPSON FLORES (14.3.68), Vice- PresidenteALIOMAR de Andrade BALEEIRO (25.11.65)ELOY Jose DA ROCHA ( 15.9.66)Olavo BILAC PINTO (17.6.70)ANTONIO NEDER (28.4.71)Francisco Manoel XAVIER DE ALBUQUERQUE (19.4.72)Jose Geraldo RODRIGUES de ALCKMIN (11.10.72)

Joao LEITAO DE ABREU (17.6.74)Joao Baptista CORDEIRO GUERRA (26.9.74)

COMISSXO DE REGIMENTO

Ministros ALIOMAR BALEEIRO, THOMPSON FLORES,CORDEIRO GUERRA e ELOY DA ROCHA ( suplente)

COMISSAO DE JURISPRUDENCIA

Ministros THOMPSON FLORES, BILAC PINTO e XA-

VIER DE ALBUQUERQUE

COMISSAO DE DOCUMENTAcAO

Ministros ALIOMAR BALEEIRO, ELOY DA ROCHA eRODRIGUES ALCKMIN

COMISSAO DE COORDENAcAO

Ministros THOMPSON FLORES, ANTONIO NEDER eLEITAO DE ABREU

PROCURADOR -GERAL DA REPIIBLICA

Jose Carlos MOREIRA ALVES

1 1 4{.1 I.

REVISTA TRIMESTRALDE JURISPRUDENCIA

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

AQAO PENAL N.e 219 (EDCI) - DF l

(Tribunal Pleno)

Relator: 0 Sr. Ministro Xavier de Albuquerque.

Embargante : Francisco Jose Pinto dos Santos.

Agio penal de competencia origineria do STF. Criterion dovotagio.

1. A desclassificageo do crime nio constitui materia proliminar,mss entrosa-se no prdprio merito . Dessarte, os prola !ores dos votoevencidos, relativamente i} desclassificagio operada polo maioria nintern pot quo participar do deadobramento do deciaio afinal preva-lente, seja no tocante a individualizagio de pena, seja no pertinenteA concassao do suepensio condicional de sue ezecugio.

2. Estando o ac6rdi o auficientemente claro em relagio aoe pon-toe supostamente omitidoe, rejeitam-se os embargos de declaragio.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos emgrau de embargos de declaragio mani-festados pole defesa, estes autos deagio penal em qua 6 autor o Ministe-rio PAblico Federal a reu FranciscoJose Pinto dos Santos on FranciscoPinto.

Acordam os Ministros do SupremoTribunal Federal , em sessio plenIria,e unanimidade , Palos fundamentos re-sumidos na manta, rejoicer os embar-gos declaratbrios.

Brasilia, 31 de outubro de 1974. -Eloy Jose de Roche, Presidents. -Oswaldo Trigueiro. - Aliomar Bale.eiro . - Djaci Falcio . - Bilac Pinto.- Antonio Neder. - Xavier de Al-buquerque . - Rodrigues Alckmin. -Leitio do Abreu. - Cordeiro Guerra.

RELAT6RIO

0 Sr. Minietro Xavier its Albuquer-que: - Sr . Presidents , an ac6rdao quojulgou a Agin Penal 219, o ilustre de-fensor do acusado ofereceu embargos

declaraterios , qua leio so Tribunal (fo-Ihas 520-522):

"Francisco Jose Pinto dos Santos,por sou advogado, com fundamentono art . 314 e $ 19 do R.I. dessa eg.Corte , opoe embargos do declaragioso venerando Ac6rdao que julgou aagio penal nv 219.

1. Segundo no tetmos do respei-tevel decisio,

"a maioria desclassificou a in-fragio, no forma do art. 383 doC. Pr. Pen., do art. 21 do Dl.898, do 29 . 9.69, pare o art. 319,combinado com o art . 141, I,ambos do C. Pen., a flosses ter-rnos julgou procedente a denAn-cia, pore condoner o reu a seismeses de detengiio a multa deCr$ 9,00 (nove cruzeiros), comeincurso nos preceitos legais porultimo indicados".

E elucida:

"Os votos vencidos entenderamqua so configurava , no caso, o cri-

2 R.T.J. 72

me do art. 21 do DI. 898/69,polo quo sews prolatores julga-vam procedente a denuncia, tal

como oferecida , para condoner oacusado a dois anos de reclusio,como incurso no referido precei-to".

"Ni0 esclarece o texto do deci-sio se, operada a desclassificagio,os eminentes Ministros vencidos,que, originariamente , capitulavam odelito no Lei do Seguranga, vote-ram pare fixer os limites do conde-nagio conforme a lei comum.

Parece, por6m, quo assim deve-rle ocorrer, visto quo a desclassifi-cagio se efetuou pare crime de na-tureza diverse do previsto no Leide Seguranga.

Dada a diversidade de indole dosdelitos, nio 6 de estranhar-se quovoto vencido do principle, por apli-car a lei especial a de sang6ea maisgraves, pudesse adotar entendimen-to divergente do maioria determi-nante do desclassificagio , an em-minor o case em face do C. Penal.Precisamente a diferenciagio do na-tureza do delito , nos dote diplomas,poderia justificar a variagio do cri-t6rio.

Mae o ven . ac6rdao 6 omisso aease respeito.

A par disso , a decisio , depots deenunciar a desclassificagio a deacentuar que "os votos vencidos on-tenderam qua as configurava, nocase, o crime do art . 21 do DI.

898/69", declare:

"Dos votos vencedores, a maio-ria negou a suspensiio condicio.nal do execugio do pens, por en-tender quo a personalidade dosentenciado a as circunstenciasdo crime nio autorizavam apreaungio de qua nio tornariaa delingi lr".

Ora, os "votos vencedores", Se-gundo o contexto de decisio, foramno qua determinaram a desclassifi-cagio do delito do Lei do Seguran-ga pare o crime do difemagio do C6-digo Penal.

"Como conata do van. ac6r-dio - dos votos vencedorea, amatoria negou a suspensio con-dicional do execugio".

- parece qua os "votos vencidos"no qualificagio do delito nio so ma-nifestaram sobre a concessio, onnio, do eursis.

t 6bvio, por6m, qua a todos osjulgadores cumpria pronunciamen-to no particular, para quo a decisiose tornasse perfeita.

Crewe a procedencia dos embar-

gos, em ambos os pontos fixados,porque a ementa do ac6rd9o nontraz esclarecimento sobre qualquerdeles, sequer implicitamente.

A elucidagio desses pontos, on-tretanto , 6 indispensivel para quoo condenado posse orientar a deli-miter, com precisio , os embargosprevistos no art. 310, I, do Regi-mento Intern.

E o quo espera haja por been fa-zer o eg . Tribunal".

E o relatbrio.

EXTRATO DA ATA

APn 219 (EDcl) - DF - Rel.,Ministro Xavier do Albuquerque.

Embte., Francisco Jose Pinto dos San-

tos (Advs., Josaphat Marinho a Pau-lo Brossard de Souza Pinto).

Decisio: Rejeitados as embargos,unanimemente.

Presidencia do Sr . Ministro Eloy

do Roche. Presences a seessio as Se-nhores Ministros Oswaldo Trigueiro,

Aliomar Baleeiro , Djaci Falcio, BilacPinto, Antonio Neder, Xavier de Al-

buquerque, Rodrigues Alclunin, Leiteode Abreu a Cordeiro Guerra. Ausente,justificadamente , o Senhor MinistroThompson Flores . Procurador-Geral

de Republica, o Prof . Jos6 Carlos Mo-

reira Alves.

Brasilia , 31 de outubro de 1974. -Alberto Veronese Aquiar, Diretor doDepartamento Judiciirio.

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REPBESENTAcAO NP 906 - GB

(Tribunal Pleno)

Relator : 0 Sr. Ministro Djaci Falcio.

Representante : Procurador-Geral do Republica , atendendo solicitagio do Sin-dicato dos Advogados do Estado do Guanabara . Representada : Assem-bleia Legislativa do Estado do Guanabara.

Argligao do inconstitucionalidade do art . 35, do L. 2.144/72.Sue improcedencia.

Declaracao de inconstitucionalidade do art. 98, do L. 2.085-A.do 5.9.72. A denorrdnada parcela adicional toga a natureza espe-citice do tows.

ACORDAO

Vistoa, relatados a discutidos estes

autos. acordam os Ministros do Supre-

mo Tribunal Federal , em sessio plena,

no conformidade do ate do julgamen-

to a des notes taquigrhficas , julgar pro-

cedente, em Porte, a representagio,

pars, declarer inconstitucional o art. 98,

de L. 2 . 085-A, de 5 . 9.72, do Estado

do Guanabara, por unanimidade do vo-tog.

Brasilia, 3 de abril de 1974. -Eloy do Rocha, Presidente. - DiedFalcao, Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Miniatro Djaci Falcao: -Oferego como relatbrio a manifestageofinal do Procuradoria-Geral do Repu-blica, qua assim esclarece as materiasobjeto do representagio:

"1. Por solicitagio do Sindicato

dos Advogados do Estado do Gua-

nabara, a presents representagao ar-

gui a inconstitucionalidade do arti-

go 35 do L . 2.144, de 22.11.72,

qua acrescentou paregrafo unto ao

art. 79 do DI. 110, de 11.8.69, a

do art . 98, do L . 2.085-A, do

59.72 , todos daquele Estado.

Rezam os artigos impugnados:

"Art. 35 . 0 art . 79 do DI.110, de 11 . 8.69, flea acrescidodo urn parigrafo unico, com aseguinte redagio:

Art. 79 ...Paregrafo finico . Alem do ta-

xa prevista neste artigo , incidir4o mesmo tributo , pela participa-gio de Membro do MinisterioPublico, nos seguintes casos:

a) nas arrecadagies , calculadoratio do 2% (dole por can-

to) sobre o valor dos bens or-recadados;

b) two leiloes, calculado irazio do 1.5% Into e meinper cento ) sobre o valor desarrematagies;

c) nag diligencias fora dolocal de trabalho , excetuando-seas diligencias dos Promotores eDefensores des Varga Crimi-naffs, as fiscalizagSes do presf-dice e estabelecimentos do in-capazes, on quando a parte in,teressada for beneficieria deJustiga gratuita , calculado it rarzoo de 0 . 5 UFEG"; a

"Art. 98 . Sobre o prego al-cangado nos leiloes de mercado-ries a do bens mbveis em geral,cobrario os leiloeiros , dos arre•matantes, em beneficio da Fazen-do Estadual , uma parcels adi.cional de tres per canto (3%) a,nos bens imdveis a de dois porcanto (2%), depositando-as, in-continente , como renda do Es-tado, no Banco do Estado doGuanabara".

Alega o suscitante da represent&gio quo o Estado do Guanabara,

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III de crier a tags judiciiria -que aerie inconstituclonal neo s6 porsue destinaceo (a distribuicbo dojustice nio 6 servico p6blico pareaer mantido com a cobranca de to.xa), mast tambim por ji existir, atitulo do contrapreatacbo dos servi-goa judiciirios, a to= remunarat6riados services judiciaries -, a eaten-deu, polo art. 35, do L. 2.144/72,As arrecadag5es , loil6es a diligincias,e criou nova tans (percale adicio-nal) nas artematecoes do bane m6-veis e im6veis em leileo (art. 98,de L. 2.085-A/72). A extemio ee-rie inconstitucional por se configu-rar bitributacbo , al6m de inexistirprestaceo do servico pore justificara cobranca do tax;; e a parcelsadicional saris tamb6m inconstitu.clonal por mascarar elevaceo de ali-quote do imposto de tranamissio,cuja fixacbo 6 privativa do SenadoFederal (art. 23, 5 29, do Consti-tuicao Federal).

2. Em sues informac6es, h f. 21e sags . a Assembl6ia Legislative doEstado de Guanabera contests a or.gUiceo do inconstitucionalidade, sobo fundamento de qua:

a) 6 conetitucional a institui-

ceo a cobranca do teas judicii-

ria juntamente com as dos metal

processuais;

b) o art. 35 do L. estadual

2.144/ 72 apenas imp8s, ao lade

do aliquota gen6rica da taste ju.

diciiria, a aliquota especial de

quo trata o referido dispositivo,

o quo so enquadra , perfeitamen-

te, na competfincia do Estado-

Membro; e

c) a denominaceo parcelsadicionaf a qua elude o art. 98da L. estadual 2.085-A/72 noalters. sue natureza juridic;, itema transforms em majoraceo proi-bids do imposto do tran rnisabode im6veis, tanto quo 6 cobra.de, tamb6m, com relacbo a m6•vela; trata-se, on verdade, do

cuafas judiciaia, pois , co caso,"o leiloeiro figure a perfaz o con-ceito de auailiar do justice,verdadeiro serventudrio, prati.cando o ato do seu oficio emHome a por ordem do juiz".

3. Deixando do lado - per set

incontroversa - a constitucionali.

dads do instimiceo de time judicii-

ria juntamente com a de costae, neo

se nos afigura inconstitucional o

parigrafo finice qua o art. 35 de

L. estadual 2.144/72 acrescentou so

art. 79 do D1. estadual 110/69.

Com efeito , ease parigrafo criou,

pale participaceo do Ministirio PG-

blico, um adicional A tema judicii-

ria gen6rica , quando ocorrer um

dos cases qua especifica , o quo, em

nosso entender, nio viola dispositi-

vo conatitucional federal, comp sa-

lientou a Assembl6ia Legislative do

Estado do Guanabara.

4. 0 memo no ocorre, por6m,com o art . 98 do L. estadual2.085-A/72, quo, a nosso ver, 6 in-constitucional, per infringir o arti-go 18, I, do EC 1/69, o qual dis-pbe:

"Art. 18. A16m dos impos

toe previstos nesta Constituicao,

compete A Unibo, one Estados,

so Distrito Federal a aos Muni.

cipios instituir:

I - tames, arrecadadas em ra-zeo do exercicio do poder dopolicia ou pela utilizagio efeti-va ou potencial de servicoe pfi-blicos especificos a divisiveis,prestados so contribuinte oupostos h sua disposicbo".

Portanto, em face desse disposi.tivo constitucional federal, tax; s6pode ser inatituida ( e o adicional aela segue a mesma sorts) em ra-zio do exercicio de poder de poli-cia ou de util zacao efetiva ou po-tential de eervicos pfiblicos espe-

1.111 1 II

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cificos a divisiveis . No caso, ne-nhum desses dois fatos geradoresgenericos - qua ago os 6nicos ad-missiveis pare a instituig5o de to"- so verifica . A Assembleia Le-gislative do Estado do Guanabarapretends , Para afastar ease objecgo,qua a parcels adicional , a qua elu-de o art . 98 em cause , tenha a na-tureza de custas, pois o leiloeiro,ma hipbtese , as apresentaria comaverdadeiro aerventuirio do Justica.O argumento , porem, a manifesta-mente improcedente , pole leiloeirono a serventuirio do Justica, nemrecebe salerios dos cofres p6blicosPara justificar a cobranga de custas,a serem recolhidas integralmenteem favor do Estado , Para eete fa-zer face a despesa com remunera-cio do serventuirio . Se o Estado,no caso, nio exerce poder de poli-cia, nem presta , efetiva ou poten-cialmente, service p6blico especifi.co a divisivel , ago he qua as falarem taxa , por inexistir o imprescin-divel Name entre atividade estate]e o contribuinte (o arrematante).

5. Em conclusio , a resutnindo,

manifestamo-nos pale conatituciona-

lidade do paragrafo fmico qua o

art. 35 da Lei estadual 2 . 144/72

acrescentou no art . 79 do Dl. es•

tadual 110/69, a pale inconstitucio-

nalidade do art . 98 da L. estadual

2.085-A/72, por infringencia do

art. 18, I, do EC 1/69.

Brasilia, 19 de fevereiro de 1974.

Jose Carlos Moreira Alves, Procura-

dor-Geral do Republica". Distribua-se

copia dente relat6rio we Senhores Mi-

nistros,

Brasilia, 20 de marco de 1974. -Djaci Felce-o, Relator.

VOTO

O Sr. Ministro Djaci Falcgo (Rela.

tor): - A primeire disposigio acoi-

made de inconstitucional e o art. 35

do L. 2 . 144, de 22 . 11.72, qua raze:

5

"Art. 35. 0 art. 79 do D1. 110,do 11 . 8.69, fica acrescido de urnpar4grafo alnico, com a seguinte re-dacgo:

Art. 70 ...

Partigrafo 6nico . Alain do tanprevista nests artigo , incidira o mes-mo tributo, pale participaceo doMembro do Ministerio Publico, nosseguintes casos:

a) nas arrecadacoes , calculado Arazgo de 2% (dois por cento) so-bra o valor dos bane arrecadados;

b) me leil5es, calculado a razgode 1,5% (um a mein por canto)sobre o valor des arrematagoes;

c) nas diligencias fora do localdo trabalho, excetuando-se as dili.ggncias dos Promotores a Defenso-rea des Varas Criminals , as fiscali-zag5as de presidios a estabelecimen.tos de incapazes, ou quando a par-to interessada for beneficiiria doJustiga gratuita , calculado a razgode 0,5 UFEG" ( f. 2 e 3).

Afigura-se-me fora de dhvida a com-

petencia do Estado-membro, Para ins-

tituir e arrecadar a Tan Judicieria,

so lado des custas processuais. Pam

iaso est4 autorizado pale regra expres-

so no art. 18, inc . I, do Constituiggo

Federal, in verbis:

"Art. 18 . Alem dos impostos pre-vistos nets Constituigio , competeit Uniio, aos Estados, so DistritoFederal a we Municipios instituir:

I - Texas , arrecadadas em ra-zgo do exercicio do poder de poll-cia au pale utilizaggo efetiva oupotencial de servigos publicoa asps.cificos a divisiveis, prestados socontribuinte ou postos a sue die.posicgo" .

Na especie , are razgo de atos a pres-

tacgo de servigos no ambito da Jus-

tica eetadual , com intervencgo do Mi-

nisterio P6blico, a qua foi acrescenta-

do um parigrafo so art . 79, do Dl.

110/69.

6 R.T.J. 72

Assim sendo, nio procede a argui.gio, eis qua o citado parigrafo i nicoinstituiu, son afrontar a Lei Magna,urn adicional a tssa judicieria, emvirtude do participagio de membro doMinisterio Publics, nos casos quo es-pecifica, on seja, nos arrecadag5es, nosleilies a naa diligencias fora do localde trabalho.

Desserts, nio vinga a primeira ale•gagiio.

A segunda argiligio gira em torndo art. 98, do L. 2.085-A, do 1972,qua traz o seguinte teor:

"Art. 98. Sobre o prego alcanga-

do nos leiloea de mercadorias a do

bens moveis em geral, cobrario os

leiloeiros, dos arrematantes, em be-

neffcio do Fazenda Estadual, name

parcela adicional de tree por cento

(3%) e, nos bens imoveis a do dois

por cento (2%), depositando-as, in-

continents , como renda do Estado,

no Banco do Estado do Guanabara"

(f. 3).

Cuida-se de regra qua no as hat,moniza corn o conceito do tare, inse-rido no art. 18, I, do Lei Magna. Con-forms hem observe a douta Procure.doria-Geral do Republica:

"Portanto , em face desse disposi.tivo constitucional federal , tars adpods set instituida (e o adicional aela segue a memo sorts ) em raziodo exercicio de poder de policia oudo utilizageo efetiva on potencial doservigoa publicos especificos a di-visfveis. No caso, nenhum deasesdole fatos geradores genericos -qua sio os unicos admissiveis parsa inatituigio de tare - se verifica.A Assembleia Legislative do Estadodo Guanabara pretends, pare afas-tar ease objegio , qua a parcela adi.cional, a qua elude o art. 98 emcause, tenha a natureza do castes,pois o leiloeiro , no hipotese, se apre-sentaria como verdadeiro serventufi-rio do Justige. 0 argumento, p0.rem, a manifestamente improcedemte, pois Ieiloeiro nio 6 serventuOrio

do Justige, nem recebe salgrios doscofres pfiblicos pare justificar a co-branga do custas, a serem recolhidasintegralmente em favor do Estado,pars este fazer face a despese cornremuneragio de serventuerio. Se oEstado, no caso, nio exerce poder dopolfcia, noun presta , efetiva on p0.tencialmente, servigo pfiblico especi-fico a diviafvel, nio h£ qua as fa.lar em tars, per inexistir o impres-cindfvel liame entre atividade ests-tal e o contribuinte ( o arrema:an-te)" (f. 32 a 33).

Na verdade , a denominada "parcels

adicional" foge a natureza especifica

do tare.

Com estas consideregoes , julgo pro-cedente, em parts, a representagio, de-clarando inconstitucional o art. 98 deL. 2.085-A, de 5.9.72, do Estado doGuanabara.

EXTRATO DA ATA

Rp 906 - GB - Rel ., Ministro

Djaci Falcio. Rpte., Procurador-Geral

do Republica, atendendo solicitagio do

Sindicato dos Advogadoa no Estado do

Guanabara . Rpda ., Assembleia Legis.

lativa do Estado do Guanabara.

Decisio: Julgada procedente, em par-

ts, a Representagio , pare declarer in-

constitucional o art . 98, do L. 2.085-A,

do 5.9.72, do Estado do Guanabara.

Votou o Presidents.

Presidencia do Sr. Ministro Eloy do

Roche . Presentee a sessio os Senhoree

Ministros Luis Gallotti, Osvaldo Tri-

gueiro, Aliomar Baleeiro, Djaci Falcio,

Thompson Flores, Bilac Pinto, Antonio

Nader, Xavier de Albuquerque a Ro-

drigues Alckmin. Procurador-Geral do

Republica, o Prof. Jose Carlos Morei-

ra Alves. Licenciado, o Ministro Bar•

ros Monteiro.

Brasilia, 3 do abril de 1974. -

Alvaro Ferreira dos Santos, Diretor do

Departamento Judiciirio.

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RECIIRSO ORDINARIO CRIMINAL N 0 1 162 - GB nv'^l`

7

.

(Primeira Turma) ` 1 2Relator: O Sr . Ministro Bilac Pinto. Lb^O

Recorrentes : Jessie Jane , Colombo Vieira de Souza J6nior a Fernando PolluxFreire . Recorrido : Superior Tribunal Militar.

Crime contra a Segurana National . Segliestro do passageirosde aeronave . Argiiigao de inconstitucionalidade do art. 84 doDI. 898/69. Inezigibilidade de outra conduta, Pans.

Argiiigao de inconstitucionalidade do art . 84, do DI . 898, do1969, par inc mpatibilidade com o art . 153, § 15, da Constituigao,repelida . Apoderamento de aeronave em vdo a regresso ao aeropor.to de origem . Configuragiio do crime do sequestro (art. 28, do DI.898/69) contra os passageiros do aeronave, qua tiveram cerceada asua Iiberdade de locomogao . Inaplicabilidade a especie do inexigi-bijidade de conduta diverse como cause de erculpacgio , Exceseo nafizagao do pens . Sua redugao . Dois reaasos providos em parte etort desprovido.

ACORDAO

Vistas, relatados a discutidos eatesautos, acordam os Ministros do Pri-meira Turma do Supremo Tribunal Fe-deral, no conformidade do ata do jul-gamentos a notes taquigrificas, a una-nimidade de votos, dar provinrento, emparts, ao recurso.

Brasilia, 26 de novembro de 1974.- Oswaldo Trigueiro, Presidente. -Bilac Pinto , Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Bilac Pinto: - 0Procurador do Justiga Militar denun-ciou Colombo Vieira do Souza Junior,Fernando Pollux Freire e Jessie Jane,prows em flagrante , como incursos nassang6es do parfigrafo Unto do art. 28,do Dl. 898 , de 29 . 9.69. Disse a de-n6ncia qua eles, no die 1.7.70, se-giiestraram , em pleno voo , um aviioCaravelle , e, ap6s o domino doe pas-sageiros a tripulagio , fizeram com quaa aeronave retornasse no aeroporto deorigem , onde , pale intervengio desautoridades , foi possivel operar o res-gate dos qua as encontravam no souinterior . Em consegiiencia do ato sub-versivo, veio a falecer Eiraldo PalhaFreire , irmio de Fernando , a quo tam-bem compunha o grupo.

Julgados por urn Conselho de Justi-ga composto na forma do art. 84 do

DI. 898, foram assim condenados:resolve o Conselho Especial

do Justiga , julgar-se competente paredesclassificar o crime previsto nodenUncia Para o capat do art. 28do Dl. 898/69, como desclassifica-do tem, a condenar, unanimemente,Colombo Vieira de Souza J6niorcomp incurso no dispositivo acimaaludido , fixando a Pena-base em 30(trinta ) anon de reclusio a reconhe-cendo a atenuante do menoridade,diminui-la de 1/5 , estabelecendo apena final em 24 (vinte a quatro)anos de reclusiio a suspensio dos di-reitos politicos por 10 (dez) anos,por maioria de votos ; condoner Jes•axe Jane a pena de 18 (dezoito)anos de reclusio, na ausencia docircunstancias agravantes a atenuan-tes a suspensio dos direitos politi-cos por 10 (dez) anos , por maioriade votos ; condoner Fernando PalhaFreire a 12 ( doze ) anos de reclu.sio a suspensio dos direitos politi-cos por 10 ( dez) anos, todos comoincursos nas sangoes do art. 28 doDI. 898, de 29 . 9.69, combinadocom a art . 74 do mesma lei" (fo.]ha 401).

O Superior Tribunal Militar, confir-mou a sentence , restanda vencidos al.gum ministros , que proviam a apela-gao de defesa pare reduzir a 16 anos,9 mesea a 18 dias a pens de Colombo

8 R.T.J. 72

Vieira. 0 ac6rdio recebeu esta man-to:

"Sequestrar aviio . Art. 28 doDI. 898. Apoderar-se ilegalmente,tomar violentamente , a law segiies-trar, pondo em risco a vide dospassageiros a comprometendo apr6pria seguranga do v6o" (f. 474).

Recorrem on Supremo Tribunal. 0advogado de Jessie Jane arg6i, em pre-liminar, a incompetincia de ConselhoEspecial Para julgar o caw em fora,pale manifesta inconatitucionalidade doart. 84 do Dl. 898, de 1969, e, nomerito, alega ofensa so principle dereserva legal , ji qua, A 6poca do fato,segiiestrar aviiio nio era crime, e, secrime houve , nio peasou de more ten-tativa (f. 494-503 ). 0 advogado deColombo Vieira so limitou a propugnarpale redugio de pens do son consti-tuints pare 12 eras, per razSes que in-voca (f. 510). 0 advogado de Fer-nando Paiha, examinando a prove, padsa aua absolvi£io, sob a alegagio deque ale agiu em situagio "na qual niothe era exigivel cenduta diverse", ainvoca , mais a mais, as teses anterior-mente citadas, sublinhando qua niioexiste aegdestro do coisas comp figurede delito.

A Procuradoria-Geral do Republicaanalisou as petig5es de recurso cornestas razSes : (f. 540-3).

"No qua concerns a alegada in-competi ncia do Conselho Especial,sue improcedencia results demons-trade polo venerando ac6rdao ao res-saltar qua a den6ncia referia a prfi-tica de fato ajustado A hip6teseprevista Palo art. 28, parigrafounico do DI . 898/69 , polo qua, sonprocesso a julgameato era do serfeito na forma estabelecida polo ar-tigo 84 do mesmo diploma. S6 nocurve do instrugiio tornou-se indis-cutivel qua a matte foi decorrentede suicidio dal ser alterada , not sen-tenga, a claasificagio do crime, oqua permitido polo art. 95 do Lei

de Seguranga Nacional.Par outro lado, nio vulnera pre-

ceito conatitucional a composigiodo Conselho Especial de Justiga

prevista no art . 84 do Dl. 898/69,pois a Lei Fundamental prescreveem sou art. 127 que "sio 6rgiios doJustiga Militar o Superior TribunalMilitar a as Tribunais a Juizes in-feriores instituidos par lei". Dai-xou, pois A lei, comp tel compreen-dido o Dec-lei, diaper sabre a for-ma pela qual , nequele foro especial,as setts juizea devam ear institui-dos.

Nio he negar, tampouco, confi-gure o fato descrito no denuncia, ocrime definido no art . 28 de Lei deSeguranga Nacional, comp susten-tado polos recorrentes com aflitoapego no use do expressiio segiies-tro, qua entendou dirigida, in man,unicamente h aeronave.

Ora, fosse a agio dos recorrentes,estrita so apoderamento do aerona-ve, a quanto as alega no recursomereceria inteira acolhida . Tal, pc-rem, inocorre , referindo a denun-cia qua ales , apts terem determine-do an Comandante do aviio qua re-tornasse so aeroporto , determinaramqua se expedisse mensagem As au-toridades "fazendo exigencias ji pre-estabelecidas a que consistiam natrace dos passageiros per preens po-liticos, em n6mero de quarenta".Refere ainda a page inaugural dolids que as passageiroa, sob a mirede rev6lveres , as encontravam im.possibilitados de qualquer reagio(f. 2-b).

A intengio expressamente reve-lada Palos recorrentes , n5o era a dose apoderarem do aviio, mas a demanterem segiiestrados, quantos ne-le se encontravam . de sorts, a, paleameaga de elimini -los, se nio aten-didos, obterem come condigiio doresgate , a trace de passageiroa etripulantes, per um determinado n6-mero de prows politicos, o qua ree-saltado na denuncia.

Nio terem alcancado o resgate,face A energica agio daa autorida-des, de nanhum modo situa o cri.me no terreno de tentative , pois, oresgate an a elemento do delito,mas o fim pretendido polo agents.

0 "segiiestro compreende apenas

I I I

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o qua isso significa em termos doDireito Penal , on seja, o crime con.tra a peseta qua consiste na cons-triciio de one liberdade pessoal", co.mo moatra o insigne Heleno Clau-dio Fragoso , so arrazoar o recurso(f. 524 ), a ease constricio, amqualquer sombre de duvide, foi pe.los recorrentes imposts nos pessa.geiros a tripulantes do aeronave.

Verdade qua, corn itnpropriedade,a ementa do ac6rdio fala em se.questro de aviio. Ao apreciar ahip6tese focalizada pelos autos, con-tudo, examina a figure do segiies-tro, dando-o como caracterizado soressaltar qua os passageiros ficaramem poder dos acusados e "no dizerde Nelson Hungria , o qua a lei pro-tege, particularmente , 6 a liberdadepessoal de movimento , a faculdadede movimento do pessoa no embitoespecial qua a lei the assegura, odireito de it a vir on escolher oLugar onde se quer ficar. E parequa as integre o crime, em qualquesde suas varientes , nio 6 necessarioqua a vitima fique absolutamenteimpedida de retirar-se do local emqua a Poe o agente: baste qua noposse afastar-se (transportar-se Paraoutro Lugar ) sem grave perigo pes-soal. A isso o suficiente para de.monstrar qua nio houve simplestentative , a sim, crime consumado.Os quarenta passageiros , qua ti.nham destine a Sio Paulo, foramobrigados a voltar so ponto de par-tide, no Geleio , durante horas, aeopodium sequer afastar-se do suespoltronas , a so o fizessem , evidente-mente corriam risco de vida, graveperigo pessoal" ( f. 478-479).

A veneranda decisio sub censure,teve, pois, em mire, a deu comeconsumado o crime de sequestro,face a atividades dos recurrences in-cidindo na liberdade dos passageirose tripulantes do aviio, por ales se,questrados , como mein de tro-ca por prisioneiros politicos, aprs.sentando-se , pois, de todo irrelevant.to o use inadequado do expressiosegi estro, relativamente a aeronave.Por firn, plenamente provado 0

envolvimento dos recorrentes nos

fetus narredos pela den6ncia, naohavendo como acolher-se a alegaciode quo Fernando Palha Freire de-lea teria participado inconsciente-mente, ignorando ate o ultimo me-mento o qua fore planejado pelosdemais co-rhus (f. 512-515). Paraevidenciar qua ele nio foi mero ex.pectador, baste let sues declarac6esno auto do prisao em flagrante (fo-Iha 41) a, posteriormente , em Juizo(f. 163-164-v.).

Face so exposto , e o parecer, poloimprovimento do recurso".

lk o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Bilac Pinto (Rela-tor): - A primeira recorrente arg6ipreliminarmente a incompetencia doConselho Especial , por dues razoes: a)o crime palo qual so deu a condenacionao a apenado corn morte on prisioperpema, nio se justificando , portanto,o julgamento perente tel Conselho; b)mesmo qua fosse possivel ease julga-mento, o art . 84 do Dl . 898, de 1969,qua prove a composicio desse Conse-Iho, seria inconstitucional , por criattribunal do excecio.

A sentence oferece, em favor docompet6ncia , esta juatificacio:

"E qua o Conselho Especial doJustice convenceu-se de qua eracompetente . A lei a completamenteomissa a alem do mais presto-se ainterpretacoes v6rias . So por urnlado a defesa entende que, no casode sancio do crime nio set a domorte on de priseo perp6tua, loge.the a competencia qua aerie, entio,do Conselho Permanents , tambsm ecerto qua a lei faculta so ConselhoEspecial , designado polo Esmo. Se.nhor Ministro , desclassificar o cri-me, desde quo nio move a acusacio(art. 95). Ore, so a finalidade des.to Conselho a apenas julgar parecondoner on absolver naqueles ca-sos, per quo the d4 a faculdade dedesclassificar? Para qua urn Come-]ho Permanents o julgue? Atuando,enti o, come se fosse um Tribunalde 20 Instfmcia? Ademais, quern

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pods o mais , pode o mends. Easeo convencimento quo levou os jul-gadores a so sentirem compatentes"(f. 398).

E o Superior Tribunal considerouquo:

"Porquanto , correta, certa a deci.silo do CEJ em desclassificando odelito pars o caput do art. 28 doDl. 898/69, quer face o art. 95 docitado Dl . qua autoriza tal, sejeporque trata-se de penalidade maisbrands; so demais, nio houve, des-sarte, nenhurn prejuizo pare as par.tee, estas nio ficaram prejudicadaspor ter sido o assunto em foco leva-do pars urns pena manor, mendsainda, 6 de as ressaltar, nio so ino-vou a acusagio" (f. 477).

Estes argumentos , deduzidos emprimeira a segunda inatencia, a mimbastarn para repelir o fundamento ini-cial do preliminar.

0 outro, de igual modo, no merecemelbor sorts . Vejamo-lo. 0 art. 84do DI. 898, de 1969, inserido no capi-tulo qua trata "do processo dos cri-mes punidos corn as penes de mortee de prisi o perp6tua", possui esta re-dagio:

"Art. 84 . Serio nomeados pelosMinistros do Marinha de Guerra,do Es6rcito a do Aeronautics Mill-tar os membros dos Conselhos deJustiga competentes para o julga-mento dos crimes punidos corn aspenes de prisi o perp6tua a domorte.

Parigrafo unico . A nomeagio dosjuizes do Conselho constar6 dos au-tos do processo , per certidi o".

Segundo a Constltuicio , art. 127,sio brgios do Justiga Militar o Supe-rior Tribunal Militar a os Tribunais ejuizes inferiores instituidos per lei.

A norms conatitucional conferiu, porconseguinte . a lei ordiniria a institui-gio de juizes inferiores . Dad a criagiodos Conselhos de Justiga , o Especial eo Permanents . Temo-los na Lei do Or-ganizagio Judicliria Militar (DI. 1.003,de 21.10 . 69, arts . 29 a 13 ), codaqual corn a qua compst6ncia . Se eate

diploma legal pods prover , ao ladoPermanents , o Conselho Especial, ou-tra lei tamb6m poderia faze -lo a f8-loo DI. 898/69.

A circunetencia de estabelecer a Leido Organizagio Judicleria Militar quaos membros dos Conselhos Especiais deJustiga ( arts. 13 a seguintes ), seriosorteados dentre oficiais de Marinha,do Exbrcito a da AeronMutica (art. 15)e o art . 84 do Dl. 898/69 qua osmembros dos Conselhos Especiais doJustiga, competentes pare o julgamen-to dos crimes contra a seguranca na-cional punidos corn as penes de prisioperp6ma on de morte , serio nomeadospelos Ministros Militareq 6 quo abriuensejo i argiligio de inconstitucionali-dads do art . 84 do Dl. 898/69, porviolaggo do § 15 do art . 153 de Cons-tituigio de 1969, qua nio permute acriagio de tribunals do excegio.

Ainda qua as admita quo o legisla.dor nio foi fells so estabelecer, no or-tigo 84 do DI. 898/69, a nomeagioe non o sorteio, comp processo deconstituigio dos Conselbos Especiais,dove-se ter em vista qua as decisbesdes" 6rgio estio aujeitas a dual re-visSes sucessivas, a primeira , polo Su-perior Tribunal Militar , e, a segunda,polo Supremo Tribunal Federal, quoreesaminam toda a prove produzida.

A decisio quo ore estamos esami-nando, em grau do recurso ordin6rio,nio 6 a do Conselho Especial, maeaquela quo foi proferida polo Supe-rior Tribunal Militar.

A argaigio de inconstitucionalidadepoderia ter procedencia se no brgiossuporiores do hierarquia judicitria,competentes pare o julgamento dos re.cursos des decisoes do Conselho Espe-cial, estivessem fora dos quadros nor•mail do Poder Judici6rio a tivessemas caracterdsticas de tribunals de es-cegio, o qua no ocorre.

2. A outra alegagio , passando nom6rito , trazida per doffs dos recorren-tea, 6 a de quo nio houve crime dosegiieatro . 1.e-so do petigio, a f. 524:"Quando a lei fala em segiiestro com-preende spouse a quo isso significa emtar=os de Direito Penal , on seja, o cri-me contra a pessoa quo consists noconstrigio de sus liberdede pessoaL Nio

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exists sequestro de coisas como figuredo delito".

O argumento , quo A primeira vistaimpressiona , nio tern como posse pro.ceder.

O acdrdao recorrido , referindo-se Adenhncia, dine qua:

. ap6s haver decolado a aero.nave As 9 hores a 50 minutos, osacusados meia hors depois, er-mados, determinaram o retorno doaviio an aeroporto de origem, son,do qua Colombo mandava fossetranamitida , polo ridio , uma mensa-gem dirigida As autoridades compe-tentes, tornando-as cientes do quo eopanava a bordo.

Ji no Galeio, novas comunica.£Ses foram passadas, exigindo no se-questradores troca de passageirospor presos politicos a em numero de40 (quarenta).

Nio atendidas as exigencies im.postas pets acusados , procederamas autoridades a uma opera£io doreagate, nio si dos passageiros deaeronave em apre£o, quer do pr6.pria tripula£io, o qua foi consegui-do ap6s 4 Cu 5 hores, evidenciandoainda a denfncia qua Jessie Janeexclamou, antes do operacao-resga-te, quo somente sairiam dali mortos,mar, antes, matariam muita gente"(f. 475).

Em seu interrogat6rio em juizo,afirmou Fernando Palha:

qua ap6s pousar o aviio noGaleio foi transmitida ordem deJane on Colombo a dirigida As au-toridades do Galeio pare qua estessoltassem os 40 presos politicos emtroca dos pnsageiros quo se encon,travam no aviio ; quo ap6s transmitida a recebida a ordem, o inter-rogando a seas companheiros fica-ram esperando a resposta per cercade 4 a 5 horas" ( f. 164).

Os acusados procuravam , desta for-me, alcan£ar urn fim anteriormentedeterminado , qual seja, a permute dopassageiros por presos politicos. Paratanto, usaram do aeronave , quando deleas apoderararn ilicitamente , somente

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como um main . A a£io, no carp, estava dirigida essencialmente contra ospassageiros. Eater , rim, tinham a supliberdade de locomo£io tolhida. E ine-givel, qua, parents tais fame, ocorreu,valendo-me, dos palavras de NelsonHungria, a "arbitriria priva£iio oncomprossio do liberdade do movimentono espa£o" (Contentirios, VI/192).Es-tio, portanto , presentes aqui todos oselementos conatitutivos do crime soba denomine£io de sequestro , segiiestrodos passageiros, jamais do aeronave.

O ac6rdio impugnado nio foi feliz,corn a devida venia, an so referir, emcertos momentos, a sequestro do aviio,mas friaou, corn evidente acerto:

"Primeiramente , boa-M, ausenciade dolo, nio podem a nem pode-riam alegar oe apelantes. Eram aestavam senhores do piano delituosotra£ado . Preetaram no thus conscien-temente a sue colabora£io.

N5o se trata de aventura mein ro-mintica, infantil. bangue-bengue, eaim, de quatro (4) sequestradores,de arms em punho, qua fizeram re-turner um aviio A Guanabara, exi-gindo , ainda, a troca de 40 passa-geiros, proses como refens, por 40presos politicos" (f. 477).

"Nio hi negar qua passageiroe eaviio ficaram era poder desses ver-dadeiroa pirates ..." (f. 478).

Configurado o sequestro , repita-se dosqua embarcaram na aeronave, nio ashi de argumentar qua o crime ficouopener na forma tentada, pois nele sere6nem todos os elementos de sue de-fini£ao legal . E irrelevante, pare aconsuma£io, as o fim desejado foi onno alcan£ado , corno tambim o e adura£iio do sequestro.

3. Em favor de Fernando, alega-sequa ale nio "integrava o grupo" a quo"foi levado A ultima hors polo irmio,sem conbecimento do qua iris suce-der". Pede-se, corn tail premissas, asue absolvi£io, sob o fundamento doinexigibilidade de conduta diverse.

No entanto , a composi£io dos autosnio favorece a tese invocada . E sufi-ciente ler ambos os interrogat6rios desto recorrente , equals colhido quando dolavratura do flagrante (f. 41-42), o

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outro tornado em juizo (f. 163-164).Ainda: as declarag6es dos co-revs Co-lombo (f. 43-44) a Jessie (f. 44-46).For niio t@-lo viato empunhando arms,Como dine a testemunha Irene (f. 232),on per ni o ter dale ouvido ordens atripulagiio, como asseverou a testemu.nha Herman (f. 236), nio implica naexcluaiio do culpa, tal comp pretendsa ilustre defesa . Rates fatos pesaram,sem duvida, em favor do recorrente, nomomento de se fixer a pena.

Desta forme , a cause generica doexculpacio invocada, qua aiguns auto-res reconhecem ester promote am nossosistema penal , nio se coloca conforms,a pretensio do recurso. L's,-se do Ani-bal Bruno , seu defensor , maa qua atern de aplicagio excepcional aos fa-toe dolosos : "A nio exigibilidade deconduta diverse supae quo a ocorren-ciaexcede a natural capacidade burns-no de resistencia it pressio dos fatos,pois as o Direito no imp5e heroismosreclama urns vontade anticriminosa fir-me, ate o limits em qua razoavelmen-to pods set exigida de urn homem nor-mal" (Direito Penal, tomo 11, 1967.p. 105). E esta vontade anticrimino-sa, ainda qua vacilante, naao se spursem parts alguma dos autos . It inarre-devel, penso, a participacio conecientede Fernando no ilicito descrito na pe$ainicial acusat6ria.

4. Quando do julgamento parents aAuditoria, o Presidents do Conselbo eo Juiz Auditor, vencidos , condenavamColombo Vieire a 20 arcs do reclusioe Jessie Jane a 15 mos. No SuperiorTribunal, os Ministres Waldemar deFigueiredo Costs, Nelson Sampaio, Bi-zarria Afameds, Waldemar Tones de.Costa a Alcides Vieira Carneiro, pro-vendo a apelagio do Colombo Vieire,reduziam a qua pane privative de li-berdads a 16 anos, 9 mesas a 18 dim,mac ficaram vencidos.

A quantidade de pens qua afinalprevaleceu, 24 anos Para Colombo,corn pens-base poste em 30 anos (nomiiximo ), a 18 anos pare Jessie, vejo-aurn tanto quanto excessive, principal-mente em se tratando de reus juridica-mente primiirios.

Nio chegaria a acolher, em sua in-teireza, a irresignaSio do recorrente

Colombo, pois penso qua, a estariaconforms o voto do Ministro Rodri-gues Alclmnin proferido no RCr 1.163(R.T.J., 68/23), "a s6 circunstinciade primariedade nio justificaria fossea puni$iio estabelecida no mfnimo".Entretanto, endosso-a parcialmente, fi-cando corn os votos vencidos na instin-cia recorrida. Em assim sendo , abran-do tambem a reclusi o de Jessie, qua,apesar de nio the socorrer nenhumaatenuante , nio pods receber pens,maior do qua a infligida so acusadoColombo, colocando-me de acordo cornos votos vencidos na Auditoria.

Finalizando : a) provejo, em parts,os recursos de Colombo Vieira de Sou-za J6nior a de Jessie Jane, pare o fimdo Ihes reduzir a pens ; para o pri-meiro, fixo a pena-base em 21 anon(media do meximo corn o minimo),reduzindo-a do 1/5 em razio domenoridade (Cddigo Penal Militar, or-tigos 72, I e 73 - doc. do 212), onseja , de 4 anos , 9 comes a 12 dias, fi-xando-a finalmente em 16 (dezesseis)anos, 9 (nave) mesas a 18 (dezoito)dies; para a segunda, reduzo a penspare. 15 ( quinze ) anos de reclusio; b)nego provimento so recurso do Fer-nando Palha Freire.

EXTRATO DA ATA

RCr. 1.162 - GB - Rel., Minis-tro Bilac Pinto. Rectes ., Jessie Jane(Adv., Augusto Sussekind de MorassRego ); Colombo Vieira de Souza J6-nior (Adv., Oswaldo Ferreira de Men-donca J6nior); Fernando Palha Freire(Adv., Helena C14udio Fragoso). Re-corrido, Superior Tribunal Militar.

Decisio: Provide, em parts, unani-moments . Falou, pelos recorrentes, aDr. Augusto Sussekind de MorassRego.

Presidencia do Sr. Minietro Osval-do Trigueiro. Presentee it seesi o osSte. Ministros Aliomar Baleeiro, Dja-

ci Falcio , Bilac Pinto, Rodrigues Alck-min, a o Dr. Oscar Correa Pine, Pro-curador-Geral do Rep6blica , substituto.

Brasilia, 26 de novembro de 1974.- Antonio Carlos do Acevedo Braga,

Secreterio.

R.T.J. 72 13

CONFLITO DE 7URISDIVAO N.o 5.934 - SP ^ ,npp

(Tribunal Pleno) 7 IRelator: 0 Sr . Ministro Antonio Neder.

Suscitante : Tribunal Superior do Trabalho . Suscitada : 5s Camara do Tri-bunal de Algada Civil de Sao Paulo.

Agao de consignageo em pagamento proposta pot empress em-progadora contra dois sindicatos de empregados por se achar ela emd6vida sabre qual del" tern o direito de receber eontribuigio sin-dicel descontada ns folha de pagamento do remuneragao de sews ope-rerios . Conflito do jurisdigao entre a Justiga do Trabalho e a Jus-tiga common. Interpretagao do art . 142 do ConstituiSjo de 1967,testo do Emends n9 1. Entendimento do STF pela competenciada Justiga comwn . Precedentes do Corte.

ACORDAO

Vistas a relatados sates autos deconflito de jurisdigio n9 5.934, doEstado de Sao Paulo, em qua a susci-tante o Tribunal Superior do Traba-lho a suscitada a 5e Camera do Tri-bunal de Algada Civil do referido Es-tado , decide o Supremo Tribunal Fe-deral, em Sessio Plena, unanimementeconhecer do conflito para julgar com-petents o suscitado , de acordo com asnotes juntas.

Brasilia , 19 de seternbro de 1974.- Eloy do Rocha, Presidents. - An-tonio Nader, Relator.

RELATORIO

O Sr. Ministro Antonio Ned": -1. Na Justiga de Sin Paulo , Refina-dora Paulista S . A. ajuizou agao deconsignagao em pagamento contra oSindicato dos Trabalhadores nas In-dustrias de Alimentagio do Araraqua-ra a Matao e o Sindicato dos Empre-gados na Lavoura de Araraquara, e ofez par achar-se em duvida a respeitodo qual dessas entidades tern o direitode receber a contribuigao sindical de-vida por seus empregados rurais quotrabalham em sue lavoura canavieirae per ela descontada no folha de pa-gamento dos respectivos salerios.

2. 0 juiz de primeiro grau deu-sepor competente para conhecer do casoe julgou qua tern direito de receberdita contribuigao o Sindicato dos Tra-balhadores do Lavoura de Araraquam.

3. 0 Sindicato dos Trabalhadoresnas Industries de Alimentagio de Ara-raquara a Matio, vencido , apelou pare

o eg. Tribunal de Algada Civil de SaoPaulo , mae ease nobre Colegio nioconheceu do recurso , a assim decidiupelo acordio de f. 229, redigido, noessential , per eats forma:

"Trata-se de agao de consignagaoem pagarnento promovida pela em-pregadora , que, devendo solver od4bito referents so imposto sindi-cal correspondents a remuneragiodo seus trabalhadores rurais, viuinstaurada a duvida sabre quern eo credor . E isso porque o Sindica-to dos Trabalhadores nas Indfistriasde Alirnentagao de Araraquara eMaria e o Sindicato dos Emprega-dos no Lavoura de Araraquara re-clamam preferancia pare o recebi-mento.

0 terra nuclear do demands estiino classificagio do trabalhador ru-ral do lavoura canavieira, com aconsideragao on nio do categoria doempregador, a respectivo enquadra-mento no sindicato de classe. Ore,essa materia se, insere , a evidencia,no competencia do Judiciirio Tra-balhista , razio porque o recurso niopode ser conhecido pals justigacomuns".

4. Remetido o processo eo eg.Tribunal Regional do Trabalho do2s Regiio , conheceu ele do apelo a Thedeu provimento , mas o eg. TribunalSuperior do Trabalho, perante o qualfoi interposto recurso de revista, jul-gou qua a Justiga do Trabalho n5 ocompete conhecer do caso, a suscitouconflito do jurisdigio , fundamentadonestes termos (f. 300):

14 R.T.J. 72

"1. Preliminarmente, discute-seneaten autos a quern cabs recebera contribuisao sindical dos empre-gados do consignante.

Conforms sentenciou a f. 190,o MM. Juiz de Direito foi claroso definir a competencia do Jus-tisa comum, verbis : "A presentsacao se refers so pagamento do im-posto sindical, materia para cujoexeme 6 competente eats Juizo. Seso trataaee de cobransa judicial doimposto sindical, a acao respectivacorreria por eats Juiro, nos ter nosdo art. 606 do C.L.T. Ora, tra-tando-so do procedimento inversoso do acao executive , 6 competen-te o mesmo Juizo.

0 Dl. 1.166/71, no sou arti-go 29, no caso do dAvida quanto soenquadramento sindical, as partespoderio susciti-la parents 0 Dole-gado Regional do Traballw.

A medida primeira a set toma-da no bipdtese serla a administrati-ve, mac vindo as part" de imedia-to so judicierio a nao se tratandode questio relative as relas6es detrabalho, a competencia seria mea-mo do Justisa comum, conic acer-tadamente oonsiderou a sentencaorigin".

Dando-se par incompetents oTribunal de Alcada Civil de SicPaulo, suscito conflito negativo pe-rante o eg . Tribunal Federal deRecurws corn a remessa dos autos aeste Colendo Tribunal".

5. Remetido o processo so eg. Tri-bunal Federal do Recuroos , quo de soulado o fez subir pare esta Corte, aquiis pronunciou sobre o conflito a ilus-trada Procuradoria-Geral do Rep 1i-ca, qua emitiu o seguinte parecer doDr. Mauro Leite Soares, aprovadopolo nobre Prof. Moreira Alves (fo-lba 317):

"2. 0 Tribunal de Alcada, doSao Paulo , f. 229 , julgou-se incom-petents para apreciar a acao deconsignaci o em pagamento promo-vido pole empregadore, pois o tomenuclear do demands ester no classi-ficasao do trabalhador rural do la-voura canavleira , Born a considers-

Sao on nio do categoria do empre-gador, a respectivo enquadramentono sindicato de clause, a esta ques-tio, a evidincia, inacreve-se nacompetencia da Justisa Trabalhista.

3. For esu turn, o TribunalSuperior do Trabalho, f. 229, de-clarou quo a matiria versada nosautos nao se refers as relac6es detrabalho, adotando o entendimentodo Juizo initial, corn base no arti-go 606 do Consolidasio dos Leis doTrabalho.

4. Somos pub conhecimento doconflito negativo.

5. Como bum declarado no pa-recer do f. 294, tern a Justice doTrabalho, reiteradamente , decididosobre matiria administrative corre-late mm a de autoridade ministe-rial por ear a mesma enquadrivelno gams dos conflitos qua interes-sam its relas6es do emprego.

6. For outro lado, o art. 606 apar£grafos, do Consolidacio Traba-lhista nio se splice ao caw, pois omemo se refers it cobransa judi-cial do imposto sindical, medianteasap executive, instruida eats corna certidao fornecida polo Departa-mento Nacional do Trabalho, isto 6,ap. s decisio administrative. Ora,nenhuma dos hip6teses ocorre, pernao se tratar de acao executiva anern haver decisio administrativeacerca de controversia. 0 invoca-do art . 606 somente se aplica, porna competencia do Justisa comum,no caw do acao executive instrui-da corn decisio administrative.Desnecessirio diner do diferensaentre os dois tipos de acao.

7. Somos pale improcedencia doconflito determinada sendo a oom-petencia do eg. Tribunal Superiordo Trabalho para o exame de cau-se".

6. It o relat6rio.

VOTO

0 St. Ministro Antonio Nader (Re-lator): - 1. A suds juridica do me-t6ria 6 o art. 142, caput, da Consti-tuisao, qua expressa:

R.T.J. 72 15

"Compete a Justice do Trabalhoconciliar a julgar oa dissiidios indi-viduais a coletivos entre emprega-dos a empregadores e, mediante lei,outras controversies oriundas do te-lag5o do trabaiho".

Do quo as le nessa norms conatitu-cional, barn as compreende quo a com-petencia do Justiga do Trabalho 6rostrita: a) nos dissidios entre empre-gados a empregadores ; b) a outrascontroversies quo, indicadas em lei, ae-jam oriundas de rela9io de trabalho.

Quer nos dissidios, quer nos contro.versias. necessirio 6 qua uns on ou-tran se verifiquem entre empregadose empregadores.

Ora, no case versado nestes autos,niu se pods cogitar de dissfilio near. deconfroversia ontre empregados e em-pregadores, mss, into sim, de questiopertinente a divida, qua tam urns em-press empregadora , sobre qual seja osindicato de empregados a qua doveale recolher a contribuigio sindical quadescontou do folba de pagamento doremuneraceo de seus operirios.

Trata-se, pois , do assunto estranhoso contrato ou a relagio do trabalhoqua vincula a empregadora a seus em-pregados.

Niio so tam como configurar a com-petencia do Justi9a do Trabalho.

2. A titulo de ilustragio , esclaregoa eete Plen4rio qua, em 15 . 10.64, noregime de Constituigio do 1946, cujoart. 123, nio era diferente , quanto isubstancia , do art . 142 do Constitui-gio vigente, decidiu eats Alta Corte,no CJ 2.929, do GB , o seguinte:

"LTtigio entro sindicatos, quo niioenvolve pretensi o de empregado con-tra empregador . Competencia doJustice comum".

E no CJ 2 . 936, tantbem de GB,julgou sets Plen&rio, naquele mes-mo die:

"Questio entre sindicatos parepartilha de vantage= deferidas emcleusula de dissidio coletivo com-posto pela Justi9a do TrabaMo, niocompete a "to, sane so Juiso co-mum. Conflito do Juriadigio assimdirirrddo".

Eases dois precedentes nio sio ri-gorosamente idanticos no case versa-do nestes autos , mss o principio quanorteou a orientagio do Corte 6 omemo.

De mode igual as pods afirmar emrelayao as quo foi questionado nosERE 71 . 577, cujo julgemento se ini-ciou aqui em 27.9 . 72, a no qual onobre Ministro Xavier de Albuquer-que, aeu relator , emitiu sate junco:

"Parece-me qua eases acordaos(os dois precedentes acima lembra-dos) encerram a melhor interprets-geo do dispositivo constitucionalqua delimits a competencia do Jus-tice do Trabalho . Cinge-se ela nosdissidios individuals a coletivos en-tre empregados a empregadores a,mediante lei, a outran controversiesoriundas de relagio de trabalbo(art. 142, caput).

Conhego do conflito e o tenho porprocedente a fim de reconhecer quaa competencia pare julgar a recursodo apelagio interposto nos f. 192 eseguintes Palo Sindicato dos Trabalha-dores nos Industries de Alimenta&eode Araraquara a Mati o 6 do eg. Tri-bunal do Algada Civil de Sao Paulo,o suscitado, pare cuja Secretaria se-rvo remetidos estes autos.

E o quo veto.

EXTRATO DA ATA

CJ 5.934 - SP - Rel., Minis-tro Antonio Nader . Suste ., TribunalSuperior do Trabalho . Susda ., 50 Ca-mara do IQ Tribunal de Algeda Civilde Sao Paulo.

Decisio : Conhecido a julgado com-petento o suscitado , nos termos dovote do Relator . Unanime.

Presidencia do Sr. Ministro Eloy doRoche . Presentee a sessio os Srs. Mi-nistros Oswaldo Trigueiro, AliomarBaleeiro , Djaci Falcio , Thompson Flo-res, Bilac Pinto , Antonio Nader, Xa-vier de Albuquerque , Rodrigues Alck-min a Leitio de Abreu. Procurador-Geral do Repbblica , o Prof. JoeisCarlos Moreira Alves.

Brasilia, 19 de setembro de 1974.- Alvaro Ferreira dos Santos, Diretordo Departamento Judicierio.

16 R.T.J. 72

HABEAS CORPUS N.a 50 . 899 - GB

(Primeira Turma)Relator: 0 Sr . Ministro Aliomar Baleeiro.

Paciente : Janete Maria Martins.

Cheque sem fundos . Divide preexistente . Contradigio do to-mador.

No ha estelfonato se a emisaao do cheque foi neutra, nio arr-mentando a divide preexistente o parecendo, alias, ter havido n-torsio indireta do tomador reticente its policia e contradit6rio emjufx=.

ACORDAO

Vistos, relatados a discutidos satesautos, acordam os Ministros do Pri-meire Turma do Supremo TribunalFederal, no conformidade do ate dojulgamento a des notes taquigraficas,por unanimidade de votos, deferir opedido.

Brasilia, 28 do agosto de 1973. -Dswaldo Trigueiro, Presidents. -Aliomar Baleeiro, Relator.

RELATORIO

1. 0 Sr. Ministro Aliomar Baleei-ro: - 0 parecer do Dr. H. Pinheirodo Silva, pela Procuradoria-Geral doRepublica, opinando polo indeferimen-to, resume o pedido do habeas corpus:

"Em peti$ao dirigida a autorida-de policial, solicitando a instaura-cio de inqu6rito, referiu o lesadoque, pare atender exigencias feitaspor Janete Maria Martins, no sen-tido do obter financiamento poreaquisi$io de case pr6pria, atrav6sde Caiaa Econ6mica Federal do Riode Janeiro, entregou-lhe, por diver-sas vases, quantias em dinheiro quetotalizaram Cr$ 9.000 ,00 (nove milcruzeiros ). Ao fim de urn ano, nioefetivado o prometido financiamen-to, tentou reaver aquela quaatiarecebendo entio, no valor a ela cor-respondents , o cheque 619 . 653, sa-cado contra o Banco do Lavourado Minas Gerais S.A., Ag. Ci-nelandia , quo levado a desconto foidevolvido por fate do fundos (fo-Iha 4, autos do acio).

Palo pratica desse fato, configu-

rador do ilicito definido no art. 171,

§ 29, no VI, do C. Pen, foi a pa-ciente denunciada ( f. 2), referin-do o lesado qua o referido chequefoi entregue pare pronto reagate,nio the tendo lido dito qua estavaam fundos (f. 14)".

2. 0 MM. Juiz Luna Magalhies,pela sentenga de f. 20, absolveu a pa-ciente sob o seguinte fundamento:

"0 portador do cheque so pedira abertura do inquerito (f. 4-5) aso prestar declara46es parents a au-toridade policial ( f. 14), afirmouquo entregou a acusada, por diver-sae vexes, determinadas quantias emdinheiro, com o fim do obter umfinanciamento pare a aquisicio decase pr6pria atrav6s do Caixa Eco-n6mica Federal, atingindo o mon-tante de Cr$ 9.000,00 as importin-cias entregues a acusada, acrescen-tando (f. 14) qua jamais teve co-nhecirnento de qua o cheque estavasem fundos . Porem, so ser ouvidoern Juizo (f. 43), mudou o soudepoirnento , dizendo que a dividereal da acusada pare com ele erade Cr$ 17.000,00 e que por issorecebeu dale o cheque do f. 6 novalor de Cr$ 9.000 ,00 a um outrono valor de Cr$ 8.000 ,00; que oscheques then foram entregues nomesma ocasiiio mas com dates devencifnento diferentes, "porque, Se-gundo alegava , no tinha dinheirosuficiente pare cobrir o saque dosdois cheques".

Este 6ltima afirmafiio daquelequa figure cones lesado , em chequecom a sua petigio de f. 4 e corn osou depoimento de f. 14, traz in-trangililidade it prove a permits

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acreditar-se nas declarag5es doacusada de ter sido o cheque dodocorno garantia de divide".

3. A Terceira Camera Criminaldo eg. Tribunal de Justiga do Guana-bara , a f. 11 , dando provirnento sorecurao interposto pela acusageo, re-formou a r . sentenga de f. 20, parecondoner a paciente a 1 ano de reclu-aao, al6m de multa.

4. Informegaea do eminente Desem-bargador Presidents do Tribunal doJustice do Guanabara , it f. 16, juntan-do c6pias do aentenga a do v. ac6r-dio.

5. A f. 26, por r. despacho doeminente Ministro Gallotti foram re-quisitados no autos do agio penal(anexo).

E o relat6rio.

VOTO

1. 0 Sr. Ministro Aliomar Bateeiro(Relator): - Os autos do processocontern o depoimento do pretendidolesado em juizo , a f. 43, onde oathflagrante a contradigio corn o quanarrou no queixa a am sou depoimen-to policial , como aalientou a aentenga.

O tornador e a emitente entende-ram-se pare obtengio dum empresti-mo, qua ele nio explica bent, motivopelo qual ]he forneceu , em diversasparcelas, Cr$ 17. 000,00 . Malogradoo neg6cio, ela deu 2 cheques do mes-me data de emisseo a nio urn apenas,como o queixoso declarou a policia.

II. 0 caso , a men ver , foi focalize-do pelo parecer do 249 Procurador doJustiga do Guanabara, Dr. FurtadoVasconcelos, a f. 9:

"Apela o M.P. Ai f. 89 aemconfigurar , no entanto, em qua in-cidiria a emisseo do cheque no hi-p6tese prevista no art . 171, § 29,VI, do C. Penal.

E, realmente, min ocorreu essamodalidade de estelionato.

Corn efeito , a pr6pria petigio doqueixoso a f. 4 evidencia inexistiro crime previsto no referido incisopenal . Soria ele credor do apeladade quantias entregues Para deter-

17

minado firm , neo conseguido, sendoo cheque Para "devolugio" do im-portancia dada, mas an quitada.E o qua so colhe des declaragoesdo queixoso , em Juizo, so diner quaeram dois no cheques a maior aquantia entregue A apelada, urnposdatado, o qua a proibido por leiroes fan certo saber o credor dofelts de provisao (f. 44).

Os direitos de crhdito do queixo-so an foram prejudicados; ago re-presentados pelos documentos quacomprovant no adiantamentoo felinea apelada a qua neo foram aubsti-tuidos polo cheque de f. 6 nomexibidos.

Os cheques qua diz ter recebidode apelada , urn confessadamenteantedatado , melhor configuraria abip6tese do art. 160 do qua a doart. 171, § 29, VI, do C. Penal".

III. Como ponders o Procurador,

neo houve locupletamento on prejui-zo per decorr6ncia do cheque. A di-Vida era anterior, e a emisaa-o densetitulo foi neutra: - mho aumentounom dirninuiu ease divide preexisten-to. Apenas caracterizou a extorsaeo in-direta do credor contra a emitente,de cuja situageo de insolv8ncia a pe-n6ria abusou transparentemente.

Concedo a ordern, adotando os fun-damentos do sentenga do Jun LuneMagalhies a do Procurador Furtado.

EXTRATO DA ATA

HC 50 . 899 - GB - Rel ., Minis-tro Aliornar Baleeiro . Pte., JanataMaria Martins . Impte., Jair Leite Pe-reira.

Deciseo: Deferido, unanimemente.

Presidencia do Sr . Ministro Oswal-do Trigueiro . Presentes a sessao osSrs. Ministros Aliomar Baleeiro, Dja-ci Falcio, Rodrigues Alckmin, e oDr. Oscar Correa Pine, Procurador-Geral do RepAblica , substituto. Au-sente, licenciado , o Sr. Ministro LuisGallotti, Presidents.

Brasilia, 28 de agosto de 1973. -Alberto Veronese Aguiar, Secrethrio.

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HABEAS CORPUS N.° 51.955 - SP

(PrimeiraRelator: 0 Sr. Ministro Rodrigues Al

Paciente: Pedro Colon de Oliveira.

Habeas corpus. Alegara-o do cerceamento do defesa, pot totemside aubscritas por eetagiatio a defese pr&via a as alegar6e finalse per the ter side ouvida teatemunha arrolada . Peres quo tariamside falsificadas Para juatificar a hnpetrapao do habeas corpus.Pedido indeferido.

AC6RDAO

Viatos, relatados a discutidos esteeautos, acordam os Ministros do Pri-meira Turma do Supremo TribunalFederal, por unanimidade de votos, in-deferir o pedido, no conformidade doare do julgamento a notes taquigrfifi.cos.

Brasilia , 23 do abril do 1974. -Luis, Gallotti, Presidente. - Rodri.gues Alckmin, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr, Miniatro Rodrigues Alckmin:- Pedro Celso do Oliveira , condena.do a cinco ands a quatro meses do re-clusio por crime de roubo , impetroua presente ordem do habeas corpus comfundamento em cercearnento do defe-6a, porque a defesa pr&via arrolara tea-temunha quo nio fore ouvida; a por-quo tal defesa a as alegaroes finals fo-ram feitas somente por estagifirio, soona assistencia de profissional habilitado.

Prestadas informa4;6es pain ilustrePresidente do Tribunal de Alrada Cri.minal de Sin Paulo, a Procuradoria-Geml do Rep&blica opinou pela con-cessio do ordem, we termos seguin.tea: (1S f. 45)

Vieram, entretanto , novas informs4r6es, em quo se transcreve officio doseguinte teor : (f. 52)

"Senhor PresidentsLendo as informaroes prestadas por

V. Ex@ an Exm° Sr. Ministro-Rela-tor do HC 51 . 955, impetrado so eg.Supremo Tribunal Federal , por PedroCelso do Oliveira, contra condenaggoproferida no Processo n0: 742 /69, quacorreu nests Vara, publicadas no Did.rio Oficial do Estado , de 14 do cor.rents, causou-me esxranheza, term si-

do oferecidas defesa prbvia a alega-ri es finals, por esttagi4rio do Dr. M. G.de Andrade. Examinando os referidosautos, constatei qua as defesas ofereci-dos pelos Drs. Marcondes do GodoyAndrade a Maria Terezinha Gorge,advogadoa do Procuradoria de Assis.tencia Judici&ria, indicados a nomea-dos pare defenderem os acusados, fo,ram criminosamente substituldas polodocumento do f. 56, qua traz assinatu.ra ilegivel a desconhecida, de quemso diz estagi&rio do Dr. M. G. doAndrade, arrolando a testemunha Ed.milson Teixeira Lima. Sou juiz titu-lar desta Vara h& mais do oito anus,podendo afirmar com absoluta seguran.ra, qua no &poca nio havia estagi&riodo Procuradoria do Assistencia Judi,ci&ria. Tambem, a defesa do co-r&u,no verso do documento de f. 56, quadeveria ester subscrita pela Dra. Ma-ria Terezinha Gorge, traz assinaturailegivel a desconhecida, al6m de fal.sificario de rubrics a assinatura doescrevente Cynira Almeida. As alega.roes finals ago do Dr. Marcondes doGodoy Andrade, como so pode vetpale declarario do f. 67-v., tendo sideraspada on lavada a assinatura do fo.Iha 70, substituida por assinatura lle.gfvel a desconhecida, de quem se inti-tula eatagi&rio do Dr. M. G. de Andra-do. Nota-so claramente, pela remoriode fibras do papal, quo o tornou &spe-ro, a atraves de luz, qua a assinaturaoriginal foi apagada. Tats fatos serioepurados com o rigor qua a gravidadedoles impde.

Soguem declarag5es dos Drs. Mar.condos de Godoy Andrade a MariaTerezinha Gorge".

Nessas declarar5es, os advogadosesclarecem quo nenhum eatsgi&rio fun-clown no processo.

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Ouvida novemente a Procuradoria•Geral de Republica, opinou ela palsdenegagio de ordem dizendo : (f. 57).

"Alegagio do nulidade processual,qua results esclarecido, ter side for-jada.

Parecer pelo indeferimento de or-der a adagio do iniciativa previstano art . 40 do Lei de Rites, a firdo qua results apurada a response.bilidade criminal do quantos tothem concorrido para a pr£tica dofato."

A informagio qua, em aditomento,vem de ser proporcionada polo insig-ne Presidente do eg . Tribunal de Al•gads Criminal de Sin Paulo , no offi-cio de f . 50-51, revels a pritica doaudaciosa fraude, atraves do qua] sefabricou inexistente nulidade proces-suual coin a firma prop6sito de argiii-la,quando so afigurasse oportuno, o quaterminou per ser feito no presentspedido de habeas corpus.

Desmoralizada , contudo, a crimino.on farsa, reconsideramos a nossa me-nifestageo de f . 45-47, pare opinmr-mos polo indeferimento do order, eaiude, no sentido do ser determinadoso eg . Tribunal de Algada de SiaPaulo qua tome a providencia previs•to no art . 40 do C. Pr. Pen., parequa seja apurada a responsabilidadecriminal de quantos tenham concorridopare o fato qua vem do ear denim.ciado".

$ o relat6rio.

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VOTO

O Sr. Ministro Rodrigues Alckmin(Relator): - Nos termos do ultimoparecer, indefiro a ordem . Observe,quanto a sugestio do qua se tome aprovidencia prevista no art. 40 doC. Pr. Pen., quo o Dr. Juiz do 39Vera Criminal de Sin Paulo je decla•ran qua "tais fatos serio apurados corno rigor qua a gravidade dales imp6o."E noticiou a imprensa large ativida-do do falsificagio de pages do autose de mandados judiciais, em outrocart6rio do Capital do Estado de SioPaulo. Caber6, assim a Secretaria deSeguranga Pbblica local apurar pron-to a completamente as fatos noticia-dos, remetendo-se.lhe c6pia do pre.sente.

Indefiro o pedido.

EXTRATO DA ATA

HC 51. 955 - SP - Rol., Minis.tro Rodrigues Alckmin. Pte., PedroCello de Oliveira . Impte ., o memo.

Decisio : Indeferido , remetendo-soc6pia de decisio an Secretirio de Se-guranga Publica . Uninime.

Presidencia do Sr. Ministro LuisGallotti . Presentee it sessio as Senho.res Ministros Oswaldo Trigueiro, Alio-mar Baleeiro , Djaci Falcio , RodriguesAlckmin, e o Dr . Oscar Correa Pina,Procurador-Geral do Republica, subs.tituto.

Brasilia , 23 de abril de 1974. -Alberto Veronese Aguiar, Secreterio.

HABEAS CORPUS N.o 52.311 - AL(Tribunal Pleno)

Relator: 0 Sr . Ministro Oswaldo Trigueiro.Paciente : Altamiro Pereira do Roche.

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Agao penal julgada procedente . Condenaga"o polo crime previs•to no art. 171 do C. Penal. Improcedd ncia do alegagio de cercea-mento do detese . Inocorrencia do nulidade quanto a publicagio dopeuta referents as gessoes aubsequentes iquela em qua se iniciou ojulga nento . Inaplicabilidade do norms contida no art. 48 do C. Pr.Penal. Habeas corpus denegado.

AC6RDAO naria, no conformidade do ata do jut-Vistos, relatados a discutidos "tee gamento a des notes taquigreficas, per

autos, acordarn as Ministros do Supra- unanimidade de votes, indeferir o pe.ran Tribunal Federal, em sessao plo dido.

20 R.T.J. 72

Brasilia, 18 de setembro de 1974.- Eloy do Roche, Presidents. - Os.waldo Trigueiro, Relator.

RELATORIO

O Sr. Ministru Osvaldo Trigueiro:- Altamiro Pereira do Roche, Juisde Direito no Estado do Alagoasque respondent a proceeso perante oTribunal de Justica , tondo sido condo.nado a urn ano de reclusio e a perdado cargo - impetra habeas corpus,alegando:

a) qua no foi intimado , on requi.sitado, pare a instrucio a pare o jul.gamento;

b) qua os advogados constituidos noforam intimados para as sess6es subw

giientes a designada pare o julgamen.to a qua nio se realizou por falta dequorum;

c) qua a pants publicada nio con.signou os nomes dos advogados;

d) quo foi julgado sem defesa;

e) que a acio penal foi propostaapena contra alguns a nio contra to.dos os responseveis polo crime.

O Presidents do Tribunal de Justi.ca prestou as informac6es do f. 52,qua lerei so proferir o voto.

A f. 57, a Procuradoria-Geral doRepfiblica opinou pale denegacio doordem, nee termos seguintes:

"1. 0 paciente, Juiz de Direitode Comarca de Atalaia , Alagoas, eainda em exercicio , responds a pro.cesso per co-autoria no crime de es.telionato de que d4 noticia a de,nfincia contra ale oferecida so eg.Tribunal de Justica do Estado (fo.Ihas 35-37).

2. No pedido de habeas corpusquo em sou favor a dirigido so Co.lendo Supremo Tribunal Federalalegam as impetrantes ser nulo oreferido processo , pois, ap6s inter.rogado, nio mais o teriam intimadcpars. qualquer outro ato . Esea ini.ciativa ter-se-ia apena adotado emrelacio sos seus defensores, assimmeemo, atraves do Direto Oficial.S6 pare o julgamento as cogitou deintimar sates ultimos pessoalmente.

Niio realizada a audiencia , por fal-ta de quorum, para as sess6es se-guintes a intimacio do paciente sofez polo 6rgio oficial, sem quamencionados, contudo, os nomes dosseus defensores.

3. Ausente a sem a presenca dosseus advogados , terminou per serrealizado o julgamento , presidido ir-regularmente a nele votando quems6 poderia faze-lo, no ocorrencia doempate.

4. Em minuciosas informac5eeproporcionades polo insigne Preei-dente do Colendo Tribunal de Joe.tics de Alagoas, rebatidos sio osfundamentos do pedido. 0 pacien-to, qua malgrado a extreme gravi.dade do crime qua ]he 6 imputado,a que compromete a pr6pria digni.dade do funcio, est4 em pleno exer.cicio do judicatura em sua comer.co, nio sofreu qualquer cercea,mento. no exercicio do sua defesa.Encerrada a fase probat6ria a aber.to o prazo pare alegacoes finis, de.satendido pelos seus advogados, de.signou-se, defensor dativo pare atuarnaquela fase processual. A pedido,contudo, do um dos patrons do pa,ciente, Bel. Aleixo Pass de Albu.querque, reaberto foi o prazo per,mitindo-se, com indiscutivel libera.lidade, qua as alegac6es fossemapresentadas polo citado causidico(f. 53).

5. Ressalta o ilustre signatiriodes informacoes qua o paciente"usou a abusou do direito de defe.as", a demonstra it saciedade o por-que dessa afirmacio , mostrando, ou-trossim, inocorrer na hip6tese, anulidade do processo par descum-primento so principio do indivisi.bilidade, tambem suscitada no ini-cial, nem qualquer irregularidade norealizacio do julgamento, intimadospare o ato o pacisnte a os seus de.fensores (f. 52-55 ), desinteressa-dos per certo, em fazer a sustenta-cio oral de quanto ja haviam ale.gado ns raz6es finis".

A f. 60 as impetrantes pedimmjuntada de exemplares do Piano Ofi-

cial de Alagoas, o qua foi deferido.

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Determinou o Relator do feito quaoa autos voltassem a Procuradoria-Ge.ral do Republics , qua novamente aspronunciou (f. 64), in verbis:

111. Nada temos a acrescentar,data venia, so nosso pronunciamen.to de f . 5758 a opinamos , case.qi entemente, polo indeferimento dopresente habeas corpus.

2. A ausencia de intimag6es pos.teriores, suscitada polo impetrante,era desnecessgria , comp bem escla•recem as informagoes , visto qua ahas do intervengio do defesa ju e&tava exaurida, polo inicio do vote.goo".

Palo deep ache de f. 65, determi.nou-se a requisigio dos autos do agiopenal, os quais Verson a foram apes.sados.

A 20 do agosto , em virtude de so.licitagio dos impetrantes , o feito mefoi redistribuido.

Mais uma vez com vista dos an.tos, a Procuradoslia-Gera( do Repu.blica reiterou os pronunciamentos an-teriores (f. 78).

VOTO

O Sr. Ministro Osvaldo Trigueiro(Relator): - A alegagiio principaldiz respeito so cerceamento do de.fesa, decorrendo a nulidade do proces.so do desrespeito ao preceituado noart. 153, § 15 , do Constituigiio.

Nio me parece qua, sob ease aspecto, o processo Bois manifestainentOnulo. it qua o paciente foi regularmen.to citado, compareceu a Juizo subme-teuise so inter(rogat6rio de lei (fo-Iha 98 ) constituiu cinco advogados eproduziu todas as proves qua reque.reu.

E certo qua neo apresentou rez5esfinals na oportunidade prbpria. Mas,para ease fim, the foi designado de-fensor, providencia que ficou sem efei-to, porque urn dos advogados constitui-dos pediu a obteve reabertura do pre.zo a ofereceu as alegag6es que as on-contram a f . 314 dos autos em apenso.

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Por igual improcedents e a erg iigiodo nulidade do julgamento por feltsde intimagiio vilida Para a sessio emqua o mesmo deveria realizar-se. Co-mo esclarece o Presidents do Tribunal,e no 6 conteatedo , a publicagio foiregularmente feita . A nio realizagiodo sessio , no die designado , a os adia-mentos determinados em ratio de pe.didos de vista , nio exigem quo as intl.mag6es sejam renovadas.

A exemplo do qua ocorre no Suprant, Tribunal, a intimagao vale pare odie designado a pars sessbes subse-gilentes . Presume-se qua as partea,comparecendo no dia indicado no pau.to, ficam cientificadas do motive doadiamento.

Por ultimo, afigura-se-me evidentequa o art . 48 do C. Pr. Pen. niotwo aplicagao it hipbtese . Ease normadiz respaito a indivisibilidade do pro-cesso em caso de queixa, diversamen-to do especie dos autos em qua setrots de crime de agio publics.

De todo modo, a possivel omissia

de qua os impetrantes se queixam nio

figure entre os motivos do nulidade

previatos no art . 564 do C. Pr. Pe-

nal.

Por ultimo, imports considerar quao paciente interpds recurso extraordi-n4rio do decisio qua o condenou. 0recurso no foi admitido , mss houveagravo, qua pende do apreciagao poloSupremo Tribunal . Por ease via, po.der6 este epreciar , oportunamente, asocorreu negative de viggncia do direi-to federal , pertinente , on se a decisaoimpugnada , sob qualquer dos tomesversadoe no presents impetragio, dis-crepou do jurisprudencia.

Palo exposto , indefiro o pedido.

QUESTAO DE ORDEM

0 Sr. Ministro Thompson Flores:- Ao qua depreendi do relat6rio, pa-race qua o paciente 6 magistrado e ohabeas corpus refere-se a processo quateria, news qualidade, in officio, res-pondido parents, o Tribunal de Justi-ga. Nio seria conveniente qua o jul-gado fosse aecreto?

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O Sr. Ministro Eloy da Roche (Pre.sidente): - 0 fato de so tratar dehabeas corpus no impediria a sessiosecrets, deeds quo o Tribunal , par mo-tivo relevante , em raziio do materia ondos circunstAncias do caw, entendesseinconveniente o debate piblico.

O Sr. Josh Moura Roche (Advoga,do): - Sr. Presidente V. Ez9 mepermite? A impetracio persegue dis-cutir apenas nulidades , nio fare o me.rito.

O Sr. Ministro Thompson Flores:- Nio quern insistir . Em prestigiodo Instituicio, manes que o do peasoa, temp que , envolto com as nulida-des, se projete em publico a atuaciocriminosa do juiz. Dal a convenien-cia em que o julgamento so faca emsessio secrets, comp o permitem o Re,gimento Intern e o C. Pr. Penal.

O Sr. Ministro Aliomar Baleeiro:- On quando o assunto assim o esi-go. Fames obrigados a laser wasgo deconselho , par proposta do eminenteMinistro Oswaldo Trigueiro, mum caso do anulacio do casamento impr6priopare menres a senhorltaa . Mas nio eo caw de julgamento de urn juiz parcrime funcional, alias ji condenado.

O Sr. Ministro Eloy de Roche (Pro-sidente): - Dispoe o art . 129 do Re-gimento Interno: "As sessoes a vote.coos serio publicas, salvo o dispostonos arts . 156, 237, VII a 262, beencomo se, par motivo relevante, o Ple-nerio on a Turma resolver quo sejamsecretes". Preceitua o art. 156: "Alemdo disposto no art. 129, seriio reser.vadas as reunioes : I - quando algumdos Ministros pedir quo o Plenerio ona Turma se refine em Conselho". Ea-se reuniio do Tribunal em Conselhonio a pare debates des partes, maspare assume, pelo Tribunal, em seseaosecrets, do aspecto do caw. Me ea hip6tese . A outra escecio , do arti-go 237, incise VII, sabre a deliberaciodo Tribunal, na acio penal, tambemnio ocorre. 0 art. 262 cuida de inci.dente do suspeicio de juiz.

O Sr. Ministro Thompson Flores-- Lembra o Cddigo de Processo Fe.nal, art. 792, 1 19?

O Sr. Ministro Eloy de Roche (Pre.sidente): - Deve lembrar-se V. Ezsde que, no Tribunal do Justice do RioGrande do Sul , era admitida sessio se.crete, conforme as circunsthncias, quan.do o debate versava sabre conduta dejuiz, on do outra autoridade.

O Sr. Ministro Aliomar Baleeiro:- No caso concrete, Sr. Presidents,tanto quanto entendi do clarissimo re-lat6rio do eminente Ministro OswaldoTrigueiro , trata-se do magistrado queeats condenado a um ano. 0 estrepitoje houve. L a major prove quo pode-mos der a Nacio brasileira de queas jufzes sin tratados comp qualquercidadio, porque tam maiores respon.sabilidades.

O Sr. Ministro Thompson Florae:- Nio este em discussio a aplicaciiodo principle constitucional do ieono-mia. Ele nio conflita com a prerro.gativa funcional atribuida aos juizes eoutros integrantes dos Poderes deUniio a dos Estados.

O Sr. Ministro Aliomar Baleeko:- A prerrogativa n9o 6 pare provari-car on nio cumprir deveres. So alepraticar crime on deixar do cumprir odever, a julgado coma qualquer cida-dee . So merecer habeas corpus, ser.lhe-e dodo ; so nio merecer, consigns..remos as razoes do recusa.

Em verios poises , nem os juizes deCorte Supreme dos Estados Unidos tamprivilegio do fore, nom o Presidentsdo Republica, na crimes comuns.

O Sr. Ministro Thompson Flores:- Data venia ni a aplaudo ease crite-rio, o qual sofreu critics severe deGarraud.

O Sr. Ministro Aliomar Baleerro;- Garraud pode laser, mas 6 um fatsdo vide do urn pals que serve do mo-delo so Brasil.

O Sr. Ministro Thompson Flores:Prelim, cam a vane devida, o sic.

terra adotado polo Brasil desde term,-pa, as mais recuados , o qual, cededie, nos cumpre aperfeicoar.

O Sr. Ministro Eloy da Roche (Pro-sidente): - Parece-me que, em habeascorpus, sere possivel, em teas, tanto a

4 i

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aplicagio do norma do art. 237, VII,do Regimento Interno, sobre julgarnen.to do agiio penal, quando com a ageofiver relagiio o writ, comp a regra doart. 129 , in fine, do memo Regi.mento.

O Sr. Ministro Aliomar Baleeito:- Se a Justiga 6 boa Para qualquercidadao, 6 boa tamb6m Para julgar ajuiz.

O Sr. Ministro Eloy de Roche (Pro-sidente): - Submeto so Tribunal aquesttio de ordem.

O Sr. Ministto Thompson Flores:-- Como 16 dine, nio insisto , quis ape,naa suscitar a questio Para qua fos.se ajuizada de sue conveni6ncia. Amint me parece ocorrer . Eu use o C.Pr. Pen ., art. 792, § 19, o qual hammoniza-se com o Regimento Interno.

O Sr. Ministro Alienist Baleeiro:- 0 memo qua se fazia com autori.dades pfiblicas, chafe de pol(cia...

O Sr. Ministro Thompson Floras:- No o considero privil6gio, o quaseria odloso , mas direito emergente dofungio qua diz com o Poder so qua]Integra.

O Sr. Ministro Aliomar Bateeiro:- No case concreto , trata-se de umacusado qua eati condenado . 0 qua de.vernos discutir 6 as ocorreram deter.minadas nulidades , per falhas no pm-cesso qua possam aer conhecidas poloTribunal a erpedido o habeas corpus„No as acrescenta note alguma de es.candalo , no hi perigo de ordem pfi-blica . Este caw aconteceu em Ata-laia, Alagoas , qua no 6 tao longe doBrasilia, e est6 tao trangiiila a cidadequa, talvez, nem merega em julgamen-to quatro linhas no Correio Brazilian*as de amanhi.

O Sr. Ministro Eloy do Roche (Pre.sidente): - Tom a palevra o eminen,to Relator, Para manifeetar-se sobre aquestao do ordem.

VOTO

SOBRE QUESTAO DE ORDEM

0 Sr. Ministro Oswaldo Trigueiro(Relator): = Tonto quanto me iem-

23

bro de alguns julgamentos em qua to.mei parte , quando o Supremo Tribu-nal funciona em Conselho o debate sed6 em sessao publica . E, apes o Con-selho, a sesaio 6 reaberta , pare quous Senhores Ministros prof item osseus votos e, afinal, as proclame o jul-gamento . Assim temos procedido sem-pre, salvo no hip6tese do agio penaloriginiria, na qual o julgamento doveser secrete.

No caso, trata-se do pedido de ha-

beas corpus, em qua operas se discute

nulidade de um proceaso em qua nao

h6 segredo de justiga a quo foi julga-

do, pals inatincia competente , em sea-

ago pfiblica

Assim, nio vejo ratio Para qua o

Supremo Tribunal so retina em Con-

selho. Mas nio me oponho a isso, des.

do qua qualquer dos eminentes colegas

assim entenda necess6rio on cone.

niente.

VOTO

SOBRE QUESTAO DE ORDEM

0 Sr. Ministro Antonio Nader: -Men entendimento 6 o de quo a sus-tentagio dove oar faits em sessio pu.blica, mss o julgamento, ou votagio,em sessao reservada.

VOTO

(QUESTAO DE ORDEM)

O Sr. Ministro Thompson Flores:- Nao desojo insietir . Mas repute,data vends, conveniente a sessio acre.to, posto qua o pedido versa nulidadesprocessuais . Elea, todavia , defluiriamdo processo funcional respondido Palopaciente, juiz de direito perante o Tri.bunal de Justice.

O estr6pito pode surgir . E nio vejofavorega a Justige, cujo resguardo me-race, data venia assegurar-se.

O Sr, Ministro Oewaldo Trigueiro( Relator): - Ni me oponho.

O St. Ministro Djaci Fah:io:Quero lembrar we eminentes colegas

24 R.T.J. 72

quo nos reunimos em conselho numrecurso de habeas corpus impetradocontra o Ministro do Fazenda, do go-verno passado . Foram convocados tressMinistros do Tribunal Federal do Re-come, inclusive o eminente MinistroAntonio Nader.

Houve conselho e, em seguida, codaum dos membros do Supremo TribunalFederal proferiu sou voto.

O Sr. Ministro Xavier de Albuquer-que: - Era recurso extreordinerio doMinisterio ?ublico, contra conceasaode habeas corpus.

O Sr. Ministro Eloy do Roches:(Presidents): - He diferenga antreConselho e sessio secrete.

VOTO S/QUESTAO DE ORDEM

O Sr. Ministro Alien st Baleeiro:- Acompanho o eminente Relator nosones wnsideraciies.

Reservo-me , noutro caso concrete,apreciar se hI perigo pare a ordempublics . Pode ser qua as paix6es es-tejam, um dia , de tal maneira stews,nests cidade morta, qua o julgamentod6 margem a motim, a perturbaFao doordem publics , incite desacato so Tri-bunal.

O Sr. Ministro Thompson Flores:

- Pode provocar escAndalo.

O Sr. Ministro Aliomar Baleeiro:

- Se for prejudicial a terceiros. Pot

exemplo, uma questio de famflia pods

estender-se a mulher do individuo, aos

filhos , etc. Mae, as urn indivfduo, Juia

de Direioo, praticou urn crime qua so

diz ter sido de prevaricarao, o assun-

to deve ser discutido a portas abertas.

Quanto maior repercussio melhor.

Acho qua as dove dar a NaSao agarantia de qua sous juizes obedecema urn padrao moral de discipline dosevero on mais severo do qua equalsqua so impoe aos denials cidadaos.

O Sr. Ministro Thompson Flores:- Nio sou favorevel a qua se deixede punir no juizes . 0 qua saliento equo seu julgamento a os processos em

quo se encontram envolvidos ocorramsem estrepito judicierio, nio em prolde sua pessoa, mas do Poder a quopertencem.

O Sr. Ministro Aliomar Baleeiro:- No die em qua passe a ser crimino-so, a criminoso. Nio a main juiz.

O Sr. Mini sire Thompson Flores:- Enquanto nao perderem o cargocontinuem com as prerrogativas qua aConstituifao lhes garante.

Ap6s, serao simples cidad ios, iguaisaos demais, merecendo, assim, ser tra,tados. Antes nao, data venia.

O Sr. Ministro Antonio Neder: -Isso ocorre depois do julgamento; on.tea deste, nio so pode dizer see o juiae prevaricador on Hilo.

VOTO S/QUESTAO DE ORDEM

0 Sr. Miniatro Djaci Falcao:Sr. Presidents , em face do exposi£iofeita polo Ministro-Relator, nao meparecem, em principio , aplicIveis ofac6rd"aos invocados polo eminente ad•vogado . Ademais , comp ressaltou SueExcelencia , em favor do paciente, folinterposto recurso extraordinIrio, ondese poderi apreciar a materia.

Acompanho o eminente Relator, in-deferindo a ordem de habeas corpus.

EXTRATO DA ATA

HC 52 .311 - AL - Rel., Minatro Oswaldo Trigueiro. Pte., Altami.ro Pereira de Roche . Impte., JoseMoura Roche.

Decisio: Indeferido o pedido. 1lna-nime. Felon , polo patients, o Doutor

Jose Moura Roche.

Preside"ncia do Sr . Ministro Eloydo Roche . Presentee a sesaeo os So-nhores Ministros Oawaldo Trigueiro,Aliomar Baleeiro, Djaci Falcio, Thomp.

son Flores, Bilac Pinto, Antonio Ne•der, Xavier de Albuquerque, Rodri-gues Alckmin a Leitio de Abreu. Pro-curador-Geral do Republica , o Prof.Jose Carlos Moreira Alves.

Brasilia , 18 de setembro do 1974.- Alvaro Ferreira dos Sent", Diretordo Departamento Judicierio.

R.T.J. 72 25i 2

HABEAS CORPUS N" 52.421 _ GB Civ''

(Plvneira Turma)Relator: 0 Sr . Miniatro Aliomar Baleeiro.

Paciente : Alfredo de Sousa Gongalves . Impetrante: Jorge Alberto RomeiroJunior.

Lesiea corporals permanentes. Conceito.A debilidade corporal permanents do art . 129, nv 111, do C. Pen.

nio pode, pot definfgio, set a passageira on transitdria, mas he doset a estivel , Parente, quo nio made pelo tempo a fora.

Provada a recuperagio do sentido ou fungio, a de desclassifi-car-se o crime, ainda qua depois do condenagio.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos estesautos , acordam os Ministros do Pri-meira Turma do Supremo TribunalFederal, no conformidade do ate dejulgamentoo a notes taquigreficas, Aunanimidade do votos, deferir o pe-dido em parts.

Brasilia, 18 de junho de 1974. -Oswaldo Trigueiro , Presidente. -Aliomar Baleeiro, Relator.

RELATORIO

O Sr. Miniatro Aliomar Baleeiro;Condenado a 1 alto de reclusio polo

crime do art . 129, § 19, 111, do C. Pen.o paciente impetra ordem de habeascorpus, Para ser anulada a condenagioon ser deeclassificado o crime Paralesi es levee, com a conoeesio de sur-sis, alegando quo tendo vibrado urnsoco na vitiate , esta apresentou de ini-cio, Pardo de 12% do audigio masqua examen posteriores dos professoresMauro Pena a Pedro Est&vam Lima,autoridades em otorrinolaringologia de-monstraram qua desaparecera do todoa primitive perda partial do sentidoauditivo . Apesar disco nio conseguiu arevisio pleiteada . Junta documentosdo Prof . M. Pena a do Instituto M&dico-Legal que, polo exame dao a au-digio do vitima como normal. E pa-racer do Dr . Pedro E. Lima (f. 21).

O v. ac6rdio do revisio este A fo.Iha 19.

2. 0 nobre Presidente Salvador Pin,to Filho, do eg. Tribunal do Justigado Guanabara, A f. 29, prestou infor-mag6es.

3. 0 Dr . Valim Teixeira , pela Pro-curadoria-Geral do Republica, opine Af. 43, pelo indeferimento , argumen-tando:

"0 ac6rdio em grau de revisioeste apoiado no doutrina , que en-tende a debilidade como permanen-te, sera se confundir com a transi-t6ria on a perpetua.

Ora, so oito mesas ap6s o fato avitima inda se ressentia de debili-dade na audigio , nio as pode dizetque a debilidade fosse transit6ria.Pot outro lado, nio as sabe potquanto tempo ainda a debilidadeperaistiu, porquanto s6 ap6s triosaltos as constatou quo ela tinha ces.sado.

Como dime Hungria, a lei as con-tents corn qua a debilidade seja du,radoura, nio pretendendo que alepersists pare sempre.

No tarn presents, ease debilidadeque perdurou pelo metros pot oitomesas an foi, como quer o impe-traate , ligeira perturbagio auditiva(f. 4).

4. A impetragiio este instruida

com conaulta feita a outra autorida.

do em otorrinolaringologia , onde so

pretende dernonstrar os erros do

prove medico-legal.

Nio obstante, nio 6 o habeas cot`pus o mob id6neo Para o quo seprop6e o impetrante".

E sugere nova revisio.

L o relat6rio.

26

VOTO

R.T.J. 72

O Sr. Mlniatro Aliomaz Baleeim(Relator): - Al6m do laudo parti-cular do Dr. Pena a do paracer doProf. P.E . Lima, a recuperagio to-tal de audigio do vitima foi verifica.da oficialmente por 2 legistas no Inatituto b%dico-Legal, Dr. Barbierl eClomide ( auto do exams do corpo dodelito a f. 15).

II. 0 art. 129, 8 19, somente noitem I ("incapacidade pare as ocupa.g6es babituais, pot mail de 30 dies")fine um periodo de qua , as vencido,qualifica a lewd do grave . No itemIII ("debilidade permanents, de mein,bro, sentido out fungio"), nio h6 eape-cificagso de tempo. 0 legislador exigequa a debilidade seja "permanents",quo em meu dicionfirio, nio 6 sin6ni.mo de "duradouro, passageiro, depoisde certa duregio". Permanents e aadjetivo correspondents, aquilo eatavel,pemne, qua Hilo muds, mae continue,sempre indefinidamente polo tempoa fora, corn perseverenga ou constincia.Permanents 6 o ant6nimo de transit&rio, passageiro , tansiente, moments.aeo, enfim, de duragio limitada.

Diner quo a debilidade deve set du-

radoura, nio por6m perp6tua, equivale

a nada direr, no oceano da vagueza

porque perp6tuo 6 o imortal, 6 o qua

desafia os s6culos, comp o jazigo pare

todo o sempre , o monumento destinado

a membria at6 as gerag5es futures, os

marcos a rumor , enfim o qua toca A

eternidade.

Em ingle"s , o confide de permanente,Segundo o Brazilian Living Webster,6: "Permanent (Lat. permanens; per-maneo, to continue; per= troug4 andmaneo=to remain ). Continuing in thesame state or without any change...durable, lasting; fixed...".

Debilidade permanente do membroou sentido 6 a qua o suprime , on par-ts, seas extingui-la completamente, ateo fim da vida do paciente , comp potexemplo, a qua less m6sculo on nervoqua nunca as restaura ou romps parts

do cornea , ou de membrane , t(mpano,etc.

No caso doe autos , as houve detrainseero-sanguineo na caixa, a reabsorcio6 certa em prazo breve, seas serf iela,quando as faz tratamento conveniente.E o quo esciarece o Prof. Pedro E.Lima, a f. 22.

E foi o qua ocorreu . 0 fato foi averificagio do recuperagio da normsolidade, alifis confesssada Palo vitima aoslegiatas , como se 1e no auto do f. 15-v.,quo lerei:

"Comparece hoje a dix quo silo

apresenta perturbafOee do audigio.

O exams otol6gico revels: "Reexa-

me: - Foi submetido a exames oto-

logicos em doze do margo a vinte a

Hove de novembro de setenta a tree.

Exams - aparelho auditivo esquer.

do: Inspegio: =do apurado. Otoaco-

pie: normal . Acumetria a audiome-

tria: audigio dentro dos limiter

normals. Concluwo: Nio foi encon.

trade loaio ou perturbagio funcional

na regiso examinada". Palo qua

respondem so sexto quesito: Mo".

Ease sexto quesito indaga: "Se resuLtoo debilidade permanents ou Pardo Ouinutilizag;io de membro , sentido on

fungao (resposta eapecificada)"

III. If6 ac6rdaos do Supremo Tribu-nal Federal qua, pot via de habeascorpus, desclassificarem a condenagao,quando evidente o confute entre ela aa realidade ostensive noa elementoedos auto. Neese sentldo o RHC 50.986,Neder, qua est6 longs do clemencia,ou o HC 51.556, Xavier, do 11.2.74,ambos citados Palo Impetrante. E ou•troy ainda (R.T.J., 34/432; RE ...57.705, na R.T.J., 34/208; HC ...33.973, R.F., 171/336, etc.).

IV. Concede a ordem , em parteepare qua outra sentenga so prelate perles5ea loves ( C. Pen ., 129, caput),aplicando o M.M. Juiz a pens quareputar junta , atento a primariedadsdo r6u e o disposto no art. 42, do

R.T.J. 72 27

C. Pen., com stasis nee condigbes quoS. Exe Niger adequadas.

VOTO

O Sr. Ministro Rodrigues Alckmin,- Prefiro conceder a ordem pars quaso julgue novamente a revisio , conhe.cendo dessa prove nova, qua determi-nari outra classificasio so crime.

EXTRATO DA ATA

HC 52. 421 - GB - Rel., Minis.tro Aliomar Baleeiro . Pte., Alfredo deSousa Gongalves . Impte ., Jorge Al-berto Romeiro Jfmior.

Decisio: Deferido a pedido em par-ts, nos, termos do voto do Relator.unanimemente . Presidencia do SenhorMinistro Osvaldo Trigueiro , no impe•dimento do Sr. Ministro Luis Gallot.ti, Presidents.

Presidencia do Sr. Ministro Osval-do Trigueiro . Presentes a sessio osSrs. Ministros Luiz Gallotti , Presiden-ts, Aliomar Baleeiro , Djaci Falcio, Ro-drigues Alclnnin, e o Dr . Oscar Cor-rea Pine, Procurador-Geral do Repu-blica, substituto.

Brasilia, 18 do junho do 1974. -Alberto Veronese Aguiar, Secretirio.

CRECURSO DE HABEAS CORPUS N.o 52.548 - GB evnn b 3

(Primeira Tarma) I

Relator: 0 Sr. Ministro Bilac Pinto.

Recorrente : Febio Godinho de Oliveira. Recorrido : Superior Tribunal Mi-liter.

Apelagao partial . Razoes . Inovapio. Inadntinibitidade.

Oposta apelagao pardal, asshn floe lirnitado o ernbito derseaconhecimento . As razoes, ofereddas apps findar o prszo de inter-posi£ao do apelaFao, neo podem inovar a petiiio do recurso . Recur-so de habeas corpus provido.

ACORDAO

Vistos , relatados a discutidos estesautos, acordam us Ministros do Pri-meira Turma do Supremo TribunalFederal, no conformidade do eta dojulgamentos e notes taquigrificas, porunanimidade de votos, dar provimen-to so recurso.

Brasilia , 11 de outubro de 1974. -Osvaldo Trigueiro, Presidents. - Bi-fec Pinto, Relator.

RELATORIO

O Sr. Miniatro Bilac Pinto: - No-ve militares foram denunciados por fa-tos tipicos descritos no Cddi jo PenalMilitar. Julgados perante a 1' Audi-toria do Aeroniutica do 1+ C.J.M.,o Conselho Permanente de Juetiga ab-solveu oito dos acusados a desclassifi-cou, em maioria do votos, o crimeatribuido so cabo Fibio Godinho deOliveira, de estupro ( art. 232) pare

lesEo corporal de natureza lave (art!-go 209 ), condenando-o a tree meses dodetengio, am stasis, f. 572 a 582 doapenso.

Inconformado , o Procurador apelou,preenchendo os claros de formultrio jaimpresso. Le-se do tal petifio, datadade 16.10.72:

"0 Procurador abaixo assinado,nio se conformando com a senten-Sa do Conselho de Justira Militarqua absolveu os acusados Cabo Pau-lo Roberto Conde de Melo a setaoutros, vein do mesma apelar pareo eg. Superior Tribunal Militar, re-querendo vista dos respectivos au-tos, pars os fins do direito" (f0-lha 585).

Recebidos os recursos , pois a defe-sa tambem apelou, o Procurador, emrelac o ao sea apelo , ofereceu razuesem 27 . 10.72, nas quail , entre outrasalegacoes, argumentou em sentido con-

28 R.T.J. 72

trerio a desclassificagio do ilicito penalimputado so Cabo Fibio.

0 Superior Tribunal Militar confe-riu provimento ao recurso de acusacao,condenando o Cabo Febio a 4 ands e3 mesas de reclusoo, dando-e como in-curso no art . 232, combinado com oart. 209, ambos do C. Pen. Militar,a condemn , ainda , dois outros denun-ciados ( f. 621-626 do apenso).

Pediu-se ent'ao, em seu favor, ordemde habeas corpus, sob as alegagoes se-guintes:

a) qua no houve apelagio porparts do Ministerio Publico;

b) qua somente a defesa apeloupars o Superior Tribunal Militar;

c) qua o paciente je tinha sidoindultado pelo D . 71.599, do22.12 . 72, e a one punibilidade jul-gada extinta por sentenga.

A ordem foi negada, so entendimen-to de qua houve recurso de forma ge-nerice, ratificado atraves des razoesposteriores , tendo, inclusive, o pacienteoferecido contra-razoea comp apelado(f. 11-16).

Neste Corte , onde o pedido veio permeio do recurso ordinerio , to autos de

agio penal foram requisitados. Apes.

sados sates, a Procuradoria -Geral do

Rep6blica ofereceu parecer "pelo pro-

vimento do recurso, Para o efeito do

anular o ac6rdio do Superior Tribu-

nal Militar , em gran de apelagio, as

parts em que deu provimento a recur-

so inexistente de ecusagio contra o pa-

ciente" ( f. 60-63).

R o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Bihrc Pinto (Rela-tor): - A apelagio a interpoata, den-tro de cinco dias, contados do data deintimagio, por petigio escrita (Codigode Processo Penal Militar, art. 529).Intimado a 13. 10, o Procurador Mi-litar, so recorrer , apresentou a petigioem 16.10., dizendo qua nio se con-formava com a absolvigio de Paulo

Roberto a seta outros . Vindas as ra-zoes (Cddigo de Processo Penal Mili-tar, art . 531), (isto em 27.10, agorapor outro Procurador , este pediu, tam-Minx, a reforms do sentence no tocan-to a desclassificagio.

Assim sendo , a inequivoco qua a ape-

lagio, quando interposta , visava somen-

te parts do decisio, je qua, primeiro,

a sentenga nio era opens absolut6ria,

segundo, os denunciados e julgados

arm nove. E as razoes , postas nos au-

tos ap6s escoado o prazo de cinco dies,

nio podem ter o efeito de suprir a

omissio, consciente on inconsclente, de

petigio de interposigeo. Certo o pa-

racer do Procurador Helio Pinheiro do

Silva, a diner qua "o representante do

Ministerio Pirblico acabou ficando na

intengio de apelar em relagio so pa-

ciente".

Por mais erronea qua posse ser, nes-to particular , a decisio do ConselhoPermanente do Justiga, alias tornadoem maioria de votes, o certo 6 qua,sam recurso do acusagio , no cabia soSuperior Tribunal Militar reformer asentenga no tocante no paciente. E,para anular o ac6rdio nests parts, con-cedo a ordem, no prover o recurso or-dinerio.

EXTRATO DA ATA

RHC 52 . 548 - GB - Rel., Mi-nistro Bilac Pinto . Recta ., Febio Go-dinho de Oliveira . Recdo ., SuperiorTribunal Militar . Impte., FernandoGuerra Balsells.

Decisio : Provido, unanimemente.

Preside"ncia do Sr. Ministro Oswel-do Trigueiro . Presentee a sessio osSre. Ministros Aliomer Baleeiro, Dje-ci Falcio, Bilac Pinto, Rodrigues Alck-min, e o Dr. Oscar Correa Pina, Pro-curador-Geral do Repfiblica , substi-tuto.

Brasilia, 11 de outubro de 1974.- Alberto Veronese Aguiar, Secrete-rio.

.1 4 1 .1 1.

R.T.J. 72 29

HABEAS CORPUS N.o 52.638 - SP

(Primeira Turma)

Relator: 0 Sr . Ministro Bilac Pinto..7

Paciente : Eduardo Dumangin Santos . Impetrante: Pedro Paulo Negrini.

Delesa . Conflito. Audidncia . Falte do intimagiio . Rea ml-liter

Prove colhida em audiencia no jufzo deprecado , de cuja deug.nagao ago teve cie"ncia a defesa, a qua influiu no decide de cause.Nomeagiio, nests audiencia, de um dnico defensor sos reus, quandoexistia evidente conflito de defesa . Rea militar ago requisitado. Pe-dido do habeas corpus deferido.

AC6RDAC Na inicial , o digno Promotor Pfl-

Vistas, relatados a discutidos estesautos, acordam as Ministros do Pri-meira Torino do Supremo TribunalFederal, na conformidade da eta dejulgamentos a notes taquigreficas, parunanimidade de votes, deferir o pe-dido.

Brasilia , 11 de outubro de 1974.Oswaldo Trigueiro, Presidents. - Bi-iac Pinto, Relator.

RELATORIO

O Sr. Ministro Bike Pinto: - Nopedido de habeas corpus em favor deEduardo Dumangin Santos, sob, o fun-damento de nulidade do processo, ale-gou-se, primeiro, falta de intimaggo dodefensor constituido a do reu pare aaudiencia realizada no juizo deprecado,segundo, ausencia de requisiggo dot6u, policial-militar, pars a meama an.diencia, terceiro, designaggo, aindanests audiencia, de um 6nico defensorad hoc, embers conflitantes as defesasdos r6us.

O Juiz Rezende Junqueira, as Pre-sidencia do Tribunal de Algada Cri-minal de Sao Paulo, prestou as seguin-tea informag6es:

"Consta dos autos que o paciente,juntemente com outros militares,foi denunciado, nos termos dos arti-gos 39, letras a a i, a 49, letra b,do L. 4.898, porque a 12 de auto-bra de 1971, teria seviciado a cons-trangido a vitima quo as encontravapress na Delegacia de Pereira Bar-veto.

blico, ap6s a exposiggo dos fates,pediu a ouvida death a de SebastigoNunes Siqueira, per precat6ria, alemde tree outras testemunhas residen-tea no comarca.

Ao receber a den6ncia, it f. 63,o juiz ago determinou a expedig"odo competente carta, por6m, o Se-nhor Escrivgo o fez conforme certi.din de fls. 63-v.

Desse ate foi intimado, somente,o Dr. Promotor P6blico a 18.6.71(f. 64), embora, no dia seguinte,o paciente, merce de citaggo, com.parecesse a Juizo pare interrogat6.rio, acompanhado de sea advogado,Dr. Mario dos Santos.

Nessa oportunidade, o digno juiz

processante, na deliberaggo de fo-

]has 78-v., fez menggo expressa da-

quela precat6ria, que pensou ainda

ngo expedida, mandando ouvir a vi-

time, exclusivamente, quando, no

realidade, havia time testemunha a

mail, conforms so apurou posterior-

manta.

Todavia, a verdade 6 qua o atode expediggo, em aprego, jg as rea-lizara, de forma imperfeita, timevez qua a defesa ngo roman conhe•cimento dale a nem, tampouco, po-deria faze-b, porque, come ja afromamos, fora realizado an v4speradaquele interrogatcrio.

Em seguida, as autos ficaram pa-ralisados em cart6rio desde 25.11.71

30 R.T.J. 72

U. 101), eendo certo quo o acusa-do, atrav6s de eau advogado, reti-

rou-os a 5.2.72, pare devolve-los a3 do mar£o do mesmo ano.

Aconteceu, por6m, qua o juiz de-precado, tree meses antes, havia en-dere£ado urn officio no juiz de co-marca comunicando-lhe a designa-£io do eudiencia, in qual seriam ou-vidas a vitima e a testemunha re-feridas, mas eats oflcio nio foi jun-to ace autos, a nio ser a 3.3.72.

Ora, a eudiencia, no juizo depre-cado, foi realizada a 15.12.71, sema presen£a do defesa , qua deaconhe-condo o ato de ezpedi£io de pro.cat6ria a aquela designa£io, feitepelo douto juiz do comarca de Pal-meira D'Oeste, nio podia de formsalguma ester, como, de fate no es-teve presents.

A sentew;a de f. 171 condemno reu, mm base no prove dos au-tos, fazendo corpo death a precat6-ria viciosa.

Em grau de apola£io , a defesaarg0iu a nulidade, eapressamente,porem, a douta Turma Julgadora re-jeitou-a juntamente com outran qua,no opormnidade, foram aduzidasnas raz6es a qua tambem sio re-lembradas nests writ.

O digit relator impressionou-secom a circunstencia de ter o juiz,ap6s o interrogat6rio, determinadoa eapedi£io do decantada precat6-ria, por6m, nio observou quo autoj4 safra no vespers a que, dal, potdiante, nern o Escrivio item nin-gu6m main tratou disto.

Esqueceu-se tambem S. Exo do

qua aquela comunica£io do juizo

deprecado feita em dezembro de

1971 no foi junta nos autos, se-

nio depois de 3.3.72, quando a

prove j6 tinha sido faire, com um

s6 advogado, designado ad hoc, ape-

sar do evidente conflito do interes-

see antra os r6us.

Convem, a esaa altura, outrossim,observar que , aquela prove era dosoma importincia , como 6 not6rio,

no instru£io, o esclarecimento doofendido" (f. 39-41).

A Procuradoria-Geral do Republicse "polo deferimento do ordem, pare ofim de anular o processo a partir doezpedi£io do malsinada precatdria"(f. 57-59). Disse em no parecer:

"Assim, earn a presence do pa-ciente, a no patron, o juizo de-precado nomeou defensor ad hocunto pare todos os r6us, desconhe-condo a incompatibilidade dos de-fesas do paciente, de um lado, edos demais r6us, do outro, colhen-do-se prove qua influiu decisive-mento no senten£a condenat6ria,com prejuizo evidente pars a par-t,".

E o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Bi[ec Pinto (Rela-

tor): - As informa£oes bastam no

demonstra£io de qua houve irregula-

ridade no proceeso do qual resultou a

condene£io do paciente . Acolhendo-

as, como j6 as aceitou o parecer do

Procuradoria-Geral do Republica, do

f. 57-59, voto pela conceasio do or-

dem, anulando o processo a partir do

ezpedi£io do carts precat6ria, que, Se-

gundo ainda as informa£ies, estfi cer-

tificada a f. 63-v. dos autos do a£io

penal.

EXTRATO DA ATA

HC 52. 638 - SP - Rel., Minis-tro Bilac Pinto . Pte., Eduardo Du-mangin Santos . Impte ., Pedro PauloNegrini.

Decisio : Deferido, unanimemente.Presidencia do Sr . Ministro Oswal-

do Trigueiro . Presentee a sessiio osSte. Ministros Aliomar Baleeiro, Dja-ci Falcio, Bilac Pinto, Rodrigues Alck-min, e o Dr. Oscar Correa Pine, Pro-curador-Geral de Republica, substituto.

Brasilia, 11 de outubro de 1974. -Alberto Veronese Aguiar, Secretiris.

41

R.T.J. 72 31

HABEAS CORPUS N.o 52.685 -(Segunda Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Leitio de Abreu. /

tin1;`h°'^` 1

Patients : Francisco Antonio de Silva, vulgo "Chico Fube". Impetrante:Geraldo Gomes Beltrio.

Habeas corpus . Ross prew nio requisitado para a instruci o doprocesw . Omissao qua poderia ter lido =pride pole defesa, espe-cialmente ao contrariar o libelo o an the ser oferecida oportunidadepare interrogar as teetemunhae no julgamento polo jiri . Nio especi-ficagio do prejujzo que teria resultado pare a delesa em ratio denio observdncia do disposto no Codigo de Processo Penal, art. 360,cuja in!ragi o nio ester entre as arroladas no art . 564. Ordem in-deferida.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidoa estesautos, acordam as Ministros do Segun-do Turma do Supremo Tribunal Fe-deral , em conformidade coin a ata dojulgainentos a noise taquigreficas, in-deferir a ordem, por unanimidade devotos.

Brasilia , 25 de novembro de 1974.- Thompson Flores, Presidents.Leitio do Abreu, Relator.

RELATORIO

O Sr. Ministro Leitio de Abreu: -O advogado Geraldo Gomes Beltrio im-petiou, perante o eg. Tribunal de Jus-tiga do Paraiba , ordem de habeas cor-pus em favor de Francisco Antonio doSilva , vulgo "Chico Fube", recolhidoe Penitencieria Modelo do Estado, emJoao Peowa , em virtude de ester omemo sofrendo coagio em sou direi.to do it a vu, por ato manifestamen-te ilegal do juizo do Comarca de Sou-sa, naquele Estado . Alega qua a ins-trugio se fez coin o paciente prow eque, tendo defensor dativo , nio foi,nine so vez, intimado nern requisitadoPara comparecer a todas as audienciasqua se realizaram , nio exercendo, pole,o direito de autodefesa no proceeao.Indica os elementos , constantes dosautos originais, por onde as verificariaa procedencia de sun argiiigao, isto b,achar-se preso o reu a an ter aido in-timado on requisitado pare nenhumades audiencias de instrugio . Argumen-ts qua w violou , destarte, o art. 360do C. Pr . Pen. a qua lose , segundo

opiniao comum , quer do doutrina, querdo jurisprudencia, acarreta a nulidadedo processo.

Alem de pedir que as mule o pro-cesw a partir do instrugio criminal,wllcitou , ainda, seja cassado o decre-to de prisio preventive, a urn de serposto em liberdade , pois nio as fur-teri so chamamento do justiga, aindaqua resida em Goiania, no enderegofornecido so juizo.

No qua toca a prisao preventive, as-severe que eats foi decretada, no epo-ca, conic imperativo legal, resultantedo art . 312 do C . Pr. Pen ., achando-se o ato do magistrado vasado nestestermos:

"Pelas razoes expostas, e o maisqua dos autos consts, decreto a pri-sio preventive do reu Francisco An-tonio do Silva, vulgo "Chico Fmb6", je qualificado no den6ncia co-mo nine medida de salvaguarda dosociedade, e como um imperativolegal, de acordo coin o art. 312 doC. Pr. Penal".

Diz o impetrante que, so tempo emque foi tomada ease decisi o, a prisioera obrigatoria, visto que se atribufaao paciente crime a que w cominavepena igual on superior a dez once doreclusio. Somente per isso poderia 0patients wr submetido it cust6dia, pole,nio possuindo antecedentes criminais,tendo $e apresentado espontaneamentee prisio, sendo peswa pobre, assistin-doo defenwr leigo nomeado polo juizno eta do interrogat6rio, nenhum on-

32 R.T.J. 72

tro motivo poderia conduzir o magi!-trado a essa medida extreme. Susten.to, por6m, que, corn o advento do Lei5.349, do 3.11. 67, desapareceu a com-pulsoriedade do decretagao do prisiopreventive, somente podendo faze-lo ajuiz, fundamentadamente , justificandoa sue necessidade Para a gamntia doordem piblica, pare assegurar a ins-trugeo criminal on pare a aplicegao dolei penal.

0 Tribunal do Justiga do Estado deParaiba determinou , todavia, a remee-sa do processo so Supremo Tribunal,cam base no art. 119, item I, h, deConatituigio Federal, em ac6rdiio noqual salienta:

"0 paciente foi condenado poloJfiri como incurso no art . 121, § 29,do C. Pen., em 22.11 . 60, tendouma des Camerae do Tribunal deJustice confirmado a decisio conde-nat6ria. 0 exito de apelagio inter-posts polo paclente limitou-se a re-dugiio do pena imposts polo DoctorJuiz de Direito Presidents do Tri-bunal do Jiri, tornando-se evidentequa o julgamento de Camara, vin-culando-a ao constrangimentu, acer.rate a incompetencie do Tribunal doJustiga on de qualquer de ones Ca-mores pare conhecer do impetragio"(f. 120).

Nesta instencia , sugeriu a doutaProcuradoria-Geral do Repiblica werequisitassem ca autos originals, vistothe parecerem relevantes as quest6eesuscitadas polo patients . Vindo us au-

tos, prolatou o Procurador Valim Tel-

zeira este parecer, aprovado polo Pro-nuador-Geral , substitute, Dr. Oscar

Correa Pins:

"Sustenta o patients quo estariasofrendo constrangimento ilegal, poloa sentence condenat6ria , confirmaada na 20 instincia , fore proferidaem processo manifestamente nulo,visto qua a instrugiio criminal serealizara am a one presenga, em,bore prow proventivamente.

"Verifica-se, do exame dos autosem apenso, qua o paciente , so tem-po do instrugiio do teito, encontra-va-se preen preventlvemente, a die-

posigio do Justiga, qua nio requi-sitou a am presenga Para assistir osatos instrut6rios.

0 Coleado Supremo TribunalFederal tern decidido, reiteradasvezes , qua, estando o r6u preso, aone presenca em jufzo dever6 ser re-quisitada , Para o die a hora desig-nados, sob pena de cerceemento dodefesa.

Sornos, polo exposto , polo deferi-

mento do presents habeas corpus,

por entendermos ter ocorrido a nuli-

dads questionada , qua 6 insanivel,

devendo o processo ser renovedo apartir do fase inatrut6ria" ( folhas

137-138).

L o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Leitao de Abreo(Relator); - Nio he divide qua, es-tondo o r6u preso, cumpria , nos ter-mos do art . 360 do C . Pr. Pen., terlido requisitada a sua apresentagio emjuizo, pare eater presente as audien-cias do instrugio criminal. Regular-mente citado a interrogado , foi-lhedado , entretanto , defensor dativo, quoofereceu defesa pr6via , arrolou teste-munhas, assistlu so depoimento destas.Terminade a inquirigio des testemu-nhas, o defensor , no forma do art, 406do C. Pr . Pen., rave vista dos autos,pare alegag6es , apresentou-as a nadsarg0iu quanto a ni o requisigio do r6upare comparecimento as audiencias,nio o fazendo, igualmente, so ser inti-mado do pronincia do paciente, newso contrariar o libelo (f. 49). Pode-ria, entretanto, nessa ocasiio, segundoo art . 421 de Lei processual, so ofe-recer contrariedade , apresentar o rolde testemunhas pare depor no plen6-rio, bern come requerer outras diligen-cias . Certifica-se, por outro lado, nosautos originals, f. 57-v ., qua, apreoga.des as partes a as testemunhas, com-pareceram, a seasio do julgamento, PaloJiri, neo s6 as partes , mas todas as tes•temunhas arroladas . Podia, no plena-rio, essim, o defensor do paciente rein-quirir as testemunhas , no presengedente, se julgasee qua o depoimentodelas , parents o r6u, fosse necessirio

R.T.J. 72

A defesa . Alem de no ter argaido,pois, o descumprimento do art. 360do C. Pr. Pen., nao usou do fecul-dade legal, qua the assistia , pare on-.prir ease omisseo . Conte do ate doweak de julgamento ter o juiz consul.tado as partes se dispensavam as de-poimentos des testemunhas, havendo adefesa e a acusacao so pronunciadoPalo dispense (f. 66-v .), niio tendo,ainda , o defensor do reu nada slags.do, quanto a pretendida nulidade, naaraz6es de apelacio (f. 69 a v.), nosquail, Como preliminar , Be increpa null.dads do julgamento por haver acorri-do contradigio dos jurados nos res-postas aoa quesitos a as argumenta,quanto so merito, com a circunsten-cia de ter o reu praticado o crime aci-dentalmente.

Na impetragio, de outra parte, naose especifica, de mode concreto, o pre-juizo qua teria resultado pare a defe-sa em razao do descumprimento de re-gra do art. 360 do C. Pr. Pen., cujeviolafao nao so ache entre as nulide-des erroladas no art. 564.

33

Indefiro, pois, a ordem, reportando-me a precedente consubstanciado nojulgamento do RE 62.064, em quapredominou a opiniiio , expressa quan-to a caso enelogo so presents, peloeminente Ministro Thompson Flores(R.T.J., 48/585).

EXTRATO DA ATA

HC 52.685 - PB - Rel., Minis-tro Leitao de Abreu. Pte., FranciscoAntonio do Silva, vulgo "Chico Fube"Impte., Geraldo Gomes Beltrao.

Decisao: Indeferido o pedido, a una-nimidado de votes.

Presidencia do Sr. Ministro Thomp-son Flores. Presentee i sessio oe Se-nhores Ministros Antonio Nader, Xa-vier de Albuquerque, Leitio de Abreue Cordeiro Guerra. Subprocurador-Go-ral do Republica, Dr. Oscar CorreaPine.

Brasilia, 25 de novembro de 1974.- Helio Francisco Marques, Secrete-rio do Segundo Turma .

RECURSO DE HABEAS CORPUS N.° 52.781 - RS(Tribunal Pleno)

Relator: 0 Sr. Ministro Rodrigues Alclnnin./

Recorrente : Joie Carlos do Silva . Recorrido : Superior Tribunal Militar.

Habeas corpus . Crime contra a Segurarga Nacional . 0 crimedo furto, simples ou qualificado, nao se enquadra no previsio doart. 27 do DI. 898/69 a nao 4 crime contra a Segurarga National.Incompetencia do Justiga Militar pare o processo a julgamento decrime de furto praticado contra sociedade de credito imobilidrio.Recurso de habeas corpus provide pare determiner a remessa do pro-cesso a Justice comum estadual.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidoa satesautos , acordam as Ministros do Supre-mo Tribunal Federal, em Sessao Ple-na, per unanimidade de votes, darprovimento so recurso , nos termos dovoto do Relator, no conformidade doata de julgamento a des notes taqui-grificas.

Brasilia , 18 de setembro de 1974.- Eloy do Roche, Presidents. - Ro-drigues Alcknrin, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Rodrigues Alckmin:- Trata-se de recurso de habeas cor-pus. Foi a ordem impetrada contra oilegitimo constrangimento decorrentede prisio de Joao Carlos do Silva, seraquo as desse ela em flagrante on me-diante ordem escrita de autoridadecompetente. Informado de qua a pri-aao fore homologada pelo Juiz Auditordo 3a Circunscricao do Justica Militare do ezistencia do den6ncia por crime

r ^ w

t o..

34 R.T.J. 72

contra a seguran;a national , o Supe-rior Tribunal Militar nio conbeceu dopedido . No recurso ordinary quo in-terp6s, o paciente slags incompeten-to a Justice Militar, porque o caso 6de furto.

A Procuradoria-Geral do Repfrblicaopine polo nio-conhecimento do recur-so, nos termos seguintes : (Le f. 56).

It o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Rodrigues Alckmin(Relator ): - Leio a den(ncia:

"em data de 28 . 7.73, aproxima,damente as 10 horas , houve um rombo no GB - Cia. de Cr6dito Into.bilifirio, em sua sede matriz , nee se-las 15 a 16, 19 ender do Edificio,no Rue Uruguai no 335, nests Ca-pital.

Luis Carlos Schunk, trabalhou naGB, como auxiliar do escrito'ry, noperiodo de 15 de junho a 15.8.73.Exercia sues atividades not sala con-tigua aquela onde so encontrava acaixa-forte , ocasieo am qua tevecondig6es de observer qua o nume,rerio do Cia. ficava depositado numcofre, no 19 andar do Edificio. No-tou qua o segredo do cofre estavacorn defeito , corn folga em seu me-canismo a percebeu que as chavescostumavam ser guardadas puma desgavetas de uma escrivaninha, quanio era chaveada , sendo, pois, feciiabri-lo.

Arquitetou o piano de roubar odinheiro existents no cofre a pareisso, atrav6s de urn continuo, con-seguiu dente , por empr6stimo, a cha.ve de acesso a sale, mandando fa.zer uma c6pia do mesma . Elabo.rou um croquis do local, onde assi.nalava a escrivaninha e a gavetaonde era guardada a chave do cofre,bent comp a local izag5o dente.

Entrou em contato corn Jos6 Pe.dro Guedes qua, por sua vez, con•seguiu aliciar a Joio Carlos de Sil-va a Otivio Vieira Santos.

A acio foi realizada do seguintemaneira : no die aprazado , 28.7.73,cerca de 10 horse do manhi, Luis

Carlos School; ficou na Rua Uru-guai , sequins, corn a Josh Montaury,ja qua era funcion4rio do GB epoderia ser reconhecido , aguardan-do o final do agio.

Jose Prado Guedes, do posse dechave de acesso as sales 15 a 16e do "croquis", penetrou no local,executando o roubo . Usou as In-vas, pare nio deixar we m6veis aobjetos , suss impress6es.

Joao Carlos de Silva, acompanha-va Jose Prado Guedes, no interiorde sale . Tocou em uma pasta, dei.xando na mesons sues impress6eadigitais . (Pericia do f. 106 a se-guintes).

Otevio Vieira Santos , postou-seno corredor, observando o movimen-to de terceiros , pare alertar sewscompanheiros no caso de aproxima-cio de alguma pessoa.

Jose Prado Guedes, na posse decaixa metdlica retirada do interiordo cofre a contendo a importinciade Cr$ 288.000,00 (duxentos a oi.route a oito mil cruzeiros ) a envol-veu em none japona de Otfivio Viei-ra dos Santos e o trio abandonou olocal, indo encontrar-se corn LuisCarlos Schunk, no lugar previamen-te combinado.

Mais tarde, o quarteto se reuniuem Belem Novo, no reside"ncia doJose Prado Guedes a corn o concur-so de Antonio Rodrigues dos San.tos, que trouxera de sue residenciaurn "p6de-cobra", arrombararn acaixa metilica qua continha o di.nheiro.

A seguir fizeram a divisio doproduto do roubo, cabendo a codeurn a irnportancia aproximada deCry 70.000,00 ( setenta mil cruzei-roe). A Antonio Rodrigues dos Semtos coube uma recompense deCr$ 5.000,00 (cinco mil cruzeiros).

Na noite daquela meama data,Jose Prado Guedes auxiliado perLuiz Carlos Olinto Bisch, jogou noRio Guaiba , no local denominadoPraia do Veludo, a caixa rnetelica,corn a finalidade de fazer desapa-racer o objeto.

Luis Carlos Olinto Blach , por sueajuda, recebeu a irnportincia do ..

Ir

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Cr$ 1 . 500,00 (hum mil a quinhea-tos cruzeiros).

Corn o produto do roubo, us de-nunciados fizeram as seguintee aqui-siS6es:

Luiz Carlos Schunk, adquiriu umautom6vel mares Aero Willys, pla,coo AE-7849.

Jose Prado Goad" , Compton unncarro marce Ford-Corcel do placesBA-6585.

Jogo Carlos do Silva , adquiriu oveiculo Ford-Corcel, do places BM-3398.

Ot4vio Visits, Santos , mouton urabar noturno , denominado Cartola,localizado no Av. Venancio Aires,no 494.

Antonio Rodrigues dos Santos,comprou um carro marce Gordini,tendo, depois de uma capotagem,vendido o mesmo.

E Como assim procedendo tenhamos denunciados incorrido nos sang6esdos dispositivos capitulados, em se.parado pare cede um , o Ministe.rio P6blico do Unigo junto a Jus-tiga Militar, oferece a presente de-nuncia Clue espera ser recebida, parsqua as R . sejam processados, jul-gados e afinal condenados".

E evidente, pelos termos de denun-cla, qua houve, no case , furto a ngoroubo. Nem as consegue atinar como.sem mencionar grave ameaga on vie'lencia a qualquer pessoa, a denAnciaas refira a "roubo", numa confusgode conceitos elementares.

35

Crime contra a seguranga nacionalprevisto no art. 27 do DI. 898/69 4"asseltar, roubar on depredar" estabe-lecimento de cr4dito on financiamen-to. A a4ao expressa pain nficleo dotipo em qualquer dos cases pressup6eviolencia a nada tent a ver corn furtoqualificado qua se mencionou.

Desnecessirias ago outras considera-C5es pare qua conclua pelo provimen.to do recurso, a fim de set o processoencaminhado a Justiga do Estado, qua4 a competente, pela inexistencia docrime contra a seguranga nacional, seraprejuizo do prisso preventive decre-tada.

E o men veto.

EXTRATO DA ATA

RHC 52.781 - RS - Rel., Minia-tro Rodrigues Alckmin. Recte., JogoCarlos do Silva . Recdo., Superior Tri-bunal Militar . Impte ., Lasier CostaMartins.

Decisao: Provido, nos termos dovoto do Relator. Unanime.

Presidencia do Sr . Ministro Eloy doRoche. Presentes a sessgo os SenhoresMinistros Oswaldo Trigueiro , AliomarBaleeiro , Djaci Falcio, Thompson Flo.res, Bilac Pinto , Antonio Neder, Xa-vier de Albuquerque , Rodrigues Alck.min a Leitgo de Abreu . Procurador-Geral do Repdblica , o Prof. JoseCarlos Moreira Alves.

Brasilia, 18 de setembro de 1974.Alvaro Ferreira dos Santos, Dire-

tor do Departamento Judiciar:o,

i ' 11toRECURSO DE HABEAS CORPUS N.o 52 . 804 - SP

(Primeira Turma) 2 u^Relator : 0 Sr. Ministro Djaci Falcio.

Recorrente : Carlos Henrique Godinho . Recorrido : Tribunal de Algeda Cri-minal de Sio Paulo.

Rea manor a que no lase extrajudicial do processo teve a assia-ti-lo defensor, no interrogatdrio, designado pare tambem servir comeaaador.

AC6RDAO julgamentos a notas taquigrfificas, Aunanimidade de votos, negar provi-

Vistos, relatados a discutidos gates mento ao recurso.

autos, acordam os Ministros do Pri- Brasilia , 1 do outubro de 1974. -meira Turma do Supremo Tribunal Oswaldo Trigueiro, Presidents. - Dja-Federal, no conformidade do ata de ci Falcio, Relator.

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RELAT6RIO

O Sr. Ministro Djaci Fafcio: - Adecisao objeto do presente recurso or-dinirio guards o seguinte teor:

"Vistos, relatados a discutidos es-tee autos de HC 52. 654, do Comar-ca de Birigiii, em qua 6 impetran-te o Bel . Raphael Potenza, sendopaciente Carlos Henrique Godinho:

Acordam, em sessio do SegundoCamara do Tribunal de Alcada Cri-minal, por votacio unanime, dene-gar a ordem.

Os Bachar6is Carlos Henrique doAlbuquerque Mendes Godinho aRaphael Potenza, regularmente ins-critos no O.A.B., impetram ordemde habeas corpus a favor de CarlosHenrique Godinho , quo se achacondenado a pens de dole (2) me-sea a dez ( 10) dies de detenceo,como incureo no art. 129, § 69,oombinado corn o art. 51, § 19, am-bos do C. Pen., e qua the foi im-posts polo MM. Juts de Comarcade Birigui.

Alegam cerceamento do defesa,de vez quo o Magistrado indefertupedido de substituicio de testemu-nha arrolada polo ex-defensor dopaciente . Insurgem-se contra a fal.to de nomeagio de curador no faceextrajudicial . Afirmam quo a peri-cia realizada polo policia foi con-cluida antes do citacio , aeon posei-bilidade, portanto , de ser acompa-nhada pela defesa, qua por loon M-formulou queeitos . E, finalmente,sustantam quo houve violaFio soprinciple de indivisibilidade do aciopenal, porquanto terceiros contri-buiram pare o evento, sem qua foe.sera incluidoe na acio.A ordem foi distribuida antes de

ear o feito sentenciado . Requisita-dos a apensados us autos, j6 entiorom a r . sentence proferida , opinoua douta Procuradoria do Justicepela denegacio do ordem.

Inooorreu o alegado constrangi-mento.

0 paciente , quando na direcio doum veiculo, den causa a quo o mes-mo capotasse, eofrondo ferimentosdois de sew ocupantes . Nio pos-

auto ele, paciente, habilitacio legalpore dirigir volculos.

Nio as ressente o proceeso doqualquer nulidade . 0 defensor dopaciente pretendeu substituir teste-munha per outra, anteriormente ou-vida, no face policial , a com ob-servancia do contredit6rio. Bernandou o Magistrado indeferindo 0pedido. Se a testemunha je foreouvida, a do tornado de seu depoi-mento participou a defesa, nio he-via per quo, so arrepio do dispostono art. 405 do C. Pr. Pen. rein-quiri-la.

Na fase policial o paciento con-too corn a prosenca de sou defensorem todas as eudiencias . Em juizo,no set interrogado , teve curador no-meado. Atendidas foram as erig6n-cias do lei processual.

A vistoria realizada per peritosoficiais do I.P .T. nio apresentaqualquer irregularidade . A defesa,duranto todo o curso do proceeso,manteve-se silente quanto so quo oraalega, into 6 , quo nao participou docolheita desea prove. Sequer emalega$Ses finis b6 qualquer refe-rincia a sees circunstincia . Trata-se,

ademais, de prova feita no policia,e nio na fase judicial.

0 derradeiro argumento , do mes-me forma nio merece acolhida. 0paciente passeava corn amigos quan-do o veiculo per eta dirigido veioa capoter . Ora, pretender quo tam-b6m os acompanhantes do pacientesejam incluidos na acio penal serfdilater excessivamente o conceito deco-autoria. A circunstincia de quatodos participavam do memo pas-seio 6 irrelevente . 0 certo 6 quaprova alguma exists de co-autoria.

Neese conformidade, denega-se aordem.

Desapensem-se os autos, reatituin-doos a comarca de origem.

Participou do julgamento, altmdoe infra-assinados, o Sr. Jule Cas-tro Duarte.

Sin Paulo, 16.4.74. - Ferreira

Leite, Presidents coin voto.Cunha Boom, Relator".

Conforms se verifica dos raz6es de-senvolvidas a f. 82 usque 94, quo

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leio nos sous trechos essenciais, o re-corrente insists na sue pretensao. 0recurso tramitou regularmento a pe-rante esta Corte a Procuradoria-Ge-rat do Republica manifestou-ae paleconfirmagao do aresto impugnado.

VOTO

O Sr. Ministro Djaci Fefcio (Rela-tor): - 0 ac6rdio , pole sua motiva-gao, merece ser mantido . Ademais,completa-se polo minucioso a brilhan-te parecer do Dr . Helix Pinheiro daSilva , in verbis:

"Nenhuma razio, contudo, assis-ts aos impetrantes em qualquer dosfundamentoa acima reproduzidos.Assim a qua , na fase extrajudicial,foi o paciente assistido por defen-sor de escolha do ore impetrante.Fez-se tel defensor presente eatuante , reinquirido testemunhas (fo-Ihas 37, in fine a 37-v., 38-v. e42), pole sua eficiencia a dedica-gao sendo mantido no fase judicial,ate a audiencia de julgamento,quando foi substituido por outroprofissional.

Vale ressaltar qua, no Policia, orecorrente foi tao-s6 qualificado(f. 34), sendo interrogado em Jui-zo, na presenga de defensor a Cura-dor (f . 54), o memo qua ate an-tao o vinha assistindo.

A pretendida nulidade do pro-cesso por ter sido a pericia realize.do notes de ser o reu citado, seapresenta de gritanta improced6a-cia, pois, nos crimes tipicos de au-tom6vel, qua s"ao on acidentes detrinsito culposamente cometidos edos quaffs results morte on lesao,a integridade fisica de terceiros, apericia h6 de se fazer, imediata-mente, de modo a possibilitar quaon peritos surpreendam no local doevento, a antes quo este sofra qual-quer alteragao , os vestigios indica-tivos des suss causes.

Na hip6tese em examine, nem mea-mo havia a efetiva possibilidade dorealizarae pericia com tat fim, issoporque, Como expressamente con-fessado por Antonio Pacheco Me-Ihado, "ap6s o carro ter tombado

37

ele sem pensar no qua estava fa-zendo, retirou o veiculo do rodo-via, colocando-o num pasto pr6zi-mo" (f. 61).

Em tais circunstencias s6 podiamon peritos proceder a tuna simplesvistoria no carro a local em qua omeamo foi encontrado a qua, resul-ts esclarecido , nao ter sido o do ad-dente. Vale main a vistoria poleconstatagao objetiva do mau esta-do em qua se encontravam as pneustraseiros do veiculo dirigido polorecorrente . A pretensao de formu-lar quesitos nao tinha assim qual-quer sentido , nom tern cabimentoem pericias pare a constatagao deculpa em acidentes do trinsito dequa resultem vitimas, aguardo-aepare a sua feitura a precedente ci-tageo do reu.

Win se caracteriza , outrossim, oalegado cerceamento de defesa Palofato de haver o juiz indeferido pe-dido de substituigio des testemu-nhas arroladas nos ategagbes preli-minares , pois tal substituigao s6tom Lugar quando elas nao sao en-contradas ( art. 397 do C. Pr. Pen.),e no hip6tese submetida so julga-dor as testemunhas quo no momen-to pr6prio haviam sido arroladaspole defesa atenderam a intimagaoqua then foi dirigida , uma dolesate, apesar do convocagao dinerrespeito a pessoa de nome diver-so. Descabido an tornava ouvi-lasporque ji o haviarn sido na ins-trugao quo as realizou no Policia.

Ressalte-se quo , an pare o escla-recimento da verdade Be afiguras-so necesserio no juiz ouvi-las, te-lo-ie feito comp diligencia pessoal,ate porque, pare atender postula-gao de defesa ( f. 59-v .) converteuo julgamento em diligencia a fimde novamente interrogar o reu ob-jetivando a obtengao de esclareci-mentos qua por eats pudessom serproporcionados (f. 60-v.).

Toda amplitude assegurou-se,pois , so exercicio do defesa, o quonao se confunde cram a permissibi-lidade is partes de turnultuar oprocesso, imprimindo4he rito diver-so do previsto em lei.

38 R.T.J. 72

Finalmente , improcedente comoas demais, a alegagio de haver aautoridade policial, na elaboragaodo Porteria, desatendido o princi-pio do indivisibilidade do agio pe-aal, tanto 6 certo que, o simpleslato de terem os amigos do recor-rento participado do passeio emquo, o veiculo por este dirigido veioa capotar , nio significa necessaria-mente , qua tivessem concorridoPara tal evento , pole tanto impor-taria , como ressaltado no veneran-do ac6rdao recorrido, em dilaterexcessivamente o conceito de co-autoria. De qualquer sorte, a ale-gada indivisibilidade do agao, nostermos em que poste , demandariaPara a aferigio do sue proced€n-cia on ago , o exame analitico daprova , o que no pode ser objetode habeas corpus, como reiterada-mente decidido polo Pret6rio Ex-celso (HC 5.986-GB, rel. Minis-tro Antonio Neder, D.J. de ..24.5.74, p . 3.526; RHC 52.353 --GB, Rel . Ministro Xavier de Al-buquerque , in A.J ., de 31.5.74,p. 3.732).

Ressalte-se per Elm que, do sem

tenga condenat6ria , as com ela in-

conformado estiver o r6u, Cabe ape-

lar, nao sendo o habeas corpus sa-cedaineo da apelagao"

Adotando essas consideragoes nego

provimento so recurso.

EXTRATO DA ATA

RHC 52 . 804 - SP - Rel., Mi-nistro Djaci Falcio . Recte ., CarlosHenrique Godinho . Recdo ., Tribunalde Algada Criminal de Sao Paulo.Impte ., Carlos Henrique de Albuquer-que Mendes Godinho.

Decisao: Negado provimento, una-nimemente.

Presidencia do Sr. Ministro Oswal-do Trigueiro . Presentes i sessio osSrs. Ministros Aliomar Baleeiro, Dja-ci Falcao , Bilac Pinto, e o Dr. OscarCorrea Pins, Procurador-Geral da Re-publica, substituto . Ausente, justifica-damente, o Sr. Ministro RodriguesAlckmin.

Brasilia, 1 de outubro de 1974. -Alhertn Veronese AIIniar. Secretwrio.

Gnn•^`DRECURSO DE HABEAS CORPUS N" 52.823 - GB(Segunda Turma) a ^OL 9,0 -11;

Relator : 0 Sr. Ministro Antonio Nader. /

Recorrente : S6rgio Mendonga . Recorrido : Tribunal de Justiga do Estade

de Guanabara.

1. Se a defensor constituido polo rdu abandonou a procesaqobvian,ente justificevel e a norneagao do outro, . Nenhunaa mrll-

dads se pode argiiir polo fato de niio haver sido intimada aquele pri-meire We tomar cilnda de quando se realizaria a instrugeo cri-nvnal.

2. 0 principio do contraditnrio deve set observado, coma de-termina a Conatituigae,• mas a sue irobserviincia as inquiricio de

urns testemunha cujo depoirnento nio foi sequer mencionado nosentenga condenat6ria, quo se baseou contras proves , niio anula acondenagao do rea, comp expresaem as arts . 563 a 566.

3. Recurso de habeas corpus a quo o S.T.F . mega provirento.

ACORDAO tado , decide o Supremo Tribunal Fe-deral, por sue Segundo Turma, una-

Vistos a relatados sates autos de nimemente, negar provimento eo re-

recurso de habeas corpus 52.823, do curso, de acordo com as notes juntas.

Estado do Guanabara , em qua 6 re- Brasilia, 11 de outubro do 1974.

corrente S6rgio Mendonga a recorrido - Thompson Flores, Presidents. -

o Tribunal de Justiga do referido Es- Antonio Nader , Relator.

-t

R.T.J. 72

RELATORIO

0 Sr. Ministro Antonio Nader: -1. 0 MM . Juiz do 159 Vera Crimi-nal do Justice do Guanabara conde-nou Sergio Mendonca a outro comoincursos no art. 157, § 29, I e II,do C. Penal.

Em favor do primeiro, o advogado

Jose Antonio impetrou habeas corpus

so eg . Tribunal de Justiga do sobre-

dito Estado , e o fez alegando que no

processo a que respondeu o paciente

an configuram duas nulidades : a) fal-

ta de intimacao do defensor pare os

atos do instrucao criminal ; b) inobser-

vancia do principio do contraditorio

na inquiricao de uma testemunha.

2. 0 referido a nobre Tribunal de-negou a medida , a essim decidiu pe-las razSes constantes do seguinte acorndao (f. 43-44):

"Vistos, relatados e discutidos ospresentes autos de HC 29.683, emque 6 impetrante o Dr. Jose A.Aliverti a paciente Sergio Mendon-ga:

"Acordam on Desembargadores do30 Camara Criminal do Tribunalde Justiga, por maioria do votos,denegar a ordem.

Alega o impetrante que o pro-

cesso 6 nulo por ausencia de con-

traditorio, des qua a testemunha

ouvida na instrugao criminal limi-

tou-se a confirmar declara4;6es cons-

tantes dos autos , e, ainda, por nao

ter sido intunado o advogado do

paciente.

Ambas as alegagoes nao proce-dem. A conformagao , pela testemu-nha, de declarag6es que prostateanteriormente , dispensava a trans.crigao des declarag6es no texto dodepoimento , a proporcioneva quanao so o juiz comp o proprio

39

instauragao do contradit6rio. Rela-tivamente a falta de intimacao doadvogado inicialmente constituidono interrogat6rio , o qua ocorreu foiqua, verificada a ausencia do re-ferido advogado , outro foi nomea-do pelo Dr. Juiz, em presence doacusado, que, implicitamente o acei-tou, aceitando ainda um segundoqua foi nomeado como se ve def. 30.

Posteriormente , aberta vista dosautos pare diligencias on advogadoinicialmente constituido pelo pa-ciente, como as v6 de f . 32, in fine,note nada requereu , on, melhor,nada alegou, demonstrando ter aban-donado a cause , o que motivou sero paciente defendido pelo Dr. De-fensor Pfiblico, que apresentou asalegac6es de f. 33-34.

On, se nulidade tivesse ocorri-

do, a oportunidade pare alega-la

era a dos arts. 499 e 500 do C. Pr.

Pen., de conformidade com o qua

disp6a o art . 571, n9 II, do cit.

Cod., a dentro dos prazos fixados,

prazos esses que "correrao em car-

torio independentemente de intima-

coo as partes", por force do qua

dispoe o art . 501, do memo Co-

digo.

Ora, nenhuma nulidade foi tem-pestivamente argilida, a so agora,depois de condenado por assalto amao-armada, a pens de 5 ands e4 meses de recluaao a multa de .Cr$ 15,00, 6 qua, por intermediode urn outro advogado , vem alegarnulidade, por falta de intimagao,quando 6 certo que o que houve foiabandono total do advogado ini-cialmente indicado , que nem sequeracorreu em tempo Gtil, - quandodevera facer, independentementede intimagao, - pare alegar a pro-tendida nulidade , o qua so por viade estranho formalismo seria do

acusado , atraves de seu defensor , atender-se , formalismo qua, no en-

entrassem em maiores indagagoes tanto, a lei nao ampara".wbre o conteudo dos referidas de- Nessa decisao, um dos componentesclaracoes , ensejando , am duvida , a do Camara Julgadora , o Desembarga-

40 R.T.J. 72

dor Oduvaldo Abritta, ficou vencido(f. 44):

"(...) "pois reconhecida a nuli-

dads decorrente do falta de intima-

Sjo do advogado constituido, pare

a audiencia de inquirisi o de testo-

munha . A nomeasio de defensor

dativo, sem previa consults so reu

presents , no a velida pare a con-

clusio de qua dito reu tenha se con-

formado implicitamente com aquo-

le ato; e a felts de alegasiio do

nulidade nos devidos prazos 6 con-

segii@ncia do ausencia involuntl+ria

do advogado escoihido polo reu".

3. An julgado acima tranacrito, oimpetrante interp6s sate recurso or-dinerio deduzido nester termos: ...(Id).

3. A iluatrada Procuradoria-Geraldo Republica emitiu o seguinte pare-car do autoria do ilustre ProcuradorHello Pinheiro de Silva a aprovessodo nobre Procurador-Geral, substitu-to, Dr. Oscar Correa Pina ( folhas61- 64) :

"1. Interrogado no die 3.4.73,o ors paciente , que nesse ato ale-gou ser manor de vinte a urn ands,teve designado Curador pelo juizo mesmo profissional cujo Homeindicou como sendo o do defensorpor ale constituido (f. 10).

2. 0 inicio do instrusio crimi-nal nio foi marcado news oportu-nidade, sendo as testemunhas arro-ladas na denuncia somente ouvi-dos, dues doles, no die 1 . 8.73, (fo-Ihas 24 a 26 ), e a ultima a 10 dosetembro do mesmo and (f. 30).

3. Para eases atos processuais,estando o reu preso, nio foi, cou-tudo notificado o defensor per eleconstituido a qua tambbm, polomends enquanto perdurasse a suaalegada menoridade , deveria sasis-ti-lo como Curador.

4. Nio he, data venia, como aco-Iher-so a informacio proporcionadapolo ilustre Juiz do 15° Vera Crimi-

nal, de que o curador e defensordo ore recorrente nio compareceuno sumiirio porque niio quis (fo-lha 38 ), ainda qua tanto possa emverdade ter ocorrido.

5. Do sorts qua , ressente-se o

processo do apontado vicio. Nio

resulta, porem, comprovado, qua do

substituisio do defensor constituf-do Palo designado juiz, nas audien-

cias em qua ouvidas as testemunhas

arroladas no denCncia , qualquer

prejuizo tenha advindo pare a de-fesa do recorrente . Canto a certo qua

des declarasoes por alas prestadasnenhuma incrintinasio direta as fezi possoa dos acusados presentes ansum4rio, a qua no tiveram como

reconhecer , quer pale rapidez comqua se deram os fatos, como tem-b6m polo decurso do tempo (fo-

Ihas 24-25 a 26).

6. A inexpressividade dessa pro-va e o no reconhecimento dosacusados pelas testemunhas, foiponto nodal do defesa (f. 33-34),advindo a condenasio polo conjun-co de elementos reunidos no pro-cesso a qua proporcionaram so jul-gador o convencimento do autoriado crime pelos denunciados.

7. 0 fato do nio as haver noti-

ficado o defensor constitufdo pare

o sumfirio, do inexpressivo as afi-

gurou, in caw, so dedicado signa-

tario dos alegas6es finals juntas por

copia a 1. 33-34, qua nom mereceu

dole qualquer referencia, on aer ar-

gilido como fator de nulidade pro-

cessual . E em tal momento cabia e

defesa suscit6-la, se a entendesse

configurada, sob pens de resultar

sanada.

8. A segunda nulidade arguida,diz cram o fato do juiz, no tocantsa uma dos testemunhas , ter folioconsigner qua ela confirmava ostermos de informacSes anteriormen-to prestadas, an a inquirindo sobreo fato focalizado pale denuncia, 0qua, so entender do impetrante,

R.T.J. 72 41

importava em nao se haver proce-dido a instrugio criminal no pro-cesso . Ocorre, por6m, qua, presen-tes so ato os defensores designa-dos Para assistir os acusados, po-deriam ter reinquirido ease teste-munha , pois tanto Ihes foi assegu-rado ( f. 30). Acrescente-se quaBois outros depoimentos foram to-mados (f. 24-25 a 26), descaben-do assim dizer qua no caso noticia-do pela impetracao nao as tinba pro-cedido A instrucao criminal. Nodecisao citada polo impetrante re-sults claro qua o contradit6rio anse poderia considerar como feito,porque o juiz deixara de inquiriras tostemunhas.

9. Ressalte-se, por fim, qua asentengs condenat6ria foi prolata-da a 8 de abril do ano em curso,nao esclarecendo o impetrante secontra ela interp6s apela4ao. Setal foi feito , no seu julgamento ca-bere apreciar a exist6ncia on nao

r6u s6 n5o foi intimado porque aban-

donara o processo, a as o recorrente

nao demonstrou o contrerio, 6 de asreconhecer justificada a substituicaodo defendente no caso agora discutido.

Portanto , nao se tam comp aceitaro argumento qua d x respeito so por-menor.

2. Quanto a inobservencia do prin-cipio do contredit6rio , 6 do as reco-nhecer qua, not verdade , o juiz procea-sante do instrucao criminal inquiriua testemunha Miguel Roche (f. 30)sam cumprir o referido mandamentoconstitutional.

Sucede , todavia, qua a sentenga im-pugnada nao se baseou no depoimentodo Miguel Rocha pare condoner o pa-

ciente Sergio , so qual nem so refe-

riu ale em seu texto.

Consegiientemente , a discutida feltsnao prejudicou o reu , nao influiu na

verificafao do fato, nem no decisao( C. Pr. Pen., arts. 563 a 566).

daa nulidades qua vem de ser aus-rau doore emedidoit d

3. Corn estes fundamentos , nego-meg,as no pc e a prover o recurso.

recurso . Se ao contrario , deixou do6 por qua entendeu juataelara ,p VOTO

a condenagio a isento de vicios oprocesso. O Sr. Ministro Cordeiro Guerra: -

10. Face so exposto, 6 o parecer, Tamb6m nego provimento Palos fun-pelo improvimento do recurso". damentos do voto do eminente Rela-

4. It o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Antonio Nader (Re-

lator): - 1. Ao ergumento de qua

o defensor constituido polo r6u S6r-

gio Mendonga nao foi intimado Para

ci6ncie de quando se realizariam os

atos do instrugio criminal , respondeu

o ac6rdao impugnado qua so nao pra-

ticou squalls ato porque o defendente

abandonou o processo.

Acrescentou sobredita decisao qua,so demais , o reu, agora paciente, acei-tou tacitamente a nomearcao de outrodefensor porque, presente so ato, naose op6s a qua ale se coneretizasse.

Ora, se o eg . Tribunal a quo afir-mou qua o defensor constituido polo

tor a polo principio do qua nao henulidade sera prejuizo.

EXTRATO DA ATA

RHC 52. 823 - GB - Rel., Mi-nistro Antonio Nader . Recta ., S6rgioMendonga . Recdo ., Tribunal de Jus-tica do Guanabara . Impte ., Josh An-tonio Aliverti.

Decisao : Negado provimento, una-nime.

Presidencia do Sr. Ministro Thump.son Flores. Presentes a sesaao os Se-nhores Ministros Antonio Nader, Xa-vier de Albuquerque a Cordeiro Guer-re. Ausente, justificadamente, o Se-nhor Ministro Leitao de Abreu. Pro-curador-Geral do Rep6blica, substitu-to, Dr. Oscar Corr6a Pine.

Brasilia, 11 de outubro de 1974. -Hefio Francisco Marques, Secretario.

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PETIQAO DE HABEAS CORPUS N.a 52.856 - SP

(Segunda Turma) Srn^ 'a-

Relator: 0 Sr. Ministro Antonio Nader. / a 1 ,, .y - l ^}. •^

Paciente : Antonio Gongalves de Oliveira.

I. Citageo-edital a qua an ptocedeu nos terns do art. 361do C. Pr . Pen. sem quo o tea base ptucurado na teen do sunmoradia indicada no procem . Nulidade processual.

2. Petigao do habeas corpus deferids.

ACORDAO

Vinton a relatados eaten autos doPetigeo de Habeas Corpus nQ 52.856,do Estado de Sao Paulo , em qua 6 pa-ciente Antonio Gongalves de Oliveira,decide o Supremo Tribunal Federal,por sue Segundo Turma, unanimemen-to, conceder a ordem, de acordo cornas notes juntas.

Brasilia, 22 de novembro de 1974.- Thompson Flores, Presidents. -Antonio Nader, Relator.

RELATORIO

O Sr. Ministro Antonio Nader: -1. 0 advogado J. Silva, de Sao Paulo,impetra habeas corpus em favor deAntonio Gongalves do Oliveira, e o feznestes terrace (f. 1-4):

"1. 0 paciente foi denunciadoparents, o Meritissimo Juiz de Di-reito do 16a Vara Criminal do Ca-pital, comp infrator do art. 155,§ 49, item IV, do C. Penal (do-cumento 2).

2. Tendo a feito corrido it reve-lia do patients, sobreveio a rcepei-tfivel sentenga do f. 78-9 doe autos,qua condenou it pena de 2 epos e6 metes do reclusi o, multa deCr$ 3,00 a so pagamento das custasprocessuais, como incurso nas san-goes do artigo j6 mencionado (do-cumento 3).

3. Em cumprimento a essa res-peit6vel decisao, foi expedido o com-petente mandado de priseo, devida-mente cumprido , ap6e o qua reque-reu o peticion4rio um pedido do re-viseo criminal , julgado polo Segun-do Grupo de Cemaras do eg. Tri-bunal do Algada Criminal do Ca-

pital, qua por venerando ac6rdaode 3.10 . 73 deferiu "o pedido re-visional pare o efeito de reduzir apane corporal a 2 (dois) ones dereclusao a multa de Cr$ 2,00 (doiscruzeiros)" (dot. 4).

4. Inconformado corn a deciseo,por nao ter lido enfrentada a ques-tao de nulidade de citagao conformsse ire do respeit4vel voto vencidodo Dr. Ricardo Couto (dot. 5), or6u por sou defensor , impetrou umaordem de habeas corpus so eg. Tri-bunal de Algada Criminal de Ca-pital , qua par venerando ac6rdao do6.8.74, foi denegada a ordem polomemo Grupo de Cemaras (do-cumento 6). tornando o eg. Tribu-nal em coator e, dal, o pedido dehabeas corpus impetrado originaria-mente a ease Augusta Corte, faceso art . 119, n9 I, letra h da Cons-tituigao Federal.

5. Data maxima venia, o pro-ceaso encontra-se nulo a partir decitagiio judicial do patients, eis quoso ser qualificado a interrogado noinqu6rito, declinou comp sendo seuenderego a Estrada do Orat6riouQ 4,505, na Vila I.V.G. (dot. 7).

6. Ao expedir o mandado cite.t6rio . stele foi consignado polo Car-t6rio do 169 Officio Criminal da Co-pftal. o eaderego fornecido polo pa-ciente na Policia, ou seja, Estradado Orat6rio no 4.505 - Vila I.V.Q.,todavia, o Sr. Oficial de Justiga nodiligenciar f6-lo em outro local, ten.to qua 6 taxativo em sue certideo,so afirmar

"Certifice a dou f6, an Oficialde Justiga abaixo assinado, quaem cumprimento so mandado re-tro a sue respeit6vel asainatura.

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quo me dirigi a Estrada do Ora-t6rio no 4.550, a of sendo del.zei de char o reu, Antonio Gon-calves de Oliveira, em virtude deo mesmo no residir Neste erde-repo, a ser pesos desconhecidasiesta local estando pois o monoem lugar incerto e ni o sabido"(doc. 8).

"7. Ora , nao poderia mesmo sercitado o paciente pare os termos deacao penal , pois equivocadamente omeirinho dirigiu-se, embora na mecerta , em n(mero totalmente diver-so daquele fornecido polo pacientee constants do mandado : Estrada doOratorio n9 4.505, pois diligencioua Estrada do Oratorio nv 4.550.

8. A Portaria (doc. 9 ) foi bai-zada no die 20.1.67 pela DelegaciaAuxiliar do Quarto Divisio Policial- especializada de investigacoessobre furtos - e o paciente foi deti-do, em sua residencia , por aquelaespecializada dia 7 . 2.67, somentetendo sido posto em liberdade dia23.2.67, isto e, depois do seu in-terrogatorio , no inquerito policialinfelizmente , forcado sob ameacas,depois de detido 16 dias ilegal-mente.

9. Nota-se qua o endereco dopaciente era realmente aquele indi-cado , isto e , Estrada do OmtorionQ 4.505 , pois caso contrerio as poli-ciais nao o teriam localizado, alemdisso, a inocua a presuncio de errodatilogrefico na certidio do meiri-nho, pois , se o paciente houvessemudado daquele endereco teria sido,atraves de diligencia , cientificado dosucessor all residindo on dos vizi-nhos, daquele fato.

10. Como se observe , claramen-to demonstrado ester o defeito nacitacio do paciente impondo-se.comp consegiiencia a anulacao doprocesso a partir desse ato , pois nopodere ser negado esse erro, paraqual nao concorreu o paciente a esterem jogo interesse de sumo relevoqua e a liberdade do paciente, quopor este erro do ato processual in-fluiu concretamente na apuracao doverdade aubstancial , pois 6 not6rio

43

e evidente quo o aeu interrogat6riono Judicierio der-lhe-ia oportun4dada de facer proves em sua defe-sa, alicerce fundamental pare a apu-racao do verdade a de segura justicena sentenca."

2. 0 voto ( vencido ) do ilustre juiaRicardo Couto, a qua as ref are o im-petrante, 6 o seguinte (f. 14-17):

"Data venia maxima de doutamalaria, nao decidiu sate com a cos-tumeira sabedoria so deixar do apre-ciar a nulidade de citacio suscitadapolo subscritor deste voto, qua ana-Iisando as autos, verificou qua opeticionerio no acao penal , form pro-curado polo oficial de Justiga emendereco qua nio era o de sue re-aidencia , do quo, resultou ter sidoinadvertidamente citado por edital.

Efetivamente, tal nulidade se ve-rificou, porque an ser interrogado,no policia , declarou o peticionario,ser one residencia no Estrada doOratorio It 4.505 no Vile I.V.G.Mas o meirinho sem haver qualquerrazao pare tanto, procurou o peti-cionerio , no case n9 4.550.

Assim, a falta de citacio pessoal,constitul nulidade absolute e devoteser declarada de officio no revisao.

Neese sentido , disserta EspinolaFilho com as considerac5es seguin-tes: "naturalmente a verificacao donulidade se resolve polo habeascorpus, mas se o pedido de revisioe processado a se verifica a ezisten-cia de nulidade insanevel, o Tribu-nal dove declare -la, por no ter sidosuprida e Mo ser admisaivel a acef-tacao tecita " (Codigo de ProceasoPenal Brasileiro Anotado, 30 edi-cao, vol . VI, p. 309).

Tambem, Magalhaes Noronha, fezsentir qua "no decidir o pedidorevisional , nao ester a instancia su-perior adstrita so invocado polo reu.Nio se compreenderia cruzasse asbravos o Tribunal, deixando quoaquele cumprisse a injusta senten-ca, s6 porque a mzao em quo fun-damentou sou pedido, a insubsisten-te, quando razoes Durres hi, per alenao percebidas , quo clamam contra

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a permanencia daquela decisao.Pensar o contrerio aerie sobrepor es-treito formalismo so interesse socialexistente no status libertatis do in-dividuo (Curso de Direito Proces-anal Penal, 60 ed ., p. 382).

Nao discrepa dessa orienta$ao, ogrande Manzine (Tratado de Di-reito Procesaual Penal, secondo elnuovo Codice , so observer : "Tratan-do-se de internees nao exclusiva-mente privados , o julgamento (giu-dizio) do proprio Tribunal ado pods,em verdade, compreender-se limits,do sea motivos ( ragioni ) propostos,que podem ser impr6prios on infun-dados estende-se a tudo quanto podsevidenciar o erro judicidrio. FItuoformalismo seria pretender qua aCorte de Cassagio fingisse nao asaperceber de uma cause legitima derevisao, somente porque nao foi de-duzida . Pods a dove, memo deofficio, consider6-la."

Na conformidade com eases; ensi-namentos dos referidos mestres doDireito, o eg. Supremo Tribunal doRepublica, a mail alto Corte de Jus-tiga do pals , disp6s em seu Regi-mento Interno , art. 151, o preceitoseguinte: "verificando o Tribunalquo no processo revisto nao foramguardadas as formalidades substan-ciais, limitar-se-6 a julg6-lo nulo,mandando as renove o processo, sal-vo as ja estiver prescrita on extin-ta a arao penal".

Em conclusao : 0 Tribunal naopode ficar acorrentado no estreitoformalismo de, na revisso , deixar deapreciar nulidade substancial do pro,cesso, nao alegada pelas partes.

Dove aprecie-la sempre de oflcio,- porque na revisso, a lei permits sueinterposicao pelos pr6prios senten-ciados, em regra pessoas de escassaculture, que nao conhecem o Direi.to Processual Penal.

Por todo o exposto, defiro o pe-dido revisional , Para decretar a nuli-dads do processo, a partir de fo-lha 51 -v., expedindo-se alvara dosoltura, a favor do peticionario, asper al nao estiver Preen. 'I

3. Informendo sobre o caso, o no-bra Presidente do eg. Tribunal de Al-gada Criminal de Sin Paulo esclareceuo seguinte ( f. 28-30):

"Condenado por crime de furtoqualificado , o paciente deixou tran-sitar em julgado a sentence a pos-teriormente pleiteou a revisso desta,Para obter a absolvicao, polo nonliquet, on a redu$ao de pens impos-ts. 0 pedido foi deferido Para eatsfim, ficando em parts vencido umdos juizes, que o fazia em majorextenseo, pois reconhecia a nulida-de do processo, a partir da citaraoinicial.

Com base nesse voto, qua foi de-clarado (nao tondo sido acoihido porfake do necesseria alega4bo do par-ts), a noutro argumento impetrouo paciente , consecutivamente, duasordens de habeas corpus, de quo co-nheceu uma das Camaras deste Tri-bunal, Para denege-lea . E de ne-nhuma destas dues decisoes recor-reu ordinariamente o ora paciente,o que indim eater a presente im-petracao a violar o disposto no arti-go 119, nv II, tetra c, da Constitui-rao do Rep6blica.

De meritis, 6 exato ter o pacientefornecido , na Policia, certo n6mero(4.505 ) do Estrada do Orat6rio,desta Capital, como sendo o de susresidencia, sendo qua com tal en-derero, anos ap6s, veio a cumprir-se, com a sentenca condenat6ria. omandado de prisao (f. 106 a v.).E tamb6m 6 exato que, por ocasiaode cita4ao inicial, consignado essamemo nUmero no competente man-dado, so certificar a diligencia ten-dente so seu cumprimento declarouo Oficial de Justipa ter procuradoo rdu noutro ntmero da mesma rue,4.550, onde nao o encontrou, naotendo qualquer noticia de seu para-deiro, dal advindo one citagAo-edi-tal a revelia . Esse 6 o motivo deimpetra£ao, pois nuto estaria o cha-mamento inicial.

Repeliu tat argiiicao um dos ac6r-d9os proferidos em habeas corpus,como acme referido, fazendo-o com

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o fundamento do qua a irregulari-dade apontada no passara de meroarm datilogrefico . E o seguintofoi mais minucioso, consignando quo"nao as pode saber, so o pacientefoi procurado no enderego erradoon as houve mero erro datilogrefico,do Sr. Oficial de Justiga, so lavrara certidio. Nso exists nem mes-mo prove de quo o paciente esti-vesse residindo , por ocasiao do suecitagio, no enderego qua indicou.Trata-se, portanto , de materia dealts indagagao, qua nio pode aer de-cidida no ambito restrito do habeascorpus".

An qua deduzo, ainda agora niotere feito o impetrante prove cabalde tat ponto decisivo , embore sodeva reconhecer ( as isto me forpermitido) most presungio fevorf+velso paciente no fato do prisio, ocor-rida sets anos main tarde , no mes-mo enderego . Consigne-se qua umaam informagao , a epoca do inque-rito esclarecia qua a case , site nomosmo enderego (e nio destinadaa habitagio coletiva), em alugada- o qua deporie contra a presungiode longs permanencia no enderego,o quo entretanto parece ter ocotri•do, como logo acima se frisou.

Do acerto on nio do criterio ado-tado pela Camara qua julgou nowrits aqui impetrados , sobretudo a1uz do argumento de qua o erronio ratio aido cabalmente demons-trado (e isto seria vievel, mesmoatraves de diligencia , de qua as co-gitou , no sentido de aer ouvido 0Oficial de Justige ), dirao no emeri-tos Ministros, no hipbtese de conhe-cerem do ordem impetreda."

4. A ilustrada Procuradoria-Gemlda Repftblica opinou por ester formaV. 57):

"1. Esclarecem as informagoeaqua o patients impetmra , anterior-mente, urns ordem de habeas corpus,deduzindo argumentageo id"entice eore expendida a qua fora denegadapolo eg . Tribunal de Algada Cri-minal local , sera interpor , contudo, oeabivel recurso ordinerio.

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2. So assim ocorreu, a presentsimpetragao a incabivel , nos termosdo art . 119, n9 It, letra c , do Cons.tituigio Federal, razio porque opi-namos polo seu no conhecimento."

A o relatorio.

VOTO

O Sr. Ministro Antonio Neder (Re-lator): - 1. 0 impetranto stage quae nulo o processo criminal em qua folcondenado o patients, porque Bate niorecebeu citagao direta not case de euamoradia indicada no processo, a qua,diante do certidao do Oficial de Justi-ga de qua nio fora encontrado, souchamamento , dale, reu , foi feito poredital, disco resultando prejuizo parea sus defesa.

Do qua informs o nobre Presidents

do eg . Tribunal apontado como coa-

tor, do qua bolo no voto (vencido),

acima transcrito , do Juiz Ricardo Cou-

to, a do qua verifico nos documentoa

de f. 21, 22 a 22-v., concluo qua pro-

cede a alegagio do impetrante, pois,

no verdade , o patients , an ensejo do

citagio direta , no foi procurado em

sua residencia Merida nos autos.

Portanto , a citagio por edital niopodia ser feita no caso, e a indevidarevelia, decretada no f. 59-v . do agaopenal ( f. 10), causou prejuizo so reu,ora patients.

2. 0 argumento do parecer do ilus-trada Procuradoria-Geral , acima trans.crito, nio pods ser aceito, data venia,porque a petigao do habeas corpus ago-ra discutida impugns e a decssvo cornqua o eg . Tribunal coator julgou aRevisao n9 48.338 ( f. 12-14 ), a qua,portanto , nio se configure a hipotesedo art. 119, II, c, do Constituigio.

3. Concedo o habeas corpus pareanular , a partir de f. 51-v ., o processocriminal em qua foi condenado o pa-ciente, quo sere posto em liberdade(salvo as estiver preso por cause di-versa ), e, no momento de soltura, setcitado pare todos no termos do agaopenal.

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EXTRATO DA ATA

HC 52 . 856 - SP - Rel., MinistroAntonio Neder. Pte., Antonio Gon-calves de Oliveira . Impte., Jose Silva.

Decisi o: Concedida a ordem, nos ter-m" do voto do Relator . Unanime.

Presidencia do Sr - Ministro Thomp-son Flores . Presentee a sessao os Sa

nhores Ministros Antonio Nader, Xa-vier de Albuquerque a Cordeiro Guerra.Ausente, justificadamente, o Sr. Mi-nistro Leitio de Abreu. Procurador-Geral do Republica , substituto , DoutorOscar Correa Pine.

Brasilia, 22 de novembro do 1974.- Hilio Francisco Marques, Serratirio.

HABEAS CORPUS N° 52 . 879 - GB 1l,

(Segunda Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Leitiio de Abreu. -

Paciente e Impetrante : Geraldo Pereira da Silva.

Habeas corpus . Crime resultants do conflito antra doffs mili-tares por motivos estranhos aos line do policiamento civil, emborapor ocasijo dale . Competenoia do Justiga Militar.

Ordain indeferida.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos estesautos, acordam as Ministros do Se-gunda Turma do Supremo TribunalFederal , em conformidade coin a etade julgamentos a notes taquigrificas,indeferir a ordem, a unanimidade devotos.

Brasilia, 19 de novembro de 1974.- Thompson Floes, Presidents. -Z.eitiio de Abreu, Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Mini sire Leiteo de Abreu:- Geraldo Pereira de Silva, atualmen-to preso a recolhido so Instituto PenalLemos do Brito , no Estado do Guana-bare, em cumprimento do pens de 12anos de reclusio, alem do Pardo do fun-gio pAblica , imposts pale Primeira Ca-mare Criminal do eg. Tribunal de Jus-tiga do Estado de Guanabara, impetraordem do habeas corpus so SupremoTribunal, sob o fundamento do qua oac6rdao nao se ache devidamente fun-damentado, infringindo , pois, o art. 42do C. Pen., was vez qua a Pena apli-cede ultrapassou o minimo legal.

O ac6rdeo, a qua se refers o pa-ciento a impetrante, restabeleceu, emapelacio, a classificagio do deninciapare condenar 0 apelado, wino incurso

no art . 205, 9 29, n9 IV, do C. Pen.Militar, a 12 enos de reclusi o , aplicadaa pang acess6ria do qua cu :da o arti-go 102 do mesmo C6digo, per maiorie,vencido o Desembargador Revisor, quaa desprovla.

De sentence , destaco as seguintest6picos:

"As testemunhas silo unanimes emconfirmar a versao do fato trazidapelo r6u, no sentido de qua tudoso originou de uma brincadeira en.tre ele e a vitima. A pr6pria de-n6ncia, noose parts, nao discrepa.

Se assim i, nao hi come, se ad-mitir o crime doloso imputado sodenunciado , per felts de causalida-de. Ningu6m meta per simplesbrincadeira . Ninguim pode ser ad,mitido como homicide consciente soe morte resultou de atos praticadosem segiiencia de atitudes amistoseaentre ambos as implicados. Im-possivel, nessa hip6tese, o reconhacimento do ammo on vontade doagents . Se nao teve consciencia doagao, nao poderia querer on assu-mir o risco dal resultants.

A stitude do acusado, apes o fato,de verdadeiro desespero , atestada pe-

las testemunhas , vein tambim emsou socorro pois, quem mate cons-

R.T.J. 72

cientemente, on memo assume orisco do resultado de uma acao vietents , nao se mostra chocado corn oacontecimento.

For outro lado, nao pode prove.facer o argumento de quern brinecom arms de fogo dove prever opoasivel desencadeamento de umadeagraca. Isto porque , acostumadoso use dierio a manejo constantsde arms , o militar passe a conside-re-la como simple, instruments dotrabalho, sem se aperceber do riscoqua encerra . Assim, pare um mi-l iter uma arms nao pods ser con.siderada , sempre, como instrumentscapaz de ocasionar um risco, dadaa intimidade de sou manejo. Asimples presenga de arena na moode um civil podere conatituir indi.cin de inten$ao na pretica de urndelito , enquanto qua, em poder demilitar, significa simples rotina.

Contudo, as por urn lado nao re.sultou provada a intensao do acusa-do, no morte qua the a imputada, omesmo nao as pods diner quanto asus responsabilidade culposa no con,figuragao do evento . Se nab teveintengao de tirar a vida de sou co-lega, foi , no entanto , culpado destamorte, porque agiu imprudentemen.to so aponte-la, engatithada , contraequals com o qual brincava. Potinto , a de se admitir a desclassifica-Seo do delito rara o crime culposo,definido no art . 206 do mesmoC.P.M., com o agravemento defi-nido no sou § 1Q, de inobservanciade regra tecnice.

For sates fundamentos , resolve oConselho Permanents de Justiga,contra o voto do Dr . Juiz Auditor,julgar em parts procedente a denfn-cia, pare o fire de desclassificar odelito pare o modalidade culposado art. 206 a sou § 14, condenan-do o acusado a urn ano a tres mesesde detencao , concedendo-lhe, ainda,a suspensao condicional da pens,polo periodo de 2 anos a obrigag5ode so apresentar a eats Auditoriade 3 em 3 meses , nos termos doart. 84 do mesmo C6digo" (folhas11-13).

"A sentenca apelada"

47

- rasa o ac6rdao -

"nao pods prosperar por nenhumde sous fundamentos , coven hemdeixa claro o douto voto vencidodo Dr . Juiz Auditor qua integrarao presente acerdso, no forma regi-mental.

Queen retire on saca a amts quathe foi confiada a desfere ou defla-gra um tiro contra a vitima, comofez o apelado, segundo as declare.Sees das testemunhas (f. 55, 57 e58), se nao quis , como as alegou,tao-somente alegou-se , o evento mor-te, asaumiu o risco de produzi-lo. Au-toria confessada e a vitima , colegade fordo do apelado, veio a falecerem consegiiencia de "ferimento pe-netrante do crenio com hemorragiadas meninges, destruigao parcial docerebra a fratura de base do crsnio"produzido por "projetil de arms defogo". como se ve do laudo de axe.me cadaverico qua instrui os autos.Aran nao a brinquedo , principal-

mente pare o militar qua tam a obri-gacao do hem conhece-la , so con.trario do qua sustenta a sentence,qua confunde , lamentavelmente, datavenia, arrependimento tardio comausencia de dolo on prove de culpa.

0 disparo qua veio a atingir a vi-tima nao foi scidental . A arms,utilizada pare a pritica do crime,foi devidamente examinada a naoapresentava defeito algum a sewquo tivesse sido acionado o gatilho,como fez o apelado, nao havia ris-co de produzir disparos . 0 motivofetil havens qua ser reconhecido, soa denuncia , no usurer o fato, a elese referisse.

A pens corporal a fixada no mf-nimo legal, tondo-se em vista a pri•mariedade do apelado . Quarto iiacessoria a uma decorrencia do con-denareo a dove ser imposta, comaore se imp6e , em obediencia so or-.tigo 102 do C. Pen . Militar" (fo-lhas 16-17).

A douta Procuradoria -Geral do Repd-blica , em parecer do Procurador ValimTeixeira , aprovado polo Procurador-Geral, substituto , Oscar Correa Pins,assim conclui a sua apreciaFao de me-teria:

48 R.T.J. 72

"No presente habeas corpus, opaciente e impetrante pleiteia anulidade do ac6rdio, qua nio fun-damentou a aplicacio de pens.

0 fundamento invocado 6 total-mente improcedente , porque a pensde doze once de reclusio 6 a minimalegal cominada so crime de homici-dio qualificado . A fundamentaciodo pane se exige quando ale so afas-ta do minitno , tio-somente.

Nio obstante , o parecer 6 paleconcessio da ordem, ex officio, parso efeito de anular a acio panel des-de o inicio , porquanto o crime foipraticado por policial militar noexercicio de funpiio policial civil,sendo competente a Justice comume incidindo a Sdmula 297 (HC52.147-MG, Relator Ministro Bi-lac Pinto, D.J. de 6 . 9.74)" (fo-lhas 19-20).

A o relat6rio.

VOTO

0 Sr. Ministro Leitiio do Abreu

(Relator): - Nio h6 d$vida de qua6 competente a Justice commit parejulgar o ilicito penal praticado por mi-litar no exercicio de funcio policial ci-vil. As decisOes qua levaram a for.mulacio do SGmula 297 tomaram emconsideracio a natureza do servico, isto6, o exercicio de funcio policial civil,pare sujeitar no militates , no desempe-

nho dessa funcio , a jurisdicio comum,no tocante aos ilicitos penis praticadosem razio do exercicio dense encargo.

Na hip6tese, o ilicito penal nio asverificou, todavia, em razio de funciopolicial civil, de atividade desenvolvi.do pare ctunprimento dessa tarefa, con-siderada quanto so seu objeto. Comose depreende , assim do sentenca, comado ac6rd5o qua condenou o paciente, ocrime resultou de urn conflito entre doismilitares, par motivos estranhos aosfins do policiamento , embora per oca-siio dele, aplicando-se , destarte, socaso , ration personae, a legislacio mi-liter, tal como ocorrou.

Diante disso, como 6 improcedente,por outro lado, segundo bem assinalaa nobre Procuradoria -Geral, visto cor-responder a pens qua the foi impostsso minimo legal , a alegacio de quateria a pena do ser fundamentada, in-defiro a ordem.

EXTRATO DA ATA

HC 52.879 - GB - Rel., MinistroLeitio de Abreu. Pte. a Impt., Ge-raldo Pereira do Silva.

Decisio: Indeferido o pedido, a una-

nimidade de votos.

Prosidencia do Sr. Ministro Thomp-son Flores. Presentee a sessio no Se-nhores Ministros Antonio Nader, Xa-vier de Albuquerque, Leitio de Abreue Cordeiro Guerra. Subprocurador-Geral do Republica, Dr. Oscar Corr&aPina.

Brasilia , 19 de novembro de 1974.- Helio Francisco Marques, Secre-

t4rio.♦ cn -

C^as.^-\^HABEAS CORPUS N.° 52.882 - RS \^ \ 1 •^(

(Segunda Turma)Relator : 0 Sr. Ministro Leitio de Abreu. -

Paciente : Walmor Expedito de Souza . Impetrante : S6rgio Haes.

Habeas corpus . Suspensio condicional da Pena . Nao cabs a

da execuca-o da pans do detencio , quando a reu tai condenado, c anu-

lativamente, s Pena de reclusio , ctunprida em primeim lugar. Apli-

cacao dos arts . 51 a 57, do C . Penal.

Ordem indeferida.

ACORDAO de julgamentos a notes taquigrfificas,indeferir a ordem, per votacio una-

Vistos, relatados a discutidos estes nime.autos, acordam os Ministros de Se- Brasilia , 25 de novembro de 1974.

gunda Turma do Supremo Tribunal - Thompson Flores, Presidents. -

Federal, em conformidade com a ata Leitio de Abreu, Relator.

R.T.J. 72 49

RELAToRIO

O Sr. Ministro Leitao de Abreu: -A doute Procuradoria-Geral da Repu-blica assim exp6e a aprecia a especie,em parecer do Procurador Valim Tei-zeira, aprovado polo Procurador-Geral,substituto , Dr. Oscar Correa Pine:

"0 paciente foi condenado emprimeira a segunda instancias, aspenes de urn ano e 1 mss de reclu-sao, como incurso nas sangoes doart. 218 do C. Pen., e a um onede detengao , por ter incorrido,tambem , no art . 220, do mesmoC6digo, combinados com o art. 51do lei penal substantive.

Cumprida a pane de reclusao, re-quereu o ora paciente the fosseconcedida a suspensao conditionaldo pena de detengao , por entender

quo preenchia todas as condigoeslegais.

Concedido o benefficio , o repre-

sentante do Ministario Publico, in-conformado , interp8s recurso de,officio, qua logrou provimento de-cidindo o all. Tribunal de Justiga:

"Sursis . Neo cabs a suspensaoconditional do Pena de detengio,quando o reu foi condenado, cumu-lativemente . At p-na de reclusao,cumprida em primeiro luger. Ar-tigos 51 e 57, do C. Penal" (fo-lhss 53-55).

"Irresignado , o paciente requereua presents ordem de habeas corpus,sustentando qua estaria sofrendoconstrangimento ilegal , pois o be-neficio era de ]he ser deferido, umavez qua preenche todas as condi-goes pare o recebimento do favorlegal.

Parece-nos nao assistir razao sopaciente . Verifica-se, do examedos autos , qua o reu , a epoca nofate delituoso, era maior de 21 andse as penes impostas , cumulative-mente consideradas , ultrapassam olimits de dois anos , afastando, as-eim, a aplicagao do beneficio con-tido no art . 57, do C. Penal.Caso assim nao fosse , outro 6biceas oporia as pretens6 - s do era pa-ciente: 6 qua a simples condena-

Sao a pens de reclusao elimina apossibilidede da concessao do sus-pensao condicional da pens (arti-go 57 , Caput, do C. Penal).

Por entendermos inocorrer a ale-gada coagao leegal, rose adequadainterpretacao dos dispositivos le-gais atinentes a especie , somos poloindeferimento do presents habeascorpus" ( f. 58-60).

L o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Leite"o de Abreu(Relator): - 0 acordao do SegundoCamara Criminal do eg . Tribunal deJustice do Rio Grande do Sul , qua, porunanimidade de votos , dou provimentoso recurso do Ministerio Publico con-tra a decisao do juiz de primeiro grau,qua concedeu o sursis, assim funds-mentou a sua decisao:

"Assists razao so nobre Procum-dor. 0 reu , maior de 21 ands deidade. foi condenado , como so viu,a pena de reclusao , por incurso noart. 218 do C. Pen., o quo ja 4 obastante pare afastar o stasis (ar-tigo 57, caput, do C. Penal). De-pois. aplicada , cumulativamente,com essa a Pena de detencao, exigeo art . 51, do citado diploma legal,se execute , primeiro , a reclusao.Falece, assim , o requisito do inc. 5,do mencionado art. 57. Ademais,$e um dos pressupostos do sursis enao exceder, a pena de detengao, adois ands, on, so mesmo limits, nahip6tese do art . 30, § 39 , a de re-clusao, seria absurdo concede-lo,quando as dues penes , "roulades,ultrapassam ease limits. Por easesfundamentos, dao provimento no re-cone, pare cassar a MM. decisaorecorrida" (f. 54-55).

Por asses mesmas razoes, quo aco-Iho, e do acordo com o parecer do no-bre Procuradoria-Geral do Republica,indefiro a ordem.

EXTRATO DA ATA

HC 52. 882 - RS - Rel ., MinistroLeitao de Abreu. Pte ., Walmor Ex-

50 R.T.J. 72

pedito de Souza . Impte., Sergio Haas . a Cordeiro Guerra. Subprocurador-Decisao: Indeferido o pedido, a una- Geral do Republica , Dr. Oscar Corr€a

nimidade de votos. Pina.Presidencia do Sr. Ministro Thomp-

Brasilia, 25 de novembro de 1974.ion Flores . Presentees sessiio os Se-chores Ministros Antonio Neder, Xa- - He1io Francisco Marques, Seccr ^

vier do Albuquerque, Leitio de Abreu tfirio. -\b

RECURSO DE HABEAS CORPUS N" 52.901 - MG

(Primeira Turma )Relator: 0 Sr. Ministro Rodrigues Alckmin. (Y_

Recorrente: Walter Augusto Maluf Ferreira. Recorrido : Tribunal de Jus-

tica de Minas Gerais.

Habeas corpus. Crime de seducso . Representante legal da

ofendida qua se retrata da representanto mas qua , antes de undo o

prazo de decade-ncia, alega ter aido irduzido a erro a pede a instrugiio

do spin penal. Austincia de constrangimento ilogitimo, caberdo

apurado o alegado erro na prdpria a95o penal.Rccurso de habeas corpus niio provido.

ACORDAO

Vistos, relatados a discutidos estesautos, acordem as Ministros do Pri-meira Turma do Supremo TribunalFederal , por unanimidade de votos,negar provimento ao recurso, na conformidade do ata de julgamento a desnotes taquigrfificas.

Brasilia, 22 de outubro do 1974. -Oswaldo Trigueiro , Presidents. - Re-drigues Alckn,in, Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Rodrigues Alckrnin:- 1. 0 caso assim se resume, k fo-!ha 58:

"Ap6s ter representado 6 autori-dade no sentido de apurar a respon-sabilidade do recorrente Palo sedu-c5o de sua filha manor de 15 anos,a genitora desta, antecedendo anoferecimento do dentncia , dirigiu aoDelegado de Policia petiFio retra-tandose do representasao feita, oque ensejou o arquivamento do in-querito . Antes, podem, qua decor-Tease o prazo de decadencia do exer-cicio do direito de queixa on repre-sentac5o (art . 38 do C . Pr. Pen.)peticionou an juiz esclarecendo a ori-gem do retrata£io feita (f. 23), e,comprovada que estava nos autos a

sue miserabilidade juridica, a legi-timer, no caso , a iniciativa do Mi-nisterio P6blico (art. 225, 9 19, I,do C. Pen . ), a eats deu o juiz vistados autos (f. 24), sendo entio ofe-recida den(ncia contra o ore recor-rente, dando-o Como incurso no or-tigo 217 do C. Penal.

No pedido de habeas corpus, oraem grau de recurso , sustenta-se quaele sofre ilegitimo constrangimentopelo risco do vir a set condenado emprocesso nulo, pois, epos a retrata-Sao, acolhida pelo juiz, nio mais ca-bis a representante legal do ofen-dida desistir dequela manifestacio devontade qua, uma vez sacramentadase converters out ato juridico per-feito a acabado.

A ordem foi denegada polo vene-

rando acbrd"ao de f. 35 a 39 , contra

o qual interposto o presente re-

curso P2. A Procuradoria-Geml do Rep6-

blica polo nao provimento se mani-

festou.R o relatbrio.

VOTO

0 Sr. Ministro Rodrigues Alckmin(Relator): - Diz o parecer a f. 59,sobre a decisao recorrida:

"Irrepreensivel , contudo, essa de-cisao, a reasaltar com remiseao a

R.T.J. 72 51

aresto do eg. Tribunal de Justicede Sao Paulo qua "a rotratacao, porsi so, nio opera a decadencia daagio penal , pois ela pods ser reno-vada enquanto nio decorrido o pra-zo de seis meses" (R.T., 390/204).

No caso em exame , a ease 6 oaspecto qua mais impressions, a re-tratacio qua as atribui i rage daofendida , deveria ter sido objeto dodetido ezame , pois, a toda evidencia,data fore obtida , mediante engano,o qua results esclarecido na petiFaoqua posteriormente dirigiu so Juizdo Comarca , Pam pedir o prosaegui-mento do processo (f. 23).

A petiSio de retratagio, cons afirma no autenticada do mass doofendida, a delta , foi indiscutivel-mente elaborada por encomenda dosedutor do manor, so qual, ezclusi-vamente interessava tat solugio, ePam tanto , como afinal esclarecidoi1 f. 23, tendo-a induzido em erro eviciando-lhe a vontade. E ondeexists vicio do vontade , impassive)se torna ver caracterizado um atojuridico perfeito a acabado comopretendido polo impetrante.

RECURSO DE HABEAS CORPUS N" 52.905 - SP ^ _ I 1

(Seganda Turma)Relator: 0 Sr. Ministro Xavier de Albuquerque.

Recorrentes : Luiz Gastaldo a outro . Recorrido : Tribunal de Algada Cri-minal de Siio Paulo.

1) Cabe recurso ordinerio Para o Supromo Tribunal, tanto dadocisio de Tribunal de segunda instancia qua denega habeas corpus,quanto daquela quo dale nio conhacs.

2) A proibicio constitucional de substituiFao do recurso ca-hivel por pedido originario, em materia de habeas corpus , niio de"estender-se Para al6m do caso especifico nela contemplado. Minmerece reforma , todavia, acdrdio qua, por haver side interposto orecurso cabivel contra a decisio denegat6ria de primei.+e ins:a"ncia, aponder do julgamento no prdprio Tribunal, nio conheoe de habeascorpus com iddntica finalidade.

3) Recurso do habeas corpus conhecido , mas nio provido.

ACORDAO

Vistos , relatados a discutidos estes

autos , acordam as Ministros do So-gunda Turma do Supremo TribunalFederal , em conformidade com a etade julgamentos a notes taquigrificas, a

R assim o parecer , polo improvi-mento do recurs."

Acrescento qua, alegado ter sido tat.to por erro a retratacio, a de admitirqua tenha andamento a acio penal, afim de qua nela tambem as posse apu-rar as ocorreu o erro invocado, on asa retratacio foi regularmente manifes-tada . Corn esta observacio, nego pro-vimento so recurso.

EXTRATO DA ATA

RHC 52 . 901 - MG - Rel., Minis-tro Rodrigues Alckmin . Recta., Wal-ter Augusta Maluf Ferreira. Recdo.,Tribunal de Justirca de Minas Gerais.Impte., Jose Mfircio do Rose Lopes.

Decisio: Negou-se provimento, una-nimemente.

Presidencia do Sr . Ministro OsvaldoTrigueiro . Presentee i sessio os Se-nhores Ministros Aliomar Baleeiro, Dja-ci Falcio, Bilac Pinto, Rodrigues Alck-min, e o Dr, Oscar Correa Pina, Pro-curador-Geral do Republica , substituto.

Brasilia, 22 de outubro de 1974, -Antonio Carlos do Azovedo Braga, Se-creterio.

unanimidade de votos , conhecer do re-curso , mss the negar provimento, nostemos do voto do Ministro-Relator.

Brasilia , 22 de outubro de 1974. -Thompson Flores, Presidente. - Xa-vier do Albuquerque, Relator.

52 R.T.J. 72

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Xavier de Albuquer-que: - 0 parecer do douta Procurado-ria-Geral resume a especie a sobre elaopine nestes terms ( f. 78-80):

"0 advogado Hertz J . Costa im-petrou habeas corpus em favor doLuis Gastaldo a Luis Carlos Gastal-do, apontando como autoridade coa-tore o Juiz de Direito do PrimeiraVara do Sao Bernardo do Campo,qua, per one vex, havia negado ha-beas corpus impetrado pelo rnesmoadvogado , em favor dos mesmos pa-cientes, contra ato do Delegado dePolicia.

A autoridade apontada como coe-tora esclareceu qua os pacientes ha-viam interposto recurso em sentidoestrito contra a decisao denegat6riade habeas corpus a qua, na mesmadata, impetraram habeas corpus ori-ginerio junto so Tribunal U . 46).

0 pedido origingrio nao foi co-nhecido, pois , havendo recurso con-tra a denegagao de habeas corpusimpetrado na Vara Criminal , invia-vel era o conhecimento do reitera-Sao do petit6rio , corn processamen-to paralelo so do questionado recur-so (f. 61).

Foi indeferido o processamento dorecurso ordinirio interposto dessadecisao , pois nao se tratava de dene-gagao, rasa de nao conhecimento do

pedido.

Mantida a decisao em carte tes-temunhevel , o recurso ordinerio che-gou a Supreme Corte em face dedespacho em agmvo do instrumento(apenso).

IncensurIvel se apresenta o ac6r-d"ao do Tribunal de Algada Crimi-nal de Sao Paulo , qua obedeceu soart. 581, X , do C. Pr . Pen., quaprove o cabimento de recurso, nosentido estrito , do decisao qua no-gar a ordem de habeas corpus.

A regra inserts no art . 119, II,c, de Constituigao Federal , emboradiga respeito It competencia do Su.I rema Corte , nada mais a do qua aconsagragao do nonna semelhante

contida no estatuto processual penal,ambas vedando qua o pedido origi-n6rio substitua o recurso nio inter-posto.

No caso, nenhum prejuizo sofre-ram os pacientes , pois o recurso ca-bfvel foi interposto (cf. f. 69) enaqueles autos dew on deveria Permanifestado o recurso ordinerio parao Supremo Tribunal Federal.

Por fim , o despacho do Presiden-to do Tribunal de Algada Criminalde Sao Paulo indeferindo o proces-samento, nestes autos, de recursoordinario , seguiu estritamente a or-dem emanada do an , 119, II, c, doConstituigao Federal, porquanto naose tratava de decisao denegat6ria dehabeas corpus.

Ante o exposto , o parecer 6 pelo

nao provimento do recurso.

Brasilia, 15 de outubro de 1974.- Helio Pinheiro do Silva, Pro-curador do Republica.

Aprovo: Oscar Correa Pins, Pro-curador-Geral do Republica, subs-

titute".

A o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Xavier de Albuquer-

que (Relator): - No despacho cornqua o ilustre Presidents do Tribunala quo inadmitiu o recurso, impugnadono Agravo apensado, S. Exa. disseparecer-lhe, pessoalmente, ser ale in-tempestivo. Nao explicou per qua.Verifiquei qua o ac6rd5o recorrido foipublicado a 22.3.74, none sexta- feim,e qua o recurso foi protocolado a29.3.74, a seats-feira seguinte. Tem-pestivamente, portanto, nos termos doSumula 310, qua tern adequagao tantoso processo civil quanto so processopenal.

A primeira questao a decidir nestesautos e a de as cabs recurso ordineriopara o Supremo Tribunal, quando a de-cisao de qua se recorre limita-se a naoconhecer do pedido de habeas corpus,

mas nao chega a denege-lo.

R.T.J. 72

A solugao nao pods aer senao afir.mativa . A hipbtese a frequents emnossos julgamentos a nunca deixamosde conhecer this recursos.

A segunda questao diz respeito a pos-sibilidade de impetrar-se novo habeascorpus so Tribunal de segunda ins-tancia , contra a deciaao do juiz doprimeira instancia , denegat6ria de iden-tics medida . 0 C. Pr . Pen., so con.trerio do qua pretende a douta Pro-curadoria-Geral , nao o veda . A Cons-tituigao 6 qua, relativamente so recur.so cabivel , do segunda inatancia pareo Supremo Tribunal , proibe sua subs-tituigao por pedido origintrio.

For mim , aplico estritamente a ve.dagao constitutional a nao a estendopara alem do caso especifico qua elacontemplou . Nao vejo, alias, a quaproveito ela visou.

Isso, porem, nao me baste para re-former, nests caso, a decisio recorrida,porque ale considerou primordialmenteque o recurso cabivel havia sido inter.

53

poato a ja estava no Tribunal pare jul-gamento. Entendo qua ease funda-mento procede a the baste.

Conhego do recurso, pois, maa thesiege provimento.

EXTRATO DA ATA

RHC 52 . 905 - SP - Rel., Minis•tro Xavier de Albuquerque . Rectes.,Luis Gastaldo a outro . Recdo., Tri-bunal de Algada Criminal de Sao Pau-lo. Impte., Hertz J . Costa.

Decisao: Conheceram do recurso,mss the negaram provimento. Unanime.

Presidencia do Sr . Ministro Thomp-son Flores . Presentes a Sessao os Se-nhores Ministros Antonio Nader, Xa-vier de Albuquerque , Leitao de Abreue Cordeiro Guerra . Subprocurador-Geral de Republica , Dr. Oscar Cor-rea Pina.

Brasilia, 22 de outubro de 1974. -He1io Francisco Marques, Secretario.

n`RECURSO DE HABEAS CORPUS N.a 52.937 - SP

(Segunda Turma)Relator : 0 Sr. Ministro Antonio Neder. -/

Recorrente : Efigenia Fabrinio de Jesus . Recorrido : Tribunal de Justice doEstado de Sao Paulo.

1. No caso do art. 408, $ 29, do C. Pr. Pen . (redagiio do Lei

5.941/73), o juiz dove decretar a prisao do reu se este apresentar

mans anrecedentea judiciais.2. Recurso de habeas corpus a qua o S.T.F. ne4s provimento.

ACORDAO

Vistos a relatados estes autos doRecurso de Habeas Corpus nv 52.937,do Estado de Sao Paulo , em qua 6 re-corrente Efigenia Fabrinio de Jesus erecorrido o Tribunal de Justiga do re-ferido Estado , decide o Supremo Tri-bunal Federal , per sue Segundo Tome,unanim mentnegar provimento sorecurso, da acordo com as notes juntas.

Brasilia , 8 de novembro de 1974. -Thompson Flores , Presidente . - Anto-nio Nader , Relator.

RELATORIO

O Sr. Ministro Antonio Neder: -1. Trata-se de recurso ordinerio de ha-

beas corpus interposto so seguinte acer-dao do eg . Tribunal de Justiga de SaoPaulo (f. 33-35):

"Vistos , relatados a discutidos es-tea autos de HC 123 . 558, do Co-motto de Sao Paulo , em que 6 im-petrante o Bacharel Gilberto Valen-guela Magalhaes a paciente EfigeniaFabrinio de Jesus:

Acordam, em sessao des Cama-ras Conjuntas Criminals do Tribu-nal de Justiga, por votagao unanime,negar a ordem.

Custas na forma do lei.

0 Bacharel Gilberto ValenguelaMagelhaes impetrou a presents or-

54 R.T.J. 72

data de habeas corpus, em favor doEfigenia Fabrinio de Jesus, na qualalega que a paciente esti sofrendoconstrangimento ilegal , per parts doMM. Juiz de Direito do PrimeiraVara do Juri, desta Capita:. Elafoi pronunciada , como incursa nassanFoes do art. 126, combinado coma ultima parts do art. 127 do C.Pen., estando sujeits, portanto,a julgamento pelo Tribunal do Juri.Mas, ciente do r. sentenca de pro-n6ncia, a paciente, atraves do impe-trante, qua 6 o seu defensor, recor-reu do senten4a a requereu as bene.ficios do L. 5.941, de 1973, a fimde qua pudesse aguardar o julga-mento em liberdade.

0 magistrado, entretanto, indefe-riu o pedido . Sustentou qua a pa-ciente ruin podia recorrer , per nioter as apresentado A prisio, apesarde ter estado em cart6rio, ocasiioem qua tomou ciencia do pronuncia.Quanto a concessio dos beneficiosdo L. 5. 941 aduziu o magistradoque a re nio fazia jus a eles, pernao ter bons antecedent" a ser pea.we sempre As voltas com a justica,apesar de primiria.

Foram prestadas informagoes af. 21 e a douta Procuradoria-Geraldo Justira opinou pela denegaciode ordem.

E o relat6rio,

E, Tice eats denegada.

A concesaao dos beneficios do Lei5.941, de 22.11.73, pars qua o reu

pronunciado posse recorrer em li-

berdade nio 6 urn direito seu. A

nova reda45o dada so art. 408 do

C. Pr. Pen. permitiu no juiz dei-

xar de decretar a prisio do reu, cow

seja este primirio a de bons ante-

cedentes.

Como 6 born de ver, o i; 29 doart. 408 instituiu uma faculdade dojuiz de nao mender prender o reupronunciado. Outra seria a situa-gzo se o citado dispositivo nio falas-

se em "poderi o juiz deixar dodecretar a prisao."

No caso, o magistrado so pronun-

clar a paciente nao s6 nio reconhe-

cen os seus bons antecedentes, comoate afirmou qua as antecedentes nao

emm bons.

Nio praticou pois o magistradonenhum eta copes de ferir o direitodo paciente, de aguardar o julga-mento em liberdade.

E, no que diz respeito so nao pro-cessamento do recurso em sentidoestrito , bern andou o magistrado emdeixar de recebe-lo. A qua a pa-ciente compareceu em cart6rio a to-coon ciencia de senten4a de pronun-cia, mas nao se recolheu A prisio,Para recorrer.

On, urn dos efeitos imediatos dosentenca do pronuncia e a prisio doreu, a menos qua a infracio sejaafiancivel on satin the seja conce-dido permanecer em liberdade, ate ojulgamento polo Tribunal compe-patents.

Nao he, pois, no caso, quolquerconstrangimento ilegal contra a pa-ciente."

2. Insistindo nas razoes qua dedu-ziu em sua peticao, eis quo argu-menta o recorrente : ... ( le).

3. 0 M.P . de Sin Paulo pronun-ciou-so per eats forte (f. 56-58):

"Insistindo nos mesmos funds-mentos de impetrafi o, o recorrentepretends a reforms do venerandoac6rdao, votado unanimemente, deseg. Camara Conjuntas Criminalsdo Tribunal de Justiga de Sao Pau-lo, f. 33-35, alegando qua ainda apaciente esti sofrendo constmngi.mento ilegal , em virtude de Hilo tersido recebido a processado o recur-so em sentido estrito do pronunciaa, tamber, porque nio as the de-feriram os beneficios do L. 5.941,de 22.11.73, a fir de aguardar ojulgamento do Tribunal do J6d emliberdade.

Ora, como ficou bern evidenciadonestes autos , atraves des informs.cues judiciais, f. 21-22, o seu pedi.do de revogacao do prisio decorren.to do pron(ncia nio fora deferido,pois o Juiz de Direito spaces ad.mitiu o requerimento do Promotor

R.T.J. 72 55

Publico, f. 18, nao apreciando 0merito do liberdade do paciente, fo.Ilia 18.

Alem disso , Para recorrer de sen-tenga de pronuncia a paciente de-veria ter sido apresenteda a priseo,como a bern sabido , apesar de terestado em carterio , no ocasiao emque ficou ciente do decisao.

Por outro lado , embora pritnaria,a paciente nao tem. bons anteceden-tes. Ela foi pronunciada como in-cursa nos crimes tipificados nos antigos 126 a 127, ultima hip6tese, doC. Penal. Anteriormente, je ha.via sido indiciada em quatro inque-ritos policiais, f. 11, apresentandocertidoes operas de dole del", umarquivado no 18@ Vera Criminal,f. 12 e 13 a outro na 15+ Vera Cri-minal, f. 14, embora =do constan-do contra a paciente we 19 a 29 Off-cioe das Execug6es Criminais, folhas15 a 16. Ainda no as sabe o des-tino de urn inquerito policial emcurso na 1* Vera do Juri.

Assim , de qualquer forms, a pa-ciente , stations primaria , nao ternbons antecedentes , requisito essen.cial Para a aplicagao do § 29 doart. 408 do C. Pr. Pen., corn anova redagao dada Pala L . 5.941,de 22.11.73.

Ore, corno foi bern salientado nomencionado ac6rdao recorrido, "o§ 29, do art. 408 , instituiu uma fa-culdade so juiz de nao menderprender o reu pronunciado. Outrasera a si.uagao se o citado dispo-sitivo nao falasse em "podere" ojuiz deixar de decretar a priseo. Nocaso, o magistrado so pronuncier apaciente nao s6 nao reconheceu osseus bons antecedentes , como ateafirmou qua os antecedent" n5o--..ro:n bons, f. 34.

Diante disso , exigindo a nova leios bons antecedentes , tanto Para re-cotter, como Para aguardar o jul-gamento do Juri em liberdade, evi.dentemente ele visou beneficialaqueles agentes de delito que pos-suem not passado de bent, qua fo-ram levados so crime ocasionalmen-te, impedindo o son contacto corn

outros delinquentes encarceradosmais perigosos . A nova lei silocriou, entao, urn direito amplo, in.discriminedo , a todos os thus quasilo as encontrem dentro dos para-metros legais : primariedede a bonaantecedents,.

Ora, no caso presents, a pacien-to, "desde 1965 tern mantido umvaivem entre a Policia e a Justice,conforme am folhe de antecedentes,qua indite a instauragao do quatroinqueritos policiais", como foi ree-saltado no decisao judicial de f. 24.Assim, ale silo tendo bona antece.dent", nao podere set beneficiadacorn a nova lei qua exige , como umde sew elementos , os bons antece-dentes.

Por isso, e o parecer, salvo me.Thor juizo , Palo ruin provimento des-to recurao."

4. A ilustrede Procuredoria-Gerelda Republica opinou pale confirmagaodo ac6rdio recorrido, e o fee nesterfarrow : ... ( le) .

S. E o relatbrio.

VOTO

O Sr. Ministro Antonio Ned" (Re-lator): - 1. 0 § 29, do art. 408, doC. Pr, Pen . (redagao do L . 5.941,de 1973 ), permite qua o juiz deixe dedecretar a prison do reu (pronuncado)se ester for primerio a de bons antece.dentes.

Vg-se qua a faculdade outorgada noreferido texto pressup6o dois requisi-tos: primariedede a bons antecedentesdo reu.

Primerio a obviamente, o qua anreincidiu.

Necesserie e a condenagao anteriorformuleda em sentenga qua transitouem julgado Para que so configure areincidencia (C. Pen ., art. 46).

Quanto aos antecedentes , a do as re-conhecer qua o legislador se referiu, emtermos amplos , one penais ( propriamen.to ditos ) a one judiciais.

E so qua infornutm as peg" de fc.ihes 7-8, 11, 12 a 13, a paciente nee

56 R.T.J. 72

tern bons antecedentes judiciais , porquesou nome figure em diversos inquiritos.

Apresentando macs antecedentes, notern ela o direito pleiteado pelo recor-rents.

0 respeitivel acbrdio impugnadoestd conforms o direito a merece apro-vagao do Corte.

Nego provimento.

EXTRATO DA ATA

RHC 52 . 937 - SP - Rel., Minis-tro Antonio Neder. Recta., EfiginiaFabrinio de Jesus . Recdo., Tribunal

de Justice de Sao Paulo . Impte., Gil-berto Valenguela Magalhaes.

Decisio : Negado provimento , undni-me. Ausente, ocesionalmente, o Mi-n.stro Leitio de Abreu.

Presidencia do Sr. Ministro Thomp-son Flores . Presentee a Sessio os Se-nhores Mlnistros Antonio Neder , Xavierde Albuquerque , Leitio de Abreu aCordeiro Guerra . Subprocumdor-Geraldo Rep(rblica, Dr. Oscar Correa Pine.

Brasilia, 8 do novembro do 1974.- /ldiio Francisco Marques, Secre-tario. Ly

RECURSO DE HABEAS CORPUS N.o 52 .958 - SP \-X

(Segunda Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Antonio Nader. ^

Recorrente : Antonio Nascimento de Almeida . Recorrido : Tribunal do Jus-tice Militar do Estado de Sao Paulo.

1. Crime praticado per policial -militar no erercicio de fungiocivil , qua! seja a do policiamento de trdnsito . E crime comum dacompetdncia do Juadga estadual ordindria a ndo do Juetiga Militar.

2. Vige"ncla do verbete 297 do Sfnnula do S.T . F. memo de-pois qua foram editados o Dec .-Lei 667/69, o Dec .-Lai 1 . 072/69a o Regulamento aprovado palo Dec . 66.862/70.

3. Recurso de habeas corpus provido.

AC6RDAO

Vistos a relatedos estes autos de

Recurso de Habeas Corpus n9 52.958,

do Estado de Sao Paulo , em qua a re-

corrente Antonio Nascimento de AI-

meida a recorrido o Tribunal de Jus-

tiga Militar do referido Estado, decide

o Supremo Tribunal Federal , por sua

Segundo Turma , unanimemente, der

provimento so recurso , de acordo corn

as notes juntas.

Brasilia , 22 de novembro de 1974.Thompson Flores , Presidents. -

Antonio Nader , Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Antonio Nader: -1. 0 soldado Antonio Nascimento deAlmeida responde a prooesso criminalna Justice Militar de Sao Paulo porser considerado cuter do crime de con-cussao qua teria cometido quando se

achava a policiar o trinsito na Capitaldaquele Estado.

2. Considerando qua nos termos doverbete 297 , do S6mula de Jurispru-dencia do Supremo Tribunal , competee Justiga comum, a nio a Justiga Mi-litar, conhecer do processo-crime ad-missivel no caso, impetrou o advogadoJ. F. T. Teixeira uma ordern de ha-

beas corpus em favor do referido eol-

dado so eg , Tribunal de Justiga Mili-tar de Sao Paulo.

3. Esse nobre Coldgio denegou amedida , e o f-z em acbrd"ao redigidocorn esta entente if. 23):

"Nio estando o paciente preso, aquestao de competencia pare o pro-cesso e julgam-nto dove ser dirimi-da pelos meios ordinrios. Ordemde habeas corpus denegada."

4. Ao referido julgado foi interpos-

to o presents recurso polo sobredito

R.T.J. 72

impetrante, qua deduziu sales razoes:... (Id).

5. A ilustrada Procuradoria-Geralda Republica emitiu sobre o caso esteparecer do nobre Procurador ValimTeixeira (f. 49-50):

"1. 0 recorrente , soldado daPol(cia Militar de Sao Paulo, est6sendo processado na Justice Militardo Estado , como incurso no art. 305do C. Pen . Militar , isso porque, en-ccntrando-se no servico de policia-mento de transito , deixou de multarmotorists faltoso, do qua exigiu arecebeu indevida vantagem.

2. No pedido de habeas corpus,ore em grau de recurao , austenta oadvogado do paciente qua este so-fre ilegitimo constrangimento, pois,incompetente a Justice castrensepare o processo a julgamento docrime qua the a imputado a qua foicometido quando ele se encontravano exercicio de funcso policial civil.A hip6tese aplicar-se -ia o verbete daSumula 297.

3. A jurisprudencia do ColendoSupremo Tribunal Federal consubs-tanciada na citada Sumula amperea pretensao do recorrente , am recen-te decisao proferida no HC 51.856,de SP , relator o insigne MinistroAliomar Baleeiro , hip6tese identicaA focalizada no presente pedido sen-do apreciada a entao decidido quanos "crimes de corrupcao passive ede concussao cometidos por policiais-militares , na fiscalizacao do transi-to, mediante convenio , em rues domunicipio ", a competencia a da Jus-tice comum (D.J., de 13.9.74,p. 6.564).4. Polo provimento , pois, do re-

curse pare que, reconh -cida a incom-petencia da Justice Militar, sejamos autos encaminhados A Justice co-mum.^

6. R o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Antonio Neder (Re-lator): - 1. Policiam-nto de transtoe funcao de natureza civil a nio mi-liter.

57

E o crime praticado por policial-mi-liter nesta funcao 6 crime comum, a nomilitar.

Portanto , nio se pode cogitar de com-petencia da Justica Militar pare conhe-cer de tal caso.

R o entendimento uniforme do Su.

premo Tribunal , qua considers vigente

o verbete 297 da Sdmula mesmo d-pois

qua foram editados o Dl. 667/69, o

Di. 1.072/69 a o Regulamento apro-

vado polo D . 66.862/70.

No pormenor pertinente A competen-cia nio importam os textos de thisdiplomas, mas, isto aim , a natuieza dafunceo em cujo ezercicio foi praticadoo crime, funcao ease qua a civil a niomilitar, embom tenha o agente estaultima qualidade.

Atento A orientacao dominante nesta

Corte, dou provimento so recurso para,

concodendo o habeas corpus . anular o

processo da acao penal a qua responds

o paciente ua Justice Militar de Sao

Paulo a determiner sejam os reapec-

tivos autos remetidos A Justice comma

do sobredito Estado, cujas autoridades

procederao come Ihes parecer juridi-

camente certo.

EXTRATO DA ATA

RHC 52.958 - SP - Rel., Minis-tro Antonio Nader. Recta., AntonioNascimento de Almeida. Recdo., Tri-bunal de Justice Militar de Sao Paulo.Impte., Julio Fernando Toledo Tei-xeira.

Deciaao: Provide o recurso nos ter-mos do voto do Relator . Unanime.

Presidencia do Sr . Ministro Thomp-son Flores. Presentes A S-ssao os Se-nhores Ministros Antonio Neder, Xa-vier de Albuquerque a Cordeiro Guer-re. Ausente , justificadamente, o Se-nhor Ministro Leitao de Abreu. Pro-curador-Geral de Republica, substituto,Dr. Oscar Correa Pine.

Brasilia, 22 de novembro de 1974.- Helio Francisco Marques, Secre-tirio.

58 R.T.J. 72

AGRAVO DE INSTRUMENTO N.o 59 . 963 (AgRg) -5 F 1 * ^v\

(Primeira Turma) t 6\f,

Relator: 0 Sr. Ministro Rodrigues Alclmiin.

Agravante : Uniao Federal.

Recurao de revista Hilo conhecido porque tardia a juntada decertid6os do acdrdioe ditos divergent", cuja publicagiio nao foi indi-c,da Recurso extraordinario em qua se invoca a inexiate"nciade nulidede. SangSo processual pals falta de oportuna inEruc5o dapeticiio do revfeta. Recurso extraordinario acertadamente indeferido.Agravo regimental n; o provido.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos eatenautos, acordam os Ministros do Pri-meira Turnia do Supremo TribunalFederal , no conformidade do eta dejulgamentos a rotas taquigreficas, aunanimidade , negar provimento noagrevo.

Brasilia, 7 do junho do 1974. -Luiz Gallotti, Presidents. - RodriguesAlckmin, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Rodrigues Alckmin:- No presente agravo do inatrumentoproferi o seguinte despacho: (f. 110).

"Vistos.

1. A Unieo interpos recurso derevista mss somente depois doscontra-razoes do recorrida pediu ajuntada de certidoes dos acord-nos

ditos divergentes.

Do recurso nao conheceu o acor-d-ao de f. 90, com a seguinte amen.to (f. 90):

"A tardia juntada de certid6es re-ferentes aos padroes nao supra a de-ficigncia instrumental do Revista.

Nao oferecida corn a propria pe-

tigao a prove do existencia dos de-

cisuea divergentes , nem indicada sun

publicafao, nao se conhece do re-

curso."

"2. Pretendeu recorrer pelas ali.nose a a d a Uniao, alegando dissf-dio core o acordao no RE 17.926 eofensa so art . 273, I, do C. Pr.Civ. /39, porque o caso serie de nu-lidade nao cominada.

3. Mantenho a decieao quo in-deforiu o recurso.

No tomato a alines d, o aresto in.vocado pare confronto repele o exa-gero quanto a imperfeig5es on defei-tos de forma . Ora, nem a recor-rente cumpriu o disposto no art. 305do R.I ., mostrando a identidade ousemelhanca dos casos , nern o acor-dao recorrido afirmou o contr4r'o

Quanto a elinea a, o acordao naoapreciou nulidade alguma , por de-

feito de forma . Se o finesse, toneconcluido polo anulaci o de revista.Apreciou a falta de oportuna pro-du4ao da prove do divergencia. Enao aprecier prove serodiamenteaprosentada , epos contra-razoes do

adversario , nada tem com o art. 273,1, do C. Pr. Civ. 139.

Arquive-se."

Veio o agravo regimental, nos termosseguintes (Le" f. 113).

E o relatorio.

VOTO

0 Sr. Ministro Rodrigues Alckmin(Relator): - A agravente inaiste emsupor qua repulse it prove extempora-nea aeja obediencia a formalidade pro.cedimental, ou vsloracao de mero "de.feito do forms". Nao 6 . Nao pro-duzida a prove no momento oportuno,a parts nao as desincumbiu do onusprocessual . Sofro a sanlao correspon.dente : a perda do oportunidade de fa-ze-lo . Nada tam, o caso , corn defeitode forma.

Nego provimento so presents agravo.

R.T.J. 72

EXTRATO DA ATA

Ag 59. 963 (AgRg) - SP - Rel.,Ministro Rodrigues Alckmin . Age.,Uniio Federal.

Decisao: Nio provido. Unenime.Presidencia do Sr . Ministro Luis

Gallotti . Presentee A Seasio os Se-

59

shores Ministros Oswaldo Trigueiro,Aliomar Baleeiro, Djaci Falcio, Ro-drigues Alckmin, e o Dr. Oscar Cor-rea Pine, Procurador-Geral do Repfr-blica, substituto.

Brasilia , 7 de junho de 1974. -

Alberto Veronese Agaiar, Secretiirio.

EMBARGOS NO RECURSO EXTRAORDINAI{IO N.o 62. 666 - GB

(Tribunal Pleno)Relator : 0 Sr. Ministro Osvaldo Trigueiro.

Embargante : Comercio a Inditatria de Confecgues Montecobro Ltda. Em-bargada : E. I. Du Pont de Nemours and Company.

Agio cominatdria julgada procedente . A molts , pedida no ini-cial, a devida a partir do tranaito em julgado do decisio quo a de-creta . Embargos recebidos, em parts.

ACORDAO

Vistos, relatados a discutidos estesautos , acordam os Ministros do Supre-mo Tribunal Federal, em sessio pleni-ria, na conformidade do ate do julga-mento e dos notes taquigraficas, porunanimidade de votos, conhecer dosembargos, em parts, e , por maioria, re-cebe-los parcialmente.

Brasilia, 30 de outubro de 1974. -Eloy do Rocha, Presidents . - OsvaldoTrigueiro, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Miniatro Oawaldo Trigueiro:- 0 Juiz do Quarts Vera do FazendaP6blica do Guenabara julgou improce-dente agio proposta por E. I. Du Pontde Nemours and Company, contra Co.mercio a Inddstria de Confecg6es Mon.tecobre Ltda., objetivando compelir are a abater-se de laser use de marcaOrlon e do titulo de eatabelecimentoOrlon-Tex, de propriedade do autora,conforme registro efetuado no Brasil aem numerosos poises ( f. 130).

Ease decisio foi reformada pale Se.gunda Turma do Tribunal Federal deRecursos , at ac6rd5o de f . 202, assimemontado:

"Marca "Orlon". Aplicagio doart. 89 do Cddigo do Propriedade

Industrial . A eaclusividade do usedo marca nio alcanga apenas os ob.jetos enumerados no classe de seuregistro , mas quaisquer outros se.melhantes ou afins . Nio se consti.tuindo a marca de fantasia de voc4.bulo de use necessirio on correnteno linguagem , mas de palavra docriagio de seu titular , cumpre ease.gurar-]he completo reaguardo contraseu use indevido , por terceiros."

A Porte vencida interp6s recurso ex-traordinario , qua foi admitido polo des,pacho de 1 . 247 a regularmente pro.cesssado.

Contra o voto do relator, qua naoconhecia do recurso in toturn, a Se.gunda Turma do Supremo Tribunaldale conheceu em parts, porem the no.you provimento ( f. 286).

O recurso extraordin4rio ti-b- doisobjetivos : 1) o de reformer o ac6rdiodo Tribunal Federal de Recursos Para,de meritis, julgar-se a agio improceden.te; 2) o de reformer-se o ac6rdio noparts em qua, julgando prooedente aagio, acolheu o pedido quanto A coml,nagio do multa digria de 20 mil cru-zeiros antigos , deade a data do citagioinicial.

O despacho de f. 248 admitiu o re.

curso apenas quanto so segundo ponto.Mas a Segundo Turns do Supremo

60 R.T.J. 72

Tribunal, de acordo com a Sdmula 528,apreciou toda a mat4ria arguida, co.nheoendo parcialmente do recurso, soqual, como acima dito, negou provi.mento.

A ementa do ac6rd io 6 do teor se.guinte:

"ACio cominat6ria visando preve,nir use do marca Orlon-Ter. Proce-dencia.

II. Recurso extraordinirio an.volvendo partes aut8nomas do dad.s6rio. Seu recebimento partial nioobsta o conhecimento integral, des.de qua, satisfeitas , quanto a quail.quer dales , as exigencies constitu.cionais.

III. A multa pedida na initial,ainda qua reduzida na sentence, 4devida desde a citacio inicial. Mo.tivacio.

Exegese do art . 303 do C. Pr.Civ. a do Sumula 528.

Recurso, por maioria, conhecido,parcialmente, mas ago provido."

Nio se conformando , a recorrenteop6s embargos de diverge"ncia (f. 288),qua foram admitidos polo despacho dof. 140 a regularmente proceesados.

A Procuradoria-Geral do Republica,

a f. 350, opinou:"1. 0 eg . Supremo Tribunal,

f. 270, conheceu a nio deu provi.mento so recurso extraordinfirio, de.clarando a procedencia do aceo co-minat6ria qua visou prevenir use domarts industrial , decretando , ainda,a multa pedida na initial desde acitecio initial.

2. Dal as embargos de diversgencia, trazendo-se a preval@ncia aRE 58 .454, in R.T.J., 44/465,quanta a aplicacio do art. 89 doC6digo de Propriedade Industrial do1945, so passo qua, quanto a comi-nacio do multa desde a citacio ini-tial, a embargante trouxe come pa-dr&es as Ag 22.192, RE 35.339,

RE 48 .395, RE 49. 668, RE 54.825

e RE 55 . 102, os quais admitiram acobranca do multa somente ap6a otrinsito em julgado do sentenca.

3. Somos Palo conhecimento,em parts, dos embargos.

4. Quanto a procedencia do aciocominatbria , certamente incabivel eo ssu rename, por versar mat4riaprobat6ria , inocorrendo a alegada di-vergincia.

5. Relativamente a multa de.cretada a partir do citacio initial, aembargante comprovou a diverg6n.cia, merecendo conhecimento as em.bargos.

6. Os ac6rd-aos trazidos comapadroes conduzem it conclusio doqua o entendimento do eg. Supre-mo Tribunal a no sentido de niocaber multa a partir do citacio ini-tial, mas, sim, a partir do trOnsitoem julgado de sentenca condena-t6ria.

7. Ademais, o caso vetsado nosautos possui a especial circunstfinciade a proced8ncia do acio cominataria ter sido declarada em segundainstincia e, assim, somente a par-tir do data do mesma poder-se-4 fa-lar em cominacio do molts , decre-tada qua foi a proceOncia do asio.Antes, nio poderia a recorrente abs,ter-se do eto , pois o juiz nio havisconsiderado ear o mesmo infringen.to do direito do recorrida.

8. Reportando-nos aos ac6rd-aostrazidos a prevalencia, somos pelorecebimento , em Parts, dos embar-gos, decretada a cominacio do multsa partir do trinsito on julgado dosentenca."

VOTO

0 Sr. Ministro Oswaldo Trigueiro(Relator): - 0 Tribunal Federal deRecursos julgou a aceo proced - nte, potconsiderar qua a exclusividade do usedo marts nio alcanca apenas as obje-tos enumerados no, classe de seu regis,tro, mas tambem quaisquer outros se-moment" ou afins . Dando razoivelinterpretacio no art. 89 do C6digo doPropriedade Industrial , entendeu nioser licito a embargante user a martsOrlon , pare designer as artigos de to,cidos qua fabrics ou vende, mom o nomecomercial Orlon-Ter, pare seus estabe•lecimentos, de vex qua a embargada 6titular do marca Orion, registrada parefibres a tecidos, naturais ou sinteticos.inclusive fazendas de malha.

R.T.J. 72

Quanto a ease ponto, o recurso extra.ordinerio neo foi admitido por neo con.figurada negative de vigencia de lei fe-deral , nem comprovado o dissidio dojurisprudencia . Nesse aentido pronun.ciou-se a Segundo Turme, embora aSvmula 528 the permitisse apreciar amat6ria, a vista do dissidio comprovadoquanto so segundo fundamento do re-curso.

Sob ease aspecto , n5o me parses ca-racterizada diverggncia qua autorize aconhecimento dos embargos . Pare easeefeito , traz-se a cotejo ac6rd5o afirma-tivo do principio de qua a nulidade dopatents pode ser argilida no defeseapresentada polo rhu, em agao comma.t6ria , per suposta contrafaceo (RE58.454 , R.T.J., 44/465). Ora, easeentendimento de nenhum modo colidecom o ac6rdao embargado , que neo co-nheceu do recurso , contra julgado emqua se afirmou qua a exciusividade douse do marca no alcange apenas asobjetos enumerados na clesse de seu re.gistro , runs quaisquer outros semelhan,tea on afros.

Por ease fundamento, pois, as ember.

gos nau podem ser conhecidos, o quoimports em manter-se a procedencia doagao cominat6ria.

A outra parts dos embargos 6 perti.nente a multa , qua o Tribunal Federalde Recursos julgou devida a partir docitageo inicial . Per ease fundamento,a Segundo Torten conheceu do recurso,a vista do comprovado dissidio, por6mthe negou provimento.

Quanta a ease ponto , as embargosindicam diverg6ncia nitida , neo apenascore o ac6rdao prolatado no Ag 22.192(R.T.J., 13/15), mas tamb4m com oentendimento adotado nos cases seguin-tea: RE 35 .339, RE 48 .395, RE 49.668,RE 54. 825, RE 55 . 102, todos trazidoseos autos por certidao (f. 304 a 338).

No RE 35 . 339 (f . 310), a SegundoTurma acompanhou , earn discrepincia,o veto do Relator , Ministro Was Boas,essim fundamentado:

"Um preceito cominatbrio, pelosou car6ter penal , nunca deve terefic4cia retroativa.

61

No o disse o legislador an reogular a acao cominat6ria pare apresta4ao de fate Cu abstengao deate (arts . 302-310 do C. Pr. Ci.vil). Mae, a regra est6 no cap[.tole Do interdito proibitdrio qua 6de memo natureza , no refer6nciaa "cominageo de pens pecunifiriapare o caso de transgressao" (arti-go 378).

Se o preceito , que 6 ordem docomando, nio 6 acatado, a ofensa6 antes a autoridade do juiz do quaso interesse privado.

Por isso mesmo , o magistrado, soexpedi-lo, sempre emprega o verbono future , come no case:

"Julgo procedente a acao, nos ter-mos de inicial , exceto quanto a pens,qua ser6 de Cr$ 100,00 (cam cru.zeiros ) diirios" (£. 23-v.).

A sentence, core transito em jul.gado, habilitou o outer a impor aoadvers6rio a abstencao , mediante acominacao outorgada.

So, antes do sua oposigao resultouprejuizo , deve ser ele verificado peracao pr6pria, a neo mediante a apli.cacao do preceito , qua visa spousesa conturAcia do agents.

"A neo ser assim , poderia o titu.lar do ins prohibendi elevar a con-denacao a cifras astronamicas, baa-tando qua ficasse em inatividade peralguns ones.

A solugao dada no v. acbrdao re.corrido love a ease estupendo resul.tado, evidentemente contra as prin-cipios qua din vide a inspimcao aogee cominat6ria."

No RE 48.395 (f. 316), a PrimeireTurma, por decisao unanime , relatadapolo Ministro Gongalves de Oliveira,assentou qua, no acao cominat6ria, amulta 6 devida de ate do preceito, noexecuceo , a neo do citacao inicial.

No RE 49.668 (f. 321), tamb6mdo Primeira Torres, relator o MinistmBanos Monteiro , reduziu-se a multa"corn o prevalecimento deata, a partir

62 R.T.J. 72

do trensito em julgado do sentenga".No RE 54 . 825 (f . 326), entendeu a

Segundo Turma , per unanimidade, qua,na agio cominnt6ria, "a multa s6 podsser cobrada ap6s o transito em julgadodo sentenga„

Por fim, no RE 55 . 102 (f . 330), dequa foi relator o Ministro EvandroLine, a Primeira Turma decidiu que,fazendo cumprir o preceito a partir dotransito em julgado de decisio, o ac6r.dio ders, razo4vel interpretagio so or-tigo 302, XII, do C. Pr. Civil.

Nestas condig6es , tenho como com-provada a divergencia do ac6rd"ao em.bargado com as decis6es apontedas, asquais, per sue reiteragao, traduzem ju-risprud6ncia firme sobro o tame emdiscuseio.

Palo exposto , a de acordo com o Pa-racer do Procuradoria-Geral do Rep6.

blica, conhego dos embargos, a os re.cebo, em parts , Pam determiner quo amulta cominada seja page a partir dodata em qua a decisio transitou em jul-gado.

EXTRATO DA ATA

ERE 62 . 666 - GB - Rel., Minis•tro Osvaldo Trigueiro. Embte., Co-m6rcio a Ind6stria de Confecg6es Mon-tecobre Ltda . (Adv., Jefferson deAguiar ). Embda., E. I. Du Pont deNemours and Company (Adv., LuisLeonardo.) (Dec. embda . SegundoTurma , 2.3.70).

Decisao: Adiado o julgamento porhaver pedido vista o Ministro AmaralSantos, depois do voto do Relator (Mi.nistro Oswaldo Trigueiro ) que conhe.cia a recebie, am parts , os Embargos.Licenciado, o Sr. Ministro Berms Mon-teiro.

Presidencia do Sr . Ministro AliomarBaleeiro . Presentee i sessio os Se-nhores Ministros Luiz Gallotti , AdalfcioNogueira , Oswaldo Trigueiro , Eloy doRoche, Djaci Falcio, Amami Santos,Thompson Flores, Bilac Pinto a Anto.nio Neder . Procurador-Geral do Rep6.blica, o Prof . Xavier de 'Albuquerque.Licenciado , o Sr. Ministro BarrosMonteiro.

Brasilia, 16 de junho de 1971. -Alvaro Ferreira dos Santos, Vice-Dire-tor-Geral.

VOTO

O Sr. Ministro Amaral Santos: -1. Conhecendo dos embargo., o emi-nente Relator os recebe em parte, paredeterminer qua a multa cominada sejapage a partir do data em qua a decisaotransitou em julgado.

Data venia de S. Ex* ., conhego dosembargos, mas ni o oa recebo, am mes-mo no parts em qua a S . Ex*. no re-cabs.

A cominagio felt. na inicial, atravbsde citagio, Segundo entendo a decidiuo aresto embargado , € devida deade esta.Essa € a doutrina qua expoe em AgnesCominatorias no Direito Brasileiro, 49edigio, 1969, 19 v., que pogo licencepare reproduzir na parts que interessaso feito (ob. cit . a9 60):

"No processo monit6rio brasileiro,o autor pedir6 a expedigio do rareordem (rnandado, preceito monitd-rio), contra o reu, pan prestar ointo on abater-se do ato, sob cartepens (C6digo, art. 303 ); o juiz,inaudita alters parts mss examine-dos os presssupostos proceesuais a ascondigi es do agio, hem corno apre-ciando, conquanto sumariamente, aselementos de convicgio relativos nomerito oferecidos polo actor , deter-minar6 a expedigio do ordem soli-citada, no qual est6 implicit. aclausula qua faculta so rbu contes-ta-la dentro de des diaa (C6digo, or-tigo 303, § 19).

Citado o reu , abrem-se-]he doiscaminhos: cumprir a ordem e, por-tanto, a obrigagiio , on contestar opedido . Nio fazendo una ou outracoisa, os autos serio conclusoa pansentenga (C6digo, art . 303, § 19).Contestado o pedido, no prazo, de-oenvolver-se-i a agio corn o rimordinerio ( C6digo, art . 303, § 29).

Conseguintemente , o juiz proferesempre dues decis6es : a primein, soexpedir a ordem; a segubda, depoisdo citegio do reu, Para confirm4-la,on revogi-la , quer na hip6tese doinexistencia de contestagao quer ashipbtese de aua existincia, nestscaso corno culminagio dos atos doprocedimento ordinIrio.

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a) de prolagio do primeira de-cisio, fundada em conhecimento su-perficial , late 6, nio complete, niodecorre urns ordem definitive sor6u. Ao contrfirio, a ordem 6 decarfiter provis6rio , porque suscettveldo confinnagio ou revogagio. Nioa contestte 0 r6u no prazo previstone lei, ou seja, precluso so r6u noprazo Para contester, nova decisioconfirmar6 equals . Contestado opreceito dentro do prazo, ao finaldo processo ordinfirio, qua se ins-taura , a decisio , qua o encerrar, con-firmar6 on revogar6 a primeira.

Dande equals decisio ter efic6ciacondicionada a cl6usula de o r6u ofe-recer contestagio no prazo legal.Corn o oferecimento de defesa notermo, suspende -se a ordem quo asreflete do decisio.

Pode-se, portanto, -concluir qua adecisio, qua expede ordem de cum-primento de obrigagio sob dadapens, tern a natureza de sentengaprovis6ria a conditional'.

Depois de fazer varies consideragies,concluo (p. 200-201):

"Nio cumprindo a obrigageo nemcontestando a agio no prazo, e, as-aim, completado o conhecimento porvia do principle do preclusio, as au-tos sio conclusos Para a seentengafinal qua outra colas no 6 quo aconfirmagao de deciseo provis6ria nasue parts declarative - a obrigagiodo r6u, nio cumprida no prazo assi-nado e a condenagio do r6u na penscominada . A sentenga final , decfa-rativa a gerelmente tamb6m condo-natdria, transforms o preceito provi-s6rio a conditional em definitivo,core a condenagio do r6u ne pens,e, polo seu transito em julgado, ten-do forge material de coisa julgada,torna-se exequivel.

A contestagio suspends os efeitosde ordem a abre o contradit6rio, qua6, pole, de initiative do r6u. En-taao, a aentenga final aprecia os fa-tes e o direito alegados a provadospelas partee a resolve a pendencia,julgando procedente on improceden-te a agio. 0 contefido de sentengaprocedente consists, assim, to decla-

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racao do direito - e, portanto, neconfirmagio do declaratio contidano ordem proferida no primeira de-cisio - e, tale sejam os elementosde fete a de direito trazidos so pro-cesso pelas partes, a) no condena-gio do preatagio conforme o pedido,on no condenagio de preetagio infe-rior a do pedido (case de sentenceprocedente em parts), numa a nou-tra hip6tese corn a eplicagio de penscominada ; on, ainda b ) porque niosatisfeita a obrigagio dentro do pm-zo assinado no primeire decisio enio male posslvel o sou adimplemen-to, tio-somente no condenagio dor6u a pens cominada".

Em sums , a pens cominada 6 devidadesdo a emissio do preceito a, assim,desde a citagao. Nio fosse assim, anatureza injuncional do agio comina-t6ria nio as justificaria . E o preceito,corn sue efic6cia inicial , quo qualifica"so esp6cie de agio, trazendo pare odireito brasileiro, no consonancia dodireito traditional , uma medida r6pidade solugio dos obrigagoea de fazer ounio fawn.

Assim, data venia do eminente Re-lator a no conformidade do doutrinaquo exponho a quo se ampara em Ca-lamandrei, Chiovenda, Machado Gui-maries e a generalidade dos autoresitalianos a alemies, rejeito os ember-gos per considerar juridica a incensu-r6vel a decisio embargada.

REITERAcAO DE VOTO

0 Sr. Ministro Oswaldo Trigusiro(Relator): - Sr. Presidents, pego apalavra pare um esclarecimento, quame cumpre prestar como relator desteaembargos.

Trats-se de agao cominatbrie , julga-da procedente polo Tribunal Federaldo Recursos , qua entendeu devida amulta cominada , a partir do citagioinitial . Dal o recurso extraordinerio,a qua a Segundo Turma negou provi-mento. 0 Sr. Ministro Eloy do Ro-the dissentiu do eminente relator, Mi-nistro Thompson Flores, per entenderqua a cominagio deveria ser eplicada apartir do sentenga . Houve brilhantodebate sobre o terns , provalecendo aft-

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nal o ponto de vista do relator, con-cords corn o julgado do Tribunal Fe-deral de Recursos , assim integralmenteconfirmado.

Opostos embargos , entendi qua de-viam ser conhecidos a parcialmente re-cebidos . Quanto so pedido principal,nio as comprovou a diverg6ncia, do sor.to quo os embargos nio podem ser aco-Ihidos.

Quanto so outro ponto , por6m, pen-so que a decisio do Turma est6 emfrancs diverg6ncia corn a jurispruden-cia do Supremo Tribunal. A embar-gante arrimou o sou recurso em Wedsmends do cinco decis5es unanimes doSupremo Tribunal , citadoe em menvoto, todas no sentido do voto vencidodo Sr . Ministro Eloy do Roche.

Julguei dispensevel maior examsdoutrin4rio do mat6ria, a vista do en-tendimento adotado polo Supremo Tri-bunal , em decis5es indiscrepantes a re-petidas.

Recebi on embargos , assim, em obe-diincia a urns, jurisprud6ncla que mepareceu firma a tranq(iila.

Data versa do Sr. Ministro AmaralSantos, mantenho o voto qua proferina sessio anterior, no sentido do co-nhecer doe embargos a on receber, emparts.

EXTRATO DA ATA

ERE 62 . 666 - GB - Rel., Minis-tro Oswaldo Trigueiro . Embts., Co-m6rcio a Indfistria de Confecg6es Mon-tecobre Ltda. (Adv., Jefferson deAguiar). Embda., E. I. Du Pont doNemours and Company (Adv., LuisLeonsrdos) (Dec. embda . SegundoTucroa, 2.3.70).

Decisio: Adiado por pedido do vistado Ministro Eloy do Roche, depois dovoto do Ministro Amaral Santos queconbecia dos embargos , rasa as rejei.tava in totum . Ausente, justificada-mente, o Sr. Ministro Barros Monteiro.

Preside"ncia do Sr. Ministro AliomarBalseiro. Presentee a sesseo as Se-nhores Ministros Luiz Gallotti , Adali-cio Nogusira , Oswaldo Trigueiro, Eloydo Roche, Djaci Falcio , Amaral San-tos, Thompson Flores, Bilac Pinto eAntonio Nader. Procurador-Geral doRepublica , o Prof. Xavier do Albu-

querque. Licenciado, o Sr. MinistroBarros Monteiro,

Brasilia, 25 de agosto do 1971. -Alvaro Ferreira doe Santee, Vice-Dire-tor-Geral.

VOTO (VISTA)

0 Sr. Ministro Eloy do Roche (Pre-sidente): - 0 ponto em discussio 6saber as a cominagio, pedida na iniciale, na hipbtese dos autos , somante con-cedida on segunde instincia - a ageocominat6ria foi julgada improcedentoem primeira -, dove ser contada aparty do decisio transitada em julgado,Cu do citagio inicial.

Von ler o voto do eminente Relator,corn o qual estou do acordo ( le" o voto).

Na esp6cie, a autora pediu ( folhas14-15):

"II - A condenagio do r6 a:

a) retirar totalmente a imediata-mente o distico Orlon-Tex de todossew estabelecimentos , do material dopropaganda , dos impressos de escritbrioe semelhantes sob pens de responderpela multa di6ria de Cry 20.000,00(vinte mil cruzeiros ) contada desde acitagio initial, por infragio do proceito;

b) pager a autora as perdas a da-bs a as apurarem on execugio deedso inicio do contrafagio a ate a data emqua ae tornar ofetiva a imposigio dopens pecunieria referida no item a su,prm, indenizecio note aaescida doscastes processuais a de honor6rios doadvogados na base de 20% (vine porcento) sobre o valor do cause qua 6aqui fixado on Cr$ 1.000 . 000,00 (hummilhio de cruzeiros ) spans pare efei-tos de taxa judicifiria pois an podsser desde j6 estimado o dano pale r.causedo no patrim6nio moral a materialde A. (goodwill) representado polomalbarato do propriedade industrialOrlon;

c) a desistir dos pedidos do regis-tro marca "Orlon" depositados no De-partamento Nacionat do PropriedadeIndustrial sob as termos no. 347.328e 355 .726)."

Ao voter, na Turma, adotei a orien-tagio de juriaprudencia dominants noSupremo Tribunal . Reproduzo trechosdo meu voto (f. 280-283):

JAI I i

V.T.J. 72 65

"Dispoe o art . 303 do C . Pr. Civil:"Art. 303. 0 autor, no peticeo initial,pedire a citacio do rhu pare preetar afato on abater-se do ato, sob a penscontratual , on a pedida polo autor, sonenhuma tiver sido convencionada."

Cuida-se, no caso dos autos , de Penapedida polo autor.

Na acio cominat6ria , quando o juisdespacha , simplesmente , "cite-se", compocorreu na esp6cie, nio se insere, nodespacho , a cominacio . Observe Pon-tes de Miranda qua o mandado 4 cite-t6rio-cominatbrio . 0 juiz defere a ci-tacio a a cominaceo.

Niio as pode conceber a cominacio,sem aprecia9iio do juiz, so mans emfew de cognicio incomplete. Na hi.p6tese de pens pedida polo autor, pa-rece-me inadmissivel qua o mandado co-mine qualquer pane, pedida polo autor,am decisio do juiz . Tive ocasieo deassinalar, em voto vencido , proferidono Tribunal de Justice do Rio Grandedo Sul, qua, na ausencia de pena con-tratual, on legal, o juiz , so fixer a pens,na sentence , em face do pedido do au-tor "constitui" (Revista Juridica,49/145-146 ). Certamente , o juiz niiofica adstrito A pena pedida polo autor;ale a aceita , on nio."

"Se o juiz comina somente na sen-tence, a parts nio eats , antes delta,sob a cominagio.11

'Snquanto o juis nio se pronunciar,nio existiri a cominacio . Conceda-sequa eta exists, implicitamente , no des.pacho meramente citat6rio , quando apane houver sido convencionada, on forlegal.1,

'% o juiz quern comina ; o autor ape-nes requer . Havers cominacio, desdeo momento em qua o juiz se pronun-ciar.

Tratando-se de pens pedida polo an.tor, eats nao pods pretender qua easepens se imponha , desde o inicio , so r6u.Nessa hip6tese , mesmo quando naohaja contestacio - art. 303, % 19, doC. Pr. Civ. -, a sentence not seresimplesmente declarative."

"Distingo , antes de tudo , porque niohouve, no caso , mandado citat6rio-cominat6rio . Houve simples deepe-

cho do citagfio."

"A recorrente citou jurisprudeneiasobre a imposicio de multa pedida poloautor, a partir do trinsito em julgadode decisio (f. 229-230), comprovandoo dissidio, principalmente , corn a cer-tid io de f . 231-240, do ac6rdeo do Tri-bunal de justice de Sao Paulo, emgran de embargos . Outro ac6rdioepontado 6 o do Ag 22. 192, de 2.1.60,do Supremo Tribunal Federal (R.T.J.,13/15-16).

Admitiram o memo entandimeo rtD,em caso de Pena pedida polo autor, osjulgados no RE 35 .339, de 26.7.57(Revista Juridica do Rio Grande doSul, 31/90-91 ), RE 54.825, de 24.4.64(Ementdrio 578/2), RE 55. 102, de2.7.64 (este rolativo A decisio do Tri-bunal de JustiSa de Sao Paulo, apon-tada pela recorrente; Ementerio .... .587/2), RE 49. 668, do 25.3.68(EmentSrio 726/2)."

"0 juiz ainda nio declarou se o reudove sujeitar-se A pane pedida poloautor , isto 6, n"ao cominou; pods deixarde acolher o pedido."

Considerei , ainda , urns circunstinclarolevente: niio s6 o despacho sobro apeticio initial foi simplesmente cita-t6rio, como a sentenca do primeire ins.tincia julgou improcedonto o pedida.Em grau de apelacio , o Tribunal Fe-deral de Recursos julgou procedente aacio a aplicou a cominacio. Ora, so-brevindo, ap6s o despacho de mere ci•tecio, sentenca do juiz, julgando im-procedente a pretens5o do autor, niose poderia entender qua a cominagio,imposts em segunda instincia, fossecontada a partir do citacAo initial. Foia sentence de segunda instancia quoimp6s a cominacAo , diante do qual or6u tinha a alternative : on atender anpedido , on sujeitar-se A cominacio.

A acio cominat6ria de qua as cuida6 a prevista no C. Pr, Civ. de 1939.No atual regime processual civil, dis-p6e o art. 287 do Novo C6digo: "Se 0autor pedir a condenacio do r6u a abs-ter-se do pr6tica de algum eto, a tole-rar alguma atividade, on a prestar fatoqua nio posse ser realizado por tercei-to, constare do peticio initial a comi-nacio do pens pecunieria pare o casede descumprimento do sentence." A

66 R.T.J. 72

cominacio pode ser pedida polo autor,no inicial, pare o caso em que, profe-

ride a sentence, o r6u a descumpra.Julgado procedente o pedido, so o r6unio cumpre a sentence, entio, Cabe apens pecuni&ria.

0 C6digo de 1973, net parts do eze.curio, prescreve no art. 645: "Art. 645,A condenecio no pace pecuniiria de-ver4 constar do sentence quo julgou alids." A sentence qua julga a lido 6quo aprecia a condenacio net pena pe-cuni6ria . E o art . 644 preceitua: "Soa obrigacio consistir em facer on niofazer, o credor poderi pedir que o de-vedor seja condenado a pager uma penspecuniiria por dia do atraso no cum-primento, contado o prozo do data ee-tabelecida polo juiz." Contar-se-4 aprazo do data estabelecida polo juis,nio desde a citacio inicial.

Acompanho o eminente Relator. Co.nheco dos embargos - nie h4 dividequanto so conhecimento - a as recebo,em parts.

VOTO

Assim, conheco dos embargos a osrecebo, em parts.

A o men voto.

EXTRATO DA ATA

ERE 62 . 666 - GB - Rel., Minis.

to Oswaldo Trigueiro . Embte., Co-m6rcio a Industria de Confecc6es Mon-tecobre Ltda. (Adv., Jefferson doAguiar). Embda., E. I. Du Pont doNemours and Company (Adv., Luis

Leonardos) (Dec. Embda . SegundoTurma, 2.3.70).

Decisio: Conheceram dos Embargos,em parts, unanimemente ; a os recebe-ram, percialmente, por maioria , compu-tado o voto vencido do Ministro Ama-ral Santos . Nio tomaram parts nojulgamento co Ministroe Cordeiro Guer.ra, Leitio do Abreu , Rodrigues Alck-min, Xavier do Albuquerque a AliomarBaleeiro.

Preside"ncla do Sr. Ministro Eloy doRoche . Presentee i sessio ce Senho-ree Ministros Oswaldo Trigueiro, Alio-mar Baleeiro, Djaci Falcio, ThompsonFlores, Bilac Pinto, Antonio Nader,Xavier do Albuquerque , Rodrigues

0 Sr. Ministro Thompson Flores : Alckmin, Leitio de Abrou a Conic Ira- Senhor Presidents . Ante os argu- Guerra . Procurador-Geral do Rep6bli.mentor do V. Eze . a considerando quo ca, o Prof. Josh Carlos Moreira Alves.a jurisprudencia do Corte se coneolidou Brasilia, 30 de outubro do 1974. -no sentido do voto de V. Eze ., nio Alberto Veronese Aguiar, Diretor dodesejo insistir. Departamento Judiciirio.

t ,^pRECURSO EXTRAORDINARIO N.° 88.043 SP "'- `

(Seganda Turma)

Relator: 0 Sr . Ministro Antonio Nader.

Recorreme : Serraria Paesani Lode. Recorridos: Lauro doe Santos a outro.

1. Coisa julgada . Sentenca do (undo que omits discussio ejulgamento sobre was dam quest6es do lids a contra a qua/ nio

loram opostos embargos declaratdrios polo interesmdo . Considerano-

so deduzidas a repelidas pela sentence de mdrito quaisgquer alega-

Soes a delesas qua a parts poderia contrapor tanto so acolhimento

como a rejeicao do pedido.2. Reaaso eatraordin4rio nio conhecido.

AC6RDAO. Supremo Tribunal Federal , por ens Se-

gunda Tura, unanimemente, nio co.

Vista a relatadoe ester autos de nhecer do reeurso , do acordo com as

Recurso Eztraordinirio no 68 . 043, do rotas juntas.

Estado de Soo Paulo, em qua 6 recur- Brasilia , 11 de outubro do 1974. -route Serraria Paeesni Ltda . a recorrl- Thompson Flores, Presidents. - An-dos Unto dos Santos a outro; deride o tonic Nader, Relator.

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RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Antonio Nader: -1. Serraria Paesani Ltda . prop6s acioordinbria contra Lauro dos Santos eArcilio Nicolau pare obter da Justigaqua no condone a indeniz4-la polos pmjuizos , qua The teriam causado sobredi-tos rbus, quando ambos turbaram a pos-as qua tern eta sobre certo im6vel des,crito na petiFio inicial.

Na contestagio qua ofereceram, Law

to a Arcilio alegaram qua a questio

formou objeto de anterior julgamento,

a qua, por isso , era reconhecivel a ex-

cegio de wise julgada.

Ao ensejo do despacho saneador, ojuiz do primeiro grau julgou proceden.to a excegio argilida, e o fez nestes ter-mos (f. 78):

"Vistos, etc.

A autom n"ao tern probalidade dosucesso no presents dernanda, porcarecedora de asio, eis qua falta apedido inicial de fundamento jurbdice.

Corn efeito , propusera contra os

rbus, parents a 12a Van Civel de

Comarca do Capital, acio de manu-

tenfao de posse , em qua requerera,

corn o pedido principal, a condena-

Sio dos thus tambisn no "ressarci-

mento dos prejuizos qua causaram"

(f. 9).

Embore tenham obtido ganbo docause quanto so pedido principal domanutencio ( f. 16), nio foram osrevs condenados a perdas a danos,certamente pot nio ter o MM. Juiajulgador lobrigado mb-fb de partsdos rbus, como se pode depreenderdo fundamentacao de r . sentenca en-tio proferida.

Alias, born do ver qua, se houves,se reparaF5o a ser feita , a autosdeveria executor os thus naquelaagio.

Palo exposto , julgo a autos ca.recedora do agio, condenando-a noscastes a no pagameato dos honors.

67

rioa de advogado dos rbus quo fixoson NCr$ 150,00, atendido o prin-cipio do modicidade."

2. A ease decisio , Serraria PeasantLimitada interpbs o recurso do agravode peticio previsto no art. 846 doC. Pr. Civ. de 1939, assim razoadopelas dues partes : ... ( 16).

Julgando esse recurso, editou o eg.

Tribunal de Justiga de Sao Paulo eats

ac6rd5o, redigido Palo entio Desem-

bargador Rodrigues Alckmin, hoje emi.

nente Ministro desta Corte (f. 96):

"Vistos, relatados a discutidos es,tea autos de Agravo de Petigionv 176 . 586, do conlarca de Itapeceorice da Sam , em qua a agravantsSerraria Paesani Ltda ., sendo agra,vados Lauro dos Santos a ArciliaNicolau:

"Acordam, em Quinta Cimara Ci.vil do Tribunal de Justiga por vote.On uninime, negar provimento anrecurso, pages como de diroito ascustas.

1. A agravante prop6s contra os

agravados urns agio possessbria, re.

clamando qua , mantida no posse

turbada, fossem os agravados con.

denados "so ressarcimento dos pre.

juizos qua causaram it suplicante

corn o procedimento ilegal qua tiveo

ram". A afio foi acolhida, maa o

magistrado condenou os thus tio-so-

mente so pagamento des custas a

dos honorlrios de advogado. Dai,

pretender a agravante propor outs

agio, pare reclamar a composigio

dos prejuizos quo diz sofridos.

A decisio de f. 78 deu pale ca.rencia do agio por parts do autora,porque a pretensio js fore manifes-tada no demanda anterior a nio po-deria set renovada . Dal o presentsagravo, em qua a autos insists emqua, sendo omissa a sentenra ante,rior quanto a sou pedido do indeni.zatio, =do obsta it propositura denova demands , pare vi-lo decidido.

68 R.T.J. 72

2. E evidente o engano do re.currents . Na agao anteriormenteproposta , formulou ale o pedido doindenizagio . Logo, identicos soapresentam , nas dugs agees (na an.terior a nests ), os elementos de pea-soa, objeto a cause do pedir. Eassim, nio pods a agravante reite-rar demanda qua j6 propbs.

A late op6e, a recorrente , qua, na

primeira agio , a sentenga omitiu deo

cisio expressa sobre seu pedido de

Pardee e danos . A argiii£io 6, po.

rem, de todo irrelevante. So a

agravante, no demanda anterior, pe.

diu manutengio , perdas a danos,

cuatas a honoririos ; a so a sentenga

deixou de conceder a indenizagio

pedida, seen qualquer referenda a

deneg6-la; 6 claro qua a sentence

foi omissa . E o rem6dio saris ter

interposto a agravante , contra aqua.

la sentenga , embargos declarat6rios,

Para qua ela so completasse, corri•

gindo a omissio .. Nio oferecidos os

embargos, deixou a parts de user do

recurso oportuno contra o gravame

qua the adveio do omissio (sobre o

car6ter recuraal dos embargos, v.

Josh Frederico Marques, Instital.

goes de D . P. Civil, IV/279).

Logo , deixou qua a sentenga tran.

sitasse em julgado seen o atendimen,

to de urn dos pedidos quo formu.

lou a a coisa julgada sobre toda a

fain do petitum, impedindo qua

poses a pretensio ser re petida em

outra demanda, a pretexto de omis-

sio do primeira sentenga.

Nem se trots, come pretends aagravante , de invocar o art. 287 doC. Pr. Civ., qua nada teen com aesp6cie: este artigo Be referee off.c6cia de sentenga a exatamente por-que a agravante fonnulo i pedido doindenizacao, a ease pedido an foiatendido , seen o adequado retireematte o gravame da omissio; a

questio ficou docidida do forma con•transia pretensio da agravante.

Nio podia a agravante , portents,intentar nova demanda, polo fate denio ter visto decidida , do maneiraexpresso, a pretensio quo manifes-tara no primeira demanda, de obtetrepamgio de danos sofridos. 0 quaa lei admits 6 qua, se omitido pe-dido qua aerie licito Taxer , posse aautor formul6-lo son nova demands(C. Pr. Civ., art. 157). Nio quoo litigants repita, em demands nova,pedido j6 feito out outra a no aco.

lhido, ainda qua por omissio do de-cis6rio. Nio 6 licito tenter corri-gir tal omissio per mein do novademands.

Nega-ae, polo exposto , provimen.

to so reeurso.

3. A ease respeitavel ac6rdio 6 quaa vencida contrap6s o presents recuraoextraordin6rio alegando qua por ale foinegada vigencia so art . 150 do C. Civ

e so art . 287 do C . Pr. Civ . de 1939,

come so verifica do sua petigio, quoela deduziu por esta forme : ... (16).

Admitido tal recurso, razoou-o so-mente a sua autora, qua o fez nest"terrnos : ... (le).

4. E o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Antonio Nader (Re-lator): - 1. Nio 6 carte qua oacdrdao recorrido tenha negado vigen-cia so art . 159 do C. Civil.

Dita decisao limitou-se a julgar aexcegio referents a coils julgada.

Em ponto nenhum do sea texto ver-sou ela o assunto regulado pela refe.ride norme, razio bastante Para as apli.car, no pomrenor, os verbetes 282 e356 do Sdmula do S.T.F.

2. No tocante so argumento de qua

o julgado local negou a incidencia do

art. 287 do C . Pr. Civ. de 1939 no

case agora discutido, meu juizo 6 o do

qua o supracitado ac6rdio as limitou a

aplicagio, out termos cunlais, daquela

regra.

^. ^. 1 14 4 11 1

R.T.J. 72

Corn efeito , partindo do pressupostode quo a sentenga anterior decidiu no.gar perdas a danos a entao postulants,ore recorrente , a qua se consubstancianesse ponto a coise julgada qua impedenovo julgamento de tal mat6ria , o ques-tionado ac6rdeo neo negou vig6ncia amencionada regra processual, senaoqua se restringiu a aplic4-la de modoqua hem cond z corn o seu texto.

3. A recorrente sustenta qua a sen-tence havida comp consubstanciadorado colas julgada a omissa quanto sodecidir sobre perdas a danos, a qua,neo se pronunciando sobre tal assunto,6 de se concluir quo ela neo a resol.veu, a qua , por isso , no se pode cogi-tar de coisa julgada no tocante 6o por-menor.

Ocorre, por6m, qua tal arguntenton5o procede.

Corr efeito, se a referida sentenga

neo debateu nem decidiu o pedido no

tocante a indenizag5o de perdas a do.

nos, a parts prejudicada (no caso a an.

too autora quo 6 agora recorrente) de,

via opor embargos declarat6rios pore

ensejar fosse a omissao devidamente

suprida , como, aliMs, acentuou o ac6r.

dao impugnado.

Para reforgar gate entendimento, re.lembro a seguinte ligao de Enrico Tul-lio Liebman sobre a vexata quaestiodos limites objetivos do coisa julgada(Eficacia a Autoridade da Sentenga,1945, p. 52 a 53):

"(...) Imports realgar quo aafirmagao frequents , segundo a qualso estenderia a coise julgada a to-dos as questoes debatidas a decidi.dos, 6 duplamente inexata.

Em primeiro lugar , porque se es-tende tamb6m as quest6es neo de•batidas nem decididas: Se mequestao pudesse ear discutida noprocesso , mss de fato neo o fol,tamb6m a ela se estende , neo obs.tante , a coisa julgada , no sentido dequa aquela quest[o neo poderia serutilizada Para negar on contestar oresultado a quo as cbegou naquele

69

processo . For exemplo , o r6u neoop6s me aerie de dedugoes defen-sives qua teria podido opor, a foicondenado . Nao poder4 ale valor.se daquelas dedugbes pare contestara coisa julgada . A finalidade pr4-tica do instituto exige qua a coisajulgada permanega fire , embora adiscussao dos quest6es relevantes to-nha sido eventualmente incompletalabsorve ale , desse modo , necessaria•mente, tanto as quest6es qua foramdiscutidas como as qua o poderiamser. Neste sentido dispoe exata.mente o pardgrafa 6nico do artigo287 do C. Pr. Civil" (de 1939).

Ainda pare roborar a mesma inteli-g6ncia , registro qua o C. Pr. Civ. do1973 (melhor, sem duvida quo o ante-rior) versou o terra no seu art. 474,redigido nestes taros:

"Passada em julgado a sentenga

de m6rito, reputar-se-ao deduzidas arepelidas todas as alegagoes a defe-

sea, qua a parte poderia opor assim

so acolhimento como a rejeigao do

pedido."

4. No conhego do recurso, 6 o meuvoto.

EXTRATO DA ATA

RE 68.043 - SP - Rel., Ministro

Antonio Nader. Recta., Serraria Pae-

sani Ltda. (Adv., Louremberg Nunes

Roche). Recdos., Laura dos Santos a

outro (Adv., Adoniro Paulo Villa

Real). ,

Decisgo: Nao conhecido, unanime.

Presidencia do Sr. Ministro Thomp.

son Flores. Presentes a sessao os Se-

nhores Ministros Antonio Nader, Xa-

vier de Albuquerque a Cordeiro

Guerra. Ausente, justificadamente, o

Sr. Ministro Leitao de Abreu. Pro-

curador-Gems de RepAblica, aubstituto,

Dr. Oscar Corr6a Pina.

Brasilia, 11 de outubro de 1974, -IYelio Pranciseo Marquee, Seoret4rto:

70 R.T.J. 72

EMBARGOS NO RECI £RSO EXTRAORDINARIO N" 68.484t ,k(Tribunal Pleno) U'A . 15f

Relator: 0 Sr. Ministro Lutz Gallotti. i old %- • g. 41]j mbargante : Jose Ribamar Preserve, Coelho . Embargado : Estado do Ama-

zones.

Aloe do Governedoree, praticados coin base no Ato Institucio-nat n9 1.

LimitaF3o do son orame judicial, merino apds o Ato In,titu-ciorail n9 2 e as Constituig6es do 1967 a 1969.

Disseidio jurisprudential superado.Embargos neo conhecidos.

AC6RDA0

Vistos a relatados estes autos deEmbargos no Recurso Extraordin6rion9 68.464, do Amazonas , em qua 6embargante Josh Ribaroor PresagesCoelho a embargado o Estado do Ams-zones, decide o Supremo Tribunal Fe-deral, unanimemente , nio conhecer dosembargo., de acordo coin as notesjuntas.

Distrito Federal, 14 de junho do1974 . - Eloy do Roche, Presidents.- Ludz Gallotti, Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Luiz Gallotti: -Na Segundo Tuma, assim relatou oeminente Ministro Antonio Neder (fo.]has 141-144):

"Josh Magner Prager" Coelhointegrava o Minist6rio Pfiblico doAmazonas, Promotor de Justice quaare, a foi aposentado mediante de-creto quo o Governador desse Este.do baixou invocando o art. 79, g 19,do Ato Institutional no 1.

Inconfonnado , o referido funcio-n6rio ajuizou acio ordinfiria pare ofins de anular o eta de sue aposen-tadoria.

Sustentou , em a£ntese, que, pelo or-tigo 19 do A.I. n9 2, os atos que osGovernadons editaram cons o apoiodaquela primeira norma podem terapreclados pelo Judicifirio ate mes-mo quanto so merecimento dos fatosqua os causaram ; a analisando tailfatos concluiu que elm no autori.saran a punigio que the foi im-posts,

O juiz de primeiro gnu aceitouas fundamentos do agio a julgou sprocadonto.

An decidir o apeio do Estado, oeg. Tribunal amazonense negou-lheprovimento , e o fez por acbrdeo fun-damentado nestes; barroom (f. 93e 94):

"Nio se argue que as atos dosgovernor doe Estados estapam aapreciageo do Poder Judicl6rio,pois quo tat ji nio ocorre.

Nio padece d6vida de quo, noperiodo anterior, o controls ju-risdicional dosses atos limitava-seso erame dos formalidades ex-trinsecas . Entretanto, voltandoo pals & am normalidade pol£ti.ca, a nova Const£tui£io doBrasil, fizadoo not atos institu-cionais, a modificou untrue, en-tre os quais a permissibilidadedo apreciagio dos atos dos gover-nadoree, sera mencionar qualquerrestrigio , donde se conclui queas atos all referidos podem setrevising pelo Poder Judicifirlodeeds a sue "aparencia so ima-go", no dizer do eminente De-sembargador Souza Nato.

Quento no m6rito, a Cimararessaltou que do ponto de vistade legalidade , node pods escapera revisio judicial . Assam sendo,se permits so Poder Judicifirioanular o ato administntivo quan-do praticado coin inobservinciado lei, on quando as elementoode prove colhidos silo autorisama ptitica do ato:

R.T.J. 72

No case sub indite , o apeladonao cometeu nenhum ilicito pe-nal capaz de gerar a punicao quathe foi imposta , a Pam o qual astornava imprescindivel quo amesmo houvesse tentado contra aseguranca do pats, o regime de•mocritico e a probidade do ad-ministraciio.

0 "ilicito" atribuido ao ape-lado foi, tao-somente, "falta deexaFao no cuxnprimento do de-ver", per ter pedido a absolvi-ceo de dois acusados.

R sabido qua o Minist6rio P6-blico 6 tuna funcao qua se re-veste de um verdadeiro absurdopsicol6gico , pois qua o Promotordeve ser tao parcial come urnadvogado, a too imparcial comoum juiz, o qua nio o impede doagir de acordo corn a lei a a sueconscitncia.

Conclui-se , portanto, quo ne-ahum ilicito foi praticado poloapelado, qua justificasse a puni-ceo qua ]he foi imposta, o quojustifies, plenamente a queda doato qua nele se originou on quateve corno cause declamda a au-ficiente."

Impugnando an deciseo no pre-sents recurso extraordinirio , afirmeo Estado vencido qua ale nags vi-g6ncia ao art. 79, § 19, do Ato Ins-titucional n9 1, a diverge do ac6r-deo corn qua esta Corte julgou oEMS 16 . 258, de Sergipe.

Negada qua foi admisseo eo ape-lo, o nobre Ministro Adauto Car-doso determinou-lhe a subida paremelhor exame do assunto, comodespachou S. Exp. no Ag 46.583.

As razoes a contra-razoes , as par-tea deduziram-nas assim : . (16).

A ilustrada Procumdorla -Geral doRep6blica emitiu o seguinte pare-car (f. 131):

"1. 0 Tribunal a quo, fo-lhas 92-4, apreciando eta do re-corrente qua, corn base no AtoInstitutional n9 1/64, aposentaramembro do Minist6rio P6blicoEstadual, entendeu qua o artigo173 do Constitvi$6o Federal de

71

1967 concedeu ao Poder Judicii-rio o livre exams do aludido atepunitivo, nio somente em rela-Feo as formalidades extrinsecas,quanto tamb6m am pr6prios fa-too qua o motivaram . Asaim,mantendo sentence de primeirainstiincia, tornou nulo o ate deaposentadoria , em face dos pro-vas.

2. Dat o recurso extraordi-nirio, corn apoio nos letras a ed do permissive conetitucional.

3. Samoa Palo conhecimentoe provirnento do recurso, tendoem vista a reitereda jurisprude"n-cia do eg . Supremo Tribunal."

Proferiu S . Ex@. o seguinte veto(f. 145-148):

"Conhero do recurso porque a de.cisio impugnada 6 contriria an at-tigo 79, § 19, do Al..1, a divergedo ac6rdao corn quo esta Corte jul-gou o RE 67 . 357, do Amazonas, pu-blicado no R.T.J., 50/67, no quala eg. Primeira Turma apreciou omesmo tame ore debatido Pam jul-gi-lo em tenons diferentes.

Sustenta o ac6rdeo impugnadoqua o art. 173 do Constitui£ao Fe-deral de 1967, texto anterior ao doEmenda n9 1, nao se referindo amatos quo oa Governadores editoramcorn base no A.I . 1, as verdadepermitiu o exame do merecimentodos meemos.

Eaton em qua o art . 173 do Cons-tituigeo Federal de 1967, texto an-terior ac, da Emenda n9 1, neo com-ports ease interpretagio , visto quao seu "put, eprovando todos asatos praticados polo Comando Su-premo do RevoluFio de 31 . 3.64, noroelidade aprovou o A.I. 1, inclu-sive seu art . 79, § 19, a qua suederrogagio s6 poderia verificar-seem temros expressos, considerada anatureza politico-revolucioniria ouexceptional do matins reguladaneasa norms.

0 sistema politico-revolucionirioaprovado polo art , 173 do Consti•tuigao Federal de 1967, texto ante-rior an do Emenda n9 1, a pelosarts. 181 a 182 dose Emenda, neo

72 R.T.J. 72

foi derrogado , como sustenta o ac6r.dio agora discutido , porque a derro-gagio importaria no alterar o siste.

ma qua o constituinte revolucionerioinsistiu em manter.

O caso versado neste recurso 6regulado per direito excepcional eno por direito comma; assim, a in.terpretagio des normas qua o re-gular dove ser feita em termos quaas harmonizer corn a inspiragio re-volucioneria qua as redigiu.

E de se relembrar a prop6sito aseguinte ligio de Karl Engish, auto-rizado professor alemio (Introdugaono Pensarnento Juridico, trad. deJ. Baptiste Machado, FundagioCalouste Gulbenkian, Lisboa, 1965,p. 149):

"E mesmo possivel qua, ap6suma revolugio , o metodo do in-terpretagio seja duplo : "um re-lativamente so Direito anterior eoutro em face do Direito novo.O Direito antigo sere , por ve-zes, adaptado an novo estado docoisas, criado pela revolugio,atrav6s duma met6dica objetivis-te; o Direito novo, polo contra-rio, seers interpretado ponto potponto segundo a vontade do le-gislador revolucionerio qua con•quistou o poder".

On, aprovando o A.I. 1, o

art. 173 de Constituigio Federalde 1967 anterior a Emenda n9 1(a qua corresponde o art. 181design emenda ) deixou clara a

vontade de aprovar os atos edi-tados por forge do art. 79, J 19,dequele primeiro diploma revo-lucion4rio.

Se a vontade do constituinterevolucionerio fosse a de permi-tir o exame do merecimento dosatos praticados pelos Governado-res, ale o diria expressamente,derrogando , assim , no qua respei-ta so assunto , coma acima foi

dito, o sistema por ale pr6prioinstituido , qual aeja o de afastarde apreciagio judici4ria os atospoliticamente punitivos editadospela Revolugio de 31.3.64.

Note-se qua o supracitado at-tigo 173 verse direito ezcepcio.

net, a qua eats tern sews prbpriosprincipios , qua formam tuna bra.the no direito geral earn so con-fundir corn as exceg6es des leis,de alcance a sentido limitadoa(Bielsa, Metodologia Juridica,p. 89).

Conhecendo , come disse, do re•curso, dou-Ihe provimento parsjulgar o recorrido carecedor deagio, devendo ale pager as custasa os honorerios advocaticios, as-tea na quantia qua for calculadaem vinte por canto do valor docause."

E acrescentou o eminente Rela-tor (f. 149-152):

"Este assunto tern lido versadono Supremo Tribunal em variesoportunidades , em ambas as Tumnas.

A R.T., 50/67, traz um ac6rdiodo Segundo Torras, Relator o emi-nente Ministro Djaci Falcio, emqua S . Ex4 votou no memo sen-tido do voto qua acabei do proferir.Referee so art . 19, do A.I. 2,qua este repetido no art. 173, doConstituigio do 1967, texto anteriorno do Emenda no 1.

Demo voto do eminente MinistroDjaci Falcio, destaco o seguinte tre-cho, quo aborda o Lama agora dia-cutido:

"Infore-se do qua fieou espli.cito no citado artigo qua os atosdos Governadores continuaremaujeitos it apreciagio judicialdentro dos limites tragados polog 49, do art. 79, do A. 1. 1. Atads evidencia, o A.I. 2 nio ajar-gou o ernbito do controls juris-dicional dos atos praticados pelosGovernadores dos Estados, domodo a permitir uma revisio dofundo, como , data venia , de modoerrilneo, entendeu o respeitsvelac6rdio recorrido . 0 legisladorrevolucionerio no quis, em ne-nhuma oportunidade , ampliar oslimites do controls jurisdicionalfixados no § 49 do art. 79 doA.I. 1, consoante as depreende,inclusive do leitum des normaseditadas ap6s o A, 1, 2 (ver, por

R.T.J. 72

exemplo, art . 173 da Constitui-gao de 1967)".

Ease ac6rdio versou , portento, omesnto principio qua estfi sendoapreciado aqui . 0 memo terrafoi versado no RE 67.478, tambemdo Amazonas , been como nos Re-cursos as. 67 .479, 67.356, 69.400e 69.444. Um dos ac6rdaos foi ela-borado polo eminente MinistroThompson Flores, a estou bem lam.brado de qua a materia foi muitodebatida na sessio de julgamento.Aconteceu ate qua o eminente Mi.nistro Evandro Lins , qua compu-nha o Tribunal no ocasiio, pediuvista do processo , estudou-o a sus-tentou no aeu voto a tese ore sus-tentada pelo ilustre advogado dorecorrido na tribune.

0 Tribunal, por sus tnaioria, re-peliu a tese a ficou corn a qua aresustenteda polo eminente MinistroThompson Flores, qua foi o Relator.

Acompanharam o Ministro Evan-dro Lins os eminentes MinistrosVictor Nunes a Hermes Lima. Maso Tribunal n o aceitou ease tese potuma razio da maior valia: sodacontradit6rio qua o legislador cons-tituinte , tendo inscrito no Caput doart. 173 da Constituigao de 1967,qua 6 o dispositivo invocado no pre-Santa ac6rdao recorrido ( a ouja Inao Tribunal do Amazonas julgou. ocaao), qua ficam aprovados a exclui-dos de apreciagao judicial os atospraticados polo Comando da Revo.lugao de 31 de margo, quisesse der.roger o § 19 do art . 79 do A.I. 1.Se o legislador , qua editou o dispo-sitivo do Caput, qua 6 a regra prin.cipal qua comanda a sua regulamen.tagao, quisesse derrogar o § 19, tra-

tando-se como se trata de materiaexceptional a constitutional, deveriadize-lo.

Dal por qua n"ao aceito aquela in.terpretagio qua o eminente Minis-tro Luis Gallotti ofereceu no jul-gado citado de tribune pelo ilustreadvogado , porque as trata de umainterpretagio inspirada exclusive-mente no direito ordinerio, no di-reito privado. A norms em dis-cussio 6 constitutional a excepcio-

73

nal, porque no 6 constitutional or-din£ria . E constitutional excepcio-nal a revolucion£ria, a tam sido in-serida em todos os atos adotadospela Revolugao , deeds 31.3.64.

Entendo , pois, qua s6 mediantederrogagao expressa do constituinte,poderiamos aceitar o contr£rio.Como vamos dar efic£cia so Caputdo art. 173 da Constituigao de 1967,no texto anterior a Emenda n9 1, a,so mesmo tempo, diner qre ease tex-to admits a derrogageo do § 19 doart. 79? Ora, se todos os atos doComando Supremo da Revolugaoestoo aprovados , 6 evidente qua oAto no 1 tamb6m o est£ . E, comonao h£ nenhuma regra expressa der-rogando uma norms do Ato no 1, 6evidente qua est£ aprovado out todoo aeu tent.

Corn estes fundamentos , repitoque conhego do recurso a the douprovimento , pare julgar o recorren-to carecedor da agio."

O eminente Ministro Thompson Flo-res assim votou (f. 153):

"Desde j£ adianto que, como oeminence Relator, conhego do recur-so a dou-1he provimento.

Continuo pensando que, nem oAto Institutional n9 2, nem os tax.tos des Constituig5es de 1967 on1969 permitiram a revisgo dos atomrevolucion£rios, salvo na hip6tese doart . 79, § 49, corn as limitagoes allinsculpidas.

Este e a jurisprudencia do Su-premo Tribunal Federal, reiteradadesde sus composigio corn 16 juizes,quando aqui ingressei a quandomaior foi a discussio a respeito.

Nao fora assim a de nada vale.riam os preceitos que integrarn o ar.tigo 173 a seus incisos da Carte de1967, on os qua ihes seguiram, nade 1969 , art. 181 a seus incisos.

A admitir-se tel procedimento,passaria o Poder Judici £rio a rovi.sar o pr6prio merecimento dos atosrevolucion £rios , o que seria por de-mais absurdo, face so criterio quaoz teriarn inspirado.

74 R.T.J. 72

Foi o qua, em verdade, fez o ares-to recorrido , o qual, por isao mes-mo, no pode prevalecer."

A decisio do Segundo Turma £oiungnune.

Oferecidos embargos do divergencia,no impugnados , a Procuradoria-Geralopine quo as n-ao conhega doe embar-gos, on qua sejam rejeitados.

O saudoso Ministro Barros Monteiropediu die pare julgamento.

Mae o embargante pediu adiamentos.O Estado, quando em licence o aau-

doeo Ministro Berms Monteiro, pectinredisttribuigiio, quo foi deferida.

Designado relator o eminente Minis-tro Thompson Flores, ponderou SueExcele"ncia que participara do decisioembergada.

Foram entio as autos a mim distri-buidos em 28 de main do corrente ano.

E o relat6rio.

VOTO

0 Sr. Miniatro Luiz Gallotti (Re-lator): - Minha opiniio a divergente,come se ve do referenda felts no votodo eminente Miniatro Antonio Nader.Apenas pego venia pore esdarecer quaneo foi o d raito comum qua invoqueie, elm, o art . 19 do A.I. 2, been compos arts . 173 do Copstituigio do 1967,e 181 do Carts de 1969, no quaffs, fa-zendo a enumeragio dos atos aprova-dos a exclufdos de apreciagio judicial,desde os praticados polo Comando Su. Departamento Judreifino

promo da Revolugio de 31.3.64, nes-so elenco nio incluiram as atos de Go-vernadores (voto no RE 69.444).

Seja come for, porem, o entendimen-to do Supremo Tribunal fimau-se nomeamo sentido do decieao ore ember-gada, estando, aasim, superado o dissi-dio (ver, por example, o ac6rd9o, pro-ferido em guru de embargos no referi-do RE 69.444 a do qual foi relator oeminente Ministro Aliomar Baleeiro).

Mao conhego, por isso, dos embargoes

EXTRATO DA ATA

ERE 68 . 464 - AM - Rel., Minise,tro Luiz Gallotti . Embte ., Jose Riba.mar Prazeres Coelho ( Adv., Oldeneyde Carvaiho ). Embdo., Estado doAmazonas (Adv., Cello Silva) (Dec.embda . Segundo Turns, 8.2.73).

Decisio: Nao conhecidos. UnAnime,Impedido o Sr. Miniatro Xavier do Al-buquerque.

Presidencia do Sr . Ministro Eloy doRoche . Presentee A sesseo no Senho.res Ministros Luiz Gallotti , OswaldoTrigueiro, Aliomar Baleeiro, Djaci Fal.ci o, Thompson Flores, Bilac Pinto,Antonio Neder , Xavier do Albuquerquea Rodrigues Alckmin. Procurador-Geralda Repfiblica , o Prof . Jose Carlos Mo-rein Alves.

Brasilia, 14 de junho de 1974. -Alvaro Ferreira dos Santos, Dirotor do

RECURSO EXTRAORDINARIO NP 69 . 930 - ES 'CA ^^ IA(Segunda Turma) 0_1 o _ (1 7 LI

'0.Relator: 0 Sr . Miniatro Antonio Nader. - •

Recorrente : Unieo Federal . Recorrido: Lulz Alberto Niederauer.

1. L. 4.862, do 29.11.65, art, 89. Isongio do imposto sobslucro decorrente do vends do propriedade imabili6ria pare residancia.

Incide seta norms no caso de vends felts a pewee juridica . Prece-

dents do S.T.F.2. Do qualquer forma, o art. 2e, III, do DI. 1.042, de

21.10.69, detsrmirau o cancelamento de quafaquer debitoa reftea ao mencionado impoato.

3. Recurso extraordindrio do que nio toma oonhecimento a

Segundo Tama do Corte.

AC6RDAO qua a recorrente a Uniio Federal eVistos a relatados ester autos do recorrido Luiz Alberto Niedenuer, de-

Recurso Extraordinerio no 69.930, do cide o Supremo Tribunal Federal, par

Estado do Rio Grande do Sul, em sue Segunda Turma, unanimemente,

R.T.J. 72

nio conhecer do recurso , do acordo com

as notes juntas.

Brasilia , 18 de outubro de 1974. -Thompson Flores, Presidents. - An-tonio Nader, Relator.

RELATORIO

O Sr. Ministro Antonio Neder: -Tram-as do recurso extraordinerio aquo o nobre Presidente do eg . Tribu-nal Federal de Rocursos negou pro-cessamento.

O despacho negat6rio , qua noticia ocaso em termos completes , e o seguinte(f, 42-03):

"Tratase do recurso estraordine-rio manifestado polo Unieo Federal(is f. 39-40 ), de julgado do Co-lenda Terceira Turma death eg. Tri-bunal, cujo ac6rdio (e f. 37) traza seguinte ementa:

"Imposto sobre lucro imobilie-rio - Isengio do art . 89 da Lei4.862 - Abrange resid&aciasquo as empresas adquirern parealojamento do seas empregados,qua deatinadas a certos de sewsempregados."

"O recurso (quo nio foi impug-nado - certidao 6 f . 41) buscasuporte, apenas , no alines a do per-missivo constitucional , alegando ne-gative do vigencia , on de apliragio,so art . 89 do L . 4.862/65.

Para melhor exams do assunto emdebate, reporto-me so voto proferi-do is f . 32-33, polo eminente Mi-nistro Djahna da Cunha Mello, re-lator do feito, voto ease quo a dotoot seguinte:

"Dou provimento , pare refor-mar em parts a sentenga , isto 6,Pam expungir do meama a con-denagio em honorerios de advo-gado, mat6ria estranha so pro-cesso de mandado do seguranga.Confirmo, no mais, no principal,a decisio de f. 19, visto quo oim6vel foi havido Pam residea-cia de empregado do firma (fo-lha 9), o qua as coaduna com oobjetivo social do art . 89 do Lei4.862, conforms proclamado is

75

f. 15-6 polo pr6prio funcioniriodo Imposto do Rends:

"A firma compradora declarouquo o im6vel sere utilizado Pamresidencia de familia do seu fun-cionerio. Em vista disso veiode solicitor a isengao do impostoimobilierio , face so constants noart. 132 , letra se do vigente Re-gulamento do Imposto de Rends.O dispositivo em referencia foiintroduzido pale L . 4.862, de29.11.65, quo no seu art. 89diz: "Art. 89. Ficam isentos doImposto a qua so refers o arti-go 79 da L. 3.470, de 28 . 11.58,os lucros decorrentes do vendade propriedade imobilisria pareresid6ncia, cuja construgio jatenha sido concluida a aprova-do pela competente autoridade,se a respective transferencia dedireitos sobre a propriedade forcontratada depois de transcorri-do o prazo do 5 (cinco) anos,contado do data de aquisigio onde inicio do construgio do im6-vel" (grifo 4 men).

"Eats Delegacia Regional poleSecgio competente houve perbem do nao aceitar a isengao,partindo do fato qua uma So-ciedade An6nima adquirindo oim6vel nio poderia near Para re-sidencia . Data venia, parece-me inaceitavel tal raciocinio,nao cabendo condig3es do ser ii-mitada a isengao concedida Palolei. 0 simplest fato de none So-ciedade An6nima on qualquercorporagao adquirir um im6vel,por si a6, nio modifica o desti-no qua posse ter. Se o im6velincorporado so patrim6nio da en-tidade for destinada a fins resi-denciais nio he como impedir aisengao. No caso em foco 6nada mais nada menos do quauma simples interpretagio gra-matical. E residencia segundoo Dicionerio Contemporaneo deLingua Portuguese - CaldaaAulet - 49 volume e: ...Cede habitagio dada polo go-verno , pelas autoridades locals

76 R.T.J. 72

Cu por alguma, corpora4io onindividuo particular, a urn fun-cion4rio enquanto reside on exor-ce o seu emprego na localidade(diz-ae particularmente do casedada neates termos a um pirocoon prelado, residenca paroquial,residencia episcopal". A nega-tive de reeonhecimento do isen-pio, nio encontra amparo emqualquer determinaggo adminis-ttativa, dos 6rg5os supe4ores,mas somento tornado pela Timee simples interpretacio do leipor parts da Sc . Fontes, destaDelegacia Regional . A o menparecer . Qua submeto a vossaconsidemFio."

"Como as v6, nio houve negativede viglncia, on de aplicagio, suedispositivos legais adequados A es-p6cie, a sim razoavel interpretafiodos meamos, circunstancia esta quanio autoriza a admissio do apeloextremo, corn base na tetra a, 6nicofundarnento , alias, invocado pole re-corrente, como eats expresso naSumula 400.

Por eases fundamentos - e ain-de corn apoio nas Suraulas 279 e322 - indefiro o recurso."

2. Admitida que foi, polo saudoso

Ministro Adauto Cardoso, a subida, a

esta Corte, do mencionado recurso, pars

melhor exame do caso nele discutido,

como as 16 no Ag 47.335, a Uniio, ela

somente, deduziu estas razies: ...

(16).

3. A ilustrada Procuradoria-Geralde Republica sustentou a interpreta-Sio precanizada pela recorrente, e ofez em parecer qua as acha redigido

coon esta ementa ( f. 52):

"Aplica£io do art. 89 do L. 4.862,de 29.11.65. Quando a vend. doim6vel residencial 6 faits a pessoajuridica de direito privado o ven-dedor nio as beneficia corn a isen-qio. Palo conhecimento a provi-mento."

3. R o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Antonio Neder (Re-lator): - 1. Eaton em qua o ac6rdioimpugnado interpretou acertadamenteo direito federal discutido nestes autos.

Importante no caso 6 qua o imbvolso destine a residdncia.

Irrelevante me parece o argumentode qua o beneficiario do isenggo sejapessoa fisica.

A mena fegis 6 a de favorecer alie-

nag o de pmpriedade imobiliaria resi-

dencial, qunr o adquirente saja pessoanatural , quer seja pessoa juridica.

Caso identico a este foi aqui julga-do em 18.5.73, no RE 69.726, deSin Paulo, cujo ac6rdio foi redigidopolo nobre Ministro Xavier de Albu-querque, seu relator corn esta ementa:

"Imposto sobre lucro imobiliirio.Para o gozo da isenrio prevista no ar-tigo 89 do L. 4.862/65, nio haviacomo exigir-se qua o comprador tam-b6m fosse pessoa fisica . Recurso ex-traordinerio conhecido a provido."

2. Seja como for , o assunto perdeuinteresse, porque o Dl. 1.042, de21.10.69, no seu art. 29, III, disp5squa devern ser cancelados quaisquerd6bitos referentes so imposto devidopelas pessoas fisicas in venda do pro-priedades imobili6rias, de que trans oDl. 9.330, de 10.6.46, extinto poloDl. 94, de 30.12.66.

3. Nio conheso do recurso.

EXTRATO DA ATA

RE 69.930 - RS - Rel., Ministro

Antonio Nader. Recto., Uniio Fe-

deral. Recdo., Laiz Alberto Niede-

rauer (Adv., Dante Rossi).

Decisio: Nio conhecido, unanime.

Presidencia do Sr. Ministro Thomp-son Flores . Presentes a sessio as Se-nhores Ministros Antonio Nader, Xa-vier de Albuquerque, Leitio de Abreue Cordeiro Guerra. Subprocurador-Geral do Republica, Dr. Oscar Cor-rea Pins.

Brasilia , 18 de outubro de 1974. -H61io Francisco Marques, Secretfirio.

R.T.J. 72 77

RECURSO EXTRAORDINARIO N.° 70 . 192 - SP

(Primeira Turma)

Relator: 0 Sr. Miniatro Djaci Falcso. V

Rocorrente: Equipamentos Clark S . A. Recorrido : Robert Le Roy Patton.

Arguicio de nulidade do processo baseada em ilegitimidadead causam . Vulneracio dos arts. 88 e 91 do C. Pt. Civ., do art. 20do C. Civ. q do art. 135, § 29, do Lei das Sociedades pot Agoeslmprocedencia do adegacio . Dissfdio jurisprudencial nio cornprovado(S(imula 291).

As decisdes no instancia ordindria cingiram-so ao ezato alcaroedo L. 4.357/64, isto e, a atualizacio do valor do capital acionario,tomando por base o ultimo balango (no caw, do 1963). Ao invesde vulnerar as regras invocadas , as decisdes na instancia ordinariesbem interpretararn as regras dos arts. 14, § 19, 78, lsira a, a 113do Lri das Sociedades por Aches, em combinagio com o § 29 doart. 3.° do L. 4.357/64. A partir desta lei o acionista passou a tero direito posterior de participar, no proporcio das awes que pos-suisse, do reajustamento a set operado no capital social, com baseno ultimo balanco.

Em conclusio, o respeitavel aresto jamais negou vige"ncia asnormas adequadas a especie.

Recurso eatraordin$rio nio conhecido.

AC6RDAO

Vistos , relatados a discutidos ester

autos , acordam as Ministros do Pri-meire Turma do Supremo Tribunal Fe-deral, no conformidade do ata do jul-gamento a das notes taquigraficas, perunanimidade de votos, ado conhecer dorecurso.

Brasilia , 8 do outubro de 1974. -Oswaldo Trigueiro, Presidents. - Dja-ci Falcio, Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Djaci Falcio: - 0

ac6rddo recorrido , qua confirmou a sen-

tongs de f . 137.144 , esta lancado nos

seguintes temos:

"Vistos , relatados e discutidos es-ter autos d AC 162 . 711, do Co-marca de Campinas , em qua 6 ape-lante Equipamentos Clark S.A.,sendo apelado Robert Le Roy Pat-ton:

Acordam , em Quinta Cimara Ci-vil do Tribunal de Justica , adotadoo relat6rio constants dos autos co-

ran parts integrante deste , por vo-tacao unanime , repelida a prelimi-nor de nulidade, negar provimentoao agravo no auto do proceaso a itapelaceo, pare manter, pelos seasfundamentos , a magnifica sentencerecorrida.

Castes polo apelants.

1. 0 § 2? do art . 3.9 do L. fe-deral 4 . 357, de 16 . 7.64, determine

qua "dentro de noventa dies do do-te death lei as pessoas juridical de-verdo processar o reajustamento do

sou capital social pole correcdo mo-netaria dos valores de seu ativo Imo-

bilizado, constants do ultimo ha-lanco."

2. A apelante, dando cumprimen-to a essa lei , reajustou sea capitalsocial, tendo como base o ultimobalanco e emitiu novas awes paraserem atribuidas aos seas acionistas.Mas so distribuir as awes-filhas con-siderou as aches ez;stentes ao tempodo distribuicao , a ndo as contempora-neas so balanco , ou a reavaliacio doativo . Em consequdncia , atribuiuaco-es-filhas pare aches novas, subs-

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critas dias antes do distribuigio, emdecorr@ncia de aumento de capitalnecesserio pare o giro comercial doempress.

3. 0 grupo minoriterio intentouesta agso pare pedir decretagio donulidade do ato do diretoria do requo, primeiro, aumentou sou capital,sendo as novas agues subscritas palsacionista majoriteria, para depoisdistribuir agues, com estas aquinho-ando, inclusive, a subscritora dosdo emissio posterior so balango doano do 1963.

4. Ao contester a agio alagou a

re qua deveria ter sido citada a

acionista majoriteria, "Clark Equi-

pament C . A. ", pois para esta a qua

foram distribuidas as agues ques-

tionadas . Os autores impugnaram

ease litiscons6rcio passivo e, no dee-

pacho saneador, foi repelida a pre-

tensio do r3 qua, inconformada,

agravou no auto do processo.

5. 0 agravo nao merece provi-mento. A aggo qua se destine ap-dir anulagio de ato do diretoriado re, somente contra esta poderiaser proposta . Inexistem relag6es ju•ridicas a wren resolvidas entre osautores a os demais acionistas dare. O direito , isto aim, de cede umdos titulares do agues , com referen-cia aos dividendos on it emissao,por reavaliagao de ativo, de novasagues, 6 entre a empresa a codaum de seus e6cios . Ease raz-ao baste,no caso, para impor a confirmaggodo saneador , negando-so proviment0ao agravo no auto do processo.

6. Mas, como fundamento suple.mentar acrescenta -se qua, comoconsta do acbrdio certificado a fo-lhas 202-206, a acionista majorite-ria 6 components de um memoholding qua, por uma do suss subsi-diirias, subscreveu a maioria dosagues. Ora, como salienta aquelejulgado, "a personalidade juridicaquo easas sociedades subsidiarieseonservam 6 apenas para sues re-

lag6es com terceiros , a nio entrealas, a possibilitar qua uma trans-fire agues pare outra empresa-ir-mi, pare fraudar direitos de estra-nhos so holding. "No qua dizrespeito so controls acionerio. ousobre a porcentagem de agues quaficam mm terceiros , todas as subsi-diirias comp6em um 6nico grupo e,entre elas , a despeito do personali.dads juridica qua conservarn , nio sioterceiros, no acepgio juridica dessotermo" .

A tambem , por ease rezao, qua

se acrescenta Como fundamento au-plementar, desnecesaeria a citaggo

do empress venezuelana ; consegUen-

temente, negam provimento so agra-

vo no auto do proceaao.

7. 0 recurso , quanto so merito,nao merece melhor aorta. A lei 6clara a determine a reavaliagio doativo , tomando-se coma base pareo celculo, o balango do axercicio do1963 . Assim, conforms a situagiodos acionistas so tempo do balance,ago atribuidas as novas agues. Esteenada mail representam qua as mes-mas anteriores , devidamente corri-gidas . Os alltores possuiam determi-nada porcentagem do capital doempresa, representada por certo n6-mero de agues . 0 valor nominal des-tae nao correspondia , quando dobalango do 1963, a parts do em-presa quo ales representavam. Dalter a lei, mandando reavaliar oativo , impor a atualizagio do va-lor do capital acionerio. 0 ca-pital aumentou a ease aumento soexpressou em novas agues. deriva-des dos anteriores so balango, enao de posterior" agues.

A sentenga deu a especie justee juridica solugaq fire mantidapelos sous precisos fundamentos.

Sin Paulo, 26 de setembro de1969 . - Alcides Faro, Presidente.

- Torres de Carvalho, Relator."

Houve embargos do declaragioU. 213-223 ), qua foram rajeitados

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conforms so verifies do acbrdio def. 228-229, qua leio.

Em tempo habil fat interpostoo presents recurso, pals parte ven-cida, qua invoca as alineas a ed, do Inc. III, do art. 119, daLei Magna, sob alegagio de nuli-dade do procesao em virtude denegative de vigencia aos arts. 88e 91 do C. Pr. Civ. a dissensode julgados. E mais negative devigencia we arts . 108, 78, a e d,111 e 113 do Lei das Sociedades

An6nimes (f. 231-245).

Admitido pelo despacho de fo-17 ha 252, tramitou regularmente(vet f. 255-256-257). Acrescentoquo o pedido do f. 266-270 veina ser indeferido polo despacho def. 299. Coube-me o recurso emterceira redistribuigio.

VOTO

O Sr. Ministro Djaci Falcio (Re-

lator): - A recorrente , Equipamentoe

Clark S . A., comega por argiiir nuli-

dade do procesao por ilegitimidade ad

causam, pare, so menus isoladarnente,

responder a agio . Sustenta quo ruin

tendo sido chamada a detentora des

ag6es reivindicadas - Clark Equipa-

ment International C.A., polo menus Ii-

tisconsorte pessiva necessarie , teria he-

vido negative de vigencia dos arts. 88

e 91 do C . Pr. Civ . de 1939.

Conforms ficou bent claro no ac6r-dio:

"A agio, quo so destine a pe-dir anulagio do ate do diretoria dera, somente contra eats poderia serproposta. Inexistem relaglies juri-dices a serem resolvidas entre osautorea a oa demais acionistas dora. 0 direito , isto sim, do codaum dos titulares de agies , cram re-ferencia we dividendos on a emis-sio, por reavaliogio do ativo, denovas agies, a entre a empress ecode urn do sans s6cios . Elsa ra-zio baste, no case, pare impor e

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confiirmageo do saneador, negan-do-se provimento so agravo no auntdo processo.

Man. coma fundaments suple-mentar acrescer la-se qua, comoponsta do acdrdio certificado af. 202-206, a acionista majorita-ria a components do urn mesmoholding; qua, por noun de wassubsidiaries, subscreveu a maioriades egBes . Ore, corno salienta.equals julgedo, "a personalidadejuridica qua eases sociedades subsi-diarias conservam € spares paresues relagies com terceiros e naoentre ales , a possibiliter qua nonetransfira agoes pare outra empresa-irma, pars, fraudar direitoa de es-tranhos so holding. "No qua dizrespeito so controle acionario, onsabre a porcentagem de agoes quaficam corn terceiros , todas as subsi-diariaa cornpoem urn rinico grupoa, entre alas, a despeito da per-sonalidade juridica qua conservam,nio sin terceiros, na acepgio ju-ridica dense temmo" (f. 211).

Dosses considemgoes deduz-se qua a

re, ore recorrente, situa-se como parts

legitima pare a cause , pois, nio rests

duvida, o objetivo de agio a anulagio

dos etas da sua Diretoria , dos quail

reaultou err6nea a Regal distribuigio

des agies de bonificagio.

Vale acentuar qua o despacho ua-needor, mentido pale decisio recorrida,apenas entendeu qua Clark EquipamentInternational C. A., acionista majori-taria, beneficiaria de conduta do re,poderia "intervir no procesao como assis-tents equiparado an litisconsorte, em-bore sent transformar-se em parts, nostermos do art. 93 do C. Pr. Civil"(f. 55). Cientificado on nio, so assis-tents a dodo intervir no procesao. Niovejo como se posse conferir legitimi-dade a recorrente pars argiiir nulidadequo saris fruto de "omissio do acionistamajoritaria no exercicio de um ato fa-cultativo", como been observe o memo-rial dos recorridos.

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A16m disso, no se pods perder dovista qua a acionista majoritiria foicientificada no pessoa do seu pro-curador, Jorge de La Tone Calvo.Alega-se qua so tempo ji so achavarevogado o men mandato de procurador.Da-se por6m que pelo despacho de fo-Ibe 100 foi considerado legitima a ci-ontificagio do mencionada pessoa, noqualidade de procurador do ClarkEquipment International C. A., semquo houvesse qualqudr recurso.

Nio vejo , desse modo , como acoiher

a argiiida nulidade . Outrossixn, dodos

as circunstincias verificadas no espm-

tie, percebe-se qua os areatos indicados

como destoantes ( f. 236-237, qua leio)

no se prestam a configuragio de di-

verg8ncia , a mingua do identidade on

assemelhagio exigida pale Stirnula 291.

Em face dessas consideragoes , torna-se

infrutifera a alegagio de negativa do

vig6ncia an disposto no art. 20 do

C. Civ., a no art . 135, 93 2.°, do Lei

dam Sociedades por Agnes.

No qua toca so m6rito tamb6m niodivisa negative de vigencia so direitopositive, on seja , as regras dos arts. 108,78, letras a e d, 111 a 113 do Lei desSociedades por Ago'es.

Do acordo corn o 1£ 29 do art. 39do L. 4.357, de 16.7.64, a r6 estavaobrigada a processor, no prazo do 90dias, "o roajustamento do seu capitalsocial pale corregio monetaria dos va-lores do seu ativo imobilizado constantsdo Gltimo balango."

A bem lancada sentenga do Dr. JoioMendes , mantida polo aresto recorrido,assim analisou o terra:

'u - Dlscute-se, nests deman-ds, se as agues novas , resultantesdo aumento de capital pale valo-rizagio do ativo imobilizado, deve-rio ser distribuidas, proporcional-m°nte , sus acionistas possuidoresdo agues exiatentes a data do ba-Iango de 1963 on a data do dis-tribui9io dam agoea novas . Brilbantefoi o debate , mas a razio esti corn

us autores . Frise-se. de infcio, cluea regra do art . 113 a do seu pa-rigrafo 6nico do Lei dam Socieda-des por Agnes, no caso em debate,devera ser interpretada em con-junto corn o disposto no § 2.9 doart. 39 de L . 4.357 , de 16.7.64,portlus seta disposigio legal re-Nrdtrai a cornegdo monetaria doativo imobilizado e o conseg0entereajustamento do capital social aJS. do dltinw balango.

Ora, so 6 em consegii6ncia doroajustamento do capital existentsem novembro de 1963, data do Al-tlmo belong* , qua deverllo ser dis-tribuidas as agues em boniffcagaoresultants dense roajustamento, na-da mais natural qua sejam delasbeneficiirios os acionistas existen-tes so tempo do balango , no qualse baseou a corregio monetAria doativo imobilizado corn o consegfien-te reajustamento do capital social,mesmo porque, segundo o ensina-mento do Trojan de Miranda Val-verde, quando ha bonificagio amagues, "oa acfoniatas rifle entrantcorn coisa algrmta pars o patrintd-nin social" (Sociedades por Agnes,vol. II, 3.q edigio, p . 263, na-mero 584).

Logo, as agues ern bonificagionio sio distribuidas one acionistasqua hajam contribuido pare o au-mento do capital social cornentrada de valorem, mas aos ado-nistas possuidores do agues cones-pondentes a frag6es do capital in-tegralizado no data do balango, quo6 o crit6rio legal pars o calculodo corregio monetaria do ativo imo-bilizado nessa data. Por essa re-zio 6 qua a subscrigio de 500.000awes. son data posterior on balangodo 1963, pals acionista majoritfiria,nio pods influir no distribuigio damagues em bortificagao , pois esmsapenas bonificam os acionistas pos-suidores dam ag6es existentes antempo em que o ativo imobilizadofoi monetariamente corrigido, pordeterminagio legal . Segundo se in-

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fare do paragrafo unico do citadoart. 113, as ag6es em bonificadoseo ag6es derivadas das ag6es an-tigas, isto 6, das aS6es representa-tivas de capital formado antes doaumento decorrente da reavaliadodo etivo imobilizado, sendo certoquo as aches novas on derivadasrepresentam o valor reajustado palecorregio monetiria , no represen-tendo valores entrados para o pa-trim6nio social atrav6s de subscri-do on compra de ag6es. As achessubscritas on compradas pare au-mento do capital 6 qua represen-tam entrada de capita/, a nio rea-justamento do capital social pelareavaliado do ativo imobilizado.Nesse sentido, ali6s, ji decidiu onosso eg . Tribunal de Justice:"No case do aumento de capital,pale reavaliado do ativo a inde-pendentemeente do subscrido, asnovas ag6es neo constituem capital,por6m renda , qua passe em plenapropriedade so patrim6nio do usu-frutuirio das primitives" (R.T.,176/722). 0 eg. Tribunal de Jus-tica abeberou-se, no melhor doutri-ne, "pois a plusvalia decorrente dodepreciagio da moeda nio repre-senta entrails de capital, constitu-indo-se , so oontririo , num valorqua preexistia no ativo do socie-dade . Como acentue Ascarelli, emeoment6rio a nossa lei sabre so-ciedades por ac6es tel aumento decapital se efetua com bens qua agosb j6 faziam parte de sociedade,mas qua tambem j6 tinham sidolevodos em conta na formacio docapital social nominal . Realize-seem virtude de uma nova avaliagiode bens j6 aveliados . >; uma cons-tatecio de valores j3 integrados nocapital social" (Roberto Magalhaes,Regime Fiscal das Sociedades Co-merriais, p. 54).

Observe-se , ademais, quo as500.000 aches emitid's p-ra nu-mento de capital a subscritas paleacionista majoritiria, em 1964, niopodiam aumentar o ativo imobili-zado em 1963. Logo , o capital, qua

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as 500 . 000 ago"es representam, nioso integrou no ativo imobilizadoem 1963 e, por law , nio foi nempoderia ser reavaliado . Como, pois,ease entrada de capital poderA ser-vir do base para a cAlculo dodistribuinio proporcional dos achesem bonificaceo derivadas do rea-justamento do capital social, opera-do pale corregao monetiria do ati-vo imobilizado em 1963 a para

cuja formapio no contribuiu?Acrescente -se, por derradeiro,

qua a subscrigao das 500 . 000 ag6esfoi page cram moods desvalorizada,razio pale qual nio pode ser equi-pamde A moeda qua formou o ativoimobilizado, de muito maior valor in-trinseco , mas deteriorado pale in-flagio . Da desvalorizagio %none-tiria, entretanto, neo resulta aequiparagio de bonificaceo so pr6-mio des aS6es com igio, porque Batessic compradas pelos seus subscri-tores , so passo qua as ag6es embonificado nio sio adquiridas porsubscrigio e, por isso , nio repre-sentam entrada de capital pare asociedade . Conclui-se, assim, quo6 ociosa a discussao sabre a quernParlance o Agin das ag6es novas,pore o efeito de ser iguelada a si-tuagio do antigo a do nova acionista,porque as ag6es distribuidds a acio-nista majorithria a titulo de bo-nificasio neo se confundem comag6es de valor ecima do par oncom igio.

III - A r6 , portanto , distribuindoe acionista majoritirie uma quanti-dade de agbes em bonificado muitosuperior As proporcionalmente a etadevidas, em realidade procedeu co-ran se tivesse emitido ag6es abaixodo seu valor nominal , em beneficioda acionista majoritirie a em detri-memo dos autores , violando , dupla-mente , a Lei das Sociededes potAches (art. 14, § 1?, a art. 78,a). A r6 , por interm6dio de suediretoria , embora eutorizade pale as-sembl6ie geral, desrespeitou. tam-b6m, o disposto no art. 113 dameuna lei , em combinagao corn o

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§ 2.9 do art. 3.9 do L. 4.357, de16.7.64, distribu 'ndo agbea am bo-nificagio correspondents a aumentode capital por subscrigio de agoesordin6rias, quando deveria faze"-lo,tio-somente, com relagio so rea-justamento do capital decorrentedo oorregao monetiria do ativoimobilizado A data do ultimo be-lango, on seja . novembro de 1963.

IV - Em face do exposto, julgoprocedente a agio pare declarernulos os apontados atos do r6, pra-ticados atrav6s do sue diretoria ede assembl6ia geral dos acionistas.Consegiientemente a r6 dever6 en-tregar aos autores, em proporgao, asagues em bonificagio corresponden-tes As a56es primitives de que se-jam possuidores a qua lhes perten-ciam A data do balango de 1963,deduzidas as j6 entregues."

As decis5es na instancia ordin6ria

cingiram-se so exato alcance da Lei

4.357/64, isto 6, a atualizageo do valor

do capital acion6rio . tomando or base

o ultimo balango ( no caso , de 1963).

An inv6s de vulnerar as regras invo-

cadas , as decisoes no instancia ordin6-

ria been interpretation as regras dos

arts . 14, § 1', 78, letra a, a 113 da

Lei dos Sociedades por Agoes, em com-

binagio corn o § 24 do art. 39 do

L. 4.357/64. A partir desta lei o acio-

neta passou a ter o direito posterior

de participar , no proporgio des agoes

quo possuisse, do reajustamento a ser

operado no capital social , corn base no

ultimo balango.

Como been acentua o memorial dosrecorridos:

"Ora, se o recebimento de agoesnovas constituia direito adquiridodequeles que erarn acionistas no da-ta base a qua detinham o capitalconstants do 6ltimo balango -capital ease monetariamente res..justado - 6 evidente que 96 Aque-las ag6es existentes no data base

- no as outras emitidas pals em-press posteriormente k L. 4.357- poderiam ser v4lida a legitima-monte atribuidos as "filhotes", isto6, as agoes emitidas are consegiien-cia do roevaliageo compuls6ria doativo imobilizado".

Realmente, a parts subscrita a bite-gralizada em 1964, posteriormente Adata do L. 4.357, nio era passivel doreajustamento.

Vale insiatir que o ac6rd"ao jamais

negou a regra do art. 108 , de Lei dos

Sociedades Anonimas, atinente as au-

mento do capital social depois de inte-

gralmente realizado , nem tampouco dos

arts. 78, letras a e of, a 111. relatives

A igualdade de tratamento a A prefe-

r$ncia we acionistas, pars. a subscrigao

do aumento de capital . E, muito me-

nos, so art . 113, do mencionado diplo-

ma, eis quo considerou o § 2.9 do ar-

tigo 39, do pr6-falada L . 4.357.

Ante o exposto, em preliminar, noconhego do recurso.

EXTRATO DA ATA

RE 70.192 SP - Rel., MinistroDjaci Falcao. Recta., EquipamentosClark (Advs., Victor Nunes Leal a ou-tro). Recdo., Robert Le Roy Patton(Advs., Luis Carlos Bettiol a outros).

Decisio : Nio conhecido, unanime-

mente . Falaram: pelo recorrente, o

Dr. Jos6 Paulo Sepulveda Pertence, e,

pelo recorrido, o Dr. Antonio Claudio

Fernandes Roche. Impedido, o Senhor

Ministro Rodrigues Alckmin.

Presidencia do Sr. Ministro OswaldoTrigueiro. Presentee A Sessio os Se-nhores Ministros Aliomar Baleeiro, Dja-ci Falcao, Rodrigues Alckmin, BilacPinto, e o Dr. Oscar Correa Pine, Pro-curador-Geral de Republica, substituto.

Brasilia, 8 de outubro de 1974. -Alberto Veronese Aguiar, Secretirio.

R.T.J. 72 83

RECURSO EXTRAORDINARIO N.° 71.836 - SP L

(Primeira Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Aliomar Baleeiro.

Recorrente ; Joao Mansur . Recorridos : Ryoso Kadama a outro.

Fraude a execugiio - Embargos do terceiro.

Entre homens de negdcio, ambos resident" na memo cidadeends ha meios de informa{aq ha do presumir-se o canhecimento

do insolvdncia de quern penhora, tanto mais quanto , na atualidade,qualquet pessea medianamente sensate nao compra imdvel semcertiddo negative dos distribuidores da justiga.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos estes

autos, acordam os Ministros do Primei-ra Turma do Supremo Tribunal Federal,no conformidade do ate do julgamentoe des notes taqui gr6ficas , per unanimi-

dads do votes, conhecer do recurso enegar-lhe provimento.

Brasilia, 15 do junho de 1973. -Luis Gallotti, Presidente . - AliomarBaleeiro, Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Aliomar Baleeiro:1. Trata-se de embargos de terceiro in-terpostos polo recorrente , compromiss6-rio comprador de um terreno penhoradoem ageo executiva . Alega qua foi adqui-rido par escritura de cessao transcritano Registro de Im6veis.

2. 0 MM . Juiz , a f. 47-49, embersreconhecendo qua a penhora antecederao compromisso , julgou procedentes asembargos , sob o fundaments de qua am6-f6 do adquirente nao ficou provada,inexistente, portanto , fraude a execugao.

3. A 58 Camera Civil do Tribunalde Aegada de Sao Paulo , reformando ar. decisao , repeliu os embargos , anten-dendo qua se configurou no case a frau-de a execugao "porque ficou com-provado qua a penhora antecedeu ocompromisso de compra a venda Ia-vrado entre o devedor e o embargante,pouco importando qua nao estivesse ins-crita a penhora a independentemente doboa ou me-f6 do adquirente, o qualtinha obrigageo de verificar se haviaou nao agues contra o vendedor a se a

imdvel estava desimpedido". 0 v. ac6r-deo (f . 76-77 ), unenime baseou-se emlig6es do Frederico Marques , Pontes doMiranda a Liebman, no sentido do quo,no hip6tese de venda do bem penho-rado, "a ineficIcia da alienagao 6 abso-lute a total, independentemente de pro-va do insolv&ncia do executado", o quo"ocorre mesmo qua a penhora nao es-teja inscrita no registro imobilidrio".

4. Recorre extraordinariamente o Em-bargante , a f. 79-82 , pelas letras a ad, alegando qua o v . ac6rd5o recorridocontrariou o art. 895 , II, do C. Pr.Civ. vulnerou o art . 179, do D. 4.857,do 1939, alem de divergir de decis6esdo Supremo Tribunal Federal, RE10.045 , Rel. Orozimbo Nonato. in ap.do D.J . de 30 . 10.51 , p. 3.710; Ag.13.982 . Rel. Hahnernann Guimaraes,in ap. do D.J. de 20 . 6.51, p . 1.495;RE 19 . 715. Rel . Nelson Hungria, inR.F. 150/ 158 a outro, 160/117.

5. 0 eminente Desembargador Syl-vio do Amaral admitiu o recurso, ape-nas pole letra d, a f. 85-86.

6. A douta Procuradoria-Geral doRepublica, em parecer do Dr. GeraldoFonteneles , opine polo conhecimento,mas polo nao provimento , argumentan-do a f. 98:

"Do exposto , estamos on quo aalegada boa-f6 do Recorrente, naopode ter o condao, per ele deseja-do, do frustrar , a todo transe, aatuagao jurisdicional , consumadano ato judicial do penhora. Comoole pr6prio alegou , a inscrigao teriasue forge no principio de publici-dads . Ora, as atos judiciais sao

84 R.T.J. 72

pbblicos a no deixam de guarderrespaldo a se revestirem de publi-cidade, sendo a penhora uma con-segi6ncia de verbs atos do publi-cidade, a partir do distribuig"ao dofeito execut6rio.

Nos casos dense jaez no padeceduvida o intuito 4raudulentc, doalienante . A insolvencia do deve-dor, tamb6m a evidente por si mes-ma, quando promove alienegio de-pois de penhora.

Cumpre, entretanto , face a opo-sigio des Lases , apreciar a boa-f6,comp elemento do toque so des-linde . No bolo dos autos exsurgemindicios veementes contra a boa-f6 do Recorrente, diante do alega-gio do recorrido junto so eg. Tri.bunal de Justiga , qua proferiu ov. ac6rdio impugnado . Tais afir-magoes nio foram contrariadas norecurso interposto pelo Recorrente,polo quo o alegado a nio contes-tado 6 havido como provado (ar-tigo 209 do C. Pr. Civil).

Efetivemente o Recorrido afirmouquo o recorrente nio era pessoa de-savisada, pois:

"6 figure muito conhecida emnosso forum , onde comparece dia-riamente, pare praticar leiloes debens penhorados . Tern adquiridomuitos bens em heats publica; 6proprieterio de muitos im6veis.Como poderia alegar boa-f6 eignorancia?"

"Acresca qua Joao Mansur eos executados tom como procura-dores os ilustres advogados quacompoem o "Escrit6rio de Advo-cacia Prado Junior", do qual par-ticipa o Dr . Antonio Mansur,parents do apelado (ora Recor-rente). Nic 6 evidente qua oapelado conhecia a existencia deecio a do penhora contra os bensde Selichi Shiraishi?"

Nio basta alegar a boa-M. Itpreciso qua ela se apresente ads-

mention, sem jaga. Qualquer me-

cula acarreta os efeitos de pre-

sungio contreria . E quando sopresume investe-se o onus do pro-va.

Dir-se-ia quo as afirmagoes doRecorrido nio foram provadas, re-sultando simples ind (cios. Todavia,o art. 252 do lei adjetiva precei-tua qua o dolo, a frauds a em ge-ral as atos de me-f6 poderio setprovados por indicios a circunstan-cias.

Avangamos memo qua as taiscircunst4ncias a indicios tivessemsido revelados a cognigio do juizosingular, possivelmente outra teriasido a sua decisio . Portanto, nionos parece desacertado o julgamen-to atacado no recurso extremo, pug-nando aua reforms.

So considerarmos quo as cir-cunst6ncias a os indicios de me-M(Cfr. item 14 ) do Recorrente, aquidenunciados, relacionados so pro-cedimento do alienante qua, inspecie, traz a presungio juris at dejure, de frauds a exeecugio, e a suainsolv4ncia ear evidente por si mes-me, quando alienou o im6vel de-pois de reconhecer a penhora gra-vando o mesmo, sem qualquermanifestag-ao de one parts, tenonsdemonstrado o concilium fraudis,requestrado pare consubstanciar anulidade do venda feita com fraudsaos seus credores e. consegiiente-mente , retirar o apoio de aludidajurisprudencia , em qua se abroque-Is pare pedir a reformat do julgado,com o reconhecimento do direitopostulado.

Assim, ressalta fortalecido o di-reito pretoriano e a doutrina dosmestres qua sufragam a tese doineficecia do inscrigio, feita camfraude a execugio . Ate mesmo ado v. ac6rdao do qua se serve oRecorrente , relativa so RE 10.045.

So a venda 6 nine, a inscriciono Registro de Im6veis 6 ineficaz,porque nio so convalida eta nulo.A felts , pois , do inscrigio do pe-nhora nio induziria a nulidade do

R.T.J. 72 85

inscrigio do venda , mas a sue ine-ficecia . 0 registro s6 tern efeitosqua concernem so pr6prio registroon a publicidade."

E o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Aliornar Baleeiro(Relator): - I. Conhego do recursoporque me parece haver o dissidio, ain-da qua no se observasse integralmen-te as exigencias do Stimula 291.

II. A fraude contra credores as pre-sume tambem quando "houver motivoPara ser conhecida do outro contraente"(CC., 107 ). A penhora preexistente,divulgada em toda grande cidade, comoSao Paulo, n"ao s6 pelo Diario de Jua-tiga, sendo tambem pelos boletins quo-tidianos das agencies qua, por assina-tura, informam aos Bancos a homersdo neg6cio , deveria ser conhecida doadquirente , Lento mais quanto, no atua-lidade, ningu6m compra im6vel sem cer-tidao negative do Registro de Im6veise dos Distribuidores Judiciais . Os pr6-prios tabeliaes as exigem sistematica-mente dos partes. 0 embargante erahomem afeito as cautelas em tais casos

RECURSO EXTRAORDINARIO N.o 72 .090 - PR

(Primeira Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Aliomar Baleeiro..

e, se foi negligente , dove quebrar-se, desi pr6prio a do seu vendedor, ago docrodor deste.

III. Nesse conflito entre as dues in-terpretag6es , inclino-me Para a do v.ac6rdao recorrido , qua me parece ser amais adequada so interesse social a itbase etica das regras invacadas. Negoprovimento , pelo fundamento do v. re-corrido a do Procuradoria-Geral do Re-publica.

EXTRATO DA ATA

RE 71 . 836 - SP - Rel., MinistroAliomar Baleeiro . Recta., Joao Man-sur (Adv., Jose Apparicio Prado Ju-nior). Recdos ., Ryoso Kadama a outro(Adv., Roberts Roy Pirr6).

Decisao : Conhecido mas nao provi-do. Unenime.

Preside"ncia do Sr . Ministro LuizGallotti . Presentee a sessio os Sm. Mi-nistroa Oswaldo Trigueiro , Aliomar Ba-leeiro, Djaci Falcao , Rodrigues Alck-min, e o Dr . Oscar Correa Pins,Procurador-Geral do Republica , substi-tuto.

Brasilia, 15 de junho de 1973. -Alberto Veronese Aguiar, Secret6rlo.

92"4- (4)

Recorrente : Fortuneto Criat6foli ( Esp6lio de ). Recorridos : ClementinoRios a sua mulher.

Hipoteca - Citagio do credor hipotecario (C. Civ ., art. 826,in fine).

0 art . 826 (20 periodo), inatitui a notificagao do credor hi-potecario, pare venda judicidal do im6vel, no interesse dale a a6dada. Se o credor hipotecerio, ja pago, nada argdiu, nao cabe aoexecudado pedir anulagao do venda por inobserva"ncia daquele dis-positivee.

AC6RDAO julgamento a dos notes taquigr6ficas,per unanimidade de votos , conhecer do

Vistos , relatados a discutidos estes recurso a the der provimento.autos , acordam os Ministros do Pri- Brasilia , 18 de junho de 1973. -meira Tome do Supremo Tribunal Fe- Luiz Gallotti , Presidents . - Aliomarderal, no conformidade do ata do Baleeiro, Relator.

86

RELAT6RIO

R.T.J. 72

O Sr. Ministro Aliomar Bafeeiro:1. 0 v. ac6rdio do 3? Camara Civildo eg . Tribunal do JustiFa do Parane,a f. 72, julgou improcedente a resci-soria do Recorrido contra o Espolio Re-corrente por defeito das fotocopias emqua se apoiou o A. a quo nio teriamvalor probante . Albm disso, o A., comoExecutado oio teria tido prejuizo poromissio do formalidade em favor docredor . Os outros fundamentos nio to-riam cansistencia pare a rescisbria.

2. Mas houve embargos infringentes

recobidoa poles Cameras Reunidas it fo-

lha 90, porque a nulidade do venda

judicial do im6vel gravado por hipote-

ca, devidamente inscrita, pela faits de

notificasio do credor hipotec&rio, bem

comb do nio publicacio regular do edi-

tel de prase a citacio errada do cir-

cunscrisao do im6vel merece acolhida

por forsa do art . 826, 2? parts do C.

Civil.

3. 0 Espolio recorreu extraordinaria-mente, pelos incisor a e d, a f. 92,insistindo em quo o art . 826 visa aproteger o credor hipotecerio, nio tendoo Executado, - no caso, o Recerrido -legitimidade pare arg(iir none nulidade.qua the nio interessa, porque instituidaa barn daquele . No caso, o credor hipo-tecIrio je estava pago . Teria decididoo ac6rdio contra o an. 826 a tambemcontra o art . 76 do C. Civ. a 29 doC. Pr. Civil. Argumenta ainda corn osarts. 273 a 278, § 29, do C . Pr. Civil.Traz pare prove do dissidio a Ap. Civ.72.009 , Tribunal de Juatisa de SaoPaulo, R.T., 239/267.

4. 0 Presidents Ribas Macedo, af. 104, admitiu o recurso pale letra d.

5. Parecer do Dr . Lairs Soarer, paleProcuradoria-Geral do Republica, a fo•Iha 112. contrariamente , nos seguintestermos:

"A rescisoria foi proposta pelos pr6-prios executados, e o art. 826 do C.Civ. possui a finalidade de resguardar

o interesse do credor hipotecerio. Mes.

mo nesse caso , into 6, tivesse a rescisaria sido proposta pelo credor hipote•

cerio, nio ocorreria a nulidade, do

piano, pois haver-se-is, qua apurer aocorrencia de preju (zo pare a parts."

E o relatorio.

VOTO

O Sr. Ministro Aliomar Baleeiro

(Relator ): - I. Conheco do recurso

porque comprovado o dissidio corn o v.

Ac6rdeo na Ap. Civ. SP 72.009. R. T.

239/267, que decidiu caso igual em aen-

tido diametralmente oposto.

II. Entendo qua o art . 826 (2.9 par-ts) do C. Civ. visa a garantir os di-reitos do credor hipotecerio a so os dele.So esse credor je estava pago a nadaobjetou , nio cabs so Executado invocaruma fonnalidade qua the neo 6 ende-recada, mormente se prejuizo nio teve.Nio he fomento de justice, em faze-lo,pots a formalidade pardon objeto desdeque o pagamento extinguiu a hipoteca.

III. Dou provimento de acordo corno parecer do Procuradoria-Geral de Re.publics a corn a teas do v. Ac6rdi0 dof. 72, que restauro.

EXTRATO DA ATA

RE 72. 090 - PR - Rel., Ministro

Aliomar Baleeiro . Recta., Esp6lio do

Fortunato Cristofoli (Adv., Newton J.

do Siati ). Recdoa, Clementino Rios e

sua mulher (Adv., Delio Zippin).

Decisio: Conhecido a provido. Una-nime. Auaente , ocasionalmente, o Se-nhor Ministro Djaci Falcio.

Presidencia do Sr . Ministro Luiz

Gallotti . Presentes a sessio no Srs. Mi-

nistros Oswaldo Trigueiro, Aliomar Ba-

leeiro , Djaci Falcio, Rodrigues Alck-

min, e o Dr. Oscar Cornea Pins,

Procurador-Geral do Republica , substi-

tuto.

Brasilia, 18 de junho de 1973. -Alberto Veronese Aguiar, Secreterio.

I. .. , ^1.I.ii

R.T.J. 72 87

RECURSO EXTRAORDINARIO N.o 75 . 200 - PE C wlci U b

(Segunda Tulma) 4Relator : 0 Sr. Ministro Barros Monteiro. /

Recorrente : Estado de Pernambuco . Recorridos : L6ide Real Holandez eoutros.

Taxa do Bombeiros do Estado de Pernambuco.

1) A legal aria cobranga de empresas armadoras qua, emboranio sediadas em seu territdrio, of atuam atraves de seas agonies.

2) Aplicageo do Sumula 549, qua revogou a de n9 274.3) Recurso extraordinirio conhecido a provido.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos satesautos , acordam os Ministros do SegundaTurma do Supremo Tribunal Federal,em conformidade com a ata do julga-mentos a notas taquigrificas , conhecerdo recurso a the dar provimento, una-nime.

Brasilia , 28 do setembro de 1973.- Raphael de Barros Monteiro, Presi-dente a Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Barros Monteiro: -Srs. Ministros:

O v. ac6rdao de f. 212 , confirmandoa sentenga de f. 166.170, qua julgouprocedente, em parte, a presents agiointentada polo Loide Real Holandez e

'demais firmas armadoras constantea darelagao qua instrui a inicial, contra oEstado do Pernambuco e o Municipiode Recife , determinando , em conse-gvencia , o cancelamento da inscrigiodos autoras pars o efeito de pagamentodos impostor de industries a profiss6eae do de licenga, em favor do Munici-pio, a do taxa de Bombeiros, cobradapor este em favor do Estado, acha-seassim oficialmente ementaco:

"Ao Municipio 6 vedada a cobran-ge do imposto do licenga a de

industrias a profiss6es de empresas

de navegagio sediadas fora do souterrit6rio.

Embora pago indevidamente, niocabs restituigio de imposto indireto(Sdmula 71). Nio 6, in casu, de-

vida a taxa de Bombeiros, dodo quaas autores, aqui nab sao estabeleci-das exceto a Empress Fluvial Ma-ritima Maranhao S.A. qua, aquisediada , j6 paga os tributos."

Inconformados , recorrem extraordina-riamente o Estado de Pernambuco e oMunicipio do Recife . Com apoio nasalines a e d do norms constitucionalpertinente , pleiteia o primeiro o reco-nhecimento do seu direito a erre-cadagao do tare de Bombeiros, pa-re manutengao do servigo de Ex-tingao de Incendios, porquanto temas recorridas agentes em sou territ6rio;o Municipio de Recife, invocandosent direito sobre os impostos dol c'nc- - industrias a p-ofiss6es (Cons-tituigio Federal de 1946, art. 29,lI a III, a C6digo Tributario do Muni-cipio, arts . 176, § 2?, VI, a 197).

Ambos os recorrentes, ainda apontam

julgados qua seriam divergentes do re-

corrido.Inadmitidos ambos os apelos polo des-

pacho do f . 240-241, subiu aquele in-terposto polo Estado de Pernambuco,por forga do provimento dodo no A.I.53.668 , em apenso.

Arrazoado pelas partes, subiram osautos, assim opinando , es f. 278-279, adouta Procuradoria-Geral do Republica,em parecer da Dra. Yedda de LourdesPereira aprovado polo Dr. Oscar Cor-r6a Pina, ilustre Procurador-Geral, subs-tituto:

"1. 0 Estado de Pernambuco,com fundamento no art . 119, III,letras a 0 d do Constituigio Federal,

88 R.T.J. 72

recorre de decisao quo julgou inde-vida, por parts das empresas mari-times, a taxa de bombeiroe.

2. 0 ac6rdao de f. 211-212 tevepor fundamento principal o into doqua as empresas nao estavam esta-belecidas no Estado recorrents,apoiando-so em decisao do SupremeCorte . Ease mesmo ac6rdao reconhe-ce todavia a incide"ncia sobre onagentes dessas empresas.

3. A legitimidade do cobranca dotaxes foi reconhecida pals Sdmufa549, quo revogou a 274.

4. 0 Estado do Sao Paulo escla-rece quo as empresas efetivamente,nao estao sediadas naquela unidadefederative, mas atuam atraves doseas agentes estabelecidos em Reci-fe, como demonstram on instrumen-tos procuratbrios de f. 9 -29 a de-claraFao do f. 237, in fine.

5. Alega ainda que a tare naoincide sobre as empresas man sobresews agentes tie capital pernambu-cane.

6. Deese forma, a divergencia ju-risprudencial , com o pr6prio ac6rdaodo Suprema Corte qua serviu deapoio a decisao recorrida , oath com-provada.

7. 0 art . 30, II, do Constitui$aode 1946 , qua permits aos Estadoscobrarem taxes, tambem eats vulne-rado , pois a lei estadual reguladorade esp6cie deixou do ter aplica46o,ferindo a competencia estadual, re-conhocida pelo Diploma Maior.

8. Nosso entendimento se mud-feats favorivel as raz6es expostaspolo recorrente a esperamos seja orecurso conhecido a provido, parequo on agentes das companhias ma-ritimas pagu °m a taxes de Bombeiros,em conformidade com a legislacaoestadual , isto 6, "sobre as atividadescomerciais , industrials a equivalen-ts,, inclusive dep6sitos , agencias onescrit6rios comerciais on industrialslocalizados no Capital do Estado","a razao de cinco cont6simos porcanto (0,05%a ) sobre o referido mo-vim'nto" (L. 2.617/56, arts. 786 e788, 9 1? ), incidindo , naturalmente,

sobre as atividades comerciais realizadas no Estado pelas empresas ma.ritimas, sob pena de se consagrarum privilegio contrdrio nos interesBe, econ6micos do Estado."

E o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Barron Monteiro.(Relator): - Srs. Ministros:

O parecer quo acabo de let exami-nou, com exatid"ao, todas as quest6es,quo so relacionam com o excepcionalmanifestado pelo Estado de Pernambu-co, nestes autos.

Realmente, embora nao tenham asrecorridas sus sede naquela unidade deFederacao, nests atuam, contudo, atrav6s do sous agentes estabelecidos emam capital ( f. 9, 29 a 237 , in fine).

Comprovado, por ease forma , o dis-sidio com o julgado death Corte, in-R.T.J., v. 40, p. 337, do qual urn tre-cho ache-se reproduzido As f. 223, in-fine, e , it vista do enunciado no Sdrnufa549, qua revogou a 274 , conhego do re-.curso do Estado do Pernambuco a Ihe-dou provimento, nos termos do beenelaborado parecer do Procuradoria-Ge-ral de Republica.

EXTRATO DA ATA

RE 75.200 - PE - Rel., Ministro-Barron Monteiro. Recta., Estado do-Pernambuco (Adv., Fernando Henri-ques de Mousses Oliveira). Recdos.,L6ide Real Holandez a outros (Adv.,Jose Chaves do Costa Figueiroa).

Decisao: Conhecido a provido nosterns do voto do Ministro-Relator.Unenime.

Presidencia do Sr. Ministro Barros-Monteiro. Pressures a sessao on Se-nhores Ministros Thompson Flores, Antonio Nader a Xavier de Albuquerque;e o Dr. Oscar Correa Pine, Procurador-Geral do Republica, substituto. Ausente, justificadamente, o Sr. MinistroBilac Pinto.

Brasilia, 28 de setembro de 1973.- Helio Francisco Marques, Secretirio..

R.T.J. 72 89

EMBARGOS NO RECURSO EXTRAORDINARIO NP 75.237 - SP

(Tribunal Pleno )

Relator: 0 Sr. Ministro Thompson Flores. /

Embargante: Industries Paramount S.A. Embargado: Instituto National doPrevidencia Social.

Embargos de divergencia.II. Recurso eztraordindrio do INPS, perseguindo pronuncia-

mento judicial contrsrio so qua The ministrou, no ezercicio de sueconrpetencia legal a com forgo vinculatdria, o Ministro de Estadoa que ester subordinado. Falta de interesse do Institute pare per-severer no discussao judicieria da materia.

III. Embargos conhecidos a recebidos.

ACORDAO

Vistos, relatados a discutidos notesautos, acordam us Ministros do Supre-mo Tribunal Federal, em sessao ple-neria , no conformidade de ata do jul-gamento e dos notes taquigraficas, porunanimidade de votos, conhecer dosembargos a recebe-los.

Brasilia , 14 de junho do 1974. -Eloy da Roche, Presidente . - Thomp-son Flores, Relator.

RELATORIO

O Sr. Ministro Thompson Flores:Apreciando o recurso extraordinario in-terposto pela ore embargante, a eg.Primeira Turma , unanimemente, deleconheceu a Ihe den prov irnento, paraconsiderar que estao sujeitas as contri-buig5es previdenciarias as importanciaspages son empregados a titulo de avisoprevio , interpretando assim o § 1.9 doart. 487 do C.L.T., f. 103 .

O ac6rd5o que data de 27.4.73 adoqual foi Relator o eminente MinistroDjaci Falcao, teve sua ementa retifi-cado atraves dos embargos de decla-ragao opostos pelo Instituto , passandoa seguinte redagao, f. 112:

'Previdencia Social . Aviso previo.Na hip6tese do § 19 do art . 487, doConsolidagio dos Leis do Trabalho,ha pagamento de salarios a nao in-denizagao no empregado . Em con-sequencia , sobre as importanciaspages como aviso previo devem in-cidir as contribuigbes de previden-cia."

2. A tempo opts a empregadomvencida as presentes embargos de di-verggncia , f. 115-231 , a ales anexandoxerocdpias dos padr6es indicados, doPlenario a do Segundo Turma, fo-Mes 124-76, inserindo , ademais, as pe-gas de f . 177-89 em ajuda do auapretensao.

3. Adnritidos pars discussao, fo-Ihas 192-93, foram impugnados af. 194-97.

4. Parecer do douta Procuradoria-Geral do Republica , como segue fo-thas 200-201:

"1. Manifestando-se as f. 93-95dos presences autos, teve a Procure-

doria-Geral ocasiao de externar seu

parecer sobre a questao juridicasubstantive em debate. Aquela pegsse resumiu nests ementa:

"Aviso previo nao formulado.Seu pagamento em dinheiro nao

tern caster indenizat6rio.

Incidem sobre tel soma - enten-dida como salario - as contribui-

goes previdenciarias" (f. 93).

2. A empresa embargante naotraz agora a confronto qualquer de-cisaq do Plenario on do eg. Se-gunda Turma, que se contraponhaan acbrdio de f. 97-103 no enfoquedo mataria especifica.

3. Logra demonstrar, todavia, quetenth em Plenario quanto no seio doSegundo Turma ja se dec?diu pelonio conhecimento de recursos ana-logos, interpostos pelo Instituto Na-cional de Previdencia Social.

90 R.T.J. 72

Isso per as haver entendido cue,deeds o momenta em qua o anchorMinistro do Trabalho aprovou pare-car no sentido do nio incidencia decontribui46es prev7denciiirias sobree-iso pr6vio satisfeito em dinheiro,pennon a autarquia previdenciMria acarecer de legitimidade pare se opora decisSes judiciirias alentadas porid@ntica tens.

4. Com a devida vinia, a Pro-curadoria-Garal ratifica em todos onseas termos o parecer que sobre om6rito lancou nestes autos antes dojulgamento do recurso extraordin6-rio, por entender quo no as podsconsagrar tees oposta a do ac6rdioera embargado sem afronta osten-siva so art . 487, § 1.9, do Conso-lidag o des Leis do Trabalho.

5. Opine , assim, polo nio conhe-cimento dos presentee embargos. esubsidiariamente por sue rejei4io.

Brasilia , 29 do abril de 1974. -Jos6 Francisco Rezak, Procuraaor deRepublica . Apmvo: J. C. MoreiraAlves, Procurador-Geral do Repfe-blicn".

E o relat6rio.

VOTO

0 Sr. Ministro Thompson Flores(Relator ): - Conheco dos embargos eon recebo . pare restabelecer o ac6rd"aodo f. 67, do eg . Tribunal Federal doRecursos.

2. Como fez ver o relat6rio, o arestoembargado proven o recurso do Ins-tituto , manifestado em 23.2 . 72, fo-Iha 69, pare sujeitar as percales pa-gas em dinheiro pale empregadom,come aviso pr6vio , ea contribui£6esprevidenci6rias , f. 106.

3. Para comprovar a dissidio, in-voca a embargante tr@s julgados deltaCorte, sendo dois do Plen6rio_ pmfe-ridos one RE 73 . 720 a 74 . 092 a umdo Segunda Turma, ode 75 . 289, aque-les de 4.10.72, f. 129, 153 a 124,respectivamente.

Neles, o recurso do Institute niomereceu konhecimento per faits de

interesse, dodo qua o Ministro do Tra-

balho, can Resolucio nonnativa e vin-

culatbria , decidira pela nio incidencia

das contribui£6es previdenci6rias so-

bre as importkncias pages como aviso

pr6vio.

A ementa do primeiro a do ultimodos recursos 6 a mesma a diz, f. 129e 124:

"Recurso extraordindrio do INPS,porseguundo pronunciamenio judi-cial contrfirio so qua the ministrou,no exercicio de sue conspet6ncialegal a com forge vinculat6ria, oMinistro de Estado a quo est6 su-bordinado . Felts de interesse do Ins-titute para peraeverar na discussiojudici&ria da mat6ria . No conhe-cimento do recurso."

4. D r-se-6 qua nos doffs primeiroaparedigmas a prejudicial foi suscitadapals empregadora , o qua aqui insu-cedeu.

E certo, a quici afastasse a diverg6n-

cia.

Inobstante, no ultimo , apreciado paleSegundo Turma. RE 75 . 289, inocorreua arg0igio. Meamo ass'm o recurso niofoi conbecido , fundado no conclusio da-queles precedentes.

Com else julgado dou come compro-vada a diverg6ncia , justificando o co-nhecimento dos embargos.

5. E, em homenagem nos padrbesem questio , recebo on embargos pelasmesmas raz6es neles aduzidas as quaffsimpends acrescentar a Portaria do Mi-nistro do Trabalho , 3.286/73, qua, in-vocando o Dl. 72/66, (D.O. do8.10.73 ), f. 189, em sou art. 3?, dis-p6s:

"Art. 3.9 A Secretaria do Previ-d6ncia Social, o Institute Nacionalde Previdencia Social o Conselho do

Recursos do Previdencia Social a asJuntas de Recursos do PrevidinciaSocial deverio seguir rigorosamentea orientacio ministerial constantsdos prejulgados anexos a qua ints-gram a presents Portaria."

R.T.J. 72

E, entre as prejulgados , est6 o itsn9 60, verbis, f. 122-23:

"As importincias pages, a titulo

do indenizagio , am corresponderem

a servigos efetivamente prestados,

nio dio ensejo a incidencia do con-

tribuigio previdenci6ria."

E o meu voto.

VOTO

0 Sr. Mini afro Djaci Falcio: -Sr. Presidents, em face dos preceden-tes, cam a ressalva do meu entendi-mento primitivo, do-s6 per cause dofalter its interesse . acompanho o emi-

nente Relator, conhecendo dos station-gas a on recebendo.

EXTRATO DA ATA

ERE 75 . 237 - SP - Rel., Mi-nistro Thompson Flores . Embte., In-

91

dustrias Paramount S.A. (Adv ., CarlosEduardo de Barros Barreto ). Embdo.,Institute Nacional do Previdencia So-cial (Adv., Edmundo A. M. Bap-tista ). (Dec. embda . Primeira Turma,27.4.73).

Decisio: Conhecidos a recebidos.UnAnime . Felon, pela embargante, oDr. Carlos Eduardo de Barros Bar-reto.

Presidencia do Sr . Ministro Eloydo Roche . Presentee a sessio as Se-n*ores Ministros Luiz Gallotti, Os-waldo Trigueiro , Aliomar Baleeiro,Djaci Falcio , Thompson Flores, BilacPinto, Antonio Nader, Xavier de Al-buquerque a Rodrigues Alckmin. Pro-curador-Geral do Republica, o Pro-fessor Jose Carlos Moraine Alves.

Brasilia , 14 its junho de 1974. -Alvaro Ferreira dos Santos, Diretor doDepartamento Judiciirio.

RECURSO EXTRAORDINARIO N.o 75.442 - PR ^A

(Segunda Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Antonio Neder. i

k

Recorrente : Prefeitura Municipal de Curitiba . Recorrida : Nasser & Cie.Limitada.

C. Pr. Civ. de 1939, art. 189. Suspeigio its perito reconhecidapolo S.T.F. Nulidade processual.

Recurso ertraordin6rio provide.

ACORDAO

Vistas a relatados notes autos its RE

75.442, do Estsdo do Paran6, em qua6 recorrente a Prefeitura Municipal doCuritiba a recorrida Nasser & Cie. Li-mitada, decide o Supremo Tribunal Fe-deral par sue Segundo Turma, unani-memento , conhecer do recurso pare theder provimento , de acordo com as notesjuntas.

Brasilia, 8 de outubro its 1974. -Thompson Flores, Presidents. - An-tonio Nader, Relator.

RELATGRIO

O Sr. Ministro Antonio Nader: -1. Julgando recurso necessIrio a ape-lagoes, o eg . Tribunal de Justiga do

Parana editou o ac6rdao impugnado,cujo relat6rio so ache redigido nestes

terrace (f. 316-319):

"Nasser & Companhia Limitada,firms comercial com personalidadejuridica its direito privado , estabe-lecida nests Capital, sucessora doNasser , Amazonas a Compatible Li-mitada, ajuizou, no 16.9 Vara des-to Capital, com fundamento nosarts. 150, 9 22 a 105 do Consti-tuigao Federal its 1967, combinadocom as arts . 159 a 15 do C. Civ.,a presente agao ordin6ria its inde-nizagao contra o Municipio doCuritiba, afirmando em resumo,qua foi polo are r6u obrigado adesocupar o im6vel onde era loca-t6rio estabelecido corn loja do seu

92 R.T.J. 72

comercio no Rua 15 do Novembron? 220, com fundos ate a Rua Ma-rechal Deodoro, 103, 107 a 111,com entrada a fronts pare a RunMarechal Floriano Peixoto, 131,133 a 137, nesta Capital, corn Areasuperior a 1.400,00 m2, em datado 28.5.66. Diants do alegado,pediu a autora uma indenizagio nototal de Cr$ 1.468.354,62 (hummilhio, quatrocentos a sessenta eoito mil, trezentos a cingilenta equatro cruzeiros a sessenta a doiscentavos ), acrescida do juros, ho-norfirios advocaticios a custas. Ins-trulu a inicial corn os autos de via-toria ad perpetuarn rei memoriam(f. 15-88).

"Devidamente citado, o Reu con-testou o feito (f. 91-108), ale-gando preliminarmente, quo a au-torn a carecedora de aFio, por ha-ver o Poder P6blico se limitado soexerciclo normal do um direito.Que, a universalidade de bens deAutora nio estava sob a prutegiodo D. 24. 150 de 20.4.34, em vir-mde do no haver a cessagio desuas atividadea cotaerciais impor-tado em rompimento antecipadodo locagio escrita; a mais, quo oteferido decreto nio previu a hi-p6tese de rompimento do indeniza-gio por desapropriagio, segundoOsvaldo Opitz, dever ser felts naforma de seu art. 20 (Problemasde Locagio Comercial a Industrial,2.9 edigio, p. 339). Citou vArlosAutores, todos pale exclusio de in-denizagio a terceiros, incluindo-seon locatfirios. Alegou finalments,quo nio havia main possibilidadede renovagio do locaga"o, tanto 6assim , qua o proprietfirio baseadono clAusula 4.a do contrato, promo.veu parents a 4,0 Vara Civel, acompetente agio negative do reno-vagio de contrato. Quanto so me-rito, admitiria qua, caw houvessePardo do ponto cornercial, a inde-nizagio seria faits do acordo comm oart. 20, num total do ......Cr$ 113.241,28, a qual responde-ria, solidariamente, o locador, mas,

no caso, inexistem os elementos bA-sicos qua autorizam tal indeniza-gio. Conclui impugnando o valordo vistoria unilateral . Juntou do-cumentoa de f. 107 risque 140.

"Sobre a contestagio , a autorase manifestou ea f. 142 risque 150.

"Do despacho saneador, quo de-feriu a realizagio de prove peri-clal, a Autora agravou no auto doprocesso ( f. 157-160 ), tornado atenno A f. 161.

"0 MM. Dr . Juiz, As f. 168,manteve o despacho agravado, de-ferindo a pericia em cause.

"Realizada pericia, on senhoresperiros apresentaram as laudos def. 184 risque 195 a 198 risque 203.Havendo divergencia nos laudos,foi nomeado terceiro -desempatador,quo apresentou o laudo do f. 218risque 224, manifestando-se em se-guide as Porten (f. 226 a 231).

"Sobre o documento do f. 232,falou o Reu its f . 234-235.

"No audiencia de instrugio a jul-gamento, prestou esclarecimento 0perito do juizo, face A impugnandofeita polo Reu (f . 244) e, nio ha-vendo macs proves a serem produ-zides, passou-ee A face dos debatesorals.

"Pale sentenga de f. 252 risque256, o Dr. Juiz julgou procedenteem parts a agao, Para condoner oReu a indenizar a Autora, em li-quidagio de sentenga , por artigos,o justo valor do (undo de comercioe as despesas de mudanga a novasinstalag6es , excluidas as despesascom a construgio a demoligio noantigo local do nova fachada. Fl-nalmente o MM. Dr. Juiz, con-denou o Reu no pagamento descustas a do honorfirios advocaticiosa serem arbitradoa , sobre o quan-tum a ser estabelecido, a juros com-pensat6rios , ap6s a homologagao docAlculo.

"A Autora, As f. 259 risque 262,interp6s corn fundamento no or-tigo 840 do C. Pr. Civ ., embargosde declaragio, pleiteando a decla-

,r

R.T.J. 72

ragao do condenacfo do Reu, emverbs advocaticia fixada, jurosconrpensat6rios a partir do imissiiono posse do im6vel a corregao mo-net4ria , por se tratar de desapro-priagao indireta.

"0 MM. Dr . Juiz, as f. 266,proferiu a seguinte decisio "Passoa decidir:

I) On juros compensat6riosconforms ficou estabelecido no sen-tenga, serio contados a partir dodata do sentenga qua homologar arespective liquidacin;

II) Os honorerios advocati-clos ..., ficam deade logo estabele-cidos em des por cento (10%)sobre o total do liquidagio homolo-gada, acrescidos do juros, tamb6ma partir do data de referida homo-logacao;

III) Ouento a corregao monet6-ria, 6 Pacifica a sus condenacio,

paralela son juros compensat6rios,

nas desapropriagiies indiretan.

"... A falls, todavia , de laudode avaliageo anterior, a correciomonetdria , no caso dos autos, de-ver6 ser aplicada a partir de umano ap6s a homologag56 do celculofinal do liquidagio,...".

r"#'nnformado , em parts, com asentenga do 1. 252 , usque 256,N-ss^r & Comnonti °a Limitada. ane-lou Para sate Tribunal ( f. 268),apreaentando was razoes as f. 269usque 279.

^^h=m irresienado . com a sen-tenga do f . a f., o Municipio deCuritiba recorreu a esta SuperiorInstincia (f. 280-292).

hldos as recursos (f. 293),foram contra-arrazoados (f. 295-306e 308-312 ), ap6s o qua subiram osautos."

Os fn^ d^m^ntos e o dis.ra:ei,a detel ac6rd5o seo estee (f. 322-323):

"Acordem on Juizes do 3s CamaraCivel do Tribunal de Justice do Es-tado do Parana , por unanimidade devotos, em negar provimento so agra-

93

vo no auto do Processo, a dar provi-mento , em parts, so recurso oficiale e apelagio de eutora , negando pro-vimento ao apelo do Municipio, fi-cando outrossim , confirmada, nomain, a decisio recorrida por souspr6prios fundamentos que sio juridi-coe a acordes com a prove dos au-tos.

Como j6 se disse, fica desprovidoo agravo no auto do processo, por-quanto as Pericles admitidas peloJuizo a quo tiveram o condio docorroborar, em parts , as demais rea-lizadas no instrugio do demanda.

Por outro lado, nio proced-m onargumentos expendidoa pelo Munici-pio apelante, no que concerns a pre-liminar do nulidade, face a suedeclarada extemporaneidade, beencomo quanto so m6rito , infundadassio juridicamente as sues alegag6es.

Tern per fim o presents provi-mento:

"1) A fixagio do prego do indeni-

zagao devida Palo Municipio apela-

do, se face polo montants apurado

pelo perito de apelante. a ratificadopolo perito do juizo computada a

correcao monet6ria a contar do lau.do esbocado pelo perito do Julio;

2) Que a contagem dos juroscompensat6rios as fags sabre on va-lores corrigidoe monetariamente apartir do data de ocupagio do im6-ve1;

3) Qua a liquidacao so f+ca norarbitramento , deade qua nao hi ne-cessidade de prover fato novo facee abundante materia de prove cole-teda no instrucio o que vem com-prover a desnecessidade de liquida-gio por artigos , visto qua estamodalidade levaria as partes Paraa etemidede . preiud 'canso a justice- a "mats formosa virtude existentsantra as homens a a main agradivela Deus"...

Os nr-ssvnoa'ns do nrovimentoem cause tern fundamento no dou-

trina a jurisprude"ncia apliciveis Aesptcie, - com erudicao expustasnas razoes do recurso."

94 R.T.J.-72

2. Opostos, pela vencida , embargos

declarat6rios , a rejeitados, ela interp6a

o presents recurso extraordiaerio qua

foi admitido polo seguinte despacho,

completo no resumir as argumentos de-

duzidos pelas partes (f. 385-387):

"Nasser & Companhia Limitada,em consequencia i desapropria£iio doim6vel onde se estabelecera comer-cialmente, no qualidade de locateria,moveu acio ordinIria contra o Mu-nicipio de Curitiba, pleiteando inde-niza£io no valor do Cr$ 1.468.354,62

pale perda de sou fundo de co-merc.o, acrescida de juros do moree compensat6rios , correcio monete-

ria a demais cominac6es constantes

do pedido.oa a inicial as autos de vic-

toria ad perpetuam rei memory . soncumulada corn arbitramento do va-lorea , homologada par sentence..

- -- n - citado, o Munici-pin contestou a acio a obteve a re-novacio do pericia pare novo arbi-tramento do valor de indeniza£io.Do despacho saneador qua de arm arealizacio dessa prove , a autoraagravou no auto do processo.

-1 -dam a p'r:cin a apresenta-doe as laudos, o Magistrado nomeouterceiro-desempatedor , em face dodivergincia bavida entre aqueles,tendo o it ingressado corn exceciodo suspeicio contra o perito do Jut-so. Impugnados ditos embargos, econcluida a instru£io , o Dr. Julzproferiu a sentence do f. 252-256,julgando procedente em parte aacio, condenando a Municipalidadea pager i recorrida o justo valor dofundo de cornercio, aferivel em li-quidacio per artigos, a as despesascorn mudanca a novas instala£6ee.Sabre o total a ser obtido , ordenou-s- - incidencia de juros apes ahomologacio , a de honorerios em ba-se rezoivel . Coates, totais pelo Reu.Mauve recurso de oficio.

rl"ate decis6rio ban" embargosdeclarat6rioe do autora , qua foramrejebidos pale sentenca de fo-lhas 266-267 , nela ficando estabele-

cido o seguinte:

"I - as juros compensat6rios

serio contados a partir da sen-tence qua homologar a respectivaliquidacio;

II - as honorerios advocati-cios ficam estabelecidos em 10%sabre o total da liquida£iio ho-mologada, acrescidos de jurostamb6m a partir do data do re-ferida homologacio;

III - a correcio moneteriaser4 aplicada a partir de urn oneepos a homologacio do celculofinal de liquidacio , aplicando-seper analogia o § 29 do art. 26,do Dl. 3 .365/41, do acordo corea reda£io de L. 4.486/65."

"Desse julgado apelaram as par-tes, e a 3? Cimara Civel, em vo-lasso uninime , negou provimentoso agravo no auto do processo aan apelo do Municipio , provendoem parts o recurso oficial e a ape-lacio do autora , confirmando deresto a decisio apelada , tal compconsignado no conterto do ac6rdio,verbis:

(f. 323).

a

Tern per flit o presente pro-vimento:

"1) a fixacio do preco de in-deniza£io devida polo Municipio

apelado , so face polo montante

apurado polo perito do apelante,

a ratificado polo perito do juizo,computada a correcio rnonet4riaa canter do laudo esbocado polo

perito do Juizo;

2) Que a contagem dos juroscompensat6rios as faga sabre asvalores corrigidos monetariamen-te a partir de data do ocupaciodo imbvel;

3) Que a liquida£io se faceper arbitramento , desde quo noM necessidado de prover fato no-va, face i abundante materia deprove coletada no instmcio, oqua vem comprovar a desnecessi-dade do liquidacio per artigos,

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visto qua esta modalidade levariapars a eternidade, pre-

judicando a Justice - a "maisformosa virtudo existents entro oahomens a a mais agradevel aDeus..."

"AcSs vlgado o Municipio apre-

sentou embargos declarat6rios, quaforam rejeitados pale ac6rdao de fo-]has 333-334.

D,i o t'mpestivo recurso extraor-dinerio do Municipio de Curitiba,cm fulcro nas tetras a e d, do re-gra constitutional , regularmente im-pugnado.

Em resumo, o recrorente alega oseguinte:

"a) tempestividade da excecao

de suspeicio arguida contra operito do Juizo no proceseada;

b) qua o expropriante no 6

responsevel polo ressarcimento

dos prejuizoa suportados polo lo-

catirio do predio expropriado;,:, sue a recorrida nao as en^

contrava amparada pale Lei deLoves por ocasigo de expropria-ciio, inexistindo fundo de comer-cio a ser indenizado;

d) em se tratendo de ecaoindenizat6ria , incabivel e a inci-dencia de cor°cao moneteria ejuros compensat6rios.

O recorrente aponm os textos le-gals cujas exigencias teriam side ne-gadas pelo decis6rio recorrido, assimcomo transcreve arestos do outrostribunals pare a comprovacao do die-sidio pretoriano suscitado.

"Procede o recurso.

A nosso ver, he infringencia dodisposto no art. 189, do C. Pr. Civ.,nine vez qua a instancia de apelacaono dirimiu. como de mister, amateria excepcionada , pronuncian-do-se vagamente spenas quanto asua tempestividade.

D- recto, as demais teses levan-tadas polo recorrente estao a me-recer reexame pale colenda ins-tancia ad quern, especialmente no

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qua toca so tern de aplicaceo docorrecao moneteria em cases comoo dos autos, carte qua o principioquo rege o institute 6 o do exigibi-lidado de lei pr6pria.

"Assim sendo, admito o recursoextreme de f. 345-356, rr tificadoas f. 358-361, pales fundamentosinvocados."

A recorrente e a recorrida articula-ram estas razoes: ... (1e) .

3. A i1. Procuradoria-Geral do Re-publica emitiu sobre o case Bate pa-recer do ilustre Procurador FernandesDantas a aprovecao do nobre Procure-dor-Geral, substitute, Dr. Correa Pine(f. 426):

"1. Cuida-se de acao que visoua indenizaceo so locatirio do bemdesapropriado , julgada procedentee parcialmente confirmada polo v.ac6rdao a f . 316-322 , contra o qualo r. do f . 345, core intermitenciados embargos declarat6rioa de fo-Me 325, sustenta , em sintese: a)nulidade, por carencia de processa-monto do suspeicao do perito, ditaextemporanea porque no manifes-tada no triduo do nomaacao; b)falta do fundamentacao de decisao;1c) inviabilidade do exproprianteinden&zar o locaterio, segundo o ar-tigo 31 da Lei de Desapropriacao;d) ausancia de fundo de comercioindenizavel , dado quo denunciadoo contrato por via de negat6ria derenovat6ria ; e) nao cabimento docondenacao a correcao moneteria eos juros compensat6rios (f. 401).

2. A nosso modesto entender,o recurso sequer merece couheci-monto no tocante as quatro pri-meiras queatoes suscitadas , porquan-to: a) a reclamada arguicao desuspeicao , de fato invievel quandoproposta meses depois do nomeacaodo perito desempatador, seguiu-sea confonnacao da excipiente, cma pretica de atos qua importarama aceitacao do recusado , conformso demonstra a recorrida ( f. 370);b) confirmando a sentenca do 1.9

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•greu, a v. decisio recorrida nioreclama maior fundamentarao, bas-tando-se tamb6m no parte que areformou pelos aucintos assertivosmale contidos; c) sobre caber solocat4rio agio de indenizacio con-tra o expropriante, been o diz aJurisprudencia maior , tal como or-rolada nas contra-raz6es de f. 372;d) de que havia contrato de loca-

•gao, noticia a propria recorrente,em referenda a existencia do agao,entio em curso , pleiteando a reno-vagio.

3. Todavia, estamos em que, usverdade, o recurso reclama conhe-cimento a conseq(lente provimento,no parte quo pleiteia a exclusio docorregeo rnonet"ria a dos juroscompensatorios . A indenizagao do(undo de com6rcio , perseguida an-tonomamen.e em relagio a indeni-zaglo do been desapropriado, notam como aderir, por simples si-militude , a corregao monetiria.Zeta foi instituida como comple-mentagio so valor do ben, desa-propriado , expressarnente consigns.do em favor do proprietirlo, peloquo nio parece extensive) as per-des a dais devidos a terceiro, re-clam6v-is atrav6s de acso p•6priapolo titular do respectivo direitopessoal , como no case 6 o fundodo com6rcio . Nio h6, pois, disposi-tivo legal qua autorize a corregiodo divides por perdas a dais, co-too tamb6m recomendageo algumado extensvo. a asses divides, daco'atrucao iurisovd-ncigl qua fezcompor a indenizacao desapropria-t6ria coca os chamados juros corn-pensat6rios.

4. Somos, portanto, pelo provi-mento parcial do recurso."

E o relatorio.

VOTO

O Sr. Ministro Antonio Nader (Re-lator): - 1. 0 primeiro fundamentodo recurso 6 o de que o ac6rdio impug-nado negou vigencia so art. 189 doC. Pr. Civ. de 1939.

Eis o que diz a recorrente auantoon, pormenor if. 347-349):

"O Municipio , ore recorrente. in-gressou corn excecio de suspeigio,quando teve conhecimento de atosdo perito relacionados diretamentea empress, caracterizada one situa-

ceo de dependente do memo a seuempregado , on quando muito, pres-tador do servigos so recorrido. co-mo contador.

Qual a oportunidade quo a leicuida em qua o interessado podsmanifestar tal excegeo de suepei-gao?

A resposta a so uma: quando

tome conhecimento do existencia do

suspeigio.

Ora, a suspeigio dos demais au-ziliares do Justige, tol con o pe-rito (ease perito ere desempatadore concordara corn o laudo do peritodo autor, ore recorrido ), processa-se como a do suspeigio do Juiz, C.Pr. Civ., art. 189 , verbis:

"A suspeigio do 6rgio do Mi-nist6rio Poblico, dos serventu6-rios e do perito , processada s-msuspensao de cause, sere julgadapelo respectivo juiz , no formaestabelecida neste Capitulo, noqua for aplicavel."

O juiz processou a excegio dosuspeigio do perito?

IN do.

O qua fez o Juiz?

Simvlesmente, saiu pale tangen-to, cm a inteligencia qua Deusthe den. Evitou a desagrad6velmeng-ao do circunstancia , porcine ojuiz 6 qua nomeara o perito de-sempatador a ordenou qua se fi-zesse novo levantamento a liquida-gio por artigos, ignorando aquestio.

wo' um proc -dimento contralegem, toes que teve o am efeitoben6fico: foi o mesmo qua se ti-vesse julgado a excegeo procedente.Nio aceitou o laudo torto do pe-rito qua estava radicado a partsadverse interessada , naturalmento

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vendo quo a one, concord "ancia corn

o instrumento pericial exageradissi-

mo a partial do perito do outer

era - uencia de sue parcialydado

e vinculagio corn o outer. E elude

male pelos argumentos do riu re-

corrente.

"Mas, polo ac6rdio, as coisas soinvertem totalmente, porque o ac6r-d5o diz qua a fixagio do prego deindenizagio as faga pelo montanteapurado polo perito de apelante aratificado polo perito do juizo.

Desta maneira, o acordao negouvigencia no disposto no art. 189do C. Pr. Civ., ainda mars quadiz qua seria "externporanea" asuspeigio.

Ounndo, em clue oportuniclade,queria o ac6rdio qua o reu ora re-corrente ingressasse corn a excegiode suspeigio?

Nos tres primeiros dias do con-testagio?

Absurdo!

Pare a interpretagio de tat die-positive, a do conceituagio intrin-seca no capitulo do excegio desuspeigio, teremos do recorrer adoutrina.

Ensinn Pontes de Miranda (InComentirios co Cddigo de ProcesseCivil, 111/137):

"Se a suspeigio 6 supervementea contestagao, o prazo 6 de irisdias contados do conhecimentode cause , por analogia ( core ra-zio Pedro Batista Martins, Co-men Aries, II/280) . •.

Dnas no&nii's da miler rele-vincia : Pedro Batista Martins aPontes do Miranda.

Do outro lado o ac6rdao qua ful-mina a questio dizendo qua serlaextemporinea.

Extemporanaa do que?

1 - c ;e do que n°m nor que. Oac6rdio 6 nine per falta de qual-quer fundamentagao. Dal os em-bargos do declaragio , aguardando

97

julgamento , inclusive sobre essemateria.

Coon qua elementos diz o aco,-dio quo aerie extemporanea a ex-cegio?

Nao hi elementos, ago ha or-giigio, use, hi nom sequer umafrase mm sujeito , objeto direto,predicado.

Per isso, o processo hi de serrenovado, core o julgamento do ex-cegio, anulando-se desde a excegiointerposta , para quo se a processedevidamente, segundo o rite esta.belecido no art. 186 a seguintesdo C. Pr ., o qual permits inclusivea produgao de proves , quo o Mu-nicipio requereu.

Pontes de Miranda ainda cita ju-risprudencia de tribunals do Paisa respeito do materia , o qua per-mite o recebimento do recurso paleletra d. Diz Pont" (id.) :

"No sentido de ser oponivel aexcegio de suspeigio trAs diasapds a data em clue o excipientetaus conhecimento do fate doqua results a suspeigio, o Tri-bunal do Justiga de Sin Paulo, a6.0.50 (R. dos T. 190, 403),a Camaro Civet do T. J. de San-ta Catarina , a 17.4 . 50 (Jurispru-dPnc9" 10.5E 104), a Camara Ci-vet do Tribunal de Justiga doCeari, 5.6.52 (J. a D. VII,259) a o T . J. do Espirito San-to, 13 .12.51 (R. do R. de J.,VI/327)."

A materia acima transcrita foi ques-tionada parents o eg. Tribunal a quoper meio de embargos declarat6rios for-mulados nas f . 325-330 a rejeitadospelo ac6rdao de f . 333-334.

Para ilustrar a fundamentagio quadeduz%u no nonto agora discutido. a re_-corrente ofereceu a consideragio doTurma. em seu memorial , um parecerdo Prof . Josh Frederico Marques, oqual versando o tame , deduziu estasroues:

98 R.T.J. 72

"An ter conhecimento de quo operito nomeado polo M . Juiz erasuspeito , pelos laws funcionais a dedependencia que o prendiam a firmaNasser & Cie. Ltda ., locat6ria doim6vel expropriado , a recorrente in-gressou com excegio de suspeigio.

A recusa do perito foi arguida domodo legitimo a tempestivo. Eralegitimo porque "o perito podera setrecusado pelas mesmas causes quajustifiquem a recusa dos juizes eteetemunhas" (C. Pr. Civ., art. 129,paragrafo unico ) polo qua a suspei-yao contra ele tinha cabimento, be-seada qua fora em ester "particular-mente interessado no decisio de cau-se" (C. Pr . Civ., art . 185, n.9 III),on "interessado no objeto do litigio"(C. Civ ., art. 142 , n9 IV, combi-nado com no arts. 235 a 240, so-gunda alinea , do C. Pr . Civil) .

Per outro lado, foi tempestiva,uma vez qua aduzida son pram ernque o dies a quo se situou no mo-mento em qua a Municipalidade deCuritiba teve conhecimento dos me-tivos quo tornavam so perito. sus-peito do parcialidade , isto e , depoisdo "manifestada a sue causa" Comoo diz o art . 186, do C . Pr. Civil.

L-vantada a suspeigio , o Dr. Juizde Direito tinha de processa-la, exvi do art . 189 do C . Pr. Civil.No o tendo fito, negou vigencia aease preceito, al6m de ter cometido,por omissio , ate nulo , uma vez quahi ai nulidade a afetar toda a re-laSao processual, inclusive a sea,teuga.

Segundo disp5e o art. 798n9 II, letra c, do C. Pr. Civ.,e nula a senten9a proferida con-tra literal disposigio de lei,ate memo depois qua ease de-cisio transits em julgado. EMoacir Amaral Santos, examinandoo texto citado , diz qua 6 nula a sen-tenca, tamb6m quando exists error

in procedendo, isto 6, quando violadodispositivo do lei processual (Pri-meiras Linhas do Direito ProcessualCivil, 1963 , 111/447-448). Alias, 6 oqua tamb6m ensina a doutrina: "L'

annulamento delta sentenza pud averluogo o per an difetto del rappormprocessuale o difetto proprio dellasentence. Poich6 it rapper to proces-suale pua essese viziato o nella weconstituzione o nel suo svolgimento,Is nultitd dells sentenza pot un di-fetto del rapporto processuale pithderivare o do sins nullita delta cons-tituzione di questo rapporto o donullitd del procedimento" (AlfonsoNigido, 11 Potere del Giudice diAppello, 1938, p. 149)

Ao demais , o Dr. Juiz de Di-reito, Segundo o art. 122, do C. Pr.Civ., "dirigira o processo por tormaquo assegure a cause andamento ri.pido, sera prejuizo do defesa dos in-teressados". Ora, agindo como agiu,o magistrado de primeira instinciaatentou substancialmento contra odireito de defesa, pois sequer apurouas a suspeigao tinha procedencia.

Mas no 6 s6 . 0 art . 273, doC. Pr. Civ., disp6e qua prevista de-torminada forma , ainda qua sem co-minacio de nulidade, o Juiz n-ao po-dera considerar vilido o ato se perter sido de outra forma praticado,nio atingiu a seu fim (art. 273, nfi-mero I). Qua dizer-se, entio, se ofate foi omitido totalmente ? Quandose omits apenas a forma do ate. eatssera nulo se nio atingir a sou fim.A fortiori, havers nulidade se o ato,pot inteiro , deixou de set praticado,comp no esp6cie ocorreu , uma vezqua o Dr. Juiz de Direito nem mes-mo mandou processor a suspeifiosem susponsio de cause , como o de-termine expressamente o art. 189.

Sam qualquer fundam -ntagio,diz o ac6rdio qua foi extemporineaa preliminar de nulidade. Comoatria so ressaltou , nio se sabe seextemporinea foi a alegagio de nu-lidade, on se a do suspeicio.

Quanto a esta , ens na Pontes doMiranda, que a expressio depotsde manifestada, do art. 186, "querdizer depots de reveloda a pane,sabida per ale a suscetivel de serprovada" ( Comentarios so Cdd. deProc. Civil, 1947. II/101). Teria

R.T.J. 72 99

o ac6rdio do dizer , portanto, qua aarguigao foi extemporanea , on por-quo ilevantada intempestivamente,mesmo depois do manifestada acause do suspeigao do perito, ondizer quo no aceita entendimentoigual so de Pontes de Miranda. Ecomo nos embargos de declaragaotudo continuou omisso a obscuro,nulo tamb6m eats o ac6rdao recor-rido , por haver sido inaplicado 0disposto no art . 280, II, do C. Pr.Civil: felts, no decisao , de sews"fundamentos de fato a de direito".

E o mesmo dove ser dito, as oac6rdio entendeu extemporanea aargiiigao do nulidade no recurso deapelagio.

0 pior, no entanto , foi qua aDr. Juiz a quo, com o intuito doneutralizer os efeitos do pericia rea-lizada por perito suspeito , mandouqua o quantum debeatur do inde-nizagao fosse apurado em liquida-cao por artigos - enquanto quao ac6rdio recorrido , reformando,nests passo , a sentenga de primeirainstAncia , determinou qua:

"a fixacao do prego do indeni-

zagao devida polo Municipio ape-

lado, se faga polo montante apu-

rado pelo porito do apelante, eratificado polo perito do Juizo"

(grifo nosso) ( f. 323).

Verifica-se, assim , quo o vene-

rondo ac6rd io negou vig6ncia a nor-mal do Direito federal , porque des-conheceu a regra constants doart. 189, do C. Pr. Civ., ulna vexqua admitiu o processo como regu-lar, malgrado o Dr. Juiz a quoneo fizesse processar a suspeigao,argiiida . Al6m disso , sent motive-gao alguma no corpo do acdrd"ao, aturma julgadora do apelacao aceitouo laudo de perito arguido de sus-peito, aem qua julgarnento tivessehavido , no Juizo de primeiro grau,sobre a suspeigao - com o qua nabas aplicou , corno se vigente neoeativesse , o art. 273, n .o I, do C.Pr. Civil.

O processo estava nulo , porqueo Dr. Juiz a quo, deixando do pro-cessar a excegao argilida, cometeuerror in procedendo, com auttnticanegative de vig6ncia do art. 183,do C. Pr. Civil. E nulo 6 torn.b6m o ac6rdio qua deaconhecouease nulidade on error in proce-dendo, conforms so infere do or-tigo 798 , n.9 II, Tetra c, do C. Pr.Civil

Hem as digs qua o ac6rdio ape-nos interpretou os dois preceitos(os dos arts . 189 a 273 . I, respec-tivamente ), pois entendeu eatem-por6nea a alegacao . Todavia, neoeats dito porque so descobriu easeextemporaneidade , o quo significanegar vig6ncia a regra do art. 280,n.9 II, do C . Pr. Civ., onde veinestatuido qua a sentenga conter6"os fundamentos do fato a de di-reito".

Afirmando sern motivar, o ac6rdao node interpretou . Assim sen-do, o qua realmente exists 6 anegative de vig6ncia dos citadosarts. 183 a 273 . I, do C. Pr. Civ.am vigor, arrodados qua foram su-mariamente polo ac6rd -ao recorrido,o qual, so demais , acolheu o laudodo perito cuja suspeigao neo se pro-cessou , cram o qua postergou o pro-prio direito do defesa."

Men entendimento 6 o mesmo sus-tentado no trecho, acima reproduzido,de tal parecer.

Eaton em qua o ac6rdio recorridonegou vig6ncia so art . 189 do C. Pr.Civ. de 1939, e, por isto, conheco dorecurso a the dou provimento pare anu-lar o processo a partir do despacho def. 214 , inclusive. quo nomeou, parsperito desempatador , o contab'listaOlimpio Lisboa Nato , devendo o juizde primeiro gran nomear outro espe-cialista quo, sendo obviamente insus-peito , produza novo laudo-desempate,e prosseguir (o magistrado ) como theparecer juridicamente acertado.

Quanto as demais questoes, eu astenho por prejudicadas.

E o quo veto.

100 R.T.J. 72

VOTO O Sr. Ministro Thompson Flores

(Presidents): - 0 recurso ji estiprovido nos termos propostos polo emi-nente Relator . Nio quero ficar ven-cido. S. Ex?, talvez , memos ortodoxa-mente, em homenagem a economtaprocessual, a porque sentiu a impedi-mento do expert, optou pelo sec prontoafastamento.

Corn estas observag6es , estou deacordo com as demais votos.

O Sr. Ministro Xavier do Albuquer-

que: - Sr. Presidents, esti tomadaa decisio, per tres votes ja proferidos.Teria no quo divergir do eminente Re-lator, pare dar so recurso solugio di-versa . Nio devo faze-lo, contudo, par-qua lase me obrigaria a uma incursiono mirito . Se a precesso ja eats anu-lado pelos tres votos proferidos, devoprevenir-me de fazer quelquer apre-ciegio sabre o conte6do do demands.

Par isso, de algum mode compelidopolo reaultado do vetagio, you aquies-car em acompanhar o Relator.

VOTO

O Sr. Miniatro Thompson Flores

(Presidente): - Eminentes Ministros.Nio estou born convencido , data ve-

ins, do acerto do conclusio do emi-nente Relator , Ministro Antonio Naderquando, deade logo , considers impe-dido o terceiro perito a prove a res-peito do sua substituigio.

Parece-me qua, Veins premissas ver-eadas per S . Ex.+, era de esperar quamandasse processor a excegio a qualficara interrompida.

O St. Ministro Antonio Nader (Re-

lator): - Mae o ac6rdio the deu

validade . Eaton julgando o ac6rdio.

EXTRATO DA ATA

RE 75 .442 - PR - Rat., MinistroAntonio Nader. Recte., Prefeitura Mu-nicipal de Curitiba (Advs., Luiz Car-los Pujol a Carlos Robichez Panne).Reads., Nasser & Cie . Ltda. (Adv.,Ant6nio Carlos Sigmeringa Seixas).

Decisio : Conhecido a provide nottermos do vo-o do Ministro-Relator.Uninime. Falaram : pale recorrente, oDr. Luiz Carlos Pujol e, pale recor-ride, o Dr. Ant6nio Gongalves do Oli-veira.

Presidencia do Sr. Ministro Thomp-

son Flores . Presentee it sessio as Se-abates Ministros Antonio Nader. Xa-vier de Albuquerque, Leitio de Abreue Cordeiro Guerra . Subprocurador-Ge-ral do Republica, Dr. Oscar ConesPina.

Brasilia, 8 de outubro de 1974. -Hello Francisco Marques, Secretfario.

EMBARGOS NO RECURSO EXTRAORDINARIO N.e 75.444 - SP

(Tribunal Pleno) S t (^^ r

Relator : 0 Sr. Ministro Luis Gallotti. 3 OIL . Vr -Q - ^I

Embargantes : Estevam Ribeiro de Rezende Netto a outros . Embargado:

Departamento de Edificios a Obras P6blicas.

Servidor publico.Regime de dedicagio exclusive.Inocorrencia de direito adquirido.Embargos conhecidos miss rejeitados.

AC6RDAO

Vistas a relatados estes autos deERE 75 . 444, de Sao Paulo, em quasio embargantea Estevam Ribeiro deRezende Netto a outran e e embargadoo Departamento de Edificios a Obras

P6blicas, decide o Supremo TribunalFederal conhecer dos embargos menrejeiti-los, unanimemente , do acordocorn as notes juntas.

Brasilia, 6 de junbo de 1974. -Eloy da Roche. Presidents. - Luiz

Gallotti, Relator.

i. ^.. 1 X141 ^ I If .i„ , i^ ^ I I .. it

R.T.J. 72 101

RELATORIO

0 Sr. Ministro Luis Gallotti: -Na Segundo Turma, assim relatou osaudoso Ministro Berms Monteiro (fo-thes 358-361):

"Este o v. ac6rdio recorrido. doqua foi relator o ilustre Desembar-gador Aquino Machado:

"Os autores, devidamento rela-cionados na initial a qualificadosnos instrumentos de mandadoone a instruiram, servidores doDepartamento do Edificios eObras P6blicas, ponderando quovinham recebendo a gratificaciodecorrente do regime de dedica-cio exclusive , calculada , tambem,sobre as adicionais por tempo doservigo a sexta-parte, o que niomsrs ocorreu , por revogecio doautarquia, a partir de 23.6.70.quo se estribou , pare tanto. noDI. Complernentar 11 - Lei doParidade - reclarnaram desta opagamento dos respectivas dife-rencae corn o consegiiente resta-belecimento do eituacio anterior.sustentando quo nio era dodo itAdministracio , unilateralmente.enular o ato , ferindo direitosubjetivo dales autores.

Oferecida contestacio, encerra-da a instrucio , seguiu-se a sen-tanca dando Palo improcedim6ado demands.

Apelaram, tempestivamente,as vencidos , insistindo na refor-ma do decis6rio, indicando fartsjurisprudencia que estaria aaboner a tese par eles sustentada.

Corn as contra -razoes, subiramregularmente os autos.

Isto posto , nega-ae provimentoso recurso.

A questio sub judice nio enova a je foi objeto de diversosjulgados deste eg. Tribunal. umdos mais recentes proferido p-laSego Civil, na Revista 189/911

- Szo Paulo. no sentido de qu,a gratificacio Palo regime espe-cial de trabalho deve set calcula-

de apenas sobre a referencianum6r.ca do funcionfirio , exciu,indo-se as adicionais por tempode servico a a sexta-parte (cf.R.T., 437/90 a Rev. Jurispr. doTribunal de Justrga , 19/287).

E o argumento de qua niomais era possivel alterar a basedo c6lculo do gratificacio quolhes vinha seado page, incluindoas adicionais por tempo do ser-vico a a sexta-parte , foi ben errsdodo pale sentence.

Corn efeito. A orientacio igual-mente dominante deste Tribunale ii Pacifica . 6 a do qua no einjusta a reducio do gratificaciodo servidor no Regime de Dedi-cacio Exclusive am virtude doLei de Paridade, pois sate foipromulgada am obediencia a im-perativo constitutional , qua de-terminou a igualdade de venci-mentos do cargos , iguais onassemelhados , dos tree poderes(cf. R.T.. 437/128).

Por tail fundementos a as maisoxpendidos no sentence , nega-seprovimento so recurso."

Irresignados , corn apoio nos alinesa a d, recurrent extraordinariamenteas vencidos. alegando contrariedadean art . 153. § 3 .0, do Estatuto Funda-mental do Republica , a, ben assim,divergencia con as julgados quo apon-tam.

Admitido o apelo , subiram os autos,

assim opinando . As f. 351352, a dou-ta Procuradoria-Geral do Republica,em parecer do Dr. Jose FernandesDantas , aprovado pelo Dr . Oscar Cor-rea Pins, ilustre Procurador -Geral,substituto:

"Em nome de seu alegado di.reito adquirido , insistem as re•correntes em qua a gratificaciopar tempo integral on dedicacioexclusive deve permanec-r cat.culada sobre o valor do referen-cia on padrio , acrescidos dosadicionais por tempo de servico- recurso a f. 245.

102 R.T.J. 72

No entanto, em contr6rio aesea pretensio , ressaltam as as-

sertivos do v. ac6rdio recorrido(f. 242 ), as quais. embasados nocontestagao (f. 78 ), fazern verqua: primeiro , a incorporagaodos adicionais pare todos no efei-tos legais , em relagio a qualquerregime especial do trabalho pas-sou a depender de contagem de10 anos de exercicio no cargo onregime; a segundo, ja antes deLei de Paridade, a obtenggo doquantum do gratificagio polo Re-gime de Dedicagao Exclusivesempre resultou do percentagemapenas sobre a refere"ncia nunr6ri-ca do funcionerio, this as dispo-sigbes estaduais concern-ntes.

Estamos, pois, em qua o re-curso nio merece conhecimento,tanto a discuasgo do esp6cie nioultrapassou as limites do direitolocal . Ademais, em torno doquestgo (sobre qualquor dos en-gulos qua o chamado Regime deDedicagio Exclusive do funclo-nalismo paulista tern lido exami-nado noose Excelso Pret6rio). sa-be-se qua invariavelmente adecisgo 6 no sentido de nin ha-ver relagio contratual a resvei-tar, mut6veis unilateralmente amsio as relacges estatut.rias dosservices pfiblicos.

late posto , o parecer 6 contra-tin so conhecimento on. por (1-timo, ro orovim-nto do -cu-so."

Foi este o voto de S. Ex.' (fo-lhas 362-364):

"A Jurisprudencia do SupremeCorte tern lido contr6ria it pretensgodos recorrentes (RE 74. 013, rela-

tor o Sr . Ministro Luiz Gallotti eRE 74. 438, relator o Sr. MinistroDjaci Falcio ; RE 75.441, de quafui relator).

Nesse filtimo julgado fiz menggoa parecer do em6rito jur!sta DoutorCarlos Medeiros da Silva, in RDA,103/281 , versando hiv6tese identicaa dos autos a assim ementado:

"FuncionIrio publico. Regimede tmpo ntegral. Gratificegao.Relagao EstatutIria a Contratual.Direito adquiridn.

As relagges entre os funcioni-rios e o Poder Pfiblico ago deordem estatutfiria a ngo contra-tual. Sin inconciliaveis a doutri-na estatutiria e o direito adqui-ridn.

A opgio pelo regime de tra-balho de tempo integral on dededicacao exciusiva no transfor-ma a relaggo estatutIria em con-tratual; a mat6ria 6 de direitopublico qua ngo pode ser modifi-code pela vontede des partes.alias, aeon capecidade legal paraassim agir" (f. 294, do RE75.441).

E, ainda: Trouxe a colaciodespacho do eminente MinistroThompson Flores , no Al 54.581,onde , mandando S. Ex.* arquivaro recurso, assim se manifestou:

"A controv6rsia foi solvidawon base no direito local, soonofensa a Constituiggo , direitoadquirido , o qua obstaria a viaextraordinaria seja em face dovalor do cause , nos termos doRegimento Interno, art. 308.IV. filtima parts , seja ante oenunciado no Stimula 280,(D.J.U. 21.4.72). An casovertente se splice coon inteirezaa hip6tese acima , mereoendo,portanto, igual tratamento. L oqua se espera corno medida deJustiga estrita" ( f. 295, do RE75.441).

No 6 preciso acrescentar qua oac6rd5o no RMS 11 .846, tamb6moriundo de Sao Paulo , datado de22.3.66 a do qua foi relator oeminente Ministro A1'omar Bale-eiro . ngo ampara o direito dos re-correntes, bastando atentar-se parsa sue ementa:

"Tempo integral - Deve sercalculado sobre a remuneragioa ale referente - e ngo opens

R.T.J. 72

sobre a referencia numerica dotabela , adicional do Lei Paulis.

to 6.043/61. A opcao polo full

time, por parte de catedriticosgarantidos constitucionalmente,colocou ox impetrantes Hamarelagi o contratual , criando si-tuagao juridica definitive, quanao pode ser alterada por leiposterior , sob color do cariterestatutirio do vinculo entre oEstado a seus servidores. Se-guranga concedida."

0 memo a do diner-se do des-pacho normativo do Exmo. Se-nbor Governador do Estado, tam-bem oferecido pelos recorrentescorn as sues raz6es, As f. 304-306,datado de 4.10.68.

Pelee considerag6es aduzidas, nao

conbeco do recurso extraordineriointerposto nestes autos."

O eminente Ministro Xavier de Al-buquerque assim votou ( f. 365-367):

"Sr. Presidente, quero pedir soilustre Advogado dois esclarecimen-tos: os recorrentes go funcionariosem regime do dedicacao exclusive?O Advogado dos recorrentes: -

Sao.

O Sr. Ministro Xavier do Albu-querque : - Carlo: Assim prestam,portanto . seus aervicos so Estado.

Pretendem. se barn entendi, quase somem as valorem do vencimen-to-padrao a do gratificacao poloregime de dedicacao exclusive pare,sobre essa soma, incidirem adicio-nr:s qu'ngii'nais e a sexta-parte.E orato?

O Advogado dos recorrentes: -Estes vantagens haviam sido con-cedidas , a else receberam-nas du-rants tres anos . A Administrac"aopagava o vencimento-padrio maisa gratificacao pelo regime de de-dicacao exclusiva a sobre tudo issoincdiram o adicional a a sextaparte.

O Sr. Ministro Xavier do Albu-

querque : - Era isso qua perce-

biam?

103

O Sr. Advogado dos recorrentes:

- Sim.

O Sr. Ministro Xavier de Albu-querque: - Sr. Presidents, exa-minei atentaments esta manhi omemorial do advogado dos recor-rontes . E convenci-me de qua S.Ex.a invocou em sea prol ac6rdiosdesta Corte a deciseo normative doGovemador do Estado de SaoPaulo, alem de preceito constitu-cional estadual , qua nao aprovei-tam so caso especifico ora defen-dido. S. Ea.a invocou dole ac6rd-aosdo eminente Ministro Aliomar Ba-leeiro , um no RE 63 .272, R.T.J.,50/49, outro do RMS 11 .846, qua-so inteirentente reproduzido no pri-meiro . Mas, nesses dole preceden-tes, os interessados perseguiam,precisamente , consequencia opostaAquela quo peaseguem us atualsrecorrentes . Elea queriam quo agratificagao de dedicagio exclusive,Como foi posteriormente chamada,fosse calculada sobre a soma dovencimento padrao cam o adicionalgiiinquenal por tempo do servigo.E isso por qua? Porque a Consti-tuigao do Estado de Sao Paulo di-zia - nao set se continue a diz@-lo,depois do emendada - qua o adi-cional por tempo de service, sem-pro concedido por giiingiienios. meincorporaria am vencimentos paretodos os efeitos . Entao, era este oraciocinio : se o adicional por tem-po de servigo , parr todos os efeitos,passava a integral o vencimento-padrao , a gratifcacao polo regimedo d=dicacae exclusiva , qua erapercentual , haveria de incidir sobrea some desses dois elementos ante-rlores.

Neste caso - por isso fin ques-tao de esclarecer o ponto corn oilustrr Advogado -, a pretensaoe inteiramente diverse . 0 qua pre-tandem os recorrentes , a para issonao the aproveitam , nem os prece-dentes do Supremo Tribunal, rela-tados polo Ministro Aliomar Bale-eiro, nem o despacho normativo doGovemador do Estado, reiterada-

104 R .T.J. 72

mente invocado do tribune, nema oen- a Constituigio estadual -o quo pretendem , repito, 6 qua sovencimento-padreo se some a gm-tificagiio polo regime de dedicagioozclusiva, para qua sobre tal soma,as calndem o adicional giiingtienala a sexta-part.. 0 resultado 6, pois,inverso . Nio percebo born a raziodisso . Mas o faro a quo noun usprecedentes , noun o pr6prio deepa-cho normativo do Governador doEstado, quo five o cuidado de ler,am homenagem so Advogado quancupou a tribune a me mandoumemorial , se referem so remltadoperseguido nests recurso.

Deets aorta a comm asses esclareci-montos , acompanho o voto do Re-lator."

O voto do eminent. MinistroThompson Flores foi o seguinte (fo-ihas 368-369):

"Senhor Presidents. Como 0eminent. Relator, nio conheco do

Tive ensejo de receber memorialdo ilustre advogado.

Apesar do sou esforgo, nio vejocorno atende-lo.

0 tems, do incorporacio de gre-tificrco s t m sido vezes virias exa-mined; polo S.T.F.

Podere ter intensidade juridicamaior quando cuida sue incide"nciaquanto we vencimentos dos magis-trados, face a soot irredutibilidade.

No Rio Grande do Sul variesdemandas focaram a tese do invia-bilidade do ciao . Uma dales che-gou ate so S.T.F. a foi apreciadaem ac6rdio do qual foi Relator oeminen a Mastro Victor Nunes,

In casu cuida-so de remuneregiode funcionerios.

A incorporacio das gratificagoese sou sistema, se fossem tomadosCotoo pretende o ilustre patronodos recorrentes , invalidaria o vin-culo qua provide o servidor a Admi-nistragio - estatutirio.

Acompanho , Senhor Presidente,o voto do V. Ems , com os acres-cimos introduzidos polo eminenteMinistro Xavier de Albuquerque.

E o meu voto."

A decisio do Segunda Turma foiunenime.

Opostos pelos autores embargos dodivergencia , qua admiti pare discusaio,nio foram impugnados.

A Procuradoria-Geral opine (fo-Ilsas 382-385):

"1. Oa embargantes (f. 372)persistem no terra do direito adqui-rido a terem adicionais calculadossobre a gratificagio polo Regimede Dedicacio Exclusive - R.D.E.Dad trazerem a colacio algumasementas qua dizem ester a rescisiodos atop administrativos aujeita &evidencia de razoes releventes quoautorizern a Administragio so cometimento do revisio de sous pr6-prios atos . Nio estaria , poia, noquestio arguida polo recurso ex-traordinerio , apenas o enfoque donatureza due relag6es dos servido-roe p6blicos pare com a Adminis-tragio, como a definiu o v. ac6r-d5o embargado ( f. 358 ), mas tam-bem estaria o susc$amento docarencia de motivacio pare a des-constituicio do ato de reconheci-mento de sou discutido direito.

2. De inicio. note-so qua o simplea enunciado do principios, quaserve as mantes dos padr5es arro-lados nos embargos, nio se prestoa comprovacio do divergencia. Easeultima via recursal , no sue especialidade, exige do postulacio tons,demorada demonstracio do parale-lismo dos especies, buscado, no-cessariamente, no cumprido cotejoentre as assertivas do ec6rdio em-bargado a as dos arestos cola-cionados . Tal nio as satisfaz coma simples indicagio de principiosconsaagrados pela jurisprudencia, oupelo teor de generalizadas afirma-tivas qua o ac6rdao embargado nionegou, ate porque dales nio cuidou.

^. ^. .. 441..

R.T.J. 72

3. Por outro lado, a ease alturae qua so percebe a incongrunnciado sustentaciio do direito alegadopelos ora embargantes . Do faro,eles vim afirmando desde a inicial(f. 7-8) que, so advento do Cons-tituigio Estadual de 1967, Ihes foradeferido o direito a gratificagin doR.D.E. calculada tambnm sobreos adicionais por tempo de servigo,por forga do disposto no art. 92,VIII, daquela Carta, qua mendersincorporar aos vencimentos os adi-cionais . E assim 6 que a espnciefoi julgada nos 1 .4 a 2.4 instancias,sem embargos de declaragao quaesclarecessem ser outra a postula-gio.

No entanto, o quo querem (fo-

Iha 11 ), segundo reafirmagio pres-

tada ao voto do eminente Ministro

Xavier de Albuquerque (f. 366),

6 quo se Ihes concede o direito a

adicionais incidentes sobre a pre-

falada gratificagao especial , situa-

gio quo, conforme observou equals

eminente Ministro. tem. resultado

inverso.

4. Assim, descabe a insistentealegagio do direito adquirido. Sotinham a gratificagio incidente so-bra os adicionais, a contra o seucancelamento 6 qua alegam direitoadquirido, como entio transnuda-rem essa alegagao em direitoadquirido a adicionais incidentessabre dire gratificagao7

5. De qualquer modo, o certo 6que o exams do matiria deve ascircunscrever aos termos do ac6r-deo local, a do decisao qua despre-zou o oportuno recurso extraordi-nirio. Deese colocagao results darea carton de qua os embargos, alumde duplamente desmerecidos so co-nhecimento (cartncia do demons-tragio de divergnncia a incongrunn-cia do postulagao), nao ofereciamensejo no recebimento. No caso,ounce existiu direito adquirido opo-n(vel a revisao do eta qua conferimone ore embargantes o noticiado

105

cilculo do gratificagio do R.D.E.sobro os adicionais . it que a leipertinente sempre estabeleceu quoa referida gratificagao spouse recaisobro o valor do refer4ncia ou pa-drao, nurrcos "tea qua sao inferio-res so conceito global de venci-ntentos.

6. Logo, em terra do divergnncia

ferida nos embargos, nao vinga ne-

nhum cotejo jurisprudencial, por-

que 6 indiscutivel o fato do a mal-

sinada revisiio administrative nao

provir de puro erbitrio do autori-

dade, senio qua do suficiente moti-

vagio legal contriria A vantagem

erroneamente deferida one postu-lantes . Tudo isso, ressalte-se, pren-

deu-se a simples interpretagao do

direito local, coma been. o disse

v. ac6rdio embargado.

7. Isto posto, o parecer 6 contrao conbecimento on, por derradeiro,contra o recebimento dos ember-gos.

Brasilia, 4 do abril de 1974. -Josn Fernandes Dan tea, Procuradordo Republica . Aprovo: J. C. Mo-r,- Ives . Procurador-Geral doRepublica

L o Relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Luis Gallotti (Re-lator): - Conhego dos embargos, por-que, em ac6rd"aos de antiga SegundoTunna a do Primeira (respectivamente,RMS 11.846 a RE 63.272), discutiu-se, Como aqui , a questio de saber seas servidores tinham direito on c6mpu-to dos adicionais por tempo de servigoe sexta parts sobre a gratificagao cor-respondents no regime de dedicegeoexclusive.

I.e-ae no ementa do primeiro (fo-lha 294):

"Tempo integral - Dave ser cal-culado sobro a remuneragio a ale

106 R .T.J. 72

referents - e neo operas sobre areferenda numerica do tabela."

E no do segundo (R.T.J., 50/49):

"Funciondrios publicos - Tempo

Integral - Viola o art. 141, § 39,

do Constituicio Federal do 1946, a

lei local qua exclui, de adicional por

tempo de servi$o, extensive a todos

as funcionerios , a parts dos venci-

mentos correspondentes a dedicacio

integral dos funcionerios qua por ela

optaram , renunciando a proventos

do outras atividades."

Conhego, pole , dos embargos.

Rejeito -os, porem.

Embora tenha concorrido com o menvoto do adesao pore o segundo doscitadoa ac6rdios, qua foi unfinime, ruinestou convencido de qua caiba sos em-bargantes o direito do terem as adi-cionais por tempo de servico a sexta-parte computados neo epenes sabre areferencia on padrio de vencimentosmas tembem sabre a gratifica4io cor-respondents so regime do dedica6ioexclusive.

Apeear daqueles dole arestos, a ju-risprudencia do Supremo Tribunal veina firmer-se, depois , em sentido con-trerio.

Quanto a sustentarem as embargan-tea quo a autoridade administrative niopodia rover o eeu pr6prio ato, eatouem qua podia , uma vet verificado quoale nio tinha apoio no lei em vigor.

Conhero dos embargos , mas pare we.jeit4-los.

EXTRATO DA ATA

ERE 75 . 444 - SP - Rel., MinistroLuis Gallotti . Enables. , Estevam Ri-beiro do Rezende Netto a outros (Adv.,Jose Eduardo Ferreira Netto ). Embdo.,Departamento de Edificios a Obras P6-blicas - DOP (Adv., Pedro Pe-rino). (Dec. embda . Segundo Turma,17.8.73).

Deciseo: Conhecidos , mas rejeitados,a unanimidade de votos.

Presidencia do Sr. Ministro Eloy doRoche . Presentee a sessio as Srs. Mi-nistros Luiz Gallotti, Oswaldo Triguei-ro, Aliomar Baleeiro, Djaci Falceo,Thompson Flores , Bilac Pinto, AntonioNader, Xavier de Albuquerque a Ro-drigues Alckmin . Procurador-Geral doRepublica , o Prof . Jose Carlos Mo-rera Alves.

Brasilia . 8 de maio de 1974. - Al-varo Ferreira dos Santos, Diretor doDepartamento Judiciirio.

ADITAMENTO AO VOTO-

O Sr. Ministro Lair Gallotti (Re-lator): - Recebi brilhante memorialdo ilustre patron dos embargantes,onde desenvolve o argumento de quaa Administravio 96 poderia raver oeeu ato as fosse nulo a non, spansanulevel.

Entretanto , a sentence do ilustreJuiz Jose Alves Ferreira, confirmadaunanimemente em gran de apelacio,em face do legislacio estadual a refe-rindo-se inclusive a emenda rejeitadado Deputado Gouvea Franca qua dariadireito aos embargantes (f. 174). d--sacolheu equals argumento , dizendo(f. 175):

"Primeiro porque a pagamento em

base incorreta neo decorrera de ato

administrativo do autoridade compe-

tonte, mas tao epenes de erronea in-

terpretapio de lei por parts dos ser-

vidores responseveis polo setor do

pagamento ; segundo porque, mesmo

qua ato houvesse , seria nulo do ple-

no direito par contravir express dis-

posigio de lei, a nio simplesmente

anulivel."

O embargado . so contester a afio,acentuou ( f. 78-79):

"Ponders-se, ademais, qua os on-torso recentemente foram beneficia-dos cam a chamada Lei do Paridade.- DI. 13, de 21 . 3.69 - e esco-lherem , espontaneamente , pela in-tegral sujeigio so sistema, neo

R.T.J. 72 107

usendo a faculdade de opgio pre-vista no art . 35 do D. a/n9 do22.6.70, qua aplicou a paridade dovencinentos a vantagens aos fun-cionirios do Departamento de Edi-ficios a Obras Publicas, autarquiaore re - doe. 1.

O art. 49, de Lei Paritsria es-

tabelece, incisivamente, quo:

"A gratificagiio correspondents

a qualquer regime especial de

trabalho, incorporar-se-6 aos ven-

cimentos do servidor, pare efeito

de adicoonal , sexta-parte a apo-

sentadoria , ap6s 10 ands de exer-

cicio no cargo a no regime".

Logo, a incorporageo neo se fa-ro 1, simpi s i o do prestageodo servigo, no regime, seneo apeso transcurso do prazo de care"ncia.Antes de findo o aludido prazoneo hi qua as falar em incorpora-geo a muito menos em incidenciados adicionais sobre a totalidadedos vencisnentos no incorporados.

Pelas documentos anexos do-

cumentos 2/18 - verifica-se a for-

ma d- pagam ,nto e cilculo dos adi-

cionais a de regime, donde se con=

clui trmbim, qua a remunerageo

doe sutures, calculadas Como pre-

tandem, levaria a autarqu&a a au-

mentor todos os seus servidores,

em situageo id"entice criando-lhe si-

tuagio insustentivel a so arrepio

de lei, corn polpudos aumentos de

vencimentos.

A jurisprudencia e a administra-ggn mbo- a divergentes em certoperiodo, ji se fixaram decidindo,agora, mm reiterageo a constancia,no sentido do plena validade detese esposada , do neo incidencia doadicional on outras vantagens so-bra o cognominado RDE."

E o ac6rdio , junto por c6pia a

f. 314, observe (f. 314v.) :

"A recorrente insists no one ale-gaSiio anterior de direito adquirido,fundando-se no doutrina.

No entanto , como been decidido,tal alegageo ruin tern cabimento.Houve no caso aplicacao de pre-ceito constitucional, atraves do Leide Paridade . Assegurou-se o direitodo opgio so interessado pelo re-gime do lei anterior . Ease direitoa impetrante no quis exercer.Allis, ficaria prejudicada , pois ae-gundo a demonstrageo de f. 30 doimpetrado , ale teria redugeo emwas proventos . Palo regime ante-rior, contadas as vantagens peasoais,oa seus proventos somata, aCr$ 1.313 , 15, so passo qua pela Laide Paridade os seus proventos so-man a Cr$ 2.041,66 , havendo umadiferenca a s-u favor de Cr$ 728.51(f. 31). Verifica-se, pois , a inexis-tancia de ato ilegal , ou abuso depoder, por parts do impetrado."

Mantenho , data venia, o man voto

polo conhecimento dos embargos mae

por sua rejeici o.

EXTRATO DA ATA

ERE 75 . 444 - SP - Rel., Mi-nlstro Luiz Gallotti . Embtes. Este-vem JRibeiro do Rezende Netto aoutros ( Adv.. Josh Eduardo FerreiraNetto). Embdo.. Dep-rtamento doEdificios a Obras Pfiblicas - DOP(Adv., Pedro Perino ). (Dec. embda.Segundo Turma , 17.8.73).

Decisao: Conhecidos , mas rejeitadoa,unanimemente.

Presidencia do Sr. Ministro Eloy deRoche . Presentee a seaseo os Srs. Mi-nietros Luiz Gallotti , Oswaldo Triguei-ro, Aliomar Baleeiro , Djaci Falceo,Thompson Flores , Bilac Pinto , AntonioNeder, Xavier de Albuquerque a Ro-drigues Alclmrin . Procurador-Geral deRepublica o Prof . Josh Carlos Mo-reira Alves.

Brasilia, 6 de junho de 1974. -Alvaro Ferreira dos Santos, Diretor doDepartamento Judiciirio.

108 R.T.J. 72

RECURSO EXTRAORDINARIO N .0 75 . 626e- B

(Segunda Tarma) X15wn a' `ARelator : 0 Sr. Ministro Barros Monteiro.X `, v-i

Recorrentes : Alvina do Oliveira Freire a Harlim Carvalhal Vinhas . Recor-rida : Prefeitura Municipal de Ilheus.

Agentea fiscais. Participacio nas multas com base em incons-titucionslidade de leis municipais, afastada, de pronto, palesacdrdaos do apelacao e dos embargos. Aplicacao do Sumula 400.

Recurso extraordinirio nao conhecido.

ACORDAO

Vistos, rolatados a diacutidos esteeautos, acordam os Ministros do Se-gunda Turma do Supremo TribunalFederal. em conlormidade core a arede julgamentos a notas taquigrificaa,nio conhecer do recurso , unanime-monte.

Brasilia, 8 do outubro do 1973. -Barroa Monteiro, Presidents a Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Barros Monteiro: -Sr. Ministros:

O despacho qua admitiu o excep-cional , do ilustre Desembargador Wil-ton de Oliveira a Sousa, entao Presi-dente do eg . Tribunal a quo, beenfocalize os fates de cause , nos termosseguintea:

"Assim pode ser resumida a mati-ria versada nos autos:

Dols prepostos de fiscalizageo mu-nicipal de Ilheus, entendendo qua asatividodes desenvolvidas naqueleMunicipio pela Carteira do Comir-cio Exterior do Banco do Brasil S.A.- CACEX - estavam sujeitas apagamento do imposto de industriese profissoes , fizeram o respective le-vantamento a notificaram a deve-dora pare pager o d€bito apurado.Desatendidos , lavraram auto de in-frageo, processaram-no, submeteram-no a julgam-nto pela autoridadecomnet-rue a providenciarem afinal,decorrido o prazo do recurs, a ins-cricao de divide a sue cobranga ju-dicial per via executive . Estava a

ageo executive em curso, inclusiveji penhorada quantia suficiente pareassegurar a execugao , quando credorae devedora compuseram um acordo,mediante d qual a Prefeitura con-tentou-se cone o recebimento do prin-cipal. disp-nsando multas , juror,percentagens de cobranga do divideativa, custas a quaisquer outras des-passe judiciais. Considerando-se pre-judicados coca tel transac5o , vieram,pois, a juizo , com a presents agioordiniria , em qua pleiteiam as de-crate a ilegalidade a inconstituciona-lidade dos leis municipal, qua a au-torizaram (n(meroa 848, de 2 . 10.64,6 849, do 6.10 . 64), barn come opagamento do quantia do ...Cr$ 39 . 453,92. correspondente A per-centagem a quo se julgam com di-reito, acrescida do juros, honoririosdo advogado a custas.

Vitoriosos em parts no primeirainatencia, onde o Juiz desacolheu atese do inconstitucionalidade des leismunicipals contestadas , mas lhes re-conheceu direito A p=rcentag^m so-bra a multa (f. 74-79 ). ficaraminteiramente vencidoa em grau doapelagio, mediante decisi o do Ter-ceira Climate Cival, adotada permaioria ( f. 118-122).

Opuseram embargos , mar ester fo-ram rejeitados , tambim per maioria(f. 139-140).

Tentam agora recurso extraordini-rio - um del", ji falecido repre-sentado por sua esposa a (pica her-deira , incidentemente habilitada -alegando contra o acordao dos CA-mores Civeis Reunidaa, qua nio so-

R.T.J. 72

mente facto a C.F. do 1946, entiovigente, no aeu art . 141, § 3.0, aLei do Introdupao ao Cddigo Civil,no seu art . 6.9, e o C. Civ., no seuart. 1.031, como deu a essas nor-mas sobretudo as dos dois primeirosdiplomas, interpretagso divergentedo qua Ihes tern dodo o proprioS.T.F., pace o qual "a lei so temefeito retroativo quando de sua apli-cacio nio results ofensa a direitosadquiridos"; "nio he retroatividadet4cita, devendo o Juiz nio splicer alei nova son fatos passados , se nelanio se expresser tal possibilidade"(Rev. Sup. Trib. Fed., vol. 39/47 eRT., 153/695).

L qua, no seu entender , pare lhesrecusar u direito adquirido a percen-tagem sabre a multa imposts aCACEX, viu-se a decisio impugns-do na contingencia de atribuir efeitoretroativo es leis municipais deIlheus , autorizadoras do transag5o,e- mais, no de fez" incidir sabreales on efeitos dessa transacio, emqua nio intervieram , contra regraexpresso do C. Civ., art. 1.031:"A transacio nio aproveita, nemprejudice senio son qua nela inter-vieram . ainda qua digs respeito acolsa indivisivel".

0 pedido do recurso extraordin4-rio assents , sem sombre de d6vida,em fundamento razo4vel a bem ex-posto.

Nem pods, obstacular sun subidaa preliminar do intempestividade,suscitada no impugnagio.

Com efeito , o procurador do liti-gants falecido denunciou so Relatordos embargos o 6bito do seu consti-tuinte no die 6 .11.69 (peticio def. 142), quase dois meses antes dopublicacio do acordio ors recorrido,a qual so veio a sec felte em 30 dedezembro daquele ano (f . 141). 0Cartorio por4m, nio juntou a peti-5io senio em 26 de fevereiro doano corrento (f. 141-v.), fazendoas autos conclusos so Relator em 1.9do marfo, o qual determinou ime-diatamente a citagio dos interessa-

109

dos. Citada no din 5 de mein, asucessora do referido cidadio on-tregou o sou recurso so protocolo doTribunal no din 17 daquele mes,rigorosamente no decendio legal,porquanto o prow de qua disputing,iniciado a 6, deveria terminar a 15,mas foi prorrogado pare 17, em vir-tude de 15 ter lido sObado a 16 do-mingo . Quanto it tempestividade doseu recurso, nio h4 coma levantar-seobjegio.

0 mesmo ocorre no qua diz res-peito no segundo recorrente, contra

o qual , obviamente, nenhum prazopoderla correr enquanto estivease

suspense a instancia.

Admitindo, pelo exposto , o recurso,determino qua se de vista as part",sucessivamente a polo prazo de dezdies pars, cads uma, a fim de apre-sentarem alegagoes escritas, a quaos autos sejam remetidos, em segui-da, com as necessfiries cautelas, soeg. Supremo Tribunal Federal."

Em consequencia , com raz6es dospartes , subiram os autos, assm opi-nando , as f. 169-171 , a douta Pro-curadoria-Geral de Rep6blica, em pa-racer do Dra . Yedda de LourdesPereira, aprovado pelo Dr. OscarCorr@a Pine, ilustre Procurador-Geral.substituto:

"1. Recurso extraordin6rio pelasletras a e d do permissivo constitu-clonal.

Em preliminar , foi sustentada atempestividade do recurso devido nofalecim°nto de um dos litisconsortes,o qua determinou o sobrestamentodo felon.

Trata-se de autuagio fiscal deCACEX, polo nio recolhimento deimpostos . A Municipalidade, cornapoio nas L. 848 a 849 /64, fez acor-do mediante o qual a CACEX po-deria pager on tributos devidos, ammulta , a qual foi dispensada.

On recorrentes . invocando a Lei

576/58, pretendem rec-ber 50% damulta qua a Municipalidade poderia

110 R.T.J. 72

ter recebido do CACEX, embora aimportancia nio tenha sido arreca-dada, justificando a pretensi o comum suposto direito adquirido, emer-gente do C .F. de 1964, art. 141,§ 3?, a art. 1.031 do C. Civil.

Ora, no hip6tese, a Municipali-dade neo arrecadou multa do eapeciealguma, logo a admissio do partici-paFio incide sobre o tributo arreca-dado , o qua nio a permitido por lei.For outro lado , o acordo pare paga-mento de impostos e a dispense onperdio do multa sio faculdades re-conhecidas a Municipalidade.

Consequentemente , o recurso pro-cure der preponderancia a L. 576,do 1958 sobre a 848 a 849/64, umavex qua neo ficou demonstrada ofen-ae a lei civil on a Constituigio por-quo to recorrentes neo possuiam di-reito adquirido nas multas mas moreexpectativa de direito a as conso-lidar no momenta em qua as multasfossem recolhidas , o qua nio ocor-reu. Desta forme, nio existindo con-trariedade a dispositivo constitucio-nal ou negative de vigencia de leifederal, mas more interpretaSio delei local , somos pelo non conheci-mento e no m€rito, pelo no provi-mento do recurso (Siznu,ia 280)."

S o relat6rrio.

VOTO

O Sr. Ministro Berms Monteiro(Relator): - Srs. Ministros:

IA-se do acordio do apelagio, con-firmado em grau do embargos, ap6safastar a inconstitucionalidade des L.municipals 848 a 849, respectivamentede 2 e 6 . 10.64, porquanto decorreriaease inconstitucionalidade do proibi-qio constants do Constituicio baianae de Lei Orgenica dos Municipios, quoestabelecem neo poder o Municipioperdoar divide sem autoriza4io de As-sembleia Legislative qua:

"Nenhum dispositivo legal asse-gore sox funcionarios o recebmentodo metade do multa quando eats nio6 recolhida aos cofres municipals.

Enquanto o art . 4.9, paregrafounico, letra b, de L. 848, de 2.10.64,preve o direito dos funcionirios apercepcio dos 10% referent" a no-tificagio , mesmo qua o contribuinteno recolha a multa, hip6tese emqua cabers a Prefeitura o onus dopagamento, o art. 59 de mencionadalei cstabelece o procedimento a serseguido para as pagamentos devidosace funcionarios , previstos em lei,apos o recolhimento a TesourariaMunicipal , em caster efetivo, doimportancia correspondents so tri-buto em divide olive a objeto doliquidaFao amigovel . Observe-se beenqua, pare o pagamento, se exige orecolhimento de divide em careterefetivo.

0 direito a percepSio de percen-

tagem destinada one funcionarios s6se concretiza quando a multa 6 arre-cadada am ratio mesmo do qua

disp6e o art . 50 de L . 576 - C6-

digo Fiscal do Municipio do Ilheus.

"Terio direito a cingiienta porcento (50%) do valor des multasarrecadadas a autoridade fiscal au-tuante apos passada em julgado adecisio qua as imposer."

Tenha-so em mente qua a multa 6page a Fazenda Publica e 6 eatsquern destine parts do mesma sofuncionerio. Ora, so a multa neo foirecebida, so n5o foi recolhida eoscofres de Fazenda Publics, nio aspods falar em destinario aos fun-cionarios de parts daquilo qua neoexists."

Face a tais considera$6es, qua seme afiguram juridicas, n5o vejo come,se posse afirmar contrariedade sox or-tigos 141, $ 39, do C.F. a 69 doC. Civ., alias sequer mencionado, sejano acordao de apelagio, seja no dosembargos infringentes.

E, como foi o apelo interposto comfundamento exclpsivamente no alineaa, no as pods doer tenha sido desar-rezoade a interpretacio dada pelas ins-tincias ordinarias ea leis federais eestaduais aplicadas.

N,1-i

R.T.J. 72 111

E, Segundo a Swnula 400,decisio que deu razoavel interpreta-gio a lei, ainda quo nao seja a me-Ihor, nao autoriza recurso pelaletra a do art . 101, III , do Cons-tituigio Federal."

Por todo o exposto, nio conhego,em preliminar , do recurso.

EXTRATO DA ATA

RE 75 . 626 - BA - Rel., MinistroBarros Montalto . Rectos., Alvina deOliveira Freire a Harlim CarvalhalVinhas (Adv., Altino Serbeto de Bar-

ros). Recda., Prefeitura Municipal deIlheus (Adv., Barachfsio dos SantosLisboa).

Decisiio : Nio conhecido , unAnime.

Presidencia do Sr . Ministro BanosMonteiro . Presentee a sessio os Se-nhores M:nistros Thompson F:orea,Bilac Pinto , Antonio Nader a Xavierde Albuquerque . Procurador-Geral doRepublica , substituto , Dr. Oscar Cor-rea Pina.

Brasilia, 8 do outubro de 1973. -Hdlio Francisco Marques, Secretfirio.

0RECURSO EXTRAORDINARIO N" 75.694 - GB

(Segunda Turma )Relator: 0 Sr. Ministro Bilac Pinto. j

Recorrente: Estado do Guanabara. Recorrida: Cunha Lime RepresentagoesLimitada.

Imposto Sobre Vendas a Consignago"es. Produto agricola,pecudrio ou extrativo. Produgio em outro Estado. Corregio mone-teria.

Nio incidiincia do I.V.C. sobre produto agricola, pecuirio ouextrativo originario de outro Estado. Aplicagio dos arts. 39 a 4.0do L. 4.784, de 1965. Reconhecido o direito a corregio moneteriado dep6sito Iaito pars garantia do instincia administrative (L. 4.357,de 1964 a 4.862/65).

Rccurso nio conhecido.

AC6RDAO

Vistos , relatados a discutidos esterautos , acordam os Ministros do Se-gunda Tome do Supremo TribunalFederal, na conformidade do ate dojulgamento a des notes taquigrfificas,por unanimidade de vetos , nao conhe-

car do recurso.

Brasilia , 23 de setembro de 1974.- Thompson Flores, Presidents. -Bilac Pinto, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Bi/ac Pinto: - Pre-tendendo desobrigar-se do pagamentodo Imposto Sobre Vendas a Consigna-g6es, que alegou eater sendo cobradoem raziio do transferencia do merce-doria, Cunha Lima Representag5es Li-

mitada requereu agio ordineria contrao Estado de Guanabara. Em sue pe-tigio initial, argumentou: a - quoa transferencia do mercadoria - pro-duto agriocla, pecuerio ou extrativo6 feita ap6s o pagamento do impostoquestionado so Estado produtor, ou se-je, so Estado do Rio Grande do Sul,quo tenha competencia tributeria noforma do L. 4.299, de 23.12.63; b- qua, desta forme, estava isento dorecolhimento do citado imposto so Es-tado do Guanabara, em relagio a ven-ds dos produtos transferidos; cquo, pars. discusaoo do questio emjuizo, depositou as importancias exi-gidas.

Em primeira instincia, a agiio foijulgada, em parts, procedente, pare ofim do isengio abranger os produtos

112 R .T.J. 72

transferidos a partir de 30.9.65, emdecorrincia do art. 2.° de L. 4.784,de 1965 (f. 96-100). No entanto,apreciando as apelag5es, o Tribunaldo Justiga entendeu qua a swore doagio estave isenta do pagamento doImposto de Vendas a Consignag5es soEstado do Guanabara , quer no vigenciado L. 4.299, de 1963 , quer no L. 4.784,do 1965, devendo o imposto pago, novigencia dos diplomas legais citados,set devolvido sem corregio monetiria.Neste filtima parts , a deciseo foi to-made per maioria de votos, sis qua ovoto vencido concedia corregio mone-tiria a juros do more. Transcrevo doac6rdio:

"A sentenga apelada , impressio,nada corn o fato qua afirma, de, eipoca, inexistir o Imposto de Vandase Consignag5es , no Estado do RioGrande do Sul, pare os produtosagricolas, extrativos a do pecuiriaremetidos a outro Estado do Brasil,entendeu qua, no vigencia de Lei4.299/63, estava o suitor do agioobrigado a eau pagamento so Estadodo Guanabara.

Mac equals lei 6 de meridian cla-roza, estabelecendo expressamente:"Quando o objeto do contrato forproduto agricola . pecuirio on extra-tivo, sobre a memo operagio devenda ou consignagao pare fore doEstado , incidiri a tributagio do Es-tado em quo foi produzida a wisevendida on consignada.

0 fato do Estado produtor isentardeterminados a certos produtos doimposto, nio di o outro o direito detaxi-Ios, pois qua falece-lhe a com-petincia tributiria.

A L. 4.784, de 28.9.65, em seuart. 2?, determina qua o pagamentodo Imposto de Vendas a Consigna-g6es sobre produtos a subprodutosdo pecuiria , agricolas on extrativossejam pagos no Estado produtor,quando do transfergncia dos memosa outro . para dep6sito a posteriorvenda on wnsignagio.

E ainda ease 6ltima lei qua con-fen so vocibulo "transferencia" umsentido mais amplo, considerando

como tal a remessa do mercedoria aagentes representantes on depositi.tics em outro Estado.

Comprovaram os autores destaagio ( f. 113-4 ) qua sio memo re-presentantes dos produtores, a basedo comissio" ( f. 171-2).

Fundamentado no voto vencido,foram opostos embargos infringentes,recebidos, em parts, "pare concedera devida cor egio monetiria a jurosde mora, a contar do trinsito em jul-gado do decisio condenat6ria" (fo-Ihas 202-3 ). Houve dois votos con-tririos (f. 204-5).

O Estado de Guanabara , irresignado,manifestou-se em dois recursos extra-ordinirios . No primeiro , oposto do ac6r-dio des apelag6es , invocou-se negativede vigencia de artigos des L. 4.299,do 1963, a 4 .784, do 1965 , a fore die-sidio jurisprudential ( f. 207-212). Nosegundo, oposto do aresto dos embargosarguiu-se negative de vigencia aos ar-tigos 4°, do C. Pr. Civ ., revogado, 167.parigmfo (nice, do C .T.N., 1.025,1.079 a 1.080 do C . Civil ( f. 214-228).

A Procuradoria-Geral do Rep(blicaopinou:

"A quest5o trazida aos autos ver-sa sobre o cabimento do IVC emprodutos do pecuiria , agricolas ouextrativos , produzidoa em outro Es-tado . A recorrida , dizendo-se repre-sentante dos produtores a trabalhan-do a base de comissio , logrou obtero rewnhecimento do nio obrigatorie-dada do pagamento do tributo. Nosegundo ac6rdio. obteve corregio, dedata do dep6sito, a juros de moreno pleiteados.

Os apelos procedem ; efetiva-mente a L . 4.784/65, no in-cluiu o representante no art. 2 .0o qua implica em se reconhe-car quo o deslocamento de com-petincia pore cobranga do tri-bute , polo Estado produtor , somenteowrreria - se o dep6sito on a con-signagio fosse feita a memo pessoanatural, juridica ou associada decooperative . A rewrrida , como man-datiria daquelas , nio so encontra na

^ (' , 441 -i ^

R.T.J. 72 113

situagao prevista no art. 2.0. OsRMS 16 . 750-PR (R.T.J., 40/601)

e RMS 16 .244-PR (R.T.J., 37/463),interpretam assim o dispositivo emaprego.

Ante o exposto , somos polo conhe-cimento dos recursos e . no merito,polo provimento" (f. MI.

A o relatbrio.

VOTO

O Sr. Ministro Bilac Pinto (Re-

lator): - Nio conhego de ambos osrecursos.

O parecer do douta Procuradoria-

Geral do Republica reports-se an ar-

tigo 2° do L. 4.784, de 28.9.65,

pare opinar polo conhecimento do ape-

lo.

A especie , porem , nao era reguladapolo art . 2.9, mas Palos arts. 3° e4° que, embora vetados . tiveram sewsvotos rejeitados pelo Congresso Na-tional a foram . afinal promulgadospolo Sr . Presidents do Republica.

Acerca do correggo moneteria dodep6sito feito Para garantia do instan-cia administrative on judicial, a Lei4.357, de 16 . 7.64 no sou art. 79 ef 29, 39, 49 a 59 a estabelece demodo expresso.

Algumas dfividas quanto it forme do

aplicagio do art. 7.9 foram resolvidas

pela L. 4.862, de 29.11.65.No sentido do reconhecimento do

direito a correggo moneteria, em capidentico so dos autos, hi procedente:a deciseo proferida no RE 75.090, dequa foi R-lator o ilustre Ministro Xa-vier de Albuquerque.

Sao esses os fundarnentos Palosquais, como antecipei, nao conhego dos

recuraos.

EXTRATO DA ATA

RE 75 .694 - GB - Rel., MinistroBilac Pinto . Recte .. Estado do Gua-nabara (Advs., Afranio A. Moreira eHugo Mauricio Sigelmann). Reeds.,Cunha Lima Representagoes Ltda.(Adv., Celia Salles Barbieri).

Decisgo : Neo conhecido, unanime.Presidencia do Sr . Ministro Thomp-

son Flores . Present-9 It Sessao os Se-nhores Ministros Bilac Pinto , AntonioNader a Leitao de Abreu. Ausente,justificadamente , o Sr. Ministro Xa-vier de Albuquerque. Procurador-Ge-ral do Republica , substituto, Dr. OscarCorrea Pina.

Brasilia, 23 de setembro de 1974.- Helio Francisco Marques, Secretfi-

rio.

Cw, 1-1.1- (A )RECURSO EXTRAORDINARIO NP 75 . 703 - SP

(Segunda Turnla )

Relator : 0 Sr. Ministro Antonio Neder. /

Recorrente : Francisco Antonio Perpetuo (Espolio ). Recorrido : Departs-

mento Nacional de Estradas de Rodagem - DNER.

No processo de desapropriaggo, seo devldos juros compensa-t6rios desde a antecipada imisseo de posse, ordenada polo juiz, por

motivo do urgencia.

ACORDAO

Vistos a relatados estes autos deRE 75 . 703, do Estado de Sin Paulo,em qua a recorrente Francisco An-tonio Perpetuo ( Espblio ) a recorridoo Departamento Nacional de Estradasde Rodagern - DNER - decide o Su-

promo Tribunal Federal, por one Se-gundo Tumra , unanimemente , conhecerdo recurso Para the dar provimento,de acordo com as notes juntas.

Brasilia. 22 do novembro de 1974.- Thompson Flores, Presidents. -

Antonio Nader, Relator.

114 R .T.J. 72

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Antonio Nader (Re-lator): - 1. 0 eg . Tribunal Federaldo Recursos editou ac6rdio redigidocoin eats ementa (f. 380):

"Agin de desapropriagio objeti-vando area de terreno declaradado utilidade p6blica, destinada aexecug-ao de pmjeto rodoviirio. Edo as cona?derar justo a razoevel ovalor de indenizag"ao fixado, que bar.moniza-se win os elementos cons-tantes dos autos , inclusive no quetoca so valor des propriedades con-tiguas. Recurso provido, tio-somen-te, para quo as custas venham a sersatisfeitas em proporgio."

2. A now julgado foi interposto re-

curso extreordinirio polo Esp6lio deFrancisco Ant6nio Perpltuo.

O despacho que admitiu o processa-mento de suplicagio resume o casenester termos ( f. 391-393):

"1. Em ageo de desapropriagiodo faixa de terras promovida poloD . N.E. R ., foi proferida sentengaqua assim concluiu:

"Pelos fundamentos expostos econsiderando o main que dos au-tos counts , julgo procedente aagio pare , em consegiiencia in-corporar no petrim6nio do Uniio(D.N.E.R .) a Area descrita noinicial , mediante o pagamento deindenizacio a set apurado porrAlculo do Contador no base deNCr$ 1.38 for metro quadrado,juros morat6rios a partir do ava-liagio a correcao monet6ria noforma do L . 4.686/65, custas in-cluindo on salerios dos peritos jAfixados a f. 112-v.. a honor6riosde advogados calculados em 5%(cinco por cento ) sobre a dife-renca entre a oferta e a indeni-zageo fixed a.

Na fixagao dos honorlrios foiconaiderado o vulto do indeniza-

gio e o trabalho desenvolvido

polo patron do expropriado."

"Elsa sentenga foi confirmedapela eg . Primeira Turma denteTribunal salvo no parts referentsa cuataa , em relagio A qual foramprovidos on recursion do officio e doD.N.E.R . pare determiner qua opagamento respective so finesse ernproporgio.

Irresignados recorrem on expro-priados sustentando:

"e) que, so determiner o paga-mento dos custas em proporgio, oac6rdso recorrido infringiu o or-tigo 159, § 2?, de Constituigio eo art 59 do C . Pr. Civil;

b) que ainda fora contrariadoo art. 159, § 22, do C . F., so ox-cluir-so de indenizagio areas quaficararn inaproveitiveis com aabertura de rodovia;

c) ter lido contrariada a Sd-mata 164, polo ac6rdio recorrido,so conceder jmos tio-somente dedata de avaliagio , quando, de acor-do coot a mesma Slmula, sio elesdevidos a partir do imissio do pos-se ordenada polo Juiz.

"2. Firmam-se as recorrentespare sustentarem nio lhes poderaer atribufde a responsabilidadepor custas as circunstnncia de ha-verem, no contestagio do agiio,afirmado qua as sujeitariam so quofosse justo a legalmente arbitrado.Entretanto as nio aceitaram aoferta felts polo expropriante a asafinal o prego de indenizagio foiestabelecido considerando-se o lau-do do perito do Juizo, b hip6tesecaberia aplicar-se, come fez a de-cisio recorrida, o art. 30 de Leide Desapropriagoes, nio havendo,assim, como falar-se em ofensa soart. 159, § 22, do Constituicio ouso art . 59 do C . Pr. Civil.

JA em relagiio a argiligio doqua haveria sido contrariado n or-tigo 159, § 22, do Constituigio,porque nio incluida no desapro-priagno Area qua teria ficado serapossibilidade de utilizacio . nio pa-de ser acolhida como motivo parainterposic"ao do recurso extraordi-nirio a porque relative a mat4ria

R.T.J. 72 115

do fato, cuio exams so esgota nainstencia ordiniria.

Razao assists aos recorrentes,porem, quando sustentam qua aconcessio do iuros a partir do datado avaliacao conflita corn a S6-mula 164 do eg . Supremo Tribu-nal Federal qua os entende devidosdesde a imissao de posse.

"Admito o recurso pale lets d,species em relacao A ultimo ques-tao mencionada."

3. As partes deduziram estas ra-zoes : ... (14).

4. A il. Procuradoria-Geral dsRepublica emitiu sobre o caso estebreve parecer (f. 414-415):

"1. Admitido em rele4ao a con-troversia dos dies a quo dos juroscompensatbrios (f. 391-93), o re-croso perde paralelismo mm a ju-risprudencia invocada - S6mula164. Corn efeito, a sentenga con-firmada consignou a distingio, noesteira do respeitivel entendimentode que, em se tratando de terrenoimprodutivo , os juros aderem sosimples conceito de more. dondeserem contados , apenes a partir doavaliacao.

"2. Parecer contrario so conho-clmento, on, nor ultimo , ao nrovi-mento."

5. A o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Antonio Nader (Re-lator): - 1. Ao determiner quo ascustas processuais , no caw , sejarn pa-gas proporcionalmente por ambas aspanes , o ac6rdao impugnado nao con-trariou a Constituicao no seu art. 159,§ 22. por ester norma, garantindo justaindenizacao so propriet6rio do beendesapropriado , nao se refere a custas,obviamente reguladas noutra Bede ju-ridica , qual seja o art. 30 do Dl . 3.365,de 1941, qua admits condenacao pro-porcional so pagamento do tais deeps-sea no forma der hi.

So o desapropriante a o proprieti-rio do bem desapropriado nao coneor-

daram no tocante no valor de juntaindenizagio, a as o juiz , no sentsnga,fixou diferente preco indenizat6rio,nao so tern comp cogitar, em temmsestritamente processuais , de vencedore vencido , e, portanto, as custas de-veto ser pages em proporcao, comopreve sobredito art. 30, qua implici-temento remete o interprete so art, 59,Caput, segunda hip6tese , do C. Pr.Civ. de 1939 , vigente no ocasiao emqua fob proferido o ac6rdao impugnado,cujo principio ester repetido no art. 21do C. Pr . Civ. do 1973.

V&-se que o primeiro fundamentodo recurso nao procede.

2. 0 segundo fundamento do re-curso diz respeito corn a arguida vul-neracao no art. 159 , $ 22, do textoconstituconal . isto porque a indeni-zagao aprovada pelo ac6rdao recorridonao se estendeu as Areas inaproveitA-vafa,

Trata-so do assunto envolvido emprove a nao ventilado na decisao ago-ra discutida (S6mula do S . T.F., ver-betes 279 a 282).

No procede , pois, o segundo fun-damento.

3. 0 terceiro ponto do recurso e oqua se refere a divergencia antra oac6rdaao impugnedo a a jurisprudenciadesta Corte condenseda no verbete 164do Stimula deste Pretdrio.

A respeito do pormenor , diz a sen-tenca de primeiro grau , confirmada ouagasalhada Palo ac6rdao do T.F.R.(f. 323):

"Quanto aos juros, nao se splicer aespecie a S6mmis 164 do SupremoTribunal Federal. Cuida-se do ter-reno sem qualquer benfeitoria, quenenhuma renda propiciava so expro-priado do molde a autorizar a con-cessao de juros a partir do imissao.Estes somente serio computados apartir da avalia4ao."

Do qua se le no fundamento acima

transcrito , born as compreende quo as

dues instancies ordinirias consideraram

indevidos os juros compensat6rios, no

caso , porque o im6vel desapropriado,

desprovido de qualquer benfeitoria,

116 R.T.J. 72

nit, produzia rends Para seu proprie-

tsrio, a qua, por isso, nio as tern comoconceder juros de tal natureza senio

a partir de avaliag-eo.

t do as esclarecer qua, so despa-char a initial , f. 3, o juiz do primeirograu deferiu a imissio liminar do de-sapropriante no posse do im6vel. a quao auto de f . 53 noticia qua tal imissiose concretizou on 5.11 . 60, so passoqua o laudo do perito oficial, aceitopot ambas as instincias ordindriaspara fixer a quantia indenizatoria, fo-the 80 a seguintes, 6 do 9.4.62.

Vase qua se trots, no caso agoradiscutido , de desaprooriagio em quaas concretizou antecipada imiaseo deposse ordenada polo juiz por motivede urg&ncia.

Impondo a sentenga de primeirograu aproveda pelo acbrdio impugnado,como requisito do concessio de juroscompensat6rios a partir do emissio doposse decretada por motivo de urgan-cia, quo o im6vel desaproorindo estejaproduzindo rends, a conclusio quo asimp6e so interprets 6 a do que, poresse entendimento o acbrdio recor-rido entrou em divergancia corn o ques-tionado verbete do jurisprudanciadelta Corte, o qual. fixando o principiode se indenizar as lucros cessantes pormein de juros compensatorios a partirdo imisseo antecipada na posse doborn, considerou quo a partir dessa

posse anteeipada o propriethrio ticsno dosembolao do capital quo o valoron torso coneubatancra.

Portanto, a partir do tal momenta,a incidincia dos juros compensatoriosremunera o capital desecabolsado Palopropriet6rio corn a Pardo do posse.

4. Conhego do recurso a the douprovimento pare conceder, so recor-rents, os juros compensat6rios, a par-tir de quando o rocorrido tomou possedo im6vel desapropriado (Sirmula, ver-bete 164).

EXTRATO DA ATA

RE 75 . 703 - SP _ Rel., MinistroAntonio Nader . Recte ., Espolio deFrancisco Antonio Perp6tuo (Adv.,Join Carlos do C. Banos ). Recdo.,Departamento National do Estradas deRodagem - DNER ( Adv., ArnaldoArena Alvarez) .

Decisio: Conhecida a provido nosterrace do voto do Ministro-Relator,Unanime.

Preside"ncia do Sr . Ministro Thomp-son Floras . Presentee a aessio osSrs. Ministros Antonio Neder, Xavierde Albuquerque a Cordeiro Guerra.Ausente, justificadamente, o Sr. Mi-nistro Leitio de Abreu. Procurador-Geral do Reptblica , substituto, Dou-tor Oscar Conaa Pine.

Brasilia, 22 de novembro de 1974.- Helio Francisco Marques, Secreta-rio.

qA^ARECURSO EXTRAORDINARIO N.a 75 . 802 - SP

(Segunda Tunna) (• g S T 1

Relator : 0 Sr. Ministro Barros Monteiro.

Recorrente : Alfredo Vannucci Pini ( Esp6lio ). Recorrida : Terceira Camarado Tribunal de Algada Civil de Sio Paulo.

Desergio . Julgamento ex officio no segunda insta-ncia . Poasi-bilidade.

Recurso extraordinario

AC6RDAO

Vistos, rolatedos a discutidos esterautos, acordam as Ministi os do Se-gunda Toms do Supremo Tribunal

conhecido rose desprovido.

do julgarnentos a notes taqulgr6ficas,conhecer do recurso , mss the negarprovimento, unanimemente.

Brasilia , 19 de outubro do 1973. -Federal, em conformidade tom a ate Barron Monteiro, Presidents o Relator.

R.T.J. 72 117

RELAT6RIO

O Sr. Minisctro Barros Monteiro: -Srs. Ministros:

Julgada procedente a agio renovat6-ria de locagio qua Faris & Irm-aos mo-ve so recorrente, o Esp6lio do AlfredoVannucci Pini , recorreu , sate, inconfor-mado pare o Tribunal de Algada Civilde Sao Paulo , cuja Terceira Camara,em preliminar, julgou deserta a apelagiointerposta , polo ac6rdio de f. 25, assimfundamentado , nesse ponto:

"Nos termos do art . 21, § 2?, doRegimento do Custas ( Dl. 203, de25.3.70 ), cumpria so r6u recolhermetade das despesas do Preparo, Pa-ra reembolso do aurora , quo pagouo preparo par inteiro ; isso porque,segundo o tear do it 3 .9 do meamodispositivo , "o pagamento efetuadopor um recorrente no aproveita sondemais , salvo as representados pelomemo advogado".

Por tais razoes, impoe-se o decretode desergio do apelo do senhorio; eo agravo no auto do processo, quaman:festou , results prejudicado,pois, memo qua alterado o valordo cause no forma postulada, ne-nhum beneficio the adviria, a im-possibilidade de apreciagio dospantos de sua irresignasio."

Contra ease decisio, impetrou o pro-judicado o mandado do seguranga def. 2-6 tendo o plenirio daquela ilus-tre Corte Judiciiria, epos conhecer,por maioria de votos , do pedido, ne-gado este, com a seguinte fundamen-tagao:

"A quest"ao de poder on ago aSegundo Instincia decretar ex offi-cio a desergio do recurso nio preps-

redo, sobre nio repousar em nossodireito adjetivo , ji de hi motto totarredada pelos nossos Tribunals.

Quanto no parbgrafo Gnico do ar-tigo 27 do Dl . 203, traxido pelo im-petrante como supedaneo do im-possibilidade do Segundo Instinciaexaminer a questio do preparo, de-ve-se interpreffi-lo como soa , into 6,quanto a diferenga scow verificada,

jamais quando tat preparo nio axis-tin, como no caso.

Ademais , diz o DI. 203; em tatinciso: "nio obstarb a verificagiono seu andamento , no se referindoso julgamento, qua no poderb serefetivado, se nio pages as custas,deade qua expresso a taxativo 0art. 870 a seu parigrafo Gnico doC. Pr. Civ., qua deve preponderarsobre o diploma legal estadual.

De qualquer forms , decidiu a eg.Terceira Climate , coin acerto. sojulgar deserta a apelagio do im-petrante com spot* no art. 21,§ 2 .9, do Regiments de Custas(Dl. 203/70) a desde qua o § 39do memo inciso preceituava: "o pa.gamento efetuado par um rocorrentenio aproveita aos denials , salvo asrepresentados polo memo advoga-do".

Logo, inexiste qualquer direitoliquido a certo do impetrante sojulgamento de seu recurso . inape-lavelmente deserto , comp decretadopela ilustroda Turma Julgadora.

Diante disso. nags-se a seguran-go

Irresignado . recorre extraordinaria-mente o Esp6lio de Alfredo VannucciPint. Fundado no alinea d do permis-sivo constitucional , sustenta achar-se ov. ac6rdeo recorrido em divergSnciacom o acordio do S.T .F., estampadona R.T.J., 34/607, onde se assentou:

"Recurso conhecido a provide,porque competia an juix decidir adesergio core recurso so Tribunal,dando-se oportunidade pars provero justo impedimento , e, no caso, oTribunal decidiu. originariarnente,o qua 6 contra a lei."

Foi o apelo admitido polo seguintedespacho do Dr . Macedo Costa, emi-nente Vice-Presidente do eg. Tribu-nal a quo:

"Defiro o recurso interposto ejustificado a f. 57, eis qua d-mons-trou o recorrente a sus pertininciaprocessuel fronts so an . 119. III,lets d, de Constitulgio Federal.

118 R.T.J. 72

Nio me passou despercebida acircunstencia do r. ac6rdio trazidoa colagio pera prove do dissidiopretoriano nio tar equacionado oproblema do preparo de recursosnos inatencias ordinaries e a ques-tio de desergio , frente a mesma leiestadual (DI. est. 203/70 de SaoPaulo). Todavia, tenho como des-picienda a circunstancia pois a teseprevalente a qua provoca o indigi-tado conflito reside , dominantsmente, no indagagio de poder oTribunal ad quern decidir ou no,originariamente, sobre desergeo.Ora, o r. ac6rd"ao recorrido afirmouenfaticamente a tese qua 6 negadapelo v . aresto padrio . Destarte,pouco imports pesquisar sobre nor.ms estaduais de forme a oportuni-dade do preparo, mas aim sobrelicenge do segunda inatencia decre-tar a desergao es officio, ou seja,am provocagio de perte a quernaproveitaria o langamento do re-cum, vencida a steps de sue apre-

ciagio no ju(zo a quo . Anote-se qua,no ceso vertente a pale sistem6ticado regimento de custas , o primeiroapelante recolhera o quanto basta-ve porn o preparo de ambos osrecursoa no superior inatencia (au-aencia, consegiientemente , de qual-quer prejuizo, mesmo eventual, aoerario p6blico), decretando-se a de-seergio tao-s6 porque o Segundo ape-lante nio reembolsou o primeiro dosua quota parts (reembolso qua niofoi instado a cuja aus6ncia nio mo-tivou qualquer pedido de sangaoprocessual do parts qua corn aleas beneficiria ). Por isso, atendendoa relevencia do tame , qua nio en-controu desate unenime nests Tri-bunal , tenho como justificada aabertura do inatencia eatraordin4-ria, tal como opina o parecer doProcmadoria-Geral do Justiga (fo-Iha 61)."

Processado o recurso, subiram os

autos, assim opinando , as f. 76, a

douta Procuradoria-Geral do Rep(r-

blica:

"1. Discute-e , por via de man-dodo do seguren4a contra julgamen-to do apelagio , a legalidade dodeclaragio do desergio em segundainatencia ( acbrdio a f. 52).

2. Se barn qua comprovado 0dissidio (RE 56 . 669) estamos emqua o recurso nio merega provi-mento, pelos subsidios fornecidosno parecer do douta Procmadoria-Geral de Justiga ( f. 71).

3. Parecer pelo conhecimento,mas contrdrio ao provimento dorecurso."

it o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Barron Monteiro(Relator): - Srs. Ministros:

Reconhego, eu memo , quo, em ou-tras oportunidadea, filiei-me a torrentsesposada pelo v . ac6rdio apontadocomo discrepante.

Nio posso deizer do admitr, con-tudo, qua se ache ease teas hoje, real-mente ultrapaseada , como. alias, o de-monstra o Dr. Newton Prado de Car-valho. ilustre Procurador de Justice doSao Paulo em sue manifestagio de fo-lhas 71-72, qua pogo permisaio parereproduzir:

"Seabra Fagundes, por mini ci-

tedo em parecer anterior , nos en-

sine:

"No segunda instfincia , do mes-mo modo quo no primeira , a deser-gio pods set julgada ex officio,quando os autos subam a distribui-Sao sem qua so tenha feito o pre-porn, on mediante requerimento dointeressado, qua hi do ser o recor-rido, pois, como se very adiante,so recorrente ja an se faculta pe-dir o relevemento de desergio nestaaltura do processo . A desergio po-de sec julgada pelo presidents doTribunal, Camara on Turma, onpolo pr6prio 6rgio coletivo, soqual competiria conhecer de apele-gio (Camara, Turma, Cameras Ci-via Reunides on Tribunal Plano)"(Doe Recursos Ordindrios out Me.

R.T.J. 72 119

feria Civil, p. 297, edi4ao do1946).

A eg. Segundo Turma desse Ex-celso Pret6rio jA decidiu, no RE16.212 , que, "Em regra, competeao Juiz de primeira instincia de-cretar a d-sercao. Ocorrendo, po-rem, omissao , pode a desercao serpronunciada pela segunda instancia"(R.F., 136/435).

Por conseguinte, tendo o v. acbr-dao recorrido abragado a tese dequa o Tribunal ad quern pods de-cidir originariamente sobre a desar-Sao, nao merece qualquer censure.

AliMs, como ressaltou o signs te-rio des informe$6es de f. 39 0, atese de qua a Segundo Instgnciaago pods decretar originariamentea desergio, est4 "hA muito superadaem nossos Tribunals".

"Somos, em corsegiiencia, datavenia, pelo improvimento do re-curso."

Adotando como fundamentacao demen voto as razges ai expendidas, m-nhogo do recurso, negando-lhe , porem,

provimento.

EXTRATO DA ATA

RE 75.802 - SP - Rel., MinistroBanos Monteiro. Recta., Alfredo Van-nucci Pini (Espblio) (Adv., RobertoMaia). Recda., Terceira Camara doTribunal de Alrcada Civil de LeoPaulo.

Decisao: Conheceram do recurso,mas the negaram provimento. Vng-nime.

Presidencia do Sr. Ministro BanosMonteiro. Presences a sessao os Se-nhores Ministros Thompson Flores eBilac Pinto; e o Dr. Oscar CongaPine, Procurador-Geral do Repfiblics,substitute. Ausentes. justificadamente,as Sri. Min;stros Antonio Neder eXavier de Albuquerque.

Brasilia. 19 de outubro de 1973.- Hdlio Francisco Marques, Secreterio.

EMBARGOS NO RECURSO EXTRAORDINARIO N.° 75 814 - AM

(Tribunal Pleno) c" 9x'0 1/2' )

Relator pare o acdrdeo : O Sr. Ministro Rodrigues Alckmin .Y w^rz-4 • L-

Embargante : Jogo Carneiro de Arahjo . Embargado : Banco Nacional deMinas Gerais S.A.

Embargos de divergencia . Acdrdao one considerou ofensivoso art . 159 do C . Civ. o enquadramento iurfdico dodo a ate legf-timo e , mesmo, praticado no cumprimenlo de dever legal comp asfora culposo . Pretendido disofdio win acdrdao qua obriga a inde-nizar ainda que the owrra dole on culpa grave; on coin acordeoqua manda reparar danos decorrentes de imprude"ncia . Divergenciainexistente . Embargos nao conheddos.

ACORDAO RELATGRIO

Vistos , relatados a discutidos esterautos , acordam as Ministros do Supre-mo Tribunal Federal , em sessao plena,na conformidade do ata de julgamentose notes taquigrAficas, por maioria devotos , nao conhecer dos embargos.

Brasilia , 12 de dezembro de 1973.- Eloy do Roche , Presidents. - Ro-drigues Alckmin , Relator pare o ac6r-dao.

O Sr. Ministro Aliomar Baleeiro: -Originou-se o feito de aSgo ordinAriade indeniza4eo ajuizada pelo om em-bargante, visando a condenacgo do Ban-co Nacional do Minas Gerais so page-mento de CrL 432.000,00, a titulo deressarcimento par abalo moral a de cre-dito qua soften, pelo fato de haver lidoprom a processado sob acusa4ao noverdadeira de ter posto em circulagao

120 R.T.J. 72

moeda false , quando depositou dinhei-ro naquele estabelecimento. 0 ember-gante fundou sua pretensao nos artigos1.521, III; 1.547 a 1.551, II, do C.Civil.

2. 0 MM. Juiz, As f. 93-96, jul-gou imprxedente a acao , sob o eaten-dimento de qua o autor nao provou osreflexos patrimoniais originados doe do-nos de qua as queixa , nem provou quais-quer prejuizos qua the hajam advindodo apreensao des cedulas. E qua oS.T.F. tern in6mems vezes declaradoquo o dano moral pode set pecuniaria-mente reparado somente quando hajareflexes patrimoniaia (RE 1.974,12.9.53). Conclui, "nenhum nexo docausalidade exists entre o fate apon-tado e a prove recolhida nos autos".

3. A le Camara Civel do eg. Tri-bunal de Justi4a do Amazonas , em ape-lacao, reformando a r. sentenga, polov. acbrdao de f. 118, corn base no or-tigo 159 do C. Civ., condenou o Ban-co so pagamento de quantia pedida,corn a seguinte ementa:

"Responsabilidade civil - Res-sarcimento do dano moral. A res-sarcibilidade impoe-se, nao comopagamento do dor moral, mae, comouma compensacao destinada a pro-porcionar so ofendido os meios deamenize-la.

Provada a culpa , he dano juridi-camente protegido e, em consequan-cia, indeniza4ao legalmeute exi-givel."

4. Houve recurso extraordinerio doBanco , pales letras a e d (f. 124).5. A Segundo Turma, unanime, re-

lator eminente Ministro Barros Montei-ro, a f . 251, citando o parecer do Pro-lessor Frederico Marques, qua apontaacbrdao do S .T.F., publicado naR.T.J., 59/442, conheceu a deu provi-mento ao recurso , cram a seguinteementa:

"Responsabilidade civil. Acbrdaoqua so splicer o art . 159 do C. Civ.,fe-lo corn qua ease preceito incidiseeas avessas do qua dizem auas verbslegia.

1) Contradicao do julgado recor-rido so enquadrar to fatos do cause,

de modo a influir, de maneira deci-sive, nos Plants processual a subs-tantivo: naquele a acarretar, atb, asua nulidade ; neste, importando emsplicer erroneamente a lei.

2) Niio se trace , ai, corno 6bbvio, de apreciagio do materia deprove, inadmissivel na instancia ex-traordineria , ones, de juizo do valorsobre os ferns do cause, pare seafirmar ou negar, em face do lei, aexistencia de culpa, verdadeiraquaestio iuris, portanto , ligada apr6pria aplicagio do Direito Fe-deral.

3) Negative de vigencia de pre-ceitos deste a dissidio jurispruden-tial quantum satin demonstrado.

4) Recurso extraordinerio conhe-

cido a provido, pam restabelecer-sea sentence de primeiro gran, qua

concluiu pale improcedencia do

ag5o".

6. Dal no embargoe de divergenciado autor, as f. 252-261, apontandopara prove de dissidio , o RE 67.313,R.T.J., 51/631; RE 63.493, R.T.J.,

49/721, qua transcreve , juntando co-pies.

7. Impugna9ao as f. 296-311.E o relatbrio.

VOTO

O Sr. Mini afro Aliomar Baleeito(Relator): - Lerei, de inicio, o ve•nerando acbrdao do eg . Tribunal deJustiga do Amazonas, a f. 118, refor-mado polo v. acbrdio embargado:

"Responsabilidade civil - Res-sarcimento do dano moral. A Teo-aarcibilidade imp6e-ee, nee comopagamento de dor moral , mats, comouma compensaggo destinada a pro-porcionar so ofendido no mains doamenizi-la.

Provada a culpa , he dams juridi-camente protegido e, am conse-giiencia, indenizacao legalmente exi-givel".

"I - Aseim decidem, porquantodentro do qua estabelece o art. 159,do C. Civ., inexiste distinga-o en-

R.T.J. 72 121

tre o dano material e o dam mo-ral, sendo assim todo dano repa-rivel . Diante disso no pods seraceita a tese defendida polo ape-lado de ser o dano moral indenizi-vel, porque duvida alguma existeno direito brasileiro sobre a repa-rabilidade do dano moral , a doutri-na e a jurisprudencia se inclinamnesse sentido : "0 art. 159, confir-mado polo art . 1.518 a qua di aorientagao doutrinaria : todo danoe reparivel , como ofensa so direi-to alheio . E nio hi possibilidadede contester qua o patrim6nio mo-ral corresponds, a direitos" - J.M. Carvalho Santos , Rep. Enc. doDireito Brasileiro, 14/233. As de-cis5es publicadas nos R .T.J., 39e 41, as pp . 39-44 a 844-846, res-pectivamente, fazem prevalecer aressarcibilidade do dano moral. Essaressarcibilidade se imp6e , ruio cormpagamento de dor moral , porim,como uma compensagao destinada aproporcionar so ofendido no meiosde amenizi-la e, somente pela viaindireta do dinheiro este poderisentir um pouco de repamgio peloqua sofreu injusta e injustificada-mente.

II - Indiscutfvel se mostra nocaso sub judice a responsabilidadedo Banco apelado , de vez quo foio pr6prio gerente de sun Ag6ncianests cidade quern denunciou o ape-lante a policia , telefonando a easerepartigao a imputando so mesmo ocrime de falsirio , evento ease quagerou todos os dens so mesmo. Eo gerente empregado do apelado edentro de sues fung6es acusou im-prudentemente o apelado de falsi-rio, por more suposigiio qua fossemfalsas as cidulas qua o mesmo pre-tendia depositor on ag6nia banci-ria do qual e o gerente, quando asmencionadas notes eram verdadei-ras, confome o laudo pericial doInstituto National de Criminalisti-ca do Departamento de Policia Fe-deral. Como empregado de um es-tabelecimento bancirio tinha o Be-ver de officio de conhecer dinheiro,muito melhor qua o apelado. Agin-do como agiu , o gerente em aprego

praticou ato ilicito de vez qua su-jeitou o apelante a prisio, processo,corte de seu cridito, publicageo doseu nome a fotografia nos jornais eoutra sirie de prejuizos morais epatrimoniais de qua dio noticia ainicial a as documentos constantesdos autos . For outro lado o ape-lante desfrutava de born conceito,tanto pessoal como comercial. Eprecisamente nos termos do artigo159, do C. Civ., derive a obrigagiode pager o dano decorrente do im-prudencia , neglig6ncia ou imperi-cia, violadora do direito ou causa-dora do prejuizo , de vez quo, es-rondo provada a culpa , exists odano juridicamente protegido e,por conseguinte, indenizagao legal-mente exigivel . E do acordo corna jurisprudencia do S .T.F. qua naoadmits nenhuma duvida: a respon-sabilidade do preponente pare comterceiros sempre qua o propostopratica nos sues fung6es , ato lesivode seus direitos.

Para isso hi necessidade apenasde configurar-se a culpa, a qual estiplenamento demonstrada nos autos".

II. Tenho, para mim, qua o vene-rando ac6rd5o agora lido estabeleceudefinitivamente os fatos, qua alias nosao contestados, em sua essencia, poloembargado : o gerente, com leviandadee precipitagao , mostrando inipcia aimpericia , porque, como experiments.do bancirio, devia conhecer dinheiroverdadeiro a distingui-lo do falso, pre-cipitou-se em acusar de crime o em-bargante , provocando a Policia a su-jeitando-o a prism a vexames policiais,ate qua o laudo ticnico reconheceucomo legitimas as c6dulas impugnadascom agodamento.

Nio me parece qua ease matiria pu-ramente de fato, arsentada polo ac6r-dao recorrido, pudesse ser posts dolado no julgamento do recurso extra-ordinirio.

A major parts do defesa do Bancoconsists, no quantum do indenizagio quorealmente foi fixada com exagero, quaraia pela evidencia.

Culpa a materia de fato a prove, aqua o v . acdrdao recorrido reconhe-

122 R .T.J. 72

can existente no caso. E nisso o Tri-bunaldo Amazonas era e e soberano.

III. Nessas circunstencias, neo meparece qua se posse dizer qua easeac6rdao local negou vigencia so artigo159, do C. Civil. Pare mim , aplicou-o e barn razoavelmente . Neon me pa-race qua $e pods negar o ato culposodo gerente, tanto pale am pr6pria na-tureza, quento polo fato do ter sidoreconhecido como tal, a luz do prove,polo Tribunal do Amazonas , o 6nicocompetente pare esaa apreciaSeo. Naohouve , no caso, a famosa "valorafiio doprove" a quo se referem sempre lem-brados ac6rdaos do mestre Orosimbo:

IV. Conhecco dos embargos , porquedemonstrado quantum satia o dissidiocom as padroes , as f. 253 a seguintes,notademente o RE 63 . 493, Amaral,R.T.J., 49/721 e c6pia xerox a f. 282,quo versa caso analogo: culpa em vei-culor noticia qua siesta a freguesia decinema, sera apurar o jornal, antes, asue veracidade.

A tese do v . ac6rdio do Amazonascoincide com o padrao em xerox a fo-lha 291 (RE 67 . 313), embora o casoseja diverso em relacao aos fatos.

V. E, data venia do eminente Re-lator, do que pogo licenga humilde paradissentir, recebo as embargos , em par-ts, pare reconhecer o direito do embar-gante a indenizag5o justa a ser fixadano execuggo , computando-se os danospatrimoniais qua so apurarem a arbi-trando-se as decorrentes do abalo decredito a dano moral, com prudenciae moderacao adequadas.

Reporto-me a outros votos mews emhip6teses assemelhaveis.

EXTRATO DA ATA

ERE 75 . 814 - AM - Rel., Minis-tro Aliomar Baleeiro . Embte., JoaoCarneiro do Ara6jo ( Adv., Miguel Bar-tells) . Embdo ., Banco Nacional deMinas Gerais S.A. (Advs., Pedro Afon-so de Mendonca Lima, Claudio Lacom-be a outros) (Dec. embda . SegundoTurma, 23 .4.73).

Decisiio: Adiado o julgamento porhaver pedido vista o Ministro Rodri-gues Aickmin, depois do voto do Re-

lator qua conhecia dos embargos a usrecebia em parts . Felon polo embar-gado o Dr. Claudio Lacombe.. Licen-ciado, o Sr. Ministro Barros Monteiro.

Presidencia do Sr. Ministro Eloy doRoche. Presentes a sessao os Senho-res Ministros Luiz Gallotti, OsvaldoTrigueiro, Aliomar Baleeiro, DjaciFalcao, Thompson Flores, Bilac Pinto,Antonio Neder, Xavier de Albuquerquee Rodrigues Alckmin. Procurador-Geral do Reptblica, o Prof. Jos€ Car-los Moreira Alves. Licenciado, o Se-nhor Ministro Barros Monteiro,

Brasilia, 14 de novembro de 1973.Alvaro Ferreira dos Santos, Vice-

Diretor-Geral.

VOTO

O Sr. Ministro Rodrigues Alckmin:- Joao Carneiro de Are6jo, solteiro,"comerciante do fato" de "perfumarias,miudezas a artigos outros", foi depo-sitar mil a trezentos cruzeiros tie agen-cia de Manaus , do Banco Nacional deMinas Gerais S.A., em cento a trintacedulas de dez cruzeiros.

E como as cedulas estivessem "des-botadas", neo apresentando sues colo-rag6es originals , havendo inclusive fal-to do certas coloragoes de fundo" (es-too reproduzindo o auto de exams def. 24) "como tambem em algumas de-las do falta de fluoroscopia do segu-ranca com algumas falhas am detalhes,isso ocasionado por terem as cedulasem exame sofrido forte lavagem", ocaixa do estabelecimento neo quis rece-ber o dinheiro, desconfiado de qua fossefalso . E convocada a autoridade po-liciel, sate deteve a Joao Carneiro eapreendeu a quantia , sendo o fato noti-ciado pole imprensa . Apurado quo ascedulas eram verdadeiras, Joao Carnei-ro de Ara4jo acionou o Banco , por aba-lo de credito a danos morals, reda-mando a solids quantia de quatrocentose trinta a dois mil cruzeiros - porqueteria ganhos de ties mil cruzeirosmensais

Do acordao qua, reformando a sen-tensa, acolheu a ag5o, foi interpostorecurso pelas alines a e d. E a E. Se-gundo Tomas, em ac6rdao relatado poloeminente Ministro Banns Monteiro,

R.T.J. 72 123

com os votos de adesao dos eminentesMinistros Bilac Pinto , Antonio Nader

e Xavier de Albuquerque, entendeu quao enquadramento juridico dodo so fatoapurado no cause ( ter, o gerente, tele-fonado a autoridade policial , diante dosirregularidades notaries nas cedulas)comp ato culposo , imprudente on negli-gente - era contrerio a direito , porqueo ato fora legftimo a constituia, mes-mo, dever legal . 0 enquadramento

dos futos no art. 159 do C. Civ. sedare , pois, so arrepio do lei.

Conhecendo do recurso por ambas asalines, o acordao agora embargadothe deu provimento a restaurou a sen-tenga qua repelira a a4ao.

Nos presentee embargos de divergen-cia, dois sao os julgados trazidos a co-

lagao . Examino-os.

0 primeiro, proferido no RE 67.313(R.T.J., 51/631), relatado polo emi-nente Ministro Aliomar Baleeiro, ver-sou caso de responsabilidade por denscausados em colisao do veiculos, emqua as reclemava, pare a condenacao,dolo on culpa grave . E frisou, naementa , o aresto : "0 dever de indenizarconsagrado polo art. 159 do C. Civ.nao se limits so dolo on a culpa gra-ve, mss abrange todo ato ilicito, poraggo on omissao , desde qua cause dano".Trata-se, como visto , de aplicarcao doprincipio in legs Aquilia or levissimacu/pa pvenit. No caso do acordao em-bargado , porem, teve ale como naoqualificavet como ato culposo a con-duta do gerente (o qua ja afastaria oconfronto ); negou qua tal ato houvee-se causado o dam (verbis : "Quern can-son a prisao foi a autoridade policial,qua a ordenou ilegalmente: como, pois,proclamar-se qua o dam moral dai re-sultante foi causado polo gerente?").

Nao tenho, assim, corm configuradaa divergencia.

No outro julgado trazido a colafeo(RE 63.493-SP, R.T.J., 49/721), urnjornal publicou carte qua the fora diri-gida e em qua certa pessoa noticiavaqua iris destruir urn cinema core ex-plosivo, alertando aos fregiientadores.Pedida a reparacao do dano causadocom o afastamento de frequentadorespor forga dessa noticia , a justiSa locala concedeu . E, no recurso extraordi-

nario no conhecido, so examiner a de-few consistente no alegacao de qua socuidava do exercicio regular de direito,decorrente do liberdade de imprensa,o relator, Ministro Amoral Santos, pon-derou qua era dever do reu dar cienciado ameaga a policia a so proprieteriodo cinema . So ai, entao, poderia no-ticiar o fato , "no exercicio regular deum direito". "Veiculando a noticia docrime iminente , won essa cautela, o re-corrente f6-lo com inequivoca impru-dencia, incidindo na responsabilidadeprevista no art . 159 do C. Civil".

Vejo tamb6m, diante dos termos des-te julgado, a impossibilidade do con-fronto, pale consideracao de qua, aqui,so fato , se deu a qualificacao juridicade imprudente. E no caso do acordaoagora embargado, se teve como regulara conduta do gerente , de qual nao re-sultou o dano de qua, cram largo exces-so, se queixou o autor . 0 dano teriaresultado , segundo o acordaao embargo-do, do ilegitima atitude do autoridadepolicial - contra a qual , assim, asabrira , eventualmente , a via reparatoria.

Pego Iicenga , pois , so eminente Re-lator pare dale dissentir no preliminarde conhecimento, a vista dessas circuns-tencias . Primeiramente, portanto, naoconhcgo do presente recurso.

ESCLARECIMENTO

O Sr. Ministro Aliomar Baleeiro:- Sr. Presidente , data venue, achoqua raramente podem ocorrer acordaosrigorosamente iguais, como esses detaxa de marinha mercante , on de me-Ihoria de portos.

No segundo acordao citado , creio quahe profunda semelhanga de circunsten-cias: um jornalista , qua tam o deverdo noticiar, recebeu uma carte , dizen-do qua alguem pretendia jogar umabombs num cinema, e ale divulgou easenoticia , imprudentemente, fazendo comqua o cinema perdesse grande nUmerode espectadores, durante algum tempo.

No caso dos autos, trata-se de umgerente de Banco qua ate recebe im-presses dos orgaos do Ministerio doFazenda relativos a moeda a qua tinhaa obrigacao de conhecer dinheiro. Setinha alguma duvida, deveria prouder

124 R .T.J. 72

o dinheiro a fazer as sues verificag6es , 0 Sr. Mini afro Aliomar Baleeiroe nio der alarms a Policia , como deu, ( Relator): - Mas a Tome nio pode-do qua li estava um falsificador do ce- ria faze-lo . A Srimula , a meu ver,dulas. 0 dinheiro parecia ruin, por- deve ser mantida.qua estava velho a desbotado.

Acho qua o caw saris de conhecer a EXTRATO DA ATAregular o assunto . A tendencia nomundo 6 o alargamento , coda vez maior, ERE 75.814 - AM - Rel., Minis-

do responsabilidade civil . Um indivi- tro Aliomar Baleeiro. Embte ., Joiaduo qua foi ternerario nos seas atos a Carneiro de Araejo ( Adv., Miguel Bar-que, pale profissio , devia conhecer o rella ). Embdo., Banco Nacional deassunto sobre o qual se mostrou trefego Minas Gerais S .A. (Advs., Pedro Afon-e afoito, a meu ver, deve responder so de Mendonga Lima, Claudio Lacom-por ale . be e outros) (Dec. embda , Segundo

O Sr. Ministro Rodriguez Alckmin : Tura, 23 . 4.73).

- A Prime ra Turma aceitou que o Decisio : Nio conhecidos , contra oato do gerente foi licito . Enti o, nio voto do Relator quo conhecia dos em-ha divergencia . bargos a as recebia em parts.

O Sr. Ministro Alienist Baleeiro(Relator): - Exatamento per isso Presidencia do Sr . Ministro Eloy de

exists o Plano, com o poder do conhe- Roche . Presences a sessio as Srs. Mi-

cer de embargos . A Turns no julga nistros Oswaldo Trigueiro , Aliomar

fatos, julga was relagio do direito . Baleeiro, Djaci Falcio, Thompson Flo-

0 Sr. Ministro Rodrigues Alckmin : res, Bilec Pinto , Xavier de Albuquer-

- Se pudessemos reexaminar a mate- que a Rodrigues Alckmin . Procurador-

ria apreciada no Turma... Geral do Republica , Prof . Jose Carlos

O Sr. Ministro Aliomar Baleeiro Moreira Alves. Licenciado , o Minis-

(Relator): - 0 Tribunal local aceitoui tro Barros Monteiro. Ausentes, justi-

wbre as fetos tuna versio , e a Tunna, ficadamente , no Ministros Luis Gallotti

data venia , deu-1hes outra. a Antonio Nader.O Sr. Ministtro Rodrigues Alckmin : Brasilia, 12 de dezembro de 1973.

- So fossem embargos infringentes,j Alvaro Ferreira dos Santos, Vice-poderiamos examine-las. Diretor-Geral.

RECURSO EXTRAORDINARIO N.a 75 . 829 - GB a ` r

(Segunda Turma)Relator: 0 Sr . Ministro Thompson Flores. /

Recorrente : Standard Brands of Brazil Inc., atualmente Produtos Allmen-ticios Fleischman a Royal Ltda . Recorrida : Uniio Federal.

Sociedade eatenngeira sediada no exterior quo organize aubsi-diaria pare operar, corn exclusividade, no Brasil.

11. Pretensio de remessa de lucros auleridos sob forma doroyalties , nos arras-base 1952/1956 . Aci o pare anular lanfamentos.Improcedencia.

III. Inexisttencia do ofensa so principio do legelidade on donegative de vigencia do for federal . Disaidio pretoriano nio con-provado.

IV. Recurw extraordinerio nio conhecido.

ACORDAO julgamento a dos notes taquigraficas,por unanimidade do votos, nio conhecer

Vistos, relatados a discutidos ester doautos , acordarn no Ministros do Se-goods, Turma do Supremo Tribunal Brasilia , 18 de junho de 1974. -

Federal, no conformidado do ata do Thompson Flores, Presidents a Relator.

R.T.J. 72

RELATORIO

O Sr. Mini afro Barros Montefro:- Srs. Ministros:

Este a emenm do v. ac6rdio recor-rido, de qua foi relator o Sr. MinistroDjalma do Cunha Mello:

"Imposto de Renda - Gloss dodedusbees. Lide para invalida-la ea qua o Judicierio desatende, face ainconsrste'ncia da prove quo a pro-ponente carreou a sou prol."

Opostos embargos declarat6rios aease decisio , assim relatou o caso oExmo. Sr. Ministro Josh N6ri do Sirveira:

"Apreciando a Ap. Civ. 22.888 doEstado do Guanabara . em cue erarecorrente o Exmo . Sr. Dr. Juizde Direito da 4a Vero do FazendaPublica, apelente a Uniio Federal eapelada Standard Brands of Brazil,inc., esta eg . Terceira Turma, emvotaciio unfinime, deu provi uentoaos recuraos, na forma do vow doSr. Ministro-Relator (fls. 164-167),Pam julgar irnprocedente a acio.

0 ac6rdio este assim ernentado

"Imposto de Renda - Gloss dodedug6es. Lide pare invalida-la ea qua o Judicierio desatende, facea inconsist6ncia do prove qua a pro-ponente carreou a son pml."

"A ease v. ac6rdao ofereceu em-bargos de declarafio a apelada, on-tendendo qua o decisdrio 6 obscuroquanto aos fundamentos de dreito.

Diz quo as fundamentos de decidirsio os constantes do apelagio, trans-critos no voto do Relator, eviden-ciando "urn excesso de teorizacio,corn longas citag6ee de doutrina es-trangeira a respeito das sociedadesno sistema legislativo dos poisesanglo-sax6nicos". Depois de desta-car qua, "aparentenrente, o v. ac6r-dao nega a personalidade juridica associedades constituidas sob as Isisdo Estado norte-arnaricano de Dela-ware, negando , em consegii6ncia, apersonalidade juridica do embargan-te", pleiteia a apelada, ora ambar-gante , sejam conhecidos os embar-gos, "pare o fim de ser declaredo

125

qua a eg . Tuns deu provimento aapologia par negar a personalidadejaridica do embargante, por ter e16so constituido sob as leis do Estadonorte-americano de Delaware". Easeseria o ponto obscuro."

I oath o voto de S. Exa, a fo-Iha 182:

"Em son voto, a Ministro-Rela-tor disse , expressamente:

"A autorn 4 uma sociedade an6ni-raa estranha. Foi organizada no'Estados Unidos , tern sede all (f. 2),was sb opera no Brasil . Depreen-de-se , dal, do mais qua consta dosautos , qua ease singularidade ravedesiderato altamente proveitoso.economizar despesas corn tributos,distribuindo lucros sob r6tulo doroyalties" (f. 164).

Transcrevendo parts das razbesde apelacio (f. 142-146), destaca,ainda , o voto em aprego, sic.

"Verifica-se, saw duvida, qua aapelada foi criada como tentativede fraude a legisla2io tributeria bra-sileira."

E, noutro passo:"Desde, pois , qua o contribuinte,

corn o obetivo de escaper 6 tribute-5;5o, alters a forma juridica tipicapare a realizacio de determinadoresultado econ6mico a adote outraanormal, impropriada, qua the possi-bilite a obteng5o do mesmo resul-tado pr6tico, legitimo , sere consi-deri-lo sujeito a incidencia fiscal,sera qua isso imports no alteraciodo esquema juridico fixado Palo le-gislador" (Amilcar Falcio, Introdu-cio ao Direito Tributario, pfginas134-135).

Em son voto , o eminente Minis-

tro Mfirclo Ribeiro (revisor) assi-

nala:

"^f few da Iegislacao posteriorter, expressarnenw, proibido a do-

dugio imoderada, a titulo do royal-

ties, no demonstra qua. viesmo an-tes, em caso de frauds, a glosa fos-se proibida" (f. 168).

Bern do ver-se 6, assim, qua arespeitAvel decisio, ore embargada.

126 R .T.J. 72

foi efetivemente clara . No hiobacuridade, nett omissio on con-tradigio, quanto a natureza da em-bargante . Reconhecida esti comppasses juridic, , criada no estran-geuo.

0 que, em verdade , orientou asconclusoes do ac6rd4o foi o entendi-mento de esta pessoa juridica haverside criada comp uma tentativa dofraude a legislagio tributiria brasi-leira . Conforms anotou a doutaSubprocuradoria -Geral do Repibli-ce, em seu parecer , a f. 158, a quetambem se reports o vote do ilus-trado Revisor.

A constituiga"o das empresas nosEstados Unidos da America do Nor-te, pelas razes expostas no parecer,de f. 141-146 que fazemos partsintegrante delta defesa , nio podeprevalecer pare ilidir a real natu-reze des verbas remetidas pale au-tora pare sua acionista , as quads,longs do constitufrern despesas ne-cessiries as sues atividades no Bra-sil, nada mais sio qua autenticoslucros apurados nas vendas aqui efe-tuadas."

Meridiano as fez, dessarte, qua ofulcro do declaragio pretendida,qual ficou registrado no Relat6rio,nao constitui ponto obscuro , omissoon contradit6rio no aresto emexams.

Nego provimento, assim , aos em-barges."

Dal a ementa qua encima o acbr-d-ao de f. 188:

"Embargos declarat6rios.

Nao merecem provimento, quan-do o fulcra da declaragio pretendi-da nio constitui ponto obscure,omisso ou contradit6rio.

Reconhecida esti, no aresto, aembargante, Como pessoa juridica,criada no estrangeiro."

Irresiignada, recorre extraordinaria-mente a vencida . Corn apoio nas ali-neas a e d do preceito constitutionalpermissivo , alega contrariedade so arti-go 153, § 29, do C.F. a negative dovigencla so art. 72 da L. 4. 502, de30.11 . 64, qua prescreve:

`Braude a toda agio on omisaeodolosa tendente a impedir on retar-der, total on parcialmente, a ocor-rencia do fato gerador da obrigagiotributiria principal , on a excluir onmodificar as sues caracteristicaseasenciais , de forms a reduzir omontane do imposto devido, on aevitar on deferir o sent pagamento.2*

Como ac6rd9o divergent,, inditeequals publicado na R.T., 261/646,do eg . Tribunal de Algada Civil deSao Paulo , fotocopiado a f. 194 a quotraz esta amours:

"Lei alguma, fiscal on nio, prof-be a aquisigio, por intermedio deescritura do compromisso de com-pro a venda, do parts ideal de ter-reno e, no mesmo ato , contratar, me-diante empreiteda , a construgio dewas unidade imobiliiria . Nio edevido imposto inter vivos polo va-lor do apartamento a ser cons-truido."

Inadmitido o apelo Palo despacho def. 201-202 , subiu o mesmo, pare me-lhor exams, per forge do provimentodado so Al 55.542, em apenso.

Em consegiiencia , corn razoes despartes , subiram os autos, no ocasiaooportuna.

Opinando as f. 228-229, disse a dou-ta Procuradoria-Geral da Republica:

"A Standard Brands of Brazil,

Inc., atualmente Produtos Alimen-ticios Fleischman & Royal Limits-da, recorro extraordinariamente pe-las letras a e d do permissive cons-titucional , sustentando contrarieda-de so § 2v, do art. 153, do CartaFederal a negative de vigencia doart. 72 da L. 4 . 502, de 30 . 11.64.O dissidio jurisprudential a demons-trado pelo ac6rd9o proferido noAg 16 . 854 (R . T., 261/646).

Como demonstra o arrazoado def. 198-199, o recurso nio tern amenor base juridica que ampere sueinterposigio . 0 areato-pedrio asrefer, a conceitos de frauds fiscal eevasio ou fraude legal, em agio do-cobranga de diferenga do sisa, ma-teria nio questionada no ac6rdia

R.T.J. 72

impugnado . 0 meemo as poderi di.zer do fundamentaFeo pela letra a,dodo que a hip6tese em discussioneo so enquadra no diapositive ci-tado . Quanto so art. 72 da Lei4.502, de 30 . 11.64 , alem de im-pertinentea pretensao , poderiamosafirmar qua atende mais aos fins deUnieo do que aos do firma recor-rents, pois a intuitivo qua a criacaonos Estados Unidos , de firma comdenominaceo identica a de outraexistente naquele pals , com capitalconstituido por 250 aloes , das quais247 pertenciam a congenere ameri-cans , constitui uma farsa com o ob-jetivo de lesar o fisco brasileiro por-que doffs tergos dos lucros eram re-metidos pare a sociedade sediadano exterior , a Standard Brands In-corporated, a titulo de royalties, semque o imposto de rends pudesse in-cidir sobre ease quantia , como de-veria.

Face so exposto a ainda a Sinnu-ta 282 , somos polo neo conhecimen-to do recurso e, no merito , polo im-provimento."

E o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Barros Mont sire(Relator): - Srs. Ministros:

Bern examinada agora , a especie subjudice , a vista dos autos originals, aoutra conclusao neo se pode chegar se-nao a de que nio merece conhecimen-to o apelo interposto, tat como je oentendera , alias, a decisio que denegouo excepcional.

Argumentou , com efeito , o ilustreprolator do despacho de 1. 201-202, oeminente Ministro Armando Rolen-berg , entio Presidents do eg . Tribunala quo:

"2 - Inexistiu , no caso, ofensaon principao de legalidade, pois adecisio neo se arrimou na assertivede impossibilidade de organize aodo sociedade no exterior pare ope-rar no Brasil , a sim considerou pro-vado nos autos que, no case concurto, tat organizacio as flzera comoexpedients pare impedir a ocorren-

127

cia do fato gerador do imposto derands, o que caracterizava (muds.

De sue vez , so adotar ease enten-dimento, o julgado recorrido deuaplicafiio fiel so disposto no art. 72de L. 4 . 502, do 1964 , qua raze:

"Braude a toda acao on omissaodolosa tendente a impedir Cu retar-dar, total on parcialmente , a ocor-rencia do fato gerador do obriga-cao tributeria principal, Cu a ex-cluir on modificar as suas carcteris-ticas essenciais , de forme a reduziro montane do imposto devido, ona evitar on deferir o sou paga-mento."

"Finalmente, nio hi conflito en-tre o decidido no ac6rdao atacadoe o aresto trazido a confronto, desdeque neste , tat como naquele , as con-ceituou como fraude fiscal a preticade atos pare evitar ou retarder aocorrencia de fato gerador do tri-buto."

Tel o acerto de tais consideragiesque, em sues raz5es do apelo , a recor-rents , mudando de rump a aludindo acircunstancia de qua teria sido puni-da, como responsavel por fraude fiscal,pale pretica de etas declarados velidospolo Conselho de Contribuintes ( folhas63-68 ), que s6 passararn a set proibidospor lei editada cinco anos ap6s a pre-tica do ultima operacao, tentou demons-trar divergencia entre o v . ac6rdaorecorrido a aquele de qua fui relator,com o apoio do eminente Ministro Alio-mar Baleeiro , publicado na R.T.J.,53/561 , a onde se decidiu:

"Coisa julgada fiscal a direito sub-jetivo . A decisio proferida poleautoridade fiscal , embom de instan-cia administrative , tom, em relacaoso fisco , forga vinculat6ria equiva-lente a do coisa julgada, principal-mente quando gerou equals decisaodireito subjetivo pare o contri-buinte."

Mas, sobre neo ter sido tat decisaoinvocada no peti$ao de recurso extra-ordinario , o certo a qua o toms nelaventilado nio foi obeto de prequestio-namento, no podendo , por isso, servir

128 R .T.J. 72

de preteato para o apelo especial (Su-mu/as 282 a 356).

Quanto so diesenso corn o julgado doTribunal de Algada Civil do Sao Paulo,fotocopiado ii f. 194, dale destacou arecorrente urn trecho, pars procurar de-monstrar a distingao entre a frauds ea evaseo licita , qua repousa no data doocorrencia do fate gerador . Pare a re-corrente, adotando o magisterio do sau-doso Prof. Ruben Gomes de Souza,os atos praticados antes do into geradorsio licitos , sendo fraudulentos oa pos-teriores, as praticados corn dolo.

Ficil de perceber-se, contudo , qua talmaterie no foi , per igual, ventiladano decisao recorrida , acentuando o dee-pacho de f. 201-202 quo , em um cornoem outro julgado , conceituou-se comofraude fiscal a pritica do atos pare evi-tar on retarder a ocorrencia do fate ge-mdor do tributo.

Em qua pese , pois , o esforgo do dou-to patron de recorrente , neo conhego,em preliminar , do recurso extraordi-nirio.

EXTRATO DA ATA

RE 75 . 829 - GB - Rel., MinistroBanos Monteiro. Recta ., StandardBrands of Brazil, Inc., atualmenteProdutos Alimenticios Fleischman &Royal Ltda . (Adv., Claudio Lacombe).Recda ., Uniao Federal.

Decisio: Adiado o julgamento perhaver pedido vista o Ministro AntonioNeder , depois do vote do Relator quaneo conhecia do recurso . Falararn:pale recorrente , o Dr. Claudio Lacom-be, e, polo Ministerio Publico Federal,o Dr. Oscar Correa Pins , Procurador-Geral do Republica , substituto. Au-sente , ocasionahnente , o Sr. MinistroXavier de Albuquerque.

Presidencia do Sr . Ministro BanosMonteiro . Presentee a sessio os Se-nhores Ministros Thompson Flores, Bi-lac Pinto, Antonio Nader a Xavier deAlbuquerque ; e o Dr . Oscar ConesPin, Procurador-Geml de Republica,substituto.

Brasilia , 15 do outubro do 1973. -H61io Francisco Marques, Secretirio.

VOTO

O Sr. Ministro Thompson Flores(Relator): - Assim relatou a con-troversia, em sessio de 5.10.73, oeminente a saudoso Ministro BanosMonteiro (leu).

2. S. Exs . neo conheceu do recur-so, corn o seguinte veto (lets) -

3. Pediu vista o eminente MinistroAntonio Nader , razao pale qual foi in-terrompido o julgamento.

4. S. Exs ., ante o falecimento doeminente Relator, ocorrido em 3 doproximo passado , epos licenciado pormotivo de saude deeds novembro doano findo , devolveu os autos corn o des-pacho de f . 232, originando a redistri-buigao de f. 234 , passando an a serRelator.

5. Examinei o feito a trago-o Pamqua prossiga o julgarnento , nos tenonsdo Regimento Interco , art. 139, § 19,e deliberagao do Plenirio , computadoo vote ji proferido.

II. Examinei os autos e cheguei asmesmas conclus5es do vote ji proferido.

A elas atinjo , porque tenho quo ino-correram quaisquer dos pressupostos re-cursais, coma bem fizeram ver o des-pacho do ilustre Presidents ArmandoRollemberg, f. 201 -202, e o parecer dodouta Procuradoria -Geral da Republica.

A elm acrescentou o eminente Rela-tor argumentos adicionais em torno domaterie, todos ales evidenciando a in-viabilidade do remedio extremo.

2. Insistiu o ilustre patrono de re-corrente no conhecimento do recursopale letm d, apresentando hem langadomemorial . Mas nio me posse des-prouder do petigio recureal , a qual, noqua pertine so dissidio , limitou-se Aspalavras qua leio is f. 192-93.

Corn este embasamento , a totalmenteinepto , face aos termos do R.I ., arti-

go 305 ( Sdmula 291).

3. Nio percebo , pois, come posseser conhecido o recurso extraordinIrio,0 qual , corn o seu processamento, evi-denciou o acerto do despacho presiden-cial. A o men voto.

41 1

R.T.J. 72 129

EXTRATO DA ATA

RE 75 . 829 - GB - Rel., MinistroThompson Flores . Recta. , StandardBrands of Brazil, Inc., atualmenteProdutos Alimenticios Fleischman &Royal Ltda . (Adv., Claudio Lacombe).Recda., Unii o Federal.

Decisio; Nio conhecido , unanime.Falaram : pale recorrente , o DoutorClaudio Lacombe , e, pelo Minist6riuPublico Federal , o Dr. Oscar Correa

Pine, Subprocurador-Geral de Repu-blica.

Presidencia do Sr. Ministro Thomp-son Flores. Promotes a Sessao os Se-nhores Ministros Bilac Pinto, AntonioNader, Xavier de Albuquerque a Leiteodo Abreu. Procurador-Gera] do Repi-blica, substituto, Dr. Oscar CorreaPins.

Brasilia , 18 do junho de 1974. -H6iio Francisco Marquee, Secretirio.

RECURSO EXTRAORDINARIO N.° 75.862 - SP

(Segunda Tulma) ;t4,z{ 0

Relator : 0 Sr. Ministro Barros Monteiro.

Recorrente : Estado de Sao Paulo . Recorrida : Cooperative do Consumo dosBancirios de Aragatuba Ltda.

Impoato de transafeo. Inconstitucionalidade . Sua restituiya-ocom corregao monetaria . Se a lei local, qua deata cuidou, a leaincidir sobre as importa"ncias depositories no repartigio fiscal, a quatenharn de ser devolvidas, nao pode ezclui-la no qua diz reapeito asquantias all entregues Para pager imposto, depois de iulgado indo-vido . Recurs., extraordinario nao conhecido.

AC6RDAO

Vistos , relatados a discutidos estesautos, acordam os Ministros do Se-gunda Turma do Supremo TribunalFederal , na conformidade do ata dejulgamentos a notes taquigrificas, aunanimidade , nao conhecer do recurso.

Brasilia , 1° de outubro de 1973. -Barros Monteiro, Presidents a Relator.

RELATORIO

O Sr. Ministro Barrow Montairo:- Srs. Ministros.

O despacho qua inadmitiu , nestes au-tos, o apelo maior , do Dr. Jos6 Eduar-do Coelho de Paula, ilustre Presidentsdo Segundo Tribunal do Algada Civilde Sao Paulo, been expos os fatos docause , nestes termos:

"A Cooperative recorrida intentouagio contra a remnants , visando arestituigao de imposto do transagoes,que havia pago.

A sentenga ]he acolheu a preten-see, mends quanto a corregao mo-netiria.

Mas, spans nessa parts, foi re-formada pela eg. Terceira Cameradeste Tribunal , qua incluiu dita cor-regao, na condenagao.

Inconformada , veio a Fazenda doEstado com o presente recurso, fun-dodo no art . 119, III , letras a ad, do C . F., para dizer que, assimdecidindo , this julgados haviam: a)violado as arts . 165 a 166 doC(digo Tributirio National , o arti-go 79 do Ato Complementar no 36,a as Siuradaa 71 a 546 do ColendoSupremo Tribunal Federal, quandoadmitiram a repetigio do tribute;b) contrariado jurisprudencia desseTribunal , representada pale Sumula81, a pelos julgados insertos naR.D.A., 36/64 a 74/ 140, an reco-nhecerem a imunidade tributiriadas cooperatives ; c) ofendido o or-tigo 167, daquele C6digo , quandoderam a corregeo monetiria.

Mas o recurso desmerecia segui-mento.

Pois a recorrida opera" , sem Tito

de lucro e , ainda qua tivesse trans-

130 R .T.J. 72

ferido a seas cooperados o onus doimposto , demonstrou qua elm a ti-nham autorizado a repetir.

Assim, o sou caso as onquadravana Scheele 546 do Pretorio M4xi-mo, qua substituiu a de n0 71, a,por isso, aqueles julgados nao vio-laram as dispositivos de leis federaisinvocados pale recorrente.

Doutra parte, estava livre do im-posto pago (do transa$ues), por tersido a lei do Estado, qua o auto-rizava, julgada inconstitucional porequals Tribunal Superior ( folhas16-28, R .T.J., 56/47).

Nio as cuidava, portanto, de isen-c5o, mas de falta de base legal pareo tributo , sendo, por isao , inaplic4-veis a Simwla 81 a as julgados da-quele Tribunal invocados pela re-corrente (R.D.A., 74/ 140 a 36/64),visto term versado sobro equalsiseng-ao . Neon o reconhecimento decorregio monetiria contrariou o ar-tigo 167 do Codigo Tributfirio No-clonal . Pois esse dispositivo, em-bora so aludindo aos ,juros a ll mul-ta restituiveis , corn o tributo inde-vido, nao excluiu a corregao mono-tine, porque ease nao visa cobriros efeitos de more, e, sin, os do de-satualizaSao da moods, em decor-rencia do inflagao.

E se a lei estadual quo cuidou docorregio (n0 9.153, do 2.12.65) afez incidir sobro as import4ncias de-positadas not repartigao fiscal, a quatenham de set devolvidas (art. 29),nao podia exclul-la (a corregao), noqua concerns, As quantias tambOmall entregues pare pager imposto,depois julgado indevido.

Memo porque isso nada male se-ria quo splicer a isonomia, consti-tucionalmente assegurada (C. F. do1969, art . 153, 9 19), a expresso novolho brocardo: "ubi eadem ratio,ibf eadem legis diaposftio".

Indefiro, por tudo iaso, o rocurao."

Por forge , porem, do despacho pormim proferido no Al 55.437, em apen-so, subiu o recurso , pare melhor exa-me, assim opinando. As fls. 144-146, adouta Procuradoria-Geral de Rep6blica:

"A Fazenda do Estado de SinPaulo recorre extroordinariemente

pales letras a e d do art . 119, III,do Conatituigao, por negative de vi-gencla do art . 166 do C.T.N. edissensio jurisprudential corn ares-tos do S . T.F. a Sianulas 71 a 546.

0 acordio recorrido , mantendo adeciseo do juizo a quo, determinouqua a devolugio do imposto de tran-sag5es sae fizesse corn corregio mo-net4ria, decidindo corn epoio emdois recursos de revista julgados poraquele Tribunal em 31.3.70 a 8.9.70(123.963 a 94.361).

A hipotese em deslinde se refersa pedido do restitui4iio de tributorecolhido por forge do § 29 do arti-go 25 do L. estadual 2.485/35, al-terado polo art. 13 do L . 1.297/51,julgado inconstitucional pale Supre-ma Corte em sessi(o de 30.9.70 a sus-pense sue execugio pale Resolugaon9 22, do 20 . 7.71, do Senado Fe-deral.

A recorrente sustenta qua a res-tituigao de imposto indireto contra-ria o art . 166 do C . T.N. a Stimu-las 71 a 546 porque nao a cabivelpare tributos dessa natureza, aimde nao ter sido reconhecido, por de-cisao , qua o contribuinte do jutenao tenha recuperado o onus fiscal.Alega ainda quo a recorrida nao go-zava de imunidade e, corn respeito acorregio monetfiria, nao havia lei au-torizando-a . Lembra ainda qua,polo art . 167, parIgrafo onto, doC.T.N., os juros seo devidos dotrensito son julgado do sentenceconcessive.

0 apelo nio tern amparo pale le-tm a. Mao ficou demonstrada ne-gative de vigencia de lei, mas, socontririo , a inconstitucionalidade dedispositivo a prejudicar sees efei-tos, por falta de base legal. Quan-to As Sonatas trazidas i, colagio,comp selientou corn propriedade asentenga do primeira inste"ncia, nocaso des cooperativas de consumo,"4 evidente qua nao so opera atransferencia do onus econ6mico dosimpostos indiretos , nos vendee efe-tuades a sews asaociados . Entida-des swim sio "sociedades do tipoespecial, integrades por pessoas quoas refinem pare aquisigio do bens

4 el . 61 .,I. „ la

R.T.J. 72 131

em large escala , quo depois sin ven-didos para elas mesmas, sent fito delucro. Agindo assim, as opem$6esdes cooperatives, ainda qua executa-dos per etas , ago dos pr6prios coope-mdos, de quern se torna uma proje-cao juridica" (R.TJ., 46/125).

A questao levantada em torno doimunidade des cooperatives nao in-teressa an merito de questao, quase ap6ia exclusivemente na nao efi-cecia do lei, pelo vicio de inconsti-tucionalidade . Igualmente prejudi-redo o argumento do tattoo inicialdo capitaliza9ao dos juros, pois adecisio reconheceu aer devido dotr®nsito em julgado do decisao, como qua concordou o ac6rdao recor-

rido.Merece reparo apenas a parts re-

lacionada corn a correcao monet6-ria, visto nao aer devida sent leipreviamente estabelecendo aua apli-ca9ao , come vein entendendo a egre-gia Supreme Corte em reiteradoe

actird"aos.Ex positis, somos pelo conheci-

mento e provimento parcial do re-curso, para exclusao de corregaomonetiria incidente sobre o quan-tum de devolucao."

R o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Baron Monteiro( Relator): - Ste. Ministros.

Como bern mostra o ilustre Vice-Presidents do eg . Tribunal de Algadede Sao Paulo , em seu despacho de fo-lhes 124-126, que inadmitiu o excep-cional , este , corn efeito , nao mereciater seguimento.

Nao opera" a recorride , reelmente,cm fito de lucro, e, hinds quo tivessetrensferido a seus cooperados o anusdo imposto, demonstrou qua eles a ti-nham autorizado a repetir.

O caso, em this condig6es, comports

a aplicaFao de Sumula 546, qua substi-tuiu a de 71, silo as podendo, per essa

forma, afirmar tivesse o v. ac6rdao

recorrido negado vigencia aos pre-ceitos do Direito Federal alinhados pelo

recorrente.No qua concerne so terra do correyao

monet6ria, o qua aduz o r. despacho

de f. 124- 126 a respeito , represents,precsamente , o entendimento deathTurma acerca dessa rnomentosa questao.

Disse, corn efeito , conforme ja liaos Sm . Ministros, o Dr. Jose Eduar-do Coelho de Paula, cujo nome declinocorn prazer a qua hoje ocupe o alto car-go de Presidents do Segundo Tribunal

de Algada Civil de Sao Paulo:"Nam o reconhecimento de cor-

recao monetiria contrarian o artigo167 do C6digo Tributario Nacional.

Pois ease dispositivo, embora s6aludindo aos juros a a multa resti-tuiveis, corn o tributo indevido, naoexclui a correcio monet6ria, porqueease nao visa cobrir os efeitos domore, e, aim, os do desatualizacaode moeda, em decorrencia de in-

fla4ao.E se a lei estadual qua cuidou do

corregao (no 9.153, do 2.12.65) afez incidir sobre as importencias de-

positadas na repartig5o fiscal, a quo

tenham de aer devolvidas (art. 2°),

nao podia exclul-la (a correrao), no

que concerns as quantias tamb6rn all

entregues pera pager imposto, de-

pois julgado indevido.

Mesmo porque isso nada mais se-ria qua splicer a isonomia, constitu-cionalmente assegurada (C. F. de1969, art. 153, § 19), a expressano velho brocardo: ubi eadem ratio,

ibi eadem legia dispositio".

Por todo o exposto, nao conheco, empreliminar , do recurso extraordinario.

EXTRATO DA ATA

RE 75 . 862 - SP - Rel., MiniatroBarnes Monteiro . Recte.. Estado deSao Paulo (Adv., Ylves Jos6 do Miran-da Guimaraes ). Recda ., Cooperativede Consurno dos Bancarios do Araga-tuba Ltda . (Adv., Luiz Antonio RealiFragoso).

Decisao : Nao conhecido , unanime.Preside"ncia do Sr . Ministro Barros

Monteiro . Presentee a sessio os Se-nhores Ministros Thompson Flores, Bi-lac Pinto , Antonio Nader a Xavier deAlbuquerque ; e o Dr . Oscar CorreaPine, Procurador-Geral do Republica,substituto.

Brasilia, 19 de outubro de 1973. -Flelio Francisco Marques, Secretirio.

132 R.T.J. 72

RECURSO EXTRAORDINARIO N.9 76.333 - PA

(Segunda Turma) Snj. fit' l Clh

Relator : 0 Sr. Ministro Berms Monteiro . / A . k, - qj '.'-

Recorrente : Ministerio Pfiblico Federal . Recorrido : Adamor Roberto daCruz Macedo.

Atividade comercial Para on efeitos do art. 334, § 29, do C. Pen.,corn a nova redayio da L. 4.729, de 1965.

Recurso eztraordinerio conhecido a provido, Para restabelecer a

sentenfa do primeira inat$ncia.

AC6RDAO cone o Ministerio Publico Federal

Vinton, relatados a discutidos estesautos, acordam on Ministros da Se-gunda Turma do Supremo TribunalFederal, em conformidade corn a atede julgamentos a notes taquigraficas,conhecer do recurso e the dar provi-mento, unenime.

Brasilia, 15 de outubro de 1973. -Barron Monteiro, Presidents a Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Barros Monteiro:- Srs. Ministros:

Este o despacho do eminente Minis-tro Armando Rollemberg, entio Frost-dents do eg. Tribunal Federal de Re-curaos e qua, nestes autos, admitiu oapelo excepcional:

"1. Adamor Roberto da CruzMacedo, estudante de engenharia,menor de vinte a um anos, foi con-denado polo MM. Juiz Federal daSesio Judicieria do Pare a pensde 2 anos a urn mas de reclusio,como incurso nas sanc&es do artigo334, § 19, letra c, do C. Pen., perter entregue a credor seu, em page-mento de debito, quarenta (40)calcas da marca Lee, de fabricar,ioestrangeira , desacompanhadas de do-cumentaggo legal . Apelou pare esteTribunal a viu o seu recurso provi-do pela eg. Prime" Turma qua oabsolveu por entender falter na hi-p6tese elemento essencial a confi-guraSio do delito que The foraimputedo, tat seja, a aquisigio eposse de mercadoria estrangeira noexercicio de atividade comercial onindustrial, pois, no caso, as tratavade agio isolada . Desna decisiio To-

argiiindo negativa de vigencia so§ 29 do art. 334 do C. Pen. (Lei4.729/65) a dissidio com julgadodo eg . S.T.F. em cuja ementa,resumidora da decis5o, se le:

4. C. Pen., art. 334, § 19, ce d (redagiio da L. 4.729/65).

Ao referir-se a exercicio de ativi-dade comercial nas dues normal act.me referidas , o legislador neo as re-portou no conceito de ato de comer-cio, on so do comerciante, firmadoem direito comercial . Trata-se, nocaso , de tipo misto alternativo, masde alternidade pertinente a condutae nio a condicio do agents. Bas-tame, e, no caso, qualquer ativi-dads comercial, ainda qua primeiraon finica" (RHC 49.302-SP, Rela-tor Ministro Antonio Neder; uneni-me, in R.T.J., 59/691).

2. He conflito entre a interpre-taSio emprestada a regra do artigo334, § 19, letra c, do C. Pen, poloaresto impugnado a equals adotadano ac6rd5o apresentado como para-digma, e, por isso, admito o re-corso."

Subindo os autos , com razzes daspartes, assim opinou, as f. 242-243, oDr. Antonio Torreeo Braz, ilustre 39-Subprocurador-Geral da Repfiblica, emparecer aprovado polo Prof. J. C.Moreira Alves, no mans ilustre Pro-curador-Geral:

"1. 0 v. ac6rdao de f . 222 deuprovimento so apelo de AdamorRoberto da Cruz Macedo e o absol-vsu da imputagso quo o apontavacomo incurso no art . 334, § 19, all-

R.T.J. 72 133

nea d, do C. Pen ., por entenderque uma simples operagio do com-pre nao satisfas o requisite do"exercicio de atividade comercial".

2. For isso , recorre extraordina-riamente o Ministerio Publico, or-gilindo afronta ao § 20 do citado ar-tigo 334 a dissidio corn urn arestodo S.T .F. quanto so mode de in-terpreti-lo.

3. Segundo a tese do v. ac6r-d-ao recorrido , os aces referidos noart. 334, § 19, alineas c e d, pareconfigurarem o crime de descami-nho, devern ser praticados cm ha-bitualidade , isto 6, devem refletiro exercicio de atividade comercial.Tal entendimento choca-se evidente-mente com o da Supreme Corte, aver Palo julgado trasido a colaSao,consoante o qual a caracterizacao dodelito baste not unico ato do mer-cancia . Este e, aliis, a exegese quase tire do § 29.

4. Nestas condig6es , opinamospelo conhecimento a provimento."

L o relat6rio.

VOTO

0 Sr. Ministro Banns Monteim(Relator): - Srs. Ministroa:

Demonstrado qua se encontra, cornose viu, o alegado dissidio jurispruden-cial, conhego do recurso a the dou pro-vimento , de acordo com o parecer def. 242-243.

EXTRATO DA ATA

RE 76 .333 - PA - Rel ., Minis-tro Banos Monte ro. Recte., Minis-terio Publico Federal . Recdo., Ada-mor Roberto de Cruz Macedo (Advs.,Jose Monte Roche e Join Manuel doSilva Carvalho Neto).

Decisio : Conhecido a provide nostenors do voto do Ministro-Relator.Uninime. Ausente, ocasionalmente, oSr. Miniatro Xavier de Albuquerque.

Presidencia do Sr . Ministro BarrosMonteiro. Presences a sessio us Se-nhores Ministros Thompson Flores, Bi-lac Pinto , Antonio Neder a Xavier deAlbuquerque . Procurador-Geral daRepublica , substituto, Dr. Oscar Cor-rea Pins.

Brasilia, 15 de outubro de 1973. -He1io Francisco Marques, Secretirio.

RECURSO EXTRAORDINARIO N.o 76 . 548 - GB /

(Prhneira Turma) !l • c1 b ( (. 4 1

Relator : 0 Sr. Ministro Aliomar Baleeiro .

Recorrente : Banco Nacional de Desenvolvimento Econ6mico - B.N.D.E.

Recorrido : Daquino Ribeiro.

Responsabilidade civil - Art . 194, da Constitulgro Federaldo 1946.

1. Condenando o B.N.D . E. a indenizar despesas de jazigo,funeral a Into pela morte de menor em abalroamento produzido porveiculo doses empress publics , sem indagar da culpa do motorists,o acdrdio nio negou vigencia ao art . 159, do C. Civ., mss aplicou oart. 194, da Constituiciio Federal de 1946, qua rege o case.

2. A cleusula do art . 17, 11, do D. 2. 681/1912 , nio figureno art . 194, do Constituigiio Federal de 1946.

ACOSRDAO

Vistos , relatados a discutidos estes

autos , acordam os Ministros da Pri-moira Turma do Supremo TribunalFederal, as conformidade do ate de

julgamentos a notes taquigrificas, porunanimidade, nio conhecer do recurso.

Brasilia, 8 de marco de 1974. -

Luis Gallotti, Presidents. - Aliomar

Baleeiro, Relator.

134

RELAT6RIO

R.T.J. 72

O Sr. Ministro Aliomar Balesiro:- 1. A r. sentence , A f. 108, conde-nou o B.N.D.E . a pager so recorridojazigo, luto a funeral relativos so filhodeste, manor de 18 anos, mono peratropelamento causado em 1964 por urnveiculo daquela empress pfiblica.

2. Ambas as partes apelaram, por-que o autor , recorrido , pretendia umapensao a os juros de more, enquanto 0Banco pleiteia a improcedencia do acaoporque culpado seria o menor atrope-lado.

Mas o v . acbrdio do eg. TribunalFederal do Recureos , As f. 135-9 ne-gou provimento a ambos , argumen-tando:

"Os arts . 194, do Constituirao do1946, a 105 do atual Constituicaoadotaram , quanto A responsabilidadecivil das pessoas juridicas de direi-to publico, pelos atos de seas fun.cionfrios , a teoria do risco integral,do qua decorre ser devida a inde-nizacao sempre qua haja dano a de-correr eate do acao ou omissao defuncionbrio, nessa qualidade.

Ora, sendo o Banco Nacional deDesenvolvimento Econ6mico servi-co publico federal (art. 9p do Lei1.628, de 1952 ), a acao teria quaser apreciada , como foi, tendo ematenceo tai principio, sendo em con-segiiSncia irrelevante a exfstenciaon nio de culpa do vitima polo aci-dente."

3. Recorre extraordinariamente oB.N.D.E., A f. 141, pelos inca. a ed, alegando , em resumo : a) qua o pe-dido inicial assentava apenas nos arti-gos 159 a 1.521 , do C. Civ., s6 depoistendo sido invocado o art. 194, doConstituicio Federal de 1964 , on seja,a tooria do risco; b) qua seria necess6-ria a prove de culpa do motorists dorecorrido; c) qua eats provada a inevi-tabilidade do evento ; porque "a viti-ma se projetou na fronts do viatum";d) qua ocorreu caso fortuito . Proton-de prover o dissidio com a ementa doRE 65 . 040-GB, no D.J. de 27. 12.69,p. 5.552.

4. 0 Presidents A. Rollemberg, itf. 151, negou seguimento , fundamen-tando-se no seguints:

"0 dissfdio de julgados nao podsear tido como demonstrado por de-ferir-se o ac6rdio paradigms a res-ponsabilidade do Estrada de Formpor acidente ocorrido a passageiro,caso em qua, do acordo com a lei,a culpa do ferrovia 6 presumida,podendo ser afastada por prove emcontr6rio, enquanto qua, no proces-so no qua( foi proferida a decisiorecorrida cuida-se de acidente con-sequente de ato de preposto de em-press p6blica federal em relacao soqual, do acordo com o art. 194 deConstituicio de 1946 , entao vigente,a responsabilidade era de naturezaobjetiva.

For ease ultima circunstAncia, desua vez , nio seria do aplicar-se Ahipbtese o art. 159 do C. Civ.,cuja viggncia taria sido negada sovet do recorrente , o qua afasta apossibilidade de recureo tamb6mcom arrimo na letra a".

Mas as autos subiram For force dedespacho do eminente Ministro Eloydo Roche no Ag 54.106.

5. Parecer contrdrio do Dr. LeftsSoares, pole Procuradoria-Geral doRepublica , As f. 166-7, argumentando:

"A decisao a quo nao colocou emdfivida a culpa exclusive do vitima.Adotou, no entanto, a interpretacaodo risco integral , entretanto , assim,em diverg6ncia com o ac6rdio doeg. Supremo Tribunal."

Relatbrio concluido.

VOTO

0 Sr. Ministro Aliomar Baleeiro(Relator): - 1. Data venia do Pro-curadoria-Geral de Republica , o vene-rendo acbrdio nao afirrna quo houvesseocorrido culpa exclusive de vitima. Niose refers a ease culpa . Presumiu le-galmente a do motorists per force doart. 194 , do Constituicio Federal de1946 , embora a sentence aludisse A im-prudencia de vitima.

Certo 6 qua , no recurso extraordin6-rio, ser6 inadmissivel o debate sobre o

14l

R.T.J. 72 135

fato, isto 6, se a culpa foi s6 do moto-rista on as do jovem , on so ambos ti-veram sua dose de culpa, hipdtese maisprovivel. Fora do hipotese de suici-dio on de loucura , ni o 6 verossimil quaalgu6m se atire A frente durn automo-vel. AliMs, na velocidade permitidaem Botafogo no Rio, um born freio,como a lei o exige , 6 eficaz pare evitaro choque core algu6m qua cone a fren-te do carro a, portanto , estfi visivel so

motorists.II. Nio reconhego denegacio de vi-

g6ncia do art. 159, do C. Civ., tantomais quanto no caso era aplic6vel o

art. 194, do Constitui&ao Federal de1946 , como acentua o despacho do Pre-sidente Rollernberg, o v. acordio guiou-se polo dispositivo adequado a neoexcluiu o art . 159 no caso.

III. 0 6nico padrio, RE 65.040,traz a seguinte ementa:

"Responsabilidade de Estrada deFerro - A presungio de culpa desferrovias segundo o art. 17, do De-creto 2 . 681/1912, so pode ser afas-tada pale prove do culpa exclusive

do passageiro , caso fortuito ou for-ca-maior . H6 culpa do ferrovia seeta tolera quo o passageiro viaje forados assentor a locals adequados docomposi4io."

Nao so simples ementa no standsso rigor do Sdmula 291 a do art. 305do R.I ., seneo tamb6m qua, nos au-tos, neo se discutiu o art. 17, do De-creto 2. 681, do 7 .12.1912,. Logo,neo poderia aquele julgado ser opostoao destes autos . E a cl6usula do in-ciso II , do art . 17, do D . 2.861 neofigure no art. 194, do Constituigio Fe-deral de 1946.

IV. No conheeo do recurso.

EXTRATO DA ATA

RE 76 .548 - GB - Rel., MinistroAliomar Baleeiro. Recta ., Banco Na-cional do Desenvolvimento Econ6mico- BNDE (Advs., Roberto FerreiraRoses a outros ). Recdo., Daquino Ri-beiro (Adv., Reginald Jos6 Braga).

Deciseo: Nio conhecido . UnAnim0.

Presidencia do Sr. Ministro LuisGallotti. Presences A sesseo os Se-nhores Ministros Osvaldo Trigueiro,Aliomar Baleeiro , Djaci Falcio, Rodri-gues Alclanin, e o Dr. Oscar CorreaPins, Procurador-Geral de Republica,substituto.

Brasilia , 8 de marco do 1974. -Alberto Veronese Aguiar, Secreterio.

RECURSO EXTRAORDINARIO N.0 76 . 566 - SP

(Segunda Turma) ltA&. Ri3C ( 4

Relator : 0 Sr. Ministro Barros Monteiro,/ O AAA.' ' 3 3 _n. U

Recorrente : Raimondo Alves Vieira. Recorrido : Instituto Nacional del Pre-vid6ncia Social.

Acidente do trabalho.Alega£ao de inconatitucionalidade do art . 69, § 89, da L. 5.316,

de 1967. Nao conhecimento do recurso extraordinario.

ACORDAO RELATORIO

Vistos, relatados a diecutidos esterautos , acordam os Ministros da Se-gunda Turrna do Supremo Tribunal

Federal , em conforreidade cm a atede julgamentos a notes taquigreficas,

neo conhecer do recurso , unanimemente.Brasilia , 19 do outubro de 1973.

- Barros Monteiro , Presidents a Re-lator.

O Sr. Ministro Barros Monteiro:Srs. Ministros:

Trata-se de arao de acidente do tra-balho intentada polo recorrente Raf-mundo Alves Vieira contra o InstitutoNacional de Previdencia Social, inte-gralmente acolhida pale sentenga dof. 38 a v., roes, reformada pelo ac6r-dio de f . 72-75, nos seguintes termos:

136 R .T.J. 72

"Nao h6 como austentar-se a in-constitucionalidade do § 89 do ar-tigo 69 do L. 5.316, de 1967. Acerto qua a Constitui$ao assegura sotrabalhador nao s6 a previd6ncia so-cial corno tambem o seguro contraacidentes do trabalho. R certo ou-trossim qua un.a wise nao se con-funds con a outra. Entretanto, agoso pods afirmar que o citado dispo-sitivo do lei acidentaria tenha ex-cluido os beneficios do previde"nciasocial. Na verdade, a lei aimples-mente unificou beneficios destinadosa atender a uma manna situacao dotrabalhador. Se a motto on inva-lidez decorre de fen6menos natu-rais, o beneficio a de caster pre-videnci6rio. Do outro lado, as amorte on a incepacidade 6 causadapor acidente do trabalho, o beneficioe do respectivo seguro. E tal unifi-cacao se processa sent prejuizo Parao trabalhador, pain qua nao hajahis in idem. Nesse sentido o ac6r-dao uninime de Quinte Camara des-to Tribunal qua entendeu ser incom-pativel a cumularso do beneficiosnun dodo momento (Judgados doTribunal de Algada Civil do SaoPaulo, edicso Lex, v. XIV, p. 209).Tamb6m nao procede a proton-sao do agravante, no qua diz res-peito so salario-base. E certo que

existent reiteradas decis5es desteTribunal entendendo quo o calculodeva processor-se tondo come baseo salario de 6poca do liquidaFi o.Man isso quando as trata de indeni-zacao tarifada que nao foi page nadovida epoca. No presents caso,por6m, cuida-se de "auxilio-aciden-te" que, de acordo con o texto ex-presso do lei, dove ser igual an sa-lario de contribui&ao, nao podendoser inferior no sal6rio do beneficio.De outro lado, nos termos do arti-go 79 do L. 5.316, de 1967, o au-xilio 6 reajustavel no forms do le-gislaSao providencieria, ficando por-tanto o trabalhador protegido con-tra as consegii6ncias do infla£ao.

Merece, por6m, provimento par-cial o agravo, no tocanto so abonodo L. 4.281, de 1963, expressa-mente previsto no § 99 do art. 69 do

L. 5.316, de 1967. Pouco im-porte qua esse abono nao tenha sidoexpressamente pedido no inicial.Em mat6ria de acidente do trabalhoo pedido pods set gen6rico , cabendoso juiz conceder as beneficios ca-biveis, sent qua isso implique emdecisao ultra petite . Nesse sen-tido o ac6rdao publicado ns R.T.,376/316, quo fez referencia a di-versos outros julgados quo adotam amanna orientacbo.

Finalmente , de-se provimento par-cial so recurso do oficio, Para queon honor6rioa do advogado fixadosna sentenca sejam calculados apenassobre o valor de um ano do auxilioacidente . lath porque, se o Meri-tissimo Juiz , em seu despacho desustentafao , declarou expressamen-to a impossibilidade de cumulaceodos beneficios , a se o auxilio-aciden-to s6 6 devido a partir do cessaSi odo auxilio-doence que j6 vent sendopago so trabaihador , nao se justifi-ca qua on honorarios incident tam-bem sobro um sub de atrasados."

Insatisfeito, recorre extraordinaria-mente o acidentado , insistindo no or-giiiSao de inconstitucionalidade do § 89do art. 69 do L. 5.316/67.

Admitido o apelo (f. 84-85 ), subi-rem os autos , sendo deafavor6vel sosou conhecimento o parecer do doutaProcuradoria-Geral do Republica.

R o rolat6rio.

VOTO

0 Sr. Miniatro Barron Montalto(Relator): - Srs. Ministros:

Com efeito , contra-arrazoando o re-curso , dine o Dr . Hennes Pinotti, ilus-tre Procurador de Justica do Sao Pau-lo, a cujo pronunciamento so reports oparecer de Procuradoria-Geral do Rep6-blica:

"De inicio deva ser lembrado quaa Lei Orgiinica do Providencia So-cial complete a Lei do Acidentes,resultando , como consegiiencia, aformacso do urns, unidade de prote-fao dos operarios a sous dependen-tea, pois est6 expresso ne L. 5.316,do 1967 a integracao do seguro deacidentes do trabalho na Previden-cia Social,

R.T.J. 72 137

Assim sendo a considerando o dis-posto no art . 165, XVI do Lei Mag-na, ests evidente qua so trabalha-dor 6 assegurado o direito a Pre-videncia Social a so seguro contraacidentes , desde qua , naturalmente,ocorrain os pressupostos . indispense-veis . Como consegiiiencia, nio asjustifica qua pelo mesmo fato (aci-dente) o operario receba duplo be-neficio do I.N.P.S.

Certo qua a autarquia federal re-cabs dupla contribui£ao, on seja, aprevidencieria a a tees de seguros,mas em compensacao page os be-neficios acidenterios corn valor su-perior ace previdenciarios.

Concluindo, parece-me nio existira inconstitucionalidade arguida polorecorrente, lembrando, ainda, qua ofundamento do proibicao do acumu-la9io de beneficios decorre do inte-grag5o do seguro acidentbrio na Pre-videncia Social" (art. 19 do Lei5.316/67).

De conformidade corn essa funda-mentaSao , a qua aderiu o Dr. Pro-curador do Republica , neo conheeo, empreliminar, do recurso.

EXTRATO DA ATA

RE 76 . 566 - SP - Rel., MinistroBarros Monteiro . Recta ., RaimundoAlves Vieira (Adv., Rosalia MarroneCastro Sampaio). Recdo., InstitutoNacional de Previdencia Social (Adv.,Vilma Westmann Anderlini).

Decisao: Nao conhecido, unanime.

Presidencia do Sr. Ministro BarrosMonteiro . Presentee a sesseo os Se-nhores Ministros Thompson Flores eBilac Pinto; e o Dr . Oscar CorreaPins , Procurador-Geral do Republica,substituto. Ausentes , justificadamente,os Sm . Ministros Antonio Nader e Xa-vier de Albuquerque.

Brasilia, 19 de outubro de 1973. -Helio Francisco Marques, Secretirio.

RECURSO EXTRAORDINARIO N.o 76. 752 - SP

(Segunda Turma) ~% . ni & S (ARelator: 0 Sr. Ministro Barros Monteiro./ , & , I3 1_4

Recorrente: RApido Sin Paulo S.A. Recorrido: Fernando Garaf Ia.

Correcao monetiria.1) Somente a aplicivel quando decorrente de preceito consti-

tucional on quando prevista em lei.2) Precedentes do Supremo Tribunal Federal.3) Recurso eztraordinirio conhecido a provido.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos estesautos , acordam os Ministros do Se-gunda Turma do Supremo TribunalFederal , em conformidade corn a atede julgamentos a notes taquigrbficas,conhecer do recurso a ]he dar provi-mento , unanimemente.

Brasilia , 19 de outubro de 1973. -Barros Monteiro , Presidents a Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Banos Monteiro- Srs. Ministros:

Em a9io ajuizada pelo recorrido Fer-nando Garaffa contra a recorrente, Re-

pido Sao Paulo S.A., a fim de obterindenizacao Palos danos sofridos poloveiculo de sua propriedade , abalroadopor trAs por urn embus de propriedadedo re , dirigido por seu preposto NelsonFroner, o Dr. Juiz de Direito , no sen-tenga de f. 78-82, depois de concluir,face a prove dos autos , pela culpa da-quele preposto a de apreciar os gastosfeitos pelo autor , concluiu por acolhera demanda , corn a condenagio do re onpagamento do quantia de Cr$ 3.711,64,acrescida de juros morat6rios , correggomoneteria , custas a honorerios advoca-ticios.

Mantida equals decisao pals Tercei-ra Camara Civil do eg . Tribunal de

138 R.T.J. 72

Justice de Sin Paulo ( f. 106-107) e

nao conhecida a revista interposta des-as julgado (f. 112-113 ), recorre ez-traordinariamente a vencida.

Corn apoio nas alineas a e d do per-missivo constitucional , alega contrarie-dade so art . 153, § 24, de Constituiciioda Republica a divergencies corn recentejulgado desta Casa , onde se decidiu,sendo relator o eminent. Ministm LuizGallotti:

"O Supremo Tribunal Federal soe tem admitido ( a correcao mone-tirie ) em casos de dano de natu-reza pessoal , ou quando a indeniza-cio tern canter alimentar. Emcesos como o presents , a pacifico oseu entendimento no sentido de re,cusar a correcao monetiria por fal-ta de apoio legal on constitutional"(ERE 71.050-SP , Relator MinistroLuiz Gallotti, v.u., D.J.U , de24.3.72, p. 1.533).

Admitido o apelo (f. 117- 118), su-biram os autos , devidarnente arrazoa-dos pelas partes.

E o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Barroa Monteiro(Relator): - Srs. Ministros:

A jurisprudencia da Suprema Cortee, com efeito, contriria a aplicacioda correcao monetiria, salvo quando de-

corrente de preceito constitucional on

quando prevista em lei.A1em do julgado trazido pare con-

fronto, naquele publicado no R.T.J.,62/483, acentuou o nao means eminen-t. Ministro Oswaldo Trigueiro quo oentendirnento do Tribunal Plano fir-mou-se naquele sentido invocando osprecedentes no RE 68.196 (R.T.J.,

56/858) a no RE 68.978, julgado em4.5.70.

Comprovado, por essa forma, o dis-

sidio jurisprudential, conheco do recur-so a the dou provimento.

EXTRATO DA ATA

RE 76.752 - SP - Rel., MinistroBarros Monteiro. Recta., Ripido SaoPaulo S.A. (Adv., Johannes DietrichHecht). Recdo., Fernando Garaffa(Adv., Ernesto Ricca).

Decisio: Conhecido a provido nostermos do voto do Ministro-Relator.Uninime.

Presidencia do Sr. Ministro BeansMonteiro. Presentee a sessio os Se-nhores Ministros Thompson Flores eBilac Pinto; e o Dr. Oscar Correa Pine,Procurador-Geral de Republica, substi-tuto. Ausentes, justificadamente, osSm. Ministros Antonio Neder a Xavierde Albuquerque.

Brasilia, 19 de outubro do 1973. -Helio Francisco Marques, Secretirio.

n 6RECURSO EXTRAORDINARIO N.e 76.783 - RJ

(Segunda Turma) du,lt,' 16 10

Relator pare o acordaao: 0 Sr. Ministro Xavier de Albuquerque. -

Recorrentes: Morvan Lopes Cordeiro a outro. Recorrida: Justica P6blica.

Condenacio pelo Jdri, compreendendo crimes diverse. a pro-piciando protesto pot novo Juri a apelaceo (art. 608, C. Pt. Penal).Case em qua, na manifestaga"o de inconformidade do condenado,deve ant ender-se qua tan to formulou pro taste, quando interp6eapelacao.

Recurso eztraordinerio conhecido a provide

ACORDAO

Vistos, relatados e discutidos estesautos, acordam os Ministros de Se-gunda Tunna do Supremo TribunalFederal, em conformidade com a amdo julgamentos a notes taquigrfificas,

pot maioria de votos, conhecer do re-curso a the der provimento.

Brasilia, 10 de dezembro do 1973.- Thompson Flores, Presidents. -Xavier de Albuquerque, Relator Para oac6rdeo.

R.T.J. 72 139

RELATORIO

O Sr. Ministro Bilac Pinto: -0 despacho quo denegou prosseguimen-to so recurso extraordinirio , a qua su-biu pare melhor exame , traz ester re-dagio:

"Morvan Lopes Cordeiro a Juati-no do Silva foram condenados PaloTribunal do Juri do Comarca deSao Gongalo , coda qual , a "64 anusde reclusio, 12 meses de detengio,do Cr$ 10 ,00 de multa , alem dopens, acess6ria de perda do fungiopublica".

Dos 64 anos de reclusao , 56 refe-rem-se so crime de homicidio a oreatante do pens, aos crimes de fur-to a de abuso de autoridade.

Conhecido o veredicto, a defesaprotestou por novo julgamento, 0qua constou do eta dos trabalhos.

Porque neo apelararn dos demaiscrimes quo lhea foram imputados,desses foi ordenada a execugio, por-que considerados de apenagio defi-nitiva , dada a auaencia de interpo-sigao do recurso especifico.

Corn isso ago se conformou a de-fees , quo convicta estava do novojulgamento polo protesto manifes-tado , de todos os crimes imputadosaos acusados.

Pretendeu a defesa quo sob easeangulo a com tal extensao fosse con-siderado o protesto, ou entio, a suaadmissio , como apelagio, para oscrimes apenados com mends de 20anos,

0 objetivado neo mereceu acolhi-do, ensejando interposigio de Re-curso em sentido estrito , com baseno art . 581, inc . XV, do C. Pr.Pen., quo a Segundo Camara Cri-minal do eg . Tribunal do Justige,por unanimidade , neo conbeceu porincabivel.

Irresignados , os recorrentes inter-puseram o recurso extraordina rio def. 54-57, com fulcro no art. 119,inc. III, a e d, do Constituigio Fe-deral.

Apontam como violados polo ac6r-dio recorrido os dispositivos dos or-tigos 579, § 20, a 607, do C. Pr.Penal.

Nenhuma razao assists aos recurran tee.

Apelagio alguma ofereceram a oquo pretenderam a n5o obtiveramfoi o reconhecimento de seus efei-tos em protesto qua manifestaram.

Aqui nio tern cabimento falar-seem interposigao de um recurso poroutro, pois o qua o foi , o protesto,correto a oportuno , tinha os sourefeitos limitados so crime apenadocorn mais de 20 anos.

So apelagio nio houve , descabefalar-se em denegagio on desergao,(micas circunstancias qua, se ocor-rentes, ensejariam o recurso de quaas valeram os recorrentes , corn baseno art . 581, inc . XV, do C. Pr.Pen., qua invocaram.

Nio conhecendo do recurso, porincabivel no hip6tese, acertadamente

decidiu o ac6rdio recorrido, niotendo , com isso, negado vigencia aos

dispositivos legais apontados.

A dissidencia jurisprudencial ale-gada como existente , improvadatambem resultou" (f. 63-65).

A Procuradoria-Geral do Republicaopinou polo neo conhecimento do ape-lo (f. 71-72):

R o relat6rio.

VOTO

O Sr. Miniatro Bilac Pinto (Re-lator): - 0 ac6rdao recorrido, neoconhecendo do recurso em sentido es-trim, decidiu nos termos delta ementa:

"Jun . Protesto per novo jurinio impede a interposigao do apela-gao, quando , pole mesnta sentenga,o reu tiver sido condenado por ou-tro crime , em qua nio caiba equalsprotesto. Nio tendo havido ape-1agio , nio he por undo ter sido amesma denegada ou julgada deserts,Palo quo incabivel , entio, o recursoem sentido estrito com fulcra no

140 R.T.J. 72

inc. XV do art . 581 do lei penaladjetiva" (f. 49).

O recurso alega negative de vig6n-

cia so art . 579 a so § 29 do art. 607,

todos do C . Pr. Pen ., al6m de con-

flito jurisprudencial.

Nio ocorreu , no entanto , nem umahip6teee nem outra, visto qua a ape-la9iio, pr6pria Para no outros crimes,nio tondo sido oposta , incabivel seapresentava o recurso an sentido es-trito , tal como foi reconhecido poloTribunal a quo . Nio se pode , por ou-tro lado, considerar qua o protesto, de-vidamente formalizado , abmnja o re-curso nio interposto , memo porqueaquele 6 recurso especial a sem moti-va4io , so passo quo este possui outrospressupostos.

Nio conheco do recurso.

EXTRATO DA ATA

RE 76 .783 - RJ - Rel., Minis-tro Bilac Pinto . Rectes., Morven Lo-pes Cordeiro a outro (Adv., Paulo Pi-nheiro de Pinho ). Reeds., JustigaP6blica.

Decisio: Adiado o julgamento porhaver pedido vista o Ministro Xavierdo Albuquerque , depois do voto doRelator quo nio conhecia do recurso.

Presidencia do Sr . Ministro Thomp-son Flores . Presentes a sessio os Se-nhores Ministros Bilac Pinto a Xavierde Albuquerque ; e o Dr . Oscar Corr6aPine, Procurador-Geral do Rep6blica,substituto . Licenciado, o Sr. MinistmBarros Monteiro , Presidents . Ausente,justificadamente , o Sr. Ministro An-tonio Nader.

Brasilia, 27 do novembro de 1973.- Helio Francisco Marques, Secre-t6rio.

VOTO (VISTA)

O Sr. Miniatro Xavier de Albuquer-que: - 0 julgamento deste recurso foiiniciado no sessio de 27 de novembro61timo, quando o eminente Relator pro-feriu voto qua dole nio conbeceu. 0

caso est6 born resumido no parecer dedoua Procuradoria-Geral (f. 71-72):

"Morvan Lopes Cordeiro a Justi-no do Silva foram condenados, poloJ6ri, a sessenta a quatro epos de re-clusao, sendo cingiienta a seis cor-respondentes a duplo homicidio qua-lificado a o restante a furto a abu-so de autoridade.

Protestaram por novo julgamento

e como o juiz, em despacho, man-

dame executer as penes neo abran-

gidas polo protesto, pediram recon-sidera io a fim de qua este fosse

tamb6m recebido como apelafio, de

referincia aos crimes punidos corn

reprimands inferior a vinte ands.

Indeferida a pretensio, manifesto-ram recurso em sentido estrito, doqual nio conheceu o v. ac6rdio dof. 49, ensejando o presents apeloexcepcional, em qua alegam afron-ta aos arts. 579, § 24, a 607, doC. Pr. Panel.

E fora de dAvida qua referidasdisposi$oes pmcessuais no forammalsinadas polo v. ac6rdio recor-rido. 0 art. 579 prev6 a hip6tesede interposisio de recurso impr6-prio e, no esp6cie, ocorreu a mani-festafio de um recurso cabivel re-lativamente a determinadas sang ese o sil6ncio, no prazo assinado, notocante so recurso comum, de ata-quo 6 condenadoo nio abrangidapelo primeiro. Se nio houve ape-laSio, 6 6bvio qua nio poderia vin.gar o recurso em sentido estrito pre-visto no art. 581, XV, do C. Pr.Pen., do modo quo nio se he falarem menosprezo aos preceitos de leifederal invocados pelos recorrentes.

Polo nio conhecimento."

Lein o voto quo, come Relator, pro-feriu o Sr . Ministro Bilac Pinto: (16).

Divirjo , data venia, pois conheco dorecurso a the dou provimento Paramender processor a apelacio. Faco-opelos fundamentos corn quo, na pri-meira instincia, o prbprio Promotorde Justica , Dr. Join Lopes Esteves,pronunciou-se no sentido do atendimen-

J f . , 1. 4.1...1 1 .bl .p, . ^k^.. 1n.

R.T.J. 72

to do pedido dos recorrentes , verbisU. 28-31):

"Os acusados , por seu ilustre De-fensor, pedem reconsideragao dedespacho de f. 705, o qual deter-mine a expedigao de "carta de gala"Para cumprimento do Pena "exclul-da do recurso formulado Palo defe-se", on seja, o protesto por novo jul-gamento.

Os acusados, quando do julgamen-to polo Tribunal do Juri, foram con-denados por homicidio , furto a abu-so de autoridade , sendo qua, polodelito de homicidio em numero dedois, receberam a pena de 56 anon.

Logo ap6s a publicagao do sen-tenga , o defensor dos acusados, comose ve no final do ate de f . 702, re-quereu , pare qua constasse do marma, protesto por novo julgamentopor nao se conformer corn a deci-sao do Juri.

O Protesto por novo Juri, priva-tivo do defesa , 6 admissive], comoestabelece o art. 607, do C. Pr.Pen., nas condenag6es por tempoigual on superior a 20 anos, mas talprotesto , como $e ve no art. 608,no impediri a interposigio da ape-iagao , quando , pale mesma sentengao reu tiver sido condenado por ou-tro crime, em quo nao caiba aqueleprotesto.

R a hip6tese dos autos.

O problems, agora , 6 saber-se seo defensor dos acusados corn aquele"nio se conformando cam a decisiodo Juri" a protestando "pot novajulgamento" estava see valendo deship6teses previstas naquelea dois or-tigos do C . Pr. Penal.

Florencio de Abreu, am seus co-mentarios so C. Pr . Pen., comen-tando o art . 579, nos dir qua o errono denominagao , no indicagio dedispositivo legal a no enderego dorecurso , nao podera prejudicar aparts no simples denominagao. Ediz ale, ainda : "o essential 6 quo aports manifesto, de mode formal aautentico, a sue vontode de recor-

141

rer. Nods imports dizer qua apela,quando o recurso tent outra desig-nagio a reclamaria o emprego dooutro verbo, qua r9o o apelar".

Bento de Faris, em comentiriosso meamo C6digo , em seu vol. II,p. 174-175, nos diz qua "o erro nainterposigio de recurso refere-se somein processual estabelecido pareimpugner a decisio. Consegdente-mente, sd nio prejudicara a utiliza-gio de um recurso por outro, quandomanifestado, ernbors erradanoente,dentro no prazo estabelecido Para orecurso cabivel".

Ainda Florencio do Abreu, naobra citada , esclarece qua "corn ofito de atenuar, no medida do poreivel, a complexidade decorrente dodicotomia estabelecida a nio p.eju-dicar a parts corn o seu possivel en-gano no interposigio do recurso, oCddigo o previu e o tolerou. Porqua o essential no caso, a qua a par-to manifesto de mode formal a an-Motion a sua vontade de recorrer,por nio se conformer corn a deci-sio" .

Ora, no condenagio dos acusadoshe ante dicotomia de recursos poloinconformismo do decisao, isto 6, hedois recursos facultativos : um Parao Tribunal do jlari em resin do"protesto" e o outro pare o Tribu-nal de Justiga, por "apelagio" porno caber no iunbito daquele. Seambos foram interpostos tern pre-ferencia o qua lava os acusados anovo Juri. Mas, as houve erro nointerposigio do recurso , sent qua te-nha havido me-f6, a o erro nio foicorrigido , a parts "nao sera preju-dicada pals interposigao de um re-curso por outro", como se 1e emO Jdri, de Whitaker.

Este claro no ate de julgamento,qua publicada a sentenga , o defen-sor dos acusados nio se conforntan-do corn a decisio do Juri, protestoupor novo julgamento.

Estava manifestada , assim, depronto, de modo formal a autentico,o sou inconformismo corn a decisioe a sua vontade de recorrer. E a

142 R .T.J. 72

decisiio, no caso, nio so referia purre simplesmente so homicidio, masso todo, pols , a decisao abrangia ohomicidio , o furto a o abuso de au-toridade.

Hb qua se lever em consideraSeo,ainda, que a tese defensive e a ne-gativa de autoria . A denuncia con-tra os acusados debits-lhes o ho-micidio e a seguir o furto, sate,corno sate dito no pace inicial, maispare despistar . Seria urn contra-senso, levados os acusados a novojulgamento pelo Tribunal do Juri,viesse este , no hip6tese de somenteser o Juri indagado sobre o homi-cidio , a absolve-los a continuassemcondenados , com decisi o transitadaem julgado , polo crime do furto,quando o delito de furto seta umbe-licalmente ligado so homicidio, xi-f6pagos qua sio.

Ensina , ainda, Florencio deAbreu, qua a utilizabflidade de de-claracio de urn recurso relative aum mein inadmissivel , quando sejaadmissfvel outro mein, constitui mo-dalidade , on subclasse do fen6me-no conhecido no doutrina pale de-nominacao de "principio de conver-sed", ligado so terra de caretermail geral do interpretacao do von-tade . E diz ale, entio: "Em vir-tude desse principio , urn ato proces-sual, embora invelido, podere valo-rizar-so como outro tipo de ato pro-cessual, deeds quo contenha os re-quisitos internos a externs deste."

Giovanni Leone , em sou Siate-ma delle impugnazioni penali, anso reforir a conversi o , salienta que,pare qua ale Be verifique, qua "enecessfirio qua o ato a converter-seofereca o minivan de requisitos for.male a substanciais requeridos parsa declaracao de recurso . A mister,portanto , seja o ato realizado no ter-mo prescrito para a interposicao da-quele; contenha , embora de modoembrion€rio, a declaracao de von-tade de atacar uma determinada de-Clain."

Nao rests sombre do duvida quoa decisao foi atacada no seu todo.Pouco imports , no caso , qua os ver-

boa nio fossem usados corretamenteon seja protester a apelar.

Teria havido , per parts do de-fensor, um erro de t6cnica, urn errode interposicao de recurso, am terhavido me-M. E one erro naopode prejudicar a parts.

E diz-nos, ainda Florencio doAbreu, que "interposto erroneamen-to o recurso, cabs an juiz , nao obs-tame recebe-lo, e, corrigindo o erro,determiner se observe o rito cabfvelno especie".

Por tais consideracoes , somos doopinion qua o pedido de f. 707-708deva ser atendido , lavrando-so ocompetente termo de apelacao."

NA o pods haver d6vida de quo ni oocorre a hip6tese de mi-f6, a impedira aplicecao do art . 579 do C. Pr. Pe-nal. E so duvida pudesse haver - oquo me parece inadmissivel , dodos agravidade da apena$io imposts a ascircunstincias do caso - sobre termos recorrentes querido, on nao, ape-lar tambem , alem de protestarem pornovo Juri, de sentence condenat6ria,tal duvida nao poderia deixar do sersolucionada em prol do daises.

Como diase, conheco do recurso a thedou provimento.

EXTRATO DA ATA

RE 76.783 - RJ - Rol., Minis-tro Bilac Pinto . Rectes ., Morvan Lo-pea Cordeiro a outro ( Adv., Paulo Pi-nheiro do Pinto). Recda., JusticePublica.

Decisio : Conbecido a provido, ven-cido o Ministro-Relator.

Presidencia do Sr , Ministro Thomp-son Flores . Presentee it sessio os So-nhores Ministroa Bilac Pinto e Xavierde Albuquerque ; a o Dr . Oscar CorreaPine , Procurador-Geral do Republica,substituto . Licenciado , o Sr. MinistroBarros Monteiro , Presidents . Ausente,justificadamente o Sr. Ministro Anto-nio Ned".

Brasilia, 10 do dezembro de 1973.- Helio Francisco Marques, Secre-tirio.

R.T.J. 72 143

(Segunda Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Barros Monteiro. 7

Remnants : Jose Junqueira Ramos. Reconido: Estado de Goias.

AC(5RDAO

Vistos, relatados a discutidos estesautos, acordam os Ministros da Se-gunda Turma do Supremo TribunalFederal , em conformidade com a etade julgamentos a notes taquigreficas,nio conhecer do recurso , unanime-mente.

Brasilia , 1 de outubro de 1973. -Banos Monteiro, Presidents a Relator.

RECURSO EXTRAORDINARIO N.o 76 . 801 - GO '"' \ •^1 c (A )

Agin executive fiscal,

1) Se nio alegou a parts ter sofrido qualquer prejuizo, reamreclamou contra o fato de no ter sido realizada a audidncia de ins.trugio a julgamento, nulo nio e o executivo fiscal per ease omissao(C. Pr. Civ., art. 273, 1 a 277).

Precedents do Supremo Tribunal Federal.2) 0 I.C. M. incide sobre tijolos, telhas, mani/has a outros

produtos industrializados.3) Recurso extraordinsrio nio conhecido.

nos sobre produtos in nature, o quaago "one no especie em exams."

E, "to a sue fundamentagio, no to-canto A argiiida nulidade do processo,epos reproduzir os preceitos dos arti-go 22 a seu paragrafo (mico do Decre-to-lei 960, de 17.12.38:

"Note-se barn quo o juiz so deveradesigner dia a hors pare a audien-cia de instrugio a julgamento docause , se julgar necessaria a produ-gio de prove oral, requerida ou niiopelas partes . Atribui a lei, por-tanto , so juiz , a faculdade de desig-ner data pare a audigncia, memoso requerida pelas partes a produ-gio de prove.

Ora, no caso em exams, memoforgando a interpretagio do textolegal citado como urns obrigagio dojuiz, else obrigagio cairia por terraface A inexistencia de pedido defirma executada , qua spans protes-tou pale juntada eos autos de agioexecutive fiscal , do processo admi-nistrativo qua deu origem it divide- f. 22. Nio houve, per partsdo apelante, no contestagio ou apessate , qualquer pedido formal de pro-ve. Assim, acertadamente agiu o

RELATORIO

0 Sr. Ministro Banos Monteiro:- Srs. Ministros:

A Segunda Camara Civel, pale sueSegundo Tome julgadora, do eg. Tri-bunal de Justiga de Goias, polo acor-dio de f. 187-191, depois de repelira preliminar de nulidade do feito sus-citada pela Procuredoria-Geral do Jus-tiga do Estado, confirmou a sentengade primeiro gran, qua deu pale proce-dencia do presents executivo fiscalpromovido polo Fazenda Publica da-quele Estado contra o reconente JoseJunqueira Ramos pare a cobmnga deimposto sobre circulagio de mercado-ries , mais os acrescimos legais, sobreprodutos de ceramics, os quais, Segun-do o executado, estariam somente su-jeitos so I.C.M. magistrado a quo, quando, julgando

desnecesseria a produgio de prove,Este a ementa dense r. julgado : exarou de imediato a sentenga. As.

"Imposto de Circulagio de Mer- sim procedendo , So-so, aplicou a

cadorias (ICM). Sue incidencia lei e a jurisprudencia . Improcedesobre tijolos , telhas, manilhas a de- a preliminar arguida."mais produtos industrializados . 0 Insatisfeito, recorre extraordinaria-

chamado Imposto (fnico recai ape- mente o executado Jose Junqueira Ra.

144 R.T.J. 72

mos. Cora suporte nos alineas a e ddo permissive constitutional , encam-pa, primeiramente, a preliminar levan-tada polo Dr. Procurador de Justice,pare ieeo argifindo negative de vigin-cia aos arts . 16, 19, 20 a 22 do citadoDI. 960/38 a divergincia com os jul-gados qua spouts.

Do meritis, afirma qua o v. ac6rdeorecorrido, so entender qua o I.C.M.incide sobre tijolos, telhas , manilhas eoutros produtos industrializados , afron-tou, cm isso , todo o elenco de precei-toe de Lei Maior a de leis constantesqua enumera no item 6 de sue peti-ceo de f . 192 a seguintes, conflitando,ademais, com os julgados do SupremoTribunal Federal , qua relaciona.

Inadmitido o apelo polo despacho def. 207, subiu o mesmo por forga doprovimento dodo so Al 55 . 929, emapenso.

Este o parecer final de douta Pro-curadoria-Geral de Republica:

"1. Contra o ac6rdao (folhas187-191 ), confirmat6rio do senten-ga inicial ( f. 135-139 ), qua deupals procedencia de agao executivefiscal, manifestou o contribuinte re-curso extraordinerio pelas letras ae d. Alega , em preliminar, nuli-dads do processo por negative dovigencia dos arts . 16, 19, 20 a 22,do Dl. 960, do 17 . 12.38, consistin-do a mesma em qua o Dr. Juiz dePrimeira Inatencia teria indeferidopedido de requisigeo do processoadministrative a julgado o feito seraaudiencia de instrugio a julgamen-to; e, no merito , violegio de pre-ceitos constitucionais a legais, quespouts it f , 197, pans concluir quoso contririo do entendido no ac6r-dio recorrido , o imposto finico so-bra minerals nio incide exclusiva-mente sobre substincias minerals innature . Suatenta , ainda , a ocorren-cia de dissidio com julgados de ou-troa Tribunais ( f. 198-201).

2. Nio prooedem em absolutoas pretendidas nulidades. 0 Dou-tor Juiz de Direito, conforme cons-to i f , 177, deixou de requisitar oprocesso administrative porque o

executado a ale fizera vaga mengioem sua defesa a por entender quoseu exame seria de interesse nenhumpare a decisfio . De outra parts, sojulgar desnecess "aria, no case, a ree-lizageo de audiencia de instrugeo ejulgamento , o ac6rdio recorrido(f. 188-189 ) eats em harrnonia como decidido no RE 74 . 662-GO, Re-lator o eminente Ministro Djaci Fal-ceo (D.J. de 4. 5.73, p . 2.909).

3. No tocante so merito, deci-dindo qua o I.C.M. incide sobretijolos, telhas, manilhas a demaisprodutos industrializados a qua oimposto (nice sobre minerais recaiapenas sobre minerais in nature,caso diverse do ore questionado, oaresto impugnado neo violou ne-nhum preceito constitucional on le-gal, mas procedeu na conformidadedo julgado no RE 70.028-ES,R.T.J., 62/389, Relator o eminen-to Ministro Antonio Neder,

4. Finalmente , neo restou com-provada a alegada diverg6ncia ju-risprudencial, com observincia deStimula 291.

5. Palos mencionados funds-mentos , opinamos no sentido de quoo recurso neo seja conhecido on, asconhecido , desprovido."

it o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Barros Monteiro(Relator): - Srs. Ministros:

Quanto it preliminar de nulidade doprocesso , agora encampada polo recor-rents, a certo qua o art . 22 do Decreto-lei 960, de 17.12 .38, disp5e expres-samente:

"Quando o despacho a qua so re-fare o art . 19 neo pus" terrno soprocesso , on quando conclusos osautos per estarem findos os prazosnele marcados, on, erode so neohouver qua tomar qualquer des pro-videncias referidas nos arts. 19 e20, o juiz designari, pare um dosdez dies imediatos , hors para a au-diencia de instrugeo a julgamentodo cause."

R.T.J. 72 145

E. no art . 23, preceitua:

'Na audiencia de instru£ao a jul-gamento o representante do Fazen-de e n do reu farao, oralmente edentro do prazo de quinze minutospare coda um, a sustema£ao de suasraziies e a aprecia£ao do prove pro-duzida. Antes do debate o juiz, seentender conveniente , ouviri os de-poimentos do reu , dos testemunhase dos peritos . Afinal, proferiri asenten£a."

Nio se questions , no caso dos autosqua o Dr . Juiz de Direito limitou-se aproferir o despacho a qua se refere oart. 18 daquele diploma , limitando-sea receber os embargos opostos pelo re-corrente a mandando fossem as mes-mos impugnados Palo executada, fa-cultada a produ£ao de provas e junta-de de documentos (f. 108).

E, impugnados as embargos, seramesmo ouvir o executado sobre os do-cumentos oferecidos pale Fazenda, pro-feriu a senten£a de f . 135 e seguintes,julgando procedente a a£io.

No tendo , porem , designado a au-diencia de instru£ao a julgamento, paraquo tivesse lugar o debate do cause,nenhuma dos partes reclamou a res-peito, nern tendo o executado alegadoqualquer nulidade em sua minute def. 144 a seguintes , tendo sido a Pro-curadoria -Geral do Justi£a qua a sus-citou , em sua promo£ao de f , 180-184.

Era tais condi£ies, se, no ocasiio

propria , nao arguiu a parts ter sofridoqualquer prejuizo, nem levantou a pre-liminar de nulidade quando do primeiravez qua felon no feito (art. 277 doC. Pr. Civ. ), nulo no pode ser tidoo processo , face so preceito do artigo273, I, do mesmo lei adjetiva civil ede acordo corn o precedente invocadono parecer do douta Procuradoria-Geraldo Republica.

De meritis, vem este Tribunal, ite-rativamente , julgando no mesmo sen-tido do v. acordio recorrido.

An precedents indicado no parecer(R.T.J., 62 /389), mencionem-se osacordaos no RE 75 .107, 74.361 e74.110.

Por todo o exposto, naoem preliminar, do recurso.

conhe£o,

EXTRATO DA ATA

RE 76.801 - GO - Rel., MinistroBerms Monteiro. Recta., Jose Jun-queira Ramos (Adv., Antonio Fernan-des de Feria ). Recdo., Estado deGoias (Adv., Omar Bellotti).

Decisao: Nao conhecido, uninime.Presidencia do Sr. Ministro Barros

Monteiro. Presentes a sessio os Se-nhores Ministros Thompson Flores, Bi-lac Pinto, Antonio Neder e Xavier deAlbuquerque. Procurador-Geral doRepublica, substituto, Dr. Oscar Cor-rea Pins.

Brasilia, 1 de outubro de 1973. -He1io Francisco Marques, Secretirio.

RECURSO EXTRAORDINARIO N.o

(Primeira Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Aliomar Baleeiro.

76.896 - PR L 1

1_c_ 11 }4I.

Recorrentes : Eliza Aparecida Vieira Simioni a outros . Recorrido : Estadodo Parana.

Responsabilidade civil - 0 Estado responds polo culpa de wasagentes, expedindo titulos de domfnio pleno do terms quo The naopertenciam a qua , por isso, foram restituidas aos legitimos donnaem prejuizo dos sucessores daqueles titulos.

ACORDAO julgamentos a notas taquigrificas, aunanimidade , conhecer do recurso e

Vistas, relatados a discutidos ester dar-Ihe provimento.autos, acordam os Ministros do Pri- Brasilia , 31 de main de 1974. -meira Turma do Supremo Tribunal Luiz Gellotti, Presidente . - AliomarFederal, na conformidade do ate de Baleeiro , Relator.

146 R.T.J. 72

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Aliomar Baleeiro:- Trata-se do agio ordiniria de inde-nizegeo proposta Palos recorrentes con-tra o Parani pot elegado etc ilicito noalienaceo de domino do Totes do Col6-nia de Timburi na Comarca de Casca-vel. Esses lotes foram adquiridos porpromessa de compra a venda a escritu-ra publics com titulos de Dornfnio Ple-no expedidos polo Parani . Tais titu-los entretanto foram cancelados do re-gistro imobiliirio em cumprimento av. deciseo do eg . Supremo TribunalFederal , no AC 9. 621, do Parani (Em-bergos ) sendo embargante o Parani eembargadas as Empresas Incorporadasso Patrim6nio de Uniao , relator o emi-nente Ministro Victor Nunes ( sesseopleniria de 18.3.64 , publicado o ac6r-dio no R.T.J., 32/73).

2. No despacho saneador a f. 267on 269, o juiz decidiu que - a expe-digio de titulos em favor de pessoas ine-xistentes, obtida per mein do procure-dor em cause pr6pria de this pesaoasgerou obrigaceo contra quern as utili-zou de this procurac6es a neo contra oParani . E qua neo disp5em us auto-res de a46o contra o Estado porque ostitulos por ale expsdidos nio a auto-rizariam , neo havendo relagio algumade responsabilidade dale 6 excluido dorelaceo processual como parts ilegitima.No mesmo despacho foi determinadoquo os autores dissessem as pretendiamou neo prosseguir corn a echo contraos outros rem . Inconformados, alesagravaram desse deciseo.

3. 0 v. ac6rdeo ( f. 375-382) con-

firmou, em parts , o despacho agrave-

do, Para declarer qua as autores sio

carecedores do echo, por ilegitimidade

passive do Parani . E neo conheceu do

prelirnihar de impropriedade do re-

curso, dando provimento so recurso do

Estado pare condoner os autores no pa-

gamento dos honoririos do advogado,

arbitrados em 20% . Dix a ementa:

"Indenizageo - Contra o Estadodo Parani a outros - Titulos de

Domino Plano - Alienaceo do ter-ras qua neo eram devolutas - Ree-sarcimento de parties a danos -Evicceo - Ilegitimidade de partedo Estado do Parani - Sue exclu-seo do releceo processual - Confir-mam em parts o despacho agravado- Provimento a apelaceo do Es-tado do Paran4 Para conceder ho-noririos de advogado. 0 Estadodo Paran4 nio esti preso a nenhu-ma relageo juridica corn as autores.Se algum ilicito praticou o foi comrelageo aos primeiros adquirentes.Mas estes, entretanto , so qua se con-clui dos autos, inexistent. 0 Es-tado do Parani, comp so ressaltou,nada contratou com os autores.

Nada Thee vendeu . Nenhuma obri-gageo assumiu . Neo pode , por law,responder For indenizegeo que s6pode ser reclamada de quem per

procedimento contririo a direito onfaltando a dever prescrito por lei

cause dens a terceiros . Mas, aia relaceo juridica hi de ser objeti-

va, direta." _

4. Recurso extraordinirio dos auto-res (f. 384-469 ) pales letras a a d, ale-gando: negative de vigencia do art. 107de Constituici o Federal vigente, arti-gos 15 , 97, 162, 178, § 99, V, b; 1. 107e 1.109 do C . Civ. a arts . 49, 88,95 § 30, 209 § 24, a 895, incs. I a IVdo C. Civ. bem Como divergencfa doentendimento do outros Tribunals a doS.T.F. (RE 41.359-GB , TerceiraTurme, relator Prado Kelly , de 18.8.67,R.T.J., 43/455-463, Ac6rdao 27.230,1. C. Civ . do Tribunal de Algada deSao Paulo, de 3.6 . 58, R.T ., 291/666,Ac6rdio 107.414 , 30 C. Civ . do Tri-bunal de Justice de Sao Paulo, do12.6.61 , R.T., 317/ 187; RE 70.568,do GB, Primeira Turns, 1.10.70, Re-lator Berms Montalto , R.T.J., 56/65;Ac6rdeo 41.360, na AC 147/62, 2aC. Civ. do Tribunal de Justica do Pa-reni, R.T ., 360/379; ERE 63 . 746-SP,

do 5.5 . 71, Relator Djaci Falceo,R.T.J., 59/428; RE 63 . 746, Terceira

Turma, do 14 . 6.68, G . Oliveira,R.T.J., 46/669).

0 recurso foi admitido i f. 485.

441 1 1.

R.T.J. 72 147

5. Parecer do Procuradoria-Geraldo Republica ( f. 518-520 ), assinadopelo Procurador Valim Teixeira, nosentido do conhecimento a provimento,nos seguintes termos:

"A hipbteae 6 semelhante A versadano acordao colacionado:

"Evicgio. Ao inves de ser oalienante o 6nico a ser chamado Aautoria , todos as alienantes anterio-res o ago (C. Pr. Civ., art. 95,§ 39) a so o sio pare tornarem-seresponseveis , polo negbcio ilicito

realizado . Na hipotese, o Estadoestb em culpa manifests , pois noagao de usucapiao proposta Palosvencedores de possessoria , reconhe-

ceu-lhes expressamente o domino.Aplicagio do art. 88 do C. Pr.Civil" (R.T.J., 46/669).

Nos embargos , so disse:"A decisio embargada jamais se

contrapos so principio legal de quaa evicgio dove ser pedida em agiodireta (art. 101 do C. Pr, Civil).Na especie foi admitida a response-bilidade civil do Estado . Omissis"(R.T.J., 59/428).

Nestes autos, como no acbrdio cita-do, a agao nao Be limits A evicgio, sen-do male ample, visando A indenizagioPala pratica de ilicito imputado so Es-tado.

4. Configurado o dissidio , o parecere polo conhecimento e provimento,processando-se regularmente a a4io in-tentada, pars , a final , ser apreciada aresponsabilidade civil do recorrido."

A o relatbrio.

VOTO

O Sr. Ministro Alienist Baleeiro(Relator): - Devo lembrar aos emi-nentes juizes, qua, virias vexes, aqui,todos nos temos tido causes qua poemsue raises nesse epis6dio a quo so re-feriu o nobre advogado.

O Governo do Imperio , no politicsde incentivar cometimentoa ferrovib-rios a outros diferentes , dava tetras so]ado des estradas , a em quantidade bru-tal, porque nao valiam nada Aqueletempo. Assim aconteceu com ease es.trade Sao Paulo-Rio Grande do Sul,

qua passe polo Parana . Era tide comouma estrada muito boa , naquela €poca,trabalho notivel de engenharia.

Sobrevindo o Governo Provisbrio doRepublica , foi ratificado o Ato Impe-rial e , assim, ficou le a empress, comotodas as outras, porque , naquele tem-po, havia uma pare construir, outraspare explorer a ferrovia , erode outrapare operar nos negocios des terms, etc.

Veio a Revolugao de 1930, e o In-terventor Manuel Ribas imediatamentefirmou um decreto, em 24 de outubrodaquele ano , declarando equates termsde propriedade do Estado . Etas nun-ca tinharn sido do Estado , porque, noRegime Imperial , pertenciam so Impe-rio e , antes de ser promulgada a Cons-tituigio de 1891 , o Governo Provis6rioratificou a concessao, de forma quanao se aplicou so caso concreto o arti-go 64 de Constituigio de 1891. De-pois, a Uniio reagiu e reivindicou soudireito.

In6meras vexes temos discutido aquaasses causes.

Conhego a dou provimento Palos fun-damentos a pare no fins especificadosno parecer do Procuradoria -Geral deRep6blice.

EXTRATO DA ATA

RE 76.896 - PR - Rel., MinistroAliomar Baleeiro . Rectes ., Eliza Apa-recida Vieira Simioni a outros (Advs.,Joao de Barros Filho a Pedro PauloVitola). Recdo ., Estado do Parana(Adv., Ant6nio Carlos do ArrudaCoelho) .

Decisio: Conhecido a provido. Una-nimemente . Falou, pelos recorrentes,o Dr. Sigmaringa Seixas . Impedido,o Sr. Ministro Oswaldo Trigueiro.

Presidencia do Sr . Ministro LuisGallotti. Presentes A sesaao as Senho-res Ministros Oswaldo Trigueiro, Alio-mar Baleeiro, Djaci Falcio, RodriguesAlckmin, a o Dr. Oscar Correa Pins,Procurador-Geral de Rep6blice, subs-tituto.

Brasilia, 31 de maio de 1974. -Alberto Veronese Aguiar, SecretIrio.

148 R.T.J. 72

RECURSO EXTRAORDINARIO Me 76. 947 - SP

(Segunda Turma) ^^^' ^S (URelator: 0 Sr. Ministro Barros Monteiro. / L

Recorrente : Prefeitura Municipal de Sao Paulo. Recorridos : Gustavo dosReis a outros.

Expropriagao. Corregao mcneteria. Vedageo de sue inciden-cia alem do data do efetivo pagamento do indenizagao

Recurso extraordinhrio conhecido a provido.

ACORDAO

Vistos, relatados a discutidos esterautos, acordam os Ministros de Se-gunda Turrets do Supremo TribunalFederal , em conformidade corn. a amde julgamentos a notas taquigreficas,conhecer do recurso a ]he dar provi-mento , unanimemente.

Brasilia , 8 de outubro de 1973. -Banos Monteiro , Presidente a Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Barros Monteiro:- Srs. Ministros:

Neste, como em outros feitos oriun-dos do Estado de Sao Paulo, o des-pacho do Presidente do qual emana ov. ac6rd9o recorrido, bem explane osfatos de cause a enfoca a questao fe-deral a ser solucionada pale SupremeCorte.

Nestes autos, ache -se nessas condi-goes o despacho do Dr. Sylvio do Ama-ral, ilustre Presidents do Primeiro Tri-bunal de Agada Civil daquele Estado,vaxado nos seguintes termos:

"Tram-se de liquidagiio em agiioexpropriat6rie , tendo a exproprian-to sido condenada a pager a impor-tencia de Cr$ 66.839 ,65 a titulo docorregiio monetaria sobre o valor doindenizagao cujo efetivo pagerrrentoretardou-se. Foi expedido o oficiorequisit6rio dessa importancia, oqual tambem foi atendido cram atra-so pale expropriente . Dal decorreuqua, feito o pagamento , no expro-priados pediram o celculo de novacorregiio moneteria , desta vez sobreequals, importancia, tendo em vistao tempo decorrido ate o atendimen-to do oficio ( f. 224).

Feita a Conte ( f. 226), a Munici-palidade apontou erro de celculo(f. 240 ), qua foi atendido em par-ts pelo Contador (f. 241-A); a de-pois concordou corn a liquidagao su-plementar (f. 243 ), qua foi homo-logada.

Em seguida a Municipalidadeapelou do deciseo homologat6ria,alegando qua representava splice-ggo de correg6o rnoneteria sobrecorregio monettia . Seu recursonao mereceu provimento entretantoporque, embora admitindo qua ap6so pagamento de indenizageo "s6fluem juros , reesalvado so preju-dicado os direitos as vies ordine-rias pare discutir os possiveis atra-sos ate o efetivo pagamento", aTurma Julgadora decidlu qua "nocase concrete ease orientageo naodeve ser seguida, porque a Fazendaconcordou expressamente corn anova conta."

Inconformada, a expropriante pro-poe recurso extraordinerio alegan-do violageo do art . 830, III, doC. Pr. Civ. a dissidio jurispru-dential.

Os fundament" do recuso pare-cem-me suficientemente relevantesPam justificar sus, apreciaSio PaloTribunal Excelso.

Em primeiro lugar, vinculando-seo ac6rdao a concordancia manifesta-de pale expropriante quanto a con-ta, em la instencia, pode realmen-te parecer ter recusado significag5opr6pria h apelaggo interposta, quavale Como expresseo de discordan-cia, elisiva de qualquer assentimen-to anterior, qua a apelante consi-derou errado.

R.T.J. 72

Par outro lado, a hip6tese 6 iguala de qua cuida o ac6rd5o invocadopare padrio pale recorrente a noqual a Colendo Supremo Tribunaldeixou assentado quo em tais cases eindmissivel a segunda correrceo mo-netiria.

Em face do exposto, determino oprocessamento do recurso."

Em consegiiencia , devidamente arra-zoado pelas partes, subirarn as autos,assim se manifestando , as f. 291-292,a douta Procuradoria -Geral do Repu-blica , em parecer do Dr. Jos6 Fernan-des Dantas, aprovado polo Dr. OscarCorrea Pine. ilustre Procurador-Geral,substitute:

"1. Recurso pales letras a e d

(f. 269-280), evidentemente pro-

cedente. Corn efeito, manifestada

atravis do apelagio , a discordincia

coin o cilculo do obrigariio ago se

desfigura , no seu mirito , polo fato

de o discordante antes ter concorda-

do coin as contas feitas.

2. Dai per que o v. ac6rdao(f. 267) nao se justifica no quantadesprezou a orientagio legal de quo"a liquidagio Vaduz a ipoca do pa-gamento"; e, assim, conflita corn ainvocada jurisprudancia no sentidodo qua a correrao monetiria se ditsabre o valor do indenizasao apura-da ate o sets efetivo pagamento.Como demonstrado a f. 282, issosignifies que, no case, depositado ovalor do indeniza4ao em 13.1.71, acorrepao monetiria se exauriu polocilculo de sua incidencia ati aque-la data , realmente a data do efetivopagamento . Portanto , niio se erado permitir qua nova correfao mo-netiria fosse calculada, em cobertu-ra agora do periodo, de manes deurn ano, qua decorreu dali ati o pa-gamento do correSeo, ji quo issotraduz "correcao sabre correciio? ',em afronta so ontendimento majorera em cotejo.

3. Parecer pelo provimento dorecurso."

A o relat6rio.

VOTO

149

O Sr. Mini afro Barns Monteiro(Relator): - Srs. Ministros:

Ao qua as ve do ac6rdao recorrido,

Bate s6 desatendeu a reclamafao de re-

corrente no tocante a incid"encia do

correcao monetiria alim do data do

efetivo pagamento do prego, porque

nada objetera ela quanta a elaboraSao

de nova canto ( f. 267-268).

Como, porem , coin acuidade acen-

tue o despacho quo recebeu o apelo

maior, de ponce ou nenhuma relevin-

cia a fato de haver a Municipalidade

concordado coin a nova cents , porquan-to, identica a hip6tese dos autos a de

quo cuida o ac6rdio trazido pale re-

corrente Para confronto a no qua] o Su-

premo Tribunal Federal deixou assen-

tado que, em cases this , a indmissivel

a segunda correceo monetiria.

Mais ago a Preciso dizer-se pare, ain-da coin as adminiculos constantes do pa-

racer do ilustrada Procuradoria-Geraldo Republica , conhecer do reurso ethe der provirnento.

EXTRATO DA ATA

RE 76.947 - SP - Rel., MinistroBarros Monteiro . Recta., ProfeitumMunicipal de Sao Paulo (Adv., Moni-ca Herman ) . Recdos ., Gustavo dosReis a outros (Adv., Luis Olave deSi).

Deciaio : Conhecido e provido nostermos do veto do Ministro-Relator.Uninime.

Presidencia do Sr . Ministro Banos

Monteiro. Presentes a sessio as Se-

nhores Ministros Thompson Flores,

Bilac Pinto, Antonio Nader a Xavier

de Albuquerque ; e o Dr . Oscar Conga

Pin, Procurador-Geral do Rep6blica,

substitute.

Brasilia, 8 de outubro de 1973. -Who Francisco Marques, Secretirio.

150 R.T.J. 72

RECURSO EXTRAORDINARIO N.° 77.050 - PR

(Primeira Tar a) `vVh '14 (ARelator: 0 Sr. Ministro Djaci Falceo. 0.ARecorrente : Neusa Tallone Monteiro do Roche . Recorrido : Antonio Luiz

Dias do Roche

Acio do desquite julgada procedente, poi culpa exclusive do re.

Improvida a apelaca-o do S. por unanimidade de votos; dewsdecisio S qua, em principio , caberia o recurso extraordirairio . Apenaseram admissiveis embargos infringentes son retaceo a colon do auforem torso do qua/, houve, na apologia , urn voto vencido . Inviivel,desse modo, o recurso extraordinario tardiamente interposto. Aindaquo asaim nio fosse, inadmissivel eerie o recurso, none Yes quo niohouve vulnera9eo dos arts . 49 a 157 do C. Pr. Civ., barn como nioficou positivado discrepancia jurispnudencial (Sfimula 291).

ACORDAO

Vistos, relatados a discutidos esterautos, acordarn os Ministros do Pri-meira Turma do Supremo TribunalFederal, na conformidade do ate dojulgamento a das notes taquigraficas,per unanimidade de votos, nio conhe-cer do recurso.

Brasilia, 29 de outubro de 1974. -Oswaldo Trigueiro, Presidente. - Dja-ci Falceo, Relator.

RELATORIO

O Sr. Ministro Djaci Falceo: -Diz o despacho qua apreciou o recursoextraordinerio:

"Antonio Luiz Dies do Rochepromoveu contra am mulher, NeusaTallone Monteiro do Roche, a acaode desquite de qua nos dd noticia apeticao vestibular , acompanhada dodocumentacio, qua a instrui, do f. 2e seguintes do feito, corn fundamen-to no art . 317, III, do C. Civ.,combinado corn os arts . 291 a 9e-guintes, do C. Pr. Civ., visando adecretacao do desquite do casal,corn a condenacao do auplicada nascustas do processo a honorarios deadvogado , tal como entio expos, de-duzlu a pediu.

Citada , contestou a rS a aci o,corno se vi de f. 15-17 a ofereceua reconvenciio de f. 18-20, qua fo-ram impugnadas polo autor as fo-

Ihas 36-37 a 38-39, respective-mente.

Saneado o processo pelo despachoirrecorrido de f. 43, realizou-se aaudi@ncia de instrucao a julgamento,tondo o Dr. Juiz singular proferidoa sentence de f. 158-161, pale qualjulgou procedentes tanto a acaocomo a reconvenceo, pare o fimde decretar o desquite do casal An-tonio Luis do Roche a Neusa Tallo-

ne Monteiro do Roche, dissolvendo-Ihes, em consequencia, a sociedadeconjugal, autorirada, assim, a sepe-ra5io definitive doe bens, como sedissolvido fosse o casamento, custasme, forma do lei.

Deese ato do juizo apelaram oautor (f. 165-174) e a rS (folhas187-190), a respeito dos quaffs, re-gularmente processados use instan-cias ordin4rias, asssim as pronuncioua 14 Camara Civel do Tribunal doJustice do Estado, polo Ac6rdiono 2.334, de f. 228-232, verbis:

"Vistos, relatedos a discutidosestes autos do Apelacao Civel -Desquite litigioso, no 620/71, doCuritiba, em qua sao apelantes:19, Antonio Luiz Dies de Roche,e 2°. Neusa Tallone Monteiro doRoche:

Acorda a N Camara Civel doTribunal do Justica do Estado,per maioria de votos, negar pro-vimento ao apelo do rS a darprovimento so reeurao do actor

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a fim de reformer a sentenca emconformidade corn o voto do Re-lator, qua integrar3 a presentedeciseo."

No voto vencido, o Desembarga-dor Ossian Franca , f. 232, in fine,declarou , inicialmente: "Vencido.Negava provimento a ambos os ape-los, data venia , pare nuanter persews pr6prios fundamentos, a res-peitevel sentenca recorrida."

Irresignada , op6s a apelante Neu-as Tallone Monteiro da Roche, osembargos de nulidade a infrigentes,de f. 236-241, tudo do vol. n0 I,impugnados as f. 259-268, qua asC6maras Civeis Reunidas do Tribu-nal de Justica do Estado rejeitarampelo Ac6rdeo n9 3.402, de f. 276(vol. 2). assim lancado:

"Vistos, relatados a discutidosestes autos de Embargos soAc6rd5o Civel no 21/72, deCuritiba - 139 Vara, em qua 6embargante Neusa Tallone Mon-teiro do Roche a embargado An-t6nio Luis Dias do Roche.

Acordam os Senhores Juizesdes Cameras Cfveis Reunfdas doTribunal de Justica do Estadoem conhecer dos embargos, pormaioria de votos a por empateno votaceo , am rejeitar os pre-sentes embargos.

Custas ex loge.

Assim decidem , porque tendohavido empate na votaceo, con-forme o art . 838, parbgrafo uni-co, do C. Pr. Civ., prevalecea decisio embargada."

Fundamentando o seu vote, disseo Desembargador Izidoro Brzezins-ki as f . 278-279, verbis:

"Voto do Eaton. Sr. Desem-bargador Izidoro Brzezinslri.

Liminarmente neo conheco dosembargos porque o acdrdao em-bargado foi unininte no tocanteso apelo do re a ore embargante,pole em tal esp6cie o reexame

151

dove restringir-se so julgado amqua nio houve unanimidade, aqual ocorreu apenas em relaFioso autor, qua neo recorreu, a tor-nou nio reexaminavel a decisio,tambbm nessa parte.

E a Primeira Turma do S.T.F.em qua foi Relator o MinistroLuiz Gallotti , em ac6rdeo uni-nirne decidiu qua: "Se o ac6rdeoembargado foi proferido numaparts unanimemente a no outra oembargante venceu neo cabem osembargos" uma parte porqueunenime a deciseo , no outra por-quo o vencedor neo recorre"In D.J. U., de 4.4.52.

No mCrito, vi-se dos autos quaa inicial indicou como fundamen-to legal do aceo a alinea III, doart. 317 , do C. Civ ., isto 6, neoae apegou o autor a alinea IV,do memo artigo.

Entio, a base do aciio ajuiza-da funds-se no existencia do in-jiaria grave, pouco importandoquo tambbm houvesse naquelapeca referfincia so abandon dolar pela r6 a qua neo passe deargumentac-bo ilustrativa do si-tuaceo do casal.

Mas, sendo assim , sam duvidao ac6rd5o neo se afastou do li-belo civil , nem consegUentemen-to verificou-se a alegada infra-ceo do art . 157, do C6digo deProcesso.

Portanto represents inverdadea afirmaceo de qua o ore embar-gado fundamentou o seu pedidono "injusto abandono do lar paleesposa", pois que a inicial nemsequer mencionou a j6 indicadaalinea IV, do citado art. 317, aqual Para equals fim saris de-Vida.

E ago se pode argumentar cornexistbncia de omiaeio porque oreal fundarnento fitico invocadoteve o sou legal enquadramentoconsignado.

Outrossim , Be a initial contbmexpressa a alines III , do artigo

152 R.T.J. 72

317, no provimento do apelo do

autor nio ocorreu invocageo, par-

qua com base nele resultou pro-latado o acordao embargadopole re.

Ademais, eats ultima carecedo pretendido direito porquantoa anilise da prove colhida a ex-posts no julgado , evidencia quea deciseo proferida n4o so afas-tou do qua dispiie a fundaments-g4o escudada em injdria grave,a, so contririo , a argiiida viola-giio da inicial ocorreria as o acor-dao tivesse adotado o fundamon-to provisto na mencionada alineIV, em face dela n4o figurer nopedido inicial.

E ainda , enquanto que o acer-dao apreciou a prove em seusdetalhes, o razoado de embar-gante , nessa parts apresenta-sesimplesmente vazio, fato easequo seguramente so verificou emvista do name de prova n4o theconvir.

E neo a com semelhante pro-ceder qua a men ver se alcangaa pretendida refornia do jul-gado.

Entao, diante do exposto, li-minarmente neo conhego dos em-bargos par incabiveis no especiee no merito rejeito o recurso in-terposto em vista do impor-se aprocedencia do agiio e a decor-rente rejeig4o de reconvengao,diante da ununime decisiio refe-rente so apelo da re, are em-bargante.

a.) Izidoro Brzezinski."

Irresignada, manifeatou a ember-gante, pare o S.T.F ., o recurooextraordinIrio, de f. 281-287, es-pecificamente do v. acordeo pro-latado pela 10 C4mara Civel desteTribunal de Justiga, esteado nas le-tree a e d, do casuistic, constitu-cional.

Na impugnagiio , alega o recorri-do que, "conforms ficou dito e re-sulta do deciseo em f. 228, a ape-lageo de ore recorrente foi despro-

vida par unanimidade de votos, desorte qua dessa deciseo a qua seriainterponivel a extraordin4rio (sefosse o caso ), nunca embargo, denulidade a infringentes do julgado.

A Primeira Tuna do S.T.F.,

em acordi o unanime publicado in

D.J.U. de 4.4.52, de qua foi Re-

lator o eminente Miniatro Luis Gal-

lotti, enfrentou a materla:

"Se a acordio embargado foiproferido numa parts unanime-mente a no outm a embargentevenceu, nio cabem as embargos:uma parts porque unanime a de-cisifo, na outra , porque o vence-dor niio recorre" (ac4rdio ci-tado):

9 induvidoso , pois, que sob easecriteria, neo a de admitir-se a evolu-giio do apelo extremo, pouco impor-tando que a materia tenha sido ven-tilada pelos integrantes das eg. CA.snares Cfveis Reunidas, a que neoaconteceu com o recorrido , name vexquo a materia quo orients as recur-sos a de ordem publics, aplic4velex officio.

Por outro lado , a leitura do quaconsta em f . 282-287, a quo se d4o titulo de "raz6es do recurso extra-ordin4rio" quando deveria ser "fun-damentag4o", dodo que as razoes so-mente silo oferecidas apes a admis-seo de instincia recunel, p5e domanifesto relevo a desejo de recor-rents em fazer desaguar junto soSupremo Tribunal , materia de fato,qua importarla no exams da prove,em franca contraposig4o a Sdmu-Is 279".

Precede a impugna$iio.

A recorrente manifestou o. recursoexcepcional quando j4 tranaitado emjulgado a acerdao recorrido, cujaSGmula foi publicada no D.J. do7.4.72 (certidao de f . 235 do vo-lume I) e a petigiio de recurso n-traordinerio deu entrada no protoco-loda Secretaries do Tribunal de Jus-tiga em 2.10.72 (vide f. 281 dovol. II).

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Indefiro o recurso extreme de fo-lhe. Publique-se. Curitiba, 18 dooutubro de 1972 . - Alceste Ribasdo Macedo, Presidente."

O recurso extraordinsrio vein a setprocessado par forge do Al 56 . 896, emapenao . Assim, oferecidas as raz6esdo f. 428-439 a contra-raz6es do fo-Ihas 441 usque 447, subiu a proteasea sate Corte, parents a qua( a Pro-curadoria-Gera( do Republica emitiuparecer polo nao conhecimento, an im-provimento , as conhecido.

VOTO

O Sr. Ministro Djaci Falcio (Re-lator): - Trata-se de acao do desqui-te proposta polo conjuge varao, combase no art. 317, III, do C. Civ. (sevi-cia on injuria grave), Houve reconven-cio, fundada no pratica de sevicias. Asentence , corn fundamento an existen-cia de gulps, reciproca deu pole pro-cedencia do acio a do reconvencao(f. 158-161 ). Em gran de apelagiointerposta par ambas as partes, a Pri-meira Camara Civel do Tribunal deJustica do Parana, negou provimentono recurso do r6 e , par maiorie de vo-toa, acolheu a apelagio do autor, parejulgar procedente a a£ao de desquite,pot culpa exclusiva do r6 (f. 228-234).Ficou vencido o Desembargador OnionFranca , qua negava provimento a am-boa as recursos ( f. 232-234).

A re opts embargos infringentes, co-nbecidos par malaria de votos, a rejei-tados em virtude de empate no vota-cao (f . 276). 0 ilustre Desembarge-dor Izidoro Brzezinski nao conhecia dosembargos , per entender qua o acordaoembargado foi uninime no tocante aapalaFao do rs, entao embargante.Vencido, rejeitou on embargos (folhas278-279 ). Na verdade , hoe ocorreu,polo o veto vencido , do DesembargadorOssian Franca , reconheceu tambsm cul-pa da re (f. 233 ). Assim, out rola-cio a apelagio per eta interposta oacordao foi uninime . E comp tat niopropiciava embargos par parte do re.

Tenho pare mint que , com acerto, foiindeferido o recurso extraordinATio Paloilustre Presidents do Tribunal de jut-

153

tica (f. 296-299 ). Desprovida a ape-

lagao do re , are recorrente, par unani-

midade de votes , dessa deciseo 6 quo,

em principia, caberia o recurso extraor-

dinsrio.

Desde que nao foi ecoihida a sueapologia , ficou confirmada a proceden-cia do acao , baseada em injfrria grave.A fire do evitar a transito em julgadodo deciseo , nessa parts, teria de inter-par, de logo, o recurso extraordinsrio.Pubticado o ec6rdso a 7.4.72 (f. 235),dole nao recorreu a vencida, quo so-mente vein a interpor recurso extraor-dinsrio a 2.10.72 (f. 281).

Dir-se-i que op6s ernbargos infrin-gentes . Acontece qua eases embargoseram limitados , porquanto so podiamcingir-se a pretensio do culpa do au-tor, em torso do qual houve, no apela-gio, um veto vencido . On embargosnao podiam cuidar do mat6ria vencidaa unanimidade. Como bent ponders, omemorial do recorndo , referindo-se arecorrente:

"Cabia-lhe manifestar , concomi-tantemente , doffs recursos : um pateo Supremo Tribunal, contra a Porteunanime ; outro pare a proprio Tri-bunal , relativamente aquele em quahouve divergencia", ou seja , acres-cento - quanto a culpa tambsm doautor . Realmente , conforms a in-risprudencia consubstanciada an Sri-mule 355:

"Em caso de embargos infrin-gentes parciais, 6 tardio o recur-so extraordindrio interposto appso julgamento dos embargos,quanto a parts do decisio em-bargada que nao fore per elmabrangida".

Clare qua a recorrente nao podia am-pliar a ambito dos embargos, pro-curando diacutir ausencia de gulps, dosus parts, sin qua an sue apelacao,improvida, ficou reconhecida a sue cut-pa, per deciseo uninime . O uniteponto passive( de exame nos embargosera a concernente a culpa concorrentedo ector, admitida no veto vencido norecurso de apelacao . Par sinal, nioenfrentado nos embargos.

154 R.T.J. 72

A toda evidencia no vejo como co-nhecer do presente rec rso.

Vale acrescentar qua mesmo nio pro-cedesse tal empecilho , ainda assim se-ria inadmissivel o recurso, baseado emnegative de vigencia dos arts . 49 a 157

do C. Pr . Civ., sob a alegagio de queo autor fundamentara o pedido emabandono do lar Palo esposa, vindo amodifica-lo no curso do demands, at-giiindo agressio fisica a injGria grave(f. 282-286 ). Da leitura dos autospercebe-se inocorrer inovagao no causepetendi . E o qua se depreende dovoto do Desembargador Izidoro Brze-ziniki, quando afirma:

"No merito ve-se dos autos que ainitial indicou coma fundamento le-gal do agio a alines III , do art. 317,do C. Civ ., into e , nio as apegou oautor it alines IV, do mesmo artigo.

Entio , a base do agio ajuizadafunda-se on existencia de injuria

grave , pouco importando qua tam-bem houvesse naquela page referen-cia so abandono do lar polo re eque no passe de argumentagio ilus-

trativa do situagao do casal.Mas, sendo assim, am duvida o

ac6rdiio no se afastou do libelocivil , Hera consegientemente verifi-cou-se a alegada infragao do artigo157, do C6digo de Processo.

Portanto representa inverdade aafirmagio de que o ore embargadofundamentou o men pedido no "in-junto abandono do lar pale expose",pois qua a inicial new. sequer men.cionou a j4 indicada alinea IV, docitado art . 317, a qual pare equalsfim aerie devida.

E no as pode argumentar comexistencia do omisnao porque o realfundamento fitico invocado teve oseu legal enquadraznento consigns"

Outrossim , se a initial contern ax-pressa a alinea III , do art . 317, noprovimento do apelo do autor n oocorreu inovagao, porque corn base

Hale resultou prolatado o ac6rdao

embargado pale re.Ademais, esta Gltima carece do

pretendido direito porquanto a an6-lise de prove colhida a exposta no

julgado, evidencia qua a decisioproferida an se afastou do qua die-pue a fundamentagio ascudada erninjGria grave, e, no contrerio, a or-giiida violagio do inicial ocorreria seo ac6rdio tivesse adotado o funda-mento previsto on mencionada ali-nes IV, em face dale neo figurer nopedido inicial.

E ainda, enquanto que o acbrdeoapreciou a prove em seus detalhes,o razoado do embargante , nessa par-to apresenta-se simpleamente vazio,fato esse que seguramente se veri-ficou em vista do exame do proveneo the convir."

Infers-se do exposto quo no houvemodificagio doe fatos a fundamentosjuridicos do pedido , qua se baseou eminjuria grave. Ademais , a sua acolhi-da resultou do cotejo de prove no ins-tencia ordin=ria, insuscetivel do rena-me nests oportunidade (Sdmula 279).

Finalmente , on arestos invocados Palorecorrente a f. 286, cingem-se a dinerqua o criterio legal de valoragio doprove neo se confunde cony a simplesapreciagio desta . Percebe-se, de pronto,neo ensejar controversia com o arestoimpugnado, que assentou , sobremodo,na apreciagao de prove em $i mesmo(SGnuda 279).

Por todo o exposto nio conhego dorecurso.

EXTRATO DA ATA

RE 77 . 050 - PR - Rel., MinistroDjaci Falcio . Recta., Neusa TalloneMonteiro do Roche (Advs ., CamilloNogueira do Game a outros ). Recdo.,Antonio Luis Dias de Roche (Adv.,Joio de Barron Filho).

Decisio: Nio conhecido, unanime-mente.

Preside'ncia do Sr . Ministro OswaldoTrigueiro . Presentee a sessio os Se-nhores Ministros Aliomar Baleeiro, Dje-ci Falcao , Bilac Pinto, Rodrigues Alck-min, e o Dr, Oscar Correa Pine, Pro-curador-Geral do Ropiblica , substituto.

Brasilia , 29 de outubm de 1974. -Antonio Carlos de Azevedo Braga, Se-creterio.

4Af i,

R.T.J. 72 155

RECURSO EXTRAORDINARIO N,° 77.131 - AM U 964 `A

(Tribunal Pleno) A. I , it I(Relator: 0 Sr. Ministro Aliomar Baleeiro,

r fRecorrente : Compenhia de Cigarros Souza Cruz . Recorrido: Estado do

Amazonas.

Tara do Estatistica do Amazonas - Inconatitucionalidade.1. A bitributagio 6 sempre inconstitucional no Brasil, mss

o his in idem podera set constitucional n'alguna cases a em outroonao.

2. 0 his in idem, per mein do I.C.M. 6 inconstitucional,porque a 2e exigencia, acumulada com a 1s, ultrapassa a aliquotamaxima fizada polo Senado no, termos do art. 23, § 5o da Cons-tituicrio Federal.

3. A tare de estatiatica das L. 698/67 a 705/68, do Ama-zonas, a inconstitucional porque mascara his in idem do I.C.M. enao se enquadra no art . 18, 1 da Emend, nQ 1/69, nem nos arti-gos 77 a 79, do C.T.N.

AC6RDAO

Vistas, relatados a discutidos esterautos, acordam os Ministros do Supre-mo Tribunal Federal , em sesseo plen4-ria, no conformidade do ate de julga-mentos a notes taquigr4ficas , 4 unani-midade de votes , conhecer do recursoe dar-lhe provimento.

Brasilia, 18 de setembro de 1974.- Eloy da Roche , Presidents. -Aliomar Baleeiro , Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Aliomar Baleeiro:- 1. A Cie, do Cigarros Souza Cruzimpetrou seguranca pare se eximir dotare de estatistica sobre o desembara-co de mercpdoria - caixas de cgarros- qua the foram remetidas pela suefilial de Belem , on o venham a ser nofuture, been assim as qua venham aser per ela vendidas.

Pediu, ainda, seja o mandado con-cedido pare o fi:n de ser declarada ainconstitucionalidade do L. estadual698/67, qua instituiu equals taxa.

2. Alega ser ilegitime a inconstitu-cional a referida tare, pois sue exigin-cia no as baseia no exercicio do poderde policia, neon corresponde a utilizaciodo servico p4blico especifico a divisi-vel prestado so contribuinte on posto asue disposiciio.

3. 0 MM. Juiz, is f. 40, conee-dendo a segurenca , concluiu pale in-constitucionalidade do L. est. 698/67.

4. Apreciando o recurso oficial eagravo do Estado, o eg. Tribunal doJustica do Amazonas, polo v. ac6rdiiode f, 99, decidiu:

no dar pale argiiici o de in-constitucionalidade do L. estadual698, de 11 .12.67, em face de ter aLei estadual 705, de 23.4.67, a]-terado dispositivos seus, e, vir a im-petrante Companhia de CigarrosSome Cruz , pagando a tore, quaale menciona , i Fazenda P6blica Es-tadual , destinada it manutenceo doDepartamento Estadual de Estatis-tica, auxiliar do Comissio do Desen-volvimento Econ6mico do Estado doAmazonas (CODEAMA), em planfuncionamento.

Ademais , o Supremo Colegio Ju-dici4rio do Pais j4 admitiu a cons-tituciona lidade do tam questionada,pare o Estado de Bahia procedercobranca id"entice , an coo conhecerrecurso igual , no 55 .814, deciseo j4registrada no Samula 136 - quadiz "6 constitucional a tare de esta-tistica de Bahia".

5. Dal o recurao extraordinirio deCie. de Cigarros, A f. 101, pales alineasa e c, alegando qua o v. acordio re-corrido teria violado o art. 19, II, do

156 R .T.J. 72

Constitui£eo Federal a julgado v6lidalei estadual cujas disposig6es conflitamcorn a Lei Magna e o art . 77, par6gra-fo 6nico do C.T.N,

6. 0 recurso subiu merc6 do Ag.53.192, relator eminente Ministro Eloy

do Roche, qua reformou o r. despachode indeferimento , a f. 109.

7. 0 Dr. Alves de Lima, pale Pro-curadoria-Geral do Rep6blica, opitmfavoravelmente.

L o relatbrio.

VOTO

O Sr. Miniatro Aliomar Baleeiro(Relator): - I. Lerei o parecer doDr. Alves Lime, qua analisa cuidado-samente c caso:

"A L. estadual 698, do 1967, assimdispunha:

"Art. I9. A Taxa de Estatis-tica 6 cobmda por ocasiao de desem-barago, nas repartig6es fiscais doEstado, do produtos on g6neros emercadorias em geral.

Art. 29 A base de cilculo doTaxa a qua se refere o artigo ante-rior , sari o peso do mercadoria onproduto e o valor comercial toman-do-se em consideragiio Lantos quan-tos aejam os salirios minimos cons-tantes do valor do mercadoria onproduto, conforme tabela anexa."

Durante o desenrolar do processo,antes do proferido o ac6rdio (f. 99),polo Tribunal a quo, a L. 705, de 1968(f. 61), alterou a L. 698, acrescen-tando so art . 19 o seguinte:

"Parigrafo 6nico . A arrecadagiodo To= de Estatistica se destineno custeio dos servigos de estatisti-ca financeira, econ6mica e social doEstado."

E so art. 29 foi dada eats reda-gao:

"Art. 29. A base de cilculo doTaxa a qua se refere o art. 19 doL. 698, de 11.4.67, sari o peso doproduto, do g6aero on do mercado-

ria, em relagao a tantos quentos se-

jam oa salerios minimos qua corres-pondam so seu respectivo valor, ob-servada a tabela onexa."

Verifica-se, efetivamente, quo aimposigio do Taxa em aprego niomantdm fidelidade a primeira hip6-tese constitucional porn sua institui-gio - exercicio do poder de poli-cia - extmpolando do conceituagaoquo the di o art. 78 do C.T.N.

Com a cobranga do Taxa de Es-tatiatica, nao visa o Estado do Ama-zonas impedir on restringir ativida-des qua ameacem o interesse de co-letividade on custear servigos comease finalidade.

A finalidade do Taxa, diz expres-

samente a L . 705, 6 custear os ser-

vigos de Estatistica estaduais.

Por outro lado , tamb6m n5o ocor-re a hip6tese de utilizagiio efetivaon potencial de nenhum servigo p(t-blico especifico a divisivel prestadoso contribuinte on posto a am dis-posigao; nao hi, em decorr&ncia docobrange do Taxa de Estatistica, ne-nhuma contraprestagiio , por parts do

Estado . Reconhece-se, aim, identi-ca situagao material a dar exist6n-cia so fato gerador do I.C.M.

Bern a prop6sito diz a douto pegs

vestibular , a f. 16:

"Cuida-se, nao padece d6vida,de majoragiio so imposto sobreCirculagio de Mercadories e ofato previsto pare dar so fiscoo direito do exigir a sua cobran-

ga 6 a entrada a snide do mencadorias, visto qua o pagamen-to dove ser efetuado no momen-to do desembarago, nas reparti-giiea fiscais, de produtos on g6-neros a mercadorias em geral"(grifo do original).

A base de cilculo do Taxa (ar-tigo 29 do L. 705 ), 6 "o peso doproduto, do g6nero on do mercado.ria, em relagio a tentos quantos se-jam no salirios minimos qua corres-ponderam ao seu respectivo valor,observada a Tabela anexa".

4 .I I I.. I I

R.T.J. 72 ^-i , 157

A engenhosa f6rmula para o c61-culo do quantum a pager lava emconsidera£eo, 816m do peso, o va-lor do mercadoria . Fundamenta-sena mesma grandeza econ6mica - ovalor - sobre a qual tamb6m sefez a imposi£eo do Imposto de Cir-cula£ao de Mercadories. E umadicional sobre o I.C.M., sob ou-tra roupagem.

Hi, em virtude do exiglncia deTaxa , verdadeiro bis in idem, naoadmitido par nosso Sistema Tribu-tirio . Tal circunstencia , a exigen-cia de tributo alem dos normas dereparti£ao de rendas , produz limite£eo so trIfego de mercadorias, in-cidindo , em consegtiIncia , na proi-bi£eo do art . 19, II , de Constitui.£eo Federal.

Descabe a invocadoo, pelo Tri-bunal a quo, do Sumula 136, quajulgou constitucional a Tara de Es-tatistica do Bahia, instituida emtempo anterior so atual SistemaTributlrio Necional a com fato ge-rador diverso do previato pan, aTaxa do Amazonas.

Em assim decidindo , julgou oeg. Tribunal a quo vilida a lei es-tadual, que , pelas considera£bes aquideduzidas , conflita com a Consti-tui£ao Federal e a L. 5 . 172 (arti-go 77 , parlgrafa (mica).

Presentee as pressupostos consti-tucionais invocados , somoa do pare-car qua se conhe£a do recurso a aale as de provimento pare o fimde declarer inconstitucional a Taxade Estatiatica do Estado do Amazo-nas, instituida pale L . 698, de 1967,modificada pela L . 705, de 1968."

II. Tenho Como certo que so a bitri-buta£so (a exigencia do mesmo tributopor dues competencies diferentes) 6aempre inconstitucional no Brasil, o bisin idem, no sentido de decrete£eo domesmo imposto dues vezes pelo gover-no competente, pods set constitucionalem muitos casos, ainda quo represents,quase aempre , ume politics legislativem6 (Repertdrio do Direito Brasileim,J. Carvalho Santos , verbete Bis inidem) .

Mae neo pode ser jamais constltucio-nal, no sistema de 1969 , bis in idem doI.C.M., porque a sue aliquota mlxima6 uniforme a fixada polo Senado nostermos do § 59, do art. 23, de Consti-tui£ao Federal.

No caso dos autos , o Amazonas mas-carou de taxa uma segunda aplica£aodo I.C .M., que, somada a 1 $, ultra-passe o teto m6ximo fixado pelo Sena-do. Ease fim inconstitucional 6 o mo-tivo da false taxa.

III. Se, por amor a discussio, 6tare , fare a C . F., art . 18, § 29, por-que tomou como base de cilculo a mes-me do I.C.M.

Se neo 6 tare, mas puro I .C.M., decompet6ncia estadual , tamb6m agride aC. F., porque exigido acima do aliquotsmtxima fixada pelo Senado.

De qualquer forma , o tributo alve-jado flea se enquadra no art. 18, I,do C.F., nem nos arts . 77 a 79 doC6digo TributIrio Nacional.

Nio 6 taxa , embora batizada de tans(C.T.N., art. 49).

IV. Conhe£o a dou provimento parerestabelecer a sentenga do Jule C. H.Soares Ferreira , a f. 29, declarandoinconstitucionais as L. 698 , de 11 .12.67,e 705, de 11.4.68.

EXTRATO DA ATA

RE 77 .131 - AM - Rel., MinistroAliomar Baleeiro . Recta., Companhiade Cigarros Souza Cruz (Adv. Aris-t6fanes Castro). Recdo., Estado doAmazonas (Adv. Alfredo Jackson Ca-bral).

Decisao: Conhecido a provido, a de.claradas inconstitucionais as leis do Es-tado do Amazonas , no. 698 , de 11.12.67e 705, de 23.4.68. Unanime. Votouo Presidents . Impedido , o Sr. Minis-try Xavier de Albuquerque . Ausente,ocasionalmente, o Sr. Ministro OsvaldoTrigueiro.

Presidencia do Sr . Ministro Eloy doRoche . Presences a sesseo as Senho-res Ministros Luis Gallotti, OswaldoTrigueiro , Aliomar Baleeiro, Djaci Fal-ceo, Thompson Flores, Bilac Pinto, An-

158 R.T.J. 72

tonio Neder , Xavier de Albuquerque eRodrigues Alcluuin . Procurador-Geraldo Republica , o Prof . Jose Carios Mo-reira Alves.

Brasilia, 8 de main de 1974. -Alvaro Ferreira dos Santos, Diretor doDepartamento Judicierio.

ANTECIPA4;AO AO RELATORIO

O Sr. Ministro Aliomar Baleeiro

(Relator): - Este proceaso foi julga-

do no dia 8 de maio dente ano, mes a

publicacao do note relative a pants fez-

se de tal modo qua, nesse die, ainda

nito as havia completado integralmente

o prazo , faltavam 24 horns . Diante

disso, foi enulado o julgamento, qua

sere repetido hoje, de acordo corn on

precedentes do Supremo Tribunal (IA

relat6rio).

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Aliomar Baleeiro:- 1. A Cie . de Cigarros Souza Cruzimpetrou segurenca pare so eximir derose. do estatistica sobre o desembara-co de mercadories - caixas do cigarros- qua the foram remetidas Palo amfilial de Belem , on o venham a ser nofuturo , bens assim as qua venharn aser por ale vendides.

Pediu, ainda , seja o mandedo conce-dido pare o fins de set declarada a in-conatitucionalidade de L. estaduel 698,do 1967 , qua instituiu equals tare.

2. Alege ser ilegitima a inconsti-tucional a referida tale , pois am exi-gencia neo se baseia no exercicio dopoder de policia , nem corresponds autilizac8o do servi4o pirblico especi-fico a divisivel prestado eo contribuin-to on posto a sue disposiceo.

3. 0 MM . Juiz, a f. 40, conceden-

do a segurence , concluiu pale inconsti-tuclonalidede da L. etadual 698/67.

4. Apreciando o recurso oficiel eagravo do Estado, o eg . Tribunal doJustice do Amazonas , polo v . ac6rdaode f. 99, decidiu:

niio dar pale argiiiciio de in-costitucionelidade do L. estadual698, do 11 . 12.67, em face de tera L. estedual 705, de 23.4.67,elterado dispositivos sews, e, vir aimpetrante Companhia de CigarrosSouza Cruz, pagendo a tare, quoale menciona , a Fazenda P6blicaEstadual, destineda a manutenciiodo Departamento Estadual de Esta-tistica , auxiliar de Comisaeo de Do-senvolvimento Econ6mico do Estadodo Amazonas (CODEAMA), emplan funcionamento.

Ademais, o Supremo Colegio Ju-

dicierio do Pais je admitiu a cons-

titucionalidade do tare questionada,

pans o Estado de Bahia proceder co-

branca ide"ntica, so niio conhecer

Recurso igual, nQ 55.814, deciseo je

registrada no StI nula 136 - qua

diz "e constitucional a texa de esta-

tiatica do Bahia."

5. Del o recurso ertraordinerio deCie. de Cigarros , a f. 101 , pales ali-ness a e c, elegando qua o v . ac6rdiiorecorrido teria violado o art. 19, II,do Constituicao Federal a julgado ve-lide lei estadual cujas disposic6es con-flitarn cons a Lei Magna e o art. 77,peregrafo unico do C.T.N.

6. 0 recurso subiu coerce do Ag.

53.192 , relator eminente Ministro Eloy

do Roche, qua reformou o r. despecho

de indeferirnento , a f. 109.

7. 0 Dr . Alves do Lime, pale Pro-curadoria-Geral de Republica, opinefavoravelmente.

A o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Aliomar Baleeiro(Relator): - I. Loral o perecer doDr. Alves Lima, quo analisa cuidedo-snments o caso.

"A L. estedual 698, de 1967, as-aim dispunha:

"Art. 19 A Taxa do Estatis-

tice a cobreda por ocasieo do de-

. 49r ^ i_.. If

R.T.J. 72

sambarago , nas repartigoes fiscaisdo Estado , de produtos on g6ne-roe a mercadoras em geral.

Art. 29 A base de celculo deTaxa a qua as refere o artigo an-terior, sere o peso do mercedo-rie on produto e o valor comer-cial tomando-se em considemgaonations quantos sejam os salariosminimos constantes do valor damercadoria on produto, conformetabela anexa."

Durante o desenrolar do processo,antes de proferido o acdrdao (fo-]ha 99 ), polo Tribunal a quo, a Lei705, de 1968 (f. 61), alterou aL. 698, acrescentando on art. 19 oseguinte:

"Paregrafo (nico. A arrecada-

geo de Taxa de Estatistica se

destine an custeio dos aervigos

do estatistica financeira , econ8-

mica a social do Estado."

E an art . 29 foi dodo esta re-dagao:

"Art. 29 A base de celculo

do Tan a qua se refere o arti-go 19 do L . 698, de 11.4.67,

sere o peso do produto , do g6ne-

ro on de mercadoria , em relageo

a tantos quantos sejam os sale-

tins minimos qua correspondam

no seu respectivo valor, observe-

da a tabela one=."

Verifica-se , efetivamente, qua aimposigao do Taxa em aprego naomant6m fidelidade a primeira hip6-tese constitucional pain sue institui-gao - exercicio do poder de policia- extrapolando do conceituagao quathe de o art. 78 do C.T.N.

Com a cobranga do Tan de Es-tatistica , nao visa o Estado do Ama-zonas impedir on restringir ativida-'des quo ameacem o interesse da co-letividade on custear aervigos cam,essa finalidade.

A finalidade do Taxa, diz expres-samente a L . 705, a custear os aer-vigos de Estatistica estaduais.

159

Por outro lado, tamb6m nao ocor-re a hip6tese de utilizagiio efetivaon potencial de nenhum service p6-blico especifico a divisivel prestadono contribuinte on posto a one dis-posigao ; nao hg, em decorr6ncia dacobranga do Tax, de Estatistica,nenhuma contraprestagao , por Portedo Estado . Reconhece-se, aimidentica situagao material a darexistencia so fato gerador do I.C.M.

Bern a prop6sito diz a douta pagevestibular , a f. 16:

"Cuida-se , nac padece duvida,

de majoragao an Imposto sobre

Circulagao de Mercadorias e o

fato previsto Para der an fisco o

direito de exigir a sua cobranga

6 a entrada a wide de mercado-

dias, visto qua o pagamento dove

set efetuado no momento do de-

sembarago, nas repartigoes fie-

cais, de produtos on g6neros e

mercadorias em geral" (grifo do

original) .

A base de celculo do Taxa (arti-go 29 do L. 705), 6 "o peso doproduto, do genero on de mercado-ria, em relageo a tantos quantos se-jam no salerios minimos qua corres-ponderam an seu respectivo valor,observada a Tabela anexa".

A engenhosa f6mtula Para o cel-

culo do quantum a pager lava em

considerageo, al6m do peso , o valor

do mercadoria . Fundamenta-se no

memo grandeza econ6mica - o

valor - eobre a qual tamb6m as

fez a imposigao do Imposto de Cir-

culagao de Mercadorias. A uns

adicional sobre o I . C.M., sob ou-

tra roupagem.

lie, em virtude do exigencia doTaxe, verdadeiro his in idem, naoadmitido por nosso Sistema Tribu-tIrio. Tat circunstincia , a exig6n-cia de tributo al6m des normas dorepartigao de rendas , produz limi-tegao so trefego de mercadorias, in-

160 R . T. J. 72

cidindo, em consegiiencia , no proibi-Sao do art , 19, II , do ConstituigioFederal.

Descabe a invocadoo , polo Tribu-nal a quo, do SGmula 136, qua jul-gou constitucional a Tan do Es-tatistica do Bahia , instituida emtempo anterior ao stool Sistema Tri-butirio Nacional a com into geradordiverso do previsto para a To= doAmazonas.

Em assim decidindo , julgou o eg.Tribunal a quo, vilida a lei esta-dual, qua, pelas conaideragiies aquideduzidas , conflita com a Constitui-Sao Federal e a L. 5.172 (art. 77,parigrafo unico).

Presentee os pressupostos consti-tucionais invocados , somos de pare-car qua se conhesa do Recurso e aele se de provimento para o fimde declarer inconstitucional a Taxade Estatistica do Estado do Ama-zones, instituida pela L . 698, de1967, modificada pole L . 705, de1968."

II. Tenho como certo quo se a bi-

tributageo (a exigencia do mesmo tri-

buto por dues competenciaa diferentes)

e sempre inconstitucional no Brasil, o

his in idem, no sentido de decretagio

do mesmo imposto dues vases polo go-

verno competente , pode ser constitu-

tional em muitos casos , ainda quo re-

presents, quase sempre , uma politico

legislative mi (Repertdrio do Direito

Brasiieiro , J. Carvalho Santos, verbete

His in idem).

Mas nao pode ser jamais constitucio-nal, no sistema do 1969, his in idemdo I.C . M., porque a sua aliquota mi-nima 6 uniforme a fixada polo Senadonos termos do 8 59, do art. 23, doConstituigao Federal.

No caso dos autos , o Amazonas mas-carou de taxa uma segunda aplicagiodo I.C . M., qua, somada a I9, ultra-passa o teto miximo fixedo Palo Sens-do. Esse fist inconstitucional e o mo-tivo do false taxa.

III. Se, por amor a discussao, 6tare , fore a C .F., art. 18, 9 29, por-que tomou como base de cilculo a mes-ma do I.C.M.

Se nao 6 tare , mas puro I .C.M., docompetencia estadual , tambem agride aC. F., porque exigido acima do alfquotamixima fixada polo Senado.

Do qualquer forma, o tributo alve-jado nao se enquadra no art. 18, It doC. F., nem nos arts . 77 a 79 do C6di-go Tributirio Nacional.

Nio 6 taxa , embora batizada de tare(C.T.N., art. 49).

IV. Conhego a dou provimento Para

restabelecer a sentenga do Juiz C. H.

Soares Ferreira , a f. 29 , declarando in-

constitucionais as L. 698 , de 11.12.67,

e 705 , de 11.4.68.

EXTRATO DA ATA

RE 77 . 131 - AM - Rel., MinistroAliomar Baleeiro . Recto., Companhiade Cigarros Souza Cruz (Adv., Aris-t6fanes Castro ). Recto ., Estado doAmazonas ( Adv., C61io Silva).

Decisao: Conhecido a provido , decla-

rondo inconstitucionais as L. 698, de

1967 , a 705, de 1968 , do Estado do

Amazonas . Unenime. Impedidos os

Sm. Ministros Xavier do Albuquerque

a Osvaldo Trigueiro . Falou , polo re-

corrido , o Dr. Celio Silva . Votou o

Presidente.

Presidencia do Sr . Miniatro Eloy do

Roche . Presentee is sessio os Senho-

res Ministros Oswaldo Trigueiro, Alio-

mar Baleeiro , Djaci Falceo , Thompson

Flores , Bilac Pinto, Antonio Nader, Xa-

vier de Albuquerque , Rodrigues Alck-

min a Leitio de Abreu . Procurador-

Geral do RepGblica , o Prof. Jose Car-

los Moreira Alves.

Brasilia , 18 de seternbro de 1974.- Alvaro Ferreira dos Santos, Diretordo Departamento Judiciiirio.

R.T.J. 72 161

RECURSO EXTRAORDINARIO N.° 77.242 - PE '-" .'3& 1 I 1(Segunda Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Bilac Pinto.

Recorrente: Maria Marcia de Ara6jo Maria, assistida per seu maridoAderito Mariz de Moraes. Recorrido: Wilson do Queiroz Campos.

Fraude de execucio. Caracterizacio.

Considers-se em fraude a alienacio, depois de iniciada a ayaocordenatdria ou executdria, do unico bent sabre o qua) a execuciodeveria recair . Recurso provido, julgando improcedentes oa em-barges do terceiro.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos estesautos , acordam os Ministros do Se-gunda Turma do Supremo TribunalFederal, no conformidade do ate dejulgamentos a notes taquigraficas, co-nhecer do recurso per maioria de vo-too a dar-]he provimento por unanimi-dade.

Brasilia, 6 de setembro de 1974. -Thompson Flores, Presidents. - Bi-lac Pinto, Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Bilac Pinto; - Arecorrente propos aceo de indenizacaoPer ato ilicito contra Fernando Quei-roz Campos, quo foi julgada proce-dente.

Em execucio de sentenca foi felts,a penhora do quinheo herediterio doreu a one mulher no invent" dosbens deixados per sou psi e sogro Se-bastiio Florentine Campos, qua tra-mite no 15 4 Vera de Provedoria doComarca de Recife.

Contra ease penhora , foram opostosembargos de terceiro polo recorrido,qua a image do executado, nos quaisfoi alegado qua a penhora do quinheoheredit6rio de Fernando de QueirozCampos pseudamente existente no pre-dio n9 562 , do Av . Visconde de Sues.suna, do Recife , an pods prevalecerporque tal parts do hem penhoradono a de propriedade do executado,mas do terceiro embargante.

Oa embargos foram julgados proce.dentes not instencias ordinarias.

Contra a deciseo do Tribunal a quofoi manifestado recurso extraordinariocorn apoio nos letras a e d do permis-sivo constitutional , no qual as arg6ifraude a execuceo.

A Procuradoria-Geral do Rep6blicaemitiu parecer polo provimento do re-curse extraordinerio.

E o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Bilac Pinto (Rela-tor): - Conhe^o do recurso dodo quafoi demonstrado n dissidio jurispru-dencial.

O despacho do ilustre Desembarga-dor Joio Batista Guerra Barreto, ad-mitindo o recurso , depois de rernemo-rar os sous fundarnentos pele letra a(negative de vigencia so art . 895, II,do C. Pr. Civ.) a pale letra d, corna indicacio des seis decis6es divergen-tes mencionades not peticao de recur-so e de transcrever troche do arestorecorrido em qua figuram os ergumen-tos qua serviram do base so nao re-conhecimento do fraude do execucio,prossegue no exeme do recurso, Parao efeito do deferir o apelo exceptional,corn estas palavres:

"W-se qua a recorrente propu-sera , em 13.9 . 65 (f. 52 dos au-tos spouses ) acao de indenizaceopar ate ilicito contra Fernando deQueiroz Campos, qua foi julgadaprocedente em 22.9 . 66 (folhas170-174 a 176. dos autos apensos),tondo side improvida a apelaciio doreu, com transito em julgado no

162 R .T.J. 72

dia 5 . 4.67 (f . 219, dos autos open-we) .

Na execucdo do sentence conde-nat6ria, a exegi ente requerera pro-videncias no Dr . Juiz, ressaltando:

"Nio tendo aido encontradosbens do reu , alem dos direitos eacnes qua the cabs no inventa-rio do seu pal, Sebastiio Flo-rentim Campos , qua tramita pals158 Vara Civel a do Provedo-ria, no Srs . Oficiais de Justicaapreenderam o quinhao heredi-terio do executado , para satiate-Sao de presents execucao" (fo-]has 226 dos autos spectate)".

A penhora desse quinhio heredita-rio. o recorrido op6a embargo s de ter-ceiro, demonstrando have-to adquiri-do do imago por escritura publics decessio lavrada em 18.7 . 66 o tranecri-ta no Registro Geral de Im6veie em4.3.67 (f. 8).

Na instrucio , vieram acs autos car-tidies dos dois Cart6rios de Im6veis,esclarecendo qua o executado a suamulher jamais tiveram, na comarcaonde residem , qualquer im6vel regis-trado (f. 32-33).

Do exposto , revela-se-me, agora, pon-der4vel a alegacao de qua o ac6rdeorecorrido malferiu o disposto no arti-go 895, II, do C. Pr. Civ., pole aalienacio do unica bern do executadoso operou mais de des ( 10) moves apesa sua citacio pare responder ace termos de acio de indenizacio pot atoilicito . E a transcricao Besse tituloaquisitivo an Registro de Im6veie so-manta se efetivou em 4.3.67 (f. 8).

Desvela-se , assim, configurada afraude a execucio a nio, dmplesmen-te, a fraude contra credoree cue recla-maria procedimento diverso, ou seja,a acio pauliana.

Nio bastasse a clareza do art. 895,no II, do C. Pr. Civ., veleria repetiro magisterio do Pontes de Miranda:

"A alienacio ap6s a pendencia(art. 166 , II) de lide de acio exe-cutiva, on de acio em quo a sen-tenca favorivel posse ter efeito exe-cutivo (E. G., acio de condone-

00), a in frauderst executions, asocorte o outro pressuposto fixadopals lei," (Comenterioe all Cddigodo Processo Civil, tomo XIII, ed.1961, p. 142)".

Na mesma linha de pensamento,etucida Fnederico Marques:

"Proposta acio condenat6ria con-tra algu6m, considers-se em fraudede execucio o alienar o reu been onbens de seu patrim6nio qua o tor-nom insolvents.

Nao se indaga , hoje , as o ato alie-nativo deu-se no iminencia do pe-ahora, on as existe execucio apare-lhada como an direito anterior", foio quo decidiu a 68 Camara Civeldo Tribunal de Justice de SinPaulo". ( Instituic6es de DireitoProceasual Civil, ed. 1960, V/451)".

Preleciona, a sell turno, o eminen-t. Professor Ministro Amaral Santos:

"A fraude de execucio tern porpressuposto qua, an tempo de alie-nacio, se tenha iniciado o processocondenatbrio on execut6rio contra odevedor . A alienacio se destine afraudar a execucio iniciada, on emperspective de o ser pela existen-cia de uma acio em juim . 0 intui-to do alienante de prejudicar o cre-dor 6 manifesto , evidente, dondeindepender a fraude de execucio deprove do concilium iraudis, qua sepresume . Na fraude de execucio, afrauds est ifi in re ices (Liebman).Ademais, no fraude contra credora alienacio spouse prejudice o cre-dor como particular (uti singulis),enquanto no fraude de execucioalem do prejudicar o credor tambemprejudice a funcio jurisdicional, ga-las dificuldades quo the cria. Estecircunstincia, pets sue relevincia,di a fraude do ezecucao a natmezado instituto processual, sendo dis-ciplinada nos arts . 888, n9 V, a 895do C. Pr . Civil" . (Primeires Li-

nhaa de Direito Processual Civil, 18

ed. 1963 , 39 vol . p. 238).

In case, a aceitacio do validade doaquisicao defendide polo irecorridoeonstitui, Pam user palavras do imig-

R.T.J. 72

no processualista, "verdadeiro atenta-do contra o eficaz desenvolvimento defuncio jurisprudencial jA em curao,porque the subtrai o objeto sobre oqual a execuceo deveri recair".

Tendo-se presents qua a insolvin-cia do executado alienante foi afir-mada a provada (certidoes de folhas3233) earn qualquer contestacao, es-vazia-se a afirmacio do falta doses pro-va, nao se erigindo , desserts , a Sumula279 em obice A admissibilidade dorecurso.

Na verdade, reexame do prove pres-supoe prove bifronte, insuficiente ou,so menos, malsinada, e, no especie, ainsolvencia do executado exsurge comeevidencia.

Assents isso , concluo qua , nada obs-tante descaber o recurso com base noelinea a do inciso III, do art. 119, doConstituicao, patents se afigura o dis-sldio jurisprudencial.

Com efelto, a exigincia "de senten-ca tranaitada em julgado , aparolhadapare execuceo", como requisito dofraude de execuceo , diverge, a todaevidencia , do interpretacio dada somesmo dispositivo legal (art . 895, II,do C. Pr. Civ.) pelos arestos de ou-tros tribunals , postos polo recorrenteem confronto.

Admito, pole, o recurso pale elinead, do inciso III do art . 119, do Cons-tituicao Federal, a the dou seguimen-to" (f. 80-83).

O despacho qua acabo de reprodu-zir nao merece qualquer censure.

Ele reproduz a melhor doutrina

aplicAvel a especie a guards conformi-dads com julgados desta Corte.

Com efeito, outra nao A a licio deLiebman, no seu "Processo do Exe-cucao":

"A fraude toma aspectos maisgraves quando praticada depois de.iniciado o processo condenatorio onexecutorio contra o devedor. A quaentio nao s6 A mais patents quanonce o intuito de least no credo-me, como tambem a alienacao dosbens do devedor vem constituir verdadeiro atentado contra o eficaz de-

163

senvolvimento do funcao jurisdicio-nal jA em curso porque the subtraio objeto sobre o qual a execuceodeveri recair . Por isso ainda maiseficaz se torn a reacao do ordemjuridica contra o ato fraudulento.Sam necessidade de acio especial,visando destruir no efeitos prejudi-ciais do ato do alienacao , a lei earnmais nega-lhe reconhecimento. Istoe, o ato de alienacao , embora vA-lido entre as partes , no subtrai nobens A responsabilidade execut6ria;eles continuam respondendo polesdivides do alienante , como se naotivessem saido de seu patrimonio.AIAm disso, a lei dispense a provedo elemento subjetivo do fraude,do concili ,mr fraudis . A intenciofraudulenta estA in to ipsa; a a or-dem juridica nao pods permitirqua, enquanto pende o processo, oreu alters a sua posicio patrimo-nial, dificultando a realizacio defuncao jurisdicional" (p. 85).

A noose jurisprudencia, por igual,se filia A memo orientacio , como sepercebe do emends do RE 75.349(R.T.J., 64/285), relatado polo ilus-tre Ministro Luiz Gallotti:

"Fraude A execuceo.

Nulidade do alienacao, quandopendia demands capaz de alterar opatrim8nio do alienante , reduzindooA insolvencia.

Nio se requer qua em tal deman-ds haja penhora, a, muito menos,qua tenha silo inscrita.

Nem hA qua cogitar de boa CumA-f6 do adquirente.

Art. 895, no IT, do C. Pr. Civil.Recurso extraordinArio conhecido

a provido".

Ainda no meamo sentido o RE76.709, tambem relatado Palo Minis-tro Luis Gallotti.

Isto posto a integrando no men votoos argumentos do despacho de admis-sio do recurso , a este dou provimen-to pare julgar improcedentes no em-bargos de terceiro a condoner o em-bargante nas custas a honorarios deadvogado , qua fixo em 20% (vinteper canto ) sobre o valor do execuceo.

164 R.T.J. 72

EXTRATO DA ATA

RE 77 .242 - PE - Rel., Minis-tro Bilac Pinto . Recta., Maria Mur-cia de Araujo Maria , assiatida por soumarido Aderito Mariz de Moraes (Ad-vogado, Jose Antonio Alves de Melo).Recdo ., Wilson de Queiroz Campos(Adv., Join Manuel da Silva Carva-lho Nato).

Decisio : Adiado o julgamento por

haver pedido vista o Ministro Leitiode Abreu, depois do voto do Relatorquo conhecia do recurso a the davaprovimento . Felon, polo recorrido, oDr. Carvalho Nato.

Presid6ncia do Sr . Ministro Thomp-son Flores . Presentee a sessio os Se-nhores Ministros Bilac Pinto a Leitiode Abreu . Ausentes , justificadamente,os Srs , Ministros Antonio Nader aXavier de Albuquerque . Subprocura-dor-Geral do Republica , Dr. OscarCorrea Pins.

Brasilia , 9 de agosto de 1974. -

Hdlio Francisco Marques, Secretdrio.

VOTO - PEDIDO DE VISTA

O Sr. Ministro Leitio de Abreu: -Trata-se , no caso , de recurso extraor-dindrio interposto por Maria Marciade Araujo Mariz contra Wilson deQueiroz Campos . A recorrente propu-sera agio de indenizagio contra Fer-nando de Queiroz Campos, julgada pro-cedente , havendo a decisio passado emjulgado em 5 . 4.67. Na agio execut6-ria do sentenga verificou -se qua o ven-cido ceders so recorrido , sou innio,Wilson de Queiroz Campos , por escri-tura de 18 . 7.66, transcrita no Regis-tro Geral de Im6veis em 4.3.67, qui-nhio hereditdrio qua the tocara. Pe-nhorado o quinhio hereditdrio do exe-cutado, o cessiondrio , seu irmio, op6sembargos de terceiro . Os embargos fo-ram julgados procedentes , tendo MariaMarcia de Araujo Maria interposto re-curso extraordindrio dessa decisio. 0eminente Ministro Bilac Pinto, no votoproferido durante o julgamento , conhe-ceu do recurso , desprezando a arg0i-Fio do qua, em face de disposigio re-

gimental, o recurso , pelo valor da cau-se, era incabivel.

Ajuizados os embargos de terceiroem 19.11 . 69, a algada seria, de acor-do corn o maior saldrio minimo entiovigente no Pais , de Cr$ 9.310 ,03, poisqua uniformes as decis6es do primeirae segunda instsncias . 0 valor dos am-bargos ascendia , pordm, tio-somente, aCr$ 5 . 356,20, visto como a tanto mon-tava o valor da sentenga condenat6ria,Para cuja satisfagio se penhorava oquinhio hereditdrio adquirido pe1:, re-corrido, mediante cessi o.

0 eminente Relator tomru, no en-tanto , como valor do cause, pare de-terminagio do algada , o saldrio mini-mo vigorante no Pais no data da pro-

positura do agio de indenizagi,o movidapale recorrente , Maria Marcia de Arafi-jo Mariz , em 3.9.65, contra FernandoCampos , Como a algada , estimada nes-sea termos , seria de Cr$ 3.960,00, ovalor do cause ascenderia a nivel sm-plamente superior so minimo vigorante,na €poca, pars o cabimento do re-curso.

Parece, no entanto, qua essa formade fixer a algada no se, harmonizecom a natureza do processo acess6riode qua se utilizou o recorrido pare exi-mir-se aos efeitos do sentenga. Os em-bargos de terceiro constltuem agiocujo pressuposto , como estd no art. 707do C. Pr . Civ., 6 de qua o sou au-tor nio seja parte no feito. Se a le-gitimagio ativa do terceiro instauran-do nova relagio processual , assents outqua este nio Baja tornado parts nofeito , o valor do cause, no tocante aosembargo, de terceiro , dove ser feito demaneira independente , aut6nome, to-mando-se em conta o momento em qua,os embargoa sio ajuizados. Dantedisso , entendo quo assists resin so re-corrido, quando alega qua o recursonio encontra guarida no RegimentoIntern, an. 308, item IV. Considero,pole , qua o recurso 6 incabivel, vistoqua o valor da agio de embargos 6 in-ferior so maior saldrio minivan vigenteno Pais, calculada ease importincia asdata do ajuizamento do referida agio.

Em preliminar , nio conhago, poisedo recurso.

R.T.J. 72 165

VOTO

O Sr. Ministro Thompson Flores(Presidente): - Pego venia no emi-nente Relator pare acompanhar o votodo eminente Ministro Leiteo de Abreu.

Desde o primeiro momento pareceu-me que o recurso extraordinerio eraincabivel, face so disposto no Regi-mento Interno, art. 308, IV.

Por isso, perguntei so eminente Re-lator qual a data do propositura daafao de embargos de terceiro.

Corr a resposta de S. Exs, je notive dovida qua o preceito regimentalobstara o conhecimento.

R qua, sendo harmonicas as decisoeade primeiro a segundo graus, neo al-can{ava os 60 M.S.M.V.P.

E, como no se verificaram as hipo-teses do caput do preceito, incidia ocitado inciso IV.

0 memorial do ilustre patron dorecorrido evidenciou que assim ocorria,e qua esta 6 a jurisprudencia do Su-premo Tribunal Federal.

It o men voto, data venia.

EXTRATO DA ATA

RE 77.242 - PE - Rel., Minis-tro Bilac Pinto. Recta., Maria Mar-cia de Arafijo Mario, assistida por seumarido Ad6rito Mario de Morass (Ad-vogado, Jose Antonio Alves de Melo).Recdo., Wilson de Queiroz Campos(Adv., Joao Manoel de Silva Carva-lho Nato).

Decisio: Adiado o julgamento porhaver pedido vista o Ministro AntonioNader, depois dos votos do Relatorqua conhecia do recurso e the davaprovimento e, dos Ministros Leitio deAbreu a Thompson Flores qua do mes-mo nio conheciam.

Presidencia do Sr. Ministro Thomp-son Flores. Presentee a sessio os Se-nhores Ministros Bilac Pinto, AntonioNeder, Xavier de Albuquerque a Lei-tio de Abreu. Procurador-Geral doRepublica, substituto, Dr. Oscar Cor-rea Pins.

Brasilia, 16 de agosto do 1974. -Hello Francisco Marques, Secreterio:

VOTO (VISTA)

0 Sr. Miniatro Antonio Nader: -1. Do estudo qua fiz deste procesaoformei o convencimento de que a re-corrente demonstrou que o acordio im-pugnado amts em divergencia de polomemos dois outros editados por eatsCorte, como se ve dos paradigmas porale citados no f. 74.

A certo que a impugnante nio feza demonstracio analitica do divergen-eia, comp the impoe os arts. 305 e309, § 19, do Regimento Intern doS.T.F., mas a tambem certo qua asementas per ela transcritas expressamque a mat6ria versada no acordio re-corrido e nos padroes e a momma (fo-]has 68-70 a f. 74).

Palo mews um dos acordaos destaCone indicados pale recorrente paredemonstragio do discrepincia jurispru-dencial, qua e o quo foi publicado noR.F., 86/97 (e nao a p. 133, comaescreveu a impugnante), an Ii de todoam todo, a por ale verifiquei, som di-ficuldade, qua, em caw semelhante(nio identico, 6 certo), o S.T.F. dis-cutiu o memo terra questionado paleautora do presents recurso e o julgounos termos por ela defendidos, isto 6,divergentes dos que foram adotadospolo acordio impugnado.

Parece-me, pois, que o valor do cau-se neo impede se conherca do presenterecurso, dodo que o seu conhecimen-to eats previsto no caput, segunda hi-potese, do art. 308, do R.I. destaCorte, sabidamente derrogante da re-gra de algada a que se refers o inci-se IV deste memo artigo.

De qualquer forma, eatou em quame cumpre registrar qua este caso con-tem peculiaridade que se impoe a con-sideragio delta Alta Corte.

A qua o recorrido, autor do agio deembargos de terceiro qua as processounestes autos , neo curnpriu o art. 158,VII, do C. Pr. Civ. de 1939 (sob cujavigencia foi ale ajuizada), porque naoindicou, no texto do respective peti-95o inicial, o valor do cause.

Contra essa omissio do recorrido,autor dos embargos, reclamou a recor-rents, que 6 a re no demands (f. 11).

166 R .T.J. 72

Pois bem, a despaito de tal impug-nagiio formal , o MM. Dr. Juiz de pri-meira instincia nao ordenou fosse afalta suprida , e o resultado a este quaregietramos agora : a demands veio terso S.T. F. em recurso extraordin4riosem quo fosse nela fixado o valor docause.

Pior ainda: a qua a recorrente estaem vies de an prejudicada em seuapelo excepcional porque o recorridonio cumpriu o seu dever de fixer ovalor do cause no petigio em quo aformulou.

Mas onde o pioramento alcanga oabsurdo , a corn ele as confunde, a nia-to: o recorrido, autor do agio do em-bargos de terceiro, eats sendo benefi-ciado pals felts, qua ale cometeu, denio hover indicado o valor do cause!

De tudo isto concluo qua o art. 308,IV, do Reg. S .T.F., nio dove seraplicado corn tal rigorismo que, perele, as configure aquilo que no romansprofligavam quando conceberam o bro-cardo juridico segundo o qual ningu4mtern o direito de se aproveitar do pro-pria falta.

Assim como assim, o certo a que o

valor do causa discutida nestes autos6 supsrior so do algada prevista noart. 308, IV, do Regimento Interndo S.T.F.

Conn efeito, polo quo se le" no es-critura publica de f. 6-7, so quinhiohereditario quo o recorrido adquiriufoi dodo o valor de aeis mil cruzeirosem julho de 1966.

Ainda qua se aceite ease valor comocorrespondents A realidade, 6 de asconsider", todavia, que, em novembrode 1969, quando foi ajuizada a causaagora discutida , o referido quinhiio he-reditario valia notoriamente algo maisdo qua essa reduzida quantia, a dojusta me parece esta concluaio, quo,no f. as encontra informagio de quo aheranga deixada per Sebastiio Floren-,Lino Campos , de qua 6 herdeiro o au-tor do venda questionada ( FernandoQueiroz Campos), atingiu a quantia deCr$ 168.019,30.

- Ore, se o limite m4ximo do algads,em novembro de 1969, quando foi ajui.

zada a presents demanda, era de .Cr$ 9.360,00, a mim me parece de-monstrado qua, no crua realidade, obeneficio qua constitui objeto dos em-bargos processados nestes autos a igual,em nossa definhada moeda destes tem-pos de inflacionismo , a uma quantiabern superior a constants do supraci-tada escritura.

Corn ester fundarnentos, page vfiniaaoa nobres Ministros Leitio de Abreua Thompson Flores pare, discordandode S. Exes ., conhecer do recurso pe-las alineas a e d, ambas do art. 119,III, do Constituigio, e, no m4rito, dar-lhe provimento, julgando, assim, im-procedente a agio, into pelos funda-mentos do voto do nobre Ministro Bi-lac Pinto, pois estou em qua o eg. Tri-bunal a quo, so julgar o caso nos ter-mos em qua o fez, vulnerou o direitofederal aplicivel A controversia, como,alias , demonstrou o nobre Presidentsdaquela Case em seu respeitevel des-pacho de admissio do apelo.

Voto, igualmente, por quo a Turmacondone o vencido a pager as custas eos honorarios advocaticios, sates noquantia quo for calculada em 20% dovalor do causa , que, para este efeito,hei per born fixer em dez mil cruzei-ros (Cr$ 10.000,00).

L o quo veto , data venis.

QUESTAO DE ORDEM

O Sr. Ministro Thompson Flores(Presidents): - Nio sei se S. Ex*o Ministro Xavier de Albuquerque est4habilitado a voter . 0 eminente Minia-tro Leitio de Abreu a an nio conbe-cemos do recurso , atendendo so valordo causa . O eminente Ministro BilacPinto desprezou esta prejudicial a exa-minou o m4rito, bern comp o eminen-to Ministro Antonio Neder. Ao emi-nente Miniatro Xavier ds Albuquer-que cabers o desempate.

O Dr. Join Manoel do Silva Carva-Iho Nero (Advogado do recorrido): -Sr. Presidents, pego a palavra pale or-dem.

Parece-me que 6 de se adotar a pro-videncia determinada no art. 139, 1 39do - Regimento Intern, face -so empate

R.T.J. 72

verificado no egregia Toms. S. E'o Ministro Xavier de Albuquerque,presents so julgamento pela segundavez, decidiu neo tomar parts no mes-mo, porque neo tinha assistido no re-latorio. E, na conformidade do § 39,do art. 139 supracitado, seriam reno-vados o relat6rio e a sustenta£ao oral.Se houver dfivida, estarei apto a prea-tar, em breves palavres, os esclareci-mentos neceaserios , fazendo urn resumoda defesa oral , hipbtese em qua o Se-nhor Ministro Xavier de Albuquerque,se julgar habilitado a voter, o fareepos a sustentacao oral.

O Sr. Ministro Antonio Nedert -Sr. Presidents, tio-sb pare esclarecera respeito do qua arg6i o ilustre advo-gado, advirto qua o problems je foidecidido Palo Plenerio data Corte, oqual, interpretando o art. 139, f 29,do Regimento Interco do S.T.F., de-cidiu, em urns de was filtimas seasoes,qua o Ministro qua neo ouviu o ra-latdrio podera pedir vista do processoe voter.

O Sr. Minietro Thompson Flores(Presidents): - 0 Plenerio decidiuqua o Ministro qua neo tenba asaisti-do so relat6rio a sea debates orals po-dere pedir vista pare voter.

Ao eminente Ministro Xavier de Al-buquerque cabers veto obrigatdrio pareo desempate . Assim, corn a palavraS. Eire pare se pronunciar as dispen-sa a vista , on as razbes orals , ou qual-quer outro esclarecimento.

VOTO SOBRE QUESTAODE ORDEM

O Sr. Ministro Xavier de Albuquer-que: - Sr . Presidents , entendo qua oadvogado tern razio no qua pleiteia.0 Regimento Intern the assegura,desde qua meu veto a indispensevelso desempate, o direito do repetir asustentacao oral . Poderei voter logoapos, porque je ouvi o relat6rio. 0eminente Ministro Antonio Nader oleu, quando proferiu seu veto. Este-rei habilitado a voter, prescindindo depedido de vista, mas nio posse deixarde reconhecer no advogado o direitoregimental de produzir nova sustenta-Sio, nestta ou noutra seasao . Estarei

167

pronto a der meu veto, ainda nestssassed.

O Sr. Miniatto Thompson Flores(Presidents ): - V. Ex*, MinistroXavier de Albuquerque, neo preacindeda sustentapao oral?

O Sr. Ministro Xavier de Albuquer-que: - Nao 6 qua eu neo prescindada suatentavio oral, roes , aim, qua oadvogado tern direito a sustentar no-vamente.

O Sr. Ministro Thompson F/ores(Presidents): - Penso tambem qua,a teor do art . 139, § 40, segunda par-te, cabe-Ihe reproduzir a sustentaceooral. Se a Tuna aquiescer, o ilustreadvogado tere a palavra.

Tern a palavra o Dr. Joao Mendelda Silva Carvalho Neto, advogado dorecorrido.

(0 Dr. Joao Mendel da Silva Car-valho New fez a sustentafao oral).

ESCLARECIMENTO

O Sr. Ministro Thompson Flores(Presidents): - Quero formular duesperguntas so ilustre advogado sobrequestio de fato : a primeira a se neoas deu, em verdade , nenhum valor aacao de embargoa de terceiro.

O Dr. Joao Mandel da Silva Car-valho Nato (advogado do recorrido):- De fato, eminente Ministro-Presi-dente, a initial dos embargos neo trayvalor, mas opunha -se, frontalmente, aurn inandado de penhora no valor deCr$ 5.954,87.

O Sr. Minietro Antonio Neder: -Entio, o valor do been constante domandado de penhora a superior ao daalcada a qua se refere o art. 308, IV,do Reg . Int. do S.T.F.?

O Dr. Join Marcel da Silva Car-valho Nato ( advogado do recorrido):- Nao, porque eerie de Cr$ 9.360,00o valor da alcada a epoca.

O Sr. Minietro Antonio Ned": -O valor, no caso , e o da arcao de ern-barges de terceiro, isto e, desta quaeatamos julgando.

O Dr. Joao Mandel da Silva Carva-]hoNeto (advogado do recorrido): -

168 R.T.J. 72

Posse esclarecer a V. Exs qua os va-lores, na verdade , diferiam, porque ovalor do execucao foi de Cr$ 5.356,20.No entanto, an lair o mandado de exe-cuFao, nao saiu corn ease valor, mascorn o valor do peti4ao inicial, on seja,Cr$ 5.954,08. Este foi o valor certoqua a Ag5o de Embargos objetivou eli-dir. Quentas vases esta Casa tern admi-tido qua, quando a acio nao correspon-ds to valor do inicial, hd qua se to-mar o valor patrimonial. Aqui, houveomissao do valor no inicial . Mas, estdclaro qua eases embargo, opuseram-sa auma execu4ao de valor certo. E o va-lor certo de execugio era de ........Cr$ 5.954,08, conforms penhora feitano rosto dos autos . Era, pois, o valordaquela acao de embargos qua impediaa execusao qua estava a prevalecer, nomomenta.

O Sr. Ministro Thompson Flores(Presidents): - Quanta a primeiraquestio de fate, estou esclarecido. 0recto do argumentagio a de direito.

A outra pergunta 6 a seguinte: oeminente Ministro Antonio Nader dizqua foram invocados dois julgados doSupremo Tribunal coma prove do di-verg6ncia . V. Exe pods informer quaisos dois julgados e o qua dales as trans-craven na petiSio de recurso?

O Dr. Joao Memel do Silva Carva-Iho Nero ( advogado do recorrido): -Von reproduzir a ementa de um dales,escrita a p. 74 dos autos , pelo patronodos recorrentes:

"A aliena9iio em frauds de axe-cu4ao 6 nula, podendo a nulidadeset declarada sem dependencia deprocesso ordindrio" (Ac. do S.T.F.in R.F., 86/133).

Este ac6rdao estd referido como pu-blicado no p. 133, do volume 86 deR.F. Trouxe uma pAgina xerografadado revista indicada, qua posse colocara disposiceo de V. Exa. Dela niio cons.to nada corn relagao on ac6rdio indi-cado.

O Sr. Ministro Thompson Flores(Presidents ): - E o outro julgado?

O Dr. Joie Marvel da Silva Cat-valho Neto ( advogado do recorrido):

- An qua me foi dodo ouvir, o Se-nhor Ministro Antonio Nader se re-portou, apenas, a ease ac6rdao, comedivergente.

CONFIRMAQAO DE VOTO

O Sr. Ministro Antonio Nader: -Sr. Presidents, Cu me permito, antesdo mais, recorder o argumento centraldo men vote.

E qua estou sendo havido per ine-xato.

O Dr. Joao Mandel do Silva Car-valho Nato (advogado do recorrido):- Permita-me o eminente MinistroAntonio Nader : jamais sets advogadoporia em dGvida a palavra do V. Exp.

O Sr. Ministro Antonio Nader: -O qua on disse em men veto foi quaa recorrente citou dois ac6rdaos doSupremo Tribunal come padroes de di-vergencia , embora nao fizesse ale aprove analitica do discrepancia, comeexige o art . 305 do Regimento Inter-no; niio obstante, an dispensei tel an6-lise, porque as ementas por elm citadassio completes , into 6, per si pripriasprovam a discrepancia.

A primeira ementa 6 a seguinte (fo-lha 74 dos autos):

"A alienagio de bens and consi-derada em frauds a ezecweo quan-do so tempo do affenagio jd pen-dia contra o alienante ; 6 nula se-melhante alienafso, podendo a nu-lidade mar considerada tern depen-ddncta de proceasso ordin,rio de vexquo per titulo nu/o nil) deixa oimdvel o poder do alienante" (Ac.do T.F.R. -- DF, in R.T.295/280 ), no mesmo sentido ac6r-dao do S.T.F., Segundo Torres,in Agrevo de Inst . 10.262-PR, inRev. do Industridrio 73/102/104- 224.9.58".

O Sr. Ministro Leitao do Abreu:- Ewe ac6rdio, a primeira vista, niorevels diverg6ncia corn o qua 6 ale-gado, porque o qua as alega Des em-bergos a quo nio foi demonstrada ainsolv6ncia . Sabre a insolv6ncia niose fala nesse ac6rdio . Nio h4 identi-dade para demonstrer a diverg8ncia.

R.T.J. 72 169

O Sr. Ministro Antonio Neder: -Responderei , em breve, a V. Ex@, etni-nente Sr . Miniatro Leitio de Abreu.

A ementa do segundo acbrdio cita-do pale recorrente (no f. 74) e a se-guinte:

"A alienogio em frauds de exe-cuci o a pule, podendo a nulidadeser declarada sent dependencia doprocesso ordinhrio". (Ac. do S.T.F.in R.F ., 86/133).

Dine an qua ela citou a paging er-roneemente , e isto a certo , visto quomencionou a p. 133 do Revista Foren-se; mss o indiscutivel a qua na p. 97do memo exemplar do Revista Foren-so seta, na integra, esta ementa, quolain:

"As alienagoes em frauds de axe-cugiio sio nines e ni o anuldvois, po-dendo a nulidade ser declarada sentdependdncia de process, ordiruirio".

O Relator desse caso, Ministro Bar-ros Barreto , desprezou os embargos, ao fez nestes termos : ... (1e).

Afirmei qua os cans no sao iden-ticos, mas, isto aim , semelhantes, a quao principio versado em todos eles 4o mesmo agora discutido.

Por outro lado, quanto so problemsde haver lido citada erradamente apegina do Revista Forense, 6 consa-grado aqui , no Supremo Tribunal (edisto sabemos todos ), qua nao impor-ts um err, , on on", no indicagio dopegina do repert6rio qua Baja publi-cado o ac6rdio paradigms ; doutro le-do, a divergencia a not6ria . Mas no6 into o importante no can , pois o quaimports, segundo meu voto, a qua ovalor do cause a realmente superior aodo algada a quo se refere nosso Re-gimento.

O Sr. Miniatro Leith, de Abreu:- Qual o valor do cause?

O Sr. Ministro Antonio Nader: -JA the digo , pois 6 o argumento cen-tral do meu voto , Para o qual peg, aatengio de V. Exas.

O valor do cause nio esth indicadona petigio inicial do agio do embar-gos de terceiro.

Na contestagio, a ore recorrente re-clamou contra a felts.

Dine a recorrente:

"No caw em tale, alem de noatender exatamente a exigencia don9 II do dispositivo legal invocado,o embargante deixou de declarer 0valor do cause , exigido polo n9 VIIdo meamo artigo, condigio indispen-savel Para o conhecimento de onemedida".

A outra parts, Wilson Queiroz Cam-pos, agora recorrido, felon aobre easepetigiio a nao se referiu so valor docause , nao fez a male minima referen-cia a isto.

O juiz deixou passer o assunto, e acause foi julgada sent qua so decla-rasse nela o seu valor.

Entio, bent as v4 , o recorrido eatisendo beneficiado , agora , exatamenteporque omitiu, no petigiio inicial dosembargos de terceiro , a indicagio dovalor de cause , anomalia injusta, eclam.

Mae tudo isto , como disse on aci-ma, a secundirio.

O qua Para mim imports a qua ovalor dos bens a qua as refere estacause , on, melhor, o valor do seu be-neficio patrimonial , a superior so doalgada a qua as refere o Reg. Int.do S.T. F. Sam ditvida , se o quinhioheredithrio foi vendido, em 1966, porleis mil cruzeiros , a mim me pareceindiscutivel qua, em 1969 , quando folajuizada a agio de embargos de ter-ceiro, o valor era bem superior so doalgada, e o digo na consideragio doregime inflacionhrio em qua vivemos,fato sate notcrio.

Repito, pois, o qua an disse em meuvoto quanto so pormenor:

"Assim como assim, o certo equa o valor do cause discutida nes-tea autos 6 superior so do algadaprevista no art. 308, IV, do Regi-mento Intern do S.T.F.

Com efalto, Palo que as 16 noescritura p6blica de f. 6-7, ao qui-nhao hereditirio qua o recorridoadquiriu foi dodo o valor de seismil cruzeiros em julho de 1966.

170 R .T.J. 72

Ainda qua so aceite ease valorcomo correspondente a realidade, ede as considerar , todavia , qua, emnovembro de 1969, quando foi ajui-zada a cause agora discutida, o re-ferido quinhao herediterio valia no-toriamente alga mais do qua easereduzida quantia, a do juste meparece sate conclusio , qua, no f. asencontra informacio de qua a he-ranFa deixada por Sebastiio Flo-rentino Campos, de qua a herdeiroo autor de venda queationada (Fer-nando Queiroz Campos ), atingiu aquantia de Cr$ 168 . 019,30.

Ora, se o limits meximo do al-Code , em novembro de 1969, quan-do foi ajuizada a presente deman-ds, era de Cr$ 9.360,00, a minime parece demonstrado qua, nacrua realidade , o beneficio qua cons-titui objeto dos embargos processa-doe nestes autos a igual , am nossadefinhada moods, destes tempos doinflacionismo , a uma quantla beensuperior a conatante do supracitadaescritura".

Finalizando, Sr. Presidents, mante-nho meu voto.

VOTO (MERITO)

0 Sr. Miniatro Leiria de Abreu:- Sr. Presidents , vencido na preli-miner, no merito , acompanha o votedo eminente Ministro Relator, dandoprovimento so recurso.

Admiti qua as tivesse atribuido va-lor a acio referida , na forma do C. Pr.Civ., entio em vigor.

Todevia, agora , ap6s a vista dos au-tos, esclareceu o eminente MinistroAntonio Neder qua assim nio as veri-ficou . 0 autor nio deu valor aos em-bargos . Instado a fazer , via de recla-magio do embargada, manteve-se emailencio , sabre ale nio provendo ojuiz.

Nio as poderia valer agora de suapr6pria omissio pare dela extrair con-segiiencias em seu prol.

Dir-se-A quo prevaleceria o valor dopenhora contra a qual eram postos di-too embargos . Referia-se a bens do va-lor qua nio alcan4aria o teto regimen-tal. Sucede qua os embargos foramopostos anon depois . 0 valor , pois, atoda evidencia, teria qua ser reajusta-do. E, em tais circunstinciae , o valorreal do agio de embargos haveria deser equals previsto no C. Pr. Civ.,de 1939, em vigor , entio, art. 43.

Asaim, superado o minimo, cabs, emprincipio, o excepcional.

No merito, acompanho o voto doeminente Relator, com os acrescimosintroduzidos Palo Ministro Antonio Na-der.

Em conclusio , retificando o voto,conheco, tambem, do recurso e a pro-vejo.

VOTO

RETIFICACAO DE VOTO

O Sr. Ministro Thompson Flores( Presidents): - Eminent" Ministros.Quero retificar q voto qua proferi,acompanhando, entio , o eminente Mi-nistro Leitio do Abreu.

Para tanto fiquei na prejudicial, or-giiida polo recorrido com base no va-lor do cause.

Considerei , entio , qua os embargosde terceiro constituem a,1io autdnoma,e, coma tal , corn valor aut6nomo. Emais, qua este valor cabia ser estima-do pars os efeitos do Regimento In-terno, art . 304, IV , so tempo do pro-positura do respectiva acio.

O Sr. Miniatro Xavier de Albuquer-quo: - Sr . Presidents , nos embargosde terceiro , qua o ilustre advogadoacabou de lembrar serem agio auto-noma, o valor do cause correspondsso do been quo eles objetivam livrardo constrigio judicial , e nio so do di-vida pare a cobranca do qual essaconstrigio se efetivou.

So o embargante , agora recorrente,se omitiu do dever legal do der o va-lor do cause, correspondents, so dobeen, nio pode agora, corno dine oeminente Miniatro Antonio Nader. fi-rer vantagern dessa omineo , contra aqual reclemou tempestivamente a par-te contriria , Para as abrigar na regra

R.T.J. 72

do algada . E mail, se no deu o va-lor do cause , qua corresponderia, emnovembro de 1969 , data do ajuizamen-to, so valor do entio do quinhao here-diterio , nio podemos deixer de esti-mar, agora , tal valor; noose estimagio,ache qua o eminente Ministro Anto-nio Nader fez cabal demonstraFio deque o quinhio, cedido polo predo no-minal de leis mil cruzeiros em 1966,num neg6cio antra irmaos, nio podiadeixar de valor os nova mil a poucoscruzeiros do algada, tree epos a pou-cos mesas depois.

Por estas razoes, no posse splicera regra de algada . Considero qua o re-curso se dispense de comprovar ofen-sa a Constituigao on dissidencia me-nifesta do noose jurisprudencia predo-minante, e o examino, afastando a pre-liminar . Ao faze-lo , nio posao deixarde o acolher , tanto pale Tetra a, comopale Tetra d, pole h6 dissidio cornac6rdioa qua foram citados a qua nioprecisam set , necessariamente, do Su-premo Tribunal Federal.

Nessas condig6ea , acompanho os vo-tos proferidos pelos eminentes Minis-

171

tros Laitio de Abreu a Thompson Flo-res, a os qua acabam do ser mantidospales eminentes Ministros Relator eAntonio Nader.

EXTRATO DA ATA

RE 77.242 - PE - Rel., Minis-tro Bilac Pinto. Recto., Maria Mar-cia de Araujo Mariz, assistida per sonmarido Ad6rito Maria de Morass (Ad-vogado, Jose Ant6nio Alves de Melo).Recdo., Wilson do Queiroz Campos(Adv., Joao Marcel do Silva Carva-Iho Note).

Decisio: Conhecido por maioria, aprovido nos termos do veto do Rela-tor. Falou, polo recorrido, o Dr. JoaoManoel do Silva Carvalho Neto.

Presidancia do Sr. Ministro Thomp-son Flores. Presentee a sessio os Se-ashores Ministros Bilac Pinto, AntonioNader, Xavier de Albuquerque a Lei-tio de Abreu. Procurador-Geral doRepublica, substituto, Dr. Oscar Cor-rea Ping.

Brasilia, 6 de setembro do 1974. -Helio Francisco Marques, Secretirio.

RECURSO EXTRAORDINARIO NP 77 . 381 - SP(Segunda Turtna) G 4 S P !I )

Relator : 0 Sr. Ministro Thompson Flores . ,/ mtn.el

Recorrente: Raicher & Ironies . Recorrida : Massa Falida do Raicher & It-moos.

Falencia . Sentenga qua a decreta . 0 prazo pare a interposigio

do agravo conta-se do sua publicagao no Diirio Oficial.

H. Exegesis dos arts . 16 a 18, a 204, 206, $9 19 a 29, a 207,do DI . 7.661/45.

III. Recurso extraordinsrio conhecido, polo dissidio oratorio.no, a provido.

ACORDAOVistos, relatadoa a discutidos estee

autos , acordam as Ministros da Segun-do Turma do Supremo Tribunal Fe-deral , no conformidade do ate do jul-gamento a dos notes taquigraficas, porunanimidade de votos , conhecer do re-

RELATORIO

0 Sr. Ministro Thompson Flores:- 0 despacho que nao admitiu o re-curse retrata, fielmente, a controver-sia.

E diz, f . 77-78:curso a dar-The provimento.

"1. "Decretada a quebra do con-Brasilia, 16 de agosto do 1974. - cordatfiria Raicher & Irmios, par

Thompson Flores, Presidents a Rela- nio ter atendido as condig6es do fa-tor. vor legal, agravou do instrumento,

172 R.T.J. 72

afirmando qua, embora seal condi-

goes de efetivar o pagamento do

pritneira prestagao vencida, ofere-

ceu caugao em garantia , por inter-

medio de terceiro estranho a firma,

coal o qua neo poderia ser decla-

rada a sua falencia".

Nan se conheceu do agravo, por

intempestivo.

Inconformada, a vencida vein coalo extraordinerio de f. 67-69, fun-dodo no art . 119, III , letras a e d,do Constituigeo do Republica.

0 recurso sofreu a impugnageo def. 71-72 a a Procuradoria-Geral doJustice opinou pelo seu neo conhe-cimento , "mas se conhecido , desme-

rece acolhida" (f. 74-75).

2. Segundo a recorrente, houvenegative de vigencia dos arts. 204,paregrafo 6nico, de Lei de Fale"n-cies a 28 do C . Pr. Civ . Brasi-leiro.

Mas, neo the assiste raz$o.

Realmente . De acordo coal o ar-tigo 28 do C. Pr. Civ. Bras., sal-vo disposiceo em contrerio, on pro-son conker-se-ao, conforme o caso,do citagao, notificagao on intima-

S

E, nos termos do art. 204, pa-regrafo unico, do Lei do Quebras,as prazos qua devem ser contadosdos publicacoes referidas no artigoseguinte, correrao de data do suaprimeira insergao no :ngao oficial.

Acontece quo o art . 205 cuidade publicagao dos editais, avisos,an6ncios a quadro geral dos credo-res. Nao cogita des intimagoes, quasao objeto do art. 206.

E, de qualquer forma, na espe-cie, proferida a sentenga no die20.12 .71, no die imediato foi in-

timado o representante legal do con-cordateria ( f. 40).

Apesar disso , o agrevo s6 foi in-terposto no die 30, intompestiva-

mente , por conseguinte.

Outrossim, neo logrou a recnr-rente demonstrar a configuracao deconflito jurisprudencial.

3. Em face do eeposto, nego :x-guimento so recurso".

2. Para melhor exame, a atendendoso parecer do Procuradoria-Geral doRepublica , mandei-o processor, proven-do o Ag . 57.030, comp tudo constados autos apensados.

3. As partes apresentaram , enteo,as razoes de f. 86-90 a 92-95.

4. Parecer do douta Procuradoria-Geral do Republica, como segue, fo-lhas 102-105:

"Do sentence qua decretou a que-bra do conoordataria (f. 25-28),interp6s note agravo de instrumen-to, afinal neo conhecido polo eg.Tribunal a quo, so fundamento doqua fora intempestivo (f. 65).

Inconformada , recorreu extraordi-neriamente pelas alineas a a d dopermissivo pertinente ( f. 67-69).Palo r . despacho presidencial dof. 77-78 foi indeferida a subida doapelo extremo , qua, no entanto,veio ter a esta Supreme Corte porforce do provimento dodo so agra-vo processado nos autos em apenso.

Alega-se negative de vigencia noart. 204, paragrafo unico, do LeiFalimentar a so art . 26 do C. Pr.Civ., hem como divergencia comac6rdao do Tribunal de Justice doMato Grosso.

Em sua peticao recursal, a pro-pria recorrente reconhece: a) quoa sentence declaratbria de quebrafora prolatada a 21 de dezembrode 1971; b) qua no die seguinte domesmo man a ano foi um dos re-presentantes legais do concordata-ria regularmente intimado do deci-sao em aprego (f. 67).

Ora, disp6a o Dl. 7.661, de21.6.45, em seu art. 206:

"As intimac6es serao feitaspessoalmente as partes on no seurepresentante legal on procure-

R.T.J. 72

dor, por oficial de justiga onpolo escriveo".

As f. 40 dos autos esti transcrita , por xeroc6pia , a certidioatestando que, em 21 de dezembrodo 1971, foi a concordatiria, no,pessoa de seu a6cio , Sr. Ben AmiRaicher - representante legal doconcordatiria , como confessa a pro-pria recorrente ( f. 67) - intima-da do r . decisio de f. 639 usque642.

Interposto o agravo no dia 30do memo mes, como o reconhe-ceram as instancias ordinirias, naohe como fugir a decretag5o de susintempestividade.

For conseguinte , no reves do in-fringencia , houve obediencia irres-trite no art . 28 do C . Pr. Civ., quemanda sejam os prazos computadosa partir da intimagao , se o caw,como o 6 o destes autos.

0 invocado art. 204 , parigrafobnico, do Lei de Quebras, nao ternpertinencia corn a materia aqui ver-aada, pois refere-se As publicag6esdo art . 205, que , por sua vez, alu-de as hip6teses de editais, an6n-cios, avisos a quadro geral de cre-dores . Nao cu.da de intimag6es,assunto qua vem, em seguida, disci-plinado no art. 206, so qual as dena mais cabal aplicagao , conaoanteji se demonstrou.

Parece-nos , por fim, configuradoo dissidio em face do aresto cola-cionado As f. 69, razao pals qualas imp6e o conhecimento do apelopale letra d do autorizativo consti-tucional.

Polo desprovimento , contudo, e oparecer.

Corn efeito , a melhor teas oathesposada polo v . ac6rdeo recorrido,que entendeu deva o recurso cabi-vel set interposto do intimagao dessntenga, no forma do art. 206 deLei Falimentar.

Y: que a publicagao do sentengadeclaratoria de falencia , por edital,conforms ordena o art . 16 do mea-

173

mo diploma legal, a feita pare ou-tros efeitos , quais sejam , tornar pft+blico Para terceiros o decreto doquebra.

Ademais , so dispor o art. 207 doDl. 7.661/45 que "o processo dosagravos de petigao a de instrumen•to sere o comum", 4 16gico a curialque acolheu os prows do C6digo deProcesso Civil, os quais as compu-tam no forma do seu art . 28, a par.tir, coma no caso sub judice, dointimagao de sentenga.

Este entendimento a sufragadopolo ac6rdao transcrito na petigaodo agravo de instrumento (autosem apenao, f. 5-6 a 7 ), nio aocor-rendo a tese do recorrente, comethe pareceu.

Nestas condig5es , inexistentes ospressupostos Para a admissio doapelo excepcional pela letra a, opi-namos, se conhecido pals letra d,polo seu desprovimento.

it o parecer.

Brasilia , 29 de novembro de1973 . - Walter Jose de Medeiros,Procurador do Republica.

Aprovo: Oscar Correa Pina, Fro-curador-Geral do Republica, substituto".

A o relatorio.

VOTO

O Sr. Ministro Thompson Flores(Relator): - Conhego do recurso athe dou provimento , Para qua a eg.Cimara, afastada a preliminar de in-tempestividade do agravo , prossiga oseu julgamento , decidindoo como en.tender de direito.

2. 0 dissidio eats comprovado como areato do Tribunal de Justice deMato Grosso, corn a transcrigao pro-cedida no petigio recursal (R.T., 365,260).

E que, enquanto o ac6rd-ao recorridomanda contar o prazo pare o agravodo intimagao pessoal do falido, diver-samente o faz o padrao indicado, de-

R.T.J. 72

terminando qua one flu .encia or faga

do primeira publicagao no Diario Ofi-

cial.

Justifica-se, assim, o conbecimento

do recurso, como do resto o reconhece

o parecer transcrim.

3. E precede a inconformagio.

Conquanto nao se harmonizem os

tribunais a respeito do assunto, penso

qua a solugio atribuida pelo paradig-

ms e a qua melhor stands . Invoco ela,

ademais, precedents desta Corte.

Realmente.

Nio a expresso o Dl. 7 . 661/45 no

qua tangs so dies a quo pars interposi-

gao do agravo contra a sentenga quo

decreta a falencia.

Mas, so ordena ale, expreesamente,

qua a sentenga qua declare a falencia

merega publicagao imediata no 6rgao

oficial, art. 16, tenha ela per funda-

mente, indistintamente, seja o art. 19

on 29.

Mais, dispondo . ainda a expressa-

mente, qua o ataque contra a pri-

meire seja atrav6s dos embargos, o

prazo dever6 fluir do referida publics-

gao, § 19 do art . 18, razio inexiste

Para crit6rio outro ser adotado.

E exato qua erestoo do Tribunal de

Justiga de Sao Paulo invocam Para

assim concluir o art . 204 do Diploma

em questio (R.F., 140, 260).

Nao merecem aplausos . Sue criticso faz Pontes de Miranda ( Tratado doDireito Privado , 28, 141 ), depois doafirmar qua o prazo costa do publics-gio no Dierio Oficial:

"(A sentenga do decretagio de

abertura de falencia tem de ser pu-

blicada por edital, no 6rgio oficial,

e, se a massa o comportar, noutro

jornal do grande circulagao. Pois

qua exige o Dl. 7.661, art. 16, a

publicagao no 6rgio oficial , incide

o art. 204, parigrafo unico, a nao

o art. 204 . Se se pudesse invocar

o art . 204, o prazo pare a interpo-

sigio do agravo de instrumento con-

tar-se-ia em cart6rio . 0 art. 16 im-

pede tal interpretagio . Sam resin,

a 34 Cimara Civil do Tribunal de

Justiga de Sao Paulo, a 8 de feve-

reiro d 1951 , R.T., 191, 267, e

R.F., 140, p. 260)."

Assim j6 havia consid =redo a mes-ma Corte (R.F., 116, 172).

De resto, os arts . 207 a 206, 8 19

a 29 do invocado Estatuto ajudam a

mesma conclusao.

No memo sentido o magist6rio deJ. do Silva Pacheco ( Process, de Fa-Idncia a Concordata, I, 1970, p . 352-53).

4. Em conclusio , conhego do re-curso e the dou provimento , Para osfine inicialmente consignados.

E o men voto.

EXTRATO DA ATA

RE 77 . 381 - SP - Rel., Minis-

tro Thompson Flores . Recte ., Raicher

& Irmaos ( Advs ., Cust6dio Toscano,

Paulo Grobman a outro ). Recda.,

Massa Falida de Raicher & Irmaos

(Adv., Douro Paiva).

Decisao: Conhecido a provido nos

termos do voto do Ministro-Relator.

Unanime . Falou, pals recorrente, 0

Dr. Cust6dio Toscano.

Presidencia do Sr . Ministro Thomp-

son Flores. Presentee a sessao os Se-

nhores Ministros Bilac Pinto, Antonio

Nader , Xavier do Albuquerque a Lei-

tao de Abreu . Procurador-Geral de

Rep661ica, substituto , Dr. Oscar Cor-

rea Pina.

Brasilia, 16 de agosto de 1974. -

Hd1io Francisco Marques, Secret6rio..

R.M.T.J. 72 175

RECURSO EXTRAORDINARIO N.o 77 . 412 - SP(Segunda Turma) `Z~ 3 0, ( -

Relator : 0 Sr. Ministro Banos Monteiro . '7 3&^-%'^ • Q-1 (

Recorrente : Minist6rio Publico . Recorrido : Wilson Anastecio do Silva.

1) Presungeo do periculosidade em case de reincidencia (C. Pe-nal, art. 78, § .1 ). 0 prazo de cinco arms costa -se do fato da rein.ciddncia, a nao do crime antecedence . Orienta£ao doutrineria ejurisprudential.

2) E do fato qua gore a presun£ao de periculosidade qua a leimanda center o prazo cujo decurso destrdi tal presun£io.

3) No case do art. 78, IV, combinado corn o seu § Iv, doC. Pen ., o prazo de cinco ands fixado em tal paragrafo tern oseu termo initial no dia em qua o r6u se tornou reincidente deaorrdo corn a regra do art. 46, do C . Penal.

4) Recurso extraordinerto conhecido a provido.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos esteeautos, acordam os Ministros do Segun-da Turma do Supremo Tribunal Fe-deral, no conformidade do eta de jul-gamentos e notes taquigreficas, it una-nimidade, conhecer do recurso a dar-lhe provimento.

Brasilia, 15 de outubro de 1973. -Barros Monteiru, Presidents a Relator.

RELATORIO

0 Sr. Miniatro Barron Monteiro: -Srs. Ministros:

A Terceira Camera do eg . Tribunalde Algada Criminal de Sao Paulo, peloac6rdao , depois de reduzir, por vote-4ao unenime , a pens imposts so re-corrido, p=1a pretica do crime de este-l:onato , a tras anos a seis meses dereclusao a multa de Cr$ 1,00, cance-Iou, por maioria de votos, a medidade aeguran£a, pars isso argumentando:

"Logo, comp reincidente especi-fice (f. 51-54) a gen6rico ( folhas48-54), corn inumeros processos emandamento , do condena£ao nao po-dia escapar , como realmente nao es-capon. Todavia, a pens qua as thefoi imposts , per rigorosa , merece serreduzida ; e, assim sendo, de-seprovimento partial ao recurso Parareduzi-la pare tras anos a seis me-sea de reclusao a multa de um cru-

zeiro , cancelada a medida do segu-ran£a , out virtude de haver decor-rido, entre o transito em julgado docondena£ao anterior e a pretica dodalito em tela, mais de cinco anos"(f. 141).

Irresignado , manifesta o Dr. OscarXavier de Freitas, ilustre Procurador-Geral do Justi£a daquele Estado, orecurso extraordiner - o de f . 142, emqua, corn apoio no alinea d do permis-sive constitutional , alega haver o accr-diio recorrido discrepado dos dois se-guintes julgados do Suprema Corte:

"E do fate qua gets a presun£aode pericu:osidad=_ de qua a lei man.do contar o prose cujo decurso des-tr6i tal presun£ao" (HC 47.202 -Sao Paulo - Primeira Turma doSupremo Tribunal Federal, em .31.10.69 - v. un . - Rel. Mi-nistro Luiz Gallotti - R .T.J.,52/387)".

"No case do art. 78 , IV, com-binado corn o seu § 19 do C. Pen.,o prazo de cinco sons fixado por talparegrafo tern o seu termo initialno dia em qua o r6u se, tornou rein-cidente de acordo corn a regra dogart. 46 do C . Pen." (RHC 50.34$- Sao Paulo - Segundo Turma doSupremo Tribunal Federal - v.un. - Rel. Ministro Anton'o Ne-der - D . J.U. de 21.12.72, p-8.771 )" ( f. 143).

176 R.T.J. 72

Admitido o apelo , subiram as autos,assim opinando, as f. 163-164, a dou-ta Procuradoria-Geral do Republica:

"An canceler a imposigao de me-dida de seguranga , escorando taldecisio no tese de qua o prazo re-ferido no art. 78 , § 19, do C. Pen.,tern como termo inicial nao 0 fatoda reinciddncia , mas o crime ante-cedente, entrou o eg. Tribunal deAlgada Criminal de Sao Paulo emdissidio manifesto corn o entendi-mento jd consagrado pela SupremeCorte; a exemplificado em epigra-fe. Impoe-se, de tal sorte, o pro-vimento do apelo extraordindrio doMinist6rio Publico estadual, para oefeito de as reformer a decisio re-corrida no parts inerente on cance-lamento do medida de seguranga".

It o relat6rio.

VOTO

0 Sr. Ministro Barron Monteiro(Relator): - Srs. Ministros:

Comprovado, como so encontra, o

alegado dissidio jurisprudencial, conhe-go do recurso, a ]he dou provimento.

EXTRATO DA ATA

RECr 77 . 412 - SP - Rel., Mi-nistro Berms Monteiro . Recte ., Minis-t6rio Publico . Recdo ., Wilson Anas-t6cio do Silva (Adv., Arari MartinsPatricia).

Decisio : Conhecido a provido nostermos do voto do Ministro -Relator.Unanime. Ausente , ocasionalmente, oMinistro Xavier de Albuquerque.

Presidencia do Sr. Ministro BarronMonteiro . Presentes A sessao as Se-nhores Ministros Thompson Flores,Bilac Pinto , Anjonio Neder a Xavierde Albuquerque . Procurador-Geral deRepublica , substituto, Dr. Oscar Cor-rea Pina.

Brasilia, 15 de outubro de 1973. -Hdlio Francisco Marques, Secretario.

RECURSO EXTRAORDINARIO N.a 17.433 - GB \(Segunda Turma) `+ % \ (A 4

Relator : 0 Sr. Ministro Antonio Neder .- wok. It i Z . .v{

Recorrente: Minist6rio Publico Federal . Recorrido : Rubens de Toledo.

1. C. Pen ., art. 334, § 19, d (redagdo do L. 4 . 729/65).

Contrabando on descaminho . Exprintindo o seu prdptio conceitode atividade comercial, o § 29 do citada norms erclui a habitua-

lidade coma elemento do tipo . Qualquer atividade comercial, rnes-

mo unica, configura o crime.2. Recurso extraordindrio do M.P. a qua a Segundo Turtrm

dd provimento.

AC6RDAO RELAT6RIO

Vistos a relatados antes autos derecurso extraordindrio criminal 77.433,do Estado do Guanabara , em qua 6recorrente o Ministdrio Publico Fe-deral a recorrido Rubens de Toledo,

decide o Supremo Tribunal Federal,

por sue Segundo Turma, unanimemerste, conhecer do recurso Para the darprovimento de acordo corn as notesjuntas.

Brasilia, 12 de novembro de 1974.- Thompson Flores, Presidents. -Antonio Nader, Relator.

O Sr. Ministro Antonio Ned": -1. 0 Minist6rio Publico Federal naGuanabara denunciou Rubens de Tole-do como incurso no art . 334, § 19, d,do C. Pen ., porque ease r6u adquiriue possuia em sua residencia da RuaBarata Ribeiro , 311, ap . 705, no Riode Janeiro , grande quantidade de mer-cadoria de procedencia estrangeira de-sacompanhada de documentagao legal.

2. 0 juiz de primeiro gran julgouimprocedente a denuncia , e o fez cornesta fundamentagao (f. 64-66):

R.T.J. 72

"1. 0 art . 334, ^@ 19 , d, do C. Pe-nal, corn a redagao do L. 4 . 729, de1955 , no qual foi capitulado, paledenuncia , o crime atribuido onacusado , exige Para a we configu.ragio , o "exercicio de atividade co-mercial".

Neo ha , porem, nos autos, provedessa atividade, silenciando as tes-temunhas de acusageo , por comple-to, sobre este fato , so passo que oacusado provou exercer a atividadede vendedor de autom6veis ( folhas56-58 ), sem qualquer contraprova.

A pr6pria denuncia , por sue vez,invoca a circunstancia de resultar afinalidade comercial , no case, doquantidade des mercadorias apreen-didas , no residencia do acusado, co-mo admite, alias , a jurisprudencia(T.F.R., Ap . Criminal n9 1.427,Rel. Ministro M. Catunda, D.J.de 3.11 . 70, p. 247 ), reconhecen-do, assim , nio haver prove de a!u-dida atividade mercantil, quo de-correria deste indicio.

II. A versio qua o acusado di eos

fates , por outro lado, explica a jus-

tifica a quantidade de mercadorias

encontradas , qua nio teriam finali-

dade de comercializageo.

Acresce qua as testemunhas dedefeaa ( f. 44-45 ) confinnam o ale-gado pelo acusado , a uma delas,inclusive , o nome do proprietariodes mercadorias - Moacyr Dubiel- indicado per equals no interro-gat6rio ( f. 37), como antes fizerano Policia ( f. 21-v .), retificandoas declaragoes anteriores de f. 7,sob invocagao do nervosismo comqua havia prestado estes, so ser de-tido.

Ainda mais, as indicag6es forneci-des polo acusado, quanto ao localcm que poderia set encontrado Moe-cyr Dubiel ( f. 21-v. a 37) fica-ram confirmadas em diligencia po-licial, do qual resultou a informs-gao d=, f. 34, onde so afirma quasegundo o apurado, fazia realmenteponto no Panificadora Arpoador,mas faleceu receutemente.

177

III. Estiv6ssemos diante de pro-va do exarcicio de atividade comer-cial polo acusado com mercadoriasdo genero des apreendidas , aerie, noverdade, insuficiente a prove dodefeaa , quanto so recebimento des-tas em garantia de divide , que thefoi dada por Moacyr Dubiel confor-me se alega.

No case , porem , comp ji acentua-do, a atividade mercantil invocada,decorreria opens do quantidadedessas mercadorias , apreendidas naresidencia do acusado , qua tem pro-fissio diverse (f. 56-58).

Nessas condigoes , a versao que aosfates ds o acusado , com apoio emaigumas proves 6 o bastante pareilidir a mencionada prove indiciaria,do indispansavel atividade mercan-til, ligada a posse des mercadoriasapreendidas , sem o que neo se ca-racteriza o crime do art . 334, § 19,d, do C. Penal.

IV. Assim sendo , julgo improce-dente a denuncia pare absolver oacusado Rubens de Toledo, doacusageo, de acordo com o art. 386,VI, do C. Pr. Penal".

3. Julgando apelagio interposta peloM.P., o eg . Tribunal Federal de Re-curses confirmou-a per seus pr6priosfundamentos, isto 6, por considerarque, no caso , neo se provou que o de-nunciado estivesse a desenvolver ati-vidade comercial.

3. Ao ac6rdao que per essa formaconfirmou sobredita sentenga , o nobreSubprocurador-Geral do Repablicacontrap6s o presente recurso extraordi-nario , assim fundamentado ( f. 97-101):

"1. Tonto a r. santenga de pri-meira instancia como o v. ac6rdaorecorrido admitem expressamentequa o r6u detinha consigo, em suaresidencia, a mercadoria apreendidanestes autos, de procede'ncia estran-geira, desacompanhada de documen-tagao legal.

E note-se, Palo auto de apreensaode f. 5 , que se trots de mercadoriaem farts quantidade , o que tamb6mneo se contests.

178 R.T.J. 72

2. Neo obstante, decidiu-se paleabsolviFao porque:

"I. 0 art. 334, § 19, d, doC. Pen. com a redageo do Lei4.729/65, no qual foi capitula-do, pela den6nc.a, o crime atri-buido so acusado, exige para aaim configuragao, o "exercicio doatividade comercial".

Nao ha, porem, nos autos, pro-va dessa atividade, silenciandoas testemunhas de acusagao, porcompleto, sobre este fato, sopasso qua o acusado provou exer-car a atividade de vendedor deautomoveis (f. 56-58), sem qual-quer contraprova.

A pr6pria denuncia, por suevez, invoca a circunstancia deresultar a finalidada comercial,no caso, do quantidade des mer-cadorias apreendidas, as residen-cia do aqusado, come admits,alias, a jurisprudencia (T.F.R.,Ap. Criminal na 1.427, Rel.Ministro M. Catunda, D.J. do3.11.70, p. 247), reconhecen-do, assim, neo haver prova doaludida atividade mercantil, quadecorreria deste indicio" (folhas89-90).

"A ementa igualmente destaca,como fundamento do absolvigao, a

"Ausencia de prove do ativi-dade comercial, na especie" (fo-]ha 94).

"3. Neo sendo possivel o reexa-me da prove no via deste apelo ex-tremo, aceita-se, come ponto departicle, a concluseo de qua neo ascomprovou ester o acusado venden-do ditas mercadorias, into e, prati-cando "atividade comercial", nosentido qua the di o v. ac6rdio re-corrido.

4. 0 qua se contests, todavia -cste a fundamento do recurso orainterposto - e a exatidao do con-ceito de atividade comercial, adore-do no caso Para a absolvigao doacusado.

5. Com efeito, decidindo qua oreu, apesar de ocultar em sua resi-

dencia apreciavel quantidade domercadoria estrangeira, neo exerciaad corn isso qualquer atividade co-martial deixa claro o v. ac6rdaoqua, no case, o qua faltou para aperfeita configuragao do "exerciciode atividade comercial" foi tao-so-mente a agao de vender a mercado-ria do qua se trata.

it o qua results, evidentemente,de fundamentagio do decisiio recor-ride, onde se revela a preocupageode demonstrar qua, sem prove deester o reu vendendo, on destinan-do a venda, a mercadoria apreen-dida, neo ha qua as falar no "exer-cicio de atividade comercial", es;sencial pare aperfeigoamento dofato tipico penal.

6. Com a devida vane de triorespeitavel entendimento, pensamosqua a aga-o de vender, on de desti-nor a venda, neo esgota a possibi-lidade de caracterizageo do delitocapitulado no denuncia (letra d),pois, Segundo consta expressamente,do tipo em exame, pratica o delitodo letra d, do art. 334, § 19, doC. Pen., todo equals qua

"adquire, "cabs, ou oculta" mer-cadoria descaminhada.

E nio sera mesmo exagero afir-mar qua a do essencia dessa moda-lidade (letra d) neo vender momexpor a venda a mercadoria, pois,no hip6tese do venda ou do expo-sigao a venda o crime neo mais se-ria o do letra d e sim o do letra co("vende, exp6a a venda", etc.).

Por at se va qua o "exercicio deatividade comercial", referido noC6digo, s6 pode ser aquele "irregu-lar", tat como definido no § 29, doart. 334, verbis:

"$ 20. Equipara-se as ativida-des comerciais, para os efeitosdeste artigo, qualquer forma docomercio irregular on clandestinode mercadorias estrangeiras, in-clusive o exercido em residen-cias".

E, nesse sentido, ocultar mer-cadoria no residencia, em volume

R.T.J. 72 179

tal qua afaste h:pctese de consumopr6prio, como no case dos autos,equipara-se, ex vi lege, a exerci-cio irregular de com6rcio.

Esse, alias , o entendimento do Su-preme Corte consagrado no seguin-to aresto , da lavra do eminente pe-nalista, Ministro Antonio Neder:

...........................

a confronto segundo o qual ditaatividade pode resumir-se em um s6ato de mercancia . Cumpre assina-lar qua, no caso, a grande quanti-dade de mercadoria apreendida estia afastar a hipctese de consurno eis serve , per se, de prove de co-m6rcio clandestino.

3. Pelo conhecimento e provi-mento".

4. C. Pen., art. 334, § 19, c,e d (redagao do L. 4. 729/65).Ao referir-se a exercicio de ati-vidade comercial nas dues nor-mas acima referidas , o legisla-dor nao as reportou so conceitode ato de com6rcio , on so decomerciante , firmado em direitocomercial . Trata-se, no caw, detipo misto alternative, mae dealternidade pertinente a condu-ta a nio a condigao do agents.Bastante e, no case, qualqueratividade comercial , ainda quaprimeira on 6nica" (R.T.J.,59/691).

E, pois, decidindo come decidiu,negou o v . ac6rd5o vig6ncia aospreceitos do Tetra if. do § 19, e § 29,do art . 334, do C. Pen., al6m deestabelecer divergencia jurispru-dencial com o retro citado aresto doPret6rio Excelso" .

4. Admitido o recurso , e razoadotso-s6 pale M.P. recorrente , aubiu oseu processo a esta Corte , e, aqui ailustrada Procuradoria-Geral de Rep6-blica emitiu o seguinte parecer sobrea mat6ria discutida (f. 112-113):

"1. Invocando dissidio pretorianoe afronta so art. 334, § § 19 e 29,do C. Pen., a Justice P6blica me-nifests recurso extraordinario so Y.ac6rd5o de f. 95 qua confirmou asentenga absolut6ria de inferior ins-tancia, sob o fundamento de inexis-tir prove do exercicio de atividadecomercial.

2. E fora do duvida qua o v.ac6rd5o recorrido, so restringir oconceito de atividade comercial,pars o efeito de incidencia do pre-ceito de direito penal , fez rosto sojulgado do Suprema Corte trezido

5. E o relatbrio.

VOTO

O Sr. Ministro Antonio Nader (Re-lator): - 1. Sustenta o M.P. im-pugnanto qua o ac6rd5o impugnado ne-ga vigencia so art . 334, § 19, d, doC. Pen., a diverge do aresto que oS.T.F. proferiu no RHC 49.302,cujo texto se ache publicado na R.T.J.,59/691-697.

Para quo se conhega um pormenordo fato imputado so recorrido, lain apega com qua as iniciou o inqu6ritopolicial qua instrui a den6ncia , on seja;o auto de apresentagao a apreenaao damercadoria referida nestes autos: ...([6).

O ac6rd5o agora discutido an con-testa , em ponto nenhum , a descritaparticularidade , senao qua a aceita;ressalva tao-somente que nao so pro-you qua o r6u estivesse no habitualexerdicio de atividade comercial, adespeito do haver ale adquirido, emproveito pr6prio, grande quantidadade mercadoria estrangeira desacompa-nhada de documentagao legal.

Estou em que, interpretando tao es-tritamente. comp fez, o art . 334, § 19,d, do C. Pen., notadamente a fraseno exercicio de atividade consercial quaforme o seu texto , no verdade o eg.Tribunal Federal de Recursos negouvigencia a essa regra federal , pois vis-lumbrou nela a exigdncia de ran tequi-sito que ela non exige.

Men entendimento sobre o pormenor6 o de que, so compor corn a fraseno exercicio de atividade comercial ouindustrial o art. 334, §, 19, c a d, doC. Pen., per forga do L. 4. 729-65, olegislador o fez com o objetivo de

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eacluir, no agente, a qualidade juridi-ta de comerciante, tanto que no § 24do questionado artigo ale ampliou oconceito de atividade comerciel ParaHale incluir qualquer forms de comer-do irregular ou clandestine de mercydories estrangeiras. inclusive o exercidoem residencias.

A inclusgo do habitualidade como

elemento do tipo agora discutido con-

fare so agente a qualidade juridica

de comerciante , quando o certo 6 qua

polo § 29 acima referido o legislador

exprimiu exetamente a Win de reti-

ree, do sujeito ativo . do crime , sobredi-

to atributo.

Noutras palavras , so redigir o $ 29quo a L . 4.729-65 adicionou so textodo art . 334 do C. Pen., o legisladorquis dissipar duvida sobre o sou ob-jetivo de considerar agente criminoso,no case, qualquer posses ( obviamenteimput4vel ), e nio o de definir umcrime dos chamadosespeciais ou prd-prios.

Sam duvida , a frase qualquer for-ma do comercio irregular ou clandes-tine, qua Be Ii no texto do supracita-do § 29, tanto as refere a forma ha-bitual quanto a forma exceptional, poisa palavra qualquer 6 designative decoisa, lugar on individuo indetermina-do, a isto 6 bastante Para se former oentendirnento de qua a citada locugiotraduz as duas Wise.

0 qualquer, no case , 6 incompativelcoca o habitualidade.

Se assim no se entender , cheger•se-6 so absurdo.

Corn efeito, as o individuo venderhabi:uallmente uma garrafa de uisquedescaminhada , ale pratica o crime de-finido no letra c do art. 334, do C. Pe-nal (redacio do L. 4. 729/65 ); entre-tanto, se ale vender, de uma so vez,milhares de caixas de uisque descami-nhadas , nenhum crime ter6 cometidoo felizardo , porque a jurisprudencia doeg. Tribunal Federal de Recursosen-tende qua , em nio havendo habitue-fidada, crime nio se configura no amconduta.

Note-so qua tambem no art. 175 doC. Pen ., so tipificar o crime de frau-de no com6rcio , o legislador escreveua frase no exercicio de atividede co-mercial, a qua , so definir o sujeito ati-vo de tal crime, Magalhies Noronhaescrevou ( Dir. Pen. II, 1960 , p. 562):

"Pratica o delito em espicie nios6 o comerciante estabelecido, me-triculado , etc., como qualquer pes-soa qua pratique um daqueles fatos,no exercicio de atividade comercial.Ease atividade nio se caracterizapale qualidade do peasoa , men poloate em si, polo ato tornado on sen-tido objetivo".

De qualquer forma, 0 § 29, do arti-go 334, do C . Pan. (L . 4.729/65),exprimiu o seu prdprio conceito de ati-vidade comercial, e o fez , como foidito acima , pare excluir a habitualida-de que, noutro campo juridico, the 6inerente.

Alias, Bete memo hermeniutica foifixada nesta Torras ao julgar o RHC49.302, de SP (R.T.J., 59-691), cujaementa Be ache redigida, no ponto ago-ra discutido , por esta forma:

"C. Pen., art. 334, § 19, c e d(redacio do L. 4.729/65). An re-ferir-so a exercicio do atividade co-ntercial nas duas normas acima re-feridas , o legislador nio Be ropor-tou so conceito de ate de corner-cio, on so de comerciante, firmadoem direito comercial. Trata-se, nocase , de tipo misto alternativo, masde alternidade pertinente a condutae nio a condicio do agents. Bas-tante 6, no case , qualquer ativida-de comercial, ainda que primeiraon unica'".

Conhego, pois, do recurso, a dale

conhecendo aplico o direito so fato,

como expressa o verbete 456 de S6-

mule de Jurisprudencia do S.T.F.

Considerando qua, na verdade, o r6upraticou o crime qua The 6 imputadopolo M . P. mesttes autos, coma de-monstra a prove qua se produziu noprocesso , alias hem analisada polo pa-racer de f . 79-82, a considerando, on-

It

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trossim , qua seas antecedentes nao 0desabonam , nom 6 perigosa sus per-sonalidade , a qua ale praticou o cri-me sob impulse de dole normal, permotives a em circunstencias qua naoinfluem na fixapao da pens , hei perbarn condoner o nomeado Rubens To-ledo, corno incurso qua se ache no or-tigo 334, § 19, d, do C. Pen., a cum-prir a Pena do urn ano de reclusao,quantidade minima prevista na citadanorms , pois nao se configure circuns-tancia qua determine a seu agravamen-to, e, per isto , determino as expeFao mandado de prisao , devendo ele serinternado em presidio de Guanabarae pager as custas , lancando-se sou no-me no rol dos culpados.

Don provimento Para os efeitos aci-ma indicados.

A o qua veto.

181

EXTRATO DA ATA

RECr 77. 433 - GB - Rel., Mi-nistro Antonio Nader . Recta ., Minis-tario P6blico Federal . Recdo ., Rubensde Toledo ( Adv., Raymundo Abelar-do de Ara(jo).

Decisao: Conhecido a provido nostermos do voto do Ministro -Relator.Unenime.

Presidencia do Sr . Ministro Thomp-son Flores . Presentes a sesseo os Se-nhores Ministros Antonio Nader a Lei-t"ao de Abreu . Ausentes, justificada-mente , as Srs. Ministros Xavier deAlbuquerque a Cordeiro Guerra. Pro-curador-Geral do Republica , substitu-to, Dr . Oscar Correa Pins.

Brasilia, 12 de novembro de 1974.- Helia Francisco Marques, SecretS-rio.

RECURSO EXTRAORDINARIO NP 77 . 453 - PR(Segunda Tarma ) r\^ ' j t ( 1 )

Relator : 0 Sr. Ministro Thompson Flores . (-0/ , 1. 9'. t*.Lj

Recorrente : Estado do Parana . Recorridos : Ondina Ferreira de Barrose Filhos.

Penaao graciosa . Instituida per lei especial a alterado seaquantum per diploma geral qua tizou o sea teto.

II. Prescrigao do direito nao reconhecida , eis qua se renovaa cads sn s ao instante do recebimento des pensoes . Aplicaccaodos arts . 10 a 49, do D. 20.910/32.

III. Inexiste direito adquirido ao quantum do pensao, o qua[pode ser alterado par lei nova, de efeito imediato, Pais qua rigoha regra no Constituicrao qua Veda a moditicageo . Precedentes doSupremo Tribunal Federal.

IV. Recurso extraordinario conhecido a provide, corn baseem negative de vigdncia do art . 2v, § 19, do L.I.C.C.

AC6RDAO

Vistos , relatados a discutidos estesautos, acordam os Ministros de Segun-do Torras do Supremo Tribunal Fe-deral , no conformidade da ate do jul-gamento a dos notas taquigraficas, perunanimidade de votos , conhecer do re-curro a dar-Ihe provimento.

Brasilia , 4 de junho de 1974. -Thompson Flores, Presidente a Rela-tor.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Thompson Flares:- Em sua parka expositiva , assim re-memorou a controv6rsia o aresto im-pugnado , f. 109-11:

"A apelada 6 viuva a os denialsfilhos do ex-deputado estadual Ma-rio Batista de Barros a atrav4s doL. estadual 4.313, de 6.1 . 61 lhesfoi concedida uma pensao mensaldo valor correspondents a metade da

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parts firs dos subsidios de deputadoestadual.

0 direito dos apelados , corn rela-cio a mencionada pensao , foi soli-dificado por intermedio do L. 4.763,de 5.11 . 63, que estabeleceu no aeuart. 39:

"As pensoes mensais concedi-des its viuvas de deputados es-taduais ficam mantillas em sellsatuais valores, desde qua doquantum superior ao fixado nes-ts lei".

A Assembleia Legislative, no en-tretanto, alicercada no L. 4.946,que entrou em vigencia em ....31.10 . 64, quo preceitua em sell§ 10, art . 59, qua nenhuma pensaopodere aer inferior a dez unit cru-zeiros, nern superior a cento a se-tents a oito cruzeiros, reduziu, ile-galmente , o quantum do pens-mensal e so Vern pagando urn ter-co da parte fixes dos subsidioa aque wrresponde a aludida impor-tincia de Cr$ 178,00.

Na defesa de son direito a dosfilhos a apelada tentou por vasesfazer a Assembleia respeitb-lo e,nesse sentido , teve varies entendi-mentos corn deputados a corn a Me-sa do Assembleia , mas foi tudo emvao.

Formulou, ainda, uma reclama-cao enderecada a Assistancia Tec-nica do Assembleia Legislative aesta por interlnedio de resoluciodecidiu que a partir da vigencia doL. 4.946, de 31. 10.64, qua modi-ficou a legislacao anterior, a ape-lada a aeus filhos so tam direito aurn terco da Porte fixa dos subsi-dios , ou seja, a Cr$ 178,00.

Os apelados ingressaram cornmandado de seguranca no qual fri-saram que a nova L. 4.946, de31.10. 64 nao alterou em nada adireito dos impetrantes a tram po-deria alters-lo porque ease lei re-gulou cases futuros a no tern efei.to retroativo, porquan to as leis queconcederam a pensao corresponden-ts a metade do parte fixes dos sub-sidios constituiam ato juridico per-

feito a acabado , nio atingivel porlei posterior . 0 mandamus, no en-tretanto , nao foi conhecido, pormaioria de votes, sob o pressupostode que It prazo pars os impetrantespedirem seguranca comecou a £uirdo ate do Comiaaao Executive doAsserbleia Legialativa , qua Ihes es-tipulou a pensao em urn terco doPorte fixes do subsidio de deputadoestadual a comp decorreram mais decento a vinte ( 120) dies do men-cionado ate , concretizou-se a dece-dincia do direito dos impetrantes.

Requereram os apelados a conde-nacao do Estado do Parana flea ver-bas a seguir especificadas : I) a in-tegralizafao do pensbo a qua tamdireito por force des L. 4.313, de6.1.61 a 4.763, de 5.11.63; II)parties a danos ; III) juros de mo-re; IV) correcio monetiria; V)custas a VI ) honorerios advocati-cios . Pedirarn, por ultimo, qua oquantum respectivo fosse apuradoem liquidacao.

Na contestacao ressaltou o Este.do do Parana qua os fates relatadosna inicial originararn-se de leis quoentraram em vigencia nee anon de1961, 1963 a 1964 e a acao ordini-ria unicamente foi ajuizada em 1971a que , assim , estao prescritos os di.reitos dos apelados , ja qua houve adecorrencia de prazo superior acinco ( 5) anos , sem a existancia dequalquer cause interruptive; no ma-rito qua nao se configurou qual-quer direito adquirido em favor dosapelados , pois lei posterior revogouexpressamente a anterior , e, ainda,qua as concess6es de pens6es apre-sentam ulna liberalidade de poderpublico, qua tern a faculdade nio sode reduzi-laa, come ate de extin-gui-las ; finalizou pleiteando a con-denacao dos apelados nas custas ana verbal advocaticia".

2. E, pare manter a sentenca, aqual reformou, apenas , para excluir as

Pardee a danos, deu-lhe a seguinte fun-damentacio, f. 112-13:

"A pensao estipulada em favordos apelados a correspondente it me-

R.T.J. 72

tade da parte fixa dos subsidies dodeputado estadual foi concedidaatraves do L. eatadual 4.313, do6.1.61 e durante verios ands rece-berem eles , comp a intuitivo, nointegralidade, o bane icio.

A nova lei, qua reduziu a pen-sao a de 1964 a quando entrou emvigencia esta filtima je se achavadefinitivamente conatituida a situa-cao juridica dos apelados , insusce-tivel de ser revogada , prejudicada,modificada pela lei posterior, aindamais qua nada se apurou contra apureza da lei anterior a nem se ale-gou que ela fosse eivada de vicio,

,on mntivesse qualquer resquicio deilegalidade , on entao, qua os apela-dos nao preenchessem no indispen-seveis requisitos pare continuer afazer jus a pensao . Nao poderia,

.consegiientemente , o Poder P6blico,_ unilateralmente , inovar a situacaoque se encontrava , so tempo, defi-nitivamente delineada a concretiza-

-de, tanto que ja se decidiu:

"A irretroatividade do lei eum tenon que deve prevalecersempre, nao so porque determi-ne a Carta Magna tambem por-que as relacoes juridicas prete-rites nao podem ser votaries pelanova lei, m6xime quando os efei-tos do antiga ja se concretiza-ram" (Ac . unanime, 39 CCTASP,15.3.60 - R . T., 299/478)".

A prescricao do direito dos ape-lados nao sa configurou , quer cornrelacao as diferencas des prestacoesvencidas , quer no que diz respeitoas vincendas . Houve, inicialmente.por parte dos apelados , reclamacaona esfera administrative , como soinfere do documento de f. 19-20,pole a apelada em seu tome pro-prio e dos fiihos requereu o rea-justamento do pensao . Tern, pois,inteira splicacao a especie o quepreeeitua o art. 49 do D . 20.910,

-de 6.1 . 32 - quo regula o prazoquinquenal , verbis:

"Art. 49. Nao corre a pres-cricao durante a demos que, noestudo , no reconhecimento onpagamento do divide, considers-

183

da liquids , tiveram as reparti-goes on funcionerios encarrega-dos de estudar a apura-lo".

Posteriormente a prescricao tam-bem foi interrompida corn o man-dodo do seguranca impetrado pelosapelados e qua eats datado de22.6.70.

Carta , por outro lado , a conde-nacao do Estado do Parana no cor-recao monetaria, muito embora asreconheca a inexistencia de lei ex-pressa que pudesse autorizar a de-liberacao do magistrado. A pensaofoi outorgada em reconhecimentooos relevantes servicos prestadospelo ilustre e extinto deputado eespecificamente pare amen :zar a si-tuaceo economica dos apelados.Tern ela , pois , nitidamente, urn ca-reter alimentar . E nesse particulartern entendido os mais ilustradosPretorios do Pais , inclusive a CorteSupreme da Nacao qua a devida acorreceo monetaria, como dessumeda ementa a seguir copiada:

"Correcao monetaria . Ato ili-cito . Dane causado a predio vi-zinho . Denegacao . 0 S.T.F.so tern concedido a correggo mo-netaria em cases de dano de na-tureza pessoal , on quando a in-denizacao tern Icareter alimen-tar. Em casos corno o presen-te, a pacifico o seu entendi-mento no sentido de recusar acorrecao monetaria pot falta deapoio legal on constitucionalS.T.F. Plano - ERE 71.050- SP. Rel . M:nistro LuizGallotti - j. 2.12.71 -NCU - D . J.U. de 24.3.72,p. 1.533)".

3. Dai o recurso extraordinario, me-nifestado corn base nos permissivosconstitucionais das letras a e d.

Ali porque, desprezando a prescri-cao, tens o acord aao denegado vigen-cia aos arts . 178, § 10, VI , do C. Civ.,bem como o art . 19 do D . 20.910/32;e, so acolher o pedido , a L.I.C .C., ar-tigo 2°, § 14.

Aqui , porque teria o aresto impug-nado discrepado de julgados verios

184 R .T.J. 72

desta Corte , os quais indicou, de al-guns dales procedendo a transcrigoes,f. 121 a seguintes.

3. Admitido pelo despacho de fo-Iha 138, ensejou as razbes de folhas141-42 a 144-51.

4. Parecer da douta Procuradoria-Geral do Republica , como segue, fo-

lbas 155-57:

"1. 0 recurso ( f. 116 ) aventaas seguintes controversies, em torndo v. decisao de f. 109 : a prescri-gao do ageo que, visando retificarpercentual aplicado a penseo espe-cial da recorrida desde a L. esta-dual 4 . 964, de 1964 , somente foiajuiiada em 1971, apes vencido agiiingiienio ; b) carencia de direi-to adquirido a imutabilidade daque-le percentual diminuido pela letnova ; c) incidencia do corregeomonetaria na especie , posto niioexistir lei qua a autorize.

2. Todas as questoes tratadaspelo recorrente seo procedentes.Contra a prescrigiio argiiida, a evi-dente a desvalia do reclamagao ad-ministrative , tida pelo acbrdio comointerruptiva de prescrigao. Em te-ma do art . 4o do Dl . 20.910/32,a interrupgiio prescritiva somenteocorre quando as trate de reconhe-cimento de divida considerada li-quids . E ease nao e o case, dodoque o reconhecimento a pleiteadopara o pr6prio direito A imutabili-dads do percentual que a let novaalterou , a somente desse reconheci-mento a qua derivaria a liquidez dodivida, assim contestada em termosde sua propria sede , isto e, a neoincidencia da lei nova.

3. Noutro passo , quanto it ques-tao de merito , embora a penseo es-pecial fosse calculada a base de me-t3de da parte fixa dos subsidies deDaputado Estadual , a inegivel quoa lei nova limitou ease quantitati-vo. Dispondo sobre o reajustamen-to das pensbea especiais, a das pen-t5-,s previdencierias , a invocadaL. 4.496/64, polo seu art. 59, es-tabeleceu urn teto nuixitno, alem doqual, a certo , nenhuma penseo po-deria set reajustada . Logo, a ease

teto ba de subordinar-se a penseo,da recorrida , pois se sabe que, ate.mesmo no concernente a penseo pre-videnciiria, pods a lei nova dimf-nuir as sues bases, como, a exem -plo, esse Excelso Pretbrio decidiuno RE 73.454, relator o eminenteMinistro Djaci Falcao (in R.T.J.62/762 ), na afirmagio de que, tam-bem nessa materia , pode a lei novaderrogar a anterior.

4. Por ultimo, ainda quo fosse ocase de respeitar-se a situagao an-terior do penseo em causa , ver-se-ia a impropriedade do aplicagiodo corregeo monetaria sobre as di-ferengas atrasadas, ja qua a tran-giiila a jurisprudencia no sentidode que tel corregio so incide noscases em que a lei expressamentea autorize.

5. Parecer , pois, polo provimento do recurso.

Brasilia, 28.11 . 73. - Jose Fer-nandes Dantas, Procurador da Re-publica.

Aprovo: Oscar Correia Pins, Pro-curador-Geral do Republica, subs -tituto".

1r o relatbrio.

VOTO

O Sr. Ministro Thompson Flores,(Relator): - Conhego do recurso athe dou provimento , para o efeito dejulgar improcedente a ageo , condenan-do os autores, ore recorridos , so paga-mento des custas a dos honorarios, osquais fixo em 10% sobre o valor atri-buido a causa.

2. Desprezando , por inteiro , a pres-crigao arguida polo recorrente, pensoque o ac6rdao, pelo menos em parts,denegou vigencia aos arts. 192° a 30.do D. 20 . 910/32.

R que , embora nao prescrito o di-reito a penseo , o qual as renova acada mes, com o sou pagamento, pres-critas estariam aquelas parcelas cuiopagamento se devera fazer no quingiie-nio anterior a propositura da ageo,come sucedeu, salvo quanto one recor-ridos absolutamente incapazes , nos ter-

mos do art . 169, I , do C. Civil.

a

R.T.J. 72

Certo invocou-se a suspenaao doprazo atrav6s da reclamagao ou suainterrupgiio pelo ajuizamento de man-dado de seguranga.

Nem aquela, nem esta ocorreram. Aprimeira , face so disposto no art. 49do citado decreto; a 6ltima, porqueno as compreende em quaisquer dosincises do art. 172 do referido C&digo.

3. No qua respeita so mrrito pro-priamente dito - redugao da pensaoem si -, penso ter ocorrido denega-gao de vig&ncia do art . 29, § 19, daL. I. C. C.

De fato.

A pensao instituida em favor dos re-corridos pale L. 4.313/61 assim dis-p6s, f. 15:

"Art. 19. A concedida a viiva efilhos menores do ex-deputado Mi-rio Baptista de Berms uma pensiomensal de valor correspondents ametade da parts fixa do subsidiodo deputado estadual".

Pala L . 4.763/63, as pens5es dosdeputados falecidos foram estabeleci-des em 1 /3 da parts fixa dos respecti-vos subsidios, art. 19. Por6m, em seuart. 39, disp6s, f. 17:

"Art. 39. As pansies mensaisconcedidas as vi6vas de DeputadosEstaduais ficam mantidas em seusatuais valores desde qua de quantumsuperior so fixado pela presentslei".

Finalmente, adveio a L . 4.946/64que, em seu art. 59, § 19, disp6s:

"Art. 59 ...

§ 19. Nenhuma pensao poderiser inferior a dez mil cruzeiros,nem superior a canto a setenta eoito mil cruzeiros".

Dispondo de forma radical qua to-das as pansies a deputados falecidosteriam o teto fixado no citado § 19,sem qualquer ressalva on restrigio, dei-xando o aresto de the dar aplicagio,denegou vigencia so citado preceito,ensejando , assim , o conhecimento dorecurso e o seu provimento.

185

4. Cerro, pars assegurar o quantumprimitivamente fixado , afirmou o ac6r-dio ocorrer direito adquirido em proldos recorridos.

Considero qua inexiste.

A pensao em aprego defluiu de atode liberalidade ; e, assim, graciosa, em-bora possa ter sido hem inspirada.

A diverse, pois , daquelas qua de-fluem de contraprestagao , como o mon-tepio civil ou militar , o meio soldo,as previdenciirias de urn modo geral,as quais visam o seguro social.

A presente guarda aquela eiva ori-giniria qua as distingue des demais,merecendo, por isso memo , tratamen-to juridico diverso.

Demais , no foi ela estabelecida corno cariter de vitaliciedade ou irreduti-bilidade.

Assim, instituida como o foi, pode-ria, como decorrencia de lei, ser, atodo tempo, alterada e , quigi, supri-mids.

Desserts o teto do quantum estatul-do pale L. 4.946/64, corn o canterdo generalidade e dispondo pare o fu-turo, em nada afetou o direito adqui-rido dos recorridos.

Te-lo-ia afetado as atingisse as par-celas ji fixadas a compreendidas navigencia da lei anterior . A qua ji es-tavam incorporadas no seu patrimonio.Jamais as futuras, porque nao hi re-gra constitutional qua o proiba.

Antes, a lei nova tam efeito imedia-to a geral, a guards ela, como a leiqua inatituiu a pensao a estatu:u o seuvalor, o poder de introduzir as altera-96es qua o legislador considerar opor-tunas , pois age dentro da sue comps-tincia constitutional.

Este 6 a boa doutrina, recolhida desmelhores fontes per Pontes de Miran-da (Comentdrios a Constituig&o de1967, com a Emenda no 1/69, V, 29ed., p. 46 e seguintes ), aceita nos tri-bunais.

No mesmo sentido desta deciseo osarestos desta Corte (R.T.J., 62/762;RE 73.559, julgado em 19 .5.72; RE72.529, em 3.4.72, ambos da Segun-da Torras a dos quais fui Relator) e

186 R .T.J. 72

do Tribunal de Algada de Sao Paulo(R.D.A., 64/133/35).

E o men veto.

EXTRATO DA ATA

RE 77.453 - PR - Rel., Minis-tro Thompson Flores. Recta., Estadodo Parana (Adv., Francisco Jose Sea-Tea Portugal). Recdos., Ondina Fer-reira de Banos e filhos (Adv., Ja-mes P. Macedo).

Decisao: Adiado o julgamento perhaver pedido vista o Ministro BilacPinto depois do veto do Relator quaconhecia do recurso a the dava pro-vimento.

Presidencia do Sr. Ministro Thomp-son Flores. Presentee a season os Se-nhores Ministros Bilac Pinto a Xa-vier de Albuquerque. Licenciado o Se-nhor Ministro Banos Monteiro, Pre-sidente. Ausente, justificadamente, oSr. Ministro Antonio Nader. Procura-dor-Geral do R-publica, substitute, Dr.Oscar Correa Pina.

Brasilia, 22 de abril de 1974. -Hello Francisco Marques, Secretario.

VOTO

O Sr. Ministro Bilac Pinto: - Pe-di vista destes autos pare anfilise maisdetida do especie.

Ao cabo do estudo realizado, chegoa mesma conclusao do ilustre Relator.pelo qua acompanho son veto.

EXTRATO DA ATA

RE 77.453 - PR - Rel., Minis-tro Thompson Flores. Recta ., Estadodo Parana (Adv., Francisco Jose Soa-rer Portugal ). Recdos., Ondina Fer-reira de Banos a filhos (Adv., JamesP. Macedo).

Decisao: Conhecido e provide nostermos do veto do Ministro -Relator.Uninime.

Presidencia do Sr . Ministro Thomp-son Flores . Presentes a sessao as Se-ashores Ministros Bilac Pinto, AntonioNeder a Xavier de Albuquerque. Pro-curador-Geral do Republica , substitu-to, Dr. Oscar Correa Pins.

Brasilia, 4 de junho de 1974. -Hello Francisco Marques, Secretario.

RECURSO EXTRAORDINARIO N.0 77 . 518 - MG(Tribunal Pleno) S 5 2. (2, J

Relator : 0 Sr. Ministro Thompson Flores .

Recorrente : Prefeitura Municipal de Belo Horizonte . Recorridos: PauloPereira de Assia a Orlando Vignoli a Camara Municipal de Belo Ho-

rizonte.

Ciimara do Vereadores . Prefeito . Revisao de seas aloe com

respeito so funcionalisrno per equals . Inconstituciortalidade.

II. Atenta contra o princfpio do art . 6v do Constituipao, pre.

vista no Lei Organica dos Municipios, qua admits qua a Canasta

do Vereadores revels, em grau de recurso , was do Prefeito Mu-

nicipal, no quo tangs so funcionalismo municipal.

III. Declaragaio de inconstitucionalidade do art . 70, do Lei

estadual 28, do 22 . 11.47, corn a redaSiio qua The atribuiu a Lei

855, de 26 . 12.51.

IV. Recurso eatraordin&rio provide.

AC6RDAO derel, no conformidade do are do jul-gamento a des notes taquigraficas, par

Vistas, relatados a discutidos ester unanimidade de votes, conhecer do re-

autos, acordam as Ministros do Segun - curse a dar-Ihe provimento , a declarer

do Turma do Supremo Tribunal Fe- inconstitucional o art . 70, do L. 28,

R.T.J. 72

do Estado de Minas Gerais - Lei Or-genica Municipal de 22.11.47, alteradapela L. 855, de 26 . 12.51.

Brasilia , 16 de main de 1974. -Eloy do Rocha, Presidents . - Thomp-son Flores, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Thompson Flores:- An apreciar os recursos de officioa dos vencidos ( Camara Municipal deBelo Horizonte a Paulo Pereira de As-sis a Orlando Vignoli ), o eg. Tribu-nal do Justiga, por sun 3s Camara Ci-vil, Turma, unanimemente , proven oagravo processual , dando como preju-dicados as demais recursos.

Ft-lo, adotando o voto de sou ilus-tre Relator , Desembargador Gongalvesde Resende , qua e o aeguinte , folbas182-83:

"A Camara Municipal , contestan-do a agiu ordinaria proposta PetePrefeitura, visando a snular a re^solugio do edilidade qua havia reco-nhecido a dois ilustrea advogadosaposentados , em gran de recurso, odireito de receber quaisquer outrasvantagens atribuidas por lei aos fun-cionarios municipals , argiiiu comopreliminar a necessidade do qua aPrefeitura fosse considerada carece-dora de agao . A materia, por eaterligada so merito , poderia ter sidodecidida so final , mss o juiz a quorepeliu a preliminar no despachosaneador levando a Camara Munici-pal, per inconformisuui , a agravarno auto do processo ( f. 49 a cit.a f. 53 ). Assim, terfi a Camera doapreciar , inicialmente , o agravo emquestao.

Segundo o art. 70 do Lei Orga-nics Municipal (L. estadual 28, do22.11 . 47, alterada pale L . 855, de26.12 . 51), compete a Camara Mu-nicipal , em grau de recurso, resol-ver sobre "as reclamag6ea contraatos do Prefeito qua as refiram sofuncionalismo municipal , reformaa-do os qua estiverem em desacordocorn as garantias constitucionais as-seguradas aos funcionarios a corn asdisposig6 _as do respectivo estatuto

187

municipal . Em face dense prerro-gativa 6 qua a Camara promulgou aresolugao , dando provimento assimso recurso dos dois advogados apo-sentado . E agiu dentin do am es-fora de competencia . A sun reso-lugio, per isso memo , no pode serobjeto de anulagio por parts doPrefeitura , qua e o poder fiscaliza-do. Por outro lado, segundo orien-tagao jurisprudential , loge a com-petencia a a apreciagao do judicia-rio ato administrative nao lesivo adireito individual a especificamen-te atribuido a competencia do ad-ministragao . Per eaten fundamentos,eatando de acordo corn o parecer dodouta Procuradoria-Geral, dou pro-vimento an agravo , prejudicadas asapelag6es".

2. Dai o recurso extraordinerio, me-ni£estado polo vencida, f. 387-90.

Sustenta contrariedade so art. 69,pariigrafo unto, do Constituigao, a dis-sidio corn julgados desta Corte, osquais indica a comenta (R.D.A., v.100/151; R.T.J., 39/398; 47/394).

3. Admitido Palo despacho de to-]has 208-209 , ensejou as raz6es do fo-then 212-215 a 217-222.

Nestas invocaram os recorridoa a sus-pei;4o do ilustre firmatorio do despa-cho presidential.

4. Parecer do douta Procuradoria-Geral do Republica, coma segue, fo-lhas 235-237:

"1. An exito do recurso (f. 187)baste a colagao do ac6rdio denseExcelso Pret6rio no RE 62.691, dedeclaragso do inconatitucionalidadedo dispositivo do Lei Organica Mu-nicipal do Estado, qua autorizavaa Camara de Vereadorea a revisao,em grau de recurso, dos atos doPrefeito, atinentes so funcionalia-mo. Logo, se o v . ac6rda-o (folha184), pare a declarada carencia doagao, arrimou-se operas naquele dis-positivo, decerto quo reclama a re-forma suscitada.

2. Parecer polo provimento, parsque o eg. Tribunal a quo decide aapelagao , corno de direito.

188 R.T.J. 72

Brasilia , 6 de dezembro de 1973. -Jose Fernandes Dantas, Procurador doRepublica.

. Aprovo: Oscar Correa Pine, Pro-

curador-Geral do Republica , substi-

tute".

1: o relat6rio.

VOTO

0 Sr. Ministry Thompson Flores(Relator): - Tenho por prejudicadaa argiiigao do suspeigio do firmatbriodo despacho qua admitiu o recurso ex-traordinbrio.

R qua, coat o seu processamento, amateria do recurso, em si, passou aample apreciagao do Supremo Tribu-nal Federal.

II. E, do recurso conhecendo, dou-lhe proviatento , para qua, afastada a

prejudicial de carencia do agao, deci-

de a eg . Turnra os recursos corn en-

tender de direito.

1. Para concluir como concluiu, re-conheceu o acbrdao como velido o ar-tigo 70 do L. estadual 28, de 22.11.47,coat a redagao introduzida pals L. 855,de 26.12.51, o qual, no rol de atri-buigbes a Camaro de Vereadores, dis-p5e, verbis, f. 37:

"resolver, em grau de recurso, so-bre as reclamag6es contra atos doPrefeito qua as refiram so funcio-nalismo municipal , reformando osqua estiverem em desacordo corm asgarantias constitucionais assegura-dos aos funcionarios a coat as dis-posigoes do respectivo estatuto mu-nicipal".

2. Assim decidindo, dissentiu, polomews, do padrao desta Carte, indica-do no petigao recur sal , RE 62.691(R.D.A., 100/151/3), cuja ernenteestatui:

"Inconstitucionalidade do art. 121do Lei Organica dos Municipios doMinas Gerais (L. 28, de 22.11.47),qua instituiu recurso pare a Cerna-ra Municipal das decis6es do Pre-

feito relatives aos funcion/rrios mu-nicipais . Ofensa so principio do in-dependencia dos poderes. Recursoextraordinario conhecido a provido".

Tenho, pois, como justificado o co-nhecimento.

3. E Cabe prove-lo porque, comobeat acentuou o paradigms , o preceitoadmitiu invasao de atribuigoes do Pre-feito pole Camaro Municipal , o qual,porque teria o poder de anula-las onrepara-las, se poria em situasao hie-rarquica superior , o que, por certo, naopermite a Constituigao , qua quer di-tos Orgaos Municipais , Executivo aLegislativo des Comunas, sejam bar-monicos e independentes , a semelhangado estatuido em seu art. 69.

Ao precedente indicado cabe acres-

centar as seguintes : RE 64. 240 a Re-presentagao no 675, in R.T.J., 47/39439/398.

R 0 meu vote.

EXTRATO DA ATA

RE 77. 578 - MG - Rel ., Minis-tro Thompson Flores . Recta ., Prefei-tora Municipal de Belo Horizonte (Ad-vogado, Alcy Alvares Nogueira). Re-corridos , Paulo Pereira de Assis a Or-lando Vignolli ( Advs ., em cause prb-pria ) a Camara Municipal de BeloHorizonte ( Adv., Paulo de PaulaReis) .

Decisao : Conhecido a provido, a de-clarado inconstitucional o art. 70, doL. 28, do Estado de Minas Gerais -Lei Organica Municipal de 22 .11.47,alterada pals L. 855, de 26 . 12.51.Votou o Presidents . Unanime.

Presidencia do Sr . Ministro Eloy doRoche . Presentes a sesseo os SenhoresMinistros Luiz Gallotti , Oswaldo Tri-gueiro, Aliomar Baleeiro, Djaci Falcao,Thompson Flores , Bilac Pinto , AntonioNader , Xavier de Albuquerque a Ro-drigues Alclmain . Procurador-Geral doRepublica, o Prof . Jose Carlos Mo-reira Alves.

Brasilia , 16 de main de 1974. -Alvaro Ferreira dos Santos, Diretor doDepartamento Judiciario.

R.T.J. 72 189

ItECURSO EXTRAORDINARIO N" 77.867 - SP(Segunda Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Leitio de Abreu.

Recorrente : Municipalidade de Sao Paulo . Recorrida : ENGETEC 1 -Empresa Nacional Grafica a Editors Tecnica Ltda.

Irnunidade tributeria outorgada pelo art . 19, III, d, da Cons-tituigao Federal (Emenda nv 1). Revista tdcnica as inclui entreas periddicos, a que abide ease preceito constitutions/. Interpre-tageo rasoevel dews norma da Carta Politics em vigor.

Reourso extraordinerio nao conhecido.

AC6RDAO

Vistos , relatados a discutidos esterautos , acordam no Ministros de Segun-do Turma do Supremo Tribunal Fe-deral, em conformidade com a ate dejulgamentos a notes taquigreficas, naoconhecer do recurso , unanimemente.

Brasilia, 12 de novembro de 1974.- Thompson Flores, Presidents. -Leitdo do Abreu, Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Leitao do Abreu: -Em sessao pleneria do Tribunal deAlgada Civil do Estado de Sao Paulo,realizada em 23.9.71, foi julgado pro-cedente , por maioria , recurso de revis-to, em que era recorrente ENGETEC- Empresa Nacional Grafica e Edi-tors Tecnica Ltda. e recorrida a Mu-nicipalidade de Sao Paulo , para o fimde considerar acertada a orientagao in-culcada pelo acordeo trazido a confron-to, no sentido de que "pare fins doisengeo tributeria a empresa jornalis-tice aquela que edita revistas de ca-ster tecnico" (f. 150-154).

Dessa decisao a Municipalidade deSao Paulo interpos recurso extraordi-nirio, com fundamento no art. 119,inciso II, alinea a, do Constituigao Fe-deral (Emenda ao 1), deduzindo, emabono de sus pretensao , estes argumen-tos:

"A ors recorrida, ENGETEC -Empress Nacional Grafica e Edito-ra Tecnica Ltda., moveu agao or-diniria contra a Municipalidade

pare invalidar langamentos de Int-

posto Sobre Servigos , alegando go-

zar de imunidade tributeria, logran-

do exito em Primeira Instencia,

cuja sentenga, entretanto , foi refor-

made por decisao do eg. Segundo

Carnara Civel, ( f.). Deste ultimo

julgado a interessada , ENGETEC,interpos recurso de revista , no qual

foi lavrado o v. acirdao, ors im-pugnado , qua acabou por sufragar ateas favorivel so reconhecimentodo imunidade, concluindo o julga-mento do seguinte manaira:

"Por estes motivos , julga-se proce-dente a revista , para que prevalegaa tese inculcada nc, v. acordeo tra-zido a confronto , ao sentido de quePara fins de isengeo tributdria,tambem a empresa jornalistica aque-la que edita revistas de castertecnico".

E evidente que a interpretagaodada pelo Colendo Tribunal naodove preponderar , pois contrariou oart. 19, inciso III , letra d, da Cons-tituigao Federal, alargando de telmaneira o instituto do imunidadetributeria , a ponto do faze-lo recairsobre uma empresa grifica, cuja fi-nalidade a imprimir revista tecnicaque refoge so interesse geral. Aempress em questao nao passe de"simples prestadora de servigos, anpodendo ser isentada do imposto so-bre servigos de qualquer natureza,sob pena de se atentar a isonomiafiscal", conforme muito bem res-saltou o v . acordeo do eg. 2a Ci-mare Civil, (f.).

190 R .T.J. 72

Ao contrerio do que afirma o

v. ac6rdio , ore recorrido, o insti-

tuto da imunidade tributeria no su-porte interpretacao extensive, neo

permitindo , data venia, que o jul-gador ve alem des hip6teses pre-vistas na Lei Maior on nas exce46esfixadas na legislacao ordineria, masem careter especial.

Ensina Carlos Maximilian emsua obra Hermeneutica a Aplicacaodo Direito, p. 325, que: "Interpre-tam-se estritamente os dispositivosque inatituem exceg5es as regras ge-rais firmadas pela Constituicao.Assim se entendem os qua favore-cem algumas profissues , classes onindividuos , excluem outros , estabe-lecem incompatibilidades, asseguramprerrogativas , on cerceiam , emboratemporariamente , a liberdade on asgarantias da propriedade . Na duvi-da siga-se a regra geral".

Diante do exposto , a recorrente

requer a aguarda o seguimento dopresents recurso extraordinerio, or-denando-se o son processamento,na forma da lei" (f. 162-164).

O ilustra Vice-Presidente do eg. Tri-bunal a quo neo admitiu , porem, o re-curso , em despacho cujo texto e o se-guinte:

"0 plenerio dente eg . Tribunaldeferiu recurso de revista Para queos autos voltassern a Camara deorigem a fim de decidir conformea teas dada comp prevalente: "parefins de isencao tributeria, tambem eempresa jornalistica equals que edi-ts revistas de caster tecnico". Edesse ac6rdao que a vencida -Municipalidade de Sao Paulo -quer recurso extraordinario. Toda-via, parece-me intempestiva a ino-portuna a pretenseo recursal, poisno he, na lids principal , decisaodefinitive . Os principios qua infor-maram a Sunmla 513 do Pret6rioExcelso ("A decisao qua enseja ainterposicao de recurso ordinerio onextraordinirio, neo 6 a do Plene-rio que resolve o incidents de in-conatitucionalidade , mas o do 6r-gao (Cernara , Grupos on Turmas)

qua complete o julgamento do fei-to") servem , explicitamente, pare ahip6tese, deeds que o aresto recorri-do estancou na afirmacao de wastese a set aplicada , sendo prematu-ra a inconformidade da recorrente,at at in quantum . Admito que talinterpretacao anal6gica da Summa513, imputando em rigor exegetico,neo deve atuar isoladamente paratrancar o curso do apelo extremo;seria mais cautelar remeter o desa-te sobre o aspecto da prejudicialso eg . Tribunal ad quern.

Nada obstante , considerando apretensao pelo merito, tenho comono justificada a abertura da ins-tincia extraordineria corn apoio nopermissivo constitutional da letra d(art. 119, III, da Constituicao Fe-deral). A equagio deciscria colheumotivacao Para o desate na ratio danorma constitutional (art. 19, III,d) a suas conotac6es corn o sistematributerio e a legislacao municipal,sustentando que a isencao teve perestimulo uma protecso fiscal aosveiculos a instrumentos de divulga-cao cultural, neo encontrando, des-tarte, 6bice pare o envolvirnento. naexcecao, das revistas t6cnicas porque"6 fato de observacio comum o deque hodiernamente he uma divulga-cao cientifice ou popularizacao daciencia" ( f. 151 ). Impossivel per-ceber comp a porque tal entendi-mento posse ter violado lei federalon preceito constitutional. Susten-ta a recorrente qua, no diapasao,teria havido interpretacao extensi-va qua os doutos neo aplaudem paraa consideracao do imunidade tribu-teria (acusacao que o ac6rdiio re-pela enfaticamente , f. 153, 34 §).No entanto , a exegese neo vein dedistensao elasterica, mss de rigoro-so balanceamento, como se disse, daratio legis, dai brotando a conclu-sao da melhor razoabilidade, proble-metica que neo autoriza o recursoextraordinerio (Sdrnnrla 400).

Some-se, per derradeiro, qua aposicao temetica veio Para o encar-te em lei municipal eapecifica deisencao - D. municipal 6.979, de,

It

R.T.J. 72 191

20.4.67 - Regulamento do Im-posto de Services de Qualquer Na-tureza - art . 53, IX : "Sin isen-toe do imposto as prestag5es do ser-viSos efetuados per... empresa jor-nalistica" - o que , em anilise fil-time , tray a Sumula 280 pare atuar,em concurso , como trava para o de-ferimento do apelo manifestado af. 162.

Nestas condifoes , acolho a impug-naSio da recorrida a nego segui-mento a pretense recursal" (fo-Ihas 176-177).

A dents Procuradoria-Geral da Re-pfiblica asaim opine aobre a esp6cie:

"Em grau de revista , concluiu oTribunal de Algada Civil de SaoPaulo , face a L. municipal 6.898,de 1966 , pela isenfao do imposto

ciente esse fundamento do ac6rdaopare dirimir a controviirsia, inad-missivel o recurso extraordinir:oembasado em ofensa so art. 19, III,d, da Constituigio Federal (Sumo/a283). A Lei de Imprensa , aliis,considers empresas jornalisticas asque editam jornais, revistas a outrosperi6dices ( art. 39, $ 49, da Lei5.250/67).

Mao obstante , a disposicio cons-titucional tamb6m se refere aos pe-ri6dicos , sendo carte qua a edicaode revista de cariter t6cnico-cienti-fico stands a ratio juris do preceitoque 6, observe Aliomar Baleeiro, ade dar " . proteSio a educag5o, itculture e a liberdade de comunica-9ao a pensamento" (Dir. Trib. Br.-sileiro, 4a ed., p. 94).

Palo nio conhecimento do ap-lo"

sobre servisoa des empresas qua (f. 195-6).editionporque

revistastamb6m

de canter t6cnico,constituem empre-

E o relat6rio.

sea jornalisticas.

Recorre o Municipio de Sao Pau-lo, pela letra a do permissive cons-titucional, alegando que a decisaorecorrida deu interpretacio extensi-va so art . 19, III , d, da Constitui-gio Federal , pois a recorrida, quaedits a Revista Engenharia, de ca-riter t6cnico-cientifico , servindoademais de veiculo de propaganda,nao est6 amparada pela imunidade.

Preliminarmente , come results dor. despacho agravado de f. 175-177,no tendo havido decisao definitivada lide principal , inadmissivel 6 oapelo exceptional, pois a aresto re-corrido apenas ". . afirmou tese aser aplicada , sendo premature a in-conformidede do recorrente" (S6-mula 513).

No m6rito , embers a decisio im-pugnada tamb6m considerasse quaa recorrida estava abrangida pelaimunidade, a canclusio exclusive-mente diz respeito a definisao doalcance de isengio concedida em leimunicipal a empresas jornalisticas.Neste filtimo aspecto , a questio asrestringiria a discuasio de direitolocal (Sfrmuda 280), e , sendo sufi-

VOTO

O Sr. Ministro Leitao de Abreu(Relator): - Esti redigido deste mo-do o despacho que encaminhou a re-vista a julgamento:

"Deferida a revista , entendendo oeg. Grupo qua hi diverg&nciaquanto an modo de interpreter odireito em tese, entre o v. ac6r-dao recorrido e o v. ac6rdao trazi-do a confronto, proferido pela eg.S6tima Cimara (Apelag5o 149.154,de Sao Paulo , f. 10-14), vie estesautos so Colendo Plenirio, pare quese pronuncie sobre as seguintes te-ses: "Empress jornalistica , pare finsde isengio de imposto municipalsobre servigos de qualquer nature-za, somente pode ser havida a quodesempenha o jornalismo - divul-garcao peri6dica de assuntos geraiscorn o objetivo de orientar a infor-mar a opiniao p6blica a respeitode acontecimentos aociais , politicose administrativos - (tese do v.ac6rdao recorrido), an "pars finsdaquela isenciio 6 tamb6m empre-sa jornalistica a qua edits revistasde canter t6cnico on especializa-do" (tese do v. ac6rdao padrio -

192 R .T.J. 72

do eg. Setima Camara" (f. 147 ev.).

An dirimir o dissidio, o eg. Tribu-nal de Algada Civil do Estado de SaoPaulo, por maioria de votos, julgouprocedente a revista, pare o fim deconsiderar acertada a orientagao incul-code polo v. ac6rdio trazido a con-fronto, no sentido de qua, "pare finsde isengao tributiria, tambem a em-press jornalistica aquela qua edita re-vistas de cariter tecnico".

Arguments ease decisao:

"Ressalte-se, de inicio, qua, Se-gundo estatui o v. ac6rdao reviden-do, editando a recorrente revistatecnica, qua "refoge au interesse go-rel, tratando-so de simples presta-dom de servigos de assunto restri-to, nao pode ser isentada do impos-to sobre servigos de qualquer natu-reze, sob pens de se atender a iso-nomia fiscal".

"A rigor - continua o v. acbr-daao recorrido - nao as pode dizerjornalismo, pare efeito de, isengeodo imposto, a divulgagao especiali-zada on memo a edigao de revista

tecnica, como e a Revista Engenha-r1a de circulagao mensal, qua publi-ca artigos de careter tecnico-cienti-fico". Data vents nao collie a ob-jegao, uma vez qua "as publicagoestecnicas atingem esferas coda vezmais amplas, a medida qua as ele-va o nivel cultural do povo". "Nemas publicag6es pordem as caracte-risticas de interesse geral, qua aisengao prevista na mais recants leimunicipal visou resguardar".

"A objegao de qua "a isengao de-ve ser interpretada restritivamente",data venia nao collie, por as traterde irnunidade.

°E, as a finalidade do preceitoconstitutional a cultural (cfr. Alio-mar Baleeiro - Direito Tributario

Brasileiro, 1970 - 2s ad., p. 94),em virtude de "o livro, o jornal ao peri6dico" representarem instru-mentos cultnrais, devem tambem asrevistas tecnicas ester ebrangidasnaquela, embora silo estejam use le-

tras do Conatitui9ao - o qua naoimpede a aplicegao mais ampla(Maximiliano - Comentirios aConstituiS o Brasileira, 1948, 40 ed.,I, p. 133 a sags.; a mais benigna,Maximilian - Hermeneutica -nv 178). Alias, a fato de obser-vagao comum o de qua hodierna-mente hs uma vulgarizagao cienti-fica on populariza4io do ciencia.

"Por final: na interpretagao dasleis tributirias, as devem lever emcoots: o sistema tributario (Geral-do Ataliba - Sistema Constitucio-nal Tributsrio Brasileiro, 1966, p.229); a indole do sistema politico-social (Alipio Silveira - 0 FatorPolitico-Social na lnterpretagao dosLeis, 1946 - passim; Maximilia-n - Hermeneutica n4 401) a atea egiiidado, pale qual "o interpretee o aplicador nao s6 suprirao a leisilente, mas tambem interpretaraoe adaptarao a lei qua se apresentarabsurda, em sue impersonalidade egeneralidade abstrata, para as con-digues inusitadas do caso especialtomato" (Aliomar Baleeiro -Direito Tributario Brasileiro, 19702s ed., p. 390). Ora, aplicados es-tea principios a atendendo-se a quourn dos fins do dispositivo consti-tucional citado e o "interesse, daculture" (Aliomar Baleeiro, op. cit.,p. 94), nao pods set negada, nocaso sub judice, a imunidade a re-corrente.

Por final: data venia, nao colhea objegao, aliis habilmente formula-do no v. ac6rd9o, no sentido dequa "editando a recorrente revistatr cnica, qua refoge so interesse ge-ral, tratando-se de simples prestado-ta de servigos de assunto restrito,nao pode ser isentada do impostosobre servigos de qualquer nature-za, sob pena de se atentar a isono-mia fiscal".

Ressalte-se qua o vocibulo "tdc-nice" pods ser tomado em veriasacepg6es : uma dales apenas , no sen-tido de "metodos qua se bossismem conhecimentos cientifieos corres-pondentes" (cfr. Lelande - Vo-cabulaire Technique at Critique de

R.T.J. 72 193

La Philosophie - Paris , 1951, ver-bum technique; Herder - KleinesPhilosophisiches Wd'rterbuch, 1959,verbum - technik).

Ora, nem nesse sentido , se pode-ria concluir qua os conhecimentostdcnicos divulgados pela revista naosejam - dada a atual popularize-Sao do ciencia - de "interesse ge-

ral" (f. 150-2).

Transcendeu , pois, o acbrdao recor-rido, no exame da especie , o campodo lei local , qua concede isengao deimpostos a empresas jornalisticas, parssituar a questeo em piano normativehierarquicamente superior, isto e, o doregra constitutional , que veda a Uniao,aos Estados, so Distrito Federal e aosMunicipios instituir imposto sobre olivro, o jornal e os peri6dicos, assimcomo o papal destinado a sue impres-sao (Constituigso Federal , Emendan9 1, art . 19, III, d). Colocada a ques-teo nestes termos, fundou-se a deciseono imunidade , garantida constitucional-mente a recorrida, pare der pale pre-valencia do tese inculcada no v. ac6r-d9o apontado coma divergente, ou se-ja, de que, "pars, fins de isengeo tribu-teria , tambem 4 empress jornalisticaequals qua edits, revistas de castert6cnico" . Embora , pois, na conclusao,Pale em isengao tributaria , esta se tor-t indiscutivel , segundo o ac6rdao re-corrido , porque o qua na verdadeexiste , no especie , a mais do que isen-gio, a imunidade.

Justamente per isso a Prefeitura doMunicipio de Sao Paulo , so recorrer,extraordinarianrente , dessa deciseo, as-senta a sua pretensio recursal , unica-mente no alinea a, alegando violagaodo art . 19, inciso III, letra d, da Cons-tituigao Federal . Somente corn easefundamento poderia impugner o ac6r-dao recorrido , nao s6 porque a imuni-dede, no case , absorvia a isengao, cometambem porque , se a isengao pudesse,no hip6tese , ser considerada isolada-mente, sobre a mntrov6rsia , scarce. doseu alcance , nao caberia , em qualquercase, a censure desta Corte, per setratar de questeo concernente a inter-pretagao , teo-s6 , de direito local (Sd-mula 280).

No qua toca so texto constitucio-nal, que defers a imunidade tribute-ria so livro, so jornal a aos peri6di-cos, assim come so papel destinado asua impressio, imports saber se revis-ta, no caso revista tecnica , as compre-ends entre os peri6dicos , a que eludea cleusula quo outorga a imunidade.

A regra hermeneutica , pare deter-miner, on esp6cie , a acepgao do voce-bulo peri6dico , no texto constitutional,6 a regra comum : cumpre perquirir seo legislador constituinte usou esse ter-mo no seu significado usual , comum,ou se quis atribuir-lhe sentido peculiar,que a ciencia ou a tecnica the em-presta . Parece evidente quo o sentidodessa vocebulo , no caso vertente, deveser pedido so use comum , so signifi-cado usual que a lingua corrente theconfers.

Ora, no seu significado comum, li-gado a ideia de publicagao , peri6dicoe termo quo indica "publicagao quoaparece a intervalos iguais" ( Laudeli-no Freire - Dicionario do Lingua Por-tuguese - Verbete ; periddico . CaldasAulete - Dicionario Contemporsneodo Lingua Portuguese - quanto a mes-me palavra , registra este sentido: "jor-nal, revista , almanaque, etc., qua sepublics em dies fixes a determinados".Assinala, per sua vez , Aurelio Buar-que de Holanda , no Pequeno Diciona-rio Brasileiro do Lingua Portuguesa,acerca , tambem , do termo peri6dico:"designative do obra ou publicagao quaaparece em tempos determinados; jor-nal com dies fixes pars a sua publica-gao"

Ease mesmo sentido a consignado noL. 5.250 , de 9.2 . 67, que regale a Ii-berdade de manifestagao do pensamen-to a de informagoes . "S"ao empresasjornalisticas, para os fins de presentelei" - preceitua o art . 39, § 49, Bes-se ate legislative - "aquelas qua edi-tarem jornais , revistas on outros peri6-dicos". Nao imports qua a definigaoso haja at estabelecido pare os fins dediscipline do liberdade de manifesta-g io do pensamento a de informagoes.0 qua conta , no qua diz respeito aquesteo ora examinada , a que, na pres-crigao legal ai mencionada, as inclui

194 R . T.J. 72

o peri6dico no genre a qua perten-cem os jornais a revistas, uma vesquo outra miss no quer dizer o arti-go 39, § 49, quendo so refers a em-presas que editarem jornais , revistaaCu outros peri6dicos.

Isto poste, nada fax no case o tra-tar-se de revista tecnica, ji Palo sumaimportancia de quo as pode revestir apublicagio de materia tecnica ou cien-tifica, ji porque revistas dense gene-ro alcancam, per vexes, circulaciio atemaior do quo a de muito jornal, bene-Iicierio do imunidade.

Considero raxoevel, pole, a interpre-taSio do dispositivo constitutional, con-substanciada no ac6rdio recorrido.Desae mode, embora entenda que podeser interposto recurso extraordiniriode ac6rdio que, dirimindo revista, con-tenha somente tees a ser aplicada nojulgamento definitivo , n5 o conhego dorecurso, visto Hilo ter o ac6rd9o recor-

ride, a men juizo, violado a cliusulaconstitutional a qua elude a recorrente.

EXTRATO DA ATA

RE 77.867 - SP - Rel., Minis-tro Leitio de Abreu. Recte ., Muni-cipalidade de Sao Paulo (Adv., Al-berto Ragghiante). Recda., ENGETEC- Empresa Nacional Grifica e Edito-ra Tecnica Ltda. (Advs., Sylvio VidalS. do Silva a outros).

Decisio: Nee conhecido , unenime.

Presidencia do Sr. Ministro Thomp-son Flores. Promotes A sessio os Senho-rea Ministros Antonio Nader a Leitiode Abreu. Ausentes , justificadamen-te, os Sn. Minis tree Xavier de Al-buquerque a Cordeiro Guerra. Pro-curador-Geral do Republica, substitu-to, Dr. Oscar Correa Plus.

Brasilia, 12 de novembro de 1974.- Hello Francisco Marques, Secretfi-rio.

ItECVRSO EXTRAORDINARIO NP 17.958 - GO(Segundo Turma) A S. 6 4

Relator : 0 Sr. Ministro Thompson Flores. / X^^Ck • ^^, F° k ..} t

Recorrentes : 198 - Nicolau Afonso Rosa e sue mulher . 29e - HemiqueVeiga Lobo a outro . Recorridos: os mesmos.

Agao d0 reintegragao de posse. Improcede"ncia.

Acessoes consideradas come metes benfeitorias polo julgado

recorrido o qua] admitiu direito do retenga"o.

II. Recuraos extraordinerios: nio conhecido aquele dos auto-tee pot auaenda de preswpoetos; a provide o interposto pales rawper manifesto dersegagao do vigencia dos arts. 516 a 547 doC. Civil.

ACORDAO

Vistos, relatados a diseutidos esterautos, acordem os Ministros do Se-gunda Turma do Supremo TribunalFederal, no conformidade da eta dojulgamento a des notes taquigrificas,per unanimidade de votos, conhecer edar provimento no recurso dos 19• re-correntes a nio conhecer do recursodos 29' recorrentes.

Brasilia, 4 de junho de 1974. -Thompson Flores, Presidents a Rela•tor.

RELATORIO

0 Sr. Ministro Thompson Flores:- Contra os primeiros recorrentes ajui-zaram os segundos , em 11.10.71, psmnte o Dr. Juiz de Direito de Itapu-ranga, Estado de Goias, aggo de rein-tegragio de posse sobre a fires queteriam adquirido a descrita n, peti-gio initial.

Invocaram em seu prol. o art. 371do C. Pr. Civil.

2. Contestada a saneada a cause,originando agravo processual, a termo

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sentenciou o magistrado , dando paleimprocedencia da a£ao, f1s . 118-120-v.

3. Apelarem os autores, lograndopartial sucesso, eis quo o eg . Tribunalde Justi£a , por sua 20 Camara Civel,Quarta Turma , ap6s desprovar os agra-vos processuais , proven , em parts, oapelo pars reconhecer-lhes o direito dereten£iio sobre as benfeitorias por alesadquiridas . Houve voto vencido, aco-lhendo, por inteiro a a£ao, f. 147-52.

4. Contra a parte do julgado qua]has foi desfavorevel manifestaram osrius veneidos recurso extraordinirio,f. 153-63.

5. Fundados no voto discrepante.opuseram os autores embargos infrin-gentes, f. 165-71.

6. Apreciando-os as eg . CamarasCiveis Reunidas , unanimemente, os re-jeitarem, em ac6rdio de 6.6.73, as-sim ementado , f. 195:

"Embargos infringentes . Reinte-gra£eo de posse. Deten£eo: A pos-se de descendents , por tolerancia deascendente , no enseja a prescri£aoaquisitiva , em detrimento do deten-tor do domino, visto que destitui-da de requisito substancial a sua ca-racteriza£ao, tal seja da vontadede exerciti-la como proprietirio,pelo qua deve ser confirmada deci-seo reconhecedora do dominio do le-gitimo proprietirio . Embargos co-nhecidos a improvidos".

7. Dad a contraposi£ao dos recur-sos extraordinirios de f. 201-18 pelosthus a 220-6 pelos autores.

Aquele 6 ratifica£ao do anterior; oultimo von embasado nas letras a e d,da permisseo constitutional, comoigualmente o primeiro.

8. Admitidos pelo despacho de fo-Ihas 235-41 , foram processados comrazbes apenas dos autores , f. 243-51.

A o relat6rio.

VoTO

0 Sr. Ministro Thompson F/ores(Relator): - Neo conhe£o do recur-so dos segundos recorrentes ; e, conhe-cendo daquele dos primeiros , dou-lheprovimento pare julgar improcedentea a£ao tambirn quanto a indeniza£io

195

pales benfeitorias, ressalvado o direi-to de pleitei-las em a£ao autonoma.2. Para rejeitar es embargoa a re-

memorar o direito as benfeitorias dis-as o ac6rdao recorrido, atrav6s do votede seu ilustre Relator , f. 197-200:

"0 ac6rd9o embargado decidiuque, pelo qua se verifica dos au-tos, atraves da prove documental,corroborada pela testemunhal, o Se-nhor Nicolau Afonso Rosa , ora em-bargado , requereu a diviseo judicialdo im6vel onde residia, inclusive aparte objeto desta demands, a qualfoi julgado por senten£a, ji transi-tada em julgado . Por tal deciseofoi excluido do gleba focada o Se-nhor Jose Antonio de Santana Car-doso, por haver adquirido sua par-te na glebe dividends de quern naomais a possuia , tendo sido a suacompra, dessarte , feita a nom do-mino, transitando ease decisao amjulgado.

0 titulo de propriedada dos au-tores, ore embargantes , tam sua ori-gem na escritura de compra a ven-da de Jose Antonio do Santana Car-doso, provendo, portanto, de quernnao tinha parte na gleba , conformejudicialmente reconhecido por sen-ten£a com transito em julgado, istoi, nao mais sujeita a recurso dequalquer espicie, nem mesmo A res-cis6ria , pois data de 1939, consti-tuindo , assim , res indicate.

Desde os idos de 1939, a glebaem questio vinha sendo ocupadapelo apelado , ora embargado, quamais tarde permitiu a seu lithe Ga-lileu Pacheco Rosa , vulgo Branco,16 residisse, a fim de, dali, retirarmein de vide pr6pria . Em tal si-tua£ao , Galileu, segundo da provacolhida , li residiu por mais de vin-te (20 ) anos , construindo , seta au-xilio de seu pai , ora embargado, asbenfeitorias alienadas aos embargan-tea a reconhecidas polo acord"ao em-bargado comp de propriedade dosmesmos, quando reformou, em par-te, a senten£a de primeira instinciae concedeu aos apelantes , ore em-bargantes , o direito de retengao porbenfeitorias , dando-ahes o valorconstants da escritura de compra e

196 R.T.J. 72

venda dos embargantes, dodo que,Segundo dales pr6prios, permanece-ram na glebe, via de preposto, ape-nes dois dias, tempo insuficientePara se construir qualquer benfei-toria de valor econ6mico digno demengao.

Os embargantes pretendem que,tanto a sentenga do instancia mono-critics quanto o ac6rd9o embargo-do alicergam-se no prernissa da ex-cegao de domino, "quando, na rea-lidade, os reus neo as ofereceramnos autos, esclarecendo que, apenasusaram do interdito reintegrat6rio,neo fazendo use do petit6rio", poloque poderia o pedido ser acolhidocom amparo no excegao focada.

O ac6rdao embargado, ,neo ha ne-gar, como a sentenga apelada, deuaplicagao indireta an que disp5e oart. 505, parts final, do C. Civ. Bra-sileiro:

"Nero se deve, entretanto, jul-gar a posse, em favor daquele aquern, evidentemente, neo per-tencer o domino".

As partes discutem a posse, noha falar so contrario, o reu, Ora em-bargado, possui o dominio da area,o que a fundamental a propriedade,exercitando all o comprador, oraembargante, mere detengao, isto e,posse em nome do proprietirio, co-mo, entio, julgar-se a posse em fa-vor dos autores, ora embargantes,se possuem apenas, por compra,aquela detengao em name do em-bargado vareo? detengao ease emconsegiiencia de tolerencia em fa-vor de seu filho, qua alienou o ser-vigo construido em tal situagao sueembargantes, o que evidentementeester dosado do intengao paternal dedar urn mein do vida so filho. 0fato do descendents, posteriormen-te, brigar com seu genitor, a pontode so tornarem inimigos ferrenhos,neo afasta a natureza de seu ingres-so naquele im6vel e, muito mews,serve pare ensejar a prescrigaoaquisitiva am detrimento do domf-nio de seu pai, proprietario do imo-vel.

A inimizade de pai a filho cres-ceu muito ap6s este assassinar a um

empregado daquele e, em virtudedo criminoso haver sido processadoe condenado , cumprindo pens noCepaigo , neo, todavia , a ponto defazer transformar-se mera toleran-cia em direito capes de ensejar aprescrigao aquisitiva , pois neo exer-citada com enimo de dono.

Os embargantes , com a reintegra-t6ria agiram com a intengao detransformer aquela more detengaoem posse , num evidente jogo pro-cessual, no sentido de conseguiremlegitimar uma aquisigao viciada,como ji dernonstrado.

Asaim, o julgador singular, ape-sar de haver feito referencia so ar-tigo 505 , parte final , do C. Civ.,neo abandonou a materia possess6-ria, como aconteceu tambem com oac6rdao embargado , pois , ambos de-cis6rios situaram a questao da pos-se sub judice spews como mere de-tengao, o que, no realidade, acon-tece no presents case, dodo queGalileo Pacheco Rosa , vulgo Bran-co, filho dos embargados , apossou-as daquele Lugar, de propriedadeexclusive de seus Pais, como repre-sentante dales, nonce com a infen-gao de dono, conforms tao bem pa-tents dos presentes autos, nso sepodendo, desserts , argumentar-secorn a prescrigao aquisitiva em fa-vor dos embargantes , consoante doLei da Doutrina a da Jurisprudenciade nossos Pret6rios.

Para melhor suporte de nossovoto , a born seja citado, ainda depassagem , a interpretagao dada socase pelos flosses Tribunals:

"EMENTA - Usucapiao -Desde que neo comprovados usrequisites legais, com a posse,com o enimo de propriedade,pelo tempo na lei prefixado, im-procede a agao" ( Ac. do S.T.F.,de 20 . 6.67, da lavra do Minis-tro Aliomar Baleeiro , exarado noAg. 34 . 962, in D . J.U., de10.11 . 67, p. 3.698);

"EMENTA - A posse animus

domini a condigeo indispensevelPara gerar o usucapiio, neo bas-tando a posse ininterrupta per

I

R.T.J. 72

mais de 20 anon" (Ac. de24.9.71, in D.J.E., de 19.11.71,p. 2, prolatado no Ap. Civ.6.053, da comarca de Hidrolan-dia);

EMENTA - Agao de divi-sao. Prescrigao aquisitiva. Con-dominio: Se a admissive] usu-capiao de eondomino contra osdemais, tambem a indispensevelqua sua posse seja localizada ecorn ammo de possuir corn ex-clusividade (Ac. de 26.4.73,in D.J.E., de 18.5.73, p. 3,prolatado no Ap. Civ. 6.677,do comarca de Morrinhos).

Doutro turno, certo tambem que,comp detentor de boa-fe, neo po-deria Galileu ser prejudicado naedificagao dos benfeitorias ou aces-abes agregadas aquele solo, aumen-tando-]he o valor econ6mico, dai ajusteza do ac6rdaao embargado em,com suporte em tal boa-f4, refor-mat, em parte, a sentenga apelada,a fim de reconhecer em favor dosembargantes o direito de retengaopor benfeitorias. Pouco interessa,de outro passo, pare empanar a suaboa-fe o fato de, posteriormente,haver se desentendido com seu pal,pois o que esta certo dos presenteeautos a haver construido, por con-ta pr6pria a com plena aquiescen-cia de seus pals, this benfeitorias,inclusive corn auxilio de outros ru-ricolas".

3. Como consignou o relat6rio, as-senta o extraordinario dos autores, se-gundos recorrentes, nos letras a e d doart. 119, III, da Constituigao.

Quanto aquele spouts negative devigencia dos arts. 485, 499, 505 a516 do C. Civil.

No que pertine so 61timo pressupos-to, dissidio com os decis6rios do ou-tros tribunais, segundo destaques qualeio a f. 225 da propria petigao re-cursed.

4. Penso que inocorrera quaisquerdos pressupostos.

Para repelir a reintegrat6ria, consi-deraram a sentence e o ac6rd"ao quoa manteve, em principio a origem dostitulos dos autores, quanto a area,

197

apbs a ausencia de sua posse, mesmocom respeito aquele desfrutado polofilho dos reus, o qual era por meretolerancia, por isso mesmo precarie.

0 embasamento, pois, assentou nosarts. 487, 492 a 505, 6ltima parte,do C. Civ., sem afetar aos demaispreceitos tidos como de vigencia ne-geda.

Quanto ao dissidio, a simples leitu-ra das partes transcritas evidencia que,

em nenhum poser, mostrou dissonan-cia, tanto meis que impendia aos re-correntes evidencie-la nos termos do-art. 305 do R.I. (Sdrmrla 291).

5. Cabe agora o exame do recursodos reus.

Sua irresignagao assents naquelesmesmoa pressupostos constitucionais.

Deduz denegagao do vigencia dosarts. 49 a 824, § 14 do C. Pr. Civ.;e 135, 516, 490, 547 a 963 do C. Civ.e dissidio com julgadoa de verbs tri-bunais, com as indicagbes a destaquesqua se encontram a f. 211 e segs.,na petigao recursal.

6. S6 em parte foi acolhido o pe-dido dos autores a no qua considerouo ac6rdao indenizagao por benfeitorias.

Neste passo disse o julgado, folhas.151-2:

"Por tail motivos, a de se conhe-cer o direito de retengao por benfei-torias em favor dos apelantes, de-vendo a indenizagao ser page deacordo com o valor atribuido asmesmas pale escritura do compra evenda de f. 8, qua a avaliou emCr$ 35.000,00, em data de 11.5.71,acrescido a partir daquela data, dosjuros de more legais.

Nao existe necessidade de apuraro valor das mesmas out execugao desentenge, porquanto os pr6prios re-correntes afirmam no processo quaap6s adquirirem o im6vel, tomaramposse do mesmo e logo no die se-guinte foram obrigados a abando-na-lo por imposigao do recorrido, lo-go, todas as benfeitorias la existen-tes ainda foram feitas polo alienan-te, vez qua oa compradores neo ti-veram tempo pare construir qual-quer acrescimo , dado o tempo exi-guo que 16 permaneceram.

198 R .T.J. 72

Por ester demonstrado qua a pos- acess"oee, algumaa delas anjeitas a re-se do antecessor dos recorrentes era Bras especificas como a do art. 547,tolerada polo recorrido , qua jamais citado.abriu mao de sou direito de pro- Admito qua nao possem os raw $epriedade a quo as benfeitorias fo- locupletarem coot tail acessoea ouram edificadas per seu filho , o qual acrascimos , porque qui&a importaria emnao pods se locupletar corn a im- locupletamento indevido.portaucia des mesmas, quo devera Cabe-lhe indenizar, pole.ser page aoa apelantes , motivo polo Melhor sera pleiteiem es eutoo ssqual, foi provido em parts o recur- - as for o case - em acao aut8nomaso, mantido , quanto so mais, a de-

recorrida ,inclusive coot as quando mail ample debate proporcio-

cisiocondenagoes nela previstas".

nary justta reparacio.

7. Considero qua no pedido impH- E o men vote.cito estava o qua o aresto considerou EXTRATO DA ATAbenfeitorias , razio porque inocorre- RE 77.958 - GO - Rel ., Minis-ram as faltas processuais indicadas . tro Thompson Flores . 19' Rectos., Ni-

A irresignacao procede, poram, a es- colau Afonso Rose e sua mulher (Ad-pecialmente porque houve denegacao vogado , Leovigildo Rodrigues); 29'de vig&ncia dos arts . 516 a 547 do Rectes ., Henrique Veiga Lobo a outroC. Civ., invocados. (Advogado, Derwin Raphael Antonio

De fate. Montoro). Recdos. os mesmos.

Duplamente incorreu o decisorio Decisao: Conbeeeram a deram pro-ngs faltas em questae . vimento ao recurso dos 19' recorren-

Se reconheceu quo Galileo nao ti- tea e nio conheceram do recurso dos

nha posse no sentido juridico , sobre a 29' recorrentes . Unaainie . Falou, Pe-

Area, mas mera detencao; e mais, se los 10' recorrentes , o Dr. Remulo

conceituou gomo benfeitoraa, folb*s Gongalves.

149-51, a case onde moron, o curral , Presid6ncia do Sr . Ministre Thomp-

o paiol, a cerce do Brame, as plants- son Flores . Presentes a sessao os Se-

goes, etc ., a urn so tempo , sob pre- nhores Ministros Bilac Pinto, Antonio

tezto de amparar -se no citado art. 516, Neder a Xavier de Albuquerque. Pro-

desapliceuo , do um lade porque nao curador-Geral do Repablica, substitu-

era ale possuidor, a assim equals a qua to, Dr. Oscar Correa Pine.teria transmltido o direito , os autores , Brasilia, 4 de junho de 1974. -e nao as trots de benfeitorias , mas de Relio Francisco Marques, Secretario.

RECURSO EXTRAORDINARIO N? 77.884 - SP

(Primeira Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Rodrigues Alcianin . `"Recorrente : Estado de Sao Paulo . Reeorridos : Antonio Angelo Bianchi e

outros.

Fundondrio Publico. Policia Militar. Inativos . Gratifira-

Sao polo Regime Especial do Trabalho policial (RETP) do Este-

do dg Sao Paulo . Nao se eatende a policiais anteriormente refor-

medes, beneficidrioe do ertinta "Gratificagao de Guarniyao Es-

pecial" quo Ales continua a ear page. como vantagem passel.

Recurso eztraordinario conlecido e provido.

ACORDAO meira Turma do Supremo Tribunal

Vistos, relatados e discutidos ester Federal, no confonnidade de ate de

autos , acordam os Ministros do Pri- julgamentos a notes taquigraficas, e

I a

R.T.J. 72 199

unanimidade, conhecer do recurso eder-Ihe provimento.

Brasilia, 20 de setembro de 1974.- Osvaldo Trigueiro, Presidente. -Rodrigues Alckmin, Relator.

RELATORIO

O Sr. Ministro Rodrigues Alckmin:1. A sentenga de f. 31 esclarece

a pretenseo dos autores , ors recorri-dos, e a contestagao do Estado. Dia,quanto a pretenseo initial : (f. 32).

"Os suplicantes ago militares re-formados do Policia Militar do Es-tado, corn proventos integrals, ven-cimentos e vantagens , por forga dosgradusgdes a fung6es qua exerce-ram quando em atividade.

Entre as vantagens encontra-se agratificagao do guarnigio especial,criada pals L. 6.055/61, no arti-go 67, destinada a compensar aprestacao de servigos em condig6esprecerias de seguranga , estabilidadee acomodag6es.

Posteriormente, a L. 10. 291/58,no art . 19, prescreveu qua ficavainstituida no Secretaria do Segu-range Publica , o regime especial detrabalho policial , destinado aosocupantes dos cargos , fung6es, pos-tos e graduag6es indicados no lei,qua se caracterira pelas condigoesestabelecidas nos itens I e U.

Confrontando -se os textos legais,chega-se a conclusao de qua o pri-mitivo conceito de guarnigeo espe-cial manteve -se inalterado pela leinova, opens corn was diferengaformal de Home, passando a cha-mar-se "regime especial de traba-1ho policial". E, quanto so acres-cimo do proibigio do exercicio deatividade particular remunerada, jevinha consignada no art . 13, n9 128,do D. 13.567/43 (RegulamentoDiscipliner da Forga Publica).

Nio ocorreu qualquer inovageocorn a lei do regime especial, e, as-aim, corn fundamento no art. 193do Constituigeo Federal de 1946,cup principio foi respeitado poloart. 102 , § 19, do Constituigao de

1969, a na Constituigio do Esta-do de 1969 , art. 92 , n9 X, 29 par-te, tern os suplicantes direito deperceberem a gratificagio pelo re-gime especial de trabalho policial,nos bases estabelecidas no art. 39,n9 II, do L. 10.291/68, conformerecebem os militares em atividade.

Pretendem , pols, seja a suplica-de condenada a Ihes pager a gre-tificagao pelo regime especial detrabalbo policial , nos termos doL. 10.291 , inclusive as diferengasatrasadas , desde a vigencia dessalei, corn juros de more, honorariosde advogado e custas".

0 Estado contestou a pretenseo, nostermos seguintes : (f. 33).

nenhum cabimento tam apretenseo, por falta de fundamentolegal . A L. 10. 291/68, no § 39do art. 59, estabelece claramentequa aos inativos a gratificagao a do33%, situagao qua nao foi modi-ficada pela L. s/n9, de 30 .11.70.A gratificagao fixada nesse diplomano e a mesma do "guarnigao espe-cial", extinta pelo art . 59. E, ade-mais, constituida a gratificageo peloregime especial de trabalho poli-cial uma vantagem an6mala, corncaracteristica de transitoriedade, ainterpretageo devere set restritiva,sem qualquer ampliagio . Acrescequa os autores foram reformadosantes do vigencia do L. 10. 291, a,como a sabido, a aposentadoria serege pals lei vigorante ao tempode retirada do servigo pCblico, so-mente podendo ser alterados os pro-ventos dos inativos no caso de au-mento geral , o qua nao ocarreu".

2. A sentenga repeliu a demandsmas foi reformada pelo acurdio dof. 66. Fundou-se o julgado em quoas L. 6.055/61 a 10 . 291/68 tiverama memo finalidade de compensar mi-litares pale prestagao de servigos emprecerias condig6es de seguranga, sen-do, pois , a gratificagio , aumento dovencimento de caster geral, qua apro-veita aos inativos.

3. Recorreu o Estado do Sao Pau-lo pales alineas a e d. Alega-se ofon-

200 R.T.J. 72

as so art. 102, § 10, da ConstituigaoFederal a dissidio com as Sdmulas 359e 339.

0 recurso nao foi admitido mas fi-losubir , em provimento de agravo.

Neste insta"ncia , o parecer da Pro-curadoria-Geral da Republica a no sen-tido de set ele conhecido a provido.

P o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Rodrigues Alckmin(Relator) :

4. Diz o parecer da Procuradoria-Geral da Republica , da lavra do Dou-tor Antonio de Padua Ribeiro: (fo-Iha 141).

"Per entender qua a "gratifica-cao pelo regime especial de traba-lho policial", instituida pals Lei10.291, de 1968 , era a mesma "gra-tificagao de guarnigao especial",prevista no L. 6. 055/61 , o acdrdaoimpugnado (f. 66-67), qua reformoua sentenga inicial (f. 31-37), re-conheceu acs recorridos , militatesreformados da Policia Militar doEstado, a majoragao da mencionadagratificagao , estatuida pela Lei es-tadual sem numero , de 30.11.70,que fixou o percentual em 60%,Para os oficiais do posto de coronet,e de 90%, Para os da categoriainferior.

Insurgindo-se contra essa decisao,

alega a Fazenda Estadual, em re-curso extraordinario , pelas tetras a,c e d, violagao do art. 102, § 19,da Constituigao, a divergencia comas Stimulus 359 a 339.

Passamos a opinar.

Admitida a correspondencia en-tre a "gratificagao de guarnigao es-pecial" e a "gratificacao pelo re-gime especial do trabalho policial",reconhecida pelas duas instancias,a vista da legislagao local , verifies-se que a decisao impugnada do-terminou a inclusao nos proventosdos recorridos da importencia cor-respondents so reajuste da mencio-nada gratificagao, qua se operou por

forga de lei posterior a passagsmdos mesmos pars a inatividade. Anassim proceder , desconheceu a Su-mule 359 , segundo a qual os pro-ventos da inatividade se regem pelalei vigorante a seu tempo , a violouo § 19 do art. 102 da Constitui-gao, qua somente permits a revi-sao dos proventos da inatividade,atraves de lei de caster geral (onseja : qua atinja a todos os inati-vos a nao parte dales ), sempre quase modificarem os vencimentos dosfuncionarios em atividade . Esse en-

tendimento vem sendo trangiiilo nosnumerosos julgados dessa ColendaSupreme Corte de Justice. Em re-cente julgado (MS 19 .944-DF,R.T.J., 62/578), o eg . TribunalPlano, acolhendo o veto do eminsn-

te Relator , Ministro Antonio Nader,repeliu a pretensao de funcionerioaposentado da Camera dos Depu-tados, alvitrando a alteragao dossews proventos, como decorr6ncia doreajuste da gratificageo de repre-

sentagao, qua servira de base a fi-

xagao daqueles , efetivado em data

posterior so ato de aposentacao.

Isto posto , somos pelo conheci-mento e provimento do recurso ex-traordinario, a fim de qua a agaoseja julgada improcedente".

5. Acrescento que, no RE 75.799 -SP, apreciado per eats mesma Tur-ma em 19 de fevereiro deste ano, fivea oportunidade de observer , repelindotambem a arguigao de qua a equipa-ragao pretendida encontraria apoio naConstituigao do Estado de Sao Paulo:

"Os autores , militates da ForcaPolicial em inatividade , percebiamuma gratificagao de 33%, a titulode "guarnigso especial".

Em 1968, a L. estadual 10.291instituiu um "Regime Especial deTrabalho Policial", com as exig6n-cias constantea do paragrafo untode seu art . 1^. Nesse regime en-quadrou a cargos da Policia Civil,us da entao Forga Publics e Guar-da Civil. A uns servidores atribuiugratificagao de 33%, a de 100% aoutros.

R.T.J. 72 201

No art . 59, disp6s a lei que, emdecorrencia da criacao desse RETP,ficava extinta a anterior gratifica-cao de guarnigeo especial a revo-gadas as disposicbes legais , geraison especiais , qua the fossem perti-nentes . Estabeleceu contudo, no§, 39, que os inativos que fizessemjug a gratificacao de guarnicao es-pecial extinta, continuariam a race-bar a percentagem de 33%, comovantagem pessoal.

Em 30.11 . 70, porem, uma leisem numero elevou a gratificacaode 33 % do RETP a 60% (Para oposto de Coronel ) e a 90% (paraos postos de Segundo -Tenente a Te-nente-Coronel ) . Ai, os autores ina-tivos (que percebiam 33% da gra-tificacao de guarnicio especial, Co-mo vantagem pessoal , nos termosdo art. 59, § 39, da L . 10.291/68)passaram a sustentar qua teriam,tambem , direito a ease majoracaopercentual do RETP , porque talmajoracao seria aumento de venci-mentos "de ordain geral" - e ateor da Constituicao do Estado, taisaumentos as estendem , na mesmamedida, a inativos.

0 acord aao agora em exams deuguarida a pretenseo . Ponderou que,embora houvesse , a L. 10 . 291/68,ressalvado "expressamente aos ina-tivos a percepcio da vantagem, nostermos do art . 59, g 39", a nova leisem numero somente alterou a per-centagem da gratificacao , estandoimplicita a "manutencao da exten-sao" (sic ) aos inativos , porque,consoante interpretaceo da Consti-tuigio Paulista , melhoria para umacategoria profissional a medida deordem geral , que na mesma propor-cao se estende a inativos.

A Censtituicio Federal, em seuart. 102 , § 19, determina a revi-sao dos proventos sempre que hou-ver modificacao de vencimentos porforca de alteraceo do poder aqui-sitivo da moeda . A Constituicaopaulista , quando fala na extensioa :nativos de majoracao de venci-mentos e vantagens concedidas aservidores em atividade por forca

de "medida geral", sob pena de in-constitucionalidade hi de set inter-pretada, tso -somente, Como conce-dendo majoracao necessiria no mes-mo caso em qua a preve a Consti-tuicao Federal : medida geral, por-tanto , e a decorrente de, geral au-mento de vencimentos , por forca daalteracao do poder aquisitivo d3moeda.

Dando outra interpretaceo a es-as dspositivo da Constituicao pau-liste, como se a majoracao de van-tagens concedida a uma classe deservidores (majoracao que, even-tualmente, pode decorrer de maio-res riscos , encargos on restrigoesqua se Ihes atribuam ) tivesse deestender-se, necessariamente, a ina-tivos, o acbrdao recorrido (n"ao otexto constitutional local) adore en-tendimento que nega vigancia aodisposto no art . 102, § 19, da Cons-tituicio.

Acrescente-se que, na verdade, odesenganado texto do art . 59. § 39,da L. 10 . 291/68 r4o concedeu, ainativos , a gratificacao do RETP.Manteve-Ihes, como vantagem pes-soal, a gratificacao de 33% deguarnicao especial . E nem a mais-re obr'creen o legislador, pela bb-via razao de que tal gratificacaodo RETP nao era aumento de ven-cimentos, nos termos do art. 102,§ 19. da Constituicio Federal, aque corresponde a "medida geral"da Lei Maior paulista . 0 entendi-mento contririo do ac6rd9o. ofen-de so texto constitutional , impondouma revisao que nao e a nel_ pre-vista, atraves de interpretaceo ine-ceitivel de dispositivo da Consti-tuicao do Estado - dispositivo que,acrescento , a ter a extensao que oac6rd5o the atribuiu , seria inconsti-tucional diante da norms da LeiMaior federal.

Nao se trata, portanto , de sim-ples interpretaceo de leis locais, masde interpretaceo que configuraofensa a Constituic "eo Federal, jus-tificando o extraordinirio".

Conheco , pole, do presence recursoa the dou provimento , restabelecendo

202 R.T.J. 72

a bem fundamentada decisio de pri-meira instancia.

EXTRATO DA ATA

RE 77 . 984 - SP - Rel., Minis-

tro Rodrigues Alckmin. Recta ., Esta-

do de Sao Paulo (Adv., Maria Au-

xiliadora Pero). Recdos ., Antonio An-

gelo Bianchi a outros ( Adv., Sebas-

tiao Rufino Freire).

Decisao : Conhecido a provido, una-nimemente.

Presidencia do Sr . Ministro Osval-do Trigueiro . Presentes ;a sessio osSrs. Ministros Aliomar Baleeiro, Dis-ci Falcao, Rodrigues Aldanin, a, o Dr.Oscar Correa Pine, Procurador-Geraldo Republica , subatituto.

Brasilia, 20 de setembro de 1974.- Alberto Veronese Aguiar, Secrete-

rio.

RECURSO EXTRAORDINARIO N.° 78.012 - SPI(Primeira Turma),

Relator: 0 Sr. Ministro Aliomar Baleeiro . / (lM^

Recorrente : America Latina Companbia de Seguros . Recorrida: MitsuiO. S. K. Lines Ltd.

Seguro maritimo - Clausula de nao indenizar.

Em contrato de transporte , a inoperante a cliusula de nio in-denizar (S(unula 161).

AC6RDAO

Vistas, relatados a discutidos satesautos, acordam os Ministros do Pri.maim Torras do Supremo TribunalFederal, no conformidade do ate dejulgamentoa e notes taquigrgficas, itsnanimidade , conhecer do recurso eder-Ihe provimento.

Brasilia , 18 do junho do 1974. -Luiz Gallotti, Presidente . - AliomarBaleeiro , Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Mini sire Aliomar Baleeiro:- A r. aentenga ( f. 40.41 ) julgouprocedente agao ordinaria movida perThe Tokio Marine and Fire InsuranceCompany Limited, como sub-rogadanos direitos do firma segurada aue, con-tra Mtsui O.S.K. Lines Ltd., parsressarcir-se da importincia de ..Cr$ 21 . 774,00 page per mercadoria ex-tmvlada durante transporte em naviodo re.

2. 0 v. ac6rd"ao (f. 70 ) da Pri-maira Turma do Tribunal Federal deRecursos reformou parcialmente a sen-tenga pelas razoes assim resumidas naementa do ac6rd-ao:

"Nio infringe o art. 19 do De-creto 19.473/30, quo veda a "cliu-sula do nio indenizar", a limitagiioa ser page polo transportador, a urnvalor mencionado no conhecimento,assegurada on embarcador a opgiode, mediante nine sobretaxa , decla-rar outro valor mais elevado, paretal fim; admitindo , alias, a jurispru-dencia qua o valor constants do co-nhecimento funcione comp limits doindenizag"ao, nao ha coma considerarinvilida a cliusula quo fire limitsmeximo, se nio nele declarado o va-lor do mercadorie."

3. A America Latina Cia. de Se-guros , representante geral do autos(f. 72.80) interp6s recurso extraordi-nerio, pelo inciso III, letras a e d, ale-gando denegagao de vig&acia do art. 19do D. federal 19.473, de 10. 12.30, adivergencia corn os v. ac6rdios, inR.F., 131/83, ac6rdio de PrimeiraTura, do S.T.F.; R.F., 135/155,ac6rdio do 5s Camara Civil do Tribu-nal do Justice do Distrito Federal; inR.F., 137/270 a R. T., 333/345 a dis-cord incia do enunciado do S6mrula 161.

4. 0 recurso foi admitido per dee-pacho do Presidents do Tribunal Fe-

R.T.J. 72

dotal do Recursos , Ministro M6rcio Ri-beiro, pale letra d.

5. A Procuradoria-Geral do Repu-blica (f. 111-112) am parecer assinadopolo Dr. Walter Medeims, corn respal-do no Simtula 188, opine pelo conheci.mento a provimento nos seguintes ter-mos:

"0 v. ac6rdio recorrido sufragouo entendimento do set vfilida a cliu-aula do conhecimento de transports,qua houvera fixado o limits mi-admo do iadenizagao em cem milyens, correspondents, a cifra de .Cr$ 2.279,30, so cembio do data doaju aamento da agao.

Ocorm qua a recorrente, Compa-nhia responsive) polo seguro quaacobertava o contrato de transports,vjtr-se obrigada a indenizar o danoresultants do inadimplemento dotransportador em Cr$ 21.774,00.

Dai o presents recurso extraordi-nirio, mm arrimo nee letras a e ddo permissivo constitutional, em quaas caustica a r. decisio recorridacomo infringente do art. 19 doD. 19.473/30, al6m de discrepan-to de jurisprud "encia predominatenests Supreme Corte, especialmentoa que Be consubstanciou na Siumr-la 188.

Temos por caracterizada a negati-va de vigincia apontada , bem comanuficientemente comprovado o dis-sidio protoriano.

A clMusula limitativa do indeniza-gio, tal como inserida no contratodo transporte, nio pods prevalecerfrente so Direito Brasileiro , onde osprecedentes juliciais sao por de-mais expressivos no condenarem ditapritica , do qua 6 exemplo gritantoa pr6pria SGmula 188.

0 argumento corn que esgrima orecorrido, do quo eerie licito no em-barcador declarar o real valor domercedoria , arcando com urns so-bretaxa so frete, pam fazer jus aindenizagao integral, nao pode efe-tivamente aervir de suporte a ampretenseo de nao reembolsar a Se-

guradora, quo nada tern a ver corno que deixou de pagar , polo frets, o

embarcador.

203

Quando muito, cabana Be arms-dor exigir dente a diferenca do fra-te, se apurado , como no case, qua ovalor do mercadoria transportadaexcedia de muito o prego polo qualfoi contratado o transports.

Corn respaldo no Stimuli 188, oparecer 6 polo conhecimanto e pro•vimento do apelo.

A o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Alioaar Hal noire(Relator): - Nos termos do parecerhi pouco lido a des SGmu/as 161 a 188conhego a dou provimento.

Apesar des vacilag6es de Aguiar Dine,que, no monografia douta , retrocedeude sun primitive posigiio , parece qua,hoje, 40 anos depois do D. 19.473,de 10 .12.30, nao 6 mais contestivel aratio furls dense diploma , tale aliissustentada deeds o inicio por Hugo Si-mas, Rudge Leite a Vieira Mayer. 0pr6prio Aguiar nao p6s em divida qualo objetivo do D. 19.473, art. 19:

"Art. 19 0 conhecimento de fro-to original , emitido por empresas dotransports , por Ague, terra on at,prove o recebimento de mercadoriae a obrigagio de entregi-la no Lugardo destino. Reputa-se nao escritaqualquer cliusula restritiva Cu mo-dificativa dessa prova on obriga-gao."

II. A mint, sempro pareceu absolu-te a redagao dense trecho in fine.

Nos tempos de navegageo a vale,quando o perigo do act of God, do pi-rate, corsirio, on meamo do baratariado capitao a tripulantes etc. eram aregra constants, compreendia-se a cliu-sula excludente de responsabilidade ona legislagio quo a fazia presumir.

Hoje, qualquer navio racionalmentsconstruido resists a borrasca a DeusjA nao assume responsabilidade pelosdefeitos de engenharia naval ou pelafamosa autonomia do capitao no altomar. Como Bonnecase ji acentuavahi mais de 30 ends , o armador con-trola o comandante polo sem-fio a polocabo submarino. A tendancia do Di-.

204 R.T.J. 72

reito inclina-se a obrigatoriedade d*seguro , ainda que , as vexes , limits oteto da indenizasao.

EXTRATO DA ATA

RE 78 . 012 - SP - Rel ., MinistroAliomar Baleeiro . Recte., AmericaLatina Companhia de Seguros (Adv.,Elvino Vicente Caldas Sodre ). Recda.,Mitsui O . S.K. Lines Ltd . ( Adv., Dor-val Boulhosa).

Decisio: Conhecido a provido. Una-nime.

Presidencia do Sr. Ministro LuizGallotti. Presentes a sessao os Se-nhores Ministros Oswaldo Trigueiro,Aliomar Baleeiro, Djact Falcao, Ro-drigues Alckmin, e o Dr. Oscar Corre"aPine, Procurador-Geral de Rep6blica,substituto.

Brasilia , 18 de junho de 1974. -Alberto Veronese Aguiar, Secretirio.

RECIIESO EXTRAORDINARIO N9 78. 118 - RJ(Primeira Turma) ;,,r„\

Relator: 0 Sr. Ministro Djaci Falcao. ,/n ,\

Recorrentes : Adalberto Alexandre Poggio a sue mulher. Recorrido: Manoel

Moniz.

Argiiigao de suspeiSao de juiz . Inobservancia do art . 187, II,do Cr. Pr. Civil.

Recurso extraordindrio provido am parts, pare se antler o pro-

ACORDAO

Vistos, relatsdos a discutidos satesautos, acordam os Ministros da Pri-meim Turma do Supremo TribunalFederal , on conformidade da ate dojulgamento a das notas taquigraficas,por unanimidade de votos, conhecer eprover o recurso em parte.

Brasilia, 12 de novembro de 1974.- Osvaldo Trigueiro , Presidents. -Djaci Falcao, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Djaci Falcao: -0 ac6rd"ao objeto do presente rcursotern o seguinte teor:

"Ementa : A9ao de imissao deposse . Sua procedencia . Despro-vimento do apelo.

Vistos a examinados , os autos daAp 29.246, de Sao Goncalo, emque sio apelantes Adalberto Ale-xandre Poggio e sua mulher e ape-lado Manoel Moniz,

Acordam , a unanimidade, os jui-ses que integram a 20 Camara Cf-vel do eg . Tribunal de Justiga,

negar provimento a apelag o inter-posts , pars confirmar a sentence quajulgou procedente a a$ao , a em con-segiiancia imitiu o autor, ors ape-lado, no posse do imovel de am pro-priedade, constante da escritura dof. 5-8 dos autos , condenando osreus, ora apelantes , nas custas pro-cessuais a honorarios advocaticios,fixados em 20% sobre o valor dacause.

Assim decidem , incorporando aeste o relat6rio de f. 150-v. asqde151-v ., pare servir-Ihe de parts ex-positive , a depois de negarem pro-vimento, sem discrepancia de votos,so agravo no auto do processo.

O despacho saneador nenhum gra-vame fez aos agravantes , an repelira preliminar.

A referida preliminar fora objetode uma exce$ao de litispendencia,processada em apartado a a finaljulgada improcedonto.

O Dr. Juiz a quo mandou junmro agravo por linha , a considerou-ointempestivo, equivocadamente, palsdito agravo foi interposto dentrodo prazo legal.

1 11

R.T.J. 72

Dai o seu conhecimento pela CA.mars, Para desprova-lo.

Nio tem fomento juridico a ar-giii£ao de nulidade do senten£a, porinobservancia do disposto no artigo266, paragrafo unico , do C. Pr.Civ. a impedimento, por parts domagistrado , para julgar o feito, jaqua contra S. Ex$, fora oferecidaexce£io de suspei£ao.

O pedido de adiamento do au-diencia formulado a f. 57, veinacompanhado de um atestado me-dico muito lac6nico.

Considerou o Dr. Juiz mera-mente protelatorio , tanto mais queantes do audiencia fora tamb6m ofe-recida a peti£ao de f. 60.

Nao se pode diner que o DoutorJuiz tivesse praticado uma ilegali-dade, de molde a contaminar denulidade a senten£a proferida emaudiencia.

Nada impedia qua o advogadosignatirio da peti£ao de f . 57, subs-tabelecesse a procuragao em urn co-lega . pare os devidos fins.

Os ora apelantes excepcionaramde suspeito , o digno Dr. Juiz a quo.

A exce£ao foi oferecida a 14.9.70,tendo sido indeferda e mandada or-quiver no die imediato.

O magistrado deveria ter seguidoo caminho do art . 187, inc. II, doC. Pr, Civil.

A verdade, entretanto , a que nomesmo dia do oferecimento do ex-ce£io, os ap lantes peticionaram re-querendo a juntada de documentos.e dois dies depois novamente re-quereram em juizo , o que demonstraa ilegitimidade de suspeigao.

Quanto so merito, a sentencebem apreciou a materia , a nao po-deria ter chegado a outra conclusao.

O fulcro da a£so e o art. 381.inc. I, do C. Pr. Civ., que dizcompetir a a£ao de imissao de pos-se "aos adquirentes do bens, parehaverem a respective posse, contraas alienantes on terceiros que as de-tenham".

205

A escritura de compra a vendaque instruiu a inicial, transcrita noRegistro Imobilidrio, este revestidade tadas as fornralidades legais.

Em face do exposto, mantem-se asenten£a de primeira instancia.

Niter6i, 27 de dezembro de 1971.- Ilegivel, Presidents. - AbeilardPereira Gomes, Relator" (folhas153-156).

Os recorrentes basaiam-se ties alineasa e d, do inc. III do art, 119, do LeiMagna , sob alega£ao de negative dovigincia ace arts. 182, II , 187, II, 851,IV, 851, I, 266, paragrafo unico a 252do C. Pr . Civ. de 1939 , a 765 a 125do C. Civ., alem de dissidio jurispru-dencial ( ver f . 159-177).

Indeferido pelo despacho de folhas257-259 , o recurso vein a set processadopor fora do Ag 56 . 069, tramitando re-gularmente (f. 282,309 a 353).

VOTO

O Sr. Ministro Djaci Falcao (Re-lator): - Conforms ficou esclarecidono relatbrio trata-se do a£io de imis-sao de posse , julgada procedente noinstancia ordinaria . A leitura dos au-tos deixa a evidencia o tumulto pro-cessual . Basta ver que o juiz do causedespachando numa peti £ao de agravono auto do processo oposto so despa-cho saneador, determinou que fosse jun-ta por linha, indeferindo-a, em seguida(f. 80 a 108). Oposta exce£ao de sus-pei£ao, no forme dos arts. 185, inci-so III, a 186 e demais do C. Pr. Civ.de 1939 , recebeu o seguinte despacho:

"R. hoje,

Indefiro , ex vi Iegis . Arquive-se"

(f. 112).

Os reus socorreram -se do reclama£aoe o Tribunal de Justi£a mandou pro-cessar a agravo no auto do processo, afinal improvido no oportunidade do jul-gamento do apela£io (f. 154). Toda-via, quanto a exce£ao de suspei£io dojuiz , a men ver houve negative de vi-gencie do regra do art . 187, II, dolei adjetiva civil. Com efeito , rezavao citado dispositivo:

206 R .T.J. 72

"Art. 187. Proferida a decisao,o juiz ordenara a remessa dos autosem quarenta a oito (48) bores;

I -II - Ao Tribunal de Apelafeo,

no caso contrario , pare julga-la."

E l6gico qua nao cabe so pr6priojuiz , arguido de suspeito , por fim a ex-ce$ao oposta . Deve , aim, determinera remessa dos autos a superior instan-cia. Se nao o fez , e profere sentenca,em seguida , parece-me evidente a nuli-dade do seu ate . 0 aresto recorridoreconhece qua houve inobservancia doart. 187 , II, do C . Pr. Civil. Noentente, observe que no mesmo dia osexcipientes requereram a juntada dedocumentos , a dois dies apds requere-ram em juizo (f. 155 ). Ai existe umequivoco , pois apenas houve ulna peti-9ao do advogado dos reus, no dia16.9.70 , requerendo o adiamento daaudiencia de instrucao a julgamento,marcada pare aquele dia, sob alegacaode doenga ( art. 266 do C . Pr. Civil).Alias, os recorrentes esclarecern qua

impetraram mandado de seguranga, sobvarias alegag6es , sendo que o relatorembora indeferindo-o , deixou expresso:"Se a sentenga a nula , a Camara a quefor distribuida a apelacao apreciara amateria" ( f. 167 a 168).

O incidente de suspeicao , pela sueelevada importancia , deve ser julgadopelo Tribunal de Justiga , ap6s regularprocessamento . Ora, no caso isso naose deu.

Ante o exposto conheco do recurso,em parts a dou-1he provimento pareenular o proeesso a partir do momentoem que o juiz proferiu o despacho def. 83.

EXTRATO DA ATA

RE 78 . 118 - RJ - Rel ., MinistroDjaci Falcao . Rectes ., Adalberto Ale-xandre Poggio a sua mulher (Adv.,Joaquim Caravellas Florim ). Recdo.,Manoel Moniz ( Adv., Eimer de Carn-pos Cabral).

Decisao: Conhecido a provide, emparts.

Presidencia do Sr . Ministro OswaldoTrigueiro. Presentes a sessao os Se-ohores Ministros Aliomar Baleeiro, Dja-ci Falcao, Bilac Pinto , Rodrigues Alck-min, e o Dr . Oscar Correa Pins, Pro-curador-Geral da Republica, substitute.

Brasilia , 12 de novembro de 1974.

- Antonio Carlos de Azevedo Braga,

Secretario.

RECURSO EXTRAORDINARIO N" 78.130 - GB

(Segunda Turma ) Pr ^, r

Relator: 0 Sr. Ministro Thompson Flores ./

Recorrente : Perez, Lopez & Cie . Ltda. Recorrida : Empress de NavegegaoAlianga S.A.

Prescricsao anus a que se relere o art. 449, 29, corn base no arti-go 453, 29, pale vistoria ad perpetuam rei memoriam, comp o dispdea Sumula 154, aplicavel a especie.

If. Recurso extraordinario nao conhecido, a mingua de seas

pressupostos.

ACORDAO

Vistos, relatados a discutidos estesautos, acordam as Ministros da Sa-

julgamento a des notes taquigraficas,

per unanimidade de votes , nao conhe-

cer do recurso.

gunda Turma do Supreme Tribunal Brasilia , 20 de agosto de 1974. -Federal , na conformidade da ate do Thompson Flores , Presidents a Relator.

R.T.J. 72 207

RELATORIO

O Sr. Ministro Thompson Flores:- 0 despacho qua inadmitiu o recursoextraordinerio esclarece , no qua perti-ne, a controversia.E diz, f. 226-27:

"1. Corn fundamento no letra ado preceito constitutional pr6prio,firmas importadoras recorrem extra-ordinariamente de decisao de Tur-ma deste Tribunal qua, com baseno Sumula 154 , confirmou sentengana qual so julgara prescrita agao deindenizagio por danos em mercado-ries transportadas por via maritimaa consideragio de qua "simples via-toria no interrompe a prescrigao",verificada pelo decurso de quasetres anos entre o termino do descar-ga e o despacho ordenando a cita-geo no processo indenizat6rio.

Sustentam as recorrentes a ina-plicabilidade , ao caso, do SGmula154, porque nio incluido nos refe-rencias legislativas respectivas oart. 453 do C6digo Comercial quoestabelece:

"Art. 453. A prescrigao in-terrompe-se por algum dos mo-dos seguintes:

2°, por via de citageo judicial,ands mesmo qua tenha sido s6pare juizo conciliat6rio..."

2. A vistoria levada a efeito arequerimento do recorrente foi aprevista no art . 676, VI, do C. Pr.Civil. Mencionada qua so achaessa disposigao legal nos referenciasdo Sumula 154, nao he como dei-xar-se de concluir , tal como fez adecisao recorrida , qua, de acordocom a jurisprudencia do eg. Supre-mo Tribunal Federal , a mesma vis-toria no interrompe a prescrigao.

Indefiro.

Publique-se."

2. Dole agravou de instrumento aprejudicada.

Neguei -lhe seguimento , reconsideran-do-o, ap6s , pare melhor exame, man-

dando processor o recurso extremo,como tudo consta dos autos do Ag57.970, ora apensados.

3. Razbes apenas do vencida, fo-lha 231 a do Subprocuradoria-Geraldo Rep6blica, f. 233.

4. Parecer do douta Procuradoria-Geral do Rep6blica, como segue, fo-lhas 237-38:

"1. 0 r. ac6rdao recorrido (fa-lha 219 ) reconheceu a prescrigaoinua prevista no art. 449, n9 II, doC6digo Comercial, em agao de in-denizagio de danos em mercadoriatransportada por via maritima , acres-centando qua simples vistoria nio ainterrompe, nos termos de Sama-Ia 154.

2. 0 recurso, a f. 221, com as-teio no art . 119, III , letra a, dopermissivo constitutional , alega ne-gativa de vigencia so art. 453,n9 II, do C6digo Comercial, enten-dendo qua a Sumula 154 s6 se apli-ca es quest6es do direito civil.

3. Na verdade, a redagao daSamula nao permite a restrigao quapretends o recorrente . A vistoria,come a dos autos , baseada no arti-go 676, VI, do C. Pr. Civ. entaoem vigor , nao interrompe a prescri-gao, no s6 porque nao as incluiantra as medidas preparat6rias daagao , sem as quais sate nao se con-figura com caracteristicas definitivee pr6pria, como tambem porque acitageo pessoal (art. 162 do C. Civ.)ou judicial (art. 453, II, do C6digoComercial ) a Para a agao ou pro-testo, e a vistoria nao equivale aprotesto (cf. referencias do S6-mula) .

4. Ainda qua assim nao fosse, oart. 453 do C6digo Comercial pre-v6 qua , interrompida a prescrigaopor citageo judicial , ela principia acomer de novo do data do ultimotermo judicial qua se praticar porefeito do citageo.

Om, no caso , o ultimo termo foia homologagao do vistoria ( f. 161),com sentenga publicada em 16.10.69(f. 162).

208 R.T.J. 72

Ora, a recorrida foi citada Para a

agao em 23.4.71 (f. 173-v .), oca-

siao em qua a prescrigeo, corn ou

sem interrupgao , je se consumara.

5. 0 parecer a pelo no conhe-

cimento.

Brasilia , 29 de janeiro de 1974.- A. G. Valim Teixeira, Procura-dor da Republica.

Aprovo: Oscar Correa Pine, Pro-curador-Geral da Republica , substi-tuto".

E o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Thompson Flares(Relator): - Nao conhego do recurso.

2. Fago-o adotando como raz6es de

terrompem a prescrigeo seo as do CSdi-go Comercial, art. 453, e do C. Civ.,art. 172.

E a nenhuma dales se equipara avistoria.

Assim, incide a Sumula 154.

Corn ela operando, nao incorreram asdecis6es impugnadas on falta que seThee atribui.

E o meu voto.

EXTRATO DA ATA

RE 78.130 - GB - Rel., MinistroThompson Flores . Recta ., Perez, Lo-

pez 8; Cie . Ltda. (Adv., Anor ButlerMaciel ). Recda ., Empress de Nave-gagao Alianga S.A. (Adv., Octavio

Dias Fernandes).

decidir as do pr6prio despacho, as quais Decisao : Nao conhecido, unenime.cabe acrescentar as do parecer trans-

crito.Presidencia do Sr . Ministro Thomp-

son Flores . Presentee a sessao os Se-3. Realmente . 0 processamento nhores Ministros Bilac Pinto , Antonio

do recurso extremo evidenciou que Neder , Xavier de Albuquerque a Lei-ocorreu a prescrigeo anus a que so tao de Abreu . Procurador-Geral darefere o art . 449, 20, do C6digo Co- Republica , substituto , Dr. Oscar Cor-mercial . rea Pine.

Como se afirmou no RE 61 . 461 Brasilia , 20 de agosto de 1974. -(R.T.J., 47/491), as causes que in- Helio Francisco Marques, Secretario.

6

RECURSO EXTRAORDINARIO N.o

(Segunda Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Thompson Flores.

78.159 - PR

Recorrente : Aurelio Bonfim . Recorrida : Justiga Publica.

Juri. Jurado que participou do julgamento anterior, do co-reu.Impedimento . Nulidade do segundo julgamento.

II. Tendo participado do julgamento anterior, do co-reu, im-pedido esta o jurado de integrar o posterior Conselho de Sentenga,nos termos do art . 607, § 39 , do C. Pr . Penal (Sumula 206).

Por isso , nulo e o julgamento em questao , o qua], ademais, na

paste qua rejeitou a excludente da defesa propria , lot tornado pale

maioria de urn voto.

Ill. Recurso extraordindrio provido.

ACORDAO

Vistos, relatados e discutidos estes

autos acordam os Ministros da Se-

julgamento e das notes taquigreficas,

par unanimidade de votos, conhecer dorecurso e dar-Ihe provimento.

gunda Turma do Supremo Tribunal Brasilia, 18 de junho de 1974. -

Federal, no conformidade its ate do Thompson Flores, Presidents, a Relator.

R.T.J. 72

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Thompson Flores:- Foi o recorrente denunciado peran-te o Dr. Juiz de Direito da comarcade Faxinal , Estado do Parana , junta-mente corn Walter Ribeiro Leal a Luisde Souza da Silva , sendo qua com oprimeiro, pelo crime do art. 121, caput,atribuindo-se ao ultimo o do art. 129,todos do C. Penal.

2. Submetidos a julgamento, apos apronuncia, foi o recorrente , com o ulti-mo, absolvido, enquanto o segundo, con-denado, pelo Juri, f. 285-86, 307-308e 214-15.3. Houve apelagio do condenado e

do Ministirio Publico, com respeito aabsolvigio do ora recorrente.

O eg. Tribunal de Justiga desproveua apelagio do sentenciado em questio,e, provendo a da acusagio , sujeitou oore recorrente a novo julgamento, fo-Ihas 332-34.

4. Em cumprimento a tal decis6rio,foi ele novamente julgado , resultandocondenado a (12) doze anos, e (4)quatro meses de reclusio, fls. 365-67.

5. Apelou o sentenciado , arguindonulidade do julgamento pela irregularconstituigio do Conselho do qual par-ticipara como jurado Antonio Dorigon,qua servira no julgamento do co-reuWalter Ribeiro Leal.

6. Apreciando a irresignagio, hou-ve por been o eg. Tribunal de Justiga,por sua 1$ Camera, desprezar, potmaioria de votos , as nulidades suscita-das, inclusive a referida, fazendo-oquanto a esta por maioria de votos, fo-Ihas 418-21.

7. Opostos embargos , foram elesrejeitados , por maioria de votos, emacordo das Camaras Criminals Reu-nidas, de 13.6.73.

Sua ementa dispbe, f. 469:

"Embargos infringlentes so acor-dao crime. A regra do art. 607,§ 39, do C. Pr. Pen. nio as aplicaem processos deedobrados com o jul-gamento em separado dos co-rius.0 qua a lei proibe , a que um mesmojurado julgue por dues vases o mes-mo r6u.

Embargos rejeitados."

209

8. Dat o presents recurso extraor-dinirio, com base nes letras a e d dapermissio constitutional, no qual assustenta contrariedade so art. 607,§ 39, do C. Pr. Pen ., a dissidio corna Sumula 206 a julgado desta Corte(R.T.J., 53/780), f . 472-503.

9. Admitido pelo despacho de fo-Ihe 508 pela divergencia , ensejou asrazoes de f. 511 -16 a 518-20.

10. Parecer da douta Procuradoria-Geral da Republica , como segue, fo-lhas 525-26:

"1. 0 v. ac6rdao de f. 469,proferido em grau de embargos, re.jeitou a nulidade invocada por Au-relio Bonfim , consistente no fato dehaver o jurado Antonio Dorigon par-ticipado do julgamento do co-reu,Walter Ribeiro Leal, ensejando 0presents recurso extraordinirio emque se argui dissidio pretoriano eafronta so art. 607 , § 39, do C. Pr.Penal.

2. De acordo com o v. ac6rd5orecorrido , o citedo art. 607, § 19,no abrange o julgamento de co-rius, proibindo apenas "quo ummesmo jurado julgue por dugs ve-zes o mesmo red".

3. Tal entendimento esti emdissonincia corn a jurisprudAncia daSuprema Corte , alias compendiadana S6mula 206 , conforme se inferedo aresto proferido no HC 45.854,Relator o Ministro Eloy da Roche,colacionado pelo recorrente (R.T.J.,53/780).

4. Palo conhecimento e provi-mento.

Brasilia , 8 de abril de 1974. -Ant6nio Torreio Braz, 39 Subpro-curador-Geral da Republica.

Subscrevo : J. C. Moreira Alves,Procurador-Geral da Republica".

E o relatorio.

VOTO

O Sr. Ministro Thompson Flores(Relator)!. - Conhego do recurso ethe dou provimento, Para anular o jul-gamentr, do Juri a que se refere o ter-

210 R.T.J. 72

mo de f . 352, a fim de que outro serealize, atendidas as legais exigencies.

2. Reconhecendo que o jurado An-tonio Dorigon, que participara do jul-gamento anterior , do co-reu Walter Ri-beiro Leal , nao estava impedido de par-ticipar do Conseiho qua julgou o re-corrente , o ac6rd5o impugnado dissentiudo padrao desta Corte , indicado na pe-tig5o recursal a je referido , justificando

o conhecimento do recurso.

3. E merece provido porque, emverdade , o impedimento ocorre , segun-do o padrio em referencia , dando in-terpretacao so art . 607, § 34 , do C. Pr.Pen., no qual cabe acrescentar outromais recente , o RECr 74 .985 (R.T.J.,65/237).

Naquele paradigms longamente exa-minee esta questao , coma Relator ori-ginario.

S6 nao dei pale nulidade porquequalquer que fosse o voto do juradoimpedido nio afetaria o resultado.

Aqui , porem , a situagio a diverse,dodo que a excludente da defesa pre-via foi negada par quatro votos a tree,segundo termo de f. 362 , o que agoacorria na hipotese confrontada. 0prejuizo, pois , esti revelado.

It o men vote.

EXTRATO DA ATA

RECr 78 . 159 - PR - Rel ., MinistroThompson Flores . Recta., AurelioBonfim ( Adv., Layr Ferreira ). Recda.,Justiga P6blica.

Deciseo: Adiado o julgamento porhaver pedido vista o Sr. Ministro Xa-vier de Albuquerque , depois do votodo Relator que conhecia do recurso ethe dava provimento . Ausente, oca-sionalmente , o Ministro Antonio Nader.

Presidencia do Sr . Ministro Thomp-

son Flores . Presentes a sessao os Se-nhores Ministros Bilac Pinto , AntonioNeder a Xavier de Albuquerque. Pro-

curador-Geral da Rep6blica , substituto,

Dr. Oscar Correa Pina.

Brasilia , 4 de junho de 1974. -

HeHo Francisco Marques, Secreterio.

VOTO

0 Sr. Ministro Xavier de Albuquer-que: - Sr. Presidents , acompanho ovoto do eminente Relator.

EXTRATO DA ATA

RECr 78.159 - PR - Rel., Mi-nistro Thompson Flores. Recta., AurelioBonfim (Adv., Layr Ferreira). Recda.,JustiSa P6blica.

Decisao: Conhecido a provide nostermos do voto do Ministro-Relator.Unanime.

Presidencia do Sr. Ministro Thomp-son Flores. Presentes a sessao as Se-nhores Ministros Bilac Pinto, AntonioNeder, Xavier de Albuquerque a LeitOode Abreu. Procurador-Geral da Repu-blica, substituto, Dr. Oscar CorreaPins.

Brasilia, 18 de junho de 1974. -Helio Francisco Marques, Secreterio.

RECURSO EXTRAORDINARIO N.o 78 . 283 - SP

(Primeira Turma ) t%% `i 5 S ! I

Relator : 0 Sr. Ministro Luiz Gallotti . Ct^,^A ' j 141

Recorrente : EQUIMAF - Equipamentos , Miquinas a Ferramentas Ltda.Recorrids : Orbital - MBquinas pare Eacrit6rio Ltda.

Concordata.

Pedido de desistencia.Irnpugnapia acofhida.Recurso extraordindrio nao conhecido , per incabivel.

AC6RDAO Sao Paulo, em que 6 recorrente

Vistas e relatados estes autos de EQUIMAF - Equipamentos, Maqui-

Recurso Extraordinirio n9 78 . 283, de nas a Ferramentas Ltda. e tcgorrida

R.T.J. 72

Orbital - Mequinas Para EscritorioLimitada , decide o Supremo TribunalFederal , em Primeira Turma , no co-nhecer do recurso , unanimemente, de,acordo com as notes juntas.

Brasilia , 18 de junho de 1974. -Luis Gallotti, Presidents a Relator.

RELATORIO

0 Sr. Ministro Luis, Gallotti: -0 despacho do ilustre Presidents Syl-vio Cardoso Rolim assim resume eaprecia o caso (f. 473-75):

"I - A EQUIMAF - Equipa-mentos , Maquinas e FerramentasLimitada obteve concordata pre-ventiva, mas antes do vencimentoda primeira prestagao, requereu de-sistencia , qua foi hornologada.

II - Contra essa homologagao,insurgiram-se tres credores , qua in-terpuseram agravoa de petigao. 0MM. Juiz a quo so conheceu dointerposto pela Orbital - Maqui-nas Para Escritcrio Ltda. a refor-mou a decisao Para determinar novoprocessamento do pedido de concur-data , Para regular intimagao de to-dos os credores.

III - Irresignada , a concordata-ria pediu a subida do recurso, nostermos do § 79 do art. 845 do C.,Pr. Civ., sustentando que o agravoda Orbital no poderia ter sidoapreciado, per felts de preparo aqua a decisao do magistrado foraextra petits.

IV - A eg. Terceira CamaraCivil negou provimento ao recursoda concordataria , acolhendo o pare-car da Procuradoria-Geral.

V - Irresignada , veio a vencidacom o presents extraordinerio, comfulcro no art . 119, III , letra a daConstituigao da Republica. Sus-tenta que se infringiu o art. 849 doC. Pr. Civ., ao se conhecer, amprimeira instencia , de agravo quano fora preparado a tempo. Aindamais , a decisao qua acolheu o agravofoi extra petite desde que se deter-minou novo processamento do pedi-do de desistencia da concordata, o

211

qua nao fora pleiteado pela credorae assirn no se obedeceu no art. 49da lei adjetiva.

VI - Impugnado o recurso, me-nifestou-se a douta Procuradoriapela nao acolhida.

VII - Arguments a recorrentequa o agravo da Orbital deveriater sido declarado deserto , ex vi doart. 849 do C . Pr. Civ., porque opreparo fora incompleto , nao seseguindo o Recmento de Custas,isto e, o art. 21 , § 29, do Dl. esta-dual 203 /70. Tal nao ocorreu por-que bern explicou o magistrado af. 410 , que essa recorrente fez opreparo na forma devida . A ques-teo de custas a de interesse pura-mente da Justiga local a nao con-figure questao federal, de modo quanao permits o extraordinario.

VIII - No tocante an art. 49 dalei adjetiva , considero razoavel aargumentageo da recorrente. Naverdade, a credora Orbital opon-do-se a sentenga homologatoria dadesistencia da concordata , pleiteouque fosse decretada a falencia daconcordataria . No pediu a neatrequereu qua se processasse de on-tra forme o requerimento de desis-tencia . 0 magistrado nao atendeuso pedido de decretagao da quebra,mas preferiu ordenar novo processa-mento da desistencia da concorda-ta je homologada , o que , de fato,nao constituia objeto da pretensaoda credora . Ha base , como se de-preende , Para a arguigao de viola-gao do mencionado art. 49 do C.Pr. Civil.

IX - Ante o exposto , admito orecurso pela letra a do permissiveconstitutional."

A Procuradoria-Geral opine (fo-Ihas 511-12):

"1. 0 Tribunal a quo, f. 438,confirmando a decisao agravada, de-clarou a anulagao da sentenga dehomologagao de desistencia de con-cordata , per falta de intimagao re-gular de todos as credores, cornoportunidade Para a sua impug-nagao.

212 R.T.J. 72

2. Dai o recurso extraordinirio,fundado na letra a do permissivoconstitutional, alegando-se negativede vigencia dos arts. 849 a 4° doantigo C. Pr. Civil.

3. Incensurivel a a decisao a

quo.

4. Como been demonstrou o Mi-nisterio Publico local, f. 470, a pri-meira alegageo, relativa so art. 849,quanto a insuficiencia do preparo dorecurso de agravo de petigeo, re-

sume-se em apreciagao de direitolocal, como e o regimento de custas,enquanto qua a alegageo de julga-mento extra petite nao procede polosimples fato de o juiz ter determi-

nado novo processamento do pedidode desistancia, negando o pedido defalencia. Trata-se, no caso, so-mente de melhor preparagao Paraurns decisao future, o qua, so con-tririo do impugnado, merece elo-gios . Inexiste negativa da lei fe-deral, ones, sim, sua melhor inter-

pretagao.

5. Somos polo nao conhecimen-to do recurso extraordingrio.

Brasilia, 3 de main de 1974. -Mauro Letts Soares, Procurador daRepublica.

Aprovo: Oscar Correa Pina, Pro-curador-Geral da Repiiblica, substi-tuto."

E o relatorio.

VOTO

O Sr. Ministro Luiz Gallotti (Re-lator): - Eaton de acordo corn o des-pacho de f . 473-75 , quando repels aprimeira arguigeo da recorrente.

Dele divirjo , porem , data vents,quando admits procedencia na alegageode ofensa so art . 49 do entao vigenteC. Pr. Civil.

A ore recorrida impugnou o pedidode desistancia da concordata (lv volu-me, f. 272-73).

An agravar do despacho de f. 319qua homologara a desistancia, assimconcluiu ( lo vol ., f. 343):

"Impoe-se a decretagao da quebraou a conversio do julgamento, em

diligencia , Para qua o proprio eg.Tribunal spurs se tern ou no con-digoes de idoneidade a concordati-ria, Para a obtengao da homologa-gao de desistancia de seu requeri-mento de f. 305 a seguintes."

O juiz , acolhendo o agravo da orerecorrida, disse ( 2° vol., f . 412-13):

"Verifica-se dos presentes autosqua a Orbital impugnou o pedidode desistancia as f. 272-73, a sunimpugnagao nao foi apreciada con-form, se ve da r. decisao de f. 319,o qua deveria ter sido feito Para seapurar de existencia ou no de pre-juizo so impugnante . Dessa forms,entendo qua a r. decisao de f. 319qua simplesmente homologou o pe-dido de desistancia da concordatanao pone prevalecer.

Por this motivos , acolho o agravode petigeo interposto pela Orbital- Miquinas Para Escritorio Limi-

tads , Para tornar sam efeito a de-cisao de f . 319 a determiner novoprocessamento do pedido de desis-tancia do concordata , com outra pu-blicagao de edital a audiencia doscredores , Para so apos apreciar-seas impugnagoes eventualmente ofe-recides."

Nao houve , portanto , decisao ultrapetits, como been mostram os pareceresdo Ministerio Publico, pois , alam depedir a decretagao do falencia, pontoem qua nao obteve atendimento, a orarecorrida tambem pediu qua se apu-rasse se a ora recorrente tinha condi-goes Para obter a homologagao da de-sistancia . E foi a este pedido quaatendeu o juiz , so determiner se pro-cessasse novamente o requerimento dedesistancia.

Nao conhego do recurso,

ADITAMENTO

O Sr. Ministro Luiz Gallotti (Re-lator): - Recebi do ilustre patronoda recorrente um brilhante memorial,em qua , alem das dues argiiigues cons-tantes da petigeo de recurso extraordi-nirio, suscita outra : a de qua o pedidode desistancia da concordata no Po-

R.T.J. 72 213

deria sofrer impugnagao elites dos seuscredores , citando , a proposito, respei-teveis opinioes.

Mas, slim de se trater de materianova , nao ventilada na Justiga localnem no recurso extmordinirio, casonao seria de vulneragao da letra da lei,de modo a caber o recurso extraordine-rio da invocada alines a.

Mantenho o men veto.

EXTRATO DA ATA

tea Ltda . (Advs., Luis Antonio Gan-zerla, Cust6dio Toscano a outro).Recda ., Orbital - Mequinas pare Es-critorio Ltda. (Adv., Pedro Jair Bat-tazza).

Decisao: Nao conhecido . Unanime.

Presidencia do Sr. Ministro LuisGallotti . Presences a sessao os Se-chores Ministros Oswaldo Trigueiro,Aliomar Baleeiro, Djaci Falcao, Ro-drigues Alckmin, e o Dr. Oscar Cor-rea Pins, Procurador-Geral da Repu-

titMi tbca, su s u e.RE 78 . 283 - SP - Rel ., MinistroLuiz Gallotti . Recte., EQUIMAF - Brasilia, 18 de junho de 1974. -Equipamentcs , Maquinas a Ferramen - Alberto Veronese Aguiar, Secreterio.

RECURSO EXTRAORDINARIO N .0 78 . 318 - GO(Segunda Turma) G.w^ S S S . A

Relator : 0 Sr. Ministro Thompson Flores . C6+..,.iL. t•: I - £ - i tjRecorrente : Sebastiana Jacintha de Oliveira . Recorrido : Antonio Lustosa

(Espolio de).

Inventario . Reeerva de hens prevista no paragrafo dnico doart. 480 , do C. Pr. Civil.

H. Atendida, mas reformado o despacho no via do agravo deinstrumento, com ele se con!ormando o prejudicado , originando pro-clusao.

Ill. Recurso extraordinario nao conhecido , porque limitado sodissidio , dale se nao fez prove nos termos do RI, art. 305 (S(z-mula 291).

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos estesautos, acordam os Ministros da Se-gunda Turma do Supremo TribunalFederal , na conformidade da are dojulgamento e des notes taquigreficas,por unanimidade de votos , nio conhe-cer do recurso.

Brasilia , 18 de junho de 1974. -Thompson Flores, Presidents e Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Thompson Flores:- Perante a be Vara de Goiania foirequerido em 21.9 . 71 o inventerio epartilha dos bens ficados por morte deAntonio Lustosa.

2. Em am tramitagao postulou aore recorrente , invocando a sue quell.dads de concubine a da existencia desociedade de fato com o de cujus quathe fosse adjudicada a meagao no pa-trimonio ficado.

Apes haver suspendido o andamentodo processo , ante a manifestageo dosherdeiros, despachou o magistrado, em12.8.72 , verbis, f. 68:

"Vistos a examinados estes autose, tend, em vista qua o pedido de-pende de mais large indagagao, re-meto as partes pare as vies ordina-rias , determinando , em consegiien-cia, desde ja, a vista da a£ao je in-tentada , fique reservado em mao doinventariante , ate a decisao final dolitigio , o quinhao qua the posse to-car, caso seja vencedor.

Intimem-se."

3. Sucedeu , porem , qua interpostopelos herdeiros , agravo de instrumento,

houve por bem o Dr . Juiz de Direitoreformer aquele despacho , procedendo-se a partilha , sem restrigoes , a qual foi

homologada por sentence de f. 112.

4. Apelou, entao, a ors recorrente,f. 115-19.

214 R .T.J. 72

Nero teve, porem, sucesso , eis qua oeg. Tribunal de Justiga , per am 10 Ca-mara Civel, Quarts Turma , em acord iounanime de 28.5.73 , depois de despre-zar as preliminares de processamentodo agravo de instrumento a de intem-pestividade do recurso , negou-lhe pro-virnento.

Sun ementa dispoe, f. 145:

"Agravo de instrurnento. Neropode subir o agravo de instrumentoas essa providencia neo foi reque-rida nas 48 horas seguintes a refor-ma do decisao agravada (C. Pr.Civ., art . 845, § 79),

Apelacao . Desde quo interpostadentro do prazo legal contado dodata do ciencia presurnida da sen-tenga , tempestiva 6 a apelagio.

Ilegitimidade da recorrente. Ten-do intervindo no feito a dale sendoexcluida , falta a apelante a qua-lidade de terceiro , visto qua foi par-ts no processo , embora sue preten-sso tenha sido repelida. E ilegiti-ma pare recorrer."

5. Dai o recurso extraordinerio,manifestado as f. 148-52.

Inadmitido pelo despacho de folhas162-63 , resultou processado com o pro-vimento do Ag 58 . 953, segundo autosapensados.

Raz6es apenas do recorrido a f. 180.

6. Parecer der douta Procuradoria-Geral do Republica , como segue, fo-Ihas 186-88;

"A recorrente ingressou nos autosde inventirio a partilha dos bensque ficaram por morte de AntonioLustosa , pretendendo the fosse reco-nhecido o direito a meacao dos bensinventariados , em razeo do sua con-vive"ncia more uxorio por cerca delargos 33 anos com o de cujus (fo-]has 35-37).

Remetida a questao , polo despa-cho de f . 53, pare o deslinde dasvies ordinerias , foi o processo suapenso , ate que , em novo decisorio,o MM. Juiz ordenou que ficasseem poder do inventariante o qui-nhao que viesse a pertencer even-

tualmente it recorrente , ate decisaofinal do causa ( f. 68).

Fazendo, contudo , tabula rase doqua fora acima determinado, o Me-ritissimo Juiz de Plantao autorizou alavratura do partilha, homologando-a em seguida (f. 112).

Desta decisao foi interposta ape-la4ao , afinal neo conhecida , so fun-damento de ser a recorrente partsilegitima pare recorrer, uma vezque, on ser excluida do processo,neo mais poderia ostentar o titulode terceiro prejudicado,

Manifestou a interessada o recur-so exceptional com fulcro na alinead do autorizativo constitutional.

Temos por configurado o dissidiojurisprudential , razao pela qual, empreliminar , as opina pelo conheci-mento do apelo derradeiro.

E, assim conhecido, impSe-se sol-ver o conflito pretoriano a favor dorecorrente , em prol de quem socor-re o melhor Direito.

Com efeito, fora ordenada, com

base no paregrafo 6nico do art. 480

do C. Pr . Civ., a separagao do

quinhao que viesse a ser reconheci-

do em favor do recorrente.

Pale sentenca de f. 166-74, emxerocopia autenticada , v6-se que lo-grou a recorrente ganho de causana demands intentada contra o es-polio do de cujus, havendo a sen-tenga declarado sua condicao demeeira dos bens inventariados.

Logo, ester sobeja a superiormen-te provado o seu interesse em im-

pugner , pela apelacao interposta, apartilha acodadamente homologadae na qual neo fora obedecida a re-serve legal a qua se refere o arti-

go 480 , paragrafo (Into, do C. Pr.

Civil.Patenteada a sua legitimidade,

como terceiro prejudicado , fazia jusa recorrente a lancar mao do recur-so de apela5ao , tal come the facul-ty a lei processual civil (C. Pr.

Civ., art. 815).

Nestes termos , opina-se pelo co-nhecimento a provimento do apelo

R.T.J. 72 215

derradeiro, a fim de, cassada a de-cisao qua homologou a partilha, ou-tra se profits, com obediencia a leie so direito das partes.

Brasilia, 3 de abril de 1974. -Walter Jose de Medeiros, Procura-dor da Republica.

Aprovo: Oscar Correa Pina, Pro-curador-Geral da Republica, subs-tituto."

A o relatorio.

VOTO

O Sr. Ministro Thompson Flores(Relator): - Nao conhego do recurso.

2. Assentou a irresignacao, comexclusividade no dissidio, indicandoComo padrao o julgado do Tribunal deJustiga de Sao Paulo, cujo destaque eo seguinte, f. 151:

"Aplica-se, por analogia, o arti-go 480, parigrafo unico, do C. Pr.Civ., quando no processo de inven-tirio hoover pedido reserve de bens,Como medida acautelatoria, por pre-tendido herdeiro, qua ji ajuizou acompetente a$ao de paternidade(Acordao da Primeira Tunna doT.J. do Espirito Santo, de 8.11.63,na Ap 6.121, relator Desembarga-dor Cristiano de Abreu Castro, inR.T., 349/556 - spud - Ale-xandre de Paula - 0 Processo Civila Luz da Jurispnzddncia. ........31/1.658)."

3. Para desatender a pretensao dorecorrido, assim se fundamentou o acor-dao impugnado, f. 145-46:

"Preliminarmente, hi qua consi-derer um pedido, formulado no cor-po da apelacao, no sentido de fazersubir o agravo de. instrumento in-terposto pelo apelado, o qual deter-minou a reforms da decisao agra-vada. Nao procede, entretanto, porextemporineo, ease pedido. Tat

- pretenses s6 seria oportuna nos au-tos do referido agravo a nas qua-rents a oito horas qua se seguirama reforms da decisio agravada (C.Pr. Civ., art. 845, § 79), dispositi-vo qua 6 muito clam a nao da mar-gem a outra intorpretagio. Se nao

tomou a providencia legal nos au-tos proprios a no devido tempo, aapelante nao poderia faze-lo agora,em outro processo e depois de es-coado o respectivo prazo. Nem healgum prejuizo pare a recorrente jiqua, apreciada a apelacao, resolvidoestari o merito do agravo, qua sequeria fazer subir a esta instancia.Assim , denega-se a solicita9do.

0 apelo, todavia , nao 6 intempes-tivo , Como pretends o apelado. Asentenga recorrida 6 de 20 de julhodo ano passado e dela a apelantenao foi intimada . A mica intima-5ao feita foi so Dr . Pedro de Fa-ria, advogado do apelado (f. 112verso). A been de ver qua, em4 de agosto seguinte, a apelante jise dizia inequivocamente ciente dadecisao (f. 113 ), solicitando so juizvista do processo pare recorrer.Mas, o recurso 6 de 15 de agosto,onze dies depois do fato.

Apesar de tempestiva , falls legi-timidade na apelante pare recorrerda sentenca homologatoria da parti-Iha am inventirio de qua foi exclui-da a remetido as vies ordinirias oseu pretenso direito . "0 art. 815do C. Pr . Civ. permits a apela-qio de terceiros prejudicados, maspare quern permaneceu estranho sofeito , onde so afinal ingressa com oseu recurso . Se, antes, o terceirointerveio a foi excluido , n-ao podsapelar por motivo identico aqueleem qua procurava intervir a foi ex-cluido ( Ac6rd9o do T.A. de SaoPaulo in R . T., 308/593 e 0 Pro-cesso Civil a Luz da Jurispruddncia,de A. Paula , 33/2.403 , numero36.936). "Nao 6 considerado Comoterceiro prejudicado aquele quaapenas tern uma espectativa de di-reito , Como e o caso , no inventiriodo investigado , de autor de agiode investigagio de paternidade ain-da nao julgado em definitivo"(Ac6rdio do T.J. de Guanabara,Desembargador Lucio Antonio deAndrade , in 0 Processo Civil i Luzda Jurispruddncia, 33/240, numero36.932 ). Alien classes , hi oa trescitados pelo apelado a f. 126 de

216 R.T.J. 72

suas razSes . Ora, a apelante de-vera ter recorrido no despacho def. 111, qua a excluiu do processo.Nio o tendo feito, nio pode apelarde sentenca homologatdria. Pereases motivos a que nio se conhecedo apelacao, per falta de qualidadedo recorrente."

4. As transcricoes qua acabam deser lidas evidenciam que inocorreu odissidio arguido , pressuposto unico em

que assentou a irresignacio.

Com efeito.

Para afirmar a ilegitimidade do orarecorrente Para apelar, reconheoeu oacdrdao que o fazia porque , reformadono agravo de instrumento (C. Pr.Civ., art. 842, III ), o despacho quaordenara a reserve de bens em seuprol, core ele se conformers , deixandode se valer do prerrogativa poste soseu alcance polo § 79 do art. 845 doC. Pr. Civ., entio vigente.

Foi, pois , a preclusio o real funda-mento do decisdrio impugnado.

Todavia o paradigms cuidou de hi-pdtese diversa , no qual jamais foi dis-cutida a preclusio.

Antes o qua all considerou o acdrdioe qua so art . 480, pardgrafo unico, doC. Pr. Civ. deve set dodo sentidoamplo, compreendido os cases em quao pretendido herdeiro busca titulacio

no acio investigatoria do paternidade

do de cujus.

S6 late a nada mais.

Pattern, pois, Para testemunhar adiscrepancia as premissas a quo as re-fire o R.I., art. 305, comp, de resto,ja dispunha a Sdmula 291.

Assim, conquanto ji nio caiba a re-serve de bens Para assegurar a preten-sio do recorrente, outras medidas ]heasseguram a lei pare resguardar o seudireito ja reconhecido em primeiro

grau.

E o men veto.

EXTRATO DA ATA

RE 78.318 - GO - Rel., MinistroThompson Flores. Recte., SebastianaJacintha de Oliveira (Adv., Nile Be-netti) . Recdo., Antonio Lustosa -(Espolio de) (Adv., Adahyl LourencoDias).

Decisio: Nio conhecido, unanime.

Presldencia do Sr . Ministro Thomp-son Flores. Presentes a sessio os Se-nhores Ministros Bilac Pinto , AntonioNader, Xavier de Albuquerque a Lei.too de Abreu. Procurador-Geral doRepublica, substitute, Dr. Oscar Cor-rea Pica.

Brasilia, 18 de junho de 1974. -Helio Francisco Marques, Secretario.

RECURSO EXTRAORDINARIO N.o 78 . 447 - SP

(Segunda Turma ) qvvvvV = 1 '^.`. l

Relator : 0 Sr. Ministro Thompson Flores . =L`-^ ^" ' \.. t V \

Recorrente : Eletro Metalurgica Jomar Ltda. Recorrido : Estado de Sio Paulo.

0 Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional a lei sam

nomero , de 3.12 . 71, do Estado de Sao Paulo , que autorizou a de-signaga'o de funcionarios do Poder Executive pare o desempenho dasjuncoes prdprias do cargo de Oficial de Justiga . Disco nao deriva.

porem, necessariamente , a nulidade de ate praticado per oficial

assim investido , se o prdprio juiz podia nomed -lo ad hoc a se nao

resultou prejuise comprovado para qualquer des partes.

Recurso nao conhecido.

ACORDAO gunda Turma do Supremo Tribunal

Vistos , relatados a discutidos estes Federal , no conformidade do ata do

autos, acordam os Ministros do Se- julgamento a das notes taquigreficas,

11

R.T.J. 72

por unanimidade de votos, nao conhecerdo recurso.

Brasilia , 20 de agosto de 1974. -Thompson Flores, Presidents a Relator.

RELATGRIO

O Sr. Ministro Thompson Flores:- Com fidelidade tratou a controver-sia, no qua pertine , o despacho quaadmitiu o recurso extraordinario.

Iii-lo, f . 72-74:

"0 Estado de Sao Paulo atravesdo Lei de 3. 12.71 a Para dinamizaros servicos atinentes as a$6es exe-cutivas de cobranca de divida ativacorrespondents a debitos fiscais re-lativos ao Imposto de Circulagao deMercadorias, autorizou o seu Pro-curador-Geral a designar funcione-rioa p6blicos Para o desempenho dasfunc6es prbprias do cargo de oficial'de Justi£a. Tal lei , todavia, foihavida como inconstitucional poloeg. Supremo Tribunal Federal atm-ves da Rp 882, Relator MinistroXavier de Albuquerque (in D.J.U.de 15.6.73, p. 4.326, coluna 3),assentando-se a ineficacia do substi-tui£ao funcional.

No caso vertente, a exemplo deinumeros outros, aiuizado o exe-cutivo fiscal, a citarcio a penhora fo-ram diligenciadas por um daquelesfuncionerios investidos , pela referi-da lei , Para a desempenho de ofi-cial de Justica. Houve atendimen-to a citag5o, ample defesa do exe-cutada a afinal foi a querela havidacomp procedente nas dual instanciasordinarias.

0 terra residual, questionado a en-frentado no decisao final, e a danulidade do feito em razso do cita-cao a penhora terem sido realizadaspor funcionerio do executivo, ativi-dade impossivel como decorreu doulterior proclamacao do inconstitu-cionalidade da lei estadual que cria-ra a faculdade substitutive.

A argtiida nulidade tem lido itera-tivamente afastada por todas as Ca-mares dente Tribunal sob o funda-ments aqui tambem colacionado, do

217

qua so tempo das diligencias sub-sistia lei formalmente perfeita, naotendo ocorrido prejuizo algum Paraas partes citadas a submetidas aconstricao judicial do penhora, poislhes foi concedida ampla oportuni-dade Para a contradita , proves a de-bates de forma qua, ausente dam,perdura a validade do eta jurisdi-cional (g 29 do art. 278 do C. Pr.Civil). "Nao se repetira o ato,nem so ]he suprira a felts quandonao river havido prejuizo Para aspartes".

Inconformada , a executada pedeagora recurso extraordinario comapoio no art . 119, III, letra c doConstituigao Federal sustentandoqua o nao acolhimento do prejudi-cial constituiu , aem d6vida , reconhe-cimento de validade de lei (a ques-tionada L. estadual de 3.12.71)contestada (e agora invalidada) facea Carta Magna.

A r. decisao recorrida apresenta-ae farts de juridicidade sob todosas ingulos qua se aprecie o inciden-ts processual , notedamente porquea indigitada nulidade ocorreu emepis6dio quo nao afetou a defesanem criou dano irremediavel a pre-judicial a argiiente . De outro tur-no, a demanda sub judice nao cui-dou especificamente do higidez ju-ridica do norma , mas sim de umseu elemento acidental a reflexocuja ocorrencia nao chegou a mo-lestar a querela no amago do suemotivacao.

Nada obstante, tratando-se de ma-teria qua passou a ter nova pers-pectiva ante o pronunciamento doeg. Supremo Tribunal Federal, cui-do ser de maior prudencia abrir ainstancia extraordinaria Para qua oColendo Tribunal ad quem , posse,cram sue autoridade , dizer quais asefeitos mediator do declaraceo deinconstitucionalidade a se o vicio dolei em cause contaminou tudo equanto foi dela consegiiancia, note-damente as atos realizados por umainvestidura funcional irrita de di-reito , mas atuante de fato.

Processe-se o recurso."

218 R.T.J. 72

2. Raz6es das partes as f. 77-81a 83-103.

3. Parecer do douta Procuradoria-Geral da Republica, coma segue, fo-

Ihas 107-110:

"1. Palo v. ac6rdao de f. 58-60,do Primeiro Tribunal de AlgadaCivil, Sexta Camara , foi confirms-do decisao de primeiro grau, quacondenara a recorrente a pagar di-vide fiscal.

2. Recurso extraordinario pelaalinea c do permiasao constitucio-nal, sob alegageo de acolhimento dovalidade do Lei estadual de 3.12.71,em vista de a citageo e a penhoraterem sido efetuadas por oficiais deJustiga, designados de acordo comease Diploma legal , posteriormentedeclarado inconstitucional pelo eg.Supremo Tribunal Federal.

3. A Lei estadual de 3.12.71,fof, efetivamente, declarada incons-titucional polo Pret6rio Excelso, sojulgar procedente a Rp 882:

Ementa : "it inconstitucional aLei sem numero, de 3.12.71, doEstado de Sao Paulo, qua auto-riza a designadoo de funcionariosdo Poder Executivo pare desem-penho dos fungSes pr6prias docargo de oficial de Justiga.Representageo julgada proceden-te" (D.J. de 15.6.73).

Fez-se a suspenseo, por inconsti-tucionalidade, da execugao do refe-rida lei, atraves do Resolugeo niune-ro 38, de 1973, do Senado Federal(D.O., I, 18.10.73).

4. Cinge-se o desate do quaestiojuris em reconhecer-se a extenseodo efeito do declarageo de inconsti-tucionalidade do Lei sem nfunero,de 3.12.71, do Estado de Sao Pau-lo, procedida atraves de agao di-reta.

Como a de nosso ordenamento

maior, a declarageo de inconstitu-cionalidade pelo Supremo TribunalFederal segue-se a suspenseo do exe-cugeo do lei on decreto pelo SenadoFederal (C.F., art. 42, VII).

An contrario da declarageo inci-

denter tantum, cujos efeitos seoimediatos inter partes, a declarag"aopor via do agao direta produz efei-tos erga on-mes, mas somente apbsa suspenseo da lei on decreto peloSenado Federal.

Os atos (citageo a penhora), in-quinados como ilegitimos e a infir-mar a agao executiva fiscal, forampraticados antes do auspensio amesmo antes da declarageo.

Reconhecer a nulidade dessesatos , efetivados durance o imperioda lei, seria admitir efeito ex tuneA declamgao por via do agao direta,como propugnarn alguns iluatres tra-tadistas estrangeiros a patrios, masqua nao condiz corn nosso sistemaconstitutional.

Se as atos, realizados epos a de-clarageo de inconstitucionalidade,fossem invelidos, a curial qua des-necessario seria suspender-se a exe-cugeo da lei on decreto.

A prop6sito da materia escreve oProf. Manoel Gongalves FerreiraFilho (in Curso de Direito Consti-tution/, 3a ed., p. 32):

"A inconstitucionalidade a umvicio qua torn o ato anulavelpor decisao em processo espe-cial, ordinariamente judicial.Dai decorre qua, enquanto naoo for, deve ser encarado o atocomo vAlido a respeitavel".

Sobre o mesmo tema assim as ex-pressa Themistocles Cavalcanti (inDo Controls do Constitucionalidade,

la ed., p. 164):

"II - A outra questao: quaisas consequencias do suspensaopelo Senado? R preciso saberse, declarada a suspenseo, a lei

pode ter ainda a sua eficacia.

Quid dos atos praticados sob sua

vigencia.

Parece-nos qua a unica solugeoqua atende aos interesses de or-dem publica a qua a suspensAoproduza as seas efeitos desde asue efetivageo, neo atingindo as

R.T.J. 72

situa96es juridicas criadas sob asua vigdncia".

Assim, vilidos sae oa atos prati-cados de acordo com a Lei estadualdo 3.12 . 71, posteriormente declare-do em conflito com o EstatutoMaior, enquanto nao suspense suaexecu9ao pelo Senado Federal, naodecorrendo despa situa95o , adotadapelo v. acordao, o reconhecimentodo validade do lei estadual face aConstitui9ao Federal.

A falta do 6nico pressuposto in-vocado, op _namos pale nao conhe-cimento do recurso extraordinerio.

Se houver per hem a Alta Corteconheci-lo, polo son nao provi-mento.

Brasilia, 15 de abril de 1974, -Jose Alves de Lima, Procurador doRepublica.

Aprovo: Oscar Correa Pina, Pro-curador-Geral do Republica , substi-tuto."

E o relatorio.

VOTO

O Sr. Ministro Thompson Floet>s( Relator): - Nao conhe9o do recurso.

2. Em case absolutamente igual,assim ji decidiu o Plenirio - RE78.210 ( Ementirio , 949, I).

3. Disse , enteo, o eminente Rela-tor, Ministro Xavier de Albuquerque,em seu douto veto , no qua foi acompa-nhado pelos demais:

"0 acordao recorrido e o despa-

cho que admitiu o recurso informam

qua o Tribunal a quo tern reiterada-

mente repelido a argvigio de nuli-

dads do petters em cases iguais, a

consideragio principal de qua lei

formalmente vilida autorizava, an

tempo , a investidura do oficial in-

cumbido do diligencia , de seu vicio

nao havendo resultado nenhum pre-

juizo Para qualquer dos Perim.

219

Numa dessas decisoes , transcrita

pelo recorrido no impugnacao an

recurso, o Tribunal considerou, tam-

bem (f. 84):

"Foram (os oficiais ) devida-

mente empossedos pela eg. Cor-

regedoria-Geral do Justi9a. Ora,

se o proprio juiz do feito pods

nomear um oficial ad hoc para

o exercicio de certas a determi-

nodes fun96es , nada mais justo

qua os oficiais possam desempe-

nhar sues fun96es quando em-

possados perante a Correge-doria".

Penso qua oa fundamentos ado-tados nas instancias locais naoafrontam a decisio pela qual o Su-premo Tribunal julgou inconstitu-cional a lei estadual em questeo,nem ofendem os preceitos do Cons-titui9ao por inobservancia dos quaisfoi tal inconstitucionalidade de-clarada.

Isto posto , nao conhe9o do re-curse."

4. Nada tenho a acrescentar asconsidera96es de S. Exs , as quais mereporto.

E o men vote.

EXTRATO DA ATA

RE 78.447 - SP - Rel., MinistroThompson Flores. Recte., Eletro Me-talurgica Jomar Ltda. (Adv., SoniaCorrea do Silva). Recdo., Estado doSao Paulo (Adv., Maria Julia do Ama-ral Antunes).

Decisao: Nao conhecido, uninime.

Presidencia do Sr. Ministro Thomp-son Flores. Presentee a sessaao os Se-nhores Ministros Bilac Pinto, AntonioNader, Xavier de Albuquerque a Leitaode Abreu. Procurador-Geral do Repu-blica, substitute, Dr. Oscar CorreaPins.

Brasilia, 20 de agosto de 1974. -

Helio Francisco Marques, Secretirio.

220 R.T.J. 72

RECURSO EXTRAORDINARIO N.o 18. 620 - GB

(Primeira Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Rodrigues Alckmin.

Recorrente: Departamento Nacional de Estradas de Rodagem . Recorrida:Breda Transportes a Turismo S.A.

Mandado de seguranga . Assistencia . Pode a pessoa juridicado direito publico intervir corn assistants de seu funclonario, apon-tado como coator , em mandado de seguranga.

Recurso extraordinario conhecido a provido.

ACORDAO

Vistos , relatados e discutidos estesautos, acordam os Ministros do Pri-meira Turma do Supremo TribunalFederal , no conformidade do are dejulgamentos a notes taquigr6ficas, aunanimidade , conhecer do recurso adar-lhe provimento.

Brasilia , 20 de setembro de 1974.- Oswaldo Trigueiro , Presidents. -Rodrigues Alckmin , Relator.

RELATORIO

O Sr. Ministro Rodrigues Alckmin:- 1. A recorrida impetrou segurangacontra ato do Chafe da Receita do79 Distrito Rodovi6rio Federal, quathe estaria a exigir imposto nao de-vido.

O Departamento National de, Estra-das de Rodagern pediu the fosse abertavista dos autos Para "dizer o qua dedireito".

O pedido foi indeferido porque "man-dado de seguranga nao comports inter-vengao de terceiros ". E a decisao foimantida polo Tribunal Federal de Re-conics.

2. 0 Departamento Nacional deEstradas de Rodagem recorre extraordi-nariamente pelas alineas a e d.

Alega qua o julgado "negou splice-c o, no processo de mandado de segu-ranga, so disposto nos arts. 88 a 94(sic) do C. Pr. Civ. de 1939 a dis-sentiu de aresto qua admite, em man-dado de seguranga, seja a pessoa ju-

ridica de direito publico assistants.

O recurso foi admitido e a Procure-doria-Geral da Republica opinou pelo

provimento nos termos seguintes: (Le"f. 59).

E o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Rodrigues Alckmin(Relator): - Observo, primeiramente,qua a postulagao do D.N. E.R., inde-ferids, era sumamente defeituosa. Aintervengao voluntfiria em processo deveser requerida com a demonstrageo dalegitimagao Para intervir e corn a men-gao do natureza jurfdica do inter-vengao.

Descurando-se desses requisitos, oD.N.E.R. as limitou a um pedido deabertura de "vista", Para dizer "o quade direito".

Mas a petigao foi indeferida coinfundamento de todo contr6rio a lei: ode qua o mandado de segurange, ruincomports intervengao de terceiros...

O art. 19 da L. 1.533 /51 a expres-so no sentido de qua so mandado deseguranga se aplicam os arts. 88 a 94do C. Pr. Civil.

Cable, assim , a intervengao da orerecorrente nos autos, como assistantsde seu funcion6rio indicado cornocoator.

Conhego do recurso pales alineas ae d e the dou provimento Para qua arecorrente posse, participar , como assis-tente, no estado da cause , da mencio-

nada agao de mandado de seguranga.

EXTRATO DA ATA

RE 78 . 620 - GB - Rel., MinistroRodrigues Alckmin. Recta., Departs-

R.T.J. 72 221

mento Nacional de Estradas de Roda- Presidencia do Sr. Ministro Oswaldogem (Adv., Ruy Ferreira Brettas). Trigueiro. Presentes a sessao os So-

Recdo ., Breda Transporter a Turismo nhores Ministros Aliomar Baleeiro,D i F l a

Sociedade An6nima (Adv., Gerhardtjac a c o, Rodrigues Atckmin, e o

Dr. Oscar Correa Pina , Procurador-Fischer) . Geral da Republica, substituto.

Decisao : Conhecido a provido, una-nimemente.

Brasilia , 20 de setembro de 1974.- Alberto Veronese Aguiar, Secret6rio.

RECURSO EXTRAORDINARIO N" 78.621 - DF(Primeira Turma )

Relator : 0 Sr. Ministro Bilac Pinto .

Recorrentes : Joao Villas Boas a outro . Recorrida : Uniao Federal.

Prazo . Doenga do advogado.

Decisio recorrida que, aplicando o art . 813 do C. Pr. Civ. do1939, considerou que a doen9a do advogado, salvo casoa especialias-mos, nit interrompe o curso do prazo do apela9io.

Recurso eztraordinsrio que arguiu negative de vigdncia so arti-go 38 do C. Pr. Civ. de 1939 a dissidio. Nio conheciment o pela letraa, per aplica9io das Sumulas 282 a 356, a pe/a tetra d, por nio do-monatrada a divergdrs:ia.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos estesautos , acordam os Ministros da Pri-meira Turma do Supremo TribunalFederal , na conformidade da eta dejulgamento a das notes taquigrIficas,por unannnidade de votos, nao conhe-cer do recurso.

Brasilia , 29 de outubro de 1974. -Aliomar Baleeiro, Presidents. - BilacPinto, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Bilac Pinto: -Em primeire instancia , negou-se se.guimento a apelagio dos autores deurns a99to ordin4ria , porque "a doen9ado advogado nao d caso de forga-maiorPara justificar a devolucao de prazo"(f. 24). Houve agravo de instrumen-to, que procurou se socorrer do art. 38do antigo C. Pr. Civ., runs foi des-provido, so entendimento de qua:

"Segundo mostram os mais auto-rizados processualistas , a doen9a doadvogado nio interrompe us cnrsosdos prazos processuais, qua sio fa-tais a peremptbrios . Tamb6m, a

doen9a do advogado , como deflui doart. 813, do C. Pr. Civ., nao obstao curso do prazo de recurso, comoo decidiu o preclaro Orosimbo No-nato" (f. 39).

O recurso eztraordin6rio siege nega-tiva de vigincia so art . 38 do C. Pr.Civ. de 1939 a dissidio jurisprudencial.

Admitido o apelo derradeiro pela te-tra d, a Procuradoria-Geral da Repu-blica emitiu parecer favorevel so seuconhecimento , ja qua demonstrado odissidio , mas contrario so seu provi-mento (fls. 73-75).

B o relatdrio.

VOTO

O Sr. Miniatro Bi/ac Pinto (Re-lator): - Em seu voto, sustentou oMinistro Godoy Ilha:

"A regra contida no art. 26 doC. Pr. Civ. 6 a de quo os prazosserao continuos a perempt6rios esuspendem-se nos casos estritamen-te previstos na lei processual e, noart. 197, estabeleceram -se as hipb-teses em qua poderi ter lugar a sus-

222 R .T.J. 72

pensao do instancia e, entre alas, ade force maior . A doenfe do ad-vogado on procurador de uma dosParton nao esta all incluida. S6 amorte do procurador do qualquerdos litigantes a qua suspends a ins-tencia ( inc. IV do art , 197) e, en-tre on motives de fora-maim, naoapontam on comentadores a doengado advogado" ( f. 35).

"Em tame de recursos, o art. 813s6 admits a interrupcao do prazo,quando sobrevier o falecimento doparts, on a de seu advogado, on asverificar a hip6tese de forca-maiorprevista no art. 197, inc. I. Sea simples doenga do advogado pu-desse interromper o prazo , o legis-lador o tone dito.

E 6 de compreender-se ease rigor,pela facilidade com qua se liberali-zam on atestados medicos.

Per isso, ja decidiu o Pret6rioExcelso qua a doen4a do advogadon5o obsta so curso do pmzo de re-curso (Ac6rdao do Segundo Turma,de 28 .11.52, in D.J. de 16.4.56,Apandice so n4 88, p . 55 - Agra-vo de Instrumento no 15.764, doqua foi relator o preclaro MinistroOrosimbo Nonato" (f. 36).

Se assim 6, o recurso nio tern comeprosperar sob o fundamento do nega-tive de vigAncia so art . 38 do entaolei processual , ja qua a decisao im-pugnada as omitiu quanto a note pontoe on recorrentes nao as valeram dos em-bargos de declaracao . Corn rezao, por-tanto, o parecer do Procuradoria -Geral,so invocar as Sdmulas 282 a 356.

No me parece , de igual modo, quaexists ratio pare as conhecer do re-curso segundo a letra d. On julgadoscitados , com on quais se busca a di-vergencia, foram tornados , exclusiva-mente, a luz do art . 38 acima men-cionado . Saris tal aspecto bastante,em exams comparativo, pare demonstrarqua notes padr6es se afastam do deci-sao recorrida.

Acaso vencido no preliminar de co-nhecimento , antecipo qua, no merito,

desprovejo o recurso . Fico com aqua-lea qua nao tam a doenga do advogadocomo motive do forca-maior salvo emcases especialissirnos . No caso, commost razao a mais. Ao qua tudo in-dica, o advogado padeceu do mal quaalega, no ultimo die do prate, per Vol-ta dos 16 on 17 horas. '1; de so pre-sumir qua a petigao de recurso ja es-tivesse pronto . Lava-la no cart6rioera tarefa de qua outra pessoa poderiase encarregar. Nao era necessaria apresence , pars. este ato, do advogado.

VOTO

O Sr. Ministro Rodrigues Alckmin:- Eaton de acordo corn o eminenteRelator, mas fago won ressalva. Ad-mito a existancia de case de for4a-maior pela doenga do advogado. Con-forms a natureza do dosage , pode elaacarretar impedimento invencivel. Noultimo die do prazo, pode uma moles-tie tornar o advogado inconsciente eimpossibilitado de deliberar. Podera,pois , conEgurar-se motive de forge-maim . Man, no caso , como as viu dovoto do eminente Relator, a doencanao foi de tal natureza.

VOTO PRELIMINAR

O Sr. Ministro Djaci Falcao: -Eaton de acordo com o eminente Re-lator, men com a ressalva do eminenteMinistro Rodrigues Alclunin.

VOTO PRELIMINAR

O Sr. Ministro Aliomar Baleeiro(Presidents): - Acompanho o emi-nente Ministro-Relator, cum a mesmaressalva do eminente Ministro Rodri-gues Alckmin.

EXTRATO DA ATA

RE 78.621 - DF - Rel., MinistroBilac Pinto . Recta., Joao Villas Boase outro (Adv., Humberto G. de Bar-es). Recda., Uniao Federal.

Decisao: A unanimidade, nao conhe-

ceram . Impedido, o Sr. Ministro Os-

waldo Trigueiro, Presidents, presidia

so julgamento o Sr. Ministro Aliomar

R.T.J. 72

Baleeiro. Falou, polo recorrente, oDr. Humberto G. de Barros.

Presidencia do Sr. Ministro AliomarBaleeiro, no impedimento do Sr. Mi-nistro Oswaldo Trigueiro, Presidents.Presentes a sessio os Sm. MinistrosDjaci Falcao, Bilac Pinto a Rodrigues

223

Alclmrin. Procurador-Geral da Repu-

blica, substituto, o Dr. Oscar CorreaPine.

Brasilia, 29 de outubro de 1974. -Antonio Carlos de Azevedo Braga, Se.cretirio.

RECURSO EXTRAORDINARIO N.a 78 . 682 - SP(Primeira Turma )

Relator : 0 Sr. Ministro Luiz Gallotti .

Recorrente : Estado de Sao Paulo . Recorridos: Benedito Egbert Correa doToledo a outros.

Recurso extraordinario intempestivo , embora nio polo funda-mento do despacho qua o indeferiu.

Inviabilidade do admissio dos embargos infringentes coma recur-so extraordinario.

Valor do causa comp obstaculo intranaponivel an conhecimentodo recurso.

AC6RDAO

Vistos e relatados estes autos deRecurso Extraordinerio no 78 . 682, deSao Paulo , em qua a recorrente o Es-tado de Sao Paulo e sio recorridosBenedito Egbert Correa de Toledo eoutros, decide a Primeira Turma doSupremo Tribunal Federal nio conhe-cer do recurso , unanimemente , de acor-do com as notes juntas.

Brasilia , 7 de junho de 1974. -Luiz Gallotti, Presidents e Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Luiz Gallotti; -O ac6rd9o, qua julgou a apelagao, foipublicado em 29.9 .70 (f. 151).

Oferecidos embargos infringentes poralguns dos autores a pelo Estado r6u,o ilustre Desembargador Toledo de As-sump$ao proferiu o seguinte despacho(f. 163):

"1. Processem-se no embargosopostos a f. 152, por Benedicto Eg-

bert Correa de Toledo a outros.

2. Deixo de admitir os embar-gos opostos pale Fazenda do Esta-

do, a f . 156, por incabiveis. Ade-cisao de primeira instincia acolheuintegralmente o pedido dos autores,Para considers-los estaveis nos ca-deiras por eles regidas, on seja, coma,Professores Catedraticos , na Facul-dade de Farmicia a Odontologia deAraraquara . 0 v. ac6rd5o qua aFazenda pretends embargar deuprovimento parcial aos recursos ofi-cial a voluntario da re Para , manti-da a estabilidade dos autores, clas-sific6-Jos em doffs grupos . Consi-derou os Drs . Benedicto EgbertCorrea do Toledo, Carlos Landucci,Moacyr Porto , Arthur Join Teixei-ra Grecco , Gilberto Luiz Pozetti,Paulo Redner a Vicente Correa es-taveis nos cargos de Professor As-sistente , reformando, assim, nestaparts, a decisao do magistrado.Manteve a sentenga quanta nosdois outros autores , Drs. Ray doPaula a Silva a Pablo de AngelisPorto , qua foram considerados es-taveis nos cargos de Professor Catedritico. 0 respeitavel voto van-cido mantinha a decisio de primei-ro grau, qua a todos os autores con-sideram esteveis no cargo de Pro-fessor Catedratico.

224 R .T.J. 72

3. Ora , os embargos infringen-tes tern come limites , exatemente, ocontefido do veto vencido. Nestevoto ester apontado o objeto dos em-barges . Core o recurso visa o em-bargante venha a prevelecer o vetominoritsrio sobre o entendimentodo rnaioria do turma julgadora. Nemse concebe pretensao recursal seminteresse no vingamento do recur-so. Tal interesse felts , a evidencia,no especie , pois o voto vencido, quadeveria constituir o objeto dos em-barges do Fazenda Estadual, the emais oneroso , porquanto , mantendo,in totum , a deciseo recorrida, con-siderava todos os autores estaveisno cargo de Professor Catedratico,classifica $ao que a maioria enten-deu exata apenas quanto a doffs dosautores , ciassificando os demaiscomp esteveis no cargo de ProfessorAssistente . Claro, destarte, a falterde interesse recursal per parts doFazenda do Estado, pois entre asnotes caracteristicas de qualquer re-curso este a pretensio de obter umpronunciamento mais favoravel, niose podendo admitir um recurso emque o recorrente pretends nova de-cisio que the seja desfavorevel onmats prejudicial. Falta, em suma,a Fazenda do Estado interesse pareembargar , interesse que a pressupos-to besico , fundamental , de admissi-bilidade de qualquer recurso.

4. Imposs (vel, finalmente, reccebar o recurso interposto comp de re-vista on extreordinerio , pretensioalternative de Fazenda , pots this re-curses devem ser dirigidos ao Pre-sidente do Tribunal (C. Pr. Civ.,arts . 854 a 865 ), a quern competejulgar de one, admissibilidade."

Os embargos foram rejeitados, sendo

o ac6rd"ao publicado a 5.7.71 ( folhas

174-75).

A revista no foi conhecida , per in-

tempestiva , visto no poder a recorren-

te (Fazenda do Estado ) beneficiar-se

do art . 810 do C . Pr. Civ ., urns vez

qua cometeu erro grosseiro ( folhas

183-84).

Em 9.11 . 70, o Estado requereu soPresidents do Tribunal fosse examina-do aquele pedido de recurso extraordi-nario formulado not petifeo de ember-gos infringentea a qua o Relator enten-dera inadmissivel (f. 177-78).

0 Presidents despachou (f. 187):

"O ac6rdi o foi publicado em8.7.71 (certidio de f . 176) e aFazenda do Estado apresentou suapeticao de recurso em 9 de novem-bro (f. 177), manifestamente forado prazo.

Denego o recurso, evidentementeintempestivo."

Houve agravo e a Procuradoria-Geraldo Republica , considerando relevante aquestao atinente a ternpestividade, opi-nou pelo provimento.

Fir subir o recurso , pare meihor

exame.

A Procuradoria-Geral, ep6s resumiro caso opine ( f. 201-202):

"0 processo este tumultuado, tan-to que a f . 182 consta urea certiriio,datada de 9.11.71, afirmando quoa Fazenda apresentou recurso derevista em separado , quando o ato,segundo certificado it f. 163-v.,ocorreu a 9. 11.70. Observe-se ain-da qua todos os atos que se seguem,firmados na mesma folha , datem dejulho de 1971, on seja , praticadoequase quatro meses antes...

'R evidente que o tumulto levou

a Preside"ncia a se equivocar em

seu despacho de f. 187 so afirmara intempestividade do recurso,

verbis:

"O ac6rd5o foi publicado em8.7.71 (certidao de f . 176) e aFazenda do Estado apresentousua peticao de recurso em 9 donovembro (f. 177), manifesta-

mente fora do prazo..."

A petir:ao do Fazenda de f. 177

data de 6.11.70 a foi recebida a9 desse mss a ano . 0 ac6rd5oreferido no despacho , proferido nosembargos interpostos pains autores,foi publicado em 8.7.71 muito ap6s

a petigao.

R.T.J. 72

Ocorre ainda quo a decisio ataca-da nao e a proferida nos embargosinfringentes interpostos Palos auto-res da agao , mas a do aresto emiti-do na apelagio (f. 148-50), publi-cado a 29 .9.70 (f. 151).

Donde as conclui que, admitidosos embargos de f. 156-61 como re-curso extraordinario , nio seria a in-tempestividade o obstaculo a impe-der sua tramitagao.

Parece-nos qua as questi es a se-rem examinadas as referem it via-bilidade da adntissio dos embargosinfringentes como recurso extraordi-nirio, como solicitou a parts emseu requerimento , com apoio no ar-tigo 810 do lei processual e, a ae-guir , a do observancia dos pressu-postos do extraordinirio.

A aceitagio dos embargos comorecurso extraordinirio evidentemen-te colide corn o disposto no art. 810do lei adjetiva civil . Ease dispo-sitivo afirma qua o am grosseiroimpede a aceitagio de um recursopor outro . Na hip6tese , no examcabiveis os embargos , uma vez quea estabilidade foi reconhecida emtodos os votos . Nao havia, portan-to, divergencia a justificar tal re-curso. Par outro lade , as pressu-postos do extraordinario diferem to-talmente daquele, recurso , para quase possa admitir uma d6vida na suainterposigio.

Finalmente , considerando o valoratribuido a initial - Cr$ 1.000,00- constatamos ser inviavel o apeloextraordinirio , visto nao cogitar demateria constituciorsal ( art. 308,IV, do R.I.).

Ante o exposto, somos levados aconcluir pelo nao conhecimento e,no merito, pelo improvimento dorecurso.

Brasilia , 9 de maio de 1974. -Yedda de Lourdes Pereira , Procure-dora da Republica.

Aprovo: Oscar Correa Pins, Pro-curador-Geral da Republica, subs_tituto."

E o relat6rio.

VOTO

225

O Sr. Ministro Luiz Gallotti (Re-lator) : - Intempestividade houve, em-bora nio com o fundamento constants,do despacho de f. 187.

E que este as referiu , por equivoco,a data do publicagio do ac6rd6o pro-ferido em grau de embargos (8.7.71),quando o recurso extraordinirio visavaso ac6rdio proferido na apelagao a pu-blicado em 25.9.70,

Entretanto , mesmo em relagio a este,a petigio de f. 177 foi tardia, pois en-trou em 9 .11.70.

Por outro lado, tem mzio a Procura-doria-Geral do Republica , quando mos-tra a inviabilidade do admissio dosembargos infringentes come recurso ex-traordinirio, conforme been assinalou oRelator , no despacho de f. 163, qua li.

Finalmente , elem de tudo , eziste ovalor do causa (mil cruzeiroa) comoobstaculo intransponivel so conheci-mento do recurso , conforms tambimmostra a douta Procuradoria-Geral emsets parecer.

Nao conhego do recurso.

EXTRATO DA ATA

RE 78 . 682 - SP - Re]., Ministro

Luiz Gallotti. Recte ., Estado de Sao

Paulo (Adv., Gabor Lopes ). Recdos.,

Benedito Egbert Correa de Toledo e

outros (Adv., Antonio Tello do Fon-

seca) .

Decisio: No conhecido. Unanime.

Impedido, o Sr. Ministro Rodrigues

Alckmin.

Presidencia do Sr. Ministro Luiz

Gallotti. Presentes a sessio as Se-

shores Ministros Oswaldo Trigneiro,

Aliomar Ba]eeiro, Djaci Falcao, Ro-

drigues Alckmin, e o Dr. Oscar Cor-

rea Pins, Procurador-Geral da Repu-

blica , substituto.

Brasilia, 7 de junho de 1974. -

Alberto Veronese Aguiar, Secretario.

226 R.T.J. 72

RECURSO EXTRAORDINARIO N" 78.781(Primeira Turma) .N.1"a^,

Relator : 0 Sr. Ministro Rodrigues Alckmin . a ^- ` ' } ttRecorrente : Estado do Parana . Recorrida : Marilena Annibelli Vellozo.

Funcionerio pdblico . Cargo de diregeo . Nomeagao a termo.Revogagao da lei qua fixava o prazo de exercicio . Legitimidade

da dispense.

Recurso extraordinario conhecido a provido.

AC6RDAO

Vistos , relatados a discutidos estesautos , acordam os Ministros da Pri-meira Turma do Supremo TribunalFederal , por unanimidade de votes, co-nhecer a prover do recurso , na confor-midade da ate de julgamento a das no-tas taquigreficas.

Brasilia , 20 de setembro de 1974.- Oswaldo Trigueiro, Presidents. -Rodrigues Alcknun , Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Rodrigues Alckmin:- Trata-se de mandado de segurangaimpetrado pela recorrida. Foi ela no-meada , pelo prazo de tres anos , direto-ra de Escola Normal , consoante o dis-posto no art. 14 da L . estadual 5.871,de 1968 , qua dispunha:

"Os provimentos do cargo de di-regao on encargo de diregio median-te gratificagao de fungao para exer-cicio em estabelecimento de ensinoe feito pelo prazo certo de tres ands,ressalvadas as disposigoes pr6priasde educagao de grau superior."

Esse dispositivo foi revogado paleL. 1, de 1971. E foi a recorrida dis-pensada das fung6es , antes de decor-rides os tres anos , pela Resolucaon9 573/72.

Entendendo qua a dispense the ofen-dia a direito liquido a certo, contraela impetrou seguranga . E a obteve,pelo ac6rd9o de f . 36, cuja ementa e aseguinte:

"Mandado de seguranga . Nomea-ceo pare Diretora da escola. Dis-pense da fungao am atendimento

do periodo legal. Concessao da Se-guranga.

Quando a nomeagao decorre deaplicagao do Estatuto do Magisterioe inconstitucional resultou procla-mada a superveniente lei revogado-re, concede -se a seguranca impetra-da, ficando confirmada a medidaliminar."

Recorreu extraordinariamente o Es-tado do Panne pales alines a a d.Alega dissidio con as Sumulas 266 a25, con a decisao do RE 51 . 351, doMS 8.693 , com a constants da R.D.A.,62/94 a ofensa so art . 81, VIII, daConstituigao Federal.

0 recurso foi indeferido mas fi-losubir pare melhor exams.

A Procuradoria-Geral da Republicaopina pelo provimento dale, nos tar-mos seguintes ( f. 61):

"Nomeagiio a termo.

Livre demissio . Sumula 25.

Se ease regra prevalece indepen-dentemente de lei nova qua permitaa demissao , per mais forte razao hede prevalecer num case comp o pre-sente , em qua o are demiss6rio sebaseou na lei superveniente.

Recurso extraordinerio conhecidoa provido" (RE 76. 574-PR, rela-tor Ministro Luis Gallotti, Primai-ra Turma , em 19.11 .73, D.J., de2.1.74, p. 17).

A luz da decisao proferida paleeg. Primeira Tuna em especieid"entice , proveniente da mesma ori-gem, opina a Procuradoria-Geralpolo conhecimento a provimento dorecurso extraordinerio interpostopelo Estado do Parana."

A a relat6rio.

R.T.J. 72 227

VOTO

0 Sr. Minlstto Rodrigues Alckmin(Relator): - Conhego do recurso ethe dou provimento.

E assim o fago pelos fundamentosdo parecer do Procuradoria-Geral deRep6blica, aos quais adito os constant"de parecer do Ministario P6blico doEstado , it f. 32, verbis:

"Pala Portaria n9 9.246/69, do20.10 . 69, do Secretaria de Estadodos Neg6cios da Educagio a Cul-ture , a impetrante foi designadapare exercer a fungio gratificada deDiretora do Escola Normal ColegialEstadual Dr . Erasto Gaertner, docidade de Santa Isabel do Ivai, Paloprazo de tres anos . A designagiotinha por base o art . 14 da Lei5.871, de 6.11.68.

Pela Resolugio n9 573/72, de1 de margo do corrente ano, foi apostulante dispensada (D.O.E. de10.3.72).

Inconformada , impetra segurangaafirmando a ilegalidade do resolu-cio secretarial , qua teria ferido di-reito liquido a certo de cumprir otrienio no exercicio do direcio doestabelecimento de ensino.

A L. 1, de 2.6.71, publicada noDierio Oticial do Estado de 4 da-quele mis, estabelece:

"Art. 19. Fica revogado o arti-go 14 do L. 5.871, de 6.11.68,qua dispoe sobre o Estatuto do Me-gisterio.

Art. 29. Este lei entrare em vi-gor no data de sua publicagio."

Trata-se de expressa revogagiodeclarada por lei, nos termos do ar-tigo 29, § 19, do Lei de Introdugiono C6digo Civil Brasileiro (Decre-to-lei 4.657, de 4.9.42).

Dada a inconveniencia do sistemaprevisto pelo art. 14 do Estatutodo Magisterio, privando a adminis-tracio p(blica de mains pare a re-so:ugio imediata de distorgoes noexercicio de diregio de estabeleci-mento de ensino o legislador desti-

Evidente o sentido da lei nova:afastado o preceito qua estabeleciao prazo de tres anos pare o execcicio do diregio do estabelecimen-to de ensino , o Poder Pfiblico estfimunido de instrumento legal parepreencher o cargo , segundo a con-veniencia do servigo , reconhecida acargo discricionaria inerente so atode administragio.

Mostrou-se simpleamente ineficazo criterio ate entio vigente , de pra-zo certo pare o desempenho do di-regao de educandario estadual.

A impetrante nio tam direito ad-quirido so exercicio do cargo peloprazo estabelecido em dispositivorevogado.

A relagio juridica dos funcioni-rioa com a administragio a estatu-taria , incontestavel a alterabilidadedes condigees por ato unilateral doEstado.

Ao cargo de diregio a incite aconfianga, do qua decorre a demis-sibilidade a nuto . For ato unila-teral o Estado, no art . 14 do Esta-tuto do Magisterio, autolimitou aatuagio discricionaria , fixando pra-zo de diregio , embora a escolha con-tinuasse em sue Area do decisio.For ato unilateral, pela L . 1/71, re-vogou a restrigio a discricionarida-de, tirando o prazo . Entio discri-cionaria continuou sendo a escolha,e discricionaria voltou a ser a de-missibilidade , a qualquer tempo.

0 cargo de diregio a de provi-mento em comissao, segundo o arti-

go 89 da L. 5. 871/68 . E, portan-to, de exercicio transit6rio, a cri-terio do administragio , cuja inci-

dencia s6 pode sofrer restrigio perlei. Havia prazo , nuns foi abolido.

Nio hA ressalva , no L. 1 / 71, quan-

to aos exercentes do cargo , no cunl-

primento do periodo anteriormentefixado . Logo , a duragio do exer-

cicio do cargo do direito de esta-belecimento de ensino atende t5o-s6it conveniincia do administracio."

nou a L. 1/71 a finalidade especi- 0 principio adotado no Sdmula 25fica de revoga-lo. foi , no caso , desatendido.

228 R .T.J. 72

Assim, preliminarmente , conhego dorecurso para prove-to.

EXTRATO DA ATA

RE 78 . 781 - PR - Rel., MinistroRodrigues Alckmin . Recta., Estado doParana (Adv., Lellis Correa). Recda.,Marilena Annibelli Vellozo (Adv.,Bayard Ostia).

Decisio: Conhecido a provido, una-nimemente.

Presidencia do Sr . Ministro Oswaldo

Trigueiro. Presentes a sessio os Se-

nhores Ministros Aliomar Baleeiro, Dja-

ci Falcao, Rodrigues Alclnnin, e o

Dr. Oscar Correa Pins, Procurador-

Geral do Repfiblica, substituto.

Brasilia , 20 de setembro do 1974.

- Alberto Veronese Aguiar, Secre-tario.

RECURSO EXTRAORDINARIO Np 78 . 784 - MG

(Segunda Turma) c \•\ r.;`, (1

Relator : 0 Sr. Ministro Xavier de Albuquerque .

Recorrente : Robert Marie Camille Paturle. Recorrida: Dom GutierrezPinto.

Desquite . Partilha judicial . Avaliagio judicial do agues docompanhia , aem cotagio em Boles , juatificada no caso. Exclusio,todavia, dam bonificadas posterionnente a homologagio do desquite,porque oriundas de fontes js consfderadas its avaliagio dam pri-mitivas.

Recurso extraordinario parcialmento conhecido a provido.

AC6RDAO

Vistos , relatados a discutidos estesautos, acordam os Mnristros da Se-gunda Tura do Supremo TribunalFederal , em conformidade com a atede julgamentos a notes taquigrificas, aunanimidade de votos , conhecer do re-curso , em parts , a the dar provimento,we teros do voto do Ministro-Relator.

Brasilia, 22 de outubro de 1974. -Thompson Flores, Presidents. - Xa-vier do Albuquerque, Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Xavier de Albuquer-que: - Trata-se de partilha judicialsubsequente a desquite amigavel, emcuja petigao inicial se diaae qua os bensdo casal seriam partilhados ap6s a ho-mologagio do desquite, ne forms dolei, a qua as agues de certa companhia,em numero de 1.669. 248, ficariam per-tencendo exclusivamente so vario. De-pois de homologado o desquite nas duesinstancias , a companhia elevou seu ca-pital mediante utilizagio de lucros sus-

pensor a reavaliagio do ativo imobi-

lizado , distribuindo novas agues, boni-ficadas it razio de 1 pare 6, polo quoaquele primitivo n6mero de agues vie-ram acrescer 278.202. As woes des-ss companhia , do valor nominal deCr$ 1,00, no tinham cotagio em Bol-so, sendo , por isso , avaliadas no cursodo processo , epos muitos incidentes, emCr$ 1,73 cada uma. No monte part(-vel se incluiram as 278 . 202 agues bo-nificadas . Tanto estas como as pri-mitivas , num total de 1.947 .450 agues,se imputaram so quinhio do vario.

No estado stool de cause , cujo an-damento foi muito tumultuado, o va-rio susteuta , em recurso extraordin9rio:a) qua as ditas agues , por no teremcotagio em Bolsa, devem ser tomadaspelo seu valor nominal ; b) qua as .278.202 agues bonificadas ap6s a ho-mologagao do desquite nao devem setincluidas no partilha , pois the perten-cem por inteiro.

0 recurso extraordinario foi admiti-do por este despacho (f. 378-79):

"A partilha feita em seguida sodesquite do casal nio foi anulada

R.T.J. 72

porque: a) os atos principais doprocesso nao foram atingidos pelotumulto provocado pelas part"; b)a avaliagio judicial das agues, pordais laudos oficiais concord" quan-to aos valores dos bens, deve preva-lecer em relagao As ag6es nao c n-tadas em Bolsa ; a c) as agues acres-cidas por bonificagao, frutos civis,devem set partilhadas porque "per-tenciam so canal, a no atribuidas"apenaa" so nuarido , a coin quinhio,em razao de acordo pars o desquite,tais bens seriam atribuidas an par-tilha a se fazer".

Inconformado com essa decisao,o c6njuge varao interp6e recursoextraordinirio, corn pretendido apoionas letras a e d do p.c., alegandoter esea decisao negado vigenciaaos arts . 267, III, a 322 do C. Civ.;957 a 963 do C. Pr. Civ. a di-vergido de outran qua din efeito re-troativo, ex tuns, a sentenga profe-ride em processo de desquite ami-gevel, de sorts qua on bens havidosap6s a ratificagio nao se comuni-cam (R.T.J., 41/121; 43/42; R.F.,178/244; Adcoas, 1.971/768; 0Processo Civil A Los do Jurispru-dencia, 32/1.987, no 36.582-A).Assim, as ag6es dadas an recorrente,a titulo de bonificagao, nio perten-ciam so canal porque distribuidasap6s o desquite.

Por seu turno, a avaliagao dales enula ou inexistente porque, ago co-tadas em Balsa , deve prevalecer ovalor nominal (0 Processo Civil aLuz da Jurisprudencia, 27/1.574,no 34.040; 14/1.348, no 23.695;21/1.690, no 30.381); nao deven-do ainda, nas sociedades an6nimas,ser adicionados dividendos posterior-mente distribuidos, embora relativosno exercicio financeiro comercial an-terior a abertura do sucessao (R.T.,142/302). Os lucros suspensor,enquanto nao distribuldos, perten-cem a sociedade.

Se nao tiverem cotagao em Bolsaagoes de sociedade an6nima deixa-das polo de cujus, pode o juiz bus-car outro criteria pare fixar-lhes ovalor (R.T., 251/358). E aqui

229

elegeu-se o do avaliagao judicial(f. 175/77 a 224), atribuindo-se aspartilhadas, do valor nominal deCr$ 1,00, o do Cr$ 4,28, qua cousta-va do mandado de f. 174. Adotou-oos avaliadores. Parece-nos, pole,qua no se contrariou a lei (Simur-la 400). Erse entendimento sufra-gado pelo aresto recorrido, porem,nao a pacifico, pois on v. ac6rdeoscolacionados dos T.J. do R. G.do Sul a Espirito Santo concluiramdever prevalecer, nests hip6tese, ovalor nominal (Procasso Civil A Luzda Jurisprudencia, 27/1.574, n6me-ro 34.040 a 21/1.690, no 30.381).

As bonificagbes relatives a pe-riodos anteriores a ratificageo dodesquite, embora distribuidas poste-rionnente, pertencem no canal. Silofrutos civis. E as repartidas, nes-ts caso, ago relatives no ano do1969 (f. 192), quando houve a ra-tificagao (f. 10). 0 ac6rdao, por-tanto, nao vulnerou a lei. Man,pelo dissenso pretoriano je salien-tado, admito o recurso, int. as par-ted pare oferecerem as raz5es, su-cessivamente."

Nests instAncia, a douta Procurado-ria-Geral da Republica assim opinou(f. 403-404):

"Somos pelo conhecimento, emparts, do recurso.

Quanta so ponto da cotagio desagoes da empress , temos qua o en-tendimento adotado, avaliagao judi-cial, e o correto, em face de inexis-tir cotagao das mesmas em Bolsade Valores. 0 main a questfio deprove e, sem duvida, pretender-se acotagio nominal lava a disparates,no main das vezes, em relagao anvalor real, tanto pars main quantopare menos.

Referentemente as agoes do em-press qua segundo a petigao ini-tial, f. 3, "ficarao pertencendo, ex-clusivamente, so c6njuge varao".parece-nos integralmente procedentea impugnagao, no s6 em face dopr6prio acordo amigevel procedidopelos c6njuges, qua nao fornecemargem a duvida, mas, tambem, em

230 R .T.J. 72

atencao so entendimento do eg. Su-premo Tribunal consubstanciado noRE 62 . 091, Relator Ministro Ama-ral Santos , in R.T. J., 48/121, poisa partilha a sobre o patrimenio quoate a data do desquite amigivel emcomum.

As bonificag6es on dividendos desagbes porventura concedidos spas oacordo pertencem so recorrente, naohavendo que as falar em nova parti-lha on sobrepartilha quanto a easeponto, mesmo porque as tal ocorrea-se, estariamos em frente a urn ou-tro acordo on a outra partilha, per-dendo o desquite o careter de ami-gavel, a ser homologado . A carac-teristica peculiar des agbes retim-Ihe o entendimento pretendido poloTribunal recorrido.

Somos pelo provimento , em parte,do recurso extraordinerio , determi-nada sendo a exclusao de meagao derecorrida do pane relative 'as aguese suas bonificagbes ou dividendos.

Brasilia, 17 de setembro do 1974.Mauro Loire Scares, Procurador

da Rep6blica.

Aprovo: Oscar Correa Pina, Pro-curador-Geral da Republica , substi-tuto."

E o relatbrio.

VOTO

O Sr. Ministro Xavier de Albuquer-que (Relator): - A primeira argiii-gao do recorrente nao procede, nemtern pertinencia com a hipbtese peculiardos autos os acbrdaos qua ale apontaa qua entenderam dever prevalecer, afalta de cotagao em Bolsa , o valor no-minal de agues de sociedades. Se asagbes questionadas pudessem ser dis-tribuidas , em partes iguais , aos doisc6njuges , seria indiferente avalia-laspor mais on por mends . Mas, aqui,o acordo de desquite prefixou a afe-tagio de todas so quinhio do recor-rente, peculiaridade que o acbrdio re-corrido been considerou so ponderer,verbis ( f. 345):

"A avaliagao nao poderia se fa-zer pole Bolas de Valores em razio

de informagio transcrita a f. 228-v.,nao impugnada pela outra parts. Eatribuir-se as awes o seu valor no-minal aerie a consumacao de injus-tica quando Be sabe que , por acor-do dos c6njuges , etas nao seriampartilhadas igualmente mas atribui-das apenas so quinheo do marido."

Estou em quo procede, todavia, oSegundo ponto de sua irresignagao, pro-cedencia que, alias, resulta do impro-cedencia mesma de primeira tese porale sustentada a je repelida.

Na verdade, quando se atribuiu acada agao valor superior so nominal, eporque se tomaram em conta elemen-tos reais on escriturais de retificacaodo capital registrado . 0 estudo eco-n6mico que lastreou tal avaliagao par-tin do balango encerrado a 31.12.69, e,pois, considerou tambem aquelas fon-tea de que proveio, na assembleia-geraldo 27 . 4.70, o aumento de capital que,sem chamada , produziu a bonificadaode agbes . Ora, as convivessem, napartilha , a avaliagao dada as agbese a inclusao das posteriormente bonifi-cadas, ester-se-iam computando duesvezes , em detrimento do quinhio dorecorrente , os mesmos elementos patri-

moniais.

Nessas condigiies , conhego do recurso,em parte, a nessa parte ]he dou pro-vimento, pare mender qua se can in-cluam no monte partivel as 278.202agues bonificadas posteriormente a ho-mologagao do desquite.

VOTO

O Sr. Ministro Cordeiro Guerra: -Sr. Presidente, acompanho o eminenteRelator. Apenas gostaria de aduzirque conhego dois precedentes no Esta-do da Guanabara sobre avaliagao judi-cial de agues por inexistir cotacao naBolas, a epoca da abertura da sucessio,a nesse sentido me pronunciei quandotive a boom de set Procurador-Geraldo Justiga do Estado da Guanabara,sendo acolhidos os pareceres pelo eg.Tribunal de Justiga do Estado.

Entao, atentei bem a verifiquei quoa avaliagao se faz, em Bolsa, pela

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ultimo operagao de venda verificada.Nao acontecendo isso, a solugao e, real-mente, a avaliagao judicial. Comaobservou o eminente Relator, na ava-liagao em Cr$ 1,73 se imputara o valoreconomico, corn as reserves da socieda--de. A1em disso , so qua me parece, todocontrato tern qua ser feito de boa-f6.O ajuste do casal foi feito no sentidode que o marido continuaria coca o con-dole des agues do empresa - aguesque justificavam o grande patrimoniopartilhado no desquite.

Ao contrerio do qua afirrnou o cobrapatron do recorrida , quando o verbofoi usado no future , neo significavaqua deixava Para fazer a partilha nofuture . Eta foi felts ; convencionada,de mode irrevogavel , na petigao dodeaquite.

Do mesmo mode que as agues gre-vadas na lei des sociedades anonimas,os abonnements sio dodos aos titula-r" das agbes , assinr , tambem, na espe-cie, as bonificagoes pertencem a quern,na partilha , ficassem elas reservadas.

Acompanho o veto do eminente Re-lator , cuja argumentagio neo posse dei-xar de louver , de acordo , alias, corno parecer do dents Procuradoria-Geralde Republica.

O Advogado da Recorrida, Dr. An-tonio Villas Boas Teixeira do Carvalho:- Sr. Presidents , pediria licenga pareprestar urn esclarecimento de fato.

Quero esclarecer a eg. Turma queessas 278. 202 agues bonificadas neotiveram per origem a reavaliagao doativo do firma , absolutamente. Elasse referem a reserve acumulada noexercicio de 1969, quando o desquiteainda neo havia side homologado.

O Sr. Ministro Xavier de Albuquer-que (Relator ): - Posse retificar aafirmagao do advogado sem olhar osautos. 0 aumento se deu core lucros,suspense , em parte, a core a reavalia-'gao do alive, em outra parte. Mauveto considerou qua tanto as lucrossuspensos come a reavaliagao poten-cial do ativo ji estavam computadosna avaliagao das agues , fundada pre-cisamente no balango encerrado a31.12.69.

231

O Sr. Ministro Cordeiro Guerra:- Permits-me aduzir um argumento:essas agoes , no acordo entre os con-juges, foram devidamente sopesadasslevando-se, certamente , em cents con-ferirem o controle de companbia, e oseu valor real , isto e , o direito as re-serves . 0 que o marido se reservoufoi o controle do companhia e, natural-mente , se reservou nio so as agoes quepertenciam so casal come aquelas quadales decorressem comp frutos.

Nao tenho duvida em acompanhar oeminente Relator.

VOTO

O Sr. Ministro Thompson Flores(Presidents): - Quero ressaltar quao veto do eminente Relator 6 coerentecore o entendimento qua vem susten-tando . S. ExQ realmente admitiu quaa avaliagao aerie feita pare a fire pro-pugnado, pois neo poderia extrair des-sa mesmo premissa efeitos diferentesdaquele qua extraiu.

Acompanho o seu veto , dando pro-vimento so recurso.

EXTRATO DA ATA

RE 78 .784 - MG - Rel., MinistroXavier de Albuquerque. Recte., Ro-bert Marie Camille Paturle (Advs.,F. Silviano Brandao a Joao Procopiode Carvalho ). Recda ., Dora GutierrezPinto (Advs., Samuel E . F. Werneck,Antonio Martins Villas Boas e AntonioVillas Boas Teixeira de Carvalho).

Decisao: Conhecido em parts, a pro.vido nos tames do veto do Relator.Unanime. Falaram: Palo recorrente,o Dr. Joao Procopio de Carvalho e,pela recorrida , a Dr. Antonio VillasBoas Teixeira de Carvalho).

Presidencia do Sr . Ministro Thomp-son Flores . Presentee a sessao as Se-ashores Ministros Antonio Neder, Xa-vier de Albuquerque, Leitao de Abreue Cordeiro Guerra . Subprocurador-Geral da Republica, Dr. Oscar Cor-rea Pina.

Brasilia , 22 de outubro de 1974. -Helio Francisco Marques , Secretario.

232 R.T.J. 72

RECURSO EXTRAORDINARIO NP 78 . 797 - SP /

(Segunda Turnta) 4n' . `i (. 3 l )

Relator: 0 Sr . Ministro Xavier de Albuquerque . G,.,4 ) 6 I L)

Recorrentes : Joao Evangelista Guimaries a outros . Recorridos : Esp6lio de.Syllas Camargo Schreiner a outros.

Intimagao a advokado substabelecente , a nao so substabele-cido, qua vinha atuando na cause . Descumprintento ao art. 168,

$ 29 do C . Pr. Civ . entio vigente.

Recurso conhecido a provide.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos esterautos , acordam os Ministros de Se-gunda Turma do Supremo TribunalFederal , em conformidade com a etade julgamentos a notes taquigrificas,a unanimidade de votos , conhecer dorecurso e the der provimento, nos ter-mos do voto do Ministro-Relator.

Brasilia, 27 de setembro de 1974.- Antonio Nader, Presidente. - Xa-vier de Albuquerque, Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Xavier de Albuquer-que: - A controversia ficou assim re-tratada no despacho de admissio dorecurso ( f. 382-83):

"0 v. ac6rd5o de f. 366 relatoue decidiu o seguinte : "A sentengaqua julgou improcedente os embar-gos foi proferida em 23.9 . 70 a pu.blicada em maos do escrivio, nessemesmo dia . Nesse mesmo dia ain-do, foram expedidas as cartes inti-mat6rias , sos advogados das partese dentre ester , 6 6bvio, so DoutorAntonio Henriques Pinto, como seve de f. 200 dos autos . Este, subs-tabeleceu os poderes qua recebeudos embargantes so Dr. AntonioTello da Fonseca ( f. 119), marreservou-os, iguais Para at. A in-timagao, segundo comunicagao cons-tante dos autos , pela Empress dosCorreios a Telegrafos, cbegou asmaos do Dr. Antonio HenriquesPinto, em 8.10 . 70 (f. 286) a foirecebida por Clovis Batista. Se-gue-se que recorrendo em 23 .11.70,

fe-lo a destempo , pelo qua o apelonio merece conhecimento , acolhidaa preliminar des contra-raz6es def. 308."

Dal o apelo extremo de f. 368,fundado no art. 119, III , tetras ae d, do Constituigio Federal.

0 recurso sofreu a impugna4io def. 378-80.

Pretendem os recorrentes quoocorreu violagio do art . 168, $6 19e 29, do C6digo de Processo CivilBrasileiro.

Todavia, nenhuma questio fe-deral resultou an decidido no ve-nerando aresto atacado.

Ali, foi examinada exclusivamento materia do fato.

O v. ac6rdio recorrido, em facedos elementos constantes dos autos,limitou-se a concluir qua o advogado dos recorrentes - o qual substabelecera os poderes qua the foramoutorgados , cam reserva de, iguaispoderes pare si -, recebera, corre-tamente, a intimagio.

Note-se qua a intimagio ocorreuem 8 de outubro e o apelo surgiuem 23.11.70. Portanto, comple-tamente a destempo.

E quanto a tetra d , os recorren--tes nao fizeram a prove do invoca-do dissidio, no forma prevista noart. 305 do Reg. S.T.F.

Isto posto , indefiro o recurso."

Subiu o apelo, Para melhor exame,.gragas so provimento do Ag 58.471,.em apenso.

R.T.J. 72

A Procuradoria-Geral opinou (folhas422-24):

"0 v. ac6rd5o de f. 366 julgouintempestiva a apelagao interpostacontra a sentenga proferida emembargos de terceiro , sob o funda-mento de qua velida fore a intima-gao feita polo escrivao so advogadosubstabelecente qua houvera re-

servado Para si identicos poderesaos substabelecidos so novo pro-curador (f. 119).

Insurgem-se os recorrentes contratal decisbrio, clamando pale nuli-dade do intimagao feita , qua, a sonver, haveria qua set enderegada soadvogado substabelecido . Dao, porinto, como violados o art. 168 e§ 19 a 29 do C. Pr. Civ. enteovigente e pretendem configurado odissidio jurisprudencial , a despeitode neo se transcrever um julgado ae-quer Para o respectivo confronto.Temos por invievel o recurso por

qualquer dos fundamentos invoca-dos, como , de recto , je assinalara odouto despacho presidencial, cujasrazbes de decidir merecern confir-madas.

Com efeito , foram conferidos po-deres a verios advogados , qua nes-tes autos patrocinaram os interessesdos recorrentes . Palo menos treedesses causidicos foram intimadosdo sentence pales cartes do f. 199,200 a 201 . Entre else , figure aadvogado substabelecente, Paraquem a intimagao foi dirigida noenderego constants do instrumentode substabelecimento ( f. 119 ), pois,consoante ali as verifies , o referidoadvogado fez registrar o seu nowenderego profissional , A Rua Sil-veira Martins, n9 112 , 69 andar,Conjunto 63, o mesmo Para ondefoi remetida a carte intimat6ria def. 200.

Nenhum dos dispositivos tidoscomo vulnerados ordena a obrigato-riedade de intimagao a todos os ad.vogados de uma des partes, senaua dos advogados de today as partes.A a ilageo l6gica , imposts pela re-dagao cristalina dada aos preceitos

233

legais questionados , consoante a mi-lenar paremia latina : Interprotatiocessat in claris.

Pala alinea d, menos invievel eo apelo deduzido, pois sequer soderam os recorrentes so trabalho detranscrever a ementa do acbrdao de.clinado Para padrao. Manuseando,contudo, a R.T.J., 53/267, con-clui-se facilmente qua o acbrdao alltranscrito cuida de materia diversede qua dirimiu o acbrdao impugns-do, pois o terra versado no para-digma pertino A violaceo do arti-go 874, $$ 39 a 49 do C. Pr. Civil.

Inobservados o art. 305 do R.I.a a S6mula 291, neo vemos comoPosse prosperar o apelo derradeiro,polo alegado dissidio.

Palo neo conhecimento ou impro-vimento.

Brasilia, 4 de junho de 1974. -Walter Jose do Medeiros, Procura-dor do Republica.

Aprovo: Oscar Correa Pine, Pro-curador-Geral do Republica, substi-tute."

E o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Xavier do Albuquer-que (Relator): - Proferida a senten-go, a escrivania , desatenta , enviou car-tes intimat6rias a verios advogados,moons Aquele qua, substabelecido por(dtimo, vinha atuando nos autos emdefesa dos embargantes , subscrevendoas mais recentes petigbes a comparecen-do A audiencia de instmgiio a julga-mento . Ate a advogados no Estadodo Guanabara , substabelecidos spoonsPara o efeito do cumprimento de pre-cat6ria-citatiria Para all enderegada(f. 143 ), enviou-se carte intimatbria,ainda assim mandada , erradamente,Para Sao Paulo a ni o Para o Rio doJaneiro (f. 199).

E certo qua o primitivo advogadosubstabeleceu os poderes com reservade iguais Para si . Mas a reassungaode this poderes dependeria de ato sou,jamais praticado, a no de deliberagao

234 R.T.J. 72

do escrivio , principalmente se ele, ap6so subFtabelecimento , nio mais inter-viera.

Nada lucra a Justiga em procurer le-gitimar , a debito des partes , os cochilose desac-rtos do seas servi£os auxiliares.

Tenho como descumprido o art. 168,$ 29 do C . Pr. Civ . °ntio Agents,pelo quo conhe4o do recurso a The douprovimento pare que , afastada a preli-miner de intempestividade , seja a ape-lagio julgada como for de direito.

EXTRATO DA ATA

RE 78 .797 - SP - Pei., Mini-troXavier de Albuquerque. Rectes., JoaoEvangelista Guimaries a outros (Advs.,

Idel Aronis, Satiko Kominani a LuizCarlos Bettiol). Recdo., Esp6lio deSyllas Camargo Schreiner e outros(Adv., Silvestro de Lima Filho).

Decisio: Conhecido a provido nostermos do voto do Ministro-Relator.Uninime.

Presidencia do Sr. Ministro AntonioNeder. Presentes a sessio os SenhoresMinistros Xavier de Albuquerque eCordeiro Guerra . Ausentes , justifica-damente , os Srs . Ministros ThompsonFlor°s , Presidente , a Leit"ao de Abreu.Subprocurador-Geral da Republica,Dr. Oscar Correa Pine,

Brasilia , 27 de setembro de 1974. -Hefio Francisco Marques, Secret6rio.

RECURSO EXTRAORDINARIO NP 78 . 821 - MA(Primeira Turma) "iA , 1 ,L (4

Relator : 0 Sr. Ministro Rodrigues Alckmin ,^-tw"^' 0 ? - "Recorrentes : Join Os6rio Pires Mota a sua mulher . Recorridos: Evandro

Rodrigues de Carvalho a outros,

Competencia . Aceo rescis6ria . "A competente o SupremoTri-bunal Federal pare a acao rescisdria quando , embora nio tondo co-nbecido do recurso extraordinario , on havendo negado provimento anagravo, river apreciado a questao federal controvertida".

Recur" extraordinario conhecido a provido.

AC6RDAO

Vistos , relatedos a discutidos eaterautos, acordam os Ministros da Prl-meira Turma do Supremo TribunalFederal , na conformidade do are dejulgamentos a notes taquigreficas, atunanimidade, conhecer do recurso e

der-]he provimento.

Brasilia, 24 de setembro de 1974.- Oswaldo Trigueiro , Presidente. -Rodrigues Alckmin, Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Rodrigues Alckmin:- A presente agao rescis6ria foi jul-gada procedente polo ac6rd5o de fo-

lha 345 , clue traz a seguinte ementa:

"Tendo sido interposto recursoextraordinario est6 interrompido oprazo para a a4io rescis6ria. 0

prazo prescricional fica interrompi-do na data do ajuizamento do ini-cial da agio rescis6ria , independen-do do despacho do relator, man-dodo citar o r6u . Comprovada aviolacio do coisa julgada pelo ac6r-d5o atacado , 6 de se julgar proce-dente a rescis6ria qua pede a suaanulagao . Acio procedente."

0 recurso extraordinirio , poles letrasa e d, suscita as seguintes questSes:primeiramente, a do competencia. Ale-gam co recorrentes que a competenciapare o processo a julgamento da resci-s6ria 6 do Supremo Tribunal Federal,nos terrors do Stimula 249 a de julga-dos (R.T.J., 43/1, 43/113, 58/321,324 a 502, 59/310, 319). A segundaquestao 6 a de ter-se operado, no caso,a decadencia , com o que, so neo reco-nhece-la , o ac6rdao negou vigencia 9oart. 178, § 10 , VIII, do C. Civ, 0 so

R.T.J. 72 ,^ - ' 235

art. 166, § 29, do C. Pr. Civ. de1939, alem do divergir de ac6rd"aos(R.T.J., 41/727 a 50/521). E aterceira questeo 6 a de qua a Paula dejulgamento nao publicou o nome detodos os advogados, ocorrendo ofensaso art. 166, § 19, do C. Pr. Civ. do1939 e. tamb6m, divergtncia com asdecis6es constantes do R.T.J., 52/198,54/717 a 55/276.

Na impugnacao ao recurso as pon-derou a falls de prequestionamentoquarto a compet6ncia e o nao cabimen-to do extraordinario diante do valoratribuido a cause (R.I., art. 308, IV).

O recurso foi indeferido mas fi-loprocessor pare melhor exams.

O parecer da Procuradoria-Geral doRepublica 6 polo conhecimento a pro-vimento, nos termos seguintes: (Lef. 415).

E o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Rodrigues Alcknun(Relator): - Visam as autores res-cindir julgados proferidos em apelaceoa em embargos , pare qua as "restabe-leca " sentenca qua lhes acolheu reivin-dicacao, repelida pelos ac6rd"aos repro-

duzidos as f. 87 a 91.

Nessa acao reivindicsbbria prbten-diam os demandantes retomar areaque pertenceria a data "Morro Ago-do", envolvida em demarcat6ria a di-vis6ria do data "Sapucaia".

O ac6rd5o na apelacao repeliu a de-manda , afirmando : "a sentence qua jul-ga a divisao constitui coisa julgadasobre o domino, impedindo a reivindi-cacao de um contra outro condomino.Houve voto vencido, em que se susten-tava serem , os autores , confinantes aneo cond6minos ; a em que se afirma-va o efeito meramente declarat6rio dosentenca que julgou a demarcacao a di-visao (C. Pr. Civ. de 1939, art. 417).

Desse ac6rdao foram interpostos em-bargos infringentes , sem 6xito. E daia interposicao de recurso extraordin6-

rio. Disse , ao julga-lo , o eminente Re-

lator , Ministro Ary Franco : "Toda dis-

cusseo no caso dos autos gira em torso

de que um cond6mino nao pode pro-por acao de reivindicacao contra o ou-tro a de qua a sentence ago constituicoisa julgada ". E assim votou o rela-tor: "Os recorrentes dizem ser confron-tantes a o ac6rd5o entende qua naosao. Penso que , mesmo havendo errode fato, os arestos nab foram violadosporque o ac6rdao nao decidiu em con-tr6rio aos mesmos . Tambam am rela-cao so art . 417 nab houve por partsdo aresto nenhuma violacao . De modoque, nab tondo ocorrido ofensa de Tetrade lei nern divergencia de jurispruden-cia, n o conheco do promote recurso".E o ac6rd io tomou a seguinte ementa:"A sentenca que julga a divisao cons-titui coisa julgada sobre o dominio."

Julgou-se, portanto , qua urn cond6-mino nao podia reivindicar de outro,porque a sentence qua homologare adivisao constituia coisa julgada , inata-cavel pole reivindicat6ria.

Agora, nesta acao rescisbria , proton.de-se qua esses julgados locais violarama roe iudicata decorrente de senten-gas de 1805 a 1818 ; a qua se basearamem prove false , porque oa autores eram,mesmo , confinantes a nao condo"minos.E a pretensao foi acolhida , restabele-condo-so a sentenca qua acolhera a rei-vindicacso - sentence qua o SupremoTribunal, embora neo conhecendo doextraordinario , entendera injuridica ecorretamente reformado pelos ac6rdaos.

Tenho que, no caso , incide , mesmo,a Sdnuia 249, nio a Srimula 515. Seo Supremo Tribunal considerou juridi-ca a solucao dada so caso pelos ac6r-d5os rescindendos, porque 0 confron-tents nao podia user do reivindicatbria;a as urn dos fundamentos desta resci-s6ria e o de qua asses ac6rdaos ofen-deram a wise julgada , Palo qua a rei-vindicat6ria 6 cabivel a procedente;parses induvidoso qua o Supremo Tri-bunal apreciou a questeo controvertida(cabimento da reivindicat6ria) a a alecompete processor a julgar a rescisbria.

Op6e-se , entretanto, so conhecimentodo recurso ( afastado o 6bice do valorde causa , polo dissidio com a Stimula)a inexistencia de prequestionamento.Em se tratando de competencia , por6m,ela esta sempre apreciada a afirmada,

236 R .T.J. 72

como pressupostos primeiro, pelos jul-gadores . E a incompetencia abaolu-to, corn invasio do atribuida so Supre-mo Tribunal, enseja ate Reclamagao, oqua demonstra nao dever dar-se a eai-gencia de prequestionamento, em talcaso, major rigor.

Essas raz6es levam-me a acolher oparecer do Procuradoria-Geral da Repu-blica, conhecendo do recurso parr dar-ihe provirnento a fim do anular a de-ciseo recorrida.

EXTRATO DA ATA

RE 78.821 - MA - Rel., MinistroRodrigues Alckmin. Rectes., Joao

Os6rio Pires Moto a sun mulher (Adv.,Aquiles Rodrigues de Oliveira ). Recdos.,Evandro Rodrigues de Carvalho a ou-tros (Adv., Kleber Moreira).

Decisao : Conhecido a provido, una-nirnemente.

Presidencia do Sr. Ministro OswaldoTrigueiro. Presentes a sessao os Se-nhores Ministros Aliornar Baleeiro, Dja-ci Falcao , Rodrigues Alckmin, e o Dou-tor Oscar Correa Pine , Procurador-Geral do Republica , substituto.

Brasilia , 24 do setembro de 1974.- Alberto Veronese Aguiar, Secre-tario.

RECIJRSO EXTRAORDINARIO N.° 78.964 - SP

(Primeira Turma ) =Jv, `-. -

Relator: 0 Sr . Ministro Luis Gallotti .Recorrente : Americo Melons . Recorrido : Roberto Fakhoury.

Aval em duplicata nab aceita pelo comprador.Eficecia.

AC6RDAO

Vistas a relatidos eates autos doRecurso Extraordin6rio n9 78.964, deSao Paulo, em qua a recorrente Am6-rico M^lara a recorrido Roberto Fak-houry, decide o Supremo Tribunal Fe-deral, em Primeira Torras, conhecerdo recurso mas negar-lhe provimento,unanimemente , de acordo com as no-tea juntas.

Brasilia, 18 de junho de 1974. -Luiz Gallotti, Presidents a Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Luis Gallotti: -Este o ac6rdao, do lays do ilustre JuliaTito Hesketh (f. 188-90):

"Vistas, relatidos a discutidos es-ter autos de AC 186 . 811, do Co-mares de Sao Paulo , em qua agoapelantes Americo Melara a Cure-dor Fiscal de Masses Falidas, sendoapelado Roberto Fakhoury:

Acordam, em primeira Camara doprimeiro Tribunal de Algada Civildo Estado de Sao Paulo , por unani-

midade de votos , negar provimentoaoa recursos.

1. Trata-se de agao ordinaria decobranga, intentada polo endossa-tario contra a emitente e o avalistade dues duplicates nao aceitas.

0 recurso do nobre Curador Fis-cal de Masses Falidas nao pods pros.Perot.

Sam duvida qua o art. 24 doDl. 7.661 determina fiquem sus-pensas as agoes on ezecugiies indivi-

duais dos credores, sobre direitos einteresses relativos a masse falida.E, no caso , sobreveio , no decorrer

do processo, a falencia de co-re In-

dustria Francobr$s de Tecidos So-ciedade An8nima.

Todavia, como bern ponderou oMM. Juiz, nada impedia qua seprosseguisse no agao, para a indivi-

dualizagao do responsabilidade dofalida pela divide indicada na ini-tial, devendo o autor , depois, evi-dentemente, habilitar o seu credito,querendo, no processo falimentar(f. 120). E a sentenga comple-

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tou o pensamento desse despacho,mostrando qua o titulo condenatiriocont6na a declaragio necessiria paraeventual habilitagao no processo dequebra.

Por isso mesmo a que a doutaProcuradoria-Geral de Justiga, no16cido parecer de f. 173-74, opi-nou pela rejeigio do apelo do Mi-nisterio Publico , lembrando, ainda,a economia processual e a inexisten-cia de qualquer prejuuo pare a mas-se, ji que haviam silo chamados,para integrar a fide, o smmdico e aCuradoria Fiscal de Massas Falidas.

2. Quento so mirito do preten-sio ajuizada , a condenageo impostsno sentenga dove subsistir.

Nan houve recurso contra a con-denagao do falida , emitente des du-plicates.

E o de Americo Melara desmerecsacolhida.

E indubitivel qua a sue assina-tura, no verso dos titulos , represen-tava aval , nao tendo sentido a ale-gagao de qua all teriam sido langa-dos por mero favor.

Do outro lado , nao colhe o argu-mento de que as duplicates semaceite , ago representatives de umareal compra e venda , seriam nulas.Como ensina Pontes de Miranda, "otitulo a duplicate mercantil, vale ei oficaz . 0 pretenso comprador desmercadorias pode nao no aceitar;mas a firma , que endossou, ou quaavalizou, esti obrigada em direitocambiarifonne" ( Tratado do Direi-to Privado, tomo 36 , §, 4.018,nv 1).

Ademais, i i que o apelante asei-nara no verso dos titulos , acima doendosso a sem qualquer indicagao,ease aval , nos termos do art. 12do L. 5 . 474/68 , o equiparou ancomprador . E, como j6 decidiu aColenda Quarts Cimara dente eg.Tribunal , no Agravo de Petigiion4 120 . 860, antra as mesmas par-tes a relativo a mesma relagio ju-ridica, "a duplicate min aceita, masavalizada , constitui prove literal do

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divide liquids a carte , pois o ava-lists , como outro qualquer signati-rio, se obriga pelo aceite e pelo pa-gamento (v. c6pia do v, ac6rdioAs f. 181-83 , publicado, aliis, noR.T., 405/267). E no mesmasentido estari, sem duvida , a deci-sao do Colendo Supremo TribunalFederal , no RE 66 . 787, do Parani(R.T., 406/344).

3. Isso posto, nega-se provimen-to aos recursos , para confirmar ar. sentenga de Primeira Instancia."

A Procuradoria-Gera( opine (fo-Ihas 226-27):

"1. As inatincias ordinirias con-cluiram pela eficicia de aval em du-plicata sem aceite do comprador,fundados em qua o art . 12 do Lei5.474/68 equiparou o avalista socomprador.

2. Funda-se o recurso extraordi-nirio na letra a do permissivo cons-titucional , sustentando violagao domesmo art . 12 do L. 5.474, por-que o oval prestado em duplicatesomente assegura o pagamento, e,no letra d, em virtude de divergin-cia jurisprudencial em relagao a jul-gado do Supremo Tribunal Federal(RE 23 . 398, R .F., 160/163).

3. 0 avalista , equiparado socomprador, responde solidariamentepelo aceite a pelo pagamento (arti-gos 12 a 18, § 29, do L. 5.474,de 1968). A eficicia do aval inde-pende , pois , do assinatura do com-prador . 0 titulo pode ser negocia-do antes mesmo de seu reconheci-mento Palo comprador e, nao raro, odesconto esti condicionado a exis-tencia de aval.

4. No RE 23. 398, o ColendoSupremo Tribunal Federal, combase no legislagao anterior, concluiupela nulidade do aval dodo a com-prador qua nao aceitou a duplica-te. Mais recentemente , porim, noRE 66 .787 (R.T., 406/344), ain-da mesmo sob o influxo do legisla-gio precedents , decidiu a SupremeCorte pela responsabilidade do ava-lists , independentemente do aceitedo devedor , porque "a cause do

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obrigacao e o pr6prio aval a dele de-correm as sues relag6es torn ocredor".

5. 0 art . 15 da L . 5.474 , alias,nao mais subordina a acao executivecontra o comprador a manifestacaodo aceite . Como observe Joao Eu-napio Borges, "... se o aceite docomprador nao constitui mais con-digio indispensivel pare qua seproponha contra ele a acao ezecuti-va resultante do duplicate, seriaabsurdo subordinar a tal aceite aeficecia do aval antecipadamentedado so comprador a no so acei-tante" (Titulos de Credito , Rio, Fo-rense , 2e ed., p. 227).

6. Palo conhecimento do apelomas polo nao provimento e o pa-racer.

Brasilia , 29 de maio de 1974.- Moacir Antdnio Machado daSilva, Procurador da Republica.

Aprovo : Oscar Correa Pina, Pro-curador-Geral do Republica , substi-

tuto".

E o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Lola Gallotti (Re-lator): - Conheco do recurso, emface do dissidio jurisprudential.

Mas nego-Ihe provimento , de acordocorn o parecer da Procuradoria-Geraldo Republica a corn o decidido PaloSupremo Tribunal no RE 66.787.

EXTRATO DA ATA

RE 78 . 964 - SP - Rel ., MinistroLuis Gallotti . Recte., Americo Melara( Adv., Amado Ferreira M. Guerios).Recdo ., Roberto Fakhoury ( Adv., Jor-ge Diab Maluf).

Decisao : Conhecido mss nao provi-do. Unenime.

Presidencia do Sr . Ministro LuizGallotti . Presentes a sessao as Se-nhores Ministros Oswaldo Trigueiro,Aliomar Baleeiro , Djaci Falcio, Ro-drigues Alckmin , a o Dr . Oscar Cor-rea Pine , Procurador-Geral da Reph-blica, substituto.

Brasilia , 18 de junho de 1974. -Alberta Veronese Aguiar, Secretfirio.

RECURSO EXTRAORDINARIO N.e 78 . 977 - AM

(Primeira Turma) C'-y1

Relator : 0 Sr. Ministro Bilac Pinto .

Recorrente : Estado do Amazonas. Recorrida : Ivete de Jesus Souza Valente.

Magisterio . Erting5o da discipline . Aproveitamento . Dispo-

nibilidade.

Pretensio de professora de ensino media i disponibilidaderemunerada, em razao da ezting9o da disciplina pare a qual fizeraconcurso . Impossibifidade, par nMo estar extinto o cargo de pro-

fessor a par ser legitimo a aproveitamento do titular pars lecionardiscipline atim, ou exercer fungo"es na administrag5o do ensino.

Recurso provide.

AC6RDAO

Vistas , relatados e discutidos satesautos , acordam as Ministros da Pri-meira Turma do Supremo TribunalFederal, na conformidade do are dejulgamento e des notes taquigraficas,

par unanimidade de votos, cenhecer

do recurso a dar-]he provimento.

Brasilia, 12 de novembro de 1974.

- Osvaldo Trigueiro, Presidents. -

Bilac Pinto, Relator.

R.T.J. 72 239

RELATORIO

O Sr. Ministro Lilac Pinto: - In-conformada com a sua lotagao na Ad-ministragao da Fundagao Educacionaldo Amazonas, a ora recorrida , profes-sora do ensino m6dio desse Estado,considerando qua deveria ser colocadaem disponibilidade remunerada, j6 quaextinta, do curriculo escolar, a cadei-ra de Geologia e Mineralogia, que 6titular, requereu mandado de segu-ranga , que the foi concedido , para tan-to, pelo Tribunal de Justiga ( folhas29-30).

Argiundo contrariedade do art. 100,parigrafo unico, da Constituigao, poisno heave extingao do cargo ou de-claragao de sua desnecessidade, o quaafastaria a disponibilidade deferida, oEstado do Amazonas recorreu extraor-dinariamente.

A Procuradoria-Geral da Republicaopinou:

"Reiterando seu pronunciamentolangado nos autos do RE 75.101,e em precedentes ulteriores, enten-de eats Procuradoria-Geral que o re-curso extraordinsrio deva ser aco-]hide.

A reforma do ensino, em todo oterrit6rio national, comportou inu-meros cases de extingao de disci-plines. No ha como confundir talfato com a extingao de cargos, esta,de justificar a disponibilidade re-munerada. 0 provecto conceito da"cetedra vitalicia" carece hoje dequalquer valor no sentido de per-mitir que o professor pretends tersua ociosidade remunerada, re-cusando-se a ministrar outras disci-plinas, ou a desempenhar tarefasligadas ao ensino e compativeis coma dignidade da fungao docente.

A esfera federal de ensino pu-blico serve aos Estados, comp exem-plo inequivoco dessa flexibilidade,

e hi de ser imitada a been do pa-trim6nio publico.

Palo conhecimonto e provimentodo recurso extraordin$rio". (f. 61).

P- o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Lilac Pinto (Rela-tor): - A decisao recorrida , dizen-do-se apoiada no parigrafo unico doart. 100 da Constituigio Federal, re-conheceu a recorrida o direito a dis-ponibilidade.

Inconformado coca essa decisao o Es-tado do Amazonas manifestou recursoextraordinario que traz a seguinte fun-damentagao:

"Inquestionavelmente a decisaorecorrida emprestou interpretagaoinaceitavel e desastrosa a disposi-tivo da Constituigio Federal, aliasreproduzido na ernenta do ac6rdao.

O asseguramento da disponibili-dade nao pode ser ditado por pre-sungoes cu so embalo das conve-niencias individuals de cada servi-der publico que se mostre arredioso trabalho diario . Tanto assim otexto constitutional subordlna a sueocorrencia a dois fatos qua hio deser concretes : extingeo do cargo ondeclaragao de sua desnecessidade.

Na hip6tese narrada pela recorri-da, evidentemente, nao se tipificouqualquer daquelas dues circunstan-cias sublimadas no Estatuto Poli-tico Federal , de molde a ensejar acobigada disponibilidade.

R que no sistematica de ensinoe segundo a sua moderns acepgao,nao mais se contempla a figure doprofessor bitolado com suposta "es-pecielizagio" nests ou naquela dis-ciplina, estanque, estitica e amorfa.Per isto que a supressao de qual-quer disciplina ou o seu amolda-mento as modificagoes curricularesintroduzidas pela recente Reformaimpulsionada pela L . 5.692 /71, naoautoriza conclusoes precipitadas.Suprimir uma disciplina escolar nosignifies , necessariamente , extinguiro cargo do professor.

Coca efeito , o Professor pode serremanejado segundo naturalmente assuas aptidoes intelectuais , no vastocampo do magisterio que nao seconfine a ministragio de aulas pu-ma determinada disciplina , que pods

240 R.T.J. 72

ter tide a sua nomenclature ligeira-mente alterada on modificada.

Sam duvida qua a interpretagaoagasalhada na deciseo recorrida,alem de forgada , carece fundamen-tagao adequada.

Ademais, a recorrida deu mos-tras de desconhecer a atual organi-zagao do magisterio publico esta-dual , posto que impugn como "abu-siva " a Portaria do Secretario daEducagao que a lotou na Coorden-doria do Ensino de 29 Grau "pareexercer fungao meramente burocra-tica..." (sic).

Alheia e desinformada , a recor-ride ands nao compreendeu o al-cance tecnico e a colocagao espe-cializada das fungBes magisteriaisque se nao confundem com os mis-teres burocraticos a que tambemsao desempenhadas com largo pro-veito nas Coordenadorias a nas Ins-petorias que lidam com a proble-matica da educagao . A ocupagaodo Professor a tao importante a taotranscendental, que nao se exaureem transmitir apenas aula, no me-todo tradicional a na concepgao se-cular.

Destarte, a v. deciseo das eg.Camaras Reunidas as distanciou doreal espirito do legislador e contra-riou, frontalmente , o dispositivoconstitutional que the inspirou aementa. Nan ha cabimento a de-cretagao da disponibilidade de fun-cionario publico, se nao ocorreramas hipbteses expressamente contem-pladas no Texto Magna.

De consegiiencia , a declaragao dedesnecessidade de urn cargo on asua virtual extingao ago se operampela vontade unilateral do funcio-nario a nem as podem presumir cornevasivas grotescas.

Data vena, o Senhor Secretarioda Educacao a Culture nao podiaser compelido a proclamar a desne-cessidade de um cargo , pars ense-jar a disponibilidade de sect ocupan-te, simplesmente porque tal on gualdiscipline foi suprimida on teve a

sua denomina$"ao modificada on al-terada". (f. 32-34).

A recorrida nao tinha a seu proldireito liquido e certo invocavel.

Como ponders o recorrente, na es-pecie nao ocorreu a supressao do car-go de Professors do Ensino, de quaera titular a recorrida, nem foi decla-rada sua desnecessidade.

Ainda quo tivesse ocorrido urna ououtra hip6tese, no ficaria caracteriza-do o direito liquido a certo a dispo-nibilidade.

Com efeito, a norms do paragrafo6nico do art. 100 da Constituigaodeve ser interpretada tendo-se em vis-ta as regras de direito administrativoque regulam a materia.

O que por alas se verifica a quea situagao de diaponibilidade a de ca-ster eminentemente transit6rio.

As Constituig6es de 1946 e de 1967acrescentaram a disposigao do pare-grafo 6nico do art. 100, da Constitui-gao de 1969, a do obrigat6rio apro-veitamento em cargo equivalente. Amesma disposigeo figure no art. 174,do Estatuto dos Funcionerios P6bli-cos da Uniao a vem repstido em quasetodos os Estatutos Estaduais.

Per igual, nao tem apoio legal aimpugnagao da recorrida so ato desua lotagao na Administragao da Fun-dagao Educacional do Amazonas.

A movimentagao do pessoal civil doPoder Executivo, come ja acentuei novote que proferi no RE 72.666 (R.T.J.

65.426/31), a mat6ria da compsten-cia da Administragao.

0 controle jurisdicional nao pode,em principio, entrar nesse domino daAdministragao, de situar o sarvidor pia-blico em fung6es diferentes da quathe foi designada, salvo quando ocor-ra abuse on desvio de poder.

Isto posto e reportando-me, final-mente, so parecer do Prof. Jose Fran-cisco Rezek, pale Procuradoria-Gcralda Repiblica, reproduzido no relat6-rio, dou provimento so recurso paracassar a seguranga.

R.T.J. 72 241

EXTRATO DA ATA

RE 78 .977 - AM - Rel ., Minis-tro Bilac Pinto. Recta ., Estado doAmazonas (Adv., Jayme Roberto Ca-bral Indio de Mattes ). Recda., Ne-te de Jesus Souza Valente (Adv., Nis-sim Jacob Benoliel).

Decisao : Conhecido a provido, aunanimidade . Felon pelo recorrente,

o Dr. Cello Silva.

Presidencia do Sr. Ministro Osval-do Trigueiro. Presentee a sessio asSenhores Ministros Aliomar Baleeiro,Djaci Felicia, Bilac Pinto, RodriguesAlckmin, e, o Dr. Oscar Correa Pine,Procurador-Geral de Republica, subs-tituto.

Brasilia, 12 de novembro de 1974.

- Antonio Carlos de Azevedo Braga,

Secretario.

RECURSO EXTRAORDINARIO N" 79.040 - SP

(Prhneira Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Djaci Falcao.

Recorrente : Prefeitura Municipal de Sao Paulo . Recorrido : Yosbihide Na-kahara.

Conou so p6blico . Lei Municipal que nio exige registro dediploma de curso superior . Razoavel inteligencia do acordio re-corrido.

Recurso extraordinirio nio conheddo.

ACORDAO

Vistos, relatados a discutidos estesautos , acordam os Ministros do Pri-meira Turma do Supremo TribunalFederal , no conformidade do ata dojulgamento a des notes taquigraficas,por unanimidade de votos , nao conhe-cer do recurso.

Brasilia, 27 de agosto de 1974. -Oswaldo Trigueiro, Presidente. - Dja-ci Falcio, Relator.

RELATORIO

O Sr. Ministro Djaci Fatcto: -Diz o despacho qua admitiu o re-curso:

"Yoshihide Nakabara obteve se-guranca "pare inscricao em concur-so pare Inspetor Fiscal , de acordocorn a L . Municipal de Sao Pau-lo 7.623 , de 28 . 6.71. Este lei exi-ge, pare o concurso de Inspetor Fis-cal, qualificageo de nivel superior,pr6pria dos diplomados , per escolaoficial , oficializada on reconhecidapelo Governo Federal , no curso deCiAncias Econ6micas , Ciencias Con-tebeis , de Engenharia Civil on de

Ciencias Juridicas e Sociais. Noedital de concurso, so referir-seaquela qualificacao, a autoridadeadministrativa exigiu qua as diplo-mas estivessem devidamente regis-trados. Como o diploma do impe-trante estava pendente de registro,deixou de set admitido no concur-so aberto. Mas a sentenca entendeuqua o registro nao era exigivel".(f. 41).

Mantendo, unanimemente, a sen-tonga, a eg. Quinta Camera Civildesks Tribunal ponderou, apes re-ferencia a exigencia do registrocontida nos arts. 68, paregrafo 6ni-co, a 102 do L. Federal 4.024/61:

"Esses preceitos federais reve-lam que s6 os diplomas registra-dos produzem efeitos legaispare as profiss6es liberais onadmissao a cargos pAblieos de-pendentes de curso superior.Assim, a primeira vista, parece-ria qua a exigencia legal, fixa-da per lei competente. Masessa primeira impressao a in-carrots. Corn efeito, as func6esde lancador nao ago privativas

l

242 R.T.J. 72

de diplomados em curso supe-rior. Alias , a lei local admitsnao s6 bacharais em direito,como engenheiros civis , econo-mistas a contadores (o impe-trante a diplomado em economiapals Universidade de Sao Pau-lo). Percebe-se, muito clansmen-to, qua a lei municipal preferelangadores com estudos superio-res uteis so bom exercicio dasfungbes de langador , qua pernatureza nao sao pr6prias dobacharel, nem do economista,nem do contador, nem do enge-nheiro civil . Uma colas 6 a ne-cessidade legal , qua cabs a leifederal dizer, de registro de di-ploma pare fungbes reservadasa carts formagao universitaria;outra coisa 6 a conveniancia daMunicipalidade , de recrutar lan-gadores entre diplomados de va-rios cursos superiores , para as-sim aproveitar o mercado eoferta de empregos e servir me-Ihor aos contribuintes a so era-rio. Este conveni6ncia rem amedida estrita dos termos do leilocal ; a ester s6 exige diplomade escolas idoneas, descabendoso ato administrativo acrescen-tar a exigiincia de regiatro, quas6 tens razao de ser no caso deserem as fungbes reservadas porlei federal a determinadas pro-fissoes de nivel superior". (fo-lhas 41-42).

Irresignada , recorre extraordina-riamente a Municipalidade de SaoPaulo, fundada no art. 119, III,lefts a, do Constituigao Federal, soba alegageo de qua o julgado negouvige"ncia so art. 68 , paregrafo And-co, da L. Federal 4. 024/61.

A Procuradoria-Geral do Justiga

opinou Palo deferimento do re-

curso.Disp5a o art . 68, invocado, do

L. 4.024/61:

"Os diplomas expedidos pelasuniversidades ou pelos estabele-cimentos isolados de ensino su-perior oficiafs on reconhecidosserao validos em todo o territ6-rio nacional.

Paragrafo dnico: Os diplomasqua conferern privilegio pars oexercicio de profissoes liberaisou pars admisseo a cargos pu-blicos, ficam sujeitos a registrono Ministario do Educagao eCultura, podendo a lei exigir aprestagao de exames a proves dzestagio perante os 6rgaos de fis-calizagao a disciplina das profis-soes respectives".

Ora, dispondo-se no citado para-grafo qua "os diplomas qua confe-rem privil6gio pare o exercicio deprofissoes liberais ou pare admisseoa cargos publicos, ficam sujeitos aregiatro..." e tendo o julgado dis-pensado o registro porque a L. Mu-nicipal 7 .623/71 nao o exige, 6 ine-gavel qua negou vigancia aqueledispositivo , qua subordina a regis-tro - sem qualquer ressalva -os diplomas qua conferem privile-gio (como no caso ) pare admisseoa cargo publico.

Palo exposto , defiro o recurso.

Sao Paulo , 31 de janeiro de1974. - Gentil do Carmo, Pinto,Vice-Presidente do Tribunal deJustiga". (f. 52-56).

Acrescento qua ap6s as razbes def. 59-64 e contra-razbes de f. 65-66subiu o recurso a esta Corte, perantea qual a Procuradoria-Geral do Repu-blica emitiu parecer pelo seu provi-mento (f. 70-72).

E o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Djaci Falcao (Re-

lator): - 0 ac6rd5o recorrido, qua

manteve sentenga concessiva de man-

dodo de seguranca , traz 0 seguinte

tear:

"Vistos, relatados a discutidos es-tes autos de Agravo de Petigao

207.361, do comarca de Sao Pau-lo, em qua 6 recorrente o Juizoex officio, sendo agravante a Mu-nicipalidade de Sao Paulo e agra-vado Yoshihide Nakahara:

Acordam, em Quints Camara Ci-vil do Tribunal de Justiga do Sao

R.T.J. 72

Paulo , por votag io uninime, negarprovimento aos recursos.

0 impetrante obteve lirninar eper fim definitive seguranga, parainscrigio em concurso pare Inspe-tor Fiscal , de acordo com a L. Mu-nicipal de Sio Paulo 7.623, de28.6.71. Este lei exige, para oconcurso de Inspetor Fiscal , quali-ficagao de nivel superior , propriados diplomados, por escola oficial,oficializada on reconhecida poloGoverno Federal, no curso de Cien-cies Economicas , Ciencias Conta-beis, de Engenharia Civil on deCiencias Juridicas e Socials.

No edital de concurso, so refe-rir-se aquela qualificagio , a autori-dads administrative exigiu quo usdiplomas estivessem devidamenteregistrados . Como o diploma doimpetrante estava pendente do re-gistro , deixou de ser admitido soconcurso aberto. Mas a sentenceentendeu qua o registro nio era exi-givel.

Dai o recurso oficial e o agravodo Municipalidade de Sao Paulo,quo sustenta ester a exigencia doregistro baseada nos arts . 68, pa-rigrafo dnico a 102 do L. Federal4.024/61, qua fixa as Diretrizes eBases da Educagao Nacional.

Esses preceitos federais revelamqua so os diplomas registrados pro-duzem efeitos legais pare as pro-fiss6es liberais on admissao a car-gos p6blicos dependentes de cursosuperior . Assim , a primeira vista,pareceria qua a exigencia adminis-trative decorreria de exigencia le-gal, fixada por lei competente.

Mas essa primeira impressio eincorreta.

Corn efeito , as fung6es de langa-dor nao seo privativas do diploma-dos em curso superior . Alias, alei local admite nao so bachareis emdireito, coma engenheiros civis, eco-nomistas a contadores (o impetran-te a diplomado em economia pelaUniversidade de Sao Paulo). Per-cebe-se, muito claramente, quo alei municipal prefers langadores

243

com estudos superiores 6teis so bomexercicio des fung6es de langador,qua por natureza nio ago propriasdo bacharel, nem do economists,nem do contador, nem do engenhei-ro civil . Uma miss a necessidadelegal, qua cabs a lei federal dizer,de registro de diploma pars fun-goes reservadas a certa formagiouniversitdria; outra coisa e a con-veniencia do Municipalidade, de re-cruter langadores entre diplomadosde verbs cursos superiores, parsasim aproveitar o mercado a ofer-ta de empregos a servir melhor aoscontribuintes a so erario. Esteconveniencia tern a medida estritados termos do lei local ; a esta soexige diploma de escolas idoneas,descabendo so ato administrativoacrescentar a exigencia de registro,qua so teria razao de set no casede serem as fung6es reservadas porlei federal a determinadas profis-s6es de nivel superior.

Custas, coma de direito.

Sio Paulo, 27 do setembro de1973. - Dantas de Freitas, Pre-sidente cram voto. - Atonso An-dre, Relator". (f. 41-42).

An quo se ve o aresto impugnadoteve em consideragao qua a L. Mu-nicipal 7.623, de 28.6.71, qua reclas-sifica os cargos do carreira de langa-dor a des outras providencias , so esta-belecer o provimento dos cargos ini-ciais do carreira de inspetor fiscalmediante concurso de proves a titu-los, dentre as portadores de diplomade curso superior , de ciencias econ6-micas , de ciencias contabeis , de enge-nharia civil on de ciencias juridicas esociais, expedidos per Escola Oficial,oficializada on reconhecida pelo Go-verno Federal , nio inseriu a exigenciado registro do diploma respectivo. As-sim, a exigencia do edital exorbiterado lei municipal.

Nos termos em qua foi poste a de-cisao nio vejo como as posse afirmarnegative de vigencia do art. 68, pa-ragrafo 6nico, do L. Federal 4.024/61(Lei de Diretrizes a Bases de Edu-

244 R.T.J. 72

cacap ). Rezam as mencionadas ra-

gras:"Art. 68. Os diplomas expedi-

dos pelas universidades on pelos

rstabelecimentos isolados de ensino

superior oficiais on recoahecidosserao velidos em todo o territErio

nacional.Paragrafo unto: Os diplomas

que conferem privilegio pare oexercicio de profiss6es liberals onpara admisseo a cargos publicos,ficam sujeitos a registro no Minis-terio do Educacao a Culture. Paden-do a lei exigir a prestaceo de exe-mes a provas de estagio peranteas 6rgeos de fiscalizaceo a discipli-ne des profissbes respectivas".

A1em do acordao considerar circuns-tancia particular so caso , nao se deveperder de vista que admisseo nao seconfunde com inscricao em concurso.Segundo observe o parecer do Pro-curadoria do Justiga:

"Este a procedimento previo parsaquela, mas sso figures indepen-dentes e, par ease razao, podemexigir requisitos diversos . Haja vis-ta Para o exame de saude, que 6indispensavel para a admiss5o, casenao pars o concurso.

Demais, em materia de concurso

dos interessedos, a fim de que aAdministracao posse selecionar asmelhore s. Assim , exigencias dema-siadas a rigorismos inuteis devemser afastados nests Ease preliminarde habilita£ao. S6, depois, dosaprovados a que deve set exigido 0cumprimento das formalidades es-senciais a sus investidura no cargopublico". ( f. 65).

Diante do exposto quer me pare-cer que houve uma razouvel inteli-gencia do direito positivo. E compo recurso se baseia apenas na ali-nes a, do inc . III, do art. 119, do

Lei Magna , dele nao conheco.

EXTRATO DA ATA

RE 79.040 - SP - Rel., Minis-tro Djaci Falc9o. 1 octe., Prefeitu-ra Municipal de Sao Paulo (Adv.,Luiz Machado Fracarolli ). Recdo.,Yoshihide Nakahara (Adv., SamuelM. Yoshida).

Decisao: Nio conhecido, unanime-mente.

Presidencia do Sr. Ministro Oswal-do Trigueiro . Presentee a sessao asSrs. Ministros Aliomar Baleeiro, Dja-ci Falcao, Rodrigues Alckmin, e, oDr. Oscar Correa Pina, Procurador-Geral do Republica , substituto.

publico, a politics acertada e a de Brasilia, 27 de agosto de 1974. -facilitar so maximo a participacao Alberto Veronese Aguiar , Secretario.

RECURSO EXTRAORDINARIO N.a 79 . 047 - GB r y(Primeira Turma) `i.:wi

Relator : 0 Sr. Ministro Oswaldo Trigueiro . 2,-4

Recorrente : Exma Mitre Arquiepiscopal do Rio de Janeiro . Recorrido: Di-niz Correa Soares.

Locagao regida polo D . 24.150 . E legitima a retonrada parsconstrugio macs dill, do qual a locador ja tern projeto aprovadoWe reparticao competente.

Recurso conhecido a provido.

ACORDAO

Vistas , relatados e discutidos estes

autos , acordam as Ministros do Pri-meira Turma do Supremo TribunalFederal , no conformidade do ata dojulgamento a das notes taquigreficas,

par unanimidade de votos , conhecer

do recurso a dar-lhe provimento.

Brasilia, 5 de novembro de 1974.

- Oawaldo Trigueiro, Presidents e

Relator.

R.T.J. 72

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Oswa/do Trigueiro:- 0 Juiz de Direito do Sexta VaraCivet do Guanabara julgou improce-dente agao renovatdria de locagao,proposta contra a Mitra Arquiepisco-pal, por sentenga ( f. 121 ) que esterassim fundamentada:

"A suplicada pediu a retomadado imovel para a realizagao deobras. Trata-se do construgao deum grande edificio.

0 laudo do perito do Juizo es-clarece qua o imovel locado esterincluido na Area do construgao, di-zendo o perito que "nao 6 possivelrealizar as obras sem a desocupe-gao do imovel" ( f. 103).

Al6m disso , o autor firmou escri-tura publics de contrato de loca-cao, em cuja clausula XV ficou es-tabelecido qua o inquilino confessaconhecer o piano do suplicada, deconstrugao, com o aumento do nu-town de pavimentos , ficando o in-quilino obrigado "a facilitar a exe-cugao des obras" (f. 43).

Julgo improcedente a acao, con-cedendo a retomada do imovel paraobras, de acordo corn o pedido for-mulado na contestageo . Concedoso autor o prazo de leis (6) me-ses, a contar do notificacao , que thesari faits apds o transito em jul-gado do sentenge , Para qua deso-cupe o imovel . Antes de desocupa-lo a suplicada fare o deposito doquantia necessaria para a mudancado inquilino (SGtnnla do S.T.F.,181), sendo qua o perito do Juizoarbitrara, em execugao , o valor aset depositado . Condeno o autor sopagamento das custas a de hono-rarios de advogado , qua arbitro em10% sabre o valor do cauea".

Essa decisao foi reformada PaloTribunal de Algada (f. 149), poracordao que traz esta ernenta:

"Agao renovat6ria . Indefere-se aretomada Para reconstrugao do pre-dio, uma vez que nao demonstre oretomante aprovagao do respectivo

24S

projeto ou, so menos , seu andamen-to Para adapter-se as novas exig6n-cias das posturas . Nova aluguel fi-xado corn base na rentabilidade doimovel".

Inconformada , a locadora interpos o.recurso extraordinario de f. 155, quafoi admitido por despacho (f. 160)do teor seguinte:

"Trata-se de agao renovatdria,em qua a locadora opos pedido deretomada para demoligao a recons-trugao.

Em primeira instancia , o droitde reprise foi acolhido , mas a isCamara Civet reformou o julgedo,por entender qua caducara o "vis-to" obtido Pala locadora para oprojeto de construgao , can havendoassim processo de aprovagao emandamento ( f. 149-153).

Inconformada, recorre extraordi-nariamente a locadora ( f. 155), in-vocando as alineas a e d do incisoIII do art . 119 do ConstituigaoFederal , sustentando qua o acorda-orecorrido , a urn so tempo , feria odisposto na letra d do art. 89 doD. 24.150/34 a colocou-se em di-vergencia com jurisprudencia de ou-tros Tribunais.

Dentre as acdrdaos apontadospale Recorrente , figura um do 6eCamara Civet do Tribunal de Jus-tiga dente Estado , qua, em casoanAlogo, acolheu a retomada, de-clarando desnecessario o pr6vlo It-cenciamento do obra , por entenderque ease requisito so a indispensA-vel quando 6 o proprietario quatome a initiative do acao , requeren-do o despejo do locatario (RF.,CXIV/126).

Verifica-se asaim qua o acordaoova recorrido, asseverando a ne-cessidade de processo de aprovagaode projeto em andamento , colocou-so em diverg6ncia corn o julgado-trazido it colagao, o qual, emboraantigo, nao tern contra si jurispru-d"encia notoriamente contraria.

Configurado o dissidio, imp5e-ae a abertura do via recursal, corn

246 R.T.J. 72

base na alinea d do permissivoconstitutional".

O recurso foi regularmente proces-

sado, sendo-lhe, desfavoravgl o pro-

nunciamento da Procuradoria-Geral da

Republica ( f. 176).

VOTO

O Sr. Ministro Osvaldo TrigueitolRe ator ):( - 0 ac6rdio recorrido

esti em manifesto antagonismo corna jurisprudencia do Supremo Tribu-nal, Segundo a qua] na retomadaPara construcio mais util , nao i ne-cessario qua a obra tenha sido orde-nada pela autoridade pfiblica (Sdmu-la 374).

No caso , cuida-se de obra cujo pro-jeto 16 estava aprovado , quando do pe-dido de retomada, acrescendo a cir-cunstancia de qua o locatario estavaciente do projeto a a ale dera aquies-cencia.

O Tribunal a quo, entretanto, en-tendeu nao haver processo em anda-mento, porque a locadora nao dili-genciara a adaptacio do projeto as no-vas postures, exigencia nao previstapor lei a qua nao pode prevalecer so-bra o reiterado entendimento do Su-premo Tribunal sobre a materia.

Reporto-me , por fim , a solugao dadapela Primeira Turma, em caso rigo-rosamente identico (RE 66.219,R.T.J., 48/753), ut ac6rdao em cujafundamentagio se 1e:

"0 v. ac6rdao amends, qua o di-reito de retomada s6 poderi serexercido depois de definitivamenteaprovada a planta e licenciada aobra pela autoridade competentepare a policia de edificag6es. Nocaso, a Mitra recorrente requereua aprovagao , hi alguns anos, masainda nao obteve o alvari e, alemdisso, teria alugado edificio vizi-nho, qua devera integrar a novaconstrugio projetada.

Respbnds a recorrente qua o pro-jeto afinal foi aprovado em 8.7.68,

no processo 7.511 .101/56 , confor-me note do Departamento de Edi-ficag6es da Guanabara, a f. 145, equa, no contrato de locageo do pre-dio vizinho consta it fls . 57-60, acliusula 20 , na qual a locataria sedi por ciente da obra projetada ea ela se sujeita , obrigando -se a fa-ciliti-la e mudar-se provisoriamen-te ate a conclusio (f. 141).

II. Conhego do recurso pela di-vergencia apontada com o v. ac6r-d5o unanime do S.T. F., pleno, de26.6.58 , R.T., 276/833; id. doTribunal de Justiga de Sin Paulo,18.6.51, R.T., 193/816 a outrona R.F . 114/126.

III. Don provimento, coerente-mente cram a jurisprudencia doS.T.F. no assunto (RE 60.385,D.J., de 3.8.66; RE 62.171,Evandro Lins, 16.5.57, R.T.J.,41/234; RE 60.385, 3. 5.66; RE62.118-MG, 30.5.67, etc.). Alias,a mat6ria se avizinha da SGmula374".

Palo exposto , conhego do recurso athe dou provimento Para restabelecera decisao de primeira instencia (fo-Iha 121).

EXTRATO DA ATA

RE 79 . 047 - GB - Rel., Mi-nistro Osvaldo Trigueiro . Recte.,Exma. Mitre Arquiepiscopal do Riode Janeiro (Advs., Pietro Ant6nio Ce-lani a Anor Butler Maciel ). Recdo.,Diniz Correa Scares ( Adv., Jose Ben-to de Queiroz).

Decisao : Conhecido a provido, tme-nimemente.

Presidencia do Sr . Ministro Oswal-do Trigueiro . Presences a sessao osSrs. Ministros Aliomar Baleeiro, Dja-ci Falceo , Bilac Pinto , Rodrigues Alck-min, e o Dr . Oscar Correa Pina, Pro-curador-Geral da Republica , substi-

tuto.

Brasilia , 5 de novembro de 1974.

- Antonio Carlos de Azevedo Braga,

Secretirio.

R.T.J. 72 247

RECDRSO EXTRAORDINARIO N" 79.072 - SP(Primeira Turma) at4

Relator : 0 Sr. Ministro Aliomar Baleeiro.Recorrente : Industrias Texteis Barbizon Ltda. Recorrida: Uniao Federal.

Seguranga cassada . Malta, correcgo monotdria a juros.1. Cassada papa segunda instgncia a seguranga quo suspendeu a

cobranga do credit, fiscal, min ago exigiveis multa a correggo no-neteria , esta no periodo anterior a notificagao (L. 4.862165, arti-go 15, § 19, Port. Ministerlo da Fazenda 275, GB, de 1965).

2. Mas, nesse cast,, os juros da more sergo cobrados deeds o mo-mento em qua o credito aerie exigfvel se nao fora a suspensao (Lei5.421, art. 20; C.T.N., art. 161).

3. 0 prazo pare recolhimento sore de 30 digs se outro niio forastabelecido em Jai especial (C.T.N., art. 160).

AC6RDAO

Vistos , relatados e discutidos satesautos , acordam os Ministros da Pri-meira Turma do Supremo TribunalFederal , na conformidade da ata dejulgamentos a notas taquigrificaa, porunanimidada de votos , conhecer dorecurso e dar-]he provimento.

Brasilia , 3 de setembro de 1974.- Oswaldo Trigueiro, Presidente. -Aliomar Baleeiro, Relator.

RELATORIO

O Sr. Ministro Aliomar Baleeiro:- Pela r . sentenga de f. 39-42, o

mandado de aeguranga impetrado pela

recorrente contra o Inspetor da Re-

ceita Federal em Barra Funds, pare

o fim de recolher imposto sem os ju-

ros moratbrios nem a corregio mone-

taria, foi concedido . A impetrante,

per forge de seguranga anterior fizera

certa importagae e, caasada aquela se-guranga, fora convocada a pager o

tributo com juros e corregao.

2. Mas o venerando accrdao da Se-gunda Turma do eg . Tribunal Fe-deral de Recursos , a f. 61 , reformoua,pars cassar a seguranga , sujeitandoaso acrescimo dos juros a da corregao.Diz a ementa, a f. 63:

"Credito Tributerio . Impetragaode Mandado de Seguranga. Indefe-rimento . Cobranga subsegfiente dodebito.

Contra a divide tributeria, podeo interessado requerer mandado de

seguranga , pars discuti-la. 0 inde-ferimento da medida, porem, auto-riza a sua exigencia imediata. Aliminar porventura concedida, o tem-po de tramitagao on o recurso in-terposto , afinal, podem suspender aexigencia durante algum tempo, mardenegada a seguranga, o debitopode ser cobrado , sem qualquer al-teragao no prazo do vencimento in-clusive no qua se refere aos jurore a correggo monetdria".

3. A impetrante , it f. 66 , inter-p6s Recurso Extraordindrio , pelo inci-so a, alegando denegagao de vigenciado art . 15, § 19, da L . 4.862/65, de-negagao evidenciada - arguments -pela interpretagao oficial da PortariaGB-275 , do Ministerio da Fazenda.

4. 0 nobre Presidents Mdreio Ri-beiro admitiu o recurso pelo r. des-pacho de f . 78 com o seguinte fun-damento:

"Procedem , a men ver, as alega-goes da recorrente , pole, o disposi-tivo por ela mencionado reza:

"Art. 15. No celculo de co'-regao monetdria , a atualizagaodo valor do credito da Unieosere feita a partir do vencimen-to do trimestre civil em qua de-veriam ter sido liquidados os de-bitos fiscais , excluido o periodoanterior a 17.7 .64. § 19.Quando o debito fiscal resultarde decisgo de instdncia superiorquo hoover modificado decisiode primeira instgncia favorivel

248 R.T.J. 72

so contribuinte , proferida perautoridade competente, o cal-c.lo da corregao monet "aria far-se-e observado o disposto nestsartigo, mediante a exclusao doperiodo anterior a data em quafiver lido notiticada on comuni-cada ao devedor a dltima deci-sao".

Como se ve, a decisao recorridadeixou de splicer a legislagiio per-tinente qua d ii ao contribuinte odireito de ver iniciada a contagemdo prazo para cobranga de juros ecorrecao monetiria somente apps anotificagao regular do julgamentoque houver reformado a decisao ad-ministrativa ou judicial suspensivada cobranga do tribute impugnado,como se infers da Portaria Ministe-rial GB-275, mencionada pela re-entrants.

Admito ocease-lo".

recurso e mando pro-

5. A Procuradoria-Geral da Repu-blica , a fls. 95-98 , em parecer assinadopelo Dr. Frauzino Pereira , opina pelonao conhecimento do recurso, basean-do-se no art . 79, da L. 4.357/64,art. 29, da L. 5. 421/68 ; e art. 161do C.T.N.

E o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Aliomar Baleeiro(Relator): - A questao federal con-tem-se em apurar -se, a luz da legisla-gao em vigor, se o contribuinte queobteve suspensao do pagamento docredito fiscal per forgo de segurangana primeira instancia , mas foi venci-do na segunda, a obrigado a pagerapenas o tribute ou se deverd faze"-locom acrescimo de juros morat6rios ecorregao monetaria desde o mementoem qua one tributo seria exigivel ssnao fora aquela suspensao judicial.

A impetrante , em 1968 , obteve se-guranga do juiz pare esquivar-se dodireitos aduaneiros sobre materia-pri-ma. E quando o eg. Tribunal Fe-deral de Recursos cassou a seguranga,o Inspetor da Receita Federal exigiu-

]he em 24 horas corregao , mulls e

juros. ( notif . a f. 8).

Para forrar-se a asses tres acresci-mos, a firma impetrou a segurangadestes autos . Socorrendo-se do art 15e § 19, da L. 4.862/65; Port. GB- 275, do Ministerio da Fazenda, noD. O. de 18.8.65 , p. 8.381, issoquanto a corregao. E dos arts. 161.§ 29 a 151, II , do C.T. N., quanto nosjuros. Alem disso , com base no arti-go 160, do mesmo C. T.N., reclamouqua o prazo de recolhimento deveriaset de. 30 digs e nao 24 horas.

II. 0 v. e uninime ac6rd io refor-

mou a sentenga qua excluiu a corre-

gso mas tolerou as juros . Funda-se

an L. 4.357, de 1964,

"Art. 79 - ...

§ 29. A corregao prevista nesteartigo aplicar-se-6 inclusive aos de-bites cuja cobranga seja suspensaper medida administrative ou judi-cial , salvo se o contribuinte fiverdepositado em moeda a importanciaquestionada".

E quanto aos juros:

"L. 5.421 -

Art. 29. Os debitos, de qualquernatureza, pare com a Fazenda Na-tional , serso cobrados, na via ad-ministrativa ou na judicial, com oacr'scimo de juros morat6rios a ra-zao de 1% (um por canto) aome"s, contados do vencimento e cal-culados sobre o valor originirio".

"C. T. N. (L. 5.172/66):

Art. 161. 0 credito nao integral-mente pago no vencimento a acres-cido de juros de more , seja qualfor o motive determinante da fal-ta, tern prejuizo da imposigao dospenalidades cabiveis e da aplicagaode quaisquer medidas de garantiaprevistas nests lei ou em lei tribu-taria".

III. A Recorrente , com apoio donobre Presidents Merck Ribeiro, op6eao v. ac6rd9o a L. 4.862/65 e aPort. 275, de 1965 , do Ministerio da

R.T.J. 72

Fazenda, prequestionadas a transcritasdesde a initial:

"L. 4.862/65:

Art. 15 ...

§ 19. Quando o debito fiscal re-sultar de decisao de instancia su-perior que houver modificado deci-sao de primeira instancia favoravelao contribuinte, proferida por au-toridade competente, o celculo dacorrecao moneteria far-se-I obser-vado o disposto neste artigo, me-diante a exclusao do periodo ante-rior a data em qua liver sido no-tificada ou comunicada so devedora 6ltima decisao".

"Port. 275: ...

a) se tiver sido proferida, emqualquer instancia e em relageo aqualquer tribute , decisao favoravelao contribuinte a esta vier a serreformada per orgio ou autorida-de superior, somente apes a noti-ficagao regular, deste ultimo julga-mento, sari iniciada a contagem doprazo Para fins de atualizacio dovalor do respective debito".

IV. Dir-se-e que correcao e jurosmoratdrios de 1% nao sio sancbes pu-nitivas contra quern quis submeter acontrole do juiz suss dovidas quantoft sentido da lei . E exato: - elasapenas indenizam o retardamento erestauram o valor aquisitivo da moeda.

Mas a L. 4.862/65, posterior a Lei

4.357/64, a meu ver, afasta a vigen-

cia desta a favorece inequivocamente

a tese da Recorrente.

Por outro lado, a Constituigao quer

que todas as controversies sejam passi-

veis de controle judicierio (art. 153,

§ 49, da Emenda 1 /69). E a juris-

prudencia do Supremo Tribunal Fe-

deral a infensa a regra solve at repete

de verios paises (Sumu/as 323, 70,

547. RE 63.026, de 28.4. 68, etc.),

repzlindo o drp6sito previo dos DI.

5/37. 42/37, 3.336/46 a outros sub-

produtos legislativos da Ditadura.

249

Destarte, parece-me qua a corre-cao moneteria so a exigivel a partirda notificacao , em face do art. 15,§ 19, da L. 4.862. Acresce que aPort. 275/65, interpretative , insere-seno conceito amplo de legislagio tribu-taria dos arts . 96 a 100 do C.T.N.

V. Mas os juros sio devidos porforga do art. 161 desse Codigo a doart. 29, da L. 5.421, come bem de-cidiu o juiz.

Podere parecer ilogismo, se jurore correcao visam a restabelecer os efei-tos do pagamento retardado. Mas ainconsegii ncia a da lei e nao do in-terprete, que, em se tratando de gra-vames, nao pode crie-los nem alarge-los (C.T.N., art. 97-V).

VI. Tenho comp certo que o ve-nerando acordao negou vigincia soart. 15, § 19, da L . 4.862 /65, fazen-do o oposto do qua nela se estatuiu.

Conhego do recurso a dou provi-mento, em parte, para exclusao damulta e correcao moneteria relativeso periodo anterior a notificagao.

0 rzcolhimento em 30 digs (C.T.N.,art. 160).

EXTRATO DA ATA

RE 79.072 - SP - Rel., Sr. Mi-

nistro Aliomar Baleeiro . Recta., Indris-

trias Textcis Barbizon Ltda. (Advs.,

Haloisa Mendonca e outro). Recda.,

Uniao Federal.

Decisao: Conhecido e provido, una-

nimemente. Pela recorrida, o Doutor

Oscar Correa Pine, Procurador-Geral

da Republica, substituto.

Presidencia do Sr. Ministro Oswal-

do Trigueiro . Presentes a sessao os

Senhores Ministros Aliomar Baleeiro,

Djaci Falcio, Rodrigues Alckmin, e o

Dr. Oscar Correa Pina , Procurador-

Geral da Republica, substitute.

Brasilia , 3 de setembro de 1974.- Alberto Veronese Aguiar, Secrete-rio.

250 R .T.J. 72

RECDRSO EXTRAORDINARIO N.° 19.141 - GB

n

`bVL'

(Segunda Turma) .1t 4(

Relator: 0 Sr. Ministro Xavier de Albuquerque.Recorrente : Escritcrio Levy Sociedade Corretora Ltda. Recorrido: Bernar-

dino Schulmann.

Venda de agoes em Bolan de Valores per intermedio de socie-dads corretora . Autorizageo verbal provada pales notes da corre-tora (art. 122, n9 3, do C. Comercial). Desetengiio nos fates e cir-cunstancias constantes dos autos (art. 118, do C. Pr. Civ. de 1939).Agao improcedente.

Recurso conhecido a provide.

ACORDAO se, efetivamente , foi autorizada pelo

autorVistos, relatados a discutidos estes a venda das 11.

000 agoes daCia. Belgo-Mineira . Para mim, a

autos, acordam os Ministros da Se- luz dos documentos existentes nes-gunda Torras do Supremo Tribunal is processo, em especial os cons-Federal, em conformidade corn a ate tantes da contestagao , conjugadosde julgamantos a notes taquigri ficas , com as declaracoes da unica pessoapor maioria de votos, conhecer do re- qua, conscientemente, poderia afir-curso e the dar provimento. mar, ou neo, a referida autorizagao,

Brasilia, 6 de setembro de 1974 . ou seja, o operador de Mercado de- Thompson Flores, Presidents. - Capitals, testemunha Antonio Car-Xavier de Albuquerque, Relator. los Azeredo de Azevedo, cujo de-

poimento v9-se it f . 134-v-135 daRELAT6RI0 assentada, qua a mesma the foi dada

pelo autor deste processo . Tat on-

qua:Sr. Ministro Xavier de Albuquer- tendimento , resuita das perempto-

que: - Dizendo-se investidor he vs- , am torch e,rios anos e born conhecedor da mac;: rigs

sin ver is de referidanha, in v e

nice das trmsago_s da Bolsa de Veto- em fins dee novembro vo do em n p -p.

res, Bernardino Schulman moveuagao ordinaria a Escritcrio Levy Socie-

passado , on inicio de dezembro, foi

dade Corretora Ltda., pars haver per- ado pelo autor desteproces-

das a dams decorrentes da venda, qua soso, , nono esc ndao da r. , qua solici-

a re teria feito sem sue ordem escri- tou-1he a venda de 11. 000 agoes da

Belgo-Mineira, ou verbal, de 11.000 agoes da Com-

elgo-Mineira , qua se en,

panhia Belgo-Mineira , de sua proprie- em custsdia, no escritcri

o"o"

, e e, em, his-

dade, custodiadas em poder da re paretoria a sua atividade, com o cum-

fins de recebimento de bonificagoespnmento da ordem , on seja, a van-

e dividendos. Contestando, a re sus- da das referidas agoes,e, poste-

tentou ter havido ordem verbal denormente, por solicitagao do autor,

venda, dada pelo autor a registradana cabins telefonica, de desistencia;

em formulerio proprio nos termos da qua, cunnprindo tal vontade, recom-

baixada com a Reso- prow asas referidas agoes e, aduz, por

regulamentagaolugao 39, de 20.10.66, do Banco Cen- preso mais decla

qua, "pessados al-

tral do Brasil. Invocou o art. 122, guns dies, o declarants foi novemien-

n. 3 do C. Comercial, segundo o qual to procurado pelo autor, qua r

eno-

os contratos comerciais podeia prover- voudh, a solicitagao de venda dos

notes dos corretores a por 11 .000 agoes, desta faits pale co-secartido

pelas

es extraidas de seus protocolos, tagso minima a is de ....

Cr$ 4,00" e, adiante,te mmunicagao,A sentenga julgou improcedente a digo, expedigao de ordern per ale

agao, nestes termos (f. 140-141): feita a entregue a outro funciona-"Restringe-se a controversia axis- rio pare remete-la a Bolsa , e, sin-

tente nests processo, em saber-se da, no mesmo dia, recebeu a refe-

R.T.J. 72 251

rida ordem , esclarecendo ainda ven-da partial, ou seja , 5.000 on 6.000ag6es e dies epos, em razao da co-tacao, as restantes . Tenho, assim,praticamente dirimida a controv6r-sia sabre a autoriza£bo dada peloautor so neg6cio de venda das11.000 agbes da Belgo-Mineira".

A Sexta Camara do Tribunal deJustiga da- Guanabara manteve, permaioria, a senten£a, em acordao quatomou esta ementa (f. 164):

"Agiio ordinaria de indenizagao.

Compra e venda de titulos na Bol-as de Valores. E de ser provadapelas notes dos corretores ou sees

prepostos, nos termos do art. 122do C. Camercial, podendo havercomplementa£ao testemunhal. En-trega de a£oes em cust6dia, cornuma geral autoriza£ao de venda, tor-na valida a opera£eo, memo sus-p:nsa ou novamente autorizada pelo

talefone".

Houve embargos infringentes que o19 Grupo de Cameras Civeis do refe-ride Tribunal reeebeu para julgar pro-cedente a agao. Eis a decisao ( folhas180-180-v.):

"Acordam os Juizes do 14 Grupode Camaras Civeis do Tribunal deJustice, a unanimidade, receber osembargos, nos termos do veto ven-cido, pages as custas pela r6, emcujo encargo correrao, tambim, oshororirios advocaticios, fixados em10% do valor da cause.

R certo qua nas opera£6es daBolsa, ha de prevalecer , a boa-M,come, alias , de mode geral, em ma-teria de obrigag6es, e, muitas ve-zes, as ordens de venda dos agbessao dadas verbalmente, inclusive, pervia telefonica.

Tambem 6 preceito do C. Co-mercial, art. 122, que os contratoscomerciais pedem provar-se... in-ciso 39 - pelas notas dos correto-res, e por certid6es extraidas dosseus protocolos.

Entretznto, o pr6prio acordaoembargado admitiu que agbes po-dam permanecer corn o corretor

sem, necsssariamente, estarem a.venda, desde qua exists documentoexpresso nesse sentido.

0 cuter sustenta , qua as agbes, aele pertencentes foram entreguespara o recebimento de bonifica£6ese dividendos, enquanto a r6 afirmaque houve ordem verbal de venda.

Apesar de a empress re possuiras enderegos do cuter em Curitiba,pars, onde viajara, corn ale nao ascomunicou, e s6 muitos dies depois,veio ale a saber que sues agbes tinbam side vendidas.

Como quer que seja, ha, nos au-tos, a f . 16, um recibo de que asdez mil agbes da Belgo-Mineira fo-ram depositadas no escrit6rio dasociedade re, pare percepgao de di-videndos e bonificag6es.

Havia, pois, uma destina£ao es-pacifies.

Entre ease recibo e o testemunhodo representante da re a do seuempregado, f. 133 e 134-v., ha deprevalecer equals, comp um do-cumento certo, firms a preconsti-tuido.

Desserts, sao recebidos os embar-gos, nos termos do veto vencido".

Recorreu extraordinariamente a re,pales letras a e d, dizendo haver sidonegada a vig&ncia do art. 118 doC. Pr. Civ. de entao e apontandodissidio core julgados que o interpre-taram.

0 recurso foi inadmitido mas subiu,pare melhor exams , gragas so provi-mento do Ag. 58.928 , em apenso.

B o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Xavier de Albu-querque (Relator): - 0 acordio re-corrido deu relevo exclusive so reci-bo de f. 16, que comprova o rece-bimento pela recorrente, em 7.7.70,des agbes questionadas, "para receberbonifica£ao a dividendo". Sucede quea recorrente ofereceu, extraido de suesnotes, o talao de ordem de f. 42, re-ferents a autorizagso dada pale recor-

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rido, a 2 . 12.70 - posteriormente,portanto, a entrega das awes pare omere fim indicado no documento an-terior - pars a venda dos titulos.A ease talao o acord "ao nao nega va-lor probante , tanto qua expressamenteelude so art. 122 , n. 3, do C. Co-mercial, e a pratica , costumeira nasoperacoes do genero , de se acolheremordens verbais, inclusive par telefone;nega-lhe, porem , preponderancia, poloso fato de haver documento comproba-torio do destinacao especial que teriatido a entrega dos titulos a recor-rente.

A concluseo saris acertada se a or-dem de Venda nao fosse, como e, pos-terior a entrega em simples custodia,pois a circunstancia de have-la suce-dido revels , evidentemente, qua themodificou us termos. Em outras pa-lavras, a entrega das agoes deixou deset Para o fim exclusive de recebi-mento de bonificaceo e dividendos, noexato memento em qua o comitentedo recorrente , ore recorrido, deu-theordem pare vende-less so limite minimacensignado no talao.

De resto, o proprio recorrido se dis-se investidor habitual e cliente, he al-guns anos , do recorrente, per interma-dio da qual teria feito operasoes an-teriores de compra a venda de valo-tes mobilierios . Tais fates a circuns-tancias, a serem consideradas na deci-sao da causa, desabonam a concluseodo acordao recorrido.

Desatendendo aos fates a circunsten-

cias constantes dos autos , a deciseo im-

pugnada incidiu , efetivamente , no cen-

sura qua the fez a recorrente.

Nessas condicbes , cbnhego Wo re-curse a the dou provimento pare res-tabelecer a sentenga de primeira ins-tancia, que o acord"ao do apelagao man-teve.

VOTO PRELIMINAR

O Sr. Ministro Leitao de Abreu:- Sr. Presidents, entendo que, ten-do sido as awes entregues pars umfim determinado, estabelecido em do-cumento escrito, a modifica5ao da des-tinaSao para a qual as awes foram

dadas em cust6dia so se podia laserpolo mesma forma , isto e, par do-curnento escrito . Nao nego a foraprobante das notes dos corretores,mas, neste case especifice , em que asaches foram entregues pars determi-nado fim , qua excluia a venda, a au-torizagao pare a alienagao tinha dedar-se tambem per escrito . Diantedisso, nao conhefo do recurso.

EXTRATO DA ATA

RE 79 .141 - GB - Rel., Minis-tro Xavier de Albuquerque. Recto.,Escritorlo Levy Sociedade CorretoraLimitada (Adv., Alberto Jacinto T.Pinto ). Recdo ., Bernardino Schul-mann (Adv., Evaristo Chalbaud Bis-caia).

Decisao: Adiado o julgamento perhaver pedido vista o Ministro Anto-nio Neder , depois dos votos do Rela-tor qua conhecia do recurso e the davaprovimento e, do Ministro Leitao d2Abreu qua do mesmo nao conhecia.Falou, pelo recorrido, o Dr. EvaristoChalbaud Biscaia.

Presidencia do Sr. Ministro Thomp-son Flores. Presences a sesseo os Se-nhores Ministros Bilac Pinto , AntonioNeder, Xavier de Albuquerque e Lei-tao de Abreu. Procurador-Geral daRepublica, substitute, Dr. Oscar Cor-rea Pine.

Brasilia, 16 do agosto de 1974. -Hefio Francisco Marques, Secretario.

VOTO (VISTA)

0 Sr. Ministro Antonio Nader (Re-lator): - 1. Do estudo que fiz des-tes autos, cheguei a mesma concluseoa que chegou o nobre Ministro Xavierde Albuquerque , qual seja a de queo recorrido Bernardino Schulmann denautorizacao verbal so Escritorio LevySociedade Corretora Ltda., recorrente,pars vender os titulos que se achavamem poder da segunda pars outro fim.

Corn este convencimento, so mocumpre pedir venda no eminente Se-nhor Ministro Leitao de Abreu pars,discordando de S. Exo, voter com oeminente Sr. Ministro Xavier de Al-

buquerque.

R.T.J. 72 7'-: 253

VOTO

O Sr. Ministro Thompson Flores(Presidents) - Pego venia so emi-nente Ministro Leitao de Abreu pareacompanhar o veto do eminente Mi-nistro Xavier de Albuquerque.

Penso qua os fatos ficaram devida-mente comprovados ; e, face a nature-za do negdcio , a qual exige a celerida-de de pronunciamento dos interessadose os demais elementos invocados peloeminente Relator , tenho corno corretaa orientagio por S . Ex0 tomada.

O Sr. Ministro Xavier de Albu-querque (Relator): - Apenas pareesclarecer hem V. Exe : o recorridoacionou a corretora porque nega quahaja dado essa autorizagio verbal.

Considerei que, dada a indole des-sea operagbes, a condigio , qua ale con-fessa , de investidor habitual em ope-ragbes de Bolsa , nas quail virtualmen-te nao as usam ordens escritas, poisa prbpria dinamica de this negocios eincompativel com essa formal zagao,considerei , repito, que a prove extrai-da des notes do corretor seria bastante.

O Sr. Ministro Antonio Neder: -He noticia de telefonema de Bernar-dino Schulmann pare o escritbrio dacorretora , que o anotou devidamente.

O Sr. Ministro Leiria de Abreu:- Desejo esclarecer, tambem, o meuvoto . Como j4 disse , sb o mantenhopor este fundamento : a que, Segundoestou lembrado - no compulsei osautos - os titulos foram entregues so-mente pare custbdia a para percep-gao de juros a dividendos . Por umaregra juridica , a do paralelismo desformas , entendi qua essa determinagao,feita por forma escrita , com intuito deobstar a venda das agoes, somente po-dia set modificada, para autorizar-lhesa venda , por manifestagio de vontadetambem por escrito.

O Sr. Ministro Xavier de Albuquer-que (Relator): - Fago , species, umabreve retificagio, de, vez qua son oRelator a estou hem lembrado dosfatos . Os titulos foram entregues, real-mente, contra documento impresso no

qual se, fez consignar , aditivamente, amaquina, qua a entrega era para re-ceber dividendos a bonificagues. Nelenao havia , propriamente, uma veda-gao de venda , mas apenas a indicagiode qua era pars receber tais rendas.Depois a Corretora teria recebido docliente autorizagio verbal pars ven-der as agoes, obedecido um minimo,qua, se nao me engano, era deCr$ 4,00 por agao. Extraiu o talao,a "ordem de venda", registrou-a nosseus livros , a foi realizada , enfim, atransagao, per um de seus operadoresna Bolsa . Posteriormente , o clientsacionou a companhia pars haver per-das a danos , dizendo que ela haviavendido indevidamente , pois ele nioa autorizara . A controversia sobre osfaros a essa.

O acordao recorrido entendeu quadevia preponderar , na linha em quaeats votando o Sr. Ministro Leitao deAbreu, o docurnento escrito, mas naonegou quo as notes dos corretores fa-gam prove dos negocios em que elesintervim, per forge de lei.

Meu entendimento a diferente. As-socio a norma legal, que da valor pro-bante as notes dos corretores, a indo-le dos negocios de que se trata, mes-mo porque no a curial - nao negoqua seja admissive] , mas nao E curial- qua alguem entregue agoes a umcorretor de titulos pare qua este ape-nas cuide de guards-las a de receberas vendas que produza.

O Sr. Ministro Leitao do Abreu:

- Mas a comum.

O Sr. Ministro Xavier de Albuquer-

que (Relator): - Para vendee-las,pare negocii-las, para comprar outras,enfim , para movimentar a carteira docliente.

O Sr. Ministro Bilac Pinto: - De-sejo justificar meu veto: nests ma-teria de corretagem do titulos, nao epossivel exigir-se ordem escrita. Tudogira as base de telefonemas, de ordensna base da confianga . Tanto que alei atribui validade a escrita do cor-retor , porque , sera isso , no funcionao mercado.

254 R.T.J. 72

EXTRATO DA ATA

RE 79 . 141 - GB - Rel ., Minis-tro Xavier do Albuquerque . Recta.,Escritcrio Levy Sociedade CorretoraLimitada (Adv., Alberto Jacinto T.Pinto). Recdo., Bernardino Schul-man (Adv., Evaristo Chalbaud Bis-caia).

Decisao: Conhecido a provido, ven-cido o Ministro Leitao de Abreu.

Presidencia do Sr . Ministro Thomp-son Flores . Presentes a sessao os Se-nhores Ministros Bilac Pinto , AntonioNader , Xavier de Albuquerque a Lei-tao de Abreu . Procurador-Geral daRepublica , substituto , Dr. Oscar Cor-rea Pina.

Brasilia , 6 de setembro de 1974.

- Helio Francisco Marques, Secrete-

rio.

_ •1

RECURSO EXTRAORDINARIO N.° 79.142 - GB(Prinieira Turma) ', S 9 t "

Relator : 0 Sr. Ministro Luiz Gallotti.

Reoorrentes : lomar Alves Marques a outros . Recorrida : Casa Materials deConstrug6es Vince, Ltda.

Locayeo.

Art. 19 do DL 4.

Revisao de aluguel.

Faz-se pot mere cotregao monetaria , se assim estipular o con-trato, ou por arbitramento mediante pericia conforme o art. 13do D. 24.150, de 1934.

Recurso eztraordinario conhecido a prcrido.

AC6RDAO

Vistos e relatados estes autos deRE 79.142, da Guanabara, em qua saorecorrentes Iomar Alves Marques e ou-tros e e recorrida Casa Materials deConstrug6es Tijuca Ltda., decide aPrimeira Turma do Supremo TribunalFederal conhecer do recurso a dar-lheprovimento , unanimemente , de acordocom as notes juntas.

Brasilia , 11 de junho de 1974. -Luis Gallo:ti, Presidente a Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Luiz Gallotti: -

Este o acordao recorridc ( f. 108-109);

"Vistos, relatados a discutidos es-ter autos de Embargos de Nulida-de a Infringentes na Apelaceo Ci-vel 78. 548 em qua a embarganteCasa Materiais de Construg6es Ti-juca Ltda. a embargados Iomar Al-ves Marques a outros,

Acordam os Juizes do PrimeiroGrupo de Camaras Civeis do Tribu-nal de J,,stiga do Estado da Gua-nabara, por maioria de votos, ven-cido o desembargador relator, emreceber os embargos nos termos dodouto voto vencido qua fica comoparte integrante a complementardeste, como raz io de decidir.

A divergencia esta limitada adues teses : para o v. acordao em-bargado o "arbitramento judicial aqua elude o art. 19 do DI. 4 "hade ser o mesmo o art. 13 do D.24.150" "neo se podendo entendorqua o D . 4 se refire a arbitramen-to judicial de correcao moneteria,porque, obviamente, na corregiomatematica neo pole ser edmitidoarbitrio, pare qua haja arbitramen-to" (f. 89); Para revisao com baseno D. 24.150 neo visaria correg aomonetaria, mas aim , a atender aoutros requisitos , como a -modifica-cao das condig6es economicas do lo-

R.T.J. 72 255

cal a ester a variagao sujeita a al-teragao superior a 20% des estimati-vas feitas , etc.; sendo certo, peroutro lado , qua em 1934 quandosurgiu a chamada "Lei de Loves"a moeda era estevel . Quanto sosentido da expressao arbitramentojudicial, interpreta-o o voto vencidocanto facultando so juiz a esco-Iha do indice a prevalecer: o dosalerio minimo; as do custo de vide;o fixado pare corregao do alugu6is;o do prego da construgao, etc. -mas sempre arbitramento atrav6s deurn indice . S6 assim estariam as-semelhados a colocados no mesmonivel as dois termos do art. 19 doDI. 4: hevendo previsao do cor-regao de aluguel atraves de indiceno contrato , prevalece a corregaoatraves desse indice ; no hevendo,far-se-6 o arbitramento da maneiraqua a indexagao mais as aproxi-masse.

Com razio o douto voto vencido.O qua o legislador quis com a se-gunda parts do art. 19 foi saner afalta de indexagao , de modo a -corno na 19 parts - haver um fa-tor de corregao do moeda a conse-giiente atualizagao bienal do alu-guel. Com isso sanaria a imprevi-aao das partes".

O voto do ilustre DesembargadorElmano Cruz ( Relator , vencido) foio seguinte (f. 109):

"Mantive o acord io embargado,data venia da douta maioria, porentender qua na aceo de revisao, ojuiz neo est6 sujeito a atender uni-carnente a corregao monet6ria de-vendo fixer o aluguel mediante ar-bitramento normal , com epuragaode todos as indices de valor quapossam influir na fixegio do aluguel.Foi isso qua decidiu o Supremo Tri-bunal Federal no julgamento doRE 74 . 208, de 26 . 5.72 unanime-mente provido pela Segunda Turmado Tribunal, no caso de MariaElise de Miranda Cotta x Droga-ria Filipone Ltda.

Sempre entendi assim a agoramais se reforga o meu entendimen-

to com o apoio da decisao refe-rida.

For isso rejeito as embargos".

0 recurso extraordinerio foi admi-tido por este despacho do ilustre Pre-sidente Nelson Ribeiro Alves (folha114):

"0 accrdao recorrido , de f. 108,fixou qua a revisao de eluguel, nalocagao comercial permitida no ar-tigo 19, do Dl. 4, dove atender ape-nas a urn fator de corregao da moe-de, atraves de um indicr ., suprindoa imprevisao des partes.

0 recurso extraordin4rio, de fo-Iha 111, com apoio nas Tetras a ed do permissivo constitucional, real-mente as fundarnenta em dissidiopretoriano . Atende o recurso asexigencias de Srirnula 291, vez quademonstrou qua decisoes outras, in-clusive do Pretoria Excelso, neorestringem so criteria da simplescorregao monet6ria a revisao bie-na1 do art. 19 do Dec. Lei 4, corno afez o acordao recorrido.

Admito o recurso pela letra d".S6 as recorrentes arrazoaram.

E o relatcrio.

VOTO

O Sr. Ministro Luiz Gallotti (Re-lator): - Conhego do recurso, emface do dissidio jurisprudential.

E, de acordo com o voto vencidodo ilustre Desembargador ElmanoCruz , so recurso dou provimento, porerestabelecer o acordao proferido emgrau de apelagao , da lavra do ilustreDesembargador Epaminondas Pontes.

Le-se na ementa desse acordao (fo-Iha 89):

"Embora sua letra posse parecerimpropria , o espirito do art. 19 doDl. 4 6 a regulag io do revisao doaluguel , por corregao monet6ria, seassim estipular o contrato, on porarbitramento mediante pericia Se-gundo o art . 13 do D. 24.150, de1934".

No RE 74.208 (R.T.J ..61/572-574), o eminente Relator, Mi-

256 R.T.J. 72

nistro Xavier de Albuquerque, obser-vou que a decisao recorrida entenderaque, na revisao bienal de aluguel, oDec: Lei 4, do 1966, instituira a corre-gao monetaria ( e sews indices oficiais)como criterio de aferigao do inditede variagao econ6mica do local, naoas the aplicando , por isso , o criteriodo rentabilidade do imovel . Acentuouqua a recorrente alegara dissidio corno acordao do Primeira Turma do Su-premo Tribunal no RE 67. 805, deque foi relator o eminente MinistroAliomar Baleeiro , corn esta ementa:

"Locagao. Agao de revisao doaluguel . A simples corregao mone-taria do aluguel no e a melhor cri-terio revisional . Outros se podemimpor segundo as circunstancias"(D.J. de 14. 11.69, p. 5.433).

E, dando provimento so recurso,em voto unanimemente acolhido, disseo Ministro Xavier de Albuquerque(Relator) :

"0 recurso veicula, a meu ver,lidima questao de direito , entron-code no regra do art . 19 do Dl. 4,de 1966 : a de saber se, no fa tode previsao contratual de forma edos indices a serem adotados, aatualizagao bienal do valor do alu-guel deve ser encontrada pela apli-cagao pure a simples dos indicesoficiais de corregao monetaria, co-mo entendeu o acordao recorrido,on pale utilizagao de quartos cri-terios idoneos possam inspirar o ar-bitramento por decisao do juiz, co-mo propugnam as recorrentes.

Creio que a segunda solugio 6 averdadeira , em termos. Digo emtermos , porque nao excluo, dentreas criterios id6neos de cujo balangopode o juiz extrair a diretriz pareo arbitramento verdadeiro a pro-prio qua a lei the atribui, aqueleque a pura aplicagao dos indicesoficiais de corregao monet6ria pode

propiciar . Ease, alias , dentre os va-rice por qua as pode orientar o juiz,e criterio muito 6til, embora naoseja o 6nico , porque contribui parereaguardar , na escala quo parecer

juste , a relagao entre o valor do

aluguel atualizado , qua results dooperagao mental de arbitramento, eo valor do aluguel atualizando, so-bra o qual incide essa mesma ope-ragao mental.

Parece-me , portanto , que o acer-dio recorrido ignorou a regra doart. 19 do prefalado Dl. 4/66, poiseste fala em arbitramento judicial,qua ha de set arbitramento mesmo,e nao em homologagao judicial demere calcine de contador, a qualse reduziria , pelo entendimentoatacado no recurso, a fungio dojuiz no agio de que se trata. Estesevidenciado , per outro lado, o dis-sidio jurisprudential".

Lavrou-se o acord io com esta emen-ta:

"Locagao nao residential. Agiodo revisao bienal de aluguel (arti-go 19, do DI. 4/66). 0 arbitra-mento judicial do novo aluguel ad-mite a utilizagio isolada on conju-gods, segundo a prudencia do juize as circunstancias do caso, dequantos criterios idoneos The pos-sam inspirar a decisao , inclusive,mss nao exclusivamente , a aplicag iodos indices oficiais de corregao mo-netaria".

No RE 66.796, que teve como Re-lator o eminente Ministro Djaci Fal-cio, proferiu esta Primeira Turmaacordao tambem unanime no mesmosentido (R.T.J., v. 52/52-55).

Disse o Relator (p. 55):

"Portanto , as as partes Contra-

tantes nao convencionam a forma e

os indices de corregao monetaria

dos alugueres , impoe-se a arbitra-

mento judicial , per bienio".

E no RE 71. 578, de qua fui Re-lator, so confirmar a decisao do jus-tiga local, ponderei qua ela splicerso DI. 4, de 1966, pois decorrido eraurn bienio , a nao urn tri6nio, Comoexigiria a Lei de Luvas, a atendera,

quarto a fixagio do aluguel a fato-rea outros, previstos nests lei (acor-diio unanime desta Primeira Turma,do 20 .4.71, publicado not R.T.J.,

57/354-356).

R.T.J. 72 257

Conhego, pois , do recurso a dou-

Ihe provimento.

EXTRATO DA ATA

RE 79.142 - GB - Rel., Minis-tro Luis Gallotti. Rectes., IomarAlves Marques e outros (Adv., Os-waldo Murgel Rezende). Recda., Ca-sa Materiais de Construg6es Tijuca Li-mitada (Adv., Wagner Cavalcanti deAlbuquerque).

Decisao: Conhecido e provido. Una-mine. Ausente, ocasionalmente, o Se-nhor Ministro Oswaldo Trigueiro.

Presidencia do Sr . Ministro LuizGallotti. Presentes a sessiio as Senho-res Ministros Oswaldo Trigueiro, Alio-mar Baleeiro , Djaci Falceo, RodriguesAlckmin, e, o Dr. Oscar Correa Pine,Procurador-Geral da Republica, subs-tituto.

Brasilia, 11 do junho de 1974. -Alberto Veronese Aguiar, Secreterio.

0

RECURSO EXTRAORDINARIO N.o 79 . 216 - SP

(Printeira Turnta)

Relator: 0 Sr. Ministro Osvaldo Trigueiro.

Recorrente : Milton Jose de Aguiar . Recorridos : Espolio do Lincoln Feli-ciano da Silva a outros.

Alienagao de imdvel descrito em inventario, Leila pela vidvameeira, am o consentimento do herdeiro dnico, ainda mercer. Ine-xistdncia de partilha . Interesse do herdeiro em anular o contrato.

Recurso extraordindrio conhecido a provido.

AC6RDAO

Vistas , relatados a discutidos antesautos , acordam on Ministros da Pri-meire Turma do Supremo TribunalFederal , an conformidade da ata dojulgamento a das notes taquigreficas,por unanimidade de votos , conhecerdo recurso a der-Ihe provimento.

Brasilia, 11 de outubro de 1974. -Oawaldo Trigueiro, Presidents a Rela-tor.

RELATOR TO

0 Sr. Ministro Oawaldo Trigueiro:- 0 presents recurso extraordineriofoi admitido pelo despacho de f. 302,qua expos as fatos a resume a contro-versia pela forma seguinte:

"Milton Jose de Aguiar prop6s

ageo contra Lincoln Feliciano a ou-tros pars scalar promessa de venda

de imovel determinado , pertencentean Espolio de Mario Aguiar, pro-

messa essa felts pela inventarianteam consentimento de herdeiro e

sem alvare judicial, "na parts em

quo transferiu ou prometeu ceder asdireitos pertencentes no herdeiromenor , cumulado corn o pedido dereintegragso de posse a de ressar-cimento de danos".

A sentenga acolheu o pedido, de-clarando "nulo o contrato de folhas51-64, celebrado entre Elza Gre-wolls Aguiar e on RR ., no qua tan-go it legitima de Milton Jose deAguiar a quern" deferiu "a reinte-gragao de posse sobre parts da Fa-zenda Rio Bonito , ate o limits doquinheo herediterio" ( f. 212).

Em grau de apelo foi , porem, a

sentenga reformada a julgado o au-

tor carecador da agiio por estes fun-

damentos:

"Quando o stator ficou vencedorna agao de investigag"ao de peter-nidade je as declaragoes no inven-terio do seu avo haviam sido pres-tadas , descritos entio v6rios; nationimbveis alem daquele qua a viuvameeira alienou atraves do contra-to de f: 12.

258 R.T.J. 72

it ale o unico herdeiro da mea-

gao do avo, a certo , mss nao se sabe

se o imbvel qua a viuva meeiraalienou cabers on nao no quinhaodela, paralisados qua estao os au-tos do inventario segundo se de-

preende de afirmag5es existentes nos

autos.

Prosseguindo o inventario, secorn as ultimas declarag6es ficarpositivado qua o im6vel nao cabe-rs no meagao do c6njuge sup6rsti-

te, entao estara ceracterizada a ti-tuleridade do autor para a agao"

(f. 275).

Irresignado , interp6e o vencidorecurso extraordinario , fundado noart. 119, III , letras a e d, do Cons-tituigao do Republica , alegando quao ac6rdao recorrido vulnerou os ar-tigos 386, 1.572 a 1.580 do C. Civ.,barn como divergiu de julgados deoutros Tribunals (R.F. 200/161,194/189, 198/185).

0 acordao recorrido assentou atese de qua a alienagao polo con-juge sup6rstite de imbvel do esp6-lio, no qual esta habilitado herdei-ro menor, condomino , sem a pr6viaeutorizagao dos responsaveis a al-vara judicial , nao said nula se obern couber na sue meagao on 0sera somente me parte em qua velanao couber . Por isso, existindo ou-tros imbveis al6m do qua a viuva-meeira alienou , somente apes a re-ferida verificagao no processo deinventario 6 qua nascera o direitodo eventual prejudicado.

Provado qua determinado bern,inventariado , objeto de alienagaosem o consentimento de co -herdei-ros on autorizagao judicial, coubeno quinhao do alienante , convali-da-se a alienagso. '

Aos interessados nesse convales-cimento 6 qua cabers a demonstra-gao de qua a partilha atribuiu obem so alienante.

Nao parece razoavel qua o con-domino herdeiro interessado no to-talidade dos bens de heranga de quasaira , sob escolha relative, o seuquinhiio , deva aguardar uma parti-

lha qua as eternize pare so enteoter legitimidade pare laser volt"an espblio os bans tranamitidos ir-regularmente . Oa interessados naconvalidagao do venda 6 qua de-vem demonstra -la antes do desfe-cho do agao anulatbria.

A tese perfilhada polo julgadocondiciona , sem apoio em texto le-gal, o exercicio de direitos de her-deiros amparados pelos artigos ci-tados . Assim , Palo Tetra a, e quan-do meis nao seja pale relevanciado terra, merece o recurso deferi-mento.

E tamb6m pela late d . 0 acor-

dao do eg . Tribunal do Mines Ge-rais trazido a confronto coloca oproblema em termos antag6nicosaos do julgado recorrido . So ap6s apartilha 6 qua se identificam parao efeito de disposigao os bens quaso comportarao na meegao on noquinhao do herdeiro:

"Tern o herdeiro legitimo interes-se pare ajuizar ageo visando aanulegao de escriture publics devenda de imbvel do espolio pelaviuva-meeire, sern proceder antes aorespectivo inventario porque seemeste e a partilha nao as identificamos bens qua se comporterao em suemeagao on no quinhao do herdeiro"(R.F. 200/161).

Polo exposto , defiro o recurso po-les letras a e d do permissivo cons-titucional, determinando o seu pro-cessamento na forma do lei".

O recurso foi processado regular-mente e, nests inatancia, a Procure-

dWtia-Gera l dta Republica (f. 337)

opinou:

"1. 0 Tribunal a quo, f. 275,reformando a sentence inicial doprocedencia, declerou a car6ncia doegao de anulagao , proposta polounico herdeiro , de contrato parti-cular do cessao dos direitos posses-serios, hereditarios a obrigacionaisde imbvel rural, feito pole viuva-

meeira , pois nao as sabe se o imb-vel em questao cabers no quinhaoda memos, concluido o inventario.

R.T.J. 72

2. Dai o recurso extraordinerio,fundado nas tetras a e d do permis-sivo constitucional , alegando-se ne-gativa dos arts. 386, 1 . 572 a 1.580do C. Civil.

3. Somos pelo conhecimento dorecurso.

4. Como bem declarou o despa-cho admissivo de f. 302, "neo pa-race razoevel qua o condomino her-deiro interessado no totalidade dosbens do heranga de qua saire, sobescolha relative, o seu quinhao,deva aguardar uma partilha qua soeternize pare so entao ter legitimi-dade pare fazer voltar so espolious bens transmitidos irregularmente.Os interessados na convalidageo dovenda a qua devem demonstrfi-laantes do despacho de ageo anulato-ria" .

5. Adotando os fundamentos dodespacho admissivo , somos pelo pro-vimento do recurso extraordinerio,reformada a decisao a quo, a fimde qua prevalega a sentenga de fo-lha 205 declaratoria de nulidade docontrato questionado".

VOTO

O Sr. Ministro Oswald., Trigueiro(Relator): - Em sue longa funda-mentagao , a sentenga de f. 205, in-ter alia, considerou:

"10. 0 desideratum do autor,consiste em ver proclamada a ine-ficecia do compromisso de f. 56-59,atraves do qual, Elsa Grewolls deAguiar , viuva do Espolio de MarioAguiar , prometeu os direitos posses-sorios e hereditfirios sobre a Fazen-da "Rio Bonito ", pertencente soacervo do espclio "sem alvarfi ouqualquer autorizagao judicial", oca-sionando , consegilentemente , prejui-zo so manor , herdeiro neto do fi-nado Mario . Ur a vex rescindido 0contrato, pretends Milton a rein-tegragao no posse do propriedadetransacionada.

11. A materia de fato, no casovertente, nao apresente pontos con-trovertidos , a neo set na restrigao

que os demandados fazem it fires

259

do Fazenda , dizendo-a apenas de575 alqueires a 66 centesimos, soinves dos 5 . 000 (alqueires ) prome-tidos por Elza. Nao versando, en-tretanto, o litigio sobre o tams, no-do a analisar sobre ease prisms.Que a inventariante tinha cienciado ex. istencia de Milton, neo restaduvida. Assinou o documento def. 56-59, cedendo os direitos sobrea Fazenda "Rio Bonito", aos ...16.11.56, em data posterior, por-tanto, a habilitagao de Milton, noinventfirio de Mario Aguiar, quadata de 4 de abril do mesmo ano(1956 ), ciente, inclusive do protes-to contra a alienageo dos bens in-ventariados . A transageo , conformsas acionados reconhecem, prescin-diu de autorizagao judicial , violan-do, indubitavelmente, as dispositivos385 a 386 do C. Civil. Cedendotoda a propriedade , a inventariantetransacionou sua meageo e a legi-tima do herdeiro, qua a epoca ca-recia de assistencia do MinisterioP6blico. A transageo , preterindoformalidade essential , a nula depleno direito , no obrigando, pois,o postulante . A jurisprudencia, cornassiduidade tern reconhecido qua:"A promessa de venda de hem deespolio depends do anuencia de to-dos as interessados" (R.T. 414/155,Apelageo n9 181.363 , do Capital,relatada pelo enteo desembargador,hoje Ministro do Supremo Tribu-nal Federal , Rodrigues Alckmin).No mesmo sentido os acord -aos in-seridos in R.T. 391/128; 305/177.

A autorizagao judicial era indis-pensfivel a validade do contrato esua ausencia , implica em ineficficiado qua tangs a meagao do alienan-te, em obediencia so principio uti-le per inutile non vitiator . Viciadaa promessa , a transferencia de pos-se neo se consolidou. Celebrando ocontrato , amparados, tio-somente,no palavra do compromisseria ven-dedora , os demandados assumiramus riscos , a realmente adquiriramimovel, irregularmente vale doer,de quern neo era, corn exclusivida-de, titular do direito, domino eposse do propriedade . E, procla-

260 R .T.J. 72

made a invalidede de avenga, fica,por via desta , deferida a reintegra-gio no parts ideal correspondentsa Milton , devendo os suplicados res-pondorem por perdas a danos, du-rante o lapso de tempo qua reti-verem o im6vel , em quantum a serapurado em execugao de sentenga".

0 dissidio de jurisprudencia estecaracterizado , a vista das decisoes doTribunal de Justiga de Minas Gerais(R.F. 200/161) e do Tribunal deJustiga de Guanabara (R.F. ......194/189 ), transcritas pelo recorrente(f. 282).

Quanto a procedencia do recurso,parece-me irrecusavel. Nao h6 comodesconhecer o interesse do menor, quaas tornou herdeiro 6nico do do cujus,em anular ato de alienagao do im6veldo esp6lio, praticado sem o seu con-sentimento a sem a concordancia do

Minist6rio P6blico.

Isto posto , conhego do rlecurso ethe dou provimento , para qua, afas-

tada a carencia do aggo , o Tribunal deJustiga julgue a apelagao , do meritis,Como entender de direito.

EXTRATO DA ATA

RE 79. 216 - SP - Rel., Minis-tro Oswaldo Trigueiro. Recta., Mil-ton Jose de Aguiar (Advs.. Eugeniode Camargo Leite a outro ). Recdos.,Esp6lio de Lincoln Feliciano do Sil-va a outros ( Adv., Messias Junquei-ra).

Decisiio : Conhecido a provido, una-nimemente.

Presidencia do Sr . Miniatro Oswal-do Trigueiro. Presentes a sessao osSrs. Ministros Aliomar Baleeiro, Dja-ci Falciio , Bilac Pinto , Rodrigues Alck-min, e o Dr . Oscar Correa Pins, Pro-curador-Geral de Republica , substi-tute.

Brasilia, 11 do outubro do 1974.- Alberto Veronese Aguiar, Secreta-rio.

RECURSO EXTRAORDINARIO NP 79 .233 - GB

(Primeira Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Oswaldo Trigueiro.

Recorrente : ABREUTUR - Agencia Abreu de Passagens A6reas a Mari-times Ltda . Recorridos : Abreutur S.A. a Alberto Vieira de Macedode Abreu.

Titulo do estabelecimento comercial . Denominaga-o qua n5 ose distingue do outra registrada anteriormente, pare o mesmo ge-nero de neg6cio.

Recurso extraordinario nao conhecido, por nao atendidos ospressupostos constitucionais.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos estesautos , acardam os Ministros do Pri-meira Turma do Supremo TribunalFederal , no conformidade do ate dojulgamento e das notes taquigr6ficas,por unanimidade de votos , nao conhe-cer do recurso.

Brasilia, 22 de outubro do 1974.- Oawajdo Trigueiro, Presidents eRelator.

RELATOR JO

0 Sr. Ministro Oswaldo Trigueiro:- Confirmando decis-se de primeirograu, o Tribunal do Justiga de Gua-nabara , pelo ac6rdao de f. 300, deci-diu:

"Titulo de estabelecimento co-mercial. No pode ser usada deno-minacio qua nao as distinga sufi-cientemente de outra ja registradaconio marca do terceiro, pare o mea-

R.T.J. 72

mo genero de neg6cio on ativi-dade. "Abreutur" a "AgenciaAbreu" seo denominag6es capazesde criar confusao . (art. 91, 5, doD1. 1.005, de 1969)".

A parts vencida interp6s recursoextraordinario (f. 303), qua foi ad-mitido por despacho do teor seguinte(318):

"Admito o recurso extraordin4-rio, qua se me afigura suficiente-mente justificado sob o permissiveconstitucional da letra d.

0 venerando ac6rdao recorridocompeliu a recorrente a deixar deuser nome comercial regularmenteregistrado , so passo qua o ac6rdiotrazido a colagao, do Colendo 39Grupo de CamaIas Civeis do Tri-bunal de Justice de Sao Paulo, pu-blicado em R.T. 380/ 167, con.wants a transcrigao de f. 307, de-cidiu que o arquivamento do con-trato social impede so qua se jul-ga prejudicado se oponha so use donome comercial , enquanto nao foranulado o ato , positivando , dess'arte,o dissidio pretoriano".

Proceasado regularmente , o recursotern parecer contrdrio da Procurado-ria-Geral do Rep6blica ( f. 344), inverbis:

"1. 0 Tribunal a quo, f. 300,confirmando a sentence initial, de-clarou a improcedencia da agao co-minat6ria e a procedencia do re-canvengao , tendo em vista a ante-rioridade do registro do titulo doestabelecimento comercial recorri-do, e o fate de neo poder ser usa-da denominagao que nao se distin-ga suficientemente de outra, pareo mesmo genera de neg6cio ou ati-vidade, concluindo qua "Abreutur"e "Agencia Abreu" sao names capa-zes de gerar confuseo.

2. Dai o recurso extraordinario,fundado nas letras a a d do permis-sivo constitucional, alegando-se ne-gative do art . 166 do . Dl. 1.005/69.

3. Samoa pole nao conhecimen-to do recurso.

261

4. A deciseo recorrida se limi-tou ao exams da materia do fate.

5. A lei federal nao foi negadae nom o dissidio 6 precedents.

6. Se conhecido , somos polo neoprovimento do recurso extraordi-nario".

VOTO

O Sr. Ministro Oswaldo Trigueiro(Relator): - 0 recurso 6 invievelpale alinea a da norma constitucio-nal pertinente, porque o Tribunala quo neo repudiou o preceituado noart. 166 do D1. 1.005 /69, segundoo qual a protegeo so nome comercialou de empress a adquirida atravesdo arquivamento ou registro dos atosconstitutivos da firma ou sociedade,no registro do comercio , ou no regis-tro civil des pessoas juridicas, con-forme o case . Considerando, qua oregistro da recorrida havia lido efe-tuado anteriormente , dirimiu a ques-tao de acordo com o art . 91, 5, dodiploma legal acima citado.

Por igual , nao me parece caracts-rizado o dissidio do jurisprudencia.A s6 ementa do ac6rdeo trazido aconfronto nao esclarece quanto aidentidade on semelhanga dos casesconfrontados . De qualquer mode, elase refers a terceiro prejudicado emriazao do arquivamento do contratosocial , a nao a sociedade comercialqua invoca , em seu favor , a priorida-de do registro.

Isto posto , nao conhego do recurso.

EXTRATO DA ATA

RE 79 . 233 - GB - Rel., Minis-tro Osvaldo Trigueiro . Recta ., Abreu-tur - Agencia Abreu do PassagensAereas a Maritimes Ltda . (Adv.,Joao Morass a Silva ). Recdos.,Abreutur S.A. a Alberto de MacedoVieira de Abreu ( Advs ., ArnaldoWald a outro).

Decisao : Nao conhecido , unanime-mente . Falaram: polo recorrente oDr. Joao Morass e Silva , a pales re-corridos o Dr. Arnoldo Weld.

262 R.T.J. 72

Presidencia do Sr. Ministro Oswal-do Trigueiro. Presentee a sessso osSra. Ministros Aliomar Daleeiro, Dja-ci Falc io, Bilac Pinto, Rodrigues Alck-

min, e o Dr. Oscar Correa Pins, Pro-

curador-Geral da Republica , substi-tuto.

Brasilia , 22 de outubro de 1974.- Antonio Carlos de Azevedo Braga,Secretfirio.

RECURSO EXTRAORDINARIO N.° 79.258 - CE

(Primeira Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Aliomar Baleeiro.

Recorrentes : Francisco Moreira Sampaio a sua mulher . Recorrido : PompeuBarrow Sampaio.

Condominio . Alienagao de parts indivisa.

1. Em principio, o condnmino pods alienar a parts indivisa,coma tel, nao portion corn limites a confrontacoes definidas a certasqua nao constam da partilha . (C. Civ ., art. 623, III).

2. Nao pode ser acolhide em Recurso Ertraordinerio a teas dequo, nesse caso haveria venda conditional a tornar-se efetiva nocaso de a wise descrita vir a caber so quinhao do alienante, aebase ma'eria nao foi prequestionada na decisgo recorrida, nem antesdel, (SUmula 282).

AC6RDAO

Vistos, ralatados o discutidoa estesautos, arordam os M+nistros do Pri-meira Turma do Supremo TribunalFederal . no conformidede do ate dejulgnmantos a notes taquierafices. porunanimldade do votos, no conhecerdo recurso.

Brasilia. 23 de rgos`o de 1974. -Oswaldo Trigueiro . Presidente. -Aliomar Baleeiro . Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Aliomar B aleeiro:- Pala r. sentanca de f. 99-104. foiiulgada precedents acao dos recorri-dos contra os recorrentes Data anula-cao de escritura p6blica de comma avend, de pnrte do sitio " Tatobfi" feitapelo condomino Mariano Barroso Sam-paio so mesmo recorrente Francis-co Morairn Samna:o. pois o vendadortransmitiu corn limites a confrontac6esdefinidas o qua ainda permanecia in-diviso.

2. O v. ac6rd5o do 20 Camara Ci-vil do eg . Tribunal de Justica doCearfi , 6 f. 132, confirmou-a, dizendo

que se tratava exclusivamente do ques-

tao de dominio , n5o cnmoetindo aoalienante outra cousa seneo transferir

a respectiva pr,rte indiviaa , em conao-

nAncia corn o art. F23. III . do C. Civ.,

e n5o vendendo o quo the no per-

tencis integralmente nem estava di-vidido legalmente mm limites e con-

frontacoes.

3. 0 comprador . a f. 137- 144, in-terpos RE. palos incisos a e d, ale-gando denegaciio do vigencia do arti-go 623 . III, a 82 do C. Civil . Afirmaqua a pane jA estava dividida cornArea , ccnfrontac6es a rumos certissi-mos. tais coma foram descritos no es-critura de alienacao de Mariano. In-voca tambem corn as vv. at. doTribunal da Justice de MG. onR.F., 172/355. In R . F.. 411/296- Ind. Geral da R.T ., 1/614. Pre-tende qua o v . ac6rd 5o niio podiaignorer one houve divisao de into docomunh"ao a portanto Mariano thevendeu coisa corn limites certos.

Contra-razoes do recorrido a f. 157.

4. 0 recurso foi admitido pelo r.despacho do Presidente do eg. Tri-

R.T.J. 72

burial de Justiga do CE, a f. 147-148,qua diz:

"Entretanto, consoante a melhordoutrina, e a jurisprudincia dostribunais, embora nio se admita aaquisigao de uma parts ideal emcondor info, como miss certa, o ato"nio a note de plan direito por-que em this casos as considera oneg6cio conditional e a concretize-gio da parts ficara a depender dofaro material da divisao do im6velem seu todo (v. R.T., 130/217).Tem-se qua, assim ocorrendo, "aalienagio ficara dependence da con-digao suspensive de tocar so adqui-rente a parte adquirida , quando sefizer a partilha do im6vel comum"(R.T., 122/113; R.F., 81/413).

Alias, isso ocorre nio s6 no casode venda da parts indivisa do im6-vel em condominio, como no degravy-la o condomino de Gnus reel,quando valera no tocante a parteque the tocar , quando dividido 0im6vel , tornando-se inexiatente quan-to as outras".

A o relatbrio.

VOTO

O Sr. Ministro Aiiomar Baleeiro(Relator): - I. Autores afirmaramqua o adquirente agira com dolo,alem de erro essential , so descreverlimites e confrontagoes do sitio "quan-do a propriedade nunca foi objeto dedivisao, perdurando ainda o condomi-nio, entre os herdeiros de Pedro Sam-paio", do qual sio filhos o recorridoe o alienante Mariano . 0 adquirentealega "divisk de fare".

II. 0 venerando ac6rd5o, confirman-do a sentence , decidlu a f. 134:

"Preliminarmente , o agravo noauto do processo ( f. 41) nio me-race ser provido . Os encores fize-ram a indicagio do seu perito forado prazo , porquanto so ordenar nodespacho saneador o exams pericial,o Dr. Juiz fixou o prazo de 24 ho-ras pare a indicagio dos expertos(C. Pr. Civ., art. 294-v.), nioatendendo oa agravantes tempestiva-mente so chamado . Alias, na sue

263

petigao de agravo os autores, alsopr6prios reconheceram a inutilida-de da prove pericial , considerando-a"inteiramente desnecessaria a ques-tao em tela" a ser resolvida pelaseacrituras ja apresentadas.

Sobre o merecimento da cause,ressalta de logo a arbitraria descri-gio dos limites nela contidos, fi-xando fronteiras nas terras em co-mum do "Sitio Jatoba", nunca di-vidido judicialmente. Com efeito,Mariano Barroso Sampaio , herdei-ro juntamente com os enterer, ob-teve per sucessio parts ideal nomencionado sitio , equivalents aquantia partial qua the deveria ca-ber da avaliagao do todo. Per estaforme, a transcrigio do seu formalna partilha dos bens de Pedro Sam-pain, relativamente so sitio "Jato-ba", aio podia ter outras especifi-cagoes do que aquelas contidas nocertidio de registro de f. 7, atransmisaio de uma parte neo ca-recterizada, equivalents a ........Cr$ 2.692,30 da propriedade eve-liada em Cr$ 785.000 ,00. Entre-tanto , so ser lavrada a escritura mal-sinada em qua Mariano Sampaio fi-gura como vendedor, son outro ti-tulo de filiagio anterior , a neo eara certidao do Cart6rio de Im6veis,ja focalizada, foram introduzidasextremes a vontade dos contratan-tes, fixadas lindes para transformerem parts certa uma parts incertado im6vel pro indiviso, com discri-minagio do n6mero de bragas defrente, 600, por uma legua defundo.

Trata-se exclusivamente de ques-tao de domino, nio competindo soalienante outra cousa senao transfe-rir a respective parts indivisa, emconsonincia cone o art . 623, III,do C. Civ., vendendo o qua neothe pertencia integralmente on quaneo coincidia com o qua herders,alienou o agents ificito, gravando denulidade o ato juridico. que neofoi perfeito.

Nestas condig6es, acorda a Tur-me Julgadora da 2s Camera Civel,per unanimidade , negar provimento

264 R.T.J. 72

so recurso para confirmar a deci-sio apelada".

0 quinhao n-aao estava dividido e,portanto , o alienante nao podia trans-miti-lo senao como parts indivisa(C. Civ., art. 623, III).

III. Houve, pois, decisao sobre fate,negando o ac6rd5o a premissa do

"divisao de fato". Sumula 279. Nomais, Sumula 400.

IV. E relevante a tese de 'clue, en-tao, haveria venda conditional, a efe-tivar-se se a area descrita viesse acaber no quinhio do alienante Maria-no. Teria o apoio de Carvalho San-tos (C. Civ. Interp., 1I/196); Was-hington B . Monteiro (Curse, 3v/209),e outros , alem de julgados.

Mas ease matdria nao foi preques-tionada (Sumula 282 ). Nada no de-cisao recorrida . Node no contestagdode f. 25, nem mesmo no RE emf. 137-144. Foi o despacho do nobre

Presidents que levantou a lebre soedmitir o RE , para ser cassada no sus-tentagao do RE a f. 151.

V. Nan conheco do recurso.

EXTRATO DA ATA

RE 79. 258 - CE - Rel ., Minis-tro Aliomar Baleeiro . Rectes ., Fran-cisco Moreira Sampaio e sua mulher(Adv., Edvalson Florencio M. Batis-ta). Recdo ., Pompeu Barrow Sam-pain (Adv., Olavo de Sampaio).

Decisao: Nao conhecido, unanime-mente.

Presidencia do Sr . Ministro Os-waldo Trigueiro. Presences A sessacus Srs . Ministros Aliomar Baleeiro,Djaci Falcao, e o Dr. Oscar CorreaPins, Procurador-Geral do Republics,substituto . Ausente, justificadamente,o Sr. Ministro Rodrigues Alckmin.

Brasilia, 23 de agosto de 1974. -Alberto Veronese Aguiar, Secretario.

RECURSO EXTRAORDINARIO N.o 79. 259 - ES(Primeira Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Oswaldo Trigueiro.

Recorrentes : 19) Espirito Santo Controls Eletricas S.A. - Escelsa suces-sore do Cie . Central Brasileira de Fora Eletrica . 2p) Nivea das Do-res do Silva Ferreira Roche on Nivea des Dotes Ferreira on Nivea Ro-the. Recorridas : as mesmas.

Responsabilidade civil . Inadmissibilidade do aplicaceo cumu-lativa dos arts . 1.538 a 1.539 do C. Civil.

Recurso extraordindrio do autora, nao conhecido.

Recurso extraordinario de rd, conhecido e provide em parts.

AC6RDAO RELATORIO

Vistos, relatados a discutidos estesautos, acordam os Ministros do Pri-meira Turma do Supremo Tribunal Fe-deral , na conformidade do ata dojulgamento e das notes taquigraficas,por unanimidade de votos , conbecerdo primeiro recurso e der-lhe provi-mento. em parts, e nao conhecer dosegundo.

Brasilia, 12 de novembro do 1974.- Osvaldo Trigueiro, Presidents eRelator.

O Sr. Ministro Osvaldo Trigueiro:

- 0 Presidents do Tribunal de Jus-

tiga do Espirito Santo nao admitiu no

recursos extraordinarios interpostos pe-

las partes , nos autos do acao de in-

denizag5o de dano civil, proposta por

Nivea das Dores do Silva Ferreira

Roche contra Espirito Santo Centrals

Eletricas S.A., sucessora do Cie. Cen-

tral Brasileira do Forga Eldtrics.

R.T.J. 72 265

IA-se no despacho de f. 429:

"1. Inconformados core a decis"aounanime da eg. Primeira Tune,pretendem , de urn lado EspiritoSanto Centrais Eletrican S.A. a dooutro, Nivea das Dores Ferreira,recurso extraordinerio , com fulcra,todos, nas letras a e d, inc . III, doart. 119, da Constituigao Federal.

A ementa do ac6rdao, f. 383:

"A re deve pager a autos a in-denizagao correspondents a um aa-lerio minimo, a center do evento,respeitado o estabelecido are lei; asprestag6es vencidas serao pages emdinheiro , calculadas polo saldriominimo are vigor na data da liqui-dagao , as vincendas - devendoacompanhar o valor do salerio mi-nimo fixado para o future . As pres-ta0es vencidas serao pages em do-bro, comp campensagao do dote as-segurado polo § 29 do art. 1.538do C. Civ., a honorerios de advo-gado incidindo tambem sobre asprestag6es vincendas , fixados em

15%".

2. Alegou a primeira recorrente,Espirito Santo Centrais EletricasSociedade An6nima, f. 402-411, quao v. ac6rdao conflita-se , flagrante-mente , com o disposto nos artigos1.058 , 1.538, § 29 a 1 . 539, doC. Civil.

Alinhou ease recorrente, em seulongo arrazoado , uma serie de deci-s6es a tudo para fazer crer a exis-tencia de materia conflitante.

Je, por sua vez, Nivea dos San-tos Ferreira , recorrendo, vent be-ter praticamente na mesma tecla,alegando infragao dos arts . 1.544,1.536, § 29 a 1 . 538, § 29, doC. Civ., bent comp dos arts. 875,§ 19, 878 a 862 , § § 39 a 49, doC. Pr. Civil.

3. Impugnando o recurso de Es-pirito Santo Centrais Eletricas S.A.,f. 421-424, disse a recorrida qua apretensio imports em reexame deproves a isso ado a admissive) naespecie.

Chamado a impugner 0 segundorecurso, f . 426427, Espirito Santo

Centrais Eletricas S.A., inteligen-temente , manifesta a sue concorden-cia per entender a coincidencia detestes havidos como contrariados.

4. A primeira recorrente, Espi-rito Santo Centrais Eletricas S.A.quer, em ultimo anelise , o reexamede proves a isso a inadreissivelpara a sustentagao do recurso, Su-mule no 279 , do eg . Supremo Tri-bunal Federal.

Igualmente , sent cabimento o re-curso da segunda recorrente, por-quanto nada serio foi comprovadopara admissibilidade desse pedido.

0 decidido ado negou a vigen-cia de lei on julgado , mas sim exa-minou o merito da questao a combase nas proves.

Trata-se de interpretagao da lei,a men ver , no seu melhor sentido.

Nao vejo, evidentemente, compaceitar o recurso , quer pale letraa on d, do permissivo constitucio-nal.

Assim, com base nas ementas 291e 400 , do Supremo , indefiro os re-curses, negando-Ihes , consegiiente-mente, seguimento".

Subiram os recursos , todavia, Paloprovimento dodo aos Ag . 59.814 e59.897, em apenso , sendo-lhes contre-rio o parecer da Procuradoria-Geralda Republica ( f. 462 ), in verbis:

"Trata-se de agao ordineria de

indenizagao oriunda de ato ilicitoem qua a r. decisao recorrida, comlastro as prove carreada pare osautos , condenou a re a pager a an-tore as parcelas resumidas no r.ac6rdeo de f. 429.

Pretende a re, Is recorrente, are6ltima anelise , o reexame da pro-va, sustentando neo se ter configu-redo , na especie , a culpa in vigi-lando.

No pode prosperar a sua pre.renege a vista do qua prescrevem asStimulate 279 a 400.

Outro destine nao pods merecera inconformidade manifestada pelaenters, 2a recorrente, eis quo inde-

266 R.T.J. 72

monstrados a negativa de vigencia Ferreira Roche, ou Nivea das Dotes

e lei federal e o dissidio jurispru- Ferreira on Nivea Rocha (Advs., Hu-dencial invocado. go Mosca a Fernando Monteiro Lin-

denberg ) Recdas as mesmasIncensuravel, a nosso vet, o des- . ., .

pacho presidential de f. 429-430, a Decisao: Adiado o julgamento emqua nos reportamos, pare corn ele razao do pedido de vista do Sr. Mi-opinar pelo nao conhecimento do nistro Rodrigues Alckmin, epos o votoapelo major".

VOTO

O Sr. Ministro Osvaldo Trigueiro(Relator): - Nao conheco do recur-so da autora (f. 415), de acordo corno despacho de f. 429 a corn o pro-nunciamento da Procuradoria-Geral daRep6blica, porque nao configurada anegative de vigencia do direito fe-deral , nem comprovado, adequadamen-te, o alegado dissidio de jurispruden-cia.

Conhego do recurso da re (f. 402),a vista do dissidio quanto a nao cumu-latividade des indeniza £oes previstasnos arts . 1.538 a 1.539 do C. Civ.,dissidio comprovado corn a transcri-gao de uma dezena de julgados dis-crepantes do entendimento adotadopelo Tribunal a quo (f. 407).

No caso dos autos, trata-se de aci-de.nte do qual resultou incapacidade fi-sica permanente, impeditiva do exer-cicio de qualquer oficio ou profissao.For isso a indenizacao , alem das des-pews e lucros cessantes incluire o pa-gamento de penseo vitalicia, nos ter-mos do art. 1.539. Assim sendo, naose aplica a hip6tese a norms do arti-go 1.538 , pertinente a hip6tese em quedo ferimento ou da ofensa a saude naoresults inabilitacao pare qualquer ati-vidade profissional.

Conhecendo desse recurso, dou-lheparcial provimento, tao-somente parsexcluir da condena9ao o pagamento emdobro das prestag6es vencidas.

EXTRATO DA ATA

RE 79.259 - ES - Rel., Minis-tro Oswaldo Trigueiro. 19 Recte., Es-pirito Santo Centrais Eletricas S.A.- ESCELSA, sucessora da Cia. Cen-tral Brasileira de Forga Eletrica (Ad-vogado, Dirceu Alves da Motta); 29Recte., Nivea das Dotes da Silva

do relator, que conhecia do recurso deCentrais Eletricas do Espirito Santo,e the dava provimento, em parts. Fe-lou polo 29 recorrente o 29 recorrido oDr. Hugo Mosca.

Presidencia do Sr. Ministro OswaldoTrigueiro. Presentes a sesseo os Se-nhores Ministros Aliomar Baleeiro,Djaci Falceo, Bilac Pinto, RodriguesAlckmin, e o Dr. Oscar Correa Pins,Procurador-Geral da Republica, subs-tituto.

Brasilia, 29 de outubro de 1974. -Antonio Carlos do Azevedo Braga, Se-cretario.

VOTO

O Sr. Ministro Rodrigues Alckmin:

- Neeta acao de indenizacao foi o se-guinte o voto proferido pelo eminenteRelator, Ministro Oswaldo Trigueiro:(Le).

Do exams dos autos verifico tersofrido, a aurora, amputa4eo das per-ms em acidente. Como indeniza4so,incapacitada qua ficou para o traba-Iho, foi mandado que se the pagassepenseo mensal , nos termos do art. 1.539do C. Civil. Mas a esta penseo seadicionou o dobro das prestag6es ven-cidas, como dote, a vista do dispostono art . 1.538 , § 29, do mesmo Co-digo.

O eminente Relator, a vista de jul-gados que nao admitem se ecumulemas indenizag6es , conhece neste pontodo recurso da re, provendo-o nestsparts. Considers doutrina exata a daque o art. 1.538, § 29, tern em vistao caso em que nao haja indenizacsopela perda permanents da capacidadelaborativa.

E e esta , realmente, a orientagAodoutrineria e da jurisprudencia. Dadaa destinag5o do dote, seria concederduplicada indenizacao adicionar-lhe apenseo mensal vitalicia.

R.T.J. 72

Acompanho, assim, o veto do emi-nente Relator, conhecendo do recursopare prove-lo em parte.

EXTRATO DA ATA

RE 79 . 259 - ES - Rel., Minis-tro Oswaldo Trigueiro . 19 Recte., Es-pirito Santo Centrals Eletricas S.A. -ESCELSA, sucessora de Cie . CentralBrasileira de Forge Eletrica (Adv.,Dirceu Alves da Motta ); 20 Recte.,Nivea das Dotes da Silva FerreiraRoche , on Nivea das Dotes Ferreiraon Nivea Roche (Advs., Hugo Mdeca

267

e Fernando Montalto Lindenberg).Recdas., as mesmas.

Deciseo: Conhecido a provido, emparts.

Presidencia do Sr. Ministro Os-waldo Trigueiro. Presentee a Sessaoos Srs. Ministros Aliomar Baleeiro,Djaci Falcao, Bilac Pinto. RodriguesAlckmin, e o Dr. Oscar Correa Pins,Procurador-Geral da Rep6blica, subs-tituto.

Brasilia , 12 de novembro de 1974.- Antonio Carlos de Azevedo Braga,

Secretdrio.

RECIIRSO EXTRAORDINARIO NP 79. 316 - MG

(Segunda Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Xavier de Albuquerque.

Recorrentes : Amato Late , sua mulher a outros a Alvaro Moreno Diniz Fi-lho, sua mulher a outros . Recorrido : Aguinaldo Calixto da Roche.

Nulidade do processo por talta de intervengao do MinisterioPdblico, a despeito de estarem em jogo internees de menores. Ine-fic6cia, no caso, do suprimento posterior.

Recurso conhecido a provido.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos eatenautos , acordam os Ministros da Se-gunda Turma do Supremo TribunalFederal, em conformidade com a etade julgamentos a notes taquigreficas,it unanimidade de votos, conhecer edar provimento so Segundo recurso ejulgar prejudicado o primeiro.

Brasilia, 25 de outubro de 1974. -Thompson Flores, Presidents. - Xa-vier do Albuquerque , Relator.

RELATORIO

0 St. Ministro Xavier do Albuquer-que: - No despacho coca qua admitiuos recursos , o ilustre Presidents MelloJunior assim resumiu a materia sobrequa versam (f. 154-55):

"Esteado no art. 298, incl. Ve XII, do C. Pr, Civ. enteo emvigor, ajuizou o recorrido acao exe-cutiva pare cobranga de sews hono-

ritrios por servigos prestados de en-genharia a advocacia , a final julga-da procedente nas instencias locals.

0 ac6rd5o, preliminarmente, re-jeitou a arguida nulidade de faltade intervengao do R. do Ministe-rio Publico no processo , porque ha-via menores interessados , de vez quafoi ela suprida coca a ratificagaodo processado , feita polo Promotor,apos a sentenga, a corn o pronun-ciamento da Procuradoria do Eeta-do, nesta instancia (art. 274 doC. Pr. Civ. ), e, no merito, houvea confissao ficta dos fatos alegadosinicialmente , dada a ausencia docontestagao , a mais , com o pagamen-to parcial feito, "reconheceram, emum dado momento , a obrigagao dopager."

Doffs os recursos eztraordinerios,ambos com fulcro nee Tetras a e ddo p.c ., por ter essa decisao nega-do vigencia so art . 1.092 do C.

268 R .T.J. 72

Civ., e 80, § 29, do C. Pr. Civ.de 1939, e contrariado as do Tri-bunal de Algeria de Sao Paulo(R.T., 310/440; 377/315) qua en-tenderam nao poder a parte inadim-plente cobrar o restante do pre5o, eas dos T. J. de Sao Paulo a Su-premo Tribunal Federal (R. F.,180/204 a R.T.J., 56/881), quoentenderam obrigatoria a participa-fao do M. P. nos causes de inca-pazes , sem no entanto se referirema possibilidade de ratificafao pos-terior.

Discorre Moniz de Aragao qua'"ao tempo do Codigo de 1939 (odisciplinador deste feito) a juris-prudencia se firmou no sentido dadesnecessidade de decretar a nuli-dade do processo, quanta aos atospraticados no juizo de primeirograu , se o M .P. fore ouvido no jui-zo superior ...", ajuntando qua"essa orientacao expressa o princf-pio do ratificaSao dos atos irrele-vantes para a fiscalizaggo do lei,qua pode ocorrer em qualquer grau,desde qua, porem, a opiniao exaradapolo M. P. seja nesse sentido" (Co-mentsrios so Codigo de ProceseeCivil, ed. R.F., 1974, p. 301, eacordaao do S.T.F., D.J.U., 1.2.54,p. 323).

Neste caso, como salientou o ve-nerando acordao, ocorreu essa rati-ficacao pelo Promotor, no depois deinterposta as apelaf5es , com a pos-terior adesao do Procuradoria-Geral.Assim, somente a ausencia total des-so intervencao acarretaria a nulida-de do processo.

Tel entendimento , porem, naopode ser mantido ante on termosImperativos do vigente diploma pro-cessual civil (art. 246 a seu pard-grafo unto ), sendo inaplicevel qual-quer principio de sanagao pela fal-ta de sue audiencia , fulminada essaomissao com a nulidade absolute,"a partir do momento em qua o or-gao (M .P.) devia ter sido inti-mado."

Essa questao , portanto, merece

ser Invade a apreciagao do instancia

exceptional (tetra a), sobretudoporque a decisao foi desfavoravelaos entio menores , porque o outrofundamento do recurso se desfazante a conclusao de qua os fatosalegados inicialmente resultaramcomprovados pela ficta confessio ecomego de pagamento , fatos qua in-coincidem cam as dos v, acordaaostrazidos a confronto e, por isso, naose mostram habeis so fim preten-dido de demonstrar a divergenciajurisprudential.

Ante o exposto, admito os recur-son, int . as partes pare ofereceremas razoes , sucessivamente."

Neste instancia, a douta Procurado-ria-Geral ofereceu este parecer ( folhas174-75):

"0 Tribunal a quo, f . 124, confi-mando a sentenga initial , declarou aprocedencia do acao executive parecobranga do honorArios para pres-tacao de services do engenharia eadvocacia , em loteamento de terre-nos, tendo , preliminarmente, acorda-do em nao existir nulidade do pro-cesso, por falta de intervencao doMinlsterio P6blico ante a presencede menores, considerando qua o pro-motor pUblico interveio , emboraapes as apelag6es , suprindo a nuli-dade, portanto.

Dai on dois recursos extraordin6-rios , fundados ambos nos tetras a ed do permissivo constitutional, ale-gando-se no primeiro negative doart. 1 .092 do C. Civ. a no Segun-do negative do art. 80, § 29, doC. Pr. Civ. de 1939.

Somos pelo nao conhecimento dosrecursos.

"Os primeiros recorrentes anse-jam pelo reexame do prove a inter-preta4ao des clausulaa contratuaia.

Quanta so segundo recurso, rele-tivo a nulidade por falta de inter-vengao do Ministerio Pfiblico, am-born em tese esta Procuradoria-Geral defends a pretendida nuli-dade , conforme manifestacao , dentreoutros, no RE 67.156, Relator Mi-nistro Aliomar Baleeiro, in R.T.J.,

R.T.J. 72

67/723, tenons que no caso concretotal nulificagao nao preencheria sewsrequisites on nee seriam satisfeitosos dispositivos legais, pelo simplesfato de nao mais existirem menoreson incapazes.

Estariamos em frente a uma null-dads do processo por nao interven-gao do Ministerio Publico a quandoos atos fossem repetidos o Ministe-rio Publico nao teria intervengaoobrigat6ria , pois alem de as duesentao menores je serem maiores, ocerto, tambem, 6 que desde a ins-tancia ordineria etas je estavam ca-sadas e emancipadas, tanto qua ape.lemon da sentenga.

Se conhecidos , somos Palo nZioprovimento dos recursos extraordi-nerios.

Brasilia , 18 de setembro de 1974.

- Mauro Leite Soarer, Procuradorda Republica.

Aprovo: Oscar Correa Pine, Pro-curador-Geral da Republics , substi-tuto.

E o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Xavier de Albuquer-que (Relator): - Estou em que pro-cede a preliminar de nulidade do pro-cesso , por felts de intervengeo oportu-na do Ministerio Publico.

Para o ac6rdao recorrido , a fala dopromotor , epos a sentenga e a apela-gao, teria suprido a nulidade, a talsuprimento estaria autorizado em jul-gado do Supremo Tribunal,

No caso , o promotor limitou-se a di-zer, em breves linhas , qua concordava"corn todo o processado , ainda maisquando se ve que as menores em todosos atos do processo foram assistidas perseu pai e per advogados constituidospor este a f. 36, e , ainda , por ja serememancipadas as mesmas polo casamen-to" (f. 110).

One, o promotor nao examinou se09 interesses des menores haviam sido

269

pontualmente resguardados. Dessa fis-calizageo, precisamente , a qua o incunt-be a lei, que nio se imports corn acircunstincia de o menor ester , on nao,assistido pelo pai a per advogado quaeste constitua. Essa 6 a primeira or-ronia em que as fundaments o pronun-ciamento do 6rgeo do Ministerio Pu-blico. A segunda, na qual tambemincidiu a douta Procuradoria-Geral, re-side na suposigao de que a supervenien-te aquisigeo , polo menor , da plena ca-pacidade , posse tornar irrelevante afelts da protegao especial que a leithe destinou enquanto o era.

Neo posse ver, pois , na referida pro-mogao do Ministerio Publico, aquelaeficacia saneadora qua a jurisprudenciaadmitia no regime do velho C6digo deProcesso Civil.

Conhego do segundo recurso a thedou provimento Para anular o processoa partir do despacho saneador , inclusi-ve, julgando prejudicado o primeirorecurso.

EXTRATO DA ATA

RE 79 . 316 - MG - Rel ., MinistroXavier de Albuquerque . Rectes., Ama-ro Lara, sua mulher e outros, e AlvaroMoreno Diniz Filho , sua mulher e ou-tros (Adv., Arist6teles Atheniense).Recdo., Aguinaldo Calixto da Roche(Advs., Ant6nio Gongalves de Oliveirae Antonio Carlos Gongalves de Oli-veira) .

Deciseo : Conhecido a provido o Se-

gundo recurso a julgado prejudicado

o primeiro . Falaram : pelos recorren-

tes, o Dr. Jose Guilherme Villela e,

polo recorrido , o Dr. Antonio Carlos

Gongalves de Oliveira.

Presidencia do Sr . Ministro Thomp-son Flores. Presentes a Ssssao os Se-nhores Ministros Antonio Neder, Xa-vier de Albuquerque, Leitao de Abreue Cordeiro Guerra . Ausente , justifica-damente, o Dr. Oscar Correa Pina, Pro-curador-Geral do Republica , substituto.

Brasilia , 25 de outubro de 1974. -Helio Francisco Marques, Secreterio.

270 R.T.J. 72

ItECURSO EXTRAORDINARIO N.° 79.345 -

(Prjmeira Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Djaci Falceo.

Recorrentes: Maria Alexandrine Marques de Castro a outros . Recorrido:Othon Monteiro do Silva.

Adjudicatcao de imdvel a herdeiro. Desde qua a avaliacao 6antiga outra deve ser efetuada, a fim de afaster prejufzo Para oe

demais herdeiros.

Recurso extraordinario provido em parte.

ACORDAO

-Vistos, relatados e discutidos estesautos, acordam os Ministros do Pri-meira Turma do Supremo TribunalFederal, no conformidade do are dejulgamentos a notes taquigr6ficas, porunanimidade de votos, conhecer e derprovimento, em parte , so recurso.

Brasilia , 29 de outubro de 1974. -Oswaldo Trigueiro, Presidents. - Dja-ci Falceo. Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Djaci Falceo: -Adoto como relat6rio o despacho quaadmitiu o recurso , nos seguintes ter-mos:

"Maria Alexandrine Marques deCastro a outros, nos autos do inven-t6rio de Crispiniano Marques deCastro a outros, inconformados como ac6rd5o da Terceira Camara Civelque, confirmando a sentenga do pri-meiro grau , adjudicou no herdeiroOthon Monteiro do Silva , um apar-tamento , interpuseram o presentsrecurso ordin§rio corn fulcro na ali-nea d do permissivo constitucional,polo que trouxeram a confronto,Para demonstrar a divergencia juris-prudencial , tres (3 ) ac6rdaos doSupremo Tribunal.

Embora os recorrentes nao te-nham indicado com a precisao dese-jade os dispositivos do Lei Federala qua o ac6rd "eo recorrido teria dodointerpretagao divergente do de ou-

tros Tribunais , percebe-se qua se-

inc. I , do C. Pr. Civ., qua cuidamdo adjudicagao de bens im6veis aum dos herdeiros.

Entendem os recorrentes, em re-

laga"o so primeiro ac6rda'o do Su-premo, qua, enquanto ease exigePara a adjudicagao o assentimentode todos os herdeiros , a deciseo im-pugnada , aceitou-a sera ease concor-dancia.

Laboram os recorrentes em equi-voco, nessa parte. Em verdade oac6rdao atacado nao dispensou aacordo dos demais herdeiros Para aadjudicagao. Proclamou, apenas,qua ease assentimento estava impli-cito no silencio dos recorrentes qua,quando intimados pare se pronun-ciarem sobre o pedido do recorrido,deixaram decorrer doze ( 12) diessera nenhuma manifestagao.

Acrescente-se qua o ac6rdao tra-zido a conferencia no fez menceoa consentimento expresso.

Todavia tem razao quando apon-tam divergencia no tocante a ne-cessidade de nova avaliw;go Parareajustamento do valor encontradoern avaliagao remote.

Nao a admitiu a deciseo impug-nada, no que divergiu dos dois ac6r-daos do Supremo trazidos a colagao.

Assim , por essa razao , acolho 0recurso , ensejando pronunciamento

do eg . Supremo Tribunal que, nosue alts sabedoria , decidir6 como

de direito.

D6-se vista sucessivarnente aosria so art . 1.777 do C. Civ., con- recorrentes a no recorrido Palo pra-

jugado com os de ns. 503 a 706, zo do 10 dies,

R.T.J. 72

Salvador , 1.6.73 . - FranciscoPonds Sobrinho , Presidente".

Acrescento qua ap6s as raziies def. 241 a contra-razoes de f. 244-45,subiu o recurso a esta Corte, Parente aqual a Procuradoria-Geral do Rep6-blica manifestou -se polo provimento dorecurso ( f. 251-53).

VOTO

O Sr. Ministro Djaci Falco (Re-lator): - Palo leitura do ac6rdao def. 228-30 a da petigao do recurso ex-traordinerio , cheguei a conclusao doqua o recurso merece provimento emparts , nos precisos termos do parecerdo Dr. Walter Josh de Medeiros, quadiz:

"Intimados a se pronunciaremsobre a adjudicagao de im6vel re-querida polo recorrido , as recorren-

tes deixaram fluir in albis o prazo

legal em qua ]has seria licita a opo-sigao so pedido , fato qua ensejou

so MM . Juiz a prolagao do sen-tenga adjudicat6ria (f. 211), con-firmada, em sua integralidade, polov. ac6rdao de f. 228-30.

Recorrem, extraordinariamente, novencidos , calcados na alinea d doautorizativo constitutional , ofereeen-do, Para armor a divergencia, ac6r-d-aos oriundos deste Suprema Corte.

Bem se ve , dos arestos transcritosapenas pelas respectivas ementas,qua os recorrentes nao primarampolo rigor tecnico a qua os sujeitao art. 305 do Regimento Interim.Isto , contudo , n"ao conduz A impres-tabilidade do petigao recursal, qua,embora singela , deixa entrever a efa-tive configuragao do dissidio, polomenos quanto aos dois 6ltimos jul-gados trazidos a conferencia.

0 primeiro, porem, nao as prestoan cotejo , porque nele Be afirma aindispensabilidade do acordo Paraproceder-se a adjudicagao , tese quanao foi contrariada pale r , decisaorecorrida . Este, em realidade, fa-cultou aos recorrentes manifestarem-ae sobre o pedido de adjudicagao,

271

ocasiao em qua tanto poderiam ternele acordado como dale divergido.Na primeira hip6tese , estaria satis-feita a exigencia legal . Ocorre quaos recorrentes as omitiram em aten-der a convocagao judicial , oferecen-do ensanchas a qua o eg . Tribunala quo vislumbrasse , no silencio dosinteressados , a sua t4cita concorden-cia. Por conseguinte , inexiste aperseguida dissidencia.

Quanto aos dois 6ltimos ac6rdaos,buscamos conferi -los em sues fortesoriginsrias a constatamos a orienta-geo prevalente nests Excelsa Corte,no sentido de qua , as a avaliacao 6antiga, recomendevel Be torna a fei-turs de outra , Para , como medidade precaugao, prevenirem-se even-tuais prejuizos Para as demais her-deiros. Assim se decidiu no RE11.952, de Mato Grosso (in R.T.,285/861 ), a no RE 13 . 831, de, SaoPaulo , ambos relatados polo SenhorMinistro Afrenio do Costa (in R.J.,41/81).

No caso dos autos , diverse naohaveria de ser a solugao , porquantose procedeu a adjudicagao, em 1972,de im6vel cuja avaliacao fora efe-tuada em 1968 , a prego presumivel-mente inferior ao real , com prejui-zos s6rios Para os demais interessa-dos. A duvida a tal respeito esteem parts dissipada com o cotejo doavaliacao de f. 62 -v., qua orcou oapartamento objeto da querela emvinte a dois mil cruzeiros, com aoferta feita As f. 233-34, por ondeas ve qua so mesmo im6vel se deuprego superior ao dobro daquele.Hoje, decorridos mais dois ands des-to 6ltima proposta , a provavel quaa valorizagao Baja ainda rustier.

Nestas condig6es , patenteada a di-vergencia interpretative , impoe-se,a nosso ver, o conhecimento e pro-vimento do apelo exceptional, a fimde qua, acolhida a tese esposada nosjulgados desta Supreme Corte, aejaordenada nova avaliacao dos bensadjudicados , repondo o recorrideaos recorrentes a diferenca corres-pondents , no proporgao de sews res-pectivos quinhbes".

272 R .T.J. 72

Adotando essa motiva9ao conheco do

recurso a dou-lhe provimento em parte,

a fim de qua seja realizada nova ava-lia9ao dos bens adjudicados , repondoas recorridos aos recorrentes a dife-ren9a correspondents , na propor9sodos seus quinhoes.

EXTRATO DA ATA

RE 79.345 - BA - Rel., MinistroDjaci Falcao. Rectes., Maria Alexan-drine Marques de Castro e outros(Adv., Claudiomar dos Santos Paixao).Recdo., Othon Monteiro da Silva (Adv.,Amadiz Barreto).

Decisao : Conhecido a provido, em

parts, unanimemente.

Presidencia do Sr . Ministro Oswaldo

Trigueiro . Presentes a sessio os Se-

nhores Ministros Aliomar Baleeiro,

Djaci Falcao , Bilac Pinto , Rodrigues

Alckmin, e o Dr. Oscar Correa Pins,

Procurador-Geral da Republica , substi-

tuto.

Brasilia , 29 de outubro de 1974. -

Antdnio Carlos de Azevedo Braga, Se-

cretario.

RECURSO EXTRAORDINARIO N" 79.380 - SP

(Prinfeira Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Rodrigues Alckmin.

Recorrente : Antonio Dell 'Agnezze . Recorrido : Nicolas Nicolas Kilaris.

Coisa julgada . Acdrdao qua considerou configurar coisa julga-da argumento de ordem juridica afirmado para decidir outra ques-tao entre os demandantes . Inadmissibilidade . Negativa de vigen-cia do art . 287 do Cr . Pr. Civ ., de 1939.

Recurso ertraordinario conhecido a provido.

AC6RDAO

Vistas, relatados e discutidos estesautos, acordam os Ministros da Pri-meira Turma do Supremo TribunalFederal , na conformidade da ata dejulgamentos a notes taquigrificas, atmanimidade , conhecer do recurso edar-lhe provimento.

Brasilia , 20 de setembro de 1974. -Aliomar Baleeiro , Presidents. - Ro-drigues Alckmin , Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Rodrigues Alckmin:- Leio o preciso despacho que admitiuo recurso , da lavra do Presidents Sylviodo Amaral:

"Em a9"ao executiva ajuizada porcredor quirografario , foi realizada apraca do imovel penhorado, sendopreviamente notificada a credora hi-poteceria Isofil S.A. Realizadaa praca com o lan9o de .........Cr$ 21.100,00 feito pain exeqiiente

Kilaris (f. 11), a credora hipotece-ria Isofil S.A. pediu a adjudica9aopolo valor da hipoteca, de .......Cr$ 24.000,00 (f. 13) - enquan-to Antonio Dell'Agnezze, sogro doexecutado, requereu a remissao pelovalor do lango vencedor (f. 14).

0 juiz deferiu a remissao (f. 17)e, feito o deposito respectivo, sur-giu o pedido de levantamento for-mulado pelo exequente a deferidopolo despacho de f. 20. Deixou omagistrado ai assentado que "a re-missao nao esta incluida entre ascausas de extincao da hipoteca";"logo, o been remido continua gra-vado, com equals onus, nao havendoimpedimento Para o levantamentodo preco polo exegiiente".

Com isso no se conformou o so-gro do executado, que obtivera aremissao . Op6s contra o levanta-mento o presente agravo de instru-mento em que sustenta o efeito li-beratdrio da remissao a pede a re-

R.T.J. 72

forma do despacho "com a liberagaodo Enna hipotecerio que gravava oimovel , a fim de que o direito docredor hipotecerio as exerga sobre odeposito feito."

0 acordao de f. 39 negou provi-mento an agravo , "a vista do quaja foi decidido nesse caso anterior,em decisao valida contra o agravan-te", no sentido de qua "a remissaonao extingue a garantia hipotecaria".O caso anterior , a qua alude o acor-dao ore recorrido , e o do aresto def. 26, relativo a agravo interpostopela Isofil S .A. contra a decisaoqua the negara a adjudicagao doimovel a concedera a remigao aDell'Agnezze . Nesse julgamentoanterior , a Camera confirmou a de-cisao do juiz , deixando decidido qua"o pedido de adjudicagao .. . naopoderia obstar no de remissao for-mulado pelo sogro do devedor"; edeclarando , maia a frente qua "e dese ponderer por derradeiro, que,como reconhece a pr6pria agravante,a remissao nao extingue a garantiahipotecaria".

Foi em face dessa ponderagao fi-nal do julgado de f. 26 , qua o acor-dao recorrido asse ntou qua "se nes-se recurso em qua o ora agravanteera parts , pois figurava como agra-vante ( agravado, e o certo ), a ques-tao foi decidida pela forma acimareproduzida , neste caso , qua a sub-segiiente , nao as pode dar an recur-so solugeo qua confute corn a quaele obteve no recurso anterior".

Ante tais termos, Antonio Dell'Agnezze interpoe agora recurso ex-traordinerio sustentando , inicialmen-te, qua o acordao violou o art. 287do Codigo do Processo porque"transformou em decisum , elevandoA condigao de "coisa julgada" notmero argumento aduzido pelo nobrejuiz relator". A que, como je foradeclarado no deapacho qua naquelecaso indeferiu o recurso extraordine-rio (f . 51), o julgamento enteo pro-ferido nao decidiu o tame da extin-geo da hipoteca pela remissao, "masapenas aduziu o entendimento, atitulo de ponderagao, an julgar aqui-

273

In que efetivamente era objeto doagravo".

Corn ease fundamento , o recorren-te pleiteia a anulagao do acordao"a fim de que outro se profits comexame do merito do agravo" (fo-lha 47); admitindo , entretanto, qua"com o julgamento proferido, a dou-ta Camara acolheu o entendimentoesposado nos considerandos", sus-tenta em seguida que, assim deci-dindo, o acordao "contraria decisoesde outros Tribunais a o proprio ar-tigo 986 do C. Pr. Civ., je qua aremissao, concedida com aqueles en-cargos ou restrigbes , a como se fossenegada".

0 recurso foi admitido a se processouregularmente.

A o relatorio.

VOTO

O Sr. Ministro Rodrigues Alckmin(Relator): - A questep a sor exami-noda e a relative a coisa julgada, poisa referente a permanencia do garantiadecorreu do reconhecimento de que as-sim ficara decidido em recurso ante-rior.

A fundamentagio do acordao recor-rido, portanto, as restringe a considera-gio de que, num recurso anterior, seteria afirmado que a remissao nao ex-tingue a garantia hipotecaria. Impu-nha-so, pois, obediencia a esse decisao,qua se entendeu constituir tea judicator.

O entendimento desatende no artigo287 do C. Pr. Civ. de 1939 a confli-ta corn julgado trazido a colagao (R.T.,338/134).

No anterior Ag 103.307, decidiu oTribunal local quo a remissao pleiteadae impugnada pale credora hipotecariaera legitima. Nao tinha, a credora,como afastar remissao pelo pedido deadjudicagao. E fazendo consideragaode ordem juridica, em acrescimo, disseo aresto que a remissao nao extingue agarantia hipotecaria.

Nao havia, porem, qualquer preten-sao a set apreciada a julgada, entrelegitimos contraditorea, aobre tal per-sistencia da garantia . Evidente, pois,

274 R.T.J. 72

qua um argumento de ordern jurfdicautilizado pare decidir outra questao, notransita em julgado.

E o outro acbrdao em agravo na ins-tancia local (Ag 192 . 711) se limitoua afinnativa de qua so credor quiro-graferio no cabia defender pretendidodireito do credor hipotecfirio.

Considerando existents coisa julga-

da no caso , o acbrdao recorrido ofen-

deu no art . 287 do C . Pr. Civ. de

1939 , atribuindo a natureza de res ju-dicata a questao nao decidida.

Conheco do recurso a the dou pro-vimento pars o firn de , afastado o re-conhecimento de coisa julgada , prossi-ga o douto Tribunal a quo no aprecia-cao do cause.

EXTRATO DA ATA

RE 79 . 380 - SP - Rel ., MinistroRodrigues Alckmin . Recte., AntonioDell'Agnezze ( Adv., Jessyr Bianco).Recdo ., Nicolas Nicolas Kilaris (Adv.,Miguel Alfredo Malufe Neto).

Decisao: Conhecido a provido , unani-memento.

Prosidencia do Sr . Ministro AliornarBaleeiro , no impedimenta do Sr. Mi-nistro Oswaldo Trigueiro , Presidente.Presentes a sessao os Srs. MinistrosDjaci Falcao , Rodrigues Alckmin, a oDr. Oscar CorrOa Pine , Procurador-Geral do Republica , substituto.

Brasilia , 20 de setembro de 1974.- Alberto Veronese Aguiar, Secre-tario.

RECURSO EXTRAORDINARIO N.o 79 . 384 - SP

(Segunda Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Leitao de Abreu.

Recorrente : Merincred S.A. - Credito , Financiamento e Investimentos.

Recorrida : Cibeal - Com . a Ind . do Brasil de Eletricidade e AcessoriosLimitada.

Faldncia . 0 D1. 911 , art. 79, a aplicavel no caso de faldnciado devedor alienante, ainda qua, antes do fale"ncia, tenha havidoaceo de depdsito . Nao incide"ncia, no caso , do Lei de Fale"ncias, or_tigo 24, ¢ 2°, 1.

Recurao extraordinario nao conhecido.

AC6RDAO

Vistas , relatados e discutidos estesautos , acordam as Ministros do Se-goods, Turma do Supremo TribunalFederal, em conformidade corn a atede julgamentos a notes taquigr(tficas,nao conhecer do recurso , unanime-mente.

Brasilia, 12 de novembro de 1974.- Thompson Flores, Presidente. -Leitao de Abreu, Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Leitao de Abreu: -A recorrente interp6e recurso extraor-dinfirio contra acordao unanime do Ter-ceira Camera Civel do eg. Tribunal

de JustiFa do Estado de Sao Paulo,cuja ementa 6 a seguinte:

"Falencia . Proferida a sentengadeclaratoria , suspende-se aSao dedepdsito movida contra sbcios do fa-lida, revogando-se a prisao decreta-da nos autos do execucao individual.0 credor interessado devere pedir arestituicao dos bens on de sea equi-valente em dinheiro , no processo dofalencia . Agravo do instrumento a

qua se d4 provimenta" (f. 74).

Desse julgado destaco as seguintes

topicos:

"Trata-se de recurso interposto

contra a decisao qua, numa acao dedeposito, ordenou a prisao dos re-presentantes legais do sociedade fa-

R.T.J. 72

lido. Alega a agravante , com easeobjetivo, que as bens estao sob atutela a administragao do sindico,nao podendo exigir-se quo a falida,Palos seas antigoa gerentes, entreguea wise depositada , sob pens deprisao.

Os bens , doutro ]ado , estavam sobgarantia fiduci6ria , cabendo, pois,simplesmente , o pedido de sua res-tituigao, no falencia , conforme o dis-posto no art . 79, do Dl . 911, de1.10.69" (f. 74).

"A falida".

- acentua a parts decis6ria do acbr-dio -

"tem interesse em que so declaresuspensa a agio de deposito , em vir-tude do falencia , cassando-se, porvia de consequencia , o mandado deprisao dos socios , lidos como depo-siterios infieis.

E, realmente , decretada a falen-cia, no curso do ageo de deposito,esta neo deveria prosseguir.

Caberia a agravada pedir, na fa-lencia , a restituigeo dos bens ou doseu equivalents em dinbeiro.

0 qua neo as concebe a que, aber-ta a falencia , ainda se prossiga numaexecugeo individual coercitiva, diri-gida contra as s6cios do falida.

Palo exposto , sem divergencia, oTribunal de Justiga , em TerceiraCamera Civil , prove an agravo, paraordenar a suspenseo do processo dodep6sito, revogando-se a prisao dossocios de falida" (f. 75).

A recorrente, fundendo a sue incon-formidade no art . 119, III , a, do Cons-tituigao , alega negative do vigancia aodisposto no art. 24 , § 29, do Lei deFalencias , no qual se estatui qua:

"terio prosseguimento com o sin-dico as agbes iniciadas , antes de fa-lencia, pelos credores por titulos naosujeitos a rateio a por squales quodemandarem quantia iliquida, wisecerta, prestageo on abstengeo defato" ( f. 78).

No caso - arguments - a agio dedeposito foi ajuizada em 1. 12.69, an

275

passo qua a falencia do devedora foidecretada somente em 23 . 4.70, qua-tro meses , assim, depois de propostaaquela agio . Sustenta qua a nomtalegal invocada no acordio recorrido, or-tigo 79 , do DI . 911, somente 6 apli-cavel quando je decretada a falenciado devedor alienante, hipotese em quofica assegurado so credor on propriete-rio fiducierio o direito de pedir, naforme prevista na lei falencia], a ree-tituigao do been alienado fiduciariamen-te. Mas , quando o credor fiduciarioja intentou a agao de dep6sito parsassegurar seus direitos , sobrevindo, nocurso de referida agio , a quebra do de-vedor, neo pode ela ser obstada por essefato, forgando equals a ingressar compedido de restituigio contra a massefalida.

A vingar o entendimento do decisaorecorrida - argui a seguir - nao sohaveria negagio de vigencia do dis-posto no § 29 do art . 24 do Lei do Fa-lencias, como tamb6m as impediria socredor fiduciirio de exercer o seu di-reito, favorecendo-se o devedor inadim-plente qua saris beneficiado pals sunpr6pria quebra (f. 78-79).

No despacho polo qual o ilustre De-sembargador Gentil do Carmo Pinto,Vice-Presidente do Colendo Tribunal aquo, admitiu o recurso , diz o nobre ma-gistrado:

"A Procuradoria -Gera) do Justigaopinou pelo indeferimento do re-curso:

"An contrOrio do qua alega a re-corrente , o acordio recorrido neonegou vigencia so apontado dispo-sitivo de lei falimentar. E qua apropria lei que regula a alienageofiducieria estabelece , expreasamen.to, qua o caso min 6 do execugeo esim de restituigao" ( cf. art. 79, doDl. 911, de 1969 ) (f. 89).

"Em face de garantia fiducieria,iniciada a busca a apreensao de coi,us em porter de sociedade , foi or-denada a prisao dos socios . Sobre.vindo a falencia daquela , entendeuo acordio recorrido qua a agio dedeposito devia ficar suspense, ca-bendo a credora pedir , no processo

276 R.T.J. 72

falimentar , a restitui9ao dos bens onde seu equivalente em dinheiro".

Dispoe o art . 74 do Dl . 911/69:

"Na falencia do devedor alienan-ta, fire assegurado so credor on pro-prietario fiduciario o direito de pe-dir, na forma prevista na lei, a res-titui£eo do been alienado fiducia-riamente."

"Em se tratando de contratos emcurse , produzindo a falencia o ven-cimento antecipado do contrato definanciamento , cumpre a financeirapedir a restituicao do been em cujaposse se achava o falido" (OrlandoGames, Alienapio Fdducieria emGarantia , p. 133).

"Se ocorrer, porem, desvio dobeen, a a5ao de dep6sito mormentequando exercida antes da quebratern condig6es de prosseguir com osindico nos termos do art . 24, § 29,da Lei Falimentar.

Do contrario , aquele qua dilapidabens seas e os de terceiros na susposse, provocando a falencia , encon-trare nests uma forma de fugir asan$ao legal imposts so depositerioinfiel , frustrando a sua acao coer-citiva.

Embora razoavel a interpretagioconferida pelo julgado so texto emcause, o qua afastaria o recurso ex-traordinario ( Sumufa 400 ), a rele-vancia do terra justifies a sue ad-missao" ( f. 91-93).

Neste instancia , a dents Procurado-ria-Geral da Republica opinou pelonao conhecimento do recurso ou, se co-nhecido, pelo seu improvimento.

E n relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Leitio de Abreu(Relator): - 0 parecer da Procure-doria-Geral da Republica , da autoriado Procurador Walter Jos6 de Medei-ros, com aprovaF5o do Procurador-Geral , substitute , Oscar Correa Pins,esta assim concebido:

"Cuida-se de saber se, sobrevindoa declaraggo de falencia quando em

curso agao de dep6sito contra o de-vedor de hem alienado fiduciaria-mente, deve esta ultima dernandaser sustada , on nao , assegurado socredor fiduciario o direito de pedira restituisao do been em cuja posseas achava o falido.

Sustenta a recorrente , contraria-mente so entendimento esposadopela r. decisao recorrida, qua a agaode dep6sito deve prosseguir com o

sindico, pois, como credor de titulonao sujeito a rateio , a demanda deuinicio antes do decreto de quebra dodevedor.

Com arrimo na letra a da normsconstitutional permissiva, acoima devulnerado o art . 24, § 2°, da LeiFalimentar.

Nao the socorre , porem , razeo.

Sobre razoavel , a interpretagao

dada pals decisao atacada so arti-go 7° do Dl. 911/69 parece a maisacertada, tendo em vista a nova re-gulamentagao legal sobre a alienapaofiduciaria , qua, no particular, softenflagrante modificacao em face davetusta Lei Falimentar.

Com efeito, dispoe o Dl. 911/69em seu art. 7°:

"Na falencia do devedor alienan-te, fica assegurado so credor on pro-prietario fiduciario o direito de pe-dir, na forma prevista na lei, a res-tituicao do bem alienado fiduciaria-mente. "

Ora, tudo quanto se assegura socredor fiduciario e o direito de pe-dir a restituicao do hem alienado.E isto foi a que decidiu o v. ac6r-d6o combatido.

Nao he , assim , lugar pare a in-vocaSao so art. 24, § 29, do Decre-to-Lei 7.661, de 1945, genericamen-te citado pals recorrente , que naoespecifica sequer a natureza de seucredito pare enquadre-lo em qual-quer des varies hip6teses ali pre-vistas.

Adernais, a orientacao embaladapals decisao recorrida tern a res-palda-la o magisterio de Orlando

R.T.J. 72 277

Gomes , quando sobre a mat6ria as-sim preleciona:

"Produzindo a falencia o venci-mento antecipado do contrato de fi-nanciamento , cumpre a financeirapedir a restituiSeo do been em cujaposse se achava o falido" (Aliens-qao Fiducisria em Garantia, psgi-na 133).

Trata-se, como se ve , de interpre-taSao razosvel qua tem. a conforta-Ia a opiniao da doutrina , nao mere-condo por into , o v. ac6rdao recor-rido, a censura qua se the querimpor.

Corn apoio no Sdmula 400, opin-se pelo nao conhecimento do apeloultimo on , eventualmente , pelo seuimprovimento" ( f. 115-17).

Razoevel tambem as me afigura aexegese emprestada pela decisao recor-rida so art . 79 do DI. 911 , de 1.10.69.Na Lei de Falencias , art. 24, § 29, seprescreve , por certo , nao ficarern sus.pansies , prosseguindo com o sindico, asaches a execug6es qua , antes do falen-cia, hajam iniciado os credores per titu-los no sujeitos a retain.

O DI. 911 , qua alterou a redagaodo art . 66, do L . 4.728 , de 14.7.65,dispositivo no qual se disciplinou aalienagio fiducisria em garantia, esta-beleceu , no art . 79, em caso de falen-cia do devedor alienante , regra no qualnao se fez a distin£ao estabelecida pela

maneira , assegurou , entretanto , plena-mente, o direito do credor fiducierio,qua e o de pedir a restituicao do hemalienado fiduciariamente. Ease regrase aplica ainda qua tenha sido movidacontra o devedor , antes da falencia,agao de dep6sito . Responde o alie-nante, por6m , no juizo criminal, coma,e evidente , pelos ilicitos penis decarster falimentar , em qua hoover in-corrido, nao havendo falar-se, per con-seguinte , em vantagem qua posse aletiter do pr6pria quebra.

Por estes fundamentos , nao conhego.do recurso.

EXTRATO DA ATA

RE 79. 384 - SP - Rel ., MinistroLeitao de Abreu. Recta ., MerincredS.A. - Credito, Financiamento a In-vestimentos (Adv., Raulino MeirellesFranca Silveira ). Recda., CIBEAL -Comercio a Industria do Brasil de Ele-tricidade e Acess6rios Ltda . (Advs.,Flavio de Sampaio Escobar a outros).

Decisao: Nao conhecido , unanime.Prasidencia do Sr . Ministro Thomp-

son Flores . Presentes a Sessao as So-nhores Ministros Antonio Neder e Lei-tao de Abreu. Ausentes , justificada-mente, os Sm. Ministros Xavier deAlbuquerque a Cordeiro Guerra. Pro-curador-Gera ) do Republica , substituto,Dr. Oscar Correa Pin.

Brasilia , 12 de novembro de 1974.- Helio Francisco Marques, Secreta-

Lei de Falencias . An proceder dessa rio.

RECURSO EXTRAORDINARIO N.a 79 . 394 - PR .,._. -(Prlmelra Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Bilac Pinto.Recorrente : Banco Brasileiro de Descontos S.A. Recorrida : Prefeitura Mu-

nicipal de Rolandia.

Jornada de trabalho. Hor6rio de estabelecimento bancsrio.Lei local.

Duragio normal do trabalho em estabelecimento bancsrio fi-xado em lei municipal . Afronta an disposto nos arts. 224 a 225

do C. L. T. Competdncia da Uniao.Recurso provido.

AC6RDAO meira Turma do Supremo Tribunal

Vistos , relatados a discutidos estes Federal , no conformidade do ata de jul-

autos, acordam os Ministros do Pri- gamento a das notes taquigraficas, por

278 R .T.J. 72

unanimidade de votos, conhecer do re-

curso a dar-lhe provimento.

Brasilia, 29 de outubro de 1974. -Oswaldo Trigueiro, Presidente. - Bi-lac Pinto, Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Bilac Pinto: -Dispondo sabre o horerio dos Bancos,a L. 642, de 14 .3.72, do Municipiode Rolindia , Estado do Parani, ests-beleceu, em seu art . 19, que estes:

.. , no atendimento no publico, ds-vem respeitar o horerio entre 9,00 bo-res e 16,00 horns , de segunda a sexta-feira" (f. 14).

Autuado , foi o are recorrente mul-tado , o qua motivou o pedido de segu-ranca , denegade nas instincias ordinfi-ries (f. 32-33 a 73-75).

Dal o recurso extraordinerio , funds-mentado nas letras a, c e d do permis-sive. Quanto a primeira , alega-se con-trariedade so art . 89, XVII , letra 1, itsConstituicio, a negative de vigencia daL. 4. 178, de 1962 , dos arts. 224, $ 29,225 a 59 da Consolidag5o des Leis doTrabalho . No tocante a segunda, parter sido velida a lei municipal. Quan-to a terceira , aponta-se dissidio juris-prudencial.

A Procuradoria-Geml da Republicae contrfiria so conhecimento on provi-mento do recurso.

1l'; o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Bilac Pinto (Re-lator): - A questio jfi vein an conhe-cimento de ambas as Turmas a do Ple-no dente Tribunal , qua as orientou nosentido de dar razio ao estabelecimen-to bancfirio, pois o horfirio tal comadeterminado constimfa afronta acs ar-tigos 224 a 225 da Consolidagio dasLeis do Trabalho (RE 77 . 254, julgadoem aessio plenfiria de 20 . 2.74; RE76.994 , julgado an Primeim Torras;RE 77 . 006, RE 77 . 119, RE 76.939,dos quais fui relator).

Conheco do recurso a the dou provi-mento , concedendo a seguranca.

EXTRATO DA ATA

RE 79 . 394 - PR - Rel., MinistroBilac Pinto . Recta., Banco Brasileirode Descontos S.A. (Adv ., FranciscoBleggi junior). Recda ., PrefeituraMunicipal de Rolandia ( Adv., RubensVieira Neves).

Decisio : Conhecido a provido, una-nimemente.

Prosidencia do Sr . Ministro OswaldoTrigueiro . Presentes a sessio as Se-nhores Ministros Aliomar Baleeiro,Djaci Falcio , Bilac Pinto , RodriguesAlckmin , e a Dr . Oscar Correa Pins,Procurador-Geral da Republica , substi-tuto.

Brasilia , 29 de outubro de 1974. -Antdnio Carlos de Azevedo Braga, Se-creterio.

^%'-^ V

RECURSO EXTRAORDINARIO N.9 79 . 413 - MG(Primeira Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Oswaldo Trigueiro.

Recorronte : Rede Ferrovifiria Federal S . A. Recorrido : Estado de Minas

Gerais.

Imposto sabre circulagio de mercadorias. E devido pains so-

ciedades de economia mists, tanto quarto pelas autarquias a

empresas peblicas federais, estaduais a municipais.

Recur so extraordinario nio conhecido.

ACORDAO meira Turma do Supremo Tribunal

Vistos , relatados a discutidos antes Federal , na conformidade da ate do

autos , acordam as Ministros da Pri- julgamento a des notes taquigreficas,

R.T.J. 72

por unanimidade de votos, neo conhe-car do recurso.

Brasilia, 12 do novembro do 1974.- Osvaldo Triguciro, Presidente eRelator.

RELATORIO

O Sr. Ministro Oswaldo Trigueiro:- Recurso extraordinerio, interpostopela Redo Ferrovieria Federal, no agioem qua contends coin o Estedo de Mi-nas Gerais, foi admitido por despachodo Presidents do Tribunal de Algada(f. 118), assim fundamentado:

"A Rede Ferrovieria S.A., van-cida em executivo fiscal que themoveu a Fazenda Peblica Estadual,recorrs extraordinariamente do v.deciaao do eg . Primeira CimaraCivil, invocando o permissivo cons-titucional do art . 119, III, a, doEmenda Constitucional n.0 1, do1969.

De como violados pela v. de-cisio recorrida o art. 119, III, letraa, de Constituigao Federal, a AtoComplementar n.o 63, de 4.9.69.

Em que peso so valor do cause,inferior a 60 salirios minimos vi-gentes so tempo do ajuizamento doagio , tenho que, no caso , nio seriade se splicer a limitagao impostsso recurso pelo inc . IV, do art. 308,do Regimento Interco do colendoSupremo Tribunal Federal, comopretendido pela recorrida, do vexquo o fundamento do recurso a denatureza constitutional , circunatin-cia qua o p6e a cavaleiro de qual-quer limitagio recursal.

E, dentin do materia debatida em1.0 a 2.0 inatancias, o recurso a deset admitido, como demonstradopela recorrente , no sua petigio def. 109-110."

O recurso foi regularmente proces-sado , sendo-lhe contririo o parecer doProcuradoria-Geral do Republica (fo-lha 131 ) quo diz:

"A Rede Ferrovieria Federal So-ciedade An6nima , apoiada no letra

279

a do permissivo constitutional, re-corrou do r. aresto qua decidiu pelaincidiincia do ICM em vendas pro-codidaa polo Posto de Abastecimen-to do Bicas, do Estrada de FerroLeopoldina, suatentando quo gozade isengao fiscal em virtude do leiespecifica.

A recorrente, como empress p6-blica, polo art . 6?, § 1°, III, econtribuinte do ICM. Todavia afir-ma estar isenta . desse tributo porforga do disposto no AC. 69, de4.9.69, cujo artigo primeiro decla-re:

"A Rede Ferrovieria FederalSociedade Aniinima, a suas subsi-dierias, enquanto aubvencionadaspolo Tesouro Nacional, ficamisentas do pagamento dos impos-

tos de transmissao do bens imi.veis e de direitos a eles relativos,sobre a propriedade predial a ter-ritorial urbane e sobre aervigosde qualquer natureza , cancels-dos quaisquor d6bitos fiscais,inclusive mutta;, existentea adata deste Ato Complementar,resultantes de processos judiciaison administrativos , ainda que jedefinitivamente julgados."

Data venia, a isengiio , no caw,6 do ISS , on seja , dos servigos doqualquer natureza, a nio do impos-to sobre a circulagao de mercado-ries.

A atividade de fornecimento onvenda de mercadorias a servidoresago constitui atividade especificado empress , cuja finalidade a outrabem diverse . Consegijentemente,segundo orientagao do Corte Su-preme , as atividadea neo ligadas asfinalidades do empresa ficam sob aincidencia do tributo corresponden-ts.

Nio constatando qualquer con-trariedade a Lei Major on a juris-prudencia do S .T.F. e, face soestatuido no art . 308, IV, do RI,somos pelo min conhecimento e, nom6rito, pelo improvimento do ox-traordinerio."

280 R.T.J. 72

VOTO

O Sr. Ministro Oswaldo Trigueiro

(Relator): - E evidente qua o ar-tigo 1° do Ato Complementar 63/69nao isenta a Rede Ferrovieria Federaldo pagamento do ICM, mas apenas doimposto do transmissao de imdveis e doimposto sobre servicos de qualquer na-tureza.

Par outro lade , ainda qua a RedsFerrovieria Federal nao fosse sociedadede economia mists , como 6 conceituadapela jurisprudencia do Supremo Tribu-nal, estaria sujeita so tribute em cause,or vi do disposto no art . 6.°, III, doDl. 406/68, explicito em impor essaobrigacao tributeria aos 6rg5os do admi-nistracao pdblica direta , bern come 6sautarquias a empresas p6blicas federais,estaduais on municipais.

Isto posto , no conhego do recurso.

EXTRATO DA ATA

RE 79.413 MG - Rel., Ministro

Oswaldo Trigueiro. Recte., Rede Fer-

rovieria Federal S.A. (Advs., Jose Ro-

berto T. de Lima, Pedro de Oliveira

o outros). Recdo., Estado de Minas Ge-

rais (Adv., Ceres Monies Guerra).

Decisao : Neo conhecido , a unanimi-dade.

Presidencia do Sr . Ministro OsvaldoTrigueiro . Presentes a sessao as Se-nhores Ministros Aliomar Baleeiro, Dja-ci Falcao , Bilac Pinto , Rodrigues Alck-min, e o Dr. Oscar Correa Pins,Procurador-Geral do Republica, substi-tuto.

Brasilia , 12 de novembro de 1974.- Antonio Carlos de Azevedo Braga,Secret6rio.

RECURSO EXTRAORDINARIO N" 79.432 - AM(Prhneira Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Djaci Falcao.

Recorrentes: 19, Walter Menezes Vieiralves e outros; 2 .9, junta Comercialdo Estado do Amazonas. Recorrida: Vieiralves, Imobiliaria S. A.

0 valor da causa nao constitui, no caso, 6bice so recurso. Adecisao impugne.da an anular o ato do junta Comercial qua, deolicio, cancelou o arquivarnento do ata do assombleia geral extra-ordinaria do sociedade, nao vulnerou o direito positive.

Dissidio jurisprudential ago comprovado (S6mula 291).

Recursos extraordinarios nao conhecidos.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos estea

autos , acordam as Ministros do Primeira

Turma do Supremo Tribunal Federal,

no conformidade do ate do julgamento

e dos notes taquigraficas , per unanimi-

dade de votes, nao conhecer dos re-

curses.

Brasilia, 22 de outubro de 1974. -Oswaldo Trigueiro, Presidents. - Dja-

ci Falcao, Relator.

RELATCRIO

O Sr. Ministro Djaci Falcao: - A

decisao objeto do presente recurso trazo seguinte teor:

"Ementa - Arquivados as atosconstitutivos da S.A. on deliberati-vos de sus assembleia geral ordine-ria on extraordin6ria , a defeso aJunta Comercial "sponte sua" cance-lar os arquivamentos procedidos.

Concede-se mandado de seguranca

quando o direito pleiteado 6 liquido,

R.T.J. 72

e certo, nao oferecendo margem Pa-ra contestagio.

Impoe-se, per discri£ao a respeitoa justice qua, sejarn riscados do cor-po des mz6es do agravo todas ascriticas a admoestaf6es feitas so Juize as partes.

ACORDAO

Com fundamento no art. 153,§ 21, do Constituigao Federal a ar-tigo I -Q, do L. 1. 533, de 31 . 12.51,requereu Vieiralves, Imobilieria S.A.no fore desta Comarca , so Exrno.Sr. Dr. Juiz de Direito do 1.0 Vote- Feitos do Fazenda, mandado deseguranga, contra o ato de junta Co-mercial do Amazonas qua cancelouex officio o arquivamento do are de26 de dezembro do one preterito, doassembleia geral extraordinaria daImpetrante, arquivada per essa Ins-tituicao em 29 de dezembro do mes-mo ano , sob o n.4 002.924 a publi-code no D.O. do Estado em 18.1.73,juntando os documentos comproba-t6rios de sues alegag6es , requeren-do, ainda , qua the fosse concedidaa medida liminar anulando a deci-sio atacada, a qual ocorreu em 2do margo do corrente ano.

0 magistrado negou a liminar ointerpelou per officio a autoridadecoatora no pessoa do sou Presidents,qua informou ter a junta determi-nado o cancelamento objeto do man.dodo a pedido do vogal Alvaro Ce-sar de Carvalho, quando relatavaoutro pedido de arquivamento deuma outra are do assembleia geralextraordinaria do Impetrante obser-vou a irregularidade praticada, poloquo solicitou o pronunciamento doDr. Procurador Regional a este ap6ssustentar carecer do poderes a maio.ria Para excluir acionistas , a admi-nistraeao podia raver os atos prati-cados sem observincia de lei e, emsessao de 2 de Margo do correnteano a Junta per decisao unanimereviu o arquivamento a convencidode sua irregularidade o cancelou.

281

Juntou os documentos de f. 28-36.

0 Dr. Promoter de Justiga, escla-recendo qua o are discutido foi rea-lizado com ofensa a lei, opinou pela

concessao do seguranga pretendida.

Nessa Ease : Walter, WilsonIsaias de Menezes Vieiralves a Ma-ria Celia Vieiralves Joao, dizendo-se amparados no art . 19, do men-cionada L. 1.533. combinado como disposto nos arts . 88 a seguintesdo C. Pr. Civ., requereram sueadmisseo no mandado de segurangaComo litisconsortes , por integraremo elenco societerio do Impetrante,possuindo cada um 4.231 awes no-minativas , totalizando 17.124 ag6ese percentagem acima de 1/5 docapital . Instruiram o pedido comas mencionadas ag6es a demais do-cumentos quo comprovam os seusinteresses no demands.

Ap6s set dodo vista a Impetranteora Agravante, foi o processo cha-mado it ordem Para qua os litiscon-sortes admitidos manifestassem noprocesso os seus direitos. Estes, es-teando-so na Sumu/a 346 do Su-premo Tribunal Federal qua auto-riza a Administracao P6blica adeclarer a nulidade de seus pr6-pries atos, a no opiniao dos maisdestacados juristas sobre a nulidadedo ato administrative, pedem, afi-nal, a denega$ao da seguran4a.

A agravante volta no processopare declarer qua os argumentossemelhantes do Presidents da Agra-vada a dos litisconsortes, nao soaplicarn a especie dos autos a ap6sdiscerner sobre as atribuicoes confe-rides as Juntas Comerciais, rati-ficando os termos do initial , reiterao pedido de concessao do segurangaanteriormente feito.

0 Ministerio Publico novamente

nos autos mant6m o parecer ante-rior a opine polo deferimento doseguranga.

Finalmente o magistrado julgouo feito denegando a seguranga irt>-

282 R.T.J. 72

petrada a condenando a Impetrantenee custas.

Inconformada corn a decisao aImpetrante agrava de petigao apre-sentendo as f. 164-176 as razoesqua a levaram a recorrer do de-cisao . Pala agravada felon o Dou-tor Procurador Regional do reasons,manifestaram-se ainda o Dr. Pro-motor de Justiga a os litisconsortes,tendo o Dr. Juiz mantido a de-cisao agravada determinou a subidados autos a Superior Instancia.

Ouvido o Dr. Procurador-Geralde Justiga, em longo parecer me-nifestou-se polo conbecimento eprovimento do agravo Para o fimde reformar a sentenga objeto domesmo e em decorrencia o anula-mento do ate do junta Comercialdo Amazonas qua determinou ocancelamento discutido.

Corn efeito, a sentenga do Dou-tor Juiz a quo deve ser reformada,visto que, como muito bem salien-tou o Dr. Procurador-Geral do Jus-tiga, a mesma se apoia em fatodiverso do objeto do mandado deseguranca que visa tao-somente anu-lar o ato do junta Comercial doAmazonas qua, ex officio, cancelouo arquivamento do ate do assem-bleia geral extraordinaria do Agra-vante , realizada em 26 de dezembrodo ano preterito e nao como afirmao douto magistrado em sus decisao- f. 157: "Versa o Presents Man-dado de Seguranga , sobre exclusaode quatro acionistas do elenco so-cieterio, atraves de Assemblale Ge-ral ExtraordiMria".

Olhado por tal prisms o mandadode seguranca em tele are nebulosoe inconsistente , corn o direito Ii-quido a certo do impetrante a es-fumar-se no equivoco do julgador.

Sendo uma dos atribuigoes dasJuntas Comerciais proceder so ar-quivamento dos atos constitutivosdo S.A . a dos atos deliberativosdes assembleias gerais ordinariason extraordinerias destas a inexis-

tindo no lei disposigao expressa ve-dando a exclusao de acionistas deS.A., conclui-se qua a exclusao deacionista per deliberagao de assem-bleies gerais quer ordinaries on ex-traordinarias , nao a um ate eivadode nulidade plena , quando rnuitosere um ate anulavel , tanto assimo e que cabe agao anulatoria aprescrever em tres anos "pars anu-Jar as deliberagoes tornados em as-sembleia geral ou especial , irregu-larmente convocada on instalada, onvioladoras de lei on dos estatutos,on eivadas de erro , dolo, fraude onsimulagao" - an. 156 - Dl. 2.627- de 26 . 10.40.

Sam perquirir a competencia dosJuntas Comerciais Para de officioreverem os arquivamentos par alasprocedidos e cancelarem os eivadosde nulidade plena que. no momenta,nao vem so caso, temos qua o arquivamento do ate a qua se referso presente mandado de segurancaas nulidade possui a relative, sendoportanto um ato anulavel e, assimsendo , somente so Poder Judiciariocompete decretar a nulidade argui-da, como muito born onsina o re-nomado Miguel Reale no seu livroRevogagao a anulamento do AtoAdminfstrativo: - "Quando se con-figure um ate administrativo elm-plesmente anulavel, cessa a com-petencia anulatoria do Executivo-so no Poder Judiciario a dodo de-crater a nulidade argilida, comosoberanamente ja o reconheceu aSupreme Corte em reiterados acor-daos. - Pode ser considerada de-finitivamente superada a tese quereconhece, de mode absolute, anExecutive, o beneficio ou o privi-legio do decretar a nulidade de sewsproprios atos, sejam eles nulos ouanulaveis", p. 91-92:

Continuando diz: "Nao menos

incisivo e positivo o voto do Mi-nistro Orozimbo Nonato : "Pego-lhe,venia. apenas , Para aceder an queobtempera o eminente MinistroMario Guimaraes no que tange a

R.T.J. 72

revogabilidade dos atom administra-tivos. Entendo qua o ato adminis-trativo a revogevel de sua indole,quando as trata do ato-norma, parslembrar a ligao de Gascon y Ma-rin. Mas , as o ate origin certassituagoes juridicas a neo se tratade nulidado on defeito manifesto,sue nulidade ha de ser discutida esolvida no Judicierio, sob pena dese instaurar o cans no Administra-gao, come observe Francisco Cam-pos" (loc. cit.), p. 93.

Diante desses pronunciamentos,falecia competencia , portanto, aJunta Comercial do Amazonas, onseja , a Agravada, ex officio cance-ler not arquivamento por ela feitoquando, ja decorridos os prazos de10 dias pare o recurso so Ministrodo Industria a Comercio e o de 30dies facultado aos interessados parepedirem reconsiderageo des despa.thus proferidos.

A tese defendida pelos Agravadosn"ao pods prosperar, de vez qua, setal acontecesse, neo mais existiriaseguranga on certoza alguma nos registros e arquivarnentos procedidospale Agravada, isto porque bastavatoo-somente qua um dos componen-tes do sou colegiado, sera qualqueriniciativa dos interessados a semoportunidade alguma de defesa, asSociedades Anonimas on Compa-nhias teriam sous registros a arqui-vamentos cancelados a estariamimpedidas de funcionar . Soria aincerteza, a intranqililidade, o des-credito a enfim o cans administra-tive.

Assim sendo , a obvio , a patentsqua. tuna vez arquivados os atomconstitutivos do Sociedade Anoni-ma on deliberativos de sua assem-bleia goral ordineria on extraordi-neria , a defeso a junta Comercialsponte we canceler os arquivamen-tos por ela procedidos.

As SGmulas 346 e 473, qua w.vent de esteio a decisiio agravadae de base a defesa dos Agravados,neo se splice a especie dos autos,

283

etas referem-se a circunscrevem-sesins atos-normas a one possuidoresdo nulidade absolute on de planedireito , mas, nunca, nos atom comeo sub judice, no qual so houvernulidade . sate a spouse relative epare ser declarada impoe-se o pro-nunciamento do Judicierio, vistoqua, alem do mais, o ato praticadopela junta Comercial comp de suaatribuigeo a um ato administrativecom reflexes jurisdicionais a neoum simples ato de administragao.

Em razao disso o direito pleiteadopela Agravante emerge claro a tran-gtiilo, sendo assim urn direito liqui-do a carte qua neo oferece margernalguma a contestagao, devendo serconcedida a seguranga impetrada.

Per outro lado, eats patents tero procurador da Agravante, nos ra-zoes de recurso apresentadas, tecidocriticas a admoestagoes so Dr. Juize quo, boon assim so Dr. Procura-dor Regional do Agravante, ofensasessas que devem ser coibidas e, pordiscrigao a respeito a Justiga, de-tormina-se qua as mesmas sejamriscadas do mencionado escrito to-do as criticas a admoestagoes allassacadas contra o Dr. Juiz refe-rido e so Procurador do Agravada.

Pelos fundamentos expostos:

Acordam os Juizes quo integramas Camaras Reunidas do Tribunalde Justiga do Amazonas, em conso-nencia com o parecer do Dr. Pro-curador-Geral do Justiga e a una-nimidade do votes, receber o agravoe dar-Ihe provimento pars, cassandoa decis"ao agravada , conceder a se-guranga requerida.

Manaus, 1 de novembro de 1973.Azarias Menescal de Vasconce-

los, Presidents . - Jose de JesusFerreira Lopes, Relator."

Deis see os recursos extraordinerios.0 primeiro, interposto per 'Walter Me-nezes Vieiralves a outros, com base nasalineas a e d, do inc. III do art. 119,do Lei Magna, alegando afronta so or-tigo 8.0, XVII, letras b e e, e paregrafo

284 R.T.J. 72

6nico, art. 153, § 4.9, do mencionadodiploma, negative de vigencia so § 1do art. 182, do C. Pr. Civ., so ar-tigo 78, letra c a paragrafo unico doDl. 2.627/40, alem de dissidio juris-prudencial, inclusive corn as Sdmulas346 e 473 (f. 207 a 228). 0 Segundo,apresentado pale Junta Comercial, es-teia-se na alines d, invocando as Su-mudas 346 a 473 (f. 235-246).

Ap6s a impugnagao de f. 248-257,as recursos foram admitidos polo des-pacho de f. 259-262. tramitandoregularmente (f. 265-268, 272-274,279-300).

A Procuradoria-Geral da Republicamanifestou-se pelo nao conhecimento,on contra a provimento, se conhecidos(f. 307-308).

VOTO

O Sr. Ministro Djad Falceo (Re-lator): - Observo, de inicio, qua ovalor da cause nao constitui 6bice sorecurso, desde qua se trata de mandadode seguranga.

Como ficou esclarecido no relat6rioa decisao recorrida concedeu o writ,anulando ato do Junta Comercial doAmazonas que, de oficio, cancelou oarquivamento da are da assembleia ge-ral extraordinaria da sociedade impe-trante, are recorrida, a vista de quose nulidade havia era relativa, a comoato administrativo simplesmente anu-level, somente poderia ser anulado peloPoder Judiciario. E como diz o ac6r-dao:

"Sendo uma das atribuig6es dasJuntas Come; ciais proceder an ar-quivamento dos atos constitutivosda Sociedade An6nima a dos atosdeliberativos das assembleias geraisordinaries on extraordinerias destase inexistindo no lei disposigao ex-pressa vedando a exclusao de acio-nistas de Sociedade An5nima, con-clui-so qua a exclusao de acionistapar deliberagao de assembleias ge-rais quer ordinarias on extraordina-ries , nao 6 urn ato eivado de nuli-dade plena , quando muito sere urn

ato anulavel, tanto assim o que eque cabe agao anulat6ria a pres-crever em tres anos "para anularas deliberag6es tomadas em assem-bleia geral on especial, irregular-mente convocada on instalada, ouvioladoras da lei on dos estatutos,on eivadas de erro, dolo, fraude ousimulagao" - 156 - Dl. 2.627- de 26.10.40 (f. 203).

Adernais , coma ainda observe a de-cisao, nao haveria seguranga on certeza

alguma nos registros a arquivamentos,

se fosse possivel efetuar cancelamento

ex officio, quando ja decorridos as pra-

zos de dez dial para o recurso so

Ministro da Industria e Comercio, e o

de trinta dias para reconsideragao plei-

tends pelos interessados.

Como pondera o parecer do Dr. Jo-

se Fernandes Dantas:

"3. Se a deliberagao da socied_-de contida na ata era ilegal, a unicaoportunidade de a Junta recuse-la

era o momenta de decidir sabre oarquivamento pretendido. Vencidoease momento , sem que as acionis-tas prejudicados pelo conte6do daare tenham usado a recurso legalprevisto, na verdade, so 6rgao of:-cial nao mais cabia desconstituir oarquivamento. Os atos de registrop6blico podem ser recusados as par-tes, segundo as vicios portados pe-los atos qua pretendem registro.Mas, uma vez praticados nao po-derao ser revistos pelo agente,quanto mais par inspiragao decios qua nao concernem so registro

em si mesmo e, sim, no ato deterceiros , cuja desconstituiceo parilegalidade somente competira coJudiciario."

A decisao, baseada no D. 57.651,

de 19.1.66 (arts. 48, II, § 3.0, 79

e 80, 34, combinado corn o art. 45

do Regimento Intern do Junta Co-

martial do Amazonas, conforms assi-

nala a recorrida a f. 281-283), jamais

vulnerou as nonnas constitucionais in-

R.T.J. 72

vocadas pelos recorrentes , referents. e

competencia do Uniao pare legislar so-

bra Juntas Comerciais, e a apreciagao

polo Poder Judicierio de qualquer le-

sao de direito individual . Alias, o ares-

to indica ass recorrentes o socorro so

controls judisdicional , coma (nico via-

vel. Ao lado disco, a de todo im-

pertinente a levantada vulneragao so

art. 78 , letra c e paregrafo unico, do

Dl. 2.627/40, atinente so direito de

fiscalizagao do acionista , pois esta me-

teria neo foi ventilada . Tambem nao

foi versada questeo do competencia

(§ 1? do art. 182, do C. Pr. Civil).

Ainda as Sumulas 346 a 473 tambem

nao propiciam o recurso . A primeira

cinge-se a estabelecer qua "a adminis-

tragao publics pods declarer a nulida-

de dos seus pr6prios atos", enquanto

a segunda estatui;

"A administragao pods anular seus

pr6prios atos , quando eivados de

vicios qua as tornam ilegais, por-

qua dales neo se originam direitos;

Cu revoga-los, por motivo do conve-

niencia on oportunidade , respei-

tados as direitos adquiridos, e

ressalvada , em todos as casos, a

apreciageo judicial".

Acontece quo, no especie, nao se

cuidou do declaragao de nulidade abso-

Iota por ato do administragao p6-

blica, uses, aim , coma diz a recorrida:

"0 objeto do contends foi, sem-

pre a sempre , o desarquivamento

pals junta Comercial do Amazonas

de uma Ata de Assembleia Geral

Extraordinaria do recolrida , Vieiral-

vea Imobiliaria S.A., 63 ( sessenta

a tres ) dias ap6s to-lo feito, sem

qualquer provocagiio das partes in-

teressadas , por iniciativa de um do

285

seus vogais , so arrepio do lei espe-

cifica a do letra expressa do Re-

gimento do junta, turns mostradis

as f. 4 destas razoes" ( f. 286).

Finalmente , as ac6rdaos citados,a

f. 223-225 a 229 usque 232, no mes-

me linha das aumulas citadas, tam-

bem nao se prestam a configurageo do

dissidio, por ausencia do requisito do

identidade on assemelhagao , exigidas

pela Sumula 291.

Em face dessas considerag6es, pre-

liminarmente neo conhego dos re-

cursos.

EXTRATO DA ATA

RE 79.432 - AM - Rel., Mi-nistro Djaci Falcio. 1 .0- Rectes.,

Walter Menezes Vieiralvea a outros(Advs., Benjamin Brandao a Aquiles

Rodrigues do Oliveira) . 2? Recta.,

Junta Comerial do Estado do Ama-

zonas (Adv., Jorge de Rezende So-

brinho). Recdo., Vieiralves, Imobilia-

cia S.A. (Adv., Jose Arnaldo Gott

calves de Oliveira).

Decisao: Nao conhecidos unanime-

monte . Falaram : o Dr. Walter Me-

cases Vieiralvea , em cause pr6pria e

pelos demais primeiros recorrentes, a

o Dr. Jose Arnaldo Gongalves de,O1i-

veira, pela recorrida.

Presidencia do Sr. Ministro Oswaldo

Trigueiro. Presentee a aessao os Se-

nhores Min&stros Al:omar Baleeiro,

Djaci Falcao, Bilac Pinto, Rodrigues

Alckmin, e o Dr. Oscar Correa Pina,

Procurador-Geral do Republica, substi-

tuto.

Brasilia, 22 de outubro de 1974. -

Anto"nio Carlos de Azevedo Braga, Se-

creterio.

286 R.T.J. 72

RECURSO EXTRAORDINARIO NP 79. 438 - MG(Segunda Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Xavier de Albuquerque.

Recorrente : Banco do Estado de Minas Gerais S.A. Recorrido : MoacirGonsalves Correa.

Cedula rural pignoraticia. Cobranca do avalista. A cir-cunstdncia de nao pertencerem so empenhador , emitente da ce-dula, as bens apenhados, torn desvaliosa a garantia real mas naoexclui a obrigaSao pessoa4, qua o aval tarnbem assegura

Recurso extraordinsrio conhecido a provido.

ACORDAO

Vistas, relatados a discutidos estesautos, acordam os Ministros da SegundaTurma do Supremo Tribunal Federal,em conformidade com a eta de julga-mentos a notes taquigrificas , a unani-midade de votos , conhecer do recurso ethe der provimento , nos termos do votodo Ministro Relator.

Brasilia , 27 de setembro de 1974.- Antonio Nader, Presidents. - Xa-vier de Albuquerque , Relator.

RELATORIO

O Sr. Ministro Xavier de Albuquer-

que: - No despacho com qua admitiuo recurso, o ilustre Presidents MelloJ6nior assim retratou a espicie (fo-

Iha 148):

"Decretou-se a improcedencia daaSao executive ajuizada contra 0recorrido, avalista da c6dula ruralpignoraticia, por ter o emitente agi-do de mi fi, dando no recorrente,"em garantia, gado que the ago per-tencia". Tal simulacao "podia oavalista invocar", por ficar prejudi-cado com ela, porque o m6tuo "de-veria ester garantido por um penhorpecuirio mes, na verdade, nao es-tava por falta de cautela do pr6prio

Banco".

Del este recurse extraordinsrio,

corn fulcro nas letras a e d do

p.c., sob os argumantos de terease decisao ofendido o art. 14 daLei Cambial a dissentido de outrasdo T.J. de Sao Paulo (R.T.,

173/881 a 88/110).

A falsidade , a inexist6ncia ou anulidade da obrigagao do avalizadonao afeta a obrigacao do avalista,qua assume obrigacao aut6noma,independente da do avalizado.

0 aval, alim de ser urns garantia,6 tembem um compromisso de or-data moral porque expressa a con-fianga no avalizado . E um abonoa probidade deste , a exatidao desues declara46es , juizo que pode fa-Ihar sem . no entanto , prejudicar omutuante que nela acreditou.

A questio , portanto. merece ser

submetida so S.T. Federal ( letras

a a d, por esta em virtude do pri-meiro v . ac6rdao colacionado) epor isso admito o recurso , int. aspartes para oferecerem as raz6es,

sucessivamente."

R o relat6rio.

VOTO

O Sr. Ministro Xavier de Albuquer-que (Relator): - Tem razao o Pre-sidents do Tribunal a quo. A circunstan-cia de nao pertencerem so empenhador,emitente da cidula rural pignoraticia,as bens apenhados , tornaria desvaliosaa garantia real mas n5o excluiria a obri-galao pessoal , qua o aval tembem asse-gurava. Logo , podia o credor , indepen-dentemente do excussao sobre os bensvinculados , exigir o pagamento da ci-dula. on so pr6prio avalizado , ou, comopreferiu , no seu avalista.

Nos termos do art. 60 do Dl . 167/67,aplicam-se a cidula de cridito rural as

R.T.J. 72

normas de direito cambial relatives sooval.

Conhego do recurso a the dou provi-mento Para restabelecer a sentenga deprinteira instincia.

EXTRATO DA ATA

RE 79.438 - MG - Rel., MinistroXavier de Albuquerque. Recte., Bancodo Estado de Minas Gerais S.A. (Advs.,Lficio Snares Pereira de Castro a ou-tros ). Recdo., Moacir Gongalves Cor-rea (Advs., Jose Marrara a outro).

287

Decisao : Conhecido a provido nos ter-mos do voto do Ministro Relator. Una-nime.

Presidencia do Sr . Ministro AntonioNader. Presentes a sesseo os Srs. Mi-nistros Xavier de Albuquerque e Cor-deiro Guerra. Ausentes , justificadamen-te, os Srs. Ministros Thompson Flores,Presidente , a Leit io de Abreu . Subpro-curador-Gera ) do Republica , Dr. OscarCorrea Pica.

Brasilia , 27 de setembro de 1974. -Helio Francisco Marques, Secreterio.

RECURSO EXTRAORDINARIO N.0 79.470 - SP(Printeira Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Djaci Falcao.

Recorrentes : Eduardo Francisco a outros. Recorrido: Ary Francisco Scia-marell.

Alegagdo de negative de vigencia dos arts. 4.9 a 811 do C.Pr. Civ. de 1939, silo caracterizada.

A constituigao do devedor em more comega a correr do dieds interpelacao . Findo o prazo desta, sem a purgag.5a do more,estara rescindido o compromisso. A consegiiencia legal e a reso-/ucao.

Recurso extraordinerio provido.

ACORDAO

Vistos, relatados a discutidos estes

autos, acordam os Ministros do Primeira

Turma do Supremo Tribunal Federal,

no conformidade de ata do jnlgamento

e das notes taquigraficas , per unanimi-dads de votos, conhecer a prover o re-

curso.

Brasilia, 13 de setembro de 1974.- Osaaldo Trigueiro, Presidents. -Djaci Fa/can, Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Djaci Falceo: -0 presents recurso foi admitido peloseguinte despacho do ilustre Presiden-ts Sylvio do Amaral:

"1: Trata-se de aggo de rescisaodo compromisso de compra a vendspare a qual o reu previamente foinotificado nos termos do Dl. 745,do 1969. Efetuou deposito no pro-

so do contestagao a titulo de page-mento do principal devido a com-plementou esse deposito mais tarde.

A sentenga acolheu a agao a oreu apelou pedindo aua improceden-cia. 0 acord: o de f . 146 deu pro-vimento so recurso per maioria devotos, "pare set julgada extinta aagao . com a emends do mora", fi-cando vencido o relator ( f. 148)qua entendeu silo purgada a moreper intempeatividade a insuficien-cia do deposito feito.

Os embargos infringentes susten-terarn ter havido julgamento extrapetite, porque a apelagiio pediu aimprocedencia do ado a a Camerajulgou extinta a demands , repor-tando-se ainda aos dois outros as-pectos do voto vencido.

Rejeitados os embargos, os au-tores interpoem agora recurso ex-traordingrio em qua sustentarn vio-

288 R .T.J. 72

lageo dos arts. 4.9 a 811 do C.Pr., on seja, do principio tantumdevolutum quantum appellatum;violagao do art. 1.9 do Dl. 745 0divergencia jurisprudential na sueinterpretageo , relativamente a pur-gagao do more depois do prazo fi-xado nesse diploma legal ; a, final-mente, violagao do art. 959, I, doC. Civ., so considerar-se purgada

a more com deposito insuficiente.

2. 0 primeiro terra dos recor-

rentes neo 6 admissivel porque 0

acordso recorrido decidiu que a res-peito neo houve divergencia no jul-

gamento da apelageo - e issoexclui o caster decisorio des consi-

deragoes feitas polo Grupo de Ca-mares a, consegiientemente, a via-

bilidade do recurso extraordinerio

sobre elas incidents.

Mas, on outros dois problemasfocalizados pelos recorrentes tem,sera duvida , relevancia bastantepare justificar o processamento ini-tial do apelo extremo - especial.memo o primeiro, qua envolve me-teria apenas a tipicamente dedireito.

3. 0 reu foi notificado previa-mente a vencidos os 15 dias do leia agao foi proposta a ale purgoua more no prazo da contestagso. 0acordeo recorrido, mantendo o jul-gamento do apelageo . admitiu Comoregular a emenda da more feitadepois do prazo de notificagao. Do-cidiu que "vencido o prazo de in-terpelagao , sera o cumprimento doobrigageo , estate o devedor consti-tuido em more. R. constituido emmore, poderia emenda-la. como ostaoutorizado polo art . 959, I. do C.Civil". "De fato, uma coisa 6 aconstituigao em more, a verificageojudicial do estado de more; outra,a sue emends , preceito de egilidade,de qua ao se poderia cogitar mesmoam relagio no devedor convencidodo atraso culposo".

Para as recorrentes , ease enten-

dimento no 6 correto porque as 15dies seguintes a notificagao ja so

destinam a purgagao de more: "aconstituigao em more decorre dointerpelageo on notifica95o; no mo-

mento em qua a recebe o devedoresta em more , comegando a correrdal o seu prazo para purges-la". Einvocam am prol de sue tese julga-dos do Supremo Tribunal no sentidode qua "a citagao pars a agao cor-responde a previa interpelagao" ea more se configure se neo ha odeposito no prazo do contestagao.

A controversia assim suscitadapelo recurso 6 evidenternente, hebilpare justificar o seu processamento.A "constituigao do devedor em mo-ra" 6 fato instanteneo que se con-substancia no ato da interpelagaopessoal; e a fixagao de urn prazopelo legislador neo tem sentido, porisso, se neo se considerar destinado

pratica de algurn ato por alguem- qua so pods set o pagamento dodivide polo notificado com a conse-q iente purgagao do more constitui-da no primeiro instante do notifi-cagao.

4. 0 ultimo fundamento do re-curso , relativo a insuficiencia dodeposito, envolve sera duvida a con-testegao a a apurngao de fato efir-mado pelo acordao recorrido, in-compativeis com o apelo extremo.Do qualquer modo, a tal corno aargiiigao de julgamento extra pe-bta, else terra dos recorrentes ficatambem admitido a discussao, emface do jurisprude"ncia do TribunalExcelso (Sumulas 292 a 528).

Processe-so o recurso irrestrita-

mente, pois" ( fls. 211-213).

Oferecidas as razoes de f. 214-220

e contra-razoes de f. 222-232, subiu

o processo a esta Corte.

VOTO

O Sr. Ministro Djaci Falcao (Re-lator): - 0 acord iio recorrido 6 do

seguinte toot:

"Vistos, relatados a discutidos es-ter autos de Embargos Infringen-

R.T.J. 72

tea 18 . 470, do Comama de SinPaulo , em qua sio embargantesEduardo Francisco a outros, sendoembargado Ary Francisco Sciama-rell:

Acordam, em Terceiro Grupo deCamaras do Primeiro Tribunal deAlgeria Civil, por maioria do votos,rejeitar os embargos, para confir-mar o venerando ac6rdao ember-gado por seus fundamentos.

A questio se resume principal-mente em saber se as compradoresestio em more com oportunidadede ser purgada.

A more foi afirmada pale son-tenga e o ac6rdao embargado. Porisso mesmo, aao irrelevantes as con-sideragoes dos r6us sobre nao as-totem em more on qua os embar-gantes a que nela incidiram. Notocante , por6m, a oportunidade dorespective purgagao , perfilha amaioria dos juizes a razoevel inter-pretacao qua o venerando acbr-dao embargado soube emprestar soDl. 745: "vencido o prazo do in-terpelagio , sem o cumprimento doob-igagao, estar6 o devedor consti-tuido em more . E, constituido emmom, poderia emend ii-la. comp est6autorizado pelo art . 959, I, do C.Civil". Do fato , uma coisa 6 aconstituigao em more, a verificagaojudicial do estado de mora; outra,a '"a emends , preceito de egiiidade,de que s6 se poderia cogitar mesmoem relagao so devedor convencidodo atraso culposo . As dues situa-coes tam seu Campo de atuagaobem delimitado. embora eventual-mente uma delas posse depender daoutra, na efic6cia juridica especifica(ler a titulo de ilustragao as ve-nerandos ac6rdaos insertos no R.T.,424/146, voto vencido, R.T.,430/150 a 428/255; Julgados doT. A.. n-od. interns, vol. 20/36, eo ec6rd9o ainda nao publicado pro-ferido no AC 182. 788, de SaoPaulo) .

Pretendem mais as embargantes,nes sues doutas razoes , qua o de-

289

p6sito foi insuficiente . Ainda aquias embargos nio procedem. 0 d6-bito real na data do citagao era, defato, Cr$ 29.000 ,00 (sets presta-g6es de Cr$ 1.000 ,00 a duas doCr$ 11. 000,00). Mas, as r6us, al6mde terem depositado , no prazo docontestagao, a quantia de ...Cr$ 25 .000,00 , e, alguns dias ep6sease prazo, mais Cr$ 4. 000,00, pe-diram no pegs de defesa que Ihesfosse dodo purger a more , apuradoregularmente o debito pelo conta-dor. Leiam-se bem as H 49 a 59:"o r6u pede a V. Ex .* qua se dignoreceber a contestagao, mui respei-tosamente , autorizando a purgagaoda mora. Pede ainda a V. Ex.a quase digne mandar os autos so Con-tador para ser calculado o mon-tante do divide, incluindo juros,custas, honor4rios advocaticios e amore" (v . f. 39). Ora, se alesnao sabiam corn exatidao o quan-tum exato a pager a se , apesar disso,depositaram no prazo do contesta-gio praticamente tudo quanto de-viam, uma pequena diferenga, de-positada dias ep6s , a antes mesmodo celculo do contador, 6 que naohavers de acarretar a consegvanciaprejudicial a supinamente gravepretendida pelos embargantes. Aculpa, pare acarretar a rescisao docontrato , deve ser grave . E, aqui,ningu6m poder6 apod i-la de o ser,Lento mais que as r6us nao sabendoo quantum exato da divida, s6 apu-ravel mediante c6lculo do contador,revelaram disposigao s6ria de cum-prir sue promessa de pagamento,formulada no contestagao, deposi-tando, Como j6 se disse, pratica-mente tudo quanto estavam obri-gados a depositar. Advirta-se, ainda,que a notif:cacao nao abrangeu aparr=la In CrSS 11.000-00 vencidaem 12.4.71 (v. f. 17, item 4". af. 15-v. ), sendo esta razao a maispara nao encarar a falls com arigor pretendido.

Finalmente , nio procede a ale-gagio de que o ac6rd5o decidiu ex-tra petite. A ease prop6sito cumpre

290 R .T.J. 72

dizer desde logo que essa materia

foi por ele apreciada a decidida,contestes todos as song Juizes. Mas,nao procede a alegaceo , porque osreus sempre manifestaram quererpurgar a more, corn o efeito im-plicito de haver por extinta a acad.E a apelaceo devolve a SuperiorInstancia o conhecimento integralde causa . Como adverte MoacirAmaral Santos , "... o juiz ad querntome conhecmiento integral do cau-se, tel qual ela se ofereceu a de-cisao do Juiz do primeiro grau. 0poder do aprecieceo a de decisaodo juiz do recurso a iddntico so dojuiz do sentence recorrida no mn-mento em quo a proferiu ..." (Dir.

Proc . Civ., 111/ 124, 4.e ed.) . "Mes-mo no direito brasileiro , diz Lieb-man, o objeto do processo de ape-laceo e a controversia qua sededuziu no processo a qua nova-mente as deve decidir". No caso,a apelaceo foi plena on integral.O apelante quis um provimento ca-bal de improcedencia do aceo, sendoclaro que , se nao puder ser atendidono mais, podera se-lo no mends, quee a extincao do aceo , explicita nocontrariedade a virtualmente con-tida no pr6prio pedido do improce-d"ancia, compreendido como a defesade permanencia do relacao juridicasubstantial , cujo desfazimento trou-xe os vendedores a lira forense.

Custas pelos vencidos.

Tornaram parts no julgamento osjuizes Alves Barbosa, revisor (ven-cido ), Octavio Stucchi , RodriguesPorto ( vencido ) a Machado Alvim.

Seo Paulo , 4 de outubro de 1973.- Pinheiro Franco , Presidente eRelator" ( f. 192-195).

Quanto a primeira alegageo, rela-tiva a vulneracao dos arts. 4.9 a 811do C. Pr. Civ. entao vigente, des-cabe o recurso , pois no acordaao re-corrido ficou assentado que a respeitodo tema nao houve divergencia nojulgamento do apelaceo, corno se vede seguinte passagem : "A esse pro-p6sito cumpre dizer desde logo quo

dose materia foi por ale apreciada •decidida, contestes todos os seus Jut-ass" (f. 194).

No que as relaciona a negativa dovigencia do art. 1.Q do Dl. 745, de7.8.69, a do dissidio jurisprudentialsabre o son alcance , parece-me vievelo recurso . Dispbe a referida regra:

"Art. I.- Nos contratos a qua sorefere o art . 22 do Dl. 58, de10.12.37, ainda qua dales consteclausula resolutiva expressa , a cons-tituicao em mora do promissariocomprador depende de previa in-terpelacao , judicial on por interme-dio do carthrio do Registro de Ti-tulos a Documentos, tom 15 diesde antecedencia" (f. 216).

Entendeu o aresto ser legitima aemenda do more apos o decurso doprazo do notificacaq acolhendo a se-guinte manifestaceo do acordao ember-gado : "vencido o prazo do interpela-cao, sem o cumprimento do obrigacao,esters o devedor constituido em more.E constituido em more , poderia emen-de-la, como este autorizado pelo or.tigo 959, I, do C. Civil (f. 192).Ressaltando, em seguida:

"De fato , urna coisa e a consti-tuicao em more, a verificaceo ju-dicial do estado do more ; outra, awe emends, preceito de egiiidade,de que so as poderia cogitar mesmoem relacao so devedor convencidodo straw culposo" (f. 192-193).

A regra do citado art. 19 disciplinea verificaceo do mora no promessa decompra a venda de imovel nao loteado.Assim, decorrido o prazo de quinze(15) dias do interpelaceo judicial oupor intermedio do Cart6rio de Registrode Titulos a Documentos , sem qua

haja sido purgada a more, o contratoestare rescindido. E de se considerarquo em se tratando de imovel loteadoa lei fixa o prazo de trinta (30) diasPara a purgacao do more, operando-sea rescisao se no he purgacao de moranesse prazo (art. 14, $ 3.o, do Dl. 58,de 1937). Segundo observe, corn pro-

11

R.T.J. 72

priedade , o Presidente Sylvio do Ama-ral:

"A "constituigio do devedor emmora" a fato instanteneo qua seconsubstancia no ato do interpelagaopessoal; a a fixagio do um prazopolo legislador nao tem sentido, porisso, se nao as considerar destinadoa pretica de algum ato por algu6m- qua so pode ser o pagamento dedivide polo notificado com a conse-quente purgagao do more consti-tulda no primeiro instants do noti-ficagao " (f. 212-213).

Realmente, outra exegese importariaem injusto tratamento , pois , enquantono hipotese do imovel loteado findo 0prazo de trinta (30) dias a nao pur-gada a more , opera-se, a rescisio docontrato , no caso do imovel nao Ioteado al4m do Prato de quinze (15)dies, mediante interpelagio , teria o de-vedor faltoso o prom do contestag5opare purger a more . Nio he razioplaus ivel Para a distingio no trata-mento. Ubi eadem legis ratio, ibieadem dispoaitio. A constituigao em mo-ra comega a correr do die do interpela-gao. Por isso , findo o prazo desta, sema purgagao do more, estare rescindidoo compromisso . A consegiiencia legal ai6 a resolugao.

Em prol desse entendimento sio asacord-aos invocados Palo recorrente, inverbis:

"Sao muitos as acord "aos do Su-premo Tribunal, a on embargantesinvocam alguns , no sentido de quaa citagio supre a falta de interpela-gio, e a more se configure, se ocitado the deposits, no prazo docontestegao, as prestagoes em atra-so" (R.T.J., 61/704 - ERE66.327-PR; a citagao a do votovencedor do Exmo . Sr. MinistroLuiz Gallotti , Relator). ". . . a ci-tagao Para a agao corresponds apr6via interpelagio , Para efeito depurgagao do more on rescisio docontrato" (R.T.J., 60/529 - RE71.919-MG)" (f. 199).

291

Antes do DI. 745 ficou asseritadono jurisprude"ncia delta Corte qua acitagio Para a cause principal corres-ponde a pr6via interpelagio , Para efeitodo constituigio on more . Supra a in-terpelegao , proporcionando o inicio domore. Considers-se o devedor em too-to a partir do cientificagio . Em con-clusio, feita a interpelagio a the pur-gada a more , opera-se a resolugio.

Al6m disco, nio so dove perder dovista a argiiigio de negative de vi-gencia do art. 959, inc. I, do C. Civil.Ponders, corretamente, o Dr. Theoto-aio Negrio:

"Nio 6 preciso it al6m do propriovenerando ac6rdio recorrido, comon fatos this como per ele foramfixados , Para evidenciar a violagiodo texto do lei federal . Core efeitD,a f. 193-194 , esti dito qua on recor-ridos "depositaram no prazo do con-testegao pratica ante tudo quantodeviam."

Logo, nio depositaram tudo quan-to deviam . E, as nio o fizeram e,a despeito disso , o eg. Tribunal doAlgada julgou purgada a more, 6claro qua desatendeu on preceito doart. 959, n.9 I, do C. Civil.

Din o venerando ac6rdao recor-rido qua,

"o debito real no data do citagaoera, de fato , Cr$ 29. 000,00" (fo-lha 193),

e qua , no prazo de contestegao, onr6us somente depositaram

Cr$ 25. 000,00, tendo dopesitado

apos o prazo Para contestaqAo onrestantes Cr$ 4.000,00.

Else d6bito de Cr$ 29.000,00 eracerto . Dependentes de apuragioeram on juros , multas contratuais,despesas processuais a outros pre-juizos . Impossivel , portanto, pur-gar a more sem so meaoa depositoro d6bito certo, admitindo-se entioqua somente apos apuragio polocontador o restante fosse pago" (fo-Ihas 218-219).

Ante o exposto conhego do recurso9 dou-1he provimento , pare julgar pro-

292 R .T.J. 72

cedente a agao, condenando os reus sopagamento des custas a honorerios nobase do 10% sobre o valor dodo a cau-sa.

EXTRATO DA ATA

RE 79 . 470 - SP - Rel ., MinistroDjaci Falcao . Rectes ., Eduardo Fran-cisco a outros ( Advs., Theotonio Negraoe outros). Recdo ., Ary Francisco Scia-marell ( Adv., Antonio Castilhos).

Decisao: Conhecido e provido, una-nimemente.

Presidencia do Sr . Ministro OswaldoTrigueiro . Presentes a sesseo os Se-nhores Ministros Djaci Falcao, Rodri-gues Alckmin, e o Dr . Oscar CorreaPins, Procurador-Geral do Republica,substituto . Ausente, justificadamente, oSr. Ministro Aliomar Baleeiro.

Brasilia, 13 de setembro do 1974. -Alberto Veronese Aguiar, Secretfirio.

RECURSO EXTRAORDINARIO N.0 79 . 489 - SP

(Primeira Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Bilac Pinto.

Recorrente : Nelson Pagliarini . Recorrida : Justiga Publica.

Estelionato . Falsidade . Questao controvertida.

Decisao qua, no concorre"ncia do fclso e do estelionato, reco-nheceu qua o primeiro absorve o Segundo . Questao controvertida,qua nao admite o recurso extraordinario pals letra a, por aplicageodo Sinnula 400.

AC6RDAO

Vistos, relatados a discutidos estes

autos . acordam os Ministros de Primeira

Turma do Supremo Tribunal Federal,

na conformidade do are de julgamentose notes taquigreficas , por unanimidade

de votos , nao conhecer do recurso.

Brasilia , 15 de outubro de 1974. -Owvaldo Trigueiro, Presidente. - Bi-lac Pinto, Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Bilac Pinto: - Leio

o acordao recorrido:

"0 peticionerio se propos adquirirde Eliserio Ramos Filho um veiculodendo Cr$ 500,00 em dinheiro edugs promissorias de sua emissaocom aval de Aurelio Gongalves dosSantos , entao prefeito municipal deSandovalinia , a do seu sogro Noelde Oliveira , pars completer o pre.go de Cr$ 2 . 820,00.

A vitima, acreditando ester nego-ciando com pessoa honesta e, ainda,carte de quo os titulos estivessem

realmente avalizados por pessoasabonadas , aceitou a proposta trans-ferindo so comprador os documen-tos do veiculo.

Apurou-se, antretanto, inclusivepor exams pericial , qua os avaiseram falsos a qua o autor do falsi-ficagao fora o peticionerio que,assim , atraves daquele expediente,obteve pare si vantagem ilicita emprejuizo alheio.

Denunciado pelos crimes de fal-sidade e de estelionato , viu-se, afi-nel, condenado apenas polo primei-

ro delito , mais gravemente apenado.Possuindo antecedentes pouco reco-mendeveis a sendo reincidente ge-nerico , foi-lhe aplicada a pens detits anos e um dia de reclusao emulta de Cr$ 2,00, com medidade seguranga detentiva, pelo prazominimo de dois anos , em face desua presumida periculosidade.

Embora preso preventivamente,o peticionerio nao apelou do sen-tenga a , agora , em revisao, quer,pelo principio its consungao, a des-

11

R.T.J. 72

classificagio do delito Para este-

lionato.

A Procuradoria -Geral do Justigaopinou Palo indeforimento.

Indeferem o pedido.

A decisio condenat6ria nio foiproferida contra a evidencie dosautos, pois , os fatos ficararn beenesclarecidos , inclusive com a confis-sio judicial do peticionario. Niocontrariou , por outro lado , texto ex-presso de lei a nem cometeu injus-tiga so adotar, diante da contro-versia sobre o assunto , prestigiosatorrents doutrinaria a jurispruden-tial segundo a qual pratica falsidadee nio estelionato quern falsifica do-cumento publico Para obter van-tagem indevida em prejuizo de on-trem.

Alias, na especie , a desclassifica-gio pretendida nio beneficiaria opeticionerio qua, condenado anteri-ormente por estelionato (f. 116)sendo, portanto , reincidente eape-cifico, teria qua ser aquinhoado coma memo pane de tres anos a urndia de reclusio.

De qualquer forma , destarte, neomerece acolhida a pretensio revi-sional" (f. 26-27).

O recurso extraordinario foi deferidopelo ilustre Desembargador Young doCosta Manso , Vice-Presidents do Tribu-nal de Justiga de Sao Paulo - emexercicio . Do despacho , transcrevo:

"Nao se conformando com a de-c°sao da Justiga Estadual , NelsonPagliarini interpoe recurso extraor-dinerio pera o Colendo SupremoTribunal com fundamento no ar-tigo 119 , n? III letra a, da Cons-tituicio da Republica ( o recorrentealudiu com man +festa erronia a$ 39, so inv6s de "n. III").

Diz quo a falsidade , no caso,cons`itu;u "delito-m-io", a nio de-lito aut6nomo . "O pressuposto dafrTQifcprio de documento publicoon particular e a imitagio da ver-dade". E, assim , continua, "quan-

293

do esta nio conatitui a diregioprincipal da conduta do agents, niotipifice a infragio , mas o resultadofinalistico pretendido , embora me-nos grave", on seja, "caracteriza oestelionato". 0 falso, noutras Pala.was, a absorvido polo estelionato.Cite, ean abono do suas alegag6es,verios julgados ( f. 32-37).

E, numa verdadeira resposta soac6rd6o de f. 26-27, no qua once, aseu interesse na revisio da senten-ga, com a desclassificagio do crimePara estelionato - lembra a possi-bilidade de conseguir a unificagiode penes , relativarnente a seus an-terieres delitos do mesma natureza(estelionato).

3 - A Procuradoria-Geral doJustiga opina qua se devere negarseguimento so recurso, propostocons ermnia , quanto so dispositivoconstitutional invocado , a sern ha-ver mencionado artigo da CarteMagna on de lei federal, qua fossecontrariado on deixasse de set apli-cado.

O recorrente, conforme ease pare-car limitou-se a discorrer sobre adiscussio existente no qua cbncernei absorgio do falso polo estelio-nato : e, sob tal aspecto , o recursodever-se-ia fundar numa outra ali-nea do art . 119, n . III, da Consti-tuigio (o qua, contudo , exigia afixegiio da teas divergente)

4 - Observo , preliminarmente,quo, as a Justiga admits o exerciciopessoal da defesa polo reu, mesmoignorante , on sem habilitagio pro-fissional , a ate the concede o direitode interpor sem assistencia de advo-gado, recursos Para os TribunaisSuperiores . inclusive Para a Supre-ma Corte da Nagio - devere tam-bern, suprir-lhe as deficiencias, afim de qua a liberalidade nio setransforms numa armadilha.

De fato , qua adianffiria a libera-lidade do se permitir a defesa pes-soal do reu, se ]he fossem exigidasa tecnica e a boa argumentagaojuridical?

294 R .T.J. 72

Assim , no hip6tese , o recurso do-ve ser examinado com a benevo-le"ncia do suprimento de possiveisarms a falhas de sua propositura.

5 - Colocado o problems nessestattoos, haver-se-I de deferir o pro-cessemento do apelo extraordine-rio.

O recorrente o fundamentou, amduvida, no art . 119, n . III, letraa, do Constituigao do Republica -negative de viggncia de lei federal,qua aerie o art. 171 do C. Pen.,quanto a conceituagao do crime deeatelionato , no hip6tese do agentsuser do falsidade documental, parechegar aquele objetivo.

O pr6prio ac6rdao, atacado norecurso, bem como o parecer doProcuradoria-Geral , mencionam aexistencia de controversia a respeitodo assunto.

E o problems , no realidade, 6serio , merecendo o definitivo examsdo Tribunal meis alto do Pats, pareo necesserio deslinde do controver-sia too importante" (f. 42-45).

A Procuradoria-Geral do Republica,em parecer de f. 58-59, a contraria soconhecimento do recurso.

L o relat6rio.

VOTO

O Sr. Miniatro Bilac Pinto (Re-lator): - Em sua sentence , disse ojuiz de primeiro grau:

"Pretende , entretanto , a denun-cia de f. seja o acusado condenadocomo incurso nas penes dos or-tigos 171 a 298 ( em Concurso Ma-terial ), ambos do C. Penal.

Como a sabido , uma des maiscontorvertidas a dificeis quest5es deDireito Penal , qua divide os estu-diosos em diferentes correntes deop'niao , a precisamente arse refe-rents a definigao do delito ou dosdelitos qua pratica o agents, nohip6tese do falso cometido com afinalidade de induzir on manter el-guem ern erro.

A Jurisprudancia, por sue vez,reflete a mesma divergencia. exis-tents entre os tratadistas nao soignorando , entretanto , qua, com al-guma leve preponderancia no sen-tido do entendimento de qua, nohip6tese, ocorre , exclusivamente, odelito de estelionato" (f. 10) .

"Convencido , pois , estou _ de acor-do com a Conferencia dos Desem-bargadores, qua, no concorrencia dofalso com o estelionato , o primeiroabsorve o segundo.

Isto posto , julgo, parcialrnente,proceden e a presente egao penal.pare o fin do condenar , como defato condeno , Nelson Pagliarini.corno incurso nas penes do art. 297do C. Penal" (f. 12).

Considerou o ac6rdeo recorrido quaesta sentence nao foi ditada contra aevidencia dos autos, nem contrarioutexto expresso de lei, nem praticou in-justice . Limitou-se ale, sendo a ques-tao controvertida a se colocar confor-me a corrente qua aceita , para 0 case,a ocorr6ncia do falsidade.

L sabido qua em torno desta ma-teria , de grande discussao , quatro po-sig6es disputam a primazia no suesolugao . Citou-as a petigao de contra-raz6es so recurso . Menciono-as aqui:as pare a primeiro prevalece o falso.pare a segunda, o estelionato : as parea terceira ocorre o concurso material.Pats a quarts , o concurso formal.

Assim , segundo Heleno Fragoso, heconcurso material de crimes entre ofalso e o estelionato (Lig6es de DireitoPenal, 4/ 1.010 , a Jurispruddncia Cri-minal n9 ' 204 a 205), conforme Ma-galh5es Noronha , exists concurso for-mal (Crimes contra o patrim6nio,p. 162 /3); ainda em favor do con-curso formal o artigo de Ewelson Soa-rer Pinto , quo se utilize em sua con-clusao, do finalismo de Wetzel, citando,mais a meis verios autores estrangeirosquo tam identica or; entagao (Falso eEstelionato, in Justitia, 63/23-45); j6Vote Nelson Hungria, prevalece o crime

11

R.T.J. 72 295

de falsidade, desde qua o (juice meinfraudulento empregado seja o falsum:"Nao se pods reconhecer um concurso,

reel ou formal, de falsum e estelionatono fate de quern produz urn documento

fr sific do pars obt^r urn lucro ilicito.No he na hip6tese , senio urn titulo decrime : falsum on use de documentofalse" (Fronde Penal, p. 54; Comenta-rios, IX/196-8).

Este vacilag5o doutrineria tern os seus

reflexes no jurisprudencia , qua ainda

nao encontrou. per igual, urn denomi-

nador comma . No Supremo Tribunal

versaram a materia de forma per ve-

zes nao coincidente , entre outros: RE

21.583, de 29. 12.52 ; RE 41.199

(R.T.J., 9/257); HC 44.319 (R.T.J.,

43/605); RE 58 .543 (R.T.J., 35/435);

RE 63 .440 (R.T.J., 45/494); RE

63.584 (R.T.J., 46/667); ERE 63.584

(R.T.J., 52/182).

Nota-se tendencia predominante em

afastar , nestes cases , o concurso mate-

rial, pare evitar a cumulacao de dues

penes groves.

O novo C6digo Penal , de vig&ncia

adiada a espera do novo C6digo de Pro-

cesso, traz, em son art . 343, esta dis-

posig5o:

"Se o crime contra a fe p(jblica

constituir meio pare a pratica de

outro crime, aplica-se a regra do

¢ 1° do art. 65".

E o § 1 .0 do art . 65 este assim

red gido:

"Quando a agente, mediante uma

s6 agao on om:ssio, pratica dole on

mais crimes a qua se cominam pe-

nas privativas de liberdade, impie-

se-the a mats grave, on, se da

meatus especie , somente uma dales,

aumentada , em qualquer case, do

urn sexto ate a metade . Se a acao

on omissio a dolosa a os crimes

concorrentes resultam de designios

aut6nomos, as pens privativas de

liberdade aplicam-se cumulative-

mente".

O future C6digo fez, desta forma,

uma opr,io em favor do hoje denomi-

nado concurso formal.

Em face des apontadas divergen-

cies doutrinarias a jurisprudenciais

acerca do terra do merito , nao en-

contro meio de superar a preliminar

do conhecimento do recurso . Foi ale

oposto , mesmo corn defeitos , somente

Palo letra a do permissivo . 0 despa-

cho qua o admitiu , aclarando a ne-

gativa de vigencia alegada de mode

ample, fez constar qua aeria a do

art. 171 do C. Penal . Mas, perante

questao qua tern suscitado ample de-

bate , nao posso censurer o julgado

quo assumiu determinada posiSao,

ainda qua esta no seja a melhor (S6-

mule 400).

late posto, vote polo nao conheci-

mento do recurso.

EXTRATO DA ATA

RECr 79.489 - SP - Rel., Mi-

nistro Bilac Pinto. Recte., Nelson

Pagliarini (Adv., Arnaldo Valente).

Recda., Justiga Publics.

Decisio: Me conhecido, unanime-mente.

Presidencia do Sr. Ministro Oswaldo

Trigueiro. Presentee a sessio as Se-

nhores Ministros Aliomar Baleeiro,

Djaci Falcao , Bilac Pinto , Rodrigues

Alckmin, e o Dr . Oscar Correa Pins,

Procurador-Geral do Republica, subs-

tituto.

Brasilia, 15 de outubro de 1974. -Antdnio Carlos de Azevedo Braga, Se-cretirio.

296 R.T.J. 72

RECURSO EXTRAORDINARIO N.e 79 . 533 - SP(Pr)meira Turma)

Relator : 0 Sr. Ministro Bilac Pinto.

Recorrentes : Esp6lio de: Bertha Ondina do Azevedo a outros. Recorridos::

Manoel Marques Sim6es a outros.

Agin possess6ria . Embargos de terceiro . Admissibilidade.

Sao admissiveis embargos de terceiro em agao possess6ria.

Aplicagao da S6mula 279 em relagao as outras questaes alegadas.Rocurso desprovido.

AOORDAO

Vistas, relatados a discutidos ester

autos, acordam as Ministros do Pri-meira Turma do Supremo Tribunal Fe-

deral, no conformidade de ate de julga-mento a das notas taquigraficas, por

unanimidade de votos, conhecer do re-

curso mas negar-Ihe provimento.

Brasilia , 18 de novembro de 1974. -Oswe /do Trigueiro, Presidents. - Bi-le' Pinto, Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Bilac Pinto: - Em

agao de reintegragio de posse, foramoferecidos embargos de terceiro, qua ojuiz de primeiro grau julgou procedentes(f. 256-261). Oposta apelagao, o Tri-bunal do Justiga, em ac6rd io unani-me, depois de afastar a prelirrinar dedescabimento dos embargos, dissequanto no merito:

"A prova testemunhal a convin-cente pare evidenciar a posse dosembargantes . Posse manse a paci-fica ate a epoca em qua os embar-gados conseguiram o mandado limi-nor no reintegrat6ria . De resto osembargados nem sequer produziramprova 'estemunhal para justificarsus pretense posse . E, alem do mais,confessaram fictamente a posse dosembargantes, uma vez qua o seurepresentante fora notificado paraprestar "sob as penes do lei" (fo-Iha 133), a nao compareceu a nemjustificou sua ausencia (f. 226).

So exists coisa julgada , como or-gumentam us embargados, para

neutralizar a pretensao dos embargantes , em nada afeta a res in iudicium deducts . A coisa julgada te-ria fixado os limites a o perimetro.do "Sitio Capao do Embira". Maso terreno objeto dos embargos si-tua-se dois quilometros a mein foradesses limites , conforme demonstrou exaustivamente a prova peri--

cial , into 6, dentro do antigo localdenominado "Invernada".

Em sums : sob todos os ingulos

apresentados , a pretensao dos em-

bargantes encontra respaldo na pro-vs. A medida liminar concedida em

favor dos embargados nao podsassim prevalecer , porque representsinjusta constrigao do direito de do-minio a posse dos embargantes so-bra o terreno litigioso" (f. 317).

0 recurso extraordinerio , qua pro

cure apoio nas letras a e it, alega quoem agao reintegrat6ria nao sao cabiveisembargos de terceiro , a qua nao sepoderia admitir a posse dos embargan-tes, a qua houve ofensa a coisa julgada.

Ao dar seguimento no apelo ultimo,justificou-se o despacho:

"No qua toca no tame de cabi-mento , on nao , de embargos de ter-ceiro am agao possess6ria , ocorreo dissidio pretoriano.

Enquanto o venerando ac6rdao

recorrido os admitiu , nega tal pos-

sibilidade o julgado em confronto

do eg. Tribunal de Algada: ". . . jeporque inadmissiveis eio embargosde terceiro nas ag6es possess6rias"

(f. 339).

11

R.T.J.. 72

A Procuradoria-Geral do Repu-blica opinou:

"Quanto a preliminar de nio ca-bimento dos embargos de terceiroem agao possess6ria , a totalmenteimprocedente ante o entendimentodo eg . Supremo Tribunal entre ou-tros, nos RE 64 .489, Relator Mi-nistro Evandro Lins, in R.T.J.,49/71; RE 61. 206, Relator Minis-tro Adalicio Nogue&ra , in R.T.J.,54/90 a RE 71.494, Relator Mi-nistro Djaci Falcio, in R.T.J.,58/680.

Quanto as demais questoes, co-mo bean salientou o despacho-admissivc de f. 337, relatives acoisa julgada a posse , pretende-sereexame de prove, pois o ac6rdiorecorrido declarou qua o im6velobjeto dos embargos nao as enqua-dra nos limites daqueles porventuraobjeto de decisao judicial invocada.

Se conhecido , somos pelo nao

provimento do recurso extraordini-

rio" (f. 356-357).

E o relat6rio.

VOTO

0 Sr. Ministro Bilac Pinto (Re-lator): - Das quest6es alegadas,

dues dales, a coisa julgada e a posse,

foram resolvidas , nos ins6ncias ordi-

neriae , a lux do prove vinda dos au-

297

tos. 0 seu reexame, na via extraordi-neria , exigiria , certamente, anelise demateria de fato , aqui vedada pale S6-mu/a 279, como acentua o parecer doProcuradoria-Geral do Republica.

Restaria a argiiigio de inadmissibili-dads dos embargos , em razeo do qualo despacho reconheceu o conflito. EstePorto leva-me a conhecer , em parts, dorecurso, mas pare desprove-lo. ficando,aqui, com o citado parecer do Procura-doria-Geral. Ademais, a restrigao quase pretende nao as spurs no art. 707do C. Pr. Civ. de 1939.

EXTRATO DA ATA

RE 79 . 533 - SP - Rel., MinistroBilac Pinto . Rectes., Esp6lio de: Ber-tha Ondina de Azevedo a outros (Adv.,Jaime Was). Recdos.. Manoel Mar-ques Sim6es a outros (Adv., H61io Ul-piano de Oliveira a outros).

Decisio : Conhecido a desprovido, eunanimidade.

Presidencia do Sr . Ministro OswaldoTrigueiro . Presentee a sessio os Se-nhores Ministros Djaci Falcio, BilacPinto . Rodrigues Alckmin . Procurador-Gera1 da Republica , substituto . Ausen-te, justificadamente , o Ministro AliomarBaleeiro.

Brasilia . 18 de novembro de 1974. -Anto"nio Carlos do Azevedo Braga, Se-aret4rio.

RECURSO EXTRAORDINARIO N.o 79.599 - GB(Primeira Turma) . _`

Relator: 0 Sr. Ministro Djaci Falcio.

Recorrente: Armando Vieira Pees. Recorrido: Mirsilo Gasparri.

Agio de despejo. Desde quo hs iocagio intuitu familiae naoconfigure vulneragio do art. 29 do L. 4.494/64 o lato do locatdriomudar-se do in,dvel por haver ccnstituido nova familia, apda odesquite, deirando ali a sua genitors, urn Who mentor a uma irmi,todos sous dependentes. Dissidio jurisprudential comprovado.

Recurso extraordinerio provido.

AC6RDAO ra Turma do Supremo Tribunal Federal,

Vistos, relatados a discutidos ester no conformidade de eta do julgamento

autos , acordam on Ministros do Primei- a des notes taquigreficas , por unanimi-

298 R .T.J. 72

dade de votos , conhecer a prover o re-curso.

Brasilia , 27 de agosto do 1974. -Oavaldo Trigueiro, Presidente. - Dja-ci Falcgo, Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Djaci Falcio: - Diza despacho qua admitiu o recurso:

"Inconformado corn a deciseo def. 66, Armando Vieira Pass, invo-cando a alinea d do inc. III doart. 119 do Constituigao do Repu-blica Federative do Brasil, interp6erecurso extraordinario ( f. 68),objetivando reformer dito decis6-rio.

Para tanto, alega qua o arestorecorrido colocou-so em divergdncis

corn julgados do Supremo TribunalFederal , que spouts.

Impugnarao, as f. 75.

Iato posto:

Trata-se de ado de despejo, soba alegacao de qua o locatario reti-rou-se do im6vel , deixando no prd-dio dues irmas.

A sentenfa do primeiro grau ne-gou a despejo , sob o fundamento doqua o im6vel estava ocupado pot2 (dues ) irmes qua vivern no de-pendi ncia econ6mica do locatarioe pot um filho manor deste ultimo(f. 41).

Todavia, a C. 5? Camara Civelreformou a deciseo a decretou adespejo , entendendo que. na espd-cie, estaria configurada onto daship6teses previstas no art. 2.9 doL. 4.494/64 (f. 66).

Em prol do cabimento do recursoextraordinario , o locatario apontadois ac6rdaos do Supremo TribunalFederal , pelos quais a eg. SegundoTurma daquela eg. Coldgio enten.deu inocorrer infrageo em espdciesrelativamente semelhantes, ja quaurn dales refere-se a "irmes meno-res" e a outro a "filhos" ( f. 70)

Ao impugner o recurso , o recor-rido ngo indicou qualquer julgado

daquela Excelsa Corte, em sentidocontrario , deixando assim a impres-sao de qua as decis6es trazidas acolaSeo pelo recorrente constituernjurisprudencia predominante do Tri-bunal Maior.

Em this condi46es , tenho comaconfigurado o dissidio pretoriano,pelo que, corn apoio no alinea of dopermissivo constitutional , admito arecurso.

Subarn, atendido o que disp6e oart. 545 do C. Pr. Civ., quantaso preparo.

Rio de Janeiro , 28 de main de1974. - Fabiano de Barros Franco,Juiz-Presidente " (f. 78-79).

Corn as raz6es de f. 87-90 a 98 so-bin a recurso a esta Corte.

VOTO

O Sr. Ministro Djaci Falcio (Re-

lator): - 0 aresto recorrido guards

o seguinte teor:

"Pode o locatario res°dir campessoas do familia, seja qua' oseu numero , a outras que a estase assemelhem , sob a mesmo te-to, mas deste retirando-se. indoem outro residir , caracteriz'-se,no minimo, uma des figur,s con-templadas no art. 29 da L-i4.494, ensejando-se fundamentopare a despejo, bern d.c'dindo asentence qua assim concluu, im-pondo-so a sua confirmacao.

Vistas, a relatados as presentesautos do AC 26.895, em que eapelante Mirsilo Gasparri sendoapelado Armando Vieira Pees, acor-dam as Juizes do 5.s Camara Ci-vel do Tribunal de AlSada, em de-ciseo uninime, der provimento soapelo, pare julgar procedente aacao, decretado o despejo, corn 30dias pare mudanca ; custas a hono-

rarios do 20% sabre o valor docause polo Rdu.

0 am relator funcionou no julga.

mento de apelaceo a qua se refere

o ac6rd"so mediante c6pia de f. 49,

R.T.J. 72

como vogal , was o seu entendimen-to, eli, nio colide corn a esp6cieore em exams . Seja como for, oqua as tam admitido , 6 qua pods amulher corn quern viva o var io des-quitado, corn eta residir no im6vel- eta a qualquer pessoa do familia,assim Como equates qua a "to seassemelhem , pole Into 6 o conceitode familia . Todavia, necessgrio sefez a conviv6ncia no im6vel. Ope-rada a mudanga do locat6rio, reti-rendo-se sate a indo noutro residir,traduz-se no minimo , uma das fi-gures contempladas no art. 29, deL. 4.494. Na esp6cie , est6 provado,sobejamente , que o locat6rio deixouo apartamento objeto do demands;fn; noutro re97dir . Nao he continui-dads de residencia . Admita-se quacontinuasse nele residindo a tivesseoutro im6vel por eta ocupado. Epossivel As vezes assim acontecer.Mas; retirando-se, indo noutro resi-dir, margem nao exists pare qua sodeixe de considerar consumada in-fragio . Irrelevante a questao dehaver-se desquitado , de ter ern suecompanhia, anteriormente. mae ir-maos. filhos. famulos , fosse quemfosse e o sou nfunero . 0 fato 6qua so mudou , qua foi noutro pr6-dio residir , deixando o apartamentolocedo em mao de outrem. Inad-missivel a tese esposada pale partsrecorrida , impondo-se o provimentodo apelo, procedente a acao.

Rio de Janeiro , 25 de marco do1974 . - Jose Gomes B. C6mara,Prosidente a Relator" ( f. 66).

0 primeiro ac6rd9o invocado polorecorrente neo as presto A configuracaode discrepanc ' a jurisprudential. umavex qua 6 do mesmo Tribunal deAlcada . Contudo . vita decis6es do Su-promo Tribunal Federal, verbia:

"Nao caracteriza cessao de loca-45o, celebreda intuitu personae, ofato de o locat6rio , no contrair me-trim6nio . mudar-se do pr6dio locado,note deixando me mae a irmis me-nor" , que, desde o inicio , corn etamoravem . Etc. etc ... "Decisao

299

proferida no RE 68 . 321-GB - Se-gunda Turma do Supremo TribunalFederal, em qua foi Relator oExmo. Sr . Ministro Eloy de Ro-cha - Ementerio Forense, agosto

de 1972 , ano XXIV, no 285.

"A perman6ncia , no pr6dio lo-cado , de filhos a de um neto dolocatgria , qua no companhia destasempre nele residiram . nio caracte-riza infragio de obrigacao contra-tual, nem do lei". Dec;sao prola-tada pale Segundo Turma doSupremo Tribunal Federal, no RE70.437 em qua foi Relator o Exce-lentissimo Sr . Ministro Eloy doRoche - Ementerio Forense, egos-to de 1972 , ano XXIV, nQ 285"(f. 69-70).

Afigura-se-me demonstrado o dissidio.O recorrente , locatirio do im6vel, as-tabeleceu outra residencia quandoap6s o desquite, constituiu nova fa-milia. deixando no im6vel sue mas(j6 falecida ), um filho menor a umaimra, todos sous dependentes econ6-micus , a qua corn eta residiam deedso inicio de locafeo . Assim, desde quaa Iocacao as destinava a familia, cons-tituida por asses peasoas qua vivem Asexpenses do locat6rio , ore recorrente,nio vejo caracterizada infringlncia deobrigacao contratual on legal, inclu-sive porque o locat&rio deixou de re-sidir no im6vel h6 mais de oito (8)anon, a duranto ease Longo periodo olocador jamais so insurgiu contra essasituacao . Dai por qua ponders o JuizMaurilio Rodrigues Pereira:

"Por outro lado , sao decorridoscerca de 8 (oito) anos desde quao r6u constituiu nova familia a asmudou do apartamento questionado,como alegou o autor no initial, con-fessou o r6u no contestaSao a foiconfirmado pales testemunhas ouvi-des on, audi6ncia . Ore, so nio bas-tasse a circunstancia de qua alocacso foi estabelecida intuitu fa-znWae, o longo tempo decorrido j6caracterizeria uma eutorizacao t6-cita do locador, no tocante Apermanencia, no im6vel . daquelesparent" do locatgrio . E tat cir-

300 R.T.J. 72

cunstancia no poderia par ele serignorada , pois, como afirmou a tes-temunha Creusa Maia de MedeirosCosta (f. 37 o v.), era ele, locador,visto no edificio , bastando averi-guar, corn o porteiro on sindico, seo reu all morava.

Nao estando comprovada a sublo-cagao, on a cessao do locagao, con-tinuando o reu corn a responsabili-dode desta a do subsistencia dosseus dependentes qua res:dem noim6vel, a de ser decretada a impro-cedencia do pedido" (f. 44).

Deese modo , nos arestos paradig-snaa a no decisao proferida no juizoorigindrio est5 a melhor exegese.

Ante o exposto conhego do recurso

a dou-1he provimento , pare restabele-cer a sentenga de f. 41-44.

EXTRATO DA ATA

RE 79 . 599 - GB - Rel., Mi.

nistro Djaci Falcao; Recte . Armando

Vista Pass (Adv., Mandel Jose de

Costa Ferreira). Recdo ., Mitsilo

Gasparri (Adv. Laura Vitor Peasoa

Cavalcante) .

Decisao : Conhecido e provido, una-

nimemente.

Presidencia do Sr . Ministro Oswal-

do Trigueiro . Presentes it sessao as

Srs. Ministros Aliomar Baleeiro, Dja-

ci Falcao, Rodrigues Alckmin, e o

Dr. Oscar Correa Pina, Procurador-

Geral do Republica , substituto.

Brasilia, 27 de agosto de 19744. -

Alberta Veronese Aguiar, Secretario.

RECURSO EXTRAORDINARIO N.o 79 632 - MG 4^bt

(Primeira Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Oswaldo Trigueiro.

Recorrente : Carlos Smith . Recorrida : Uniao Federal.

Imposto de Renda . Omisse-o de rendimentos comprovada pelosdepdsitos bartcarios do contribuin :e. Pecuiiaridades de taco. Exe-cutivo julgado procodente.

Raccoon eztraordinerio nSa conhecido.

ACDRDAO

Vistos, relatados a discutidos ester

autos, acordam as Min'stros do Pri-meira Turma do Supremo TribunalFederal no conformidade de eta dojulgamentos e notes taquigrSficas, aunanimidade de votos , nao conhecerdo recurso.

Brasilia, 15 de outubro de 1974.

- Osvaldo Trigueiro, Presidente e

Relator.

RELATORIO

0 Sr. Ministro Osvaldo Trigueiro:- 0 presente recurso extraordinariofoi admitido pelo despact'o de f. 161,qua esclarece as termos do contro-v6rsia.

"Trata-se de executive fiscal mo-vido polo Uniao pare cobrar de Car-los Smith Imposto de Renda rela-tivo ads exercicios de 1965, 1966 e1967, em consegiiencia de langamen-to ex officio baseado em dep6sitosbancarios.

A sentenga qua julgou procedentoa aged executive foi confirmada parTorino Julgadora deste Tribunal,qua considerou legitima a cobrangafeita tom base em langamentos con-tabeis bancer4os . A orients do acbr-d"ao este asim redigida:

"Imposto de Reads.

Rendimentos nao declarados.Omissao de rendimentos evi-

denciada atraves de dep6sitos

11

R.T.J. 72

bancarios efetuados polo contri-buinte.

Se as dep6sitos bancarios, en-quanto Leis, indiscriminadamente,nao podern ser tides como fontegeradora do tribute , 6 inegavel,porem , quo as importancias delesintegrantes, provenientes de ho-norerios percebidos no exerciciode profissao liberal , sao tribute-veis (Cedula d).

Obrigageo tributeria qua naose afasta , no especie.

Multa imposta corn base noart. 445, § 1?, RIR.

Agravo desprovido".

Com fundamento nas tetras ae d, do permissao constitutional,recorre extraordinariamente o exe-cutedo apontando como ofendidoso art. 21, IV, do Carta Magna eos arts. 55, 409 e 445, do De-creto 58.400/66.

Para comprovar o dissidio juris-prudencial , o recorrente traz a con-fronto entre outras, decisao profe-ride polo Pret6rio Excelso emagravo regimental no A.I. 55.495,no qual foi confirmado aresto desteTribunal, em qua se condenou apretica de tomar, como base delangamento de Imposto de Renda.os dep6sitos bancarios efetuadospolo contribuinte no exercicio aqua se refere a cobranga.

Evidenciada a divergencia de in-terpretagao, qua autoriza o apeloconst'tucional, admito o recursopolo letra d, o qua nao impede quao eg. Supremo Tribunal Federaldale conhega tambour, pale letra a,se entender ser o case , em face doStimufa 292".

Foi o recurso regularmente proces-sado, sendo-Ihe contrerio o parecerdo Procuradoria-Geral do Republica

(f. 174), in verbis:

"1. Contra o recorrente fez-selangamento or officio do Impostode Renda , quo vein a constituirdivide ativa cobrada judicialmente.

301

A sentence julgou precedents o exe-cutivo fiscal e o respeitavel ac6r-

dao impugnado confirmou-a.

2. Seja na instancia administra-tiva como no procedimento judicial,teve o Recorrente as mais variadase amplas oportunidades de ilidir apresungao de omissao de rendimen-tos e o langamento efetuado deofficio polo Fisco, corn base em in-dicios veementes de sonegagao.

3. Mas nao tare usado dos meiosprobat6rios postos a sun dispos:gao,pois a sentenga afirma:

"Em sua defesa - a despeitodo reconhecida capacidade pro-fissional de sou nobre patrono,especializedo em Direito Fiscal- o executado preocupou-semacs com os longos arrazoadosdo qua com as proves do ale-gado" (f. 87)

Em igual sentido o voto do emi-nente Ministro-Relator, qua diz, acarte altura:

"Se, em verdade, era o reu, nopericdo em foco , medico a fazen-deiro , forge 6 em linha de prin-cipio , entender qua as importen-cias depositadas, em sues contas-correntes bancarias , estavam vin-culadas so exercicio dessas ati-vidades . Cade langamento emconta-torrents banceria a fatosuscetivel de explicagao, per par-to de seu beneficierio. Podia,quer no instancia administrative,ja no fase judicial , ter o reu ten-redo, so menos, demonstrar quaos valores depositados , com indi-vidualidade, um a um, em suescontas-correntes bancarias, a ob-jeto de investigagao pale autori-dade fiscal competente, nao eramexpressao de rendimento profis-sonal" ( f. 111).

4. Conclui-se, a toda evidencia,

qua as instancias ordinarias splice-

ram os adequados dispositivos dolegislagao tributeria a materia de

fate , resultants do conjunto probe-

t6rio.

302 R.T.J. 72

5. Assim, nao precede a argu-mentagao do Recorrente quanto anegative de vigencia do art. 21,

VI, do Constituigao, a arts. 55,409 a 445, do Regulamento do Im-posto de Renda, eis qua as res-pectivas prescrig6es nao se des-conformam on conflitam, antes seharmonizam com os fates sobre quaincidiram.

6. Per sua vez, o dissidio juris-prudencial - qua teria justificadoo deferimento do recurso - naoas configurou, so contr6rio do queentendeu o ilustrado Ministro-Pre-sidento do eg. Tribunal de origem.

7. Os ac6rdeos oferecidos comopadrao, alem de mencionados ape-nas per sua ementa , sera a demons-tragao analitica do divergencia,cuidaram de questao diversa do dis-cutida neste processo: segundo lan-gamento por mudanga de criteriojuridico, executivo fiscal de LC.M.,valor de gado, apurageo de lucrosem empress comercial, graduagaode multa em executivo fiscal.

8. Ap6s o pedido de recurso, in-dicou-se um julgado prolatado nopr6prio eg. Tribunal de or:gzm(f. 149) e o ac6rdao do Agravo55.495, do Pret6rio Excelso, quano arrima o apelo, mas acentua ainviabilidade de sua pretensao, que6 inequivocamente, o reexame doprove (f. 155).

9. Opinamos, destarte, que naoseja conhecido o recurso, de acor-do com as SGmulas 279 a 291."

VOTO

O Sr. Ministro Oswaldo Telgueiro(Relator): - 0 recurso foi admitidoapenas pela alinea d do norma per-missiva, o qua torn ocioso examiner-se o tema do negative do vigenciado lei federal.

Nao me parece , todavia, qua o dis-sidio esteja caracterizado , com a ade-quageo exigida pale. Surnula 291.

No RE 69.426, pelo que as deduzdo ementa transcrita , discutiu-se abu-

so ocorrido no processamento de Se-gundo lncamento , com a adogeo donovo criterio.

E hip6tese diverse do dos autos,em qua a controversia diz respeito aomissio do rendimentos , qua o Fiscoapurou pelo levantamento dos dep6-sites banc6rios do contribuinte.

No RE 58 . 234, estava em causa aliquidez de debito fiscal decorrentedo nao pagamento do Imposto de Van-dos a Consigng6es , que, obviamente,tem. disciplina legal diversa da do Im-posto de Renda.

No RE 75 . 179, tratava-se de con-siderar o valor do gado no composiyaode prego de propriedade . Discutia-seo direito de optar pelo pagamento dotribute , com base no resultado presu-mido de explorageo pecuaria, ou combass no resultado real , apurado pelaescrituragao . A toda evidencia, 6 ma-teria diverse do dos autos.

No RE 27 . 705, adotou-se o entendi-mento de que os lucros nao podem sermedidos no decurso do ano-base, parsapurageo de sua influencia no resultadofinal do exercicio. E terra que de ne-nhum modo coincide com o objeto docontroversia qua o recurso apresenta.

Per fire , no RE 60.476, assentou-sequa o Poder Judiciario pode reduzir a

multa excessive , atendendo as cir-

cunstencias do case concrete.

Quanto so A.I. 55 .495, o SupremoTribunal nao chegou a apreciar o me-rito do questao , limitando -se a naoconhecer do extraordinario , por falta deargumentagao convincente e Porque vi-sage so reexame do prova. A decisaoorigin4ria a do mesmo Tribunal recor-ride , o que a tornaria sem prestimopars a comprovagao do dissidio. Detodo mode , porem , o exams do hip6tesee desfavorevel so recorrente. R que,naquele precedente , o Tribunal a quono aceitou a demonstrageo do debitopela verificagao dos dep6sitos banc6rios,porque o contribuinte era intermedia-rio do venda de telefones , de sorte que

as importancias depositadas em sua

11

R.T.J. 72 303

conta-corrente nao podiam confundir-secom os seus rendimentos.

Por todo o exposto, nao conhego do

recurso.

EXTRATO DA ATA

RE 79 . 632 - MG - Rel., Mi-nistro Oswaldo Trigueiro . Recte., Car-los Smith (Adv., Jcse Carlos de LimaNogueira a outros ). Recda ., Uniio Fe-deral.

Decisio : Nio conhecido , unanime-

mente.

Presidencia do Sr . Ministro OswaldoTrigueiro . Presentes a sessio os Se-nhores Ministros Aliomar Baleeiro, Dja-ci Falcio, Bilac Pinto , Rodrigues Alck-mim, e o Dr. Oscar Correa Pine.Procurador-Geral do Republica , substi-tuto.

Brasilia , 15 de outubro de 1974.Antonio Carlos de Azevedo Braga, Se-cratario.

RECURSO EXTRAORDINARIO N.o 79 . 784 - SP

(Segunda Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Xavier de Albuquerque.

Recorrente: Companhia Antarctica Paulista Industria Brasileira de Bebidase Conexos. Recorrido: Estado de Sao Paulo.

Repetigao do indebito fiscal. Aptidio da pericia contabil parea prova do nao-repercussao . Questoes de direito probatdrio, enae-jadoras de recurso extraordinario . Sentence restabelecida.

Recurso conhecido a provido.

AC6RDAO

Vistas, relatados a discutidos estes

autos, acordam os Ministros do Segun-do Turma do Supremo Tribunal Fe-deral , em conformidade com a ata dejulgamentos a notes taquigraficas, aunanimidade de votos, conhecer do re-curso a the dar provimento nos termosdo voto do Ministro Relator.

Brasilia, 25 de outubro de 1974. -Carlos Thompson Flores, Presidente.- Xavier de Albuquerque, Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Xavier de Albuquer-que: - Por haver lido compelida pelofisco estadual, no exercicio de 1965, apager o antigo Imposto de Verdes aConsignagoes sobre os valores totais desnotes pelas quaffs vendeu sews produtos,neles incluidas , portanto, contra o en-tendimento consubstanciado no Sumula540, as despesas de frete a carreto, aCompanhia Antarctica Paulista moveuso Estado de Sio Paulo esta agio de

repetigio do indebito fiscal a de ressar-

cimento de parries a danos.

A sentenga deu pela procedencia to-tal do agio , considerando provada pe-

ricialmente a nao-repercussio do tribu-to indireto indevido . Reformou-a, con-tudo, o acordio de f. 183-184, qua.pare julgar improcedente a agao, assimBe justificou:

"Do serem providos os recursos.Conforme assentado no Sumula546 so "cabs a restituigio do tri-buto pago indevidamente , quandoreconhecido por decisio, qua o con-tribuinte de jure nio recuperou docontribuinte de fato o quantumrespectivo."

Ora, no caso dos autos foi reco-

nhecido pela pericia a esta do-cumentalmente provado nos autos

(f. 89-94) qua todas as notas des-

tacadas pale autora no perfodo de

1.5.65 a 31 . 12.65 consignavam ovalor do frete a carreto a qua 0

IVC foi pago pelo valor total do

note.

304 R.T.J. 72

Ora, incluido o valor do frete ecarreto to nota a recolhido o IVCpelo valor total, a 6bvio que a au-tora transferiu pars o consutnidorfinal o onus do tributo a como de-

cidido pelo Colendo Supremo Tri-bunal Federal , "neo se concede res-titui4ao de tributo indireto sem aprova de qua o contribuinte supor-tou, efetivamente , sem transferiran consumidor, o gravame fiscal."

Pouco importa haja a autoracontabilizado desta on daquela for-ma o moments do tributo pago.Nao a isto qua demonstra o pre-juizo, inexistente no acertada con-clusao do perito do re."

Dal o recurso extraordinerio da an-tora, que o ilustre Vice-Presidents doTribunal a quo denegou por entenderque objetivava an puro reexame daprova. Subiu ale, porem , pare me-lhor exame, gragas ao provimento doAg. 60 . 069, em apenso.

A Procuradoria-Geral opinou (fo-

Ihas 224-226):

"A recorrente ajuizou agao con-tra o Estado, visando a repetigaodo Imposto de Vendas a Consig-nagoes, que incidira indevidamentesobre as despesas de frets a carreto.

0 v. ac6rdao de f. 183 -4 julgou

improcedente a agao , porque o con-

tribuinte recuperara o quantum te-lativo aquelas parcelas, pois, como

restou provado nos autos, "todayas notes destacadas pals autora no

periodo de 1.5 . 65 a 31 . 12.65 con-

signavarn o valor do frete a carretoe clue o IVC foi pago polo valor

total do nota."

Recorre a Cie. Antarctica Paulia-ta, pelas letras a e d do parmissivoconstitucional , sustentando ofensaso art . 117, IV , da C.F . de 1946,e divergencia em rela4ao a juris-prud "encia compendiada nos Sdmu-las 540 a 546 dessa eg. SupremeCorte.

Nos termos da Sdmula 540, ofrete e o carreto neo deveriam in-tegrar o preco da mercadoris, clue

constituia a base de calculo do Im-posto de Vendas a Consignac6es.Embora neo referido , o ac6rdaorecorrido adotou esse entendimentocomo premissa pare decidir sobrea procedencia da repeticao. Samobjeto, portanto , o recurso pals Te-tra a e , em parte, em rela45o itletra d, porque inexiste divergenciacom o enunciado da Sdmula 540.Remanesce, pois, exclusivamente, 0aspecto da ocorrencia on neo darepercussao, como pressuposto darestituigao (Sdmula 546).

Inobstante a questao envolva re-exame de prova ( Sdmula 279), ocerto a que a decisao de primeirainstancia julgou inexistente a re-percusseo , amparada out laudo quoconcluira neo ter o contribuinteagregado o frets , o carreto e o res-pectivo IVC so custo do mercado-ria. Como been acentuou a decisao

impugnada , porem, o imposto in-cidia sobre o valor total do note,valor ease obtido pelo preco do mer-cadoria ( custo acrescido da margemde lucro) mais as parcelas de fretse carreto , que, destacadas embora,formalmente , daquela preco, foramconsideradas na apura4eo do valorda nota , para efeito de calculo doimposto , suportadas em definitivopelos consumidores.

Reston provada , pois, a re-

percussao , razao por qua incabivela restituigao , nos termos da Sdmula71.

Palo neo conhecimento do apelo.

Brasilia , 23 de setembro de 1974.- Moacir Ant6nio Machado daSilva, Procurador da Republica.Aprovo: Oscar Correa Pins, Pro-curador-Geral da Republica, subs-tituto."

); o relat6rio.

VOTO

0 Sr. Ministro Xavier de Albuquer-

que (Relator ): - Segundo a Sdmula

546, cabs a restitui4so do tributo pagoindevidamente, quando reconhecido por

11

R.T.J. 72

decisao, qua o contribuinte de jure nao

recuperou do contribuinte do facto oquantum respectivo.

Nao se he de supor, certamente, quao Supremo Tribunal haja confiado sopuro arbitrio de juizes a Tribunals oreconhecimento do fato do neo-re-percussao do tributo indireto qua sepretenda repetir. 0 entendimento doS`imula, e a aferigao de sua adequagaoa cada caso ocorrente, he de reportar-sea preceito expresso de lei qua preve,sem the regular o modo ou as meios, aprove desse fato. Trata-se do art. 166do C.T.N.:

"A restituigao de tributos qua

comportem, por sua natureza, trans-

ferencia do respectivo encargo fi-nanceiro, somente sera feita a quem

prove haver assumido o referido an.

cargo, ou, no caso de to-lo trans-ferido a terceiro, estar por este ex-

pressamente autorizado a recebe-la."

Nao diz a lei, como salientei, como

e por qua meios ha de o contribuinteprover qua assumiu o encargo finan-ceiro, nao o transferindo a terceiro.Sendo incivil admitir qua ale the hajaimposto o onus de prova impossivel,deve-se concluir qua quaisquer meiossao aptos pare o fim nela objetivado.

Em caso qua se diz anilogo, nestes

autos invocado pelo Estado recorrido,Mestre Baleeiro fez estas considerag6es

sabre o tema (f. 129):

"Ore, a recorrente nao fez a prova- sequer por presungao - de ter

sofrido o prejuizo do IVC sabre asfretes a carretos, sem transfers-lo

aos compradores. Entende qua SaoPaulo nao poderia inverter o onus

de prove. E eximiu-se de faze-1a.

Nom alegou ter feito.

Nan tern razao. A presungao,nascida do velho fato de experi-encia humans, 6 a de qua, nas ven-das de mercadorias pelos produtoresa comerciantes aos consumidores,estes suportam de fato 0 onus, par-qua os vendedores o incorporam anprego, sempre qua ppdem faze-lo."

305

Se nao puderam ou nao quiseramtransferi-lo, devem prover isso, sejapela contabilidade , seja pela eviden-cia do impossibilidade , inclusive porpresungao , qua 6 prove em Direito."

Aqui , a recorrente acudiu A adver-tencia magistral a provou , por periciarealizada em sua contabilidade, qua oimposto fore calculado, efetivamente,sobre valores qua incluiam as despesasde frets a seguro, e qua as parcelasdo acrascimo tributirio indevido he-vista sido contabilizadas em conta de-nominada "Poder P6blico - ContaDebito por Tributos a Reembolsar",subconta "I.V.C. a reaver."

Na significagao desse procedimentocontibil do recorrente , divergiram obvia-mente as peritos : o dela, entendeu quorevelava neo haver sido transferido aoscompradores o encargo financeiro, anpasso qua o do Estado entendeu quaneo revelava tal fato . Para o desem-patador judicial , neo havia duvida dequa o montanta do tributo indevidamen-to pago neo fora recuperado pela Au-lots (f. 104).

Para infirmar a conclusao do senten-ca, o ac6rdeo fundou-se em qua estavareconhecido pela pericia a documental-mente provado nos autos "qua todasas notes destacadas pela autora no pe-riodo de 1.5.65 a 31.12.65 consigna-varn o valor do frets a carreto a quao IVC foi pago pelo valor total donote" (f. 184).

Isso prova, sem duvida, qua o tributofoi pago indevidamente, porque cal-culado sabre parcelas nas quais naoincidia (Sumula 540 ), a qua tais par-colas, qua correspondiam a despesas defrets a carreto , foram incluidas nas no-tes do vendedora a cobradas aos com-predores de seas produtos . Mas nao 6de this parcelas de frets a carreto quaa agao visa a obter repetigao, senao dotributo indevido qua sobre ales incidiu.

Extraindo desse fato provado a con-clusao "6bvia" do qua a recorrentetransferiu pare o consumidor final oonus do tributo, o ac6rd5o recorrido re-lacionou-lhe conseq&iencia qua the 6 in-

306 R.T.J. 72

teiramente estranha . Considerando, per

outro lado , pouco importer qua a re-corrente haja contabilizado desta ondaquela forma o montante do tributopago , destituiu de qualquer valor pro-

bat6rio a contabilidade da empresa.Como, entio, haveria ela de prover anao-repercussio7 0 acdrda"o recorrido

desprezou mein de prove legal a con-denou a recorrente a produgio de pro-va impossivel.

Tenho qua nao se trata , como pa-receu so ilustre Vice-Presidente doTribunal a quo e a douta Procuradoria-Geral, de fazer , aqui , mere renameda prova. Trata-se de corrigir , no ac6r-d io recorrido , o relacionamento , a certofato provado , de consegv6ncias exorbi-tant" , bern como a vulneragio de prin-cfpios de direito probat6rio atinentesa admissibilidade legal dos meios deprova.

No ac6rd6o ja lembrado , Mestre Ba-leeiro admits , a muito bern, qua seprove a nao-repercussio ate per pre-sungio. Pois been , al6m da prova perf-cial-contabil produzida nestes autos,cuja aptidso o Juiz been reconheceu,milita ainda em favor da recorrente apresungio de nao haver recuperado 0tributo indevidamente pago . R qua seas

produtos, come a not6rio, tam sews pre-

gos submetidos a tabelam:nto oficial,circunstancia qua o Supremo Tribunal

tem valorizado em varios cases analo-

gos.

Nessas condigbes, conhego do recurso

e the don provimento pare restabelecer

a sentenga.

EXTRATO DA ATA

RE 79. 784 - SP - Rel., Ministro

Xavier de Albuquerque. Recta., Cia.

Antarctica Paulista Industria Brasileirade Bebidas a Conexos (Adv., Celso

Neves). Recdo., Estado de Sao Paulo(Adv., Claudio Borba Vita).

Decisao : Conhecido a provido nostermos do veto do Ministro Relator.Uninime. Ausente, ocasionalmente, oSr. Ministro Leitao de Abreu.

Presidencia do Sr. Ministro Thomp-son Flores . Presentes it sessao os Se-nhores Ministros Antonio Nader , Xavier

de Albuquerque a Cordeiro Guerra. Au-sente, ocasionalmente , o Sr. MinistroLeitao de Abreu. Ausente , justificada-mente, o Dr. Oscar Correa Pine, Pro-curador-Geral da Republica, substitute.

Brasilia , 25 de outubro de 1974. -Helio Francisco Marques, Secretario.

6 J`^n

RECURSO EXTRAORDINARIO N.o 79 . 932 - GB

(Segimda Turtna)

Relator: 0 Sr. Ministro Xavier de Albuquerque.

_ii ,

Recorrente : Verbs S .A. - Cr6dito, Financiamento a Investimento. Re-corrida: Miracor Engenharia Ltda.

1) Alienagio fiduciaria em garantia. Venda particular dos bens,corn aplicagio de sea produto as amortizagio da divida. Cobrancaexecutiva do sahlo devedor, tambem garantido por nota promis-sdria vinculada no contrato . Procedencia.

2) Fato alegado per rime dos partes a nao contestado, antesadmitido, pela outra . Aplicagao do art. 209 do C. Pr. Civ. vigente.

3) Recurso extraordinario conhecido a provido.

AC6RDAO da Turma do Supremo Tribunal Fe-

Vistos , relatados a discutidos estes deral , em conformidade com a eta de

autos , acordam as Ministros da Sagan- julgamentos a notas taquir$((ca , h

11

R.T.J. 72

unanimidade de votos, conhecer do re-curse a the dar provimento, nos termos

do veto do Ministro Relator.

Brasilia, 15 de outubro de 1974. -Thompson Flores, Presidents. - Xa-vier de Albuquerque, Relator.

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Xavier de Albuquer.qua: - Por contrato de 29.6.67, arecorrida obteve da recorrente, em re-forma de operag6es anteriores, aberturade credito no valor de Cr$ 75.000,00,pelo prazo de seis muses. Ajustaram-se corregao moneteria prefixada de2,16% so mss, mais juros de 0,5% anmes, dando a creditada a creditadora,pare garentia do divida. lime note pro-miss6rie do valor de Cr$ 87.000,00, ealienando-Ibe fiduciariamente mequinase equipamentos avaliadns em ...Cr$ 107.000,00.

Vencida e neo page a divide, a cre-ditada prop6s a creditadora agso con-signat6ria Para Ihe entregar, core forqade pagamento do debito integral, ascoisas alienadas fiduciariamente. 0Juz acolheu a agao apenas pare darpor entregues os bens s creditadora,liberando a creditada dos responsabili-dades de depositeria, mas "neo a exi-mindo, evidentemente, do pagamentodo divide qua podere ser cobrada atra-ves os mains consagrados no je referidaL. 4.728" (f. 15). Apelou a enters,perseguindo a quitagao do debito total;e porque a re estivesse , no entretempo,a pretender cobrar a note promiss6riaigualmente emitida pare reforgo de go-rands, a Terceira Camara Civel doTribunal de Justiga do Guanabara deuprovimento partial a apelagao, apenaspare obstar, enquanto neo executados osbens. a cobranga do cambial. Disse nac6rd9o, nesse particular (f. 17-17-v.):

"Claro qua, no caso de inadim-plemento do obrigagao garantida, oproprietirio pode vender a coisa aterceiro , observada a lei processualcivil pertinente a respeito de van-dos a credito , a splicer o prego dovenda no pagamento do seu cre-dim a des despesas decgrrntes da

307

cobranga , entregando an devedor osaldo porventura apurado, se hou-

ver. Caso o prego do venda docoisa neo bastar pare pagar o cre-

dito do proprieterio fiducierio edespesas, o devedor continuara pes-soalmente obrigado a pagar o saldodevedor apurado.

Nao podia a ora apelante des-sarte, obter quitagio de seu debitoem virtude do simples entrega dosbens relacionados no contrato deabertura de credito com garentia

de pacto de alienagao fiduciaria.

A note promiss6ria emitida parereforgo de garantia, no valor deoitenta a Sete mil cruzeiros novos,s6 podere ser cobrada, no entente,ap6s a excussao dos bens ora con-signados, em forma legal , caso con-tinue a perdurar saldo devedor."

Tempos depois, moveu a credora adevedora esta agao executiva pare co-brar-se de Cr$ 64.299,20, saldo dodebito representado pale note promis-s6ria vinculada so contrato de aber-tura de credito, titulo ease cujo valorse reduzira em consegiiencia da vendados bens alienados fiduciariamente eentregues a exegaente no consignat6-rie anterior. Juntou c6pia do recibopelo qual vendee a terceiro, Palo preqode Cr$ 25.000;00, os referidos bens, do-cumento no qual tambem consta a co-branga, polo 1.0 Depositirio judicial,de custas no montante de Cr$ 2.299.20(f. 19).

Garantida a execugao pale penhora,contestou a re devedora a alegou, emsintese, qua o saldo cobrado neo estavademonstrado a era excessivo ; qua a cre-dora nio cumprira o ac6rdio proferidono consignat6ria anterior , deixando depromover a excussao dos bens em for-ma legal, obedecida a lei processual ci-vil pertinente, mas os venders pelaimportincia ridicule do Cr$ 25. 000,00,assumindo , assim, o risco de sue levien-dade; qua o credito aberto fore de ..Cr$ 75.000,00, a no de Cr$ 87.000,00,pelo qua , mesmo imputando-se-Ihe empagamento os Cr$ 25.000,00 produzi-

308 R.T.J. 72

dos pela venda dos bens, o saldo co-

brevel seria de Cr$ 50 . 000 00, e naoo pretendido.

Em replica , explicou a exeqUentequa o saldo provinha da soma , so valorprimitivo do credito, da corregao mo-neteria prefixada a dos juros , been comodas custas do depositario , a da diminui-geo do produto da venda dos bens.Quanto a esta , juntou prova de queafrontara a devedora , por carts entreguepor intermedio do Registro de Titulosa Documentos , dando-lhe ciencia daproposta recebida a concedendo-the pre-ferencia pare adquirir os bens , nas mes-mas condic6es , em 24 horas ( f. 58).

A sentenca julgou procedente a ageo,

dizendo ( f. 65):

"0 ac6rdao de f. 16 ja decidiuque a devolugao dos bens alienadosfiduciariamente nao implicava emexoneragao da Re. Decidiu maisqua a promiss6ria no valor de ...Cr$ 87 .000,00 era valida (f. 17-v.).E estabeleceu qua os bens deve-riam set vendidos , na forma legal,devendo o respectivo prego set aba-tido no total da promiss6ria. Ora,como se diz na replica , o art. 2do Dl. 911 autoriza o proprietariofiduciario a vender os bens a ter-ceiros, independentemente de qual-quer formalidade . Ainda assim aA. deu ciencia a preferencia navenda a Re (f. 58). Cumpriu,portanto, petfeitamente o acordaomencionado . Sua divida , conformeexposto na initial , a liquids a cer-ta."

Em apelaceo de re; foi a sentengareformada por maioria de votos, ven-cido o Desembargador Nelson RibeiroAlves. Ficou assim langada a ementado ac6rdao (f. 76):

"Agao executive. Sua improce-dencie , em face de decisao anteriordesta Camara qua mandou sustara cobranga do titulo enquanto naoexecutados as bens dados em ga-rantia , como alienadoo fiduciaria(art. 66 , § 4.9 da L. 4.728 com-binado com a Dl. 911 de 1.10.69),

desde que no comprovada nos au-

tos aquela determinagao."

Do corpo do acordao, destaco este

trecho (f. 76-76-v.):

"Entretanto , ha qua se atender,na especie , an ac6rdao desta Ca-mara que sustou a cobranga do ti-tulo enquanto nao executados asbens dados em garantia , como alie-nagao fiduciaria . Ora, pare cobrarelse titulo teria a exegilente, emobediancia so ac6rd5o, de compro-var ter executado aqueles bens, pelaforma prevista em lei (§ 4.4 do ar-tigo 66 da L. 4.728 c/c o DI. 911de 1.10. 69), a fim de saber se osaldo apurado poderia beneficiar aexecutada , tanto mais que o valorreconhecido a esses bens pelo pr6-prio contrato de abertura de cre-dito era superior so valor do titulo(clausulas VI - f. 54Cr$ 107.000,00). Nos autos, po-rem, nao he qualquer prova a esserespeito . Nao se sabe se a vendados bens se verificou a pot queprego. Fala-se numa proposta deCr$ 25. 000,00 apenas , atraves Car-ta (f. 58 ) em qua a exegiientedava a executada o direito de pre-ferencia. Mas as a coisa foi ven-dida desconhece -se nos autos . Assize,de fato, nao foi satisfeita a exi-gencia do ac6rdao desta Camara,que, na hip6tese , deveria ter sidoatendido , pois, do contrario, de na-da teria servido aquela decisao ju-dicial."

A credora embargou, em breve peti-gao, chamando a atengao pare acircunstancia de que "a prove da efe-tivagao do venda dos bens objeto daalienadoo fiduciaria encontra-se a f. 19dos autos , repete-se f. 19" ( f. 82), massews embargos foram rejeitados por es-tas raz6es constantes do acordao (fo-Iha 89):

"E imposigao da coisa julgadaoriunda do v. acordao de f. 94 aseguintes , como 6, alias, da proprialei que o credor deduza do quapretends cobrar o que apurou cama venda dos bens dados em erarttfa.

R.T.J. 72

Ora, a embargante , nenhuma prove

fez dessa venda a do quantum apu-

radoi juntou , tao-somente , a carta

de f. 58 qua comunica a embar-gada, pare qua exerga preferencia,

quo a venda este sendo discutida

(neo diz corn quern) por ...

Cr$ 25 . 000,00 . Nao a suficiente.

Impoe-se, pois , a rejeiceo dos em-

bargos."

Dal o recurso extraordinerio do cre-

dora , alegando haver a Venda parti-cular dos bens sido provada polo re-cibo de f . 19 a, alem do mais, neocontestada pale re . Apontou negacao

de vigencia no art . 209 do C . Pr. Civ.

de entao, been como so art. 2.q doDI. 911/69, qua permits on adquiren-to fiducierio a venda particular decoisa alienada , independentemente de

leilao , haste p6blica , avaliacao previaon qualquer outra medida judicial onextrajudicial.

O recurso foi admitido por despacho

do ilustre Presidents, Salvador Pinto

Filho , qua assim se justificou (fo-

Ihas 99-100):

"Conquanto posse , a primeira

vista , parecer qua a materia se tin-

ge a me apreciacao do prove, cons-

tants dos autos , por parts da de-

cisao recorrida , qua neo teria

atentado pare a comprovagio plenada venda dos bens recebidos em

garantia polo recorrente , comprova-

cao contida no documento de f. 19,

o certo 6 qua neo houve qualquer

discussao entre as partes em rele-cao a venda dos bens alienation fi-

duciariamente . 0 reu , ora recor-

rido, fundou sun defesa no alegacao

de qua, por force de decisao ante-

rior , a recorrente , como credora,

estaria obrigada a proceder a pre-

via excussao daqueles bens , em for-

ma legal . Alem disso , nas raz6es

do apelacao do recorrido contra a

sentence quo julgara procedente a

executiva o qua o mesmo sustentae qua a restituicao dos bens objeto

da transacaq isto e , dos bens dados

em alienacao fiduciaria , importava

no liquidacao do divide.

309

Se os ac6rd5os do apelacao a dosembargos vieram a julgar improce-dente a executive sob o fundamentode qua a vends dos bens, afirmadapelo exegilente, neo discutida peloexecutado a documentalmente de-monstrada , neo estaria provada, averdade 6 qua, em ultima anelise,negate vigencia 6 norms legal quapermits a execucao pelo saldo dedivide depois de vendidos os bensfiduciariamente alienados.

Nagar a evidencia do satisfacaode uma exigencia legal pare deixarde admitir providencia qua esta au-toriza importa , sem duvida, em ne-gar vigencia a lei.

Palo memos a caso comports, porsua particularidade , qua neo se ve-de a Parts interessada , ora re-corrente , a apreciacao , pelo eg.Supremo Tribunal Federal, do ca-bimento do recurso qua interpoe,como menores onus do qua decorre-riem do propositura do rescis6riaqua, je agora , na vigencia do novoC. Pr. Civ., poderia encontrar fun-damento no seu art . 485. IX.

Nao se trata , em verdade , do rea-precier proves . Trata-se , sim, deconsiderar a possibilidade do re-exame do controversia a vista deelemento , constants dos autos, pro-bat6rio de circunatancia qua foifundamento do sentenga do primei-ra instencia a qua o venerandoac6rdao recorrido , qua tambem con-siderava tal circunstancia condigaoessential do scan, love como. n5ocomprovada.

0 eg. Supremo Tribunal Federalje tern conhecido de recurso extra-ordinerio quando reconhece a ocor-rencia de erro on conceituecao avaloragao do prove (R.T., 55/840- RE 61.917."

E o relat6rio.

VOTO

0 Sr. Ministro Xavier de Albuquer-que (Relator): - A longa exposicaodo caso, qua me achei no dever defazer so relate-Io , tare bastedo , carts-

310 R.T.J. 72

mente, pare convencer os colegas dodesacerto do ac6rdao recorrido.

Se os ilustres julgadores dos ember-gos infringentes houvessem examinadoefetivamente os autos a lido, pelo me-nos, a petigao do recurso que Ihes foienderegado , jamais poderiam afirmarqua a recorrente nao fez prove do ven-ds dos bens alienados fiduciariamentee do quantum apurado nessa venda.Nao poderiam , porque o recibo dof. 19 nao deixa duvida alguma a res-peito a porque o prego nele consignadoe o mesmo pelo qual a recorrente, pelacarts de f. 58, cautelosamente enviadapelo Registro de Titulos a Documentos,afrontou a recorrida para que esta exer-citasse , querendo , a preferencia qua theera oferecida.

Nao estou reexaminando a prova parsdole tirar conclusoes contraries so con-vencimento dos juizes do segunda ins-tincia ordinaria . Estou apenas cor-rigindo-lhes, data vends, a desatengao,limitando-me a ver a prove ostensive eindiscutivel que ales nao viram e, por-tanto , nao interpretaram no sus repre-sentatividade nem avaliaram no seu po-der de persuasao.

De resto, como been ponders a recor-rents, trata-se de fato por ela afirmado

a nao contestado pole recorrida, que,muito pelo contrario , o admitiu, tantoqua ]he increpou leviandade , consideran-do vil o prego ajustado . Negou-se avigencia, pois, do art . 209 do antigoC. Pr. Civil.

Conhego do recurso a the dou provi-mento pare restabelecer a sentenga deprimeira instancia.

EXTRATO DA ATA

RE 79 . 932 - GB - Rel ., MinistroXavier de Albuquerque . Recta., VerbsS.A. - Credito , Financiamento a In-vestimento ( Advs ., Gustav Livio To-niatti a outros ). Recda ., Miracor En-genharia Ltda . ( Adv., Leonet ProcoroBeretta Martins).

Decisao: Conhecido e provido nos

termos do voto do Ministro Relator.

Unanime.

Presidencia do Sr . Ministro Thomp-son Flores . Presentes a sessao os Se-nhores Ministros Antonio Neder, Xavierde Albuquerque . Leitao de Abreu a Cor-deiro Guerra. Subprocurador -Geral doRepublica, Dr. Oscar Correa Pins.

Brasilia , 15 de outubro de 1974. -He1io Francisco Marques, Secretario.

RECURSO EXTRAORDINARIO NP 80.104 - GB(Primeira Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Oswaldo Trigueiro.

Recorrente: Lydia Maria Regatieri Ferrari . Recorrido : Helio Marcos PennaBeltrao.

Ag5o ordinaria em qua se postula o pagamento de pensoesconvencionadas entre concubinos, ao darem por terminado o con-cubinato. Improcedencia , por se tratar de obrigagao moral, quanao pode ser judicialmente demandada . Recurso extraordinario na-oconhecido, por nao configurada a negative de vigencia do lei federal,nem comprovada o dissidio de jurisprude"ncia.

AC6RDAO

Vistos , relatados a discutidos estes

autos , acordam os Ministros do Pri-

meira Turma do Supremo Tribunal

Federal , no conformidade do eta de

julgamentos a notes taquigraficas, aunanimidade de votos, nao conhecer do

recurso.

Brasilia , 19 de novembro do 1974.- Oswaldo Trigueiro, Presidents eRelator.

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R.T.J. 72 311

RELAT6RIO

O Sr. Ministro Osvaldo Trigueiro:- 0 Juiz do 13 ? Vara Civel do Gua-nabara julgou improcedente agao or-din6ria polo qual a autora , alegandoter vivido corn o r6u , more uxorio, du-rante quinze anos, pede a homologagaopor sentenga - "para quo produza osseus reels efeitos, presentes a futuros"- de "contrato epistolar por corres-pondencia ", em quo o reu se obrigouso pagamento de uma pensao mensale outra aemestral , juntamente com va-rios encargos discriminados no documen-to de f. 7.

Polo acordao de f. 202 , a 4? Cama-ra Civel do Tribunal de Justiga , refor-mando o julgado , deu pela procedenciado agao , pare o efeito de restabelecero pagamento des pens6es questionadas.A ementa resume os fundamentos dadecisao:

"A pessoa a quern as propoe umcontrato 6 natural co-destinatkria docarte , nominalmente dirigida a ou-trem, que contenha a proposta. Eo documento , por elaborado, mesmoque so em parte, no seu interesse,torna-se-Ihe comum, e aos destina-tdrios explicitos , podendo set utili-zado em demands judicial contra oproponents.

Atos de cumprimento constituemforma , alias de sums elogii6ncia,por que o aceitante pode expressersua vontade de conduit contrato poroutrem proposto ; o comego de exe-cugao traduz aceitagao.

A forma escrita , substantial, emregra , so contrato de doagio, naose caracteriza pela assinatura detestemunhas, relevante , apenas, parea prove do obrigagao contraida. Telrelev6ncia , contudo , nao equivale aimprescindibilidade ; a felts de tes-temunhas nao invalids a obrigagao,Be improvada falsidade do assinaturado obrigado ( uma vez qua ligadose correlates sao para considerar-soos arts . 131 a 135 do C. Civ., cujoart. 136-I alinha a confissao -ocorrente no hlpotese - entre asoutras proves de car6ter legal, pres-

tIveis a suprir a do instrumentoparticular) .

Conquanto se deva interpreter as-

tritamente o contrato ben6fico,descabe introduzir-lhe restrigao nele

nao estabelecida.

Apresentando-se clam a em ter-mos inequivocos a vontade externa-da pelo declarante, no se the con-cede o alegar qua outra teria aidoa vontade real, ou diverse a inten-gao do declaragao. Nem serve oart. 85 do C. Civ. pars, a sua som-bra, questionar-se o conteudo donegocio juridico".

Opostos embargos infringentes, foramrecebidos palo acordao de f. 241, cujaementa reza:

"Embargos de nulidade a infrin-gentes. Agao ordinaria de cobrangade doagio, a ser feita em presta-goes a concubine, polo doador sol-teiro on t6rmino do concubinato.Liberalidade feita a concubine, ter-minado o concubinato, embora emparcelas e confirmada por escrito,onde nao se fixa o tempo de dura-gao dos pagamentos peri6dicos, 6cumprimento do dever moral, sus-cetivel de suspensao, so arbitrio dodoador que, entretanto, nao ficacom o direito de postular a repeti-gao do ja dodo"

Para assim decidir, o Terceiro Grupodo Camaras Civeis adotou a fundamen-tagao do voto vencido qua deu ensejoaos embargos (f. 212) a apreciou acontrov6rsia nestes termos:

"Salvador Pinto Filho, vencido,pois, com a v6nia devida a doutamaioria, negava provimento a ape-lagao a confirmava, em sua conclu-sao, a sentenga apelada.

A mim me pareceu quo ease sen-tenga concluiu acertadamente anjulgar a agso improcedente, asseme-Ibando o compromisso assumidopolo apelado pare corn a apelante,quando pos termo so convivio mari-tal qua com ela manteve per v6riosonce, a uma obrigagao definivelcomo natural, on, com mais pro-priedade, a uma obrigagao ditada

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pelo reconhecimento de um dever

moral ou de consciencia.

A maioria, tal Como resulta docontexto do julgado , conceituou aCarta de f . 7 Como um contratode doagao , qua obriga seu signaterioindependentemente do homologagaojudicial postulada pela aurora, como objetivo, declarado no initial, deque pudesse dita Carta produzir "osseas reais efeitos, presentes a futu-ros" (f. 5).

Nessa conceituagao do ilustrado

acordao este o ponto central de mi-nha total divergencia.

Por sus vex, a sentenga adotouComo fundamentos do julgado de-poimentos de testemunhas ilustresque teriam ouvido do proprio ape-lame as razi es pelas quais assumiuo compromisso a referencias so tem-po pelo qual se pretendeu ele obri-gar, considerando tais elementosComo decisivos no interpretagao doconteedo e do duragao do compro-misso assumido.

Tambem a tal respeito frontal eminha discorda"ncia.

A men ver a data venia a ques-tao versada nos autos a puramentede direito, nenhurn relevo devendoser dodo a quaisquer outras circuns-tancias de fato que nao sejam as quaconstituent especificamente os mo-tivos determinantes dos compromis-sos assumidos e a respeito dos quaffsnenhuma devida foi suscitada nosautos: a existencia de um concubi-nato, da malor respeitabilidade, porverios anos ; o rompimento do mes-mo por parte a por iniciativa doapelado e o dever em que este sesentiu de abrandar , de algum modo,em relagao a apelante , as conse-qiiencias de sua deliberagao.

0 meio qua elegeu Para faze-lofoi o de assegurar a autora as van-tagens mencionadas na Carta de fo-Iha 7.

Mas, bem a de ver-se , nao foi porvia do Carta que os compromissosforam assumidos . Pois, segundo sove dos termos desta , o apelado

comprometeu-se verbalmente, pe-rante a propria apelante a na pre-senga ou corn o conhecimento dosdestinatarios da Carta. Sao realmen-te expressaes do Carta: "Confirmoper escrito os compromissos comLydia que assumi perante votes".

Os compromissos, portanto, exis-tem independentemente do Carta. Epoderiarn ser comprovados aindaque a Carta nao houvesse sido escri-ta polo testemunho das pessoas pe-rante as quaffs foram assumidos epelos atos quo the deram execugeo,inclusive, quanto eos pagamentosmensais e trimestrais , pelos compro-vantes dos depositos feitos em con-to banceria do apelada, comprovan-tes que , alias, constam dos autos.

A Carta, em verdade , nao tam oscaracteristicos nern extrinsecos nemintrinsecos de um contrato. Nao esequer o instrumento dos compro-missos . A, tao-se, a confirmagaodesses compromissos feita, nao abeneficieria dos mesmos, mas simas pessoas perante as quais os com-promissos foram assumidos , verbal epessoalmente , diretamente com abeneficieria.

Do qualquer forma , a noose passocstou de acordo corn a maioria, ne-nhum sentido nem qualquer funda-mento legal tern o pedido formula-do no initial, de sua homologagaojudicial. Homologado ou nao, ocompromisso foi assumido e sate su-ficientemente comprovado, so res-tando fixer se sua beneficieria, aautora , apelante, pods invoca-loPara compelir judicialmente o ape-lado a cumpri-lo no parte em queease cumprimento foi interrompido,on seja , no relative aos pagamentosmensais a semestrais qua 6 o que,implicitamente , este tambem con-tido , Como um dos pedidos, na ini-tial, ate corn a indicagao do mon-tante das prestagoes nao satisfeitas.

Do ponto de vista legal o apeladonao tinha a nao tern nenhum deverde prestar alimentos a apelante, sen-do indiferente apurar se esta tern ounao condigoes Para manter-se nesse

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R.T.J. 72

on naquele nivel de vida. Se dealimentos viesse a necessitar, a ape-lante havens de reclame-los dos seusparentes consangilineos , qua sao asunicos legalmente obrigados, a nodo apelado.

0 qua results claramente , dos au-tos, nao s6 da initial como da con-testagio a do depoimento pessoal doapelado, a qua este , so por termo soconvivio marital de alguns anos, sen-tiu-se obrigado , por dever moral onde consciencia , a abrandar as efei-tos da separagao , assegurando it ex-companheira uma situagao econ6-mica qua nao fosse muito diversedaquela qua desfrutava quando cornale convivia.

R possivel qua fosse seu propo-sito manter permanentemente essaassistencia financeira a apelada, Se-gundo esta afirma , a talvez possedecorrer dos termos do carte quaconfirmou os compromissos a qua,quanto are pagamentos em dinhei-ro, nao indica se asses seriam per-manentes on transitorios.

Mas, em verdade , se se trata deuma obrigagoo assumida por devermoral on do consciencia , a extensiodas liberalidades concedidas so podsser ditada pela propria conscienciade quem as concedeu.

Dal o ser torrents na doutrina oconceito de qua as obrigagoes mo-rais ou por dever de consciencia,qua se confundem com obrigagbesnaturais mencionadas nos arts. 970e 1.187, III, do C. Civ., ruin c1goso credor a possibilidade de coagiro devedor a cumpri -las: "Nenhumacoagio assists so credor ; este so tensa excegao da soluti retentio contrae repetigio do pagamento , qua por-venture the opusesse equals quasolveu a divide natural " (M. I. Car-valho de Mendonga , Doutrina ePretica des Obrigagoes, 4a edigao,Tomo I , p. 151 ). E e de notar-se qua o Projeto Bevilaqua, comoacentua o mesmo civilista no note26 de f. 150 da obra citada, naoas referia , no art . 1.110, qua asconverteu no art . 970 do C. Civ.,a obrigagoo natural , mas sins a de-ver moral.

313

De tudo results qua as liberali-dades feitas pelo advogado, je desi restritivamente interpretaveis, naosao suscetiveis de repetigio, nem derevogagio, por ingratidio (artigo1.187, III do C. Civ.); mas naohi como considers-las exigiveis emcareter vitalicio ou permanents,alem do prazo pelo qual se conside-rou o apelado vinculado pelo devermoral qua o levou a assumir o com-promisso.

Pala propria natureza deste, naoha como confundi-lo core nma pro-messa de doagao on com uma dos-gio em forma de subvengio perio-dica (art. 1.172 do C. Civ.) ten-do por objeto as prestagbes men-sais a semestrais mencionadas nacarte de f. 7.

A promessa, porque fundada emdever moral, on constituindo obri-gagao natural, a judicialmente ine-xigivel.

Doagao em forma de subvengaoperiodica , qua, no entender de Car-valho Santos , C6digo Civil Interpre-tado, XVI/376 - "imports, em (it.time analise, constituigio de rendaa titulo gratuito" nio foi, evidente-mente , como tat formalizada ( artigo1.168 do C. Civil).

Tambem nao he como fundar aexigibilidade das prestagoes nao pa.gas, tat como pretendido na initial,em normas referentes a proposta docontrato on a estipulagio em favorde terceiros . Os compromisers naoencerram qualquer proposta de con-trato , nem a possivel vislumbrar nacarte referida uma estipulagio en-tre remetente a destinatarios, emfavor do apelante.

0 qua rests e, tio-s6, a conceesiode liberalidades ditadas por um sen-timento de dever moral cumpridasate o ponto em quo se considerouobrigado aquele qua fez tat con.cessao .

A lei nao ampara a solugao deobrige-lo a ser liberal.

Neo ha, convenientemento forma-lizado , contrato qua imponha soapelado uma obrigadoo vitalicia, qua

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nao existiria next mesmo em rela-gao a quern fosse corn ele casada edele desquitada a qua so conserva-rfa o direito a pensao se se subme-tesse a certas condigbes, ficando ovalor da mesma sujeito as alteragbesresultantes dos principios legais queregulam a obrigagao alimentar.

Admitir tal obrigagao, que tensorigem contratual, de modo total-mente incondicionado, a solucao quame pareceu ser inaceitavel em di-reito."

Inconformada , a autora interp6s re-curso extraordinario (f. 256) p?las all-neas a e d da norms constitutional per-tinente , o qual nao foi admitido (fo-lhe 305 ), porem subiu em virtude doprovimento dado on Ag. 60.868, cujosautos esteo apensados.

Nests instancia ( f. 388), a Procura-doria-Geral do Republica emitiu o se-guinte parecer:

"Neo procede a pretenseo recur-sal ora deduzida por qualquer dosfundamentos invocados, pois ran lo-grou a recorrente demonstrar, seja anegativa de vigencia aos dispositi-vos de lei federal indicados, sejaa ocorrencia do dissidio interpreta-tivo com o unto julgado trazidopare cotejo.

Toda a controversia travada nes-ted autos gira em torno do documen-to acostado as f. 7-8, sobre cuja na-tureza a efeitos debrugaram-se, canaprofundados e substanciosos estu-dos, os eminentes juizes a quern es-tava afeto o julgamento da especie.

E, apos marchas a contramarchas,

chegaram so veredicto final, haurido

da prova, no sentido de que o com-promisso assumido pelo recorridoem relagio a recorrente tinha niti-da conotageo de obrigagao moral, emdecorrencia do largo tempo de con-vivbncia de ambos a somente dis-solvida por decisao do primeiro, quos6 por dever de consci6ncia se obri-gou as prestagbes agora reclamadaspela segunda . E, no esteira denseraciocinio , concluiu a eg. Corte lo-cal por afirmar a temporariedadeda obrigagao contraida , na conside-

racao, particularmente, de tres ar-gumentos: a) os motivos determi-nantes de tais compromissos; b) osdepoimentos des testemunhas ou-

vidas durante a instrugao ; c) a si-

tuagao patrimonial da recorrente, adispensar qualquer tipo de ajuda,

pensao on assistencia do recorrido.

Em tudo, como se ve, buscou ov. acord io recorrido abeberar-se, nafonte generosa do farto materialprobatorio carreado pars o proces-so, dele s6 as afastando pare incur-s6es passageiras pela doutrina acer-ca dos chamadas obrigagbes natu-rais.

Em rapido escorgo, poder-se-ia di-ner que toda a questao se tinge emsaber qual o tempo de durageo dasprestagbes assumidas pain subscritordo documento de f. 7-8, mesmoporque grande parte des obrigagbesall descritas foram cumpridas. Enisto, a nosso ver , o v. acordeo im-pugnado se houve corn notdvel acer-to, pois nada nele autoriza concluirque o recorrido tivesse a intengao deobrigar-se p<er omnia saecula sseculo-rum.

Dizem-se, agora , violados inumeros dispositivos da Lei Civil, alemde arguir-se dissonancia com arestoque, data venia, nenhurna pertinen-cia tern corn o caso em apreco.

Dispensamo -nos de refutar, artigopar artigo, alegada denegagao de vi-gencia aos dispositivos de lei federalindicados , desde qua je o fizeram,corn airosa proficie"ncia , a impugna-gao de f. 278-279 e o douto despa-cho presidential de f. 305-308.

Calcado ns fundamentagao expen-dida por estas duas been estrutura-des pecas , opinamos pelo nao co-nhecimento do apelo on, eventual-mente , pelo seu desprovimento"(Sdmulas 279, 291, 400 a 454).

VOTO

O Sr. Ministro Osvaldo Trigueiro

(Relator): - A men ver, nao estaconfigurada a negativa de vigencia dodireito federal invocado pare a solugao

do litigio.

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E o quo o despacho de f. 305 con-vincentemente demonstra:

"A hip6tese dos autos e a Seguin.te: o recorrido, cessada vida emcomum com a recorrente - con-cubinato -, prometeu a eats a ou-torga de certas vantagens material's,inclusive prestacao peri6dica em di-nheiro . Essa promessa verbal on-contra-se confessada polo recorridoem carte de f. 7-8, dirigida a ter-ceiros.

Em qua pesern as brilhantes de-fesas dos doutos advogados, a os eru-ditos votos proferidos, em se tratan-do de recurso extraordinario, a estaPresidencia , data venia, cumpreoperas verificar se a decisao recor-rida, proferida em grau do ember-gos de nulidade a infringentes dojulgado , negou vigencia a texto delei federal on dissentiu de decis6esde outros Tribunais, em mat6ria se-melhante.

Pretends a recorrente qua o ac6r-d5o recorrido tenha negado vigen-cia aos arts . 85, 115, 135, 1.079,1.090, 1.166, 1.168 a 1.172 doC. Civil. A simples leitura desrazoes de recurs., demonstra no en-tanto, desde logo, qua neo afirmaa recorrente qua o ac6rdao recorridotenha negado vigencia a eases dis-positivos legais mas teria mal apli-cado asses artigos , ou melhor, malinterpretado essas normas legais.Ora, o ac6rdao recorrido , como mo-tivos de decidir , adotou as razeesdo voto vencido de f. 212-15, ondese ve qua os incisos legais invoca-dos foram interpretados razoavel-mente , se bem qua nao do melhorforma pare a recorrente , mas semqualquer negative de vigencia.

0 qua entendeu o julgado a quaa obrigafao assumida Palo recorridoe valida, mas, neo tendo fixacaode prazo de dura4io , pode a qual-quer tempo ser suprimida . Trata-se de ato unilateral , liberalidade,sem prazo determinado , podendo,assim , set suspense polo outorgante,qua a mail nao se obrigou. 0 ar-tigo 85 do C. Civ, nao teve conse-giientemente sua vigencia negada,

315

polo contrario, foi com base nelequa se entendeu qua a liberalidadeera temporaria, qua essa foi a in-teng5o do outorgante . Resultadoa qua se achegou do exame do pro-va produzida. Tamb6m no foi ne-gada vigencia so art . 115 do C.Civ., alias nao discutido. Eviden-to qua o prazo de durag5o do obri-ga&ao nao so confunde com condi-goo. 0 art. 135, por seu turno,tamb6m nao teve vigencia negada.Foi reconhecida a existencia da obri-gaSao, tanto qua toda a controver-sia se resumiu, de carte forma, emse saber qual o prazo de sua dura-ceo. 0 mesmo se diga com relacaoaos arts . 1.079 a 1. 090. Nao foinagado qua a manifestacao de von-tade posse ser tacita ou expressa emuito mans qua os contratos be-neficos se interpretem estritamente.Justamente, por neo haver eatipula-cao de prazo, 6 qua so entendeuqua a obrigagio era temporaria, pro-vis6ria, no forma do prova produ-zids a examinada pale decisao re-corrida . Tambem nao demonstra arecorrente qua tenha sido negada vi-gencia aos arts. 1.166 a 1.168.No qua se refers so art . 1.172, in-terpretando o documento oferecidopale recorrida e a prova produzidano instrug5o, entendeu o voto aco-Ihido polo ac6rdao recorrido, qua ocompromisso assumido polo vario,"pala pr6pria natureza deste, naohe como confundi-lo corn a promes-se de doagao ou com uma doaFaoem forma de subvengao peri6dica(art. 1 .772 do C. Civ.) tondo porobjeto as prestag5es mensaia a se-mestrais mencionadas no carts, dof. 7" (f. 214).

Como se ve, nenhuma negativede vigencia dos incisos legais apon-tados , pois a decisao recorrida, ten-do em vista a prova dos autos, li-mitou-so a interpreter a vontade dorecorrido, tal como foi posts".

Por igual , tenho como nao caracteri-zado o diss idio de jurisprudencia, por-qua o ac6rd io trazido a cotejo (RE69.101, R.T.J., 54/201) nao standsaos requisitos de identidade ou some-

316 R .T.J. 72

lhanga exigidos pela Sdmula 291. >que o paradigms diz respeito a agao,ajuizada pelos filhos , Para anular con-trato pelo qual o pai viuvo vendersbent im6vel a mulher corn quern as uni-ra eclesiasticamente . As instancias or-dinarias julgaram procedente o pedido,porque provada a simulagao. Mas oSupremo Tribunal julgou os autorescarecedores da agao, porque prescrita.Como as ve, cuida -se de hip6teses in-teiramente diversas , quer quanto aosfatos, quer quanto as normas de direi-to aos mesmos aplicaveis.

Por fim, considero qua a agao ternpor objeto assegurar o adimplementode um contrato epistolar , a ser judicial-mente ratificado . Assim a controver-sia esta circunscrita so exams da na-tureza juridica do documento de f. 7.O Tribunal a quo interpretou-o como]he pareceu de direito , sent ofensa apreceito da lei civil , no sentido da ne-gativa de vigencia que autorize a revi-sao do julgado pela instancia extraordi-naria. Se as configure , no caso, marsobrigagao natural , a decisao recorridanao a contraria so direito. Se se

trata, diversamente, de contrato for-mal, de execugao compuls6ria, aus in-terpretagao pela instancia ordiniriatent careter definitivo (Sdmula 454).

Isto pcato, nao conhego do recurso.

EXTRATO DA ATA

RE 80 . 104 - GB - Rel., MinistroOsvaldo Trigueiro . Recte ., Lydia Ma-ria Regatieri Ferrari ( Adv., HeroldoLins a Silva ). Recdo ., He1io MarcosPenns Beltran ( Adv., Emundo LinsNato).

Decisao : Nao conhecido , a unanimi-dade. Falou, pelo recorrido , o DoutorEdmundo Lins Nato.

Presidencia do Sr . Ministro OswaldoTrigueiro . Presentes a sessio os Se-nhores Ministros Aliomar Baleeiro,Djaci Falcao , Bilac Pinto , RodriguesAlckmin , e o Dr . Oscar Correa Pine,Procurador-Geral da Republica , substi-tute.

Brasilia , 19 de novembro de 1974.- Antonio Carlos de Azevedo Braga,Secretario.

RECURSO EXTRAORDINARIO N.° 80.232 - PE

(Primeira Turma)

Relator: 0 Sr. Ministro Oswaldo Trigueiro.Recorrente : Francisco Guerra de Andrade Lima , assistente do Ministerio

Publico . Recorr'da : Maria do Conceigao Guerra de Andrade Lima.

Agiio penal . Prondncia . Acdrdao qua reformou a decisao de

primeira instancia , porque nao apoiada na plena convicgao da

autoria do delito . Dissidio jurisprudential comprovado.Recurso conhecido e provido.

ACORDAO

Vistos, relatados a discutidos eatesautos, acordam as Ministros da Pri-meira Turma do Supremo TribunalFederal, na conformidade de votos, co-nhecer do recurso e der-Ihe provimento.

Brasilia , 29 de novembro de 1974.Oswaldo Trigueiro, Presidents e

Relator.

RELAT6RIO

0 Sr. Ministro Oswaldo Trigueiro:Recurso extraordinario interposto

pelo assistente do Ministerio Publico,nos autos do agao penal intentada con-tra Maria da Conceigao Guerra de An-drade Lima, foi admitido (f. 893) pordespacho fundamentado nos termos se-guintes:

"Da decisao da Primeira CamaraCriminal deste Tribunal, que deuprovimento so Recurso Crime doPronuncia n9 73.741 desta Comar-ca, que despronunciou Maria daConceigao Guerra de Andrade Lima,interp6e recurso extmordinario cornfundamento no art. 119, inc. III,

11

R.T.J. 72

letra d do Constituicao Federal,Francisco Guerra de Andrade Lima,na qualidade de Assistente do Mi-nisterio PGblico.

Em sues judiciosas raz5es de fo-Ihas 880-86 , refere-se, com efeito,qua a interpretagao dada no vene-rando ac6rdao so art . 408 do C.Pr. Pen., eats a destoar do melhorentendimento firmado em outros jul-gados de tribunais do pals , inclusivedo Supremo Tribunal Federal.

Nessa oportunidade , se acham acolacao arestos do T.J. do Gua-

nabara (R.F., vol. 226/314) a T.J.do Minas Gerais (R.F., 202/317),T. J. do Rio de Janeiro (Adcoaa,1970, p. 248). T.J. da Guanabara(Adcoas, 1970, p. 248), T.J. do

Guanabara (Adcoas, 1970, p. 822),T.J. de Santa Catarina (Adcoas,1972/251), T.J. do Goias (Ad-coas, 1972/253) a Supremo Tribu-nal Federal (R.T.J., 54/153 eR.T.J., 55/314).

Como ocorre sempre, adveio, noprazo do lei , a impugnacao so re-curso.

Na verdade , insets o art. 408do C. Pr. Pen. que , no processodo competencia do Juri:

"as o juiz as convener doe,tistencia do crime e de indiciosde que o reu seja o seu autor,pronuncia-lo-e, dando oa motivosdo seu convencimento".

Em consegiiencia dessa disposigaoe qua vemos qua o Dr. Juiz a quopronunciou a paciente . Outra po-rem nao podia ser a sue maneira deamender , em face nao s6 do provedocumental ajuntada , seja frontsdos depoimentos tomados, qua thedenim a certeza da responsabilida-de do mesma no evento criminoso,ante urns prove indicieria plena,certa , que nao deixava margem aqualquer dOvida.

Corrobora ease entendimento oMinisterio P6blico, a f. 722, do 39volume quando sere mais delonga,assim se manifestou : "no seu con-junto, testifica-se a responsabilidade

317

de "Ninon", como arquitetante amanipulante, tambem, do crime doqua foi vitima Nilton Guerra deAndrade Lima a ajudante , nao Comoassistente , comp afimram, mss,atuante no produzir forimentos asvitima".

Neo menus convincente faz alu-a$o a respeito a ilustrada Procurado-ria de Justiga ( f. 830-32 ) quandosustentando a sentenga de pronun-cia assevera : "Nada a modificar,consequentemente . A decisao mal-sinada , evidentemente , tem. arrimoincontestavel , ms proves coligidasno processo e, bem assim , alicerga-da esta judicial a jurisprudencial-mente . In caeca, acrescenta: "res-salta-se, os indicios sao veementes eharmoniosos ; e, bem assim , nao fo-ram alterados no curso do procedi-mento processual , a partir , inclusive,do inquerito policial."

Ai, todavia , nao fica a constata-gao dessa aerie de premissas a defatos qua serviram de suporte sodespacho de pronuncia . Assim equa o voto vencido negando provi-mento so recurso (f. 877), con-cluiu tambem : "Neo he duvida dequa no caso em julgamento ha indi-mento so recurso (f. 877) con-tida no denuncia . Eases indiciosservem de suporte a sentenga mal-sinada . 0 problems devera , assim,ser afeto so Tribunal do J6ri".

Todavia, a maioria do eg. Pri-meira Camara Criminal do Tribunalde Justica achou-a de reformar,quando entendeu nao haver indi-cios suficientes de autoria.

Na apreciacao desses fatos, delogo se verifica ante urn processode analise qua discussbes a debatesse fizeram longamente sobre assesindicios.

Em verdade , ante a coexistenciae conjungao dos elementos spouts-dos, efetivamente , nao nos esta aconvencer o douto entendimento damaioria do eg. Primeira CamaraCriminal.

E qua nao se pode negar a predo-minancia do qua o juiz no seu des-

318 R .T.J. 72

pacho de pronuncia foi essencial-

mente cauteloso . A de se observar

qua ale nao quis antecipar an julga-mento do Jfiri. Limitou-se a in-dicar a demonstrar neste a existen-cia de serios indicios a de fatos an-ficientes pare ease decisao provi-s6ria, em razeo da qual a sujeitaraa julgamento pelo Tribunal do Juri.

Por outro lado, ago se pode che-gar a concluseo de qua a decisaoque despronunciara a recorrida sefizera com inegevel born senso onacerto, pars the dar inteira razeo,face a contestacao que oferecera avalia dos indicios apontados.

"Creio qua respigar sobre o as-sunto, mesmo Para won mais demo-rada apreciacao do materia, as tor-na inteiramente desnecesseria It exa-ta soluggo da controversia.

E qua sem duvida se evidenciado conjunto de todas provas coligi-das, a destas se depreendern que ov. ac6rd9o atacado so dirimir ahip6tese dos autos, como a proce-deu, nao foi feliz e colocou-se emdivergencia com o melhor entendi-mento e a intelige"ncia qua outrostribunais tern emprestado a casos,senao identicos, mas semelhantes,assim se infere dos julgados tra-zidos.

Ostenta, assim, o procedimentorecursal, motivo pars o seu cabi-mento , em que pese a estruturscaojudicial oferecida na impugnacao

do folhas.

Admitindo-o, mando que se pros-sign pars um melhor exame do con-troversia parents a colenda instan-cia ad quem."

Regularmente processado, subiu orecurso a eats instencia , onde a Pro-curadoria-Geral da Republica emitiu oparecer de f. 979, em cuja ementase 1e:

"R6 pronunciada pelo juiz cornbase em indicios que reputou sufi-cientes.

Ac6rd"eo qua a despronunciou, porexigir absolute convicfeo de qua o

agents indicado 6 o autor do crime.

Divergencia com julgados quaprescindem dessa prove plena a sesatisfazem corn a suspeita juridica.

Entendimento doutrinario contre-rio so do aresto recorrido . Materiaqua tem. o sufr6gio da SupremeCorte."

VOTO

O Sr. Ministro Oswaldo Trigueiro(Relator): - A questao de direito queo recurso apresenta foi minudentemen-to examinada no parecer , que transcre-vo, em sun parts final:

"3. Recorre extraordinariamenteo Assistente do Ministerio P6blico,pretendendo restabelecer a interpre-ta^;so legitima e Pacifica do artigo408 do C. Pr. Pen., segundo o en-tendimento ate entao sera divergen-cia dos tribunals do pass".

Criticando o entendimento doac6rdao recorrido de quo a indis-pensavel prove plena da autoriapare justificar a sentenga de pro-nfincia, o recurso aponta decisoesdivergentes , pelas quais a impronun-cia s6 pode ocorrer na ausencia detoda e qualquer prove (R.F.,226/314), ou a desnecesseria proveplena da autoria do crime de homi-cidio pare qua o juiz posse, cons-cienciosamente , decretar a pron6nciado acusado, porque pare tanto bastaa suspeita razoevel fundada em con-cludentes indicios (R.F., 202/317),on a de ser reformada a sentencaque, desprezando os indicios sufi-cientes do autoria , despronuncia oreu pelo crime de homicidio (R.F.,230/272), on de que, pare a senten-$a de pronuncia , baste indicios su-ficientes de autoria a delinear uma"suspeita juridica" ( Boletim de Ju-risprudencia Adcoas - 1970, p6gi-na 248 ), on de que os indicios quajustificam a pronuncia podem serrepresentados Palo presuncao co-mum judicieria, nao precisando atin-gir esfera outra qua aquela da ve-mssimilhan4a a respeito de ser oreu provevel autor on co-autor docrime (Boletim de Jurisprude"nciaAdcoas - 1970 , p. 822), on de

R.T.J. 72

que, na fase de pron(mcia, brocardo

in dubio pro rev as substitui Paloin dubio pro societate (Boletim do

Jurispruddncia Adcoas - 1972, ph-

gina 251).

Adenoids , o entendimento de quea senten$a de pronuncia dispense,prove plena e pode fundamentar-seem simples indicios , capazes dedeterminer a suspeita juridica ne-cesshria so juizo do acusacao, seriaadotado pela Supreme Corte, con-forme R .T.J., 54/153.

4. On acordaaos colacionados epublicados em Boletim de Jurispra-ddncia Adcoas nao so prestam a de-monstrar a divergencia , porque in-fringentea do Simrula 291 , visto quanao he indicacao de repertorio dejuriaprudencia autorizado.

5. Do mesmo modo, no RHC47.875-GO, Relator MinistroThompson Flores , a transcric"ao dotrecho qua configuraria a divergen-cia nao aproveita an recorrente por-que o mesmo oath contido no pare-car de Procuradoria-Geral do Repu-blica a nao no voto vencedor. Alemdo mail, a hipotese era diferente eo Supremo Tribunal Federal ape-nos reafirmou a inidoneidade do ha-beas corpus Para aferir-se do acertoon nao do juiz do pronuncia que,fundado em elementos constantesdos autos e deduzidos no sentenca,afirmou seu convencimento do cri-me, apontando indicios do autoria(R.T.J., 54/151).

6. Nao obstante , a sem entrarno exame de proves, vedado pelaSvasula 279 , man escudado tio-so-mente na sue valoracao , o parecere pelo conhecimento a provimentodo apelo extremo , porquanto o acor-dao recorrido , exigindo de parts dojuiz absolute conviccao ( f. 873) dequa o agente indicado e o autor docrime , contraria a doutrina a diver-ge dos padr6es apontados a insertosem R.F., 226/314, 230/272 a so-bretudo 202/317.

De fato , as assim fosse , toda de-cisao do Juri reconhecendo a nega-

tiva de autoria seria manifestamen-to contrhria a prova dos autos.

319

A respeito dessa mathria, expos

Espinola Filho:

"0 vigente Codigo Processualorientou-se pela Lei de 1938 , absten-do-se de exigir sejam veementes onindicios , haja vista a redacao do or-tigo 408: "Se o juiz se convenerdo existencia do crime e de indiciosdo que o reu seja o seu autor, pro-nuncid-lo-h, dando os motivos doseu convencimento".

Isso nao obstante , insists o De-sembargador Borges de Rosa no li-cao clhssica : "A lei, porem, exigeindicios veementes , presunc6es for-tes, a como tais se consideram onfatos conbecidos que, pale sue forcee precisao , sao capazes de detern{j-nor uma so a unica conctusao: istoe, de que nao foi outro senao o in-diciado o autor on cumplice do fatocriminoso ..." ( Processo Penal Bra-sileiro, vol. 29, 1942 , p. 494-495).

Bento de Faris (Cddigo de Pro-Gesso Penal, vol. 29, 1942, phginas14-16), com muita acuidade, orien-ts, no referents a autoria , baste queo juiz, "apreciando o valor dos ele-mentos probatorios existentes nosautos, se convenca do ocorrencia deindicios "; e, tomando a licao a JoaoMonteiro (a p. 507 des sues Apli-cac6es do Direito) "a fregiientesnaufrhgios se arriscaria a Justiga, sea lei fizesse depender do conviccao,quer diner, de prova plena, o etoprovisorio do pronuncia" -, acen-tua que o "concurso do indicios(prove de conjunto ) constitui uma- suspeita juridica - que, aindaquando nao legitime a seguranca doimputacao, so apresenta com razaolegitima Para pronunciar o denun-ciado".

0 proprio Codigo de Processofornece , ao nosso ver , on elementosPara perfeito conhecimento do es-phcie . Tal como fez no art. 311,tratando do prisao preventive, noart. 409 elude a indicios suficientesdo autoria . A identidade de exi-ghncia se justifica , perfeitamente,pois a decretacao do prisao preven-tiva equivale so main grave a main

320 R .T.J. 72

imediato dos efeitos da pronuncia,consistente na prisgo do r6&'(Codigo de Processo Penal Brasilei-ro Anotado, 1965, IV/248-249).

Corn sue habitual clareza a reconhe-cida autoridade, doutrina FredericaMarques:

"An tempo do C6digo de Proces-so Criminal do Imperio, precisavao juiz convencer-se "da existenciado delito e de quem seja o delin-gilente", Para pronunciar o reu. Ese ele nao tivesse obtido "pleno co-nhecimento do delito, ou indiciosveementes de quern seja o delin-gklente", tinha de impronunciar odenunciado.

Dizia Pimento Bueno , par isso,que o juiz , Para pronunciar , bastavater prove suficiente de haver ounao "razoavel suspeita de ser o in-diciado o autor do crime".

E esse a tambem o sentido dosarts. 408 e 409 do C. Pr. Pen.,quando estatuem sabre as condig6es,respectivamente , da procede"ncia ouimprocedencia da denSncia, Paraque assim seja o r6u pronunciadoou impronunciado.

Tudo este a mostrar, portanm,que o C6digo de Processo Penal,Para o julzo da formagao da culpa,exige a certeza do crime e a probe-bilidade da autoria, como pressupos-toe suficientes do pronuncia do reu.

0 crime precise ester provado ea autoria necesaita ser pelo mendsprovevel. Donde se infere que aexpresseo indicios ests empregadacorn o sentido de prove levou a fun-cionar "como sub-rogado processualda certeza" uma vez que se naotern, como fato certo, a autoriaimputada so reu, baste , Para a pro-nfincia, a suspeita razoavel do fate.

Prove da existencia do crime sig-nifice certeza do crime. Suspeitarazoavel da autoria traduz, por ou-tro lado, a probabilidade de ser oreu o autor do crime.

"Provado", ensina Pasquale Sa-raceno , a aquilo que se reconhececomo verdadeiro; e "provevel" aqui-

to que pode ser provado , isto e,aquilo que pode ser tido como ver-dadeiro, mas que ainda nao o e.

Tanto a exata essa interpretacaoque a fonts mais direta e imediatado art. 408, do C. Pr. Pen., quae o art . 14, do Dl. 167, de 5.1.38,assim dispunha : "Se o juiz, apre-ciando livremente ( o grifo a nosso)as proves existentes nos autos, seconvencer da existencia do crime ede indicios de que o ten seja seuautor , pronuncie-lo-s, dando os mo-tivos do seu convencimento". Ora,nao se compreende que o juiz posseapreciar "livremente" a prove dosautos, se deve ele satisfazer-se cornindicios Para se convencer da auto-ria, e ter necessidade de prove di-rate , Para der por demonstrada aexistencia do crime . Patents gists,portanto , que a rnencao a indiciosteve por fim distinguir nas duescondi96es da lei , diferentes graus decerteza : a existencia do crime deveser carte a prov6vel , e a da autoriadeve ser provevel e configurar-secomp simples suspeita.

Certo a que nao mais se fala emapreciar o juiz "livremente" a pro-va do crime ou o indicio da autoria.Mas isto se explica corn facilidade:o C6digo adorn o principio do livreconvencimento , pelo que seria re-dundante mencionar-se, no texto doart. 408 , a circunstencia de se con-vencer o juiz "livremente". Nopreceito do Dl. 167, por tratar-sede diploma legal especial , so con-trario, o use do adverbio "livremen-te" se tornava imprescindivel, tan-to mais que muitos , iquele tempo,

ainda entendiam que nao vigorava,em nosso processo penal , o sistema

da verdade real" (A Instituicao do

Jori, Saraiva , Sao Paulo, 1963,

I/223-224).

Alien , esse entendimento , de res-

to quase pacifico , tem. em seu abo-no o voto do eminente Ministro Eloyda Rocha no HC 47.396-AM:

"Ademais , no despacho de

pronfmcia, o juiz deve ser espe-

cialmente cauteloso . Ele nao

11

R.T.J. 72

se pode antecipar so julgamentodo Juri. 0 que o juiz devedizer, ate o niomento do pronun-cia, a se he indicios suficientespara a decisao provisoria, em ra-zao de qual o reu as sujeita a jul-gamento do Tribunal do Juri"(R.T.J., 55/314).

For esses juridicos fundamentos, queadoto como razoes de decidir , conhegodo recurso a 1he dou provimento, parerestabelecer a deciaao de primeira ins-tancia.

EXTRATO DA ATA

RECr 80.232 - PE - Rel., Minis-tro Oswaldo Trigueiro. Recte., Fran-cisco Guerra de Andrade Lima, Assis-

321

tente do Ministerio Publics (Advs.,Pedro Aleixo a Oswaldo Costa LimaFilho). Reeds., Maria de ConceigaoGuerra de Andrade Lima (Adv., Ruydo Costa Antunes).

Decisao: Conhecido a provido, A una-nimidade. Felon, pelo Recorrente, oDr. Pedro Alaimo.

Presidencia do Sr. Ministro OswaldoTrigueiro. Pressures A sessao os Se-nhores Ministros Aliomar Baleeiro,Djaci Falceo, Bilac Pinto, RodriguesAlckmin, e o Dr. Oscar Correa Pine,Procurador-Geral do Republica, subs-tituto.

Brasilia , 29 de novembro de 1974.- Antonio Carlos de Azevedo Braga,Secretario.

tNDICE ALFABETICO

A

PrCv Abandon do lar (...) Agee de desquite . RE 77 . 050 RTJ72/150

Pn Absorgio (...) Concurso de crimes. RE 79 . 489 RTJ 72/292

PrCv Agso cominatdria . Multa . Termo inicial . ERE 62 . 666 RTJ72/59

PrCv Agio de desapropriagio (...) Custas processuais . RE 75.703RTJ 72/113

\PrCv Agio do desquite . Injuria grave . Abandon do lar. Pedido ini-cial ( inalteragio). RE 77 . 050 RTJ 72/150

\PrCv Ado executiva. Fraude a execugio . Alienagao de bern penhora-do. Adquirente de boa -f6 (comprovagio ). Nulidade . RE 71.836RTJ 72/83

\PrCv Agio executive . Fraude a execugio . Alienagio no curse do agio.Nulidade . RE 77 . 242 RTJ 72/161

PrCv Agin executive . Hipoteca . Venda judicial do im6vel. Notifica-gio do credor ( falta ). Nulidade argiiida pelo executado ( rejei-gio). RE 72 . 090 RTJ 72/85

PrCv Ado executiva . Honoririos profissionais . Manor interessado.Ministerio P6blico ( intervengio a destempo ). Nulidade reconhe-cide . RE 79 . 316 RTJ 72/267

PrCv Agio de anulagio de ato de sociedade comercial (...) Litiscon-

stircio . RE 70.192 RTJ 72/77

Cv Agio de dep6sito ( suspensio ) (...) Alienagio fiducieria em ga-rantia , RE 79 . 384 RTJ 72/274

PrSTF Agao penal de competencia origineria do STF (...) Julganren-to. Ap 219 RTJ 72/1

PrCv Aciio possess6ria . Embargos de terceiro ( admissibilidade). RE79.533 RTJ 72/296

-PrCv Ado possess6ria . Reintegragio de posse . Excegio de domino.RE 77 . 958 RTJ 72/194

PrSTF Agin rescis6ria (...) Compete"ncia origineria . RE 78 . 821 RTJ72/234

Cv Acidente de trinsito (...) Responsabilidade civil . RE 76.548j (RTJ 72/133, RE 76.752 RTJ 71/137

II AO-Ata - R.T.J. - INDICE ALFADETIOO

Cv Agoes sem cotagao em balsa (...) Desquite. RE 78.784 RTJ72/228

Trbt Acordo de dispensa da multa (autorizagao legal) (...) Multafiscal. RE 75.626 RTJ 72/108

Cv Adjudicagso de imbvel a herdeiro (...) Inventario. RE 79.345RTJ 72/270

PrCv Adquirente de boa-f6 (comprovagao) (...) Agao executiva. RE71.836 RTJ 72/83

Trbt Agenda situada no Estado (...) Taxa de bombeiros de Pernam-

buco. RE 75.200 RTJ 72/87

PrSTF Algada (...) Recurso extraotdinario. RE 78.682 RTJ 72/223

PrCv Algada. Valor da causa (omissao ). Cause autonoma. Valor pa-trimonial (estimativa) . RE 77.242 RTJ 72/161

PrCv Alienagao de bem penhorado (...) Agao executiva. RE 71.836RTJ 72/83

Cv Alienagao de bens pals vulva (...) Inventario. RE 79.216 RTJ

72/257

PrCv Alienagao no curso da ageo (...) Agao executiva. RE 77.242

RTJ 72/161

,Cv Alienagao fiducieria em garantia . Devolugao dos bens so cre-dor. Venda a terceiro. Saldo devedor (execugao). RE 79.932RTJ 72/306

Cv Alienagao fiducidria em garantia . Falencia do devedor alienan-te. Ageo de depbsito ( suspenseo ). Restituigeo do bem alienado^(oportunidade). RE 79.384 RTJ 72/274

Cv Alienagao de parts indivisa (...) Compra e venda. RE 79.258

RTJ 72/262

Adm Alteragao de "quantum" (...) Pensao. RE 77.453 RTJ 72/181

PrPn Apelagao (delito diverso) (...) JGri. RE 76.783 RTJ 72/138

PrPn / Apelagao (embito). Recurso parcial da acusagao. RHC 52.548RTJ 72/27

Ct Aposentadoria compuls6ria de funcionario (...) Ato Institucio-nal. ERE 68.464 RTJ 72/70

Trbt Aquisigao por pessoa juridica (...) Imposto de rends. RE 69.930

RTJ 72/74

Cv Arbitramento judicial (criterio) (...) Locageo do Dec. 24.150.RE 79.142 RTJ 72/254

PrCv Argumentagao acessbria (...) Coisa julgada. RE 79.380 RTJ

72/272

Ct Aspectos constitucionais (...) Tributagao. Rp 906 RTJ 72/3

Trbt Aspectos constitucionais (...) Tributagao. RE 77.131 RTJ

72/155

PrCv Assist@ncia (...) Mandado de seguranga. RE 78.620 RTJ72/220

Cm Ata de assembleia (arquivamento) (...) Sociedade comercial.RE 79.432 RTJ 72/280

11

H.T.J. - INDICE ALFAHETICO - Ati-Cau III

Pn Atividade comercial (conceitua£io) (...) Contrabando. RE

fb.76.333 RTJ 72/132, RE 77.433 RTJ 72/176

Adm Ato administrativo . Sumulabilidade . Controle jurisdicional. RE79.432 RTJ 72/280

Ct Ato de Governador (...) Ato Institutional. ERE 68.464 RTJ72/70

Cv Ato ilicito (...) Responsabilidade civil do Estado. RE 76.896RTJ 72/145, RE 79.259 RTJ 72/264

\Ct Ato Institutional. Aposentadoria compuls6ria de funciongrio. Atede Governador. Controle jurisdicional. Formalidades extrinse-cas. ERE 68.464 RTJ 72/70

TrPrv Ato normativo do Ministro do Trabalbo (...) Previdencia so-cial. ERE 75.237 RTJ 72/89

Ct Ato do Prefeito (...) Municipio. RE 77.578 RTJ 72/186

PrCv Audiincia do instru£"ao a julgamento (dispense) (...) Executivefiscal. RE 76.801 RTJ 72/143

Cv Autoriza£io judicial (inexistincia) (...) Inventdrio. RE 79.216RTJ 72/257

Cm Autoriza£io verbal do proprieterio (...) Mercado do capitais.RE 79.141 RTJ 72/250

--Cm Aval. C6dula rural pignoraticia. Responsabilidade do avalista.RE 79.438 RTJ 72/286

^.Cm Aval. Duplicate gem aceite do comprador. Responsabilidade doavalista. RE 78.964 RTJ 72/236

Cv Avalia£io atualizada (necessidade) (...) Inventeirio. RE 79.345RTJ 72/270

Cv Avalia£io judicial (...) Desquite. RE 78.784 RTJ 72/228

TrPrv Aviso-pr6vio (natureza) (...) Previddncia social. ERE 75.237RTJ 72/89

B

Cv Banco (...) Responsabilidade civil. ERE 75 .814 RTJ 72/119

TrPrv Beneficio do previdencia social ( inacumulatividade) (...) Pre-viddncie social . RE 76.566 RTJ 72/135

Cv Benfeitorias ( acess6es ). Indenizagio. Direito de retengio. Pos-se prec6ria. RE 77.958 RTJ 72/194

Cv Bonificagio posterior so dequite (exclusio) (...) Desquite.RE 78.784 RTJ 72/228

C

Cv Cal6nia (...) Responsabilidade civil . ERE 75 .814 RTJ 72/119

Cm Capital social ( aumento ) (...) Sociedade comercial . RE 70.192RTJ 72/77

PrCv Cause aut6noma (...) Algada . RE 77.242 RTJ 72/161

IV Ced-Con -- mT.j. - INDICE ALFABffCO

Cm Cedula rural pignoraticia (...) Aval . RE 79 . 438 RTJ 72/286

PrPn Cerceamento (. .) Delesa . RHC 52 . 823 RTJ 72/38

Cv Cessao da locagao (inocorrencia ) (...) Locaga"o . RE 79.599

RTJ 72/297

Pn Cessagao da presungao (...) Medida de seguranga . RE 77.412RTJ 72/175

NPn Cheque sem fundos . Garantia de divida . Extorsio indireta docredor contra o emitente . HC 50 . 899 RTJ 72/16

Cv Circulagao de meads false ( acuaegao) (...) Reaponsabifidadecivil. ERE 75 . 814 RTJ 72/119

rPn Citagao-edital . Enderego conhecido do reu . Nulidade . HC 52.856RTJ 72/42

Cm Clausula de nao indenizar (...) Tranaporte maritime. RE78.012 RTJ 72/202

PrPn C6digo de Processo Penal, art . 408, § 29 ( redagao do Lei 5.941,de 1973 ) (...) Prommcia . RHC 52 . 937 RTJ 72/53

'\PrCv Coisa julgada . Decisao judicial anterior . Argumentagiio acess6-ria. Identidade de objeto (inocorrencia ) . RE 79 .380 RTJ 72/272

,PrCv .^. Coisa julgada. Sentenga ( omissao). Embargos de declaragao-(falta) RE 68 . 043 RTJ 72/66.

, NPrPn Competencia. Conselho Especial de Justiga . Crime contra se-guranga national . Segiiestro de passageiros de aeronave . Decre-to-Lei 898/69. RCr 1 . 162 RTJ 72/7

(J "PrCv Competencia. Excegao de suspeigao de Juiz . Tribunal de Justi-ga RE 78 . 118 RTJ 72/204

^l 7 rPn Competencia. Justiga comum. Crime de furto contra estabeleci-

!PrCv

mento de credito. Decreto-Lei 898/69, art. 27 ( inteligencia).

781 RTJ 72/33RHC 52 .

Competencia. Justiga comum. Litigio entre sindicatos. Reco-lhimento de contribuigao sindical . Constituigao Federal de 1967,art. 142 ( interpretagao ). CJ 5.934 RTJ 72/13

PrPn - i Competencia . Justiga comum . Policia Militar . Fungao policial-

(civil. "Sfunula" 297 (reexame ). RHC 52 . 958 RTJ 72/56

PrPn Competencia . Justiga Militar . Policia Militar em fungao civil.Crime estranho so exercicio da fungao . "Sumula" 297 ( inapli-cagao ). HC 52 . 879 RTJ 72/46

PrSTF Competencia originaria. Agao rescis6ria . Questao federal (apre-ciagao ). "Sbmula" 249 (aplicagao ). RE 78 . 821 RTJ 72/234

Cv Compra a venda . Condom(nio. Alienagao de parts indivisa. Li-mites e confrontagiies ( nulidade). RE 79 . 258 RTJ 72/262

Cm Comprovagao da autorizagao (...) Mercado de capitaia. RE79.141 RTJ 72/250

PrSTF Comprovagao da divergencia (...) Embargos de divergencia.

ERE 75 .444 RTJ 72/ 100, ERE 75 . 814 RTJ 72/119

Cm Concordata. Desistencia . Homologagao . Prejuizo de credores

( impugaagao ). RE 78 . 283 RTJ 72/210

RTJ. - INDICE ALFABETICO - Con-Cor V

PrCv Concubina (...) Inventirio . RE 78.318 RTJ 72/213

Adm Concurso. Inscrigao . Diploma de nivel superior . Registro do di-ploma (dispense ) Lei Municipal n9 7.623/71-SP. RE 79.040RTJ 72/241

Pa Concurso de crimes . Falsidade e estelionato . Absorcio. RE 79.489RTJ 72/292

Cv Condominio (...) Compra a vends. RE 79 .258 RTJ 72/262

PrPn Conselho Especial de Justiga (...) Competincia . RCr 1.162RTJ 72/7

Cv Consentimento do herdeiro ( necessidade ) (...) Inventerio. RE79.216 RTJ 72/257

TrGr Consolidagao des Leis do Trabalho, art. 224 (...) Jornada detrabafho. RE 79.394 RTJ 72/277

Trbt Constitucionalidade (...) Tributagio. Rp 906 RTJ 72/3

PrCv Constituigao Federal do 1967, art. 142 ( interpretagio) (...)Competdncia. CJ 5.934 RTJ 72/13

Trbt Constituigio Federal de 1969, art. 19, III, d (...) Imunidade tri-butaria . RE 77.867 RTJ 72/189

Cv Construgio mais 6til (...) Locagio do Dec. 24.150. RE 79.047RTJ 72/244

Pn Contrabando. Atividade comercial (conceituagao). Lei 4.729,de 1965. RE 77.433 RTJ 72/176

N 1 I Pn Contrabando. Tipicidade do delito . Atividade comercial ( concei-tuagio ). Lei 4.729/65. RE 76 .333 RTJ 72/132

TrPrv Contribuigao previdendaria (...) Previde"ncia social. ERE75.237 RTJ 72/89

Adm Controle jurisdicional (...) Ato administrative . RE 79.432 RTJ72/280

Ct Controle jurisdicional (...) Ato Institucional . ERE 68.464RTJ 72/70

Pn Convencimento do Juiz (...) Pronencia. RE 80 .232 RTJ72/316

PrCv Conversio de recurso (...) Embargos infringentes . RE 78.682RTJ 72/223

Trbt Cooperativa de consumo (...) Repetigio do indebito. RE 75.862RTJ 72/129

Trbt Corregio moneteria (...) Debito fiscal . RE 79.072 RTJ 72/247

Cv Corregio moneteria (...) Locagio do Dec. 24.150. RE 79.142RTJ 72/254

Trbt Corregio moneteria ( aplicagio ) (...) Debito fiscal . RE 75.694RTJ 72/111

Cv Corregio moneteria (celculo ) (...) Desapropriagio . RE 76.947RTJ 72/148

Trbt Corregio moneteria (aplicagio ) (...) Repetigio do indebito.RE 75.862 RTJ 72/129

VI Cor-Dec - R.T.J. - INDICE ALFABETICO

11

Cv Correcao moneteria (inaplicacao) (...) Responsabilidade ci-

vil. RE 76.752 RTJ 72/137

Cm Corretagem (...) Mercado de capitais . RE 79 .141 RTJ 72/250

PrPn Crime contra seguranca nacional (...) Competencia . RCr 1.162RTJ 72/7

Pn Crime contra a seguranga nacional (...) Crime politico. RCr1.162 RTJ 72/7

PrPn Crime estranho so exercicio do fungso (...) Competencia. HC52.879 RTJ 72/46

PrPn Crime de furto contra estabelecimento de credito (...) Com-petdncia . RHC 52.781 RTJ 72/33

PcI,^, Crime politico. Crime contra a seguran&a nacional . Sequestrode passageiros de aeronave. Decreto-Lei 898/69. RCr 1.162 RTJ72/7

Cv Culpa presumida (...) Responsabilidade civil . RE 76.548 RTJ72/133

Cv Cumulatividade vedada (...) Desapropria4ao . RE 76 .947 RTJ72/148

PrPn/ Curador. Reu menor. Inquerito policial . RHC 52.804 RTJ

72/35

PrCv/ Custas processuais . Apao de desapropriagao . Sucumbencia reci-proca. Custas proporcionais . RE 75 .703 RTJ 72/113

PrCv Custas proporcionais (...) Custas processuais . RE 75 .703 RTJ

72/113

Trbt/

D

Debito fiscal . Decisso judicial ( cancelamento do debito). Dep6-

sito de garantia do instancia ( restituiSao ). Corregso moneteria(aplicag5o). Lei 4.357/64. RE 75.694 RTJ 72/111

Trbt,/ - Debito fiscal. Suspensao par decisso judicial . Decisso reformada

em Segundo Instancia. Correcao moneteria . Malta fiscal. Ter-

me inicial . RE 79 .072 RTJ 72/247

Pn Decadencia ( prazo ) (...) Sedusso . RHC 52.901 RTJ 72/50

PrPn Decisso denegat6ria de 14 gran (...) "Habeas corpus". RHC

52.905 RTJ 72/51

PrCv Decisso embargada ( ambito ) (...) Embargos infringentes. RE

77.050 RTJ 72/150

Trbt Decisso judicial (cancelamento do debito ) (...) Debito fiscal.

RE 75 .694 RTJ 72/111

PrCv Decisso judicial anterior (...) Coisa julgada . RE 79 .380 RTJ

72/272

PrCv Decisso omissa (...) Excecao de suspeicgo . RE 75 .442 RTJ

72/91

Trbt Decisso reformada em Segundo Instancia (...) Debito fiscal-

RE 79 .072 RTJ 72/247

11

R.T.J. - INDICE ALFABETICO -- Dec-Dev VII

Trbt Daclaragao de rendimento ( omissao ) (.. ,) Imposto de tends.

RE 79.632 RTJ 72/300

PrGr Decretageo "ex officio" (...) Recurso . RE 75 .802 RTJ 72/116

Cv Decreto 20.910/32 (...) Prescrigio giirngiienal . RE 77.453

RTJ 72/181

PrPn Decreto-Lei 898/69 (...) Competencia . RCr 1.162 RTJ 72/7

Pn Decreto-Lei 898/69 (...) Crime politico . RCr 1.162 RTJ 72/7

PrPn Decreto-Lei 898/69, art. 27 (inteligencia) (...) Competencia.

RHC 52.781 RTJ 72/33

PrCv Decreto-Lei 960/38 (...) Executive fiscal. RE 76 .801 RTJ

72/143

Trbt Decreto-Lei 1.042/69 (...) Impoato de rends . RE 69 .930 RTJ72/74

PrCv Decreto-Lei 7.661/45 (...) Recurso . RE 77.381 RTJ 72/171

Adrn Decreto-Lei complementar estadual 11/70-SP (...) Funciona-

lismo . ERE 75.444 RTJ 72/100

PrPn Defensor dativo finico a co-reus ( conflito de interesses) (,..)Defesa. HC 52.638 RTJ 72/29

PrPn/ Defesa. Cerceamento . Intimagao pare a instrugao criminal.S,ubstituigao do defensor (abandono do cause ). RHC 52.823

TJ 72/38

Prpn,,/ Defesa , Intimagao de audiencia ( falte ). Prove collude no juizodeprecado. Defensor dative unico a co-reus (confute de interes-ses). HC 52.638 RTJ 72/29

Trbt Dep6sito de garantia de instancia (restituigeo) (...) Debilo

fiscal, RE 75.694 RTJ 72/111

Trht Dep6sitos bancdrios (...) Imposto de rends. RE 79.632 RTJ

72/300

Cv/ Desapropriagao . Corregao monetdria ( c6!cu(o). Termo final (efe-

tivo pagamento ). Cumulatividade vedada. RE 76.947 RTJ

72/148

Cv% Desapropriagao. Juros compensat6rios . Termo initial . Imiasao

'de posse. "Sumula" 164. RE 75 .703 RTJ 72/113

PrPn Desclassificagao do crime (...) "Habeas corpus", HC 52.421

RTJ 72/25

PrGr Desergao (...) Recurso . RE 75 .802 RTJ 72/116

Adm Designagao de servidores do Poder Executive (...) Serventua-

rio da Justiga. RE 78.447 RTJ 72/216

Cm Desistencia (...) Concordata. RE 78 .283 RTJ 72/210

rt Cv ^f Desquite. Partilha . Ag6es sem cotagao em bolsa . Avaliageo ju-

dicial . Bonificageo posterior so desquite ( exclusgo). RE 78.784

RTJ 72/228

Cv Devolugao dos bens an credor (...) Alienagao fiducidria em ga-

_antia. RE 79.932 RTJ 72/306

VIII Doe-Exc - R.T .J. - INDICE ALFAEETICO

PrCv Doenga do advogado (natureza ) (...) Recurso . RE 78 . 621 RTJ72/221

Adm Diploma de nivel superior (...) Concurso . RE 79 .040 RTJ72/241

Adm Direito adquirido ( inocorrencia ) (...) Pensao . RE 77.453 RTJ72/181

Trbt Direito de participagao ( inexistencia ) (...) Multa fiscal. RE75.626 RTJ 72/108

Cv Direito de retengao (...) Benfeitorias ( acessoes ). RE 77.958RTJ 72/194

Adm Dispense de cargo de diregao (...) Funcionalismo . RE 78.781RTJ 72/226

Adm Disponibilidade remunerada (descabimento) (...) Magisterio.RE 78.977 RTJ 72/238

Cm Distribuigeo dns novas agoes ( criterio do bonificagiio) (...) So-ciedade comercial . RE 70.192 RTJ 72/77

Cm Duplicate sem aceite do comprador (...) Aval. RE 78 .964 RTJ72/236

E

PrCv Embargos de declaragao (falta) (...) Coisa julgada. RE 68.043i RTJ 72/66

PrSTF/ Embargos de divergencia. Comprovegao da divergencia EREC p STF/ - 75.814 RTJ 72/119

Embargos de divergencia. Comprovagao da divergencia. Juris-prudencia superada. ERE 75.444 RTJ 72/100

''.PrCvj Embargos infringentes, Converseo de recurso. Erro grosseiro.Recurso extraordinirio (pressupostos). RE 78.682 RTJ 72/223

..`.\PrCv/ Embargos infringentes . Decisao embargada (embito). Voto ven-

cido (inocorrencia). "S6mula" 355. RE 77.050 RTJ 72/150

?PrC % Embargos de terceiro (admissibilidade). Agiio possessdria. RE

79.533 RTJ 72/296

Trbt Empress estrangeira (...) Imposto de rends. RE 75.829 RTJ

72/124

Trbt Empresa de navegagao (...) Tars de bombeiros de Pernambu-

co. RE 75.200 RTJ 72/87

Trbt Empress subsidiaria no Brasil (atividade eaclusiva) (...) Im-posto de renda. RE 75.829 RTJ 72/124

PrPn Enderego conhecido do reu (...) Citagiio•edital. HC 52.856

RTJ 72/42

PrCv Erro grosseiro (...) Embargos infringentes. RE 78.682 RTJ

72/223

PrCv Exceceo de dominio (...) Agao possessoria. RE 77.958 RTJ

72/194

R.T.J. - iNDICE ALPABkrICO - ExC-Fun Ix

(f') PrCv/ ' Excepa-o da suapeigio . Perito judicial suspeito . Decisao omissa.Nulidade do processo ( substituigao do perito ). RE 75 .442 RTJ72/91

PrCv Excegao de suspeigio de Juiz (...) Competencia . RE 78.118RTJ 72/204

Can Exclusividade ( conceito ) (...) Marca de fibrica . ERE 62.666RTJ 72/59

PrCv/ Executivo fiscal . Audiencia de instrugao a julgamento ( dispensa).Decreto-Lei 960/38. RE 76.801 RTJ 72/143

Adm Extingio do cargo de professor (inocorrencia) (...) Magisterio.RE 78.977 RTJ 72/238

Cv Extingio do concubinato (...) Sociedade de fato. RE 80.104RTJ 72/310

Adm Extingio da disciplina (...) Magistdrio . RE 78 .977 RTJ 72/238

Pn Extorsao indireta do credor contra o emitente (...) Chequesem fundos . HC 50.899 RTJ 72/16

F

PrCv Falencia ( decretagao) (...) Recurso. RE 77 . 381 RTJ 72/171

Cv Falencia do devedor alienante (...) AEenagio fiduciaria em ga-rantia . RE 79 . 384 RTJ 72/274

Pa Falsidade e estelionato (...) Concurso de crimes . RE 79.489RTJ 72/292

Trbt Fato gerador (...) Tributagao . Rp 906 RTJ 72/3

Trbt Fato gerador ( identidade com ICM ) ( ...) Taxa de estatisticado Amazonas . RE 77 . 131 RTJ 72/155

PrCv Forca-maior (...) Recurso. RE 78 . 621 RTJ 72/221

Ct Formalidades extrinsecas (...) Ato Institutional . ERE 68.464RTJ 72/70

PrCv Fraude a execugio (...) Agio executive . RE 71.836 RTJ 72/83

PrCv Fraude a execugio (...) Agio executive . RE 77 .242 RTJ72/161

Trbt Fraude fiscal (...) Imposto de rends . RE 75 . 829 RTJ 72/124

Trbt Fretes a carretos ( incidencia ) (...) Imposto do vendas a con-signagoes . RE 79 . 784 RTJ 72/303

PrPn Fungao policial-civil (...) Competencia . RHC 52 . 958 RTJ72/56

Adny ' Funcionalisrno . Dispense de cargo de diregao . Nomeagio a ter-mo. Revogagio de lei fixadora do prazo ( legitimidade). RE78.781 RTJ 72/226

)Adm/ Fvncionalimno. Regime de dedicagao excluaiva . Gratificegio (in-corporagao dos vencimentos). Gratificagao adicional por tempode servigo ( celculo ). Decreto-Lei compleme-tar estadual 11/70-SP. ERE 75.444 RTJ 72/100

X Gar-Imp - R.T.J. - TNDICE ALFABETICO

G

Pn Garantia de divide (...) Cheque sem fundos. HC 50.899 RTJ72/16

Adm Gratificacao (incorporacao aos vencimentos) (. .) Funcionalis-mo 444 RTJ 72/100ERE 75

Adm

. .

Gratificacao adicional por tempo de servigoFuncionalismo. ERE 75.444 RTJ 72/100

(calculo) (...)

H

PrPnn1 Habeas corpus. Decisao denegatcria de 14 gran. Pedido origine-rio (cabimento). RHC 52.905 RTJ 72/51

PrPn j ' Habeas corpus. Lesao corporal permanente. Recuperacao do fun-

gao. Desclassificageo do crime. HC 52.421 RTJ 72/25

PrPn/ Habeas corpus . Pedido fundado em pegas falsas . Nulidade pro-cessual ( inexistencia ). HC 51.955 RTJ 72/18

PrCv Hipoteca (...) Agao executiva . RE 72.090 RTJ 72/85

Cm Homologagao (...) Concordats. RE 78.283 RTJ 72/210

PrCv Honorarios profissionais (...) Agiio executive . RE 79.316 RTl

72/267

TrGr Horario de bancos (...) Jornada de trabalho. RE 79.394 RTJ

72/277

I

PrCv Identidade de objeto ( inocorrencia) (...) Coisa julgada. RE79.380 RTJ 72/272

Cv Imissao de posse (...) Desspropriagao . RE 75 .703 RTJ 72/113

PrPn Impedimento de jurado (...) Juri. RE 78.159 RTJ 72/208

Trbt Imposto de rends. Declaragao de rendimento (omissao). Lan-

gamento "ex officio ". Dep6sitos bancerios . RE 79 .632 RTJ

72/300

Trbt Imposto de renda. Empress estrangeira . Empress subsidiaria no

Brasil (atividade exclusive ). Remessa do "royalties" ( deduceo).

Fraude fiscal . RE 75 .829 RTJ 72/124,

1 ) Trbt Imposto de rends . Lucro imobiliario . Isengao ( predio residen-cial). Aquisicao por pessoa juridica . Decreto-Lei 1.042/69. RE69.930 RTJ 72/74

Trbt Imposto sobre circulagao de mercadorias . Imposto 6nico sobreminerais. Mineral "in natura". Telhas, tijolos a manilhas. RE76.801 RTJ 72/143

Trbt Imposto sobre circulaceo de mercadorias (...) Isengao fiscal.

RE 79.413 RTJ 72/278

Trbt Imposto de transagao (...) Repetigao do indebito . RE 75.862RTJ 72/129

11

R.T.J. - INDICE ALFABETICO - Imp-Int XI

Trbt Imposto 6nico sobre minerals (...) Imposto sobre circulagio demercadorias . RE 76.801 RTJ 72/143

(T)Trbt Imposto de vendas a conaignagiies . Repetigio do ind6bito. Fre-tea a carretos ( incidencia ). Repercussio ( prove pericial). "S6-mule" 546 . RE 79 .784 RTJ 72/303

(T )Trbt/ frrmosto de vendas a consignagoes. Transferencia de mercadoriapare outro Estado . Produto agricola, pecuirio ou extrativo.Isengao no Estado de origem . RE 75.694 RTJ 72/111

(-' Trbt / Imunidade tributaria . Revistas do canter tecnico ( conceitua-gao). Constituigio Federal de 1969 , art. 19, III , d. Lei 5.250,do 1967, art . 39, 8. 49' . RE 77 . 867 RTJ 72/189

Adm Inativos (...) Militar . RE 77 . 984 RTJ 72/198

Cv Incapacidade permanente (...) Responsabilidade civil. RE79.259 RTJ 72/264

Ct Inconstitucionalidade (...) Municipio. RE 77 . 578 RTJ 72/186

Trbt Inconstitucionalidade (...) Tributagio . Rp 906 RTJ 72/3

Cv

Cv

Cv

Cv79.259 RTJ 72/264

Indenizagio (...) Benfeitorias ( acessoes). RE 77.958 RTJ72/194

Indenizagio (...) Responsabilidade civil. RE 76 .548 RTJ72/133

Indenizagao (...) Responsabilidade civil. RE 76 .752 RTJ72/137

Indenizagio ( inacumulagio) (...) Responaabilidade civil. RE

Ct Independencia dos poderes (...) Municipio. RE 77.578 RTJ72/186

Pit Indicios suficientes (...) Pronuncia. RE 80 .232 RTJ 72/316

PrCv InjAria grave (...) Agio de desquite. RE 77.050 RTJ 72/150

PrPn Inqubrito policial (...) Curador. RHC 52.804 RTJ 72/35

Adm Inscrigio (...) Concurso. RE 79.040 RTJ 72/241

PrPn Instrugao criminal (...) Intimagio. HC 52.685 RTJ 72/31

PrCv Intervengio de acionista majoritirio ( inexigibilidade ) (...) Li-tisconsdreio. RE 70.192 RTJ 72/77

PrCv Intervengeo de torceiro (...) Inventario. RE 78.318 RTJ72/213

Cm Interrupgao (...) Prescrigio. RE 78.130 RTJ 72/206

(T ^PrPn/ Intimagao. Instrugio criminal . Reu preso no requisitado. Pre-

(?) PrPn/

Juczo ( ausencia ). HC 52.685 RTJ 72/31

Intimagio . Pauta de julgamento ( sess6es subsegUentes). HC.52.311 RTJ 72/19

(t' PrCv_ Intimagio. Substabelecimento de procuragao . Intimagio do ad-vogado substabelecido (omissio ). RE 78.797 RTJ 72/232

PrCv Intirnagio do advogado substabelecido (omisseo) (...) Inti-magio. RE 78.797 RTJ 72/232

XII It-Jus - PT-J. - INDICE ALFADETICO

PrPn Intimagao da audiencia (falta) (...) Defesa. HC 52.638 RTJ

72/29

PrPn Intimagao para a instrugao criminal (...) Defesa. RHC 52.823RTJ 72/38

Cv "Intuitu families" (...) Locagao. RE 79.599 RTJ 72/297

I Cvy Inventario. Adjudicagao de im6vel a herdeiro. Avaliagao atua-lizada ( necessidade ). RE 79.345 RTJ 72/270

Cv/ Inventario. Alienagao de bens pale v'.uva. Consentimento doherdeiro (necessidade ). Autorizaceo judicial (inexistencia). RE

79.216 RTJ 72/257

PrCV, Inventario. Imervengao de terceiro. Concubine . Medida scaute-

lat6ria ( reserva de bens). Preclusao. RE 78.318 RTJ 72/213

Adm Investidura em fungao judicial ( inconstitucionalidade reconheci-

Lda) ("".) Sen•entufirio da Justiga. RE 78.447 RTJ 72/216

Trbt Isengao (predio residential) (...) Imposto de rends. RE 69.930

RTJ 72/74

Trbt Isengao no Estado de origem (...) Imposto de vendas e consig-

nagoes . RE 75.694 RTJ 72/111

Trbtj Isengao fiscal . L C. M. Reds Ferrovi4ria S. A. RE 79.413RTJ 72/278

JTrGr / Jornada de trabalho. Horario de bancos. Lei municipal 642,

de 1972-PR. Consolidagao das Leis do Trabalho, art. 224. "Su-

mula" 419 ( exegese ). RE 79.394 RTJ 72/277

PrSTF Julgarnento. Agao penal de competencia originaria do S.T.F.Votagao ( criterio ). Ap 219 RTJ 72/1

^T? PrSTF3 Julgarnento. Sustentagao oral. Renovagso de julgamento. RE77.242 RTJ 72/161

PrPn Julgamento anterior de co-reu (...) Juri. RE 78.159 RTJ

72/208

Cm Junta Comercial (limites de competancia) (...) Sociedade co-mercial . RE 79.432 RTJ 72/280

PrPn / Jari. Impedimento de jurado. Julgamento anterior de co-reu.Nulidade. "Sumula" 206. RE 78.159 RTJ 72/208

(T) PrPn-' Juri. Recursos (cabimento). Protesto per novo j6ri. Apela-c o (delito diverse). RE 76.783 RTJ 72/138

PrSTF Jurisprudencia superada (...) Ernbargos de divergencia. ERE75.444 RTJ 72/100

Cv Juros compensat6rios (...) Desapropriagao. RE 75.703 RTJ72/113

PrCv Justiga comum (...) Competencia. CJ 5.934 RTJ 72/13

PrPn Justica comum (...) Competencia. RHC 52.781 RTJ 72/33,HC 52.879 RTJ 72/46, RHC 52.958 RTJ 72/56

R.T.J. - INDICE ALFABETICO - Lan-Lim X111

Trbt

L

Langamento "ex officio" (...) Imposto de rends . RE 79.632RTJ 72/300

PrCv Legitimidade "passiva" (...) Mandado de aeguranga . RE 78.620RTJ 72/220

Trbt Lei 4.357/64 (...) Debifo fiscal . RE 75.694 RTJ 72/111

Cm Lei 4.357/64 (...) Socledade comercial. RE 70.192 RTJ72/77

Pn Lei 4.729/65 (...) Contrabando. RE 76 .333 RTJ 72/132,RE 77.433 RTJ 72/176

Trbt Lei 5.250/67, art. 3", 9 49 (...) Imunidade tributiria. RE77.867 RTJ 72/189

TrPrv Lei 5.316/67 (...) Previdencia Social . RE 76.566 RTJ72/135

Trbt Lei estadual 698 /67-AM ( inconatitucionalidade) (...) Tara deestatistica do Amazonas. RE 77.131 RTJ 72/155

Trbt Lei estadual 705,'68-AM (inconstitucionalidade) (...) Taxa deestatistica do Amazonas. RE 77.131 RTJ 72/155

Trbt Lai estadual 2.085-A/76-GB (...) Tributagiio. Rp 906 RTJ72/3

Ct Lei estadual 2.085/72-GB (...) Tributagio. Rp 906 RTJ72/3

Trbt Lei estadual 2 .144/72-GB (...) Tributagio. Rp 906 RTJ72/3

Ct Lei estadual 2.144/72-GB (...) Tributagio . Rp 906 RTJ72/3

Ct Lei municipal 28/47-Belo Horizonte-MG (...) Municipio. RE77.578 RTJ 72/186

TrGr Lei municipal 642/72-PR (...) Jornada de trabalho . RE 79.394RTJ 72/277

Adm Lei municipal nv 7.623/71.SP (...) Concurso . RE 79 . 040 RTJ72/241

Adm Lei nova (...) Militar . RE 77.984 RTJ 72/198

Adm Lei nova (...) Pensio. RE 77.453 RTJ 72/181

Ct Leilao de mercadoria ( adicional ) (...) Tributagio. Rp 906

Trbt

PrPn

Cv

RTJ 72/3

Leila'o de mercadoria (adicional ) (...) Tributagio. Rp 906RTJ 72/3

Lesao corporal permanente (...) Habeas corpus . HC 52.421RTJ 72/25

Licenga municipal (...) Locagio do Dec. 24.150. RE 79.047RTJ 72/244

Cv Limiter a confrontag6es ( nulidade) (...) Compra a verada. RE79.258 RTJ 72/262

XIV Lit-Min - RT.J. - 'INI )ICE ALFABETICO

PrCv

(T )PrCv -

Litigio entre sindicatos (...) Competencia . CJ 5.934 RTJ72/13

Litisconsdreio . Litisconsurcio necessario (inocoffimcia). Aginde anulacio de ato de sociedade comercial. Intervencio de acio-nista majorit¢rio (inexigibilidade ). RE 70 .192 RTJ 72/77

PrCv Litiscons6rcio necessario ( inocorrencia) (...) Litiscons6rcio. RE70.192 RTJ 72/77

Cv Litiscons6rrio passive (...) Responsabilidade civil do Estado.RE 76 .896 RTJ 72/145

Locacio "Intuitu families". Cessio da locacio ( inocorrencia).Parentes do locatirio (dependentes econ6micos ). RE 79.599

RTJ 72/297

Locagilo do Dec. 24. 150. Revisio bienal do aluguel . Arbitra-Corregio monet4ria . RE 79.142

Locagio do Dec. 24. 150. Retomada . Construcio mail util.

Licence municipal . RE 79.047 RTJ 72/244

mento judicial ( crit6rio)RTJ 721254

Trbt Lucro imobili6rio (...) Imposto de renda . RE 69 .930 RTJ

72/74

M

Cr )Admj Magisterio . Exting da discipline . Extingio do cargo de pro-lessor ( inocorrencia ). Disponibilidade remunemda ( descabimen-to). RE 78. 977 RTJ 72/238

)? )PrCv/

PrSTF

PrPn

PrCv

Pn/

PrCv

C. /

j Adm i

Trbt

Mandado de seguranga . Legitimidade "passive".Pesson juridica de direito pAblico ( intervengeo).

RTJ 72/220

Marcy de febrica. Uso deERE 62 . 666 RTJ 72/59

[email protected] 78.620

marca . Exclusividade (conceito).

Mat6ria de competencia (...) Recurso extraordinerio . RE 78.821

RTJ 72/234

Maus antecedentes judiciais72/53

.) Prondncia . RHC 52.937 RTJ

Medida acautelat6ria (reserve de bens ) (...) Inventario.

78.318 RTJ 72/213

RE

Medida de seguranga. Periculosidade presumida. Reincidencia.

Cessacao de presungio . Prazo . RE 77.412 RTJ 72/175

Menor interessado (...) Agio executiva.72/267

RE 79 . 316 RTJ

Mercado de capitais . Venda de titulos na Bolse . Corretagem.Autoruacao verbal do proprieterio. Comprovagiio da autorizacio.

RE 79.141 RTJ 72/250

Militar . Policia Militar ( SP). Regime especial de trabalhopolicial. Inativos. Lei nova. RE 77.984 RTJ 72/198

Mineral "in nature" (...) Imposto sobre circulacao de merca-dorias . RE 76.801 RTJ 72/143

R.T.J. - INDICE ALFABETICO - Min-Par XV

PrCv Ministerio P6biico ( interven95o a destempo ) (...) Acid exe-cutive . RE 79.316 RTJ 72/267

Cv Mora do devedor (...) Promessa de compra a venda. RE79,470 RTJ 72/287

PrCv , Multa ( ...) A95o cominat6ria. ERE 62 .666 RTJ 72/59

Trbt/ Malta fiscal (...) Debito fiscal. RE 79,072 RTJ 72/247

)Trbt Molts fiscal . Participacao dos agentas fiscais . Acordo de dis-pense da multa ( autorizag5o legal ). Direito de participa9ao (ine-

/xistencia ). RE 75.626 RTJ 72/108

Ct 1 Municipio. Ate do Prefeito . Recurso pare a Camara Municipal.Independencia dos poderes. Inconstitucionalidade . Lei municipal28/47-Belo Horizonte-ly1G. RE 77.578 *TJ 72/186

N

Can Nome comercial (...) Propriedade industrial . RE 79 .233 RTJ72/260

Adm Nomea95o ; termo (...) Funcionalismo . RE 78 .781 RTJ72/226

PrCv Notificap5o do credor ( falta) (...) Ageo executiva. RE 72.090RTJ 72/85

Trbt

PrCv

Notificaggo fiscal (...) Ddbito fiscal . RE 79 .072 RTJ 71/247

Nulidade (...) Apes execativa . RE 71 . 836 RTJ 72/83, RE77.242 RTJ 72/161

(T

PrPn

PrPn

PrPn/

Nulidade (...) Cita{ao-edital . HC 52.856 RTJ 72/42

Nulidade (...) Jeri. RE 78.159 RTJ 72/208

Nulidade. Testemunha inquirida sem contradit6ria . Prejuizo

PrCv

(aus ncia). RHC 52.823 RTJ 72/38

Nulidade arguida polo executado ( rejeigeo) (...) Asio executive.

RE 72.090 RTJ 72/85

PrCv

PrPn

Nulidade do processo ( substituigao do perito) (...) Excepiio desuspeig&o . RE 75.442 RTJ 72/91

Nulidade processual ( inexistencia ) (...) Habeas corpus. HC51.951 RTJ 72/18

PrCv Nulidade reconhccida (...) AOo executive . RE 79 .316 RTJ72/267

0

Cv Obrigaciio moral (...) Sociedade do Into . RE 80 .104 RTJ72/310

Adm Oficial de Justica (...) Serventaario de Justice, RE 78.447RTJ 72/216

P

Parentes do locat4rio (dependentes econ6mices) (...) Lecagao.RE 79.599 RTJ 72/297

XVI Par-Pre - R.T.J. - 1NDICE ALFABSTIC0

Trbt Participacao dos agentes fiscais (...) Multa fiscal . RE 75.626

RTJ 72i 108

Cv / Partilha (...) Desquite . RE 78 . 784 RTJ 72/228

(J) PrPn ( Pauta ds juigamento ( sessoes subsegventes ). Intimapao. HC

52.311 RTJ 72/19

PrPn Pedido fundado em pegas falsas (...) Habeas corpus. HC 51.955

RTJ 72/18

PrCv Pedido inicial ( inalteragao ) (...) Agin de desquite . RE 77.050

RTJ 72/150

PrPn Pedido originerio ( cabimento) (...) Habeas corpus. RHC

t 52.905 RTJ 72/51

iy )Adm, Pensao. Alteragao de "quantum". Direito adquirido ( inocor-rencia ). Lei nova . RE 77 . 453 RTJ 72/181

Cv Pensao a ex-concubina (...) Sociedade de late . RE 80. 104

RTJ 72/310

Cv Pens-No vitalicia (...) Responsabilidade civil . RE 79 . 259 RTJ72/264

Pn Pdriculosidade presumida (...) Medida de seguranga. RE 77.412RTJ 72/175

PrCv Perito judicial suspeito (...) Excegao de suspeigao. RE 75.442

RTJ 72/91

PrCv Pessoa juridica de direito p6blico ( intervengao ) (...) Mandado

de seguranga . RE 78. 620 RTJ 72/220

PrPn Policia Militar (...) Competencia . RHC 52.958 RTJ 72/56

Adm Policia Militar ( SP) (...) Militar. RE 77 . 984 RTJ 72/198

PrPn Policia Wiwi em fungao civil (...) Competencia . HC 52.879RTJ 72/46

Cv Posse preceria (...) Benfeitorias ( acess6es). RE 77 . 958 RTJ

72,'194

Pn Prazo (...) Medida de seguranca . RE 77 . 412 RTJ 72/175

PrCv Prazo (...) Recurso . RE 77 . 381 RTJ 72/171

PrCv Prazo ( restituigao ) (...) Recurso . RE 78 . 621 RTJ 72/221

PrCv Preclusao (...) Inventario . RE 78 . 318 RTJ 72/213

PrPn Prejuizo ( ausencia ) (...) Intimagao . HC 52 . 685 RTJ 72/31

PrPn Prejuizo ( ausencia ) (...) Nulidade. RHC 52 . 823 RTJ 72/38

Cm Prejuizo de credores ( impugnagao ) (...) Concordata . RE 78.283RTJ 72/210

PrSTF Pregiiestionamento ( dispense ) (...) Recurso extraordinerio. RE78.821 RTJ 72,234

(l)Cm / Prescrigao . Transports maritime. Interrupgao . Vistorla. "56-mula" 154 ( aplicagao). RE 78 . 130 RTJ 72/206

S)Cv Prescrigao giiingiienal . Relagao juridica de trato sucessivo. Pres-tag6es peri6dieas . Decreto 20 , 910/32 . RE 77 . 453 RTJ 72/181

R.T.J. - INDICE ALFABETICO - Pre-Rec XVII

Cv Prestagoes periodicas (...) Prescrigao giinquenal . RE 77.453RTJ 72/181

(3. 'TrPrv /" Previddncia Social. Contribuiceo previdenciaria. Aviso previo(natureza). Ato normative do Ministro do Trabalho. ERE75.237 RTJ 72/89

( \TrPrv / Previddncia Social. Seguro contra acidente do trabalho. Bene-ficio da Previdencia Social ( inacumulatividade ) . Lei 5 .316/67.RE 76.566 RTJ 72/135

PrPn Prisae do reu (recurso) (...) Pron6ncia. RHC 52.937 RTJ72/53

Trbt Froduto agricola, pecuario on extrativo (...) Imposto de vendase ccnsignocoes. RE 75.694 RTJ 72/111

( )Cv j Promessa de cornpra e venda. Mom do devedor. Purga£eo damom (prazo). Resolugeo do contrato. RE 79.470 RTJ 72/287

(J)P- / Pronzincia. Indicios suficientes. Convencimento do Juiz. RE80.232 RTJ 72/316 /

"PrPn z Pronuncia. Pris"ao do reu (recurso). Maus antecedentes judi-ciais. Codigo de Processo Penal, art. 408, $ 29 (redageo daLei 5.941/73). RHC 52.937 RTJ 72/53

"t1Crn Propriedade industrial. Nome cornercial. Titulo do estabele-cimenLo. Registro (efeitos). RE 79.233 RTJ 72/260

PrPn Protesto per novo j6ri (.. .) Juri. RE 76.783 RTJ 72/138

PrPn Prova coihida no juizo deprecado (...) Defesa . HC 52.638RTJ 72/29

PrCv Prova da divergencia ( juntada tardia ). Recurso de revista.Ag 59.963 (AgRg) RTJ 72/58

PrSTF Prove nao considerada na decisao recorrida (...) Recurso ex-traordinario. RE 79.932 RTJ 72/306

PrCv Publicagio da sentenga (...) Recurso. RE 77.381 RTJ 72/171

Cv Purgagao da mora (prazo) (...) Promessa de compra a vends.RE 79.470 RTJ 72/287

PrSTF

Q

Questao federal ( apreciagao)78.821 RTJ 72/234

.) Competdncia originsria. RE

R

Pn Reclusao cumulada com pens de deten£ao. "Sursis". HC 52.882RTJ 72/48

PrCv Recolhimento de contribuigao sindical (...) Competencia. CJ5.934 RTJ 72/13

PrPn / Recuperagao da fungao (...) Habeas corpus. HC 52.421 RTJ/ 72/25

(JJPrG{% Recurso. Desergio. Segunda inatancia . Decretagao "ex offi-cio". RE 75.802 RTJ 72/116

XVIII Rec-Rep - R.T.J. - INDICE ALFABiTICO

(I)PrCv/ Recurso. Prazo (restituir io). Doenca do advogado (natureza).Forga-maior . RE 78.621 RTJ 72/221

(T ) PrCv / Recurso. Prazo . Fal%ncia ( decreta9io ). Publica4iio da sen-ten5a. Decreto-lei 7.661/45. RE 77.381 RTJ 72/171

. 1PrSTF/ Recurso extraordindrio . Algada . Valor da tausa . RE 78.682RTJ 72/223

j )PrSTF -/ Recurso extraordindrio. Prequestionamento (dispense). Ma-teria de competancia . RE 78 .821 RTJ 72/234

t,jPrSTF 7Recurso extraordindrio . Prova no considerada na decisio recor-rida . Reexame da prova ( inocorrencia ). RE 79 .932 RTJ72/306

PrCv Recurso extraordindrio ( pressupostos) (...) Embargos infringen-

tos. RE 78 .682 RTJ 72/223

Ct Recurso pare a Camera Municipal (...) Municipio . RE 77.578RTJ 72/186

(T) PrPn Recurso partial da acusacio . Apelayio (irnbito ). RHC 52.548

RTJ 72/27

PrCv 3 Recurso de revista. Prova da divergencia ( juntada tardia). Ag59.963 (AgRg) RTJ 72/58

PrPn Recursos ( cabimento ) (...) J(rrl. RE 76 .783 RTJ 72/138

Trbt Reds Ferrovidria S.A. (...) Isencio fiscal. RE 79 .413 RTJ

71/278

PrSTF Reexame do prova ( inocarrancia ) (• . •) Recurso extraordindrio

RE 79.932 RTJ 72/306

Adm Regime de dedicag5o exclusive (...) Funcionalismo. ERE

75.444 RTJ 72/100

Adm Regime especial de trabalho policial (...) Militar . RE 77.984

RTJ 72/198

Cm Registro ( efeitos ) (... ) Propriedade industrial . RE 79.233

RTJ 72/260

Adm Registro do diploma ( dispensa) (...) Concurso . RE 79.040

RTJ 72/241

Pn Reincidencia (...) Medida do seguranga . RE 77 .412 RTJ

72/175

PrCv Reintegragio de posse (...) Aga"o possess6ria . RE 77 .958 RTJ72/ 194

Cv Relagie juridica de trato sucessivo (...) Preacrigio quingiienal.RE 77.453 RTJ 72/181

Trbt Remessa de "royalties" (dedu4io) (...) Imposto de rends.RE 75.829 RTJ 72/124

Pn Renovacio da a9do penal (...) Sedugs"o. RHC 52 .901 RTJ72/50

PrSTF Renovagio de julgamento (...) Julgamento . RE 77 .242 RTJ72/161

Trbt Repercussio ( prove pericial ) (...) Impoeto de vendas a oonsig-nasoas. RE 79 . 784 RTJ 72/303

a.T.J. - INDICE ALPAB*TICO - Rep-Seg XIX

Trbt Repercusseo do tributo (...) Repeti£io do indebito . RE 75.862RTJ 72/129

('T')Trbt// Repetigio do indebito . Cooperative de consumo. Imposto detransa£ao . Repercussso do tributo. "Sumula" 546 ( aplica£ao).Corre£ao monetiria (aplica£io ). RE 75 . 862 RTJ 72/129

Trbt Repeti£ao do indebito (...) Imposto de vendas a coneigna£6es.RE 79 . 784 RTJ 72/303

Pn Representa£ao da ofendida (retrata£io ) (...) Sedu£io. RHC52.901 RTJ 72/50

Cv Resolu£ao do contrato (...) Promessa do cornpra a venda. RE79.470 RTJ 72/287

Cm Responsabilidade do avalista (...) Aval . RE 78 . 964 RTJ72/236, RE 79 . 438 RTJ 72/286

(S'Cv,// Responsabilidade civil . Acidente de trinsito . Culpa presvmida.Indeniza £ao. RE 76 . 548 RTJ 72/133

CT^ Cv' Responsabilidade civil . Acidente de trinsito . Indeniza£io. Cor-re£ao monetaria ( inaplica£ao). RE 76 . 752 RTJ 72/137

(7) Cv / Responsabilidade civil . Ato ilicito . Incapacidade permanents.Pensao vitalicia . Indeniza £io (inacumula£io). RE 79.259RTJ 72/264

r!Cv Responsabilidade civil . Banco . Cal6nia . Circula£eo de moe-da false ( acusa£ao ). ERE 75 . 814 RTJ 72/119

(+)C v/ Responsabilidade civil do Eked. . Ato ilicito . Venda de terras

da Uniao. Litisconsorcio passivo . RE 76 . 896 RTJ 72/145

Cv Restitui£ao do ben alienado ( oportunidade) (...) Aliena£iofiducAria em garantia . RE 79 . 384 RTJ 72/274

Cv Retomada (...) Loca£io do Dec. 24 . 150. RE 79.047 RTJ72/244

PrPn R4u menor (...) Curador . RHC 52 . 804 RTJ 72/35

PrPn Reu preen niio requisitado (...) Intimagio . HC 52 . 685 RTJ72/31

Adm Revogagao de lei fixadora do prazo ( legitimidade ) (...) Funcio-nalismo . RE 78.781 RTJ 72/226

Cv Revisao bienal do aluguel (...) Loca£io do Dec. 24.150. RE79.142 RTJ 72/254

Trbt Revistas de caster t€cnico (conceitua£io) (...) Imunidade tri-butaria . RE 77.867 RTJ 72/189

S

Cv Saldo devedor ( execu£io) (...) Aiiena£eo fiduciiria em garan-tia. RE 79.932 RTJ 72/306

,'S)Pn .Y Sedu£io. Representa£ao da ofendida (retrata£io). Renova£ioda a£ao penal . Decad"encia (prazo). RHC 52 .901 RTJ72/50

PtGr Segundo insttaola (...) Reameo. RE 75 . 802 RTJ 72/116

XX Seg-Suitt - R.T.J. - INDICE ALFAHHTICO

Cm Seguro (...) Transporfe maritimo . RE 78 . 012 RTJ 72/202

TrPrv Seguro contra acidente do trabalho (...) Previde'ncia Social.

RE 76 . 566 RTJ 72/135

PrCv Senten4a ( omissao ) (...) Coisa julgada . RE 68 . 043 RTJ 72/66

PrPn Sequestro de passageiros de aeronave (...) Competencia. RCr1.162 RTJ 72/7

Pn Sequestro de passageiros de aeronave (...) Crime politico. RCr1.162 RTJ 72/7

' Adm / Serventuario do Juatica . Designacao de servidores do Poder Exe-cutivo. Investidura em funca"o judicial (inconstitucionalidade

reconhecida ) . Oficial de Justice . Validade dos atos praticados.

RE 78 . 447 RTJ 72/216

Trbt Servico publico especifico a divisive] ( inocorr6ncia) (...) Taxade estatistica do Amazonas . RE 77 . 131 RTJ 72/155

Cm Sociedade an6nima (...) Sociedade comercial . RE 70 . 192 RTJ

72/77

Cm Scriedade comercial . Ata de assembleia (arquivamento). Jun-ta Comercial (limites de compet6ncia ). RE 79 . 432 RTJ 72/280

Cm.- Sociedade comercial . Sociedade an6nima . Capital social (au-

mento). Distribuicao das novas aches ( crit6rio da bonificac"ao).

Lei 4. 357/64 . RE 70 . 192 RTJ 72/77

Cv / Sociedade de fato . Extincao do concubinato . Pensao a ex-con-

cubina . Obrigacao moral . RE 80 . 104 RTJ 72/310

PrCv Substabelecimento de procuracao (...) Intirnacio . RE 78.797

RTJ 72/232

PrPn Substituicao do defensor (abandono da cause) (...) Defesa.

RHC 52 . 823 RTJ 72/38

PrCv Sucumb6ncia reciproca (...) Custas processuais . RE 75.703RTJ 72/113

Cm "Sumula" 154 ( aplicacao ) (...) Prescricio . RE 78 . 130 RTJ72/ 206

Cm "Sumula" 161 (...) Transporte maritime . RE 78 . 012 RTJ

72 / 202

Cv "Sumula" 164 (...) Desapropriacio . RE 75 . 703 RTJ 72/113

PrPn "Sumula " 206 (...) Juri . RE 78 . 159 RTJ 72/208

PrSTF " Sumula" 249 (aplicacio) (...) Competencia originaria. RE

78.821 RTJ 72/234

PrPn " Sumula" 297 (inaplicacio) (...) Competencia . HC 52.879RTJ 72/46

PrPn "SAmula" 297 (reexame ) (...) Competencia . RHC 52.958

RTJ 72/56

PrCv "Sumula" 355 (...) Embargos infringentes. RE 77 . 050 RTJ72/150

TrGr 'Sumula" 419 (exegese) (...) Jomada de trabalho . RE 79.394

RTJ 72/277

R.T.J. - INDICE ALFABETICO - SIIm-Tra XXI

Trbt "S6mula" 546 (...) Imposto de vendas a consignap6es. RE79.784 RTJ 72/303

Trbt "S6tnula" 546 (aplicapao ) (...) Repetipao do indebito. RE75.862 RTJ 72/129

Trbt "Sumula" 549 (aplicagao ) (...) Tara de bombeiros de Petnam-buco. RE 75.200 RTJ 72/87

Adm Sumulabilidade (...) Ato administrative. RE 79 .432 RTJ// 72/280

(T) Pn, "Sursis". Reclusao cumulada coal oena de detenFio. HC52.882 RTJ 72/48

Trbt Suspenseo per decisao judicial (...) Debito fiscal . RE 79.072RTJ 72/247

PrSTF Sustentaeao oral (...) Julgamento . RE 77.242 RTJ 72/161

T

Trbt Taxa (...) Tributagao . RE 77 . 131 RTJ 72/155

Trp( Taxa de bombeiros de Pernambuco . Empresa de navegapio.i Agencia situada no Estado . "S(imula " 549 (aplicapio). RE

75.200 RTJ 72/87

)Trb^ Tare de estatistica do Amazonas . Fato gerador (identidade comI.C.M.). Servigo p6blico especifico a divisivel ( inocorrencia).Lei estadual 698/67-AM (inconstitucionalidade ). Lei estadual705/68-AM (inconstitucionalidade ) . RE 77 . 131 RTJ 72/155

Trbt Tare judiciiria ( adicional ) (...) Tributagio . Rp 906 RTJ72/3

Trbt Taxa judicMMria (parcela adicional ) (...) Tributapio. Rp 906RTJ 72/3

Trbt Tallies, tijolos a manilhas (...) Imposto sobre cimulapio dernercadorias . RE 76 .801 RTJ 72/143

Cv Termo final ( efetivo pagamento ) (...) DesapropriaSio. RE76.947 RTJ 72/148

PrCv Termo initial (...) Apia cominatdria . ERE 62 .666 RTJ 72/59

Trbt Termo initial (...) Debito fiscal . RE 79 .072 RTJ 72/247

Cv Termo initial (...) Desapropriapio . RE 75.703 RTJ 72/113

PrPn Testemunha inquirida seal contradit6ria (...) Nulidade. RHC52.823 RTJ 72/38

Pn Tipicidade do delito (...) Contrabando . RE 76 .333 RTJ 72/132

Cm Titulo do estabelecimento (...) Propriedade industrial. RE79.233 RTJ 72/260

Trbt Transferincia de mercadoria pare outro Estado (...) Imposto devendas a consignapaes . RE 75 .694 RTJ 72/111

Cm Transporte maritimo (...) Prescripio. RE 78 .130 RTJ 72/206

XXII Tra-Vot - R.T.J. - iNDICB ALFABETICO

(I 'Cm- Transporte maritime . Seguro . Clausula de nao indenizar. "Su-mula" 161. RE 78 .012 RTJ 72/202

PrCv Tribunal de Justiga (...) Competencia. RE 78 .118 RTJ 72/204

(T)Ct/ Tributagao . Aspectos constitucionais . Taxa judicieria (adicio-

a (I )Trbt

f

nal). Leilao de mercadoria ( adicional ) . Lei estadual 2.144,de 1972-GB. Lei estadual 2.085 /72-GB . Rp 906 RTJ 72/3

Tributagao. Leileo de mercadoria ( adicional ). Fato gerador.Lei estadual 2.085-A/72-GB. Inconstitucionalidade. Rp 906RTJ 72/3

t; Trbt / Tributagao. Taxa . Aspectos constitucionais . RE 77 .131 RTJl 72/155

IUTrbt ! Tributagao. Taxa judicieria (parcels adicional ). Fato gerador.Lei estadual 2.144/ 72-GB . Constitucionalidade . Rp 906 RTJ72/3

uCm Uso de marca (...) Mares do fdbrica. ERE 62 .666 RTJ

72/59

V

Adm Validade dos atos praticados (...) Serventudrio da Justice. RE78.447 RTJ 72/216

PrSTF Valor da cause (...) Recurso extraordin4rio . RE 78 .682 RTJ72/223

PrCv Valor da cause ( omissio ) (...) Algade. RE 77 .242 RTJ 72/161

PrCv Valor patrimonial ( estimative ) (...) Algada. RE 77 .242 RTJ

72/161

PrCv Venda judicial do im6vel (...) Agao executive . RE 72.090RTJ 72/85

Cv Venda a terceiro (...) Alienagao fiducir;ria am garantia. RE79.932 RTJ 72/306

Cv Venda de terras da Uniao (...) Responsabilidade civil do Estado.

RE 76.896 RTJ 72/145

Cm Venda de tituloa na Bolas (...) Mercado de capitals . RE 79.141RTJ 72/250

Cm Vistoria (...) Prescrigiio . RE 78 .130 RTJ 72/206

PrSTF Votagao (criterio) (...) Julgamento . APn 219 RTJ 72/1

PrCv Voto vencido (inocorrencia ) (...) Embargos infringentes. RE77.050 RTJ 72/150

INDICE NUMERICO

Vol./Pig.

219 (APn) ........... 72/1

906 (RP ) ............ 72/3

1.162 (RCr) ........... 72/7

5.934 (CJ) ............ 72/13

50.899 (HC) ............ 72/16

51.955 (HC) ............ 72/18

52.311 (HC) ............ 72/19

52.421 (HC) ............ 72/25

52.548 (RHC) .......... 72/27

52.638 (HC) ............ 72/29

52.685 (HC) ............ 72/31

52.781 (RHC) .......... 72/33

52.804 (RHC) .......... 72/35

52.823 (RHC) .......... 72/38

52.856 (HC) ............ 72/42

52.879 (HC) ............ 72/46

52.882 (HC) ............ 72/48

52.901 (RHC) .......... 72/50

52.905 (RHC) .......... 72/51

52.937 (RHC) .......... 72/53

52.958 (RHC) .......... 72/56

59.963 (Ag-AgRg) ....... 72/58

62.666 (ERE) .......... 72/59

68.043 ( RE) ............ 72/66

68.464 (ERE) .......... 72/70

69.930 (RE) ............ 72/74

70.192 (RE) ............ 72/77

Vol./Pig.

71.836 (RE) ............ 72/83

72.090 (RE) ............ 72/85

75.200 (RE) ............ 72/87

75.237 (ERE) .......... 72/89

75.442 (RE) ............ 72/91

75.444 (ERE) .......... 72/100

75.626 (RE) ............ 72/108

75.694 (RE) ............ 72/111

75.703 (RE) ............ 72/113

75.802 (RE) ............ 72/116

75.814 (ERE) .......... 72/119

75.829 (RE) ............ 72/124

75.862 (RE) ............ 72/129

76.333 (RE) ............ 72/132

76.548 (RE) ............ 72/133

76.566 ( RE) ............ 72/135

76.752 (RE) ............ 72/137

76.783 (RE) ............ 72/138

76.801 (RE) ............ 72/143

76.896 (RE) ............ 72/145

76.947 (RE) ............ 72/148

77.050 (RE) ............ 72/150

77.131 (RE) ............ 72/155

77.242 (RE) ............ 72/161

77.381 (RE) ............ 72/171

77.412 (RE) ............ 72/175

77.433 (RE) ............ 72/176

XXIV

77.453

77.578

77.867

77.958

77.984

78.012

78.118

78.130

78.159

78.283

78.318

78.447

78.620

78.621

78.682

78.781

78.784

78.797

78.821

78.964

78.977

79.040

79.047

79.072

INDICE NUMLRICO

Vol./Peg.

(RE) ............ 72/181

(RE) ............ 72/186

(RE) ............ 72/189

(RE) ............ 72/194

(RE) ............ 72/198

(RE) ............ 72/202

(RE) ............ 72/204

(RE) ............ 72/206

(RE) ............ 72/208

(RE) ............ 72/210

(RE) ............ 72/213

(RE) ............ 72/216

(RE) ............ 72/220

(RE) ............ 72/221

(RE) ............ 72/223

(RE) ............ 72/226

(RE) ............ 72/228

(RE) ............ 72/232

(RE) ............ 72/234

(RE) ............ 72/236

(RE) ............ 72/238

(RE) ............ 72/241

(RE) ............ 72/244

(RE) ............ 72/247

79.141

79.142

79.216

79.233

79.258

79.259

79.316

79.345

79.380

79.384

79.394

79.413

79.432

79.438

79.470

79.489

79.533

79.599

79.632

79.784

79.932

80.104

80.232

Vol./Peg.

(RE) ............ 72/250

(RE) ............ 72/254

(RE) ............ 72/257

( RE) ............ 72/260

(RE) ............ 72/262

(RE) ............ 72/264

(RE) ............ 72/267

(RE) ............ 72/270

(RE) ............ 72/272

(RE) ............ 72/274

(RE) ............ 72/277

(RE) ............ 72/278

(RE) ............ 72/280

(RE) ............ 72/286

(RE) ............ 72/287

(RE) ............ 72/292

(RE) ............ 72/296

(RE) ............ 72/297

( RE) ............ 72/300

(RE) ............ 72/303

(RE) ............ 72/306

( RE) ............ 72/310

( RE) ............ 72/316

DEPARTAMENTO DE IMPRENSA NACIONAL

1975