RELATORIO 3 2
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Sumário1 INTRODUÇÃO.......................................................42 CONCEITOS BÁSICOS................................................5
2.1 Amplificadores de potência...................................52.1.1 Classes de operação.......................................5
2.2 Amplificador classe B........................................62.2.1 Amplificador classe B e a distorção de cruzamento (Crossover)......................................................6
2.2.2 Espelho de corrente.......................................7
2.3 Amplificador classe AB.......................................82.4 Projeto e parâmetros de amplificadores classe AB............10
2.4.1 Polarização do amplificador classe AB....................10
2.4.2 Ganho de tensão..........................................11
2.4.3 Impedâncias de entrada e de saída........................11
2.4.4 Eficiência...............................................13
2.5 Acionador emissor-comum com realimentação negativa..........143 DESENVOLVIMENTO.................................................15
3.1 Laboratório.................................................153.1.1 Materiais e instrumentos (laboratório)...................15
3.1.2 Proposta.................................................15
3.1.3 Projeto..................................................16
3.1.3.1 Polarização do amplificador classe AB................163.1.3.2 Ganho de tensão......................................17
3.1.3.3 Eficiência...........................................173.2 Simulação...................................................18
3.2.1 Proposta.................................................18
3.2.2 Projeto..................................................18
3.2.2.2 Cálculo da resistência R2.............................193.2.2.3 Desenho final do circuito............................19
4-RESULTADOS......................................................20
4
4.1 Laboratório.................................................20
4.2 Simulação...................................................225 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................24
6 REFERÊNCIAS.....................................................25
1 INTRODUÇÃO
Com os conceitos teóricos aprendidos em sala de aula, e
experimentalmente no laboratório, foi adquirido um embasamento
para aplicar tais conceitos e realizar um projeto com
amplificador classe AB, introduzindo novos componentes e
configurações, além do transistor junção bipolar, como o
transistor TIP e o buffer. O objetivo é observar o
funcionamento desta classe de amplificadores de potência e
entender cada passo através da montagem, dos cálculos e
medições, assim como compreender a influencia do projeto no
processo racional de energia. Pretende-se, ainda, promover o
aperfeiçoamento de habilidades, tais como o trabalho em equipe
e a disciplina, indispensáveis na formação de um profissional
qualificado.
6
2 CONCEITOS BÁSICOS
2.1 Amplificadores
Os amplificadores são fundamentais no processamento de
sinais, visto que a amplificação dos sinais torna o
processamento mais confiável, viabilizando a utilização desses
sinais para alguma aplicação específica.
De um ponto de vista conceitual, a mais simples dastarefas no processamento de sinal é a amplificação desinal. A necessidade de amplificações existe porque ostransdutores fornecem sinais que chamamos de “fracos”,isto é, na faixa de microvolt (μV) ou milivolt (mV), eque possuem baixa energia. Esses sinais são muitopequenos para um processamento confiável, que setornaria muito mais fácil se a amplitude do sinal fossemaior. (SEDRA; SMITH, 2000, p.9).
2.2 Amplificadores para pequenos sinais
A aproximação para pequenos sinais implica em manter a
amplitude dos sinais de entrada e saída suficientemente
pequenos, de modo que a operação do transistor TBJ
(amplificador), para uma dada polarização, fique restrita ao
segmento linear da curva IE versus VBE.
Os amplificadores de pequeno sinal são assimclassificados devido ao fato de operarem numa estreitafaixa em relação ao ponto quiescente (Q) obtido napolarização do transistor. A relação entre a corrente noemissor (IE) e a tensão base-emissor (VBE) de umtransistor não é linear e, ao fazer um sinal alternadoexcursionar na base (Vbe) em torno do ponto Q, pode darorigem a uma corrente no emissor distorcida em relaçãoao sinal aplicado na base. Um sinal pequeno na base do
7
transistor permite aproximar para uma reta a relação IE
versus VBE; tal aproximação é conhecida como regra dos 10% (MALVINO; BATES, 2007).
Em outras palavras, para minimizar a distorção da corrente
no emissor em relação ao sinal aplicado na base, o valor da
corrente pico a pico no emissor (ie) deve ser menor que 10% da
corrente de polarização do emissor no ponto quiescente (IEQ),
sendo a corrente total (IE) no emissor expressa pela equação
(1).
IE = IEQ + ie (1
)
Em consideração ao comportamento da curva, decorrente da
relação entre a corrente elétrica IE e a tensão VBE, observa-se
a presença de uma resistência na junção base-emissor do
transistor associada ao sinal alternado (razão entre vbe e ie),
identificada por resistência CA (re’), sendo estimada pela
equação (2), conforme sugerido por Malvino e Bates (2007).
re=25mVIEQ
(2
)
Analisando-se a equação (2), percebe-se que re’ depende da
corrente no emissor, ou seja, tal resistência muda de valor
durante a excursão do sinal de entrada e, caso seja de grande
amplitude, ocasiona uma distorção no sinal de saída. Devido a
essa dependência à corrente no emissor, a resistência re’ está
sujeita ao comportamento térmico da junção base-emissor.
8
2.2.1 Polarização do transistor por divisão de tensão –Análise CC
O objetivo da polarização é o estabelecimento de uma
corrente constante no emissor do TBJ. Tal corrente deve ser
calculável, previsível e insensível às variações de
temperatura e às grandes variações no valor de β encontradasem transistores de um mesmo tipo. Pretende-se ainda
estabelecer uma localização para o ponto Q (quiescente) que
permita a maior excursão do sinal de saída possível.
Ao realizar a polarização de um transistor através de umdivisor de tensão na base cria-se uma situaçãoequivalente a da polarização do emissor, na qual o pontoQ, ao longo da reta de carga, quase não se desloca, ouseja, colocando-se um resistor no emissor o ganho decorrente CC (βCC) tem um efeito menor sobre a corrente decoletor (MALVINO; BATES, 2007).
A polarização de um transistor na configuração emissor-
comum (EC) através de um divisor de tensão na base é mostrada
na Figura 1.
Figura 1 – Polarização de um transistor em EC através da polarização pordivisor de tensão
9
Fonte: Boylestad e Nashelsky (2004)
Em termos práticos, Malvino e Bates (2007) recomendam uma
série de etapas para a polarização do transistor usando o
divisor de tensão na base, visando à colocação do ponto Q no
meio da reta de carga:
a) As tensões no resistor de coletor (VRC), coletor-emissor (VCE)
e resistor de emissor (VRE), devem ser, respectivamente,
0,4.VCC, 0,5.VCC (metade da reta de carga) e 0,1.VCC;
b) A partir da curva do transistor determina-se a corrente de
coletor (IC) através da reta de carga. Como βCC ≥ 100, a
corrente de emissor (IE) é aproximadamente igual a do coletor;
c) Os resistores RC e RE são calculados pelas equações (3) e
(4), respectivamente;
RC=0,4×VCC
IC(3
)
10
RE=0,1×VCC
IE(4
)
d) O cálculo do divisor de tensão, o qual se inicia pela
determinação de R2, podendo ser do tipo estável, conforme a
equação (5), ou do tipo firme, através da equação (6). A
escolha entre um tipo e outro depende das condições de projeto
no que diz respeito às características da resistência de
entrada durante a análise em corrente alternada (CA). O valor
do resistor R1 é obtido da equação (7).
R2≤0,01×βCC×RE (5
)
R2≤0,1×βCC×RE (6
)
R1=( VR1
VR2)×R2
(7
)
2.2.2 Ganho e parâmetros de entrada e saída do amplificador
Visando a determinação do ganho e especificação dos
parâmetros de entrada e saída do amplificador, torna-se
necessário o desenvolvimento da análise em CA para o circuito
da Figura 2. Os capacitores de acoplamento na base e no
coletor do transistor permitem receber e transferir um sinal
CA sem alterar o ponto Q do circuito, pois esses capacitores
11
bloqueiam a componente CC. Além disso, o capacitor de contorno
em RE, na presença de um sinal alternado, cria um terra para o
emissor do transistor, novamente mantendo estável a
localização do ponto Q na reta da carga.
Figura 2 – Circuito amplificador com transistor na configuração EC
Fonte: Boylestad e Nashelsky (2004)
2.2.2.1 Modelo π
O Modelo π, também chamado de modelo híbrido, é um dos
modelos usados para a análise AC do funcionamento de um TBJ.
Neste modelo, o diodo do emissor se comporta como um resistor
(re’), enquanto que o diodo do coletor se assemelha a uma fonte
de corrente ic.
A equação (8) permite calcular a impedância de entrada do
lado da base. Deve-se lembrar que ie ,ic e ic = βib.
12
Z¿(base)
=Vbe
ib=ie×re'
ib=β×re'
(8
)A representação de um TBJ usando um modelo π é mostrada na
Figura 3.
Figura 3 – Modelo π para a representação de um transistor bipolar NPN
Fonte: Boylestad e Nashelsky (2004)
O transistor da Figura 2 pode ser modelado usando esse
modelo híbrido, de forma que a análise AC deste circuito, na
qual a fonte CC é colocada em curto-circuito, leva ao circuito
esquematizado na Figura 4.
Figura 4 – Circuito equivalente CA para a configuração EC com divisor detensão na base do transistor
Fonte: Boylestad e Nashelsky (2004)Analisando-se a Figura 4, percebe-se que a impedância de
saída do circuito é dada pela resistência presente no coletor
13
do transistor (RC), uma vez que a fonte de corrente representa
uma resistência teoricamente infinita. Caso uma carga seja
colocada na saída do amplificador, a impedância de saída
torna-se o paralelo da resistência RC com essa carga.
O ganho de tensão pode ser obtido pela razão entre a tensão
de saída pela entrada, conforme enunciado pela equação (9), na
qual rc = RC. Caso uma carga RL fosse ligada na saída do
circuito, rc seria igual a RC//RL.
AV=Vout
V¿
=β×ib×rc
ib×β×re'=
rcre'
(9
)
2.2.3 Outros parâmetros importantes do amplificador
O rendimento do amplificador permite avaliar quanta
potência o circuito solicita para determinada potência no
sinal amplificado. Quanto maior a eficiência, melhor é o
desempenho do amplificador do ponto de vista de sua
sustentabilidade, pois ele proporcionará baixo consumo de
energia.
O rendimento do amplificador pode ser calculado pela
equação (10).
η=Psinal
Pcircuito(10
)
Sendo:
Psinal: potência do sinal amplificado, presente em uma carga RL
conectada na saída do circuito, calculada pela equação (11).
14
Psinal=V2
LRMS
RL=
V2LPP
8×RL
(11
)
Pcircuito: potência decorrente da polarização do amplificador,
que leva em conta o produto da tensão (VCC) pela corrente (ICC)
solicitada da fonte CC, calculada pela equação (12).
Pcircuito=VCC×ICC=VCC× (Ic+Idivisor ¿) (12
)
2.3 Amplificadores de potência
Segundo Boylestad e Nashelsky (2004), em amplificadores de
pequenos sinais, os fatores principais são linearidade na
amplificação e amplitude de ganho. Como os sinais de tensão e
corrente são pequenos em amplificadores de pequenos sinais, a
quantidade de potência que ele é capaz de fornecer e sua
eficiência são fatores de pouco interesse. Por sua vez,
amplificadores de grandes sinais ou de potência fornecem,
sobretudo, potência suficiente a uma carga de saída a fim de
acionar um alto-falante ou outro dispositivo de potência. As
características principais de um amplificador de grandes
sinais são a eficiência de potência do circuito, a máxima
quantidade de potência que o circuito é capaz de fornecer, e o
casamento de impedância com o dispositivo de saída. Este tipo
de amplificador requer transistores de elevada potência e a
dissipação de calor é um ponto crítico do projeto. Além
15
disso, seu sinal de saída pode conter distorções. Ele é
subdividido em classes, as quais serão discutidas a seguir.
2.3.1 Classes de operação
Classe A: o transistor, estando devidamente polarizado,
opera o tempo todo na região ativa, ou seja, a partir de um
nível de tensão em VCE (polarização), normalmente a metade da
tensão de alimentação, o sinal amplificado excursiona dentro
de uma faixa de tensão entre a tensão de alimentação e 0 V. O
rendimento teórico máximo é de 25%, o que torna o amplificador
classe A inadequado para os estágios de maior potência, sendo,
portanto, mais indicado para os estágios de pequeno sinal (por
exemplo, na pré-amplificação);
Classe B: normalmente o circuito é composto por dois
transistores complementares (NPN e PNP), os quais são
responsáveis pela circulação da corrente de coletor em cada
semiciclo (positivo e negativo), o que proporciona uma
significativa redução na potência dissipada (praticamente não
há polarização), permitindo um rendimento teórico máximo do
circuito igual a 78,5%. O amplificador classe B, mediante
alguns ajustes, ocupa a maioria dos estágios de saída de
potência dos sistemas de áudio.
2.3.2 Amplificador classe B
16
Conforme mencionado, o amplificador classe B necessita de
alguns ajustes para que a sua operação seja satisfatória. Para
tanto, torna-se necessário realizar uma discussão sobre seu
funcionamento.
2.3.3 Amplificador classe B e a distorção de cruzamento
(Crossover)
Quando um amplificador opera em classe B significa que o
transistor funciona em apenas um semiciclo e, para uma
resposta completa na saída do circuito, podem ser utilizados
dois transistores num arranjo simétrico complementar
(transistores NPN e PNP), conhecido como push-pull, conforme
ilustrado na Figura 5. Todavia, neste tipo de configuração, a
tensão CA na entrada tem que superar a tensão vbe em cada um
dos transistores, para que estes entrem em operação em seu
respectivo semiciclo, fornecendo uma forma de onda na saída
distorcida (crossover); se o sinal de entrada for uma senóide, o
sinal de saída assume a forma de onda mostrada na Figura 6,
devido ao crossover. Os amplificadores classe B apresentam como
aspectos positivos o baixo valor de dreno de corrente do
circuito e a elevada eficiência de estágio, podendo chegar, no
máximo, em 78,5% (MALVINO; BATES, 2007).
Figura 5 – Amplificador classe B
17
Fonte: Boylestad e Nashelsky (2004)
Figura 6 – Distorção no sinal de saída de um amplificador classe B
Fonte: Boylestad e Nashelsky (2004)
Nos amplificadores classe B, em que o sinal de entrada é de
pequena amplitude, o efeito do crossover é mais evidente; no caso
dos amplificadores de áudio a reprodução sonora é desagradável
(SEDRA; SMITH, 2007).
18
2.3.4 Espelho de corrente
Para contornar o crossover na operação de amplificadores em
classe B, recorre-se a realização de uma pequena polarização
que faz cada transistor conduzir um pouco mais que um
semiciclo, originando, portanto, uma classe intermediária de
amplificador conhecida como classe AB (MALVINO; BATES, 2007).
Nesse sentido, existem algumas técnicas de polarização,
todavia, será apresenta aquela baseada no espelho de corrente,
devido a sua simplicidade e estabilidade proporcionada ao
amplificador.
A Figura 7 ilustra o circuito elétrico de um espelho de
corrente, no qual a corrente IR que passa pela associação em
série do resistor R com o diodo D é dada pela equação (13).
Figura 7 – Espelho de corrente
19
Nesta configuração, caso o diodo de compensação D e a
junção base-emissor (diodo de emissor) possuírem a curva
tensão-corrente idênticas, a corrente de coletor IC será igual
à corrente através do resistor R, conforme a equação (14); daí
o nome espelho de corrente.
IR=VCC−VD
R(1
3)
Nesta configuração, caso o diodo de compensação D e a
junção base-emissor (diodo de emissor) possuírem a curva
tensão-corrente idênticas, a corrente de coletor IC será igual
à corrente através do resistor R, conforme a equação (14); daí
o nome espelho de corrente.
IC=IR (1
4)
2.4 Amplificador classe AB
20
A partir do arranjo simétrico (push-pull) de um seguidor de
emissor NPN com um seguidor de emissor PNP, realizando a
polarização da base por divisor de tensão com diodos (espelho
de corrente), conforme a Figura 8, coloca-se o ponto de
operação Q um pouco antes do ponto de corte de cada transistor
(VCC/2). É oportuno salientar que as características dos diodos
devem ser as mais próximas possíveis das dos diodos de emissor
dos transistores, visando compensar os efeitos da temperatura
sobre os transistores (variação de VBE com a temperatura).
Figura 8 – Amplificador classe AB com polarização por divisor de tensão
Nos projetos com componentes discretos nem sempre é fácil o
perfeito ajuste entre as características dos dispositivos
envolvidos (por exemplo, tolerâncias e diferenças
construtivas) sendo, portanto, necessário realizar alguns
ajustes dinâmicos através de potenciômetros. No caso da Figura
9, a tensão entre os nós A e B depende do ensaio da tensão VBE
21
dos transistores, a qual é ajustada através do potenciômetro
P1. O ajuste do potenciômetro P2 visa corrigir a tensão VCE dos
transistores, buscando mantê-la a mais estável possível em
VCC/2 (em cada transistor); caso contrário, a corrente de
coletor assumirá valores elevados.
Figura 9 – Amplificador classe AB com polarização por divisor de tensão
ajustável
22
A pequena polarização direta garante que haja uma condução
de corrente para cada transistor um pouco mais que um
semiciclo, minimizando (praticamente eliminando) o crossover.
Quanto ao funcionamento, durante o semiciclo positivo da
tensão de entrada, o transistor NPN opera como um seguidor de
emissor, transferindo o nível de tensão para a saída, porém
com uma maior injeção de corrente; no semiciclo negativo
ocorre a operação complementar por parte do transistor PNP.
2.4.1 Projeto e parâmetros de amplificadores classe AB
A seguir serão desenvolvidas as etapas necessárias para a
polarização de um amplificador classe AB, com polarização por
divisor de tensão, bem como apresentados e discutidos
parâmetros de interesse, tais como, ganho de tensão,
impedâncias de entrada e saída e eficiência.
2.4.2 Polarização do amplificador classe AB
Considerando-se a Figura 8, cada transistor possui uma
tensão entre o coletor e o emissor igual à metade de VCC e,
devido ao fato de operarem complementarmente, esta tensão é
aplicada na carga RL, determinado uma corrente de saturação no
coletor (IC_sat) dada pela equação (15).
ICsat=VCC /2RL
(1
5)
23
Malvino e Bates (2007) recomendam que a corrente no divisor
de tensão (Ibias) deve estar entre 1% e 5% da corrente de
saturação no coletor do transistor (IC_sat). A equação (16)
permite calcular o valor dos resistores (R) que irão compor o
divisor de tensão. Na condição de que os diodos de polarização
possuam as mesmas características que os diodos de emissor dos
transistores, a corrente de coletor quiescente (ICQ) terá o
mesmo valor da corrente Ibias (espelho de corrente).
R=VCC−(2.VBE)2.Ibias
(1
6)
2.4.3 Ganho de tensão
Na Figura 10 está representado o circuito equivalente CA
(modelo π) da parte correspondente ao transistor NPN doamplificador mostrado na Figura 8, o qual permite desenvolver
a equação (17) para a obtenção do ganho de tensão.
Figura 10 – Circuito equivalente CA da parte correspondente ao transistor
NPN do amplificador classe AB
24
AV=Vout
V¿
=RL.ie
ib.β (RL+re')
=RL. (β.ib)ib.β (RL+re
')=
RL
RL+re'(1
7)
Caso o valor de re’ for suficientemente pequeno em relação
à RL, o ganho fica aproximadamente igual a um, como no seguidor
de emissor. O mesmo ganho é obtido na outra metade do
amplificador.
2.4.4 Impedâncias de entrada e de saída
A impedância de entrada do circuito ilustrado na Figura 8 é
obtida a partir da análise do circuito equivalente CA (modelo
π), conforme a Figura 11; a equação (18) permite calcular a
impedância de entrada do amplificador classe AB, sendo rd a
resistência CA do diodo.
Figura 11 – Circuito equivalente CA visto na entrada do amplificador classe
AB
25
z¿=
rd+[R /¿β(RL
2+re
')]2
(1
8)
Com relação à impedância de saída, visando facilitar a
análise do circuito na Figura 4, será utilizado outro modelo
de circuito CA (modelo T), mostrado na Figura 12, a partir do
qual a associação equivalente (Figura 13) entre as impedâncias
envolvidas permite determinar a impedância de saída.
Figura 12 – Circuito equivalente CA visto pelo lado da carga
26
Figura 13 – Associação de impedâncias equivalente vista a partir da saída
do amplificador
2.4.5 Eficiência
A eficiência é obtida da razão entre a potência entregue à
carga RL e a potência solicitada pelo circuito para o seu
funcionamento (MALVINO; BATES, 2007). O cálculo inicia-se com
o valor da corrente de saturação no coletor IC_sat através da
equação (15), a partir da qual determina-se a corrente média
no coletor IAV aplicando-se a equação (19).
IAV=ICsat
π(1
9)
27
A soma entre a corrente IAV e a corrente que passa pelo
divisor de tensão Ibias, que pode ser obtida pela equação (16),
resulta na corrente elétrica total solicitada pelo circuito do
amplificador, conforme a equação (20).
ICC=Ibias+IAV (2
0)
O produto entre a corrente ICC e a tensão de alimentação
VCC, através da equação (21), determina a potência que o
amplificador necessita para sua operação.
PCC=ICC.VCC (2
1)
A potência entregue à carga RL é calculada pela equação
(22) e a eficiência, finalmente, é obtida através da equação
(23).
Pout=Vpp2
8.RL
(2
2)
Sendo: Vpp a tensão pico a pico na carga
η=PoutPcc
(23
)
2.4 Acionador emissor-comum com realimentação negativa
28
A Figura 14 mostra um amplificador classe AB que, ao invés
da entrada ser acoplada capacitivamente, utiliza um acionador
em emissor-comum com acoplamento direto. O transistor Q1
funciona como uma fonte de corrente que define a corrente de
polarização no divisor de tensão; o ganho de tensão do
acionador é calculado pela equação (24). Ainda em relação ao
esquema elétrico do amplificador sob análise, o resistor R2
possui duas funções importantes (MALVINO; BATES, 2007):
- determina a polarização CC de Q1, devido ao fato de estar
alimentado com uma tensão VCC/2;
- produz uma realimentação negativa para o sinal CA; se houver
um sinal crescente positivo na base de Q1, surgirá um sinal
crescente negativo em seu coletor, logo o sinal na saída do
amplificador será crescente negativo também, o qual será
realimentado, através de R2, para a base de Q1. O sinal
realimentado estará em oposição ao sinal original na entrada
(realimentação negativa), proporcionando uma melhor
estabilidade tanto na polarização quanto no ganho de tensão do
amplificador como um todo.
Figura 14 – Amplificador classe AB com acionador emissor comum com
realimentação negativa
29
Fonte: Malvino e Bates (2007)
AVacionador=R1+2.rd
re'(24
)
sendo:
rd e re’: resistências CA do diodo e da junção base-emissor do
transistor, respectivamente.
3 DESENVOLVIMENTO
Para desenvolver o amplificador classe AB é necessário a
construção de um pré-amplificador e um buffer anterior a ele.
O desenvolvimento desses circuitos está descrito a seguir.
3.1 Pré-amplificador
O pré-amplificador basicamente prepara um sinal eletrônico
para uma posterior amplificação ou processamento. Sabe-se que
as unidades de áudio de celulares, computadores, mp3s, entre
outros, fornecem um sinal em torno de 100mV,variando de acordo
30
com o fabricante e equipamento. O pré-amplificador tem,
portanto, a função de fornecer um ganho de tensão a esse
sinal.
3.1.1 Materiais e instrumentos
- 1 Transistor BC 548A (β = 150; vide data sheet)
- 3 Capacitores eletrolíticos de 10 µF
- 1 Capacitor eletrolítico de 220 µF
- Resistores (valores dependerão do projeto)
- Multímetro
- Osciloscópio
- Gerador de sinais
3.1.2 Projeto do Pré Amplificador
O pré-amplificador possui as seguintes características:
VCC=12V
AVO=−40
RL=8Ω
Sabe-se que as tensões no resistor de coletor (VRC),
coletor-emissor (VCE) e resistor de emissor (Vℜ), devem ser,
respectivamente, 0,4.VCC, 0,5.VCC (metade da reta de carga) e
0,1.VCC. Dessa forma:
31
VRC=0,4.12=4,8V
VCE=0,5.12=6V
Vℜ = 0,1 . 12 = 1,2 V
3.1.2.1 Cálculo de Rc
O cálculo de Rc decorre do modelo CC, através da
determinação do ponto Q sobre a reta de carga do transistor,
na qual conseguimos encontrar corrente do emissor IEQ= 2,4mA.
Como β ≥ 100 (β = 150), vale a aproximação ICQ = IEQ,
permitindo o cálculo da resistência Rc pela seguinte equação.
RC=VRC
ICQ=
4,8V2,4mA
≅2(25)
3.1.2.2 Cálculo de RE
Utilizando a equação (2) obtemos:
re'=
25×10−3
IEQ=25×10−3
2,4×10−3=10,41Ω(26)
RC = 2,2 kΩ (valor
comercial)
32
De acordo com a equação (9), o ganho de tensão nessas
condições seria maior que 60 [(2,0×103 )÷10,41=192,4 ], ou seja,não condizente com a proposta. Como RC não pode ser modificado,
visto que ele determina a impedância de saída desejada, resta
atuar sobre a resistência presente no emissor do transistor.
Para isso, deve-se “caminhar” sobre RE, dando origem a uma
resistência RE’ não desviada, conforme sugerido pela Figura 3.1
Figura 15 – Detalhe da exposição de parte do resistor do emissor RE, originando RE’
A realimentação parcial do emissor permite atenuar tantoa distorção do sinal amplificado quanto a instabilidadeno ganho, pois a ordem de grandeza do valor daresistência RE’ é, normalmente, superior ao valor de re’.A realimentação parcial possui três vantagens:estabiliza o ganho de tensão, aumenta a impedância deentrada da base e reduz a distorção em grandes sinais(MALVINO; BATES, 2007).
Diante do exposto, o ganho de tensão, sugerido pela equação
(9) fica modificado para a equação (15) como descrito no
33
inicio do projeto, permitindo o ajuste do valor de RE’ para
obter o ganho desejado.
Avo=rC
re'+RE'
40= 2×10310,41+RE'
→RE'=40,76Ω(27)
RE’ = 33 Ω (valor
comercial)
Com a equação (4) calcula-se o valor de RE e através da
equação (28) determina-se o quanto de RE será desviado pelo
capacitor (RE’’) perante a análise CA.
RE=0,1×VCC
IE= 0,1×122,4×10−3=500Ω
RE=RE'+RE
500=29,59+RE → R rsub E =470,31Ω
(2
8)
RE” = 470 Ω (valor
comercial)
3.1.2.3 Determinação do divisor de tensão na base do
transistor
34
Conforme sugerido pelas equações (5) e (6), o divisor de
tensão pode ser do tipo estável ou do tipo firme. Neste caso,
o tipo firme já é suficiente, de forma que o R2 é calculado
então pela equação (6). Essa equação garante que não haja
interferência da resistência da fonte (R2) na carga.
R2≤0,1×βCC×RE
R2≤0,1×150×500→R2≤7,5kΩ
R2 = 6,9 kΩ (valor
comercial)
Figura 16-Modelo CA da entrada do pré-amplificador
Do circuito de polarização obtém-se a tensão sobre o
resistor R2
VR2=Vℜ+VBE=0,1×VCC+VBE (2
9)VR2=1,2+0,7→VR2=1,9V
35
Desprezando-se a corrente que é desviada para a base do
transistor (IB≅0), a tensão sobre o resistor R1 é:
VR1=VCC−VR2 (3
0)
VR1=12−1,9→VR1=10,1V
R1=( VR1
VR2)×R2=(10,11,9 )×7,5×103=39,9kΩ (3
1)R1 = 39 kΩ (valor
comercial)
3.1.2.4 Desenho final do circuito do pré-amplificador
A Figura 17 ilustra o aspecto final do esquema elétrico do
amplificador EC, adicionando-se os capacitores de acoplamento
e o capacitor de contorno.
Figura 17 – Esquema elétrico do pré-amplificador projetado.
36
3.2 Seguidor Unitário
Entre o pré-amplificador e o classe AB foi colocado um
seguidor unitário, utilizando o LM324, com o intuito de
isolamento do sinal de saída do pré-amplificador com a carga
(no caso, o amplificador classe AB). Importante mencionar que
o seguidor unitário não realiza casamento entre as
impedâncias.
3.3 Amplificador classe AB
Conforme já fora mencionado, amplificadores de grandes
sinais ou de potência fornecem, sobretudo, potência suficiente
a uma carga de saída a fim de acionar um alto-falante ou outro
dispositivo de potência.
37
3.3.1 Materiais e instrumentos
- 1 Transistor TIP 41
- 1 Transistor TIP 42
- 2 Capacitores eletrolíticos de 10 µF
- 1 resistor de 270 Ω
- 1 Potenciômetro de 1 kΩ
- 1 Potenciômetro de 100Ω
- 1 Diodo 1N 4148
- Multímetro
- Osciloscópio
- Gerador de sinais
3.4.2 Projeto do amplificador de áudio
Propõe-se o projeto de um amplificador classe AB para
acionar uma carga de 8 Ω, conforme a Figura 9, cuja
alimentação seja feita em 12 VCC. Para escolha do transistor,
deve-se comparar a corrente Ic_sat obtida na equação (15) e a
potência do transistor PD_transistor calculada pela equação (31) com
os valores Ic_máx e Pmáx contidos no datasheet.
38
PDtransistor=
VCC2
40.RL=
12240.8
=0,45mW(32
)
3.4.2.1 Polarização do amplificador classe AB
Inicialmente, deve-se calcular o valor de IC_sat utilizando a
equação (15).
ICsat=
VCC
2RL
=
1228
=0,75A
Conforme mencionado, a corrente no divisor de tensão (Ibias)
deve estar entre 1% e 5% da corrente de saturação no coletor
do transistor (IC_sat). Portanto, escolhe-se um valor médio de 3%
para o cálculo da corrente Ibias.
Ibias=3100
.ICsat=22,5mA
E, ainda, com a equação (16) calcula-se os valores dos
resistores (R) que irão compor o divisor de tensão.
R=VCC−(2.VBE)2.Ibias
=12−(2.0,7 )2.22,5.10−3 ≅235,55Ω
R = 270 Ω (valor
comercial)
3.4.2.2 Ganho de tensão
39
Assumindo o valor de IE aproximadamente igual ao valor de
IC no trasistor NPN, estima-se o valor de re’ (re'=25mv
Ie
¿. O
valor estimado é muito pequeno com relação ao valor da carga,
de forma que o ganho do circuito fica aproximadamente igual a
um.
3.4.3 Desenho final do circuito
A Figura 18 ilustra o aspecto final do esquema elétrico do
amplificador classe AB com polarização por divisor de tensão,
adicionando-se os capacitores de acoplamento.
Figura 18 Amplificador classe AB
40
A verificação do circuito, ou seja, a análise dos
parâmetros envolvidos será realizada no tópico dos resultados.
3.4.4 Ensaio dos transistores para determinação da curva IC
versus VBE
Visando o devido ajuste do amplificador classe AB, é
necessário conhecer as curvas IC versus VBE dos dois
transistores usados. A partir do circuito da Figura 19 é
possível traçar essas curvas. O valor limite para a corrente IC
utilizado é a corrente de polarização do transistor (Ibias).
41
Figura 19 – Esquemas de circuitos para o ensaio dos transistores (a) NPN e (b) PNP
IC=Ibias=22,5mA
IB=IC
β=0,45mA
RB+P=12−0,7IB
=25,11kΩ
Variando a corrente IC para ambos os transistores, a curva
foi obtida e foram escolhidos valores de operação de VBE = 0,5
V para cada um dos transistores (valor de operação longe da
saturação), de forma que a tensão entre ambos deve ser
ajustada para 1,0 V no circuito do amplificador classe AB.
42
3.5 Eficiência
A eficiência é obtida da razão entre a potência entregue à
carga RL e a potência solicitada pelo circuito para o seu
funcionamento (MALVINO; BATES, 2007). O cálculo inicia-se com
o valor da corrente de saturação no coletor ICsat através da
equação (33).
IAV=ICsat
π(33)
IAV=0,75π
=238,7mA
A corrente elétrica total solicitada pelo circuito do
amplificador é calculada pela equação abaixo.
ICC=Ibias+IAV=22,5mA+238,7mA=261,2mA
(34)
A potência que o amplificador necessita para sua operação écalculada pela equação dada abaixo:
PCC=ICC.VCC
(35)
PCC=261,2mA.12=3,13W
43
Considerando uma tensão Vpp =10V, que é esperada pois o
ganho do circuito é de 40v/v então a potência entregue a
carga é calculada pela equação (36).
Pout=VPP2
8.RL
(36)
Pout=1028x8=1,56W
Finalmente, a eficiência é calculada pela equação (37)
abaixo.
ɳ=PoutPCC
(37)
ɳ=1,563,13
=49,8%
3. Desenho do circuito completo
44
Na figura 20 é mostrado o circuito final com todos os
estágios envolvidos.
Figura 20 – Circuito final do amplificador desenvolvido
4 RESULTADOS
Incialmente a primeira dificuldade encontrada foi com a
polarização DC do amplificador classe AB. Para a realização
dessa polarização, o circuito da Figura 18 foi montado.
Ajustou-se o potenciômetro P1 para que a tensão entre o diodo
e esse potenciômetro fosse de aproximadamente 1,1 V, conforme
sugerido pelos valores de VBE encontrados no ensaio dos
transistores. Durante esse ajuste, alguns erros iniciais
provocaram forte aquecimento dos transistores. Contudo,
45
corrigindo os erros e realizando o ajuste corretamente,
encontramos os valores de tensão desejado de metade de VCC no
VCE em cada um dos transistores.
Posteriormente, o pré-amplificador foi desenvolvido. Um
sinal foi aplicado na entrada, via gerador de sinais, para
verificação do funcionamento do mesmo com os devidos aparelhos
de medição (multímetro e osciloscópio). E assim o circuito
apresentou o ganho de tensão para o qual ele fora projetado
Por fim, o circuito completo foi montado, adicionando o
seguidor unitário. Aplicou-se um sinal de 100 mV de pico na
entrada do pré-amplificador. Porém a onda no osciloscópio
apresentou uma grande distorção, devido ao ganho muito elevado
do circuito. Com esse resultado foram necessários ajustes no
circuito, tivemos que trocar alguns componentes, como por
exemplo, adicionar um potenciômetro no primeiro estagio para
melhorar o ganho e um potenciômetro no segundo estagio. Porém
esses ajustes ainda não foram o suficiente, foi então que
percebemos que o mau funcionamento do circuito devia – se ao
fato que de que o CI LM 324 não estava funcionando
normalmente, resolvemos então troca-lo por uma configuração de
emissor comum. Essa nova configuração não foi simulada e nem
apresentou calculo prévios, apenas foi testada na pratica
baseada nos conhecimento do professor que orientou o projeto.
Enfim, já com o alto-falante na saída do circuito, aplicou-se
um sinal de som de um mp4 r na entrada do circuito. O som do
alto-falante não apresentou ruídos, revelando a boa resposta
do amplificador projetado, mas o resultado poderia ter sido
46
melhor se a configuração emissor comum tivesse sido projetada
de maneira a ter metade de VCC no VCE do transistor.
Tabela 1 – Custo dos componentes do projeto
Componente Quantidade Custo Total
Resistor 11 R$ 3,00Capacitor 5 R$ 1,50TIP’s 2 R$ 4,00Diodo 1 R$ 0,30LM324 1 R$ 3,00
Potenciômetro 1 R$ 1,00Transistor BC548 1 R$ 0,80
Total - R$ 13,60
5 CONCLUSÃO
48
6 REFERÊNCIAS
BOYLESTAD, R. L.; NASHELSKY, L. Dispositivos eletrônicos e
teoria de circuitos. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004,
672p.
MALVINO, A.; BATES, D. J. Eletrônica. São Paulo: McGraw Hill,
v.1, 2007, 672p.
MALVINO, A.; BATES, D. J. Eletrônica. São Paulo: McGraw Hill,
v.2, 2007, 556p.
SEDRA, A. S.; SMITH, K. C. Microeletrônica. São Paulo: Pearson
Makron Books, 2007, 1270p.