POR QUE LOCKE É NATURALISTA EM RELAÇÃO AO DIREITO E CONVENCIONALISTA QUANTO À LINGUAGEM?

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Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colin ANAIS D POR QUE LOCKE É CONVENCI RESUMO O presente artigo faz um naturalismo/convencionalis para a Linguagem.Por qu fundamentar o aluno dess discussões acadêmicas de Metodologicamente, há o entendimento da diferença possíveis reavaliações conc Palavras-chave: Direito, Lin INTRODUÇÃO AO PROB Escrever um artigo s naturalismo/convencionalism aluno do curso de Direito a desse tipo de fundamento. 1 Professora e Coordenadora do Cu Direito pela Unisinos/RS, Pós-d Law (ITM), Münster, Alemanha. 2 Professor das disciplinas de Port Estruturante do Curso de Direito 3 Aluna de graduação do Curso d Argumentação no Cesuca. 4 Aluna de graduação do Curso d Argumentação no Cesuca. ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFI http://ojs.cesuca.edu.br/ind nas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000| e-mail DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 7 (2013) É NATURALISTA EM RELAÇÃO AO DI IONALISTA QUANTO À LINGUAGEM? Ân Celso Augusto N Vane ma provocação de nível conceitual em relaç smo em Locke: o primeiro está para o Direi ue Locke não segue a mesma lógica? O o sa área para o objetivo específico, que é entro das salas de aula a partir desse o confronto de definição dessa dicotomia a dessas ciências. O resultado é a geração ceituais do próprio Locke. nguagem, naturalismo, convencionalismo BLEMA DAS DEFINIÇÕES EM LOCKE sobre o que poderia ser a lógica de conceit mo em Locke teve um propósito bem definid as definições que tanto o deixam apreensivo urso de Direito do Cesuca, Mestre em Direito pela PU doutora pelo Institut for Information-, Telecommun . tuguês Jurídico e Direito e Linguagem no Cesuca, M o no Cesuca, Mestre e Doutor em Linguística Aplicada de Direito do Cesuca, pesquisadora do Projeto Dir de Direito do Cesuca, pesquisadora do Projeto Dir ICA DO CESUCA dex.php/mostrac l: [email protected] 1 IREITO E ? ngela Kretschmann 1 Nunes da Conceição 2 Eliane Krupp 3 essa JamilleHerber 4 ção à dicotomia ito, e o segundo objetivo geral é o de promover questionamento. a para omelhor inferencial para tos da dicotomia do: apresentar ao o quando se trata UC/RS, Doutora em nication- and Media Membro do Núcleo a na PUCRS. reito, Linguagem e reito, Linguagem e

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Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas

ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA

POR QUE LOCKE É NATURALISTA EM RELAÇÃO AO DIREITO E

CONVENCIONALIS

RESUMO

O presente artigo faz uma provocação de nível

naturalismo/convencionalismo em Locke

para a Linguagem.Por que Locke não segue a mesma lógica?

fundamentar o aluno dessa área

discussões acadêmicas dentro das salas de aula

Metodologicamente, há o confronto

entendimento da diferença dessas ciências

possíveis reavaliações conceituais do próprio Locke.

Palavras-chave: Direito, Linguagem,

INTRODUÇÃO AO PROBLEMA DAS DEFINIÇÕES EM LOCKE

Escrever um artigo sobre

naturalismo/convencionalismo em Locke teve um propósito bem definido: apresentar ao

aluno do curso de Direito as definições que tanto o deixam apreensivo quando se trata

desse tipo de fundamento.

1Professora e Coordenadora do Curso de Direito do Cesuca,

Direito pela Unisinos/RS, Pós-doutora pelo Institut for InformationLaw (ITM), Münster, Alemanha.

2Professor das disciplinas de Português Jurídico

Estruturante do Curso de Direito no Cesuca, Mestre e Doutor em Linguística Aplicada na PUCRS3Aluna de graduação do Curso de Direito do Cesuca, pesquisadora do Projeto Direito, Linguagem e

Argumentação no Cesuca. 4Aluna de graduação do Curso de Direito do Cesuca, pesquisadora do Projeto Direito, Linguagem e

Argumentação no Cesuca.

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ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 7 (2013)

POR QUE LOCKE É NATURALISTA EM RELAÇÃO AO DIREITO E

CONVENCIONALISTA QUANTO À LINGUAGEM?

Ângela Kretschmann

Celso Augusto Nunes da Conceição

Vanessa JamilleHerber

faz uma provocação de nível conceitual em relação

convencionalismo em Locke: o primeiro está para o Direito, e o segundo

Por que Locke não segue a mesma lógica? O objetivo

fundamentar o aluno dessa área para o objetivo específico, que é o de

discussões acadêmicas dentro das salas de aula a partir desse questionamento.

Metodologicamente, há o confronto de definição dessa dicotomia para omelhor

entendimento da diferença dessas ciências. O resultado é a geração inf

possíveis reavaliações conceituais do próprio Locke.

inguagem, naturalismo, convencionalismo

INTRODUÇÃO AO PROBLEMA DAS DEFINIÇÕES EM LOCKE

um artigo sobre o que poderia ser a lógica de conceitos da

naturalismo/convencionalismo em Locke teve um propósito bem definido: apresentar ao

as definições que tanto o deixam apreensivo quando se trata

Professora e Coordenadora do Curso de Direito do Cesuca, Mestre em Direito pela PUC/RS, Doutora em doutora pelo Institut for Information-, Telecommunication.

Português Jurídico e Direito e Linguagem no Cesuca, Membro do Núcleo Estruturante do Curso de Direito no Cesuca, Mestre e Doutor em Linguística Aplicada na PUCRS

Aluna de graduação do Curso de Direito do Cesuca, pesquisadora do Projeto Direito, Linguagem e

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POR QUE LOCKE É NATURALISTA EM RELAÇÃO AO DIREITO E

QUANTO À LINGUAGEM?

Ângela Kretschmann1

Celso Augusto Nunes da Conceição2

Eliane Krupp3

Vanessa JamilleHerber4

conceitual em relação à dicotomia

: o primeiro está para o Direito, e o segundo

objetivo geral é

específico, que é o de promover

a partir desse questionamento.

dicotomia para omelhor

. O resultado é a geração inferencial para

o que poderia ser a lógica de conceitos da dicotomia

naturalismo/convencionalismo em Locke teve um propósito bem definido: apresentar ao

as definições que tanto o deixam apreensivo quando se trata

Mestre em Direito pela PUC/RS, Doutora em , Telecommunication- and Media

, Membro do Núcleo Estruturante do Curso de Direito no Cesuca, Mestre e Doutor em Linguística Aplicada na PUCRS.

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ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA

Locke faz afirmações que aparentemente são categór

natureza do Direito, mas que provocam, para q

bastante desconforto quando faz o cotejamento de sua lógica.

E é a partir de sua pseudailogicidade na comparação de seu posicionamento

relação a essa dicotomia que este artigo está centrado. Os fundamentos filosófico

científicos concernentes às ciências do Direito e da Linguagem são apresentados na

sequência com o claro propósito de levar o aluno à grande complexidade de suas

definições e respectivos filósofos.

O DIREITO NATURAL

Ainda que tanto Hobbes quanto John Locke (1632

homens possuíam liberdade absoluta apenas no estado de natureza (mas dependiam da

convivência social e por isso renunciavam a essa liberdade surgindo o

para Locke o poder arbitrário entre os homens tem limites, pois um não pode desejar mais

do que a natureza razoavelmente lhe destinou, e dessa forma a acumulação só é razoável

se é para o bem comum, e não quando traz prejuízo aos demais (

no caso do dinheiro). Por isso,

concentrando a ideia de soberania na sociedade.

De todo modo, Locke segue a linha de Hobbes, e assim concluiu que a exigência

ética fundamental resume-se na apropriação individual dos bens, porque torna efetivo o

fim da vida humana, sendo a base do bem comum

entre o bem e o prazer, e o ético é o que conduz à fruição dos bens, que satisfazem

carências. O que caracteriza o estado de natureza, pré

razão ao “contrato” que dá origem ao Estado, que tem como finalidade a conservação da

propriedade, esta, condição de efetivação do ser

para superar a insegurança decorrente do estado de natureza

do ético (interior) e do direito (exterior), que também constitui duas esferas distintas da

liberdade, a liberdade como autodeterminação da razão, e a liberdade como determinação

da vontade (de acordo com as leis da sociedade).

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Locke faz afirmações que aparentemente são categóricasno que concerne

, mas que provocam, para quem o conhece definindo

bastante desconforto quando faz o cotejamento de sua lógica.

a partir de sua pseudailogicidade na comparação de seu posicionamento

icotomia que este artigo está centrado. Os fundamentos filosófico

científicos concernentes às ciências do Direito e da Linguagem são apresentados na

com o claro propósito de levar o aluno à grande complexidade de suas

ósofos.

Ainda que tanto Hobbes quanto John Locke (1632-1704) concebessem que os

homens possuíam liberdade absoluta apenas no estado de natureza (mas dependiam da

convivência social e por isso renunciavam a essa liberdade surgindo o contratualismo)

para Locke o poder arbitrário entre os homens tem limites, pois um não pode desejar mais

do que a natureza razoavelmente lhe destinou, e dessa forma a acumulação só é razoável

se é para o bem comum, e não quando traz prejuízo aos demais (mas libera a

no caso do dinheiro). Por isso, ficou reconhecido assim como fundador do liberalismo,

concentrando a ideia de soberania na sociedade.

De todo modo, Locke segue a linha de Hobbes, e assim concluiu que a exigência

se na apropriação individual dos bens, porque torna efetivo o

fim da vida humana, sendo a base do bem comum. O que temos aqui é a identificação

entre o bem e o prazer, e o ético é o que conduz à fruição dos bens, que satisfazem

cteriza o estado de natureza, pré-político, é a insegurança, dando

razão ao “contrato” que dá origem ao Estado, que tem como finalidade a conservação da

propriedade, esta, condição de efetivação do ser-homem. Surge a necessidade das leis

egurança decorrente do estado de natureza – e a distinção entre a esfera

do ético (interior) e do direito (exterior), que também constitui duas esferas distintas da

liberdade, a liberdade como autodeterminação da razão, e a liberdade como determinação

ontade (de acordo com as leis da sociedade).

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no que concerne à

uem o conhece definindo linguagem,

a partir de sua pseudailogicidade na comparação de seu posicionamento em

icotomia que este artigo está centrado. Os fundamentos filosófico-

científicos concernentes às ciências do Direito e da Linguagem são apresentados na

com o claro propósito de levar o aluno à grande complexidade de suas

1704) concebessem que os

homens possuíam liberdade absoluta apenas no estado de natureza (mas dependiam da

contratualismo) -

para Locke o poder arbitrário entre os homens tem limites, pois um não pode desejar mais

do que a natureza razoavelmente lhe destinou, e dessa forma a acumulação só é razoável

mas libera a acumulação

ficou reconhecido assim como fundador do liberalismo,

De todo modo, Locke segue a linha de Hobbes, e assim concluiu que a exigência

se na apropriação individual dos bens, porque torna efetivo o

é a identificação

entre o bem e o prazer, e o ético é o que conduz à fruição dos bens, que satisfazem

político, é a insegurança, dando

razão ao “contrato” que dá origem ao Estado, que tem como finalidade a conservação da

homem. Surge a necessidade das leis

e a distinção entre a esfera

do ético (interior) e do direito (exterior), que também constitui duas esferas distintas da

liberdade, a liberdade como autodeterminação da razão, e a liberdade como determinação

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ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA

Por fim, com Locke e os teóricos modernos do direito, haverá o repúdio à teoria

aristotélica da “desigualdade natural dos homens” derrubando as desigualdades que

tinham base nos estamentos (surgindo a discussã

Direito) – o sujeito terá reconhecimento como portador de direitos

passam a ter o direito de livremente associarem

estatal, motivo pelo qual esta liberdade surge como

razão5.

Essa rejeição tinha endereço certo.

se ao racionalismo de Descartes, virá atacar o empirismo de Locke fazendo uma

correção, segundo entende, ou uma complementação, a

inteligência que não provenha dos sentidos, a inteligência em si mesmo vem constituir

exceção a esse princípio... pois a inteligência tem valor e função próprios, dotada de

verdades que os fatos não explicam, porque antes condi

- assim, por exemplo, os princípios de identidade e de razão suficiente são princípios

racionais de tal ordem de importância que sem eles seria impossível a própria explicação

da realidade empírica - como nota Miguel Reale, t

gnoseológico corresponde a uma posição metafísica implícita

empírica está condicionada pela verdade da inteligência racional...

É a velha questão: se só são verdades os enunciados experimentalm

observáveis, como vamos verificar a verdade desse mesmo princípio, senão usando a

inteligência, que não é empiricamente observável, ainda que passível de uma redução

simbólica em proposições analíticas? Os racionalistas entendem assim que a razão pos

elementos que constituem pressupostos do conhecimento empírico, ainda que um fato

não a explique ou demonstre. De forma no mínimo interessante, o pressuposto

fundamental de todo castelo empírico seria não

5… seus efeitos serão imensos na degradação da politicidade contemporânea (a política vista como simples meio e não fim em si mesma). Locke conseguiu estabelectransferiu a soberania para o povo, passando este a ser o novo sujeito da produção jurídica, já que com a evolução dos fatos da Monarquia para a República, houve a transferência da propriedade do Estado para o povo, ainda que Maquiavel tivesse estabelecido a análise do Estado e governo sem dogmatismo, e Hobbes (que via o direito como emanação exclusiva do soberano) já tivesse concentrado a soberania na sociedade, só com Locke ela é efetivamente transferida para o Ética e sociabilidade, cit., p. 22-23 e 120).

6Cfe. REALE, Miguel. Filosofia do direito. cit., p. 94.

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ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 7 (2013)

Por fim, com Locke e os teóricos modernos do direito, haverá o repúdio à teoria

aristotélica da “desigualdade natural dos homens” derrubando as desigualdades que

tinham base nos estamentos (surgindo a discussão de uma sociedade igualitária no

o sujeito terá reconhecimento como portador de direitos –

passam a ter o direito de livremente associarem-se – tal liberdade se opõe à opressão

estatal, motivo pelo qual esta liberdade surge como apolítica – a lei natural é a lei da

Essa rejeição tinha endereço certo. Como matemático brilhante, Leibniz, ligando

se ao racionalismo de Descartes, virá atacar o empirismo de Locke fazendo uma

correção, segundo entende, ou uma complementação, a Locke: se não existe nada na

inteligência que não provenha dos sentidos, a inteligência em si mesmo vem constituir

exceção a esse princípio... pois a inteligência tem valor e função próprios, dotada de

verdades que os fatos não explicam, porque antes condicionam o conhecimento empírico

assim, por exemplo, os princípios de identidade e de razão suficiente são princípios

racionais de tal ordem de importância que sem eles seria impossível a própria explicação

como nota Miguel Reale, tal atitude a racionalista, no plano

gnoseológico corresponde a uma posição metafísica implícita6... quer dizer, a verdade

empírica está condicionada pela verdade da inteligência racional...

a velha questão: se só são verdades os enunciados experimentalm

observáveis, como vamos verificar a verdade desse mesmo princípio, senão usando a

inteligência, que não é empiricamente observável, ainda que passível de uma redução

simbólica em proposições analíticas? Os racionalistas entendem assim que a razão pos

elementos que constituem pressupostos do conhecimento empírico, ainda que um fato

não a explique ou demonstre. De forma no mínimo interessante, o pressuposto

fundamental de todo castelo empírico seria não-empírico.

… seus efeitos serão imensos na degradação da politicidade contemporânea (a política vista como simples meio e não fim em si mesma). Locke conseguiu estabelecer o postulado básico do positivismo quando transferiu a soberania para o povo, passando este a ser o novo sujeito da produção jurídica, já que com a evolução dos fatos da Monarquia para a República, houve a transferência da propriedade do Estado para o

vo, ainda que Maquiavel tivesse estabelecido a análise do Estado e governo sem dogmatismo, e Hobbes (que via o direito como emanação exclusiva do soberano) já tivesse concentrado a soberania na sociedade, só com Locke ela é efetivamente transferida para o povo (OLIVEIRA, Manfredo Araújo de.

23 e 120). Cfe. REALE, Miguel. Filosofia do direito. cit., p. 94.

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Por fim, com Locke e os teóricos modernos do direito, haverá o repúdio à teoria

aristotélica da “desigualdade natural dos homens” derrubando as desigualdades que

o de uma sociedade igualitária no

– os indivíduos

tal liberdade se opõe à opressão

a lei natural é a lei da

Como matemático brilhante, Leibniz, ligando-

se ao racionalismo de Descartes, virá atacar o empirismo de Locke fazendo uma

Locke: se não existe nada na

inteligência que não provenha dos sentidos, a inteligência em si mesmo vem constituir

exceção a esse princípio... pois a inteligência tem valor e função próprios, dotada de

cionam o conhecimento empírico

assim, por exemplo, os princípios de identidade e de razão suficiente são princípios

racionais de tal ordem de importância que sem eles seria impossível a própria explicação

al atitude a racionalista, no plano

... quer dizer, a verdade

a velha questão: se só são verdades os enunciados experimentalmente

observáveis, como vamos verificar a verdade desse mesmo princípio, senão usando a

inteligência, que não é empiricamente observável, ainda que passível de uma redução

simbólica em proposições analíticas? Os racionalistas entendem assim que a razão possui

elementos que constituem pressupostos do conhecimento empírico, ainda que um fato

não a explique ou demonstre. De forma no mínimo interessante, o pressuposto

… seus efeitos serão imensos na degradação da politicidade contemporânea (a política vista como simples er o postulado básico do positivismo quando

transferiu a soberania para o povo, passando este a ser o novo sujeito da produção jurídica, já que com a evolução dos fatos da Monarquia para a República, houve a transferência da propriedade do Estado para o

vo, ainda que Maquiavel tivesse estabelecido a análise do Estado e governo sem dogmatismo, e Hobbes (que via o direito como emanação exclusiva do soberano) já tivesse concentrado a soberania na

povo (OLIVEIRA, Manfredo Araújo de.

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Ainda que no Medievo existissem norm

relação ao bem comum, elas derivavam do comando divino, do direito natural, da

tradição ou de arranjos políticos. Elas não tinham base em direitos comuns a todos de

serem tratados com justiça

pudessem exercer contra disposições injustas. A ideia vigente, pré

vinculada a direitos naturais no sentido de retidão, e não de direitos naturais no sentido de

um poder, um direito subjetivo.

Daí a importância d

considerado como fundador da moderna teoria do direito natural.

Revolução Americana, ao trazer a idéia de direito individual de resistência, que até então

era ligado apenas à de “resistência popular”. Ainda que exista controvérsia quanto à

origem dos direitos humanos, a questão da sua universalidade estaria vinculada à teoria

política de John Locke, no final do século XVIII, pois Locke centrou sua preocupação no

indivíduo, cuja dignidade tinha que ser protegida contra o abuso do poder pelos governos.

Na sua origem, defendeu a existência de direitos naturais inalienáveis, implantados por

Deus nos seres racionais.9

Na história da formação das declarações de direitos, Bobbio disting

Numa primeira, elas nascem como teorias filosóficas, e assim é possível remontar da

ideia estoica da sociedade universal dos homens racionais até o jusnaturalismo moderno,

com John Locke. O segundo momento consiste na passagem da teoria fi

prática, com a afirmação dos direitos do homem nas primeiras declarações. A terceira

fase tem início com a Declaração de 1948, pelo seu caráter internacional e universal.

7DONELLY, Jack. The social construction of international human rights. In: DUNNE, Tim; WHEELER,

Nicholas J. Human Rights in Global Politics. 8“[...] a idéia de que o homem enquanto tal tem direitos, por natureza, e que ele mesmo não pode alienar

(mesmo que, em caso de necessidade, ele os aliene, a transferência não é válida), essapelo jusnaturalismo moderno. Seu pai é John Locke” (BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução de Carlos Nelson Coutinho, 5ª. reimp. Rio de Janeiro: Campus, 1992. p. 28).

9 MOREIRA, Adriano. Teoria das relações internacionais. Coimbra: Almedina, 1987. p. 15. Paradoxalmente, a ideologia neoliberal que vem com a globalização acaba esvaziando o Estado e enfraquecendo a força estatal na proteção dos direitos humanos, deixando aoprivados que muitas vezes violam os direitos humanos.

10 Bobbio também remete o nascimento da preocupação com o reconhecimento dos direitos do homem “pelo menos desde o início da era moderna, através da difusão das doutrinas jusntudas Declarações dos Direitos do Homem, incluídas nas Constituições dos Estados liberais, depois [...] mas é também verdade que somente depois da Segunda Guerra Mundial é que esse problema passou da esfera nacional para a internacion

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Ainda que no Medievo existissem normas que impunham uma obrigação em

relação ao bem comum, elas derivavam do comando divino, do direito natural, da

tradição ou de arranjos políticos. Elas não tinham base em direitos comuns a todos de

serem tratados com justiça – as pessoas não tinham direitos humanos ou naturais que

pudessem exercer contra disposições injustas. A ideia vigente, pré-moderna, estava

vinculada a direitos naturais no sentido de retidão, e não de direitos naturais no sentido de

um poder, um direito subjetivo. 7

Daí a importância do pensamento de Locke, do século XVII, frequentemente

considerado como fundador da moderna teoria do direito natural.8 Ele teria influenciado a

Revolução Americana, ao trazer a idéia de direito individual de resistência, que até então

e “resistência popular”. Ainda que exista controvérsia quanto à

origem dos direitos humanos, a questão da sua universalidade estaria vinculada à teoria

política de John Locke, no final do século XVIII, pois Locke centrou sua preocupação no

dignidade tinha que ser protegida contra o abuso do poder pelos governos.

Na sua origem, defendeu a existência de direitos naturais inalienáveis, implantados por

Na história da formação das declarações de direitos, Bobbio disting

Numa primeira, elas nascem como teorias filosóficas, e assim é possível remontar da

ideia estoica da sociedade universal dos homens racionais até o jusnaturalismo moderno,

com John Locke. O segundo momento consiste na passagem da teoria fi

prática, com a afirmação dos direitos do homem nas primeiras declarações. A terceira

fase tem início com a Declaração de 1948, pelo seu caráter internacional e universal.

DONELLY, Jack. The social construction of international human rights. In: DUNNE, Tim; WHEELER, ts in Global Politics. Cambridge: University Press, 1999. p. 81.

“[...] a idéia de que o homem enquanto tal tem direitos, por natureza, e que ele mesmo não pode alienar (mesmo que, em caso de necessidade, ele os aliene, a transferência não é válida), essapelo jusnaturalismo moderno. Seu pai é John Locke” (BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução de Carlos Nelson Coutinho, 5ª. reimp. Rio de Janeiro: Campus, 1992. p. 28). MOREIRA, Adriano. Teoria das relações internacionais. Coimbra: Almedina, 1987. p. 15.

Paradoxalmente, a ideologia neoliberal que vem com a globalização acaba esvaziando o Estado e enfraquecendo a força estatal na proteção dos direitos humanos, deixando ao descontrole os poderes privados que muitas vezes violam os direitos humanos. Bobbio também remete o nascimento da preocupação com o reconhecimento dos direitos do homem

“pelo menos desde o início da era moderna, através da difusão das doutrinas jusntudas Declarações dos Direitos do Homem, incluídas nas Constituições dos Estados liberais, depois [...] mas é também verdade que somente depois da Segunda Guerra Mundial é que esse problema passou da esfera nacional para a internacional, envolvendo – pela primeira vez na história

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as que impunham uma obrigação em

relação ao bem comum, elas derivavam do comando divino, do direito natural, da

tradição ou de arranjos políticos. Elas não tinham base em direitos comuns a todos de

s humanos ou naturais que

moderna, estava

vinculada a direitos naturais no sentido de retidão, e não de direitos naturais no sentido de

o pensamento de Locke, do século XVII, frequentemente

Ele teria influenciado a

Revolução Americana, ao trazer a idéia de direito individual de resistência, que até então

e “resistência popular”. Ainda que exista controvérsia quanto à

origem dos direitos humanos, a questão da sua universalidade estaria vinculada à teoria

política de John Locke, no final do século XVIII, pois Locke centrou sua preocupação no

dignidade tinha que ser protegida contra o abuso do poder pelos governos.

Na sua origem, defendeu a existência de direitos naturais inalienáveis, implantados por

Na história da formação das declarações de direitos, Bobbio distinguirá três fases.

Numa primeira, elas nascem como teorias filosóficas, e assim é possível remontar da

ideia estoica da sociedade universal dos homens racionais até o jusnaturalismo moderno,

com John Locke. O segundo momento consiste na passagem da teoria filosófica para a

prática, com a afirmação dos direitos do homem nas primeiras declarações. A terceira

fase tem início com a Declaração de 1948, pelo seu caráter internacional e universal. 10

DONELLY, Jack. The social construction of international human rights. In: DUNNE, Tim; WHEELER, Cambridge: University Press, 1999. p. 81.

“[...] a idéia de que o homem enquanto tal tem direitos, por natureza, e que ele mesmo não pode alienar (mesmo que, em caso de necessidade, ele os aliene, a transferência não é válida), essa idéia foi elaborada pelo jusnaturalismo moderno. Seu pai é John Locke” (BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução

MOREIRA, Adriano. Teoria das relações internacionais. Coimbra: Almedina, 1987. p. 15. Paradoxalmente, a ideologia neoliberal que vem com a globalização acaba esvaziando o Estado e

descontrole os poderes

Bobbio também remete o nascimento da preocupação com o reconhecimento dos direitos do homem “pelo menos desde o início da era moderna, através da difusão das doutrinas jusnturalistas, primeiro, e das Declarações dos Direitos do Homem, incluídas nas Constituições dos Estados liberais, depois [...] – mas é também verdade que somente depois da Segunda Guerra Mundial é que esse problema passou da

pela primeira vez na história – todos os povos

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Por isso é razoável afirmar que a

internacional, é recente, tendo seus antecedentes nos esforços internos nacionais para

assegurar aos indivíduos proteção legal contra o excesso e arbitrariedade do poder dos

Estados. Assim, mesmo que alguns in

filosofia estoica atravessando o direito natural de Grócio e o Direito Romano, a origem

do moderno conceito é encontrada a partir das revoluções inglesa, americana e francesa

dos séculos XVII e XVIII. Quando Hugo

“pai” do direito internacional, tomou para si a tarefa de transformar a base do direito

natural, que era totalmente teísta, ele propôs uma concepção de direito como produto do

pensamento iluminado racional, conside

para o próprio direito natural.

teoria dos direitos individuais ou naturais.

Mas ainda que a obra de John Locke seja considerada a primeira a desenvolver

uma teoria consistente dos direitos naturais vinculados depois aos direitos humanos (em

função da sua lista de direitos naturais à vida, liberdade e propriedade), a mesma obra

deixará evidente que até ali os direitos humanos eram exclusivos de homens (exc

mulheres) e de brancos (excluídos os negros). A luta pelos direitos humanos nos três

séculos seguintes mostrou uma gradual expansão quanto ao reconhecimento dos sujeitos

dos direitos humanos, em direção ao ideal de uma inclusão completa e igual d

seres humanos – para tanto, foi ainda necessário ultrapassar os limites de sexo, raça,

propriedade e religião, que evidenciavam as desigualdades.

(BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução de Carlos Nelson Coutinho, 5ª. reimp. Rio de Janeiro: Campus, 1992. p. 30-31 e 49).

11Assim, a evolução histórica dos direitos humanos é posta, em primeira instância, no direito interno de cada sociedade. Nesse sentido, o que os juristas comentam sobre teorias dos direitos humanos, em tais circunstâncias, possui relevância direta para o âmbcasos nacionais todas as teorias legais e metodologias concernentes a seus respectivos sistemas legais. É a partir da análise de tais casos que se constrói a teoria internacional dos direitos humanos, comDavidson (DAVIDSON, Scott. Humanrights. Buckingham: Open University Press, 1997. p. 2 e 26).

12Assim, apesar da aparente linguagem universalista dos direitos naturais, Locke desenvolve uma teoria da proteção dos direitos de propriedade dos homen“(...despitetheapparentuniversalismofthelangageof natural rights, Locke develops a theory for theprotectionoftherightsofpropertiedEuropean males)”. Com isso, restrições vinculadas à propriedade para o gozo de direitos naturais eram frequentementpropriedade não estavam em condições de desenvolver plenamente suas capacidades racionais para participar da sociedade política. Tais argumentos logo foram eliminados pela chegada de uma camada letrada, além do crescimento armado popular e do sentimento nacionalista. As mudanças sociais e econômicas vinculadas com a industrialização foram fundamentais para isso (DONELLY, Jack. social construction ofinternational human rights. In: DUNNE, Tim; WHEELER, NicholRights in Global Politics. Cambridge: University Press, 1999. p. 82também as de Montesquieu e Rousseau que farão frente, principalmente, contra o absolutismo. Como

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Por isso é razoável afirmar que a história dos direitos humanos, no seu aspecto

internacional, é recente, tendo seus antecedentes nos esforços internos nacionais para

assegurar aos indivíduos proteção legal contra o excesso e arbitrariedade do poder dos

Estados. Assim, mesmo que alguns indiquem ter havido um conceito rudimentar na

filosofia estoica atravessando o direito natural de Grócio e o Direito Romano, a origem

do moderno conceito é encontrada a partir das revoluções inglesa, americana e francesa

dos séculos XVII e XVIII. Quando Hugo Grócio, geralmente conhecido também como

“pai” do direito internacional, tomou para si a tarefa de transformar a base do direito

natural, que era totalmente teísta, ele propôs uma concepção de direito como produto do

pensamento iluminado racional, considerando a possibilidade de dar uma base racional

para o próprio direito natural.11 Essa proposta teria dado origem ao desenvolvimento da

teoria dos direitos individuais ou naturais.

Mas ainda que a obra de John Locke seja considerada a primeira a desenvolver

uma teoria consistente dos direitos naturais vinculados depois aos direitos humanos (em

função da sua lista de direitos naturais à vida, liberdade e propriedade), a mesma obra

deixará evidente que até ali os direitos humanos eram exclusivos de homens (exc

mulheres) e de brancos (excluídos os negros). A luta pelos direitos humanos nos três

séculos seguintes mostrou uma gradual expansão quanto ao reconhecimento dos sujeitos

dos direitos humanos, em direção ao ideal de uma inclusão completa e igual d

para tanto, foi ainda necessário ultrapassar os limites de sexo, raça,

propriedade e religião, que evidenciavam as desigualdades.12De outro lado, hoje toda

(BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução de Carlos Nelson Coutinho, 5ª. reimp. Rio de Janeiro:

Assim, a evolução histórica dos direitos humanos é posta, em primeira instância, no direito interno de cada sociedade. Nesse sentido, o que os juristas comentam sobre teorias dos direitos humanos, em tais circunstâncias, possui relevância direta para o âmbito internacional. Da mesma forma, juízes aplicam a casos nacionais todas as teorias legais e metodologias concernentes a seus respectivos sistemas legais. É a partir da análise de tais casos que se constrói a teoria internacional dos direitos humanos, comDavidson (DAVIDSON, Scott. Humanrights. Buckingham: Open University Press, 1997. p. 2 e 26).Assim, apesar da aparente linguagem universalista dos direitos naturais, Locke desenvolve uma teoria da proteção dos direitos de propriedade dos homen“(...despitetheapparentuniversalismofthelangageof natural rights, Locke develops a theory for theprotectionoftherightsofpropertiedEuropean males)”. Com isso, restrições vinculadas à propriedade para o gozo de direitos naturais eram frequentemente defendidos pelo argumento de que aqueles sem propriedade não estavam em condições de desenvolver plenamente suas capacidades racionais para participar da sociedade política. Tais argumentos logo foram eliminados pela chegada de uma camada

o crescimento armado popular e do sentimento nacionalista. As mudanças sociais e econômicas vinculadas com a industrialização foram fundamentais para isso (DONELLY, Jack. social construction ofinternational human rights. In: DUNNE, Tim; WHEELER, Nichol

Cambridge: University Press, 1999. p. 82-83). Além das idéias de Locke, são também as de Montesquieu e Rousseau que farão frente, principalmente, contra o absolutismo. Como

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história dos direitos humanos, no seu aspecto

internacional, é recente, tendo seus antecedentes nos esforços internos nacionais para

assegurar aos indivíduos proteção legal contra o excesso e arbitrariedade do poder dos

diquem ter havido um conceito rudimentar na

filosofia estoica atravessando o direito natural de Grócio e o Direito Romano, a origem

do moderno conceito é encontrada a partir das revoluções inglesa, americana e francesa

Grócio, geralmente conhecido também como

“pai” do direito internacional, tomou para si a tarefa de transformar a base do direito

natural, que era totalmente teísta, ele propôs uma concepção de direito como produto do

rando a possibilidade de dar uma base racional

Essa proposta teria dado origem ao desenvolvimento da

Mas ainda que a obra de John Locke seja considerada a primeira a desenvolver

uma teoria consistente dos direitos naturais vinculados depois aos direitos humanos (em

função da sua lista de direitos naturais à vida, liberdade e propriedade), a mesma obra

deixará evidente que até ali os direitos humanos eram exclusivos de homens (excluídas as

mulheres) e de brancos (excluídos os negros). A luta pelos direitos humanos nos três

séculos seguintes mostrou uma gradual expansão quanto ao reconhecimento dos sujeitos

dos direitos humanos, em direção ao ideal de uma inclusão completa e igual de todos os

para tanto, foi ainda necessário ultrapassar os limites de sexo, raça,

De outro lado, hoje toda

(BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução de Carlos Nelson Coutinho, 5ª. reimp. Rio de Janeiro:

Assim, a evolução histórica dos direitos humanos é posta, em primeira instância, no direito interno de cada sociedade. Nesse sentido, o que os juristas comentam sobre teorias dos direitos humanos, em tais

ito internacional. Da mesma forma, juízes aplicam a casos nacionais todas as teorias legais e metodologias concernentes a seus respectivos sistemas legais. É a partir da análise de tais casos que se constrói a teoria internacional dos direitos humanos, como diz Scott Davidson (DAVIDSON, Scott. Humanrights. Buckingham: Open University Press, 1997. p. 2 e 26). Assim, apesar da aparente linguagem universalista dos direitos naturais, Locke desenvolve uma teoria da proteção dos direitos de propriedade dos homens europeus “(...despitetheapparentuniversalismofthelangageof natural rights, Locke develops a theory for theprotectionoftherightsofpropertiedEuropean males)”. Com isso, restrições vinculadas à propriedade

e defendidos pelo argumento de que aqueles sem propriedade não estavam em condições de desenvolver plenamente suas capacidades racionais para participar da sociedade política. Tais argumentos logo foram eliminados pela chegada de uma camada

o crescimento armado popular e do sentimento nacionalista. As mudanças sociais e econômicas vinculadas com a industrialização foram fundamentais para isso (DONELLY, Jack. The social construction ofinternational human rights. In: DUNNE, Tim; WHEELER, Nicholas J. Human

83). Além das idéias de Locke, são também as de Montesquieu e Rousseau que farão frente, principalmente, contra o absolutismo. Como

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referência ao direito de propriedade como direito do homem desapareceu nos

mais recentes das Nações Unidas, diz Bobbio, referindo

Direitos Civis e Políticos e dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais”, de 1966.

É possível referir assim, com Henkin, que nas origens e antecedentes

humanos estão correntes do Direito Natural que persistem mesmo na atualidade. As

Revoluções Americana e Francesa tornaram os direitos humanos “naturais” em seculares,

racionais, universais, individuais e democráticos. No século XIX a concepção

naturais, racionalizada no século XVIII pelo contrato social, foi acrescida de um suporte

ético e utilitário: “os direitos e liberdades são necessários para uma vida boa numa

sociedade boa, e direitos e liberdades são ditados pela natureza do

necessidades por dignidade e realização.” No século XIX as resistências aos direitos

humanos continuaram, a começar com Napoleão e a chegada do nacionalismo e

imperialismo. Na primeira metade do século XX a situação se agravou com a

transformação de democracias em tiranias, como na Alemanha, Itália e Espanha

Apesar das críticas às leis naturais e aos direitos naturais (uma das maiores

críticas vindo do utilitarismo de Jeremy Bentham), conclui Davidson, não se pode perder

de vista a poderosa influência que eles exerceram sobre o surgimento e desenvolvimento

dos direitos humanos: “A teoria dos direitos naturais tem o mérito de prover a base para

um sistema de direito que é superior ao direito do Estado e para o qual é possível apelar

se o último for injusto, arbitrário ou opressivo”. Mesmo tendo sua origem no direito

natural, os direitos humanos tomaram a forma do direito positivo para proporcionar uma

lei definitiva e sistemática pertencente às pessoas.

refere Bobbio: “Hobbes foi identificado com Montesquieu com o Estado limitado, Rousseau com a democracia, Hegel com a monarquia constitucional e assim por diante” (BOBBIO, Norberto. Estado, Governo e Sociedade. 12. ed. Tradução Marco Aurélio Nogueira. São Paulo: Paz e Terra, 2005. p. 54). Sobre Montesquieu, especialmente, “não há obra política em que os regimes despóticos tenham sido objeto de tantas observações como O Espírito das Leis” (Ver a respeito BOBBIO, Norberto. A teoria das formas de gov1997. p. 139).

13 BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução de Carlos Nelson Coutinho, 5ª. reimp. Campus, 1992. p. 27.

14 HENKIN, Louis. The rights of man today. Stevens & Sons: London, 1915 “Natural rights theory has the merit of providing the basis for a system of law which is allegedly superior

to the law of the state and to which appeal may be made if it appears that the latter is unjust, arbitrary or oppressive. […] Of course, the view might be taken thatalthough human rights had their origin in natural law, it took a system of positive law to providee a definite andwhich people possessed”.(DAVIDSON, Scott. Human rights. Buckingham:p. 28).

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referência ao direito de propriedade como direito do homem desapareceu nos

mais recentes das Nações Unidas, diz Bobbio, referindo-se aos Pactos Internacionais “dos

Direitos Civis e Políticos e dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais”, de 1966.

É possível referir assim, com Henkin, que nas origens e antecedentes

humanos estão correntes do Direito Natural que persistem mesmo na atualidade. As

Revoluções Americana e Francesa tornaram os direitos humanos “naturais” em seculares,

racionais, universais, individuais e democráticos. No século XIX a concepção

naturais, racionalizada no século XVIII pelo contrato social, foi acrescida de um suporte

ético e utilitário: “os direitos e liberdades são necessários para uma vida boa numa

sociedade boa, e direitos e liberdades são ditados pela natureza do ser humano, por suas

necessidades por dignidade e realização.” No século XIX as resistências aos direitos

humanos continuaram, a começar com Napoleão e a chegada do nacionalismo e

imperialismo. Na primeira metade do século XX a situação se agravou com a

ansformação de democracias em tiranias, como na Alemanha, Itália e Espanha

Apesar das críticas às leis naturais e aos direitos naturais (uma das maiores

críticas vindo do utilitarismo de Jeremy Bentham), conclui Davidson, não se pode perder

derosa influência que eles exerceram sobre o surgimento e desenvolvimento

dos direitos humanos: “A teoria dos direitos naturais tem o mérito de prover a base para

um sistema de direito que é superior ao direito do Estado e para o qual é possível apelar

o último for injusto, arbitrário ou opressivo”. Mesmo tendo sua origem no direito

natural, os direitos humanos tomaram a forma do direito positivo para proporcionar uma

lei definitiva e sistemática pertencente às pessoas.15 Com a transformação dos direitos

refere Bobbio: “Hobbes foi identificado com o Estado absoluto, Locke com a monarquia parlamentar, Montesquieu com o Estado limitado, Rousseau com a democracia, Hegel com a monarquia constitucional e assim por diante” (BOBBIO, Norberto. Estado, Governo e Sociedade. 12. ed. Tradução Marco Aurélio

eira. São Paulo: Paz e Terra, 2005. p. 54). Sobre Montesquieu, especialmente, “não há obra política em que os regimes despóticos tenham sido objeto de tantas observações como O Espírito das Leis” (Ver a respeito BOBBIO, Norberto. A teoria das formas de governo. 9. ed. Trad. Sérgio Bath. Brasília: UnB,

BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução de Carlos Nelson Coutinho, 5ª. reimp.

HENKIN, Louis. The rights of man today. Stevens & Sons: London, 1979. p. 5, 14. “Natural rights theory has the merit of providing the basis for a system of law which is allegedly superior to the law of the state and to which appeal may be made if it appears that the latter is unjust, arbitrary or

rse, the view might be taken thatalthough human rights had their origin in natural law, it took a system of positive law to providee a definite andsystematic statement of the actual rights which people possessed”.(DAVIDSON, Scott. Human rights. Buckingham: Open University Press, 1997.

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referência ao direito de propriedade como direito do homem desapareceu nos documentos

se aos Pactos Internacionais “dos

Direitos Civis e Políticos e dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais”, de 1966.13

É possível referir assim, com Henkin, que nas origens e antecedentes dos direitos

humanos estão correntes do Direito Natural que persistem mesmo na atualidade. As

Revoluções Americana e Francesa tornaram os direitos humanos “naturais” em seculares,

racionais, universais, individuais e democráticos. No século XIX a concepção de direitos

naturais, racionalizada no século XVIII pelo contrato social, foi acrescida de um suporte

ético e utilitário: “os direitos e liberdades são necessários para uma vida boa numa

ser humano, por suas

necessidades por dignidade e realização.” No século XIX as resistências aos direitos

humanos continuaram, a começar com Napoleão e a chegada do nacionalismo e

imperialismo. Na primeira metade do século XX a situação se agravou com a

ansformação de democracias em tiranias, como na Alemanha, Itália e Espanha.14

Apesar das críticas às leis naturais e aos direitos naturais (uma das maiores

críticas vindo do utilitarismo de Jeremy Bentham), conclui Davidson, não se pode perder

derosa influência que eles exerceram sobre o surgimento e desenvolvimento

dos direitos humanos: “A teoria dos direitos naturais tem o mérito de prover a base para

um sistema de direito que é superior ao direito do Estado e para o qual é possível apelar

o último for injusto, arbitrário ou opressivo”. Mesmo tendo sua origem no direito

natural, os direitos humanos tomaram a forma do direito positivo para proporcionar uma

Com a transformação dos direitos

o Estado absoluto, Locke com a monarquia parlamentar, Montesquieu com o Estado limitado, Rousseau com a democracia, Hegel com a monarquia constitucional e assim por diante” (BOBBIO, Norberto. Estado, Governo e Sociedade. 12. ed. Tradução Marco Aurélio

eira. São Paulo: Paz e Terra, 2005. p. 54). Sobre Montesquieu, especialmente, “não há obra política em que os regimes despóticos tenham sido objeto de tantas observações como O Espírito das Leis” (Ver a

erno. 9. ed. Trad. Sérgio Bath. Brasília: UnB,

BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução de Carlos Nelson Coutinho, 5ª. reimp. Rio de Janeiro:

“Natural rights theory has the merit of providing the basis for a system of law which is allegedly superior to the law of the state and to which appeal may be made if it appears that the latter is unjust, arbitrary or

rse, the view might be taken thatalthough human rights had their origin in natural systematic statement of the actual rights

Open University Press, 1997.

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naturais em positivos, ou a positivação dos direitos naturais, ocorreu um avanço

significativo no desenvolvimento de um direito natural dos direitos humanos.

Finalizando, o Estado de Liberdade produz seu efeito até o momento em que o

homem inicia a vida em sociedade, essa cresce sobremaneira que se torna necessária à

criação de uma organização hierarquicamente superior que regule a convivência entre as

pessoas, assim elas permitem a interferência do governo que recebe o poder para definir

quais são os direitos e fazer que sejam respeitados. A lei para ser legítima não deve anular

os direitos naturais, no entanto devido ao contexto social e tendo em vista o bem comum,

pode alterar, e assim o fez no que diz respeito à propriedade, pois esta, em uma sociedade

capitalista tem uma função diversa daquela existente no Estado de Liberdade.

A LINGUAGEM NATURAL OU CONVENCIONAL?

Aprimeira reflexão que se tem conhecimento sobre a linguagem aconteceu n

Grécia (428 a.C. – 347 a.C.). Crátilo

que apresenta três personagens discutindo sobre a natureza dos nomes: Crátilo,

Hermógenes e Sócrates. O primeiro argumenta que os nomes correspondem à natureza

das coisas que os designam, na sua essência; o

que atribui nomes às coisas. E Sócrates entra como intermediador ouvindo o que cada um

tem a dizer. Em um primeiro momento, aceita os argumentos de ambos, mas em seguida

faz oposições, criando assim mais problema e p

verdade, os dois estavam certos naquilo que estavam defendendo: Crátilo, ao se

posicionar pelo natureza dos nomes, estava falando de linguagem; Hermógenes,

argumentando pela nominalização, caracteriza

convenção e toda convenção é mutável.

Essediálogofoi retomad

em que Leibniz e Locke discutem se a linguagem é inata ou adquirida. Foi a grande

questão da dicotomia que hoje se

retomam os filósofos Platão, corrente do Naturalismo/Mentalismo, e de Aristóteles,

corrente do Convencionalismo. Para Platão,

16HENKIN, Louis. The rights of man today.17PLATÃO, 2010.

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naturais em positivos, ou a positivação dos direitos naturais, ocorreu um avanço

significativo no desenvolvimento de um direito natural dos direitos humanos.

Estado de Liberdade produz seu efeito até o momento em que o

m sociedade, essa cresce sobremaneira que se torna necessária à

criação de uma organização hierarquicamente superior que regule a convivência entre as

pessoas, assim elas permitem a interferência do governo que recebe o poder para definir

itos e fazer que sejam respeitados. A lei para ser legítima não deve anular

os direitos naturais, no entanto devido ao contexto social e tendo em vista o bem comum,

pode alterar, e assim o fez no que diz respeito à propriedade, pois esta, em uma sociedade

capitalista tem uma função diversa daquela existente no Estado de Liberdade.

A LINGUAGEM NATURAL OU CONVENCIONAL?

Aprimeira reflexão que se tem conhecimento sobre a linguagem aconteceu n

347 a.C.). Crátilo17, um dos diálogos do filósofo Platão, é uma obra

que apresenta três personagens discutindo sobre a natureza dos nomes: Crátilo,

primeiro argumenta que os nomes correspondem à natureza

das coisas que os designam, na sua essência; o segundo sustenta que há um “legislador”

que atribui nomes às coisas. E Sócrates entra como intermediador ouvindo o que cada um

tem a dizer. Em um primeiro momento, aceita os argumentos de ambos, mas em seguida

faz oposições, criando assim mais problema e parecendo não se posicionar a respeito. Na

verdade, os dois estavam certos naquilo que estavam defendendo: Crátilo, ao se

posicionar pelo natureza dos nomes, estava falando de linguagem; Hermógenes,

argumentando pela nominalização, caracteriza-se pelo convencionalismo. Língua é

convenção e toda convenção é mutável.

retomado no século XVII com o famoso Debate

ke discutem se a linguagem é inata ou adquirida. Foi a grande

dicotomia que hoje se discute: Linguagem e Pensamento. Na verdade, eles

retomam os filósofos Platão, corrente do Naturalismo/Mentalismo, e de Aristóteles,

corrente do Convencionalismo. Para Platão, as ideias já estão no cérebro e

HENKIN, Louis. The rights of man today.London: Stevens & Sons, 1979. p. 22.

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naturais em positivos, ou a positivação dos direitos naturais, ocorreu um avanço

significativo no desenvolvimento de um direito natural dos direitos humanos.16

Estado de Liberdade produz seu efeito até o momento em que o

m sociedade, essa cresce sobremaneira que se torna necessária à

criação de uma organização hierarquicamente superior que regule a convivência entre as

pessoas, assim elas permitem a interferência do governo que recebe o poder para definir

itos e fazer que sejam respeitados. A lei para ser legítima não deve anular

os direitos naturais, no entanto devido ao contexto social e tendo em vista o bem comum,

pode alterar, e assim o fez no que diz respeito à propriedade, pois esta, em uma sociedade

capitalista tem uma função diversa daquela existente no Estado de Liberdade.

Aprimeira reflexão que se tem conhecimento sobre a linguagem aconteceu na

, um dos diálogos do filósofo Platão, é uma obra

que apresenta três personagens discutindo sobre a natureza dos nomes: Crátilo,

primeiro argumenta que os nomes correspondem à natureza

segundo sustenta que há um “legislador”

que atribui nomes às coisas. E Sócrates entra como intermediador ouvindo o que cada um

tem a dizer. Em um primeiro momento, aceita os argumentos de ambos, mas em seguida

arecendo não se posicionar a respeito. Na

verdade, os dois estavam certos naquilo que estavam defendendo: Crátilo, ao se

posicionar pelo natureza dos nomes, estava falando de linguagem; Hermógenes,

ncionalismo. Língua é

ebate daTábula Rasa,

ke discutem se a linguagem é inata ou adquirida. Foi a grande

Pensamento. Na verdade, eles

retomam os filósofos Platão, corrente do Naturalismo/Mentalismo, e de Aristóteles,

no cérebro e são inatas.

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Leibniz o retoma dizendo: “são repre

impressão pelos sentidos e são eles que podem atualizá

são as que permitem a aquisição de conhecimento

lado, vem Locke com sua afirmação

experiência18. Retoma assim

que antes não tenha passado pelos sentidos”.

Platão, pode-se afirmar que Crátil

paraAristóteles e Locke.A partir disso, pode

capacidade que se tem para adquirir as línguas.

Uma obra recente que esclarece esse im

Rasa, de Steven Pinker19. No prefácio do livro (pág. 9), uma frase

os leitores para um pressuposto da certeza: “... Ainda existe gente que acredita que a

mente é uma tábula rasa?” e mais adiante

Concluindo essa discussão dicotômica, pode

mente tem de ser inata” com “inferir o conteúdo de uma sentença”, em que a primeira

frase se refere à linguagem como capacidade para a comunicação e a segunda

mecanismo sentença como uma estrutura morfossintático

E o nome mais conhecido pela sua contribuição decisiva para que a Linguístic

alçasse a condição de ciência f

da língua, criou as dicotomias

paradigma/sintagma. Essas dicotomias são essencialmente convencionadas, não sendo

necessário aqui discorrer sobre

18

Ver Empirismo de Locke. 19PINKER, 2008, pág. 59. 20

Idem

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: “são representações que estão na alma antes de qualquer

e são eles que podem atualizá-las”, ou seja, as ideias são inatas e

são as que permitem a aquisição de conhecimento e a subjetividade humana

com sua afirmação de que o conhecimento só pode ser adquirido pela

. Retoma assim Aristóteles, que disse “não existe nada no espírito humano

que antes não tenha passado pelos sentidos”. E fazendo uma analogia com o Crátilo, de

se afirmar que Crátilo está para Platão e Leibniz, como Hermógenes

paraAristóteles e Locke.A partir disso, pode-se afirmar que a linguagem é inata e é uma

que se tem para adquirir as línguas.Uma

Uma obra recente que esclarece esse impasse é a homônima ao debate: Tá

No prefácio do livro (pág. 9), uma frase interrogativa

para um pressuposto da certeza: “... Ainda existe gente que acredita que a

e mais adiante

Esse argumento contra a tábula raenergicamente por Gottfried Wilhelm Leibniz (1646em uma réplica a Locke. Leibniz repetiu o lema do empirismo: “Não existe nada no intelecto que não estivesse primeiro nos sentidos”, e acrescentou: “exceto o próprio intelecto”. Alguma coisa na mente tem de ser inata, se ela é apenas o mecanismo responsável pela aprendizado. Alguma coisa tem de inferir o conteúdo de uma sentença em vez de papaguear as palavras exatas em resposta.

Concluindo essa discussão dicotômica, pode-se fazer uma relação do “Alguma coisa na

mente tem de ser inata” com “inferir o conteúdo de uma sentença”, em que a primeira

frase se refere à linguagem como capacidade para a comunicação e a segunda

mecanismo sentença como uma estrutura morfossintático-semântico da língua.

E o nome mais conhecido pela sua contribuição decisiva para que a Linguístic

alçasse a condição de ciência foi Ferdinand Saussure (1975), dedicando

as dicotomias língua/fala,significante/significado,sincronia/diacronia

Essas dicotomias são essencialmente convencionadas, não sendo

necessário aqui discorrer sobre todas elas.

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sentações que estão na alma antes de qualquer

, ou seja, as ideias são inatas e

subjetividade humana. Por outro

de que o conhecimento só pode ser adquirido pela

não existe nada no espírito humano

E fazendo uma analogia com o Crátilo, de

o está para Platão e Leibniz, como Hermógenes

se afirmar que a linguagem é inata e é uma

passe é a homônima ao debate: Tábula

interrogativa já induz

para um pressuposto da certeza: “... Ainda existe gente que acredita que a

Esse argumento contra a tábula rasa foi exposto energicamente por Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716) em uma réplica a Locke. Leibniz repetiu o lema do empirismo: “Não existe nada no intelecto que não estivesse primeiro nos sentidos”, e acrescentou: “exceto o próprio

na mente tem de ser inata, se ela é apenas o mecanismo responsável pela aprendizado. (...) Alguma coisa tem de inferir o conteúdo de uma sentença em vez de papaguear as palavras exatas em resposta. 20

fazer uma relação do “Alguma coisa na

mente tem de ser inata” com “inferir o conteúdo de uma sentença”, em que a primeira

frase se refere à linguagem como capacidade para a comunicação e a segunda, o

mântico da língua.

E o nome mais conhecido pela sua contribuição decisiva para que a Linguística

(1975), dedicando-se aos aspectos

cronia/diacronia e

Essas dicotomias são essencialmente convencionadas, não sendo

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Para ficar mais clara a noção de convenção,

Saussure está no signo linguístico, que contém a dicotomia

mental e está “depositado” na cabeça de cada indivíduo.

palavra escrita e que representa o

forma como Saussure o definiu,

conceito, constituindo-se aí uma arbitrariedade do signo. É como se fosse uma folha de

papel em que um não existe sem o outro, nem o

vice-versa. E para que se tenha significação, é preciso que haja

coisa, signo e o conceito

convencionalista de língua e não de linguagem.

E para ilustrar mais ainda o caráter convencional,

foi considerado, pois os signos

Sincronia/diacronia é mais uma das dicotomias necessária para fundamentar

naturalidade da língua. Sincronia

e se caracteriza pela sua imutabilidade, ou seja, em linhas gerais, é um estudo para

compor todo o léxico22 de um língua em um determinado momento

linguística. Já o termo diacronia

cronologicamente desde a sua origem. É um estudo etimológico

um período definido pelo linguista.

conveniência da sociedade. 24

É certo que, pela prática da fala, dia a dia os signos podem se alterar, mas o termo

sincronia é para ser entendido como estudo em que esses signos sejam imutáveis em sua

relação significante/significado. Na verdade, é um termo metodologicamente assumido

para a imutabilidade, o que não acontece com diacronia, que é um estudo cronológico e

mutável por natureza.

21Existem signos de outros tipos, mas neste artigo é o estritamente

adjetivo para delimitá-lo como signo linguístico.22Entenda-se aqui como um conjunto de palavras de um lingua.23Disciplina que trata da descrição de uma palavra em diferentes estados de língua anteriores, até remontar

ao étimo (HOUAISS, 2009) 24SAUSSURE, 1975

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ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 7 (2013)

Para ficar mais clara a noção de convenção, o objeto de estudo mais importante

Saussure está no signo linguístico, que contém a dicotomia significante/significado

mental e está “depositado” na cabeça de cada indivíduo. Significante é a forma sonora da

palavra escrita e que representa o significado, que é um conceito ou idé

o definiu, o significante é a imagem acústica e o significa

se aí uma arbitrariedade do signo. É como se fosse uma folha de

papel em que um não existe sem o outro, nem o significante existe sem o

versa. E para que se tenha significação, é preciso que haja relação entre signo e a

e signo e acontecimentos. Caracteriza-se assim a relação

convencionalista de língua e não de linguagem.

E para ilustrar mais ainda o caráter convencional, o tempo em Saussure também

foi considerado, pois os signos21 foram sendo concebidos dia a dia desde a sua origem.

é mais uma das dicotomias necessária para fundamentar

Sincronia estuda os signos em um determinado tempo linguístico

e se caracteriza pela sua imutabilidade, ou seja, em linhas gerais, é um estudo para

de um língua em um determinado momento em uma

diacronia estuda esses signos diacronicamente, ou seja,

cronologicamente desde a sua origem. É um estudo etimológico23 e acontece dentro de

um período definido pelo linguista.Obviamente que este é mutável e se altera conforme a 24

É certo que, pela prática da fala, dia a dia os signos podem se alterar, mas o termo

é para ser entendido como estudo em que esses signos sejam imutáveis em sua

relação significante/significado. Na verdade, é um termo metodologicamente assumido

, o que não acontece com diacronia, que é um estudo cronológico e

Existem signos de outros tipos, mas neste artigo é o estritamente linguístico, não necessitando de seu lo como signo linguístico.

se aqui como um conjunto de palavras de um lingua. isciplina que trata da descrição de uma palavra em diferentes estados de língua anteriores, até remontar

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de estudo mais importante de

significante/significado, que é

é a forma sonora da

, que é um conceito ou idéia. Dizendo da

significado o seu

se aí uma arbitrariedade do signo. É como se fosse uma folha de

sem o significado e

relação entre signo e a

se assim a relação

o tempo em Saussure também

sendo concebidos dia a dia desde a sua origem.

é mais uma das dicotomias necessária para fundamentar a não

estuda os signos em um determinado tempo linguístico

e se caracteriza pela sua imutabilidade, ou seja, em linhas gerais, é um estudo para

em uma comunidade

estuda esses signos diacronicamente, ou seja,

e acontece dentro de

e se altera conforme a

É certo que, pela prática da fala, dia a dia os signos podem se alterar, mas o termo

é para ser entendido como estudo em que esses signos sejam imutáveis em sua

relação significante/significado. Na verdade, é um termo metodologicamente assumido

, o que não acontece com diacronia, que é um estudo cronológico e

linguístico, não necessitando de seu

isciplina que trata da descrição de uma palavra em diferentes estados de língua anteriores, até remontar

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Essas duas expressões, língua e fala, fazem oposição entre si e ambas compõem

uma das dicotomias de Saussure

linguagem.26

Último teórico dos estudos de linguagem deste artigo,

dicotomia competência/desempenho

inata para a linguagem, especificamente para a aquisição da língua

por uma estrutura gramatical mental capaz de produzir infinitas sentenças com um

número finito de palavras e de regras.

essa aquisição. Começa a sua teoria definindo

internalizadas que permite o indivíduo produzir, entender e avaliar enunciados de

qualquer língua, mas que é desprovido de consciência dessas regras. Quanto ao

desempenho, é a realização do que se fala, ouve, escreve ou lê e está ligado diretamente à

competencia de cada um27.

Chomsky desenvolveu muitos outros trabalhos, mas o outro mais

este artigo, é com relação ao Gerativismo. Ele desenvolveu uma gramática universal

GU, presente em todas as línguas, que tem como fundamentos

outra é a gramática particular, em que a pessoa se utilizada da gra

nuances de sua própria língua.Fica claro que a

a todas as línguas e não se altera por nenhum motivo

influenciado pela situação emocional com que se encontra o indiví

registrar o contraste que está sendo produzido pelo conhecimento que se têm das regras

quando se faz uso delas. Dizendo de outra forma, Chomsky afirma que a investigação do

desempenho da pessoa depende de como se “compreende a competênc

são teorias que Chomsky introduziu na Linguística e tem a consciência de que a

competência, seuobjeto de estudo é para um falante

comunicade ideal.

Para o estruturalista,a língua é um sistema

exterior aos indivíduos que deve ser estudado separado da fala. Por outro lado Chomsky

em sua teoria gerativista afirma que os seres humanos apresentam uma predisposição

25Autor da obra Curso de Linguística Geral que estabeleceu as bases para dar o caráter científico aos

estudos de linguagem: a Linguística. Obra que foi escrita por seus alunos e publicada em 19l6.26SAUSSURE, 1975 27CHOMSKY, 1980

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Essas duas expressões, língua e fala, fazem oposição entre si e ambas compõem

uma das dicotomias de Saussure25 e que somadas chega-se ao resultado chamado

Último teórico dos estudos de linguagem deste artigo, Chomsky

competência/desempenho. Ele se baseia em que o indivíduo tenha a capacidade

linguagem, especificamente para a aquisição da língua e que é representada

por uma estrutura gramatical mental capaz de produzir infinitas sentenças com um

número finito de palavras e de regras. É uma capacidade genética que pessoa tem para

Começa a sua teoria definindo competência: é um conjunto de regras

internalizadas que permite o indivíduo produzir, entender e avaliar enunciados de

, mas que é desprovido de consciência dessas regras. Quanto ao

, é a realização do que se fala, ouve, escreve ou lê e está ligado diretamente à

Chomsky desenvolveu muitos outros trabalhos, mas o outro mais

este artigo, é com relação ao Gerativismo. Ele desenvolveu uma gramática universal

, presente em todas as línguas, que tem como fundamentos a dicotomia já referida, e a

outra é a gramática particular, em que a pessoa se utilizada da gramática universal e das

nuances de sua própria língua.Fica claro que a competência está ligada à GU e e é comum

e não se altera por nenhum motivo, mas o desempenho

influenciado pela situação emocional com que se encontra o indivíduo. É somente para

registrar o contraste que está sendo produzido pelo conhecimento que se têm das regras

Dizendo de outra forma, Chomsky afirma que a investigação do

desempenho da pessoa depende de como se “compreende a competência”.

são teorias que Chomsky introduziu na Linguística e tem a consciência de que a

objeto de estudo é para um falante-ouvinte ideal e que pertença a uma

Para o estruturalista,a língua é um sistema homogêneo, um conjunto de signos

exterior aos indivíduos que deve ser estudado separado da fala. Por outro lado Chomsky

em sua teoria gerativista afirma que os seres humanos apresentam uma predisposição

Autor da obra Curso de Linguística Geral que estabeleceu as bases para dar o caráter científico aos estudos de linguagem: a Linguística. Obra que foi escrita por seus alunos e publicada em 19l6.

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Essas duas expressões, língua e fala, fazem oposição entre si e ambas compõem

se ao resultado chamado

Chomsky contribui com a

Ele se baseia em que o indivíduo tenha a capacidade

e que é representada

por uma estrutura gramatical mental capaz de produzir infinitas sentenças com um

É uma capacidade genética que pessoa tem para

é um conjunto de regras

internalizadas que permite o indivíduo produzir, entender e avaliar enunciados de

, mas que é desprovido de consciência dessas regras. Quanto ao

, é a realização do que se fala, ouve, escreve ou lê e está ligado diretamente à

Chomsky desenvolveu muitos outros trabalhos, mas o outro mais destacado para

este artigo, é com relação ao Gerativismo. Ele desenvolveu uma gramática universal -

a dicotomia já referida, e a

mática universal e das

está ligada à GU e e é comum

desempenho pode ser

duo. É somente para

registrar o contraste que está sendo produzido pelo conhecimento que se têm das regras

Dizendo de outra forma, Chomsky afirma que a investigação do

ia”. Mas tudo isso

são teorias que Chomsky introduziu na Linguística e tem a consciência de que a

ouvinte ideal e que pertença a uma

homogêneo, um conjunto de signos

exterior aos indivíduos que deve ser estudado separado da fala. Por outro lado Chomsky

em sua teoria gerativista afirma que os seres humanos apresentam uma predisposição

Autor da obra Curso de Linguística Geral que estabeleceu as bases para dar o caráter científico aos estudos de linguagem: a Linguística. Obra que foi escrita por seus alunos e publicada em 19l6.

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genética que permite a aquisição da linguagem.Segundo

princípios radicados na mente humana

língua a termos conhecidos como:competência e desempenho

natural, ou seja, a capacidade inata para a aquisição das línguas

performance.

Finalizando a seção de fundamentos, assim como Platão e Aristóteles, Crátilo e

Hermógenes, Leibniz e Locke têm na mesma fonte de discussão a

como objetos bem definidos, Saussure

estuda a língua e outro, também estruturalista, mas do nível mental

linguagem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da exposição histórico

o leitor pôde entender o porquê do caráter provocativo presente no título deste artigo.

A ideia em gerar esse tipo de reflexão teve como proposta geral a fundamentação

conceitual da dicotomia naturalismo/convencionalismo

diferença dessas ciências que

disciplina chamada de Direito e Linguagem.

E como objetivo específico,

aula, em seminários ou em lugares que propiciem a divulgação de conhecimentos

natureza. Para tanto, o tom provocativo deste

didático, inferências acerca de

motivam inquietações.

Sabe-se que uma das propostas

levar aos estudiosos e pesquisadores resultados sucintos baseados em pesquisas com

métodos bem definidos. Este é o padrão, mas existem outras maneiras para divulgar

conhecimento na forma de artigo, que é o cas

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genética que permite a aquisição da linguagem.Segundo ele,a língua é um sistema de

princípios radicados na mente humana. Noam Chomsky relaciona, ainda,a aquisição da

língua a termos conhecidos como:competência e desempenho, em que o primeiro é

natural, ou seja, a capacidade inata para a aquisição das línguas, sendo o segundo a sua

Finalizando a seção de fundamentos, assim como Platão e Aristóteles, Crátilo e

Hermógenes, Leibniz e Locke têm na mesma fonte de discussão a linguagem

como objetos bem definidos, Saussure e Chomsky também. O primeiro é

também estruturalista, mas do nível mental-cognitivo

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da exposição histórico-conceitual de ambas ciências, Direito e Linguagem,

porquê do caráter provocativo presente no título deste artigo.

A ideia em gerar esse tipo de reflexão teve como proposta geral a fundamentação

da dicotomia naturalismo/convencionalismo para o melhor entendimento

diferença dessas ciências que, conjuntamente, geram no Curso de Direito

Direito e Linguagem.

E como objetivo específico, promover discussões acadêmicas dentro das salas de

aula, em seminários ou em lugares que propiciem a divulgação de conhecimentos

Para tanto, o tom provocativo deste estudopropiciou, além d

inferências acerca de possíveis retomadas de Locke às definições que ainda

se que uma das propostas mais importantes na elaboração de um artigo é

levar aos estudiosos e pesquisadores resultados sucintos baseados em pesquisas com

métodos bem definidos. Este é o padrão, mas existem outras maneiras para divulgar

conhecimento na forma de artigo, que é o caso deste.

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ele,a língua é um sistema de

Noam Chomsky relaciona, ainda,a aquisição da

, em que o primeiro é

, sendo o segundo a sua

Finalizando a seção de fundamentos, assim como Platão e Aristóteles, Crátilo e

linguagem e a língua

primeiro é estruturalista e

cognitivo, estuda a

, Direito e Linguagem,

porquê do caráter provocativo presente no título deste artigo.

A ideia em gerar esse tipo de reflexão teve como proposta geral a fundamentação

para o melhor entendimento da

geram no Curso de Direito uma única

promover discussões acadêmicas dentro das salas de

aula, em seminários ou em lugares que propiciem a divulgação de conhecimentos dessa

propiciou, além do seu caráter

possíveis retomadas de Locke às definições que ainda

mais importantes na elaboração de um artigo é

levar aos estudiosos e pesquisadores resultados sucintos baseados em pesquisas com

métodos bem definidos. Este é o padrão, mas existem outras maneiras para divulgar

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Finalizando, viabiliza

sendo apresentadas a seguir

busca de argumentos consistentes para

1) Se Locke ainda estivesse em condições de

linguagem é convencional, ele o faria ou não

2) E se o fizesse, confirmaria ou refutaria a sua própria afirmação?

3) A partir dos fundamentos apresentados neste artigo, é possível afirmar se

Locke tinha ou não razão quanto às suas definições de ambos elementos

dicotômicos?

4) Locke poderia ser somente naturalista ou convencionalista em relação às duas

ciências?

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução de Carlos Nelson Coutinho, 5ª. reimp.

Rio de Janeiro: Campus, 1992.

CHOMSKY, Noam. Estruturas Sintáticas. Portugal: Edições 70, 1980.

DICIONÁRIO HOUAISS DA LÍNGUA PORTUGUESA

Janeiro: Editora Objetiva, 2009.

DONELLY, Jack. The social construction of international human rights. In: DUNNE,

Tim; WHEELER, Nicholas J. Human Rights in Global Politics.

Press, 1999.

HENKIN, Louis. The rights of man today.

MOREIRA, Adriano. Teoria das relações internacionais. Coimbra: Almedina, 1987.

OLIVEIRA, Manfredo A. de.

PINKER, Steven. Tábula Rasa

Laura Teixeira Motta. 2ª. Reimpressão. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

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viabiliza-se assim nossa proposta para a continuidade dos estudos

a seguir as questões para nortear a discussão e despertar no aluno a

busca de argumentos consistentes para resolver estas indagações:

nda estivesse em condições de reavaliar sua afirmação de que a

linguagem é convencional, ele o faria ou não?

E se o fizesse, confirmaria ou refutaria a sua própria afirmação?

A partir dos fundamentos apresentados neste artigo, é possível afirmar se

tinha ou não razão quanto às suas definições de ambos elementos

ser somente naturalista ou convencionalista em relação às duas

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução de Carlos Nelson Coutinho, 5ª. reimp.

Rio de Janeiro: Campus, 1992.

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o: Editora Objetiva, 2009.

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HENKIN, Louis. The rights of man today.London: Stevens & Sons, 1979.

MOREIRA, Adriano. Teoria das relações internacionais. Coimbra: Almedina, 1987.

OLIVEIRA, Manfredo A. de. Ética e sociabilidade. 2.ed. São Paulo: Loyola, 1993.

Tábula Rasa : a negação contemporânea da natureza humana ; tradução

Laura Teixeira Motta. 2ª. Reimpressão. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

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nossa proposta para a continuidade dos estudos,

as questões para nortear a discussão e despertar no aluno a

reavaliar sua afirmação de que a

E se o fizesse, confirmaria ou refutaria a sua própria afirmação?

A partir dos fundamentos apresentados neste artigo, é possível afirmar se

tinha ou não razão quanto às suas definições de ambos elementos

ser somente naturalista ou convencionalista em relação às duas

BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução de Carlos Nelson Coutinho, 5ª. reimp.

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: a negação contemporânea da natureza humana ; tradução

Laura Teixeira Motta. 2ª. Reimpressão. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

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PLATÃO. DIÁLOGOS VI: Crátilo, Cármides, Láques, Ion, Menexeno. São Paulo:

Edipro, 2010.

REALE, Miguel. Filosofia do direi

SAUSSURE, Ferdinand. Curso de Linguística Geral. 7ª. ed. São Paulo: Cultrix, 1975

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Filosofia do direito. 20.ed. São Paulo: Saraiva, 2002.

SAUSSURE, Ferdinand. Curso de Linguística Geral. 7ª. ed. São Paulo: Cultrix, 1975

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PLATÃO. DIÁLOGOS VI: Crátilo, Cármides, Láques, Ion, Menexeno. São Paulo:

SAUSSURE, Ferdinand. Curso de Linguística Geral. 7ª. ed. São Paulo: Cultrix, 1975