O Cenário Político - Nacional e Regional após o Certame Eleitoral de 2012

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O Cenário Político - Nacional e Regional após o Certame Eleitoral de 2012 (Seminário Interno do Partido Socialista Brasileiro Cariacica/ES, 10 de Novembro de 2012) José Roberto Bonifácio Especialista em Ciência Política (IUPERJ) Professor da Universidade Gama Filho (UGF - RJ) e da Faculdade Humanas (Cachoeiro do Itapemirim ES) [email protected]

Transcript of O Cenário Político - Nacional e Regional após o Certame Eleitoral de 2012

O Cenário Político - Nacional e Regional após o Certame Eleitoral de 2012

(Seminário Interno do Partido Socialista Brasileiro

Cariacica/ES,

10 de Novembro de 2012)

José Roberto Bonifácio Especialista em Ciência Política (IUPERJ)

Professor da Universidade Gama Filho (UGF - RJ) e da Faculdade Humanas (Cachoeiro do Itapemirim ES)

[email protected]

O “PRESIDENCIALISMO DE COALIZÃO” EM NOVAS DIMENSÕES:

AS ELEIÇÕES DE 2012 NO PANORAMA NACIONAL "Había una vez una rana sentada en la orilla de un río, cuando se le acercó un escorpión que le

dijo: —Amiga rana, ¿puedes ayudarme a cruzar el río? Puedes llevarme en tu espalda… —¿Que te lleve en mi espalda? —contestó la rana—. ¡Ni pensarlo! ¡Te conozco! Si te llevo en mi espalda, sa carás tu aguijón, me picarás y me matarás. —No seas tonta —le respondió entonces el escorpión—. ¿No ves que si te pincho con mi aguijón, te hundirás en el agua y como yo no sé nadar, también me ahogaré? Tanto insistió el escorpión que al fin la rana accedió. El escorpión se colocó sobre la resbaladiza espalda de la rana y empezaron a cruzar el río. Cuando habían llegado a la mitad del trayecto, en una zona del río donde había remolinos, el escorpión picó con su aguijón a la rana. La rana sintió el fuerte picotazo y cómo el veneno mortal se extendía por su cuerpo. Y mientras se ahogaba, y veía cómo también con ella se ahogaba el escorpión, pudo sacar las últimas fuerzas que le quedaban para preguntarle: —No entiendo nada… ¿Por qué lo has hecho? Tú también vas a morir. Y entonces, el escorpión la miró y le respondió: —Lo siento ranita. Es mi naturaleza." http://es.wikipedia.org/wiki/El_escorpi%C3%B3n_y_la_rana "We may be likened to two scorpions in a bottle, each capable of killing the other, but only at the risk of his own life." (J. ROBERT OPPENHEIMER, “Atomic Weapons and American Policy,” Foreign Affairs, July 1953, p. 529.)

ELEIÇÕES DE 2012 NO PANORAMA NACIONAL

POPULAÇÃO QUE CADA PARTIDO GOVERNARÁ

POPULAÇÃO QUE CADA PARTIDO GOVERNARÁ

NUMERO DE PREFEITOS ELEITOS - NACIONAL

NUMERO DE PREFEITOS ELEITOS - NACIONAL

A CAPILARIDADE ELEITORAL DAS LEGENDAS EM 2000

A CAPILARIDADE ELEITORAL DAS LEGENDAS EM 2004

A CAPILARIDADE ELEITORAL DAS LEGENDAS EM 2008

A CAPILARIDADE ELEITORAL DAS LEGENDAS EM 2012

TENDÊNCIAS EVOLUTIVAS DO SUPORTE ELEITORAL ÀS PRINCIPAIS LEGENDAS

TENDÊNCIAS EVOLUTIVAS DO SUPORTE ELEITORAL ÀS PRINCIPAIS LEGENDAS NAS CAPTAIS

TENDÊNCIAS EVOLUTIVAS DO SUPORTE ELEITORAL ÀS PRINCIPAIS LEGENDAS x BOLSA FAMILIA

VOLUME DE VOTOS OBTIDO – NACIONAL (1º TURNO)

VOLUME DE VOTOS OBTIDO – NACIONAL (1º TURNO)

VOLUME DE VOTOS OBTIDO – NACIONAL (2º TURNO)

VOLUME DE VOTOS OBTIDO – NACIONAL (2º TURNO)

VOLUME ORÇAMENTÁRIO A SER GERIDO

VOLUME ORÇAMENTÁRIO A SER GERIDO

TENDÊNCIAS EVOLUTIVAS DO SUPORTE ELEITORAL ÀS PRINCIPAIS LEGENDASX QUALIDADE DA GESTÃO FISCAL

TENDÊNCIAS EVOLUTIVAS DO SUPORTE ELEITORAL ÀS PRINCIPAIS LEGENDASX QUALIDADE DA GESTÃO FISCAL

REELEIÇÃO EM BAIXA

EFICIÊNCIA ELEITORAL DAS CANDIDATURAS

EFICIÊNCIA ELEITORAL DAS CANDIDATURAS

EFICIÊNCIA ELEITORAL DAS CANDIDATURAS

DESEMPENHO DOS PARTIDOS NOS ESTADOS

DESEMPENHO DOS PARTIDOS NOS ESTADOS

DESEMPENHO DOS PARTIDOS NOS ESTADOS

DESEMPENHO DOS PARTIDOS NOS ESTADOS

DESEMPENHO DOS PARTIDOS NOS ESTADOS

DESEMPENHO DOS PARTIDOS NOS ESTADOS

COMO FICOU A COMPOSIÇÃO DO LEGISLATIVO LOCAL?

COMO FICOU A COMPOSIÇÃO DO LEGISLATIVO LOCAL?

ELEIÇÕES DE 2012 NO PANORAMA NACIONAL

• O que se demonstra ao longo da evolução dos principais partidos no Brasil ao longo dos ultimos dezesseis anos (5 pleitos municipais)? Fica constatado o declinio na representatividade do PSDB e do DEM (ex-PFL), a oscilação do PMDB e do PP, e um crescimento vertiginoso do PT. O quanto a proximidade do poder federal afeta esta representatividade local é o que se evidencia nos numeros de cada legenda.

• A mais notável ausência neste gráfico é a do PSB, legenda que elegeu até aqui 423 prefeitos nessa eleição, o que mais cresceu em número de prefeitos, o que - ratificando movimentações de lideranças já constatadas em pleitos anteriores, de 2000, 2004, 2008 e 2010 - corresponde quase que matemáticamente às perdas de outros partidos, como o DEM.

• Ao que parece eles experimentam uma segunda ou terceira fase de crescimento capitaneada pelo prestigio de ex e atuais governadores, tendo sido a primeira com Anthony Garotinho (2002), depois com Ciro Gomes (2005) e agora com Eduardo Campos.

ELEIÇÕES DE 2012 NO PANORAMA NACIONAL

• Analisar a atuação do ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra na produção dos resultados alcançados e a circunstância em que destinou a seu estado natal, 90% das verbas para prevenção e mitigação de catástrofes naturais, nos leva a indagar quais seriam os fatores institucionais de nosso sistema político que geram tal comportamento aberrante.

• O episódio alem de envolver um importante partido da coalizão de governo (o PSB) e um potencial presidenciável, o governador Eduardo Campos (PE), ainda realça o fato de que aquele mesmo estado tornou-se um ator geopolítico de peso na Federação, protagonizando como lider da frente pela redistribuição de royalties do petróleo e obteve a indicação recente de uma Ministra para o Tribunal de Contas da União (TCU). Ao mesmo tempo, o partido de Campos registrou notável crescimento em toda a região Nordeste nas eleições de 2010.

• Senão vejamos na forma de simples proposições facilmente verificáveis.

ELEIÇÕES DE 2012 NO PANORAMA NACIONAL

• - Com a instauração, em 1889-92, do regime republicano e do federalismo suprimiu-se o sistema unitário herdado da colonização portuguesa e do Império;

• - O desenvolvimento desigual e combinado das regiões naquele periodo diferenciou as elites regionais o suficientemente em termos de ideias, interesses e projetos;- A desagregação administrativa do corpo politico da União tende a ganhar dimensões e consequencias realísticas, ainda que não tão encontre fundamento tão sólido na doutrina patrimonialista que se acha incorporada históricamente em nosso Constitucionalisnmo e em nossa Teoria do Estado;

• - Tal circunstancia juridica desencoraja eficientemente o avanço de ideais separatistas mas não impede as elites de travarem graves conflitos entre si, que por vezes desestabilizam a ordem política e induzem transições de regime (1930, 1945, 1964, 1985) mais ou menos traumáticas;

• - Assim é que os estados emergem como sujeitos geopolíticos autonomos e singulares (ainda que não em direito próprio) vis-à-vis a União;

ELEIÇÕES DE 2012 NO PANORAMA NACIONAL

• - O fato de que os partidos políticos brasileiros sempre foram fracamente institucionalizados e pouco nacionalizados reforça sua estrita dependencia de "caciques" regionais, orientando seu comportamento pelos ditames da agenda dos mesmos;

• - O regionalismo oligárquico florece e tende a se impor como clivagem no sistema político na medida em que as identidades culturais se diferenciam e se consolidam as estruturas de poder que as legitimam;

• - Os estados da federação tendem a conceber, elaborar e implementar projetos de poder autonomos e singulares tanto na esfera doméstica quanto na internacional;- O sistema partidário e federalismo potencializa a projeção de poder dos estados na politica nacional;

ELEIÇÕES DE 2012 NO PANORAMA NACIONAL

• - Determinados estados colonizam ministérios e policy-areas do Governo Federal: assim é que MG tende a comandar o DNER, os estados nordestinos a SUDENE e o DNOCS, os do centro-oeste visam o Ministério da Agricultura, os paulistas visam o Ministério do Trabalho, o estado de PE a integração nacional;

• - Determinados partidos tendem a concentrar-se em macrorregiões em que o nivel de desenvolvimento socioeconomico ou os caracteres etnicoculturais são mais receptivos ao seu programa ideológico - desenvolvem assim, enquanto organizações, seus proprios estratagemas geopoliticos e estes vias de regra espelham os de suas lideranças regionais mais expressivas;

• - O "ajustamento estrutural" dos anos 1990, induziu uma onda de centralização administrativa e fiscal em proveito da União, culminando com a ratificação da Lei de Responsabilidade Fiscal que expropriou as elites regionais de muitas das suas prerrogativas quanto ao Orçamento Público, sobretudo em termos de decisões de gasto e investimentos, mas isto não diminuiu sua capacidade de projeção geopolítica das demandas da periferia para o centro do sistema político;

ELEIÇÕES DE 2012 NO PANORAMA NACIONAL

• - Os parlamentares, na Câmara dos Deputados, além de buscarem benefícios particularizados para seus distritos eleitorais dentro dos estados, ainda tendem a engajar-se em escambos (logrolls) com outras bancadas visando maximizar seus ganhos mútuos;

• - A coordenação de interesses (federalismo horizontal) se torna mais e mais precária e ineficiente, originando problemas de recursos comuns (common pool resources);

• - Multiplicam-se os episódios de enfrentamento no Congresso Nacional e outras instituições;

• - A "Guerra Fiscal" dos anos 1990 e agora a "partilha de Royalties do Pré-Sal" se tornam episódios paradigmáticos do choque de diferentes estratégias geopolíticas na Federação Brasileira, realçando gravemente o papel dos estados como portadores de identidade e projeto geopoliticos próprios;

• - Pressões pela reacomodação de elites regionais se resolvem por divisão de municípios dentro dos mesmos estados, atingindo magnitude assustadora após a Constituição de 1988.

• - Por outro lado, a divisão dos estados existentes (ver o caso do recente plebiscito de Tapajós), como decorrencia daquelas mesmas pressões intraoligárquicas, ainda carece de legitimação ideológica e justificativa material.

ELEIÇÕES DE 2012 NO PANORAMA NACIONAL

• A outra dimensão, judicial, de nosso sistema político emerge como um tremendo "unintended effect" da judicialização da politica nacionaltal como o economista GHB Franco sintetizou:

• "CRIMINALIZAÇÃO de políticas públicas foi o que fez o PT quando inundou de ações judiciais as autoridades responsáveis pela estabilização, pela privatização, PROER, por qualquer coisa que o governo executasse com sucesso. Depois de muitos

• anos, vê-se que não obtiveram sucesso em nenhuma dessas iniciativas. Diversas pessoas, a começar pelo presidente FHC, foram para casa com dezenas, e às vezes centenas de ações judiciais de motivação exclusivamente política, e com o intuito expresso de ferir reputações. E não ganaharam nada. O PT procurou ativamente utilizar o Judiciário como arma de propaganda política: falhou em ferir seus adversários, e teve a recompensa que bem mereceu através da condenação de seus dirigentes maiores, exceto pelo maior de todos. Este julgamento recoloca as coisas em seus devidos lugares: não há "empate" na falta de ética, os bandidos são eles.”

ELEIÇÕES DE 2012 NO PANORAMA NACIONAL

• Lula ainda ganha mais uma ou duas eleições presidenciais. • Sobre os desdobramentos do affair “mensalão”: • (1) As instituições, com casos feito estes, acumularam certa expertise e

conhecimentos acerca das conexões perigosas do sistema politico, e se, por um lado, lhes parece que elas operam numa base de secreticidade ou ocultamento de "verdades inconvenientes" a determinados segmentos das elites empresariais, financeira e politico-partidária, por outro há uma permeabilidade a pressões e demandas da sociedade civil, há pessoas e organizações operando, dentro e fora do circuito das social network, pra fazer esta engrenagem girar - e... funciona!;

• (2) Quanto à atual composição do STF - quase sempre mencionada como um entrave - o "repovoamento" das posições da magistratura no STF está apenas em seu inicio para se afirmar que a corte se acha enviesada procedimental e ideológicamente para produzir jurisprudencia contrária ao projeto politico do PT. Ainda assim penso que se subestima demais o atual colegiado acerca de um hipotetico futuro julgamento do "mensalão"/"privataria" demo-tucanas, assim como se menosprezava o mesmo quanto ao "mensalão" petista. É questão de expectativas e elas tendem a ser tão deterioradas quanto mais distantes ou remotos são os prazos de processamento e julgamento das ações penais.

ELEIÇÕES DE 2012 NO PANORAMA NACIONAL

• (3) existem sim pessoas e grupos dispostos a fazer "barulho" por tratamento isonomico e julgamento dos demais partidos do sistema uma vez que ninguem mais duvida que estes casos tenham existido e produzido consequencias nefastas.

• Se é para fazer "tribunal de exceção" a partir da galvanização de sentimentos intensos da opinião pública na forma de pré-julgamentos que se realizem ao arrepio de normas procedimentais do Direito, não há porque crer que o colegiado vá restringir sua ação a um único caso. Não quando ha maiorias em jogo!

COMO FICOU A COMPOSIÇÃO DO LEGISLATIVO LOCAL?

PLACAR DA VOTAÇÃO, NA CÂMARA, SOBRE OS PROJETOS QUE REDISTRIBUEM OS ROYALTIES DO PETRÓLEO ENTRE ESTADOS E

MUNICÍPIOS PRODUTORES E NÃO PRODUTORES.

PLACAR DA VOTAÇÃO, NA CÂMARA, SOBRE OS PROJETOS QUE REDISTRIBUEM OS ROYALTIES DO PETRÓLEO ENTRE ESTADOS E

MUNICÍPIOS PRODUTORES E NÃO PRODUTORES.

• 1) PT, PC do B, Psol e PRTB foram os únicos que os votos foram todos para educação. Psol e PRTB é um voto, PT (74) e PC do B (10). 2) PMDB tem maior compromisso com a educação do que PSDB. Dos 65 votos registrados do PMDB, 45 foi para educação e 20 contra. No PSDB, dos 46 votos registrados, 25 contra a educação e 21 a favor. Embora seja contrário ao senso comum, isso é esperado, uma vez que o PMDB tem apoiado agendas distributivistas, combinado com uma agenda ruralista. É um paradoxo. 3) PDT, o partido que advoga como principal bandeira a educação, foram 14 votos contra a educação e 7 a favor. (J. M. Marinho)

A “REVOLTA CONTRA A ‘GEOPOLÍTICA’” E A RACIONALIDADE DOS CARANGUEJOS: AS ELEIÇÕES DE 2012 NO PANORAMA

REGIONAL

"Se não aparece mais, é porque a cena política capixaba tem muito a ver com

uma cesta de caranguejos..."

[...]

"Entretanto, sem o pacto político das elites, que continuam agindo como

caranguejos na cesta, os quadros técnicos do estado não têm espaço para agir."

(Geraldo Hasse.) “A dor do não-reconhecimento se reflete na velha história do caranguejo puxado de volta para o cesto por um companheiro de baixo quando se encontra prestes a alcançar a liberdade" (Idem).

POPULAÇÃO QUE CADA LEGENDA GOVERNARÁ NO ES

POPULAÇÃO QUE CADA LEGENDA GOVERNARÁ NO ES

ELEIÇÕES 2012 - ESPÍRITO SANTO POPULAÇÃO DOS MUNICÍPIOS X PARTIDOS DOS PREFEITOS ELEITOS

Partido Prefeito

Eleito População Total

% da

População

Total

PSB 1.012.098 28,6%

PPS 666.386 18,9%

DEM 464.870 13,2%

PT 385.414 10,9%

PDT 340.027 9,6%

PMDB 221.457 6,3%

PSDB 105.531 3,0%

PP 83.963 2,4%

PV 76.920 2,2%

PRP 60.892 1,7%

PTB 41.188 1,2%

PMN 35.876 1,0%

PCdoB 29.086 0,8%

PSD 8.964 0,3%

População Total 3.532.672

ELEIÇÕES 2012 - ESPÍRITO SANTO POPULAÇÃO DOS MUNICÍPIOS X PARTIDOS DOS PREFEITOS

ELEITOS

PSB; 1.012.098; 29%

PPS; 666.386; 19%

DEM; 464.870; 13%

PT; 385.414; 11%

PDT; 340.027; 10%

PMDB; 221.457; 6%

PSDB; 105.531; 3%

PP; 83.963; 2%

PV; 76.920; 2%

PRP; 60.892; 2%

PTB; 41.188; 1%

PMN; 35.876; 1%

PCdoB; 29.086; 1%

PSD; 8.964; 0%

Eleições 2012 - Espírito Santo População dos municípios x Partidos eleitos

NUMERO DE PREFEITOS ELEITOS - REGIONAL

NUMERO DE PREFEITOS ELEITOS - REGIONAL

ELEIÇÕES ES: VOTOS PARA PREFEITO 1° TURNO (ELEITOS OU NÃO) – 2008 E 2012

444.459

416.043

266.240

208.719

128.739 126.528

104.045

78.677

251.022

216.445 229.472

396.256

172.291

120.051

199.431

133.923

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

400.000

450.000

500.000

PMDB PT PDT PSB PSDB DEM PPS PR

Espírito Santo - Votos para prefeito 1° turno - 2008 e 2012

2008 Votos Cand. Pref. 1° Turno 2012 Votos Cand. Pref. 1° Turno

VOLUME DE VOTOS OBTIDO NO ES (2º TURNO 2012)

ELEIÇÕES 2012 - ESPÍRITO SANTO VOTAÇÃO DOS PREFEITOS ELEITOS – POR PARTIDO

Partido

Prefeito

Eleito

VOTOS VOTOS %

PSB 313.409 27,2%

PPS 252.178 21,9%

DEM 138.242 12,0%

PT 116.932 10,2%

PDT 105.306 9,2%

PMDB 73.060 6,3%

PSDB 36.932 3,2%

PP 27.825 2,4%

PV 24.911 2,2%

PRP 16.457 1,4%

PTB 17.103 1,5%

PMN 13.154 1,1%

PCdoB 11.447 1,0%

PSD 3.761 0,3%

1.150.717

ELEIÇÕES 2012 - ESPÍRITO SANTO VOTAÇÃO DOS PREFEITOS ELEITOS – POR PARTIDO

PSB; 313.409; 27%

PPS; 252.178; 22%

DEM; 138.242; 12%

PT; 116.932; 10%

PDT; 105.306; 9%

PMDB; 73.060; 6%

PSDB; 36.932; 3%

PP; 27.825; 3%

PV; 24.911; 2%

PRP; 16.457; 2%

PTB; 17.103; 2%

PMN; 13.154; 1%

PCdoB; 11.447; 1%

PSD; 3.761; 0%

Eleições 2012 - Espírito Santo Votação dos Prefeitos Eleitos

VOLUME ORÇAMENTÁRIO A SER GERIDO ANUALMENTE – ES 2012/2016

VOLUME ORÇAMENTÁRIO A SER GERIDO ANUALMENTE – ES 2012/2016

EFICIÊNCIA ELEITORAL DAS CANDIDATURAS – ES 2012

EFICIÊNCIA ELEITORAL DAS CANDIDATURAS – ES 2012

EFICIÊNCIA ELEITORAL DAS CANDIDATURAS – ES 2012

Partido Eleitos % (*)

PMDB - Partido do Movimento Democrático Brasileiro 90 10,74

PSB - Partido Socialista Brasileiro 89 10,62

PT - Partido dos Trabalhadores 75 8,95

PDT - Partido Democrático Trabalhista 69 8,23

PSD - Partido Social Democrático 59 7,04

PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira 57 6,8

PP - Partido Progressista 53 6,32

PPS - Partido Popular Socialista 40 4,77

PR - Partido da República 38 4,53

DEM - Democratas 37 4,42

PV - Partido Verde 35 4,18

PTB - Partido Trabalhista Brasileiro 34 4,06

PRP - Partido Republicano Progressista 27 3,22

PMN - Partido da Mobilização Nacional 25 2,98

PSC - Partido Social Cristão 22 2,63

PRB - Partido Republicano Brasileiro 20 2,39

PHS - Partido Humanista da Solidariedade 16 1,91

PC do B - Partido Comunista do Brasil 12 1,43

PT do B - Partido Trabalhista do Brasil 11 1,31

PTN - Partido Trabalhista Nacional 8 0,95

PTC - Partido Trabalhista Cristão 6 0,72

PPL - Partido Pátria Livre 5 0,6

PSL - Partido Social Liberal 4 0,48

PRTB - Partido Renovador Trabalhista Brasileiro 3 0,36

PSDC - Partido Social Democrata Cristão 3 0,36

PRTB ; 3; 0% PSDC ; 3; 0% PSL ; 4; 0% PPL ; 5; 1%

PTC ; 6; 1% PTN ; 8; 1%

PT do B ; 11; 1%

PC do B ; 12; 1%

PHS ; 16; 2%

PRB ; 20; 2%

PSC ; 22; 3%

PMN ; 25; 3%

PRP ; 27; 3%

PTB ; 34; 4%

PV ; 35; 4% DEM ; 37; 4%

PR ; 38; 5% PPS ; 40; 5% PP ; 53; 6%

PSDB ; 57; 7%

PSD ; 59; 7%

PDT ; 69; 8%

PT ; 75; 9%

PSB ; 89; 11% PMDB ; 90; 11%

Eleições 2012 - Espírito Santo Vereadores Eleitos por Partido

OS PARTIDOS E SEUS VEREADORES – ES 2012

CARGO/SEXO Abrangência Cargo Sexo Qt Candidatos

Eleito/ 2º Turno

Não Eleito

Brasil Prefeito Masculino 13.063 4.932 8.131 Brasil Prefeito Feminino 2.020 670 1.350 Total Geral 15.083 5.602 9.481

Abrangência Cargo Sexo Qt Candidatos Eleito/

2º Turno Não Eleito

Capitais Prefeito Masculino 164 41 123 Capitais Prefeito Feminino 28 2 26 Total Geral 192 43 149

Abrangência Cargo Sexo Qt Candidatos Eleito/

2º Turno Não Eleito

Interior Prefeito Masculino 12.899 4.891 8.008 Interior Prefeito Feminino 1.992 668 1.324 Total Geral 14.891 5.559 9.332

Abrangência Cargo Sexo Qt Candidatos Eleito/

2º Turno Não Eleito

Cidades <200mil Hab Prefeito Masculino 12.598 4.807 7.791 Cidades <200mil Hab

Prefeito Feminino 1.957 660 1.297

Total Geral 14.555 5.467 9.088

CARGO/SEXO

Abrangência Cargo Sexo Qt Candidatos Eleito/ 2º Turno

Não Eleito

Brasil Vereador Masculino 255.749 47.770 207.979 Brasil Vereador Feminino 121.088 7.448 113.640 Total Geral 376.837 55.218 321.619

Abrangência Cargo Sexo Qt Candidatos Eleito/ 2º Turno

Não Eleito

Interior Vereador Masculino 273.640 48.907 224.733 Interior Vereador Feminino 128.819 7.537 121.282 Total Geral 402.459 56.444 346.015

Abrangência Cargo Sexo Qt Candidatos Eleito/ 2º Turno

Não Eleito

Capital Vereador Masculino 11.894 707 11.187 Capital Vereador Feminino 4.951 104 4.847 Total Geral 16.845 811 16.034

Abrangência Cargo Sexo Qt Candidatos Eleito/ 2º Turno

Não Eleito

Brasil Vereador Masculino 285.534 49.614 235.920 Brasil Vereador Feminino 133.770 7.641 126.129 Total Geral 419.304 57.255 362.049

O ESTRANHO SIGNIFICADO QUE AS ELITES REGIONAIS DÃO AO TERMO "GEOPOLÍTICA”

• "As articulações políticas na Grande Vitória para tentar manter a geopolítica, acordos de cúpula feitos, principalmente, pelo prefeito João Coser (PT), pelo ex-governador Paulo Hartung (PMDB) e pelo governador Renato Casagrande (PSB), enfrentam resistências. Há dúvidas se a estratégia que busca o "equilíbrio" das forças políticas e que nasceu em 2004 vai funcionar neste ano."¹

• "Os executores petistas da engenharia política da alta burguesia capixaba atribuem o crescimento eleitoral do PT capixaba à sua sagaz adesão à chamada geopolítica.

• Esquecem-se de dizer que, lá no ano 2000, defenderam que o PT não lançasse candidaturas próprias em Vitoria, Cariacica, Colatina e Cachoeiro de Itapemirim, cidades hoje governadas pelo PT.

• Fica uma dúvida eterna: foi a ousadia da base petista que lançou candidatos nestas cidades que fortaleceu eleitoralmente o PT, ou foi a renúncia covarde à candidatura ao governo do Estado?

• Um dia isso será respondido.“²

O ESTRANHO SIGNIFICADO QUE AS ELITES REGIONAIS DÃO AO TERMO "GEOPOLÍTICA”

• "Para alguns observadores, geopolítica significa um novo tipo de crime organizado, o crime organizado partidário, que decide a eleição antes mesmo de o processo ser deflagrado, tirando da população o direito de escolha.

• O candidato, independentemente de sua competitividade, do prestígio e do projeto político, fica refém dos interesses do grupo em que está. Se a candidatura não interessa ao grupo, o candidato é ameaçado, pressionado, os recursos e as alianças lhe são arrancados para que fique isolado, sem condições de disputar.

• E quem aceita o jogo, aceita mais do que meramente um leque de apoio que garanta uma eleição tranquila. Aceita também a mudança na esfera política. Em vez de um comprometimento com o eleitor, passa a ter comprometimento com um grupo político. Isso coloca em risco não só o processo democrático, mas também a finalidade dele, que é o bem-estar da população."³

"Essa prática de desmonte do Partido e de abdicação de um projeto político guarda relação com o que a mídia costuma denominar de “mercado político” e/ou “geopolítica”, que nada mais é do que uma articulação e uma combinação entre políticos, grandes grupos empresariais, econômicos, grande mídia e mesmo setores do judiciário e do ministério público que construíram um projeto político e econômico para o estado e que buscam a cada eleição impor ao conjunto da sociedade capixaba.

• Em que pese os adjetivos pomposos (“mercado político” e/ou “geopolítica”) trata-se de uma simples camorra política, chefiada pelo ex-governador Paulo Hartung (PH), com tentáculos em todos os partidos. Na prática, esta camorra define (ou tenta definir) a priori em cada eleição o espaço político de seus integrantes, seja através da pré-definição de quem ganhará em cada município, seja através da divisão dos cargos em disputa."4

O ESTRANHO SIGNIFICADO QUE AS ELITES REGIONAIS DÃO AO TERMO "GEOPOLÍTICA”

• "O governador Paulo Hartung é conhecido por evitar confrontos diretos com adversários que tenham alguma possibilidade de polarizar os processos eleitorais e lhe impor derrotas. Em 1992, ele passou ao segundo turno das eleições municipais de Vitória graças a conflitos internos do PT, que levaram o então prefeito Vitor Buaiz a apoiá-lo nos bastidores, em detrimento do candidato petista João Coser. No segundo turno daquelas eleições, PH teve muitas dificuldades para vencer o Médico Luiz Buaiz, já um veterano em final de carreira. Desde então, PH sempre esforçou-se em montar amplas coalizações que lhe permitissem vitórias muito mais pelo isolamento dos adversários do que pela sua capacidade de obter votos na massa do eleitorado. Mesmo assim, em 2002 enfrentou dificuldades para evitar o segundo turno com Max Mauro."5

O ESTRANHO SIGNIFICADO QUE AS ELITES REGIONAIS DÃO AO TERMO "GEOPOLÍTICA”

ELEIÇÕES DE 2012 NO PANORAMA REGIONAL

• Em geral, tratam-se de análises de boa qualidade! Confunde um pouco o que vem a ser "geopolítica" com o famoso estratagema de Ulisses ao optar por resistir ao canto das sereias amarrando-se ao mastro do navio. Em termos de interpretação deste mito, quer dizer que o agente sacrifica um objetivo de curto prazo a um de longo prazo, o que atesta sua racionalidade. Lenin fez algo parecido na Russia nos anos 20, assim como Mandela na África do Sul dos anos 1990. Não penso, em conclusão, que tenha havido "renúncia covarde à candidatura ao governo do Estado".

• Em termos de arqueologia politica a expressão "acordo geopolitico" foi neologismo cunhado por gente do PT-ES no limiar da década passada. Depois com Hartung governador foi incorporado ao jargão politico regional, assim como "condominio de poder" e "unanimidade bonapartista“.

• São conceitos que produzem consequencias práticas, ainda que nem sempre na direção pretendida.

ELEIÇÕES DE 2012 NO PANORAMA REGIONAL

• Em geral, tratam-se de análises de boa qualidade! Confunde um pouco o que vem a ser "geopolítica" com o famoso estratagema de Ulisses ao optar por resistir ao canto das sereias amarrando-se ao mastro do navio. Em termos de interpretação deste mito, quer dizer que o agente sacrifica um objetivo de curto prazo a um de longo prazo, o que atesta sua racionalidade. Lenin fez algo parecido na Russia nos anos 20, assim como Mandela na África do Sul dos anos 1990. Não penso, em conclusão, que tenha havido "renúncia covarde à candidatura ao governo do Estado".

• Em termos de arqueologia politica a expressão "acordo geopolitico" foi neologismo cunhado por gente do PT-ES no limiar da década passada. Depois com Hartung governador foi incorporado ao jargão politico regional, assim como "condominio de poder" e "unanimidade bonapartista“.

• São conceitos que produzem consequencias práticas, ainda que nem sempre na direção pretendida.

UM NOVO (VELHO) PRATICANTE DA “GEOPOLITICA” SE MANIFESTA:

• "Casagrande: 'O PSB não vai com sede ao pote'." Governador do Estado falou em entrevista à GTV, nesta sexta-feira, que todos aliados disputam entre si. 25/08/2012 - 11h39

• RECADOS DO GOVERNADOR:

• 1 - PSB versus base: "Fiz conversas com o partido algumas vezes. Precisava fazer. Mas eu não podia amarrar meu partido, assim como não amarrei outros. Preservei a autonomia, a independência, a liberdade de todos eles. Se eu interferir no meu partido, vou ter que interferir em outro. E isso me transformaria em árbitro. Minha ausência do processo eleitoral é sinal de que o PSB não vai com sede ao pote e que compreendeu isso para se relacionar com a base.“

• 2 - Fora do palanque: "O partido não me tem nos palanques. Tomei uma decisão responsável de me manter fora do debate eleitoral. A base desse governo é a unidade política que conseguimos nos últimos anos. Por isso e para isso, pela minha liderança no processo, tomei a decisão de não participar."

• 3 - PH versus PSB: "Vejo como um movimento da campanha. Tenho, naturalmente, responsabilidade como governador. Ninguém mantém um ambiente de responsabilidade sem responsabilidade coletiva. Todos precisam estar atentos ao que mais temos que proteger: a unidade política. A eleição não pode contaminar o projeto administrativo. Acho que, com bom senso, a participação dessa ou daquela liderança não atrapalha."

• 4 - Incômodo com PH: "Não me causou incômodo. Hartung já foi senador, governador, já passou por diversos cargos e sabe o tamanho que tem. Ele sabe que qualquer movimento dele causa onda, debate e confronto de ideias. Quando ele vai para um movimento, ele cria influência naquela cidade. Isso não me incomoda, mas espero que todos se movimentem cientes da responsabilidade."

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• O problema é que a "geopolitica" (com G minusculo) vem sendo responsabilizada pelas mazelas politicas do estado, pela reduzida competitividade das eleições e dos debates, pelo "corpo mole" dos partidos em não baterem de frente em colégios eleitorais relevantes. Na verdade, os capixabas deveriam sim se interessar pela "Geopolitica" (com G maiúsculo) dada a inserção problemática do seu estado nas relações federativas e na dinâmica das interações centro-periferia

• Via de regra, especialmente nos ultimos 10 anos, as elites regionais "solucionaram" seus problemas de inserção federativa mediante o discurso do consenso e da unidade domésticas. Nada diferente do que países como Holanda, Belgica, Suíça, Áustria, Uruguai e outros praticam no plano internacional. A questão é que estes não tiveram que sacrificar a democracia. O caso capixaba (como o de outras unidades federadas) foi o de renunciar a um ambiente politica e eleitoralmente competitivo a partir do momento em que delegaram autoridade às cupulas partidárias e, por meio destas ao governador de então, Paulo Hartung. Isto entrou para o lexico politico regional como "unanimidade bonapartista", mas tem na geopolitica um dos seus correlatos mais sérios (quando se trata de eleições e conflitos municipais), como se ve na matéria acima do jornal A Gazeta.

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• Possivelmente tenhamos um cenário de resignação e acanhamento das esquerdas em 2012. Mas, estes "acordos geopolíticos" regionais envolvem idas e vindas de modo que um mesmo colégio eleitoral não pode ser considerado como "distrito seguro" para um mesmo partido ou liderança. Não sabemos contudo, a extensão da "unanimidade bonapartista" (no sentido de que o MPES, o TJ, o TCE serão mobilizados a intervir, como dantes, para penalizar o atual prefeito...) e das implicações que poderá ter sobre a história políitca de Vitória no futuro.

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• "Um passo atrás e dois adiante!" Este lema que Lenin tomou de Odisseus em face das sereias tem, entre os capixabas, uma das mais estranhas e complicadas interpretações. No mais das vezes, a compreensão de que os capitalistas, através de suas decisões de investir ou desinvestir, têm em mãos a chave para a realização dos planos de vida de todos os outros grupos e classes sociais e por isto devem ser tolerados e por vezes estimulados em suas atividades empreendedoras cede lugar a coisas monstruosas. As estratégias de autoincapacitação do governo da esquerda, evitando mudanças sociais bruscas ou radicais, tendem a se tornam fins em si mesmos, ao passo em que as oligarquias partidárias se locupletam com as elites empresariais em detrimento tanto da classe trabalhadora quanto da propria classe empresarial. Forma-se uma coalizão estreita entre os representantes da duas classes que conspira contra os interesses das suas mesmas classes. Esperemos que a coisa não se repita como na primeira oportunidade em 1995/98.

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• Uma antecipação do tipo que somente ocorre após o "midterm" das eleições municipais. Na verdade, já haviam tensões explodindo no gabinete mas que ainda não chegaram ao debate público. Assistencia Social e Segurança Pública eram mais "cotadas" para rupturas na malha de interesses consolidados que nela se encastelam burocráticamente e, provavelmente, voltarão a ser depois do possivel baque que o governador vai levar.

• O novo governo precisará inovar especialmente em termos de gerenciamento do trabalho legislativo onde fica a dever o titular do Executivo em termos do aprendizado de sua passagem pela Camara e pelo Senado. E ao que parece também não fez boas escolhas ao delegar o gerenciamento do trabalho executivo a um unico e superpoderoso "manager" tecnocrático supervinculado à tradicional centro-direita regional, i.e., tão distante do ponto ideal das próprias preferências politicas da coalizão que o elegeu.

• O que se afirma em termos de deslocamento de agenda ou "zig-zag" só faz sentido se temos em mente que o mercado politico regional e a oferta/ demanda de financiamentos de campanha são estruturalmente restringidos de modo a gerar um diapasão muito estreito de pontos ideais que os politicos podem mirar.

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• O dilema que Casagrande enfrentou foi essencialmente o mesmo de Buaiz ha 18 anos, ainda que sejam maiores seus graus de liberdade, sendo um candidato do Governo Federal em gestão superaprovada por duas reeleições presidenciais consecutivas e ampla maioria congressual. Depreendo disto que as preferencias da coalizão contem e que seu programa não seja mera peça ficcional absolutamente desconectada da incrivel representatividade do atual governador tanto na capital quanto no interior (a despeito do voto ser volatil).

• O que complicou sua situação foram dois pontos de estrangulamento fortes: (1) a deterioração das relações com Brasília, na esteira do relativo abandono do ES "à sua propria sorte" nos casos do Pré-Sal e da extinção do FUNDAP (o que solapou aquela representatividade angariada de maneira recorde); (2) as deficiências do proprio staff tecnoburocrático levado aos postos de comando, e submetido ao controle de elementos ligados a governos anteriores.

• A combinação de (1) e (2) desestabiliza o governo e restringe seus graus de liberdade ao mesmo tempo em que conspira contra a perseguição de metas ditadas pelos grupos de interesses exógenos à sua base de sustentação. Ele abdica de seu programa mas é incapaz de implementar o que lhe é ditado.

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• A suposição de um desalinhamento entre uma agenda "real" e agenda "formal" não devemos crer que deva ser tomada em sentido muito forte, e na verdade pode ser minimizada pelo volume de recursos (federais) que respalda e viabiliza a coalizão até este momento e permitiria à mesma certa margem de manobra contra os grupos de interesses consolidados na sociedade, tornando esta minimamente "governável".

• Outros estados sob governos de esquerda como RS (Dutra), DF (Cristovam), AC (Viana) e PI (Welington), com mercados politicos de condições similarmente restringidas em termos de oferta de recursos via a vis a demanda por financiamento de campanhas, experimentaram conjunturas criticas similares em que o governo incumbente pode evitar a abdicação do programa ou minimizar sua descaracterização. De todo modo isto ainda não é muito bem estudado no Brasil.

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• O Viana, no AC, recebeu quase tres vezes mais recursos que o ES sob Ignacio no mesmo periodo. E eles lograram imprimir continuidade via reeleição. Teve tambem o Zeca do PT em MS, que fez reforma administrativa de perfil gerencial tornada paradigmática.

• Mesmo Buaiz, em seu tempo e sob grave excassez de recursos, logrou manter certas linhas de planejamento da ação governamental (ADERES) e implementar certas politicas de interiorização do desenvolvimento com viés menos direitista (frutos da passagem do mesmo Casagrande pela SEAG, com reforço da presença da FETAES nos foruns), alem de ensaiar a modernização gerencial da maquina pública (contra os interesses de facções domésticas e da mesma direção nacional do PT).

• Aquela experiencia não foi um fracasso assim absoluto e completo, nem uma descaracterização programatica pura e simples - o problema é que os atores não tiveram aprendizado nem no front Executivo nem no Legislativo e não assimilaram a ideia de perseguir diversos pontos ideias em diferentes policy areas.

• Constitui-se também aqui o que as elites brasileiras costumaram chamar de “uma herança maldita”, ou seja, uma valoração negativa das políticas públicas e dos resultados administrativos legados pela administração precedente, os quais, como naquela famosa parábola de Fedro caberia depreciar. Evidentemente, que, como capixabas inventamos nossa própria versão da racionalidade imputada às raposas e este não te a ver necessáriamente com dissonâncias cognitivas. Afinal de contas que caranguejos seriamos se não soubéssemos qual a ora de de deixar cooperar socialmente?E de que importa se estaremos, todos, em pior situação do que estaríamos se decidíssemos cooperar?

• Deixaremos para o tópico a seguir a dimensão ou repercussão intertemporal desta maneira de enxergar as coisas, más por ora cabe assinalar que nem mesmo os adeptos mais ardentes do planejamento racional da ação pública são imunes a tais vícios do discurso político.

ELEIÇÕES DE 2012 NO PANORAMA REGIONAL

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• "De acordo com expeculações de bastidores, três tendências do PT estão fechadas com Coser: CNB, de Lula e José Dirceu (51 votos); Alternativa Socialista, ligada ao próprio Coser (50 votos); e DS, liderada pelo secretário estadual de Turismo, Alexandre Passos (50 votos). Ainda restam 12 votos dos chamados independentes.“

• Este era o prospecto quando Iriny Lopes desencadeou o que antes chamamos de “rebelião contra a ‘geopolítica’”. Movimentos simultâneos no campo adversário, hartunguista, foram levados a efeito pelas candidaturas de Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) e Luciano Rezende (PPS), inviabilizando a hipótese de uma “ampla coalização” em torno do ex-governador.

• O problema é que os GOLPES DE CONVENÇÃO são uma constante na democracia de partido e no caso historico do ES são mais do que corriqueiras ao longo dos ultimos 30 anos.

• Na verdade, como veremos, estes expedientes e suas repercussões “autofágicas” em termos de relações internas aos partidos e aos campos ideológicos são quase a quintessência das interações em nosso sistema politico regional.

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• Os idealizadores e operadores da “geopolítica” necessitam de operadores confiáveis para tais empreendimentos na Capital e nas principais do ES. Este era o significado oculto talvez do processo eleitoral em curso neste ano, qual seja, o de consolidar os arranjos institucionais necessários no plano local com vistas a melhorar o desempenho das empresas instaladas na região.

• É lícito supor que a derrota de Colnago na sucessão de LP em 2004, ao mesmo tempo em que Hartung estava no Palácio Anchieta, deixou os investidores privados um tanto desnorteados, acabando por relocalizar seus projetos para cidades do Sul, do Norte e mesmo da própria GV (VV especialmente).

• Uma nova ascensão do Hartunguismo à PMV fecharia um ciclo histórico que se iniciou com Muniz Freire nos anos 90 do séc. XIX – ao menos da maneira como estes mesmos agentes enxergam seu papel.

• A despeito do seu emblemático caráter de ruptura com os arranjos conjunturais de gabinete a que erroneamente chamamos de “geopolítica”, o “Irinismo”, com todas as ambiguidades que carrega como fenômeno politico, talvez venha a ser mais significante para o PT-ES do que para o conjunto do espectro politico. Ainda que o contraste de atitudes e comportamentos seja gritante na entrevista como no processo eleitoral como um todo, a candidata compartilha com Luiz Paulo o desafio de reestruturar seu próprio partido, imprimindo novas dinâmicas ao campo politico que ocupa.

• Isto passa evidentemente pela maneira como se dá o enfrentamento das questões públicas postas na agenda, pela (re) construção de narrativas e identidades, pela reestruturação de lealdades e expectativas. Lideranças partidárias que se emancipam da tutela dos atuais caciques (sejam Hartung, Coser ou Vidigal na Serra) e precisam gerar reputações próprias que não teriam vivendo eternamente à sombra dos patronos tem que se defrontar com uma novíssima, complexa e evolvente realidade capixaba. Um cenário em que a capital perde centralidade demográfica e econômica, em que a Serra, Cariacica e Vila Velha despontam como municípios mais populosos e maiores colégios eleitorais, em que o petróleo molda a fisionomia de diversas cidades a norte e a sul, em que o desenvolvimento econômico se interioriza e em que se revertem fluxos migratórios para os grandes centros. Ou seja, a verdadeira “geopolitica” intrínseca do espaço capixaba. Por ora, estas elites emergentes, como expresso pelo exame minucioso das falas acima acham-se perdidas, buscando construir suas identidades e suas agendas antes de partir para a produção de discursos e estratégias consistentes e duráveis.

ELEIÇÕES DE 2012 NO PANORAMA REGIONAL

ELEIÇÕES DE 2012 NO PANORAMA REGIONAL

• A par disto, a “herança maldita” desenha-se no horizonte e pode tornar-se alternativa para os candidatos, tanto da situação quanto da oposição. Que o candidato do PSDB vai explorá-lo (como já o vem utilizando desde muito antes do período pré-eleitoral) contra seus antecessores não restam duvidas. Resta saber por quanto tempo e se a candidata do PT (e seus apoiadores do PSB na esfera estadual) terá incentivos para se sujeitar à estratégia dominada de não atacar seu oponente nem tampouco (como usual nas esquerdas, a verificar pelas evoluções do PT nas capitais brasileiras) de distanciar-se do atual prefeito e impor um estilo próprio. Ambos estão em um equilíbrio delicado que talvez defina a trajetória futura do sistema partidário do ES, assim como Hartung e Coser estiveram duas décadas antes na sucessão de Buaiz.12

• Assim como estas lideranças duelavam cooperando com intuito de sair da sombra das lideranças então hegemônicas, Iriny e Luiz Paulo também tem suas “áreas de igualdade”. Ambos podem se achar situados estratégicamente num dilema de autoafirmação que parece pautado no que poderíamos chamar de uma “racionalidade de caranguejo”, que por vezes se imputa ao capixaba como um traço singular de sua identidade regional13. Em outras palavras: defrontam-se com a necessidade de abandonar antigas lealdades e não cooperar com seus pares, para maximizar seus prospectos eleitorais, com a necessidade de superar uma aversão ao risco como pertencentes a grupos políticos opostos e singulares.

• Consideramos normal e legitimo que os políticos construam narrativas que demonstrem seus feitos e realizações e propugnem adequadamente as idéias, crenças e valores que os movem e que, persuasivamente, estimulariam o eleitorado a endossar suas plataformas. Afinal as sucessivas facções e segmentos das elites regionais e nacionais se (auto) afirmam e se renovam nesta base ao longo do tempo. Forjando tradições, criando identidades politicas, inspirando lealdades e produzindo simbolos. Unindo-se em torno de objetivos e metas comuns, ou disperando-se. Solucionando problemas e questões públicas ou perenizando o status quo ou impasse.

ELEIÇÕES DE 2012 NO PANORAMA REGIONAL

• “Acho que vão ter cara de pau de me pedir apoio, mas desta vez vou bater a porta na cara deles. Na verdade, essa gente não faz política, faz negócios. A geopolítica deles é tática de cangaceiro. Fazem emboscada e decidem a cada eleição quem eles vão trair, quem vão derrubar e quem querem que sobreviva”. (Sen. Magno Malta, PR-ES)

• No 2° turno a atitude virulenta dos tucanos do ES e de seus apoiadores em relação ao Sen. Magno Malta e seu suporte à candidatura de Luciano Rezende parece uma reedição da fábula de Esopo "A Raposa e as Uvas": Quando a raposa percebe que não consegue alcançar as uvas, ela decide que não as quer de qualquer modo, um exemplo da formação adaptativa de preferências, com o objetivo de reduzir a dissonância cognitiva.

• Entre caranguejos, tucanos, escorpiões... toda a fauna politica capixaba, há que exercitar a imaginação e o pensamento acerca das escolhas eleitorais e as alianças politicas postas no cenário.

• O terrorismo eleitoral se instalou na Capital do estado do Espírito Santo. Vale chamar o Luciano Rezende de marionete, Coser de manipulador incompetente e denunciar a "neucimarização" de Vitória. E isto sem se falar em preconceitos religiosos velados. Vale tudo!

• Na verdade não havia como “mexer” com o fator evangelico sem incorrer em riscos e perdas apreciáveis. Os hartunguistas não tinham um bom plano de contingencia para o caso de LR suplantar Iriny e sim para um cenário plebiscitario de eleição entre PT X PSDB (modelo paulista), mas veio a "anomalia" e o racha em suas próprias fileiras tal como ja ocorria entre os situacionistas da esquerda. O resultado foi o parcial desfazimento do campo político imantado pelo ex-governador e a abertura de brechas no projeto hegemônico regional.

ELEIÇÕES DE 2012 NO PANORAMA REGIONAL

• Os capixabas (assim como os paulistas e os cariocas) travam na atualidade uma espécie de "külturkampf" (luta cultural) mal direcionada e sistemáticamente distorcida contra certos grupos politicos estigmatizados e incompreendidos (evangélicos, esquerdas, ecologistas, pós-comunistas etc.).

• Com o perdão do uso (talvez impróprio) do termo ao fazê-lo não conseguem ter nem o austero profissionalismo dos alemães da época de Bismarck nem a determinação obstinada dos americanos da era Bush II. Ao invés disso resta-lhes o mais atabalhoado e inveterado desespero diante do que, em sua percepção, se lhes afigura como "ameaça“.

• Vestem-se estereótipos, atribuem-se rótulos, mantém-se os papéis. Resta-lhes, assim, portarem-se como caranguejos metafóricos na impossibilidade de bem desempenharem as funções de escorpião.

• Respondendo a questão, as expectativa quanto a projetos à esquerda no ES existem e possuem espaço concreto e persistente nas últimas três décadas.

• Porém, este mesmo desejo se vê frustrado pela dificuldade dos governos em montarem coalizões e em assegurarem a governabilidade desta sociedade regional.

• Há uma notável fluidez no campo politico capixaba que e notavel, a qual deriva da estrutura social que faz com os agentes políticos operem com apostas altas e baixa fidelidade, o que vai muito além dos constrangimentos economicos.

ESTRUTURA SOCIAL FLUÍDA E CANIBALISMO POLÍTICO

• O ES caracteriza-se por ser uma sociedade fluida, , com assimetrias enormes entre os atores políticos. E é esse fator o que propicia as oportunidades de ascensão política de diversas forças sem que cheguem a firmar-se no poder (mandatos e prefeituras). A coalizão PSB/PT conquistou esses espaços de poder nesse cenário de fluidez, e nesse momento, para manter seu espaço, deve o mesmo tempo impedir a cristalização do jogo político e consolidar como força importante no jogo estadual.

• A cristalização do espectro ideológico e das fidelidades políticas implicará necessariamente na criação de uma coalizão anti-petista - incluindo forças conservadores e parcelas de setores médios - tal como existe em outros estados do sudeste e sul do Brasil (São Paulo, principalmente). Ainda que com roupagens gerencialistas, a política como um jogo de elites conservadoras é parte do tradicionalismo político de Minas Gerais. Em todos esses casos, ainda que disputando importantes governos municipais, o PT (outrora apoiada pelo PSB) é a segunda força dentre todas e o adversário principal das demais.

ESTRUTURA SOCIAL FLUÍDA E CANIBALISMO POLÍTICO

• Quando falamos em estrutura social fluida isto relaciona-se às redes sociais pouco consolidadas e à baixa confiabilidade reinante nas inteacoes das forças políticas entre si e do eleitorado para com elas. Nessa dinâmica, não importa quem vença, mas sim como determinados setores conservadores dominam o governo independente de quem seja eleito, criando um fatídico terceiro turno eleitoral. Essa situação não deriva do sistema político ou da rapacidade dos atores, mas sim dos incentivos crescentes da estrutura social/economica que faz com que as apostas sejam altas a cada rodada. Interpretação de Huntington sobre a Ordem Política nas Sociedades em Mudança.

• Por sua vez, a desestruturação social no RJ p. ex. esvaziou a política, cristalizou o ceticismo social, levando de roldão os partidos políticos. Em novas bases, sinais de mudança tem ocorrido apenas recentemente nesse estado.

ESTRUTURA SOCIAL FLUÍDA E CANIBALISMO POLÍTICO

ESTRUTURA SOCIAL FLUÍDA E CANIBALISMO POLÍTICO

• "Vista de fora, a luta parece ter como objetivo a conquista de prestígio ou, como disse um governador: É uma guerra de reputações. De fato, porém, a luta é travada para obter acesso aos centros distributivos do sistema político-administrativo, especialmente no âmbito do executivo. Conquistá-lo significa, para a facção vitoriosa, no mínimo, o acesso mais fácil, legal ou ilegal, aos recursos públicos (aos amigos tudo). Para a facção vencida significa, no máximo, a exclusão total do acesso às fontes públicas, mas quase tão eficiente é a aplicação das leis numa maneira extremamente formalista e burocrática pelos vencedores contra os vencidos (aos inimigos o rigor da lei).“¹

• ¹(BANCK, GEERT. Caçar com gato. Escassez de recursos e relações sociais no Espírito Santo. Traduzido do original holandês de 1977 por Karel Van Den Bergen. Edição revista e editada pelo autor http://www.estacaocapixaba.com.br/wp-content/uploads/2011/12/Tese-de-Geert-Banck.pdf , p.47)

ESTRUTURA SOCIAL FLUÍDA E CANIBALISMO POLÍTICO

• "No meio político do Espírito Santo circulam, continuamente, boatos e fofocas que podem minar o prestígio e a reputação de um político e seus amigos. Um grupo de amigos, um grupinho ou uma panelinha, sempre corre o risco de ver seu sistema de compromissos abalado tanto de dentro como de fora. A ameaça de dentro vem quando um dos amigos debanda para outra coligação, muitas vezes para embarcar num bondinho de vantagens ou num trenzinho da alegria com benefícios mais atraentes. Isso é considerado traição e deslealdade, um golpe contra a honra dos outros. Se houver um ataque dos inimigos, a defesa é também em termos de honra inabalável. Para cimentar a coesão do sistema de compromissos de um grupo, o mecanismo público mais comum é a confraternização. Há com frequência almoços, jantares ou churrascos de confraternização e, especialmente em casos de ataques contra um dos amigos, reuniões de homenagem.23 O tema dos discursos gira sempre em torno da honra e da reputação, com expressões como conduta exemplar e reputação inabalada. As denúncias dos inimigos são meras calúnias, mentiras sem qualquer fundamento, jeitinhos mesquinhos que servem apenas para atingir a honra e o prestígio, a reputação dos membros do grupo." ²

• ²(IDEM, p.59)

QUESTÕES QUE FICAM A RESPONDER

• Qual será a o enigma a ser desvendado para assegurar a governabilidade municipal?

• Que papel nele terá o Governo estadual e federal? • Qual o estilo de gerenciamento do trabalho legislativo a ser

adotado pelos novos prefeitos e seus assessores: Presidencialismo de Coalizão ou "Presidencialismo de 'Mensalão'"? Negociação pontual? Participação de massa?

• Qual será a função a ser desempenhada partidáriamente? • Irá durar o movimento de “judicialização” do sistema politico na

medida em que os estados voltam a se constituirem cada vez mais em atores geopoliticos de facto?

• Quais cenários em que se tem operado até o momento e quais esperar?

ASPECTOS DE UM SISTEMA PARTIDÁRIO EM MUTAÇÃO

Indicadores partidários, votações deputados federais (1994-2010)

1994 1998 2002 2006 2010 Nº Ef. Part.(1/Rae)³ 5,8 8,4 12,7 7,3 8,0 PSB/ PDT/ PMDB/ PT/ PL-PRONA->PR 62,9% 36,9% 45,1% 63,4% 70,4% 10 maiores partidos 94,5% 74,5% 74,4% 86,3% 93,7%

³According to Laakso and Taagepera (1979)[6] the effective number of parties is computed by following formula:

Where n is the number of parties with at least one vote/seat and the square of each party’s proportion of all votes or seats.

Desempenho dos partidos - votação deputado federal (% 1994-2010)

1994 1998 2002 2006 2010

PSB 7,6% 3,8% 7,8% 8,8% 21,0%

PDT 16,9% 4,1% 11,3% 16,0% 17,0%

PMDB 28,4% 21,1% 13,4% 28,0% 16,4%

PT 9,7% 6,8% 11,0% 7,9% 8,7%

PL/PRONA->PR 0,2% 1,2% 1,5% 2,7% 7,2%

PAN/PSD/PTB-->PTB 12,8% 8,7% 4,9% 3,8% 6,0%

PSDB 17,2% 23,3% 14,0% 12,3% 5,7%

ASPECTOS DE UM SISTEMA PARTIDÁRIO EM MUTAÇÃO

Indicadores partidários, votações deputados estaduais (1994-2010) 1994 1998 2002 2006 2010

Nº Ef. Part.(1/Rae) 10,5 12,2 20,1 15,2 12,8 PT/ PMDB/ PDT/ PSB/ PFL->DEM 51,8% 40,5% 38,5% 45,4% 54,7% 10 maiores partidos 78,2% 64,6% 54,4% 68,6% 81,0%

ASPECTOS DE UM SISTEMA PARTIDÁRIO EM MUTAÇÃO

Desempenho dos partidos - votação deputado federal (% 1994-2010)

1994 1998 2002 2006 2010 PT 9,9% 6,0% 9,6% 9,4% 11,6%

PMDB 12,5% 13,8

% 8,4% 8,2% 11,2% PDT 15,4% 6,6% 6,7% 13,8% 10,8% PSB 8,1% 7,4% 8,1% 10,4% 10,7% PFL-->DEM 5,9% 6,7% 5,7% 3,5% 10,4% PL/PRONA->PR 3,4% 0,9% 4,0% 2,8% 7,6% PV 0,5% 0,5% 0,5% 5,7% PAN/PSD/PTB-->PTB 9,5% 5,6% 5,1% 7,1% 4,5%

PSDB 13,1% 17,0

% 6,1% 7,9% 4,3%

ASPECTOS DE UM SISTEMA PARTIDÁRIO EM MUTAÇÃO

Indicadores partidários, votações deputados vereadores (1994-2010) 1996 2000 2004 2008 2012

Nº Ef. Part.(1/Rae) 9,1 20,3 21,5 15,3 17,4 PSB/ PT/PMDB/ PDT/ PPB->PP 49,2% 23,3% 16,9% 45,1% 41,2%

10 maiores partidos 74,4% 30,9% 22,4% 65,9% 66,7%

ASPECTOS DE UM SISTEMA PARTIDÁRIO EM MUTAÇÃO

Desempenho dos partidos - votação vereador (% 1996-2012) 1996 2000 2004 2008 2012

PSB 6,7% 7,3% 8,0% 10,0% 10,8% PT 6,1% 4,6% 8,0% 9,8% 9,2% PMDB 18,8% 13,1% 7,5% 10,0% 7,8% PDT 11,9% 6,8% 8,4% 9,5% 7,7% PPB-->PP 5,7% 3,4% 3,0% 5,8% 5,7% PSDB 20,5% 13,9% 8,6% 7,8% 5,6% PL/PRONA->PR 2,0% 2,2% 4,4% 4,9% 5,4%

ASPECTOS DE UM SISTEMA PARTIDÁRIO EM MUTAÇÃO

Cenarios Prospectivos Puros

Esfera Nacional X Esfera Regional na Transicão da Era Hartung para o

Governo das Esquerdas

Nacio

nal

(pessim

ista

)

Mudanças institucionais não ocorrem

e investidores não comparecem. PAC não funciona: economia

crescer em torno de 2% a.a.

Desperdício de recursos se

avoluma no setor público:

relação divida interna/PIB se

descontrola.

Industria com cap. ociosa e

alto índice de desocupação.

Novo ajustamento

ortodoxo

(NEOLIBERAL) da

economia [???].

Desigualdades e

miséria agravados e

persistem

Emprego e renda não

respondem aos estímulos.

Reformas de Lula / Dilma não

angariam suporte político, governo

fracassa no Congresso.

Hartung/Casagrande falha ou não

coopera com o (a) presidente:

PMDB/PSB divididos.

Regio

nal

(Pessim

ista

)

Modelo perverso da

“Década Perdida”

(1990/2002) se

reproduz e se

perpetua no tempo.

Setor Público

experimenta dilema

fiscal: investir ou

não.

Emprego e renda mantém

as distorções estruturais

observados.

Demanda interna fica

estagnada ou contraída.

Empresariado tradicional

e emergente frustrado..

Infra-estrutura e Logística

do ES ficam na mesma.

“Custo ES” permanece positivo

para os investidores locais e

externos.

(***) Cenário externo da economia fica constante ou sujeito a poucas alterações

Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo

Nacio

nal

(Otim

ista

)

Regio

nal

(Otim

ista

)

Nível de emprego e renda

das classes trabalhadoras se

expande

Externalidades positivas se

difundem pelos setores emergentes Setor de serviços se expande

Hartung/ Casagrande e

PMDB – PSB reforçam a

coalizão de centro-

esquerda e bancam a

agenda legislativa

Infraestrut. e Logística do

ES fortalecidas

Desoneração do setor

público:realocação

investimentos em educação e

formação de capital humano

Maior demanda por

mão-de-obra local. ES recupera-se e sai

da trajetória perversa

da “Década Perdida”

(1990/2002)

Redução de

Desigualdades Sócio-

Regionas e bolsões de

miséria toma corpo

Novos contingentes

ultrapassam a linha da

pobreza

PAC funciona:

economia passa a

crescer em torno de

5% a.a.

Ampliação e

desdobramento da

capacidade instalada dos

Grandes Projetos

Arrecadação pública

aumenta: novos invest. e

gastos com proteção

social Investidores retornam aos setores

de infra-estrutura após mudanças

institucionais

Reformas de Lula /

Dilma angariam apoio

congressual e social Consumo se expande,

demanda interna se alarga

Industria nacional

ganha vitalidade

(***) Cenário externo da economia fica constante ou sujeito a poucas alterações

Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo

Cenarios Prospectivos Mistos

Esfera Nacional X Esfera Regional na Transicao da Era Hartung para o

Governo das Esquerdas

Nacio

nal

(Pessim

ista

)

Mudanças institucionais não ocorrem

e investidores não comparecem.

(***) Cenário externo da economia fica constante ou sujeito a poucas alterações

PAC não funciona: economia

crescer em torno de 2% a.a.

Desperdício de recursos se

avoluma no setor público:

relação divida interna/PIB se

descontrola.

Industria com cap. ociosa e

alto índice de desocupação.

Novo ajustamento

ortodoxo

(NEOLIBERAL) da

economia.

Desigualdades e

miséria agravados e

persistem

Emprego e renda emitem

sinais mistos..

Reformas de Lula/ Dilma não

angariam suporte político, governo

fracassa no Congresso.

Hartung/ Casagrande coopera com

o presidente, mas o PMDB-PSB e

o centro seguem divididos.

Regio

nal

(Otim

ista

)

Modelo perverso da

“Década Perdida”

(1990/2002)

reacentua seus

sinais na trajetória

regional.

Setor Público

experimenta dilema

fiscal: investir ou

não.

Emprego e renda mantém

as distorções estruturais

observados.

Demanda interna expande-se

moderadamente. Indicadores

sociais melhoram sensivelmente.

Empresariado tradicional

e emergente inseguro,

mas confiante..

Infra-estrutura e Logística

do ES com mudanças

limitadas.

“Custo ES” permanece neutro

para os investidores locais e

externos.

Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo

Nacio

nal

(Otim

ista

)

Regio

nal

(Pessim

ista

)

Nível de emprego e renda

das classes trabalhadoras se

expande

Setores emergentes enfrentam

adversidades e riscos imprevistos Setor de serviços se contrai

Hartung - PMDB/

Casagrande - PSB não

reforçam a coalizão lulista

e agenda legislativa fica

travada

Gargalos infraestrut. e

logística do ES acentuados

Desequilibrio crescente do setor

público: decaem os

investimentos em educação e

formação de capital humano

Maior ociosidade

mão-de-obra local. ES reingressa na

trajetória perversa da

“Década Perdida”

(1990/2002)

Redução de

Desigualdades Sócio-

Regionas e bolsões de

miséria toma corpo

Novos contingentes

ultrapassam a linha da

pobreza

PAC funciona:

economia passa a

crescer em torno de

5% a.a.

Externalidades dos

Grandes Projetos

tornam-se mais

negativas que positivas

Arrecadação pública

aumenta: novos invest. e

gastos com proteção

social Investidores retornam aos setores

de infra-estrutura após mudanças

institucionais

Reformas de Lula

angariam apoio

congressual e social Consumo se expande,

demanda interna se alarga

Industria nacional

ganha vitalidade

(***) Cenário externo da economia fica constante ou sujeito a poucas alterações

Curto Prazo Curto Prazo Longo Prazo

FIM

• Agradecimentos a:

• Deivison Souza Cruz

• Gustavo Badaró