pedro o cru: o real e o simbólico
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ANA ISABEL PEREIRA TEIXEIRA DE VASCONCELOS
PEDRO O CRU:
O REAL E O SIMBÓLICO
LISBOA, 1989.
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HLMRNAS
D ri
UNIUERS IDADE NOUA OE LISBOA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
MÚ O CM: O REAL E O SIMBÓLICO
^^^
**-i of ca'-'..''-'
ELABORADA POR:
ANA ISABEL PEREIRA TEIXEIRA DE VASCONCELOS
A Pr-of. Cr. § Maria Emiiia Marques.
orientadora Geste trabalho.
os meus sinceros agradec inen tos .
VIVER
L homme est quelque c ha
qui dcit etre surmonte.
Fredenc Nietzsche
e poien a cair da cabeia tio céu...A vida jâ nãc cem aos ombros uma c-uz;
o maaeiro de Cristo 'loresceu.
Já não se vive mais Je mãos erguidas.rezanco com palavras infelizes. .
Voltamo-nos p rá terra: as mãos dóricas
são as i"-.js sangrentas das raizes...
z dc é aque:e esforçoque a:jre em teus olhes rasos a quimera...
ViDra num caule vçrce e nesse torso
■ iue se crispa a luto' porque alguém ne:e espera.
Viver é so fundir a nessa alma
em toaa a Vida imensa e nisteriosacomo c pólen cai fecundando .ma rosa...
£ isto só:
é como eu te adoro e tu me adoras.ir aocrar as nuvens e o pc ,
sentir mortas ae amor todas as nossas ho-as . . .
E ediar a dor e tanto e tanto
ter as olhos de feqrg no futuro,que a pedra ce tortura que eu levanto.seja dentro ce mim um ser que eu transfiguro.
* fer _im sonho genesíaco vibrando
em cada ces to . . .
urra ânsia de ser- deus que nos leve beij ancoconsolar e aureolar tudo que for funeste...
e. ir numa santíssima alquimiatransformar um -emorso num perdão...Lui eivar como um campo, noite e dia,a fé na viça em nosso coração...
Ter a coragem de ar^-^^r para a
i aliiA e o ecr uu Lenços fla deseja;a alma rara um con no de certeza;
o corço para a plástica dos oeijos.
Jeleza
António Patrício
1
PLANO GLOBAL
Pág .
PERIME IRA PARTE:
Introdução 2
A Especificidade do Texto: "Pedro o Cru" 7
SEGUNDA PARTE:
Abordagem do Texto -
aspectos metodológicos .... 18
Contextos Cénicos de Situação 25
0 Texto Dito: levantamento de algumas pala-
vras-pôlo, a partir das quais
se perspectiva:
- 0 Retrato de El-Rei 37-
A Dicotomia Morte/Vida 53- A Saudade e o Amor £5- A Noite 71
Vectores Principais -
o sentido da demonstraçãofinal . 76
TERCE IRA, PARTE : História e Ficção B3
Q.y.ftgTfl PARTE,-. Para uma Possível Teatra 1 ização de
"Pedro o Cru" 114
BIBLI OGRAF IA , •? A
ANEXOSA 1
3
A motivaç3o... o desafii
Este trabalho nasceu, por um lado, do gosto pelo teatro
e, por outro, do prazer na leitura do texto Gramático.
Foi na qualidade de leitora que contactei com a obra
dramática de António Patrício, mais precisamente, com o
texto "Pedro o Cru", que elegi como objecto deste estudo.
Não posso deixar de recordar as palavras da Professora
Maria Leonor Machado de Sousa a propósito desta obra:
Do ponto de vista da sensibilidade moderna, o seu
texto, particularmente os longos monólogos de
D.Pedro, é porventura o mais belo que se escreveu
em português. Em prosa é-o com certeza. (1)
Como se pode constatar no livro do qual se extraiu esta
citação, o tema dos "Amores de Pedro e Inês" foi para
muitos, ao longo dos séculos, fonte de inspiração. Perspec
tivado de uma ou outra forma, ele constitui uma das pedras
de toque da História e Literatura Portuguesas.
Se bem que o interesse por este assunto tenha constituído
uma forte motivação, o desafio residiu na abordagem de um
texto pouco estudado de um autor (quase) esquecido, ou seja:
"Pedro o Cru" de António Patrício
(1) Maria Leonor Machado de Sousa, Inês de Castro, um
Tema Português na Europa, Lisboa, Ed. 70, 1987, p. 326.
Baseados no pressuposto de que todo o comportamento é
comunicação, encontramo-nos perante um texto particularmente
fértil neste campo. Podemos mesmo dizer que ele vive de com
portamentos, até porque delimitado por uma estrutura ineren
te ao texto dramático. no qual o acto de enunciação se
encontra formalmente demarcado.
é pela abordagem da especificidade própria desta obra que
iniciaremos o nosso estudo. A forma como está construído o
seu universo ficcional permite-nos tomar "contacta directo"
com a expressão de diferentes comportamentos , facilitando a
perspectivaçãc de sentidos diversos atribuídos a uma mesma
rea 1 idade .
Recusando-se, desde o inicio, qualquer base de valores
pre-constituídos em relação à obra. optámos pela descoberta
do universo categorial do texto, aplicando alguns instru
mentos ao material que o compSo e torna possível a ^ua
transmissão, ou seja, a palavra escrita.
Partimos assim, na Segunda Parte, dos dois tipos de
discurso existentes: não dialógico e dialógico. Pela análise
e articulação dos diversos contextos cénicas de situação
(rubricas introdutórias de cada acto) e pelo levantamento e
perspectívação (no texto dito) das signi f ícaçBes atribuídas
ás palavras consideradas pólo, chegámos a toda uma --ede de
sentido cue traduz determinada visão do real.
5
Uma vez que nos encontrávamos perante um texto que
podemos já considerar longe, utilizámos meios informáticos
para o processo de selecção aos elementos que o integram e
nos interessava reter.
Embora esta "ferramenta" não constituísse, de forma
alguma, o objectivo fundamental deste trabalho, a sua
utilização, além de se afigurar vantajosa, representou um
teste â eficácia deste instrumento auxiliar -\a análise
1 i terária .
Com a sua utilização, assegurámos a detecção exaustiva e
basicamente imparcial de determinadas ocorrências, sendo-nos
assim possível estabelecer relações 1 ex ico-semãn t iças que
nos induziram ás linhas de pensamento manifestadas na obra e
que procurámos sistematizar na última parte do Segundo
Capí tu lo .
Se bem que não tenha sido nossa preocupação primeira o
estudo dos elementos que constituíram as condições de
produção deste texto, sabemos que teve por base um facto,
sobre o qual existem registos históricos.
Assim, e já na posse do pensamento veiculado pela obra,
ou melhor, da leitura que dela fizemos, elaborámos uma
análise comparativa entre os aspectos históricos nela
referidas e os registos históricos a que tivemos acesso.
Foi-nos possivel, desta forma, estabelecer ;!<=, relações
"proximidade/afastamento", captando mais facilmente o grau
de real construído e em que medida este serviu os propósitos
do autor.
6
Finalmente, e porque se trata de uma "peça de teatro",
tentámos observar o seu nivel de teat ra 1 ização , i.e. a sua
exequibilidade dentro do espaço cénico.
Não foi nossa pretensão realizar o trabalho do encenador,
mas antes observar as potencialidades de representação que
este texto possui e quais as barreiras que se erguem (ou
ergueram), se tivermos em conta que só foi posto em cena uma
vez. De salientar que nos detivemos, não na dificuldade ou
facilidade da interpretação de determinados "papeis", mas na
construção do ambiente e nas notações relativas ao comporta
mento não verbal cas personagens, pelo que foi nosso ponto
de referência, neste último capitulo, a texto não dito.
O primeiro contacto que temos com uma obra escrita é de
carácter físico. Como alguém referiu "uma viagem das mãos e
dos olhos" que nos deixa uma primeira impressão. Se acredi
tarmos que um texto significa não só pelo conteúdo. mas
também pela forma que o objectiva, consideraremos importante
o seu aspecto ícónico.
A mancha gráfica que o delimita indica-nos que "Pedro o
Cru" é formalmente marcado por dois tipos de discurso:
dialógico e não dialógico.
Optando por este modo de representação, o autor maté
ria 1 i za determinada construção ficcional, em que conjuga,
como veremos, aspectos históricos, míticos e simbólicos.
Este universo ficcional vai funcionar como um real
construído, ou seja, um fenómeno de simulação que o leitor
aceita como unidade autónoma, já que estruturada e, se b
que ilusoriamente, fora das mãos do seu criador.
em
Como qualquer outra produção, "Pedro o Cru" tem uma
especificidade própria. Não só porque texto dramático com
determinadas características, mas porque se trata de um
drama que possui elementos a cue se atribuem valores
s i mbó 1 i cos .
9
Notamos, desde logo, a ausência de narrador que conduza e
explique o fio da acção. Como é então garantida a narr;
nesse real construído''
"ação
Existem, dentro da sua acção dramática, formas narrativas
que, por exemplo, referem acontecimentos passados fora dos
limites temporais e/ou espaciais do texto. g da responsa
bilidade das diversas personagens o relato ou alusã
acontecimentos, possuindo elas próprias
narradores .
o a esses
a função de
Neste drama, essas formas narrativas fornecem, ao leitor,
informaçSes essenciais para o esclarecimento da história,
sendo assim aproveitadas para expandir as dimens3es da peça.
Deste modo, uma vez que a narração não é garantida por um
narrador único mas assegurada pelos actores de um relato, o
leitor contacta com as diversas concepções da realidade,
consoante o ponto de vista expresso. A função ae tais
relatos é também interpretativa, uma vez que não se trata de
um narrador omnisciente que perspective a narrativa de uma
forma globalizante, mas de personagens com determinada
leitura do real.
Podemos assim afirmar que este texto dramático é, por
excelência, o tipo de texto em que se alargam os níveis de
ambiguidade desse mesmo real. 0 leitor enccntra-se em
situação privilegiada para compreender o campo complexo de
10
formação do real. A possibilidade de tomar contacta com as
diversas concepções da realidade, consoante o ponto de vista
da personagem, fá-lo ter uma melhor percepção dos conflitos
humanos, é o real nitrado, mas com filtros diferentes, que
proporcionam diversos ângulos de visão, diferentes versões,
e não o real como reflexo de verdades objectivas e eternas.
Recorremos, para melhor esclarecimento desta proble
mática, às palavras de Paul Watzlawick. na introdução ao seu
livro "La Realité de la Realité":
C...] la realité est une íllusion que nous passons
une partie substan t ie 1 1 e de notre vie à étayer,
fut-ce au risque considérable de plier les faits à
notre propre définition du réel, au lieu d'
adopter
la demarche inverse. De toutes les íllusions, la
plus pénlleuse consiste á penser qu il n existe
quune seule realité. En fait ce qui existe, ce ne
sont que différentes versions de celle-ci dont
certaines peuvent être con tradic toires , et qui
sont toutes des effets de la commun icat ion , non le
reflet de vérités objectives et éternelles. (1)
(1) Paul Watzlawick, La Realité de la Réalj_f*T Paris,éditions du Seuil, coll. Pomts, 1978, p. 7.
11
Como antropólogo. Paul Watzlawick observa fenómenos
quotidianos do comportamento do individuo, i lustrando-os ,
por vezes. com situações extraídas de obras literárias.
Encontrámos as nossas ideias reflectidas no seu pensamento,
uma vez que estamos perante uma obra literária, que vive
essencialmente da comunicação entre as diversas personagens.
Pareceu-nos, por esta razão, importante referir o pen
samento deste autor, que se dedicou ao estudo do que ape
lidou de "pragmática Ga comunicação". Trata-se da análise
dos efeitos do comportamento, entendido agora como sinónimo,
em sentido lato, de comunicação.
[...] o comportamento não tem oposto. Por outras
palavras , não existe um não-comportamen to ou,
ainda em termos mais simples, um individuo não
pode não se comportar. Ora, se está aceito que
todo o comportamento, numa situação in terac íona 1 ,
tem valor de mensagem, segue-se que, por muito que
o individuo se esforce, é-lhe impossível não comu
nicar. Atividade ou inatividade, palavra ou silên
cio, tudo possui um valor de mensagem; influenciam
outros e estes outros, por sua vez, não podem não
responder a essas comunicações e, portanto, também
estão. comunicando . (2)
(2) Paul Watzlawick, et. ai.. Pragmática da ComunicaçãoHumana, São Paulo, Ed. Cultrix, pp. 44-45.
12
Partindo do princípio da impossibilidade da não comu
nicação, todo o comportamento, em presença de outrem, tem o
valor de mensagem na medida em que define e modifica as
relações entre as pessoas. Não são simplesmente as palavras,
as configurações e o sentido dado pela sintaxe e pela
semântica, mas também as suas concomitantes não verbais:
actividade ou inacção, o silêncio, a postura, o gesto, a
expressão facial, a inflexão da voz. a ritmo, etc. bem como
as pistas comunicacionais presentes em quaíquer contexto em
que a interacção ocorra.
São estas duas realizações da comunicação humana (verbal
e não verbal) que Paul vJatzlawick apelida de comunicação
digital e comunicação analógica. Diz ele, possuir a lin
guagem digital uma sintaxe lógica muito complexa e cómoda,
mas faltar-lhe uma semântica apropriada à relação.
Quanto á linguagem analógica, o fenómeno é inverso.
Possui uma semântica, mas não possui uma sintaxe muito apro
priada a uma definição não equivoca da natureza das
rei ações .
Paul Watzlawick conclui que, na linguagem digital,
predomina o aspecto do conteúdo da comunicação ("relato" que
transmite informação), ao passo que o aspecto relacional,
í.e. "relação entre os comunicantes", pertencerá predominan-
temante a linguagem analógica. De salientar que estas duas
linguagens se complementam normalmente em todas as men
sagens, se aceitarmos que toda a comunicação tem um conteúdo
e uma relação.
13
Em "Pedro o Cru", deparamos com a coexistência virtual
destas duas linguagens. Mas porque "real construído" e
porque se trata da transmissão desse real por um meio
especifico, a escrita, logo sequencial em termas ce estru
tura física, notamos que a linguagem digital se sobrepõe
largamente ás referências que remetem para a comunicação
a n a i ó g 1 c a .
0 material da mensagem digital (falas das personagens)
envolve, neste texto, uma complexidade maior do que o mate
rial que --eferencia a comunicação analógica (notações céni
cas). Não podemos ignorar que este último resulta aqui da
tentativa de transmissão do analógica pelo digital, o que,
segundo P. W.,é impossível acontecer sem grande perda de
informação. 0 hiato que se instala devido ao processo usado
é de certo modo colmatado pelo nível de lingua utilizado nas
notações cénicas, em que se joga frequentemente com o poder
evocativo da palavra.
Mas, retomando as palavras daquele autor, a "[...]
relação pode ser claramente entendida com base no contexto
em que a comunicação ocorre [...]" (3). Embora deparemos,
uma vez mais, com o problema acima referido, a verdade ê que
esse contexto nos é transmitido, na sua globalidade, par
(3) ibidem, p. 49.
Id
meio das rubricas cénicas introdutórias de cada acto. é
através dessas referências ao ambiente construído que mais
facilmente nos reportamos ao campo virtual da representação
analógica, restringindo a abordagem à linguagem digital, que
referencia o discurso oral (falas das personagens), ao nivel
do conteúdo.
Embora destrinçando estas duas realizações da linguagem,
não podemos esquecer que elas se interpenetram e que a
interacção, série ae mensagens trocadas entre as perso
nagens, vive da simbiose destas duas linguagens. 0 efeito
pragmático destas combinações constitui o produto com o qual
o leitor vai contactar. Mas porque vamos proceaer, nos
capítulos seguintes, á análise de um texto, sentimos a
necessidade, por razões de ordem prática, de efectuar o
estudo destas duas realizações separadamente, tendo, no
entanto, sempre presente a mutua comp lementar i zação .
15
Desviando-nos, um pouco, da linha de pensamento até agora
seguida, debruçai nos-emos, mais objectivamente, sobre
outros aspectos específicos da obra.
Delimitamos, desde já, o seu assunto (4) —
o Amor de
Pedro e Inês, bem como o motivo que presidiu à sua concepção
(5) -- Amor fatalmente interrompido.
Há também que atender à construção do texto: não existe
qualquer referência a "cena" —
os actos [4] representam as
unidades mais marcadas da composição. Cada acto é intro
duzido por uma rubrica cénica que descreve e/ou sugere
determinado ambiente, a partir do que se constrói toda a
acção .
Se, em termos genéricos, chegamos rapidamente a estas
conclusões, a mesma não acontece quando tentamos a inter—
pretação da obra.
Como atrás referimos, trata-se de um drama simbolista.
Marcadamente simbólica é a linguagem utilizada, tanto no
texto dito como no texto não dito. A palavra escrita, para
além de transmitir sentimentos humanos e ideias, evoca
(4) Segundo Wolfgang Kayser, "0 que vive na tradiçãoprópria, alheio á obra literária, e vai influenciar o
conteúdo dela [...]", in Fundamentos da Interpretação e da
AnAi_ise_L.iteràLÀA > São Paulo, Livraria Académica, 1948, Vol.I , p. 64.
(5) Segundo o mesmo autor, "Um assunto pode albergarmuitos motivos em si. [ . . . ] Os motivos são imbuídos de uma
força motriz, o que significa, no fundo a designação de
"motivo" (derivado de movere )"
. op. cit., p. 72.
16
estados de espirito e emoções. Apesar de se recorrer a temas
tradicionais e quase universais, estes são agora utilizados
para criarem uma tessitura em que antigos conceitos tomam
novas formas.
Alguns desses conceitos, como adiante verificaremos, são
o amor e a morte. E para delinearmos o espirito que presidiu
à escolha destes items e o valor simbólico que lhes foi
atribuído dentro do universo criado pelo autor, relembremos
as palavras de Maeterlinck a propósito da;
Prefácio do Tomo 1 de "Teatro" (1901):
is suas peças, no
[...] A presença infinita, tenebrosa, hipocritamente activa da morte preenche todos os interstícios do poema. Ao problema da existência
responde apenas o enigma da sua aniquilação. [...]Esse é, com efeito, por agora, e apesar de todosos esforços da nossa vontade, o fundo da verdadehumana. Por muito tempo ainda, a menos que uma
descoberta decisiva da ciência atinja o segredo danatureza [...] nos ensine enfim a origem da vida
[...] seremos apenas gotas de luz precárias e
fortuitas, abandonadas sem finalidade aparente a
todos os ventos de uma noite indiferente. [...] é
sua [do poeta dramático] obrigação, transportarpara a vida real, para a vida de todos os dias, a
ideia que ele forma do desconhecido, e mostrar—nos
de que maneira, sob que aspecto, em que condições,segundo que leis e com que fins agem sobre os
nossos destinos as potências superiores, as
influências ininteligíveis, os princípios infinitos de que o universo está repleto. [...] Mas
[...] nem por isso é menos certo que o mistério, o
ininteligível, o sobre-humano, o infinito --
pouco
importa o nome que se lhe dê —
tornou-se tão
pouco manejável desde que deixámos de admitir "a
priori" a intervenção divina nos actos humanos,que ao próprio génio poucas vezes se oferecemestes felizes encontros. [...] 0 génio, outrora, e
algumas vezes o talento simples e honesto,alcançavam oferecer-nos , no teatro, esse segundoplano misterioso e profundo, essa nuvem cimeira,esse sopro de infinito, tudo, enfim, que não tendonome nem forma, parece necessária para que a obra
dramática irradie impetuosa e atinja o seu nivel
17
ideal. Hoje, em dia, falta sempre
'el,personagem enigmática, invisive.
sente, a que poderíamos chamar
sublime, que não é talvez
essa terceira
mas omnipre-a personagem
auuume, que não é talvez senão a ideiainconsciente mas forte e convicta que o poeta faz
-
■
que dá à sua obra um alcance maior,ivel e indizível que subsiste após
leza nunca se
do universo e que dá à sua obra um ali
algo de imponderável e indizível que si
a morte de tudo o resto e cuja beli
esgota. [ . . . ] (6)
(6) Maeterlinck, in Teatro Moderno; Caminhos e Fignraa,de Luís Francisco Rebello, Lisboa, s/ ed., 1957, pp. 57-59.
19
"Pedro o Cru" de António Patrício retoma um episódio da
História de Portugal referido, por exemplo, na "Crónica de
D.Pedro I" de Fernão Lopes, mas aqui enquadrado numa
tessitura dramática.
Partindo dos "amares de Pedro e Inês", saltamos para um
"palco" onde nos é proposta determinada ilusão da realidade.
As pessoas, indivíduos reais, passam a um plano de
personagens construídas e tudo se consubstancia em
acon tec imen tos-chave , alguns deles inverosímeis sob o ponto
de vista histórico, mas significativos no quadro de
referências criado.
A questão da verosimilhança ou mesmo a possibilidade de
perspectivação de um rea 1 -História é assunto, por ora,
esquecido. Importa, sim, delimitar o objecto de estudo, a
totalidade do material que iremos trabalhar, um objecto
literário, isto é, o próprio texto dramática.
Tal como diz Henri Mitterand: "Le texte de 1'
oeuvre est
un texte continu, fini, cios, enferme entre la majuscule qui
ouvre sa première 1 igne et le point final de sa derniére
page" ( 1 ) .
(1) Henri Miterrand, "Corre 1 a tions Lexicales et Qrgani-sation du Récit: le Vocabulaire du Visage dans Thérése
Raquin", in Revue de Linguistígue et Littérature, Numero
Special, 1968, p. 21.
20
É entre essa maiúscula e o última ponto final do texto
"Pedro o Cru" de Antónia Patrício (neste caso, seguido da
palavra FIM, centrada e em maiúsculas) que nos deteremos. 0
objecto escolhido e assim delimitado será o fulcro do nosso
estudo .
0 texto é uma mensagem codificada através de
lexemas. Embora a codificação do texto (emissor e
circunstâncias que rodearam a génese do texto,
i.e., o pre-texto) tenham uma importância
significativa, o certo é que a única coisa que
interessa verdadeiramente é o texto em si. A
bioqraf ia do tex to terá que ser relegada para
segunda Dia no para que a atenção do investigador
se concentre na sua biologia . (2)
Parque conscientes das limitações desta perspectiva que
nos parece um pouco radical, inserimos neste trabalho outros
capítulos, nomeadamente "História e Ficção". Consideramos,
no entanto, que a opção feita, pelo rigor na observação, é
um bom ponto de partida para o tipo de análise que nos
propomos efectuar.
(2) João de Freitas Ferreira, A Pedagogia do Léx ico .
Porto, Edições Claret, 1985, p. 79.
Este estudo parte do "isolamento" de certas formas
consideradas pólos, á volta das quais se organizam
constelações discursivas.
Uma vez que nos encontramos perante um texto que, como o
próprio título indica, gira à volta da figura de D. Pedra,
seleccionámos, em primeiro lugar, as formas "El-Rei" e
"rei". Esta selecção abriu-nos desde logo caminho para a
escolha de outros items lexicais que se afiguravam
relevantes para a compreensão da obra. Tal é o caso de
certas palavras que, embora integradas em contextos
linguísticos diversos, se repetem obsessivamente tomando uma
significação que transcende a primitiva.
"Morte", "Vida", "Saudade", "Amor", "Noite", etc., bem
como outras formas pertencentes às mesmas famílias lexicais,
s3o muitas vezes transferidas do nivel de signo para o nível
de simbolo, pois, embora inicialmente se rejam pelas regras
de definição comum, na maioria das ocorrências já não
demonstram mas sugerem, porque integradas num contexto que
lhes atribui um valor conotativa —
o discursa poética.
Se bem que este tipo de discurso não possua a lógica nem
a transparência de uma escrita que utiliza uma linguagem
referencial e denotativa, a verdade é que o seu poder
sugestivo resulta de jogos sobre a palavra escrita/dita.
22
Qualquer significação que queiramos inferir só poderá assim
ser apreendida através de uma abordagem imanente do próprio
texto.
Quer o acto poético, quer o discurso poético
realizam-se, em grande parte, ao nível do léxico.
É com base no léxico que o poeta [...] tenta
suspender o real e os níveis significativos e
consegue criar novos sentidos. (3)
Assim e porque estamos perante um tecido verbal com forte
significação conotativa e marcado por desvios, especialmente
a nível semântico, procederemos ao levantamento das
referidas formas lexicais, mas sempre inseridas em micro-
contextos que nos proporcionem o estabelecimento de campos
lexico-semân ticos que possam vir a ocultar a desmontagem,
descodificação e compreensão do texto. De salientar, que
teremos sempre em conta as relações sintagmáticas
estabelecidas e as associações paradigmáticas aoertas, pois,
a nivel do conteúdo, o tecido final cria possioi 1 iaades
limitadas de significação devido às relações estabelecidas
então com outras unidades contextuais.
( 3) ibidem, p. 111.
23
[...] o conteúdo comporta um aspecto lexical com a
sua sintaxe <= construção) sémica própria, um
aspecto frâsico em que a permeabilidade dos semas
das palavras co-ocorren tes permite e exige uma
infiltração dos semas de unidades linguisticas
noutras unidades sequencialmente ligadas na frase
[ . . . ] (4)
Optou-se, desta forma, por um processo de análise que
permita, desde logo, identificar e delimitar os níveis de
ambiguidade, assinalando as principais linhas de força.
Mas, para uma análise metodologicamente válida, há que
efectuar um levantamento sistemático de todos os enunciados
que incluem determinada ( s ) forma(s).
Porque se trata de um trabalho moroso e minucioso,
decidimo-nos pela utilização de meios informáticos para o
levantamento pretendido. Assim, após a transposição de todos
os diálogos oara uma "base de Gados", estabelecem-se
determinadas condições de filtragem, consoante o objecto de
estudo. Obtemos, desta forma, as "saídas" que se encontram
em Anexo ( 5 ) .
A partir desta base de trabalho, observamos as diversas
ocorrências dais) palavra ( s ) -pó lo , por forma a chegarmos à
(4) ibidem. Prefácio por Mário Vilela, p. 15.
Vide "Anexos", particularmente Al onde se explica,mais detalhadamente, o processo utilizado.
24
descodificação da sua significação textual, permi t indo-nos
projectar o pensamento do autor, no sentido da demonstração
ina 1 .
Eis pois o método no qual assenta a análise efectuada
nesta segunda parte. De salientar que, para o sub-capitulo
"Contextos Cénicos de Situação" e porque se trata, em termos
quantitativos, de excertas com menor dimensão, o nosso
estuda incidirá sobre a totalidade das rubricas cén.
introdutórias de cada acto, possibilitando
enquadramento do texto dito.
1C 35
assim o
25
Como já foi abordado em "A Especificidade do Texto", o
cenário, ou seja, as rubricas cénicas introdutórias de cada
acto, fornecem-nos a base, a partir da qual se vai
constituir e instituir o ambiente necessário ao desenrolar
da intriga.
Encontramo-nos perante uma obra constituída por 4 Actos,
introduzidos por uma descrição dos respectivos espaças, já
que cada Acto possui espaços cénicos diferentes.
Partiremos pois das rubricas cénicas introdutórias f texto
não dito) para, depois de articuladas, estabelecermos as
linhas gerais, os vectores dominantes, que contribuirão para
a criação de um ambiente onde o texto oito -eitera e
interage com o texto não dito. A descrição do espaço e
aproveitada para estabelecer um sistema de símbolos, que
favorece e enquadra o aspecto relacional da comunicação
verbal .
É na simbiose [ambiente (texto não dito) < — > diálogos
(texto dito)] que surge a harmonia de um conjunto, a peça de
António Patrício.
27
Recorremos, para facilitar a perspec t i vação do evoluir da
obra sob um ponto de vista sequencial, á forma esquemática,
tomando como pontos de referência a localização temporal e
espacial, com o movimento que ambas implicam.
ACÇ20
Acto 1Q Acto 29 Acto 39 Acto 49
-Ou tono-
Noite Entardecer Noite No i te/Amanhecer
Paço de Conv. St. Clara Entre Coim- Igreja Monaste-Coimbra em Coimbra bra e Alcob. rial de Alcobaça
a
A acção, vista sob um ponto de vista de sequênci
cronológica, e é deste modo que ela se nos apresenta no
texto, tem o seu inicie em determinada noite, Acto Primeiro,
correspondendo o Acto Segundo, ao entardecer do dia
seguinte, o Acto Terceiro â noite que segue esse entardecer
e o Acto Quarto à continuação dessa noite, terminando com o
amanhecer -
espaço de quase 24 horas, com um patamar
durativo: 29 e 39 actos.
28
Estamos perante um texto predominantemente marcado pela
quase ausência de sol, de luz do dia, uma vez que a "noite"
au o "cair da noite" (entardecer) envolvem toda a acção,
indiciando, conjuntamente com outros elementos, a presença
da morte. Apenas no fim do último acto, presenciamos o
amanhecer, com o sol que "ri" e a coroa que "refulge", o que
contribui para um clima de alegria e paz que só faz sentido
existir no final do texto, quando, como veremos mais
adiante, o Amor supera a própria noção de Morte.
0 levantamento lexical dos "Índices de luminosidade"
mostra que a grande maioria das imagens gira em torno dos
conteúdos simbólicos das palavras "sombra", "penumbra", etc.
Sobressaem, no entanto, alguns focos de luz como "dois
tocheiros que ardem" (Acta Primeiro). 0 quantitativo "dois"
acentua a escassez do elemento "luz" que conjugado com o
factor "noite" e contextualizada, ultrapassa os limites da
frase (sentida primeiro), deixando entrever, em redor, zonas
intermédias de penumbra.
Esta ausência de claridade é também uma constante no Acto
Segundo, onde o cíima de indefinição das contornas nas
remete para um espaço infinito, porque não abrangível pelo
olhar: "Não se vê os ângulos do claustro, os corredores
perdem-se na cena [...] Os últimos planos já estão numa
penumbra de oiro frio". 0 jogo de sinestesias presente nesta
29
última frase, em que se associam sensações térmicas e
visuais antagónicas, -emete-nos para um clima de
desconforta, jagando-se embora com o aspecto valorativo da
palavra "oiro" .
0 mesmo sentido cósmico, de universo aberta, está
presente no Acto Quarto, onde "não se vê a abóbada: os
colunelos dos pilares sobem sempre", e se vê apenas "um
trecho das naves", existindo "um vitral esguio, mal
distinto", única possibilidade de contacto futuro com a
elemento "sol"
.
Os únicos pólos de luminosidade presentes no Acto
Terceiro são "molhadas de círios (1) contra os troncos".
Apesar da existência destes focos de luz, eles surgem-nos
concentrados e indefinidos ("molhadas") e a escuridão é um
elemento implícito na descrição do espaço, uma vez que é
noite, o "caminho" é "arborizado" e fica assim "povoado de
formas floconosas". Esta indefinição de formas contribui
para a criação de um ambiente sem calor, sombrio, lúgubre
acentuado por todo a cruzamento sinestêsico delineado. Mais
uma vez se combinam as associações álgidas e visuais
transmi tindo-nos um espaça cósmico, de negrume e
indef iniçâa .
(1) Segundo o Die tionnaire de Symboles. de Jean
Chevalier e Alain Gheerbrant, Paris, Ed. Robert Laffort S.A.
e Ed. Júpiter, 1982, o círio, elemento sempre presente
durante a transladação, simboliza a relação entre o espiritoe a mater ia .
30
A construção do primeiro espaço cénico (rubrica cénica
introdutória do Acto Primeiro) joga com a justaposição de
dois planos: -ealidade + indícios psico-f isicos :
RealidadeIndicias
Sala de abóbada alta e fria
Tapeçaria das paredes comida do sol, em
gamas mortas
Vitraisdormitam na penumbra
Lareirasem lume
A realidade dominante que se inscreve em pólos que abrem
blocos nucleares, sobrepõe-se um real sugerido quase por
contraste que nos é dado no processo de desenvolvimento
desses mesmos blocos, anulando todo o ambiente de grandeza e
sumptuosidade aparentes e remetendo-nos para um clima de
nobreza decadente, de riqueza esvaída e de esplendor
perdido .
Este espaço, caracterizado pela (tal) "nudez de des
conforto lúgrube", assinala apenas a existência de um
"escano", adjectivado de '-ude", e de uma viola que, na
aparência, nos remeteria para um clima de alegria, mas que,
porque "esquecida", indicia tristeza, alegria de outrora e
estimulo de recordação.
Jl
Este ambiente de quase ausência de vida é reiterado por
todos os elementos que compõem o cenário. Os "vitrais" são
marcados e personificados pela forma verbal "dormitam". Ora
a característica humana que lhes é atribuída corresponde a
uma nâo-vida momentânea, a um estado latente e implica uma
quase ausência de luz exterior, tanto quanto a penumbra na
cenário escolhido. As "tapeçarias" surgem numa quase
ausência de cor, "comidas do sol, em gamas mortas"; também
se encontra ausência de calor no ambiente, porque a
"lareira" está "sem lume". 0 clima criado prenuncia assim a
presença de um dos vectores mais fortes da obra --
a Morte.
Em contraponto com a não-vida no que o Homem criou, um
apontamento no cenário: "os ramos frescos de choupo e de
salgueiro", únicos elementos da Natureza aqui presentes, que
deixam entrever, devido à adjectivação utilizada (frescos),
a existência de uma Natureza viva. No entanto, também este
vector-
Vida -
é quase anulado, pois aqueles ramos "só
podem aquecer um serão de almas", serão na noite, achas de
fogueira, em clima que propiciará a génese de recordação.
32
Também o Acto Segundo abre com o jogo antitético dos dois
vectores já presentes no Acto Primeiro -- Morte/Vida.
0 local, "claustro do convento de Santa Clara em Coim
bra", é-nos descrito, primeiramente, numa visão de conjunto
que contempla o espaço horizontal superior-
"abóbadas
laçadas", lateral-
"paredes de azulejo" e horizontal
inferior -
"lajes tumulares". Esta visão tridimensional
encerra elementos indiciais que nos sugerem um clima de
grandeza, imobilidade, morte.
Justapondo-se a este ambiente quase sepulcral, surge num
plano centrado e em destaque, a presença da Natureza
"jardinzinho interior com uma fonte". Ainda que minimizado
na sua dimensão pela utilização do diminutivo, mantém a
valor afectivo a este associado. A sua inclusão no cenário,
em contraponto com os restantes elementos, retoma a oposição
aberta no Acto Primeiro: a imobilidade e a frieza dando
lugar à mobilidade e á frescura, o ambiente álgido da morte
contrastando com a vida de um jardim colorido, perfumado, em
que a água ressoa.
33
Vejamos agora como esta antinomia funciona no Acto
Terceiro :
é o espaço exterior que serve de "palco" a este Acto. Os
pontos de referência são-nos dados, partindo do genérico
para o particular, num processo que orienta uma perspectiva
visual que vai de um plano superior e mais afastado, para um
outro inferior e mais próximo. Temos como pólos crmcipais:
"um alto de colina", o "vale" e, por fim, "a aldeia".
Os dois primeiros pólos, cnde se inscreve a Natureza,
reiteram o clima outonal "árvores de outono a desf o L har-se" ,
já presente nos outros actos. A simbiose céu/terra, dada
pela expressão "núpcias das árvores e das nuvens", remete-
nos para um clima de harmonia e de vida, imanente á
Natureza, reiterado até quando da referência a um "grande
cedro" que "vela". A animizaçâo da Natureza patente nesta
expressão leva-nos a uma visão panteísta do mundo, onde a
Natureza-al tar é fonte de vida e de amor.
A protecção tutelar atribuída ao "grande cedro" refere-se
a um outro elemento —
"um cruzeiro de pedra que estende 05
braças"-
também presente no cenário. é-nos assim
introduzido um simbolo marcado pela morte e pelo sacrifício,
cuja descrição, porque personificada, lhe imprime também uma
marca de humanidade. E e o "humano", tomada como colectivo
"a aldeia", que indicia o clima de apr-een&ãu, expectativa
suprema, patente na expressão: "a aldeia vela, escuta".
34
É no ultimo acto que quase parece desaparecer o vector
Vida, surgindo este apenas (como atrás dissemos) no fim do
texto com o amanhecer.
De salientar que, no que diz respeito á acção, estamos no
momento que antecede a (possível) coroação da rainha morta.
0 túmulo de Inês de Castro surge, em termos de distribuição
no espaço, no primeiro plano à direita, tendo como 'pano de
fundo" o altar. Tudo se perde na penumbra que domina o
espaço cémco e, tal como nos outros actos, preside â sua
abertura um instante de silêncio: "[...] grupos de frades __
numa azáfama silenciosa, fantasmal."
0 clima religioso raia o místico, abre o além, como que
preparando a comunicação entre o Homem e o SER OUTRO, que o
envolve e domina. Acontece então a "Manhã. 0 vitral inflama-
se de sol. estende um tapete fluida no lajedo [...] o vitral
que fulgura, intumescido de sol, violeta e sangue. [...] 0
sol ri nos colunelos. A coroa refulge aos pés da estátua." 0
elemento "sol", só agora presente em cena, é fonte de luz,
calor e vida. Acompanhado pelas palavras "violeta" e
"sangue", remete-nos, pela simbologia a que estão
associadas, para um clima de equilíbrio entre o mundo e o
a lém .
Apresença de luz diurna nos vitrais outrora adormecidos
cria e transmite uma nova Vida: "0 cabelo da Morta agora
esplandece, dum loiro único, solar, mais fulvo do que em
vida, mais ardente".
35
Pela transgressão dos valores saciais e pela negação de
princípios que presidem â própria existência, transgressão
esta, como veremos, impulsionada ae i c valor simbólica
atriauida ao Amor e à Saudade, aanu-se caminho para uma
outra Vida onqe a ""'orte, enquanto a outra face tia vida', é
superada .
Chegamos a um momento em cue estes dois pólos, con-
sicerados como antagónicas. coexistem numa relação cue
retoma. se cem cue perspec ti vacas Ce aucra fnrma, os
conceitos tracicicnais Ge ressurreição e imortalidade.
37
O RETRATO DE EL-REI
Após o levantamento das formas lexicais "El-Rei" e "rei",
apercebemo-nos de que nos surgem inseridas em micro-
contextos pertencentes a acções verbais de Outrem
(personagens secundárias) na ausência de quem se fala, de
Outrem tendo o Rei como interlocutor e nas falas proferidas
pelo próprio Rei.
Vejamos como é caracterizado Pedro pelo "olhar do outro",
e como estes juízos de valor se interligam com as emitidas
pela própria personagem.
Em termos de texto dito, todos os Actos se iniciam com
diálogos entre personagens secundárias.
Acto Primeiro Dois PajensActo Segundo [Freiras] Escudeiro / AbadessaActo Terceiro Povo
Acto Quarto Prior / Frade / Mestre António
A função dos referidos diálogos é situar/esclarecer a
acção e/ou fornecer vários dados e diferentes pontos de
ista segundo os quais se vai construindo determinada imagem
u se vão abrindo linhas de incerteza relativamente à
personagem principal.
v
o
38
Das várias definições referentes a "El-Rei", é a palavra
"pai" a que mais se destaca, quer colocada na boca do povo,
enquanto colectiva, quer proferida individualmente por
diversas personagens.
VOZES, fora
Viva El-Rei! Viva El-Rei! El -Rei é pai.
(Acto I -
p. 65)
SEGUNDO PAJEM, mais baixo
El-Rei é pai. Todo o povo o diz. El-Rei é pai...
C . .]
(Acto I -
p.63)
VELHO, lavado em lágrimas, sorrindo
El-Rei é pai... El-Rei é pai...
(Acto I -
p. 67)
As qualidades que tais palavras nos poderiam suqenr
relativamente à figura de El-Rei (protecção, compreensão,
amizade, amor paternal), são de certo modo alteradas, pois
estas definições associam-se a outras, cuja contexto frásico
limita ou altera as conotações inicialmente sugeridas.
PRIMEIRO PAJEM
El-Rei é bom, mas justiceiro.
39
e
SEGUNDO PAJEM
El-Rei é pai, mas duro no castigo. [ . . . ]
(Acto I -
p. 63)
Apersonagem real é agui cefimaa por meio d
adversativas —
dois qualificativos que se suceaem a nível
sintagmâtico, mas se "apõem" a nível do significado, pois
abrangem qualidades contraditórias.
é entre estes dois pólos equidistantes que se vai
construindo a figura de Pedro e se vai inscrevendo o
confronto Ge juízos ae valor tão antagónicos como os que
presenciamos no diálogo entre o Frade s o Prior, a propósito
do juramento proferido pelo Bispo da Guarda.
0 FRADE VELHO
Sei que El-Rei o forçou: jurou coacto. Ah' Deixai-me dizê-lo a vós ao menos:
-
El-Rei D.Pedro é o
carrasco dos corpos e das almas.
0 PRIOR
Sois injusto. Irmão, sois mais que injusto. Vedessó o mal, que é de nós todos. Não vedes a
grandeza, o timbre da alma. El-Rei D. Pedro, meu
senhor, é um grande rei. [...]
(Acto IV -
pp. 157/158)
Estamos assim perante uma personagem cuja caracterização
possui contornos vários e antagónicos, consoante o momento e
o ponto de vista do outro. Uma vez mais nos encontramos no
complexo campo de formação do real, partinoo-se agora do
40
olhar de alguém, que não o protagonista, sobre a figura
régia ( hetero-designação ) .
Há, no entanto, dados objectivos relativos á figura real:
"bailador", "monteiro" e "folgazão" são características
referidas tanto, por exemplo, no diálogo inicial dos dois
Pajens, como nas próprias palavras do rei , em auto-
ref erência .
PEDRO
[...] 0 teu rei... o teu rei com azorrague à
cinta; que por amor da Justiça, é até carrasco; o
teu rei, monteiro e bailador, que é Dai do seu
povo, bom e duro. . . [ . . . ]
(Acto I -
p. 74)
0 poder real, absoluta, é um factor presente ao longo do
texto. Dele nos damos conta por sucessivas acções, quer
presenciadas pelo leitor, quer narradas, em retrospectiva,
pelas personagens.
A forma como o Escudeiro trava o primeiro diálogo com uma
Freira (Acto Segundo) é uma clara demonstração da relação de
prepotência para com as instituições, neste caso, a Igreja.
Mandatária de El-Rei, o Escudeiro utiliza palavras como:
"El-Rei manda, ordena, decidiu, force, obedecei", culminando
com uma frase em tom de ameaça: "Por Deus vos juro: se não
abris, tendes que arrepender-vos" .
41
Esta sobreposição do poder real ao eclesiástico é bem
visível na relação que Pedro estabelece com os membros do
clero. Mais curioso ainda é a consciência que Pedro tem
dessa submissão compulsiva e o discurso que profere a esse
resDei to .
PEDRO
[...] (fica um momento à escuta. Dá com os olhos
no Bispo que o espia, e estremece: muda de
expressão) Que dizes tu, Bispo7 Fazem-te frio
aqueles uivos7... Era melhor ouvi-los dum bom
leito. . .
0 BISPO DE GUARDA
Eu, meu senhor"1' Estou aqui cumprindo as vossas
ordens. Sois o meu rei...
PEDRO, com um ^ir de sarcasmo doloroso
Sois o meu rei'. Cumpres as minhas ordens!... Bem
lembrado. Absolves-te assim de vires connosco. Não
és meu cúmplice; descansa. [...] Que dizes tu,
ministro do Senhor"7... (0 Bispo esboça um gesto
servil, vai a falar. Pedro não lhe dá tempo) Não
precisas de dizer: Para quê'7 0 que tu dizes a ti
mesmo sei-o eu bem; li-o eu em Santa Clara nos
teus olhos, quando fitaste as minhas mãos que
tinham sangue... (Com um rir convulso) Tenho pena
de ti, Bispo. Ao que tu tens de obedecer,
amigo'.... (Ri outra vez) [...]
(Acto III -
p. 138)
0 sarcasmo existente nas palavras de Pedro toca o
absurdo, presente na figura de um individuo que tem
consciência da poder ilimitada que detém, o ironiza, pondo a
•-idiculo as outras personagens que, tangidas pelo medo, não
ousam opor-se-lhe sequer pela palavra.
4 2
m
Esta situação repete-se ao longo do texto com as mais
diversas escalas sociais. A Ciência, o Direito e a Arte,
aqui representadas nas personagens do Astrólogo, do
Corregedor e de Mestre António, respectivamente, estão
também submetidas ao poder real que se resume afinai a um
individuo que encerra em si as maiores contradições, mas co
uma vontade que ultrapassa tudo e todos para .que o seu
desejo/sonho se realize —
a união suprema com o ser amado.
0 medo, por J?n lado, e a submissão, por outro, são
constantes na relação entre Pedro e as outras personagens. A
*orma como o Escudeiro relata á Abadessa a morte de Pêro
Coelho e Álvaro Gonçalves não deixa duvidas guante à
desaprovação relativamente a um acto por todos considerado
como crue 1 .
0 ESCUDEIRO
é tarde. Já não posso contar-vos tudo a eito. Sódirei o que importa, o grande horror, o que, cem
anos que eu viva, há-de viver dentro de mim em
sangue e lume. (Pausa) Esperávamos todos,-
cortee povo. A corte dir-se-ia que fora condenada; e
vestida de gala,-
El-Rei o quis-
tinha um ar de
espanto, um ar funéreo. [...] Todos estavamvarados de temor. Tristão por fim meteu-lhe a mãono peito... Tinha a faca na outra... aindacortou... E todos vimos, mudos como pedras, o
coração jorrando sangue quente. Ofereceu-o a El-Rei ajoelhado. E El-Rei meu senhor, ante nós, porduas vezes o mordeu. . .
[ . . . ]
43
A ABADESSA
Meu Deus!... E ninguém disse nada7 O senhor
Bispo7. . .
0 ESCUDEIRO
Ninguém. . . ninguém. . . Quem ousaria? [ . . . ]
(Acto II -
pp. 107/108)
0 ódio, o desejo e o prazer de vingança bem como a
crueldade de que o próprio acto se revestiu revelam
sentimentos que se prendem agora á figura de Pedro, e a que
associamos a palavra "carrasco", utilizada quer em auto quer
em hetero-designação . (1)
Surpreendente é a última parte do discurso do Escudeiro.
Evitando-se, mais uma vez, qualquer leitura maniqueísta da
personagem, contrapõe-se ao clima de violência descrito, a
referência á última fala de Pedro, no fim da execução, bem
como as palavras que o Escudeiro emite sobre a transformação
operada naquela personagem.
0 ESCUDEIRO
[...] Depois voltou-se, e os que estavam perto,ouviram-no dizer: -
"Aleluia!", com uma voz de
quem reza, os olhos doces. [...] Fui à sala do
trono onde El-Rei estava. Junto dele, vi Afonso
Madeira, o senhor Bispo, mais dois ou três...
Olhei-o com espanto: era já outro... Tinha um
olhar que trespassava a gente... e que ia muito
longe... Deus sabe onde'.... E um ar de mistério,quase humilde. la jurar que tudo lhe esquecera.
C- - -]
(Acto II -
p. 109)
(1) Cf. fala de PEDRO (p. 138) e fala do PRIOR (p. 158).
Este final de narração remete-ncs para uma *rase
proferida por Pedro, ao prever o desenrolar dos
acontecimentos: "E daqui a horas... sim, talvez daqui a
horas, justiça será feita. Então a paz de Deus virá sobre a
minha alma" (Acto I -
p. 79) .
Só quando El-Rei está ausente é que há qualquer diálogo
directo entre as cutras personagens. A partir do momento em
que entra em cena, torna-se o pólo do discurso, sendo quase
inexistente qualquer diálogo paralelo. A acção esti
permanentemente centrada nas suas palavras e o comportamento
das outras personagens está sempre condicionado à sua
presença .
Assim, tudo parte ou converge para a personagem Pedro —
individuo, ser de excepção, á volta do qual todos os outros
se movimentam. Mesmo se 'fora de cena", é uma ausência
presente quando abrangida pelo olhar das outras personagens,
que nos revelam o seu comportamento: "El-Rei [vem] atrás
C ■ ■ • ] El-Rei vinha a sorrir como se a visse [ . . . ] El-Rei
apeou-se [...] El-Rei traz coroa [...] (Acto III-
p.
133) .
45
A relação "dominante -
dominados" é uma constante ao
longo do texto. Desde a personagem mais próxima de Pedro,
Afonso Madeira, passando pelos elementos do clero, do povo e
a própria nobreza, todas estão inseridos num espaço cuja
referência e veneração é a figura real. Esta condicionante
do comportamento obriga a um jogo de máscaras que nunca se
desfaz .
De salientar que Pedro mantém diálogo com quase todas as
personagens. As formas de tratamento utilizadas são também
sintomáticas da relação que estabelece com os vários
interlocutores. -cdos, à excepção ae Martim e Pêro Coelho
na última fala, utilizam, quando em diálogo directo com o
rei, a forma de cortesia "meu senhor", revelando claramente
(e por analogia á religião cristã) uma relação de subjugação
a alguém quase "endeusado".
0 único pólo de oposição à personagem central, o bloco
formado por Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves, é tiranamente
anulado no fim do Acto Primeiro, estando assim eliminada
qualquer relação de conflito entre Pedro e as restantes
personagens. De salientar que a fala que Pêro Coelho profere
aquando da sua revolta ao ser chicoteada por Pedro,
desaparece a forma de cortesia e surge um discurso marcado
pelo tratamento por "tu".
46
PÊRO COELHO, ensandecida pela dor, mais perto dele
Continua, covarde!... é teu o Salado... Da coroa
do teu pai resta um chicote. Anda! . . . Té que a
boca te espume de luxúria... (Pára um segundo)Quem a serviu como eu, vê-te com asco. Vá!...
Continua... Nem sei o que és mais: farsante ou
carniceiro . . .
(Acto I -
p. 93)
A partir da execução, todos são adjuvantes (pela força ou
pelo coração) de actos considerados cruéis (morte dos
assassinos de D.Inês) ou aterradores (transladação e
coroação de D.Inês). Não deixa, no entanto, de existir
alguma censura, se bem que pontual, não enquanto acção
empreendida por qualquer personagem, mas enquanto expressão
do pensamento traduzida ora pela figuração (expressão do
'-osto/mimica ) ora por juízos valorativos traduzidos por
palavras, mas sempre na ausência do Rei.
Um dos casos em gue são tecidas auras criticas á figura
-eal observa-se no inicio do Acto Terceiro, momento em que
são proferidas as seguintes frases por alguns elementos do
povo .
OUTRO HOMEM
E para matar saudades,—
como sete anos só é
muito tempo, El-Rei nosso senhor tinha mancebas.
Duas ao menos: alguns dizem três. Vós bem sabeis
os nomes, todos vós. . .
UMA MULHER, rindo
0 verdadeiro amor estava na cova, e os outros cá
fora .
(Acto III -
p. 131)
47
É então gue é exaltada e defendida a causa de Pedro, por
meio de um discurso proferido por um outra elemento do povo.
Explica-se toda a contradição do ser humano, perspectivando
a sua existência em termos de religião cristã.
PRIMEIRO VELHO
Deixai zumbir, deixai falar quem fala. A carne, âs
vezes, é só lodo, é vil: mas é também uma janelapara a dor. A dor de El-Rei D.Pedro era a saudade.
Ninguém a viu? Que importa' Viu-a Deus. [...]Primeiro deu-lhe [a Inês] Deus o seu martírio;depois beijou-lhe a alma com piedade, aqueceu-ànas mãos que criam mundos e são aconchegadas como
ninhos; e o milagre deu-se [...]
(Acto III -
p. 131 )
0 Homem é visto como uma dualidade composta por carne e
espirito. 0 primeiro, visível ao comum dos mortais, é
identificado como "lodo". Quanto ao segundo elemento, ele é
sinónimo de dor e apenas Deus é testemunho da interioridade
humana. Deus, sujeito dos desígnios humanos, impôs a Inês, á
semelhança do gue acontecera com Cristo, martírio e
redenção .
Como entes supremos, surgem-nos Deus (Pai no Céu) e Pedro
(pai na terra) e o encontro destes dois elementos está na
natureza: "as nuvens no vale" e "o céu desceu à terra" --
que podemos identificar cem a imagem bihlica do fim do
mundo, o juízo final.
4 8
PRIMEIRO VELHO
[••-] O arauto disse: E na Casa de Deus será
coroada. El-Rei o quis assim,- -
El-Rei que é
pai. Não é num Paço--
vede'. --
é numa igreja.Deus vem com ele. Ampara a que se ergueu. . . [ . . . ]Nunca vi tantas nuvens sobre o vale. Parece até
que o céu desceu á terra.
(Acto III-
p. 131)
Apesar cie reconhecido, ceia maioria das personagens, c
grande amor de Pedro por Inês, outras há gue vêem esta
relação como imoral, abordando e perspectivando de outra
forma o comportamento do rei.
0 FRADE VELHO, numa exaltação crescente
Um grande rei, dizeis!... Um rei perjuro, gue
quebrou por vingança, friamente, o juramento gue a
seu pai fizera; que se diz justiceiro e é só
carrasco; um rei cristão que enforca bispos, e os
força, por terror, a jurar falso; um rei cristão
que insulta Roma, e mais ainda, o Deus que o
julgará--
canonizando a amante nesta igreja...
(Acto IV-
p. 158)
E a mais dura crítica é tecida pela mesma personagem que,
não podemos esquecer, é um elemento do clero.
0 FRADE VELHO
Ei-lo o carrasco--
ao som das longas'
que o cio ensandeceu, o rei coveiro de
coroa, que em espirito roussa pela
[...] Ei-lo o maldito! [...]
. . a íena
chicote e
mor te'
. . .
(Acto IV -
p. 158)
49
Curioso é o facto do próprio rei ter utilizado palavras
semelhantes, ao "ler" o pensamento de um outro elemento do
clero, demonstrando assim ter consciência da "olhar do
outro" .
PEDRO, com um rir de sarcasmo doloroso
[...] Tenho pena de ti, Bispo. Ao que tu tens de
obedecer, amigo'... (Ri outra vez) A mim--
olha-
me bem --
a mim1 (Caminha para ele. 0 Bispo recua
aterrado) A um rei coveiro... um milhafre de
azorrague e coroa'.... carrasco e hiena... gue dá a
beijar as mãos ainda com sangue, e tem nas vestes
terra duma cova. . . (Com gestos de delírio) Um rei
que troca o ceptro pela enxada, e uma enxada tosca
de coveiro1 . . . que vindima de noite —
ao sol da
Morte onde só abrem almas. . . [ . . . ]
(Acto III -
pp. 138/139)
Pedro é a personagem que possui o mais longo e profundo
discurso, grande parte do qual é produzido em monólogo. A
construção destes monólogos, e porque se trata de um texto
dramático em que estão presentes em "cena" autra(s)
personagem ( s ) , assenta na criação da ilusão, no leitor, de
um discurso dialógico, no gual, muitas vezes na realidade, o
outro interveniente tem um papel guase passiva.
Afonso, personagem com quem o rei contracena largamente,
proporciona as longas falas de Pedro, impulsionando a
continuidade do seu discurso. Sendo a personagem que lhe é
mais próxima, permi te-se a alguma censura, se bem gue apenas
inicialmente e a medo, sendo aquela utilizada para que Pedro
contraponha vigorosamente, justificando plenamente os seus
actos .
50
AFONSO
Então perdoai, senhor. A quando Infante, não
fizestes acordo com El-Rei, com El-Rei vosso pai,
de perdoar aos matadores de D.Inês?... E agora,
depois de juramentos e promessas, não cumpris, meu
senhor . . . não . . .
[ . . . ]
AFONSO
Sofrei gue vo-lo diga: sois perjuro.
PEDRO, com um fervor de iluminado
Perjuro! . . . Conheces tu, Afonso, a minha fé?. . .
Como sabes então que perjurei?... Eu vivo pró Amor
e prâ Justiça. 0 meu povo. . . a carte. . . mesmo tu,
só conhecem de mim o justiceiro. Mas para além da
Justiça e bem mais alto, há um rei que te fala e
não conheces, que é rei de Portugal e anda na
Morte, porque é nela que vive o seu amor. . . [ . . . ]
(Acto I-
p. 74)
A defesa destes dois valores remete-nos para duas
realidades em que a própria personagem se projecta--
a
Justiça no "mundo real" e o Amor numa outra dimensão, uma
supra-rea 1 idade que engloba a vida e a morte.
é também através do diálogo entre estas personagens gue
nos é transmitido o carácter de "ser de excepção"
relativamente à figura real. 0 seu grande amor por Inês é um
sentimento impar, jamais experimentado pelo comum dos
PEDRO, reanimando-se, com uma voz branda de somânbulo
Tu não sabias, Afonso. Não tens culpa. Mas agoracompreendes... compreendes... Vês bem o meu
destino: coma eu... Tem as mãos nos ombros do teurei... e leva-o, leva-o como o vento no mar, as
minhas naus. Nenhum homem o teve igual. Não crêsAfonso7
'
AFONSO
Ninguém amou um amor tão alto, meu senhor.
°EDRO
Ninguém, ninguém. [...]
(Acto I -
p. 75)
A medida gue o texto avança, assistimos á alteraçíes no
comportamento de Pedro. Aliás, apercebemo-nos delas através
das palavras da própria personagem.
PEDRO, uma mãe
Se um dia
ombro de Afonso, com uma voz que parecevir de longe
vos virdes nuns olhos de mulher ou numafonte ou num silêncio assim, como este...
agora, sabereis gue não existis, que nem soissombras, e que o vosso rei
--
pobre de mim,--
êum rei sem corte, com uma corte de árvores e
névoa... um rei só... um rei só... no maiorreino . . .
(Acto III -
p. 139)
52
Recusando agora o estatuto social que ocupa na realidade
que o rodeia, Pedro transfere a sua condição de rei para um
mundo transcendental. Porque vivenciou uma situação limite
(destino único) e porque o seu sentimento por Inês nunca
teve paralelo ("nunca ninguém amou tão alto"), Pedro atinge
um estado superior, de identificação total com o ser amado,
onde todo o passado, outrora fonte de sofrimento, é agora
fonte de regozijo.
Depois de todo um percurso, Pedro vê-se agora como a
indivíduo que atingiu um estada de consciência plena.
PEDRO
Sou o rei ... o rei do maior reina. . . da reino que
me deste, minha Inês... Duas vezes Rainha!...
Santa! Santa1... Se estou aqui ao pé de ti--
tudo
*oi bom'... A minha dor, Inês, beijo-a nos
olhos!... beijo-a como beijei a tua boca... como-
-
cerrando os olhos na saudade —
beijei, beijei,
beijei a tua alma... Tudo, tudo foi bom. Tudo eu
bendigo. Oiço bater o coração do meu destino.
Agora sei, Inês... agora entendo. Morreste moça--
para viveres na eternidade sempre moça. Bendito
seja sempre o teu martírio' [...]
(Acto IV-
p. 168)
53
A DICOTOMIA MORTE/VIDA
A Morte e a Vida, enquanto fenómenos inerentes à
realidade fisica são opostos que se anulam, pois
correspondem ao inicio e termo da existência. Esta é a
realidade do homem comum que o próprio Pedro vivência na
pessoa de Inês.
PEDRO
[...] 0 último beijo que me deste em vida, foinuma hora assim: caiam folhas... [...] Foi nessa
hora que eu nasci para a dor: foi na hora sagradaem que morreste, que a minha alma nasceu para te
adorar . [ . . . ]
(Acto VI -
p. 166)
Esta realidade imutável e fisicamente intransponível
imclica determinada valoração do conceito "vida" e "morte",
traduzmdo-se genericamente pelos sinais ( *• ) e (->, ou seja,
"vida" conotada positivamente e "morte" negativamente.
Se bem que esta oposição seja o ponto de partida, a causa
próxima do conflito que presenciamos ao longo do texto, a
dicotomia "Marte/Vida" vai-se tornando uma relação
multifacetada, complexa, a que as várias personagens
atribuem conotações diversas.
54
Num primeira momento, a Morte funciona para Pedro como um
recurso para satisfazer o seu deseja de vingança:
PEDRO
Nem a Morte. . . Dizes bem, Afonso. Nem a Morte. . .
[ . . . ] Tu sabes porque não durmo há já seis noites,
saio a bailar mais triste que a tristeza, e não
deixo dormir os meus falcoeiros para correr montes
em batidas doidas?... [...] Tu conheces-me,
Afonso. Tu sabes cue é bem outra a minha caça, e
há muitas anos já, há muitos anos. . .
(Acto 1-
p. 73
Só a partir da concretização desse acto de vingança-
execução dos matadores de D.Inês - é que tudo se perspectiva
num segundo plano, devido ao rompimento com um passado que o
a tormen tava .
PEDRO
Não, não. É outra sede... é outra. (Com uma
serenidade aparente) Ora imagina tu que justiça
foi feita. E daqui a horas, justiça será feita.
Então a paz de Deus virá sobre a minha alma. [...]
(Acta I -
p. 79)
A Morte, quando associada â figura de Inês, toma na
personagem Pedro uma dimensão inteiramente nova. 0
desaparecimento físico do ser amado marca, na vida de Pedro,
um momento crucial, fazendo despoletar um sentimento ainda
mais forte.
55
PEDRO
[...] Foi nessa hora que eu nasci para a dor: foina hora sagrada em que morreste, que a minha almanasceu para te adorar. Até á tua morte
-
eu só teamava. [...] 0 nosso amor, amor, ainda era pouco.Só abraçado á morte ele inicia: só a Saudaderevela, sabe a Deus. [...]
(Acto IV -
p. 166)
Mas a exacerbação do amor é acompanhada por sofrimento, e
a realidade que Pedro vivência durante um ano é marcada por
amargura, martírio e au to-cu 1 pabi 1 i zação .
PEDRO
Vivi um ano assim, do teu martírio. 0 teu sangue,amor, era o meu vinho. A tua morte, Inês, foi o
meu pão. Fugia ao sol: a luz envenenava-me . Queriaestar só, bem só, murado em mim: -
cavava no
silêncio um fojo de tortura: -
viviam lá um
carrasco e os assassinos. E o carrasco era eu, erao teu Pedro. [ . . . ]
(Acto IV -
p. 167)
Fugindo ao real que o envolve, Pedro vive no isolamento,
sobrevalorizando a dor sentida pela morte do ser amado. Mas
este estado de sofrimento é ultrapassado:
PEDRO
C. ..] Mas um dia, "Alguém" desceu ao fojo:"Alguém" gue era da morte e era tia vida; e mais
-
de além da morte e além da vida... E eu vi a
saudade ao pé de mim. Nunca mais me deixou: vivocom ela. Fez-se em mim carne e sangue. Fez-se
isso sabes toda a minha vida. Por isso
morte como tu. Sou o homem gue viveu a
morte: sou o homem-Saudade, o rei-
Inês. Por
eu sei a
vida e a
Saudade . .
(Acto IV -
p. 167)
55
As barreiras físicas gue o separavam de Inês impediam-no
de aspirar a uma identificação total, só possível pela
dimensão agora atribuída ao sentimento Saudade, esvaziando-o
das conotações gue tradicionalmente lhe são atribuídas. A
Saudade, porque partilhada na vida (Pedro) e na morte
(Inês), permite a comunhão absoluta entre estes dois
estados, conf undindo-os . A Saudade e o Amor anulam a
própria noção de Morte ( =
destruição, afastamento),
convertendo-a num bem perene e eng 1 obando-a , tal como a
vida, num Reino de Amor, sem fronteiras. Desta forma, Pedro
transfere para o reino tia imaginação um ideal irrealizável
no mundo que o envolve.
Deste fenómeno nos são dados, pela personagem Pedro,
exemplos paradigmáticos:
PEDRO
[...] Uma mãe dorme em sobressalto: acorda... A
saudade bateu: Truz! Truz' -
de leve. Vai abrir: -
é ele, o filho morto'... E outra vez se sorriem e
se beijam. Nunca ela o viu tão lindo nem tão vivo;nunca se amaram tanto, tão profundo... -
"Dei os
braços á Morte para embalar-te. Pedi-lhe que fosse
ela a tua mãe." - "A Morte!7... Nem a vi, minha
mlezinha. Cuidei que eras tu que me levavas." -
[...] Outra... Perdeu o noivo -
e ei-lo que volta'
[...] -
Vens de tão longe!... "Venho da tua alma.
Ressuscitei em ti, oh meu amor." -
"Como é a
morte? Diz-me o seu segredo." -"Estive sempre
contigo. Nem a vi." -
E como estas, outras,
muitas, muitas... [...]
(Acto III -
p. 137)
57
Mas esta visão só é possível, se se reformular o
significado até agora atribuído ao conceito "Morte". Tal
como aconteceu com o conceito "Saudade", refuta-se também a
leitura tradicional e cristã de Morte
corpo/alma:
separação
AFONSO
Sou teu. tu és minha.
Quem morre não parte;Nem Deus nem a Morte
Puderam levar-te.
(Acto I -
p. 68)
Rompendo com a dicotomia Vida/Morte, Pedro rejeita uma
vez mais a conceito cristão de vida para além da mo-te e
fala-nos antes de vida na morte e de morte na vida. A
realidade física que o rodeia ê algo de que cada vez mais se
afasta para se aproximar de um outro real. por ele próprio
construído, um mundo inteligível, no gual se opera, numa
dimensão simbólica, a conjugação dos opostos.
PEDRO
[...] Mas para além da Justiça e bem mais alto, há
um rei que te fala e não conheces, que é rei de
Portugal e anda na Morte, porque é nela que vive o
seu amor... [...] 0 meu reino de segredo, sem
fronteiras, o meu reino de amor abrange a Marte, a
sua natureza de mistério... [...]
(Artn I -
pp. 7a/75)
5 3
O estado "morte" de Inês é referido por Pedro como um
estado de latência do qual ê possível despertar --
momento
transitório até á união com o ser amado.
PEDRO
Shut! Shut'... Estais na câmara da Rainha.Dorme... A vossa Rainha dorme. Só nós velamos.Adormeceu com ela a vida toda. Dorme. Dormereinando... com a sua coroa de oiro... o ceptro de
oiro... Rainha de Portugal. Rainha da Morte...
(Acto II -
p . 120 )
As características atribuídas á Rainha Morta têm o seu
ponto mais alto no monólogo de Pedro. A morte adquire aqui
um cariz positivo, um estado de apuramento dos sentidos:
PEDRO, com uma doçura imensa
é a nossa hora, Inês... Estamos sozinhos. Estásbem assim!' Tu ouves-me dormindo. Eu fico aqui à
tua cabeceira. Não bulas, meu amor, dorme assim
queda-
como a tua estátua ali, sobre o teu
túmulo... Esta é a Casa de Deus. Deus está
connosco. Ouves os sinos repicar17... Toca a
noivada. As nossas bodas agora-
são eternas.
Sinto na minha alma a tua alma -
como a água dumafonte noutra fonte, como a luz na luz, e Deus em
Deus... Smto-te tanto, que te perco em mim. Aquime tens
, Inês: sou o teu Pedro. 0 que ele tem, o
que ele tem para te contar'... Eu bem sei que tu
sabes... sabes tudo. Os teus ouvidos, na Morte,ouvem mel hor . C . . . ]
(Acto IV -
p. 165)
Negando o real que o envolve, Pedro cria agora uma
segunda realidade apenas por si vivenciada, que toma uma
59
dimensão cósmica. englobando a vida, a morte, o amor e a
saudade. Esta realidade, que só Pedro experimenta, não é
sequer perceptível ao homem comum. Este apenas se apercebe
dos sinais exteriores.
AFONSO
[...] Este que está aqui, é o Rei-Saudade . . . Mas
ninguém o conhece... ninguém sabe... Nem mesmo
logo, ao vê-lo coroar a Rainha morta, alguém dacorte ou do povo o saberá. Só verão os oiros das
dalmáticas e o fumo dos turíbulos no ar... E hão-de ouvir cantar missas: nada mais. [...]
(Acto IV -
p. 171)
Embora necessárias ao desenrolar de todo o processo, as
outras personagens são para Pedro, quando confrontado com
essa segunda realidade, apenas sombras humanas, imagens
fantásticas, que se vão desvanecendo.
PEDRO
[...] Tu [Afonso], sim. A ti vejo-te eu bem. Tués o mesmo. Mas o meu reino!?... o meu reino!? 0meu reino perdeu-se no nevoeiro, e agora ê isto a
minha corte: uma corte de espectros, levando o meu
amor naguelas andas, por as estradas dum planetamorto ... [ . . . ]
(Acto III -
p. 147)
Apesar de "mortos" relativamente â realidade que Pedro
agora vivência, eles são uma presença que o Rei exige
aquando da transladação de D.Inês. Serão o testemunho do
último acto público —
a coroação em Alcobaça.
oO
PEDRO, bruscamente
Que as longas soem! E gue os círios abram alas! A
caminho' As donas descansaram, imagino. (A algumas
gue estão junto ao cruzeiro) A névoa desfez os
penteados: afogou-vos. Estais amarelas como
mortas. . . é que o sois. [ . . . ]
(Acto III -
pp. 145/146)
0 momento inicial da transladação de Inês funciona para
Pedro como que o reencontro físico com o ser amado,
proporcionando a união "perfeita", participada pela própria
natureza, criatura animada cujo movimento interage com o
sentimento humano.
PEDRO
Inês'.... 0 teu Pedro veio erguer-te: a vida é
outra. 0 Destino já não tem a mesma rota. . . [ . . . ]
Mas a minha alma fez-se toda branca... A tua pode
vir. . . A minha é um berço. . . Há-de embalar como um
menino, a tua... como o céu embala o fim do dia.
(Pára um instante) Oh! Como a ida está toda
suspensa!... 0 céu e a terra escutam-se,
en tenderam-se . . . Ouves!?... São dois abismos a
bei j ar-se . . .
(Acto II -
p. 118)
Presente ao acto de transladação por imposição de Pedro,
o homem comum atribui-lhe um sentido diferente. 0 momento de
encontro acima referido torna-se agora, na voz do povo, uma
narrativa falseada de acontecimentos gue o leitor
presenc iou .
61
O VELHO
[...] Como eu dizia: El-Rei tirava a terra, de
joelhos... Tirou até com as mãos, largara a
enxada. E ao tocar no caixão, no caixão dela,todos ouviram que chamou três vezes, que a chamou
como em vida: Inês... Inês... Depois pôs-se de
bruços sobre a cova, e tocou no caixão muito ao deleve... Foi então que se ouviu!... Ouviram todos:os bispos, as freiras, toda a corte...
UMA MULHER, com uma surpresa atónita
Ela falou?... A morta!7 Quem a ouviu?
0 VELHO
Ouviram todos a voz dela, como em vida, a dizer
assim: es tu. meu Pedra7 Por onde andaste a
montear sete anos?. . .
(Acto III -
p. 128)
A leitura que um dos elementos do povo faz desta
narrativa prende-se ao conceito cristão de morte e
ressurreição.
0 VELHO
é um milagre de Deus. é Deus gue o quer
primeiro morto que cá volta... (Pausa).
Não é o
C . . ]
PRIMEIRO VELHO
Também é minna fé que ela é uma santa. Deus que
deu-lhe a palma. E em Santa
■«•■»«=<" = u,j.....a , e que e i d e uma santa, ueus que
lhe deu o martírio, deu-lhe a palma. E em Santa
Clara, as bispos, a abadessa, e toda a corte, a
ouvi-la ajoelhou... Nenhum sino dobrou desde
•■*- ucw w *'iai \_ii AUj
Clara, os bispos, a
ouvi-la ajoelhou. . . i\iennum sino dobrou lesde
Coimbra; e não vim carpideiras: ninguém grita. Os
sinos só dobram por os mortos; e ela nasceu
segunda vez: ressuscitou
130[Acto III -
62
Para esta personagem a ressurreição, por intervenção
divina, é a única possibilidade de superação da morte,
remetendo-nos por analogia para a morte e ressurreição de
Cristo .
Por outro lado, a Morte é vista por elementos do povo
como uma entidade metafísica gue é necessário respeitar.
OUTRA MULHER
Abrem-se as covas... Mau agouro.
UMA VELHA
Anda a Morte no ar correndo o reina.
(Acto III -
p. 129)
VOZES DE MULHERES
C • • • ]-
Passou agora um frio, um grande frio. . .
-
Anda a Morte entre as árvores à espreita!...
Quer levá-la outra vez, roubá-la a El-Rei...
(Acto III-
p. 133)
A Morte possui para estas personagens uma carga negativa,
algo com poderes sobrenaturais, de que nos devemos proteger
e cujo desrespeito é uma ameaça que implica temor. 0 clima
de terror perante a sua presença é reiterado pelos elementos
da natureza: frio, névoa, árvores ossadas, folhas que caem,
culminando com uma comparação, na qual se personifica e
identifica em absoluto a natureza e o sentimento humano: "As
nuvens caem no vale como mortas."
63
O problema da "violação da morte", sob o ponto de vista
da tradição cristã, toma a sua mais acérrima critica na boca
do Frade de Alcobaça, que duramente critica a actuação de
Pedro.
0 FRADE VELHO.
[...] Queimai incenso em todos os tunbulos: a
podridão dessa alma e dessa morta há-de impregnaras naves, o granito, prostituir o ar, queimar as
preces ! . . .
(Acto IV -
p. 158)
Curiosa é a forma coma a Morte é perspectivada, por um
lado, e vivenciada, por outro, por um dos elementos também
representantes da Igreja: a Freira. Quando refere a morte da
Madre-Abadessa, perspec ti va-a segundo o conceito cristão de
morte e ressurreição para o juízo final (1).
No entanto, quando presenciada, a Morte toma uma dimensão
diferente. Tal como Pedro, perante uma experiência pessoal
de dor e saudade, o espirito recusa a aceitação desse facto,
invertendo a visão da realidade. Não se trata agora de vida
na morte ou morte na vida, mas da morte que anula a vida e a
substitui .
1) Cf. fala da PRIMEIRA FREIRA -
(Acto II -
p. 101).
64
PRIMEIRA FREIRA
[...] Respirei-a, palpei-lhe as mãos: -
neve: ainda a beijei outra vez. . . e out
Já não estava ao pé de mim. . . Tinha
Ajoelhei aos seus pés para rezar, mas
voz, não sei que tinha: esqueceram-me as
de repente... Quis chamar: não podia...
que tive medo, um medo horrível... Fiqucomo uma coisa, muito tempo. Parecia-m
doidice'-
que a Morte escalara os
convento, e que matara tudo: as flores
toda a comunidade. . . e só ficara a vive
morta' . . . (Pausa) Levaram-me para a cel
em febre. Lembrai-vos? Fiquei assim três
frias de
ra ainda .
passada .
não tinha
palavras
Foi então
ei assim,
e-
que
muros do
da cerca ,
r a minha
a a arder
d ias .
(Acto II-
p. 100)
é o testemunho de alguém gue sofreu a morte de outrem,
com quem mantinha uma estreita ligação. A dor e a saudade
fizeram com que também se sobrepusesse à negação do real, um
estado de delírio.
■■-
A SAUDADE E O AMOR
No Acto Primeiro, num dos diálogos iniciais que Pedro
trava com uma personagem secundária, um Velho, a palavra
"saudade" surge num contexto em gue lhe ê atribuída a
significação denotativa — sentimento marcado por
sofrimento, solidão e afastamento.
VELHO
[...] Um entardecer, ao entrar, não achei
ninguém. Ele viera por ela. Fiquei só. Vivi no
monte aquele Inverno ralado de saudade a mai-las
cabras ... [ . . . ]
(Acto I -
p. 66)
Este sentido atribuído à palavra "Saudade" é também
referenciado por Pedro quando em diálogo com Afonso.
PEDRO
Sentes, Afonso7. . . Cheira a Outono. (Fica a
aspirar alguns segundos) Os perfumes na sombra têm
uma voz de aparição.
AFONSO
Cuido que são das laranjeiras, meu senhor.
PEDRO
Talvez. Mas mais magoadas. . . como se a saudade as
pisasse, as triturasse.
(Acto I -
p. 78)
56
Também outras personagens, como Martim e alguns elementos
do povo, referem este sentimento, mas sempre com o sentido
anteriormente referido.
No entanto, a partir do momento em gue se torna
necessário justificar a desenrolar da acção, a palavra
"saudade" tem, na boca de Pedro, uma nova significação.
Personif icando-a, dando-lhe vida como sujeito exterior gue
domina o suj ei to-homem , Pedro atribui-lhe a dimensão de um
sentimento supremo gue impele e abriga, força que permite a
1 ibertação .
PEDRO, à Abadessa
Erguei-vos, Madre. Não sou eu gue vos venho
perturbar. É a Saudade que me traz, é ela só.
Estáveis em sossega... Mas ela veio: beteu-vos à
porta, e entrou em lufada, um rei e uma corte.(Quase gritando) Madre! A minha saudade é uma
íena: vem desenterrar o meu amor... Onde está ele?( dominando-se ) Onde me espera a que será vossa
Rainha?
(Acto II -
p. 112)
A identificação "saudade -
hiena", que nos remete para
uma outra fala em que se estabelece o paralelo "saudade -
falcão", implica, por outro lado, uma marca de ferocidade
aliada ao instinto primário, algo impossível de deter.
Indiciada logo pelas palavras da balada que Afonso canta
para Pedro, a função primordial atribuída a saudade
67
restituição do objecto amado --
vai sendo reiterada ao longo
do texto, por meio das mais diversas expressões.
AFONSO, cantarola, uma voz átona
Mondego. Mondego;
0 sonhos voou;
Mas veio a saudade
E ressuscitou
(Acto I -
p. 81)
°EDRO
é ou não como eu te disse, a minha noite? Abre ae
par em par a tua alma. Ê a noite em que a saudade
se fez carne. [...]
(Acto IV-
p. 137)
PEDRO
[ . . . ] Uma mãe dorme em sobressalto: acorda. . . A
saudade bateu: Truz! Truz! -
de leve. Vai abrir: -
é ele o filho morto!... E outra vez se sorriem e
se beijam. Nunca ela o viu tão lindo nem tão vivo.
C . • .]
(Acto III-
p. 13?)
Ao cariz positivo agora associado a este sentimento,
junta-se a atribuição de poderes sobrenaturais, quando
comparados aos de Cristo.
PEDRO
[ . . . ] A saudade hoje passa pelo mundo, como o
Cristo passou por sobre o mar. Vê como tudo se
calou para a sentir!... Eu sabia que quando Inês
se erguesse, seria assim a noite. [...]
(Acto III -
p. 137)
Estamos perante um conceito gue engloba o mundo
metafísica e, coma tal, permanece para além úa vida.
PEDRO
[...] Que sei eu da Justiça!? Eu só agora me
conheço, Afonso. Também me vi nos espelhos do meu
Paço... A saudade sei eu que é o olhar das aimas;mas a Justiça, Afonso, é o olhar de Deus. [...]
(Acto III-
p. 140 )
PEDRO, oirado de névoa sem o ouvir
[••-] Hé'
Trombeteiros ! Que as longas soem'
Halalis' Halalis! ... Sou eu que vou montear para
além da morte! . . . Quem viu o meu falcão, moços de
monte?. . . Vai comigo desperto em plena noite. . . é
a saudade, chama-se saudade'. Bom companheira...
Companheiro eterno. . .
(Acto III -
p. 14 7)
Num movimenta ascendente, a Saudade toca o divino.
PEDRO
C . . . ] 0 nossa amor, amor, ainda era pouco. Só
abraçado à morte ele inicia: só a Saudade revela,
sabe a Deus. Oh! Os meus dias... os maus longosdias
-
dias de hiena triste, a sonhar sangue... 0
teu Pedro guer mostrar-tos para gue os beijes:-
e
serão puras na saudade, como tu. [ . . . ]
(Acto IV -
p. 166)
69
Como entidade ex tra- têmpora 1, a saudade estabelece a
ligação entre os dois estados "Vida/Morte".
PEDRO
[...] Mas um dia, "Alguém" desceu aa fojo:"Alguém" que era da morte e era tia vida; e mais
-
de além da morte e além da vida... E eu vi a
saudade ao pé de mim. Nunca mais me deixou: vivo
com ela . [ . . . ]
(Acto IV -
p. 167)
Presente agora na interioridade de Pedro, a saudade vai
permitir o fenómeno de identificação total com Inês,
-ompenda-se com todas as fronteiras. No momento final da
transladação, Pedro vê-se como um individuo a quem este
sentimento permitiu a transposição da dicotomia Vida/Morte,
vivenciando-as em harmonia com o ser amado, agora projectado
no "a lém" .
em mim carne e sangue.
PEDRO
C • • • ] [A saudade] Fez-se
Fez-se Inês. Por isso sabes toda a minha vida. Por
isso eu sei a morte como tu. Sou um homem que vivi
a vida e a morte: sou o homem-Saudade , o rei-
Saudade . . .
(Acto IV -
p. 167)
70
0 seu reino de Amor e de Saudade é um espaço cósmico e
transcendental, o absoluto, em que Pedro se projecta.
Significativo é o facto de, no final do texto, Afonso
repetir as palavras Ge Pedro, sintetizando, como se de um
mote se t-atasse, c pensamento desenvolvido na obra.
AFONSO, continuando -
como em sonho
[ . . . ] Ouve, Afonso. 0 meu reino é maior do que tu
pensas:-
Portugal é uma província apenas... 0 meu
reino de segredo, sem fronteiras, o meu reino de
amor abrange a Morte, a sua natureza de
mistério . . .
(Acto IV -
p. 171 )
71
A NOITE
Perspectivada em vários planas, a "noite" acompanha
grande parte da acção, deixando que a obscuridade implícita
percorra os diversos lugares do texto.
Utilizada com valor referencial (período de tempo que se
caracteriza pela ausência de luz do sol), a palavra "noite"
aparece integraaa em contextos diversos: "Ainda e dia, e já
aqui começa a fazer noite" (Acto II -
p. 101); "Agasalha-te
bem; a noite molha" (Acto IV-
p. 148).
No entanto, a noite é, por excelência, momento de
conspiração, período em gue se manifestam os instintos
primárias de morte e de vingança. É durante a noite gue os
matadores de D.Inês urdem o seu assassinato, e que Pedro
nutre o sentimento de vingança, aguardando a chegada de Pêro
Coelho e Álvaro Gonçalves.
Ainda quando utilizada a palavra "noite", embora em
sentido lato mas com valor conotativo, aquela inscreve-se
numa área semântica que nos remete para a ideia de morte.
Referindo-se â terra da sepultura de Inês diz Pedro: "[...]
a terra que fez noite nos teus olhos [...]" (Acto II-
p.
L17) .
72
No entanto, importante ê a outra dimensão em que se
perspectiva a palavra "noite" quando precedida por
determinantes que a circunscrevem, e elementos que a
definem. Esta é a noite prenunciada por Pedro como o momento
supremo, o da transgressão, o ponto de transição ao real
para o ideal, em que a imagistica á tão obscura e complexa.
PEDRO
[.-.] Eu sabia que quando Inês se erguesse, seriaassim a noite. Não to disse?... Na noite dasnossas bodas, das supremas, eu sabia gue o amor e
a morte se beijariam como dois irmãos, é esta, éesta a minha noite. A noite em que a saudade se
fez carne ! . , . [ . . . ]
(Acto III -
p. 137)
é também este o momento da anulação do tempo, num
processo de eternização pela superação dos opostos.
PEDRO
[...] a noite em que o passado está presente, mas
presente adivinho, com futuro, abrindo os olhossobre um fundo eterno. . . [ . . . ]
(Acto III -
p . 137 )
Esta é a noite de Pedro e Inês. Chegando a um estada de
forma pura, sem qualquer envolvimento exterior, aproximamo-
nos de um mundo sensorial, evocado por meio de uma linguagem
mar tadainyn te sinpçtêsicâ.
73
PEDRO
[...] As formas despem-se —
como as noivas à
beira dos seus leitos... Sente a sua nudez, nudez
sagrada. É uma nudez toda aromada a mirra, macia
como as sombras e mais leve... [...]
(Acto III -
p. 137)
Tudo se vai assim desvanecendo. Da realidade envolvente,
agora definida como "planeta morto", restam apenas -lares
de luz". é este a elemento da natureza que ainda tem viaa e
acompanha a transladação de Inês. 0 verbo que lhe está
associado deixa transparecer uma atmosfera vagamente
luminosa, fluida e sem contornas, transmi tindo-nos a visão
de um universo deformado.
PEDRO
[...] 0 meu reino perdeu-se no nevoeiro, e agoraé isto a minha corte: uma corte de espectros,levando o meu amor naquelas andas, por as estradasdum planeta morto... sempre e sempre... entreflores de luz que bruxuleiam... atrás de mim
--
fantasma de mim mesmo. . . [ . . . ]
(Acto III -
p. 147 )
A distanciação que cada vez mais sentimos existir entre
Pedro e os outros, é um processa consciente que tem o seu
expoente máximo no "monólogo" gue o rei profere perante o
túmulo de Inês.
74
PEDRO
[...] O meu reino lá foi —
sumido em névoa. Adeus
salas de pedra dos meus Paços... meu povo e minha
corte... meu chicote de justiceiro... noites de
folgança ao som das longas... manhãs de
montaria... bons nebrís... Sois uma asa no fundoda memória [ . . . ]
(Acto IV -
p. 168)
A permanente cesfccagem a gue vimos assistindo, aqui
sugerida pelo esfumar ce uma imagem que apenas se vislumbra
é deliberadamente criada para que o olhar do leitor se vá
também desprendendo do mundo circundante e se possa Jixar
para além da realidade, no mundo da sonha, mundo interior da
imaginação, em que Pedro procura enrontrar-se e encontrar o
verdadeiro sentido da sua existência.
Até ao momento em que se opera a união com Inês, tudo
reitera o ambiente sombrio e indefinido inerente à atmosfera
nocturna que nos acompanha desde o inicio. Só quando Pedro,
no fim do texto, recorda os momentos de amor passadas com
Inês, é que começamos a ter contacto com o sol e a luz
diurna evocados nas suas palavras e associados à alegria de
viver outrora sentida.
PEDRO
[...] 0 sol da terra é irmão do teu cabelo. Como
eu o amei, como eu amei o teu cabelo!... Muitas
vezes, a afogar-me nela, sentia luz em mim, era
meio-dia, como se Deus mungisse o sol sobre a
minha alma... Amava-o tanto como tu o sol. Tu
amavas o sol perdidamente. [ . . . ]
(Acto IV -
o. 169)
"7 5
Mas Pedro está perto do eterno. Ao desejo sempre sentido
de se projectar no infinito, sobrepõe-se o medo gerado pela
percepção de fenómenos que prenunciam, mais do que a evasão
do espírito, o aniquilamento da sua existência. Atentemos na
riqueza poética das imagens:
= ECRO
[ . . . ] 0 som e a luz casaram-se, fundiram-se: são o
ar que eu respira... o nosso ar... Oh! Asas...
asas. . . dêem-me asas! ... é um abismo de estrelas -
-
este amor. . . faz-me medo. é um turbilhão de
estrelas... [...] Inês!... Inês'... Eu tenho
medo. . . Sinto o vento de luz da eternidade. . .
(Acto IV -
p. 169)
Eis que chega o momento crucial da transmutação. A noite
dá lugar ao dia, não cinzento ou outonal, mas com a luz que,
triunfante, sacraliza a união de Pedro e Inês, cuja
"concretização" é visionada por Martim no final do texto.
MARTIM
Oh! Oh'... Estão juntos... estão juntinhos... é
manhã nas estrelas... Vão casar... [...] Lá vão
eles agora. . . de mãos-dadas. . . vão a entrar. . .
[...] Oh!... è o olhar de Deus --
aquela luz... é
o coração de Deus --
aquela igreja...
(Acto IV -
p. 173)
77
"Tudo na obra tem correspondências, tudo concorre
■para uma mesma "imagem no tapete", e a melhor
interpretação é a que permite "integrar" o mais
elevado número de elementos textuais. Estamos,
assim, mal preparados para a leitura do
descontinuo, do que não é coerente nem
integrável .
"
( 1 )
A citação acima transcrita é como que um factor adjuvante
para a perspec tivação global deste texto. Apesar de ser uma
obra dramática em que, como vimos, há enquadramento da acção
em termos de tempo e espaça, quando tentamos a sua
interpretação, ou seja, a determinação do sentida,
deparamos com o "descontinuo", a "não coerente" mas que
neste caso não significa "não integrável" nos outros
elementos textuais.
Somos confrontados, ao longo do texto, com uma trama de
dois reais que primeiramente coexistem acabando por se
sobrepor, acompanhados ora pelo desenrolar da História, ora
pelo desenvolver da Discursa.
Se bem gue em ambas as realidades estejam presentes estes
dois aspectos da narração, nota-se uma maior incidência do
(1) Tzvetan Todorov, Simbolismo e Interpretação. Lisboa,
Ed. 70, Col. Signos, p. 35.
78
primeiro aspecto (História) na realidade que poderíamos
considerar como a do Homem Comum, e do segundo aspecto
(Discurso) numa segunaa realidade, ou melhor, num universo
do qual só temos conhecimento por meio das palavras de
Pedro.
A primeira realidade, compreende o espaço geo-físico e
soe 10-cul tura 1 em gue todos participam: o Homem comum e
Pedro (ser de excepção). Serve como que de pano de fundo à
conceptua 1 ização dessa segunda realidade, uma vez que esta
só é perceptível quando comparada com a primeira e na medida
em que se afasta daquela.
A dialéctica que preside à concepção destas duas
realidades é a dicotomia -
Morte/Vida. Na primeira
realidade, a do Homem Comum, estes são conceitos
antagónicos, que se excluem. Só é possivel a recuperação da
vida, após a morte, por interferência divina, um milagre--
a ressurreição, tal como a de Cristo.
Neste nível de existência tudo funciona como que
orientado por uma norma padrão (cultura). São-nos
apresentadas situações de um real, no qual cada personagem
se movimenta e desempenha as suas funções enquanto membro de
uma sociedade, veiculando valores próprios de uma época.
é também inserido neste real que nos é apresentada a
personagem Pedro. Apesar de ocupar, porque Rei e personagem
principal, um lugar de destaque, Pedro insere-se, num
79
primeiro momento, na realidade do homem comum, partilhando
as suas preocupações, o seu quotidiano e fazendo sentir, no
leitor, uma grande ligação aos indivíduos que o circundam.
é, pelo estatuto social que possui, um homem que
transporta o peso dos valores estabelecidos, o farda da
moral e da cultura. Por outro lado, porque vitima desses
mesmos valares, e um homem também marcado pelo sofrimento e
pela dor devido à morte do ser amado.
Mas o sistema cíclico "Morte/Vida", subjacente à
realidade do homem comum, porque trágico, é obstáculo à
resolução do conflito interior de Pedro (afastamento do ser
amado). Quando a realidade se torna carente de sentido, o
homem não consegue adaptar-se, tendo dificuldade em
enfrentar essas incongruências. Cria-se assim, nesta
personagem, a necessidade de ruptura com esta realidade
sombria gue o limita. o escraviza, o condena à sua dor,
através das abertura para uma supra-rea 1 idade . é um
"renascer", porque norteado por novos princípios de
aval iação .
Para atingir essa segunda realidade, Pedro inicia um
processo de destruição da primeira realidade, pondo em causa
os valores estabelecidos. Infringe assim os códigos social,
cultural e moral, desenterrando Inês, e nega princípios
(dicotomia Morte/Vida) que presidem a condicionantes
inerentes a própria existência. A complexidade deste
30
processa gera, na personagem Pedro, sentimentos de
descontentamento, angústia, inquietude de viver acompanhados
por um obscura sentido de culpabilidade.
Os outros (à excepção Ge Afonso) são, segundo a imagem
que ena dessa segunda realidade, vidas medíocres. Ele
próprio é um homem condenada nessa primeira realidade, mas
tendo consciência disso, cria uma nova conceptua 1 1 zação da
vida, reclamando outros princípios.
Criar é inventar novas possibilidades ae vida através da
reacção do homem a uma situação que lhe é estranha. Para tal
é necessário também a vontade, expressa na relação de forças
força do destino (condicionantes históricas) que faz
despoletar sentimentos negativos (rancor/vingança) vs 'orça
da saudade (paixão triste) que implica o desejo de
recuperação do ser amado. é este conflito, aliado á
consciência de que a realidade não é algo objectivo e
inalterável, mas antes constituída pela vivência subjectiva
que dela temos, que impulsiona Pedro para a criação de novos
princípios pela determinação de novos valores.
Mais uma vez nos encontramos perante a problemática da
formação do real, em que agora se projecta o mundo
inteligível, mundo do sonho, mundo interior, ou mero estado
alienatóno, mas cuja significação está para além da
compreensão humana objectiva.
81
Assim se compreende que esta realidade só Pedro possa
vivenciar, sendo-nos apenas transmitida a sua conceptua-
lização por meio dos seus quase monólogos. Difusa e
complexa, porque gerada por um sentimento tão indefinível
como a saudade, esta segunda realidade destrói a dicotomia
Morte/Vida, não <^e refun-s -a 4- r- -h í r- «t- 1-
, au se reTug^a .a tradição religiosa da "vida
para além da morte", mas apresenta-nos uma dimensão cósmica,
eterna, em aue a Vida e a Morte se não opõem nem violentam,
mas coexistem rodeadas pela Natureza e pelo Amor.
A vontade de "habitar" esse mundo vasto e abrangente e
vivenciar a coexistência de princípios outrora antagónicos
faz com gue Pedro 'mergulhe" no eterno, numa -alidade em
que não existem limites impostos á condição humana, única
possibilidade de comungar o seu amor com Inês.
0 acto referencial que abre caminho para essa segunda
realidade é a transladação de Inês para o Mosteiro de
Alcobaça, considerado por Pedro como a entrada para o Reina
da Amor. Esta "quase" ressurreição, porque também por amor
(como a de Cristo), é a noite da consagração desse novo
rea 1 .
Pedro quer, em comunhão com Inês, entrar nesse reino do
Amor. É um individuo que quer penetrar na eternidade,
ultrapassar a própria condição humana, para alcançar, nUm
estado superior, a comunhão absoluta com o ser amado.
82
Este fenómeno de transmutação opera-se no fim do texto --
uma conversão radical da essência que se produz no individuo
por Jorma a atingir um munao sem contradições—
o reino do
homem divinizado.
Pedro encarna, pelos valores simbólicos em que se
projecta, a consumação do acto poética de António Patrício,
definido nas palavras de José Gonçalo Herculano de Carvalho
da seguinte for ma :
A poesia é a própria consciência existencial da
Homem, sublimada até um grau desconhecido no comum
dos mortais: consciência jubilosa e dividida do
esforço de existir, que é a própria vida;
consciência daquele combate que dilacera o Homem,do repouso, do equilíbrio em que ele encontra
momentaneamente a unidade, logo quebrada, e depoisreadquirida e uma vez mais rompida, na alternânciaperpétua que só pode ter fim na união perfeita doser limitado e imperfeito com a ilimitada
perfeição do Ser Absoluto, em que, somente háunidade e paz . ( 2 )
(2) José Gonçalo Herculano de Carvalho, Conhecer Poéticoe Simbolo, Lisboa, Univ. de Lisboa, Fac . de Letras, 1971,
84
No livro em que António Vasconcelos apresenta a sua
investigação histórica relativamente aos "amores de Inês de
Castro, seu trágico fim e consequências supervenientes" (1)
1 ê-se :
Mas, se nos deixarmos enlevar por essa doce e
sentimental poesia, de que foi revestida pelasliteratos, especialmente pelo príncipe dos nossas
poetas, que, tomando-o por assunto, escreveu o
melhor dos episódios dos Lusíadas, --
a históriaprotesta, porque a realidade, a triste e álgidarealidade, é muito diversa do que a fantasiaromântica idealizou. (2)
Analisemos então o grau de verdade histórica que Patrício
inculcou nesta obra, que não se centra propriamente nos
"amores infelizes" de Pedro e Inês, mas nas consequências de
um amor fatal, interrompido por algo de humanamente
intransponível --
a Morte.
Recorremos, para tal, sobretudo à "Crónica de D.Pedro I"
de Fernão Lopes, na qual (por ter sido escrita quase um
século após o reinado de D. Pedro) utilizou a cronista
"fontes narrativas e documentação arquivística, sem
desdenhar todavia certos dados complementares hauridos na
(1) Antónia G.R. de Vasconcelos, Inês de Cast-o. Porto1928, p. 17.
(2) Ibidem
35
tradição, tudo isso tomado com certa critica e usado com
vivo poder expositivo, por forma que esta sua obra ficou
constituindo um relato seguro, mas animado, di
Rei, e duma época" (3).
luma vida, e do
No que diz respeito aos episódios que surgem na obra como
exposições para o passado (e.g. a morte de D.Inês)
recorremos á Crónica de D. Afonso IV de Rui de Pina, na qual
recolhemos os dados fundamentais relativos a
episódios .
esses
Após o estudo comparativo texto de Patrício/ relatores da
época, consultámos, ainda que pontualmente, a História Ge
Portugal de Oliveira Martins, na procura não de outros
dados, mas de outros pontos de vista sobre a época e os
acontecimentos. Sobre o estudo deste historiador diz-nos
Ester de Lemos que ele veio "lançar uma luz de verdade
histórica sobre acontecimentos que durante três séculos
tinham sido considerados dum ponto de vista
predominantemente literário e constituíam já uma forte
tradição" (4) .
( 3 Introdução pelo Prof. Damião Peres á Crónica de
D^Pedrg^I de Fernão Lopes, Porto, Livraria Civi 1 ização","" 1^06
(4) Ester de Lemos, "Inês de Castro", in Dicionário de
Ç.iteratuj:a, dirigido por Jacinto do Praao Coelho, PortoFigueirinhas, p. ^67.
~
'
8 6
Na origem deste drama encontramos os amores de Pedro e
Inês que, ao contrário das lendas como os amores de "Adriana
e Dido", assentam em registos históricos comprovados,
conforme consta no capitulo XLIV da "Crónica de D.Pedro I",
de Fernão Lopes:
Por que semelhante amor, qual elRei Dom Pedro ouvea Dona Enes, raramente he achado em alguumapessoa, porem disserom os antugos que nenhuum hetam verdadeiramente achado, como aquel cuja mortenom tira da memoria o gramde espaço do tempo. E se
alguum disser que muitos forom ja que tanto e mais
gue el amarom, assi como Adriana e Dido, e outrasque nom nomeamos, segumdo se lee em suas
epistolas, respomdesse que nom falíamos em amores
compostas, os quaaes alguuns autores abastados de
eloquemcia, e floreçentes em bem ditar, hordenaromsegumdo lhes prougue, dizemdo em nome de taaes
pessoas, razoões que numca nenhuuma delias cuidou;mas falíamos caquelles amores que se cantam e lêemnas estornas, que seu fumdamento teem sobreverdade . ( 5 )
A comprovar a importância atribuída a este episódio da
História de Portugal estão os inúmeros textos existentes na
nossa literatura e gue dele se serviram como tema. Desde
Resende a Patrício, passando por Camões, António Ferreira,
Bocage, Eugénio de Castro e tantos outros, inúmeros
escritores contribuíram para a constituição desta tradição
literária que possui variadíssimos cambiantes consoante o
modo como o tema é perspectivado:
(5) Fernão Lopes, Çjr^nica_d^_DiPedro I, Porto, Livrari,Civilização, 1986, p. 199.
87
é um dos mais fecundos temas da literatura
portuguesa. [...] As fontes históricas são as
crónicas de Lopez de Ayala (D. Pedro), Fernão Lopes(D.Pedro) e Rui de Pina (D.Afonso IV). Ai se
encontram os dados fundamentais do núcleo sobre o
gue havia de constituir— se a tradição literária: a
paixão de infante pela aia de sua mulher, a
ligação gue se prolongou por dez anos após a morte
de Constança, as intrigas espanholas, as receiosdos conselheiros de Afonso IV, a visita do rei a
casa do seu filho em Coimbra, as suas hesitaçõesguanto á sorte de Inês e depois a execução desta;a cólera de D.Pedro, a guerra civil, o castiga dos
conselheiros de D.Afonso IV, a transladação do
corpo de Inês de Coimbra para Alcobaça. (6)
No texto dramático "Pedro o Cru", Patrício trabalha
aquele tema, tomanGo como oase três momentos históricos da
vida de D.Pedro, à volta dos quais se vai aesenvol vendo a
acção :
Acto
Primeiro
Condenação dos assassinos de D.Inês
Assassinato de D.Inês --
exposição para
um passado lon
gínquo
Acto
Segundo
Morte dos assassinos de D.Inês --
exposição para
um passado re—
cen te
Acto
Terceiro
e
Quar to
ransladação do corpo de D. Inês
Coroação (preparativos) --
exposição para
um futuro pró
ximo
(6) Ester de Lemos, "Inês de Castro", op. cit., p. 464.
88
A escolha, por parte de Patrício, destes três momentos
como núcleos principais de toda a acção denota uma opção em
termos de perspectiva histórica, co 1 ocando-nos assim perante
o maior acto de um rei, de justiça ou de vingança, mas
sempre em função do seu amor por Inês. Lembre-se que o rei
foi apelidado por uns de "o Justiceiro" e por outras ae "a
Cru". Naturalmente que é nestes dois pólos/papeis que se
inscreve a personalidade do rei D.Pedro nas fontes
nistôricas, e se caracteriza a personagem Pedro em Patrício.
Vejamos então quais os aspectos ficcionais que se
prendem, relacionam ou têm por base os relatos históricos de
que dispomos.
Poucos, mas suficientemente elucidativos, são, no texto
de Patrício, os pormenores de descrição física da personagem
Pedro:
[...] Pedro é alto e ruivo. espadaúdo—
uma
esvelteza forte de monteiro. Tem uma barba "de
rio", acobreada, feições afiladas, em arestas, e
nos olhos castanhos, muito claros [...] Traz
suspenso da cinta um azorrague. [ . . . ]
(Acto I -
p. 65)
89
Nas fontes consultadas não há gualguer referência à sua
estatura, mas apenas ao facto de ter sido "sempre grande
caçador e monteiro" (7) . Também Oliveira Martins refere que
"nunca abandonava o açoute: enrolado à cinta em viagem,
tomava dele, e por suas mãos castigava o facínora que no
caminho lhe traziam" (8)
Este carácter de juiz e de executor das suas próprias
sentenças está bem patente ao longo do texto de Patrício, do
qual destacamos o episódio do Velho em que Pedro diz.
relativamente ao castigo a aplicar a um trovador: "Seremos
ambos nós os seus carrascos" (Acto I -
p. 67).
Mas se nestes momentos nos surge como alguém cujo furor
justiceiro é visto quase come uma loucura "irregular, cheia
de caprichos e arbitrária" (9), noutros é-nos descrito como
"folgazão, dançando e cantando nas ruas no meio da
família, como um pai" (10) .
5ua
PRIMEIRO PAJEM
Há mais de uma hora gue El-Rei anda na folgança.
[ . . .]
(7) Fernão Lopes, op. ci t ., p.
(8) Oliveira Martins, História de Portugal.marães Editores, p. 107.
(9) Ibidem, p. 105.
isboa, Gui-
(10) Ibidem, p. 107.
90
PRIMEIRO PAJEM
El-Rei, estas noites, tarda mais, não tem
descanso. Baila, baila, e com ele o povo todo.
Nunca foi dado ao sano, mas agora parece guerer
afugenta- lo .
(Acto I -
p. 61 )
è com base nos dois aspectos dicotómicos de uma mesma
personalidade que Patrício descreve o olhar de Pedro como
"ou [...] vago, quase de aura, ou [...] dominador de juiz
e rei"
(Acto I -
p. 65) .
Da mesma forma é caracterizado pelos pajens:
PRIMEIRO PAJEM
El—Rei é bom, mas justiceiro.
SEGUNDO PAJEM
El-Rei é pai, mas dura no castigo.
(Acto I -
p. 63)
Esta necessidade de justiça dura nas mãos do Rei, e a sua
defesa como valor, ocupa o Prólogo da Crónica de D.Pedro I,
onde Fernão Lopes diz:
[■••] a justiça he muito necessária, assi no
pobao como no Rei, por gue sem ella nemhuma cidadenem Reino pode estar em assessego. [...] poisduvidar se o Rei a de seer justiçosa: nom he outra
cousa senam duvidar se a regra ha de seer dereita;[. . . ] (11)
(11) Fernão Lopes, op. cit., pp . 4/5.
91
Ao longo da Crónica de D.Pedro í, muitos são os exemplas
de aplicação de tal justiça, tendo Patrício escolhido o
episódio do Bispo, relatado por Fernão Lopes no capitulo
VII, para caracterizar o tipo de actuação da personagem
Pedro.
SEGUNDO PAJEM
[ . . . ] Vê tu o bispo, por dormir com uma mulhercasada. Quando El-Rei soube, mandou-o chamar,fechou-se com ele numa câmara, e ali mesmo o
desvestiu e açoitou, forçando-o a confessar o
ma lef íc io .
(Acto I -
p. 63)
Este mesmo episódio é relatado por Fernão
seguinte forma:
.apes da
[ . . . ] assi como quisera fazer a huum bispoPorto, na maneira que vos contaremos. [...]logo sem muita tardança, depois que chegoulogar e ouve comido, mandou dizer ao bispofosse ao paaço que o avia mester por cousas de
serviço, [...] El-Rei como foi adeparte c
bispo, desvestiosse logo e ficou em huuma
dezcarllata, e por sua maão tirou ao bispo t
suas vestiduras, e começou de o requerer, que
confessasse a verdade daquel meleficio em queera culpado; e em lhe dizendo esto, tiinha na
huum grande açoute pêra o brandir com elle. (1
ao
q u e
seu
om o
saya
odas
lhe
assi
maão
2)
(12) Ibidem, pp. 33/34.
92
Também o episódio da entrega de Álvaro Gonçalves e Pêro
Coelho bem como o moda como Diogo Lopes fugiu à mão do Rei
estão presentes na Crónica de D.Pedro:
[...] e presos Pêro Coelha e Alvoro Gomçallvez,guamdo foram buscar Diego Lopez, acharom gue nom
era no logar, e que se fora pella manhãa aa caça:
çarraraom estomçe as portas da vil la, que nenhuum
lhe levasse recado pêra o perceber, e atemdiano
assi estamdo pêra o tomar aa viinda. Huum pobremanco que sempre em sua casa avia esmolla quamdo
Diego Lopez comia, e com quem alguumas vezes
joguetava, vio estas cousas como se passarom, e
cuidou de o avisar no caminho ante que chegasse aa
logar, e soube escusamente contra qual parte DiegaLopez fora. e chegou aas guardas da porta que o
leixassem sahir fora. e elles de tal homem
nenhuuma cousa sospeitamdo, abrimdo a portaleixaromno hir. (13)
Vejamos como é apresentado este mesmo episódio no texto
ae Patrício:
PRIMEIRO CAVALEIRO
Diogo Lopes, meu senhor, tinha ido á caça. Partira
de manhã, de manhã cedo. Logo que o souberam,houve ordem de cerrar as portas todas, para que
ninguém saísse a preveni-lo. Esperava-se assim
tomá-la à vinda. (Fora, um tropel. Afonso vai á
janela: espreita) Mas um pobre manco a quem DiogoLopes dava esmola, e mesmo de comer em sua casa,
avisou-o no caminho, meu senhor, e ajudou-o a
fugir .
(Acto I-
p. 84)
(13) Ibidem, pp. 145/146.
93
Este relata do Cavaleiro está muito próximo do relato
escrito por Fernão Lopes, u ti 1 i zando-se até estruturas
frâsicas e formas lexicais muito semelhantes.
Um dos momentos mais importantes da peça e que mais
contribui para a caracterização de Pedro é o da cnegada de
Álvaro Gonçalves e Pêro Coelho ao Paço e a sua condenação.
De salientar que nesta peça o encontro se dá em Coimbra,
enquanto Fernão Lopes a situa em Santarém:
A Purtugal forom tragidos Alvoro Gomçallvez e Pêro
Coelha, e chegarom a Samtarem omde elRei Dom Pedro
era; e elRei com prazer de sua viimda, porem mal
magoado por que Diego Lopez fugira, os sahiu fora
arreçeber, e sanha cruel sem piedade lhos fez per
sua maão meter a tromento, queremdo que lhe
confessassem quaaes forom na morte de Dona Enes
culpados, e que era o que seu padre trautava
contreelle, quamdo amdavom desaviindos por aazo da
morte delia; e nenhuum delles respomdeo a taaes
preguntas cousa que a elRei prouvesse; [...] (14)
Eis as poucas linhas que Fernão Lopes dedicou a este
episódio (encontro de D.Pedro com os assassinos de D.Inês),
á volta do qual Patrício criou longos discursos dialógicos
com base nos acontecimentos e em razões históricas relativas
â morte de D.Inês, colocando na boca dos assassinos um outro
ponto de vista, aquele que subsistiu na nossa História:
"Morra ela e viva Portugal":
( 14 ) Ibidem, p. 148.
9 4
PÊRO COELHO
Até que veio o instante em que o amor ao reino em
perigo foi maior que o amor que ele vos tinha.
[ . . .]
PÊRO COELHO
Não, meu senhor, mas D.Inês é morta. Isso vos
permitiu serdes bom rei.
[. . .]
PÊRO COELHO
Amai-la mais ainda, meu senhor. Vós tendes a
saudade e o reino a vida. é convosco e com Deus.
Não é comigo.
[ . . .]
PÊRO COELHO
Pois seja assim. Sois vós que ordenais. Tudo se
decidiu na mesma hora em que El-Rei vosso pai teve
por certo que à vossa roda os Castros conspiravam.
Era junto de vós, na vnssa sombra, numa segundacorte de estrangeiros que vivia a adular-vos e a
trair-vcs .
[ . . . ]
PÊRO COELHO
0 amor tem luz de mais para poder ver. Vós não
podíeis ver. (Fixando-o) Nem mesmo agora. (Outro
tom) Urgia conjurar o grande perigo, cortar o mal
bem cerce, de raiz. Já em Castela, de acordo com
os de cá que vos cercavam, se furmar d um partido,
se minava. Separar-vos dela, era impossível. Vosso
pai desesperava, não sabia... Tudo fora tentado:tudo em vão. Uma tentativa de expulsão fora
frustrada; e a clausura no convento, em Santa
Clara, vós sabeis, meu senhor, o que ela foi...Tínheis ao pé de Coimbra, os vossos Paços...
(Acto I -
pp. 88-90)
Foi por meio deste quase "monólogo" gue Patrício expôs a
razões históricas da morte de Inês e que António Vasconcelc
sumariou da seguinte forma:
Eis, pois, em resumo, as acusações formuladasperante D.Afonso IV:
a) 0 príncipe estava comprometendo muito a
moralidade e a tranquilidade da nação, com a sua
vida escandalosa, e com as suas conspirações em
Castela;
b) Por aquele andar, ele viria fatalmente a
ser um mau rei, dominado pelos ambiciosos e
intrigantes Castros;
[.. .]
—ludp isto por causa de uma mulher, a amante do
príncipe ! (15)
(15) António Vasconcelos, op. cit., p. 40.
96
O assassinato de Inês é-nos narrado no texto de António
Patrícia par Pêro Coelho, aquando da sua condenação (Acto
Primei ro ) :
PÊRO COELHO
[ . . . ] Ela estava ainda no alpendre, e olhava do
lado do Mondego. Voltou-se então: decerto ouvira
os passos. . . e toda a face lhe embranqueceu de tal
maneira, que para que eu não quedasse de piedade,foi mister, meu senhor, lembrar-me de que amava a
minha terra. . . como ela vos amava. . . ou vós a
ela. . .
Pedro ri 1 i vidamen te , cor-de- terra .
PÊRO COELHO
- Vi que queria gritar, mas que não pôde. Ainda
olhou num instinto de defesa para o lado por onde
vos sumistes... Quando subi a escada, vi-a abalar
com gestos ce agonia, para a alcova de vossos
filhos, creio eu, porque os ouvi, logo a seguir,
gritar. Estaguei então: nem via a câmara... Os
outros, vosso pai, atrás de mim, estacaram também,
como vazios. . . Nem eu sei guanto tempo. Não me
lembra... Mas ela veio, e figuei paralítico de
assombro. Nunca vi nada assim, ninguém tão
branco. . . Branca. . . branca. . . como o espectro de
uma rosa branca, como um rosto de morta na
memória, como uma lua de gelo num crepúsculo...
Decerto ficou menos branca quando morta. Parecia
que um vento de terror a enovelava, assim, movendo
as braços como asas, com três vidas pequeninas a
cercá-la, meio tontas de sono, amedrontadas... E
cravara em vosso pai os olhos!... Bebiam-lhe a
vontade, eu bem sentia. Ele tapara os olhos com a
mão, para não ver os dela nem os netos; e com uma
voz tão branca como o rosto, ela disse ao Infante
D.Dinis: -
Olha o avô!...-
E sem palavras, vosso
pai recuou, desapareceu, velho de mais, cem anos,
como em derrota, trôpego, perdida... (Pausa) Eu
desnudei então a minha espada. Avancei para ela.
Nem fugiu. Estava sem alma já. Estava convosco.
(Ouvem-se as trompas de monteiros fora) Depois. . .
não sei... Fez-se uma névoa em mim. Lembro-me que
a vi cair ensai iyutíii Lada , e que ouvi, qeladn gp
estupor a vossa trompa de caça muita aa longe, num
halali que me soou em dobre. . .
(Acto I -
p. 92)
97
A fonte histórica que possuímos, apesar de nem por todos
aceite como verdadeira, é o relato feito por Rui de Pina na
Crónica de D.Afonso IV:
[...] 4 consentido na morte da dita Dona Inês
acompanhado de muyta gente armada, 4 seveo a
Coimbra onde ella estava nas cazas do Mosteyro de
Santa Clara, a qual sendo avizada da hida de
elRey, 4 da iroza, 4 mortal tenção que contra ellalevava achandosse salteada pêra se não poder jasaluar per alguma maneyra, o veo receber á porta,onde com rosto trãsf igurado , 4 por escudo de sua
vida, 4 pêra sua ínnocencia achar na ira de elReyalguma mais piedade, trouxe ante si os três
innocentes Infantes seus filhos netos de elRey,com cuja apresentação, 4 com tantas lagrimas, 4
com palauras assi piadozas pedio mesericordia , 4
perdaõ a elRey gue elle vencido delia se dis quese volvia, 4 aleyxava ja pêra nõ morrer como
levava de terminado, 4 alguns Cavaleyros gue com
elRey hiaõ pêra a morte delia que loguo entrarão,4 principalmente Dioguo Lopes Pacheco filho de
Lopo Fernandes senhor de Ferreyra, 4 ÁlvaroGoncalues meirinho mar, 4 Pêro Coelho quando assi
viraõ sahir elRey como quem ja revacava sua tençaagravados delle pe 1 1 a publica determinação com gueos ally trouxera, 4 pello grande ódio, 4 mortal
perigo que daly em diante com ella, 4 com o
Infante D.Pedro os leyxava, lhe fizeraõ dizer, 4
consentir que elles tornassem a matar Dona Inês se
quizessem, a qual por isso loguo matarão, o quefoy ávido contra elRey mais abominável crueza, que
por severa nem louvada justiça, aqual Donna Inês
foy loguo enterrada no ditto mosteyro de S.Clara,[ . . . ] (16)
(16) Rui de Pina, Crónicas,
tores, 1977, pp. 465/466.
3orto, Lello e Irmão Edi-
9 8
Como podemos observar, há alterações de conteúdo
significativas, nomeadamente quanto ao conhecimento que
D.Inês tinha da vinda de D.Afonso IV e das suas intenções.
Se bem que, em termos de acção, existam diferenças, a
caracterização das personagens coincide. Em ambos os textos,
D.Afonso é movido pelo "dever do estada", ultrapassando
assim a sua vontade enquanto individuo, e os verdadeiros
responsáveis pela morte de D.Inês são os seus conselheiros.
D.Inês surge como uma personagem "em agonia", que tentou
despertar um sentimento de piedade aludindo aos laços de
parentesco existentes. Em ambos os casos o desfecho ê fatal.
Patrício termina a cena da condenação dos assassinos
(coincidente com o fim do Acto Primeiro) do seguinte modo:
Pedro arranca o azorraguebruscamente. Chicoteia-o na
cara, como doido.
PÊRO COELHO, ensandecido pela dor,mais perto dele
Continua, covarde'... É o teu Salado... Da coroa
de teu pai resta um chicote. Anda!... Té gue a
boca te espume de luxúria... (Pára um segundo)Quem o serviu como eu, vê-te com asco. Vá'...
Continua... Nem sei que és mais: farsante oúcarn icei ro . . .
(Acto I -
p. 93)
99
Fernão Lopes refere:
[...] e elRei com queixume dizem que deu huum
açoute no rastro a Pêro Coelho, a elle se soltou
emtom comtra elRei em desonestas e feas pai lavras,chamamdolhe treedor, fe perjura, algoz e
carneçeiro dos homeens; [...] (17)
Existem mesmo pormenores de linguagem utilizados na
Crónica e, provavelmente, aproveitados por Patrícia. Quando
a personagem Pedro sentencia a morte ce Pêro Coelho diz:
PEDRO, como um possesso.
em gritos de delírio
Ouchâo'... Ide chamar o uchão '. . .
azeite já para este coelho! r_ . . . 1
■
í n a q r e e
( MC I "
P-
Atentemos às palavras de Fernão Lopes:
[-..] e elRei dizemdo que lhe trouxessem çebolla e
vinagre pêra o coelho, emfadousse delles e
mandouhos matar. (18)
E quanto á execução diz apenas:
A maneira de sua morte, seemdo dita pelo meudo,seria mui estranha e crua de camtar, ca mandou
tirar o coraçom pe 1 1 os peitos a Pêro Coelho, e a
Álvaro Gamçallves pellas espadoas; e quaes
palavras ouve, e aquel que lho tirava que tal
officio avia pouco em costume, seeria bem doorida
cousa douvir, emfim mandouhos queimar; e todo
feito ante as paaços omde el pousava, de guisa que
comendo oolhava quamto mandava fazer. (19)
(17) Fernão Lopes, op. cit., p. 148.
(18) Ibidem, pp. 148/149.
( 19 ) Ibidem, p. 149.
100
Este episódio da execução surge no texto de Patrício como
uma exposição para o passado, aliás já no Acto Segundo,
quando um escudeiro conta â Abadessa o sucedido. Os detalhes
históricos, presentes no texto de Fernão Lopes, surgem agui
inseridos numa descrição pormenor i zaaa agora na boca de uma
personagem que viveu aqueles momentos e que os descreve com
uma lucidez arrepiante. Apersonagem Pedro toma agora uma
dimensão que toca a loucura e perpassa, no discurso de
escudeiro (20), a que Fernão Lopes escreve
capitulo XXXI:
U :T,
?u no fim do
Muito perdeo elRei de sua boa fama por tal escambocomo este, o qual foi avudo em Purtugal e em
Castella por mui grande mal, dizemdo todollosboons que o ouviam, que es Reis erravom mui muitohimdo comtra suas verdades, pois que estes
cavai leiros estavom sobre seguramça acoutados em
seus reinos . ( 21 )
Referia-se aqui o cronista à promessa que D.Pedro fizera
a seu pai no sentido de perdoar "aos matadores de D.Inês".
Esse juramento foi quebrado pela avença com o Rei de Castela
para "extradição mútua dos hominizados que viviam em um e
outro reino" .
Também há referências, na texto de Patrício, ao dito
juramenta e ao desagrado causado pelo desrespeito para com o
prome t ido :
(20) Cf. falas do escudeiro, pp. 106-109.
(21) Fernão Lopes, op. cit., p. 149.
101
SEGUNDO PAJEM
Por o gue vejo... Parece... Ainda esta madrugada,foram esculcas por todos os caminhos. A avença com
o Rei de Castela...
PRIMEIRO PAJEM, interrompendo
Acreditas então gue El-Rei perjure...
SEGUNDO PAJEM
São estes os rumores. Eu por mim. . .
PRIMEIRO PAJEM
Eu não. Não posso crer. El-Rei jurou, ainda
infente, perdoar- 1 hes . Ouves bem? Jurou, jurou a
seu pai, ao Rei Afonso.
(Acto I -
p. 62)
PEDRO
Fala confiadamente. Tu conheces-me. (Com ternura)
Dize, dize, gue eu adivinho bem o gue tu pensas...
AFONSO
Então perdoai-me, senhor. A quando Infante, não
fizestes um acorda com El-Rei, com El-Rei vosso
pai, de pedoar aos matadores de D.Inês?... E
agora, depois de juramentos e promessas, não
cumpris, meu senhor . . . não. . .
(Acto I -
p. 74)
0 Acto Terceiro refere-se ao episódio da "transladação do
corpo de D.Inês". Passa-se entre Coimbra e Alcobaça: "Um
alto de colina com árvores de Outono a desfol har-se . Noite."
Para sequenciar a acção, anuncia-se nQ fim do Acto Segunda:
102
VOZ DE AFONSO
El-Rei, meu senhor, vos faz saber:-
Que do
convento de Santa Clara em Coimbra, com toda a
corte e cleresia, sairá ao anoitecer para Alcobaça
entre alas de círios sempre vivos, D.Inês de
Castro, Rainha de Portugal, sua mulher. E na Casa
de Deus será coroada, e haverá beija-mão...
0 PANO DESCE
(Acto II-
p. 125)
Referindo pormenores históricos comenta, no Acto Ter
ceiro, uma mulher:
PRIMEIRA MULHER
Mas então, se está viva e se é rainha, para gue
vem assim num saimento, mais de dezassete léguasentre círios7
(Acto III-
p. 130)
A entrada do saimento em cena é precedida pela seguinte
rubrica cénica:
Todos correm a buscar os círios, encostados aos
troncas, sobre pedras, nos degraus do cruzeiro, em
toda a parte. Nalguns instantes, o caminho gue
sinua pela encosta, tem uma dupla fileira a
irradiar. Os mais velhos, ao fundo, (mulheres, em
grande número) alumiam curvados sobre a vale, como
se fossem pescadores sondando o mar. Começa agora
a ver-se o saimento. Vem crescendo na névoa e no
silêncio: a grisalha dá-lhe um ar de aparição, que
ao mesmo tempo se diria perto e longe, como se
caminhassem, esquecidos, num grande espelho
embaciado, sem memória. A frente, os arautos a
cavalo: tocam as longas de prata lentamente, num
alali que dói e se prolonga. diz a estupor
sonâmbulo das coisas... Mal se distinguem. Seguem,durante algum tempo, cavaleiros. Decerto a corte.
A cada tule d e n é v o a,são maiores. Depois,
- -
c
féretro de Inês. 0 pana de veludo, gue a reveste,
cobre os cavalos quase inteiramente. Atrás vem
Pedro. Parece maior, domina tudo, e quando ao cimo
103
da encosta,—
pode ver-se que a sua face de
místico sorri. Traz uma coroa de ouro, um grandemanto. Todo o povo ajoelha com fervor, dizendo num
murmúrio: El-Rei é pai. Durante um certo tempo(quanto tempo 7) o saimento passa, sem ruído, numa
atmosfera de hipnose que o concentra, como um
fresco esmaecido de fantasma. Enquanto desaparecepela esquerda, os círios apagam-se no vale.
(Acto III -
pp. 132/133)
0 texto de Fernão Lopes, que a seguir transcrevemos, é
mais sintético quanto à descrição daquele acontecimento. Mas
mais uma vez há pormenores descritivos, nas rubricas cénicas
de Patrício, que retomam os daquele historiador. No entanto,
há uma maior preocupação, por parte do autor dramático,
relativamente ao clima que envolve este "momento histórico"
e dai a inclusão de outras detalhes bem como de alusões à
caracterização e movimentação das personagens.
E fez trazer o seu corpo do mosteiro de SamtaClara de Coimbra, hu jazia, ho mais homrradamen te
gue se fazer pode, ca ella vimha em huumas andas,muito bem coregidas pêra tal tempo, as quaaes
tragiam gramdes cavai leiros, acompanhadas de
gramdes fidalgos, e muita outra gente, e donas, e
domzellas, e muita creelezia. Pelo caminho estavommuitos homeens com çirios nas maãos, de tal guisa
hordenados, gue sempre o seu corpo foi per todo o
caminho per ante çirios acesos; e assi chegaromataa o dito moesteiro, gue eram dal li dezassete
legoas, omde com muitas missas e gram solenidadefoi posto em aquel muimento: e foi esta a mais
homrrada trelladaçom, que ataa aquel tempo em
Purtugal fora vista. (22)
(22) Ibidem, pp. 200/201.
104
Fernão Lopes refere-se no mesmo capitulo (XLIV) ao túmulo
mandado construir por D.Pedro, onde jazem os restos mortais
de D . Inês:
E seemdo nembrado de homrrar seus ossos, pois lhe
ja mais fazer nom podia, mandou fazer huum
muimento dalva pedra, todo mui sotillmente obrado,
poemdo emlevada sobre a campãa de cima a imagemdelia com coroa na cabeça, como se fora Rainha; e
este muimento mandou poer no moesteiro Dalcobaça,nom aa emtrada hu jazem os Reis, mas demtro na
egreja ha maão dereita, acerca da capei la moor.
(23)
Patrício integrou esta referência no seu texto, cons
truindo o diálogo entre um Prior e Mestre Antónia, agui
executor de uma obra, cuja autoria se desconhece na
real idade :
PRIOR
Também eu, também eu venho contemplá-lo muitas
vezes; e cada dia mais me maravilho. Abençoadasmãos que o trabalharam! As ediculas são perfeitas,uma a uma. Oh! Mas a estátua da Rainha... Olhai:
vinde vê-la comigo, Mestre António. (Os dois
acercam-se do túmulo) Antes de El-Rei, a coroastes
vós. E é linda a coroa! Sente-se, a olhar a pedra,
que ela é de oiro.
MESTRE ANTÓNIO
Não tem coroa: vede o baldaquino. Rainha,--
mais ainda: santa, santa.
(Acto IV -
p. 152)
(23) Ibidem, p. 200.
105
E um pouca mais adiante:
0 PRIOR
E o túmulo de El-Rei? Começais breve?
MESTRE ANTÓNIO
Dentro de um mês. Preciso descansar. Fica a par do
da Rainha, eu já vos disse. Mas não tem a mesma
direcção. El-Rei quer que o cabeçal dum túmulo
fique voltado para os pés do outro.
(Acto IV -
p. 155)
A este propósito diz apenas Fernão Lopes:
Semel havelmente mandou elRei fazer outro tal
muimento e tam bem obrado pêra si, e fezeo poer
acerca do seu delia, pêra quamdo se aqueeçesse de
morrer o deitarem em elle. (24)
Quanto á coroação anunciada por Afonso no fim do Acto
Segundo: "E na Casa de Deus será coroada, e haverá beija-
mão . . . ", parece não ter fundamenta histórico, uma vez que,
na Crónica de D.Pedro, não se encontra qualquer referência a
este facto.
Contrária ê, no entanto, a interpretação histórica de um
estudioso que, embora mais afastado no espaço, está bem mais
perto de nós no tempo. Cita-lo-ei por considerar a sua visão
da "História de D.Inês" assaz curiosa e um tanto agressiva,
sintoma do seu interesse pelo assunto. Diz Gondin da Fonseca
no prólogo da sua obra:
(24) Ibidem, p. 201.
106
Beija-mão ao cadáver de Inês e sua coroação postmortem? Certo. Fernão Lopes não fala nisso? Mas
também não fala em outras coisas. Sua crónica é
rápida. [...] Diversos cronistas garantem a
autenticidade do beija-mão e da coroação. Atos de
culto, de rito, que me parecem lógicos. A
tradição, de resto, conservou bem viva a memória
deles. (25)
Patrício está entre agueles que perpetuaram a "lenda"
sobre a coroação póstuma de D.Inês. No entanto, apesar de
anunciada, não chega a estar presente em cena mão
esgueçamos que estamos perante um texto com potencialidades
representativas), terminando a peça precisamente antes do
inicio da "presumível" cerimónia.
De salientar contudo que transparece no texto Ce Patrício
uma certa incredulidade relativamente â veracidade aeste
episódio, a qual ê posta na boca de um clérigo da seguinte
forma :
0 PRIOR
Amanhã, antes da Coroação, há-de ir daqui para a
trono. Atá à capala-mor, vós mesmo a levareis
também. Depois, é preciso tirá-la do caixão. Nem
sei bem como se possa fazer isso. Vem já coroada:
traz o ceptro de oiro, o grande manto...
0 FRADE VELHO
E como quereis que a Morta se sustenha? Depois de
sete anos na terra... Deve estar quase esburgada.Quem sabe se as mãos que temos de beijar-lhe,
--
conservam ainda os ossos todos. . .
(Acto TV -
p. 156)
(25) Gondin da Fonseca, Inês de Castro, Rio de Janeiro,Livraria S.José, 1956, pp. 33/34.
107
Presente no texto está também o alegado casamento de
Pedro e Inês. Vejamos como Patrício trata este tema:
PEDRO
Bem. Creio que é tudo. ( Lembrando-se ) Ah! E
mandaste^o meu recado e a minha carta ao prior de
Alcobaça.-- (Ao Bispa, dominadoramen te ) É sobre istoque tenho de falar-vos. Vós, Bispo, vindes também
no saimento. (Fixando-o) Em Alcobaça, outra vez
jurareis repetindo o juramento de Coimbra —
que sendo eu infante e a meu pedido, secretamenteme casastes em Bragança, no dia que já bem vos não
recorda, com D.Inês de Castro, Rainha de Portugal.Jurareis aos Santos Evangelhos.
0 BISPO, empalidecendo
Jurarei ainda uma vez, senhor'7...
PEDRO
Um juramento ou dois— vedes diferença? Eu jurei e
juro-o ainda, sem trair o coração da minha fé. Etu? A tua7
0 BISPO
A minha f é !?. . .
PEDRO
Nem a conheces bem. Estás hesitante. E não admira:
muda, muda muito. Tem a forma que lhe dão as mãosdo medo. (Num tom seco e imperiosa) Em Alcobaça é
esta, a que eu te disse.
0 BISPO, sucumbido
Sois o meu rei, senhor...
(Acto II -
pp. 122/123)
108
Transparece neste diálogo a não veracidade do casamento
de Pedro e Inês. Patrício é aqui fiel à visão histórica de
Fernão Lopes que diz:
Pois como pode cahir em entemdimento dhomem,diziam elles, que huum casamento tam notável como
este, e que tamtas razooens tiinha pêra ser
nembrado, ouvessem em tam pequeno espaçadesqueeçer assi aaquelle que o fez, como aos que
forom presemtes, nom lhe nembramdo o dia nem o
mes: certamente buscada a verdade deste feito, a
razom isto nom consemte. (26)
É também notório, no diálogo anteriormente transcrito, a
sobreposição despótica do poder real ao poder eclesiástico.
A confirmá-la estão as palavras de Oliveira Martins:
0 rei é Juiz da família portuguesa: a sua vontadeé lei, as suas sentenças são oráculos. (27)
Existe, no texto de Patrício, uma referência que
julgamos, neste âmbito, merecer a nossa atenção. Ignorá-la
significaria contornar a questão sem sequer a equacionar.
Trata-se da carta que El-Rei terá escrito ao Papa, pedindo a
canonização de Inês.
(26) Fernão Lopes, op. cit., p. 137.
(27) Oliveira Martins, op. cit., p. 106.
1 0 9
0 PRIOR
Perdoai, Mestre António, perdoai. Canonizar,-
Roma, só o Papa.
-
só
MESTRE ANTÓNIO
El-Rei pediu-lhe numa carta que o fizesse. E nunca
ouvi razões mais altas nem mais belas. Leu-ma uma
tarde aqui, ao pé do túmulo. Quando acabou, a
Rainha era santa na minha alma.
(Acto IV -
p. 154)
Chegados a este ponto e após as várias comparações já
estabelecidas, causou-nos alguma estranheza que este detalhe
da intriga não tenha qualquer referente nos registos
históricos. Remetemo-1 a-emos , por este motivo, para o mundo
da ficção, abonando a nosso favor o facto destas palavras
não serem proferidas pelo próprio Pedro mas por outra
personagem, e o secretismo de que o acontecimento se
reveste. Trata-se, no entanto, de uma questão de pormenor
deixada em aberto.
Ficaram ainda por esclarecer dois aspectos, aos quais
não queremos também deixar de aludir neste capítulo, uma vez
que as fontes históricas os referenciam relativamente à
f igura rea 1 .
0 primeiro tornou-se notado pela ausência, uma vez que os
vários autores nos descrevem D.Pedro como sendo gago. Esta
particularidade da sua expressão foi completamente
"esquecida" por Patrício que provavelmente partilhou da
11C
opinião de Gondin da Fonseca que diz a propósito da sua
própria peça de teatro:
D. Pedra gaguejava muito. Mas quem se abalançaria,no palco, a fazê-lo gaguejar todo a tempo? A
tragédia viraria comédia. (28)
Um outro aspecto aa personalidade de D. Pedro é aflorado
por Fernão lopes, por meio das seguintes palavras:
E coma quer que o [Afonso Madeira] elRei muito
amasse, mais que se deve aqui de dizer, posta
adeparte toda bem querença, mandouho tomar em sua
camará, e mandoulhe cortar aquel les menbros, queos homeens em moor preço tem; [ . . . ] ; 29 )
Refere-se aqui Fernão Lopes ao relacionamento entre
D.Pedro e o seu escudeiro Afonso Madeira. Também Patrício
aflora a possível homossexualidade da personagem Pedro:
PEDRO
[...] Um rei que troca o ceptro por a enxada, e
uma enxada tosca de coveiro'.... que vindima de
noite -
ao sol da Morte onde só abrem almas...
[ . . . ] Ninguém. Só ela,—
como sempre.
AFONSO
Ninguém, meu senhor?. . .
PEDRO
Perdoa, Afonso. Tu, só tu.
(Acto II 1 -
p. 139)
( 2B ) Gondin da Fonseca, op. cit., p. 31.
(29) Fernão Lopes, op. cit., p. 39.
111
Difícil, se não impossível, seria qualquer análise
comparativa dos aspectos linguísticos dos vários textos
(históricos e de Patrício), pois, mesmo gue ultrapassadas as
evidentes carreiras, não podemos esguecer gue pertencem a
géneros bem diferentes. Exemplar é contudo a recuperação e
utilização que Patrício faz do léxico característico da
época, quer no seu aspecto referencial ex trai inguis tico quer
com fenómenos de co-referênc ia (exemplo-
pronomes, formas
de tratamento).
112
Após o estuda comparativo entre os episódios históricos
incluídos neste texto dramático de Patrício e os textos e/ou
as fontes históricas jè referidos (possíveis fontes
documentais daquele autor), podemos afirmar que estamos
perante um drama que, apesar de poético, possui referentes
concretos, documentados pelos relatos históricos existentes.
Não podemos contudo esquecer que nos encontramos perante
um texto dramático de autor, que é necessariamente uma
síntese. Em quatro actos houve que condensar uma acção que
se desenrolou provavelmente entre fins de 1360 e princípios
de 1361, pelo que a cronologia factual não pôde, de forma
alguma, ser respeitada.
Para além dos condicionalismos inerentes ao tratamento
literário de um tema histórico, há que destrinçar dois tipos
passíveis de ficção: uma, enquanto produto de uma realidade
filtrada por um sujeito e convertida em discurso verbal, mas
em que se opta por um compromisso entre o referente e o
referido; e uma outra, igualmente construção de Giscurso
verbal, mas que, apesar de partir de uma realidade, neste
caso, registo histórico, se desprende dessa mesma realidade
e vive coma representação filtrada do real, funcionando
apenas dentro do próprio universo construído.
113
Todo a carga simbólica gue o texto de Patrício possui
remete-o para este último tipo de ficção. Apesar de uma
"certa consistência histórica", o texto vai-se libertando
dessa realidade primeira/referente e só funciona, isto ê, só
é perceptível, descodí f icáve 1 , interpretável dentro da
simbologia construída. Encon tramo-nos assim, por exemplo, no
fim da peça, perante uma personagem que tem como referente o
Rei D.Pedro I, mas que toma aqui uma dimensão de "Super-
homem", simbolo de um indivíduo com poder supremo
consegue que o amor supere a própria noção de morte.
que
Assim, cada vez mais afastados da linearidade histórica
do texto, deparamos com um discurso que se serviu com
acuidade de uma intriga histórica para tratar temas como a
saudade, o amor e a morte, perspec t ivando-os num mundo
ficcional, em que se interpenetram três planos: histórico,
mítico e simbólico.
Lembramos, para legitimar a opção de Patrício, as
palavras de Frye no seu livro "Anatomia da Crítica":
Um dos traços mais conhecidas
literatura é a ausência do pro
precisão descritiva. Talvez
perceber que o autor de um dr
quais eram os factos históricos
ele os não alteraria sem boa
nega que tais boas razões
literatura. Parecem existir
historiador selecciona os seus
que ele os tivesse forjado
estrutura mais simétrica seria
(30)
e importantes da
pósito de ater-se à
gostássemos de
ama histórico sabia
do seu tema, e que
razão. Mas ninguém
possam existir em
somente nela: o
factos, mas sugerir
para produzir uma
razão para libelo.
(30) Northrop Frye, Anatomia da Critica. S.Paulo, Ed
Cultrix, p. 79.
1 1 5
Esta peça "Pedro o Cru" publicada em 1918, teve apenas
duas encenações (segundo L. F. Rebello, 100 Anos de Teatro
Português) : uma apresentação na televisão em 1974 e outra na
Teatro Nacional em 1982, contando esta última com apenas 52
representações. Como explicar este facto quando, por
exemplo, A Castro de António Ferreira sobe ao palco com
tanta regularidade7
Esguecido, ignorado ou simplesmente "mal amado"?
Tentemos enquadrar o fenómeno "representação cénica" (1),
considerando-a independente do texto dialogado, e talvez
cheguemos á questão fundamental.
É quase verdade aceite que um drama "tem por fim ser
representado" ou que "uma peça não representada fica de
certo modo incompleta". Perante tais afirmações e pelo acima
exposto, impunha-se-nos analisar as potencialidades cénicas
do texto em estudo.
(1) Segundo Wolfgang Kayser, "Separam-se , nas línguasgermânicas, rigorosamente os dois conceitos "drama" e
"texto", rei acionando-se o primeiro com todos os aspectos de
uma obra como sendo"
1 i trrária"
, @ o segundo,exclusivamente, com tudo a que faz parte da representação.Os termos respectivamente inglês e alemão "Theatre" e
"Theater" devem, pois, ser traduzidos em português por
"representação cénica". Fundamentos da Interpretação e daAnálise Literária, op. cit., Vol. I, p. 239.
116
Quando estamos a ler um texto dramático (a chamada peça
de teatro ou para teatro), a representação mental que dele
fazemos tem de ser uma constante na abordagem do mesmo. Mas,
apesar deste fenómeno ser tão simples e imediato no leitor,
o mesmo não acontece guando o encenador tenta"
-epresentar"
para outrem, explorando as possibilidades de uma produção
escrita.
Cabe ao encenador fazer a leitura do texto, pers-
pectivando-o em termos Ge espectáculo. É ele o responsável
pela sua "recriação programada", partindo do que ê apenas um
projecto de representação cénica. Esse projecto engloba
tanto as falas das personagens, ou seja, o diálogo
dramático, como as notações do autor, denominadas rubricas
cénicas .
Na encenação, tais observações são transformadas e o que
era real referido pela forma lexical passa ao plano de
construção física desse real. 0 fenómeno ocorre pela
substituição da palavra escrita por uma linguagem não verbal
de base analógica. Entram aqui em jogo outros sistemas
semióticos, donde a utilização simultânea de vários códigos
decorrentes de diversos sistemas. Roland Barthes refere-se
ao resultado desta transmutação da seguinte forma:
0 gue é o teatro7 Uma espécie de máquinacibernética. Em repousa, esta máquina está
escondida atrás de uma cortina. Mas a partir domomento em que a descobrem, ela põe-se a emitir na
vossa direcção um certo número de mensagens. Estas
mensagens têm de particular, o serem simultâneas e
contudo de ritmo diferente; em determinado ponto
117
do espectáculo, você recebe ao mesmo tempo seis ou
sete informações (vindas do cenário, dos trajos,da iluminação. da localização dos actores, dos
seus gestos, da sua mímica, da sua fala), mas
algumas destas informações mantêm-se (é o caso do
cenário), enquanto outras giram (a fala, os
gestos); estamos pois perante uma verdadeirapolifoma informacional , e isto é a teatralidade:
léIlL§L-.esryessura de signos [ . . . ] (2)
m
Vimos, no primeiro capitulo deste trabalho, que todo o
comportamento é comunicação, implicando obrigatoriamente
ritos e contactos soe io-ver bais que contextualizam e situa
as mensagens. A eficácia na descodificação dessa trama de
mensagens depende do facto do enunciador e co-enunc lador ( es )
dominarem o conteúdo e a expressão, quer do dito, quer do
não dito (implícitos culturais, pressupostos, etc).
Se transpusermos este principio para o fenómeno teatral,
encarando-o como um conjunto de comportamentos (não só
inerentes â personagem mas também exteriores) e se tivermos
em mente que se trata de um momento em que nada é deixado ao
acaso mas em que tudo significa de modo pertinente,
apercebemo-nos das dificuldades gue surgem para que uma
comunicação tão específica coma a teatral se mantenha, sem
que a informação se perca ou se altere.
(2) Roland Barthes, Ejisaios_Crí t_iços ,
Col. Signos, pp. 355/356.Lisboa, Ed. 70,
118
Tal como no uso guotidiano da linguagem, qualquer dis
torção, mesmo que involuntária, pode gerar "confusão" (3)
resultante, por exemplo, da alteração nas significações
construídas. A questão ainda se torna mais complexa, se
pensarmos que estão em jogo vários códigos (linguistico,
gestual, de postura e mímica, icómco, etc; que se
justapõem em diversos planos, cuja exploração resulta na
"polifonia inf ormacional"
que Barthes rerere.
Chegamos assim ao problema central aa -epresen tacão
cénica deste texto. Jogando fortemente com o poder sugestivo
das palavras, o tipo de escrita com gue deparamos sugere os
comportamentos das personagens, o ambiente, a luz, as
sombras, os brilhos, as cores, dificultando o trabalho do
encenador, enquanto agente mediador entre autor e
espectadores, facilitando embora a relação tex to- 1 ei tor .
Se bem gue existam notações cénicas precisas, tendo usado
a autor uma linguagem denotativa, muitos são os casos em
que a riqueza vocabular, os jogos de palavras, as
associações, as sinestesias, etc, deixam, nas mãos do
encenador, um minucioso trabalho de construção de sistemas
de referência por forma a reduzir a possibilidade de
interpretações distorcidas, se não confusas ou erradas.
(3) "confusion", segundo Paul Watzlawick,"
[...] des
brouillages de la commun icat ion et des distorsionscorollaires qui se produisent invol on tai remen t [...]
"
in La
Realité de la Realité. p. 9.
119
Especifiquemos com alguns exemplos:
Comecemos pelos "cenários" que têm por base as rubricas
cénicas de cada acto. Se bem que demarcados temporal e
espacialmente por uma linguagem denotativa/ referenc ia 1 ,
surge também uma linguagem poética em que os referentes não
são imediatos, mas sugeridos:
[...] As tapeçarias das paredes estão comidas de
sol, em gamas mortas. [...]
(Acto I -
p. 61 )
[...] Os vitrais dormitam na penumbra. [...]
(Acto I -
p. 61)
[...] Os últimos planos estão já numa penumbra ae
oiro f rio . [ . . . ]
(Acto II -
p. 95)
C ■ • ■ ] ° vale é imenso, povoado de formasfloconosas: São as núpcias das árvores e das
nuvens .
(Acto III -
p. 127)
Pelo carácter poético destas notações, apercebemo-nos de
que o autor está mais preocupado em sugerir, ao leitor,
determinado ambiente do que em fornecer, ao possível
encenador, dados objectivos. Por meio de vários recursos
estilísticos (personificação, sinestesia, metáfora, etc), o
escritor institui um tipo particular de relação entre as
palavras, anulando a fixação significado/significante na
esfera da língua denotativa e criando novas combinações,
aproveitando as "energias sugestivas" que as palavras
possuem .
120
O mesmo acontece quando se referencia o factor "luz".
Este é muitas vezes objecto de um discurso elaborado, em que
se mistura animado/não animado ou se atribuem caracte
rísticas humanas a elementos não humanos.
[-..] Reflexos de archotes acordam os vitrais.
(Acto I -
p. 65)
[...] Os tocheiros ardem sempre, lívidos. [...]
(Acto I -
p. 93)
[...] Os tocheiros bruxuleiam fumacentos. Há uma
claridade dúbia que preguiça. [...]
(Acto I -
p. 85)
[...] Agora, sem a luz das tochas, as árvoresdeformam-se na névoa: só o cedro, umbela de
veludo, conserva o ar de cisma, tutelar.
(Acto III -
p. 136)
E quanta ao som, o seguinte exemplo ilustra bem as razões
anteriormente expostas. De salientar que as palavras
escolhidas estimulam □ sentido auditivo, contemplando gois
aspectos: o timbre e o ritmo.
Ouvem-se distintamente as longas, num sonido de
prata e de saudade.
(Acto I -
p . 64 )
121
A mímica facial e a postura corporal são-nos transmiti
das, por exemplo, pelas seguintes imagens:
Enquanto Afonso diz a trova, Pedro, debruçado,sorve os longes.
(Acto I -
p. 8i)
[...] Pedro sorri. Há na sua lividez uma expressãomisteriosa de triunfo.
(Acto II -
p. 120)
Porque apresentámos alguns dos excertos que, numa
primeira análise, denotam uma maior dificuldade de
representação cénica, não se deve deduzir que acreditamos na
impossibilidade de representação de "Pedro o Cru".
Procurámos apenas algumas das possíveis razões por que este
texto tenha sido votado a um quase esquecimento.
Se reconhecermos que a representação de uma abra deste
tipo corre sempre o risco de ficar muito aquém do mundo
mística que a linguagem de Patrício sugere, acreditamos gue
a sua "adaptação" cénica é possivel.
Como todos sabemos, existem várias formas de abordar o
acto de encenar, isto é, várias realizações cénicas
possíveis. Não nos querendo alargar sobre o assunto, convém
contudo não esguecer o grande desenvolvimento havido neste
campo nos últimos anos.
122
Embora ainda pensado em termos de estrutura cénica
tradicional, este texto joga muito com factores a que os
simbolistas deram especial atenção. Opando-se à concepção
naturalista, o "cenário" liberta-se aqui do "a travancamen to
decorativo", optanao o autor pela nudez do espaço ou pela
utilização de escassos elementos que pertencem a arquétipos
culturais, implicando determinada associação (cruzeiro de
pedra -> morte, sofrimento, redenção).
Dá-se também ênfase a outros elementos significantes
(actor, luz, som) e recorre-se apenas a alguns objectos mais
sugestivos, num jogo de luz e sombras, pr i vi 1 eg lando-se a
atmasf era, um clima em que a marte e a vida se confundem.
De salientar que estas opções vêm ao encontro da grande
mudança operada na técnica de iluminação no inicio do século
XX com os simbolistas, que tomam consciência dos
extraordinários recursos que a electricidade põe à
disposição do encenador. A partir de então, a luz deixou de
ser apenas um meio de iluminação e passou a ser trabalhada
no sentido de valorizar outros meios de expressão.
Também o som/ruído ou sua ausência foi um elemento muito
valorizado pelos simbolistas, pois contribui igualmente para
a criação de determinada atmosfera. Houve uma preocupação
especial não só pela exploração do silêncio como pelo ruído
reconstituído artificialmente, logo cem significação, a
chamada "paisagem auditiva".
123
Entre as diversas linguagens destinadas aos sentidos, a
que levantará talvez mais dificuldades de adaptação ao
espaço cénico é a que diz respeito às sensações álgidas,
também exploradas neste texto.
[...] Entra uma aragem, como um gesto da noite
adormec ida .
(Acto I -
p. 68)
[ . . . ] Uma penumbra de manhã, friorenta. [ . . . ]
(Acto I -
p. 83)
No entanto, os meios técnicos actualmente existentes
para se obterem estes efeitos são vários, possibilitando a
exploração de cada elemento artistico.
Resta-nos, de qualquer modo, apontar o problema da
exequibilidade de certas cenas.
[...] Quando o [caixão] tem bem alto, as tábuas,
podres, abrem-se;-
e num silêncio de estupor, vê-
se o cadáver esburgado: dir-se-iam que ele e Pedro
se contemplam.
(Acto II -
p. 118)
Sem dúvida que esta notação cénica merece a observação
que S. W. Dawson fez a propósito de uma peça de I bsen :
Nada podia ilustrar melhor [...] a relaçãoamor-ódio entre o grande dramaturgo e as
necessidades do texto representado, do que as
exigências absurdas implícitas nesta última
indicação cénica. (4)
(4) S.W. Dawson , 0 Drama e o Dramático, Lisboa, Lysia
Editores, Col. A linguagem Critica, 1970, p. 26.
124
Mas, numa tentativa de dissolver o problema, apoiamo-nos
nas palavras de Colendge, citadas pelo autor acima
referido :
A verdadeira ilusão do palco ... consiste -
nãona aceitação mental de que aquilo é uma floresta,mas na atitude de absolvição perante o factodaquilo não ser uma floresta. (5)
É, sem dúvida, o clima de ilusão que preside ao fenómeno
teatral. Ilusão, não no sentido que a escola naturalista
atribuía á palavra, mas como que o jogo do fingimento no
qual se conta com o encantamento e a cumplicidade do
espec tador .
Na representação teatral, este é envolvido numa relação
comunicativa com características especiais, se comparadas
com as de outras artes mais recentes. 0 facto do
envolvimento físico do emissor poaer atingir directamente o
espectador permite a valorização de um dos elementos da
comunicação --
o contacto conativo e fático.
Assim, a consciência que o espectador tem de que está
perante um "real representado" (e aqui significa remeter
para um objecto ausente), permite-lhe jogar, de uma forma
diferente, com a sua imaginação. Por outro lado, o facto
desse contacto ser directo, permite, ao encenador, explorar
(5) Ibidem, p. 27.
125
uma polivalência sensorial, de sobremaneira trabalhada neste
texto de Patrício.
Ocorrem-nos, para finalizar, as palavras que José Régio
escreveu a propósito deste teatro:
em
ma
A peças de António Patrício não são quaisquer, n
qualquer a sua linguagem, porque não resultam du
vontade exterior e industrial ae escrever peças.Resultam, sim, duma necessidade interior; são o
que podem ser. Não bastará isto para que pudessemtentar pelo menos, pudessem tentar algumascenas dessas peças
—
qualquer desses nossos
teatros, se ditos experimentais, só justificariamo titulo abalançando-se a tais experiências? (6)
(6) José Régio, "Sobre o Teatro de António Patrício'Estrada Larga, Porto, Porto Editora, vol. II, p. 419.
127
Obra principal sobre a qual versa este trabalho ( 1 ) :
Patrício, António, "Pedro o Cru", in Teatro Completo,
Lisboa, Assírio e Alvim, 1982.
Sobre António Patrício:
Correia, Manuel Tânger, "António Patrício (Poeta Trágico)",in Ocidente, vols. LVII, LVIII, LIX, Lisboa,
1959-60.
Régio, José, "Sobre o Teatro de António Patrícia", in
Estrada Larga, antologia do suplemento "Cultura e
Arte" de "0 Comércio do Porto", organizada por
Costa Barreto, Porto, Porto Editora, vol. II, pp.
417-419.
Sena, Jorge, et ai., "Camilo Pessanha e António Patrício",in Estrada Larga, antologia do suplemento "Cultura
e Arte" de "0 Comércio do Porto", organizada por
Costa Barreto, Porto, Porto Editora, vol. I, pp.
136-139.
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Porto, Figueirinhas.
Cruz, Duarte Ivo, Introdução à História do Teatro Português,
Lisboa, Guimarães Editores, 1983.
ronseca, Gondin da, ln*&5 de Castro. Rio de Janeiro, Livraria
S. José, 1956.
(1) Utilizou-se o texto incluído nesta edição por ser a
que existe actualmente na mercado; no entanto, procedeu-se
tamdêm à leitura de uma outra edição que, apesar de não
datada, cremos estar próxima do texto original.
128
Lopes, Fernão, Crónica de D . Pedro I , Porto, Livraria
Civilização, 1986.
Martins, Oliveira, História de Portugal . Lisboa, Guimarães
Editores .
Pina, Rui de, Crónicas , Porto, Lello e Irmão Editores, 1977.
Eousa, Maria Leonor Machado de, Inês de Castro na Literatura
Portuguesa , Instituto de Cultura e Língua
Portuguesa, Biblioteca Breve, 1984.
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Lisboa, Ed. 70, 1987.
Vasconcelos, António de, Inês de Castro, Porto, 1928.
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Teoremas, Porto, Ed. Afrontamento, 1982.
Barthes, Roland, Ensaios Críticos, Lisboa, Ed. 70, Col.
Signos ,
Carvalho, José Gonçalo Herculano de, Conhecer Poético e
Simpol.o, Lisboa, Univ. ce Lisboa, Fac . ae Letras,
1971.
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Paulo, Ed. Perspectiva, Col. Elas.
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Paris, éditions Júpiter, 7. ed., 1987.
I
129
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Points, 1978.
Al
os =.nexcs seguintes :- ào constituídos pelas saídas ce
omputador, ootiaas a partir ce determinadas ccna:ç3es de
íltragem, i.e. os requisitos a que o texto tem que oaedecer
,ara ser seleccionado.
Utilizámos, ?ara tal, um 'software" Disponível no mercado
DBase 3 PI-jS), que ncs pareceu c
injectivos que p~e te^d íamos .
"òis àoeouaco aos
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ic na■ n ie ia .men te , era nossa íntençãc riue a
correspondesse 5 faia Ge una personagem. íias, por limitações
Co próprio programa, casos r-cuve em que para uma -esma raia
se utilizou -riais ao que -jr.a "icha. Verificamos, no entanto,
que esta c :nc ie icnar- rB em -ada alterava os cados que
pretenaíamos seleccionar.
A2
CONDIÇÕES DE FILTRAGEM
Todas as ocorrências das formas "El-Rea" e 'rei' , nãc
sendc acmitida qualquer acjacência 5 esquerca ou á direita.
Evita-se. assim, a possioi i icade ce se'e- tamaém selec
cionadas outras palavras em cuja Tormsçâc se encontre o
conjunic oe ietras rei.
Line Field Opera tor Constant /Express ion Connec t
1 TEXTOl Contains"
El-Rei"
.OR.
2 TEXT02 Con tains"
El-Rei"
.OR.
3 TEXTOl Con tains"
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Deivai-ís íizí-Io a vos ac íensj :
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cedo? , •:;« .ades a q-a-jez; • 3 ti-ní-'?
33 = 1*3 , E"."R?1 "'.rorr-C , t.sij çsr.flC ,
á .ja :i"5"jí rai . N?.c e 35 te n L^staníe
31705"
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:58 "ÍDE PP' Ti! .E prans; ^sí . secais ... _s rsi gcs írsuits ^osa . a aais ameia , o Da1.;;
r:i?!S"'E , : "..'Eçantc q'je j = ?•_ 531 r.ççr.a iqrç-a ...
':■? se -31* esties:" a a s_ carrasco
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3 3 3_e 3-j d::ia , Loçc- siie ais
A16
CONDIÇÕES DE FILTRAGEM
Todas as ocorrências de formas a partir da base "Just-
just-", adffti tindo-se apenas adjacência á direita.
Line Field Operator Constant/Expression Connec t
1 TEXTOl Con tains"
Just' .OR.
2 TEXT02 Conta ins1
Just" .OR.
3 TEXT01 Contains"
just" .OR.
4
5
6
TEXT02 Con tains just'
7
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A19
CONDIÇÕES DE FILTRAGEM
Todas as ocorrências da ^orma "Reino/reino" , nãoadmitindo qualquer adjacência à direita ou à esquerda.
Line Field Operator Constant/Expression Connec t
1 TEXTOl Contains Reino .OR.
2 TEXT02 Contains Reino"
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4 TEXT02 Con tains "
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«erg :e oar e.n Dár a tus alta ,£; íj ssuaass nu? vos sob-s o sl-gc . Q-:ts ea que s sejoacs se fs: :ar-s . vt esu -seno
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o reino aa saudacs . h esta;
Te* asas ce -.a^a aue ae! oolss , hor-s , ífDr5c, , r,jc e sí crjl Ge5t,r,c, 5
çí-éioes asas es ia*r:sas , cèisces ... Alcobaça :
Toca : cabais , toca ss a»:s : Es:.2"F-
1" -EDíí
l"' PEDRO
VCNsC por todas as est-a-as, -or toa:s os
císíiros do seu reine . vai ac-indo ce
rsir.es r,r. aciÊruc . todo o "Ov-:
.rca-:arjrj :a sõLsads , Ouves"
..-
o:.cro caeiírièr , Sioo-lre os c-see-ce .
.: i Ss ts diso aue ê es*.- a -inr.a
noite'
íibrs-lhe c coracíc . Esuts ,
una *Je sck? ss
açore-: , , ■ h saudace oa:
- r.e íbve . Vai ab';'
SCCrSEEÕlCC
ss sor-ris? e ss oei-as
s pue o vess: -'s:
.■' rsc ae* :;.'*.-
; rú"5 oiros os lís
, . SCDT3 ,
-
SSÓÇrc;;
jp -ig„ =;;; SSafCdS .
C1ò"-3"-.T? Scíí1" O OuSTlCSCC .
OiiEsí-se co» espaito , So-j ;s cit-c ,,,
:Oii -JS 33*3 SO 3-,'
'c-jSce *:cã' . NqC :C'rrs
•ses G1Y1"
o-rses rise:
1*5 FEL-rj '.:*: e.1 | ; *s':ir ,..c r.: ,,, qije
Í2G0 'Ji ^sino'
"
-eús; iFCNR' looos os ceves :c bsu -sino ... iinhap cts ilgo isto s já aassso: . ? =1135
toícs ... t vDò.a* entre eies , spíi ,38-35 ... nsí sei se (liconaca ames
ai-iorinhas , Escolhera* este íia par; e"ist? ...í
escar?* . Una pastora oue descia o blvus
. 'Ueoo1. a ■ír=r-t= d: -eairrr, . 3a j-ns
147 PFDí-C trilN" i-j i sia . A t; '"E.io-te. eu be» , iu es d se">c-rç e çeaor. ... q--.r: finrpç np iij?
■ss*. . rlss o seu reine :\.. o tei ;^s oruroieiaí .., eras ae 91?-
remo !? 0 ae-. 'ema cerneu-se no *arUs-5 oe ais «esse ....
mBvobii"o , e aaca 9 isto a 911*5 cets
: lsò corte de espsefos , leva"cc o ce.
aaor r.aque.iE andas . po- ss estrada;
aus clareia ao".-: . . .
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A23
CONDIÇÕES DE FILTRAGEM
Todas as ocorrências a partir das bases "Mort-", "mort-"
morr-", admitindo-se adjacência apenas à direita.
Line Field Operator Constan t /Expression Connec t
1 TEXTOl Contains"
Mort' .OR.
2 TEXT02 Con tains"
Mort" .OR.
3 TEXTOl Con tains"
mort" .OR.
4 TEXT02 Contains"
mort" .OR.
5 TEXTOl Contains"
morr" .OR.
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TEXT02 Con tains"
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cit". Euan:- 3l: an: essape-n e s
Eb-a-c : sono cf-j sea•
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-G ']■
*; ap ad oe u.os ano .ac sut>j e 15 os ar.b 'aassc. es ano irpãd a
3iua4'.3: 0=; -10-33. : eauEjq esoj fíijoqiae o: cu
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j'0.-j'
SUJ
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id
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"
E3t|| abSj
A34
CONDIÇÕES DE FILTRAGEM
Todas as ocorrências da forma "Vida/vida", não se
admitindo qualquer adjacência á direita ou á esquerda, e
todas as ocorrências de formas a partir da base
admitindo-se apenas adjacência à direita.
V iv-
L 1 ne
1
2
3
4
5
6
7
Field
TEXTOl
TEXT02
TEXTOl
TEXT02
TEXTOl
TEXTOi
Operator
Con tains
Contains
Con tains
Con tains
Con tains
Con ta ins
Constar t /Express ion
'
Vida
vida
vida
v ida
v i v"
vi v"
Connec
.OR.
• DR.
.OR.
.OR.
.OR.
Page No. 2
A3 5
P6 GUEi -AL-'
"UE"
44 PAJtf! 1 PAJEK : Sol su -je nS; duro 55 es'.â vida (; Vé'= "... Rasos ie cr.oupo e de
oontuija . El-Fei çosccu sesp-u os andar salgueiro ,cortaaca de sanha , aindê
oe paço e<- paçc . ?■•■ açora ê de ia:s . co? folias ... Que quer is.d dizer"
Tj
NSo pa'* n.ru . E estas salas , -Sa sei sabes ".,.£» viola de "loisc ah--
que tê? , p5?-.-í5 *r;;--nhc . Quase c*S:. ... () Se ie deixasse» !.. Queria
todas \aiias , sei ccnche--: . Ne» ali ne der-.:- , dermr das ser conte- .
lareira ha boa le-i-a .
-i-j-i;:. Perjure ',,. 'crheces íl, Afonso , a a e n5a conheces , q.e á rei de Portuga:
-pha fi "... •:--- sabes ent=o se a anda na Sorte , parque e nela cce vive
perjure: "... Eu .ivo rc A.nor 9 pri 3 sei aso- ... 0 «eu Faça Pes: , c
Ji-tiç- . 0 «su povo ... a corte ... v?'vjde:r: , é uia cova rui? claustro. ,
■este cu . so co-h-ece* de his : et, Santa Clara . ()
jJ5ti:siu . Ka; para alas d 3 Jjsuçe e
■Te* 15515 ílCC , Ki CP r-i ;ue 'ê fel
"
-Ej"-L *?;• . 1*: . é our- 55-e ... e outra . epois de ds justiça- . yg. arg-is-U as
,) Crs leaginê ru 1^ justiça fc: feita cova ... è mnha [nís ,
. E daqui a -oras ... sin, talvez daqui
3 t^à- , justiça sers feits . EntSc- , a
pa: de Deus virá ssíre a senha ai?à .
"rés CC5S viver*;: ::n c seu iTir ... (}
.ac: .., ioga d
8: -ECP: tasca , jepcis .re airas o reate . Deus
■Ta oarj , pari -ratjr cesse , vida 5
cc*:: . :cs , líe cesc=*5õr ; proeissis
ter- . ! E *.. Aí ais; , vs; dicer-lnes
que es esperr , giJ? vEie: te: a a r;;te
ai» "tenra d?!eS . . .
5E?:e c:elh: Hf-íi-ia -.-■ = s:nfl- , seu sentic . vCs
te"55 a sau-jses ? a reine■
viss , s
"OrvCSC-TJ Ç roi» [jg:ji , NJq é CCÍiGC .
?9 PÊRO C]EL-L:; Jc:s seja assis , Sois vos que a
crce*õis . T:jdo se decidiu .13 fiesna -ora
eí que E1-F;ej vosso pa: teve por cerre
que a vossa roca os Castros conspiravas
• t-3 janto d? vós , ns vossa aomtra ,
*■■ L' fi -. SfÇljnre rr.r'o rfe ç = r'anqgjr;c QiJJ
vivii a aduiír-v:s g a
100 fREIBi : -b-s:;a-j--
ais daidics -
qc? 5 HcrtE dias
aacãls-â os "^"s da co-vsntc , s que
--Cars tudo : as 'íc-bs ia es -ca , toda
5 couunidaae ... e só'1 c ar a 3 viver a
airha norte ... (.. ■.evàrae-ms peia 5
ceia a arder e- 'sor- . Le*brj--vo-""
^íquei 355:fi '.rj;
Page !!:. :
?". Qij;i" rAL^ ft 3'jfm
A36
105 -FEÍFh 1 ~'-W - Eis s-a ccaa /j- ■
-:;--■;- Edito ta-:?*
íe vir para aqji , t cor- cava-se a
história destes curdos : sabia a vida
das tortas sus aqui oorogr. . A újtie-
que se conta1., ?■:•: da lad-e-Aba dessa
Violante, çls anda ni-a hã trinta anos
que sa-rrsu ,
h i--l pc-ceira jrrjf;:snj C3s aia
cece-*.; a sabeis
107 ESCL'PE!fn "EIlESEí i tares . Já nSo possa coi';'--.cs tisda 5
eit: , Só direi o que ísocrta , c qranr.i
"■error , c que , ces anos que eu voa ,
há-de viver centro de sus ea sar.aue s
110 'BMEir-
::" pebps :NEi
f>a« scsseqcL na vida ne§ na sorts .
"j-ece-rs ... asrecç , c.:-r.i ir.Is , qis (Jfi :srra ... a terra . a i-."---. ;>.
essaere?; ... Estava a tej lado ... '■: -
vasta ... s íe-r- ;_= -;; -;,:•; -,:
se-pre ccr=ipc . Ergui a cear; ;..; rj.-.-c. jihos ... e eu cie »r.:a "; ':ç.=;
rsç: . . , dc iej la* ... E s;"a? cos ve- ... 5 tsr-s ... ; :=r-; -■._-. ■:
Sei: ecr:
-.s Li-"-aÍ3 sL; .1" 39 SIC ,
CS5 T,515 r-^rz -j; a CCTCã ... VíOS :
více ... Ne-. i*es S'jI;u a "ores .
Ejarcicij-jj rs afljietc. , ss-.cre ,■:,:= ,
Sua-ocu-cs cera jái55 ,.. co*a jâias da
"c 'ie os t e?L-s esteios . . ,
12" FE3RG 3b.t ! Shut ',.. Estais rs cása-s di
-:*ir-.ha . írr-e... A ,C65j foimã dcriê
. Sô níç ■. a!a»cs . ú:.--rggzeii :a» ela a
vida tOtía . forae . [jr-fs rpirjr-; ...
c:j a sua :aroã ?e ci" ... o ceptro de
cir: ... Rainha ae Porb.gãi .
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da Ict? , = .
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js:, '••,_ 37, jo;, jí ,- ,' sea
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e»|e si) ?:• aj.s^ 5 573 asse^ er.b ajj-rps-■
a; etcs
SÍ.OT Cf; 5C SJ5A - ;'
. =-.IO". S^S-C: SíjCl; ? SJCtjC •" Tc".
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5 a . c.tsu a napjs.j■■■
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a=jqãc***c- e+Tía :p :.;jaa a-p^ac r,s; c cijts ssults se ejjoi anb et-ss-.ia : gjc.as
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Dij-A-sep ei a equie.
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casej.sa g •••, oupseaieq o a punis.,
sn e:jc: e *a^ ""^ s.vta aserib - e.caí
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?u3Tl ?an eia : ojpad nai e oqoj ar. as*.?u.uTsJpa■
oyuiujBasa ai:ui|is anij•••
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sequas a.dtiâs tbie se ana'
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jdflS: c9!
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-jOS : :"Çd *3Í1E 3d
I/8EV 5 -Ofi 5ÈEJ
A39
CONDIÇÕES DE FILTRAGEM
Todas as ocorrências de formas a partir das bases "amo-',
"ama- e "amei-", admi tinao-se apenas adjacência à direita,e todas as ocorrências da palavra "Amor", não se permitindoqualquer adjacência.
Nota: devido ao largo espectro das condiçSes ae
filtragem, surgiram outras palavras (e.g. amanhã) que saiamdo âmbito da análise pretendida. Houve, por esta razão, queanular as fichas com as saídas que as contextualizavam.
Line Field Operator Cons tan t/Ex press ion Connec t
1 TEXTOl Contains"
Amor .OR.
TEXTOl Contains"
amo" .OR.
3 TEXT02 Con tains"
amo" .OR.
4 TEXTOl Con tains"
ama" .OR.
5 TEXT02 Contains"
ama" .OR.
6 TEXTOl Con ta ins amei"
.OR.
7 TEXT02 Contains amei"
-
Tiísej '
t}jo» ei:ju eu anb
:ãJOJ,ti ■■■; y? .
•
seaas seu-s, aç•• •
aeje-e e a ac-jquai.-
••••
;acje; bp. ss.ir.c og rf |]•••
o;jad e anc Çs.oajs se'i'- e s"
■
sodrice
çf c;;sõ 5-b'*e a;.-.
■
a§A sbtb snp'
-•-?•••
=3ut-jó:tp hoa•
:-ua; siea
::nod an sipb la.adse anb saqi-janp ne- caea'
.■•\\ ce■
seujo} sh •••„ oíjbc?-.
s.-* ja^.aasa e'
uai?'
ecapuc-jj as•
c3jo;3■
aaqae; jaq?-,••■
searioqa
3••■
sc-jicsns 5"3= so aea :sa eccei ip se ofs■■■
-eanoip so■•■
ea.ciup st SNOdt L.:'.Ja íí
nss.'
aqjp ogq .cap ar. se: n
'
joquas
OBE danódTN .^[iZZ :-snGjp ii
"•
e-.uTij!
e a çj; 10'•■
;;aa íu-e e 3 ean■■•
i?se senp as;'
esuojy■.oae assau .*
■
?: èjpc ":epna saj; eljjtb e sna s-asag■■■
sau? aias ?r pq'
csuo^'-aue aias eh OSNCdt1 IMuin
5 e3" Sí"D : 3.» TIO ;j'"
U7SS? 5;A C
•••
oiuaiST» ac apjsrit"" ;.-- a aoa■
caos nas ca ipd c
;:sjp:el ens e■
s-.joy t acuejce jete ap 3 art '
jcpe;:eq a ejcaqucs•
t=j -sq :■
-jjtâj "ai e'
se.isquajj mas'
cas.ãas .cse.-.:-:
3p outbj -a ai fj•
ssuade epu-.-.ejd a.» ?'"tc-s-- pp „•;.;.? j;a anb
?*n a TBfin- jcj•
sesjaa ■■- anb ap- jD-te; f-.'J1:= cure. naa g
•••
a&uc; eqins•••
abuo: ç s^cpjja*? ac: tõj neq o■■•
ia. ra:
5; 3*^0; ap ís.a ,i■■■
aã:- anb 3 (j■
r3a ou anb e.\aa ?-;au ;as ;:?■" ?;j,
;e; e; enb tõj bp *l,-■
•:.;[= st?l taq
a PáTisn; Ep 451? 3. so" sew•
c-jcsaíqsrT;]
'
ej?;3 equeg õs ■: &u ap laaaquec çs'
-.- cisa*■
cjqsnep sua bao3 ean a'
Gjtapecja.-.•••
sqjea p•••
D.».od nec o■
?íT;snr•:
'
leajj cted naa rj■■ ■
.cue nas o ;.,d a júb^ o.d cata r,3• •■•
Tajntiada/it'. 37: ejau a snjuo-a
•
3;joh eu epue s 55 j-q.jã saqes aao-j -\ -j euuTS
:pã-i;.o,j aa raj a 5"b '
rsaeijuoe ceu a p e'
csuo.r;'
ni secaquo-,■••
j.Tif.-ên
.5fiJ-v JíiOJd te
JÍNCdí ^dfljo pZ
•
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cpncsjqei"•
jpijIO nas op anb :=; --•■.■ .
'■531 =p saq;e
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Eçap :a* ep soas ?n :oa snq e-,"'
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?. s j j ap aj-.r"?^ íja
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pa[P ap j-rni. op•
et.e;jcí ap sequp»5:33a e
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:sA eji.no Si-equpc seu■
soôreb snas sap soqp so 3 :oa em"
encj* essau a•:oa ena eu e eç ■••, csudjç
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PEnuLsu osoa nome aja arb rianjea'
ajissrj aa rju; sp sajapejE* soe jeopjBu
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3 õíib T3j-;3'
"ay-[3 a^b SEirc-ajap 3 I H3ifc
fidllO tr 'i: naní
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'QU 3DEJ
Page Mc. IA41
PS OL'E" r*L". fi GUF*
-
r;DcC
7* PEÍR?
AFONSn
arruR-
K2o , n"c . é autra sede , ,. e outra . epcis de as jastri) Ora imagina tu que justiça fo: feita -ccvs ... â unha Ir.?s .
. E daqui a Hnra;... 51, _ taiyo- daqui
b horas , justiça se-á feits . E-tSo, =
pa: de Deus virá sob*-; a ninf-A :[ai ,
Tr?s Cias viver:; cor o -eu ame ... !)
Laq: .,, logo d
Zr tu- Fa;r-a .,. ce- [rês ... do «eu
a»or ,
ar , veu emuí-Ia da
95 FEDRC fgne: é iieã rBssjreiçSc i é quase , fifo-sc .
Nôo por «if ; per o Aso- , cano a de
Cris:: .
30 =EDRC ííPjnb: Ses tese* . Eu vou eo? o teu ater cese
cot Deus .
80 -EDR0 flFCNSC Ninguê* na terrj mou r.3iQ eu , Htonso .
i! -s estreles têm Vie , estèo rzvi>
. . . ro.xâE de *r;r. ,
87 FEDRO PERD ZQíLh" 3ir. ... Qls tínheis vós que perdoar r'.,, co? seu paiNSc vos Cãiur-jeis . São , rSo consinta , no-fJarJs!
"
-
-ar;
E-í issa se aqsstarii : nana -ai: . Sois [ãsteíà ...
dois çrandes ... dois nob"-?s portucuese*. Cantai-ps . oj ?r;çç tu , Pçrr Coelha
, vais cor;-— r..e coia .isstes . por ator
an r:-.'c.r .
-alva-
:ce foi , n'o
c reioo . de
8B ?ERQ CCEL-C ;t= que veio c instante eu cue -a ate ao
reino en periço fci itaior que a s-iar q^«
ele vos tinha .
PEDRO PERC :KLu: 0 a-sor oue ele ie tinha ... Contigua .
E ers oe3 cogitado , be* censacc .
'■
90 PEfiD C2ELHC FED-fQ
91 PERC C3EL;-1: PEDRC
L1 ater teu Lr de iisis para poder vs* . Sepa-a^-vos dela , e-s ijoassiva; ,
Vós nSrj podíeis ver . í) Nen «es-o aoorj Vosso pai desesperara, r.fc sacií Tu::
. O U-gia ce-njurar c qrande perigo , farj te-.tada : tudo es vie . [te
cer lar o »r. óea ceres , ce ni: . Já ft tentativa de expulsJ: fora 'rustraes
Castela , de acordo cdí os de ca que vos e a clausura no cemventa , ea Santace-cavaa
, se fornara ua partida . se Cara , vós sabeis , neu senh-r , o aue
amava. çia f.j;
Deioã a vclta ac iu-o do posar . e eu voitou-se entJc : decerto ouvira os
e-eurre: a porta-
a porta que ves . teu passos ... e toda a face lha
senhor . tínheis ceixado en-reabe-Cc ... esbranqueceu de tal taneira , que paraSois escudei^; qLe r.as viraa , que eu n"o quedasse de piedaee , *:i
reconheceras vosso pai , fugir-r . Eis «ister , seu senhor , ietfera-ae de que
estava ainda soo c alpendre , e olhava atava a tinha terra ... coto ela vos
do lado do rlondego . atava ... ou vós a ela ...
Page No.
P5 DL'ER FflLi fi SUE*
W 'REIR4 :
108 ESCUDEIR?
112 PEDRC
;:: ?edrc
-íe:s:
ABADES-
SEírEEií
O que ela asava o se! ! Era q.ase ub Disse-ie assi- . cot uí granes es-urçc ;
pecace . (I Quereis ouvir ■ Na utita Vai tu , vai tu . Fita-: oet rins ,
se-sr.5, j3 r,j0 í0ili anrJar ( .â g fecha-a nas pálpebras e corre
, co'r-
arrastar-se . E tentou por duas vezes ir suite , para eu :■ v=r amua nos te-^si torre . 3a ilti*-
, fui dar Co» eia de cihos . Foi daí por dois dias que torrec
bruços ò cnora-- . Parecia una covinha . Ca*c eu te lesbre '
Fare:e quB fc.»oribu'"dè ,
f>ojs . ()
E Pêro Coeli-o olhando-o et ^acs , disse Naquele instante , garrotado ser rCrí5-:
T955-JSrirs = :a s:5 ,:STl fljJ ¥1(j.; _ > 5elfl-nu ,
•
inha níls 0u,05 we p;: .,.
Cl? par a,T?r ae5t6 èr e ce3ta tErra( qLÉ El-Rei' testo .
r^a.ia de tir-r-liias uta a uaa '...*
ErguEi-vos . tiúri . N?e sou eu aue vos (, ríaare't uris saudade é ura iene :
venho pertij-bs- . i a Saudade que ta vaia desenterrar 0 t-bl asor .., On;? estátra: , e eia só . Estáveis e- sossego eis ? ij Onde te espera a que sers vossa
... fias eia vaio : fcateu-vos á porto ,p Fainha !?
entrou e? iu-ada, un rei e uí; corte .
AEftDÉSSH Di-ec-te : o-.de ? que dor-.e o teu ato-
::2 F-ED-C hBADESS* q corta Ce «eu Faça ... Esta esdra cara
ait e Carsparçnít , o meu aue-
atravessa-? -
ccisa o vento o corpo vãe
oas puvb-s ... (J rias acara ê a vessa
vs: . -eus olhos . Ides ver a vossa con a
■ -'er in4s .(] P?or.-c. '
D coveiro enegou
Onde está sie"
llí PEDPC CCtEISC
ir °edf:
113 PEC»G
:ne:
i^e:
Há cais os quinze anos ,., Foste ertlc
tu que abriste aquela cova ''.., que
enterraste o teu ator ... a unii- ;-«-
"... Coto escava a tua Rai-ns 7.,.
íranca, -rança '".,. Ensanguentadar
Farece-íe ,., parece . tinha ;*i?5 , que (!' terra ... a terr- ,
■
terra -._:-. -.o
despertei ... Estava a teu iaúc ... TM -
veste ... a terra cue *s: sorte nas teu;
setpre dorsinda . Ergui a pedra do outro olhos ... e eu que ■■ ivi- li f;aue: se*.
Faça ... do seu lar ... í anda coí ver ... a terra ... a terra olb ie:r,citerra da cova . airda conti-a ... voltai na tua Soca
-
o segrede do ate n-i
s ^ortuqai ... -c ottro 'çir,L ... aiÉs da Norte ...é terra sa-ta . t -.tm
pura ,
Guardai -a vos . PUntai-íh? lírios .
.. 1 J no;;.; stor sais do deseje-
CDi*a
sai uts pérolâ do *}' . Assi* tu vsis
srgusr-ts , tinha Inês ...
Page Ns. 4
A43
S QUE''
U3 P"DRG ™
^■»■ ° *» ""•" «« -9--te >M) Cneiras a podre ... Saooreio o teu
vida é outra . D Destino já r-lc tet a -heirc coto u* corvo ... «eim- co „ue c.■esta rota ... Coto hei-de eu vive- das r0SÍS qLIe te oeste ... Nec o sutc
açora oh tinha Inês !?...* ¥.-- toda dos potares de Coi.bra ...mo fenodesfolhou-se aos teus pés coto uaa flor ceifado , ô teu ator ...
?™*^* «**>....
Devagarinho ... devagarinho ... NSo vá «eu ator :... () É ispossiv-: . ni-su tagoar o teu cabeia ... Estou certa posse . renho tedo ...
que es vertes testo se arrastai no teu
corpo cot doçura ... pobrezinha'
Suando a rVte te vi. , chorou decerto
... e os olhos de Deus ficara-
flBi"E5?' [des ter rosas vertelnss . ."acre . |;Nlo percas tetpo , ífonse . Decerto
correi já rutores . Vai caltar o aeu
povo , vai di:e--lnes (1 Oh ! Badre :
p-Sc tenha:; tecer algut, . Por ator do
h-io-, Ela perdoa . () Há agora usa
''riage- , nSo sentis ■"I)
:A "'JLHE" 3 verdadeiro ator estava na cova , e os
oufos cá fora ...
H;uoai-ta è aqasalr.ir 3né=
137 PEDRD ÍFD?;=C Nunca eia o viu tio lir.ao r.ei tio viv r-lo wOla d ouvice á neves : es:i"a se»pr-
riu-ca^seatarae tanta , tSc profane: Dutra ... Perdeu o no.-,-
-
e Bi-io'aus...
-■
Dei os braços à Morte pa*a volta'
t)-
ver-s de tio iongs !...-
eabalar-t; . Fedi-ir.e cue fosse eia a Venho da tua alta . Ressuscitei et" ti .
tua iSí ." -a Norte "... Ne?, a >i , oh aeu ator .■ -■
Caso e a uun;'
Dir.l-í elezmna . Cuiaei que e-a; tu que Dn-ae o seu segrecr .'-
•
Esti""- levdV⣠•'
searre contigc . Ne» > vi.
•FDKS,: E cs" esUí • outr'= • Mitís . tuitas noite . NJo to disse "... Na noite es;... Tudo vozes assit florindo a névoa . nossas bodas . das supretas , eu saoi-"
sauaade hoje passa sobre o tuntic . que o ator e a sorte se beijaria-, cotecato o Cristo cassou por 5oore o ta- . aois irtios . t esta , e esta a urreVé coto tudo se caiou para a sentir !,.. noite . A noite et gue a sauca-ae se fe::u sabia que quanoo -ría sp er5yp5.se , carrg ',.
seria assir. a
0;C5 7.C Tõj un
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Page NeA45
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158 FRflDE -RHR
165 PEDRO
It: PEEíC -xr-
:--. :ed-: IS-q
Náo a vedes ah , no impud:- dsqueiipedra
-
quase viva '■:... "es a cerca de
-ainha e o Saidaquino '... C carrasco
sagrou a asiante ser ta .A caro» de
-ar.i-à -. ;ã desvario
mas c baldaquino tíe santa -
o
baldaquine'
t a nossa hora . Inês ... Estatos Ouves os repicar '"... Teca a noivadosozinnc; . Estás ces assit
'
Tu , ^ nD5SÍS bodêS aÇ:.rjí.
.Jo Ç|.5r,a. _
au;-?;--? dorsind- . Eu fico aqui â tua Sinto na tinha alta'a tua aita -
coso a
cabecei-s . fiíe bulas , see ator , sor?? água duta for. te noutra fonte , r0a.o a
asse* queaí-
cone a tua escáiua 3Í1 , lui na lu: . e Deus et Deus ... 5inco-t;seara o teu túsulc ... Esta é a Casa de tar ta , que te pe-eo er tu . fiqm ss
Deus . Der* esta :on--s:: . te-3 in?s ;
sau o teu Pear: . c cue ele te*, o que caiadas : ouviras toda , tesa a sua ocr
ele tet para te contar !... Eu g-rn sei . Eu se: ... eu se: ... i; palavras .
que tu sabes ... sabes tudo . Ds teus per s: , direi beis pc-ucoouvidos , aj Morte
, ouve? teinr . -as acordas a alta , saj ato- . Se -,à:
Ouvira* o ceses-ero dc teu Fen--" -
^sa ^ese assi? para qu? :".., faí-'-site de peara sobre esta alns -
ouvi-at ?aii-se pa'a ca- no ceu sii.--.cio -
no
55 sus; Istnsas silencie et que 5 alta ser-. ...
'J teu Pedrc eus- íalar : csi^a-c direr Veia es -aipos de Lcciío-a ao iu:- ca
... Ouve-: ccm testo ador<r.Srlc; , t.. ai¥i ... Eu ¥0|| pirt.. p.,. SDntEir ___
cjvias a forte ca ja-dn 055 cheiras ditjo-ie adeus ... As rnias ca- tas :=-ta
*e:-as , ce te. "Cardit das Caveiras3 ,
-
suite triste -
no pinhal v. zinho . eus
,-?u aso- . fi È Q pnseiro ser?.: rj= as entende ... G flonde-a , ainda a
eterpidscs . ue-bro a face da cer-j s- cernir, ji corre ...
que te ase: .
*-- ?E5RC 'N=: C iitite beijo sue te deste ss vida , hera sagrada et que -crr=3ts , que =
*oi ru.-s hora assie : cais- foir.as ... urina ais, nasceu para te açorar . Ata ;
as poiares e*'ereci3s-se -
doirares .., -ua .orte -
eu si te amava . Disse-.-;Qua-ae 'echo os ireus elhes , vejr.-a Deus , ír-ss
, que -5 pereças te . E 3.
seaare : C:r-se-;3 que ^orr; as rainhas sinta o teu pe^So dent-o d: paita-
pálpebra; , --i nessa hora que eu nasci ccc.2 se o abrisse para o luar entrar ...
tar? a da* : 'ni -.>
lii CEDFD :mes r,Cuerc c:-er-te cesce essa horj , a tinha triste . a sonhar sangue ... 0 teu ?ea-:vias i
-
ressuscitavas tu quando eu quer -ostrar-tes para qu? os beijes :-
nasci . 0 nosso ator , if,:.r , ai-d- e-s e serJo puros na Saudacs . coto tu .
'
:
pouco . Srj abraçado â torce ele ir.::ia ; f-i. vezes, unha i.nls . 11 i vezes saf-:
sfi a Saudade revela , sabe a Deus , Oh 'na emes carne a tua nerts . Via-c
Ds '»e^s dia s ... o; seus ::ngos cias-
ses?---
o espaça era para el*-
.-. te
tia, de hienc rrjrpc de ator,
A 4 6
Oer-e: ce i?r -. soi : v,a-c a e;= . A
Brancura e- tlor da tua peie era a lu:
da tinna solida? . Vivia cot o teu carpena «eniria -
ccriG er lobo nus fojo ce* a
press . E sr.tlo a sinha de- -
toda o aec
qc:o-
foi rev;ver r.esta carne •: teu
■•rtiric . ias
Vivi ut ano assi?, ce teu «"'tin-, . D
teu sangue , aicsr, eri q esn vishe . A
tua torta , ;.-Ê5 , foi o teu pSo . Fugiaao sol : a iu: envene-ava-ie . Queria
esta-- çj , beis st, -.u-a-o et mi :
-
-3'-'= '3 PO Sllírcia LT frjO eSC-jro par;te poeer cs-sr na
c-esciat contra sit , que as atei seapr»
... Nua silencie escarrmho , catinhavat
... Uaa naits , ao recolhe' -
-abre op
»!'•"
-
quis enterrar nut cesro a ncha
espasa . A lai-ins partiu ceu uq tenir
'ir.: . !' E ss seces , nas pai-a; Cestas
-ias , quase
Fsra pç a:ar(jarç=-
ora '= ouass rnit*1-
:s:jaste-*e nos ai-os, uma In?s . E
su quedei caie ug conte . e» seu turel
Je -ata -uds . quar.je usa r.úves da -■ar.1-.'
o teija ... "í: sabia ande esta'.; . '.
se "ias , entra'. ; nesse ir 3 es "te : nossa
re:" ... G^ve
Muitas vetas , a a^ega^-íe nçis , ser,t:s
Iji e« -;■ , era «e-o-cis , como se Deus
sungisse e sal sobre a 11-ha a;,^ .,.
fttava-c- tanto co»o L- o sol . Tu asavas
o sei pe-didaae-te , flté fugias dos teus
braça: , teu arsor, para o ver a arraiar
por sobre es
A nanhí v--r.j vindo a í ê*-- íos tontes ...
Os teus seios arfavas zot a lu: ... E
-içavas í sitiar -
os cl^oe rasos ...
fl-.e tnnas t. :... Vcas o céu sof'çr
"... írè para dar a aurora ae nosso arar
"... E nascia ... subia : eieantaagrita'
... Os rpj^ nines
"as tais , ainda tais que as tuas
fendas , te ;saat sofrer as tuas sSos
... As tuas tSos, asa- , ,';a-as pisadas
, coíc asas partioas , que a--da trei-e-
... E'3« a coisa «ais triste que o sol
viu . Os assassines tinhat-nas pisaeo .
"
ir , a lu: , fana
irra dor , 0 teu erário era usa catara
es torcjra :-
vivias lá ua carrasca e
es assassinos . E o carrasco eri e. ,
e-'a o teu Pedro . Cerava ce pensar ...
Cs se"t;r sangue ... Fará ver ss
sossegava 1= tontear . corria os «encos
ca Beira doidatente .
se- tia a polpa des teus seios ... E-s
uí lobo o teu Peero : era uta hiena .
Nas um dia, ''Iguei" desceu ao fojo :
-
"rlgués" que era da tete e ara da vida
e tais-
de ale» da aorte e a let da
'*"■■'= ••• E eu vi a Saudace ao pé se su*
o teu ^edre . inés , peço- te suite :-
"a.'eros de nos lBu*:rar de sol ia terra
. -.1. 1-jl.iJC'..- , .--zz | UZZ =-j = 3 oyjC3 , .
sei da te-ra é Lrtáa do tsu cacei: .
Cot: eu o atei . cose eu suei o te.
eaae ie '. . .
•artes . ":■ ljnr da alva . abrias s
janela : "Anaa ver , «eu Pear.: , ele "So
tarda ." Eu einçis-te qjente , seir.:r_5 .
0 posar dort ia , Sc o siiíncic andava a
ps-futsr-se na potar . Tudo era cor .hs
asas de rou\:nôis ... Coto tu ts fazias
pequenina ...
-aaat-se taicres . L> ! 0 que o se!
gozou de viver neles '... Mesto -3
sotbra-
eras flores com raies ... Z:
teus -alhos albavat-as na soters-
coso
as janelas do teu Faço olha* a noita ...
Page .Ne. 8
A47
=G QUE" F2Lh A Qu'Er!
1« °EDF' ;.jrc as seus açora vwet coto esteias : ilccBaça onde está '?.., as altas .-aves
cobst a iuz oos teus set cescansa- ... n,,, E os sinos "... a corte '".,. os
(í Onde estou eu ■>... NJo se; . Estou só sinos de oiro a bailar -o ar as -irhas
■contigo . Respiro o teu cihsr : ê luz ae bodas '?... a- uca os oiço ,,. ainda ".lu: ... é o ar da tinha alta -
a teu «as tio ior-n? ...to orincipi-a e : h*olnar . E Alcobaça \.. A tinha coroa de tudo o nosso ator
de oi'0'
", , ,
169 PEDRO :*jes
1-í AFCN5C
Os teus seics unirae-se ; ei-lc -
c é ut turbilMo oe estrelas .
aunde '... Oiço ic teu siSt.-Eio c-atovias ... infs :... Eu ten-c tedo
... 3 soa e a lu: easara--se . vente ce lu: da eternidade ..
'undiras-se : sáo e ar que reç.-iro ... D
nossa a- ,., Oh 'Asas ... asas ...
reet-te asas '.., é ue abisao es
estrelas -
este ator ... faz-te tedo
... ba: larícr = tonteiro e justiceira ...
il'
Ouve Afonso . 0 teu remo e aaior
oo que tu pensas ;-
Portugal e usa
província apenas ... 0 teu reino de
segrede , set feteiras . o •■seu reine
ae ator at-rar-ge a -Vts . a sua natireis
CS mistério ...'
.'
J mes
.. :rtc a
tit Teta! m
itt
A48
CONDIÇÕES DE FILTRAGEM
Todas as ocorrências da -forma "Saudade/saudade" ,
admi tindo-se adjacência à direita e a esquerda.
Line Field Operator Constan t /Expression Connec t
1
2
3
4
5
6
7
TEXTOl
TEXT02
TEXTOl
TEXT02
— -^ 1
Contains
Con tains
Contains
Con tains
"Saudade"
Saudade"
"saudade"
"saudade"
.OR.
.OR.
.OR.
: 3u;..-'ei
cariei'
a=£ e au!-j?íraq seoi .
?pUTT snarj e-rif, , j-jede? a-ç <, n:.*. e ianiuuja epeoioa
•
.tjjos ei-a.\ sao:■
3,j-a.j\-■
aoesnes e bj» tuaaj,'* 754-13 ap joo
:sM-;n e'
zaj a." acjoj, t anti 7■
suou f•
.oa e e-íêd eiàiEí fan saqie; a ses
s zsj sou enb sessaaojd se oes - : oes : [ia a'0001 os 3
'
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'
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c?" jijue* e ?j?c r-oroj eaunu•*■
5itou e?j toj, eaurirj , csucih'--.---u f
■••
ç.sa s Bjb;-■
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.sis, jaceia s ciai e epuip eu-asuc: ea^eu ao saued ■.c: se ssae. ae :a.-. *-
z i•
-atesai-a scjoa eyuií eo cana o :•
e;s? e ruuEjçsa aa-nac an 5 aisrjseaje-T-: bq.'.õ'j e : scuoi ?*sa eaeqoaiH
"•.
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cu/belc: ua so.-ecsa seu sria.e.
SEjes sejiria; acepnes íe-a esjae aijoa•
au-asuea nsã a c?-.is e-unum•
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sujos snarj an: e 3■
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ciEs :Tj5 as sjjj cpuính art- ecces 13
.:;j5S B SjEC1 10 "BC ss c-bh; CâOC 5,*.
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jsè e õjícs joí -ósseo cís-j- a csã:esos ií7j?:Taq as s-jqi e a .:•*? o anb ■
aaunti e a.ee-s esses a;e„ seetr.?s 3ET2B5 na
'
SBBÕjdRS S?p'
SBpOu SESSJ-J'
Eúí.su B 0pulj-e[; a!55F 5--".«. gpp,■■■
see a:-:u efe■■■•
ssstp c*. -•-«•■
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7 Tjfl BÊB.J
A53
CONDIÇÕES DE FILTRAGEM
Todas as ocorrências da ra>-ma "Na i te/noite" , aamitindo--se adjacência a direita e a esquerda.
Line Fieid Operatc- Cons tant /t x re>re55icr- Connee t
1 TEXTOi Con tains "Noi te1 .OR.
2 TEXTQ 2 Con tains "Nci te"
.CR.-*
TEXTOi Con tams 'ncite" « :-J}'"■ •
£ TEXTOl! Can tains "nc i te'
71
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A 55
pú TJEíí FfLi"
GUEf*
?0 PESO CDEL^Z PEDRO
í! p*r*frj CCELH1" FErPH
Fci quando -os elnéic-s se* falir , e Era -e Outono coso agora . Vos
coao a pedra ca: nus poço ee noite, a iesirrais-vos . Sabíamos que iríeis a
ceeis*': supre-ía entrou ç» nôs . Tuaa se «entear , e partias; , noite espade
cc-eertou s* pouco tempo . De entSo p=ra para perte , El-Rei vosse pai , te
ca , reviv; tanto esses instantes, que sennor , fazia dc . Tinha sedo das
as es*:e: dentro oe «uí es sêeuies ... soibras e do vento , ate tesão das
■ otr-35 que pisava .
E:e quE r.n Ssiède sra es "erre , p.;*
duas e; três \ezes quis voltar , Eu
csJir-f-ava s ebu lado : ouna-lhe c-5
soluces suit-s veres , Era o dever , o
seu cs-s' de -ei , -ue c lEvava arrastes
psli naits .. ,
M -"FF" rnF'r' PEr-ij Eis , a grande re: , pisava os c-tr-egos
a tropeça- r>a sua espada ... Caiiinha-as
sss palavra , luite teepe , Nunca vi
tanta pa: pa- esses ea-pes . fi no: te
ca-a-a-ss•
sspiar-.-es , 'infia eines
cara -,.;-= 5 se-tra . Por fir , cneçsncs
□s Faces, no acene risco
de panar , doriis1* can: tudo a nossa
volta . Oiivisrcs a fc"te ce ja-oir- ...
De quando es quando , u«i ou outr- fruta
que caia ... Quedares assis por iu:te
te»ao . Eu pensa-a nos pobres , qus
rJcsBf fuita vez a euvir as fontes ... í
tiipa-Ih.es inveja :
'T PEDR FEPI COELH" 0 uchSc '... ide cns-iar c ucMe ',., E sentaria feita pe:a noite ',, ( !■ iet
vinagre e azeite jl ear; este coelho ss: q^s ie pareces na lu: de alva'
11 Ei-le -
a teu cozmheir: '■... i Nunca vi ças>o sssiii . é íara.iiha . Gue
car-dB-sa-eue , D teu -*o lhe p!? nôdea rizes tu . tristSc ' 6a?c ou .-avara:
. Vs: en p;: . () Aqui es ter: , T-:stSo '.., Sai, ss: . Fica TristS:- cone: . É
, nra-aos de* ... () lei* -olhe ds '.il2o e ■ílagre saier :e Ss-te niube.-t: ,,.
., . Via- da riea . . ,
": FREIRA n;;-M t.rs Ja cer dos i i*- ccje quaneo ty».»
tra u* c-a-rp: de lu: den*ra do habite ...
rabr* i r*!5í irha'
j ssl sal ninquéí :
5-3ijCe . Er; ii« pçro'pr;r l ug ir-zç
STter5 ,., Ssbecs ( 5 neite e*r eus
passe". , veie:-a eu .
95 ccElp: •"*as ela disss : 3n to- se "o;e iei~c-
Buitu neihc
e pediu eus ss tosses , cue sí eu s
>■e ! a 5 5 i
e a Aaaaassa que Ine queria «mito ,
baijou-lbe per piedade as fios r-e ci-
, e foi-se ccí as cut-as a cri-rs' .
3ua"íc tocas saíra- , vi-= se*"rir coic
U"a rosa brarca : Estou tío contente'
Ainda aea que ucrrr. ao pé de *j . Eu be?
queria i!udi-ia , «as nâo puc-e : pus-ís
a beijar-ine as ilos e a chorar . i) Vi
f-.eir ent'E os seus dede; , toaa a icits
100 PREIRi : rPEíf* Eu nen sei be*. . Si- sei que usa noite ,
a ouvir os rayxir.rjis , perdeu o sise .
Ne Prjftívsrj ( quedava a ouvi-lns na
cered , de «"es postas . Viveu assi*
cinco anos , cuide eu. D sen^cr Eispc
soubç
eas nSo lhe quis pôr interdiçSc ,
Depois , para qu? ?
Zoie "àcre-Hbaqeçsa,eia er= a »es*5 .
^iiè de flesassisadc lhe notavati .
Cuipria os seus deveres coe períeiçSc .
E husiioe coío a erva . Beijava o p5e
que cosia : era uia santa . Se ás vezes
, cantarolava pela cerca esta cantiga :
■
e-u-B E.adsa : a=j sey , ■# \]■■•
'•■
sepoq ap aiiou•••
cjíbojc: ap a-jtON =õqss n; cao:■••
lerb leq■•■
rauapjo■ ■■
a;:aj equia e - »sa *b era•
33/ r.a oson■■■
saij>ia:Tp :?.«. '-,;-?je o
s;3•
ero" e;tou b oiuaaiBS o e.ed soí3| essas i* »s -
'
bjoé-dj sa ir.by■
estia. j■ ef-saoeiH ejed oenod ua oj-.jap seacijed
'
5 "4 "as3'
sueqa a» arm's-joas ui
•
jus siapod - se* - jtes siapoj - 1; anb ê]i s■••
caoc ria» j ■", ^3 . ,3 l-iNlJJÇ CaOdd OCI
? aqes au
epuTE anb Bcaq e■••
?aoq ? 3■•■
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sip aa i\, a sieqsa caa e :*oc sa se^c-leb ijq spuis anb seja sf;s3 fen
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autua* ir oiça J5;=qta ap-en (;■••
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syouianoj so juno b 5,-.s:erja aa
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ap s =4 : :• j eb'sajOTss 055 sco-j-aa, snb s:"
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Paoe No. t A57
or.UU-.1 "SLfi A ME*
::: rçow 2F3NSD E os caries ? Disseste que de dia e de
noite , o saliento ^a-oe passar por
en-.-o cines"
125 'FQNSQ
<.:.■> HnrEN
El-Pei , íibj senhor, vos fa: saber :
-
=erá coroada , e haverá beija-??:Que do Convento de Santa Ciara es
Coiscra , cor, toda a ccrte e cleresia ,
sairá ao anoicecer aara Alcobaça entre
ôias de círios 5E".pre vives , D. Inês ce
Cast'3 , Rainha de Fartugai , sua tu lhe'
. E na Casa de Deus
Vea entre círios dia e r.eite parque é
santa .
:" ~"K n"GN5: é cu nSo erjsrj eu te disse s 3 infla noite 0 ceu . tode o céu desfer-ss e» che: .
? Abre ee par er. par a tua alma . t a És saudade que voa seer? o «una: . 0no:ts e* que a saudade se *e: carne . VS iej -eino é o reino aa saudaos . A estas1Te» 3=35 de névos que uai oolea
, h-ess , Afonso, nSo e se cos destino a
grandes asas te láç/nds , caladas ... Alcobaça ;
Teca c cabeie , toca as "des \ Escorre-.
'ÍLT'J nFONE li
i" peof: afcns:
por tocas ss estradas , pe- todas os , i! E-e te digo qjs ? ssts a ames
caiinhcs do •)»'. reine , vai abrindo os noite:
Anre-lrs c ccaçSo . Escuta,
olhes pel= névoa , caia 'leres eo-- escuta ... () u-ta i-U deras es
raízes no silencie , todo e pove sobressalte : aceda ,,, A saudada bateu
encartaria ii saucade . Ceves '^Eu : *ru: ! Truz ' -
de leve . Vai sbrir :
eiçc-o eai*:n--5r , Sige-lne os passes .
-
é ele o 'ilr-c icrt: '... E oufa vs:
Hí nos *eus olhas céus pa-a c ecarr se sarriea e se beija,; .
E cese estas , outras, untas , luitas neite . NSo ts disse ?... Na ncite ass
... Tudo veres assi? il -rindo a névoa - nossas bodas , ds; seprejss , eu saois*
saudade nc;e passa sobre 0 aunde. que o as:' e a acres se tsijariac ecsa
co»e o C-iste aassou por sobre a «a- . deis imlos . e esta , é esta a iinn-
vi cone tudo ss ealeu para ; sente '.,, recta . A noite es que a sa..:ade se ie:
Eu sabia -is quando Inês se erguesse , carne ...
seria assi- a
13? PEP^Í ;-nv:-'
noite eu que o passado está oresente , nude: sagrada . t usa nuas: toda aroiada
íss pr=;ente adivirho . eo» futuro , e mirra , nacia cano as soffaras e uai;
abrindo os aliios sobre u* 'unde etern-e • leve ... Sobe coa o ol*ar das nossas
... (: Noite ds í-iés e Pedre Oh ir.ir.ha aisas
noite '.., As foraas despes-ss-
eeao as * a núvei oa nossa ai?a ; e a saudaae .
-eivas à beira des seus leites ... Sente
a sua -jís:,
1*3 PEDRO a; :■•,"■; Turjc se fe: esp.-ita nesta nora ,n nuro rias se se cala a noite , n vento , a ric
da ninna coroa açe-a é ieve -
coeo se a ... NSo sei cue é que nos gela . Ve* c
lua to tecesse e* teares de névoa ... [i destino bater à nossa porta ... £ u-
Porque é que e silêncio das criaturas espelho prodigioso- este silencie .
nSo consegue 'alar coió o das coisas !?Debruça-te tu sobre ele : que vês tu
Nós calaso-nos todos e ainda é pouco . '?.., e outra a tua i*age* .
Page No. 5A 58
;6 GUEfl FiLA*
grjJEI
"2NSJ. *ens ia olhar que nunca viste nos teus .. .aao a instinto 'ala â -orte !...alnos ... usa aar qu» nj0 sabias que era Fere a névoa
-
',',- trespassa a noite .
a tua ... autro sorriso ... é .-a janela NSo há msica assu . Melhor , iuito
'
que dá para aiei do tsapo . Olhas , e so -albor g,je a5 :uas rrovas ...•ss o que é ete'-c . 1) Oh ' Oh '.,.
Sosts :e o eu,- ir , ijiv*'
uiva ',,. ()Hein '
Prensa '.
i39 PFPRfl íicpn-T rtinu "^ '-i reM'-s treea e cep tr-a pela en-ada ,
e .sa en;ada tosca de coveira '... ;ue
• indma de noite-
se sol da "arte crie
st í5re« alsas ... "i 'JinçuSi . Si coí
sia,
■
teue sempre .
1*0 FEDRO AETSuLOEu ; -1P-
-
v.,3 S3tà se|pre â CD1e;,r _ l;,,â... „.;j ^^^ _ £
saíqo . Eu per hu sinto que veu nascer estremunhei li povo para y-er isto. ') Para t: -
escusas de negar-
;ou u?
pastor ri::;.; , -ue si pc-r ter :ajár0 tas
rebanne . Vou tanger pela nsite a Cvslha
iorti .
'
névoa cai, es eí.-ics cerea e
eu veu
H3PE3RC VR'I« Edereite"
:'7 ?ES1? iF0NSG ; :âsinh0'
'! Hé 'Zombeteiros
'
Que caipanneiro ... :L,ipanheiro eternc ...
as longas soea ! Halalis ! Halalis '...
Sou eu que« vou iontear para aléa da
sorte !... Quet viu o teu falcSa , -.cçcsíe sonte ',.. '.'ai comga desperto et
tlena -oite ... è i saudade, eta*a-se
isudsae Boa
MB FEDRC -SFMITE 0 -ais lenge é o rei^r : onde puderaos ai: dentro
. Agasalha-te bei ; a noite tolha . Ua dorae ah centro cci o seu cabelo ...
vagaMo Se névoa afogou tudo . Céu e Vais vê-lo ea Alcobaça . reu JoJc : é o
terra s3o dois pobres náufragos .03 «esao , : «esso
sorriso ao tar e cas estreias está ali uia erva oe oiro tSo tacia e fina-
quedentro coa Ela a f0ice caiu das aSos da torte ... Nea
está encantado . Tudo o que sorri 5 está ua ?ie cerou : é o «esse setpre , gueea pequenino te cobria todo
150 F--p F~ír-í Perfeito mnguér, é . Perfeito ê Deus .
i! '.'.-Re: saiu ás trindades , oe Calibra
• Dece'to , v"a -■: os cavaleiros no
531 -ent-:
ora de Coiítra a Hlcobaça sSo 17 léguasde jornada , ? r-t noites assie
, cca
es* a névoa . ..
page 1q. o
A59
r5 Ml f'V.i A ;ijEt
--•° F,ÍÍE ?R!OR Acreditais gue cheque ainda coa noite 7
:51 p*'-^ FRADE "isso estou ee'te . El-fiei o decidiu .
terá de ser , E a eoroaçáo- á hora que
vos disse . Esta noite nJc dortis :
tende paciência . A cptíb fica-á nas
vossas csiss . E os dois eseudeiros
Que dissera»"
151 FP!DS tCrl®' E" «esto a ver , -3i-fle ct-idar que sonho trono , coroado entre o fujo dos
. .'» cadáver ev.uaaaa nut convento ea que turibulos ...
há 7 anos ;i a terra o esburgae tr32ido de icite , peia ^évoa , ces
•iça cc-rte e ua roi , a clero e povo
para una ig/eja cui sosteiro longee lá se"tade seb-e ua
'" Pfi-^ -PfiCE: íJLiíiãi Mestre? António até ao adro . ii
Deus vos flê sea-nc:te . Acespsnhai-o .
Eu vou tâsbé.Ti co-vosee até à porta .
^ SSJ" IKFSNTE lss dá-lhe as boss-ncites , .si beijá-la
. Ela "unca sb deiteu sea te beijar , , ]
:nf*3
le leve . T=a cuidado : je 3 seorees .
161 FEDR0 Oh'
-n ... '3 vento ' O vento '... Vinde ■... .:nde ■... é bea assia . As
ei-ic connosco . Despertou ao chegar , saigas de Inês antes da corte ...
desceu das nuvens , e vestido de p-aite,
entrou taabéa : J E as folhas -
olhai- as
falhas secas :... é a beija-aão das
árvores ce Outono :... 3s choupos de
Coimbra sonha* ssas. . .
i-ie PEDRO FF-IOF Vós,*eu senhor
, tendes que peraear .
'içais na tinha cela :-
é usia noite ,
Quando quiserdes vir ; cet precisais .
165 FE-PC' :xçs «ou o teu Pedro . O que ele tst , o que caladas : -.u virai toda , toda a sua dor
sie teu cara te contar !,.. Eu bea se: . Eu sei ... eu sei ... As palavras ,
que tu sabes ... sabes tudo . Os teus por 51 , direa bei pouco
ouvidos,na norte , ouvea nelhc-r , iras acerds* a alta , aeu ator . Se -,So
Ouvira- o desespere do teu Pedro -
uta fosse assia, para quê !"... falar ...
noite de pedra sobre esta alta -
ouvira» Fala-se- para cair no teu silêncio -
no
as suas iágria-s silêncio en que a alta sorri ...
eraseiã* centra sia, que as asei ssapre sentia a polpa dos teus seios '.,, Er?
... Nua silêncio escarninho , eamn-avae ue lobo o teu *?trs : era uta hiena .
... Uaa noite , aa recolher -
aebre de M55 ue aia , "*'.;uéa" desceu ao fojo :-
ma'
-
quis enterrar nut cadre a -unha 'Algués" q.e e-a da torte e era da vida
ssp-ada . A latina partiu cot ui te.nir e tais-
de ales da sorte e ales da
'mo . i! E às vezes,nas palias destas vida ... E eu v: a Saudade ao pé de cu
•Sos , quase
Page No. 7
A60
FG SUEM FALA'
QUE«
14B PED50 [\ES
l-:3 PEDRO ;\'E5
14? 'EDF'0 INÊS
Caso eu a vejo agora-
a nossa Coisbra
'... é una Coiecra decantada oa saudade
... Usa Coiabra de alei ... E o r:o e os
c-.oupcs , e olivais e Paços , veies de
sinos, .01 de rouxmdis : é tudo , tudo
*s:to de reflexos ,,. Sg eia vive de aeu
'eme agera .
F=ra ç? acar.iares-
era já auase ncite-
te:;aste-te -os olhe; , i-mha Inês . E
eu cueoei coao ji ion te , ea seu cure;
ís saio rude , quando uma nuvec da "anh"
e c-eija ... Me saoia onde estava . Tu
scri-s . Ei t <■?■/. nesse instante o -.esso
'êir.3 ... Ouve
A «anhá vinha vindo aiái dos «antes ,,.
Os teus seics arís-ai cot a luz ... í
•'içavas a olt>ar -
es olhos rÍSC; >,,,
Que tinhas tu '.., /ias o ceu sofrer
°... Erí para dar a auro'3 aa nasso -aor
'... E nascia ... subia : ene antatente'
. . . Os teus eines
0 aeu remo iá foi -
suaido ea névoa .
Adeus saias Se pedra dos aeus Paços ,.,
aeu povo e amna corte ... aeu chicote
de justiceiro ... noites de folgança ao
soa das longas ... «annís ce aontana
... bars nebris ... :e:s uta asa ae
fundo da «eaória .
: teu Peero, ires , peço-te tuitc :
-
haveaos de nos lesbrar do sol da terra■
E do Mondego , Inês , das suas águas . 0
sol ea tsr-s e iriSo do teu cabeia .
Coso ei o saei , coac eu aaei o teu
cabe! e '. , ,
íaziaa-se saiares . Oh ;3 que o sol
gezeu de viver neies '... Mesto na
sotbra-
ersa 'Leres cot raios ... Os
teus olhos e:havas-te na sotbra-
coto
as janelas da teu Faço -alhaa a noite ...
ttt Total til
tit
A61
CONDIÇÕES DE FILTRAGEM
Todas as ocorrências da forma "Espelho/espelho", não
admitindo qualquer adjacência.
Lme Field Otaerator Constant/Expression Connec t
1
3
4
5
ó
7
TEXTOl
TEXT02
TEXTOl
TEXT02
Con tains
Con tains
Contains
Contains
Espe? 1 ho
Espel ho
espe? lho"
espelho"
•
• OR.
.OR.
• OR.
''ice '•□.
A62
2l'£*1 -a.A a *ji-FM
-"uNSC ujj = z. °z..\TZ:Z --.-Al -Zr: , j cjre vi3 5= Sê CSÍS S ".01 CS . 0 .?RtC . 0 TIO
:a amna ce-ca a-era e .sve-
ee*c se a :,, «So sei que e :ts -es geia . vês o
:jj .r.; tecesse ss tes-es de névoa ....: destine este- = -essa porta ... s ;_*
f,"":s-.,ií
u=s uriaiureã =5[-ei"c prcoi-aioso-
este silêncio .
ar :c*e c :»s cessas'
Debruça- te tu soce sie : eia vis tu
cus r=:s ■•. e : ..'ar ds viea-
s.o us
5sae;"-a ;■■ -=c- .eu tra eseei^e - juere*
55 ser e j* i-eossr.ei triste .
'!t: :.l
d3scansirsí! , .aag;
... É :c? e "e:s .
Z.Z ~-,r\sc,
55eE;re ae si-.ar ,
'0^1 r.z, z, 7r.*7Z.
:.s o luar se
E me: fava a
'•' Tciai »H
A63
CONDIÇÕES DE FILTRAGEM
Todas as ocorrências da forma "Sol/sol", não se admitindo
qualquer adjacência.
L ine Field Operacor Constant/Expression Connec t
1 TEXTOl Contains"
Sol"
.OR.
2 TEXT02 Con tains"
Sol"
.OR.*T
TEXTOl Con tains"
sol"
.OR.
4 TEXT02 Con tains"
sol"
5
6
7
tjj ano aasjs. , cje.si bjí ra osen■
t^-iajca r-sr
rsjjcs an. seca sicg je: -et -c-■
set,;: sp e;a toa jep :r;•
B.:c:r p- é..;-;-
sre; seu eaure js.' e na bjs:■
a-jirii ._- =5:s' 55-e ,ea "eius: : •
s=-je;s=.j=
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jspus stcsi ae. fí'sl-el-s"
'
B.-ti _sa e-rç:j■r* te.'.
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- Ç.l Jaz v-i-di à.
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josf'
se?i sen; sn■■
soe» sen: 55 j3jlcs íscceí ss■
sbct-è.serii se an: stsií saurs
-
sibíe le.
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rsl C Su-S: SCSsu jStitf.c. ICj - OCCC
n=L' a 000: - j-ca ?«l!* e c-jcjô 3•
?;a.r
B tea o.ej g-L. oqe; cr. sts: - Eneias =-.
cit e Ejõ aisa ena be jo;: ep fjr.ausj;
i;■
ara b a-s:-, : ics o Jè'. a: ra-í-B- 5 ih!
1
bjijj ac 5è5 sr; ias d .5,3-55 scf.■
J-OiHai! ■■■,, JECU5C B iSCJEC 0"U 51"S:- S['
513 soa 0:7^ ',■
-j; : c-c-spejPe c: -j.
'
Sjdiiã 04C; -
'
E;5ia: c:
■
«írcuTíj j ;-■■
ssure sõ^qe? os
se.a 5;j0,j s; :cs ce . amou ap Bi'12L'7'-
anb ■■■. ejts,'.ee ea s:s:i bobsub eun 5'
Eeexua sia: cj-.esa e eacj: s-.z> :aj un
a=s•
53j:;. 5?"3-d? rn; ean-ed ■-_.
í.i■
secsE: sasss jcc |cs s: euct, ee-
sj. eeu;•
;-•: ecssjjs ejoj e; eáatje^
51Ç55 =-,L-J ítílildS-
■ais', res a ocuecc n:Cr:; an: st. as arrjja.-
:es ap JcC-ssu ee 31-
*-í-:3=i
-
as c e j : a"
.
•
e :-
s: jtijaa•
--•:■_ 5 jBVjs: : yjj-.i-,-^
?di-ed IJ'.1
ap soa:'- is -rj
1
jsjjoís estas
r.ci. sl '-r tj:C ':-1-!|- r-.--.iJ"
-jp..3n. Si 5="C, 35
? sj=: síêlb; er ec is,,;:•
se -pi,d.?
=j5 sno j-tr-a nas a ecuinéis •
stoes"l vdlzli ac
34-5se..5c eju se■
los a ej?:
STBS SEutC OBU 3r-D ãl-ãjSlíC.;.' :"
S5S5BC
JTAne 3 Eíc:- eu jepjces 5'
sia: ?&•-.;
BjLUIíj■
jej: bijutíí'
ssjinc s? cise:
>5 e sjtC e^içi : assrc s«i pcuis'-
rcts.
r- =": •B-i-ap-j-aa s-js - see
5C'. ;C SnêJ jj•
f;;, ç ja.j 5-1
z c:.'=; 31] . j-a-j Ejã-.ts na •a
jecí-.ap er.rj•■•
--.une stf,-.•
*
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"SUJ* 1 Pfclí-; or
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S9V:Z\ âíz-
BU csss>. ■•■, 53; s. n.-;t ec r.czsi
ias e ann ri lj-■
53je?rí s£-s'e::e.
"'. sosej ssj;íl' se . jsjjc t se
us
Jti iSja; ti
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s saejlíe eie-j-ris e e"
djl 3[3'
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J5'
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e»: = ej .:z~
e. sc-.etr.jse srsc se-p se-ií:-. => -
ãtuasEp-cB: :as
Eijjca jsu:e*
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--.; e r.: cie; eus: e-=.-,=
Sul:?. : S:5US. =rãfj 35 O li LC e-'
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STf is ;
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ssilic; -v.-.éi■
ara;, ss-jfdc.e = •
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dl: 5.
•
crsqsc ns; oe *?-j- 3 ej.sj s: ;:; f-^,eu sp uva-n. e,-. e-um'
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ser.&s ssns see■
síj;•
et3aujiJ ep 3 ;sjne nas n•
sjucíí ,-■ esc: -sesrr n-
Sjjbí ?p ;ds ep j5.uè5t seu et- sosa-E. 3•
--y- ei-.jr-j•- *«■
je se- ==;_=- =Er;..-- : ea-ns ai-eaaa
•
sfu;■
e.ps, na;-
. 3::eu'5S3-t ?•: e.= ! S3jbLÍc7Í";jÈ.
bdV]
53:uos se ptjjd*■
j=3V.&.i e: e.'.?esse: 5
ss .Sf, eje~ ■■•
anêuE" ,t:j3s a*
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JfSuSd 3" E/.-JT"■
ejS5c RS", D 5.5 5^5"-;'
3b-B-U5^.S "1 E IVs":'
ne eus eesEjjEe e 3■
scutssessB se uta. •
ojd nas o tí:' se-'' e- .À. ■«■
b casejjea in =; te:,:, . ; Ejntjc: se b■
0Ji-, nes e sue' • j0i/. "n-e5 -a-FjBísa ea-. ejb oiusj: nas o
•
j-ep bultí-
■
cut-f, na: ec.
t.e„ ,u= £r ^7?.: z-j;
>z% e yn-3 ij3nr: -fl
99V■Ofc, 3ÕFd
A67
CONDIÇÕES DE FILTRAGEM
"Luz/ lu.Todas as ocorrências da forma
adjacência a direita e à esquerda.
admi tindo-se
j— r e FisirJ Oper ator Cor, st an t /E> P"
-
e = sior. Connec t
I texto; Con tains '-LUZ'
——
.OR.-£. TEXT02 Con tains "Luz" .OR.
-- TEXTOi Con tains"
luz" .OR.4 TEXTQ2 Contains "luz"
3
6
.
Ml
m ;?■.:: ui
C-
T-
::: ^srs ::.:■ ;JJIA ,_5i, ?
,:'
3l7j5-;C5C
: =, !; .j3-;
3:.5r.c
■l. 7.L;j; j.'_
CU 3S-..Eiir ; .BC S"5
:-Vi
■■-■Jl =JfJ
OLV
A71
Todas as ocorrências da
admitindo qualquer adjacência.
CONDIÇÕES DE FILTRAGEM
forma "Lua/ lua", nâa se
Line
3
4
5
b
7
cield
TEXTOl
TEXT02
TEXTOl
TEXT02
Opera tor
Con tam s
Contains
Contains
Con tains
Lo.-"5tant/ExDr@s5ion
Lua
"
Lua"
"
lua"
lua
u.onnec t
. GR .
.OR.
.OR.
A72
j OuEM
'5 *EJSO s£-asn vcnouea , ri-que- . ,j oítandc a lu-a :s . =;:a i .eva-tar-se a iça . ,ea tioCSÇa ,,. Tijj* nç ij;t
- » ,:~i y-,-7 J-rrrr + :;t-qs'r ; mts- i ; a
de «:- . ;ue e;ç:--
eue se-ío ae -eu i Fa:--? nsi; sede ac que c sei ae
eí-rssce artes se se; .. j ; noite sines hcc-io . rseecs ee -eras s nará5 a
te» ?u:ce que andar ...-
-.j0; :aMei t ,Dnt?5, ( quiM0 g_„_.
.^..^ dpoecerte ...
'
Vês seca áfjBsa . e:r f-a- 1 - r i o
:-3s ca "slcas-
*
-Sr^-S de ■. -'oizZ) , k lua Q-fi ã ',,.
lesses a sua renda . '.-unes a esc-uees . :
ce-i li ci*sr ae seee . .. :u se: ,,, s.
es cneupes ... síc os os seus susoi
sícrssi = a 5'*ar3íi , . . ás fcl has secas
;ue na -.-a: es acres . -as te'
jn c.. . i.
'. ia Si
Í!_Ílii-J3 ... c
cerre- lus , .,
es sais us pouco
, cus es-So jé
JFu'J:.I :: u.■s ? lua
exangue . ,
jeixsrs?
in ís ,., da ii-na Inês
Sfl
2 2 FERO CjELHúj
P>*'Sn 'C-íSC
. -.í.±lj j_ ._>_2r..j j-.eu tis-es j-âics canuc sares
-C5=e-:rc . ••unes .■: r.zti sssi9 , -inçue-i . Pa-scia aue e* vence ee terror a
:cso o eepsc-.rs de usa -asa sr-n.-.- , -raii* asas , ce? três vidas eeeueninas a
■coso us rDSr.n 3ç sse-ts -s Osíris . co-s cerrá-la , ceia tentas de seno .
usa ,:a es gelo -us ereousecle ... s-ecrer-taoès ...
Jda se •=: sssjtiíl- n?s:s -ora . u ouro *as se se cala a reite . a vs-to . e rio
:a siinha co'ea sqar,-
ieve -
cesa ss a ... NSo sei cue e que nes -=ia , Ves o
lua eo tecesse e» -.sares de névoa ... I! cestena catar a nessa certa ...
-
ua
Parque é eue o silencie das criaturas espelho crcnigiosc-
es+B silév.-.irj .
"Sa ca-se^ue W-.ar case o sas coisas Deáruça-ts *j sca-e ele : cue vês :u
■iís esií-e-es -cias e sinda è eeuec , \.. t outra a tua cnaoe» .
-ais cava . r-i se :.0BS vçr ; ; ua
;s!a .
I-
■ A -
A73
^áge "ta* I
C2 7 Z* CÍ-. '>
:*2 -e:^c -o: nrwc . Mo-iso . '5110 -uo: , íjdo aç-ulhas a -a: , :c-,o ci-ae-o de iua ,.
ncs seus oii-ss . Os cines . -=o pc0er-c Era , -.? essa charco , usa psisaqç-
=:-!' s* aias . ss-sihfai-se no einns! suater-s^a ae 5=u:aae , .- cerrer 5=
::.-■:■ 55? tmo ... r-vis reis e-inh-is s s-reeie; , .;.= -E-ie-rj*: ip% ;-j5 _ ,flS
:si; siísanees ... .-.anje es cjriss suas 3-das ,■• íssií saíoiçaoâ entre
'.'ç-i.Jia^a eas
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