Mecânica dos Fluidos Capítulo 3 -Formulação integral para um volume de controle
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Mecânica dos Fluidos
Prof. João Felipe Bassane
Engenharia Mecânica
1
Capítulo 3 - Formulação integral para um
volume de controle
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3.1) Leis Básicas para um sistema Conservação de massa
Como um sistema é, por definição, uma porção de matéria de massa fixa, ele é
constituído da mesma quantidade de matéria em todos os instantes.
𝑑𝑀𝑑𝑡 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎
= 0
𝑀𝑆𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 = 𝑑𝑚𝑀 (𝑆𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎)
= 𝜌 𝑑∀∀ (𝑆𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎)
3
3.1) Leis Básicas para um sistema A segunda Lei de Newton
A soma de todas as forças externas agindo sobre o sistema é igual à taxa de
variação da quantidade de movimento linear do sistema.
𝐹 =𝑑𝐿
𝑑𝑡 𝑆𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎
𝐿𝑆𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 = 𝑉 𝑑𝑚𝑀 (𝑆𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎)
= 𝑉 𝜌 𝑑∀∀ (𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎)
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3.1) Leis Básicas para um sistema O princípio da quantidade de movimento angular. (Momento da
quantidade de movimento)
A taxa da variação da quantidade de movimento angular é igual a soma de todos
os torques atuando sobre o sistema.
𝑇 =𝑑𝐻
𝑑𝑡 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎
𝐻𝑆𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 = 𝑟 𝑋 𝑉𝑀 (𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎)
𝑑𝑚
= 𝑟 ∀ (𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎)
𝑋 𝑉 𝜌 𝑑∀
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3.1) Leis Básicas para um sistema A primeira lei da termodinâmica.
A 1° Lei da termodinâmica é um enunciado da conservação de energia para um
sistema.
𝛿𝑄 − 𝛿𝑊𝛿 = 𝑑𝐸
Em forma de taxa temos: 𝑄 − 𝑊 =𝑑𝐸
𝑑𝑡 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎
Onde a energia total do sistema é dada por:
𝐸𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 = 𝑒 𝑑𝑚𝑀 (𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎)
= 𝑒 𝜌 𝑑∀∀ (𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎)
𝑒 = 𝑢 +𝑉2
2+ 𝑔𝑧
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A primeira lei da termodinâmica.
Onde:
Q – Taxa de transferência de calor (positivo quando calor é adicionado ao
sistema);
W – Taxa de trabalho (positivo quando o trabalho é realizado pelo sistema sobre
as vizinhanças);
u – Energia interna específica;
V – velocidade
Z – Altura (em relação a uma referência) de uma partícula de substância de
massa dm
3.1) Leis Básicas para um sistema
7
A segunda lei da termodinâmica.
Se uma quantidade de calor for transferida para um sistema à uma dada
temperatura, a 2° lei da termodinâmica estabelece que a variação de entropia do
sistema é dada por:
𝑑𝑆 ≥𝛿𝑄
𝑇
𝑑𝑆
𝑑𝑡 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎
≥1
𝑇 𝑄
𝑆𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 = 𝑠 𝑑𝑚𝑀 (𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎)
= 𝑠 𝜌 𝑑∀∀ (𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎)
3.1) Leis Básicas para um sistema
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3.2. Relação entre as derivadas do sistema e a
formulação para volume de controle.
Usaremos o símbolo genérico N para representar qualquer uma das propriedades
extensivas do sistema (massa, movimento, linear, movimento angular, energia, ou
entropia). A propriedade intensiva correspondente (propriedade extensiva por
unidade de massa) será designada por η. Assim:
𝑁𝑆𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 = 𝜂 𝑑𝑚𝑀 (𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎)
= 𝜂 𝜌 𝑑∀∀ (𝑆𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎)
Se: 𝑁 = 𝑀, 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝜂 = 1
𝑁 = 𝐿 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝜂 = 𝑉
𝑁 = 𝐻 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝜂 = 𝑟 𝑋 𝑉
𝑁 = 𝐸, 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝜂 = 𝑒
𝑁 = 𝑆, 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝜂 = 𝑠
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A relação geral entre a taxa de variação de qualquer propriedade extensiva
arbitrária, N, de um sistema e as variações dessa propriedade associadas com o
volume de controle é dada por:
𝑑𝑁
𝑑𝑡 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎
=𝜕
𝜕𝑡 𝜂 𝜌 𝑑∀𝑉𝐶
+ 𝜂 𝜌 𝑉 ∙ 𝑑𝐴 𝑆𝐶
Onde o vetor elemento de área dA tem a magnitude do elemento de área, dA, da
superfície de controle; o sentido de dA é o da normal (perpendicular) à superfície
para fora do elemento. Em geral, o vetor velocidade V fará um ângulo qualquer α
com respeito a dA.
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𝑑𝑁
𝑑𝑡 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎
=𝜕
𝜕𝑡 𝜂 𝜌 𝑑∀𝑉𝐶
+ 𝜂 𝜌 𝑉 ∙ 𝑑𝐴 𝑆𝐶
Explicando cada termo da equação:
𝑑𝑁
𝑑𝑡 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎
- é a taxa de variação de qualquer propriedade extensiva
arbitrária do sistema.
𝜕
𝜕𝑡 𝜂 𝜌 𝑑∀𝑉𝐶
É a taxa de variação com o tempo da propriedade extensiva arbitrária N dentro
do volume de controle.
: η é a propriedade intensiva correspondente a N; η = N por unidade de massa.
: 𝜌 𝑑∀ é um elemento de massa contido no volume de controle.
: 𝜂 𝜌 𝑑∀𝑉𝐶
é a quantidade total da propriedade extensiva N contida dentro do
volume de controle.
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𝑑𝑁
𝑑𝑡 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎
=𝜕
𝜕𝑡 𝜂 𝜌 𝑑∀𝑉𝐶
+ 𝜂 𝜌 𝑉 ∙ 𝑑𝐴 𝑆𝐶
𝜂 𝜌 𝑉 ∙ 𝑑𝐴 𝑆𝐶
.
É a taxa líquida de fluxo da propriedade extensiva N através da superfície de
controle.
: 𝜌 𝑉 ∙ 𝑑𝐴 É a taxa de fluxo de massa através do elemento de área dA por
unidade de tempo.
: 𝜂 𝜌 𝑉 ∙ 𝑑𝐴 é a taxa da propriedade extensiva N através da área dA
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3.3. Conservação de massa.
𝑑𝑀𝑑𝑡 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎
= 0
𝑀𝑆𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 = 𝑑𝑚𝑀 (𝑆𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎)
= 𝜌 𝑑∀∀ (𝑆𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎)
Formulação geral para volume de controle:
𝑑𝑁
𝑑𝑡 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎
=𝜕
𝜕𝑡 𝜂 𝜌 𝑑∀𝑉𝐶
+ 𝜂 𝜌 𝑉 ∙ 𝑑𝐴 𝑆𝐶
N= M e η= 1
𝑑𝑀
𝑑𝑡 𝑆𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎
=𝜕
𝜕𝑡 𝜌 𝑑∀𝑉𝐶
+ 𝜌 𝑉 ∙ 𝑑𝐴 𝑆𝐶
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Equação da continuidade
𝜕
𝜕𝑡 𝜌 𝑑∀𝑉𝐶
+ 𝜌 𝑉 ∙ 𝑑𝐴 𝑆𝐶
= 0
Onde: O primeiro termo representa a taxa de variação da massa dentro do
volume de controle e o segundo termo representa a taxa líquida de fluxo de
massa (ou vazão líquida em massa) através da superfície de controle.
𝜕
𝜕𝑡 𝜌 𝑑∀𝑉𝐶
= − 𝜌 𝑉 ∙ 𝑑𝐴 𝑆𝐶
Avaliação do produto escalar 𝑉 ∙ 𝑑𝐴 = 𝑉𝑑𝐴 cos𝛼 :
Positivo – Escoamentos para fora da SC (α<π/2);
Negativo – Escoamentos para dentro da SC (α> π/2).
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Para o caso de um escoamento incompressível:
(ρ não é função do espaço nem do tempo)
𝜌𝜕
𝜕𝑡 𝑑∀𝑉𝐶
+ 𝜌 𝑉 ∙ 𝑑𝐴 𝑆𝐶
= 0
𝜕∀
𝜕𝑡+ 𝑉 ∙ 𝑑𝐴
𝑆𝐶
= 0
(Para o caso de um volume de controle não deformável):
𝑉 ∙ 𝑑𝐴 𝑆𝐶
= 0
Esta integral é comumente chamada de taxa de fluxo de volume ou vazão em
volume.
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Para o caso de um escoamento incompressível:
Q= 𝑉 ∙ 𝑑𝐴 𝑆𝐶
= 0
A velocidade média 𝑉 numa seção do escoamento é definida por:
𝑉 =𝑄
𝐴=1
𝐴 𝑉 ∙ 𝑑𝐴 𝑆𝐶
= 0
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Para o caso de um escoamento permanente compressível:
Escoamento permanente: nenhuma propriedade do fluido varia com o tempo.
𝜕
𝜕𝑡 𝜌 𝑑∀𝑉𝐶
+ 𝜌 𝑉 ∙ 𝑑𝐴 𝑆𝐶
= 0
A vazão em massa para dentro do volume de controle deve ser igual à vazão
mássica para fora do volume de controle.
𝜌 𝑉 ∙ 𝑑𝐴 𝐴
= 𝜌 𝑉 𝐴 = 0
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Exemplo 1
Considere o escoamento permanente de água em uma junção de tubos
conforme mostrado no diagrama. As áreas das seções são: 𝐴1 = 0,2 𝑚2 ,
𝐴2 = 0,2 𝑚2 e 𝐴3 = 0,15 𝑚2. O fluido também vaza para fora do tubo através do
orifício em 4 com uma vazão volumétrica estimada em 0,1 𝑚3/𝑠 . As
velocidades médias nas seções 1 e 3 são 𝑉1 = 5 𝑚/𝑠 e 𝑉3 = 12 𝑚/𝑠 ,
respectivamente. Determine a velocidade do escoamento na seção 2.