Mapa Brasileiro de Potencialidade de Ocorrência de Cavernas – metodologia de elaboração
Transcript of Mapa Brasileiro de Potencialidade de Ocorrência de Cavernas – metodologia de elaboração
Foto: Elvis Barbosa
Ω DÉBORA CAMPOS JANSEN Analista Ambiental – CECAV/Instituto Chico Mendes
Ω HORTÊNCIA SOUSA LAMBLÉM Graduanda em Geologia – UnB
Ω LINDALVA FERREIRA CAVALCANTI Analista Ambiental – CECAV/Instituto Chico Mendes
46º Congresso Brasileiro de Geologia 1º Congresso de Geologia dos Países de Língua Portuguesa
04 de outubro de 2012 Santos – SP
05 de junho de 1997: CECAV é criado na estrutura do IBAMA como Centro de Estudo, Proteção e Manejo de Cavernas (Portaria nº 57/97).
03 de setembro de 2009: CECAV é recriado na estrutura do Instituto Chico Mendes como Centro de Pesquisa e Conservação de Cavernas (Portaria nº 78/09).
Fotos: Cristiano Ferreira
CENTRO NACIONAL DE PESQUISA E CONSERVAÇÃO DE CAVERNAS - CECAV
Missão: proteger o Patrimônio Espeleológico brasileiro.
Base Compartilhada do RN (SUPES/IBAMA-RN)
Base Multifuncional de MG (APA Carste de Lagoa Santa)
Sede Brasília (SUPES/IBAMA-DF)
Base Multifuncional do MT (Parna da Chapada dos Guimarães)
ÁREA DE ATUAÇÃO DO CECAV
1- Inventário Anual do Patrimônio Espeleológico Nacional (1.134 cavidades
com sua localização validada);
2- Diagnóstico das Unidades Espeleológicas do Brasil; e
3- Programa de pesquisa aplicado à conservação e manejo de cavernas.
Conhecimento do Patrimônio Espeleológico
1
1- Criação de 30 unidades de conservação federais;
2- Realização de estudos espeleológicos na elaboração de planos de
manejo nas unidades de conservação federais.
Conservação do Patrimônio Espeleológico
2
1- Elaboração de um programa de turismo sustentável para as cavernas
brasileiras, incentivando a inserção do Brasil no cenário mundial da prática
de espeleomergulho, com abertura do circuito nacional.
Utilização Sustentável dos Componentes do Patrimônio Espeleológico
3
COMPONENTES
FOCO DO CECAV: Programa Nacional de Conservação do Patrimônio Espeleológico (Portaria n° 358/2009-MMA)
1- Elaboração de norma para regulamentação do uso do Patrimônio
Espeleológico com base no diagnóstico espeleológico brasileiro e em
consonância com os princípios estabelecidos no Programa.
(Aperfeiçoamento dos instrumentos voltados ao controle e uso de
cavernas IN nº 2/09-MMA e Monitoramento do Patrimônio Espeleológico)
Monitoramento, Avaliação, Prevenção e Mitigação de Impactos sobre o Patrimônio Espeleológico
4
1- Lançamento da Revista Brasileira de Espeleologia (RBEsp); e
2- Criação e implementação do Cadastro Nacional de Informações
Espeleológicas (CANIE).
Divulgação sobre o Patrimônio Espeleológico
5
1- Realização do primeiro curso de pós-graduação lato sensu em
Espeleologia do Brasil.
Curso de Espeleologia e Licenciamento Ambiental do Instituto Chico
Mendes (3 cursos e 120 técnicos capacitados).
Fortalecimento Institucional para a Gestão do Patrimônio Espeleológico
6
Ω Revisão da Lista de Espécies Ameaçadas de Quirópteros (2012) e Animais Troglóbios (2013)
OUTRAS AÇÕES:
FOCO DO CECAV: Programa Nacional de Conservação do Patrimônio Espeleológico (Portaria n° 358/2009-MMA)
OBJETIVO: apresentar a metodologia utilizada na elaboração do Mapa de Potencialidade de Ocorrência de Cavernas no Brasil, na escala 1:2.500.000.
MAPA BRASILEIRO DE POTENCIALIDADE DE OCORRÊNCIA DE CAVERNAS – METODOLOGIA DE ELABORAÇÃO
REFERENCIAL TEÓRICO
Ω KARMANN, I.; SÁNCHEZ, L. E. Distribuição das Rochas Carbonáticas e Províncias Espeleológicas do Brasil. Espeleotema, Monte Sião, 1979, v. 13, p. 105-167.
Ω KARMANN, I.; SÁNCHEZ, L. E. Speleological Provinces in Brazil. International Congress of Speleology. Anais... Barcelona: UIS. 1986. v.1, p. 151-153.
Ω AULER, A.; RUBBIOLI, E. L.; BRANDI, R. As Grandes Cavernas do Brasil. Belo Horizonte: Rona Editora, v. 1, 230 p., 2001.
Ω CECAV - CENTRO NACIONAL DE PESQUISA E CONSERVAÇÃO DE CAVERNAS. Regiões Cársticas do Brasil. 2009. Disponível em: <http://www.icmbio.gov.br/cecav /downloads/mapas/provincias-espeleologicas.html>. Acesso em: 12 jun. 2012.
Ω PILÓ, L. B.; AULER, A. S. Introdução à Espeleologia. In: Curso de Espeleologia e Licenciamento Ambiental. Belo Horizonte: Instituto Terra Brasilis, 2011. Cap. 1, p. 7-23. Disponível em: <http://www.icmbio.gov.br/cecav/nucleo-de-informacoes-espeleologicas/publicacoes/curso-de-espeleologia-e-licenciamento-ambiental.html>. Acesso em: 12 jun. 2012.
Litologia Número de cavernas
conhecidas
Provável potencial (cavernas ainda não
conhecidas)
Percentagem de cavernas conhecidas
Carbonatos 7.000 > 150.000 < 5%
Quartzitos 510(*) > 50.000 < 1%
Arenitos 510(*) > 50.000 < 1%
Minério de Ferro 2.000 > 10.000 < 20%
Outras litologias 200 > 50.000 < 0,5%
REFERENCIAL TEÓRICO
Fonte: Piló e Auler (2011), modificada pelos autores. (*) Valores aproximados, extraídos da base de dados do CECAV, de 01 de junho de 2012.
Estimativa do potencial espeleológico brasileiro em relação a cavernas conhecidas e litologia
METODOLOGIA - Processamento preliminar
Estabelecidas cinco classes de potencialidade de ocorrência de cavernas no Brasil.
1 A Base de dados de cavernas do Brasil, mantida pelo CECAV, é atualizada mensalmente. Integra dados oriundos de bibliografia especializada, pesquisas, estudos ambientais, CNC/SBE e Codex/Redespeleo Brasil. Está disponível para download em: <http://www.icmbio.gov.br/cecav/downloads/mapas.html>.
Existem 219 cavidades localizadas fora dos polígonos do Mapa Geológico do Brasil, adotado como base para a delimitação das classes.
Ω Revisão bibliográfica sobre as principais formações litológicas das cavidades disponibilizadas na base de dados do CECAV; e
METODOLOGIA - Processamento preliminar
Ω Dados digitais, em formato shapefile:
Mapa das Regiões Cársticas do Brasil (CECAV, 2009);
Mapa Geológico do Brasil, na escala de 1:2.500.000 (CPRM, 2003), com ênfase nos campos da tabela de atributos: Litologia1, Litologia2, Nome da Unidade;
Registros de 10.257 cavidades (das 10.476 disponibilizadas pelo CECAV em 01/06/2012).1.
METODOLOGIA - Processamento intermediário
Para cada grau de potencialidade foram agrupados os tipos de rochas, considerando:
Ω seus aspectos;
Ω a frequência de ocorrência de cavidades;
Ω os vários litotipos (campos “Litotipo 1” e “Litotipo 2”) da tabela de atributos do Mapa Geológico do Brasil (CPRM, 2003), respeitando uma porcentagem mínima para cada litologia.
METODOLOGIA - Ajustes
Ω Áreas de grau Médio de potencialidade e com concentração de cavernas e/ou limítrofes aos polígonos com grau Muito Alto; e
Ω Escala do Mapa Geológico do Brasil não suficiente para distinguir todas as formações.
Nome da Unidade;
Sigla da Unidade; e
Província
Necessidade de adequação do resultado do processamento intermediário (exceções)
Tabela de atributos do Mapa Geológico do Brasil (CPRM, 2003)
RESULTADOS: Classificação litológica ajustada (grau Médio para Alto)
Formação Serra de Santa Helena (folhelho, siltito) – proximidades com polígonos de grau Muito Alto: Subgrupo Paraopeba (enorme polígono sem subdivisão), Formação Lagoa do Jacaré (calcário, siltito e marga) e Formação Sete Lagoas (calcário, dolomito, metapelito), além da existência de cavernas.
Antes do ajuste Após o ajuste
RESULTADOS: Classificação litológica ajustada (grau Médio para Alto)
Grupo Paranoá – unidade rítmica pelito-carbonatada (filito carbonoso, metapelito, metassiltito e quartzito): concentração de cavernas.
Antes do ajuste Após o ajuste
RESULTADOS: Distribuição das cavernas da base de dados do CECAV (jun/2012) por classes de potencialidade de ocorrência
Rochas carbonáticas, Formações Ferríferas
Arenitos, quartzitos
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ω Em 2005, analistas ambientais do CECAV iniciaram metodologia para mapear áreas do território brasileiro favoráveis à ocorrência de cavernas, com base no Mapa Geológico do Brasil, na escala 1:2.500.000 (CPRM, 2003), principalmente para:
aprimorar a gestão do Patrimônio Espeleológico; e
auxiliar a análise de processos de licenciamento ambiental de atividades lesivas aos ambientes cársticos.
Foram publicadas quatro atualizações do Mapa de Potencialidade de Ocorrência de Cavernas no Brasil.
Map
a d
e P
ote
nci
alid
ade
de
Oco
rrê
nci
a d
e C
ave
rnas
no
Bra
sil
1ª (2005) 2ª (2007)
4ª (2011) 3ª (2009)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ω Essa metodologia procurou aperfeiçoar o mapeamento anteriormente realizado e finalizar essa série de mapas, pois a escala 1:2.500.000 desfavorece a distinção de diferentes formações litológicas.
Ω O Mapa de Potencialidade de Ocorrência de Cavernas do Brasil, na escala 1:2.500.000, tornou-se importante ferramenta para orientar:
pesquisas técnico-científicas;
órgãos de licenciamento ambiental;
A gestão e políticas públicas voltadas à conservação da geodiversidade, especialmente do Patrimônio Espeleológico nacional.
Ω Próximos passos: adaptar a metodologia utilizada, em escala apropriada, a fim de separar, o máximo possível, as diversas formações existentes.
JANSEN, D. C.; CAVALCANTI, L. F.; LAMBLÉM, H. S. Mapa de Potencialidade de Ocorrência de Cavernas no Brasil, na escala 1:2.500.000. Revista Brasileira de Espeleologia, Brasília, 2012, v. 2, n.1.
Obrigada!
Lindalva Ferreira Cavalcanti, Analista Ambiental <[email protected]>
Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas – CECAV
SAS Quadra 5, Lote 5, Bloco H, 4º andar 70070-914 Brasília – DF
www.icmbio.gov.br/cecav