LÓGICA FORMAL VERSUS LÓGICA DIALÉTICA
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1. Introdução
A experiência oriunda do Programa Estadual Universidade Sem Fronteiras, no perío-
do de dezembro de 2008 a fevereiro de 2010, realizado na Cooperativa Mista de Produção
e Comercialização Camponesa do Paraná proporcionou várias reflexões aos professores
pesquisadores da Universidade Estadual do Centro-Oeste. Muitas das quais sobre o difícil
devir entre a teoria e a prática, ou seja a praxis, bem como a exteriorização das contradi-
ções na lógica do pensar de, aproximadamente, 150 (cento e cinquenta) famílias campo-
nesas, em quatro municípios da região de Laranjeiras do Sul/Paraná.
O trabalho realizado no período supracitado teve como objetivo principal o estudo
de mercado sobre o produto óleo de girassol, assim como a análise dos respectivos custos
de produção para formação de preço. Neste segundo aspecto, pode-se observar o conflito
existente entre duas lógicas de pensar, a formal e a dialética. A primeira diz respeito a um
olhar segmentado da realidade, bem como a uma abordagem de relação causa-efeito, que
visa, quando aplicada ao processo produtivo, a racionalização e a eficiência produtiva,
a inserção de produtos e de serviços com padrão de qualidade aceitável, a preços com-
petitivos, e o aumento das margens de lucro. A lógica dialética, entretanto, demonstra a
consciência e a luta para manter o modo de vida camponês, por meio do cooperativismo,
objetivando a produção e a comercialização do óleo de girassol e de outros produtos.
Cabe ressaltar a observação de duas formas de apropriação dos custos, visto que,
muitos destes, podem ser atribuídos ao produto sem existirem efetivamente no momento
da produção. Por exemplo, o custo indireto aluguel não existe, uma vez que o terreno e
o prédio da fábrica foram cedidos em comodato pela Prefeitura de Porto Barreiro – Pa-
raná, no entanto, na lógica formal, deve-se levar em consideração a avaliação de todos
os gastos, que existem ou existiriam se não houvesse apoio governamental, com bens e
serviços que visam a produção de outros bens e serviços (custos), incorrendo no risco,
Lógica formal versus lógica dialética:
Análise de custos na Cooperativa Mista de Produção e Comercialização Camponesa do Paraná
Luciano Ferreira de Lima
Roni Antônio Garcia da Silva
Luciane Aparecida Munhoz Stefano
138 Lógica formal versus lógica dialética: análise de custos na Cooperativa Mista de Produção e Comercialização Camponesa do Parará
caso o procedimento ocorra de modo diferente, de perder a competitividade de mercado,
o mesmo vale para as despesas.
2. Lógica do pensar: formal versus dialética
Ao iniciar uma pesquisa, muitas vezes, o pesquisador levado a questionar e refletir
sobre um problema, vê-se num emaranhado de perguntas, teorias, conceitos, métodos, e,
mesmo, concepções do senso comum. Portanto, torna-se necessário delimitar o objeto de
pesquisa, especificando e restringindo o problema; apontando, de acordo com Lakatos e
Marconi (1983, p. 104), “uma resposta, ‘provável, suposta e provisória’, isto é, uma hipóte-
se.” Neste sentido, pode-se afirmar que a situação problemática diz respeito à transição dos
camponeses de seu modo de produção e comercialização de subsistência para a competiti-
vidade de mercado, sem perder a identidade. No que tange a hipótese básica, infere-se que
os conceitos e a forma de trabalhar inerentes ao processo produtivo baseado na racionali-
zação dos gastos, na eficiência da utilização das máquinas, no máximo aproveitamento da
matéria-prima e dos tempos de produção, bem como na escolha do melhor arranjo produ-
tivo, inevitavelmente, implicarão em transformações do modus operandi camponês.
Por meio do processo de pesquisa buscou-se, dentre outros objetivos, realizar o le-
vantamento dos custos do produto óleo de girassol na Cooperativa Mista de Produção e
Comercialização Camponesa do Paraná. A análise dos dados empíricos coletados possi-
bilitou a observação da existência de duas estruturas de custos, a primeira com o apoio
governamental e a segunda de acordo com o livre mercado.
Na pesquisa, por meio de um ‘olhar’ interdisciplinar1, pretendeu-se, também, conhe-
cer a essência dos múltiplos fatores que concorrem no sentido de estabelecer mudanças
significativas no modelo de gestão e produção da Cooperativa Mista de Produção e Co-
mercialização Camponesa do Paraná, no que se refere ao modo de vida camponês, ao pro-
cesso produtivo, ao levantamento de custos e à precificação dos produtos. Pois, o enfoque
interdisciplinar permite a utilização de vários conhecimentos (integrados), bem como a
análise do fenômeno em estudo sob diversas perspectivas.
De acordo com Pedro Demo, a interdisciplinaridade pretende abarcar o conhecimento
acerca da realidade de modo vertical (aprofundado) e horizontal (amplo), contemplando, deste
modo, a particularidade e a complexidade do real (DEMO, 1999). Pois, por meio da ciência, por
muito tempo, buscou-se na especialização o conhecimento do todo, do real, da essência dos
fenômenos, obtendo-se êxito em muitas áreas, como na Matemática, na Física e na Química,
entretanto, a complexidade da realidade não se resume às fórmulas, aos conceitos, às teorias e
aos métodos, daí, talvez, a necessidade da comunicação dos ‘diversos’ saberes (DEMO, 1999).
1 No entendimento de Demo (1999, p. 88), interdisciplinaridade constitui “a arte do aprofundamento com sentido de abrangência, para dar conta, ao mesmo tempo, da particularidade e da complexida-de do real”.
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e Luciane Aparecida Munhoz Stefano
Transitar entre as várias áreas do conhecimento, apropriando-se de saberes que ofe-
reçam elementos para um entendimento mais amplo da realidade, talvez seja uma estra-
tégia para alcançar a interdisciplinaridade, uma vez que a partibilidade do real em ‘de-
partamentos’ visa uma melhor compreensão para efeito de análise, contudo, a realidade
constitui muito mais que a simples soma de conhecimentos, pois se mostra dinâmica,
complexa e, na maioria das vezes, contraditória.
O método dialético tem como instrumento a lógica do pensar totalizante que infere a
realidade não apenas pelo viés sequencial no espaço e no tempo, mas também, e principal-
mente, por meio de suas contradições, mediações e rupturas. Com a aplicação da lógica dia-
lética busca-se a compreensão da realidade na sua dinâmica espaço temporal, objetivando
conhecer o sentido da totalidade no seu movimento, visto que a realidade constitui síntese
de múltiplas determinações interligadas de modo complexo em constante movimento.
Segundo Marx e Engels (1979, p. 125), o defeito principal de todo o materialismo
“consiste em que o objeto, a realidade, a sensibilidade, só é apreendido sob a forma de ob-
jeto ou de intuição, mas não como atividade humana sensível, como práxis, não subjetiva-
mente”. A práxis pressupõe o devir, a teoria orientando a prática e a prática, por sua vez,
fazendo com que seja repensada a teoria. Isso favorece o constante repensar da realidade,
por meio de novos elementos advindos da prática que, por sua vez, contribuirão com a
construção de novos conhecimentos que não constituem verdades absolutas, mas ajudam
na compreensão de alguns fenômenos em determinados momentos.
Para Marx e Engels (1979, p. 125), “[...] é na práxis que o homem deve demonstrar a
verdade [...] a realidade e o poder, o caráter terreno de seu pensamento. [...] um pensamen-
to que se isola da práxis “é uma questão puramente escolástica”. Daí que, a validade ou
não validade das afirmações teóricas dá-se somente quando confrontadas com a prática,
pois esta possibilita o repensar da teoria, permitindo, deste modo, que a teoria seja avalia-
da, deixando de ser apenas retórica e passando a existir como realidade objetiva.
Com relação à lógica, de acordo com Lefebvre (1991, p. 21), “a lógica dialética acres-
centa, à antiga lógica [formal], a captação das transições, dos desenvolvimentos, da li-
gação interna e necessária das partes no todo” Deste modo, busca-se a compreensão da
totalidade, das contradições e das inter-relações dos múltiplos fatores que compõem a re-
alidade. Entretanto, cabe ressaltar que, mesmo com a utilização da lógica dialética, não se
chegará ao entendimento pleno sobre o fenômeno em questão. Mas, dentre as lógicas do
pensar parece ser a que propicia uma maior aproximação da essência dos problemas pes-
quisados nas ciências sociais. Pois, segundo Lefebvre (1995), como o real está em movi-
mento, o pensamento deve se por em movimento e ser pensamento do movimento. “Se o
real é contraditório, então que o pensamento seja pensamento consciente da contradição”
(LEFEBVRE, 1995, p. 174). Ainda, no entendimento do mesmo autor, a lógica dialética
permite um contato direto com o conteúdo (o que muitas vezes não ocorre com a lógica
formal). No entanto, para que essa condição seja satisfeita, deve-se atentar para algumas
premissas, de acordo com Lefebvre (1995, p. 174):
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a) Do ponto de vista da forma: que o pensamento se torne móvel e pensamen-
to do movimento, sem perder sua forma determinada; b) Do ponto de vista
do trabalho efetivo do pensamento: que ele se mova por meio das contradições
determinadas, pensando-as, refletindo-as, sem se perder na incoerência; c) Do
ponto de vista dos conhecimentos adquiridos (pelas ciências), devemos saber
se existem no real assim conhecido, leis universais, que sejam ao mesmo tem-
po (precisamente porque são universais) leis do real e leis do pensamento: as
leis do movimento no real e no pensamento. Essas leis, para serem universais,
devem “num certo sentido” ser abstratas (isto é, não se referirem a nenhum
objeto particular, não serem nem leis físicas, nem leis químicas ou biológicas,
etc.); e, num outro sentido, serem completamente concretas (referir-se a todos
os objetos, a todo o real, inclusive ao pensamento).
Por meio da aplicação da lógica formal estuda-se, observa-se e investiga-se o objeto ou fe-
nômeno, de modo isolado, ou seja, busca-se a compreensão da parte ora delimitada. A partir de
tal raciocínio gera-se a abstração, pois a parte inexiste sem a totalidade. Perde-se, assim, o en-
tendimento do movimento, bem como das relações da parte com o todo (LEFEBVRE, 1995).
O pensador René Descartes expressa sua lógica de pensar formal, também, ao afir-
mar, em Discurso do método, que se deve “repartir cada uma das dificuldades [...] em tan-
tas parcelas quantas fossem possíveis e necessárias a fim de melhor solucioná-las” (DES-
CARTES, 2010, p. 11). Logo, para se conhecer o todo deve-se dividi-lo em partes, pois
conhecendo as partes se conhecerá o todo, dividir para conquistar. A relação causa-efeito
constitui outro exemplo da lógica formal, uma vez que determina de forma simplista e
abstrata o resultado, ignorando os múltiplos fatores que compõem a realidade, bem como
seu movimento, do qual a contradição constitui-se integrante. Portando, pode-se afirmar
que a lógica formal tem por princípio a abstração.
3. Considerações sobre o modo de vida camponês
No entendimento de Kreutz (2004, p. 9) o cooperativismo não tem como alicerce uma
organização socioeconômica clara, entretanto possui algumas ideias e noções comuns: “mutu-
alidade, união de esforços, solidariedade, associação entre pessoas em função de objetivos co-
muns, e [sic] não exploração do homem pelo homem, justiça social, democracia e autogestão”.
Neste sentido, nota-se um esforço das famílias camponesas de Laranjeiras do Sul e
região para manter seu modo de vida camponês e, ao mesmo tempo, gerar renda por meio
da união de esforços e da inserção na lógica de mercado capitalista, com a produção e
comercialização de alguns produtos, inclusive o óleo de girassol.
O modo de vida camponês pressupõe resistência à lógica contemporânea de mercado
capitalista que visa, de acordo com Oliveira (2010), acumulação e enriquecimento. No
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e Luciane Aparecida Munhoz Stefano
entanto, “tal aspecto não significa que, enquanto unidade de produção/consumo, esteja
alheia às trocas mercantis, mas que as desenvolve a partir das necessidades e perspectivas
do grupo doméstico” (OLIVEIRA, 2010, p. 1).
O pequeno agricultor camponês que resiste à lógica de mercado capitalista e opõe-
se ao modelo do agronegócio, tanto na produção de grande escala, quanto de pequena
escala (agricultura familiar), vê-se enredado ao sistema produtivo hodierno, que requer o
conhecimento das técnicas mercadológicas de produção e comercialização, dos tempos e
movimentos produtivos, da mensuração dos gastos produtivos, bem como da tributação,
do orçamento de capital, das técnicas de precificação, etc. (MPA PARANÁ, 2010). Tal
postura frente aos desafios da geração de renda da pequena propriedade com produção
diversificada, talvez reforce a consciência coletiva de luta pela manutenção da posse da
terra, dos costumes, dos valores, enfim, do status quo.
Todavia, sabe-se, de acordo com a lógica dialética, que a contradição leva ao devir, ao
novo, que não é totalmente novo porque traz características do antigo. Logo, a repetição
de procedimentos e a incorporação de conceitos, pode levá-los, os camponeses, a uma
nova maneira de pensar e agir, transformando, desta forma, seu modo de produção e
interferindo, sobremaneira, na interpretação da realidade objetiva.
Outro aspecto que deve ser levado em consideração para Oliveira (2010, p. 1) diz respeito às:
Contradições internas ao mundo camponês, que ora propõem a estes
produzir acima de suas necessidades e se [sic] engajarem ao mercado,
ora propõem reduzir seu consumo ou sua produção, para resistirem às
situações hostis impostas pelo mercado.
Com a união de forças, por meio do cooperativismo, para produção e comercializa-
ção, o campesinato mantém relações produtivas, comerciais e financeiras diretas com
o mercado. Insere-se cada vez mais no modo de produção capitalista e aprofunda-se na
compreensão dos processos, da divisão do trabalho e da maximização dos retornos. Isto
não nega a identidade camponesa, pelo contrário, reforça-a. Mas, o modo de vida campo-
nês não resiste às mudanças, incorpora-as.
O maior entendimento dos camponeses no que se refere a utilização das técnicas e
procedimentos de produção e comercialização, indubitavelmente, leva-os à nova situação
econômica e financeira, uma vez que a prática cotidiana com a incorporação das novas
ferramentas e das novas tecnologias, torna-os mais competitivos, aumentando, na maio-
ria das vezes, o retorno sobre o capital investido.
A partir de uma nova situação econômico-financeira, pode-se inferir que existirá uma
pressão com o crescimento dos gastos oriundos de necessidades existentes com saúde, edu-
cação, moradia, transporte, lazer, etc. Para tanto, a acumulação de capital faz-se necessária,
torna-se, também, preocupação dos camponeses, visa-se, deste modo, não somente satisfazer
as necessidades do novo padrão de vida, mas, principalmente, aumentar os investimentos para
obter maior retorno.
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Na tentativa de manter o modo de vida camponês, o movimento dos camponeses insere-
se no modo de produção capitalista, pois sem o aumento da renda, teriam, provavelmente,
que buscar nas cidades outra forma de subsistência. No entanto, a contradição leva ao devir, a
um novo estado, do camponês com pensamento capitalista, racionalista e parte integrante das
engrenagens do capital.
O capitalismo enfrentou, durante sua existência, muitas crises, geradas, principalmente, pelo
acúmulo exagerado de capital por alguns segmentos da sociedade. As crises, no capitalismo, ma-
nifestam-se principalmente por meio das altas taxas de desemprego e baixo ciclo de investimen-
tos. A força motriz do capitalismo, talvez seja sua capacidade de reinventar-se sobre novas bases
de produção e acumulação. Percebe-se, por meio dos investimentos governamentais, a intenção
de distribuir a renda nacional, bem como de gerar fluxo de capital nos movimentos sociais.
O MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores) expande-se e ramifica-se, na qualidade,
tanto de movimento social, quanto de organização político-administrativa. São inúmeras as
cadeias produtivas que estão sendo estruturadas, visando o fortalecimento dos camponeses
no que diz respeito à produção, à comercialização e à gestão dos produtos provenientes da
agricultura camponesa.
A Cooperativa Mista de Produção e Comercialização Camponesa do Paraná constitui apenas
um núcleo produtivo/administrativo do MPA, no qual alguns produtos (óleo de girassol, feijão,
farinha de milho, café, quirera, entre outros) sofrem transformação, ou mesmo recepção, empaco-
tamento e comercialização. Por meio do Planejamento Estratégico que será desenvolvido busca-se
estabelecer os objetivos de médio e longo prazos, bem como os meios e as estratégias, para que o
MPA e a Cooperativa ampliem suas operações, o espaço no mercado, o número de cooperados e
de produtos comercializados. Cabe ressaltar que os principais clientes serão as Prefeituras onde o
MPA poderá atuar, por meio da Cooperativa, no fornecimento dos alimentos da merenda escolar.
4. Análise de custos sobre a produção de óleo de girassol: duas
apropriações
Há uma grande diversidade quanto à utilização dos óleos de origem vegetal. Alguns são
utilizados na produção de biodiesel, outros na indústria química e, também, como componen-
tes de inúmeros produtos. Possibilitando, deste modo, a formação de muitas cadeias produti-
vas. Cabe destacar as principais aplicações: alimentação humana, ração animal, combustível,
impermeabilizantes, lubrificantes, tintas, vernizes, cosméticos, medicina natural, entre outros
(BORSUK, 2008).
O processamento do girassol mostra-se menos complexo quando comparado com o pro-
cessamento das demais oleaginosas, “pois a extração do óleo pode ser realizada em tempera-
tura ambiente e com os grãos inteiros, conservando assim propriedades nutricionais impor-
tantes” (BORSUK, 2008, p. 40). Após a extração, “o óleo pode ser imediatamente consumido
na alimentação, sendo necessária somente a filtragem ou decantação para separar as impure-
zas oriundas do processo de prensagem” (BORSUK, 2008, p. 40).
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No entendimento da Embrapa (2010), o processamento de uma tonelada de grãos de
girassol gera 400 kg (quatrocentos quilos) ou litros de óleo de excelente qualidade, 250 kg
(duzentos e cinquenta quilos) de casca e 350 kg (trezentos e cinquenta quilos) de torta,
com 45% a 50% de proteína bruta, sendo este subproduto basicamente aproveitado na
produção de ração, em misturas com outras fontes de proteína.
No que se refere ao processo produtivo do óleo de girassol, pode-se afirmar, de acordo
com Borsuk (2008, p. 40), que:
Existem vários métodos de extração de óleos, divididos basicamente em ex-
tração a quente e extração a frio. No primeiro, além da extração mecânica
utilizam-se solventes, arrastando-se praticamente todo o óleo do farelo, po-
rém com perda na qualidade nutricional. Já na extração a frio, por meio da
prensagem mecânica, as perdas de óleo na torta geralmente são elevadas,
devendo ser devidamente analisadas. No entanto, o óleo permanece com
melhor qualidade nutricional.
A Miniusina de óleo de girassol da Cooperativa Mista de Produção e Comercialização
Camponesa do Paraná localizada em Porto Barreiro/PR utiliza o processo de extração a
frio com prensagem mecânica. A capacidade produtiva total gira em torno de, aproxima-
damente, 100 kg/h (cem quilogramas por hora). Logo, trabalhando 8 h/d (oito horas por
dia) e 5 d/s (cinco dias por semana) tem-se, em 1 (um) mês comercial (trinta dias), em
média, com 21 (vinte e um) dias úteis, 16.800 kg (dezesseis mil e oitocentos quilogramas)
processados. Dos quais resultam por mês, aproximadamente, 6.720 l (seis mil, setecentos
e vinte litros) de óleo, 4.200 kg (quatro mil e duzentos quilogramas) de casca e 5.880 kg
(cinco mil, oitocentos e oitenta quilogramas) de torta.
Na análise de custos torna-se necessário, por meio da lógica formal, o entendimento
dos conceitos utilizados, bem como da sequência hierárquica de raciocínio pré-estabe-
lecida. Para tanto, a definição de gastos, custos e despesas, a diferenciação entre custos
diretos e indiretos, fixos e variáveis, constitui fator de fundamental importância.
Lê-se em Bruni e Famá (2004, p. 25) que os gastos “consistem no sacrifício financeiro
que a entidade arca para a obtenção de um produto ou serviço qualquer.” Na mesma linha
de raciocínio Martins (2008, p. 24) define gasto como:
Compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro
para a entidade (desembolso), sacrifício esse representado por entrega ou
promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro).
No que se refere aos conceitos de custos e despesas, ambos gastos, pode-se afirmar, de
acordo com Martins (2008, p. 25), que o custo constitui “gasto relativo a bem ou serviço uti-
lizado na produção de outros bens e serviços” e a despesa “bem ou serviço consumido direta
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ou indiretamente para obtenção de receitas”. Portanto, os custos são os gastos relativos, única
e exclusivamente, ao processo produtivo e às despesas, após a disponibilidade dos produtos
ou serviços para a venda, constituem os gastos administrativos, comerciais e financeiros para
obtenção de receitas. Cabe destacar que Bruni e Famá (2004) compartilham com Martins
(2008) do mesmo entendimento a respeito dos conceitos de custos e despesas.
Os custos diretos são:
Custos que podem ser diretamente apropriados aos produtos, bastando
haver uma medida de consumo (quilogramas de materiais consumidos,
embalagens utilizadas, horas de mão de obra utilizadas e até quantida-
de de força consumida (MARTINS, 2008, p. 48).
Ainda segundo Martins (2008), os custos indiretos são aqueles que não permitem
mensuração de forma objetiva, recorrendo-se, quando apropriados aos produtos, às esti-
mativas e aos critérios de rateio, que, geralmente, mostram-se inadequados, imprecisos
e arbitrários.
Para Bruni e Famá (2004, p. 31) os custos diretos ou primários “apresentam a pro-
priedade de serem perfeitamente mensuráveis de maneira objetiva” e os custos indiretos,
por sua vez, “necessitam de aproximações, isto é, algum critério de rateio, para serem
atribuídos aos produtos.”
A outra classificação em custos fixos e variáveis pode ser entendida a partir da rela-
ção entre “o valor total de um custo e o volume de atividade numa unidade de tempo”
(MARTINS, 2008, p. 49). Ou seja, caso o volume de uma determinada atividade aumente
ou diminua, numa determinada unidade de tempo, e o valor total de um determinado
custo permaneça inalterado, tem-se um custo fixo. De modo análogo, se o valor total
acompanhar o movimento da atividade produtiva, tem-se um custo variável. Do ponto de
vista unitário os custos são pseudofixos e pseudovariáveis.
O levantamento dos custos da Miniusina de Óleo de Girassol foi realizado pelos
membros da equipe que trabalham in loco. A primeira abordagem diz respeito aos custos
incorridos independente da ajuda governamental. Levando em consideração o custo da
quantidade total de matéria-prima, efetivamente, consumida na produção de óleo de gi-
rassol, para tanto torna-se necessário realizar o raciocínio descrito na tabela 1.
Tabela 1: Custo da matéria-prima consumida na produção.
Estoque Inicial de Matéria-Prima R$ 1.400,00
(+) Compra de Matéria-Prima R$ 1.150,00
(=) Estoque de Matéria-Prima Disponível para a Produção R$ 2.550,00
(-) Estoque Final de Matéria-Prima R$ 1.150,00
(=) Custo da Matéria-Prima Consumida na Produção R$ 1.400,00
Fonte: elaborada pelos autores.
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e Luciane Aparecida Munhoz Stefano
O custo com a Mão de Obra Direta (MOD) diz respeito ao salário e aos encargos
sociais do funcionário que opera à máquina, média mensal. No que se refere à Energia
Elétrica, observou-se que o custo total foi de R$ 100,00.
Caso a Cooperativa Mista de Produção e Comercialização Camponesa do Paraná
produzisse mais de um produto, os Custos Indiretos por natureza (Aluguel, Materiais
auxiliares, Depreciação, Mão de Obra Indireta, Energia Elétrica e outros custos Indire-
tos) não seriam atribuídos diretamente ao produto óleo de girassol, pois seriam apropria-
dos por meio de algum critério de rateio (custeio por absorção) ou rastreamento (custeio
ABC). No entanto, todos os custos, mesmo aqueles que são, em essência, indiretos, foram,
logicamente, atribuídos diretamente ao produto.
O custo com o aluguel do prédio foi avaliado em função do preço médio cobrado
por instalações semelhantes no município de Porto Barreiro/PR. Pois, cabe lembrar que
a Cooperativa não paga aluguel em decorrência da parceria com a Prefeitura Municipal
de Porto Barreiro/PR.
A Depreciação, segundo Silva (2009, p. 54-56), representa o custo necessário para
substituir os bens de capital quando estes se tornam inúteis pelo desgaste físico (depre-
ciação física) ou quando perdem o valor com o decorrer dos anos devido às inovações
tecnológicas (depreciação econômica ou obsolescência). Neste caso, a depreciação foi
calculada pelo método linear, ou seja, o valor venal/inicial da máquina, menos o valor
residual/final dividido pelo período da sua vida útil. Os outros custos indiretos têm em
grande parte da sua totalidade os custos com manutenção. Os demais custos correspon-
dem aos materiais auxiliares. Sabe-se, de acordo com o levantamento dos custos totais
de produção de óleo de girassol, que, por mês, em média, a miniusina realiza um gasto
na produção de R$ 5.672,93. Todos os custos estão classificados e mensurados moneta-
riamente na tabela 2.
Tabela 2: Estrutura de custos mensal da miniusina de óleo de girassol
Custos DiretosMão-de-obra R$ 1.305,60
Matéria-Prima R$ 1.400,00Custo Direto Total R$ 2.705,60
Custos Indiretos (por definição)Aluguel R$ 400,00
Materiais auxiliares R$ 75,00Depreciação R$ 2.152,33
Mão-de-obra Indireta R$ 0,00Energia Elétrica R$ 100,00
Outros Custos Indiretos R$ 240,00Custo Indireto Total R$ 2.967,33
Custo Total de Produção R$ 5.672,93Fonte: elaborada pelos autores.
No que se refere às despesas, foram observados os seguintes gastos: salário e encargos
sociais do administrador (despesas administrativas) de R$ 1.120,00, bem como frete e
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comissão sobre vendas (despesas comerciais) de R$ 150,00. Não há despesas financeiras,
como, por exemplo, juros pagos ao banco.
Sabe-se que toda a produção média mensal de 6.720 l (seis mil, setecentos e vinte litros)
de óleo de girassol do período foi vendida por R$ 3,50 o litro. De acordo com a tabela 3, po-
de-se visualizar que o Custo Total de Produção é igual ao Custo do Produto Vendido. Uma
vez que não houve estoques inicias de produtos em processo e de produtos acabados.
Tabela 3: Demonstração do custo dos produtos vendidos.
Estoque Inicial de Material Direto R$ 1.400,00(+) Compras de Materiais Diretos R$ 1.150,00
Material Direto Disponível R$ 2.550,00(–) Estoque Final de Materiais Diretos R$ 1.150,00
(=) Material Direto Consumido R$ 1.400,00(+) Mão-de-Obra Direta R$ 1.305,60
(+) Custos Indiretos de Produção R$ 2.967,33CUSTO DA PRODUÇÃO DO PERÍODO (CPP) R$ 5.672,93
(+) Estoque Inicial de Produtos em Elaboração R$ 0,00Custo Total de Produção R$ 5.672,93
(–) Estoque Final de Produtos em Elaboração R$ 0,00CUSTO DA PRODUÇÃO ACABADA (CPA) R$ 5.672,93(+) Estoque Inicial de Produtos Acabados R$ 0,00
Custo dos Produtos Disponíveis R$ 5.672,93(–) Estoque Final de Produtos Acabados R$ 0,00
CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (CPV) R$ 5.672,93Fonte: elaborada pelos autores.
Portanto, o Demonstrativo do Resultado do Período pode ser assim representado,
conforme a tabela 4:
Tabela 4: Demonstrativo do resultado do período (livre mercado).
Receita Bruta R$ 23.520,00(-) Tributos (27%) (R$ 6.350,40)
(=) Receita Líquida R$ 17.169,60(-) CPV R$ 5.672,93
(=) Lucro Bruto R$ 11.496,67(-) Despesas Administrativas R$ 1.120,00
(-) Despesas Comerciais R$ 150,00(=) Lucro Operacional R$ 10.226,67
(-) Despesas Financeiras R$ 0,00(=) Lucro Antes do Imposto de Renda (LAIR) R$ 10.226,67(-) Provisão para o Imposto de Renda (15%) R$ 1.534,00
(=) Lucro Líquido R$ 8.692,67Fonte: elaborada pelos autores.
Apurando-se a receita bruta, todos os custos de produção, as despesas administra-
tivas e comerciais e a incidência dos tributos, bem como a provisão para o imposto de
renda, obtém-se o lucro líquido de R$ 8.692,67, ou seja, uma margem líquida de, aproxi-
madamente, 50,63%.
147Luciano Ferreira de Lima, Roni Antônio Garcia da Silva
e Luciane Aparecida Munhoz Stefano
Por outro lado, com o auxílio governamental das três esferas (municipal, estadual e
federal), que a Cooperativa Mista de Produção e Comercialização Camponesa do Paraná
recebe, pode-se diminuir consideravelmente o Custo do Produto Vendido, o que impac-
tará sobremaneira o resultado do período, de acordo com a tabela 5.
Tabela 5: Demonstração do custo dos produtos vendidos (com ajuda governamental).
Estoque Inicial de Material Direto R$ 1.400,00(+) Compras de Materiais Diretos R$ 1.150,00
Material Direto Disponível R$ 2.550,00(–) Estoque Final de Materiais Diretos R$ 1.150,00
(=) Material Direto Consumido R$ 1.400,00(+) Mão-de-Obra Direta R$ 1.305,60
(+) Custos Indiretos de Produção R$ 415,00CUSTO DA PRODUÇÃO DO PERÍODO (CPP) R$ 3.120,60
(+) Estoque Inicial de Produtos em Elaboração R$ 0,00Custo Total de Produção R$ 3.120,60
(–) Estoque Final de Produtos em Elaboração R$ 0,00CUSTO DA PRODUÇÃO ACABADA (CPA) R$ 3.120,60(+) Estoque Inicial de Produtos Acabados R$ 0,00
Custo dos Produtos Disponíveis R$ 3.120,60(–) Estoque Final de Produtos Acabados R$ 0,00
CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (CPV) R$ 3.120,60Fonte: elaborada pelos autores.
O Custo Indireto Total, em uma situação real de economia de mercado seria de R$
2.967,33, com o auxílio governamental deduz-se desse valor R$ 400,00 correspondente ao
aluguel, visto que o estabelecimento industrial foi cedido pela Prefeitura de Porto Bar-
reiro/PR sem ônus, bem como a depreciação de R$ 2.152,33, pois a máquina pertence à
Prefeitura de Porto Barreiro/PR. As despesas administrativas são pagas com recursos de
programas federais, de modo indireto.
O Demonstrativo do Resultado do Período, com ajuda governamental, está represen-
tado na tabela 6, abaixo:
Tabela 6: Demonstrativo do resultado do período (com ajuda governamental).
Receita Bruta R$ 23.520,00(-) Tributos (27%) (R$ 6.350,40)
(=) Receita Líquida R$ 17.169,60(-) CPV R$ 3.120,60
(=) Lucro Bruto R$ 14.049,00(-) Despesas Administrativas R$ 0,00
(-) Despesas Comerciais R$ 150,00(=) Lucro Operacional R$ 13.899,00
(-) Despesas Financeiras R$ 0,00(=) Lucro Antes do Imposto de Renda (LAIR) R$ 13.899,00(-) Provisão para o Imposto de Renda (15%) R$ 2.084,85
(=) Lucro Líquido R$ 11.814,15Fonte: elaborada pelos autores.
148 Lógica formal versus lógica dialética: análise de custos na Cooperativa Mista de Produção e Comercialização Camponesa do Parará
Logo, pode-se verificar por meio das demonstrações contábeis/gerenciais, anterior-
mente realizadas, que trabalhando na capacidade máxima de produção mensal, do pro-
duto óleo de girassol, obtém-se lucro, tanto numa competição de livre mercado, quanto
com incentivo governamental. Na tabela 7, abaixo, observa-se a variação de lucro das duas
alternativas de produção.
Tabela 7: Variação das Alternativas de Produção.
Livre Mercado Ajuda Governamental Variação (%)CPV R$ 5.672,93 R$ 3.120,60 (44,99)
Despesas Administrativas R$ 1.120,00 R$ 0,00 (100)Lucro Líquido R$ 8.692,67 R$ 11.814,15 35,91
Fonte: elaborada pelos autores.
5. A contradição dialética
A contradição na lógica do pensar formal refere-se ao oposto, ou seja, quando a va-
riável A sofre a contradição/negação torna-se Não A, logo A e Não A são completamente
diferentes, assim como verdadeiro e falso. Na lógica do pensar dialética A e Não A fazem
parte do mesmo movimento, a contradição da variável A leva a um novo estado no qual A
e Não A coexistem, portanto o movimento em espiral tese – antítese – síntese leva a uma
nova variável A, que não pode ser totalmente nova porque traz características da antiga.
Como exemplo, pode-se citar a transformação da água em vapor de água, por meio da
contradição, aumento da temperatura acima de 100° Celsius, a água torna-se vapor de
água, ou seja, muda do estado líquido para o estado gasoso mantendo algumas proprie-
dades do antigo estado líquido.
No que se refere à análise de custos do produto óleo de girassol da Coopera-
tiva Mista de Produção e Comercialização Camponesa do Paraná, pode-se inferir
que o entendimento dos camponeses sobre o processo produtivo, dos seus tempos e
movimentos, dos seus gastos, bem como das técnicas de apropriação, mensuração e
demonstração dos custos, das despesas, dos tributos, do imposto de renda e dos resul-
tados, leva-os a uma nova forma de pensar e de agir, baseada nos processos e técnicas
capitalistas. Isso, no entanto, não transforma por completo o modo de vida campo-
nês, pois a cultura, a tradição, os costumes, os valores e o amor pelo campesinato faz
com que muitas características sejam mantidas, surgindo, assim, um novo camponês,
o camponês capitalista.
A contradição supramencionada, de natureza dialética, demonstra, de certo modo,
que mesmo na perspectiva ideológica ocorrem mudanças significativas, uma vez que, a
subsistência sendo a base da discussão teórica e do devir prático, conduz a novas reflexões
acerca do modo de produção capitalista, sendo este estudado, compreendido, melhorado
149Luciano Ferreira de Lima, Roni Antônio Garcia da Silva
e Luciane Aparecida Munhoz Stefano
e incorporado. Logo, a contradição dialética evidencia-se por meio da espiral: tese (modo
de produção e vida camponês) – antítese/contradição (necessidade da geração de renda
adicional a existente) – síntese (camponês capitalista).
6. Considerações finais
O pequeno agricultor camponês, com o incentivo governamental, organiza-se cole-
tivamente e absorve as técnicas contemporâneas de produção, de gestão e de comercia-
lização. Demonstra a capacidade de construir saberes interdisciplinares e resiste à lógica
de mercado capitalista, transformando matéria-prima em capital com menor intensidade
da racionalização produtiva. Todavia, ao interferir no modo de produção capitalista, tem
sua compreensão acerca da realidade objetiva alterada em função dos processos e técnicas
incorporadas ao seu cotidiano.
A contradição dialética leva ao devir, ao novo, que não é totalmente novo porque
traz características do antigo. O camponês não perde suas características de homem do
campo, que possui dedicação à família e à terra, mas adquire novos conhecimentos e
habilidades, por meio do envolvimento nos modernos processos de produção, comercia-
lização e distribuição, que lhe possibilitam aumentar a renda e, principalmente, manter
sua propriedade, os traços culturais e a história de luta e resistência.
A apuração dos custos permite à Cooperativa maior eficiência na utilização dos re-
cursos, bem como precificar seus produtos de acordo com o esforço total de produção. A
partir do conhecimento da estrutura de custos de todos os produtos pode-se aumentar ou
diminuir a margem de lucro por produto conforme as necessidades impostas pelo merca-
do, o que, de certo modo, torna a Cooperativa mais competitiva.
Por meio do levantamento de custos realizado na Miniusina de Óleo de Girassol de
Porto Barreiro/PR, pode-se ratificar a viabilidade econômico-financeira do empreendi-
mento. Uma vez que, utilizando a capacidade máxima da máquina durante um período
de 21 (vinte e um) dias úteis por mês observa-se a produção, aproximada, de 6.720 l (seis
mil, setecentos e vinte litros) de óleo de girassol, os quais podem ser comercializados a R$
3,50/litro, perfazendo R$ 23.520,00 de Receita Bruta. Após a dedução dos tributos, custos,
despesas e imposto de renda, obtém-se um Lucro Líquido de R$ 11.814,15.
Além das observações acerca da contradição dialética e dos estudos relatados neste
escrito, foram realizados, pela equipe que integra o Projeto de Extensão do Programa
Estadual Universidade Sem Fronteiras desenvolvido na Cooperativa Mista de Produção e
Comercialização Camponesa do Paraná, o estudo do mercado em Laranjeiras do Sul e re-
gião, a elaboração das embalagens, o estudo de alguns elementos de marketing, bem como
está em andamento a construção do planejamento estratégico da referida cooperativa.
O crescimento da Cooperativa dá-se de forma acelerada, pois a gama de produtos aumenta
a cada dia. Cabe ressaltar que a sobrevivência de qualquer empreendimento depende de pla-
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nejamento, organização, direção e controle. Os estudos e os trabalhos realizados nas áreas de
custos, marketing e estratégia constituem fator de fundamental importância para o futuro da
Cooperativa, pois fornecem informações a respeito do mercado potencial, bem como de carac-
terísticas internas, pontos fortes e fracos, inerentes aos gastos do processo produtivo do óleo
de girassol, à divulgação dos produtos, melhor disposição das informações nas embalagens,
identificação da missão, visão, valores e objetivos para o curto, o médio e o longo prazo.
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