La situation de l'Europe en 1914, les alliances

38
La situation de l'Europe en 1914, les alliances

Transcript of La situation de l'Europe en 1914, les alliances

La situation de l'Europe en 1914, les alliances

As origens da Era da Catástrofe (E. Hobsbawm)

A lógica das alianças, a formação de grandes blocos político-militares e a corrida aos armamentos:

1879: aliança austroalemã.

1882: Tríplice Aliança.

1893: aliança francorrussa.

1904: Entente Cordiale.

1907: aliança anglorrussa.

Origens e causas da I Guerra Mundial

Os precedentes bélicos da I Guerra Mundial:

1898: guerra hispanoamericana.

1899-1902: guerra angloboer.

1905: guerra russojaponesa.

1912-13: guerras balcânicas.

Os focos de tensão:

i) coloniais: depois das tensões francobritânicas em África, Marrocos (1906 e 1911); Tripolitânia (1911)

ii) europeus: Balcãs, desmembramento do Império Austro-Húngaro, tensões internas no Império Russo, irredentismo italiano, Alsácia-Lorena.

A guerra como instrumento de política interna: belicismo contra o espírito revolucionário e a contestação social na Rússia, ou na Alemanha, ou no Reino Unido, contra as reivindicações das nacionalidades na Áustria-Hungria – relativa surpresa perante o patriotismo generalizado do Verão de 1914 (une guerre joyeuse).

O mundo do Imperialismo europeu, 1914

L'Empire ottoman et les guerres balkaniques (1912-1913)

O doente da Europa: o Império Otomano

Primeira guerra balcânica (10/1912-5/1913)

La deuxième guerre balkanique (juin 1913)

Segunda guerra balcânica (6-8/1913)

La situation des Balkans en 1914

A responsabilidade pelo desencadeamento da IGM: um debate político e historiográfico

1. Perspetiva marxista: a guerra como consequência inevitável do imperialismo, «último estádio do capitalismo» (Lenine, Imperialism, the Highest Stage of

Capitalism, 1916) - «guerras de expansão imperial» como 1898 (EUA-Esp.) e 1899-1902 (GB-Boers) «foram provocadas pelos EUA e a GB, e não pelas vítimas destes», mas «os conflitos coloniais haviam deixado de criar problemas insolúveis às várias potências em competição» (E. Hobsbawm, A Era do Império, p. 384).

A responsabilidade pelo desencadeamento da IGM: um debate político e historiográfico

2. Tese oficial aliada, consagrada nos Tratados de Paz consagram (1919-20): «culpa alemã» (artº 231, Tratado de Versalhes - mas «nenhum governo de qualquer potência desejava, antes de 1914, quer uma guerra geral europeia, quer mesmo (…) um conflito militar limitado» (E. Hobsbawm, A Era do Império, p. 384).

A responsabilidade pelo desencadeamento da IGM: um debate político e historiográfico

3. Moderna historiografia: a nova economia industrial capitalista como parâmetro do poder internacional, «base e critério do poder internacional): «o desenvolvimento do capitalismo empurrava inevitavelmente o mundo na direcção da rivalidade entre estados, da expansão imperialista, do conflito e da guerra» (E. Hobsbawm, A Era do Império, p. 391):

i) competição entre economias industriais nacionais com consequências na redistribuição dos papéis internacionais;

ii) ilimitação da acumulação, da lógica da internacionalização da economia, e consequente desestabilização do funcionamento do sistema internacional.

Les alliances en Europe durant le premier conflit mondial

Uma guerra pan-europeia(data da entrada em guerra de cada Estado)

Le front Ouest en 1914

A frente ocidental (1914)

Le front Ouest entre 1915 et 1916

A frente ocidental (1915-16)

A frente balcânica, 1915-16

Les offensives allemandes sur le front Ouest en 1918

A frente ocidental (3-7/1918)

La victoire des Alliés sur le front Ouest en 1918

A frente ocidental (8-11/1918)

O armistício na frente ocidental

Le monde et le premier conflit mondial

Uma guerra mundial?, ou colonial?

Primeira grande guerra de massas, ensaio da «guerra total» (Eric HOBSBAWM, A Era dos Extremos)

i) Mobiliza todos os cidadãos, todas as actividades económicas, como só numa sociedade moderna pode ocorrer: pressupõe alta produtividade porque entrega a economia nas mãos dos não-combatentes.

ii) Revoluciona processos mecânicos e tecnológicos; configura o complexo militar-industrial: reforça a aliança entre o Estado liberal e o grande capital na coordenação da economia.

iii) Revoluciona temporariamente o mercado de trabalho: recurso à mão-de-obra feminina (15% da população activa em França, em 1918, 35% na Grã Bretanha e na Alemanha).

iv) Produz um grau de devastação humana (cerca de 10 milhões de mortos) muito superior ao de qualquer conflito anterior; abre caminho a 20 milhões de mortes causadas pela pandemia da gripe espanhola – inaugura a era do massacre (J.David SINGER, The Wages of War 1816-1965: A Statistical Handbook, NY: John Wiley & Sons, 1972), «ajudou a brutalizar a política» (HOBSBAWM, 1995: 26).

Primeira grande guerra de massas, ensaio da «guerra total» (Eric HOBSBAWM, A Era dos Extremos)

v) domina e transforma todos os aspectos da vida; demonização do adversário através da propaganda (imprensa, cartaz, cinema) e da religião.

vi) produz êxodos forçados e massacres em grande escala de populações e milhões de refugiados (territórios devastados pela guerra em França e na Rússia, guerra civil russa de 1918-21, guerra greco-turca de 1920-23) e o primeiro genocídio moderno em território europeu (genocídio dos arménios, 1915-16, «planificado pelo CC do partido União e Progresso que controlava o governo turco (…), dissimulado sob a aparência de uma deportação» (Yves TERNON, Gli armeni. 1915-1916: il genocidio dimenticato, 2ª ed., trad. ital., Milão: BUR, 2007, p. 10).

Primeira grande guerra de massas, ensaio da «guerra total» (Eric HOBSBAWM, A Era dos Extremos)

Vítimas mortais I Guerra Mundial (militares; em milhares)Fonte: URLANIS, 1972: 228

AlemanhaRússiaFrança

Áustria-HungriaImpério Otomano

Reino UnidoItália

Sérvia/MontenegroRoménia

EUABulgária

Colónias francesasCanadá

AustráliaÍndia

BélgicaGrécia

Nova ZelândiaÁfrica do Sul

Portugal

0 500 1000 1500 2000 2500

2037

1811

1327

1100

804

715

578

278

250

114

88

71

61

60

54

38

26

16

7

7

Vítimas mortais I Guerra Mundial (militares)Fonte: URLANIS, 1972: 228

AlemanhaRússiaFrança

Áustria-HungriaImpério Otomano

Reino UnidoItália

Sérvia/MontenegroRoménia

EUABulgária

Colónias francesasCanadá

AustráliaÍndia

BélgicaGrécia

Nova ZelândiaÁfrica do Sul

Portugal

0 5 10 15 20 25 30 35 40

15,411,5

16,812,2

26,812,5

10,337,1

252,7

2215,8

9,714,5

5,710,4

7,312,4

5,17

12,5

4,5

13,3

9

14,8

6,2

7,5

22,7

13,2

0,4

8

0,5

2,6

4,4

0,1

2

2,1

5

0,4

0,5

% sobre mobilizados

% sobre homens 15-49 anos

Vítimas mortais I Guerra Mundial (militares)Fonte: URLANIS, 1972: 22

60714

9442

Mobilizados (excluindo...)

Militares mortos

O novo mapa político da Europa (1919-23)

Tratados de Paz: Versalhes (com a Alemanha), 28.6.1919

Cedências territoriais à França (Alsácia-Lorena), Polónia (Posnânia e Prússia Ocidental); administração aliada de Memel (anexado pela Lituânia em 1923). Referendos para definição de Estado de pertença em Eupen e Malmédy (Bélgica), Prússia Oriental do Sul (Alemanha) e Alta Silésia (Norte permanece alemão, Katowice passa para a Polónia). Futura SDN administrará Sarre (até referendo de 1935) e Danzig (indefinidamente).Perda de todas as colónias → mandatos da SDN distribuídos pela GB (Tanganica, Camarões ocidentais), França (Togo, Camarões), África do Sul (Sudoeste Africano=Namíbia), Bélgica (Ruanda e Burundi), Japão (ilhas do Pacífico, portos chineses de Yantai e Jiao'Ao=Deutsch-Kiautschou), Portugal (triângulo de Quionga) e Austrália (Nova Guiné alemã, arquipélago de Bismarck). 3 zonas de ocupação (a 5, 10 e 15 anos) na margem direita do Reno.Interdição de Marinha de Guerra, de conscrição militar e de exército de mais de 100 mil homens, desmilitarização da Renânia.Culpabilidade alemã (art. 231º: «guerra foi imposta pela Alemanha e seus aliados») → reparações de guerra por tempo indefinido (quando Alemanha não as paga, França e Bélgica ocupam bacia do Ruhr em 1923-25).

Tratados de Paz: St. Germain-en-Laye (com a Áustria), 10.9.1919, e Trianon (com a Hungria), 4.6.1920

• Áustria reconhece independências Hungria, Checoslováquia, Polónia e Jugoslávia, e cede territórios à Itália. Proibição de união ao Reich alemão. Exército profissional com máximo de 30 mil soldados.

• Hungria cede territórios à Checoslováquia, Jugoslávia e Roménia. Exército com máximo de 35 mil soldados.

Hungria, 1919-45

Multietnicidade dos novosEstados europeus (% da população)

Finlândia

Estónia

Letónia

Lituânia

Polónia

Checoslováquia

Áustria

Hungria

Jugoslávia

Roménia

Bulgária

Albânia

Grécia

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

8%

88%

73%

80%

69%

46%

95%

92%

46%

76%

83%

92%

96%

92%

12%

27%

20%

31%

54%

5%

8%

54%

24%

17%

8%

4%

Etnias minoritárias

Etnia politicamente dominante

La formation de la Pologne (1919-1923)

La formation de la Tchécoslovaquie (1919-1920)

Le démembrement de la Tchécoslovaquie (1938-1940)

La Tchécoslovaquie de l'après-guerre (1945-1990)

Tratados de Paz: Sèvres (com a Turquia), 10.8.1920 (nunca ratificado pelo Parlamento turco)

• Cedência de territórios à Grécia e à Itália.

• Reconhecimento da independência da Arménia; referendo para a independência do Curdistão nunca se realizará.

• Mandatos da SDN sobre Iraque, Palestina e Arábia, para a GB; Líbano e Síria para a França. Protectorado britânico sobre Egipto e Chipre (passa a colónia em 1925).

• Exército limitado a máximo de 50 mil soldados.

Tratados de Paz: Sèvres (com a Turquia), 10.8.1920

Guerra de Independência turca (1918-23)

• 1918-20: insurreição nacionalista liderada por Mustafa Kemal (Atatűrk) → Abolição do Sultanato, proclamação da República (1923).

• 1920: submissão da Arménia, proclamação da República Soviética da Arménia (zona oriental) → Tratado de Karst com as repúblicas soviéticas do Cáucaso.

• 1920-23: guerra greco-turca → Tratado de Lausanne: recuperação turca da Ásia Menor e da Trácia Oriental; renúncia a indemnizações de guerra; troca (deportação) de populações (1,35 milhões de gregos, 0,43 turcos).

La société des Nations