Gestão Integrada das Micro-bacias hidrográficas do Município de João Pessoa – PB

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FUNDAÇÃO FRANCISCO MASCARENHAS FACULDADES INTEGRADAS DE PATOS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO (LATU SENSU) CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GEOGRAFIA E GESTÃO AMBIENTAL MARÍLIA SILVA RANGEL MEIRA GESTÃO INTEGRADA DAS MICRO-BACIAS HIDROGRÁFICAS DO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA – PB.

Transcript of Gestão Integrada das Micro-bacias hidrográficas do Município de João Pessoa – PB

FUNDAÇÃO FRANCISCO MASCARENHASFACULDADES INTEGRADAS DE PATOS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO (LATU SENSU)CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GEOGRAFIA E GESTÃO AMBIENTAL

MARÍLIA SILVA RANGEL MEIRA

GESTÃO INTEGRADA DAS MICRO-BACIAS HIDROGRÁFICASDO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA – PB.

JOÃO PESSOA-PB2008.2

MARÍLIA SILVA RANGEL MEIRA

GESTÃO INTEGRADA DAS MICRO-BACIAS HIDROGRÁFICASDO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA – PB.

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JOÃO PESSOA-PB2008.2

MARÍLIA SILVA RANGEL MEIRA

GESTÃO INTEGRADA DAS MICRO-BACIAS HIDROGRÁFICASDO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA – PB.

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Monografia apresentada à Coordenação doCurso de Especialização em Geografia eGestão Ambiental, ministrado pelasFaculdades Integradas de Patos, emcumprimento às exigências para aobtenção do título de Especialista.

Orientador:Profº Ms. Rômulo SérgioMacêdo Lins

JOÃO PESSOA-PB2008.2

MARÍLIA SILVA RANGEL MEIRA

GESTÃO INTEGRADA DAS MICRO-BACIAS HIDROGRÁFICASDO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA – PB.

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Monografia aprovada em ______/_____/____

Professor:_______________________________________________

Orientador

Examinadores:___________________________________________

__________________________________________

JOÃO PESSOA-PB2008.2

AGRADECIMENTOS

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Inicialmente quero agradecer a Deus pelo dom da vida e do

entendimento. Fonte de saber, de conhecimento e de Amor.

A minha família pelo incentivo e paciência a minha busca

pelo saber acadêmico e pela sabedoria que só se aprende com a

vida.

Ao Professor Mestre Rômulo Sérgio Macêdo Lins pela sua

paciência e pelo seu conhecimento que comigo compartilhou,

contribuindo para o sucesso de mais esta jornada de minha vida

profissional.

Aos colegas e amigos da GIDUR/JP que me convidaram e me

estimularam a participar deste grupo tão seleto e obstinado, na

busca constante pelo saber e enriquecimento cultural.

Enfim, a todos que de alguma forma me ajudaram a concluir

este curso de Pós-graduação.

5

6

“Mas o Senhor nas alturas é mais poderoso

do que o bramido das grandes águas, do que

os poderosos vagalhões do mar.”

Salmo 93.4

SUMÁRIO

RESUMO .........................................................

...................................................... 07

INTRODUÇÃO ..................................................

............................................. 08

1. 1 - Localização da área de estudo: Município de João

Pessoa............. 10 1. 2 - Caracterização

geoambiental da área em estudo.............................

12

1. 3 - Fundamentação

Teórica..........................................................

............ 14

SITUAÇÃO AMBIENTAL DOS RIOS DE JOÃO PESSOA

................................... 22 2.1- Principais

rios.............................................................

........................ 22

7

2.2 - Situação ambiental dos rios de João

Pessoa................................... 23

POLÍTICAS PÚBLICAS NA GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS

................. 34

3.1 - Ações de gerenciamento das águas de João

Pessoa......................... 36

3.2 - Instrumentos de gestão dos recursos

hídricos................................. 38

GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS DE JOÃO PESSOA

.............................. 41

4.1 - Diagnóstico da situação hídrica de João

Pessoa............................ 43

4.2 - Ações e sugestões de gerenciamento dos recursos

hídricos .......... 45

CONSIDERAÇÕES

FINAIS ..........................................................

......................... 48

REFERÊNCIAS......................................................

................................................. 51

ANEXO 1

............................................................

.................................................. 53

8

RESUMO

A presente monografia tem como tema Gestão Integrada das Micro-Bacias Hidrográficas do Município de João Pessoa/PB. O objetivo émostrar a situação dos rios que cortam a malha urbana, aspolíticas públicas de gestão desses recursos dentro do contextode desenvolvimento do município de João Pessoa, principalmenteidentificando os seus principais recursos hídricos disponíveis,os instrumentos de gestão, a estrutura dos sistemas deabastecimento de água para finalmente apontar sugestões paramelhorar a eficiência ambiental, econômica e social do sistemahídrico da cidade. Justifica-se devido a grande preocupação com apossibilidade real de uma escassez de água e a importânciaestratégica da água para João Pessoa que não pode ficar alheia ànecessidade de aprimorar seus instrumentos de gestão, política derecursos hídricos. Mesmo incipiente, estudos devem indicar de quemaneira possa permitir um desenvolvimento econômico pautado naidéia de sustentabilidade. A metodologia será apoiada no MétodoComparativo, através do qual procuramos comparar o que determinaa legislação ambiental brasileira sobre recursos hídricos, asnormatizações regulatórias da Agência Nacional das Águas – ANA ea PNRH – Política Nacional dos Recursos Hídricos com a realsituação ambiental dos rios de João Pessoa. Os resultadosdemonstram a necessidade de implantar um comitê de gestãointegrada das micro-bacias hidrográficas que circulam por JoãoPessoa e de se criar uma nova consciência da necessidade depreservar e racionalizar o uso da água.

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Palavras-chave: Água, Gestão Ambiental, Recursos Hídricos, Desenvolvimento Sustentável, Uso Racional.

ABSTRACT:This monograph is addressing Integrated Management of Micro-basins of the city of Joao Pessoa / PB. The goal is to show thesituation of rivers which cut the urban area, public policies tomanage those resources within the context of development of thecity of João Pessoa, mainly to identify their main waterresources available, the management tools, the structure of thesystems the supply of water to finally point suggestions toimprove the environmental efficiency, economic and social life ofthe city's water system. It is because of great concern with thereal possibility of a shortage of water and the strategicimportance of water to João Pessoa that can not be divorced fromthe need to improve their management tools, policy on waterresources. Even incipient, studies should indicate that a waywould enable economic development based on the idea ofsustainability. The methodology will be supported in theComparative Method, which seek to compare what determines theBrazilian environmental law on water resources, the regulatoryregulations of the National Agency of Water - ANA and PNRH -National Policy for Water Resources with the real environmentalsituation of the rivers João Pessoa. The results show the need toestablish a committee for the integrated management of micro-watersheds moving by João Pessoa and to create a new awareness ofthe need to preserve and manage the use of water.

Keywords: Water, Environmental Management, Water Resources,Sustainable Development, Rational Use.

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como tema: “Gestão integrada dos

recursos hídricos do município de João Pessoa - PB”.

O acesso à água potável é um direito essencial garantido por

lei a toda sociedade, pois, sem água não há vida nem os demais

10

direitos dela decorrentes tais como qualidade de vida, condições

de trabalho digno, alimentação, saneamento básico, educação e

saúde.

A tônica desta problemática é como se poderão gerenciar os

recursos hídricos das micro-bacias dos rios de João Pessoa para

que se possa atingir um nível de desenvolvimento sustentável com

este modelo econômico de produção e consumo sem ter a degradação

ambiental como necessária para este crescimento econômico.

A justificativa deste trabalho recai na importância

estratégica que a água vem assumindo para o desenvolvimento

sustentável das sociedades, se tornando um sério problema para os

gestores ambientais e em particular no município de João pessoa,

na medida em que a população cresce, a poluição dos rios aumenta

e paralelamente, aumenta também o consumo de água potável tendo

em vista as atividades humanas desenvolvidas na região.

Este trabalho torna-se importante e justifica-se por ser

pioneiro, por procurar fazer um levantamento da situação da água

na cidade de João Pessoa e por procurar apontar medidas que

possam ajudar na solução de um problema de grande magnitude que é

a escassez de água de boa qualidade. É um trabalho que tem uma

preocupação holística sobre a questão da água sob o aspecto

econômico, social e ambiental.

Nosso objetivo geral é mostrar a situação ambiental dos rios

de João Pessoa, as políticas públicas aplicadas, à gestão das

micro-bacias hidrográficas demonstrando a importância da água

11

para o desenvolvimento sustentável da cidade e do município de

João Pessoa. Quanto aos objetivos específicos procuramos:

Identificar os principais recursos hídricos que a cidade

dispõe as políticas públicas e os instrumentos de gestão adotados

pelos gestores municipais em relação aos recursos hídricos

disponíveis na região para, a situação das micro-bacias

hidrográficas do Rio Jaguaribe, Rio Cuiá, Rio Cabelo, Rio Sanhauá

e Rio Gramame. A estrutura dos sistemas de abastecimento de água

em João pessoa, os instrumentos de gestão, diagnosticar a

qualidade da água, além de apontar sugestões que possam

contribuir para a problemática da água no município de João

pessoa.

Estruturamos nosso trabalho em três capítulos, no capítulo

primeiro trataremos dos principais recursos hídricos de João

Pessoa – identificando as fontes e os rios fornecedores de água

para o município e suas respectivas situações ambientais, se

estão ou não preservados.

No capítulo segundo – Políticas públicas de gestão dos

recursos hídricos, verificou-se a legislação brasileira, estadual

e municipal sobre a gestão da água, os instrumentos de gestão, as

ações dos recursos hídricos, sua importância para os

ecossistemas.

No capitulo terceiro – A gestão integrada do sistema hídrico

de João Pessoa permitiu verificar a situação dos sistemas de

abastecimento, captação, e custo, de instrumentos de gestão e por

fim apontar algumas sugestões que possam ajudar na problemática

12

ambiental que envolve tanto a preservação, a gestão, a

conscientização coletiva e a utilização racional deste recurso

natural.

A metodologia aplicada baseia-se no Método Comparativo onde

procuramos comparar a real situação ambiental dos rios de João

Pessoa com o que afirma a Política Nacional de Recursos Hídricos

– PNRH, os marcos regulatórios da Agência Nacional das Águas e a

legislação ambiental brasileira e paraibana.

Para avaliar a situação ambiental dos rios paraibanos

adotamos o parâmetro:

1. Avaliação da DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio,

avaliação da demanda bioquímica de Oxigênio realizada conforme as

determinações do CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente.

2. Observação da situação das matas ciliares dos rios de

João Pessoa através das imagens de satélite do sistema Google

Earth, via internet, já que essas áreas são APA’s – Áreas de

Preservação Ambiental.

3. Observação da intensidade da ocupação urbana sobre as

margens dos rios.

A análise dos dados será qualitativa e quantitativa que

abordará a gestão de recursos hídricos que nos levará a uma série

de leituras e dados sobre este assunto, analisando os dados

levantados sobre a qualidade da água nos diversos rios de João

Pessoa.

Para observação da situação das matas ciliares adotamos o

método da quantificação por imagem onde procuramos identificar:

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1. Áreas preservadas com vegetação nativa.

2. Áreas alteradas ou antropizadas

3. Áreas devastadas ou sem vegetação.

Com o mesmo critério procuramos quantificar a intensidade da

ocupação urbana considerando os critérios do IBGE para:

1. Áreas fortemente ocupadas

2. Áreas moderadamente ocupadas

3. Áreas fracamente ocupadas.

Isso nos permitirá ter uma idéia da pressão demandada pela

sociedade sobre os rios da cidade.

Os resultados demonstram a necessidade de implantar um

comitê de gestão integrada das micro-bacias que se localizam em

João Pessoa de modo a criar uma nova consciência da necessidade

de preservar as áreas ribeirinhas, de racionalizar o uso da água

e dar melhores condições de vida as populações destas

localidades.

1.1 Localização da área de estudo: Município de João Pessoa

O município de João Pessoa está localizado na interseção do

paralelo 7° S, Latitude Sul e 35° O, Longitude Oeste,

precisamente a 7° 05” S e 34° 50” O. É considerado o ponto mais

oriental da América do Sul, onde o Sol nasce primeiro. Está

limitada ao Norte com o município de Cabedelo e ao Noroeste com

14

Rio Paraíba, ao Leste com o Oceano Atlântico, ao Oeste com o

município de Santa Rita e Bayeux e ao Sul com município do Conde,

conforme Mapa 01.

Mapa 01: Localização do Município de João PessoaFonte: Prefeitura Municipal de João Pessoa

A cidade de João Pessoa fundada em 05 de Agosto de 1585 como

vila - sede da capitania hereditária da Paraíba, até a atualidade

mantém a função político-administrativa como capital do Estado da

Paraíba, vem diversificando suas funções urbanas, incrementando

paralelamente, as suas atividades industriais e terciárias,

principalmente o turismo, o que resulta em: expansão urbana,

crescimento populacional, poluição ambiental, pressão sobre os

aqüíferos e mananciais e consequentemente aumento da demanda por

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fornecimento de água. João Pessoa é um município que vem

consolidando sua vocação para o turismo receptivo.

Entretanto, com a forte expansão horizontal que sofreu até

os anos 80, e a expansão vertical verificada a partir da década

de 80, observamos o esgotamento de alguns aqüíferos, além da

poluição dos rios que banham o município. A falta de água sentida

frequentemente em alguns bairros denota a crescente preocupação

que se deve ter com a gestão dos recursos hídricos de João

Pessoa, com uma área de 210,8 km² sendo apenas 15,22 Km²

recobertos pela Mata Atlântica, o que corresponde a 7,21% de sua

área municipal.

Tem uma população estimada em aproximadamente de 700.000 mil

habitantes.

O mapa 02, abaixo mostra a realidade da ocupação e a

densidade urbana e a tendência da expansão urbana de João Pessoa.

A densidade demográfica é de 3.206 habitantes por km².

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Mapa 02: Localização do Município de João Pessoa Fonte: PMJP

1.2 Caracterização geoambiental da área de estudo

O clima da cidade é quente e úmido, do tipo intertropical

com temperaturas médias anuais de 26°C. O inverno inicia-se em

Março e termina em Agosto. São duas estações climáticas bem

definidas verão e inverno. A umidade relativa do ar tem média

anual de 80%. Entre os meses de Maio a Julho o índice atinge o

máximo de 87%. No período seco atinge 68%. 17

A hidrografia da área possui alguns olhos d’água (bicas)

principalmente no Parque Arruda Câmara (Bica) e no Jardim

Botânico onde há importante unidade de conservação de Mata

Atlântica com a mais antiga estação de tratamento e bombeamento

da cidade e alguns poços artesianos todos perenes, que em

momentos de colapso no abastecimento de água ainda são

utilizados.

Os biomas encontrados nesta área são a Mata Atlântica, as

Matas de Restinga, os Manguezais ao longo dos rios, as Matas

ciliares e a vegetação de antropismo. A reserva florestal da Mata

do Buraquinho com uma área de 515 hectares se localiza às margens

do Rio Jaguaribe.

O relevo com altitude média de 50 metros acima do nível do

mar, com presença de falésias. Ocupa uma área com relevo de

tabuleiros costeiros, terraços e várzeas com vegetação de Mata

Atlântica e manguezais.

A geologia local é formada de rochas sedimentares como o

calcário e o arenito, com boa permeabilidade, o que favorece a

realimentação, pela infiltração, dos aqüíferos superficiais.

O município é tradicionalmente produtor de cana-de-açúcar,

atividade que historicamente tem consumido muita água. Apresenta

algumas vacarias na zona rural do município, o que contribui para

a degradação da região. Na década de 70, João Pessoa inaugurou

seu distrito industrial na zona sul da cidade, o que exigiu na

década seguinte a expansão do seu sistema de captação de água e

distribuição que resultou na construção da Barragem de Gramame-

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Mamuaba no limite sul do município, cuja capacidade estima-se que

suprirá com eficiência a demanda de água até o ano de 2011. A

partir deste ano, a cidade de João Pessoa poderá sofrer um

colapso no fornecimento de água caso os atuais gestores não

planejem a construção de nova barragem para dar suporte ao atual

sistema, conforme estudo da companhia estadual – CAGEPA.

Tem como principais atividades econômicas o turismo, o

artesanato de objetos de couro, algodão colorido, tecelagem, na

área industrial a atividade mineradora com a extração de areia,

fábrica de cimento, de cerâmica, fabrica de plásticos, calçados;

na área agrícola, a agroindústria sucro-alcooleira. Todas estas

atividades requerem modos mais racionais para utilização dos

recursos naturais da região, assim o modelo de gestão ambiental

deverá ser compatível com a sustentabilidade, entendo-se por

gestão ambiental um processo de planejamento territorial, cujos

objetivos estejam relacionados com a qualidade do ambiente e da

vida da população. Como resultado da falta de planejamento

ambiental verificou-se profundas alterações ambientais

decorrentes, sobretudo de atividades tais como: expansão da

agricultura canavieira e destilarias de álcool, a especulação

imobiliária, surgimento indiscriminados de loteamentos,

lançamento de efluentes domésticos e industriais ”in natura”, nos

rios, estuários, lagoas e no mar, mineração predatória, expansão

das atividades turísticas sem planejamento e abertura de tanques

para carcinocultura.

19

1.3 Fundamentação Teórica

A água é formada por dois elementos químicos: Hidrogênio e

Oxigênio (H²O), que sob a presença de mais ou menos calor

(energia) tem a capacidade de apresentar-se na natureza nos três

estados da matéria: líquido sólido e gasoso. A água deverá ter as

seguintes condições: Límpida, Incolor, Insípida, Inodora, para

poder satisfazer as necessidades humanas.

O sistema Terra se comporta como um sistema vivo, único e

auto-regulador composto de componentes físicos, químicos,

biológicos e humanos. O Termo sistema é usado para descrever algo

composto de diversas partes que se unem para formar um todo

interligado, onde as interações e opiniões entre seus elementos

são complexas e exibem uma variabilidade.

Todos os elementos essenciais para a biota terrestre se

encontram num circuito fechado de mudanças cíclicas,

convencionadas de se chamar sistemas. Para o funcionamento deste

sistema, é preciso uma grande quantidade de energia vinda do Sol.

Na perspectiva energética, a Terra é um sistema aberto, pois há

trocas entre a Terra e o espaço sideral.

Segundo o geomorfologista Antonio Christofoletti sistema é:(...) um conjunto estruturado de objetos e/ouatributos. Esses objetos e atributos consistem decomponentes ou variáveis (isto é, fenômenos que sãopassiveis de assumir magnitudes variáveis) que exibemrelações discerníveis um com os outros e operamconjuntamente como um todo complexo de acordo comdeterminação padrão.(Antonio Christofoletti, 1999, p.5).

20

Ao estudarmos o planeta como um todo, nos concentramos na

matéria da Terra, na energia da Terra e na vida da Terra, com

todos os seus sistemas interligados e os ciclos das matérias, das

rochas, do carbono, do fluxo de energia que a compõe.

A metáfora é importante porque, para lidar com aameaça da mudança global, entendê-la e até atenuá-la,precisamos conhecer a verdadeira natureza da Terra,imaginando-a como o maior ser vivo do sistema solar, enão algo inanimado como a infame “Espaçonave Terra”.Até que ocorra essa mudança de corações e mentes, nãosentiremos instintivamente que vivemos em um planetavivo capaz de reagir às mudanças que efetuamos, queranulando as mudanças, quer anulando a nós. A não serque vejamos a Terra como um planeta que se comportacomo se estivesse vivo, pelo menos a ponto de regularseu clima e química, faltará à vontade de mudar nossomeio de vida e de entender que fizemos dele nosso piorinimigo. (LOVELOCK. p. 29. 2006).

Assim como o sistema Terra, a água também pode ser

considerada como um sistema integrado e aberto e o rio com sua

bacia hidrográfica o instrumento desta interligação e integração.

A Terra contem aproximadamente 1,4 milhões de kilómetros

cúbicos de água, no entanto 92,39% desta água é água do mar. Três

quartos dos 7,6% restantes estão encerradas nas calotas polares e

nos glaciais. A água doce disponível se reduz a apenas 0,001% do

total. Há de se perceber que de toda água disponível no planeta

apenas uma pequena parte é água potável. Boa para o consumo

humano e suas atividades produtivas.

O ciclo da água é assim, um sistema fechado que sofre

interferência das mudanças climáticas, do crescimento

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populacional desordenado, do desenvolvimento da agricultura para

alimentar toda esta população, pois tudo tem água em sua

composição físico-química e os mercados de grãos e carne vermelha

são os maiores exportadores de água.

A hidrosfera, sistema de água do planeta Terra é um sistema

fechado. Nenhuma água “nova” entra ou sai da hidrosfera. A mesma

água passa de um reservatório para outro, de um estado para

outro, circulando, criando o que se convencionou chamar de Ciclo

da Água ou ciclo hidrológico. (Dr. Art. p.30. 2000).

A água cai da atmosfera sobre a terra aonde chega,

principalmente sob a forma de chuva ou de neve. Os córregos,

rios, lagos, galerias, constituem as grandes estradas através das

qual a água atinge os oceanos. Durante sua viagem, ela é contida

pelo solo, pela vegetação, pelos animais. A água retorna à

atmosfera, principalmente por evaporação e por transpiração

vegetal. Outra parte se infiltra no solo, até encontrar uma rocha

impermeável, encharcando os solos e rochas, preenchendo todos os

poros ou aberturas que encontra. A água que se infiltra recebe o

nome de água subterrânea. Ela preenche os vazios dos solos e das

rochas. Esta parte do subsolo, onde a água pode se acumular,

chamamos de aqüíferos. Estes vazios podem ser poros ou fraturas.

Isto depende do tipo de terreno e das características do subsolo

do lugar.

Este ciclo hidrológico está intimamente ligado ao ciclo

energético, isto é, à distribuição da energia proveniente do Sol

e do interior da Terra: o calor geotérmico; e representa o

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consumo de várias fontes de energia tais como a calorífica,

potencial, etc, e é responsável pelo transporte da água do mar e

da terra para grandes altitudes, de onde irá se derramar na forma

de chuva e de neve sobre os continentes quando se condensa e

atinge o ponto de saturação.

A energia que vem do Sol aplicada à superfície das águas,

dos oceanos, dos lagos ou do próprio solo úmido, produz

evaporação, ou seja, enriquecimento do ar em vapor. Assim, a

quantidade de vapor de água que o ar pode receber ou devolver

depende de fatores como temperatura, latitude e quantidade de

umidade já existente.

Em cada um destes momentos, a água tem um grande valor

ecológico, daí a enorme importância de manter o equilíbrio global

da água, já que todos os processos mencionados têm uma permanente

e decisiva interação.

Devido ao fato de que a quantidade total de água disponível

na Terra é finita, relativamente constante, e não renovável,

podemos encarar o ciclo hidrológico global como sendo um sistema

fechado, ela não se perde mas se transforma ou mesmo se desloca

para outro tipo de elemento natural. Porém sua distribuição pode

ser alterada em função da periodicidade das chuvas e de outros

fenômenos que deformam o ciclo hidrológico normal.

Assim, de nada adianta fazer gestão dos recursos hídricos em

pequena escala, de maneira isolada, se no seu entorno as

atividades produtivas estão em constante desequilíbrio. Há de se

modificar a maneira de encarar a questão da escassez da água como

23

um problema que afeta a todos em qualquer que seja a região do

planeta. Como dito anteriormente, o ciclo hidrológico é global e

assim deve ser visto e enfrentada a problemática da água na

atualidade.

Desde que o homem aprendeu a usar o fogo, a destruição das

florestas é a cena que mais choca, pois nelas estão as nascentes

dos rios e riachos, a biodiversidade, a flora e a fauna

exuberante da biota tropical. Os impactos ambientais se

diversificaram em grande proporção e a preocupação em preservar o

meio ambiente e diminuir sua degradação está no centro das

atenções de todos os governos.

Em João Pessoa não foi diferente. Grandes áreas foram

devastadas em época que não havia tanta preocupação com o meio

ambiente, para dar lugar aos conjuntos residenciais horizontais

de baixa renda, a expansão urbana da cidade, a instalação de

equipamentos públicos, logo, poucas foram as áreas verdes que

ainda resistem: Mata do Buraquinho, Mata da UFPB, Mata do Amém e

alguns poucos pontos verdes espalhados pela cidade.

A preocupação com o meio ambiente alcançou níveis globais e

organismos internacionais estão voltados com a proteção ambiental

e com o desenvolvimento sustentável, respeitando os limites dos

recursos naturais.

O secretário geral da ONU – Organização das Nações Unidades,

Koffi Anan, se referiu à água como: “Um bem social que tem valor

econômico, mas não significa um valor venal. Trata-se de um

recurso a ser preservado da contaminação para o uso de todos”.

24

Na Agenda 21, documento elaborado durante a Cimeira da Terra

que ocorreu no Rio de Janeiro/RJ em 1992, os governos concordaram

em que “no desenvolvimento e na utilização dos recursos hídricos,

há que se dar prioridade à satisfação das necessidades

fundamentais e à proteção dos ecossistemas, além dessas

exigências, os utilizadores de água deveriam pagar um preço justo

por ela”.

Na Conferência Internacional sobre a Água e o Meio Ambiente

celebrada na cidade de Dublim em 1992, foram aprovados quatro

princípios básicos que expressam os elementos fundamentais da

relação da água com o meio ambiente e o seu valor econômico:

PRINCÍPIO 1: A água doce é um recurso finito e vulnerável,

essencial para manter a vida, o desenvolvimento e o meio

ambiente.

PRINCÍPIO 2: O aproveitamento e a gestão da água devem se basear

na participação dos usuários, dos planejadores e dos responsáveis

pelas decisões em todos os níveis.

PRINCÍPIO 3: A mulher desempenha um papel fundamental no

abastecimento, na gestão e na proteção da água.

PRINCÍPIO 4: A água tem um valor econômico em todos os diversos

usos os quais de destinam e deveria ser reconhecida como um bem

econômico.

Em resumo, estes princípios alertam para a importância do

tema, pois a idéia equivocada de que a água é abundante e

infinita tem levado a considerá-la como um bem que teremos para

25

sempre e que podemos dispor da maneira que nos bem aprouver, sem

levar em consideração as necessidades das gerações futuras.

No Comentário Geral Nº15 da ONU de 2002, sobre a aplicação

dos Art’s 11 e 12 do Pacto Internacional sobre Direitos

Econômicos, Sociais e Culturais, o Comitê referiu que “o Direito

humano à água é indispensável para a vida com dignidade humana. É

um pré-requisito da realização de outros direitos humanos”.

Afirmou que o acesso a quantidades suficientes de água limpa para

uso pessoal e doméstico é um direito fundamental de todos os

seres humanos.

Segundo estudos da ONU – Organização das Nações Unidas,

aproximadamente 1/3 da população mundial vive sem acesso à água

potável e sem um sistema de saneamento básico e em 2025 se não

forem tomadas medidas urgentes, a degradação ambiental e essa

cultura do desperdício irão comprometer a vida da população

mundial.

Os países deverão ter o dever de promover progressivamente a

realização do Direito à Água sem discriminação, onde todos

deverão ter assegurado o acesso físico fácil e de forma

suficiente de água potável salubre, a preços condizentes para uso

pessoal e doméstico, além do direito ao saneamento básico e

ambiental. Este direito deverá ser viável e praticável pelos

países que detêm o controle dos recursos hídricos, dos recursos

tecnológicos, ambientais e financeiros.

Conforme o artigo 225, caput, a Constituição Federal do

Brasil, de 1988 dispõe que: “Todos têm direito ao meio ambiente

26

ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial

à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à

coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as

presentes e futuras gerações”.

Na dialética que se anuncia entre desenvolvimento

sustentável e economia de produção e consumo, os princípios

gerais da sustentabilidade assumem uma função fundamentadora da

ordem jurídica, após a Constituição Federal de 1988. Baseado

neles, a proteção ambiental no Brasil ganhou mais força. São os

seguintes os princípios segundo Marchesan, p.26, 2006:

Princípio do direito ao meio ambiente sadio e ecologicamente

equilibrado como direito fundamental, conforme dispõe o

artigo 225 da Constituição Federal.

Princípio da prevenção é princípio basilar em matéria

ambiental, pois a prevenção vai dar prioridade à medida que

evitem o nascimento de ações que atentem contra o meio

ambiente. Atua como balizador de qualquer política moderna

do meio ambiente.

Princípio da precaução trata da imposição de medidas

acautelatórias diante do risco ou perigo desconhecido que

não haja uma certeza científica quanto aos possíveis efeitos

negativos.

Princípio do poluidor-pagador, o objetivo maior deste

princípio é fazer com que o poluidor passe a integrar de

forma permanente, no seu processo produtivo, o valor

econômico dos custos ambientais, as externalidades

27

negativas, resultantes da produção e que são recebidas pela

coletividade. O processo produtivo tem que cada vez mais

incorporar os custos ambientais, pois antes de ser poluidor

deve ser pagador porque paga não porque poluiu, mas paga

justamente para que não polua.

Princípio do usuário-pagador. Aquele que se utiliza algum

recurso natural deve pagar pelo seu uso que deverá refletir

todos os custos sociais do uso e esgotamento do recurso.

Assim, quem utiliza água para irrigação deve pagar pelo uso

desse bem ambiental limitado.

Nos últimos anos, o Brasil criou uma série de mecanismos

legais e desenvolveu uma nova estrutura gerencial para melhor

administrar os seus recursos hídricos. No plano Federal, inclui

uma Política Nacional de Recursos Hídricos, a instituição do

Conselho Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9.433/97), além da

criação da ANA – Agência Nacional das Águas, em Julho de 2000.

No Estado da Paraíba a Lei 6.308/96, vale salientar,

anterior a lei federal da Política Nacional de Recursos Hídricos,

já tratava a gestão dos recursos hídricos e instituiu a Política

Estadual de Recursos Hídricos com alguns princípios básicos na

preservação das águas tendo a bacia hidrográfica como unidade

básica físico-territorial de planejamento e gerenciamento destes

recursos. A Lei 7.779/05 criou o órgão gestor dos recursos

hídricos paraibanos, a AESA/PB Agência Executiva de Gestão das

Águas do Estado da Paraíba que tem como objetivos entre outros, o

28

gerenciamento dos recursos hídricos subterrâneos e superficiais

de domínio do Estado da Paraíba.

O Plano Diretor do município de João Pessoa, no artigo 4º,

IV - dispõe que a gestão urbana protegerá os lugares históricos,

os monumentos naturais, as reservas biológicas e especialmente as

fontes e mananciais de abastecimento de água da população. Da

mesma forma o Código Municipal de Meio Ambiente, LC de

29.08.2002.

Para se diagnosticar a situação ambiental dos recursos

hídricos de João Pessoa, dada ao grau de exigência desta

pesquisa, se optou por escolher como parâmetro, a DBO, Demanda

Bioquímica de Oxigênio, eliminando com isto a complexidade

inerente à caracterização e quantificação dos efluentes e a

eliminação de um sistema de ponderação hierarquizada. É uma

abordagem simplificada para analisar a qualidade da água das

micro-bacias de João Pessoa.

É de fácil mensuração quando comparado a outros parâmetros

de quantificação de matéria orgânica e do perfil dos rios. Como

todo método, tem sua desvantagem no fato de representar apenas o

comportamento das cargas orgânicas, sendo ignorados os aspectos

bacteriológicos, químicos e físicos.

DBO é um método indireto de quantificação de matéria

orgânica de águas residuais, representativo dos esgotos

domésticos, através da medição do consumo de Oxigênio que um

volume padronizado de esgoto exerce em um período de tempo pré-

fixado, segundo Von Sperling, 1996. Quando ocorre o lançamento de

29

carga orgânica no curso d’água, há uma elevação da quantidade de

matéria orgânica no meio aquático consequentemente aumento brusco

da DBO. Esta concentração varia ao longo do curso d’água que

tende a se diluir com a distância do lançamento e com o tempo, o

vai depender das condições de autodepuração do rio. Demonstra a

forte influência antrópica e os níveis de poluição de um corpo

hídrico. É a quantidade de O² necessária para oxidar a matéria

orgânica por decomposição.

A DBO padrão recomendada pelo CONAMA Nº 20 é 5mg/l de O².

DBO de esgotos domésticos é aproximadamente de 300mg/l, que dizer

que 01 litro de esgoto consome 300mg de O² em 05 dias. DBO por

habitante é 54g/hab/dia. Abaixo de 7 indica aumento de acidez do

PH e acima de 7 indica aumento de base do PH da água.

Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que não

esgota, mas conserva e realimenta sua fonte de recursos naturais,

que não inviabiliza a sociedade, mas promove a repartição justa

dos benefícios alcançados, que não é movido apenas por interesses

imediatistas, mas sim baseado no planejamento de sua trajetória e

que, por estas razões, é capaz de manter-se no espaço e no tempo.

(Agenda21).

Bacia hidrográfica é a unidade básica físico-territorial de

planejamento e gerenciamento dos recursos hídricos e deverá ser

de forma participativa e integrada, considerando os aspectos

quantitativos e qualitativos desses recursos.

Impacto ambiental é qualquer alteração das propriedades

físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causadas por

30

qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades

humanas, que direita ou indiretamente afetem a saúde, a

segurança, o bem-estar, as atividades sociais e econômicas, a

biota, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a

qualidade dos recursos ambientais, conforme Resolução nº 01/86 do

CONAMA.

SITUAÇÃO AMBIENTAL DOS RIOS DE JOÃO PESSOA

2.1 Principais Rios

Localizado entre o Rio Paraíba do Norte, a Oeste e o Oceano

Atlântico, à Leste, o município sempre teve boa disponibilidade

de água já que possui um clima tropical atlântico – quente e

úmido – com 06 a 08 meses de chuvas que totalizam anualmente 1600

a 1800 mm de índice pluviométrico.

A Lei no 7.779, de 07/07/2005, que criou a Agência Executiva

de Gestão das Águas do Estado da Paraíba – AESA definiu as

regiões administrativas de água, como regiões de desenvolvimento,

geoadministrativas do Estado, caracterizada como as Gerências

31

Regionais de Bacias Hidrográficas que prever que a cidade de João

Pessoa está inserida na 1ª região, conforme o PERH/PB – Plano

Estadual dos Recursos Hídricos.

1a Região: João Pessoa. Possui uma área de 4.578,00 km2 e

apresenta uma população de aproximadamente de 700.000 habitantes

com um Índice Médio de Desenvolvimento Humano (IDH-M-2000) de

0,592. Nesta região encontram-se inseridas as bacias do Gramame,

do Jaguaribe, Cuia, Timbó, Cabelo e a região do Baixo Curso do

Rio Paraíba e seu afluente, o Rio Sanhauá.

As atividades humanas desempenham um papel significativo ao

aumentar os riscos ambientais e a vulnerabilidade desta região,

pois o uso irracional dos recursos naturais tem como resultado a

degradação ambiental, as alterações climáticas e

consequentemente, o sofrimento humano.

Não obstante, os avanços tecnológicos de prospecção, de

reutilização e tratamento da água dos últimos anos, o acesso à

água potável continua sendo uma questão de gestão pública dos

recursos hídricos e de consciência coletiva, visto que, as águas

residuais ainda não estão recebendo um tratamento sanitário

eficiente e eficaz na reutilização deste recurso. Estima-se que

apenas 2% das águas residuais recebem tratamento eficaz. O

restante dessas águas retorna ao meio ambiente sem tratamento

adequado, contribuindo potencialmente para a degradação, a

poluição e os impactos ambientais devidos ao mau gerenciamento

deste recurso.

32

A principal causa de poluição das águas disponíveis no meio

ambiente é a descarga direta de dejetos domésticos sem nenhum

tratamento prévio, os agrotóxicos usados na agricultura que

penetram no subsolo e os resíduos industriais não processados

lançados nos corpos de águas superficiais. Esta água superficial

por sua vez contamina o solo, os lençóis freáticos e as águas

subterrâneas adjacentes com produtos químicos tóxicos, metais

pesados, sólidos orgânicos e etc.

Os problemas ambientais são ocasionados por uma distribuição

espacial desequilibrada da ocupação humana e das atividades

econômicas. Daí a necessidade de se buscar uma configuração

rural-urbana mais equilibrada e de se estabelecer uma rede de

reservas da biosfera para proteger a diversidade biológica e ao

mesmo tempo, ajudar a população local a viver melhor. Assim o

acesso e o aproveitamento dos recursos hídricos deverão ser

feitos racionalmente, de forma a garantir o desenvolvimento e a

preservação do meio ambiente.

2.2 Situação ambiental dos rios de João Pessoa

O crescimento da população de um modo geral, gera como

consequência direta a necessidade de produção de insumos cada vez

maior, para dar sustentabilidade ao padrão de vida eminetemente

urbano que necessita de uma crescente demanda de serviços de

distribuição, infra estrutura e tratamento da água urbana.

33

O alimento causa impactos ambientais enormes,especialmente nas áreas de poluição da água e dealteração do habitát. Fertilizantes, pesticidas,estrume animal e erosão, tudo isso afeta a qualidade daágua. A carne vermelha tem impactos ambientais muitosmaiores do que as carnes brancas e os cereais.Comparada com o macarrão, a carne vermelha polui 18vezes mais água e afeta 20 vezes mais o solo. Elestambém recomendam que comamos grãos, vegetais e frutasorgânicos. A agricultura orgânica causa menos poluiçãoda água porque não usa fertilizante sintético epesticida. (Dr. Art. p.111.2000).

Toda atividade humana necessita de uma certa quantidade de

insumos ou matéria prima retirada da natureza, da mesma esta

atividade gera como refugo uma certa quantidade de resíduos que

invariavelmente retornará à natureza com ou sem nenhum tipo de

tratamento prévio.

Com a utilização da água não é diferente. A agricultura que

costuma utilizar agotóxicos, herbicidas, inseticidas e outras

substâncias tóxicas que irão alterar as características da água.

Toda forma de vida apresenta exigências quanto à sua

composição e à sua estrutura quanto ao meio ambiente, a água

também precisa manter suas características, pois, caso contrário

irá se transformar num mero veículo transportador de doenças ou

do efeito tóxico.

De modo geral, os problemas mais graves na área de poluição

dos sistemas hídricos no município de João Pessoa podem ser assim

descritos: pela poluição por esgotos domésticos, disposição dos

resíduos sólidos, poluição difusa e incidental de origem

agrícola, poluição voluntária realizada pelos ribeirinhos devido

a falta de conscientização ambiental e ecologica que fazem dos34

rios um grande depósito de lixo, eutrofização das lagoas, falta

de proteção dos mananciais superficiais e subterrâneos.

O município de João Pessoa está assentado sobre os sistemas

aqüíferos de Barreiras, do Beberibe, do Gramame e do sistema de

aluviões. Situação que favorece a perfuração de poços artesianos

por todo o município, muitos sem controle e fiscalização dos

órgãos gestores. João Pessoa está inserida entre a área definida

do Comitê de Bacia Hidrográfica do Baixo Rio Paraíba, Comitê de

Bacia Hidrográfica do Litoral Sul e do Comitê de Bacia

Hidrográfica do Litoral Norte conforme AESA/PB.

Existem 2(duas) Estações de Tratamento que abastecem as

cidades de João Pessoa/Cabedelo/Bayeux/Várzea Nova.

1 - A Estação de tratamento de Gramame, que abastece as cidades

de João Pessoa e Cabedelo, com capacidade nominal de tratamento

de 1.917 l/s, atualmente capta do Rio Gramame e trata uma vazão

média de 1.580 l/s, com regime de operação em torno de 24

horas/dia, produzindo em média 136.512 m3/d.

2 - A estação de tratamento de Marés, que abastece as cidades de

João Pessoa/Bayeux E Várzea Nova, com capacidade nominal de

tratamento de 1.200 l/s, atualmente capta da Barragem de Marés e

trata uma vazão média de 1.000 l/s, com regime de operação em

torno de 24 horas/dia, produzindo em média 86.400 m3/d.

Nas unidades de produção com poços, o tratamento empregado,

é com a cloração apenas, os quais, contribuem com um volume

produzido de 4.971 m3/dia, com capacidade nominal de produção de

12.518 m3/dia.

35

Mapa 03: Sistema de Abastecimento de Água de João Pessoa, Santa Rita,Bayeux, Conde e Cabedelo- Adutoras e ETA – Estação de Tratamento deÁguas. Fonte: www.aesa.gov.br.

As bacias hidrográficas do município de João Pessoa são

formadas de rios perenes, de regime pluvial cuja vazão maior

ocorre entre o Outono e o Inverno (Março a Agosto). São rios sem

grande volume de água e rasos devido ao assoreamento. Os rios

principais com o Paraíba do Norte e o Gramame são exoréicos.

A cidade de João Pessoa é banhada por 11 rios e alguns

riachos sendo que cinco deles com suas respectivas bacias

hidrográficas, são mais significativos: Rio Jaguaribe, que mantém

como subsistema o rio Timbó e micro-sistema o riacho Timbó; Rio

Cuiá, com os subsistemas do Riacho Laranjeiras, Rio Mangabeira;

Rio Cabelo; Rio Mandacaru e, mais ao sul, limitando o município

de João Pessoa ao de Conde, o Rio Gramame e seus afluentes

36

Mumbaba e Mamuaba, onde há a maior represa do município de João

Pessoa: Barragem de Gramame-Mamuaba; ao norte o Rio Paraíba do

Norte que limita o município de João Pessoa ao de Santa Rita e

que forma o maior estuário do Estado da Paraíba, o Rio Sanhauá e

o Rio Marés que limita o município de João Pessoa ao de Bayeux e

onde fica o Açude Marés, a mais antiga barragem que garante

parte do abastecimento da cidade.

A Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Norte, com uma área

de 20.071,83 km², é a segunda maior do Estado, pois abrange 38%

do seu território, abrigando 1.828.178 habitantes que corresponde

a 52% de sua população total. Considerada uma das mais

importantes do semi-árido nordestino, composto pela sub-bacia do

Rio Taperoá, do Alto, Médio e Baixo Rio Paraíba, nesta estão

incluídas as cidades da grande João Pessoa e Campina Grande.

A cidade de João Pessoa, que está na bacia do Baixo Rio

Paraíba, tem sistema regular de coleta de lixo, no entanto, se

verifica que algumas comunidades ainda se utilizam o rio como

veículo de transporte dos resíduos sólidos. Da mesma forma, a

falta de sistema de esgotamento sanitário, doméstico e industrial

nestas comunidades inseridas na porção estuarina, resulta no

lançamento de cargas poluidoras no solo e diretamente nos cursos

d’água dos rios e riachos da bacia, expondo a população a riscos

de doenças, principalmente aquelas de veiculação hídrica como a

cólera, a esquistossomose.

À margem direita encontra-se o estuário do Rio Sanhauá,

afluente do Paraíba que juntamente com o Rio Paraíba se encontra

37

em processo de degradação. Poluição, desmatamento, assoreamento,

especulação imobiliária, falta de controle do processo de

ocupação do solo, inexistência de um trabalho de educação

ambiental das populações ali residentes, aumento do tráfego de

embarcações de todo o tipo, são problemas que destroem a fauna e

a flora do ecossistema que já figurou entre os mais importantes

santuários ecológicos da costa brasileira.

O problema também se estende ao Porto do Capim onde o lixo

doméstico e os esgotos são lançados diretamente no rio devido aos

mais diversos tipos de atividades comerciais e industriais

predatórias, praticadas sem qualquer espécie de controle, tais

como curtumes, marmorarias, serralharias e madeireiras que

contribuem para uma paisagem de bueiros e esgotos a céu aberto,

com oficinas mecânicas.

A carnicicultura, criação de camarão é outra atividade que

muito degrada o meio ambiente, logo o ecossistema dos manguezais

dessa região está muito comprometido com os dejetos dessa

atividade que são lançados no rio sem tratamento prévio.

A DBO do Rio Sanhauá varia entre 3,5 mg/l O² até 14,9 mg/l

O², muito acima do padrão ideal. Indica forte presença de

esgotos, dejetos domésticos, além a influência da atividade

portuária do Porto do Capim que mesmo incipiente contribui para a

poluição das águas.

As margens do Rio Paraíba do Norte estão sofrendo com a

presença da carcinocultura que modifica a paisagem natural das

margens. No entanto, ainda estão preservadas com alguns bolsões

38

de ocupação humana onde a densidade demográfica é maior, por

exemplo, no Porto do Capim. Os manguezais são o ecossistema

marinho que mais vem sofrendo com a presença humana na região e

como conseqüência, o quantitativo dos caranguejos, nativos

habitantes deste ecossistema estão diminuindo cada vez mais.

Qualificada como área alterada ou antropizadas com áreas

moderadamente ocupada.

A bacia do Rio Gramame é a principal reserva de água para

abastecimento da Grande João Pessoa (Cabedelo, Santa Rita,

Bayeux) através da barragem Gramame-Mamuaba que detêm a

capacidade de 56,4 milhões de m³ de água e tem 54,3 km. A

exploração agrícola representa a maior área de ocupação na bacia

(96,5%), destacando-se também a atividade industrial (plantas

fabris nos distritos industriais de João Pessoa e Conde) e de

mineração (areia, argila, pedra calcária e água mineral).

Tabela 01: Indicadores Ambientais do Manancial Gramame-Mamuaba Fonte: www.ana.gov.br

A barragem Gramame-mamuaba tem índece de DBO entre 0,2 mg/l

O² a 2,3 mg/l O² o que indica que a água está livre de matéria

orgânica, logo boa para consumo humano.

39

As margens do Rio Gramame apresentam pouca devastação devido

a presença da ocupação humana. Nesta área a densidade demográfica

ainda é muito baixa. As matas ciliares ainda permanecem

preservadas.

O rio Gramame segue seu curso natural no sentido ao mar até

a Barra do Gramame e mantem suas margens com a vegetação nativa,

manguezais e alguns coqueirais presevados. Qualificada como uma

área preservada com vegetação nativa e fracamente ocupada.

O Rio Jaguaribe nasce no conjunto residencial Esplanada ao

Sul da cidade. É um rio totalmente urbano, tem 34 km de

comprimento. Faz parte de sua nascente as Três Lagoas de

Oitizeiro. Tem seu curso no sentido Oeste-Leste até a confluência

com o Rio Timbó, seu maior afluente, que mantém como sub-sistema

e micro-sistema o riacho Timbó, quando passa a correr até o

Bairro do Cabo Branco onde irá mudar de direção no sentido Norte

até desembocar no Rio Mandacaru, passando pelo Bairro de Cristo

Redentor, Castelo Branco, Miramar, Cabo Branco, Tambaú, Maraíra e

Bessa. , segundo estudos de Yves de Sousa Silva (2007). Nas

proximidades do Shopping Manaíra, sofre o maior impacto ambiental

de todo o seu curso, tem suas águas cobertas e canalizadas.

A água do Rio Jaguaribe está com sua qualidade muito

comprometida devido aos padrões de uso e ocupação do solo já a

partir de sua nascente, impróprias para consumo humano. Estudos

apontam várias desconformidades se considerados os limites

propostos pela Resolução da CONAMA nº 357/06. Verifica-se que o

maior problema encontrado na qualidade da água desde os seus

40

primeiros metros é a questão da falta de saneamento básico,

descarga de esgotos residenciais devido a ocupação urbana com

habitações subnormais nas suas margens.

A DBO do Rio Jaguaribe está entre os índices de 3.2 mg/l O²

e 11,6 mg/l O² , variando de acordo com o trecho. Indica forte

influência antrópica com precária eficiência de saneamento

básico. Vale salientar que em alguns trechos a DBO pode chegar

até ao índice de 97,0 mg/l O² o que caracteriza uma água bastante

poluída.

Mapa 04: Micro bacia do Rio JaguaribeFonte: PMJP

O Rio Jaguaribe tem suas margens mais densamente povoadas no

Bairro São José que se localiza entre a Av. Rui Carneiro e o

Shopping Manaíra, onde cruza a BR 230 e encontra o Rio Mandacaru

41

que tem suas margens bastante preservadas. O alto Rio Jaguaribe é

quase que todo engolido pelas casas. Já não possui sua vegetação

natural, com exceção do médio Jaguaribe que fica na Mata do

Buraquinho. Nesta área encontramos suas margens preservadas com

as matas ciliares a resquícios de Mata Atlântica. Qualificada

como uma área devastada sem vegetação e fortemente ocupada.

O rio Cabelo é um rio situado ao sul do município de João

Pessoa, tem uma extensão de 31,5 km, passa pelos bairros de

Mangabeira, “Muson Mago” (Monsieur Magno) e desemboca na Praia da

Penha. Está atualmente com suas águas comprometidas com uma carga

poluidora proveniente de fontes pontuais e difusas de esgotos

domésticos e industriais, pelo fato de está próximo ao distrito

industrial do município além de águas residuárias proveniente da

rede de esgotos do Bairro de Mangabeira. Destas águas 28,34% é

utilizada para consumo humano sem tratamento prévio.

A DBO do Rio Cabelo varia entre 2,65 mg/l O² a 3,29 mg/l O²

o caracteriza que as suas águas são consideradas limpas para fins

de preservação ecológica. Também pelo fato de se encontrar

distante da concentração habitacional. Vale salientar que em

algum trecho pode chegar até a 6,3 mg/l O² um pouco acima do

ideal.

42

Mapa 05: Micro-bacia do Rio CabeloFonte: PMJP.

A exploração agropecuária contribui para o aumento da

poluição das águas do rio, bem como da poluição do solo, pois

apesar do acelerado processo de urbanização, a bacia do rio

Cabelo apresenta trechos com características típicas de área

rural. A produção de suínos provoca a liberação direta de

resíduos sólidos e líquidos sem o devido tratamento o que reduz o

teor de oxigênio da água. Esta atividade é considerada pelos

órgãos ambientais como uma “atividade potencialmente causadora de

degradação ambiental”, segundo estudos de Maria Sallydelandia

Sobral de Farias, (2006).

Esta bacia sofre os outros impactos ambientais devido à

exploração de mineração pela extração de areia de suas margens e

consequentemente erosão, assoreamento e desmatamento das matas

ciliares. A expansão urbana no sentido Sul, com diversas áreas

com ocupação irregular, sem infra-estrutura de saneamento básico

também contribui para a degradação do Rio Cabelo o que indica que

43

a água deste rio não está indicada para o consumo humano nem

também para irrigação sem tratamento prévio. O rio Cabelo ainda

mantém suas margens preservadas da ocupação humana, com exceção

de sua nascente que se localiza no Bairro de Mangabeira e por

isto mesmo recebe a influência da presença humana que é bastante

densa. Este rio apresenta áreas devastadas sem vegetação e

fortemente ocupadas e apo mesmo tempo áreas preservadas com

vegetação nativa e fracamente ocupada.

O Rio Cuia é uma bacia com grande importância no contexto de

expansão e desenvolvimento de João Pessoa tendo em vista que a

mesma é uma área ocupada por conjuntos habitacionais de classe

média, sem infra-estrutura de saneamento básico. Nasce no Grotão

e deságua na Praia do Sol, tem 18 km de comprimento. Na sua

margem direita encontramos o Riacho Mangabeira com 2 km de

extensão e na esquerda o Riacho laranjeiras de 5,5 km. Da mesma

forma que o Rio Cabelo, este rio também tem características de

área rural, segundo estudos Leonardo Pereira e Silva. (2007). Sua

nascente é marcada por forte impacto ambiental, onde até um

recolhedor de lixo está instalado no local, além de habitações

com precária infra-estrutura, sem rede de esgotamento sanitário e

com utilização de fossas sépticas que contribuem para a

contaminação do lençol freático da região. Encontra-se em suas

margens os manguezais que já sofrem com a poluição, a derrubada

das matas ciliares, assoreamento, etc.

O rio Cuiá está com suas nascentes comprometidas com

habitações subnormal que não respeitam a faixa de proteção das

44

matas ciliares. As nascentes sofrem com a presença humana que as

ocupam sem nenhum planejamento prévio. À medida que o rio se

desloca no sentido do mar, suas margens e sua vegetação nativa

estão mais preservadas da ação humana e apresenta pouca densidade

demográfica. Apresenta área alteradas ou antropizadas com áreas

moderadamente ocupadas.

Do mesmo modo, a preservação desta bacia depende muito da

forma de utilização do solo e das atividades desenvolvidas em

toda a área, onde se pode observar que os impactos ambientais são

devidos ao desmatamento das matas ciliares, esgotos residenciais

e industriais clandestinos, inundação e erosão.

A DBO do Rio Cuiá está dentro dos padrões da CONAMA nº 20/86

ficando entre 0,2 mg/l O² a 3,6 mg/l O² significando água com boa

qualidade para consumo.

Importa destacar que todos os dados referentes a DBO,

Demanda Bioquímica de Oxigênio foram informados pela SUDEMA,

Setor da Coordenadoria de Mediação Ambiental – Monitoramento de

Corpos dӇgua.

45

Mapa 06: Micro Bacia do Rio CuiaFonte: PMJP

O município de João Pessoa tem enfrentado sérios problemas

para viabilizar as ocupações irregulares das áreas ribeirinhas

devido à demanda por espaços urbanos requeridos pelas populações

de baixa renda e resistência dos proprietários de terrenos em

alguns trechos.

A ocupação desordenada do solo urbano em áreas ribeirinhas

gera um sério problema ambiental e social. A Lei 6.766 de

19.12.1979 que trata do Parcelamento do uso do Solo, no artigo

4°, III define que a faixa ao longo das águas correntes e

dormentes deve ser de 15 metros de cada lado, ao mesmo tempo

define no artigo 7º, IV que a Prefeitura Municipal indicará as

faixas sanitárias necessárias ao escoamento das águas pluviais e

as faixas não edificáveis.

46

Assim, entra em choque a proteção das águas e mananciais que

circulam na malha urbana desde a sua nascente exigindo que o

poder municipal leve em consideração a pressão social destas

áreas, visto existem muitas habitações subnormais nas margens dos

rios, o que implica uma intervenção municipal com o objetivo de

criar forma alternativa de ocupação do solo urbano que contribua

para a melhoria da qualidade de vida dos moradores destas áreas.

Esta tendência irá intensificar a pressão sobre os poderes

públicos no sentido de gerenciar os recursos existentes de água

de forma sustentável, ao mesmo tempo em que irá criar uma nova

consciência nos consumidores de que a água é um recurso precioso

que precisa ser administrado e usado racional e eficientemente.

Especial atenção deve ser dedicada à demanda derecursos naturais gerada pelo consumo insustentável,bem como ao uso eficiente desses recursos,coerentemente com o objetivo de reduzir ao mínimo oesgotamento desses recursos e de reduzir a poluição.A mudança dos padrões de consumo exigirá umaestratégia multifacetada centrada na demanda, noatendimento das necessidades básicas dos pobres e naredução do desperdício e do uso de recursos finitosno processo de produção. O manejo integrado dosrecursos hídricos baseia-se na percepção da águacomo parte integrante do ecossistema, um recursonatural e bem econômico e social cuja quantidade equalidade determinam a natureza de sua utilização.Com esse objetivo, os recursos hídricos devem serprotegidos, levando-se em conta o funcionamento dosecossistemas aquáticos e a perenidade do recurso, afim de satisfazer e conciliar as necessidades deágua nas atividades humanas. Ao desenvolver e usaros recursos hídricos deve-se dar prioridade àsatisfação das necessidades básicas e à proteção dosecossistemas. No, entretanto, uma vez satisfeitasessas necessidades, os usuários da água devem pagartarifas adequadas. (Agenda 21, capítulo IV, 1992).

47

A expansão urbana crescente do município de João Pessoa sem

um planejamento municipal integrado prévio que priorise suas

necessidades na atualidade sem prejudicar as necessidades das

gerações futuras e aliada a isto a pressão dos grupos humanos por

infra-estrutura pode provocar vários problemas ambientais que

dificultarão o escoamento superficial das águas residuais, além

do aumento de lixo próximo às margens e nascentes que levarão à

contaminação das águas superficiais. O sentido sul dessa

expansão urbana, pelo fato de não haver mais áreas desocupadas no

sentido norte, e oeste faz com que o planejamento deva ter como

objetivo a preservação das áreas verdes ainda existentes e

preservadas de maneira que erro do passado não venham a se

repetir pondo em risco toda esta área e o próprio futuro da

cidade.

POLÍTICAS PÚBLICAS NA GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS

Entende-se por Políticas Públicas o conjunto de ações

coletivas voltadas para a garantia dos direitos sociais,

configurando um compromisso público que visa dar conta de

determinada demanda, em diversas áreas. Expressa a transformação

daquilo que é do âmbito privado em ações coletivas no espaço

público. São diretrizes tomadas pelo governo que visam a

resolução de problemas ligados à sociedade como um todo. Engloba

saúde, educação, segurança e tudo que se refere ao bem estar do

48

povo. São atos sob a responsabilidade do governo de fazer ou

deixar de fazer.

Até recentemente, a água era vista como um recurso natural

infinito, totalmente disponível ao homem que a utilizava maneira

irresponsável sem nenhum tipo de restrição ou cuidado. Não havia

a preocupação com a utilização racional, com a reutilização como

também não havia valor econômico agregado à importância da água

para a vida do planeta. O custo não era e ainda não é

propriamente com a água, mas com o seu manejo e a infra-estrutura

necessária para sua captação, distribuição e recolhimento após o

uso.

O valor econômico da água só se dá quando se pensa em seus

custos em função de seu papel nos processos produtivos, mas à

medida que nos damos conta de sua premente escassez, fruto do seu

uso irracional, sua valorização econômica começa a crescer e

inclusive chegar a propiciar conflitos entre regiões e entre

países.

De fato, a gestão da água, ligada diretamente com os

processos econômicos de desenvolvimento, deve contar com a

participação de todos os setores da sociedade que estejam

interessados em melhorar suas condições de vida. O reconhecimento

do valor econômico e ecológico da água leva em conta precisamente

a importância do serviço ambiental que gasta este recurso, no

entanto, alguns projetos de desenvolvimento não incluem no custo

da utilização, o valor da água.

49

Segundo Cappelli, Marchesan, Steigleder (2006, p.39), a

proteção do meio ambiente deve ser considerada parte integrante

do processo de desenvolvimento, ou seja, deve-se destacar a

necessidade de se considerar a variável ambiental na tomada das

decisões e não poderá ser analisada de forma isolada. Além de a

produção ser sustentável, o consumo deve sê-lo, pois sem uma

alteração nos padrões de consumo, a preservação dos recursos

naturais será difícil ou impossível.

Na verdade, a incoerência das sociedadesconsumirem mais do que o planeta pode sustentarnão poderá continuar acontecendo por muito tempo.Por isso, se faz necessária a inclusão noscurrículos escolares, da disciplina educaçãoambiental para formar consciência ecológica egerar pressão social, obrigando os responsáveispelas decisões que contribuem para o aumento dadegradação do planeta a agirem de forma maisracional, visando uma justiça social, ou seja, asustentabilidade poderá ocorrer se a pesca nãoexceder à produção de pesqueiros, a quantidaded’água extraída dos aqüíferos não exceder arecarga, a derrubada das árvores não exceder àplantação, emissão de carbono não exceder àcapacidade de assimilação da natureza, além domanejo dos resíduos sólidos (lixo) ser melhorgerenciado através da reciclagem, incineração ecompostagem (produção de adubo), poluindo menosos recursos hídricos e os solos. (BARROS. p. 140.2007).

A noção de desenvolvimento indica mudança no estado

estrutural de algo que se torna mais útil, justo e equilibrado,

envolve uma série de infindáveis modificações de ordem

qualitativa e quantitativa de tal maneira a provocar uma radical

mudança estrutural da economia e da própria sociedade, pois o

50

modelo de crescimento mediante a desigualdade, já esgotou seus

limites, deixando atrás de si tensões sociais e fortes danos

ecológicos causados pelo uso predatório dos recursos naturais.

Da mesma forma, a questão da gestão da água nas cidades

começa a despertar interesse na comunidade em geral em função dos

diversos problemas relacionados a estes ambientes, pois é no meio

urbano onde há maior concentração populacional e é onde os

problemas tendem a se potencializar, pois as desigualdades, a

pobreza, o desconhecimento dos princípios básicos de higiene

contribuem para a degradação do meio ambiente resultando na

própria degradação dos rios.

A pobreza e a degradação do meio ambiente estão

estreitamente relacionadas, pois, enquanto a pobreza tem como

resultado determinados tipos de pressão ambiental e social, as

principais causas da deterioração ininterrupta do meio ambiente

mundial são os altos padrões insustentáveis de consumo e

produção, especialmente nos países industrializados. Motivo de

séria preocupação, tais padrões de consumo e produção provocam o

agravamento da pobreza e dos desequilíbrios sócio-ambientais.

A escassez de água e a falta de uma gestão integrada dos

recursos hídricos se associam com o baixo índice de

desenvolvimento humano e a falta de empreendimentos econômicos

indutores do desenvolvimento regional sustentável. A

busca de fontes alternativas de água é uma constante, assim como

a necessidade de dar tratamento e destino adequado às águas

servidas. A agenda 21 destaca a importância do reuso em situações

51

como essa, sendo necessárias políticas de gestão dirigidas para

tanto, integrando proteção à saúde pública com preservação e

recuperação ambiental.

O grau em que o desenvolvimento dos recursoshídricos contribui para a produtividade econômica eo bem estar social nem sempre é apreciado, emboratodas as atividades econômicas e sociais dependammuito do suprimento e da qualidade da água. Àmedida que as populações e as atividades econômicascrescem, muitos países estão atingindo rapidamentecondições de escassez da água ou se defrontando comlimites para o desenvolvimento econômico. Asdemandas por água estão aumentando rapidamente com70% a 80% exigidos para irrigação, menos de 20%para indústria e apenas 6% para consumo doméstico.O manejo holístico da água doce como um recursofinito e vulnerável e a integração de planos eprogramas hídricos setoriais aos planos econômicose sociais nacionais são medidas de importânciafundamental para o futuro. São necessáriosmecanismos eficazes de implementação e coordenação.(Agenda 21, Capítulo VI, 1992).

3.1 Ações de gerenciamento das águas em João Pessoa

Os objetivos sócio-econômicos fundamentais das políticas

públicas abrangem o pleno emprego de recursos, a estabilidade

econômica de preços, o desenvolvimento econômico elevado, sob

taxa de crescimento ajustada ao aumento da população

economicamente ativa e da produtividade.

A disponibilidade e o gerenciamento dos recursos hídricos

devem significar uma dos maiores focos de atenção, no âmbito da

gestão de políticas públicas, inclusive, em razão de uso

52

incorreto desses recursos, da má conservação de nascentes, do

crescimento da população e de alterações climáticas.

A atividade econômica consiste, basicamente, na

transformação de recursos econômicos em produtos, por meio de

processos. O desenvolvimento sustentável contempla o saneamento

(preservação e reparação) das ecologias (meios ambientais),

mineral, vegetal, animal e humana. Por ser de interesse do

coletivo/público, o saneamento ambiental e básico constitui

políticas públicas precípuas que integra a gestão dos governos

tanto federal, estadual e municipal.

A gestão integrada da política de saneamento básico implica

uma concepção integrada que abrange políticas públicas tais como

o saneamento ambiental, saúde pública, controle de enchentes,

drenagem urbana, proteção de mananciais e resíduos sólidos. Devem

contemplar mecanismos que proporcionem a participação da

iniciativa privada nos empreendimentos de desenvolvimento,

abrangendo critérios e padrões tarifários adequados para

determinação de tarifas de água e esgoto. (Farias Neto. p.141.

2004).

O saneamento, em termos de preservação e reparação

ambientais deve está focado, especialmente, no ar, na água, no

solo e no ambiente sonoro, assim como na adequação de lixos

gerados por resíduos de processos e descarte de produtos e

recursos.

A crescente e mal-estruturada demanda hídrica sobre os

ecossistemas estão diminuindo a produtividade biológica da Terra.

53

Quando os ecossistemas locais se deterioram, reduz-se a

capacidade de sustentação da Terra, disparando um ciclo auto-

alimentador de degradação ecológica, o aprofundamento da pobreza

humana e conseqüentemente o aumento da fome em todo o planeta.

Os rios servem como elemento integrador das políticas

públicas dos recursos hídricos e fica nítido que não adianta

fazer uma boa infra-estrutura em alguns bairros, quando nos

locais onde há uma maior fragilidade ambiental, nas nascentes dos

rios, não há infra-estrutura alguma e o manejo integrado dos

recursos hídricos não tem recebido a devida atenção dos poderes

públicos municipais.

Juntamente com o Governo Federal que instituiu o PAC,

Programa de Aceleração do Crescimento, o município de João

Pessoa, será beneficiado com o programa de revitalização dos Rios

Jaguaribe e Sanhauá. Como ação prioritária será a realocação da

população ribeirinha que vive em habitações subnormais para área

com intra-estrutura, revitalização da área com revegetação da

mata ciliar, além da construção de ciclovias e outros

equipamentos públicos de lazer.

3.2 Instrumentos de gestão dos recursos hídricos

A gestão de recursos hídricos pode ser definida como o

conjunto de ações destinadas a regular o uso, o controle e a

proteção dos recursos hídricos, em conformidade com a legislação

e normas pertinentes.

54

Os principais instrumentos de gestão estão classificados em

4 categorias:

- Instrumentos Legais, Institucionais e de Articulação com a

Sociedade: arcabouço legal (leis, decretos, portarias,

resoluções); órgão gestor; conselhos de recursos hídricos;

sistema de gestão; implantação de comitês de bacias; agências de

bacias; criação de associações de usuários de água; campanhas

educativas; e mobilização social e comunitária;

- Instrumentos de Planejamento: elaboração de planos estaduais

de recursos hídricos - PERH; planos de bacias; enquadramento de

cursos d´água; modelos matemáticos de qualidade e de fluxos

(simulação); e programas de economia e uso racional de água;

confecção do Plano de Controle de Cheias e Usos Múltiplos de

Reservatórios nas Bacias Litorâneas (em elaboração); mapeamento

dos aqüíferos aluviais do estado da Paraíba para fins de

abastecimento rural (humano e animal) e produção agrícola

(concluído);

- Instrumentos de Informação: implantação de sistemas de

informação de recursos hídricos; redes de monitoramento

quantitativo e qualitativo de água dos 122 reservatórios; redes

hidro-meteorológicas; cadastros de usuários de água; cadastros de

obras e infra-estrutura hídrica; e sistemas de suporte à decisão;

- Instrumentos Operacionais: concessão de outorga de água;

expedição de licença para implantação de obra hídrica; cobrança;

fiscalização dos usos da água; operação de obras de uso múltiplo;

manualização da gestão e da operação; manutenção e conservação de

55

obras hídricas e reservatório; proteção de mananciais; e controle

de eventos críticos; cobrança pelo uso de água bruta (proposta em

elaboração); Manual de Fiscalização e Manual de Outorga.

A gestão dos recursos hídricos é uma particularidade da

Gestão Ambiental. É um conjunto de princípios, estratégias e

diretrizes de ações determinadas e conceituadas pelos agentes

socioeconômicos públicos e privados que interagem no

processo de uso dos recursos naturais que visam proteger a

integridade dos meios físicos e bióticos, bem como dos grupos

sociais que deles dependem.

O sistema de gestão adota as normas da ISO 14000,

International Standard Organization, e tem como principal

objetivo conseguir que os efeitos ambientais não ultrapassem a

capacidade de carga do meio ambiente onde o recurso natural

necessário está sendo retirando ou devolvido à natureza.

Esta capacidade de carga é o limite de suporte do Meio

Ambiente em relação à execução de uma atividade humana. Quando a

capacidade de carga não é respeitada ocorre uma sobrecarga dos

ecossistemas e a conseqüente degradação ambiental.

Conforme o gráfico abaixo, pode-se observar que o plano de

gestão integrada bacia hidrográfica se constitui de duas partes,

uma fixa que engloba os objetivos estratégicos, as metas, as

intervenções necessárias que estabelecem os enquadramentos dos

corpos de água e as demandas de água de acordo com a prioridade,

resultando na definição de prioridades e do perfil dos usos de

águas e orientação pra outorga e cobrança.

56

Todos estes aspectos fixos do plano de bacia hidrográfica

são orientados e realimentados pelo sistema de informações sobre

os recursos hídricos, através de dados hidrológicos, sócio-

econômicos e ambientais, além de fornecer relatórios sobre a

situação da água e de orientar, conforme legislação, para o

cadastro de demanda de água, criação de áreas de proteção,

outorga de direito de uso da água e pela cobrança pelo uso da

água.

No plano de gestão integrada dos recursos hídricos de bacia

hidrográfica haverá sempre a necessidade de outorga e cobrança

por este recurso dado a importância e urgência de se criar um

sistema integrado de informações de todos os usuários de água

bruta que se utilizam de poços artesianos e ou retiram a água dos

cursos de água, sempre seja preciso utilizar o sistema público de

distribuição de água.

A Lei 9433/97 prevê estes instrumentos legais como forma de

diminuir o desperdício e internalizar no usuário a

responsabilidade do uso racional e consciente.

57

Gráfico 01: A gestão Integrada dos recursos hídricosFonte ANA.gov.br. Lanna,2001

Desta forma o que se busca é o equilíbrio entre a produção e

a necessidade de consumo das sociedades humanas, onde muitas

vezes, o consumo ultrapassa a satisfação das necessidades

básicas. Devem-se levar em consideração as legislações federais,

estaduais e municipais dentro da competência de cada esfera de

poder público para que possam gerenciar de forma integrada e

responder pela tutela jurídica dos recursos naturais.

58

Um dos grandes desafios dos gestores dos recursos hídricos

do país é colocar o tema água no topo das discussões políticas. O

trabalho da ANA – Agência Nacional das Águas é ir pouco a pouco

introduzindo a importância da conscientização da sociedade para a

questão da água e o reuso. Serão necessários investimentos e

educação ambiental, como fator de transformação social. Estas

legislações estão na vanguarda das idéias prevencionistas do meio

ambiente a ponto de não conseguirem acompanhar suas próprias

implementações na prática. Há um lapso entre o que deve ser o

que é na realidade.

GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS DE JOÃO PESSOA

A Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9.433/97)

consagra a bacia hidrográfica como unidade de planejamento e

gerenciamento dos recursos hídricos. Esse princípio está também

presente na Lei Estadual nº 6.308/96, que instituiu a Política de

Recursos Hídricos do Estado da Paraíba. O Estado começou um

trabalho de desenvolvimento dos Planos Estaduais desde a década

de 80, contando hoje com planos diretores para 6 bacias

hidrográficas, de um total de 11 bacias localizadas no estado da

Paraíba. Essas 6 bacias abrangem cerca de 90% do território

estadual. Entretanto, esses planos diretores não foram

atualizados desde sua elaboração. Com a elaboração e atualização

dos planos, o Estado terá subsídios para implementação do sistema

de gerenciamento de recursos hídricos e da Política Estadual de

Recursos Hídricos de forma mais eficiente.

59

Com a Política Estadual de Recursos Hídricos, Lei nº

6.308/96, a outorga de direito de uso da água vem sendo concedida

no estado da Paraíba desde 1997, por intermédio do Decreto Lei nº

19.260/97. Entretanto, até o presente, o Estado não possui uma

estrutura informatizada que possibilite o armazenamento das

informações necessárias ao cadastro e análise dos pedidos de

outorga.

A implantação de um sistema informatizado contribuirá para o

desenvolvimento dos instrumentos de gestão de recursos hídricos

no nível estadual, bem como para a alimentação e manutenção de um

Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos,

instrumento da Política Nacional, em elaboração pela Agência

Nacional de Águas.

Os comitês de bacias hidrológicas cuidam do uso, conservação

e recuperação das águas das bacias. É importante saber que ao se

adotar uma bacia hidrológica como sendo uma unidade de gestão dos

recursos hídricos, define-se o espaço geográfico de atuação que

irá ajudar a promover o planejamento regional, controlar os usos,

conservar as fontes de captação e discutir com os setores da

sociedade soluções para os problemas e conflitos, pois o espaço

da bacia geralmente ultrapassa as fronteiras dos municípios e dos

estados vizinhos.

A implantação de um sistema de cobrança pelo uso da água

bruta não é tarefa de fácil execução. De acordo com a legislação,

os usos da água passíveis de cobrança são: a) uso da água

disponível no ambiente (água bruta), como fator de produção ou

60

bem de consumo final; b) uso dos serviços de captação,

regularização, transporte, tratamento e distribuição de água

(sistemas de abastecimento e irrigação); c) uso de serviços de

coleta, transporte, tratamento e destinação final de esgoto

(serviços de esgotamento); d) uso da água disponível no ambiente

como receptadora de resíduos.

A cobrança pelo uso da água é considerada um dos

instrumentos de gestão mais importantes, visto que ajuda a

garantir a sustentabilidade dos sistemas de gestão dos recursos

hídricos, especialmente em regiões onde a escassez da água lhe

confere um crescente valor econômico.

O Estado da Paraíba dispõe de bases institucionais, legais e

técnicas para avançar no seu processo de cobrança pelo uso de

água bruta. Institucionalmente, o Estado conta com um Sistema

Integrado de Planejamento e Gerenciamento de Recursos Hídricos

estruturado, auxiliados pelo Plano Estadual de Recursos Hídricos.

Dentre os instrumentos e mecanismos de gestão de recursos

hídricos temos os seguintes instrumentos: redes de monitoramento,

sistemas de informação, planejamento estratégicos, capacitação e

fortalecimento institucional, cadastro de usuários, outorga,

fiscalização, estrutura estatal de apoio a organismos de bacias,

plano de recursos hídricos, enquadramento e cobrança.

61

A prática da gestão dos recursos ambientais ou naturais,

conservação e reuso da água á ainda muito incipiente no Brasil e

inexiste em João Pessoa. A questão esbarra na cultura brasileira

de abundância e de que a água é propriedade de todos podendo ser

usada de forma irracional. Logo, é urgente implantar uma nova

cultura, que priorize a gestão da demanda, reduzindo o

desperdício, o consumo e investindo no tratamento dos efluentes

tanto domésticos quanto industriais que podem ser transformados

em água de reuso. Na Europa, essa cobrança já é feita há 30 anos.

No Brasil, ela ocorre apenas na Bacia do Rio Paraíba do Sul, que

abrange 180 municípios dos estados de São Paulo, Minas Gerais e

Rio de Janeiro. Entre outros fatores positivos, a medida visa à

diminuição do desperdício e o incentivo do uso racional, além de

estimular indústrias a investirem em processos de

reaproveitamento de água para reduzir custos.

4.1 Diagnósticos da situação hídrica de João Pessoa

O município de João Pessoa está localizado dentro da

jurisdição do Comitê de Bacia Hidrográfica do Baixo Rio Paraíba e

limitado ao sul com o Comitê de Bacia Hidrográfica do litoral Sul

que abrange as bacias dos rios Gramame e Abiaí, instituído pelo

Decreto Estadual nº 27.562/06 de 04.09.2006 sendo instalado em

2007.

De um modo geral, há uma grande dificuldade na gestão

integrada urbanística e ambiental o que gera um conflito dentro

do paradigma jurídico vigente com conseqüentes dificuldades de

62

aplicação das leis ambientais que entram em choque com os

interesses diversos.

Segundo estudo da AESA, a disponibilidade atual dos recursos

hídricos do Estado da Paraíba resulta da análise integrada dos

aspectos quantitativos e qualitativos, superficiais e

subterrâneos, de cada uma de suas bacias, sub-bacias e regiões

hidrográficas.

O diagnóstico em relação à qualidade das águas superficiais

e subterrâneas do Estado, em geral, é incompleto. As principais

fontes de dados de águas superficiais são: a Companhia de Águas e

Esgotos da Paraíba (CAGEPA), a Superintendência de Administração

do Meio Ambiente (SUDEMA) e os Planos Diretores das diferentes

bacias. A CAGEPA prioriza a amostragem em açudes e os dados

levantados se referem àqueles necessários para aperfeiçoar o

tratamento de água para consumo humano (aspecto, cor, odor, pH,

turbidez, dureza, cloretos e alcalinidade, entre os mais

freqüentes), sendo totalmente limitados os dados de coliformes.

63

A SUDEMA é o único órgão que mantém uma rede regular de

coleta (freqüência mensal ou semestral) em rios (concentrados no

litoral do Estado) e em poucos açudes, onde se medem vários

parâmetros, inclusive a DBO, não havendo informações sobre as

concentrações dos compostos de nitrogênio e fósforo. Também há

carências de dados sistemáticos de vazão nos rios estaduais e

municipais, o que dificulta a elaboração de um mapa

representativo da qualidade das águas superficiais que inclua os

níveis de eutrofização e a carga orgânica, assim como não é

possível calcular sua capacidade de autodepuração. As informações

dos planos diretores se restringem as situações específicas e se

caracterizam por informações pontuais.

Maiores deficiências existem nos dados de qualidade das

águas subterrâneas e as poucas informações são relativas a poucos

poços, geralmente concentrados em algumas bacias e, em geral,

apenas com dados de sólidos totais dissolvidos ou resíduos secos.

Na bacia do rio Gramame, as disponibilidades atuais e

máximas agregadas, superficiais e subterrâneas, já estão

exauridas. Mais que a demanda urbana da grande João Pessoa (41,9%

das demandas totais), é a demanda atual de irrigação que tem

maior impacto nas disponibilidades atuais ou máximas, já que

representa mais de 52% das demandas atuais. É provável que a

parcela do potencial de água subterrânea que é destinada ao

atendimento das demandas ecológicas naturais esteja sendo

solicitada, por poços ou por açudes captando o escoamento de

base, o que não é desejável.

64

Sob o aspecto qualitativo, observa-se que há poucas

restrições quanto ao uso das águas superficiais para os mais

diversos consumos nas bacias dos Rios Paraíba (região do Baixo

Paraíba), Gramame e Abiaí.

Quanto à questão da reutilização ou reuso da água, um

simples cálculo do volume potencial de água que pode ser reusado

na Paraíba, com base em dados da CAGEPA para dezembro de 2003,

mostra o seguinte quadro do volume do esgoto com capacidade

potencial para o reuso:

- O volume de água potável produzida corresponde a 164.067.514

m3/ano;

- O volume de água potável distribuído, após subtração das perdas

(físicas e por ausência de faturamento) é de 107.092.185 m3/ano.

- O volume de esgoto coletado e parcialmente tratado no Estado é

de 35.447.725 m3/ano;

Ou seja, considerando-se apenas o esgoto coletado e tratado,

35.447.725 m3/ano de esgoto poderia ser transformado em água de

reuso, satisfazendo algumas demandas reprimidas, como irrigação,

por exemplo. Considerando agora o esgoto que se gera no Estado,

com base somente na água potável produzida e faturada pela

Companhia de Água e Esgotos, o volume potencial de água

residuária gerada aumenta para 107.092.185 m3/ano. Considerando-

se o total de água potável produzida, o volume para reuso

aumentaria para 164.067.514 m3/ano.

Os dados também mostram que um volume de água de 128.619.789

m3/ano ou de 71.644.460 m3/ano (segundo se considerem ou não as

65

perdas físicas e por falta de faturamento) e que se transforma em

esgotos, deixa de ser coletado e tratado, indo a se dispersar

como poluição difusa, no ambiente. Essas quantias evidenciam que

o esgoto coletado e parcialmente tratado representa apenas 22 a

33% do total do esgoto produzido no Estado.

Não há dados referentes aos esgotos do município de João

Pessoa, estes dados foram utilizados como exemplo da água que é

desperdiçada através dos esgotos sem que possa ser reutilizada

pela falta de infra-estrutura.

4.2 Sugestões de gerenciamento das micro-bacias

Baseado nos estudos sobre as condições ambientais e a

situação das micro-bacias hidrológica do município de João Pessoa

apresentamos algumas sugestões com o intuito de melhorar e

contribuir com a revitalização das águas e da região por onde

circulam estes rios. Temos como sugestão a adoção de algumas

medidas que possam reduzir os efeitos indesejáveis desse quadro

de degradação ambiental de modo a compatibilizar o

desenvolvimento econômico com a oferta ambiental:

Uma alternativa para a minimização do problema está

relacionada à gestão da demanda de irrigação da bacia do Gramame

que precisa ser controlada, pela introdução de métodos, processos

e mesmo, pela substituição de tipos de culturas, visando uma

maior eficiência da irrigação e redução da demanda hídrica. Mas,

66

esta gestão da demanda de irrigação não resolveria o problema em

toda a sua dimensão, pois, o abastecimento humano é prioritário.

Portanto, a solução deve ser tal que as duas demandas sejam

atendidas com economicidade e bom senso.

Já está em andamento projeto de ampliação do sistema que

abastece a cidade de João Pessoa e regiões circunvizinhas para

dar suporte hídrico até o ano de 2030.

O município de João Pessoa tem uma posição geográfica

privilegiada com altitude acima do nível do mar, o que favorece o

escoamento das águas pluviais por toda sua malha urbana, mesmo

com a quantidade de rios e riachos que correm pela sua área.

Os Rios Jaguaribe e Rio Sanhauá já estão sob a intervenção

dos poderes público, tanto federal como municipal com recursos do

PAC, com ações e políticas públicas com vistas a melhoria da

qualidade vida das pessoas e revitalização de toda área da bacia.

A distribuição irregular das chuvas no tempo e espaço torna

a escassez hídrica um empecilho para o desenvolvimento

sustentável da região das micro-bacias, principalmente no que se

refere ao abastecimento urbano e a dessendentarização dos

animais, à irrigação e a atividade industrial.

Elaboração de um plano de gestão e manejo integrados

das micro-bacias hidrográficas de João Pessoa é de fundamental

importância.

Manejo racional das micro-bacias hidrográficas.

Recuperação e revegetação da mata ciliar das margens

degradada pela ocupação desordenada com habitações subnormais,

67

Conforme a lei de parcelamento do uso do solo urbano, a

faixa ao longo dos cursos de água deve ser de 15 metros de cada

lado das margens, com isto muitas habitações subnormais deverão

ser realocadas para outras áreas com infra-estrutura, e melhoria

das condições urbanísticas nestes novos assentamentos, com

disciplinamento das águas dos rios, mediante canalização,

recuperação para uso urbano das áreas marginais tais como a

construção de ciclovias, parques e equipamentos de ginásticas.

Maior cumprimento das leis ambientais existentes ampliando a

fiscalização.

Disciplinamento das águas dos rios, mediante canalização,

recuperação para uso urbano das áreas marginais tais como a

construção de ciclovias, parques e equipamentos de ginásticas.

Realização de obras de drenagem e limpeza dos rios com

vistas ao desassoreamento dos mesmos.

Preservação do ambiente natural com a proteção das

nascentes, das margens, das matas ciliares e dos manguezais.

Redirecionamento do escoamento dos esgotos clandestinos

domésticos e industriais com realocação das vacarias e dos

matadouros clandestinos.

Reurbanização de toda a área das micro-bacias hidrográficas

em estudo.

Realizar campanhas educativas de preservação do meio

ambiente como também como utilizar a água de modo racional e

responsável.

68

Transformar as áreas adjacentes das margens e dos rios

do meio urbano em Áreas de Preservação Permanente (APP).

Implantar uma gestão participativa integrada com todos

os atores sociais.

Implantar sistema de saneamento básico.

Promoção da participação dos setores públicos e

privados, fortalecendo os objetivos da parceria entre o Governo e

a Sociedade Civil.

As propostas de soluções para os déficits de abastecimento

de água identificados foram definidas mediante os seguintes

critérios básicos:

      - Aproveitar mananciais e sistemas produtores

satisfatórios, bem como obras em andamento e projetos previstos

com capacidade de atendimento às demandas hídricas projetadas até

2015;

      - Propor novas soluções, priorizando sempre estudos e

planos já desenvolvidos pelos Estados, para: ampliação de sistema

existente; integração de sistemas produtores; e utilização de

novo manancial e implantação de novo sistema adutor.

69

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No âmbito do sistema de gestão de recursos hídricos, um

conjunto de estratégias de atuação, acompanhadas de metas

prioritárias, que nortearão o desempenho da implementação dos

demais componentes do sistema deverão ser aplicados (Lei

9.433/97) e desenvolvidos conforme legislação adicional,

especialmente no que se refere aos instrumentos e mecanismos

técnicos para o gerenciamento das águas de domínio municipal.

- Desenvolvimento dos marcos regulatórios relativos a recursos

hídricos no município, conforme o nível de apoio requerido, em

função do seu estágio de desenvolvimento, incluindo a conclusão

da legislação básica, o desenvolvimento da legislação adicional e

dos instrumentos e mecanismos técnicos e financeiros de

gerenciamento das águas.

- Desenvolvimento e implementação de redes de monitoração

hidrológica e de qualidade das águas de domínio.

70

- Desenvolvimento e implementação de sistemas de informações

sobre recursos hídricos, incluindo o estabelecimento de bases de

dados hidrológicos, de Sistemas de Informações Georreferenciadas.

Portanto, diante das considerações expostas e pelo

diagnóstico da situação dos recursos hídricos na bacia, bem como

a identificação dos conflitos entre usuários, dos riscos de

racionamento, da poluição e degradação ambiental em razão da má

utilização desses recursos, entende-se que é necessária a

instalação do Comitê Municipal das Micro-Bacias Hidrográficas do

município de João Pessoa.

As sociedades modernas defendem, de forma cada vez mais

eloqüente, o fim da exploração insustentável dos recursos

hídricos, formulando estratégias de gestão que promovam um acesso

eqüitativo à água, assim como sua utilização eficiente.

Importante saliente que a água não funciona como fator

isolado às questões referentes à erradicação da pobreza, ao

desenvolvimento sustentável e até mesmo a soberania estatal no

tocante à preservação e gestão deste recurso.

A sociedade deve aprender a racionailizar o seu consumo de

água de maneira que possam compartilhar, sem conflitos, seus

escassos recursos hídricos e atuando de maneira conjunta na

preservação e recuperação daqueles mananciais ameaçados ou

degradados.

A falta de informação da população em geral sobre o uso

racional da água e sobre cuidados sanitários básicos representa

restrições para a participação comunitária na gestão

71

participativa e descentralizada da água. Para assimilação dos

conceitos de preservação ambiental, bem como dos riscos à saúde

provocados pelo mau uso da água, faz-se necessário à disseminação

de informações que possibilitem uma mudança gradual de paradigmas

a favor da preservação dos recursos hídricos. A educação

ambiental deve ser vista como um processo multidisciplinar,

havendo uma interação entre o enfoque humanista, democrático e

participativo. Ademais, contribui para a formação consciente de

Associações de Usuários de Água e Comitês de Bacias

Hidrográficas.

Com base no diagnóstico da AESA/PB sobre a situação dos

recursos hídricos da Paraíba, percebe-se que o reuso, com a

óptica que interessa à realidade nordestina, significa recuperar,

através de tratamento adequado, a água dos esgotos para usos

menos nobres e preservar os mananciais com água de boa qualidade,

ou menos poluídos ou menos eutrofizados, para usos mais nobres,

como o consumo humano.

Existe de fato no Estado, o reuso ilegal de esgotos tratados

e não tratados, assim como de águas poluídas por esgotos, na

irrigação, o que proporciona enormes riscos de saúde pública e

ambiental (contaminação e salinização dos solos, das águas

superficiais e subterrâneas, baixos rendimento das culturas,

manutenção dos ciclos endêmicos de doenças infecciosas de

veiculação hídricas, etc.). Diante disto, torna-se importante

buscar a incorporação do reuso real e ilegal ao plano legal, para

que, ao se tornar autorizado e conhecido, possa ser executado de

72

forma tecnologicamente correta, planejada e sustentada,

estabelecendo um controle sobre o tipo e a qualidade da água de

reuso.

A implantação da Política Nacional de Recursos Hídricos,

instituída pela Lei nº 9.433/97, representa um grande avanço no

sentido da gestão integrada da água. Porém, os instrumentos por

ela estabelecidos constituem um desafio político, econômico,

social, ambiental e cultural, além de um desafio de

conhecimentos. Existe uma grande necessidade de formação e

treinamento de técnicos, em todos os níveis, para fazer face às

tarefas que se impõem com a Lei das Águas. Considera-se de

fundamental importância a capacitação de profissionais envolvidos

com a gestão dos Recursos Hídricos.

A gestão integrada participativa dos agentes públicos e a

sociedade são pontos fundamentais para ações e políticas públicas

se tornem eficazes e eficientes no trato da gestão hídricas a

nível local, regional e mundial, com ações, campanhas

educacionais e de conscientização.

No passado, os problemas de oferta de água resultavam, quase

sempre, em propostas de expansão dos sistemas. Na atualidade,

isso é cada vez menos viável, face aos custos marginais para a

exploração de novas fontes, cada vez mais elevadas. Assim, uma

boa parte da demanda futura de água deverá ser atendida pela

redução dos desperdícios e pela maior eficiência dos usos atuais.

Assim, destaca-se a importância da realização sistemática de

campanhas educativas junto às populações. E na valorização da

73

água como um bem de vital importância para a vida do Planeta

Terra.

REFERÊNCIAS

AESA. www.aesa.pb.gov.br/perh. Acesso em 05.08.2008.

Agenda 21. 1992. Disponível em www.ana.gov.br. Acesso em20.06.2008.

ALIER. J.M. O Ecologismo dos Pobres. Editora Contexto. São Paulo.2007

74

BARROS. E. A de. Geoeconomia Contemporânea. Editora GrafBem. JoãoPessoa/PB. 2007.

BRANCO. S. M. Água, origem, uso e preservação. Editora Moderna.São Paulo 5ª ed. 1995.

BROWN. L.R. Eco-economia. Uma nova economia para a Terra.Disponível: http://www.wwiuma.org.br/eco-download.htm.

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76

The Sustainability Yearbook 2008. In www.sustainability.com.Acesso em 02.junho.2008.

ANEXO I

LISTAS DOS MAPAS, TABELA E GRÁFICO

Mapa 01: Localização do Município de JoãoPessoa.................................................. 11Fonte: Prefeitura Municipal de João Pessoa

Mapa 02: Localização do Município de JoãoPessoa .................................................. 12Fonte: PMJP

Mapa 03: Sistema de Abastecimento de Água de João Pessoa, SantaRita,Bayeux, Conde e Cabedelo- Adutoras e ETA – Estação de Tratamentode

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Águas. Fonte:www.aesa.gov.br. ................................................................................. 25

Mapa 04: Micro bacia do RioJaguaribe ....................................................................... 29Fonte: PMJP

Mapa 05: Micro-bacia do RioCabelo .......................................................................... 30Fonte: PMJP.

Mapa 06: Micro Bacia do RioCuia ............................................................................... 32Fonte: PMJP

Tabela 01: Indicadores Ambientais do Manancial Gramame-Mamuaba....................... 27 Fonte: www.ana.gov.br

Gráfico 01: A gestão Integrada dos recursoshídricos ............................................... 40Fonte ANA.gov.br. Lanna

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