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GEOGRAFIA II PRÉ-VESTIBULAR 249 PROENEM.COM.BR HIDROGRAFIA: BACIAS HIDROGRÁFICAS NO MUNDO E NO BRASIL 30 A IMPORTÂNCIA DOS RIOS NAS SOCIEDADES Os grandes rios ajudaram muito na história humana. Foi nas suas margens que a agricultura foi praticada com sucesso pela primeira vez, assim como a criação de animais. Foi ali que técnicas de navegação começaram a ser inventadas e empregadas, técnicas essas, que depois de evoluírem permitiriam que o povo europeu dominasse o mundo. Quase que simultaneamente, diversas grandes civilizações da Antiguidade surgiram às margens de rios. Possivelmente o mais famoso e conhecido dos rios da antiguidade, o rio Nilo foi onde se desenvolveu a civilização dos Egípcios, um dos povos mais avançados da antiguidade, que souberam usar muito bem o poder devastador das enchentes sazonais em proveito da agricultura. O Nilo forma junto com os rios Tigre e Eufrates (antiga Mesopotâmia, atual Iraque/Kuwait) a região chamada de Crescente Fértil, uma região de grande abundância e terras férteis, onde as civilizações se desenvolveram inicialmente. Entre os dois rios, e em ambas as margens, um solo extremamente rico favoreceu o início da agricultura e da criação de animais e o desenvolvimento dos povos Sumérios, Babilônios, Assírios e os Caldeus. O rio Indo, considerado sagrado pelos povos que habitam sua região, daria origem a um povo de suma importância para o desenvolvimento da Índia, os Hindus. As suas enchentes eram maiores que a do Nilo, então a civilização que ali floresceu era muito grata pelas cheias, que ajudaram a gerar (acreditam os pesquisadores) pela primeira vez a cana-de-açúcar e o algodão, que mais tarde seriam de suma importância para a história humana.  Por fim, o rio Amarelo, que daria sustento à civilização chinesa. Foi em suas margens que boa parte dos inventos memoráveis dos chineses tomariam forma, e foi graças a suas poderosas enchentes ricas em sedimentos (muito superiores a de qualquer outro rio em qualquer lugar do mundo) que o povo chinês teve chances de crescer tanto. Os rios tiveram, de modo geral, um papel importante na formação de centros urbanos ao longo da história, não somente pelo abastecimento, mas também por serem o meio de transporte que favorecia a troca de mercadorias, sobretudo produtos agrícolas. No caso das áreas de baixada, a ocupação intensa e desordenada destas várzeas de rios tem provocado prejuízos ambientais aos rios e aos manguezais, além de, a médio prazo, afetar a própria viabilidade da cidade. Ao longo do tempo, os rios foram usados como destino de esgoto, sofreram aterros e tiveram sua mata ciliar removida. Associados a isso, a terraplanagem, impermeabilização e compactação do solo tem provocado alagamentos por deixarem as águas sem destino. Dentre as cidades brasileiras, cada uma apresenta suas particularidades para lidar com os mesmos problemas. Em São Paulo, há a necessidade de proteger as áreas de mananciais do intenso processo de ocupação irregular que vem ocorrendo. No Rio de Janeiro, é preciso controlar a expansão da mancha urbana, mas também reconstituir florestas e efetuar o controle de dejetos e águas da chuva em grandes centros. Em Curitiba, a existência de parques na cidade é preponderante para que as questões ambientais sejam mais bem resolvidas, uma vez que o controle de remanescentes florestais e a preservação do rio Birigui e seus afluentes tem sido relevante no controle de enchentes. Mundialmente, há exemplos de que é possível recuperar os ecossistemas de rios degradados. O Rio Tâmisa, na Inglaterra, que já havia sido declarado morto, é um exemplo. Seu odor era tão forte que era conhecido como “O Grande Fedor”, e chegou a suspender as sessões do Parlamento Inglês (localizado em suas margens) em 1858. Com a morte do príncipe Albert em 1861, por febre tifoide (decorrência da insalubridade do rio), a poluição começou a ser vista como um problema a ser combatido. Outro exemplo é o do Rio Reno, que nasce nos Alpes suíços, percorre Suíça, França, Luxemburgo, Alemanha e Holanda e deságua no Mar do Norte. Ao custo de mais de 15 bilhões de dólares, foi iniciado em 1986 um programa de despoluição que já fez com que 63 das 64 espécies de peixe que originalmente habitavam o rio voltassem até ele. No caso de São Paulo, a implementação de parques lineares nos rios Tietê e Pinheiros é completamente inviável devido às presenças de vias marginais. Em comparação à metrópole paulista e outros grandes centros, a relação com as águas nas cidades da Amazônia é de fácil resolução. Em Belém, grandes projetos de saneamento básico deram à população o direito de se locomoverem sem os constantes alagamentos. Apesar de não haver necessidade de pisar em terra firme para se deslocar, o direito básico de ir e vir ainda é privado de muitos cidadãos brasileiros pela questão das águas. BACIAS HIDROGRÁFICAS A análise das bacias hidrográficas é de fundamental importância, pois a água é um recurso natural essencial para todas as espécies do planeta. O conhecimento do comportamento das bacias hidrográficas proporciona projetos para evitar acidentes como, por exemplo, as inundações, além de maximizar o aproveitamento desse recurso (água) para o abastecimento de cidades, agropecuária, atividade industrial, construção de usinas hidrelétricas, entre outros. Bacia hidrográfica, também chamada de bacia de drenagem, corresponde a uma porção da superfície da Terra drenada por um rio principal, seus afluentes e subafluentes. A topografia do terreno é responsável pela drenagem da água da precipitação pluviométrica (chuva) para esse curso de água. Os limites entre as

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GEOGRAFIA II

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HIDROGRAFIA: BACIAS HIDROGRÁFICAS NO MUNDO E NO BRASIL30

A IMPORTÂNCIA DOS RIOS NAS SOCIEDADES

Os grandes rios ajudaram muito na história humana. Foi nas suas margens que a agricultura foi praticada com sucesso pela primeira vez, assim como a criação de animais. Foi ali que técnicas de navegação começaram a ser inventadas e empregadas, técnicas essas, que depois de  evoluírem  permitiriam que o povo europeu dominasse o mundo. Quase que simultaneamente, diversas grandes civilizações da Antiguidade surgiram às margens de rios. Possivelmente o mais famoso e conhecido dos rios da antiguidade, o rio Nilo foi onde se desenvolveu a civilização dos Egípcios, um dos povos mais avançados da antiguidade, que souberam usar muito bem o poder devastador das enchentes sazonais em proveito da agricultura. O Nilo forma junto com os rios Tigre e Eufrates (antiga Mesopotâmia, atual Iraque/Kuwait) a região chamada de Crescente Fértil, uma região de grande abundância e terras férteis, onde as civilizações se desenvolveram inicialmente. Entre os dois rios, e em ambas as margens, um solo extremamente rico favoreceu o início da agricultura e da criação de animais e o desenvolvimento dos povos Sumérios, Babilônios, Assírios e os Caldeus.

O rio Indo, considerado sagrado pelos povos que habitam sua região, daria origem a um povo de suma importância para o desenvolvimento da Índia, os Hindus. As suas enchentes eram maiores que a do Nilo, então a civilização que ali floresceu era muito grata pelas cheias, que ajudaram a gerar (acreditam os pesquisadores) pela primeira vez a cana-de-açúcar e o algodão, que mais tarde seriam de suma importância para a história humana.  Por fim, o rio Amarelo, que daria sustento à civilização chinesa. Foi em suas margens que boa parte dos inventos memoráveis dos chineses tomariam forma, e foi graças a suas poderosas enchentes ricas em sedimentos (muito superiores a de qualquer outro rio em qualquer lugar do mundo) que o povo chinês teve chances de crescer tanto.

Os rios tiveram, de modo geral, um papel importante na formação de centros urbanos ao longo da história, não somente pelo abastecimento, mas também por serem o meio de transporte que favorecia a troca de mercadorias, sobretudo produtos agrícolas. No caso das áreas de baixada, a ocupação intensa e desordenada destas várzeas de rios tem provocado prejuízos ambientais aos rios e aos manguezais, além de, a médio prazo, afetar a própria viabilidade da cidade. Ao longo do tempo, os rios foram usados como destino de esgoto, sofreram aterros e tiveram sua mata ciliar removida. Associados a isso, a terraplanagem, impermeabilização e compactação do solo tem provocado alagamentos por deixarem as águas sem destino.

Dentre as cidades brasileiras, cada uma apresenta suas particularidades para lidar com os mesmos problemas. Em São Paulo, há a necessidade de proteger as áreas de mananciais do intenso processo de ocupação irregular que vem ocorrendo. No Rio de Janeiro, é preciso controlar a expansão da mancha urbana, mas também reconstituir florestas e efetuar o controle de dejetos e águas da chuva em grandes centros. Em Curitiba, a existência de parques na cidade é preponderante para que as questões ambientais sejam mais bem resolvidas, uma vez que o controle de remanescentes florestais e a preservação do rio Birigui e seus afluentes tem sido relevante no controle de enchentes.

Mundialmente, há exemplos de que é possível recuperar os ecossistemas de rios degradados. O Rio Tâmisa, na Inglaterra, que já havia sido declarado morto, é um exemplo. Seu odor era tão forte

que era conhecido como “O Grande Fedor”, e chegou a suspender as sessões do Parlamento Inglês (localizado em suas margens) em 1858. Com a morte do príncipe Albert em 1861, por febre tifoide (decorrência da insalubridade do rio), a poluição começou a ser vista como um problema a ser combatido. Outro exemplo é o do Rio Reno, que nasce nos Alpes suíços, percorre Suíça, França, Luxemburgo, Alemanha e Holanda e deságua no Mar do Norte. Ao custo de mais de 15 bilhões de dólares, foi iniciado em 1986 um programa de despoluição que já fez com que 63 das 64 espécies de peixe que originalmente habitavam o rio voltassem até ele.

No caso de São Paulo, a implementação de parques lineares nos rios Tietê e Pinheiros é completamente inviável devido às presenças de vias marginais. Em comparação à metrópole paulista e outros grandes centros, a relação com as águas nas cidades da Amazônia é de fácil resolução. Em Belém, grandes projetos de saneamento básico deram à população o direito de se locomoverem sem os constantes alagamentos. Apesar de não haver necessidade de pisar em terra firme para se deslocar, o direito básico de ir e vir ainda é privado de muitos cidadãos brasileiros pela questão das águas.

BACIAS HIDROGRÁFICAS

A análise das bacias hidrográficas é de fundamental importância, pois a água é um recurso natural essencial para todas as espécies do planeta. O conhecimento do comportamento das bacias hidrográficas proporciona projetos para evitar acidentes como, por exemplo, as inundações, além de maximizar o aproveitamento desse recurso (água) para o abastecimento de cidades, agropecuária, atividade industrial, construção de usinas hidrelétricas, entre outros.

Bacia hidrográfica, também chamada de bacia de drenagem, corresponde a uma porção da superfície da Terra drenada por um rio principal, seus afluentes e subafluentes. A topografia do terreno é responsável pela drenagem da água da precipitação pluviométrica (chuva) para esse curso de água. Os limites entre as

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GEOGRAFIA II 30 HIDROGRAFIA: BACIAS HIDROGRÁFICAS NO MUNDO E NO BRASIL

bacias hidrográfi cas encontram-se nas partes mais altas do relevo e são denominados divisores de água, pois separam as águas de diferentes bacias. Existem várias bacias hidrográfi cas, sendo que algumas possuem maior destaque em razão de sua extensão.

BACIAS HIDROGRÁFICAS DO BRASILPOTENCIAL HÍDRICO - BRASIL

Norte 69%

Centro-Oeste 15%

Sul 7%

Sudeste 6%

Nordeste 3%

Brasil possui uma das mais extensas e diversifi cadas redes fluviais do mundo, dividida em 12 regiões hidrográfi cas: Bacia Amazônica, Bacia Tocantins Araguaia, Bacia do Paraguai, Bacia Atlântico Nordeste Ocidental, Bacia Atlântico Nordeste Oriental, Bacia do Paraná, Bacia do Parnaíba, Bacia do São Francisco, Bacia do Atlântico Leste, Bacia do Atlântico Sudeste, Bacia do Atlântico Sul e Bacia do Uruguai.

REGIÃO HIDROGRÁFICA ÁREA

Amazônica 45%

Paraguai 4%

Tocantins-Araguaia 11%

Atlântico Nordeste Ocidental 4%

Parnaíba 4%

Atlântico Nordeste Oriental 3%

São Francisco 8%

Atlântico Leste 4%

Atlântico Sudeste 3%

Paraná 10%

Uruguai 2%

Atlântico Sul 2%

Brasil 100%

Uma rede hidrográfi ca é o conjunto formado pelo rio principal e todos os seus afluentes e subafluentes. Conheça as principais do País:

• Bacia Amazônica: considerada a rede hidrográfica mais extensa do mundo, a Bacia Amazônica ocupa uma área total de 7.008.370 km2. Esta área vai desde as nascentes, nos Andes Peruanos, até sua foz (local onde o rio deságua) no Oceano Atlântico - 64,88% (ou 3.843.402 km2) desse total ficam em território brasileiro e o restante está dividido entre a Colômbia (16,14%), Bolívia (15,61%), Equador (2,31%), Guiana (1,35%), Peru (0,60%) e Venezuela (0,11%). No Brasil, a Bacia Amazônica é compartilhada por sete Estados - Acre, Amazonas, Amapá, Rondônia, Roraima, Pará e Mato Grosso. Seus principais rios são Javari, Purus, Madeira, Tapajós e Xingu (pela margem direita) e Iça, Japurá, Negro, Trombetas, Paru e o Jari (pela margem esquerda).

• Bacia Tocantins-Araguaia: com uma área total de 967.059 km², a Bacia Tocantins-Araguaia ocupa 11% do território nacional. Grande parte está na Região Centro-Oeste, nos Estados de Goiás, Tocantins, Pará, Maranhão, Mato Grosso e Distrito Federal. Como o próprio nome diz, os dois principais rios dessa bacia são o Tocantins e o Araguaia. O Tocantins nasce no planalto de Goiás, a cerca de 1.000 metros de altitude. Com 1.960 km de extensão até sua junção com o rio Araguaia, ele tem como principais afluentes (rios menores que deságuam no rio principal) os rios Bagagem, Tocantinzinho, Paranã, dos Sonos, Manoel Alves Grande e Farinha (margem direita) e rio Santa Tereza (margem esquerda). Em seus 2.600 km, o Araguaia abriga a maior ilha fluvial do mundo – a Ilha do Bananal – com 350 km de comprimento e 80 km de largura.

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• Bacia do Paraguai: o rio Paraguai nasce na Chapada dos Parecis, no Mato Grosso. Ao longo do seu percurso rumo ao sul, recebe vários afluentes importantes como o Cuiabá, o São Lourenço, o Taquari, o Miranda e o Negro. Sua bacia hidrográfica abrange uma área de 1.095.000 km², sendo 33% no Brasil – Mato Grosso e Mato Grosso do Sul - e o restante na Argentina, Bolívia e Paraguai. A região se divide em duas áreas principais hidrográficas: Planalto (215.963 km²), com terras acima de 200 metros de altitude, e Pantanal (147.629 km²), que são terras abaixo de 200 metros de altitude, com baixa capacidade de drenagem e sujeitas a grandes inundações. Considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta, o Pantanal funciona como um grande reservatório que retém a maior parte da água oriunda do Planalto e regulariza a vazão do rio Paraguai. A baixa capacidade de drenagem dos rios e lagoas que se formam no Pantanal, juntamente com a influência do clima da região, faz com que cerca de 60% da água proveniente do Planalto seja perdida por evaporação.

• Bacia Atlântico Nordeste Ocidental: localizada no Estado do Maranhão e em uma pequena porção oriental do Pará, fazem parte da região hidrográfica do Atlântico Nordeste Ocidental os rios Gurupi, Turiaçu, Pericumã, Mearim, Itapecuru, Munim e a região do litoral do Maranhão. Com uma área de 254.100 km2, a bacia atinge 233 municípios, sendo 9% no Pará e 91% no Maranhão.

• Bacia Atlântico Nordeste Oriental: a Bacia do Atlântico Nordeste Oriental não tem grandes rios e, por isso, apresenta baixa disponibilidade de água em relação à demanda local, principalmente em períodos de estiagem. Seus principais rios são o Capibaribe, Paraíba, Jaguaribe e Acaraú. Os 287.348 km2 (3% do território brasileiro) dessa bacia atingem cinco Estados do Nordeste e suas capitais (Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas), dezenas de núcleos urbanos e um grande parque industrial. Além disso, a região reúne diversas bacias costeiras de pouca extensão. No litoral do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco podem ser encontrados estuários (parte de um rio que se encontra em contato com o mar), manguezais e lagoas costeiras. O litoral de Alagoas inclui o delta do rio São Francisco, compartilhado com Sergipe, e o Complexo Estuarino-Lagunar Mundaú / Manguaba.

• Bacia do Paraná: a região onde está localizada a bacia do Paraná é de grande importância, pois tem o maior desenvolvimento econômico do país e atinge 32% da população brasileira. Ocupa 10% do território nacional (879.860 km²) e se divide entre os Estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e Distrito Federal. A bacia recebe esse nome por ter o rio Paraná como seu principal formador. Com uma extensão de 2750 km até sua foz, o Paraná tem como principais afluentes o Paranaíba e o Grande. Essa região hidrográfica se subdivide em seis grandes rios: Grande, Iguaçu, Paranaíba, Paranapanema, Paraná e Tietê, apresentando uma vazão média correspondente a 6,5% do total do país. A bacia do Paraná também é a que possui a maior capacidade de produção (59,3% do total nacional) e demanda (75% do consumo nacional) de energia do país. Existem 176 usinas hidrelétricas na região, com destaque para Itaipu, Furnas, Porto Primavera e Marimbondo.

• Bacia do Parnaíba: com 344.112 km2 de área (3,9% do território nacional), a Bacia do Parnaíba ocupa 99% do Piauí, 19% do Maranhão e 10% do Ceará. No Piauí, a água subterrânea representa a principal fonte de abastecimento da população. Em áreas semiáridas, nas quais muitos rios são intermitentes (ou seja, descontínuos, que terminam e recomeçam por intervalos), é a única alternativa para os

habitantes. Parte da Bacia do Parnaíba é marcada por um elevado índice de pobreza, e a proporção da população que se encontra em zonas rurais (40%) é alta em relação à média nacional (18,2%). Nessa região, a utilização média de água por hectare é superior à média do Brasil. Um dos motivos para isso é a intensa perda de água para a atmosfera, causada pela evaporação a partir do solo e pela transpiração das plantas.

• Bacia do São Francisco: conhecido como o rio da integração nacional, o São Francisco tem sido cenário de fatos históricos do país. Sua região hidrográfica abrange sete Estados: Minas Gerais, Distrito Federal, Goiás, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Com cerca de 2.700 km de extensão, o São Francisco nasce na Serra da Canastra (MG) e corre para o norte, seguindo até Pernambuco, onde muda o percurso para o Sudeste e deságua no Oceano Atlântico entre Alagoas e Sergipe. Ao todo são 168 afluentes, dos quais 99 constantes e 69 intermitentes. As hidrelétricas da bacia do São Francisco são responsáveis por grande parte do abastecimento de energia da Região Nordeste. São 33 usinas em operação – nove no próprio rio São Francisco. Além disso, as barragens também são usadas para abastecimento, lazer e irrigação.

• Bacia do Atlântico Leste: com uma área que corresponde a 8% do país (374.677 km²), a região hidrográfica do Atlântico Leste inclui parte dos Estados de Sergipe, Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo. Atinge 526 cidades, alguns grandes núcleos urbanos e um parque industrial. Entre seus principais rios estão o Paraguaçu, Contas, Salinas, Pardo, Jequitinhonha e Mucuri. Além disso, nas bacias costeiras, entre Sergipe e Espírito Santo, também existe uma grande diversidade de rios, córregos e riachos.

• Bacia do Atlântico Sudeste: região mais populosa do país, o Sudeste também possui o maior polo econômico e industrial do Brasil. Por isso, a região hidrográfica do atlântico sudeste – distribuída pelos Estados do Estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e o litoral do Paraná - possui grande importância no cenário econômico nacional. Com uma área de 229.972 km2, equivalente a 2,7% do território brasileiro, seus principais rios são o Paraíba do Sul e Doce, com respectivamente 1.150 e 853 km. Além desses, vários outros rios de menor porte formam as seguintes bacias: São Mateus, Santa Maria, Reis Magos, Benevente, Itabapoana, Itapemirim, Jacu, Ribeira e litorais do Rio de Janeiro e de São Paulo. Por ser a mais populosa e industrializada, a região tem uma grande demanda de água (10% do total nacional), sendo 41% para a área urbana e 15% para a área industrial.

• Bacia do Atlântico Sul: a região hidrográfica Atlântico Sul tem início na divisa dos Estados de São Paulo e Paraná e se estende até o Arroio Chuí, no extremo sul do país. Com uma área total de 185.856 km2 (2% do país) a região abrange partes dos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Na bacia do Atlântico Sul, predominam rios de pequeno porte que escoam diretamente para o mar. As exceções mais importantes são os rios Itajaí e Capivari, em Santa Catarina, que apresentam maior volume de água. Na região do Rio Grande do Sul são encontrados rios de grande porte, como o Taquari-Antas, Jacuí, Vacacaí e Camaquã.

• Bacia do Uruguai: Com 2.200 km de extensão, o rio Uruguai nasce na junção dos rios Pelotas e Peixe, e segue em direção ao oeste dividindo os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em seu caminho, ele também se une com o rio Peperi-Guaçu, servindo de fronteira entre Brasil e Argentina. Seguindo na direção sudoeste, o Uruguai se une com o rio Quarai (que limita o Brasil e o Uruguai) e daí toma a direção sul, passando a dividir Argentina e Uruguai até a sua foz. A região hidrográfica do Uruguai tem grande

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importância para o país, pois atende a agroindústria e tem grande potencial hidrelétrico. Junto com as regiões hidrográficas do Paraná e Paraguai, ela forma a grande bacia do Prata. A bacia do Uruguai se divide entre os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Sua área total 385.000 km2, sendo que 45% em território nacional.

PROTREINOEXERCÍCIOS

01. Explique o que são Bacias Hidrográficas.

02. Explique o que são afluentes.

03. Cite a bacia hidrográfica brasileira mais extensa e seus principais rios.

04. Explique a importância dos rios para a sociedade.

05. Cite algumas importantes bacias hidrográficas do mundo que estão localizadas fora do território brasileiro.

PROPOSTOSEXERCÍCIOS

01. (ENEM PPL) A renaturalização de rios e córregos é, há muito tempo, uma realidade na Europa, no Japão, na Coreia do Sul, nos Estados Unidos e em outros países. No Brasil ainda são muito tímidas as iniciativas, mas algumas poucas cidades estão adotando essa importante prática.

Disponível em: http://sosriosdobrasil.blogspot.com.br. Acesso em: 10 dez. 2012 (adaptado).

A legislação brasileira avançou ao estabelecer como unidade territorial para a gestão desse recurso a) os biomas. b) as reservas ecológicas. c) as unidades do relevo.

d) as bacias hidrografias. e) as áreas de preservação

ambiental.

02. (UNESP) Considere o mapa das bacias hidrográficas brasileiras e analise o gráfico das condições hídricas de uma dessas bacias.

Bacias hidrográficas brasileiras

Bacia hidrográfica X*

*Situação atual da bacia hidrográfica X, avaliada a partir das condições hídricas (demanda/disponibilidade) apresentadas por

cada trecho da malha fluvial.

(http:conjuntura.ana.gov.br. Adaptado.)

Considerando conhecimentos sobre a situação atual de uso, ocupação demográfica, disponibilidade hídrica e degradação das bacias hidrográficas brasileiras, é correto afirmar que a bacia X se refere à a) bacia do Paraguai. b) bacia Amazônica. c) bacia Tocantins-Araguaia. d) bacia Atlântico Nordeste Oriental. e) bacia do Uruguai.

03. (FUVEST) Observe a imagem e leia o texto.

Por muitos anos, as várzeas paulistanas foram uma espécie de quintal geral dos bairros encarapitados nas colinas. Serviram de pastos para os animais das antigas carroças que povoaram as ruas da cidade. Serviram de terreno baldio para o esporte dos humildes, tendo assistido a uma proliferação incrível de campos de futebol. Durante as cheias, tais campos improvisados ficam com o nível das águas até o meio das traves de gol.

Aziz Ab’Saber, 1956.

Considere a imagem e a citação do geógrafo Aziz Ab’Saber na análise das afirmações abaixo:I. O processo de verticalização e a impermeabilização dos solos

nas proximidades das vias marginais ao rio Tietê aumentam a sua susceptibilidade a enchentes.

II. A retificação de um trecho urbano do rio Tietê e a construção de marginais sobre a várzea do rio potencializaram o problema das enchentes na região.

III. A extinção da Mata Atlântica na região da nascente do rio Tietê, no passado, contribui, até hoje, para agravar o problema com enchentes nas vias marginais.

IV. A várzea do rio Tietê é um ambiente susceptível à inundação, pois constitui espaço de ocupação natural do rio durante períodos de cheias.

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Está correto o que se afirma em a) I, II e III, apenas. b) I, II e IV, apenas.

c) I, III e IV, apenas. d) II, III e IV, apenas.

e) I, II, III e IV.

04. (UNESP) Observe os perfis longitudinais de importantes rios de algumas das bacias hidrográficas brasileiras.

As bacias hidrográficas identificadas nos perfis são, respectivamente, a) Amazônica, Tocantins-Araguaia, Uruguai e Atlântico Nordeste

Oriental. b) Tocantins-Araguaia, Paraguai, Parnaíba e Atlântico Leste. c) Atlântico Sudeste, Uruguai, Paraguai e Amazônica. d) Amazônica, Tocantins-Araguaia, São Francisco e Paraná. e) Atlântico Nordeste Oriental, Parnaíba, São Francisco e Paraná.

05. (UNICAMP) Em 1902 os paulistas organizam o primeiro campeonato de futebol no Brasil. No mesmo ano, surgem os primeiros campos de várzea, que logo se espalham pelos bairros operários, e já em 1908/1910, a várzea paulistana congregava vários e concorridos campeonatos, de forma que São Paulo não é apenas pioneira nacional no futebol “oficial”, mas também, e sobretudo, no “futebol popular”. A retificação dos rios Pinheiros e Tietê, a partir dos anos 1950, eliminou da paisagem urbana inúmeros campos de várzea, provavelmente mais de uma centena.

(Adaptado de G.M. Jesus, “Várzeas, operários e futebol: uma outra Geografia”. Geographia. Rio de Janeiro, v. 4, n. 8, p. 84-92, 2002.)

Várzea é uma forma geomorfológica associada às margens de rios caracterizadas pela topografia plana (o que facilita o uso como campos de futebol) e a) sujeita a inundações periódicas anuais, quando ocorre a

deposição de sedimentos finos. Está posicionada entre o terraço e o rio.

b) sujeita a inundações apenas em anos muito chuvosos, quando ocorre a deposição de sedimentos grossos. Está posicionada entre o terraço e o rio.

c) sujeita a inundações periódicas anuais, quando ocorre a deposição de sedimentos finos. Está posicionada entre a vertente e o terraço.

d) sujeita a inundações apenas em anos muito chuvosos, quando ocorre a deposição de sedimentos finos. Está posicionada entre a vertente e o terraço.

06. (UNESP) Observe os mapas, que representam as sub-regiões e as bacias hidrográficas do Nordeste brasileiro.

Indique a alternativa que contém as sub-regiões inteiramente localizadas na Bacia de Leste. a) Agreste e Sertão. b) Zona da Mata e Agreste. c) Litoral Oriental e Sul da Bahia. d) Recôncavo Baiano e Sul da Bahia. e) Litoral Setentrional e Recôncavo Baiano.

07. (MACKENZIE) Observe o mapa:

Estudo aponta que desmatamento da Mata Atlântica aumentou cerca de 60% em um ano.

Entre 2015 e 2016, cerca de 290 quilômetros quadrados de floresta foram devastados, o que significa um aumento de 57,7%, se comparado com os anos anteriores.

A Mata Atlântica percorre importantes regiões hidrográficas brasileiras. Suas florestas são fundamentais para a manutenção dos processos hidrológicos garantindo a quantidade e a qualidade da água potável para milhões de brasileiros e para os diferentes setores da economia nacional.

http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/especiais/noticia/estudo-apontaque-desmatamento-da-mata-atlantica-aumentou-cerca-de-60-em-um-ano.ghtml

Tendo por base o mapa, as informações citadas e seus conhecimentos, identifique, a seguir, a alternativa que apresente, apenas, regiões hidrográficas com ocorrências de Mata Atlântica. a) Região Hidrográfica do Uruguai; Região Hidrográfica do

Tocantins; Região Hidrográfica do Atlântico Nordeste Ocidental. b) Região Hidrográfica Atlântico Sul; Região Hidrográfica do

Paraná; Região Hidrográfica do Atlântico Leste. c) Região Hidrográfica Amazônica; Região Hidrográfica do

Tocantins; Região Hidrográfica do Parnaíba. d) Região Hidrográfica do Uruguai; Região Hidrográfica do

Atlântico Nordeste Ocidental; Região Hidrográfica Amazônica. e) Região Hidrográfica do Paraguai; Região Hidrográfica

Amazônica; Região Hidrográfica do Piauí.

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08. (UFRGS) No bloco superior abaixo, estão indicadas as regiões hidrográficas brasileiras; no inferior, informações sobre essas regiões.Associe adequadamente o bloco inferior ao superior.1. Amazônia2. São Francisco

3. Paraná4. Paraguai

( ) Apresenta grande potencial energético, e seu rio principal atravessa o polígono das secas.

( ) Drena as terras do Pantanal Mato-grossense, e seu rio principal é de planície.

( ) Ocupa trechos do Planalto Meridional, e seus rios são facilmente navegáveis.

( ) Abrange terras da zona equatorial e tem nascentes nos Andes.A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a) 2 – 1 – 3 – 4. b) 2 – 4 – 3 – 1.

c) 3 – 2 – 1 – 4. d) 3 – 4 – 2 – 1.

e) 4 – 1 – 3 – 2.

09. (PUCRJ)

A divisão do território brasileiro apresentada no cartograma é baseada na(s) sua(s) a) estrutura edáfica b) divisão geológica c) bacias hidrográficas

d) florestas nativas e) formações do relevo

10. (UFRGS) Considere o texto abaixo.O Brasil é um país privilegiado no que diz respeito à quantidade de água. Tem a maior reserva de água doce da Terra, ou seja, 12% do total mundial. Sua distribuição, porém, não é uniforme em todo o território nacional. A Amazônia, por exemplo, é uma região que detém a maior bacia fluvial do mundo. O volume de água do rio Amazonas é o maior de todos os rios do globo, sendo considerado um rio essencial para o planeta.

Fonte: <http://riosvoadores.com.br/>. Acesso em: 30 ago. 2017.

Assinale a afirmativa correta sobre a região hidrográfica amazônica. a) O ecoturismo é a principal atividade econômica da região e

colabora para a preservação desse rico patrimônio ambiental. b) As chuvas orográficas são provocadas pela intensa

evapotranspiração de superfícies úmidas e aquecidas. c) O garimpo e a mineração geram contaminação por metais pesados

e assoreamento, sem oferecer riscos à qualidade da água. d) A expansão das áreas urbanas sobre as áreas das planícies de

inundação é pouco significativa nessa região. e) A região abrange territórios do Brasil, Peru, Bolívia, Colômbia,

Equador, Venezuela e Guiana.

11. (MACKENZIE)

Com base no mapa, analise as proposições a seguir:I. O número 1 corresponde a maior Bacia Hidrográfica do mundo,

apresenta rios caudalosos e perenes, uma vez que o principal deles é o Amazonas. Abriga, atualmente, no Rio Xingu, o processo de instalação da usina hidrelétrica de Belo Monte.

II. O número 2 corresponde a Bacia Hidrográfica do Tocantins-Araguaia. Possuindo geomorfologia plana, é totalmente navegável. Atravessa regiões despovoadas representando, assim, importante meio de transporte para as populações ribeirinhas. A usina hidrelétrica de Paulo Afonso localiza-se no rio Tocantins destacando-se como a segunda maior do país.

III. O número 3 corresponde a Bacia Hidrográfica do Paraná. Concentrando o maior potencial hidrelétrico instalado do país, que fornece energia elétrica para as Regiões Sudeste, Sul e parte do Centro-Oeste. Ao longo de sua extensão encontra-se parte importante da riqueza hídrica subterrânea do aquífero Guarani.

Assinale a alternativa correta. a) Apenas I está correta. b) Apenas I e II estão corretas. c) Apenas II e III estão corretas.

d) Apenas I e III estão corretas. e) I, II e III estão corretas.

12. (UCS) O Brasil tem um grande potencial em sua rede hidrográfica, por apresentar rios caudalosos, grande volume d’água, predomínio de rios perenes, de foz em estuário, de regime pluvial de drenagem exorreica, de grande potencial hidráulico e outros. Observe o mapa das bacias hidrográficas brasileiras.

A linha que vai de “A” a “B” passa sobre três bacias hidrográficas, que são a) Amazônica, do Tocantins-Araguaia, do Nordeste. b) do São Francisco, do Nordeste, do Leste. c) Platina, do São Francisco, do Sul-Sudeste. d) do Tocantins-Araguaia, do São Francisco, do Leste. e) do Norte, Platina, do Leste.

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30 HIDROGRAFIA: BACIAS HIDROGRÁFICAS NO MUNDO E NO BRASIL

255

GEOGRAFIA II

13. (MACKENZIE) Observe o mapa.

A respeito das Bacias Hidrográficas representadas no mapa, considere as afirmações.I. O número 2 representa no mapa a Bacia do Tocantins/

Araguaia. Seu potencial energético é parcialmente explorado. Destaque para a usina hidrelétrica de Tucuruí, importante obra de infraestrutura para o desenvolvimento do Projeto Carajás.

II. O número 3 representa no mapa a Bacia do Parnaíba. Apresenta-se como fundamental para a região. A escassez de água tem sido historicamente apontada como um dos principais motivos para o baixo índice de desenvolvimento econômico e social da região.

III. O número 6 representa no mapa a Bacia do São Francisco. A agricultura é uma das mais importantes atividades econômicas, mas a região possui fortes contrastes socioeconômicos, com áreas de acentuada riqueza e alta densidade demográfica e áreas de pobreza crítica e população bastante dispersa.

IV. O número 7 representa no mapa a Bacia do Atlântico Nordeste Oriental. Apresenta-se como fundamental para a região em relação à ocupação urbana ao contemplar cinco importantes capitais do Nordeste, regiões metropolitanas, dezenas de grandes núcleos urbanos e um parque industrial significativo.

Estão corretas a) I e II, apenas. b) II e III, apenas. c) I e III, apenas.

d) I, III e IV, apenas. e) I, II, III e IV.

14. (UEFS)

Com base no mapa e nos conhecimentos sobre a hidrografia brasileira, é correto afirmar que a a) Bacia 1 possui, atualmente, a maior produção hidrelétrica do

país, graças à recente instalação da Usina de Belo Monte.

b) Bacia 2 é a maior bacia totalmente brasileira, nela localiza-se a maior ilha fluvial do mundo e a hidrelétrica que foi construída para atender ao complexo mineral de Carajás.

c) Bacia 4 possui grande potencial para navegação, pois seu rio principal drena, em todo seu percurso, uma região de baixa declividade.

d) Bacia 5 é formada por rios intermitentes, que drenam a área semiárida do sertão nordestino e restringem significativamente a vida das populações locais.

e) Bacia 6 é a única do país que possui rios de drenagem exorreica, foz em delta e regime pluvial com cheias no verão.

15. (UEFS) Analise o mapa.

A correlação entre o mapa e a hidrografia brasileira permite afirmar que: a) no Centro-Oeste, a presença da bacia do Parnaíba garante

chuvas constantes ao longo do ano. b) na Amazônia, as águas provenientes das chuvas ficam

contidas pelas barreiras naturais do Planalto Meridional. c) no sertão nordestino, os menores índices pluviométricos

favorecem a concentração de rios intermitentes. d) na parcela oeste da região Sul, espera-se que os rios perenes

sequem durante os meses de menor precipitação. e) na região Sudeste, a elevada média de precipitação anual é

explicada pelos rios temporários que cortam a região.

16. (UNICAMP) Compreender a dinâmica de vazão dos rios é fundamental para o gerenciamento dos recursos hídricos, pois a captação de água atende a diferentes necessidades da sociedade e pode ser comprometida em caso de estiagem extrema. Os gráficos de Regime Fluvial a seguir mostram a vazão de dois rios brasileiros ao longo do ano.

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GEOGRAFIA II 30 HIDROGRAFIA: BACIAS HIDROGRÁFICAS NO MUNDO E NO BRASIL

Considerando as informações dos gráficos e seus conhecimentos, assinale a alterativa correta. a) O volume correspondente à vazão dos dois rios é similar, e o

volume de chuvas responsáveis pela recarga desses cursos d’água é o mesmo.

b) Os dois rios possibilitam, durante todo o ano, o abastecimento humano, a geração de energia, a navegação e a pesca.

c) A captação de água nos rios A e B pode ocorrer durante todo o ano, pois em ambos há excesso de água no verão e deficit no inverno.

d) Os rios apresentam regimes fluviais diferentes: o rio A corresponde ao Regime Pluvial Tropical e o rio B representa o Regime Pluvial Semiárido.

17. (PUCRS) Examine as figuras abaixo, que representam perfis longitudinais de diferentes rios, e as afirmativas que seguem.

I. A competência de transporte de sedimentos é menor no rio da figura 1.

II. O rio da figura 1 tem maior potencial hidroenergético.III. O rio da figura 2 apresenta perfis transversais com vales

estreitos e profundos.IV. A capacidade de sedimentação é maior no rio da figura 2.Estão corretas apenas as afirmativas a) I e II. b) II e IV. c) III e IV.

d) I, II e III. e) II, III e IV.

18. (UECE) A bacia hidrográfica é reconhecida como unidade espacial na Geografia Física desde o fim dos anos 60. Contudo, durante a última década ela foi, de fato, incorporada pelos profissionais não só da geografia, mas da grande área das chamadas Ciências Ambientais, em seus estudos e projetos de pesquisa.

Botelho, R. G. M. e Silva, A. S. da. Bacia Hidrográfica e Qualidade Ambiental. Reflexões sobre a geografia física no Brasil. Vitte, A. C. Guerra, A. J. T. Rio de Janeiro. Bertrand

Brasil. 2004. p. 153.

A importância da bacia hidrográfica como unidade de estudo, da forma como se refere o texto, se dá porque a) os impactos no sistema hidrológico são os que mais afetam as

atividades comerciais e de mineração. b) possibilita avaliar de forma integrada as ações humanas a

respeito do ambiente e de seus desdobramentos sobre o equilíbrio hidrológico.

c) os aspectos do ambiente podem ser estudados e compreendidos isoladamente na perspectiva da análise ambiental de forma compartimentada.

d) os rios e as suas paisagens adjacentes que compõem as bacias hidrográficas representam a base dos estudos geoquímicos e ambientais.

19. (PUCRS) Leia a informação e analise o croqui a seguir. As bacias hidrográficas são constituídas pelas ver tentes e pela rede de rios principais, afluentes e subafluentes, cujo conjunto forma a chamada rede de drenagem. Essa drenagem origina os padrões (desenhos) que os canais fluviais configuram sobre a superfície da bacia hidrográfica.

O padrão de drenagem acima exemplificado classi fica-se como a) radial. b) retilíneo.

c) dendrítico. d) entrelaçado.

e) meandrante.

20. (UNESP) Qual é a dinâmica pela qual evolui a rede de rios? O sistema evolui espontaneamente para o estado mais conveniente, de energia mínima, impulsionado por fluxos de água e energia vindos de tempestades, avalanches e transporte de sedimentos. Trata-se de um processo de auto-organização da paisagem.(Nelson B. Peixoto. “O rio, a inundação e a cidade”. In: Revista Estudos Avançados, no 91,

setembro/dezembro de 2017.)

Um exemplo de auto-organização da paisagem natural relacionada aos rios é a) a retificação dos cursos d’água. b) a epirogênese de materiais. c) a lixiviação pedogênica. d) o escoamento laminar. e) a formação de padrões meândricos.

APROFUNDAMENTOEXERCÍCIOS DE

01. (FUVEST) As figuras representam um mesmo evento chuvoso em três bacias hidrográficas semelhantes e próximas, mas em diferentes situações de cobertura vegetal e de uso da terra.O gráfico representa o comportamento da vazão dos rios de cada uma das três bacias, após esse mesmo evento chuvoso.

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257

GEOGRAFIA II

a) Identifique, na página de respostas, qual o número da bacia hidrográfica que corresponde a cada uma das três curvas de comportamento da vazão apresentadas no gráfico: Y, Z e W.

b) Analise e explique a seguinte afirmação, presente em estudos recentes de avaliação do impacto humano em processos físicos da superfície: A forma como utilizamos a superfície terrestre, por si só, já se constitui num quadro de mudança potencial para desencadear eventos extremos com efeitos indesejáveis. Cite um exemplo.

02. (UNESP) Em meio à crise de abastecimento de água, o estado de São Paulo criou um conflito hídrico com o Rio de Janeiro acerca da captação e da utilização das águas do Rio Paraíba do Sul. O rio nasce em São Paulo, na Serra da Bocaina, e corta cidades paulistas, mineiras e fluminenses, até desaguar no Oceano Atlântico, em São João da Barra, no Rio de Janeiro. A principal fonte de água para a região metropolitana do Rio de Janeiro hoje é o Rio Paraíba do Sul e não há outro manancial capaz de reforçar o abastecimento. No entanto, para São Paulo, o rio é o que oferece solução no mais curto prazo.

(http://ultimosegundo.ig.com.br, 25.03.2014. Adaptado.)

Cite dois fatores técnicos que explicam a disputa entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro em relação ao uso da água do Rio Paraíba do Sul e indique duas medidas que poderiam ser tomadas com o intuito de solucionar este problema em torno da gestão territorial dos recursos hídricos.

03. (FUVEST) Anualmente, as principais bacias hidrográficas do mundo fazem ingressar nos oceanos dezenas de bilhões de toneladas de partículas sólidas removidas das áreas continentais, resultantes do trabalho erosivo das águas correntes superficiais. Observe o mapa:

A bacia hidrográfica Ganges-Brahmaputra, se comparada à do Amazonas, produz 3,4 vezes mais sedimentos por unidade de área, tendo, aproximadamente, 1/4 da área de drenagem e 18% da vazão média da bacia hidrográfica amazônica. Comparando-se os dados acima apresentados, a posição geográfica e o uso do solo nessas áreas, identifique um fator responsável pela

a) quantidade relativamente baixa da produção anual de sedimentos, por unidade de área, da bacia hidrográfica amazônica. Explique;

b) elevada produção anual de sedimentos, por unidade de área, da bacia hidrográfica Ganges- Brahmaputra. Explique.

04. (UNESP)

Os SertõesA Serra do Mar tem um notável perfil em nossa história. A prumo sobre o Atlântico desdobra-se como a cortina de baluarte desmedido. De encontro às suas escarpas embatia, fragílima, a ânsia guerreira dos Cavendish e dos Fenton. No alto, volvendo o olhar em cheio para os chapadões, o forasteiro sentia-se em segurança. Estava sobre ameias intransponíveis que o punham do mesmo passo a cavaleiro do invasor e da metrópole. Transposta a montanha - arqueada como a precinta de pedra de um continente - era um isolador étnico e um isolador histórico. Anulava o apego irreprimível ao litoral, que se exercia ao norte; reduzia-o a estreita faixa de mangues e restingas, ante a qual se amorteciam todas as cobiças, e alteava, sobranceira às frotas, intangível no recesso das matas, a atração misteriosa das minas...Ainda mais - o seu relevo especial torna-a um condensador de primeira ordem, no precipitar a evaporação oceânica.Os rios que se derivam pelas suas vertentes nascem de algum modo no mar. Rolam as águas num sentido oposto à costa. Entranham-se no interior, correndo em cheio para os sertões. Dão ao forasteiro a sugestão irresistível das entradas.A terra atrai o homem; chama-o para o seio fecundo; encanta-o pelo aspecto formosíssimo; arrebata-o, afinal, irresistivelmente, na correnteza dos rios.Daí o traçado eloquentíssimo do Tietê, diretriz preponderante nesse domínio do solo. Enquanto no S. Francisco, no Parnaíba, no Amazonas, e em todos os cursos d'água da borda oriental, o acesso para o interior seguia ao arrepio das correntes, ou embatia nas cachoeiras que tombam dos socalcos dos planaltos, ele levava os sertanistas, sem uma remada, para o rio Grande e daí ao Paraná e ao Paranaíba. Era a penetração em Minas, em Goiás, em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, no Mato Grosso, no Brasil inteiro. Segundo estas linhas de menor resistência, que definem os lineamentos mais claros da expansão colonial, não se opunham, como ao norte, renteando o passo às bandeiras, a esterilidade da terra, a barreira intangível dos descampados brutos.Assim é fácil mostrar como esta distinção de ordem física esclarece as anomalias e contrastes entre os sucessos nos dous pontos do país, sobretudo no período agudo da crise colonial, no século XVII.Enquanto o domínio holandês, centralizando-se em Pernambuco, reagia por toda a costa oriental, da Bahia ao Maranhão, e se travavam recontros memoráveis em que, solidárias, enterreiravam o inimigo comum as nossas três raças formadoras, o sulista, absolutamente alheio àquela agitação, revelava, na rebeldia aos decretos da metrópole, completo divórcio com aqueles lutadores. Era quase um inimigo tão perigoso quanto o batavo. Um povo estranho de mestiços levantadiços, expandindo outras tendências, norteado por outros destinos, pisando, resoluto, em demanda de outros rumos, bulas e alvarás entibiadores. Volvia-se em luta aberta com a corte portuguesa, numa reação tenaz contra os jesuítas. Estes, olvidando o holandês e dirigindo-se, com Ruiz de Montoya a Madri e Díaz Taño a Roma, apontavam-no como inimigo mais sério.De feito, enquanto em Pernambuco as tropas de van Schkoppe preparavam o governo de Nassau, em São Paulo se arquitetava o drama sombrio de Guaíra. E quando a restauração em Portugal veio alentar em toda a linha a repulsa ao invasor, congregando de novo os combatentes exaustos, os sulistas frisaram ainda mais esta separação de destinos, aproveitando-se do mesmo fato para estadearem a autonomia franca, no reinado de um minuto de Amador Bueno.

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GEOGRAFIA II 30 HIDROGRAFIA: BACIAS HIDROGRÁFICAS NO MUNDO E NO BRASIL

Não temos contraste maior na nossa história. Está nele a sua feição verdadeiramente nacional. Fora disto mal a vislumbramos nas cortes espetaculosas dos governadores, na Bahia, onde imperava a Companhia de Jesus com o privilégio da conquista das almas, eufemismo casuístico disfarçando o monopólio do braço indígena.(EUCLIDES DA CUNHA. Os sertões. Edição crítica de Walnice Nogueira Galvão. 2 ed. São

Paulo: Editora Ática, 2001, p. 81-82.)

Considere este trecho do texto de Euclides da Cunha: "... ele levava os sertanistas, sem uma remada, para o rio Grande e daí ao Paraná e ao Paranaíba. Era a penetração em Minas, em Goiás, em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, no Mato Grosso, no Brasil inteiro". A seguir, observe o mapa.

Identifique o rio e a bacia hidrográfica a que o autor se refere na primeira parte do texto. Qual é a denominação da bacia hidrográfica internacional que permite que estas águas brasileiras cheguem ao Oceano Atlântico?

05. (UNESP) O Acre está praticamente isolado do restante do País. Um trecho da BR-364, ligação entre o Acre e Rondônia, foi interditado por causa da chuva. A água tomou conta de toda a região e a estrada ficou embaixo d’água. O nível do rio Madeira, que corta os dois estados, está quase 18 metros acima do normal. É a pior cheia em 100 anos. Empresas de ônibus cancelaram as viagens e há risco de desabastecimento de combustível. O governo do Acre estuda a possibilidade de trazer o combustível do Peru. Mais de 2 000 famílias estão desabrigadas em Rio Branco e Porto Velho.

http://noticias.r7.com, 20.02.2014. Adaptado.

Defina uma característica do regime fluvial e outra do relevo da região amazônica e correlacione essas características com as situações de enchente e o isolamento territorial ocorridos no estado do Acre no início de 2014.

GABARITO

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

01. D

02. D

03. B

04. D

05. A

06. D

07. B

08. B

09. C

10. E

11. D

12. D

13. C

14. B

15. C

16. D

17. B

18. B

19. E

20. E

EXERCÍCIOS DE APROFUNDAMENTO

01. a) A relação entre os gráficos e as curvas são: Y-2; Z-1; W-3.

b) A ocupação do espaço altera os sistemas naturais a exemplo dos gráficos apresentados onde a retirada da cobertura vegetal e a impermeabilização do solo por meio da cobertura asfáltica eleva a vazão da água resultando em alagamentos e enchentes.

02. Os fatores técnicos que explicam a disputa entre São Paulo e Rio de Janeiro são: O rio Paraíba do Sul é o único manancial capaz de suportar o abastecimento do Rio de Janeiro; os afluentes da bacia do Paraíba tem menor vazão hídrica e, portanto, não garantem suporte de abastecimento de água para as metrópoles.

As medidas para solucionar a gestão territorial dos recursos hídricos são: gestão compartilhada dos recursos, modernização dos sistemas de captação e distribuição reduzindo perda por desperdício; campanhas educacionais para redução do consumo de água; reduzir a impermeabilização do solo aumentando a infiltração da água nos sistemas subterrâneos

03. a) A quantidade relativamente baixa da produção anual de sedimentos, por unidade área, da bacia hidrográfica amazônica, justifica-se em função de dois fatores principais: relevo e cobertura florestal. O relevo amazônico é marcado por baixas altitudes e formas bastante aplainadas, isto faz com que a velocidade do escoamento da água seja menor, consequentemente, a erosão será menor. A presença de cobertura vegetal também é fundamental para a proteção dos solos contra a erosão.

b) Já na área da bacia hidrográfica Gages-Brahmaputra, as características geográficas são diferentes, o relevo é composto por planaltos e altas montanhas, o desmatamento foi intenso e o clima de monções, com a alternância de uma estação seca com uma estação de chuvas torrenciais. A combinação destes fatores faz com que a velocidade do escoamento das águas seja bem maior, tornando o processo erosivo mais intenso.

04. O rio mencionado por Euclides da Cunha é o Tietê que, diferentemente da maioria dos rios brasileiros, corre do litoral para o interior, o que facilitou a penetração dos sertanistas. O rio Tietê é um afluente do rio Paraná, formado pela junção dos rios Grande e Paranaíba. As referências hidrográficas fazem parte da Bacia Hidrográfica do Paraná, que forma a Bacia Platina junto com os rios Uruguai e Paraguai. É uma bacia internacional, banhando o Brasil, a Argentina, o Uruguai e o Paraguai.

05. A região Amazônica caracteriza-se pela presença de planícies e baixa média altimétrica com rios cujo regime é pluvial. Aliada ao clima equatorial, com pluviosidade abundante e bem distribuída durante o ano, é comum a ocorrência das enchentes e o consequente isolamento das regiões, em razão da rede hidrográfica ser responsável em grande parte pelo transporte da região.

ANOTAÇÕES