FONTES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

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07/08/14 - Apresentação 14/08/14 FONTES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 1. FONTES MATERIAIS São as fontes potenciais do direito processual do trabalho e surgem do próprio direito material do trabalho, que encontra sua fonte substancial nos fatos sociais, políticos, econômicos, culturais, éticos e morais de determinado povo em dado momento histórico. Após ampliação da Competência da Justiça do Trabalho, houve aumento das fontes materiais do direito processual do trabalho geradas das relações de trabalho diversas da reação de emprego, como outras provenientes do direito previdenciário (execução das contribuições previdenciárias), direito tributário (retenção de imposto de renda), da representação sindical e da greve. 2. FONTES FORMAIS São aquelas que estão positivadas no ordenamento jurídico. 2.1. Fontes Formais Diretas É a lei em sentido genérico (atos normativos e administrativos editados pelo Poder Público) e os costumes; No topo destas fontes, encontram-se as normas constitucionais, uma vez que a CF é a lei fundamental dos ordenamentos jurídicos estatais. Podemos citar normas específicas do direito processual do trabalho na CF, tais como a competência da JT – art. 114. Já abaixo da CF, como leis infraconstitucionais, podemos citar: a) CLT, através do seu Título X “Processo Judiciário do Trabalho”; b) Lei Nº 5584/70 – normas procedimentais e complementares; c) CPC – aplicado subsidiariamente (art. 769, CLT); d) Lei 6.830/80 – organização e especialização dos tribunais em processos coletivos e individuais.

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07/08/14 - Apresentação

14/08/14

FONTES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO1. FONTES MATERIAISSão as fontes potenciais do direito processual do trabalho esurgem do próprio direito material do trabalho, que encontra suafonte substancial nos fatos sociais, políticos, econômicos,culturais, éticos e morais de determinado povo em dado momentohistórico.

Após ampliação da Competência da Justiça do Trabalho, houveaumento das fontes materiais do direito processual do trabalhogeradas das relações de trabalho diversas da reação de emprego,como outras provenientes do direito previdenciário (execução dascontribuições previdenciárias), direito tributário (retenção deimposto de renda), da representação sindical e da greve.

2. FONTES FORMAISSão aquelas que estão positivadas no ordenamento jurídico.

2.1. Fontes Formais DiretasÉ a lei em sentido genérico (atos normativos eadministrativos editados pelo Poder Público) e os costumes;

No topo destas fontes, encontram-se as normasconstitucionais, uma vez que a CF é a lei fundamental dosordenamentos jurídicos estatais.

Podemos citar normas específicas do direito processual dotrabalho na CF, tais como a competência da JT – art. 114.

Já abaixo da CF, como leis infraconstitucionais, podemoscitar:a) CLT, através do seu Título X “Processo Judiciário do

Trabalho”;b) Lei Nº 5584/70 – normas procedimentais e complementares;c) CPC – aplicado subsidiariamente (art. 769, CLT);d) Lei 6.830/80 – organização e especialização dos

tribunais em processos coletivos e individuais.

e) LC 75/93 – Lei Orgânica do Ministério Público da União(LOMPU) – instrumentos de atuação do MPT (ação civilpública, ação anulatória de cláusula convencional etc.).

f) Outras: Lei da Ação Civil Pública, CDC, ECA, Lei deProteção à Pessoa Portadora de Deficiência.

2.2. Fontes Formais IndiretasSão aquelas extraídas da jurisprudência e doutrina;a) Doutrina – fornece o substrato para a boa hermenêutica

(conhecimento dos verbetes jurisprudenciais – Súmulas,OJ’s e Precedentes do TST) – uniformização dajurisprudência e aplicação das normas do direitoprocessual do trabalho.

2.3. Fontes Formais de Explicitação (art. 769, CLT)Chamadas também de integrativas, tais como a analogia, osprincípios gerais de direito e a equidade.

O Art 769, CLT faz referência ao art. 126, CPP para oscasos em que não houver normas trabalhistas.

O art. 766, CLT prevê a possibilidade da aplicação aequidade.

Os costumes só passam a ser fontes normativas quandojudicializados, com prevê o art. 8º, CLT e o art. 128, CPC.

Exemplos de costumes como fontes não estatais: a)“protestos nos autos” – atacam decisão interlocutória eevitam a preclusão (art. 795, caput, CLT); b) apresentaçãode defesa (contestação) escrita, não obstante a previsãolegal para a apresentação de defesa oral (art. 847, CLT).

PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO1. PRINCÍPIO DO JUS POSTULANDI (Capacidade Postulatória) (Súmula425, TST)

O jus postulandi é o direito da parte autora e da parte reclamada depostular em juízo sem a necessidade de advogado. É válidoressaltar que o TST, através da Súmula 425, limitou a atuação dojus postulandi às Varas do Trabalho e aos TRT’s.

Súmula nº 425 - TST - Res. 165/2010 - DeJT divulgado em 30.04.2010 e 03 e 04.05.2010Jus Postulandi - Justiça do Trabalho - Alcance - LimitaçãoO jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aosTribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandadode segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.

Nota: esta súmula não violaria o princípio fundamental do acesso àjustiça?

Sendo assim, para recorrer ao TST e nas ações de procedimentoespecial (MS, Ação Rescisória e Ação Cautelar) é necessário umpatrono, pois há necessidade de um conhecimento técnico.

NOTAS:i. Existe um projeto de lei que visa extinguir o jus postulandi,

bem como a concessão de honorários sucumbenciais para aparte autora. Sendo assim, em razão do prejuízo às partes,o jus postulandi está com os dias contados. Atualmente,encontra-se elencado no art. 791, CLT;

ii.Mandato Tácito – previsto no art. 791, § 3º, CLT, bastandoa ciência da parte e o registro na ata de audiência.Observe-se que com o mandato tácito não há comosubstabelecer, nem há previsão dos poderes especiais daparte final do art. 38, CPC.

É o direito das partes de postular em juízo em a necessidade de advogado. No processode trabalho não tem limite de valores, como existe no processo civil (40 saláriosmínimos).

2. PRINCÍPIO DA CONCILIAÇÃO (inclusive após o trânsito emjulgado)Antigamente esse princípio estava disposto no art. 114, CF,porém, depois da EC 45/04, houve supressão do termo “conciliar ejulgar” que passou para “processar e julgar”. No entanto, o princípio em tela não deixou de ser aplicado, poisele encontra-se em lei infraconstitucional (CLT), não semostrando incompatível com a CF/88.

Embora não seja exclusivo do processo trabalhista, é neste queele parece ser mais evidente.

A conciliação pode ser efetuada em qualquer estágio do processo,inclusive após o trânsito em julgado da decisão, conforme dispõeo art. 764, CLT.

O art. 831, CLT também estabelece condição intrínseca para avalidade da sentença trabalhista, ao determinar que ela somente“será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta deconciliação”.

O termo de conciliação tem valor de coisa julgada, como dispõe oart. 831, P.U.

A falta de audiência de conciliação, instrução ou julgamentoimplica no arquivamento (autor ausente) ou em revelia (réuausente).

NOTA:i. No rito ordinário , o juiz tem dois momentos para a

tentativa de uma conciliação: na abertura (art. 846, CLT) eao término da instrução e da apresentação das razões finais(art. 850, CLT); já no rito sumaríssimo, apenas umatentativa que é na abertura da audiência (art. 852 E, CLT).

3. Princípio da SubsidiariedadeO processo comum é aplicável subsidiariamente ao processo dotrabalho onde houver lacunas e onde não lhe seja contrário, comfulcro no art. 769, CLT. (exemplos: provas, contestação, etc.)- não existe rol de testemunhas. Elas são convidadas;- sempre que citar o CPC, cumular com o art. 769 da CLT;- Para a execução: 1º) CLT; 2º) Lei de Execução Fiscal; 3º) CPC.

NOTA:i. O direito comum também é fonte subsidiária para o direito

do trabalho, conforme determina o art. 8º, PU, CLT.

4. Princípio da OralidadeNa Justiça do Trabalho predomina a oralidade, contribuindo paraa celeridade processual. Exemplos: reclamação verbal, defesaoral, razões finais orais, manifestação (réplica) sobre adefesa, protesto (feito em audiência, sempre que houver umanulidade).

Este princípio não se encontra albergado no CPC ou na CLT; eleexterioriza-se através de outros 04 princípios:

a) Princípio da Imediatividade ou da ImediaçãoO juiz está obrigado ao contato direto com as partes e suaprova (testemunhal ou pericial), coisa litigiosa ou comterceiros – esclarecimento da verdade real e dos autos paradecidir e justificar o seu livre convencimento.

Encontra residência nos arts. 342, 440 e 446, II, CPC e noart. 820, CLT.

b) Princípio da Identidade Física do JuizEste princípio assevera que o juiz que concluir a audiênciadeverá proferir a sentença, observando-se as condiçõesestabelecidas no art. 132, caput e PU, CPC.

A Súmula 136, TST não permitia a aplicação de tal princípionas Varas do Trabalho. Porém, a Resolução 185/2012 do mesmoTribunal Excelso cancela aquela súmula tornando este princípioaplicável nas mencionadas Varas.

Nos tribunais, o princípio em voga é aplicado ao Relator e, sehouver, ao Revisor do processo.

c) Princípio da ConcentraçãoÉ o princípio que regulamenta e orienta a apuração de provas ea decisão judicial em uma única audiência, dando origem aotermo “concentração”.

No direito processual civil tem fulcro nos arts. 331 e 450,CPC, enquanto no direito processual do trabalho, ele temabrigo no art. 849, CLT (rito comum ordinário) e no art. 852C, CLT (rito sumaríssimo).

d) Princípio da Irrecorribilidade Imediata das DecisõesInterlocutóriasVide item 6 abaixo.

Exemplo: quando o juiz não acolhe a contradita da testemunha,protesta-se em audiência e depois manda as razões. O ato só énulo quando houver efetivo prejuízo para as partes.

Na justiça do trabalho não existe o saneamento do processo, como ocorre noprocesso civil.

Na JT, o primeiro contato do juiz com o processo é em audiência.

A perempção trabalhista é totalmente diferente daquela que ocorre no processocivil. Deixar ocorrer o arquivamento por duas vezes, o autor fica impedido de fazera reclamação trabalhista por 06 meses, porém existe parte da doutrina que issodeva ser contra a mesma parte ré.

21/08/145. Princípio da Jurisdição Normativa (art. 114, § 2º, CF)Por este princípio, entende-se que a Justiça do Trabalhobrasileira, em matéria de direito coletivo, tem o “poder” deditar regras entre as partes, acabando, por vezes, fazendo opapel do legislativo, que é uma peculiaridade única da Justiçado Trabalho brasileira.

Este princípio não é absoluto, a própria CF impõe limites nasleis de ordem pública de proteção ao trabalhador (art. 7º, CF;arts. 8º e 444. CLT) e nas cláusulas (normas) anterioresprevistas em convenções e acordos coletivos que disponham sobrecondições de determinada categoria profissional (art. 7º. XXVI,CF).

Convenção coletiva (sindicato com sindicato).

Dissídio coletivo – gera uma sentença normativa (não é condenatória)

6. Princípio da Irrecorribilidade Imediata das DecisõesInterlocutóriasA aplicação desse princípio no processo civil é impedir que asimpugnações das decisões interlocutórias paralisem o curso doprocesso (arts. 522, caput e 497, segunda parte, CPC).

A princípio, as decisões interlocutórias são irrecorríveis noprocesso do trabalho, sendo assim, a parte deverá aguardar adecisão final para ingressar com o devido recurso (art. 893, §1º, CLT).

Agravo de instrumento na JT só serve para destrancar recursos(não sendo conhecido).

As decisões tem efeito devolutivo (se protestadas em audiência,registra-se só para embasar futuro recurso).

NOTAS:i. Segundo o TST, diante da falta de previsão legal de recurso

para decisão interlocutória, quando houver o deferimento deliminar ou tutela antecipada (deferida antes da sentença),caberá mandado de segurança (Súmula 414, II, TST). Casoseja deferida na sentença, o recurso cabível é o recursoordinário do trabalho. O MS não cabe em face do empregador,pois ele só cabe contra abuso de autoridade (decisãointerlocutória do juiz), que não é o caso daquele;

ii.Protesto – somente ocorre nulidade no processo do trabalhoquando houver manifesto prejuízo para a parte, devendo seralegada esta nulidade à primeira vez que tiver que falarnos autos ou em audiência. O protesto é a indignação contraatos que ocorram em audiência, devendo ser lançado nomomento do abuso, registrando-se em ato de audiência, e aofinal, nas razões finais, deve constar o porquê desteprotesto.

iii. Exceções de aplicação do princípio – a Súmula 214 do TSTexcepciona os casos em que é possível o recurso de decisãointerlocutória, sendo o mais interessante, o caso da alínea“C” (decisão interlocutória, terminativa de mérito). Poresta alínea, entende-se que quando há o acolhimento daexceção de incompetência de foro em regional distinta daque realmente deveria ser representada a reclamação, écabível recurso de imediato por se tratar de uma decisãoterminativa de mérito. Sendo na mesma região, caberá oprotesto.

TST Enunciado nº 214 - Res. 14/1985, DJ 19.09.1985 - Republicação - DJ 22.03.1995 - Nova Redação -Res. 43/1995, DJ 17.02.1995 - Nova redação - Res. 121/2003, DJ 21.11.2003 - Nova redação - Res.127/2005, DJ 14.03.2005Decisão Interlocutória - Justiça do Trabalho - RecursoNa Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejamrecurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão:a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do TribunalSuperior do Trabalho;b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal;

c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regionaldistinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, daCLT.

O recurso de agravo de instrumento no direito processual do trabalho é diferentedaquele no processo civil. Ele pode ser apresentado perante o juiz e este remete ao TRT,diferentemente daquilo que ocorre no processo civil, quando o agravo de instrumento éinterposto diretamente no TJ.

Os recursos no direito processual do trabalho tem efeito devolutivo.

7. Princípio da ConcentraçãoVide item 4, c.

ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHONão tem comarcas, não tem distritos. É dividida em regiões. Temos24 TRTs

Tribunal Superior do Trabalho||

Tribunais Regionais do Trabalho||

Juízes do Trabalho(CF não fala em vara)

28/08/141. GENERALIDADES

A EC 24/99 extinguiu a representação classista e introduziu aorganização e composição dos órgãos da JT.

A JT passou a ser integrada pelos seguintes órgãos:a) TST;b) TRT’sc) Juízes do Trabalho

A JT está estruturada em três graus de jurisdição;a) Primeiro Grau – aqui se encontram as Varas do Trabalhob) Segundo Grau – encontram-se os TRT’s;c) Terceiro Grau – TST.

2. VARAS DO TRABALHOSão órgãos de primeira instância da JT. A jurisdição da Vara doTrabalho é local, pois abrange, geralmente, um ou algunsmunicípios. É a lei federal que define a competênciaterritorial das Varas do Trabalho, conforme art. 650, CLT.

Para se criar é necessário que haja uma base territorial médiade 24.000 empregados ou uma media igual ou superior a 240reclamações anuais no triênio. Para criação de uma nova varatrabalhista onde já existia uma, são necessárias 1.500reclamações anuais.

NOTAS:i. A jurisdição de uma vara trabalhista abrange um raio de 100

km. Essa regra pode ser modificada na prática por cada TRTem seu regimento interno, para adequar a jurisdição de suasvaras. Em SE, 20ª Região, por exemplo, existem 09 varas nacapital e 06 varas no interior, sendo Estância, Itabaiana,Lagarto, Glória, Maruim e Propriá;

ii. Nas localidades em que não há vara do trabalho próxima,nesses casos, o juiz comum fará as vezes da Justiça doTrabalho – de sua decisão recorre-se ordinariamente para oTRT (juiz de direito investido de jurisdição trabalhista).Segundo o art. 112 da CF, nas localidades onde não houvervara do trabalho, ou onde não houver em suas proximidades,tendo como parâmetro o raio de 100 km, o juiz de direitoficará investido na jurisdição trabalhista. Na 20ª Região,SE, isso não ocorre, tendo em vista o seu regimento interno;

iii. Segundo a Súmula 10 do STJ, caso seja criada uma varatrabalhista na localidade, onde não existia, os autosdeverão ser remetidos para a vara do trabalho criada emrazão da competência material.

2.1. Composição das Varas TrabalhistasA vara de trabalho é composta, atualmente, de um juiztitular, e quando requisitado, um juiz substituto. Até1999, uma vara do trabalho funcionava com 01 juizpresidente concursado e 02 juízes classistas (vogais), queforam extintos com a EC 24/99 (era cargo em comissão, não

precisava ser bacharel). A mesma emenda modificou anomenclatura de jutas de conciliação e julgamento paravaras de trabalho.

Ainda compõem a vara: o diretor de secretaria (função deconfiança), analistas, técnicos e executores de mandados.

NOTA:i. As varas de trabalho poderão funcionar de forma

itinerante, ou seja, deslocando-se para atender apopulação menos abastada.

2.2. Competência das Varas do TrabalhoCompete às Varas do Trabalho, em lingas gerais, processar ejulgar as ações oriundas das relações de trabalho ( art.114, I a IX, CF) e aquelas que, por exclusão, não sejam dacompetência originária dos tribunais trabalhistas.

3. TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHODe acordo com o art. 674, CLT, existem 24 Regiões (24 TRT’s),mas nem todo estado tem um TRT.Exemplo: a 10ª Região, que abrange Brasília e Tocantins. Bemcomo o caso do estado de São Paulo, que possui 02 regionais, a2ª Região na capital e a 15ª Região em Campinas.

De acordo com o art. 112, CF não é mais obrigatória a criaçãodos TRT’s nos Estados de Tocantins, Acre, Roraima e Amapá,porém não há óbice para a criação por lei federal.

NOTA:i. Os TRT’s são compostos de, no mínimo, 07 (varia de acordo

com o volume de processos) desembargadores recrutadosdentre brasileiros com mais de 30 anos e menos de 65 anosde idade, nomeados pelo PR (art. 115, CF), da seguinteforma:a) 1/5 (quinto constitucional) dentro advogados e membros

do MPT com mais de 10 anos de atividade e carreira; e osdemais por promoção dos juízes titulares em razão daantiguidade e merecimento.

ii. Os TRT’s poderão funcionar apenas no pleno ou no pleno eturmas, sendo que a 20ª Região possui 02 turmas (criadasno ano passado);

iii. Os TRT’s também poderão funcionar de formadescentralizada, ou seja, deslocando-se para ascomunidades menos abastadas (justiça itinerante), emconjunto com as varas de trabalho para proporcionar maisceleridade (art. 115, § 1º, CF).

3.1. Competência dos TRT’sa) Compete aos TRT elaborar seu próprio RI;b) Originariamente, compete processar e julgar as ações de

sua competência originária, tais como dissídioscoletivos, MS e Ações Rescisórias; em grau recursal,julga os recursos das decisões de Varas do Trabalho;

04/09/144. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

A principal função é a da unificação da jurisprudênciatrabalhista.

O TST é composto por 27 ministros, escolhidos dentrebrasileiros com mais de 35 anos e menos de 65, nomeados pelo PRapós a aprovação da maioria absoluta do Senado (art. 111 A,CF), sendo 1/5 proveniente da advocacia ou MPT com mais de 10anos de atividade e os demais dentre desembargadores dos TRT’sescolhidos pelo próprio TST (art. 94, CF – “quintoconstitucional”).

NOTAS:São órgãos que compõem o TST (art. 59 do Regimento Interno doTST)

i. Pleno – para funcionamento é exigida a presença de, nomínimo, 14 Ministros. Maioria absoluta: a) escolha dosnomes dos integrantes da lista destinada ao preenchimentode vaga do Ministro do Tribunal; b) aprovação de EmendaRegimental; c) eleição dos Ministros para os cargos dedireção do Tribunal; d) aprovação, revisão oucancelamento de Súmula ou Precedente Normativo; e, e)declaração de inconstitucionalidade de lei ou do ato

normativo do poder público; (responsável pela unificaçãoda jurisprudência e julgamentos administrativos);

ii. Órgão Especial (OE) – integrantes: Presidente e o VicePresidente do Tribunal, Corregedor Geral da JT, 07Ministros mais antigos, incluindo os membros da direção,e os 07 Ministros eleitos pelo Pleno; (responsável pelaparte administrativa); seus Ministros integrantes tambémcompõem outras Seções do Tribunal; quórum mínimo – 8Ministros para funcionamento. Maioria Absoluta: a)disponibilidade ou aposentadoria de Magistrado; 2/3 dosvotos dos Ministros: existência de relevante interessepúblico que fundamente a proposta de edição de Súmula,dispensadas as exigências regimentais, nos termosprevistos no Regimento.

iii. Sessão Especializada em Dissídios Individuais –composição: 21 Ministros: Presidente e Vice-Presidente doTribunal e 18 Ministros;

Para seu funcionamento:1) Composição Plena – quórum mínimo de funcionamento: 11

Ministros – deliberação: voto da maioria absoluta dasessão;

2) Subseções (duas):- Subseção de Dissídios Individuais 1 (SDI-1) –responsável por julgamentos de embargos ao TST;composição – 14 Ministros: Presidente e VicePresidente do Tribunal, Corregedor Geral da JT + 11Ministros; quórum mínimo – 08 Ministros;

- Sessão de Dissídios Individuais 2 (SDI-2) –responsável por MS’s e ações rescisórias;funcionamento – 14 Ministros: Presidente e VicePresidente do Tribunal, Corregedor Geral da JT + 7ministros; quórum mínimo: 6 ministros;

iv. Sessão Especializada em Dissídios Coletivos (SDC) –composição: Presidente e Vice-Presidente do Tribunal,Corregedor Geral da JT, mais 7 ministros; quórum mínimo 5Ministros para funcionamento; responsável pelos dissídioscoletivos;

v. Turmas – composição: 3 Ministros em cada turma;presidente conforme critérios estabelecidos nos art. 70 e80 RITST; quórum mínimo – mínimo de 3; responsáveis pelosjulgamentos de recursos de revista.

Junto ao TST funciona:a) A Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento dos

Magistrados do Trabalho (ENAMAT) – regulamentação dos cursosoficiais para o ingresso e promoção na carreira, entre outrasatribuições;

b) O Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) –responsável pela administração financeira da Justiça doTrabalho.

COMPETÊNCIA NA JUSTIÇA DO TRABALHOO fundamento constitucional da competência (em razão da matéria eda pessoa) da JT reside no art. 114, CF (nova redação dada pela EC45/2004).

1. COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO FORO (COMPETÊNCIA TERRITORIAL /RELATIVA)É determinada com base na circunscrição geográfica sobre a qualatua o órgão jurisdicional, que geralmente corresponde a umEstado (e geralmente uma Região).

Encontra residência no art. 651 e não cabe, em princípio, aaplicação subsidiária do CPC.

Essa competência só pode ser arguida por meio de exceção. Logo,não pode ser declara de ofício (Súmula 33, STJ; TST SBDI-2 OJ149)

Princípio da simplicidade (informa o processo de trabalho) –não tecnicamente correto – arguição da incompetênciaterritorial como preliminar da contestação.

Segundo o artigo 651, caput da CLT, a regra geral para seingressar com uma reclamação trabalhista é o local da prestaçãodos serviços, e segundo a doutrina, por conta da facilitação doacesso às provas, o último local da prestação.

Art. 561, caput, CLT – localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado,prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou noestrangeiro – teoria lex loci executionis.

A competência territorial do art. 651, CLT deve serinterpretada de modo a conferir a máxima efetividade aosprincípios constitucionais que informam o ordenamento jurídiconacional, tais como os princípios fundamentais do valor socialdo trabalho e da dignidade humana (art. 1º, III e IV, CF), bemcomo os princípios constitucionais da inafastabilidade doacesso à justiça (art. 5º, XXXV) do contraditório e ampladefesa (art. 5º, LV) e da razoável duração do processo (art.5º, LXXVIII).

Destarte, a interpretação e aplicação do art. 651, caput, CLTdeve ter por escopo facilitar ao litigante hipossuficiente oingresso em juízo em condições que lhe propiciem buscarjudicialmente seus direitos, desde que sem prejuízo ao direitode ampla defesa do litigado.

NOTAS: (i) Não é cabível o foro de eleição no processo do trabalho,

pois o empregado é parte hipossuficiente, ademais, a regrageral é o local da prestação dos serviços;

(ii) Ocorrerá a prorrogação a competência, segundo aSúmula 33 do STJ, quando a parte ré não alegar acompetência de foro, pois se trata de competênciarelativa, portanto, jamais poderá ser alegada de ofíciopelo magistrado.

(iii) Embora a regra seja o local da prestação deserviços, uma corrente minoritária entende que o empregadopoderia ingressar com a reclamação trabalhista na vara dotrabalho de seu domicílio em razão de sua hipossuficiênciaeconômica;

(iv) As exceções encontram-se nos próprios parágrafos doart. 651 CLT.a) Empregado Agente ou Viajante Comercial (§ 1º) – local

da agência da filial (domicílio da reclamada);domicílio do reclamante ou localidade mais próxima(aplicável somente a ele, apresentada declaração dehipossuficiência);

OBS: Vale ressaltar que a questão não é pacífica najurisprudência.

b) Empregado brasileiro trabalhando no estrangeiro (§ 2º)– vara do trabalho no local do escritório derepresentação da empresa no Brasil ou na vara dotrabalho no local da contratação;NOTA:- No caso do § 2º, aplica-se ao empregado brasileiroque trabalha no estrangeiro a legislação a maisfavorável a ele (Teoria do Conglobamento Mitigado),observando-se o que dispõe o art. 3º, II da Lei7064/82. Portanto, em face do cancelamento da Súmula207, TST, não se aplica mais o princípio da lex lociexecutiones, ou seja, não se aplica mais o direito dopaís em que o empregado estiver executando osserviços.

c) Parágrafo Terceiro (Cuidado para não confundir com ocaput ) – Aplica-se quando o empregador prestar serviçosfora do local da contratação. Nesse caso, a reclamaçãodeverá ser ingressada no local de contratação ou daprestação de serviços. Exemplos: atividades circenses,transporte interestadual.

25/09/14

2. COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA (art. 114, CF)Até 2004, a JT somente julgava relação de emprego entre oempregador e o empregado. Depois disso, passou a julgarqualquer tipo de relação de trabalho. Relação de trabalho égênero, emprego é espécie. Existem algumas ressalvas:(i)Inciso I – durante a discussão da EC 45 se o estatutário

era julgado pela JT ou não. O STF decidiu que aquele estáfora da competência da JT, sendo julgado pela justiçacomum (estadual ou federal). Aquele que fez concursopúblico e é regido pela CLT (empregados públicos) também éde competência da JT;

(ii) Inciso I – a JT não tem competência criminal, isto incluia contravenção. Até o crime de falso testemunho é decompetência da justiça federal. Trabalho escravo é decompetência também da justiça federal. Se juiz quanto àmatéria criminal tem incompetência absoluta;

(iii) Inciso I – Os entes de direito público externo – osorganismos internacionais, os Estados – ONU, OEA,embaixadas, etc. Estes não têm imunidade de jurisdição.Porém, eles têm imunidade de execução, isto é, o “autorganha, mas não leva”. Somente, quando um bem é colocado emdisposição pelo organismo, ou quando o bem não faz parteda relação diplomática (Ex. a bicicleta do embaixador);

(iv) Inciso I – relação trabalho x relação de consumo –exemplo do dentista que deveria fazer um canal em um dentee fez em outro – relação consumerista – justiça comum;exemplo do dentista que cobra um valor e o cliente nãopaga – relação trabalhista – justiça trabalhista; exemploda clínica x médico x paciente, a relação dos doisprimeiros é trabalhista, e a dos dois últimos éconsumerista). As relações de trabalho que envolvem orepresentante comercial autônomo e o corretor são decompetência da justiça comum.

02.10.14

(v)Inciso II – as ações possessórias – manutenção de posse,reintegração, interdito proibitório – podem ser aplicadasna JT, quando decorre do exercício do direito de greve (dosetor privativo). Por exemplo: grevistas de uma empresapretendem invadir a sede da empresa; Súmula Vinculante doSTF 23 – são de competência da JT; se for greve militar ouservidores públicos – competência da justiça comum;

(vi) Inciso III – todas as ações de sindicatos da iniciativaprivada são de competência do JT; exemplo: ação sobrecontribuição sindical; não precisa estar vinculadodiretamente às questões trabalhistas;

(vii) Inciso IV – HC, HD e MS – HD competência origináriado TRT, porém somente em face de um órgão público; nocaso de ser em face do empregador, o empregado deveráentrar com uma ação cautelar de exibição de documentos;exemplo: empregador que precisa ter acesso às guias doFGTS – em face da Caixa Econômica – HD, em face doempregador – ação cautelar; HC – depositário infiel nãopode ser preso (Súmula Vinculante STF 25) – competência

originária do TRT; exemplo do jogador de futebol, que apósdo cumprimento do contrato, passa a ter direito ao própriopasse, mas o clube não o libera; se o HC for improvido noTRT, o autor deverá impetrar o HC no TST (OJ 156 SDI –II);MS também deverá ser impetrado no TRT, porém também podeser impetrado perante à vara trabalhista. Neste quandotiver um abuso de autoridade de autoridade de órgãos defiscalização do trabalho. No TRT, quando a autoridadecoatora for juiz, desembargador, serventuários das varase TRT;

(viii) Inciso V – quando o STF dirime um conflito decompetências? quando houver um tribunal superiorconflitante STF – TST x STJ; STJ – Tribunais Distintos(TRF x TRT; TJ x TRT; JT x JC); quando o TST dirime umconflito? Quando houver regionais distintas – exemplos:TRT 20ª x TRT 5ª; Vara TRT 5ª x Vara TRT 20ª; Juiz de umaRegião x Juiz de outra; quando o TRT dirime o conflito?Quando este ocorrer na própria região; quem dirime umconflito entre o TST x TRT 20ª? Não há que se falar emconflito de competência, porque existe uma hierarquia ondeo TRT é subordinado ao TST;

(ix) Inciso VI – os danos morais e patrimoniais decorrentes doacidente de trabalho são de competência da JT, conformeSúmula Vinculante 22 do STF. É válido esclarecer que, casohaja discussão a respeito da natureza do acidente, acompetência é da justiça comum estadual, conforme Súmula15 do STJ e Súmulas 235 e 510 do STF;

(x)Inciso VII – ações decorrentes de penalidadesadministrativas dos órgãos fiscalizadores do trabalhoquando caem na dívida ativa – aqui se tem um títuloexecutivo extrajudicial e o outro se encontra no art. 876.Na CLT só tem dois títulos: TAC – termo de ajustamento deconduta, firmado perante o MPT; INCOMPLETO – escutar oaúdio.

(xi) Inciso VIII – a JT não tem força para obrigar oempregador para recolher os tempo retroativo; sendo assimo empregado tem que apresentar a carteira de trabalhojuntamente com a sentença reconhecendo o prazo nãopresente na carteira.

(xii) Inciso IX – entende-se como as questões de segurançae saúde do trabalhador; NOTA: §§ 1º e 2º - os dissídioscoletivos decorrem da frustração de uma negociaçãocoletiva (acordo ou convenção), e tem competência no TRT,ou seja, quando não se chega ao consenso em uma negociaçãocoletiva, as partes, de comum acordo, apresentam odissídio coletivo perante o TRT, e a decisão, que é umacórdão, chama-se de sentença normativa por ditar regrasentre as partes.

09/10/14

PARTES E PROCURADORESNa Justiça do Trabalho, tanto o trabalhador quanto o empregadorpoderá reclamar, fazer defesa e recorrer, pessoalmente, limitadosao TRT, conforme o art. 791, CLT. É válido ressaltar que a Súmula425 do TST limitou a atuação do jus postulandi, pois é necessárioadvogado para recorrer ao TST, bem como é necessário um advogadonas ações de procedimento especial (MS, Ação Rescisória e AçãoCautelar).

Súmula nº 425 - TST - Res. 165/2010 - DeJT divulgado em 30.04.2010 e 03 e 04.05.2010Jus Postulandi - Justiça do Trabalho - Alcance - LimitaçãoO jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aosTribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado desegurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.

NOTAS:(i) Mandato Tácito ou Apud Acta (art. 791, § 3º da CLT) – o

mandato tácito é aquele conferido ao advogado com a ciênciada parte e registrado em ata de audiência, lembrando que omandato tácito serve para o ato e apenas possui poderespara o foro em geral, não possuindo os poderes especiais daparte final do art. 38 do CPC, bem como não é possívelsubstabelecer (só para o ato);

(ii) Preposto – é o representante do empregador (pessoajurídica) em audiência, e necessariamente deve serempregado, além de ter conhecimento dos fatos, conformedetermina o art. 843, § 1º da CLT e Súmula 377 do TST. Paraisto é necessário uma carta de preposição, não precisandode comprovação. Caso o empregado tenha certeza que o

preposto não é empregado, o advogado da parte poderá pedirpela ordem e solicitar que o MT seja oficializado paracomprovação do vínculo trabalhista; preposto que ficacalado ou não sabe, ou não tem certeza é motivo deconfissão; no processo civil, o preposto basta terconhecimento dos fatos; existem 02 exceções a esta regra:a) micro e pequenas empresas, fazendo se representar porqualquer pessoa que tenha conhecimento dos fatos, nãoprecisando ser empregado; b) empregador doméstico – pode sefazer representar por qualquer pessoa da família; mesmo nasexceções, é necessária a carta de preposição; toda vez quea empresa é acionada ela tem que apresentar: o contratosocial e a carta de preposição (no caso de preposto);preposto sem carta de preposição configura confissão ficta;empresa sem os atos construtivos gera revelia, sob pena deconfissão ficta; NOTA: segundo o art. 830 da CLT, oadvogado poderá juntar (aos autos virtuais) cópiasinautênticas, pois tem presunção de veracidade em razão dasua “fé pública”, somente devendo juntar os originais casohaja contrariedade da outra parte; O empregado não possuipreposto, mas excepcionalmente pode-se fazer representarpor outro empregado da mesma profissão ou pelo sindicato dacategoria profissional (mesmo não sendo fiscalizado) a fimde evitar o arquivamento da demanda judicial, quando houverum motivo relevante que impossibilite a sua locomoção,conforme o art. 843, § 2º da CLT. Motivo ponderoso –situação relevante que efetivamente impossibilite o seucomparecimento;

Na situação acima, a preocupação com o arquivamento se deveà perempção trabalhista, ou seja, deixar de arquivar oprocesso por falta de comparecimento à audiência inauguralpor duas vezes, pois a penalidade é ficar sem poderreclamar contra o mesmo empregador por um prazo de 06(seis) meses na Justiça do Trabalho, conforme o previsto noarts. 731-2 da CLT.

(iii) É válido esclarecer que no processo do trabalho não seaplica a regra insculpida no art. 191 do CPC, ou seja,quando houver diferentes procuradores para as partes oprazo será comum e não em dobro (independentes do número delitisconsortes, se é reclamante ou reclamado, etc.);

06/11/14(iv) Reclamação Plúrima – ocorre quando dois ou mais empregados

estiverem no polo ativo da demanda litigando contra o mesmoempregador com identidade de matéria, ou seja, o art. 842da CLT traz o litisconsórcio ativo explícito. A reclamaçãoPlúrima não é uma reclamação coletiva, mas sim reclamaçãoindividual.

O cuidado que se deve ter na reclamação Plúrima é comrelação à prova, pois a parte não poderá atuar comotestemunha e parte ao mesmo tempo. Sendo assim, éinteressante ingressar com demandas separadas na falta detestemunha, pois, segundo a Súmula 357 do TST, o fato de játer litigado ou de estar litigando contra o mesmoempregador, não gera a suspeição da testemunha.

(v) Assistência Judiciária X Gratuidade de Justiça – aassistência judiciária deverá ser prestada pelo sindicatoda categoria profissional a todos os empregados,sindicalizados ou não, desde que recebam até 02 saláriosmínimos ou mais, que não tenham condições de se manter oude manter a sua família. Por outro lado, a gratuidade dejustiça deverá ser concedida ao empregado de baixa renda aqualquer momento. Caso seja requerida em sede de recurso,deverá ser alegada no prazo alusivo ao mesmo, conforme a OJ269 da SDI-I (Lei 1060/50 – Lei de Gratuidade de Justiça)

DISSÍDIOS INDIVIDUAISSão as lides trabalhistas propriamente ditas, também chamadas dereclamações trabalhistas, possuindo os seguintes requisitos:

1. ENDEREÇAMENTOJuiz de trabalho não é juiz de direito; não existes comarcas,pois a JT é dividida em regiões. EXCLM. SENHOR DOUTOR JUIZ DAVARA DO TRABALHO DE (ARACAJU). Quando o juiz de direito estiverinvestido da jurisdição trabalhista, o endereçamento é o mesmoda justiça comum.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Para o reclamante, além do estado civil, da profissão, e doendereço completo, é preciso o número da CTPS, número do PIS,número do RG e CPF e nome da genitora, conforme o art. 840, § 1ºda CLT. Para o reclamado, é necessário o número do CNPJ, ou CPFse pessoa física, além do endereço completo, conforme previsãoda Consolidação dos Provimentos da Corregedoria Geral do TST. Oessencial, no caso do reclamado, é constar o endereço.

3. BREVE EXPOSIÇÃO DOS FATOSDiferentemente do que ocorre no art. 282 do CPC, basta anarrativa do que ocorreu durante todo o pacto laboral em face dojus postulandi. Não se pode exigir que o leigo tenha conhecimento dodireito material.

NOTA:(i)Não existe fórmula para fazer uma reclamação trabalhista,

mas a melhor maneira de se expressar na causa de pedir écriar tópicos, e em cada um destes deverá narrar oocorrido, fundamentar jurídica e legalmente e fazer o seurequerimento;

4. PEDIDOSEstá ligado à causa de pedir. Tudo que estiver em um tem queconstar no outro, caso contrário será inepta a reclamação.

5. VALOR DA CAUSANo processo do trabalho, o valor da causa serve paradiferenciação do rito processual, não estando o juiz do trabalhovinculado a este, embora não possa ocorrer sentença ultra ouextra petita.

NOTA:(I) No processo do trabalho, existem 03 procedimentos a serem

estudados, são eles:a) Rito Ordinário – aquele superior a 40 salários mínimos;b) Rito Sumaríssimo – aquele que vai até 40 salários

mínimos;

c) Rito Sumário – também chamado de dissídio de alçada, quevai até 02 salários mínimos.

13/11/14(II)Principais Requisitos do Rito Sumaríssimo

1. Pedido certo, determinado e líquido – aqui todos ospedidos devem ser líquidos; precisa fazer cálculos;

2. Sentença líquida – se o pedido é líquido, a mesma tambémtem que ser;

3. Não cabe citação por edital – se precisar citar poredital, o rito terá que ser o ordinário, mesmo que ovalor da causa seja abaixo dos 40;

4. Máximo de 02 testemunhas – enquanto que no ritoordinário, o máximo é de 03 testemunhas;

5. Não cabe em face da Administração Direta Autárquica eFundacional, não havendo óbice com relação à empresapública e sociedade de economia mista;

6. Não é cabível recurso de revista ao TST, salvo ofensa àConstituição Federal, à Súmula do TST e à SúmulaVinculante do STF, conforme art. 896, § 9º da CLT(incluído em julho 2014);

7. Audiência Una – NOTA – nos ritos sumaríssimo e ordinárioa audiência é única, isto significa dizer que não podeser fracionada, salvo, excepcionalmente, quando: a) noordinário – a critério subjetivo do juízo; b) nosumaríssimo – quando houver intimação de testemunha eprova pericial (que não pode ser realizada na sala deaudiência).

Quanto à prova testemunhal no processo do trabalho, atestemunha deve comparecer à audiência de livre eespontânea vontade (isto é, não existe um rol detestemunha), mas, segundo o art. 852-H da CLT, no ritosumaríssimo, quando a testemunha não apareceespontaneamente, é necessário fazer a prova (e-mail,carta, msg de “whatsapp”, validada por carta notarial) doconvite para requerer a sua intimação.

(III) Principais Requisitos do Rito SumárioTambém chamado de dissídio de alçada, aplicável às causasde até 02 salários mínimos.O grande requisito é que não cabe recurso, salvo quandohouver ofensa à CF em que é cabível recurso extraordináriodireto ao STF.

NOTA: existe um pedido de revisão, no prazo de 48 h para oTRT, quando o advogado não coloca o valor da causa nainicial. Quando isto ocorre, o juiz arbitra o valor dacausa, e inconformado, o advogado faz um pedido de revisão,pois, poderá ficar sem poder recorrer.

6. ASSINATURA DA PARTE OU DO ADVOGADO

DEFESASegundo o art. 847 da CLT, o prazo para apresentação de defesa(contestação, reconvenção e exceções) é em audiência (20 min).

NOTAS:

(i) Entre a data da notificação e da realização da audiência,deve-se ter o interstício legal mínimo de 05 dias, sob penade nulidade de citação, conforme art. 841 da CLT. (mesmo aparte comparecendo, o juiz deve remarcar a audiência)

(ii) Atualmente, a parte reclamada tem até 01 hora antes daaudiência para juntar a sua defesa, em virtude do processojudicial da justiça – PJE;

1. REQUISITOS DA CONTESTAÇÃOa) Endereçamento – para o juiz da vara do trabalho que recebeu a

inicial;b) Número do processo;c) Qualificação – as partes já estão qualificadas na inicial,

bastando apenas uma referência às partes qualificadas naexordial;

d) Síntese da inicial – é facultativa. Para prova da OAB nãoprecisa se preocupar com a síntese;

e) Defesa do processo – consiste nas preliminares. Aspreliminares estão no rol do art. 301 do CPC, cumuladas com oart. 267 do CPC. As preliminares sempre extinguem o processosem resolução de mérito.

f) Defesa de mérito(i) Defesa indireta de mérito – onde estão os fatos

impeditivos, modificativos e extintivos de direito(prescrição, decadência, compensação e retenção).NOTA:1. Prescrição bienal – extinto o contrato de trabalho, o

empregado tem até 02 anos para ajuizar a reclamação,conforme o art. 7, XXIX da CF;

2. Prescrição quinquenal – a partir do ajuizamento dareclamação, o empregado poderá pleitear os últimos 05anos relativos a direitos e verbas;

3. Prescrição Trintenária – diz respeito ao FGTS, em queo empregado deve respeitar a prescrição bienal, ouseja, tem atém 02 anos para reclamar, após a extinçãodo pacto, e a contar do ajuizamento, ele pode cobraros últimos 30 anos (Súmula 362 do TST). Recentemente, no dia 13/11/14, o STF desconsiderou aprescrição trintenária do FGTS, declarandoinconstitucional a prescrição de 30 anos. Sendo assim,a partir de agora, todas as verbas serão submetidas àprescrição quinquenal, inclusive o FGTS.

20/11/144. Prescrição Intercorrente – é aquela que corre no curso

do processo. De acordo com o TST, esta não seráaplicada no direito do trabalho (Súmula 114 do TST),embora o STF entenda pela aplicação da mesma (Súmula327 do STF). Como não é vinculante, dependerá dainterpretação do magistrado. Se o magistrado tomassede ofício, ele estaria “tomando” as dores doempregador.

5. Compensação – somente pode ser alegada na defesa,conforme art. 767 da CLT e Súmula 48 do TST. O que écompensado? Compensa-se verba de natureza trabalhista.O que não se compensa é um prejuízo (doloso) causadopelo empregado na empresa, um empréstimo consignado(presença de um banco). No caso previsto em leis, odesconto no salário é possível. (art. 477, § 5º daCLT). Na compensação existe a confusão entre credor edevedor, isto é, o empregador e o empregado sãocredores e devedores ao mesmo tempo. Exemplo:empregado dá um prejuízo de 5 mil; empregado é

Se iniciada a execução, não existirá possibilidade dese fazer a compensação, pois esta só é feita durante adefesa.

6. Retenção – utilizada no direito civil e do trabalho.Se o empregado der um prejuízo na empresa, oempregador pode reter um bem daquele até que elepague. O prejuízo deve ser fundamentado e provado paraque não se reverta em danos morais. A retenção é feitaem caráter de dolo e somente na defesa (art. 767 daCLT).

(ii) Defesa Direta de Mérito – deve-se fazer a impugnaçãoespecífica dos pedidos da inicial sob pena de confissão.Não se admite defesa genérica (= sem defesa).

g) Pedidos(i) Acolhimento das preliminares se houver;(ii) Acolhimento das prejudiciais se houver;(iii) A improcedência dos pleitos da inicial.

PRAZOS E NULIDADES

1. NULIDADESAs nulidades somente serão alegadas no processo do trabalhoquando houver manifesto prejuízo para a parte. É válidoressaltar que existem dois momentos oportunos para se alegar asnulidades: a) em audiência; ou, b) a primeira vez que tiver quefalar nos autos.

NOTA:(i) Quando a parte está em audiência, pode-se lançar mão da

figura do protesto constando em ata, sob pena de preclusão,e as razões deste protesto devem ser apresentadas após àinstrução processual nas razões finais. A indignação vematravés do protesto, uma vez que no processo do trabalhonão existe recurso para decisões interlocutórias.

(ii)As nulidades ocorridas somente prejudicarão os atosposteriores, e não serão pronunciadas por quem lhe tiverdado causa ou quando o ato for suprido.

27/11/142. PRAZOSNo processo do trabalho, os prazos serão computáveis com aexclusão do dia do começo e inclusão do dia do final. Casotermine em sábado, domingo ou feriado, serão prorrogados para oprimeiro dia útil.NOTAS:(i) A penhora poderá ser realizada aos domingos, desde que haja

autorização expressa do magistrado.(ii)Não confundir o início do prazo com a contagem do mesmo,

pois o início do prazo dá-se com a publicação ou ciência ea contagem no dia posterior.

Exemplos: notificação na terça-feira, início do prazo naterça-feira e a contagem na quarta-feira; notificação nasexta-feira, início do prazo na sexta-feira e a contagem nasegunda-feira, desde que nos dois exemplos o dia seguinteseja um dia útil (Súmula 1 do TST); notificação no sábado,início do prazo no primeiro dia útil e a contagem no diaútil subsequente (Súmula 262 do TST);

(iii) No recesso forense (20 de dezembro a 06 de janeiro), osprazos processuais ficarão suspensos (conta pelo que lheresta quando retomam as atividades judiciais);

(iv)Os recursos trabalhistas possuem prazo de 08 dias, conformea sistemática recursal elencada no art. 6º da Lei 5.584/70.Portanto, o recurso ordinário, o recurso de revista, oagravo de instrumento, o agravo de petição e os embargos noTST devem ser apresentados no prazo supracitado.

AUDIÊNCIASEntre a notificação e a realização da audiência, deve-se ter oprazo mínimo de 05 dias sob pena de nulidade de citação.

NOTAS:(i) No rito ordinário, o juiz proporá a conciliação em dois

momentos – na abertura da audiência e após as razõesfinais, embora a conciliação possa ser tentada a qualquerinstante (até depois do trânsito em julgado); já no ritosumaríssimo, apenas na abertura da audiência;

(ii) Quando o empregado não comparece à audiência inaugural,arquiva-se o processo; já quando o empregador nãocomparece, acontece a revelia e confissão quanto à matériade fato (a não ser que haja prova pericial – pedido depericulosidade e insalubridade; acidente de trabalho);

(iii) Na audiência de prosseguimento, quando a parte ré játiver contestado, caso falte uma das partes ou ambas, nãose fala mais em arquivamento ou revelia, aplicando-seapenas a confissão para a parte ou para as partes (Súmulas9 e 74 do TST);

(iv) RAZÕES FINAIS – ao final da instrução, cada parte tem 10min para aduzir as suas razões finais, ou seja, é o momentooportuno para informar ao magistrado, caso ache necessário,acerca das relevâncias ocorridas em audiência, inclusive asrazões do protesto.

RECURSOS NO PROCESSO DO TRABALHO1. PECULIARIDADES1.1. Prazos

Todo recurso trabalhista tem prazo de 08 dias, exceto osembargos de declaração que tem prazo de 05 dias, o recursoextraordinário que tem prazo de 15 dias, e o pedido derevisão que tem prazo de 48 h.

1.2. Efeitosa) Devolutivo – todo recurso trabalhista tem efeito

devolutivo, porque as verbas trabalhistas têm naturezaalimentar (sustento), podendo haver a execução provisóriado julgado, que só vai até a constrição (retenção,penhora) do bem;NOTAS:(i) Efeito Suspensivo – para se obter efeito suspensivo

no recurso trabalhista, é necessária uma açãocautelar, conforme Súmula 414, I do TST, apresentadadiretamente no TRT;

(ii) Efeito Translativo – este efeito significa oreexame necessário, ou seja, quando a matéria deordem pública, ou quando se litiga contra aAdministração Pública, o processo “subirá” aotribunal, independentemente, de recursos das partes.No processo do Trabalho, apenas faz-se o reexamepara as causas superiores a 60 salários mínimos;

(iii) Efeito Regressivo – significa juízo deretratação do magistrado. Exemplo: agravo deinstrumento – é um recurso que cabe para destrancaroutro recurso.

1.3. PreparoNão se paga custas para entrar com uma ação trabalhista. Norecurso trabalhista, o preparo é igual à custas processuaismais o depósito recursal.

NOTAS: COBRADAS NA OAB(i) A guia de recolhimento de custas é a GRU – guia de

recolhimento da União, sob pena de deserção. Não se fazmais no DARF, como antigamente;

(ii)A guia de recolhimento do depósito recursal é a GFIP,sob pena de deserção. Embora, quando há uma relação detrabalho que não recolha FGTS, o pagamento poderá serefetuado diretamente na vara trabalhista, conformeSúmula 426 do TST. Existente somente na Caixa EconômicaFederal; necessária para qualquer recurso trabalhista;

(iii) O depósito recursal é encargo apenas do empregador,ou seja, jamais o empregado efetuará tal recolhimento,conforme art. 899, §§ 4º e 5º da CLT. Nem mesmo quandoele for réu da ação (exemplo: ação de consignação depagamento);

(iv)As custas sempre serão 2% do valor da condenação ou 2%do valor da causa (quando houver resolução sem mérito).São isentos do pagamento de custas – a AdministraçãoDireta, as autarquias, as fundações públicas, o MPT, amassa falida e Correios (empresa pública que prestaserviços de natureza essencial, e por tal prerrogativa,equipara-se à Fazenda Pública – OJ 247 da SDI-1). Asempresas públicas de economia mista pagam as custas.

O empregado somente pagará as custas processuais casonão seja beneficiário da justiça gratuita em duassituações:a) Improcedência total dos pedidos;b) Na extinção do processo sem resolução de mérito, o

que significa dizer que, quando houver julgamentoparcialmente procedente, jamais o empregado recolhercustas.

(v) Segundo a Súmula 128, I do TST, a cada novo recurso,deve-se efetuar o pagamento do depósito recursal, ecaso atinja o valor da condenação, nenhum depósito maisserá exigido.

São isentos do pagamento do depósito recursal – aAdministração Direta, as autarquias, as fundaçõespúblicas, a massa falida e Correios.

OBS: os valores das custas e do depósito recursal devemser efetuados nas suas integralidades, sob pena dedeserção, inclusive se for relativo a centavos (OJ 140da SDI -1).

(vi)As custas processuais e o depósito recursal deverão serefetuados e comprovados até o prazo final do recurso(Súmula 245 do TST), salvo no caso de recurso de agravode instrumento. O depósito recursal deste recursodeverá ser efetuado no ato da sua interposição,conforme art. 899, § 7º da CLT.

2. RECURSOS EM ESPÉCIES2.1. Recurso ordinário (semelhante à apelação no processo civil)

(art. 895 da CLT) – cabível das sentenças e acórdãostrabalhistas terminativas ou definitivas de mérito;

2.2. Recurso de revista (art. 896 da CLT)– é um recursomeramente técnico, cabível apenas quando ferir a CF, Súmulado TST, lei federal, OJ, Súmula Vinculante do STF e quandohouver interpretação diversa de lei federal ou estadual emrelação a jurisprudência do TST. Não se admite mais análisede fatos, somente matéria de direito.

2.3. Agravo de Petição (art. 897 da CLT) – é um recurso cabíveldas decisões na execução trabalhista;

2.4. Agravo de instrumento (art. 897 da CLT) – cabível quando senega seguimento a recurso no primeiro juízo deadmissibilidade, ou seja, serve para destrancar recurso,nada tendo a ver com recurso de agravo de instrumento doprocesso civil. Quando se nega seguimento a recurso nosegundo juízo de admissibilidade, o cabível é o agravoregimental, se houver previsão no regimento interno, ou oagravo do art. 557 do CPC;

2.5. Embargos no TST (art. 894 da CLT) – é um recurso horizontal(primeiro e segundo juízos ficam no próprio TST) em que énecessária uma decisão colegiada, isto é, jamais poderáhaver embargos de decisão monocrática no TST. Existemembargos de infringência com relação a direito coletivo eembargos de divergência, quando há divergências entre asturmas do TST, ou entre turmas e a seção de dissídiosindividuais (SDIs), e ainda de Súmulas Vinculantes do TSF.

FINAL DA SEGUNDA UNIDADE

QUESTÕES:

1- Paulo e João trabalharam na Fábrica de Biscoitos Estânciano

no período de abril/2001 a julho/2005, na função de supervisor

de máquinas e supervisor de vendas respectivamente, ambos

pretendem pleitear seus direitos na Justiça Obreira. Pergunta-

se: É possível o ingresso de uma Reclamação Trabalhista Plúrima.

Concordando ou não, justifique sua resposta.

Sim. Princípio da celeridade e economia processuais. Requisitos:

mesma causa de pedir e pedidos semelhantes.

2- O Advogado da reclamada comparece a audiência desacompanhado

do preposto e oferta a contestação. Na presente situação, por

ter havido defesa, ocorre os efeitos da revelia? Se positivo ou

negativo, explique sua resposta.

Art. 843, CLT assevera acerca da obrigatoriedade da presença das

partes em audiência, na presença de um advogado ou não. Caso a

reclamada, ou seu preposto, não esteja presente, esta será

apenada com a confissão ou pela revelia. Sendo assim, pelas

condições coadunadas acima, o advogado não poderia ter

apresentado a contestação da reclamada.

3- Em audiência de instrução e julgamento, o Juiz do Trabalho

indeferiu pedido de produção de prova testemunhal, feito pela

reclamada, com base na assertiva de que os elementos dos autos

já transmitiram convicção suficiente para a formação de

convencimento. Nessa situação, a não arguição de nulidade, por

cerceamento de defesa, durante as razoes finais, não gera

preclusão para a reclamada, pois o momento oportuno para

discussão dessa matéria é o recurso ordinário. Nessa situação

hipotética apresentada, analise e formule seu parecer.

A princípio, as decisões interlocutórias são irrecorríveis no

processo do trabalho, sendo assim, a parte deverá aguardar a

decisão final para ingressar com o devido recurso (art. 893, §

1º, CLT). Porém, no momento cabível da primeira oportunidade de

fala no processo, que se dá durante audiência de instrução,

através do protesto, o manifesto prejuízo deverá ser aludido, e

no momento oportuno, e através de recurso devido no final da

instrução, as razões deverão ser apresentadas. Caso a nulidade

não seja arguida no momento da instrução, ocorrerá a preclusão.

4- Analise a seguinte frase: O momento processual adequado para

se fazer a contradita de uma testemunha ocorre depois de o

depoente ser compromissado, logo após a sua qualificação. Este

entendimento está correto? Se positivo ou negativo, justifique

sua resposta.

5- Em atenção à Súmula 16 do TST, responda: Clara Angélica foi

notificada, via postal, para cumprir determinado ato, sendo a

dita notificação expedida e postada numa (quinta feira) -

Ressalte-se que segunda próxima é feriado nacional. Neste

caso, qual seria o Início do prazo, e quando começaria a

contagem do prazo?

6- Analise os itens abaixo e coloque ao final se a afirmativa

está verdadeira (v) ou falsa (f):

a) ( ) A confissão presumida conduz à veracidade dos fatos

alegados pela parte, e não pode ser elidida pela prova pré-

constituída nos autos;

b) ( ) É do empregador o ônus de comprovar que o empregado

não satisfaz os requisitos indispensáveis à obtenção do vale-

transporte;

c) ( ) Notificada a parte no sábado, a contagem do prazo

se dará no primeiro dia útil imediato;

d) ( ) Nos processos eletrônicos, todas as citações,

intimações e notificações, inclusive da fazenda pública,

serão feitas por meio eletrônico.

7- Empregadora doméstica idosa e doente solicitou que seu filho

comparecesse, na condição de preposto, portando ordem escrita, à

audiência trabalhista que lhe movia sua ex-empregada. O juiz do

Trabalho não aceitou a representação e considerou-a revel. Está

correta e decisão? Fundamente.

Não. Pois no caso do empregador doméstico, é possível que este

mande o seu representante, o preposto, juntando aos autos a

carta de preposição, condicionante para não ocorrer a revelia,

com fulcro no art. 843, CLT e Sumula 377, TST.

8- Considere as seguintes assertivas:

I. O advogado pode ser preposto e advogado ao mesmo tempo,

não havendo impedimento legal neste sentido, mas para ser

preposto em audiência deverá se empregado do representado.

II. Nas ações de cumprimento os empregados poderão fazer-se

representar pelo sindicato da categoria.

III. É vedado ao empregador fazer-se representar em juízo por

preposto em dissídio coletivo.

IV. Em regra, o preposto em audiência deve ser

necessariamente empregado do reclamado.

Está correto o que se afirma SOMENTE em

(A) I e II.

(B) I, II e III.

(C) II, III e IV.

(D) III e IV.

(E) II e IV.

9- Com relação as nulidades é INCORRETO afirmar:

(A) As nulidades serão declaradas somente se do ato inquinado

de nulo resultar manifesto prejuízo à parte.

(B) A nulidade não poderá ser arguida por quem lhe tiver dado

causa.

(C) A nulidade somente atingirá os atos posteriores,

dependentes ou consequentes do ato nulo.

(D) Se a parte não arguir a nulidade relativa na primeira vez

que tiver de falar nos autos ou na audiência esta não se

convalida, podendo ser arguida em outra oportunidade.

(E) Não haverá nulidade se o juiz decidir o mérito da questão

em favor da parte a quem aproveite a declaração de nulidade.

10- Os atos processuais poderão correr em segredo de justiça

(A) quando assim determinar o interesse social.

(B) quando houver parte menor.

(C) se assim requererem as partes.

(D) por determinação do Presidente do Tribunal.

(E) se assim o requerer o Ministério Público do Trabalho.

11- Os prazos processuais

(A) poderão ser fixados de comum acordo pelas partes.

(B) que se vencerem em sábado, domingo ou feriado, serão

antecipados.

(C) serão interrompidos nas férias forenses, nos domingos e

nos feriados.

(D) são contados com exclusão do dia do começo e inclusão do

dia do vencimento.

(E) em nenhuma hipótese poderão ser prorrogados.