Etiópia Xaveriana: O Santo como legado, taumaturgo e protetor

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iNDICE 5~5 l!enJ/llI;() N;co S/ Apresenta<!äo 5~';I/(/I"I11 Crisl;/lo ()ssll'lr/II Iconografia das cerimonias de canoniza<!äo de Inacio de Loyola e de Francisco Xavier em Portugal 5.')') Fd/llf{(/u/lll'ier 1\/()/lSIi N()Ii((J Biografias portuguesas de Xavier .>";'; /sohe/I/rll'/I/!i() S. Francisco Xavier na Peregrinac;ao de Fernäo Mendes Pinto: entre 0 relato de viagens e a hagiografia .F') .1/01';0 lIe /Jelis !Jei!es .Ihnls() Representa<!öes xaverianas: o caso Broteria 5')'; /sir/Je/ /1/llIe;lIo Um pe na terra, outro nas estrelas: a proposito de S. Francisco Xavier nos Sermoens de Vieira 11"7 illiliili;() ,\le;m .Ihm/lies I!e/lril//les Iconografia de S. Francisco Xavier em Säo Roque ·u I .\IIIi/ho C()ndo (;/lelles Comemora<!öes do V Centenario do Nascimento de S. Francisco Xavier 1t'7 .1/01';0 (;ohr;e/o 'limcs ()//elil Redes hagiograticas xaverianas: textos, devo<;;öes e representagöes

Transcript of Etiópia Xaveriana: O Santo como legado, taumaturgo e protetor

iNDICE

5~5 l!enJ/llI;() N;co S/

Apresenta<!äo

5~';I/(/I"I11 Crisl;/lo ()ssll'lr/II

Iconografia das cerimonias de canoniza<!äo deInacio de Loyola e de Francisco Xavier em Portugal

5.')') Fd/llf{(/u/lll'ier 1\/()/lSIi N()Ii((J

Biografias portuguesas de Xavier

.>";'; /sohe/I/rll'/I/!i()

S. Francisco Xavier na Peregrinac;ao de FernäoMendes Pinto:entre 0 relato de viagens e a hagiografia

.F') .1/01';0 lIe /Jelis !Jei!es .Ihnls()

Representa<!öes xaverianas:o caso Broteria

5')'; /sir/Je/ /1/llIe;lIo

Um pe na terra, outro nas estrelas:a proposito de S. Francisco Xavier nos Sermoens de Viei ra

11"7 illiliili;() ,\le;m .Ihm/lies I!e/lril//les

Iconografia de S. Francisco Xavier em Säo Roque

·u I .\IIIi/ho C()ndo (;/lelles

Comemora<!öes do V Centenario do Nascimentode S. Francisco Xavier

1t'7 .1/01';0 (;ohr;e/o 'limcs ()//elil

Redes hagiograticas xaverianas:textos, devo<;;öes e representagöes

"159 h!l/iI/"{!o ,1/om!es SO!clJl/gil

No trilho de uma biografia:o itinerario xaveriano atraves dos frontispicios do livro barroco

181 Chrislo/lh .Ve!igel/

S. Francisco Xavier:a «Luz do Oriente» como santo padroeiro do Ocidente

195 ~!;II(/cio Are/!m/()

Dialogos xaverianos na Real Academiade la Historia de Madrid

'517 AI/dreI/ Milrlil/e2 dAlris-,\lol/er

Eti6pia xaveriana:o santo como legado, taumaturgo e protector

52'5 .!ose/J!J /l!Jm!JillII le/'i

MissionaQäo em terras africanas, de Cabo Verdea MOQambique:o legado s6cio-religioso de S. Francisco Xavier

517 ViiSCO do R(~~o S/

Xavier, 0 «Göycho Saib»

585 l'illlli!iI GI/Plil

o estado «incorrupto»:biografias jesuitas, investimentos rituais, e a formac;:äo dumsanto na india portuguesa

605 Mi!Joüo ()~~iI

Os estudos hist6ricos japonesessobre S. Francisco Xavier

619 /1.Dilil lCIlI1

A Visao da China de Francisco Xavier

(Y1J Oil m fjill;~e!lil/ i

S. Francisco Xavier nas missöes do norte daNova Espanha

655 Iil'elgloll SiI!es SOIlW

S. Francisco Xavier, padroeiro de Salvador:genese de uma devoc;:äo impopular

6'"71 Recens6es

Mn indices da va/ume 163

Eti6pia xaveriana:o santo corno legado, taurnaturgo e protector

A missao na Etiöpia foi um dos pro-

Andrm Martinuzd Alös-Monur *

A importancia de Xavier na missao da Eli6pia vemcom a sua canonizac;:ao,celebrada em 1624.Entao, os missionarios importaram imagens,reliquias do Santo e formas de devoc;:aotipicasda india portuguesa. Descrevem-se os objectosXaverianos chegados e as principais influenciasdo Santo: taumaturgia e conversöes. Examina-se a'importac;:ao' do culto Xaveriano em relac;:aocom 0

projecto polilico-cultural global da missao.

jectos mais imporLmtes na primeiLIepoca da Companhia de Jesus. Inaciode Loiola representou nela um papelchave. 0 fundador intertL'riu junto dePaulo III e de Dom Joao III pela boaconsecu\'ao do projecto e escreveuv:'tri3s instru\'(Jes destinadas aos missio-narios e ao /lcglls etiöpico. A missao chegou Ü sua maximaexpansao depois do seu restahelecimento, em 1603, pela nüode Pedro Paez. Em 1617, 0 mesmo missionario conseguia con-verter 0 l/(~f.{lIS Susenyos ao catolicismo. Poucos anos depois,os jesultas j:l tinham unu sölida rede de misscles por todo 0

pafs, Porem, a aventura teve um final ahrupt<J e infdiz. Em1632. no meio de uma enfermidade, 0 /lcglls ahdicou em favordo seu filho Fasilidas, que restahelcceu a antiga Ortodoxia eordenou a expuls:)o dos mission[lrios,

Muito embora a Eti(Jpia fonnasse oficialmente uma pro-vfncia, de facto estava administrativamente ligada il provfnciada fndia, De Goa e [)iu vinham regulannente missionarios evisitadores, :t!C'mdo dinheiro e material necessario, E, assim,nao foi por acaso que a Eti()pia, igual a outras [lreas na fndiae Asia, experimentou, sob a ac\'ao dos missionarios, umaforte inf1u('ncia da figura de Francisco Xavier. Neste trabalho,apresentaremos as principais influ0ncias do Santo na missao.

Pl'squisado]" no Instituto l inivt..'l"siurio Europcll, Horl'll('a, ondc prl'p:lra um;! tese,-.;()hrc :\ miss:lo n:l Fli()pi:l; 11ll'lllhro LI:l l'<jUiP:l i,,'ditori:d cl;l FJl(r1uj){{('{/;{/ .·lethiojJico,I -nivcrsit;it I Ltl11hllrg

')17

I S;lll Fral1cisc() .I;1\ivr. C'((,.-I((s l' cSeIilos clc ,\'UII Fmll-

(/S(U I((l'ic,.. vd. Fl'Ii.\ luhil-Lig;1.'I. l'd" :\bdrid. Bihlio-tVCl dl' AlilorC,s Cristial1o,s.]t)l)(). p. 'L

~ "Pur ir ado1l(!L' dl'Sl'O. Jatin]";! lkl PITStl'. dOl1lklal1lo sl'f\'icio Sl' pllvdvlucl'r ;1 ])io:-- 1l1lV,stro SI.'Jl()l".

sin 1l'llvr qUIl'11n( l.Spcrslga".rrancisco (-'tlr((/s.

d()c.~J. p

-; "LlIi:--dv ,\/,L'\'l'do ,\() Pro-

Yincia! dv India. 50 lk .1u1lloeil' ]()()rk ill CIlllillo ]k'cclrikd. l. HcrlflJl (/('lhiujJläll'lllil

~·cl'ljJ/()n.'s uccidclll((/cS 111('-dili (/ S{/CUt/() Xl'l ({(/ XI.\'.[{oma. c:. eil- Luigi. 1()()2-1~

(n:illlpr. !~rcp()b ]Ju!)]iS!lLT,S.II}N)). \()l. \1. <.Im' 21. p.1 ! I. Fr;[l1l'isco \a\in COIl1-j1l1l1!la a J)()//Iri}/(I cbrislti Oll

C({lhcc/SIIIU hrcl'c L'1ll 1')'l2l' () ll'\lo l()i il1lprl',Sso l'1ll

(;();[ Clll l,)':;~: Sl'gLlill1oS ;I\'ns:'u) l'lll cIsldlul1() pll11li-eid:! Clll I-'rJllcisc() .Ln-in,OIl·los. dm'. ]~

S1H

Espcramos, assim, trazcr ao conlwciJl1l'nto dos L'studiosos asformas quc ncsta miss~o africana tomou 0 culto glolxtl eiL'S:lOFrancisco Xavicr.

De pedagogo a Santo

Durantc os scus primciros ~1I10Sdc miss:lo, Francisco Xavicrcstcve pcrto de ir :l Eti()pia, ElIl Abril dc 1S41, :IS portas dcpartir para a fndia, e quando a lIliss~o ao reino africano craainda um vago projccto, um dos brcves papais quc traziaencomcndava-o ao IICgllS 1. Na cpoca, 0 rcino africano /üo cradcsconhecido cm PortugaL pois Dom Manud I c Dom .lo~o IIItinham enviado v~lriasmiss()es diplonüticas ao rci africano. )\0futuro, 0 Nav~lrro nunel chcgaria ao pais africano - 0 lugarmais pcrto foi a ilh~l dc Socotra ondc ficou v~\rios dias, entrcMan;o c Abril de 1S;J2 - mas a ida ao "Prcste» ficou, como eiL'mesmo dec!arou numa carta, Clll I S44, um descjo incumprido 2.

Porcm, como em outras partes, a intlucncia dc FranciscoXavier nesta tcrra africana chegou com a SlU mo/tc, e, cspc-cialmcntc, depois da SU~lcanoniza,,':lo, elll 1622.

Um primciro aspccto emde a inllul'ncia do ]\avarro namiss~o c perccptivcl c nos t11l,tOLlospcdag6gicos. Pr~lticas queforam expcrimentadas pda prit11cira vcz pOl' dc c seus COt11-panheiros et11 Goa e na Pescaria, as escolas para t11cninose a prcga,,'~o nas linguas locais, foram tambct11 adoptadas naEti6pia. Do 'Padrc Xavier' os missionarios lambcl11 levaralll asua DOlltrinCi cristä, quc aplicaram rapidamcntc nas escolas eil'

Fret110na e Gorgora (fundadas Ct11 I S65 c 1607, respectiva-lllentc), fazcnclo os t11cninos, C0t110clc fizcra tat11bct11em Goa,cantar a DOlltrinCi :l noite'.

Mas foi ja ut11avcz dcclarado Santo quc a 'prcscn,,'a' deFrancisco Xavicr atingiu a sua plcnitude. J)epois da canoniz~l-",~o,0 Navarro adicionou :1 sua figura dc gUi~1cspiritual c intc-lectual a da for,,'a taut11atürgica c protectora da cot11unidadccat6lica que sc fOrlnava et11torno dos t11issionarios. f: impor-tante aqui dcstacar quc 0 contcxto loca! ajudava. Em 1617, 0neglls Suscnyos tinha profcssado puhliclI1K'ntL' a k' cat()!ica c,

l'nt~lo, 0 grllpo dL' (!L'fL'nsorL'.s do catolicislllo continha olltras

figura.s illlportantL'S do rL'ino, COlllO 0 SL'Uirnüo Sarsa DL'ngL'l.

(;r~l\'a.s a l'St~ISajlld~ls L' ;\ slia aC\'~'IOdina11lica, OS 11lission:lrios

tornar~llll-SL' illlportantl's actorL's na vida social L' cliltural do

rL'ino, Elll l(12"i, a llliss~IO, podL'-sL' di/.L'r, atingill 0 SL'UapogL'LL

"'aqul'lL' ano, chL'gava 0 patriarCl Afonso ML'ndL's ': a miss:1o

contava COIll vintL' hOllll'ns L' possllia L'ntrL' dL'z L' dozL' L'sta-

C()L'Snas principais provincias, Os /L'suilas, dL' facto, glliavam

a vida L'spiritll~l! do pais,

Na Etiöpi~l, a c\I10niz~I\'~'IO foi comL'Illorada L'lll trt's rL'si-

dt'ncias, dlirantL' 0 ano l(12/1, Elllhora IÜO chL'gaSSL'Ill Ü altura

dos gr~\I1dL'sCl'ntms jL'slliticos COlllO Lisho~l L' Goa, as cl'lL'hra-

c()L'S foralll L'\'l'ntos illlportanlL's na hist(lria da miss;lo, As

novas d:l canoniza\';lo d1l'garalll ;1 cortL' dL' Danqaz por volta

dL' Marco 1(124, CO!ll 0 ClITL'galllL'nto anllal dL' cartas L' matL'-

rial L'nviado d:1 fndi~1. ~lll1U das cart~ls, 0 patriarca ML'ndL's, 0

Sllpl'l'ior GL'r~l! IV!1I1illSVilL'IIL'schi l' 0 padrL' AssistL'ntL' rL'porta-

vam ao JlCP,IIS jj Clt('llico 0 ~lcontL'cido ", DL'pois da :\I1ua dL'

I ö2,), qUl' I'l'Ltt~1 l'.StL'SL'VL'ntos, 0 JlCP,!IS dL'cidill na ocasi:1o

fazL'r lIllla CL'ri!lH'mia 'COlll ~l lllaior cl'lL'hridadL' qllL' foi possi-

VL'I' (', A (bla L'scolhid:l foi, significativalllL'ntL', 0 11 dL' Ahri!,

fcstividadL' dL' S:'IO Ll'~'IO M~lgno (hoje llllldada para 10 de

'-jovL'lllhro), A!L'lll do pap~l qllL' lllais fL'rvL'nlL'11lL'nte cOlllhatL'u

o lllonofi.sismo , LL'.lo loi lllll.t d~ls figllr.ts nuis illlportantes-

junto com S~'IOPa1I1o - dllrantl' a Illiss:'IO na Eti(lpia, A fcSla

COllll'l'OlI COIll lIma prociss:lo L'Ill frL'ntl' ;1 cortL' ondL' 0 'viee-

-rei' SL"l'I:l KrL'.stos L' 0 Clpit:lo dos portllgllL'SeS na Etiöpia

tr:\I1sportaram ~IS illlagL'nS dos dois santos, A prociss:1o foi

aeOllllX\I1hada pl'lo som de instrlllllL'ntos l111lsieaisL' ornada dL'

11l111l'S,A cl'lL'hrae;\() condllill-se eom llIlla missa elll honra dos

IOllVOrL'S dos S:l11tosflindadorL's' ~,

!'OllCO tL'IllPO (kpoi.s, tL'r-sL'-ia cl'lL'hrado a fcstividade L'm

(;annela ,/L'Sll.S- AZ:1ZO,l:lmhc'Ill IU prL'sL'n('a de Sllsenyos, Foi

nL'ssa rL'sid0nei:1 ondL', do ponto de vista artistieo e cultural,

SL' viram os ~ICtO.Smais intL'rL'ssantes, GannL'ta JL'SllS fieava na

provinei:1 dL' IklllhL'ya , ondL' os ,1L'sllitas tinll:lIll sido mais

activos, L' pl'!'to da 'rL'sidt'ncia-lll:'IL", Gorgora, Era nessa ültima

I ()Ul'. lk· 11]()t1() :lIK'd('ltil'I).

\'i;lj()u dl..' l\nlug;d ;1 IndLI11;[ S;l() l.'ranli"c()

\Ir( )n~() \k'l11k'j

;l()~ [lai,'i l' Jrnü()s d~l Ilrmlll-

cia [)()nllgLlL's~Ll) tk· Julhodl' [(12S,. in lkccari. NCrllIIl.

\(l!. \11. d()cl"7. p. 12X

" COlll() l' s;lhido. J.., ll()\;L"

dll'g;lLllll ;l (;0;1 eil) J(115pm \ü tCITl'slrl' .. \ I1lL'ln"j-poIL' imli:llla \'i\L'lI ;1." pri-1l1l'iLIS cl,k,huc()l'''; l'Ill 2'1lk' landro Lll' !(l'::f. L!i;1(Li

C()ll'\n<lo dl' ~";:IO Ilaulo:(;c( )rg Schurhalllllll.T. 1)il'1kilig-.;prlTl111ng Fr~lIl/ \~l-\-er.'i, Zum l~ . .\Ur; 1()22", ilf

rckl1l. (,'cs(I//lJi!cl/c S//I(!iCI!.

\()1. 1\ \';llÜ. l: Anh:inge.]{()l1la - !.isho:!. Institulutnllistoril"lllll S.!. - Cl'nlro dl'hlud(lS flis!('nic()s \'llralll:l-rillOS. ] ()(r=). tim'. l.r. p. l(ll-)

(, ,\lltoni() I{oi!. \IlU:l da\liss;\() dl' 1':llliopiJ. L!o prin~cipio L!o ml','i de JUlllO lk

(l25 ;ll(' 0 !"im <.k Ahri!dl' (121. I:i cll' h'\l'rl'iro dvI(J2-=)". /\rdli\lllll IÜlllUll11111Socivtllis kSll (A]{S!). (;()a

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- COlllO () I1Jrr:ldm l','inl'-

\ l.'U. l'k LT:l 11l1U Pl'SS();1

ljUl' os cismjtic()s [da Fli(')-pi:iJ Illllilo a\)()lllin;llll-. Ihl-dCIII.

l) A da ta da cckhrac:'lo n;'IO

l' proYida nos dOCllHll'ntos,lllas dl'\'CIÜ situar-sl..' pOUCOdl'pois das cl'lchrac('K'S 1..'111

1J:1ll'l"1 (11 cl" Ahril); (;",-pM Pacs, "Annua dl' Flyopiado lunho dl' (12'1 atl' L!I..'(12'ido 'LSt:ldo sl..'cldar dc Ft\()-pia. 1S lk .lunho Llc ]().2S".Talllqh:l. AK"iJ. (;0:1 5') L25(lr-S')y, 2'121'. As llll'smasraZ(ll'S qUl' fizLTalll o,s "esui-tas l'scollll'r (;anneta .Iesus.:1 mais importantI..' rl..'sidC'Il-LÜ dl' (;(lrg(lra, l'ulll'i(ll1a-ralll allos mais tardl' dllrantl'as cekhra('ll'S para a lK'ali-I'icacül do S;'IO l"ranl'isco cleBorja: lv'lanol'l Lle Alllll'ida."Anllua ao Superior (;cncral.\lutius Vilelleschi. 17 dl'Ahril dl' ICl]'"',.. (;orgora,\IN. (;"" 5') 11. IIHr-llr.L22r

111 (;JSp;lr Pal's. ()j), cf( ..2iOy, 2'1 Ir.

11 Sohre () lISO dcsta imJ-gern l' a sua inlluL'ncia noilllagilüri(l llurialHl l1a Fti(l-pia, {[go !\IOIwret (.!c Villard,"La \·ladonna di S, ivLtri:1,\Ltggiorl..' l' l'illllslrazionl'dei llliraco]i di ,iVLiri:1 inAhissinia". /1/l1w!i Urtcr({-I/c/lsi 11 (1')1"'7). ()-<)O: Sta-nisla\v (:h(ljnacki, "Tlll' Vir-gin 01' S, Maria !\bggiofl'»,in Idem. ,11l!!or ll)clI/cS inFthi()/)(än HlilltiIlJj,: Ind(f.2,e-l/uliS J)CI'e!UjJII/ClltS thc

!I?/lttellce (!/ Fore(f.2,11 Jfot/clsfIIut Iheir l1dojJ/{/(i()!I jimllthc (-:th (() (he 191h CCI1IIf1T,

\\'icshadcn jl)rl5, pp. 21~--HlJ, Sohn: () seu impact()no mundo, Kirstin j\orl'l'Il,"Thl' lc()n of Santa \1ari:l(-,bggi( )1'1..'. ]{( lnll': An Image;md its Aftcrlik,·. H.cIltI;s-S{(/l((' Stlfd;cs l,), -), (j{)()-72

')20

que trahalhava um dos mclhores homens que a miss:lo teve,o Padre Luis ele Cardeira, müsico, matenütico, com grandeshahilidades na aprenclizagem das linguas locais, foi eil' 0

encarregado de organizar as cciehra<,J':>es.Come,,'aram comvesperas e uma missa, a cinco vozes, cantada pelo coral demeninos de Gorgora; sucedeu-se uma d;m,,'a com dez meni-nos, filhos dos portugueses morando na Etiöpia e um «terreiro»(provavelmente inelicando uma dan,,'a). Seguiram-se um «des-cante» (concerto em coro acompanhado de instrumentos ) comduas violas e uma handorilha tangidas pe los meninos elo semi-n5rio jesuitico l' v5rias formas de fogos de artificio (<<foguetes,homhas e triquitrazes»). Tamhem fizl'ram um di5logo a tressohre os feitos das vidas dos Santos. Os espect5culos foram,eil' acordo com 0 narrador, eficazes l' ao mesmo tempo sedu-tores, pois «os fizeram com tanta arte, [' .. J l' hoa gra,,'a queroubaram 0 cora,,':lo de todos os Catölicos e confundiram oscism;lticos» ')

A ültima das cclehra(öes foi em Frl'mona, no reino deTigre. Nessa residencia, em Outuhro-Novemhro, foi puhlicadoo juhileu do papa, a igreja foi arranjada para a ocasi:lo e dafortall'za dispararam-se os arcahuzes. Seguiram-se muitas con-fissöl's l' comunhöes, assim como visitas ;IS terras vizinhas parafazer haptismos slIh cOllditioll<'. As cclehra,,'öes tl'nninaram l'm3 de Dezl'mhro, dia de S:IOFrancisco Xavier 111.

Oe Santo a taumaturgo e protector

Com a canoniza,,':lo e as festividadcs, vieram para a Etiöpiareliquias e imagens do Santo. Convem dizer que estes naoforam os priml'iros ohjectos de devo,,';lo trazidos pelos Jl'suitas.Numa primeira fase, provavclmente em l,)HO, mas tl'ndo-senoticia sö a partir de 1603, foram importac!as reprodu(öes dofamoso icone da Virgem de Lucas dl' Santa Maria Maior, estrci-tamente associada com 0 terceiro Geral da Ordem, Franciscode Borja. As imagens foram rapidamente ohjecto de devo,,':loe, na Eti6pia, 0 lcone tornou-se 0 protötipo canönico das pin-turas da Virgl'm eil' epoca posterior 11. Mais tarde, os .Il'suitas

tinhJm tJmbC'm importJdo imag<.:ns dos Padr<.:s da Igreja,lcon<.:s do Cristo 12, entre eies V<.:rönicas - provave!mentec6pias do principal protötipo conservado na basilica de S. Joaode Latrao em I{oma 15 Com a b<.:atificJ\·ao e.l<.:Santo Inücio, em1609, chegaram tambem imagens do fundador I'.

As re!iquias de francisco Xavi<.:r que os Jesuitas troux<.:-ram foram, pode-se diz<.:r, de importfmcia menor: nao se tra-tava de partes do corpo, as quais foram toclas destinadas ü

Europa <.:~\ India, mas d<.:objectos associados com 0 Santo.A re!iquia mais mencionada nas fontes <.:raa ügua tocada nacruz feita de pao do caix~\() do Santo I". Outra das re!iquias eraumJ "cruz de S. Francisco Xavier», a qual n;!o temos id<.:ntifi-cada, mas que poderia tratar-se de uma cöpia da famosa cruzdo Cabo Comorim ou de uma das numerosas cruzes kitas doGtix~\Odo Santo J(,.

A volta destas, as imagens do Santo que clwgaram ~Imissao foram quase com certeza estampas <.:,numa ocaSlao,menciona-se uma Ver6nica 1-. As imagens foram primeiro pro-duziclas em J{oma e mais tarde na imprensa jesuita de Goa 11-\.

As estampas <.:ram imagens que os Jesuitas podiam facilmentetransportal' nas suas frequentes saidas pastorais e distrihuir aosconvertidos. Aliüs, n~\o se pode descartar que tJmhem tenhamvindo icones - provave!mente de feitura goana - do Santo,assim como aconteceu com icones da Virgem de Lucas e deSanto Inücio \(). A produ\'ao local de imagens nao parece tel'sido comum, embora 0 Padre Gaspar Paez tenha feito umaimagem de pasta de Francisco de Borja na ocasiao da suaheatifiGI\'ao 20. 0 estudo da cultura jesuitica na Etiöpia fica,porem, limitado pOl' causa do final dram{\tico da missao, poisnos anos que se seguiram ~l expuls~IO todas as imagens, livrose parafern{tlia usados pe!os missionürios foram destruidos.

Na sequencia da importa\'ao de ohjectos, propagaram-sea presen<;a e acc/)es d<.:Francisco Xavier Santo em terreno etiö-pico. Assim, as cartas anuais escritas nesses anos tornaram-seeco de um importante nltmero de casos emde int<.:rvieram ospoderes do Santo. A {tgua do caixao era bebida pOl' enfermose pOl' mulheres p<.:rto de dar ü luz, os quais sanavam e e!as

I~ I '1ll:1 IOlltl' rl'llTc-sl' :l

LlIlU imagL'lll eiL' Crislo cru-dficlL!() (Ulll UHU l1larl';\L!()urada (jUl' f<li ;lprl'.'il'll-taeL! a SUSellYOS L'11l l()~t

pl'lo \'isitad()l~ ,r>..lanucl dcr\IIlK'ida: Antoni() J{oiz. uf!.eil .. 222\

I," <\bIlLtcl Barr:!<.bs ;!() .\L1-

I1lTior (;l'Jll'Lll. .zn \Ltiu1(\11". /11 Hl'ccari. f(erlllll."'! \11. d()<'. IU. p. I"~.I I \kncionadas n;\ FtklpiaL'lll J(dl); ,ülis dl' A/l'Yl'do

ao Prl'p(")silO (!a prodndaC;oana. H <.lc .!ulho dc 1(Jl tJ",/11 Hcccari. Hem 111, \,()1. \.1,duc. 1'1. p.lll.

I'; ,,:--'bn()c! <.k' "[lIleid:] ;10

Superior (;cJ1l'ral. ](l dl'[unho dl' J(12H". in lk'cClri,[(er/lIIl, \"(ll. \"[1. do(". ~(J.

p. 2~(): jlacs. 0/). cil" 2-1.11'.

1(, ItlrraL!as, (1), cil .. p.I')H:

(;corg SchurlullllllcL ,I)il'\J\"crillsrcliqllicll lind ihrl'Cl'schichtl''', in Gcsolillllcllc.\/I/lfjclI. d",. !.ilI. pp. Yd--(l!,

'" ]larrada,. 1(,,1. l'i~

IS FIll CO:l, as prilllcirasdatam dc 1-1(1(): ~1aria Cris-tina Osswald. "Cu!tu l' icu-nogralüs l'll (;O;!

duralltc siglos \\"1 )X\,[I: EI cuhu l' 1c0!1ogr:l1"i:1dl' San l-"rallcisc() Ja\"icr". inSOli FrtlllCisco Jariel' CJl losorles, FI !Joderde /(/ iIlUl,!.!,L'lI.Paillplulla. FUlllbci6J1 Ca jadc \a\arr:l. 200(l. p. 2\-').

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fndia, onde todos os missionarios tinh~l1n vivido e muitostinham tamhl'm sido COrInados.

() Santo 'indiano' Francisco Xavier foi 0 mais importantenuma sl'rie de c!ementos que vLtjaram da india :1 Etiöpia notempo da miss~lo, e que cohriam toda a gama de actividadesmissjorürias, da arquitectura :1mlisica, liturgia, artes, pedago-gia e interdmhio de presentcs. Neste sentido, einteressantenotar os paralelismos entre os cultos inc!ianos e cti()picos doSanto. IIm e 0 car:lctcr fortcmente taunutllrgico das suas~lctividades e a sua frequente particilxl\':IO em conversöes 2'1.

() Santo 'gl'meo', In:lCiode Loiola, personificou na Etiöpia,pelo contr~ü'io, um papel mais comhativo, sendo particular-mente activo em mais duas areas importantes no contexto!ocal, os exorcismos e a guerra 51)

Mais uma particulariclade e a das reliquias, pois 0 cuhodas reliquias n~lo corp()reas era comum em todo 0 Orientevisit~ldo pelos .Jesuitas 51.

Finalmente, a EtiöpLt Xaveriana ficou conectada :1 fndiano GISOde alguns missionarios. Antes de partir para a Etiöpia,om!c tinha que trahalhar durante dez ~1T10S,0 Padre ManuclBarradas escreveu uma compila\':IO de milagres atrihuidos aoSanto e!l1 vi,~ta das pesquisas inicLtdas na fndLt para a suaCIT1(miza(:l<) 52.

11m terceiro ~Ispecto arcsolver e 0 da avalia\';!o dequanto foi realmente popular 0 culto do Santo na Etiöpi~1.A no.~sa quase total depl'ndc'llCia dl' Contes UniCl!l1ente jesuiti-CIS ohriga-nos aqui a ser cuicladosos mas podl'-sl', contudo,l'shocar uma rl'sposta. 0 c1ima Ltvor~lvel aos lllission:lrios, qul'sc tinha cultivado durantl' anos, assim C0!l10 0 crl'scl'ntcnlll1WrOdl' convl'rtidos - os priml'iros clatando dos anos 1'::;41--45, com a clwgacla dl' Cristöv~'IOda Gama - poderia ter pro-duzido formas loclis do culto Xaveri~lT1o.Porl'm, pl'rcl'hl'-sl'uma slihita l' r~'lpida ~'1xlril'~'IOdl' lllilagres e aCClles do Santona,~ cartas :lnuas postl'riorl',~ :IS ce!chral.'l)l'S dl' !ö.2,1 l' a SU~1total ausc'nci~1l'lll l'P0cas antl'riores. Com efl'ito, antl's, os mis-.~ion~lrios tinh~lm-sl' mo.~trado activos l'l1l cur~ISe !l1ilagrl's, masi~ll1lai.~usado ohjectos ou podl'rl's rl'lacionados CO!l1Fr~lT1cisco

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\~I\'iLT. ill Illvill. (iCV/lII-

/IIcllc SllfdiclI. d()l 1-;(1 .

" Por exe1l1jl]o. L'm 1(115.l'ntrl' o~ jlrindpi{)~ ellrati\'o~lISad(lS jlel()s mis~i(l!l;iri(ls.eila\'al1l-~e: ;1 illljl()sie;\o denü()s. a Icitura eloIho {k S. \brcos. 11111

rio. rcliqui;\s eli\'iIUS. a inu-gL'1l1 (!;t Beata \'crgillL' ((k

S. LUl';ls) L' lL'rr;1 da sepul-tma (!t) priml'in} p:llIÜn";\.JesuIt:!. Andrl' {k (h'il'l.lo( I') lIi- ~~): l;rancisc(} ;'\nto-nio (!c ;\ngl'lis. "AllIllU dl'i(,i5', MN, (;,,;\ 5') ibis,11151'-111\,ill-\, iill\

,\1 1'm dos pOlleos cstuL!osdL'dicaLlos ao Il'atro missio-nJrio. j\n!on liliondcr, /1/1"(;es(bi(hte des Jfissio/lslhc({-Ihers. AaehL'n. X;\\CriLlS--\'crlag. 1()IH, inclui easo:-;:-;l'l11clhanll's no Perll L2:~i).l:ilipinas CiH-59) l' na India("S(1-"i7).

,'; Ihidell!, p. 77.

')24

Xavicr e ln:lcio de Loiola 5', Esta contradi\;'ao poderia indienuma certa artificialidade do clilto, ()e bcto, neste ponto, oscultos etiöpicos eindianos do Santo divergem, Enquanto quena fndia eil.' nascell de forma relativamente esponünea, popu-larizando-se com for\;'a quase desde a sua morte, na Etiöpia, 0culto foi ohjecto de uma r:ipida imporLl\;':IOque hem POLICOtinha a ver com as formas da santidade e devo<;:10 locais,mesmo se em algllns elSOS se possa tel' tratado de genllinasformas nativas do clilto,

Finalmente, as celehra(:öes da canoniza\;':lo constituiramum Illomento importante na cllltlira da missao, Elas trollxerampela primeira vez ao primeiro plano lInu actividade que ateentao tinha sö feito timida presenp na llliSS:IO:0 teatro. Iguala outras Illissöes'l, as celehra\;'(Jes foram motivo de numero-sas encena<;öes no mllndo jesllitico e prepararam a expansaodas actividades teatrais e artisticas qlle caracterizavam a vidada missao ate ~lexpllls:'!o. Assim, em 1(J27, fazia-se a primeirarepresenta\;'ao dranütica com lIma alegoria sohre 0 rei Davide a Virgem 5". A segllir, chegaram as nüscaras, hieroglificos,triunfos e dramas tipicos - com algllns anos j:i - dos grandescentros jesuiticos, Com a clwgada do Xavier Santo, a miss:l0abandonava 0 estilo maneirista qlle caracterizoll 0 periodo dePedro Paez 060;,\-22) e adoptava, emhora pOl' poucos anos,as cores e as formas do Barroco gJohalizante.