Artigo Domínio X Propriedade
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Exmo. Sr. Juiz de Direito da 1ª Vara de Sucessões e
Ausência da Comarca de Belo Horizonte/MG.
Processo nº. 0024.02.882.102-3
ANTÔNIO LUCIANO PEREIRA NETO, CLARA
LUCIANO HENRIQUES, já qualificados nos autos da
Ação de Cobrança, que lhes move LHANO NELSON, vêm,
respeitosamente, à presença de V. Exa., por seus
procuradores infra-assinados, não se conformando
com a sentença de fls., integrada pela decisão dos
embargos de declaração de fls. interpor a presente
APELAÇÃO, consoante as razões anexas.
Inicialmente, pedem vênia para
demonstrar a tempestividade do recurso. Publicada a
r. sentença recorrida em 16/09/2011, houve a
interposição de embargos de declaração,
interrompendo o prazo recursal que apenas deve
início após a publicação da decisão dos
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declaratórios, ocorrida em 10/10/2011 (segunda-
feira).
É preciso registrar que, no presente
caso, a contagem dos prazos deve ser feita em dobro
haja vista a existência de litisconsortes
representados por procuradores diversos (art. 191
do CPC). Assim, o prazo recursal em dobro de 30
(trinta) dias apenas começou a fluir no dia
11/10/2011 (terça-feira) para findar-se em
09/11/2011 (quarta-feira). Tempestivo, portanto, o
presente recurso.
Requerem, ainda, a juntada do
comprovante de pagamento das custas recursais,
tempestivamente efetuado.
Termos em que,
pede deferimento.
Belo Horizonte, 09 de novembro de 2011.
P.p. P.p.Paulo Eduardo Almeida de Mello Paulo FernandoCintra de AlmeidaOAB/MG 8.399 OAB/MG 57.300
P.p.
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Egrégio Tribunal de Justiça de Minas Gerais
Processo nº 0024.02.882.102-3Apelantes: Antônio Luciano Pereira Neto e ClaraLuciano HenriquesApelado: Lhano NelsonLitisconsorte dos Apelantes: Ana Lúcia PereiraGouthier
RAZÕES DE APELAÇÃO
Colenda Câmara Julgadora,
I – DOS FATOS
O Apelado ajuizou a presente Ação de
Cobrança contra Antônio Luciano Pereira Neto, Ana
Lúcia Pereira Gouthier (que se chamava Ana Lúcia
Luciano Pereira), Clara Luciano Henriques e Antônio
Wagner da Cunha Henriques, objetivando o
recebimento da sua cota hereditária relativa ao
falecimento de seu pai Antônio Luciano Pereira
Filho.
Por meio da sentença recorrida, o
Julgador Primevo houve por bem acolher a preliminar
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de ilegitimidade passiva do Réu Antônio Wagner da
Cunha Henriques e julgar procedente o pedido
inaugural:
26.- Com estes adminículos epara não mais alongar esta jáalongada demanda, cujo sono demuita gente já tirou, hei porbem de julgar procedente emparte a ação ordinária decobrança que Lhano Nelson moveaos réus Antonio LucianoPereira Neto, Ana Lúcia LucianoPereira e Clara LucianoHenriques,resolvendo-se omérito da questão comfundamento no art. 269, II, doCPC, para condená-los a pagarao autor a importância de R$14.435.391,61 (quatorzemilhões, quatrocentos e trintae cinco mil, trezentos enoventa e hum reais e sessentae hum centavos), valoratualizado na preiteia até31/07/2004, que deverá sercorrigido pelos índices decorreção da Corregedoria deJustiça do Estado de MinasGerais, desde a data dovencimento da obrigação(06/06/1993), mais juros demora de 0,5% (meio por cento),regra do art. 1062, do CCB/16até 10/01/2003 (entrada emvigor do novel CCB – art.2044), e, à partir desta data,juros de 1% (um por cento),
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pela regra do art. 407,CCB/2002.27.- Condeno-os, ainda, porinteiro, no pagamento dascustas processuais e honoráriosadvocatícios que fixo em 10%(dez por cento) sobre o valorda condenação, com as devidascorreções, bem como os demaisconsectários (custo deperícia), aplicando-se aqui aregra do art. 21, § único, doCPC, posto que o autor decaiude parte mínima do pedido.28.- Em razão da admissão dapreliminar enfrentada no item18.5 desta decisão, julgo oautor Lhano Nelson carecedor deação em face do réu AntônioWagner da Cunha Henriques,extinguindo-se o feito emrelação a ele, sem resolução domérito, nos termos do art. 267,VII, do CPC, arcando o autorcom o pagamento de honoráriosadvocatícios em favor docausídico do réu, que fixo em10% (dez por cento) sobre ovalor dado à causa (fls. 07),devidamente corrigido, na formado art. 20, § 3º, do CPC.
Data venia, para que sejam evidenciados os
equívocos da sentença recorrida e para que as
questões discutidas nestes autos sejam corretamente
apreciadas, é essencial trazer a conhecimento desta
Colenda Câmara as circunstâncias que deram origem
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ao “Termo de Transação” em que se fundamenta a
pretensão exordial.
Antônio Luciano Pereira Filho (que
doravante será chamado de Dr. Luciano para
simplificar e evitar equívocos com o nome do Réu
Antônio Luciano Pereira Neto) era casado, em regime
de comunhão universal de bens, com Clara Catta
Preta Luciano Pereira, sendo que dessa união
nasceram três filhos, ora Réus: Antônio Luciano
Pereira Neto, Ana Lúcia Luciano Pereira (hoje Ana
Lúcia Pereira Gouthier, seu nome de casada) e Clara
Luciano Henriques, casada sob o regime da separação
total com Antônio Wagner da Cunha Henriques.
Ainda em vida , Dr. Luciano e sua mulher
DOARAM A SEUS 3 FILHOS todos os bens que possuíam,
que eram constituídos de ações e quotas de
sociedades comerciais.
No ano de 1987, faleceu Clara Catta
Preta Luciano Pereira, sem testamento, deixando
como únicos herdeiros os seus 3 filhos, e como
viúvo meeiro o Dr.Luciano. Entretanto, como já
salientado, os bens da finada já haviam sido doados
a seus 3 filhos, em partes iguais.
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Quanto ao Dr. Luciano, deixou ele, além
dos três filhos matrimoniais já mencionados,
inúmeros filhos extramatrimoniais, incluindo-se o
Apelado, os quais, se reconhecidos, quando ele
viesse a morrer seriam também seus herdeiros.
O Dr. Luciano faleceu em 19 de junho de
1.990, com testamento deixando sua porção
disponível para seus três filhos matrimoniais e,
como herdeiros necessários seus três filhos
matrimoniais e os filhos extramatrimoniais.
Ainda em vida do Dr. Luciano, foi
proposta por alguns de seus filhos
extramatrimoniais ação judicial na qual pretendiam
anular as doações por ele feitas, ao argumento de
que seriam excessivas, porque teriam ultrapassado a
parte disponível do doador .
Embora a demanda versasse sobre herança
de pessoa viva, o que é expressamente vedado por
lei, os filhos matrimoniais do Dr. Luciano,
resolveram que a questão deveria ser decidida ainda
quando vivo o seu pai, por escritura pública, com o
objetivo de igualar as liberalidades e com
detalhado processo de cumprimento.
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Foi, então, promovida a reunião de
todos os filhos do Dr. Luciano (matrimoniais e
extramatrimoniais já reconhecidos) e, após amplo
debate sobre a matéria, e estando todos assistidos
por advogados, chegaram a uma composição, não só
para por fim ao litígio já aforado (doação
excessiva), como também para prevenir outros que
poderiam sobrevir com a morte do pai.
A composição foi celebrada através de
um instrumento público, denominado TERMO DE
TRANSAÇÃO , lavrado às fls. 16/23, livro 412N, do 5º
Ofício de Notas, no qual foi ajustado que os
primitivos donatários (3 filhos matrimoniais)
repassariam aos demais descendentes do Dr. Luciano
não contemplados pela doação, bens e valores
definidos no aludido instrumento com o objetivo de
igualar as liberalidades e com detalhado processo
de cumprimento.
Em razão de testamento feito, em caso
de morte do Dr. Luciano, metade dos bens por ele já
doados a seus filhos matrimoniais ficariam
pertencendo a estes (porção disponível), e os
outros 50% deveriam ser trazidos à colação para
pagamento das quotas hereditárias de todos os
descendentes, inclusive os filhos matrimoniais
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(partes legítimas dos herdeiros necessários).
Entretanto, numa atitude deveras elogiável, pelo
seu conteúdo de liberalidade, desprendimento e
objetivando evitar procedimentos judiciais que
certamente surgiriam quando da morte de seu pai, os
filhos matrimoniais decidiram, EM NEGOCIAÇÃO INTER
VIVOS , celebrar o termo de transação já mencionado,
no qual, abrindo mão da porção disponível que
futuramente lhes caberia, resolveram distribuir
entre todos os filhos de Antônio Luciano , em partes
absolutamente iguais, os bens que lhes haviam sido
doados em vida pelo pai.
Os bens doados, como já salientado,
eram constituídos de ações e quotas de 12
sociedades expressamente descritas no termo de
transação. No contexto do objetivo traçado para que
todos os filhos recebessem partes iguais, o total
do patrimônio a ser distribuído foi dividido em 29
quotas, sendo que três se destinavam aos filhos
matrimoniais e as demais aos filhos
extramatrimoniais, onde, inclusive, foi incluída
uma provisão para possíveis descendentes que ainda
viessem a surgir. No negócio celebrado com os
filhos extramatrimoniais, eles transmitiram aos
irmãos unilaterais, 26/29 avos dos bens que lhes
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haviam sido doados da parte do pai comum de todos,
ou seja, o Dr. Luciano.
Após a abertura do inventário, a
transação foi levada ao juízo da sucessão e, ouvido
o Representante do Ministério Público, foi
judicialmente homologada por sentença, sem
restrição alguma à composição com que as quotas
hereditárias foram equalizadas por negócio jurídico
consumado entre os donatários primitivos e os
demais filhos do Dr. Luciano, com o que se evitou
futuros litígios, inclusive no juízo sucessório.
Os bens que D. Clara e Dr. Luciano
possuíam e foram doados, eram constituídos de
quotas e ações de sociedades, a seguir enumeradas:
1 – Cia. Mineira de Diversões
2 – Cinearte S/A
3 – Cinemas e Teatros de Minas Gerais S/A
4 – Cinemas S/A
5 – Cia Minas Fabril
6 – Hotelminas s/a
7 – Cia Industrial e Agrícola Oeste de
Minas – CIAOM
8 – Empresa de Mineração Bripocal s/a
9 – Posto Lagoense Ltda.
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10 – Imobiliária Minas Gerais S/A
11 – Fayal S/A
12 – Empresa Rural Baiuru S/A
Após rigoroso processo de seleção a que
foram submetidas consagradas empresas de ramo,
previamente indicadas a todos os interessados,
quando se levou em conta a capacitação técnica,
seriedade e tradição no mercado, foi escolhida e
contratada a empresa WALTER HEUER AUDITORES E
CONSULTORES para proceder à avaliação dos bens.
Os laudos apresentados foram submetidos
a todos os signatários do “Termo de Transação” e
após os esclarecimentos e informações solicitados,
foram aprovados à unanimidade , com permanente
assistência dos profissionais que assistiam as
partes, quer em campo técnico-contábil, quer no
campo jurídico, inclusive os profissionais que
davam assistência ao herdeiro Lhano Nelson, autor
desta Demanda.
Saliente-se que o laudo de avaliação,
riquíssimo em detalhes, inclusive quanto à
metodologia de apuração de valores apurados, ficou
à disposição de todos s interessados, inclusive
para reprodução, pelo prazo de 30 (trinta) dias. É
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ele constituído de 41 (quarenta e um) volumes - foi
apresentado ao MM. Juiz do Inventário, nas colações
trazidas aos autos respectivos (cf. foto
apresentada com o memorial).
Após o pagamento de todas as despesas,
cada herdeiro recebeu o quinhão a que tinha direito
na herança do Dr. Luciano, sendo parte em dinheiro
e parte em imóveis. Como informado na contestação,
apenas o herdeiro LHANO NELSON, ora Apelado,
recusou-se, sem declinar o motivo, a receber parte
de seu quinhão, sendo que a parcela restante sempre
esteve à sua inteira disposição.
Cabe salientar, para melhor
entendimento das operações realizadas, que cada
herdeiro constituiu uma ou mais sociedades, as
quais, através de cisões parciais das sociedades,
receberam os bens herdados.
Através de escrituras públicas
iniciadas em 1.990 e finalizadas em 1993, ou seja,
há mais de dezesseis anos , foi acertado o
encerramento do termo de transação, quando todos os
herdeiros que o assinaram deram como cumpridas as
obrigações assumidas.
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Situação sobre a qual também devem ser
prestados esclarecimentos é a que se relaciona ao
herdeiro LHANO NELSON . Como se vê dos autos, ele
participou de todos os entendimentos que
antecederam o termo de transação, o qual foi por
ele assinado, juntamente com os filhos matrimoniais
e extramatrimoniais do Dr. Luciano.
Chegou a receber parte do quinhão que
lhe cabia. Entretanto, em dado momento, passou a
ter um comportamento incompatível com a execução
correta do acordo celebrado entre os herdeiros.
Por esta razão, contra ele foram
movidas duas ações: a primeira de deserdação, tendo
em vista disposição contida no testamento deixado
por Dr. Luciano. A segunda, com o objetivo de
excluí-lo do termo de transação. As duas ações
foram julgadas improcedentes , com a condenação dos
herdeiros ao pagamento de perdas e danos, com multa
e ônus sucumbenciais. Estas demandas estão ainda em
curso, em fase de execução.
Paralelamente, Lhano Nelson ajuizou a
presente ação de cobrança, com o objetivo de
receber o restante que lhe cabia como herdeiro do
Dr. Luciano, em razão do Termo de Transação. Como
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já mencionado, desde o julgamento das ações
ajuizadas para exclusão do Sr. Lhano Nelson do
termo de transação, a parte que lhe caberia
encontra-se reservada no patrimônio da sociedade
Fayal S/A, que centralizou a distribuição dos bens
aos herdeiros, consoante previsto no Termo de
Transação .
Todavia, o que se verifica da presente
Ação de Cobrança é que o Sr. Lhano Nelson pretende
receber mais do que os demais herdeiros e
signatários do Termo de Transação, em manifesto
prejuízo dos Apelantes e de todo o grupo de
Outorgados, o que foi chancelado pela sentença
primeva.
Assim, não podem os Apelantes se
conformarem com a v. sentença que merece ser
reformado pelas razões expostas a seguir.
II – FUNDAMENTOS DA REFORMA
II.1 – VALOR BRUTO (395.908.163,27 IMT)
X VALOR LÍQUIDO (263.124.667,79 IMT) – EQUÍVO DA
SENTENÇA AO FIXAR A CONDENAÇÃO DE ACORDO COM O
VALOR BRUTO DA QUOTA – INOBSERVÂNCIA DO TERMO DE
TRANSAÇÃO E DEMAIS ACORDOS FIRMADOS PELOS
OUTORGANTES E OUTORGADOS.
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Uma das principais controvérsias postas
em julgamento nestes autos refere-se ao valor da
quota hereditária a que tem direito o Apelado. Em
sua peça de ingresso, o Apelado postulou a
condenação dos Réus
“(..)a lhe pagar o valor da suacota hereditária, como talprevista na escritura públicade transação firmada pelolitigantes, correspondente a395.908.163,27 IMT, no seutermo final, a data de6/6/1993, convertida,atualizada e corrigida para aexpressão monetária oficialatual, o real (R$), até a datado efetivo pagamento, emquantia certa e determinada nasentença, a ser apurada por viade prova pericial, mais juroslegais de 6% ao ano, desde adata de 6/6/93 e até a data doefetivo pagamento (...)”(transcrição da Petição Inicialda Ação de Cobrança)
Consoante decidido por pelo MM. Juiz
sentenciante, o Apelado teria direito ao
recebimento, a título de sua quota hereditária, da
quantia correspondente a 380.886.741,052 ITM, cujo valor
convertido o perito aponta a importância de R$ 14.435.391,61
(quatorze milhões, quatrocentos e trinta e cinco mil, trezentos e
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noventa e hum reais e sessenta e hum centavos), conforme
assevera às fl s. 1800 dos autos.
Esta quantia equivale ao valor bruto da
quota. Ainda segundo o Julgador Primevo, este seria
o valor devido, eis que o redutor mencionado pelo Sr.
Perito não teria ficado definido no “Termo de
Transação”, cuja observância é obrigatória, in verbis:
25.- Quanto ao redutor ao qualse refere o perito ás fls.1800, levando-se emconsideração uma ata dereunião, quero crer que nãoficou ele definido no “Termo deTransação”. Na verdade, naquelacartilha que é o padrão decomportamento das partes “termode transação”, não se fala emtal redutor. O que ali ficouestabelecido virou lei entre aspartes. Colcha de retalhos paraemendar o termo de transação(vale dizer ata de reunião),até mesmo sem a participação dointeressado/autor, aqui não temreceptividade. Ora, o direitoRomano já dava à transação osefeitos da coisa julgada.Recorro ao insuperável ManoelIgnacio Carvalho de Mendonça,,em seu “Doutrina e Prática dasObrigações – 1908, p. 470”,para dizer que: “O acordo éinalterável na transação, eistudo, eis os efeitos que a lei
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quis atribuir equiparando-a àcoisa julgada”.
Contudo, diversamente do que registra a
sentença, é o próprio TERMO DE TRANSAÇÃO que,
expressamente e em diversas cláusulas, determina
que cada Outorgado receberá valores líquidos, isto
é, os valores abatidos os custos diretos e
indiretos da sua apuração . Em razão do volume de
documentos dos autos, os Apelantes pedem vênia para
juntar outra cópia do TERMO DE TRANSAÇÃO com estas
razões, a fim de facilitar a sua verificação.
Registram, todavia, que o Termo foi apresentado,
inclusive, com a Petição Inicial.
Já na Cláusula II, ao descrever o
patrimônio objeto da transação, o Termo não deixa
dúvidas que deverá ser apurado o valor líquido,
abatidos toda sorte de custos que pudessem incidir
na operacionalização do Termo:
“II – DESCRIÇÃO DO PATRIMÔNIO:(...)§2ºAs participações dosOUTORGANTES nas sociedadesmencionadas no inciso 1 doparágrafo anterior serãoavaliadas, com base nopatrimônio líquido, no prazo de30 (trinta) dias, por empresaidônea, (...). Os
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correspondentes às demaissociedades serão apurados,também, com base no patrimôniolíquido, mediante a efetivaalienação de bens imóveis,semoventes, máquinas eequipamentos que integram o seuativo, consideradas, inclusive,as repercussões pertinentes aeventuais reduções de Capital.Para determinação do valorlíquido a ser consideradoquanto às empresas no inciso 1do parágrafo anterior, deduzir-se-ão todos os encargos ereflexos diretos e indiretos e,ainda, contingências,participações intercessivasmesmo de outrem e terceiros eônus fiscais que incidiriamsobre a sociedade e sobre osOutorgantes, na hipótese devenda desta .
E no §8º, da Cláusula II:
§8º - A participação dosOUTORGADOS incidirá,exclusivamente, sobre o produtolíquido da venda da totalidadedos bens imóveis, semoventes,máquinas e equipamentos dasempresas mencionadas (...)
Novamente, na Cláusula III, ao
disciplinar o pagamento dos Outorgados, estabeleceu
o Termo de Transação:
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“III- PAGAMENTOS: (...) OsOUTORGADOS receberão suaspartes em moeda corrente dopaís, obtida com o produtolíquido da venda dos bensimóveis, semoventes, máquinas eequipamentos das empresasconstantes dos nº (...)
(...)
§2º - De cada venda, depois deabatidos os custos diretos eindiretos, deduzir-se-ão seusreflexos na empresa de que seorigina o bem vendido e nasdescritas no nº 1, do parágrafo1º, da Cláusula II, para sóentão obter-se O LÍQUIDODISTRIBUÍVEL.
O redutor a que se refere o Sr. Perito
Oficial, nada mais é do que o índice que representa
os custos diretos e indiretos previstos no TERMO DE
TRANSAÇÃO e que foi definido após estudo técnico
realizado pela WALTER HEUER AUDITORES E CONSULTORES
e que, em razão da transparência que caracterizou a
execução do Termo de Transação, foi submetido à
ratificação em Assembléia (6ª Reunião).
Registre-se que, posteriormente, o
Laudo Pericial atestou o valor bruto da quota de
cada OUTORGADO e o valor líquido, obtido após a
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dedução das despesas desde o início previstas no
TERMO DE TRANSAÇÃO.
Assim, diversamente do que consigna a
sentença, o “redutor” não ficou estabelecido em
Atas, mas sim no próprio TERMO DE TRANSAÇÃO que
determinou o pagamento aos OUTORGADOS do produto
líquido da venda dos bens das empresas.
Ademais, cabe lembrar que o TERMO DE
TRANSAÇÃO não quantifica o valor devido aos
OUTORGADOS, mas estabelece o procedimento para
apuração de tais valores. Isto é, se no Termo de
Transação não se fala em tal redutor (trecho da
sentença), também não se fala o valor em IMTs que
seria devido a cada OUTORGADO. Mutatis mutandis, se as
Assembléias, Atas e demais documentos constantes
dos autos possuem validade para que se afirme que a
valor bruto devido ao Apelado seria de
380.886.741,052 ITM, porque não possuem validade
para disciplinar as demais questões relativas ao
cumprimento do TERMO DE TRANSAÇÃO??!!
Neste Particular, cabe reiterar que,
nas conclusões, o Sr. Perito demonstra os valores
brutos e líquidos que seriam devidos ao Apelado e
registra que, não obstante ele não tenha assinado a
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Ata da Reunião 06, que disciplinou o pagamento dos
valores líquidos (previsto no Termo, repita-se),
simplesmente porque ficou vencido, a esta
deliberação obrigou-se ao assinar a Ata da Reunião
01, realizada em 20/08/1990, oportunidade em que
TODOS os signatários do TERMO DE TRANSAÇÃO,
inclusive o Apelado, acordaram que as futuras
decisões seriam deliberadas com quorum de maioria
simples :
B.1) – Nº01 – realizada em 20de agosto de 1990, arquivada noCartório do 1º Registro detítulos e Documentos, sob o n.º416883 e registrada no Livron.º L-6, sob o n.º 20722, quetratou de diversos aspectospertinentes ao “monte” e foidecidido que o quorum paradecisão seria o de maioriasimples. (laudo fl. 1.751)
Registra, ainda, o Sr. Perito Oficial
as deliberações da 6ª Reunião:
B.6) – Nº06 – realizada em 20de agosto de 1991, arquivada noCartório do 1º Registro detítulos e Documentos, sob o n.º416889 e registrada no Livron.º L-6, sob o n.º 20728, quetratou de diversos aspectos, deelementos referentes à
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avaliação de Empresas do GrupoI, Tributação de Ganho deCapital; de cotas, depreferências excedentes, enfimde diversos assuntos, cumprindotranscrever o item “c”:
c) comparação entre recebimento emdinheiro e em outros bens: O valorrecebido em dinheiroserámultiplicado pelo fator 1.504641para obter-se o valor brutocorrespondente e para efeito deamortização da rspectiva quotabruta;”(laudo oficial dl. 1.752)
Cabe ressaltar, ainda, que, a execução
do Termo de Transação teve por finalidade a
distribuição do patrimônio indicado naquele
documento. Assim, prevalecendo o entendimento
firmado na sentença, o aludido patrimônio será
insuficiente para pagamento da cota do Apelado e
demais Outorgados!!! E mais: o Apelado receberá
quantia muito superior do que os seus irmãos,
demais Outorgados no Termo de Transação, que,
conforme evidenciam os recibos juntados aos autos,
receberam o valor líquido correspondente a
263.123.667,79 IMT. Isso contraria toda a lógica e
finalidade do Termo de Transação.
Na realidade, o que se vê dos autos, em
especial pela prova pericial, é que o Apelado não
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quer pagar, como os demais Outorgados (seus irmãos)
o fizeram, as despesas ocorridas na execução do
Termo de Transação (tributos, despesas cartorárias,
despesas de pessoal, contadores, avaliadores,
etc.), sem as quais não teria sido possível tal
execução com a partilha do patrimônio entre os
herdeiros. Isso, não se pode negar, implicaria,
inclusive, enriquecimento sem causa do Apelado.
Ante o exposto, data venia, equivocou-se o
MM. Juiz ao condenar os Apelantes a pagarem ao
Apelado o valor bruto da sua cota, impondo-se a
reforma da sentença para fixar como devido o valor
líquido da quota, consoante previsto no Termo de
Transação e Atas das Reuniões realizadas durante a
sua execução.
Segundo os cálculos do Sr. Perito, em
31/07/2004, a quota hereditária do Apelado, em
valores líquidos, abatidos os valores
confessadamente recebidos por ele, corresponderia a
253.141.096,15 IMT (263.124.667,79IMT –
9.983.571,64094 IMT) (fl. 1.800 do laudo pericial).
Cumpre registrar a existência de ERRO
MATERIAL no laudo oficial, quando o Sr. Perito
converte o valor líquido de IMT para REAL. Com
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efeito, ao multiplicarmos 253.141.096,15 IMT pelo
índice indicado pelo Sr. Perito (0,03789946),
obtemos o resultado de R$ 9.593.910,85. Ao
examinarmos o laudo pericial, verificamos que o Sr.
Perito equivocadamente trocou a posição dos
algarismos 9 e 5, indicando como resultado da
operação matemática a quantia de R$ 9.953.910,85.
Trata-se de simples erro de cálculo que pode,
perfeitamente, ser corrigido por ocasião do
julgamento, haja vista que o Sr. Perito indica
corretamente as parcelas que deveriam ser
multiplicadas, a saber:
[263.124.667,79 IMT (valor líquido) –
9.983.571,64094 IMT (valores recebidos)] X
0,03789946 (índice para conversão de IMT para REAL)
= R$ 9.593.910,85 (nove milhões, quinhentos e
noventa e três mil e novecentos e dez reais)
Este era o valor da quota hereditária
do Apelado em 31/07/2004. Atualizado de acordo com
a Tabela da Corregedoria de Justiça, hoje a quota
hereditária do Apelado é de R$ 13.723.879,36 (treze
milhões, setecentos e vinte e três mil, oitocentos
e setenta e nove reais e trinta e seis centavos).
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II.2 – DOS JUROS DE MORA – VALORES QUE
JÁ ESTÃO SENDO OBJETO DE COBRANÇA NA LIQUIDAÇÃO DA
AÇÃO DE DESERDAÇÃO N. 0024.00.080.550-7 – REFORMA
DA SENTEÇA PARA EXCLUIR TAIS JUROS.
Como já registrado, foi ajuizada contra
o ora Apelado a Ação de Deserdação n.
0024.91.783.747-8, em que os ora Réus Antônio
Luciano Pereira Neto, Ana Lúcia Pereira Gouthier e
Clara Luciano da Cunha Henriques, em litisconsórcio
com outros herdeiros, foram condenados ao pagamento
de indenização por litigância de má-fé a favor do
Sr. Lhano Nelson (acórdão de fls. 158/168 -
apelação e fls.174178 – embargos de declaração).
A condenação foi estabelecida pelo
acórdão do Egrégio Tribunal de Justiça de Minas
Gerais, quando do julgamento da Apelação Cível n.
72.587/9:
Tenho, portanto, como confi gurada a má-fédos primeiros apelantes pelo que, e emespecial atenção aos pareceres do MinistérioPúblico, dou provimento ao recurso econdeno os autores a indenizarem o réupelos prejuízos que sofreu, cujo “quantum”será liquidado por arbitramento.(fl s.166;167)
Contra este acórdão foram opostos
Embargos de Declaração pelos Autores da Ação de
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Deserdação, ora Apelantes, alegando que “ao condená-
los como litigantes de má-fé não determinou o acórdão quais os
prejuízos sofridos pelo Embargante”. Em resposta aos
Embargos, assim se manifestou o E. Tribunal de
Justiça do Estado:
O prejuízo a ser quantifi cado, portanto, seráaquele que o Embargado sofreu em razão dapropositura desta ação, sobre ocasionar oretardamento do cumprimento da transação,que os Embargantes realizaram com aquele .
Enquanto ainda estava pendente o
julgamento dos recursos interpostos contra os
aludidos acórdãos, o Exequente requereu a extração
de carta de sentença e deu início à Ação de
Liquidação n. 0024.00.080.550-7.
Após concluída a prova, em 30/10/2005
foi proferida a sentença de fls. 1.649/1.659
julgando a liquidação, cujo dispositivo é
transcrito a seguir:
“Isto posto e considerando oque mais os autos noticiam,acolhendo os laudos e pareceresem conformidade com as razõesacima, registrando que estaação de liquidação porarbitramento se presta tão-
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somente para apurar o dano doexeqüente, com auxílio da provatécnica, julgo, por sentença, aliquidação de julgado e, assimfazendo, arbitro o prejuízosofrido pelo exeqüente no valorde R$6.374.204,15, que deveráser corrigido a partir de abrilde 2002, acrescido de jurosmoratórios a partir da data daprimeira citação neste processocognitivo autônomo, arcando osexecutados, ainda, com asdespesas apuradas no montantede R$ 263.740,20 (fls. 879),também com juros e correçãomonetária a partir de abril de2002, arcando os executados,por fim, com todas as despesascom a presente liquidação,inclusive ônus periciais eassistentes, bem como com oshonorários já fixados nojulgado de fls. 96,correspondente a 20% sobre ovalor corrigido da causaprincipal.Deixo de condenar os executadosna sucumbência requerida (fls.288) decorrente da presenteliquidação por ser incabívelnova condenação em honoráriosadvocatícios.”
Contra a sentença foi interposto
recurso de apelação, ao qual foi negado provimento,
matendo-se o decisum de primeira instância. Ao
discorrer sobre o critério ajustado para o
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pagamento da indenização pelos prejuízos sofridos
pelo Recorrido, o v. acórdão assim se manifestou:
Em resposta aos quesitos formuladospelas partes, foi calculado qual seria ovalor que o autor receberia se o acordotivesse sido cumprido a tempo e modocorretos e ele tivesse locado tais bens.Ou seja, o laudo calculou qual seria ovalor que o autor auferiria se tivesserecebido os imóveis e os locado.Entretanto, parece-me mais correto ocritério adotado pelo ínclito julgadorsingular, acolhendo, neste aspecto, aorientação do outro laudo, emresposta a um quesito das partes, peloqual se calculou juros de 6% (seis porcento) ao ano sobre o valor dos bens,lembrando que a cota do autor não eraformada só por imóveis, mas tambémpor dinheiro . O montante destes jurosdurante todo período de retardamento,correspondeu ao valor da reparaçãofi xado pelo julgador singular. A meuver, este critério adotado pelasentença não se mostra subjetivo, aocontrário, é objetivo, previsto noCódigo Civil e é mais exato do que seadotar um hipotético valor locatíciodos imóveis. Com isso, acredito que oslucros cessantes foram arbitradoscorretamente. (grifos nossos)(...)No tocante à alegação de que o valordos impostos que o espólio arcoudeveriam ser deduzidos do valorarbitrado, creio que os requeridosprocuraram misturar as coisas. Comobem frisado na r. sentença ora
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recorrida, nestes autos não se cuida documprimento daquele acordo, como jádito , mas sim, de fi xação do valor daindenização a que tem direito o autor,por ter sido privado da posse eadministração dos bens que lhe cabem.Portanto, se os requeridos entendemque podem cobrar os valores que dizemhaver pagado a título de impostos,devem, nos autos de inventário, buscaro abatimento desses valores, antes deser entregue a cota do autor . Apresente liquidação de sentença não éseara própria para tanto, mas, sim, ofeito onde se cumprirá o termo detransação fi rmado entre os sucessoresde Antônio Luciano Filho (grifamos).
O v. Acórdão , data venia, limitou-se a
confirmar a sentença, que, por sua vez, adotou, de
maneira muito singela, um cálculo de 0,5% ao mês,
argumentando, para tanto que a cota parte do
Recorrido era formada por imóveis e dinheiro.
A leitura das decisões transcritas
revela que, nos autos da Liquidação da Ação de
Deserdação o Apelado já está recebendo os juros
devidos em razão do atraso (mora) no recebimento da
sua quota hereditária .
Por isso, ao apresentarem as suas
alegações finais, os Apelados requereram fosse
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afastada a incidência de juros de mora no presente
caso.
E nem se argumente a impossibilidade de
formulação desta alegação neste momento processual,
tendo em vista o que dispões o art. 303 do CPC:
Art. 303. Depois da contestação, só é lícito deduzir novas alegações quando:I - relativas a direito superveniente;
Como dito, a decisão da Liquidação da
Ação de Deserdação, estabelecendo como critério
para o cálculo da indenização os juros de mora de
6% aa, foi proferida posteriormente à apresentação
da contestação nestes autos, cabendo ressaltar,
ainda, que contra a sentença houve interposição de
recursos, ainda pendente de julgamento o Recurso
Especial.
Surpreendentemente, esta alegação não
foi objeto de apreciação pelo juízo a quo,
ensejando, inclusive, a oposição dos Embargos de
Declaração contra a sentença, os quais foram
rejeitados sem exame das omissões apontadas. Em
razão disse, é preciso reconhecer que a sentença é
infra petita e, portanto, nula.
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Contudo, considerando o efeito
devolutivo legal do recurso de apelação (art. 515,
1º e art. 516 do CPC), os Apelantes requerem que,
reconhecida a omissão da sentença e, portanto, a
sua nulidade, seja a presente alegação
imediatamente apreciada de modo a que seja afastada
a incidência de juros de mora sobre o valor
atualização da quota líquida do Apelado, vez que a
manutenção inclusão de juros de mora na presente
condenação fará com que o Apelado seja contemplado
em duplicidade com a mesma parcela (juros de mora):
uma na ação de deserdação e outra na presente ação
de cobrança, o que configura bis in idem.
II.3 – SUCESSIVAMENTE – REFORMA DA
SENTENÇA QUANTO AO TERMO INICIAL DOS JUROS DE MORA
Ad cautelam, caso, por absurdo, esta
Colenda Câmara entenda que devam incidir juros de
mora também nestes autos, cabe registrar que a mora
apenas se configura com a citação.
Além disso, como registrado pelo Sr.
Perito Oficial (fl. 1.763), em sede da Ação
Cautelar de Depósito (autos n. 0024.91.764.708-3),
os bens e valores relativos à quota parte do
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Apelado foi colocada à disposição dele que,
simplesmente, recusou o recebimento dos bens,
inclusive de valores em dinheiro que foram
depositados.
Nesta ordem de idéias, resta evidente
que os Apelantes tentaram cumprir o Termo de
Transação tal como pactuado, mas se viram impedidos
em razão das atitudes do Apelado que, inclusive,
sem qualquer justificativa, negou-se a receber os
bens que integrariam a sua quota, conforme
preferência por ele manifestada.
Estas alegações, registre-se, também
não foram objeto de exame pelo Juiz Sentenciante
que, simplesmente, fixou o termo inicial da
incidência dos juros em (06/06/1993) que seria a
data do vencimento da obrigação, mas não apresentou
os fundamentos para não acolher a presente alegação
de mora accipiens e de incidência dos juros apenas
com a citação.
Por fim, cabe mencionar que, apesar da
previsão inicial de conclusão da execução do Termo
de Transação em 03 anos, em razão da sua
complexidade, os últimos pagamentos apenas foram
realizados em dezembro de 1996, consoante
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evidenciam os Termos de Quitação dos demais
Outorgados juntados aos autos.
Também nesse particular, a prevalecer a
sentença recorrida, o Apelado estará recebendo
tratamento diferenciado e mais privilegiado que os
demais Outorgados, em manifesto prejuízo dos
Apelantes e de todos os Outorgados.
III – CONCLUSÃO
Por todo o exposto, os Apelantes
requerem seja provido o presente apelo para:
a) reformar a sentença no tocante ao
valor da condenação, estabelecendo que este deve
corresponder ao mesmo valor recebido pelos demais
herdeiros, isto é valor líquido da quota que,
abatidos os adiantamentos já recebidos pelo
Apelado, totalizam 253.141.096,15 IMT que, em
31/07/2004, correspondiam a R$ 9.593.910,85 (nove
milhões, quinhentos e noventa e três mil e
novecentos e dez reais);
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b) declarar a nulidade da sentença, vez
que infra petita, porquanto não examinou as alegações
dos Apelantes relativas a não incidência dos juros
de mora, que já são objeto da Liquidação da ação de
Deserdação e que se verificou mora accipiens do
Apelado ou, sucessivamente, seja considerado como
termo inicial da data de citação dos Réus nesta
Ação de Cobrança, hipótese em que deverá ser sanada
a omissão e reformada a sentença para afastar a
incidência de juros de mora ou, sucessivamente,
seja considerado como termo inicial da data de
citação dos Réus nesta Ação de Cobrança ou, quando
muito, a data de encerramento do Termo verificada
nos recibos de quitação dos demais outorgados, a
saber, dezembro de 1996.
Termos em que,
pedem deferimento.
Belo Horizonte, 09 de novembro 2011.
P.p. P.p.Paulo Eduardo Almeida de Mello Paulo FernandoCintra de AlmeidaOAB/MG 8.399 OAB/MG 57.300
P.p.Viviane Albin MacedoOAB/MG 89.376