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S-44 Rev Ed Física / J Phys Ed (2021) 90, 4, Suplemento Especial (S-44 – S-142) `Anais do Congresso Internacional de Educação Física e Desportos (CIEFD) Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)/Instituto de Educação Física e Desportos (IEFD) 19 e 20 de novembro de 2021 Sumário Adolescência e puberdade influenciam os procedimentos pedagógicos dos treinadores de equipes femininas de voleibol? S-76 Alterações nos níveis pressóricos de repouso após a quarentena por CoViD-19 e sua relação com os níveis de atividade física habitual em participantes de um programa de reabilitação cardiovascular S-47 Análise dos níveis de ansiedade, depressão e qualidade de vida em praticantes de futsal do sexo feminino em tempos de pandemia S-79 Avaliação da função e sintomas do tornozelo e pé de bailarinas clássicas S-83 Avaliação da função e sintomas do tornozelo e pé em atletas de ginástica artística feminina S-86 Beach handball: comparação de arremessos nos Campeonatos Mundiais masculinos de 2012 e 2014 S-89 Comparação do consumo máximo de oxigênio entre praticantes de treinamento contra resistência e Crossfit S-92 Comparação dos níveis de qualidade de vida e estresse entre praticantes e não praticantes de exercícios físicos com idades entre 20 e 40 anos no município de Armação Dos Búzios S-48 Contribuição do treinamento resistido na redução de sintomas de estresse e depressão durante o período da pandemia COVID-19 S-50 Core training e desempenho no salto em atletas: um estudo de revisão sistemática S-96 Correlação entre o tempo de reação, nível de atividade física e percentual de gordura em praticantes de kickboxing S-52 Correlação entre o uso de máscaras de proteção e percepção de esforço em praticantes de Crossfit durante a pandemia da CoViD-19 S-99 Desempenho de força de repetições múltiplas e tempo sob tensão entre as execuções unilaterais e bilaterais no exercício cadeira extensora S-102 Desempenho de salto e treinamento de levantamento de peso olímpico(lpo): uma revisão sistemática S-120 Desempenho muscular e percepção subjetiva de esforço em distintas ordens de execução de exercícios no treinamento resistido S-53 Determinação da frequência cardíaca máxima pelo SUPER-7 TEST S-55 Efeito crônico do treinamento cardiorrespiratório sobre a força muscular ventilatória de uma idosa saudável: relato de caso controle S-45 Efeito do exercício físico nas alterações metabólicas e lipodistrofia em dos indivíduos adultos portadores do HIV/AIDS: um estudo de revisão de literatura S-71 Efeito do HIIT em indivíduos com síndrome metabólica: uma revisão sistemática com metanálise S-124

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S-44 Rev Ed Física / J Phys Ed (2021) 90, 4, Suplemento Especial (S-44 – S-142)

`AnaisdoCongressoInternacionaldeEducaçãoFísicaeDesportos(CIEFD)

UniversidadedoEstadodoRiodeJaneiro(UERJ)/InstitutodeEducaçãoFísicaeDesportos(IEFD)

19e20denovembrode2021

SumárioAdolescência e puberdade influenciam os procedimentos pedagógicos dos treinadores de equipes femininas de voleibol? S-76

Alterações nos níveis pressóricos de repouso após a quarentena por CoViD-19 e sua relação com os níveis de atividade física habitual em participantes de um programa de reabilitação cardiovascular S-47

Análise dos níveis de ansiedade, depressão e qualidade de vida em praticantes de futsal do sexo feminino em tempos de pandemia S-79

Avaliação da função e sintomas do tornozelo e pé de bailarinas clássicas S-83

Avaliação da função e sintomas do tornozelo e pé em atletas de ginástica artística feminina S-86

Beach handball: comparação de arremessos nos Campeonatos Mundiais masculinos de 2012 e 2014 S-89

Comparação do consumo máximo de oxigênio entre praticantes de treinamento contra resistência e Crossfit S-92

Comparação dos níveis de qualidade de vida e estresse entre praticantes e não praticantes de exercícios físicos com idades entre 20 e 40 anos no município de Armação Dos Búzios S-48

Contribuição do treinamento resistido na redução de sintomas de estresse e depressão durante o período da pandemia COVID-19 S-50

Core training e desempenho no salto em atletas: um estudo de revisão sistemática S-96

Correlação entre o tempo de reação, nível de atividade física e percentual de gordura em praticantes de kickboxing S-52

Correlação entre o uso de máscaras de proteção e percepção de esforço em praticantes de Crossfit durante a pandemia da CoViD-19 S-99

Desempenho de força de repetições múltiplas e tempo sob tensão entre as execuções unilaterais e bilaterais no exercício cadeira extensora S-102

Desempenho de salto e treinamento de levantamento de peso olímpico(lpo): uma revisão sistemática S-120

Desempenho muscular e percepção subjetiva de esforço em distintas ordens de execução de exercícios no treinamento resistido S-53

Determinação da frequência cardíaca máxima pelo SUPER-7 TEST S-55

Efeito crônico do treinamento cardiorrespiratório sobre a força muscular ventilatória de uma idosa saudável: relato de caso controle S-45

Efeito do exercício físico nas alterações metabólicas e lipodistrofia em dos indivíduos adultos portadores do HIV/AIDS: um estudo de revisão de literatura S-71

Efeito do HIIT em indivíduos com síndrome metabólica: uma revisão sistemática com metanálise S-124

Anais do Congresso Internacional de Educação Física e Desportos (CIEFD 2021) S-45

Efeito do treinamento resistido no tempo sob tensão em exercícios de musculação: uma revisão sistemática S-136

Efeitos do treinamento pliométrico e de força sobre a impulsão vertical e o peak de potência muscular absoluta e relativa em jovens jogadores de futebol S-56

Efeitos do treinamento resistido na autonomia funcional de mulheres de meia-idade e idosas: uma revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados S-68

Estudo comparativo do rendimento escolar do jogador de futebol em relação aos que não praticam S-57

Exercício físico no tratamento da CoViD-19: revisão sistemática S-70

Incidência de gols em função do uso do VAR e do tempo de jogo da primeira fase do Campeonato Brasileiro Série A 2021 S-59

Lesão muscular nas categorias de base de futebol S-61

Lesões musculoesqueléticas em adultos profissionais de ballet clássico: uma revisão sistemática S-128

Medidas de prevenção à rabdomiólise em militares: uma revisão da literatura S-131

Motivação de mulheres à prática de treinamento funcional no período inicial da reabertura das academias durante a CoViD-19 S-73

Nível de atividade física dos brasileiros segundo a Pesquisa Nacional de Saúde – 2019 S-62

Nível de atividade física e dor lombar em gestantes 63

Nível de estresse de praticantes de treinamento resistido durante o confinamento do CoViD-19 S-106

Nível de estresse percebido em personal trainers durante a quarentena S-140

Nível de satisfação com a aparência muscular em praticantes de atividade física em academias S-110

Rabdomiólise com comprometimento renal após ingestão de altas doses de proteína do soro do leite em indivíduo adulto jovem: Relato de caso. S-66

Relações entre Coloração, Densidade da Urina, Dano Muscular e Rabdomiólise S-64

Tempo sob tensão e força de repetições múltiplas entre o lado dominante e não dominante na extensão de joelhos S-113

Variações hemodinâmicas entre exercícios para os membros superiores e inferiores em praticantes de Crossfit S-117

ResumosExpandidos

Original

Efeito crônico do treinamentocardiorrespiratório sobre a forçamuscular ventilatória de uma idosasaudável:relatodecasocontrole

Guilherme Rosa1; Izabelita Priscilla da Silva Costa de Melo2; Roberta Coelho da Silva2; Fábio Dutra Pereira3; Danielli B. Mello4; Rodrigo G. S. Vale3,5 1Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ; 2Universidade Castelo Branco – UCB/RJ; 3Universidade Estácio de Sá – UNESA; 4Escola de Educação Física do Exército – EsEFEx; 5Laboratório do Exercício e do Esporte - Labees/IEFD/UERJ.

Introdução:Oenvelhecimentoéligadoàssituaçõescomo:diminuiçãodamassamuscular,massaósseaeobtenção de tecido adiposo, reduzindo ascapacidadesfisiológicas.Osedentarismopodelevaraos fenômenos conhecido como sarcopenia edinapenia em indivíduos idosos. Sarcopenia écaracterizadapelaperdademassaefuncionalidademuscular, associada às doenças sistêmicas queacometem idosos, como osteoporose, diabetes eosteoartrite.Jáadinapeniaédefinidapelaperdadeforça e potência muscular relacionada aoenvelhecimento, que não é causada por doençasneurológicas ou musculares. Nesse processo, hádiminuição na força dos músculos respiratóriosdevidoàreduçãonorecolhimentoelásticopulmonarenacomplacênciadacaixatorácica,atrofiandofibrasmusculares.Issocomprometeosvaloresdepressãoinspiratóriamáxima (PImáx) e pressão expiratória

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máxima (PEmáx), prejudicando a capacidadefuncionaldeidosos,umavezqueduranteoprocessode envelhecimento, os músculos respiratóriosapresentam redução de força, o que pode afetar aperformance ventilatória durante o exercício ecomprometer a realização das atividades da vidadiária(AVD).Objetivo:Verificaroefeitocrônicodotreinamentocardiorrespiratório e a força dos músculosventilatóriosemdiferentesintervenções.Métodos: Os casos investigados foram compostospor trêsmulheres com idade de 70, 72 e 78 anos,índicedemassacorporal(IMC)de18,9,24,7e26,03kg/m2. Os casos, respectivamente, foram alocadosem três diferentes condições a seguir: Intervençãopara a condição treinamento cardiorrespiratório(ICG), Intervenção para a condição treinamentoventilatório (ITV) e Intervenção para a condiçãocontrole(ITC)comperiodizaçãode6semanas.AITVfoi realizada em 18 sessões de treinamentoventilatóriocomosequipamentosThreshold®/IMTePEP(Respironics/USA)associadosaoclampnasalemque à biomecânicados exercícios ventilatórios,no treinamento inspiratório, as incursõesinspiratórias foram iniciadas a partir do volumeresidual se estendendo até capacidade pulmonartotal, já os exercícios expiratórios, seguido dabiomecânica inversa. A ITC foi constituída de 18sessõesdetreinamentocardiorrespiratórioembikeindooremqueaprescriçãodovolumedestinadoàparteespecíficadassessões foiestabelecidaem30minutos.Aprescriçãodaintensidadeindividualizadadacargadetreinamentofoirealizadapelaestimaçãoda frequência cardíaca máxima (FCmáx) e dafrequência cardíaca de treinamento (FCT). Opercentual médio de intensidade foi ajustado àpopulação alvo do presente experimento (média =73.5 ± 5.4% a 80.0 ± 7.1%, para o volume de 30minutos).O caso controle só realizoua ITVapósoperíododoexperimento.Osdadosforamanalisadospor meio de estatística descritiva com valoresabsolutoserelativos.Foramcalculadasasvariaçõesabsolutas e relativas da PImáx e PEmáx nasdiferentescondições.Resultados: Observou-se na PImáx que houvevariaçõesabsolutasdopréparaopós-testede -20(ITV:-55;-35),-17(ITC:-117;-100)e5(IC:-83;-78) cmH2O. Esses resultados apresentaram umavariação percentual de 57%, 17% e 6%,respectivamente. Para a PEmáx, as variaçõesabsolutas do pré para o pós-teste apresentaramvaloresde25(ITV:76;101),26(ITC:123;149)e11(IC: 90; 101) cmH2O, que correspondem,respectivamente, as variações percentuais 33%,21%e12%.Discussão: Analisando-se os achados do presenteestudo,verificou-sequeosresultadosdaITVforamexpressivos, commelhoras de 57% e 33% cmH2Oem PImáx e PEmáx, respectivamente. Issodemonstra a eficiência do princípio daespecificidade,sobretudoquandoaplicadodeacordocom a individualidade biológica do participante, e

mostra o quão eficiente pode ser a aplicação detreinamento específico. Ainda que haja melhorascom o treinamento cardiorrespiratório devido àdemandamaiselevadadomesmosobreosmúsculosventilatórios em relação à IC, o treinamentoespecífico se mostrou muito mais eficaz. A ITCapresentoumelhora, respectivamente, 17% e 21%cmH2O em PImáx e PEmáx. A realização dessaintervençãocomautilizaçãodebike indoorproduzhiperventilação e desperta os drives ventilatórioscomo adaptação aguda ao exercício. Isso podeexplicarqueaITCpodeserutilizadaparasuprirosníveis de oxigênio do organismo, estimulando seudesenvolvimento, o que foi verificado por outrosestudos. Apesar de não ser específico para aatividade ventilatória, todo o aparelhocardiorrespiratório e vascular se beneficia, assimcomooutrosgruposmusculares,ajudandoareverteradinapeniaporidade.Qualquertipodetreinamentocardiorrespiratório adequadopode contribuir paraaumentodeperformance,resistência,mobilidadee,consequentemente, qualidade de vida,especialmente, para a população idosa, que possuiníveis de força e tonicidademuscularmenores doqueapopulaçãomaisjovememgerale,portanto,sãomaissuscetíveisaosefeitosdaSarcopenia.Asduasformas de treinamento, apesar de diferentes, sãocomplementaresepodemserassociadas.Conclusão: Verificou-se que o treinamentoventilatório Threshold®/IMT e PEP(Respironics/USA) associados ao clamp nasal foi omais eficaz como treinamento específico. Porém,observou-sequeo treinamento cardiorrespiratóriopodeserumaestratégiadeintervenção,umavezqueomesmoapresentoumelhorasnosníveisdePImáxePEmáx, atuando como fator preventivo paraadaptaçãoagudaaotreinamentoventilatório.Dessaforma,ambasas intervençõespodemser indicadasparaprevenirasarcopeniaedinapeniaemidosos.

Palavras-chave: treinamento cardiorrespiratório, envelhecimento, músculos respiratórios.

Referências

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5. Weir JP. Quantifying test-retest reliability usingtheintraclasscorrelationcoefficientandthesem.Journal of Strength and Conditioning Research,2005;19(1):231–240.

§Autor correspondente: Guilherme Rosa – e-mail: [email protected]

Original

Alterações nos níveis pressóricos derepouso após a quarentena por CoViD-19 e sua relação com os níveis deatividade física habitual emparticipantes de um programa dereabilitaçãocardiovascular

Vanessa Coelho1; Marcus Rangel1; Guilherme França1; Juliana Barros1; Juliana Borges 1 1Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Introdução: Atualmente, as doençascardiovasculares (DCVs) são a principal causa demorte no mundo. Estima-se que 17,9 milhões depessoas morreram devido às DCVs em 2019,representando 32% de todas as mortesglobais1.Elevadosníveisdepressãoarterialsistêmicasãoconsideradosumdosprincipaisfatoresderiscopara desenvolvimento de DCVs e eventoscardiovasculares,comoinfartoagudodomiocárdioeacidente vascular encefálico2,3.Dentre as principaisestratégiasterapêuticasparaocontroledapressãoarterial estão os programas de reabilitaçãocardiovascular(PRC)baseadosemexercíciosfísicos,que além de apresentar excelente custo-benefício,sãoaltamenterecomendadosparao tratamentodeDCVs4,5. Em contrapartida, a inatividade física e ocomportamento sedentário são grandescoadjuvantes para elevação nos níveis pressóricosem repouso, e um pior prognóstico da saúdecardiovascular6,7. Durante o período deconfinamentodecorrente dapandemiaporCOVID-19,houveumaumentoimportantedaprevalênciadainatividade física na população geral. Silva ecolaboradores8publicaramumarecenteinvestigaçãoconduzida de abril a maio de 2020 com 39.693brasileiros, que reportou aumentos de 26% e266%na prevalência da inatividade física e nonúmero de pessoas expostas a ≥ 4 horas/dia detempodetela;respectivamente,indoaoencontrodocomportamento global9,10. Assim como o PRC,elevados níveis de atividade física habitual podembeneficiar o sistema cardiovascular, incluindo ocontrole dos níveis de pressão arterial11,12. Sendoassim,éesperadoquepacienteshipertensosquesemantiveramativosduranteaparalisaçãodeumPRCduranteapandemiaporCOVID-19preservaramou

obtiverambenefíciossobreosníveispressóricosemrelaçãoaosquesemantiverammenosativos.Objetivo: Investigar o impacto do confinamentodecorrente da pandemia por COVID-19 nos níveispressóricos de pacientes hipertensos participantesdeumPRC.Alémdisso,buscou-serelacionaronívelde atividade física habitual com as alterações napressãoarterialderepousonesseperíodo.Métodos:Trata-sedeumestudoobservacional,noqual foram incluídos 20 indivíduos hipertensos(idade: 65,5 ± 5,8 anos; IMC: 28,0 ± 2,6 kg.m-2)inscritos no PRC do Hospital Universitário PedroErnesto.Foramcalculadasasmédiasdasmedidasdepressão arterial e frequência cardíaca de repousodospacientesnas5últimas(pré)e5primeiras(pós)sessõesrealizadasnoperíododeparalisaçãodoPRCdurante a quarentena devido a pandemia pelaCOVID-19.NoretornodoPRC,tambémfoiavaliadoonível de atividade física habitual através doquestionárioBaecke.Asvariáveiscontínuastiveramopressupostodanormalidaderatificadopelo testede Shapiro-Wilk. As comparações entre os valoresabsolutos considerando os momentos pós vs pré-quarentena foram testadas através do teste t deStudentpareado,enquantoaassociaçãoentreodelta(pós vs pré-quarentena) pressórico e o nível deatividade física habitual foi verificado através dacorrelação de Pearson. Todos os cálculos foramrealizados através de software comercialmentedisponível(GraphPadPrism,versão8,LaJolla,EUA),comnívelsignificativofixadoemP<0,05.Resultados: Após a quarentena, foi observadoaumento significativo em relação ao período pré-quarentenaparatodasasvariáveishemodinâmicas–frequênciacardíaca(69,0±8,0vs.71,0±8,6bpm;P<0,001), pressão arterial sistólica (121,3 ±17,1vs.131,3 ± 16,9 mmHg; P< 0,001), pressãoarterialdiastólica(75,9±7,9vs.79,7±8,6mmHg;P<0,01),epressãoarterialmédia(91,0±10,1vs.96,9±9,8 mmHg; P< 0,001). Não foi encontrada relaçãosignificativaentreoníveldeatividadefísicahabituale as alterações na pressão arterial sistólica derepouso pós-quarentena (r = -0,32; P = 0,08). Noentanto,asalteraçõesnapressãoarterialdiastólica(r = -0,38; P = 0,04) emédia (r = -0,42; P = 0,03)apresentaram correlação inversa com o nível deatividadefísicahabitual.Conclusão: O confinamento decorrente dapandemiaporCOVID-19trouxeimpactonegativonasaúde cardiovascular de pacientes hipertensosparticipantesdeumPRC,poisconferiuaumentonosníveispressóricos.Esseefeitopodeestarassociadoainatividadefísicaapresentadanesseperíodo.

Palavras-chave: inatividade física, confinamento, hipertensão.

Referências:

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11. PescatelloLS,BuchnerDM,JakicicJM,PowellKE,KrausWE,BloodgoodB,etal.PhysicalActivitytoPrevent and Treat Hypertension: A SystematicReview.MedSciSportsExerc.2019;51(6):1314-23.

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§Autor correspondente: Vanessa Cunha de Oliveira Coelho–email:[email protected]

Original

Comparaçãodosníveisdequalidadedevida e estresse entre praticantes e nãopraticantes de exercícios físicos comidadesentre20e40anosnomunicípiodeArmaçãoDosBúzios

Felipe Pereira Rodrigues1; Maria Eduarda da Silva Souza1; Ignácio Antônio Seixas-da-Silva1,3,4, Vitor Ayres Principe1,3,4; Rosana Dias de Oliveira Brum1; Sérgio Medeiros Pinto1; Ricardo Mariano Dublasievicz1; Rodolfo de Alkmim Moreira Nunes2,3,4; Carlos Soares Pernambuco1; Rodrigo Gomes de Souza Vale1,2,3,4 1Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio/RJ.; 2Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ; 3Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte – PPGCEE/UERJ.; 4Laboratório do Exercício e do Esporte-LABEES/UERJ.

Introdução:Aavaliaçãodaqualidadedevidaresultadaanálisedapercepçãodo indivíduoemrelaçãoàsuaposiçãonavida, tantonocontextodaculturaedos sistemas de valores nos quais vive, como emrelação aos seus objetivos, expectativas, padrões epreocupações individuais em relação à saúde, àdoençaeaoquetrazvaloresignificadoparaavidadapessoa (1).Entendendoaqualidadedevidacomodecorrênciadediversosfatores,podemosconsideraroestresseeocorrelacionarcomindicadoresdeumaqualidadedevidainsatisfatória,umavezqueotermoestresseestárelacionadocomdiversassituaçõesquedesencadeiamdesajustesfísicosepsicológicos(2).Obenefíciodapráticadeexercíciofísicopromoveumamelhor capacidade funcional, normalizando apressão arterial, reduzindo o risco de doençascardiovasculares, osteoporose, diabetes e certostipos de câncer; também podem ser observadoscertos benefícios psicossociais tais como: alívio dadepressão, aumento da autoconfiança, melhora daautoestimaeaosníveisdeestresse.Objetivo: O objetivo deste estudo foi comparar osníveisdequalidadedevidaeestresseempessoasdeambosossexoscomidadesde20a40anosativaseinativas.Métodos:Aamostradoestudofoicompostapor28pessoas subdivididas em dois grupos: grupo ativo(n=12)egruposedentário(n=16).Comocritériodeinclusão foidefinido: indivíduosnãoportadoresdedoenças arteriais, cardiopatias, diabetes, de ambosossexos,comidadesentre20e40anos,praticantesenãopraticantesdeatividadesfísicas.Comocritériode exclusão foi definido: indivíduos comcomorbidades, limitações de locomoção, idosos,crianças, gestantes. Foram utilizados osquestionários foram Whoqol-Bref(3) que é um

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instrumentoparaacoletadedadosemavaliaçõesdequalidadede vida e a escalade estressepercebido(ESP-14)(4).Oestudoseguiuasnormasdepesquisaem seres humanos de acordo com a resolução466/12 do Conselho nacional de Saúde. Todos osindivíduosconcordaramemparticipardopresenteestudoeassinaramoTermodeConsentimentoLivreeEsclarecido(TCLE).Osdadosforamtratadospeloprograma IBM SPSS Statistics 23 e apresentadoscomomédia,desviopadrãoediferençasdemédia.Oteste de ShapiroWilk e Levene foramempregadosparaverificaranormalidadeehomogeneidadedosdados da amostra, respectivamente. O teste t-Student foi aplicado para identificar as possíveisdiferençasentreasvariáveisdeestudonosgruposdeativos e sedentários. O valor de p<0,05 foiconsiderado para estabelecer a significânciaestatística.Resultados:Osresultadosencontradosparaogrupoativo foram: massa corporal 72,25 ± 12,12 kg;estatura1,7±0,11m;IMC25,04±4,10kg/m²;EscalaEstresse Percebido 22,56 ±4,93; Domínio Físico14,71 ± 1,51; Domínio Psicológico 13,9 ± 1,4;DomínioRelaçõesSociais16,5±1,88;DomínioMeioAmbiente14,59±1,51;QualidadedeVida14,93±1,15.Paraogrupoinativoosresultadosencontradosforam:massacorporal70,25±9,96kg;estatura1,63±0,07m; IMC26,72±3,39kg/m²;EscalaEstressePercebido 32 ± 9,53; Domínio Físico 12,38 ± 1,69;Domínio Psicológico 12,53 ± 2; Domínio RelaçõesSociais13,89±4,16;DomínioMeioAmbiente11,88±2,62;QualidadedeVida12,67±2,22.FoiverificadodiferençasignificativaentreositensEscalaEstressePercebido (p=0,002), Domínio Físico (p=0,001),Domínio Psicológico (p=0,043), Domínio RelaçõesSociais (p=0,034), Domínio Meio Ambiente(p=0,002)eQualidadedeVida(p=0,002).Discussão: Este estudo constatou que indivíduosconsideradosativos,ouseja,quepraticamexercíciosfísicos tem uma qualidade de vida melhor, secomparados aos indivíduos sedentários que nãopraticamexercíciosfísicos.Essadiferençasedápelofato de os praticantes de exercícios físicosconviverem mais tempo em grupo, sentirem-secapacitados e independentes, facilitando aparticipação deles na sociedade e possibilitando arealização das atividades cotidianas. A atividadefísica regular deve ser considerada como umaalternativa não-farmacológica podendo resultar namelhoriadaautoestimaeautoconfiança,oquepodeminimizaroníveldeestresse(5).Apráticaregulardeatividadefísicaéfundamentalparaminimizaroriscodeincubaçãoedesenvolvimentoprecocededoençascrônico-degenerativas consequentementepossibilitando uma longevidade com maiorqualidade de vida (6). O exercício físico é um dosmétodos mais simples e eficazes para reduzir oestresse, porque o corpo retorna ao equilíbrionatural e o indivíduo sente-semais relaxado (7). Oexercício físico em toda sua amplitude apresentaefeitos benéficos em relação à saúde, além deretardar o envelhecimento e prevenir o

desenvolvimento de doenças crônicasdegenerativas, as quais são derivadas dosedentarismo,consequentementeinfluenciadapelasinovações tecnológicas e más hábitos alimentares,sendo um dos maiores problemas e gasto com asaúdepúblicanassociedadesmodernasnosúltimosanos (8). A inatividade física tem propiciado oaumentodosedentarismo.Esseéumdosprincipaisfatores comgasto em saúdepública e risco para odesenvolvimento de doenças cardiovasculares ecardiorrespiratóriasnaidadeadulta (9).Aliteraturademonstra (10,11) quepara termelhor qualidadedevidaéprecisoconhecera importânciadaatividadefísicaregulareseusbenefíciosemrelaçãoàsaúde.Atualmente, esses resultados são evidenciados emdiversos estudos que apontam a atividade físicaregular como importante aliada no combate dosedentarismo e seus malefícios. O sedentarismo éconsequência da inatividade física e um dosprincipais fatores para desenvolvimento ouagravamento de doença coronariana e alteraçõescardiovascularesemetabólicas.Umadasformasdeenfrentar o estresse é a mudança de atitude comrelação à vida e a seus acontecimentos. Além daprática regular de exercícios físicos e derelaxamento,umaalimentaçãoricaemnutrienteseaprender a relaxar e a dominar as tensões sãorecursosparatermelhorsaúdepsicológicaefísica,juntamente com o lazer, que é, de fato,imprescindível à vida do homem moderno,recuperando sua energia e restaurando suascapacidadesfísicasementais.Aatividadefísicaouoexercício físico tem um pensamento positivo emsituações estressantes, sendo uma boa estratégiapara melhorar a qualidade de vida, visto que oexercício físico leva o indivíduo a uma maiorparticipaçãosocial,resultandoemumbomníveldebem-estar biopsicofísico, fatores esses quecontribuemparaamelhoriadaqualidadedevidadosindivíduos(12).Conclusão:Conclui-sequeogrupodepessoasativasapresentouresultadosmelhoresdoqueogrupodepessoas sedentárias nas variáveis de estressepercebido, domínios de qualidade de vida equalidadedevidageraloqueindicaqueoexercíciofísicoéfundamentalnavidadoserhumano.

Palavras-chave: exercício físico, qualidade de vida, estresse.

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§Autor correspondente: Ignácio Antônio Seixas-da-Silva – e-mail: [email protected]

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Contribuição do treinamento resistidona redução de sintomas de estresse edepressão durante o período dapandemiaCOVID-19

Marilene Ribeiro Vieira Vizeu Coutinho1; Ignácio Antônio Seixas-da-Silva1,3,4, Vitor Ayres Principe1,3,4; Rosana Dias de Oliveira Brum1; Sérgio Medeiros Pinto1; Ricardo Mariano Dublasievicz1; Rodolfo de Alkmim Moreira Nunes2,3,4; Carlos Soares Pernambuco1; Rodrigo Gomes de Souza Vale1,2,3,4 1Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio/RJ; 2Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ; 3Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte – PPGCEE/UERJ; 4Laboratório do Exercício e do Esporte-LABEES/UERJ.

Introdução:AOrganizaçãoMundialdaSaúde(OMS)decretou a doença COVID-19 como pandemia, emfunção do aumento expressivo dos casos e dadisseminaçãodelaempraticamentetodosospaísesdo mundo. A definição de pandemia é utilizadaquando uma doença infecciosa se espalha e afetamuitaspessoasemtodomundo.Comadecretaçãodepandemia e diante da inexistência de ummedicamento específico para seu combate, a OMSsugeriuoisolamentoeodistanciamentosocialcomoforma de se evitar o contágio (1). As situaçõesestressorassãoaquelascomasquaisoindivíduosevêcomdificuldadesparalidar,porestaremalémdesua capacidade de enfrentamento, ou aquelas nasquaiseleseavaliacomoimpossibilitadodelidarcomos conflitos internos gerados por esseevento(2).Dentreosbenefíciosqueotreinoresistidopode proporcionar, destacam-se os anatômicos(regulação do peso corporal, melhora postural,melhora do equilíbrio corporal), fisiológicos(aumento de substratos energéticos aos tecidos,inclusive Sistema Nervoso, maior utilização delipídios, melhor regulação da glicose, relaçõeshormonaiseenzimáticaspositivas), respiratóriosecardiovasculares(3).Objetivo:Oobjetivodesteestudo foiverificarseotreinamentoresistidopromovereduçõesnosníveisdeestresseduranteapandemiadoCOVID-19.Métodos:Aamostradoestudofoicompostapor30idosos,deambososgêneros,comidadesuperiora60anos, tempo de prática mínimo de três meses efrequência média semanal de quatro sessões detreinamento. O instrumento utilizado foi a EscalaGeriátricadeDepressão (GDS-15).Oestudoseguiuasnormasdepesquisaemsereshumanosdeacordocom a resolução 466/12 do Conselho nacional deSaúde. Todos os indivíduos concordaram emparticipardopresenteestudoeassinaramoTermodeConsentimentoLivreeEsclarecido(TCLE).Resultados: Os resultados da escala de GDS-15revelaramapresençadedepressãoemoitosujeitosdos 30 indivíduos estudados, o que corresponde a24% da amostra, e um indivíduo apresentoudepressãograve,comoscore11.Noitem“Vocêestásatisfeito com a sua vida?”, sete entrevistadosapontaram que não. Contudo, apenas uma pessoasentequesuasituaçãoésemesperança.Emrelaçãoaos itens que demonstram níveis de estresse, dezentrevistados mencionaram que se sentemaborrecidocomfrequência,oitoafirmaramquenãoestão de bom humor namaioria das vezes e novesentem que temmais problemas de memória queantes. No item que busca investigar se o sujeitodeixou de lado muitos de suas atividades einteresses, um total de nove pessoas responderamque sim, e dez responderam que não se sentemenérgicos, ao passo que 19 informaram quepreferem permanecer em casa do que sair e fazercoisas novas. Os demais itens não tiveramapontamentosnegativossignificativos.Discussão: Neste estudo, foi observada aprevalência de depressão em oito sujeitos. Sobre

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depressão, cabe apontar que o termo vem sendobastante abordado pelos meios científicos, sendoconsideradoumadoençadaatualidadequepodeserdefinida pelo temperamento constantementenegativoapontodetrazerdetrimentosàpessoa.Ainvestigaçãodadoençaébemcomplicada,nãoquerdizer apenas estar triste ou de mau humor (poisessas são emoções normais da vida, cujas causaspodemserporcircunstânciascotidianasqueduramum curto período), na depressão a sensação detristeza é mais profunda e duradoura, persistindocomapessoadurantepraticamenteodiatodopornomínimo quinze dias, e trazendo consigo umaalteração no modo de ser do indivíduo, o queacarreta mais danos que a tristeza habitual (4).Otreinamento resistido pode surtir efeitos agudos ecrônicos sobre a ansiedade e depressão. Efeitosagudos são aqueles classificados como imediatos,masquenãopodemserconsideradostemporários.Jáosefeitoscrônicosfocamnasmudançasdosníveisdeansiedadeedepressão,deacordocomapráticaregular.Grandemaioriadosestudosaesserespeitousaoexercícioaeróbicocomoexemplo,ediziamque,paraatingirobem-estarpsicológicoeleprecisavaterduração e intensidade adequadas, porém,atualmente, houve descobertas citando que a altaintensidadenãoéum fatornecessárioparaque sepossaterefeitospositivosdoexercícionobem-estarpsicológico(5).Cabesalientarqueduranteaepidemiado COVID- 19, os níveis de estresses aumentarammuito entre as pessoas. Para reduzir os efeitosnegativosdaquarentena,importantesorganizaçõesdesaúde,recomendamqueindivíduossemsintomasou com diagnóstico de doença respiratória agudapratiquem atividade física em casa(6). A prática deatividade física pode minimizar o estresse e suasreaçõesnegativasaoorganismo(7).Aatividadefísicaé benéfica na redução do estresse, pois auxilia nadiminuição da ansiedade e melhora da depressão,promovendo uma sensação de bem-estar;entretanto, deve ser utilizada como forma deprevenção, mantendo o indivíduo com uma boaqualidade de vida. Já a qualidade de vida impactadiretamentenoníveldesatisfaçãodoindivíduoemváriosaspectosdesuavida,podendoserconceituadacomoaformacomooindivíduopercebeaculturaeosvaloresnomeioemquevive,arealizaçãodesuasmetas,eoque temde interesseeexpectativaparasuasrealizaçõesnasuavida(8).Conclusão:Conclui-seosresultadosmostraramque24%dosvoluntáriosdopresenteestudoapresentamíndicesdeestresseoudepressãoduranteoperíodode pandemia pelo COVID-19. Portanto, a atividadefísica desempenha um importante papel nadiminuiçãodossintomasdeestresseedepressão.Otreinamento resistido tem impacto positivo naredução dos sintomas de estresse e depressãogarantindomelhorqualidadedevida.Dessa forma,destaca-se que o treinamento resistido podeproporcionar ganhos para os indivíduos que seencontram em depressão, como: melhora geral daautoestimaedapercepçãodeautoeficácia,dohumor

edobem-estarpsicológico,distração,eatémesmoganhossociaispelainteraçãoeconvivência.

Palavras-chave: treinamento de força, depressão, exercício físico.

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§Autor correspondente: Ignácio Antônio Seixas-da-Silva – e-mail: [email protected]

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Correlação entre o tempo de reação,níveldeatividadefísicaepercentualdegorduraempraticantesdekickboxing

Matheus Rodrigues Gomes4; Andressa Oliveira Barros dos Santos1,2; Juliana Brandão Pinto de Castro1,2; Dirceu Ribeiro Nogueira Gama1,3,4; Rodrigo Gomes de Souza Vale1,2,4. 1Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte (PPGCEE), Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 2Laboratório do Exercício e do Esporte (LABEES), Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 3Laboratório de Temas Filosóficos em conhecimento aplicado a Educação Física e Desportos (LAFIL); 4Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), RJ, Brasil.

Introdução: O kickboxing é uma modalidadeesportiva de rápidos movimentos com altaintensidade que exige equilíbrio e proporcionadesafiosvisuais e vestibulares.Alémdisso, a longoprazoproporcionamelhorasnapotênciaanaeróbicaenosistemacardiorrespiratório,aumentandooVO2,

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aquantidadedemitocôndrias,aperfusãosanguíneae o débito cardíaco1.Entretanto, um alto índice degorduracorporalafetanegativamenteapotênciaeacapacidade de aceleração e aumenta o gastoenergético. Essa relação mostra a importância demanter uma composição corporal adequada paraque se mantenha um nível ideal de desempenhoesportivo2.Outrocomponenteesportivo importanteparaodesempenhoéotempodereação(TR).OTRéuma medida de desempenho muito usada paraindicaroresultadodehabilidadesmotoras,podendoser usada no kickboxing3,4,5 O kickboxing pode serum meio eficiente para melhorar a composiçãocorporal e aumentar o nível de atividade física.Estudartempodereaçãoéimportanteporcausadacaracterísticadamodalidadeeserumindicadordedesempenhonoesporte.Okickboxingpodeserumpossívelmeioparadiminuirproblemasdesaúde.Porisso, torna-se importante analisar a composiçãocorporal,níveldeatividadefísicaetempodereaçãodepraticantesamadoresdekickboxing.Objetivo: Analisar as associações entre percentualde gordura, nível de atividade física e tempo dereação em indivíduos adultos praticantes dekickboxing.Métodos:Aamostrafoicompostapor20praticantesdekickboxingsendo11homens(55%)e9mulheres(45%)detodasasgraduaçõesdamodalidadeequetreinavam em academias localizadas no municípiodoRiode Janeiro. Foram incluídos aquelesque: a)estarpraticandokickboxinghápelomenos3meses;b) idade entre 18 e 60 anos; c) ter ParQ testenegativo. Foram excluídos os indivíduos quefaltassemaqualquer.Foramrealizadasavaliaçõesdonível de atividade física pelo questionário IPAQ(Questionário Internacional de Atividade Física -versão curta)6, composição corporal pelabioimpedânciaetempodereaçãopeloaplicativodecelularTReaction.Resultados:O IMCmédioapresentadonaamostrafoi classificado com sobrepeso, segundo aOrganizaçãoMundialdeSaúde(OMS)7.Osocodireto(SA)eochute(SA)apresentaramosmaiorestemposdereação(p<0,05)quandocomparadosascondiçõesde aquecimento (Soco-CA: p=0,012; chute-CA:p=0,027)epósround(Soco-Pos2min:0,038;Chute-Pos2min:p=0,022).Issorepresentaquenacondiçãosem aquecimento (SA), os indivíduos foram maislentos para realizarem os golpes. A amostraapresentou uma média de MET/Sem-IPAQ de4240,35 e 5804,64 kcal/Sem-IPAQ classificandocomo alto nível de atividade física semanal.correlaçãopositivaentreasvariáveisSoco-Pos2minepercentualdegordura;Chute-SAepercentualdegordura; Chute-SA e Soco-SA; Chute-SA e Soco-CA;Chute-SAeSoco-pos2min;Chute-CAepercentualdegordura; Chute-CA e Soco-CA; Chute-CA e Soco-pos2min; Chute-pos2min e soco-pos2min.Observou-se significância estatística e correlaçãonegativaentreasvariáveisMET/semepercentualdegordura; MET/sem e Chute-SA; Kcal/sem epercentual de gordura; Kcal/sem e Chute-SA;

Kcal/semeMET/sem.Essesresultados,pormeiodedados significativos, mostram que um maiorpercentualdegorduraestárelacionadoaummaiortempode reação, ou seja, umademoramaior pararesponderumestímuloeconsequentementeumpiordesempenho. Além disso, maiores níveis deatividades físicas estão relacionados a um menortempo de reação e menores tempos de reaçãoconsequentemente um melhor desempenho nokickboxing.Discussão: Os resultados do presente estudomostraram que os indivíduos apresentaramsobrepeso 27,38+-5,64 kg/m², IMC>25sengundoOMS.Umapossívelexplicaçãoparaessaclassificaçãopresenteatémesmoempraticantesdekickboxingéo aumento cada vez maior da obesidade e deindivíduos com sobrepeso no Brasil. O soco diretocom aquecimento apresentou a melhor média, ouseja,menortempodereaçãomédioenquantoochutesemaquecimentoapresentouapiormédia,ouseja,omaior tempo de reação médio. Uma possívelexplicação é que o soco, um golpe com braço,movimenta menos massa que um chute (golpe deperna) e está mais perto do alvo. Além disso, oaquecimentopodetercontribuídoparaumamelhorrespostadocorpodevidoaumamelhordistribuiçãodo sangue na musculatura periférica, maiorfrequência cardíaca, presençamaior de hormôniosnacorrentesanguíneacomoascatecolaminaseumamaiorativaçãoneural.Asvariáveissemaquecimentopara soco e chute apresentaram maior tempo dereação comparadas com aquecimento e pós 2minutosderound(p<0,05).TemposdereaçãoforamverificadosemoutrosestudoscomonodeLimaetal.(2004)8 que analisou o tempo de reação apóscombatede1mine30s,3mine5minematletasdejudô de alto nível, e, entretanto, não encontraramdiferençasignificativaentreosregistrosdeTRpréepós luta contrapondo o estudo em questão. NoestudodeKraemeretal.(2001)9,comatletasdelutaolímpica foramrealizados5combatesenãohouvediferençasignificativaentreostemposdereaçãopréepósluta,comexceçãodoprimeirocombate,apesardo tempo de reação estar otimizados após algunsrounds.SegundoAndreatroetal.(2014)10nãohouvediferença significativa do tempo de reação no pré-lutaepóslutasendo4combatesdelutasimuladade10 minutos em lutadores experientes de jiu-jitsu,obtendoumresultadosimilaraodeKraemeret al.(2001)9. O estudo apresentou algumas limitaçõesque podem ser verificadas em pesquisas futuras.Primeiramenteumaamostracommaiorquantidadede participantes envolve maiores quantidades devariáveisparaoestudo,aumentandoaprecisãodosresultados.Maiorescritériosdeinclusãoeexclusãopodem ser admitidos para diminuir os vieses doestudocomoadotarsomenteparticipantesdosexomasculino ou feminino e limitar a faixa etária.Medidasourosparaanalisarasvariáveisdeestudospodem ser adotadas, como utilizar o DEXA(absormetria de raios-x de dupla energia) para

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composição corporal e uma câmera de altavelocidadeparaaferirotempodereação.Conclusão:Deacordocomosresultadosobtidosnoestudo observou-se que os socos e chutes comaquecimento e pós round de 2 minutosapresentaram um menor tempo de reaçãocomparados aos sem aquecimento. Menorespercentuais de gordura estão relacionados a ummenortempodereaçãoeníveisaltosdeatividadesfísicasestãorelacionadosaummenorpercentualdegordurae tempodereação. Contudo,menorespercentuaisdegorduraealtosníveisdeatividadesfísicasestãorelacionadosaummelhordesempenho,poistempodereaçãoéumavariávelextremamenteimportantenumamodalidadeesportivadecombatecomookickboxing.

Palavras-chave: arte marcial, kickboxing, desempenho.

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§Autor correspondente: Andressa Oliveira Barros dos Santos – e-mail: [email protected]

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Desempenho muscular e percepçãosubjetivadeesforçoemdistintasordensde execução de exercícios notreinamentoresistido

Jorge Luiz Clemente Pinto1; Ighor Henriques2,3; Fábio Dutra Pereira2; Danielli Braga de Mello4; Guilherme Rosa5 1Universidade Castelo Branco – UCB/RJ; 2Universidade Estácio de Sá - UNESA; 3Faculdade Bezerra de Araújo - FABA; 4Escola de Educação Física do Exército - EsEFEx; 5Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ.

Introdução:Otreinamentoresistido(TR)éindicadopara obtenção de aumento dos níveis de força,potência, hipertrofia e resistência muscularlocalizada tanto em indivíduos treinados comonaquelesnãotreinados.ParaocontroledoTRfaz-senecessárioodomíniodevariáveismetodológicasdeprescrição como: o número de séries e repetiçõesrealizadas,asobrecargautilizadaemcadaexercício,a frequênciadesessõesporsemana,o intervaloderecuperaçãoentreséries,avelocidadedeexecuçãodos movimentos e a ordem de execução dosexercícios. Durante sua realização, os exercíciospodemserexecutadosiniciando-seporaquelesqueutilizammaioresgrupamentosmuscularesemaisdeuma articulação, denominados multiarticulares; efinalizando-sepelosexercíciosmonoarticulares,queenvolvem uma única articulação e menoresgrupamentosmusculares,ouviceeversa.Contudo,aordemdeexecuçãodeexercícioséumavariávelquepode influenciar tanto a percepção subjetiva deesforço (PSE)comoos resultadosdeumprogramade treinamento, tornando importante seu controlenomomentodoplanejamentoedaprescriçãodoTR.Objetivo: Verificar o efeito de distintas ordens deexecução sobre o desempenho muscular e a PSEdurantesessõesdeTR.Métodos:15homens(28,8±4,1anos)treinadoshápelomenosseismesesparticiparamde trêsvisitasseparadas por intervalo de, no mínimo, 48he nomáximo72h.Naprimeiravisita,foirealizadootestede 1 Repetição Máxima aleatoriamente em cadaexercícioparaquantificaçãodacargadaintervenção.Nasegundavisita,realizou-seasequênciaA(seq.A)compostapelosexercíciosRemadaApoiadaeFlexão

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de Cotovelos, realizados nessa ordem, com trêsséries, carga de 85% de 1RM,3’ de intervalo entreséries e exercícios. Na terceira visita, realizou-se asequência B (seq. B):com os mesmos exercíciosrealizados com ordem inversa à seq. A, e com asmesmascaracterísticasdevolumeeintensidade.Na2ªe3ªvisitasavaliou-seodesempenhomuscularpelonúmeroderepetiçõesmáximasexecutadasemcadauma das séries e a PSE após as 3 séries de cadaexercício(nametadeenofinaldecadasequência).Para tratamento dos dados obtidos, utilizou-seestatísticadescritivaeaanáliseinferencialpormeioda ANOVA One-Way e do post-hoc de Bonferroni.Adotou-sep<0,05parasignificânciaestatística.Resultados:houvereduçãosignificativa(p=0,04)nonúmero de repetições executadas no exercícioRemadaApoiadaentrea1ªe3ªsériestantonaseq.A(1ª:10,8±3,86;2ª:9,13±1,81,3ª:8,20±2,01)comonaseq. B(p=0,04) (1ª: 10,33±2,31, 2ª: 8,67±2,50,3ª:7,87±2,0);nãofoiobservadadiferença(p=0,519)na comparação da seq. A com a seq. B. HouveaumentodaPSE(p=0,003)apenasapósaseq.B.Jápara o exercício Flexão de Cotovelos, não houvediferença significativa(p=0,0143) no número derepetiçõesexecutadastantonaseq.A(1ª:7,73±3,51,2ª: 6,67±2,13, 3ª: 5,80±2,01) como na seq. B(p=0,06) (1ª: 9,73±4,08, 2ª: 7,80±3,23, 3ª:6,93±2,12).Nacomparaçãodaseq.Acomaseq.B,não se observou diferença nem no número derepetições executadas (p=0,07), nem na PSE(p=0,110).Discussão:Dadosapontamquealteraçõesnaordemde execução dos exercícios durante sessões de TRpodem exercer influência importante sobre odesempenho muscular de modo agudo. Talinfluência costuma ser observada por meio dacontabilizaçãodonúmeroderepetiçõesexecutadasnos exercícios em cada uma das sequênciasrealizadas em diferentes ordens de execução.Contudo, no presente estudo, observou-se reduçãono desempenho muscular apenas para o exercícioRemadaApoiadade forma independentedaordemdeexecução.Mesmoquandoaordemdosexercíciosfoialterada,onúmeroderepetiçõesexecutadasnãosofreu alterações significativas.Quanto à PSE, pelofatodesersubjetiva,recomenda-sequeestanãosejautilizada como única variável de controle dodesempenho muscular. No exercício RemadaApoiada,apesardareduçãosignificativadonúmerode repetições realizadas na seq. A, a PSE nãoapresentou alterações, aumentando apenas após aseq.B.Conclusão: No presente estudo, a ordem deexecução não interferiu no desempenho musculardosexercíciosanalisados, sugerindoqueareduçãodo desempenho muscular na Remada Apoiada foiprovocada por fadiga muscular consequente daintensidadedotreinamento.

Palavras-chave: treinamento resistido, força muscular, exercício físico.

Referências:

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§Autor correspondente: Guilherme Rosa – e-mail: [email protected]

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Determinação da frequência cardíacamáximapeloSUPER-7TEST

Gisele Lima1; William Oliveira1; Prissila Santos1; Vanessa Schmitzhaus1; Marcos Almeida1. 1Universidade Federal de Sergipe.

Introdução:Adeterminaçãodafrequênciacardíacamáxima(FCMáx)deumindivíduoéimportanteparaumaseguraeeficienteorientaçãoemonitoramentodapráticadeexercícios físicosemdiversosgrupospopulacionais.Existemdiversosprotocolosdetesteprogressivo e equações baseadas na idade do

Anais do Congresso Internacional de Educação Física e Desportos (CIEFD 2021) S-55

indivíduoparaessefim1.Noentanto,praticantesdeesportes coletivos, mesmo de modo recreativo,realizam constantes corridas com acelerações,desacelerações, paradas bruscas e mudanças dedireção.Não é claro se umprotocolo de teste comessascaracterísticaspoderiaresultaremvaloresdeFCMáx similares aos de um teste progressivomáximoemesteirarolante(TPME).Objetivo: Identificar se o Super-7 test podesubstituir o Teste progressivo Máximo em EsteiraRolante (TPME) para verificar a FCMáx, numatentativa de facilitar a obtenção dessa variável ematletasdeesportedequadra.Métodos:Participaramdoestudo22indivíduos(17homens)fisicamenteativosepraticantesrecreativosde esportes coletivos (idade: 22,8 ± 3,1 anos;estatura: 171,2 ± 11,5 cm;massa corporal: 78,9 ±13,0kg).AFCde repouso foideterminadaapósosindivíduos permanecerem sentados por 5 min emumacadeira.OTPMEfoirealizadonaesteirarolanteemprotocoloderampacomvelocidadeinicialde6,0km/he taxade incrementode0,3km/hacada20segundos,atéafadigavoluntária.OS7Tconsistiuemrealizar uma corrida contínua com máximavelocidade e mudanças de direção de 180° nocomprimentodeumaquadraoficialdebasquetebol.Opercursototalfoide196meosindivíduoslevavamde 30 a 40 segundos para completar. O S7T foirealizadoduasvezesrespeitando-seumintervalode2minutosderecuperaçãoentreasséries.Emambosos protocolos a FC foi registrada por umcardiofrequencímetro (S810i, Polar, Finlândia),sendo considerado o maior valor como a FCMáx.Durantetodooprocedimentohouveestímuloverbalconstante para um melhor resultado dosparticipantes.Osdadosforamanalisadosportestetemparelhado de Student, correlação de Pearson,análise de regressão e tamanho do efeito (TE) deCohen.Asignificânciafoide5%.Resultados:AFCMáxobtidanoTPMEfoimaisaltaque no S7T (191,6 ± 7,8 vs 178 ± 8,9 bpm,respectivamente; p < 0,001; TE: 1,24 “grande”),embora tenham apresentado alta correlação (r =0,73;p<0,001).AequaçãoderegressãofoicalculadacomoFCMáxTPME=72,9+0,7*FCMáxS7T±5,5bpm,(r2=0,53;p<0,001).Discussão:AFCMáxobtidanaesteirarolantefoi,emmédia,7%maiordoqueadoSuper-7test,diferentedos resultados encontrados por Cleary2, que nãoacharamdiferençasentreaFCMáxnaesteirae emduascorridasde200m.Apesardasimilaridadeentreasdistânciaspercorridas(200mnapistae196mnoSuper-7), é possível que o tipo de movimento(corrida contínua x vai-e-vem, respectivamente)possaserumfatorresponsávelpelasdiscrepânciasencontradas.Osvaloresmaisbaixosparaosuper-7test podem estar relacionados a alguns fatoresrelacionados a execução devido a graus de fadigamuscular decorrentes do primeiro dia de teste. Épossível,portanto,queointervalode48hnãotenhasido suficiente para a total recuperação dosindivíduos, comprometendo sua performance no

segundodiadeintervenção3.ÉimportantefrisarquenoestudodeCleary2,oqualnosserviudebase,nãohá a informação do intervalo de tempo utilizadoentreostirosde200m.Estabelecemos,portanto,otempo de 2 min no nosso protocolo no intuito depermitir recuperação suficiente e manutenção dacapacidadedeproduziromáximoesforçoduranteoteste.Todavia,esse tempopode terpermitidoumaexcessiva reativaçãovagal cardíacaapontodenãoser possível atingir a FCMáx no exercício1. Outroponto relevante é que utilizamos o protocolo derampa, teste em que a velocidade é incrementadanum determinado espaço de tempo. Pereira et al.(2012) realizaramumprotocolo comaumentosdevelocidadeeinclinaçãobaseadosnaidadeenosexodosparticipantes,demodoqueotestetivesseumaduraçãodenomáximo15minutos.Issofezcomqueotestetivesselimitedetempoparacadaindivíduo.Nessesentido,nossoestudo forneceummeiomaiseficazparaarealizaçãodotestedeesteirautilizandoo protocolo de rampa, visto que não precisa fazermodificaçõesparacadaindivíduojáquenãoutilizaaidadecomoincrementodevelocidadeutilizandoosmesmosprocedimentoseincrementosparatodososparticipantes. O tamanho do efeito pelo teste deCohen(d)mostraqueforamencontradasdiferençasentre os valores da FCMáx nos dois protocolos. Ovaloréconsideradograndeentreasmédias, sendoassimoprotocolodoSuper-7precisasermodificadopara um melhor desempenho dos participantes.Esses resultados se opõem aos encontrados noestudorealizadoporCleary2.Apesardasdistânciaspercorridas nos testes de campo, os protocolos deexecução são diferentes. Isso pode ter contribuídopara os dois tiros de 200 m terem atendido aoscritériosquepudessemsubstituirotestedaesteira.Conclusões: É possível verificar que há umadiferençanosvaloresdaFCMáxentreosdoistestes,mesmo com uma boa correlação os resultadosdemonstram que o Super-7, não pode substituir otestedaesteiracomoprotocoloderampajáqueadiferença entre as duas variáveis é consideradagrande.Nesse sentido, o S7T só pode ser utilizadopara determinar a FCMáx de praticantesrecreacionaisde esportes coletivos se seus valoresforemcorrigidospelaequaçãoderegressão.

Palavras-chave: Frequência Cardíaca Máxima; Esportes Coletivos; Super 7 test; TPME; Performance.

Referências:

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3. HALSON, S.L. Monitoring trainingloadtounderstandfatigueinathletes.SportsMed.2014;44Suppl2:S139-47.

S-56 Anais do Congresso Internacional de Educação Física e Desportos (CIEFD 2021)

§Autor correspondente: Gisele Santos Lima – e-mail: [email protected]

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Efeitosdotreinamentopliométricoedeforçasobreaimpulsãoverticaleopeakdepotênciamuscularabsolutaerelativaemjovensjogadoresdefutebol

Renato Tavares Fonseca1; Gustavo Casimiro Lopes

1; Juliana Brandão Pinto Castro 1; Luciano Afonso Valente Santos 2; Bruno Lucas Pinheiro Lima 1; Gilson Ramos de Oliveira Filho 3; Rodolfo de Alkimim Moreira Nunes 1; Rodrigo Gomes de Souza Vale 1,4. 1Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Laboratório do Exercício e do Esporte (LABEES), Rio de Janeiro, Brasil; 2Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil; 3Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Colégio de Aplicação, Rio de Janeiro, Brasil; 4Universidade Estácio de Sá, Cabo Frio, Brasil.

Introdução: O futebol é um esporte intermitentecommudançasfrequentesemsuasatividades.Ojogoexige um grande número de movimentos deexplosão muscular, que envolve acelerações,desacelerações,mudanças de direção, assim como,saltos e sprints em velocidade1. Estas açõesrequerem potência e força dos músculos dosmembros inferiores, valências consideradasimportantesparaaperformancedejovensjogadoresdestamodalidade2,3.Ahabilidadedosaltoverticaléamplamente utilizada em sessões de treinamentocomo um parâmetro objetivo para uma avaliaçãoconfiável da potência de membros inferiores dejovens atletas4. A implementação do treinamentoneuromuscular utilizando força, potência evelocidade, durante a maturação, são efetivas empromover o desenvolvimento físico de jovensjogadores de futebol5. Deste modo, melhorar apotênciaéoobjetivoprincipaldemuitosprogramasdeforçaecondicionamentofísico6.Entretanto,aindanãoestá totalmente claro,que jovens jogadoresdefutebol, apresentem as mesmas mudançasfavoráveis, em algumas respostas de performancefísica e fisiológicas decorrentes de programas detreinamentopliométricoedeforçaseparadamente.Objetivo: O presente estudo objetivou analisar osefeitosdeumprogramadetreinamentopliométrico(TP)edeforça(TF)sobreaimpulsãovertical(IV)eo peak de potência absoluta (PPA) e o peak depotência relativa (PPR) em jovens jogadores defuteboldecampo.Métodos: Uma amostra composta por 30voluntários de um clube de futebol da segundadivisãodoRiode Janeiro,pertencentesà categoriasub 17, na faixa etária entre 16 e 17 anos, foramdivididos aleatoriamente em 3 grupos: força (GF),potência (GP) e controle (GC). Os grupos foram

submetidos a 6 semanas de intervenções,realizadas2xp/semana,comdiferentesvolumesdetreinamento, onde no TP, foram realizados 768saltosemprofundidade(SP),entre2plintoscom50cm de altura, com a utilização dos membrossuperiores,contabilizadosemciclosdeidaevolta,aofinal deste período, sendo 96 saltos na 1ª e 2ªsemanas,128saltosna3ªe4ªsemanase160saltosna 5ª e 6ª semanas. No TF, foram realizados 674movimentosdesemiagachamentoalternados,comabarra apoiada nas costas e a aplicação de cargascrescentes,sendocom60%de1RepetiçãoMáxima(1RM) na 1ª semana, 70% de 1RMna 2ª e 3ªsemanas, 80% na 4ª e 5ª semana e 90% na 6ªsemana,queforamexecutadosemmenorvelocidadeduranteafasedecontraçãoexcêntricadosmúsculosenvolvidos. Omesmo intervalo foi estipulado paraambosos tiposde treinamento, ou seja, 2minutosentre a 1ª e 4ª semanas e de 3minutos na 5 e 6ªsemanas,duranteassériesrealizadas.AIV,atravésdoSaltocomContramovimento(SCM)eoSaltosemContramovimento (SSM), além do PPA e do PPRforam avaliados em uma plataforma de saltocomputadorizada, 60 × 60 cm;1.000Hz da marcaEliteJumpS2Sports,SãoPaulo,Brasil.Umaanovademedidasrepetidasetamanhodoefeito(TE)de0,25;α de 0,05 e potência de 0,95, foram utilizadas nasanálisesestatísticas.Resultados: Somente o GF apresentou aumentosignificativosobreaIV,emambosostiposdesaltos,sendonoSCM(p=0.038,d=0.66)enoSSC(p=0.005,d=2.12).OGPtambémproduziuumaumentosobrea IV, entretanto, somente sobre o SSC (p=0.049,d=1.07). Apenas no GF observou-se uma elevaçãosobre o PPA (p=0.008, d=1.42) e o PPR (p=0.005,d=1.42).Discussão: Os resultados observados sobre a IV,neste estudo, mostraram que o TF produziu umaumento (p<0,05) sobre o SCM. Em outro estudosobre as mudanças no desempenho da forçaexplosivaemjovensjogadoresdacategoriadesub-20,apósumperíodode intervençãode8semanas,ocorreu um aumento médio de 5,56cm (p=0,01)tambémsobreoSCM7.Nesteestudoatual,duranteumperíodomenorde6semanas, tambémocorreuum aumento de 4,15cm (p=0.038), sobre a IV,através do mesmo tipo de salto. Neste estudo,observou-seumacréscimo(p<0,05)sobreoPPAeoPPRsomentesobreoGF,oquepareceudemonstraruma maior eficiência do TF sobre a potênciamuscularquandocomparadoaoTP.Emoutroestudobaseadonavelocidadedemembros inferioresparamelhorarassaídasdapotênciaabsolutaerelativanafaseconcêntricadomeio-agachamentoemjogadoresde futebol, um protocolo utilizado 2x por semana,durante 10 semanas, também proporcionou umaumento (p<0,005) sobre o PPA e o PPR dosreferidosatletas8.Estesresultados,corroboramcomosaumentosdosvaloresdepotênciaobservadosnopós-testesobreoGF,mesmocomummenortempode treinamento, já que o volume utilizado neste

Anais do Congresso Internacional de Educação Física e Desportos (CIEFD 2021) S-57

presenteestudofoisimilaraoaplicadopelosautoresdoestudoanterior8.Conclusão:OTFproduziuumaumentosobreaIV,observadotantosobreoSCMeoSSC,enquantooTPpromoveuaelevaçãoda IV, curiosamente somenteno SSC. Este fato provavelmente ocorreu, devido aummaiorrecrutamentoefrequênciadedisparodasunidadesmotorasdesenvolvidaspeloTF,associadosà uma maior coordenação intermuscular,desenvolvidapelacontraçãodeváriosmúsculosemconjunto, o que é importante para o melhordesempenho a ser realizado na fase concêntrica eexcêntrica do salto, quando comparado aos efeitosfisiológicos, produzidos pelo programa de SPutilizadonesteestudoduranteoTP.

Palavras-chave: Treinamento Pliométrico, Treinamento de Força, Impulsão Vertical, Potência Muscular, Futebol.

Referências:

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§Autor correspondente: Renato Tavares Fonseca – e-mail: [email protected]

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Estudo comparativo do rendimentoescolardojogadordefutebolemrelaçãoaosquenãopraticam

Sidnei José da Silva Ramos1; Ney Evangelista Junior3; Gilson de Oliveira Filho1,2,3

1Centro Universitário Augusto Motta; ²Universidade do Estado do Rio de Janeiro; ³Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Resumo:Ojogadordefutebolbrasileiropossuiumaimagem um pouco deturpada, quando o assunto érendimento escolar. Segundo conversas entreprofissionaisdaáreadaeducação,elesnãogostamde estudar e nem se interessam emnada que façaaumentarosseuslegadosculturais.Sendoassim,oque parece é que os alunos que não praticam ofutebol apresentam um rendimento escolarmenossatisfatório.Opresenteestudotevecomoprincipalobjetivo,analisaradiferençaentreosdoisgruposnorendimento escolar. A pesquisa foi realizada nocontextoescolardoEnsinoFundamentaleoEnsinoMédiodeduasescolas,sendoumanaredepúblicaeoutra na rede particular da zona norte do Rio deJaneiro.Foramcoletadoscercadequarentaboletins,commédiasfinaisdealunosnafaixaetáriade15a16anos,dosexomasculino. Osresultadosindicamque os alunos praticantes de futebol têm mudadoestaimagemdiantedasociedade.Osgráficos,nessetrabalho apresentado, comprovam o avançocognitivodessesalunosatravésdecomparaçõesdasmédias finais de disciplinas como: português,matemática,ciênciasehistória.Introdução:Orendimentoescolarsempre foiumapreocupação para a educação brasileira. Foramtomadas várias medidas para resolução desseproblema, por parte dos governantes. Por contadisso o MEC (Ministério da Educação e Cultura),aumentouosdiasletivosnaescola,masnãoresolveu(IOSIF, 2007). Mas o problema que está sendoabordadoéaverificaçãodorendimentoescolardosjogadores de futebol em relação aos que nãopraticamamodalidade.AEducaçãoFísica,oesportee o futebol possuem ligação direta com essadisciplina escolar, tais elementos passaram pormodificaçõescomodecorrerdotempoeoavançodasociedade. Segundo Tubino (2003), iniciou suatrajetória naGrécia comEsporteAntigo, que tinhacomoobjetivorevelarovencedorenãoocampeão,depoisveiooEsporteModernoquecontribuiucomaeradoesportederendimentoemaisrecentementeoEsporteContemporâneoquedeixoudeprivilegiaraum único público no caso, aquelemais capaz pararevelaratravésdetrêsconcepções,umafilosofiadeesporte para todos, são eles: Educação, que érealizado nos âmbitos da escola por meio dadisciplina; Educação Física, que tem como funçãoeducaros indivíduosnas trêsdimensõesqueo ser

S-58 Anais do Congresso Internacional de Educação Física e Desportos (CIEFD 2021)

humano é formado, físico, psicológico e social(TUBINO, 2002). Mas ela também passou portransformações, que deram direito de sercomponente curricular obrigatório da educaçãobásica, visto o potencial educacional, natransformação social, tendo comoprincipalmeta aformaçãodepessoas críticase conscientesde seusatos (BARBOSA, 2004). Esse direito foi reforçadopeloPresidentedaRepública,em12dedezembrode2001quesancionoualeinº10.328.Objetivo: O presente estudo tem como objetivogeral, identificar a diferença entre o rendimentoescolar,dealunosquepraticamfutebolealunosquenãopraticam.Métodos:Opresenteestudo foi realizadoemduasescolas,noMunicípiodoRiodeJaneiro,nobairrodeSãoCristóvão.Foramcoletadoscercade40boletinscommediasfinaisdealunosnafaixaetáriade15a16anos,sendo20dealunosquepraticamfutebole20 de alunos que não praticam, tendo comodisciplinas para o estudo de comparação dorendimentoescolar,português,matemática,ciênciasehistória.Resultados:Estaspesquisasreferem-seaosestudoscomparativos de alunos que praticam e que nãopraticam futebol.DisciplinaPortuguês:Oresultadodosalunosquepraticamfutebolindicaque5%estãoabaixodamédia5,0e95%estãoacimadamédia5,0em relação aos que não praticam cujo resultadoindicaque25%estãoabaixodamédiae75%acimada média. Isto acontece devido o interesse dosalunos que praticam futebol, nessa disciplina,apresentaointeressequelhedarásuporteparaquenomomentodeumaprovávelentrevista,venhamase expressar corretamente, além de haver umprograma pedagógico mais centrado, para umamelhor assimilação do conteúdo. DisciplinaMatemática: Nessa amostragem 10% dos alunospraticantesestãoabaixodamédia5,0e90%estãoacimadamédia5,0,emcontrapartidadosalunosquenãopraticamondeamédiaabaixode5,0representa15%eoqueestãoacimadamédiarepresenta85%.Sendomatemáticaumadasdisciplinasmaisdifíceisequerepresentaumsegmentodevidafinanceiraede lógica,osalunospraticantes tendemaassimilaresteraciocíniológicodentroeforadocampo,ouseja,a vida financeira está intimamente ligada ao seutrabalhodentrodocampo,quantomelhoreleterumconhecimento lógico dentro dos gramados,melhoreleseráaproveitadoehaveráumaprovávelmelhoraeconômica. Disciplina Ciências: Nesta disciplina oestudo aponta, que como matemática arepresentaçãodemédiasacimaeabaixosãoiguais,isso se deve ao fato que além dos alunos quepraticam se preocuparem com a parte financeira,tambémtemumapreocupação,porexemplo,emumconhecimento do seu próprio corpo que está emevolução, a sua saúde nutricional e, também,ambiental,poistudoqueacontecenanaturezapodese refletirno seuorganismoeno seudesempenhofísico.DisciplinaHistória:Deacordocomapesquisa,osalunosquepraticam,cercade5%estãoabaixoda

médiae95%apresentamumresultadomaispositivodoqueosquenãopraticam,pois15%estãoabaixodamédiae85%estãoacima.Porestanãoserumadisciplinalógica,conformematemáticaeciênciasseigualaadisciplinaportuguês.Istosedeveaofatodoaluno ter conhecimentoda suahistóriaedos fatosqueacontecemnoseudiaadia.Oquesepodenotarpedagogicamente, que durante as aulas osprofessores passam o conteúdo da história geral,mas enfatizando em alguns momentos fatos ouacontecimentosligadosaofutebol.Conclusão:Esteestudotevecomoproposta,analisaradiferençadorendimentoescolarde jogadoresdefutebolemrelaçãoaosquenãopraticam,tendocomodisciplinas específicas de comparação: Português,Matemática, Ciências e História, em duas 2escolas,umadaredepúblicaeoutraparticular,dealunosnafaixa etária de 15 e 16 anos no bairro de SãoCristóvão. Com base nos resultados pode seconstatar que o desempenho dos alunos quepraticamfutebolapresentou-semaissatisfatóriodoqueosquenãopraticam. Issosedevepelofatodeque os dirigentes dos clubes juntamente com adireçãopedagógica,criaramformasecritériosparaqueessesindivíduostenhamresponsabilidadeecomissoummelhorrendimentoescolar.

Palavras-chave: futebol; aluno; rendimento escolar.

Referências:

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§Autor correspondente: Ney Evangelista JUNIOR – e-mail: [email protected]

Anais do Congresso Internacional de Educação Física e Desportos (CIEFD 2021) S-59

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Incidênciadegolsem funçãodousodoVARedotempodejogodaprimeirafasedoCampeonatoBrasileiroSérieA2021

Magna Leilane da Silva1,2; Antonia Wanessa Santos Camurça1; Joelma Alves Coelho1; Jorge Manuel Gomes Campaniço1,2 1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará; 2Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Introdução: A Confederação Brasileira de Futebolestá no terceiro ano de implantação do VídeoAssistant Referee (VAR), ao longo do CampeonatoBrasileiro Série A masculino, o que vem gerandonovos comportamentos e padrões de processosofensivos,alémderesultaremimpactosparaojogo1-3quemerecemseridentificadoseexplorados,comoos contextosde jogoe incidência.Aquantidadedegolsfoiverificadaemalgumascompetiçõesaoredordo mundo, tanto ao longo da competição, quandocomparadoentretemporadascomesemautilizaçãodoVAR1,3.Mas,nãosesabecomoainteraçãocomoVAR se relacionou com os períodos de maiorconcentração de gols em jogos no Brasil, que jáutilizam a tecnologia há três anos, onde podemosconsiderar uma certa adaptação das equipes ainovação,masquetambémsofreupelainfluênciadocontexto pandêmico. Conhecer os momentos quetiveram maior êxito nos processos ofensivos, queresultaram em gols, em jogos com o VAR, podepermitir análises estratégicas de jogadores edirigentesemjogoscomculturassemelhantes.Objetivo:EsseartigopropõemostraraincidênciadegolsaolongodojogoemfunçãodautilizaçãodoVARdaprimeirafasedocampeonatobrasileiroSérieAde2021.Métodos:Aamostradonossoestudofoicompostapor189súmulasdejogosdoCampeonatoBrasileirosérieAmasculinodaprimeirafasedatemporadade2021. Trata-se de uma pesquisa de cunhoquantitativo, com análise documental, descritiva eexploratória. As súmulas foram baixadas de formagratuita diretamente do site da ConfederaçãoBrasileira de Futebol – CBF(https://www.cbf.com.br). Os dados foramcoletadospordoisautores(AWSCeJAC),àmedidaem que os jogos ocorreram, utilizando umformulário eletrônico previamente elaborado, quepermitiaexplorarecoletarasvariáveisrelacionadasàquantidadedegolsnojogo,considerandootempode ocorrência, classificados em blocos,contabilizando a quantidade de gols realizadas emintervalosde15minutos,em6blocosparaaparteprincipal do jogo e 2 blocos exclusivos para ostempos adicionais, ficando da seguinte forma: T1;T2;T3eAdi1:tempoadicionaldaprimeirapartedojogo;eT4;T5;T6eAdi2:tempoadicionaldasegundaparte do jogo(4). Na próxima fase, foi realizada a

conferênciadaextraçãodosdados,equandoocorriaalgumadivergênciaentreosautores,osdadoseramconferidoseauditadosporumterceiroautor(MLS),essa divisão isola os tempos de acréscimos,importante no contexto do VAR. Os dados foramexportados do formulário para uma planilha deExcel,ondetambémfoipossívelinserirainformaçãoreferentemente a utilização do VAR, através daanálisedosvídeosdisponíveisnositedorankingdoBrasileirão(https://interativos.globoesporte.globo.com/futebol/brasileirao-serie-a/especial/ranking-do-var-no-brasileirao-2021), o qual disponibilizatodos os vídeos de revisões utilizando o VAR, queresultaramemmudançadedecisão,eparadetectarautilizaçãodoVARnasquaisnãohouvemudançadedecisão,foramconsultadasasnarrativasdosdemaisjogos no site do placar UOL(https://www.uol.com.br/esporte/futebol/),ondeépossível ter acesso a toda a descrição ocorrida nojogo, minuto a minuto. Para realizar a análise dosdados foram consideradas como variáveisindependentes,osjogoscomousemVAR,ouseja,osjogos em que realizaram um ou mais intervençãoutilizando a tecnologia para verificar algumincidente durante o jogo, seja ele de gol, pênalti,cartão vermelho ou erro de identificação. Comovariáveis dependentes foram consideradas aquantidade de gols ocorridos nas partes de cadabloco e no jogo total. Foi realizada uma análisedescritiva das variáveis, e uma análise estatísticautilizando o teste de Teste Mann-Whitney paracomparar os impactos da intervenção do VAR naquantidadedegols.Aanálisedosdadosfoirealizadapor intermédio do software Statistical Product andServiceSolutions-SPSS20.0,admitindosignificânciade5%(p≤0,05).Resultados:Noqueconcerneàquantidadedejogosque tiveram intervenção do VAR foi possívelobservarquenaprimeirafasedacompetição,61,9%dos jogos tiveram a intervenção do VAR, seja deformafactualoucomanáliseerevisãonabordadocampo,e38,1%nãotiverama intervençãodoVARativamente durante os jogos. No que concerne aototal de gols no jogo (M=2,22 ±1,53 gols),considerando jogos com e sem VAR, foi possívelperceberumadiferençasignificativacom(U=2.674;p≤0,001). Ao compararmos os jogos com e sem oVARpercebemosumadiferençaestatísticarelevantemostrandoqueosjogosemquetiveramautilizaçãodoVARtiverammaiornúmerodegolsefetuados.Noque concerne a distribuição dos gols ao longo dotempo jogado, houve uma diferença significativaverificada nos períodos T2(U=3.371; p=0,004),T3(U=3.506; p=0,015), e Adi1(U=3.825; p=0,028),referente ao final da primeira parte do jogo,incluindoseusacréscimos, considerandoosgruposindependentesdejogoscomesemoVAR.Discussão: Os resultados apresentados mostramdivergências em competições anteriores àimplantação do VAR, com maior concentração degols nos minutos (76-90 minutos), como oCampeonatoBrasileirode20015,CopadoMundode

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20066 Campeonato Brasileiro de 20087, Copa domundo 20108, Copa do Mundo de 2014 tambémmostrou resultados semelhantes8. Após aimplantação do VAR os resultados mostramdivergênciasdeestudosmostrandoumadiminuiçãonaquantidadedegolsnasérieAitaliana3.Emostraconvergência relativamente ao aumento de gols,especificamente após aplicação de pênalti na ligaespanhola, com o aumento de gols à medida queaumentavamaquantidadede intervençõesdoVARpor jogo9. Este estudo preenche lacunas quanto àinformaçãodaconcentraçãodegolsaolongodeumjogoconsiderandoocontextodeutilizaçãodoVAR,queapresentoumaiordiferençanaprimeirapartedojogo,mudandoadinâmicadosgolsduranteosjogos.Assimcomoapresentaumsignificativoaumentodegols nos que interagiram com o VAR, porémconsideraapenasaprimeirafasedacompetição.Conclusão: Como observamos os gols analisadosnos 189 jogos realizados na primeira fase docampeonato brasileiro da série A de 2021, foramanalisadosconsiderandoaquantidadetotaldegolsesua distribuição ao longo do jogo em função dautilizaçãodoVAR.Apesquisatevecomolimitaçõesos impactos da pandemia causada pela COVID-19quealterouasdatasdealgunsjogos,eresultouemum jogo dessa fase ainda como pendente emnovembrode2021.Portanto,podemosconcluirqueo contexto VAR interfere significativamente naincidênciadegolsnosblocosdoprimeirotempodejogo,precisamentedominuto15minutosaofinaldaprimeira parte, e na quantidade total de gols porpartida,apresentandomaiornúmerodegolsparaosjogosquerecorreramàtecnologia.

Palavras-chave: Futebol, Arbitragem, Tempo de jogo.

Referências:

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§Autor correspondente: Magna Leilane da Silva – e-mail: [email protected]

Original

Lesãomuscular nas categorias de basedefutebolCarlo Bruno dos Reis Pinheiro1; Luiza CatharinaBrusasco Grandini2; Fonseca, Priscila Haui deOliveira Galuzzi Fonseca²; Ricardo Fernando AyresdaSilva³;RodolfoAlkmimMoreiraNunes¹1Universidade do Estado do Rio de Janeiro,Laboratorio do Exercıcio e do Esporte (LABEES);2Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ);³CEMED-CentroProfissionalBarrashoping.

Introdução: As queixas musculoesqueleticascostumam ser as causas mais frequentes deincapacidade fısica e consequentemente deafastamentodapraticaesportiva,entretantocomo

Anais do Congresso Internacional de Educação Física e Desportos (CIEFD 2021) S-61

progressivo aumento de pessoas praticantes deatividades fısicas e esportivas, nao so de formaprofissional, mas tambem os considerados comoamadores, podemos observar um aumentoimportantedessaslesoes.Dentretodasaspatologiasobservadas e diagnosticadas atualmente, as lesoesmuscularesassumemumpapeldegranderelevanciaaocorresponderemaatecercade55%detodasaslesoesesportivasquechegamaserdiagnosticadas.Alemdisso,ematletasdeelite,paraquemasdecisoesrelativas sobre a condiçao e momento de volta aatividadetemsignificativovalor,naosonaevoluçaoda performance, mas tambem financeiro, havendoum expressivo interesse em otimizar o maisbrevemente possıvel o processo de diagnostico etratamentodaslesoesmusculares,contando-secomapurados diagnosticos pela clınica e exame fısico,bem como todo o arsenal de examescomplementares atualmente disponıveis na praticamedica,tantooslaboratoriaisquantoospormetodode imagem.Considerandoquenaoexisteaindaumconsenso sobre a melhor forma de definir agravidade da lesao, bem como o tratamento a serrealizadoe,tambem,omomentoexatoderetornoaatividade, tendo em vista a extrema subjetividadedoscriteriosparaoretornoapraticaesportiva,queatualmente se baseiam principalmente nacomparaçaodaforçamusculardolocallesadocomocontralateraleassociandocomaavaliaçaodaescalade dor. Esse estudo visa buscar uma melhorcompreensaonaanaliseedirecionamentodestetipodelesaoematletasnascategoriasdebase.Métodos: Foram analisados registros medicos deatletas de duas categorias de base de um clube defutebolbrasileironoperıodoentremarçode2015eagostode2017.Lesoescomrecuperaçaoinferiora3diasforamdesconsideradas,assimcomolesoessemalteraçao apalpaçaonoexamefısico.Comocriteriode inclusao, os atletas deviam apresentar todos oscriterios:diagnosticoporpelomenos2medicosdodepartamento medico do clube, acompanhamentoregular da lesao no departamento medico e estaradequadamente associado a instituiçao esportivaavaliada.Resultados: Analisando os prontuarios, 30 lesoesforam encontradas em 27 jogadores da categoriajuvenil (menores de 18 anos) e 26 lesoes em 21jogadores juniores (menores de 20 anos). Dessaforma,houveumtotalde85,7%delesoesprimariaseumtotalde14,3%derecidivasdelesoes.Tantonacategoria juvenil (sub 17) quanto no juniores (sub20), os atacantes e meio-campistas foram os queapresentaram o maior percentual das lesoesdiagnosticadas,com6e7jogadoresrespectivamenteno juvenil e 8 jogadores em cada uma dessasposiçoes no juniores. Entretanto, na categoriajuniores, o numero de zagueiros quase alcançou onumerodelesoesdosatacantesedemeio-campistas,comumtotalde7atletasafetados,sendoimportanteressaltarque5desses7atletastiveramnovaslesoesdurante o perıodo apurado. A maioria das lesoesocorreramnosmusculosda coxa, comapenasdois

atletastendoumalesaoemoutraspartesdomembroinferior. Das 56 lesoes diagnosticadas durante esteestudo, o grupo muscular mais comumenteacometido foi o grupo isquiotibial com 23 lesoesidentificadas,seguidaspelosmusculosadutorescomumtotalde16atletasapresentandolesaonessesıtio.Discussão:As lesoes saoumproblemasubstancialparaosjogadoresdefutebolesuasequipes.EstudoscomoLewinetalmencionampercentuaiscomo65-91% dos jogadores profissionais de futebolapresentando lesoes a cada temporada. Existemdiversos sistemas de classificaçao das lesoesmusculares, podendo essas serem classificadas emdiversascategoriascomodeacordocomoseutempodeduraçaoemagudaoucronica,suafisiopatologia,seus fatores causadores como intrınsecos ouextrınsecos, assim como pela quantidade de fibrasacometidas. Quando classificada por suafisiopatologia,podemospensaremalteraçaoounaoda arquitetura muscular pela presença de rupturacelular.Assim,caibras,contraturaseestiramentosseenquadrariam dentre as lesoes sem alteraçoesestruturais domusculo e asdistensoesmusculares(estiramento excessivo), as contusoes (ruptura detecidoconjuntivoevasos)easlesoespropriamenteditas apresentariam alteraçoes na estrutura dotecido. As lesoes na coxa sao as mais prevalentesduranteasatividadesrelacionadasaofutebol,entreelas os isquiotibiais, possivelmente devido aextensao da perna e a flexao do joelho. Correr echutar os movimentos da bola requer que osmusculos isquiotibiais se estiquem contra aresistencia,afimdemodularomovimento,fazendouma contraçao excentrica. Quando o isquiotibialantagonistanao ecapazderesistir a forçaagonistado quadrıceps ocorre entao a lesao. Em geral, otratamento conservador resulta em um bomprognostico.Noentanto, as consequenciasda falhado tratamento podem ser dramaticas e decisivas,retardando o retorno a atividade fısica atemesmopormeses.Conclusão: Aprofundar o conhecimento sobre aslesoes mais comuns possibilitaria a criaçao deprogramas efetivos de prevençao e reabilitaçao,principalmente quando incorporados em umcontextoprofissionalquedemandaresultadosmaisrapidos, otimizando assim o tempo de retorno asatividadesediminuindoastaxasderecorrencia.Noentanto, ha pouca informaçao disponıvel naliteraturanacionale internacionalsobreprotocolosbem definidos para diagnostico e tratamento daslesoes.

Palavras-chave: ultrassom, ultrassonografia, futebol, lesão, muscular

Referências:

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§Autor correspondente: Bruno Pinheiro – e-mail: [email protected]

Original

Níveldeatividade físicadosbrasileirossegundoaPesquisaNacionaldeSaúde–2019

Amanda da Silva Santos ¹; Carlos Eduardo Rocha de Oliveira Lima 1; Zainovan Pereira Serrão 1; Arley Leao Santos 2,3; Roberto dos Santos Silva Jerônimo1; Ricardo Aurélio Carvalho Sampaio 61

¹Programa de Pós-Graduação em Educação Física, Universidade federal de Sergipe (PPGEF/UFS), São Cristóvão, Sergipe, Brasil; 2Instituto Federal de Alagoas; ³Universidade da Bahia Interior.

Introdução: Podemos compreender qualquermovimento corporal resultante de contraçõesmusculares relacionado ao gasto energético acimado nível de repouso. Assim, a prática regular deatividade física (AF)é considerada um meio depreservaremelhorarasaúdeequalidadedevidadoser humano, pois induz à melhora na circulaçãosanguínea, contribui na manutenção ou perda depeso, fortalece o sistema imunológico e diminui oriscodedoenças cardíacas.AOrganizaçãoMundialde Saúde (OMS) recomenda como diretriz 150minutos semanais de AF de intensidade leve amoderadaou75minutosdeatividadedeintensidadevigorosa.EssessãovaloresexpressosreferentesaAFque são considerados mínimos para resultadosbenéficosàsaúdedosindivíduos(WHO,2010).ParaverificaroníveldeAFdapopulaçãobrasileira,umapesquisa de base nacional, a Pesquisa Nacional deSaúde(PNS)2019,identificoudadosreferentesaosdomíniosdeAF:lazerdoindivíduo,trabalho,tempodedeslocamentoeatividadesdomésticasrealizadas.Deste modo, o Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE), que conduz o estudo, deucontinuidadeàinvestigaçãorealizadapelaPNS-2013natemáticapropostapeloestudo.Objetivo:AvaliarosdadosreferentesàspráticasdeAF pela população brasileira em seus diferentesdomínios.

Métodos:Trata-sedeumestudodescritivodebasepopulacional baseado em informações contidas naPNS2019(dadossecundários).Resultados: Segundo a PNS 2019, 34,2% doshomense26,4%dasmulherescom18anosoumaisatingiam os níveis de AF recomendados no lazer.Ainda, tal percentual foimenor conformeaumentodas faixas etárias dos indivíduos analisados. Poroutrolado,maioresporcentagensforamobservadasna população commaior grau de instrução. A PNS2019 identificouquecercade42,6%dapopulaçãocom18anosoumaiseramconsideradosfisicamenteativos no trabalho, ou seja, realizavam atividadescomoandarapé, faxinapesada,ouqueremetemaatividades desenvolvidas regulamente na casa,carregavam peso ou exerciam atividades laboraisque demandavam esforço físico intenso.Especialmentesobreodomíniolaboral,verificou-seque esse indicador é mais alto em pessoas commenor grau de instrução chegando até 55,8% dapopulação. Para pessoas com grau de instruçãosuperior esse percentual foi de 25,1%. Tal fatoreflete na renda per capita, quantomaior a rendamenoroíndicedefisicamenteativosnotrabalho.NoBrasil,apenas31,7%dapopulaçãorealizavaalgumtipo de atividade durante o deslocamento habitual(i.e., deslocamento ativo). Com relação às AFdomésticas, observou-se que 15,8% da populaçãocom18anosoumaisatingiamorecomendadopelaOMS(i.e.,150minutosporsemana),sendoafaxinapesada (atividade de alta intensidade) a principalatividade.NodomíniodeAFdoméstica,21,8%dasmulhereseapenas9,1%doshomensalcançaramasrecomendações internacionais. A pesquisaidentificou,ainda,que40,3%dapopulaçãobrasileirafoiconsideradainsuficientementeativa,ouseja,nãopratica nenhuma AF; especialmente o públicofeminino(47,5%).Conclusão: Diante dos dados fornecidos pela PNS2019, pode-se concluir que a população brasileiraapresenta baixos níveis de AF no que concernerecomendações internacionais; especialmente,indivíduoscombaixopodereconômico,baixograude instrução e asmulheres. De forma geral, as AFcontribuem para a melhora dos processosfisiológicos,morfológicos,bioquímicosepsicológico,enquadrando-senasaúdefísicaemental,erelaçõessociais. Tais fatores são intimamente relacionados,sendoinfluenciadoresnosaspectosdequalidadedevida. Logo, estímulos a ações e políticas quefavoreçam sua prática nos diferentes domínios,podem resultar em desfechos positivos de saúde,principalmente entre aqueles mais vulneráveissocialmente.

Palavras-chave: Atividade física; Pesquisa Nacional de Saúde; Qualidade de vida

Referências:

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3. Antropométricas: Brasil/ IBGE, Coordenação deTrabalhoeRendimento. - Riode Janeiro: IBGE,2020.ISBN978-65-87201-25-2

§Autor correspondente: Amanda Santos da Silva – e-mail: [email protected]

Original

Níveldeatividadefísicaedorlombaremgestantes

Maria Aparecida Vidal Santos 1; Lúcio Marques Vieira Souza 1 1Programa de Pós-Graduação em Educação Física, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão-SE, Brasil.

Introdução:Comosavançosdaciênciaedoadventodaatividadefísicacomoummecanismopreventivoede controle para várias doenças metabólicas,segundoPucci1,ebemcomoparaamanutençãodaqualidadedevida,diminuindoquadrosdepressivos,deansiedadeemelhorandooquadrodehumordeacordo com Plomgaarda2, a prática regular deatividade física tem sido estimulada para diversosgrupos. Logo, muitos grupos especiais passaram aadotar o hábito de se exercitar abandonando ocomportamentosedentárionumaperspectivadeseter uma vida mais saudável. Sendo assim, asgestantes, compõem um desses públicos que vemcrescendo cada diamais buscandomelhorar a suacondiçãodesaúdeequalidadedevida.Umavezquea gestação é umperíododediversasmudançasnocorpo da mulher, essas mudanças acarretamprincipalmente o sistema locomotor, endócrino emúsculoesquelético,eemdecorrênciadoaumentode peso gradativo, do deslocamento de centrogravitacional e outras alterações de ordembiomecânica, há também o aparecimento e/ouintensificação no quadro álgico de dor,principalmentenacolunalombar,eoaparecimentode outras patologias como a diabetes gestacionalalém da hipertensão3. Outro fator importante,preconizado pelo Ministério da Saúde4, para aprática de atividade física durante o períodogestacional,refere-seoquãoimportanteédiminuiramanutençãodequadrosdedorapósoparto,duranteo período do puerpério, em que a mulher éacometida por diversas alterações hormonaisoriundas do próprio parto e da amamentação, deacordocomNeves5eSantos6.Objetivo: Verificar a relação entre a presença daatividade física e a ausência desta, no tocante aqualidade de vida e ausência de dor lombar em

mulheres grávidas atendidas no Sistema único desaúde(SUS).Métodos: Pesquisa de campo com mulheresgrávidas atendidas e acompanhadas regularmenteno programa de pré-natal da Unidade Básica deSaúdedaFamília,ClínicadaFamília2,regiãourbanada cidade de Simão Dias – SE. As gestantes queparticiparam da referida pesquisa foram apenasaquelasquesesentiramàvontadepararesponderaoquestionárioeeste foi respondidonumdianormaldeatendimentodo referidoprograma; foi aplicadoumquestionárioescrito,fechado,contendoquestõessemiestruturadas, dividido em duas etapas, aprimeiracomumaabordagemsociodemográficaseasegundavoltadaparaapráticadeatividadefísica.Osresultados foram tabulados e calculados numaplanilhadoExcel.Resultados: As gestantes avaliadas, 12 num total,tinhamumamédiadeidadequeseencontravamnafaixa etária de 17 a 28 anos. A maioria relatouestarem casadas (70%), não consumem bebidasalcoólicas (91,7%) e não são tabagistas (100%). Arendamensalfamiliarpredominantefoideatédoissalários-mínimos 80% e 20% entre um salário oumenos; aproximadamente 60% relataram teremconcluídooensinofundamenta.Quantoarotinadeatividadefísica,75,1%sedeclararamativase24,9%serem inativas; as ativas afirmaram realizaratividadede2a3vezesporsemana,de45mina60min; sendo que 66, 6% a prática é voltada para acaminhada,16,6%realizamtreinamentofuncionale16,6%praticamoMétodoPilates;8,33%daamostrareferiuterdiabetesgestacional,16,6afirmaramserhipertensase75,1%nãotêmdoençasmetabólicas;quanto a presença de dor lombar, mais de 90%afirmou não sentir; quanto as sensaçõesproporcionadaspeloexercícios,dasmulheresquesedeclararam ativas, 75,1%, afirmaram sentirem-seleves,empazebem,comdisposiçãopararealizarasatividades da vida diária, enquanto que para asdemaisoquestionamentonãoseaplica.Discussão: Mesmo emmulheres com baixo poderaquisitivo, nível de escolaridade e pouca idade háumaprevalênciadapráticadaatividadefísica,eissose deve talvez as políticas públicas de saúde e osdiversos incentivos a adoçãode hábitos saudáveis,outambémemdecorrênciadotamanhodaamostra.Notocanteapráticaregulardeatividadefísica,estapodeproporcionarnasgestantes,diversasmelhoriasnofuncionamentocardiovascular,controledoganhode peso, diminuição do desconfortomusculoesquelético,atenuaçãodoDiabetesmellitusehipertensãogestacional,entreoutrasquestõesdeacordocomMelzer7.Conclusões: A partir dos resultados encontradosverificou-se que a prática de atividade física,independentemente do tipo, seja caminhada,treinamento funcional ou Método Pilates, éfundamentalparaamanutençãodoquadrodesaúdedegestantesalémdediminuira incidênciasdedorlombar. Outros estudos se fazem necessários paraque sejam avaliadas diferentes modalidades de

S-64 Anais do Congresso Internacional de Educação Física e Desportos (CIEFD 2021)

exercício e como estas poderão contribuir parasaúde das gestantes e dos fetos, e, também, arespostasdestasquantoàadesãoeaderênciaasuaprática.

Palavras-chave: atividade física, dor lombar, gestantes.

Referências:

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§Autor correspondente: Maria Aparecida Vidal Santos – e-mail: [email protected]

Original

RelaçõesentreColoração,DensidadedaUrina,DanoMusculareRabdomiólise

Guilherme Henrique Mattos Dantas1,3; Rodolfo de Alkmim Moreira Nunes1,3; Eduardo Borba Neves4; Gustavo Casimiro Lopes2,3; Rodrigo Gomes de Souza Vale1,3,5. 1Laboratório do Exercício e do Esporte(LABEES), Instituto de Educação Física e Desportos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 2Laboratóriode Fisiopatologia do Exercício (LAFE), Instituto de Educação Física e Desportos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 3Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte(PPGCEE),Universidade do

Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 4Comissão de Desportos do Exército (CDE), Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 5Laboratório de Fisiologia do Exercício (LAFIEX), Universidade Estácio de Sá, Cabo Frio, RJ, Brasil.

Introdução: A rabdomiólise é uma síndromecaracterizada pela lesão das células muscularesesqueléticas e necrose muscular, seguida pelaliberação de toxinas na circulação que sãoproduzidas por miócitos como a mioglobina. Comesseconteúdonacirculaçãosanguínea,osórgãossãoatingidos e eliminam esses componentes tóxicos,principalmente, através da urina1,2. A coloração daurina pode apresentar grande magnitude devariação, desde incolor até preto. Entretanto,somenteaalteraçãonacoloraçãodaurinanãoindicafuncionamento anormal do organismo erabdomiólise3. Segundo os dados do Centro deVigilânciaSanitáriadasForçasArmadasdosEstadosUnidos,entreosmembrosdoserviçodecomponenteativoem2019,ocorreram512casosderabdomióliseporesforço4.Dessaforma,háumapreocupaçãocoma rotina operacional militar, pois os militaresnecessitam manter um elevado nível decondicionamentofísicoparaparticipaçãonoscursosoperacionais especiais, que podem incluir, entreoutrasaptidõesefunções,opatrulhamentoemáreasurbanascomaconduçãodeumcãopolicialemmeioas adversidades de clima e área por um longoperíodo, de forma extenuante5. Nesse sentido, aprevençãoseapresentacomoumaaçãoestratégicaimportante para evitar casos de rabdomiólisedurante um curso operacional militar, pois estasíndromepossuirelaçãocomapráticadeatividadefísicaemaltaintensidade.Objetivo: O presente estudo teve por objetivoanalisar as variáveis que podem gerar indícios deacometimentoporrabdomiólisecomotemperaturaambiente, temperatura global, percepção subjetivadeesforço(PSE),cor(mioglobinúria)edensidadedaurina, sintomas clínicos e físicos em um cursooperacionalpolicialmilitar.Métodos: Participaram do estudo, cinquentamilitares (49 do sexo masculino e 01 do sexofeminino)foramaprovadosparainiciaro23ºCursode Condutores de Cães para Emprego PolicialII/2019doBatalhão deAções comCães da PolíciaMilitardoEstadodoRiodeJaneiro.Foramcoletadas311amostrasdeurinae311valoresdepercepçãodeesforço,aolongodos38diasdeduraçãodocurso.Ascoletas de urina tiveram o nível de sedimentaçãoanalisadaslogoapósacoletarealizada,pormeiodeum Refratômetro manual (modelo RHC-200/ATC,Megabrix,China)paraverificaradensidade.Jáparaa medição de cor da urina foi utilizado umEspectrofotômetro para ELISA e com utilização dosoftwareSkanlt.Amedidaéaferidaporabsorbância,com comprimento de onda de 350 nm a 500nm(nanômetro)empassosde1nmsemtrocadefiltro.Um objeto ou substância absorve toda a luzincidente,excetoadointervalodecomprimentodeonda observado pela visão (350nm – 750nm). A

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temperatura ambiente e temperatura do globoúmido (WBGT), foi a aferida em todos os dias decoletanapartedamanhãatravésdeumTermômetrode Globo Bulbo Seco Úmido (modelo TGM-200,Homis,Brasil).AanáliseestatísticafoirealizadacomoStatisticalPackage for theSocialSciences (SPSS),versão25,eapresentadacomomédia,desviopadrãoevaloresmínimosemáximos.FoiaplicadootestedeShapiro-Wilkparaaverificaçãodanormalidadedosdados.O coeficiente de variação (CV) foi calculadoparaanalisaradispersãodapercepçãosubjetivadeesforço(PSE)(CR-10)deBorg6.OtestedeFriedman,seguido do post hoc de Dunn, foi aplicado para ascomparações intragrupos referentes a PSE.O testedecorrelaçãodeSpearmanfoiutilizadoparaanalisarasassociaçõesentreasvariáveisdeinvestigação.Oestudoadmitiuoníveldep<0,05paraasignificânciaestatística. O estudo foi aprovado pelo Comitê deÉticadaPesquisaCAAENº95856318.0.0000.5259,com o parecer Nº 2.940.992 e os participantesassinaram o termo de consentimento livre eesclarecido conforme a resolução 466/12 doConselhoNacionaldeSaúde.Resultados: Durante as coletas, a temperaturaambiente apresentou média de 24,75°C e atemperaturadogloboúmidomostrouvalorentre10e18,3°C.Osníveisdepercepçãosubjetivadeesforço(PSE)(CR-10)deBorgaumentaramdaColeta1paraColeta8(p<0,05).Houvecorrelaçãopositivaentreadensidade e absorbância da urina (rho=0,69;p<0,001).Discussão: No presente estudo, a temperaturaambiente e de globo úmido não influenciaram osresultadosobtidos.Observou-sequenemtodaurinaescura ou com coloração alterada apresentoudensidade alta, assim comonem todaurinade corclara apresentou valor de sedimentação baixo. Amioglobinúria ocorre apenas no contexto derabdomiólise (7). Estes achados ratificam que acoloraçãodaurinaatravésdarefratometriapodeserum marcador de atenção para o dano muscular erabdomiólise. O consumo de água hidrata, e podealteraracordaurina,entretanto,deacordocomosresultadosdopresenteestudo,nãointerrompemosdanos fisiopatológicos causadospela faltaoubaixaingestão dela. Durante o curso, osmilitares foramhidratadoscomáguaporviaoralemabundância,emconsequênciadisso,umaamostradeurinacomcorclara deveria apresentar valores numéricos baixosdedensidadeecoloraçãoatravésdarefratrometria,porém isso não aconteceu com várias amostrascoletadas.Conclusão: O estudo encontrou uma associaçãoentreadensidadeeacordaurinaporabsorbância,porém não houve indícios que pudessem sugeriracometimentoderabdomiólisenosparticipantesdocurso operacional. As temperaturas ambiente eglobal não causaram nenhuma interferência nosresultadosencontrados.APSEpermaneceuemnívelforte, evidenciando o elevado esforço físico epsicológico que são exigidos dos militares em umcurso operacional. A análise da cor por

refratrometria e propriedades da urina seapresentou como um método com potencialeficiência para a detecção de mioglobinúria,sobrecarga do sistema excretor e surgimento edesenvolvimentodarabdomiólise.

Palavras-chave: cor da urina, densidade da urina, espectrofotometria, dano muscular, rabdomiólise, curso operacional militar.

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§Autor correspondente: Guilherme Henrique Mattos Dantas – e-mail: [email protected].

RelatodeCaso

Rabdomiólise com comprometimentorenal após ingestão de altas doses deproteína do soro do leite em indivíduoadultojovem:Relatodecaso

Guilherme Henrique Mattos Dantas1,2; Rodolfo de Alkmim Moreira Nunes1,2; Gustavo Casimiro Lopes2,3; Rodrigo Gomes de Souza Vale1,2,4. 1 Laboratório do Exercício e do Esporte (LABEES), Instituto de Educação Física e Desportos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 2Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte(PPGCEE),Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 3 Laboratório de Fisiopatologia do Exercício (LAFE), Instituto de Educação Física e Desportos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 4Laboratório de Fisiologia do Exercício (LAFIEX), Universidade Estácio de Sá, Cabo Frio, RJ, Brasil.

S-66 Anais do Congresso Internacional de Educação Física e Desportos (CIEFD 2021)

Introdução: Rabdomiólise é uma condiçãopatológica na qual ocorre necrose do músculoesquelético,resultandoemvazamentodeconteúdomuscularintracelular,comomioglobinaecreatininaquinase, para a circulação. As causas comunsincluem lesõespor esmagamento, lesõespor calor,toxinaseesforçoexcessivo1,2.Caracterizadaporserumalesãopotencialmentedevastadora,suaevoluçãopode ser complicada por hipovolemia, síndromecompartimental,insuficiênciarenalaguda,arritmias,parada cardíaca, coagulação intravasculardisseminada, disfunção hepática e/ou acidose3.Quarenta e seis por cento dos usuários desuplementosconsideramqueessesprodutossejamseguroseeficazes.Todavia,amaioriadospacientesprovavelmentenãocompreendemopotencialparaeventosadversosouinteraçõesentremedicamentose suplementos4. Mesmo suplementos considerados"seguros",comovitaminas,minerais,proteínaspósecreatina podem ser tóxicos para o fígado e rins setomadosemgrandesdosesporlongosperíodos5.Objetivo:Descreverocasodeumindivíduojovemesaudávelquedesenvolveurabdomióliseapóscorridade 5 quilômetros emuma competição, associado aingestãodealtasdosesdeproteínadosorodoleiteemsuplemento.Relato do Caso:O estudo descreve o caso de umhomem fisicamente ativo e saudável com 28 anosque foiatendidonopronto-socorrodeumhospitaldo Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Durante aanamnese,opacienterelatoumialgiaintensa(fortesdoresmusculares),associadaàreduçãodadiureseecoloraçãodaurinaescura.Referiupraticaratividadefísicaregularmentee tercorrido5quilômetrosemumacompetição.Negoucomorbidadeseautilizaçãodemedicamentos,entretantoinformouusodeWheyproteína de forma regular em altas doses com afrequência de quatro vezes ao dia, sem adequaçãocomacargaproteicaalimentarhabitual.Resultados: Os exames coletados na emergênciaapresentaram valores de Hemograma completo:Normal; Hematócrito Ht ou Htc (%): 45% (0,42 -0,52); creatina quinase CK (U/L): 8.000 (22,0 -334,0);Mioglobina(ng/mL):450(0–85);Creatinina(mg/dL):2,1(0,7-1,3);Potássio(K+)(mmol/L):6,6(3,5–5);GasometriaarterialPH:7,21(7,35-7,45);PressãoParcialdeGásCarbônico-pCO2(mmHg):25(35–45);PressãoParcialdeOxigênio-pO2(mmHg):119(80–100);Bicarbonato-HCO3(mEq/L):16(22–26);BaseExcess-BE(mEq/L):-6,0(–3,0a+3,0);SaturaçãodeOxigênio-SaO2:99%(>95).Opacientefoiencaminhadoparaocentrodeterapiaintensiva(CTI) objetivando a estabilização do quadro. Deimediato, foi realizado gluconato de cálciointravenosa, para estabilização de membranacardíaca,sondagemvesicalparacontroledadiuresee hemodiálise em razão de falência renal aguda.Avaliaçãodiáriadopacienteevoluiudeacordocomos resultados dos exames a seguir: Primeiro dia:IniciadohemodiáliseecontroledepotássioePHnagasometria.Reduçãodacreatinaquinasepara5.000U/L e creatinina para 1,8 mg/dL. Foi Realizado

ultrassonografia de vias urinarias, apresentandorelação córtico-medular preservada sem sinais dedoençarenalcrônica.Segundodia:Pacientemantidoemhemodiálisediária.Reduçãodacreatinaquinasepara3.800U/Lecreatininapara1,5mg/dL.Iniciadodiuresepelopacientecomaproximadamente400mldeurina.Terceirodia:Reduçãodacreatinaquinasepara 1.500 U/L e creatinina para 1,3 mg/dL. Opaciente evoluiu na diurese com volume deaproximadamente 1.500 ml em 24 horas. Anefrologia interrompeuahemodiálise,mantendoopaciente em observação por 24h. Quarto dia:Redução da creatina quinase para 2.500U/L ecreatininapara1,1mg/dL,comgasometriaarterialmantendonormalidade.PacienterecebealtadoCTIsob hipótese diagnostica de excesso e sobrecargaproteicaassociadoapráticadeatividade física.FoisolicitadoaopacienteainterrupçãodosuplementoWheyProteinedietacomreduçãodeproteína.Discussão: O caso relatado no presente estudodescreve,emprincípio,umquadroclínicoclássicodeepisódioderabdomióliseapósapráticadeatividadefísicaassociadaaingestãodesuplementoalimentarem altas dosagens. Porém se diferencia do que énormalmente relatado por estudos que fazem amesmaassociação,ouofazemsemquehajaapráticade atividade física, uma vez que normalmente osdescritos são através do consumo de suplementosque contém em sua composição substânciasestimulantes como a cafeína, a Higenamina, aTaurinadentreoutros3,6,7.Váriosestudosmostraramreduçãodataxadefiltraçãoglomerularouaumentoda creatinina após o exercício, alterações quetambém foram relacionados a índices de lesãomuscular8,9,10. Foram observadas reduções na taxade filtração glomerular, por exemplo, diretamenteapós uma meia-maratona em homens de meia-idade9. Evidências que podem justificar o ocorridoemnossorelato,umavezquesomenteaaltaingestãodeproteínaouacorridarealizadapelopaciente,seanalisadas de forma isolada não representamprobabilidade alta de episódio de rabdomiólise ecomprometimento renal.A ingestãodeproteínaséummoduladordafunçãorenaleaumentaataxadefiltraçãoglomerular11.Umaumentonocatabolismode aminoácidos induzido por um aumento naingestão de proteínas aumenta a produção demetabólitos derivados de aminoácidos, comobicarbonato, amônia e ureia, que requeremeliminação do corpo, por ex. através dos rins12.Apesar de a ingestão de proteína não alterar deforma direta a função renal, o consumo deaproximadamente 88g de proteína associado aoutras substâncias como BCAA e carboidratos,conformerelatadopelopacientedesteestudo,podetercontribuídoparaodanoedeclíniogradativodafunção renal. A desidratação de mais de 10% emaltas temperaturas ambiente é um sério risco deinsolação com risco de vida, com temperaturacorporal elevada, débito cardíaco inadequadolevando a perfusão reduzida dos tecidos e,eventualmente,rabdomióliseefalênciadeórgãos13.

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Ahipótesemaisevidenteparaodescritonesterelatoéquemesmosendopraticanteregulardeatividadefísicaenãosentindodeformaacentuadaosefeitosdeumacorridacomdistânciareduzida,asalteraçõesfisiológicas como a perda de líquido e danos dotecido muscular em associação a alta ingestão deproteína culminaram em rabdomiólise porsobrecargarenaleposteriordanoaoórgão.Conclusão:Emboraaanamnesetenhasidorealizadade forma rigorosa, não é possível determinar sehouve a ingestão de outras substâncias, tais comoanti-inflamatórios, bebidas energéticas ou aquantidade e qualidade de hidratação ingerida.Entretantoasobrecargadosistemaexcretorcausadopelaingestãodealtasquantidadesdeproteínaforamdeterminantes para o resultado da hospitalização.Sãoescassaspesquisasqueassociamacombinaçãodesuplementaçãodeproteínaeexercíciosnafunçãorenal, comaexceçãodeestudosempacientescomdoença renal. Sendo assim, sugere-se umaprofundamentomaisacentuadonatemáticavistooconsumo cada vez mais indiscriminado porsubstânciasaliadasapráticaexcessivadeatividadefísica sem orientação objetivando resultadosimediatos.

Palavras-chave: rabdomiólise, função renal, proteína do soro do leite.

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§Autor correspondente: Guilherme Henrique Mattos Dantas – email: [email protected].

Revisão

Efeitos do treinamento resistido naautonomia funcional de mulheres demeia-idade e idosas: uma revisãosistemática de ensaios clínicosrandomizadosFábioBatista Miranda1; Juliana Brandão Pinto de Castro2,3; Andressa Oliveira Barros dos Santos2,3; Giullio César Pereira Salustiano Mallen da Silva2,3; Andréa Carmen Guimarães4; Vicente Pinheiro Lima2,3; Rodrigo Gomes de Souza Vale2,3; Estélio Henrique Martin Dantas1 1Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Biociências, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 2Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte (PPGCEE), Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 3Laboratório do Exercício e do Esporte (LABEES), Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 4Universidade Federal de São João Del-Rei, Minas Gerais, Brasil.

Introdução: O treinamento resistido (TR) é umamodalidade de treinamento físico amplamenteprescritoparamulheresdemeia-idadeeidosas,quetendem a sofrer declínios na autonomia funcional(AF)1,2. A AF é um dos principais marcadores

S-68 Anais do Congresso Internacional de Educação Física e Desportos (CIEFD 2021)

relacionados à saúde e ao desempenho dasatividadesdavidadiária(AVD)emadultoseidosos3.Essa variável é entendida como a capacidade derealizar AVD sem a ajuda de terceiros e englobaaspectos sensório-motores, psicossociais ecognitivos4.O termo AF é encontrado na literaturacomalgunssinônimos,comocapacidadefuncional5,desempenho funcional6, habilidade funcional7,estado funcional8, fatores funcionais9 e aptidãofuncional10.Essa variável é avaliada por diferentesinstrumentosconstituídosportestesoubateriasdetestes, que resultam em uma pontuação ou índice,como o protocolo do Grupo de DesenvolvimentoLatino-AmericanoparaaMaturidade(GDLAM)11eoSenior Fitness Test12.O aumento das informaçõessobre o TR pode ajudar a verificar a eficácia dosprogramasdetreinamentoparamanteroumelhoraros níveis deAF e possibilitar uma prescriçãomaiseficienteparamulheresdemeia-idadeeidosas.Objetivo:DescreverosefeitosdoTRsobreaAFdemulheresdemeia-idadeeidosas.Métodos: Foi realizada uma revisão sistemáticaseguindo as diretrizes dos Principais Itens pararelatar Revisões Sistemáticas e Meta-análises(PRISMA)13. Esse estudo foi registrado noPROSPERO, sob o númeroCRD42021245475. Asbases de dados Medline (via PubMed), Scopus,LILACS(viaBVS)eScienceDirectforampesquisadas,em março de 2021. Foram incluídos estudoscontrolados randomizados (ECR) que analisarammulheres de meia-idade e idosas submetidas aprogramasdeRTquerelataramdesfechosdeAF.Aqualidade metodológica e o risco de viés foramavaliados pela escala Jadad e da ferramentaCochrane,respectivamente.Resultados: Doze ECR atenderam aos critérios deinclusão14–25. A amostra total foi de 554 mulherescommédiadeidadede68,87±5,86anos.Otamanhoamostral dos estudos incluídos variou de 24 a 68participantes. O grupo experimental (GE) teve umtotal de 300 participantes e o grupo controle (GC)254 participantes. O tamanho da amostra do GEvarioude1218a4517participantesedoGCvarioude1019 a 6425 participantes. De acordo com a escalaJadad,cincoestudos(41,7%)14–15,19,23,25apresentamboa qualidade metodológica e sete estudos(58,3%)16–18,20–22,25foram classificados com baixaqualidade. A ferramenta Cochrane mostrou umestudo(8,3%)15combaixoriscodeviés,dezestudos(83,3%)14,16–18,20–25com risco incerto de viés e umestudo(8,3%)19comaltoriscodeviés.Discussão: Dos 12 estudos incluídos, sete14–17,21,23,24avaliaram a AF por meio do protocoloGDLAM.OsoutroscincoestudosusaramoprotocolodeRiklieJones20,caminhar10metros18,levantardaposição ajoelhada18,teste de sentar elevantar18,22,Gerontechnology19, 8-foot up-and-go22ouTimed Up and Go (TUG)25.Todos os estudosencontraram resultados positivos nos GE após aintervenção, que incluiu TR por pelo menos 12semanas, com no mínimo duas sessões detreinamento semanais. O estudo de Vale et al.24

apresentou valores do índice GDLAM de AFsignificativamente menores do que os outrosestudos. Esses valores de pontuação mais baixosrepresentam melhores resultados11.Embora apráticadeTRtenhasemostradoeficaznamelhorada AF das participantes, os protocolos do estudoapresentam alta heterogeneidade, com sessões detreinamentocomduraçãoentre45e150minutosediferentes configurações de exercícios. Essesresultados revelam que ainda existe uma falta depadronizaçãonosprotocolosdeTRparaapopulaçãoanalisada. Ademais, outros aspectos, que podemafetaraqualidademetodológicaesãoconsideradosfontes de vieses, foram encontrados em algunsestudos, comoa inadequaçãoda randomização e afaltadecegamentodosavaliadoreseparticipantes.Essesaspectospodemlevarasuperestimaroujulgarerroneamente o efeito da intervenção, o que podecausarresultadosconflitantesentreosECR.Conclusão:OTRmostrou-seeficazparamelhoraraAFdemulheresdemeia-idadeeidosas.Entretanto,as intervençõesprecisamdemaiorpadronização eosestudosrequeremmaiorqualidademetodológicaparaoestabelecimentodeconclusõesmaissólidas.

Palavras-chave: exercício físico, estado funcional, desempenho físico funcional, pós-menopausa, idoso.

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§Autor correspondente: Juliana Brandão Pinto de Castro – e-mail: [email protected]

Revisão

ExercíciofísiconotratamentodaCOVID-19:revisãosistemática

Fabio Dutra Pereira1,3; Patrícia Zaidan de Barros3; Gabriella de Oliveira Lopes1; Ercole da Cruz Rubini2; Guilherme Rosa4. 1Laboratório de Ciências do Exercício, Esporte e Atividade Física – LACEEAF/UNESA; 2Laboratório de Fisiologia do Exercício – LAFIEX/UNESA; 3Grupo de pesquisa em Metanálises – METANGRUPO; 4Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ.

Introdução:Consideradaumapandemia1,aCOVID-19 apresenta-se sintomatologicamente variandocompacientesassintomáticosouoligossintomáticosque podem evidenciar febre, tosse, coriza, dor degarganta,anosmia,ageusia,náusea,vômito,diarreia,asteniaouhiporexia.Mastambémpodecursarcomquadros severos onde pacientes evoluem para asíndromedodesconfortorespiratórioagudo(SDRA)

S-70 Anais do Congresso Internacional de Educação Física e Desportos (CIEFD 2021)

oqueinfelizmentejáprovocouoóbitode26a86%daqueles assim acometidos2,3. No Brasil até 9 denovembrode2021oMinistériodaSaúderegistrava21.886.077 casos de sua infecção com 609.573óbitos4. Observa-se dentre os fatores de risco quepodem potencializar os agravos da doença, econsequentemente seu nível de letalidade, a idadeinferior a 5 ou maior que 60 anos, obesidade,hipertensão, diabetes, gestação, asma, doençapulmonar obstrutiva crônica (DPOC) eimunossupressão advinda do tratamento do lúpusoucânceredoençascromossômicasqueprovocamfragilidade imunológica5. A função do sistemaimunológico sofre influência do exercício físico6,contudo,aindanãoháconsensosobreaeficáciadesua prática na reabilitação de indivíduos quereceberamdiagnósticopositivoparaCOVID-19.Objetivo: Verificar o efeito da prática do exercíciofísiconareabilitaçãoempacientesacometidospelaCOVID-19.Métodos: Estudo do tipo revisão sistemática,redigida a partir de The PRISMA Statement forReporting Systematic Reviews and Meta-Analyses7,com registro PROSPERO nº CRD42021241424 [8].As bases acessadas foram: Embase, CINAHL,Cochrane,Lilacs,PEDro,PubMed,SciELOeSCOPUS,com busca pelos seguintes descritores: exercício,COVID-19 e seus termos correlatos disponíveis no(DeCS) e (MeSH). Limites: ensaio controladorandomizado (ECR) e seres humanos. Quanto àelegibilidade considerou-se (PICOS)9: (P)participantes acometidos por COVID-19; (I)intervenção constituída de exercício físico; (C)comparaçõesrealizadasentregrupoexperimentaleocontrole;(O)desfechosapresentadospormedidasde tendência central e dispersão, ou equivalentequando em escala de medida categórica, além doníveldesignificânciaobtido;(S)estudosdetipologiaexperimental “ensaio clínico” (EC) ou “ensaiocontroladorandomizado”(ECR).Utilizou-seaescalaPEDropara a avaliaçãodaqualidademetodológicadosECRselegíveis, corte (≥5/10).ParaaavaliaçãodoriscodeviésdosECRsempregou-seaferramentadaColaboraçãoCochrane10.Resultados:Identificou-se 797 estudos, incluiu-se 3 ECR [11-13]. 2nosocomiais: [11]PEDro=5;(GE=72;59,2±14,4anose GC=69; 60,3±15,3 anos; ambos os sexos); 10sessões de exercícios ventilatórios; Δ intergrupospara TSO2 e DFatal, (P<0,05);[12] PEDro=6;(GE=33;36,5±11,6 anos e GC=34; 33,1±11,9 anos;ambos os sexos); 10 sessões de exercícios derelaxamento muscular; Δ intergrupos para ANS,(P=0,0001). 1 pós alta hospitalar: [13] PEDro=6;(GE=36;69,4±8,0 anos e GC=36; 68,9±7,6 anos;ambos os sexos); 12 sessões de exercíciosventilatórios;ΔintraeintergruposparaVEF1,CVF,IT,QDV,TC6eANS,(P<0,05).Todos3ECRtêmaltoriscodeviés.Discussão:Observou-sequeapráticade exercícios para os músculos inspiratórios eexpiratórios foram eficazes na redução daoxigenoterapia,ansiedadeedesfechofatal,alémdeincrementarafunçãopulmonar,qualidadedevidae

resistência aeróbica daqueles pacientes. Exercíciosderelaxamentomuscularforameficazesnareduçãoda ansiedade dos pacientes a eles submetidos.Ressalta-se que há evidências, ainda que poucorobustas, que o exercício cardiorrespiratórioaeróbicoeosneuromuscularessejameficazescomotratamentodepacientes acometidosporCOVID-19deambosossexosefaixaetáriacompreendidaentre39 e 69 anos no pós-alta nosocomial. Diante daimportância da temática, apesar da limitação dainclusãodeapenas3ECRscomelevadoriscodeviés,apresenterevisãosedestaca,dentreoutrosfatores,pela ampla estratégia de busca e pela robustez nocritériodeseleção.Conclusão: É possível recomendar para a práticaclínica baseada em evidências, a prescrição dosexercícios neuromusculares ventilatórios esegmentares,assimcomooaeróbico,nareabilitaçãodepacientesacometidosporCOVID-19.

Palavras-chave:terapiaporexercício,infecçõesporCoronavírus,ensaioclínico.

Referências:

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Anais do Congresso Internacional de Educação Física e Desportos (CIEFD 2021) S-71

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§Autor correspondente: Guilherme Rosa – e-mail: [email protected]

REVISÃO

Efeitodoexercício físiconasalteraçõesmetabólicas e lipodistrofia em dosindivíduos adultos portadores doHIV/AIDS: um estudo de revisão deliteratura

Daniela Marques Dias Santos1; Silvan Silva Araujo1. 1Programa de Pós-Graduação em Educação Física, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão-SE, Brasil.

Introdução: No mundo, estima-se que 0,8% dosadultos, com idades entre 15 e 49 anos,aproximadamente de 35 milhões, vivem comHIV/Aids¹. A partir da década de 90, com aintrodução daHighly Active Antiretroviral Therapy(HAART) – terapia antirretroviral fortemente ativaocorreu aumento na sobrevida e melhora naqualidadedevida,alémdeproporcionarrestauraçãoparcialdosistemaimune.Contudo,aolongodosanosdousodaHAART,começaramaaparecerosefeitosadversos,estes incluemalteraçõesnometabolismodos lipídios levando a hipertrigliceridemia,hipercolesterolemiaeoutrasalteraçõesmetabólicascomo resistência insulínica, hiperglicemia e

redistribuiçãoda gordura corporal que são fatoresde risco para doença cardiovascular². O conjuntodestas alterações é conhecido como síndromelipodistróficadoHIV(SLHIV)³.Objetivo: Observar o efeito do exercício físico nasalteraçõesmetabólicaselipodistrofiaemindivíduosadultosportadoresdoHIV/AIDS.Método:Revisãode literaturaapartirdabuscadeestudosrealizadosanteriores,embasesdedadosdaPubMed.Foramselecionadosartigospublicadosnosúltimos05anos,ouseja,apartirde2016até2021.Os descritores utilizados foram:“HIV/AIDS”,“lipodistrofia” e “exercício físico”. Aseleçãodoestudofoirealizadaporumpesquisadorcegoapósatriagemdetítulos,resumoseartigosdetexto completo. O risco de viés foi avaliadoutilizando-se a escala de Jadad. A primeira buscaencontrou110artigosqueapós triagem13artigosforam selecionados para amostra conformepublicação a partir de 2016.Das pesquisaseletrônicas, 13 estudos foram selecionados portítulo,13resumosforamlidose4 foramexcluídos,deixando 09 estudos, que foram lidos na íntegra.Apósoexamecompletodotexto,apenastrêsestudosforam incluídos nas análises qualitativas. Aslimitaçõesforam:heterogeneidadenaprescriçãodetreinamento, diagnóstico de Lipodistrofia epublicaçãoapartirde2016.Resultados:Noprimeiroestudoforamavaliados63pacientescomidademédiade43,1±6,4anos,destes34(54%)apresentaramLipodistrofia,enestegrupoapresentou uma diferença significativa na massamuscular,gorduracorporal,picoVO2eequivalentemetabólico. No segundo, foram avaliados 245pacientes: 143 (62,4%) eram homens, 74 (36,1%)apresentaramlipoatrofia,10(4,9%)comacúmulodegordura,93(45%)comformasmistaseobservou-semelhoraantropométricanarelaçãocintura/quadril,circunferência da cintura e medidas de espessuradérmica direita e esquerda. No terceiro estudocinquenta e oito indivíduos infectados pelo HIVforamrandomizadosemumgrupode treinamento(T)ouemumgrupocontrole(C),dezesseissemanasde treinamento combinado foram eficazes parareduziragorduracorporalemdiferentessegmentoscorporais,semalterarosníveisdelipídioplasmático.Discussão: Há fortes evidências de que otreinamento combinado melhora o VO2max empessoas que vivem com o HIV/AIDS. E todos osestudos incluídos na presente revisãodemonstraram uma melhora neste parâmetroutilizando intervenções com exercício aeróbico,exercício de resistência e sua combinação, eparticularmente em intensidades mais elevadas,estãomostrando resultados promissores de saúdedas pessoas que vivem com o HIV/AIDS,principalmentenaLipodistrofiaeperfilmetabólico.Emrevisãosistemáticadeestudosbrasileirossobrelipodistrofia, amédiaponderadadaprevalênciadeLipodistrofia em pessoas vivendo com HIV foi de53,5%eatividadefísicafoiconsideradoumfatordeproteção independente contra o início da

S-72 Anais do Congresso Internacional de Educação Física e Desportos (CIEFD 2021)

lipodistrofia associada ao HIV. Vários mecanismospossíveis para o declínio da capacidade aeróbia elimitaçãodaatividadeempessoascomHIVtêmsidorelatados. Comorbidades que podem estarassociadas ao uso de HAART, como insuficiênciacardíaca congestiva, doença da artéria coronária,doença vascular periférica e acidente vascularcerebralpodelevaraumaperdadafunçãofísica¹².Como resultado de comorbidades associadas efenômenos relacionados (como perda de massamuscularmagraedor),os indivíduosmuitasvezesreduzemsuasatividadesfísicas,oquepodediminuiraindamaisatolerânciaaoexercícioeaqualidadedevida¹³.As limitaçõesapresentadasporestarevisãoforam: heterogeneidade na prescrição detreinamento, diagnóstico de Lipodistrofia e aspoucaspublicaçõesapartirde2016.Conclusão: Em uma visão geral dos achados, aatividadefísicaeoexercíciosãoseguroseeficazesnamelhoria da composição corporal e do perfilmetabólico, atenuando os efeitos colaterais e,portando, melhorando qualidade de vida dosportadoresdeHIV/AIDS.

Palavras-chaves: AIDS; HIV; atividade física; lipodistrofia

REFERÊNCIAS:

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§Autor correspondente: Daniela Marques Dias Santos – e-mail: [email protected]

Anais do Congresso Internacional de Educação Física e Desportos (CIEFD 2021) S-73

TrabalhosCompletosOriginal

Motivação de mulheres à prática detreinamentofuncionalnoperíodoinicialda reaberturadasacademiasduranteaCoViD-19

Liliane Aparecida da Cruz Moreira1, Rejeane Pereira Abrahão Batista1, Vicente Pinheiro Lima1,2,3,4,5 1Curso de Bacharelado em Educação Física, Universidade Castelo Branco; 2Grupo de Pesquisa em Biodinâmica do Desempenho, Exercício e Saúde (BIODESA); 3Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 4Laboratório do Exercício e do Esporte (LABEES), Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJ, B rasil; 5Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte (PPGCEE), Universidade do Estado.

Resumo: Objetivo: O presente estudo tem comoobjetivoverificarquaissãoosfatoresmotivacionaisdemulheresparaapráticadetreinamentofuncionalnoperíododa reaberturadasacademiasduranteaCOVID-19. Método: A pesquisa teve como 13mulheres participantes de treinamento funcional(TF), com32,38±3,89anosde idade, treinandoemumcentrodetreinamentonobairrodeSantaCruz,na zona oeste do município do Rio de Janeiro,duranteapandemiadoCOVID-19noanode2020.Acoleta dos dados ocorreu pela aplicação doquestionário “Inventário de Motivação a PráticaRegular de Atividades Físicas (IMPRAF-54).Resultados: os resultados na dimensão demotivação,com:Ce(Controledeestrese)comescorebruto de 26,46 e percentil de 50, considerado; Sa(Saúde)comescorebrutode33,69epercentil55;So(Sociabilidade) com escore bruto de 15,31 epercentil10;C0(Competitividade)comescorebrutode 11 e percentil de 45; Es (Estética) com escorebruto de 31,54 e percentil de 55;Pr (Prazer) comescorebruto36,31epercentil70sendooquemaismotiva. O teste de confiabilidade de Alfa deCronbach12obtevevalor0,945,determinandoqueasrespostas são confiáveis. Conclusão: Com osresultadosobtidospode-seconcluirqueasmulheresdaacademiaondefoirealizadaapesquisapossuemcomomaiormotivaçãooprazeremestarpraticandotreinamento funcional e como fator que nãoinfluenciaassuasmotivaçõesasociabilidade.Introdução: Diante ao isolamento social, grandepartedapopulaçãotevesuarotinadiáriamodificada,interferindodiretamenteemseudesempenhofísicoativo, porém o incentivo quanto a manutenção napráticadeatividadeéumadasmedidaspreventivaspara à saúde a fim de conservar a vigor físico,fortalecendo o sistema imunológico e intervindocontra disseminação do vírus1. Visto que, o novovírus (COVID-19), patógeno identificado edenominadoatualmentedecoronavírus-2associadoaSíndromeRespiratóriaAgudaGrave-SARS-CoV-2,

oquedenominoucomoaDoençaporCoronavírus19 (COVID-19)2, afetou mundialmente todas asatividades existentes no mundo, que no Brasil, ocenário epidemiológico foi declarado em 3 defevereiro de 2020 como Emergência em SaúdePública de Importância Nacional (ESPIN)3,4. Umarotina fisicamente ativa foi vista como medidapreventivadeenfrentamentoaoCOVID-19,umaaçãopositivaparamanutençãodobomfuncionamentodotrato respiratório, sendoenfatizadoaos idososqueforam considerados grupo de risco devido aoacúmulode comorbidadesedeficiênciado sistemaimunológicodeixandoosmaisvulneráveisadoença.Sendo recomendado pela Organização Mundial deSaúde que indivíduos adultos saudáveis eassintomáticospratiquem,pelomenos,150minutosde atividade física por semana e para crianças eadolescentes 300minutos5, e sua prática deve serinterrompida diante da ocorrência de qualquersintoma da síndrome, como febre, tosse seca edispneia quando em repouso.De fato, a prática deatividade física é de suma importância não sóperante o enfrentamento do novo coronavírus-2,mas como tambémpara favorecer umbom estadogeraleporconseguinteoaumentodaperspectivadevida, sendo um dos principais componentes paraestilo de vida saudável considerando que osedentarismoé visto como fatorde risco à saúde6,deixandooindivíduopropensoàsdoençascrônico-degenerativa. Com essa expectativa erecomendações da OMS, a população em suadiversificada faixa etária, têm procuradomaneirasde se manter fisicamente ativo7, buscandoalternativas de realizar suas práticas semequipamentos e dentre as diversas modalidadespraticadasnoperíododeisolamentosocial,talequalna reabertura das academias e centros detreinamento, possibilidades foram visadas. OTreinamento Funcional -TF é um método detreinamentoondesuasprincipaiscaracterísticassãoreproduzir as habilidades biomotora fundamentaisdoserhumano,capazdeproduzirmovimentosmaiseficientes, sendo vantajoso no atendimento deindivíduostantomaisquantomenoscondicionados,comusodemateriaiseequipamentosoumesmopormeiodopesocorporal7,comprogramasdinâmicosde treino, focado em fortalecer a região do core etrabalhando as valências físicas8.Esta metodologiavem ganhando espaço diante as atividades físicasque são ministradas em academias, Box detreinamentos,eestúdioscomaulassendorealizadasemgruposvisandoocontextodeserinterativaondeo público visa melhoria em sua saúde efuncionalidade, através de exercícios deestabilização do core (tronco) os exercícios queindependem da utilização de materiais externos,utilizando-se apenas de movimento do cotidianocomo agachar, puxar, empurrar, levantar e girar.Atualmente, existem três linhasmetodológicasquesãoutilizadasdentrodeumTF,quesão:TFparaa

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especificidade esportiva; TF baseado no Pilates,possuindocomofocootreinamentodoCOREe,porúltimo, TF baseado em exercícios integrados paramelhoriadascapacidadesfuncionais9.ParaaadesãoaoTF se faz necessário entender amotivaçãopelateoriadaautodeterminação,ondeseuspressupostosindicam que amotivação não é algo objetivo,mascondicionada e direcionada por fatores internos eexternos, interferindo no comportamento dosindivíduos10.CaberáaoprofessordeEducaçãoFísicaque for prescrever os treinos saber qual das trêslinhas de trabalho são a mais adequada para asnecessidades, funcionalidades e objetivos de seualuno. Compete, ainda, a esses profissionaisaveriguar fatores contribuintes para adesão a talatividadeesuapermanência,poisvaiinfluenciarnatomadadedecisãofrenteaoplanejamentodosseusprogramas. Considerando os aspectos abordadosanteriormente,opresenteestudotemcomoobjetivoverificar quais são os fatores motivacionais demulheresparaapráticadetreinamentofuncionalnoperíodo da reabertura das academias durante aCOVID-19.Métodos:Delineamento:PesquisaoriginaldecampodotipodescritivadotipoSurvey,considerandoqueserárealizadocomaaplicaçãodeumquestionário.Amostra: A pesquisa teve como 13 mulheresparticipantes de treinamento funcional (TF), com32,38±3,89anosdeidade,tendo23,31±19,45mesesde treinamento em um centro de treinamento nobairrodeSantaCruz,nazonaoestedomunicípiodoRiodeJaneiro,duranteapandemiadoCOVID-19noano de 2020.Foram incluídos participantes queestavamhádoismeses,noperíododo retornodasatividades nos pós quarentena da Covid 19.Foramexcluídas, os dados fornecidos incompletos oudentrodoscritériosestabelecidos.Procedimento:Acoleta dos dados ocorreu pela aplicação doquestionário “Inventário de Motivação a PráticaRegular de Atividades Físicas (IMPRAF-54)11. Estequestionário consiste em 54 perguntas separadaspor 9 blocos, entendendo-se que, em 8 blocosocorrerá de fato a pesquisa, distribuídas em seiscomponentes, sendo eles: “controle de estresse”,“saúde”,“sociabilidade”e“prazer”ecinconíveisdesatisfação, que serão examinadas por umaequivalênciaLikert,deformaintrínsecadecadaitemcitado,sendoelas:(1)Istomemotivamuitopouco;(2)Istomemotivaumpouco;(3)Maisoumenos-nãosei-tenhodúvidas;(4)Istomemotivamuito;(5)Istomemotivamuitíssimo.Oblocodenúmero9,sedaráapenasparavalidação, reproduzindoumitemde cada componente citados no questionário11noqual consegue se deduzir o grau de atenção dasentrevistadas no ato de suas respostas. Estatística:Os dados são apresentados pela média, desviopadrão, frequência e valores percentuais dasrespostas.Foiaplicadootestedeconfiabilidadealfade Cronbach. A análise e interpretação dosresultados ocorreu pelos escores brutos, com autilização da folha de análise e interpretação dasrespostasIMPRAF-54,naanáliseeinterpretaçãodos

resultados (escores percentílicos), foramutilizadasas Tabelas Normativas IMPRAF-54, quetransformam os escores brutos em percentis econtextualizarosresultadosdeacordocomogrupocorrespondente,permitindoverificaremumaescalade 0% a 100%, o quanto este indivíduo estámotivadoparadeterminadadimensão.Aavaliaçãoeanálise de dados deste Inventário aconteceram deacordo com as instruções contidas no ManualTécnicodeAplicaçãodeBarbosa(2006).Resultados:Foramobtidososseguintesresultados:dimensão de motivação, com: Ce(Controle deestrese)comescorebrutode26,46epercentilde50,considerado;Sa(Saúde)comescorebrutode33,69epercentil55;So(Sociabilidade)comescorebrutode15,31 e percentil 10); C0 (Competitividade) comescorebrutode11epercentil de45;Es (Estética)com escore bruto de 31,54 e percentil de 55;Pr(Prazer)comescorebruto36,31epercentil70sendooquemaismotiva. Porordemdecrescente:Prazer70,estéticaeSaúde50,Controledeestresse50e,porfim,Competitividade45.OtestedeconfiabilidadedeAlfa de Cronbach12 obteve valor 0,945,determinandoqueasrespostassãoconfiáveis.Discussão: Com base nos resultados obtidos nopresente estudo, foi possível averiguar que asmulheresparticipantesdoestudosemostrammaismotivadas a prática de treinamento funcional nadimensão Prazer, Estética e Saúde, Controle deestresse e Competitividade. Outro estudo,semelhante,realizadoemMatoGrossodoSul13com114participantesdetreinamentofuncional,onde90erammulheres,comoobjetivodeinvestigaroperfildesses praticantes na modalidade TF, foi possívelobservarque,tevecomoprincipaisoPrazereSaúde,que de certa forma, corrobora os resultados dopresente estudo. No entanto, a busca de prazer esaúdepormeiodapráticadeatividadefísicanãoéofator motivacional em todas as pessoas, fato esseobservado em uma pesquisa realizada compraticantes de treinamento funcional em umaacademia na cidade do Paraná14, onde 55% dasparticipantes afirmaram que o objetivo era oemagrecimento enquanto apenas 45% eram pelaqualidadedevida,situaçãoquesediferedopresenteestudo.Interessanteobservar,osíndicesdaamostradeuma tesecoma finalidadedeverificareavaliarfatores e níveismotivacionais associados à práticaregular de atividades físicas de praticantes deginásticaemacademiasdePortoAlegre15,quedifereda vigentepesquisa, considerandoque adimensãoqueosmotivouàprática foi, emvaloresnominais,Saúde, seguida, respectivamente pelo Prazer,Estética,Controle, SociabilidadeeCompetitividade.A dimensão que demonstrou menor índicemotivacional, foi a Sociabilidade, fato este tambémobservadonapesquisarealizadacommulheres,emGoiânia16, com o objetivo de obter respostassignificativas quanto aos aspectos quemotivam aspraticantes de musculação. Foram colhidas 127amostras, das quais 27 sendo o maior númeroobservado foi a dimensão Saúde enquanto 4 foi

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relacionado a interação social. Esses resultadospodem representar que a procura pela prática daatividadepormulheresnãoestáligadaaopropósitodesocializar,fatoquenãoanulaaimportânciadesuarealização como fator interveniente no aspectopsicossocial.Conclusão: O presente atingiu o seu objetivo aoverificar quais são os fatoresmotivacionais para aprática de treinamento funcional no período dareaberturadasacademiasduranteaCOVID-19.Comos resultados obtidos pode-se concluir que asmulheresdaacademiaondefoirealizadaapesquisapossuemcomomaiormotivaçãooprazeremestarpraticandotreinamentofuncionalecomofatorquenão influencia as suas motivações a sociabilidade.Sendoasociabilidade,umaquestãoimportantenasrelações interpessoais e qualidade de vida, emtemposdeisolamentosocial,impostopeloscuidadoscomsaúdenoperíododaCOVID-19,esseresultadoparece coerente. Cabe ressaltar que, é informaçãorelevante para os dirigentes de centro detreinamento,potencializandomedidasdefomentoàsociabilidade.Novosestudosdevemser realizados,com n probabilístico, em vários tipos de locais detreinamento, em diferentes modalidades detreinamento em diferentes bairros com homens,mulheres,estratificadoporidadeetempodepráticadamodalidadedetreinamento.Palavras chaves: Motivação, TreinamentoFuncional,AtividadeFísica.

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§Autor correspondente: Vicente Pinheiro Lima – email: [email protected].

Original

Adolescência e puberdade influenciamos procedimentos pedagógicos dostreinadores de equipes femininas devoleibol?

Guilherme Locks Guimarães 1; Alexandre de Oliveira Palma 2; Giannina Wildhagen Espírito Santo 3; Ludmila Mourão 4 1Universidade do Estado do Rio de Janeiro; 2Universidade Federal do Rio de Janeiro; 3Centro Universitário Augusto Mota; 4Universidade Federal de Juiz de Fora.

Resumo:Objetivo:Esseestudoinvestigoueavalioua influência da puberdade e da adolescência nos

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procedimentos pedagógicos dos treinadores devoleiboldeequipesfemininassub14e16declubespertencentes à Federação de Voleibol do Rio deJaneiro,Brasil.Métodos:Ossujeitosdoestudoforam10deumapopulaçãode13treinadores.Osdiscursosforam coletados por entrevista semiestruturada.Paraanalisarosdiscursosdostreinadoresoptamospelaanálisedoconteúdoeconstruçãodetemáticas.Resultados: Em relação à adolescência, ostreinadores que afirmaram levar em consideraçãoeste fenômeno no treinamento relataram asseguintes subcategorias, sensibilidade, atenção emotivação.Aquelesqueentendemnãoteroprocessodematuraçãobiológicadapuberdade interferênciano treinamento apontam ter dificuldade decomunicação com suas atletas e, alegam que asatividadesdetreinamentosãodebaixaintensidade.Os que assumiram que este processo interferedeclinaram as subcategorias, intensidade dotreinamento, prevenção de lesão, faixa etária eexercícios resistidos. Conclusão: As categoriasrelatadas não são conexas à adolescência ou aoprocesso de maturação biológica. O discurso dostreinadores demonstrou que os procedimentospedagógicos em relação às suas atletas sãoreferenciadosmaispelafaixaetáriadoquepeloseudesenvolvimentobiopsicossocial.Introdução: O treinamento esportivo, ainda queexecutado dentro de preceitos éticos, traz para asaúdedaatletasituaçõesderisco1,2.Omaiornúmerodeatletasdoesporteorganizadoestánafasedevidada adolescência. Durante a adolescência ocorre oprocesso de maturação biológica da puberdade3.Destemodo,entendemosquese justificapesquisarse a adolescência e a puberdade influenciam osprocedimentos pedagógicos de treinadores deequipessub14e16devoleibolfeminino.Aliteraturaespecializada em psicologia do desenvolvimentodestaca a adolescência como um períodosociocultural que se prolonga por vários anos,caracterizadopelatransiçãodainfânciaparaavidaadulta 4-6.Esta transiçãoéconstituídapordiversasformasdediálogocomosoutrose,nainteraçãocomas instituições que dão forma a sociedade, aadolescente assimila valores para viver comomembrodeumacomunidade,porexemplo,família,escola,gruposdepares5,6e,acrescentamosaequipedesportiva2,7-10.Opropósitodapráticaesportivanaadolescência é desenvolver atletas saudáveis,capazes e resilientes. Para tanto, é imperativo aotreinadoraceitarassuasatletascomoadolescentes,comoesporteaplicadoassuasnecessidades11-13.Poroutro lado, as adolescentes estão cada vezmais seespecializandoprecocementeemumesporte9,10-13.Oresultado desta especialização é o aumento deproblemasdesaúdeemtodososníveisdeesportespraticados por adolescentes 10,11,14. A adolescênciacaracteriza-se,também,porprofundasmodificaçõesbiofísicas10,15.Nestafase,concomitanteaoprocessomaturacional biológico da puberdade, ocorre oestirãodocrescimentodoaparelholocomotorativoe passivo 2,10-12, que podem sofrer danos crônicos,

casoaaplicaçãodecargasinerentesaoprocessodetreinamentonãosejaadequada.Aliteraturaregistraa ocorrência de fraturas, rupturas de menisco eligamentos cruzados, lesões epifisárias e poresforços repetitivos em atletas jovens 2,10,11-14,16,17.Assimsendo,depreendemosqueérelevanteparasertreinador de voleibol de adolescentes oconhecimentodoestágiodematuridadebiológicadaatleta.Os indicadoresmaisutilizadosparaeste fimsãoaidadeósseaeodesenvolvimentodoscaracteressexuaissecundários3,18.Destemodo,oobjetivodesteestudofoiinvestigareinterpretarseofenômenodaadolescênciaeoprocessodematuraçãobiológicanoperíodo pubertário influenciam os procedimentospedagógicosdostreinadoresdeequipessub14e16filiadasàFederaçãodeVoleiboldoEstadodoRiodeJaneiro(FVR),Brasil.Método:Osprocedimentoséticosforamobservadospara a realização da pesquisa e, aprovados peloComitêdeÉticaemPesquisadoHUPE/UERJ,soboparecer nº 81928517.1.0000.5259A pesquisa foiconduzidacomoummodelodeestudoexploratórioquesepropõeapreencherlacunasnoconhecimento,como o problema que se aponta19.Os sujeitos denossapesquisaforamdeztreinadoresfiliadosàFVRdeequipessub14e16,emumapopulaçãodetreze.Um é do sexo feminino. Todos os entrevistadospreencheram o Termo de Consentimento Livre eEsclarecido. Para manter o anonimato, ostreinadores foram identificados por números. Aformação para o cargo revela que a maioria égraduadaemEducaçãoFísica(09)eapenasdoistempós-graduaçãoLato Sensu.Umdeles tem formaçãoforadaárea(Administração).Amédiadotempodeformado entre os graduados em Educação Físicaaponta para onze anos. A prática profissional novoleibolédedozeanos,emmédia,revelandoamplaexperiência no meio esportivo. É interessanteressaltar que um deles, já fez parte de comissãotécnica da seleção brasileira. Oito conquistaramtítulosestaduais.Ossujeitosquatro,seis,noveedez,declararamcontar compsicólogoemsua comissãotécnica. Para levantar dados referentes à vivênciadosentrevistadosnoâmbitodovoleibol aplicamosum questionário em dois modelos, um paragraduadosemEducaçãoFísicaeoutroparaaquelesquenãopossuemestahabilitação.Acoletadedadosdosdiscursosdos treinadores foi realizadaatravésdeentrevistasemiestruturada19.Asperguntasparaaentrevistaforamelaboradasapósextensarevisãodeliteratura, quenos fizeramentender a importânciado fenômeno adolescência e do processo dematuraçãobiológicana formaçãodeumaatletadoesporte de rendimento. Para analisar os discursosdostreinadoresoptamospelaanálisedoconteúdo20segundoospressupostosdeumaconcepçãocríticaedinâmica da linguagem, aqui entendida como umaconstrução da sociedade e como expressão daexistência humana, que elabora e desenvolverepresentações no dinamismo que se estabeleceentre linguagem, pensamento e ação. Deste modo,decidimos pela construção de temáticas que,

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consistem emdescobrir os núcleos de sentido quecompõem a comunicação e, cuja presença oufrequênciadeapariçãosignificaumarelaçãocomoobjetivo analítico escolhido. O tema é geralmenteutilizado como unidade de registro para estudarmotivaçõesdeopiniões, de atitudes, devalores, decrenças e de tendências20. As entrevistas foramrealizadas pessoalmente no local de trabalho doentrevistadoemhoradesignadaporeste.Antesdeiniciá-la,foipermitidaaosrespondentesaleituradasperguntas para esclarecimento dos termos nelascontidos.Asentrevistasregistradasemgravadordevoz foram transcritas e apresentadas aosentrevistados. Estas passarampor umprocessodeaproximaçãoinicial,paraumamaiorapropriaçãododiscursodosinformantes,seguidapelaorganizaçãodentrodostemasquesurgiramdareuniãodasfalas.Resultados: Solicitamos aos treinadores quedeclarassem se o fato de suas atletas seremadolescentes condicionaria os seus procedimentospedagógicos no processo de treinamento. Asrespostasmostramquesetetreinadoresafirmaramlevar em consideração na escolha dos seusprocedimentosdetreinamentoofatodesuasatletasseremadolescentes.Comoindicadordestatendênciaapresentamos as seguintes narrativas: [...]"influencia sim. e como... porque, nessa idade, elassãomuito influenciáveispela família,pelosamigos,pelo meio social que elas convivem" (inf. 5). “noaspecto social a gente tá lidando ainda com umacriança que muitas vezes começa a refletirnitidamente o seu cenário de casa, fazendo umainter-relação entre a vidaque ela leva emcasa, nocolégio e no clube. Isso tudo tem e deve serobservado pra que a formação não fiqueprejudicada”(inf.1).Entre os três treinadores queadvogaram a ideia de que a adolescência de suasatletas não interfere nos seus procedimentos detreinamento sóo informante6 foi taxativo em suaafirmação: "não interfere na elaboração de formaalguma...issonãointerfere"(inf.6).Assinalamosquea questão apontava para uma resposta positiva ounegativa,issocolocouosoutrosdoistreinadoresnacategoriadosquenãosesenteminfluenciadospelofatode suasatletas seremadolescentes,masa falaabaixodemonstraqueosseusnãosforamnãosquenãos não são: “eu, pra te dizer a verdade, para otreinamento, não colhomuito esses dados pramedarumsuporteprotrabalhotécnico.Eucolocotodasquesãomaisoumenosdamesmafaixaetáriasendosolicitadasdamesmaforma.Oqueeuachoquesejadiferente é no trato... que umas sãomaismaturas,outras são extremamente imaturas” (inf.4). Paraavançarmos em nossa pesquisa, perguntamos se oprocesso pubertário influencia na escolha dosconteúdos aplicados ao treinamento das equipes.Sete treinadores declararam não levar emconsideração o estágio do processo pubertáriovivenciadoporsuasatletas.Asalegaçõesenunciadaspor eles nos dão explicações que vão desde adificuldade de comunicação, falta de estrutura doambientedetrabalhoàpercepçãodequeascargas

físicas aplicadas no treinamento estão aquém dacapacidadedasatletas,citamoscomoexemplo:"eu,aqui,seiqueeutrabalhoaquémdasnecessidadesdeminhasatletas,porcausadasminhascondiçõesdetrabalhoedeestarnumclubepequeno,quenãoteminfraestrutura,porqueagentenãotemcondiçõesdefazerostestes,detrabalharcomesseladocientíficodapuberdade"(inf.7).Destacamosqueadificuldadede comunicação emergiu do discurso de nossoscolaboradorespelofatodeotreinadorserhomemea atleta mulher e adolescente, como se podeverificar: "por que eu sou um técnico homem e setivesseumamulhernaminhacomissãotécnicaquepudesserealizaresseteste,iacontribuirmuitomaiscom o meu trabalho, com certeza". (inf. 5).Enfatizamos esta resposta em virtude do testealudido ser autoavaliativo18, basta a avaliação daprópriaatleta.Ostrêstreinadoresqueconsideramainterferênciadoprocessopubertárioparaescolhersuas tarefas de treinamento mencionaram osseguintesmotivos:prevençãode lesão, faixaetária,maior/menorintensidadedasaçõesdetreinamento,eempregodeexercíciosresistidos.Vejanas falasaseguir: "na divisão sub 14, nós temos uma faixamaiordeidade...agentetátrabalhandoatécomtrêsanosdediferença...umasub14,hoje,temtrezeanosoutrastemonze...algumasmeninasvãojogaraindamaistrêsanosdesub14,issofazcomqueeutenhaalguns cuidados extras dentro da equipe. Sabemosquealgumasapresentamumestágiodematuraçãopracimaeoutrasparabaixo"(inf.8)."Euconheçoarealidade de muitos clubes no Brasil que até osquinzeanosemhipótesealgumacriamumarelaçãodoatletacomotrabalhodeforçanamusculação.Láno clube onde trabalho a gente procura de acordocom o desenvolvimento físico de cada atleta, jáiniciar com o trabalho de musculação. Isso muitobemexplicaqueosmaisdiversosestágiosdaatletamereçam um tratamento absolutamenteindividualizadopracadacaso"(inf.1).Discussão: Esse estudo investigou baseado nodiscurso de treinadores sobre a influência dapuberdade e da adolescência no treinamento devoleiboldeequipes femininassub14e16anosdeclubes pertencentes à FVR. Em relação àadolescência,aparticipaçãoemequipesesportivaséconsiderada um ambiente positivo para odesenvolvimento psicossocial e, que essaparticipaçãopodeservaliosaparaaprendera lidarcom os agentes estressores do cotidiano1,7,9,10. Abibliografia referenciada neste estudo destaca quealém das atletas, o grupo social que constitui umaequipeesportivasub14e16écompostoporpais,treinadores e dirigentes, todos adultos. Diversosautoresatribuempapéispositivose/ounegativosaestesatoresnodesenvolvimentobiopsicossocialdaatleta adolescente e, conferem, sobretudo, aotreinador os cuidados pedagógicos destaconstrução2,9,10,12,13. Alémdisso, háo entendimentode que o conhecimento da psicologia de atletasjovensdeveseroprimeiropassoparatornar-seumlíder qualificado de esportes infanto-juvenis 2,7.

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Enfatizamos este fato, porque os mesmos autoresdestacam que atletas mencionam o sentimento dedificuldadedelidarcomtreinadoresquenãolevamem consideração a fase de vida que estãovivenciando. Deste modo, destacamos que o inf. 6estáequivocadoaonãoconsideraraadolescênciadesuas atletas na escolha de seus procedimentospedagógicosdetreinamento.Porconseguinte,aosereferirem às interações dos ambientes familiares,escolaresesociaisna formaçãodesuasatletase,àmaturação psíquica delas, constatamos, comalgumasreservas,queostreinadoresconcordamqueos seus comportamentos são influenciados pelofenômeno da adolescência vivenciado por suasatletas. Em relação à puberdade, declaramos queessetemaseapresentoubastantecontroversoparaos treinadores, como se pode verificar nas falasabaixo, o inf. 6 não fez distinção entre a naturezabiofísica do processo pubertário e a sociocultural,característicadaadolescência.Já,oinf.3confundiumaturaçãobiológicacomciclomenstrualeapráticadeatividadesfísicas.“naverdade,essefenômenonãointerferenaescolha,sãotodasdamesmaidade,masumas são mais maduras, têm mais experiência devida” (inf. 6),"Olha... eh... eu não faço umacompanhamentodamaturaçãodasminhasatletas...porquerarassãoasatletasquevêmmequestionarou me solicitar dispensa em função de estaremmenstruadas ou não..." (inf. 3)Assim, sete (7)treinadoresafirmaramnãolevaremconsideraçãooestágio de maturidade biológica da atleta para aaplicação dos conteúdos pedagógicos dotreinamento. Todavia, baseados na literaturasalientamosqueasuaobservânciaérelevanteparaaconstruçãodorendimentosaudáveldaatleta3,11,15.Ressaltamos que as atletas púberes, em geral,também, vivenciam o estirão de crescimento doaparelho esquelético ativo e passivo 2,11,12,15. Esteprocesso reclama cuidados à preparaçãomusculoesquelética, o que não significa, somente,exercícios resistidos. Durante o estirão docrescimentoaliteraturaaquireferenciadaindicasernecessário, investir na execução correta dashabilidadesmotorasquecompõemoesporte 2,11,17.Enfatizamos este cuidado porque faz parte dospreceitosparaaprevençãodelesõesumdosmotivoschamadosemcausanodiscursodostreinadores.Ostrês (3) treinadores, que afirmaram considerar oestágio de maturidade de suas atletas para aaplicação das tarefas motoras de treinamento,demonstraram que o fazem sem base científica,empregando, sobretudo, como princípio a idadecronológica e/ou a faixa etária. Em geral, ostreinadoresasutilizamcomoumespaçodetemponoqual as atletas estariam biofisicamente habilitadasparadeterminadasações.Destacamosbaseadosempesquisas relativas ao esporte que a idadecronológica e/ou a faixa etária não são princípiosconfiáveis,jáquenogrupodeidadesquecompõeasequipes estudadas encontram-se atletas comdiversos estágios de maturação biológica 10,12,17.Salientamos que essa diferença foi relatada como

motivo para a exclusão da prática do esporte poratletas que têm maturação tardia 11,14,18. Estaexclusão se dá tanto por decisão da atleta queentende não ter a competência esportiva dos seusparesbiologicamentemaismadurosbemcomopordecisãodotreinador,quepordesconheceroestágiodematuridadedasuaatletaaavaliaporsua idadecronológica. Advertimos que na questão dapuberdade, os resultados apontaram para adificuldade de comunicação dos treinadores comsuasatletas,porseremdosexomasculino.Algumasfalasindicaramanecessidadedequeostafftécnicofossecomposto,também,pormulheresparafacilitarestacomunicação.Assumimosqueofatodetodososnossos colaboradores pertencerem a FVR poderepresentaralimitaçãodenossapesquisa.Jáqueoregulamento dos campeonatos e as regrasempregadasnesteambientepodemterinfluenciadoasrespostas.Conclusão: Diante das evidências colhidas nosdiscursosdostreinadores,constatamosqueexistemlacunasnoconhecimentoarespeitodaadolescênciae do processo de maturação biológica humana dapuberdadeesuasconsequênciasparaotreinamentoesportivo. Sugerimos que as instituiçõesresponsáveisporestaformaçãoprofissional,cursossuperiores em Educação Física e a ConfederaçãoBrasileiradeVoleibol (CBV),enfatizemadiscussãodesses conhecimentos em seus conteúdospedagógicos. Esperamos que a discussão dasquestões aqui levantadas possa oferecer subsídiospara repensarmos o treinamento de voleibol paraatletassub14e16femininas,demodoaminorarosimpactos adversos que ele pode trazer para o seudesenvolvimentobiopsicossocial.

Palavras-chave: adolescência e puberdade, procedimentos pedagógicos, equipes de voleibol.

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§Autor correspondente: Guilherme Locks Guimarães – e-mail: [email protected]

Original

Análise dos níveis de ansiedade,depressão e qualidade de vida empraticantes de futsal do sexo femininoemtemposdepandemia

Cinthia Caputo Fernandes4; Andressa Oliveira Barros dos Santos 1,2; Juliana Brandão Pinto de Castro 1,2; Dirceu Ribeiro Nogueira Gama 1,3,4; Rodrigo Gomes de Souza Vale 1,2,4. 1Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte (PPGCEE), Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 2Laboratório do Exercício e do Esporte (LABEES), Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 3Laboratório de Temas Filosóficos em conhecimento aplicado a Educação Física e Desportos (LAFIL); 4Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), RJ, Brasil.

Resumo: O objetivo do estudo foi analisar asassociações entre qualidade de vida, os níveis deansiedade e depressão durante a pandemia ematletasamadorasde futsal feminino.Paracoletadedados foi utilizado o google forms e a amostra foicompostapor52atletasamadorasdefutsalfemininoresidentes do Rio de Janeiro. Foi aplicado oquestionário WHOQOL-Breve para avaliação daqualidadedevidaeescalaHADparaanalisaronívelde ansiedade e depressão. Nos resultados osparticipantes que apresentaram maior nível deansiedade mostraram maior nível de depressão.Quandomaior o tempode futsalmenor o nível deansiedadeeescalageral.Alémdisso,asatletascompercepção de maior nível de qualidade de vidativeram menor nível de ansiedade e depressão.Sendoassim,foipossívelconcluiraimportânciadosquadrospsicológicosna vidadas atletas, emque aansiedadeedepressãopodemestarreduzidascomapráticadofutsal.Comisso,poderefletiremmelhoresníveisdepercepçãosobreaqualidadedevidaesuarelaçãocomosvaloresdeansiedadeedepressãonavidadasatletasdefutsalfeminino.Sendonecessáriomaisestudossobreotema.Introdução:Ofutsalexigecapacidadesfísicascomoaresistência,força,velocidade,resistênciamuscularlocalizada,agilidadeeflexibilidade,fazendocomqueo jogador tenha adaptações neuromusculares emetabólicas1. Nesse sentido, no futsal ocorreesforços intermitentes de curta duração e de altaintensidade apoiados em grande quantidade deaçõesrealizadascomesembola2.Existeevidênciasque exercício físico agudo e crônico ao longo dosanos apresentam benefícios sobre a parte física ecognitiva,quepodemaumentaraqualidadedevidado praticante3,4. O controle das característicasantropométricas das atletas de futsal é realizadoparaelaborarumtreinamentofísicoetécnicomaiseficiente, garantindo um melhor desempenho5.Entretanto,apráticadeformaexcessivadoexercíciofísico está ligada a aspectos prejudiciais à saúde

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físicaementaldoindivíduoeaprivaçãodoexercíciocausa alterações de humor como fadiga,irritabilidade, depressão, ansiedade e sintomas deabstinência6.Sendoassim,emdezembrode2019aChina comunicou a Organizaçãomundial de saúde(OMS) sobre o surto de umadoença parecida comumapneumonia,transmitidapelonovocoronavírusechamadadeCOVID-19.JánoBrasiladoençachegoudia26defevereirode2020noestadodeSãoPaulo8.Comisso,diversasmedidasdecontroleeprevençãodadoençaforamtomadascomooisolamentosociale os treinamentos e competições da modalidadeforam suspensos9. A prática esportiva influênciadiretamente a qualidade de vida, com benefíciosbiológicos10. Já nos aspectos psicológicos e sociais:ocorre melhora na autoestima, autoconceito, naimagem corporal, nas funções cognitivas e desocialização,nadiminuiçãodoestresse,ansiedadeena diminuição do consumo de medicamentos11. Acrisecausadapelonovocoronavírus,afetouasaúdefísica das pessoas, mas também contribuiu para osurgimento de uma grande crise de saúdemental.Sendo assim, a saúde mental e o bem-estar desociedadesinteirasforamseveramenteafetadosporesta crise e são prioridades a serem tratadas comurgência12.Sendoassim,sefaznecessárioidentificaro estado de humor dessas atletas de futsal comalgumascompetiçõessuspensaseasalteraçõesqueo coronavírus pode causar na saúde mental. Foirealizado o estudo para contribuir com maioresinformaçõessobreofutsalquecadavezestásendomaispraticado.Esseestudopretendeverificarseaqualidade de vida está relacionada com ostranstornosdehumor,comodepressãoeansiedade,em meio a pandemia, que pode afetar ocomportamento de atletas amadoras de futsalfeminino.oobjetivodopresenteestudofoianalisarasassociaçõesentrequalidadedevida,osníveisdeansiedade e depressão durante a pandemia ematletasamadorasdefutsalfeminino.Métodos: Trata-se de uma pesquisa descritiva,exploratória e com características associativas13. Oestudo envolveu uma amostra de 52 atletasamadorasadultasdeFutsalresidentesnomunicípiodoRiodeJaneiro.Assim,oscritériosdeinclusãodoestudo foram atletas armadoras da categoria defutsalfemininoadultocomidadeentre18e35anos,com experiência de pelo menos 1 ano emparticipação de campeonatos locais/regionais defutsal. Foram excluídas do estudo as participantesque não responderam completamente osquestionários.Oestudoseguiuasrecomendaçõesdaresolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúdesobre pesquisas com seres humanos. Comoinstrumento para a coleta de dados foi utilizado atecnologia de formulário eletrônico onlineviabilizada por meio do aplicativo Google Forms,sendo um formulário individual com perguntasrelacionadas ao objetivo da pesquisa e de fácil erápido acesso aos participantes do estudo. Umaanamnesefoiutilizadaparaobterascaracterísticascomoidade,estatura,massacorporal(MC),Índicede

MassaCorporal (IMC)e tempodepráticade futsaldosparticipantesdoestudo.Nopresenteestudofoiutilizado o WHOQOL-Breve para a avaliar aQualidadedeVida,sendocompostopor26questões(sendoaperguntanúmero1e2sobreaqualidadedevidageral).Jáasoutras24compõem4domíniosquesão: físico, psicológico, relações sociais e meioambiente.AsrespostasseguemumaescaladeLikertde1a5.Osescoresderespostapodemvariarde4a20 pontos. Quanto maior a pontuação melhor é apercepção sobre o nível de satisfação com aqualidade de vida dos participantes14. Para aavaliação do nível de ansiedade e depressão foiutilizada a escala HAD. Ela é composta por 14questões de múltipla escolha, dividida em duassubescalas, sendo que sete questões avaliam ossintomasdadepressãoeseteavaliamossintomasdaansiedade,compontuaçãoglobalquevaide0a21.Quantomenorforapontuação,melhoréarespostasobre o nível de ansiedade e depressão e a escalageral dos participantes15. Os dados foram tratadospeloprogramaIBMSPSSStatistics23forWindowseapresentadoscomomédia,desviopadrãoevaloresmínimos e máximos. O teste de correlação dePearson foi aplicado para analisar as possíveisassociaçõesentreasvariáveisdeestudo.Oníveldep<0,05foiconsideradoparaasignificânciaestatística.Resultados:Osresultadoscomrelaçãoaansiedadee depressão mostraram que as atletas obtiveramvalores menores de depressão comparados aansiedade,queteveumamédiamaior.Comrelaçãoaosdomíniosdequalidadedevidaamaiormédiafoidasrelaçõessociais,mostrandoqueasjogadorasdefutsal têm uma maior percepção sobre o nível desatisfação relacionado ao social comparado com ofísico, psicológico e meio ambiente. Além disso,tiveram uma média maior sobre a percepção daqualidade de vida geral. Houve também umacorrelaçãopositivaentreansiedadeedepressãoeaescalageral(p<0,05),vistoqueosparticipantesqueapresentarammaioresníveisdeansiedademostrammaioresníveisdedepressão.Otempodepráticadefutsal,ansiedadeeaescalageraltiveramcorrelaçõesnegativas(p<0,05),poisquantomaiorfoiotempodefutsal das atletas, menor foi o nível dessestranstornos. As correlações encontradas entre osdomínios 1, 2, 3 e 4, qualidade de vida geral e osníveisdeansiedadeedepressãoeescalageralforamnegativas (p<0,05), pois as participantes compercepção de maior nível de qualidade de vidativerammenorníveldeansiedadeedepressão.Discussão:Otrabalhotevecomoobjetivoanalisarasassociações entre qualidade de vida, níveis deansiedade e depressão durante a pandemia ematletas amadoras de futsal feminino. Os resultadosmostraramquequantomaioraansiedadedasatletasmaior é a depressão. Além disso, quanto maior otempo de prática de futsal menor é o nível deansiedadeeescalageralequantomaiorapercepçãodasatletascomaqualidadedevidamenoréonívelde ansiedade e depressão. A prática do exercíciofísico agudo e crônico produz benefícios na parte

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física e cognitiva, ocasionando a melhora daqualidade de vida do praticante4. Além disso, aatividade física gera também a autoconfiança,melhora na autoestima, e redução dos níveis deansiedade e depressão16. No meio esportivo éinteressante que os atletas apresentem resultadossatisfatórios, para as demandas nos aspectostécnicos, táticos, físicos e psicológicos fazendo umplanejamento de treinamento17. Sendo assim, anecessidadedeasatletasdefutsalfemininoobteremum bom equilíbrio emocional mesmo com apandemia,jáquequantomaiorotempodepráticaémenoroníveldeansiedadeeescalageral.Noaspectofísico a importância de fazer medidas precisas daavaliaçãodacomposiçãocorporaldosjovensatletas.Umavezque,opercentualdegorduracorporaleamassa livre de gordura estão associadas aodesempenho no futebol juvenil dos jogadores. Oexcessodeadiposidadepodeimpedirodesempenhomuscular e causar movimentos lentos em jovensatletas,devidoaoaumentodopercentualdegorduraque apresenta a adição de tecido nãometabolicamente ativo que fornece uma inércia enão contribui para a capacidade fisiológica deproduzir força18. No estudo de MCSWINEY et al,(2018)19, foi realizado uma intervenção de 12semanas com dieta cetogênica com baixo teor decarboidratosealtoteordegorduraeajudaramantero peso no estudo Pode observar um aumento nacapacidade de exercício aeróbio e anaeróbio, bemcomo a composição corporal, em atletas deresistênciacertamenteimplicaquehápotencialparaousodadietavisandoaumentarodesempenhoeometabolismo.Aporcentagemdegorduracorporalnoestudo FLEGAL et al. (2009)20 tendeu a sersignificativamente maior correlacionado com acircunferência de cintura do que com o IMC emhomens, mas nas mulheres foi significativamentemais correlacionado com o IMC. O IMC,circunferênciadecinturaerelaçãocintura-estaturasãovariáveiscommedidaimprecisadaporcentagemde gordura corporal de um indivíduo, mas elescorrespondem razoavelmente bem no geral comporcentagemdegorduracorporaldentrodegruposdemesmosexoeidade,ondedistinguicategoriasdeporcentagem de gordura corporal. No aspectopsicológicocomoaumentodoestadodeansiedadecognitivo ocorre uma queda no desempenho, deacordocomateoriadaansiedademultidimensional.Sendoassim,ocorreumUinvertidocomoestadodeansiedadesomáticoqueosaumentosdaansiedadefacilitamodesempenhoatéumnívelideal,apósestenível o desempenho começa a entrar em queda21.Com isso, a importância das atletas de futsal demanteremumbomníveldeansiedade.Aansiedadeedepressãosãodoençasqueafetamdiversasáreasdavidadoindivíduo,nãohavendorestriçãodeidadepara obtenção dela. Estes transtornos têm afetadomuitaspessoasemostram-secadavezmaispresentenavidadapopulação,ocasionandopreocupações22.Sendoassim,osresultadosdoestudomostraramqueasatletascommaiortempodefutsaltiverammenos

chancedeobterestestranstornos,sendoimportanteapráticadamodalidadeparaavidadelas.Quandooindivíduo é fisicamente ativo e está envolvido emesportes, ele tem um menor aparecimento desintomasdepressivos23.Alémdisso,dependendodaintervençãorealizadanoatletadeeliteelapodeserpositivanoaumentodoseuestadodesaúdemental,ocasionando uma melhora na diminuição daprevalência de depressão e ansiedade24. Quando oatleta apresenta ansiedade em excesso podeocasionaremdéficitnodesempenho.Comisso,geraum maior dispêndio de energia devido a maiortensão muscular, dificuldades na coordenação,mudanças na concentração e atenção, levando oatletaanãoconseguirobservar todoocontextodajogada25.Nopresenteestudofoiencontradoqueosparticipantescommaiorpercepçãodequalidadedevida tiveram menores níveis de transtornos comoansiedade e depressão, ocorrendo uma correlaçãonegativa. Além disso, um fator que foi relatado noestudodeCruz(1996)26,queinfluêncianaqualidadedevidaemumambientedetreinoecompetiçãoéoestresse.Ocorreumagrandeincidênciadeestresseeansiedade em áreas desportivas, presente nocotidianodosatletas,independentementedaidadeenívelcompetitivo,ondepodeafetarorendimentoetêm uma relação direta em como eles avaliam aqualidade de vida26,27. Modolo et al. (2009)28encontraramqueatletasamadoresouprofissionaisdeesportescoletivos,comoofutsal,comparadosaosatletasdeesportes individuais,apresentammelhorperfildehumoreindicadoresdequalidadedevida.Sendo assim, vemos a importância da prática dofutsalfemininonavidadasatletasquequantomaiorsuapercepçãonaqualidadedevida,menoroníveldeansiedadeedepressão.Oestudoapresentoumaiorpercepçãosobreoníveldesatisfaçãorelacionadoaodomínio social daqualidadede vidadas atletasdefutsal feminino, comparando com os domíniosfísicos, psicológico e meio ambiente, que teve amenor pontuação. No estudo de ALVES,KVIATKOVSKI e BLAZELIS (2018)29tivemosresultadossemelhantes,ondeas40atletasdefutsalqueatuaramnocampeonatoparanaensenoanode2016, também apresentaram maior satisfaçãorelacionadaaodomíniosocialemenornodomíniomeioambiente. Sendoassim,devemosdaratençãoaosaspectosrelacionadosaomeioambientequesão:segurança física e proteção; ambiente do lar;recursos financeiros, cuidados de saúde e sociais;oportunidades de adquirir novas informações ehabilidades; participação em oportunidades derecreação/ lazer; ambiente físico(poluição/ruído/trânsito/clima)etransporte. Opresente trabalho apresentou algumas limitações.Devido a pandemia, ocorreram severas mudançasnas atividades habituais das pessoas, comodiminuiçãodonúmerodecompetiçõesetreinosdasatletas de futsal. Isso dificultou a realização dopresente estudo com desenhos experimentais eacompanhamentoslongitudinaisemtemporadasdereinoecompetição.

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Conclusão: Menores níveis de ansiedade edepressãoestãoassociadosaumamelhorpercepçãodosníveisdequalidadedevidanasatletasamadorasde futsal feminino.Alémdisso,deveser levadoemcontaotempodepráticadefutsaleadiminuiçãodostranstornosdehumorquepodemcausarmalefíciospara as atletas. Com o estudo pode-se notar aimportância dos quadros psicológicos na vida dasatletas,emqueaansiedadeedepressãopodemestarreduzidascomapráticadofutsal.Issopoderefletiremmelhoresníveisdepercepçãosobreaqualidadedevidaesuarelaçãocomosvaloresdeansiedadeedepressãonavidadasatletasdefutsalfeminino.Sãonecessáriosmaisestudossobreotemaparaanalisarmelhorosefeitosdapráticadefutsalrelacionadaaansiedadeedepressão,alémdissoanalisarmelhoraqualidade de vida das atletas que mantém umarotinapesadadetreinosecompetições.

Palavras-chave: imagem corporal, deficiência visual, insatisfação corporal.

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§Autor correspondente: Andressa Oliveira Barros dos Santos – email: [email protected]

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Avaliação da função e sintomas dotornozeloepédebailarinasclássicas

Julielen Nunes Leonardo Da Silva¹; Juliane Nunes Leonardo Da Silva¹, ²; Vicente Pinheiro Lima1,2,3,4,5 1Curso de Bacharelado em Educação Física, Universidade Castelo Branco; 2Grupo de Pesquisa em Biodinâmica do Desempenho, Exercício e Saúde (BIODESA); 3Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 4Laboratório do Exercício e do Esporte (LABEES), Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 5Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte (PPGCEE), Universidade do Estado.

Resumo: Objetivo: O presente estudo avaliou dafunção e sintomas do tornozelo e pé de bailarinasclássicas. Métodos: A pesquisa teve comoparticipantespraticantesdeBalletClássicodosexofeminino em estúdios de dança do bairro deRealengo,situadonaZonaOestemunicípiodoRiodeJaneiro,com22,95±3,41anosdeidade.AcoletadosdadossedeupelaaplicaçãodoquestionárioFAOS-Foot andAnkleOutcomeScore (FAOS)para línguaportuguesa, tendo como participantes o nº de 50bailarinas clássicas, sendo 10 não inclusas pelocritério de exclusão, válidas para o resultado dacoleta o nº total de 40 bailarinas clássicas.Resultados: Os escores foram apresentados pelodomíniodepercepçãodefunçõesesintomas,sendo

obtidososseguintesescoresdogrupoestudado:Dor:10,28; Outros sintomas: 4,72; Atividade de vidadiária: 24,18; Esportes e recreações: 5,82 eQualidadedevidaemrelaçãoaopéetornozelo:4,17.Conclusão: Não foram observadas diferenças nosparâmetros do FAOS para a amostra estudada,considerando assim que os participantes dapesquisa,residentesnazonaoestedoRiodeJaneiro,encontram-se saudáveis de acordo com os bonsresultados da pesquisa em relação afuncionabilidadedopéetornozelo.Introdução: No Ballet Clássico há um padrão deposicionamento dos pés, onde, por exemplo naprimeira posição em ponta, é necessário que abailarinamantenha o corpo ereto apoiado sobre obordoanteriordospés,noqualháareduçãonabasede sustentação, o que auxilia no acometimento dalesão. Há diversas posições de ponta que sãorealizadaspelabailarinaclássicanapráticadadança,estas trazemareduçãodabasedesuasustentaçãoprovocando a ocorrência de lesões, causadasespecificamente pelo esforço muscular eneurofisiológico sofrido pela bailarina1, porsobrecarregar os pés e ser constantementerealizada2. O Ballet é uma dança onde sua técnicaexige treino constante e excelênciapara realizaçãodosmovimentos podendo acarretar em problemasmusculoesqueléticosefuncionaisnocorpohumano3.Comoqualqueroutraatividadequandorealizadadeforma excessiva causa estresse físico no sistemalocomotor, levando a lesões por consequência dasobrecarga que os músculos, tendões, ossos earticulaçõessofrem4; sendooantepéaregiãomaissobrecarregada5. A prática constante do balletclássico incide em lesões, podendo a cada dezbailarinos sete se lesionarem6, estas ocorrem emapenas 1 ano de prática, sendo a prevalência daslesõesnosmembrosinferiores7.Écomprovadoqueas lesões mais comuns em bailarinos clássicosocorremno pé e no tornozelo8, em suamaioria aspesquisas fundamentam esta ocorrência de lesõescomo prevalentes em relação as demais9. Asprincipais lesões verificadas no pé e tornozelo depraticantes de ballet clássico são: bolhas nos pés,entorses de tornozelo, calos nos pés, tendinites,hálux valgos, sesamoidites, fratura no tornozelo eluxaçãonospés (sendoestas citadasemordemdeprevalência da ocorrência)10. Diversos fatorescontribuemparaaincidênciadelesões,podendoserfatoresintrínsecoscomoaidadeeoíndicedemassacorporal,oufatoresextrínsecoscomoopisodolocaldadançaeotempodeprática11,sendootempodeprática semanal um dos principais fatoresinfluenciáveisparaaocorrênciade lesõesnoballetclássico12. Com base nas referências citadas acimadestaca-se o problema principal deste assunto: alesão em bailarinas clássicas e a prevalência destaocorrênciasernopéetornozelo,cientedequeestasituaçãotrazmalefíciosàsaúdeecomafinalidadedepreservá-la, foi realizado esta pesquisa paraconfirmar este acometimento e servir para quepesquisasfuturasapliquemmétodosparaprevenção

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deste tipo de lesão comum no Ballet Clássico. Deacordocomasconsideraçõesfeitasanteriormente,opresenteestudovisarealizaravaliaçãoda funçãoesintomasdotornozeloepédebailarinasclássicas.Métodos: Amostra: A pesquisa teve comoparticipantesbailarinasclássicasdosexo feminino,praticantesdeBalletClássicoemestúdiosdedança,do bairro de Realengo situado na Zona OestemunicípiodoRiodeJaneiro,com22,95±3,41anosdeidade.Foramincluídassomentebailarinasclássicasqueestiverempraticandoapelomenos4anos,comfrequência semanal mínima de 2 sessões. Foramexcluídos aqueles que tenham distúrbio no pé etornozeloocorridosforadapráticadoballetclássico.ProcedimentoComosetratadepesquisascomsereshumanosamesmafoirealizadacomoodeterminadopelaResolução466de2012doconselhoNacionaldeSaúde, onde foi solicitada a realização dos estudosaos responsáveis pelos estúdios de dança, todosentãoassinandootermodeConsentimentoLivreeEsclarecido(TCLE)14,permanecerãoemanonimato.A coleta dos dados se deu pela aplicação doquestionário traduzido e validado FAOS- Foot andAnkle Outcome Score Score (FAOS) para línguaportuguesa,que consisteem42 itensdivididosemcinco subescalas: “dor”, “outros sintomas”,“atividades de vida diária”, “esportes e recreaçõesfuncionais” e “qualidade de vida em relação aotornozeloepé”15.Esteinstrumentofoiutilizadoparaavaliaraopiniãodebailarinasclássicasemrelaçãoaproblemas relacionados ao tornozelo e pé quedesenvolveramemsuatrajetórianadança,afimde,verificar a ocorrência de lesões prática do BalletClássico.Oquestionáriopossuiescaladeaté4pontos(de zeroaquatro) e apontuaçãode cadaumadascincosubescalasfoicalculadacomoasomadositensincluídos.Escoresbrutosforamtransformadosde0a100(zeroacem),comopioremelhorpontuação,respectivamente. Esse instrumento apresenta boaconfiabilidadeeconsistênciainterna,eseutempodeaplicação é estimado entre 7 e 10minutos (sete edez)16.Apósaaplicaçãodosquestionários,osvaloresobtidossederampormeiodoquestionárioFAOSemrelaçãoaosescoresencontradosnas5subescalas.Oresultado foi verificado através da seguintedistribuição: indivíduos com pior função dotornozelorelacionadaasuapercepçãodiária(scorede 80 a 100 pontos), e com melhor função dotornozelorelacionadaasuapercepçãodiária(scorede zero a 79). Essa distribuição foi proposta porconsiderarqueindivíduoscomscoresabaixode80pontosapresentampoucaounenhumainsuficiência;entretanto, não foram encontrados na literaturaparâmetros para a mesma. Já na discussão, suacomparação foi realizada através dos dadosencontradosnossintomas“dor”e“outrossintomas”.Estatística Os resultados foram apresentados pelasoma dos itens incluídos. Escores brutos foramtransformadosde0a100(zeroacem),comopioremelhorpontuação,respectivamente.Resultados:Osresultadosdapontuaçãodosescoresencontrados nas subescalas: “dor”, “outros

sintomas”, “atividade de vida diária”, “esportes erecreações”,equalidadedevidaemrelaçãoaopéetornozelo”, com os valores obtidos por meio doquestionárioFAOS-FootandAnkleOutcomeScore(FAOS) para língua portuguesa. Os escores pordomíniosdepercepçãodefunçõesesintomas,estesexpostosporpontuações,podendosermínimade0(zero)emáximade100(cem),assim,foramobtidososseguintesescoresdogrupoestudado:Dor:10,28;Outros sintomas: 4,72; Atividade de vida diária:24,18; Esportes e recreações: 5,82 e Qualidade devidaemrelaçãoaopée tornozelo:4,17.Deacordocomessaspontuações,pode-seentãoconsiderarqueosparticipantesnãopossuemescoresaltosdeperdadefunçãoesintomasdopéetornozelo.Discussão:Comovisto,asbailarinasestudadasnãoapresentaram disfunção no pé e tornozelo, o quecontradizalgunsestudoscomooqueconstatouumtotal de 80 lesões em 47 bailarinas, onde 13,7%foramreferentesaentorsedetornozelo,sendoo2ºtipo de lesão mais frequente sinalizado no balletclássico nesta pesquisa17. Um estudo realizado nacidade de São Paulo com 15 bailarinas clássicasrelatouqueem1anonoballetclássico73,33%dasparticipantes tiveram algum tipo de lesão,confirmando o alto índice de lesão dentro destamodalidade, constatando em 50% o índice deentorsedetornozelo,equearegiãodopééaáreademaior queixa dolorosa entre as bailarinas em73,30%18; diferente das bailarinas do presenteestudoquesedeuem10,28oescorede100pontosrelacionadoaossintomasde“dor”(Tabela1).Assimcomo, em outro estudo onde um grupo de 75bailarinas clássicas, em 1 ano de prática,apresentaram 41,33% de registro de lesão, sendo35,48% ligamentares ou tendíneas19, um resultadoconsideravelmentealtodeocorrência,oque levaatersintomasedisfunçãonaáreaafetada.Jáemumapesquisa feitaemMinasGeraiscom21praticantesrelatou que 84,20% tiveram uma ou mais lesõesdurante umamédia de 18 anos no ballet clássico,onde 63,45% das lesões se deu nos membrosinferiores, dos entrevistados68,75%ainda sentemalgumtipodedorcrônica20.NoRioGrandedoSul,foirealizado uma pesquisa que registrou 74% deincidênciadelesãonoballetclássico,tambémsendoem sua maioria nos membros inferiores, 8incidências no pé e 4 no tornozelo, onde 78%dosbailarinos informaram que não se curaram e/ouaindasentemsintomasda lesão21; resultadosestesdiversoaodesteestudoqueoescoreencontradofoide 4,72 em “outros sintomas” (Tabela 1). Umarevisão bibliográfica analisou 12 artigos com umtotalde1.149bailarinosparticipantes, tendocomoresultadoaconcordânciaem9estudosdequeopéeotornozelosãoossegmentoscommaisincidênciasde lesõesequeoballetclássicoéamodalidadededançaqueapresentaamaiorprevalênciadelesões22,revisãoestá realizada combailarinosprofissionais,jánesteestudoasbailarinaseramamadoras,oqueinfluenciou nos resultados devido ao tempo deprática.Deacordocomoautordeoutroestudo foi

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analisado15artigosondehouveumconsensodequenoballetclássicoaregiãodospéséamaisregistradacomdorentreosbailarinos23,jánopresenteestudoo resultado foi insignificante. Outros autores,também verificaramque no ballet clássico há umaalta prevalência de lesões nos tornozelos e pés,focandoquequandoemmulheresaocorrênciaemsuamaioriaénaregiãodospésdevidoaexigênciacorporal tendo a necessidade de permanecer naponta dos pés enquanto dança e do equilíbrioconstante24; sendo que o grupo estudado desteestudo foidomesmosexodoestudoemquestãooque influenciariapara resultadosparecidos,porémosresultadosforamdivergentes.Assimcomooutrarevisão feitacom10estudosquerealizaramcoletade dados, 9 destes foram apenas com mulheres,assim como a coleta realizada neste artigo, e emtodos os estudos os membros mais acometidosforam os inferiores; justificado devido aosmovimentosrealizadosnapráticadoballetclássico,e um deles é a realização de “en dehors” onde sãorealizados movimentos com as pernas em rotaçãoexternaecomgrandesamplitudes,oquefazcomqueaaltademandadessaaçãoinfluencienaocorrênciade lesões25. Já em outro estudo, foi realizado umapesquisacom124praticantesdeballetclássicoondeverificouque64%tiveramretornodesintomasapósa ocorrência de lesões26. As horas de prática dasbailarinasclássicaspodesedaremmédiade17a29horasporsemanaemensaiosede8a20horasporsemanaemaulastécnicas,podendoseresteumdosprincipais fatores de risco de lesão na dança;verificou-se em 50% a ocorrência de fratura porestresse em bailarinas clássicas profissionais quetreinavammaisde5horaspordia27;jánesteestudonão foi verificado este fator, que poderia elucidar.Todavia, a hipótese, por serem amadoras é quetenham um volume menor de prática emcomparaçãocomasprofissionais.Conclusão: A presente pesquisa alcançou os seusobjetivosqueeramavaliarafunçãodopéetornozeloe os seus sintomas em bailarinas clássicas,recorrente ao uso constante da prática do balletclássico.Comosresultadosépossívelconcluirqueaamostraestudadanãopossuidisfunçãoousintomasnotornozeloepé.Essaquestãopode,quemsabe,serexplicada pelo nível de técnica das bailarinasclássicas estudadas que são de grupos de dançaamadores, e pelo tempo de prática e frequênciasemanal delas, fatores os quais interferem nosresultados.Para aprofundar os conhecimentos sobre o tema,novos estudos devem ser realizados,correlacionandoossintomasdopéetornozelocomaidade,tempodepráticaeemprofissionaisdeballetclássico. Podendo ser levado em consideração oplanejamentoporumprofissionaldeeducaçãofísicadeumaperiodizaçãodetreinamentoparabailarinasclássicas com o objetivo de prevenir lesões epreservarasaúdedaspraticantesdeBallet.

Palavras-chave: lesão, ballet clássico, pé etornozelo.

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§Autor correspondente: Vicente Pinheiro Lima – e-mail: [email protected]

Original

Avaliação da função e sintomas dotornozelo e pé em atletas de ginásticaartísticafeminina

IngridBragaLemos1;VicentePinheiroLima1,2,3,4,51Curso de Bacharelado em Educação Física,UniversidadeCasteloBranco.2Grupo de Pesquisa em Biodinâmica doDesempenho,ExercícioeSaúde(BIODESA)3UniversidadedoEstadodoRiodeJaneiro,RJ,Brasil.4Laboratório do Exercício e do Esporte (LABEES),UniversidadedoEstadodoRiodeJaneiro,RJ,Brasil.5Programa de Pós-Graduação em Ciências doExercício e do Esporte (PPGCEE), Universidade doEstado

Resumo:Objetivo:Avaliara funçãoesintomasdotornozelo e pé em atletas de ginástica artísticafeminina. Métodos: A pesquisa teve comoparticipantesdeGinasticaArtísticasexofemininoemClubes,situadosnoEstadodoRiodeJaneiro,CuritibaeSãoPaulocom19,57±2,9anosdeidade.Acoletafoirealizada com a aplicação online do questionárioFAOS- Foot and Ankle Outcome Score (FAOS)traduzidoevalidadopara línguaportuguesa, tendocomoparticipantesonºde14Ginastas.Resultados:As porcentagens apresentadas pelo domínio depercepçãodagravidadedossintomas,sendoobtidosos seguintes percentis do grupo estudado: Dor:21,45; Outros sintomas: 14,26; Atividade de vidadiária: 47,10; Esportes e recreações: 9,01 eQualidadedevidaemrelaçãoaopéetornozelo:7,19.Conclusão:Foramobservadasporcentagensaltadeacordo com os parâmetros do FAOS das amostras,considerando assim que os participantes dapesquisa, encontram-se sintomas de disfunção notornozeloe/oupémesmoaindacontinuandocomostreinosintensivosIntrodução: O atleta, principalmente de altorendimento, tem a capacidade de suportar doresparabuscarsuamelhorperformance,quenamaioriadas vezes é capaz de ultrapassar seus limites,colocandoassimemriscosuasaúdeemtrocadeseumelhordesempenho1.AsatletasdaGinásticaartísticafeminina (GAF) apresentam muitas falhas naaterrissagem, principalmente no aparelho solo,mostrando que possuem em geral, um graveproblema nesse domínio que é fundamental paraatletasdeesportesdealtoimpactocomoaGinásticaArtística2, outro aparelho que causa muitas lesõesporerrosemsuaaterrissagemnaGAFéoSalto3.Cadamodalidadeesportivapossuiumimpactodiferente,

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se diverge pelo número de repetições dosmovimentos, a superfície em que se pratica amodalidadeeotipodetécnicautilizada,sãoíndicesque afetam diretamente a existência de possíveislesões4.Aslesõesdentrodaginásticaartísticamuitadasvezesconsistenaausênciadocontroledasforçasdeaterrissagem,cargahoráriasemanalde treinoeexperiênciaqueaumentama forçade impacto5.Asdorescentralizam-senasarticulaçõesquerecebemmaior quantidade de carga durante a prática doesporte, como os joelhos, tornozelos/pés e ospunhos6.AGinásticaArtísticaFeminina(GAF)temacaracterísticadeserumesportedealtoimpactoporsuas aterrissagem e impulsões, também pelanecessidade de sempre manter-se em constanteequilíbrio e um grande controle proprioceptivo,interferem ocorrendo lesões nos atletas, sendo osmembros inferiores osmais afetados7. Como vistoacima,ficouclaroqueosmembrosinferioressãoosmais acometidos a lesões, dito isto, fica claro queexiste uma relação de dor, que está diretamenteligadoaoprocessodeaterrissageminadequado,quedesencadeia a necessidade de controle eentendimento, nabuscademinimizaros sintomas,como proposto nesta investigação. Pelo que foimencionado anteriormente, a presente pesquisateve como objetivo avaliar a função e sintomas dotornozelo e pé em atletas de ginástica artísticafeminina.Métodos: Amostra: O presente estudo terá aamostracompostapor14atletasdosexofeminino,comidadeentre19,57±2,9anos,quecompetemporclubes,situadosnomunicípiodoRiodejaneiro,SãoPaulo e Curitiba, que disputam os campeonatosestaduais e brasileiros. Foram incluídas somenteaquelasquetenhamcompetidopeloumaveznos2últimosanoseestejamtreinandoatualmente.Foramexcluídas aquelas que tenham tido lesão fora dosambientes de treinamento ou competições.Procedimentos: Como estipulado, a pesquisa foirealizada dentro das normas éticas da resolução466/2012doconselhonacionaldesaúde, todososparticipantes realizaram a assinatura do termo deconsentimento de livre esclarecimento (TCLE)liberado pelo comitê de ética e pesquisa,permanecendo em anonimato9.Será utilizado oquestionárioFootandAnkleOutcomeScore(FAOS)traduzido e validado no Brasil10 (ANEXO 1), que écomposto de 5 subescala sendo elas, dor, outrossintomas, atividades de vida diária, esportes erecreaçõesfuncionaisequalidadedevidaemrelaçãoao joelho e pé, possuindo 42 perguntas todasmúltipla escolha, que são divididas dentro dessassubescalas,cadaperguntatemumapontuaçãode0a4(zeroaquatro),pontuaçãonormalécalculadaparacadasubescala(100indicasemsintomase0indicasintomas extremos), o questionário pode serautoaplicado pelo paciente, e tem um tempo deduração estimado em 10 minutos para seu totalpreenchimento. Estatística: As pontuações dasquestõesforamsomadaseresultaramemresultados

de0a100(zeroacem)respectivamente,comopioremelhorpontuação.Resultados: Os resultados que foram encontradosnassubescalas:“dor”,“outrossintomas”,“atividadedevidadiária”,“esporteserecreações”e“qualidadedevidaemrelaçãoaopéetornozelo”comosvaloresobtidos por meio do questionário FAOS- Foot andAnkle Outcome Score (FAOS) para línguaportuguesa.Foiverificadoqueasatletastêmaidade19,57±2,9,dasatletasdeGAFestudadas,100%estãotreinando atualmente, 100% participaram decampeonatos estaduais e/ou brasileiros o últimociclo de competição, 100% possuem lesão detornozelo e/ou pé que ocorreram dentro de seuambientesejadetreinosoucompetiçõesdeGinásticaArtística. Às porcentagens de acordo com osdomíniosdepercepçãode funçõese sintomas,quesãodescritosporpontuações,podendosermínimade 0 (zero) emáxima de 100 (cem), assim, foramadquiridas seguintes porcentagens do grupopesquisado: Dor: 21,45; Outros sintomas: 14,26;Atividade de vida diária: 47,10; Esportes erecreações:9,01eQualidadedevidaemrelaçãoaopé e tornozelo: 7,19. De acordo com essasporcentagens, pode-se considerar que osparticipantes possuem algumas porcentagens altasdeperdadefunçãoesintomasdopéetornozelo.Àsporcentagens de acordo com a percepção degravidade do sintoma, que são descritos porpontuações,cadasubescalatemumapontuaçãode0a 4 (zero a quatro), assim, foram obtidos nasubescala DOR, 68,04% com pontuação 4, 23,20%com pontuação 3, 6,70% com pontuação 2, 2,06%com pontuação 1 e 0% com pontuação 0, nasubescala OUTROS SINTOMAS, 56,00% compontuação 4, 31,30% compontuação 3, 9,68%compontuação 2, 3,02%com pontuação 1, 0% compontuação 0, na subescala ATIVIDADES DA VIDADIÁRIA 86,14% com pontuação 4, 12,15% compontuação 3, 1,71% com pontuação 2, 0,00% compontuação 1 , 0% com pontuação, na subescalaESPORTES E RECREAÇÕES FUNCIONAIS 46,91%compontuação4,34,57%compontuação3,15,43%compontuação2,3,09%compontuação1,0%compontuação0,nasubescalaQUALIDADEDEVIDAEMRELAÇÃO AO PÉ E TORNOZELO, 52,31% compontuação4,32,31%compontuação3,9,23%compontuação 2, 6,15% com pontuação 1, 0% compontuação0.Discussão:Opresenteestudovisouavaliarafunçãoesintomasdotornozeloepéematletasdeginásticaartística feminina. Com os resultados foi possívelverificar que as atletas possuem sintomas edisfunção no pé e/ou tornozelo entrando emconcordânciacomalgunsestudosqueafirmamqueem seus resultados os tornozelos e pés foram asregiõesmais lesionada, causandoextremadorcomumaporcentagemde49,6%11.Emoutroestudoondeforam pesquisadas 46 ginastas entre ginastas dainiciação e ginastas de nível competitivo, em seusresultados foi relatado que de atletas do nívelcompetitivoque totalizam13, possuem como local

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anatômicomaisacometidofortesdoreselesõessãoMMII,sendomaisespecíficootornozelo12,quevoltaa dar concordância com o estudo presente queafirmaoaltoíndicedesintomasaindamaisquandorelacionadoaatividadedevidadiária,quechegaa86,14quandosetratadagravidadedossintomasnograu 4.Em uma pesquisa, foi relatado em seusresultados dentro da GAF existe uma totalidadeconsiderável de lesões que afetam os pés etornozelos,queestãodiretamenteligadosatreinosintensivos, fazendo comqueas lesõesocorramemsuamaioriaemambientecompetitivoedetreino13,Com issooautorvoltaadarênfasenadisfunçãoesintomasqueatingemaáreadotornozeloe/oupé,que chega a 46,91 de gravidade dos no Grau 4quandosetratadeesporteserecreaçõesfuncionaisdeentrandoemacordocomosresultadospresentesnesteestudo,100%daamostradopresenteestudoadquiriualesãodentrodoambientedetreinoeoucompetiçãocomotambémmencionado.Assimcomooutroestudodádestaquequeasáreasmaisafetadaspor lesões são os joelhos, pés e tornozelos,respectivamente,deacordocomafunçãoanatômicaem cada aparelho, que em sua maioria estárelacionada a aterrissagens mal finalizadas14,entrandoemdivergênciacomopresenteeasdemaispesquisar presente neste estudo apenas quandorelaciona o joelho como a área mais afetadas,seguindodotornozeloepé.Conclusão:Opresenteestudoatingiuoseuprincipalobjetivo que era avaliar a função e sintomas dotornozelo e pé em atletas de ginástica artísticafeminina.De acordo comos resultados, observa-seque as atletas têm disfunção e sintomas de dortornozelo e pé em atletas de ginástica artísticafeminina, os sintomasdedor sãomais recorrentesquandosetratadeatividadedevidadiária,quandosetratadegravidadedossintomasnograu4,seguidode dor, outros sintomas, qualidade de vida emrelaçãoaopéetornozeloquepodemseresclarecidospela falta de aterrissagens executadas de maneiracorreta. Conclui-se que esses sintomas podem seresclarecidos pela falta de aterrissagens executadasdemaneiraincorreta,equeparaquesejapossívelseaprofundar mais no tema escolhido é notório queexiste necessidade que sejam realizados maisestudossobredoredisfunçãodetornozelose/oupéematletasdaginásticaartísticafeminina,vistoqueestudos nesta área são muito escassos trazendodificuldadedeestudoepesquisa, contudo se tornainteressanteestudosquerelatemsobreaumgrupodeatletas,comparandoossintomasantesedepoisdarealização de exercícios preventivos educativosreferentesaaterrissagens.

Palavras-chave: lesão, tornozelo, pé, ginásticaartística,altorendimento.

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Anais do Congresso Internacional de Educação Física e Desportos (CIEFD 2021) S-89

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§Autor correspondente: Vicente Pinheiro Lima – email: [email protected]

Original

Beach handball: comparação dearremessos nos CampeonatosMundiaismasculinosde2012e2014

Guilherme Locks Guimarães1; Caroliny Castro Machado2; Luiz Alberto Batista3

1Prof. Assistente do Instituto de Educação Física e Desportos da UERJ; 2Graduada em Licenciatura e Bacharelado no IEFD da UERJ; 3Prof. Associado do Instituto de Educação Física e Desportos da UERJ.

Resumo:Objetivo:Examinarecompararsehouvediferença técnica ou tática significativa entre osCampeonatos Mundiais Masculinos de BeachHandballde2012e2014.Comessefimanalisamos:tipos de arremesso a gol. Método: A metodologiaempregadafoiapesquisacomparativa.Fizemosumacomparação estatística entre os arremessosexecutados nos campeonatos Mundiais de BeachHandball masculinos de 2012 e 2014. Os dadosutilizados são encontrados nowebsiteda IHF.Resultados: Os resultados mostraram que asequipesem2014,seguindoopadrãodoCampeonatoMundial de 2012, buscaram mais o arremesso dedoispontosdoqueodeumponto.

Discussão: Houve diminuição no número dearremessos do specialist.O gol desse jogador valesempre 2 pontos, isso o faz o atacante mais bemmarcado do beach handball. Por outro lado, oarremesso spinshot foi omais empregadonos doiscampeonatos analisados. Todas as equipes quedisputaram os dois campeonatos aumentaram opercentualdessetipodearremessos.Conclusão:Onúmero de 96% de arremessos de dois pontossugere uma tendência na aplicação da técnica dearremesso e na dinâmica tática do jogo de beachhandball.Introdução: Carling et. al.1 destacam que orendimento no desporto coletivo é muito maiscomplexo de avaliar do que nas modalidadesindividuais. No sentido de superar as dificuldadesimpostasporessacomplexidadetêmsidoutilizadasestratégias de análise notacional, em distintasmodalidades esportivas, com destaque para ovoleibol, futebol americano, futebol, basquetebol,handebol,entreoutros.Essetipodeanálisepropiciaaquesejamidentificadosospontosfortesefracosdodesempenho de uma equipe2,3,4, resultado nolevantamento de dados importantes a seremconsiderados nos diferentesmomentos de tomada

de decisão, seja no planejamento, durante otreinamento ou no decurso do jogo propriamentedito.Assimsendo,estamodalidadedeproduçãodeinformação tem extrema importância para aprogressãodadinâmicados jogos coletivos.Tendosidoutilizadascomopalavraschavesasexpressões“beachhandball”, “handbeach”, “hand-beach”, “beachhandball” e “handebol de praia”, os resultadosobtidos em um levantamento e compilaçãobibliográfica realizadosno acervode123basesdereferência instaladas na biblioteca virtual “PortalPeriódicos CAPES/MEC”5, demonstram que, ainda,são escassas as pesquisas que abordam o beachhandball como objeto de estudo. De todo o acervorelacionadonasbasesdedadosexaminadassomentetrês artigos mostraram-se relacionados a estudosnos quais foram investigados aspectos do beachhandball. Em um deles foi estudado o VO2max deatletas da seleção brasileira, as amostras foramcolhidas no Campeonato Brasileiro Feminino de20086. Em outro foi examinada a associação entredermatoglifia, somatotipo e composição corporaldos atletas de diferentes níveis de qualificação7.Somente em um dos três foi estudada a dinâmicatáticadeataquedeequipesmasculinae femininas,no qual foi empregada a técnica de análise decoordenadas polares.8. Destacamos que o primeiroartigo é de autores brasileiros, o segundo, é deautoria de brasileiros e uruguaios e, o terceiro deespanhóis. O beach handball apresenta umacaracterística, enquanto espetáculo esportivo, estadizrespeitoàdinâmicademovimentaçãotáticadasequipes no ataque que propicia ummaior volumedasaçõesofensivas.Tal fenômenoédecorrentedofatodequeaofinaldecadaetapadefensivaogoleirodaequipequepassaaoataquesaidequadrasendosubstituído pelo goleiro-linha, que é denominadospecialist. Como resultadodessamanobraa equipeataca com superioridade numérica que,evidentemente, aumenta as possibilidades dearremessoàgol9,10.Estaaçãoalémdepropiciarumamaior dinâmica tática ao jogo, aumentando aquantidadedeaçõesdeataqueedefesa,tornaojogoaindamaisatrativoparaaplateia,umavezquetendea aumentar a frequência de desfechos de ataque,sendo estes os momentos que mais suscitam aexcitaçãodostorcedores10.Nãohádúvidasdequeoarremesso é uma ação de destaque no ato dedesfechoemmodalidadesnasquaisessahabilidademotoraestápresente.Nobeachhandball,comparadoaoutrosesportes,alémdafrequênciadeocorrênciado arremesso ser maior, há ainda o fato de eleapresentar variação tipológica implicando emdiferentesvaloresdepontuação.Assimsendoqueovalordosgolsmarcadospelasequipespodeserdeumoudoispontos,dependendodotipodetécnicadearremesso utilizada. Gols feitos por goleiros,denominadosdirectgoale,técnicascomaltograudedificuldade,comoporexemplo,oinflighteospinshotsão considerados ações espetaculares e, por isso,valemdoispontos,comoespecificadonoitem9.2daregraoficialdebeachhandball.Oarremessosimples,

S-90 Anais do Congresso Internacional de Educação Física e Desportos (CIEFD 2021)

que ésimilar ao realizado no handebol indoor, échamadodeonepointer,sendoumpontoovalorquelheéatribuído11.Tendoemvistaqueosarremessosagol no beach handball tem valores diferentesconsideramos relevante saber como estes sãoempregadosduranteosjogosdemodoadirecionaroconteúdo das sessões de treinamento no queconcernetantoasaçõesdedefesabemcomoaquelasde ataque. Deste modo, esse estudo teve comoobjetivorealizarumaanálisedosdadosobtidosnowebsitedaInternationalHandballFederation(IHF)12sobre os campeonatos mundiais masculinos debeach handball de 2012 e 2014 para examinar ecompararsuasdiferençasesemelhanças.Método:Nesteestudofoiempregadaaestratégiadepesquisa comparativa, já que fomos além dadescrição do fato13. A amostra dessa pesquisa foiconstituída pelas informações colhidas noscampeonatos Mundiais Masculinos de BeachHandball de 2012 e 2014 publicados no site daIHF12.Foram compilados os comportamentos dasseguintes variáveis: quantidade de arremessos dedoispontos,quantidadede inflight(QI),quantidadede spinshot (QS), quantidade de specialist goal(QSP).Osdadosaseremprocessadosforamobtidosnos scouts relativos aos Campeonatos MundiaisMasculinosde201214e201415dispostosnowebsiteda IHF. Em relação aos arremessos foramconsiderados todos os convertidos e os nãoconvertidosemgol.Resultados: Ao longo desse estudo, tentamosentenderoqueasdiferençasesemelhançasnaformade atuar das equipes de beach handball noscampeonatos mundiais 201214e de 201415podemnosmostraremrelaçãoaoempregodastécnicasdoesporte e dinâmica tática dos arremessos damodalidade. Para tanto, como anunciamosanteriormente,comparamosostiposdearremessoàgol.DuranteoCampeonatoMundial(CM)de201214,houve 3.661 arremessos a gol. Destes 49,5%(n=1.814) foramconvertidos,96,3%(n=3.527)dosarremessos buscava marcar dois pontos, e 3,6%(n=134) um ponto. Já no Campeonato Mundial de201415, 4.282 ataques foram concluídos comarremesso a gol. Destes 53% (n=2.268) foramconvertidos. 96,5% (n=4.133) desses arremessosbuscavammarcar dois pontos e 3,5% (n=149) umponto.Já,quantoàespécienoCampeonatoMundial(CM)de201214oarremessodenominadospinshotfoio mais executado, 40,3% (n=1.451), seguido deinflights, 21,3% (n= 767). A mesma conjuntura serepetiunoCampeonatoMundialde201415,noqualspinshotfoiomaisexecutadocom41,2%(n=1.765)do total de arremessos, já de inflights, 24,5%(n=1051).Osdadosobtidoscomunicam,ainda,queautilizaçãodoarremessodespecialistnoCMde2012foi 18% (n=661) do total de arremessos docampeonatoe,noCMde2014,16,3%(n=708).Discussão: A comparação dos resultados doscampeonatos demonstra que houve diminuição nonúmerodearremessosdospecialist,sãoexceçõesasequipesdoBrasil(+3,9%)edoEgito(+2,6%).Esse

eventopodeestarrelacionadoàdinâmicatáticadobeach handball, que procura explorar asuperioridade numérica do ataque em relação àdefesa.Asuperioridadenuméricaéconfiguradapelaentrada em campo do specialist substituindo ogoleiro9,10.Ogoldessejogadorvalesempre2pontos,poressemotivo,éoatacantemaisbemmarcadodobeachhandball.Oquepodeexplicaradiminuiçãononúmerodearremessosdessecomponentedaequipe.Os dados relativos ao arremesso infligth mostramqueostimesdaAustráliaeUruguaiqueaumentaramo número deles, melhoraram sua colocação emrelação ao campeonato anterior. Ao destacarmosesse fato, não queremos dizer que o aumento deinfligths tenha sido o responsável pelamelhora daclassificação desses dois países, já que, ambas asequipes apresentaram melhor rendimento emoutros itens. Já, Rússia e Egito equipes que odiminuíram,perderamposições.DestacamosquenoCM de 2012 a equipe brasileira foi a que maisexecutouaestetipode jogadacom50,7%(n=167)do total de arremessos. Já, os resultados de 2014mostram a equipe espanhola como a que maisrealizou inflights (49,6% n=190). Ao observar osresultados relativos aos arremessos infligths daequipeespanholanoCM201212,19,3%,encontrou-seumapossívelimprecisãonolançamentodosdadosrelativos ao CM de 2014. Essa equipe apresentoucomodinâmicadejogonoCM2012acaracterísticaderealizarmaisarremessosspinshot(n=116)doqueinfligth(n=61).JánoCM2014,em383arremessosagol,77 foram spinshots e 190 de infligths. Estefenômeno nos chamou a atenção e, gerou dúvida,porque,aofazeraanálisecomparativadessatécnicade arremesso entre os mundiais estudados,nenhumaoutraequipeapresentouumamudançatãoradicalnasua formade jogar.Outroeventoparecedemonstrarumapossívelimprecisãonolançamentodosdados.AotrocarmosnatabeladaIHFonúmerode spinshot como de infligths, encontramos que aequipeespanholateria20,1%deinfligths,percentualsemelhante ao do mundial de 2012.Apresentamosainda, comopropósitodeabrirumadiscussãoemtorno desse fenômeno o estudo de Morillo-Baro,Reigal eHernández-Mendo8,que avaliaram a partirdedadostabuladosestatisticamenteváriosjogosdeequipesespanholas,daseleçãonacionalaosclubese,os seus resultados apontam o arremesso spinshotcomo o principal recurso ofensivo em todas ascategorias avaliadas. Os dados apresentados noslevamaafirmarqueoarremessospinshotfoiomaisempregadonosdoiscampeonatosanalisados.Todasas equipes que disputaram os dois campeonatosaumentaramopercentualdessetipodearremessos.AúnicaexceçãofoiaequipedeOmã.Conclusão: Assim sendo, podemos afirmar quehouveumaumentononúmerodearremessosagolnoCM2014emrelaçãoaode2012.AcomparaçãodelesnosfezperceberqueemrelaçãoaoCM2012houve semelhança nos arremessos que valem doispontos. Prevalência do spinshot, aumento daquelesdeinflightse,diminuiçãodonúmerodespecialistno

Anais do Congresso Internacional de Educação Física e Desportos (CIEFD 2021) S-91

CM de 2014. Notamos que em ambos oscampeonatoshouvebaixopercentualdeonepointer.Destacamosqueoresultadode96%dearremessosque valem 2 pontos em ambos os campeonatos,sugereumatendêncianatáticadeataquedobeachhandball.Sugerimosqueoutraspesquisasdevamserrealizadasnoqueconcerne,porexemplo,aeficiênciadosarremessosagolesuainfluêncianaclassificaçãofinaldaequipe.Esperamosqueessapesquisapossacontribuir para minimizar a lacuna de referencialteórico existente a respeito do beach handball.Tornando-se fonte de consulta com o intuito decolaborarparamelhoraroníveltáticodasequipese,contribuir para a popularização desse esporte edivulgaçãodeseuconhecimento.

Palavras-chave: Beach handball, Comparação estatística, Campeonato mundial

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§Autor correspondente: Guilherme Locks Guimarães – e-mail: [email protected]

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Comparação do consumo máximo deoxigênio entre praticantes detreinamentocontraresistênciaeCrossfit

Daniele Bastos de Almeida Rodrigues1; Luma Silveira de Sá Carvalho Paixão1; Ignácio Antônio Seixas-da-Silva1,3,4, Vitor Ayres Principe1,3,4; Rosana Dias de Oliveira Brum1; Sérgio Medeiros Pinto1; Ricardo Mariano Dublasievicz1; Rodolfo de Alkmim Moreira Nunes2,3,4; Carlos Soares Pernambuco1; Rodrigo Gomes de Souza Vale1,2,3,4 1Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio/RJ; 2Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ; 3Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte – PPGCEE/UERJ; 4Laboratório do Exercício e do Esporte-LABEES/UERJ.

Resumo:OCrossfitproporcionaumganhoaceleradode condicionamento cardiopulmonar, pois,simultaneamente, há um trabalho anaeróbicoassociadoaoaeróbico,fazendocomqueopraticanteutilize um programa de força e condicionamentojuntos, ajudando a melhorar os índices de VO2máximo,emcontrapartidaamusculaçãoassocia-secarga e resistência. Um dos seus objetivos é ahipertrofia muscular. Suas características básicasparaumprogramadetreinamentovisaaquantidadede exercícios isolados, ações concêntricas,excêntricas,exercíciosmultiarticulares,intensidade(repetições), volume (série) e carga (peso). Oobjetivo deste estudo é analisar o nível de VO2máximo de praticantes de Crossfit, Musculação eSedentários. Esta é uma pesquisa descritiva. Aamostra foi composta por 30 indivíduos, sendo 10praticantesdeCrossfit,10praticantesdemusculaçãoe10sedentários,nafaixaetáriade20a40anos.Oinstrumento utilizado para coleta de dados foi oTeste de Cooper (1982). Para o procedimentoestatístico foi aplicado o teste de ANOVAOnewayseguida do post hoc de Bonferroni. No presenteestudo o grupo Crossfit apresentou melhoresrespostas cardiorrespiratórias quando comparadoaos grupos Musculação e Sedentários. Enquanto ogrupo Musculação apresentou melhoresrendimentoscardiorrespiratóriosaosercomparadoaogrupoSedentários.Introdução: O estilo de vida contemporâneo daspessoasestádiretamenteassociadoaoaltoíndicedeinatividade física, pois muitos dão preferências aatividades de meio eletrônico, fazem maiorutilização de transportes motorizados e outrosfatoresqueaslevamemdireçãoaumestilodevidasedentário (DIAS et al., 2017). Gomes e Pappen(2019) afirmam que a prática de exercícios físicosquandorealizadadesdeajuventudereduzosriscosparapossíveisdoençasfuturas.Porcerto,ébastantereconhecido o papel do exercício físico namanutenção da saúde e qualidade de vida dos

indivíduos (CRUZ, BERNAL e CLARO, 2018). Osmotivospelosquaisosindivíduossãoincentivadosainiciaremumavidaativafisicamentesãoinúmeros,comopersonalidade,meiosocial,sexo, idade,entreoutros.Emuitosalémdeusufruíremosbenefíciosdaatividade física acabam agregando práticas maissaudáveis para o seu dia a dia (POLOZI eCHIMINAZZO, 2019). Pontes (2003) destaca queexistem diversos exercícios para amanutenção dasaúdeequalidadedevida,dentreelesamusculaçãoe o crossfit. O nicho de pessoas que buscam odesenvolvimento do bem-estar e da saúde física ementaltemaumentado,aderindoumnovoestilodevida. Os exercícios resistidos também conhecidoscomo musculação, também influenciam nascaracterísticas mencionadas anteriormente. Com oaumento do sedentarismo, os exercícios resistidostemsidomuitorecomendadojuntosaosprogramasde atividade física, sendo umamedida terapêuticainfluenciadora na capacidade cardiorrespiratória emusculoesquelética.Umadasformasmaispopularesedefácilacesso,comointuitodemelhoraraaptidãoecondicionamentofísico,promovendooaumentodamassamuscular,forçaeresistência.Taltreinamentoassocia-se carga (peso) e resistência. Um dos seusobjetivos é a hipertrofia muscular. Suascaracterísticas básicas para um programa detreinamento visa a quantidade de exercíciosisolados,açõesconcêntricas,excêntricas,exercíciosmultiarticulares, intensidade (repetições), volume(série) e carga (peso) (FLECK, 2006). Diferente damusculação o Crossfit é uma estratégia detreinamento representado pela realização deexercíciosfuncionaisvariados,dealtaintensidade.Éummétodoqueutilizaexercíciosdelevantamentodepesoolímpico(agachamentos,arremessos,arrancose desenvolvimentos), exercícios aeróbicos (remo,corrida,airbike)emovimentosginásticos(paradademão,argolas,barras)(SERVO,2020).Estemodelodetreinamentofoicriadocomointuitodedesenvolverocondicionamentoparaqueospraticantesestejampreparados para qualquer circunstância físicaexigidanodiaadia.Desenvolvendoascapacidadesmotoras do corpo, como força, flexibilidade,potência, resistência muscular e cardiovascular,entreoutras.Tendoumabasevariadadeexercíciosquesãorealizadosdeacordocomaindividualidadede cada um (POLOZI e CHIMINAZZO, 2019). Ocondicionamento metabólico aplicado no Crossfitutiliza-se dos sistemas aeróbico e anaeróbicosimultaneamente.Ondeometabolismoanaeróbicoéutilizado nas atividades de curto tempo, quenecessitam de mais força, potência e agilidade.Enquanto o metabolismo aeróbico é utilizado ematividades de longa duração, que passam de 2minutos(FORTUNATOetal.,2019).Notreinamentoaeróbico os exercícios têm como objetivo gerargrandegastodeenergia,acelerandoometabolismoemelhorando a capacidade cardiovascular (LAUX,MATTIELLO E CORAZZA, 2018). Para isso aprescriçãoéfeitacomcargasleves,altonúmeroderepetições e um intervalo curto entre as séries

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(KIMURA,TEDESKIeANDRADE,2015).Diferentedotreinamento aeróbico, o treinamento anaeróbicopriorizacargasmaiselevadas,tempoderecuperaçãoentre as séries maior e um menor número derepetições e tem como objetivo desenvolver forçamáxima, enquanto no treinamento aeróbico épriorizado a resistência da força (RIBAS et al.,2019).OstreinosnoCrossfitseguemumaordemdeaquecimento, treino de força ou técnica de algummovimento ginástico e em seguida o treinoespecífico de condicionamento metabólico. Tendosempre como prioridade seguir os três pilares daprescrição que são movimentos funcionais,constantemente variados e em alta intensidade(TIBANA, ALMEIDA e PRESTES, 2015).De acordocomFaileMedeiros (2019),oCrossfitproporcionaum ganho acelerado de condicionamentocardiopulmonar, pois, simultaneamente, há umtrabalhoanaeróbicoassociadoaoaeróbico,fazendocomqueopraticanteutilizeumprogramadeforçaecondicionamento juntos, ajudando a melhorar osíndicesdeVO2máximo,frequênciacardíaca,pressãoarterial e qualidade de vida. O VO2 máximo, ouconsumo máximo de oxigênio, é a capacidademáxima de um indivíduo absorver, transportar econsumir oxigênio. Geralmente utiliza-se para aclassificação da capacidade cardiorrespiratória omaior valor de VO2 obtido no pico de esforço(HERDY e CAIXETA, 2016). Este é utilizado comouma das principais medidas para classificar aaptidãofísica,emadultosoucrianças,poisretrataaintegração existente entre os sistemascardiovascular, respiratório e muscular parasuportarademandaenergéticaduranteapráticadoexercício físico (DELMON et al., 2016). Emprogramas de condicionamento físico, é muitoutilizado a prática de exercícios aeróbicos para amelhoradaaptidãocardiorrespiratória.Destaforma,determinaroníveldeVO2máximodeumindivíduopossibilita avaliar o seu nível de aptidão e sualimitação cardiorrespiratória, tais parâmetros sãofundamentais para não subestimar, nemsuperestimaracapacidadedesteindivíduo(XAVIERe LOPES, 2017). Diante do levantamento teóricoexposto na introdução do presente trabalho,questiona-se: Há diferenças sobre o nível de VO2máximoentreospraticantesdeCrossfitepraticantesdeMusculação?Estetrabalhosejustificaemfunçãodepossibilitarníveisobservacionaisquevenhamacontribuir com o desenvolvimentocardiorrespiratório de atletas ou não atletas quepraticam exercício físico, em especial o Crossfit eMusculação. Além disso, pode servir de apoiocientífico para os profissionais de educação físicaque atuam nessa área e em centros de atividadesfísicas, por apresentar informações que venham acontribuir no aperfeiçoamento profissional. Opresente trabalho teve por objetivo comparar oVO2máxentrepraticantesdeCrossfiteMusculação.Métodos: Esta é uma pesquisa descritiva ecomparativa,quesegundoGiletal.(2002),temcomoprincipal objetivo descrever as características de

uma determinada população ou fenômeno, ouestabelecer relações entre as variáveis, através dacoleta de dados que podem ser feitas comquestionários ou observações sistemáticas. Apesquisa foi realizada com os praticantes deMusculação,CrossfiteSedentáriosqueseencontramnascidadesdeAraruama,CaboFrioeSãoPedrodaAldeia. Como critério de inclusão foi utilizado:Adultosdeambososgêneros,nafaixaetáriade20a40anosquepraticamoCrossfiteMusculaçãohá,nomínimo, 6meses, pelomenos 3x na semana e nãopraticamnenhumoutrotipodeexercíciofísico.Parao critério de exclusão foi adotado: pessoas comdificuldades de locomoção ou com problemascardiorrespiratórios e gestantes. A pesquisa foidesenvolvida conforme as recomendações daresolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúdesobre pesquisa com seres humanos. Todos osparticipantes foramavisadose tomaramciênciadoqueseriafeitoantesdeconcordarememparticipar.ParaacoletadedadosfoiutilizadooTestedeCooper(1982)ondeoavaliadocorreue/oucaminhouseminterrupçõespor12minutos,emumaruaplanadacidadeAraruama,SãoPedrodaAldeiaeCaboFrio.Aclassificação padronizada dos testes está descritanastabelas1e2.Antesdeiniciarotestefoifeitaametragem da rua para que fosse possível saberquantos metros o avaliado conseguiu percorrerdurante o tempo estimado. A distância totalpercorridapeloavaliadoduranteos12minutosfoiregistrada.Baseando-senadistânciapercorridaemkm, foi estimado o valor do VO2máx por meio daseguinte equação matemática. O grupo deMusculaçãotinhacomocaracterísticatreinarde3à5vezesnasemana,comduraçãode1hora,iniciandocom alongamento no espaldar, aquecimento de 10minutos na parte ergométrica onde utilizavamesteira,bicicletaou transporte.Cadaalunopossuíasuasérie,respeitandosuaindividualidade.NasérieAconstavamexercíciosdemembrossuperiores,comênfasenopeitoral/tríceps,comosupino45º,supinoreto, crucifixo, tríceps no banco, tríceps corda, eexercícios para membros inferiores, como cadeiraextensora, leg 45º, agachamento na bola suíça,encerrando o treinamento com abdominal ealongamentode forma relaxante. Emseupróximodia de treino, o aluno aplicava estímulos emmusculaturas diferentes, como peitoral/bíceps emembros inferiores focando na musculaturaposterior,vistoquenodiaanteriorofocoocorreunamusculatura anterior. A série B iniciava comalongamentono solo, ounoespaldar, aquecimentona parte ergométrica, e os exercícios puxadasupinada, remada no triângulo, desenvolvimentomáquina,elevação frontale lateral,bícepsmartelo,bíceps máquina, cadeira flexora, mesa flexora,elevação pélvica, finalizando o treinamento comexercícios para fortalecimento da coluna lombar.Todososexercícioseramexecutadosem3sériesde12 a 15 repetições. O grupo de Crossfit treinava 5vezesnasemana,comaauladeduraçãode1hora,sendo a aula dividida em aquecimento, treino de

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forçaouginásticaeotreinoprincipal(Wod-desafiododia).Umavezporsemanaaaulaéfocadanapartecardiorrespiratória,tendocomoexemploaseguinteordem de exercícios: um aquecimento em duplatendo que realizar 500 saltos de corda, sendo queenquanto um da dupla está saltando o outro deveficarnaposiçãodeprancha,acadatrocadeposiçãoelesdevemrealizartrêsburpees.LogoemseguidajárealizamoWOD(treinododia),que tambémdeveser realizado em dupla, onde eles devem fazer 5sériesde400mdecorrida,30repetiçõesdewallball(agachamentoarremessandoabolanaparede),30repetições de box jump (salto na caixa) e 30repetiçõesdelungeplateoh(avançosegurandoumaanilha acimada cabeça como cotovelo estendido).No WOD eles podem dividir as repetições comoquiserem, somente na corrida que os dois devemcorrer juntos. Finalizando as 5 séries eles jáconcluíramtodootreinododia.OgrupoSedentáriosnãopraticavamexercíciosfísico,faziamapenassuasatividades diárias como locomover-se a pé ou debicicleta para o trabalho, mercado, entre outroslugares e atividades domésticas. Os dados foramtratados pelo programa IBM SPSS Statistics 23 eapresentadoscomomédia,desviopadrãoevaloresmínimos e máximos. Os testes de Shapiro Wilk eLevene foram empregados para verificar anormalidade e homogeneidade dos dados daamostra, respectivamente. A ANOVA One way,seguida do post hoc de Bonferroni ajustado, foiutilizada para identificar as possíveis diferençasentre as variáveis de estudo.Onível deP<0,05 foiconsideradoparasignificânciaestatística.Resultados: A amostra do presente estudo foicomposta por 30 pessoas, sendo divididas em trêsgrupos: musculação, crossfit e sedentários. Cadagrupo possuiu 10 participantes. Os resultadosmédiosapresentadosnosparâmetrosavaliadosnostrêsgruposforam:GrupoMusculação:idade29,2±6,58anos;massacorporal78,9±14,06kg;estatura1,7 ± 0,07 m; IMC 27,26 ± 3,67 kg/m²; tempo detreino 3,8 ± 1,75meses; frequência semanal 3,5 ±0,85dias;distânciapercorridateste12min1590,1±355,56 m; VO2máx 24,13 ± 7,9 ml.O2.kg. GrupoSedentários:idade33,8±6,16anos;massacorporal73,1±13,3kg;estatura1,64±0,05m;IMC27,32±4,7 kg/m²; tempo de treino 0,0 ± 0,0 meses;frequência semanal 0,0 ± 0,0 dias; distânciapercorrida teste 12min 997,5 ± 99,23m; VO2máx10,97±2,2ml.O2.kg.GrupoCrossfit:idade24,1±4,53anos;massacorporal67,7±9,24kg;estatura1,7±0,11m;IMC23,58±2,84kg/m²;tempodetreino8,0± 0,0 meses; frequência semanal 5,0 ± 0,0 dias;distânciapercorridateste12min2220,0±348,97m;VO2máx38,13±7,75ml.O2.kg.Aoanalisarosdadosreferentesàcomparaçãodosdados,verificou-sequehouve uma diferença significativa no nível deVO2máx favorável ao grupo Crossfit (p=0,000)quando comparado aos grupos Musculação eSedentários. O grupo Musculação teve a diferençasignificativafavorávelquandocomparadoapenasaogrupoSedentários(p=0,000).

Discussão: Sabino et al. (2016), em seu estudo,Crossfitemusculação,aspectosdecondicionamentofísico, psicológico e motivacional, objetivouidentificar questionamentos emotivações entre ospraticantesdeambasasmodalidades.Possuiuumaamostra de 120 participantes. O resultado daamostraindicouqueCrossfiteMusculaçãooferecemfatorespositivosesemelhantesque influenciamnapartepsicológica,apráticadeambasasmodalidadesé benéfica e eficaz para ambos os objetivos. Opresente estudo mostra uma semelhança aosachados de Sabino et al. (2016). Apesar de seremmodalidades diferentes, Crossfit e musculação sãomodalidadeseficazeseoferecembenefíciosnoquese refere a condicionamento cardiorrespiratório.Lopes et al. (2012) realizaram um estudo com oobjetivo de comparar as respostascardiopulmonares de mulheres que praticamexercícios resistidos e exercícios aeróbicos. Aamostrafoicompostapornovemulheresemidadesvariantesde18a30anos,treinandoregulamenteaumano.Asvoluntariasforamsubmetidasaotestede1RM (repetiçãomáxima) em diversos exercícios, eparaanáliseaeróbicaotestedeesteira,consistiramem caminhar na esteira durante 20 minutos, nomesmo consumo de oxigênio dos exercíciosresistidos. No resultado encontrado não houvediferença do consumo de oxigênio entre osexercícios resistidos e os exercícios aeróbicos, opulso de oxigênio foi maior na caminhada. Osresultados obtidos sugeriram que os exercíciosresistidosproporcionammaiorrespostaventilatóriarelacionadoaosexercíciosaeróbicos,porémparaummelhor desempenho aeróbico os exercíciosresistidos não são osmais indicados, pois não sãosuficientes. A amostra do presente estudo e oinstrumentodepesquisasãodiferentescomrelaçãoaoestudodeLopesetal.(2012),porémencontra-sesemelhança em seu resultado, visto que o grupopraticantedeCrossfit,umaatividadecommaiorteoraeróbico comparado aos exercícios resistidos,apresentaramdiferençasignificativarelacionadoaonível de VO2 máximo e o grupo que praticavamusculação comparado ao grupo sedentárioapresentou respostas elevadas ao nível aeróbico.Pereira Júnior (2019) realizouumapesquisa sobreComparaçãoentrecapacidadesfísicasdepraticantesde Musculação e Crossfit. Participaram destapesquisa8praticantesdeCrossfiteMusculação(4decadamodalidade) da faixa etária de 20 a 30 anos.ParaaobtençãoderesultadosPereiraJúnior(2019)utilizou testes de força máxima (membrossuperioreseinferiores)eotestedeVO2máximodeLéger. O resultado encontrado no índice de VO2máximo dos praticantes de Crossfit e Musculaçãoteve significância estatística favorável ao grupoCrossfit. Mesmo sendo utilizado um protocolo detestedeVO2máximodiferenteaousadonopresenteestudo,talresultadocorroboracomele,vistoqueosdois trabalhos obtiveram resultados significativospara o grupo Crossfit estatisticamente. O mesmoresultado foi encontrado na pesquisa de Fail e

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Medeiros (2018) onde foi comparado ocondicionamento cardiopulmonar dos praticantesde Crossfit e Musculação. Para este estudo foirealizado uma revisão bibliográfica sistemática decaráterqualitativoequantitativo,elespesquisaramartigos voltados para o Crossfit e a Musculação eenfatizaram o ganho de condicionamentocardiorrespiratório. Os pesquisadores concluíramque oCrossfit proporciona umganho acelerado docondicionamento cardiopulmonar, quandocomparadoaMusculação.Talresultadocorrespondeaoquefoiachadonopresenteestudo,ondeoíndicedeVO2máximodospraticantesdeCrossfitfoimaiordoqueosquepraticamMusculação.Emumestudosobre análise comparativa e classificatória doVO2máx de indivíduos praticantes de musculação,Olivoto eNeumann (2005) compararamoníveldeVO2máxdeindivíduosquepraticammusculaçãonoperíodo de 1 a 6 meses (Grupo A) com os quepraticamde12a18meses(GrupoB).Paraacoletade dados foi utilizado o teste de Ownlndex domonitordefrequênciacardíaca(MFC)PolarS610.Oresultadoencontradomostrouquehouvediferençasignificativa entre o VO2máximo dos dois grupos,sendoovalorfavorávelparaoGrupoB.Assim,elesconcluíram que o tempo de treinamento podeinterferir no nível de VO2máximo do praticante,mostrando também que a Musculação pode simaumentar o nível de VO2máx dosmesmos. Apesardos grupos comparados serem diferentes dapresente pesquisa, o resultado mostra que amusculaçãopodeaumentarosníveisdeVO2máximopositivamente,mas essa evolução não acontece nomesmo tempo hábil que o grupo praticante deCrossfit. Costa et al. (2018) objetivaram em suapesquisa de revisão bibliográfica, analisar asliteraturas cientificas, benefícios encontrados notreinamento resistido para idoso, visto que estapopulaçãotemcrescidoacadadiamais.Escolheramduas plataformas de busca, a Literatura latino-americana,CaribeemCiênciasdaSaúde(Lilacs)eoPortal de Periódicos Capes, utilizando as palavras-chave treinamento resistido, idoso eenvelhecimento. Foram filtrados artigos no idiomaportuguêsnosanosde2007a2017.Apósaanáliseforamencontrados9artigosqueseenquadravamnoobjetivo da pesquisa de Costa et al. (2018). Ospesquisadores concluíram que o treinamentoresistidocontribuiparavidado idoso,melhorandoos níveis de força muscular, pressão arterial,capacidade funcional e VO2 máximo. Apesar dogrupo amostral ser de faixa etária diferente, estapesquisacorroboraaopresenteestudo,vistoqueotreinamento resistido apresentou melhoriasignificativa para o grupo de participantes demusculação comparado ao grupo sedentários. Emumaoutrapesquisa com idosos, Silva et al. (2016)verificaram a influência do treinamento resistidosobreaaptidãocardiorrespiratória,selecionaram10indivíduos adultos / idosos de 54 a 69 anos,sedentáriosdeambosossexos.Noiníciodapesquisaosparticipantespassaramporváriosprocedimentos

decoletadedadoscomomedidasantropométricas,teste de força muscular para membros inferiores,TesteCardiorrespiratóriosubmáximo,testeeretestede 10 repetições máximas (10Rm) nos exercíciosselecionados. Após 5meses de treinamento contraresistência os indivíduos foram reavaliados.Concluiu-sequeotreinamentoresistidoéummeioeficaz para o desenvolvimento da capacidadeaeróbicadeidosos.Estapesquisasomaaopresenteestudo, visto que o grupo musculação apresentouresultados semelhantes referente a capacidadeaeróbica.Oliveiraetal.(2012)almejaramidentificarosefeitosdostrabalhostécnicosefísicossobreoVO2máximo dos participantes de uma escolinha defutebol.Selecionaram10atletas,dosexomasculino,comidadede14a15anos.ParaaavaliaçãodoVO2Máximoutilizaramotestede12minutosdeCooper.Emsuaintervençãoosparticipantesfizeramopré-teste, treinaram por um período de 2 meses com75%desuavelocidademáxima,realizandocorridasde60metros.Apósesteperíodofoiaplicadoopós-teste para verificação de resultados. Foi concluídoque todos os adolescentes envolvidos alcançarammelhoriasconsiderávelrelacionadoaoVO2máximo.A corrida encontra-se presente no Crossfit, umexercício aeróbico presente em ambos os estudos.Existeumagrandediferençarelacionadoaidadedosgrupos amostrais, e um melhor controle naintervenção visto que a pesquisa apresentou pré epós-teste.Porémtalpesquisasoma-sepositivamenteao presente estudo mesmo com todas estasdiferenças. Visto que atividades mais aeróbicasinfluenciamnamelhoriadoVO2máximo.Conclusão: Considerando os resultados obtidosneste trabalho, conclui-se que os praticantes deCrossfit analisados no estudo apresentaram umamelhor resposta no nível de VO2máximo que ospraticantes de musculação e os sedentários. Issoindica que a prática do Crossfit pode terproporcionado um melhor condicionamentocardiorrespiratório entre os grupos estudados. Ogrupo Musculação apresentou melhor respostaapenasquandocomparadocomogrupoSedentários.Dessa forma, pode-se analisar que a prática deMusculaçãopodemelhoraroníveldeVO2máximodepessoassedentárias,oqueosajudaráaterumaqualidadedevidamelhor.

Palavras-chave: treinamento de força, exercício físico, comportamento sedentário.

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§Autor correspondente: Ignácio Antônio Seixas-da-Silva – e-mail: [email protected]

Original

Coretrainingedesempenhonosaltoematletas:umestudoderevisãosistemática

Lucas Freitas Rodrigues1; Renato Luiz Teixeira Varella 1; João Gabriel Miranda de Oliveira 2,4,5; Vicente Pinheiro Lima 1,2,3,5

1Curso de Bacharelado em Educação Física, Universidade Castelo Branco; 2Grupo de Pesquisa em Biodinâmica do Desempenho Exercício e Saúde (BIODESA; 3Laboratório do Exercício e do Esporte (LABEES); 4Laboratório de Temas Filosóficos em conhecimento aplicado à Educação Física e Desportos (LAFIL); 5Instituto de Educação Física e Desportos (IEFD), Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte (PPGCEE), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Resumo:Objetivo:Analisarodesempenhoemsaltosdeatletasdedesportosubmetidosaintervençõesdecoretraining.Método:Asbasesdebuscautilizadasforam: PubMed, BVS, Scopus e de forma manual,Google Scholar. Os termos utilizados foram: Coretraining AND jump / "core training" AND "jump".Foram incluídos na presente revisão estudosepidemiológicos na língua inglesa, seguindo ametodologiadoacrônimoPECOincluindohomensemulheres atletas de desportos/ esportes coletivos,que foram submetidos a intervenções de coretraining e após o mínimo de 4 semanas foramavaliadosodesempenhoemsaltos.Asintervençõesdosestudosincluíramtreinamentodecorecompeso

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corporal.Operíododeintervençãovarioude4a12semanas. Resultado:Agrandemaioriadosestudosobtiveramresultadosdesignificânciacomvalordep<0,05apósa intervençãodotreinamentodecore.Conclusão: Os achados do presente estudodemostraramquearelaçãoentreotreinamentodecorecomointervençãoparaodesempenhodesaltos,parecesereficaz.Porémos futurosestudospodemanalisar de maneira especifica a relação direta dotreinamentodecoreparacadatipodesalto.Introdução:Ocorepodeserdefinidocomoaregiãocentral do corpo, que inclui musculaturasposterioreseanterioresquecausam,controlamouimpedem o movimento nessa região1. Essesmúsculos parecem ser de grande relevância narelação entre força na região superior do corpo eforçanaregiãoinferiordocorpo2.Aimportânciadotreinamento de core se dar pela necessidade docorpodesemanterestávelemsituaçõesdiversas.Aforçamuscular de estabilização do core é um pré-requisitoparadiversosesportescomo,porexemplo,vôlei,basquete,futebole,também,paraarealizaçãode algumas atividades diárias como, sentar-se,caminhar, subir, descer3,4. Condicionar amusculatura do core para diversos padrões demovimento, pode ser essencial para melhoria dedesempenhoeprevençãodelesõesaoimplementarumprogramadedesenvolvimentoatléticoespecíficoparaasdemandasesportivas5.Asforçasproduzidaspormovimentosespecíficosdealgunsesportes,sãotransmitidasatravésdocore,estimulandomúltiplosmúsculos para manter o controle postural e oequilíbrio6.Aestabilidadedocoreconsisteemqueasforças sejam transmitidas do solo para asarticulações do quadril, da coluna e da escapulotorácicas semperdadeenergia e semmovimentoscompensatórios7. Assim, estudos anterioresrelataram que pode ser necessário umatransferência de força onde os resultados nodesempenho de salto, como altura do salto,velocidadedepicoconcêntricaeimpulsosetornemmaiseficazes8,9.Arapidezdossaltospodesermuitasvezes de importância para o sucesso em jogosesportivoscomobasquete,futebolevoleibol10.Alémdisso, A capacidade de salto, propriamente dito, éimportante para um bom desempenho esportivo.Tendoemvistaqueparaumamelhortreinabilidadedos atletas parece ser necessários exercícios queconsumampoucotempoeaindaajudamamelhoraracapacidadedepularecombaixoriscodepossíveislesões11.Dadosrevelaramrelaçõesestatisticamentesignificativasentreaatividademusculardotroncoedapernaduranteossaltosemsuperfíciesvariadas12.Um estudo demonstrou que após 12 semanas detreinamento do core, foram observadas diferençasestatisticamente significantes nas capacidadesmotoras de jogadores de futebol nos saltos emDistância(SLJ)enoSaltoVertical(p<0.05)13.Nessesentidotreinaraforçadocorepareceserimportantepara os esportes multidirecionais e esportes quenecessitam de salto, fornecendo uma posturaadequada para a melhora no desempenho

esportivo14.Paraalgunsesportessaltaréumaspectode grande relevância e realizá-los de forma maissegura e com um maior desempenho pode sernecessário.Comovisto,otreinamentodecorepodeter um papel considerável para a melhoria dessesaspectos. Porém, seria interessante maisinvestigaçõesque liguemo treinamentodecoreaosalto. Pelo exposto, a presente pesquisa tem comoobjetivoanalisarodesempenhoemsaltosdeatletasde desporto submetidos a intervenções de coretraining.Métodos: Foram incluídos na presente revisãoestudosepidemiológicosnalínguainglesa,seguindoametodologiadoacrônimoPECO,incluindohomensemulheresatletasdedesportos/esportescoletivos,que foram submetidos a intervenções de coretraining e após o mínimo de 4 semanas, foramavaliadosodesempenhoemsaltos.Foramexcluídosartigos de revisão, publicados em conferência,congressos,emfasedesubmissão.Asbasesdebuscautilizadas foram: PubMed, BVS, Scopus e GoogleScholardeformamanual.Todasaspesquisasforamrealizadas no dia 11 de junho de 2020. Nasplataformas PubMed e BVS foram usados osseguintestermoseseussinônimosdebusca:((((coretraining [Title/Abstract]) OR (core stabilization[Title/Abstract])) OR (trunk stabilization[Title/Abstract])) OR (trunk stabilizationprogram[Title/Abstract])) AND(jump[Title/Abstract]). No Scopus utilizou-se ostermos:Coretrainingandjump.JánoGoogleScholar:"core training" and "jump". Depois as referênciasforam exportadas para uma biblioteca online doEndNote compartilhada entre três pesquisadoresquetrataraminicialmentederastrearasduplicatas,emseguidaaanálisedetítuloseresumoseatriagemdos artigos completos. Quaisquer divergências naanálise foram enviadas para um quarto e quintopesquisador.Nasequência,foirealizadaaleituradaversão completa dos estudos que foram maisrelevantes para o presente trabalho e quaisquerartigos que não atendessem aos critérios deinclusão/exclusão foramremovidos. FoiutilizadaaferramentaROBIS-I:RiskOfBiasInNon-randomisedStudies–ofInterventions(Riscodeviésemestudosnão randomizados - de intervenções). Esseinstrumento é aplicável a revisões sistemáticas, naqualbuscaavaliarosriscosdeviésnasestimativasdaeficáciacomparativadeintervençõesemestudosque não utilizaram à randomização para alocarindivíduos ou grupos de indivíduos a grupos decomparação15. Foram extraídas as seguintesinformações:idade,sexo,númerodosparticipantes,modalidade esportiva, tipo de salto, programa detreinamento, tempo de intervenção e desempenhonosaltopréepós-intervenção.Resultados: No total, 239 estudos foramencontrados seguindo a metodologia de pesquisaproposta (MEDLINE PUBMED = 15; BVS = 100;Scopus=101;GoogleScholar=23).Apósousodoscritériosdeseleção,6estudosforamincluídosnestarevisãosistemática.

S-98 Anais do Congresso Internacional de Educação Física e Desportos (CIEFD 2021)

Discussão: O presente estudo teve como objetivoanalisar o desempenho em saltos de atletas dedesporto submetidos a intervenções de coretraining.Aanálisedosseisartigos16-21demostrouresultados diferentes para valores de significânciaestatística em relação aos saltos. As intervençõesforam bastante eficazes para os saltos verticais,como foi demostrado nos estudos16,18,19,21. Todosesses foram realizados uma intervenção por 8semanas consecutivas ou mais, com treinosrealizados3vezesporsemana,obtendoovalorde(p<0,05). Também foram feitas intervenções comoutrostiposdesaltos,porémobtiverambaixovalordesignificânciaestatística.Quantoàs intervenções,osseisartigos16-21realizaramexercíciosdecoreparaobter resultados emdiferentes tipos de saltos.Umdos estudos 20 analisou dois tipos de saltosunipodais, verificando os lados direito e esquerdodosmembrosinferiores.Dentreosestudosessefoioquetevemenortempodeintervenção,comapenas4semanasdeduraçãoeaplicaçãodosexercíciossendo2 vezes por semana. Podendo ser esse umimportante aspecto de baixo valor de significânciaparaosaltotriplehop.Diferentementedoartigo17onde foram avaliados saltos do tipo unipodal dedistância tendo suas significâncias aparentesdurante a 8ª semana de intervenção. Um estudodemostrou que o fortalecimento dos músculos docore tem sido defendido demaneira positiva parafins de reabilitação e prevenção de distúrbios quepossam ocorrer na coluna lombar eosteomusculares, além disso, tendo grandeparticipaçãonamelhoradodesempenhoatlético22.Mesmo sabendo que mais estudos precisam serfeitosparaquepossamosfidelizaressesbenefícios,cada vez mais encontramos achados que nosmostram realidades nesses quesitos, como noestudo19, que avaliou 10 jogadores de futeboldurante12semanasdeintervençãodetreinamentodecoreparaanalisarainterferênciadomesmocomo desempenho do salto vertical, onde obtiveramresultados de significância com valor de (p<0,05).Umcoreforteparecetransferirestabilidadeparaossegmentos, melhorando a capacidade de executarmovimentos do tronco sobre a pélvis, permitindouma transferência de força para os segmentosterminais ematividadesde cadeia cinética deumaforma mais ideal23. Seguindo essa linha depensamento,oestudo21avaliou40atletasjogadorasdefutebol,separandoasemdoisgrupos,sendoumcontrole e outro intervenção, sem diferençassignificativasnasmediçõeseavaliaçõesdepréteste,ambos os grupos continuaram praticando seustreinosnormalmente,porémogrupointervençãofoiaplicadoexercíciosdecore3vezesporsemana,comduraçãode8semanasnototal,nasavaliaçõesdepóstestefoiaplicadoosmesmos2tiposdesaltosdopréteste que foram o salto vertical e o salto de longadistância, sendo encontrado um valor designificância (p<0,05) no grupo intervençãoenquanto o grupo controle não teve alteração novalor(p>0,05)21.Osestudosabordadosnapresente

revisão, demostraram que para alguns saltos, otreinamento de core como intervenção parece sereficaz apartir daquarta semanade treinamento20,porémfoiobservadoqueosestudosquerealizarammaior tempo semanal de intervenção obtiverammelhores resultados. Foi analisado também que otreinamento do core como intervenção demostroumelhoreficáciaparaossaltosverticaisbipodais,emcomparaçãocomoutrostiposdesaltos16181921.Conclusão: Os achados do presente estudodemostraramquearelaçãoentreotreinamentodecorecomointervençãoparaodesempenhodesalto,parece ser eficaz. Porém foi analisado que quandocomparadoaoutrostestesdesalto,osaltoverticalobteve um melhor valor estatístico após aintervençãodotreinamentodecore.Sendoassim,osfuturos estudos podem analisar de maneiraespecífica a relação direta do treinamento de coreparacadatipodesalto.

Palavras-chave: treinamento do núcleo; estabilização do núcleo; estabilização do tronco; programa de estabilização do tronco; salto; desempenho.

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§Autor correspondente: João Gabriel Miranda de Oliveira – email: [email protected]

Original

Correlação entre o uso demáscaras deproteção e percepção de esforço empraticantes de Crossfit durante apandemiadaCoViD-19

Ana Carolina Malafaia do Nascimento4; Andressa Oliveira Barros dos Santos 1,2; Dirceu Ribeiro Nogueira Gama 3,4; Rodrigo Gomes de Souza Vale

1,2,4 1Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte (PPGCEE), Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 2Laboratório do Exercício e do Esporte (LABEES), Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 3Laboratório de Temas Filosóficos em conhecimento aplicado a Educação Física e Desportos (LAFIL); 4Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), RJ, Brasil.

Resumo:Objetivo:Oobjetivodoestudofoianalisarse o uso de máscaras de proteção interfere napercepção subjetiva de esforço em praticantes deCrossfit. Métodos: Para coleta de dados foidistribuído um link contendo 14 perguntas emformato de pesquisa de opinião foi enviado paraalunosdediversosboxesdoRiode Janeiro.Foramincluídoshomensemulherescomidadesentre19e56anosquetivessemfeitoaomenosumdostreinosdescritos com a máscara. Resultados: Há umacorrelação entre o uso demáscara e percepção deesforçop<0,001,ondeousodemáscaraaumentaapercepção subjetiva de esforço na modalidade deexercícioanalisadanopresenteestudo.Conclusão:Ousodemáscarasaumentaapercepçãosubjetivadeesforço em praticantes de Crossfit, nos exercíciosaeróbicosdealta intensidadeeéprovávelquesejanecessário diminuir a intensidade para que seconsigarealizarostreinospropostos.Introdução:Emdezembrode2019,umnovovírusfoi descoberto na cidade de Wuhan, na China;causando uma doença respiratória grave, o novoCoronavírus(SARS-Cov-2)decontágiofácilerápido.Apósseespalharcomgrandefacilidadeporgrandescidades chinesas, não demorou para que o víruschegasseatodosospaísesdomundo,sendolevadoprincipalmente por passageiros em viagens deavião1.EmpoucosmesesaOrganizaçãoMundialdaSaúde (OMS) declarou que se tratava de umapandemia.Comoavançorápidodadoençaousodemáscaras de proteção tornou-se obrigatório emespaços públicos e privados acessíveis ao público(Art.3ºALeinº13.979,de6defevereirode2020).Emfunçãodopoucoconhecimentoacercadadoença,todasasmedidasqueevitemapropagaçãodovírustornaram-se fundamentais. Ao tossir ou espirrarumapessoapodeexpelirmilharesdegotículasqueaoentrarememcontatocomaatmosferasetornampartículasmenores,dificultandosuaremoçãodoarefacilitando a disseminação. Sendo assim, utilizar amáscara passou a ser uma forma de controlar a

S-100 Anais do Congresso Internacional de Educação Física e Desportos (CIEFD 2021)

propagaçãodesse patógeno². A obrigatoriedadedautilizaçãodesteequipamentoparaexercíciosfísicosem locais como academias, clubes e até mesmoalguns lugares abertos, levantou questionamentosacerca da dificuldade de respirar causada pelamáscaraemdiversostiposdeexercícios³.Algumasdesvantagens já são citadas em artigos como o deLipman (2015), onde os autores afirmam que amáscara se tornauma “mini sauna”em funçãodasgotículas de água exaladas na expiração, além dosuor, fazendo comque a eficácia diminua, alémdedificultar a troca de gases4. Em uma revisãopublicada por Greenhalgh et al. (2020), os autoresdizem que os artigos publicados até o momentoforam testados apenas com exercícios leves amoderadosequeéplausívelqueumatletaqueestáse exercitando intensamente por um períodoprolongado, especialmente se estiver usando umacobertura facial excessivamente justa, possa estarem riscodehipercapnia ehipóxia fisiologicamentesignificativas5. Prado et al (2021) analisaram osefeitos damáscara emum corredor recreacional econcluíram que no caso da corrida ocorreudiminuição da resistência ao exercício apesar daresposta semelhante no VO2máx e limiaresventilatórios,alémdisso foiobservadoaumentonademanda cardiovascular em relação à resposta dafrequência cardíaca e aumento na classificação dapercepção subjetiva do esforço e no desconfortorespiratório6. Por conta dessa escassez deevidências,amaiorpartedosquestionamentosestáem torno dos treinamentos de alta intensidade,dentreelesoCrossfit.OCrossfit éumprogramadetreinamento fundado por Grag Glassman e LaurenJenainaCalifórnia,em2000,quevemcrescendodeformabastantesignificativaemtodoomundo.Essamodalidade de treinamento se caracteriza portreinos que usam uma grande variedade deexercícios, que vão desde corrida e remo atélevantamento olímpico (snatch, clean and jerk),levantamento de peso (squat, deadlift, press/pushpress,benchpress)emovimentosdeginástica(pull-ups,toes-to-bar,knees-to-elbows, lunges,muscle-ups,burpees, dips, gluteus-hamstring developer sit-ups,push-ups, ropeclimbs,handstandpush-ups,pistols)7.SegundoGlassman,aprescriçãodoCrossfitdeveserde“movimentofuncionais,constantementevariadose de alta intensidade”8. A divisão tradicional dassessões de treino consiste em uma primeira partecom alongamento/mobilidade articular eaquecimento, logo após exercícios de aumento deforça ou melhora da técnica e enfim o “WOD”(workout of the day), que na maioria dos diascombina elementos da ginástica, do LPO(levantamentodepesoolímpico)edemovimentosfuncionais em treinos intervalados9. Por conta danecessidadedequeamaiorpartedostreinossejaemalta intensidade, uma das formas de controle é aescala de Borg ou PSE (percepção subjetiva deesforço)10.AmaiorpartedostreinosdeCrossfitsãorealizadosdeformaintervalada,emaltaintensidadee com curto tempo de descanso. Ao analisar os

estudospublicadosatéomomentoobserva-sequeamaiorparte foirealizadocomexercícioscontínuos.Torna-se necessário que mais estudos sejamrealizadosparaqueseanaliseosefeitosdamáscaraemtodosostiposdetreinamento,principalmenteosde alta intensidade. Diante disso, o objetivo desseestudofoianalisarseousodemáscarasdeproteçãointerfere na percepção subjetiva de esforço empraticantesdeCrossfit.Métodos:Esseestudoédenaturezaobservacional,transversal e descritiva, e teve como objetivoanalisar a relaçãodousodemáscarasdeproteçãocom a percepção de esforço em praticantes deCrossfit.ApesquisafoifeitadeacordocomasnormasdaResoluçãon°510,de7deabrilde2016,ondeédescritoque:“Nãoserãoregistradasnemavaliadaspelo sistema CEP/CONEP: I - pesquisa de opiniãopúblicacomparticipantesnãoidentificados”11. Umlinkcontendo14perguntasemformatodepesquisadeopiniãofoienviadoparaalunosdediversosboxesdo Rio de Janeiro. Foram incluídos homens emulheres com idades entre 19 e 56 anos quetivessem feito ao menos um dos treinos descritoscomamáscara,foramexcluídosindivíduosquenãorealizaramnenhumdos treinosouque já tivessemrealizado, porém sem máscara. Participaram doestudo oitenta e sete pessoas, onde trinta e seteforamexcluídaspornãoseadequaremaoscritériosounãoresponderemadequadamenteasperguntas.A coleta foi realizada entre os dias 13 de abril de2021e11demaiode2021.AentrevistafoicriadapelaferramentaGoogleFormsecontinhaperguntassociodemográficas, como peso, idade, gênero;perguntas objetivas, como tempo de prática doCrossfit; se já havia realizado algum dos treinosseguintes:Fran(21-15-9Thrusters/Pullups);Isabel(30Snatches)eMurph(1,6kmrun,100pullups,200pushups,300airsquats,1,6kmrun),todosdevendoser feitos no menor tempo possível; caso tenharealizado,sefoifeitocomousemmáscara;alémdeperguntassubjetivas,comoníveldeesforçoemcadaumdosbenchmarks;seécomumsentirnecessidadedeafastaramáscarapararespirarmelhoreemquaisexercícioseseoentrevistadoachavaqueousodesseequipamentointerferenaintensidadepropostaparao treino. Foi utilizada na entrevista a escala depercepçãosubjetivadeesforçodeOMNI-RES,ondeLagally e Robertson (2006) criaram e validaram amesma para exercícios resistidos e intervalados.EsseformatodeescalafacilitouacompreensãodosrespondentesemrelaçãoaescaladeBorgporconterfiguras e informações alfanuméricas12. Os dadosforamtratadospeloprogramaIBMSPSSStatistics23for Windows e apresentados como média, desviopadrão, valores mínimos e máximos e frequênciasabsolutas e relativas. O teste de correlação dePearson foi aplicado para analisar as possíveisassociaçõesentreasvariáveisdeestudo.O teste t-Student foiempregadoparaanalisaracomparaçãodapercepçãodoníveldeesforçocomesemusosdemáscara.Oníveldep<0,05foiconsideradoparaasignificânciaestatística.

Anais do Congresso Internacional de Educação Física e Desportos (CIEFD 2021) S-101

Resultados:Apósoprocessodeexclusão,oestudoanalisou as respostas de 50 participantes, sendo54,3%mulheres.Emrelaçãoaotempodeprática,amaioriatinhamaisdeumanodeprática(71,7%)oquemostraumapredominânciadepraticantescomexperiêncianamodalidade.Sobreadificuldadecomo uso da máscara, 87% dos entrevistadosresponderamquesentedificuldadeemtreinarcomesseequipamento.Amédiadeidadedaamostrafoide aproximadamente 29 anos, estatura commédiade1,69±0,08eoquesepodedestacarfoimédiadamassacorporalcommédiade73,83quiloseumaltodesviopadrão(15,56)dosparticipantesdaamostra,oquepodedificultaradeterminaçãodeumpadrãodosparticipantes.Oíndicedemassacorporal(IMC)apresentou média de 25,58, valor que segundo atabela adotada pela OMS, é classificado comosobrepeso. A média das percepções subjetivas deesforço(PSE)nostrêsbenchmarksselecionadosfoisemelhante;noMurph,8,94;noFran,9,0enoIsabel,8,48. Ao comparar as médias da PSE com e semmáscara nota-se que há uma distância entre osvalores, sendo 8,82 com a máscara e 7,70 sem amáscara, o que corrobora com os resultados databela 1, onde a maioria respondeu que sentedificuldadecomoequipamento.Houvetambémumacorrelação entre a PSE semmáscara e o IMC (p <0,05). Por apresentar o valor do coeficiente decorrelaçãodePearsonnegativo,arelaçãoéinversa,ou seja, quando uma variável aumenta a outradiminui.Pordenotarumvalormaispróximodezero,a correlação pode ser considerada baixa. Já aassociação entre PSE sem máscara e PSE commáscara apresenta correlação positiva (p < 0,05).Sendoassimasduasvariáveisaumentamjuntas,logoquantomaisaltaaPSEsemmáscara,maisaltaacommáscara. Por fim, como apresenta valor maispróximodeum,acorrelaçãoéforte.Otestet-Studentfoi empregado para analisar a comparação dapercepção do nível de esforço com e sem usos demáscara.Porapresentarvalordep<0,001,otesteindicaqueousodemáscara aumenta a percepçãosubjetiva de esforço na modalidade de exercícioanalisadanopresenteestudo.Discussão: Os principais resultados desse estudoapontam para uma opinião quase unânime dospraticantesquantoadificuldadeemtreinarcomasmáscaras de proteção, essa informação corroboracomoestudodeShajieSmaldone3 (2014)ondeosautores citam que esse desconforto pode estarrelacionadoàresistênciaaofluxodear,medidacomoadiferençadepressão(∆P)dapeçafacial.∆Psmaisaltos podem causar aumento do trabalhorespiratórioe/ouestimulararetençãodecalorpormeiododesviodarespiraçãoquenteexaladadentrodamáscara. Existe evidência, que há uma barreiraquedemandamais esforçoao respirar comusodemáscaraecomissopodeprejudicarorendimentonoexercíciofísicoemalgumaspessoas,noentantosemoferecerriscoàsaúdedospraticantes13.Embora,atéopresentemomentonãoforamencontradosestudosafirmandooucontraponhamdefatoarecomendação

do uso da máscara em exercícios em ambientesfechados, por isso é importante que os praticantesbusquem modelos desse utensílio que melhor seadaptem a cada um a fim de diminuir os efeitoscausados pela mesma e não deixar de lado aproteção.EmrelaçãoasmédiasdaPSE,observamosquehádiferençaentreosvalorescomesemmáscara,sendoessade1,12, indodeencontroaosdadosdatabela1,onde87%dosrespondentesafirmaramquesentem dificuldade com o equipamento. Lipman(2015)4citaqueumapossívelsoluçãoemfunçãodabarreira física criada seria a respiração nasal, noentantoemexercíciosdealtaintensidade,quandoseultrapassaosegundolimiarventilatório(LV2),issose torna impossível. Os resultadosmostraram quequantomaisaltaaPSEsemmáscara,maisaltaaPSEcom máscara, dessa maneira quanto mais alta aintensidade,maior a interferência do equipamentonoesforçodospraticantes.Aoseremquestionadossobre em quais exercícios os praticantes sentiammais dificuldade, a maioria citou exercícios compredominância aeróbica, e treinos de altaintensidade,alémdefalaremsobredificuldadescomosuor,pelofatodemolharamáscaraedificultararespiração. Outra variável analisada no presenteestudo, foi o IMC, onde os participantes estãoinseridosnafaixadesobrepeso,oquenoslevariaapensar a princípio de que há relação com umcondicionamentofísicoinferioreporissoamáscaraaumentariaadificuldadedaventilação,aumentandoassim o esforço percebido. No entanto além deapresentarumacorrelação fraca,arelação indiretamostra que a hipótese de um IMC alto levar aoesforçoaltofoidescartada.Essemétododeavaliaçãonão invasivo, é recomendado pela OrganizaçãoMundial da Saúde para a determinação do estadonutricional da população, além de ser válido e debaixocusto14.Emadultos,aOMSpropôsaslinhasdecortedoIMCde25kg.m-2parasobrepesoe30kg.m-2paraobesidade.Comtudo,foiobservadoqueousada máscara influência na PSE de praticantes deCrossfit, onde o esforço dos praticantes foiaumentadodevidoaousodesseequipamento.Dessaforma é necessário que professores e treinadoresestejam atentos ao controle da intensidade dostreinosparaqueosalunosconsigamrealizarotreinoproposto.Aspossíveisexplicaçõesparaoaltoíndicede respostas positivas sobre os incômodos com amáscara giram em torno da barreira física quedificultaaventilação,principalmenteemtreinoscommaiorcomponenteaeróbico.Umadassoluçõesparaesse problema poderia ser a respiração nasal, noentanto,emexercíciosdealtaintensidade,quandoseultrapassaosegundolimiarventilatório(LV2),issosetornaimpossível.Alémdisso,háfatoresexternoscomo o suor, que molha a máscara e dificulta apassagemdoare,pornãoserumhábitocomum,épossível que a população em geral precise de umtempo para se adaptar a esse equipamento,principalmente na prática de exercícios. O estudopossui limitações quanto a quantidade de pessoasentrevistadas e o tipo da máscara utilizada nos

S-102 Anais do Congresso Internacional de Educação Física e Desportos (CIEFD 2021)

treinos,porissomaisestudossãonecessáriosparaseavaliarasespecificidadesacercadotema.Conclusão:DesdeoiníciodapandemiadoCovid-19diversos pesquisadores têm se dedicado a estudarcomo o corpo se comporta durante a prática deexercícios quando são usadas as máscaras deproteção, no entanto não há estudos que analisemmodalidadesespecíficascomooCrossfit,oquetornapouco segura a prescrição dos treinamentos nocontexto da pandemia. Nesse sentido, os fatosapresentadosnoestudolevamaconclusãodequeousodemáscarasaumentaapercepçãosubjetivadeesforço em praticantes de Crossfit, nos exercíciosaeróbicosdealta intensidadeeéprovávelquesejanecessário diminuir a intensidade para que seconsigarealizarostreinospropostos.Porfim,essesdados são importantes para que profissionais deeducação física saibamdos efeitos acarretadosporesseutensílioeminimizemosriscosdecausardanosàsaúdedealunoseatletas.

Palavras-chave: corona vírus, exercício físico, medidas de proteção.

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§Autor correspondente: Andressa Oliveira Barros dos Santos – email: [email protected]

Original

Desempenho de força de repetiçõesmúltiplas e tempo sob tensão entre asexecuções unilaterais e bilaterais noexercíciocadeiraextensora

Giullio César Pereira Salustiano Mallen Silva1,2,3; João Gabriel Miranda Oliveira1,2,5; Rodrigo Gomes de Souza Vale2,3,4; Vicente Pinheiro Lima1,2,3,4 1Grupo de Pesquisa em Biodinâmica do Desempenho, Exercício e Saúde (BIODESA), Universidade Castelo Branco, RJ, Brasil; 2Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte (PPGCEE), Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 3Laboratório do Exercício e do Esporte (LABEES), Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 4Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), RJ, Brasil; 5Laboratório de Temas Filosóficos em Conhecimentos Aplicados a Educação Física e Desportos (LAFIL), RJ, Brasil.

Resumo: O objetivo do estudo foi verificar odesempenho de força de repetiçõesmúltiplas e dotempo sob tensão nas execuções unilaterais ebilaterais na cadeira extensora. A amostra foicompostapor10indivíduosdosexomasculinonãopraticantesdetreinamentoresistido,estudantesdeuma universidade localizada no estado do Rio deJaneiro.Foramaplicadosostestesde10RMbilaterale unilateral para cada perna no exercício cadeiraextensoraeforamavaliadosasobrecarga,angulaçãoe tempo sob tensão. Foi encontrada diferença

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significativa para sobrecarga utilizada no testebilateral quando comparado aos testes unilaterais.Nãohouvediferenças significativas com relação àsoutras variáveis. Com os resultados obtidos épossível concluir que os lados dominante e nãodominante tiveram a capacidade de realizar oexercíciosemdiferençanasobrecargautilizadaequeas três realizações domovimento (bilateral, pernadominante e perna não dominante) não tiveramdiferença na angulação domovimento e no temposobtensãodoexercício.Essesachadosindicamqueapropostadeprescriçãodotreinamentoresistidoportempo sob tensão pode ser válido, visto que namesmaangulaçãoenamaiorvelocidadedeexecuçãopossível,nãohouvediferençanotemposobtensão.Introdução:A forçamuscular(FM)éumavariávelconsideradadeimportâncianaáreadesportivatantonarelaçãodoaumentododesempenhoespecíficodoesporte quanto na diminuição da incidência delesões do mesmo1.A FM também é relacionada amanutençãoda saúde, vistoque seusbaixosníveissãoconsideradosumfatorderisco,podendolevaraincapacidade física e limitações funcionais2. Alémdisso,aFMtambémpossuirelaçãocomosriscosdemorte por doenças crônicas como por exemplodoençascardiovascularesoucâncer,havendoentãoanecessidadedarealizaçãodetreinamentoresistidocomo prevenção e tratamento3.O treinamentoresistido, no qual impõe estresse mecânico emetabólico com o intuito de estimular dentrealgumas adaptações fisiológicas, o aumento daforça4,possuidiferentesmaneirasdeserutilizadoeprescrito5. Algumas maneiras já são bemconsolidadascomoaprescriçãopelaporcentagemdaintensidade desejada baseada em uma repetiçãomáxima(1RM)6ouporfaixaderepetiçõesmúltiplasespecíficaparadeterminadaadaptaçãofisiológica7.Também é possível realizar os exercícios detreinamento resistido demaneira bilateral (BI) ouunilateral (UNI). Já foivistoqueépossível realizarmaiorproduçãodeforçacomasomadasrealizaçõesunilateraisdeumexercíciodoquequandoomesmoérealizadodemaneirabilateral.EssadiferençaentreBI e UNI pode ser utilizada como estratégia paramaximizar o ganho de força muscular. Além daquantidade de repetições, o tempo sob tensãomuscular(TST),vemsidoconsideradocomovariávelfundamental para determinar o volume dotreinamento resistido8. O TST possui variação deacordocomavelocidadedeexecuçãoeamplitudedomovimento,quepodeserutilizadocomoestratégiade prescrição visto que, possui efeito significativonos ganhos de força muscular9.Diante daimportância do equilíbrio dos níveis de forçamuscular entre os dois membros inferiores tantoparaganhodedesempenhoquantoparadiminuiçãodos riscos de lesão emanutenção da saúde, se faznecessárioverificarsedefatoessacondiçãoocorre.Paraisso,otestede10RMnacadeiraextensorafoirealizadodemodounilateralcomosdoismembrosinferiores, além do mesmo protocolo ter sidorealizadodemaneirabilateral,todoscomointuitode

mensurar os níveis de força baseados na cargautilizada,otemposobtensãodecadasérierealizadanoprotocolo e a amplitudedemovimentode cadarepetição, gravadas e analisadas no softwareKinovea após a coleta. Pelo exposto, o objetivo dopresenteestudoéverificarodesempenhoda forçaderepetiçõesmúltiplasedo temposob tensãonasexecuções unilaterais e bilaterais na cadeiraextensora.Métodos: Pesquisa original do tipo descritivaexperimental10. A amostra foi composta por 10homens,estudantesdeumauniversidadelocalizadaemRealengo,bairrodazonaoestedomunicípiodoRio de Janeiro, commédia de 22,90 ± 2,3 anos deidade;massacorporaltotalde73,99±12,2;estaturade1,75±0,1eíndicedemassacorporalde24,28±3,8. Foram incluídos somente não praticantes detreinamento resistido por no mínimo três meses.Foram excluídos todos que apresentaram dor ouqualquertipodedistúrbioquepudesse impediroureduzirodesempenhonostestes,alémdetodosqueresponderam positivamente pelo menos umapergunta no Physical Activity ReadinessQuestionnaire (PAR-Q teste). O estudo seguiu asnormasdeéticaepesquisa,previstasnasresoluções510/2016emvigore580/2018,quantoaassinaturadotermodeconsentimentolivreeesclarecido,comodeterminado pelo Conselho Nacional de Saúde ePesquisa. Os termos foram assinados pelosrespectivosvoluntáriosparticipantesdoestudo,comaciênciadequeosdadossóserãoutilizadossomentepelos pesquisadores, mantendo toda e qualquerinformação coletada em sigilo11. O estudo foirealizado pelo número de CAAE:46402621.8.0000.8144. Todos os participantesrealizaramdoisencontrosnãoconsecutivos,sempreno mesmo horário e com no mínimo 48 horas deintervalo entre eles. No primeiro encontro, ossujeitos foram esclarecidos sobre todos osprocedimentos da coleta de dados, assinaram oTCLE, responderamaoPAR-Q teste (que garante ainclusão da participação do estudo), foramsubmetidosaavaliaçãoantropométricaerealizaramo teste de 10RMBilateral na cadeira extensora demarca Buick Fitness Equipment, modelo MP-140Brasil. No segundo encontro foram realizados ostestes de 10RM unilateral na mesma cadeiraextensora,onde50%dosparticipantes iniciaramotestecomomembroinferiordominante(D)eaoutrametadecomomembroinferiornãodominante(ND),escolhidosdeformarandomizada.Ostestestiveram,no mínimo, 15 minutos de intervalo entre osmesmos. Os participantes do estudo foramorientados a não realizarem exercícios físicos dequalquer natureza e a não ingerirem substânciasestimulantes nas 24 horas que antecederam ascoletas de dados. Com o intuito de detectar algumriscoparaa realizaçãodaatividade física,oPAR-Qtestepossui7perguntasaondecasoqualquerumadelas tenha resposta positiva, o indivíduo éaconselhado a não realização da atividade física esugerido a se encaminhar para avaliação médica.

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Como garantia de que todos os indivíduosparticipantesestavamaptosarealizaçãodoteste,oPAR-Qtestefoiaplicadoacadaumdossujeitosantesde qualquer atividade proposta12,13. Paraverificação da massa corporal total e da estatura,dadosutilizadosparao cálculodo índicedemassacorporal (IMC), foiutilizadaumabalançamecânicacom estadiômetro damarca Filizola®PL – 150 n°8346/97 certificado ABNT NBR ISSO 9001, máx.150kg, min. 2,5kg e=100g. Apenas um únicoavaliador aferiu as medidas de todos os sujeitosparticipantes do estudo14. Para a realização doexercício, o indivíduo se posiciona sentado nacadeira extensora com eixo articular dos joelhosalinhadoscomoeixodoequipamento,comoapoiodospésnafaceanteriordoterçodistaldaspernas,comosjoelhosem90ºdeflexãocomtodasasplacassobrepostas, tendo o toque das placas a cadarepetição como um padrão, assumindo esta comosuaposiçãoinicial.Foirealizadoummovimentodeextensãode joelhosatéo limitemáximo individualdecadasujeito,previamenteavaliadoedemarcadocomumacordaelásticacomoreferênciaparatodasas repetições que fossem ser realizadas, contandocomo válidas apenas as que chegassem à marcaestabelecida, assumindo então, esta como suaposiçãofinal.Asamplitudesforammedidascomumgoniômetrodeplástico com360ºdeamplitude,damarca TRIDENT – mod. GON – PVC. Quanto àvelocidade de execução, foi pedido para que ossujeitossemprerealizassemasrepetiçõesnamaiorvelocidade possível, tanto na fase concêntricaquandonafaseexcêntrica,nãopermitindonenhumintervaloentreas fasese contabilizandoapenasasrepetiçõesqueseenquadraramnospadrõestécnicospré-estabelecidos15. Para mensuração da carga,amplitude de movimento e tempo sobre tensão,optou-se pelo teste de 10RM, realizado na cadeiraextensorademaneiraunilateralebilateral.Ospesosadicionaisqueforamnecessáriosforampreviamenteaferidos na mesma balança utilizada para aferir amassa corporal. Os participantes inicialmenterealizaram um aquecimento composto por duasséries,umade15repetiçõescom40%eoutrade12repetições com 50%, ambas as porcentagensestimadaspara10RMdesobrecarga,tendo1minutode intervalo de recuperação entre as séries. Apósisso, foram respeitados 3 minutos de recuperaçãoparaarealizaçãodaprimeiratentativadeexecuçãodotestede10RM,tendocomolimitemáximodiário3 tentativas, com 5 minutos de intervalo derecuperaçãoentrecadauma.Casoasobrecarganãofosse encontrada, o teste era realizado novamenteem um novo dia após no mínimo 48 horas deintervalo. A partir da realização do teste, asobrecarga registrada foi determinada pelo valormáximoobtidoequivalentea10repetiçõesmáximas,semosucessodarealizaçãodeumadécimaprimeirarepetição16.Comfinsdereduçãodamargemdeerronostestesde10RM,instruçõespadronizadassobreacoleta de dados e os testes foram fornecidas aosindivíduos antes da realização dos mesmos,

garantindo assim o entendimento necessário paraumaboa técnicadaexecuçãodoexercício,alémdeteremsidousadosestímulosverbaiscomoobjetivode manter o nível de estimulação o mais altopossível17.Durantearealizaçãodostestesde10RM,foram utilizados marcadores retro reflexivos comcercade19mmdediâmetrodamarcaNoraxonparaa captação dos pontos de referência de angulação(maléolofibular,côndilolateraletrocântermaiordofêmur). Para isso, foi utilizado um smartphone damarcaXiaomi,modeloRedmiNote6Pro,apoiadoemum tripé a 3metros de distância, demaneira quecapture a visualização total do movimento.Posteriormente, as imagens foram analisadas pelosoftwaredeanálisedemovimentoKinovea, versão0.8.27,umaferramentadelivreacessoconfiávelqueproduzdadosválidos,fornecendocomisso,umnívelde precisão aceitável nas medições angulares elinearesemrelaçãoascoordenadasdoseixosYeX,quepodemserobtidassobdigitalização18.OsdadosestatísticosforamanalisadospelosoftwareIBMSPSSStatistics 23 e foram apresentados como média edesvio padrão. O teste ANOVA com Post Hoc deTukeyfoiutilizadoparacomparaçõesdosdadosderepetiçõesmúltiplas,angulaçãoetemposobtensão.Foi adotado o valor de p<0,05 para significânciaestatística.Resultados:Os resultados são apresentados comomédiaedesviopadrão,deacordocomasvariáveisanalisadas: tempo sob tensão (TST), angulação domovimento(ANG)esobrecargautilizada(10RM).Osdadosdistribuídosparaapernadominante(10RM=24,4±10,2;ANG=78,61±6,6;TST=20,05±4,1),paraapernanãodominante(10RM=25±10,9;ANG= 79,28 ± 7,1; TST = 20,79 ± 3,6) e para bilateral(10RM=54,7±19,7;ANG=79,11±5,8;TST=19,35±3,1).NoresultadodotesteANOVAcomPostHocdeTukey,foiencontradadiferençasignificativanovalorda sobrecarga utilizada para a execução bilateral,que foi maior comparada as execuções unilateraisindependentementedapernautilizada(D:p=0,000;ND: p=0,000). Não houve diferença significativaentreasobrecargautilizadapelapernadominanteenão dominante (p=0,995). Não houve diferençasignificativanaangulaçãodomovimentoparaastrêsrealizações do exercício (BI, D e ND). Não houvediferençasignificativanotemposobtensãoentreasexecuções unilaterais (p=0,890), entre a execuçãocomapernadominanteebilateral(p=0,902)eentrea execução comapernanãodominante e bilateral(p=0,648).Discussão: Os resultados achados neste estudomostram que a sobrecarga utilizada em 10RM noexercício cadeira extensora foi maior para aexecução bilateral do que para as execuçõesunilaterais, independente da perna utilizada(dominante ou não dominante), o que já eraesperado ser encontrado. Não foram encontradasdiferenças significativas quanto a sobrecarga entreaspernasdominanteenãodominante.Alémdisso,não foram encontradas diferenças significativasrelacionadas a amplitudeda angulaçãoe ao tempo

Anais do Congresso Internacional de Educação Física e Desportos (CIEFD 2021) S-105

sob tensão nas três diferentes realizações do teste(bilateral, unilateral perna dominante e unilateralnãodominante).Épossíveldizertambémque,semvariação da amplitude da angulação utilizada, otempo sob tensão não varia independente darealizaçãodomovimentoserbilateralouunilateral,já que não houve diferenças significativas paranenhuma dessas duas variáveis. Outro fator queajuda a corroborar com essa lógica é o fato docomandodarealizaçãodomovimentosernamaiorvelocidade possível em que o indivíduo conseguiaexecutaroexercício,demodoquetodasasexecuçõesfossempadronizadas.Umestudo19realizouotestede10RMeapósotesterealizouumaintervençãonacadeiraextensoracomonopresenteartigo,porém,aoinvésdepadronizaraamplitudedemovimentooestudo analisou essa amplitude ao longo dasrepetições realizadas. De maneira similar aopresenteestudo,otemposobtensãonãofoialterado,mesmocomareduçãodaamplitudedemovimentoao longo das séries realizadas. Outro estudo20sugerequeotemposobtensãototaltambémnãofoialterado mesmo com a utilização de diferentesamplitudesdemovimento,apesardehaverdiferençasignificativa no número de repetições realizadas.Porém, o tempo sob tensãoda fase concêntrica foimaioreodafaseexcêntricamenor,paraarealizaçãodo exercício com maior amplitude de movimento.Estudos sugerem que a sobrecarga utilizada temdiferentes efeitos em respostas neuromuscularesagudas e por isso devem ser calculadosacompanhadodealgummétododequantificaçãodevolume21. Parece que utilizar o número derepetições para esse cálculo pode não sercompletamente fidedigno e o tempo sob tensão semostramaiseficazparaessesfins20.Conclusão: Com os resultados obtidos é possívelconcluir que os lados dominante e não dominantetiveram a capacidade de realizar o exercício semdiferença na sobrecarga utilizada e que as trêsrealizações do movimento (bilateral, pernadominante e perna não dominante) não tiveramdiferença na angulação domovimento e no temposobtensãodoexercício.Essesachadosindicamqueapropostadeprescriçãodotreinamentoresistidoportempo sob tensão pode ser válido, visto que namesmaangulaçãoenamaiorvelocidadedeexecuçãopossível,nãohouvediferençanotemposobtensãototal.

Palavras-chave: Tempo sob tensão; Treinamento de força; Treinamento unilateral.

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§Autor correspondente: Giullio César Pereira Salustiano Mallen da Silva – e-mail: [email protected]

Original

Nível de estresse de praticantes detreinamento resistido durante oconfinamentodoCoViD-19

Dérick Carvalho Amaral1; Ignácio Antônio Seixas-da-Silva1,3,4, Vitor Ayres Principe1,3,4; Rosana Dias de Oliveira Brum1; Sérgio Medeiros Pinto1; Ricardo Mariano Dublasievicz1; Rodolfo de Alkmim Moreira Nunes2,3,4; Carlos Soares Pernambuco1; Rodrigo Gomes de Souza Vale1,2,3,4 1Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio/RJ; 2Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ; 3Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte – PPGCEE/UERJ; 4Laboratório do Exercício e do Esporte-LABEES/UERJ.

Resumo: Em dezembro de 2019 o mundopresenciouachegadadenovovírus,oCOVID-19,queiria causar mudanças drásticas na vida de toda apopulação. E uma das consequências causada peloCOVID-19 foi o estresse. O objetivo do presenteestudoéanalisarosníveisdeestresseempraticantes

de treinamento resistido durante a pandemia doCOVID-19.Esteestudocontoucomaparticipaçãode15 mulheres entre 25 e 40 anos, praticantes demusculaçãocomfrequênciadepelomenos3vezesporsemana,porumperíododenomínimo12meses.Foi aplicado questionário de Estresse Percebido(EEP)edeBaeckeparamensuraraAtividadeFísicaHabitual (AFH)emadultos,os resultadosmostramqueosparticipantesapresentaramumabaixode(41pontos), estando abaixo do score que é de (42pontos). Esta pesquisa mostrou ainda que, osparticipantes que apresentaram maior nível deatividade física (ET) (5,000-8,750), valor (rho=-0,597;p=0,019)tiveramummenorníveldeestressepercebido(EEP).Esteestudoapresentouatravésdosresultados, que foram encontrados altos níveis deestresse percebido nos praticantes de exercícioresistido,ecomoapráticaregulardeexercíciofísicoreduz o estresse. Conclui-se que quem praticaexercício físico tem uma menor probabilidade deficarestressado.Introdução: O novo coronavírus, Sars-CoV-2, queproduz a doença COVID-19 teve seu caso emhumanosemdezembrode2019nacidadedeWuhan,provínciadeHubei,naChina.Comocrescimentodonúmerodenovoscasoseóbitos,nodia30dejaneirode 2020 a Organização Mundial da Saúde (OMS)declarou que a situação era uma Emergência deSaúdePúblicadeImportânciaInternacional(ESPII),e em 11 de março de 2020 a OMS declarou apandemiadeCovid-19(GARCIAeDUARTE,2020).Osmeiosdetransmissãodovírusnãoestãototalmentedefinidos,porémestábemclaroquea transmissãodo Covi-19 acontece de pessoa a pessoa, e atransmissãodessadoençapodeocorrerdediversasmaneiras,atravésdegotículasespalhadas,ao falar,tossirouespirrar,podendoserinaladasoualvejaràmucosadaboca,narizouosolhosdequemestiverperto.Essecontágiopodeocorreraindaatravésdocontato direto das mãos com algum objeto ousuperfíciesqueestejacontaminadocomoSARS-CoV-2,casohajacontatodiretocomaboca,narizouolhos(OPAS,2020).Essadoençapodeocorreremqualquerfaixaetária,porém,comoressalta(TANELA,2020),osidososcommaisde65anosdeidadeepacientescom patologias pré-existentes, tais comohipertensão, diabetes, doença pulmonar obstrutivacrônica e doenças cardiovasculares podem evoluirrapidamente para a síndrome do desconfortorespiratório agudo, choque séptico, acidosemetabólica de difícil correção e disfunção dacoagulação, resultando em morte. O processo deinfecçãoacontecequandoasproteínasdoSARS-CoV-2 se conectam a ECA-2 (enzima conversora deangiotensina 2) no organismo humano, essasproteínas costumam estar presente nas célulasepiteliais(incluindooepitéliopulmonar),nosrinsecoração (AGOND,AUNeBIANCHI,2020).Apessoaque contrair a doença pode ter um quadroassintomático até uma infeção respiratória maisséria,quepodemlevarasintomascomo:febre,tosse,fadiga,congestãonasaleatédiarreia.Nascrianças,

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pode ser observado a ausênciado apetite, cianose,tiragem intercostal, desidratação (AGOND, AUN eBIANCHI,2020).Peloriscoeminentegeradopor taldoença,foinecessárioatomadademedidaseaçõesdesaúdepúblicavoltadasaocontroledapandemia,taiscomo,o isolamentosocialouoafastamentodenomínimo2metrosentrepessoasemmeiosocial,ahigienização dasmãos com frequência com água esabão, e quandonão forpossível lavar asmãosounãopossuirsujidadeaparente,realizarhigienizaçãocomálcoolemgel,apopulaçãotemsidoorientadaautilizarmáscarasforadodomicílio.(LUZ,NORONHAeNAVARRO,2020).Medidasdeprevenção comooisolamento social são necessárias pois podemreduzir o risco de contaminação de novos vírus.(OPAS,2009).Entretantotaismedidas,podemgerarmudançasquevãoimpactardiretamentenoestilodevidadessaspessoasequepodemterconsequênciasde ordem psicológica ou emocional (GARCIA eDUARTE,2020).Porém,estudorealizadoporAmmaretal.(2020)apontaqueoconfinamentopodecausarprejuízosnoâmbitosocial,quevãogerarsensaçõesdesolidão,tristezaeperdadesatisfaçãocomavida.Eesse isolamentosocial traz impactosnoestilodevida de toda a população. Dentre esses, pode-sedestacar o estresse, emque reações acontecemnoorganismo frente a qualquer situação que sejainterpretada pela pessoa como desafiante ou umaameaçaasuaestabilidadefísicaoumental.SegundoEltinkeNunes(2020),oestressepodeseracontecerem quatro etapas: Fase de Alarme; Fase deResistencia; Fase de Quase-exaustão e a Fase deExaustão,ondecomeçamemprocessosdeadaptaçãodesde a secreção de hormônios adenocorticóidesque vão potencializar esse estresse, até oadoecimento do sujeito. Esses fatores estressantespodemapareceremqualquermomentodavidaeoIsolamentocontribuiparapotencializaressesefeitosnegativos na população, essasmudanças na rotinaque são fundamentais para o controle da doença,passam por um processo de adaptação que geramestresse e interferemdiretamente na qualidadedevida das pessoas (SMICHIDT et al., 2020).Frente aesses fatores, torna-se necessário encontrarmeiosque possam minimizar esse estresse, a atividadefísica exerce um papel de extrema importância narestauraçãodasaúde,edosefeitosnegativosqueoisolamento social causa (CORRÊA et al., 2020). Deacordo com Freitas et al. (2017), a prática daatividade física tem efeitos psicossociais que agemno alívio da depressão, alívio do estresse e namelhoradaautoconfiança.Aatividadefísicatemumagrande ação no combate da depressão, existemestudos relacionados com o estresse e a atividadefísica apresentam que o exercício regularproporciona uma boa saúde psicológica. (Alves eBaptista,2006).Oexercíciopodefornecerbenefíciossobreatolerânciaaoestresseacurtoelongoprazo,pois os indivíduos com uma maior aptidão físicareagemaoestressecomumaintensidademaisfraca,física e psicologicamente, e têm uma recuperaçãofisiológica mais rápida (OLIVEIRA et al., 2019).A

atividadefísicainfluenciadiretamentenocombateadoençasdeordempsicológicas,poispromoveumasensação de bem-estar reduzindo sintomasdepressivosquepodemgeraralteraçõesnohumorcomo, ansiedade, desmotivação e estresse, pois aatividade físicaestimulaa liberaçãodesubstânciasneurotróficas, promovendo a melhora cognitiva eumamaior sensação prazer e relaxamento (SILVA,2019).Oexercícioresistidoéimportantecomoformadereduzirosníveisdeestresse,poiseleestáligadoasecreção e liberação da beta-endorfina, essasubstância é semelhante a morfina, pois interagecom receptores nas regiões cerebrais que estãoenvolvidasnatransmissãodeinformaçõessobredor,além de estar envolvida na regulação do apetite,temperatura, e ser capaz de melhorar o humor(NETOeFRAÇA,2003).Alémdepromovermelhoranobem-estareinfluenciarpositivamentenareduçãodosníveisdeestresse,oexercíciofísicotrazoutrosbenefícios,como:perdademassagorda,melhoranosníveisdeVO2,bradicardiade repouso,melhoranafrequênciacardíacaenavariabilidadedaFC(SOUZAet al., 2013).O exercício resistido pode promoveralterações positivas fisiológicas no organismo.Diantedisso,questiona-se:seráqueoexercíciofísicopodereduzirosníveisdeestresseempraticantesdetreinamentosresistido?Oisolamentosocialdevidoapandemia do COVID-19 afeta negativamente oemocional da população, esse estudo mostrou anecessidade da atividade física como forma dereduzir níveis de estresse e consequentemente naqualidadedevida.Aimportânciadesseestudoparaos profissionais de Educação Física no que se dizrespeito a se manter sempre atualizado sobre osnovos estudos, tendo assim base, para saberidentificaretrataratravésdotreinamentoresistidoproblemas que afetam a vida da sociedade. Sendoassim, vem a ser necessário avaliar como otreinamento resistido pode ser aplicada comoestratégiadediminuiçãodoestresse.Oobjetivodopresenteestudo foianalisaroníveldeestresseempraticantes de exercício resistido durante oconfinamentodoCOVID-19.Métodos: Essa pesquisa atendeu o métodoexperimental de cunho quantitativo descritivo. Apesquisa experimental se caracteriza pelamanipulação de tratamentos na tentativa de criarrelações de causa e efeito (PETERSEN, 2012). OpresenteestudofoirealizadonacidadedeAraruama,RJ. Este estudo contou com a participação de 15mulheresadultasentre25e40anos,praticantesdemusculaçãocomfrequênciadepelomenos3vezesporsemana,porumperíododenomínimo12meses.Nãoparticiparamdoestudopessoasquefazemusode qualquer medicamento para ansiedade,antidepressivos, antialérgicos, relaxante muscular,pessoas com diagnóstico de depressão,esquizofrenia, gestantes, que fazem uso deanabolizantes, que estejam lesionadas e queapresentem alguma psicopatologia. O presenteestudoatendeuasnormasdaResolução466/12doConselhoNacional de Saúde, atendeu aos aspectos

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éticosdapesquisa.Todososvoluntários,apósleremo Termo de consentimento livre e esclarecido,concordaramemparticipardoestudo.Foiutilizadoquestionário para mensurar a atividade físicahabitual(AFH)emadultos.OquestionáriodeBaeckeécompostoportrêsescoresdeAFHdosúltimos12meses:1)escoredeatividades físicasocupacionaiscomoitoquestões,2)escoredeexercíciosfísicosnolazer (EFL) com quatro questões, 3) escore deatividades físicas de lazer e locomoção (ALL) comquatro questões. Neste trabalho, como a casuísticafoi composta por estudantes, utilizaram-se osescoresdeEFLeALLecomoescoretotal(ET)asomadestesdois(ET=EFL+ALL).OquestionáriocomosescoresdeEFLeALL,bemcomoa sua fórmuladecálculo, encontram-se nos quadros 1 e 2,respectivamente (FLORINDO e LATORRE, 2003).Para avaliar o estresse, foi utilizada a escala deestresse percebido (EEP), versão traduzida evalidada para a língua portuguesa. EPS, possui 14questõescomopçõesderespostaquevariamdezeroa quatro (0=nunca; 1=quase nunca; 2=às vezes;3=quase sempre 4=sempre). As questões comconotação positiva (4, 5, 6, 7, 9, 10 e 13) têm suapontuação somada invertida, da seguinte maneira,0=4, 1=3, 2=2, 3=1 e 4=0. As demais questões sãonegativasedevemsersomadasdiretamente.Ototalda escala é a soma das pontuações destas 14questões e os escores podem variar de zero a 56(DIAS et al., 2015). A primeira modalidade deexercíciofísicoeramusculaçãocomautilizaçãodosprincipais exercícios: Hackmachine, agachamentosumô, leg 45º, afundo, cadeira extensora, cadeiraabdutora e panturrilha. Todos os exercícios foramrealizadosde3a4sériesecom15a20repetições.Nasegundamodalidadeforamrealizadosexercíciosem aulas coletivas. A aula era iniciada com umaquecimentode5a10minutos;logoapóscomeçavaaparteprincipalquetinhaumaduraçãoemtornode40 min; e finalizando a aula, eram realizados 10minutos de alongamentos para a volta à calma.Osdados foram tratados pelo programa IBM SPSSStatistics 23 e apresentados como média, desviopadrão e valores máximos e mínimos. O teste decorrelaçãodeSpearmanfoiaplicadoparaanalisaraspossíveisassociaçõesentreasvariáveisdeestudo.Ovalordep<0,05foiconsideradoparaasignificânciaestatística.Resultados: Segundo Dias et al. (2015), valoresacima de 42 pontos para EEP podem serconsideradosindicativosdealtoníveldeestresse.Osparticipantesdapesquisaapresentaramumníveldeestresse abaixo desse valor de corte. Observou-sequetantoosvaloresdeexercíciofísiconolazer(EFL)quantoaatividadedelazerelocomoção(ALL),comotambémoescoretotal(ET)encontram-sedentrodoescore recomendado pelo questionário de Baecke.Escore de exercícios físicos e lazer (2,750-4,500),atividadedelazerelocomoção(2,250-4,250),escoretotal (5,000-8,750). Esta pesquisa mostrou aindaque,osparticipantesqueapresentarammaiornívelde atividade física (ET) (5,000-8,750), valor (rho=-

0,597;p=0,019)tiveramummenorníveldeestressepercebido (EEP). Discussão: O presente estudoavaliouosníveisdeestressepercebidoedeatividadefísica em praticantes de treinamento resistido.Utilizando 2 questionários, um para avaliar oestressepercebido(EEP)eoutroparaavaliaçãodoníveldeatividadefísicahabitual(AFH).Analisandoosdadosdopresenteestudo,deacordocomovalordecorteparaestressepercebidorecomendadoporDias et al, (2015) que é de 42 pontos, todos osparticipantesdapesquisaficaramabaixodessevalor.Os resultados das análises de correlação entre oquestionário para avaliação da atividade físicahabitualeodeestressepercebidomostraramqueosparticipantes com maior nível de atividade físicaapresentarammenoresníveisdeestressepercebido.Encontrou-sediferençatantonoinstrumentoquantona amostra utilizada pelo presente estudo quandocomparada a Viganó et al. (2020). Apesar dosinstrumentos utilizados serem diferentes, justifica-se o uso o exercício físico quanto a prática daauriculoterapia para a redução dos níveis deestresse.Corrêaetal.(2020)realizaramumestudotransversaldesenhadoparaavaliarapráticadeYogaeasuarelaçãocomsintomasdeansiedade,estressee depressão durante a pandemia de CO-VID-19. Acoleta de dados foi feita por um questionário deforma anônima em uma plataforma on-line. Aamostrautilizadafoicomumaestratégiaemboladeneve,ondeolinkdoquestionárioerapassadoparaos instrutores de yoga, depois os praticantesrecebiameeleseramincentivadosapassaradiante.Opresente estudoé similarquando comparadoaoestudo de Corrêa et al. (2020), porém com umaamostramenor,pois foiencontradasemelhançanoresultado em relação a diminuição nos níveis deestresse em participantes que realizavam maiornúmerodeseçõessemanais.Dourado(2021)emseuestudo de revisão literária sobre os benefícios dautilização da meditação no combate ao estresse,analisou uma amostra de 20 cuidadores e/oupacientes internados no ambulatório, com idadeentre22e76anos.Parainstrumentodoestudofoiutilizado questionário semiestruturado, quecontinha questões com intensidade de 1 a 4, osintegrantes da pesquisa deveriam assinalar aintensidadedos temasaseguir: insônia,ansiedade,dores de cabeça constantes, crise de pressão alta,estresse, incômodos e/ou distúrbios gástricos,irritabilidade,enfisema,níveldostrêsantesepósoprocedimentoeinformandoasensaçãoresultantedameditaçãopraticada.As seçõesdemeditaçãoeramsemanais, com duração de 30 minutos. Após umperíodode24a30seções,osparticipantesrelataramque houve redução de problemas, a se destacar:Insônia (1.86%), ansiedade (2.0,9%), dores decabeça constantes (1.63%), crises de pressão alta(1.72%),problemasgástricos(1.22%),irritabilidade(2.04%), enfisema (1.18%), doenças de pele(1.36%),reduçãodoestresse(2.4%).Deacordocominformações apresentadas, houve semelhança naamostra e no instrumento utilizado do presente

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estudo quando comparado ao de Dourado (2021).Apesar de Dourado (2021) explorar outrosproblemasemsuapesquisa,eutilizaroutrotipodeintervenção, nota-se que houve semelhança nosresultadosnareduçãodoestresse.MörschbächereMalfatti (2008) verificaram os efeitos dotreinamento resistido sobre marcadoresbioquímicose fisiológicosdoestresseemocional.Aamostracontoucomaparticipaçãodeumapessoadosexo feminino, com 26 anos de idade. Parainstrumento da pesquisa foi utilizado umquestionário do Perfil do Estilo de Vida Individualpara avaliar o nível de estresse emocional, foramrealizados exames laboratoriais para verificarmarcadoresfisiológicosdeestresse.Osdadosforamcoletados pré e pós teste a intervenção, comtreinamentodeexercícios resistidosquedurouemtorno de 8 semanas. Os resultados apontaramquehouvediminuiçãodoníveldecortisoledecolesteroltotalemcomparaçãocompréepósteste,houveumareduçãodamassacorporalde4kgenopercentualdegordura. Na avaliação cardiorrespiratória, o VO2máx. se manteve classificado como bom e houveaumentodaforçamuscular.Júnior,CapelarieVieira(2012)investigaramoimpactodaatividadefísicanoníveldeestresseena satisfaçãodevidade idosos.Participaram do estudo 187 integrantes daUniversidade Aberta à Terceira Idade de ummunicípiodoNordestedoParaná.Parainstrumentoda pesquisa, foram utilizados a Escala de EstressePercebidoeaEscalaparaAvaliaçãodeAtitudesemRelação à Velhice. Houve semelhança noinstrumento utilizado por Júnior, Capelari e Vieira(2012) quando comparado ao do presente estudo,porém, na amostra não. Os resultados de Júnior,Capelari e Vieira (2012) mostraram que ospraticantesde atividade física apresentarammaiorsatisfaçãocomavelhiceemenorníveldeestresse,percebe-seentãosemelhançaentreosdoisestudosquando comparamos o efeito atividade física e dotreinamento resistido na diminuição dos níveis deestresse. O estudo de Barbosa (2019) investigou ainfluênciadaterapiafloraldeBachnoestressedosacadêmicos de enfermagem. A população foicompostaporestudantesdocursodegraduaçãoemenfermagem da Universidade Federal dePernambuco-UFPE.FoiutilizadoaEscaladeEstressePercebido (PSS-10). Para obter os dados paraanálise, os participantes foram submetidos a umaentrevista detalhada no semiestruturada peloformuláriodeadmissãoeacompanhamento.Todosos estudantes chegaram aparecer umas consultasfizeram uso damúsica do floral e foram avaliadosnovamente pela PSS-10 durante cinco momentos,com intervalo de 21 dias entre as consultas. Asanálisesdedadosforamrealizadasemduasetapas:1- adequação ao padrão: Analisar os estressoresencontrados e caracterizá-los; e, 2: Construção daexplanação,queconsistenaanálisedeformulários,escalasdasentrevistas,estipulandoumconjuntodeeloscausasrelaçãointervenção.OestudodeBarbosa(2019) só apresenta semelhança com o presente

estudoemrelaçãoaoinstrumentoutilizado,poisnãohouvesemelhançaencontradaquandocomparadoaamostra, porém, vale ressaltar que mesmoapresentando uma intervenção diferente que a dopresenteestudo,Barbosa(2019)mostrouresultadospositivos com uso de florais no tratamento deestressepercebido.Conceiçãoetal(2012)objetivoudescrever as características sociodemográficas quese relacionam ao estresse percebido os idosospraticantes de exercício físico. Participaram daamostradoestudo92os(22homense68mulheres)praticantesdeginástica,esseprogramaconstoudeatividades de resistência aeróbica, resistênciamuscular, flexibilidade, coordenação e equilíbriocomotempoaproximadode60minutosintensidademoderada.Osinstrumentosutilizadosforamafichasociodemográfica e a Escala de estresse percebidoadaptadaparaidosos.Análisedadosfoirealizadanopacote estatístico SPSS 17.0, sendo utilizado umaestatística descritiva. Os idosos tinha uma idademédia de 69 anos, sendo, na maioria casados ouviúvos.Possuem,emmédia,maisdeduasdoenças.Quanto ao estresse percebido, os idososapresentaram 18,5 pontos. Já na relação entre osestresses e as características sociodemográficas,houvecorrelaçãonegativamoderadaentreestressee a renda pessoal (e = -0,209; p= 0,05), entre oestresse e os anos de estudo (r=0,272; p=0,009) eenteoestressepercebidoeonúmerodedoenças(r= 0,259; p= 0,014). Os idosos commaior estressepercebidoapresentarampiorpercepçãosubjetivadesaúdeemrelaçãoaoscommenosestressepercebido.Houve semelhança em relação ao instrumento deestudodopresenteestudoeapesquisadeConceiçãoet al. (2012), não houve semelhança entre asamostras dos estudos. Justifica-se a utilização dotreinamentoresistidocomoformadiminuirosníveisde estresse percebido. Miranda e Siebra (2021)investigaram fatores associados ao estressepercebido em situação de isolamento social noperíodo do COVID-19. O estudo foi realizado comindivíduos maiores de 18 anos, utilizaramquestionário de estresse percebido parainstrumento de pesquisa, participaram do estudo400 voluntários, que apresentaram altos níveis deestresse de uma forma geral, alguns fatores foramidentificadoseassociadosaoestressepercebidonoperíodo do isolamento social, como faixa etária,região onde mora, gênero, estado civil, vínculoprofissional, possuir uma crença, dentre outros.Alguns outros fatores foram associados: tempo deisolamento,terfilhos,estudoremoto,entendersuasações como relevantes, ter uma separação bemdefinida entre o horário de trabalho/estudodescanso,aexistênciadeumespaçodedicadoparaotrabalhoemvezdeambientemultiusoedeterumaestrutura de rotina organizada. O presente estudomostrou-se semelhante ao de Miranda e Siebra(2021) comparando o instrumento de pesquisa,nota-se quede acordo como estudodeMiranda eSiebra (2021), o isolamento social pode alterardiretamenteosníveisdeestressedapopulação,por

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issoéimportantedestacarousodoexercíciofísicocomoformadecombateroestressepercebido.Conclusão: Este estudo mostrou através dosresultados que foram encontrados altos níveis deestresse percebido nos praticantes de exercícioresistido,ecomoapráticaregulardeexercíciofísicoreduzoestresse.

Palavras-chave: treinamento de força, exercício físico, COVID-19.

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§Autor correspondente: Ignácio Antônio Seixas-da-Silva – e-mail: [email protected]

Original

Nível de satisfação com a aparênciamuscular em praticantes de atividadefísicaemacademias

Raffael da Silva Pamplona 1; João Gabriel Miranda de Oliveira 2,4,5; Vicente Pinheiro Lima 1,2,3,5

1Curso de Bacharelado em Educação Física, Universidade Castelo Branco; 2Grupo de Pesquisa em Biodinâmica do Desempenho Exercício e Saúde (BIODESA); 3Laboratório do Exercício e do Esporte (LABEES); 4Laboratório de Temas Filosóficos em conhecimento aplicado à Educação Física e Desportos (LAFIL); 5Instituto de Educação Física e Desportos (IEFD), Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte (PPGCEE), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

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Resumo: Objetivo: Verificar o nível de satisfaçãocom a aparência muscular em praticantes deatividadefísicaemacademiasdaZonaOestedoRiode Janeiro, Bairro Bangu. Métodos: A amostra foicomposta por 123 mulheres e 93 homens com26,65±8,13 e 25,06±6,62 anos de idaderespectivamente,dobairroBangunaZonaOestedomunicípiodoRiodeJaneiro.ParaacoletadosdadosfoiaplicadoaEscaladeSatisfaçãocomaAparênciaMuscular (MASS), coleta realizada por meioeletrônico via Google forms, encaminhado peloscoordenadores nas academias pelo WhatsApp dosseus clientes.Resultados:O testede confiabilidadede Alfa de Cronbach obteve valor de 0,83,caracterizandoqueasrespostasaoquestionáriosãoconfiáveis. Os resultados obtidos mostraram 42%como“totalmentesatisfeitos;20%“satisfeitos”,21%sentem-se“satisfeitos,8%sesentem“insatisfeitose10% “totalmente insatisfeitos com a aparênciamuscular. Dados feminino, 47% estão “totalmentesatisfeitas, 19% “satisfeitos a maioria das vezes”,20%“satisfeitasasvezessimeàsvezesnão”,7%sesentem “insatisfeitas a maioria das vezes” e 8%“totalmenteinsatisfeitascomaaparênciamuscular”.Conclusão:Foipossívelconcluirqueossujeitosquefizeram parte da amostra estão satisfeitos com aaparência muscular ou, simplesmente, não dãoimportânciaamesma.Introdução:Aimagemcorporaléafiguradonossoprópriocorpoqueformamosemnossamente,estápresente em todas as formas que uma pessoaexperiênciaeconceituaseuprópriocorpo.Ligadaauma organização cerebral integrada, que sofreinfluênciadefatoressensoriaisaodecorrerdetodasuavida,eexperiênciaexistencialeindividualdoserhumano, sobre ele mesmo, do modo como ele seenxerga¹.Aolongodotempo,oconceitodebeleza,deum corpo ideal, bonito ou saudável, sofreutransformações, antes era considerado bonito umcorpoesbeltoeroliço,quehojeéconsideradofeioepor sua vez, agora é considerado atraente o corpoatléticoetorneado,esteéchamadodecorpoideal².Nos tempos de hoje, a busca pelo corpo ideal vemcrescendo cada vez mais, um dos fatores queinfluenciamessecrescimentoéasociedadequevemmoldandooconceitodecorpoideal,utilizandomeiosde comunicação, comoa internet, rádio e televisãodentre outros para colocar um padrão de beleza,deste modo fazendo com que indivíduos que nãoestãodentrodospadrões impostospelasociedade,se sintam feios e excluídos³. Na busca pelo corpoideal percebe-se o vasto crescimento de cirurgiasplásticaseaumentonavendademedicamentosparao emagrecimento. Essa busca pode gerar diversosproblemasdesaúde,casosejamutilizadosmétodoserrôneos, gerando nos indivíduos quadros comoanorexia, bulimia, transtornos, até problemascardiovasculares4. Percebe-sequeo culto ao corpotemaumentadodevidoàgrandeinsatisfaçãocomaaparência muscular, tanto em homens quanto emmulhereseatémesmoemjovens,fazendocomquetodossepreocupemmaiscomaestéticadoquecom

asaúde.Issoévistocomoaumentocrescentedousoabusivo de anabolizantes, que gera diversosproblemasdesaúde,émuitocomumpraticantesdemusculação usarem anabolizantes para finsestéticos5.EssainsatisfaçãocomaimagemcorporalestámuitoligadaaindivíduoscomummaioríndicedegorduraeIMC,taisindivíduosnãosesentembemconsigomesmo6.Abuscaporumaimagemcorporalsatisfatória tem muitos caminhos, um deles é apráticadeatividadefísica,queproporcionammuitosbenefícios,comoamelhoranacoordenaçãomotora,combate às doenças, melhora cognitiva7,melhorando a qualidade de vida e combatendo oestresse, ansiedade, entre outros transtornos edistúrbios8.Aimagemcorporaleaautoestimaestãointerligadasesãodependentesumadaoutra,comaimagem corporal satisfatória, sua autoestima elevadecorrente de experiências positivas passadas,porémcasosuaimagemcorporalsejainsatisfatória,sua autoestima decai, isso ocorre devido aexperiências negativas9, a imagem corporal sofreinfluências dos fatores socioculturais, dos pais,amigos,parentesemtodasasfasesdavida,sendonainfânciaafasemaisimportantepoisénelaquepodegerarnavidadoindivíduoamaiorinsatisfaçãocoma imagem corporal10. A estética está muitorelacionadadiversas vezes aooposto a saúde,poispode trazer diversos problemas quando sua buscaporelaéfeitadeformaerrônea,entretantoquandofeitade formacorreta,aestéticapodecausarbem-estar, elevar autoestima, melhora psicológica eemocional do indivíduo, até mesmo em idosos11,praticantes de atividade física tendem a ter umaautoestima melhor e imagem corporal maissatisfatória do que não praticantes de atividadefísica12.Comovistoasatisfaçãocomaestéticaestáassociadaaimagemesaúdedeumapessoa,masemtempos da Covid-19, onde as academias estiveramfechadasesuareaberturaécontestada,seráqueosclientes que retornaram aos treinamentos estãosatisfeitoscomaaparênciamuscularounão fazemou não sofreram ou não se afetaram com essasquestões,sendoumaquestãointeressanteparaumainvestigação. Pelo exposto a presente investigaçãotemcomoobjetivoverificaroníveldesatisfaçãocoma aparência muscular em praticantes de atividadefísicaemacademiasdazonaoestedoestadodoRiodeJaneiropóspandemiacovid-19.Métodos:PesquisadotipoSurvey,quebuscareunirdadossobredesempenhoouconhecimentoemumagrande amostra da população e apresentarresultados na forma de padrões ou normascomparativas13. A amostra de estudo foi compostapor 123mulheres e 93 homens com 26,65±8,13 e25,06±6,62 anos de idade respectivamente, dobairroBangunaZonaOestedomunicípiodoRiodeJaneiro. Foram incluídos no estudo somentepraticantes de atividade física em academias queestãoretornandodoperíodopóspandemiacovid-19,quefrequentemaacademianomínimodeduasvezespor semana. Foram excluídos do estudo os alunosque possuíam qualquer deficiência física. Todas as

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informações contidas e relativas aos participantesvoluntáriosforamconfidencializadasepreservadas,os envolvidos assinaram um documento contendotodosigilomencionadonotermodeconsentimentolivreeesclarecido(TLCE).Paraacoletadosdadosfoiaplicado a Escala de Satisfação com a Aparênciamuscular (MASS), através do Google Forms, talinstrumento foi devidamente adaptado e validadotranscultural para a língua portuguesa noBrasil, eavalia a satisfação que os indivíduos têm com suaprópriaimagemcorporal,esteinstrumentoconstituide19perguntasemumaescaladeLIKERT.Osdadosserão apresentados pela média e desvio padrão evalores percentuais das respostas ao questionário,sendo aplicado o teste confiabilidade Alfa deCronbach.Resultados:Osresultadosobtidos,mostraramque,42% da amostra geral, foram classificados como“totalmente satisfeitos com a aparênciamuscular”,20% classificados como “satisfeitos a maioria dasvezes”,21%sentem-se“satisfeitosasvezessimeasvezesnão”,8%sesentem“insatisfeitosamaioriadasvezes” e 10% são classificados como “totalmenteinsatisfeitos com a aparência muscular”. Dadosfeminino,47%foramclassificadoscomo“totalmentesatisfeitos com a aparência muscular”, 19%classificadoscomo“satisfeitosamaioriadasvezes”,20%sentem-se “satisfeitosasvezessimeasvezesnão”, 7% se sentem “insatisfeitos a maioria dasvezes” e 8% são classificados como “totalmenteinsatisfeitos com a aparência muscular”. Dadosmasculino, 36% foram classificados como“totalmente satisfeitos com a aparênciamuscular”,21% classificados como “satisfeitos a maioria dasvezes”,22%sentem-se“satisfeitosasvezessimeasvezesnão”,10%se sentem “insatisfeitos amaioriadasvezes”e12%sãoclassificadoscomo“totalmenteinsatisfeitoscomaaparênciamuscular”.Discussão: Os achados do estudo estão emconcordância com o estudo de Neto A. et al 17,realizado em Barbacena, MG, que analisou 866pessoas e mostrou que 58% da amostra não temnenhum grau de preocupação com a aparência,mostrandoqueamaiorpartedaspessoasnãoestãomuito preocupadas com a aparência muscular.Todavia o estudo de Rodrigues18, realizado emUberlândia, que analisou 94 pessoas de ambos ossexos,estáemdiscordânciacomopresenteestudo,demostrandoquehomenstemmaiorprevalênciadepreocupação com a aparênciamuscular do que asmulheres, ou seja, homens podem suscitar maistranstornosedistúrbiosdoqueasmulheres,outrofator do estudo foi o tempo em que as pessoaspraticavam atividade física,mostrando que quantomaior o tempo da prática de atividade física,maisinsatisfeito tende a pessoa ser. Pesquisa realizadapor Bôas19, em Maringá – PR, que analisou 50indivíduos do sexo masculino, praticantes demusculação,tendo74%dosindivíduosclassificadoscomo: “sempre satisfeitos com a aparência” ou“satisfeitosamaioriadasvezescomaaparência”.Opresente estudo apresenta resultados semelhantes

aodapesquisadeBôas, tendoemvistaquedos93indivíduosdosexomasculinoanalisados,57%foramclassificadosiguaisapesquisarealizadaemMaringá.Um Estudo realizado por de Freitas20, no Rio deJaneiro – RJ, analisou o nível de satisfação com aimagem corporal de mulheres praticantes demusculação, foram analisadas 20mulheres, e 80%dessas mulheres tiveram resultados de “nenhumainsatisfaçãocomaimagemcorporal”ou“satisfeitosa maioria das vezes”, esses resultados estão deacordocomosdopresenteestudo,queteve66%dasmulheres classificadas igualmente. Entretanto umestudorealizadoporMaciel21,emBrasília–DFqueanalisouoníveldesatisfaçãodaaparênciamuscularde 72mulheres, obtendo resultados que 26% têmmoderada ou grave preocupação com a aparênciamuscular, resultados semelhantes da presentepesquisa, que 15% têm moderada ou gravepreocupação. Vale ressaltar que o presente estudocorrobora com os demais dentro da literatura,entretantohá controvérsias. Contudoé importantenotarqueapreocupaçãocomaaparênciamuscularvem crescendo, tal preocupação que podedesencadear uso de substâncias ilícitas, dismorfiamuscular, problemas de saúde, dentre outros. Oprofissional de educação física deve estar atentopara tais coisas, sendo um profissional da saúde,prevenindoepromovendoasaúdedetodos.Conclusão:Osresultadosobtidosverificarambaixoíndicepreocupaçãocomaaparênciamuscular,tantoem homens, quanto em mulheres que praticamatividades físicas em academias. Desta forma épossível concluirqueos sujeitosque fizeramparteda amostra estão satisfeitos com a aparênciamuscularou, simplesmente,nãodão importânciaamesma, criando a hipóteses de não ser odesenvolvimento muscular o objetivo que oslevaramàsacademiasnoperíododaCovid-19.Novosestudosdevemserrealizados,commaiornúmerodeparticipantes, estratificado por faixas etárias, sexo,tempodepráticadamusculação,diferentesbairrose,seocorrer,noretornoànormalidade.

Palavras-chave: Dismorfia muscular; Imagem corporal; Satisfação corporal.

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§Autor correspondente: João Gabriel Miranda de Oliveira – email: [email protected]

Original

Temposobtensãoeforçaderepetiçõesmúltiplasentreo ladodominanteenãodominantenaextensãodejoelhos

Dayane Marins Costa¹; Giullio César Pereira Salustiano Mallen Silva 1,2,3; Rodrigo Gomes de Souza Vale 2,3,4; Vicente Pinheiro Lima 1,2,3,4

1Grupo de Pesquisa em Biodinâmica do Desempenho, Exercício e Saúde (BIODESA), Universidade Castelo Branco, RJ, Brasil; 2Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte (PPGCEE), Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 3Laboratório do Exercício e do Esporte (LABEES), Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 4 Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), RJ, Brasil.

Resumo: O objetivo foi verificar se há diferençasignificativa entre tempo sob tensão e força derepetiçõesmúltiplas entre o ladodominante e nãodominantenaextensãodosjoelhos.Participaram15voluntários,aparentementesaudáveis(idade22,9±1,87anos, estatura1,77±0,7m,IMC26,31±3.77kg/m2).ApósavaliaçãoantropométricaeassinaturadoParQteste,osindivíduosforamseparadosparaadeterminaçãodassobrecargaspara10RMeotemposob tensão (TST) no lado dominante e nãodominante na Cadeira Extensora. 50% da amostracomeçou o teste pelo lado dominante e os outros50%começarampeloladonãodominante.Otestefoifilmado e analisado pelo software Kinovea para adeterminaçãodoânguloinicialefinaldomovimento.Nãohouvediferença significativapara as variáveisângulo p=0,504; tempo sob tensão p=0,996 esobrecarga p=0,249. Não foi encontrada diferençasignificativanaexpressãodeforçaeTSTentreoladodominante e não dominante. Fica clara apossibilidadedeprescriçãodetreinamentoresistidopeloTST,considerandoquenãoocorreudiferençasnoresultadodostestesentreosladosdominantesenãodominante.Introdução:Otreinamentocontraresistência(TCR)é composto de vários métodos para ganhos dehipertrofia e aumento na produção de forçamuscular. Esses métodos são aplicados seguindouma sequência de prioridades dentro dotreinamento personalizado ou esportivo¹.Para aprescrição do TCR se faz necessário o controle dealgumas variáveis como a ordem da escolha dosgrupamentos musculares dos exercícios a serempraticados em uma sessão de treinamento. Essavariável foi investigada em pesquisa que verificou

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como a ordem de escolha dos exercícios em umprogramadetreinamentopodeinfluenciardeformanegativa no desempenho dos músculos que ficampara o final da sessão. Em teste, observou-se queexercícios feitos no começo da sessão detreinamento reproduziam mais repetiçõesmusculares se comparados aosmesmos postos nofinal da sessão de treinamento. Desse modo omusculoprincipalaserestimuladodentrodasessãode treinamento deverá ser priorizado logo nocomeçodotreinoparaalcançarametapropostaparaodia2.Essa condição também foi identificada nodesempenho de grupo muscular por sequência deexercícios,noqualseobservouasequênciadetrêsexercíciosdemembrossuperioresdocorpoeapartirdareorganizaçãodasessãodetreinamentocomosgruposmuscularesmaioresnoinícioounofinaldasessão,hádiferençasignificativanonívelmédioderepetições. Isso confirma que sempre que umexercícioérealizadoporúltimo,numasequênciadeexercíciosousessãodetreino,odesempenhodesseexercício será negativamente afetado3. Outravariável importante é a predição do volume eintensidade do treinamento. Para mensurar asobrecarga máxima que um indivíduo conseguelevantar no exercício de musculação, é muitoutilizado o teste de 1RM no treinamento de força,entretanto muito se discute acerca dascontraindicaçõesdousodessemétodo,alegando-secausade lesõese logísticaprejudicadaparaodiaadiadostreinadoreseprofissionais.Paraminimizarosriscosefacilitaroprocesso,éfeitaaprediçãodoteste de 1RM por equação. Para validar essaafirmativa foi feito um teste de 1RM em algunsjovensecomessesdadosapresentados,osmesmosforamdivididosemumgrupocomcargamáxima(80a100%)eumgrupocomcargasubmáxima,quesereferia ao número das repetições possíveis (60 a80%entre4e10repetições)emdoisdiasdiferentescomdescansoentreeles.Depoisforamrealizadasasequaçõesdosmesmosparavalidação.As equaçõesforam: equação de Lander (1985); equação deO’Conner et al (1989); equação de Epley (1995);equaçãodeBrzycki(1993)eequaçãodeBaechle&Groves (2000). Os resultados mostraram que nãohavia diferenças significativas nos resultados dasequações utilizadas, o que demonstra que asequaçõesutilizadasparaaprediçãodecargamáximapodem ser empregues por profissionais para aavalição e para prescrição do treinamento deforça4.Noqueserefereaprediçãoparaalcançarumparâmetrode treinamentode força,estipula-seumvolume equivalente a intensidade por exercício.Alémdo1RM,hátambémapropostaporrepetiçõesmáximas,amaiscomumdeseutilizarépor10RMpara determinação de carga e as repetições. Já foitestadoecomprovadoquesãoaltasascorrelaçõesdesessões utilizando 10 (RM). Com indivíduosdestreinados,osganhosde forçassãovisíveisapósprevias 8 semanas, que caracteristicamente se dá,devidoasadaptaçõesneuraisdasfibraseaograndenúmeroderecrutamentosdeunidadesmotorasque

sãoexigidaspeloestímuloaomusculoediminuiçãode uma ação antagônica domovimento5.Outravertente para a proposta de prescrição dotreinamentodeforçaéotemposobretensãoqueomusculo se mantem para executar determinadatarefa. Após definir a finalidade a se obter com otreino e caracterizados o volume e intensidade, otemposobretensãoédeterminantenomesmopoisquandoomusculoéestimuladoaficarmaistemposobreatensãodeumcomando,eletendearealizarmaisesforçosparaacontraçãomuscularnoqualatensão gera maior estímulo para os reagentesbioquímicosqueaplicamseusesforçospararealizaratarefaproposta.Esseprocessoresultaemmaioresganhos na reprodução de força se equiparado aonúmerorepetiçõespré-estabelecidascomoestímuloparaarealizaçãodomovimento6.Entretantoaindaéuma variável não muito investigada em suareprodutibilidade do lado dominante e o lado nãodominante de um indivíduo, o que pode haverdiferençassignificativasnareproduçãodeforçaemexercíciosunilateraisoubilaterais.Essa ideiapodeestardiretamente ligadaa fadigaque cadaumdosmúsculos apresentam7. Pelo exposto o presenteestudo temcomoobjetivoverificar sehádiferençasignificativa entre tempo sobre tensão e força derepetiçõesmúltiplas entre o ladodominante e nãodominantenaextensãodosjoelhos.Métodos: Pesquisa original do tipo descritiva comcontroledasvariáveisafimdeevitarinterferênciasexternasquepossammodificaroresultadofinaldoestudo8.Foiutilizadacomoamostra15participantes,estudantesdeeducaçãofísicadeumauniversidadedazonaoestedacidadedoRiodeJaneiro.Todososindivíduossãodosexomasculinocomidade22,9±1,87anos, estatura1,77±0,7m, IMC26,31±3.77kg/m2, praticantes de exercício contra resistência.Foram incluídos somente aqueles que tinhampelomenos 6 meses de prática de musculação e nomínimo 3 meses de prática do exercício propostopara investigação, com frequênciasemanalmínimade duas sessões de treinamento. Foram excluídostodososqueapresentaramParQtestepositivo,dorou lesões que possam afetar o desempenho e osresultados dos testes. O estudo foi realizado comodeterminado pelo Conselho Nacional de SaúdeResoluções 510/2016 em vigor e 580/2018homologada. Todos os participantes assinaram oTermodeConsentimentoLivreeEsclarecido(TCLE)enãoterãoosseusnomesexpostos,permanecendoem anonimato. Todos os indivíduos puderam aqualquermomentoabandonaroestudo,tendoriscosminimizados9.Oestudo foi realizadosobonúmerodeCAAE:46402621.8.0000.8144.Acoletadedadosseguiu a seguinte sequência: seleção da amostra,critérios de inclusão e exclusão, caracterização daamostra e assinatura do TCLE. A coleta seguiu emdivisãodedoisgrupos:grupoA,50%testede10RMlado dominante e depois teste de 10RM lado nãodominanteegrupoB,50%testede10RMladonãodominantedepoistestede10RMdoladodominante.Paraacaracterizaçãodaamostraforamaferidasas

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medidas demassa corporal (Kg) e estatura (m). Amassacorporaleaestatura forammensuradasemumabalançamecânicadamarca(Filizolla®,Brasil)comcargadezeroa150kgeestaturaaté190m,paracomessesdadosserfeitooIMCdecadaparticipante.Os pontos de corte do IMC adotados forampreconizadospelaOrganizaçãoMundialdeSaúde10.Otestede10RMtevecomoobjetivoarealizaçãode10repetiçõesmáximaseconsecutivascomomáximode sobrecarga para a execução do movimento, namaior velocidade possível, sem a possibilidade deexecuçãodadécimaprimeirarepetição.Essetestefoifilmado por um celular moto G (6) play versãoppp29.55-25 com uma câmera de 13mp de altaresolução, foco automático e tecnologia PDAF eincluído no software de análise de movimento(Kinovea)paraapartirdeleserdeterminadooTSTeo ângulo do movimento11. Depois das 48h dadeterminação da sobrecarga de 10RM e o TSTencontrado,oavaliadoexecutouomaiornúmeroderepetições possíveis na cadeira extensora, comapernadominante.Apósserregistradoonúmeroderepetições,oavaliadotentoureproduziraexecuçãodomovimento coma pernanãodominante para ofim de caracterizar e avaliar se o número derepetiçõesmáximasfoiigual,superiorouinferiordapernadominanteparacomapernanãodominante.Antesdessaavaliaçãofoiaplicadoumprotocolodeaquecimentodeumaseriede10a15repetiçõescom50%dacargademáximaobtidanotestede10RM,foirespeitadoumintervalodedoisminutosantesdeiniciaroprotocolo,eumdescansode5minutosentreas tentativas. O exercício foi realizado na cadeiraextensora Buick Fitness Equipment (modelo MP-140, Brasil), com posição inicial sentado com oencosto inclinado para permitir que a lombarestivesse com a lordose preservada, quadris ejoelhosemflexãodeaproximadamente90º,medidaaferida pelo uso de um goniômetro de 360º. Aposiçãoinicialfoideterminadapelotoquedasplacaseaposiçãofinaldemarcadaporumacordaelásticaque foi tocada ao final de cada movimentoconfirmandoqueosjoelhosfizeramatotalextensãoaté 180º. Para a verificação da sobrecarga detreinamento e critério de prescrição de exercícios,optou-sepelaaplicaçãodotestede10RM,seguindoas recomendações de Brown12. Os testes de 10RMforam realizados em um único dia. Todos osindivíduos foram orientados a não ingerirsubstâncias com teor farmacológico e estimulantecomo cafeína ou álcool, e não realizar atividadesfísicas no dia anterior e próprio dos testes. Para aestatística,foramcalculadasamédiaedesviopadrãodasvariáveisdependentes.Paratestararejeiçãooua não rejeição da normalidade na distribuição dosdadosamostraisaplicou-seotestedeShapiro–Wilk.A ANOVA two-way para medidas repetidas foiaplicadaparacompararotemposobtensão,númerode repetições e deslocamento angular do ladodominante e não dominante. Foi considerado umnível de significância de 5% (p < 0,05). Todo o

tratamento estatístico foi realizado no softwareStatistical Package for the Social Sciences (SPSS),versão20.0.Resultados: Os resultados são apresentados pelasmedidasdaamplitudedomovimento(ANG),temposobre tensão (TST) e magnitude das sobrecargas(10RM).Foramextraídososresultadosemmédiaedesvio padrão: membro não dominante (ANG =69,77±6,73;TST=18,92±3,40;10RM=36,60±7,77)emembrodominante(ANG=70,45±8,24;TST= 18,92 ± 2,60; 10RM = 36,93 ± 6,57). O teste denormalidadedeShapiro-Wilkverificouqueosdadossão paramétricos, sendo aplicado o teste T paraamostras pareadas determinou que não hádiferenças significativas na expressão de força,amplitudedomovimentoe tempo sobre tensãodomovimento entre os lados dominantes e nãodominantes na extensão do joelho. (ANG p=0,504;TSTp=0,996e10RMp=0,249).Discussão:Opresenteestudoverificouquenãohádiferença significativa entre as amplitudes dosmovimentos, forças de repetições múltiplas e otemposobre tensãoentreo ladodominantee ladonãodominante.De formageralédemonstradoquenaprescriçãodotreinamentocontraresistência,hápossibilidade de equalização das sobrecargas,amplitude de movimento e TST em velocidadeangular máxima nesse tipo de treinamento,considerandoqueosdoisladosforamsimilares.Essacondição foi igualmente observada em estudosimilar, que verificou contrações isométricas emexercício unilateral e bilateral para ver se haviaalgumadiferençanareproduçãodeforçaentreeles.Foi determinado que não ocorreram diferençasunilaterais na produção de força no exercício deextensão de joelhos, porém ao comparar com obilateral apresentou um déficit bilateral nosindivíduosanalisados14.Esseresultadocontraria,nosentido de similaridade de desempenho entre oslados, as evidências observadas em estudo quetambém analisou força de repetiçõesmúltiplas emexercícios unilaterais e bilaterais entre ladosdominantes e não dominantes, em que teve comoobjetivo comparar a atividadedomúsculodurantecontraçõesunilaterais ebilaterais emumaparelhomultiarticular de desenvolvimento do ombro com90%dacargavoluntáriamáxima,o resultadoparaeste estudo foi de que o membro não dominantepredominou significativamente sobre o membrodominante expressandomais forçano exercíciodedesenvolvimento do ombro Este resultado foidiferentedoencontradonopresenteestudo,oquemostra que diferentes métodos de treinamentopodemterinfluenciadonomusculonãodominanteafim de expressar uma força significativamentediferente dodominante15. Em relação ao TST e asrepetiçõesmáximas produzidas, o presente estudorelatousimilaridadesentreoladodominanteeonãodominante,emqueosdoisladosexecutaramvalorespróximostantoparaostestesde10RMquantoparao tempo sobre tensão na extensão do joelho. Emconcordânciacomesteestudo,umapesquisaavaliou

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três métodos de treinamento com pesos, quevariavam de acordo com o volume das sessões detreinamento a qual fosse correlacionado oTST emqueestavaexpostocomaperdadedesempenhodaforça produzida. O estudo contou com 10 homenstreinados que realizaram todos os três protocolosqueenvolveramexercíciodaflexãodecotovelosnafase concêntrica, excêntrica e isométrica. Osresultadosparaesteestudomostraramqueotempoemqueomusculo ficava sob tensão influenciavaacapacidade de gerar força de determinado grupomuscular, ou seja toda vez que o número derepetiçõesouovolumedetreinamentoaumentava,maistemposobtensãoomúsculoficavaerefletianadiminuiçãodaproduçãodeforça16.Assimcomoestes,outros resultados semelhantes foram encontrados,no seguinte estudo sobre o desempenho damusculaturaextensoraeflexoradojoelhoematletasdefutsalnosmembrosdominanteenãodominante.No protocolo do estudo os participantes deveriamexecutar o máximo de repetições em distintasvelocidades. Ao analisar e comparar os resultadoshouve diferença na extensão do joelho dominantepara o RM e o TSTmaior que o dominante. Destaformaoestudodeixaclaroqueosresultados,apesarde apresentarem diferenças significativas entre osmembros,essasdiferençasforamabaixode10%,oque,poressaanálise,nãoospredispõemalesões17.Conclusão: Foram obtidos valores similares detemposobtensão,amplitudedemovimentoeforçaderepetiçõesmúltiplasnaextensãodojoelhoentreosladosdominantesenãodominantenosindivíduosparticipantes. A aplicabilidade das evidências é apossibilidadedeprescriçãodetreinamentoresistidopeloTST,considerandoquenãoocorreudiferençasnoresultadodostestesentreosladosdominantesenãodominantes,oquepodeserconsideradopositivouma vez que não ocorreu diferença para odesempenhodeforçamuscular.Ficaclaroquenovosestudosdevemserrealizadoscommaiornúmerodeparticipantes,comtestagemdediferentesexercícioseanálisedaforçabilateral,emindivíduostreinadosenãotreinados.

Palavras-chave: tempo sob tensão; dominância; não dominância; extensão de joelhos, unilateral.

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§Autor correspondente:Giullio César Pereira Salustiano Mallen da Silva–email: [email protected]

Original

Variações hemodinâmicas entreexercíciosparaosmembrossuperioreseinferioresempraticantesdeCrossfit

Dominique de Aguiar Sobral1, Vicente Pinheiro Lima1,2,3,4,5 1Curso de Bacharelado em Educação Física, Universidade Castelo Branco; 2Grupo de Pesquisa em Biodinâmica do Desempenho, Exercício e Saúde (BIODESA); 3Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 4Laboratório do Exercício e do Esporte (LABEES), Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 5Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte (PPGCEE), Universidade do Estado.

Resumo: Objetivo: Analisar as variaçõeshemodinâmicassubsequentesàpráticadeexercíciospara os membros superiores e inferiores empraticantes de Crossfit. Métodos: Amostra foicompostapor20atletasdeCrossfit deumabox nobairro Valqueire, no município do Rio de janeiro,todos do sexomasculino, com 29,75±3,37 anos deidade, massa corporal de 80,15±10,59 Kg e1,77±0,06m.Foramincluídossomenteaquelesquejá praticam Crossfit à no mínimo um ano, comfrequência semanal mínima de duas sessões. Paraavaliação da frequência cardíaca, pressão arterialsistólicaediastólicafoiusadoumaparelhodeaferirPA e FC digital da marca OMRON série 7113. Foirealizada uma intervenção com exercícios paramembros superiores (kippingpullup) e membrosinferiores (box jump). Foi aplicado o teste T paradados pareados foi aplicado com nível designificânciadep≤0,05.Resultados:OtesteTparadados pareados verificou diferenças significativasentre as práticas dos exercícios para membrossuperiores e inferiores nos valores de frequênciacardíaca subsequente p=0,01, duplo produtosubsequente0,046eduploprodutoapós10minutos0,05. Conclusão: O presente estudo atingiu o seuobjetivo ao analisar as variações hemodinâmicasentre exercícios prescritos para os membrossuperioreseinferioresnoCrossfit.Comosresultadospode-seconcluirqueapráticadoexercícioboxjump

para osmembros inferiores apresenta nos valoresmaioresdefrequênciacardíacasubsequente,duploproduto subsequente e duplo produto emcomparação aos valores do exercíciokippingpullupparaosmembrossuperiores.

Palavras-chave: crossfit. variações hemodinâmicas.

Introdução: O sedentarismo é um dos principaisfatores associados à mortalidade e perda daqualidade de vida. Visando uma melhora naqualidadedevida,atividadesnãoconvencionaisparaganho de condicionamento físico, têm se tornadopopular em vários países; dentre essas atividadesdestaca-se o Crossfit. Segundo Glassman, ospraticantes dessa modalidade trabalham diversascapacidades físicas de maneira concomitante,buscandoprepará-losparaasmaisvariadastarefasfísicas1. O Crossfit destaca-se por seus treinoscoletivos com apelos competitivos emotivacionaisqueenvolvemváriasmodalidadesesportivascomoolevantamento olímpico e exercícios ginásticos. Sãorotinasdeexercíciosqueenvolvemgrandesgruposmuscularescompeso livreoupesocorporalcomarealização de um alto número de repetições,executadas na maior velocidade possível e curtosintervalos de descanso visando uma alta demandacardiometabólica2.Qualqueratividadefísicaproduzmodificações no organismo, fortalecimentomuscular, flexibilidade, agilidade ou aeróbio, comconsequente resposta fisiológica a tal estímulo. Osdiversos sistemas vão sofrer modificações paramanter a homeostase metabólica quandosubmetidos a algum estresse físico3. Estasmodificaçõespodemapresentarcarátertemporárioou duradouro, ou seja, os assim chamados efeitosagudos ou crônicos do exercício físico,respectivamente.O sistemaCardiovascularéoquemais sofre alterações durante os exercícios físicos,poisaquantidadedesanguecolocadaemcirculaçãoaumentadeacordo comanecessidadede forneceroxigênioaosmúsculosesqueléticos.Essasalteraçõesafetamafrequênciacardíaca(FC)eapressãoarterial(PA)4. A frequência cardíaca (FC), sinal vital doorganismo, representa o número de sístoles porminutodeumcoraçãonormal.Afrequênciacardíaca(FC) tem sido utilizada como uma das principaisvariáveis fisiológicas relacionadas à prescrição econtroledoexercíciofísico.Defato,osvaloresdeFCaumentam, substancialmente, durante o exercíciodinâmico de força, podendo ultrapassar os 170batimentosporminuto.Suasrespostaseadaptaçõessãoobjetodeinvestigaçãocientífica,damaissimplesàmais sofisticada. O conhecimento da resposta daFC, nas diversas situações de exercício, torna-seessencial para a correta prescrição e posteriorcontrole das cargas de treinamento aeróbio, assimcomo a identificação dos métodos e modelos detreinamento de força que resultam em menorsobrecarga cardíaca5. A pressão arterial (PA) édefinidapelaforçaexercidapelosangueporunidadede superfície da parede vascular. A PA é

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representada pela pressão sistólica (PAS) e pelapressão diastólica (PAD). A pressão sistólicarepresentaamaisaltapressãonasartérias,estandoassociada à sístole ventricular cardíaca. A pressãodiastólica representa amenorpressãonas artériasocasionada pela diástole ventricular cardíaca,quando o sangue está preenchendo as cavidadesventriculares. Durante os exercícios, a pressãosistêmica tende a aumentar. Emexercíciomáximo,pode ultrapassar os 200mmHg. Atletas altamentetreinadospodemexibirvaloresdePASsuperioresa240mmHg,emexercíciosaeróbiosmáximoscomoocrossfit6.AtravésdamultiplicaçãodosvaloresdaPAe da FC temos duplo produto que é o valor doconsumo de oxigênio pelo miocárdio e do esforçocardíaco.Elepodevariarentre6.000emrepousoaté40.000 mmHg7 em exercícios de alta intensidadeonde, nessas condições, a elevação dos valores domesmo pode indicar boa condição de irrigaçãocoronarianae funçãomiocárdica,enquantovaloresbaixos se associam a doença cardíaca e maiorinclinaçãoàmortalidade8.Comovisto,háalteraçãonaPAeFCduranteapráticadeatividadesfísicas.Seconsiderado a hipótese desta realidade, nas açõesque utilizam membros superiores (MMSS) einferiores(MMII),pode-seconsiderarquetalvezhajaalteraçãodaPAeFCduranteumtreinonabarrafixa(kippingpullup)eumtreinodesaltosnacaixa(BoxJump over) realizados no crossfit. Dessa forma, oobjetivodopresenteestudofoianalisarasvariaçõeshemodinâmicassubsequentesàpráticadeexercíciospara os membros superiores e inferiores empraticantesdeCrossfit.Métodos:Amostra:Aamostrafoicompostapor20atletasdeCrossfitdeumaboxnobairroValqueire,nomunicípio do Rio de janeiro, todos do sexomasculino, com 29,75±3,37 anos de idade, massacorporalde80,15±10,59kgeestaturade1,77±0,06metros. Foram incluídos somente aqueles que jápraticam Crossfit à no mínimo um ano, comfrequênciasemanalmínimadeduassessões.Foramexcluídos todos que fizerem uso de anabolizantes,termogênicos ou que tenham interrompido ostreinamentosnasduasúltimassemanas,apresentamalgumtipodelesão,doroudesconfortodequalquernaturezaqueimpossibiliterealizarcomperfeiçãoosexercíciospropostosparaoestudo,sejamfumantesou façam uso de medicamentos que alterem apressão arterial ou frequência cardíaca. Todos osparticipantes assinaram o PAR-Q (Questionário deProntidão para Atividade Física) para praticar oCrossfit, questionário que tem por objetivoidentificaranecessidadedeavaliaçãoporummédicoantesdoiníciodaatividadefísica.Procedimentos: A pesquisa realizada respeitou aResolução510/2016doConselhoNacionaldeSaúdee todos os participantes receberam um termo deconsentimento livre e esclarecido (TCLE) quecontém informações sobre a intervenção e osobjetivos dapesquisa. Esse termo foi assinadoportodos.AcoletadosdadosusouumaparelhodeaferirPAeFCdigital7113damarcaOMRON710eseguiuas

seguintes etapas: assinatura do TCLE, mensuraçãodamassa corporal, aferiçãoda frequência cardíaca(FC)edapressãoarterial(PA)emrepouso,aplicaçãodo aquecimento, aferição da FC e da PA após oaquecimento,aplicaçãodoteste,aferiçãodaFCedaPAlogoapósoteste,5,10e15minutosapósofinaldo teste,mais 5minutos de repouso, aplicação dosegundo teste, aferição da FC e da PA logo após oteste,5,10e15minutosapósofinaldoteste.Intervenção:Osdoisfluxogramasabaixodescrevema ordem de todos os procedimentos feitos com aamostra, que foidivididaemdois grupos:GrupoAque fez o exercício para membros superioresprimeiroedepoisodemembrosinferioreseoGrupoB que fez o exercício para membros inferioresprimeiro e depois o de membros superiores. Paracaracterizaraamostraserámedidaamassacorporaleestaturaparaocálculodoíndicedemassacorporal(IMC),embalançaDigitaldeBioimpedânciadeCorpoInteiro HBF-514.A primeira aferição se deu daseguintemaneira11:1–Ovoluntárioficousentadoemrepousoporcincominutosemumacadeiracomapoioparaascostas,pésapoiadosnoassoalho,braçomantidoaoníveldocoração.2-Ovoluntárioabsteve-se de bebidas alcóolicas, cigarros e cafeína 30minutos antes da aferição.3 – Foram feitas trêsmensurações com intervalos de um minuto entrecadaumadelas.4–Omanguitofoiposicionadoa2,5cmdedistânciaentre suaextremidade inferiore afossa ante cubital.5 – Foram fornecidos aosvoluntários,verbalmenteeporescrito,osnúmerosespecíficos de sua PA e os objetivos dessadeterminação. Aquecimento: Foram realizadosmovimentos articulares dos ombros, cotovelos,punhos, quadris, joelhos e tornozelos, trabalho deaquecimentoantesdeumaauladecrossfit,paramaisuma vez ser aferida a PA e FC seguindo omesmoprocedimento da primeira aferição. Exercíciospropostos: Os exercícios foram divididos emmembros superiores e inferiores.Oparamembrossuperioreséokippingpull,feitonabarrafixaondeoatletainiciaomovimentopenduradocomosbraçosestendidos e finaliza uma repetição passando oqueixodalinhadabarracomosbraçosflexionados.Pararealizaçãodomovimentooatletavaiprecisardeforçaestática,poisaeficiênciadessemovimentodepende da habilidade do atleta em manter suasarticulaçõesesticadasparaqueeleassumaaposiçãomais estendida possível do corpo e coordenaçãomotora para fazer o kipping, movimento balísticoque requer controle eficiente do corpo e facilita arealização de um grande número de repetições, jáqueoatletausaoimpulsodocorpopararealizaromovimentoenãosomenteaforçadosbraços.Oparamembros inferioreso exercício escolhido foi oBoxjump,ondeoatletavairealizarsaltosemumacaixadamarcakingnaposiçãode40cm.Oparticipanteinicia o exercício depé como corpo estendido emfrenteàcaixa,fazumsaltoefinalizaomovimentoemcima da caixa com o corpo totalmente estendido.Ordemdeexecuçãodostreinosedasaferições:Aprimeira intervenção sedeu com50%daamostra,

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através da aplicação do treino para membrossuperiores (MMSS) na barra fixa; foi realizado 5séries com 10 repetições e intervalo de 1 minutoentreelas.Logoaofinaldaúltimarepetição,5,10e15 minutos após foram aferidas a FC e a PA, 5minutos para repouso e, logo em seguida, foramrealizados os mesmos procedimentos, só que comum treino para membros inferiores (MMII) comsaltos na caixa. Foram realizadas 5 séries com 10repetições e intervalo de 1 minuto entre elas. AsaferiçõesdaPAedaFCforamfeitaslogoapósofinaldo treino, 5, 10 e 15 minutos após o término daúltima série. No dia seguinte ocorreu a segundaintervenção, com 50% restante da amostra ondeforamrealizadososmesmosprocedimentos,sóquecom um treino para MMII com saltos na caixaprimeiroedepoisumtreinoparaMMSSnabarrafixa.AsaferiçõesdaPAedaFCforamfeitaslogoapósofimdotreino,5,10e15minutosapósotérminodaúltima série, assim como foi feito na primeiraintervenção.Estatística:Osdadossãoapresentadospelamédiaedesviopadrão.Otestedenormalidadede Shapiro Wilk determinou que os dados sejamparamétricos. O teste T para dados pareados foiaplicadocomníveldesignificânciadep≤0,05.Duploproduto:AmensuraçãodaPASedaFCpossibilitaocálculo de DP, sendo: PAS X FC13.Pressão arterialmédia: A pressão arterial média foi calculada daseguinteforma:

PAM=PAS+(PADx2)3

Onde:PAS=pressãoarterialsistólica;PAD=pressãoarterialdiastólica;PAM=pressãoarterialmédia.Resultados: Resultados das variaçõeshemodinâmicas para membros superiores emembros inferiores, determinampelo testeTparadados pareados que há diferenças significativasentre as práticas dos exercícios para membrossuperiores e inferiores nos valores de frequênciacardíaca subsequente p=0,01, duplo produtosubsequente p=0,046 e duplo produto após 10minutosp=0,05.Discussão: De acordo com os resultados obtidosnestapesquisaoexercícioparamembrosinferioresprovocou maiores alterações no sistemacardiovascular, por se tratar de um grupamentomaior,emrelaçãoaosmembrossuperiores,osníveispressóricospodemaumentarproporcionalmenteaotamanhodamassamuscularrecrutadanoexercíciodevido ao aumento da resistência vascularperiférica12. Houve diferença significativa nafrequência cardíaca subsequente ao exercíciocorroborando com outras pesquisas sobre essavariável13,14. De acordo com Diretrizes deReabilitação Cardíaca, praticantes e atletas deCrossfit tem a tendência de melhorar a suafrequência cardíaca, tanto a de repouso como amáxima,comotreinamentoaeróbioreduzindoessesvalores15.

Conclusão:Opresenteestudoatingiuoseuobjetivoao analisar as variações hemodinâmicas entreexercíciosprescritosparaosmembrossuperioreseinferiores no Crossfit. Com os resultados pode-seconcluirqueapráticadoexercícioboxjumpparaosmembros inferioresapresentanosvaloresmaioresdefrequênciacardíacasubsequente,duploprodutosubsequente e duplo produto em comparação aosvaloresdoexercíciokippingpullupparaosmembrossuperiores. Pode-se concluir que na amostra adiferençassignificativasentreafrequênciacardíacasubsequente, do duplo produto subsequente e doduploprodutoapós10minutosentreexercíciosparamembros superiores e membros inferiores.sequênciadeexercíciosparaMMSSeMMIIeMMIIeMMSSnãoalteraram,significativamente,aFCenemaPAD;entretanto,foiobservadoqueoexercíciodeMMII sempre causava alterações significativas naPAScomrelaçãoaorepouso,determinandocuidadosna prática de exercícios para MMII quandoexecutados por pessoas cardiopatas, necessitandohaverintervaloderecuperaçãoparataispraticantes.

Palavras-chave: Crossfit. variações hemodinâmicas.

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§Autor correspondente: Vicente Pinheiro Lima – email: [email protected]

Revisão

Desempenhode salto e treinamentodelevantamento de peso olímpico(lpo):umarevisãosistemática

Yuri Rolim2,3,4; Bruno Carvalho ¹; Andressa Santos

2,3,4; Giullio da Silva 2,3,4; João Oliveira 2,4; Rodolfo Nunes 3,4 Vicente Lima 1,2,3,4 1Curso de Bacharelado em Educação Física, Universidade Castelo Branco; 2Grupo de Pesquisa em Biodinâmica do Desempenho, Exercício e Saúde (BIODESA); 3Laboratório do Exercício e do Esporte (LABEES); 4 Instituto de Educação Física e Desportos (IEFD), Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte (PPGCEE), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Resumo:ObjetivoanalisarosefeitosdeprogramasdetreinamentodeLPOnodesempenhodesaltos.Apresente pesquisa seguiu as recomendaçõesindicadaspeloPRISMA, foramincluídosseguindoametodologia do acrônimo PICOS estudosexperimentais,realizadoscomatletasmaioresde18anos que foram submetidos a um programa detreinamento onde deveria conter exercícios delevantamento de peso olímpico(LPO) associado ounão a outros métodos de treinamento onde

analisasseosaltoverticale/ousaltohorizontalcomodesfecho,Aestratégiadebuscafoirealizadaemumabase de pesquisa, com as palavras chaveWeightlifting, vertical jump, horizontal jump,utilizando operadores boleanos “AND” entre ostermose“OR”entreossinônimos,tendocomofiltrodebuscaparatítuloeresumo.Nototal,474estudosforam encontrados seguindo a metodologia depesquisa. Sendo PubMed = 134; SportDiscus = 50;WebofScience=249;ScienceDirect=2;Scopus=39.Com base nos estudos encontrados e analisadosconclui-se que o treinamento de levantamentoolímpico corroboraparaumamelhora significativano desempenho do salto, uma vez que o tipo detreinamentoforbemadministrado.Introdução:Acapacidadedeproduzirforçaemaltavelocidade é definida como potência muscular1, odesenvolvimento desta capacidade está ligado háadaptaçõesneurais2.Umaadaptaçãoquesedestacaéoaumentodorecrutamentodeunidademotora,osantagonistastemsuasaçõesdiminuídasassimcomoos componentes neurais,3fazendo assim umamelhoranodesempenhofísicodeesportesvariados,exemplo: voleibol, basquete, rugby e levantamentode peso olímpico (LPO) que tem como prática aaplicação de força em alta velocidade4-7.Osmovimentos característicos do LPO são: Snatch,Clean and Jerk e derivados desses movimentosprincipais8sendo utilizado como forma detreinamentoemváriosesportesafimdemelhorarodesempenho do atleta9,10. Isso se dá, pois osmovimentosrealizadosemumtreinamentodeLPOpossuem o mesmo padrão de movimento ou sãosimilares a outros esportes11, além desse fatordurante o exercício de LPO há forma demovimentação especifica resulta na produção depotênciamáxima12queocorrenasegundapuxadadecleanousnatchondeseobservaatriplaextensão13,Estudos realizadosmostramque o treinamento deLPO gera um efeito positivo no salto vertical14,15.Odesempenho do salto vertical está diretamenteligado a força produzida nas articulações dotornozelo,joelhoequadril16poisumavisãocinéticae cinemática dos movimentos de LPO notaramcompatibilidade nos padrões para o salto verticalondefoiexigidaumaaceleraçãodosmesmos17.Alémdisso estudos avaliaram as fibras musculares deatletas de LPO e correlacionaram com um grupocontrolequerealizaramsaltosverticais,oresultadofoiqueemambososestímulosdetreinamento,LPOe saltos verticais, houve uma maior atividade defibras de contração rápida tipo 218.Portanto,utilizaçãodotestedesaltoverticalefrequenteparaavaliarapotênciamusculardemembros inferioresematletas19,20destaformaodesempenhonossaltosverticais pode ser considerado um indicadoreficienteparaaferirosníveisdepotênciamuscularproduzidopelosmembrosinferiores21.Peloexpostoo presente estudo tem como objetivo analisar osefeitos de programas de treinamento de LPO nodesempenhodesaltos.

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Métodos:O estudo foi realizado de acordo com oindicadopeloPRISMA22.Foramincluídosseguindoametodologia do acrônimo PICOS estudosexperimentais,realizadoscomatletasmaioresde18anos que foram submetidos a um programa detreinamento onde deveria conter exercícios delevantamentodepesoolímpico(LPO)associadoounão a outros métodos de treinamento ondeanalisasseosaltoverticale/ousaltohorizontalcomodesfecho.Foramexcluídosartigosderevisão,artigospublicadosemCongresso,Dissertaçõesdemestrado,TesesdeDoutoradoeartigosemfasedesubmissão.A foi realizada em uma base de pesquisa, com aspalavras-chave Weightlifting, vertical jump,horizontal jump, utilizando operadores boleanos“AND” entre os termos e “OR” entre os sinônimos,tendocomo filtrodebuscapara títuloe resumo,Apartir desta rotina de busca, foram realizadas aspesquisas nas seguintes bases de dados: PubMed,SportDiscus,WebofScience,ScienceDirecteScopusnodiade10deoutubro2020.Apósasbuscas,todasasreferênciasforamexportadasparaumabibliotecaonline do EndNote compartilhada entre trêspesquisadores que excluíram as duplicadas,restandoosartigosdisponíveis.Foramextraídasasseguintes informações: autor, país, número dosparticipantes, idade, massa corporal, sexo, origem,programade treinamento, tempode intervenção eresultadoscomvalordesignificância.Resultados: No total, 474 estudos foramencontrados seguindo a metodologia de pesquisa.Sendo PubMed = 134; SportDiscus = 50; Web ofScience=249;ScienceDirect=2;Scopus=39.Foramremovidoscomoduplicatas180estudos,apósleituradetítuloeresumoforamexcluídos257estudos.Dos37estudosquerestaramforamincluídosnarevisão12 estudos após leitura de texto completo. Dessesestudos foram extraídos os seguintes resultados:Arabatzietal23intervenção3grupos3xporsemanadurante8semanas.G1=1ªe2ªsemana,4sériesde4repetições,75%RM,intervalode3’entreasséries.3ª e 4ª semana, 4séries de 6 repetições, 80%RM,intervalode3’entreasséries.5ªa8ªsemana4sériesde4repetições,85a90%RM,intervalode3’entreas séries; G2=mesmo protocolo do G1 sendorealizado com exercícios de treinamento resistidoGC= Atividades Esportivas da Universidade. Saltorealizado, SJ (Squatjump); CMJ (countermovementjump);DJ20(dropjumpde20cm);DJ40(dropjumpde 40cm); DJ60(drop jump de 60cm). Resultados,altura SJ, CMJ, DJ20, DJ40, DJ60; potência do CMJ,DJ60 (p<0.05 GE1 pós-intervenção; alturaDJ40(p<0.05) GE2pósintervenção: Ayers et al24,intervenção, 2 grupos 3x por semana durante 6semanas.GE1=hangcleanousnatch,2a5seriesde3a15repetições.GE2=hangcleanousnatch,3a10series de 3 a 10 repetições. Salto realizado CMJ.Resultado, altura do CMJ (p<0,05) GE1 e GE2 pós-intervenção;Fatourosetal25, intervenção,4grupos3xpor semanadurante12 semanas.G1=exercíciospliométricos, nas semanas 1 e 2baixas intensidade80pésdecontato.Dasemana3a12a intensidade

variouentre120e220pésdecontato,G2=exercíciosde LPO, da semana 1 a 8 foram realizados 1x12 e1x10comintensidadeentre70e80%de1RMsemclean e snatch. A partir da semana9 até 12 foramincluídos cleans e snatchs no programa detreinamento realizados com intensidade 70 a 80%1RM.GE3= foramrealizadososmesmosexercíciosdo GE1 e GE2 consistindo em um treinamentoconjunto dos 2 protocolos descrito acima, sendorealizado em uma mesma sessão de treinamento,iniciandopeloGE1edepoisoGE2.GC=manteveasatividades da vida diária. Salto realizado CMJ.Resultado,GE1,GE2eGE3(P<0,05)GCemtodasasvariáveisanalisadas,GE1(P<0,05)GE3emtodasasvariáveisanalisadasGE2(P<0,05)GE3emtodasasvariáveisanalisadas;Hartmanetal26,intervenção,2grupossendoqueoGE1realizou4xporsemanaeoGE2 8x por semana, ambos por 3semanas. GE1=exercíciosdeLPOForamrealizadosde3a6seriesentre1a10repetiçõescomintensidadeentre85a95%1RMdia2exercíciosdeLPOforamrealizadosde3a5seriesde1a10repetiçõescomintensidadede75 a 90% de 1 RM dia 3 exercícios de LPO foramrealizadosde3a6seriesentre1a10repetiçõescomintensidadede75a90%de1RMdia4exercíciosdeLPO foram realizados de 3 a 5 series entre 1 a 10repetições com intensidade de 80 a 90% de1RMGE2=mesmoprotocolodoGE1descritoacimasendorealizadoduasvezespordiacomintervalode3 horas entre as sessões. Salto realizado CMJ.Resultado, não houve diferença significativa entrepréepós-intervençãonoGE1eGE2;Hellandetal27,intervenção, 3grupos de 3x por semana durante 8semanas.GE1=todasasvariaçõesdeLPOdasessão1a21 foi realizadoumaquecimentode3x5 comintensidadede40a80%seguidos3a5seriesde2a5 RM. GE2= a sessão 1 a 21 foi realizado umaquecimentode1x10seguidode2a4seriescom5repetiçõesnamáximavelocidadeGE3=foirealizadoumaquecimentode3x5com intensidadede40a80%seguidos3a5seriesde2a5RM.SaltorealizadoCMJ,SJ,DJ40.Resultados,GE3(P<0,05)alturadoSJ,CMJ, CMJ, potência CMJ comparado ao GE1, GE2(P<0,05)alturaSJ,potênciaCMJ,DJ40comparadoaoGE1, GE2(P<0,05) em altura DJ40 comparado aoGE3;Hermassietal28, intervenção,2grupos2xporsemanadurante12semanas.GE=,foramrealizadosde 2 a 3 series com 3 a 6 repetições com cargaprogressiva de 55 a 75% 1RM ao decorrer dassemanas,GC=nãoinformado.SaltorealizadoCMJeSJ. Resultados, GE1 (P<0,05) altura, velocidade doCMJ e SJ comparado ao GC; Hornsby et al29,intervenção, 1 grupo 3x por semana durante 20semanas. GE= foi realizado 3 series de 5 a 10repetiçõescomcargaprogressivade65a95%.Saltorealizado SJ. Resultado, não houve diferençasignificativa entre pré e pós-intervenção no GE.Manocchia et al30, intervenção, 2 grupos 2x porsemana durante 10 semanas. GE=foram realizadosde2a3seriescom5a20repetiçõescomvariaçãodeintensidade entre 60 e 95%. GC= não informado.SaltorealizadoCMJ.Resultados,nãohouvediferença

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significativaentrepréepós-intervençãonoGEeGC;Marrineretal31,intervenção,1grupo3xporsemanadurante 5 semanas. GE= power clean Primeira equartasemanaforamrealizadostreinosde3seriesde1a3repetiçõescomcargasde75a85%de1RMSegundaeterceirasemanaforamrealizadostreinosde3seriesde1a3repetiçõescomcargasde80a90% de 1 RM Quinta semana foram realizadostreinosde2seriesde2a3repetiçõescomcargasde60a70%de1RMGC=nãoinformado.SaltorealizadoCMJ.Resultado,GEmelhorouodesempenhodoCMJ(cm)em8,7%enquantooGCpiorouodesempenhoem 1,4%; Oranchuk et al32, intervenção, 2x porsemanadurante10semanas.GE1=Foramrealizadostreinosde2 a 6 series com2 a 12 repetições comcargas progressivas de 60 a 90% GE2. Foramrealizados treinos de 2 a 6 series com 2 a 12repetições com cargas progressivas de 60 a 90%.Salto realizado CMJ e SJ. Resultado, GE1 eGE2(P<0,05) altura e potência do CMJ e SJ pós-intervenção;Oranchuketal33,intervenção,2grupos3x por semana durante 8 semanas. GC=. Foramrealizados treinos de 3 a 4 series com 6 a 12repetiçõescomcargas leves.GE=Foramrealizadostreinos de 3 a 5 series com 1 a 8 repetições comcargas progressivas de 70 a 100% de 1 RM. Saltorealizado CMJ. Resultado, GE (P<0,05) altura epotência CMJ pós-intervenção; Otto et al34,intervenção, 2 grupos 3xpor semana durante 6semanas.GE1=semana1,2e3foramrealizados4a3x 4 a 6 repetições, Semana 4, 5 e 6 4 a 6x 4 a 6repetições, Todos os treinos foram realizados comkettlebell de16kgGE2=foramrealizadosexercíciosdeLPOsemana1,2e3de3a6xcom4a6RM4,5e6 de 4 a 6x com4 a 6 RM. Salto realizado CMJ.Resultado, GE1 e GE2 (P<0,05) CMJ (cm) Pós-intervenção; Siahkouhian et al35, intervenção, 1grupos durante 27 dias. GE= o treinamento dossujeitos consistia em exercícios de LPO e suasvariações. Durante o treinamento normal, queconsistiaemumtreinopordiafoiaferidopeloN0derepetições X carga levantada, variou de 2.800 a5.500kgpordiadetreinamento(dias2-4edias13-26) com intensidade (%1RM) relativa de 86,75%.Salto realizado CMJ com auxílio dos braços.Resultado, não houve diferença significativa entrepré e pós-intervenção no GE; Suchomel et al36,intervenção, 3 grupos 3xpor semana durante 10semanas.GE1=levantamentoolímpicocompegada,GE2=puxadasderivadasdolevantamentoolímpico,GE3=puxadas derivadas do levantamento olímpicocomcargaespecíficadeforçaevelocidade.Strength–endurance, semanas1–3, 3 x 10, Max-strengthsemanas4–7,3x5,semana8,5x5,Speed–strength,semanas9–10,3x3,3x2.SaltorealizadoCMJeSJ.Resultado,SJtempo(ms)(P<0,05)MT1doGE1epós-intervenção no GE2; Teoh et al37, intervenção, 2grupos3xporsemanadurante10semanas.GE1=na1,2e3semanasforamrealizadostreinosde4xcom4a6repetiçõescomcargasde70%de1RMNa4,5e6semanas foramrealizados treinosde6x com4a6repetições com cargas de 70%, GE2= foram

realizadostreinosde4a8seriescomcargade4a12repetiçõescomcargade30%.SaltorealizadoCMJ,SJ,DJ.Resultado,potênciadoCMJ,SJeDJealturadoCMJ(P<0,05)GE1eGE2pós-intervenção;Tricolietal38,intervenção, 3 grupos 2x por semana durante 8semanas. GE1=foram realizados exercícios de LPOsemanas1-4com3a4xde4a6RM,Semanas5-8com4a6xde4a6RM,GE2=foramrealizadosexercíciospliométricos semana 1-4 de 4 a 6x de 4 a 6RM.Semanas5-8,4a10x4a6RM,GC=não informado.Salto realizado CMJ e SJ. CMJ, (P<0,05) GE1 e GE2pós-intervenção, SJ (cm) (P<0,05) GE1 pósintervençãoGE1(p<0,05)GE2eGCnoCMJ.Discussão: O presente estudo tem como objetivoanalisarosefeitosdeprogramasdetreinamentodeLPO no desempenho de salto. Os estudosanalisados23-38contaramcomgruposdeintervençãoe grupo controle, ao todo 396 indivíduos foraminvestigados,somentenoestudodeManocchia30nãofoi apresentado o número de indivíduos de formaindividual a fimde identificarmos a quantidadedeparticipantesdosexomasculinoedosexofeminino,pois o estudo afirma conter homens e mulherescomo participantes da pesquisa, sendo assim oestudoapresentouovalortotaldeparticipantesquefoi de 37 indivíduos sendo homens emulheres, osdemais estudos23-29,31-38disponibilizaram ainformação de número de participantes do sexomasculinoedosexofeminino,resultandonototalde301 homens e 58 mulheres. Os estudos contaramcom indivíduos de 8 nacionalidades diferentes:Estados Unidos da América24,26,29,30,32,33,34,36,Grécia23,25, Noruega27, Canadá28, Nova Zelândia31,Irã35, Austrália37, Brasil38, em todos os estudosestiveram presentem no método de treinamentoexercícios LPO e/ou derivados desses exercícios eem todosos testespara aferir os resultados foramrealizados saltos verticais. Em todos os estudosforamdescritosasuaorigemdetreinamento,sendoeles grupos que continham: estudantesuniversitários23,25,34,36,37,38, atletas de LPO26,29,35,atletas de voleibol24,27, pessoas fisicamenteativas30,31,atletasdesoftball24,atletasdehóqueinogelo27,atletasdebadminton27,atletasdehandebol28,atletasdenatação32eatletasdegolf33.OsresultadosidentificadosmostramqueosestudosdeArabatzi23,Ayers24, Fatouros25, Helland27, Hermassi28,Marriner31, Oranchuk32, Oranchuk33, Otto34,Suchomel36,Teoh37eTricoli38tiveramumamelhorasignificativa no desempenho do salto pós-intervenção e que os resultados encontrados nosestudos de Hartman26, Hornsby29, Manocchia30 eSiahkouhian35não houve diferença significativa nodesempenhodosaltopós-intervenção.Assimcomono estudo de Hawkins e colaboradores queinvestigouaalturadosaltoemgruposdemusculaçãoe grupos de levantadores de peso, o resultado doestudofoiqueogrupoquerealizouotreinamentodelevantamento de peso obteve uma melhorasignificativanaalturadosaltonopós-intervenção,omesmo estudo obteve resultados de aumentosignificativos na potência do grupo que utilizou o

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treinamentodelevantadoresdepesodoperíododepréintervençãoaoperíododepósintervenção39.UmpontoquefoimencionadonoestudodeInceéqueoa salto tem semelhanças com o padrão motorexercido no treinamento de levantamento de pesoolímpico sendo pela sua proximidade motora e aformadeexecuçãorápidaeoaumentodeforça40.Conclusão:Oobjetivoqueemanalisarosefeitosdeprogramasde treinamentodeLPOnodesempenhode salto. Com base nos estudos encontrados eanalisados conclui-se que o treinamento delevantamentoolímpicocontribuinoaprimoramentodo desempenho de saltos. Esse estudo tem comoimportânciaaquantificaçãodosresultadosparaquepossam ser traduzidos em forma de treinamento,destamaneiratreinadorespoderãoincluiressetipode treinamento na rotina dos seus treinos namelhoradaperformancedeseusatletas.Novos estudos devem ser realizados, ampliando onúmerodebasesparaconsulta,fazendometanálise,comnovaspalavraschavesedescritores.

Palavras-chave: salto vertical, levantamento de peso olímpico, treinamento desportivo.

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§Autor correspondente: Yuri Rolim Lopes Silva – e-mail: [email protected]

Revisão

Efeito do HIIT em indivíduos comsíndrome metabólica: uma revisãosistemáticacommetanálise

Bruno Teixeira1; Nathália Medeiros Nehme1; Alanna Vargas1; Gustavo Casimiro-Lopes1 1Universidade do Estado do Rio de Janeiro – Laboratório de Fisiopatologia do Exercício.

Resumo: A síndrome metabólica (SM) é umacondição que predispõe o indivíduo amortalidadeprecocepordoençascardiovasculareseoexercíciofísico está entre as estratégias utilizadas para otratamentodessadoença.UmamodalidadequetemdespertadointeresseéoHIIT,masseusefeitosnoscomponentes da SM ainda são inconclusivos. OobjetivodesseestudoéverificaroefeitodoHIITnoscomponentes da SM. Foi realizada uma busca nasbases de dados MEDLINE, Scielo, LILACS, ScienceDirect, SPORTDiscus, CINAHL, SCOPUS, Cochrane eWebofScience.Foramutilizadoscomodescritoresos termos “high intensity interval training” e“metabolicsyndrome”eseusrespectivossinônimosedez estudos atenderam aos critérios de inclusão.Foram observadas reduções na Circunferência decintura(Cc)de -3,87cm(IC95%: -5,60a -2,13),naPressão arterial sistólica (PAS) (-5,38 mmHg; IC95%:-8,55a-2,20),Pressãoarterialdiastólica(PAD)(-4,46 mmHg; IC 95%: -6,83 a -2,09) e Pressãoarterialmédia(PAM)(-3,49mmHg;IC95%:-5,47a-1,51), na glicemia (-4,16mg/dL; IC 95%: -8,12 a -0,20) enas concentraçõesde triglicerídeos (-12,62mg/dL; IC 95%: -23,57 a 1,68). Não foramobservados aumentos nas concentrações daLipoproteínadealtadensidade(HDL)(1,41mg/dL;IC95%:-0,52a3,33).OHIITapresentoubenefícios

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na Cc, PAS, PAD, PAM, glicemia e triglicerídeos depessoascomSMepodeserrecomendadoeutilizadona prática clínica, auxiliando no tratamento depessoascomSM.Introdução: Síndrome metabólica (SM) é o nomedado para um grupo de fatores de risco queaumentam a chance do indivíduo desenvolverdoenças cardiovasculares e outros problemas desaúde, tais como diabetes e acidente vascularencefálico,essacondiçãopode,ainda,aumentarem,aproximadamente,1,6vezesamortalidadeportodasascausas[1].OsfatoresderiscoquecompõemaSMsão a obesidade abdominal, hiperglicemia,hipertensãoarterialedislipidemia[2,3].Nos últimos anos, a atividade física tem sidoempregada na prevenção e tratamento de grandenúmero de doenças crônico degenerativas, sendotambém responsável por melhorar uma sérieanormalidades que fazem parte da SM, como adislipidemia,hiperglicemia,hipertensãoeobesidade[4, 5, 6]. Maiores níveis de atividade física estãoassociados negativamente com o aumento doscomponentes da SM [7], e um dos programas deexercício físicoquevemsedestacandonosúltimosanoséoHIIT.Essepodeserdefinidocomoperíodosintermitentes de intensidade alta, separados porperíodos de recuperação em baixa intensidade,sendoosperíodosde alta intensidade, geralmente,realizadosentre85%e95%dafrequênciacardíacamáxima[8].Odestaqueparaessemodelodetreinamentoédadopelofatodequepodegeraradaptaçõessemelhantesou maiores do que o treinamento contínuo deintensidademoderada,comsessõesdetreinamentomais curtas, essas adaptações são observadasinclusive em populações com doenças crônicasdegenerativas [9, 10]. No entanto, os benefíciosdessemodelode treinamentonos componentesdaSM em pessoas com essa síndrome ainda sãoinconclusivos, sem uma definição de quais doscomponentesdaSMpodemsermelhoradoscomessaintervenção. Dessa forma, há dificuldade em suautilizaçãoclínicaparatrataraSM.Sendoassim,apropostadestametanáliseéverificaroefeitodoHIITnoscomponentesdaSMempessoasdiagnosticadascomSMcomparadocomcontrolenãoexercitado.Métodos:OpresentetrabalhofoiredigidoconformeasrecomendaçõesPRISMA[11].Foram incluídos no estudo ensaios controladosrandomizados realizados em indivíduos comsíndrome metabólica submetidos ao HIIT e cujodesfecho era a avaliação dos componentes dasíndrome metabólica (circunferência abdominal,triglicerídeos, HDL-colesterol, pressão arterial eglicemia) destes indivíduos pré e pós-intervenção,comparado aos indivíduos que não realizaramexercício físico durante o período de intervenção.Umabuscasistemáticasemfiltrodetempoouidiomafoi realizada nas seguintes bases de dados:MEDLINE, Scielo, LILACS, Science Direct,SPORTDiscus,CINAHL,SCOPUS,CochraneeWebof

Science. Foram utilizados como descritores ostermos“highintensityintervaltraining”e“metabolicsyndrome” e seus respectivos sinônimos nosdescritoresDeCSeMeSH.Asfrasesdebuscaforamdesenvolvidas com os operadores booleanos “OR”entreossinônimose“AND”entreosdescritores.Foirealizada uma análise preliminar dos títulos eresumosqueatendiamaoscritériosdeinclusãoe,emseguida, da versão completa dos que foram maisrelevantes para o presente estudo. Foi utilizada aescala de Jaddad (1996) [12], aplicadaseparadamente por dois dos pesquisadores esolicitadoaoterceiropesquisadorparadecidirsobreavaliações discordantes. Foram considerados osseguintescritériosmetodológicos:1a)adescriçãodoestudocomorandomizado;1b)a randomização foirealizada corretamente; 2a) foi um ensaio duplocego;2b)aocultaçãofoirealizadaadequadamente;3)descriçãodaperdadeamostra.Quandoos itens1a,2ae3foramatendidos,oestudoobteve1pontopor item. Se os itens 1b e 2b foram observados, oestudoobteveoutropontoporitem.Alémdisso,nocasodositens1be2bnãoserematendidos,oestudoperdeu1pontoemrelação1ae2a,respectivamente.Ototaldepontosaserobtidovarioude0a5.Foramconsiderados estudos de boa qualidademetodológica aqueles com 3 oumais pontos. Doisavaliadores analisaram o risco de viés em cadaestudo incluído nesta metanálise e um terceiropesquisador decidiu sobre as avaliaçõesdiscordantes. Foi utilizada a ferramenta CochraneCollaborationparaavaliaroriscodeviésemensaiosclínicos randomizados [13]. Esse instrumento ébaseado em sete domínios, são eles: Geração dasequência de randomização, sigilo da alocação,mascaramento de participantes e equipe,mascaramento na avaliação de desfecho, dadosincompletosdedesfecho,relatoseletivodedesfechoe outras fontes de vieses. Para cada um dessesdomínios foi avaliado o risco de viés, sendoclassificadocomoalto,incertooubaixoriscodeviés.O julgamento depende do conhecimento prévio doavaliadoracercadoscritériosestabelecidos.Foramextraídos os seguintes dados dos estudosselecionados:númerodeparticipantes, idade,sexo.Alémdisso,foramextraídososdadosreferentesaoprotocolodeintervençãocomo:ergômetroutilizado,tempodeintervenção,frequênciasemanal,duraçãoda sessão e intensidade. Para fazer a análiseestatística,foiutilizadoosoftwareReviewManager5.3 - disponível emhttp://tech.cochrane.org/revman. Foi utilizado ométodoestatísticoinversodavariância,comonãofoiconstatada heterogeneidade nos estudos incluídos,foiutilizadoummodelodeefeitofixo.Foirealizadauma diferença de médias com um intervalo deconfiançade95%.Oefeitogeralfoiavaliadousandoo score Z com um nível de significância definidoP<0,05.Resultados:Aestratégiadebuscaresultouem501artigos. Desses, 163 foram removidos por seremduplicadose325foramremovidosapósaavaliação

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dotítuloeresumo.Maistrêsforamremovidosapósa leitura completa: um por não apresentar oprotocolodeexercíciodeformadetalhada,emoutroa avaliação após a intervenção demorou para serrealizada e o último não apresentou dadossuficientesparaa realizaçãodametanálise.Apósaaplicação dos critérios de inclusão e exclusão,restaramdezestudos[14,15,16,17,18,19,20,21,22, 23].Todos os dez estudos incluídos foramclassificadoscomodebaixaqualidademetodológicae todos foram avaliados como possuindo risco deviésincerto,oitodosdezestudosnãodisseramcomooprocessoderandomizaçãofoirealizado,novenãodisseram quais foram as medidas tomadas paraocultar o processo de alocação, dez estudos nãodisseram se fizeram o mascaramento dosparticipantes e profissionais e nove estudos nãodisseramseoavaliadordedesfechofoimascarado.Para os itens desfechos incompletos, relato dedesfecho seletivo e outras fontes de viés a maiorpartedosestudosapresentoubaixoriscodeviés.Dosestudosincluídos,umteveduraçãode24semanas,cincotiveramduraçãode16semanas,doistiveramduração de 12 semanas, um teve duração de 4semanas e uma duração de 3 semanas. Todos osestudos tiveramfrequênciasemanalde treinode3vezes. Apenas três estudos tiveram duração dasessão de treino inferior a 40minutos e os outrossete estudos apresentaram duração entre 40 e 54minutos.Emrelaçãoaparteprincipaldotreino,dosdez estudo incluídos, cinco fizeram 4 vezes de 4minutosem~90%daFrequênciacardíacamáxima(FCMax)separadospor3minutosderecuperaçãoem~70% da FC Max, um estudo realizou 5 vezes de 4minutosem~90%daFrequênciacardíacamáxima(FCMax)separadospor3minutosderecuperaçãoem~70% da FC Max, um estudo aplicou 4 vezes de 3minutosem~90%daFCMaxseparadospor3minutosde recuperação em ~70% da FC Max, um estudorealizou,doisestudosfizeram10vezesde1minutosem ~90% da FC Max separados por 1 minuto derecuperaçãoem~70%daFCMaxeoúltimoestudofez5vezesde1minutosem80-95%daFCMaxseparadospor1minutoderecuperação.Paraoscomponentesda SM, observou-se reduçãonaCc de -3,87 cm (IC95%:-5,60a-2,13),naPAS(-5,38mmHg;IC95%:-8,55a -2,20),PAD (-4,46mmHg; IC95%: -6,83a -2,09)ePAM(-3,49mmHg;IC95%:-5,47a-1,51),naglicemia(-4,16mg/dL;IC95%:-8,12a-0,20)enasconcentrações de triglicerídeos (-12,62 mg/dL; IC95%: -23,57 a 1,68). Não foram observadosaumentos nas concentrações de HDL-colesterol(1,41mg/dL;IC95%:-0,52a3,33)Discussão:Osprimeirosachadosdessametanáliseforam que o HIIT reduziu a Cc, PAS, PAD, PAM,glicemia e triglicerídeos, mas não foi capaz deaumentar as concentrações de HDL. Foramencontradas reduções na Cc que podem serexplicadaspeloaumentodacapacidadedeoxidaçãodegorduraqueoHIITpodegeraremtodoocorpoenomusculoesquelético[24,25].Outrapossibilidadeé que sessões de HIIT podem gerar,

progressivamente, aumentos no transporte deácidosgraxos, issopodeacontecerpela inibiçãodaglicogenólise anaeróbia após a sessão de treino e,assim,aressíntesedeATPsedaria,principalmente,peladegradaçãodaFosfocreatina (PCr) e estoquesdetriglicerídeosintramusculares[26].EssanoçãodequeHIITgeraumaumentodo transportedeácidograxoéapoiadopeloaumentodasconcentraçõesdeglicerolvenoso[27].HouvereduçõesnasPAS,PADePAM, essas reduções podem ter impacto clínicorelevante, como mostrado por Cook et al. (1995)[28],mesmoreduçõespequenasde2mmHgnaPADpodemreduzironúmerodeeventoscoronarianoseacidentes vascular encefálicos. Existem algunsmecanismos que podem explicar essa redução dapressãoarterialnos indivíduosquefizeramoHIIT:16 semanas podem reduzir as concentrações denorepinefrinaemrepouso,duranteoexercícioenoperíodo de recuperação [29]. Além disso, o HIITtambémé capazde afetar, positivamente, a funçãoendotelial na hipertensão, aumentando abiodisponibilidadedeoxidonítrico[23]ereduzindoasconcentraçõesdeendotelina-1queéumpotentevasoconstritor[29].Foramencontradasreduçõesnaglicemia, no entanto, podemos observar umaimprecisãograndenesseresultado.OHIITécapazdemelhorarocontroleglicêmicoeafunçãodascélulasbeta-pancreáticas, mas parece haver umaheterogeneidade nos resultados [30], em modeloanimaloHIITfoicapazdeaumentarasinalizaçãodainsulina no músculo esquelético e também oconteúdo do transportador de insulina glut4 [31].Foram observadas reduções nas concentrações detriglicerídeoscomoHIITe,assimcomonaglicemia,também pode ser observada uma imprecisão nosresultados.Osmecanismosqueexplicamasreduçõesdetriglicerídeoscomoexercíciofísicoaindanãosãocompletamenteconhecidoseamaiorpartedoefeitohipotrigliceridêmico associado ao treinamento éatribuídoàúltimasessãodeexercício,emvezdeserresultado de uma adaptação metabólica aotreinamento [32, 33]. Não foram observadasalteraçõesnasconcentraçõesdeHDLapósoperíododetreinamentoutilizandooHIITemindivíduoscomSM.Asvariáveisqueparecemsermaissensíveisaoefeito do HIIT são a Cc, PAS e PAD, podendo serutilizado como intervenção para o tratamento deindivíduos que apresentam alterações nessesparâmetros. Outras variáveis como glicemia etriglicerídeostambémapresentarammelhoraapósotreinamento com HIIT, no entanto, existe umaimprecisão maior nesses resultados, que podesugeriraexistênciadealgumfatormoderadordessaresposta. Mesmo com essa imprecisão nosresultados da glicemia e triglicerídeos, o exercíciofísicoéfortementerecomendadoporseusbenefíciosa saúde e por não ter prejudicado essas duasvaráveis.Conclusão:OHIITapresentoubenefíciosnaCc,PAS,PAD,PAM,glicemiaetriglicerídeosdepessoascomSM. Essas alterações positivas podem estarassociadasaalteraçõesna capacidadeoxidativado

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músculo estriado esquelético, melhora da funçãoendotelial e sinalizações celulares relacionadas àcaptação de glicose. O HIIT não foi capaz deaumentarasconcentraçõesdeHDLempessoascomSM.Porgeraressesbenefícios,oHIITtempotencialparaserrecomendadoeutilizadonapráticaclínica,auxiliando no tratamento de pessoas com SM e,também,porserumamodalidadequenecessitadeumtempomenorparageraressesbenefícios.Maisestudos são necessários para determinar qual aintensidadeefrequênciaquesãonecessáriasparaoHIITgeraressesbenefícios.

Palavras-chave: síndrome metabólica; HIIT; treinamento intervalado de alta intensidade.

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§Autor correspondente: Bruno Cícero Teixeira – email: [email protected]

Revisão

Lesõesmusculoesqueléticas emadultosprofissionais de ballet clássico: umarevisãosistemática

Pablo Davi Gonçalves Santos 1; Daiana Ribeiro Silva

1; Giullio César Pereira Salustiano Mallen Silva 1,2,3; Rodrigo Gomes de Souza vale 2,3,4; Vicente Pinheiro Lima 1,2,3,4

1Grupo de Pesquisa em Biodinâmica do Desempenho, Exercício e Saúde (BIODESA), Universidade Castelo Branco, Rj, Brasil; 2Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício

e do Esporte (PPGCEE), Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 3Laboratório do Exercício e do Esporte (LABEES), Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 4Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), RJ, Brasil.

Resumo:O objetivo foi analisar a prevalência e aincidênciadelesõesmusculoesqueléticasemadultosprofissionais deballet clássico. Foi realizadabuscaemtrêsbasesdedados(PubMed,BVSePEDro).Apósa busca, as referências foram exportadas para osoftware Endnote Online, biblioteca compartilhadapelos pesquisadores com o objetivo de encontrarestudosduplicados,analisartítuloeresumodecadaestudo e averiguar por completo todos osselecionados. Qualquer discordância durante aanálise foi enviadapara outrosdois pesquisadorespara concordância de consenso. Todos os estudosque não atendiam aos critérios de inclusãoselecionados foramexcluídos.Aotodo706estudosforam rastreados a partir da utilização da lógicapropostapelafrasedebuscaapresentada(PubMed=344; BVS= 361; PEDro = 1). Foram excluídos 698estudos nesta revisão sistemática após todos osprocessos de aplicação dos critérios de inclusão.Como conclusão, o ballet profissional é umadançaqueemmuitosestudosécomparadaaumesportedealto rendimento, considerada pelos autoresprevalentemente lesivo. Os dados apresentadosmostramqueasregiõesdotornozeloedopésãoasmais acometidas, porém faltam estudos quecomprovem qual região anatômica que há maiorfrequênciadas lesõeseemqual sexoas lesões sãomaisfrequentes.Introdução: Dançar é um conjunto de passoscombinados onde o indivíduo se movimenta deacordocomosegmentomusicalritmado1.OBallet,comooutrascategoriasdedança,exigequesetenhaum grau elevado de habilidades e aptidão narealizaçãodosmovimentos.Porserumapráticadealta performance com natureza de repetição depadrõesdemovimento2alémdeserumamodalidadeque adota posições antianatômicas no qualapresentaestressenosistemamusculoesquelético3,osriscosdelesõescomodoresósseas,problemasnasarticulações e espasmos musculares sãosignificantes4.Bailarinossãocomparadoscomatletasdealtorendimentoporseuvolumedetreinamentoelevadoeintensidadedetreino5.Elestreinamdesdemuitos jovens para chegarem nas posições maisimportantes do grupo como a posição de solista,posiçãodedestaquenoqualacobrançatécnicadosmovimentos, precisãodos saltos, quedas eposturasãomaisrigorosas6,7.Aslesõesmusculoesqueléticasque afetam bailarinos podem ser classificadas deduas formas: lesões traumáticas e lesões nãotraumáticas, também conhecidas como lesões por“overuse” (excesso de uso)8,9.Em algumasorganizações é considerado algo que restringe ouimpede a atuação do competidor de participar dealgumaprova.As lesõessãomaiscomunsemfasesfinais de treinamento, em dançarinos com maistempodecarreiraebailarinosqueestudammaisde

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umatécnicadoballet10.Apartirdalógicaemqueosbailarinos profissionais estão mais suscetíveis asofrerem lesões caracterizadas como lesõesmusculoesqueléticas, além da lacuna existentequantoaocorrênciade lesõesnessapopulaçãoemespecífico, se faz necessária a realização depesquisas avaliando estas condições. Com isso, oobjetivo do presente estudo foi analisar aprevalência e a incidência de lesõesmusculoesqueléticas em adultos profissionais deballetclássico.Métodos: Foram incluídos nesta revisão estudosepidemiológicos,deacordocomametodologiaPECOqueincluem:profissionaisadultosdeballetclássicode ambos os gêneros que têm como desfecho aprevalência e a incidência de lesõesmusculoesqueléticas provenientes do tempo deexposiçãoapráticadamodalidade.Foramexcluídosartigos de revisão, estudos de caso, estudosbiomecânicos, estudos cirúrgicos, publicaçõesoriundas de conferências, congressos e em fase desubmissão na data da realização da busca. Foirealizada uma busca em três bases de dados(PubMed, BVS e PEDro), na qual foi utilizada aseguintefrasedebusca:

((((((((epidemiology[Title/Abstract])OR(prevalence[Title/Abstract]))OR(incidence[Title/Abstract]))AND(injury[Title/Abstract]))OR(injuries[Title/Abstract]))OR(trauma[Title/Abstract]))OR(traumas[Title/Abstract]))OR(pain[Title/Abstract]))AND(ballet[Title/Abstract]).

Apósabusca,todasasreferênciasrastreadasforamexportadas para o software Endnote Online,bibliotecacompartilhadapelospesquisadorescomoobjetivo de encontrar estudos duplicados, analisartítulo e resumo de cada estudo e averiguar porcompleto todos os selecionados. Qualquerdiscordância durante a análise foi enviada paraoutros dois pesquisadores para concordância deconsenso. Todos os estudos que não atendiam aoscritériosdeinclusãoselecionadosforamexcluídos.Afimdeavaliaraqualidademetodológicadosestudosincluídos nessa revisão sistemática, foi utilizado aferramentaCriticalAppraisalSkillsProgramme11,quetemcomoobjetivoanalisarpossíveisproblemasdequalidade e vieses metodológicos no contexto decadapesquisa.Estaferramentaécompostapordozedomíniosparaesclarecimentodeníveldevíeisquedevem ser respondidos com “sim”, “não” e “nãopossodizer”,totalizandoumscorefinalquepodeserclassificado como: alta qualidade (10 a 12),qualidademoderada(7a9)ebaixaqualidade(0a6)de acordo com o recomendado por Smith et al.,201612. Cada domínio tem seu objetivo e critérioparaumresultadofinal.Deacordocomaliteratura,dois avaliadores foram responsáveis pelaabordagem de conflitos de interesse que pudesse

prejudicar a qualidade dos estudos e um terceiroavaliador foi requerido para solucionar qualquerdiscordânciaduranteaavaliação12.Resultados: Para a caracterização da amostra,foram extraídos os dados de nacionalidade, idade,gêneroe tamanhodaamostra.Paraaextraçãodosresultados, foramextraídososdadosde frequênciada lesão e região anatômica onde a lesão foiencontrada.Aotodo,706estudosforamrastreadosutilizando a lógica proposta pela frase buscaanteriormente apresentada (PubMed= 344; BVS =361;PEDro=1).Foramexcluídos698estudosnestarevisão sistemática após todos os processos deaplicação dos critérios de inclusão. Restaram 8estudosincluídosnoestudo.Discussão:Osresultadosdestarevisãosistemáticamostraram que a ocorrência de lesões durante apráticadoballetclássicoprofissionalnapopulaçãoadulta costuma ser muito comum, com maioresfrequências de acontecimentos para regiõesanatômicas específicas. Apenas dois dos estudosanalisados não informaram o número de lesõesestratificados por região anatômica13,14. Emboraesses estudos não tenham destacado divisão porregião,todososoutrosestudosmostraramlesõesemváriasregiõesanatômicas,porémamaisafetadanamaioriadosestudospelosbailarinosemtornode23a34anoseramnasregiõesdotornozeloedopé.Dosoitos estudos que foram selecionados para aextraçãodosdados, todoselestiveramumnúmeroconsiderávelemlesõeslocalizadosnestaregião13-19.Apenasdoisestudostiveramamaiorfrequênciadelesõesnacoxaeperna,comparadosao tornozeloépé13,14.Mesmocommenor frequência,algumasdasregiões anatômicas foram observadas em todos osestudos que apresentaram essa informação, comojoelhoeoquadril.Issomostraquemesmoemmenorquantidade,tambémécomumobservaraocorrênciade lesões nessas regiões. A maioria das lesõesocorridas foram de leve a moderada e muitosdançarinos parecem viver e trabalharcotidianamente com o acometimento de lesõescrônicas. Pesquisadores sugeriram que isso possaserdevidoaofatodeosdançarinosteremmedodeperder sua posição, muitas vezes de destaque, nacompanhiaemquetrabalham20.Emboraosestudosforneçam evidências do perfil de lesões embailarinosprofissionais,existemalgumaslimitaçõesque devem ser respeitadas no que desrespeita ainterpretaçãodestarevisão.Emprimeirootempodepráticadecadabailarinoeemsegundoaquantidadedehorasdedicadasassessõesdetreinos.Ambasnãoforam possíveis ser verificadas e com isso não foipossívelidentificarsuarelaçãocomaocorrênciadaslesões.Conclusão: Conclui-se que o ballet clássicoprofissionaléumadançaqueemmuitosestudosécomparada com um esporte de alto rendimento,consideradapelosautoresprevalentementelesivo.Aqualidademetodológicadosestudadosutilizadosfoialta de acordo com metodologia CASP. Os dadosapresentadosmostramque,otornozeloeospéssão

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asregiõescommaiorincidênciadelesão,seguidodecoxaepernas.Doisestudosnãoapresentaramdadosde acometimento. Faltam estudos que comprovemqual a região anatômica que há uma decorrênciamaiorde lesões e emqual sexoas lesões sãomaisfrequentes. Sugere-se então, a realização de novosestudosqueanalisemo tempodepráticadoballetclássico profissional e o acometimento de lesõesmusculoesqueléticasapresentadospelautilizaçãodeparâmetroscomoaquantidadedelesõesocorridasacada 1.000/h para o melhor entendimento dessarelação.

Palavras-chave: lesões; ballet; dança; musculoesquelético.

Referências:

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20. Krasnow DH, Chatfield SJ. Dance Scienceandthetechniqueclass.Impulse.1996.4:162-172.

§Autor correspondente: Giullio César Pereira Salustiano Mallen da Silva – email: [email protected]

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Revisão

Medidas de prevenção à rabdomióliseemmilitares:umarevisãodaliteratura

Maria Elisa Koppke Miranda1,2; Sherman PinheiroFaria1;PrisciladosSantosBunn1,3;RodrigoGomesdeSouzaVale,21 Marinha do Brasil, Centro de Educação FísicaAlmiranteAdalbertoNunes,LaboratóriodePesquisaemCiênciasdoExercício(LABOCE),RiodeJaneiro,Brasil.2UniversidadedoEstadodoRiodeJaneiro(UERJ),Programa de Pós-Graduação em Ciências doExercícioedoEsporte,RiodeJaneiro,LaboratóriodoExercícioedoEsporte(LABEES),Brasil.3 Comando da Aeronáutica, Universidade da ForçaAérea,ProgramadePós-GraduaçãoemDesempenhoHumanoOperacional,RiodeJaneiro,Brasil.

Resumo: Introdução: A rabdomiólise é umasíndrome ocasionada pela liberação de conteúdointracelularnacirculação,devidoàlesãoemcélulasmusculares. O objetivo deste estudo foi elencar asmedidas de prevenção e os sintomas iniciais darabdomiólise, destacando suas aplicações emcontextooperacionalmilitar.Métodos:Umarevisãonarrativa da literatura, foram incluídas pesquisascientíficas indexadas no MEDLINE, Science Direct,Cochrane e LILACS, em julho de 2021. Para isso,utilizou-se os descritores: “rhabdomyolysis”,“prevention & control”, “military personnel” erespectivos sinônimos. Resultados: Após umapesquisaeletrônicadebancodedados,22estudospreencheramoscritériosdeinclusãoparaarevisão.Discussão:Foi identificadaumaampladiversidadeentre os estudos científicos analisados quanto aodesenvolvimento do tema, muito em função darabdomióliseteretiologiamultifatorialeapresentardiversosquadrosclínicosdeacordocomopaciente.Contudo,asmedidaspreventivascontraasíndromeforam agrupadas em preventivas atitudinais elaboratoriais.Nasmedidasatitudinaisencontra-seocontroledatemperaturaehidratação,ocontroledocondicionamento físico em função da sobrecargafísicaimpostanaoperacionalidademilitar,ocontrolenutricional,oconsumodesuplementoseaexposiçãoa agentes tóxicos. Quanto às medidas preventivaslaboratoriais bioquímicas, destaca-se omonitoramentoperiódicoporanálisesbioquímicasecaracterísticasdaurina.Conclusão:Estasaçõesdeprevenção têm maiores potencialidades de efeitoquando recebe suporte das instituições para suaaplicaçãoedivulgação.Éimportantequesetorneumhábito a organização de palestras e orientaçõescoletivas dos militares a partir da organizaçãomilitaraoqualestáinserido.Introdução: A rabdomiólise é uma síndromeocasionadapela liberaçãode conteúdo intracelularnacirculaçãodevidoàlesãoemcélulasmusculares(1). Os fatores promotores de lesões musculares

mais expressivos são: atividades físicas intensas,compressões ou traumasmusculares, exposição aocaloreisolação(2).Devidoàetiologiamultifatorial,o diagnóstico da rabdomiólise é desempenhadoatravésdeexamesclínicos(detecçãodesintomasdedoresefraquezasmuscularesassociadosacoloraçãomarrom da urina) e laboratoriais (marcadores delesões musculares e renais como os níveis decreatina fosfoquinase-CPK, mioglobina, potássio,ureia,creatininaefósforo)(3).Emboraosprimeirosregistros e identificação da associação darabdomiólise com a infecção renal aguda sejamrelativamente antigos(4), a rabdomiólise é umapreocupação constante em virtude da elevadaincidência dessa síndrome em militares(5). Oexército norte-americano alcançou taxas deincidência da rabdomiólise até quatro vezesmaiorque a população civil(6), e as forças armadas dosEstados Unidos acumularam 2.547 casos derabdomiólise por seusmilitares ao longo de cincoanos(7).Essesdadosrevelamqueocombatenteestámassivamente exposto aos fatores de risco darabdomiólise durante o desempenho de suasatribuições operacionais proporcionando taisresultados(1),etornandoaprevençãodasíndromeextremamentedifícilecomplexadentrodarealidadeoperacional do militar. É natural que a adoção deatitudespreventivaspelocombatente,associadaaoseu esclarecimento sobre sintomas iniciais darabdomiólise contribua com a efetividade evelocidade da aplicação de seu tratamento, com areduçãodesuagravidadedeacometimento,ecomaredução de sua incidência e gravidade.Consequentemente, aumenta-se a resistência dosmilitaresparaodesempenhooperacional,enquantohá redução nos custos emergenciais e deabsenteísmo provocados pela rabdomiólise. Paracontribuir efetivamente com este contexto, oobjetivo deste estudo foi elencar as medidas deprevenção e os sintomas iniciais da rabdomiólise,destacandosuasaplicaçõesemcontextooperacionalmilitar.Métodos: Nesta revisão narrativa da literatura,foramincluídaspesquisascientíficas indexadasnasbases de dados científica US National Library ofMedicine (MEDLINE), Science Direct, Cochrane eLILACS, no mês de julho de 2021, sem quaisquerrestrições quanto a temporalidade. A buscarestringiu estudos que tratavam de medidaspreventivas à rabdomiólise, especificamente empúblicos militares. Para isso, utilizou-se os basesDescritoresemCiênciasdaSaúde(DeCS)eMedicalSubject Headings (MeSH) para selecionar osseguintes descritores no sistema de busca:“rhabdomyolysis”,“prevention&control”e“militarypersonnel”; e respectivos sinônimos em línguainglesa. As estratégias de buscas foram ajustadasconformeasparticularidadesdecadabasededadosenãoforamaplicadosfiltrosreferentesà línguadeediçãodapesquisa.Porfim,pesquisasindicadasporespecialistas e que atenderam o escopo deinvestigaçãoforamincluídasnobancodedados.

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Resultados: Um total de vinte artigos foramidentificadosapósumapesquisaeletrônicadebancode dados e vinte e seis trabalhos foram incluídosmanualmente. Após a triagem de citações, vinte equatro não atenderam os critérios de inclusão eforamexcluídos.Vinteedoisestudospreencheramos critérios de inclusão para a revisão. Foiidentificadaumaampladiversidadeentreosestudoscientíficosanalisadosquantoaodesenvolvimentodotema,muitoemfunçãodarabdomióliseteretiologiamultifatorialeapresentardiversosquadrosclínicosde acordo com o paciente. Contudo, as medidaspreventivascontraasíndromeforamagrupadasemmedidaspreventivasatitudinaiselaboratoriais.Nasmedidas atitudinais encontra-se o controle datemperatura e hidratação, o controle docondicionamento físico em função da sobrecargafísica imposta na função operacional militar, ocontrolenutricional,oconsumodesuplementoseaexposição a agentes tóxicos. Quanto às medidaspreventivas laboratoriaisbioquímicas,destaca-seomonitoramentoperiódicoporanálisesbioquímicasecaracterísticasdaurina.Discussão:Controletérmicoehidratação:Emgeral,asatividadesmilitares são realizadasemambienteaberto,implicandonumaexposiçãofrequenteaosole, consequentemente, submissão a elevadastemperaturas(8) e isolação(2,6). Elevadastemperaturas corporais têm capacidade dedesnaturarasproteínasmitocondriaisedereduziroslipídiosdasmembranasmusculares,promovendoinflamações e alteração do fluxo sanguíneoculminando com emersão da síndrome derabdomiólise(9,10).Asudoreseepitelialéumaestratégiaorgânicaparamanutençãodoequilíbriotérmicocorporalinterno.Porém,aindevidareposiçãohídricaatuanareduçãodo fluxo sanguíneo nos músculos, implicando emcomplicações metabólicas, sendo uma delas a lisecelular(11), quando componentes intracelularesextravasam as membranas alcançando a correntesanguínea. Logo, é importante o controle dahidratação para prevenir a rabdomiólise emdetrimentodaexposiçãoaocalor.Destaca-secomomedidas preventivas para o controle térmico econsequente prevenção da rabdomiólise asseguintes ações: monitoramento do período depermanência e aclimatação do combatente sobtemperaturaselevadas;econtroleemonitoramentodaingestãohídricanasfasespreparativas,duranteederecuperaçãodasatividadesrealizadas(2,6).Alémdisso, sugere-se o controle de ingestão hídricaperiodicamente e a inclusão da ingestão deeletrólitosespecialmentenaexecuçãodeatividadesoperacionais.Condicionamento físicoemfunçãodasobrecarga física imposta na função operacionalmilitar:Asobrecargadetrabalhofísicoéconstituídade diferentes fatores: intensidade do exercício,duração da sessão, frequência de sessões, tipo deexercício físico, intervalos de descanso erecuperação, nível de condicionamento físico doindivíduo.Estesfatorespermitemoajustedovolume

de carga imposta sobre o praticante de exercíciosfísicos(12). No entanto, devido à realidade dasfunções operacionais militares, principalmentequanto prontidão operacional, as equalizações dasobrecargafísicasãoconformeasdemandasdaaçãoeindependentementedocondicionamentofísicodomilitar(8).Comoexemplo,aofinaldeumprogramade treinamento composto por 9 etapas demarchaintermitente,comaumentopaulatinodasdistânciaspercorridas(5kma50km),durante4semanascom45kgdebagagememterrenoscomaumentogradualdo índice de dificuldade física para execução dopercurso desempenhado por 19 soldados,identificou-se que 89.5% deles desenvolveram asíndrome de rabdomiólise induzida por exercíciofísico extenuante(13). Assim, para este tipo derealidademilitar,encontramosmedidaspreventivasmais expressivas, como o planejamento dapreparação física e a manutenção constante docondicionamento físico específico para as açõesoperacionais militares. Exercícios extenuantesdemandamelevadaquantidadedeenergiaparaasuarealização e eventualmente excedem a capacidademetabólica dos indivíduos, provocando a lisecelular(11) e a iminência do surgimento darabdomiólise. Portanto, o esforço ou a atividadefísicacomaltaintensidadeéumfatorderiscoparaasíndromeda rabdomiólise(3,14). Associado a estefator,éimportantesalientarqueotipodeexercícioexecutado pelo combatente influencia diretamentena incidênciada síndrome.A taxade incidênciadarabdomiólise em recrutas novatos em treinamentobásico é significativamente maior comparado aoscolegas combatentes com mais experiência noserviço militar, além disso, o número de casos derabdomiólise tambémérelevanteemgrupamentosde combate do exército e corpo de fuzileirosnavais(6,7). É notável nestes casos que o nível desobrecarga física imposta sobre estes recrutas egrupamentos militares excedem os respectivoscondicionamentosfísicos.Portanto,oplanejamentoefetivo sobre a preparação física emanutenção docondicionamento físicoespecíficoparacada funçãooperacional militar associado a execuçãoresponsável e obediente dos exercícios com suasrespectivas sobrecargas pelos combatentes sãovitaisrumoaeficiênciamotoraeparaaquisiçãodefatores protetivos contra eventuais sobrecargasextenuantesenocivas,comoparaodesenvolvimentoda rabdomiólise. Nesse sentido, destaca-se asorientaçõespreventivascontrarabdomiólisequantoà sobrecarga física intensa apresentadas em trêsgrupos: ações individuais do combatente durantepreparações físicas, ações individuais doscombatentes em exercícios simulados e açõesinstitucionais. Como ações individuais docombatente durante preparações físicas pode-sefrisararealizaçãodeaquecimentocorporalgeralelocal adequadamente, conscientização quanto àexecução apropriada dos exercícios físicos e daspráticas físicas, emonitoramento do esforço físicodurante as sessões de práticas físicas(12). Como

Anais do Congresso Internacional de Educação Física e Desportos (CIEFD 2021) S-133

ações individuais dos combatentes em exercíciossimulados. Sugere-se a realização de aquecimentogeralelocal,economiadeesforçofísicosemprequepossível, adoção de posturas ergonomicamenteprotetivas contra lesões musculoesqueléticassemprequepossível,monitoramentodapercepçãode esforço constantemente (ação intuitiva),randomização de seguimentos corporais egrupamentos musculares demandados entreexercícioseesforços físicossemprequepossível, eadoçãodesoluçõesmotorasalternativasparaaliviardemandas sobre músculos recorrentementedemandados(6,12). E como ações institucionais,destaca-se a promoção de estágio de preparação eadaptação física com dimensões espaço-temporaisapropriadas, graduais e seguras para o sistemamusculoesquelético, permitindo a evolução dodesempenho físico de recrutas novatos para a suaimersão em cursos e treinamentos militaresfisicamente intensos(12), monitoramentoperceptivo dos instrutores sobre os esforçosrealizados pelos combatentes em exercíciosmilitares de alta intensidade ou simuladosintervindo com afastamento quando julgarnecessário, e elaboração e aplicação de bateria detestes físicos com estabelecimento de índicesmínimosdeaptidãodocombatenteparaingressoemcursos e treinamentosmilitares comalta demandafísica. Desta forma, pode-se reduzir o risco dodesenvolvimentoderabdomióliseaolongodocurso,elaboraçãoeinclusãodesistemademonitoramentode sintomas musculoesqueléticos. Controlenutricional e da ingestão de suplementosalimentares e de agentes tóxicos: Militares comfunções operacionais estão constantementeexpostos a atividades físicas extenuantes, o quedemanda elevado consumo de energia(15). Odesequilíbrio nutricional para recompor a energiaconsumida favorecedanosmuscularesdenaturezametabólica, principalmente nos casos de danostecidualpoisocatabolismoagravaarecuperaçãodalesão, provocando o desenvolvimento darabdomiólise(16). Além disso, o equilíbrionutricional é importante para combater estresseoxidativo, um processo oriundo do desequilíbrioentre radicais livres e antioxidantes noorganismo(15). Portanto, é importante ao militaroperacionalaingestãoadequadadenutrientescomoasproteínas,oscarboidratoseosaminoácidos.Sãoimportantes para a redução dos indicadores delesões musculares, como estratégia de auxiliar noprocesso de regeneração celular musculares(16),inclusive no controle do consumode carboidratos,vistoqueaingestãoelevadadecarboidratoséfatorde risco para o desenvolvimento darabdomiólise(17).Suplementos alimentares sãoconsumidos para diferentes objetivos, dentre eles:melhoraria do desempenho físico, redução ouaumento da massa corporal ou redução dafadiga(8,18).Taisaplicabilidadeslideramoaumentogradual de seu consumopormilitares dosEstadosUnidos da América, entretanto, menos de 30%

desses militares buscam orientação médicareferenteaconsumodesuplementoserelataramqueantes disso suas fontes de informações eramrevistas,livrosediálogoscomamigospessoais(19).O consumo de suplementos alimentares sem adevida orientação médica é risco à saúde, queaumenta quando associado à execução exercíciosfísicos extenuantes pelo indivíduo.Consequentemente,oindivíduopodesofrercãibras,desidratação e desequilíbrio hídrico corporal quesão condições favoráveis à ocorrência darabdomiólise(17). É importante salientar que oconsumo desequilibrado de suplementosalimentares pode ocorrer devido àincompatibilidade da composição do produtoformuladocomacomposiçãoinformadaemrótulo.Dessa forma, o indivíduo é induzido ao consumoinapropriado do suplemento alimentar.Infelizmente, isso foi identificado em organizaçõesmilitares dos EUA(19), e relevando a rotina domilitar com funções operacionais, há iminentepossibilidadedeexpô-losàsmesmascausasparaodesenvolvimento da síndrome de rabdomióliserecémmencionados.Paralelamenteaoconsumodesuplementos alimentares, a exposição a agentestóxicos como o consumo de bebidas alcoólicas e ouso de drogas ilícitas são fatores de risco para arabdomiólise(20,21). Tais substâncias temcapacidade de agravar os danos muscularesoriundos de intensos exercícios físicos, poisprovocam desequilíbrio deminerais no organismo(sódio, cálcio e potássio) que por conseguintedesregulaosuprimentoenergéticopararecuperaçãoda lesão muscular(20). Portanto, o consumo deagentes tóxicos favorece diretamente a ocorrênciadasíndromederabdomiólise(20).Contudo, sugere-se que militares recebamorientaçõessobrenutriçãogeralparaatenderaltasdemandaenergéticasemdetrimentodealtosvolumedeexercícios físicosecompreendera influênciadeagentes tóxicos sobre o desenvolvimento darabdomiólise, especialmente quando há associaçãocom práticas físicas intensas; recebam estímulosconstantes para orientarem-se por profissionaismédico e de nutrição para adotar consumo desuplementos nutricionais apropriadamente; erecebamacessoaprogramasdemonitoramentodaingestão de agentes tóxicos elaborados pelainstituição com ações de profissionaismultidisciplinar para tratamento especializado domilitar, principalmente para indícios de uso dedrogas ilícitas. Monitoramento periódico poranálises bioquímicas e características da urina: Arabdomiólisepodeseapresentardemaneiraleveeassintomáticatornandoaindamaisdifícilecomplexooseudiagnóstico.Portanto,examessanguíneosedeurinasãofrequentementeutilizadosparafinalizarodiagnóstico dessa síndrome, uma vez quesubstâncias intracelulares são liberadas nacirculação sanguínea após lesão muscular (20,22).Osmarcadores bioquímicosmais utilizados para odiagnóstico da rabdomiólise são a enzima creatina

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quinase (CK), amioglobina e os eletrólitos(3,23).Amioglobina é despejada na circulação sanguíneaapósanecrosecelular,eeliminadaatravésdaurina(mioglobinúria), provocando coloraçãoavermelhadaeaspectomaisescuro.Umdosfatoresdesencadeadoresparanecrosecelularéreduçãonaconcentração de sódio na circulação sanguínea, ahiponatremia. Em geral, a hiponatremia estáassociada à diluição do sódio em água devido ahidrataçãoexageradadopaciente.Istodesestabilizaamembranacelularmuscular,provocandovariaçõesindesejáveis das concentrações intracelularespromovendo necrose celular(24). O pico damioglobina no sangue ocorre num períodorelativamente rápido devido a sua eliminaçãoimediata pela urina, conferindo- lhe baixasensibilidade e imprevisibilidade quandocomparado a outros marcadores bioquímicosrelacionados à rabdomiólise(4,22). Esse perfil dobiomarcador é peculiarmente importante nocontextomilitar em detrimento das característicasdelocaçãodasoperaçõesmilitaresqueemgeralsãoem locais isolados e com difícil acesso. Portanto,análises de concentração demioglobina sanguíneaimediatamente após a lesão são improváveisnestecontexto, tornando o resultado do exame poucoacurado para diagnosticar a rabdomiólise.Entretanto, como estemarcador também promovealteração da coloração da urina, é mais provávelprevenir ou detectar a rabdomiólise a partir dainspeção da urina pelo próprio paciente. A CK éconsiderada um marcador sensível e o maisimportanteparaodiagnósticodarabdomiólise.Elaéliberadanacorrentesanguíneanaocorrênciadelisecelulardemúsculosesqueléticos.Diferentementedamioglobina, a CK possui metabolismo maisdemorado(4,22,25), atingindo seu pico entre 3 e 5dias após o início da lesão muscular(26). Destaforma,épossívelrealizarodiagnósticodeatravésdaCK de militares após missões operacionais,principalmente nas missões que forem detectadosassociação de outros fatores de risco pararabdomiólise.OsvaloresdereferênciadaenzimaCKpara diagnóstico da síndrome de rabdomiólise sãoheterogêneos em função etnia, gênero e doençasgenéticas. Portanto, o resultado dos níveis de CKintegramasavaliaçõesclínicase,sepossível,outrosparâmetros para composição do diagnóstico dasíndrome(14,25).Alémdisso,éimportanteressaltarque esse quadro pode ser agravado quando opaciente apresenta baixos níveis de potássio,hipocalemia(27),geralmenteinduzidaporsudoreseem excesso, o uso de diurético, laxante, vômito ediarreia (20,27). O potássio possui efeitovasodilatadorarterialcomcapacidadedemodularofluxosanguíneonosmúsculosduranteapráticadeexercícios físicos.Seudesequilíbrioprovocadopelahipocalemia contribui negativamente com osuprimentosanguíneo,favorecendoaocorrênciadelisecelular(20,27).Diantedoexposto,aexecuçãodeanálises bioquímicas com investigações sobre osmarcadores bioquímicos para detecção de

rabdomiólise de forma periódica é uma medidapreventiva contra a síndrome, principalmente ainclusão dessas análises durante as atividades desimulação de combate e de exercíciosmilitares dealtaintensidadecomoestratégiademonitoramentode lesão muscular do combatente. Além disso, éimportantequeomilitarrecebaorientaçõessobreasmodificações macroscópicas da urina nos estágiosiniciais da síndrome (coloração avermelhada eescura), para que o combatente desenvolvacapacidadededetectarpossíveisquadrosiniciaisderabdomióliseporautomonitoramento.Conclusão: A prevenção contra a síndrome derabdomiólise é complexa devido às múltiplasetiologiaseprognósticosvariáveis.Nessesentido,asmedidas preventivas têm o potencial de mitigar aexposiçãodocombatenteaosfatoresderiscocomo:controle térmico e hidratação; nutrição e nãoingestão de agentes tóxicos; preparação física emanutenção do condicionamento físicoapropriadamente, monitoramento do combatentepor análises bioquímicas; e orientaçõespara açõesindividualizadas, como a autoavaliação docombatenteparadetectaros sintomasprecocesdarabdomiólise.Estasaçõesdeprevençãotêmmaiorespotencialidadesdeefeitoquandorecebesuportedasinstituições para sua aplicação e divulgação. Destaforma, é importante que se torne um hábito aorganizaçãodepalestraseorientaçõescoletivasdosmilitaresapartirdaorganizaçãomilitaraoqualestáinserido.

Palavras-chave: rabdomiólise, prevenção e controle, militares.

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§Autor correspondente: Maria Elisa Koppke Miranda – e-mail: [email protected]

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Revisão

Efeito do treinamento resistido notempo sob tensão em exercícios demusculação:umarevisãosistemática

Yuri Rolim2,3,4; Gabriela Albuquerque¹; Renata Simões¹; Santos Andressa2,3,4; Giullio da Silva 2,3,4; João Oliveira2,4; Rodolfo Nunes 3,4 Vicente Lima1,2,3,4 1Curso de Bacharelado em Educação Física, Universidade Castelo Branco; 2Grupo de Pesquisa em Biodinâmica do Desempenho, Exercício e Saúde (BIODESA); 3Laboratório do Exercício e do Esporte (LABEES); 4 Instituto de Educação Física e Desportos (IEFD), Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte (PPGCEE), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Resumo:Analisaroefeitodotreinamentoresistidonotemposobtensãoemexercíciosdemusculação.Inicialmente, foirealizadaumabuscadesinônimosparaafrasedebusca“ResistanceTraining”,ecomostermos encontrados foi criada em uma base depesquisa umabusca que incluiu todas as possíveiscombinações realizadas utilizando operadoresboleanos “OR eAND”, juntamente como termodebusca "time under tension". A partir desta frase debusca, foramrealizadasbuscasnasbasesdedadosPubMed,BVS,SportDiscus,alémdeinclusãomanualde artigos. Foram incluídos estudos originais,seguindo a metodologia do acrônimo PECO, queavaliassemindivíduostreinados,queanalisassemotemposobtensãonotreinamentocontraresistênciae que fossem estudos observacionais de carátertransversal. Com um total de 45 artigos, foramrealizadasleiturascompletasdosestudosincluídoseos artigos que não atenderam aos critérios deinclusãoforamremovidos.Dessemodo,16estudoscompõem esta revisão sistemática. O tempo sobtensãopodevariarde14a88segundos,deacordocomonúmeroderepetiçõesecadência.Emrelaçãoàquantidadedeséries,otemposobtensãodiminuiquandosãorepetiçõesmáximaseaumentaquandosãorepetiçõesfixas.Introdução: O treinamento resistido possuidiferentesformasdeprescrição,como,porexemplo,através da realização de testes de 10 repetiçõesmáximas (RM), que são frequentemente utilizados.Sabendoquediferentesníveisdecondicionamentoeexperiênciapodemalterarodesempenhonoteste–comoverificadoemumestudoquebuscouanalisarcomoaexperiênciaeinexperiênciadotreinamentoresistidopodeminfluenciaronúmeroderepetiçõesmáximasprevistasparacargade10Mdeclarada–,osresultadosmostraramqueindivíduosinexperientescom o treinamento resistido subestimam a cargapara 10 RM, pois utilizam intensidade de cargassubmáximas durante a prática de atividade física,enquanto aqueles mais experientes reduzem esseerro. Diante disso, sugere-se que é necessário ter

maioratençãoparaadequarascargasdetreinoparacom indivíduos mais inexperientes1.Durante arealização do treinamento resistido, as repetiçõesocorrem dentro de um determinado intervalo detempo,conhecidocomotemposobtensão(TST).OTST pode variar de acordo com o número derepetições, exercícios, sexos e diferentes níveis decondicionamento–conformeverificadoemestudoadeterminação e comparação do tempo sob tensãonecessáriosparaexecutarcargasde8,10e12-RMnoexercício supino, no qual foram encontradasdiferenças significativasde8-10RMe8-12RM,nãoencontrando, porém, diferenças significativas noprotocolo de TST para 10 e 12 RM2.Em outrapesquisa,emque9mulherestreinadasrealizaramoexercício de cadeira extensora unilateral, não foiverificada diferença significativa no tempo sobtensão e desempenho de repetições entre osprotocolosde90%versus80%de10RM,sugerindoque ambas as intensidades podem ser aplicadascomo variações em programas detreinamento3.Outra variável que se destaca é avelocidade de execução dos exercícios, que podeestar diretamente ligada à hipertrofia muscular.Podemos verificar isto em um atual estudo quepropôs analisar se o treinamento resistido comvelocidade lenta de movimento é melhor paraganhos de hipertrofia e força muscular do que avelocidaderápida.Oresultadomostraqueoefeitoémaior para a velocidade lenta em comparação àvelocidademaisrápidadaexecuçãodomovimento,indicandoumamaioreficácianasaçõesmusculareslentas para indução de força muscular ehipertrofia4.Nesse sentido, há também correlaçãoentreforçaevelocidadedeexecuçãodomovimento,comoobservadonoestudoquerelacionouaforçaeavelocidade em diferentes periodizações de jovensuniversitários durante 24 semanas, em que aomesmotempoqueostestesdeforçaapresentaramaumento nos seus valores, os testes de velocidadeapresentaramaumentonoseutamanhodeexecução,demonstrando, assim, a redução de desempenhonessas capacidades5. Em contrapartida,especificamente exercícios com durações derepetiçãomaiscurtasemaiornúmeroderepetiçõesproduzem maiores respostas neuromusculares emetabólicasparasechegaramelhoresresultados6.Avelocidadedeexecução influencianaestimativadaporcentagem de carga ou repetições. Diante destasituação,umestudoverificouemalgumasfórmulasarelação velocidade x carga no agachamento, quepermitiu uma estimativa mais adequada damagnitudedacarga(%1RM)apartirdasmediçõesdavelocidade7.Comovisto,oTSTpodevariarounãoentrediferentesnúmerosderepetiçõese formadeexecução. Há relatos que o mesmo interfira notreinamento resistido, especificamente emexercíciosdemusculação.Porém,oTSTéumtemade alta relevância e com alta aplicabilidade naprática,alémdoexpostoéumtópicoque temsidomuito avaliado em estudos originais, porém aindacarecederevisõesquepossamanalisaroTSTesuas

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relaçõesdecausaeefeitoecadavezmaisevidenciaressasrelaçõesesuascoerências.Diantedoexposto,o presente estudo tem como objetivo analisar oefeitodotreinamentoresistidonotemposobtensãoemexercíciosdemusculação.Métodos: O protocolo da revisão foi realizadoutilizando as recomendações para análisessistemáticas indicadas pelo PRISMA, a fim degarantircontroledequalidadeemtodaaconstruçãoda mesma8.Foram incluídos nesta revisãosistemática estudos originais, seguindo ametodologia do acrônimo PECO, que incluíssemindivíduos treinados,queanalisassemo temposobtensão no treinamento contra resistência e quefossem estudos observacionais de carátertransversal.Foramexcluídosartigospublicadosemcongresso, dissertações de mestrado, teses dedoutorado e artigos em fase de submissão.Inicialmente, foirealizadaumabuscadesinônimosparaafrasedebusca“ResistanceTraining”nabasedesinônimosMeSHnodia02junhode2020eforamencontrados os termos descritos no anexo dopresente artigo1.Com estes termos, foi criada emumabasedepesquisaumabuscaqueincluiutodasaspossíveis combinações realizadas na plataformaavançada utilizando operadores boleanos “OR eAND”,juntamentecomotermodebusca"timeundertension", tendo como filtro de busca para título eresumoopresentenoanexo2.Apartirda frasedebusca, foramrealizadasbuscasnasbasesdedadosPubMed,BVS,SportDiscus,alémdeinclusãomanualdeartigosencontradosentreosdias7e10dejunhode2020.Apósasbuscas,todasasreferênciasforamexportadasparaumabibliotecaonlinedoEndNotecompartilhada entre três pesquisadores queexcluíram as duplicadas, restando os artigosdisponíveis.Emseguida,foifeitaatriagemdeartigoscom base na análise de títulos e resumos queanalisassem o tempo sob tensão no treinamentocontra resistência e que fossem observacionais decaráter transversal. Os artigos foram analisadosindividualmenteporcadapesquisadorentreosdias11e16dejunhode2020enoscasosdedivergênciasna análise, os mesmos foram enviados para umquartoequintopesquisadorentreosdias17e20dejunho de 2020.Na sequência, com um total de 45artigos selecionados, foram realizadas leiturascompletasdosestudosincluídoseosartigosquenãoatenderam aos critérios de inclusão foramremovidos. Foram extraídas as seguintesinformações:idade,sexo,númerodosparticipantes,níveldetreinamento,métodoseresultados.Resultados: No total, 159 estudos foramencontrados seguindo a metodologia de pesquisa.SendoPUBMED=63;BVS=37; SportDiscus= 49;inclusãomanual:10.Foramexcluídosporduplicatas57.Apósousodoscritériosdeseleçãofoiexcluído57naleituradetítuloeresumo,restando45artigosparaa leiturade texto completo.Apósa leitura16estudos foram selecionados para esta revisãosistemática. Tabela 1. Caracterização da amostra –Desses estudos foram extraídos os seguintes

resultados: Banyard et al9, exercício agachamento,protocolos:TRAD5x5repetiçõescom80%1RMcom2minde intervaloentre séries, LVP5x5 repetiçõesbaseadas na velocidade estimada por equaçãoreferente a 80% com 2 min de intervalo entre asséries, FSVL20 – 5x a 80% 1 RM sem serinterrompidocomperdade20%davelocidadeouaorealizar5 repetições com intervalode2min entreséries,VSVL20–25repetiçõessemserinterrompidoaoperder20%davelocidadecomintervalode2minentre as séries. Todos os movimentos foramrealizados com velocidade excêntrica controlada eautoselecionada.DadosdetemposobtensãoTRAD:60963ms, LVP: 55279ms, FSVL20: 53909ms,VSVL20:58238ms.ObtevecomoresultadodotemposobtensãonoprotocoloFSVL20(p<0,05)vsTRADeLVPeVSVL2;Clementeetal10,exercíciosupinoretoeroscatrícepsnopulley,protocolos:Testede10RMno Supino reto e Tríceps,Multi-mono – 10 RM decadaexercíciosemintervaloentreeles,Mono-multi-10 RM de cada exercício sem intervalo entre eles,realizadosemmáximavelocidade.DadosdetemposobtensãoMulti-mono:17,83±6,24s,Mono-multi:16,54±4,67s,Testede10RM–SupinoReto:18,4±2,14, testede10RM tríceps19,5±2,90s.Nãohouvediferençasignificativaentreosprotocolos.DaSilvaetal11,exercíciosupinoreto,protocolos:teste8,10e12 RM com carga máxima com intervalo de 5minutosentreas3tentativas,realizadosemmáximavelocidade.Dadosdetemposobtensão8RM:16,31±1.06s, 10RM 18,91±2,69s, 12RM 21,80±3,16s.Obtevecomoresultadodotemposobtensão8RMvs10RM(p<0,05)e8RMvs12RM(p<0,05);DaSilvaetal12,exercíciosupinoreto,protocolos:teste8,10e12RMcomcargamáximacomintervalode5minutosentre as 3 tentativas, realizados em máximavelocidade.Dadosdetemposobtensão8RM:14.22±0,74s, 10RM 17,18±0,77s, 12RM 20,66±1,64s.Obtevecomoresultadodotemposobtensão12RMvês8RM(P<0,001)evs10RM(P<0,001)10RMvs8RM (p<0,001); Da Silva et al13, exercícioagachamento, protocolos: teste8, 10 e12RMcomcargamáximacomintervalode5minutosentreas3tentativas,realizadosemmáximavelocidade.Dadosde tempo sob tensão 8RM: 22,33s, 10RM: 24,81s,12RM27,17s.Obtevecomoresultadodetemposobtensão12RMVS8RM(p<0,001)evs10RM(p=0,043)10RM vs 8RM (P<0,009); Dantas et al13, exercíciosupinoretoepuxadaaberta,protocolosTRAD3x8com 90% 8 RM com intervalo de 2 min. Entreexercíciosforamdados3minutosdeintervalo,comos exercícios realizados em velocidade habitual darotinade treinamento.Dadosdo temposob tensãoSupino reto set 1: 30,263s se 2: 28,421s set 3:23,684spuxadaabertaset1:23,158sset:21,842sset3:19,211s.nãohouvediferençasignificativaentreosprotocolos;Gentiletal14,exercíciocadeiraextensora,protocolos: 10RM até falha concêntrica, isometriafuncional(IF)de5segundosacadarepetiçãoatéafalhaconcêntrica, superlento(SL)com30snaaçãoconcentro e 30s na excêntrica. Na velocidade na10RMeIFforamrealizadosnamáximavelocidade.

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Dadosdetemposobtensão10RM:42,08±3,18s,IF:56,33±6,46s, SL: 60,00±0,00s. Obteve comoresultadoSLe IFvs10RM(p<0,01);Krzysztofiketal15,exercíciosupinoreto,protocolos:TRAD–3xatéa falha 60% de 1RM e PAPE: 3x 3 a 85% de 1RMamboscom4minutosdeintervaloentreasseries,noTRADfoirealizadoemmáximavelocidadeeoPAPEcom2snaaçãoexcêntricaevelocidadeautosugeridanaconcêntrica.DadosdetemposobtensãoTRADset1:35,3±4,9,set2:25,9±3,4,set3:14,1±3,8PAPEset1:35,4±5,6,set2:25,8±4,2,set3:19,2±4,8.Obtevecomo resultado Set 3 do PAPE vs Set1 TRAD(p<0,01); Maszczyk et al16, exercício supino reto,protocolos: 5x a 70% de 1RM usando diferentescadênciasREG,MED e SL todos com3minutos deintervaloentreseries.Ascadênciasutilizadasforamde e2/i0/c2/i0 para REG, e5/i0/c3/i0 MED ee6/i0/c4/i0noSL.DadosdetemposobtensãoREG:Set1: 32,52±8,10, Set2:28,52±8,50, Set3:24,43±7,02, Set4: 21,61±7,48, Set5: 20,41±6,22,MED: Set1: 45,95±15,62, Set2: 39,80±16,21,Set3:34,90±17,00, Set4: 32,15±17,61, Set5:31,80±17,75, SL: Set1: 49,53±17,02, Set2:42,41±17,19,Set3:39,41±17,77,Set4:35,29±18,54,Set5: 32,76±19,17; Mc Bride et al17, exercícioagachamento, protocolos: TRAD1 4x de 10repetiçõescomcargade75%1RMcom90segundosde descanso, TRAD2 11x de 3 repetições com90%1RMcom5minutosdeintervalo,TRAD38xde6 repetições de salto com peso corporal comintervalode3minutos,todosrealizadosemmáximavelocidade. Dados de tempo sob tensão TRAD 1:81327ms, TRAD 2: 88633ms, TRAD 3: 33722ms.ObtevecomoresultadoTRAD2(p<0,05)vsTRAD1e 3 TRAD 1 (p≤0,05) vs TRAD 3; Nobrega et al18,exercíciolegpress,protocolos:TRAD3xatéafalhacom80%de1RM1minutodeintervaloeFIX3xatéafalhacom80%de1RM1minutodeintervalocomcadência controlada.NoTRADas repetições foramrealizadascomcadênciaautosugeridaenoFIXcomcadênciasc2/i0/e2/i0.DadosdotemposobtensãoTRAD: 79,14s, Fix: 66,10s. não houve diferençasignificativa; Salarolli et al19, exercício supino reto,protocolos:Protocolo1Máximoderepetições80%RM, protocolo 2cadência e2/i0/c2/i0 80% RM, noprotocolo 1 foi realizado em máxima velocidade.Protocolo1:19,28±33,45s,Protocolo2:21,88±5,46s.não houve diferença significativa; Salvini et al20,exercício cadeira extensora, protocolos: 4x derepetições até a falha concêntrica com carga de20RM com 1 min de intervalo entre as sériesrealizadas namáxima velocidade. Dados do temposob tensão Set1 21,4±2,1, Set2 16,2±1,8, Set314,2±1,7,Set413,7±2,3.Obtevecomoresultadoset1(P≤0,05)vssets2,3e4.set2(P≤0,05)vsset3e4Set3 (P≤0,05) vs set 4; Tufano et al20, exercícioagachamento,protocolos:TRAD3xde12repetiçõescom60%de1RMcom120sdeintervaloentreseries,realizadas na máxima velocidade. TRAD 69.55 ±6.82;Wilketal21,exercíciosupinoreto,protocolos:5xatéa falha com75%de1RMusandodiferentescadência REG: e2/i0/c2/i0, MED: e5/i0/c3/i0, SL:

e6/i0/c4/i0. REG - Set 1: 32,52±8,10, Set 2:28,52±8,50,set3:24,43±7,02,Set4:21,6±7,48,Set5:20,41±6,22, MED - Set 1:45,95±15,62, Set 2:39,80±16,21,Set3:34,90±17,00,Set4:32,15±17,61,Set5: 31,80±17,75, SL- Set 1: 49,53±17,02 Set2:42,41±17,19 Set3: 39,41±17,77 Set4: 35,29±18,54Set5: 32,76± 9,17. Set1, set2,set3, set4, set5(p<0,001) do MED e SL vs REG; Wilk et al22,exercíciosupinoreto,protocolos:5xa70%de1RMCom3minutosde intervalo entre as séries Com3minutos de intervalo entre as sériesREG:e2/i0/c2/i0, SL: e6/i0/c2/i0.Dadosde temposobtensãoREG–set1:33,4s,set2:24,6s,set3:20,1s,set4:17,5s,set5:16,6s,SL–set1:37,6s,set2:32,2s,set3: 26,6s, set4: 24,6s, set5: 21,8s. obteve comoresultadoSL:(p<0,001)vsREGemtodosossets.Discussão: O objetivo desta revisão sistemáticaconsisteemavaliaroefeitodotreinamentoresistidono temposobtensãonosexercíciosdemusculaçãoem indivíduos treinados. A análise foi feita emestudos observacionais de caráter transversal,obtendo um total de dezesseis artigos. Os artigosanalisados mostraram que a prática de exercíciosresistidos como tempo sob tensão variam entre otempomínimode14,1segundosaté88,6segundos,entre1e5sériesecomrepetiçõesdenomínimo3emáximoatéafalhaconcêntrica(9,1011,12,13,14,15, 16, 17, 18,19, 20, 21, 22, 23, 24). Os estudosobtiveramboaclassificaçãoderiscodeviéseforamincluídosquinzetextoscompletoseminglêseumemportuguês.Nãofoiutilizadofiltroparademarcarosanos das publicações; todavia, foram utilizadosvariados estudos de 2006 a 2020.Considerando asintervenções, 16 artigos utilizaram o treinamentoresistido com aparelhos e pesos livres para arealização do mesmo, utilizando exercícios comocadeira extensora, agachamento livre, supino reto,puxadanopulleyeroscatrícepsnopulleyalto.Foramavaliadasasseguintesvariáveis:sobrecarga,númerode repetições, diferenças entre séries e métodosmais adequados para o melhor tempo sob tensão.Estudos demonstram que exercícios comsobrecargas de 80 a 90%, com volume maior deséries e menor de repetições obtêm tempo sobtensão significativamente maior em relação aprotocolos com 75% de sobrecarga ou com pesocorporal, com menor volume em séries e maiornúmero de repetições9, 12, 18. Em contrapartida, osestudosdemonstrarammaiortemposobtensãoemexercícios com maiores repetições, porém, comsobrecargasmáximasde igual forma12,13.Todososestudos citados acima foram executados comvelocidademáxima.Emexercíciosmonoarticulares,pode-seobservarqueosmétodosisométricoseSlowtêm maior tempo sob tensão do que os métodostradicionaiscommáximavelocidade15.Emexercíciosmultiarticulares também foram obtidos resultadossemelhantes em relação à velocidade de execuçãocomsobrecargade70a75%23,24.Aoavaliartambémum exercício multiarticular, sendo realizado comcadêncianafaseexcêntrica,osestudosdemonstramdiferença significativa entre séries que sugeriram

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maiorTSTnasúltimassériesemrelaçãoàsprimeirasrealizadascomprotocolodevelocidademáxima16.Aordem execução de exercícios –monoarticulares emultiarticulares – não apresenta diferençasignificativa,ouseja,seoindivíduoiniciarseutreinopor qualquer um dos métodos, o TST não sofreráinterferências,conformeavaliadoemumestudoqueutilizouosexercíciossupinoretoeroscatríceps10.Conclusão:Pode-seconcluirqueotemposobtensãoemindivíduostreinadosvariade14a88segundos,de acordo como número de repetições. Ou seja, otempo sob tensão aumenta quando o número derepetições aumenta. Em relação à intensidade,quandoonúmeroderepetiçõescontrolaacadênciado movimento, o tempo sob tensão tambémaumenta.Jáemrelaçãoaonúmerodeséries,otemposob tensãovaria.Quandoas repetições são fixas,otempo sob tensão aumenta devido à perda develocidade de execução por repetição. No entanto,quando as repetições sãomáximas, ele diminui aolongo das séries em decorrência da diminuição donúmeroderepetições.

Palavras-chave: tempo sob tensão; treinamento contra resistência; velocidade de execução.

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§Autor correspondente: Yuri Rolim Lopes Silva– email: [email protected]

Original

Níveldeestressepercebidoempersonaltrainersduranteaquarentena

Andressa Oliveira Barros dos Santos 1,2; Nathália de Almeida de Lima4; João Gabriel Miranda de Oliveir2,3; Dirceu Ribeiro Nogueira Gama2,3; Rodrigo Gomes de Souza Vale 1,2 1Laboratório do Exercício e do Esporte (LABEES); 2Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte (PPGCEE), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ); 3Laboratório de Temas Filosóficos em conhecimento aplicado a Educação Física e Desportos (LAFIL); 4Curso de Especialização em Gestão de Negócios em Educação Física, Universidade Federal São Carlos (UFSCar).

Resumo: Objetivo: Verificar o nível de estressepercebido durante o período de quarentena napandemia do COVID-19, dos personal trainers.Métodos:32personaltrainers,dasregiõesBarradaTijuca,RecreiodosBandeirantes,VargemGrandeeVargem Pequena foram incluídos no estudo. Oestressepercebidofoianalisadoatravésdaaplicaçãodo questionário escala de estresse percebido.

Resultados:77,45%das respostas representam teralgum nível de estresse, sendo que 48,21% nacondição frequente. O teste de Friedman obtevevalor de p=0,00, determinando que os resultadospossuemdiferençasignificativa.Conclusão:Personaltrainers durante o período de quarentena napandemia do COVID-19 apresentaram ter algumníveldeexposiçãoaoestresse,duranteaquarentena.Introdução:Noiníciodoanode2020aOrganizaçãoMundial da Saúde, declarou uma pandemia, criadapelocoronavírus(SARS-CoV-2),detectadonaChina,no fim do ano de 20191. Esse novo coronavírusproduz a doença Covid-19, que é propagada entrehumanos, através do contato de gotículasrespiratórias de pessoas contaminadas ou porsuperfíciesqueessasgotículasseassentam,levandoa um contágio tanto direto quanto indireto2. Até omomento,comunidadesmédicasestãorelacionandoaCOVID-19acomplicações,principalmentenotratorespiratório, variando entre formas mais brandas,até formas mais graves, levando o indivíduo ainternaçãohospitalar.Comagravidadedaexpansãorápidadadoença, tais comunidades indicamqueomelhormeioparaconteradisseminaçãodadoençaseriaoisolamentosocial3.NoBrasil,váriosestadosaderiram a quarentena logo após o primeiro casoconfirmadonopaís,levandoaofechamentodeváriosestabelecimentos comerciais, dentre eles asacademias, e outros serviços considerados nãoessenciais4. Mesmo após o decreto presidencial,assinadoemmaiode2020,colocandoasacademiasnoroldeserviçosessenciais,muitosediscuteaindasobre a eficácia do setor para manter maisbrasileiros fora da inatividade, visto que antes dapandemia, o Brasil possuía apenas 4,5% de suapopulaçãoconsumindoserviçosdeespaçosfitness5.Com esse panorama, os profissionais de educaçãofísicaqueatuamcomotreinamentopersonalizado,sofreram com a queda de clientes na modalidadepresencial, tanto com o fechamento de espaçospúblicos e privados de atividade física quanto aoisolamento social imposto pelas secretariasestaduais e municipais de saúde6. Conforme asrecomendações de isolamento se mantem, énecessário adotar omodelo de teletrabalho para amanutenção da carteira de clientes7. A redução decustosseriaumdosbenefíciosparaessamodalidade,porém, a falta de contato com os clientes éconsiderada ummalefício nessa forma de atuaçãolaboral8.Comareduçãododeslocamentoentreumcliente e outro, e a integração do espaço laboral efamiliar, há a possibilidade de aumento daprodutividade,levandoopersonaltraineratermaishorasdetrabalhodoquedecostume9.Diantedisso,é necessário averiguar amaneira como tem sido aatuação do personal trainer diante deste novocenárioesuapercepçãodeestressediantedasnovasdemandas.Emestudo feitocomfisioterapeutasemUTIs, as altas cargas horárias praticadas e osfrequentesdeslocamentosdeumlocaldetrabalhoaoutro,demonstrouumaquedanaqualidadedevida,representada principalmente nas queixas de

Anais do Congresso Internacional de Educação Física e Desportos (CIEFD 2021) S-141

exaustão,diminuiçãodavitalidade,noestadogeraldesaúdeeaumentodador10.Comovistooestressepode gerar consequências negativas na vida dopersonal trainer, tantoprofissionalquantopessoal,trazendoproblemassocioeconômicosereduzindoasua qualidade de vida. Sendo assim o objetivo dopresente estudo foi verificar o nível de estressepercebidonessesprofissionaisduranteoperíododequarentenanapandemiadoCOVID-19.Métodos:DescritivodotipoSurvey11.Aamostrafoicompostapor32personaltrainers,dasregiõesBarradaTijuca,RecreiodosBandeirantes,VargemGrandee Vargem Pequena, do Rio de Janeiro. Foramincluídos aqueles que realizaram treinamentopersonalizado em academia, praia, condomínio,praça e ou clube. Foram excluídos aqueles queestiveramatuandocomotreinamentopersonalizadoamenosde2meses.Apesquisa seguiu asnormaséticasprevistanaresolução466/2012doConselhoNacionaldeSaúdedoBrasil,quantoàassinaturadosTermos de Consentimento Livre e Esclarecido(TCLE) de todos os participantes. Paracaracterizaçãodaamostraforamextraídososdadosdaidade,sexo,tempodeformaçãoacadêmica,áreade atuação como personal trainer, ambiente detrabalho,regiãodeatuação,númerodeclienteantes,duranteepósquarentenaesedevolveuaulaonlineduranteaquarentena.Posteriormente,foisolicitadoa responder o questionário de estresse percebido,sendo aplicado de forma online, pela plataformaGoogle Forms. O estresse percebido nosprofissionaisdogrupoalvoforamanalisadosatravésda aplicação do questionário escala de estressepercebido(EEP)traduzidoevalidadonoBrasil12.Oquestionárioconsisteem14perguntas,ondeositens4,5,6,7,9,10e13possuemsentidopositivocomono exemplo: “Nomês passado, quantas vezes vocêlidou com sucesso com os problemas eaborrecimentosdodiaadia?”easperguntas1,2,3,8,11,12e14possuemitensnegativo,comoexemplo:“No mês passado, quantas vezes você se sentiuincapaz de controlar as coisas importantes na suavida?”. As respostas estão organizadas em escalaordinal de cinco pontos, que variam de “nunca” a“muitofrequentemente”.Cadaitemdaescalapossuiopçõesderespostaquevariamdezeroaquatro(0=nunca; 1= quase nunca; 2= às vezes; 3= quasesempre;4=sempre).Ositenscomconotaçãopositiva(4, 5, 6, 7, 9, 10 e 13) têm sua pontuação somadainvertida,daseguintemaneira:0=4;1=3;2=2;3=1e4=0.Osdemaisitenspossuemconotaçãonegativaedevemsersomadasdiretamente.Ototaldaescalaéasomadaspontuaçõesdestes14itenseosescorespodem variar de zero a 56, valores acima dopercentil 75 (42 pontos) devem ser consideradosindicativosdealtoníveldeestresse.Osdadosforamapresentadospelosvaloresdemédia,desviopadrãofrequênciaevalorespercentuais.Foiaplicadootestede normalidade de Shapiro-Wilk, que determinouque os dois não são paramétricos, tendo sidoaplicado a rotina de O teste de Friedman dasrespostas, adotando o nível de significância de

p<0,05. O programa usado para tratamento dosdadosestatísticosfoioSPSS23.Resultados:Osresultadosobtidoscomasrespostasdoquestionárioobtiverammedianade33,5em56pontos máximos possíveis, com valor mínimo dasomadasrespostas26emáxima42.OsresultadosapresentadosnaclassificaçãodoEstressepercebidoindicamque77,45%dasrespostasrepresentamteralgumníveldeestresse,sendo48,21%nacondiçãofrequente. O teste de Friedman obteve valor dep=0,00, determinando que os resultados possuemdiferençasignificativa.Discussão: Discuta sobre os resultadosapresentados. Os contatos constantes com fatoreslaboraiscomplexos levamprofissionaisdediversasáreas a desenvolverem esgotamento emocional oualgum tipo de distúrbio motivado pelo estresse,como foi observado por Teixeira13. Bratland, etal14em um estudo realizado na Noruega, verificouquepersonaltrainersrelataramvitalidadereduzidaduranteoLockdownaqueforamexpostos,sendoasmulheres mais afetadas em relação aos homens.Outro fator vivenciado pelos personal trainersdurante a quarentena foi a mudança brusca nasatividadesdodiaadiaea incertezadequando iráretornara“vidanormal”comofoivistonosachadosdeSchimitdB,et.al3.Asrestriçõesediretrizesoficiaisdifíceis de interpretar também podem ser um dosfatoresestressoresparapersonaltrainersnoperíododequarentena.Corroborandocomoestudoanterior,foi verificado que uma das grandes aliadas doprocesso de estabilização emocional, num períodode isolamento definido por órgãos reguladores dasaúde, é a confiança estabelecida em protocolos eorientaçõesdasautoridadessanitáriasàpopulaçãoemgeraleaostrabalhadoresdalinhadefrente.Deacordo com a amostra, houve modificações nascarteiras de clientes durante e após o período daquarentenaemrelaçãoaonúmerodeclientesantesdapandemia.Miguel,etal6observouquedevidoaoimpactododistanciamentosocial,foiverificadoumasignificativaevasãodeclientes,principalmentenasmodalidades presencias, impactandofinanceiramente a vidas dos personal trainers,corroborandocomosresultadossupracitados.Outropontodedestaque,équeogrupo laboralestudadofoi amplamente afetado negativamente, devido àsrestrições de espaços coletivos em áreas abertascomo praias e parques, em academias decondomínios,centrosdeatividadesfísicaseclubes;impossibilitando o personal a exercer suasatividades. Paramanter o atendimentode clientes,muitos relataram o uso de recursos digitais comoWhatsApp e a plataforma online Zoom. Apesar dehaverumaumentopelabuscadeaulasonline,comofoivistonapesquisafeitaporOliveira,etal15,estudosdemonstramqueosprofissionaisdeEducaçãoFísicasalientam os pontos prós e contras dessaintervenção,demonstrandoqueháanecessidadedeatenção em componentes específicos durante oatendimentoremoto,principalmenteàsvariáveisdeprescrição de treinamento, monitoramento do

S-142 Anais do Congresso Internacional de Educação Física e Desportos (CIEFD 2021)

indivíduo, basear o programa de exercícios nasrecomendaçõesjáexistentesenãodeixardeladoosaspectos comportamentais, como foi visto porGuimarães, et al16. Outro comportamento aparentena amostra foi em relação se há o desejo emcontinuarcomosatendimentosonline.Cercade60%dasrespostasobtidasdemonstramqueospersonaltrainerstêminteressedemanteroambienteonlinecomoferramentaparaseusatendimentos.Deacordocom as tendências do fitness para 2021 descritaspelaASCM,oatendimentoonlineestaráemprimeirolugar,enquantooatendimentopersonalizadoocupaa décima posição, evidenciando que os personaltrainersdevemestaratentosasnecessidadesdeseusclientes e potenciais clientes (ASCM, 2020). Apresentepesquisapossuialgumaslimitações,comodesenhodoestudoserdedescritivodotipoSurvey,em que as relações causais não podem serestabelecidas.Tambémsãoconsideradaslimitaçõesotamanhodaamostrarelativamentepequeno,semautilização de uma amostra probabilística. Dessaforma os resultados encontrados devem seranalisadoscomcautela.Conclusão:Personal trainers duranteoperíododequarentena na pandemia do COVID-19apresentaram ter algum nível de exposição aoestresse, durante a quarentena. A baixa na suacarteira de clientes durante a quarentena edificuldadenoretornodosclientesantigos,impactoudeformanegativanosaspectosfinanceirosesociais.A inovação como saída para continuar seusatendimentos particulares através de plataformasonline foi uma ferramenta essencialmesmoapós areabertura dos estabelecimentos fitness. Novasinvestigaçõessãonecessáriasafimdedestrinchardeformaespecíficaosmotivoscausadoresdoestresse,além de atingir outras classes sociais detrabalhadores.

Palavras-chave: estresse; personal trainer; isolamento social; quarentena; Covid-19.

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§Autor correspondente: Andressa O.B. dos Santos – email: [email protected]