ACESSIBILIDADE WEB PARA DEFICIENTES VISUAIS ATRAVÉS DE SISTEMAS DE WEB SITES DE INSTITUIÇÃO DE...

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FACULDADE REGIONAL DA BAHIA TECNOLOGO EM ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS ANTONIO CARLOS SILVA SALES LUIZ HENRIQUE SANTOS DA SILVA ACESSIBILIDADE WEB PARA DEFICIENTES VISUAIS ATRAVÉS DE SISTEMAS DE WEB SITES DE INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR

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FACULDADE REGIONAL DA BAHIA

TECNOLOGO EM ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS

ANTONIO CARLOS SILVA SALES

LUIZ HENRIQUE SANTOS DA SILVA

ACESSIBILIDADE WEB PARA DEFICIENTES VISUAIS ATRAVÉS DESISTEMAS DE WEB SITES DE INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR

SALVADOR

2011

ANTONIO CARLOS SILVA SALESLUIZ HENRIQUE SANTOS DA SILVA

ACESSIBILIDADE WEB PARA DEFICIENTES VISUAIS ATRAVÉS DESISTEMAS DE WEB SITES DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

Trabalho de conclusão de curso

apresentado a Faculdade Regional da

Bahia, como parte dos requisitos

para conclusão do curso de

Tecnólogo em Análise e

Desenvolvimento de Sistemas.

Orientador: Prof. Ms. Márcio Lima

Albuquerque.

SALVADOR2011

ANTONIO CARLOS SILVA SALESLUIZ HENRIQUE SANTOS DA SILVA

Trabalho de conclusão de curso apresentado a Faculdade

Regional da Bahia, como parte dos requisitos para conclusão do

curso de Tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de Sistemas.

Salvador, 16 de Janeiro de 2012.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Ms Orientador: Prof. Ms. Marcio Lima Albuquerque

Orientador – Presidente da Banca

Profª. MS Viviane Andrade

Componente da Banca

Prof. Ms. José Roberto AndradeComponente da Banca convidado

Dedicamos este trabalho ao nosso colegaCarlos Tercio Muller, que apesar de todasas dificuldades encontradas para concluireste curso, sempre nos deu ânimo atravésde sua fé, força de vontade e superação.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos Primeiramente a Deus que através da fé nos

proporcionou perseverança e força para lutar;

Aos nossos queridos mestres que nos orientaram nessa

importante etapa de nossa vida;

Aos nossos familiares que nos apoiaram nos momentos mais

difíceis além de nos sustentar com segurança, amor e

compreensão;

Aos nossos colegas que compartilharam conosco diversos

momentos de tristezas, alegrias e sucessos.

“Pessoas que utilizarão um produto ou serviçosabem de suas necessidades, metas e preferências,e é papel do designer descobrir isto e projetar para

eles.”

Dan Saffer.

RESUMO

A função de promover acesso àqueles considerados antesincapazes de realizarem diversas funções se tornou maisfavorável graças a uma série de normas e legislações que visamuma acessibilidade democrática a todos e têm se mostrado desuma importância, onde todos possam usufruir e das mesmaspossibilidades. Quando se trata da acessibilidade web odesenvolvedor de websites tem um papel fundamental paraprojetar um conteúdo acessível a todos, desta forma se cria agrande questão: Como o Desenvolver um web sites através dosconhecimentos adquiridos pelas normas e diretrizes pode tornarum web site acessível àqueles que possuam de fato algumadeficiência visual? Estudar as práticas recomendadas nosprincipais documentos, podendo dessa forma condicionaracessibilidade durante o projeto de seus sistemas utilizandomecanismos que torne o site mais transparente aos usuáriosfinais. Um estudo realizado sobre as principais normas, leis,diretrizes existentes no mercado levando em consideração oconhecimento das tecnologias assistativas e ferramentas detestes, leva a considerar as formas mais eficazes de tornarlinguagem de programação utilizada através de códigos do website se tornarem mais eficazes a acessibilidade do conteúdo.Através da criação de um pequeno sistema inacessível épossível utilizar das boas práticas para uma melhoracessibilidade no web site para aqueles que possuamdeficiência visual. Fica bem claro e notório de como os testesse tornam imprescindíveis, pois será através deles que serápossível determinar o que deve ser melhorado ou até mesmomudado.

PALAVRAS-CHAVE: Acessibilidade. Testes de acessibilidade.Tecnologias Assistativas.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................11

1 ACESSIBILIDADE..................................................131.1 CONCEITOS DE ACESSIBILIDADE E A INFLUÊNCIA SOFRIDA PELOS DIREITOS HUMANOS..................................................131.2 NORMAS DE ACESSIBILIDADE......................................15

1.3 WEB ACESSÍVEL.................................................181.4 ACESSIBILIDADE X USABILIDADE..................................19

1.5 ACESSIBILIDADE DIGITAL PARA PORTADORES DE DEFICIÊNCIA VISUAL. .202 DESENVOLVENDO COM PADRÕES DE ACESSIBILIDADE....................23

2.1 RECURSOS, LINGUAGENS E CÓDIGOS................................232.2 ADEQUANDO O WEB SITE AOS PRINCIPAIS TIPOS DE DEFICIÊNCIA VISUAL QUE IMPOSSIBILITAM A ACESSIBILIDADE...............................242.2.1 BAIXA VISÃO.................................................25

2.2.1.1 DEGENERAÇÃO MACULAR.......................................252.2.1.2 GLAUCOMA..................................................26

2.2.1.3 RETINOPATIA DIABÉTICA.....................................262.2.1.4 CATARATA..................................................27

2.2.1.5 POSSÍVEIS SOLUÇÕES A SEREM APLICADAS NO WEB SITE PARA PROBLEMAS DE BAIXA VISÃO..........................................27

2.2.2 DALTONISMO..................................................282.2.2.1 DEFICIENTES DAS CORES VERMELHO E VERDE....................28

2.2.2.2 PROTANOPIA E PROTANOMALIA.................................282.2.2.3 DEUTERANOPIA, DEUTERANOMALIA E TRITANOPIA.................29

2.2.2.4 ROD MONOCROMIA OU ACRIMIA.................................292.2.3 CEGUEIRA TOTAL..............................................31

3 PROTÓTIPO DE UM SISTEMA DE CADASTRO PARA INFORMAÇÕES DE UMA INSTITITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR..................................33

3.1 O PROTÓTIPO DE SISTEMA INACESSÍVEL............................333.2 FERRAMENTAS DE TESTES.........................................35

3.3 TESTE DE ACESSIBILIDADE.......................................36

3.3.1 USO DA FERRAMENTA ASES......................................37

3.4 FERRAMENTA DE VALIDAÇÃO......................................383.5 TESTES COM LEITORES DE TELA...................................39

3.4 TECNOLOGIAS ASSISTATIVAS......................................393.5 RESULTADOS....................................................40

Fonte: ASES, Avaliador e simulador de Acessibilidade..............41Fonte: ASES, Avaliador e simulador de Acessibilidade..............42

CONCLUSÃO.........................................................43REFERÊNCIAS.......................................................45

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: POPULAÇÃO RESIDENTE POR TIPO DE DEFICIÊNCIA..................................................................21FIGURA 2: GRAU DE INCIDÊNCIA DE DEFICIÊNCIA VISUAL POR REGIÕES NO BRASIL...............................22FIGURA 3: SIMULAÇÃO DA VISÃO DE UM PORTADOR DE DEGENERAÇÃO..................................................25FIGURA 4: SIMULAÇÃO DA VISÃO DE UM PORTADOR DE GLAUCOMA........................................................26FIGURA 5: SIMULAÇÃO DA VISÃO DE UM PORTADOR DE RETINOPATIA DIABÉTICA...................................26FIGURA 6: SIMULAÇÃO DA VISÃO DE UM PORTADOR DE CATARATA...........................................................27FIGURA 7: SIMULAÇÃO DE VISÃO DE UM INDIVÍDUO PORTADOR DE PROTANOPIA E PROTANOMALIA. .28FIGURA 8: SIMULAÇÃO DE VISÃO DE UM INDIVIDUO PORTADOR DE PROTANOPIA E PROTANOMALIA. .29FIGURA 9 SIMULAÇÃO DE VISÃO DE UM INDIVIDIO PORTADOR DE TRITANOPIA......................................29FIGURA 10 SIMULAÇÃO DE VISÃO DE UM INDIVÍDUO PORTADOR DE ROD MONOCROMIA OU ACROMIA.......................................................................................................................................................................... 30FIGURA 11 PÁGINA INICIAL DO PROTÓTIPO COMO MODELO....................................................................34FIGURA 12 PÁGINA INICIAL DO SISTEMA......................................................................................................35FIGURA 13 TELA INICIAL DO ASES.................................................................................................................. 41FIGURA 14 RESUMO DE RELATÓRIO..............................................................................................................41FIGURA 15 PONTOS DE VERIFICAÇÃO..........................................42

LISTA TABELAS

TABELA 1: PROBLEMAS DE VISÃO E POSSÍVEIS MELHORIAS.......................32

15

INTRODUÇÃO

A falta de relevância aos estudos das normas e diretrizes

que determinam padrões de acessibilidade que visam tornar um

web site acessível ou muitas vezes por falta de conhecimento

da existência de tais documentos acaba ocasionando na criação

incorreta e mal estruturada em diversos sites, tornando a vida

mais difícil para aqueles que dependem deste acesso.

Se o web site não for feito seguindo determinados padrões

existentes, o seu acesso fica prejudicado ou até mesmo

impossível.

Como então, é possível desenvolver web sites acessíveis

àqueles que possuem deficiência visual?

Através do conteúdo pesquisado foi possível ter um melhor

esclarecimento sobre leis, legislações, normas e diretrizes

existentes, bem como devem ser aplicadas corretamente através

de linguagens de programação padronizadas que são utilizadas

para criação dos web sites, analisar como as principais

ferramentas de testes, bem de como as tecnologias assistativas

podem ajudar o desenvolvedor testar a acessibilidade do site e

por fim identificar falhas de acessibilidade em um modelo

inacessível de web site de Instituição de Ensino Superior

através dos testes aplicar no código possíveis melhorias,

obtendo dessa forma acessibilidade no sistema.

O modelo para avaliação de acessibilidade escolhido é um

protótipo de um pequeno sistema de Instituição de Ensino

Superior, pois ao que se refere a estas instituições, essa

falha ocasiona o não acesso às informações relevantes da

Instituição para aqueles que possuam tal deficiência.

16

Através de pesquisa descritiva e qualitativa foi possível

determinar o das normas e diretrizes criadas por setores

competentes para melhorar a acessibilidade dos sites de

Instituições de Ensino Superior, garantindo o seu uso por

pessoas que possuam alguma deficiência visual.

Esse trabalho visa correlacionar à importância da

acessibilidade do sistema web, garantindo o uso de seus

recursos ao público, garantindo o acesso a todos. Foi

realizado estudo através de livros com referência ao assunto,

além de artigos encontrados na própria internet, bem como em

fóruns e reportagens os artefatos que vieram a construir este

trabalho tais como pesquisas e relatórios inerentes ao assunto

do IBGE, a utilização de tecnologias assistativas mais

utilizadas, todas as leis e legislações, além de decretos que

atendem aos direitos dos deficientes.

Foi necessário através de análise informar as leis mais

importantes além das normas e diretrizes que são favoráveis ao

assunto.

Como exemplo prático foi criado um sistema inacessível,

onde todos os testes pudessem ser realizados, identificando o

que torna o web site inacessível e através da indicação dos

principais problemas de visão, a correção no código mais

apropriada para superá-lo então pôde ser executada.

Através de toda essa metodologia que foi apresentada foi

possível dividir este trabalho em três capítulos. O primeiro

capítulo trata do conceito de acessibilidade suas normas, leis

e diretrizes que visam uma melhor solução ao problema. O

segundo capítulo investiga o que o desenvolvedor de web sites

17

através da documentação apresentada no capítulo anterior e

também através do conhecimento dos principais sintomas que

trazem deficiência visual a um indivíduo, possa realizar no

código, sendo que o capítulo três apresenta testes que vão

garantir a melhor mudança qual trará acessibilidade mais

viável ao sistema do web site.

18

1 ACESSIBILIDADE

Este capítulo aborda o conceito de acessibilidade,

esclarecendo como questões referentes aos direitos humanos

conseguiram influenciar as normas e diretrizes criadas com o

intuito gerar acessibilidade no meio digital para portadores

de deficiência visual mostrando sua importância como assunto

dessa pesquisa.

São identificadas às principais normas de acessibilidade,

onde através de sua existência é possível formular técnicas

para avaliar melhor o projeto de um web site, dessa forma

também será fácil descobrir os problemas que tornam as páginas

web inacessíveis.

A abordagem da diferença entre acessibilidade e

usabilidade faz-se necessária para diferenciar tais conceitos,

além de identificar suas relações e dependências.

1.1 CONCEITOS DE ACESSIBILIDADE E A INFLUÊNCIA SOFRIDA PELOS

DIREITOS HUMANOS

Quando se fala de acessibilidade, primeiramente vem em

mente o acesso a algo ou alguma coisa, o que não deixa de ser

verdade.

Acessibilidade é acesso. Pode ser entendida como acesso de

qualquer pessoa, incluindo as pessoas com deficiência e com

mobilidade reduzida, ao meio físico da sociedade, ao

transporte e à comunicação, garantindo sua segurança e sua

autonomia. (HARZAD, et al. 2007 p11).

19

A questão que se estabelece é saber como este acesso é

oferecido e como abrange cada indivíduo em si, dessa forma é

possível verificar a existência de alguma acessibilidade ou

até mesmo nenhuma, causado por problemas que podem ser desde

degenerativo, deficiência de nascença ou ocasionado pela

idade, acidente ou por diversos outros motivos qual venha

trazer insegurança ao convívio social e a atividades exercidas

pelo indivíduo.

A forma como o assunto é tratado sempre foi um fator

determinante para ações de mudanças.

Por muito tempo, predominou a visão da deficiência comoproblema individual, transferindo à pessoa aresponsabilidade de “mudar” ou “adaptar-se” para viverem sociedade. A partir da década de 1960, essa visãocomeçou a ser questiona e, pouco a pouco a deficiênciapassou a ser entendida a partir da interação das pessoascom o contexto em que vivem. No modelo inclusivo,fundamentado nessa visão, cabe à sociedade adaptassepara acolher as diferenças e promover condições deacesso – para todos os cidadãos, com ou sem deficiênciaaos serviços coletivos de saúde, educação, trabalho,locomoção, segurança, etc. (OTS Brasil, 2011 p.06).

A função de promover acesso àqueles considerados

incapacitados é algo que deve ser atribuído a cultura do ser

humano, pois por um bom tempo foi atribuído aos próprios

deficientes a culpa por aquela situação “indesejável”,

excluindo estes, até mesmo das tarefas mais simples.

A mudança dessa concepção foi feita através de um processo

lento que começou com a nova visão social trazida pela

democracia, onde as desigualdades deveriam ser substituídas

por direitos iguais e isso quer dizer igual capacidade de

realizar algo por todos independentes de suas capacidades.

20

“O Estado passou a enxergar o seu papel na promoção desses

valores, dessa forma os direitos humanos passaram a ter foco e

transparência, afinal os direitos humanos são universais e se

aplica, a todos os homens e todas as mulheres, como também são

independentes e indivisíveis. A grande questão é ao se abrir

mão de um direito sem prejudicar os demais se torna

complicado” (HARZARD, et. al, 2007 p11).

A preocupação de estudar os problemas que incapacitem a

condição de um indivíduo passou a ter importância, quando

constatado que cada pessoa pode contribuir para o crescimento

da sociedade mesmo possuindo alguma incapacidade, ainda mais

se estes problemas forem sanados.

As pessoas com deficiência querem inclusão e direitos,

dessa forma muitos países desenvolveram políticas públicas

para pessoas com deficiência superando o “modelo médico” de

atendimento dos enfoques assistencialistas passando a adotar

“modelos sócias”, “modelo dos direitos de cidadania” ou

“modelo da inclusão ou participação”. (OTS Brasil, 2011 p.06)

Levando em consideração os diversos graus de

inacessibilidade que uma pessoa possa ter, é possível

verificar a quantidade de problemas que possam incapacitar o

indivíduo, desse modo desenvolver uma maneira que haja uma

inclusão social para todos, não é de maneira nenhuma uma

tarefa fácil e visando isso, foi necessária a criação de

legislações que pudessem tornar a vida do cidadão com alguma

deficiência mais sociável.

O direito a acessibilidade ou o direito à reabilitação,

por exemplo, podem permitir ou incapacitar o exercício dos

21

outros direitos: o acesso ao trabalho, à educação, ao lazer,

etc. (HARZARD, et. al, 2007 p11)

A consolidação de legislações através de decretos e

diretrizes possibilita uma maior vigilância nos atos que

convertam a negligência em preconceitos, garantindo uma busca

constante da garantia e cumprimento da lei.

O atual texto da Convenção sobre os direitos das pessoascom deficiência da ONU (Organizações das Nações Unidas),define no seu 1° artigo, que “Pessoas com deficiênciasão aquelas que têm impedimentos de natureza física,mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interaçãocom diversas barreiras podem obstruir sua participaçãoplena e efetiva na sociedade com as demais pessoas”(ITSBRASIL, 2011).

Para assegurar que as leis estabelecidas sejam cumpridas,

houve a necessidade do aprimoramento delas ou até mesmo de

adaptações com o passar do tempo, não significando que estão

em sua excelência de atribuições, mas reflete as principais

idéias de uma vida acessível. Normas mais claras foram

surgindo, a coletividade passou a ser mais abrangente, porém o

de que estes documentos em sua maioria passam apenas por ser

recomendações, não sendo obrigatórios, fazendo uso de bom

censo por aqueles que desenvolvem web sites, como será visto

no tópico seguinte.

1.2 NORMAS DE ACESSIBILIDADE

As normas de acessibilidade são padrões que foram criados

para garantir o direito de acessibilidade instituído através

das leis de cada país que vêem na democracia o dever de fazer

22

com que todos possam ter as mesmas chances e oportunidade para

viver.

A própria internet que surgiu da necessidade da ARPA

(Agência de Projetos e Pesquisas Avançadas) em criar um

mecanismo de comunicação rápido para o Departamento de Defesa

Americano teve a necessidade de se adequar a uma linguagem

mais ampla e fácil para que pudesse ter seu uso ampliado

através das universidades.

Em se tratando de acessibilidade web, as primeiras

iniciativas de acessibilidade ocorreram no Canadá, USA e

Austrália e muito teve que ser revisto para chegar ao padrão

atual, e mesmo assim, este padrão foi bastante modificado com

o tempo.

Foi através do padrão criado por Tim Berners-Lee, fundador

do W3C “World Wid Web Consortiun” que surgiu o formato atual onde é

possível vincular um documento a outro, através de novas

linguagens (HTML, XHTNL e CSS), garantindo uma melhor

funcionalidade do sistema.Para que pudesse haver uma verdadeira compatibilidadeentre sistemas e as redes formadas através de linkspudessem atender e serem compartilhadas por áreasdistantes havia necessidade da criação de uma ferramentaque atendesse essa necessidade e foi Tim Berners-Lee,engenheiro de Sistemas que conseguiu criar esse tipo dedocumento eletrônico no Centro Europeu de PesquisasNucleares. (NICACIO, 2010 p20).

O W3C é um Consorcio formado por várias empresas,

organizações independentes além de receberem apoio das

principais empresas do ramo de informática como IBM e

Microsoft e criou o WCAG, documento que lista as recomendações

de Acessibilidade para Conteúdo Web, que está na versão 2.0.

23

Nesta pesquisa serão descritas as principais recomendações do

documento em relação à acessibilidade para deficientes

visuais.

WCAG 2.0, abrange diversas recomendações com finalidade de

tornar o conteúdo Web mais acessível. Seguir essas

recomendações com a finalidade de tornar o conteúdo acessível

para um grupo de pessoas com deficiência deixa o conteúdo web

mais acessível para o usuário em geral1.

Como as diretrizes do W3C, tratam apenas de recomendações,

passando a ser de bom senso que o desenvolvedor utilize tais

padrões, alguns países desenvolvidos regras mais claras muitas

baseadas nas recomendações da própria W3C garantindo o acesso

a internet.

Pesquisadores Brasileiros, preocupados com essa

necessidade, fizeram um estudo através do Ministério de

Planejamento e da Secretaria de Educação Profissional e

Tecnológica dos melhores métodos e padrões para cria seu

documento.

“As versões do e-MAG foram criadas realizando um estudo de

acessibilidade através de um método comparativo entre normas

adotadas por diversos países como a Section 508 dos Estados

Unidos da America “Reforma do Decreto de Reabilitação”, os

padrões CLF do Canadá, as diretrizes Irlandesas de

acessibilidade e documentos de outros países, entre eles

Portugal e Espanha, sendo realizada também uma análise

1 Tradução da W3C, Recomendações de Acessibilidade para conteúdo Web – WCAG

2.0, 2008 p2, fonte: WWW.ilearn.com.br/TR/WCAG20/ , acessado 22/11/2011.

24

detalhada das regras de verificação do órgão internacional

WAI/W3C, presentes na WCAG 1.0” (e-MAG 3.0, 2011, p5) 2.

O e-MAG, funciona com licença creative Commons, onde é

permitido compartilhar, copiar e transmitir a obra, desde que

respeita as condições de atribuição ou compartilhamento de

licença.

Seu modelo foi desenvolvido para atender as necessidades

brasileiras, podendo haver atualizações, já que essa

necessidade é algo que precisa ser muito discutida. Vale

salientar que este documento visa a acessibilidade dos

websites do Governo e foi institucionalizado pela portaria n°3

de 7 de maio de 2007.

“As normas existentes para a área estão geralmente

relacionadas a aplicações Web e ao poder público” (LUQUE,

Leandro Et al. 2011, p58).

O importante é o fato que essa preocupação mobilizou o

governo para atitudes como essas pudessem ser tomadas. “No que

se refere à inclusão digital de pessoas com necessidades

especiais, o Brasil tem adotado uma política favorável a ações

que procuram promover a educação inclusiva, amplamente

defendida pela legislação brasileira” (NICACIO, 2010, p. 04).

As ações que são favorecidas pelas políticas que favorecem

a inclusão digital podem ser proveitosas se forem divulgadas

de maneira mais eficaz, não só pela internet, mas pelos

diversos meios de comunicação.

2 Em: <http://www.governoeletronico.gov.br/acoes-e-projetos/e-MAG>. Acesso

10 de julho de 2011..

25

“É, portanto responsabilidade da Administração pública

oferecer ao cidadão a melhor experiência possível de acesso ao

governo eletrônico, respeitando inclusive as particularidades

da população atingida” (Governo eletrônico, 2011).

As recomendações de Acessibilidade do Governo Eletrônico

formam a base para o processo de acessibilidade para os sites

do Governo e são segmentadas conforme níveis de prioridades,

onde possuem uma ordenação e numeração lógica compatível com

as prioridades.A adoção dos padrões traz muitas vantagens na gestão desítios, como a garantia do nível de qualidade, poispossibilita a mensuração de resultados. Fornece tambémrequisitos para correta contratação de equipe, empresaque desenvolva ou mantenha o sítio (Governo eletrônico,2011).

Outras leis e decretos foram criados na tentativa de

conscientização e uma das formas que o governo trabalha para

aqueles com tais necessidades possam ser atendidas, foi a

criação de decretos a exemplo da lei n° 5.296 de 2 de dezembro

de 2004, que estabelece normas gerais e critérios básicos para

promoção de acessibilidade das pessoas portadoras de

deficiência, garantindo que todo desenvolvimento voltado para

área de tecnologia dos setores públicos ou terceiros que

desenvolvam pro setor público atendam as exigências dessas

normas. A lei N° 10.098 de 23 de março de 1994, Estabelece

normas gerais e critérios básicos para a promoção da

acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com

mobilidade reduzida.

É importante que o desenvolvedor de um web site possa

observar as leis, normas e diretrizes existentes e com bom

26

senso aproveitar das melhores práticas para criação de uma web

acessível e para tanto é necessário entender qual seu conceito

o será explicado no próximo tópico.

1.3 WEB ACESSÍVEL

Uma Web Acessível, quer dizer a garantia de um indivíduo

possa entender e navegar de forma fácil em um site, pois este

sítio foi projetado utilizando todas as regras necessárias

para tornar essa interação possível deixando de ser restrita

para o usuário.

“Uma Web acessível e que permita a participação de pessoas

portadoras de necessidades especiais na sociedade é

fundamental para proporcionar oportunidades iguais para todos

nas diversas áreas” (HENRY, 2011).

Para melhor interação dos vários tipos de indivíduos que

venham ter acesso aos recursos computacionais e a rede

mundial, se tornou necessário haver uma melhor abordagem ao

que se refere à acessibilidade, um ambiente disponível

independente de sua capacidade.

O correto é permitir acesso a todos, independente do tipo

de usuário, situação ou ferramenta. Web acessível é a representação da web ideal, onde todas

as pessoas teriam acesso ao seu conteúdo. Não só as

pessoas, mas também sistemas, uma vez que sistemas

também acessam conteúdos de páginas na internet para

algum propósito, dependendo do sistema (NICÁCIO, 2010,

p22).

27

Como meio de acesso a informação a internet nos dias

atuais deve ser de garantia a todos e para isso que é

necessário que as páginas web sejam devidamente planejadas,

garantindo sua acessibilidade, no entanto quando se aborda a

questão de projeto, pode-se confundir com usabilidade e por

isso o próximo tópico define mais claramente a diferença entre

acessibilidade e usabilidade.

1.4 ACESSIBILIDADE X USABILIDADE

Definido o conceito de acessibilidade é importante

diferenciá-lo de usabilidade, pois a execução dos mesmos pode

ser confundida, pois este se define pela facilidade de uso, ou

seja, quando há a interação entre o humano e o computador.O termo “usabilidade” tem sido usado na prática porpessoas com diferentes percursos, experiências e áreasde intervenção, significando coisas diferentes. Algunsassociam usabilidade à funcionalidade do sistema ouutilidade, par a outros, porém, está associada àausência ou presença de certas características nainterface de utilizador, considerando variáveiscontextuais, como considerações ambientais de trabalho,na interpretação de usabilidade (KALÉN, 1997).

Nesse ponto, a usabilidade define os métodos utilizados

para que o indivíduo tenha facilidade no manuseio da máquina.

“A Usabilidade assegurar-se de que algo funcione bem, onde

alguém com habilidade e experiência comuns possa usar bem o

web site assim como qualquer coisa” (KRUG, 2010, p5).

Para trabalhar a usabilidade de um site é necessário

planejar toda estrutura da página não em função de como o

desenvolvedor achar de como deve ser, mas sim visando o

usuário final, pois este é o fator predominante para que um

28

website execute a sua função de levar a informação como também

manter-se com sucesso.

“Usabilidade nada mais é do que estruturar um site pensandono usuário final, concentrando esforços para afacilidade do uso, criando um sistema transparente e defácil entendimento e operação”3.

A acessibilidade é uma característica da usabilidade, ou

seja, para que uma web tenha usabilidade satisfatória é

necessário que nela haja também acessibilidade disponível, ou

seja, a acessibilidade faz parte da usabilidade.

“Acessibilidade e usabilidade são condições básicas para a

inclusão social digital” (GOMES, 2011).

É possível presumir que enquanto a acessibilidade se

preocupa com a flexibilidade do acesso, a usabilidade

preocupa-se com a facilidade do uso, porém a acessibilidade

não aborda apenas a questão de ter um acesso fácil à

informação, mas sim a maneira que se pode obter esse acesso, o

que depende do uso de ferramentas e até mesmo ao

desenvolvimento das páginas de tal maneira que seja voltada ao

uso dessas ferramentas.A acessibilidade está sendo usadas em sua acepção maisampla de condição de acesso aos serviços de informação,documentação e comunicação, por parte não apenas deportadores e necessidades especiais, mas de todo equalquer cidadão (FERREIRA, et al, 2010 p16).

O mais importante é saber que tanto um como outro depende

do trabalho dos desenvolvedores, porém a acessibilidade também

dependerá que o usuário possua as ferramentas necessárias

3Acessibilidade, Usabilidade e Navegabilidade. Em:

<http://www.slideshare.net/fivecom/acessibilidade-usabilidade-e-

navegabilidade>. slide 11. Acesso 08 de setembro de 2011

29

instaladas no computador para garantir o seu acesso,

independente disso o desenvolvedor deve prover o suficiente de

técnicas visando o máximo possível tornarem o web site

acessível. O próximo tópico aborda o motivo da escolha para

estudo da acessibilidade para portadores de deficiência

visual.

1.5 ACESSIBILIDADE DIGITAL PARA PORTADORES DE DEFICIÊNCIA

VISUAL

Desde o surgimento do computador e sua constante evolução,

esse meio de comunicação se tornou essencial para humanidade,

somando-se deste então o aparecimento da internet, o que fez

mudar todo conceito de comunicação que é vivido atualmente. O

acesso à internet se tornou parte do cotidiano, desde para

receber correspondências, estas agora não precisam de

mensageiros dos correios pra ser entregues, apenas basta

segundos para envio e recebimento da mensagem, como também

acesso a conteúdo multimídia, bate papo em tempo real,

sistemas de conferências online, compras e vendas de produtos,

além de uma infinidade de funções.

Como existem várias deficiências que possa impossibilitar

a acessibilidade, possa ser motora, visual, auditiva,

sensorial ou qualquer outra forma que incapacite o indivíduo

de exercer normalmente o uso destes meios de comunicação,

percebemos o quanto ainda deve ser feito para o indivíduo

consiga o devido convívio ou inclusão social.

30

Em 2000, cerca de 24,6 milhões de pessoas se declararam

portadoras de alguma deficiência. (IBGE Apude Leandro Luque et

al. 2011, p56).

Na FIGURA 1 é possível verificar a população residente por

tipo de deficiência.

FIGURA 1: POPULAÇÃO RESIDENTE POR TIPO DE DEFICIÊNCIA.

Fonte: IBGE, Resultados preliminares da amostra Censo Demográfico 2010, http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/imprensa/ppts/00000006460511142011051416506447.pdf

É viável saber que um mesmo indivíduo pode possuir mais de

um tipo de deficiência, mesmo assim é notável que a

deficiência visual seja a mais abrangente e este é o motivo

que este trabalho abordará esta como foco principal de estudo.

No que se refere à inclusão digital de pessoas com

necessidades especiais, o Brasil tem adotado uma política

favorável a ações que procuram promover a educação inclusiva,

amplamente defendida pela legislação brasileira. (NICACIO,

2010, p. 04)

31

O Nordeste é a segunda região que possui pessoas com algum

tipo de deficiência visual (como mostra a FIGURA 2) e a falta

de investimentos necessários à população mais carente agrava

essa situação, ainda mais no que se diz respeito à educação.

Sem um grau de escolaridade adequado, tais indivíduos possuem

uma maior invulnerabilidade principalmente aos problemas

sociais.

FIGURA 2: GRAU DE INCIDÊNCIA DE DEFICIÊNCIA VISUAL POR REGIÕESNO BRASIL

Fonte:http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/resultados_preliminares_amostra/default_resultados_preliminares_amostra.shtm

Dentre os estados do Nordeste, a Bahia possui o maior

indice com 26% da população investigada possuido algum tipo de

Deficiência Visual. Pensando nesses dados, o desenvolvimento

32

de uma web acessível a esse grupo se torna fundamental,

garantindo o uso da internet através de web sites mais

amigávei e direcionados a todos os púnlicos. O desenvolvedor

possui um papel fundamental para que esse fato seja realizado

e o proximo capítulo tratará de que forma isso é possível.

No campo acadêmico esse número se torna altíssimo, além de

uma visão social é necessária também uma visão mais

abrangente, pois demonstram que muitas faculdades não estão

prontas para receber este público que também gera recursos

financeiros para instituições particulares, onde estas

necessitam adequar seus ambientes e padrão educacional de

forma eficaz para atender tal demanda.

33

2 DESENVOLVENDO COM PADRÕES DE ACESSIBILIDADE

Qual a importância do desenvolvedor no processo de criação

de páginas acessíveis e de que forma este pode interagir com

as normas, leis e diretrizes existentes garantindo aos

usuários que possuam algum tipo de deficiência visual acesso

adequado às páginas web?

Este capítulo abordará tais aspetos além de identificar os

principais problemas visuais que atingem ao usuário e de que

forma o desenvolvedor pode utilizar adequadamente o

conhecimento adquirido nas normas, leis e diretrizes de

acessibilidade para através do uso de recursos dentro do

código do web site converter o que era antes inacessível em um

sistema capaz de atender aos requisitos mais simples sugeridos

pelos principais órgãos.

A definição do papel do desenvolvedor de web sites será

bem abordada além dos recursos, linguagens e códigos

utilizados por estes para garantir a acessibilidade em sites e

os principais tipos de testes e validação realizados.

2.1 RECURSOS, LINGUAGENS E CÓDIGOS

O conhecimento técnico adequado é a melhor arma que o

desenvolvedor possui, e para aquisição desses é necessário uma

busca constante, identificando através do tempo, experiências

e boas práticas um trabalho mais lapidado e voltado para o

público. O maior problema que os desenvolvedores podem ter é o

fato de que muitos ingressam na carreira sem o conhecimento

necessário, muitas vezes por serem pessoas autodidatas

34

conseguem assimilar conhecimento através de experiências

aderindo à profissão.

O problema que isso com o tempo pode ocasionar que esses

mesmos profissionais repitam sempre as mesmas técnicas, onde

os principais erros serão sempre copiados, criando páginas

carregadas e com vários erros, afinal para o cliente bastará

que a apresentação final seja apresentável. Um trabalho bem

feito independe de beleza, mas sim de funcionalidade e são as

normas e diretrizes que podem garantir tais aspectos.

Seguindo as boas práticas orientadas pela W3C ou até mesmo

o e-MAG (Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico),

podem ser executadas várias dicas para o uso correto das

principais linguagens para uso na internet a exemplo do HTML,

CSS, PHP dentre outros.

O conteúdo é o principal agente de informação; é

constituído do texto, formulários, listas de itens,

parágrafos, hiperlinks, dentre outros, formando junta a

estrutura da página. As técnicas sugeridas pelo WCAG seguem

naturalmente os padrões web, e são em HTML, que é a

codificação com demarcadores.

A apresentação de uma página é o tamanho, forma e cores do

texto, do fundo da página, das bordas de imagens e tudo aquilo

que faça parte do estilo visual do site. A recomendação é que

essa apresentação seja feita em CSS, Cascading Style Sheets.

Na programação não existe apenas uma forma de fazer o

código, é sempre com fazer da forma mais prática e limpa,

seguindo uma linha simples de pensamento, afinal isso

facilitará na hora da correção.

35

Há uma grande importância nos códigos de acessibilidade

web, pois são eles que irão ajudar na navegação de páginas web

para deficientes, entre essas ferramentas existem padrões que

deverão ser seguidos e estão associados aos códigos das

páginas web e a recomendações do W3C.

AI, Web Accessibility Initiative, departamento do W3C,responsável pelo WCAG, documento de diretrizes deacessibilidade para a web, recomenda que, para se tiverum acesso rápido às páginas da internet, deve-sedesenvolvê-las separando conteúdo e estrutura deapresentação4.

Quando necessário, será utilizadas técnicas de usabilidade

para ampliar o conforto dos usuários, porém as ferramentas

para criar a interface com conteúdo voltado para determinados

tipos de usuários serão essas já citadas, cada uma com suas

especificidades e objetivos.

Sabendo-se adequar o site as normas e diretrizes, o ponto

crucial é entender as principais deficiências, como ela atinge

o indivíduo e dessa forma compatibilizar o código do web site

aos problemas mais freqüentes que serão tratados no próximo

tópico.

2.2 ADEQUANDO O WEB SITE AOS PRINCIPAIS TIPOS DE DEFICIÊNCIA

VISUAL QUE IMPOSSIBILITAM A ACESSIBILIDADE

O conhecimento pelo menos os principais tipos de problemas

relacionados à deficiência visual é necessário para saber

avaliar durante o projeto de um web site que pode ser feito

para atenuar o problema. O tópico seguinte informa os

4Em: <http://begalegal.com/capitulomag#301>

36

principais problemas atenuados a visão e em sequência qual a

melhor forma de trabalhar com o código para que o resultado

final possa atender as pessoas que possuam algum desses

problemas.

2.2.1 BAIXA VISÃO

O usuário apenas percebe o conteúdo, mas não o enxerga com

nitidez por estar pequeno ou não ter contraste. Esta condição

a visão do usuário não pode ser totalmente corrigida por

óculos, atinge a leitura e a condução. O resultado de

condições tais como: degeneração macular, glaucoma,

retinopatia diabética, ou catarata5 são apresentados nos

próximos tópicos.

2.2.1.1 DEGENERAÇÃO MACULAR

Perda gradual da visão, onde a região central é mais

afetada, nesse caso os objetos visualizados diretamente são

mais difíceis de serem visualizados, veja a FIGURA 3.

FIGURA 3: SIMULAÇÃO DA VISÃO DE UM PORTADOR DE DEGENERAÇÃO

5Media Brasil, 2011

37

Fonte: http://www.brasilmedia.com/Baixa-visao.html#.Trq7RvRKP3V

2.2.1.2 GLAUCOMA

Perda de visão periférica devido ao aumento de pressão

dentro dos olhos, a visão fica borrada conforme simulação da

FIGURA 4.

FIGURA 4: SIMULAÇÃO DA VISÃO DE UM PORTADOR DE GLAUCOMA

Fonte: Media Brasil, http://www.brasilmedia.com/Baixa-

visao.html#.Trq7RvRKP3V 2.2.1.3 RETINOPATIA DIABÉTICA

38

Sendo efeito da diabete, onde ocorre fuga dos vasos

sanguíneos da retina. Causa manchas escuras no campo de visão,

conforme simulação da FIGURA5.

FIGURA 5: SIMULAÇÃO DA VISÃO DE UM PORTADOR DE RETINOPATIADIABÉTICA

Media Brasil, http://www.brasilmedia.com/Baixa-visao.html#.Trq7RvRKP3V

2.2.1.4 CATARATA

Seu efeito deixa a visão turva ou vaga, principalmente

sobre efeito da luz, simulação da FIGURA 6.

FIGURA 6: SIMULAÇÃO DA VISÃO DE UM PORTADOR DE CATARATA

39

Fonte: http://www.brasilmedia.com/Baixa-visao.html#.Trq7RvRKP3V

2.2.1.5 POSSÍVEIS SOLUÇÕES A SEREM APLICADAS NO WEB SITE PARA

PROBLEMAS DE BAIXA VISÃO

O desenvolvedor pode projetar o site com melhor contraste

principalmente no texto. O tamanho do texto também é

fundamental, pois textos pequenos são difíceis de lê.

É possível aderir a novos conceitos de tecnologia, como

por exemplo, adicionar leitores de textos nos campos mais

importantes, alterar o brilho, contraste ou transparência das

imagens, adicionar até um dispositivo na página que já efetue

automaticamente na página que está sendo visualizada. Através

de o CSS possível fazer a análise de contraste de cores, pois

é uma ferramenta para verificar se determinada combinação de

cores para o fundo e para o primeiro plano, oferecendo boas

condições de visibilidade, suas funcionalidades podem fazer

simulações de determinadas condições visuais (MAUJOR, 2011).

Para análise das melhores condições de contraste pode-se

observar as diretrizes do WCAG2.0, pois lá se prevê este

40

índice que destina-se a facilitar a distinção entre o primeiro

plano e imagens ou sons de fundo.

O analisador de contraste e cores além de ser uma

ferramenta livre, é funcional não apenas para imagens, mas

também para textos.

Outro recurso que vêm sendo bastante usado é utilizar

ampliador de tela no site, interessante para mostrar detalhes

em fotos, esse recurso pode ser adquirido através do JQZoom

que é uma lupa para ampliar imagens “in line” construído na

plataforma muito popular, o jQuery. Na verdade é um script

muito bom e fácil de implementar, para que se possa ampliar

tudo o que quisermos.

Existem problemas relacionados as cores e estes serão

visto no tópico seguinte.

2.2.2 DALTONISMO

Outro problema relacionado à visão é o Daltonismo, que é

hereditário e consiste na não percepção das diferenças de

cores ou combinações, conforme apresentados nos próximos

tópicos.

2.2.2.1 DEFICIENTES DAS CORES VERMELHO E VERDE

Esta a mais comum, tais cores não são distinguidas, sendo

que alguns conseguem distinguir com outros tons tipo amarelo,

laranja ou bege, conforme FIGURA 7.

41

FIGURA 7: SIMULAÇÃO DE VISÃO DE UM INDIVÍDUO PORTADOR DEPROTANOPIA E PROTANOMALIA

Fonte: http://www.brasilmedia.com/Baixa-visao.html#.Trq7RvRKP3V

2.2.2.2 PROTANOPIA E PROTANOMALIA

A cor vermelha sempre se apresenta com um tom diferente,

FIGURA 8.

FIGURA 8: SIMULAÇÃO DE VISÃO DE UM INDIVIDUO PORTADOR DEPROTANOPIA E PROTANOMALIA

Fonte: http://www.brasilmedia.com/Baixa-visao.html#.Trq7RvRKP3V

2.2.2.3 DEUTERANOPIA, DEUTERANOMALIA E TRITANOPIA

Deuteranopia e deuteranomalia é a deficiência em enxergar

a cor verde, Tritanopia, dificuldade em enxergar a cor azul,

simulação na FIGURA 9.

42

FIGURA 9 SIMULAÇÃO DE VISÃO DE UM INDIVIDIO PORTADOR DETRITANOPIA

Fonte: http://www.brasilmedia.com/Baixa-visao.html#.Trq7RvRKP3V

2.2.2.4 ROD MONOCROMIA OU ACRIMIA

Nesse grupo, os indivíduos têm dificuldade em enxergar as

cores, simulação FIGURA 10.

FIGURA 10 SIMULAÇÃO DE VISÃO DE UM INDIVÍDUO PORTADOR DE RODMONOCROMIA OU ACROMIA

Fonte: http://www.brasilmedia.com/Baixa-visao.html#.Trq7RvRKP3V

O WCAG orienta que a cor não deve ser a única forma de

identificar elementos numa página web, se determinado campo,

43

formulário, imagem não for acessível simplesmente por causa da

cor, então este site deixa de ser acessível. A grande questão

é que as pessoas que possuam deficiência gerada pelo

daltonismo não conseguem distinguir as cores, mas isso não

quer dizer que deixe de utilizar determinada cor, o que na

verdade é necessário um estudo de cores, por exemplo, se o

problema é o vermelho, na verdade basta descobrir qual

tonalidade de vermelho pode ser usada que não venha prejudicar

a diferenciação de cores pelo daltônico, o mesmo acontece com

o azul.

Alguns códigos foram criados para ajudar aqueles que

possuam esse problema, onde O código consiste em pequenos

símbolos que identificam as cores primárias: azul, amarelo e

vermelho. A união de dois símbolos identifica as cores

secundárias como o verde, que é o amarelo combinado com o azul

(ANDRADE, 2012).

O desenvolvedor pode utilizar Os novos filtros de cores

Soft proofing no photoshop, que simulam visão de pessoas

daltônicas, dessa forma é possível distinguir qual tonalidade

da cor pode ser visualizada.

2.2.3 CEGUEIRA TOTAL

Para este caso, de leitores de tela é imprescindível, o

projetista deverá organizar bem a consulta pela tecla “Tab” do

44

teclado, pois é através dela que o usuário que possua tal

deficiência poderá utilizar os leitores de tela do mercado.

Quando se assiste um deficiente visual usando um leitor de

tela, para nós é algo muito rápido, pois o fato de ter que

utilizar tal ferramenta se torna tão comum que o usuário nem

precisa escutar todo o texto, pensando nisso o projetista deve

organizar dentro do código os textos que deverão ser passados

em ordem de necessidade, assim como as imagens devem ser

marcadas com o título de sua descrição.

A Tabela 1 resume os principais problemas relacionados a

visão e as principais soluções apresentadas na construção do

web site.

TABELA 1 PROBLEMAS DE VISÃO E POSSÍVEIS MELHORIAS

BAIXA VISÃOProblemas Efeitos Melhorias

Degeneração

macularPerda gradual da

visão

Melhor contraste

principalmente no texto;

Aumentar tamanho do texto;

Usar leitores de textos nos

campos mais importantes;

Alterar o brilho, contraste

ou transparência das

imagens;

Fazer melhorias através do

CSS;

Adicionar dispositivo a

página para melhorias;

Glaucoma Perda de visão

periféricaRetinopatia

diabéticaefeito da

diabeteCatarata deixa a visão

turva ou vaga

45

Observar diretrizes do

WCAG2.0.DALTONISMO

Problemas Efeitos MelhoriasDeficientes das

cores vermelho

e verde

Como já diz. Observar diretrizes do

WCAG2.0 referente as cores;

Verificar melhor diferentes

combinações de cores;

Utilizar filtros de cores

Soft proofing no photoshop ou

similar que identifique problemas de

daltonismo nas cores.

Protanopia e

protanomaliaA cor vermelha

sempre se

apresenta com um

tom diferente.Deuteranopia,

deuteranomaliadeficiência em

enxergar a cor

verde.Tritanopia dificuldade em

enxergar a cor

azul.Rod monocromia

ou acrimiadificuldade em

enxergar as

cores.CEGUEIRA TOTAL

Problemas Efeitos MelhoriasCegueira Total Falta total de

visão

Uso de leitor de telas;

A orientação dos campos,

links e imagens devem seguir

uma seqüência lógica.

As imagens devem ser

corretamente marcadas com

textos que as representem;

46

Fonte: Luiz Silva

Visto os principais e diferentes graus de inacessibilidade

para deficientes visuais, fica mais visível a necessidade do

aprendizado para projetar websites acessíveis, o problema

passa a ser as barreiras que muitos projetistas e

desenvolvedores colocam em frente a seus projetos, criando

mitos para não utilizar acessibilidade.

A forma mais prática de se passar por todo esse processo

dentro do desenvolvimento de um web site, o capítulo seguinte

aborda a criação de um pequeno sistema para uso de uma

instituição de ensino superior foi criado, onde será possível

passar pelas fases de criação e testes, desta forma podendo no

final fazer as devidas correções e incrementações tornado mais

acessível conforme normas e diretrizes.

47

3 PROTÓTIPO DE UM SISTEMA DE CADASTRO PARA INFORMAÇÕES DE UMA

INSTITITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR

Este capítulo visa o estudo de um sistema inacessível

através de um protótipo de um sistema de cadastro de faculdade

de ensino superior.

Serão apresentadas nesse estudo as formas de testar um

sistema web obtendo relatórios dos quais será possível

utilizar os recursos oferecidos nas normas e diretrizes para

resolver ou amenizar os problemas de acessibilidade visual.

Também será abordado de que forma o desenvolvedor poderá

utilizar as tecnologias assistativas para testes do web site.

A razão para esse estudo ser feito em um Sistema para ser

usado pelas IES é o fato destas garantirem o aprendizado das

técnicas necessárias para a propagação de uma web acessível

através dos cursos destinados a esse fim, também devem

garantir a conscientização de cidadania, justificando dessa

forma os reais motivos das técnicas ensinadas serem

empregadas.

Essas mesmas instituições garantem o acesso daqueles que

possuam alguma deficiência acesso as informações que lhes

poderão garantir também ao acesso do ensino superior por isso

se torna fundamental que a difusão e o ensino de técnicas que

viabilizem a construção e publicação na Web de páginas com

conteúdo acessível, preparando desta forma os futuros

construtores de páginas da Internet na perspectiva da

inclusão. (NICACIO, 2010 P05)

3.1 O PROTÓTIPO DE SISTEMA INACESSÍVEL

48

Foi desenvolvido este sistema com o propósito de realizar

um estudo de um Website Inacessível, para que desta forma

possa-se utilizar os testes padrões e através da análise

buscar nas normas e diretrizes existentes as técnicas

apropriadas para tornar o sistema acessível.

Este Sistema de Instituição de ensino Superior onde o

intuito é cadastrar interessados nos cursos existentes para

mantê-los informados sobre novas informações. Como

conseqüência do uso do sistema, espera-se a melhora nos

principais recursos de web sites de Instituições de Ensino

Superior. A FIGURA 11 demonstra a tela de abertura do sistema

que atualmente encontra-se no sitio para testes:

www.aquitudotem.com.br

FIGURA 11 PÁGINA INICIAL DO PROTÓTIPO COMO MODELO

Fonte: Luiz silva (2011)

49

O Sistema de cadastro é bem simples, ao acessar o link do

modelo Inacessível é apresentado o protótipo do Sistema de

Cadastro Universitário, onde á a apresentação de dos cursos

existentes para escolha do usuário. Ao acessar o link de

modelo acessível, vai observar que a página inacessível foi

formatada com ajustes no código garantindo uma maior

acessibilidade.

O produto a ser gerado neste projeto é um Web site com

demonstração de inacessibilidade conforme FIGURA 12. A página

foi criada com todas as qualidades para realmente ser

realmente inacessível, com tudo que uma página não deveria

ser.

Após a utilização dos testes de acessibilidade, será

possível avaliar o que pode ser melhorado nesta página para

que se torne mais acessível, podendo mesmo até acarretar numa

mudança geral.

FIGURA 12 PÁGINA INICIAL DO SISTEMA

50

Fonte: Luiz silva (2011)

A apresentação de técnicas de acessibilidade que podem ser

ajustadas ao código do sistema após os testes necessários

serem realizados que serão estudados no tópico seguinte.

3.2 FERRAMENTAS DE TESTES

A melhor forma que o desenvolvedor venha analisar a

acessibilidade de seu sistema ou site é através do uso de

ferramentas de testes.

Para analisar a usabilidade de um sistema, determinando e

resolvendo os problemas de interação, é necessário estabelecer

uma bateria de avaliações de testes a serem aplicadas como

parte integrante do projeto. (MOREIRA, 2009, p. 30).

51

São várias as ferramentas que poderão ser utilizadas, até

mesmo online, mas para uma melhor organização foi utilizado o

programa “Ases” criado pelo governo eletrônico para avaliar

sites do governo e que servem para testar outros sites, já que

este programa observa as normas e diretrizes nacionais e

internacionais, desta forma os testes poderão garantir que

linhas de códigos devem ser mexidas, além de sugestões que são

dadas pelo programa.

Ao desenvolver ou redesenhar um site, a avaliação daacessibilidade logo no início e ao longo do trabalhodetectará itens de acessibilidade que se tornarão maisfáceis de corrigir do que se deixarmos o trabalho deavaliação para o final do projeto. Técnicas simples,tais como alterar as 'setagem' do browser (resolução,tamanho da janela, tamanhos de fontes, etc...) podemdeterminar conformidades com alguns itens deacessibilidade. Uma avaliação acurada para determinar seum site está conforme as diretrizes de acessibilidade éuma tarefa mais complexa (HENRY, 2011).

Para uma melhor garantia dos testes, as tecnologias

assistativas que são de usadas por aqueles que possuem alguma

deficiência, são vitais para testar de determina operação

realmente funcionará de forma correta, tal como os testes de

acessibilidade que serão estudados no próximo tópico.

3.3 TESTE DE ACESSIBILIDADE

São realizados testes de caixa branca, pois o analista ou

desenvolvedor tem acesso a toda parte estrutural do sistema,

podendo mexer no código livremente. O teste de acessibilidade

é o principal dentre todos, pois diz respeito à observação da

acessibilidade em páginas e websites. É possível combinar uma

52

série de técnicas como a verificação da codificação usada em

paginas Web com auxilio de ferramentas automáticas usa de

navegadores e tecnologias assistativas em diferentes

configurações de acesso. Através do teste de acessibilidade é

possível listar as principais verificações:

Utilizar ferramenta Ases para verificar todos os pontos

inerentes a inacessibilidade.

1. Utilizar Leitor de tela para averiguar pontosilegíveis no contexto.

2. Utilizar Ampliador de telas para averiguarlegibilidade do conteúdo.

3. Checar os textos alternativos para imagens quetransmitam informação.

4. Checar os textos alternativos para imagensdecorativas

5. 'Ouça' conteúdos de vídeo e áudio, sem volume6. Checar a acessibilidade de seus formulários7. Checar a possibilidade de aumentar o tamanho dos

textos8. Checar seu web site no browser Lynx9. Checar a navegabilidade sem uso de um mouse(MAUJOR, 2011)

Assegure-se que os textos dos links sejam descritivos para

o destino remetido

Todas essas etapas podem ser realizadas como programas

específicos, no caso do ASES que será abordado no próximo

tópico, como também por Tecnologias assistativas. A

necessidade de trazer acessibilidade aos usuários de

computador trouxe a tona o desenvolvimento de várias

ferramentas de acessibilidade, tanto para uso desktop como

para uso na internet.

3.3.1 USO DA FERRAMENTA ASES

53

O diferencial dessa ferramenta dentre várias outras

existentes que possam testar a acessibilidade é o fato de ser

uma ferramenta livre, de uso do Governo Brasileiro, o que já

traz certa confiabilidade e segurança, há também a importância

que suas funcionalidades atende aos requisitos mínimos para

avaliar um site na questão da acessibilidade abordada nesse

trabalho.

O programa avalia a acessibilidade seguindo modelo e

acessibilidade (E-MAG e WCAG), tem um avaliador de CSS e HTML

(4.01 e XHTML), além de simuladores de leitor de tela (tempo)

e Baixa visão (daltonismo, miopia, catarata); Possui uma

ferramenta para selecionar o DocType, conteúdo alternativo,

associador de rótulos, links redundantes, corretor de eventos

e preenchimento de formulários. F

O programa foi desenvolvido para uso tanto no Windows6

como no Linux7 e pode ser baixada no site do Governo

Eletrônico.

Além de avaliar a acessibilidade de um sítio, o “ASES”também permite os procedimentos necessários para a suacorreção e avalia o CSS e HTML de páginas. É possível,na versão 1.0, avaliar a acessibilidade tanto pelo e-MAG2.0 quanto pelo padrão internacional WCAG 1.0. O ASES éum programa de plataforma, sendo possível a análise desítios inteiros, ou apenas camadas e seções específicas,algo que não pode ser realizado por validadores Web, queavaliam apenas a página fornecida pela url.(GOVBR,2011).

6 Para Windowns:http://www.governoeletronico.gov.br/anexos/ases-windows/view?searchterm=ases7 Para Linux: http://www.governoeletronico.gov.br/anexos/ases-linux/view?searchterm=ases

54

Para instalação da ferramenta é pré-requisito o uso de

Java Application Platform SDK para Windows e Java Runtime Environment –

JRE para Linux, ambos responsáveis para rodar aplicações Java

no PC. É necessário também fazer cadastro na comunidade do

“Ases”, para poder logar e ter aceso aos recursos da

ferramenta, o que pode ser feito acessando:

http://www.softwarepublico.gov.br/register/user-new

Para aqueles que não têm interesse em baixar o sistema

ASES, mas gostariam de uma ferramenta simples e online, podem

usar http://www.dasilva.org.br, Site Desenvolvido pela

Acessibilidade Brasil em 2006, com recursos baseados no ASES,

porém simplificados, além da análise apenas do código HTML,

atendendo de forma prática ao usuário.

Um avaliador é um software que detecta um código HTML e

faz uma análise do seu conteúdo, verificando se está ou não

dentro de um conjunto de regras. No nosso caso, a análise é

feita usando as regras de acessibilidade do WCAG e E-

GOV(ACESSIBILIDADE BRASIL, 2011).

Existem várias ferramentas para teste de acessibilidade,

mas O uso destas, principalmente o ASES, é suficiente para

este estudo.

3.4 FERRAMENTA DE VALIDAÇÃO

Passar pelas validações de acessibilidade vai exigir do

projetista mais atenção às diretrizes da W-cag e E-mag ou

outra qualquer outra.

A avaliação da acessibilidade deve ser feita por meio deferramentas automáticas e da revisão direta. Os métodos

55

automáticos são geralmente rápidos, mas não são capazesde identificar todas nuances da acessibilidade. Aavaliação humana pode ajudar a garantir a clareza dalinguagem e a facilidade da navegação (Recomendaçõespara a acessibilidade8).

Os desenvolvedores buscam é que o código do site seja

válido, para a maioria das pessoas significa validar apenas o

HTML/XHTML, mas existem ferramentas que validam também as CSS.

O código CSS, apesar de haver diferenças entre renderização

entre navegadores e suas versões e ser obrigado a testar para

tentar conciliar a diferença entre eles (ACESSIBILIDADE LEGAL,

2011).

Códigos válidos significam também rapidez de interpretação

para todos os agentes do usuário, sejam navegadores ou

tecnologias assistativas, assim, conexões lentas, discadas ou

conexões divididas por inúmeros usuários em rede, tecnologia

assistativas, como ampliadores de tela, que navegam associados

muitas vezes a leitores de tela e possuem um peso que acabam

por aumentar o tempo de navegação, começam através de códigos

corretos a possuírem um tempo de download das páginas web mais

adequados.

3.5 TESTES COM LEITORES DE TELA

O “Jaws” (Job Acess With Speech) é sem dúvida o principal

leitor de telas do Mercado. Desenvolvido pela Freedom Scientific o

software é conisderado por muitos o melhor e mais completo

leitor de telas para plataforma Windows.

8 Recomendações para a acessibilidade do conteúdo da web – 1.0. Em: <http://www.acessobrasil.org.br/media/2/20030828-w3crevisto3.doc>, Anexo A,acessado 9/ de outubro de 2011.

56

O software permite aos usuários cegos ou com baixa visãoacesso quase que total as principais funcionalidades dosistema, desde manipulação de pastas arquivos e arquivosconfiguração e personalização do sistema, criação eedição de documentos no pacote escritório Office,navegação em sites da internet, entre outrasfuncionalidades (MELO, 2011).

Existem muitas tecnologias assistativas no mercado e que

tem evoluído com o tempo, o uso de determinada ferramenta

depende muito da afeição ou praticidade do usuário. No tópico

seguinte tais tecnologias serão melhor argumentas.

3.4 TECNOLOGIAS ASSISTATIVAS

Essas ferramentas por um longo período apresentavam vários

problemas com o conteúdo na internet a exemplo de deficiência

na leitura de imagens, vídeos, Java script, aplicações em

Java, dentre outras, mas graças à renovação do conceito do

conteúdo na internet, existe a possibilidade de trazer

acessibilidade a todo esse conteúdo antes inacessível, claro

que é necessário que o desenvolvedor do website ajude criando

o sistema de fácil leitura por estas ferramentas ou programas,

chamados de Tecnologias Assistativas.

Tecnologias assistativas é uma área do conhecimento, decaracterísticas interdisciplinar, que engloba produtos,recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviçosque objetivam promover a funcionalidade, relacionada àatividade e participação de pessoas com deficiência,incapacidades ou mobilidades reduzida, visando suaautonomia, independência, qualidade de vida e inclusãosocial (COMITÊ DE AJUDAS TÉCNICAS, 2007).

A maior dificuldade para o usuário é achar a ferramenta

ideal que atenda as suas necessidades, pois apesar de haverem

57

muitas, a facilidade de uso é um diferencia, onde o utilizador

vai esbarrar em algumas dificuldades como aprendizado da

ferramenta, tempo hábil para isso, a relação do sistema

operacional que estiver utilizando com a ferramenta, tempo de

resposta para execução da tarefa, dentre outros.

Entende-se por tecnologia assistativa “recurso

facilitador, um instrumento ou utensílio que especificadamente

contribuirá no desempenho da tarefa desejada”. Há ainda a

necessidade do aprimoramento de muitas ferramentas pra que

chegue a um padrão ideal, pois essas tecnologias surgem com

grande importância para o desenvolvimento social.

O próprio Governo brasileiro através de pesquisas criou um

sitio relacionado a Tecnologias assistativas, mostrando a

importância do desenvolvimento dessas tecnologias.

A grande questão para a realização de testes com

ferramentas assistativas é o fato de o desenvolvedor poder

fazer com que o site esteja precavido com o uso das várias

tecnologias existentes, no entanto deve-se pensar na

possibilidade do não obter esses recursos e viabilizar os

métodos necessários para que venha deixar o web site

acessível.

3.5 RESULTADOS

Para obter resultados é necessário o uso das ferramentas

de testes, a exemplo do protótipo será utilizado a ferramenta

ASES para avaliar a acessibilidade do sistema. Após baixado e

58

implantado, ao abrir aparecerá a seguinte tela correspondente

a FIGURA 13.

No campo 1, coloca-se o tipo de avaliação, ou seja qual

por quais diretrizes o site vai ser avaliado se pela diretriz

internacional WCAG ou a nacional E-MAG.

No Campo 2, deve ser escolhido o nível de avaliação, no

campo 3 a prioridade que vai de 1 a 3 e no campo 4 digita-se o

site a ser verificado.

No próprio site do governo eletrônico a um manual sobre

todas estas especificações9, porém o uso do programa é

intuitivo e fácil, a priori a ser aberto as principais funções

já ficam pré selecionadas, bastando adicionar o link ser

verificado executar a tarefa de avaliação.

FIGURA 13 TELA INICIAL DO ASES

9 http://www.governoeletronico.gov.br/acoes-e-projetos/e-MAG/material-de-apoio/ases-avaliador-e-simulador-de-acessibilidade-sitios/ases-avaliador-e-simulador-de-acessibilidade-sitios

59

Fonte: ASES, Avaliador e simulador de Acessibilidade

Quando avaliado é gerado um reumo de relatório conforme

FIGURA 14 e para verificar quais problemas foram encontrados

clica-se duas vezes em uma das observações, no exemplo será

visualizado o item “ERROS P1”, correspondente a erros de

prioridade 1.

FIGURA 14 RESUMO DE RELATÓRIO

FONTE: ASES, AVALIADOR E SIMULADOR DE ACESSIBILIDADE

A tela que se segue, conforme FIGURA 15, mostra do tudo

referente aos erros de prioridade 1, no lado superior esquerdo

60

é exibido o código da página, na parte inferior a descrição

dos erros, ocorrência de cada erro e as linhas onde encontra-

se. Do lado direito observações e sugestões para fazer

melhorias.

Ao clicar no PV (Ponto de Verificação), são dadas

sugestões de melhorias para o PV selecionado.

FIGURA 15 PONTOS DE VERIFICAÇÃO

Fonte: ASES, Avaliador e simulador de Acessibilidade

Como resultado dessa avaliação é possível verificar todos

os pontos correspondentes as diretrizes escolhidas, sem

precisar conhecer todas, pois a própria verificação indicará o

que deve ser feito de acordo as diretrizes, dessa forma é

61

possível avaliar cada erro e realizar as melhorias mais

adequadas.

O resultado final será obter um site com uma ótima

correção, que seja bem minuciosa, ou rápida caso queira-se

apenas melhoras alguns itens escolhidos.

O programa Ases prova ser um importante aliados do

desenvolvedor na criação de web sites acessíveis, fazendo um

trabalho eficiente e com qualidade.

62

CONCLUSÃO

Verificado todos os pontos que atinge a acessibilidade

para pessoas com deficiência visual, é possível conseguir

desenvolver um produto que possa atender as necessidades

mostradas.

É possível desenvolver web sites acessíveis utilizando

adequadamente os testes de acessibilidade, aplicando dessa

forma os padrões sugeridos nas normas e diretrizes na

codificação do sistema.

Seguindo as regras mais básicas é possível através das

linguagens apropriadas para internet, utilizar códigos simples

que trabalhem principalmente à acessibilidade para deficientes

visuais, já que essa é a de maior incidência no país.

Atualmente é possível desenvolver código em HTML, CSS, PHP

e até mesmo no Java Script e novas técnicas são desenvolvidas

melhorando o padrão existente.

Através dos testes de acessibilidade e testes utilizando

tecnologia assistativas, onde dessa forma é possível analisar

os principais problemas de acessibilidade e desta forma

utilizar todo conhecimento adquirido nas normas e diretrizes

para utilizar os principais recursos e resolver o problema.

As tecnologias assistativas que são utilizadas pelos

usuários são fundamentais para testes pelo desenvolvedor, pois

através delas é possível averiguar como o site reagirá à

determinada ferramenta.

É fundamental também o conhecimento dos principais

problemas crônicos que trazem problemas visuais, pois desta

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forma este conhecimento será útil para agir exatamente para

atingir a inacessibilidade causada pelos mesmos.

O aprimoramento do conhecimento dos códigos e ferramentas

necessárias para criação de web sites tem muita importância e

devem seguir as orientações fornecidas pelas principais

diretrizes e normas que este poderá conseguir realizar um bom

trabalho.

O estudo apresentado nesse trabalho possibilita a

avaliação de um protótipo de um sistema web de cadastro

utilizado pode uma instituição de ensino superior, avaliando

dessa forma as melhores ferramentas de testes e assistativas

que podem ser utilizadas e onde através do relatório será

possível aplicar no código gerado uma reavaliação e em

consequência um ajuste utilizando na linguagem e nos locais

apropriados o código que trará acessibilidade, a modificação

no layout e cores necessárias. O programa Ases destaca-se como

a melhor ferramenta para avaliação de sites, além de ser um

produto nacional e gratuito, segue os modelos de avaliação do

WCAG ou do E-MAG, obtendo uma ótima resposta no sentido de

verificar todos os problemas existentes e possibilitando a

indicações das melhorias que podem ser realizadas.

A acessibilidade é conseguida seguindo todas essas etapas

e por isso que muitos desenvolvedores deixam passar em branco,

apresentando apenas um trabalho sem preocupação do público

alvo, porém este conceito tem mudado, principalmente pelo fato

que a internet tem chegado às diversas classes sociais e

adequar-se a ela se torna fundamental para que o público alvo

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possa não apenas visitar o web site, mas que também se torne

referência para retorno.

Ao que se refere as instituições de ensino superior, as

técnicas empregadas possibilitam além de um melhor preparo nos

sistemas e web sites das instituições para atender a crescente

demanda de indivíduos portadores de deficiência visual, como

também obterá a preferência desse público que precisa ser

alcançado graças ao seu alto potencial e com certeza as

instituições que conquistarem esse público poderão usufruir do

privilégio de serem pioneiras nesse assunto podendo explorar

as varias possibilidades que surgirem.

Cabe salientar que tais melhorias apenas não atenderão a

este público específico, mas de certa forma a todos, pois

quando são aplicadas técnicas de acessibilidade num web site,

este se torna mais transparente, rápido, organizado além de

mais agradável, possibilitando novos adeptos e a obtenção de

alta referência para acesso.

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