A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO DO AUTO - SALVAMENTO E RESGATE AQUÁTICO PARA SOCIEDADE

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ROBERTO FREIRE A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO DO AUTO - SALVAMENTO E RESGATE AQUÁTICO PARA SOCIEDADE

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

ROBERTO FREIRE

A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO DO AUTO - SALVAMENTO ERESGATE AQUÁTICO PARA SOCIEDADE

Rio de Janeiro2014

ROBERTO FREIRE

A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO DO AUTO - SALVAMENTO ERESGATE AQUÁTICO PARA SOCIEDADE

Trabalho de Conclusão de Cursoapresentado como requisito paraaprovação do Curso de Pós-Graduaçãolato senso de Natação e AtividadesAquáticas da Estácio de Sá, soborientação do Professor: LeandroNogueira Salgado Filho.

RIO DE JANEIRO 2014

ROBERTO FREIRE

A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO DO AUTO - SALVAMENTO ERESGATE AQUÁTICO PARA SOCIEDADE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à UniversidadeEstácio de Sá, como requisito para a obtenção do grau deEspecialista em Natação e Atividades Aquáticas.

Aprovado em, _____ de ______________ de

20___.

Examinador

____________________________________________________________ Prof. Leandro Nogueira Salgado Filho

NOTA FINAL ___________

RESUMO

A história da preservação humana tem seus primeiros passos com aorigem do próprio homem sobre a Terra. Do desejo de sobreviversurge à necessidade de ampliar o conhecimento e este intuito deuorigem a diversos meios de preservar a vida. O processo, quelevou o homem a entender como e porque prevenir e ajudar aoutros de sua espécie no meio aquático, durou milhares de anos.Atualmente no mundo, o afogamento é uma das doenças de maiorimpacto na saúde e na economia. De acordo com a OrganizaçãoMundial de Saúde (OMS), 0,7% de todos os óbitos no mundo ocorrem

por afogamento não intencional, perfazendo mais de 500.000 (8.5óbitos/100.000 hab.) óbitos anuais passiveis de prevenção. Nomundo todo, 500 mil pessoas morrem a cada ano devido aoafogamento acidental. Estes números excluem muitas regiões doplaneta, especialmente na Ásia e na África, onde muito poucosregistros de mortes por afogamento e situações de acidentes deafogamento que ocorrem como resultado de inundações e tsunamis.Atualmente, o número de óbitos por afogamento em nosso paíssupera os 6.500 casos por ano, isto sem falar nos acidentes nãofatais que chegam a mais de 100.000, crianças entre um e noveanos de idade, infelizmente, são as maiores vítimas dessasituação, pois tem o afogamento como segunda causa de morte.Esses dados demonstram a ocorrência de uma catástrofe anual quenecessita ser interrompida.

Palavras Chaves: Importância, Salvamento e Resgate e Sociedade.

ABSTRACT

The history of human preservation has its first steps with theorigin of man himself on Earth. The desire to survive arises theneed to increase knowledge and this order has given rise tovarious means of preserving life. The process, which led man tounderstand how and why prevent and help others of their kind inthe aquatic environment, lasted thousands of years. Currently inthe world, drowning is one of the greater impact of diseases onhealth and the economy. According to the World HealthOrganization (WHO), 0.7 % of all deaths in the world occur fromunintentional drowning , totaling over 500,000 ( 8.5 deaths /100,000 inhabitants ) insusceptible deaths annually prevention .Worldwide, 500,000 people die each year due to accidentaldrowning. These figures exclude many regions of the world,especially in Asia and Africa, where very few records of deathsby drowning and situations of drowning accidents that occur as aresult of floods and tsunamis. Currently, the number of drowningdeaths in our country exceeds 6,500 cases per year, not tomention the non-fatal accidents that reach more than 100,000children between one and nine years old, unfortunately, are themain victims of this situation, it has the drowning as thesecond cause of death. These data demonstrate the occurrence ofan annual disaster that needs to be stopped.

Keywords: Importance, Rescue and Rescue, Society.

SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO...................................................................................................7

2.OBJETIVOS.......................................................................................................8

3.METODOLOGIA................................................................................... ............8

4.DESENVOLVIMENTO.......................................................................................9

4.1 HITÓRICO.........................................................................................................10

4.2 O SURGIMENTO DO AUTO SALVAMENTO E RESGATE AQUÁTICO..............................................................................................................11

4.3 AFOGAMENTO – SUAS CAUSAS E EFEITOS.....................12

4.4 SINTOMAS...............................................14

4.5 TRATAMENTO.....................................................................................................15

4.6 PREVENÇÕES ............................................16

4.7 CONCLUSÃO...................................................................................................18

REFERÊNCIAS.................................................................................................19

9

1 INTRODUÇÃO

A água é um elemento que está presente na vida do ser

humano desde seu nascimento, e ele representa de 40 a 60% de seu

peso corporal (McARDLE, KATCH e KATCH, 1990). Apesar disso, o meio

aquático não é seu meio natural, podendo inclusive percebê-lo como

hostil. Nas sociedades primitivas a natação é vista como uma

atividade de sobrevivência, bem para poder pescar ou,

simplesmente, para não perecer afogado em quedas fortuitas na água

ou crescidas de rios (Lewin, 1979).

Os primeiros registros históricos que fazem referência à

natação aparecem em Egito, no ano 5.000 a.C., nas pinturas da

Rocha de Gilf Kebir. Mas até o esplendor de Grécia, a natação não

vai desprender dessa mera função de sobrevivência; é então quando

a natação passa a ser uma parte mais da educação dos gregos.

A história da preservação humana tem seus primeiros

passos com a origem do próprio homem sobre a Terra. Do desejo de

sobreviver surge à necessidade de ampliar o conhecimento e este

intuito deu origem a diversos meios de preservar a vida. O

processo, que levou o homem a entender como e porque prevenir e

ajudar a outros de sua espécie no meio aquático, durou milhares de

anos.

Os primeiros registros da primeira formação de salvamento

no mundo foi criada pelo Imperador Augusto, cerca de 63 a.C a 14

d.C. Era composta por sete cortes de seiscentos homens. A esta

10

“Armada Romana” eram outorgadas recompensas pelos atos de

salvamento de cidadãos, recompensas que eram extensivas aos pais

dos salvadores por terem procriado tais crianças.

Atualmente no mundo, o afogamento é uma das doenças de

maior impacto na saúde e na economia. De acordo com a Organização

Mundial de Saúde (OMS), 0,7% de todos os óbitos no mundo ocorrem

por afogamento não intencional, perfazendo mais de 500.000 (8.5

óbitos/100.000 hab) óbitos anuais passiveis de prevenção.

Entretanto o número exato é desconhecido em razão de

casos não notificados de óbito. A incidência predomina em regiões

e países de baixo poder aquisitivo e renda per - capita. Como o

Código Internacional de Doenças (CID versão 10) é ainda

inadequadamente preenchido e possui falhas na identificação

correta do problema, estes números são ainda subestimados, mesmo

em países desenvolvidos.

Estima-se que mais de 85 % dos casos de afogamento podem

ser prevenidas pela supervisão, instrução de natação, tecnologia, legislação e

educação pública

2 OBJETIVOS

O principal objetivo do presente trabalho é apresentar a

importância da natação com relação a seus aspectos relacionados ao

auto-salvamento e resgate aquático e as principais causas, fatores

de riscos e prevenções e sobre o afogamento.

11

O principal regulador são Instrumentos, Convenções,

Diretivas, Legislações nacional e Internacionais que serão

discutidos brevemente.

3 METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que busca explicar

um problema a partir de referências teóricas publicadas em

artigos, teses e livros. Pode ser realizada independentemente ou

como parte da pesquisa descritiva ou experimental, mas em ambos os

casos, buscam conhecer e analisar contribuições científicas

existentes sobre um determinado assunto (Gil, 2002). A pesquisa

terá como abordagem teórica uma análise qualitativa, diante da

complexidade que representa o problema e da dinâmica do sujeito

com o mundo, utilizando coleta de dados disponíveis sobre a

importância da natação com relação a seus aspectos relacionados ao

auto-salvamento e resgate aquático para sociedade.

Para a formulação dos objetivos da revisão bibliográfica,

primeiramente, selecionamos o tópico a ser revisado, recaindo a

escolha sobre a importância da natação com relação a seus aspectos

relacionados ao auto-salvamento e resgate aquático.

4 DESENVOLVIMENTO

12

Afogamento é a quarta principal causa de morte em adultos e a

terceira em crianças e adolescentes em todo o mundo. No Brasil, as

características do clima, a vasta rede de rios e do tamanho da

costa são fatores de risco importantes para o afogamento.

De acordo com dados coletados pela Secretaria de Saúde de São

Paulo, em 2010, apenas o estado de São Paulo registrou 931 mortes

por afogamento.

No mundo todo, 500 mil pessoas morrem a cada ano devido ao

afogamento acidental. Estes números excluem muitas regiões do

planeta, especialmente na Ásia e na África, onde muito poucos

registros de mortes por afogamento (sub notificação) e situações

de acidentes de afogamento que ocorrem como resultado de

inundações e tsunamis.

Nos Estados Unidos, o afogamento é a segunda principal causa de

morte por acidentes entre crianças de um a quatro anos de idade e,

em alguns países, como a Tailândia, o índice da ordem de dois anos

de idade e vem 107 por 100.000. Em muitos países da África e da

América Central, a incidência de afogamento de 10 a 20 vezes maior

do que a incidência na Noruega.

Atualmente, o número de óbitos por afogamento em nosso país

supera os 6.500 casos por ano, isto sem falar nos acidentes não

fatais que chegam a mais de 100.000, crianças entre um e nove anos

de idade, infelizmente, são as maiores vítimas dessa situação,

pois tem o afogamento como segunda causa de morte. Esses dados

demonstram a ocorrência de uma catástrofe anual que necessita ser

interrompida.

13

Com o crescimento do número de pessoas que desfrutam do

meio líquido, seja para o banho, a natação, a prática de esportes

aquáticos, transporte marítimo ou mesmo para trabalho; em piscinas

ou praias, tornou-se fundamental à orientação preventiva no

sentido de evitar o acidente mais grave que pode ocorrer na água o

Afogamento.

4.1 HISTÓRICO

A preocupação com a morte é uma questão eterna e universal.

Desde o início da história do homem, a morte esteve envolta

em uma atmosfera mística e mágica. A tentativa de reverter à morte

era considerada como um feito impossível, uma verdadeira blasfêmia

do ponto de vista científico e religioso.

Somente no século 18, começou-se a considerar a

possibilidade científica de que a ressuscitação seria possível.

Foram necessários outros duzentos anos até que as manobras de

ressuscitação fossem desenvolvidas e somente nos idos dos anos 60,

tornou-se uma realidade.

As causas de morte súbita foram se modificando com o

decurso do tempo. Na era pré-moderna as causas principais de morte

súbita eram os casos de afogamento, trauma e outras menos

importantes. Atualmente a morte súbita é causada mais

freqüentemente por doença coronariana em decorrência da fibrilação

ventricular.

14

Passamos ao século 18, onde a aceitação do conhecimento do

corpo humano tornou-se mais aceita, e com ela a necessidade de

desenvolvimento de métodos científicos que levassem ao

conhecimento, em um período chamado "Iluminismo". Os líderes

intelectuais da época proclamaram que o mundo podia ser mais bem

entendido através da ciência e que os meios para chegar à verdade

eram os métodos científicos.

Os quatros principais componentes da ressuscitação

(respiração, compressão-circulação, fenômeno elétrico e serviços

de emergência) começaram a ser conhecidos e desenvolvidos. Na

época, as mortes que ocorriam inesperadamente (morte súbita) eram

as que mais provocavam ansiedade e desespero. A causa mais

freqüente na época era o afogamento. O homem tentava restaurar o

calor e a vida ao corpo frio e inerte, aplicando objetos quentes

sobre o abdome ou chicoteando-o com urtiga ou outros

instrumentos.  O primeiro esforço organizado na luta contra a morte

súbita foi realizado em Agosto de 1767, na cidade de Amsterdã

(Holanda), com a criação da "Maatschappij tot Redding van

Drenkelingen" (Sociedade para Recuperar vítimas de afogamento - existente

até o dia de hoje). As sociedades de resgate de afogados se

difundiram rapidamente por toda Europa, assim como nos EUA. Estas

Sociedades tinham como objetivo principal encontrar o caminho para

a ressuscitação com êxito e começaram a difundir informações sobre

os cuidados na recuperação de vítimas de afogamento e outros tipos

de asfixia.

15

Quatro anos depois de iniciado o trabalho da Sociedade em

Amsterdã,150 vítimas

de afogamento haviam sido salvas seguindo às recomendações

(guidelines) da época:

a) Aquecer a vítima (se faz até hoje),

b) Remover roupas molhadas (se faz até hoje),

c) Drenar água dos pulmões posicionando-se a vítima com a cabeça

mais baixa que os pés (parou-se de fazer em 1993),

d) Estimular a vítima com técnicas tais como instilação de fumaça

de tabaco via retal ou oral (feito até 1890),

e) Utilizar o método de respiração boca-a-boca (se faz até hoje);

e

f) Sangrias (parou-se de fazer há mais de 60 anos).

Não havia na época um limite de tempo para a reanimação,

considerando-se 6

Horas um tempo razoável para o esforço de ressuscitar.

Com a intenção de retirar a água, posicionava-se a vítima

de afogamento com a cabeça mais baixa que o tronco. Na tentativa

de melhorar esta manobra foi adicionada a pressão do tórax, de

forma a aumentar a saída desta água.

Desta maneira nascia de forma espontânea e ao acaso aventilação artificial indireta. Muitas vidas foram salvas desta

forma. Fazia-se o certo por razões erradas.

4.2 O SURGIMENTO DO AUTO SALVAMENTO E RESGATE AQUÁTICO

O Salvamento Aquático é relativamente jovem quando o

encaramos de forma organizacional. O salvamento de marinheiros

16

náufragos (salvatagem) parece ter ocorrido e desencadeado as

primeiras organizações de salvamento aquático.

A Associação de Salvamento Aquático "Chinkiang"

("Chinkiang Association for the Saving of Life") estabelecida na

China em 1708 foi a primeira organização deste tipo que se tem

conhecimento no mundo. Esta organização desenvolveu torres de

salvamento e materiais que pudessem ser utilizados com este

propósito. 

Em 1787, a Sociedade Humanitária de Massachusetts

("Massachusetts Humane Society") (EUA) começou o processo do que

viria a se tornar um movimento de salvamento aquático nos Estados

Unidos e se tornaria o USLSS ("United States Life-Saving

Service").

O USLSS era composto de uma cadeia nacional extensa de

torres de salvamento espalhadas pelo litoral provida de pessoal

guarda-vidas pelo governo Federal, a qual pertence o crédito de

170 mil vidas salvas.

Em 1915, esta organização se juntou ao "Revenue Cutter

Service" para se tornar a Guarda Costeira Americana. Foi somente

em 1800 que a natação, hoje conhecida como banho de mar, começou a

emergir como uma forma extremamente popular de recreação.

A Criação da Organização Mundial de Salvamento Aquático –

ILS.

Organização para atividades de salvamento aquático internacional

organizado datam de 1878 quando o primeiro Congresso Mundial foi

realizado em Marseille, uma cidade ao sul da França. Desde então

tem havido diversas atividades excepcionais na área, realizadas

17

por organizações nacionais. A necessidade de um fórum

internacional para trocas de idéias e conhecimentos foi

rapidamente reconhecido a partir de então.

No Brasil em 1914, o Comodoro Wilbert E. Longfellow

fundou na cidade do Rio de Janeiro, então capital da República, o

Serviço de Salvamento da Cruz Vermelha Americana. Nesta época, o

objetivo era o de organizar e treinar Guarda-Vidas voluntários,

que atuariam em postos de salvamento, não apenas no Rio de

Janeiro, mas por todo país, supervisionando praias desguarnecidas.

Sentindo a ineficiência de tal estratégia, adotou uma

campanha a nível nacional, cujo slogan foi: "Toda Pessoa deve

saber nadar e todo nadador deve saber salvar vidas"

4.3 AFOGAMENTO - SUAS CAUSAS E EFEITOS

O exame da fisiologia do afogamento permitir-nos observar

como conseqüências adversas perturbam o delicado equilíbrio iônico

a nível celular e podem causar a morte, se o processo não for

detectado de imediato. É óbvio, ou deveria ser, que a conseqüência

de acontecimentos que ocorre quando uma pessoa se afoga em água

doce não é a mesma que ocorre quando uma pessoa se afoga em água

salgada.

Afogamento em Água Doce: A razão disto é simplesmente que,

no que diz respeito ao sangue, a água doce é hipotônica, ao passo

que a salgada é hipertônica.

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Com base no conhecimento de osmose: A osmose é o nome dado

ao movimento da água entre meios com concentrações diferentes

de solutos, separados por uma membrana semipermeável. É um

processo físico-químico importante na sobrevivência das células. A

osmose pode ser vista como um tipo especial de difusão em seres

vivos.

Podemos deduzir de imediato as conseqüências fisiológicas

adversas:

1- A água, quando de sua penetração nos alvéolos, é hipotônica em

relação ao sangue, portanto, irá entrar na corrente sanguínea

por meio da osmose. A improcedência de uma asserção tal como “a

pessoa não poderia ter-se afogado por que não havia água em seus

pulmões” deveria ser evidente, desde que o afogamento ocorresse

em água doce;

2- O sangue é diluído e torna-se hipotônico em relação às células.

O resultado disto é que a água se difundirá nas células

vermelhas do sangue, causando literalmente, uma “explosão”

destas últimas. Isto é chamado de hemólise, e ocorre em

proporções tão maciças que é eliminada a capacidade de

transporte de oxigênio por parte das células vermelhas do

sangue; e

3- A diluição dos eletrólitos do sangue (sódio, cloretos e, em

especial, o cálcio) e das proteínas do plasma, aliada a baixa

concentração de oxigênio precipita a fibrilação ventricular

(irregularidade na força e ritmo cardíacos, ou palpitação das

fibras musculares, causando esvaziamento ineficiente). Resultado

do baixo nível de sódio do plasma, acompanhado por baixa tensão

19

do oxigênio, ambos os fatores presentes no afogamento em água

doce.

Afogamento em Água Salgada: O afogamento em água do mar provoca

seqüência diferente de acontecimentos, visto que a água

(conteúdo de sal: 3,5%) é hipertônica em relação ao sangue

(conteúdo de sal: 0,9%).

A água do mar penetra nos alvéolos e os sais se difundem na

corrente sanguínea, enquanto a água contida na mesma (plasma)

desloca-se para os pulmões;

A retirada de água do sangue ocasiona um aumento rápido na

concentração de sódio do plasma;

O numero de células vermelhas por centímetro cúbito de sangue

(valor hematrócito) aumenta rapidamente. As células sofrem

plasmólise, isto é contraem-se;

Os pulmões enchem-se com plasma (edema pulmonar), a pressão

sanguínea sistólica cai (hipotensão), ocorre bradicardia

(diminuição do ritmo cardíaco), seguindo-se morte. Pode ocorrer

choque hipovolêmico, os efeitos aparecem de 5 minutos a 4 dias.

No afogamento, a função respiratória fica prejudicada pela

entrada de líquido nas vias aéreas, interferindo na troca de

oxigênio (O2) - gás carbônico (CO2) de duas formas principais:

Obstrução parcial ou completa das vias aéreas superiores por

uma coluna de líquido, nos casos de submersão súbita

(crianças e casos de afogamento secundário) e/ou;

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2. Pela aspiração gradativa de líquido até os alvéolos (a

vítima luta para não aspirar).

Estes dois mecanismos de lesão provocam a diminuição ou

abolição da passagem do O2 para a circulação e do CO2 para o meio

externo, e serão maiores ou menores de acordo com a quantidade e a

velocidade em que o líquido foi aspirado. Se o quadro de

afogamento não for interrompido, esta redução de oxigênio levará a

parada respiratória que conseqüentemente em segundos ou poucos

minutos provocará a parada cardíaca.

4.4 OS SINTOMAS

Os sintomas variam com a gravidade do caso, e estão

associados com o tempo de imersão, a temperatura, volume ingerido

e a função pulmonar. O paciente pode perder a consciência ou não.

Quando consciente, tem sinais de agitação, náuseas,

vômitos, inchaço, dores de cabeça e no peito, hipotermia, espuma

na boca e nariz tendo a indicação de edema pulmonar, pieira (ruído

produzido pela respiração das pessoas com doença nas vias

respiratórias; piado), diminuição da pressão arterial, apneia e

parada cardíaca são outros sintomas possíveis.

4.5 TRATAMENTO

O afogamento pode ser clinicamente classificado em vários

graus, dependendo do estado de insuficiência respiratória e

geralmente requerem hospitalização. No entanto, as manobras de

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recuperação cardiorrespiratória (RCR) ou do coração (CPR)

representam a ressuscitação cardiopulmonar, que é uma técnica para

comprimir o coração e forçar o sangue a bombear através do corpo

quando uma vítima sofre parada cardíaca súbita) para combater a

hipoxemia (baixa de oxigênio no sangue) começam imediatamente no

local do acidente, no qual eles são essenciais para a recuperação

e sobrevivência.

Logo após o resgate, é importante remover as roupas molhadas da

vítima, elevar a temperatura corporal e a proteção contra lesões

cervicais e começar a respiração boca a boca.

As principais recomendações são:

Ser razoável e ter bom senso, mesmo sabendo nadar. Não entrar

na água caso tenha exagerado um pouco nas bebidas alcoólicas,

não submergir em água cuja profundidade é desconhecida, ou se

aventurar em mergulhos solitários e a noite;

Lembre-se de que as crianças precisam de cuidados extras,

mesmo quando eles estão com bóias, perto de pessoas

conhecidas e em um ambiente que lhes é familiar. Também é

importante que, tão logo atinjam a idade certa, aprendam a

nadar;

Não tentar lidar com uma pessoa que está se afogando. Em

desespero, ela pode levá-lo e colocar sua vida em perigo.

Fornece um objeto que pode ajudá-la a entrar e sair da água.

Chame o corpo de bombeiros o mais rápido possível, a formação

especializada neste tipo de resgate.

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4.6 PREVENÇÃO

São as ações baseadas em advertências e avisos a

banhistas no sentido de evitar ou ter cuidado com os perigos

relacionados ao lazer, trabalho, ou esportes praticados na água.

Alguns cuidados são essenciais para reduzir o risco de afogamento:

No mar

O local de maior ocorrência de afogamentos (mais de 85%

dos casos). É na praia onde ocorre a corrente de retorno (vala)

que é formada por toda massa de água em forma de ondas que quebra

em direção a areia e por gravidade tem que retornar ao oceano, uma

boa maneira de economizar energia é parar de nadar ou ir para fora

do alcance das ondas e em favor da corrente.

Evitar o consumo de bebidas alcoólicas antes de entrar na

água, não perder de vista as crianças em ambientes onde existe

água nas proximidades especialmente aqueles que não sabem nadar

devem ter bóias e coletes salva-vidas em todos os momentos; e

Em Piscinas

O acesso a piscinas em residências e clubes deve ser

evitado através da colocação de grades. As medidas de prevenção

podem evitar mais de 85% dos casos de afogamento, e atuam não só

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na redução da mortalidade como também na morbidade (lesões

decorrentes da doença) por afogamento, inúmeros acidentes têm

ocorrido no Brasil, causados pela sucção dos ralos das piscinas.

Alguns desses acidentes são inicialmente tratados como

afogamentos, mas quando se busca a causa, a vítima se afogou

porque ficou presa pelo sistema de sucção da piscina. A linha mais crítica da defesa é a supervisão de um

adulto, nenhum nível de habilidade aquática pode substituir a

supervisão ativa.

A aprendizagem e a educação constante são imprescindíveis

para implantação uma de filosofia de segurança e auto –

sobrevivência, porem a criação de Legislações que normatizam e

padronizam procedimentos a serem adotados por alguns seguimentos

na Sociedade, podem reduzir o numero de acidentes no meio

aquático:

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Em 12 de agosto de 1985 é criado o Grupamento Marítimo

(GMar), pela Lei de Organização Básica do Corpo de Bombeiros

do Estado do Rio de janeiro foi ativado o GMar, com base

operacional em Botafogo e três destacamentos principais

(Ramos, Copacabana e Barra da Tijuca), mantendo em suas

estruturas os CRAs ( Centro de Resgate de Afogamentos)

anteriormente criados, de forma a estabelecer atendimento

integrado entre o resgate realizado nas praias e o

atendimento médico

A Lei nº 3.728 de 13 de Dezembro de 2001 do Governo do Estado

do Rio de Janeiro, que - determina a permanência de guardião

de piscina em piscinas localizadas nos prédios residenciais,

de dimensões superiores a 6m x 6m, em hotéis, clubes sociais

e esportivos, e nas academias de esportes e ginástica, em

território fluminense e fica também, reconhecido como

guardião de piscina, para efeito do disposto nesta Lei, o

profissional de Educação Física regularmente inscrito no

Sistema CONFEF/CREF e devidamente habilitado em curso

específico, organizado pelo Conselho Regional de Educação

Física da 1ª Região e chancelado pelo Corpo de Bombeiros; e

Projeto de Lei nº 1162 DE 2007, aprovado em 04 de junho de

2014 na câmara de Deputados que Disciplina a prevenção de

acidentes em piscinas, delimita as responsabilidades

concernentes aos usuários de piscinas coletivas e públicas,

aos responsáveis pelos estabelecimentos com piscinas

coletivas ou públicas e aos proprietários de piscinas

privativas. Em seguida, enumera os equipamentos de segurança

de instalação obrigatória e diversas informações a serem

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disponibilizadas por sinalização nas imediações das piscinas,

públicas e coletivas. Obriga os fornecedores de piscinas a

informar os riscos inerentes ao produto, e estabelece

penalidades para os infratores.

4- CONCLUSÃO

Infelizmente o afogamento é muito comum em nosso país, e

ocorre em sua maioria na frente de amigos e familiares que

poderiam evitar ou ajudar, mas desconhecem inteiramente como

poderiam reagir. O desconhecimento ou a imprudência são muitas

vezes, as causas principais destes acidentes na água. Sabemos que

mais de 70% das pessoas que se afogam em nossas praias vivem fora

da orla, e, portanto não estão habituadas aos seus perigos e

peculiaridades.

Entretanto, há muito mais o que se fazer. Neste caso, o

que importa é desenvolver a cultura da população sobre como

prevenir e atuar na presença do afogamento, implicando em

manifestar com isso, a educação para a saúde.

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A melhoria do sistema de prevenção do afogamento é fato

estabelecido. Fica evidente o importante papel da administração

pública neste processo. Os primeiros passos para se desvendar os

segredos de salvar vidas na água e a sucessão de acontecimentos

contribuiu, para o avanço do serviço de prevenção do afogamento no

Brasil.

A maioria das escolas de natação e as diversas faculdades

de Educação Física têm como objetivo o ensino da técnica dos

quatros nados e a formação de profissionais. No entanto, a maioria

delas é dada pouquíssimas noções de salvamento, o que

absolutamente não se justifica. Se todos possuíssem a capacidade

de flutuar o suficiente para garantir a própria segurança, seria

um grande começo, a segurança aquática que aliada ao conhecimento

técnico de salvamento evitaria óbitos por afogamento.

Este trabalho seria de conscientização de todos para a

criação de cursos em academias, convênios entre clubes, construção

de piscinas públicas, realização de cursos regulares de verão e

projetos, não só para crianças (botinho), mas também para adultos

através do salvamar. Mas visando principalmente a prática da

natação entre a população.

Nas escolas deve-se aprender a cuidar de um afogado

utilizando os primeiros socorros seja com técnica de praia,

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piscina, lago ou até mesmo enchente onde também temos muitas

vitimas fatais É importante sensibilizar as autoridades,

professores de educação física, profissionais da área de natação,

atletas, alunos, guardas vidas e a população em geral, da

necessidade destes princípios até mesmo no currículo escolar.

REFERÊNCIAS

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