A IMPORTÂNCIA DOS TESTES ABC DE LOURENÇO FILHO PARA OS AVANÇOS NA EDUCAÇÃO DO BRASIL
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Presidente da República
Dilma Vanna Rousseff
Ministro da Educação
Aloizio Mercadante
Universidade Federal do Ceará
REITOR
Prof. Jesualdo Pereira FariasVICE-REITOR
Prof. Henry Campos
Conselho Editorial
PRESIDENTE
Prof. Antônio Cláudio Lima GuimarãesCONSELHEIROS
Profa Adelaide Maria Gonçalves PereiraProfa Ângela Maria Mota Rossas de Gutiérrez
Prof. Gil de Aquino FariasProf. Italo Gurgel
Prof. José Edmar da Silva Ribeiro
Diretor da Faculdade de Educação
Maria Isabel Filgueiras Lima Ciasca
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira
Enéas Arrais Neto
Chefe do Departamento de Fundamentos da Educação
Adriana Eufrásio Braga Sobral
Série Diálogos Intempestivos
COORDENAÇÃO EDITORIAL
José Gerardo VasconceloS (EDITOR-CHEFE)Kelma Socorro Alves Lopes de Matos
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DRa ANA MARIA IÓRIO DIAS (UFC)DRa ÂNGELA ARRUDA (UFRJ)DRa ÂNGELA T. SOUSA (UFC)DR. ANTONIO GERMANO M. JUNIOR (UECE)DRa ANTÔNIA DILAMAR ARAÚJO (UECE)DR. ANTONIO PAULINO DE SOUSA (UFMA)DRa CARLA VIANA COSCARELLI (UFMG)DRa CELLINA RODRIGUES MUNIZ (UFRN)DRa DORA LEAL ROSA (UFBA)DRa ELIANE DOS S. CAVALLEIRO (UNB)DR. ELIZEU CLEMENTINO DE SOUZA (UNEB)DR. EMANUEL LUÍS ROQUE SOARES (UFRB)DR. ENÉAS ARRAIS NETO (UFC)DRa FRANCIMAR DUARTE ARRUDA (UFF)DR. HERMÍNIO BORGES NETO (UFC)DRa ILMA VIEIRA DO NASCIMENTO (UFMA)DRa JAILEILA MENEZES (UFPE)DR. JORGE CARVALHO (UFS)DR. JOSÉ AIRES DE CASTRO FILHO (UFC)DR. JOSÉ GERARDO VASCONCELOS (UFC)DR. JOSÉ LEVI FURTADO SAMPAIO (UFC)DR. JUAREZ DAYRELL (UFMG)DR. JÚLIO CESAR R. DE ARAÚJO (UFC)
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CONSELHO EDITORIAL
Fortaleza2013
FRANCISCO ARI DE ANDRADE
DIJANE MARIA ROCHA VÍCTOR
REGINA CLÁUDIA OLIVEIRA DA SILVAO R G A N I Z A D O R E S
EDUCAÇÃO BRASILEIRA:RUMOS E PRUMOS
ADRIANA LEITE LIMAVERDE GOMES
ALANNA OLIVEIRA PEREIRA CARVALHO
ALLES LOPES DE AQUINO
ANA PAULA DE MEDEIROS RIBEIRO
ANDREA MOURA DA COSTA SOUZA
AURICLÉA BARROS PEREIRA
BEATRIZ HELENA PEIXOTO BRANDÃO
CIRO NOGUEIRA FILHO
DIJANE MARIA ROCHA VÍCTOR
ELETA DE CARVALHO FREIRE
ELIANE DAYSE PONTES FURTADO
ENÉAS DE ARAUJO ARRAIS NETO
FLÁVIO MUNIZ CHAVES
FRANCISCA ELIANA DA SILVA
FRANCISCA GERUZA GADELHA
FRANCISCA KARLA BOTÃO ARANHA
FRANCISCO ARI DE ANDRADE
FRANCISCO R. G. ALBUQUERQUE
FRANCISCO TIAGO RODRIGUES FREIRE
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KARLA COLARES VASCONCELOS
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PATRICE ROCHA PINTO
RAPHAEL PIRES DE SOUZA
REGINA CLÁUDIA OLIVEIRA DA SILVA
ROBERTA LÚCIA SANTOS DE OLIVEIRA
ROSEANE MARIA DE AMORIM
SAMMIA CASTRO SILVA
SUELI ÉDI RUFINI
TEREZA MARIA DA SILVA FERREIRA
Educação Brasileira: Rumos e Prumos
© 2013 Francisco Ari de Andrade, Dijane Maria Rocha Víctor e Regina Cláudia Oliveira da
Silva (Orgs.)
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
Efetuado depósito legal na Biblioteca Nacional
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
Editora Universidade Federal do Ceará – UFC
Faculdade de Educação
Rua Waldery Uchoa, No
Revisão
Leonora Vale de Albuquerque
Dados Internacionais de Catalogação na PublicaçãoUniversidade Federal do Ceará – Edições UFC
SOBRE OS AUTORES
Alanna Oliveira Pereira Carvalho – Mestranda do Programa de
do Ceará na Linha de Pesquisa em Avaliação Educacional. Graduada em Pedagogia (2011) pela Universidade Federal do Ceará.
Alles Lopes de Aquino
ação da Faculdade de Educação (FACED) da Universidade Estadual
al do Ceará (UECE).
Ana Paula de Medeiros Ribeiro – Professora Adjunta do Departamento de Teoria e Prática do Ensino (DTPE), da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará. É graduada em Admi
Andrea Moura da Costa Souza – Doutoranda em Educação Brasileira na Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará, Mestre em Administração pela Universidade de Nancy2 /França
Auricléa Barros Pereira – Possui graduação em Ciências Religiosas pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (2003) e curso
Beatriz Helena Peixoto Brandão – Mestranda do Programa de
Ceará – UFC. Bacharel em Direito pela UFC.
Ciro Nogueira Filho – Possui mestrado em Matemática pela
Educação brasileira: rumos e prumos / Francisco Ari de Andrade, Dijane Maria Rocha Victor e Regina Cláudia Oliveira da Silva (Orgs). – Fortaleza: Edições UFC, 2013.
1. Educação brasileira I. Andrade, Francisco Ar de II. Victor, Dijane Maria Rocha III. Silva Regina Cláudia da IV. Título
d 25
A IMPORTÂNCIA DOS TESTES ABC DE LOURENÇO FILHO PARA OS
AVANÇOS NA EDUCAÇÃO DO BRASIL
Alanna Oliveira Pereira Carvalho
Ana Paula de Medeiros Ribeiro
Introdução
As formas de avaliação no sistema educacional brasilei
ciaram nos anos 1920. Os primeiros pensadores que se debru
çaram sobre os estudos avaliativos consideravam a atividade
de avaliação como uma ferramenta de controle e de seleção, a
xão sobre a atuação da Psicologia Aplicada ao longo da história
da avaliação educacional, iniciando pelos estudos de Lourenço
Filho. As avaliações educacionais foram, de maneira geral, esta
entendia e estabelecia a educação no contexto dos anos 1920, o
A escola como instituição socializadora expressava em
seus objetivos e ações delimitações preestabelecidas pelo Es
tado. Lourenço Filho, juntamente a alguns visitantes norte
em Psicologia Aplicada. Nesse período, a Psicologia tentava se
vés dos testes e medidas.
A IMPORTÂNCIA DOS TESTES ABC DE LOURENÇO FILHO PARA OS AVANÇOS NA EDUCAÇÃO DO BRASILALANNA OLIVEIRA PEREIRA CARVALHO • ANA PAULA DE MEDEIROS RIBEIRO26 d d 27
Lourenço Filho admitiu que a Psicologia Aplicada pos
ção dos futuros trabalhadores que a sociedade da época que
rápido e de qualidade para o crescimento da mão de obra que
a emergente sociedade industrial brasileira precisava, além
do que melhoraria o custeamento do dinheiro público ligado
A partir dos anos 1920, Lourenço Filho lançou nos esta
dos paulistas os Testes ABC que avaliavam a maturidade das
O contexto que Lourenço Filho se deparou com a ide
alização dos Testes foi o momento da decadência do ensino
tradicional, em que a escola pública estava perdendo seu valor
série às vezes mais que duas vezes. Isso além de ser um “gas
to” aos cofres públicos, retardava a idade que seria propícia
àquela seriação, confrontando com o tempo custeado pelo Es
tado na escola.
As concepções de escola, sociedade e cultura que Lou
renço Filho desenvolveu são imprescindíveis ao entendimen
to do que ele queria fazer com a aplicação e a efetivação desses
testes nas escolas em massa nas séries iniciais.
À época, o Brasil se preparava para a entrada das in
dústrias e um novo modelo de vida urbanizado e moderno.
Apesar de ter a sua formação e concepções espelhadas em es
dade brasileira ao se deparar com os problemas educacionais
que fora convidado a solucionar.
Contexto Histórico
A importância de se conhecer a história para que nela
se possa intervir é fundamental em qualquer área do conheci
mento, principalmente na educação.
O contexto histórico da educação brasileira nos anos
1920 requer um conhecimento mais aprofundado do que a
Histórica traz para que se entendam os objetivos da reno
vação educacional de que tanto se falava na época. Segundo
entender que o entusiasmo pedagógico fora vislumbrado pela
expansão da rede escolar para a redução do número de anal
se ressaltava a transição para a República. Segundo Aranha
(apud
para as elites e o descaso com a massa, que aparentemente
não exigiria muitas habilidades para lidar com a economia
satisfação daqueles que queriam a modernidade para o país.
as transições econômicas que o mundo preconizava no início
da industrialização e consequente urbanização.
Eram muitos os que queriam e precisavam da escolariza
nomia que estava emergindo e diminuir o descaso com a saúde
de uma população doente e “degenerada”. Tais concepções
também vieram de uma onda de nacionalismo e patriotismo
que emergiu no Brasil com a primeira Guerra Mundial em 1910.
Além disso, com a crise do café no país, as oligarquias
A IMPORTÂNCIA DOS TESTES ABC DE LOURENÇO FILHO PARA OS AVANÇOS NA EDUCAÇÃO DO BRASILALANNA OLIVEIRA PEREIRA CARVALHO • ANA PAULA DE MEDEIROS RIBEIRO28 d d 29
Estado e, neste contexto, a industrialização e a urbanização
como consequências tornavam máximas da época.
mações nas relações econômicas e sociais, as transações inter
ideias, culturas e costumes. Os grandes intelectuais brasileiros
Medicina e Direito. As ideias inovadoras que eles traziam ao
tre elas o ideal da Escola Nova.
Vários foram os intelectuais que participaram desta re
forma, dentre eles Lourenço Filho, Anísio Teixeira, Fernando
de Azevedo, dentre outros. De acordo com Saviani (2011), os
ideais de educação e escola trazidos por Lourenço Filho, que
havia estudado nas Escolas Normal e Secundária no Brasil,
estavam pautados nas concepções que a Psicologia Aplicada
mediador do conhecimento que o aluno, ser ativo e não mais
passivo, precisaria experimentar.
a Psicologia buscava mediante o pensamento positivista. A sua
sitivistas. Muitas foram as renovações neste campo, de acordo
cidade intelectual desenvolvida por Galdon, que preconizou a
iniciação dos testes psicológicos utilizados na avaliação esco
lar. Os Laboratórios da Europa e América do Norte que alia
vam a Psicologia à Psiquiatria, a Escala de Binet relacionando
idade mental à cronológica e a ideia das escolas sob medida de
Claraparède que idealizava classes especiais para retardados e
aprendizagem com problemas. Revelavam novos caminhos
aos encaminhamentos médicos dos alunos que apresentavam
problemas com a aprendizagem, uma vez que passaram a não
ser mais considerados como meros seres incapazes por des
Segundo Monarcha (2001), Dewey, Montessori e De
croly também foram estudiosos que despertaram em Louren
ço Filho o espírito da sua “escola nova”. Clarapède e Piéron
apresentaram a Lourenço Filho a Psicologia Experimental
(ALMEIDA JR apud MONARCHA, 2001), o que fez fortale
cer ainda mais o caráter de medição e interdição que os testes
psicológicos deveriam ter nos grupos escolares que o Brasil
possuía. Neste contexto, é que Lourenço Filho iniciou seus es
tudos dos testes e das observações das ações escolares e da
Os Testes ABC de Lourenço Filho
O investimento de reconhecer a Psicologia como ciência
da Pedagogia. Segundo Monarcha (2001), o movimento dos
testes, disseminado na teorização da Psicologia Aplicada, de
senvolveu em seus intelectuais a concepção de que os testes
aperfeiçoavam as técnicas de diagnose e predição auxiliando
nas práticas escolares. Estava em voga a elucidação da reali
dade escolar e articulação ao conceito de rendimento indivi
A IMPORTÂNCIA DOS TESTES ABC DE LOURENÇO FILHO PARA OS AVANÇOS NA EDUCAÇÃO DO BRASILALANNA OLIVEIRA PEREIRA CARVALHO • ANA PAULA DE MEDEIROS RIBEIRO30 d d 31
Lourenço Filho divulgou em 1921 os resultados de suas
primeiras pesquisas sobre os seus testes aplicados na educa
que se traziam dos testes de medida (AZEVEDO apud MO
NARCHA, 2001, p.11).
Os testes desenvolvidos por Lourenço Filho eram mais
apurados do que aqueles que levavam em consideração ape
nas a inteligência do aluno diante da sua idade mental e cro1), a relação de pes
quisas americanas à inteligência (testes comuns) e o resultado
da aprendizagem nas classes elementares mostram que a cor
relação entre inteligência e leitura variava para os diferentes
(QI) nada ou quase nada discriminava na leitura. Crianças
as de QI alto. Quanto à escrita não havia correlação tal qual
na leitura. De certo modo, Lourenço Filho traduziui a impor
relação ensino e aprendizagem da leitura e escrita.
Pioneiro nas ideias que trouxera dos testes ABC, Lou
renço Filho abriu mão dos testes comuns submetidos na Amé
maturidade das crianças, e não da inteligência, para o ensino
de leitura e escrita. Esta pesquisa iniciou avanços nos proces
sos de formação e crescimento da escola bem como dos ques
tionamentos acerca do futuro que se projetava para aquele
aluno considerado como baixo ou “problema”.
Lourenço Filho (apud SGANDERLA & CARVALHO
1
menos amadurecidas, mas aproveitaria os mais capazes na
habilitação mais rápida da produção social. A “lei” de Louren
lizado na era industrial. Bobbitt (ano, apud
colocava o currículo como um conjunto de resultados que a
escola deveria obter, idealizando o mesmo sistema utilizado
pela indústria.
A sociedade da época buscava aqueles que se destaca
riam em meio a competências e habilidades que precisavam
desenvolver em face da moderna economia. Era preciso inves
res burgueses, mais uma vez. Infelizmente, a tendência destes
testes quando se articulavam ao rendimento individual acaba
vam por caracterizar um tipo de aluno ideal ou padrão. Mas
a concepção de Lourenço Filho era outra, avaliar por meio do
teste para ter conhecimento, segregar as classes e intervir di
retamente no problema.
do para se conhecer, ser conhecido por outros e custar menos
e competências de se aprender mais, além do conhecer para
poder intervir pedagogicamente.
prognóstico depois da hipótese de índice de maturidade ne
cessário ao desenvolvimento da leitura e escrita. A sua inter
venção educacional além de estar relacionada à Psicologia es
tava aliada às renovações econômicas e necessidades sociais
que nasciam daquele despertar industrial. O conhecer estava
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o aprendizado da leitura e escrita o aluno estava. Depois de
que a professora pudesse intervir de forma mais consciente e
unânime, até mesmo facilitando o seu trabalho docente. Mas
será que essa divisão não seria uma maneira de segregar os
tipos de mão de obra? Uma das funções da educação é tornar
corresponder à individuação plena (CROCHIK & CROCHIK
outro se media pelas suas individualizações, logo a educação
agregar valores sociais que não o fossem dantes agregados à
escola.
turidade: a redução da reprovação dos alunos nas primeiras
séries de ensino, auxiliando tanto no andamento do desenvol
vimento do próprio aluno como no resgate de verbas públicas
repetências nas primeiras séries de ensino, Lourenço Filho já
estabelecia os critérios de organização das classes escolares.
classes paralelas de Clarapède, Lourenço Filho subdivide cada
classe em uma forte para inteligentes e outra fraca para o que
a seleção de nível do aluno eram vistas como um instrumento
por Bobbitt.
veis: fortes, médios e fracos. Os primeiros podiam apresen
tar a leitura e escrita consolidada, já no primeiro semestre
do ano letivo, os segundos ao término de um ano inteiro e os
últimos precisavam de acompanhamento ou até mesmo di
recionamento a um acompanhamento médico diante do seu
principalmente quando comparados à diminuição dos anos
de repetência por aluno.
locava em seu livro possibilita perceber que o problema da
repetência seria sanado através dos testes, do remanejamento
das classes homogêneas. No entanto, a consolidação da lei
tura e escrita para ele fora explanada de forma a evidenciar a
sua preocupação maior com a estrutura formal e técnica dessa
habilidade e não tanto funcional.
Maturação para quê? Conforme vimos, pela análise anterior: a) para a coordenação de movimentos em ge
a resistência à tendência de inversão na cópia dessas
que permita resistência à fadiga e, assim, um mínimo
to inicial de todos os processos didáticos correntes na
É possível notar que Lourenço Filho colocava a impor
tância da maturidade mais do que a idade mental ou cronoló
gica, pois os objetivos a se atingirem são dependentes do nível
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de maturidade que a criança possui, para isso se baseava nos
níveis de maturação que Gestalt (apud
tos de crescente discriminação conhecidos em seus trabalhos
psicológicos desenvolvidos.
No quadro abaixo, retirado da quinta edição dos Testes
testes adotados:
papel).
2. Resistência à inversão na movimentos).
3. Memorização visualsentadas, em conjunto, por 30’’).
Teste 6 (reprodução de polissílabos não usuais).
6. Resistência à ecolalia ais e não usuais).
corrente).
lado).
9. Índice de atenção dirigida
10. Vocabulário e compreensão geral provas, pelo que envolvem de execução a
uma ordem dada.
car mais de uma análise, pontuando a agilidade da aplicação
ser realizado em um dia por uma professora apenas. Além dis
lhas, lápis e tesoura, recursos materiais que toda escola teria
e seriam utilizados de maneira econômica. Um dos critérios
para os Testes ABC é que eles deveriam ser feitos individual
mente para que a aplicadora (professora) pudesse se concen
trar e conhecer individualmente seus alunos.
Nas edições que se publicaram dos Testes ABC todos
continham a teorização dos conceitos pedagógicos e psico
lógicos trazidos por Lourenço Filho para que se pudesse en
tender a importância e aplicabilidade do teste, bem como um
do teste. Muitos autores criticam a maneira “disciplinadora”
como o aplicador deveria se comportar, no entanto essa pos
tura era essencial na consideração do resultado do teste, pois
ser levadas em consideração somente as respostas dos alunos
sem uma intervenção ou má aplicação do professor. Um passo
fundamental na caracterização das avaliações que posterior
mente seriam disseminadas em larga escala pelo Estado.
Não há como não considerar os avanços que Lourenço
Filho trouxera com esta atividade avaliativa, em que se pon
alunos nas séries iniciais do ensino.
As Contribuições dos Testes ABC para a Educação
As contribuições dos testes ABC foram mais do que apenas
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pois denotou à alfabetização um caráter psicológico dantes não
observado. Mortatti apud
que a preocupação da alfabetização como objeto de estudo se
por meio dos Testes ABC. O primeiro momento se deu início da
ta, em que na leitura se utilizavam os métodos da soletração/
alfabético, fônico e da silabação e a escrita se dava por meio da
dado como a tríade da escrita. O segundo momento se deu com
princípios didáticos de uma nova concepção de criança – início
pelo “todo” para analisar as partes constitutivas, teve como mo
O terceiro momento se deu com a discussão psicológica
sobre a alfabetização. Tendo como culminância os testes ABC,
que determinavam o nível de maturidade da criança para
agrupamento em classes homogêneas para alfabetização. O
mos atualmente é o do construtivismo e desmetodização, no
qual partimos dos traços da psicogênese da leitura e escrita
dade em que a maturidade da criança seria levada em conta
mais do que a idade cronológica tão somente, como o era no
vas pesquisas às ideias de Lourenço Filho.
Lourenço Filho (apud
e que estes se dividiam em quatro categorias:
[...] os que apenas mencionam os Testes ABC como úteis, ou divulgam os resultados de sua aplicação, discutindo questões de aferição e validade de seu teste por
base para investigações relativas a condições de saúde
consideram os testes como instrumento propedêutico em psicologia clínica, isto é, útil à caracterização preliminar de casos de crianças com maiores problemas
fundamentos teóricos gerais da hipótese que os Testes ABC propuseram.
Dessa forma, podemos atribuir aos Testes ABC uma
importância sem igual ao que se pretendia como aluno quali
critica sem fundamentação de tempo e espaço, pois há que
se considerar tudo o que até agora o fora em detrimento ao
contexto histórico, social e econômico que se tinha e precisa
va responder. As ideias de Lourenço Filho subsidiaram pes
suas técnicas desde os anos 1930. Apesar de o seu crescimento
ter sido mais bem observado nos anos 1990 quando agências
de fomentos internacionais viabilizaram as avaliações como
instrumentos de medida aos resultados obtidos.
vários e inúmeros benefícios sociais gerados pelos testes:
ca, por parte dos pais: as escolas puderam ensinar mais, em menor prazo. Depois, em relação a melhor critério de julgamento do trabalho docente, por parte da administração: sabendo que material humano recebeu cada mestre, pôde a administração avaliar com mais justiça do esforço real de cada docente. Ainda depois em relação
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ao estudo objetivo das crianças: a seleção dos alunos veio permitir melhor compreensão das capacidades de aprendizagem dos alunos e tratamento menos empírico de cada grupo homogêneo.
A credibilidade da escola pública estava em baixa, pois
as taxas de reprovação eram altas, com a aplicação dos testes
vação diminuíram consideravelmente. O estado em que mais
Lourenço Filho teve acesso à aplicabilidade e reorganização
conseguiu que os testes chegassem a Belo Horizonte e Distrito
Federal.
Com a boa repercussão que tiveram suas ideias, pesqui
restauração na educação do Estado do Ceará em 1922. Os tes
tes ABC foram utilizados, mas não foram os indicadores mais
bem assistidos. A reforma educacional contou mais além, da
legislação ao processo seletivo e formação que os professo
res primários tiveram de realizar. Segundo Cavalcante apud
o número de matrículas, instituiu concurso para professores,
Os Testes ABC trouxeram repercussões fundamentais
à Psicologia Aplicada relacionada à Educação bem como das
ideias propostas pela Escola Nova em face das teorias e au
tores estrangeiros. É preciso relembrar que o ensino público
começa a se levar em consideração como parte do processo
voga. As ideias de Lourenço Filho foram primordiais a esta
concretização, no entanto, não deixaram de marcar atos e cos
tumes pedagógicos.
As salas homogêneas foram necessárias para atender ao
objetivo de Lourenço Filho naquela determinada ação, tanto é
que hoje elas são criticadas e desvirtuadas do mundo pedagó
gico, pois as ideias posteriores que foram sendo discutidas atri
buíam às salas homogêneas segregação e preconceito. Segundo
convívio entre alunos de desempenhos diferentes, atenuando o
preconceito através das ideias imaginárias e do tratamento do
docente com relação àqueles que são mais capacitados e àque
les que de nenhuma forma conseguirão aprender.
É de fundamental importância que entendamos que
as classes homogêneas foram nos anos 1920 alvo de triunfos
para os objetivos educacionais que se queriam, atualmente es
sas classes já não favorecem aos objetivos que se pretendem.
A atual intervenção de programas de políticas públicas que
atendam o desenvolvimento da criança na leitura e escrita não
O desenvolvimento na leitura e escrita são habilidades que
sugerem bem mais do que as adequações individuais, requer
trato social e interação com os indivíduos e o meio.
Referências
preconceito e desempenho nas classes homogêneas (escola
res)
d 41ALANNA OLIVEIRA PEREIRA CARVALHO • ANA PAULA DE MEDEIROS RIBEIRO40 d
Testes ABC.
MELLO, T. D. de. Os testes ABC: avaliação da aprendizagem
escolar nas décadas de 1930 a 1950. Revista Roteiro, Joaçaba,
Acessado em 21 de janeiro de 2013.
MONARCHA, C. Lourenço Filho e a organização da psicolo-
gia aplicada à educação.
RIBEIRO, A. P. de M. -
gização da educação no currículo e nas formas de avaliar a
aprendizagem. Anais do 2o Congresso Internacional de Ava
SAVIANI, D. História das Ideias Pedagógicas no Brasil. 3.
Ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2011.
Testes ABC:
neiro de 2013.
A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA REDE FEDERAL DE ENSINO:
O PROEJA EM SEUS AVANÇOS E RETROCESSOS
Alles Lopes de Aquino
Lilianne Moreira Dantas
Eliane Dayse Pontes Furtado
Introdução
Este artigo foi construído em um momento de muitas
indagações, buscas de respostas e está circunscrito ao período
que vai de janeiro de 2011, ano em que atuei como profes
do curso de Telecomunicações do Programa Nacional de In
Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) no
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará,
Campus Fortaleza, até abril de 2013, data que marca o início
de minha pesquisa de campo para a consecução do curso de
Mestrado em Educação Brasileira da Faculdade de Educação
da Universidade Federal do Ceará – FACED/UFC. Devido às
circunstâncias de sua escrita, ele não traz em si a proposição
considerações colhidas na experiência relatada bem como no
confronto com as leituras de alguns trabalhos que versam so
bre o tema, sobretudo, da proposta de inclusão da Educação
de Jovens e Adultos no âmbito da Rede Federal de Ensino,
particularmente na unidade escolar mencionada.