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#$* M BRILHO e LIMPA os DENTES/Um sorrko slmpátxD é fa-ter ce vitoria .. e KcT.yncscomprova esta afirmação.Ko.yncs é um creme den-tal que garante a Lèlrzade seu sorriso e a perfe.tahigiene da b:ca. O brilho,a saúde, a fortaleza deseus dentes p. d_m ser man-tidos com o auxilio de umcreme dental completo,como é Ko-ynos. A homo-geneidade da sua compo-

s.ção oferece a cuem o usao mesmo sabor agradávele os mesmos efeites bené-ficos até o fim do tubo.

Basta um centímetro deKolynos na escova secapara li; par bem os den-tes, protegendo-os contraas bactérias resultantes dafermentação des illmentos.Kolynos custa muito meno-,e dura muito mais.

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Limpa mais...agrada mais...rende mais...

M08&Tco!* Ouço na Rádio Nacional, àt 2.«" feira»àt 21,3.5 o"Ródio Almanaqui Kolynos".

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E nas facos ocultas dos dentes, ondea escova não alinge, que começam 4 decada 5 cáries. Proteja seus dentes nestePonto Vital, corn Gessy.

De espuma uitra-penetrante. Gessylimpa onde a escova nao alcança: com*bate as fermentações dos resíduos ali-mentares, destrói os germes causadoresdas cáries, neutraliza o excesso de acidez.Mais econômico, Gessy custa até 20%menos que os demais dentifrícios dealta qualidade. Use sempre — Gessy.

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28/33, Cr§ 60,00. Camurça azul ou marron. Porte para todo o Brasil — Cr$ 2,00.

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Saber conversar

é um dos maiores

encantos da

Mulher...

aelegância, a beleza, o"charm", são dotes pre-

ciosos para o sucesso social... Mas,para que eles brilhem em suaplenitude, para que a aproximaçãoos torne ainda mais sedutores, énecessário que possua esse cati-vante dote do espirito que é —saber conversar...

Um dito oportuno, uma citaçãointeligente, é uma arma social

SELEÇÕES é lida pelas pessoas bem Informadasem todo o mundo!

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do mais alto valor. E esta armaencontrará mensalmente nas pá-ginas de Seleções.

Reunindo matéria agradável,informando sobre o que de maisimportante se passa no mundo,Seleções é um verdadeiro espelhoda vida universal. Lendo Seleções,jamais lhe faltará assunto paradar a suas palestras o encantode saber conversar.

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MMELEANOR ROOSEVELT,esposa do grande preslrdente americano, diz:"A leitura do Reader'sDigest è uma alegria,precisamente porquenele encontramos, con-densada, uma variedade

de assuntos capazes de estimular nossoIntelecto, sob vários aspectos"

I©_rseus artigos:

HENRY FORD, o gênio daindústria automobilisti-ca e autor de vários li-vros, diz: "Todos os me-ses espero com prazer asaida do Reader's Digeste há duas coisas queencontro sempre eminterpretação sobre o

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presente, e indicações sobre o futuro".

4£ EYA CURiE, a eminente.biógrafa, filha ilustre deuma mãe ilustre, diz:"£ um feliz augúrio queas edições internado-nais d*i Seleções tenhamsido recebidas tão en-tusiásticamente e faço

votos que, em breve, sejam lidas emtodas as principais linguas do universo.

~J0mtt^^ ¦£ UN YÜTANG, consagra-rt J p do escritor chinês, autor•V. -, -tr- J .M de tantos livros de suces-\S^Kf?v'ti^SOt deciara: "Seleções

| desperta no leitor uma« n — _* viva cxiriosidade. que o

'W\J?*: «az consciente do mun-x>**r do contemporâneo. K

este estado mental se reflete em suasrelações com os demais"

SELEÇÕES publica, mensalmente, os melhores artigos de 500 revistas e o resumo de um livro famoso I

fkprestntanle Gtnú no Brasil: FERNANDO CHINAGLIA — Roa do Rosário, 55-A — 2.° andar — Rio de Janeiro

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^^ fc-TN \ \\..maS/ essa extremaimpressão de debilidade

passou assim que ado-tei, às refeições, VinhoReconstituinte SilvaAraitjo!

Um estado extremo de abatimento faz crer que o

mais simples objeto possa pesar tal como se íos-

se dezT cem vezes maior... Tudo pode ser devido a•sangue oobre, fraco, desnutrutdo- Recorra, ertquan-

to é tempo* ao Vinho Reconstituinte Silva Araujo*

feito à base de peptona, cálcio, quina e fósforo.

Com Vinho Reconstituinte Silva Araujo opera-seum reerguimento geral das energias e ê devolvida

ao organismo a vitalidade de que èle se vè privado..

'-¦l-r-S;'¦'¦''¦ ¦ '-' ¦ ¦ ¦ ¦ - •*.-O professor Mande deMedeiros esti entre-of gran-des médicos que tc>»emu-nham: Eis su^ palavra:•. Atesta qtí? tenho .

jjega-cio. com, 05 melhores cSWtados. a Vinho ReemstwM'te Silva Araup, -:s0ide astenza. nosQisais se tornemister despem-tar as energiasa áo rmeoi da s*

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Asszm. testemunham muitos dos raaisermtnentes médicos brasileiros*, eèrafc-provando a fama. e eficácia do Vi-nho ReeonsiifuiTite Sil va Aramj.o.

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é inconfundível a Parker JAo ver essa brilhante canetacora seu esguio corpo cir-cundado por elegantes anéisluminosos, imediatamente re-conhecerá a Parker Vaçumatic,mundialmente famosa.

íearve o seu possuidor napróxima vez em que cie a utili-zar. Escreve fácil e suavemen-te,. __ com a segurança de quea pesaa obedecerá instantânea-mente ao comando de seus4«dos, O orgulho que lhe ins-Rira a sua Parker é semprejustificado. ,

Esta caneta é hoje preferidapor milhões. Veja-a logo no seufornecedor Parker. E note, es-pecialmente, estas peculiari-dades da Parker:

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depósito de tinia é sempre total-mente visível.

2-Delicada pena de ouro de 14 K,

com a ponta guarnecida de raro

osmirídio, microscòpicamente po-lida. Garantida contra ranhuras

por toda a vida.

3 - Enchedor sem saco de borracha,manejável com uma só mão.

4-Segurador de bolso - mcnléma caneta baixa e protegida emseu bolso.

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Gessy limpae amacia a cútis-

Dotado de "boyquet" suave e delicado,

em que se combinam 20 essências

diferentes, dos quatro cantos do mundo,.

Gessy tem um perfume cativante

e romântico. Feito de preciosos óleos

vegetais, com elementos da maior,

pureza, sua espuma sedosa exerce, sobre,

a cútis, uma ação tonificante e

rejuvenescedora. Experimente, hoje-

mesmo, esta finíssima criação da

indústria brasileira. Verá, em pouco-tempo, sua cútis tornar-se

mais bela, mais suave, mais macia,.

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Avulso em todoo Brasil Cr $ 3.00Número atrasado Cr $ 3.50

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MAGAZINE MENSAL ILUSTRADO — CIENTÍFICO. ARTÍSTICO. HISTÓRICO E LITERÁRIO

Nessa antiga terra irmãque é o Peru, muito alto,entre terraços naturais emque os Incas viveram comosenhores, ouvi muitas lendase tradições da ConquistaEspanhola, muitas narrativas de tesoures enterrados,muitas histórias jolklóricas de montanhas de curo e deespíritos guardiões. Nenhuma, porem, tao fascinante,tão fantástica, como essa ver-dadeira história, extraída daspróprias páginas da História,a do Inca Atahualpa, o qualfoi vencido e aprisionado porPizarro, comandando boaquantidade de soldados; Ata-nuaipa que pensou salvar aprópria vida com a limitadavitalidade do seu impéris), en-cheiido uma grande câmara,até o teto, com ouro.

Os índios Quechuas con-tmuam, ainda hoje, a contara mesma história do seu ca-tiveiro; cantam-na, mesmo,acompanhando-se com suastoseis flautas de bambu, quese prolongam e terminam emponta acerada como a das se-tas de seus arcos; acerada eteia é tambem a voz dos can-tores e nela ha uma indefini-Vel antiguidade/traduzida fee-jo

ri uno da música, como s eformasse uma estreita e in-quebrantavel ligação com oPrincípio do mundo. Ao anoi-Jecer

cantam a história do úlfmo .d°s Incas, enquanto dasfogueiras sobem as rubras e^tluantes línguas, de fogo,Pontiüiando o neçror das mon-tanha

A PRISÃO DE OUROUMA FANTASIA SOBRE "0 ULTIMO DOS INCAS"

junas enquanto as lia mas

J phar gentil sob a espessa ca pslante a dos carneiros, mugmente. ™™~ _ „ ' •' fc

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gem. Nas cidades observa-sea marcha vigorosa do prõ*gresso e da civilização, comtudo o que torna a vidafácil e confortável. Porém,nas montanhas, nas mais

elevadas e separadas por vales profundos, a vida aindaé quase a mesma que os Espanhóis encontraram, quandolá chegaram em busca de fabulosos tesouros e após uma

volta de pilhagem que ostrouxera desde o Panamá. Avida corre quase igual, hoje,como naqueles violentos edesastrosos dias de há qua-trocentos anos, quando osangue foi derramado atéempa par o solo e escorrerpelas vertentes. Ainda exis-te, de pé, o edifício em queAtahualpa foi aprisionado*E' um monumento de desa*-lento e d3 tragédia. Essa é,justamente, a razão por què,de todas as narrativas queouvi, a história do último Inca se destacou: naquela terramisteriosa ela ainda pareceser jato recente.

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disfA *G ^e *erras a^as éancias, de costumes curiosos,

a de lã, se-gem mansa-

enervasse.uma região de imensas

e de certa e remota on-

Francisco Pizarro.

O Peru fora conquistado.Os Incas tinham sido a pri-sionados. Numa só manobrade astúcia, coragem e vio»lència, Francisco Pizarro "ca*pturára o soberano daquelaterra, logo que suspeitou desua amizade como auxiliar dogoverno espanhol.

Atahualpa passou a viverestreitamente guardado, em-bora ainda respeitosamente

tratado e com todas as regalias devidas a seuexaltado nascimento e p3sição. Porém muitosde seus senhores tinham morrido naquele dia

fatal, em sua defeza. Pontos num recinto cercado pormuralhas, como o gado aguardando a hora de seguir para

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o matadouro, atacados por arcabuzes e canhões e sub-metidos ao terrível assalto de rudes soldados, montadosem animais que aos Peruanos pareciam ser invencíveisdemônios, os maiores e os mais bravos homens do reinotinham sido massacrados. Ali tinham tombado aos mi-luares nobres de elevada estirpe, guerreiros gloriososde muitas campanhas.

K de tal fôrma enraizado era o sistema patriarcalnaquela terra, que somente o Inca podia pronunciar apalavra capaz de por em movimento as forças de salva-çao e de vingança. Somente êle podia pronunciar a pa-lavra de comando — E, infelizmente, ele tora reduzidoao silencio!

Os ídolos de ouro, com olhos de esmeraldas enormes,tinham tombado dos nichos das muralhas de seu palácio-prisão. Entre |les, o prisioneiro caminhava em silêncio,talando raramente, como se apenas o envoltório de seucorpo vivesse, como se seu espírito real tivesse perecidonaquele dia terrível, quando sua liteira de ouro tinha tom-bado ao solo.

Fóra, a nação Peruana apresentava-se como um ani-mal atordoado, de joelhos e entregue totalmente ao amar-gor de sua desgraça, sem :ab:r e sem poder saber comopoderia libertar-se dos grilhões. Diariamente, na horahabitual, chegavam oi> nobres de maior posição, seus or-namentes de cabeça relvilhantes de jóias e seus mantosde la de vicunha bordados a ouro e prata. Vinham humd-demente, de pés mis, até a presença do Inca. em seu ca-tiveiro, trazendo sobre os ombios ligeira carga, em sinalde subserviência ao senhor da terra.

Atahualpa recebia-os sentado num trono de ouro,posto entre pregueados de maravilhoso tecido. Com h-sionomia sombria, olhos baixos, observava os recém-chegados, enquanto se ajoelhavam diante dele e toca-vam o solo de pedra com a própria fronte. Ele própriocontinuava vestindo-se com seus mais ricos ornamentos,pesados de esmeraldas, pérolas e turquezas. Seu altoturbante róseo subia, formando uma ponta cônica. muitoacima da sua fronte e a sagrada pena de caraquenquemarcava-o como o mais alto senhor do reino. Porém o'ilatu" desaparecera — a franja carmezim. que todosos Incas recebiam no dia de sua ascensão ao trono e quejamais abandonava sua pessoa, exceto em caso de me rteou derrota.

Sempre o próprio Francisco Pizarro ou seus tenentespermaneciam junto do Inca. durante essas recepçCes.observando oom olhar cheio de despreso — embora le-vando a mao ao punho da espada — a abjeta aproxima-çào dos nobres em visita ao monarca cativo. Tah* recep-çoes serviam, além do mais. para instruir os Espanhóisque, sendo apenas cento e vinte homens, haviam apnsio-nado o Inca no próprio coração de seu reino, no santua-rio de sua capital. Caxamalcal"Sangre dc Dios:—murmurou Francisco Pizarro,para seu irmão, Hernando,, que se mantinha a seu lado,observando a longa linha de trêmulos senhores, aproxi-mando-se do trono do inca. —Não ha dúvida que anação caiu em nossas màos eomo naçã* madura, madurae de ouro. . Veja sé: o tronco da macieira é o Inca; op£so da nação está sobre ele. Se o tronco fôr cortado,os frutos cairão. Nem um so desses nobres — muitosdos quais sào de sua própria familia — tem bastantepoder para cc-mandar os demais numa batalha-., lo-dos sào da mesma posição e importância —exceto opróprio Inca. Enquanto o tivermos em nossas màcs,teremos todo o pais, henmsno mi&f

Hernando Pixarro era sombrio de semblante e ce«enio. Sua unica qualidade era a sua lealdade ao irmào.Ouvindo as palavras de Francisco, sua fisionomia as-sumiu nma expressão de ferocidade. Odiava o índioCÓmo t> tratador odeia o leopardo aprisionado numa jaulanão bastante forte.

—- Às.Íut e. na verdade — respondeu entre dentes:'.—r-iMas... já pensou no futuro? Se aqui tlcarmos.de-sempenbando o papei de carcereiros, seremos tao pri-

¦ s&>neiros corno ele próprio! A Espanha tica do outro lado

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> mtuuio e o Panamá está necessitando de uma ajudaIéqsssi.-* segundo inforntes que» de Ia recebi. O melhor, se-i£\indo pense, seria nos livrarmos de' nma. Té» por todas3è^^e rei taciturno e pa^&i>. Creio que- um veneno lentomas segura. * ... «

Fraiiciseo Pisarro franmu as sot«ranceinas» recusan«%»conselho;o

— Nao: a .medida poderá parecer exa..geraesanosso rei. Temos ses

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cc* ma ntsO ptar*i- conauistar estas

naçòes pagas para Atahualpiz, o Inca, e^ta^ra sentado

glória da veniadei" <**• • "**™l>r*ro" empíumatio res-

ra relkiáo. e nSopara cometer crimes contra os soberanos que nos ten nasrecebido hospitaleiramente ou para ps que se tenham anos confiado, como prisioneiros de guerra!

Hernando Pizarro, porém, continuou a apresentao mesmo semblante cruel e pensa tivo, como se nao setivesse deixado convencer. ¦

-E.., se tramam alguma traição?-

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Sim. Que se estará forjando na cabeça desses nobres. q!^ maqui vem, diariamente, render homenagem ao ima ^

odeinos saber o que se di«em e o que dizem a cíe ru- •:

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sados c envolventes, para a afetada figura do interpreteUipUlo, que se plantara insolentemente, preximo dotrono enquanto seus olhos negros, de índio, observavamos nobres de sua própria raça que se curvavam, humildese tremuios, aos pós do Inca.Era apenas um escravo Ouechua, quando Franciscoi izarro pela primeira vez atingiu as mais afastadas fron-teças do Peru, alguns anos antes. Fora baüsado e re-cebera um nome cristão. Depois fora levado para o Pa-nama e dali para a Espanha, onde aprendera a línguaespanhola. .

Um instrumento para todos os misteres — con-cedeu Hernando com má vontade — mas insolente — etalvez traidor! Por mim, jamais colocaria um cão paraguardar um açougue nem daria tanto poder a um escravo!Alguém nesse instante, ergueu o reposteiro borda-do que tombava, fechando aportada câmara de audi-encia. A sala longa e toda cercada de paredes de pedra,pareceu repentinamente mais brilhante, quando nelaentrou um jovem cabatlero de Erpanha ricamente ves-tido de purpura e enfeitado com ejtôfos e laços vistosos.Parecia-se tao pouco com um guerreiro, ao avançar parao local de melhor luz, tão elegante e tão moço, que poucospoderiam acreditar ser o recém-chegado, Hernan de Soto,veterano de muitas e ásperas campanhas!

Francisco Pizarro observou-o, quando se aproximava,com um repentino brilho em seu rosto grave. Conside-rava aquele jovem hidalgo de Espanha uma espada va-lente e a quem nenhum perigo podia fazer recuar, mascu;o coração era terno de mais para enfrentar todas asnecessidades da guerra.

O próprio Atahualpa, o Inca, moveu-se em seu trono'de curo, quando o jovem De Soto se aproximou, e mesmopremiou-o com a mais afetada cortesia. Era evidentepara os dois irmãos Pizarro que um fio de amizade seestabelecera entre De Soto e o rei cativo.

O recém-chegado pronunciou algumas palavras emlíngua Ouechua e os olhos do Inca, geralmente tristese graves, mostraram-se menos lentos de movimento emai_> brilhantes, enquanto fazia com a cabeça um movi-mento de aprovação.

Soubestes aprender depressa—disse o cativo.O jovem De Soto riu e curvou-se, agradecendo:Vossa Majestade mostra generosidade com meu

pequeno conhecimento de sua língua. Sei, porém, pelacareta que vejo os outros fazerem, que falo mal e comose tivesse a boca cheia de cascalho.

O Inca negou com um lento movimento de cabeça,enquanto continuava, sorrindo:

^ —Não! Falais bem. . . Tendes grande talento para

as línguas e para fazer amigos. . .Enquanto falava, o Inca desafivelou um pesado

bracelete de ouro, ornado com enorme esmeralda e quetinha em seu próprio brcç3, entregando-o ao jovem ca-ballero, cujas faces coraram, de prazer. Erà, realmente,um presente principesco.Majestade! — exclamou, enquanto dobrava umjoelho e varria o chão coma piuma de seu sombrero.

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^n» de ouro. De Soto esperou, O tom do Co-Cl osamente preso sobre um braço. man Jante foi ain-

. A dá paciente. A pa-lenaa^era, aliás, sua grande virtude.Pi n abemos tudo quanto êle* dizem, hermano mio.

UpUo não perde uma só sílaba do q ie falam, já quejsa e a sua própria língua. Tudo é repetido a mim, logonue esses pagãos se retiram. Não é grande coisa. Apenas^oagam do Inca a respeito de sua saude e repetem, comoPapagaios, frases de lealdade e votos de grandesa. Estão,Wa como qie atordoados e desprovidos de vontade,eyido a rapidez com q ie agimos e às grandes conse-

^'nems de nossa vitória.us olhares de Hernando Pizarro voltaram-se, pe-

Filipillo, o índio escravo, cujo grosseiro cabelo ne-gro fora cortado segundo a moda da Castela e que agoravestia sedas e veludos, cravou um olhar maligno sobrea vivida e graciosa figura do cabatlero ajoelhado.

Ali, em Caxamalca, vivia agora, no palácio ocupadopor Pizarro e sob sua proteção, uma das Virgens do Sol,a qual era desejada por Filipillo com todo o primitivoe bestial anseio de uma natureza cem por cento dominadapela matéria. Bem que desajara conquistá-la, no que, en-tretanto, fora impedido por Herman De Soto. Na verdade,o jovem hidalgo tão ardentemente defendera sua causa,que o próprio Pizarro em pessoa, ordenara que a virgemcontinuasse protegida, livre de perigos e senhora de sua ,vontade.

A extranha audiência, finalmente, terminara. Osásperos nobres do Peru àfástaram-se da presença doInca, conservando as cabeças curvadas, em sinal de pro-funda submissão. Suas lanças continuariam imobilisa-dos, pois o único que podia comandar era o próprio Ata-hulpa e sua boca se conservava silenciosa, e um relesescravo se assènhòreaya de todas as suas palavras! Atra-vés de Flpillv-.o interprete e:colhido por Pizarro, os es-panhóis podiam tudo ouvir...

Atahualpa moveu-se, e, logo, seus escravos avan-

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16 29.° Ano — N. 5 — Outubro 1945

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çaram para atendê-lo. De elevada estatura e solida-mente constituido, tendo conservado a mais nobre e dignaatitude, apesar de sua atual posição, Atahualpa era umafigura merecedora de respeito, admiração — e piedade.

No campo de batalha portára-se como um verda-deiro leão. Ali, aprisionado em seu próprio palácio pelosmesmos homens que tinha recebido amistosamente, erasempre um leão, embora enjaulado, e com forte mordaçaque o privava do uso dos dentes.

— Dizei-lhes — declarou Atahualpa, indicando Pi-

Novo lote do tesouro, após• vencer a longa estrada monta-

nhosa desde Cuzco, chegou aoPalácio de Atahualpa. Const^va de objetos de incalculávelvalor, além de muito ouro e

zarro e servindo-se do interprete Filipillo—dizei-lhesque os receberei em meus aposentos. Com eles desejetratai de assunto da maior importância.

Ouvindo o que o intérprete traduzira, FranciscoPizarro não pôde reprimir um sorriso, enquanto palpavaa negra barba, cortada em ponta insclente. Ser re^e"bido" por um prLicneiro, em cujos aposentos privadospoderia penetrar quando bem desejasse! Entretanto,com benevolência, respondeu:

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Podeis responder — assentiu. —Iremos quantoantes à presença de Sua Majestade.Francisco Pizarro e seus tenentes foram conduzidos

a]0s aposentos privados do Inca, cujas paredes eram feitas

g2 flocos de pórfiro, cimentados juntes com ouro líquido.

profunda e espessa franja de ouro ornava o salão emtodo o seu comprimento, dominando os nichos em quesurgiam extranhas estatuetas, feitas com o mesmo precioso«letal, encrustadj com esmeraldas, pérolas e turquezas.

Atahualpa estava sentado, como era seu costume,sobre um pequeno e baixo tamborete de ouro, forradopor preciosa e sedosa pele de vicunha. Por trás delepermaneciam de pé as Virgens do Sol, creaturas esco-lhidas em razão de sua elevada posição e estirpe, alémda beleza física, para atender às necessidades pessoaisdo Senhor do Reino. Uma delas, vestida de azul, sus-tentava um vaso de ouro, cheio de chie ha, o vinho demilho que era uma especiaria dc país. Outra, mergulha-va um volumoso ramo de penas em água perfumada, MÁ

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lançando depois milhares de gotas em todas as direções,que dava ao ambiente um suave perfume.

Dois pares de olhos (Hernan de Soto e tihpillo)imobilisaram-se, voltados para a virgem que se achavamais próxima do Inca, vestida de esca ria te e tende namão um enorme leque formado por maravilhosas plumaspintadas com todas as cores do arco-iris. Era a mesmaVirgem que, por ocasião do encontro dos Espanhóisçom o Inca, demonstrara momentâneo medo do fogosocorcel de De Soto e por essa fraqueza fora condenada amorte. A mesma que penetrara, trêmula de pavor, nopalácio real, pedindo proteção contra os misteriososhomens brancos e ali permanecera, como simples escrava.A mesma ainda que, pela intervenção direta e fogosa deDe Soto, pudera recuperar sua antiga posição e digni-dade.

Agora seus olhos estavam velados e voltados parao solo, porém havia em suas faces um rubor que talvezfosse causado pelo reflexo de seus vividos atavios. Nemum só instante olhou para o jovem De Soto. Porém eraimpossivel acreditar ^ae não sentisse o olhar do caballero.

O Inca ordenou que fosse servido a chicha a seushóspedes, juntamente com algumas frutas cortadas e de-positadas num delicioso licor feito com mel. Seus grandesolhos de corte enviesado estavam voltados para as mãosmorenas, musculosas e pesadas de jóias e que estavam,tranqüilas, sobre os fofos de sua vestimenta real, enfei-tada com capricho. Qualquer coisa parecia ocupar todasua atenção.

Esperou, pacientemente, que todos se reconfortas-sem com a beberagem. Finalmente, erguendo a cabeça,com movimento vagaroso, falou. Havia em sua voz uma

rouquidão mais profunda e talvez motivada pelo longo.silêncio que adotara desde seu cativeiro.

Quando chegastes ás nossas montanhas, ó Guer-reiros Brancos..—disse, como preâmbulo e tendo osolhos voltados para Francisco Pizarro — alguns pássaroscantores preveniram-me de que não eram homens quechegavam e sim deuses; descendentes diretos de nossopoderoso Deus, Viracocha, que é o Pai do Sol, Senhordo mundo e dos Ventos. Ainda existem muitos, entre omeu povo ,què persistem em afirmar que sois de origemdivina. Se assim é, na verdade, que poderão os mortaisopor à vossa vontade ? Que poderá fazer a lança acerada,inesmo brandida por braços valorosos, contra o trovãoe o raio :

Fez uma pausa e Filipillo, apressado, batendo alíngua, traduziu suas palavras.

Os olhos de Pizarro revelaram toda sua alegria.%—Vossa Majestade disse a verdade — assentiu de

bom grado.O olhar do Inca estava novamente ocupado com o

polegar de sua mão direita, no qual havia uma enormeesmeralda encravada pesadamente em ouro.

—r-Respeito a sabvdoria— continuou, depois, coma sua voz profunda e sonora — E deveis por certo, Co-nhecer muitas coisas que ignoramos. Se vosso saber édivino, todos os de vossa raça o possuem. Digo a verdade?

Os três Espanhóis trocaram olhares de espanto.Foram essas, exatamente, as palavras do rei ? —

perguntou Francisco a Filipillo.As mesmas e não outras — respondeu o inter-

prete. —O caballero De Soto, que tão bem conhece oQuechua, poderá dizer se traduzi a verdade... — acres-centou çom insolência.

O jovem Hernan De Soto respirou forte, como sedespertasse de um sonho; seus dedos tremeram ligeira-mente, mas nada disse.

-— Bém — replicou o comandante, falando vagaro-V samente — preciso refletir, compreender...

Porém Atahualpa, repentinamente, estendeu a mãona direção de Pizarro, justamente aquela que estava or-nada com a formidável esmeralda.

Vinde vêr — disse para o Espanhol — Vinde vêro que está marcado na unha de meu polegar.

Apanhado de surpreza, maqu malmente, Pizarroobedeceu, encaminhando-se para mais próximo doInca e curvando-se" sobre sua mão. Ali, em toda a ex-tensão da unha, alguém — um Espanhol — escreverauma simples palavra. Porém o conquistador do Perunão a podia ler. Ele, que era o filho ilegítimo de um le-viano nobre espanhol, não conhecia as "artes da leitura".

Voltou-se para seus compatriotas, com uma sombrade furor cobrindo todo o seu rosto. Seu irmão tentoudecifrar a palavra, ciciando-a em voz sussurrante. Mas

29.° Ano — N. 5 — Outubro 1945

já era tarde. 0 Senhor do Reino notara a hesitação e omal-estar dos conquistadores. Recolheu a mão ornadacom a esmeralda. Qualquer coisa profunda, secreta eaparentemente de satisfação, bailava em seus grandesolhos.

0 rosto do jovem De Soto, reproduzia o maior pesar."Senor Comandante— balbuciou finalmente —

Toda a culpa desse desagradável fato é minha. Comcerteza de que esses Peruanos não conhecem a arte deescrever, usando apenas o sistema de figuras, guipus,quando enviam mensagens de um extremo a outro dopaís, em palestra com o Inca, disse-lhe uma palavrarepresentada por sinais e que rxxlia ser entendida porqualquer um a quem fosse mostrada — e o Rei imedia-tamente considerou que essa era uma palavra mágicae exigiu que lhe indicasse uma dessas palavras. Assim,sobre sua própria unha, por faltar-me, no momento, outromeio, escrevi "Dio " (Deus). Isso intrigou-o e divertiucomo um brinquedo pode divertir uma creança. Nuncapude imaginar que êle fosse usar tal coisa para.. .

O rosto do Comandante continuou sombrio, poremcalmo. 0 de seu irmão Hernando, entretanto, tornou-selívido de raiva.

Com isso conseguiu apenas envergonhar o Con-quistador do Peru diante desse rústico! — murmurouentre dentes e raivosamente.

O Comandante esfregou lentamente as v própriasmãos, com vagar, enquanto seus olhos se apertavam:

Atenção — disse êle, tentando sorrir — Nao de-vemos deixar que o Inca perceba desinteligências entrenós. E que importa a minha ignorada ? A terra foiconquistada com a espada e não com a pena de um pás-saro molhada em tinta.

Novamente o Inca ergueu a cabeça. Seus olhos,que nos últimos dias pareciam ter morrido ou perdidotodo interesse pelas coisas terrenas, brilhavam agoracom altivez e certa ferocidade. Mesmo os Espanhóis,seus captores, não puderam conter um estremecimentoao ouvir o novo e poderoso timbre da voz do soberano.

Então — pronunciou com firmesa e devagar, en-quanto caminhava ao encontro de Francisco Pizarro —afinal isso é arte e não coisa divina! Um deus tudo co-nhece. Vós e vossos seguidores são homens, homens comonós mesmos, exceto que em vosso distante país conhe-ceis sinais que nós desconhecemos aqui. . .

Fez uma pausa e a rápida e ceceosa voz de Filipillo,traduzindo o que dissera o Inca, era como um riacho quecorresse apressado e marulhante.

O Inca tornou a falar. Seus olhos eram como duaslanças negras — sua voz era como o trovão rolante.

Nesta terra não há perigos a temer; nesta terranão há homens que desafiem ou reclamem a total sobe-rania do trono. Então, que vos trou: e aqui? Que pode-roso desejo vos moveu a vir até cá, através de perigossem conta e de longa viagem ? Falai! E respondei depressae.com a verdade. . . Que desejais da terra do Peru .

Os três Espanhóis, despidos violentamente de seupapel de conquistadores, olhavam para o rei e lançavamentre si rápidos olhares de interrogação. Pór alguns ms-tantes, a confusão lhes deu toda a sensação do noicu oem que se achavam. O grande vulto do Inca, tremulode furor, imóvel diante deles, era como a sombra de umnovo e grande perigo. As Virgens do Sol mantinham-bCimobilisadas como estátuas. Nem sequer os granüesleques de piuma, com todas as cores do arco-íris, se agi-tavem ou tremiam.

Francisco Pizarro foi o primeiro a recuperar a iaw,Clareou a garganta com um doloroso pigarrear e rezum movimento como se pretendesse avançar. Jrcresuas pernas não obedeceram. .p

— Saiba Vossa Majestade que somos humildesapóstolos da verdadeira religião, a qual trouxemos p<vossa salvação e a de vosso grande povo . . *

Os olhos do Inca traduziram todo o seu despree a sua repulsa. O olhar com que cobriu o Cçmquistaera um insulto. Seu dedo ornado com a enorme esiralda, voltou-se para o teto, imperativamente, exl^1Ujesilêncio. E a esmeralda era como um foco de luze imensa, fascinante e ameaçadora.

(Continua na pagina 90)

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29.° Ano — N. 5 — Outubro 1945

A Idatle AtômicaTremenda responsabilidade — Novaarma -— Novo poder — $níovas rela-ções — Amanha — Segurança no pró-prio segredo. . . ou no próprio ter-ror? —- Origens — Massa e energia

Gatilho e chave — PossibilidadesCálculos explosivos — Dois novo*s

elementos 0 grafite moderadorEnergia e venenos — O que nos

RESERVA O FUTURO.f

(Compilado do TIME D"Eu Sei Tudo", sempre atento ao

que maior interesse possa despertar nosseus leitores, extraiu do "Time", deAgosto, o presente artigo, o qual, datavenia, transcreve em sua totalidade,usando inclusive as gravuras e dese-nhos explicativos, que trazem fortesluzes sobre o assunto.

Os Estados Unidos e o Mundo: —" Tremenda responsabilidade pesa sobrenós"l — disse o presidente norte-ameri-cano, ao comunicar ao seu povo e aomundo o emprego vitorioso da bombaatômica — "Compreendemos toda a trá-gica significação da bamba atômica —continuou. — Sua produção e seu em-prego não serão considerados ievi ina-mente por este Governo. Porém sabe-mos que nossos inimigos tudo fazempara obter esse terrivel segredo. Sabe-mos, também, quão próximos estiveramde alcançá-lo. E sabemos, ainda, qiãodesastroso seria para esta nação e paratodas as nações \ pacíficas do mundo,para toda a civilização, em suma, seeles tivessem realizado a bomba antesde nós. Esse receio foi, justamente, oque nos compeliu a não recuar dim tedo brg\ i acerto e caríssimo labor dedescobiir e produzir tal bomba. Ganha-mos, felizmente, essa "corrida'

pela des-coberta" I

A bomba atômica é tão perigosaque seria um suicídio deixá-la ser fabri-cada na parte do mundo jóra da lei.**>* por que a Grã Bretanha, o Canadae os Estados Unidos, que possuem osegredo de < sua produção, não preten-dem revela-lo, até que tenham sido des-cobertos os meios de controlar tal bom-ba, e assim, proteger-nos a nós mesmose ao resto do mundo do perigo de totaldestruição. ..

Assim nos constituímos donos des-» inova força — para prevenir o seuemprego criminoso e, ao contrário, con-auzi-la pelos canais que possam servir ànutaanidade.ü>ssa è uma terrivel responsabili-

flOe que De?tfl nnhrf» n Ao Afrrarlc^iiinoaa D'eus que tal força tenha tombado em™*sas mãos e não na de nossos inimi-m e rcgamos a Ele que nos guie sem-Queqi • ° ^ tratar de empregá-la.Ele f)a

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ba f —í!?1' *opo aPÓs a primeira bom-er caído sobre Hm>shima, o mundomfcffi nuxna nova idade: a Idade

sacrif •í>,r°eÇ^so sempre exigiu bom preço e incontáveisvapo1ClÜS" Pu*s &ran<les convulsões rcorreram com osào q A

a- e*etr*cidade e, com elas, uma idade de confu-s^ára lncremento guerreiro. E a Mitologia já nos en-fora mqilej°Utr0 Srande P^sso na senda do progresso"arcado por um grande drama: "um imenso cão-

A PRIMEIRA EXPLOSÃO DA BOMBA ATÔMICA

Apanhada por meio de uma câmara fotográfica automática, situada seis milhasalém, essa fotografia mostra em intervalos de décimos de segundo a explósãc» Haprimiira bomba atômica, ocorrida em Alamogordo, Estado de New México, no dia16 de Julho último. Essa explosão do que foi uma carga "iesl", vaporison total?mente a torre de aço em que a bomba fora colocada, deixando ainda formidávelcratera de 1/4 de milha, aberta num solo de areia e rocha.

"Quando a coisa começou — conta-nos Donald Leet, geofísico da Universidadede Harvard, que se encontrava estacionado num ponto de observação situado a umas50 milhas de distância, — pude v£r surgir e elevar-se a 180 graus do horizonte. nSoum, porém uma duzia de brilhantíssimos sóis. Todos emudecemos de espanto e sen»timos forte arrepio correr pela coluna vertebral".

Outro observador, encontrando-se a umas seis milhas do local da explosãoficou cego devido A espantosa luminosidade provocada. A explosão foi seguida, imé-diatamente, pela formação de uma rubra muralha de chamas. Espessa e multioolo-rida nuvem de fogo, fumaça e poeira se ergueu até cerca de 14.00. metros dealtura, transformando-se depressa de uma bola à fórma de um capacete militar.A seguir tudo cresceu em dimensões e em potencial de luz, em razão de outras duassuplementares explosões. (O Exército norte-americano não forneceu explicaçCes sobrea mancha negra da primeira fotografia e os incontáveis pontos igualmente negros,na segunda fotografia. O círculo de luz, bastante nítido, nas três ultimais fotografiassüo fantasmagóricas imagens da própria lente da objetiva, em razão de algumfenômeno de reflexão). _.;

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alado, enviado por Zeuz>\ cobrava oom o dilaceramentodo fígado de Prometeu o preço do fogo"]

Agora, perguntamos: Estará o mundo preparadopara esse novo passo na senda do progresso ? Nunca es-teve preparado. Na verdade, não estava para as idadesdo vapor e da eletricidade. Os sábios físicos apresenta-

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20 29.° Ano — N. 5 — Outubro 1945

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ram a dois homens simples (o presidente Truman ey>lí» Ministro Attlee), o átomo rachado, declarando: Us

senhores decidirão o qne se fará com isto e quem será seupossuidor; decidirSo também quem terá direito de mataroom isto e em que circunstâncias. Qual o seu P°<*erf-Certamente, poderá transformar o próprio mundo. Ussenhores terão que ditar leis para seu controle .

\E . . Se gente tão simples (como o presidente 1 ru-: man e o 1.° Ministro Attlee) não tivesse a sensatez er os meios necessários para controlar essa força, quem se

responsabilisaria , .Nao se pode pretender que o drama de lliroshima

jamais tivesse ocorrido. . . O homem se encontra na ante-sala de um novo milênio e com agrado podemos pensarnò qúe será essa idade Atômica, se tais homens se mos-trarem fortes e honestos. Porém, num primeiro exame,as profecias são* confusas, repletas de indecifráveis sim-bolos e com olor de morte! '¦

Impacto: — A bomba Atômica nao ê, simplesmente,nina nova arma; é uma nova dimensão para os poderespolíticos e militar. Cada um por sua vez, o aço, os ca-nhões, os bombardeiros transformaram a guerra numasociedade. Num só dia, a bomba atômica provocou trans-

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UMA NOVA DIMENSÃO DO PODER MILITAR

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.fònnação muito maior do que todas aquelas forças juntas.Seu estrondo repercutiu em cada quartel general ouchancelaria espalhados por todo o mundo.

Tratados, combinações, alianças, a carta das Na-ções Unidas, as políticas, interna ou externa, dos Estados— tudo foi afetado pela nova estimativa dos.. relativospoderes das nações. Hoje, todas essas estimativas têmque ser novamente calculadas.

Nova arma: — O TNT, ao surgir e se mostrar duasvezes mais poderoso do que a pólvora negra, que foi so-berana ha seis centúrias, passou a ser.o explosivo maisrespeitado. A segunda Grande Guerra ou Guerra Mun-dial, desenvolveu os explosivos até que chegaram a ser60% mais poderosos do que o TNT. A bomba atômica,por sua vez, é mais de 12.000 vezes tão forte como asmaiores porções de TNT, já usadas. Cento e vinte e trêsaviões, cada um deles transportando uma simples bombaatômica, carregarão uma força destruidora muito supe-rior à de todas as bombas (2.453.595 toneladas) atira-das pelos Aliados sobre a Europa, durante a última guerra.

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A nova éra política, que teve início em Hiroshima,pôde ser dividida em duas partes: 1) os anos em que abomba permanecer na posse exclusiva de tres incondicio-nais aliados, os Estados Unidos ,a Grã Bretanha e oCanadá; 2) os anos após outras nações a possuírem.

A primeira fase foi de indescritivel ansiedade e re-ceio __ mesmo para os povos cujos governos conserva-vam o segredo. Somente depois do que ocorreu em Hi-roshima e, a seguir, em Nagasaki, eles começaram a me-dir o átomo como arma de guerra e a compreender asua extensão política.

Novo Poder: — Nos primeiros dias de Agosto, aposição dos Estados Unidos, era a seguinte: seus poderesnaval e aéreo podiam assumir e conservar o controle ciequalquer corpo situado em mar aberto, em todo o mundo.Suas forças aéreas podiam realizar terríveis assaltos aoterritório inimigo, embora esses assaltos, por si mesmos.nao pudessem

"ganhar a guerra". O limite potencialdo poder Norte-Americano (já revelado na Itália e naLinha Siegfried) era notado quando os Estados Unidostinham que enviar, forças terrestres^ muito profunda-mente em grandes áreas, com o intuito de combater edominar os defensores.

Seis dias depois, a po-sição dos Estados Unidosera: seus aviões, conduzin-do bombas atômicas, po-diam atingir qualquer pnn-to do mundo. E quandoali fossem poderiam des-truir muito mais do que oinimigo fosse capaz de re-construir 1 Nessas condi-ções, a rendição d:> a d-versário era o resultadoprovável.

Esse poder é um fatopositivo e "aplainante" eque foi sentido em todasas capitais do mundo. Naprópria Europa libertada,— tão sensivel às demons-trações de força, — foi de-vidamente anotado. AÁsia, onde o prestígio oci-dental periclitou após PearíHarbor e Singapura, 5me-diatamente entendeu esseesmagador poder e não oesquecerá jamais.

Novas relações: — Outrossinais surgiram... A ita-prensa francesa não escon-deu seu fiyor contra osresponsáveis pela sorte danação e que lamentável-mente falharam nas medi-das para adicionar a Fran-ça ás três nações que con-quistaram e conservam osegredo — um insulto aciência francesa! — E, maiscruciante do que tudo pa-ra os Francezès é o raciò-

cínio de que "caso tivesse sido incluída n quele grupo»

a França estaria restaurada no primeiro plano das po*tencias mundiais'*. .

De JVLoscou, entretanto, não surgiram lamentos.O fato foi ocasionalmente relatado em 74 linhas de no-ticiário e nas \iltimas páginas dos jornais Soviéticos.porém a capital russa se encheu de boatos especulativosobre a bomba. E Washington observou que JoseP"Stalin adiantou de várias semanas a data marcada para declaração de guerra ao Japão. J.sso foi sonsiderawçomd "o reconhecimento oficial, por parte da tC^sJ.»de que a bomba atômica apressaria tim d> çu^ia •

A Grã-Bretanha, grande participante em todasasetapas do processo, não apareceu mais como uma p°terceira" entre os Bio Three. Mesmo o Canada se apr°

v ¦ * « /l Cr *xima dos Big Five, em estatura, agora que possuegrado, enquanto três dos Big Five não o têm! -

Entretanto, os segredos sempre acabam sendo ^velados. A bomba atômica aumentou enormernentejá grande espaço entre as nações do alto e as dem

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29.° Ano — N. 5 — Outubro 1945 21

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Dentro de ajguns anos poderá, novamente, mudar omiadro político mundial —- e^a maneira mais drástica.0 ndo isso acontecer, essa nova arma tenderá a colo-*

nações num mesmo nível de poder, tal como osnivelaram as -classes feudais.car as

C&n JmanIiã: — 0 emprego da bomba atômica pelos Es-

tados Unidos pode ser considerado como um áto de re-nuncia; oxalá que assim sejal E podemos observar quecom os utensílios da guerra pre-atômica, os Estados Uni-dos ji contam com grande avanço, que não poderá serrecuperado por nenhuma outra nação antes de uma ge-ração. Na guerra atômica a vantagem pode ser arris-cada. Sir James Chadwick, um dos cientistas britânicos

que muito auxiliaram o fabrico da bomba, declarou quenenhuma nação, com os próprios recursos, poderá fa-brícar uma bomba, nestes cinco anos, sem o auxílio dosEstados Unidos... ..

Segurança no segredo f — For mais drástica que sejaa lei que o Congresso votar, no sentido de controlar oprocesso, sempre será pequena a segurança de que osegredo possa ser conservado intacto. O raciocínio deque os Estados Unidos sempre poderão produzir maisbombas do que outro qualquer país, também de nadavale, porquanto 500 bombas atômicas podem ser tão deci-sivas como 50.0001

Para fabricar a bomba atômica, os Estados Unidosgastaram dois bilhões em três anos detrabalhos incessantes. Isso porém poucopode pesar no orçamento norte-america-no, pois a mesma quantia era gasta, coma guerra, em apenas duas semanas. Issoprova que o lado econômico da bombaatômica não poderá limitar sua fabrica-ção unicamente às principais potências.

Potencialmente, a bomba veiu atéaliviar as grandes despezas bélicas dosEstados Unidos, transformando intei-ramente o sentido da produção coma cristalina verdade deste fato: omenor vence o maior. A bomba atô-mica traz uma nova vantagem para aagressão (surpresa) e maiores probabili-dades de vitoria.

0 poder Norte-americano chegou aoseu clímax 150 anos após incessantesesforços, 150 anos em que seus exerci-tos cresceram sempre e com eles aumen-taram fantásticamente os suprimentosde material para cada soldado. A supe-rioridade básica dos Estados Unidosera medida figuradamente por 100.000aviões (muito mais do que a aviaçãode todo o resto do mundo), 737 bilhõesde milhas — toneladas de estradas de

seguido, isso teria sido mais importante^ do que a

E, realmente, conseguiu seu intento, em 1919, de-clarando-se seguro de sua enorme importância.No entanto, quem leu os múltiplos comentáriosda semana que se seguiu ao levantamento do véu quecobria a bomba atômica, pôde ter tido a impressão de

que^ a mesma foi creada especialmente, sob a terrívelurgência imposta pela guerra..-. Nada, porém, mais distanciado da verdade. A ur-gencia da guerra, pode,, realmente, ter promovido a maiorpressa em seu acabamento. Porém a libertação explosivada energia atômica foi obtida graças à reunião dos cé-rebros de físicos pesquizadores do átomo, em 1940, antesLqiieiSegUr0

"™ack-out" pudesse ser estabelecido emredor de seus trabalhos. As experiências que se realiza-

vam ha cinco anos, em todo o mundo (inclusive no Ja-pão) baseavam-se em numerosas e fundamentais desço-bertas feitas no passado meio-século.

Massa e energia: — Em 1896, Henri Bequerel des-cobria a rádio-atividade, que é a espontânea libertaçãoda energia atômica por meio de certos metais pesados.Bequerel colocara algumas chapas fotográficas em ca-mara escura e próximas de um pedaço de urânio; en-controu-as, depois, impressionadas! Tal fato permitiuo descobrimento do rádio por Pierre e Marie Curie, e

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A "REAÇAO-EM-CORRENTE" DO A'TOMO

ferro (metade do total do mundo), 60"Whõss de toneladas de navios de todaclasse (dois terços de todo o mundo). . .la,s ^mbolos de poder não têm, agora,a mesma significação.Segurança pelo terror? —r Quando asações Unidas se reuniram em Sanrancisco, assinaram uma carta peculiarP^a um mundo peculiar em que alguns

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^V8 reuniclos. Os Estadosiaos e Rússia chegaram à conclusãolamentai de que poderiam defender-FfSi P1?^055- Agora, porém, que

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m^1Qres garantias organisando uma segurança cole-tica?*}) en<^?"se P°r uma carta ainda mais democrá-L oía y"x vindo outra nação a fabricar alguma bnm-

Quando um pedaço de papel é tocado pela chama de um fósforo, as partículasde papel primeiramente incendiadas transmitem o fogo às demais, que, por sua vez,incendeiam as outras e, asssim, sucessivamente. A mesma espécie de reação-em-corrente é o que ocorre com uma explosão atômica em larga escala. Ao alto, a fo*.ma rara do urânio, U-235, é apresentada partindo-se em barium e em kryptoç (ape-nas uma de muitas possíveis desintegrações). O "fósforo" é o neutron, à esquerda.(O radium, misturado com beryllium 6 a fonte comum dos neutrons).

O núcleo do Urânio parte-se em barium e em krypton, que sâo altamente exc_7tados, instáveis e artificialmente radioativos. Despedem radiações (,amma e beta e,finalmente, num esforço para perder massa, despedem neutrons. Se fases neutronssâo retardados por alguma substância, como grafite, parafina, água pesada ou, mes-mo, água ordinária, vão rachar outros núcleos de urânio. Numa rápida fracção de.segundo, a reação continua através de um bom campo de urânio, contendo trilhõesde átomos e o resultado 6 uma explosão igual a um pavoroso cataclismo.

O diagrama simplesmente ilustra o princípio pelo qual trabalha a bomba atô-mica, embora não seja o específico processo ocorrido com as bombas lançadas sobreo Japão. Atualmente, não há necessidade de uma reação multiplicadora da força daque a gravura mostra. Um ligeiro aumento de alguma percentagem de neutronsem cada ciclo, ê o bastante para se obter a maior arma de todos os tempos.

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tai|ePL i ^ricamente Si7 Ernest R«therford (maisXadoUn? Rutherford) desejando saber "se tinha dei-dicar inf ?0Uco suas pesquizas com o átomo para se de-^rina" %mente aos serviços da campanha anti-sub-estive \L .^ut^erford, calmo, respondeu: 4i'Cenflemen :

ntando rachar o átomo. Caso tivesse con-

foi usando o rádio para a terapêutica do câncer, que odhomens puderam empregar pela primeira vez a energiaatômica para seus próprios fins. a a

Em 1905 Albert Einstein, embora não fosse um ex-perimentador, emitiu a idéia de que

"essa massa e ener-gia eram uma e mesma coisa, em estados diferentes".A matéria, no nucleus ou coração do átomo (que vem a.ser, praticamente, toda a matéria que o constitue) foiconcebida com "um volume — ou armazenamento — deenergia em sua forma mais altamente concentrada".

Para a conversão da massa em energia, Einsteinescreveu o que, provavelmente, é a imis importanteequação já dividida pelo homem: E==mc2. Esse sinal sirri*plesmente indica que a Energia é igual á massa mu/ti*

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22 29.° Ano N. 5 — Outubro 1945

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pticáda pelo quadrado da velocidade da luz! A velocidade3a luz é tão enorme (186.000 milhas por segundo) e seu«uadrado (a própria muhiplicaçãol) de tal forma maiswnenso, que uma libra de matéria é igual a mais de dezbilhões de kilo watt-hora de energial

Para- aqueles que acreditaram em Einstein, sua-equação explicava como oS* metais rádio-atiyos podiampermanecer lançando partículas e radiação durante mi-lhões de anos. Como o próprio Sol pode continuar bri-lhando desde as mais afastadas idades. Isso também veiu^liriientar o sonho dos visionários e até mesmo os queambicionavam, poder, num Domingo, realisar a inteiraviagem marítima ao redor do mundo, o que poderia serGCftiseguido, usando-se a energia atômica, contida numacolherinha de café. T.

,.. O Gatilho e a Chave: — O nucUus atômico do Nitro-gênio foi o primeiro a sucumbir ao assalto humano. Bom-fcrdeando-o com partículas rádio-átivas, Rutherfordconseguiu transformar alguns átomos de nitrogênio emoxigênio... _ , » .

Ém 1932, James Chadwick, da Inglaterra, descobriao neutron, partícula que não possue carga elétrica e, noentanto, podia atravessar, facilmente, a couraça exteriore interior de átomos pesados. Logo a seguir, Enrico fermi,cientista italiano e que desde 1939 vive nos Estados Uni-dos, começou a atacar toda sorte de átomos pesados,

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O Eldorado do Urânio (à margem do lago Great Bear) no território noroeste do Ca-

nada; esse local fí è hoje chamado de "Radium City" e dele saiu o material para a'

bomba atômica.

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inclusive o urânio, com neutrons,. O neutron passou aser o "gatilho'' da bomba atômica. \

Em 1934, Jean-Fréderic e Irene Joliot-Cune Çonse-gníram fabricar boron, magnesio e aluminio artificial-mente radioativos. Os átomos dessas substâncias, nor-malmente estáveis, continuaram, a expelir partículas du-rante alguns minutos após encerrado o bombardeio preli-minar: Assim, a radioatividade artificial passou a sera chave do mecanismo da bomba atômica.

Surpresas com o "Fission": — Üm pouco mais tarde,èm 1938, um eminente químico alemão, Otto Hahn, doInstituto Kaiser Guilherme de Berlim, começou a bom-bardear o urânio com "vagarosos" neutrons, de txicaenergia. E, como resultado disso, pode identificar oSarium cotóo um dos produtos finais. Isso o! deixou semi— atordoado. Apesar de tudo, resolveu publicar umatímida nota a respeito no Naturwissenschaften.

Hahn repetiu muitas vezes suas experiências, au-xiliado, durante algum tempo, por uma valioso colega,Lise Meitner, mulher judia, e que,, emtera grande cien-tista, se viu forçada a fugir do Reich hitlensta, indo re-si Iir em Copenhague. Também Lise Meitner ficara sup-preendida com as próprias experiências; porém, quandofeu o relatório de Hahn, conjeturou que o poderoso átomodi urânio fora partido em dois fragmentos aproximada-mente iguais.

Transmitiu sua idéia a um dos maiores atomistasda Dinamarca, Niels Bohr, que se preparava, justamente,para deixar sua pátria, com destino à Universidade dePrinceton, nos Estados Unidos. Bohr confiou a conjeturade Lise Meitner aos seus colegas norte-americanos. Es-tes recorreram às suas prodigiosas máquinas "massacra-

doras " de átomos e nao tardaram a confirmar aquelaidéia. Mesmo assim, cavalheiresca e honestamente ca-laram, quando a Dra. Meitner publicou suas primeirasnotas soore bombardeio e divisão dos átomos de urânio.A eminente cientista judia denominou essa operação de"fission", palavra familiar no mundo da biologia, porémum novo termo para os físicos.

"Fission" manifestou ser, desde logo, uma operaçãosensacional e mesmo revolucionária, não apenas porqueo mais pesado de todos os elementos fora inteiramentepartido, como devido às tremendas energias que delase poderiam lucrar. Mais do que tudo, os cientistassempre se esforçaram por dar maior energia a seus pro.jéteis e agora, uma explosão de cerca de 200.000.000electron-volts podia ser provocada pela ação de "pregai-

çosos' neutrons com menos de um electron-voltlMatéria igual a um quinto da massa do neutron

podia ser convertida em energia segundo a fórmula deillinstein

Possibilidades razoáveis: — As primeiras explosõesde urânio produziram neutrons secun-darios, os quais, por sua vez, pareciamcapazes de, ao tocar novos átomos deurânio, .produzir novos neutrons — eassim por diante. Essa "corrente dereação" parecia ser o pmto inicialpara uma ligação da energia atômicaem larga escala. A dupla francesa Jo-liot-Curie pudera, realmente, produziruma corrente de reação, a qual, infeliz-mente, era pouco extensa. O problemaera conseguir uma corrente que, umavez iniciada, não apenas duplicasse, masmultiplicasse 1 (Ver diagrama).

A tarefa era difícil, mas cheia deesperanças. . . Sóbriamente sumariando100 relatórios publicados em 1939, oDr. Louis A. Turner, de Princeton,concluiu, num artigo publicado pea''Reviews of Modern Physics ": — Pelaprimeira vez parece existir alguma ra-zoa vel possibilidade de utilizar a imensae nuclear energia do átomo pesado .

E, mais adiante: "As dificuldades prá-ticas poderão^ sem dúvida, ser vencidascom o tempo .

Pouco tempo depois, realmente, os

pesquizadores do átomo conseguiam le-vantar a ponta do véu que guardava osegredo. E as "dificuldades praticasforam vencidas.

"Manhattan DistricV':—Yo* trás de pesados cor-tinas de blackout, os físicos trabalhavam ordenadamente^Alguns, horrorisados com o que se planejava, recusa»seu concurso. Porém, a grande maioria atendeu aoape»embora sabendo que esse descobrimento nao pomaabandonado nem retardado, posto que os Catados

uie seus Aliados tinham que realisá-lo antes dos adversar»Era preciso, portanto, muita coragem e &™mbcm,^j1 .\.^....- er irrernediavei.quanto a falência da tentativa poderia ser im

Há cerca de pousas semanas, em Agosto u i '

o Departamento da Guerra dos Estados Unidos da *rica do Norte contou para todo o mundo o ^Vy,desses trabalhos.,. O Professor H. D. Smyth, cate

^tico da Universidade de Princetpn e que escreveu o

latório, pode não ter dito tudo. Porém o que «^gggmo na linguagem primária de um laboratório cu <fôrma a história mais fantástica e atordoante de

guerra.-Formada uma Associação; — Us J^1*

entraram na "corrida" para o átom® em fira;i»<t. „ i -t . Unidoív Formada uma Associação: — Os Estados 0;raram na "corrida" para o átom® em tini

^|gquando o grande e saudoso presidente Franku^ ^VJUUHUU KJ £_,Ln»*\Jl\* \, oo.AJ.VA.__/iJV_i j_.»ww.—-~ .

Roosevelt assinou decreto creando o Adviso y <u0mittee on Uranium". Era esse um pequeno^ i^yenquanto as panzers nazistas cruzavam a r ranç ^a lado. Desde-então a guerra foi marcada por um gterística de terrível urgência. Em Outubro de i^ '

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. 29.° Ano — Kt 5 — Outubro 1945 23 V

após a traição de Pearl Harbor, o Presidente Roo-lt escrevia a Winston Churchill, oferecendo aos ci-

^1 tas britânicos dedicados aos estudos atômicos e que

t talhavam na Inglaterra, um vasto e completíssimoe campo experimental. . . nos Estados

H^osTChurchill. aceitou. Desde então os EstadosIJ "dos e a Inglaterra se constituíam sócios da bomba

Através de todo o sombrio e ameaçador inverno de1942 os cientistas anglo-americanos trabalharam. Em

mérosos c bem guardados laboratórios, extranhos"oarelhos começaram a crescer e a tomar formas, formasurpreendentes. Em Junho já tinham feito grandes

oroçressos. Todo o vasto programa já fôra, então, trans-ferído para o Departamento da Guerra.

0 "Manhattan Engineer 'District" fôra o despista-tante nome dado ao grande centro de estudo e de trabalho.Nele afundavam os G-Men. Seus "correios" eram ofi-ciais do exercito. Todos os homens que ali trabalhavam,assim como todo o material necessário obtiveram asmais altas prioridades. De duas dúzias de Universidadese de fábricas industriais, físicos, químicos e matemáticosdesapareceram como se tivessem se diluido no ar; o "Man-

hattan District" os requisitara e agora os retinha zelo-samente. , K . •/ i

Cálculos de explosiws: — Antes da guerra ;á se des-cobrira que os neutrons de movimento lento podiam par-tir os átomos de urâniokótopo, U-235, provo-cando formidável ener-gia. Juntamente com es-sa energia, seu "fission"

produzia mais neutronsvoadores. Se bastantesd'êles por sua vez par-tissem átomos de urânio,a corrente de reação po-deria ser mantida por simesma, por um tempomuito mais prolonga-do... Em outras pala-vras: Explodiria atravésdo urânio, como a cIul-ma de um jósforo sepropaga por uma Jolhade papel.

A "corrente-reação",que o "Manhattan Dis-trict" tinha agora quedesenvolver, não poderiaocorrer naturalmente, por-que só uma parte em140 de urânio ordinárioé U-235. Todo o restoe outro kótopo, U-238,o qual embora possa serpartido como o U-235,absorve os neutrons re-cem-nascidos e, como resultado, agindo negativamente,001110 a chama de um fósforo em papel incandescente.tj m obviamente, o remédio consistia em separar o ativoj^35

do urânio natural, livrando-o, assim, do U-238.^a coisa simples, em princípio, como o secar o conteúdoa<juoso de qualquer coisa que se ferveu. Porém os fí-sicos tremeram quando deram por encerrados seus cál-uios. Nenhuma "corrente de reação" — concluíram---

sim chamado devido ao planeta Pinto, que fica entreUrano e Netuno no sistema solar. kjPlutonium é um honesto e estável elemento. Compo raro U-235, também êle é "fissionavel" e pode explodirnuma violentíssima reação em corrente. Além do mais;não é um nótopo de urânio, porém um elemento químicointeiramente diferente. Do mesmo modo pode ser sepa-rado do urânio muito mais facilmente, — em fôrma com-

parativa,— e por meios químicos, enquanto o U-235se apega ao U-238 com obstinada teimosia.0 Grajiie Moderador: — A reação atômica produtorado plutonium não ocorre, naturalmente, como uma rea-

ção em corrente. Muitos «ufrosncu.r ns do rachamentodo U-235, disparam do material. Outros são simplesimpurezas e apenas poucos transformam o U-238 emplutonium.

Os cientistas tiveram que vencer essa dificuldade.Um remédio: aumentar a dimensão do material ativopara impedir que os neutrons escapassem tão depressa.Outro: eliminar as impurezas. Outro, ainda: retardar omovimento dos neutrons, a fim de poder colher os mesmosainda próximos do urânio e antes de que pudessem ser ab-sorvidos.

O último recurso poderia ser empregado, envolvendoas pequeninas partículas de urânio num moderador-—(qualquer substância que pudesse retardar a velocidadedos neutrons, porém não absorvê-los). Os alemães Nten-

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O aparelho japonês para partir átomos (1939) — "Devemos agradecer a Deus —^dísse 0 presidenteTiuman — por tal poder ter caído em nossas mãos .

taram a operação como emprego da água pesada. Qshomens de "Manhattan District" optaram pelo grafite,,mais fácil de obter. Se pudessem produzir plutoniumpor meios ordenados e controlados, teriam a carga paraa bomba que transformaria o mundo.

Nada de "Comissões de Planejamentos": — Apesarde tudo quanto já se fizera e do tempo que correra, o»cientistas ainda se achavam no plano da teoria. Nenhti-ma "reação em corrente" fôra conseguida 1 Nenhumaapreciável quantidade de U-235 pudera ser isolada INem um só piutonium fôra produzido! Porém em 17de Junho de 1942, as várias comissões enviaram seu re-latorio ao Presidente e todos terminavam solicitando :'deixai-nos produzir plutonium tão bem como U-235".

Imensos edifícios precisavam ser construídos ime-diatamente. Não se sabia, ainda, qual o melhor proce;S5iOpara tais construções, sendo que o mais urgente ei*a ini-ciar tais construções. Não havia tempo para estudos epara nomear "Comissões de Planejamentos"... Os Na-zistas poderiam estar bem mais avançados nessacorrida para, o que poderia ser. . . o "Dia do Juizo FmaK'.

O presidente a tudo acedeu, concedendo dinheiro etodos os auxílios necessários. A teoria passava para pterreno da prática. Agora a produção entrava numa faàfide trepidante atividade... e também de sustosl

Homens e Montanhas: — Como uma crescente bola-

Poderia ter lugar numa pequeníssima porção de U-235,rl^ui apesar ^e tudo, ocorreria iima explosão capas6 a°alar até o eixo da Terra 1Ruid problema' portanto, uma vez que haviam conse-* ao o grande choque, seria poder provocar sua explosãosem ^ei° de à^m neutron vagabundo.'.. A explosão,quVnf

°- ^kukram, seria mais violenta do que tudoque ;f se7ira e ouvira na Terra. Igual ou maior doqu í a

^° Krakatoa, sendo que resumiria toda a da-•cataclismo, num ápice de segundo 1

«bflid A n0^0S elementos: — Havia ainda mais uma pos-

e 140 :. Uuando o urânio natural (uma parte de U-235'«W5rtes deU"238) é bombardeado com neutrons ''va-

^s *, j£??ntéS? ™ais alguma coisa além do rachamentoN ü '«?• í u-235. Alguns dos neutrons proüuzicU-238 T

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N. 5 — Outubro 1945;.'."' $SS 24 29.° Ano —

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(Estes colaboraram na construção da primeira bomba atômica* enquanto outros cientistas' se recusaram a cooperar no que "seria adestruição d<$ mundo" c alguns mais afirmavam que a bomba era de fabricação impossivel).

\ -de-neve, o "Manhattan District" rolou atravez da nação,recrutando homens (125.000), dinheiro (2 bilhões de'. dólares), montanhas de materiais, centenas de vagõescarregados de equipamentos. Também alistou famosascorporações (Eastman, Dupont, Stone & Webster, UnionCarbide and Carbon, além de outras).

Professores, inclusive muitos Prêmios Nobel, aban-donaram seus campos de ação, seus lares confortáveis,as grandes cidades, para viverem em ásperos desertos.Qs trabalhadores alojados em "trailers' —excedentesoperários da Nova Inglaterra, ativos negros do sul, todasas raças e tipos da colossal nação norte-americana—^emgeral eram prevenidos da indispensável urgência dos ser-*açOs e da magna importância dos mesmos, embora poucossoubessem algo de seu extraordinário caráter.

Sob o inocente nome de "Laboratório Metalúrgico",algumas das mais importantes descobertas eram feitas

.na Universidade de Chicago, sob a direção do famosoDr. Arthur Holy Compton, sendo seu principal associadoo cientista Italiano Dr. Enrico Fermi, que é geralmenteconsiderado o mais eminente físico-nuclear do mundo.Mas existiam, ainda,, outros muitos laboratórios, ondese trabalhava bem e depressa. Estavam eles situados emColúmbia University, na University of Califórnia, noEstado de Yowa, além de outros vários centros de pes-quizas.

Processos e locais: -—- Conheciam-se vários meios deseparar U-255 de urânio natural. Dois processos, final-mente, foram -considerados os mcllwres. No primeiro

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(massa spectrógrafa), as partículas do urânio eram carre-gadas eletricamente e disparadas através de um tuboeletromagnético, numa pista encurvada. O levíssimoU-235 executava uma curva mais aberta e adequadas "ar-madilhas" os^ colhiam no ápice da curva, enquanto oU-238 passava livremente,

No segundo processo, tão espantosamente delicadocomq o primeiro, um .: composto gasoso de urânio erainjetado através do piais perfeito filtro sub-microscópico.O U-235, sendo mais volátil, passava com maior facili-dade e o resultado era obter-se maior porcentagem deU- 235 além do filtro!

Os trabalhos experimentais do método eletro-mag-nético foram executados na Universidade da Califórnia,sob á orientação do muito jovem Dr. E. O. Lawrence;os de "difusão", na Universidade de Colúmbia e sob adireção do Dr. H. Ç. Urey. Em 1943, antes de que ter-minassem as experiências, vastos edifícios para levar abom termo os dois processos tinham sido construídos emOak Ridge, uma vastíssima e abandonada região nâodistante de Knoxville, no Tennessee.

A essa novíssima cidade-forja (chamada Dogpatch)chegavam incessantemente equipamentos pesado.: cen-tènas de poderosas bombas de novíssimo tipo, gigantes-cos electromanétos, inumeráveis outras máquinas e ins-trumentos. Entre oceanos de lama e numa confusao deverdadeira campo de batalha, tudo isso, afnal, encon-treu um lugar apropriado. As duas fábricas foram termi-nadas e mostraram ser eficientes, produzindo boas quan-

tidades do precioso U-235.A produção de .plutonium

não seria, talvez, tão impor-tanèe; era, porém, muito maisdramática.. Num vasto pátio,formado púo campo de "foot-bali" da Universidade deChicago, extranho aparelho co-meçou a tomar forma, kraum esferóide ligeiramente acha-tado (como a maçaneta comumde uma porta) construído so-bre tijolos de grafite, tendocamadas de urânio ou oxidode urânio cobrindo e imbeben-do seus cantos. Aquele foi 9primeiro marco da "reação emcorrente" (gradeado de urânioe moderador de grafite)- oea qu ele apa relho tra ba 1 hasse,realmente, segundo a teoriade Fermi, provocaria a Prj;meira "reação em correnteobtida por meios artificiais naTerra.

Com cuidado — e grande

Fábrica-Atômica, de Oak Ridge, no Estado de Tennessee.

trepidação — os físicos coloca-ram os tijolos. Sabiam mpisavam terreno incerto e W

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29.° Ano —r N. 5 — Outubro 1945 25*¦ •*.¦¦*

rieoso; tudo podia acontecer. . . Em

seu redor erguiam-se as fumaren-

tas chaminés da zona sul deChicago. Mais próximos passavamos estudantes, caminho da Uni-versklade. , t{

Segundo a teoria, a reação emcadeira" poderia ter início esponta-,neamente quando quase todos ostijolos estivessem colocados. í^êssecaso poderia ser detida imediata-mente, evitando-se desastrosa ex-

plosão, insertando-se tiras de cad-mium para

"quebrar" a corrente.Porém, muito antes de ser atin-

gido o "ponto crítico,'" da teoria,os instrumentos de alarma come-çaram a funcionar. A reação co-meçáral Felizmente, as tiras decadmium foram logo insertadas emposição de "retardamento". Comseu trabalho moderado por essainfluência, a reação pôde ser fácil-mente detida.

— " Tivemos muita sorte " 1 —comentou o Dr. Sm^th.

Essa emocionante experiência —a primeira reação em corren'.e —marcou o início da Idade Atô-mica. 0 irarco inicial mostra-sesatisfatório. Antes porém de queo dificílimo processo fosse reduzidoa um trabalho ordenado, gigantes-ca fábrica de Plutonium começaraa trabalhar no deserto próximo deYakima, no Estado de Wash ing-ton, onde se tinham as seguintesvantagens: isolamento, o grandesuprimento de força, proporcionadapela colossal represa de "Grand-Coulee" e o Colúmbia River, quetransportaria para bem longe oenorme calor gerado pelas pilhas.

Cidade de Pluto : — O que sefizera em Chicago era coisa de na-da comparado com o que foi feitoem Hanford, onde foram estuda-dos riscos desconhecidos. A teoriadissera que, mal iniciados os tra-

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•^'e Meitner, que conieturou a respostaesclarecedora.

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Ruiherjord, o cientista que partiu p primeiroátomo.

balhoSt estes poderiam gerar ondas demortais radiações e produzir elementosrádio-ativos desconhecidos, em sua maio-ria venenosos. Tais efeitos jeriam, pro-vavelmente, tão poderosos que, por as-sim dizer,, vida nenhuma poderia apro-ximar-se de qualquer pilha mal entradaem operação. Nessas condições, compli-eados aparelhos foram construidos paraque fosse possível operar com as pilhasdesde afastados controles e ainda sob aproteção de couraças defensivas. '¦ Mes-mo assim ''ameaças desconhecidas esca-param. A água fresca passou a ser ra-dioativa e teve que ser fortemente ver-

gastada e libertada de radio-atividade antes de seguir rioabaixo. O vento que passavasobre a fábrica química trans-portava outros perigos em for-ma de gases radioativos. As-sim a Cidade de Pluto eralugar de sinistras possibilida-des.

Rígidas precauções preser-varam a saúde dos trabalha-dores, os quais carregavampequenos eletroscópios ou fil-mes fotográficos para

"tests^

noturnos, em -seus "trailers"

residenciais e que indicariamo grau de radiação a que cadaum fora exposto. No próprio

j ar de Pluto havia poeira ra-dioativa e aparelhos apropria-dos davam o alarma quando

„ se aproximava algum trabalha-/ dor com forte radioatividade.

Energia e Venenos: — Alémde plutonium, o estabelecimen-to de Hanford produziu aindadois (surpreendentes ejedos-do-produto. A água, que passavaátravèã das pilhas, carregavaenergia suficiente — derivadada reação cm corrente — paraesquentar o rio Colúmbia. Na-da de definitivo fora aindaconseguido, porém as conclu-soes do relatório do Dr. Smyth

eram portentosas. Alguns relativosda pilha de urânio continham for-ça suficiente para mover todas asmáquinas do mundo 1

O segundo sub-produto era, sim-plesmente, aterrador. Numa ope-ração ordinária com a pilha-em-larga-escala e segundo calculou oDr. Smvth, venenos raaioativospoderiam ser produzidos diáriamen-te e sufi ientes para tornar "umaimensa área deshabitada".

Perigo em Los Alamos: — En-quanto as fábricas principais eramconstruidrs e estudados os proces-sos para fazê-las funcionar, maisum grupo de físicos colonisavaoutro imenso deserto 1 Em Marcode 1943, um grupo chefiado peloprofessor J. R. Àppenheimer, daUniversidade da Califórnia, estabe-lecia-se em Los Alamos, no Estadodo Novo México. Seu trabalho»era desenhar, construir e testar aprópria bomba atômica/ A missão,como facilmente se entenderá, nãopoderia ser mais arriscada.

Por motivos compreensíveis, adescrição da bomba, segundo o re-latório do Dr. Smyth, é incom-pleta. Porém forneceu alguns de-talhes. Assim, por exemplo, fica-mos sabendo que o U-235 e o plu-'tonium não podem ser "explodidos'^

por mei3 de um detonador, comoa "TNT". Explodem automática--mente, quando reunidos e encerra-dos em largas quantidades. Emvista disto, o problema principal,numa bomba atômica, consiste eindesenhar um- mecanismo capaz deconduzir pequenas massas para o"ponto crítico" explodivel. Até qüea explosão tenha se iniciado ambospoderiam ser conservados juntos etranqüilos por meio de alguma"trava" ou "tampão", formado pormaterial pesado..

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29.° Ano — N. 5 — Outubro 1945¦¦: '•

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BERNARD SHAW responde a seis perguntas

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AS PERGUNTAS FORAM FORMULADAS PELA JORNALISTA;DpROTHY ROYAL, QUE AS SUBMETEU DEPOIS AO COMEN-"TÁRIO DO CONHECIDO HISTORIADOR NORTE-AMERICANO

JAMES TRUSLOW ADAMS. OS RESULTADOS OBTIDOS FORAMOS SEGUINTES:

1. Concorda que foram tais a ruína e o cataclismosociais causados pela guerra, que se resolverão num empo-brecimento geral da Europa e que a Inglaterra se converta,szgundo disse Inge, em um pobre pais agricola de 25 mi-Uwes de habitantes, sem comércio externo?

SHAW: — Nao. A guerra terminará quando Jiouverdestruído capital suficiente para que se torne lucrativaa reconstrução .da Europa; quando qualquer destruiçãomaior fôr perigosa.

Sempre o capitalismo se deteve antes de chegar aosumbrais do suicídio e não há por que temer que vá per-der agora por completo a cabeça, principalmente se selevar em conta que está hoje sustido economicamente peloEstado. Tá não se trata do clássico capitalismo da es-cola de Cobden, mas de um fascismo moderno profundamente arraigado no campo dosgrandes negócios.

No tempo de Cobden, ocapitalismo armava seus pró-prios navios, suas próprias fá-íoricas e explorava suas própriasminas. Hoje é o Estado queconstrói navios e fábricas para.¦bferece-los aos capitalistas; a ex-

f:y ploração das minas passou a serum serviço público atendido

ipcom fundos públicos. Daí nãoexistir^ na atualidade empresa

fe /demasiado grande para o ca-f pitalismo.Em conseqüência, não há

por que haver preocupações. Ofascismo tirará a Europa do ato-

P leiro e nos deixará, por meio de|| resgate, uma migalha dos des-

pojos. E continuaremos acusan-do-ò de ser a mais negra dastiranias, enquanto continuamosmetidos nele até ao pescoço

ADAMS: —No meu con-ceito,. Sr. Shaw, a sua pri-nteira resposta contém umaenorme ^quantidade de informa-çdes errôneas. Compreende, cer-

|| tamente, que temos que deixarsempre certa margem para oexagero. Contudo, não possoacreditar que, na realidade, ali-**ente o senhor a idéia infantilfe 9ue. s^° exclusivamente os| capitalistas'' que provocam asguerras para prosperar e que asencerram no momento éxáto£nv que as perdas temporáriasterão de resolver-se em lucrosmaiores.

D}z o senhor que "sempreai capitalismo se deteve antes

l|de#cjiegar aos umbrais do sui-j^^dio".. .. A história prova quep^melhante afirmativa é inexa-

ta. Bastará um exemplo: antesKda passada guerra mundial, umaI das maiores guerras da hitória

fe* *" secessão, n«s Estados-unidos. Tanto o<j estados donorte como os do sul se regiampor sistemas capitalistas, ape-nas os do norte tinham fábri-cas com trabalhadore livres, en-quanto os do sul tinham terrascom escravos. Os confederados,não há. dúvida alguma, nãoderam por concluída a con ten-

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George Bernard Shaw, o discuti dissimo aomedió-grafo irlandês, que expõe aqui, como de costume,idéias muita "suas

da no momento em que supuseram que a reconstru-ção se tornaria lucrativa, mas continuaram-na até queperderam praticamente quanto possuíam: 1.500 milhõesde dólares em escravos libertados, a totalidade de suamoeda, suas apólices de seguros, bonur,, hipotecas, de-pósitos bancários, etc. Tudo, menos suas terras e algumacousinha mais de escasso valor.

Poderia extrair das páginas da história inumeráveisexemplos mais, porém é certo que o senhor leu a Deca-dência e Queda do Império Romano, de Gibbons, e devesaber alguma cousa acerca da Guerra dos Cem Anosdas guerras religiosas da Alemanha e de algumas outras!Não, as gueíras não terminam exatamente quando oscapitalistas vêem possibilidades imediatas de lucro

Disse o senhor que o fascismo "tirará a Europa doatoleiro". Eu diria que êle impeliu a Itália e a Alemanhaa um inferno que durará por muitos anos, e não saberiadizer onde nos atirará se persistir. Afirma o senhor tam-bém <jue "o Estado constrói navios, fábricas, etc, paraoferece-los aos capitalistas". Quanto a mim, não me tenhodado mal como escritor, embora não tão bem como osenhor. O senhor e eu somos capitalistas, embora o se-

nhor tenha muito mais dinheirodo que eu. Mas, no que me to-ca, ainda não desfrutei a experi-êncía de me presentear o Esta-do com barcos, nem automó-veis, nem casa, nem nenhumaoutra cousa. Em compensação,aumenta sempre, em progressãogeométrica, o que me tira doque eu ganho.

2. Preferirá o senhor ver asnações européias se conslituiremem Estados Vnidos da Europa,com uma mesma cidadania, umamesma moeda e com comércio li-vre dentro de suas fronteiras, âsemelhança dos Estados Unidosda América, antes do que a sub-sistencia de Estados soberanos se-parados e protegidos contra agres-sões pelos aliados, segundo rezaa Carta do Atlântico?

SHAW: — Preferiria, se mefosse dado vislumbrar a maisleve possibilidade de realizaçãode tal utopia, ou se esta duras-se mais do que um castelo dálcartas. Os Estados não renun-ciarão à sua soberania de umaso vez e sim pouco a pouco,de má vontade. \

Não tenha ilusões. O mun-do que surgir da guerra não se-rá um mundo novo; teremosque, nós resignar com o velho,no qual, de quando em quando,se fará uma limpeza ocasional,qué consietirá em esconder mui-to do lixo debaixo dos móveis,em lugar de eliminá-lo.

Redigir documentos como aCarta do Atlântico e realizarconferências em Quebec são cou-sas fáceis, mas quando se tratade suprimir uma alfândega ouao menos de implantar a horade verão, eni!£o é preciso recor-rer a guerra para consegui-lo»

ADAMS: — Em sua maiorparte, estou de acordo com aresposta á pergunta anterior. Ovalor dos documentos e das de-ciarações dos Estados é nulo seeles não se apoiarem nos senti-mentos e nas aspirações dos po-vos. Até aí o senhor tem ra-zão. Em compensação, não roe

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29.° Ano — N. 5 — Outubro 1945

agrada a idéia da criação dos Estados Unidos da Europaà semelhança dos da América. A vida toda é um cons-fonte transigir. Se a tendência da diversidade é para oconflito, a da uniformidade é para a ind;ferença e o em-botamento. A diversidade contribuiu para pôr em mo-vimento as idéias, e as idéias (suponho que estará deacordo) contribuem para estimular o interesse e o pro-gresso.

Lord Bryce, um dos maiores admiradores da repú-blica norte-americana, disse uma vez que, embora a uni-Jade nos houvesse favorecido poderosamente em múl-tiplos formas, tivemos de pagar por ela elevadíssimopreço em monotonia e uniformidade. Assaltou-me algu-mas vezes o pesadelo de uma rua principal com 5.000quilômetros ae comprimento, que fosse de New-Yorkaté San Francisco, com filas de pequenas casas de um eoutro lado, todas iguais, com iguais enfeites, com iguaismóveis, com iguais jardins, habitadas por famílias deiguais recursos, e separadas apenas a intervalos uniLr-mes por manicômios onde internar os que perdessem arazão pela ausência de variedade e de individualidade.

Não podemos fazer da Europa um museu variado,mas a Europa e o mundo do pensamento sofreriam ¦ umaperda se a Europa fosse ob-jeto de uma [unificação igualá dos Estados Unidos daAmérica.

3. Tenderão as dàtrsasnações européias, especial-menle as pequenas, como osaises balcânicos, a imitara Rússia e a organisar-se emestados soviéticos, ou, como aHolanda e a Suíça, se incli-narao para uma democraciaaperfeiçoada em que se con-•tf/w o capitalismo com umaboa dose de jermento sócia-lista e possivelmente comunis-la, sem o qual não há co-munidade que possa existir?

SHAW: — São as gran-ues potências que tenderãoa imitar a Rússia. Queira-mos ou não queiramos, sem-pre se imitam oá que triun-am. 0 êxito da Rússia foitao estupendo e tão superioras possibilidades do capitalis-mo, e até às do capitalismofascista, que 3S seus adver-sanos- de m.imento, aliadoscircunstanciais, — não seatrevem a deixá-la adiantar-«tanto no caminho da ci.™zaç5o como até agora^seguiu. Carece atualmen-te de importância o que pos-*>m fazer os Estados pe*quenos. *^

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tão superior£if /? que ° êxIt°daàs rxtJwvfst1uPen1d°> mas nego que seja xao superior"egS n tS do capitalismo".1 Aincía hoje a Éússiatencão /Crante ,OS atados Unidos (capitalistas) a ob-kresÜalémTPréstin?os <k milhares de milhões de dó-fa suas material que a dita nação já proporcionou0 que se \ %armadas- E**011 de acordo em que, afinal,as grartdeeVaFf^em- con*a ^r^ ° 3ue copiarem da Rússiatudo m^

S P0^01^; apenas,nessa resposta, como em<^er ';l^Venhor não dei™, Sr. Shaw, o que quer^mào, of, -Smr fascista"- E' o sistema russo, ou o^á grand

° 1 - ano' ou ^ual ? ^a nossa discussão não

^e Que £ C

lZt a men°s que saibamos com precisãoJ c que talamos.

^ duafeteo/]d°. Ir**0?" ^"tes, Stalin disse: "Exis-~~-e é o cot°ria^'' a ca^a um segundo suas necessidadesklho —- c ?Unusn}o; (2) a cada um segundo o valor do tra-lidera o

W/ w<?' ^ nos decidimos pela segunda".Para o cap'/*/" proffa*el <?ue o Estado soviético derive^ há enir m° e P0^ explicar brevemente a dijerenca> m o governa baseado na teoria do "valor do indi-

James Trus low Adam*, eminente escritor e talvez o maistido, atualmente, dos historiadores norte-americanos.

Vní£s? ** atimU ao^ernos ** In9^terra e dos Estados

t,nf,PíAW:7rA si^#cáçaò do que Stalin disse é bas-Í^L • ° vai aISuem clar ao indivíduo o que otA^htA

necess,t*> a menos que esse indivíduo produzatambém o que necessita? E7 necessário produzir pri-T™ ?"*!*" aig° que distribuir depois. Não obstante.t preciso alimentar as crianças de colo, que nada produ-aem os soldados, que destróem tudo; os artistas, os füó-soros, os patrões, que instruem os* demais sobre as formasüe produzir, ou os divertem, e que têm de ser alimenta-dos por aqueles aos quais dirigem ou divertem.dn^ÍT™ ^f^1^ o Soviet tem de antepor a pro-W?V

satlsfaÇao <¥s necessidades,^ estimular, mediantetrabau™ por empreitada e por todo* os demais recursosnonestos, ao padeiro a fazer dois pães em lugar de um,™Lm-?í1qUe um.baste à satisfação das suas própriasd^^í'. •' e aSSim• SUC^sivamente' em todo o campoda industria. E precisa de não tolerar nenhuma ociosi-aade mutil, como as toleramos nós. Isto não é retrogra-dar ao capitalismo: é repudiá-lo.

ADAMS: —De todo coração estou de acordo emque a produção deve prece-der ao consumo, idéia queao que parece, nunca passoupelo cérebro de muitos re-formadores. Não se pode"redistribuir" uma "rendanacional", em efetivo ou emespécie, enquanto não sehouver produzido. E tal ren-da não se produzirá, a menosque o indivíduo conte comum incentivo para produzirou de bom grado ou forçadopelo "Estado",

que, no "Es-tado fascista" — meras pa-lavras, novamente — signifi-ca, ao que parece, um pe-queno grupo de indivíduosque se conferiram o poder.

O importante, na minhaopinião, é determinar &e sepode obter uma renda maiora distribuir mediante o sis-tema de incentivos e traba-lho livre, ou mediante o dotrabalho forçado e a coação.Sou partidário do primeiro.

Diz o senhor, Sr. Shaw,que o Estada "precisa de naotolerar nenhuma ociosidadeinútil". Muito bem. Atéque ponto é o senhor "util" ?Estou certo de que o senhorse sente satisfeito com a suapessoa, com o seu trabalhoe com a espécie de vida queleva; mas suponhamos queos do grupo que está no po-der decidam que o senhor fa-ça alguma cousa que no

conceito deles seja util, como apanhar lixo, por exem-pk>. Que se passaria então?

5. Uma vez derrotada a Alemanha, acredita o senhor*como muitos sustentam, que será preciso* que os aliados agovernem com mão firme pelo menos durante SO anos, antesde estar em condições de se lhe permitir governar-se por simesma, sem perigo de que se prepare para outra guerra deconquista e vingança ?

SHAW: — Não há nação suscetível de governar-secom mão firme a não ser por si mesma.

Toda essa parolagem de governar a Alemanha, quan-do não podemos governar nem a nós próprios, não passade infantil estupidez. Deixemos a Alemanha senhorade seus próprios destinos e a reação contra o hitlerismoserá tão certa como o foi após a dominação de CromwelL-

Na segunda sociedade de nações, que se trata de or-gan izar, é preciso que a Alemanha e o Japão estejam re-presentados em pé de igualdade com a Grã-Bretanha, osEstados Unidos, a União Soviética, e a China, ou a alu-

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dida sociedade será apenas uma aliançamilitar destinada a nao deixar levantar acabeça às duas nações mencionadas.

ADAMS : — Admito que seia demuito difícil solução o problema de sa-ber-se o que fazer com a Alemanha e oJapão. Sua população é composta, nomínimo, de uns 150 milhões de mdivi-duos que não podemos exterminar. Mas,em compensação, parece-me um disparatepensar-se que têm de ser aceitas as refe-ridas nações na nova liga, em condiçõesiguais às daquelas que foram suas viti-mas. E estou certo de que se deixarmosa Alemanha dispor dos seus própriosdestinos, não haverá a reação contra ohitlerismo que o senhor espera, Sr. Shaw.

Basta, para nos convencermos, que•repassemos a história do período quetem durado a*" sua própria vida, Sr. Shaw.Que reação se observou depois da guerracom a Dinamarca, ou da guerra franco-prussiana, ou da primeira guerra mim-dial?

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6. O senhor deixa-me pasmada, Sr.Shaw. Que faria o senhor se ocupasse olugar de Churchill ?

SHAW: — De maneira secreta, pro-meteria a Hitler uma residência palacianae 20.000 libras esterlinas anuais, livresde impostos, a contar do momento emaue a Alemanha se rendesse, não incon-dicionalmente, mas de acordo co.m as con-dições ditadas por mim. Muito bom dia.

ADAMS: — O senhor deixou pasma-da a senhorita Royal e a mim tambémdeixa pasmado. O senhor obteria Hitlerprometendo-lhe

'"uma residência palacia-na e 20.000 libras de renda". E' isso j

Í"[ue o seduz, ao senhor, um anticapita-

ista, como o mais atraente chamariz?Há algum tempo foi publicado que o

senhor dissera, numa entrevista, que suaesposa the havia legado 600.000 dólares,quantia que o senhor se propunha con-servar pelo resto dos seus. dias. Alémdisso, tem o senhor outros rendimentosconsideráveis. Prega o senhor o socialis-mo e vive como capitalista. Tenho mi-nhas duvidas sobre o que iò senhor sejana realidade. Muito boa noite, Sr. Shaw.

28 29.° Ano — N. 5 — Outubro 1945

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BERLIM— 194S

A0 aii(J — Um soldado do Exercito Vermelho, confundido, talvez, pelo costume pe-culiar de uma sociedade comunista, tenta "libertar" uma Fraulein berlínense de suabiciclette. Ele considera ter legalisado a transferencia depois de meter, W força,alguns rublos na mão da proprietária. Ela, extranhando a técnica da expropriacao,

prefere ficar com o que lhe pertence.

Em baixo — Cena comum no Cabaret Femína. outrora um dos mais luxuosos eniais procurados clubs-noturnos dc Berlim. O grande salão de dansas foi destruido

por um incêndio provocado por um dos raids noturnos da R.A.F., o que não tra-

pediu que o estabelecimento continuasse a funcionar. Os demais salões estão semprecheios, hoje — em geral de oficiais Russos e Norte-americanos, além de correspon-dentes de guerra e civis alemães. A maior transformação é um granJe retrato deStalin, na parede principal, e o alto preço de miseráveis bebidas (vinho tinto -W»-

sado e um fraco cocktait de... vinho tinto).

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O TURAMENTO DE HIPO'-CRATES

r Juro por Apoio, médico; por Es-culâpio, por IIigia e por Panacéia; tomo

-pòr testemunhas a todos os deuses e atodas as deusas, que cumprirei fielmente,enquanto depender de minha faculdade ediscernimento, este juramento e este com-promisso escrito y

Considerar como a meus pais o queme ensinou a arte da Medicina, provera sua subsistência, partilhar meus bens *fcom êle se se encontrar necessitado, con-siderar seus filhos como próprios' irmãosmeus, ensinar-lhes esta arte sem salário e sem compro-misso, se quiserem estudá-la; fazer participar dos pre-ceitos gerais, das lições orais e de tudo mais do ensinoa meus filhos, aos de meu mestre e aos estudantes ma-triculados e que tenham jurado sobre a lei medica, po-rim a mais ninguém m

Segundo a minha faculdade e discernimento, fareiservir o regimen dietetico para alivio dos enfermos, se-pararei o que. possa redundar em perda ou detrimen-to seu. .

Nunca darei a ninguém, seja quem jQr, um medi-

\™ 8^BB^_____HH^BHBHBHBR ''.'<*HH^I _!^_BHHIBWI UKSiiBBtwSv&SSttit '' *^L_____________________i____MU_______rAtf_flHI_0BP

camento mortal, por mais instâncias que se mejaç 'nunca serei o autor de semelhante conselho. . ¦ Lctisrei a minha vida e profissão puras e sanias.

'¦} .operarei os que tiveren} cálculos, mas os encami_aos que se ocupam especialmente dessa operação. J.^^0rei em qualquer casa a que fer chamado com ç QJ .^de aliviar os enfermos, conservando-me puro ae IP yqu idade voluntária e corruptora... Calarei e olhareide allViar «.,'..* v.riia rnv.i , iuii.it 1 \ru. /uw-fin r.;.- .

olharei comosegredos invioláveis as cousas que vir ou ouvir f .exercicio da minha arte, ou fora das minhas Jf^?trato dos homens, mas que não devam ser du'üM)al

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29.» Ano — N. 5

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#Y A 0S P°Iiciais (los ^tados-Unidos: Se acontecer

Outubro 1945

AOS policiais dos 1

encontrarem o chamado George Bakei, cor-nominado Father Divine" ( Pae Divino")prendam-no imediatamente. Sinais: idade— cerca desessenta anos; estatura — cinco pes e três polegadas ¦peso — 170 libras; raça —- negra. Acusado de, còm a

29 reugyZ2& Yi!

cumplicidade de outros negros, ter dado pancadícausado ferimentos na pessoa de um funcilonário"

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Esta ordem irradiada causou uma intensa emoçãonos Es tados-Unidos. E enquanto os policiais alertados sepimham em campo para descobrir ò dei nquente de nomebizarro, e o telégrafo transmitia á imprensa do mundointeiro a notícia sensacional, grande era a efervescêncentre os negros á idéia de que

"mãos ímpias" poderia»,

cair sobre o homem que, para êle*, é uma divindade.E' uma figura bem curiosa, e bem americana —-

poder-se-ia acrescentar — a desse negro ge>rdo, quasecalvo, que, de simples pedreiro, se tornou, para milhõesde seus congêneres e para milhares de brancos, uma es-pécie de divindade, e cuja influência é tao grande que asautoridades dos Estados-Unidos o consideram como umapotência temível tanto do ponto de vista social ccmodo ponto de vista político.

Chegou a chamar a atenção da Europa, ao externara pretensão de estender seu raio de ação à França eInglaterra e ao man-dar emissários seusà Suiça, para a pre-gação da "boa

pa-lavra . . .

Figura bemamericana, realmen-te. Porque se aAmérica do ' Norteproduziu homens no-táveis como Edisone Lindbergh, comoMark Twain e Rockefeller, para nãocitar senão ês.ses, fa-voreceu também odesabrochar de umAl Capone e de umBuffalo BiU, e pode-se dizer que emparte alguma se en-contra uma tal mis-tura de caracteresoriginais, de costu-mes singulares, de misticis-mo e fanatismo religiososque favorecem a eclosão dcnumerosas seitas. E a cre-dulidade é particularmentedo agrado dos negros.ai .p^fe^ Baker é um exemplo típico disso. Emboraele corrija'* de bom grado sua biografia e seus numero-sos adepto» acreditem que é de uma essência particular,porque e uma encamação de Deus na terra, sabe-seque nasceu há mais de meio século em Savanah, no Es-tado de Geórgia. Casado e pai de quatro filhos, BakeryiVià calmamente, exercendo a obscura profissão de ser-ynte de pedreiro, quando um pregador negro que sedenominava "Father

Jehovia" foi pregar na sua aldeia.L eis o nosso pedreiro inflamado pelo desejo de fazeroutro tanto. Deixou a mulher e os filhos e. em companhiado reverendo ''St. Bischop of the Vine", discípulo deather Jehovia, pôs-se a caminho para evangelisar osnegros, sempre prontos a crer em todaj as frioleiras que"tes digam, desde que tenham um matiz místico.

-rouco depois, seu companheiro, o reverendo, eraríf5? ^r ^testões de costumes e Baker, tornado "major

evme , continuou sozinho os girys apostólicos. Esseegro e tagarela, tem verve, age sobre as multidões e,rapidamente, reuniu em torne de si numerosos discípulas,conselho de um deles, mudou uma vez mais de nome e,0e major Devine, tornou-se "Father Divine"... Soamelhor junto dos que êle evangeliza. . .

inha razão, porque, se até então sua carreira nãodiferia muito da de vários outros pregadores ne-gros (pululam eles ná América e exploram fru-

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Poi instalar-se na povoação de Sayville, cm Lon*»island, e se fez passar por gerente de um escritório de eempregos. No começo, não despertou atenção alguma.^Mas eis que esse gerente de aparência tão modesta séf-apresenta a um negociante de imóveis para comprar umagrande e bela casa no bairro mais "fashionable" de Say-vuie. *e"O

preço pouco me importa, e pagarei à vista"!-— 'declarou tirando um maço de notas de quinhentos dó-lares do bolso, aos olhos pasmos do negociante. Pagou |a vista realmente, e não tardeu a instalar-se na nova jcasa. Até aí, tudo muito bem. Mas, ao cabo de algum!tempo, os habitantes desse bairro aristocrático se mos-vtiaram indignados com tal vizinhança. Primeiramente,o novo proprietário era um negro que tivera a audáeiaA*tle ir morar no meio dos brancos. —crime imperdoávelaos olhos de todo bom yankee. Depois, não se contentoueem ir morar aí com sua nova mulher: deu asilo a uns vinte ;'negros e todac as noites iam cinco vezes isso de Brooklyn.U dia todo, o ar ficava empestado com o mau cheiro de icouves e cozinha negra, e a noite era impossível pregaraolho por causa dos cânticos e dos hinos berrados comitodas as forças na Casa da Felicidade, que não é senãoum heaven, um lar para os negros sem asilo, agrupados!para celebrar nesse local as ceremônias de um novo Culto.

A "Casa da Felicidade" foi posta no index e asqueixas afluiam à polícia: acusavam esse htaven(céu) de não ser mais que um covil do vício.

A polícia mandou para aí uma das suas in-vestigadoras ne-.'gras, que se apre-sentou no lar apretexto de aderir 1ao culto.^ Ficou aívários dias e de-pois fez seu relatorio às autorida-des: fora admira-velmente recebida,a loj a da, alimenta-da; nada havia gjSjarguir contra o do-no da casa, quevivia muito hones- '!tamente com suamulher e consagra-va seu tempo aconfortar os pobrespecadores que iamprocurar junto deleum abrigo e uinalimento material eespiritual de quetinham grande ne^cessidade.

A acusação de

1ST •

Ttuosamente a credulidade dos negros), a partir desse mo-nento tomou nova amplitude.

Ftiicturbava o repouso dos vizinhos. Foi para êle um verda-?deiro triunfo e ensejo para uma publicidade inesperada^Cada testemunha de defesa chamada à barra do tribu-nal começava invariavelmente por declarar :"Father Divine é Deus! Paz! E' maravilhoso"!

Durante esse tempo, milhares de negros reunidos

diante do Palácio da Justiça vociferavam asmesmas verdades, sem poupar o tempo nem a

garganta...Será possivel que a senhora, uma branca, acre-edite na divindade do acusado? — perguntou o juiz a*miss Helen Faust, a secretária particular de Father Di-vine. E essa moça, que, entretanto, fizera seus estudosna Universidade de Boston, respondeu com fervor:OJ course I do! Ele é Deus! Paz! E' maravilhoso!

O tribunal adiou o julgamento para a semana se-guinte, e consentiram em' deixar o delinqüente eraliberdade, com a condição de fazer uma caução de m^dólares. Sempre sorridente, tirou êle essa importância eentreeou-a ao escrivão.

Decididamente, tinha sorte: três dias depois, o jui»que presidia a sessão morreu subitamente de uma si»-cope cardíaca."Fui obrigado a castigá-lo" — murmurou FatherDivine. lamentando-se, sacudindo a cabeça.

rgia caia por si mesma. Não se podia mais atacar Vather Divine nesse terreno; citaram-no, apesar deiido, em juizo porque, com a algazarra noturna, per-, . -e

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30 29.° Ano Outubro 1945

"Paz! é maravilhoso"! — clamavam seus discípulos.P que era maravilhoso, efetivamente, era o imenso pres-ítfgio que lhe valia essa manifestação inesperada de seupoderio. A imprensa, que tomou conta desses aconteci-'mentos, fez-lhe, sem querer, uma propaganda retumbante,gue lhe levou milhares e milhares de adeptos novos,na maioria negros, à cata de alimentod e oidos por exci-jações religiosas.

Os n-egócios do "Deu*" pareciam prosperar, porque,alguns meses depois, adquiriu uma casa de cinco andares¦situada em Hirlem, o bairro negro de New-York, e aíestabeleceu seu, quartel-general. . / .

No rés-do-*chão foi instalado um imenso refeitórioipie podia conter quinhentas pessoas; os três primeirosandares foram preparadas para asilo dos sem-abrigo;

puanto aos dois últimos, transformados em secretariado,ocuparam-nos doze secretários que, por meio de máquinas

|<de. escreveu!-'- aparelhos telefônicos e microfones, malchegavam para «dar andamento ao expediente normal.

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ESSE quartel-general foi o primeiro dê3ses heavcns

ou lares de New-York. Em 1954, contavanvsequinze e, no momento, nao há uma cidade dos

|Ésta-dós-ünidos que nao possua um ou vários deles, ondeos negros indigentes são recebidos, alojados e alimenta-dos, e assistem ás sessões de um culto que age sobre a

Isu-sf miaginação pueril.Naturalmente, a curiosidade do^ jornalistas, curió-

^06 por profissão, foi desperta«da, e oon-seguiram saber o que se passava nesses

lagapes religiosos. No quartel-general,l-eln Harlem, o # «centro|;do imenso refeitório é

ocupado por uma me-sa em fórma «de ferra-dura, à «qual se senta6 "Deuy cercado pe-los seus "anjos"", denomes bizarros: "OBelo Sonho", "Energiaájegie", "Amor e Pa-

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Ufêneia", "Situação...

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f) comum dos mortaistoma lugar em tornodas outras mesas, e arefeição começa e prós- ^segue em meio de um _ _barulho infernal. Em- ~~panturrando-se, os ne-|pros excitam-se e exaltam-se poucoa pouco; uma onda de misticismose propaga, entrando, todos no dia-pasSo religioso dos mais frenéticos. .Ilnsv entoam cânticos oom sua- vo-ízés guturais; outros, no auge do êxtase, ergüem-se dasCadeiras, vociferando.

Terminada a refeição, um jazz aparece no palco er-guido no extremo do salão. Toca hinos religiosos. Poucoa pouco, vai se fazendo silêncio: é o instante tão esperadoem que o "Pai" prenunciará seu sermão, mistura de pre-ceitos socio-religiosos entre-cortados de citações bíblicase cantos. Mas c prestígio do orador é tão grande, o seupoder sobre os ouvintes — muitos dòs quais são brancos'-—> é tal, que o ouvem muitas vezes dura Ate hora?, epouco a pouco, são levados a uma espécie de delírio mis-|içoj a uni estado de entusiasmo que faz de todos esseshomens e de todas essas mulheres seres maleávéis, pron-tos a obedecer ao menor sinal. yWh, -rr ¦ ¦-

Quando, finalmente, o ídolo se cala, começa o des-|í||e dos "escapos", de todos os que Father Divine sal-vou «do pecado, da doença ou da morte, e que vão emprocissão interminável render-lhe graças. . .

O "deus*' e o porteiro do tribunal

Lssa crença é incrementada por coincidências fe-... pelo menos para o deus negro. . Já relatamos

a morte sábiia do Juiz de Long-Island, qne o deus negrofôra "obrigado a castigar".... 0 diretor de um grandejornal de New-York também teye de sofrer os seus ri-gores. Seu jornal inserira uma notícia inexata, preten-diarn os interessados, de um desses banquetes-sermõesde Hadeai. A um pedido de retificação, respondeu com

uma recusa matizada de ironia: na manhã seguinte en-contraram-no morto no leito!

Se os jornalistas têm sua curiosidade, também têma sua a polícia e o fisco. E perguntava-se: de onde pode-na Fathei Divine tirar os seus recurso* ? Levava uma vidade multi-milionário. *: ó a manutenção dos seus larescustava-lhe uns vinte milhões por ano, sem contar a dasua fazenda cooperativa de mil h-ectares, nem a das ga-rages que abrigavam os automóveis de sua propriedadepara o transporte dos fiéis para as^ ceremônias, para osmeclintfs que organizava aqui e ali...

Quanto a êle próprio, sempre vestido com elegânciavivíssima, não sc locomovia senão no seu Rolls, avalia-do em quinhentos mil fran«cos, ou no seu avião, com forçade duzentos cavalos.. .

Uma das casas de automóveis mais conhecidas deLos Angeles recebeu a visita de John Hunt, cognomma-do "John o Revelador", um dos lueares-tenentes de Fa-ther Divine. Após haver examinado longamente os di-ferentes modelos que lhe apresentavam, escolheu um pos-san te car^ de luxe. Apenas -hr explicou ao vendede rassombrado — era-lhe necessária uma catrosseriç es-peciai: dez assentos gemina-dos e um décuno-piimeiroem fórma de trono, colocado ao fundi do carro, forradode veiu do branco e encimado por um dossel de veiu dovermelh). ...

— Se. á — disse êle — o trono do Reencarnaao, queo ocupará quando se locomover.

O vendedor, cada vez maisperplexo, mandou chamar o di-retor da casa. Este, como ho-mem avisado, não quis perdero negócio; aproveitou mesmo aocasião para fazer um pequeno

orçamento de vinte ecinco _mil dólares (épreciso viver 1) para acarrosferie pedida.Quando lho apiet»en-taram» "John o Revê-lador" não pestanejou:

jZp>T a «exemplo do seu pa-k " trão, tirou do bolso,sorridente, um maçode notas de banco eprontiíicon-se a pagaradiantadamente. . .

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ODAG essas extra-vagâncias intriga-vam bastante a

políea. De ende tira-va Father Divine seusrendimentos? Suspeita-va-se Ide que exploras-se os seus a-deptos mui-to crédulos, mas nuncapôde ser pegado por aí.

Tentaram enviar-lhe "donativos anônimos". Recusava-ostodas as vezes, com uma nota que dizia que

"Father

Divine" não aceitava donativo algum *dos homens.Como nao conseguiam apanhá-lo em faita, imagina-

ram armar-lhe uma questão por haver aberto um asilosem autorização. Father Divine foi à' convocação dojuiz no seu luxuoso carro. Custou a rompe* a massacompacta dos seus admirauores, que haviam compa-recido para aclamá-lo freneticamente. Uma vez diantedo juiz, respondeu às acusações formuladas alegandoignorância da lei. A's perguntas relativas aos seus recur-sos, respondeu sorrindo :

— Eu possuo a chave que dá a lique&a sobre estaterra: é o Céu que prove as minhas necessidades.

Foi absolvido, e a imprensa americana fez grandebarulho em torno dessa absolvição, pretendendo que elaera devida unicamente ac medo inspirado ao juiz poresse homenzinho analfabeto que se tomara uma potencia. • j

E' que êle tinha atrás de si todo ura exército dediscípulos e de adeptos fanatisad^s pela sua palavraincoerente e pelos seus escritos.

Apoia dc por essa multidão fanática e exaltada, etambém pelo seu jornal com milhares de exemplares cetiragem, Father Divine sentia-se, na verdade, bastanteforte. Para medir até que ponto os homens políticos dos

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29.• An» — N. 5 — Outubro 1945

Estados-Unidos partilhavam dessa crença, basta lembrarque o prefeito de Ncw-Y.>rk, sr. La Guardiã, nue temreputação de homem honesto e enérgico; julgou"de'seudever ir a um dos banquetes-sermoes do deus negro "paialevar-lhe a segurança, de sua simpatia".

Mas então — dir-se-á — como é que es*e homem tãopodercso e tão temido era procurado pela polícia? Pas-soú-se isto. Em um dos banquetes dados por Father Di-vine no .teatro Paradise, no momento em que os d>k,mil e quinhentos convidados, tomados de um delírio mis-tico, vociferavam salmos e gritavam em coro: "FatherDivine é^ soberbo! E' o nosso Deu<! Paz! A>eküá'']f e queo "Deu*", subindo no palco, se preparava para tomar apalavra, viram surgir a seu lado um homem que lhe es-tendia um papel de côr. E/a um porteirj do tribunalHarry G/een, que levava um mandado de fornecedoresque o "Deus' deixara de pa-gar. . . Diante disto, deu êleum grito estridente. Ouv»n-do-o, a assistência, eletrizada,se atirou literalmente sobre orepresentante da lei aos gritosde: "Um branco ousou baterno nosso Pai! Ou-sou in^uitar o nossoDeus !" Um jorna-lista que se achavano salão foi meiodesanca do; q ua n toao infiliz porteiro,agarrada por cente-nas de mãos, aesa-pareceu no remoínhoda multidão quequeria lincha-To.Quando a polícia,avisada, chegou aolugar, não encon-trou senão um po-bre farrapo humanoque jazia num marde sangue. Moidode paicada, gr.ive-men.e f.rido, malpodia respirar.Transportaram-no

* para o hospital eprenderam algunsnegros. Ma*' o au-tor responsável portodo esse tumulto,Father Divine, con-tinua va a não serencontrado. Foi en-tao que lançarampe!íí T\ S: Fi oapelo I dirigido aospoliciais dos Esta-dos-Unidos, citadono começo destaslinhas. Ao cabo dequaienta e oito ho-rás, encontraram-n)em Milford, no^onnecticut, escon-dido na adega deuma casa que umdos seus discípulosIne dera.

^^ssa vez, ojeu poder sobrena-tur*l foi impotente

um* ^í^gê-lo; preso, foi metido muna enxova comorec ^ar malfeüor, à espera d > momento de compa-lo»

rjí>eran^e os juizes. Uma enorme multidão reuniu-ser^0-111^6 ^a PrisSo e passou a noite a dansar, a entoar«nçoes e a gritar: "Paz! Father Divine! E' maravilhoso".

Of j ' ^s^? ° ^a prirneirO interrogatório no pos-to da polícia, deu provas de sobrançaria imper-for TV i Ve^" A' pergunta habitual feita pelo inspe-Wonglas: "Qual 6 a sua profissão ?"¦—respondeu :

r~ Ueus!e acordo com a lei, as respostas devem ser consig-

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nadas no processo-verbal tais como são dadas. Mas oinspetor não se podia resolver a fazer inscrever uma bla*Sfemia semelhante, e propôs timidamente:Se o senhor não vê inconveniência nisso, en vourflazer inscrever: profissão, pregadorl

. Levado perante o juiz, Father Divine negou ter sidoo instigador do tumulto. Mandaram o processo a uni hsuplemento de inquérito, e come o culpado fez uma cau-çao de dois mil dólares, puseram-no em liberdade pro. &visória. F :"Deus está livre"! Esta notícia, que se espalhou 'como uma nuvem de pó, levantou a população negra fnum verdadeiro delírio. Abraçavam-se eles, chorava!!»!gritavam Ao sair da prisão, foi preciso que a polícia abris- ítse cammho a Father Divine através da multidão que seprecipitava para beijar-llie as mãos. Foi com as maiores

dificuldades que su- -biu para sua limu-tjsine, a qual partiu :a toda velocidadepara Harlem.

Um banque te £pantagruélico,, que ;se seguiu a esse re-gresso, servido nosalão cheio de fisk>-nomias ex táticas, foiuma apoteose. Cek^Sbraram-se as virtu-des do "Deus", can-taram-se salmos,agitaram-se freneti- |camente ao rítmolalucinante de „ um|;jazz, compassadopor batidos de mâoM i

• lüilUma lenda correupor Harlem.

— Sabe, "IrmSf r_f»rw*_ - r hm

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PPGloriosa",— repe--tia por toda partefjuma das suas fer- ]vorosas adoradoras— sabe por que Fa-ther Divine se dei-, <xou prender e en-;}carcerar ? Foi para f |purificar o coraçSodos policiais.

Essa popularida*|;|de crescente inquie-ta tanto mais ttspi51Estados - Unidc^s|j|quanto é sabido

ue uma frase aco-e incessantemente

nos discursos do"Pai3

Eu nã(

— Eu possuo a chave que dá a riqueza — disS2 o negro aos juizes.

nao sou ré-^ |publica no, eu nãosou democrata, tam-bém nao sou comü-nista. . . Mas o par-tido Comunista é ovbom I

Não é em vão J Wque as autoridadesse mostram inquie-tas com as teoriase a influência sem-

"f pre crescente efeFather Divine, não so sobre os negros, como também-sobre os brancos que a êle se chegam aos milhares.

No momento, não parece êle ambicionar outra cousa;;além dessa influência. j

Mas será sempre assim ?E no dia em que tiver atrás de si os doze mi- ,Ihões de negros que povoam os Estados-Unidos, sua i

atual palavra de ordem, que é "Paz"! não se mudaránuma outra, bastante ameaçadora para a grande Re-publica ?

A. Desmorillon..

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32 29.° Ano — N. 5 — Outubro 1945

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COMO E' FÁCILSABER TUDO

m;

PEQUENA, ENCICLO-PEDIA POPULAR

BIOGRAFIA- DE TODOS OS SANTOS E PERSONALIDADES HISTÓRICAS OU LEGENDÁRIAS

MAÇADA. -—Deusa adorada pelos Saxônios e que tem sido iden

fkicada cpm Freija, a Venus escandinava. Magd ou Maedchen sao

tinônimos, e significam virgem.f maças -Re» de Cyrene, morto em 258 A. C. Era filho de um

Jiacédônio chamado Pallas e de Berenice, que desposou em segundas

núpcias Ptolomeu I. Foi incumbido por seu sogro de ocupar a Cyre-

oaica, por morte de Ophelos. Na ascenção de Ptolomeu Philadel-

fcho fez-se proclamar rei e aliou-se com Antiochos Soter, de quemMesposou a filha Apama. Fez reconhecer sua independência, mesmo

pelo Egito, casando sua única filha, Berenice, com Ptolomeu Ever-

fcèta, que deveria assim recuperar a Cyrenaica.MacloriO (São)— .Bispo de Dol, nascido no País de Galles

lior' volta de 525, morto em Jersey em oua, mais ou menos, rnmo?STSão SansSo e de São Maio, foi educado ho convento de Llan Illtyd.

mar cora São Sansão, a quem sucedeu no sólio! Em 555, atravessou ,. rr iepiscopal de Dol; depois, a seguir a vários anos de pontificado, reco-

lheu se à solidão, em Jersey, e viveu em penitência. Suas relíquias

foram levadas para a Bretanha em 849. — Festejado a 24 de Outubro.Magnes — (Mit ;gr.). — Filho de Eolo e de Enereta, herói

epônimo dos Magnetas da Tessália e da A'sia Menor. •Maona-Ubica.—Imperatriz romana, mulher de Maxencio,

lÉte Carus, ou de Carinus, conhecida apenas por medalhas.Magno i, o "Bom" . — Rei da Noruega e da Dinamarca, filho

Ide Olaf o Santo, nascido em 1024, morto em 1047.Educado na Rus-

sia, onde seu pai se refugiara, foi proclamado rei em 1035. Após uma

guerra entra Hardeknut, rei da Dinamarca, foi decidido que o prin-leme- sobrevivente sucederia ao outro. Magno, tornando-se rei daDinamarca (1042), abafou uma invasão de Vendes (1043) e morreu

j»üma expedição contra Sven, sobrinho de Knut o Grande, a quem^confiara a administração do país. — Magno II, rei da Noruega,

morto em 1069, sucedeu a seu pai Harald III, em 1067, partilhou o

governo vom seu irmão Olaf Kyrre, ficando com a parte norte doreino.—Jfagno IU, cognominado Barjoi ("Pés nús"), rei da No-ruega, nascido em 1073, morto em 1103. Sucedeu em 1093 aaeu pai Olaf Kyrre. Conquistou as Orçadas, as Hebridas, ailha de Man, desembarcou na Irlanda, mas foi morto na suaviagem de volta. — Magno IV, cognominado Blir.d: (o "Cá-

go")» rei da Noruega, nascido eín 1115, morto em 1139. Sucedeu1:à seu pai, Sigurd I, em 1130, tev; de parilhar o poder com Ha-

raid Gille. Este, expulso, voltou da Dinamarca, apoderou-se del;Magno, vasou-lhe os olhos, encerrou-o no convento de Nidarholm

(1135). Harald foi vencido e morto por Sigurd Slembe e Magno re-^tirado do convento, porém morto num combate naval travado com|o'filho de Harald. — Magno V, rei da Noruega, morto em 1143.lÉra filho de Harald IV. Proclamado por uma facção em lugar de

liéus irmãos Ingond e Sigurd, morreu quase logo.— Magno VI, rei|fda: Noruega, nascido em 1156, morto em Fimreite em 1184. Pro-idamado rei com a idade de cinco anos,, sob a regência de seu pai Er-fetig Skakke, foi coroado em 1164 em Bergen. Atacado pelo partido$£&% Birkebenar, venceu-os, porém morto seu pai perto de Drontheim¥(1179), batido êle próprio (1180), teve de fugir para a Dinamarca.

Reuniu aí um exercito, recomeçou a luta e foi morto no combate deFimreite. —Magno VII, o Lagabote (o "Legislador"), rei da Norueganascido em 1238, morto em 1280. Reconhecido rei desde 1261, su-cedeu, em 1263, a seu pai Hakon. Fixou o principio da hereditariedadedò trono .'•'..

Magno i, cognomnado Ladulos (Fechadura das granjas) porcausa das suas leis contra os ladrões, rei da Suécia, nascido em 1240,morto em Visingsoe em 1290. Segundo filho do conde Berger, rece-Deu em vida do pai o governo do Sudermanland. Bateu em Hofra¦(1575) seu irmão Valdemar, destronou-o e fez-se coroar rei em Upsal'(1276). Impôs no seu reino uma policia severa e fe? da Suécia o maispoderoso dos reinos escandinavos.

MaGNO Eriksson, cognominado Smek, rei da Suécia e da No-.Uruega, neto de Magno Ladulos, nascido em 1316, morto em 1374.

•Fói com a idade de três anos proclamado rei da Noruega e da Sué-.,,cia, unidas pela primeira vez (1319);sua mãe e um favorito estranho

^governaram primeiramente; depois foram afastados. A paz de Note-borg foi assinada com a republica de Novgorod (1323) . Magno com-

Méba A Dinamarca a Scania (1332), mas teve de reconhecer seu filhoLffiJÉJipòú k Dinamarca a Scania (1332),IlHakon como rei da Noruega (1343) e abandonou a seu filho mais

51ll^eího, Erik, a Suécia meridional (1356-1369), e perdeu a Scania, aIf^leckingia e-o Halland, conquistados por Valdemar da Dinamarca

1"'(1360) . Traído pelaos grandes, aliou-se contra eles com Hakon e Vai-íSdémar, mas não pôde impedir que Albert de Mecklembourg se apo-

' derasse de Estocolmo, nem deixar de proclamar rei seu filho"Alberto6 Moço (1364). Magno e seus aliados lutaram contra os alemães;ò primeiro foi aprisionado em Enkopirg (1365) e os grandes nego-ciaram uma paz que passava a coroa a Alberto (1371). Magno reh-rou-se para a Noruega e morreu num naufrágio.

MakA-Brah>'Â ("Grande Brahma"). — Título que os budis-tas deram ao maior dos seus deuses quando metamorfosearam osnomes dos deuses pessoais: Brahma, Indra, Yama, Mâra, etc, emdesignações de categorias de seres divinas, porém mortais e aindaSubmetidos à obrigação fatal do renascimento.

Mahadevi ("Grande Deusa") — Uma das çaktur ou deusasesposas de Çiva, cuja energia destruidora personificam.

Mahomet. —Fôrma ocidental do nome do fundador da re-ligião muçulmana (em árabe, Mohammcd, "o Louvado", partici-pio da segunda forma do verbo hamada), nascido na Meca em 571,morto cm Medina em Junho de 632. Pretendia pertencer à tribudos Koraishitas, uma das mais importantes da Arábia, e que, comotodas as tribus árabes, se ligava por uma série de genealogias mai»ou menos fictícias a Ismael, filho de Abrahão. Sua família exerceraos maiores cargos religiosos e políticos na Meca, mas achava-se entãoquase arruinada. O pai de Mahomet, Abd-AHah, que fazia o comer-cio mediante caravanas com a Síria, morreu por volta de 57'J, dei-xando sua mulher, Anima, grávida de um filho, que foi Mahomet;a própria Amina morreu pouco tempo depois e foi Abd-el-Mottallebpai de Abd-AHah, quem se encarregou de educar Mahomet. Não tinhaeste último como herança senão cinco camelos e uma escrava ctíope.Por morte de Abd-el-Mottalleb, Mahomet foi recolhido por seu tioAbou-Taleb que, como Abd-AHah, fazia o comércio com a Síria.Tinha Mahomet treze anos quando Abou-Taleb o levou peja pri-meira vez na sua caravana. No decurso de uma das suas viagensà Síria, Abou-Tal^b deixou o sobrinho durante algumas semanasno retiro de um morge cristão chamado Bahira. Foi aí que o futuroprofeta adquiriu algumas noções do cristianismo.

Entretanto, Mahomet acompanhara o tio, que comandava oexército da Meca, numa guerra contra algumas tribus viíinhas doterritório da cidade santa. Deixou o serviço de Abou-Taleb paratomar a direção do comercio de uma rica viuva da Meca, Khadidja

que, seduzida pelas suas qualidades, o desposou, embora cie tivesseapenas vinte e cinco anos, quando estava ela perto de chegar aos qua-renta. Mahomet, senhor de uma grande fortuna, socorreu larga-mente os que o haviam ajudado, e em partitular seu tio Abou-Taleb.Teve oito filhos de Khadidja, quatro filhas e quatro varões; morre-ram estes últimos todos em tenra idade. O Profeta, posto em rela-

ções com os primeiros cidadãos da Meca, e com os que não partilha-vam das crenças idolatras de seus compatriotas, julgou-se sem dú-vida chamado a restaurar na Arábia a religião roonoteista, que osárabes supunham ter sido a de Abrahão; é igualmente possivel queMahomet tenha sido simplesmente um extático, como sempre forano Oriente. Por volta dos quarenta anos, teve sua primeira revelação:o anjo Gabriel apareceu-lhe numa caverna a que gostava de se reco-her e, anunciando-lhe sua missão, revelpu-lhe os seis primeiros ver-sículos da 96.» surata do Corão.

A missão de Mahomet foi imediatamente aceita por Khadna,

por Ali, filho de Abou-Taleb, que Mahomet Mahomet recolhera,

por Abou-Bekr e por Osman; o Profeta lhes deu o nome de mousltm—"que confia em Deus" —, de que se fez por intermédio do pluralpersa, musulman. Os árabes presos ao seu politeiemo idolatra, vi-ram com maus olhos a revolução tentada por Mahomet, e as conversões foram a princípio raras; as mais importantes foram as de seutio Hamza e de Ornar. Em 621, a cidade de Medina, a mais importante da peninsula depois da Meca, converteu-se espontanemaenteao islamismo, e Mahomet, que perdera sua primeira esposa na Meca,assim como seus filhos, resolveu ficar aí recolhido; no mês de setem-bro de 622, o Profeta deixou a Meca, seguido de seus compatriotas.e. após penosa viagem, chegou a Medina, onde foi recebido em triunfo.E' essafu.flx que os muçulmanos chamam hidjret, de que se fez hegwa.

A luta estava aberta entre a Meca e Medina; tonto mais queMahomet, não se contendo tanto mais em pretender restaurar o monoteia mo, pretendia-se enviado por seu deus Allah para ser o chefe espi-ritual de todos os nomei.s. Em março de 624, Mahomet atacou edesfez em Bedr uma grande caravana de Meca, e esse ato de pilhagemfoi pago um ano depois (marce^—625) com a derrota de Ohod, na qualos de Meca fizeram em pedaços o seu exército: mas, em 627, tendotido êxito uma expedição às fronteiras da Sírio, deu esse sucesso cora-

gem às tropas de Mahomet, que puderam resistir a um ataque dos• Koraishitas contra Medina; em 628; foi concluída uma trégua entre

os beligerantes, e ficou convencionado que os muçulmanos poderiamir em peregrinação à Meca. Em' 629, Mahomet submeteu os judeusde Khaibar e escapou de ser envenenado por Zeinab, irmã de seuchefe Safiya. Durante esse tempo, os generais muçulmanos haviamdominado quase toda a Arábia, e Mahomet resolveu empreender a

conquista do Egito, do império grego e da Pérsia. Em 630, apoderou-se de Meca, onde fez destruir todos os ídolos; no ano seguinte assi st su

à submissão das últimas tribus árabes rebeldes e a uma série de vitó-rias sobre os gregos, perto da fronteira síria. Foi ao regressar de uma

peregrinação à Meca que Mahomet foi assaltado por uma febre vio-

lenta, que o levou ao túmulo em quinze dias. Além de Khadidja,desposara o Profeta quatorze mulheres, cujas principais foram Ma-ria a Copta e a filha do chefe judeu de Khaibar; não deixava filhos, e

foram os filhos de Fátima, sua filha, que casara com Ali, que, apôso reinado dos quatro califas ortodoxos, reclamaram a soberania.

Mahomet I. — Sultão dos turcos, nascido em Í387, mor-to em 1421. Era o mais moço dos filhos de Bayezid llderim: conse-guiu salvar-se após a batalha de Ancyra (1402) e instalou-se em Ama-sia, enquanto seus dois irmãos, Soleiman e Isa, se declaravam inde-

pendentes em Andrinopla e em Brousse. Mahomet I conseguiu, en-tretanto, vencê-los e foi, em 1413, reconhecido como sultão^em toa Turquia. Protegeu os sábios e os letrados e terminou a grande mes-

quita de Andrinopla.

-V. -ÍaI.

29." Ano

Emb

A SEGUNDAHIPOTECA

sonho de um usurarioPOR J. ECHEGARAY

( O indigne autor de «O Grão-Çaieão" nos descreve, a<fu*usn clássico aparento, com^ação e colorido originais)

ora Orório Redondo, usurario de profissão,nao fosse dado a sonhar, porque não gostava da mentirae jamais lLlcro que obtivéra sonhando surgira em formade miro em suas arcas, uma noite sonhou o sonho maisdispprafarlo que, sob a forma de conto, vamos relatar.

Sonhou oue levantara cedo, segundo seu costume,pois e**a grande madrugador, considerando que o tempoipcoprU na cama era tempo perdido, que nenhum lucroprnTv-.*-.<-*í^n?>va.

T «-.-.o-nfon-ce cedo, — como dissemos — e foi à re-p.ife.ívá rU "nta de suas vítimas; isto é: de um de seusdevo-Ui^c; N^y, 0 encontrou, porém. E, sendo dia devpnr*ÍT»OT>+o, ro<jo|veu "caçar" o mísero, que, sem duvida,nam ^>~íf de Osório Redondo, saíra de casa com a pri-rneiVi ]*¦,„ r\^ c/~j

mvrr^r.tando e tornando a perguntar e arrancando<v>n> frt^a,^c e crtVn pinças a verdade da empregada queaKr»Va a n^rta. soube oue seu devedor, Lourenço Pedre-

j^T* ?»^à na^a a igreja, a ouvir missa e sermão. Para

^i-a eY+nanha—ou antes, coi^a natural — aoent"Pf nA iore^a nenhum pobre lhe pediu esmola.

Entpu com aoarencias de grande piedade —- que1880 a nineuem prejudica, nem sequer a um usurario —e serviu-se de água benta, pois sempre se servia do quee.ra dado de graça. Mas não se ajoelhou, nem se per-?/?"0/' Rara os que o vissem não dizerem entre dentes:

Atrá da Cruz... o Diabo"...rrocurou, com olhar ansioso, por todos os recantosa nave; embora visse alguns devedores, não viu, justa-ente, o que catava e com os outros nada tinha que vêr

*Vr enn' anto, porque não chegara para eles. a hora doPagamento. aa- a

8e ^ão ^ve mais remédio senão esperar e fazer como

den!/VlSSe' realmente, a missa e o sermão, que, poucoaeP°^ começava.°uvi 1 pa*avras do sacerdote chegavam confusas a seus

|juei|Sj*na verdade não prestava grande atenção ao

a oizendo o orador sacro. .ua v*sta se fixava no altar-mór, que era todo bri-

lha nte de ouro. Cal-culava, mentalmente,quanto poderia valer

aquela massa brilhante, se fossemde macissos metais de lei todosos adornos do altar.

De repente, chegaram a seusouvidos, de uma maneira clara,estas palavras do sacerdote: "Deusdá cento por um". . .

E êle, maquinalmente. começoua refletir: "Deus dá cento porum. . . Cento por um! Bonito ne-gócio. . . Belo lucro. . . Quem po-deria emprestar a Nosso Senhor?

E de tal modo se a ferrou àidéia, que em nenhuma outra coisapensava, nem se dava conta dequanto o rodeava. Chegou, até, aesquecer sua vítima I

A frase sublime do orador sa-cro ressoava em seus ouvidos como alegre tlin, Uin. das moedas deprata e de ouro. E todo o espaçose encheu de letreiros que eramoutros tantos anúncios : Precisa-sede dinheiro. . . a cento por umi

Esqueceu completamente o assunto principal; isso,ali^<*. não era coisa extranha,;pois devemos considerar que0 ó i.a Redondo. . sonhava! Se estivesse desperto naoteria tao inqualificável esquecimento. . . Porém, entreas néyoas do sonho mais inverossímil sucede assim e omais fantástico toma contornos e solidez de realidade.

Assim, o usurario saiu do templo; desta vez, porém,se deteve diante dos pobres, pensando que quem dâ aospobres empresta a Deus e que Deus. . . devolve o centopor um] Imediatamente tirou do bolso um tostão paradar a uma cega, que tinha a mão estendida. «Mas logodeteve-se, pois pensou que, se desse um tostão (era cia-ríssimo), Deus !he devolveria. . . cem tostões ou 10 cru-zeiros. Mas, caso desse à pobre cega 1 cruzeiro, Deuslhe devolveria cem cruzeiros. . . ou o sacerdote faltaraindignamente com a Verdade.

Então tirou do bolso um cruzeiro, depois — é claro —de tornar a guardar o tostão. Mas, realmente, desfazer-se,assim, de um cruzeiro, parecia-lhe ação temerária. Sim....Era preciso refletir, primeiro... Por quanto tempo tar-daria Deus em cumprir a promessa do sacerdote?

E, quando ressoou em seu cérebro a palavra "tem-

po", ficou assombrado com a própria tolice e falta deprevidência.

O contrato que lhe fora proposto era um contratocapeioso, absurdo, insensato. E o usurario sentiu ver-gonha de si mesmo. E como lhe restara ainda algum sanguenas veias, apesar do sonho, corou.

Deus dá cento por um. . . Mas a que prazo ?Dá cento por um ao ano ? Isso seria negócio ruinoso

e o Creado r teria simplesmente prejudicado o presta-

Dá cento por um ao mes : Isso, sim, ;á era um bomnegócio. Porém desses o usurario fizera muitos, sem ne-cessidade de recorrer a seu Deus. Quantos velhos, )6fvens, mulheres lhe tinham dado, em mais de uma oca-sião/outro tanto de lucro? f %

Ou seria que esse cento por um so viesse a ser pagoao fim de dez" ou de quinze, de vinte ou de cinqüentaanos ? — que éra o qüe pensava viver Osório Redondo

— N. 5 — Outubro 1945 33 jÊ3S§23&

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W».^_>c_>— Isto é: o cento por um só seria pago na hora damorte? Oh] Mas não era possivel. Isso seria a suaruina, um escarneo, um verdadeiro roubo!

Com essas reflexões, Osório Redondo tornou a guar-dar o cruzeiro no fundo do bolso. Depois, murmurandoentre seus negros dentes palavras de receio e desconfiança,tornou a entrar no templo e, imóvel, encostado a umacoluna, irritado consigo mesmo por tao grande leyian-dade e com o sacerdote, que maliciosamente quiserasurpreendê-lo, esperou que o sermão terminasse e, quandoo padre desceu do púlpito, atrás dele seguiu até a sacristia.

• Continuando seu estrambótico sonho, sonhou quese dirigia ao padre, fazendo esta pergunta:

Disse o senhor que-Deus dá... cento por um?Realmente, meu filho. Deus dá cento por um!0'timo. Mas... a que prazo? Ao fim da...

Eternidade? A' hora da morte? Ao fim do ano? E' juromensal ou por cada minuto, cada segundo? O senhorsabe... E' preciso esclarecer, pois, ao contrário, nãoassino contrato.

E o sacerdote do sonho de Of6rio Redondo respondeu:Para Deus o tempo não existe; a Eternidade é

um instante!De modo — replicou o usurário abrindo muito

os olhos e com vontade de engulir o universo — que ocento por um é. . . em cada instante?

Sem dúvida alguma /?E não haverá inconveniente em se aplicar juros...

acumulados?Não vejo nenhum inconveniente... — replicou

o padre em tom divertido.Pois, ne_?ório fechado!

E já saía Osório Redondo, quando foi assaltado porum receio."Grande. lucro me oferecem, porém dos grandes lu-cros a experiência me ensinou que devo desconfiar. Omais prudente será que me garantam esse cento por umpor meio de uma boa hipoteca" — pensou.

Com esse raciocínio voltou para junto do sacerdote,.!que o recebeu sem smãis de impaciência; porque, so-nhando, acontecem essas coisas e outras mais. . . E quandoum personagem fantástico dá para ser paciente, não hamodo de impacientá-lo.

O usurário expôs sua nova exigência e o padre re-plicou:;'' -^-Meií filho. Acho muito justo o que pedes e podereidar-te, em hipoteca, um pedaço do céu.

Valerá muito ? —perguntou o usurário que, nessaclasse de prendas, não era muito forte.

Não tem preço, meu filho.Isso tenho ouvido dizer... y'Mas não quero enganar-te.. . Só poderei dar-te

uma segunda hipoteca. _ .

34 29.° Ano — N. 5 — Outubro 1945

Quem tem a primeira? — perguntou O.órioRedondo, num grito de suprema angústia, pois terniaque a presa lhe escapasse entre os dedos.

Algumas pobres mulheres e uns pobres homensalém de algumas creanças. . .

Oh! Temos menores? — exclamou o prestamistacom desconfiança, calculando algum estorvo com asleis proletárias.Assim parece.E. . . quanto deram ?

Nada, meu filho. Nada. ^ Apenas algumas lágri-mas, alguns suspiros, muita resignação, muita misériae muita fé em Deus. . .

Pouca coisa. Facilmente levantaremos essa hi-potéca. Como não mediaram ouro, prata ou prédios,do resto eu me encarregarei.

Pois fechemos ne^óio...E, ali mesmo, sem sair da Igreja, sobre um altar,

assinou o contrato.A partir de então o sonho de O. óio Redondo co*

meçou a se trans-formar em peiíadelo.Foi a casa e dela trouxe caminhões carregados de

ouro e prata. Aos punhados, foi deitando tudo na maosempre estendida da cega.

Depois, sobre as névoas do sonho, começamm a cairno próprio sonho borrões de sombra; e, sem saber como,passou muito tempo; a seguir O ó io Redondo sonhouque tinha morrido e que subia ao céu para reclamar suadívida. Porém, no céu, aguardavam-no grandes desen-ganos. Assim foi que, quando reclamou por sua segundahipoteca, a primeira foi apresentada e foi verificada que,com o pedaço de céu hipotecado não havia ainda o su-ficiente para pagar as lágrimas e as dores, a resignaçãoe a fé daquela pobre gente, justamente aquela que OsórioRedondo despresára e que eram, ainda, exatamente, asvítimas de sua desenfreada usura.

Aqui o desespero de Oió^io foi infinito; retorceu-sede raiva, como um condenado; blasfemou com todas asblasfêmias do inferno; chamou de ladra e falsa toda acorte celestial e saiu, como louco, procurando um advo-gado, pedindo aos gritos o embargo de todas as esferascelestes e até mesmo o trono de Deus.

E' claro que nãp encontrou nenhum advogado...Porém encontrou o diabo em pessoa, que o vinha buscar;e, tomando-o por oficial de justiça, agarrou-o pelos chi-fres e pelo rabo e, a v*va força, quis arrastá-lo para asportas do céu.

'*.

Aos gritos afogados, roncos horríveis do miserável,acudiu a criada e o encontrou revolvendo-se na cama,abraçado à almofada e nela cravando seus dedos magros.

Despertou enf m e ainda repetia :— Fui ro b-d 1 Fra uma sepunda hipoteca!

U3 sapos formam,na Primavera,grandes colôniasviajantes, que sãogeralmente vitimasdas pessoas igno-rantes. Reunem-separa a reprodução,num só e grandecharco, na. épocada postura, per-correndo então até7 quilômetros deextensão.

Nova porteira para curral — Eis um novoe engenhoso processo de porteira para curral,que afasta a velha e pouco prática trave demadeira, que incessntemente tem que ser re-tirada e reposta. Com a disposição das travesverticais, qualquer petsoa poderá entrar e sairdo curral, que estará, entretanto, sempre fe-ehado para os animais.

A mortalidade éduasy vezes e meiamaior nos Trópicosdo que em toda aEuropa, segundo oscálculos de um es-tatistíco holandês.E' claro, trata-seda mortalidade na-iural, porque se for-mos computar asguerras. . .

lll ffl Fbb1í_____Z-n íi§§!S_s5^_ Ut&wgwitxqpwSBlF _x^TB flfl/ 1 lí 1^^^^fe^.V4?iyç^gá|^*1^^ ¦ Wm ¦____. i^^-_-_-^jkV'T"S¦¦$£jj^^^ ___^fl fl flU !______

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muPara evitar o entupimento das "calhas .

São constantes as dores de cabeça provocaa^pelo entupimento das calhas, que corremlongo do bordo'dos telhados. Isso ocorre commais freqüência quando grandes árvores ceveos telhados ou debruçam seus galhos ^yy.mesmos. . Um pequeno depósito-recolhedor,mo o que indica o clichê acima, ev,tara|LaS.entupimento, facilitando a limpeza das ca >

que poderá ser feita com mais constância,grande trabalho e sem despeza.

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EDUARDO GOME SCandidato da União Democrática Nacional á Presidência da República.

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NAO EBELEZA!

QUE É BELEZA-DE-MÁSCARA ? É essa falsa aparência de belezaconseguida com os recursos de um "maquillage" excessivo,com o fim de ocultar ou disfarçar imperfeições da cútis. Alémde artificial e efêmera, essa ;<Beleza-de-Máscara" constituiperigo para a vital respiração da pele.

PARA EVITÁ-LA, NÂO OCULTE, NÃO DISFARCE!CORRIJA AS IMPERFEIÇÕES COM LEITE DE COLÔNIA!É inadiável que, neste momento,você consulte seu espelho... Mas,não para um colóquio superficial!Não! Mire-se nele como quemprocura a verdade! E, se imperfei-ções aparecerem, você só tem doiscaminhos-o errado e o certo! Oerrado é cair no perigo da "Beleza-

de-Másc^ra", pretendendo ocultar

ou disfarçar rugas, sardas, cravos,espinhas e manchas. O certo é se-guir este método fácil, simplese prático-corrigir as imperfeições,eliminando-as. O certo, é recorrerao Leite de Colônia, que limpa,alveja e amacia a pele, tornando-asuave, aveludada e dando-lhe umabeleza real!

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29.r Ano — N. 5 — Outubro 1945

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Romance de Os três faróis verdes£{/~\ senhor exagera, almirante, e, em verdade••II cu não posso... ¦

%/. — Eu não exagero nada, comandante;sem o senhor, perderia os meus dois navios. A esta horaem que lhe estou f lando, estariam por aí, em algumaparte nas paragens da ilha de Hoste, a cinquenta°bra-ças de profundidade-, rolados pelas correntes e contra-correntes, despedaçados pelos rcchedos.

0 almirante Herrera calou-se, mas ficcu vibrando.Sua fisionomia curtida de homem do mar exprimia umaangústia retrospectiva.

0 sena lor Aguirre aprovou com a cabeça.— Associo-me ^ sem reserva, comandante, às pala-

vras do nosso almirante, não só em meu nome pessoal,mas em nome do meu governo. Ao regressar a Santiago,'estarei com o presidente^ Hernrndez e não tenho dú--vidas de que Sua Excelência telegrafará ao seu minis-tro da marinha para diz :r-lhe o oue o Chile lhe devepessoalmente e deve, de modo indireto, à França.

0 comandante Etchegaray fez um gesto de cria- .tura desanimada que nao pode dc\er a torrente de cum-primentos com que a cumulam e, é f >rçoso confessartambem, um gesto de criatura satisfeita.

Era no gabinete de trabalho do almirante Herrera,a bordo do Capalaz, navio capitania da marinha chi-lena ancorado nesse momento com o seu navio de cen-serva, o Arguar, na baía de Punta-Arenas. Os três ho-mens estavam sentados em poltronas inglesas de couroescuro, em volta cie uma mesa de carvalho onde o cháera servido. Serviço à inglesa. O gabinete de trabalhodo almirante, com seus severos forros de madeiras, evo-cava o eos to briâni:o.

Ao lado do senador Aguirre, velhinho de setentae emeo anos, magro e fraco, o almirante Herrera osten-tava sua estatura sólida de homem que acabava de tocaros sessenta.

0 comandante Etchegaray, basco de França, commais precLão de Saint-Jean de Luz, tinha no máximotrinta e cinco anos. Três galões de ouro brilhavam nassuas dragonas azuis. O senador Aguirre continuou:

Em resumo, meu caro almirante, sem o nossojovem amigo — êle me permilirá que o chame assim—os seus navios estariam perdidos.

0 senhor vai avaliar — replicou o almirante,bastante loquaz por natureza e capaz de recomeçarvarias vezes a mesma narrativa. Seguindo as instruçõesdo meu goverm<r, eu realizava manobras ao sul do cabonorn. Tratava-se de ex-perimentar as# máquinas _^v_ HISTORIA SEaos meus dois barcos,dois navios novos, se-nhor Etchegaray, d.iscruzadores soberbos, co-mo o senhor pode vêr,construídos, de resto/Pelos seus estaleiros,Porque os senhores, fran-^S; que se caluniam«o facilmente, se es-quecem de dizer quequando querem fazer^siorço sao os primeirosconstrutores marít.mosf mundo. Portanto,ps. esplêndidas unida-p*W combate, de vin-* mü toneladas cadauma.

~~~. Sabemos bemquanto nos custaram —dls*e o senador.

,, i """"OM meu caro se-nador— rpsnn iai • iei>POndeu o«mu rante Mã^ •

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do se quer cousa boa e sólida é preciso pagá-la. Pois bem;esses dois cruzadores nos custaram caro, mas, com ex-ceçao da marinha dos Estados Unidos, não há no NovoíYIuncto dois barcos que se lhes comparem. Com duasunidades desse porte, estou tranquilo. "Se queres a

paz, prepara a guerra". Meu caro comandante, tantomais tranqüilo ficará o governo de Santiago quantomais se souber capaz- de fazer respeitar seus direitos.U senador interrompeu-ó com um gesto:Mas não compreendi bem como o senhor pôde,estando ao sul do cabo Horn...A cousa é muito simples. Não havia ainda qua-renta e oito horas que eu estava lá, e o tempo tornou-semedonho Os meus instrumentos prediziam uma tem-pestade. O vento saltou do sul, das profundesas dopolo oesencadeaya-se borrasca sobre borrasca, uma rajadaterrível como dizemos entre marinheiros. O senhor nSoapanhou um pouco do tempo, comandante?Ohl eu —respondeu o jovem oficial francês —estava quase tranqüilo: pusera o meu barco em segu-rança ao norte da ilha de Hoste porque, com unia tem-pestade daquel is, n ima casca de noz como estava, eacrescentarei numa velha casca de noz, estaria perdido.'U senador Aguirre, o mais nervoso dos homens,tez um gesto de impaciência. Ainda que o almirantelhe contasse as linhas gerais do acontecimento, achavaque estavam demorando os pormenores.Don Esteban Herrera prosseguiu: —-.^

~^tda Íe fal£0 amor-próprio. Não sou obstinado.

£ugi diafíte do tempo a pequeno vapor, conservandobastante velocidade para governar e subir nos vagalhõesEsperava poder passar a bombordo da ilha de Hosteonde ha um canal perfeitamente conhecido; mas umacorrente terrível e vagas monstruosas (tinham perto dedoze metros de altura) repeliram-me para boreste Eraimpossível lutar, dou-lhes a minha palavra de marinheiro.Meti-me em um dos canais menos conhecidos; veiam'a minha^ posição: mar desfeito, tempo sombrio e nevoento,eram tres horas da tarde; nesse momento trágico, resolvi

pedir conselho a meu estado-maior; e um oficial res-pondeu:

"O senhor é o único responsável, almirante, sóo senhor pode dar ordens, e nós as executaremos sejamquais forem .

O senador Aguirre deu um ligeiro grunhidoChamo a isto pôr sua responsabilidade no seguro -Que pensa, comandante ?

O jovem oficial francês sorriu e respondeu num es-p a n h c 1 extrema mente

M PALAVRAS -o— puro — a conversa de-senrolava-se nessa lin-gua :

—;0s usos de cadamarinha são diferentes^senhor senador; não te-nho, pois, opinião aemitir.

— Deixem-me conti-0nuar — acentuou o almi-rante. . . Dois canaisabriam-se diante demim, mal conhecidos,tanto, um como outro:dei a .rota para o canalde bombordo. Ora, oque eu ignorava é quenc canal de bombordoiria encontrar agulhasrochosas não assinala-das nas cartas até ago-ra e sobre as quais medespedaçaria. Felízmen-te a minha boa sortequis que algumas sema*-nas antes o comandanteEtchegaray, em missãohidrográf ca com o avisofrancês Alcyon, tivesse,pelo mais puro acaso,

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sondado essse canal e levantado a respectiva carta. Ocomandante lá estava, no ancoradouro, com seu avisoabrigado por trás de altas rochas. Viu-me quando euia meter os meus dois cruzadores em má direção; foientão, comandante, que o senhor procurou fazer-me sinais.

Etchegaray entrou na narrativa:Não era possível fazer sLiiais com pavi1hão; «v.r-

que o senhor nao perceberia; quanto ao meu T. $. F.era impossivel utilizá-lo por duas razoes: nao tinha acerteza de que o senhor colhesse imediatamente o meusinal e, além disso, estávamos, o senhor se recordi. al-mirante, em plena tempestade, a tensão elétrica era talque, por motivos ainda mal conhecidos do meu oficialespecialista, o meu aparelho funcionava mal. Penseique erà mais simples e mais rápido ir ao seu Bordo.

O almirante voltou-se para o senador:O comandante diz-lhe isso tudo com a maior

simplicidade: "ir ao seu bordo". Saiu na sua baleeira \com um mar encapelado e chegou até onde estávamos.por milagre; nao sabendo km o que queria êle, foi-lhe atirado um cabo, pelo qual se içou para bordo,enquanto a sua baleeira corria para abrigar-se ao lon-go da costa. Chegando à coberta, precipitou-se pelopassadiço, atirou-se, por assim dizer, aos aparelhos detransmissão e fez o navio manobrar no momento pre-ciso. Uma hora depois, comandante, graças ao se-nhor, os meus dois cruzadores estavam salvos, a nossamarinha nao perdia as suas duas mais belas unidadesde combate, sem contar as onze ou doze centenas dehomens de equipagem que teríamos deixado ao aban-dono. ' *¦ .

Inclusive o senhor, estou vendo — interrompeuo senador Aguirre — porque o senhor ficaria com o seunavío-**capitânia.

Seria o meu dever elementar — respondeu oalmirante com dignidade. Tenho, pois, o direito —'continuou, dirigindo-se .'ao senador — de pedir ao go-Verno que agradeça oficialmente ao meu jovem cama-rada e que assinale esse áto admirável de dedicação aoAlmirantado francês.

Raimundo Etchegaray protestou por delicadeza;no fundo, sentia-se encantado, como é normal. Houveum silêncio e em alguns minutos o oficial deu um g!rosobre si mesmo.. Via-sé criança em Saint-Jean-de-Luz,na casa de seu pai, modesto professor primário, homemdigno, instruído, inteligente, consagrando todo seu temp »aos alunos, considerando sua tarefa como uma espe: i3de apostolíido. Ele, desde a infância, tivera paixão pelomar; nao era basco em vão. Sentia nas veias o sanguedessa raça ardente e misteriosa. Quem sao esses bas-

; cos? De onde vêm? dos maláios, dos ' fineses, dos ja-poneses? Falam uma língua estranha que não se prendea nenhum idioma conhecido. Diz-se que o diabo levousete anos aprendendo-a, sem conseguir; o basco, é pre-ciso sabê-lo desde a infância ou não se meter com êle.Gohta-se — e que é que não se conta ? — que os ma-rinheiros bascos, quando tiram tempo na marinha deguerra francesa ou servem no comércio, se por acasofazem escala no Japão, chegam a. apanhar algumas pa-lavras da lingua japonesa e a fazer-se compreender.Grandes batedores de oceanos, esses bascos. PossiVel-mente, descobriram a América antes de Cristóvão Co-lombo e passaram do Atlântico ao Pacífico antes de Ma-galhães. Raimundo, criança, sabia tudo isso, lia as ve-lhas lendas, entusiasmava-se com os altos feitos dos

^da sua raça. Diante dele o Oceano, imenso e semprevivo, o Oceano, acarciador conio uma 'mulher ou fer-m ida vel como úm Titã, fazia passar e repassar aos seusolhos suas cóleras pavorosas ou seus prestígios tenta-dores. Seria marinheiro. , Mas éra uma cousa terrivelentrar para a Escola naval. Partilha ela com a Politéc-nica e Saint-Cyr o desagradável privilégio de ser difi-cilmente aborda vel; oito oú dez candidates para cadalugar; para vencer num concurso desses, o trabalho ea inteligência não bastam, é preciso sorte. A serte foisempre contrária a Raimundo. Como, entretanto, setivesse preparado com cuidado no liceu de Bayonne,com que energia selvagem trabalhara! Mas que podemo trabalho, a inteligência e a energia contra o Destino?Üm erro num cálculo logarítmico, um disparate na ver-são de inglês, e lá se foram os esforçosl Era moço ainda:dezoito anos. Mas jurara ser oficial de marinha e se-lo-ia; engajou-se como simples marinheiro; vida duraa sua, no meio daqueles marinheiros bretões, gente boa,não havia dúvida, firmes no posto em qualquer situação,

mas de costumes uides e pouco civil.zados; entre man-nhéiros pro vençais, os "mc-civ", como sao chamadosmenos rebarbativos talvez que o- hretõcs, mas que Ra,-mundo sentia ii\o longe de si no intervalo que separaa raiz latina da misteriosa raça basca. Não importava*:porria atras do seu ideal como Um cavai) de corridascorre atra:- de um prêmio.

Passou pelas funções d 't finvneiro, depois pelam_ístrança; conseguiu, por fim, após quatro anos, trans-pôr aquela porta à qual batera á princípio; foi oficialde marinha, mas com que atras»: E depor-, no fim (iCcontas, saía da mestrança o aos olhos de alguns grandeschefes — não todos, certamente, mas um grande número— as origens de um oficial seguem-no durante toda acarreira -

Raimundo estava nÊsse ponto do sonho quando,respondendo ao senador Aguirre. d sse-lhe como o Cm-verno francês resolvera, após acordo internacional,refazer a carta marítima das paragens do estreito deMagalhães e o mandara fazer as sondagens.

Deram-me ~? disse — um navio velho, o Álçyon,sem valor militar; se se perder, a nossa marinha nao sesentirá por isso. Apenas esse navio é verdadeiramentemuito velho e muito pouco sólido, e receio semp.-c algumacidente ao qual não possa dar remédio. Assim, nuncadeixei de chamar a atenção do ministro da Marinhaquanto à situação do Alcyon.

E que lhe responde Sua Excelência? — inteiro-gou o ar. Aguirre, sempre protocolar.

O ministro respohde-me que não tem outro nav.oa dar-me. De resto, meus trabalho.* estão quase ter-minados e eu iá teria regressado ?i França se não fossea insistência ae um sábio ictíçlogo que tenho a honrade levar a bordo e cujos trabalhos não estão concluídos

Ah! sim — disse o almirante — é aquele anciãoque vi no passadiço do Alciion. Pareceu-me bem poucosócia vel.

Está enganado, almirante. 0 sr. de Lubriac, cuantes o conde de Lubriac, porque pertence à no.bresamais antiga e mais autêntica do meu país, é c mais en-cantador dos homens, mas tambem é um sábio de mudogrande valor e. apresso-me a dizer, o mais distraído dossábios. Sou obrigado a velar por êle como se vela poruma creança grande. Ora, como além da sua imensareputação científica (é membro da Academia das c\t>\\-cias e de Soc.edades científicas dos c: co partes do mun-do), o conde de Lubriac tem setenta e cinco anos bembatido*, *sto é, quarenta anos mais do que eu, é às vezesl>em difícil fazê-lo ser razoável.

Fe ram ainda tcocadas algumas banalidades, apóso que o ofiCial se levantou para despedir-se. O jovemfez uma pergunta:. ,

Terei a honra de tornar a vê-lo, aiO almirante respondeu que iria levantar a âncora

ao raiar dò dia—eram então oito horas da noite —e seguir para Valparaiso.,

E' pouco pr v.ivd, então, qu*2 t^rn^mos a h.«encontrar — disse o francês — porque terminada a mi-nha missão, .sto é, daqui a quinze dias. aprcarei paraBuencs Aires, depcis escalarei no Rio de Janeiro e naMadeira e regressarei a Tculon.

Mas —^ disse o almirante — não irá a Paris íE' possivel mie no a rio próximo—respondeu

Etchegarey — eu es^ja, realmente, em Pans .onde,por des'gnacão, segurei os cursos da Esc.lv superiorda marinha.

—- Neste caso, nós nos ene n tra remos seguramente-respondeu o almirante— porque dentro de alguns rnesesvai reunir-se uma comi5sã) internacional marítima e eintenção do nosso presidente da República mandar-meparticipar da mesma. Portanto, nós nos encontraremos.

A menos V-interrompeu o sr. Aguirre — quetenhamos daqui até lá um outro presidente da Repu-blica, porque, meu Caro comandante, -7- disse volta nao-se para Etchegaray — o Chile ó uma república parla-mentar. -.,..'

A França | tambem é — replicou Etchegra.ysorrindo.

Em todo caso — disse o almirante, que não sorria—quando o senhor chegar a Toulon terá sido precedidode muito pelo relatório que me permitirei endereçar aSua Excelência o seu ministro da Marinha.

Etchegaray tornou a agradecer; trocaram-se apertos de mão; um ajudante de ordens recomendou asub-oficial:

almirante ?

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29." Ano — N. 5 — Outubro 194;i 39

— Mande encostar a baleeira do comandante frtnct4Alguns instantes depois a rápida embarcação afãs-

tava-se do esplendido cruzador chileno e dirigia-se pan0 modesto Alcyon.

ESCALERES AO MAR!

Navio velho, muito velho, o pequeno Alcyon tinhaainda um velame de que se servia para melhor se man-(er quando o tempo era mau. Naquele dia, o aviso saiado canal de ttehagle. U mar tornava-se cada vez maisduro. Levantava-sè em longas vagas que rebentavamcom violência. Caia a noite, noite espessa, sem lua-

a bruma parecia surgir das profundezas do céu.Ferrem os cutelos, arriem as gáveas! — còmáti-dou Etchegaray.

0 apito do mestre de equipagem trilou e a mano-bra realizou-se prontamente.

Riviere, um jovem aspirante recentemente saídoda Escola naval, olhou ansiosamente para o chefe. Afisionomia de Etchegaray estava impenetrável; adi vi-nhava-se nele o marinheiro de raça, o homem que

"sen-te" o mar. Vozes de comando reboaram, as trincas foramreforçadas, os quartéis de escotilha fechados. A noitechegara; uma sombra vaga períilou-se no passadiçoMeu caro mestre — dbse Etchegaray — eu lhepeço vivamente que nao saia do seu camarote; o marestá ficando muito duro, o navio pode enrascar-se deum momento para outro, e é preciso que eu fique sózi-nho na coberta com a m nha equipagem.

A' luz hesitante das lâmpadas elétricas, um velhoalto, de longos cabelos brancos, apertado numa sobre-casaca preta, com um largo chapéu de feltro que\segu-rava com as duas mãos para que o vento nao o levasse,periilou-se ;unto do oficial.

. —Repito-lhe, comandante, que as minhas coleçõesnao estão em segurança com esses balanços do navioror mais cuidadosamente que sejam "amarradas",

como o senhor diz na sua linguagem de marinheiro, bas-tante pitoresca, concordo, receio sempre algum acidente0.r-se.la estar o senhor a fazer de propósito para o navioogar se é por brincadeira, acho-a de mau gosto, e pre-uno-lhe que as cousas podem ter conseqüências.Etchegaray deu de ombros.

oar, Car° mestl7;, POr favor, quando viemosmundo Pamgens' eu Ihe dlsse <Iue eram as piores do

E o oficial acrescentou com certa enervaçao:cel,. J 4° TU resP°nsavel pela violência do vento e|«o estado do mar.-V^»" f0^* a, Pílh^a-. . — continuou o velho,tótaref

empestade continuar a fazer das suas, eu não-Nâ[o hesitará em que?

Secreta/ fnd? a Paciência* escreverei ao diretor daJasciln? Long»tudes e ao presidente da Academia

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aas ciências.Etchegaray chamou um dos seusVeral?

^te!fnteíl respondeu opc^ievando_a mao ao boné.

sub-oficir.is:

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ote,,em v«z baixa:*ve esse imbecil para o cama-

Pa ^S-„ íberta na° torne a aparecer na

Ndei/n11^0 }>em' comandante — res-^u u mestre.E segurando o sabió pelo braço:

jantar ' Senhor conde- E' hora de

^dító0' te.m bôas! ~ rePlicou o1,1 'empoT-f kvf — Como se com

ter, P° bestes, alguém pudesse co-

• StCdn n0lUe ° mal* f0Í muÍt°J-se li„::Uas horas da manha acal-

llro; Pelas dn T e ° mar foi muil°u^ m£?S ?°ras da manha àcai

^tensa c eníe e a ^a tornou-n *tckaranynío ^í^1 estava Perto de. ac%a, n^\ • oflc'*ais, exaustos16 rePous0 haviam tido um minuto

r8ou t>4idStam°S' comandante? —

ioSEíMOTIVO JUSTO

Patrão, cu queria uma licençaamanha.

Licença para que?Para suicidar-me.

fina Ãj ?™ 7 r.esP°"deu etchegaray, apoiando a ponta

dou tf»"2 ]'tpiS 8obwI uma caría • O '«nhor sal£ eu

Nlo^J7nl°icom aIsuma.s miIhas de aproximação.ator, e^

! °" Um T^- dc sí»tisfaçao: estamos

rochedo „™ " ag?S' n3(> ma s ha a temer Nen» «m

torno o' m? ba"CO de areia a <luarenta milhas emlorno o mar, o mar apenas e mar profundo. Veja, Da-O alto £T°'

C *?°V>1 °0I?eÇa a nav*gar. . . Pois bem!nâ K liA T'S° ^ 7ÓS' marmheiros; em alto mar.Ssa 4"t P0SS,Vd; "eSte m0™ni°' «*» receiot ,doU^K°qlíe

terrÍV^' ab?lou ,° navio' foi êle levan-•ui^ *om.baJ,d«[

?. me.o sobre bombordo; ouviu-se umd" c,m rT'l

A ÍIgUua d° mestre ««"««ou-se na portaqa câmara de manobras.-Que é que há, Veral? — indagou Etchegarav.lnn,i:fpUmí,,,(lai!te' acabamos de tocar e o mastro dotraquete caiu sobre bombordo.Há mortos, há feridos?Ninguém.

Nesse, momento, uma voz Ressoou á proa, sritando: .~- üstamos afundando. "Etchegaray comandou:

de n^nobra!0 f$$& '" Coberta; a equipagem no posto

an,,? T4\^ora calmo mal se levantava na cerraçãoopaca, Etchegaray, após haver dado volta rapidamenteao navio voltou ao passadiço; o imediato interrogou-com indiferença:—- E então, comandante ?O jovem tenente, colhido pela primeira vez porum golpe serio, esforçava-se por ficar tão calmo eomoseu chefe.Etchegaray respondeu:Batemos.

Mas nao há rochedo assinalado na carta — res-pondeu o imediato.O comandante deu de ombros.Não batemos em rochedo algum. Tocámos cmdestroços flutuantes, num dtrelick.E' sabido o que sao esses destroços flutuantes, onvcaças de navios que vagam debaixo da água e queas correntes arrastam. Quando conseguem avistà-las,fazem-nas saltar por meio de dinamite, mas nem todassao percebidas e esse é um dos muitos perigos do mar,diante dos quais a ciência humana é impotente. Ocomandante mais experimentado, o piloto mais prudente,nao podem garantir que nao encontrarão um derelickdiante da sua roda dè proa. Quando se trata de naviosde guerra poderosos ou de modernos paquetes gigantes,a cousa tem, de ordinário, pouca importância, o dere-lick é esmagado e sv, não sendo possivel, causa ao navioabalroador um rombj, é este tapado..logo. Aí o choque

contra um derelick que devia ser formidável, carcaça dealgum brigue que vagava a um metro e cinqüenta oudois metros de profundidade, fora mortal ao véneravelnavio de guerra. Porque "véneravel" era bem o termoque cen vinha ao Alcyon: construido por volta do ano

da graça de 1880, estava mal tabicado,p cavername cedera de repente, a água rentrava aos borbotões. Etchegaray, mui-to calmo, fez evacuar as cavernas; es-tava agora toda a sua gente reunida.— Vistam as suas roupas mais quen-tes — ordenou (embora fesse verão, amedida era boa); — ponham os cintosde salvamento. . .

Tudo isso se fez numa ordem enuma disciplina admiráveis. Em caso desinistro, nos paquetes, uma rajada depânico sacode os passageiros; é em vãoque se lhes explica conscienciosamenteo que têm de fazer em caso de aban-dono do navio. Cada passageiro leu nocamarote as instruções, sabe que devevestir as roupas mais quentes, cingir ocinto de salvação e ir com calma parao bote que lhe foi designado, bote cujonúmero figura no seu camarote; fazem-se durante a travessia freqüentes en-saios, mas no dia do desastre tudo mu-da: as mulheres gritam e ficam loucasà procura dos filhos, os homens andamaos encontrões, os marinheiros têm um

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trabalhão para manter a ordem. Hf evidentemente,exceções à regra: os passageiros do Titancc que aceita-cam a morte com serenidade. Mas, repet mos, a normaé a desordem. Como poderia ser de outro modo nessascidades flutuantes que sao os gigantes do mar/

Aqui, uma calma impressionante. U comandante-dava ordens, os sub-of ciais repet am-nas e garantiamsua execução; sem precptação, o ;ovem tenente que•exercia as funções de imediato olhava a tudo. Nos mo-'mentos

de silêncio ouvia-se o crepitar do T. S. t.: ooficial rádio-telefonista repetia incansavelmente o ponto<lo navio com as três letras sinistras: b. U. i>.

Virá alguém em nosso socorro? — perguntou otenente a Etchegaray.

Etchegaray respondeu com a voz calma:Estamos fóra da rota dos navios.

E as minhas coleções — disse uma^ voz-— osmeus frascos de aguardente, os meus peixes secos? Pen-sou nisso, comandante?

—Vão voltar para o fundo do mar de onde vieram—respondeu calmamente Etchegaray quef a despeito dagravidade da hora, não pôde deixar de sorrir.

O velho sábio levantou as mãos para o céu, amai-diçoando Netuno e todas as divindades do mar. Umaspirante aproximou-se dele, abotoou-lhe à força o sobre-tudo e pôs-lhe o cinto de salvamento. Uma onda vio-lenta levantou-se; o navio jogava, mergulhando lenta-mente. Üm sub-oficial chegou e levou a mão ao bene:

Comandante, os dínamos pararam, os acurou-ladores esgotam-se; dentro de vinte minutos nâo teremosmais Iuzb ,

Etchegaray aprovou com a cabeça e ordenop:Retire os «escaleres, n*as i:âo os rinh* no mar

Com uma manobra perfeita, as embarcações desalvamenteo foram preparadas.

—-Ponha no mar os etcaleres de boreste./ ' Á perigosa manobra foi executada sem dificuldade.

-«—Embarquem! — ordenou o comandante.Os homens designados para os escaleres de boreste

embarcaram; antes, Etchegaray havia indicado a rotaa cada um dos sub-oficiais que comandavam os esca-leres.

— Para o leste, até encontrarem terra; se foremsocoçiidos por algum navÍ3, ponham-no a par da catas-trõfe.

Os escaleres de bombordo foram postos no mar porsua vez, não sem dificuldade, porque o Alcyon se ineli-nava cada vez mais para boreste. O mar ficava cadavez mais duro. Etchegaray voltom-se para o sábio:

Embarque, mestre.•;.,-A-r— E*o senhor?

¦¦—-Eu tenho de ficar por último a bordo, comomanda o regulamento.

É eu tambem, senhor — respondeu o conde deLubriac — porque represento aqui a ciência e só dei-sarei o navio quando o senhor o deixar.

Como quiser — respondeu Etchegaray.O aspirante embarcou. O comandante olhou em

volta: quatro embarcações já se afastavam do navio,e não restava senão a quinta, onde embarcava o aspirante.

¦ V-—O senhor agora-, comandante — disse o aspi-rante.

Espere—respondeu Etchegaray; não nos es-quecemos de alguém ? Embarcaram todos ?

Sim, comandante — declarou o sub-oficial.Bem, vamos«. fazer-lhe companhia. y

Ex o comandante segurou pelo braço esquerdo ovelho sábio e, ajudando-o a descer do passadiço:,/>*,' — Acompanhe-me, meu ^caro mestre.

Nesse momento, um ruido sinistro se ouviu, umaonda enorme se ergueu e o Alcyon mergulhou nas pro-íundezas do mar. «Só por milagre o escaler do aspirantenão foi arrastado para o abismo. Quando cs turbilhõesse acalmaram, o Alcyon havia desaparecido, e com êle,o comandante Etchegaray e o conde #de Lubriac.Wil Os vagalhões aumentaram; e aspirante tentou emvão manter o escaler no lugar do naufrágio. Trabalhoperdido 1 Foi impelido para o leste com extrema violência,,a bruma tornando-se ainda mais pesada sobre êle...

. , A JANGADA ERRANTE

O mar estava mais calmo agora; sob a bruma opacauma jangada, uma modesta jangada, uma dessas pe-quenas jangadas de salvamento que hà sempre a bordo

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29.ü Ano — N. 5 — Outubro 1945Vi .*• 7. '* r

dos navios de guerra, flutuava; dois homens agarradosà sua superficie acompanhavam os movimentos alt

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nativos do mar: o conde de JLubnac e o comandanteEtchegaray. No momento em que o navio foi súbita-mente tragado, o comandante, instintivamente, segu-rara o sábio; foram a princípio arrastados a alguns me-tros de profundidade, mas restituidos depois à superficiepelos cintos de salvamento. Foi então que c comandantese chocou com um objeto solido: a jangada. A' custade heróicos esforços, depositou nela o companheiro quasedesmaiado e içou-se para seu lado. Com os cabos dajangada, o comandante amarrou o sábio e amarrou-sea si próprio; depois, tirando do bolso da blusa um frascode rum de que se munira no momento do desastre, aomesmo tempo que, rapidamente, apanhara os papéisdo navio para salvà-lòs, introduziu o gargalo na bocado velho senhor de Lubriac, que nao tinha senão umcomeço de síncope e voltou a si.

Muito oorigado — disse ele. Eu queria sabero que foi feito das amostras de rochas madrepóricasque eu metera em quatro saquinhos... Te.*á algumaidéia sobre isso, comandante?

Meu caro mestre — disse Etchegaray — naoposso ocultar-lhe que essa é a men_>r das minhas pre-ocupações. Penso, neste momento, em nós.

Sim, realmente-—redarguiu o sr. de Lubriac.Onde estamos ?

Como é que hei de saber com essa maldita bru-ma? — respondeu o oficial. —Tivemos ainda hà poucouma rebordosa danada; agora o mar está calmo, nau-fragámos às duas horas da manhã, já são quatro e odia não taroará a despontar. Estamos indo para o leste,tanto quanto posso calcular, porque o vento sopravado céste no momento do acidente e alguma cousa mediz que não mudou de direção; portanto, é possivel quetenhamos alguma terra à vista pela manha. Será a nossaúnica salvação, porque não lhe oculto que estamos emmuito má situação. Direi mais: se a Providência naointervier, estaremos num beco sem saida.

A calma do oficial impressionou o sr. de Lubriac.— Sempre admirei — disse êle — o sangue frio des

marinheiros. Deixe-me agora fazer-lhe uma confissão:este acidente não me aborreceu."E se não fosse eu estar todo molhado e recearembora esteja relativamente agradável a temperatura,uma cor;za, não me aboirecerla com o que aconteceu.Que sucesso no Instituto, no dia em que eu contar estenaufrágio! Não acontece todos os dias a um membro

. da Academia de ciências estar sobre uma jangada emsituação igual à nossa.

O oficial não respondeu. Pensava nas probabilidades.Embora a relativa doçura da temperatura, sabia comoera perigoso ficar muito tempo metido na agua do mar.Estavam molhados como esponjas e sem meios de secar.Não seria uma coriza que os ameaçaria, e sim algumabronquete fulminante. Além disso, para onde iam, paraonde estavam boiando ? Seriam levados para a costa

,N«3o ignorava que, quando se aproximassem dix terra,seriam colhidos pela contra-corrente que desce na dire-ção da Terra de Fogo. Seria então o fim certo; sendo

pouco, os navios nessas paragens, havia insignihcanprobabilidades de serem percebidos. Que é que repre-senta na imensidade do mar uma jangada minusculevando dois homens? Seria a morte pelo frio, a mono

pela fome, morte horrível de todas a maneiras. ;Uma outra preocupação atenazava Ltcnega^

teria ele feite tudo o que era preciso fazer ( KePa^tono cérebro os regulamentos náuticos. Tudo era pre ^por eles, certamente. Um oficial cujo navio

^^perigo sabe minuciosamente o que deve fazer; alem ^os oficiai i sob cujo comando servira, e entre eles

^lobos do mar velhos e experimentados, lhe havia ,tado muitos naufrágios, insistido sobre esta ou <^

:isiva que pode salvar um navio cuja «

nota de serviço assinalara aquele derelick. ^ °

com velocidade muito moderada, porque es ^ ^

plena bruma; uma vez abertos os rombos, po a^ ^* com as bombas? Impossível. Não havia senao^^.^

dida a tomar: evacuar o navio. Fora bem < ^ j^

evacuação ? Com certeza, porejue .p\lc*f ran^ serem *

embarcar, e havia muitas probabilidades ae

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29.° Ano — N, 5 — Outubro 1945':,- *^*'-

Kaleeiras bem sucedidas, todas as probabilidades mesmo.F o oficial dirigia a si própiio uma reprovação muda:

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ue êle perecesse no acidente, seria normal, pois é oüapel de um comandante de navfc; recordava-se deS,e nos Dardanelos o comandante Rageot dc la Touche

recu.sara a embarcar e afundara cjm o seu navio por-não tinha tempo de salvar todos os homens que

quesequeestavam nas profundesas do couraçado; portanto, a•fuacão clêsse era o que deveria ser. Ele, porém, deve-situaçãona obrigado à força o sr. de Lubriac a ser um doiter obriga

qu

primeiros a"embarcar. Era um sábio, um dos maioressabics franceses, um nome ilustre, não era um mari-nheiro, era um passageiro, deveria ter sido salvo antesdo último des marinheiros. Quando há passageiros abordo de um navio, a gente do mar deve sacrificar-sepor eles, e a regra é absoluta.

Externou-se sobre isso ao sr. de Lubriac.0 senhor se esquece, comandante — respondeu

o ancião —de que eu me recusei a embarcar.E o velho fidalgo envolveu-se na sua dignidade.

Não ter ficado junto do senhor num perigo dês-ses? Por quem me toma ? Eu não ousaria apresentar-mea uma sessão da Academia! Comandante, fique com aconsciência tranqüila: eu estou aqui porque quis, e paraficar na sua companhia eu o desobedeceria.

Então — suspirou Etchegaray — isso me tran-iliza a consciência... e entretanto!. . .

As horas se passaram, melancólicas; o sol erguera-se sobre o mar perfeitamente calmo, a bruma tornava-se cor de rosa pouco a pouco, levantando-se em longasespirais; depois, de repente, como um véu que se rompe,a cerração se partiu, o céu azul apareceu, o scl brilhou.0 Oceano estava vasio a perder de vista; mar alto, oimenso mar alto. O vento cessara.

Os dois homens aqueceram-se ao sol e depois sedespiram. Estenderam-se quase desnudos sobre a jan-gada, com o sol a sorver a umidade de seus corpos. Et-chegaray observava o céu e o mar.

Para onde vamos ? — indagou o srEstaremos em bom caminho ?

Assim espero — respondeu ooficial.

Entretanto, no fundo de si mesmo,uma angustia mortal o importunava. Ajangada não ia mais para o leste; colhe-ra-a uma corrente e derivava lentamentepara o sul.

0 oficial reconheceu que era preci-samente o que temia. Iam ser pouco apouco arrastados para as imensas soli-dõet, do Oceano, lá para o sul do caboHom, onde nunca os navios passam, esun apenas algumas baleeiras; mas nes-sas paragens as baleeiras se tornam ca-da vez mais raras. Então, quanto tem-po ainda viveriam ? Vinte e quatro ho-ras, quarenta e oito horas ? Depois, amorte sem circunlóquios. . . não a mortesem sofrimentos.

Acontecera a Etchegaray, como atodo marinheiro, * sonhar com uma mortenercica; mas a espécie de morte que ora0 esPerava seria a que êle desejara ?

Passaram-se varias horas. Podiamser duas da tarde; subiam nuvens nocêu, que ficava sombrio, e nada, sempreSuas roupas estavam secas; torna-

de Lubriac.

HISTCR A SEM PALAVRAS

nada,m a vesti-las, porque começavam asentir fvír. r\ • • •»«-" nio. u vento principiou a soprar

j» norte, impelindo-os para o sul, na di-

Çao maldita. Estavam desamarrados; oVcuan*Jante tornou a passar os fios emia

f seus corpos, para não ficaremm«fr° a ser ovados por um golpe de

des JemPO tornava-se cada vez maistar?iaVe*; ° oceano começava a agi-m'7 jantando longas ondas. O co-£*_

nte deit°u um olhar de conhece-or P^ra o céu e para o ífcar•^Sta tudo Ar-akasL-tl -— í

0gulido

tudo acabado! — murmvirou.sr- de Lubriac, após haver en-nm novo gole de rum, caíra numa

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pi! 1BiojBJií Swp 1fitír" 1

espécie de prostração; um velho da sua idade nâo podiaresistir muito tempo em condições semelhantes! Etche-garay certificou-se uma vez mais de que as amarrasestavam sólidas; uma espécie de sono pesado apode-rou-se dele, o sono precursor da morte...

t> YACHT SEM NOME

Uma voz despertou-o. Pareceu-lhe estar sonhando.Natural de Saint-Jean de Luz, falava além do basco,como sabemos, o espanhol, como acontece nas cidades1 ronteinças. Falavam, gritavam em castelhano em tornodele. Um sonho, um devaneio, uma alucinaçao; ouviuuma ordem rápida como os oficiais dão em todas as ma-rinhas do mundo:Orça]

Abriu os olhos. Diante dele, a alguns metros, ocosta oo branco de um navio à vela que lutava contraum mar duro; com um olhar examinou o navio, um yachtem que o cobre e o níquel brilhavam, sólido e elegante aum tempo. No passadiço, um oficial barbado, com umboné com três galões, ordenava:Desçam com cuidado e apanhem-nos.Dos turcos do yacht viu descerem dois grupos de doishomens presos com cabos pela cintura; indicando o '

sr. de Lubriac, disse em espanhol:Primeiro, êle.O velho sábio foi levantado como um fardo e içado

para o navio. A jangada afastara-se. Dessa vez Et-chegaray recuperara completamente os sentidos e agar- %rava-se às cordas enquanto o mar o balançava; admiravaa habilidade com que manobrava o capitão espanhol,um verdadeiro marinheiro, não havia duvida, um per-lustrador do mar. 0 yacht devia ter motor, porque houveuma marulhada à popa; o navio voltou à jangada, in-clmou-se sob o vagalhão. Etchegaray, que desamarraraas suas cordas, como um instante antes desamarrara asdo sr. de Lubriac, foi levantado por dois marinheirosvigorosos e levado pára a cob-rto do yacht.O comandante do navio de recreio, reconhecendo

um oficial da marinha de guerra fran-cesa, apresentou-se, levando a mao aoboné, nestes termos :

Comandante> tenho a honra deapresentar-me ao senhor: eu sou o ca-pitão deste navio.

Etchegaray não pôde responder-lhe...teve um começo de síncope. ..

O sr. de Lubriac recobrou os senti-dos no leito confortável de um camarotede luxo. O mar estava muito calmo, ajulgar-se pelos movimentos quase inseri-si veis do navio. Essas carcaças de sábiosão de uma soÜdez terrivel. O velho/após haver recuperado os sentidos, sen-;tia-se tão vigoroso quanto antes do aci-dente; seus olhos vagaram um instantepelo teto de acajú e pelos ta biques debordo. De pé a cabeceira do leito, es-tava um homem; tinha um relógio namão esquerda e com a mão direita to-mava o pulso do sr. de Lubriac.

O senhor fala espanhol? — inda-gou êle num francês bastante medíocre.

Falo muito bem — respondeu osábio.

Dominava maravilhosamente, na ver-dade, a lingua de Cervantes e essa foiuma das razões por que o Instituto lheconfiara uma missão num país onde oespanhol era de uso corrente.

Falo muito bem, doutor — repe->tiu o sr de Lubriac, porque nao se po-de chamar senão doutor a um cavalhei-ro que toma a pulsação.Posso saber — disse o homem -—a quem tenho a honra de falar?

Ao conde de Lubriac, vice-presi-dente da Academia de Ciências deFrança.

Senhor conde — declarou o inter-locutor dando-lhe o título segundo o usocastelhano —- o senhor não é um desço-nhecido para o modesto amador de ciên-

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cias naturais que eu sou; os seus trabalhos firmamdoutrina nas cinco partes do mundo, O senhor estavanestes últimos dias, se nao me engano, a bordo doAtcyon, nao estava ?

O sr. de Lubriac respondeu que estava realmente•a bordo do Alcyon e pediu notícias áo seu companheiro deaventuras.

O oficial francês — foi-lhe respondido — está aindaem estado semi-comatoso, não teve a sua resistênciafísica, meu caro mestre; quanto ao senhor, está tudoterminado: pode deixar êste leito quando lhe apreuvere alimentar-se... levemente. Eu próprio nie • encarre-garei do seu" regimen.

—'- Senhor — disse o conde de Lubriac — a quemtenho a honra de falar?

Ao médico do navio.O sábio sentou-se na cama e contou então a ab.or-

dagem e o que se seguiu. Insistiu sobre a coragem e odevotamento do comandante Etchegaray.

Conduta normal — interrompeu gentilmente odoutor — num marinheiro francês.

-—Posso ir vê-lo ?-—perguntou o sr. de Lubriac.Quando quiser, conde; vou mandar-lhe um enfer-

meiro que o ajudará a vestir-se.Não sei como agradecer-lhe os seus cuidados —

disse o vice-presidente da Academia de ciências.Cuidados normais, meu caro mestre; socorrer

náufragos é um dever de humanidade; e constitue uma. felicidade dupla o ter sido possivel arrancar à morte

um sábio que, como o senhor, honra seu país e a huma-; nidade.

Que navio é este ? — indagou o sábio.Um navio de recreio que se sente muito honrado

em tê-lo como hóspede.Posso saber como se chama o seu naA'io? — disse• o sr. de Lubriac.

-7- E' um belo barco, senhor conde, mas que. navegaprincipalmente à vela, porque o seu motor auxiliar émuito fraco. E' a única eousa aborrecida, de resto, afraqueza desse motor, que nos obriga a usar incessante-temente o velame.

Mas isso nao me dá a saber...—-Meu caro mestre, quererá permitir que eu meretire? Vou mandar-lhe imediatamente um enfermeiroe seguir para junto do seu comandante, que se chama. . .Etchegaray.

, — Mil vezes obrigado — respondeu o médico.Inclinou o corpanzil, porque era bastante alto,

numa saudação graciosa; um sorriso derramou-se entreos seus lábios delgado?, pregueando-lhe o rosto gia-7; bro... e desapareceu.

Qaundo o sr. de Lubriac vestiu a sua roupa manchaoapela água do mar, naturalmente, más completamente'Seca, e deu; alguns passos na coberta, eram três horasda tarde, como constatou no seu relógio. O mar, calmo

^ como um lago, brilhava a perder de vista; um calor morno7 çá£a do imenso \céu azul.

'Ingerido um consommé quente, o sábio sentiu-sequase a prumo.j Deu alguns passos na coberta. O cama-7 ro te de que saíra ficava em ângulo sobre um. ronj quedividia, o navio pelo meio do seu comprimento, dandoa porta desse cama role para avante. O sr. de Lubriacnão era entendido em marinha; entretanto, sabia bas-

y tante de cousas do mar para observar que estava numbelíssimo barco. Bordagens de brancura imaculada,Óyens esticados na sua bainha admira velmente bruniaV,

ròs inúmeros aços, cobres e níqueis fiam?janclo como sóis7 e estrelas; os homens que viu na coberta estavam emuniforme perfeito: calças azuis, blusas azuis, bonés azuis.O sr. de Lubriac era bastante curioso por naturezave, embora bastante fantástico para um verdadeiro sábio,

\pronto a seguir um raciocínio cerrado. Observou os ma-•/ rmheiros: nas fitas dos bonés, contrariamente a todo:-" uso, não se ha nome algum. 0 sábio levantou ò#olhos7para a mastreáção: nenhum pavilhão; aproximou-se deuma boia: cousa anormal —nome algum impresso naboia. Recordou-se então de gue a bordo do Alcyon osoficiais, no correr de uma conversa, lhe haviam ditoque um navio deve ter obrigatoriamente a ré o nomebatido em letras muito visíveis e embaixo o porto a quepertence. O navio não jogava; foi com passo firme queo sr. de Lubriac se encaminhou para ré. Não haviapercorrido ainda uns quatro metros, quando um mari-

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29.° Ano — N. 5 — Outubro 1945

nheiro se lhe atravessou no caminho, tirando muito 1 rcadamente o boné: íel1Senhor conde, é proibido ir à popa do naviMas. . . entretanto. . . — ia objetando ,.

dc Lubriac. ,E' a ordem — respondeu o marinheiro

O sr. dc Lubriac girou sobre os calcanhares, à ,)rcura do médico. Avistou o enfermeiro que o ajudara-cuvestir-se

Meu amigo — disse-lhe — ondedoutor?

Junto do oficial francês, senhor condePosso entrar? tVou i nforma r-me.

«se encontra 6

Alguns instantes depois; o sr. de Lubriac atirava-senos braços do comandante Etchegaray, que estava aindadeitado, e o cumulava com uma âluyiao de penrunta.

o ar

o á,m

0 médico de bordo estendeu o braço.Tá, tá! senhor conde, modere-se, senão o senhor

vai sufocar o comandante. Dir-se-ia que o senhor acabade encontrar sua noiva. . .

O médico, sob a fisionomia impassível, tinhade ser um homem muito chistoso.

O sábio pediu notícias do enfermo:Está melhor, muito melhor — respondeu

tor. Retenho-o no camarote até amanhã, mas .pe.roque amanhã se levante e volte á vida normal.

0 comandante Etchegaray agradeceu com uma voza penas perceptível.Muito obrigado, doutor. Eu queria agradecerao seu comandante, agradecer ao proprietário do seunavio que. estou vendo, é um yacht de recreio.

—.Amanhã, amanhã, comandante — disse o mé-dico. O senhor ainda está muito fraco. Ah! o senhornão resistiu ao abalo como o sr. de LubriacIEsses moço^ nãò são obrigados — respondeu osábio — a ser feitos de pedra c cal como os naturalistas.Doutor— disse o comandante Etchegaray-—seu nome? Quererá dizer-me a quem tenho a honra ciefalar?

Ao médico do navio, comandante.Nesse momento, abriu-se uma porta; três galõesdourados estriavam uma manga azul; um homem entrou,

com o boné,na mão. Etchegaray recordou-se de havervisto aquela fisionomia no passadiço do yachl, no mo-mento em que o salvaram.

Comandante — disse o recém-chegado — venhosaber notícias suas. Sei pelo nosso doutor que tenho ahonra de hospedar a bordo o comandante do Alcyone — acrescentou inclinando-se ligeiramente — que tenhoigualmente a , grande honra de ter como hóspedeuma das mais altas glórias da ciência. Não mefaça a descrição do seu naufrágio; já a conheço, porque°T conde de Lubriac se dignou de fazê-la ao nosso medico.Nao ignoro, comandante, o grande serviço que o senhorprestou ao almirante Herrera. Graças ao senhor, doismagníficos cruzaaores nao estão no fundo com suasequipagens e oficiais. Repouse, e o doutor ficará velandopelo senhor. Vim para dar-lhe uma notícia que o, resta-oelecerá: captei ainda açora um sem-fio dizendo quuequatro eml>|rcaçoes com a sua equipagem foram encon-Iradas esta manhã, às nove horas, por uma baleeirainglesa, que recolheu todos a boi do e se dirige para Vai-paraíso.

Etchegaray deu um imenso suspiro de alívio, assuas faces enrubesceram ligeiramente, os seus olhos seiluminaram. Salvara, pois, sua equipagem. satisfaçãosuprema para um marinheirto! Pensou então no sr. deLubriac; o velho sábio era celioatário, e sem família,dissera-o muitas vezes; mas*, no fim de contar-, tinha suafamília espiritual, os membros do Instituto, que a suamorte enchei ia de desolação. A morte de Lubriac nãopoaeria rejubilar senão o.s dois ou três sábios queambicionavam sua poltrona,. mas assim mesmo estariameles na impossibilidade de demonstrar publicamente suasatisfação... Quanto a ele, tinha seu pai, professor einoaint-Jean-de-Luz, sua mãe, um irmão e duas irmãs.Asdm, dirigiu-se ao seu colega:

— Meu caro camarada — e êrse "meu caro cama-rada" era uma grande condescendência de parte de uraoficiai de marinha de guerra a um marinheiro mercante—meu caro camarada, embora eu possa falar mvUp pouco.quem exprimir-lhe a minha, gratidão. Eu sei que o socorroe normal entre os marinhe «ros, mas nós fomos recolhidos

****•» i •

*»0.° Ano N. 5 - O .tubr> 1945-d, í •*

13

me a

• _1p maneira bem tocante. Quereria d senhor fazer-extrema aniabilidade oe passar imediatamente ummL ilo ao consulado de França em Valnaraiso para

j. que o sr. de JÜubriaç e eu estamos sãos e salvos;.o nú-2 0 nosso cônsul dê conhecimerit.i imed.ato à

A < clemia de ciências e ao ministério da Marinha:0 capitão do t/achi franziu impcrceptivelmentc os

sobrolhos:Comandante — respondeu — sinto-me destilado .\TVve instante precisa mente, uma avaria incpmpréen ivelóaralizoU o nosso T. 'S. F. Posso, a rigor, receber

uma mensagem; expedir íílguma é-me impossivel.' — E' mo rt"* fica dor — d.sse E t chega ray.

Bastante mortificádor, concordo, mas que fazer.'Qu rerá comunicar pir pavilhão nossa situação

• o primeiro navio cem que cruz.irmos c que terá, possi-—Imentc T. S. F. a'bordo? — perguntou Etchegaray.

d-i.A resposta não se íez esperar,Bem quisera, mns nas paragens em que estamos

os navios são muito raros. Duvico mu to que passemospor algum. . .

Então, na primeira arribada. Uuando

O^sr. de Lubirac tinha uma habilidade de que seorgulhava: o faro policiai. Se não tivesse sido Luiz deLubriac, naturalista célebre, ictiólogo ilustre, cujos tra-bal hos eram autoridade em todas as Faculdades* domundo: se não tivesse sido o homem cujas opiniões sccitavam, dizendo: Lubriac afirmou—como se o que êledissesse fosse um artigo de fc—; se não tivesse sido oconde de Lubriac, de muito autêntico e muito alto nas-cimento, tinha a vaidade de acreditar que teria podidoser um novo Sherlock Holmes. Orgulhava-se de não lheescapar cousa alguma. Ora, • como as suas distraçõeseram perpétuas, essa pretensão pueril — porque os sa-1

Uffrs sao tao vaidosos como as crianças — divertia os.seus colegas das cinco Academias. O sr. de^ Lubriacpensou que era chegado o momento de pôr em jogo es«?flohs privilegiados que a Providência tão largamente lhe

»

conferira.Belo tempo, meu

ribsaraDeus é quem sahe - respondeu o marinheiro

com* um gesto de desânimo. . •-, ,Etchegaray òlbc/iàt para o capitão com curiosidade.— Mas, afinal, meu caro, c; marada. o senhor vem

de alguma parte, está eni alguma parte e irá para algi m i

parte— Viemcs do mar nu s no mar e vamos para o>* y \______

marQuer fazer-me a honra de dar seu nome?Seu o comandante deste navio.E c. mo se chama o navio7

0 médico adiantou-se,Ahi não, agora basta

intervindo:. O senhor vai ficar exausto.

Comandante, eu o proíbo de pronunciar uma so palavramais.

Chamou o enfermeiro:— De duas em duas horas, uma colher desta poção

aó comandante. Meu caro comandante, o senhor vaidormir, o senhor precisa /dè sono. Essa 6 a sua principalenfermidade. O senhor nao tem nada quebrado, nadaluxado, eu o auscultei; nada de bronquite a temer; muitaíadiga, muito enervamento, como é natural após as ter-ríveis aventuras por que. passou e as responsabilidadescom que teve de arcar. Portant\ eu ordeno o mais ab-soluto repouso; este camarote fica interditado ao nossocapitão e ao próprio sr. de Lubriac; ate amanhã, so euvirei vê-lo, mas a partir de amanhã o senhor retomaraa sua vida normal. . .

0 MISTERIOSO DESAPARECIMENTO

a mi eco — disse êle —belabrisa... '¦':>::¦, i. .

Estamos em boa rota — respondeu o mestre daequiparem ,que tinha, de resto, cara de ser tão loqu*zcomo o sr. de Lubriac. —Um bom navio e uma boabrisa, c, mo vê, senhor conde... Um casco sólido s<»bom bom velame. Eu que lhe estou falando, já vi o naviosob om tempo danado conseryar todas as velas sem omem r perigo. . . E' verdade 4_ue temos um comandan-te de mão cheia...

Ah! — aisse o sr. de Lubriac — o senhor ^temvrertamente, um capitão de primeira ordem, o capitão.. :Queira recordar-me seu nome, que êle me disse ainda-há pouco, mas esqueci.

I.arcada a piedosa mentira, o sábio esperou^O mestre da equipagem sorriu e respondeu:

Oh! um marinheiro de primeira ordem e feliz-mente, porque conheço, ouso dizer, o meu oficio, soucapaz de movimentar os meus homens, de fazê-k>s.ex>-cotar corretamente uma manobra; quanto a romanceia..seria outra cousa. Infelizmente, só temos um oficial aborde- e se o comandante quebrasse uma perna wtanoite, eu ficaria em apuros para dar a rota e mante-.a .

O senhor agráda-me bastante, meu amigo -rr*

disse o sábio*, -vE' muita bondade sua, senhor conde.Sim, agráda-me muito, na verdade, porque a:

modéstia — e o senhor é modesto — é própria das naturezas distintas. . , :. . dr

Senhor conde — respondeu o oficial — isso tudolisonjea-me muito. ^ >

Para.. .Como é mesmo que se chama, meu amjgo ?Eu sou o mestre da- equipagem do navio, senhor

conele

Seriam circo lioras dà tarde. O sr. de Lubriacestava na proa do navio, o ckutor havia desaparecido. Ocomandante estava no passadiço. Nao longe cio gurupés,um homem de uniforme azul, boné i z d enieitado comuma âncora dourada, dois largos ga-lõ:s dourados nas mangas. O sr. chLubriac, excessivamente tagarela, apro-ximou-se:

O senhor pertence ao pessoal donavio?

Sou o mestre da equipagem.senhor conde,- para servi-lo.

0 sr. de Lubriac viajara bastantepara saber que o mestre dá equipa-gem é uma personalidade como o a ju-dante numa companhia de infantaria,é o chefe dos sub-ofi ciais; é, em suma.° que, sob a alta direção dos oficiaisdo navio, deve olhar para tudo. Osr.de Lubriac imaginou que, se o vice-presidente da Academia tíe ciências qui-sesse dar-se ao trabalho, não lhe seriadifícil losxar ej_ü_» ihkr&nfirt marinheiro

o

ingênuoe fazê-lo falarJ Ah! não queres mostrar teu pa-vilnao? — disse monologando consigo

mesmo e como ,se se dirigisse ao navionao queres dizer quem és, de onde

vens e para onde vais; •- .-dan

^BB¦_Brn_¦¦¦¦BBBBB—^——¦

/ * \v \ __fl fl

o teu comum-te e o teu médico não querem dar

"conhecer seus nomes?... Pois bem!vam^s vêrl"

Penso que o senhor se suicidara

se cu lhe negar a minha mão.Em casos assim é sempre o que

faço.

O sr. de Lubriac virou as costas ao facecioso sub^oficial, debruçou-se na amurada, e ter-se-ia podido ouyí~lpmurmurar, em termos pouco acadêmicos:

— Ah! como me estão azucrinando uns e outrOs.Mis a quem pensam que estão respondendo? Eu não

sou, com os diabos! um vagabundoqualquer . •¦.

E o velho.com passo rápido, en-caminhou-se para ré. Dessa ve2.,Jogo ;que transpôs o roof central, chocou-secom uma ligeira barreira de cordas,)admira velmente dissimulada ; umtíle-títre iro flutuava ao ¦ vtento ¦ :'¦ d

"Proibição absoluta aos passag?*\&'¦ rros de irem à ré."

"Os passageiros somos nós — disse fV

consigo o sr. de Lubriac' — isto 4 °comandante e eu. Mas, afinal, que sepassa na popa ?' ?1

Nesse momento, uma das portasdo tombadilho de ré se abriu,;y umabela jovem, de vinte e cinco a vinte eoito anos no máximo, rosto regular,olhos profundos, tez morena sob ca-belos côr de ouro, apareceu. Vestiauma longa capa branca; deu ,algunspassos na coberta e, chegando quaseà altura do passadiço, chamou :

— Capitão ! ;O capitão apareceu e, tirando res-

peitosamente o boné :dr—Senhora?

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44

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Nada de novo?Nada.Nada à vista?Cruzámos ainda agora com um grande barcode tres mastros; vim de dois quartos sobre bombordo

ipara nao ter de saudà-lo.Ter-nos-ia visto ?

- —Nao creio. O yacht é pequeno, estava muitolonge, e eu vi apenas no horizonte o alto da mastreação.Então, nada ,j —Nada.

A jovem assestou para o horizonte um binóculomarítimo que tinha na mito, olhou em todos os sentidose disse ao capitão:Continue na mesma rota.

r—As suas ordens serão executadas — respondeu omarinheiro curvando-se respeitosamente.O sr. de Lubriac nâo perdera uma palavra dessa.conversa. A jovem tornou ao camarote, mas não sevoltara depressa bastante para que o sábio, por . trás

| das cordas, não tivesse tempo de tirar o chapéu e fazerum cumprimento rasgado.Respondeu ela com uma inclinação de cabeça, cor-tez mas fria, continuou a andar sem se voltar e não tar-dou a transpor o limiar do camarote, cuja porta fechou.Estou doido para saber o que o comandante Et-chegaray pensara de tudo isto — murmurou o sr. deLubriac com os seus botões.O mestre de equipagem aproximou-se:Senhor conde, o seu jantar está à sua espera nocamarote...

j O comandante Etchegaray saía pela primeira vezdo camarote pelo braço do sr. de.Lubriac. Os dois ho-mens, que algumas vezes haviam discutido a bordo doAlcyon, porque o venerando sábio era um tanto maníacoe o jovem oficial um pouco rigoroso na aplicação do repn-.lamento, os dois homens estavam agora, a despeito PdaJdáde, ligados por uma dessas amizades que só as tragé-dia* da vida podem cimentar, tão Hgados~pela ami-^í*../^ ,° membro do Instituto, aproveitando-se doprivilegio dos seus setenta e cinco anos, chamava desde

|P_íla manha o comandante pelo seu prenome.Raimundo, meu filho, como se sente? Perfei-, tamente restabelecido?«> /- Perfeitamente seria dizer demais — respondeu

^tcinegaray; mas daqui a quarenta e oito horas, nãohaverá sombra de nada.Wvu ° '&?r continuava esplêndido; sem uma ruga, bri-Iháya ao longe na grande paz solar. O jovem marinheiroaspirava a plenos pulmões a»brisa vivificante

X — Foi' uma sorte fantástica — disse êle SÍ safarmo-nos assim.Fpi — replicou o sr. de Lubriac. Refleti na

•rliS°!!f aventura... Refleti? Que digo eu? Mediteif,;^abe que. um e outro teríamos podido afogar-nos?

W-^T èa logo <3ue tlnhamos todos as probabilidadesae ficar no mar. ^°I l^^í^ sentfr"se J^m * proa, contra o gurupés, e1 então, lentamente, calmamente, o sr. de Lubriac, queI | P^?01^ fljver esquecido de todo suas coleções metidas||^o. tundo do mar, contou a Etchegaray tudo o que notará:1 a?mo ° «avio era misterioso, sem pavilhão.IP^^P111*""^6 ° comandante — um navio não é1 obrigado a mostrar suas cores senão em certas ocasiões.

¦\y- •• -nada de nome nas boias, nada de nome nosescaleres, nada de nome nos bonés dos marinheiros./.'i/^ evidentemente — respondeu o oficial —isso é, contrário a todos os usos marítimos e oculta por forca,v,g||g^ma cousa. r V' cy

~^3ín^° uma idéia—disse o sábio. %i-i'Diga.,' ... . ¦¦' s, //'.r— Sabe quem nos recolheu ?

_a ^ Gente, em todo caso, muito obsequiosa — disselí-^garay. Ve;a com que cuidado limparam Ó* meuf nmforme; aplicaram benzina, tiraram as manchas, pas-I saram a ferro.. *

— Que me importa o seu uniforme?—disse de bomhün^pr o velho Lubriacs Pense bem que ninguém sabeque estamos salvos.. .Sim — replicou Etchegaray, pensa tivo. Isso éesquisito, porque, aqui entre nós, o seu T. S. F. fun-ciona muito bem. Nesse particular eu ponho a minhamão no f®go... Nao querem é servir-se dele.

Por que ? — interrogou o conde de Lubriac.

wH

'29.° Ano — N. 5 - Outubio 1945— Possivelmente para não assinalar sua DQcMo;e em dia, meu caro mestre, chega-se a marcarexatidão suficiente o ponto de onde um navio fc*

wri\ummsk.

S"a posito.l«" com

emissão. iez U1«a

,. "7E"tT10 todas as minhas suspeitas se confirmamdisse Lubriac em voz baixa. Veia, meu caro Ràim lTa natureza, ou antes a Providência, dotou-me de uminstinto * maravilhoso para adivinhar os misterm-Tnos cercam: tenho faro. Que policial eu daríalE então, meu caro mestre ? — perguntou o oficiai ironicamente. ri*Em resposta, Lubriac murmurou-lhe ao ouvir!,.mansamente: «v_u0

Estamos a bordo de um navio pirataMas não hà mais piratas a moda já passou -retorquiu o oficial de marinha. A pirataria nã) dariapara as despesas, nmguem ousa mais servir-se dela nemnos romances de aventuras, e o senhor quer que.Tenho a certeza.O marinheiro deu de ombros:

.r-y^f1}05' meu caro mestre. O senhor fala a umprofissional da guerra; ora, eu lhe afirmo que este navionao tem armas. Piratas sem armas...—*E algum aparelho misterioso?; — Os aparelhos misteriosos são do domínio da ímã-gmaçao. Não ha no momento senão dois meios de atacarum navio; o torpedo ou o canhão. Ora, a bordo não hatubo lança-torpedos, asseguro-lhe;- o senhor não põeem duvida o que seja um tubo lança-torpedos; sim, osenhor sabe, porque havia um a bordo do Alcyon ümtubo lança-torpedos é atravancador, não se dissimula.JNao há canhões a bordo, porque os canhões, como o*tubos lança-torpedos, são cousas que também não sedissimulam.

—- Entretanto — disse o sr. Lubriac —os corsa-nos alemãesNíouberam dissimular seus canhões durantea grande guerra. . . E os barcos-armadilhas dos ingleses''V 4- T, navios de tonelagem diferente da deste.i^te belo yacht pareceu-nos grande quando nos salvoumas e^em suma, um barco muito pequeno. Nâp, não —disse ____tchegaray sacudindo a cabeça — tudo o que qui-ser, exceto armas a bordo. . .

?ufC_Se tomar um navio por abordagem?Ahi na verdadel —disse Etchegaray em ar detroça. U senhor quer, cbm este elegante bote que desen-volve, a ri-or, deza doze nós, abordar um paquete devinte e cinco mil toneladas que desenvolva vinte e oito!A abordagem acabou-se c.m Surcouf!Houve um silêncio. O sr. de Lubriac refletia.Lm que pensa, caro mestre ?II pen?° qU? ° meH Pressentimento não se engana-Ponho minhas dúvidas — respondeu sorrindo Et-chegaray. —.Sim] ponho as minhas dúvidas porque \kobservei.

, ,7" por que este barco não será um navio contra-bandista ?Etchegaray refletiu um instante.Porque estamos nas costas da América do Sul;ha ali um pais litorânio que se estende a leste* é o Chile;mais em cima, porém muito mais em cima, muito maislonge há o Peru, Ora, são djis paizes livre-cambistas.

V>ue diabo de contrabando quer o senhor fazer em costasonde não há funcionários aduaneiros? •§|v'—F então? — disseK o sábio,

j. jEntfo^ mestre, eu não quero, Deus " me livredisso, dar-lhè uma lição.. . O senhor é um dos maioresnaturalistas do mundo e eu não sou digno, cientificamentetalando de desatar os cordões dos seus sapatos, como dizo provérbio; em compensação, sou marinheiro, mate-matico, portanto; sou um pragmatista, raciocínio sobreratos precisos. O senhor pergunta-me o que é este navioe eu lhe respondo: não sei.Tanto mais que o senhor não sabe tudo — disseo sr. de Lubriac.

E então, sempre a meia voz, contou a aparição dab* f jina; j°rnara a vê-la naquela manhã. A's grandesbarretadas do velho, respondera com o mesmo cumpri-mento de cabeça, correto, certamente, mas bastante seco.Um cumprimento que indicava não querer ela conhecero eminente membro do Instituto ao qual se mendiga™geralmente o favor de ser apresentado.

{Continua no próximo número).

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45 @3pS?Ir29.o Ano — N. 5 — Outubro 1945

OSJlRQUEOLOGOS VOADORES*

NO INFERNO DOS LAÇANDO ES

0 1>SE (ji^er todos os dias que nada mais resta

a descobrir sobre a terra e que tudo já foi ex-

piora a;ncla, entretanto, muitos países que*se defen-

I m por assim dizer, contra as mdiscreções dos civi-I. dis Nenhum mais estranho, mais curioso, mais trá-

• nue o de que chegámos: o país dos Lacandõcs, oP% dos antigos Mayas, situado na América Central, afo-^doi-nas vastas jwnglis do Yucatan, da Guatemala, de

E eí»se país inexplorado está, todavia, no limiar da

civilização, a sete horas do México. Será crivei ?Calculem que nos foram precisos longos meses dc

eparação e <|e conferências para obter licença parapesquisas, licença para uso de armas, para tirar vistas.

Levávamos aparelhos cinema tográhcos, essência,

fuzis, até uma metralhadora...Tres aviões estavam equipados.Foi assim que dez sábios partiram uma bela mani ã,

sobrevoaram 2.800 quilômetros de vul-coes, de altas montanhas que chegavama 5.000 metros, jungles, pântanos e de-sertos e foram aterrar na base de ElReal, preparada antecioadamente pelosIndianos.

Foi daí que,sempre por ; viaaérea, penetrámosaí onde nem Cristo-vão Colombo nemCortez puderampassar, nos célebresmatagais de Chia-pas e de Tebasco,centros do antigoimpério dos Mayas.

De lá de cimaé incmcebivel o es-petaculo das cente-nas de lagos de es-meralda e topa z ointercalados eminacressíveis flores-tas de árvores mui-licores.

Ve-se ás vezessurgir subitamentenma série de eleva-^òes cobertas de ve-getaçao, nas proxi-midades de um rioimenso. Os aviõesgiram como abutresque eucMiu-aram a caça

j sao postos em bateria. , 1W uma cidade antiga abandonada ha vinte séculos

e que só arqueólogos voadores poderiam encontrar, lm-possivel aterrar. Será alcançada mais tarde, varanaoatravez da jungle. • i 1

E aqui, ainda uma cidade. .. Ali, uma cidade; ainda!E nas margens de um lago, habitações. Um dos tins

da nossa viagem era justamente achar as aldeias, ocultasnas florestas tropicais, desses famosos Índios que se cha-mam Lacandões, que talvez sejam os últimos descendeu-tes dos Atlantes, a raça mais misteriosa e a mais diliaide alcançar seja o que fôr no mundo.

Esse extraordinário povo pagão, que voltou aselvagem, para fugir à civilização dos europeus, emi

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HIwRí^^^^rIHRÉÍ'Os pigmeus Lxcondões com

Os>parelhos cinematográficos

serjre-^ivagem, para rugir a civilizavam» "^ "^-ri ' .-

nliòii-se há quatro séculos nas imensas florestas virgens

jfe Chia pas, e agora os nossos aviões foram semear entre

fies a consternação e o pavor.

A PISTA TRÁGICA

dez dias de exploração aérea, no decurso daial estive para perder-me com o meu av;a£

f™.A Pós dej

, qual estive para pero*.-*-*».*v — ,meio de uma tempestade subitamente desencadeada,era'-nos preciso combater a jungle a pé. Era preciso

pe-netrirar até as cidade? antigas e as aldeias ocultas

Um exército de Mach etériosfoi preparado para nós.

Eram Índios habituados aabrir passagem com imensos sá-

bres atravez do matagal. Quinze mil tortas forampreparadas pelas mulheres de "Carcadores", em umameia duzia de aldeias. Seria o nosso principal alimentonum período de vários meses de exploração. Esses in-dios vigorosos levavam, cada um, 40 quilo nas co#ase eram infatigáveis. Ip

Partimos, oprimidos pelo calor tropical. Algu^ífvezes não fazíamos senão 4 quilômetros por dia e tiver*,de sustentar terriveis combates com feras da jun$

Que alegria magnífica descobrir ruinas desconVcuias, explorar mundos novos! Mas tudo tem o seu Umau. Se havia a beleza da floresta formidável, arvoiimensas, flores gigantescas, lagos deslMgibrantes, avdo paraíso e papagaios de cores incríveis,!? esse ar pes_vdamente carregado de perfume das flores ipticas; havia]também a batalha continua com os habitantes da.jungle.Os mais terriveis não são nem os tigres nem os crocodilo?,e sim as aranhas com suas grandes patas peludas, as gf^;gantescas formigas vermelhas, capazes de devorar ratose coelhos, e também uma infinidade de espécies de ser-,

pentes venenosas que têm a côr das piau-tas e dao árvores, e os escorpiões ocultossob cada pedra dos edifícios em rumas, e

que os carrapatos que entram pelesoibelos e qu3 têm de ser arrancados comcas (deixam ás -vezes a cabeça na carne

do homem, onde apodrececausa infecção), e por fim _amais terrivel invenção que hána terra, os mosquitos, que e^u-sam a malária. - ..^,

Passámos por uma regiãoonde uma nova moléstia aça-

de aparecer: a cegueiraa por uma picada ^fe

mosca, de que òspróprios animais*eram vítimas. Nu-ma aldeia, encontra-mos, cheios de ter- •ror, um homem cé-go, que puxava umburro cego e queseu cão cego guia-va 1

Depois, paracompletar a misériados exploradores?plantas venenosasdas quais algumas^causam o adorlne-:-cimento que acabana morte, outras eri-venenam ou cobrem <

as vítimas de imensas empolas brancas. Jjfc0 calor é atroz. As árvores fundem-se, o ar funde-se,

a umidade apodrece tudo, e a tortura moral agrava-SE*

porçue há sempre um "miserável" que acha que deve

falar em cerveja gelada ou em lagosta Therrmdor.

Mas, por fim, a descoberta de um belo* templo fcg

esquecer todos esses horrores e pula-se de alegria a cada .

nova descoberta.- '¦•¦¦.. '*;*' iS

NO PAIS DA GUERRA DAS MULHERES

O veneno está por toda parte, e quanto mais alguém

se entranha no labirinto mais se sente; espreita- ,do pelos que tão bem sabem fazer uso dele: os ter-

riveL antropófagos pigmeus chamados -Lacandões, .. ¦

Cuidado com as flechas envenenadas! Mas conseguimos

entrar em contacto ram essas . enaturas s.kncosas ^uej

nos seguiram passo a passo, dissimuladas de cada .ladoda nisto que traçamos sem jamais vê-los nem ouvlIos,

Foi i margens do lago Petha que descobnmos as pr-

meiras aldeias. &xEstávamos munidos, naturalmente, de numeroso^

nresentes Um dos nossos Índios, Domingos servia-nos

§e intérprete, e nós lhes distribu.mos açúcar, facas, rum,

e mincipalmente grandes relógxos despertadores, quedependuravam em volta do pescoço.

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suas flechas envenenaila*.

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Foi precisoexplicar-lhes cjueos nossos 'Vira-goes voadores"não tinham che-gacro para anun-car o fim d>mundo, porqueparece que cs

46 -"••• A»° - N 5 - Outubro |.MSpercebidas dos nossos aviões: templos imensos ml' •çôr de ouro e de marfim, túmulos reais, birâmUÍ Slossais. 0 avia,, 6 cie 'uma utilidade cientffia, ±.ci?'"para explorar os sítios antigos. Porque se vecm mildo que cm terra. melhor

Calculou-se que havia 50 milhões de Mayas ni 'ça pr-Wolombiana; hoje nao restam senão aUms T*lhares de seres em plena degenerescência. Sob a ren"'"das orquídeas selvagens e soba inacreditável veorA.,^'

WÊimmM 'imm

I IHH ÊaiMlfl^^ Bl PIwmy^WmMyMEMtwMymm WymWmymM m .¦§WÈmÊ W^Mw/m B. >$B WyJmiiÉà ii ^»1 1 CS**BBRBBfl P^PISalB M IKnI B',;'w i

ÊÊÊtmÊÈÈjÊ^

UM DOS AVIÕES DOS EXPLORADORAS - Três aoíõcs Jomm causados nartransportar o, Je* síbUs e „„ mUrio, „ara as J.^es A Ztríô^LZPara atingt-hs, voaram 3.000 quilômetros sobre montanhas vulcânica*.

¥¦'¦

Um templo maya, dos vário* que osexpiaridore» descobriram

nossos aeroplanoscausí ram tant.)pavor que doisvelhos Lacandoesmorreram demedo

Quando da passagem dos aviões, -trás semanas antes,aldeias ficaram completamente vasias pelo medo.Nessas florestas que os isolan do resto do mundovivem sem preocupação algjma senão a falta de mulhe-,res JNunca viram dinheiro, e não preciVm dele, porqueo aumento pende das árvores. Sua religião? E' amolese pouoo exigente. Adoram o Sol, deus do Amor, .o fogo e o deus da Chuva. Nunca ouvi-ram falar de Cristo. A•»;« Poucas horas do México,

tropical, dormem c dades abandonadas. Por qve es<adecacencia .' Chegaremos a saber algum dia ? Fome*guerra-, doerç ts ? Nada poderá dizer-nos.j Acampámos uma noite numa colina e por acasodescobrimos que essa colina era uma pirâmide! Parais,»ds arqueólogos, que podem orgulhar-se de encontra.quase todos os diai, uma cidade morta antes do almoce'Bais dos perfumes que adormecem e matam! País da,noite? pavorosas em que grasnam aves estranha*;, em quemiam tigres e gatos selvagens, mas país também dos im-perivs desaparecidos, onde estão para ser descobertos te-

souros únicos no mundo.Foi ao cabo de três

dias de mar-¦~ ,caímos em pleno paganis-i r^po. A maneira de viver

: dessas populações elege-Àieradas é toda ela a daidade da pedra. Usam

^atíças, machados e fie-chás; têm siiex talhadosComo os homens das ca-vernas.

/i única ocupai çaodessas tribus é o roubocilas mulheres. Quando-Uma tribu é bastante for-yt£, ataca os vizinhos, e se:ty^: vitoriosa, arrebata as;;mvlheres, inclusive as an-|j^.,Un]a mulher nesseclima, é nuhil aos oitoanos. Nenhuma regra mo-ral preside aos casamen-feNuma aldeia, vi umaavó casada com o neto,uma # mãe com o filho,; uma irmã com o irmão.

.Quase nunca se vê osol .nessa região: a espes-

Ipnrávda vegetação mons-truosa oculta--.. Nunca

íse toca. np chão, por cau-sa das raízes que se ema-•^ sob os pés.

Cidades em ruínas, os-sadas-prehistóricas, ve-

lhos cultos

m

m PÓS semanas de com-bate com a floresta,

encontrámos as ruínas

^^sfaffl^^^^MBfli^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^MBjB^BPB^^^^^^^^^^^^^^^^^fcBB^BBBBBflflBflflflflflflflflflflflflflflfl cBJP^BBftèMBcv^^tVhí^pIBBj bVw9bY^^é Bk9Kvb^^hH ^^SV^bI bv^Ika r- - ^ BaBaM

_£__&_£%_ j™feíai^pwJígOft|ffjÉH*uáS3Súm^i\ íSSSmBerG BHbM KiR>\.'-ABy^lfl BBL^r>^rJSs^^BBhL'

ÉmEUS H& s£&Bfí__m_í$__^^

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29/' Ano — X. 5 4 Òülubro l<4f)

íl» que enomiramos os primeiros vestígios divisados Lc,.(lSS<>s . v.ocs: torm.dave.s muralhas clelimitado ,1 cla.berías por um espe,,,, tapete cU|.,n,aS,de arbusto, d0 raízes gigantesca,; pírâmWs t40 metros de altura. Uma cidade! e

iesóbstruir certas partes, tivemos de travarU perigo dissixrtúlava-se por iodanatureza

caiu

40Para

luta comparte.

Cuidado com asespécies delas noYiicatan . . . ,

Cuidado com asserpentes! Aconte-clu-me pór o pémim bushsGçhcr deseis melros de com-primento. um réptilcuja niorclidela ómortal. Levantou-sc, tentou morder-me atravez das bo-las, açoitou-me comviolência inaudita...c desapareceu.

. Terrível sensa-de se

plan tias venenosas! Há quatorze

d cairVao ocom a mula numpântano irçvisivel...A min lia. um dia,desapareceu assimdebaixo de mim. . ..Mal tive tempo deagarrar-rhe a umgalho. E. niio torneia ve-ía.

m&f&vSÈÊih- h ¦,&.v%-2S8bBBM ib

II P*!^*?*^ ^wfli IImm mÈ- ^^ • 1 PI Hm rim ¦ ^ s^^^^^^^^i^ 11

lBS^^BBSSi^3fefe^^BB^^'-j^.-s ;;. '.' - ^ ¦ * .£, ' < ^^fc^^^^^^^BI

0*S PRESENTES AOS PIGMEU S-L p„m k*troPÍ}aic, qutyivtm ZàZ„t n/l^lZTr^J^rf0'^^^' ^Mas quantas re

airdaçoes dos tampos longínquos! Encontram-se a cadapasso cidades desmoronadas, palácios de beleza incrívelUusa curiosa: nada de túmulos. Encontrámos temploscomo iu Grécia, pirâmides como no Egito, fortificaçcesof • Cm ,Aal?lI,onia' cidades imensas que se chamaramUlenque. C.uchen — Itza. Piedras Negras, Uxmal, quenao tem nem historia, nem data, e que se perderamm tio/estas grandiosas, imensas, silenciosas; onde ape-nas reina uma fauna horrível — país da morte..

O ue animais estranhos viveram aí, no passado es-«i -lecido. Os Lacandões nos levaram á beirado locoPctha.ao ''cemitério dos dragões mortos". Foi

para nós uma descoberta sensacional. Haviasob os nossos olhos montes cie ossadas fés-

íó^,llÍ?7Í^,;''"!i'1m"mute!i V,- e °utros animais da prehis-lorui t Uinamo-lps aos milhares!m™ I * gVUtaS l)rufunSlaR, colhemos recordações do ho-'KlW'

" h°mem da éP°ca Paleolítica, ves-na AfrV

'%,hantc? aos <lu,e se encontram em Dordogne,d i.e "° (jcsert° de Gobi. h

L.,,™¥¦»o»mIcx talhados comparáveis aos dos Che-"" resím

'Mufcrla""s,- E.vi™s ÇurKwo. desenhosrupestres em que bruxas de saias cavalgavam uma vas-soura, tendo a cabeça o tradicional chapéu pon-;1 o. Pinturas semelhante^ foram encontradas í

em grutas dé Ço-gui, na Espanha.

Existem no sari^tuário de Tariít,em Cartago, urnas •contendo as ossa-das calcinadas c!ecrianças, queimadasvivas para culto de«Molcch e de Baal.No país dos Mayatíe mesmo entre osMayas - Lacandcésde hc;e, encontra-mos os mesmos ves-.tígios de sacrifícioshumanos.sempre dofilho primogênito.

Teriam os gran-des na v ega dore scartagineses, pelaAtíantida, penetra-do na América?

Constatámos.finalmente, entre os

!„„ jx„ vc A últimos descenden-

E a única região do Novo-Mundo onde os deusesde outrora são a.nda venerados e onde os antiws cXsoferecem a.nda alguma semelhança cm os cStofwrgmqüos do Velho-iMundo. ** kn"

A VINGANÇA DO LACANDÃOt., ¦

A esquerda, um templo, desembaraçado d:s lianas e raízesffiffantes que há mil anos o cobriam. Em baixo: dois d< s cvploradcres nocoração da imensa floresta ende tanies periqcs cs espreitavam e onde às

vezes avançavam apen: s quatro quilômetros per dia.

\_m \^mM'^^^^t^^v.^^B^^BBfl^^^^BB^^BBfc^^^B^BH^^^^^BÉ^Br^ãWrffrPif^BBl^ ¦ ¦ v>.&¦'^56_w_\

^B ^BjBc ¦ ^*^mQ^S_wÊ^Ês__^_^_^B£_^_^_^_^_^

^B Beíj^B^B^B BP^flk^B ^B; ¦¦ ¦¦¦vj^l^^ftiv* ^^^í»«PIRbiB BwMBSn^^^^^ufl iui^fl ^k.'*^3^B HclB ^B>Wju9 ^B ^^^CTl^ xL lA^fll But^^^ÍmÉ Bfl Büflt

* ^'^wt^wwWbBBBjB '¦ -SíSàyvaÉà^fl^^B^^ ¦^^^wmflKcBB^¦ v*/V*JBSS^BcBw^^gS^vv ^ 1\*^^w??n^^í^WKèâ^«ç8B^':^«^

üma das minhas mais dramáticas recordações é aoo perigo que corn no cha em que um Lacandâo quis afo-gar-me. atiranao-me fora do seu barco, porque eu vio "Iara a sagrada scKdão de um. templo dos ^Tan^tratediíicado numa ilha, no meio do lago. v^. S^

Tive de alcançar a na-

¦¦ mmds, tinh,a!^Mt^essao- ,c!e ül

do as margens desse lago};>nde pululam oS crocod.i-í>s. Meus a>mpanheirt>}iüão cabiam onde eu esta-va. Caminhei durante de-zesseis horas para atingiro nosso acampamento, nasemi-obscur^dade da floresrta, sem armas, sem facasem luvas para proteperme contra os espinhos venenosos. . .

Além do maa angustiosa impressãoser seguido.

Por quem ? Por tjue ?Um indígena? Um tigre?Nao podia precisar.

Subi ao alto de uma .árvore, como o Pequeno!rPolegar.

Queria tratar de des-cobrir o acampamento.Alas nao vi senão o imen:so mar de árvores de fo-lhagens amarelas, verdes.alaran;acias, & sobre a mynha cabeça um abutre |Ltraçar um círculo.

E eu tinha sedeiSem a bússola, queficara presa ao meu cinto!

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29> Ano - N. 5 — Outubro 1945

mik VÔO DE AVIÃO — D<s inguem-re aqui, tais^ como os[aviadores o* perceberam no inundo da selva, três templosj maya*, perdidos nessa re-

AS RUÍNASDE UAI A CIDA-DE ANTIGA—Avegetação invadecada vez maisesses palácios eesses templos.Após kavê-lcsdi-visado do avião»c s expio rado restiveram grandetrabalho paraaproximar-se,abrin do cami'nho através dafio resta abafa-dora.

sl*I r

-V

XV

gião de morte.

teria morrido na floresta.Graças a ela, conservei a

íí direção.E foi a noite que me

salvou def initivanAente.A missão, logo que¦0*. escuridão chegou, sol-

tou foguetes. O clarãono céu e a detonação

isèrviram-se de guias.Em

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menos dè duas horas, es-

Irw

tava no cainpolNo dia secuinte, os

[* guias indios, percorrendoa mesmo caminho queeu percorrera, disseram-•me que fora um tigreque me seguira. Mas otigre não ataca senão o

eiiomem exausto e doente.|;0 que ia na minha pista

esperava o momento.Mas não chegou

'ffl/*È&&$.

mis»,fflaf&i

wms. WfíHmtBmimto,Í*"',H

e A procura dos templos é, certamente, apaixonadora. . . Mas não deixa de ter riscosl — Conde Byron de Prorok

e* Desaparecerão os mamíferos do mundo?1£]As notáveis mudanças climatológicas dos tempos

quaternários são o que mais tem contribuído para a ex-tihçâo de numerosos tipos de vertebrados superioresem uma época relativamente próxima de nos.

H. F. Õsborn e H. E. Anthony insistiram há unsvinte anos sobre essa questão, e no "Journal of Mam-

v^I^BRHIV^ W^ ji^^^^^^^^iflr ^^^í fl^^fl^k^ JS H^^V^^P^

mology" ocuparam-se do que chamam "fim da idade dosmamíferos" . Opõem a duração de dez milhões de anos,que atribuem à idade dos répteis (era secundária) aostrinta milhões que concedem à idade dos mamíferos(era terciária).

Para os naturalistas do "American Museum", foio homem quem, há quarenta mil anos, deu o golpe de mi-sericordia nos grandes animais, do^ globo, principalmenteha vinte mil, que é a idade aproximada da Agricultura.

Qualquer que seja o-valor desses números e de sascifras que, em se tratando de Palaontologia, nao têm un-portância, é de reconhecer-se a redução dos grandes am-mais ante a invasão das estepes e das selvas virgens poruma humanidade cada vez mais densa.

Para dar uma base científica às suas interessantesdeduções, publicaram os citados naturalistas, no referidotrigo, estatísticas e cifras de grande valor- Em tres anos(1919-1921) foram exterminados mais de 24 milhões detoupeiras, mais de 13 milhões de esquilos, um pouco maisde sariguéias, sem falar das lebres, marmotas» etc. {milhões» de *cada gênero).

As estatisticas publicadas, pelos sábios americanostêm o defeito de partir de uma base falsa. Apoiam-se: no

principio de que a emigração dos mamiieros, ou £"1'spara o Novo Continente, se verificava pela^ região cieFUViríno- Oc fáfr»c rrmmrrlam mm esta ODiniãO HO que

PARA ABRIR UMA BOA COVA PARA AS MUDAS —B& desenho acima explica com clareza como é possivel, com o

emprego de duas pás e meio metro de corda, armar umapanhador da terra, que mu:to facilitará o serviço.

%*> *"q*

írmg. Us latos concordam com esta opiniãose refere aos cavalos, camelos e elefantes pkastocenos,mas não no que diz respeito aos rinocerontes, tapiresoutros animais, cujo trânsito não foi o dos primeiros.

Coincidindo com o antigo fetmo de Behring, haviauma união continental transatlântica por uma terra an-tílo-lusitana, atualmente, submersa, que foi talveer.lizada pelos grandes animais na sua migração.

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29,0 4\no — N. õ — Outubro 1945 4) -

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Sistemas de instalações de água quente0 engenheiro bra-

sileiro dr. J. Junqueí-ra Botelho realizou in-teressan líssimos estu-J0S & bre sistemas dcágua quente, in-is oumenos c nvenimtes,mais ou menos dispen-(Hpsos, e traçm umacuriosa série de pr je-tos que aqui estampa-mos.

Embora a simplesinspeção visual hastepara uma suficientecompreensão dos dife-rentes sistemas e suasconveniências» o autcrilustra literalmente osseus gráf cos com umcerto número de c.:nse-lhos, que aqui repro-duzimos:

I

Instalação dágua quenteIsolan+e

rilAyuc/ quente

Água fria

*'e\...

• viS$'•i

fc/ff

IA

Capac/JadeÜ&30 a 50 liiros ....

fcUpl por pessZa UffgtH^VV 'i*ii mm»' «»« ******* ?*,V » «J«»

JAgua/rfàl

%

1"ou maior

10cm Aquaquenh __J&3

1"oümenor

%£kA caixa dáguaquente deve ser her-meticamentíe fechadae isolada com umaespessura de isolamen-to minima de 5 cm.

Por exemplo: umacaixa de madeira cem um vão de 5 cm. de serragemou outro isolante melhor.

A caixa dágua quente deverá ser bem fechada eisolada para diminuir as perdas de calor.

ITSerpentina de cobre é mais conveniente porque o

cobre transmite melhor o calor.

IIISendo a água fria mais densa (pesada) que a água

______ÜI_^s

Porta c/a Jv^Sò

e/r/rk*

O ramo A deve ter perda de carga maior ou igual á do ramo B* A água deve entrar "Jruf' turserpentina, em "baixo" e sair "quente", em "cima".

quente, deve-se ligar a parte de b tixo da caixa com oramo inferior da serpentina e o ramo superior da serpen-tina com a parte superior da caixa", para funcionar comoterm iiion.

IV

A caixa dágua quente deve ser colocada num local ;de fácil acesso e inspeção, não havendo necessidade de;ser colocada bem perto do fogão. Em geral, consegue-se|no forro ufn 1 cal adequado;

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^illl iijl IIIMM^IM^MIII»»111*-^**^ L| O , '

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Disposições de serpentina ^ :,y*$tê Y

agg—s* *

Água cjueàte

Ç_i_ãã_ü-ã-

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âtàfrá disposiçãoi Conrfrvçõr mmM^i^Sa/ro fJssar & porta + vl *<- *

^7í7 a/sposiçao

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50 29/ Ano N. 5 — Outubr . i'>45

instalações a aqu a qc/enfe sob prâssâò

Àgua/r/gmCT!!

holonf-e dgúa çaenkpora scrv/çó

ito/vu/o „wfimfiesa

^^ fi Capac/aac/e ^5&<?& <?50 ////vsporm

li 1* '•r-'

/j^ty quenfe

y/a

1®L\ Serpentina

Hà certa vantagem em fazer-à tomada de agua quente no en-

^namento de subida de agua quen-ev mas deverá ser feita a uma dh-plçià mínima de 10 cm. acima do||Íido da caixa de agua quente, pa-H* evitar que a serpentina se queime.

x %. I*.-•¦>*• VI

Se possivel, é melhor col ^car-secano de agua quente dentro da

lamine, para assim aumentar a su-írjfíciè de aquecimento.

VIIií' *

Y A parte superior (mais alta) da•pentina deverá ficar onde o fogo

gpínais intenso (mais forte) paraWÊ**"'inversão de corrente.

tsolanre\ »

0:1:

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úWncfrv afanar*/so/a/i/e

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vm¦f/^7

VilíA capacidide aconselhável -da

caixa dágua quente é de 30 a 50litros por pessoa.

IX

Para chuveiro dágua quente(mistura) as águas quente e friadevem ter a mesma pressão (altu-ras das caixas iguais) ,sendo nestecaso mais conveniente o sistema dedois tanques (mais caro).

FOGÕES

O ilustre engenheiro fez estu dos

™9§ffê.\ Serpentina

delidos sobre o bom funcionamentodjs fogões, chegando a uma sériesucinta de regras, que aqui divulga-mos, acompanhadas de interessantedesenho. .

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Sisfe/ncr cíe dois ianques______ pa

aqüq fria w u .- w=¦"-4 Hi m CapacidQdeEt\

11 j T ¦>

Jio/ante

^ por pessoa

Vantagem: A agua quente não se mistura perceptível-mente com agua fria, Ligar sempre a parle mais baixado tanque (fundo) com a parte mais baixa da cai-

deira (serpentina).

_,.. jfauQ quente para«p^tF ^=== serviçoJU- ^ 10 cm.

ISerpe/f/i/ra

WÊ^'''¦;

¦

:-

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20'.° Ano —_w s * * m N. 5 Oi «br, ÍÒÍ5 51 & ', "^b

Para um f >gão funcionar bem, deverá satisfazer asseguintes condições:"

I--0 ar deverá entrar pelo cinzeiro, atravessara camada de combustível (lenha, em geral) e sair noÍ9pò da chaminé. Não deverá entrar ar por nenhum outro* lugar. ;

II — A área da secçaò transversal da chaminé de-verá estar compreendida entre 1/5 e 14 (0.20 e 0 25)ila área da brnalha (Vér Le Chatelier "Le Chauffa-ge Industriei" — pags. 489 a 491, I.' edição).

IJI — A superfície interna da chaminé deverá serbem lisa. sem rugosidades, para diminuir as resistências(perdas de carga).

IV — A altura da chaminé deverá passar um metroacima do telhado,s convindo passar acima da cümieirã.

Os defeitos mais comuns observados sao os seguintes:a— Entrada de ar pela porta de visita oü limpeza

da chaminé;b~~ Entrada de ar no registro da chaminé, quereste seja em forma de gaveta ou borboleta;r—-A'rea da secçaò transversal da chaminé muito

l>equena;d- Rugosidades internas, reboco, entupi mentos; etc<>--Barras de grelha da fornalha muito junta'

(apertadas), dificultando a passagem ('Exemplo.Determinar 'a área da secção

transversal fda cham n j de um fogajcija fornalha tem as seguintesdimensões:

Comprimento 30 cmLargura 15 cm.Chamando A a

área da f malha e asecçàj da chaminé, te-nns para área ela f r-na lha:

0$ .

_____> **** ¦** ""*"^^^J

Mani lha I 3já

__^_^fl

Rey/síro |*p ji

quando via algum quelhe agradasse, o fazia;||roubar, não respeitahdo 'nem os pertencentes aosam ven tos de religiosas.

A rainha Margaridatambém tinha caes en-cantadores com que pre-senteava algumas vezes.como se fossem jóias, os íseus enamorados'. Um

A '

destes, levando um em

/ orfa*/= 30X15= 450 cm2.

A área da secçãotransversal da ehami-né sendo dc 0,20 r /%«~,/_0,25 da área A-, forna- L'nX*"í°.Ina, temos: At~0,20A = 0,2QX450=90cm2

0,25.7- 0..25 X 450 = 112,5 cm 2.cmZ. ou seja dmanr que 90 cm2. e menor que 112,5 OQ

io ar. ^^ ^^>T

r<^=====.^^^ -'<&>''<i> ^

ciem uma

pouco

0,25<

Para os que enten-matemática, teremos:

aÃ0,20;- <0,25

Animais favoritos dos grandes homensanim qU- acham exagerado o amor que se tem aosmais em nossos dias, pode-se responder que esse ca-nno vem de muito longe. Em todo* os tempos ocupa-am iugar preponderante no afeto do homem, e mais

que no do homem, no coração das mulheres.Isistív*

VC S 5astelos fe^is, os dias teciam sido ir-caes

tlS' SG n'^° *?sseP atenuados pela presença denn\

u P10llos que rivalisavam com os graciosos pagensou o^di^rhdos^anoes.

não sS a es' *'^'s companheiros das jovens çastelas,

cavai sefíu,ravam delas nem em seus longos passeios a°» e as acompanhavam até nas igrejas.

daliza*/ a^ era tao natural que ninguém se escan-teín.

aa° VCr ^uran*e a missa uma daquelas aves devoar e pousar em cima do próprio altar.v>siava'U $$& para o.s seus cães delicadas atenções,mJr na

Sl,a a,imentação e, durante a n.ye, fazia-os do;-piuma'

Slm r>ro^r^a álcovía. sobre riquíssimos leitos de

^ntindlr 6 a ^Ua t'l^^rna enfermidade, o monarca, pres-

fristesa° pU pr°,x*m(? £im> achava-se possuído de infinitaara distrai-lo e afugentar o mais possível os

tinha

seus braços, se lançavaaos assaltos e aos com-bates.

O gato teVe tam-bém seus partidários.O cardeal Richelieu dis-Iraía-se das incômodasíadiVas do governo brín-cando com os seus pe-quenos Angorás, e inte-

ressava-se pelas pes-soas que professavama mesma admiraçãopela raça felina. E*muito conhecida a his-tória da gata de Ma-demoiselle de Gour-nay, à qual outor-gou uma pensão devinte liSras.

Maza rino preferiaos macacos e gostavaextraordinariamentede vêr suas sobrinha-zinhasjbrincando comeles.

Na corte de Versa-iiles, os animais consti-tuiam uma grande dis-tração para as princezi-nhas. Cada uma delastinha seus cães, seus pás-saros e seus gatos favo-ritos.

A princesa de Contiadorava seus animais,,e uma das maiores ale-gr ias do pequeno du-que de Chartes era irvisitar sua avó, aAPrincesa, por causa

eram o júbilo do ilus-~

j50U.fi T1f»_V ~" *V' WiWgVU.lIJ.1 '-' -SS.SM..J £,^±syj-

^nsar Í°S fPensainentos' Paginaram os cortesãos fazermulher C?A!1VJ^e ^°^s Porquin^os vestidos de homem elhar 4..loéia teVe êxito, rmis o sorriso tornou a bri-

dos animais que estatre neto.

Os caes foram amiude causa de ciúmes. Carlos IIde Espanha não podii tolerar os que sua mulher levarade França, e quando os via encolerizava-se e gritava:"Levem daqui estes malditos cães franceses"!

Napoleão detestava o dogue de Josefina. O cãò,por seu lado, correspondia ao imperador com o mesmoódio.

Freqüentemente os cães, companheiros na alegTÍa,foram motivos de distração na desgraça. Maria Antonieta,a infeliz rainha de França, foi acompanhada na prisãopor seu cão favorito, "Odin",

que a distraia nas horasmais horríveis do seu cativeiro. Uma das páginas maissentidas de Alexandre Dumas (pai) é a que consagra,em sua novela "O cavalheiro da Casa Vermelha", amorte daquele cão tão fiel á sua egrégia dona.

Os cães da rainha Alexandra de Inglaterra foramos mais belos do Reino Unido. Uma cadelinha "Diana"

fazia as delícias da imperatriz Eugenia de Montijo.Vê-se, pois, pela História, que excetuados Napoleão

e Carlos II, o En fei tiça do, todas as grandes figuras ti-veram seus animais favoritos, que lhes serviram paradistração e esquecimento da perfídia dos homens e damudança e versatilidade das cousas.

íq ' labióis do monarca moribundo.ijoucura ^J*

°S VaIois» ° amor pelos caes chegou até àÍíe Lüí»n ]| ? nao ^ *azia mais do que seguir o exemplo<le Lorena, que estimava tanto os cães que,

'Ui?.a A discreção ê para a alma o que o pudor lo corpo. — B\CON.

para

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'¦¦:.;•ç*'tc/y tido 52 29.° Ano — N. 5 — Outubro 1^45

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í '•-.

¦£¦&&*W".

"Dever de todos que falam e.escrevem é zelar a

pureza do idioma, muito melhor é o exagero do que acriminosa negligência".

JOTÍO RIBEIRO

REGÊNCIA VERBAL

AVISAR

O Verbo avisar é dos que se constróem com objetodireto de pessoa e objeto indireto de cousa: avisar al-

guem de alguma cousa.Exemplos: „"Avisei-<? de que tudo estava acabado .

GARRETT

"Pelagio avisara sua irmã do lugar em <lue existia".

HERCULANO

"Avisarei o leitor de que vem contada a história naCorograf ia do padre Carvalho". . .

CAMILO

Há construções em que a preposição de é omitida(assíndeto); . „'Avisou-a (de) que tinha hóspede de importância.

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vai o mesmo que querer antes. Mas prejerir e querer atilesnão têm a mesma sintaxe. Na locução viciosa prefiromorrer do que viver, o que, correspondente ao latim quam,não tem nenhum sentido. A construção pura é: prefiromorrer a viver —Pre}iro as maçãs aos morangos, e nào;prejiro as maçãs do que os morangos, posto que se digamuito bem: antes quero as maçãs que os morangos. (No-víssimos Estudos, 2.p ed., pág. 73).

Exemplos;"Aos iormentos da existência, decidi, prefiro a morte".

CASTILHO

"Tal foi Esaú preferindo umas lentilhas bem co-zidas aos }oros da sua primogenitura".

M. BERNARDES

"O Roma! Tu viste com orgulho teus bravos pre-ferirem a morte ao perjúrio".

*<

VIEIRA

II — ATINGIR

Atingir é transitivo direto cu indireto, "sto é, cons-

trói-se sem ou com preposição.Exemplos:"Momentos houve, todavia, em que a rebelião atinr

gira proporções heróicas".CAMILO

"O monarca, não podia atingir ao que significavaaquele gest

'. I

HECULANO

E', contudo, preferível a forma transitiva direta.

III — ATENDER

Há verbos cuja sintaxe varia segundo a acepção emque se empregam. . Encontra-se nesse caso o verbo aten-

iaer, que se constrói com ou sem preposição, conformesignifique prestar atenção, tomar em consideração, consi-derar, ou dar audiência, escutar, deferir.

, Exemplos;"El rei atendeu às saplicas do senhor d. Antônio".

MACHADO DE ASSIZ¦

, • i- . '

¦ ¦

"Nobre dama, atendei às súplicas do velho bucelário"

HERCULANO

MONT ALVERNE

INDENIZAR

Indenizar alguém de cu por alguma cousa;"Caso em que o senhorio o indenizará das despesasnecessárias' .

• RUI

"Indenizando-0 com afagos das asperezas que pre-cederam sua entrada no colégio".

CAMILO

"Indenizaranwi<? por suas perdas".

MÁRIO BARRETO

VI — EXCEDER

Constrói-se com acusa tivo ou com da tivo, isto é,com objeto direto ou com objeto indireto; exceder algumacousa ou alguém, exceder a ou alguma cousa ou a alguém.

Exemplos;"Ação que excedia as bárbaras tradições dos ásperos

fidalgos do século XII".,REBELO DA SILVA

u eu excedia a todos esses'*.

"Dor que excede às outras dores'.

RUI

CASTILHO

"Não querem qué7el-rei o atenda".

HERCULANO

IV PREFERIR

Preferir é transitivo direto ou bitransitivo; nestaúltima hipótese, constrói-se com a preposição a; preferirser morto a ser ^p^eso. Não se diga, pois, preferir ser mortodà que ser preso.

Mário Barreto, estudando a sintaxe impugnada,escreveu;

"preferir, construído corn que ou do que, sóse explica, enquanto a mim, por um falsa analogia, porinfluência de uma outra locução; querer antes. Prejerir

CORRESPONDÊNCIA

XIZ (Rio de Janeiro) — Consulta; a) se são verná-cuias as construções — pôr o livro sobre a mesa — estatuaem bronze — barco de vela; b) se o verbo atender podeconstruir-se com preposição.

Quanto à alinea a: nas duas primeiras construçõeshá galicismos sintáticos. As formas idiòmáticas sao:pôr o livro na mesa — estátua de bronze. A terceira cons-trução — barco de vela — está correta. Barbarismo seriabarco a vela. Quanto à alinea b, sintaxe do verbo atender,veja o item III acima. A

G. V. (Paraná) — A expressão devem haver tres anos• está errada. E' um s< beitmo. Diga: deve haver tres ano^

Isto porque o auxiliar do verbo haver, impessoal, e mva-riável quanto ao número. _ i

Prezado deve ser escrito com zt é particípio do-verprezar, do latim pretiare, cujo ti se transformou em

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29.° Ano . 5 — Outubro 1945 53

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€ TESTEMUNHO D€ MACACO? ? ? ? ? Romance de> ? 7"5 Bruce Harrison ? ??

me— Eu lhe peço que naooculte nada — acres-

cen tou.—- Estou oompletamen-

te desolado — prosseguiu oinspetor quando todos jáhaviam entrado; odeio detodo coração as missõesdeste gênero, mas devo di-zer-lhe: sua mãe está mor-ta... assim como um dosseus vizinhos...

Eileen, com a mãocrispada na garganta, olhoufixamente para o detective.

Eu... eu não com-preendo — disse ela.

Seria melhor. . . sen-iar-se... refazer-se um pou-eo, senhorita. Essas cousasnão parecem críveis no pri-meiro momento. . . Eu de-vo

Foi interrompido pelorumor de passos leves erápidos de uma criançaque descia a escada. Issopareceu despertar Eileen doseu estupor. Voltou-sie vivamente para o irmãozinhoque chegava ao hall.

Frankie, volta, eu te peço. . eu te direi por quedaqui a pouco^ Mas é preciso que nao fiques aqui agora.Sê gentil e vai, por um instante!

0 garoto, surpreso e espantado por vêr aqueles es-tranhos e principalmente pela voz angustiada da irmã,arregalou os olhos, recuou e, por fim, obedeceu.E' bom — disse Jimmy Satterlee entre dentes.

Mas ninguém o ouviu.Sua mãe foi morta, miss Ryan — prosseguiuGolan.Mortal Mortal

Sim, a tiros de revólver — adiantou o sargentoheary; inconsideradamente.n

~~Leary— disse tranqüilamente Golan — creio quenradley tem necessidade de você* lá em baixo. Quer"* ter com êle?heary fez uma continência, girou nos calcanharese saiu.

, a Qu Como ? Que foi e esse homem disse ? —balbuciou a moça.

Oolan conduziu-a para a loja e fê-la sentar-se naPoltrona perto da caixa. . .

Eu sou forte — disse ela—diga-me tudo.Sim — respondeu docemente Golan — a senhora»oera tudo. Duas pessoas foram"Jortas a tiros esta noite. Pri-«toiro, o seu vizinho, sr. Schmidt,que ioi encontrado morto nojaiar da porta, e depois, em«We, do outro lado da rua, suaj*Jae«;. Uma ambulância deve«*'vindo buscá-la.. e será pre-«|o sem dávida que a senhora^reconhecê-la.. . mas talvez seupai... y

Golan deteve-se, não sabendoZZ?m° continuar. Eüeen con-

uma das mãos agarrada«te àlTm D+ Cjava ê,e eftardeWj-i ma troPa ameaçadoracomo Al

°S' antes do <!ue ficar>essa* ^*Va' constrangido a dizer^

cousas à pobre moça. Emchorar ^^i' tería desejado vê-la' solu?ar, agitar-se... Ela

RESUMO DA PARTE JÁ PUBLICADA

mirtf^^J11*06-er ?ra emPregada na loja de Rudolf Sch-rnidt, loja de animais, onde havia o macaco Bismarck mieno início do romance, foge da gaiola por^imí^Sutos éfaz diabruras na vizinhança, em casa do liv?eir™ Ryᣠeda velha solteirona, miss Parsons. A joverrT Ella aue^n\o-Sm o-U£l2rUa?°,;;0m Fl0rence HaSkl„3s,VaeSrfou bem cêâo.com o calor, e começou a pensar em Billv SchmiHt «í^ti?evínta?U«era fÍ1^° ldotirad° vtíto&SSf 2c£boú J£ílevantar-se para ir abrir a loja, e ao chegar à vista dacasa, quando apanhava a chave na bolsa, dlu^om

™ olhosno corpo do patrão, estendido diante da porta. Teve umligeiro desmaio e. depois, foi procurar a polícia Acudiramtrês pohciais: Bradley, Meler e CoUahanP RudÓK Schmldíestava morto por bala, e perto do cadáver, a giz no as-falto, viram todos esta inscrição: M. B. 10. Collahan pro-curava acordar os moradores de todos os andares do pré-dio. O primeiro-a aparecer foi Floyd Kirby, que foi cha-mar os demais. Chegam ao local Daniel Golan, inspetor-chefe da Segurança, e o sargento Leary. Os moradores doprédio aparecem, nada adiantando os seus depoimentos.O medico legista constatou o óbito e quando o cadáverfoi levado e Golan ia retirar-se, surgiu-lhe, a correr, JimmySatterlee, repórter do Appel, falando numa dama mortana calçada fronteira. Atravessam todos a rua e vêemrealmente, outro cadáver, e junto dele a mesma inscriçãoa giz: M. B. 10. Kirby, que se aproximara, reconheceu amorta: era a esposa do livreiro Ryan; e informou que afamília se compunha do velho Ryan, uma filha de vinteanos — Eileen, e um garoto de uns nove anos.

nao se mexeu, mantendoum olhar fixe... Mas mur-murou por duas vezes :~ Eu sabia que isso aca-baria assim. . .

Golan, diante disso, foi à casa dos Ryan com Jimmysendo recebidos por Eileen. *

Os homens sábios fazem os provérbios e ostolos os repetem.

Quem lhe ensinou este provérbio?

XV

Sua mãe tinha preo-cupações ? — perguntou Go-lan.

Oh! quem é que nãoas tem ? — disse Eileen.

Sim,. certamente, mascom a energia como a quea senhora tem, são supera-das facilmente. Não se dei-xe abater, miss Ryan. . .Ahi aí está! assim é me-lhor.

Eileen por um segundo,pareceu que se ia abando-nar a uma crise nervosa...mas refez-se. Ergueu a ca-beca.

Que devo fazer ?Diga-nos tudo o que

sabe. Por exemplo, o quesignifica a sua afirmação de que sabia que isso acaba-ria assim...

Oh! não posso falar-lhe disso agora!... Minhamãe. . . Não, eu não posso julgá-la. . . Eu lhe peço: naome pergunte nada no momento.

Golan deu um suspiro. Os interrogatórios não ti-nham aspecto de dar resultados maravilhosos naqueledia. Passou a outra ordem de perguntas.Quando viu sua mãe pela ultima vez ^Ontem á noite. Ela saiu por volta das dez heras,dizendo que passaria a noite em casa de amigos em Man-hattan.

Pode dar-me o nome desses amigos ?Não — respondeu Eileen com voz melancólica.

Ela não os declarou. Tem relações na cidade com váriaspessoas que nós não conhecemos.

—-Sentia-se ela bem quando saiu ontem à noite?Eileen mordeu os lábios.

Não estava nem melhor nem pior que de hábito...Há anos que não anda muito bem...

Trata-se de alguma moléstia crônica ?Sim, pode ser assim ¦ considerada. . .

Um leve acento irlandês dava um encanto sutil àvoz da moça, e Golan perguntava a si próprio por quenão escolhera uma profissão mais amável que a de dete-ctive. Não era a primeira vez que fazia de si para si essa

pergunta, mas naquele dia aliavaa ela uma certa melancolia aovêr Eileen Ryan tão encantado-ra, tão tocante principalmente nasua desgraça. E abafou um sus-piro.

De que sofria ela, missRyan?

Principalmente, dos nervos..,Ah 1 sim. . . compreendo. ..

Humor instável, não é?Sim.

De uma sensibilidade doen-tia e de índole pouco fácil, su-ponho — disse então Jimmy Sat-terlee.

Eileen surpreendida, considerouum instante a fisionomia francado repórter e respondeu :

— E* isso exatamente.Eu sei— tornou Jimmy. —

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Esses temperamentos sâb um sustentáculo quando tudovai bem, mas são detestáveis quando as cousas andammal... e ninguém é responsável por isso.

-4? Sim — disse Eileen tristemente.Y Golan olhava para os dois interlocutores com arespantado. r

Mais dias menos dias, a senhora compreenderaessas cousas— disse-lhe Jimmy. Mas agora...

Agora nós temos mais que fazer — atalhou Golan.¦— Bem sei — respondeu o repórter. .Golan notou que Jimmy recolhera o caderno ao

bolso e olhava para a moça com um interesse novo.Bravosl — disse Golan. —Você é um jornalista

que sabe continuar a ser um bom rapaz! Mas voltemosao nosso inquérito. Seu pai, miss Ryan...

A moça empalideceu novamente.Não posso dizer-lhe nada agora. Ele ontem não

estava passando bem.. . Mas é preciso, absolutamente,falar-lhe já?Está êle de cama?

Não, mas a esta hora, ainda não deve estar le-jvantado. ç ,A1•I* — Compreendo... E' só a senhora quem cuida deleou há mais alguém?

Ninguém mais... Não posso avisá-lo agora,seria horrível...

Torcia as mãos. Golan receiou que, dessa vez, eladesmaiasse... Acalmou-a.

Afinal, não é necessário avisá-lo imediatamente.E* êle muito idoso ?^

•¦—Nem tanto assim... Tem sessenta e seis anos...Mas parece ter muito mais. . .

Então, deixêmo-lo repousar... De que sofre êle?Oh!... não sei exatamente. . . Eu estava para

chamar o médico quando o senhor tocou.Bem. Não é preciso, pois, dizer-lhe...Que é que não me devem dizer ?

Não tinham ouvido o sr. Ryan descer, de chinelos.Estava êle no limiar da porta, apoiado pesadamente auma bengala. Sua espessa cabeleira branca estava emdesordem e tinha os olhos injetados de sangue.

Então 1 — repetiu — que é que nãp é precisoque me digam? Eileen, quem são essas pessoas?Oh! papai, eu lhe peço. . . subal Não é nada, ab-solutamente nadai Não se inquiete.

Aí está uma novidade 1 — resmungou o velholivreiro. —r Agora, é minha filha quem me diz o que eudevo fazer 1 "Não é nada", diz ela, e eu a ouvi pedir queme ocultassem... o que ? Que é, então ? E depois, quemé o senhor? —concluiu brandindo a bengala na dire-Çao de Daniel Golan.

Sou inspetor de polícia — respondeu Golan tran-.qúilamente. Um acontecimento desagradável se verifi-cou e sua filha participou -nos que o senhor estava doente;eu esperava poder dar-lhe mais tarde uma má notícia.

YMas naturalmente, já que ouviu uma parte da nossaconversa. ..

Deteve-se, hesitante. . . Não acabava Eileen dedizer que a notícia poderia matar o velho?

— Falei — bradou o sr. Ryan. Não me deixem ato-nito assim. Que foi que aconteceu?

Um acidente com. .. com sua esposa, senhor Ryan.A expressão do velho mudou: a cólera cedeu lugar

iM um espanto doloroso. Olhou alternativamente para afilha e para o policial com ar assustado.

;vj&Y E como todos dois baixaram os olhos para evitarsua interrogação muda, prosseguiu:Compreendo. . . compreendo. .. Estou vendo nassuas fisionomias. .. ela morreu!':_t.—E' verdade, senhor Ryan.

E o senhor... o senhor é um detective...Vacilou e teria caído se Jimmy e Eileen não tives-

sem evitado a queda segurando-o cada um por um braço.Deixou-se êle conduzir à poltrona que a filha ocupara eaí ficou, de olhos fechados, respirando com dificuldade.

> Golan, debruçado sobre êle para desabo toar-lhe ocolarinho, sentiu um forte cheiro de whisky. Desde entãoficou sabendo qual a moléstia de que sofria o velholivreiro.

XVI

Jimmy Satterlee atravessou cOm grandes passadasa sala da redação do Appel. Enxugando a fronte, o re-porter aproximou-se da monumental secretária do re-

r

29.» Ano — N. 5 —¦ Outubro 1945*

dator-chefe. Era pelo começo da tarde do dia seguinteàquele em que se descobrira o duplo assassínio de CareyStreet. Satterlee nao perdera o tempo, e uma cdiçã*especial do jornal contara de maneira clara e como Yen teas dramáticas circunstâncias desse caso sensacional.Jimmy apreciava o triunfo modesto, mas não podia dei-xar de ficar satisfeito com os olhares admirativos que oscolegas lhe lançavam, enquanto passava no meio deles.

Alô! Satterlee! — gritou o redator-chefe. Quefelizardo! Você vai fazer um inquérito sobre um assassí-nio e traz-nos dois! E com estilo!

Fiz o que pude, senhor Green — respondeu o jor-nalista, não só com modéstia como com uma certa frieza.

Mas, diga-me—¦ tornou o redator-chefe — naohá por aí alguma história confusa?

Como?! — disse Jimmy indignado. —Eu lhedou um duplo assassinato não falsificado, um cadáverde homem e um de mulher, diante um do outro na rua...e o senhor se queixai O senhor é insaciável, senhor Green!

Não fique arrebatado. O caso é excelente. Mas...E, depois, marcas cabalísticas ao lado de cada

cadáver! O senhor é muito exigente!Ah! Sim. . . que é que essas inscrições. . . Aí. B. 19

podem significar, na sua opinião?Não sei. ..

O sinal de reunião de um bando ?Talvez, mas nenhum desses dois assassínios pa-

rece ter tido como movei o roubo...Não é, todavia, um caso político.. .Não — respondeu o repórter — não creio.Em todo caso, meu caro, tem carta branca. Faça

o melhor que puder. Mexa céus e terras. Mas que issofaça barulho! Você já se saiu bem no caso Flatbush. Re-comece! Vá criando motivos sensacionais de interesse!Você tem todos os requisitos precisos para isso... E,bem sabe, não olhamos despesas!

Bem, senhor, obrigado — respondeu friamenteo r: porter."Que

palerma! — pensou o redator chefe vendo-oafastar-se. Qualquer outro saltaria de alegria, e êi»se.^.palavra que é de se dizer que esses crimes o aborrecem 1

XVII

Daniel Golan entrou em casa de seu cunhado Meiersem bater; abraçou alegremente a irmã que encontrouna sala, fazendo uma paciência de cartas. Sally pos adama de copas sobre o rei de espadas e disse a Golan:

Fritz está tomando banho. Espera um momento.Mas, pelo amor de Deus, deixa esse ar solene de'investi-gador judiciário. Basta por hoje de assassínios!

Daniel tentou sorrir.Estás cansado ? — perguntou Sally.Um pouco, porém principalmente preocupado...Algum assunto da profissão ? Um caso dilicü.

—¦ Muito misterioso. . . Um duplo assassínio. MasFritz não te falou nisso ?

Não me disse grar de cousa. . . Estava extrema-mente fatigado quando veio para casa. Deitou-se e dor-miu o diá todo. . . Oh! um sete de paus! p ,

Daniel Golan olhara para a irmã e para a paciência.Tu não baralhaste as cartas como é preciso, ai

está. Além disso, não tenho necessidade de dizer-te quetens um seis de copas sob um oito de ouros. . .

Ela franziu os supercílios e atirou as cartas./ — Tu me distraiste!

Não! Já estava assim quando entrei. Nada escapaaos olhos vigilantes de um detective inteligente.

Então, fala-me desse duplo assassínio, homemsuperior!

Golan; antes de responder, deitou um olhar para oexterior. A tarde caia e o declínio co tórrido dia de verãotrazia uma certa frescura.

Amanhã é domingo ? — disse de repente. * -E'. Por que? , ,»-iOh!.. . por nada de especial.Não sou tão hauu

como dizes, Sally. Escapam-me muitíssimas cousas ncaso atual. . .

Deverias casar-te — declarou Sally. Vais Pa^sar da idade. . . e teu cérebro ficará anquilosado.. ¦ ricisas de uma mulher.

Não i^ejo como isso possa ter relação ique me preocupa.

s-l..-:- ' '

55^9.« Aão — N. 5 — Outubro 1945

-Repito-te: o casamento rejuvenesce o espíritoafirmar-te com conhecimento de causa. Sou casada

0U nSo sou?_Sim, mcontestavelmente: és. Mas não percebo

»._ue o casamento tenha desenvolvido muito o teu espíritoSallr pôs-se a rir. * -

Peraeste toda faculdade de observação. sespondcu ela. Tua carreira está desfeita se nao arrari-jares mulher; quem to diz ani eu. De resto, não é uma^ousa encantadora ter uma boa esposazinha ?

E' precio) perguntar isso aos homens que a tem— replicou Daniel. Mas o que eu queria acima de tudoagora era uma idéia. . .

Sobre o caso que te inquieta ? Então dá-me osporroenores.Pois bem, Sally, o corpo de um certo RudolfSchmidt, negociante de animais, foi descoberto estamanhã, no limiar da sua loja, por uma jovem empregadasua —Elsa Schroeder — quando esta ia abrir a casa.Após constatações. . .

Ah! Daniel, eu te peço, não sou o procurador geralipara <jue empregues essas palavras pomposas!

Riu e o irmão tornou-se risonho um instante.Dizia eu — tornou êle — que quando a moça

reconheceu que era o seu patrão que ali jazia, começoupor desmaiar; depois, voltando a si, pôs-se a procurara polícia e encontrou o teu caro marido que conversavanão longe de lá com dois agentes. Foram todos três paraperto do cadáver. Fritz preveniu o novo procurador dodistrito, que se irritou violentamente. Era o seu pri-meiro crime, imagina! Chamou-me ao telefone. "Senhor€olan, investigue esse caso. . . e vivamente"! Fui muitotranqüilamente vêr de que se tratava, acreditando emalguma rixa de bairro ou briga de família. Os locatáriosda casa Schmidt pareceram-me todos cordeiros sem pe-cado, á exceção de um certo Flcyd Kirby, que nao é tolo.Finalmente, ia retirar-me do local, quando o excelenteJimmy Satterlee meteu o nariz anunciando-nos triun-falmente que havia ainda um cadáver — e esse era umcadáver de mulher — na calçada fronteira... E eraverdade. .. Bom começo de dia. . .

Hum! — fez Sally.Demos logo um salto ao outro lado da rua. A

morta era uma senhora Ryan, esposa do livreiro cujaioja fica ao lado da de Schmidt.Compreendo.

Que é que compre-endes, minha irmã?

—-Nada de particular.Quero dizer que te estououvindo. Continua.

~Mas é só.;

— Ora essa ! Não me•das pormenor algum. Não^e dizes nada dos parentes,Por exemplo.Nesse

ponto não há¦grande cousa. O velho Sch-"?udt tem, ao que parece,

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' - -íVfi',,

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u?i falho adotivo que nãoVm com êle, mas tem umagarage perto de Rockaway.^m

llm auto de luxQ Foi^lsa bchroeder quem me^.*sso, quando a inter-yeuei novamente após ajKooberig do segundo as-^gentil mOÇa mui"

JHn;riAh!rdísse Sally.—lvl««te bem! Contínua.

Pe^QrNa° Pudemos falarSc&ent. com esse Billy*t_ldÍpei°.te^W, masC eCanico nos ^for-Ca"'- T «'to Banks o

no MALgem de tr&> dias

""•feria TA? dlSSe 1ue não•°nde 1 1Car exatamente•liora enc°ntraria àquela

/ * fi•.¦¦,.• «** v¦¦ ¦___mSm-&'.i>!'i;. . *-y%fgp#:*J'% W. Jl. »íf|:W Mm

-E do lado da senhora Ryan?

garoto. SeU marÍd°' Um Velho; a fiUm Eüeen e u

Bta-i-^S outtra Xez de Elsa Schroeder.

a m«£j i n franziu °a sobrolhos e respondeu coma mais rude das vozes: ™

tigo "sS^f*

perdoMei'a Frite Meier ««Me casado oo*

receu^oUaiÍrdít lt **"*"- ° PrÓprÍO FHtZ ^

-E por que nunca me perdoará ? — perguntou èle

e^tSo r - Uma °hlCara de «K convenientemente, eiftS^ * qi'e.TO t0mar uma' "« obriSado a t_- 1dura^ fa^-lo-'* eu próprio! Ah! como a vidT é

XVIII

Você falou a Sallv do caso rWf* t«o^U»?guntou Meier. manha / —-per-

¦— Falei, e estava quase a maldizer a minha profissãoMeier sentou-se ao lado da mulher e n££__3-fcsempre^ e™*™

^ * d° Cab°! MaS até ae°~' ^

não dilaT IS^—^-nto do cunhadoGolan deu de ombros.— Nunca deixei de descobrir o culpado é verdadeM^OQtem _,d0 mais ou menos difíci]P £S

-da^ .

gum™tSSerÍal é !ff ^ suc?dTid°* Descobriu al- '^guma cousa de novo depois da minha partida ? Oue é?L1^ncontr°u em casa dos Ryan ?1 ^ V

grav7 LramtnternSnTndeU DanÍel Gokn ^HSfeiave. Lamentei nao ter conservado você comi_ro tv>í<iter-me-a sldo bem útil. Sim, há lá uma trSa^Asenhora Ryan não me parece que tenha sido Úm™*,»equilibrada, e seu mando não possa de um ébrío Sreeles, uma moça desesperada e um meninocousaT MaS

1SS° nã° parece "«nifieir grande-Evidentemente

que não! Mas se o cretino deLeary que me acompanhava descobrisse o estado em 4eRyan se encontrava ontem á noite, q„em sabe on<_. isso™S'emvanf ? 0i;a' ^an oonfcssou-me espon,taneamente, após haver recuperado um £ou-

Z,U- fn*=ue-fno' ^ue estava ontem .«toembriagado, que não se recordava de na-da. Ate agora Learv imagina que o du- :pio crime e obra de um louco, mas se, á-faltade um louco, encontrasse um ébrio, jul<raríà

'compreender tudo. Prenderia o velho Ryan'sem perda de um segundo e, feito isso, todo*'° t111111^0 sobrecarregaria í:6A

pobre diabo... Sucesso mui-'to fácil, principalmente pa-'Hra o nosso novel procuradorque sentiu o cheiro de cha-musco e quer mostrar-se

muito zeloso. Ora, Ryane mocente.

W- aassAl 5e você está cetto•ÉtF ' " '

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— E' só um minutiuho, querido. . . Não via a Laura desdeque saiuaos do colégio-

da sua inocência euapostarei de boa von-tade o meu últimodolarl Mas em que éque se baseia ? Queé que o faz ser tão

afirmativo? ..;.EiW—Quero dizer que 0 ca-rater de Ryan não se presta:ao ato. Trata-se de um as*sassínio premeditado; Ryané incapaz de urdir um as-sassínio, mesmo que fosse_KR-_r_hS3<1t1*C__^ •»

para salvar sua vida. Seus/sentimentos não são muitoviolentos e, principalmente,não são muito duráveis. Nãoimporta que possa empunharum revólver, atirar e matarnum acesso de cólera; pre-meditar, calcular, esperar a

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hora, é cousa muito diferente. E' preciso ura sangue-frio que Ryan nao tem, seguramente. E depois, pensenaquelas marcas enigmáticas: M.B. 10. Finalmente, orevólver que aqui está foi encontrado perto do corpoda senhora Ryan. Contém duas cápsulas vasias e asimpressões digitais que acusa não são as da vítima...Além disso, não }oi com esta arma que mataram Sch-midt e a senhora Ryan: ficou apurado que as balasmortais eram do calibre fora de uso dos nossos antigosrevólveres militares. ._.<-•

E a arma que realmente serviu nao toi encon-trada ?

Não há vestígio algum. Nenhum vestígio tambémdas duas balas do automático. . . a menos que o arranhãodo ombro da senhora Ryan tenha sido feito por uma delas.Por essa espécie de ferimento não se pode saber. Foi umtiro, porque há sinais de pólvora no vestido. . . Se ostiros do automático foram disparados para o ar ou nadireção da ru*, há poucas probabilidades de serem en-contradas as balas. E depois, esses dois tiros podem tersido disparados há muito tempo.

Além do "pó'* que é que havia na bolsa da se-

nhora Ryan?Nada de interessante! Cartões de convite, um

bâion de rouge e o papel que continha a cocaína...—Muito bem. E os outros membros da família?.

Eileen Ryan é encantadora, ficou muito abalada. jPôde, entretanto, dizer-me alguma cousa sobre a mãe. . .

% — Ah!Sim, além da cocaína, parece que a senhora Ryan

freqüentava casas onde se fuma o ópio, como se encon-tram aqui, nos bairros chineses. Tem ela uma pequenafortuna própria, e seu velho marido não está ao par denada, além da sua existência comum. Havia uma di-ferença de idade de dezoito anos entre eles. O dono dacasa de ópio que a senhora Ryan freqüentava chama-seBanks,, Gedeão Banks, um aventureiro, dado a negóciosequívocos. Pergunto de mim para mim se é o.mesmo Banksque está via/ando com Billy Schmidt... A senhorita*Ryan fez-nos estas confidencias, a Jimmy Satterlee e amim. Demonstrou muita confiança em Jimmy; naodesconfia, sem dúvida, de que êle seja jornalista. Masé um rapaz excelente e não publicará o qüe fôr indiscreto...Mas Fritz, quanto áo caso do velho Schmidt, que histó--ria ê essa do seu encontro com Kirby, quando êle alegavater ficado em casa?

E' muito engraçado — respondeu Meier. Que-brava eu a esquina de State Street quando avistei umcasal que caminhava à minha frente. Quando passei poriêles, diante de Borough Hall, notei que a moça chorava,e Kirby—: porque era êle — procurava parecer # indife-rente e falava do calor. Vi muito bem a sua fisionomiae estou certo de que não me engano.

O que há de curioso — observou Golan — é queáfcle não tenha querido confessar. Pergunto cá comigose a moça não seria Eileen Ryan. . .

—i Nato — respondeu Fritz Meier claramente — não:era Elsa Schroeder.

XIX

Miss Adelaide Parsons, cuja casa tinha um pequenopátio contíguo ao dos Ryan, passava aí a maior parte dosdias, durante o verão, lendo ou cosendo, na, sua grandecadeira de balanço. Era aí que recebia suas duas amigasprediletas: uma velha dama, senhora Blakesler,reumá-tica e pobre, e principalmente Eileen Ryan. Fizera esta3-brir uma porta no muro que separava os dois pátios eentrava livremente. a

Naquela tarde, miss Parsons meditava sobre o dra-má que acabava de perturbar a casa vizinha,"Numa circunstância assim, virá ela vêr-me" ? —

perguntava a si própria em voz alta.E como uma resposta á sua pergunta, a silhueta da

moça se desenhou, branca, na sombra, perto do muro.Estou aqui, Eileen! — disse miss Parsons.

¦ A visitante adiantou-se lentamente, quase às apál-padelas, com um passo cansado. Sentou-se ao lado demiss Parsons, que lhe tomou a mão.

Li os jornais — disse a solteirona. E' horrivel INão se sabe. o que pensar nem o que dizer. . . Mas, aomenos, você não foi citada em parte alguma. ..

Nada li:—respondeu a moça.Talvez seja preferível... Vou agora dizer-lhe

uma cousa: acho que você faria bem em levar Frankie

56 29.° Ano — N. 5 — Outubro 1946

e ir passar algum tempo longe. . . até quando não se falarmais do caso. .. A sua presença não ó necessária em nada.Como vai seu pai? sNada beml E' por^ causa dele que não podereiseguir o seu conselho. .. E' impossivel deixá-lo sozinho..

Adelaide Parsons continuou, calada, a acariciaidocemente a mão de Eileen; depois tornou, com vozcomovida:

Mesmo assim, minha querida, é preciso pensarem Frankie. . .

Eu sei...Não me queira mal por eu me envolver nos seus

negócios, mas você sabe como os jornais são indiscretos...hão de querer talvez fazer falar essa criança e isso podecausar-lhe mal.

Já tentaram — disse Eileen. Um repórter gordo!Fez-lhe perguntas assombrosas. . . Corri com êle. ^

Eüeen estava quase a chorar,pé — Cara miss Parsons — tornou, baixa ndo a voz —

a senhora talvez fique escandalisada. . . mas. .. bemsabe. . . não posso mentir. . . e não quero pretender queamasse muito minha mãe. Respeitei-a e amei-a tantoquanto pude, mas a senhora esta a par de sua maneirade agir, de tratar os filhos...

Minha querida, não fico esca ndalisada. Quandovocê tiver a minha idade, verá qnie a gente não se escan-dalisa mais muito facilmente. Sei que ela a tratava muitomal.

Não é tanto por isso... Não gostava de mim...paciência! Mas a sua maneira de a gir! Esse Banks queadquirira influência sobre ela, que a f ez conhecer as casasde ópio dos bairros baixos!. .. Exto rquiu-lhe muito di-nheiro...

Eu sei, Eileen! é muito triste!""" — Tudo isso a tornara vingativa, violenta. Em certasocasiões, mimava Frankie excessivamente, e em outras,batia-lhe sem misericórdia, por ninharias. . . Eu não lhedeveria falar nisso, sem dúvida... mas faz ta nto bem sen-tir-se um pouco de simpatia em circuns tancias assim..principalmente depois de haver suportado as perguntasdesses repórteres! O detective encarregado do inquérito

,"i ii J:„™,«o;r^. âl»é gentil, age da melhor maneira, e com discreção; êleao menos, ~~ -- J' " :—'—~*~ Jq "'"* °" '~:f'^'acusada. ..ao menos, não m2 dá a impressão de que eu seia

Acusada ?! — exclamou miss Parsons. — Você.Quem poderia conceber semelhante idéia?

Ahi esses jornalistas têm um ar tão cético, tãoirônico! Sente-se que duvidam de tudo!

*..«;.Nesse momento, um indivíduo magro, de pernascompridas, de quem não se via na sombra senão o cha-péu de palha, entrava na aléia que levava aos pátiosinternos. Parou um segundo, ouviu, abaixou-se, apanhouum pequeno objeto brilhante que estava no chão e depoisadiantou-se vivamente.

XX wí\

Não pude deixar de ouvir a f sua última frase,miss Ryan —disse Jimmy Satterlee. |-Peço-lhe acreditar,entretanto, que não tenho o hábito de andar a escutapelas portas... Em todo caso, se os jornalistas sao im-

portantes, há alguns que fazem exce ção à regra.Ah! foi o senhor quem foi avisar-me com.-

com... YtÂCom o inspetor Golan, sim. . . E eu faço parte,

ai! dessa raça indiscreta...O senhor também é detective ?Muito pior... sou repórter.

gf Eileen levantou-se, pronta para fugir. iOuça, miss Ryan... Eu tenho a infelicidade^

ser jornalista, mas queria justamente provar-lhe <ll* ^alguns que são sensíveis, compreensivos, e venho ocer-lhe meus serviços... *, ,:ãAObrigada... Mas como?... Irá, sem duvi<Mfazèr-me perguntas também .' 1

__*-Não'. Dir-lhe-ei qu2, de fato, sou mai s *W|do que repórter — detective livre, evidentemen^ ^estou convencido di que se a senhora e sua axoiê^gserem ajudar-me, estarei em breve capaz de &)

por meu lado de maneira completa mente etlcaZtrne€i» — O senhor é muito amável — munnurou ^ ^

com uma voz em que uma certa iron ia apontava ^emoção. Mas fiquei muito tempo ause nte; meu .ter necessidade de mim. Até a vista, na,ss rar

, ..7-¦¦---K, -..¦»Jh-a^>-il~yíJI^S^??ÍSw**^^

29.0 Ano — N. 5 —- Outubro 1945

Desusou na sombra e desapareceu. Entretantofimmy Satterlee sentou-se tranqüilamente no lugar nuéa moça acabava de abandonar. . ° H'

Aí estál — exclamou miss Pars<ns. Com o seuenorme atrevimento, o senhor pô-1^ em fuga. . . Que foique ganhou com isso/ espero que explique.

0 meu atrevimento é de uma espécie particularsuponho, porque, ao contrário do que a senhora pensa'^u queria simplesmente. . .

jimmy interrompeu-se, com ar confuso." —Creio que nao lhe poderei agradecer de maneiraalguma— disse secamente miss Parsons.*t -—Sinceramente — respondeu êle — nao qu-ro ou-ira cousa senão ajudar essa família tao dolorosamenteferida... míw. Isso foi dito com um tom tao sincero que miss Par-sons mudou de atitude.

Neste caso. . . —disse ela.Obrigado —respondeu Jimmy — mas antes de

ir mais longe,^ quero afastar qualquer mal-entendidopossível. Nao e, acredite, pelos belos oDios dessa moçaque eu ajo... Nao, nao há nada de cavalheiresco náminha atitude, e para prová-lo, permita, miss Parsonsque eu lhe conte uma anedota da minha moçidade. ouantes, da minha infância, porque eu tinha então oitoanos apenas. Um dos meus camaradas de colégio, maisvelho do que eu, atormentava uma menina; puxáva-lheos cabelos, e creio bem que lhe havia posto um besourono pescoço. Indignado, saltei em cima dele e dei-lhe umasova respeitável... Lembro-me de que o seu nariz san-grava abundantemente. Pois bem] nesse momento,a menina foi estancar o sangue com o seu lencinho bor-dado, chamou-me estúpido, imbecil, e depois foi com-prar bombons para a minha vítima. . ."Desde então, miss Parsons, todo espírito cavalhêí-resco me abandonou, peço que acredite. . . Nao; eu con-sidero o caso em que me intrometo agora mais como umesporte Acho <jue, á falta dô pai— ou de um irmãomais velho —miss Ryan tem necessidade de um homempara protegê-la. Há no Zoo do Central Park uma á-uiaque conservam acorrentada por uma pata. Torço ca-minhopara nao vê-la... Todavia., nao sou poeta; disseadeus a poesia como ao cavalheirismo. . . mas apesardisso!... Compreende-me ?Sim — respondeu miss Parsons — compreendo.Inchnou-se para melhor distinguir as feições do ra-paz: fisionomia enérgica e pensativa, nao muito bela,talvez, mas leal — sentenciou ela.0 senhor é do Appell — indagou .oim, senhora.

^.J^0^1 que nas edições especiais de hoje haviamnítido o nome de miss Ryan. Foi ror sua causa?7~roi.

ní_ 7~Mutlto.kemI Peço desculpas por haver a princi-Pio desconhecido as suas intenções, senhor. . .j 1 J^^y Satterlee, minha senhora. Tomei a li-raa e de me dirigir a senhora após a partida de missnío é?P°rqUe

acredito <lue tem Por ela muita afeição,

.ouc"~~ Sim' rea^mente- E devo-lhe muito, porque há

<_» PS m^çaf <3ue se preocupem com uma velha como' ^fla. tudo no mundo por ela.

an» 1' C(rrtamente. Não tenho duvidas nisso. MasT„

CSS0 hom,vel! Se o pai de Ei-**• v quero dizer, .de miss Ryan.. .caH,

mm/ideteve-se- A frase come-í«u P7r d^V6Z

"ÍrrefletIdamente -parada na garganta.

XXI-Olál E' você, Jimmy?

¦ile D""'?1 Go'an virava a esqCaJ; ílng, Street e entrava

57 çggí

mmmrnt»

umaemCarev .r"°; uuccc e entrava em

!« àa ,re,et <^ando Jimmv Satter-_.palri0dlante dêle «ob a luz do

^o-k Sf" CUi nSo fosse da Polícia,

íimmy. ado P°r l^a fantasma,

*ter^v.daf;'i"tasa?'i"j"« s°str;a de— Ah? G°lan.nada, meu bom amigo.

í :^^ ;./'>* - ,£JT * y ¦ ' ^*;>;

O juiz — Espero uão tomar a vê-lomais aqui.* — Será que o doutor se vai aposentar?

s^ar' n'°_f ™»»P«»vel repórter, terá com que rego*si;arj3 coração de um detective?

parece rU / ' * Tenh° um2 idéia' realmente, que me

mtocJL™*™?- a regosiiar ° «" «o«C«o... Meudade ~ W>' -n°S d°1S V?mos fo,rmar uma Peouena socie-Os acio 3fe

" qU1Ser~ * topÍtel- • • imitado...-Vamos dar tréguas á pilhéria. Explique-se.

havia ™™T VÍ" %meu Caro' e eu ««Punha que jáutro dXPf-eenr,d°i ^m outras termos: Pe»80 0™* «m"im"att

™ hgad° á SUa pessoa n3° D» seria í„ut,l...

í™ ' IP P m Passar as suas "otas a Hmpo, compara-fe*£?3. a sua roupa- maldizer ° *«ff«to tLE.preparar os seus rumos e cantar os seus louvores. . . Euí

Mas e„ li/ S° 1SS°~a

fía \déK? Você me mete« medo!Ívol_ VU^' nS°

{a\?°s, ^tectíves dessa maneiraS^SS^a

°S s\,nent*áci,,?s da Piedade. Quantotrio lh S2r' V° ded"zlr de a "3ue ° seu fiável pa-cousa nn^n- ^V* ,OCUpaSse^uí P°r diante & "«tracousa que nao o duplo assassínio de Carey Street ?não fããinT,T0

"^ CaT' Go,an' eu lhe Pedirk para"nefavel / _f: lGT"

deSSa maneira «vola^Ele nâo éSoantíDàáo6 n- ,tU-

e"' *!ntes' que tenho idéias der^ntèmln^

Dlr-lhf;e, ">?ite em segredo que escreviST,

"m. alfarrábio. Por pouco sucesso quetenha abandonarei a carreira jornalística.1 11 „

Vq1T?d5 a nossa associação, está claro que o tra-balho será todo seu e a gloria toda minha. De qualquerS1SÍ fT a "ma «M- *- -tkcZ ^^ „z7fVpf'f

Um ^umorísta da espécie idealista. Jim;o detectíví í*61? Ptara. Ser re.P°rter- ™m para bancaro detective... Entretanto, aceito a sua proposta e fí-carei muito satisfeito em tê-lo a meu lado. Vamos vêrquais sao as informações que você ainda não <emHa varias Por exemplo: que é que se sabe dorevolver encontrado perto do corpo da senhora Ryan?Oolan expôs o que sabia e depois acrescentou:- Quanto a echarpe ou véu que a sra. Ryan tinhaseguro na mão, miss Eileen afiímá que a mie nSusava nada que se parecesse com isso. Além disso, cer-titiquei-me de que a sra. Ryan usava um perfume de lilásmuito forte, bastante forte mesmo na minha opinião e'cousa curiosa, o perfume que emana dessa écharpe é di-terente. K muito fraco, mas não é certamente de lilás...Parece cravma. . * Não tenho a certeza. Não sou muitoentendido em perfumaria. ..Será que eu poderei classificá-lo?Experimente! Venha ao gabinete e requisiteas provas materiais Fora isso, não há nada a assinalar.A bolsa nao continha nada mteressante, a não ser a co-cama.

~S6?. 'Você esperava oue se^encontrasse nela algumainformação precisa ? Ahi não. Por enquanto, tudo pareceindicar que os dois crimes foram cometidos por uma só emesma pessoa e que essa pessoa é uma mulher.Isso parece lógico, mas o senhor não se deixarálevar pelas suposições, Golan. Essa écharpe ou véu podeter sido posta na mão da morta para desviar as invés-tigações. . .Evidentemente. Há outra cousa. Esse veuzinhoou écharpe é de um tecido tão fechado qu- basta paradissimular completamente as feições. Fizemos experi-

ência no gabinete.Compreendo. Mas teria isso ser-

vido de veuzinho ou de echarpe?— De véu, incontestavelmente.Sally nos explicou como se usaria.E' posto em volta da cabeça, vindo àfrente e amarrando-se sob o queixo.Bem, mas tudo isso é muitocomplicado, e não me parece que asra. Ryan tenha tido tempo de ar-rançar um véu desses à pessoa quea atacava.

Evidentemente, há muitas pos-sibilidades. O perfume de que o véuestá discretamente impregnado épouco comum. Não sei em que issopoderá dar, mas se me acontecesseencontrar alguém que o usasse, não .deixaria de fazer < uma investigaçãoséria a seu respeito.

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'L —E com muita razão,,. Golan. Neste momento,que é que vai fazer?

Tinha a intenção de ir examinar novamente ai loja de Schmidt... na esperança de encontrar algumacousa que tenha escapado nas minhas primeiras investi-gações. Quer acompanhar-me?

Naturalmente.Elsa Schroeder deu-me a chave. E' só entrar-

mos. Collahan está de sentinela por trás da cozinha.Ao chegar diante da porta da loja, e no momento

de meter a chave na fechadura, Daniel Golan disse derepente, como se saísse de um sonho acorolado:

Acredita que eu faria bem se me casasse, Jimmy ?Aí está uma boa perguntai — exclamou o jor-

na lista. Oral que é que quer que eu diga ? Se se casar,nao será o primeiro. Ha muitos pobres celibatários aquem acorre essa idéia, de tempos em tempos. Eupróprio tenho às vezes pensado nisso.

Sua voz tornou-se surda e sonhadora, como se uminundo de considerações novas lhe fosse sugerido pelapergunta de Golan. E concluiu:

Meu caro amigo, sinto às vezes o desejo exquisitoe sem dúvida doentio de ir à ponte de Manhattan e olharmuito tempo as águas que passam incansavelmente. ..Não é nada de sério, meu caro, não se assuste, mas pensenessa caminhada invencível do rio, essa água fresca eprofunda... onde não há nem ódio, nem amor, nemdrama...

. XXII

Eileen apagou a luz e pôs-se à janela. Que tranquí-lidade após as angústias e as vicissitudes do dia! O grandelampadário colocado na intersecção das ruas Deeping e

iCarey projetava uma claridade vacilante ao^'longo dascalçadas. Aqui e alí,# nas casas vizinhas, algumas janelasestavam ainda iluminadas, embora fossem já mais deonze horas da noite. Aí, talvez, criaturas alegres desem-penhassem o seu papel pessoal na comédia da vida,.. AhiEileen sonhava, a cabeça apoiada nas mãos, os cotovelosno rebord > da janela, não desejava a pessoa alguma o*conhecimento das tragédias da vidal...

Apesar dos seus esforços para não pensar em nada,uma frase acudia-lhe sem cessar ao espírito: "Estava

/embriagado ontem á noite"...No quarto vizinho, o pai, deitado há muito tempo,

voltava-se, tornava a ^ voltar-se, suspirava longamente.Não quisera jantar; ficara o dia todo absorto, os olhosperdidos ao longe, resmoneando sílabas incompreensí-- véis.^ Respondia a tudo o que a filha lhe dizia com um

_ar distraído, por monossílabos. Opuserara-se a princípioa. qúe um agente ficasse postado diante da sua casa, masquando Golan dera mostras de aquiescer, êle própriopedira a presença de um policial.

| Mandaram-lhe Bradley, e o ruido do seu passo re-guiar no asfalto era tranquilizador.

Eileen ergueu a cabeça ao divisar o inspetor Golanna esquina da rua; observava curiosamente o que ia êlefazer, quando Jimmy Satterlee apareceu e se juntou aodetective... Assim, o repórter ficara muito tempo, depoisdela, perto de miss Parsons. Eileen recuou um poucopara ficar na sombra do quarto, mas não perdeu de vistaos dois homens. Dirigiram-se eles para a loja de Schmidt.É quando estavam parados diante da porta, Eileen ouviunitidamente, a última frase de Jimmy: ¦¦'''. . .Essa água

^fresca e profunda... onde não há nem ódio, nem amor,¦ nem drama"...; ^Retomou sua posição, com os cotovelos no rebordo

, da janela, quando os dois homens entraram na casa de\Schmidt; pensava com certo pesar na atitude que Kirbyassumira ao ir vê-la naquela tarde. Sempre pareceraapaixonado por ela, embora ela nunca,o tivesse encora-jàdo, mas as suas condolências tinham sido bem cere-inomosas, e êle mostrara um ar distraído, como se esti-?esse preocupado com inquietações que não lhe podiaconfiar. De outras vezes já havia percebido nele essaexpressão distraída, cuja causa não lhe dizia. Dessa vez,Eileen estava muito comovida para perceber essa ati-tüde, mas uma vez sozinha e tranqüila à janela do seuquarto, voltou a pensar no caso e ficou mais admiradaáo que nunca. Ter-lhe-ia sido tão doce poder pensarnesse jovem sem temor de se estar iludindo! ousar con-fiar-se sem restrição à sua lealdade e à sua força! Maseis que havia essa alguma coisa que êle não dizia, que elanão compreendia, e isso lhe angustiava o coração. Não,

29.° Ano — N. 5 — Outubro 1945

no fim de contas, não podia, com toda segurança de alm*.pôr sua mão na mão desse jovem. . . "Principalmenteagora — disse de si para si — depois de que houve"

Ora, como acontece freqüentemente, o objeto dassuas preocupações apareceu de repente. Quebrava aesquina de Deeping Street a dirigia-se '.rapidamente

paraa casa dos Ryan.^ Eileen não hesitou: desceu precipita.damente e foi abrir a porta.Oh! é a senhora, Eileen? — exclamou êle.

Tinha a respiração entrecortada, como se houvessecorrido. Eileen refletiu que o policial de plantão podiavê-los e ouvi-los; retirou-se ligeiramente para o vaoda porta. ," ,wEu o vi da janela — disse ela; não precisa entrar.Floyd, é muito tarde.

Não, não entrarei; mas queria dizer-lhe, Eileen,.que lamento muito a minha atitude desta tarde. . . Querteria pensado de mim?

Ela o fitou longamente. Não via na sua fisionomia*senão amor e remorso. ..

Foi uma gentileza sua ó ter vindo.. . Meu aãficou muito contente; estíma-o muito.

Então... posso esperar ?Talvez... — respondeu ela afetuosamente.

Entrou e fechou a porta.

XXIII

Daniel Golan meteu a chave de Elsa Schroederna fechadura, mas antes de entrar disse sem se voltarpara Jimmy:Estou a perguntar comigo mesmo quem teri&fechado os postigos da loja. Eu os deixara propôs ita-damente abertos após a minha primeira visita.

Não . teria dado alguma ordem nesse sentido aCollahan ?

Não creio... Enfim, talvpz eu me tenha esque -cido. ..

Abriu calmamente e, seguido do repórter, entroí?na casa. Encontraram-se primeiro num estreito corre-dor onde Golan se chocou, praguejando, com alguma»cadeiras antes de acender a lâmpada elétrica. Verifica-ram que esse corredor dava, por uma porta não fechadaà chave, para o hall. Foram até lá. Aí, uma porta à sua.esquerda dava acesso à loja, e uma outra, no fundo, à*cozinha.

Os dois homens não tinham nenhum motivo par-ticular para dissimular sua presença, mas sem que cquisessem de caso pensado, andavam com precaução-e evitando fazer o menor ruido. Entraram na loja e fe-charam sossegadamente a porta.

O feixe de luz que a lâmpada de Golan projetavaandou por aqui e por ali na vasta peça. Não eram muitos-os animais — na maioria cobaias — e dormiam todos.Subitamente, um gemido quase humano fez-se ouvir; a>luz oscilou e fói bater em cheio na gaiola de Bismarck.Era ele que, a intervalos, gemia; rilhava os dentes e aga?~rava-se convulsivamente aos varões da prisão. Estavasentindo, certamente, um pavor extraprdinário.

Golan e Jimmy aproximaram-se.Bismarck — disse o detective — tenho a honra

de te apresentar o sr. Jimmy Satterlee, da redação ooAppel. . . Que é que há que te está incomodando, me*1'caro Bismarck?

Depois, yoltando-se para Jimmy, explicou:Travei conhecimento com este cavalheiro ess&

manhã, enquanto você estava falando com Kirby; fo&Elsa Schroeder quem nos apresentou.

Golan falou ainda lentamente e afetuosamente apmacaco, o que teve o efeito de acalmá-lo um pouco \*-<Mp^xou de gemer e estendeu amigavelmente uma das mãos a&visitas noturnas. .

—¦ Fazia pena vêr a mágoa deste camarada .pel*manhã —tornou Golan. Vira-nos transportando o corpodo dono para a ambulância. . . E — quem sabe?-^M^pode ter sido, da janela, testemunha do assassiniol

Bismarck procurava retê-lo pela manga do casaco-Ah! meu pobre amigo — disse o detective -

como eu desejaria compreender a tua linguagem!Deve ter sido a nossa chegada inopinada q«e

surpreendeu e espantou — disse Satterlee.Talvez. . . Mas não acredito. . . Tenho a impres-

são confusa de qne há alguma cousa de anormal por & ••

Que será?... W o. que resta descobrir...E como ?. . .

r.~v-; :

, 29.° Ano — N. 5 — Outubro 1945 {

Ali estão duas cadeiras, perto da janela — disseGolan. Proponho que nos instalemos nelas para refletirum V°u<*>- . ,*... Pergunto de mim para mim — prosseguiu pen-sativamente, logo que se sentaram — o que fazemos, emvez de irmos nos deitar. . . Bem gostaria de vêr melhormas alguma cousa. .. não sei qual, me impede de acenderluz... Ahl se eu fosse um gatol

Ah! — disse ironicamente Jimmy -— se eu tivessecem mil dólares. . . se os elefantes tivessem asas!Se você se resolvesse a ficar calado! Escute, TimmYescute... Não ouviu um ruido ali?

São os animais que estão sonhando... O senhorestá ficando nervoso, meu caro... O senhor arranjauma preocupação de todos os diabos para chegar aresolver o enigma desse duplo assassínio.. . Olhe, umbom método para acalmá-lo, sem despresar o nosso caso.

Precisamente nesse momento, os dois homens ti-veram um sobressalto e deram um pulo no meio do com-partimento; uma voz fraca e trêmula fizera-se ouvir pertodeles, na sombra, uma voz que dizia:

Ach Gottl Ich weiss... ja, ja... ich weiss...Nun weiss ten alies. ..

XXIV

Com a mao trêmula, Daniel Golan projetou em voltade si o feixe da luz elétrica, primeiramente à altura deum homem, depois no chão.

Ninguém.. .Nun weiss ich alies... alUs... tornou a voz, e

acrescentou: Pobre JacquoUDaniel sentou-se no lugar onde julgava ter deixado

a cadeira. . . nao estava lá, mas ficou no chão e pôs-sea discorrer com yolubilidade sobre os costumes e as carac-terísticas das diferentes espécies de papagaios. Nadaomitiu e entrou em todos os pormenores.

Minhas mais sinceras felicitações — disse-lhe Tim-my. Aí está, a melhor maneira conhecida de acalmaros nervos: forçar a reflexão sobre um determinado assunto.Nessa arte, o senhor é mestre.^°nS^gU^° ° resultado procurado — respondeu-lhe o detective — deixarei a conclusão da minha confe-rencia para outra vez. De resto, estou um pouco fati-£ado e tenho sede... Mas, diga-me, Jimmy. . . penseinisso de repente: que é feito de Collahan, que eu puseraaqui de guarda? Deve ter-nos ouvido e não se mexeu!Chut!

Jiinmy segurou-lhe o braço e acrescentou, muitobaixo:

--Isso agora não é nenhum papagaio.U ruído que Jimmy percebera era o de uma chaveentrando numa fechadura e acionando-a com um ligeirorangido.~~ Por aqui — sussurrou Golan ao companheiro,arrastando-o para a porta que dava para o hall.òe o visitante desconhecido entrasse por aí, os doissc encontrariam dissimulados pela própria porta, queapna para dentro. Se passasse pela cozinha, cairia em

-&A ^°"a^lan' cuja presença devia ignorar. . .tal P°?*ta da entrada tornou a fechar-se, o soalho es-°11^ *' .^Jas n&° foi para o lado da loja que o intrusoencaminhou; nenhuma luz apareceu por baixo da porta;ntrariamente, a porta da cozinha gemeu nos gonzos.do Ij ;/lmmy> guarde a passagem

Dizendo isto, Golkn encami-^-se a passos imperceptíveisgara

a cozinha, mas não havia da-al^A dois Passos nessa direçãoTfiT

Um -¥lto de aS°nl* se fezpassos precipitados. O detectiveTr^Ü1 ;^uns segundos a procurarWí^ad°r P*rto da Porta da co-tava?lÍ.P Tanto isso' -Tlmmy S""CSea^T C°U?5 qUC ÍOÍ SU_uma w interrompida como porP Fta da entrada bater.cozinl7nan<l0 ^nseguiu acender aPetorH

° qUe viu imPe<*íl1 o ins-iornali^^n61, lo^° cm socorro dodJJs<«*. O agente Collahan esta-

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59

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va amarrado numa cadeira, com um lenço, atado portrás da cabeça, cobrindo-lhe o nariz e a boca.. •, ^.?lan arrancou o lenço; um chumaço de algodãonidroiilo caiu a seus pés, e o cheiro característico do cio-rotormio se espalhou na peça.Desamarrado, Collahan voltou a si rapidamente.A dose de cloroformio não fora suficiente para fazê-loperder os sentidos por completo. Nesse momento, apa-receu Jimmy, sem Óculos e com o nariz sangrando.òeria o mesmo que tentar deter um touro furiosoexplicou. Esse indivíduo me agrediu à passagem equando cheguei a porta, só pude vêr a luz vermelha doseu carro Mas aqui, que foi que se passou? Collahanroi atacado?

-—Foi cloroformisado, mas não há nada de grave.Viu o seu agressor, Jimmy? Poderá reconhecê-lo?Ail nao — respondeu o repórter cobrindo o nariacom o lenço. .. Vi apenas que era um homem de esta-tura alta. costume cinzento. .. sem capa... seni cha-peu Ia saltar-lhe em cima à sua passagem, quando êleme deu uem plena cara uma pancada pavorosa, que metez ver as estrelas. Ao reabrir a porta atrás dele, apenasvi o automóvel entrar em Deeping Street. Aos meusgritos, tíradley precipitou-se, mas muito tarde. Pôde;entretanto, ter visto o indivíduo melhor do que eu.Collahan gemia:

Oh! a minha cabeça! a minha cabeça!Respire um pouco de amoníaco — disse-lhe Go-lan — e conte-nos depressa o que sabe.

Deus do çéu! — exclamou de repente o gigantescoagente de polícia. Como agiram para agarrar-me, amim!... a mimi... A mim!...De uma maneira ou de outra, você foi agarrado;

meu amigo! Mas vá refrescar depressa as idéias debaixoda torneira. ..Collahan seguiu o conselho.

Oh! oh!. . . Olhem! — gritou Jimmy horrorizado.Apontava com o dedo a porta da cozinha que dava

para o pátio. Essa porta estava aberta e, atravessadono limiar, jazia um homem, com o rosto ensangüentado.

XXV JSangue-frio, Jimmy! — disse Golan, fqueRestavatambém bastante emocionado. * V^

Eu o tenho—replicou o repórter.mInclinaram-se para o corpo inanimado que acabavam

de descobrir. Era um homem moço, bem feito de corpo,louro, de feições regulares. O sangue que lhe cobria eraparte o rosto provinha de um ferimento grave no alto dacabeça e de um golpe no queixo, que fizera a boca san-grar. Golan notou que a cabeça estava virada de lado:isso fazia pressagiar uma fratura das vértebras cervicáis.Está morto ? — perguntou Collahan.

Vá tratar-se, Collahan. Este homem está morto.Venha ajudar-me, jimmy, se estiver em condições.

Jimmy aproximou-se. A hemorragia do nariz pa-rara, e êle retomara todo o império sobre si mesmo.Examinaram longamente o cadáver do desconhecido.

Os braços estavam colocados ao longo do corpo e, comexoeção da bizarra posição da cabeça, esses despojos mor-tais pareciam prontos para ser colocados no ataúde.Não foi o indivíduo de ainda agora quem deuogolpe — disse por fim Golan; pelo menos nao nesta visi*

ta. Como vê, o sangue está coa-guiado. Este homem foi morto hámais de uma ± hora. .. Você quersubir, vêr se Kirby está em casa;e pedir-lhe que desça. .. ? E' o áni-co homem da casa que nos poderáser util... Mas não lhe diga doque se trata... Peça-lhe apenaspara vir ajudar-nos. . .

Alguns segundos depois, o re-por ter batia à porta de Floyd Kir-by, que respondeu com voz clarae cordial:

— Entre 1

Ai

mm

>.* ¦'

"*.

Nunca a oportunidade lhe bateu h. porta?Bateu, mas eu nSo abri porque pensei

que fosse um credor.

Jimmy entrou. Kirby começavaa despir-se para pôr os trajes danoite. Vendo o visitante, exclamou

~~ Que diabo lhe aconteceu ?Jimmy ficou espantado:

am 60

O senhor sabe de alguma cousa ?Sei que o senhor parece haver esborrachado o

nariz.Oh! foi mesmo! \

Jimmy deu uma volta para mirar-se no espelho sus-

penso sobre* o lavatório: a sua cara não estava nada bo-*nita... E explicou: /

Recebi uma pancada no rosto; mas nao e dissoque se trata. Daniel Golan está lá em baixo, comigo,e precisamos do senhor... se não lhe causa transtorno.

Kirby tornou a vestir o jaquetao.Mas que é que houve? Está alguém tendo íPode-se, em todo caso, dizer que sim — respon-

deu Jimmy esfregando ainda o nariz com o lenço man-chado de sangue. .

Afastou-se para deixar Kirby passar em primeirolugar e desceu atrás dele. •

Mas que é que há? A quem foi que aconteceualguma desgraça? Não me deixe na indecisão...

Estamos todos na indecisa > — respondeu o ;or-nalista.

Kirby resmungou, mas Jimmy apressou-se em pre*venír suas outras perguntas, prosseguindo: ^MMmjmi rJ

Mas issoTnao é motivo para desanimos; ao con-trario, porque se soubéssemos tudo, teríamos de ficarde braços cruzados..''. Assim foi que o cavalheiro que meesmurrou o nariz com mais precipitação do que dehca-deza, me deu uma lição de humildade muito precisa,sim... e os próprios assassinos não trabalham para fazerviver os detectives?

BKB&S'vTm»w&-.

A

M'ftiSJSi?

—^Estará o senhor com isso insinuando que teriasido cometido um outro assassinio ? — perguntou Kirbysem voltar a cabeça.

Eu não insinuo cousa alguma... Não sei fazerinsinuações... Mas Golan, que está lá em baixo e sabetaO bem encontrar as palavras exatas, dar-lhe-á todosos esclarecimentos necessários... Ah! se o senhor ti-vesse ouvido sua conferência sobre os papagaios!

Floyd Kirby, exasperado, desceu ainda mais depreo-sa e, com Jimmy a seguir-lhe as pisadas, chegou comouma tromba ao hall de Schmidt.

-r-Mais adiante, na cozinha! — gritou-lhe Jimmy.Golan esperava-os, sozinho. Fechara novamente

a porta do pátio e colocara Collahan perto do morto.Alô, Kirby! — disse o detective. Como vai?

Já jantou?—- Sim, no restaurante. Mas por que mandou cha-mar-ine ? Que é que há de novo ?

-—Um outro assassinio—respondeu o detectivesem levantar a voz. Não viu nem ouviu nada esta tardeno pátio?Não, com certeza. De resto, mal acabo de re-gressar a casa. v .

Há quanto tempo, exatamente? v—-Não sei com exatidão, mas o seu agente que está

ela na rua, me viu e pode dizer-lhe. . . Parei um segundona porta da livraria e troquei algumas palavras com missRyan. Mas, afinal de contas, diga-me: qy foi que acon-teceu? Quem é que foi morto?

Como única resposta, Golan abriu a porta que davapara o pátio. O cadáver apareceu.

Kirby levantou os braços para o céu.Grandes deuses! — exclamou.

Aproximou-se, abaixou-se, olhou atentamente orosto ensangüentado do morto.

Reconhece esse homem, Kirby?Certamente! E' Billy Schmidt.. _.

XXVI

..'. .E nas lages do pátio ao lado do corpo de BillySchmidt, viarse a inscrição M. B.,10, análoga —• emborade menor tarricbnho e escrita com uma outra espécie de giz—-â que foi observada perto dos corpos do sr. Rudolj Sch-nidt e da sra. Ryan.

Esta era uma das frases do relatório de Golan.Há profissões — como as de varredor de ruas, de-

tective, presidente dos Estados-Unidos, etc. —em queé preciso trabalhar tanto no domingo como nos dias desemana. As funções de procurador podem ser classifi-cadas entre essas funções, por pouco consciencioso e am-bicioso a um tempo que o titular do cargo seja, como erao caso do procurador do distrito, sr. Kirby Q. Kingsley,

¦Bü^e'-'

¦Htsfí.-, c- -¦¦MBrasitfe-^/^? eV '

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29.° Ano — N. 5 — Outubro 1945A

que era de pequena estatura mas usava suíças à modaantiga. t ,

' •Ouvindo atentamente o relatório do detective que

convidara para o café da manhã, sacudia a cabeça semque se pudesse saber se testemunhava com isso sua sa-tisfação ou sua desaprovação. ^

Uma cousa era certa: Golan achava excelente o cafédo procurador. Além disso, a honra de ser convidadopelo procurador não era para despresar, e isso lhe faziaesquecer um pouco suas preocupações.

Muito interessante — declarou o sr. Kirby. ..E' um caso singular. Continue, eu lhe peço.

Golan abajfou um suspiro. Eram nove horas da ma-nhã e, desde a descoberta do terceiro assassinio, dormi-ra duas horas, escrevera seu relatório e conferenciaracom diversas pessoas antes de acudir à convocação deseu chefe.

. . .Perto dos corpos do sr. Rudolj Schmidt e daS'U. Ryan — releu Golan, pegando da última linha dapágina. Nenhum documento de identidade havia com omorto. Só um pouco mais tarde Joi que o sr. Floyd Kirby,locatário da casa, o reconheceu como sendo William Sch-midt, Jilho adotivo de Rudolj Schmidt. De Jato, não havianos bolsos de W. Schmidt senão uni embrulho de rótulosnão utilizados. A pequena tira de pano com o nome e oendereço do aljaiate Jora arrancada da gola do jaquetao.Nenhum resto de Jumo nos seus bolsos, embora o defuntotivesse os dedos da mão direita Jorlemente manchados denicotina...

Esses rótulos? — interrompeu o procurador.Já chego lá — replicou Golan. São rótulos de

produtos farmacêuticos tendo a menção: Entregue sósob prescrição médica. Sabemos todos o que isso querdizer.

Ah! compreendo! — disse o sr. Kingsley... Ne-gócio de estupefacientes, hein?

E' a explicação mais plausível — respondeu mo-destamente Golan.

Bem, continue.O detective obedeceu. .Os rótulos não haviam servido, a goma do papel estava

intacta. 0 corpo Joi descoberto ás onze horas e trinta e cincoda noite; identij içado por Floyd Kirby ás onze horas t

quarenta e cinco. Kirby, interrogado, ajirmou que jantarano Harvard Club, em Manthattan, depois regressara á casapelas onze e trinta. Isso Joi conjirmado pelo agente Bradley,de plantão na rua. Os outros locatários da casa Schmidtforam interrogados igualmente, mas sem resultado: foramunanime >• em declarar que nada viram nem ouviram dc par-

. ticular nessa noite. Afirmaram todos que estavam deitadosás onze horas, a hora do crime, segundo o doutor Kent.Evidentemente, essas declarações não podem ser todas con-J ir madas.

Sim, sim, continue.)E' tudo — respondeu Golan, dobrando as folhas

dactilografadas. ,Bem. O seu relatório é excelente senhor Golan...

excelente. . . com alguns toques de fantasia, entretanto.mas dá uma idéia muito clara dasituação. Obrigado...Agora, qual é a sua opinião

Para dizer a verdade — respondeu Golan esteterceiro assassinio põe em terra todas as minhas primei-ras deduções. No momento, estou um tanto extraviado.O exame do véu encontrado na mão da sra. Ryan hze-ra-me supor tivesse sido ela morta por uma mulher. ÍYLasquanto ao jovem Schmidt, é claro que foi agredido poralguém mais forte do que êle, pois tinha o aspecto exJtremamente robusto. E isso parece certo, porque seencontraram vestígios de sangue desde a gaiola do ma-caco até ao pátio. Houve luta. Billy Schmidt^deve tersido atacado perto da gaiola — em cujos varões aindahavia cabelos aderidos—e ferido na cabeça. . . O agres-sor acompanhou-o até ao pátio e acabou por estrangula-lo; mas a fratura do crâneo erá já mortal. . .

Pensou no macaco ? — interrompeu bruscameno procurador. __Senhor Kingsley — respondeu o detectivenão nos lembremos muito de Edgar Poe. O macaco qQSchmidt está muito domesticado e, de resto;, nao e muv^grande e não tem mais força que uma criança de 01anos... Nao poderia, materialmente, agredir Bu.y ^(midt. .

(Continua no próximo námero )

Hb

29.° Ano — N. 5 — Outubro 1945 61

Colombo era Geno-vês ? Nasceu em Savona ?Qu . em Hamburgo ? E

por que não seria-destaúltima cidade se, nao hamuito, foi dado a lua um'Í)íário" do ousado na ver

gador escrito em alemão ?0 berço do Desço-

bridor ?Têm razão os sapien-

tes historiadores de Pon-tevedra ao apontar comopátria do almirante deCastela a cidade de Por-tosanto, na virgiliana ter-ra que chamam paroquiade San Salvador de Poyo ?

Se alguém afir-mar que Colombo éItaliano, os habitan-tes de Pontevedraprotestarão. Se sedisser que Colombonasceu em Poyo, fi-carão ainda no arestas interrogações:Poyo.. de Cima...?Poyo... de Baixo ?Os conterrâneos deMiguel Angeío e doPapa se irritariamcontra os que assimafirmassem. E, nocaso de se afirmarque o valente mari-nheiro abriu os clarosolhos a luz na livre eora devastada cidadede Hamburgo, base-ando-se no Diário re-centemente achado econsiderado argu-mento básico de suanacionalidade, nemsequer seria possivelimaginar as diatribesque Italianos, Celtas& Cia., coligados,lançariam contra oautor da idéia.

Aqui não trata-remos de definir, pre-ferindo deixar de pétodas as interroga-

Colombo era Groenlandês?Divagaçoes em torno de uma

polêmicaL. RIVAS

S célebre por M

(0 escritor espanhol, Lustres Rivas, perturbado com ainsistência de seus conterrâneos em jazer Colombo cida-dão da Galicia, descobriu, repentinamente, a possibi-lidade do grande descobridor ser. . . de Hamburgo ou daGoentandia. òeu artigo, que reproduzimos, repleto deinteligentes deduções, é sumamente interessante e consti-

tue bela página de "cêltica ironia ).

çoes,Por outro lado,

valendo-se de bulado Papa AlexandreV, em que nomeia»m bispo para aUenlândia, e usandotal bula como pon-to de partida, é pos-sivel traçar um ca-minho tão rigorosa-'nente histórico comoqualquer outro, onde°s precursores do achado e do descobridor da Arnt-r*ca, colocados em série e ataviados com as mais diver-sas roupagens, talvez causassem, por sua animação e

\Ta sensação de uma obra de Teniers.I • Nesta contenda, verdadeiro pugilato de revisãoijstonca ,os Portugueses tambem levam um bom qui-«nao. Os compatriotas de Cabral e de Salazar já não se^tentam com o fato desse navegador ter sido o pn-neiro a arribar às costas do Brasil e citam outra frotaUsitana,^sob ° comando do nauta —dinamarquês,

enlAP°J(m^S~~ í°ão Slocus, c°mo a que descobriu a Gro-lancha, vinte anos antes de que Colombo chegasse à'lha

^e San Salvador.

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candinava

res", passeou pela China,índia e outras terras doExtremo Oriente,assinalan-do a existência do Cipan-go, que Colombo* foi pro-curar ao partir de Paios eque teria encontrado duasmil léguas mais para oOeste, caso não surgisse emsua rota o obstáculo do con-tinente Americano.

• A bula do Papa Ale-xandre V, além do mais,poderia servir de base parauma idéia formulada assim:Antes de ter descoberto aAmérica para os Europeus,Colombo descobriu a Eu-

ropa... para os Ame-ricanos.

E em tal idéianão haveria audáciaou disparate de cjual-quer espécie, pois ocaráter de Colombo,complexo e retorcidoa um extremo inve-rossimil, proclama-ocapaz da mistifi-cação de se afir-mar natural da Euro-pa, sendo natural daAmérica.

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Se Colombo seconfessa geno vês,, emseu testamento e, aseguir, seu primogê-nito não encontra emGênova nenhum ras-tro de sua ascenden-cia; se Colombo, hu-manista, cultiva o la-tim, o castelhano e ogalego e quando es-creve ao embaixadorde seu país, na Espa-nha, emprega a lin-gua de Castela, emvez da italiana; seColombo despendefortissima caudal desuas energias, na ta-refa de despistar osfuturos historiadoresquanto a sua terranatal, será audaciosoafirmar-se ser sua pa-tria qualquer baíagroenlândesa ?

De nenhum pon-to de vista pode serapreciada na hipóte-se uma grande au-dácia.

Admitida a Di-ocese de Groenlândia,é forçoso admitir ailha como colônia es-

discorrer assim.

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0 que não ficará mal 6 trazer-se para a discussão?r|ome do viajante Marco Polo, o globe-trotfer que, an--!Pando-se algumas centenas de anos aos "galopa-ma-

E então é permitidoColombo y Fonterrosa — então se chamava de

diferente modo — é descendente de um colono escan-1havo, estabelecido na Groenlândia. E é, tambem, umsonhador, um iluminado pela ofuscante claridade daAventura. .

Um belo dia, o aventureiro, então um pescador debacalhau, manejava suas redes de pesca ao longo dacosta groenlândesa. Porém o adolescente atende mais asua fantazia do que aos peixes. E sonha de olhos abertos,embalado pelas ondas macias que batem contra sua em-barcaçao. Sonha com as terras distantes de onde Sairamseus avós ao rumarem para a Groenlândia. E' umahora clara e luminosa naquele mar de névoas e de cer-rações. O sonho do rapazola é maravilhoso. ...

Repentinamente, é deslumbrado por uma realidade

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prodigiosa. No confim do horizonte distante, glorio-sanente azul, perfilam-se ,alvas e brilhantes, algumasvelas, que vogam em demanda da terra. O pescadorabandona os aparelhos de pesca, arma os remos e navegaao encontro das misteriosas e galhardas naus, que vêmdo Oriente, com as velas enfunadas.

A expedição lusitana, comandada por Slocus foi as-sim recebida na Groenlândia pelo jovem descendente decolonos escandinavos. £ esse rapazolà serve de piloto àfrota, para conduzi-la até segura baía. A seguir, é tam-bem o guia dos expedicionários pela vasta ilha.

Mais tarde, quando as naus lusitanas retornam, oovem aventureiro, cheio de entusiasmo e dominado

pela Aven-tura, essadeusa quetem osolhos ver-desde Afro-dite e oolhar sere-no de Mi-nerva, jáera um dosmarinhei-ros da frota

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RESTOS DE COLOMBO EM S. DOMINGOSIniciais aoa lados e frente da caixa de chumboonde estão os restos do almirante — (c. c. A)

Christo vão Colombo. Almirante.

e navegavacom ela ru-mo ao Ori-

-d- «ti ente, cami-nho da Europa, decidido a ser o descobridor doVelho Mundo para os habitantes deste Mundo Novo.

Isso ocorreu no ano de 1472, vinte anos antes deColombo descobrir a América para os Europeus.

Todos nós sabemos— em alguma parte lemos,

2uando nao vimos em filme cinematográfico — quebiombo se salvou de um naufrágio havido nas cercanias

da barra do Tejo; que como náufrago chegou a Lisboae que nem êle — sobrevivente da catástrofe — nemninguém explica essa haca tombe marítima.

Nesse ponto é possivel tecer a hipótese de haveruma tempestade ou alguns piratas — Ingleses ou Nor-mandos? — posto a pique as embarcações lusitanas,que regressavam da Groenlândia, portadores de Co-lombo, e que este tenha sido o único sobrevivente dosinistro.

Continuando^ a ilação da hipótese, deixemos que ojovem groenlandês se estabeleça no ambiente da Europae_se torne perito nas artes yda navegação e das viagens.Ena Lisboa o rapaz nascido na ilha ártica deu o nomede Colombo y Fonterrosa. Talvez se batisasse em algumaij|reja minhota com^o nome de Cristóvão, patrão deCaminha. Talvez nesse posto, tentasse uma expediçãopesqueira de bacalhau, com conseqüente fracasso._ u Em toda essa etapa e já conhecido como CristóvãoColombo e Fonterrosa, estudou, leu, viajou. A leiturado livro de Marco Polo foi seu auxiliar mais decisivo.Graças ao livro do "trota-terras", Colombo fez magní-

uihca propaganda de seu projeto. Se oferecesse às Cortesdo Sul da Europa a Groenlândia, certamente estariaexposto a um desastre. Porem, se apresentasse como

uobjétivo de uma viagem marítima, aproar para o solpoente, as maravilhas das índias Orientais e as fantasiasde Cipango, era mais provável que sua oferta fosse aceita.

E misturando verdade com embuste, o jovem Groen-landes peregrinou de Corte em Corte e de Academiaem Academia, até que Isabel, a Católica, decidiu dar-lheas naves para que realizasse a empreza epopéica.

Marco Polo serviu a Colombo de propagandistaindireto — pois já então o fator publicidade tinha imensovalor.

O fato de não ter pago sua dívida ao viajante me-diéval, foi causa de que onze cidades italianas disputassema graça de lhe ter servido de berço e tambem de que,logo após, Pontevedra entrasse na disputa, querendodar ao Groenlandês, como pátria, o lbgarejo de Porta-santo e que, ainda, recentemente, Hamburgo surgissecom a pretensão de ser a terra natal do Almirante deCas te lan

62 29.° Ano —- N. 5 — Outubro 1945será —a teoria da nacionalidade groen lan desa de Cnlombo, apresentaremos um dado em favor do<i n»» a¦m

fazer de Colombo nm "Gallego"!^traV"ontl"do próprio descobridor, que se confessou genovêsEste ano cumpletam-se 453 anos da data +mas »áus "Santo.Maria", "Pinta'" e "Nina",*

% ££,£as águas do Atlântico, chegaram a Sao Salvador.Os marinheiros das caravelas estavam cansados oVtanto navegar no mar deserto. Já desesperavam de daralgum dia, com a terra prometida pelo iluminado queos comandava. Pinzon, lugar-tenente do chefe acreditava que faltavam ainda 2.000 léguas para encontraras 1 ndias buscadas. E Finzon não esperava poder che

gar à suspirada meta.O Almirante, sempre calado, conhecedor mudo dosegredo deste continente, tranquilisava-se mais e mai*a cada nova milha que as caravelas avançavam para oOcidente. E quando todos os náutas, desolados, pre-tendiam mudar o rumo e tornar à Espanha, Colombolhes afirmava a existência da terra próxima.Isso foi ha 453 anos. .. Os vigias das naus desco-

bridoras cantavam, com. o mesmo júbilo com que secantam HosanaslTerra!

E nos três navios, o vozerio de gozo ensurdeciaA emoção daqueles homens, lançados à louca aven

tura, estalava com a potência de vibração formidávelnos corações e saía, ininterrupta, de todos os lábios,esta palavra:Terra 1 Terra] Terra!

Colombo ouviu a maga palavra.na qual frutificavaa ilusão. Porém, soube manter-se sereno até comprovarque a terra pressentida, a terra esperada, a terra quesabia existir, se achava diante das proas de suas cara-velas^ E, já senhor da realidade, contagiado da unânimeemoção, saiu-lhe dos lábios a frase galUqa que, se enun-cia: "E mais, si", que, em espanhol se traduz: "efeti-vãmente".

E Punia Maisi foi chamado o primeiro pedaço deterra americana visto pelos marinheiros que Colombocomandava e San Salvador a ilha a que pertence aPunia Maisi.

San Salva-dor de Poyo éa paróquia ondeestá encravadaa aldeia de Por-tosanto, que oseruditos de Pon-tevedra indicamcomo pátria deColombo, pon-do na emprezatao decisivo em-penho comopassiva é a ati-tude dos proce-

i... Jg -

Inscrição na parte posterior da chapa d«rprata achada entre o pó dos ossos. Cópia Jo

original R. Cronau-

res que vivem e medram na plataforma que lhes ou-torga o título de membros da Real Academia de Historia, de Madrid.

Farto de divagar em torno do mais transcendentalcontecimento dos chamados tempos modernos, imi-tando Proudhomme, diremó» agora que apenas anaíí-samos, descrevemos e comparamos. Dogmatizar ? Nunca...Anátema para o que dogmatiza 1

apos escrever o que acima fica escrito, concluímos5**> \ P^1^50 4e que diialquer dessas duas tesesColombo descobriu o Velho Mundo para os Americano?Colombo descobriu o Novo Mundo para os Europeus"/. >-serve aos historiadores, para tecer rumas de página*sem limite e sem medida.

No caso de nao ser admitida — como por certo nâo

As corridas de cavalos datam de quatro séculos, tendosido a mais antiga de que ha notícia, celebrada em Ches-ter, em 1571. O prêmio oferecido, na citada carreira,ao cavalo ganhador, foi um sinozinho de grata, que po-deria ^valer, escassamente,;cinco cruzeiros.

* Somente en»1610 esse prêmio foi aumentado, passando a ser de.»três sinozinhos.

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29* Ano — N. 5 — Outubro 1945 6o

Perdido no mar ! Desaparecidosem deixar vestígio nem indícioque permitam à imaginação sus-peitai sequer do drama terrivel...Nem um sobrevivente, nem umbote, nem uma estilha. . . Nem uma palavra... 0 in -finito silencio do mar, como uma lápide, sobre o eternomistério do barco que não voltou. . ..^Guilherme W. Nutting, editor e esportista de New'York,

que contribuiu com uma página emocionantepara a história áoyachttng, estudara as explorações realiza-<fo9 por Lief Erickson ao continente americano quinhen-tos anos antes do desembarque de Colombo e seduzido peloespírito aventureiro daqueles primitivos marinheiros es-candinavos, concebeu a idéia de ir numa pequena embar-cação pelo caminho seguido pelo descobridor escandi-navo, cujo nome deu ao seu navio: Noruega, Islândia,Groenlândia, Labrador.

Com três companheiros, partiu de Bergen em julhode 1924, numa embarcação de quarenta e dois pés, pro-vida de um motor de doze cavalos do tipo empregadopelos pescadores noruegueses no serviço de patrulha noinverno.

Da Islândia, aonde chegou sem incidente, Nuttingpartiu a 10 de "agosto

para a Groenlândia. Propunha-sea tocar na costa oriental da Groenlândia; mas, como ti-vesse notícia de que havia ali um extraordinário aeúmu-lo de gelo, alterou a rota e desembarcou na costa ociden-tal, de onde partiu a 9 de setembro para a Labrador.Desde esse momento, não se soube mais nada do barconem dos seus valorosos tripulantes.

|A ROTA DOS PREDECESSORES DE COLOMBO

Teria o "Lief Erickson" tido o mesmo destino oo"Erebus", o "Jeannette", o "Terror", o "Fury" e tan-tos outros barcos que se calcula hajam sido colhidospela traição dos gelos da rota dos escandinavos.? Ouficaria imobilizado pelo gelo em algum porto, de ondealgum dia prosseguiria viagem ? Passaram-se mais dedois anos. Um cruzador cía marinha norte-americanaexplorou durante semanas o deserto gelado do norte;enviaram-se mensagens pelo rádio a todos os postosda Companhia da Baía de Hudson; por fim, num esforçodesesperado, o "Dana", embarcação científica dinamar-quesa, realisou uma exploração em procura do barcodesaparecido. A viagem foi infrutífera. Os gelos do norteguardam o seu dramático segredo. Não obstante, osmarinheiros continuaram a acreditar na possibilidade deser eacontrado algum vestígio. O "Lief" era capaz de

Navios desapareci-dos misteriosamente

suportar qualquer mar e sua tri-pula ção se compunha de homensparticularmente experientes. Pare-ce improvável que tenha sidoaprisionado pelos gelos. Houve

quem supusesse que, se catástrofe houve, foi originadapor um incêndio.

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A SEXTA-FEIRA, FUNESTA NO MAR

A sexta-feira foi sempre considerada pelos marinhei-ros como dia funesto. Nenhum tripulante da velha es-tirpe se atreve a embarcar em sexta-feira, nem a reali-zar nesse dia uma operação marítima importante. Haperto de um século, um capitão da Nova-Inglaterra re-solveu demonstrar praticamente seu desdém por essasuperstição. Quando esse capitão yankee encomendounuma sexta-feira a madeira para construir sua embarca-çao, e numa sexta-feira começou a construção, seus ami-gos sacudiram a cabeça. O homem insistiu. A construçãofoi concluída numa sexta-feira; e na sexta-feira seguintefoi o barco batisado com este nome: "Sexta-feira".

0 capitão conseguiu reunir uma tripulação com-posta de marinheiros que ignoravam a história do novobarco, e fez-se ao mar numa sexta-feira, em que desapa-receu no horizonte. . . para sempre. Realmente, nuncamais se soube da sorte do "Sexta-feira". Corre entre osmarinheiros que foi castigado pela Providência, ofendidapela incredulidade do capitão yankee.

A perda do vapor "Waratah", em 1909, ocorreuapós uma estranha advertência. Partiu de Londres a 7de abril para a segunda viagem da sua breve existência.;tocou em portos australianos e chegou a Durban. Aí,um dos passageiros, chamado Cláudio Sawyer, advertiuaos demais que o barco estava, ameaçado de uma catas-trofe, e, em estado de grande .excitação nervosa, pediuum bote c abandonou o navio.

0 PRESSÂGIO DA CATÁSTROFE EM UM SONHO

— Esta madrugada — explicou — tive um sonhoestranho. Vi um homem vestido de maneira exquisita,com uma longa espada na mão direita, que seguravaentre nós. Na outra mão, empunhava um farrapo man-chado de sangue. Vi-o três vezes em rápida sucessão.

0 "Waratah" prosseguiu viagem, deixando Sawyer

em Durban. Nesse mesmo dia, sonhou êle# que via obarco em alto mar assaltado por ondas furiosas que ocobriam. Despertou delirando. Dizia ter visto o barcoafundar. . .

A despeito das visões de Sawyer, pouca apreensãose sentiu pela sorte do barco, grande vapor de duas hé-íices, moderno em todos os sentidos e cuidadosamentevistoriado pelos técnicos. Todavia... a última# cousaque se soube do " Waratah" foi que passara á vista do"Clan Mac Intyre" pouco depois de sua partida déDurban. Todos os passageiros e todos os tripulantes,todos os botes e até a ultima tábua desapareceram tãocompletamente como se tivessem sido dissolvidos pelaágua do mar. . .

Meio século de mistério

Meio século depois, o mar revelou parte do segredodo desaparecimento dos barcos de La PeroufeC- Com todaa pompa da antiga marinha real francesa, o "Bousscle'f(

e o "Astrolabe" partiram de Brest sob o comando doempreendedor marinheiro João Francisco Galaup deLa Perouse. Foi em fins do século XVIII e o objetivo

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<& viagem era o estudo do Pacífico. O pessoal a bordodos dois barcos somava 223 homens, entre os quais secontavam vários cientistas de nomeada.

La Perouse dobrou o cabo Horn e durante dois anosse dedicou a explorar a costa do Pacifico. Chegou porfim ao Alaska, com os barcos em deploráveis condições.Desde então a má sorte começou a persegui-lo. Navegoupara o sul e ancorou na baía Botany, doente e desa-fcntado. Vinte e um homens haviam perecido afogados edoze assassinados pelos indígenas. Perdera os botes. JNumcomunicado que mandou á França, informou que partiriapara determinadas ilhas depois de reparar os barcos.

64 29.° Ano — N. 5 — Outubro 1945

Foi essa a última comunicação recebida de La Pc-rouse. Seus dois barcos saíram da baía e desaparece-ram, como se tivessem mergulhado em um outro mundo.

Por causa da Revolução Francesa, passaram-se trêsanos sem que se fizesse tentativa alguma para procurarLa Perouse. Por fim, foram mandados dois barcos. Du-rante dois anos, a expedição percorreu o Pacífico meri-dional, sofrendo toda sorte de adversidades. Teve delutar com os indígenas; passou pelos horrores da doençae da fome; morreram os comandantes de ambos os barcose, por fim, estes e os tripulantes foram aprisionados porbarcos holandeses. . .

COMO E' FÁCILSABER TUDO DICIONA'RIO DE PLURAIS PEQUENA ENCICLO-

PEDIA POPULAR

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2 nums

Pesa-cartas —Para os 2 números.Pescoço (o) — pescoços (ô).Petrel— petréis.Picarnel — picarnéis.Pichei — picheis.Picromel — picroméis.Piegas — Para os 2 números.Pirol — piróis.Pisa-flores— Para os 2 números.Pluviátil — pluviáteis.Poço (ê) — poços (ó).Pólo — pólos.Polo — pólos.Pomes — Para os 2 números.'\ Poniel — pontéis.Porta-aviões — Para os 2 números.

¦ Porta-cartas —^ Para os 2 números.Poria-escovas— Para os 2 números.Porta-joias — Para os 2 números.Pprta-lapis— Para os 2 númerosPoria-penas — para osPortátil — portáteis.Porto — portos.Povo (o) — povos.Pçeênsil — preênseis.Princês — princeéesProiz (o-iz) — proízesProjétil (s. m. e ad; .) —Projétil (s. m.) — projéteis.Prol — próis.Pró polis — para os nums.

yProtórax (cs) — para os 2 nums.Pseudímene — pseudimenes.Pulsátii — pulsáteis.Quantum — quanta e quantuns.Quartel — quartéis.

\uebra-esquinas — para os 2 nums.íuebra-gelos — para os 2 nums.luebra-nozes — para os

Quincássis — para osQuitão — quitões.Rabão — raboes.Jíábão — rábãos.Rabel — rabéis.Ra bicão — rabicãos.Raiz — raízes.Ranckei — ranchéis.Râquis — para os 2 numsRatei— rateis.Rê — rês pu rr.Rebatinka —- rebatinhas.Rechão — rechãos.Recôsto — recostos (ô)

(ê).

pro jetís.

22

nums.nums.

RedobroRedondelHefêgo -Rejôrço ~Refrão

redobros (ô).— redondéis.refegos (ê).

reforços.refrães.

¦Refresco — refrescos (ê).Regêlo— regelos (ê).Rego — regos (ê)Reinol — reinóis.Relevo — relevos (ê);Reminhol -— reminhóis.Renovo — renovos.Repichet — repichéis.Repórter — repórteres.

Represa — represas.^ -Represo — represos (ê).Réptil — répteis.Retrâül— retrateis.Redomel — redoméis.Rogo — rogos.Rola — rolas. -^Rolo — rolos (ô).Rujião — rufiães e rufiões.Rúptil — rúpteis. YSacristao — sacristaes e sacnstãos

(Voe. Ort. Acad. Br.) -- Giz.Viana registra apenas 'sacristaes".

Saimel — saiméis.Sã :— sas.São — sãos.Saquitel — saquitéis.Sarapanel — sarapanéis.Sarapatel —\ sarapatéis.Sarjei — sar; eis.Saxátil.— saxáteis.Séctil — sécteis.Sega — segas.Sêmen —• semens (Voe. Ort.

Acad. Br.) — Giz. Viana registrasêmenes

Sem-familia — para os 2 nums.Sem~luz- — para os 2 nums.Sem-pátria — para os 2 nums.Sem-ventura — para os 2 nums.Sem-vergonha — para os 2 nums.Sênior — sêniores. •Ser poi — serpois.Serrâtil — serra teis.Séssil — sésseis.Sezão — sezões.Sílis — para os 2 nums.Símil — símeis.Sirventês — birventeses.Soa o — soaos.Socorro (ô) — socorros (ó).Sogro (o) — sogros (ô). (Giz. Viana

dá sogros (ó).Solho —'¦ solhos (ô).So presa — soprêsas.Soror (o) — sorores (rô).Sorva — sorvas.' Sossego — sossegos (ê).Sótão — sótãos.Subséssil — subsésseis.Sutil — súteis.Sutil — sutis.Tabelião — tabeliães.Tael — taéis.Tajul — tafuis.Tâler — táleres. • .TalondoS — para os 2 nums.

- Taquiploter — taquiploteres.Tarção — tarçãos.Tátil — tateia. . *Te — tes ou tt.Telamão -— telamoes.Tempero — temperos.Tender — tênderes.Terço l — terçóis. ?"¦¦¦Têxtil — têxteis.Tijolo (6) — tijolos (ó).

Tira-dentes — para os 2 nums.Tira-dúvidas — para os** 2 nums.Tira-linhas — para os 2 nums.Tira teimas — para os 2 nums.Toco — tocos.To) ei — toféis.Toldo — toldos (ô).Tonei — toneis.Tordo (o) — tordos (ó).Tornei — torneis.Torno — tornos.Torresão — torre^ãos.Tosco — toscos (ô).Trainel — trainéis.Transcorvo (ô) — transoorvos.Transtorno — transtornos (ô) —

Voe. Ort. Acad. Br. — (Giz.Viana consigna transtornos (ó).

Través — traveses (é).Trebol — trebóis.Tresdôbro — tresdobros (ô).Tréssis — para os 2 nums.Trióctil ^— triócteis.Trocanier — troncanteres.Troco — troces.Tropel — tropéis.Troquei — troqueis.Troquiter — troquiteres.Tubel — tubéis.Tudel — tudéis.Tánel — túneis.Tussol — tussóis.U — us ou uu.Umbrâtil — umbráteis.Ureter (tér) — ureteres.Urodiereter — urodiereteres.U'til.— úteis.Valão — vaiòes.Vão — vãos.

. Vatel — vatéis.Verão sr- verãos e verões.

. Verdegais — para os 2 numsVerderol — verderóis.Vergel — vergéis.Verossímil — verossímeis.Versátil — versáteis.Viável — viáveis.Vibrátil — vibráteis.Vígil — vígeis.Vilão — Vilãos, vilões e vilães.

(Voe. Ort. Acad. Br.)— (GonçalvesViana nao registra "vilães'-').

Volátil — voláteis.Vomer —Xaimel —Xintel —Zangão -

(Voe. Ort.

vomeres.• xaiméis.xintéis.

- zangãos e zangõesAcad. Br.) — G°n;

çalves Viana consigna apenas zan-

gaos .Zângão — zangãos.Zê — zes ou zz.Zebro — zebros (e).Zosler — zosteres.

29.° Ano — N. 5 — Outubro 1945 65

0 Chapéu-Pana-má não é originário,como se poderia, ;us-lamente, acreditar...do Panamá.

A crença de que saoconfeccionados dentro dá-gua também não é verda-de. Da mesma f°rina ráí°é verdadeiro que a plantade cuja fibra são confec-

idos se chame "Pai-

0 "chapéu de Panamá" é... do Equador £3^*^— UMA DAS MAK INTERESSANTES INDUSTRIAS CASEIRAS DAAMERICA LATINA É O VÃO FAMOSO "CHAPÉU

PANAMÁ"," IN-DUSTRIA QUE ESTA LARGAMENTE CENTRALISADA NO. . . EQUA-DOR, PROPORCIONANDO A ESTA ULTIMA NAÇÃO UMA DE SUASMAIS IMPORTANTES E PROVEITOSAS FONTES DE RENDA

por Beatrice Du Franecionâv.vv*. --ma do Chapéu Panamá". Os chapéus feitos com a atualfibra de palma e denominados "Panamá" sao geralmen-ie mais pesados do que os legítimos "Panamás", sendosuas fibras mais chatas do que cilíndricas.

Francisco Delgado, ^ um Equatoriano, é apontadocomo tendo feito o primeiro chapéu do Panamá, em1630, na Província de Manabi, no Equador. Porém foisomente em meados do século XIX, durante a Corridado Ouro, na Califórnia, que esses admiráveis chapéus en-contraram caminho seguro para os Estudos Unidos.A esse tempo o Panamá servia de passagem intermediária

—¦*! a agricultura. A con-fecção desses cha-

péus, em fábrics, não al-cançou resultados compen-sadores no Equador.

A Fibra Usada naConjecção Dos Chapéus: —A fibra para os chapéusPanamá é obtida de inú-meras espécies de plan-

tas. A mais freqüentemente usada é a "Carludovicapalma ta", que assim é chamada, botânicamente, emhonra de Carlos IV e da Rainha Luiza da Espanha. A"Carludovica Palma ta" é omumente conhecida, no Equa-dor, como palmeira "toquilla" e a sua fibra é a "toquil-la" ou "paja

(palha) de toquilla". Jipijapa, por sua vez,c o nome dado tanto a outra qualidade de palha quantoao próprio chapéu, fabricado na pequenina cidade de Ji-pijapa, uma das mais famosas produtoras de Chapéus"Panamá" do Equador. A fibra ou planta é conhecidacomo "junco", em Honduras, 'cogollo", na Venezuela,

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Meninos de Montecristi recolhem chapéus Panamá dos residentes dessa cidade, que se] confeccionam, por contrato, para os peritos emos exportadores.

raiciha no Fanama, e oraca ou"pálmichi", na Colômbia.A planta popularmente chamada "toquilla" cresce

nas áreas quentes e úmidas, desenvolvendo-se especial-mente bem nas terras baixas do extremo ocidente equa-toriano e nas áreas elevadas do Rio Madalena, na Co-lombia. Também é encontrada em Guatemala e Honduras,é, desde ali, na América Central, até o Equador e Go-lombia, na América do Sul. Também cresce bem ao ori-ente dos Andes, na Venezuela, e na Guiana Inglesa.-Recentemente foi introduzida com pleno êxito em PuertoRico, Ilhas Filipinas, Java e ainda outras áreas tropicais.

A palma "toquilla" é nativa dos trópicos do Hemis-

ferio Ocidental. Cresce até uma altura de 2 a 3 metrose parece uma palmeira anã. Não possue verdadeira-mente tronco, surgindo as folhas do próprio solo em lon-sos, triangulares e graciosos peciolos, que podem atingirum «comprimento total de 3 metros*.* A planta se parteum quatro oü cinco divisões, que, quanto mais sobem,mais se separam, tendo as folhas cerca de um metro dediâmetro. Atingem seu maior crescimento quando en-cerradas no gomo

"em pregas''. As flores crescem na basedo talo, como espigas.

"acabamento e

para esses macios, maleaveis, levíssimos ebem manufaturados chapéus do Equador. Os viajantes queretornavam ao Leste pelo caminho do ístmo compravamtais chapéus no Panamá e os introduziam nos Estados Uni-dos como "chapéus do Panamá". Apesar do fato já serbastante conhecido, sabendo-se que tais chapéus provi-nham do Equador—e os Panamenhos jamais pretenderamo título de fabricantes dos mesmos — o nome ficou etodos continuaram a chamá-los "Chapéus do Panamá"?u, simplesmente, "Panamá". Hoje o termo é aplicado,indiscriminadamente, nao apenas para indicar os chapéus«uos no Equador, que continua a ser o principal pro-<tutor, ruas também os que são fabricados na Colômbia,

;Óprio Panamá e outras regiões da America Latinano pr«

nasIdeal para os climas quentes e, durante o verão;zonas temperadas, o chapéu Panamá alcança pre-

vps que oscilam entre um dólar a muitas centenas.No•^quador são fabricados pelos índios ou Mestiços. Mui-M. desses operários são mulheres ou creanças, emboragpS£ homens demonstrem suficiente dextresa de dedos7a fr considerados bons artífices. Essa industriaymual. Passada de geração em geração, constitue a¦yrcial °u total ocupação de muitíssima gente. E, ge-

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Enquanto a maior parte da palha para chapéu eobtida de plantas silvestres, grandes esforçosjbram feitospara a*Dropagaçáo da "Carludovica Palmcata", de renovosou sementes. A pianta pode crescer em grande quanti-dad* entre as plantações de banana. As bananeiras,realmente- oferecem sombra e assim conservam a umi-dade, duas coisas que muito beneficiam a palma

"to-

«quüla**.A palha usada para a confecção dos chapéus é ob-

tida das folhas da toquilla". Essas folhas são cortadas

3uando ainda novas, pouco antes de se abrirem ou no

ia em que se abrem. Cortando as folhas a cerca de três; centímetros do talo, cada folha fica provida com um pe-

queno cabo, que é particularmente útil nas operaçõesseguintes, quando a planta é mergulhada em água fer-vente. Após removidos os filamentos mais grosseiros, asfolhas voltam mais outras vezes'à água fervente. Umagente branqueador é adicionado à água quente para-dar à palha uma aparência mais clara. Então as folhassão batidas e postas ao ar livre, para secar, usualmentena sombra, posto què, em algumas áreas, podem ser tos-tadas pelo sol. Em outras

-regiões, porém, não ha in--conveniente em que fi-•quem secando tanto aosol quanto ao luar. Ain-«Ia assim alguma úmida-de persiste. As folhas são,•então, perfeitamente en-jxutas e limpas, por meiode panos imaculados, en-tre os quais são comp ri-.•das St mao.

Com as própriasunhas ou com um pequeno• -utensílio tendo ligeiraspontas de aço e cabo de•madeira, os frizos da folhasão cortados em toda sua^extensão. As resultantestiras são novamentes sub-metidas à água ferventefindo o que são meticu-losamente enxutas. Ao

xiim. de poucos dias, as fi-taras se tornam macias, emaleáveis. A palha, então,

«está pronta para a con-íecção do chapéu.

Também a palha da^mocprr "

pode ser usada-para a manufatura desses•schapéus, embora mais di-fícil de ser trabalhada.*Botânicamente, a "mocor-.ra" é conhecida por

"As-Htrocaryum Trachycar-^um". E' uma planta comcasca lisa, espinhosa e du-

^ra, tendo folhas com cer-|ca de quatro. metros. As\ palhas obtidas dessas fo-jjjbas são bastantes longasipara completar um cha-«péü sem emendas, porémnão apresentam a mesmabeleza nem a mesma maleabilidade da palha da "to-

•quilla". A fibra da "mocorra" é também empregada pa-ara a fabricação de redes.

O material extraído da "toquilla" é considerado{impróprio para a manufatura dos chapéus, é reservado?para a de cestas, bo,lsas, cigarreiras, protetores de fras-»èos, centros de mesa, forro de cadeiras, além de outros^artigos.

Em diferentes áreas a qualidade da "toquilla" ou.melhor, de sua palha, varia. Seu preço depende do com-primento, maleabilidade, côr, centro de produção e nii-mero de fios em cada cordão ou JHa. Isto porque, segundoas condições do clima, as fibras ocasionalmente se tor-nam bolorentas ou cobertas de terra, diminuindo o valorie a qualidade dos chapéus com elas fabricados. Entre-tanto, mesmo assim, fibras ou chapéus de má qualidade,

-encontram os canais da exportação.Como são feitos os chapéus: — Usualmente, sobre

«im largo bloco de madeira, o chapéu Panamá começa

29.* Ano — N. 5 — Outubro 1946

a tomar forma, iniciando-se pelo centro ou coroa. Paraessa primeira operação, são usadas as palhas mais longas.A artífice trabalha ora de um ora de outro lado. Quand©fica terminada a coroa, é firmada no centro do blocode madeira por meio de uma simples pedra, assim fi-cando até que o chapéu seja completado. Trabalhandocerca de quatro horas por dia, as operárias podem com-pletar um chapéu de preço médio tanto em um como emmuitos dias. Para os chapéus mais finos, porém, talvezseja exigido um período de 3 a seis mesesl

Contrariando a crença popular, os chapéus do Pa-namá não são feitos sob água. Tal crença nasceu, cer-tamente, do fato de que suas fibras são mais flexíveis,quando o trabalho de entrelaçamento é feito nas horasmais úmidas da manhã ou em tempo chuvoso. Alémdo mais, enquanto entrelaçam a palha, para aliviar oardor dos dedos, as trançadeiras molham constante-mente as*pontas dos mesmos.

Os chapéus são bastante procurados pelos agentesexportadores, nos próprios mercados locais, As melhoresqualidades são encomendadas muito antes de que os

produtos estejam termi-nados e um pequenoadiantamente do paga-mento é feito pelo com-prador, logo que a coroafica terminada. Nessaaltura a coroa terá nomáximo o tamanho deuma moderna moeda de50 centavos. Mesmo as-sim o comprador já pó-de prontamente deter-minar a qualidade tantoda fibra quanto da ope-rária.

Os chapéus são la-vados, clareados em fu-maça de enxofre e seca-dos ao sol. O enxofre éusualmente obtido "novulcão mais próximo" evendido, dire tamente aosmercados chapeleirosOs chapéus, quatro aquatro, de cada vez, saoenformados em blocosde pedra e fir m a d o scom tampos de ma-madeira. As arestas sãocortadas, as últimas pon-tas presas na própria pa-lha, tudo bem esticado,firmado, de modo quenada se veja, tanto nomeio, quanto nos bor-dos. Finalmente, os cha-péus, são colocados emfôrmas de madeira epresos por anéis tambémde madeira. Os de valormédio sãocuidadosamen-te acondicionados numasó caixa, enquanto osmais finos são a condi-

A qualidade do chapéu do Panamá é determinadapelo número, de anéis; os que os tenham em maior nu-mero, são os mais preciosos. Os melhores chapéus sãotão macios como o próprio linho e podem durar váriosanos. São tão flexíveis que podem ser enrolados, semrisco de estragar, e mesmo o avesso é tão macio e lisocomo o direito, sendo que muitos podem ser usados nasduas faces, sem nenhuma diferença. Os de melhor qua-lidade são resistentes á água, possuem elasticidade, um-formidàde e finíssimas palhas.

Onde são Jeitos: — No Equador, os de melhor qua-lidade, são feitos na província de Manabi, nas cidadesde Montecristi e Jipijapa. Ali, os chapéus são geralmenteconhecidos pelos nomes dessas cidades em que tenhamsido fabricados ou simplesmente pelo da província.

Os melhores entre todos são originários de Monte-cristi, que se localisa a 6 milhas do porto de Manta, »*costa do Pacífico. Situado numa altitude de quase cem

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Cs chapéus equatorianos sao mundialmente famosos por sua finíssimaqualidade e belos desenhos.

cionados individualmente.

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9> Ano ¦— N. 5 — Ouíwbro 194S67

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Uma dfs etapas finais consiste cm passar as abas com ferroquents. findo esse trabalho, são acondicionados para a ex-

portação.

metros sobre o nível do mar, Montecristí tem umclima que favorece o crescimento da "toquilla".Sua população é, aproximadamente, de 8.000 al-mas e, em sua maioria, famílias de quatro ou seispessoas vivem dessa indústria. Jipijapa, tambémfamosa por seus chapéus finíssimos, está situadaa cerca de 80 milhas da Guayaquil e sua popula-ção ascende a 20.000 habitantes. A grande maio-ria dos chapéus feitos em Montecristi e lipijapasao para homens .

Os chapéus "femininos" são feitos em Cuenca,uma das mais importantes cidades situadas ao su!do Equador.^ Cuenca foi fundada em 1557. por Gi!Ramirez Dávalos. Com população superior a55.000 pessoas; Cuenca fica situada nas terras al-tas, estando a aproximadamente 2.800 metros so-^°^veJdomar. Normalmente; Cuenca produz150.000 dúzias de chapéus por ano, sendo quemuitos chapéus, inacabados, são ali mesmo com-prados, para ser terminados em diferentes áreasvizinhas.

Durante a "depressão", iniciada em 1929, surgiram competidores manufaturando produtos * inferio

res na Itaha e no Oriente, o que, entretan-to causou certo declínio na indústria do c£tp£,Panamá. Entretanto, desde que teve iníoTaguerra, com a resultante perda das fontes de além-mar para suprir os mercados do Hemisfério Oci-dentai, a industria voltou a prosperar. Noros es-tílos e côres foram introduzidos ganhando os fa-bncantes americanos novo impulso. Especialmen-te populares são os novos tipos "ventilados" eem tom mais queimado, que proporcionam maiorarejamento do que os antigos.

Os chapéus Panamá contribuem enormemen-te para a economia do Equador. De 1938 a 1942,uma media de 1.500.000 chapéus foram exporta-dos anualmente desse país, sendo que 65% fo-ram para os Estados Unidos. Essa indústria ma-nual, que se tem conservado essencialmente amesma em seus métodos de produção desde queos primeiros Panamás" se tornaram populares,ha cerca de 100 anos, sobreviveu através dosanos encontrando bom mercado não apenas

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Depois de clareados coin fumaça de^enxofre, são colocados ao sol, para secar.

nos Estados Unidos, mas em todos os países domundo.

A imprensa Sueca celeb. Festejando o 300.° aniversário da publicação doprimeiro jornal sueco, a Administração dos Correios

rY o °^i £°u uma emissão especial de selos comemo-ativ s. A nova série é de 5 ore, de cor verde e 60 ore,violeta avermelhado, e traz estampado o emblema de

No f10 UI^a *oc*ia e ulila pena de ganso cruzadas.• ^"Z0 superior direito do selo está o seu valor e em-

^aixo^da gravura os dizeres: "300 anos da Imprensa

a Ad^ ^°laboJaÇ5° com o Clube de Publicistas Sueco,«XDo ^^ a£ao' dos Correios organizou tambem uma"lenS^ ^° museu Skunsen, .mostrando o desenvolvi-sécul Air£Prensa sueca no decorrer dos três ultimos

07?S* • ^u^c^a possue presentemente 400 jornais egazin

reví?*as técnicas e profissionais, periódicos e ma-mai«_eS'_- ma sala de honra especial foi dedicada aoma % ? f ° ^rnal da Suécia, Ordinari Post TijdenUr,o qual !

denominado Post-och Inrikes Tidningar,rifica- SC na ° potivo histórico dessa exposição. Ve-da Sué ,U?I- ^° interessante: a Direção dos Correiossendo

CCla ^arnt»em o primeiro editor de jornal sueco,° i^P^^vel por esta primeira gazeta publicada

ra o seu 300 aniversário'¦ - ySl

Periodi • j Jornal e> provavelmente, o mais vernohoje o ^mi exístente no mundo. Ele é, nos dias deNosV-e^f1 ^-PaJa noticias oficiais de varias espécies

*__._._¦ _. ò- Este jornal é, provavelmente, o mais^ velhoexistente no mu:

•nos «,,, , Para noticias ofi<te noS XVXI e XV111 êle Publicava principalmen-tempo^ ext.rangeiras. Segundo um decreto real con-fornece?*30' ? i°rnal deveria publicar noticias que eramte« eitr*S ^ • os c*rculos governamentais e correspondeu-aiigeiros e deveria aparecer semanalmente. A

publicação dp jornal deveria ser levada a efeito com "dis-creção, inteligência e maneiras distintas''.

Havia na exposição não somente milhares de antigose novos jornais e magazines suecos, mas tambem inúmerosdocumentos que deram à exposição uma apresentaçãointeressante. Ali se podia estudar a lei de ImprensaSueca, assinada em 1766, e a sua sorte variável, assimcomo a história da distribuição de noticias de cima deum farol e o ardente trabalho dos jornais de hoje, coma sua enorme circulação. Por intermédio das duas maio-res organizações distribuidoras na Suécia, a Administra-ção dos Correios e o Bureau de Imprensa da Suécia,maisde um bilhão de exemplares[são distribuidos anualmente.

A exposição, além disso, apresenta primores téc-nicos que a tornam particularmente interessante, entreoutros, um relógio eletricamente ligado a um mapa daSuécia, mostrando a hora da chegada dos jornais de Es-toco Imo a varias cidades da Suécia, Através da intimacolaboração existente entre os jornais, a Administraçãodos Correios e as estradas de ferro, a Suécia pode afir-mar possuir a mais rápida distribuição de jornais domundo. O mais antigo anuncio de Jornal d© mundo,impresso em 1645, em que um editor anuncia uma novaedição do livro de Hino Sueco, é um outro documentointeressante.

A exposição que foi inaugurada na presença doPrincipe Herdeiro Sueco e de uma delegação de jorna-listas finlandeses, especialmente convidados, atraiugrande atenção entre os habitantes de Estocolmo. Fi-cará aberta durante todo o verão.

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29.0 A«o — N. 5 '-—

O itubro 1945 71

Nest mundo louco...

por MAX DE NANSOUTY

As constantes catástrofes causadas pela Naturezaou pela mão do homem e que trazem os habitantes destevelhíssimo planeta em eterno sobressalto e jamais ha-bituades a essa eterna atmosfera de tragédia, (justa-mente porque o drama ganha mais e mais em vigor ebrutalidade) poderão ser reproduzidas ou ainda aumen-iadas? Poderão surgir outras, novas? Estaremos abso-"iutameüte em segurança sobr^ este antigo solo e esta-remos em posição de prever, "pelo menos", os grandesferimentos futuros do Universo ?

Os grandes perigos do universo

Eis a pergunta que, hoje mais que nunca, todos fa-zem:

— Podemos dormir tranqüilos?Realmente. Podemos estar seguros, à noite, a pro-

curar o repousodo leito, de que(despertaremosamanhã — sedespertarmos —no meio dos ob-jétos familiares,podendo tornara ver as paisa-.gens habituais,encontrar asmesmas coisasnos mesmissimoslugares ?

Em resumo:0 planeta sobreo qual vivemos•estará a tal pon-to aquietado e•estabelecido quenão devemos na-da temer de seuscaprichos ?

Sem* dese-jarmos revelarum pessimismoexagerado, é per-mitido — razoa-vel mesmo —•acreditar que aTerra ainda não

-acabou de ter gê-nio, (mau gênio)< que somos po-

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bnes e pequem-

OS VULCÕES DE AUVERGNE — Não se pode imaginar sem horror o espantoso es-petáculo da Terra sacudida por um desses cataclismos que às vezes aparecem, a entre-

abrir-se em qualquer região da França ou de outro país.

nos insetos em equilíbrio instável sobre o mais insta-vel e mais caprichoso dos mundos.

% Quando se pensa que existem, atualmente, 323 vul-¦coes ativos na superfície da Terra; que o globo terrestrefe condensa e diminue de volume à medida que perdeseu,calor primitivo; que, constantemente, sérias depres-•s°es de terreno ocorrem sob a ação da água que varre e'„esagrega as camadas subterrâneas; que as antigas abo-

adas Sg deslocam e ruem até a base das montanhas; queoo '5ZÍ carboníferas são continuamente trabalhadasPor decomposições químicas; que a lua e o sol exercemJua influência atrativa sobre as camadas líquidas ouIptosas existentes numa certa profundidade; que as

fuscas variações de pressão barometrica dão, repenti-

Tesmenje> maior intensidade relativa a pressão dos yapo-day6" s Sases interiores; que todas essas causas íormi-temeis

e distintas agem, emfim, para modificar constan-m

enle- a configuração da terra, — é lícito perguntar-^ por ^ue prodigio esta pobre Terra ainda existe e"insta

T08 ? COI?c*usão ^e Sue' em suma, máu grado seus

¦que n i a m^u humor, e*a é um boa hospedeira, dado

Je Í0ft°nnn i° tuC*° ^iqüilár, apenas destróe pouco maisvelme i homens em cada século, isto é: incompara-Pelas men°s do que a própria Humanidade, uie,o velfUerrnS' °S massaGres, os assassinios, mata, segundoPavoro° uCul° de Flammarion (que desconhecia osçerca j^^bombardeios modernos e a bomba atômica)

e 40.000.(00 no mesmo espaço de tempo!

Os cataclismos ^ possíveis: tremores de terra. Entre-tanto, seria temerário continuarmos vivendo com taogrande confiança. Embora velha e fatigada, a Terradispõe ainda de algumas armas tais como os vulcões,!os tiemores de teira, as correntes marinhas, os ciei nes,as deslocações de terreno, as torrentes. . .

Oi fenômenos sísmicos da Terra, mais cemumentechamados "tremores" são — os geólogos são unânimesem declará-lo — não acidentais, mas constantes.

Apenas percebemos os mais importantes desses tre-mores, os que se manifestam com alguma destruição;quanto aos demais, não praticam menores danes nem sãomenos perigosos. Ora, existe extranha concordância en-tre o vulcanismo e os tremores de terra e, não há mui-tos anos, disso tivemos a preva. . i

No dia 2 de Fevereiro de 1906, os aparei ícs sismó-gratos de Floren-ça indi cavamuma perturba-,;ção terrestre gra-*ve. Nesse mes-ino instante, um tfurioso avanço» iy.de maré destruía úa cidade de Bue- \navehtura, i&iyiColômbia, á £-9.00D quil^n^ $tros de vdiàtâijfeí

• ¦¦¦'' ¦ v \.¦-.-• « ; -y.-y- >- _. :<>lá, ' ::'-.yi..:±,yy£A \18do imie^-ry

¦ mo mês^.Vó!s\sis!^^:mógrafos áélVie^inn registrayai^l^um t remor i âie% %terra . . . .'¦,-qú!ex.focorrera eiuS^r^;'!t a -Lu cia, nasi? ;

ntilhas, naí ;;mesma hora em ioue o vulcão de if"la Souíriere"entra va em er ü-pção! (Distanciai'-12.000 quilômé-tros ou sejam:742 quilômetrosmenos do qUé o.diâmetro daTerra!) A cone-

. r- , , , xidade entre ostenomenos sísmicos e^vulcanicos e, portanto, indiscu- ütivel.

De:de então, temos o direito de perguntar se, acada grande cidade, a cada região terrestre, não cor-responde um vulcão principal, que é uma espécie de"val-vulia de segurança". Quando o vulcão se incendeia, aterra treme no ponto sísmico "conjugado".

Do ponto de vista em que nos colocamos, importamenos conhecer — por mais interessante que possa ser —o mecanismo desses fenômenos do que os próprios fenô-menos e, desde- logo, surge um problema: Estarão oshabitantes das planícies tranqüilas em maior segurançado que os das regiões vulcânicas? Nãc;dado que não harazão alguma para se afirmar que aqueles não sofrerãoo contra-golpe da erupção de um vulcão...

Como se traduziria esse contra-golpe ? Por meiode um tremor de terra.

Bruscamente, sem que nada nos possa deixar pre-ver um tal fenômeno, as pessoas adormecidas são des-pertadas por um violento abalo, por um ruido que rolasurdo,e distante, como o de um pesado veículo, trafe-gando por uma rua mal calçada. No apartamento ci-tadino tudo balança, numa dansa desordenada. As cam-painhas soam, as portas, as paredes, todos os objetosracham ou saltam. As cortinas são abertas, erguidascomo batidas por um venda vai. Nos móveis as pilhasde pratos se chocam e quebram, as vidraças se estilha-çam, as luzes se apagam. Toda a casa estreme<«e. Aluci«

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Ano — N. 5 — Outubro 194;

cessiveis ao cataclisnío..No entanto, agoraDir-se-ia que se enter-.ram. . . Uma estremececomo se todos os ca-nhões de seus fortes tro-assem ao mesmo tempo..Outra balança como se-tocada por poderosa raàoinvisivel. Outra, ainda,*ronca como se procuras-be resistir, lutar contraalgum animal poderosoque atacasse suas vpetreas.-entranhas.

Cái a chuva, chuva-diluviana, misturada dedestroços pastosos e depedras, enquanto, lenta-mente,l agumas colinas...começam a descer pelaterra. Toda uma praça,.com a velha igreja, res-vala, esmagando tudo depassagem. Toda a re-gião norte da cidade setransforma em pouconum amontoado de rui-nas. Nos jardins públicoso mesmo caos. No Zoo-lógico, as feras rompemas prisões e se lançamnas ruas. As árvores gi-gantescas oscilam sobre-a base e tombam.

Então os citadinos..apavorados, refugiado*nas alturas, podem con-templar um indescritívelespetáculo. Sua cidade,.irreconhecível, está sendodevorada por espantosaincêndio. As labaredasenvolvem quarteirões in-teiros, que desaparecemem medonhas fornalhascom a extensão de muitosquilômetros. O leito dosrios se abre e as águasfogem para desconhecidasprofundidades com hor-rorosos assobios, emquan-to mais além, surgem íon-tes fortíssimas, cujos va-

pores velam o horizonte.Novos abismos se

abrem, tão largos e tão

profundos que os monu-mentor mais formidáveisneles desaparecem numsegundo. . »

A enorme catedral

WM BOLIDO SOBRE PARIS- Já caiu sobre o mundo grande número de bólidos, e por mais 5,^?Uj &

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e O solomusada que seja a hipótese da queda de urn^ desses fragmentos dos mundos celestes no n0ss* cnar deixando

planeta, são de imaginar os prejuisos que causaria em Paris. volta a se uu £UcV,aapenas de tora -a

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mados, os habitantes correm para a rua; as calçadas ficamentulhadas. .

Um instante de pausa, e, novamente, recomeçam as•sçilações. Ouvem-se pavorosos gritos:

"Os prédios ca-em"! E, repentinamente, em vez do dia, que já subia dohorizonte, é a noite. Os fugitivos param, estupefatos etransidos de medo. Nada mais se vê. Espessa poeiraobscurece o ar, uma chuva de destroços e de materiaistomba por toda parte. As mulheres daem sobre os pró-.prÍQS joelhos e começam a murmurar preces.

Nas prisões, cheios de terror, os detentos quebramas barras de ferro, arroriibam portas. Surge, afinal, o dia,«lia. lúgubre, sob um céu baixo, e riscado de relâmpagosfulgurantes. ., v .

Nos cemitérios as cruzes e os túmulos ruiram. í smortos são expulsos do seio da terra e os restos humanos

jazem espalhados.Mas eis, que, ap longe, ocorrem coisas medonhas.

¦Así cphnas que cingiam a cidade pareciam, até então, inac-

e a cruz, como marcando uni túmulo. Os mais altos ei.

cios, já agora na posição horizontal, são comidos pesolo em convulsão incessante. gg0

Coisas negras, informes, são projetadas no ar.

homens, animais, fragmentos de pedras, de casas....,, ^

_

^.'•Òs tremores se espaçam, tornam-se menos longos ,

cessam completamente.Os sobreviventes olham em redor de f

mef^v

julgam ter sido vítimas de alucinante pesadelo. ^ ^de desapareceu. Ali, onde se erguia uma metropj.> . ^e opulenta, não ha nada mais, além de um «fonic

m0Jcombros fumegantes, de onde partem os apelos w

ribundos semi-sepultados. jorV Poucas horas teriam chegado para aniquilar a m

cidade do mundo! dadeTal hipótese poderia ser apontada para uma,a

^ j

com a localisação de Paris, situada numa^ k ^e que, a pesar de tudo, já sofreu alguns fenômenos |

?J.° A ÍÍÜ N. 5 —¦ Outubro 1945

eos (ÍJ'cs no século XIX)()8 quais, felizmente, cs-tiveram longe dessaviolência.

Mas, continuemosnossa iiipótese de gran-(le perturbação.

Na U>rda do mar'como apenas ligeirostremores de terra agita-vam o solo, tremoresmínimos, mais inquie-tantes do que perigo-sos, os banhistas tran-quilamente sentados napraia vêem, repentina-mente, o "mar mudartle côr, inchar numavaga imensa e de alturatal que os mais velhosmarinheiro não se recor-dam de ter visto igual.

Um formidável ma-remoto: o aniquilamentoáo no rie da Eurofia: Avaga se eleva, tão gi-gantesca que sua cristaespumante se perde noecu, repentinamentenegro como o de umaterrivel tempestade. Oraio troa. A vaga avan-ça. Os barcos dos pes-cadores que estendiamsuas redes são levan-tados como pavios depalha e desaparecemnas ondas. Toda umaesquadra, que evoluíaao largo, é erguida pelaonda, os torpedeiros, os \couraçados é os formi-(laveis porta-aviões saolançados ao ar. Peque-ninas coisas surgem naespuma: são os subma-nnos, arrancados dasprofundezas do oceano,aspirados pelo fluxo eque tornam a cair emmigalhas,esmagados pe-» pressão do líquido.Us navios da maiortonelagem, ancoradosno porto, afundam emsegundos. O porto, pro-tegido por imenso di-que, estremece e a tem-Pestade se propaga porsuas águas antes tran-^ilas. A vaga prodi-8K>sa se aproxima comir,

gj__g__^_fS/__\___Í\\_**^JtK<55bIBSw^?JB^ ". ' \f> • '^^&^'^Ç^^ty^íjkw— **"*V^Kn i

- . sararagor terrivel e,

O MAR SOBRE O CONTINENTE — Dada a pouca diferença dc nivel, bastaria uma fraca de-presso para que um enorme dilúvio dc água se precipitasse sobre as cidades«mente, tomba' sobre

\ Praia, esmagando, levando de roldão, milhares^de habiantes. Os raros navios que tinham escapado a seu pri-Jeiro ímpeto, são levantados e projetados no interiorias terras, vários quilômetros. te

Outras vagas se sucedem, agora, todas monstruosas;tea;?as cem e cento e vinte metros. O farol tomba in-Jram?l{;e e as casas da cidade sao varridas como cas-telos. de cartas. 'to

!l Ent reduas vagas, o mar parece querer recuperar

a P°i' y ílSua se retira em quantidade igual aquela queonde Uçara- 9 fundo aparece, eriçado de rochedosrarU ^ ,Coní°rcem enormes peixes, esmagados, dilace-TÀa°s pelo fluxo.

imneNmassa se reforma, mais gigantesca ainda. Agora,^sord Pi°r Um vento furioso, batida por outras vagas''«¦se <VãQ so^>em umas contra as outras, ati-*5o e!° a ci(lacle, sobre os campos. Seu curso medonhoe bai Uitra ol>stáculos. O solo pontilhado de pântanosÍ sna ^ ííoIancla' Poi' exemplo, oferece, campo fácil

seae de devastação. As casas faceiras os jardins

risonhos onde se "estendem, a perder de vista, os can-teiros vermelhos e amarelos das tulipas, e os conventosonde os sinos batem em agonia, tudo, tudo, é varrido'esmagado. . . A torrente rola, tendo ainda em seus flan-cos os navios que lança como aríetes gigantescos contraos edifícios.

A água, desta vez, é mais impiedosa, em sua raiva,do que os elementos mais furiosos. Da região mais fer-til da velha Europa, faz um deserto, mais que um de-"serto: uma coisa inominável, que não recorda mais queesses quadros fantásticos que a lenda traçou sobre o caos.

0 esmagamento de uma cidade — Uma chum de bó-fidos: — Como se essas duas catástrofes não fossem sufi-cientes, suponhamos que a naturesa desencadeasse uniaterceira, digamos. . . no sul da Europa,|na zona medi-terrânea.

Um mundo naufragado nó espaço e que,, após milhares e milhares de anos, erra ndo pelos caminhos infinitos do ceu, preso, como por um íman prodigioso nazona de atração de algum planeta desconhecido/ im

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mundo extinto e que se desprendesse do braseiro imensodo sol, se deixasse espatifar e seus destroços caíssem so-bre nós, em forma de chuva de fogo. # ,

Um bólido da proporções tais como jamais foi pos-sivel imaginar, um bóhdo pesando milhões de toneladas,

junto do qual os mais enormes, os de 50 e 60 que ;á vi-mos e estudamos, não passassem de

pedrinhas inofensivas, um bóhdo atra-vessa o espaço com terrível assobio,esquentando as camadas de ar à suapassagem a ponto de tornar rubrotodo o céu, acaba por incendiar-se etomba, finalmente, sobreum ponto dessa região, so-bre Roma, talvez. Comformidável fragor queparece ser o da Terraexplodindo brus-camente, os pala-cios ruem. Alionde Romaestendia seuesplendor esua gloíia, nãoha mais queuma planícieatormentada,que se esten-de, morna evasia, entre assete colinasque »o flagelopoupou.

No entan-tò, a Leste, no ma-ciço dos Alpes, ou-tro desastre lança adesolação sobre todoo país. Imensas ra-chás se abriram namontanha. Umatempestade caiu so-bre as geleiras, cen-tenas de fontes surgi-ram de «eus flancos eas neves, repentina-mente, fundidas emquantidade e velocidadeconsideráveis, tudo alagam. água ferve, rosna, empina e,

ji sentindo-se muito apertada en-tre as margens, salta.

Sobre as vertentes lisas abrecaminho, desce em torrentes furiosas atéa planície, levando em sua corrida cidadesinteiras, rachando imensas rochas, tudo ni-velando. A própria montanha estremece emseus alicerces. A geleira oscila, resvala sob oimpulso furioso è se abate, por süa vez. Aágua se atira, espumante, e só se detém de-pois de hayer aniquilado centenas de aldeiasè cidades.

A Europa inteira fica consternada. Nãoha mais nenhum povo que não espere outema um novo cátaclismo. Este chega. Mas,desta vez, sob aspecto mais calmo sem fra-gor, traiçoeiramente e^ no entanto, ainda maisterrivel, porque as ruinas que vai causar são aindamaiores e mais numerosas.

O "Gulf Stream", essa benéfica corrente de água

W:,L

74 29.° Ano — N. 5 — Outubro 1945

quente, que nasce no golfo do México e se dirige parabeneficiar as costas ocidentais da Europa, modificouseu curso 1 tjÇfc&tffi*'-

A Primavera que se esperava, não chega. Em plenomês de Maio, cái neve em abundância, não apenas naEuropa Central, mas também no litoral mediterrâneo.

As costas da Bretanha, tão tempe-;,., radas e onde as camélias não exi-

gem cuidados para nascer, semostram frias, frias. . . 0inverno se prolonga, semfim. As árvores continuam

desfolhadas. Os camposse mostram desoladose sob a terra dura, tao

dura que a charrua

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O maremoto é outro perigo que sem-pre paira, ameaçador, sobre a Huma-nidade. Num segundo, as cidades pro-ximas da orla marítima e mesmo asque fiquem mais para o interior de-saparecem num turbilhão de águasenraivecidas. No mar, as embarcaçõesde todas as dimensões são tragadas

pelas ondas gigantescas.

apenas pôde riscar,as sementes gelam.Desaparecem aspastagens... a aveia,o trigo. . . Nao ha

mais pão. E' aa desolação, afome, a morte!Sim, a mortelenta mas ine-vitavel. Masnão! Graças auma formida-vel tempestadenos Açores, oGulf Sirzam be-

néfico retomaseu curso nor-mal e a pri-ma vera renas-ce, permitindo

á terra fazergerminar assementes queo homem se-meou em seuseio.

Verifica-sepela rápida ex-posição desses

cataclismcb, feliz-mente hipotéticos,

quanto o equilibrio denosso mundo é instável.No entanto, por maistrágicos que sejam os ta-

tos que o Homem contemplou,não são, do ponto de vista geo-lógico, mais que um ligeiro ar-repio da epiderme do Planeta.

Curioso," porém, de todas ascoisas, o Homem curvou-se sobreo centro da Terra; quis sabero que escondiam suas entranhas.

Empédocles — contam oshistoriadores — tendo se lançadona cratera do F/tna, desesperadopor não poder descobrir o segre-do dos vulcões, lá ficou

0 MUNDO E SUAS MARAVILHAS V*

Da Editora Anchieta S. A. (S. Paulo) recebe-mos oito volumes da coleção "O Mundo e suas Mara-vilhas". Basta a citação dos títulos de cada um des-ses volumes portáteis e elegantes para que se sintaquão curiosa e útil é a n©va biblioteca de difusão cientí-&ca empreendida pela Anchieta: "O dono do tempo","Os grandes cavaleiros cósmicos", "No reinado doradium e do elétron", "O Sol e sua família", "Ou-

vindo os fios elétricos", "O romance da Terra", "0

V.V, ^OS VUlCOeS, mam -montanha guardou o pesquisador,

mas não tardou a restituir sua sandália,para mostrar aos mortais a inutilidade de um tal suicídio

A possibilidade a probabilidade, mesmo, das pioresrevoluções planetárias, deve, pelo menos, fazer-nos pen-sar em nossa fragilidade e dar nova força ao aviso nio-sófico: Memento quia pulvis es. .

E nada de querer provocar a natureza fazendo cm-sas que ela própria ainda não se lembrou de usar contranós': a bomba atômica, por exemplo!

romance do mar"Muito gratos.

Insetos amigos e inimigos'

Afirmam as mais recentes estatísticas que nasincessantemente, em todo o mundo, setenta menmo iminuto.

¦ . .

29/ Ado — N. 5 — Outubro 1945 75

OLHANDO O MUNDOgA SESSENTA DIAS MEMENTO be EU SEI TUDO

POLVILHOAHTISSÉPTICQ

A GUERRA1 — Quarta-feira. — Che/ja Lavai a Paris, sendo conduzido

para ft prisão de Fresnes. — Terminam a Conferência dc Potsdamosr Tres Grandes. —O lider austríaco Renner pleiteia a rápida unifi-fjcaçíío da A'ustria numa única unidade política. — Churchill éruidosamente aclamado na Câmara dos Comuns como lider da opo-sição. —A rádio de Tóquio admite a possibilidade de ser o Japãoinvadido no correr da semana. —Forças aéreas e navais america-nas atacam a ilha de Wake, base norte-americana conquistada peloJaponeses no início da guerra.

2—Quinta-feira.—Noticia-se que New-York espera a ren-dição do Japão.—Até o momento ,Picrre Lavai não encontraraura só advogada^que se dispusesse a patrocinar sua causa. — A avia-vão americana ataca- a base naval japonesa de Sa3ebo, em Kiu-Su.— Telegrama de Guam informa que no ataque de segunda-feira aTokio e Miazru a aviação anglo-americana destruiu ou avariou 278

aviões e 115 navios. —E' posto a flutuar ocouraçado francês"Strasbourg",

que foraafundado em Toulon.

3— Sexta-feira.De acordo com a reso-luçno da Conferênciade Potsdam, passa parao controle polonês a ci-dade de Stettin.— Tor-na a falar-se na pos-sibilidade de estar Hi-tier vivo. — E' esta-bejecido o completo blo-queio da navegação ja-ponesa em águas me-tropolitanas. — Divul-ga-se terem sido des-truidos ou avariadosnos primeiros sete me-ses do ano 2.745 na-vios nipònicot, c 11.375aviões. — A aviaçãoaliada bombardeia ins-talações j aponesas nailha Formosa. — Oschineses capturam Si-ning e marcham nadireção de Ling-Ling.

4 — Sarado. —Noticia-se ter sido mor-to o conde TomoyukiYamashita, comanda-nte japonês das Fili-pinas. ¦— E' transferidodo almirante Nimitzpara o general Mac

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BROTOEJASASSA DURAS

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OS FATOS OCORRIDOSEM AGOSTO DE 194&

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Arthur o comando da Okinawa e da toda a cadeia das ilhas Ryu-kyu. Os Estados-Uiúdos consideram perdido o submarino "Snook"que diz o comunicado — é o 46.° submarino perdido desde o-inicio da guerra e o 328.° navio de guerra americano sacrificado.

5 Domingo.—Mais doze cidades japonesas, com um totalde 1.400.000 habitantes, são advertidas por boletins da aviaçãoaliada de que serão arrasadas nas próximas 24 horas. —Noticí»-«e-que a Espanha falangista será expulsa de Tanger.

6—Segunda-feira.—E' atirada sobre Hiroshima, no Japão»a primeira bomba atômica, tremendo explosivo com potencial iguala 20 mil toneladas de TNT, ou sej^ um poderio duas mil vezes su»perior ao das "Arraza-Quarteirões" britânicas. — Anuncia-se quemais de 1.000 habitantes do porto de Ichang, sobre o Yang-Txé,foram mortos pelos japoneses com injeções venenosas, dadas falsa-mente como preventivas contra a meningite.—Declara-se em Lon-dres que serão necessários 20 anos para a reconstrução completa deViena, afastando-se todos os resquícios de guerra. —A aviação ame-*ricana ataca Tokio. —São destruídas as embarcações de desembar-que niponicas nas ilhas Torishima. ,a^ ftifej— Terça-feira. — Revela-se o aparecimento de um sub-marino alemão no Báltico, o qual teria atirado contra a guarniçãorussa da ilha de Rugen. —São entregues ao Brasil as bases aéreasde Baker, Ipiranga, Aratú e Caravelas, construídas pelo governonorte-americano na Bahia. —A aviação americana arrasa as cidadesjaponesas de Meabshi e Nishimonya, em Honshu; Saga, em Kyushu,e Imbari, em Skikoku.—Noticía-se que densa poeira e fumaçacobrem a zona onde caiu a bomba atômica, a cidade de Hiroshima,que ainda não pôde ser fotografada.—Avançam os chineses aooeste de Hong-Kong. — Fogem ps japoneses na direção de Yanping.

Caminna a Yugoslávia para o regimen republicano.— Quarta-feira.—Anuncia-se terem resolvido os Estados

Unidos, a Grã-Bretanha, a Rússia e a França separar por completoa Áustria da Alemanha. — Telegrama de Guam informa que a bombaatômica lançada sobre Hiroshima arrasou dez quilômetros quadra-dos da cidade, isto é, 60 por cento da zona edificada. —Calcula-seem 100 mil mortos e feridos as baixas feitas pela bomba em Hiroshima.

A aviação americana ataca Kagoshima.—A Rússia declaraguerra ao Japão. —Os russos iniciam o ataque aos japoneses commais 1 milhão de homens. — A aviação americana ataca Tokio,Yawata e Fukuyama.

— Quinta-feira. — E' assinado pelo Presidente Trumano documento formal que ratifica a Carta aas Nações. — A avia-çao americana bombardeia Tokio pesadamente. — E' lançada sobreo Japão a segunda bomba atômica, tedo por objetivo o grande portode Nagosaki.—Reune-se o gabinete japonês em sessão de emer-gencia. —Com o ataque da aviação americana, vai pelos ares o ar-senal japonês de Tokio. — O Presidente Truman declara que a bombaatômica será usada até que os japoneses se rendam.—Avançamo s russos mais de 30 km . na Mandehuria. — Declara-se ter sido' Na-gasaki virtualmente eliminada da face da terra pela bomba atômica.

A ilha de Hor.shu é bombardeada.10—Sexta-feira.—São convocados com urgência os gabi-

netes britânico e norte-americano. —A rádio de Singapura informaque o Japão possue uma arma "similar à bomba atômica". - rx~

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LAVOLHO HIGiENIZAOS OLHOS

russos invadem a lítna japonesa da ilha Sakhaliua. — A Rússiaanuncia qtie o Japão resolveu aceitar o ultimatum. de Potsdam, de26 de julho.—Os russos invadem a Coréia. —Os poderes legisla- '

tivos do Uruguai e da República Dominicana ratificam a Carta dasNações Unidas. -—Insistem os aliados pela rendição incondicionaldo Japão.

11—SÁBApOi — As Nações Unidas concordam com a rendi-ção do Japão, desde que o imperador Hirohito se submeta às ordensdo comandante-chefe aliado, general Mac Arthur.—Da nota-res-posta entregue ao Japão sobre a rendição consta terem as forças alia-das de ocupar o império.—Anuncia a emissora suíça que, de açor-do Com a emissora japonesa, todas as operações militares . foramcanceladas. —Os americanos ocupam mais cinco ilhas das Mari-anas— Agrihan, Sarigan, Assuncion, Almagan e Maug. —Os chi-neses ocupam o antigo porto de Wuchow (Tsangwu) s — Continuamas forças russas no ataque, apesar das negociações. — E' pedidaa pena de morte para o marechal Pétain pelo procurador Mornet.—: Faía-se na possibilidade de ser o imperador Hirohito sucedidope|o príncipe Kotaishi Akihito, de 13 anos de idade.

12—Domingo. ^—Noticia-se haver Hirohito ordenado a de-fesa do Império. —A aviação russa põe em. chamas os portos deRashiu é Seisin, na Mandchuria. — Washington revela que a guerracontra o Japão custou ao exército dos Estados Unidos 912.390 bai-xas, inclusive 191.291 mortos e 566.134 feridos. '/.¦

13—Segunda-feira.-—O alto comando chinês informa ha-verem mandado negociar a rendição as tropas japonesas da provincia¦ de-Chekiang.—New-York informa que só nesta data Tokio re-

. cebe.a resposta aliada ao oferecimento da rendição japonesa — Co-meça o desembarque russo em Anbetsu, na costa oeste da Sakhalina.

A—Rendem-se os japoneses da ilha de Bougainville, a maior das Sa-jomão. . ¦ a

14 — Terça-feira . ¦— O Japão aceita a rendição condicional.— Chegam os russos a 150 milhas de Heinking, capital da Mand -churia. —Noticia-se que, em Tokio, a multidão, de joelhos, choradiante do palácio imperial. —Washington revela que a guerra orafinda custou aos Estados Unidos mais de 1 milhão de baixas e 300bilhões de dólares, sendo para o mundo inteiro de mais de 55 miJhões de baixas e milhares de milhões em dinheiro — tendo essa guerrainçomparavel terminado 2.174 dias após a invasão da Polônia pelaAlemanha.—Noticía-se o suicídio do general Koreckkia Anami,ministro da Guerra do Japão. —Washington anuncia a perda docruzador pesado

"Indianopolis". r-~ Anuncia-se ter sido Pétain con-denado à morte, tendo o Conselho de Sentença recomendado o nãocumprimento da pena.

16 — Quarta-feira.—Hirohito proclama pelo rádio a seu

povo a rendição do Japão. — O primeiro ministro do Japão dclque foi a bomba atômica que motivou a rendição. —Renun * *

gabinete japonês chefiado pelo sr. Suzuki. —São atacado» navio*americanos quatro horas após a rendição, sendo, porém dtrml I

*cinco dos aviões inimigos.—Como ultima missão de guerraformação de 363 aparelhos ataca duas cidades do império nióôi'e uma refinaria de petróleo na ilha de Honshu. — Declaram ,... ..sos que continuarão avançando na Mandchuria enquanto houve-resistência inimiga. —Mac Arthur ordena aos japoneses que cessenfogo e enviem emissários a Manilla.

16—Quinta-feira. —Decorridas oito horas da noticia dKrendição do Japão, aviões-suicidas japoneses prosseguem no ataqueà esquadra americana. — E' esperado na ilha Ie o avião com oS emis-sarios japoneses que tratarão da rendição. —A Rússia reata rela-ções diplomáticas com a Bulgária.—O rádio de Tokio confirmaque a derrota do Japão foi devida à bomba atômica. —A Agên.cia Domei anuncia que o governo fantoche chinês de NanUin" ru-solveu dissolver-se". —Londres anuncia que a bomba atômicaou mais provavelmente o foguete atômico, lem seu contra-balançana igualmente poderosa artilharia anti-atômica tornada possívelgraças ao aperfeiçoamento do "radar". —O general Okamura rende-se ao marechal Chiang-Kai-Shek . —Prontifica-se à rendição « exer-cito japonês de Kwantung.

17 — Sexta-feira.—Chega à Argentina mais um sübraarin»alemão, tripulado por 32 homens. —-- O general De Gaulle comutaem prisão perpétua a sentença de morte lavrada cpntra o marechalPétain. —Anuncia-se que o reino de Viet-Nam, criado pelos japo-neses em março último e compreendendo o território da Indo-Chinae do Anam, está disposto a manter sua independência, não mais vol-tando ao domínio da França. —Suicida-se o almirante Taküir©Onishi, chefe do estadormaior da Marinha do Japão.—Continuama atacar os aviões japoneses, e o imperador Hirohito dá nova ordemde "cessar fogo".—Parte para Manilla uma delegação de emissarios do imperador Hirohito, para os preparativos finais da rendiçã».

18 — SÁBADO. ' Desce em Harbin, na Mandchuria, uma delegação militar russa afim de aceitar a rendição das tropas japonesasdaquela, província. —Desembarcam os russos em massa no litoralda Coréia.—Um bombardeiro americano que sobrevoava • terri-tório japonês é alvejado pelas baterias anti-aéreas nipônicas de terra— Entra em Cantão o 1.° Exército chinês.

19 — Domingo. —Chega a Iéjima o aviãp da delegação nipô-nica enviada a Manilha para os preparativos da rendição. — Stalinanuncia a cessação de fogo na Mandchuria.—Os russos libertamo general norte-americano Wainright, na zona de Mukaen. —Des-cmbáFcam os aliados nas ilhas Ti uri las. —Fotografias de Hiroshima,onde se deu o primeiro ataque com a bomba atômica, mostrara querestou apenas da cidade uma chaminé.

20—Segunda-feira.— Anuncia-se que a Holanda querindenizações de guerra da Alemanha. —Cessa b fogo em Java .Deixam Manilha os emissários do imperador Hirohito. —O generalMac Arthur avisa ao governo japonês que seguirá dentro dc poucosdias para Tókio, com forças de ocupação. —Cessa a reação japo-nesa na ilha Sakh*]i*ia.

21—Terça-feira. —Notícía-se estarem vivos os quatro av\a-

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por mais dois din» o desembarque aliado no Japão, devido no mau• tempo que reina. — - O generalissimo Chiang-Kai-Shek resolve re-

conhecer a independência da Mongólia Kxterior, para tesolver*problema comunista e evitar a guerra civil. —Declaram-se os aine-ricanos dispostos a arrasar Tókio ao primeiro sinal de traição dosjaponeses, "**

26— Dò.MINGÕ. -~ Revela-se, estarem dezoito vasos de guerraingleses na baía de Tokio. —Chega a Rmgoon a delegação nipô-nica da rendição. - - Anuncia-se ser de 401 o número de unidades na-vais aliadas em águas japonesas.— Telegrama de New-York informaser de 10.150.000 o numero de pessoas mortas, feridas ou deixadassem teto pelos bombardeios aéreos do Japão. — Declara-se que arendição incondicional do Japão será assinada no couraçado norte-americano "Missouri", de 45 mil toneladas.

27— SEGUNDA-rKiRA. —CantSo passa para o ..domínio chi-nês. —Anuncia-se oficialmente haverem os russos conquistado trft*ilhas das Kurilas. —Continua o avanço russo na Mandchuria. —0 lider comunista Mao Tse Tsung aceita o convite do geaeralíssina*Chiang-Kai-Shek para uma conferência, afim de serem resolvidosos problemas entre o Partido Comunista e o governo central da China.-Desembarcam em Shangai forças sino-americanas.

28 -^TerçÃ-FEIRA. —Preparam-se os aliados para o desem-' barque tle tropas no Japão.— Chega à baía de Tokio o almirante

llalsey, a bordo do "Missouri". Chegam ao aeródromo de Atsugi,á 25. km. de Tókio. em 10 grandes transportes aéreos, as primeirasforças americanas. — Parte para Tókio o general Mac Arthur.—Entram os chineses em Peiping.

29 — Quarta-feira. —Os chineses completam a ocupaçãode Shangai. — Marinheiros e fuzileiros ingleses iniciam seu desem-barque em tres ilhotas da baía de Tokio. — Desembarca no Japãoo general Mac-Arthur. —Rende-se Yokosuka, segunda grande basenaval do Japão.

50 — Quinta-feira. —Anuncia-se que o general Mac Arthur,enquanto permanecer no Japão, fixará residência no Grande HotelYokohama. — Encontram-se desembarcados no território <_•Japão 40 mil soldados aliados. —Prossegue o avanço russo sobreas Kurilas. —Noticia-se que Mac Arthur dará ordens em substi-tuição ao imperador Hirohito.

51 Sexta-feira. — E' pedida a pena de morte para Quis-ling. —Anuncia-se que a França restabelecerá relações çom a Ita-Ua. —Declara-se que Tokio pode ser considerada a cidade maisbombardeada do mundo.—A Byelo-Russia e a Síria ratificam aCarta das Nações Unidas. —Os ingleses reocupam Hong-Kong.Restabelecem-se as relações diplomáticas entre os Estados-Unidose a Finlândia.

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dores norte-americanos que participaram do primeiro ataque a To

kio —Declara-se estar toda a Mandchuria virtualmente dominada

pelos russos.—A radio de Tokio fixa o dia 51 para a assi-

Satura da trégua a bordo de uma belonave americana na baja de

Tókio.- Anuncia-se que os japoneses continuam a lutar em Bor-

nio. - Revela-se que dos 369 vasos de guerra e submarinos ,aponeses restam apenas 49, muitos dos quais danificados. — A lur-

¦qui* reconhece o governo de Varsóvia. — O Japão declara que nao

pode garantir a disciplina das tropas. — A guarnição japonesa de

-Singapura ameaça lutar. . ,22 —Quarta-feira.—Chegam ao Rio de Janeiro a bordo

«Ho "Mariposa", 6.178 homens da Força Expedicionária Brasileira,de regresso dos campos de batalha da Itália. — Rende-se em Har-'h\à o exército do Kwantung. — Anuncia-se que será em Nankin«rendição dos Japonesas aos chineses. —Chega á Birmânia o enus-

*ário do imperador Hirohito. — Revela-se que as baixas *&$*«&pelas duas bombas atômicas lançadas sobre o Japão foram de oUO-UUl-.-mortos c feridos — sendo 470 mil em Hiroshima e 120 mil em Na-

gasaki.—Chega a Washington o general De Gaulle.23-Quinta-feira.—Anuncia-se ter sido ia recebida, em

•todas ívs frentes a ordem de Hirohito. de "cessar fogo ¦ ""A AgSa-cia Doraei informa que foram destruídas ou incendiadas i.^iu.uuu-casas no Japão e què' das 206 cidades do império, 44 ficaram quasedestruídas e 37, inclusive Tókio, perderam 30% das suas áreas cons-truidas.-A Câmara dos Comuns da Inglaterra ratifica, apósíhavê-lc feito a dos Lords, a Carta das Nações Unidas.—Ccsaa a lutana Birmânia.— Declara-se que Hong-Kong, permanecera em poderdo Império Britânico.— Declara-se que a ilha Formosa voltara--o domínio chinês.

24 -Sexta-feira. -A agência Domei informa estar tudo'Pronto

para o desembarque das forças aliadas que ocuparão o Japão.-0 marechal Chiang-Kai-SKek ratifica pela China rCarta dNações Unidas. -O jornal

"Takung-Pao", cm editorial, solicita«Portugal que devolva Macau a China. - Fanáticos japonesescontinuam a atacar os russos. —Gigantesco furacão que varreu-¦ho ameaça retardar as operações de desembarque aliado^ roa -

Tosa8•fo-rças aliadas dirigem-se por mar para o Japão. — U a to cl^do japonês anuncia que os russos pretendem ocupar a ilha ocHokkau.0, o que seria "lamentado" pelo governo mpômeo. **ia-»cna arma defensiva contra a bomba atômica: um canhão dirigiao

^•¦¦"Radar", capaz de abater um avião a 16.700 metros. ~ Ad-«íte-se a possibilidade efe tornar a reinar o ex-rei Carol. •

. Sábado. -Corre e desfaz-se o bôafeo de haver P^**** Hirohito praticado o "hara-kiri". - Registram-se suicídios•e,n wa*» de iaponeses diante do Palácio Imperial, em lófcuo.*<*<* au;cida8 iaponesas ,ulam ainda na Coréia^ - Dirigente pera^Sapura unidades da esquadra inglesa. - Movioientam-s*> para* bala de Sagam unidades da esquadra americana. — &

OUTROS ACONTFCIMKNTOS

Dia 1. -Noticia-se que as forças armadas da Argentina— ao-

tadamente a Marinha — eoneitam o governo a restaurar a Consti-

tuição, realizar eleições e pôr término à intervenção dos m litares n»

poder público. —;Á epidemia de gripe declarada no Rio de Janeiro,

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29." Ano — N. 5 — Outubro 1945

embora benigna, assume grandes proporções. —Falece em Pon(Porá, aos 95 anos, Manoel Pompeu Capilé, patriarca do Territóritendo deixado 17 filhos, 285 netos, 58 bisnetos c 18 tetraneios -'¦'O general americano Lawrence Fritz estabelece novo record de vésem escalas, cobrindo a distância de New-York a Paris, de 5 7f(>Km. em /4 h. 12 m.

Dia 2. —Fala-se no reconhecimento pelo Brasil do goVer&opolonês de Varsóvia. — falece aos 79 anosr de idade o dr. LohsdafeRagg, arcebispo de Gibraltar desde 1932. —Falece em Roma aos82 anos Pietro Mascagni, nascido em Livorno a 7-12-1863, célebreautor da "Cavalleria Rusticana" e outras obras-primas da música—O Senado da Colômbia aceita a renúncia do presidente Lopez

Dia 3. —Regressa ao Rio, a bordo do "Pedro I", novo contin-gente da Força Expedicionária Brasileira. — Conquistam o XllCampeonato Sulamericano de Basketball os brasileiros, e com a.circunstância inédita de invictos. —Registra-se uma rebelião emLoja, no Equador, logo debelada. — Revela-se ter chegado em 30-de junho último a 2.611.'400 habitantes a população de Buenos-Aires. —Chove granizo em São Gabriel (R. G. Sul).

DjA 4. —Em Santo Ângelo (R. G. Sul) nasce um leitão comcara de mico, apresentando no centro da testa um olho só e com lodo*.os traços fisionômicos de macaco vulgar, com corpo de suino e sen-».narinas, respirando pela boca.—A Marinha da República Argentina exige eleições antes do fim do ano.

* DlA 5.—O cavalo "Filon"' vence o Grande "PrêmioBrasil", no Jockey-Cjub do Rio de Janeiro. — O navio brasileiro-"Ajudante", da navegação amazônica, afunda em conseqüência deum choque com uma canhoneira colombiana. —O "Hawai Mars".o maior hidroavião do mundo, tripulado por pilotos da Marinha..norte-americana, espatifa-se ao sul de Baltimore. —Notícia-se aexistência de um movimento na Espanha para pedir a renunciai;de Franco.

Dia 6. —O surto de gripe, aparecido desde alguns dias no Riede Janeiro, recrudesce de maneira séria.—Stettin, porto alemão.sobre o Báltico, que passou para o domínio da Polônia, recebe o nomede Szczecina.—Registra-se na Bélgica um grande surto epidêmico»de paralisia infantil. —E' suspenso o estado de sítio na Argentina.—Registra-se em São Paulo um surto epidêmico de meningite.—Anuncia-se oficialmente em Washington e Londres a descoberta di».bomba atômica, que é "uma concentração da energia básica do universo", — Cálculo oficial indica terem sido atingidas pela gripe noRio de Janeiro, em 5 semanas, 200 mil pessoas.

Dia 7.—O Partido Social Cristão, pela voz do ex-bispo tltMaura, apresenta a candidatura do advogado Stelio Galvão Buenoà presidência da Republica. — Restabelecem-se as relações diplomaticas entre a Russia e a Rumania.—E' criada uma alfândegasem Jaguarao, no R. G. Sul. —Presta juramento perante o Con-gresso da Coldínbia o dr. J-ieras Camargo, designado para responder pelo Poder Executivo em virtude da renuncia do presidente Lopez. ¦— A Câmara do Peru recomenda ao governo o rompimentocom o regimen de Franco.—Instala-se i.o Rio o Comitê Nacional do Partido Comunista do Brasil. —Agrava-se nos subúrbiosdo Rio de Janeiro o surto da gripe.

Dia 8.—Falece no Rio o dr. Genaro Ponte Souza, nascidoem 2 de fevereiro de 1894 i.o Pará, que representou numa legislatura,na Câmara dos Deputados, depois extinta. — Noticia um telegramade Vitória que a polícia de Minas Gerais, que dias antes invadiradeterminada área do E. do Espirito Santo, prossegue na invasão.

Dia 9. — Anuncia-se estar em declínio u surto de gripe r o Riode Janeiro.—Assume a pasta da Guerra o general Pedro Aurélio-de Góes Monteiro, substituindo o general Eurico Gaspar Dutra,,que deixara o Ministério afim de se desincompatibilizar para as ei ei-

ções relativas ao cargo de Presidente da República. — E' eleito pae»-a Academia Brasileira, na vaga de Filinto de Almeida, o sr. RobertoSimonsen. if .

Dia 10. —Falece no Rió a professora Maria do Carmo Vi diga í,São Payo. —Inaugura-se no Rio, no cemitério de São João Batista»,o mausoléu de Pedro Ernesto. — Registram-se dois terremotos nr>América Central.

Eia 11. — E' assinado em Lisboa o acordo ortográfico da 'íngua

portuguesa, elaborado pelas duas comisões, uma brasileira e ou

portuguesa, reunidas naquela capital. y.Dia 12.-—Falece no Rio, aos 65 anos, o pintor Jayme atfv*

nascido em Portu^çj em 4-8-1880; que foi um dos mais api eoiB< lo*

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29.* Ano — N. 5 — Outubro 1945

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DARUNSuavisa c refresca»Previne irritações cinfecções.

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DÁRJÁNnta cariei a que a Ura d a.

cenógrafos conhecidos. —O yice-primeirò ministro Nenni, da Itá-lia, declara em Paris que a Constituinte italiana a uer ti ita em no-vembro, abolir**» a monarquia, proclamando a República. — Reali.>a-seem Barbacena um grande comí-.io da U. D. N.

Dia 13. —Chega ao Rio, no "Pedro, II" mais um contingenteda Força Expedicionária Brasileira, de regresso da Itália. —A ci-dade de Cruzeiro (São Paulo) ergue o primeiro monumento ao Expedicionário do Brasil. —Falece no Rio o dr. José de Freitas Bas-(os, figura exponencial da indústria do livro, nascido no Recife èm26 de junho de 1889.

Dia 14. —Estudantes argentinos, por motivo da terminaçãoda guerra com o Japão, levam a efeito ruidosa manifestação queculminou com o apedrejamento da "Casa Rosada", palácio presi-dencia I em Buenos-Aires .

Dia 15. —E' decretado feriado nacional no Brasil, em regosijopela terminação da guerra. —Anuncia-se a sagração em São Paulodo primeiro bispo da Igreja Católica Brasileira, D. Salomão Fer-raz, sendo sagrante D. Carlos Duarte Costa, ex-bispo titular deMaura. —Telegrama de Lima anuncia que o governo do Peru en-tra em contacto com os demais governos das Nações Unidas pararomper relações com o governo do general Franco na Espanha. —E' concedido o direito de voto às mulheres em Marrocos. —E' lan-cada uma bomba incendiaria dentro do edificio do jornal

"Criti-ca", em Buenos-Aires. — A Turquia ratifica a carta das NaçõesUnidas.

Dia 16. —Realiza-se cm Terézihá um comício dn União Demo-crática Nacional. —Cessa a censura postal-telcgráfica no Brasil apartir da meia noite. —Assume a interventoria do R. G. Norte oar. Gcorgino Avelino.

Dia 17 — Chega aoBra sil — à Bahia — o primeiro ravio depassageiros dn Inglaterra depois da guerra. —Organiza-se no Mé-xico o Governo Republicano Espanhol, sendo designado como pre-sidente provisório o sr. Diego Martinez Barrios. —Falece no Riode Janeiro a atriz Ismenia Mateus. —Falece no Rio o dr. Carlosae l<ana Souto, antigo deputado federal.

Dia 18. — Dá à costa em Itapí (Santa Catarina) uma baleiaçom quinze metros de comprimento. —Realiza-se no Rio de Janeiroo Comicio das Quatro Liberdades", em favor da candidatura Edu-ardo Gomes à presidencia da República. —Inaugura-se o Poli-gono de Tiro de Marambaia.

Dia 19. —O jornal "El Dia", de Montevidéu, admite a possimlidade de se achar Hitler. na Argentina, dada a circunstancia de«ois submarinos alemães haverem escolhido essa República para serender. fe .

Dia 20. — F/ transferido para a Prefeitura do Distrito Federalo oerviço de Águas e Esgotos.— Realiza-se no Rio um comício emfavor da permanência do Sr. Getulio Vargas na presidência da Re-Publica.

. A '^ • —Inicia-se no Rio de Janeiro a construção da Cidade-Jnivnsit/u-ia. — Chega ao Rio de Janeiro o Príncipe D. Pedro Hen-r>que c)*.* Orleans e Bragança, herdeiro presuiitivo do trono do Brasil.

Dia 22. —E' decretado feriado nacional no Rio dc Janeiro por""•otrvo d< regresso de 6.200 soldados da Força Expedicionária Bra-sileira. —- p/ destruída por um incêndio proveniente de uma faíscafl-Hrica a Biblioteca Pública de Manaus. — E' devorada por umm<*nclio a matriz de Rezende (E. do Rio).

Dl-*. 23. — Passa pelo porto do Rio de Janeiro o notável drama-

^60 espanhol Jacinto Benavente.—E' arrematado em Itilão no

9r° P*1'" importância de 18 milhões de cruzeiros, o prédio n. 151—

^iivía as dores, desincha, refresca e

SCANSA OS PÉS

•s^UsPI^153 da Avenida Rio Branco, esquina da Rua da Assembléia. — Re-vela-se ser dc 6.750 o número de japoneses existentes no E. do Pa-mna — E capturado no Boqueirão da Praia Grande, em Santos,um leão marinho, com um metro e oitenta e cinco centímetros e oi-tenta quilos de peso. — Falece o dr. Paulo Ceear de Andrade, quetora vitimado hà dias por um desastre de automóvel; cirurgião dcgrande fama, diretor dos quadros clínicos da Santa Casa de Miserí-córdia, nascera no Rio de Janeiro a 21 de dezembro de 1894. — Ins-tala-se no Museu "Antonio Parreiras", em^Niteroi, o primeiro cursootuiahzado de Belas-Artes do Estado do Rio.— Prevê-se a fusãode todos os partidos argentinos contra Farrell e Peron. —Falece emBaltimore, aos 75 anos de idade, o dr. Hugh H. Young, cirurgião eurologistn internacionalmente conhecido.

Dia 24.—Desaba violento temporal sobre Santo Ângelo (R.G. Sul). Fala-se no reinicio da navegação regular entre o Brasile os Estados Unidos e Europa.

Dia 25.—Comemora-se o "Dia do Soldado".—O brigadeiroEduardo Gomes, candidato à presidencia da República, faz na cidadedo Salvador o seu terceiro discurso — plataforma, em concorridíssimocomicio.

Dia 26. — Após alguns casos fatais registrados dias antes, veri-fica-se no Rio de Janeiro mais um outro caso de meningite-cerebro-espinhal. —Chega ao porto do Rio de Janeiro o ' Itanagé", condu-zindo 139 feridos da Força Expedicionária Brasileira>

Dia 27. — Falece em Hollywood, aos 54 anos, o refugiado aus-triaco Franz Werfeh autor da novela "Canção de Berna de tte" —

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SonPranciaco sofre dois abalos sísmicos. — Cai um furacão sobre* 6 golfe do México com a velocidade de 165 km. por hora.

Dia 28. —Fala-se na possibilidade imediata de um golpe de

Estade pele príncipe D. João. que se proclamaria rei da Espanha.--

Noticia-se a mudança de nomes das seguintes cidades do Território

de Ponta Pór5: 0iii3ó> pára Amambaí; Bonito, para Calcinia;_SantaLuzia, para Jutí; Vista Alegre, para Ervania; Pedro II, panl Boca;a;

Guia Lopes, para (juia Lopes da Laguna.Dia 29. — Informa Moscou que uma expedido russa [realizou

29.° Ano — N. 5 — Outubro 1945

importantes descobertas de restos do período glacial ««»Urais centrais. — Comemora seu meio centenário de existencia o ''Diário Popular" de Pelotas. — O México reco-nbece o governo republicano espanhol organizado pel» 8r.José Girai. . i T

DiA 30. — Verifica-se no Rio de Janeiro, pela manha, umagreve de omnibus. desfeita às primeiras horas da tardo. —Telegrama de Maceió noticia o falecimento de Manuel Porei,ra Nascimento, fazendeiro em Palmeira dos índias, aos 7»anos, deixando 30 filhos, 74 netos e 19 bisnetos.—O astronomo sueco Nils Tamm descobre uma nova estrela de oitaT»categoria, dezs mil vezes maior que o Sol, situada a 2.009anos-luz da Terra. — Realiza-se no Rio mais uni coiur-í»em favor da permanência do sr. Getalio Vargas na presi-dencia da República.

j)IA jj — Chega a Londres o sr. Salgado Fílh«, mi-nistro da Aeronáutica do Brasil, convidado pola R. A. F.

0 raio e a maneira de proteger-se deleO Engenheiro Karl B. Mc Eachron, alto

.funcionárb da General Electric Companj, acabade fazer uma conferência na série de rádio-irans-missões do Science Fórum, ou Tribuna Científica, naqual diz, entre outras coisas, o que passamos areproduzir:

"O raio ou faísca elétrica é produzido pela des-carga verificada entre duas nuvens, ou entre umanuvem e a terra. E' evidente que, para se produ-zir o raio, tem que haver um desnível de emergiapotencial. Durante a formação das tempestades,produz-se a separação das cargas elétricas. Via deregra, a energia vai-se acumulando na parte infe-rior da nuvem até formar um polo negatiro, ae

passo que no resto dela se forma o polo positivo.Vai depois aumentando o potencial de energia, atese produzir o raio.

"Quando o raio salta entre duas nuvens, 6relativamente reduzido o efeito que produz sobreos objetos situados em terra. Não fere os sereshumanos, nem é provável que cause prejuízos ma-teriais, posto que possa afetar consideravelmente oslocais em que se encontrem vapores ou pos expio-sivos e a carga dos condutos elétricos expostos

pode'aumentar, por indução, até 500.000 voltios."Mas se o raio se desencadeia entre uma nu-

vem e a terra, seus resultados podem ser bastan-te sérios, podendo neles abranger-se tanto os sereshumanos como os animais e os bens materiais.Nas experiências que de há 20 anos se vem reali-.ando, tanto nos E. U. A., como no estrangeiro,verificou-se que o raio produzido entre uma nu-vem e a terra consiste numa série de máximossúbitos de corrente ligados entre si por graus m-

feriores de corrente. ."Os pára-raios, sendo devidamente instala-*

dos, e mantendo-se em bom estado, podem reduarconsideravelmente os perigos com que o raio 11

ameaça. Nas cidades populosas raras vezes se reconea £ste tipo de proteção, porque os edifícios estão n t

nos expostos a ser atingidos pelo raio, e, Jl^nd°J_acaso êste cai sobre algum edifício, dispoe-se ne« -u

cidades dos recursos necessários para P«star unf;iWt.lsmente os socorros queo caso exija, k , Portan ' ~*

.¦ pequenas povoações» nÁs casas de cam-

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ACADEMIA LATINO AMERICANADE ESTUDOS RADIOELÉTRICOS

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tinuar sua ftff||após beber a ^°tão conhecida.-

m.

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29.< Ano — N. 5 — Outubro 1945 81

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NDAKPOTURO

Anfger {19 anos, solteira, Santos),— Um pequenoacidente material prejudicará um homem de sua fa-milia Noto o recebimento de uma carta trazendo-lheagradável surpreza. Terá futuro ameno e verá seus em-preendimentos coroados de êxito.

Os dias pares lhe são propícios.Sonhadora {Solteira, São Paulo) — Vejo em suas

cartas a realização de um sonho há muito acariciado.Haverá nesta casa uma intriga envolvendo seu nome.Os pares serão os seus melhores dias.

Uma de suas amigas será vítima de pequeno acidente.Km horas de refeições, irá ter agradáveis noticias.

Noto perigo com os inflamáveis; tenha sempre muitocuidado. *

Mangaratiba (15 anos, Listado do Rio) — Um ho-mem <la lei importunará alguém de sua família. Seusmelhores dias serão as quartas e sábados.

Nos dias futuros, gosará calma e abastança. Numafesta de igreja vai ser molestada por alguém que lhe teminveja. Tenha cautela com as armas de fogo.

RiCLANDO {17 anos, solteiro, Pernambuco) — Acaminhos breves Tem uma agradável notícia sobre alguémque há muito se ausentou. Um homem de farda lhe pres-

tara relevantes serviços. Noto a realização de pequenaviagem marítima. As pedras de côr verde lhe trarãomuita ventura.

Terá existência longa' c abastança no porvir.Sônia Cleide {JO anos, Pernambuco)— Um* desuas amigas dará, breve, provas do quanto a estima.Breve, também, ura caso judiciário, há muito iniciado,sera resolvido satisfatoriamente. Em horas de alegrias,ira ter uma notícia pouco agradável. Por meio de umacarta ficará a par de importantes assuntos.

Noto existência longa.ANtoninho (solteiro, 26anos, Campos de Jordão)

Nos valores das cartas de seu mapa, encontro um de-sequilibrio financeiro na vida de um senhor de sua fa-mi ha. Seus dias futuros serão amenos e conseguirá êxit«em seus empreendimentos. Por caminhos demoradosvem uma missiva, que lhe trará muito boas novas. Óspares serão os dias mais propícios para a consulente.

i OGAN {Santos, São Paulo) — Noto nas cartas de seumapa uma seria desinteligência entre a consulente euma joven de sua amizade. Uma pessoa que a consideramuito, será portadora de alviçareiras notícias de alguémque ha muito se ausentou. Breve fará uma pequenaviagem, que é seu sonho de muito tempo. As roupas decores claras sempre lhe trarão mais ventura. Vejo exis-tencia longa e futuro calmo e feliz.

caçula {Paraíba do Sul, IL do B.Ío)—/Yltt. horas de re-feições, a consulente irá ter agradável surpreza. Uma

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PARA AS PESSOAS DE BOM GÔSTÇ

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Maneira de deitar as cartas,em crazeta, na ordem numérica

em que estão dispostas.

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CHAPÉUSRoyaf

STETSONSATISFAZ A QUEM 0 USA • AGRADA A QUEM 0 VÊ

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O único chapéu ainda melhor do que o seu

velho Stetson.de hoje é um Stetson novo

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; criança de sua família será vitima de pequeno acidente.Seus melhores dias serão os impares. Em uma reunião,a que comparecerá, vae ter ocasião de ver o quanto é

estimada. Tenha a máxima cautela com os tóxicos, poissua vida corre perigo com eles..Noto vida longa.

CÉSAR {28 anos. casado, D. Federal) — ^ P#?

valores de seu mapa, que o consulente tnimiara na vida,mais para adiante. Uma mulher de cor parda tentará en-volveVo nome de alguém de sua família numa intriga. Porintermédio de uma carta que virá breve, ficará a par, de im-

portantes assuntos. Noto que é supersticioso e que pos-súe grande força de vontade e persistência em seus em-

preendimentos.agnes (18 anost solteira, Curitiba, Paraná) — Vejo

a heu lado um jovem de bôa aparência que a estima comsinceridade. Breve, uma de suas amigas vai dar provasdo quanto é fingida.

Outubro 194-5

Um senhor dç sua família vae ser importunada pmum homem da lei: Pela porta da rua, chegarão, dení... ._ ._.. ____. — A.L mmm mm. mm r-ê *-a. — 1 «^% *-%.*w-m m-mTm Amam m - rmm. M • jA ^m -__ m

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do Cutex Black Red com seus <^=gpj> "" ' ¦

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em breve, notícias de um ente querido que ha mun ose ausentou.

Noto o recebimento de pequeno dinheiro, em oca-sião oportuna.

marilu (solteira, 22 anos, Vita Izabel) — Os imparesserão os seus melhores .dias. Vejo em seu mapa umarusga entre a consulente e alguém que lhe dedica sinceraafeição. Noto pequena enfermidade prendendo-a aoleito por alguns dias. O estudo^ de seu mapa revelauma criatura curiosa, que possue força de vontade eque vencerá no futuro. Em horas de comes e bebes, ou-virá sinceros elogios.

WALDEREZ QUASIMODO (50 anos, solteira, Bola jogo)Desculpe a demora: é o grande -acumulo de correspon -

dencia. Após um áto religioso a que assistirá, sua vidasofrerá pequena ^mudança. Conheceránuma reunião hftima alguém que lhedirá palavras que vão achar cro emseu coração.

Procure novas amizades, somente emdias pares, pois lhe são os mais propi-cios. Perderá um pequeno objeto de gran-de valor estimativo. Terá vida longa.

MARILENA (26 anos, Rio de Janeiro)— Em suas cartas, encontro sinais dedescontentamento, motivado por um ar-rufo amoroso. Noto o recebimento de pe-quena importância, ha muito dada como

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WWSBSfWHS»1

SCHIAPARELLI, aimaginativa Schiaparelli, afamosa costureira parisiense,combina o vivido coloridodo Cutex Black Red com seusvestidos de * soirée x "Torre

Èiffèl",... seleciona quatrooutras dramáticas, empolgantestonalidades Cutex, paraacentuar a moda post-libertação, apresentada emsua primeira exposição demodelos, desde a queda de Paris.

S-üng Red

BurgundyLçSüpop

Mapa em que têm que ser escritosos valores das cartas: deve sercortado e enviado a esta redação.com o nome ou pseudônimo do con-sulente e localidade de onde vem

perdida. Uma pessoa que lhe dedica sin-cera afeição lhe fará oferta de pequanee significativa lembrança.

Os dias pares lhe serão sempre os

mais propicios. ,Sua existência será bastante prolonga

e ven tu rosa.

JAXI.J

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€ CáDiretor— D R. LAVkUD o*

Secretario— DABLIU

ANO XXIXN. 5 V

OUTUBRO - 1945

Vil

DICIONÁRIOS ADOTADOS NESTA SECÇÃO , - Simões da Fonseca- ffit^A J

TODA CORRJBSPONDKNCIA SOBRE CHaRADAI n«v« .»„ "- RUA MARANGU^PE, £2 ,£__KS5! **"* A ™DAÇl° "" EO ¦= TO™¦¦ * «ND»R«ÇADA AO DIRETOR DESTA SECÇlO,

TORNEIO — Outubro - DezembroL0G0GRIFO- 1

t{o insigne mestre Dr, La.-rud:

Com voz bastante elevada—3-2-9-6-10Gritarei até ficar mudoQue de secção de charadaSomente a do Eu Sei TudoA veterana revistaDe incontestável valorQue dá à arte pansofista0 mais perfeito vigor—6-7-5-8-4Sou tcimo.ro em afirmar—3-4-5-8Que a sua capacidade—3-7-1-6-2Ninguém a pôde negarE' pura realidade.Também o seu AlmanaqueE' deveras um portentoMerecendo ter destaqueComo um ótimo suplemento.

#

Manuquinha -

CHARADAS SINCOPADAS

{Cabedelo)

2—Tres (duas) — O tal escruputosoinha muito azar na loteria.

Aladar — {São Paulo)

3— Tres (duas) — Balala doce e leitegoro» nuaea faltara na casa do matuto.

Botucarahy

4--Tres (duas)— J/aldita deve ser« correria organisado contra os índios.Ciro Pinales —(Rio)

5 Tres (duas) — Um lugar alio ••pedregoso não pode aer escalado por qual-Mer individuo *

Campineiro í

Mio,6 - Tres (duas) — Doente com pulsoiraoo e braço bambe, mau signa!.

D. Fuás — {Botucatú)

jnj„ ~~Tl'es

(duas)—Tenho o sangue ge-tado pelo terror.Joleno — {Cha^antes)

ent,, j Ir?S (t,uas> — O homem 7 tornou-se*m«° depois de ser corajoso

Saralc — (Rio)

<h n^v1:08 (duas)—^«ye/Za sem projis-"«*o e idiota?YEM; {Ribeirão Preto)

EN1CM AS

T-Mia com dificuldade o gato,2o ^o

da escuridão.As8iT;rFoipreso peI° rato?

s« arruina a escravidão.Paraná—{Rio)

jg «rande quantidade

ttnboi« de pouca idade.

CHa&adas OEulina Guimarães

S CASAIS

** c«Wa 1Juas~~Devc comer-se & gorduraCOrn a devida atenção.Aaron Mf.nda - - {Porto-Alegre)

#/ i^iii ^^.i^^^ ** _______________L___^^^

(IbrancosI^

JUVENTUDEALEXANDRE

12 Duas — í? mtf/í> m<7/> jácit de re-solver uma dificuldade na pintura é usar opincel espalmado. .

Alnefi — {Curitiba)

13 -— Tres — No desvio de caminho vioc.ujto um sujeito /mz/ comportado.

Pi1; Sabe Tudo — («São PaWa)- : ;

14 — Duas — Estajado como estava,O garoto ainda disserPorque usa d. OlavaDe tamanha jaceirice r

Dr. Kean — {São Pauto)

15 — Tres — Pelo aspecto notei que setratava de um sujeito de reputação duvidosa.

Emauro — {Rio)

....'¦-.mmXX

16 — Tres — A parte esjerica da basedas colunas tem o formato conexo.

Edo Beve — {Rio)

17 — Quatro — Qualquer refugiado teráagasalho em nossa terra.

Irapuan — (Rio)

78 "—

Trestto cabo.

A ultima praça vae junto

Janota — (Santos)

19aberto.

¦ ri:

Duas — Caiu pó ,no olhe entre

JoÃo A . Mihalik — (S. Paulo)

20 — Tres — Engasgamento eom espi-nha de peixe, é caso julgado, quase perdido.

Marinho Filho '-—'

(Pernambuco)

sio Paraná:

21 —Tres — Implico com quem gosta<lc provocação.

Mikey Mouse — (Rio)

22 — Tres — A lua maravilha a noite,rausando-nos surpresa.

Navlig — (Rio)

.¦•' <-V?_..¦S'x

23 — Duasí i u e i a dexl rado.

Foi nesta ocasião que fi-

Oirtemed.

24 — Tres — Pílula pequena cobertdt drassucar, que lucro pode dar9

Pingüim — (Campo Grande—///. Gros-so)

25 — Quatro — A dança no Jinal dos.bailes é somente para quem é associado.P

Paraná — (Rio). i \

26 — Quatro — Nosso interesse comumé que o governo seja zeloso do bem pubtico.'

Araruama — (Maio Grosso)

27 — Duas — Este liquido está sujor:toma-o em pequena dose.

Roldão — (São Pauto)

28 — Duas — O boi de corte chegou aomatadouro estajado da viagem.

Tio Sam — {Niterói)

29 — Tres — A proi*a tipográfica de umaiolha já corrigida não pôde ser feita tal qualhavia sido prevista.

Toberal

30 — Duas — Uma leve brisa a coutaa planta coberta de orvatho.

Tanalia — (Acari — R. G. do Norte)

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nmali d* Mtarei» .por parte dos rias* é a«mueti fandaroe-ato do* efeffoeoa castor*. reuoMLnsno t t^f»-«MJdades urinaria*.Cote ácido «rico rmpiámmm** fâr-a*a «ratai» agudoe. qao oe oW-

14" 38 — I3m«-us»a — NPste lu0.tr cs» auxilio

poderá* apanhar a *¦»<? aanutica.

39 — Duas-uma — 'iod o individu o tjiietoma parte em divertimento sem gastar, aqui,entra no chicote Zl

Maria Elvira Vieira

Ã' distinta Violeta:

40 — Uma-duas — Recordar um passadofeliz, «.'• sentir a duração duma exislenc-iucheia dc vigor. \

Mascobei — (São Paulo)

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A íaíía de ewmf

mm hiflammçsto e ritfdoc, oiareri&aftae dores do rrumiiisr-s« «a&rea SBaJfl* do «•¦««bio oraao-oW O trat atK rr? t* apropriae-io de-o« f-aser Toêtar e#

41 — Duas-duas — Um homem não sedesacredita, se não existe na sua vida uradc jeito moral.i

Nilof — (Pélrope/is)

42—Duas-duas — O sabido rouba doignorante a verruma do torneiro.

Oon a rei*** \ i _.

43—Duas-duas — O sujeito tem Jorrapor 4,uc tem pés compridos.

K. T. Q. Z.

44 — Uma-quatro — Imagine que difi-cuida de teve o corruto para faxer a sua apn n~dizagem de mora!.

Rafinha — (Porlo-Alegre)

ENIGMA FIGURADO- 45afaa de roder

rico. Í peroe Pihila* Dc Witt cs»-

Ao PüuUofoboidee

De Wtlt afetas» difine, de-

ífeO&*S-OÍ

de ftttrsa d a • Bapx2r«**£ ds31 jx

Acham-so à v*t*ám «aa %fâèt*<* «s

PÍLULAS

De WITTv INwa oo tin» • • ftoxigoi

>•*» VIÜX&S 0& 40B M* PILULA&.

CHARADAS NOVÍSSIMAS

31—Uma-duas — Não é vantagem; e|ediz fwtf não admite brincadeiras, porque temum' desígnio inabalável.

Aladim — (Rio)

Ào Conde de Rogger:

•Radge — (Pelotas)

ENIGMA FIGURADO — 46

29.° Ano — N. 5 — Outubro 1945

Desperte a Bilisde seu Figado'

• saltará da cama disposto para tnmSeu fígado deve produzir diariamente

om litro de bilis. Si a bilis são corrolivremente, os alimentos não são dige-ridos e apodrecem. Os gases incham oestômago. Sobrevem a prisão de ventre.Você se sente abatido e como que en-venenado. Tudo é amargo e a vida e(om martírio. C

Uma simples evacuação não eliminara¦ causa. Neste caso, as Pilulas Carter»para o Figado são extraordinariamenteeficazes. Fazem correr esse litro de bilita Toeê se sente disposto para tudo. Sãosuaves e, contudo, especialmente indica-daa paro fazer a bilis correr livremente.Poço os Pilulas Carters para o figado.Hio açoito outro produto. Preço Cri 3,06

———————————-——» 11

SOLUÇÕES DE MARCO

87 — Portento: 88 — Abalamento; 89—Estolido; 90 — Contradição; 91 — Pegn-fogo; 92 — Buscapé; 93 — Alerta; 94 —Montaria; 95 — Lavrada; 96 — Puxa-sacos;97 — Espalhafato; 98 — Arcote; 99 — Gn-rito; 100 — Pomadista; 101 — Patota; 102—Elefante; 103 — Pericarpo; 104 —|Salgado;105 — Mascavar; 106 —'Maiúsculo; 107 —Enterro; 108 — Fulo; 109 — Ensancho;110 —Lastimo; 111 —Bago; 122—Sub-aeeivo; 113—Lagarto; 114 — Pincho; 115 —Fardo; 116 — Tibia; 117 — Seguro; 118 —Facho; 119 — Espinho; 120 — Espandon-gado; 121 — Costaneira; 122 — Coberta;123 — Satféira; 124 — Movido; 125 — Ve.-sonha; 126 — Solfista; 127 — PolÜha; 128-Famula — 129 — Vêr, prever, poder; 130—Tal amo, tal criado.

DECIFRADORES

Ronega, Mme. Solon de Melo, EulinaGuimarães, Roldão, Edo Beve, Paraná..Cãrtòs, TOardêl, IigíSibá, Ciro Pinales, Cen-tauro, Jotoledo,Ueniri, Airam, Azuréa d'Ávila*

32 — Duas-duas — Que jim trágico teveesse rapaz! Todo o cuidado foi pouco e eraum tipo de boa aparência.

Barriga — (Rio)

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4§L \fU0 AlEMAtlHÂ S# L W/LA HUNGRIA \ P^LJrAo Emauro, com um abraço: Dk Souza — (Rio)

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Wk^tSi 33 — Dáas-duas— Bôà compra fiz, gas-tando jutxfguer coisa, no Jerro velho.

De Souza — (Rio)

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34 — Duas-tres—: Excede em linguagemeste sujeito sem gravidade, mestre de per-fidia. £

-g ¦Gilk Araujo

35 — Duas-duas —Quero lhe falar acerca daquela casa que tinha uma bandeiran« telhado. "

K. Lifa (Rio)

36— Duas-yuatro—Os indios do Ja-pura são dotados da cordura própria doshomens conhecendores da ciência do Direito.

Leopos — (Rio)

37 — Dua«-uma — Na grande agitação

que «ouve *• navio foi morto ojvadio.Leafar — (Caçapava)

As preocupações do larEsgotam seu Sistema Nervoso

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29.° Ano ~ N. 5 -— Outubro 1945

n Fwns, Pequenino, Mme. Amaral, Mein-r0 Leopos, Johí» Gigante,, Dr. Zinho, Jafcotg

Julião Riminot, Yara. Zelira, Formiga

Júnior, Oicaroh, Don Roal, Durmel, BüriJan, Jurity, Nami, Yema, Saralc, De Souza,Dr. Jomond, Dangelo, 7è Kanuto, JoaquimTre»» Chico Bacamarte, Botucarahy, Pom--eu" Ju»1»01*' ^r* Complicação, Begolira,EIi..m, Stragildo, Laerte, Bael, Euban Kaii.,Araruáma, Peon. Segon, iza Abel, Paulistinha,F.va Di° 44 pontos, Iracema de Alencar.Tio Sam. Carlino 43; Mégos 40; Sertanejo II39; Baolní, 38; Toberal 37; Joleno, Alnefi 36;Pingüim, Welton, Notrya, Zezinho. Oirtemed,Manuqtiin'ia 3& Gilk Arauio, Ojuara 34Debrifo, Rafinha 33; Nilo. 29; Mme. Wan-dcrlcy, R. A. C. II. A., Thisbc, Dalwa.Walter T. Chaves, Darwinho, Marlene, Mos-¦nilo, Ranzinza 28: Leafar 26; Aaron Menda25; Radio, Odnaref 23; Levon 20; João ArpadMihalüi, Alatlar Halasg Filho 19.

PREMIOS2.» Torneio de 1944

1.° prêmio — ///inorca (Rio); 2.° —Bâcar (Franca — São Paulo); 3.° — Seria-neio II (Presidente Vargas — Minas); 4.°—Itrd Windsor (São Paulo): Palavras Cru-zadas: —- 1.° prêmio — R. A. C. H. .1.(Rio); 2.° — Rajinha (Porto Alegre — R.G. d» Sul).

85o

3.° Tokneio DE 1944I.» prêmio — Al-Aiam (Rio); 2." — Tíe

Sim (Niterói); 3.° —- Radio (São Paulo);4* — Lcajar (Caçapava — São Paulo) .Palavras Cruzadas: — 1.° prêmio — Leafar(Caçapava—São Paulo); 2.°—I:a //£<•/(Rin) .

PALAVRAS CRUZADASProblema n. 11

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Alnefi — {Curitiba)

Jfor iro niais— 1 — Causa; 4 — Produto:

Espécie de amaranto; 7 — Achar-se;Feso romano;; 9 — Desfiz; 11 - Tribu'¦encena d12 f!naAr Maraió. da familia Aruaque*

Afluente esquerdo do Reno.Verhrats — 1 — Esgotará; 2 — Deseiov.i>gança; 3 — Fartar-se; 4 — Pequeno"o.perto do Douro (Portugal); 5 — Conso-•ação; lo _ Descoberta.

aA SBIGODE: SENHORAS E YERRÜGA3

OJM0UCJU» CAIANTtOA UN OCATIUSSB8PEC GDILHEBME KIOTZ

T_!AÜL° *l<71 Av *¦*• Lul* ****"*>TBÂTAMENT08 CIEUTIFICOS DA CUTIS>•<» ««*«».«• pto»p^rte_»:

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DOIS HERÓIS

A famiiia charadista está em festascom a chegada dos Campos da Italia de doisher.Sís— São Mes — l.°s tenentes AyrtonSa tDS (Notrj/a) e José Machuca {Z. P.Lin) do Paraná, nossos velhos amigos ecolaboradores.

Não precisamos dizer aqui as manifes-tações que-estes dois bons. brasileiros rece-beram de todos; queremos tão somente jun-tar a todas elas o nosso abraço de congra-tulações.

Seus Pais Cuidaram do Sangue• êle já nasceu

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São assim, s3mpre, os filhos cujospais cuidaram do sangue, tomandoTAYUYÁ DE SÃO JOÃO DABARRA. Faça o mesmo! Depure osangue ! Medicação auxiliar no tra-tamento das doenças do sangue, oTAYUYÁ tem dado excelentes re-sultados no reumatismo,feridas,úl-ceras, dartros, afecções sifiliticas napele, dores nos ossos e articulações.

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HORIZONTAESBotucarahy

27. • ANIVERSÁRIO DA NOSSA DIREÇÃO

Mais um ano e aqui estamos á testa dadireção desta secção, sempre com a melhorbôa vontade para tudo fazer pelo progressodo charadismo.

PEQUENO DICIONÁRIO DA LINGUA-PORTUGUESA jj

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Da Editora Civilisacão Brasileira rece-

e lutai- — 8 - Ato que cname ai«i- *>***<>* .alguns exemplares deste dicionário_5o' _

'lO--Vo* tupi, designativa de sui> para oferecer como prêmios aos nossos cola-

presa e saudade; — 11 — Pasta dc cera • boradores.

e pó-de sementes com que os Parecís sepintavam para ceremonias e festas; —'12—-Medida itinerária chinesa; — 13 — Ata-car; 14 — Botequim; 17 —Ave da familia.dos Anatídeos; 19 — Farçola; 21 — Presa;

í—Extinta tribo aruaiue do JuruáJutaf; — 8 — Ato que chame aten-

VERTICAIS

1 — Grande quantidade; —. 2 — Serrada provincia de Tras-os Mórltes( Portu-gal); 3— A plebe; 4— Peso romano; 5 —

Joeira (verbo). 6—Nome de homem; 7 —

Assediada. 8—Espécie de porta no bordoda embarcação; 9 — Fundador da seita dosaerianos. 15 — Motivo. 16 — Espécie de sui-

gordos (Inv.) 17 —

•Estando quase exgotada a sua 5.a edi-ção, a Editora Civilisacão Brasileira Já está-imprimindo a 6.a edição.

Gratos pela gentilesa.

BRASIL ENIGMISTA

Recebemos o n. 4 do Brasil Enigmistaa querida revista carioca, correspondente aimez de Agosto, Cumprindo o programa tra-çado, a revista aparece todos os dias 15 decada mez, bem colaborada e aceita por todosos confrades. (

È' o quç esperávamos.

ao

CORRESPONDÊNCIA

Sinho {Capital): Rei Salobertnos muito baixos e _Registo de sessão de corporações. 18— Ou- .- <- -trora, grão-vassalo do rei 20 — Preposição pitai) — Inscritos para todos os efeitoslatina, significa ^carência,falta etc. (inv.) com muita satisfação.

{Ca-e

K. T. Q. Z. {São Paulo') — Inscritocom muito prazer. Respondemos suas per-guntas: — a) os logogrifos devem ter no mi-nimo quatro conceitos parciais e repetir ametade das letras 0 A solução não deve termais de 15 letras; b) as sílabas não podemser divididas em letras, como aquele—paul——atino, que deve ser assim: pau-latino,pauta-—tino; c) as soluções devem vir em laudas de

papel escritas em um lado e não nas folhasda revista. O seu problema de palavras Cru-zadas vae ser examinado.

MEGOS {Petropolis) — Agora estamosem acordo; foram contados os 35 pontosde Janeiro.

Dr. Sabe Tudo (São Paulo) — Nos

problemas de palavras cruzadas devemcruzar todas as letras e não como o qucmandou/que tem 26. só cruzando 9.

PRAZO

Para recebimento das listas de cada mes;

Capital e Niterói, 30 dias: Estado do Rh».

São Paulo e Minas, 60; outros Estados, 90.

Dr. Lavrup

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A BOA MOÇA(PILHÉRIA HISTÓRICAV;

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Frederico II merece o cognome de Grande, porquenãó só foi o fundador da grandesa da Prússia e um ilustreguerreiro, como procurou sempre o bem-estar do seu povo.

O "pai Fritz", como o chamavam carinhosamente,era de pequena estatura, feio, nada cuidadoso com o ves-tuário; usava longa trança e punha um tricórnioá velho,qué corria parelhas com. o uniforme de côr azul com ívi-vos vermelhos.

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29.° Ano — N", 5 — Outubro 1945

Foi um rei bonachão e franco, de gênio toleranteespírito Liberal, bastante5 céptíco è nada esorupüloso emmatéria de retidão e de moralidade. ,,,

Homem ativo, comprazia-se em repetir: "Não dei.

xemos nada para amanhã". Despachava a corresoon-dencia nas horas matinais e o resto do dia dedicava-oa repassar contas e inspecionar sua Guarda, com a im-portuna meticulosidade de um sargento.

A sua Guardai Tinha os olhos postos nela e envai-decia-se ao contemplá-la. Aquele Corpo real, formadodos moços mais altos e robustos da Prússia, era o seuorgulho, e tinha uma satisfação inefave;l quando podia

nela alistar algum rapaz de aspecto marcial quesuperasse, ou pelo menos atingisse a estatura gi-gantesca dos seus granadeiros.

Certa tarde em que, sozinho e a pé, voltavade dar uma vista dolhos às obras do novo Pala-cio, que mandara construir em Postdam, a Ver-saiiles da ' Prússia, encontrou no caminho umalinda pastora, cuja harmonia de formas e pelerosada evocavam a recordação das opulentas bel-dades que ,Rubens pintara.

Ao vêr a rústica beleza, passou pela mente doGrande Frederico uma idéia peregrina: casa-lacom o cabo da primeira fileira dos seus grana-deiros, o qual, não é preciso dizer, era o maisalto de todos e o mais distinguido pelo soberano.Indubitavelmente, o cabo e a zagala frfriam umpar admirável e de sua união poder-se-ia esperaruma soberba rrça.

Parou o rei no caminho e cumprimentou aarrogante moça, que lhe retribuiu as boas tardescom o respeito devido a um militar já velho,que outra eousa não supunha ela fosse aqueleamável senhor.

Depois do cumprimento, o "pai Fritz" fezvárias perguntas hab ilido zas à sua interlocu tora,pelas quais se inteirou do que mais lhe interes-sava saber sobre ela.

Pediu-lhe depois que entregasse ao oficialcomandante da próxima porta de Potsdam umbilhete; aquiesceu graciosamente a jovem ao pe-dido, e o rei traçou a lápis umas tantas linhasnuma folha que arrancou de sua carteira.Dobrou com grande cuidado a missiva e, entre-gando-a à gentil mensageira, recomendou que adepusesse nas próprias mãos do destinatário eesperasse a resposta que, seguramente, haveriade lhe ser bastante agradável.

A camponesa separou-se do velho militar.Cumpriria certamente a missão, mas o aci-

so, que intervém às vezes milagrosamente, tezque a boa moça encontrasse em seu caminhoum guapo mocetão, seu noivo, e que o par sepusesse a desfiar o interminável rosário das suasdoces esperanças. .

Já o sol mandava á terra os seus últimos raios,quando os noivos puseram fim à sua animadaconversa, despedindo-se até o dia seguinte.

A jovem encaminhou-se a passos rápidospara casa. ¦••

De repente, lembrou-se do encargo do velhoHTTINAV

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militar.fFicou indecisa um momento; instigavíva-a

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¦'29. ° Ano —N. 5 - Outubro 1945o

.atJtimprí-lo""a curiosidade que lhe despertaram aspalavras do desconhecido, de que receberia, ao en-

.1 regar a missiva, uma resposta que muito lhe agra-daria. Mas se essa promessa não passasse de umagrado para mais obrigá-la?.. Foi tirá-la da inde-cisão a voz débil e apagada de uma velha mendigaque lhe pedia un^a esmola pelo amor de Deus.

A moça tirou do bolso do avental uma moe-da Je cobre, junto com o bilhete, e disse:

Bôa mulher, quer fazer-me o favorentregar este papel ao comandante da porta ?

Pois não, minha filha.Então, tome, e obrigada — disse, pondo nas

mãos da mendiga a moeda e o papel. — Espere aresposta, porque é possivel que lhe dêem alguma

bôa —acrescentou com um ar irônico.eousa

0 comandante do posto, ao lêr a missiva regia,fez uma cara de assombro, quase de estupidez, eficou contemplando a mensageira. #ÜÍ Ü<J

Ou o bom do "pai*- Fritz" perdera a cabeça ouêle não entendia patavina do que lhe escrevia. Etornou a ler o papelinho e tornou a dirigir umolhar inquisitorial à mendiga.

Não havia a menor dúvida: o rei ordenava-lhe terminantemente que, sem perda de momento,casasse a portadora com o cabo da primeira fila daGuarda real.

Mas que terá feito esse bom rapaz para queo castiguem assim?... — perguntava de si parasi, intrigado, o oficiai. "

Por fim, indagou, encarando a velha, à qualsobressalta vam os insistentes olhares do interlocu-tor:

Ouça, boa mulher. Sabe o quejestade me ordena neste papel ?

A interpelada deu de ombros.Sua Majestade?... repetiu com a boca

Sua Mí

bK como é que possoescancarada de assombro.

saber?Ali! Pois nao é que me diz que quer que eu

a case com o melhor rapaz que há na Prússia!A velha abriu a boca desdentada e riu pormuito tempo ao ouvir tão estupenda novidade.

Ah! ah! ahl. . . Casar-me eu?!. . . Ah! Ah !Ah!... E o melhor rapaz da Prússia?. . . ah! ah 1ani... Como o senhor é engraçado, coman-dante ?!

Nao é graça nenhuma! — - replicou, agasta-jjo,

o oficial- . E' ordem de Sua Majestade!. . .v rei não lhe disse nada quando lhe entregoueste papel?

Mas não foi o rei quem mo deu...Como não ?7- Nao senhor: foi uma boa moça, muito bonita,

por sinal. . . Encontrei-a na estrada e pediu-me por favor<lue o trouxesse ao senhor e esperasse a resposta, porqueu ser clue me dessem alguma eousa boa. . .&ra então o oficial quem ria às bandeiras despre-

Çadas com o engraçado quiproquó.

UM PENTEADO /áCBfêí^. %

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, Ao inteirar-se, pelo comandante, da engraçada trocanavKÍa, sorriu comjbonacheirice o "pai Fritz".

— Foi pena—disse — que o cabo tenha ficado sema esposa que eu lhe destinava!. . . Que lindos granadeirqsdariam a minha Guardai. . .

A. Larrubihra

Em 1891, em Londres, romperam-se, numa grandefábrica de cerveja, todos os depósitos desse líquido.Tanta foi a cerveja que correu para as ruas próximas,que oito pessoas morreram afogadas.

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<mA prisão de ouro

Continuação da pag. IS

— Silêncio! — gritou — Isso é obra de deuses e vóssois artistas mas não deuses. Nem vós nem vossos se-

guidores; todos são apenas homens, com as ambiçõesdoi? homens! Falai, pois, como homens! Que vindes fazerem meu reino? Que desejais destas terras? :

Pizarro abriu a boca, para responder. Forem al-guem se antecipou ao conquistador, Hernando, cujo rostoescuro tremia de furiosa raiva. Tão colérica estava suavoz, que com esforço pôde pronunciar as palavras. Masfalou e disse a verdade! Toda cautela desaparecera de

i suas palavras. .— Ouro! — sua boca espumava como a de um ani-mal—Ouro, ó rei pagão! Que poderia nos trazer a estebárbaro país? Que poderia fazer-nos todos afrontar tao.

grandes perigos nesta terra selvagem ? Queremos os te-souros que aqui existem! Tesouros para nosso rei, paranós- mesmos! Tesouros com que possamos enriqueceros altares das Igrejas cristãs,! Ouro! Eis o que viemosbuscar e por êle aqui permaneceis, como moscardo im-

pedido de cravar o ferrão, aprisionado em malha fina. ...O jovem De Soto empalideceu a-rCuidado! Pelas chagas de Cristo... Assim des-

pertais um leão e não um moscardo!-j-Não traduza! — gritou Francisco rispidamente

para % Filipillo .,Era, porém, tarde. O Indio-mterprete ;a pronun-

ciara as primeiras palavras apaixonadas. O Inca com-preendia finalmente! Ouro! Tesouros! A riqueza de umanação! Eis o que tinham vindo buscar os homens brancos.

Recostou-se lentamente em seu trono, observandoos estrangeiros. Por alguns momentos reinou na câmaraum profundo e pesado silêncio. Como se o mundo tivesse

; deixado de rodar em seu eixo, como se, por alguns mo-; mentos, o próprio Tempo tivesse deixado de caminhar.

Então, o Inca Atahualpa, vagarosamente, ergueu-sei do trono, pondo-se de pé.Os três Espanhóis observavam-no

jmobilisados, receiosos e com os olhares como fascinados,presos a pessoa real. Não tinham a menor noção do queiria ocorrer, nem o que se ocultava na mente do soberano.

Vagaroso, o Inca cruzou a espaçosa câmara. Asjóias de suas roupagens brilhavam como estrelas sobreum céu sem nuvens. Ao chegar junto da parede paroudiante da linha de nichos onde havia uma estatua deouro de algum deus ou a reprodução de algum pássaroou fera também de ouro e cravejada de pedras preciosas.Alí> voltahdo-se a meio e levantando um braço pesadode joiás, atingiu com a ponta dos dedos a dourada linhaformada pelos blocos de porfiro. Era um homem de ele-vada estatura. Seus braços subiram até muito próximodo teto. Sua voz estava calma, vagarosa, mas qualquercoisa no timbre revelava a tempestade que poderia terinício repentinamente, surgindo coni o poder da lava.

29 ° Ano — N. 5 — Quebro IMb

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- Agora, a verdade está entre nós. Vós desejais oun..Eu desejo obter minha liberdade. E por essa liberdadedarei ouro, o bastante para satisfazer vossos desejos.Atentai bem até onde alcançam meus dedos...

Parou e, novamente, a voz de Füipiilo correu, agoramais vagarosa, impedida pela emoção do que ja prçs-sentia. Os Espanhóis apenas puderam ouvir De sua.

gargantas secas nenhum som saiu naquela sala muradade ouro. ,

Encherei esta câmara com ouro para meu resgate!Muito acima desta marca. . . Com esse ouro comprareiminha liberdade!

A voz de Filipillo traduziu, emocionada e rouca.Os Espanhóis, com a língua paralisada, nada disseram.Muito tinham esperado, porém não tanto. Uma ca-

• mara! Trinta passos de comprimento e mais da metadede largura! E toda ela repleta de ouro, de ouro subindo.subindo até cerca de quatro metros de altura. O verda-deiro tesouro de Midas como resgate de um homem!

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algicida.

Evita os peri-gos da salada.

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O Inca interpretou erradamente o comp eto sdenc >

dos Conquistadores. O ouro não tinha, para ele, o. mesmovalor que lhe concediam aqueles ambiciosos aventureiros.O ouro, em seu reino, não tinha valor monetano; era,

porém, o metal sagrado e reservado ao sol e para os reis,

seus filhos. Suas reservas eram int mi tas.Sua voz tornára-se altiva e áspera. O ant.go pode,

voltara aos seus olhos... . . . * ,-Não iulgais bastante? Poi; bem, enchere. tres

câmaras. . . Esta com ouro e as duas outras com prata

puríssima! Eis o que ofereço como preço de minha 11-

herdade! . ;V. . m ^xA»Foi, mais uma vez, Francisco Pizarro, quem pode,

primeiro, recuperar a voz. rr-Aceito a oferta — declarou talando com diti

culdade e arquejando como animal cans g>bito trí>

„—. mor assaltarasuas pernas),Seu sonho, taoaguarda do,aparentementeSALADEIRAS

j ião impossive

SANTES

fttfa ifygtfyiiwea daprati iitirpinia ii

jrairii barra., ' srjxAi-r V ,' ;'

I^OTOS GARAHT1ÜOSÈ CONTROLADOSQENTIRCAMENTE.

A* f maáê mm tod** se &te

Ii de realização;• tomava forma,

emfim, dianteV de seus olhos...

— Pois as-sim será feito .—7 anunciou oInca— Conhoem vossa pato;vra, como po-deis confiai' naminha.

E a palavrareal foi envia-da até os maisdistantes rin-cões do remoclò Perá, trans-portada poreis corre doga-

*. 'í'*''WRtBmÊÊÊÊÈ —

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29." Ano N. 5 - - Oulubro 194;")

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D .5 MARCAS

3üYPIRANGA

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dores, que carrega-vam a ordem do In-ca pon ti lha da emlongas franjas cha-ma das qui pus. Ostemplos foram e.s-vasiados de seus pre-ciosos ornamentos; ascolossais placas de

|( ouro, que revestiamsuas paredes, os va-sos litúrgicos, criva-dos de esmeraldas,os próprios ídolos deouro, as estátuas dosdeuses, tudo, emfim,foi retirado e envia-do com a possivelpressa para as salasdo tesouro, em Ca-

xamalca, para comprar a liberdade de um Inca 1Nos primeiros dias, os soldados Espanhóis, literal-

mente enlouquecidos de alegria^ bebe ram e tornaram abeber, acrescentando a embriagues do vinho à embna-gues da alegria sem freios à notícia da inacreditável ri-queza que lhes caberia. Depois, como o tesouro fossetransportado vagarosa e penosamente através de longasdistâncias, por estradas montanhosas e terras áridas, co-meçaram a praguejar contra a demora. Eles que, um anoantes, considerariam riquíssimo pagamento de todas assuas jornadas e contendas uma mão cheia de moedas deouro ou qualquer bracelete de ouro com uma só das ma-ravilhosas esmeraldas do Peru, agora reclamavam contrao que chamavam de "indolência" dos Incas, não pro-videnciando a imediata remessa do tesouro, e em quan-tidade capaz de encher literalmente as câmaras combi-nadas para o resgate. Imediatamente após clamarampor uma urgente divisão do espólio. Notícias tinham cir-culado de que um dos lugares-tenen tes de Pizarro, Al-magro, se aproximava com grandes reforços do Panamá.Estavam decididos a aceitar uma redução do preço doresgate, facilitando uma imediata divisão, a ter que con-tentar-se com uma parte menor, caso tivessem que di-vidir com os outros soldados a fortuna.

Porém Francisco Pizarro, melhor avisado do queeles, passeava vagarosamente, percorrendo toda a ex-tensão de seus aposentos, enquanto seu irmão, Hernando,espreguiçando-se numa poltrona e curvado sobre peque-na mesa sobre a qual havia um mapa aberto, tinha entreos dedos um vaso de ouro, contendo chicha.

0 Comandante deteve-se, finalmente, observandoa mesa sobre a qual se espalhavam papeis e documen-tos, cuja significação ignorava.

— Lmgedè mim dividir o botim desde já. Os ms-Jicos estão com a cabeça cheia de vapores de vinho do

a5aTTUl e da Espanha. Desejo conquistar um novo reinopara: -S*a Majestade Muito Católica... Eles desejamapenas encher o estômago! O tesouro vem vindo de vagar,mas vem! Já o chão da câmara dourada- esíá repleto,enquanto as salas, reservadas ao pagamento em i rata,atingem a altura dos joelhos de um homem.

E questão apenas de paciência. Esperar que as ca-maras estejam cheias. Então...

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myHernando ergueu a cabeça. Seus olhos negrejavamfortemente em seu rosto fechado.~- Oh, sim! — disse entre dentes — E então ?U Conquistador, curvou-se, apoiando- e com asduas mãos contra a mesa. Os dois irmãos trocaram umlongo olhar.-- Conheceis o que está dentro de minha cabeça. . .Hernando Pizarro riu mansamente, sem perder,porem, sua expressão grave e sinistra.

¦Compreendo, hermano. Beberei com ouro, co- V'merei com ouro, dormirei com êle. Porém, desejo fazer-vos uma pergunta: "Que utilidade poderá ter o ouropara um homem morto ?

O Conquistador recuou um pouco, sem compreen-der momentaneamente. Seu irmão prosseguiu:

Pois não é isso o que se aproxima ? O Inca eri«-chera três salas com ouro e prata, além de cestos de es-%meraldas e outras gemas — um resgate como jamaisroí pago por nenhum outro mortal... E toda essa ri-queza >.erá nossa... se a pudermos levar conosco! Com-preen deis o que penso ? Quando êle estiver livre e voltara ser o senhor absoluto de seu reino, que palavra imagi-riais que êle dirigirá, antes de qualquer outra, a seuságeis e numerosos guerreiros?Morte! — respondeu prontamente Francisco Pi-zarro, em voz sombria. —Sei isso muito bem.

Hernando Pizarro ergueu-se com violência:.Então será melhor pronunciarmos, nós mesmosa palavra primeiro! — disse com precipitação.

Francisco Pizarro curvou a cabeça. Via então, comtoda a mais viva clareza, a verdade que se encerrava naspalavras do irmão. Era realmente muito fácil capturarum leão; mais difícil seria soltá-lo, vivo, vigoroso e te-mi vel. . .

"Posso escrever a Sua Majestade: "Recebemosespantoso tributo do Inca do Peru, o qual, tendo pago,foi assassinado sem causa..."? Não, meu irmão, devehaver outro meio. Se Almagro chegar, estaremos muitofortes. Enquanto isso, enquanto o Inca se mantiversubmisso e leal, nós, Espanhóis, estaremos em bca po-sição. Deixai-me tranqüilo, por enquanto. \'

Foi Filipillo, o asqueroso escravo índio, quem apres-sou o fim. Porém para êle a mão do destino traçara umfim bem diverso naquela longa trama da conquista. i|

O jovem Hernan De Soto e o Inca Atahualpa jo-gavam xadrez. Esse jogo Europeu, pacientemente en-rsinado pelo jovem caballero, serviu ao Inca para quebraro tédio de sua inatividàde. Não havia mais necessidadede intérprete entre eles, posto que De Soto conheciabastante a língua Quechua para poder palestrar livre-mente com ò Senhor do Reino, embora vagarosamente..

O jovem fidalgo, moveu uma de suas pedras pretaspara outro quadrado. ( x

Vossa rainha está em perigo—anunciou em vozalta—e também o rei, em razão deste peão.

0 Inca estudou o taboleiro em atitude pensativa;depois falou:

Um peão é figura bastante baixa e abjeta paratrair uma rainha cum rei — disse em tom ao mesmo tempozombe te iro e triste. y. •

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De Soto assentiu, com um movimento de cabeça, res-pondendo no mesmo tom: ;

"No caso presente, so as circunstancias dao/poder ao peão negro. Por um lado pôde caminhar centraa rainha; por outro lado, pode atacar o próprio rei.

Atahualpa exclamou, com um suspiro:"Na verdade, o peão negro é uma ameaça !Não

c respeita a realeza". . »I''

Como se tais 'palavras fossem um sinal, a cortina dapequena câmara foi aberta de par empar. A Virgem doSol surgiu com os olhos desmesuradamente abertos etoda tremula de medo. Logo a seguir deixou-sè tombaraos pés do Inca. Seu corpo delicado era sacudido porfortes soluços, enquanto de seus lábios brotavam palavrasque o jovem cdballero não pôde entender. Porém o Incaouvira. Com um ímpeto terrível, levantou-se, lançandoo próprio tamborete, em gesto de fúria insopitayel, con-tra a muralha de pedra da sala. Seus olhos luziam comodiò terrível. Seu rosto se retorcia violentamente.

Aquele escravo! — pôde finalmente balbuciar,o os dentes — Aquele imundo escravo traidor]

De Soto compreendeu mim relance — "Filipillo'rilhando os dentes — Aquele imundo escravo traidor!De Soto compreendeu mim relance — "Filipillo"?

Tratava-se daquele repelente animal.

ük-

Fez um gesto como se quisesse erguer o frágil e ado-rado corpo do solo, onde tombara sem forças, enquantoa negra cabeleira se espalhava como franjada capa sobieós ombros magníficos. Não tinha, porém, direito de tocarna Virgem do Sol, que se consagrara desde o berço aoserviço do Inca.

.—-O Comandante será avisado... —exclamou,pálido de furor — Aquele escravo deverá morrer comoum cão, pois não é melhor que úm cãol

É já rodava nos calcanhares, com a intenção decumprir o que anunciara, quando o Inca ergueu para oteto a mão ornada' com a esmeralda:

— Paráil Eu próprio desejo pedir a morte do es-era vol Continuo sendo o Senhor de meu reino e de todos ,

íos meus "súditos. Esse cão Quechua me pertence! Idee dizei ao Capitão que eu, o Inca Atahualpa, pedireinma sa tisf a ção!

Curiosa a cena que se seguiu: Francisco Pizarro,;ò Conquistador, no papel de juiz; Atahualpa, uma fi-

gura real e poderosa, vestindo todos os seus maravilhososornamentos, como acusador; o Indio-interprete, Fili-pillo, como um rato, trêmulo e verde de medo,

'acusado; Hernan Dé Soto, com o rosto pálido e atacadoide estremecimentos, como assistente e, ao fundo, enco-Ihida e medrosa, com o rosto escondido atrás das duasmãos pequeninas, a Virgem do Sol — a vítima.

O Comandante não escondia seu assombro. Ordi-náriamente abandonava um escravo, sem hesitação, àjusta cólera de seu senhor. Porém, o índio era bom ins-trumento para ser assim sacrificado, mesmo em justa

\punição. Sem êle, Pizarro não estaria mais ao par doque diziam os nativos.

-— Mas... — tentou explicar -— o índio nega aacusação da donzela. Diz que apenas a tocou inadver-tidamènte, seni mais ofensa. . .

A vòz do Inca tornou-se silva nte como o assobioí ^da serpente.

— Essa é a palavra de um miserável escravo, omais baixo dos seres, o mais repelente dos animais. Não

29.° Ano V-' Kt 5 — Outubro 1945

pode ter valor, comparada acom a palavra desta sagradavirgem, cuja vida sempre foi pautada pela mais rígidae severa puresa, segundo ordena nosso senhor, o Deusdo Sol! £

Pizarro ,porém, replicou com ar desdenhoso:—: "Ela é uma infiel — disse com rudeza —; e adora

os ídolos pagãos. Filipillo é cristão! Seu Deus é o ver-dadeiro Deus que todos servimos. Entre os dois, pre-firo acreditar na palavra de um cristão. Deixai-o ir,livre, sem punição! Assim resolvo!

Impune! — O jovem De Soto nã© pôde conterum movimento na direção de Francisco, enquanto seusolhos revelavam toda sua reprovação— Impune? Essecão, que merece mil mortes?

O Comandante bateu violentamente cem a largamão espalmada sobre a mesa:

"Silêncio, gritou brutalmente,— "Aqui mandoeu!" Digo que o índio não é culpado de nenhum crime"!

O Inca recuou como se a mão enorme de Pizarro,enluvada de malha, o tivesse atingido em pleno rosto.Tentou falar, mas não pôde. Intenso rubor cobriu todoo seu resto ordinariamente escuro. Em nenhum momento,antes, compreendera até que ponto, havia chegado suadegradação! Ele, que fôra o indiscutido senhor de mi-lhões de almas, não tinha mais o poder de punir um ré-les escravo!

E o índio Filipillo, endireitando o corpo, antes cur-vado, pôs nos lábios grosseiros um sorriso zombeteiro.Compreendia, no mesmo instante em que se confirmavaa irremediável queda do Senhor do Reino, quão com-pleto fôra o seu triunfo e como supremamente impor-tantes seus serviços eram considerados pelo homem branco.

Uma semana passou,,arrastada e preguiçosa. Novaremessa de ouro chegara^ vinda em longa jornada pelacrista de muitas montanhas, desde Cuzco. A caravanade objetos de oure,.de inestimável valor, arrancados aosTemplos do Sol e às áreas do Inca, chegaram ao paláciodo próprio Atahualpa. O tesouro crescia, apreximando-seda linha marcada pelo friso de pórfiro ra câmara dou-rada. As duas câmaras de prata estavam atulhadas atéo alto cem ornamentos religiosos e sólidas barras do me-tal sagrado e dedicado à branca Deusa Lua.

Agora as notícias circulavam mais constantes econtraditórias. Almagro estava chegando do Panamá, comreforços; Almagro, ao contrário;, não se aproximava;uma rebelião de gigantescas proporções tomava formano sul, impedindo sua marcha; a seguir afirmava-se quea revolução era no norte, para pouco depois, ser no Leste...Os rústicos e valentes Caribes, acorriam em auxílicuciosIncas; histórias fantásticas de sangrento desper-tap em plena noite> em mortal armadilha; narrativas* deflorestas venenosa^ envolvendo as tropas invasoras. Omedo, emfim, brotando entre os vitoriosos espanhóis.Cada um deles era uma vítima do pavor e surgia en-tre eles a desconfiança Tdo próprio companheiro, quebem poderia ser um assassino, ansioso por diminuir o

riam contemplados na partilha doimenso e espantoso tesouronúmero dos que ser

Era já bem tarde e Hernan de Soto estava sentadoem sua câmara, ocupado com escrever uma longa niís-siva, a ser enviada à mãe-pátria. Tão grande era o sentido de sua ameaçadora posição e sua previdência d

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Ep I

a 29." Ano

um grandperuana

- N. 5 —- Outubro 1945'?de desastre, que já planava sobre a velha cidade

neriiii.... c°mo ™vem negra, que estremeceu violenta-ínente quando viu a cortina da cariara ser afastadasilenciosamente. Era, justamente, quem men.s podiaesperar: a Virgem do boi! Boa parte de sua beleza seperdera cora a tragédia. Profundos sulcos sdmtricsMarcavam seus olhos. Levando um dedo aos lábios,era gesto receoso, murmurou:

Vinde! O Inca solicita vossa presença.0 jovem de Soto não perdeu tempo com indagações.

Certificou-se de que não havia ninguém mais nos cor-redores. Silenciosamente caminharam juntos, atravéscias trevas que reinavam pelo palácio. Em silêncio, elaconduziu o caballero até certa câmara, cujo reposteiroergueu com gesto cauteloso. A fraca luz de um pequenobraseiro de ouro feriu os olhos do Espanhol. Atahur.lpa,o Inca, estava sentado no trono de ouro.

Entrai — disse com voz fatigada. Parecia maisidoso e seu aspecto causava piedade. Gmi a altivezde seus olhos tinha desaparecido o poder do corpo. Aliestava, sentado e só, acabrunhado e sem forças, comeum velho. Durante alguns instantes permaneceu mucke sem u|ii gesto. O jovem De Soto esperou, com o som-irero enciumado respeitosamente pres*. sob um braço.Então o real prisioneiro ergueu seus pobres olhos fati-gados. oois realmente,voz "baixa e rouca.

meu amigo f perguntou em

0 Iiidatpo de Espanha curvou a cabeça.Vossa Majestade sabe quem sou. Não posse,.-•

quebrar meu juramento de fidelidade ao meu rei e ao Váylmeu comandante. Porém, de qualquer fórma... *\ ¦;

0 Inca esboçou um rápido gesto:"Nao é deslealdade perguntar. . Apenas um íitõde justiça. Somente vós, entre todos os estrangeiro,,ganhastes minha amizade. Não tenho meios de compen-sar-vos se-iâo. . .

Seus olhos fatigados voltaram-se para a Virgem doSol, que se conservara imóvel, os braços cruzades.Senão.. .

Houve novo silêncio, como se o Inca refletisse pro-fundamente.'A verdade sempre surge dos lábios. Assim ocorre

comigo. Respondei, portanto; confessai-me, sem mécta,sem evasivas. Amais esta donzela? Desejais ganhá-lacomo esposa ?

0 rosto do jovem De Soto tornou-se escarlate. 0Inca descobrira o segredo que procurara guardar tãocuidadosamente.

Majestade!

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esperança.

0 Sen lior doconsiderar onp meio da

— Não.triste sorriso

balbuciou — nao posip ter eSoa

Lenta e tremula, ela ergueu a cabeia, emquantoseus olhos se voltavam, leais, para o jovem fidalgo:

Meu coração desde há muito vos pertence. —-'murmurou em voz baixa — Apenas receio o Senhor doSol.

0 Inca tornou a sorrir:Poderá a serva do Sol recear a sombra?-

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günto.ureino sorriu com bondade. Parecia

jovem caballero excessivamente ingênuomaldade que os cercava.

— murmurou o Inca, emquanto^ ummarcava seus lábios. —Em outros dias¦jsso teria, realmente, sido impossível; porém os velhosempos ja se foram. Novos acontecimentos surgiram eao perturbadores que nem um só sacerdote ousa dizer-me o que anunciam as estrelas. Já falastes. Déixai-irit,aS°ra, ouvir as palavras da donzela".

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Repentinamente, ergueu-se e avançou^ para o jovemDe Soto:

—Os inimigos estão em meu redor! Desejam minhavida! Sem razão para tomá-la, inventam... Hoje . ocapitão, juntamente com aquele cão escravo, acusou-mede tramar uma conspiração, aqui mesmo em minha pri-sao, vigiado e impotente! Todas as suas palavras chegaram

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^Sdífíuè)

-üos meus ouvidos peio negro e falsoIcanal dos lábios de seu interprete.Nada seí, portanto, sobre a verdadetoem sequer se minhas respostas che-

• garam, verdadeiras, ao Comandante.Sei apenas que minha vida está suí-

vpensa por um fio de cabelo. A facamais enferrujada poderá cortá-lo.Perguntei-lhe o nome do único nc-'bre suspeito de ter recebido de mimqualquer ordem de guerra e na >

Ipuderam dá-lo. Então perguntei peliiome de alguma cidade onde hou-

Jvesse surgido qualquer rebelião — e;nada responderam igualmente. Cre o,Ip^rém, que o escravo fez referencia

a Haamachuco.O j)vem De So to corou de in-

dijnação.— Isso é infamei Por mim nada

(<ouví. Certamente o miserável Fili-.. pilío de .torceu as palavras a seu mo-

4. do. Na: ha notícias de rebelião emH a-nachuco, e sobre isso posso dara Vos ia Majestade minha palavra deHonra. E provarei tambem ao Q-mandante, mostrando-lhe quãc per -

egosam?nte, quão venenosamente oescravo Quechua mentiu.

Ligeira esperança brilliou nosolhos do Inca.

— C >mb ? — perguntou.— Irei> imediatamente, oferecer

ao Comandante meus serviços. Comalguns soldados irei a Huamachuco

• vèriíix.r a verdade. Desta vez des-'mora lisa rei de uma vez o asqueroso

Quechua Hiamachuco não fica lon-

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gr Tudo isso se corrigeçom "Gera Mercolizada"(Mercolized Wax), que valeporum tratamento de bele-xa. Cera Mércolizada íaz¦surgir a nova cutis que existesob a sua, pele atual. Façauma experiência ainda hoje.

¦Cera Mercoliziiil«iCONSERVA SUÁ CUTIS

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prime as «ardas O mal» mtere*i*a»iteé que est© crmne »er*e tatito pato a

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A VERDA £M TODAS AS PER UMA iii AS

( utubro 1945

regressar quanto ante.*, para relatara bôa notícia.

Três dias de penosa cavalga iac, ão amanhecer, entrava, dc regres-so, na velha capital onde, da mesrru»forma que se notara no dia da en-trada dos Espanhóis, na cidade doInca, o céu estava rubro. Um sóplaneta brilhava como uma lâmpadade prata em todo o triste firmamen-to e, como se alguma praga tives.setombado, devastadoramente, sobre acidade, não se via nela um só habi-tante. As ruas estavam desertas co-mo se aquela fosse uma cidade mor-ta. Nem uma só luz, nem um únicosom de música, nem o mais leveperfume do milho, sendo cozinhadopara a primeira refeição. Até mesmoos animais se escondiam, como s-tivessem vergonha da própria exb-tência.

No quarteirão ocupado pelos Es-panhóis, grandes fogueiras queima-vam com um vermelho muito vivo..vendo-se a silhueta de uma senti-nela, destacando-se, negra, sobre océu côr de sangue. Qualquer coisafez doer o coração, de De Solo, cc-mo se no lugar de uma cidade en-contrasse um abismo. A princípioreceiou que alguma catástrefe tivesseassaltado seus companheiros.

Esporeando nervosamente o imal que cavalgava, o jovem fidalgxchegou ao palácio real. Seu coraçf

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Nobres e ousadas palavras. Po-rém não sabia o jovem caballero quéo peão estava èm posição de darimediato cheque-ma te ao rei. x-

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¦T.ido estava calmo na cidadede Huamachuco, perdida nas maisaltas montanhas. Ele e seus solda»dos foram recebidos com provas decortesia. A vida corria tranqüila co-mo sempre, embora os templos esti-vessem vasios de seus tesouros, se-gundo às ordens do Inca. Não ha-via nrovas de conspiração. .

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Triunfante, De Soto cuidou de

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para os aportnUs do Inca, porem o deverse dirigisse, primeiro, ao seu Comandante.

levava-oexigia que

Francisco Pizarro pareceu despertar de um pesa-tio sono, quando De Soto afastou a cortina. Poralguns instantes olharam-_;e em silêncio. O Conquista-dor via um homem moço, cujos olhos estavam mar-cados pela prolongada insônia e as roupas acusavamlonga e fadigosa cavalgata. Hernan De Solo via com certo susto —- quc o comandante despertara de

imo-malissimo gênio. Seu ar taciturno, a fisionomiabilisada, pressagiavam algo de funesto.òenoi• -— disse, iem preambul< s — Trago aVossa Graça boas noticias. Não ha rebelião em Hua-machuco. Tudo ali está em paz. O Inca não é culpadooe nenhuma traição... a-'

Foi como se Pizarro não tivesse ouvido suas nala' aa Longo e, pesado silêncio reinou na câmara. O jo-

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vem hidalgo tornou a falarum grito

;ua voz era agora quast

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AV.S joao. 304S.PAULO

Poderá V >ssa Graça conceder-me permissão para visitar o Inca e 'dar-lhe notícias dob mesmos fatop, o que, te-nho a certeza, será agradável a seus ou-vidos?

Então Francisco Pizarro falou. Seusolhos, porém, não quizeram encontrar-se com os de De Soto:

O Inca morreu.Hernan De Soto permaneceu imo-

vel, como se as palavras não tivessemencontrado nenhuma significação de suaparte: O Inca . Que disse Vossa Grà-ça ? — balbuciou:

Pizarro ergueu-te. Sua voz era ago-ra mais rouca, porém seus olhos se mos-travam firmes:

Disse que o Inca morreu. . . Mor-reu ha dois dias, |por ordem do Tri-bunal de Madrid, que o considerou cui-pado, segundo documento detalhado, re—metido a Sua Majestade, o rei de És-panha. Era um traidor, segundo c°nfesrsou. Tramou vários complots conttía nóse admitiu todos esses atos de traiçãoperante um tribunal, para quem quises-se ouvir! Por tal ofensa foi cojidenadoa morrei na fogueira. Porém, q$a_ádo lheassegurei que teria morte mais suave,-:caso se arrependesse de seu paganismo,fazendo-se cristão, êle consentiu e foibãtisado com o nome de Don Juan Ata-hualpa. Dep>is do que foi estrangu-lado.

De Soto ficou imóvel. Um repen-tino frio, como uma paralisia, invadiaseu pensamento e seu corpo.

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Números atrasados destarevista no Pará

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Albano H. Martins .& Çia.TRAVESSA CAMPJS SALES 85 - BELÉM

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— Vossa Graça condenou o Inca à mor-te — disse, pausadamente -7- atravez da tra-dução que Filipillc fez das palavras do rei ?

Pizarró fez um movimento de impaci-ência; poirem sob a larga aba de seu chapéonegro, seu rosto queimava:

Como assim? — perguntou abrupta-mente. ,

Como assim? Como assim? Madrede Dios! — replicou De Soto num grito deimpotente desespero — Vossa Graça acredi-tou naquele cão ? Sabendo que o. escravoQuechúá era o mais traiçoeiro inimigo doInca ?/È acreditou em suas palavras, saben-do que eram ditadas pelo mais baixo dese-jo de vingança? Deixai-me vêr os autos do*processo e provarei que o miserável men-tiu! Mostrarei Qomo arrancou a vida aum inocentei

O Conquistador bateu violentamentecontra a mesa, com o punho fechado:

Silêncio! gritou. Seu rosto estavaconvulsionado pela luta de emoções anta-g^riicas. Logo, porém, sua voz perdeu to-da cólera e foi com mansidão, quase pa-ternalmente, que falou: . .

Agis como uma creançaI Como umatola e cega creança! Ignora veis que issoaconteceria de um ou outro modo ? Naopensais que tambem eu sinto pesar (e vec-gonha) como vós mesmo — pelo fato de tãonegras necessidades acompanharem, infah-velmente, o nascimento de novos impérios?Calai, portanto! O que foi feito está feito I

Hernan de Soto manteve-se rígido e cal-mo. Apenas seu rosto estava terrivelmentepálido.'yA— Então nao •existe mais, agora, Senhordò Reino? —perguntou.

%— Haverá outro, dentro de poucos dias.Este será o que melhor me servir. .

Maa—: balb ciou De Soto — as Vir-gens dò Sol, que serviam Atahualpa. . .

O Conquistador desviou O olhar daquelerosto ansioso. Novamente foi. com dificul-dade que pô.le falar:'¦'-—Eram donzelas pagas e deviam to-tal obediência ao seu senhor. Fizeram quês-tao de seguir a mesma sorte do rei.

O jovem çaballero cambaleou. Suas mãosprocuraram a coluna de pórfiro, c*nde seapoiou.

Todas? — murmurou num sussurro.Todas.

Por alguns momentos não se ouviu umúnico.som na câmara. Finalmente, De Sotobalbiíciou umà pergunta.Concede Vossa Graça permissão para

ique^ eu mei retire ?.— Vá dormir, homem — exclamou o

Comandante com um súbito movimento desimpatia e perdendo, toda ceremonia. PorémIógo,. dominando a emoção, concluiu: "Soi.

muito jovem para ajudar a construir umimpério, vosso coração ainda é muito terno. . . mais tarde estareis em melhor posi-ção para compreender que tais fatos são ne-"cessários.\ Com eles ganhamos um novoreino para;a^Éspanha e para o nosso sobe-rano. O restô^ ttá&'ãlmj)òrta. .

O joyém De Soto rodou nos cal- :,T~çanhares, esforçando-se valentementepára caminhar com passo firme, co-mo uni soldado. Repentinamente, pò-rem, deteve-se e voltou-se para Piarro:

Esse escravo, Filipiflo... — bai-buciou, emquanto seus olhos pareciamser os de um demente.

O Conquistador do Peru hesitou.Porém foi apenas um instante.

Podeis examinar os autos doprocesso. Se descobrirdes que o intér-pre te Quechua falseou as palavra*, queouviu do Inca... êle deverá morrer. .

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Os lábios pálidos de De Soto enruga-ram-se num movimento que era trágicaparódia de um sorriso.

— Vossa Graça concede-me um raroprivilégio — declarou. — Aqui vim para so-licitar Vida e concedeis-me Morte!

Esta é a verdadeira história de Ata-hualça, o último soberano Inca e que aindahoje é contada nas vertiginosas cidades pe-ruanas, perdidas nas mais elevadas monta-

nhas. Os índios can'tam-na acompanhando— se com suas longase primitivas flautas debambu e repetem in-fatigavelmente as pa-lavras, como se fosseuma oração:

Atahualpa morreu,Devido às suas

grandes riquezas. Mor-reu o ultimo dos In-cas

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TOUCINHO PARA FAZER PERFUMES «

Muitos hectares de rosas, violetas, lilases e outrasflores sao cultivados ná França e no sul da Itália paraatender ao pedido de perfumes, cada vez maior no mundotodo. ; -.

Para extrair o aroma, colocam-se as flores, já tri-turadas, em grandes placas de cristal. Cobrem -se de-pois com camadas de toucinho, o qual absorve os óleostranspirados pelas flores, yarias placas de flores sãonecessárias para que o toucinho se sature dessas essên-cias.

Obtem-se depois o extrato concentrado derretendoo toucinho e dissolvendo-o em álcool purificado. Por esseprocesso òbtem-se o verdadeiro óleo essencial.

Mas nao termina aí a série de operações. Umavez obtido o óleo essencial, mistura-se este com outrassubstância^ que ihe dão a densidade e qualidade requeridas. .._; . .

No siíl da Itália estabeleceram-se grandes distilariaspara extração de óleos de casca de limão, qüe produzessências muito apreciadas iia manufatura de perfumes.

A PIRINOLA

À pirinola, tal còtno a conhecemos, com os quatrolados com as letras R. yT D. P/, correspondentes ás pa-lavras rapa, tira, deixa e põe, é um brinquedo quie se co-nhece há mais de dois mil anos e tem sua origem num cu-rioso costume judeu.

Os hebreus têm um Jogo chamado "trendel", que sejoga na Festa da Dedicação, em que é. empregada umapirinola de marfim com quatro faces, em cada uma dasquais há uma letra hebraica correspondente ás palavraspõe, tudo, metade, nada. Não se joga dinheiro, e sim. nozesavelãs e outras cousas.

0 jogo teve sua origem na Festa da Dedicação, na qualos judeus acendem umas lâmpadas especiais, começandopor uma no primeiro dia, duas no segundo e assim suces-sivamente até oito: A* luz dessas lâmpadas era proibidolêr e trabalhar, e os judeus -se entretinham jogando a piri-,nola.

0 costume persiste ainda hoje entre os judeus.

O QUE NÃÓ SE CONSOLA..

Um no raiando fez a conta e disse que durante se-tenta anos bebera 16.200 litros de aguardente, 90.500de cidra e 10.000 de café, tendo-lhe custado tudo isso30:000 francos aproximadamente.

O homem, aos setenta anos, estava pobre e semforças. Se não tivesse sido tao bebedor, poderia ser pro-prietario do moinho de^sua aldeia, que valia apenas 20mil francos. Ém compensação, restava-lhe o consolodc? saber.que, precisando aquele moinho de 1.720 litrosde água por minuto para mover-se, se pudesse "4e>tarnele os 116 000 litros dé liquido absorvidos durante asua vida, teria podido vêr que a roda do moinho dariavoltas por espaço de uma hora, treze minutos e trintae cinco segundos.

W uma satisfação como outra qualquer..,

PROFISSÕES PERIGOSAS

O penoso oficio do mineiro expõe os que o exercema numerosas e freqüentes, catástrofes.. Todaviar está,longe de ser o ofício mais perigoso. Verdade é que, de

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algum tempo a es-ta parte, vêm di-minuindo os seusriscos. Um dos sá-bios que mais têmtrabalhado paraisso é o professoringlês Haldane,que, com muitopia usi vel devoção,se consagrou semdescanso a estudose experiências pe-rigosas, cujos re-sultados vieramaumentar em nota-vel proporção asegurança (to mi-neiro.

O Conselhc? bri- —tânico de HigieneSocial anunciou que a mortalidade dos marinheirosatinge quase o dobro dà da generalidade dos demaistrabalhadores, na Grã-Bretanha e País de Gales. Quan-to aos "mohos

por acidente" são igualmente duas vezesmais numerosos nos trabalhadores cio mar do que nosmineiros e quatro vezes mais do que na maioria tiasoutras profissões.

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29.° Ano N. 5 - Outubro ] 945V.

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0 SEGREDO DO SUCESSO FeAGORA A INSTRUÇÃO ESTÁ AO SEU ALCANCEIAprenda você tombem por correspondência!Seguindo o exemplo dos priocipoi, pat.es do mundo, oBrasil lambem posso, uma organização que proporciona¦nitruçao pelo moderno sistema "por correspondência".Em qualquer parte onde você resida, nas capitais ou noslongínquos r.ncoes do País, receberá as fáceis e práticaslições dos corsos "IBET". pruncas

Aprender por correspondência, pelo sistema "IBET" é tero auxilio constante do professor, estudando em suaprópria casa.

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CORTE E COSTURAPara a mulher, a me-lhor profissão ô a demodista.Pôde trabalhar era suacasa. sem depender dehorário e de patrões.Para a senhora ou se-nhorita que nfio preci-sa trabalhar, sabercorte e quasi uma ne-eessidade. além de seruma garantia para qual-quer imprevisto futuro.Seja previdente eaprenda corte e costu-ra, era poucos môses,era sua própria casa.

INGLÊSAprender a língua in-glèsa é de muito pro-veito para todos. ^Nesta lingua sfto edita-dos os melhores livrose revistas do mundo.Sabendo Inglês, vocôapreciará melhor oslumes americanos.Seju qual for a sua pro-fissão, o conhecimento«a lingua inglesa lheeu rá maiores oportuni-oades de progresso.

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RADIOTodo rádio-técnico ôum indivíduo indepen-dente e bem remune-rado.Nunca falta nem faltaráserviço ao rádio-téc-nico que tem, assim,assegurado um alto pa-drâo da vida.Vocô também poderáter uma vida melhor,fazendo um curso derádio em poucos mê6ese com pequena despesa,

ELETRICIDADETornando-se um eletro-técnico, vocô terá asse-gurado para si uma vidaindependente e sem osimprevistos de outrasprofissões.A eletricidade é umcampo vasto de ativi-dade e cada dia exigemaior número de téc-uicos competentes.Cora pouco tempo deestudo, você seráura desses técnicos.

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S U M A' R I O

1 A Prisão de Ouro 13

I Os três faróis verdes • ~7

O testemunho do rna caco 53

Conto:;

A segunda hipoteca °°

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Árticos especiais:

I "Fathcr tKvine" T.... 30.

N. 5

DO ANO XXIX

A Prisão dc Ouro '3

PÍpMANCES:

Os três faróis verdes . ~7

O testemunho do macaco 53

Conto:

A segunda hipoteca 0)

Árticos especiais:"Fathcr Divine" • 30.

Os arqueólogos voadores 4o

Cristóvão Colombo era groenlandês? 6"!

Política Internacional:

Bernard Shaw n responde a 6 perguntas 26. *'^*.p, ¦ ¦ -.

ZoOLOCIA*

Desaparecerão os mamíferos do mundo ? 48

Quadros para coleção:r ..,..:. p'C:':'yÇduardo Gomes. . ......' 3oTristesa • ••.-.• ()y

Ciência ao alcance de todos:

Dicionário de nomes próprios. ....... 32

Nos domínios da Gramática ...... 52

Dicionário de Plurais. :-<j 64

Industrias:

Q chapéu de Panamá é . . do Equador

Utilidades para o lar:

Sistemas de instalações de água quente

FE NTO MENOS DA N AT U REZA:

Os grandes perigos do Universo

Curiosidades

O juramento de HipócraíesPira evitar entupimento de "calhas"

Animais favoritosNavios que desaparecem misteriosamenteO 3.° centenário da imprensa sueca....O raio e a maneira de proteger-se dele.

A Boa Moça. . ...A PirinolaToucinho para fazer perfumes. .......

Diversos:

Memento "Eu Sei Tudo"Cartomancia Quebra-Ca he ças

Vida nos campos*.

Nova porteira para curral.:

A ULTIMA PALAVRA DA ClENCIA:

A Idade Atômica .' 1 ç>

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ANEDOTAS ? CARICATURAS ? INFORMAÇÕES ? CHARADAS ? ETC.— ESTA REVISTA CpNTA 104 PAGINAS

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Após uma ausência relativamente longa, Lawson Wood volta a figurar na nossa capa com

uma das suas deliciosas páginas.O inçomparavel artista, que tanto se celebrizara com uma infindável série de cães, pas-

sou a tomar os macacos para tema das suas magníficas produções, e é infindável a coleção quetem apresentado na imprensa de Londres, onde colhemos o impagável quadro reproduzido

nesta edição dè Eu Sei Tudo.

Perseveramos, assim, no propósito de variar de numero para numero as capas do nosso

magazine, na persuasão de que com esse sistema p>derem:>s agradar a todos os nossos leitores.

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Vigor e a Perfeiçãodo Corpo Humano

TRANSFORMEI EM VIGORCOMBATA fl CAUSA DE ^ SUB MflGREZA E

Si V. está magro edebilitado e se sente ner-voso, sem disposição paranada, lembre-se que tudoisso tem uma causa... quepode ser a falta de iodo nasglândulas.

VIKELP, o novo concentrado deminerais iodo-vitamínico, ataca dire-tamente as causas da magreza e doesgotamento, aumentando o peso empouquissimo tempo.

As grandes reservas de minerais facü-mente assimiláveis de VIKELP, nutremas glândulas produtoras de suco gástri-co necessário para digerir as gordurase amidos dos alimentos — fator básicodo peso na alimentação. Por outro lado,o Iodo Natural contido em VIKELP nu-tre as glândulas internas que controlamo metabolismo, bem como as regula.Assim os alimentos bem digeridos seconvertem em músculos e carnesrijas, em novas forças e energias.

Além disso, VIKELP contém a dose diária que o organismo necessita de ferro, co-bre, fosfato de cálcio, bem como de vitamina B-l, a mais importante das vitaminas.

Experimente VIKELP durante uma semana e verifique a diferença em seu peso eem seu físico em geral. Veja comose sentirá outra.

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De incbriante perfume c suave comouma caricia, o pó de arroz Lady dámaior beleza aos mais lindos rostos...Sua aderência perfeita o mantém sobrea cutis durante longo tempo. Por issoo pó de arroz Lady c o mais usado e

preferido no Brasil, hl mais d: trinta anos. yj^r

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