1954 OUTUBRO - N. 449

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AR a maior alegria à sala das refei-ções, é medida acertada, acima de

tudo porque o ambiente alegre e bri-lhante predispõe melhor para aceitaros pratos conforme venham, de coraçãoalegre e excelente apetite.

Mas, também, deve ser assim, bonitae colorida porque bonita e colorida deveser toda a casa, para nos repousar dotrabalho diário, das iutas com a con-

dução, etc. A sala-de-jantar acima, mo-derna, ganha grande valor pelas tonali-dades vivas dos forros das cadeiras.

As paredes são pálidas e porque a salanão está entulhada (conforme, errada-mente, preferem algumas donas-de-casa)tudo sobressai, inclusive o soalho naprópria côr castanha da madeira velha,casando muito bem com as cortinas, 0.4tapetes e a grande luz que entra pelasjanelas alegres.

38? Ano — N? 5 Outubro 1954 EU SEI TUDOm

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Sfpequeno circo exibia seudorso verde no canto da

praça, entre os stands de tiro e asbarracas de "sortes",, num ver-dadeiro lamaçal, quase líquido.Ouvia-se, vindo do seu interior, o gemidoentrecortado de um saxofone, gritos eaplausos da multidão. En-quanto morriam os aplausosfinais e o "galope" da banda,saudando a saída dos ar-tistas do picadeiro, cami-nhei devagar em redor docirco, porque sou da opiniãoque o verdadeiro espetáculoestá no exterior, hos carro-ções cem vezes mais pito-rescos e bem menos defen-didos contra os curiosos queos bastidores dos teatros.

Os primeiros veículos, queencontrei, pintados de azul,tinham rodas muito grandese pareciam vazios. Depois foium carroção com serragem,logo seguido por uma jaulasobre rodas, da qual me,afastei bruscamente, por ve-rificar que entre dois va-rões estava o focinho amea-çador de üma leoa. Encon-trei, a seguir, um limpadorde cavalos, com o torso nu

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Conto inédito de RO GER VERCEL

e que esfregava conscienciosamente o

pêlo de um enorme cavalo russo. Uma

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Outubro 1954

mulher moça afastou a cortina de umbarracão e apareceu, nesse instante. Es-tava descalça e vestia-se sumariamente.0 rapagão deu um salto para ela, amea-çando-a com a escova imunda. Porémela não fugiu nem gritou, como teria feitooutra mulher. Esperou o agressor e,quando •o teve junto de si, agarrou-obruscamente pelos pulsos.. Lutaram uminstante; repentinamente, com um movi-mento inesperado e ágil, ela lançou orapaz a dois passos de distância, sobreo próprio balde com que até pouco antestrabalhava. Depois, muito calma, tornoua desaparecer por trás da cortina.

Junto do carroção seguinte, encontreiuma acróbata, ainda vestindo o maio detrabalho, sob uma capa impermeável.Aproximei-me, mas o homem não pareceusentir a minha presença. Tinha o rostobem barbeado e os lábios finos.

Então? Já terminou a função? —

perguntei. Dentro de mais uns cinco minutos

terá terminado — explicou, enquantotratava de torcer o engate de um cabode sustentação.

Estava frouxo esse cabo?Sim — respondeu êle, detendo-se

para tirar do bolso um pacote de fumoe outro de papel. Ofereci os cigarros deminha cigarreira.

Obrigado.Há muito que trabalha no circo?Há um ano...Tão pouco tempo assim?Neste circo. Mas já trabalhei em

quase todos... Estive com Medrano, noCirco de Inverno, com Barnum, Plege,Pinder.. . Um pouco por toda a parte...

Este, pelo que vejo, é um circopequeno...?

Sim. Pequeno, mas que poderiapagar melhor que um grande. Isso secompreende. Um grande circo tem des-pesas colossais e a diferença de receitanão é compensadora. O patrão pagamal. .. porque quer pagar mal. Mas, dequalquer jeito, serve.

Neste instante, no interior da lona,estrugham os aplausos, seguidos porsobressaltos entusiásticos da banda.

— É o mergulho da morte — explicouo homem com um movimento de cabeça

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na direção do picadeiro. — É o final.Com licença... Tenho que ajudar a ;saída do público. XM

Abaixou-se, levantou a ponta da lonaimunda, que arrastava ha lama, e se es-gueirou rapidamente no circo.

Continuei meu passeio, que me levouaté um corredor de lona verde, que deviaser a saída dos artistas. Parei, proloft-gando o tempo necessário para acenderum cigarro. Poucos segundos depois, visair do corredor um ser extraordinário, xuma mulher, vestindo maio de banho erespingando água. Acabava de retirar a

touca de borracha e as mechas encera- -g

coladas dos cabelos enquadravam seu

rosto pálido e trágico. A água havia di-

luído o make-up naquele rosto, as faces

estavam encovadas e os lábios arroxeados, |mas o olhar que pousou sobre mim, ao |passar, me surprendeu mais que tudo.

Era o de dois olhos imensos, que refletiam

e estavam cheios de como um espanto

permanente, mas que se haviam conser-

vado extraordinariamente belos naquele

semblante usado, arruinado, talvez, antes

de tempo. Porque os traços tambem

prendiam a atenção, como o de todas as

mulheres que foram belas e que um dia,

quase bruscamente, viram destruída sua

beleza. Recordei-me do que me havia dito,

pouco antes, o acróbata: "0 Mergulho fo

Morte" Não duvidei mais de que tinha

diante dos olhos a própria mergulhadora. }Ela passara adiante, detendo-se, porem,um passo apenas além de mim. Assim

vista de perfil, parecia singularmentemais jovem, devido ao seu pescoço esbelto

e ainda firme, além da queda harmoniosados ombros. Apenas os cabelos, colados

pela água contra o crânio, esse crânio queas mulheres têm achatado na parte pos-terior, eram desagradáveis ao olhar. Ele

sacudiu bruscamente a cabeça, como uro

cão que se sacode ao sair da água,e receba

algumas gotas em pleno rosto.

Isso me irritou mais do que seri*

normal. Digamos, mesmo: me exasperou»como se essa mulher cessasse bruscamentede me ser indiferente, e que uma incor-

reção de sua parte me ofendesse grave-mente. Apanhei meu lenço e enxuguei-meostensivamente. Ela não viu o gesto, pois

que a poucos metros, a porta de um

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carroção se abriu bruscamente e alguéma chamou.

Foram as palavras que me impressio-naram, mais ainda que a criatura espan-tosa que as proferiu: um anão, de enormecabeça... e bigodes! Todos os anões queconhecemos são imberbes, porém estetinha a boca barrada por enormes bigodesruivos, que pareciam postiços. Esse de-talhe, porém, não me interessou, nomomento, conforme já esclareci. Tinhamsido suas palavras, as que me haviamimpressionado.

Uma injúria grosseira, que lançou paraa mulher." Mas gritára-lhe em russo. E,eu, que havia passado cinco anos, quandorapaz, a correr com o meu cargueiro,todos os portos do Mar do Norte, recor-dava ainda bastante o russo para com-preender, pois das línguas estrangeiraso que primeiro e mais depressa apren-demos, sempre, são as injúrias trocadasinfalivelmente nos portos marítimos.

A mulher, entretanto, prosseguira lenta-mente, subira arrastando um manto escar-late os degraus de madeira, que davamacesso ao carroção, e nele entrara, batendoa porta. Por que continuei ali? Se naquelecirco figurava, entre os artistas, um casal,verdadeiro ou falso, de russos, ela acróbataenvelhecida, êle clown ou outra coisaqualquer, que havia nisso de extraordi-nário? Apesar de tudo, eu continuava nomesmo lugar, como se tivesse esperadoalguma coisa inevitável, talvez essadiscussão, que já começava no interiordo carroção. Porque, na casota pintadade amarelo, o homem e a mulher tro-cavam palavras roucas, que agora eu nãoentendia, mas nas quais o ódio e a cólerasoavam detestàvelmente. Depois as vozesemudeceram e foram choques surdos depunhos fechados contra corpos emdisputa, um fragor de louça quebrada,de móveis derrubados...

— "Mas. .. Eles se matam, lá dentro!"Quase gritei isso para o cavalariço, que,

plàcidamente, com movimentos pregui-çosos, agora, escovava o animal. Êleergueu os ombros e parou francamente detrabalhar. Parecia, devo dizer, acolhercom alegria tudo o que lhe permitisseinterromper seu trabalho.

10 38? Ano N* 5 Outubro 1954

Eles estão acostumados — explicou-me, com um piscar de olhos canalha.

Quem são?Russos.. .

Há muito tempo que estão no circo?Dois meses. E êle devia, até tratá-la

melhor, pois o que ela faz eu não meanimaria a fazer! Um mergulho assim!Saltar do mais alto do circo numa tinacom pouco mais de um metro! Um errode 10 centímetros e ela morre na certa!

E são. . . Russos?Êle olhou-me com ar de espanto: pois

já não me havia dito? Apressei-me aexplicar:

Porque também eu vivi muito tempona Rússia...

Isto parecia interessá-lo vagamente,porque recomeçou a escovar o cavalo.Acrescentei estüpidamente, como se fi-zesse questão fechada de lhe revelardetalhes:

Oh! Foi há muito tempo... Antesda guerra... Conheci principalmente aRússia do Sul, embora tenha visitadovárias vezes S. Petersburgo... Isto é:Leningrado...

O homem, com um movimento dacabeça, indicou o carroção, onde agorareinava completo silêncio.

Neste caso, talvez a tenha conhecido,em algumas dessas cidades. Ela era dan-çarina principal — segundo costumacontar, pelo menos... Mas nada mesurpreenderia... Zagoska! Esse é o seunome.

Za... Nádia Zagoska? É ela?Sim...O senhor a conhece? Pois

olhe... Sempre pensei que era apenas"prosa" dela.

Não respondi. Eu havia esquecido ohomem, o cavalo, o circo, o próprio car-roção, e afastava-me de tudo aquilo, semmesmo saber o que fazia. Eu acabara desaltar vinte e cinco anos para trás. ParaS. Petersburgo de 1913. Em vez damiserável praça de subúrbio, onde opobre circo enraizava suas cordas, eramos palácios e as igrejas da cidade pro-digiosa, os telhados verde-claro ou cin-zento, os reflexos das águas do Neva, amagnificência regular dos quarteirões doAlmirantado, a ponte de Nicolau, aPerspectiva Newski... Mas, principal-

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38? An° N? 5 — Outubro 1954

mente, eu retornara ao Grande Teatro, oformidável hemiciclo todo forrado deouro, que os tzares haviam dedicado àópera italiana, mas principalmente às

prodigiosas féeries dos baileis russos. Foraali que, numa noite de novembro, entrecataratas de luz e de música, entre asconstruções alucinantes de um cenárioesmagador, eu vira surgir, voar, aquelaque então fazia correr para as bilheterias,a Europa inteira! Nádia Zagoska, adançarina-estrêla do Corpo de Ballet Im-

perial. Ao fim de vinte ecinco anos eu vojtava a . *sentir o mesmo entu-siasmo sem limites da-quela noite: a ardente in-flamação de minhas mãos,doloridas de aplaudir: omesmo dolorido apertoem minha garganta, cas-tigada pelos repetidos"bravos" gritados com fú-ria; todo o meu ardor demoço, que eu atirava en-tão ao meu idolo, numaadoração enlouquecida;essa adoração dos mari-nheiros de vinte anospelas mulheres inabordá-veis, com as quais enchemos seus sonhos sobre osmares.. .

Voltei-me, instintiva-mente, porque sentia queperdia pé em todas essasrecordações e que dofundo dêsâes anos todossubia uma inexprimívelamargura. Todo esse passado, essa moci-dade tinha um frescor ácido: estava todacontida com aquela mulher envelhecidae castigada pelo destino, ali, no sórdidocarroção. E compreendendo o que sepassava, fugi!

Mas fui dos primeiros a me apresentar,ao anoitecer, diante da bilheteria docirco, qualquer coisa de miserável etosco, com um velho pano vermelhotentando formar uma cortina e iluminadapor um bico de carbureto que assobiavade maneira a arrepiar os nervos.

Pedi uma entrada de primeira e umrapazola, com uma libre desbotada, me

EU SEI TUDO

conduziu até à orla da pista, onde sealinhavam cadeiras de ripas, cobertascom capas de pano verde.

Desde o início, quando a "amazona"

fêz sua entrada, sentada sobre um imensocavalo baio, compreendi que havia esco-lhido o pior lugar do circo, pois fuiimediatamente aspergido de serragem.Em compensação estava bem junto domastro com plataforma, de onde selançaria a mergulhadora. Não deixei depensar, entretanto, que, antes dela, teria

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que suportar todos os números do

programa.O espetáculo prosseguiu com uma

mulher muito gorda, com camiseta brancae calção curto e justo, que executou umvoltigio pesado e monótono, comas mãosfirmadas sobre a anca do animal, queela atormentava com suas ruturas deequilíbrio. 0 público aplaudiu um poucoquando, com um pé preso a uma alça dasela, os cabelos varrendo a serragem,deixou o corpo pendente, abandonado, aolongo do cavalo, que executava um galopecurto. Empurraram, então, para o centrodo picadeiro, um globo pintado de azul,

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com estrelas brancas. Uma adolescentevestida como uma borboleta, magrinha eparecendo ainda menor por efeito deduas grandes asas de gase também azul,saltou para o globp e começou a movi-mentá-lo com os pés. Então as luzes seapagaram e a equilibrista ficou sob ofoco de um projetor, enquanto ela faziao enorme globo subir um plano inclinado.Parecia, assim, misteriosa e leve, erigidacomo um símbolo sobre o globo pregui-coso, onde seus pés mal pousavam. Paradescer, numa posição forçada, os braçoslançados para trás, a cabeça erguida, ocorpo em arco — uma posição para asse-gurar o equilíbrio — desenhava umafigura-de-proa emocionante e nobre. Re-cordei, nesse instante, outro corpo, o deNádia Zagoska, em seu prodigioso balletda "Flecha de Prata", quando apontava,como um projétil vivo, aparecendo comoum gênio do ar, de uma sobre-humanae adorável leveza.

0 trabalho de uma contorsionista malchegou para me distrair. A mulher davaao corpo a forma de um Z, 'alongava oqueixo, em poses feias, achatadas e ade-rentes, como a da cobra, trançando bizar-ramente pernas é braços. Mal olhei paraum número de málabaristas japoneses,para outro de quatro equilibristas sobrecordas, e a enntrada rui-dosa de um grupo de pa-haços me

exasperou de;al forma que"ecebi o si-íal de inter-/alo como oie uma liber-ação. Logoiue me ergui para res-oirar um pouco o arIe fora, fui assaltado pela tentação desair de uma vez, voltar para casa e tratarie dormir. Cheguei mesmo a ultrapassaros limites da praça e caminhei algunspassos pela calçada da rua principal.Então parei, de repente, diante de umaoja, que continuava iluminada: umlorista. Era extraordinário encontrarama loja de flores ainda aberta, às 10íoras da noite, num subúrbio modesto!Sntrei. Sem que tivesse pedido qualquer

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explicação, a florista me explicou que setratava de um grande casamento, na tardedo dia seguinte, e que por isso faziamserão. Pedi ura ramo e enquanto a floristapreparava as flores, injuriei-me em vozbaixa pelo absurdo que estava em viasde praticar.

Flores para uma velha acróbata decirco suburbano! Que ia fazer com asflores? Por quem as enviaria? Estiveprestes a pedir que mandasse as florespara minha casa, na manhã seguinte. De-pois pensei no espanto de minha empre-gada e nas suposições que não deixariade fazer. Então pedi, com voz aborrecidae que surpreendeu a florista:

— Prepare, por favor, de modo a quenão se note que são flores!

Documente, ela envolveu o ramo numamplo papel cinzento, que a dissimulavasuficientemente. Tomei-o, pondo-o sobum braço, sem qualquer cuidado, e volteipara ocupar meu lugar no circo.

Esforcei-me por tomar algum interessepelo espetáculo, que se tornava, aliás, umpouco melhor. Foi, de início, uma antipo-dista, jovem e bonita, vestida à mourisca,que, deitada sobre uma espécie de poi-trona tombada e posta uns três metrosacima da pista, com os pés ágeis, brin-cava com um tambor còm as cores na-

cionais francesas e, finalmente, comuma bandei-ja de folha,que sustenta-va, girando,na ponta deseu pé agu-do. Da ca-

,beça à cin-tura a mourisca permane-cia imóvel e parecia mesmodormir, com as duas mãostrançadas na nuca. Mas as pernas semoviam como enlouquecidas. A bruta-lidade desses pés calçados de sandálias

prateadas, desorientava. Os movimentosdas pernas nervosas e vivas, pareciamos movimentos de molas.

Percebi, a tempo, que dessa dançaimovei da antipodista, eu teria que su-portar outra e, furioso contra mimmesmo, cheguei a um verdadeiro estadode raiva no final do espetáculo "Que

33? Ano N? 5 Outubro — 1954 13

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venha, enfim, essa acriatura pingandoágua, que eu vira ao pé do carroção

sórdido; que venha de uma vez, pararae libertar do absurdo sonho que seu

nome me rmpusera!"Teria apenas a necessidade de olhá-la

uma vez mais para compreender que nada

mais de comum havia com aquela queeu conhecera e muito menos com o meu

passado inopinadamente ressurgido. . .

Contei os números do programa: lá es-

tavam cães sábios, cavalo de borracha,trapezistas volantes, tríplice-jóquei.. .

Passaram, um a um, com desesperadoralentidão.

Finalmente, o diretor, homem gordo c

de longos bigodes, cujos peitorais engo-mados lutavam para sair de ura coletebranco, anunciou:

— Senhoras e senhores. Vamos ter a

honra de apresentar Mlle. Nádia Zagoska,dançarina-estrêla do Grande Teatro de

Leningrado, no perigoso número "0 Mer-

gulho da Morte". Mlle. Zagoska saltaráde quinze metros de altura num barril de

pouco mais de um metro de largura e

um metro e meio de profundidade. Pe-

dimos ao distinto público o mais completosilêncio durante esse número em que a

artista arrisca a vida.

A banda executou uma "entrada" baru-lhenta e a artista surgiu. Contive um gritode surpresa, porque a Nádia que se apre-sentava não era mais aquela criatura #encharcada, que eu surpreendera, ao sair

do corredor, grotesca e trágica, mas a

própria Nádia Zagoska da "Dança das

Chamas", a do "Ballet dos Cisnes", aquela

que Tchaikowsky beijara em pleno palco;aquela criatura pela qual muitos haviammorrido de amor e outros haviam ma-tado, em duelos que surpreenderam a

Europa; a mulher, cuja saudade, apósvinte e cinco anos, mordia meu coraçãocom uma força indescritível! Sob os

jorros de luz, o rosto pintado recuperaraessa expressão de ídolo asiático, quealucinava todas as imaginações e todosos corações. Aumentados com kohl, osolhos imensos se dilatavam ainda mais,abrindo no rosto branco misteriosas esuaves profundidades. Porém o antigo

EU SEI TUDO

encanto ressurgia sobretudo da miraculosadesenvoltura recuperada sobre a areia do

picadeiro miserável. Era o mesmo ca-minhar harmonioso que mal pesava sobreo solo e que levantava, a cada passo,um corpo que, agor^ eu via, permaneceraadmirável.

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BELA ENCAPUÇADA

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¦KT ATÜRALMENTE à para a moda de outono, em-

ÍN bora hajam mulheres previdentes que se pre-

param para a temporada seguinte. Esta. encapu-

cada. como a estão vendo, apresenta uma novrdado

berlinense, novidade prática e bonita. (Embora__a

«bonita», mesma, seja a «manequim», na opinião

de alguns.) O capu* está unido ao vetado e, só

com o descer o íecho «éclair», logo se transforma

,m gola. dentando o d.cote bem aberto. Que

façam o julgamento as nossas elegantes leitora..

verdadeira razão do aplauso universal que

consola o escritor já avançado em anos é que

a gente inteligente,-depois dos 30 anos ,a nao

lê Com o tempo, vão envolvendo com o res-

plendor da, recordação dos livros que leram em

sua mocidade e cada ano que passa adjudicam

mais méritos ao autor. - Somerse» Maugham

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EU SEI TUDO0 público, encantado, aplaudia à sua

passagem. Eu, com o coração descompas-sado, rasguei febrilmente o envelope cin-zento que aprisionava meu ramalhete e,

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14 38? Ano N? 5' Outubro 1954.

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UITO gracioso, muito novo, porém apenasindicado para as mulheres altas, embora o

nome que lhe deu seu criador possa servir paraenganos. «Mignonette» não é para todas. Até apequena que o exibe, esbelta, bem proporcionadae airosa, parece um tanto baixota. «Pique» deraias para o corpo e organdi plissado para a saia,são os materiais que combina o modista inglêsRhavis cfm sua ousada criação. Um ramo decerejas, como se observa, é o adorno do decote.

q S livros são os instrumentos para perpetuar osconhecimentos acumulados lenta e penosamenteatravés dos séculos. São também os meios para

preservar e reforçar os fundamentos da cultura.Fazem às vezes de um inventário do progressohumano e assinalam o ponto. de partida para ofuturo. Por meio dos livros, os recursos espirituaisda humanidade se convertem no patrimônio dasgerações vindouras. — Caxl R. Woodward

quando ela passou à minha frente, à bordada pista, meu braço, que empunhava asflores, a deteve. Balbuciei:

Há vinte e cinco anos que eu de-sejava oferecer-lhe! Admirei-a... adoreiem Petersburgo, no "Cisne Ferido", no"Nascimento do Fogo"...

Disse tudo depressa, passando-lhe asflores, a fim de não a reter mais do quefosse correto. Falara também sem a olhar.Ela murmurou, apenas:

Ah! Sim, sim.. .Foi nesse momento que olhei para ela.. .

e notei todo o mal, o irremediável malque acabara de praticar. Ela me fitavacom ar estonteado e li em seu olhar umador terrível, um desespero sem limites.Quando voltava a esse pieadeiro, semuma idéia, como os outros animais docirco, surgia um desconhecido para rea-nimar em seu coração e em sua mentea atroz saudade do glorioso passado, destepassado morto, bem morto. Subitamenteenvelheci diante dos meus olhos, reto-mava sobre os pobres ombros fatigados,sobre o rosto angustiado, o peso dosvinte e cinco anos de miséria e decadên-cia. Quando se afastou, enfim, para con-cluir sua volta pela pista, pareceu-meque havia um século que ali estava.

Ouvi o ruído de água. Tinham levadopara junto do mastro um grande barril,alto e estreito, enquanto vários homens,suportando uma mangueira, deitavam-lheágua. Eu estava sentado quase ao pé aomastro, que era ladeado por degraus deferro. Vi quando subiu, muito lentamente,segundo me pareceu, porque usava apenasa mão direita, pois com a esquerda sus-tentava meu ramo de flores, apertadocontra o peito. Não levantei a 'cabeça.Dizia para mim mesmo, para resistir âtentação de deixar imediatamente o lugar:"Mais alguns segundos e depois será ogrande "pluf", no barril e a água saltandopara todos os lados.. . Aqui mesmo, ondeestou, receberei alguns respingos — eentão poderei fugir, esquecer esta noiteabominável.

Fugi, sim, mas gritando, um grito queparecia não ter fim, que dominou todosos outros gritos apavorados da multidão,quando o corpo, descendo como o raie,foi esmagar-se sobre a pista.

389 Ano jq« 5 i— Outubro 1954

INHA vida tem coisas curió-sas e nâo sei por que o

destino gosta de pilheriar co-migo. Em certos momentosparece mesmo que ouço o risoabafado de minha sina, comose um outro eu gostasse dezombar de mim. Já fazia seismeses que eu evitava aquelarua, a que dava para o teatroa oeste da Broadway, ondelevavam a peça "Fair Is TheWinds", estrelada por Claire.Todos os dias os jornais,as revistas, as lojas, exi-biam sua figura deslum-brante.

As filas à bilheteriaeram permanentes, todcmundo procurando ver eadmirar a linda "estrela"

apetecida por Hollywood,mas que a Broadway nãoqueria jamais deixar sair.

Claire! Este nome era para mim apenasuma

N lembrança. Era também muito

linda. Nada teria, certamente, com aClaire da Broadway, formosa loura coma beleza da juventude e da maturidadeperfeitamente combinadas. Todos a dese-javam. Não havia um momento em queos homens não lutassem por um sorrisoseu, e dariam a vida pela chance de lhetocarem o corpo maravilhoso.

Realmente muito bonita. Um amor. Eraa mulher com a qual os homens sonham,a mulher perfeita como toda mulherdeseja ser.

Porém, a Claire de minhas recordaçõesera apenas uma lembrança. Mas eu apossuí um dia. Foi isto há sete anospassados, num mundo muito diferentedeste da Broadway, onde eu estava agoracom outra Claire em frente a mim. Bempertinho dali, justamente ao lado doteatro, estava o restaurante de que eulhe falara. Se ela fosse ?New York, me procurasseali, que me encontraria.

15 EU SEI TUDO ,*|| 'I

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Nesse instante, eu vi Claire, a artista,encaminhar-se para o restaurante, paraalmoçar. Acompanhei-a com os olhos.Dali a pouco eu precisava ir ao escritóriode Gus Kimball, a fim de firmar umcontrato de trabalho de engenharia forado país, na Bolívia. Tratava-se de impor-tante obra de engenharia, com aberturade túneis. O engenheiro contratado nãoia mais, e Kimball me escolhera para oserviço. Era uma chance, não somentequanto a dólares, como ainda no que tocaà fama, pois eu poderia crescer no conceitoda ciência. Êle me propôs substituir ooutro e me perguntou se eu aceitava. Oraveja! Perguntar a uma abelha se ela quermel! Claro que aceitei com açodamento.Gus ficou contente e despejou bebidaspara nós.

— Pelo seu triunfo, Joe! — disse êle,alegre. Batemos os copos. Gus continuou:— Francamente, Joe, eu estava temendo

que você não aceitasse ocargo.

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EU SEI TUDO

É um lugar solitário e nele vocêpassará alguns anos. Mas, em certosaspectos é o que se pode dizer, um lugarideal.

Fechado. Acho que é bom para mim.Ótimo. Há apenas uns detalhes a

considerar. Pode parecer exagerado, masvocê conhece nossa organização. É qúetodos os nossos funcionários de direçãoe responsabilidade, que se estão mobili-zando para lá, devem levar suas esposas.

Instintivamente, esvaziei o copo, deum trago.

Mas isso não nos preocupa —— continuou — pois bem sei que homenscomo você não vivem sem mulher... Vocêjá é noivo?

Sou, há muito tempo.Parabéns — disse êle, a rir, com

moderação..— Tem você ainda quatromeses para acomodar as coisas e pre-parar-se. Eu desejaria estar nos meus

j*trinta, para ir também. Trataremos, nesseínterim, de seu transporte e demaisdetalhes. As mulheres precisam de muitacoisa para erguer o moral.

Depois de conversarmos sobre outrosassuntos, despedimo-nos. Eu teria quedecidir o meu caso. Era necessáriocasar-me. Na lista de minhas eleitas eutinha Helen, Jean, Glória e Franeis. Mastudo já estava desfeito. Só uma figuracontinuava a fulgir no meu espírito:Claire. Mas isso já estava com sete anosde atraso.

Dela só me restava a lembrança. Foraem Santa Maria, quando eu pude atingiro solo, depois de ver apenas o amon-toado de casas e as colinas obscurecidaspela penumbra de uma noite. A luz dalua se coava através da cupola, do meupára-quedas, enquanto eu descia das al-turas sobre touças de arbustos.

A noite não era muito boa para umsalto. O pára-quedista seria fácil alvo dequem o observasse do solo. Mas nãohavia outro jeito. A ponte tinha que serdestruída. As tropas invasoras estavammarchando pelas estradas desde o diaanterior, e a ponte deveria voar naquelamadrugada, para que não servisse depassagem ao exército inimigo. Tudo de-pendia de mim, um sujeito com um sacode explosivos às costas, destinado a dina-

18 38? Ano N<? 5 Outubro

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1954

1

mitar uma ponte que dava acesso aSanta Maria.

.Quando a ponte fosse destruída, estavadetida a marcha dos invasores.

Quando eu atingi o solo, apenas fizligeiro ruído. Rolei um pouco na relvae já me preparava para enterrar o pára-quedas num lugar que havia escolhido,quando, de súbito, ouvi uma voz dizer:

Não... senhor, aí não!Senti um arrepio pelo corpo e empunhei

o meu 45, pronto para atirar, quando vium rosto muito alvo a emergir das dobrasde uma capa.

Você escapou de morrer agora,mocinha — disse-lhe eu, ainda sob aemoção daquele susto.

Eu morro todas as noites, senhor.Venha comigo, pòr favor. Se eu o vi, entãotalvez outros o terão visto também. Vamos,depressa!

Ela tomou-me o braço e me foi guiandopelo mato através de uma vereda até auma casinha baixa de pedra, ao lado dacolina. Fui atrás dela até à porta. Fiqueiali em pé, enquanto ela cobria as janelase riscava um fósforo para acender ocandeeiro, que estava sobre uma mesa.Ao voltar-se para mim, estava eu com orevólver na mão, apontando para seuestômago.

Eu não sou deles.*. —jovem, evitando pronunciarpovo inimigo.

Talvez não, menina,desconfiado porque já experimentei muitastapias e não quero dar nenhuma chance.— Ri um tanto contrafeito, pois eu dese-java ocultar que ainda estava assustado.

Ela jogou a capa a um canto. Pareceque foi nesse instante que eu me sentiapaixonado por ela. Tudo foi muito rápidoe eu senti o mais inesperado sentimentode amor para com aquela estranha des-conhecida. Imediatamente comecei apensar num montão de coisas, especial-mente do que a guerra'pode fazer comcada um de nós.

Ela era bela. Talvez com uns vinteanos de idade, delicada e linda, com unsolhos deslumbrantes, a iluminar a nossaalma. Com os diabos! Não há quem possadescrever a beleza daquela jovem. Po-demos apenas pensar e imaginar. Um

exclamou ao nome do

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corpo escultural, tinha em cada curvaum convite sutil, uma sugestão ao seueleito. Por momentos cu estive numatortura. Coloquei meu revólver no coldree fiquei de pé onde estava. Ela sorriu ecomo que toda a casa se iluminou.

É a ponte o que você deseja, não?Não respondi. Ela se sentou e começou

a tamborilar com os dedos na mesa._ Nós sabíamos que isso tinha que

ocorrer. Eles aí estão. — Mais uma vez,ela se referia a eles, sem pronunciar onome., Mas o senhor não pode sercapaz de realizar a ta- /refa, conforme os pia-nos. Somente esta tar-de eles trouxeram gran-de número de homens -

para guardar o local. jEstão alertas por-que sabem que é a ponte uma ligaçãovital. Você sabe que eles conhecem bemo assunto. / |/ |Nós também —'¦ clisse ^eu.

Qual o seu plaho?Ri. | V / fí SS X'—. Meu plano é fazer | o trabalho de

qualquer forma/E parti para á

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meu uniforme de pára-quedista. Colo-quei meu revólver á cintura e pus osaco de explosivos às costas.

Ela pilheriou: •Se o agarrarem será fuzilado,

sem dúvida.Claro!

Ela riu com um riso diabólico.Vocês, americanos, têm muita

bravura. Às vezes, esquecem que umobjetivo não pode ser tomado assim...tão diretamente. Há outros meios defazermos as coisas sem levar bala.

Eu a fitei forte e intencionalmente,de olho vivo nela, com a atençãovoltada para qualquer ruído ou movi-mento em torno a mim. Dos lados dacidade eu percebia barulho de veículospesados a rodar na estrada pavimen-tada com pedras. V

Quem é você, garota?No movimento subterrâneo eu

tenho um número de código. Sempre,desde minha infância, brinquei sob aponte e ao longo do rio. Quando apopulação da cidade a evacuou, eu fuidesignada para ficar por aqui. Você

sabe... desde muito, nós esperávamosque isto viesse a acontecer, e era eu

a única a conhecer como palma deminhas mãos, todos os recantos destazona e os pontos de importância daponte. Por isso, ficou a missão a meucargo. Por isso eu vou guiá-lo até àponte. Está bem?

Não. A coisa é por demais ar-riscada.

Não discutamos. Não há tempopara isso. De certo sua experiênciae conhecimento do caso lhe mostramque a ponte está fortemente guardadae vigiada.

É claro.Que devo fazer para convencê-lo

de que deve confiar em mim?É difícil — respondi. — É um

caso delicado. Nós nunca nos comu-nicamos com o movimento subterrâneofrancês a este respeito.

Seus dedos deixaram de tamborilarna mesa. Depois, prosseguiu:

Eu já lhe disse que esperávamosisto. A estrada de ferro é o único meio

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de movimentar tropas, pois todas as rodo-vias estão fora de forma.

Sinto muito, menina; mas eu pro-curarei fazer o trabalho com um sorriso.

Sei.Seus olhos lucilavam de encontro aos

meus, como se procurassem uma solução.Em seguida voltou:

E que resolve fazer de mim?Amarrá-la de modo que você só se

possa soltar depois de certo tempo. Comolhe expliquei já, há muitas maneiras tleme meterem em truques, mas não caio nelescorno se estivesse cego.

Um sorriso dançou nos cantos de suaboca. Seus olhos também pareciam rir.

•- Eu poderia amaldiçoá-lo em nome daFrança, por ser tão estúpido. Mas, tambempoderia amaldiçoar-me a mim mesma e posoutros, por sermos tão precavidos que naotrazemos conosco qualquer prova de iden-üdade.

Eu tinha um rolo de cordas bem ajus-tada à minha cintura, quase a ferir-me.Retirei-o e desatei, a fim de esticá-las bem.

— Em nome da França e dos outrosdo movimento, você faria muito melhor

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se me deixasse ir sozinho. Digo-lhe quenão darei nenhuma chance ao inimigopara me agarrar. Dariam belos prêmiosa quem pegasse um sabotador ou dois.

Por que não quer que eu o acom-panhe?

Porque eu sou um homem e vocêuma mulher, menina. E uma linda mulher,além de tudo.

Sua mão sustentava um revólver èela o apontou diretamente sobre minhacabeça.

Se eu tivesse querido, tê-lo-ia liqui-dado antes. Ou poderia receber umprêmio, como você pensa.

Meus dedos apertaram fortemente acorda e eu senti a boca seca. Ela depôsa arma sobre a mesa, com a coronhavirada para mim e disse:

Ainda julga que não mereço con-fiança?

Recobrai a serenidade e tornei a en-rolar a corda em volta de minha cintura.

Algum dia lhe responderei, pequena.Quando ela viu que eu não apanhava

a arma, colocou-a num bolso de sua saia.Eu a olhei rapidamente, mas com energia:,

Você sabe o que lhe sucederia seeles a apanhassem com isto aí na saia?

Sim. Primeiro eu tinha que matarvários deles. Depois eles me matariam.

Pronunciou isso destacando palavra porpalavra.

Eu terminara de acomodar a corda emtorno de meu corpo e então me dispusa sair para a aventura.

— Bem, como quiser; mas me digaduas coisas: se vocês sabem que é tãoimportante esta ponte, por que não fizeramalgo a respeito dela? Se sabiam que istoia acontecer, deviam ter realizado antes.

Não fizemos porque nos faltava istoque você traz aí no saco. Era isto o quenos faltava. Não dispomos de explosivos,nem é trabalho para uma pessoa.Por quê?

Você sabe. O plano foi elaboradohá tempos. Por isto eu fui deixada àretaguarda.

Continue.A guerra chegou até nós, senhor...

senhor. . .Meu nome é Joe.

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3&? An<? .'--¦•&? 5,— Outubro — 19S4

-— O meu é Claire. Mas, como dizia, aguerra chegou. Antes de maiores des-graças e destruições, a população foilevada para as colinas distantes.

Não houve nenhum sinal de re-sisteneia?

Ela respondeu com vigor:Nós tínhamos aqui um radiotrans-

missor e imprensa; mas não pudemosevitar que fossem capturados. .

—- Lamento muito — disse eu. —Vocês são uns bravos.

Seus olhos se mostraram tristes:Não mais bravos do que você, Joe.

Você esparava morrer ao descer aqui,não foi?

Dei de ombros.Sempre se está esperando que isso

suceda uma vez.Tudo correrá bem. E você organizou

a retirada.Sim •— murmurei.Então esperemos pelo melhor. Mas

não é preciso que eu o guie até lá?Eu estava disposto a não aceitar isso.

Aquilo era contra todos os meus treinospara os serviços de sabotagem, umaviolação ao que as instruções determi-navam. Quantas vidas dependiam deminha decisão? Milhares? Tudo por causade uma mulher bonita, com uns olhosperturbadores e uma voz celestial. Maso tempo urgia e eu tinha que realizar

tO trabalho. Rapidamente, aceitei o seuoferecimento, embora nessa parte os meusplanos estivessem sendo modificados poruma mulher, embora tivessem sido orga-nizados por técnicos.

Convenci-me de que estava certo.Olhou o meu relógio e disse: "Vamos!"

A ponte faz parte da história, mas nãoaquela noite. Foi um dos maiores e maissensíveis momentos em toda a minhavida. Estive em ansiedades e jamaisesquecerei aqueles momentos de amorardente, de paixão incoercível. Claire mepertenceu naquela noite memorável.

Embora tudo parecesse morte, aquelanoite teve para mim o maior fulgor devida. Ouvíamos o ruído metálico dastropas invasoras, víamos a luz dos pro-jetores e as sombras ,da morte em redor.Mas continuávamos a prosseguir para oobjetivo. Claire me tomou pela mão

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;$? Ano — N? 5 Outubro 1954 21

uiando-me pela vereda até ouvirmos o

murmúrio do rio.Tínhamos ainda duas horas à nossa

frente, tempo previsto para- realizarmos

o serviço e poder eu procurar no local

determinado o pequeno avião que deviareceber-me. Ao chegarmos a certo ponto,deitamo-nos na relva, as costas no solo

e o olhar nas estrelas. Encontrávamos avida num ambiente de morte. Esquecemostudo o mais para nos lembrarmos de nós.Eu estava absorto, os olhos no firmamentoiluminado, quando senti uma sombradourada obscurecer-me a vista. Era umanuvem de seus cabelos sobre meu rosto.Beijamo-nos e eu senti a quentura de seuslábios e a doçura de seu seio. Ela faloumeigamente:

Nós nos amamos, Joe.Abracei-a com fervor. Eu teria atra-

vessado um continente para encontrá-la.Estivemos naquele idílio de amor, até queos ponteiros do meu relógio me avisaramde que era chegado o momento de pôrtermo ao amor e realizar o dever.

Ela me conduziu cautelosamente até àmargem do rio, por entre os caniços.Ela estava calma; porém, nenhum de nósfalava. Em certo ponto pudemos ver a

ponte e a grande quantidade de soldadose sentinelas por toda a sua extensão.Percebíamos ordens de comando e ruídode vozes e movimento de armas. De

EU SEI TUDO

instante a instante, os jatos de luz dosholofotes varriam grandes extensões doespaço e do curso do rio, como se elesestivessem esperando ataques dos céus,da terra e das águas.

Claire me disse:Preste atenção, Joe...

Voltei-me para ela.Ouça-me: daqui parte um pequeno

braço do rio, com leito de argila. Sevocê conseguir andar sem provocar ruídose manter-se sempre oculto pela sombrados arbustos e plantas marginais, chegaráa salvo à ponte. Sob a. ponte não hásentinelas, e os holofotes são dirigidos aolongo das margens e da estrada. Somentenesta parte da margem o fundo do rio ébastante sólido para permitir andar,.Nenhum deles está de baixo da ponte,pois que ninguém poderia manter-se alisem afogar-se, pois o fundo é lodoso ea corrente é forte.

Eu fiz um sinal de confirmação com acabeça e olhei todo o caminho a seguir.Olhei a lua, que já chegara ao zenite, o

que era favorável a mim, pois evitavaformação de sombras.

Temo apenas denunciar-me com omeu movimento -- disse-lhe eu. — Nãoé possível ficar quieto a quem avança.

Ela respondeu, com voz doce:(Continua na página 116)

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ál serschmitt saiu este bó-lide de três rodas, que, pelasvantagens que oferece, podevencer a motocicleta, lou-cura da atual geração.Salientemos que Messersch-mitt, pai deste brinquedopara adultos, é o desenhista

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e construtor dos célebresaviões de guerra alemães.Ao seu novo veículo incor-

Ao alto: o «Cabinroller» parece umpequeno inseto, quando cruza, narua, com um automóvel normal.Mas na hora de achar uma vaga,todos querem possuí-lo. À direita:para ver o que tem o vojículo nãoé preciso deitar-se no chão e mater-se debaixo dele. É bastante levan-tá-lo, como faz a bela «chauffeuse».

E XISTE VIDA HÁ SEIS MIL MILHASL DE PROFUNDIDADE, NO OCEANO— De fato, existem pequenos organismos

no famoso Abismo das Filipinas,uma das partes mais profundas doOceano, com mais de seis mil milhase meia abaixo da superfície e ondea pressão é de 15.000 libras porpolegada quadrada. O dr. Claude E.

Em comparação com um homem de boa estatura,o «Cabinroller» parece um automóvel de brinquedo.O «capot» é de plástico e tem janelas amplas.

porou não poucas características e deta-lhes dt>s referidos aviões. Do ponto devista econômico, este automòvelzinho dedois lugares não tem rival.

Dotado de um motor de 175 CC, doiscilindros, nove cavalos, colocado naparte traseira, o veículo atinge nas es-tradas velocidade de 100 quilômetros.

Consome dois litros de gasolina noscem quilômetros.

Se a despesa de entretenimento é redu-zida, seu preço de venda também o é:500 dólares apenas.

Pesa o "Cabinroller" 180 quilos, equi-tativamente distribuídos sobre as 3 rodas,podendo ser levantado do solo todo umlado do veículo sem grande esforço. Emvez de volante, tem alavanca-guidão, comoo da bicicleta e, como nesta, seus doisocupantes sentam um atrás do outro.

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Z. Bell professor de microbiologia ma-rinha da Universidade da Califórnia,revela que essas bactérias vivas foramenfi?^tradas em âmaS° de sedimentoscolhidos no fundo oceânico, ao largodas Filipinas, a cerca de 10.380 m.*oram encontradas umas 100.000 bac-terias por grama de lama em umso sedimento.

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ATERIAS atômicas, absolutamente ino-fensivas e para variada aplicação, nas

fábricas e nos lares, o ferro extraído docentro da terra e o sangue sintéticos comelevado poder curativo, estão incluídosentre as maravilhas químicas que nosserão oferecidas nos próximos 50 anos.

Não são engraçadas fantasias nemsonhos de leigos, mas predições muitosérias, feitas por ocasião do 75* aniv^r-sário da fundação da American ChemicalSociety, pelos mais respeitados químicosnorte-americanos, tais como John C.Bailar, da Universidade de Illinois, R.Norris Shreve, de Purdue, Harry N.Holmes, de Oberlin, e Aristid V. Grosse,do Instituto de Pesquisas da Universidadede Temple.

Segundo esses cientistas, assim será onosso mundo em 2.004.

As casas residenciais possilfcão unidadesque garantirão tudo relativamente a aque-cimento, refrigeração, ar condicionado,controle contra insetos, força, etc. Umavida confortável será possivel, mesmoem áreas como as da região Ártica ouAntártica, assim como da região da selvnbrasileira. Haverá absoluto controle, qui-mico de todas as enfermidades. Certascasas poderão ser construídas de plásticose outros materiais sintéticos, enquanto ostelhados consistirão de "roupas" fabri-cadas sintèticamente.

Cada casa comunicará com a outra pormeio de rádio e televisão (recepção etransmissão), como hoje nos é dado obterpelo telefone. E tudo garantido, porbaterias atômicas poderosas e inofensivas.

Aristid V. Grosse explica: "Simplesalfa-emissoras garantirão a aplicação prá-tica dessa energia atômica", enquantooutro químico declara: "Urânio, Plutônioe novos elementos serão a fonte de energiaPara o aquecimento e a refrigeração doslares".

BU SEI TUDO

Com o desenvolvimento das máquinasatômicas inofensivas à saúde humana,nossos descendentes acharão graça nonosso medo atual da radioatividade, comohoje gracejamos com o medo de nossosavós pela máquina a vapor.

Os suprimentos de boca também serãoaumentados, graças a novos processos,como o da fotossíntese artificial, imitandoem fábricas gigantescas o trabalho doenverdecer das folhas. Êsse processotambém nos dará material barato quenos livrará da atual necessidade de usarcarvão ou petróleo.

Por sua vez, Harol Vagtverd, de SouthWeste, Ressearch Instituto, afirma que"As sementes serão expostas a üm bom-bardeio cósmico, disso resultando grandesvariedades de plantas "feitas a mão", paramelhor atender às necessidades do esto-mago do mundo. Para começai, todosos terrenos poderão ser aproveitadospara a agricultura. O próprio mar e osal que nele se contém, proporcionarãoao Homem mais produtos químicos, soba forma de magnésio, da bromina... ctambém água fresca.

Porém, teremos outras variadas e ma-ravilhosas fontes de material para a in-dústria, como o ferro, obtido do centro

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EU SEI TUDO

da Terra e que não exi-gira tratamentos dos altosfornos.

Por sua vez, o bombar-deio atômico nos dará oaço com a composição de-sejada, assim também oníquel, o cobalto, o vana-dium e o cromium. Nãosomente o diamante po-dera ser fabricado à von-tade do carvão, mas tam-bém uma nova série com-pleta de cristais de car-vão, imediatamente entreo diamante o grafite.

Os elementos 99 e 100serão facilmente sinteti-zados, sendo o último,provavelmente, chamado"centium", e "transcen-tium", um outro elementoainda não conhecido.

No campo da medicina,bactérias e vírus serão do-minados era sua grandemaioria. Haverá cura eprevenção para a pólio,as enfermidades mentais,as alergias e o resfriadocomum.

— A transfusão do san-gue — anuncia o dr. Her-man Mark, do InstitutoPolitécnico de Brooklyn— não será usada comoum tratamento de emer-gencia, mas como um meiode substituir as proteínasnormais do sangue pormaçromoléculas (mole-cuias gigantes) absoluta-mente resistentes aos mi-cro-organismos e contendogrupos protéticos paradestruição dos fatores de-trimentais. As drogas se-rão seletivamente solúveis

em macro-m o 1 éculascom princi-pio ativoadequado atodo o sis-tema.

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24 38? Ano N? 5 Outubro 19S4

so.DA VIDA..

M Miami, um vendedor de móveis e objetos usados, adormeceuna loja, com o charuto aceso entre os lábios. Minutos depois,

acordou com a roupa em chamas. Tão atarantado ficou que selevantou num salto. . . derrubou um aparador, sobre o qual se achavaum grande filtro com água, a qual derramou tôdinha sobre êle,apagando as chamas. Por sua vez, em Grand Rapids, Estado doMichigam, tendo um curto circuito provocado o incêndio numa lojade tapetes, minutos depois um pau de cortina, tombando, acionou umsinal de alarma contra-incêndio, o que promoveu a imediata chegadados bombeiros, que logo dominaram o fogo.

EM Nova Orléans, um indivíduo

entrou numa loja de pássarose, sem pedir licença, foi logoabrindo as portinholas de quatrogaiolas de canários e nove deperiquitos, ao mesmo tempo quedizia para quem o quisesse ouvir:— «Vamos! Dêem o fora daí.Também estive preso e sei como

vocês se sentem». Porém, para seu grande assombro, todos os pássaros,depois de voar, atarantados, por algum tempo, voltaram direitinhc-para suas respectivas prisões.

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UMA empresa funerária de Roma, há um grande cartaz, quereza: «Aqueles a quem temos servido podem testemunhar o

eficiência com que os atendemos».

tvj.UMA pequena localidade do norte da Inglaterra, um mineiroqueixou-se à polícia contra sua própria esposa, alegando que

a mesma todas as noites calçava botas de montaria e tambémesporas... para agredi-lo enquanto dormia.

r M assombrado habitante deSeattle, Washington, foi contar

à polícia que depois de haverfechado muito bem a porta do seuquarto e de guardar quarenta dó-lares num pé de meia, quecolocou debaixo do colchão dacama, ao acordar, ria manhã se-guinte, encontrou a meia no mesmo

lugar em que a havia deixado... porém sem o dinheiro!

polícia de Buenos Aires prendeu uma elegante mulher, acusando-ade roubo, depois de descobrir nela a seguinte evidência do

delito: dez blusas de «nylon», dois vestidos, nove pares de sapatos,duas lanternas elétricas e uma bola de volibol (vazia) sob o próprio

! vestido que usava na ocasião em que foi detida.

jrtáM San Diego, Califórnia, depois de visitar pela terceira vez'uma

sorveteria, a fim de comprar sorvetes de pistache, um maridofilósofo explicou o seu problema ao pasmado empregado: sua esposaestava misturando tintas, a tim de pintar a parede da cozinha einsistia no sentido de conseguir aquela côr do sorvete...

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MUNDIAL'

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Por DE MATTOS PINTO

í\ INGLATERRA EVACUARÁ A ZONA ESTRATÉGICA

nacionalismo egípcio renasceu depoisda Segunda Guerra Mundial e impõe

aT retirada das tropas inglesas aquarte-ladas na árida faixa do Mar Vermelho,exigindo a libertação do Canal de Suez.Desde 1948, há seis anos, o Egito intimaa restituição desse território, julgandoofensiva a permanência de tropas estran-geiras, inconcebível para a soberania doEstado. Intensificou-se a agressividadepolítica entre o Cairo e Londres com omovimento revolucionário, que depôs oRei Faruk com o seu cortejo de tradicio-nalistas c cuja vitória trouxe à cena as

personalidades do general MohammedNaguib e do tenente-coronel Gamai AbdelNasser, os dois novos chefes da recupe-ração nacional do Egito. De Port Saidna abertura da passagem marítimapassando por Ismailia, no centro da zonaaté à cidade de Suez, na entrada do MarVermelho, as populações nativas hosti-lizam as forças britânicas em defensivarepetindo-se a intervalos os choquesarmados entre o exército patriota e cexército ocupador. Julga o tenente-coroneiGamai Abdel Nasser que a sua obra revo-lucionária de renascença moral do Egito

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{Jm soldado, inglês : pescaf nas águcisdo Canal He Suez, enquanto um,moderno navio faz a travessia dapassagem marítima que %<* PMediterrâneo ao Mar .„ Vermelho.

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ir .WinstoxL ^nurciull enfrenta** com a questãodo Canal de Sues, um dos mais graves problemasestratégicos do' Império Britânico, país dá baseds Sues depende s defesa des Jordânia, Israel.Iraque* Turquia q Êàínbêm todo o Oriente-Médio.

só se completará com a definitivaevacuação dos ingleses. As entrevistasdiplomáticas se prolongaram por mesese por anos, pois havia outros problemasmascarados na questão.

Os Estados Unidos acompanham osdebates secretos devido à sua estratégiano Oriente-Médio, interessados em salvarps aeródromos e as bases militares insta-lados na Turquia, que a diplomacia norte-americana incluiu entre os países dignosde receber equipamentos modernizados eajuda econômica.

Sir Ralph Stevenson e Jefferson Caffery,respectivamente, embaixadores da Ingla-terra e dos Estados Unidos, trocam infor-mações sigilosas. Tudo indica que sirWinston Churchill e o presidente DwightD. Eisenhower visualizaram os fatos,

acompanhados dos peritos anglo-ameri-canos, na perspectiva da política mundiale o caso específico do Canal de Suez,na sua recente Conferência de Wash-ington. Insiste nas suas reivindicações ogoverno do Cairo e Anthony Éden vinhasendo interpelado na Câmara dos Comuns,sobre a decadência do prestígio britânicono Império.

Sobre a pressão dos acontecimentos noOriente-Médio, supõe-se que sir WinstonChurchill aconselhará à Rainha Eliza-beth II a dissolver o Parlamento e aconvocar eleições gerais, dando ensejo aopovo de escolher representantes maisenérgicos e capazes de revitalizar o im-pulso do Império Colonial.

Dez mil técnicos garantem o funciona-mento das instalações elétricas das usinas

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Patrulhas inglesas vigiam o tráfego d© auto-móveis © caminhões na HotQt do Suez ac Cairo,

r,industriais e a conservação dos equipa-mentos. E sessenta mil soldados inglesespatrulham a faixa do canal, de trintaquilômetros de largura e cento e sessentaquilômetros de extensão.

Chipre e Turquia, Iraque e Jordânia,Israel e Arábia Saudita, o Golfo Pérsico etodos os povos do Oriente-Médio, de-pendem da estratégia e da políticamundial do Canal de Suez. A Inglaterraassinou, em 28 de julho de 1954, o acordosobre a evacuação do Canal de Suez.

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30* Ano 154N9 5 'óutiibrò-' >•»

O MAR COSMOPOLITA

0.7- EU SEI TOPO

ARA visualizar o panorama interna-cional do Canal de Suez e da sua

encruzilhada das invasões, deveremosprimeiro olhar a diplomacia do Mediter-râneo, mar cosmopolita por excelência,cujas guerras se confundem com a origemdas civilizações mais distantes. Desde aalta antigüidade, o Mediterrâneo superoutodos os outros mares pela sua impor-tancia cultural e pelo seu valor estratégico.

Quatro mil anos antes de Cristo, aspopulações faraônicas do Egito levantaramsobre os seus areais os mais suntuososmonumentos e a mais espetacular arqui-tetura, cuja solidez exigiu o desenvolvi-mento de admirável civilização, que criouleis físicas e matemáticas. Qs egípcios

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auuõx&efto i-v nia ^ ' nove /da rodovia» , iá*vostíãando os transportes «.vis passageiros

exerceram aí as primeiras habilidadesartísticas e navais. Desde os temposbíblicos, salientou-se o seu caráter mer-cantil. O povo faraônico, cujos templosdesafiam a eternidade, não perdeu ocontacto com a realidade.

O Egito e a Palestina trocavam produtos,fundando, sobre bases empíricas, as leisdo futuro comércio internacional.

Os judeus produziam figos, gomas, óleos,metais, resinas, tâmaras, perfumes evinhos. O asfalto existente na Judéiaconstava na lista das utilidades conhe-

cidas pelos arquitetos de Karnak. Esta-belecidos na zona meridional da Síria elimítrofe da Palestina, os fenícios legaramuma tradição de prosperidade material,incontestada pelas suas cidades laboriosase pelas suas ativas colônias.

Os cedros e os pinheiros do Líbanoforneceram a madeira dos seus navios,que transportavam os produtos indus-triais. Astrônomos e marinheiros arris-cavam-se às viagens fora do Mediterrâneo,explorando as águas atlânticas.

A história dá os fenícios como osprimeiros que introduziram as merca-dorias orientais no Mediterrâneo e osprimeiros que negociaram com a lngla-terra. Iam buscar ouro na Ilha de Creta,prata na Espanhav e estanho na Grã-Bretanha. Depois, os gregos apareceramdentro do Mediterrâneo, com toda umacultura e um progresso material que se

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O. general Mohcsms-ved Naguitv 6 'chef© dec; B@«voiução Egípcia./ cuja: • vitória dexaos o rei Faruk",e . "que, agora, exige a evacuação do Canal';.áe SueZi ocupado, pekss tropas da Inglaterra, .

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EU SEI TUDO

podem admirar nas suas obras literáriase nas suas esculturas. Espalharam colôniasnas terras da Ásia, Europa e África.

Quando talharam as suas galeras, osíegionários desembarcaram na Síria,Numídia, Egito, Sicilia e Ilhas Baleares,jue lhe forneciam frutas, cavalos, trigo,ileos e sêdas-j Obedecendo a outro ciclo,Roma e Cartago transformaram o Mediter-~âneo num mar de rivalidade econômica,om frotas comerciais e galeras armadas.

vlais práticos do que os egípcios e os

28 38? Ano — N? 5 Outubro 1954

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O visconde e diplomata: Fe«rdmand de Lesseps,que promoveu a abertura do Canal de Sues,lutando contra a incredulidade da época e aanimosidade política da Inglaterra e da Turquia,

jregos, povos que viviam do espírito,>s romanos e os cartagineses dedicaram-seio mundo dos sentidos, voltados para asoisas úteis da vida. Para dominar olediterrâneo, odiaram-se como adversa-ios e travaram as primeiras batalhaslavais da civilização clássica, impelidos>elo jogo dos interesses. Expediçõesaarítimas partiram dos dois litorais, para

desalojar o inimigo de certos territórios,considerados estratégicos e inprescindíveisà navegação.

Os romanos, estabelecidos na Europa,ousaram conquistar as terras africanas eos cartagineses, colocados na África, fun-daram colônias no continente europeu.A. questão do Mediterrâneo impunha-secom toda sua rivalidade marítima, talcomo, presenciamos hoje, acrescida pelatonelagem das esquadras modernas. Romae Cartago disputaram com os mais hábeisgenerais o domínio econômico e marítimo,numa epopéia naval e terrestre.

Prática e negocista, Cartago enfrentoupor muito tempo o militarismo do ImpérioRomano, armando exércitos mercenários.Os vândalos desceram da Espanha, trans-puseram o Estreito de Gibraltar, através-saram em correrias o norte da África,fundaram um império e mandaram expe-dições ao Tibre, incursionando na penín-sula itálica e invadindo Roma. Na Idade-Média, declina a vida mediterrânea e ocrepúsculo dura até a ascensão mercantildos venezianos. No ano 1.117, a Repúblicade Veneza armou e equipou üma frotade duzentos navios, para ir em auxíliodos cristãos massacrados pelos turcos.

Os Doges arrogaram-se todo o direitosobre o Mar Adriático como se legislassemsobre uin lago particular. As flotilhasvenezianas navegavam de Marselha ao MarNegro, do século XII ao século XV, fami-liarizando-se nos costumes do Oriente eno tráfico das suas mercadorias. Con-quistam, na península italiana, Trevisa eBréscia, Verona e Pádua, Siena e o portode Trieste, na Istria. Outras expediçõescolonizadoras expandiam-se pela Moréae Dalmácia, Albânia e outros portos doAdriático.

O poder naval de Veneza dispunha em1421, de três mil e trezentos e quarenta ecinco barcos mercantes e de guerra,tripulados .por trinta e seis mil mari-nheiros. Os venezianos ofuscavam coma florescente marinha as frotas da Françae da Inglaterra.

A conquista de Constantinopla, em 1453,pelas ferozes cohortes do Islam, marcouo começo da decadência, a substituiçãodos Doges pelos Sultões. Em 1525, CarlosQuinto entregou a Ilha de Malta aos

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Ano N«? 5 Outubro

Cavalheiros da Ordem deSão João, expulsos pelosislamitas da base deRhodes.

FRANCESES, INGLESES,RUSSOS E TURCOSDISPUTAM A BACIA

MEDITERRÂNEA

llSTRIBUÍDAS entre** três continentes, o eu-ropeu, o asiático e o afri-cano, as águas mediterrâ-neas continuam a inte-ressar os povos modernosdepois da Renascença.

A Inglaterra instala-se,em 1704, no rochedo deGibraltar, principiando asua fase de grande po-tencia marítima. Quatroanos mais tarde, o Tra-tado de Passorowitz ter-minou com a supremaciaveneziana, em 20 de julhode 1708. Apesar dos ho-landeses, britânicos e es-panhóis, o Império Oto-mano reina sobre todo oMediterrâneo, chegando aocupar todos os portos doMar Negro.

Ao deflagrarem as hos-tilidades entre Napoleão ea Inglaterra, os francesesvoltaram imediatamente assuas vistas para os terri-torios agrícolas e estra-tégicos do Egito. Os bri-tânicos procuraram de-molir os primeiros esbo-ços do império napoleô-nico na África, aliando-seao Sultão de Constanti-nopla. Entre as exigênciasque a Inglaterra impunhaa Napoleão, para entrar num convêniode paz, constava o abandono do Egito aoImpério Muçulmano, a independência doArquipélago Jônico, a devolução de Maltaaos Cavaleiros da Ordem de São João ea evacuação do Mediterrâneo por todasas forças navais francesas. Napoleão

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Soldados ingleses revistam, os egípcios na Zona do Canal de Suez.

entre Port Said e Ismailia. onde tiroteios se succtíom íreqüentements.

intimou a garantia de terceira potência,sobre a independência de Malta, alegandoque os cavaleiros não poderiam defendê-lae insinuou o Tzar Alexandre I como pro-tetor. O domínio napoleônico na Itáliaassustava os estrategistas ingleses. OParlamento de Londre^ interpelava os

EU SEI TUDO 00¦ ¦

38? hno — N? 5 — Oi

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litubro 1354

ministros reais sôbre as guerras do Piemonte e deNápoles. E o audacioso Nelson acusava NapoleãoBonaparte, então primeiro cônsul, de injusta ambiçãoe de planos obscuros. Depois de um assédio naval, quedurou dois anos, os ingleses se apoderaram de Malta.O Tratado de Amiens, assinado em 25 de março de 1802,estipulou a ocupação da ilha por forças napolitanas,retirando-se os beligerantes. Os contingentes britânicosretardando a saída, á França firmou três meses depois,em junho de 1802, um tratado de paz e amizade com

a Turquia. Esse pacto garantia o Bósforo contra todasas aventuras dos russos e dos ingleses.

Os embaixadores da Grã-Bretanha, França e Rússiaconfabulavam a propósito de Malta e da troca dasguarnições. O Império Russo aliou-se à Inglaterra,alarmado pelo rumo oriental da diplomacia napoleônica.O Tzar Alexandre I opunha-se à entrada dos francesesem Constantinopla, o que interromperia as suas relaçõescom o Mediterrâneo e o Oriente, o Danúbio e a Pérsia,a Síria e a Índia. O Tratado de Paris reconheceuem 1814, o domínio britânico sôbre a Ilha de Malta.Discutiu-se pela primeira vez na história da nascenteCivilização Industrial, o princípio da liberdade dosmares e o direito de livre navegação a todos os povos,no Direito Internacional. Mais do que as especulaçõesjurídicas, o progresso intimava as potências a harmo-nizarem as suas conquistas, para expansão das atividadescomerciais. A pirataria muçulmana assolava o comérciono Mediterrâneo, não obstante as forças navais daFrança e da Holanda, da Inglaterra e da Espanha.

Durante três séculos, os corsários turcos abrigadosnas enseadas e nos refúgios da Tunísia e Argélia, Egitoe Tnpolitânia, assaltaram a navegação mercante, dandoorigem à literatura das aventuras marítimas. Osfranceses ocuparam a Argélia em 1830, exterminandouma das mais terríveis bases da pirataria.

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 8s*cru«dra francesa: penetres nomencionado canal qu® passou a

Q .CANAL DE SIj ÍCj/-j REVOLUCIONA O COMÉRCIO INTERNACIONAL

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à Índia e aos outros. nnrt™ h, T . gaça0 pel° Cabo da Boa-Esperança, em direçãoaos outros portos da Ásia, para pensar unicamente na rivalidade política

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Cana! d© Sues. nc diaunir "tt bacia medilerr&ne» a

.6 d'e novembro de 1869, quando se inaugurou oíxcicrlmenie a ab"ertüàrc • do

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ã Mar Vermelho e cío Oceano Índico, da concepção•-de Fertlmotnd üefssepé.

com os franceses no Egito. Mas o KhedivaSaid Pacha mandou subscrever cento esetenta e sete mil e seiscentas e quarentae duas ações da Companhia do Canal deSuez. Ferdinand de Lesseps entregou-secom ardor à sua feliz concepção e osengenheiros começaram a rasgar o istmono dia 25 de abril de 1859.

No quarto ano de perfurações, morreuSaid Pacha e veio o novo KhedivaIsmail Pacha, fato de que se prevalecerama Inglaterra e a Turquia para exercerpressão política sobre ò novo soberanodo Egito. Houve ameaça de paralisaçãodas i obras e Napoleâo III interveio napolítica anglo-egípcia de obstrução. Pordez anos os trabalhadores atacaram adesértica região, de cento e sessenta e

dois quilômetros de extensão, partindo dePort Said, na costa do Mediterrâneo, atéà cidade de Suez, na entrada do MarVermelho. Ferdinand de Lesseps ináu-gurou a abertura do Canal de Suez anavegação no dia 17 de novembro de 1869,passando a ser um dos grandes heróis daCivilização Industrial. Em 1875, a Ingla-terra compreendeu o erro de lordPalmerston depreciando o valor mercantile estratégico da passagem marítima aoMar Vermelho. Nesse ano, endividando-se,o Khediva do Egito ofereceu à vendacento e setenta e sete mil ações daCompanhia de Suez. O estadista BenjaminDisraeli, conde de Beaconsfield, viu agrande oportunidade da Inglaterra e

(Continua na página 111)

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EU SEI TUDO 32 38? Ano N? S Outubro 1354

E você levar um escorregão, numacalçada molhada ou cair da escada

em que tentar pregar uma cortina, todasas companhias de seguro, aqui, e emoutros Estados, logo serão infor-madas do acontecimento num máximode 72 horas. E se a leitora tiver umfilho, a notícia do feliz nascimentoserá Jida, no mínimo, por uns qui- §nhentos comerciantes, em todo o, país.0 leitor pode ter um enguiço como seu automóvel, dar cem mil cru-zeiros para um asilo de indigentesou até ser preso por haver discutidocom o trocador de ônibus, o quenão sai do normal da vida moderna.Entretanto, dois ou três dias depois,tudo será minuciosamente relatadoa um público ansioso por explorar taisfatos, oferecendo serviços extraordináriose ajudas jurídicas de variadas formas.

Porque tudo o que possa acontecercom o leitor, seu lar e seus familiaresinteressa enormemente a uma quantidadeincalculável de pessoas, que para tantopagam bom dinheiro às agências derecortes, que servem a dezenas de mi-lhares de clientes, todos interessados peloque possa acontecer a cada habitantedesta e de outras cidades no país.

LEITORES ULTRA-RAPIDOS — Paramanter em dia a leitura minuciosa dosjornais, essas empresas de recortes dis-pendem enorme quantia anualmente, comassinaturas de jornais e revistas. Em-pregam várias dezenas de "leitores", osquais, cada sete minutos, passam o olharatravés de um número de linhas impressastao grande como para formar uni dicio-nano. Detem-se, apenas, para anotarpalavras-chaves, tais corro "escoteiros"queimadura de sol, papéis pintados, ani-mais de raça, máquinas de fabricar baiase, assim, centenas de outras mais Taisrecortes, executados em outro departa-mento, sao enviados aos assinantes quepagam quantia módica para seu rece-ír^Zt', n geEa1' °S assinantes buscam5fes', Um homem que fabrique ouvenda para-raios, procura indivíduoscuja casa ou pomar tenha sido atingidopor um raio. As nossas dores de cabeçacom os encanamentos de água e gás, sãoenviados aos vendedores desses árticossãTw° qUe, ?s,furtos e arrombamentossao logo relatados aos fabricantes defechaduras de segurança e cofres de açoAs crônicas sociais, então, nem se fala.Sao fontes de rendosos negócios. Anuncia

TENHA UM FILHO E LOGO500 COMERCIANTES E VENDE-DORES SERÃO INFORMADOS. . .

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o leitor o seu noivado num jornal e locoreceberá um dilúvio de cartas ou cha-mados telefônicos de gente que nâoconhece nem nunca viu, todas dispostasa vender alguma coisa. Nos EstadosUnidos esse serviço atinge a um nívele a um valor inimagináveis. Um dosmais antigos, na América do Norte, é oEscritório de Recortes Allen, de SanFrancisco, fundado em 1888.E sabem quem ajudou Allen a iniciaro negocio? Foi seu primo, Sam, maisconhecido sob o nome de Mark Twain! Deinicio, esse negócio de recortes interessavamais a própria pessoa.

moi erg' por exemplo, recebeu, emiy^7, um caminhão de recortes de jornais,relatando seu admirável feito da travessiado Atlântico

Tambem os países estrangeiros se inte-ressam por saber o sentimento dos demaispovos. O governo chinês, por exemplo,coleciona opiniões editoriais a respeitoao .Japão, enquanto a Rússia paga bon'dinheiro para saber o que pensam osjornais do mundo inteiro, a respeitodos. , . Estados Unidos.

os casosE não devemos esquecersentimentais. Há um famoso jogador "de

base-ball', nos Estados Unidos que sódeseja receber recortes relativos ao quetaz certa artista de cinema. E o leitor?Também é assinante desses recortes? Epoderá confessar o que mais lhe interessadesse noticiário?

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ODE o espírito de um morto voltar einfluir sobre os vivos? Eis uma per-

turbadora pergunta, que já agora atingee divide a ciência!

Desde tempos imemoriais os vivosacreditaram em fantasmas. Nos séculosmais recentes, muitas das chamadas "vi-

sitações do Além" foram ex-plicadas por meio de cau-sas menos fantasiosas, taiscomo sonhos, alucinações,telepatia entre os espíritosde duas pessoas vivas, clari-vidência e fenômenos delevitação de objetos nas pro-ximidades de certas pessoassofrendo de severos distúr-bios psíquicos.

Tudo isso é explicável àluz da ciência dos nossosdias, inclusive a ciência relativamentenova da parapsicologia, a qual, por suavez, inclui, entre outras coisas, a já famosa"percepção extra-sensorial" ou ESP, con-forme é chamada particularmente.

Entretanto, observadores científicos,reconhecidamente cuidadosos e desapai-xonados — como os membros das Socie-

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dades Para Pesquisas Psíquicas, na In-glaterra e nos Estados Unidos, porexemplo — têm feito declarações em quereconhecem, embora com reservas, . oretorno de certos espíritos ou, pelo menos,rfenômenos que não podem ser explicadosde outra forma. Segundo esses relatórios,

(em circunstâncias altamenteespecializadas, os mortos po-dem comunicar com osvivos.

Um desses casos está cer-cado por uma autenticidadeaceitável e ocorreu recente-mente nos Estados Unidos,no Estado de Carolina doNorte. Foi êle testemunhadopor inúmeras pessoas e au-tenticado por documentosoficiais, existentes nos anais

da Justiça local. No entardecer do dia17 de setembro de 1921, James Chaffingfaleceu, sem que tal fato fosse aguardadopor qualquer de seus familiares, em suafazenda de gado, naquele Estado.

Chaffing era homem acima da meiaidade e pessoa altamente respeitada.Morreu no seu próprio leito, para o qual

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fora transportado, depois de sofrer umacidente com uma das máquinas de suapropriedade. Os médicos, logo chamados,nada puderam fazer para salvar-lhe a vida.

Quando a morte se aproximou, tornou-se evidente, para quantos se achavamcercando a cabeceira do agonizante, queChaffing se esforçava, desesperadamente,para dizer alguma coisa. Seus lábios seabriam, com esforço, e oinfeliz suava abundante-mente, o que não era devidoa qualquer dor, pois que lhefora administrada forte dosede anestesio. Mexia-se noleito e seus olhos procura-vam revelar o que os lábioseram impotentes para pro-nunciar;

Não adiantava colocar nasmãos do desgraçado lápis epapel, porquanto, em razãodos ferimentos que recebera,havia ficado com braços emãos paralisados.

Todos os presentes nota-ram, nessa ocasião, que todosos seus esforços eram vãose se afligiram com isso, aover a mágoa imensa que talimpossibilidade causava aomoribundo.

ram que Chaffing sempre tinha sido umhomem estranho, com a velha idéia rao-saica de justiça "olho por olho, dente pordente", enraizada no pensamento. Comofilho de um sacerdote "fundamentalista",vivera uma vida rigorosa e exemplar, deacordo com as suas idéias. Durante anos,sua austera figura, sempre vestida depreto, estivera, invariavelmente, presente

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Quando Chaffing, final- ?dfe »mmente, fechou os olhos parasempre, muitos de seus familiares ficaramassombrados porque, em seu testamento,datado de 1906 - quinze anos antesportanto _ deserdava a esposa, doisfilhos e uma filha. Nenhum deles, peloreferido documento, receberia sequer umcentavo! De todos os membros sobrevi-3C5 SUa fvmÜÍa (a viúva e «««trofilhos) apenas uifrfilho, Marshall Chaffineera....reconhecido herdeiro/ficando coma totalidade dos seus bens.

Os parentes assim deserdados, nadaintentaram no sentido de contestar odocumento. Mesmo porque, se tal coisativessem feito, fatalmente teria sido inútilporqu^to o testamento fora redigido emboa e devida forma, a fim de não deixarqualquer dúvida, tendo sido, aliás, prò-pnamente assinado pelo extinto e astestemunhas regulares Os vizinhos relata-

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nos serviços dominicais da igreja local.Sua leitura favorita fora sempre a volu-mosa Bíblia que herdara do pai.Conjeturaram os observadores que, poralguma razão, por ocasião da instituiçãodaquele documento em que deserdaratodos os membros de sua família (salvoum só), Chaffing estava extremamentezangado com tais pessoas em razão dealguma falta nas atitudes ou serviços quehavia atribuído a cada um deles. E, coma natureza, que todos conheciam, nãoesquecera essas faltas nem as perdoara.

Poucas semanas depois da morte deChaffing, os membros deserdados trataramde abandonar a casa da fazenda. Osegundo filho, que tudo ganhara, decidiu,igualmente, não viver no velho casarão,que não tardou a ficar vazio. Mas nãopensou em vender a propriedade.

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* ÊRCA de quatro anos depois da mortetf de Chaffing, o mais moço dos doisfilhos deserdados, James Chaffing Jr.,teve uma estranha visão de seu pai. Issoocorreu em algum dia de junho de 1925.

No meio da noite, James despertourepentinamente. Na frágil luz do seuquarto pôde* identificar imediatamentealguns objetos familiares — a escriva-ninha, o enorme guarda-roupa, num canto,as cadeiras... além das cortinas, que semoviam para a frente e para trás, im-pelidas pela brisa noturna.

Esse ponto é importante, pois istoprova que êle estava acordado e nãosonhando.

Sentado na própria cama, JamesChaffing Jr. viu surgir, então,^o espectrodo seu pai, vestindo-se irrepreensível-mente de preto, como fazia aos domingos,para se dirigir, à igreja, com a sobre-casaca e a capa longa e flutuante. Nãoera uma aparição vaga e sombreada, massingularmente nítida. Notou mesmo umagrande cicatriz que o pai sempre tiveranuma das mãos. Apenas o rosto estavahumilhado em sombra. .

Para ter a certeza de que não estavasonhando, James se pôs de pé e beliscouos próprios braços. Estava realmenteacordado. Parou a poucos passos dofantasma, que pareceu satisfeito ao veri-ficar que James estava acordado e atento.A seguir, abriu a pesada gola da velhasobreca*saca e apontou, sig-nificativamente, para umbolso interno... e secreto!

Quando o filho tentavadizer alguma coisa, o' fan-tasma desapareceu tão re-pentinamente como apare- wmcera.

Nem James Chaffing, nemos demais membros da fa-milia, sabiam da existênciadesse bolso secreto, pois opai era homem que falavapouco e tinha lá suas manias

Q.tfaxido ;« velho Chcsf-ing voltou,quatro anos depois d© sua morte-vestia tt mesma roupa com quf> fôrcftntorrado.. , Eíüào iêz tt iepen.ii-ia :'revelação tfâhxé o sé ti testamento:.

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que guardava para si mesmo. Nessamesma noite, James Chaffing Jr. nãopôde mais dormir, convencido de querecebera a visita do fantasma do própriopai. Porém, ao amanhecer, enfrentandojá agora a luz do dia, foi assaltado porfortes dúvidas. "Afinal, (segundo racio-cinou) os mortos não voltavam!" E de-cidiu nada contar, a quem quer que fosse,sobre o seu espantoso "sonho".

Quatro noites mais tarde, a apariçãoretornou. James teve a mesma convicçãode despertar, bruscamente, sentar nacama ver o pai abrir a gola da sobre-casaca... e apontar para o mesmo local,onde havia um bolso secreto!

Desta vez, porém, a visão era maisnítida, como se o espírito do pai nãoquisesse deixar dúvidas sobre a própriaidentidade na mente do filho. 0 rostodo fantasma estava claramente iluminado.Era, indiscutivelmente, o rosto de JamesChaffing Sênior. Os lábios se moviam,embora nenhum som deles saísse.

Logo no dia seguinte, embora temendoser ridicularizado, James foi relatar ofato a seu irmão mais velho, que tambémfora deserdado, pedindo sua opinião. Apósconsiderável discussão, os irmãos deci-diram submeter essas visões a um teste,obtendo a chave da casa abandonada,onde morrera o pai e indo examinar asroupas do seu uso pessoal, guardadas emvelhas arcas, no sótão.

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389 Ano N? 5 Outubro 1S54

Depois de retirada de uma delas avelha sobrecasaca, abriram a gola de sedapreta. Ali, exatamente no lugar que foraindicado pela "aparição'', encontraramrealmente um bolso secreto e, nele, umsimples apontamento, feito com a próprialetra do velho Chaffing e que dizia: —

paginasGênese,

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Após a morte do pai, et família abandonou a velhaChafling Jr. encontrou o verdadeiro testamento no sótão

"Leiam o Capítulo 17, da Gênese, naBíblia familiar."

A referida e velhíssima Bíblia também,se encontrava na mesma arca. Os doisirmãos a levaram para a mesa e trataram,antes de tudo de tirar-lhe a poeira. Mas,repentinamente, foram assaltados de pâ-nico pelo que poderiam descobrir ousentiram-se ridículos com o que faziam.A verdade foi que acabaram deixando avelha casa, um tanto apressadamente, semter aberto a Bíblia!

Nos dias que se seguiram, discutiramo assunto, examinando-o de todos osângulos possíveis. Poderia tratar-se deuma coincidência? Não... Que signifi-cava o capítulo da Gênese?

Convencidos de que não encontrariama tranqüilidade enquanto não esquecessemas duas espantosas visões ou seguissem asinstruções encontradas no bolso secretoda velha sobrecasaca do pai, foram contaros fatos a um vizinho, Thomas Brack-Welder, pedindo-lhe conselho. Que teriafeito, em igual situação?

/ — "Teria aberto imediatamente aBíblia!" — respondeu o vizinho.

Em 6 de Julho de 1925, levando consigoBlackwelder, os dois irmãos voltaram aosótão e abriram a Bíblia. Entre duas

contendo o Capítulo 1.7, daencontraram um envelope e,

dentro dele, uma carta e&-crita com a longa letra dovelho Chaffing, dirigida àfamília, e, apenso à ela, umsegundo testamento, comdata mais recente que ooutro documento, encontradologo após o seu falecimento!

No novo testamento, ab-solutamente legal e insus-peito, James Chaffing Sêniordividia todos os seus bensem partes iguais entre seusquatro filhos. Um item es-pecial apelava para o sen-timento de todos, a fim deque se juntassem e assinas-sem a responsabilidade de"amparar a viúva, por todosos meios materiais e morais,até à sua morte". Esse testa-mento, como o primeiro,

estava escrito com grande cuidado, devi-damente assinado pelo velho James eduas testemunhas, como o documentoanterior. Apresentado às autoridades com-petentes, foi considerado como o últimoe verdadeiro testamento de James ChaffingSênior!

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MA só conclusão pode ser extraída detodos esses acontecimentos. O sr.

Chaffing Sênior, após perdoar os mem-bros da família, que antes havia deser-dado por seus erros e faltas (reais ouimaginárias), fizera o segundo testamento,restaurando-os nos seus devidos direitose privilégios.

Nada revelou aos mesmos porque sentiatalvez que. ainda não tinham sido bastantepunidos — ou porque desejava que sepenitenciassem ainda mais. Colocou onovo testamento no interior da Bíblia,onde acreditava que nunca o encontra-riam, o que realmente aconteceu. Aúltima mensagem, dirigida à família(provavelmente explicando as razões

cesa. Jamesempoeirado.

¦¦¦¦¦'¦¦*.,. • I

N° 5 Outubro38? Ano -

porque confeccionara o

primeiro documento) foracolocada no bolso inte-rior da sobrecasaca, ondetalvez tivesse guardadooutros papéis importan-tes, no correr de sua vida.Acreditava, porém, que,tão logo morresse, o bolsosecreto seria descoberto,pois que estava protegidoapenas pela gola da sobre-casaca. Porém, tal nãç^aconteceu. Ninguém des-cobriu esse esconderijopara papéis de importan-cia.

Ao sentir que morria,Chaffing fêz desesperadosesforços para falar — mas iem vão. Que pertenderadizer? Explicar as razõesdo seu rancor anterior erevelar a existência e lo-calização do novo testa-mento? Esta é a mais pro-vável conclusão. Durante

>os primeiros anos de suamorte, seu espírito sofreuterrivelmente com o queagora considerava uma in-justiça. Afinal, passadosquatro anos, seu filho maismoço teve as duas visões,que lhe indicaram o ca-minjio do sótão e o en-contro do documento maisrecente.

OMO é possível expli-car essas aparições,

visões — ou qualquer ou-tro nome que se lhesqueira dar — a menos que

1954 37 EU SEI TUDO

AGO&AJAT/ZERAM^^ÇIT3) ARA «estalos» e arranhões da

pintura dos móveis, gela-deiras ou automóveis, já existeuma escova especial, que agecomo uma «caneta-tinteiro». Re-tira-se uma capa de matéria-plástica e a escova está prontapara ser usada, contendo umsuprimento de tinta em reser-vatório especial. São sete as

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WJ§iM_fB5mJ^cores, havendo ainda um su-primento de branco, que lhesdá o tom desejado.

A GORA já é possivel trans-* portar uma bicicleta em

qualquer dos tipos de auto-móvel e tanto na mala comonos assentos anteriores ou pos-teriores. Pesando apenas quinzequilos e bastante forte parasuportar um peso acima de~7l00quilo*s do ciclista, em apenasum minuto pode ser dobradapara formar um volume de48x40 centimetros e 24 de es-

pessura.

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o espírito de James Chaf •fing, atormentado pelaidéia de que cometera umgrave erro, conseguiu ga-nhar suficiente força, po-tencia ou energia para

"materializar-se"bastante — e em duas diferentes ocasiões— a fim de apontar o esconderij© nagola da sobrecasaca? Essa é a perguntaque deu dores de cabeça aos estudiosos

M novo afiador elétrico tantoafia como dá polimento e

brilho original às facas e outrosartigos de prata. A mesma roda

que dá o gume novo, também

pode ser usada para tirar aosmetais todas as manchas, res-tituindo-ihes a beleza e o brilhocom que saem das fábricas.

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^p OALHAS contendo numa dasextremidades uma pequena

peça de magneto, a qual podeficar presa a um canto da gela-deira, do fogão, do «Aquecedorou qualquer outra peça metálicada cozinha, da copa ou do ba-nheiro, sem necessidade de havercabide ou suporte especial.

;/'i-OVO acendedor para cha-

rutos acaba de ser intro-duzido nos automóveis, tendoum envelope protetor dos dedos,contra as possíveis queimaduras

Íe filamento em brasa e ainda

gindo como protetor, a fim dec^ue o filamento permaneça maistempo em brasa. Esse envelopeprotetor serve, também, comoum excelente depósito para ascinzas e fagulhas.

T t M eficiente recolhedor deH ferramentas de sua oficinaou automóvel acaba de ser in-ventado. Trata-se de poderosomagneto, do tamanho de um

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cigarro e que «encontra» e re-colhe correntes, parafusos, eoutras peças que tenham cor-rido para debaixo de um móvel

; ou do automóvel, tudo num abrire fechar de olhos e sem ne-cessidade de se aproximar omagneto mais que dois palmosda peça perdida. O magneto éajustado a uma vara metálica,leve e flexível.

desses fenômenos. Em geral, confessamhonestamente que não comprendem, masconcluem por aceitar a hipótese de queo espírito dos mortos, em circunstânciasespeciais e urgentes, podem retornar!

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,}8*? Ano N» S Outubro l_b4 39 EU SEI TUDO i

A FORÇA DE UM JURAMENTOPAUL FÈVAL

Dali por diante era impotente parareprimir o tumulto. Do oulro lado daporta, Aurora, mais morta do que viva,lamentava amargamente ter deixado oseu retiro. Dona Cru/ ria! Para a assustarera preciso qualquer coisa mais!... Soprouas velas que iluminavam o aposento, deforma que do salão não pudessem vera sua companheira.

Oliia! — disse, mostrando o buracoda fechadura.

A curiosidade çlc Aurora passara. Noentanto, espreitou.

Dona Cruz!... Dona Cruz!... Que-remos Dona Cruz! — gritavam no salão.

A cigana esboçou um sorriso ingênuoe orgulhoso.

Reclamam a minha presença! —murmurou.

Abanaram a porta. Aurora recuou viva-mente e dona Cruz, por sua vez, foiespreitar à fechadura.

A porta resiste! — disse Navailles.Eu ouvi falar... — acrescentou

Nocé.Uma alavanca! — pediu Navailles.Há melhor do que isso! — exclamou

Chaverny. — Uma serenata!Exatamente! Uma serenata com

copos, facas, garrafas e pratos! — disse

RESUMO DA PARTE IÁ PUBLICADA

foise

Estamos no vale do Luron, junto ao casteio deCaylus- iarrides. Para ali, em 1699, o marquês,viúvo, se retirara com sua filha Aurora. Poucodepois, Felipe de Lorena, duque de Nevers,repousar em suas terras, no Jurancon, ondeenamorou de Aurora, havendo quem murmurasseque aquele amor «avançara muito». Quatro anosdepois, Nevers já não habitava no Jurancon, porémoutro Felipe ali surgira: Felipe Polyvene de Mântua,príncipe de Gonzaga, com quem o marquês queriacasar a filha, pois Gonzaga era o único herdeiro deNevers, que era solteiro e possuía uma das maioresfortunas da França. Em uma tarde de outonode 1699, em uma estalagem próx ma ao castelo,Peyrolles, secretário de Gonzaga, com o fim deatacar e assassinar Nevers, dando, assim, ao prin-cipe, a fortuna de sua vítima. Entre os «bravos» seencontram Cocardasse e Passepoil, que tém umúnico ídolo na vida: o jovem cavalheiro Henriquede Lagardèie, o maior espadachim de França.Nesse dia, aparece, também, junto às muralhas, ocavalheiro Lagardère que, sendo recebido festiva-mente pelos espadachins, lhes comunica estar deviagem para o exílio, por»óm que, antes, pretendecruzar a espada com Nevers. Os bandidos dizemao cavalheiro o que vão fazer e propõem ajuda-loLagardère recusa indignado, expulsando-oslocal. Permanece, porém, junto às muralhas equando o secretário diz ao príncipe que «tuaoestava arranjado, mas quo não pudera apoderar-sedas folhas do registro do casamento, porque tinhamsido arrancadas, mas que, morto Nevers Gonzagadesposaria Aurora, ficando com toda a fortuna aoduque». Peyrolles então, julgando ser Lagardèreum dos caoangas, chama-o e lhe dá uma «senha»,mandando-o esperar junto à janela da muraina.Quando eles se retiram a janela se abre e surgeAurora que, julgando falar com Nevers, entrega aLagardère sua

"filha e o registro de casamento.

Pouco depois chega Nevers, a quem o cavalheiroinforma o que se, passa, prometendo ficar ao seulado. Trava-se a luta e Gonzaga, vendo as coisasmal paradas, ataca e mata Nevers, pelas costas,covardemente. Mas Lagardère foge com a criança,tendo antes ferido o príncipe numa das mãos.Passam-se os anos. Obrigada pelo pai, Auroradesposara Gonzaga. Êste abre um banco nos jardinsde seu palácio, e vende bancas para quem queiraespecular. Entre os compradores surge um cor-cunda - Êsopo, que compra a ultima banca querestava e vâ o príncipe contratar os serviços de

dove

Cocardasse e Passepoil, que ali apareceram. Gon-zaga havia pedido a reunião de um Conselho deFamília para, entre outras coisas, apresentar àAurora a sua filha, Aurora de Nevers. Para isso,Peyrolles havia arranjado uma jovem espanhola,a quem o príncipe convencera ser a filha deNevers. A espanhola, cujo nome era Flor, declarouque conhecera, na França, uma mocinha da suaidade chamada Aurora, e que a havia visto emParis, à rua do Chantre. Começada a reuniãoGonzaga, após hábil discurso, manda entrar Flor,que não é reconhecida por Aurora como sua filha.Para maior assombro de Gonzaga, Aurora anunciaque irá ao baile oferecido pelo Regente de França.Isto porque, uma voz misteriosa repetira a divisade Nevers — «Aqui estou» — e lhe prometeraapresentar-lhe a filha no baile. Terminada a reunião,Peyrolles informa ao príncipe que Lagardère estáem Paris, pois Faenza e Saldanha foram mortospelo «bote de Nevers». Quando Gonzaga ordenavaque Cocardasse e Passepoil fossem ao endereçode Aurora, fornecido, inocentemente, por Flor,surge o corcunda, que se prontifica a falsificar aassinatura de Lagardère num bilhete para Aurora.Faz mais: pede a Gonzaga um salvo-condutopara Lagardère, prometendo, assim, atrai-lo a umacilada Em casa, Aurora aguardava a chegada deseu amigo, tazendo anotações em seu «Diário»,onde' contava o que fora a sua vida, em compa-nhia de Henrique, desde que começara a terentendimento das coisas e até onde lhe permitiaa memória. Nesse diário conta, entre outras coisas,a viagem que havia feito com Henrique aos fossosde Caylus, quando lhe foi revelado que ali mesmoela nascera e que êle próprio a recebera dasmãos de sua genitora, numa noite trágica Terminaseu manuscrito apelando para essa mae desconfie-cida, para que, entim, aparecesse e que a amassee também a Henrique. Pouco depois, estando Auroraa sonhar com o seu amado protetor, surge Flor. aciaaninha. Como pôde descobrir onde Aurora morava?Um corcunda a guiara até ali! Conta a sua amigaaue dentro de duas horas seria princesa, beuverdadeiro nome era Nevers. Aurora estremece,mas a ciganinha conta-lhe a revelação que ouvirado sr de Gonzaga (o que mais assusta Aurora,porque esse nome estava ligado a certa aventurasofrida por Lagardère, em Pamplona). Depois ded. Cruz, surgem dois emissários com caixas contendovestidos belíssimos e prendas adoráveis. Acompa-Saia tudo isso uma carta com a letra de Henrique,convidando-a a vestir-se, íazer-se bela e acompanharos dois pajens que a esperavam, embaixo, com duas

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EU SEI TUDO iii

Oriol, olhando para a sua iSiiveiie, queentão dormitava.

0 marquesinho é encantador! —murmurou a ciganinha.

Qual é deles? — perguntou Aurora,aproximando-se da porta.

Não vejo o corcunda — comentoudona Cruz, em vez de responder.

Está aí? — perguntou Chaverny.Aurora, que espreitava nesse momento,

fazia esforços para reconhecer o seuapaixonado da Calle Real, em Madrid;porém, era tão grande a confusão, quenão conseguiu.

;-— Qual é deles? — repetiu.O mais embriagado de todos —

respondeu-lhe a amiga.Estamos prontos! — disse o coro

dos executantés.Quem canta? — perguntaram.Chaverny!... Chaverny!

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li u marque*, empurrado dé líiáo emnião, loi arremessado de encontro à porta.Aurora reconheceu-o nesse momento erecuou violentamente.

Chaverny reclamou silêncio, num gestoavinhado. Todos se. calaram.

Senhoras e senhores: antes de maisnada, quero explicar a minha posição...

Houve unia tempestade de protestos.. . .E por que razão desejo explicá-Ja

—prosseguiu Chaverny, eom a teimosiaque dá a embriagues - porque a moral. . .

Abaixo a moral!...e as circunstâncias....

Abaixo as circunstâncias!•

Se nãò queres can lar, recita versosde qualquer tragédia! — disse Na vai lies .*

Houve violentos protestos.Se cantãrès, deixar-te-émos explicai

a tua posição... — alvitrou Nàvãillès.

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liteiras, sendo uma para ela própria e outra paraci. Cruz. Enquanto se veste, cnegam dois perso-nagens, Cocardasse e Passepoil, que encontramalguma resistência da parte ae Berricncn e suarnae, que serviam a Lagardère. Mas, dominam asituação, emoorá de algum lugar, na saia, umrosto os fitasse, um rosto muito pálido, o ao corcunaa.Este ines laia como se iosse o patrão e, apesarde tudo, eles obedecem, conduzindo Aurora ate aliteira, que parte para o palácio do príncipe, undetodos se espantam porque noras a ho o regenieiaz esperar as maiores hguras do remo, pata receoersecretamente o corcunda, que lhe diz ser enviaao porLagardère e conia como ocorreu o assassinato aeNevers. A seguir, solicita e consegue ao regenteum saivo-conauto, prometendo levar a palácio, na-quela noite, o próprio Lagardère, o vingador aeNevers. Mais tarae, todo de negro, o corcunaa seintromete numa bnínante roda de íiaalgos, aos quaisimpressiona com relatos que a toaos assomora,parecendo connecer a vida de todos eles e suasligações com o íalecido duque de Nevers. Peyroiiescorre a prevenir Gonzaga do que discursava ocorcunda, porem o príncipe íica cu iinge íicarsatisfeito, aeciarando que o aleijado apenas oajudava, propurcionando-ine o ensejo de

* apanhar

Lagardère e apresenta-lo ao iegente e à viúva deNevers como o assassino do duque. A êsse tempo,no jardim ao palácio, o grupo de loucos, íormadopor Oriol, Noce, Girone, Ghoysi, Navaiiies e Cha-verny descoonra o lindo dominó guardado porCocardasse^ e Passepoil e decidira rapiar a belacriatura. Já conseguiam o que desejavam quandoum dominó alto, vestido de negro, surgiu e, numrelance, desbaratou os atacantes, desaparendo comAurora antes de que surgissem, os guardas. Poucodepois, no saião, Gonzaga estando entre seuscomparsas, tendo ao lado a princesa de Gonzaga,que íôra a viuva de Nevers, ouve junto de si umavoz anunciar: Aqui estou. £ra Lagardère, queafastando-se do grupo aperta-lhe o punho e, apon-tando para a cicatriz na palma da mão de seuinimigo, diz: — «Fui eu quem iêz isto. Nevers serávingado». A seguir, volta ao encontro da princesa,a quem relata toda a longa aventura, desde o dramados fossos de Caylus. Não se entendem, porém, eLagardère receia que a mãe de Aurora não sejasincera. Promete-lhe, porém, entregar Aurora, nocorrer da íesta do regente. De fato, a viúva deNevers pretendia prender Lagardère e recuperar aíüha e, para isso, todas as luzes do jardim logose apagam e Cocardasse e Passepoil ouvem a guardaconfabular sobre o cerco e prisão do seu ídolo.

Mas o próprio Lagardère surge das sombras eentrega Aurora aos dois espadacnins, ordenando-lhesque a le-^em a determinada sala do palácio e aentreguem ao regenie «em nome do CavalheiroLagardère». Pouco depois, sessenta homens cercame prendem Lagardère. infelizmente, os guardas aeGonzaga se apoderam de Aurora, ames desta serentregue onde devia. Lagardère é levado à pre-sença do Regente e aa princesa de Gonzaga. Aprincesa, nao tendo recebido a filha, ataca ocavalheiro e êsie é obrigado a entregar a espadaao regente. Ao retirar-se, porque tinha o salvo-conduto, é interceptado por Gonzaga que aponta-oao reaente como o matador ae Nevers, Este sedefende e pouco depois espera-c fora da saia e dizque Aurora já está em seu poder.. e também os

provando sua identidade. Lcdocumentos .ggarqereri,

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consegue escapulir ao cerco aos homens de Gonzagae desaparece no jardim do palácio. Ouvem-se gritose a guarda sob soldo de Gonzaga vem anunciarque matou Lagardère. Quando o vão mostrar, porém,o corpo desapareceu e surge o corcunda vangio-riando-se de haver atraido o cavalheiro... Este íôralevado para ser atirado ao rio. Horas depois, ocorcunda ferido, pois era o próprio Lagardère, cuidade suas chagas. No dia seguinte, recedendo seushomens no seu escritório, Gonzaga e surpreendidopor uma pedra atirada do jardim e que vem caira seus pés. Era uma lista dos antigos cúmplicesmatadores de Nevers, e agora acrescida com o seupróprio nome. Lntão, Lagardère estava vivo... ouseria algum cúmplice, para amedrontarCocardasse e Passepoil, porém, ganhamNa mesma tarde, realiza-se o leilãopromovido pelo regente, e o corcundadinheiro, emprestando as costas comoassinatura dos cheques. Ah ouve Gonzaga afirmaraos cortesãos que se Lagardère náo estivessemorto, todos, êle e seus amigos, correriam perigoe a seguir dá a entender que se livrará de Aurorade Nevers, casando-a com o único do seu grupo aoqual no fundo também temia: Chaverny. Logo oCorcunda faz um pedido ao prineipe de Gonzaga.Quer ser convidado para a ceia que o prineipeoferecerá na mesma noite, ceia que tem por íimconcretizar um plano diabólico, que o poria, deuma vez, livre de Aurora e de Chaverny, em quemnão confiava muito, casando um com o outro.Pouco depois, Passepoil e Cocardasse, interrogados,confirmam a morte de Lagardère. Mal acabam a«narrativa» uma pedra, atirada do jardim, entrapela janela, contendo um aviso... de Lagardère,de que, aquela noite, estaria presente à ceia!

o prineipe?esperanças,de títulos,ganha bommesa para

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perguntou Gháyerny— Juram?muito a sério.

Juramos!. . . Juramos!. . .

Nesse caso, deixem-me explicar pri-meiro a minha posição, o que nfio levarámuito tempo, porque ela é bem clara.São conheço a minha noiva, porlanlo,não a posso detestar, e como gosto detodas as mulheres, èm geral, é um rasa-mento de incliriac ào!

Vinte vozes principiaram a pedir paraele cantar. Chaverny, cm voz rouca,iez-thes a vontade.

Entrétaato, Aurora, no boudoir, eomo rõstõ oculto enlre as mãos, dizia emmoz alterada :

Si n to frio. . [.im frio que me vaiMt.ê ao fiin do da alma, A idéia de qurme querem entregar semelhante homem...

Ora! •<--- disse dona Cruz. — Kume encarrego de o tornar manso comoun: cordeirlnho. Nao o achas interessante?

-- Vamos! Leva-me! Quero passar oresto da noite em oração!

Aurora vacilou. Dona Cruz amparou-a.A ciganinha era o melhor coração destemundo, no entanto, nao compartilhavados escrúpulos da amiga. Aquilo eraParis, tal qual ela sonhara!

Vamos! — disse, enquanto Chaverny,aproveitando um curto silencio, pediaa chorar que o deixassem explicar asua posição. Ao descer a escada, donaCruz recomendou:

Minha querida irmãzinha, ganhemostempo. Finge obedecer. Se necessáriofosse, casava eu com êle!

Ern capaz de fazer uma coisa dessaspor mim? - - exclamou Aurora, num gestode gratidão.

— Mas, evidentemente! Vamos, reza, seisso te dá alguma consolação. Logo quepossa, virei ver-te.

E a ciganinha tornou a subir a escada,muito contente, com a sua taça de cham-panha na mão. Ao chegar à porta do [boudoir, deteve-se. Nesse momento, Lha-verny, indignado, perguntava se tinhamou não prometido deixá-lo explicar »

$iia posição.

<j HO SEI TUDO

Dona Ciuz aproveitou essa ocasião paraabrir a porta, surgindo no limiar, sorri-

; dente e alegre, erguendo a taça à alturada cabeça.

Ouviu-se um tremendo aplauso.Então, senhores — disse, estendendo

a taça vazia. — Julgam estar a fazermuito barulho?

Pelo menos, temos diligenciado...— disse Oriol.

Pois digo-lhes que mal se ouvem pordetrás desta porta!

Realmente? — exclamaram os nossosestouvados com humildade, pois julga-vam-se capazes de acordar Paris.

Chaverny contemplava dona Cruz comadmiração.

Deliciosa! — exclamou. — Ado-ravel !

Vamos, meus senhores ~~¦ prosseguiudona Cruz — é preciso que Monsenhornão nos encontre a dormir! k saúde,lo marquês de Chaverny! O seu copo,marquês!

P.sie estendeu o copo e soltou um

profundo suspiro.Cuidado! Êle vai explicar-nos a sua

posição!A todos, não! — resplicou Chaverny.

— Quero apenas, como auditório, a

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— Vou pedir demissão e arranjar outro

emprego onde possa achar um sujeitomm dinheim.

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Eü SEI TUDO

encantadora dona Cruz. Os senhores nãosão dignos de me comprender!

E no entanto é bem simples —interrompeu Nivelle — a sua posição èa de um homem embriagado!

Todos soltaram uma gargalhada.Há aqui alguém que ouse rir-se de

mim? — perguntou o marquês. — DonaCruz, eu não estou a brincar: aqui, re-presenta uma estrela do céu, perdidapor entre simples luzes!

Ouviu-se um formidável protesto doelemento feminino.

—-Ah! — prosseguiu o mariMies.Voltando ainda à minha posição . .

Sei-a na ponta da língua — inter-— Vai casar com uma

42 38'» Ano •- Ni b Outubro 1954

rompeu a cigana. —mulher encantadora.

Encantadora? —em coro.

Encantadora —

interrogaram todos.

repetiu doria Cruz

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jovem, espirituosa, meiga...Ah! — interrompeu o marquês. -

Se fosse contigo, minha adorável amiga'Dona Cruz encheu-lbe o copo.-— Meus senhores — disse Chaverny

antes de beber — dona Cruz acaba deesclarecer a minha posição: eu n~\opoderia fazer melhor. í: uma posiçãoromanesca.. *

Beba! — disse a cigana a rir.Dê-me licença... há muito tempo

que tenho uma idéia. ..—- Vejamos a idéia de Chaverny!O marquês ergueu-se e tomou pose (]v

orador.Meus senhores — principiou — há

aqui vários lugares vazios. Este pertencea meu primo de Gonzaga... aquele aocorcunda; ambos já estiveram ocupados,mas. . . este outro?

E designava uma cadeira colocadaprecisamente em frente da de Gonzaga,onde, com efeito, áe^âe o princípio daceia, ninguém se sentara.

Ora, aqui está a minha idéia —orosseguiu Chaverny — quero que estelugar seja ocupado pela minha noiva.

—" Ê justo!..;Muito bem!...Desta vez a idéia de Chaverny é

razoável!Estas exclamações partiam de toda

a parte.

Dona Cruz procurou pegar no braçodo marquês, mas coisa alguma dêslemundo era capaz de o distrair.

Beba e cale-se! — segredou-lhe acigana, ao ouvido.

Bebo. meu astro divino, Deus étestemunha de que beberei, porém..;não posso calar-me! A minha idéia éabsolutamente justa. Peço apenas a minhanoiva, porque... escutem-rne!. . .

Escutem!... Parece a eloqüênciapersonificada! — disse a formosa Nivelle,qne despertara nesse momento.

O marquês bateu com a mão em cimada mesa e gritou:

Acho urn absurdo deixar aquelelugar vazio!. . .

Magnífico!; . . Bravo!. . . — aplaudiaa assistência.

O marquês fazia esforços extraordiná-rios para seguir o seu próprio pensamento.

Acho absurdo deixar um lugar vazio.a nâo ser que se espere por alguém!

No momento em que uma salva depalmas ia acolher esta inteligente con-clusão, Gonzaga apareceu na porta dagaleria e disse:

Sim, meu primo, esperamos alguém!

VI

UM PÊSSEGO E UM RAMO DE FLORES

O rosto do príncipe de Gonzaga pareceua todos severo e até preocupado. Colo-caram-se os copos cm cima da mesa eos sorrisos desapareceram.

Primo — disse Chaverny, deixando-se cair na cadeira — estava à sua espera...preciso falar-lhe acerca da minha posição.

Gonzaga aproximou-se da mesa e tirou-lhe das mãos o copo que êle eslava prestesa levar aos lábios.

Nâo bebas mais! — disse-lhe, emtom seco.

Essa é boa! — protestou o marquês.Gonzaga atirou o copo pela janela e

repetiu:Não bebas mais!

Chaverny olhava para êle com os olhosmuito abertos. No rosto dos convivas,as belas cores de uma embriagues nas-cente deram lugar a uma palidez intensa.'Havia um pensamento que fora afasfadn

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38* Ano — Nv b — Outubro — 1954

desde o começo da festa, mas que voltavaagora a pairar na atmosfera.

Era o aspecto preocupado qne o prin-cipe de Gonzaga trazia... Peyrolles pro-curou deslizar até junto do amo, masdona Cruz, notandò-o, antccipou-se-lhe.

— Uma palavra, por favor, monsenhor— disse ela.

Gonzaga beijou-lhe a mão e afastou-seum pouco.

Oriol — disse Nivelle. — Logo queo príncipe termine a sua conferênciacom dona Cruz, vá dizer-lhe que queremosmúsica.

Mas... — tentou objetar Oriol.Cale-se! .Tá disse què há-de rir!

43 EU SEI TUDO

O príncipe ainda não terminara aconversa e à medida que o silencio seprolongava, a impressão de tristeza ede preocupação iornava-se mais evidente.

Por fim, Gonzaga beijou de novo amão de dona Cruz.

Tem confiança em mim? -- per-guntou êle, em voz paternal.

Evidentemente, monsenhor — res-pondeu a cigana, cujo olhar estava cheiode súplicas. —¦ Mas ela é a minha únicaamiga, a minha irmã!

Não sei recusar-lhe coisa alguma,minha fillia. Daqui a uma hora, haja oque houver, será posta em liberdade!

Mas isso é verdade, monsenhor? —exclamou dona Cruz, radiante. — Permi-ta-me que lhe vá anunciar essa grandefelicidade.

Agora, não. Fique... .Tá lhe deuparte do meu desejo9

Do casamento? Sim, mas ela pareceter certa repugnância...

Monsenhor — balbuciou Oriol, aquem um sinal imperioso da irrequietaNivelle pusera em movimento — perdoe-me se venho incomodá-lo, mas as senho-ras pedem que se mandem chamar osmúsicos.

Deixe-me! — disse Gonzaga, afãs-tando-o com a mão.

Gonzaga prosseguiu apertando nas suasas mãos de dona Cruz

Digo-lhe apenas isto: quis salvar aquelea quero ela ama!

Monsenhor! — exclamou a cigana.— Por que não me explica a razão dautilidade desse casamento para o cava-lheiro de Lagardère? Eu transmitiria todasas suas palavras h pobre Aurora.

Nada mais posso acrescentar à minhaafirmação — interrompeu Gonzaga. —Supõe que sou senhor dos aconteci-mentos? Em todo o caso, prometo-lhe quenão haverá constrangimento. . .

O príncipe quis afastar-se, mas donaCruz reteve-o ainda, dizendo:

—• Permita-me que volte para juntodela. As suas reticências causam-memedo.

Nesle momento, preciso de si —respondeu Gonzaga. — Vão pronunciar-se aqui palavras que nenhuma destassenhoras deverá ouvir.

E eu, ouvi-las-ei?Não. Essas palavras não se referem

à sua amiga. Está em sua casa, cumpraos seus deveres: leve-as para o salãode Marte.

Estou pronta a obedecer, monsenhor!Gonzaga agradeceu-lhe e voltou para

junto da mesa. Todos procuravam ler-lheno rosto. O príncipe fêz sinal a Nivelle,que se aproximou.

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eu se* rôboAquela criança - disse, indicando

a cigana, que se encontrava pensativa, nooutro extremo da sala — precisa de^distração, Faça o possível para cia nãoprestar atenção ao que se vai passar.

Expulsa-nos, monsenhor?-— Depois tornarão a ser chamadas. Há

no salão uma pequena coberlha de casa-raento. . .

Compreendo, monsenhor. Mas, dis-pensa-nos Ori oi?

Não. Vao-se embora!Minhas amigas — anunciou Nivelle.

Dona Cruz vai mostrar-nos a corbelha...Todas se ergueram ao mesmo tempo

e entraram, precedidas pela cigana, nopequeno salão de Marie, que era fronteiroao boudoir onde já vimos as duas amigas.Havia ali, de fât& unia pequena corbelhaque tôdáis rodearam.

Gonzaga Olhou para Peyrolles de furmasignificativa e este, logo que elas desapa-réceram, foi fechar-a porta. Mal o fac-ioíum .d.o principe a fechou, dona Cru/aproximou-se de novo da porra, masNivelle correu para ela e afastou-a.levando-a pela mão.

Cumpre-lhe mostrar-nos isto... —1disse-lhe,

44 38» Àbo ~ N» 5 Outubro I9M

Ijtátá -

Mi "J: ' z.- : No salão encontravam-se agora apenasos homens. Gonzaga tomou lugar no meiodeles, enquanto reinava o mais profundosilêncio, silêncio que conseguiu despertarChaverny.

Recordo-me — disse este, como sefalasse para consigo — de ter visto duascriaturas encantadoras no jardim. Eu vourealmente casar com uma delas ou... ésonho? Palavra que não sei. . . Primo! —exclamou, interrompendo-se bruscamente.— Está aqui uma atmosfera lügíibre, vouter cora as senhoras. . .

Fica! — ordenou Gonzaga.Depois, passeando o olhar pela assis-

tencia:Conservara todo o sangue frio, meus

senhores?Todos responderam afirmativamente.

Mas olha que fôste tu, meu primo,quem nos fêz beber! — exclamou Cha-vem v .

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É tinha razão. A palavra sangue friotinha, naquele momento, para Gonzaga,uma significação puramente relativa. Que-ria cabeças escaldantes, mas braços firmes.Exceto Chaverny, todos correspondiam aoseu desejo.

Gonzaga já olhara para o marquês me-neando a cabeça com ar descontente.Consultou o relógio e prosseguiu:

Temos exatamente meia hora paraconversar. Basta de loucuras: falo parati, marquês!

Este, no momento em que Gonzaga lheordenara que ficasse, sentará-se nâo na•adeira, mas em cima da me^a.

Não se preocupe comigo, primo —disse êle, com aquela gravidade peculiaraos embriagados — e oxalá que não estejaaqui ninguém mais alegre do que euPara m\m} existe apexiás uma coisa queme preocupa: a minha posição..

Meus senhores «~ •- inter rom péu Gonzaga ~ - se fôr necessário passaremos seméJe. Neste momento há uma jovem quenos incomoda... que nos incomoda,perceberam?. . . incomoda-nos d Iodos,porque os nossos interesses estão dora'vante mais estreitamente unidos do quesupõem. Pode dizer-se que o meu destinoserá o vosso, pois tomei as medidas ne-cessárias para que o laço que nos uneseja uma forte cadeia... Ora, essarapariga...

Visto que as circunstâncias parecemagravar-se — dis-se Navailles — temos odireito de procurar a luz. Essa jovemraptada ontem pelos vossos homens é amesma de que falava em casa do senhorRegente?

A que o cavalheiro de Lagardèreprometera conduzir ao Palácio Real? —acrescentou Choysi. '

Mademoiselle de Nevers? — concluiuNocé.

O rosto de Chaverny modificou-se.Ouviram-no repetir muito baixinho e comestranha acentuação:

Mademoiselle de Nevers!Gonzaga franziu o sobrolho, e com um

movimento de cólera, perguntou:Que lhes interessa o nome? Inco-

moda-nos e deve ser afastada do nossocaminho!

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iluúsc um pequeno silêncio. U marquêspegou no copo, mas tornou a colocá-loi m cima da mesa, sem lhe locar. Gon-zaga prosseguiu:

Tenho horror ao sangue, meusamigos, jamais gostei da espada. Porconseguinte, não quero o emprego dearmas, prefiro a doçura. Chaverny, vougastar cinqüenta mil escudos e as des-pesas da tua viagem, para conservar apaz da minha consciência...

É caro... — resmungou Peyrolles.Não compreendo — disse o marquês.Vais compreender. Dou uma opor-

Umidade a essa linda rapariga...É, realmente, mademoiselle de Ne-

vers? — perguntou Chaverny, tornandoa pegar maquinalmente no copo.

- Se tu lhe agradares. .. — principiouGonzaga, ém vez de responder.

Quanto a isso — interrompeuChaverny, bebendo — pode ter a cer-tezã. . .

Melhor! Nesse caso, casará contigode vontade.

Nem doutra forma eu ò quereria! —protestou Chaverny.

Nem eu! — disse Gonzaga, comum sorriso equívoco. — Uma vez casado,levas tua mulher para qualquer provínciamuito distante e fazes durar eternamentea lua-de-mel, a não ser que prefirasregressar sozinho dentro de um prazorazoável.. .

E se ela recusar? — perguntou omarquês.

Se ela recusar, a minha consciênciade coisa alguma me acusará... serálivre !

Gonzaga baixou os olhos, contra von-tade, ao pronunciar as últimas palavras.

Ora, disse há pouco, meu primo,que ela só tinha uma oportunidade! —murmurou Chaverny. — Se aceitar aminha mão, viverá; se recusar, será livre!Agora é que eu não percebo!

É porque estás embriagado — re-plicou Gonzaga, secamente.

Os outros guardavam um profundosilêncio. Sob aqueles lustres cintilantesque iluminavam as lindas pinturas doteto e das paredes, por entre as garrafasvazias e as flores murchas pairava umasinistra impressão.

GÜ è>£) íúdO

De lempos a tempos, ouviam-se garga-lhadas femininas no salão vizinho. Aqueleriso fazia mal e só Gonzaga conservavaa cabeça erguida e um sorriso nos lábios.

Quanto aos senhores — disse opríncipe — tenho a certeza de que mecompreenderam.

Ninguém respondeu, nem mesmo oendurecido Peyrolles.

No entanto, torna-se necessária umaexplicação — prosseguiu o príncipe —que será curta, pois já não temos muitotempo. Analisemos primeiro o axiomada situação: a existência dessa jovemarruina-nos por completo. Não tomemesses ares céticos... é assim mesmo! Seamanhã eu perdesse a herança de Nevers,depois de amanhã teríamos que nos pôrern fuga!

— Nós?! — exclamaram de todos oslados.

Sim. . retorquiu Gonzaga.Todos, sem exceção. Não se trata dosantigos pecados... 0 príncipe de Gon-zaga seguiu a moda: tem livros comoo mais insignificante mercador e osvossos nomes estão todos inscritos nesseslivros! Peyrolles é úm perito nessascoisas! A minha falência seria a vossaperda completa!

Todos os olhares se dirigiram paraPeyrolles, que não se moveu.

— Além disso — prosseguiu o príncipe depois do que se passou ontem...

Mas, nada de ameaças!... Tenham juízo!..»Estão ligados a mim sòlidamente e hão

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de seguir-me na adversidade, como com-panheiros fiéis. Trata-se apenas de saberse têm pressa de me dar essa prova dededicação!

Ainda desta vez ninguém respondeu.O sorriso de Gonzaga tornou-se aberta-mente mais irônico.

Vejo que me compreendem... Seique posso contar com a vossa inteligência.A jovem está iivre... disse e repito...poderá sair daqui e ir para onde quiser.Isto admira-os, meus senhores?

Todos os olhares, estupefatos, o inter-rogavam. Ghãverny bebia lentamente ecom ar sombrio. Houve ura longo silêncio.Pela primeira vez, Gonzaga encheu o seucopo e os dos seus amigos .

Já tenho dito muita vez — prós-seguiu, em tom ligeiro — que os bonscostumes, as boas maneiras, a melhorpoesia, os mais deliciosos perfumes, tudoisso nos vem de Itália. .. Ora, eu voucontar-lhes uma pequena anedota daminha mocidade... dos doces anos quepassaram e não voltam mais!...

"O conde Aníbal Ganozza, dos príncipesde Amalfi, era meu primo, um rapazencantador e rico... muito rico! Cal-culem: tinha quatro castelos, umas vinteherdades, dois palácios em Florença, doisem Milão, dois em Roma e a célebrebaixela em ouro dos cardeais Aliaria,nossos venerandos tios.

"Eli era o único e direto herdeiro demeu primo, mas êle tinha apenas vintee sete anos e prometia viver um século.Tinha uma saúde de ferro. Os meusamigos estão com frio?... Bebam, peço-lhes, verão que faz bem.. .

Todos obedeceram... depois, sentiram-se melhor. ..

— Uma tarde — prosseguiu Gonzaga

JB* Ano N* S -- Outubro - Í9Í>4

— convidei meu primo Ganozza parame ir visitar a Spoleto, um lugar encan-tador! Passamos a tarde no terraço,aspirando a brisa perfumada e conver-sando, creio, acerca da imortalidade daalma. Ganozza deixou-me fresco e bemdisposto. Estava uma linda noite de luar.Parece-me estar ainda a vê-lo subir paraa sua carruagem... Conforme vêem, eralivre... absolutamente livre, podia irpara onde quisesse: parn um baile, urna

ceia, para unia entrevista de amor...ou podia ficar!

0 príncipe terminou a sua taça. Ecomo todos os olhos o interrogavam,concluiu:

O conde, mèu primo, usou da últimaliberdade: ficou!

Um movimento convulsivo agitou osconvivas. Ghãverny apertou convulsivaméiife a sua taça.

Gonzaga tirou um pêssego de umacorbelha e atirou-lho. O pêssego foi cairnos joelhos '' \ marquês.

Estuda a Itália, primo! — disseGonzaga.

Depois, continuou:Ghãverny está demasiadamente em-

briagado para me compreender e talvezisso seja preferível; mas... estudem aItália, meus senhores!

E, enquanto falava, atirava com pêssegosem volta. Gada conviva tinha um.

Em tom breve e seco, prosseguiu:Esqüecía-me mencionar esta cir-

cunstância insignificante: antes de medeixar, o conde Anibal Ganozza, meuprimo, compartilhara um pêssego comigo!

Todos largaram precipitadamente osfrutos. Gonzaga tornou a encher o copoe Ghãverny fêz o mesmo.

Estudem a Itália! — repetiu o prin-cipe, pela terceira vez — só ali é quese sabe viver. Há mais de cem anos queninguém se serve do estilete... Para queempregar a violência?... Por exemplo:em Itália, quer-se afastar uma jovem queé um obstáculo no nosso caminho...conforme agora neste caso... escolhe-seum rapaz que queira casar com ela e aleve para muito longe. Muito bem: istoé ainda o nosso caso... se ela aceitar,está tudo dito! Mas se recusar... e temtodo o direito. . . em Itália, tal como aqui,inclinamo-nos profundamente, pedindodesculpa da nossa liberdade, reconduziam-Ia com galanteria também. . . pedimos-lhepara aceitar um ramo de flores...

E dizendo isto, o príncipe pegou numramo de flores naturais que estava emcima da mesa.

(Continua no próximo número)

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38*? Ano |fo 5 — Outubro 1954 47 EU SEI TODO 1

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Divertido? — volveu êle, com voz 1

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0 carro a trepidar sobe pela encosta dacolina, Cm cuja rodovia alas de escuros

ciprestes projetam suas sombras espessasna estrada poeirenta.

0 sol alveja os quatro excursionistas,com seus raios quentes atravessando-lhesas leves roupas de verão. Em carroaberto para gozar das belezas da pai-sagem, os quatro turistas sentiam o suormolhar-lhes o rosto. Mas a viagem prós-seguia desafiando o calor, a poeira e oaspecto selvagem da região, e o belo autocinzento, de capota arriada, subia osdeclives vencendo a estrada ladeirosa.

Patrick Bowen, refestelado com suaesposa no assento traseiro, endireitou-sesubitamente e olhou interessado parabelo edifício todo branco erguido sobreum terraço que ficava mais além e emlugar alto.

Inclinou-se mais à frente e bateu leve-mente no ombro do homem que guiava,falaiuio com voz que denotava sua sur-presa e admiração:

Eu não sabia que estávamos aqui.Para onde nos estamos dirigindo, Edward?Pensei que fosse para...

"San Paolo" — respondeu a mulherque ia à frente. Sua voz baixa e concisasoava como se estivesse a sorrir. Econtinuou: Reservamos cômodos no hotel"San Paolo", Patrick. Penseique fosse bastante divertido. ContoNão acha você? HILARY

áspera, de quem fica zangado.Anne, sua mulher, olhou-o rapidamente,

o que o fêz dizer com voz diferente, eminflexão artificial:

Oh! sim, eu supus isso. É justo queeu pensasse que nossa próxima paradafosse na costa.

Edward Walter disse secamente, semtirar os olhos da estrada lá no alto:

Com Rosamond você nunca sabeexatamente para onde vai. É uma desuas especialidades atraentes. Não pensaassim, Patrick?

Mais uma vez, Anne viu, pelos olhosnegros do marido, que êste não gostara.Na verdade, Patrick nada respondeu,voltando a recostar-se no assento, pas-sando a olhar com viva curiosidade asérie de montanhas de um lado e outroda estrada.

Anne se mexeu um pouco ao lado domarido, admirada de que eles estivessemassim tão hostis.

Sempre que os quatro deixavam aInglaterra para gozar férias em taisexcursões, Anne notava conversações àmeia voz entre Patrick e os outros dois.E quando ela se intrometia naquelaconversa cochichada com algum palpite,seguia-se silêncio que denunciava da partedos outros impaciência ou embaraço.

Anne falou, então, sem di-

por rigir-se especialmente a qual-WILD Quer deles:

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olhadelaainda a

algumasnão fará

EU SEI TUDO

Penso que seria excelente idéiadeixar todo o programa a vocês dois, demaneira que não se soubesse nunca qualo próximo lugar para onde nos estávamosdirigindo.

Fêz-se ligeiro silêncio. Patrick lançou-lhe um olhar severo, enquanto Edwardpareceu não ter ouvido nada. FoiRosamond quem, passados alguns instan-tes, voltou-se em seu assento, colocandoo cotovelo no encosto de couro e rindopara Anne, lhe disse:

Folgo muito que você pense assim.Eu estava receosa de que Patrick nãoestivesse bem a par do plano, depois detudo. Pareceu-me até que êle estivessecontrariado, quando eu lhe disse queíamos para este hotel especial.

Lançando a Patrick umarápida, ajuntou suavemehte esorrir:

Podemos fazer isso maisvezes, e suponho que vocênenhuma objeção.

"San Paolo" é uma delícia paramim — respondeu Patrick, com inflexãosubitamente alegre. — Estamos em suasmãos, Rosamond. Não tenho nenhummotivo de queixa.

Sua voz fazia crer que já não sentianenhuma parcela do seu mau humormomentâneo de minutos antes.

Anne começou a imaginar coisas. Nãohavia nada errado entre eles; mas opensamento de Anne começou a trabalharnuma direção de suspeitas e ela estavainquieta em relação a Rosamond. Consigomesmo conversava, achando que Patrickse transformava quando Rosamond eEdward estavam em sua companhia.Começou a alimentar suspeições a pontode seus pensamentos atingirem um estadode alarma. Olhava para a paisagem semvê-ia e amarrotou o lenço em suas mãosaté convertê-lo numa pequenina bola.Patrick e Rosamond. . .

Ela devia deixar de lado Patrick eRosamond por enquanto. Precisava liber-tar-se de tais suspeitas e dedicar-se total-mente ao seu casamento, esquecendo ounão tomando conhecimento do que hou-vesse sucedido antes dele. E, mesmo quemergulhasse no passado, que isso lhetrouxesse apenas sensação de triunfo.

48 38* Ano — N? 5 — Outubro — 1954

Além de tudo, fora ela quem se casaracom Patrick, não Rosamond. A elacoubera o prêmio pela vitória de umcasamento que Rosamond desejara, masnão obtivera.

Mas, ainda depois de um ano do seucasamento com Patrick, não estava elasegura de sua vitória. Mas todas asrazões lhe diziam que ela não deviaafligir-se com isso. Mas todas as sus-peições revelavam que Rosamond podia,em último caso, derrotá-la, como ela ahavia derrotado anteriormente.

0 auto continuava a galgar as alturas,avançando pela estrada. Anne se acon-chegou ao seu canto e mergulhou empensamentos sôbre o passado. Era umpassado no qual Rosamond desempenhavapapel de primeira fifrandeza.

Ambas tinham sido amigas desde ainfância. Mas, na realidade, não era umaamiga, o que desejava Rosamond, masum auditório. E Anne, admiràvelmente,enciumadamente e, algumas vezes, comressentimentos, substituiu-a por outra.

Rosamond tinha uma beleza estonteante,que compelia a qualquer pessoa a olharpara ela; Anne, menos espetacular, maissimplória, sem exibições, passava des-percebida. Na idade adolescente, nosseus "teens", como dizem os americanos,era Rosamond quem atraia os rapazes nosbailes, os que possuíam carros parapasseios, a excitação em pessoa; Anne,ao contrário, era retraída e não conseguiumuita coisa, até que veio Patrick.

Por seis meses, enquanto Anne estavafora do país em companhia de uma tia

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38? Ano — N* 5 —- Outubro — 1954

enferma, Patrick e Rosamond tinhamestado noivos, não oficialmente. Anneainda não o conhecia, mas Rosamondsempre mencionava seu nome nas cartasque dirigia a Anne.

Só depois que Anne regressou a Londres,foi que veio a conhecer Patrick Bowen.

Era moreno, com um sorriso discreto.Fôra o primeiro homem a quem elaamara com um amor irremediavelmenteforte. 0 inacreditável da coisa, foi que,dentro do primeiro mês de seu encontrocom Anne, declarou-se êle apaixonadopor ela, alegando o rapaz que seu com-promisso com Rosamond fôra um equi-voco de ambos e, por isso, resolvera

'desmanchar tudo. Assim, seu desejo eradesposar Anne e não Rosamond, quepoderia ser dama-de-honra na cerimônianupcial.

Tudo correu como êle desejara; apenasRosamond não foi dama-de-honra nomatrimônio, porque Anne não quis pra-ticar essa crueldade com a outra. Alémdisso, Anne tinha a leve suspeita de que,se lhe houvesse falado nisso, Rosamondnão ficaria zangada, nem despeitada, masriria muito.

Tais coisas continuavam a ser causade inquietação para a felicidade de Anne.Rosamond procedia sempre como sejamais fora enamorada de Patrick, comose houvesse sido ela quem o repelira, eque agora gozava com a situação daquelede quem se descartara em tempo.

Se, na verdade, tal fosse verdade, Annepoderia considerar-se uma pobre mulher,tendo-se apegado a um homem rejeitadopor outra. Pareceu-lhe, então, que êleviera até ela, não porque verdadeira-mente apaixonado, mas sim para con-solar-se do "corte*' que recebera deRosamond.

Somente mais uns dez quilômetros— disse Edward sobre seus ombros.

Sei — respondeu Patrick secamente.Anne continuava a dar tratos à bola.

Era estranho que ela e o marido, depoisde terem pensado em passar as fériasem Norfolk, passeando em iate, estivessemali naquele carro com Rosamond eEdward.

Como sucedeu isto, afinal? Somente aincrível persistência de Rosamond e seu

38? Ano N<? 5 — Outubzo -- 1964

marido poderia alterar os seus planos.Edward aparecera muito antes de

Patrick ter rompido o noivado comRosamond. Muito bem aceito como seupar em passeios e danças, terminou des-posando-a. Sempre foi êle um rapazelegante e culto, mas de espírito sardô-nico, nem sempre sisudo, nem sempreafetivo com ninguém, nem mesmo comRosamond.

Muitas vezes, quando Edward e amulher iam passar tardes em companhiade Anne e Patrick, surgiam querelas entreaqueles dois, num duelo de desconfiançasrecíprocas, enquanto Anne e o marido selimitavam a sorrir forçadamente.

E o que era mais curioso: procuravameles, deliberadamente, a companhia deAnne e Patrick, com fins misteriosamenteprevistos. Não havia razão para isso,mesmo porque Anne jamais aceitou talaproximação como base de amizade leale genuína. E ainda agora ela continuavaa pensar assim.

Sempre havia alguma coisa que airritava: um olhar irônico de Edward;um sorriso e um olhar conspiratórios deRosamond, quando vinha à baila algumincidente no qual tomaram parte napresença de Anne, cuja frieza era evidente.Então, Anne sentia, não sabia por quemotivo, que eles motejavam dela ecensuravam Patrick.

Quando Rosamond e Edward sugeriramessa excursão pela Itália, Patrick e Annevacilaram e se escusaram polidamente,embora com bastante clareza, para quenão os convidassem mais. Mas Edwrardpersistiu:

Deixe o itinerário por nossa conta.Prepararei as coisas e você e Anne sóterão que gozar dos prazeres de umaviagem repleta de surpresas agradáveisem lugares maravilhosos.

Patrick indagou, com vivacidade:-— E vocês dois?

Oh! — respondeu Rosamond, comvoz pausada — nós sabemos para ondevamos. — E com um olhar inteligentepara Edward : — Não é isso, meu querido?

Espero que sim — disse o marido.E foi assim que os quatro foram jor-

nadear à Itália, naquelas férias, no carrocinzento de Edward. Mas, por vários

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EU SEI TUDO 52 38* Ano — N* 5 — Outubro — 1954

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motivos, Anne não podia libertar-se daidéia de que algo estava sendo tramado.

Patrick também denotava estar comesta impressão, segundo ela julgava, poisque se mostrava discreto t durante todaa viagem. Parece que havia qualquercoisa entre Patrick e Rosamond emrelação àquele hotel, como se despertasseno espírito do marido de Anne algumarecordação do passado. Mal acabava depensar nisso, quando Rosamond se voltouno seu assento e, dirigindo-se a Patrick,murmurou:

— Estivemos perto dali. Reconheceaquela fazenda com a fonte coberta? Eaquelas três casinhas de campo?

Patrick olhou atentamente para o sítioapontado por Rosamond e respondeu cominflexão de prazer na voz:

- Oh, sim! Claro que me lembro!O coração de Anne se agitou e batia

com força. Ela sofria. A voz do maridorepercutia em seu espírito: "Sini, melembro. . ."

Mas —- monologava Anne de si paraconsigo -— porque nunca me disse queestivera ali antes? Além disso, o modopor que Rosamond lhe recordara oiugar...

E Anne pensava: Rosamond e Patrick...Rosamond e Patrick num hotel de nomeSan Paolo...

As mãos do marido buscaram as damulher. Anne lhe sorriu nervosamente.Os olhos do esposo davam uma explicaçãoque era agravada pelo semblante sério.E êle quebrou o silêncio constrangedor.

-— Esqueci de contar-lhe isso, querida.Estivemos aqui, eu e Rosamond, porocasião de umas férias, quando... bem,algum tempo antes de você regressar daviagem.

Anne continuava a fazer cálculos e apensar naquele passeio de Rosamond comPatrick, sozinhos num hotel, a excursionarpelas casas rústicas do campo, quandoouviu a voz de Rosamond:

Você vai gostar muito deste lugar,Anne. Sei que Patrick gosta muito dele.'

Anne se sentia ali no carro inteiramentetranstornada. Seu ânimo estava fervendo.Agora já sabia ela por que escolheramaquele sítio para passar as férias.

Parece que Rosamond queria significarque fora para Patrick muito mais do quesimples namorada, podendo reconquistá-loa qualquer tempo, se assim desejasse.

Procurando dominar-se, Anne falou:Não o censuro por isso. Isto aqui é

muito belo.Patrick se mostrou grato por esta

opinião e a acariciou, afagando-lhe obraço; mas Anne sentia que isso não aconfortava. O marido caíra de amorespela rival, e Rosamond ainda podiavencê-la. Por isso, Anne se sentia infeliz.

Quando chegaram ao hotel, Anne atra-vessou o vestíbulo e achou o ambientefrio e pouco iluminado, contrastando coma claridade ofuscante do dia em plenaestrada. Ao ver os viajantes, uma jovemfuncionária da portaria se prontificoupara registrar-lhes os nomes, saudando-oscom um sorriso amável.

Nesse instante, um velho garção decabelos brancos correu para os recém-chegados, com os braços abertos:

Senhor Bowen! — exclamou comexcitação. — E a senhora também! Nuncame esqueço dos nossos clientes! Háquanto tempo! Dois anos? Três? E agorao senhor e sua senhora trouxeram novosamigos. Muito bem. Eles também serão. . .

O expansivo velhinho se conteve comoque embaraçado. Depois concluiu: "Elestambém serão felizes aqui no "San Paolo".

F fêz ligeiro cumprimento de cabeçaa Anne e Edward.

Pensava que Anne e Edward erammarido e mulher, o que ainda mais fezagravar o caso de Anne.

Olá, Francesco — disse Edwardalegremente. — Não se lembra mais demim? Também estive aqui um par de

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38* Ano — N* 5 — Outubro 1954 53 EU SEI TUDO

anos, ao mesmo tempo em que estava aquia mulher que é hoje minha esposa.

E tomou Rosamond pelo braço, sorrindopara Francesco.

Como que nâo estivesse compreendendonada, o garção olhou-os, fitando depoisPatriek e Anne. Para consertar as coisasexclamou arrependido:

Oh! Sinto muito... desculpem-me.É que já não tenho a memória muito fiel.Por um momento eu julguei que a senhorafosse a esposa do outro cavalheiro...

E, corn um gesto de cumprimento atodos, foi postar-se na sala-de-jantar, deonde continuou a olhar os quatro como cenhó franzido de quem procura de-cifrar um enigma. Anne percebeu aestranheza do velho serviçal e isso lhemostrava que Rosamond e Patriek pas-saram ali quase uma lua-de-mel...

Os cômodos para os dois casais ficaramem andares diferentes.

Ainda agarrada ao braço de Edward,Rosamond falou:

Depois de trocarmos de roupa,subamos ao terraço para um drinque, mas

o terraço dos fundos, de onde se des-cortina uma vista magnífica.

Depois de ligeira pausa, dirigiu-se aAnne e ao esposo:

A menos que vocês dois não dese-jassem agora.

Mas Edward parece que não gostouda sugestão da mulher:

Rosamond tem cada idéia! Drinqueslá no terraço? Esqueça isso. Você émesmo melodramática e exibicionista:

Patriek, porém, aderiu:Ótimo!

Anne nada disse. E cada qual foi paraseus aposentos.

Quando Anne e Patriek ficaram a sósem seu quarto, êle se aproximou damulher e, pondo-lhe as mãos aos ombros,falou-lhe com franqueza:

Querida, não sei o que está tortu-rando o seu coração. Mas quero dizer-lheque as exibições de Rosamond não nosdevem atingir. Compreende-me, Anne?Qualquer que seja o seu julgamento ameu respeito, eu a amo e sempre a amarei.

(Continua na página 115)

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A intensidade da sombra depende da fonte.de luz. Uma lâmpada forte ^^^^^

má^ -^ ^^íl incandescentes ou fluorescentes são superiores para a iluminação que os demais recursos nesse »ga^ W ^ lh

pequenas e suaves sombras. Entretanto, os peritos afirmam que para ^rtos trabalhos a to. direta e pesada a^.meinorvj

visão porque, justamente, aumenta o contraste. Podemos demo nstrar a ^Tdois Tdos en^re a toz e uma folha de papel

sombras. Usemos primeiro umu lâmpada clara, sem refletor ees^

dilui a sombra, como se comprova com os dois clichês que publicamos na pagina 55.

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Com uma lâmpada clara a fonte de luz é pe-quena. produzindo uma sombra nitida e escura.

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Um fotõmetro fe^to com dois blocos de parafina.uma régua e uma folha de metal, simplesmente.

MEDIR A FORÇA DA LUZ

Podemos medir a intensidade da luzcom um fotõmetro feito em casar

UANDO nos referimos à força de velasde uma lâmpada elétrica, sabemos o

que significa. Nos primeiros dias a luzproduzida era medida em comparaçãocom a de uma vela fabricada segundo asespecificações normais.

Hoje, as lâmpadas feitas com fila-mentos especiais, operam sob rígidas con-dições controladas, servindo como um"standard" internacional para a luz.

Essa intensidade comparativa é medidapor um instrumento chamado fotõmetro.

Um dos mais simples, desenhado pelofísico irlandês, Joly, pode ser facilmentefeito com dois blocos de cera de parafinae uma régua. Cortem os blocos de tama-"nhos iguais e quadrados. Esquentem umadas faces de cada bloco e calquem asmesmas contra uma fina folha de metal,com a qual formarão um só bloco. |

Depois, escurecendo a sala, coloquemo bloco entre duas luzes diferentes. Amenor (a de uma vela) a uma distânciade cerca de lõ centímetros da face dobloco, segundo o clichê, e a outra luz a de-terminada distância da outra face até quea iluminação das duas faces seja igual.

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Uma vela • um bico d* gás têm luminosidadediferente. Mos. se introduzirmos um iio do aramena segunda chama, esta proporcionará bastante luz.¦ nn '¦

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Uma imagem está justamente tão distante «portrás» do vidro, como diante do mesmo. Façama experiência usando para a mesma uma boneca

9MBORA não possamos ver o reflexode uma imagem, olhando através deum vidro, a posição dessa imagem estáaparentemente fixada no espaço. Para

provar o que afirmamos, coloquem umapequena boneca ou outro objeto diante

38? Ano N? 5 Outubro 1954

CHAMA SEM LUZ

JA terá pensado o leitor no fato de achama de uma simples vela propor-cioria mais luz que a mais quente chama

de todas as bocas de um fogão a gás?A simples demonstração do clichê acimaserve de resposta.

Coloquem um livro entre uma vela acesae um bico de gás, ajustando-o para queapresente a chama azul. (No clichê estáum bico de gás de laboratório, porém,poderão usar a boca do fogão a gás.)Enquanto a segunda chama é muitas vezesmais quente, não chega para iluminar aface do livro que lhe está em face. Intro-duzam, então, um arame de ferro ou decromo, retirado de algum aquecedor,ferro de engomar, etc. na chama de gáse vejam o que acontece. Imediatamenteo fio de arame ficará em brasa e iluminaráa capa do livro!

Se puderem examinar a chama da velae conhecer de que é feita, descobrirão queas condições nela são muito semelhantesàs do fio em brasa, na chama do gás.

Ao queimar, a parafina se transformaem gases e pequenas partículas de car-bono sólido. Os gases aquecidos provocama incandescência das partículas citadas.São elas que tornam a chama da velaluminosa. As velas passam sua luz parasólidos aquecidos. Os gases puros quasenão produzem luz.

A BONECA NO GOPO

de um pedaço de vidro plano. Então,observando a imagem assim refletida,coloque um copo invertido por trás dovidro até que a imagem da boneca apa-reça no interior do copo, segundo mostrao clichê.

Com esta manobra, poderão aprisionara imagem e medir a exata distância comuma régua.

Seja onde fôr que esteja colocada aboneca, descobrirão que a imagem estájustamente a igualdistância, por trásdo vidro, como oestá a boneca diantedele, num linha per-pendicular ao planodo vidro.

Independente doponto de observa-ção, a imagem per-manece justa.

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£6?i #no ;—." N*> & — G&itubra: — 1954 57;

CÉU AZUL E SOL LARANJA

céu é azul e o sol laranja devido àur dispersão da luz. Quando a luz brancado sol passa através da atmosfera, osraios curtos, violeta e azul, são maisfacilmente desviados do seu curso pelaspartículas de poeira e umidade, assinvcomo pelas irregularidades na densidadedo próprio ar. Esses desvios da luz fazemo céu parecer azul e o sol amarelado.Com uma lanterna elétrica e água con-lendo algumas gotas de leite, podemosconhecer como ocorrem esses desvios.Escureçam uma sala e olhem diretamenteatravés do copo para o foco da lanterna.A luz é amarela, era razão do desvio dosraios curtos azuis, pelas partículas sus-pensas do leite. Se, sem mover a lanterna,

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A LUZ QUE ANULA AS CORES

POR meio da luz de sódio, podemos

demonstrar dramaticamente o queacontece aos objetos multicolondos,quando vistos com a luz de uma so cor,Coloquem algumas pitadas de borax(borato de sódio) num recipiente e ume-deçam-no com álcool desnaturado. Aseguir, na sala bem escura, deitem fogoao álcool e observem a gravura. A prin-cipio, tudo parece normal. Porém, tãologo o bórax aquece, todas as cores, comexceção do amarelo, desaparecem miste-riosamente, o resto passando para os tonsamarelo acinzentado. A luz do sódiocontém apenas uma estreita banda deamarelo. Por isso as demais cores naopodem ser vistas. Lâmpadas de vaporde sódio são agora experimentadas nasestradas, em parte porque dão mais luzpor menos dinheiro e, ainda, porque,

ESPELHO MÁGICO¦

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tír~ MBORA muitos possam duvidar, o

arranjo que a gravura mostra per-mite que o espelho reflita a imagem dasflores... no vaso. Como uma lente, umespelho côncavo projeta uma imagem reale, neste caso, produz flores fantasmas noespaço acima do vaso. 0 leitor poderárealizar a "Mágica" dispondo objetossimples, segundo o clichê. Infelizmente,a curvatura de certos espelhos é tão pobreque não poderá provocar uma boa ima-gem. A sala deverá ser escurecida, ficandoapenas a luz de uma lâmpada forte diri-gida sobre as flores. Então, olhem parao alto do vaso, refletido no espelho, con-

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O mistério da coloração' dos raios de luz, pode serexplicado com um pouco de água e gotas de leite.

olharmos pelos lados do copo, o líquidoaparecerá azul. Ao nascer e ao deitar, osol é amarelo ou vermelho porque asondas longas de luz são desviadas quandoos raios passam através de maior quanti-dade de milhas da atmosfera. Adicio-nando mais leite à água', os raios da Ian-terna obedecerão ao mesmo fenômeno.

Vistos com luz de sódio, os cores de um quadrodesaparecem, com exceção, apenas, do amarela.

segundo sé acredita, a sua eliminação dasdemais cores aumenta o contraste e tornamais fácil a visão noturna.

servando o olho a uns 30 centímetros dovaso. Ajustando cuidadosamente a dis-tância e o ângulo do espelho, o leitorencontrará a posição adequada para queas flores da gravura apareçam, como vivas,no alto do vaso. ' E se duvidar dospróprios olhos, poderá tirar uma fotografiada imagem.

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Quando um copo com água é sustentado acima dosolhos e de lado, a superfície do líquido refletirácomo um espelho. O truque abaixo descrito obrigao uso de uma moedinha, uma terrina e traua. A

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Acredita o leitor que, sob certas con-

dições, é impossível ver através dasuperfície da água tranqüila e clara? Semdúvida, sustente um copo com água acimados olhos e de lado e tente ver de baixopara cima a sua superfície. Será im-possível. A subsuperfície da água setornou tão opaca e tão brilhante cornoa de um brilhante espelho.

Um truque da luz, chamado reflexãointerna total, impede que vejamos o seunível superior. Quando os raios, passandopor um ângulo fora da vertical, tentampassar da água para o ar, são impedidosna superfície. Quanto maior o ângulo,maior o impedimento. Quando o ânguloatinge aos 48 graus (para a água), osraios não passam através da sua super-fície, sendo repelidos para o interior da

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moeda é visível com o cálice cheio dágua Sendomergulhado com cuidado, para o ar interior nãoescapar; o cálice, já então livre de água interna-mc{nte, cobrirá a moeda, impedindo sua visão.

PODE SER IMPOSSÍVEL VERATRAVÉS DO MAIS CLAROE- TRANSPARENTE CRISTAL.

água. Devido a esse fenômeno, um peixeou um mergulhador só pode ver o exteriorda água através de um círculo que seestende cerca de 48 graus para cada ladoda vertical. Uma das mais interessantes"mágicas" de salão, envolvendo essa re-flexão total é apresentada pelos clichêsacima. Coloquem uma moeda no fundode um recipiente fundo e cheio dágua ecubram-no com um pequeno cálice. Sedeixarmos o cálice se encher de água aoser mergulhado, a moeda permanecerávisível. Conservem, porém, o cálice bememborcado, a fim de que permaneça emseu interior o ar e a moedinha desapa-recerá, devido à reflexão interna na super-fície da água e do ar contido no cálice.(O espectador não deverá olhar justa-mente de cima, através do cálice, pois,em tal caso, a moeda continuará visível.)

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DO MARS técnicos ingleses prepa-

raram, em Cambridge,uma nova telecâmara quepermitirá a recuperação do"Comet" afundado ao largoda ilha de Elba.

Donald Colman, um téc-nico que é, provavelmente,a máxima autoridade mun-dial da nova ciência da tele-câmara, auxiliado por umaequipe técnica da fábricaP.Y.E., desenhou e cons-^ruiu a nova telecâmara, afim de colher a frágil car-linga do "Comet", que deveter sido esmagada como

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casca de ôvo, ao mergulhar a mais deduzentos metros de profundidade, ondeos escafandristas jamais poderiam atingi-Ia, pois que não descem a mais deoitenta metros.

0 novo processo não dispensará atelevisão, sem o que a operação de salva-mento seria demorada e arriscada afracassar.

A nova telecâmara de Colman custounove milhões de libras, fugindo dessaforma ao escopo comercial.

Suas lentes estão protegidas por pode- •rosos e espessos cristais, assim comotodo o seu revestimento, de alumíniocapaz de resistir a uma pressão de quaseuma tonelada.

Da câmara sai uma espécie de braçoque, além de sustentar um projetor de150 watt (mais que suficiente para aságuas transparentes do Mediterrâneo)onde terão um raio de ação superior atrinta metros, constitui ainda uma espéciede estabilizador contra as correntes ma-rítimas.

Nas gravuras vemos como a telecâmara *

auxilia os trabalhos de içamento dacarlinga do "Comet" e, ao lado, a própriacâmara, antes de seu primçiro mergulhoexperimental.

VÔOS F A N T A S I A* Fazer-lhe uma pergunta é como abrir ascomportas de uma represa. — Frank Case

Nâo se pode acreditar 'tudo o que se ouve,porém desgraçadamente pode-se ouvir. — Columbus

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PERFUMEciência com-provou que

existem quatrocheiros funda-mentais: doce,acre, amargo efétido. Os labo-

ratórios comerciais, os preparadores deperfumes e os vendedores fizeram curiosasdescobertas, ao submeter 54 cheiros aoolfato humano. Oitenta e cinco por cento

das pessoas que intervieram nas. provas,preferiram o perfume da. rosav. O segundolugar foi ocupado pelos aromas do lirioe da violeta. A seguir, vieram os do café,bálsamo, cedro, chocolate, cravo, laranjae baunilha. Segundo ficou provado, aumas poucas pessoas agrada o odor degasolina, cebola, terebentina, parafina,peixe, azeite, manteiga e borracha! Apenasuma das pessoas que participaram daexperiência demonstrou preferir o cheirodo alho. A ninguém, entretanto, agradouo odor da transpiração.

A indústria francesa de perfumesconhece a popularidade da rosa e submeteao devido processo sessenta toneladasde rosas e vinte e duas toneladas deraízes de rosas anualmente. Utilizatambém trinta e cinco toneladas denarcisos e vinte de mimosas. Um per-fume só de rosa não agrada à mulher degosto refinado, porque é demasiado vulgar.Prefere perfumes agri-doces, os quais mis-turam os mais delicados aromas paraformar um só.

A cidade de Grasse, na França, prós-pera porque as mulheres são assim. Seelas perdessem sua preferência pelosperfumes raros e delicados, o povo dessacidade, que contempla o Mediterrâneo doalto de uma colina encantadora, ficariasem trabalho. Depois de seis anos deguerra e vários de confusão, que se scgüi-ram, Grasse continua com sua tradicionalocupação.

A fábrica de perfumes de Grasseconhece os mais recônditos segredos daindústria. Prepara as concentrações bá-sicas por meio de um complicado pro-cesso, empregando flores, raízes, ervas,

38? Ano N? 5 — Outubro•Xl* x;x

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cascas de árvores e frutas, sementes,madeiras aromáticas e materiais cheirososde origem animal. Estas concentraçõessão utilizadas em doses ínfimas e diluídaspor quem prepara as essências para omercado mundial.

Os ateliers, oficinas de acondiciona-mento, laboratórios e residências da fa-milia do proprietário, cobrem uma consi-derável extensão. As plantações se esten-dem por cima das encostas da colina eedentram-se pelo vale. As instalaçõescarecem por complete dos. requintes deuma loja de perfumes. Tudo é severidadee eficiência. O dono trabalha em umabiblioteca recoberta com madeira escurae adornada com retratos a óleo do fun-dador e seus sucessores. Discute comos camponeses o preço de suas flores:mimosas, rosas, narcisos, jasmins evioletas.

As flores, no entanto, são apenas umaparte do quadro. Durante a guerra, asplantações tiveram que ceder terreno acebolas e cenouras. Fundamentalmente,porém, nada mudou. Mesmo em épocasde carência de alimentos, não se arrancamos rosais e jasmineiros. Bem cuidados eregados, os rosais aromátícos duram cin-qkenta anos. Os jasmineiros ainda mais.Alguns duram até um século! Durante aguerra, uma esquadra anglo-americana deduzentos e trinta navios se instalou na

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baía situada entre Grasse e Cannes ~ecomeçou o bombardeio. Houve tiroteionos morros e baixadas, até à fronteiraitaliana.

Uma esquadrilha de aviões aterrissounas vizinhanças. Todavia, nas encostasalpinas, os cultivadores continuaram cor-tando e destilando a lavândula, flores etroncos ao mesmo .tempo. 0 processodeve ser simultâneo, porque, emcaso contrário, perde-se oaroma. A dificuldade es-tava em se conseguirálcool, cera, po-m a d a s,

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países afastados. Reaparelhar a indústria,foi uma tarefa grandiosa. Os fabricantesde perfume necessitam resina de incensoda Palestina é Arábia, folhas das ÍndiasHolandesas e ervas do Paraguai.

As favas aromáticas, ingredientes indis-pensáveis aos pós perfumados do tou-cador, chegam do Brasil e da Venezuela.

Os limões especiais crescem naSicilia, devendo-se comprimir e

não destilar a sua casca. NaItália, é produzido o lírio fio-

rentino. As folhas de gerâniosão importadas de Mada-

gascar e da África doNorte. O sândalo ama-

reio vem da Índia e amenta verde-escuro,

dos jardins britâni-

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cos. China e Ceilão proporcionam cascasde árvores que dão o óleo transparentede cinamono, do qual se extrai o aldeídocinâmico adstringente.

0 almiscar animal provém do Tibé.A Abissinia contribui com a substância^colorante mel de gato da algália, remetidaem chifres bovinos fechadas com graxa.

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Isolado, fede horrivelmente, mas uinadose mínima é indispensável para todosos perfumes excêntricos. A sua ausênciaexplica a pouca durabilidade dos per-

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M restaurador de Roma, Adolfo Necci, realizaatualmente uma curiosa experiência. Cada

terça-feira organiza em seu restaurante o que elechama de «Banquetes de César», nos quais servea seus clientes um menu de cem cruzeiros, aproxi-madamente, composto exclusivamente de pratos queeram a delícia dos imperadores romanos, há doismil anos.

;.] Necci tirou as receitas do famoso livro de cozinhade Apicius.

— Até agora — disse êle — limitei-me às queeram realizáveis, sem grandes dificuldades. Seminha iniciativa obtiver êxito, pretendo arriscar-mea oferecer a meus clientes o papagaio estufado,as línguas de flamengo com cerejas, os caracóisao leite ou o mocotó de camelo. Enquanto isso,contento-me com coisas ligeiras, procurando familia-

38? Ano N*5 Outubro — 1954fumes feitos durante a guerra. A baleiaártica fornece, com seu oleo, a cerabranca, necessária para o éter cetílico doácido palmítico e outros ácidos gor-durosos.

Para os técnicos, os perfumes sãosimples fórmulas químicas. Cheiram-nose os afastam. Mais tarde, farejam-nosoutra vez. Os ensaios podem durar dias.É possível, assim, selecionar um perfumeque qualquer leigo não distinguiria entrerosa e violeta, gerânio e lavanda, e iden-tificar uma dúzia de substâncias diversasque no mesmo estão mescladas. Pode-sedizer se as rosas são da espécie RosaCentifolia, a de mais rendoso aroma, oude uma das variedades baratas, quechegam, aos montes, da Bulgária e Áfricado Norte; se o jasmim foi cortado naépoca apropriada, ao alvorecer, ou depoisque o sol começara a amortecer o seuaroma.

Na fábrica de ^ Grasse, uma câmarafrigorífica contém concentrações enla-tadas, que valem milhões de francos. Umquilo de essência de rosas vale mais deum milhão.

Toda esta riqueza escapou aos inva-sores alemães e italianos. Foi depositada,em segurança, em uma fria gruta calei-nada. Grasse foi importante centro deresistência antinazista. Dizia-se aos ale-mães: "Usamos alambiques de ferro quedestilam os melhores perfumes. O senhordeseja visitar minha oficina e escolher

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rizá-los com a sopa de tartaruga, o gamo assadono próprio couro, a cabeça de polvo estufada comostras, etc.

Confessa que a execução perfeita desses pratosexigiu muitos dias de esforços penosos e de pre-juízos consideráveis, pois Apicius jamais informarelativamente à quantidade dos ingredientes. Limita-se a mencionar: «Isto e aquilo» ou, quando muito,anima-se a detalhar «um pouco de tal coisa». Porisso, antes de oferecer seus • pratos ao público,Adolfo Necci teve que prová-los, êle próprio eservi-los a seus auxiliares.

— Detalhe curiosíssimo — concluiu o organizadordesses Banquetes de César. — Descobri que osromanos de há dois mil anos já conheciam osfamosos ovos com presunto, que os ingleses enorte-americanos não dispensam. Era, mesmo, oprato, favorito do povo romano.

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um frasco? Sem dúvida, alguma pessoade sua estima saberia apreciá-lo''. Estaclaro que havia essa pessoa e por issoaceitavam a oferta e partiam. As super-ficies vermelhas do cobre tinham sidopintadas para imitar ferro e assim osalambiques não foram destruídos, parase tornarem armas alemãs.

Por toda a parte, aparecem agora novosequipamentos e outros sinais do reajusta-mento de após-guerra. Os velhos métodosestão sendo substituídos por outros. O"enfleurage" que deleitava os visitantes deoutrora, já não é empregado. Tratava-sede um recipiente de madeira cheio detoucinho de porco, coberto de flores, quese trocavam diariamente.

Muitos dias depois, levavam-se as ban-deijas à máquina extratora, onde se la-vava com álcool a gordura impregnada deperfume. Êste se ligava ao álcool e erarecolhido por destilação ou evaporação.

Atualmente, o fabricante deixa as floresem um grande tanque, com éter e, dentrode vinte minutos, tem pronta a essênciaainda sólida que se submete, a seguir,ao processo de evaporação. Também seemprega um sistema direto de destilaçãoe tudo que se pode observar através dovidro de um grande cilindro de metal éuma escura massa que o óleo vai s»édlmentando. Os perfumistas de Grasse nãose cansam de buscar novidades no labo-ratório. Os misturadores constantementeoferecem ao público novos perfumes com

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trava no mundo é a chamada «gatalha dosSexos». Saber se quem deve mandar é o homemou a mulher é uma questão que sobe e desce,com a regularidade das marés. Aos observadores•mparciais, como nos julgamos, parece que a história,'iesde os tempos bíblicos, tem dado às mulheresuma ligeira vantagem, quanto às vitórias. Noséculo XX, tudo indica que tal vantagem serámantida, segundo opinou o dr. W. R- G. Baker,vice-presidente da General Electric e presidente doComitê Nacional de Televisão, organismo integradoPelas companhias que trabalham na televisãocolorida.

Quando a televisão em cores se tornar umassunto banal, a dona de casa determinará quaissão as tonalidades corretas. Será ela quem ajustará

os botões do receptor, para conseguir o tom«adequado» das cores. Os homens não têm, nem delonge, a sutileza das mulheres para julgar o colo-rido. Por exemplo: uma rosa que, para os homens,é simplesmente vermelha, para as mulheres podeser encarnada, carmesim, escarlate ou côr-de-cereja.

Segundo salientou o vice-presidente da G.E., seperguntar a 75.000 mulheres que matiz de côrpreferem, obter-se-á quase 75.000 respostas diferentes.Desse modo, a batalha das cores, na televisão, éuma batalha que os homens devem estar preparadospara perder.

Saibamos perder com elegância, companheiros!Que as mulheres não se queixem de nossa faltade cavalheirismo.

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EU SEI TUDO 64 38? Ano — N? 5 •— Outubro — 1954

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XISTEM no sangue e nos tecidos damulher hormônios (secretados pelos

^vários, o corpo tireóide, a hipófise) quese opõem «o crescimento da barba e dobigode, que são caracteres essencialmenteviris. A pele do rosto da mulher estádesprovida de folículas pilosas, isto é:matrizes que dão nascimento aos pêlos.

Tais fatos são científicos. De fato,quando os hormônios masculinos (que amulher possui em pequena quantidade)aumentam no sangue e suplantam oshormônios femininos, a mulher se viriliza.

Na menopausa, certas mulheres setornam "viragos", com voz grave, gêniomasculino, amando a independência e ocomando.

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Tais mulheres começam a apresentarbigode, pêlos no queixo (que, em casosextremos, se tornam verdadeira barba).São as mulheres-barbadas, que se exibemnos circos.

^ Essas mulheres com barba são enfermas.,vítimas de um" tumor das glândulas supra-renais, que secretam uma quantidadeexagerada de hormônios masculinos, quedeterminam a sua virilização. (O quetorna essa afecção grave é a impossibili-dade em que se vê o cirurgião de extrairas supra-renais, posto que são indispen-sáveis à vida.

Quando certas perturbações (meno-pausa, hemorragias importantes no cursodas regras, sintomas internos de acne)

são tratadas por meio dehormônios masculinos, as-siste-se a uma proliferação

intensa dos pêlos do rosto, das pernas,do tórax, etc.

Essa virilização por meio da terapêuticatornou mais prudentes os médicos endo-crinologistas e ginecolõgistas. Assinale-mos, todavia, que atualmente parecem terdescoberto hormônios masculinos purifi-cados, os quais não mais provocariamesses fenômenos' de virilização.

JLL/ O JL -J\ C L A R O ?

UM pai vai queixar-se ao professor do seu

filho pela nota má que recebeu numa prova.O professor suporta o enérgico protesto do visitantee, quando êste termina, explica:

Dei a nota zero ao seu filho porque o queescreveu, em resposta às perguntas escritas, éabsolutamente igual ao seu companheiro de carteira.

Ora! — responde o pai. — E não terá sidoo colega do meu filho, quem «colou» o seutrabalho?

Não, senhor. O exercício constava de dezperguntas. Nas nove primeiras, as respostas deambos são, iguais. Porém, na décima, o outroaluno escreveu: «Não sei». E seu filho: «Nem eu».

>7 -ò <è $ D A -IF A N T A SIAViajantes: Diminutos elos na corrente de ami-

zade entre os povos. — Gral LucknerEra alongado e doloroso- como uma lágrima.

— EliteOs segredos lhe entravam por um ouvido e

saíam. . . pela boca. — Salomon BerachaA Lua atraiu uma, nuvem e se envolveu com

ela como com uma estola — Richard BlackmoreBocejo: Um orifício aberto pelo tédio. —

Edward F. Murphy

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OMO AGE UM HIPNOTIZADOR — A grande

maioria das pesfcoas nor-malmente inteligentes, en-tre as idades de 15 e 55anos, pode ser Hipnotizada.Muitas outras, ou quase todas,entre 5 e 15 e acima de 55anos de idade, geralmentepodem ser hipnòticamentecontroladas.

O controle hipnótico éconseguido pelo hipnotizadordo seguinte modo: induz amente objetiva do pacientea recuar, fazendo a mentesubjetiva do paciente avan-çar, para ser controlada esubmetida pelas sugestões dohipnotizador.

Um total relaxamento físicoe mental, por parte do pa-ciente, é necessário antes queo controle- hipnótico sejaestabelecido. Os seguintessão dois testes simples paradeterminar se essa condiçãoexiste: »

CAIR PARA TRÁS —Manter o paciente de pé (cómos pés juntos), de costaspara o hipnotizador e fitandoum ponto elevado na paredeou canto de sala, o que forçaa direção do olhar a seerguer uns 45 graus. Sugerirao paciente que se relaxe eouça somente o hipnotizador.Ressaltar o relaxamento docorpo todo e, subitamente,dar ao paciente um ligeiroempurrão para trás. Êle de-

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Um indivíduo em estado detranse A técnica para in-duzir o pacienta em hipnoseé bem exata e bem simples.

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verá cair facilmente. Em caso contrário,êle não se relaxou devidamente. Isto deveser explicado, antes de tentar novamente.

Acentuar a necessidade de relaxamentoé o primeiro passo para a hipnose.Explicar que não se trata de uma questãode maior força mental por parte dohipnotizador e sim de uma cooperaçãomútua, da qual depende o resultado.Descansá-lo quanto ao receio de cair paratrás, assegurando que êle será amparadono meio da queda. Se alguma dificuldadefôr encontrada, tentar comprimindo apalma da mão contra as. espáduas dopaciente, e, rapidamente, interromper apressão. O resultado será uma fácilqueda para trás. Repetidas explicações etentativas geralmente conduzirão a resul-tados positivos.

Depois que o paciente se relaxar, fazê-loassumir a posição inicial outra vez edizer-lhe: "Tenha apenas um pensamento— o pensamento de que está caindo paratrás". Se o paciente está relaxado, seráobtido um resultado positivo. Amparar-lhe a queda.

Às vezes, é necessário dizer, com umaentonação monótona e firme: "Está caindopara trás. Pense, agora, somente em cairpara trás — para trás - — para trás. Nãoresista. Já está caindo.'*

ENRIJECER O BRAÇO — Manter opaciente de pé, fitando o hipnotizador, auns oito pés de distância. Dizer-lhe quelevante o braço direito, a palma voltadapara cima. Ordenar-lhe que fite os olhos"do hipnotizador, prendendo-lhe a atençãocom o olhar. Continuar: "Estique o braçoo máximo possivel, mantendo-o tão rijoe reto quanto puder. Agora, vou deixá-loendurecido". Esperar quinze segundos."É possivel esticá-lo mais. O máximo quepuder, agora! Mantenha os olhos nos meuse não poderá dobrar o braço. Não poderádobrá-lo, agora! Tente e verá que nãopode. Não conseguirá!" Manter os olhosdo paciente imobilizados pelo olhar dohipnotizador e, na grande maioria doscasos, êle não terá possibilidades decurvar o braço.

Deixá-lo tentar por dez segundos e,mtes que êle consiga fazê-lo sozinho,lizer: "Agora, quando eu contar três,

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será possível dobrá-lo. Um — dois -•-três. Descanse. Já pode dobrar". Desviar,então, os olhos, ao mesmo tempo.

Depois que as mencionadas reações, oualgumas delas, tenham sido conseguidas,inúmeros processos podem ser usadospara se conseguir o sono hipnótico.

A VOZ — A luz e o ambiente nãó devemimportunar. À voz deve ter entonaçãomédia e ser lenta e suave, embora firmee decidida. Falar com plácida convicção,.sem tom dominador.

O paciente deve jazer em um leito ouuma confortável cadeira. Sugerir-lhe quepense apenas no que o hipnotizador dissere que ouça unicamente a sua voz.

Insisstir: "Pense, agora, apenas emdormir, imagine que está ficando can-sado e quer dormir. Pense, agora, apenasem dormir; imagine que está muito can-sado e quer dormir. Seu corpo está fracoe pesado; a cabeça torna-se ôca. Estútão cansado. .. suas pálpebras estão maise mais pesadas e o seu desejo é fecharestas pesadas pálpebras e dormir. Seucorpo eslá relaxado e em conforto, suarespiração, profunda. Todo o seu ser seacha muito cansado e em conforto. Desejadormir. Agora, pense apenas em dormir,em fechar as pálpebras cansadas edormir."

Quando as pálpebras começarem afechar-se ou a palpitar: "Seus olhos estãofechando. Seu corpo está com grandeconforto e vai dormir. Ê tão grande oseu cansaço! Os olhos estão de tal maneiracansados, que não podem mais perma-necer abertos e vão se fechar para osono'f. Às vezes, uma sugestão direta, senecessária: "Feche os olhos, agora!"

Em seguida: — "Já está adormecido,agora, em conforto e respirando profun-damente." (Pausa. O paciente respiraráacentuadamente.) Ouvirá apenas a minhavoz; samente a mim; fará o que eu disser.Permanecerá adormecido até que eu digapara acordar".

O vocabulário acima pode variar, sermaior ou menor, de acordo com ascircunstâncias, mas o mesmo esquema depensamento pode ser mantido e desen-volvido.

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Não decorar as palavras, mas guardara evolução do esquema do pensamento.

FIXAÇÃO DO OLHAR — Monólogosemelhante pode ser utilizado, fixando-se,por meio do olhar, a atenção do paciente.0 ponto de concentração será a pontade um lápis em uma parede lisa, umpequeno objeto brilhante ou uma luzinha— como é o caso de uma lanterna dotamanho de uma caneta — cujo brilhonão incomode os olhos do paciente.

Dizer ao paciente para fitar somentea luz (ou qualquer que seja o ponto deconcentração), ouvir apenas a voz dohipnotizador e pensar só no que estediz. Acrescentar então, casualmente, que,se êle o fizer, dormirá dentro de poucotempo. Fazê-lo descansar em uma ca-dein? confortável e fitar a luz. Esta deveser mantida um metro à frente e 38 cen-tímetros acima do nível visual do pa-ciente. Proceder, então, como ficou ditoacima. Quando acreditar que o pacienteadormeceu dizer: "Mantenha a mão aberta.

palma para cima!'. Colocar uma moedasobre a mão espalmada. "Agora, enquantoeu contar até vinte, a moeda se tornarámais pesada, de, número para número,e, quando eu for chegando a vinte, elapaserá de tal forma, que sua mão baixará;irá se arriando até que a moeda caia ao

Contar lentamente. Chegando a dez,acrescentar: "Está de tal forma pesada,que já pão pode ser mdíitida no alto e,.quando eu chegar a vinte, o peso forçaráo abaixamento de sua mão, até cair amoeda", Continuar até vinte. Se a mãonão tombar, dizer: "Está começando a cair,para baixo, para baixo, para baixo.*.', etc.(até que a mão e a moeda role.) Agora,não está mais pesada a sua mão e podeser erguida outra vez. Levante-á". Che-gando à posição horizontal, dizer: "Agora,tornarei a sua mão muito leve. Enquantoeu contar até dez, seu braço e mão direitosficarão mais e mais leves, tão leves comoüma peninha, e sua mão se erguerá sozinhae flutuará no ar". Contar lentamente.

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Se a mão se erguer, acrescentar: "Estáse levantando, agora — começa a se le-vantar, agora — não pode mais ser man-tida em baixo —" etc. Sugerir que umtapa irá forçá-la a se erguer. Dar-lhe umtapa, então, ou um leve impulso paracima.

Logo que ela se erguer, sensivelmente,dizer: "Quando eu contar até três, cairáe reassumirá a posição inicial". Contar

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De ventre contra um bloco de ferro e suportandonas costas terríveis grampos de aço sobre o qualestá sentada uma mulher, e paciente, que se en-contra sob ação hipnótica, a fim de nada sentir

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e, depois da queda, sentenciar: "Agora, àmedida que eu contar até cinco, braço £mão direitos voltarão ao normal. Eles nãomais ficarão leves e sim, normais comoos esquerdos*'. Contar mais rapidamente,esta vez.

Nunca esquecer de renormalizar porestas contra-sugestões, quaisquer funçõesou sentidos que tenham sido influen-ciados por insinuações de caráter anormal.Se esta precaução fôr desprezada, a su-gestão pode adquirir uma força post-

hipnótica, de conseqüências desagrada-veis para o paciente, durante muito tempo.

Logo que o controle fôr conseguido,poderá ser mantido e prolongado, se-gundo a vontade do hipnotizador, masuma inteligente gradação de sugestões setorna importante. Considerando-se que amente objetiva do paciente ainda estáativa (e de certo modo permanecerásempre ativa), existe a possibilidade decontra-sugestão por meio daquela. Quantomais invulgar e bizarra fôr a sugestãodo hipnotizador, maior será a possibili-dade de não ser aceita. E cada contra-sugestão bem sucedida, por parte damente objetiva do paciente, reduz oalcance do controle hipnótico.

ESTABELECER CONTACTO VOCALRECÍPROCO — Dizer: "Agora, quandoeu falar, ser-ltie-á possível ouvir e tambémresponder, mesmo que o seu sono con-tinue, durante todo êsse tempo. Perma-nece a sua sensação de conforto, não é?"

Aguardar a resposta. A princípio, elaserá mais lenta do que no estado

'normal.

A voz do paciente é também mais suave.Se não responder ou parecer em difi-culdades para falar, deve ser dito: "Está

ao seu alcance responder". Se necessário,ordenar: "Diga "sim"!

Confirmar o contacto vocal pela simplesconversação. Mandar o paciente contaraté dez, logo que receber tal ordem.Perguntar ao paciente o nome, númerodo telefone, endereço, e outras coisasbanais. Quando a conversação se tornarfácil, o controle poderá ir mais além.

CRIAR AMNÉSIA PARCIAL — Insinuarao paciente uma contagem até dez, quandodisser: "Conte". Após a resposta, pro-ceder da seguinte maneira: "Quando eubater palmas, o número cinco desapa-recerá. Ficará completamente banido desua mente, como se tal número não mai$existisse. Não lhe será mais possívelpensar no número cinco ou mesmomencioná-lo".

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Bater palmas, decidida e barulhenta-mente, três vezes e dizer "Foi-se! Não hámais aquele número. Agora, conte alédez quando eu mandar... Conte!"

38? Ano Ns 5 Outubro 1954

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Caso a resposta inclua o número cinco,repetir as instruções e tentar outra Vez.Insistir: "Agora... não vai ser possívellembrá-lo ou citá-lo... não poderá maiscitá-lo.. ."

O grau de controle já conseguido, podeser confirmado com a simples ordem aopaciente para fazer simples cálculosmatemáticos, mentalmente, explicando,antes, que, se "aquele número" (nãomencionar o nome, a esta altura, porqueserviria para recordá-lo) ou qualquermúltiplo seu, fôr envolvido na conta ouna resposta, a operação, aritmética setornará impossível e o hipnotizado teráqüe responder apenas: "Não sei'f.

A pergunta — quanto são três vezesdois? — deverá obter a resposta — seis.Mas a pergunta — quanto são sete menosdois? — terá como resultado um —não sei.

Importante: Não esquecer de recon-duzir à normalidade os processos mentaisdo paciente, dizendo que, ao serem batidaspalmas, o número cinco retornará. Então,o paciente terá que contar corretamentede um a dez e fazer um ou dois cálculossimples, envolvendo o número cinco.

Às vezes, apesar dos melhores esforços,o paciente continua a incluir o númerocinco em seus cálculos. Neste caso,perguntar: "Por que inclui o número?"Possivelmente, a resposta será que umnúmero não pode desaparecer, quandoforma, com outros, uma série. (Istocostuma acontecer quando o paciente temum forte respeito pelas formalidadesmatemáticas.) Ouvir a sua resposta edizer: "Está bem, não vou eliminá-lo,agora. Mais tarde, talvez. Enquanto isto.farei qualquer coisa diversa".

CRIAR SITUAÇÕES IMAGINÁRIAS -Sugerir, por exemplo, que o pacienteapreciou um passeio de barco. Se êleconcordar, dizer: "Muito bem. Agora,espere o barco, no ancoradouro. A tardeestá ensolarada. Há muitas pessoas pre-sentes". Aguardar, observando a expres-são fisionômica do paciente, que hajaalgum indício de que êle está acompa-nhando a ilusão. Continuar: "'As pessoaspodem ser vistas. Quantas são?" Êle,provavelmente, dará uma resposta posi-tiva, mas se não o fizer, deve-se dizer:

vm nipnotizado, com o corpo enrijecido ado operador* sustenta o corpo de uma

uma ordemassistente.

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Outro paciente, guiado pelo hipnotizador, caminhasobre brasas tranqüilamente e sem. se queimar.

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£U SEI TUDO,"Já pode ver claramente o ancoradouro,não pode? Qual é o nome do barco? Estáescrito em grandes letras, na proa". Seo paciente tiver dificuldade em ler, su-gerir um nome,: "Ê americana. Olheatentamente e verá. Já pode ver agora,não é verdade? — Quantas pessoas estãopresentes? — Fazeny o quê?", etc. Tam-bém será possível sugerir o número e aatividade.

Durante tudo isto, os olhos do pacienteestão fechados. Entretanto, êle respondecomo se estivesse realmente vendo ascoisas sugeridas. Igualmente, será possívelfazê-lo "nadar" ou "ir ao cinema", etc.

Renormalizar sempre o estado do pa-ciente. Por exemplo: "Acabou-se o pas-seio de barco e já estamos outra vez emterra firme."

Não esperar a consecução de todos osresultados possíveis com uma só sessãohipnótica. As sessões posteriores, domesmo paciente, caracterizam-se por umacrescente rapidez nas respostas. Certasidéias gerais devem ser mantidas namente durante qualquer hipnose.

Ao sugerir novos fatos ao paciente,sempre dar tempo à mente subjetiva paracaptá-los, antes de ser pedida a resposta.Falar lenta, decidida e claramente.

Quando se encontrar dificuldade quantoao estabelecimento de controle, convémmuitas vêzès explicar ao paciente que oêxito sucesso depende da sua cooperação

70 38? Ano N? 5 Outubro 1S54

voluntária e que não será possível hipnotizá-lo contra a sua vontade.

O conselho de renormalizar, por meiode contra-sugestão, qualquer atitude mental ou função física que possa ter sidoafetada, não deve ser subestimado. Emcaso contrário, pode suceder que assugestões se manifestem posteriormente,em ocasiões impróprias.

O despertar do paciente deve sempreser precedido por sugestões post-hipnó-ticas dc euforia, inclusive algumas espe-cíficas para prevenir um possível mal-estar. Uma boa fórmula geral é:

"Dentro de poucos momentos, vou des-pertá-lo. Quando isto acontecer, despertee sinta-se feliz; não haverá efeitos pos-teriores {exceto aquilo que já foi men-cionado). Seu estado será ótimo. Edepois, quando adormecer, na noite dehoje, o seu sono será fácil e sadio. Agora,quando eu contar até dez, abra os olhose desperte, como eu disse. 1, 2, 3, 4, 5,6, 7, 8, 9 e 10. Acorde. Como se sente?"

A crença popular relativa a dificuldadeque se pode ter para despertar um pa-ciente, é, de um modo geral, infundada.Mesmo quando foi difícil estabelecercontrole, a interrupção é simples.

Ao acordar o paciente, o hipnotizadordeve usar o mesmo tom de conversaçãousado durante todo o tempo. Isto éimportante.

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ESOLVERIA I S T O¦.j UMA bela manhã deV» primavera, eu me ani-

mei a cortar uma velhaárvore, cujo tronco ia es-tava atacado pelos bichose cuja copa, em dias devendaval, metralhava osarredores, soltando pe-rdaços de ramos apodre-cidos. Sabia que ela só *poderia cair na direçãonorte, porquanto, ja pornatureza, se inclinava pe-sadamente nessa direção.Mas não sabia se, aotombar, atingiria ou nãoo telhado dos celeiros eda garagem, distantesuns quinze metros, na-quela direção.

Enquanto meditava sô-bre qual seria a alturada árvore e se o telhadojá citado ficaria a salvode estragos com a suaqueda, um vizinho, pro-íessor de matemáticanuma escola rural, apareceu e resolveu o meu problema. Pode o leitor indicar de que maneira rápidaele mediu a altura da árvore, sem sair de junto da mesma? (Resposta à página 74).

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389 Ano N<? 5 Outubro

VIDAS EXTRAORDINÁRIAS

• S vezes, para transformar umhomem de bem num criminoso

é bastante um simples acaso,quando, numa daquelas horas másem que se cruzam todos os des-tinos, a desgraça surge na formasinistra ou quimérica em quea traição se dissimula — ouo fascínora portador da men-sagem da morte ou a mulhersedutora e gentil, cujos en-cantos tanto podem tornarditoso o enamorado comoprecipitá-lo nos abismos daperdição.

Aquele famigerado e len-dário calabrês, herói e ban-dido, que avulta entre osgrandes criminosos de todosos tempos, projetando a suatriste celebridade nas pá-ginas da História, o temidoe desapiedado Fra-Diávoloteria sido um pobre homemobscuro e pacífico, apesar dedescendente de aristocratasnapolitanos, de uma famíliade artistas, se um dia não secruzasse no seu caminho umrival impertinente e amea-çador a disputar-lhe o amorda mulher que o entontecerade paixão.

Nacido em Itri, no aitçrde 1771, apesar da sua a^cen dencia e de ter sidocriado entre artistas, prefe-ria uma vida calma e sim-pies, sem ostentações, quasenuma humildade poética, em que aspiravaapenas à felicidade e ao amor da mulherdos seus sonhos.

Durante alguns anos, o honesto e paci-fico Miguel Pezza — tal o verdadeiro nomede Fra-Diávolo — viveu, com muitaseanseiras e poucas ambições, na sua terranatal, trabalhando como tecelão. Os en-cantos e a ternura da mulher que êleamava apaixonadamente absorviam-no,desviando-o de todas as tentações.

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- EiMmLevado ao mau caminho por amores in-felizes, foi êle o célebre bandido da Ca-lábria, que se tornou herói por patriotismoe venceu alguns generais de Napoleão*99

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Mas surgiu o rival <; Miguel, ferido nasua dignidade, com o coração traspassadode amargura e desespero, terçou armascom êle, mas quis o destino que o ma-tasse. Não era, porém, um criminoso,capaz de tirar a vida a alguém apenaspor sádico capricho e pára satisfação desanguinários apetites — embora tudo issoandasse adormecido a turbilhonar noíntimo do seu ser. Atormentado peloremorso, sentindo na consciência o peso

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EU SEJ TUDO 72 38? Ano N? 5 -~ Outubro 19S4

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desse crime, não poderia viver em pazconsigo próprio sem purificar a alma naexpiação da falta cometida. Miguel Pezzaresolveu procurar no silêncio e na quie-tude claustral o lenitivo para essa angústiaíntima. Com a alma amortalhada no tédiomortal, acolheu-se a um mosteiro daCalábria. Foi um noviço exemplar nozelo e na devoção, mas, vencida quasea heróica provação, quando estava prestesa tomar votos, renunciando para sempreàs ilusões do Mundo, o demônio, nafigura perturbante de uma -mulher: uma tformosa penitente, levou-o ao desvario deuma paixão bravia e indomável. Abando-naram o convento e foram tecer a novelaamorosa num recanto ignorado, ondeviveram dois meses de quimérica feii-cidade.

Não durou mais o sonho, pois eladeixou-o, seduzida pelo garbo de umvigoroso militar. Ardendo em ódio eciúme, exasperado pela traição, o impul-sivo amante não hesitou em provocar orival para um duelo de morte. E maisuma vez o destino fêz dele um assassino..

Passava-se isto numa época em que,em Nápoles, os protagonistas de tais lutaseram condenados à morte. Miguel nãoteve outro remédio senão fugir ao castigo;mas, antes de procurar abrigo seguro nasmontanhas solitárias e inacessíveis, li-quidou a amante com requintes de fero-cidade extrema. Uma nova existência ialevar, daí por diante, o antigo penitente,tão extraordinária, tão acidentada que assuas terríveis e endiabradas proezas otornaram lendário, sob o nome de guerrade Fra-Diávolo — legenda simbólica dessadupla personalidade de herói e bandido,alma pura que a maldição do destinoreincarnou num monstro satânico, inte-merato e cruel.

ENTRE OS SALTEADORES DACALÁBRIA

URANTE um ano ninguém ouviu falar_ dele, despistado lá para as serraniasagrestes da Calábria, planeando temerosasempresas com bandidos e assassinos dapior espécie.

Aí por 1780, quando já não se lem-bravam dele, a sua primeira proeza em*

grande estilo desencadeia uma onda depavor. À frente de um bando de terríveissalteadores, invade os domínios de umfidalgo calabrês e, depois de saqueado opalácio, um incêndio, ateado pelos ban-doleiros, reduz tudo a escombros. Otitular, os familiares e seus servos queousaram enfrentar os assaltantes foramvilmente assassinados.

Colocado fora da lei, aureolado com oprestígio do cognome satânico, vivendonos montes, matando muitas vezes paranão morrer, bastando pressentirem-no adistância para que o terror gelasse asmultidões indefesas, nada o detinha nasua fúria homicida. Os crimes que come-teu não têm conta. Audacioso, semconhecer o medo, sem jamais curvar-seante a força esmagadora" dos que operseguiam sem tréguas, Fra-Diávolomuitas e muitas vezes enfrentou com êxitoe lendária bravura os terríveis carabi-neiros do rei de Nápoles.

A sua temeridade tocava as raias dodesvairamento, chegando a desafiar acólera dos poderosos, nas barbas daspróprias autoridades. Quando a justiçade Fernando IV, que havia de conceder-lhe a patente de coronel e o título deconde, mais se encarniçava em combatê-lo,na época em que tinha a cabeça a prêmio,viam-no em Nápoles, ostentando a suaaudácia provocante e a sua irrepreensívelelegância nos locais mais concorridos dacidade, sem que alguém tivesse o arrojode o denunciar — pois a valentia dobandido e os seus modos cavalheirescosnão só causavam assombro como o tor-navam temido e admirado.

Diz-se que as mulheres o adoravam eque algumas das mais nobres napolitanascometeram verdadeiras loucuras dispu-tando o seu amor volúvel e sobranceiro.

Na época em que os exércitos napo-leônicos dominavam a Europa, Fra-Diávolo tinha atingido o auge da suatriste celebridade. Era o maior dos cri-minosos da Calábria, o mais feroz e omais astuto. Nem êle sabia quantas mortestinha às costas. Se tivesse sete vidas,todas lhas tiravam, no caso de cair nasmãos dos carabineiros de Fernando IV.Mas quando a torrente invasora alastroupela Itália, a maré virou a favor do

38? Ano N? 5 Outubro — 195**. 73 . Eü SEI TUDO

bandido — e êle soube aproveitar achance" na roda do destino.

Andava, em 1798, o cardeal Ruffo aorganizar os grupos de patriotas para seoporem à invasão. Era o momento detentar a sorte. Fra-Diávolo não hesitoue fêz saber, com supina arrogância, quepara a defesa do solo pátrio o governopodia contar com êle e os seus destemidosquadrilheiros — mas sob certas condições.

O rei Fernando IV, que secretamentesentia certa admiração pela bravura doaudacioso bandido, não só lhe perdooutodos os crimes, como o nomeou oficialdc guerrilheiros, no alto posto de coronel.

O criminal \ião tinha perdido os últimosassomos de dignidade e soube mostrar-sà altura dos n\ais estrénuos patriot/s,cumprindo a prokiessa de combater/osfranceses com tô(\ a sua indomável

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V" '}¦'¦¦¦rm :energia — e por todos os processos queo haviam tornado famoso.

Logo nas primeiras investidas contrao poderoso inimigo, à frente de umaenraivecida guerrilha de duzentos sal-teadores adestrados em novos métodos deluta, causou amargas contrariedades aoexército do coronel Championnet, que,pela primeira vez, saboreou o travo daderrota enredado nos ardis de Fra-Diávolo. E, ao mesmo tempo que o cardealRuffo, já então à frente de tropas orga-nizadas, punha cerco a Nápoles, o coronelPezza, cujas vitórias o creditavam comohábil guerreiro, cometia o espantoso feitode retomar Goeta, dali expulsando osinvasores que escaparam ao massacre.

Foi uirTa^das maiores proezas de Fra-Diávolo, na^sua fulgurante carreira decombatente ao s&j*viço da causa patriótica,mas outros gestas heróicos haviam dedar-lhe um lugar rito História, embora umvil traidor o levasse à morte ignominiosa,

seria fim natural do bandido — se

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EU SEI TUDO 74 38* Ano N* S Outubro 1954

têie não houvesse conquistado o direitode morrer como um bravo.

\ NINGUÉM FOGE AO SEU DESTINO1

FERNANDO IV ascendia, de novo, ao

trono, restaurado, em grande parte,f mercê dos combates triunfantes em que|pFra-Diávolo se empenhara corn os seus*sequazes. Logo o v monarca pensou naLibertação de Roma, mas para lutar com

^os franceses precisava de gente e di-nheiro — e não pôde levar por diante

ft) seu intento.I Mais uma vez o antigo salteador entroufem ação, no ardente desejo de propor-Icionar ao rei essa almejada e retumbante¦i

| vitória sobre os exércitos de Bonaparte.|à frente do seu bando de valentes cala-'hreses, investiu contra a cidade e con-

eguiu transpor as barreiras defensivas,^penetrando, numa rajada destruidora, bem|no coração do burgo submetido, causandoI terríveis perdas ao opVessor.I A refrega assumiu proporções gigan-jl tescas e, crescendo em número, refeitosria surpresa, os franceses obrigaram osassaltantes a capitular. Fra-Diávolo nãoonseguiu escapar, dessa vez, e foi metido,

b grilhões, nas tenebrosas enxovias doastelo de Santo Anjo. Presente a julga-ento sumáPio de uma côrte de guerra,'m condenado à morte. Valendo-se de

os os seus ardis, conseguiu, porém,vadir-se, a poucos momentos de ser jus-'çado e, depois de várias peripécias ences dramáticos, chegou a Palermo,resentando-se a Fernando IV. O rei,

assombrado por tão temerária evasão,ndeu-lhe altas homenagens e, além do

fftítiilG de conde de Santo André, atribuiu-e a renda vitalícia de três mil ducadosmais.Aproximava-se, porém, a hora funesta

ara Fra-Diávolo, que havia de tornar-seuma figura da lenda, misto de fascínoraherói, que se redimiu por amor à pátria,

aspirando alguns dos maiores escritoresorno protagonista de emocionantes ro-amces vividos e de cuja existência aven-

lurosa o poeta Scribe e o músico d'Auberfizeram o motivo da ópera famosa, que1 uma das grandes peças do teatro lírico.1 Tinha o destino marcado; e a roda dafarturta começou a descuidar, empurran-

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do-o para o declive fatal, quando Mas-sena, com os seus impetuosos exércitos,invadiu o reino de Nápoles, nesse anotrágico de 1806. Fra-Diávolo logo surgiu,capitaneando os seus intemeratos guem-lheiros, a barrar o passo ao invasor. Pia-neando, com o Estado Maior das tropascoligadas, a estratégia das batalhas deci-sivas, os ^generais que comandavam asforças inglesas e bourbônicas seguiramos seus conselhos e empenharam-se nohistórico combate de Maida, que foi umaestrondosa vitória e a consagração dosméritos do conde de Santo André eomoestrategista consumado, que alcançou,ainda, pessoalmente, brilhantes triunfosmilitares sobre as hostes dos generaisValentini e Hugo, o pai do geniai VictorHugo. Os seus inimigos não deixavam,contudo, de tramar contra êle na sombra,o mais infame, acicatado pelo despeito,abafando a voz do próprio sanguj, poisera um dos seus familiares, cometeu a viltraição, denunciando-o e entregando-o aoinimigo.

Os franceses temiam-no pela bravura epela ciência na arte da guerra e, nãoobstante todos os esforços do generalHugo, que sinceramente o admiravaapesar de vencido por êle, Fra-Diávolofoi enforcado, em Nápoles, poucas horasdepois de ter sido preso e sem quaisquerformalidades, por não ter o invasor outromeio de obstar a sua evasão.

Não fizeram mais, com tal gesto, osinvasores do que glorificar perante aHistória essa figura extraordinária debandido, que, por amor à pátria e dedi-cação ao seu rei, se tornou num heróilendário.

COMO VOCÊ RESOLVERIA ISTO?(Resposta da página 70)

Meu vizinho enterrou uma estaca no chão, dei-xando-a com cerca .de um metro fora do solo eexatamente paralela à inclinação da árvore e mediuo comprimento de sua sombra, que tinha exata-mente 21 metros de comprimento. A seguir, usandoapenas um cálculo de proporção, declarou que a,árvore era quatorze vezes mais alta que a estacaque cravara no chão.

Isto significava que a volha árvore tinha, apro-ximadamente, 12 metros e meio, de altura e, por-tanto, podia ser derrubada sem atingir o telhadoda garagem, do qual ficaria afastada cerca detrês metros.

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Por ROBERTO ORMOND CASE

EU irmão mais moço, Jim, é um ne-.-*- gociante próspero, goza de alto con-ceito na sua comunidade, tem numerosafamília, e seus 46 anos de vida, ao con-trário do que ocorre com a maioria, malse vislumbram em seu rosto.

Sua espantosa serenidade causa maiorsurpresa, porquanto aumentam, dia a dia,suas responsabilidades e, ainda, os de-talhes difíceis de uma posição oficial queagora também ocupa. Apesar de tudo,mesmo num dia de muito trabalho, elesempre tira alguns minutos para repousaro corpo e o espírito (para tomar umcafezinho, palestrar ou, simplesmente,para girar na cadeira e ficar olhando acidade, através da janela. Tanto maisproblemas surgem, mais êle multiplicaesses descansos. Sabendo que nao erà esseo seu temperamento, quando rapazola,interroguei-o sobre a miraculosa mudança,que o conserva espiritualmente acima

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1das dificul- |>dades diárias. Êle sorriu, corou ura|pouco e então respondeu:' i

Foram duas palavrinhas. Ouvi-as n-qfmeio de um lago, quando tinha 19 anosá

E contou-me o fato. Estava com umaimoça sua conhecida e campeã de natação|Quando ela o convidou para cruzar oflago, a nado, êle ficou com vergonha de*recusar a admitir sua incapacidade. Iniciai!ram a travessia e, no meio do lago, Jim seft*|tiu que nunca poderia chegar a qualquer!das duas margens. E foi isso que anunciou^exausto e em pânico, à sua companheiraPorém ela, sem parecer impressionadadisse-lhe apenas duas palavrinhas.Ouvi~as e obedeci ao que me ac^nselhavam — concluiu Jim. — Jamaisesqueci, até hoje. E aprendi a aplicá-laantes de que me sinta completamenexausto, física ou espiritualmente. 0 qela me disse, então, foi: "Procure boiar"

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EU SEI TUDO 76 38° Ano — N* Outubro 1954

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O Buda Jejuador perten-cenie ao dr. Berthollet.

¦LI A estradajf de Pully,

em Lausane,junto de vi-nhedos e mterraços su-p e r p o s -tos, eleva-seuma casa pe-quena e mo-desta, v o 1 -tada para olago de Ge-

nebra. No portão do jardinzinho, ondeem certas épocas do ano chegam asvagas do lago, uma tabuleta: Dr. Ed.Berthollet. Trata-se, nada mais, nadamenos, que do "Mago de Pully", querenunciou à medicina oficial e em cujacasa os doentes graves, os desesperadosde todas as categorias, acorrem de todosos cantos da Europa e mesmo do planeta,para seguir sensacionais curas de jejume de desintoxicação. Curas quesegundo dizem — restituem a saúde, aforça, a alegria de viver e que devempermitir a qualquer indivíduo normalviver cem anos. 0 próprio dr. Berthollet,alto, forte, de barbas soberbas cobrindoo peito largo, de passo vivo e olhospenetrantes, tem 70 anos. Ninguém lhedaria mais.de 50. Eis o que êle diz:"— O homem cava o próprio túmulocom os dentes. Come em demasia. Comemal. Não sabe comer- Nossas idéiassobre as possibilidades de longevidadehumana são a tal ponto falsas, que nossentimos felizes — e até mesmo privi-legiados, quando chegamos aos 60 ou 70.Um centenário nos parece um fatoextraordinário e anormal. No entanto,o que é anormal é morrer na flor daidade! Sim. Sessenta ou setenta anosvêm a ser a flor da idade!"

O "Mago de Pully" alinha seus argu-; mentos cientificamente. Pierre-Jean-MarieFlourens, o grande fisiologista francês,que viveu no século passado, fixava a

"morte fisiológica" do homem entre 100e 120 anos. Para êle, a juventude findavaaos 40, a primeira velhice só começavaaos 70 e a segunda aos 85, para prolongar-se até 120 anos. Em que baseava seuscálculos? Há uma lei de fisiologia quedá aos homens e aos animais uma duraçãode vida de cerca de cinco vezes o períodode ossificação dos ossos longos. O quadrode Flourens prova, assim, que a soldagemdos ossos sendo feita, em média, nocoelho, em um ano, este tem uma vidamédia de 5 anos aproximadamente; nocão, em que essa soldagem se realiza emdois anos, a vida é de 10 a 12 anos; nocavalo» de 25 anos; no camelo de 40 anos;no elefante de 100 a 150, quando aossificação, neste último, ocorre aos 30!

Entre os homens, como é sabido, asoldagem dos ossos longos só ocorreaos 30 (como no caso do elefante). Ohomem deveria viver, portanto, o mesmonúmero de anos dos grandes paquidermes.Por sua vez, Buffon já havia dito: "O

homem morre em qualquer idade, en-quanto os animais parecem percorrer como mesmo passo igual e firme o espaçoda vida". Para Hufoland, o grande médicoalemão, que reviu e corrigiu as tabelas deFlourens, o multiplicador normal serianão de 5 mas de 8, o que daria ao homemuma possibilidade de vida de dois séculos.Disse, textualmente: "Podemos declarar,com grande dose de verdade, que a orga-nização humana e a força vital são capazesde dar ao homem uma duração de du-zentos anos".

Isso, para a teoria. Passemos, pois, àprática. O "Mago de Pully" se dedicouaos casos de indivíduos que alcançaramo centenário ou dele passaram, desde aantigdidade até nossos dias. Paulo, oEremita viveu 115 anos. Santo Antônio105, Arsênius 120, Epifano 115. Quantoa Moisés, sem dúvida, passou muito deum século. Pois bem: todos se alimen-tavam de frutas, saladas e água pura.

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Os centenários são incon-táveis entre os yogi india-nos. Todos são abstinentes.Em nossa época, o escocêsKentigern, fundador do bis-pado de Glasgow, morreucom 185 anos "na posse dctodas as suas faculdades ce-rebrais", segundo reza apedra do seu túmulo. Acondêssa de Desmond che-gou aos 141; um inglês, HenriJenkins, aos 169; outro in-glês, Thomas Parr, tambémcom 169; um terceiro, JohnShell, com 145. Teve 29filhos de sua primeira es-posa. Tornou a casar, aos125 anos, e teve ainda outrofilho desta união. Nos úl-timos anos de sua vida per-corria, a cavalo, seus 30 qui-lômetros diários.

— "O segredo de todoseles? — diz o "Mago dePully". — Tinham uma vidaregrada. Sabiam comer ebeber, alimentando-se poucoe de produtos sãos. Conhe-ciam as virtudes de jejum;sabiam praticar o jejum para

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MESTRE DA ORDEMDA ROSA CRUZ

O dr. Berthollet, chamado «O Magode Pully», cidado em que reside,na França, opera em sua casa.Sua iilosoíia está baseada nosprincípios das sabedorias chinesa,indu e tibetano. É Mestre da Ordofrnda Rosa Cruz e instalou em sua«vila» uma capela rosa-crucianaGosta de meditar ao pé de «Gizo»,o buda que vem procurar as almas.Sua biblioteca se compõe de 30.000obras sobre religião, jejum e, magnetismo. Como medicamentos em-prega apenas purgantes de suafabricação, magnetizados segundoprocesso que apenas êle conhece.

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desintoxicar-se e, consciente ou incons-cientemente, viviam dentro de umamáquina que nunca estava suja."

Como chegou o dr. Berthollet a scusacerdócio?

"A cura do jejum — diz êle — éexcelente meio terapêutico, praticadodesde a mais alta antigüidade, em todasas religiões. É o tratamento a que sesubmetem todos os animais, aos primeirossintomas da enfermidade. A medicinamoderna errou ao abandonar esses pro-cessos curativos tão simples, tão naturais,em favor de uma quimioterapia compli-cada e caríssima. Como todo o mundo,quando jovem médico, eu receiava queo jejum acarretasse uma diminuição davitalidade ou alterasse os órgãos. Hojesei que uma alimentação copiosa égravíssimo erro!

E assim resume seu próprio caso:"Doente, não encontrando um medi-

çamento que me conviesse, experimenteio jejum. Comecei suprimindo o primeiro

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Outro cliente, um egípcio, no seu quinquagésimo dia de jejum, o quenão o impeçle de praticar o esporte, pois aqui o vemos remando, oque faz todas as tardes. No verão, os clniermos do dr. Berthollet praticama natação. Como alimento tomam uma tisana de hastes de cerejas, semaçúcar, quatro vezes por dia. Diante do panorama enquadrado pelajanela aberta, o jejuador medita e se) impregna de sabedoria indiana,lendo o «Credo» de Swâmi Par aman and a. O médico relata casos prodi-giosos, como o do médico que/ no décimo oitavo dia de jejum, per-correu cerca de setenta quilômetros em bicicleta, o que é espantoso

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almoço, justamente o que mais apreciava.Senti-me logo muito melhor. Ao fim decinco dias, as perturbações artríticas egastro-intestinais se atenuaram. Ensaiei,então, um completo jejum, primeiro deum dia e, depois, de dois dias. Todasas perturbações desapareceram como poriencanto. Um bem-estar e um vigor novoseguiram-se à cura. Depois, experimenteioutra cura, com purgação copiosa e jejunspor períodos alternadas de 3 a 6 dias.Um forte lumbago, fruto de um resfriado,me imobilizava completamente. Ao fimde 24 horas, as dores intoleráveis ces-saram. No segundo dia de cura eu estavarestabelecido. Dez dias mais tarde, eu

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38? Ano — N? 5 — Outubro — 1954 79

era o homem mais bem disposto da terra.Durante esse tempo, percorria, em bici-ctetâ, sem ter comido, 6 a 15 quilômetrospor dia. Meu coração estava grandementealiviado e eu podia subir, sem perda defôlego, íngremes ladeiras.

E o "Mago de Pully", conclui:"Continuei regularmente minhas

curas de jejum e é isso o que me permiteconservar a forma. Asensação de euforia e alucidez cerebral são parti-cularmente agradáveis no 1ÈkMM&%,correr de toda a cura."

"Fiz uma experiên-cia ainda mais conclu-dente: na noite do 14°dia do meu último jejum,pude, sem esforço e semfadiga, discorrer diantede uma sala de mais dcoitocentas pessoas e issocom uma facilidade deelocução tão grande quenão tive necessidade deconsultar meus aponta-mentos. Nem um só demeus auditores descon-fiou de que eu nada co-mera durante as duas úl-Umas semanas! Assim,adquiri a convicção in-qiiebrantável de que ojejum é um método cura-tivo superior a todos osoutros. É como uma camaou uma poltrona macia,què concedemos a todosos nossos órgãos."

A partir de então, odr. Berthollet abandonoua medicina oficial e co-nieçou a aplicar esse mé-todo que, pouco a pouco,invadiu toda a Europa.cliente foi um ancião de 73 anos, atacadodesde longos anos de inflamação dapróstata. Sofria muito e seu primeiromédico desanimara de o curar. 0 doutorBerthollet iniciou seu tratamento e, apóscinco curas ritmadas de quatro dias cadallma, o paciente estava inteiramenterestabelecido e voltava à vida normal.0 coração funcionava livremente, a res-

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piração voltara a ser fácil e o anciãopodia realizar longos passeios sem fadiga.

"Em todas as enfermidades do fígado,a cura é muito rápida. Os demais êxitosforam obtidos em casos de enterites,úlceras do estômago, gastrite, diabete, etc.E quando não ficam curados, tiram dotratamento imensos benefícios. Para asafecções cárdio-pulmonares, o método é

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UM J IUADOR NÁO ¦ _«. ^m tratamento como «Mago d© Pully»

o professor Georges, qu© jejua há cinco dias. não se deixa tentar poisfartura gostosa de uma vitrina. Nâo tens fome. Habituou-se a nâo comer.

Seu primeiro insuperável, pois o coração volta a fun-cionar com vigor e regularidade. Eisporque aplico o jejum como tratamentode base a todas as enfermidades."

E seu método é simples: Nada demedicamentos. Nada de regime. O jejumabsoluto. Todos os enfermos que entramem sua clínica é após exame médico,são privados, pura e simplesmente, dequalquer alimento. Em lugar das três

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Diariamente, o dr. Berthollet pesaseus enfermos. A paciente dóclichê jejuou 8 dias, antes devoltai* a alimentar-se regular-mente com o ^ejum e perdeu 4

quilos e 10C gramas. Em 3 diasrecuperou 4 ! O dr. Bertholletinterrompeu a cura quando apaciente pesava apenas 31 ks e400. «Ê maravilhoso» — exclamouela, ao comer sua primeira frutainteira. Tinha a impressão deestar curada. As purgações dessemédico são quase imbebívatisMagnetizadas, perdem seu mau-gosto. O dr. Barthollet confessaque suas mãos têm poder mag-nético que torna o jejum maissuportável ao paciente, tan.opela magnetização das purgasquanto pela magnetização diretado corpo. Certos doentes sãomagnetizados 3 vezes por dia.

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refeições habituais tragam infusões (camomila, menta,verbena; tudo sem açúcar), com ou sem suco de limão.Para os cardíacos enfraquecidos, o terreno é preparadodurante alguns dias por meio de uma alimentação lácteae vegetariana, que é progressivamente suprimida.

A cura é adaptada a cada indivíduo. Em geral, odr. Berthollet recorre à cura breve de 3 a 4 dias, repetidasegundo üm ritmo definido. Às vezes, ordena jejunsprolongados de lõ a 25 dias, quando é necessário agirde maneira intensa e imediata. Durante toda a duraçãoda cura, as forças do doente são sustentadas com passesmagnéticos. Mas não é tudo. Todo indivíduo, entre30 e 40 anos, tem um organismo sujo — e é disso quemorrerá mais ou menos rapidamente. È preciso, pois,limpar o organismo — como se limpa o motor após certonúmero de quilômetros percorridos ou se faz a limpezade qualquer máquina após um longo período de serviço.Para acelerar essa limpeza, o dr. Berthollet agrava deuma certa forma o regime de seus-pacientes: dá-lhes, umaou duas vezes por dia, purgas de citrato de soda ou desulfato de magnesía. O tratamento cessa logo que ohálito do eníermq não se mostra mais ruim.

Outros médicos, na Suíça, e na Alemanha, que aplicammétodos semelhantes, fazem passar pelo corpo humano

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várias dezenas de litros de água límpida, até que olíquido saia do organismo incolor e inodoro."Diariamente — diz o dr. Berthollet — introduzimosem nosso corpo substâncias que enfraquecem nossosórgãos e entravam as trocas nutritivas das células. Essassubstâncias — principalmente as que são muito ricasem albuminóides, são nossas inimigas naturais. Pro-duzem, por fermentação, dissociação ou putrefação,venenos e toxinas prejudiciais à saúde e que o fígadoé incapaz de eliminar. A superalimentação reinou durantemuito tempo dominadoramente; em matéria de higienealimentar, causou maior mal do que se possa imaginar.

Mas é possível suportar a fome durante uma ou duassemanas? E vinte dias ou mais?

— "A sensação de fome, algumas vezes bem forte noinício do jejum, é uma falsa fome, à qual não devemosceder. Trata-se.de uma necessidade fictícia, consecutivaa irritação das mucosas gastro-intestinais pelos produtostóxicos eliminados. Uma purga copiosa ou uma lavagemsão os melhores remédios contra tais fomes. É precisorecordar que durante os primeiros dias de jejum, ascélulas enfermas ou enfraquecidas, os depósitos~de ácido

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38? Ano N° Outubro 3954 81

úrico e de venenos orgânicos, os gases tóxicos, produtosde combustão celular, são destruídos e eliminados emmassa, do qiíe redundam as crises de desintoxicação comseus desconfortos particulares: curvatura geral, cefaléiasou vertigens, que não devem assustar, mas, ao contrário,ser causa de alegria, pois que indicam ter sido iniciadaa purificação do organismo.

— "O enfermo emagrece? Não deve ficar impressio-nado; pode perder entre cinco e dez quilos numa semana.A quantidade de gordura do corpo nunca significousaúde. O peso perdido no correr da cura representa aeliminação das células enfermas, dos tecidos sem valor,das substâncias e dos líquidos tóxicos, que engordam oorganismo e paralisam suas funções."

O temor do enfraquecimento por inanição deve serafastado. Em caso de morte por inanição, as perdas detecidos são as seguintes: gordura 97%, baço 63%,fígado 56%, músculos 30%, sangue 17%, cérebro enervos 0%. Ora, tais perdas só podem ocorrer entre 75e 90 dias. A gordura, no homem, como nos animais, éuma degenerescência celular que pode conduzir às maisterríveis moléstias.

Aliás, nessa cura do "Mago de Pully" existe — segundoêle diz — regras exatas, baseadas numa experiência

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segura. São de duas categorias: as que indicam que umindivíduo necessita de uma cura e as que revelam quea cura surtiu efeito.

— "O jejum é necessário aos indivíduos que apre-sentam, os seguintes sinais: hálito mau, proveniente deuma cárie dentária (e nesse caso é indicado o dentista)ou pelas fermentações gástricas e intestinais que arruinamos órgãos: a língua carregada, que indica mau funcio-namento do tractus gastro-intestinal; sensação de engor-

gitamento, após as refeições, acompanhadas em geralpor congestões fugitivas da face com a sensação deinchação abdominal, que obriga a desabotoar o cinto,

para dar livre movimento aos órgãos; fadiga geral evaga, fraqueza incompreensível ou enxaquecas; acúmulode gordura em redor dos órgãos; coloração amareladaou terrosa "da

pele e pequenas erupções; perturbaçõesligeiras da circulação e do sistema nervoso. Todas essasenfermidades não são graves por si mesmas, mas naodevemos despreocupá-las, pois anunciam que as forçasde resistência diminuem e conduzem a uma velhice

prematura. Uma simples cura de desintoxicação pelojejum, barra o caminho a todos esses males.

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Sem abusar- esse cliente dodr. Berthollet (desenhista pro»íissional) continua sua videativa. Usa óculos, habitual-mente, mas dispensou-os desde

que começou o tratamento em.Pully. Afirma que sua vista me-lhorou desde que pratica o

jejum. A tarde, realiza longos

passeios pela cidade.. . iepoisde receber passes magnéticos dodr. Berthollet. Ao voltar é pe-sado. Se se deixou tentar, em

passeio, a balança rebelará afalta. O médico confessa pra-ticar suas teorias sobre o jejumhá quarenta anos, sem ter re-

gistrado um só acidente. «Nã£

pretendo ter curado todos ismeus doentes, mas salvei muitbsdeles» — foram as palavrasdo conhecido esculápio, ao s^rinterrogado sobre os método^

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EU SEÍ TUDO S2 38f? Ano N? 5 Outubro 1954..

Sinais, muito fáceis de reconhecer,indicam que a cura é eficaz. A cura, aliás,só é penosa durante os dois ou trêsprimeiros dias. O doente se sente abatido,deprimido, tem a língua carregada, ohálito fétido e o próprio corpo cheiramal. É indício seguro de que os gasesmalsãos, as toxinas escapam pelos pulmõese os poros da pele. Mas, após o quartodia, geralmente, o hálito volta a ser normale mesmo perfumado em certos indivíduos,a pele ganha colorido e o olhar se tornavivo e penetrante. A sensação de sede,insustentável nos primeiros dias, acalma-se à medida que a desintoxicação pró-gride. Quanto ao coração — segundoverificou o dr. Berthollet — é mais exci-tável, mais forte, a circulação sangüíneaé mais livre e os órgãos não correm maisrisco de congestão. A respiração é maislenta e muito mais livre, os glóbulosvermelhos aumentam, as necessidadessexuais diminuem e o sono é calmo,proporcionando total repouso. Enfim,terminada a desintoxicação, as funçõescerebrais são mais rápidas e mais fáceise o raciocínio ganha vigor. Quando essesobjetivos são atingidos, o médico sabe quea cura está terminada.

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o corpo . pede uma higiene física ecuidados perfeitos, a fim de favorecer eacelerar a eliminação dos venenos orga-nicos pelos pulmões e pela pele. 0jejuador deve viver em ar puro", praticarrespirações profundas,, ter as janelassempre abertas. O ar não deve jamaisser viciado pela fumaça do cigarro, amais perniciosa. Os cuidados da peleconsistem em lavagens com água morna,banhos de ar e de sol, massagens gerais.Finalmente, precisa praticar exercíciosmoderados, como a marcha, a ginásticaao ar livre, tudo diariamente. Certosjejuadores praticam a canoagem ou ociclismo. Isso é necessário para a volta àalimentação, ou melhor: a convalescença.

— "Então - diz o dr. Berthollet -o regime será frútaro-vegetariano, sendoexcluída a carne dos menus por váriassemanas, senão definitivamente suprimida.Só no quarto dia o enfermo volta aosovos, ao queijo e ao leite coalhado. De

então por diante, será preciso respeitarno mínimo dois dias completos de jejumpor mês, seguidos de um dia de regimevegetariano. O trabalho não será imedia-tamente reiniciado. Um comerciante deLausanne, qpe havia jejuado durante 40dias, voltou à sua loja ao 41? dia, semser incomodado. Um professor de Ge-nebra fez 70 quilômetros em bicicletaapós seus 18 dias de jejum. Mas é umerro a evitar.

— "Devemos dar às células — dizo "Mago de Pully" — o tempo de sefortificar e retomar suas funções. Nessascondições, posso afirmar que a cura pelojejum provoca um maravilhoso rejuve-nescimento do organismo. E é esse ocaminho para viver cem anos e mesmomais!"

Assim fala o dr. Berthollet. Que valeseu método? Que devemos pensar? Váriosmédicos o praticam, hoje, em toda aEuropa.

No século XIX, Claude Bernard jáapontava "os benefícios do jejum porum tempo determinado".

Recentemente, o dr. Ash, de Londres,"Durante toda a duração do jejum, afirmou:

-— "Num indivíduo normal, o sangueé capaz de resistir à ação de uma absti-nência completa de alimento por umperíodo de trinta dias, sem revelarqualquer mudança patológica extraordi-nana .

E, como êle, outros muitos, como osdrs. Segesser, suíço; Môller, alemão;Frumasan, Pauchet, Carton, Caillet eWeber, franceses.

Outros médicos afirmam, agora, queum indivíduo são e que queira viver emboa saúde, deveria ingerir no máximocinco a oito gramas de gorduras dià-riamente.

O dr. Segesser diz que o jejum è umaterapêutica. Não deve, porém, ser pra^ticado levianamente; também não é umapanacéia. Não devemos empregá-la atorto e a direito E JAMAIS SEM A ASSIS-TENCIA DE UM MÉDICO!

38? Ano N? 5 Oulubro — 1954raram

EU SEI- TUDOo ERE M ITA cohfo 4eWLL F.JENKINS

velho Morgan apanhou mais lenha dapilha, que arrumara penosamente e

durante muitos dias, num canto da suacabana, tratando de ajeitar as toras no

plantações, linhas telegráficas e tambémmatando uma dezena de pessoas. Faziaum frio sem precedentes em toda a regiãoe as estradas estavam bloqueadas, com

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automóveis e caminhões literalmentetragados pelo gelo!"

Oííviü tudo, quieto, contente da vida.Nada disso o interessava, pois que estavabem e confortável. Também o roubo da

y mala postal não o impressionava. O^g^riminoso tinha sido esperto. Conseguira^^prar no carro forte do comboio porv

meio de um engenhoso truque, depoisiu a - j ' *•• i r* _-_iu_™ ™«*_« atacara de surpresa, matando doisvelho fogão de tijolos. Depois, olhou pela ¦ . .

, J A. . ^^ guardas e conseguira fugir em motocicletajanela a neve que continuava a cair, como ° ai~u~;^ »;«t*M*~ «a„^„^„ com boa parte do dinheiro existente nose nao quisesse terminar nunca, e sorriucom satisfação. Aquela nevasca até que vagão. ^era um bora negócio para êle. Nenhum 0 ladrão tinha sido inteligente, agindovizinho viria aborrecê-lo com histórias. no momento próprio e sem _deixar as

Depois de atear o fogo, fechou muito suas vítimas qualquer possibilidade debem a porta, ligou o rádio, encheu defesa. Mas o velho Morgan não ligavacachimbo e tratou de sentar-se confor- importância ao bandido nem ao seu atotàvelmente criminoso, como nao ligava a humanidade.

Não tardou a ter início o noticiário Os Winstons, seus vizinhos do lado direito,telegráfico e as notícias policiais.

"0 como os Nortons, que ficavam a suaroubo da mala postal. Incêndios. A apro- esquerda, viviam muito distantes, haximação de uma tempestade - essa pouco mais de uma légua. No principio,lí- . , n .. un :a tentaram mostrar-se amigos etempestade que açoitava ja ,.._,;onze Estados, causando pre- Por o haviam prevenido contra a

juízos tremendos em prédios, WILL F. JENKINS «deia de construir sua ca-

«Eles estavam prisioneiros na cabana, cercada pela neve e da qual um só podia escapar...»

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EU SEI TUDO 84 38<? Ano N* Outubro 1954

bana naquele locai desolado. A neve, ali, caia em maior quantidade, no rigor doinverno! Era perigoso! Mas êle erguera os ombros e fechara os ouvidos. E disseramesmo, com grosseria e sem rodeios, que não construiria sua morada no alto dacolina, de onde poderia ver os vizinhos... porque não queria ver nenhum deles!E agora estava mais certo ainda de que sua idéia era muito boa. Sua cabana ficavamesmo no centro do vale, com muita neve em redor e uma espessa camada deneve sobre o telhado. E, apesar de tudo, no interior, era agradável, aquecida esegura. Começou a preparar o jantar. Ovos com* presunto, que colocou na frigi-deira. O rádio não parava com o noticiário e os avisos. "A tempestade era de forçasem precedente. As linhas telegráficas estavam positivamente abolidas. Nos lagosvizinhos, as embarcações de grande porte esta/am aprisionadas no gelo. Muitoscaçadores tinham sido colhidos pela nevasca e estavam desaparecidos, receando-seque estivessem, a esta hora, mortos gelados. O número de desastres aumentava deminuto a minuto"... Não falavam mais sobre o roubo da mala postal nemde seu autor. Talvez estivesse lutando com a tempestade, em algum pontodesolado da região. O velho Morgan varreu cuidadosamente as cinzas, .*£enquanto ouvia gemer o madeiramento de sua cabana e sem o característico

.da neve, caindo, mais e mais, sobre o seu teto. E êle, ali,quente e confortável, no seu interior tranqüilo. Sòzihno!»Num isolamento e numa despreocupação verdadeiramenteolímpicos. Tempestade e frio para todos. Menos para êle!

Repentinamente, endireitou-se em sua cadeira de balanço.Ergueu-se a meio. A ponta rangera um pouco. Talvez fosseo vento, mas o velho Morgan se levantou, correu o ferrôlhoe abriu. Uma forma, toda salpicada de branco, entrou nacabana, cambaleando. Assim chegou junto do aquecedora carvão e o teria abraçado, num gesto de desespero, se ovelho Morgan não tivesse evitado. Depois, durante cerca demeia hora, trabalhou com denôdo e consciência. Retiroua roupa do estranho e esfregou-lhe o corpo com neve, 1vigorosamente. Porém o outro não reagiu comoesperava. Era muito moço e parecia exausto, emboravestisse roupas grossas e tivesse o corpo razoável-mente aquecido. Caíra numa espécie de irresistíveltorpor. 0 velho Morgan calculou, como raposavelha que era, que o mal maior do desconhecidoera o pânico. 0 automóvel em que chegara ficaraenterrado na estrada, cerca de uma milha dedistância... Colocou a roupa do desconhecidopara secar sobre o aquecedor e, nessa manobra,um objçto pesado caiu ao solo. Era uma pistolaautomática. O velho Morgan colocou a arma,cautelosamente, num aparador. Seu hóspedeinesperado dormia pesadamente. O velho cederaao intruso sua enxerga e, assim, teve mesmo quedormir no chão. Tratou de encher o fogão comboa e nodosa madeira e, a seguir, tratou de dormir.

Quando despertou continuava escuro. Levantou-se do chão duro, praguejou raivosamente e pôs-sede pé. Caminhando com cautela, abriu a boca dofogão e acendeu o lampião com um pedaço de lenha.Seis...? E ainda escuro? Não era possivel! Notou, , ^„, , _silêncio mortal. Um silêncio anormal. Tentou abrir a porta de" entrada".' Êsta,"porèm,estava firme e cojno soldada. Correu à porta dos fundos, a mesma que usara para

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colhera lenha.

Abriu-a. O arestava tão frio que

parecia mais espês-so, mais pesado, sem

um movimento. A neve do telhado des-cera até o chão. Não podia haver luz,porque a cabine estava soterrada.

0 velho Morgan pensou nas duas colinasque a ladeavam. Uma camada de neveenchera todo o espaço. . . Cinco, talvezdez metros. . .

0 silêncio no interior da cabana foi«substituído, reoentinamente, por um res-íolegar tempestuoso. O velho Morgan

— Hum! Açor-dou, hein. senhor

ladrão da mala? — disseà guisa de cumprimento Morgan.

podia ouvir a respiração do seu visitante— e o visitante não estava de pé...Porem a pistola automática desaparecerado aparador.

Qualquer coisa brilhou, repentinamente,no cérebro do velho Morgan, que logovoltou para o interior.

Com o ruído dos seus passos, os olhosdo rapaz logo se abriram.

— Hum! — disse o velho Morgan. —Acordado, hein... Sr. ladrão da malapostal? O café está pronto. E continuavanevando. Está ouvindo?

Seu hóspede se ergueu a meio. Estavainteiramente vestido, agora, e a pistolaautomática estava em suas mãos.

Estou acordado desde muito tempodeclarou. Esperei, apenas, para ver

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fazia. Onde está o seuo que vocêtelefone?

Nunca tive essa droga!Oh... Mandou a notícia por um

vizinho, eh?Os vizinhos nunca vêm até cá — ros-

nou o velho Morgan. — Odeio amizades!Caminhou até o fogão e tratou de encher

duas xícaras de café, forte e negro.Depois acrescentou, com voz ácida:

"— Não gosto de vizinhos nem deninguém,* e por isso espero que tome ocafé e dê o fora daqui, para que eu fiquecomo estava antes de vir bater à minhaporta.

Passou uma xícara para seu hóspedee bebeu a sua parte com uma careta dedesagrado. 0 outro era o homem pro-curado pela polícia de cinco Estados!

Esteve lá fora? — perguntou, comseu modo brusco e cáustico.

Não. Por quê?Pois experimente! — disse o velho

Morgan, grosseiramente. — A neve con-

tinua caindo. Temos uns sete metros deneve acima da cabeça. Antes de exe-cutar. . . o que está pretendendo, pensenisso!

O rapaz hesitou um instante e depoiscaminhou para a porta de entrada. Estanão se moveu aos seus esforços. A nevehavia bloqueado a cabana, por aquelelado. Caminhou para a porta oposta everificou que o depósito de lenha setransformara numa geladeira. Recuoulogo, com o corpo todo tremendo.

O velho Morgan cortava fatias de bacon,com seu canivete de bolso e deitava-asna frigideira.

— Não gosto de gente. . . De ninguém!— declarou, agressivamente. — Princi-palmente, de miseráveis salteadores eassassinos, que pretendam matar-me paragarantir a própria fuga. Entende?

O rapaz parecia novamente assaltadopelo pânico.

.(¦Continua' na página 109)

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ORLANDO LOUREIROapresenta neste livro um impressionantedepoimento de jornalista e de homem,uma visão dramática da União Soviética,da Europa e do mundo, abordando temasde candente interesse, como:

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38? Ano N* 5 — Outubro — 1954 87

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O DIÁRIO DE FELIX LANERESUMO DA PARTE JÁ PUBLICADA

Começa o «Diário de Felix Lane» com a primeirapágina de seu livro de apontamentos, na data de.20 de junho de 1937, quando o autor anuncia quevai matar um homem que não conhece, nunca viu,ignorando tudo sobre êle: nome, aspecto, profis-são, etc. Mas vai tentar descobri-lo e matá-lo,

porque esse desconhecido, guiando um automóvelde marca e número ignorados, atropelou e matouseu íilho único, de sete anos, com o qual serecolhera a uma casa de campo, após perder aesposa. Na Polícia nâo há indícios, nem nosarredores da aldeia onde o fato ocorreu. Por issocomeça a raciocinar, a fim de descobrir comoagiria, êle próprio, no lugar do atropelador.

f)° — Admitamos que ele mudasse umpára-lama, o pára-choque, um farol, quesri ainda? Que é o que se tira disto?Meu homem é um mecânico experimen-indo, tendo ao alcance da mão peçassobressàlentes. Noutros termos, trabalhanuma garagem. Bem melhor, ainda; éo proprietário de uma garagem, que,sozinha, podia dispor para seu uso exciu-sivo de peças sobressàlentes provindo deseu estoque, sem dever explicação aninguém.

Grandes deuses! Tenho a impressão delargar ferros, finalmente. Meu homem co proprietário de uma garagem públicaassa/ importante para possuir um estoquede peças sobressàlentes; mas não deveser uma garagem muito grande, sem oqual seria um fornecedor, e não o dono,o responsável pelo estoque. Na verdade,o criminoso poderia ser igualmente ogerente ou o empregado de uma grandegaragem. Isto alarga o campo de pes-guisas, desgraçadamente.

Os fatos conhecidos me fornecem indi-cações sobre o tipo do automóvel e anatureza dos estragos? Tentemos saber.Oo ponto de vista do condutor, Martieatravessava a rua da esquerda para adireita: seu corpo foi projetado na fossaà esquerda. Isto permite supor que foio lado esquerdo da viatura que sofreu,principalmente se o atropelador deu umgolpe de volante para a direita, a fimde tentar evitar o pobre menino. O pára-lama esquerdo, o pára-choque ou o farol.0 farol... Esta palavra tenta me dizeralguma coisa. Reflete. Reflete...

Èureka! Não há pedaços de vidro nocaminho. Quais são os faróis protegidoscontra qualquer espécie de choque?Aqueles cujo vidro é recoberto com umagrade metálica, detalhe que se observa

comumente nas viaturas de tipo esporte,poderosas e de carrosseria abaixada.Devia ser um automóvel deste tipo (con-duzido por um chofer experimentadopara poder entrar naquela curva fortesem derrapar.

Vamos resumir. Há fortes probabili-dades de que o assassino seja um "pisa-tábua" e com longa prática de direção;de que seja o proprietário de uma garageme possua um automóvel do tipo esporte,com faróis protegidos por grade. Oveículo deve ser de pouco uso, sem o que"a troca de pára-lama novo pelo amolgadoteria sido notada... É bem verdade queo criminoso pode ter realizado um disfarceperfeito, praticando alguns arranhões napeça nova. Oh! Outra indicação: agaragem deve estar bastante isolada paraque o assassino tenha podido realizar oconserto noturno, sem atrair a atenção,e deve estar situada nas proximidades deum rio ou de um espesso bosque; omiserável, não podendo jogar as partesamolgadas do veículo no fosso da garagem,deve ter saído na mesma noite paradesembaraçar-se das mesmas.

Meia-noite já bateu há muito tempo.Vou dormir! A sensação de já ter, agora,o pé no estribo, acalmou meu espírito.

28 de junho :

Desespero! Como o meu longo trabalhonoturno parece inconsistente à luz ma-tinal. Cheguei a perguntar a mim mesmose existia, de fato, esse tipo de farolprotegido por uma grade. Alguns radia-dores têm essa grade protetora. Mas osfaróis também? É um detalhe facílimo deverificar, entretanto. Oh, Senhor! Mesmosupondo que eu tenha atingido a verdade,por milagre, digamos, não estou certo de

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EU SEI TUDO

me haver aproximado do alvo. Milharesde proprietários dc garagem devem pos-suir automóveis de tipo esporte... 0acidente ocorreu cerca das seis e vinte.Contando um máximo dc tres horas parafazer o reparo, o assassino tinha aindadez horas de escuridão diante dc si, 3que significa que sua garagem pode estarsituada num raio de trezentas milhas.Não; estou decidido a piorar as coisas,pois que duvido que tenha parado parareabastecer o tanque... com aquelasmarcas infamantes no veículo. Mas,quantas garagens podem haver num raiode cem milhas apenas? Visitarei todaselas, a fim de perguntar sc cada pro-prietário possui um automóvel do tipoesporte? E depois? Perspectiva desani-madora... Meu ódio por êsse homemdeve estar apagando o bom-senso comque a natureza me dotou.

Talvez a perspectiva de um trabalhogigantesco não seja a causa principal deminha atual depressão. Encontrei umbilhete anônimo em minha caixa docorreio — provavelmente depositadaquando todos dormiam. Não creio errarse atribui-la ao devastador do meu jardim.Essa teimosa perseguição acabou por agirsobre os meus nervos. Eis o bilhete. Papelordinário e letras de imprensa, recortadase coladas, como é de praxe.

"— Você o matou. Como ousa apre-sentar-se na aldeia, depois do que aeon-teceu em 3 de janeiro passado? Colocareios pontos nos "ii" já parece decidido anão compreender: não o queremos maisentre nós e o faremos lamentar amarga-mente o haver voltado para cá. Vocêtem na fronte a marca de sangue deMartie."

O tom parece revelar uma pessoa decerta educação. . . Deveria falar no plural?Sim, se aquele "queremos" significa al-guma coisa. Oh, Teresa! Que devo fazer?

*.

29 de junho:

A hora mais sombria parece o alvo-recer. A caçada foi iniciada! Permitam-me celebrar este grande dia, eomo umasalva simbólica. Eu estava tão aeabru-nhado, esta manha, que decidi sair no

88 38? Ano — N? 5 — Outubro — 1$$,

automóvel para ir visitar Michael, eiOxford, com a esperança dc distrair a;idéias. Chegado ao Cireneester, segui porum caminho transversal, para atingirgrande estrada dc Oxford; cra uni caminho estreito, acidentado c pouco fre-quentado, quc cu não conhecia. Lavadapelas chuvas recentes, a campina bro-lhava ao sol. Eu via, à minha direita,um campo dc trevos, levemente manchadocom os tons dc framboezas esmagadas,quando entrei um tanto pisado numa vaia.

Meu automóvel voltou com algum esforço para a estrada, onde o motor parou.Eu nunca tentei penetrar o segredodissimulado pelo "capót": cm caso de"panne", costumo dar ao motor caprichosoo tempo dc repousar e, cm geral, cie pega,depois, logo ao primeiro arranco. Descido veículo, a fim dc estacar um poucoas pernas c limpar os bordos da calça,que havia recebido um pouco dc lama,e nesse instante um camponês, apoiadoà cerca de uma propriedade, me inter-pelou. Trocamos alguns comentários ba-nais sobre as chuvas imprevistas e, aseguir, meu interlocutor contou que amesma coisa havia acontecido com outroautomobilista, no correr do inverno.

Em quc data? perguntei, paraentreter a palestra.

Pergunta inspirada e cujas consequên*cias cu estava longe de prever! O cam-ponês se entregou a cálculos extrema-mente complicados, baseados sobre umavisita que fizera à sua sogra, a doençade uni cordeiro c o desarrarijo do seuaparelho de rádio.

— Foi no dia 3 dc janeiro — res-pondeu, afinal. — Sim... Não podehaver dúvida. Foi cm 3 dc janeiro, aocair da noite.

Neste momento o leitor sabe comocertos pensamentos sc apresentam brusca-mente, em nosso espírito — nesse mo-mento, repito, revi uma frase escritanuma tabuleta, pendurada à porta de umacapela metodista, diante da qual euacabara de passar: "Lavada no Sanguedo Cordeiro..." isto me lembrou a frasedo meu correspondente anônimo: "Vocêtem na frente a marca de sangue deMartie". Milagre! Vi nesse instante, o

mm*

38? Ano — N? 5 — Outubro — 1954

assassino de meu filho entrando na valaaberta, ao lado da estrada — como euacabara de fazer — mas intencionalmente,para lavar o veículo do sangue de Martie!Minha língua estava seca quando per-guntei, procurando aparentar indiferença.

Recorda-se, por acaso, a hora exataem que esse desagradável incidenteocorreu com esse outro viajante?

0 camponês levou uni tempo que mepareceu interminável, refletindo, antes delizer:

Antes de sete horas, com certeza.Menos quinze ou menos dez minutos, senão me falha a memória. Sim... Podiamser seis e quarenta e cinco, aproximada-mente.

Minha expressão deve ter traído minhaemoção, porque o homem me observoucom maior curiosidade. Eu exclamei,para apagar qualquer desconfiança:

Na verdade, este mundo é bempequeno!; O viajante em questão deviaser meu amigo. Contou-me, mais tarde,que se perdera, ao sair dc minha casa eiue entrara com boa velocidade por umcaminho que não conhecia e fora darnuma vala cheia dágua, no caminho deGotewolds. . .

Esse fluxo de palavras não impedianeu espírito de trabalhar. Eu levara

poiico mais de meia hora para chegar atéali. Com um automóvel rá-pido — e conhecendo a regiãopara não precisar consultarsm mapa de estradas — Xtinha podido fazer o trajetoentre seis e vinte (hora doacidente) e seis e quarenta ecinco. Dezessete milhas deestrada má... em vinte e

ineo minutos... Sim; erapossível; com um automóveltipo esporte. Arrisquei um tiro

* queima-roupa :Era um automóvel do

fípo esporte, com motor po-deroso e carroseria bembaixa, hein? Notou o númeroda placa ou a marca doveículo?

O senhor compreende.Já era noite, os faróis quasecegavam e não sou lá muito

89 EU SEI TUDO

bom para decifrar as marcas dos au-tomóveis — respondeu o camponês. —Vi quando se aproximou, desde logo. Ecorria muito, sim senhor! Impossíveldecifrar o número. Era, creio, CA.D.e números. . .

— E isso mesmo! — exclamei, quasegritando."CA.D.", a nova matrícula para oGloucestershire. 0 campo se reduzia. Amenos sendo louco, um chofer iluminadopor bons faróis, não mete o veículo numavala como aquela, cheia d'água. . . se nãoprocura levantar uma massa dágua sufi-ciente para lavar toda a frente do auto-móvel. Eu não vira a vala a tempo dediminuir porque olhava o campo cobertode trevos e não a estrada à minhafrente... Mas ninguém contempla a pai-sagem à noite. Como não pensara euque uma mancha de sangue na carros-seria era infinitamente mais comprome-tedora que um pára-lama amolgade? Poroutro lado, X não podia deter o veículopara apagar a marca de seu crime comum lenço ou um pedaço de estopa, semcorrer um risco certo, além da difi-culdade de se livrar, em seguida, do trapoensangüentado. A solução mais simplesconsistia, pois, em entrar velozmente napoça dágua e esperar que a água fizesseo resto. Em seguida, o assassino havia

— Êle vai ficar furioso, mas eu direi a ciemesmo assim.

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Eü SEI TUDO

descido do veículo, a fim de verificar sea lavagem fora suficiente...

Uma frase de meu interlocutor, acom-panhada por um ligeiro piscar de olho,chamou-me bruscamente à realidade.

Quanto a ser bonita, ela é realmente,não acha, senhor?

Acreditei, um instante, que ele se referiaao automóvel do sr. X. Depois, com-preendi, com sentimento de horror in-dizível, que era do próprio X, (euprópria) que êle falava. A idéia de queo assassino de Martie fosse uma mulhernunca me assaltara. . .

Ignorava que meu amigo conduzissepassageira, aquela noite — gaguejei, nâoencontrando coisa melhor para dizer.

E bem bonita, até!

(Um sursis! Obrigado, meu Deus!)Havia, então, um homem e uma mulherno automóvel. O miserável queria im-pressionar sua conquista... Eu não mehavia enganado! Eu tentava obter datestemunha providencial a descrição demeu "amigo". Resultado bem magro : "Um

homem muito simpático... e delicado,palavra! A mocinha não escondia o sustoporque passara com o banho inesperado."Ande com isso, George" — repetia ela.— "Não desejo ficar aqui a noite toda!"Porém, êle não parecia lá muito apres-sado. Estava, como o senhor está agora,apoiado contra o pára-lama do automóvele conversando comigo sobre coisas tolas...

Estava apoiado contra êste pára-lama? — insisti, deslumbrado com aminha boa sorte.

Sim... Era como se o estivessevendo, agora.

Saiba, amigo leitor, que eu estavaapoiado contra o pára-lama da frente, àesquerda do meu automóvel, o mesmo que,segundo os meus cálculos, devia ter sidoamolgado pelo acidente. X se mantinhanessa posição para impedir que seu inter-locutor notasse o estrago. Prossegui emmeu interrogatório com o maior tatopossível, sem enriquecer minha documen-tação sobre o homem e o automóvel.Finalmente, por falta de recursos, afeteium ar de gracejo, ao declarar:

— Vou interrogar George sobre a suabela amiguinha... Um pai de família...

90 38? Ano — N* 5 — Outubro — 1954

É realmente escandaloso! Gostaria dc saberquem ela é. . .

Eu estava, decididamente, de sorte.aquele dia. O camponês cocou a cabeça.

— Que azar! — disse êle. Eu ouvi oseu nome, mas esqueci completamente.Já a vi num filme, em Cheltenham, aindana semana passada. Suas roupas de baixoparecem incomodar, pois que não hesitaem exibi-las. Minha mãe ficou até escan-dalizada. Êsse maldito nome me escapa. . .Olá, mamãe!

Uma mulher saiu da casa do camponês.-— Como se chamava o filme que fomos

ver na semana passada? O primeiro. . .?"Os Joelhos da Criadinha". Deviam

proibir os filmes desse gênero."Os Joelhos da criadinha''! Isso

mesmo. A tal mocinha desempenhava opapel de Polly, a criadinha. E mostravaos joelhos, realmente, hein, mamãe?

Uma vergonha! — respondeu a velhacamponesa. Minha Gertie trabalha nacidade, mas não tem roupas como aquelas,nem mostra os joelhos a ninguém, graçasa Deus! E que nunca se lembre de imitaraquela pecadora!

E você reconheceu a mocinha queacompanhava meu amigo, aquela noite?Era a Polly do filme?

Sou capaz de jurar, senhor. Masnão gostaria de causar aborrecimentosàquele senhor, pode crer! A passageiravoltava o rosto, como se receasse serreconhecida e pareceu ficar muito zan-gada, quando seu companheiro acendeu aluz interior, no teto do automóvel. "Apa-

gue essa luz, George!" — ordenou ela.Mas eu tivera tempo de ver o seu rostoe logo que "Polly" apareceu na tela, eudisse para minha mãe: "Parece a talmocinha que esteve parada, com o auto-móvel, naquela noite fria..." Não foi,mamãe?

— Como você está dizendo agora.Despedi-me da camponesa e do filho,

não sem lhes haver, antes, recomendadosegredo. Porém, eles tinham apenas umaidéia vaga de um romance entre meu"amigo" George e uma atriz de cinema.Portanto, nada a recear, por êsse lado.Dirigi-me diretamente a Cheltenham,onde colhi as informações desejadas. "OsJoelhos da Criadinha", filme inglês, tivera

38? Ano — N? 5 — Outubro — 1954

por principal intérprete Miss LenaLawson, no papel dc Polly. Lena Lawsoné uma estrela de segunda ordem; quantoao filme, o título chegava para dar umaidéia de seu valor. Está passando emGloucester, esta semana. Irei vê-laamanhã.

0 fato da polícia não haver interrogadoessas testemunhas não pode surprènder.Sua fazêndola fica extremamente isolada,numa estrada pouco freqüentada, mesmodurante o dia. Eles não ouviram a men-sagem telcgráfica, convidando as teste-mühhás do acidente a comparecer àdelegacia. Dc qualquer maneira, comopoderiam ter estabelecido uma ligaçãoentre o casal do automóvel e um acidenteocorrido tão distante daquele local?

Eis os novos detalhes a acrescentar aossinais dc X. Seu nome é George e seuautomóvel tem placa de Gloucestershire.Sabendo-se que êle conhecia a existência(ja vaia — certamente estava bastanteapressado para procurar outra, no mapade estradas — temos que essas indicaçõestendem a provar que o assassino resideno condado. Por outro lado, Lena Lawsoné o seu calcanhar de Aquiles; ela estavaaterrorizada, quando o camponês faleucom "George", junto davala. Ela quase suplicoua seu companheiro quese.apressasse e desviavateimosamente a cabeça.Minha linha de condutaestá traçada: entrar emrelações com Lena Law-son e arrancar-lhe seusegredo.

30 de julho:

Volto do cinema, con-vencido de que LenaLawson é uma lindamoça, que eu teria muitoprazer em conhecer pes-soalníente. Mas quefilme, Senhor! Empre-girei uma parte da ma-nhã organizando umalista dos garagistas daregião cujo nome começacom G. Pude encontrar

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91 EU SEI TUDO

uma dúzia. A leitura de uma lista denomes desconhecidos, quando se tomoua decisão de suprimir um, cria umaimpressão singular.

Meu plano de campanha começa a ficaresboçado em meu espírito. Não o redi-girei senão depois de haver estabelecidoas linhas gerais. Tenho a impressão deque "Felix Lane,# desempenhará impor-tante papel em futuro próximo. Masquantos pequeninos detalhes, pequeninose insuportáveis, tenho que vencer antesde entrar em relações com a vítima! Semmesmo ir até à execução!»Organizar umaascensão do Everest não deveria causarmaiores dores de cabeça.

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2 de julho:

A inteligência humana — mesmo supe-rior à mediana — é decididamente incom-pleta. E aqui está uma outra prova: apósdois dias de esforços estéreis para ela-borar um projeto de assassinato sem riscode qualquer, espécie para seu autor, des-cubro bruscamente, esta noite, que essasprecauções são absolutamente inúteis!Ninguém além de mim — e de LenaLawson, realmente — sabendo que

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EU SEI TUDO 92"George" atropelou e matou Martie,ninguém, portanto, descobrirá jamais asrazões que tenho de assassinar George,Legalmente, um acusado pode ser con-denado sem que o seu móvel tenha sidoestabelecido, desde que sua cülpabilí-dade seja provada. Mas, praticamente, sóuma testemunha ocular do crime poderiaassegurar a condenação de um homemdesprovido de motivos... Ein aparência,pelo menos.

Ninguém, no mundo, descobrirá jamaisuma ligação qualquer entre George e cu,com a condiçyo única de que George eLena não consigam estabelecer uma li-gação entre Felix Lane e Frank Cairnes,o pai da sua pequenina vítima. A senhoraTeague tendo sabido enfrentar os repor-teres, nenhuma fotografia minha apareceunos jornais no momento da morte deMartie; disso tenho a certeza. Meuseditores são os únicos a saber que FrankCairnes e Felix Lane são uma só pessoa;ora, eles estão ligados pelo interesseprofissional e por isso não receio quelim traia ao outro, desde que eu saibausar razoavelmente as minhas cartas.Bastar-me-á ser apresentado a LenaLawson sob o nome de Felix Lane, atingirGeorge por seu intermédio e matá-lo.Se, por acaso, um ou outro leu algumdos meus livros e fêz a pergunta tãoexplorada por meus editores com fimpublicitário: "Quem é o misterioso FelixLane?", a dificuldade não será muita.Longe disso. Sustentarei ter assinadomeus livros, sempre, eom meu nome ver-dadeiro e que o "mistério de minhaidentidade" nunca passou de um truquede publicidade. Corria unicamente orisco de encontrar algum conhecido,enquanto representava como Felix Laneao lado de Lena; mas essa complicaçãopoderia ser evitada com um pouco desorte e muita habilidade. Vou deixai

. crescer a barba antes de me aproximarda linda "Polly".

George levará o mistério da morte deMartie para o túmulo e terá diante desi toda a eternidade para se arrepender.O motivo do seu assassinato será enter-rado com êle no mesmo túmulo. O únicoperigo poderá vir de Lena; talvez eu sejaobrigado a desembaraçar-me dela também.

38? Ano —- N? 5 — Outubro —- 1954

Não desejo isso, embora não tenha, pre-senterncnte, nenhuma razão para suporque a morte dela represente uma perdapara este mundo.

Estará você, meu confessor fantasma,censurando êsse meu desejo de salvar apele? Má um mês, quando o desejo clccastigar o assassino dc Martie começoua penetrar em meu espírito, eu via namorte uma libertação. Mas a vontade deviver cresceu dentro de mim com r.vontade dc matar. Filhos gêmeos de meuespírito esses dois desejos se tornaraminseparáveis T Minha vingança só seriacompleta se garantisse, praticado o crime,a minha completa impunidade. . . con-forme George se julgou beneficiado,depois de assassinar Martie.

GeGrgc! Já o considero, desde agora,um velho conhecido. Espero o nossoencontro com a impaciência voluptuosade um enamorado. Um instinto segurome afirma que foi êle quem matou Martie.Mas como conseguirei a prova? Como?

Pouco importa. O essencial é sabeimatar George com a certeza da impunidade. Para isso, terei que conservartodo o meu sangue frio e evitar complicações inúteis. Um acidente, um empurrãodesastrado quando estivermos sós, hurnssenda escarpada ou atravessando umarua... ft nessa ordem de idéias e planosque devo me entrincheirar. Ninguémsuspeitando do meu móvel, jamais surgiráa idéia de que o acidente foi provocado.

É com pesar que adoto este partido,pois prometera a mim mesmo a satis-facão de assistir à sua agonia. O miserávelnão merece um fim rápido. Gostaria dequeimá-lo cm fogo lento ou ver às for^migas devorar sua carne viva; há tambéma estriquinina, que aprisiona o corpo d(um homem num anel rígido. Ah! Comogostaria de poder atirá-lo do alto de ummonte em pleno inferno!

A sra. Teague veio interromper o que.eu fazia. "0 senhor recomeçou a tra-balhar? — perguntou. — Não sei comoconsegue pensar em outra coisa..." —"Sim; realmente é sorte minha que assimpossa fazer" — respondi com voz suave.A pobre criatura adorava Martie. Ado-rava... à sua maneira. Há muito re-nunciou à leitura das notas sobre a vida

.

38<? Ano — N? 5 — Outubro — 1954

je Wordsworlh, que eu deixava rolarsobre minha escrivaninha, em sua inten-pão sempre cuidando de guardar sob setechaves os manuscritos dos meus romancespoliciais. Tomo a mesma cautela comêste diário. Mas se este vier a cair, algumdia, sob os olhos de um estranho, queneu leitor imprevisto não fique pertur-bado: trata-se do próximo romance depelix Lane. . . e nada mais.

] de julho:

{) se-nér-àl Shrivenham visitou-me. Longainteressante discussão sobre a poesia

heróica. O velho servidor da nação possuiunia inteligência superior e um espíritoagilíssimo.

\nunciei ao general a minha intençãorle tirar umas longas férias, a fim defugir daquele cantinho, onde a lembrançade Martie persiste em me atormentar.Pergüntóü-me com a sua rude franqueza,olhando-me diretamente nos olhos:

Você não vai fazer alguma tolice,spero?

**i -* i ol ohce :Acreditei, por um instante, que êle

havia lido o meu segredo, de tal formaa sua acusação se assemelhava a umaacusação.

— Bem... — disse êle. -- Dar parabeber, para procurar o convívio das mu-lheres, viajar sem destino... Qualqueroisa assim... São péssimos derivativos.

0 trabalho é o único remédio, pode crer.

Senti-me aliviado do lal forma que ummpuJso de afeição me levou a fazer ai-

•'umas confidencias, como para agradecero velho soldado por não ter lido os meus

pensamentos... Uma reação interessante,entre parênteses. Falei-lhe da carta anô-;mia e do massacre sistemático de minhasflores.

Isso é sério? — exclamou o general,escandalizado. — São processos abomi-náveis. Não sou homem mau, conformevocê sahe... Tenho horror a maltrataros animais... Cacei um pouco, é fato,

quando estava na ativa, é claro; o tigre,

principalmente, nas índias. Belos animais,graciosos e soberbos; causa pena exter-miná-los... Por isso, logo renunciei aesse esporte. Mas creia que descarregaria

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EU SEI TUDO

repeti estúpidamente.

meu fuzil, sem sombra de escrúpulo, sobreum tipo capaz de escrever uma cartaanônima. Você deu notícia desses lamen-taveis fatos a Elder?

Não. Ainda não.0 rosto do general se iluminou. Fêz

questão de ver a carta anônima e oscanteiros devastados; a seguir, fêz umasérie de perguntas.

0 patife age pela manhãzinha, senão estou errado...? — perguntou êle,examinando o terreno com o olhar deum chefe.

Seus olhos encontraram, finalmente,uma macieira e então articulou estaspalavras assombrosas:

0 sonho. Um excelente posto deobservação dos mais confortáveis. Umcobertor, uma garrafa de uísque e urafuzil. A visibilidade é boa. Conte comigopara o que fôr necessário.

Pedi uma explicação. Meu interlocutorfalou de bom grado. Contava passar anoite à espreita, sobre a macieira... edescarregar seu fuzil na direção do autorda carta anônima.

— Isso é impossível! — exclamei. —

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0 senhor pode correr o risco de mataresse homem!

0 general pareceu ofendido.— Que pensa que sou, meu caro? —

respondeu. — Não desejaria por nada

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Quando eu tinha a sua idade, ficavalouco de alegria quando podia usar ocarro. . . e ainda hoje fico!

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neste mundo acarretar aborrecimentos aum amigo; mas sei como devemos trataros covardes. Um bom susto o livrarádefinitivamente desse miserável... Tudomuito fácil, eficiente e sem a intervençãoda polícia, que sempre é coisa desa-gradável.

Tive que revelar grande firmeza, paradissuadi-lo do seu projeto. O generaldeclarou, no instante de se retirar.

— Talvez você tenha razão. Poderiaencontrar-me em presença de uma mulher,o que seria mau, pois é sempre maisarriscado ferir uma mulher, por engano. . .principalmente vista de perfil. Ouça,Cairnes. Se quer um conselho... tratede casar novamente. Mas desconfie dasnervosas como do próprio diabo. Escolhauma companheira amorosa e séria, quecuidará de você, fingindo que nada faz.Somos todos iguais, meu amigo; preci-samos de ter alguém com quem discutir,de vez em quando. Os solitários dà suaespécie, imaginam que não precisam decompanhia e que vivem melhor isolados.Mas, à força de viver escorado nos pró-prios nervos, sem poder discutir com outrapessoa qualquer, acaba por agir traiçoei-ramente e o indivíduo acaba falandosozinho, discutindo consigo mesmo. Êsseé um detestável estado de espírito, quepode conduzir aò suicídio ou ao asilode alienados. Você vale mais que isso.A consciência nos torna covardes, infe-lizmente. Você, é claro, nada tem contravocê mesmo, pela morte do menino, eh?Claro que não teve qualquer responsabi-lidade... Bem! Tem que expulsar dacabeça pensamentos iguais a este, Cairnes.0 homem solitário é presa fácil para odemônio. Espero a sua visita qualquerdestes dias. Nunca houve tanta fram-boeza como este ano. Quase apanhei umaindigestão, ontem. Até breve.

Homem excelente, êsse general. Infe-lizmente a sua ilnguagem bem "militarde opereta" não modifica meu pensa-mento. — "Acabamos

por discutir sò-zinhos..." Até agora isso não aconteceu,peio menos. . . Tenho outros pensamentosna cabeça e a presa que estou procurandoé de espécie diferente dos tigres e dosautores de cartas anônimas.

94 38? Ano

5 DE julho:N? 5 — Outubro — ]

Nova carta anônima, chegou esta manhIsso, realmente, já está intolerável. Nãoposso permitir a êsse indivíduo desviaiminha atenção do seu objetivo principal.Entregar o caso aos cuidados da polícia?Para quê? Sinto que mal viesse a sabero nome do meu misterioso inimigo, logodeixaria de preocupar-me com essas alfi-netadas. Vou dormir cedo, esta noite.Mas deixarei o despertador encarregadode despertar-me às quatro horas. Temque ser muito cedo. Tomarei, logo aseguir, o expresso para Londres, ondepretendo almoçar com Holt, meu editor.

6 de julho:

Nada de novo, esta manhã. Meu per-seguidor anônimo não apareceu. Belo diaem Londres, onde revelei a Holt quepretendia situar meu próximo romancenum estúdio e êle me forneceu uma cartadc apresentação para ura certo senhorGallaghan, ligado não ^ei bem como àBritish Regai Films Inc. — a mesmacompanhia cinematográfica para a qualLena Lawson prestava serviço. Holtgracejou a respeito da minha barba, quehavia chegado, segundo sua expressão "àidade ingrata". Disse-lhe, dc maneiraassaz equívoca, que ela me serviria dedisfarce. Desejando clocumentar-me sobreos hábitos e técnicas de um estúdio,em minha qualidade de Felix Lane(documentação que me exigiria prova-velmente um certo tempo) queria evitarque Frank Cairnes fôsse reconhecido porum antigo colega de Oxford, por exemplo.Holt aceitou as explicações, com êsse arde proprietário ligeiramente preocupado,comum a todos os editores com relaçãoa seus autores de maior sucesso. Umdiretor de circo não olharia de maneiradiferente um cavalo sábio, de gênio umtanto rebelde e disposto a tomar o freionos dentes à primeira ocasião. ,

Vou dormir um pouco. Meu despcrtprscrá novamente marcado pelo despertador,às quatro da manhã. Que encontrareinesta minha pista?

(Continua no próximo número)

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38? Ano — N? 5 — Outubro

OLHANDO O

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MUNDO HÁEU SEI TUDO

SESSENTA DIASmm1

EMENTO de EU SEI TUDOOS FATOS OCORRIDOS EM AGOSTO DE 195 4

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1 DOMINGO: Portugal resolveL nviàr tropas para as possessões na índia,enquanto se anuncia a próxima invasãodo Damão pelos nacionalistas indianos.

Movimento dc rebelião dos cadetes daE. Militar da Guatemala, logo seguido deacordo com o governo do cel. CastiUoArmas. — Ameaça de invasão de Formosapelas forças da China Comunista.

2 — SEGUNDA-FEIRA: — Novos re-forços portugueses seguem para Goa, paraenfrentar os voluntários indianos. —Completo acordo na Guatemala — OsEstados Unidos revelam que defenderãoFormosa contra qualquer ataque comu-nista. — Elevada a embaixada a MissãoDiplomática do Brasil no Líbano. —Afundada unia canhoneira comunistadiante da ilha de Tachen, após um combateque durou uma hora contra navios deguerra da China Nacionalista.

TÊRCA-FEIRA A África doSul preocupada com a política naciona-lista da índia. — No Paquistão são feitasmanifestações de simpatia a Portugal. —Novamente agitado o Marrocos francês,com desordens e provocações promovidaspor multidões árahes. — Descoberta eabafada conspiração revolucionária naColômbia. — Designada delegação cioBrasil ao IV Congresso Internacional deDireilo Comparado. — Removido para

i Legação do Brasil junto à Santa Sé, odiplomata Décio Honorato de Mouro. —Removido para a Legação do Brasil naTcheco-Eslováquia o diplomata FernandoNilo Alvarenga.

4 _ QUARTA-FEIRA : — Sufocado novomovimento militar na Guatemala, promo-"ido por figuras do antigo regime. —A Rússia propõe às nações ocidentaisunia conferência dos "Quatro" para tratarde "um plano russo de segurança curo-péia". — Ensenhower anuncia ao mundoque a energia atômica não é propriedadedas grandes potências e que muito brevetodas as nações dela se beneficiarão.

5 — QUINTA-FEIRA: — Os ocidentais"estudam sem grande fé" as novas pro-postas russas. — Revela-se que chegarama bom termo as negociações anglo-iranianas para solução do petróleo doúltimo país. — Novos e sangrentos cho-ques entre árabes e franceses, no Mar-roços. — Parte de Silvassa novamenteem poder das forças portuguesas, que

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iniciam operações de "limpeza" em suaspossessões invadidas pelos voluntáriosindianos. — Atentado contra o jornalistaCarlos Lacerda, resulta na morte do majoraviador da FAB Rubem Vaz, nesta capital,o que provoca grande agitação político-policial-militar.

8 - SEXTA-FEIRA: — A Inglaterra""recomenda" ao governo indiano queprocure uma solução amistosa no seudesentendimento com Portugal, relativa-mente às possessões lusitanas naquelapenínsula. — Trava-se na Assembléiafrancesa a batalha pela aprovação doPacto de Defesa da Europa. — A Rússiaaceita o oferecimento dos Estados Unidospara socorrer as populações da zona da"cortina-de-ferro" assoladas pelas inun-dações do Danúbio. — Falece ÊmilièDionne, uma das famosas qúíntuplascanadenses. — Nomeado, interinamente,superintendente da Moeda e do Créditoo sr. Nísio de Feltran.

7 — SÁBADO: — Pede o governoindiano que o Brasil interceda junto dePortugal, no sentido de "acatar os desejos

do povo indiano'1.

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— Outubro — 19",

Washington de-nuncia a infiltração comunista na Guate-mala. Formado novo gabinete tunisianocom aprovação do Bey. Periga aposição da França no conserto das naçõeseuropéias, com a ameaça dé não assinaturado Pacto de Defesa. Falece, nestacapital, o professor Antônio AustregésiloFilho.

8* — DOMINGO: — Extremamenteperigosa a posição das possessões portuguêsas na índia. - No Victnam, grandemassa popular ataca um posto francêsresultando do incidente 40 mortos.Cai nos Açores avião comercial colombiano, causando a morte de 30 pessoas.— Estranha luz persegue um aviãocomercial brasileiro, desde o Paraná atéSão Paulo, forçando o aparelho a desceiem campo de emergência.

— SEGUNDA-FEIRA : — Voluntáriosnacionalistas indianos iniciam a marchode libertação contra Goa, onde pretendempenetrar no próximo dia 15. - O Vietnam está pleiteando a revogação do acordode armistício celebrado na Coréia.Assinado entre a Iugoslávia, Grécia eTurquia, um pacto de defesa dos Balkans

— íipmenageádo nò Senado D. CarioChiárlo, Núncio Apostólico. Nomeadochefe de Polícia do Departamento Federaide Segurança Pública o coronel PauloFra ri cisco T ô r r e s.

10 — TERÇA-FEIRA: — O governoindiano aceita a proposta portuguesa paraa criação de uma comissão neutra parainvestigar a situação nas possessõeslusitanas na índia. — Washington anunciasua intenção de internacionalizar o usoda energia atômica, sem a participaçãoda Rússia. — O governo peruano sufocaLiin movimento sedicioso, sendo presosvários oficiais generais. — Reduzido em10 por cento o consumo de café nosEstados Unidos. — Nomeado o brigadeiro Américo Leal subinspetor do E.Nde Aeronáutica.

11 — QUARTA-FEIRA: — O governoperuano anuncia que domina a situaçãoem todo o país. — O general Mac Clark.ex-supremo comandante das forças aliadasna Itália e na Coréia, declara epie a ONUnão tem contribuído para a solução dosproblemas mundiais, que esta Organi

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Ano — N? 5 — Outubro

íaçao eslá cheia deespiões comunistase acaba exigindo

ue os Estados Uni-dos rompam rela-

o e s diplomáticasCom a Rüssia e seussatélites. — Refe-rendado o novo es-tatuto constitucionalda Guatemala. .

12 QUINTA-FEIBA: — As forçasportuguesas organi-/.nn três linhas dcdefesa, aguardandoa anunciada invasãoilos voluntários in-dianos dos territó-rios de Goa e Da-nulo. — Por unani-midadéj o Senado'norte-americano eo-loca o Partido Co-mtmista fora da lei.Acesos debates naVssembléia Francesacom relação ao Tra-lado de Defesa daivaropa põem em pe-rigo o gabinete che-liado pelo sr. Men-des-France, — No-vos c sangrentos dis-túrbios em Rabaíentre nacionalistasárabes e autor ida-des simpatizantes daFrança. /

13 —- SEXTA-FEIRA : Portugal dirigenovo apelo à índia para que desista deseus intentos contra as possessões¦usilan.as, pois está disposlo a defendê-lasPor Iodos o.s meios. — Como conseqüênciatia aluai crise política francesa, renunciamtfôs ministras do gabinete Mendes-Françe.

Ò imperador Rai Dai, do Vietnam dosul; resolve residir definitivamente no seuPaís, renunciando a sua vida de "rei"

na Rlvierá Francesa, para "evitar que

Seu país seja dividido pela guerra civil".0 papa Pio XÍI cria nova diocese no

Urasil, a de Sto. André, destacada doterritório que compõe atualmente a Ar-

A suo vivacidade##a sua alegria per*rnanente, torna*»

ram-na a creaturarr.ais adorável do

mundo. E ela diz sem*»cre.* - "Devo minha ale»

^rig contagiante á saú«g perfeila e a saúde áulsão de Sçott". Em ml*ha casa todos fazem

o da Emulsão de Scott,mais puro óleo de fi«

de bacalhau, rica emas, cálcio e fósforo,

o ideal para crian-os e velhos

EMULSÃO DE SCOTTTÔNICO DAS GERAÇÕES

quidiocese de S. Paulo. Para seu primeirebispo é nomeado D. Marcos de Oliveira,bispo titular de Bagi.

14 — SÁBADO: — Na véspera dôinvasão anunciada pelos voluntários in-dianos, o povo português enche as ._igrejas, orando pelos seus soldados encar-regados da defesa das possessões na índia.—• Men des-France procura salvar, com"emendas" de última hora a aprovaçãodo Tratado de Defesa da Europa, qufsubmeterá à Assembléia Geral. — Faleceem Berlim, o dr. Hugo Eckener, pioneirodos grandes dirigíveis de transporte eex-comandante do "Graf Zeppelin", que

— 1954 97 EU SEI TUDO '

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I Minha esposa é para mim 1I C07?2^^^^> uma noiva*». 1 ¦

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EU SEI TUDO 98 38? Ano N? 5 Outubro — -954

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••Era".*, mas acon^- tece que passei a

fazer o regime Enodiariamente - "Sa! de

Fructa" Eno ao deitar eao levantar. A irritabill-dade e o nervosismo pro-vindos de má digestão,de prisão de ventre, deacidez, cessaram. Hojeposso dar e vender bomhumor. Não seja "do con»tra" tome ENO laxante*antiácido e estomacal

16 — SEGUNDA-FEIRA : — Fraca sa"invasão" dos vo-luntários indianosdas possessões por-tuguésas, sendo vfe-tua das centenas cieprisões entre os de-sarmados invasores,

Sem reconheci-mento legal os sin-dicatos comun islãsnos Estados Unidos.

O presidente Pe-rón regressa a Búe-nos Aires, após rá-pida visita oficial aoParaguai. — Os Es-tados Unidos reco-nhecem o novo go-vêrno guatemaltecoe prometem ajuda fi-nanceira ao mesmo.

17 TERÇA-Prós-

Sal de Fructa"

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por muitos anos fez a inina Aiein-anliaAmérica do Sul, com ponto terminal noRio de Janeiro e, em 1929, deu a voltaao mundo. — Designada a embaixada querepresentará o Brasil na posse do novopresidente do Paraguai. Regressa a RomaD. Cario Chiarlo, Núncio Apostólico.

15 — DOMINGO: — Forças portuguesasreconquistam a aldeia de Tiracol, nafronteira setentrional de Goa. — A Françaprocura agora modificar os termos doTratado de Defesa da Europa, com enér-gico protesto das demais nações signa-tárias. — O Brasil diminui suas restriçõesà conversão de divisas, provocando grandebaixa nas cotações do café e do cacau atermo nas Rôlsas.

FEIRA: —segue a reação anti-comunista do go-vêrno norté-ameri-cano com decretosinstituindo prisão emulta para os adep-tos dessa ideologiapolítica. — A policia inglesa prendequatro homens armados de revólverese granadas de map,

algumas horas antes da chegada darainha Elizabeth à Irlanda, para o lançamento do transatlântico "SouthernCross". — Nomeado novo subsecretáriode Estado norte-americano o generalBedell Smith. — Novas ameaças comu-nistas contra Formosa levam o presi-dente Eisenhower a ordenar à esquadraque se prepare para defender esse últimoreduto dos nacionalistas chineses. -Chega a esta capital o sr. SalvatoreRobecchini, prefeito de Roma.

18 — QUARTA-FEIRA: — O governoindiano promete a Portugal conservaresse território na posição especial quantoao domínio cultural e religioso, casovenha a ser incorporado à Índia. — Volta

_R0 Ano — N? 5 — Outubro — 1954

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99

a baixar o preço do café brasileiro nosEstados Unidos. — Efetuada por naviosde guerra norte-americanos a evacuaçãodas tropas francesas da Indochina, se-gündõ os termos do armistício. ¦ OSenado norte-americano se manifestacontrario à evacuação das forças dosEstados

* Unidos da Coréia do Sul. .Nomeado . ministro da Aeronáutica obrigadeiro Epaminondas dos Santos.

19 — QUINTA-FEIRA: — Entram nafase das discussões diplomáticas, asdesihteligêricias luso-indianas. —Canhõespostados na costa da China Comunista,bombardeara prolongadamente as posiçõesnacionalistas de Formosa. — Três milagitadores nacionalistas presos no Mar-roços, como implicados nos últimosíicontecimenlos terroristas. — Novasbaixas de 200 pontos para os ContratosSantos, esperando-sc que ainda desçamais a cotação do café em New York. —instalada nesta capital a Conferêncialíemisférica dc Seguros.

20 — SEXTA-FEIRA: — Continua, naIndochina, a troca de prisioneiros fran-¦ceses e vietnamitas. — O governo indianolamenta que o governo português tenharecorrido à violência contra os seus"voluntários" pacíficos e desarmados,principalmente no momento em que sciniciavam entendimentos diplomáticosentre os dois governos. — Falece emHoma o sr. Alcide de Gasperi, ex-premieritaliano e grande líder democrático. —Continua, nesta capital, grande eferves-cencia político-policial-militar, relativa-niente ao atentado contra o jornalistaCarlos Lacerda e morte do major da FABRubem Vaz.

21 — SÁBADO: — Os Estados Unidose Inglaterra dispostos a intervir paraorçar a França a assinar o Tratado de

Defesa da Europa, sem o que a Françaficaria em posição de inferioridadeperante sua vizinha, a Alemanha. — Semsolução o impasse luso-indiano. Se-gundo a imprensa de New York. — OSumo Pontífice pede aos bispos dc todoo mundo que censurem as modas inde-centes. A circular papal diz que

"uma

saudável reforma no modo de vestircristão era necessária neste bendito e

sagrado período de Ano Mariano .

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OS22 — DOMINGO: — Realizadosfunerais de De Gasperi, em Trento. —Um quadrimotor da KLM, viajando deNew York para Amsterdão, com 25 pes-soas, cai no Mar do Norte, em meio aforte tempestade, 19 minutos apenas antesda hora marcada para a sua aterrissagem.— Continuam as trocas de notas de pro-testo entre Portugal e índia. — Sem maiorconseqüência, nova tentativa de revoluçãona Guatemala, onde o governo dominaa situação. — Grave a situação políticabrasileira reunindo-se os chefes militares.

23 — SEGUNDA-FEIRA: — As naçõessignatárias do Tratado de Defesa daEuropa, admitem ser difícil chegar a uraacordo, devido principalmente à atitudeda França, recusando-se a assinar o texto;segundo sua atual redação. — Semsolução a crise do café brasileiro na Bolsade New York, onde continuam as quedasassustadoras dos preços. Toda Itáliarendeu a última homenagem ao antigo

premier Alcide de Gasperi, ontem se-

pultado.

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EU SEI TUDO 100

suicídio, no palácio do Catete, o senhorGetulio Vargas, presidente dà República,após longa conferência com seus mi-nistros, com os quais tentou enfrentaras exigências dos chefes militares dastrês armas, que o convidavam a licen-ciar-se do alto posto, dada a situaçãogravíssima qué atravessava o país emconseqüência dos últimos acontecimentospoliticp-policial-militares . Sua Excelênciadesfechou um tiro de revólver contra opróprio peito, deixando uma carta emque expunha a.s razões desse seu ato. Anotícia provoca geral consternação nopaís e no estrangeiro e manifestaçõesviolentas, nas ruas, a custo dominadaspelas forças armadas. Com esse infaustodesfecho da grande crise que o Brasilatravessava sobe ao poder o vice-presi-dente, sr. João Café Filho, havendosegurança e ordem em todo o país. —Os Estados Unidos ainda esperam quea França assine o Tratado de Defesa daEuropa. — A crise política brasileiramotivou novas liquidações na Bolsa deCafé, que começava a se refazer dosabalos por que vinha passando. — Osenador Alone Zelia é eleito presidentedo Partido Democrata Cristão pelo con-selho nacional desse partido, em substi-tuição ao sr. Alcide De Gasperi. —Eisenhower assina o dispositivo legisla-tivo que declara fora da lei o PartidoComunista dos Estados Unidos. — Assi-nado decreto pelo novo presidente,sr. Café Filho, nomeando o brigadeiroEduardo Gomes, ministro da Aeronáutica,e ministro da Justiça o desembargadorMiguel Seabra Fagundes.

25 — QUARTA-FEIRA: — O sr. PierreMendes-France enfrenta uma última veza Assembléia Nacional com a finalidadede procurar obter a assinatura do Tratadodo Exército Europeu. — O premierindiano discursa perante colossal mui-tidão, reafirmando o desejo da índia deconseguir a libertação de todo o seuterritório do domínio estrangeiro. Nãoapenas o café, mas também o cacaucontinua baixando na Bolsa de New York.—- Nomeado o ministro das RelaçõesExteriores, o embaixador Raul Fernandes;da Guerra, o general Henrique BatistaTeixeira Lott. — Trasladados em avião

38? Ano N? 5 — Outubro —

para São Borja, no Rio Grande do Su],os despojos do sr. Getulio Vargas, ienegrande multidão prestado ao ex-presidenteda República sentidas homenagens.

26 QUINTA-FEIRA: - Começaretomar equilíbrio o café brasileiro nBolsa de New York, onde cessaram asbaixas, iniciando-se ativa procura dproduto. A Inglaterra deixa trans-parecer que há um acordo secreto entreo.s governos de Bonn (Alemanha Oci-dental) e Washington, visando melhoriapara a permissão da Alemanha sc reamar.— Nomeado o sr. Eugênio Giidin, ministroda Fazenda e, para a pasta da Marinhao sr. almirante Edmundo Amorim doVale. Para a chefia da Casa Civil daPresidência é nomeado o sr. José Mon-teiro de Castro. - Para chefe do Ceri-monial da Presidência da República énomeado o sr. José Jobim. — Para apasta do Trabalho é nomeado e empos-sado o sr. Napoleão Alencastro Guimarães.

27 SEXTA-FEIRA : Sem soluçãoa crise francesa relativamente ao Tratadode Defesa da Europa. Da mesmaforma continua inalterada a posição luso-indiana relativamente às possessões por-tuguêsas na índia. — A Inglaterra anunciaque sua posição é de "simples observa-dora" na questão da libertação de F^or-mosa, exigida pelos representantes daChina Comunista. Poderosa esquadrarussa é avistada na costa da Noruega,dirigindo-se para o sudoeste. — Nomeadochefe de Polícia o coronel Geraldo deMenezes Cortes e para a presidência doIP,A.SE., é nomeado o sr. prof. Rai-mundo de Brito. —- Assume a pasta daViação o eng. Lucas Popes.

28 — SÁBADO: — Novas denúncias dogoverno norte-americano contra infiltra-ções comunistas no 'novo governo daGuatemala. — O governo português con-tinua enviando tropas de reforço paraas suas possessões na índia. — Gigan-tesco bombardeiro B-36, da Força AéreaNorte-Americana bate numa colina, des-pedaçando-se, na área de Eilsworth, mor-rendo 24 pessoas e ferindo-se 3. — Doismilhões de dólares são enviados por

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jgo Ano — N? 5 — Outubro — 1954

Washington para socorro das populaçõesda zona russa da Áustria, assoladas pelasinundações do Danúbio.

29 — DOMINGO: — Eisenhower de-clara que os Estados Unidos continuarão

prestar seu apoio à ONU, embora comfreqüência certos membros dessa organi-zação internacional desapontem o seupaís, que neles depositara tantas espe-ranças em prol da verdadeira paz e doequilíbrio entre a.s nações. Periga aparticipação da França no Tratado deDefesa da Europa. Instalada em São Paulo,a IV Jornada Franeo-Latina-Americana deDireito Comparado.

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EU SEI TUDO

Rodrigues Nomeado diretor do Hos-pitai dos Servidores do Estado o sr. dr.Aluízio de Sales Fonseca. — Helicópterodo exército norte-americano estabelecenovo recorde de velocidade para essetipo de avião, alcançando 250 quilômetrosnum circuito de três quilômetros, emWindsor Lock, Connecticut. — Nova ondade terrorismo sobressalta as autoridadesde Cuba.

TERÇA-FEIRA: — O sr. Mendes

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30 SEGUNDA-FEIRA: A Assem-bléia Nacional Francesa nega aprovaçãoao Tratado do Exército de Defesa daEuropa. — O primeiro ministro do Egitodeclara que os árabes são contrários aum Pacto de Defesa do Oriente-Médio.— Nomeado consultor geral da Repúblicao dí. Antônio Gonçalves de Oliveira. —Nomeado chefe do É. M. da Aeronáutica) brigadeiro Gervasio Duncan de Lima

31 -Franee confessa que a não ratificação doTratado da Comunidade Européia deDefesa pela Assembléia Nacional Francesafoi uma "decisão infeliz, mas não umatragédia". — O fracasso da ComunidadeEuropéia foi doloroso para os ocidentais,mas festejado com entusiasmo por trásda Cortina de Ferro. — Asilado na em-baixada argentina o líder comunistaGuatemala, Victor Manuel Gutierrez. —

Violentas tempestades varrem o sul dosEstados Unidos. — Chega a esta capitalo cardeal D. Adeodato Giovanni Piazza,Legado Pontifício ao Congresso da Pa-droeira do Brasil.

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Eü SEI TUDO 102 38? Ano — N? 5 — Outubro — 1954

NOS DOMÍNIOS DA GRAMATIC«Entre as heranças de Portugal advieram ao Brasil, lá no Brasilse avigoram, e hão-de resolver-se e reilorir, há uma de significaçãoincomparável: é a língua em que, falamos.» — OTÁVIO MAfrGABEIHA

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NOTAS DO MEU FICHÁRIO

I _ MUNDOMundo deriva do latim mundu (ordem

no universo, universo, asseio, limpeza).Graças a processo de evolução semântica,mundo pode significar, hoje, o globoterráqueo e, também, limpo.

"A palavra latina mundus é, no sentidoliteral, lavado, polido, asseado, ordenado;daqui ornado, e deste conceito brota osignificado de "criado", onde tudo éordem e beleza. Daqui a palavra portu-guêsa tanto no seu valor de adjetivo (nocanto X, est. 85, Camões disse mundasalmas, i. é., puras, limpas) como no denome." (Mário Barreto).

De mundo temos imundo, imundicie, etc.II — SE O

Não se deve empregar a partícula secom as formas oblíquas o, a, os, as.

"... para melhor esclarecimento daverdade, passo a responder ao seu quesito,declarando que não subscrevo absoluta-mente os exemplos do uso da partícula— se — com as formas pronominais —o—, — a —, — os —, — as —, que meatribuem, na Rev. de Ling. Port., fas-cículo deste mês, pág. 129." (RuiBarbosa.)

Diga-se, conforme os clássicos:"Venha êsse pão e ponha-se na balança

das boas obras" — Manuel Bemardes.E não: ponha-se-os."A primícia literária de Bordalo foi

um romance marítimo. Lê-se de umfôlego." (B. Pato.)

E não: lê-se-o.III — ORAÇÕES ENTRELAÇADAS

Orações entrelaçadas são aquelas cujostermos se interpenetram.

Quando dizemos — mandei-o sair —temos:

mandei (principal) .o sair = que êle saísse

oraçãoV

oração(reduzida, infinitiva, substantiva, objetivadireta).

Na forma negativa: não o mandei sair,verificamos a interpretação: o o, sujeitode sair, aparece proclítico, na oraçãoprincipal.

Eis a divisão:

Não1

o mandei sair

1* oração: não mandei.2g oração: o sair.

IV — SE = PORQUENos clássicos, depara-se-nbs o .s*£ com

valor de conjunção causai.É o que vemos no seguinte passo

d'Os Lusíadas:E se a morte sabes dar com fogo e ferroSabe também dar vida com clemênciaA quem para perdê-la não fêz erro.

Note-se que o sabe, da oração principal,é imperativo.

Separando as orações, teremos:1° oração: E sabe também dar vida

com clemência àquele (aquem = àquele que) —principal.

2q oração: se (= porque) a morte sabesdar com fogo e ferro (ad-verbial causai).

3? oração: que não fêz erro — adjetivaatributiva.

4? oração: para perdê-la — reduzida,infinitiva, adverbial, final.

C O R RESPONDÊNCIA

M. A. (Nesta) — Nova carta dessa gentilleitora, através de cujo estilo encontramosespírito inteligente e perspicaz, leva-nosaos domínios dos verbos.

Respondemos:a) de acordo com o Voe. Ort. da Ac.

Brás. de Letras, temos magoar, de mágoa.Pres. do ind.: magôo, magoas, etc; pres.do sub. : magoe, magoes, etc.

b) ainda de acordo com o citado Voe.Ort., temos mobiliar, com li. Pres. do Inc.mobília, mobílias, etc; pres. do subj,:mobílies, etc.

JOSÉ RICARDO NETO

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3ôV Ano — Nt 5 — Outubro — 1954

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ÉU SEI TWDO

í> R. L A V R U DDIRETOR

DR. LAVRUDINHOSECRETARIO

..w^,_^ ANO XXXVIII — N.o 19 — OUTUBRO — 1954í?_líiONARIOS ADOTADOS — GUSTAVO BARROSO — PEQUENO BRA-SILEIRO — 9.a EDIÇÃO — DICIONÁRIO DE NOMES PRÓPRIOS — DEIíIDAGI — MONOSSÍLABICOS DE JAPYASSU E DE ZYTHO — PRO-VÉRBIOS ORIGINAIS DO DR. LAVRUD E PROVÉRBIOS DE LAMENZA

SENDO ESTA SEÇÃO DE DIFUSÃO DO CHARADISMO, NAO PUBLICA TRABALHOS DIFÍCIES

4.o TORNEIO:

OUTUBRO-DEZEMBROENIGMAS

__ 1 —

Sc lho apetcce o inícioPara final atenção!Não será de boa aparênciaSe não der com a solução —

Olin (P.S.)

Pois seria muito ousadoEm luta com êle entrar.Onde?

Roama (Guapiaçu)

8 — Três (duas) — A exçe-lencia da democracia é ser uniregime livre.

Dr. Legnar (Urup,es)

__. 2 —

0 todo que anda com as notas,Disse-me um tanto garboso:

Não sou nenhum borrabotasE o meu nome é famoso.

R.A.C.ll.A. (Rio)

— 3 —Ao extraordinário Gil virio,

rom um abraço. ,Do devedor a obrigação,Após o tempo decorrido,Quase que vai à prescrição.Só o advogado, desse olvido,Com elegância e precisão(E- o devedor pobre e peralta)Salva o total. E a gratidãoDo bom credor não fica em falta.S. Paulo R* Kurban (T.B.)

— o —Ao Tóri-New, o dono da bom-

ba de hidrogênio.Ai no estábulo, encontreiUma "poule" premiadaNas corridas da semanaCom uma boa acumulada.

Como o dono não avistei,Botei logo a mão na granaE com o dinheiro comprei,Um automóvel bacana.

Uedath. (Niterói)Automóvel velho, de modelo

antiquado.

9 — Três (duas) — Quey.ra-paz sadio! não parece ser meuirmão.

Donatila Borba (Criciulrha)

10 — Três (duas) — DeSèidade rio, etn pesca de canoa, nãose faz com grande agrupamentode pessoas.Jásbar — T.E.M. (B. Horizonte)

11 — Três (duas) — Aquela in-dolente anda dizendo tolice ameu respeito. ;

Emidlej — ACCB — DSP (P#r-to Alegre) y1.'

CHARADAS SINCOPADAS6 — Três (duas) — Nem todo

tratador de cavalos tem propen-são para jóquei.

Bereco G.C.N. (Recife)

12 — Três (duas) — Nesseramo de atividade minha igno-rância é tão grande que causadó. v

Ecebê (Maceió)

_. 4 __Chegou o gato assanhadoE o rato deve raspar,

7 __ Três (duas) — Para ad-

qui rir um guarda-vassouras nãoserá preciso dispor de muito di-nheiro.

Cysneirense Jr. (Muriaé)

13 — Três (duas) — O manejode certa serra especial para pe-dra exige habilidade.

AÍ''A

Gomes Júnior (Maceió)

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EU SEI TUDO

14 — Três (duas) Destelugar alto e pedregos-o, claroqüe qualquer individuo podecair.

Gil Virio (Andradina)

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104 3*

lõ — Três (duas) — O ma-landro recebeu unia bofetada porquerer tomar parte no banquete.

Heron Sil pes (Canavieiras)

16 — Três (duas) — Acatosempre os conselhos de um ami-go verdadeiro.

Heliotrópio (Porto Alegre)

17 — Três (duas) Enfeitiço oteu dinheiro em notas de mil réis.

íris (T. Otoni — Minas)

18 — Três (duas) — Com pes-soa traquina é necessário tercuidado.

Jobair Soares

19 — Três (duas) — Grandessoluções resultam de grandes rc-soluções escritas.

Jovaniro (Rio)

20 — Três (duas) — Pessoaauara recebe com a mão direitae gasta com a mão esquerda.

Jofralo — da T.E. (Lisboa)

21 — Três (duas) — A condeco-ração só tem valimento quandoft sna história é real.

Manduca — A.C.C.B. (Salvador)

22 — Três (duas)raquítico não tempara nada.

— Homemdisposição

O Un P.S.

LOGOGRIFOSUm marido dedicado

~ 10-9-8-1-5-2Só estando embriagado

-4 5-6-8-4-1-10-9-2Quer surrar sua "mulher";

— 3-10-8-6Tal "afronta" è perigosa,

— 1-2-3-5-6-10-4-5-10Pois a velha é valorosa

7-4-10-9-10E disposta quando quer.

Bereco — G.S.N. (Recife)Ao Dr. Lavrud.

Graças senhor dr. Lavrud6-2-3-2

Estou feliz no momento8-5-1-9

Não sei afinal expressar— 9-5-3-6-9

O meu reconhecimento.

f|

Ano — N? 5 ¦— Outubro — fes4Descobrir toda charada

— 6-5-10-5-4-9^Sublime, compensador

— 7-12-11-10-9-fi-vSalvo, pois, "Quebra Cabeças",E o notável diretor.

Donatila Borba — (Crieiium-Santa Catarina).

JUVENTUDEALEXANDRE

VidaVigorMocidade

oosCabelos

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y^CÂ ll Mi/M K*7\3mW/mW^^fm fl^A^m^mrÁ lB mm\\M/m^K^^^lm^mt Hy ^^^^^fl^í^l WF*-

*?* V^-*v j/ J/Fm k ^k^Uflflv^SI^^¦tflfv^^Yr ^Éi-vflfl>sá^fl fl^fl H

CHARADAS NOVÍSSIMAS25 - Duas — três — Nã0

minto quando afirmo que oquarto desocupado que conheçoé o do menino louro.

Bereco — G.C.N. (Recife)

26 — Duas — três -—- Observeique esta mulher teve uma tontu-ra após o forte espirro.

Cysneirehse (Muriàé i

27 — Duas -- uma --- Não tenho dinheiro e entretanto nãosou inimigo da pessoa rica.

Dr. Zinho (S. Paulo)

28 — Duas — duas — Estáreconhecido que o patrão é umbom guarda.

Donatila Borba (Criciúma

29 — Duas — duas — Os ho-mens encontram centena de impedimentos para não desposaren*mulheres horrendas.

Jàsbar — T.E.M. (B. Horizonte

30 — Duas — duas — O feitor indicou o lugar onde devi;se escavar para semear as sementes de tomate.

Emidlcj ¦- A.C.C.B. — D.SI(Porto Alegre).

31 — Uma — uma — Um dinbasta para o meu descanso.

Farani — A.C.C.B. (Salvador

32 -— Uma — três — Desdeque tomei remédio para tristeza,foi grande o desconchavo na minha vida.

Fiote (Cuiabá

33 Duas — uma Aversãoao casamento é coisa de bobo

Gomes Júnior (Maceió)

34 Duas três — Pestado de certos assuntos, paruo sujeito invejoso, "serve apena»de motivo para comentário foceto.

Florentino (João Pessoa

' V. , ;>',;-'*•';.''¦¦¦ -'¦', • f ,. . "'¦

38? Ano — N? 5 Outubro 1954 105

AS DOENÇAS DO CORAÇÃO TÊM CORA?Por que sofremos? Por queesperamos?Os doentes que esperam sâo

marcados pelo sofrimento e pe-ta doença. A doença do cora-ção é uma coisa tão inexpli-cá vel, que não percebemos auzão por que não hei de curar-

me inexplicavelmente..; diz oincrédulo. . .

Se queremos ter uma fé qual-quer, e sem uma fé não pode-mos viver, temos que apren-der a aceitar, que detrás da-

?AMar>T^0vrta do INSTITUTO;\?íh£IGAN0 ÜAS DOENÇASDO CORAÇÃO, desponta umacura milagrosa para o vossocoração. Temos conosco a ex-pertencia técnica, as fontes deinformações e dos conhecimen-tos requeridos para apanhar osralos que você precisa. Comnovos métodos de diagnóstico...novos métodos de pesquisas...aparelhagem novíssima... fór-mulas que diminuem os temposda doença... e que vos darãomais anos de vida.

INSTITUTO AMERICANO DAS DOENÇAS DO CORAÇÃODepartamento: "PRAIA"Rua Floriano Peixoto, 8

SANTOS: CAIXA POSTAL, 1.103Santos — Estado de Sâo PauloQueiram enviar-me uma solicitação de exame e tratamentoom sua própria casa - pelo novo método de nosso Instituto.SOME:

(Favor escrever em letra de forma)ENDEREÇO CIDADE ESTADO".'.'.'.'."."""""""*

35 — Duas — uma — Pessoatuc fala muito faz sempre muitoia ri ilho.

Lafànjènisc

H - Cinco — Êle fraco deespírito; ela pobre de caráter.

Cijdar

'M'. — Quatro — uma — trôsConforme às ordens legais

foi dito que se considere esque-cidolo processo contra o assas-uno frio e cruel..

Malha Tan tan (Santos)

37 4-* Duas — duas — A mi-nha vi/inha moça vistosa e gar-rida, me deixou pronto, pois sò-mente queria viajar rio meu pé-pi eno automóvel.

Mavicaro

12 - Duas — Não estranhe seassobio. Pois não tive educação,sendo moleque vadio, vivo navadiação.

Dr. lia nelo Cardoso (Maceió)

1.3 — Três — Eu recorto ovestido e depois prego a espi-gnilha.

Dr. Legnar (Urupcs)

38 — Duas — duas — Êlemspeitá que me agrada, maseíestò o indivíduo bajulador.

Vo/ííí.s/o Xnno (Feira de San-tima j

11 Três — Depois da que-Ia proeza, o atleta caiu desfa-tecido.

Edur G. Monteiro (Cuiabá)

45 — Três — Vence qualquer

CHARADA ANTIGAde vinho um garrafão

digere, cheio de ardor,indivíduo valentão

:'l'A i .'..'. ti- ,

EU S_ÇI TTOOobstáculo queni tem gosto parao trabalho.

Fiiràni - A.C.C.B. (Salvador)

46 — Três — com o abalo êleficou da côr do chumbo e elaextrema menle pálida.

Fiote (Cuiabá)

47 -—Três — Antigamente ocastigo dos perversos era atira-los com vida ao pricipicio.

Gil Virio (Andradina)

Ao grande Conselheiro pelo be-lo "Trafego": "'-a

48 — Três — O homem quese aprimora nas letras, sabe bemexprimir-se com elegância éefrase.

Heron Silpes (Canavieiras)

49 — Quatro ¦-«- A alcouiteirasó usa roupa, da côr azul celeste.

Marcimento (S. Pauiio)50 -r— Duas ¦¦— O guisado de

galinha coni quiabos foi devo-rado de uma S,ó vez pelo sujeitoespertalhão.Mambira da Jiquilaia (Salvador)

51 — Três — Critica severa,mas injusta fazia o ceguinhoao seu guia.

Ismenia (Recife)

Quatro — A menina fi-52-cou- {voltada para aj matuta eesqueceu o\ recreio. I

I . | Oarcim

53 i— Três —1 Comi freqüênciaa dança torna-se unia diversãoexaustiva e perigosa. / ,N '

Roa ma -<Guapiaçu)

54 — Duas —[Trovefa, é o no-me exato daquela ária musical.

P. Del Debbio !(S. Paulo)

Af

HEMORROIDESi*'mta seja quem fôr.

J.D. Mingq (Senhor do Bonfim)

CHARADAS CASAIS40 — Três Êle levanta uma

parte da capa para esconder orosto; ela dissimula veladamen-tà o ruhor da face.

Cysneirense (Muriaé)

paraUEHOMWDESJ

„,* Sk& 0Ô«i* « í*£ siutieot 1-jC0.G--l.OI*» u

Ai uifJi*COU «

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Aprovado pelo Depto. Nacional de Saúde, sob ••.77..em 12/2/41. *

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Eü SEI TUDO

ENIGMA FIGURADO — 55

(Póstumo)•4

(Ao Dr. Lavrud pelo seu restabelecimento)

(\J s / i4èv l i

106 38? Ano — N? 5 — Outubro — 195;

VERTICAIS — 1 — O judeu errante; 2 — Adyai; 3 — Diabo; 4 — Espécie de flauta de Gan; 5— Adv. antigo: aliás, além; 6 — Matéria corant-do vinho; 10 — Eu — pronome antigo; 11 — p0.duncuto de flor; 14 — Vila da Prússia na Sibéria;15 — Asa da ave ou do inseto; 17 — Simbolo dnOsmio.

PROBLEMA N"? 5

Dâbliú (Rio)

ENIGMA FIGURADO — 56

q z

PA CU*NA0A*A tCHA 00 R.C.DOSULP.10 URUGUAI

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LA CO A NO EST.J VO AMAZONAS

Oarcim (Rio)

PROBLEMA N? 6

À Negra do Baú

IS11P$Y ¦¦¦* ''•' ¦¦' •

I 2 13 14 fê |ó~~

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**Ti7 18

K.T.Q.Z. (S. Paulo)

HORIZONTAIS — 1 — De bronze; 7 — Risonho;j.8

— Pron. antigo, o mesmo que eu; 9 — Igreja;11 — Farinha; 12 — Bispei; 13 — Pron. antigo;eie; 14 — Sufixo feminino da terminação âo; 16

;—- Professor e reitor da Universidade de Paris;1» — Alicerces.

íp|3 + (5 íB

Bf

III II

Segon (Rio)

HORIZONTAIS — 1 — Estendal; 2 — Corva deareia feita pelo mar; 3 — Fraco; 4 — Gênero deplantas da familia das palmáceas; 5 ¦— Primei-ras folhas que aparecem nas árvores e arbustosdepois das primeiras chuvas.

VERTICAIS: — 1 — Rodear; 2 — Bajula; 3 —Azorrague com que se castigavam os condenados;4 — Bolso; 5 — Molusco marítimo, cefalopode(pe).

V' *.YYyí.-í*,*-Y

38? Ano -, N* 5 — Outubro — 19541* TORNEIO DE 1954

iPP

107 EU SEI TULfilli? ;.. *

saca

Soluções

1 — Morredor; 2 — Meio-têr-mo; 3 — Trincafios; 4 — Lo-jeca; 5 — Esdruxularia; 6 —Perigosa; 7 — Dardar; 8 —Falsa-braga; 9 — Ganacha; 10

Taramela; 11 — Viralata; 12Chapéu-velho; 13 — Dona-

branca; 14 — Godes; 15 — Sol-c-dó; 16 — Condecoração; 17 —Cecém; 18 — Buteiro; 19 — Des-feito; 20 — Pegureiro; 21 —Mesquinho; 22 — Travesso; 23

Azeiteiro; 24 — Envolto; 25Quadra; 26 — Patesco; 27 —

Adjeto; 28 — Cabrita; 29 — Êon-ta; 30 — Enguiço; 31 — Devas-

32 — Ordinário; 33 — Cha-34 — Empalamada; 35 —

Amar; 36 — Gilvaz; 37 — Ta-piara; 38 — Dileção; 39 — Man-dado; 40 — Molito; 41 — Peço-nha; 42 — Muladar; 43 — Pro-fano; 44 — Petipé; 45 — Afel-

ção; 46 — Gozado; 47 — Saçan-ga; 48 — Lagarto; 49 —- Tun-

gada; 50 — Papata; 51 — Bolosem ôvo é para o povo; 52 —

Nenhuma mulher terá amizadea outra se houver um homem nomeio; 53 — Festarola; 54 —Regrista; 55 — Inteira; 56 —Parada; 57 — Diogo; 58 — Vo-lata; 59 — Posição; 60 — Per-nada; 61 — Levador; 62 — Ro-cinha; 63 — Estultos; 64 —

Grazina; 65 — Docente; 66 —Pupilo; 67 — Cabeiro; 68 —Marchante; 69 —- Sugilif; 70 —Tianha; 71 — Corvacho; 72 —Chácara; 73 — Engrolador; 74Cipoal; 75 — Nuvem; 76 —- Var-redouro; 77 — Custa; 78 — In-vectivo; 79 — Cabeiro; 80 —Lomba; 81 — Peteco; 82 — Bal-sa; 83 — Caranguejo; 84 — Leo-

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absolutamente certos,RESULTADO DA «VISITA-SURPRÉSA» TO-DOS OS DOMINGOS NO «RADICAL* EAS SEGUNDAS-FEIRAS NO «CORREIO

DA NOITE»

nina; 85 — Desvaira; 86 — Mis-tico; 87 — Quadra; 88 — Repu-xa; 89 — Burrinho; 90 — Pon-derosa; 91 — Cavalgadura; 924- Cenoso; 93 — Cáliga; 94 —-Languenho; 95 — Mão-aberta;96 — Longobardo; 97 — Senhor-velho; 98 ~- Gato-prêto; 99 —Protesto; 100 — Batografia; 101

Sem-nome; 102 — Cascaria;103 — Farrapâo; 104 — Igreja-rio; 105 — Filho-família; 106 ~Cada par com seu amor; 107 -—Cachorro pequeno mente muito;108 — Forrobodó; 109 — Quèi-mado; 110 — Estudado; 111 —Gualdido; 112 — Engenhoso; 113

Chanana; 114 —• Tecedura;115 — Monóxilo; 116 — Rubifi-

COMO APRENDER A DANÇAR5* EDIÇÃO AMPLIADA

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_____v *_____0P^_____^^4^

car; 117 — Botafogo; 118—- Ba-tacaço; 119 — Domo; Í20 — Lus.co-fusco; 121 — Calheta; 122 —Jesuítico; 123 — Achado; 124 —Ordinário; 125 — Nebuloso; 126Lento; 127 _ Perlonga; 128Refresca; 129 _ Chaça; 130Mancha - 131 -__. Lorota; 132Cocha; 133 — Precinto; 134Inferna; 135 _ Berganho 136Medo; 137 — Vazante; 138 —Piloto; 139 — Pasmoso; 140 —Moloca; 141 — Forreca; 142 —Viloso; 143 — Xibimba; 144 —Confete; 145 —- Doçura; 146 —Bargado; 147 — Pinante; 148 —Remetem; 149 — Devassar; 150Dosear; 151 — Gabela; 152Acurar; 153 — Malino; 1$4— Gaivota; 155 — Estourado;156 — Teque-teque; 157 — A vir-da é a morte do tempo; 158 —Marinheiro a cavalo, cai da sela,

PALAVRAS CRUZADAS

PROBLEMA No 1

H — Lua — Arte —Salem — Sipe — Os.

V — Lac — Furas-- Ecolio — Reps —

Calor -I

— AtlàfMe.

PROBLEMA N* 2H — Chapo — Rapar — Ecul

Mero — Arara.V — Crema — Hacer — Apurt

Palor — Oro. y-h?

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EU SEI TUDO

PROBLEMA N<? .3

108 38? Ano — N? 5 Oulubro — i954

Hesperio — Ertalias

gare __ Taiaural — EpocaapiRegista.

Stcg-

PROBLEMA N<? 4

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Longarino- Ara -

Cuidara Are-E.

PROBLEMA S'Ç 5

Urrar — Enc iraPavoa —- Temor —

me — C —-A.

— Cobra —

Ataca — Lc-

Agito— Olc.

PROBLEMA N? 0

— Ura — C -— Latão

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ISilx x:'-- -HH iistffliNixBÍbJüí'Sil'^- ¦ ¦

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DECIFRADORES

Totalistas: Janota, Julião Ri-

minòt, P. Del Debbio; Ziul, Gys-

neirensc; Gysneirense Júnior,

Malba Tantan, Pompeu Júnior,

Dr. Legnar, Sefton; üicaròb, Don

Roal, Durmel, Mr. Trinquesse,

Pati,' Sertanejo II, Bigi Neto; Gil

Virio; Oarcim, Milton, Alvasco,

Dopasso, Buridan, Ronega, O Si-

neiro, Nostradamus, Cantagalo,: Marcimento, Breque, Olim, Jar-

cisio, El Príncipe, Anchieta To-

íberal, Lutércio, Piá, Nilva, De-

iforito, Jayreis, Farani, Conde de

& Fere, Asil, B. Said, Florenti-

no, Gomes Júnior, Envergonha-

d<V Ordisi, Ecebê, Dr. Zinho, Se-

goii, Botucarahy, Jucá Pirolito,

O Jarig, Cartos, Dc Souza, Lidaci,

Mardel, Paraná, Sinhô, Yvelisc,

Viviane, Dr. Barreto Cardoso,vÁguia, Yema, Emidlej, Tony,tPaplece, Donatila Borba; Almiro

Lessa, Bael, Caio Loti, Clissol,Dr. Anquinhas, Mme. Stael, Ru-

bem, Sarale, Teodeno, Várzea,

.Alguém, Edipo, Jocati, Lujoca,Varetas, Eva Dio, Paulistinha.

29 LUGAR: Nomisio Nuno.Mavicaro, Ismenia, Roama, Íris.

NOSSO ANIVERSÁRIO

Gom este número completamos34 anos de direção desta seção.Nesta data passa a fazer parteda nossa redação o charadistaDr. Lavrudinho (Dr. ArmandoPaiva) em substituição aò nossosaudoso companheiro Dâbliíi quedurante 29 anos aqui esteve sem-pre mostrando boa vontade ecompetência,

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DORESnasJUNTm^k*m\l

as

r/ Em vidros de 40

e 100 pílulasO grande é maiseconomia

fü>Ml&$£.

A tortura das juntas rijas e Inçhacpelo reumatismo, são sintomas de rirdebilitados. As dores que estes males

'% * li provocam, são insuportáveistww deixando o doente desanimado,

sem forças para o trabalho oudisposição para gozar a vida.

Milhares de pessoas sofremessas dores, quando poderiamevitar, de vez, tais padecimentos,

p" tomando as Pílulas De Witt para os Rins ea Bexiga. Especialmente preparadas paracombater os distúrbios renais, as PílulasDe Witt aliviam as dores prontamente, restaurando o vigor e a vitalidade ao organis-mo. graças á sua magnífica ação tonificam

Pilulas DEWITTPara os Rins e a Bexiga

DICIONÁRIO ZOOLÓGICO

Com expressiva e cativante de-dicatória acabamos de receber daTertúlia Edipica, Grupo Ghara-dístico da Sociedade de Geogra-fia de Lisboa, um volume doDicionário Zoológico de autoriado confrade português João Cay-olla Tierno. {Jocati).

Como afirmamos no nosso nü-mero de julho, é uma excelenteobra que muito auxiliará aosconfrades.

Bem impresso tem boa apre-sentação, é grosso volume de 774páginas e o seu preço em Lisboaé dc 120 escudos.

DICIONÁRIOS ADOTADOS

Com o fim de mais facilitaresta seção ficam adotados sò-niente estes dicionários, até sc-gunda deliberação: Gustavo Bar-roso — Pequeno Dicionário Bra-sileiro — 0* edição; Monossi-lábicos de Japyassu e de Casa-nova; Provérbios de Lamènga;Provérbios Originais do Dr. La-vrud e Lidaci — VocabulárioAntroponímieo (nomes próprios).

DÂBLIÚ

Continuamos a receber mani-festações de pesar pelo faleci-

mento do nosso saudoso secretá ri o Dâbliúí.

A todos os nossos agrádeciiricn-tf)S.

CORRESPONDÊNCIA

Cartas recebidas até 31 de agôsto:

Farani (Salvador) Recebe-mos as listas no devido tempo.

Mavicaro — Quanto gentileza!Tonnew (Rio) — ótima a co-

laboração que enviou.Pompeu Júnior (Botucatu);

Rafinha (Porto Alegre) ; DonatilaBorba (Santa Catarina); Emi-dlej (Porto Alegre); José V. CoeÜio (Maceió) — Escreveremospelo correio.Segoii (Rio) — Os seus problemasde palavras cruzadas não vãoser publicados por ter sido feito só com termos de planta1*,ilhas e instrumentos.

Eva Dio (Rio) — Gratos pel«colaboração.

-^ PRAZO

Paia as soluções tle cada mês,Distrito F.ederal e Niterói, 45cli;isí ; demais Estados 00.

Toda a correspondência paraesta seção deve ser endereçada:»o seu diretor.

DR. LAVRUP

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38» Ano - N? 5 Outubro 1954 109 EU SEI TUDO'•v v

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túnel —- E tão

EREMITA(Continuação da página 86)

Ouça, vovô! Se está tentando algumtruque para me dominar. ..

O velho Morgan ergueu os ombros, comdesprezo. E o silêncio que se seguiu,silêncio total c impressionante enervouseu visitante.

Ouça — disse êle, batendo os dentes.— Seu homem da cidade, entende? Vocêvai me salvar... e eu pagarei bem,aceita?

Dê o fora daqui c estarei bem pagocom isso! Aqui tem o seu almoço.

Refletia, com verdadeiro ódio por seuvisitante. Não tinha o que recear, porenquanto. Mas o rapaz era um assassinoe não podia correr o risco de deixar atrásde si alguém para o denunciar. Até oanoitecer a coisa tinha que ter solução.E o velho Morgan tinha que dar um fimàquela situação — ou êle próprio encon-traria o fim de seus dias.

Você terá que cavar umdisse êle, com maus modos,depressa quanto puder! Eu farei um parde skis para você. Quando terminar,sairá daqui e poderá ir para o diabo queo carregue!

O rapaz assumiu um ar ameaçador.E que tal. . . se você mesmo abrir

o túnel, vovô?Você é quem precisa sair daqui.

Eu continuarei aqui mesmo. Cave, então,se quiser!

O ódio brilhou um instante nos olhosdo jovem assassino. Mas, depois de uminstante, rendeu-se. O velho Morganexplicou-lhe como devia fazer. Aberta aporta dos fundos, a neve foi retiradacom uma pá e depositada no menorespaço possível, no interior da cabana,até que o túnel fosse completado.

O rapaz trabalhou sem entusiasmo, masapenas parando para descansar. Cercade quatro horas da tarde reapareceu nointerior da cabana, tendo o corpo todoenvolto em espessa capa de neve.

Cavei sempre para cima — disseêíe, raivoso. Onde a neve é maismacia... E por isso, cia caía sobre meucorpo!

Eu vou apanhar, depois, o entulno— dis.^e o veiüo. — O pior é que, dessejeito, mais neve entrará por cima e, pelarnanhã, tudo estará outra vez bloqueado.

Mas não sc moveu da cadeira. Estavafazendo qualquer coisa que lembrava aforma de skis] qualquer coisa que pudessesuportar o peso de um homem sobre aneve. Continuou a trabalhar, sem levantara cabeça, mas começou a explicar deque maneira seu hóspede poderia en-contrar o melhor caminho, para safar-se.

O rapaz ouvia atentamente, com uma.^pressão de zombaria. Não pretendiaSeixar a cabana aquela noite. A tempes-

tade era ainda muito severa. Mas, aomenos, tudo já estava preparado para asua fuga. Não precisava mais do velhote!E seria loucura de sua parte deixá-lo vivo,quando cessara de lhe ser útil...

O velho Morgan pôs de lado v os doisskis que fabricara.

Agora você pode dar o fora daqui,logo que a tempestade amaine — disse,com sua voz aborrecida. — Antes vouexaminar o túnel, para ver se está perfeito.

Tratou de vestir mais roupas e quandose sentiu bem agasalhado penetrou notúnel, onde esteve trabalhando algumtempo. Ao voltar, tinha neve nos cabelose nas barbas.

Não gosto de ninguém... Nem deajudar ifinguém! — declarou com seutom irritado de sempre. — Mas parece-me que alguém vem vindo pela neve...E, com certeza, para saber se eu vi umrapaz assim, assim... No seu lugar euiria ouvir, lá do túnel. Talvez seja umbom conselho. . .

O rapaz tirou a pistola automática docinto, correu para o depósito de lenhae começou a subir pelo túnel. Entãohouve um repentino ranger da.neve, umsurdo rolar de massa pesada, ao mesmotempo que um violento golpe de ventogelado penetrou na cabana, de envoltacom uma fina poeira de neve cristalina.Depois, foi o silêncio.

O velho Morgan apanhou o cachimbo,levou-o à boca e acendeu-o com gestosvagarosos. Depois aproximou-se do rádio,apenas o necessário para ouvir o noti-ciário. "A tempestade estava no auge.Todo trabalho fora abandonado, mesmoos de salvamento e desempedimento daslinhas férreas. Um prêmio de sete mile quinhentos dólares era oferecido a quemcapturasse o ladrão da mala postal..."

Findo o noticiário, o velho Morgandesligou o rádio e caminhou para odepósito de lenha. Não tinha pressa.Reapareceu, mais tarde, arrastando qual-quer coisa. Essa "qualquer coisa" era ocorpo do seu visitante, semigelado, como rosto azulado e os dedos rígidos.

Tratou de amarrá-lo com muita des-treza e capricho e, a seguir, procurouchamá-lo outra vez à vida.

¦ 'An.'

Enquanto fazia, resmungava:— Não gosto de ajudar ninguém... e

muito menos a ladrões e assassinos. Evocê queria acabar comigo, antes de daro íora, hein?

Seu visitante, que recuperara os sen-tidos, estremeceu violentamente, dentrodas cordas que o imobilizavam. Oh, comolamentava não haver liquidado o velhotede uma vez!"Foi por isso que aconselhei yocê air dar unia olhadela na boca do túnel...que eu tinha preparado, a meu jeito,

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110e^.sçi tudp;para que ficasse sepultado sob uma ava-lanche de neve..."

Não ligou aos estremecimentos e ge-midos do outro. Êle próprio estavaaquecido e confortável, apesar dos seisou sete metros de neve que tinha sobreo telhado. Pela manhã, arrastando o seuprisioneiro de vagar e com cuidado, iriaaté à casa de um vizinho, a fim de queeste o ajudasse a conduzir o criminosoaté à cidade. rl,nc

Qualquer dos seus vizinhos tinha tillios,e o velho Morgan não tinha implicânciacom as crianças, salvo quando elascresciam e bastante para parecer com

38? Ano — N* 5 — Outubro — 1954,.

os maiores. Receberia,, então, sete mil equinhentos dólares pela captura do assas-sírio. Daria algijmà gratificação ao seuvizinho, pela ajuda prestada. Uns qui-nhentos ou, talvez, mil dólares. Dariapara as crianças. .. Todos ficariam agra-decidos... e êle trataria de tirar van-tagem dessa gratidão. Toda vez queaparecessem para ver o que êle fazia*poderia dizer sem rodeios, a sua opiniãosobre a raça humana... E eles teriamque ouvir tudo, caladinhos.

Bocejando triunfalmente, o velho Mor-gan se instalou na poltrona, para aguardarque o dia raiasse.

O FUMO E O CÂNCER

f<S pesquisadores do Memorial Hospital de New

V^ York, dispõem, agora, segundo parece, de um

sistema capaz de determinar se as matérias químicas

do cigarro suscetíveis de produzir o câncer chegam,

efetivamente, aos pulmões. A experiência se baseia

no princípio de que a maior parte das matérias

químicas capazes de produzir o câncer se torna

fluorescente, sob a ação da luz ultra-violeta.

Quando o fumante que traga lança a fumaça

através de um líquido especial, esse líquido res-

plandece, sob a luz ultra-violeta, mas, se limita

a manter a fumaça dentro da boca, esse líquido

não se torna fluorescente.A fase seguinte do processe consiste em iden-

nficar a substância fluorescente que aparece na

fumaça tragada pelo fumante, para se determinar

se a mesma pode produzir o câncer.O sistema foi descoberto por alguns cientistas

alemães, que a transmitiram aos médicos do Memorial

Hospital, na esperança de que os mesmos consigam

fazer a difícil verificação.— Descobri uma coisa engraçada, ontem. A carteirade meu marido teni um compartimento secreto.

^^HBr^^^T^.-ALTO VÁCUO

OS drs. A. H. Gurewitsch e W. F. Westendarp,

do Laboratório de Pesquisas de Schenectady,New York, inventaram um dispositivo muito simples

para produzir o alto vácuo, necessário às válvulasde televisão e aos aparelhos de Raio X.

O dispositivo, denominado «bomba iônica», nãotem partes móveis, mas pode produzir um vácuoelevadíssimo, que eqüivale a um bilionésimo de

pressão atmosférica normal, segundo os cientistasda General Electric.

A bomba iônica consiste de um poderoso ímãe uma pequena caixa redonda de aço inoxidável.A caixa, que tem cerca de duas polegadas dediâmetro, e uma de espessura, fica suspensa entreos pólos do ímã.

Depois de se ter retirado a maior parte do arcontido no tubo ligado à bomba, faz-se passaruma corrente elétrica. A eletricidade fragmenta eioniza os átomos de gás e os lançam sobre as placasde carvão que ficam aos lados da bomba, aos

quais se aderem. Desta forma, se remove, grada-tivamente, o gás, até se conseguir o vácuo desejado.

ABELHAS MATEMÁTICAS

f* OMO os «cérebros matemáticos», surpreendentes^** máquinas eletrônicas que executam prodigiosasfaçanhas matemáticas, em questão de segundos,vêm sendo comentados ultimamente, achamos justodedicar um pouco de atenção para certos «gêniosmatemáticos» bastante menos conhecidos. E, assimsendo, vamos falar aos nossos leitores sobre asabelhas. Os leitores, provavelmente, não sabem queas abelhas sabem contar. Estudos feitos pelosdrs. A. Meyer Albich e E. Leppik mostram que asabelhas podem conhecer o número de pétalas deuma flor e distinguir, dessa maneira, as que tême as que não têm néctar.

As abelhas sabem se uma flor tem 1, 2, 3, 4, 5,6, 8, 10 ou 12 pétalas, mas, por esse ou aquelemotivo, falham nos números 7, 9 e 13. Os números3 e 5 têm, para elas, dupla significação. Nãcsabemos qual seja, pois não conhecemos outralinguagem das abelhas, além do zumbido.

Os cientistas verificaram que, se arrancavamalgumas pétalas das flores que as abelhas normal-mente visitavam, os insetos as passavam a evitar.

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11

38t Ano - Nt 5 - Outubro — 1954

VISÃO MUNDIALO CANAL DE SUEZ NA ENCRU-

ZILHADA DAS INVASÕES(Continuação da página 31)

executou um empréstimo com os ban-queiros Rothschilds, para comprar asações do Khediva do Egito. E assim osingleses invadiram financeiramente aZona do Canal, ampliando a política deBenjamin Disraeli de amparar a Turquiae afastar o Império Russo de qualquerporto do Mediterrâneo. Devido a inten-sificação do tráfego marítimo, novas obrasalargaram e melhoraram as instalaçõesportuárias. A ligação da bacia mediter-rânea ao Mar Vermelho e ao OceanoÍndico revolucionou o comércio interna-cional, desdobrando as relações eco-nômicas entre os povos da Europa e daÁsia. A Convenção de Londres de 1888neutralizou o Canal de Suez, abrindo-oa todas as nações e obstando atos deguerra na sua faixa. As nações ficavamimpedidas de exercer atividades belige-rantes num raio de três milhas. A inter-nacionalização deslocou as marinhas darota do Cabo da Boa-Esperança, passandoo Oriente-Médio a ser uma das regiõesmais estratégicas do mundo, onde a diplo-macia concentra as suas intrigas e sobrecuja área geográfica os exércitos planejamas suas invasões.

A PARTILHA DAS ESFERAS DEINFLUÊNCIA

Passando o Canal de Suez a ser aencruzilhada das invasões militares, emdemanda do Oriente-Médio e do GolfoPérsico, as potências movimentaram osdiplomatas para executar a partilha dasesferas de influência. No ano de 1870,desencadearam-se dois fenômenos derepercussão mundial, quando os alemãese os italianos realizaram a sua unidadepolítica, entrando na disputa de hege-monia mundial.

A Inglaterra assinou em 4 de junhode 1878 um tratado secreto com a Turquia,nelo qual b governo sultanesco cederia aIlha de Chipre, no caso das forças russastomarem o rumo da Ásia-Menor. NaConferência de 1880, realizada em Madrid,compareceram a Holanda, França, Áustria-Hungria, Espanha, Inglaterra, Itália, Ale-manha, Escandinávia e os Estados Unidos,interdizendo o Sultão de Marrocos deconceder privilégio a qualquer potênciaestrangeira. Na sua investida para ahegemonia marítima, os franceses ocupa-ram a Tunísia em 1881. Os alemãesdesejando substituir a França na suainfluência* européia, que durou de Hen-rique IV a Napoleão III, movimentaram-sena rota de Marrocos, assinando em 1890

Ul EU SEI TUDOum tratado de comércio. Em 16 defevereiro de 1897, as potências européiasvoltaram a sua atenção para a Ilha deCreta, onde os gregos desembarcaram etentaram expulsar os turcos. Poucodepois, Guilherme II viajou até à Pales-tina e proclamou em Damas, no ano de1898, que os trezentos milhões de muçul-manos da África e da Ásia poderiamcontar com a amizade do Império Germâ-nico. Chamou~se, naquela época, a essegesto do imperador a penetração pacíficada Alemanha na política internacional doMediterrâneo. Unificada a Itália, os seusestadistas olharam para os austríacos, queameaçavam o flanco marítimo no MarAdriático e no Mar Egeu. As leis dageografia não coincidem com as neces-sidades materiais das raças, que viveme disseminam indústrias nas enseadas ebaías do Mediterrâneo.

A luta pelas esferas econômicas deinfluência antagoniza o princípio da liber-dade dos mares. Em 1904, a Inglaterraconcordava na política francesa emMarrocos, em troca o reconhecimento dainfluência britânica no Egito. Saint-RenéTaillandier, embaixador francês na cidadede Fez, intimou ao Sultão que permitissea instrução das milícias marroquinas poroficiais franceses. Aproveitando-se dasvitórias japonesas de Mukden e deTsushima, na guerra mandchuriana contraos russos, o j príncipe de Bulow exigiuuma conferência internacional sobreMarrocos.

No dia 31 de março de 1905, Gui-lherme II empreendeu uma incursão noMediterrâneo, saltando em Tânger e de-clarando-se pela independência marro-quina. Diplomatas germânicos e espa-nhóis, franceses e belgas, italianos esuecos, britânicos e russos, holandeses enorte-americanos, reuniram-se, em 1906,na Conferência de Algesiras. Depois daassinatura do convênio, o príncipe deBulow declarou que a Alemanha poderiaolhar tranqüila para o futuro. Os alemãesconseguiram impor à França o princípioda política de porta aberta em Marrocos,pelo Convênio de 9 de fevereiro de 1909.Dois anos passaram-se e uma canhoneiragermânica fundeou em Agadir, no dia2 de julho de 1911, sob o pretexto deamparar os súditos e os interesses doImpério Alemão. Jules Cambon, embai-xador francês em Berlim, interpelou ogoverno alemão sobre o acontecimento.Guilherme II explicou o ato como umadecisão do ministro Bethmann-Holweg.Os alemães terminaram propondo a par-tilha do território marroquino, com osespanhóis ao norte, os franceses no centroe o Império Germânico no sul. Fiel aoseu princípio de equilíbrio das potênciascontinentais, a Inglaterra negou-se aconsentir em bases militares alemães no

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EU SEI TUDO

Mediterrâneo. Lloydnm discurso, dizendo

112 38? Ano — N? 5 Outubro — 1954

George pronunciouque os interesses

vitais do Império Britânico obrigavam-na1 colocar-se ao lado da França. Os alemãesambicionavam bases no norte da África,para imobilizar as forças francesas daArgélia e da Tunísia, bem como parainterromper o recrutamento das popu-lações africanas em caso de guerra eu-ropéia. Bethman-Hol weg recuou pelotemor da tríplice Coligação Anglo-Franco-Espanhola. A Áustría-Hungria não sedispôs a aprovar o sonho marroquino deGuilherme II, obcecadde fraturarmânicos.

a unidade dos povos ger-

SOOU A HORA DO EGITOMUNDIAL COM A

CANAL PELA

NA POLÍTICAEVACUAÇÃO DOÍGLATERRAIN

As rivalidades traiDorar a Primeira Gue

_:

desfecho se deve aI Itália, vendo os fracom o incidente de3venturar-se na Trip| no Arquipélago doguerra ítalo-turca dereconheceu a neutr;nomianlmente sob apraticamente adminislSem ferro e sem pedesesperavam de veimetalúrgica. O cre:esquadra alemã deixa\do Mediterrâneo, desquadra inglesa.

Desde 1912, a Itáliquistar os portosAdriático, ao mesmolonge para Bizerta erantado alemão piaiesquadras austro-itali_de Bulow confiavaMoltke que não se pramente com a Itáliduas fortificações,os peninsulares hesinternacional, vacilansentimento racial elatinos ou em seguirtários, aliando-se aoTratado de Londres,a Itália entrou na Prpara conquistar osMar Adriático. AliarCentrais, a Turquiainstalações portuária^e pensou mesmo emmente toda a faixae dois quilômetros, cVermelho. Derrotadoaustríacos, os italianpcomo defesa estratégiFiúme,. sacrificandoFugoslávia e, cm 192B

alhavam para ela-rra Mundial, cujocausas complexas.nceses preocupadosgadir, decidiu-se a

olitânia, cm RodesDodecaneso. . Na

1911-1912, a Itálialidade de Chipre,esfera otomana e

rada pelos ingleses.tróleo, os italianos

a sua autonomia^cente poderio da>ra prever a retirada

a pela sua política

e uma parte da

mm

ia.Alexa

a sonhava em con-aistríacos do Marempo que olhava de*para Tunis. O almi-ejava a fusão dasnas, mas o príncipe

a carta ao generaloderia contar segu-

Encerrada entrendria e Gibraltar,

itavam na políticado em obedecer aounir-se aos povosos desígnios utili-germânicos. Pelo

de abril de 1915,ira Guerra Mundial~tos austríacos do

do-se aos Impériostentou obstruir asdo Canal de Suezconquistar militar-

de cento e sessentae Port Said ao Mars os alemães e os

tomaram o Tirol:a. Em 1922, anexou

reivindicações datentou conquistar

;j

imepoi

dos gregos a Ilha de Corfu, intervindo asgrandes potências.

Os italianos opuseram-se à fusão daÁustria e da Alemanha pelo temor dever o exército germânico no Passo deBrener.j| Incorporado o território aus-tríaco, a fronteira alemã dista apenas cemquilômetros do porto de Trieste, no MarAdriático. Isso golpeava de morte oprojeto de expulsar as raças germânicasda bacia mediterrânea. Por outro lado,a Turquia, a Grécia e a Iugosláviadetinham qualquer avanço romano nosBálcãs. Potência marítima, sem matérias-primas, aspirava substituir a França naSíria, na Tunísia e evoluir na Mesopo-tâmia, enquanto os alemães seguiriam aestrada oriental da Ucrânia. O maispolítico dos mares, o Mediterrâneo, e aencruzilhada das invasões de Suez, afãs-tou a cultura latina de Roma, jogando-ana aliança nórdica durante a SegundaGuerra Mundial. E agora, com a revoluçãovitoriosa do general Mohammed Naguibe do tenente-coronel Gamai Abdel Nasser,que depuseram o rei Faruk, renasceu onacionalismo egípcio, reivindicando porincontestáveis direitos geográficos e eco-nômicos a sua partilha nas esferas deinfluência do Mediterrâneo. Com o do-inínio do Canal de Suez, o governo doCairo apodera-se de uma base estratégicade valor comercial, que passará a seruma arma obscura nas campanhas daTerceira Guerra Mundial. *

Pelo acordo assinado era 28 de julhode 1954, a Inglaterra reconhece o CanalMarítimo de Suez como parte integrantedo Egito e compromete-se a retirar asforças britânicas. O Egito passa a seruma das grandes potências do Mediter-râneo, detentora de uma base estratégica,comercial e política que influi sobretodo o Orientc-Médio.

— Sim; dentro de dois minutos vaicomeçar o jornal noticioso.

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38? Ano — N? 5 — Outubro —. 1954 113

FÉRIAS NA ITÁLIA(Continuação da página 53)

Quando vocês estiveram aqui davez passada — falou ela, com voz calma,sentando-se diante do toucador — ficaramem quartos separados?

Patrick a ouviu e não pôde ocultar seuaborrecimento:A resposta é sim: Estivemos em

quartos separados? embora eu presumaque você não acreditará nisso.

Anne se sentia nervosa, a tremer:Eu preciso acreditar nisso; mas,toda vez que ela se refere ao fato, todavez que ela o olha, parece dizer o con-trário. Ela está a escarnecer de mim,Patrick, e de você também. Dizendo-meque vocês estiveram aqui em primeirolugar, e que poderiam ainda... se...Pare com isso! — gritou êle,segurando-lhe no braço e apertando comforça. Sua voz era de indignação: —É isto justamente o que ela procuracausar-lhe. Mas nada realmente obterácontra nós, Anne, se você acreditar emmim.

Sobreveio longo silêncio. Ela respirouprofundamente por fim, e os seus braçoso enlaçaram, reclinando depois a cabeçaem seu ombro.

Eu creio em você, sem dúvida,querido. . .

Ele a abraçou apertadamente:Vamos descer e nos sentar lá no

terraço com eles e lhes mostramos quenão há nada que empane a nossa felici-dade neste mundo, e que jamais haverá.

Mais tarde, quando ela se aprontaracom um vestido de linho próprio do verão,disse pensativamente:Que pensará Edward acerca de tudoisto? Até parece que êle se diverte comestas sujeiras da mulher. E ainda hámais, pois, segundo disse ao velho garção,também êle esteve aqui daquela vez...

Patrick acendeu um cigarro e respondeuolhando pela janela:Há qualquer coisa errada com ambos.Penso que encontrou Rosamond pelaprimeira vez aqui. Dirdhe-ei algo sobreisto, mais tarde. E agora desçamos, seé que já está pronta.*

O pequeno terraço estava batido pelosol, Edward estirado numa espreguiça-deira tinha o rosto de um homem feliz.\ mulher, como se quisesse, deliberada-mente, atrair a atenção de todos, ficarano centro do terraço. No seu vestidoamarelo de verão, estava deslumbrantecomo se toda a luz solar estivesse airradiar de seu corpo.

Em face dessa triunfante luminosidade,Anne se sentia desfigurada, insignificantee quase anulada. Mas procurou dar omelhor tom à sua voz quando exclamou,encostando-se ao parapeito sobre o lagoe as montanhas distantes:

EU SEI TUDO

Como é encantador isto aqui! Comogostei que vocês nos trouxessem a estehotel!

Edward olhou rapidamente para ela.surprendido.

Ordenei limonada bem geladinha —disse êle. — Álcool é contra-indicadonum calor deste, antes do almoço.

Rosamond começou a rir fortemente,enquanto Patrick começava a servir oscopos.

Edward só sabe conversar quandose fala em comer e beber — disseRosamond. — Como você é feliz, Anne,por ter um marido que não presta cultoapenas ao estômago!

Talvez eu seja assim também — dissePatrick, com simplicidade.

Não, querido, você é fiel a outradivindade: à deusa do amor...

Sucedeu-se pequena pausa. Edwardpassou a assobiar uma melodia em tombaixinho e suave. Rosamond sorriu, demodo gaiato:

Terei cometido uma inconveniência?Que diabo! Eu sempre caí nessas. Nãosei, meu caro — disse se dirigindo aPatrick — se fiz mal em notar aqueladiferença entre você e Edward. Meuespírito sempre foi assim. Veja quandonós chegamos e que você estava assinandoo livro de registro. Como achei graça no,;espanto do velho Francesco, ao verificarque, desta vez, você vinha com umadiferente senhora Bowen!

E riu gostosamente. Anne se mantevefirme. Patrick sorria segurando o vaso delimonada. Edward, calmamente, repa-rando nos dois. Nenhum deles pareciadenotar que algo de importância houvessesido dito.

Anne não se conteve e falou, pro-curando não ser ríspida na voz:

Confesso, Rosamond, que não com-preendi bem a pilhéria. Quer fazer-nos ofavor de esclarecê-la?

Patrick, meio nervoso, pousou o vasosobre a mesa, com certa violência, esuplicante:

Anne, olhe, . .Mas já sua esposa deixava o terraço

com ligeiro aceno de cabeça, de quemse despede mal humorado.

Anne se dirigiu para o balcão, ondeestavam os livros de registro de hóspedes,e, antes que Patrick a alcançasse, começoua iolhear um deles. Seu marido quisdetê-la: mas a indignada mulher o repeliue prosseguiu na busca. Êle permaneceuereto no" meio do "hall", aguardando hodesfecho daquela cena. Logo que percebeuque a esposa havia chegado ao registrobuscado, êle se voltou bruscamente e saiudo holeí. Lá estava, na página de entradasde hóspedes do hotel: "Sr. e senhoraP. Bowen, Londres, Inglaterra". A letra

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EU SEI TUDO H4

era de Rosamond, como imediatamenteAnne reconheceu.

O sol penetrava pela ampla janela deseu quarto, enchendo-o de luz e calor,numa festa irônica de vida e alegria. Aosseus ouvidos chegavam os rumores derisos e movimentos de pessoas que sedivertiam lá em baixo. Mas naqueleaposento havia apenas um silêncio dolo-roso e angustiante.

E Anne meditava: "Sr. e sra. P.Bowen. Patrick e Rosamond."

Com certeza, Rosamond tudo planejarapara que Anne viesse a descobrir o caso.Aquelas férias no "San Paolo" tiverampor objetivo único mostrar a Anne queRosamond já possuíra seu marido, e queo casamento de Anne com Patrick nadamais fora do que um resto que ela des-prezara. Patrick já fora dela e, exatae corretamente, nunca seria de Anne. Eraisto que Rosamond queria dizer, com amaior crueldade.

E Patrick? Por um ano lhe disse quejamais estivera apaixonado por Rosamond,nem nunca a amara. Nem Rosamond, nemqualquer outra mulher, exceto Anne.Durante um ano inteiro esteve de amorescom Rosamond, como marido e mulher,fingindo que nada havia entre eles, semcoragem de dizer a verdade.

Anne permaneceu, sem mover-se, àjanela ensolarada, torcendo um lençoentre os dedos nervosos. Estava sob aação cruciante do ciúme.

Bonito papel o seu, não há dúvida.Estas palavras chegaram aos ouvidos de

Anne antes de ela atinar de quem eram:de Edward, que estava a um recanto doterraço alguns metros abaixo da janelaonde sofria a pobre Anne. Aguçou aatenção e ouviu quando Rosamond res-pondeu:

Interessa-se pelo que fiz, benzinho?Que bela mudança, esta sua!

Anne se debruçou para ver e ouvirmelhor. Ela ainda não havia notado quea janela do seu quarto dava justamentesobre o terraço. E ela viu Edward eRosamond um em frente ao outro, a quinzepés abaixo, sem notar que estavam sendoobservados.

Aquela máscara de alegria e jovialidadehavia deixado a face de Rosamond, e aurbanidade de Edward também mudaraem aborrecimento. Êle olhava o rosto daesposa com o maior desprezo. Anne estavaadmirada com a fisionomia de Rosamond,em cuja boca e em cujos olhos se estam-pavam a mais dura crueldade.

Rosamond, inclinada sobre a mesinhado terraço, pronunciava palavras duras,que eram como chicotadas no rosto domarido:

Vamos! Censure-me! Diga-me desa-foros, você que nunca teve um sentimentohumano em toda a sua vida! Pensa que

38? Ano — N? 5 Outubro — 1954

cl

me fere? Eu sei que você já percebiclaramente por que eu atraí Patrick e _¦sua presumida mulher até aqui. E ficosatisfeita por que você sabe. Tambémestou contente porque você também veio.Não era apenas à minha caríssima amigaAnne que eu desejava dizer umas verdadesdomésticas; eu queria também que vocêsoubesse: eu fui uma idiota em casar-nucom você. E agora já sabe por quê!

Edward levantou a avista e Anne, poruns momentos, pensou que êle fossedescobri-la. Então, disse êle, calmamente:

E você pensa que não sei, desdemuito, que você se casou comigo por umcapricho e despeito, servindo-se de mimcomo se eu fosse um remendo*!

Rosamond se ergueu, andou até àbalaustrada, voltou-se para o marido erespondeu, com ironia e desprezo:

Por despeito! Isso atinge sua vai-dade, não? Talvez pensasse você que opreferi a Patrick, porque você fosse umhomem irresistível, não é?

Nunca pensei isso — respondeu êle,e, encolhendo os ombros num gesto deindiferença, apanhou um cigarro.

Por fim, falou calmamente:-- Tenho estado curioso para descobrir

o que, realmente, tinha você em menteao planejar esta excursão, Rosamond. Maseu já estive aqui antes, lembra-se? È,acredite ou não, nunca estive de todocego para hão ver o que se passava.

Edward lançou para o ar uma nuvemde fumaça e ficou a olhar o seu impulso,que ultrapassou a janela de Anne, con-tinuando com certa dose de amargareflexão:

-— Eu já tinha os olhos abertos quandome encontrei com você, o que fêz tornar-se estranho o meu casamento, não foimesmo? Mas você precisa recordar-se quePatrick resistiu aos seus encantos. Es-queceu você do que, realmente, aconteceuneste hotel?

Não — respondeu ela, friamente.Com gestos nervosos, mãos cerradas,começou a bater na branca pedra doparapeito. — E agora — prosseguiu —eles também jamais esquecerão este lugar!

Calou-se ao perceber passos que seaproximavam do terraço. Por baixo dajanela de Anne apareceu a cabeça enca-necida do velho garção Francesco.Rosamond em passos rápidos deixou oterraço e desapareceu no hotel. Fran-cesco a olhou ao passar por êle, e,dirigindo-se a Edward, falou:O senhor vai desculpar-me, porémjá está passando da hora do almoço, porisso preparei algo de especial. Se osoutros quiserem. . .

Edward o interrompeu com uma risadabreve, mas forte:

Peuso que não há mais "outros''. —E, reparando no ar de perplexidade do

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garção, explicou: — Não sei se qualquerde nós vai querer almoçar, Francesco.Sinto muito. Uma viagem fatigante, vocêsabe...

• E se calou. Francesco fêz um cumpri-mento de cabeça e ia-se voltando para ohotel, quando Edward falou subitamente,alteartdo a voz ^Espero um momento, Francesco.Desejo falar-lhe.

O garção hesitou um pouco, mas voltouaté ao hóspede, a passos vagarosos.

Francesco — começou Edward, de-liberadamente. — Você se recordou,quando chegamos hoje, que, dentre nósquatro, você já conhecia três: minhamulher, o sr. Bowen e eu?

Depois de um momento, o garçãorespondeu:

Sim, senhor. — Sua voz denotavaembaraço e relutância.

Edward sorriu mui simplesmente è

115

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EU SEI TUDO

ficado perplexo.

muiprosseguiu:Você deve ter 1_.jr_._,quando notou, agora, que o casal que sehospedou aqui antes, tem marido e mulherdiferentes. Desculpe-me se falo assim tãocruamente; mas fatos são fatos.

Francesco replicou firmemente:Com efeito, senhor, fatos são fatos;

mas o que o senhor refere não é umfato. Eu sei que a senhora assinou pelosdois, com um só nome; mas também merecordo que o sr. Bowen insistiu pelosquartos separados e assim ficou, realmente.

Edward falou gravemente:Eu estava enganado, vejo agora.Muito obrigado.

O velho Francesco antes de retirar-seainda disse, em voz baixa, mas que pôdeser ouvida claramente por Anne:

0 sr. Bowren estava muito zangadocom ela, sim. Soube então que não erammarido e mulher. Permaneceram sepa-rados, como se houvessem brigado todoo tempo, mesmo antes de o senhorchegar... — Francesco parou, como seestivesse perturbado.— Por favor, não se incomodedisse-lhe Edward tranqüilamente. — Averdade surge sempre e é o melhor dafesta. Há apenas uma coisa mais. Quandoeu cheguei encontrei Rosamond e comeceia acompanhá-la como o fiz, Bowen ficousatisfeito e aproveitou a oportunidadepara voltar sozinho para sua casa?

Francesco fez alguns gestos e mur-murou, afinal:

Sim. Èle se mostrou feliz, como osenhor sabe. ,

Houve longa pausa. Então Edwarddisse polidamente:

Muito agradecido, Francesco.0 velho garção ainda esteve por uns

momentos a fitar Edward. Depois sefoi. Edward sentou-se calmo e ticou aolhar o Francesco no seu andar ja can-sado. Por fim, levantou-se e passou a

mirar diretamente para a janela de Anne,vendo-a perfeitamente bém. Ela tambémolhava para êle. Mas nenhum deles falou.Depois de alguns instantes Edward Uiedirigiu ligeiro e irônico cumprimento ea passos indolentes se afastou do terraço,fora das vistas de Anne.

Anne começou a perceber as coisasclaramente. Sabia por que Rosamond ostrouxera até ali. Poderia Anne esquecera malícia miserável daquela mulher des-mascarada?

Sabia agora por que Edward tambémviera àquele hotel* e por que êle fizeraaquelas perguntas a Francesco. Êle estava,procurando libertá-la daquelas suspeições,aliviando-lhe o espírito e esclarecendo umfato escabroso, que, afinal de contas, nãose passou. Efetuara Edward uma proteçãocontra a mulher que estava causandotanto mal-estar.

Reconheceu Anne o quanto havia sidoprecipitada. Estava chorando, lavando ocoração em lágrimas* quando Patrickentrou no quarto.

Vendo-a naquele estado, avançou ràpirdamente e tomou-a nos braços:

Anne — disse êle, com voz cari1ciosa. — Não chore, por favor! Sei quèmereço todas as censuras pór tudo isso.Eu poderia ter-lhe dito isso temposatrás, mas...

Anne sacudiu a cabeça e respondeufirmemente:

Não, querido! Já não é precisodizer-me nada. Agora já sei de tudo oque houve. Reconheço .agora como fuiuma tola quando tive receios e ciúmesde Rosamond. :í

Èle apertou-a mais contra o peito: -Eu não deveria nunca ter vindo cá.

E lhe afirmo que a minha estada aquicom Rosamond não apresentou nada qúepossa constituir compromissos ou inti-midades entre nós. Nunca houve nadade real, nem poderá haver, entre mim e ela.

Sem que esperassem, Anne voltou achorar. Mas já eram lágrimas de con-tentamento, por ver que, pela primeirave:z, desde que se casara com Patrick*sentia que não tinha de que temer. Cho-rava por uma infeliz mulher, cujos pensa-mentos poderiam destruir-lhe a felicidade,e pelo homem* a quem amava e ao qualestava causando essa contrariedade. Cho-rava pelos enganos que havia cometido epela sorte que tivera em salvar-sé a tempoe a êle também. Patrick deixou-a e aguar-dou, com paciência, uma oportunidadepara explicar-se. E quando, por fim, elaterminou o pranto e enxugava, mais calma,as lágrimas, disse: "Querido, não fiquemosaqui. Voltemos hoje mesmo para casa,de trem", êle concordou, sem hesitar:

Sim, mas.. . e o carro?Rosamond e Edward acabam de ir-se

sozinhos no auto — esclareceu ela.

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ZU Sp TUDO

JUNTOS, OS MATAMOS(Continuação da ijagiitu 21)

í:lcs não perceberão você, Joe. Nàoo ouvirão.

Por quê? — perguntei apreensivo.o peito opresso.

Porque cu sou bela, porque sou cua única mulher na cidade, e eles sãohomens, Joe. Beija-mo, Joe. Dê-me maisum beijo.

Beijei-a. Tive ímpetos de arrebatá-la;mas Claire recuou com um riso triste.

Eu sempre o amarei, Joe.Aproveitando alguns segundos eu lhe

respondi:Não importa onde cu esteja, Claire,

eu a amarei sempre. Ouça-me, agora: asituação presente não demorará por muitotempo. Quando a guerra acabar, eu aprocurarei, se ambos sobrevivermos. Èpossível que eu me demore na busca devocê, porque, mesmo na paz, temos osnossos problemas. Não lhe posso darmuito; mas será mais do que você teveantes. Se eu não puder vir buscá-la,procure-me, vá ver-me num restaurantepequenino que há nas imediações daBroadway. Üm galo vermelho está sus-penso à porta, do lado de fora. Encon-.remo-nos ali. Não importa onde eu esteja.Voltarei àquele lugar um dia, todo diunove de cada mês, procurando você.

Eu me lembrarei, Joe.Dizendo isto, se foi. Era como Uma

sombra alva que desaparecia. Acomodeibem o saco de explosivos às costas e medancei na água. Um gato não podia seraiais silencioso. Procurei não deixartraços de minha passagem através doinato. Nem o menpr .ruído nágua, nem oquebrar dc um galho seco.• Ao chegar à estrutura da ponte, o perigocrescia cada vez mais. Por fim, eis-me sobos pilares e o.s ferros da obra dc ense-aliaria que mc cabia destruir. Olhei umponto cpie ine permitisse apoio c dei umpulo. Muito bem. Um passo cm falso, umruído e eu estaria liquidado. Que possamimaginar o que eu sentia naquele mo-mento. Vinte pés acima de mim, o susurrode soldados e sentinclas semelhavam omovimento de abelhas, mas não tão fortesque pudessem anular qualquer barulhoque eu fizesse. O tempo corria e eu nãopodia esperar mais. Retirei a corda e,eom a maior cautela e segurança, lancoi-aa uma viga mestra. Qualquer ruídosuspeito que chegasse aos ouvidos doinimigo, e eu seria fuzilado. Mas acerteiMuito bem.

Subitamente, comecei a ouvir umacanção distante, através de belíssima vo..Ouvi que davam ordens e os holofotes scagitaram nervosamente, inundando de luzas margens do rio e os arredores. Doisgrander, e fortes refletores descobriram acantora. Era uma mulher nua, corpo

ÍÍ€ 38? Ano - N? 5 - Outubro — 195.

èsciiítural, voltada para a ponte, a cantaiEntre os soldados irrompeu um alarido

de festa, com brados e assobios.Aquela visão estranha se lançou à água

nadou, flutuou na corrente e jogou osbastos .cabelos para as costas, mergulhouem direção à ponte, sempre cnqu.ulrau.,na luz dos refletores que nunca a deixavam. Ela ria e fazia gestos para asoldadesca em tumulto.

Quem poderia ouvir-me? Os ruídos qiueu fazia armando as ligações do engenhoinfernal eram cobertos pelo alarido d;.tropa entusiasmada com aquele espetáculoinesperado. Havia tamanho barulho d(vozes e gritos, assobios e exclamações purcima de minha cabeça, que eu podia fazeio meu trabalho assobiando! Chegueimesmo a rir com o caso. Sim, ri diantedaquela astúcia do Claire e, depois deestender o.s fios, localizar a dinamite edispor tudo para a explosão, desci calmamente, retomei o caminho que me levavaao avião que já me esperava. Ao subir,não deixei de sentir uma onda de ódiopois jamais esqueci os jatos de luz sôbnseu corpo e oficiais atirando fora osuniformes e caindo nágua cm direçãoa ela,* enquanto Claire nadava para longeos braços se agitando sobre as águasrindo da peça que lhes pregara.

— Oh, Deus! Oh, Deus — exclameiemocionado, como se ainda ouvisse acanção de Claire e os seus braços a mover-se, seu riso alegre... Tudo já er_isilêncio. Os holofotes não continuarammais a perseguir Claire, que desapareceranuma das margens, como uma visãomisteriosa. Em dado instante, porém, vipara os lados da ponte um imenso clarãona calma da noite. Estava cumprida aminha missão. Melhor: a nossa, poisfiquei pensando se ela havia feito tudoaquilo por amor a mim ou ao seu paísApesar de achar isso divertido, sentitristeza. Eu amava Claire, realmente. Nãopodia esquecer-me dela.

E eu a veria outra vez? Tinha que vê-lanovamente. Sua beleza não podia morreiassim. A guerra terminou e uni futurode paz começou para o mundo. Um;"estrela" veio da França para o.s Estado.Unidos e passou a resplandecer no palcoChamava-se Claire, e, como a outra, nãoseriam apenas aos soldados da ponte aquem ela tornaria loucos; em qualquerparte que a vissem a cantar, ninguémdeixaria de entusiasmar-se. Bastava umafotografia dela num cartaz ou na imprensa,para influir no espírito do observador.Todos a desejavam. Era desejada poitodo inundo. Mas quem se ãtráveria atirá-la de sua arte? Um colai' seu usadonuma estréia valia mais do que tudo oque eu pudesse economizar em cinco anos.0 jeito seria eu continuar com as minhasHelenas, Jeans e Frans, conservando

38* Ano —. N? 5 — Outubro — 1954

t

Claire apenas como umn mo™A~-lembrança. Mas quando TH. "ÍS"

balhar nos Estados Unidos íêZ refeições"naquele modesto restaurante déPS«ndicaçao à minha Claire minhaEu estava interessado no contrair, __Gus; mas todo rapa, gosta de apertar amao de uma artista famosa, e talvez oueela se recordasse de mim, se fosse GIa?rPe fizesse um esforço. Disposto a enfrentaia situação empurrei a porta eentíeiHenri, o dono da casa, apesar de fazei*tantos anos qllc não nos víamos méreconheceu imediatamente ldrnos> me

r Í7 °lá! -AíUÍto boa-tarde, Joe' MuitoS°N^n h"l0

rclw'™1"' Uma mesa? °

Nao, Henri; agora, não. Estou aDena,mmpaHvrinh-ron011'- Vim **níT_gjnia paiayi inha com uma pessoai "estr^fn" l^" passos e flli descobrira estiela a ura canto da sala. Só mvai quando cu fiquei mesmo em fren"e

—- Alô.menina! — disse eu reconheeendo-a. Era ela! ' icconne-Joe - foi tudo o que me disseApenas isto: Joe. uísse.

Tirei iim cigarro da carteira e trateide acende-o. Engraçado: não lhe aper ea mao. Solte, uma baforada para o altoe esbocei um sorriso artificial. EntãoVi-a e quis tirar a dúvida se eramesmo você. Está muito bem disposta!

t-iiH ,tC i? ~ E-U c'slava indighado pelofalo de Henri nao ter iluminado melhoraquele recanto. Não podia ver-lhe o rostoem toda a sua plenitude.¦ — Sim Você está maravilhosamentebem. lenho visto seu nome nos jornais,iodos os dias. Que tal adiou nosso pais?Gosto muito dele, Joe.Passei a observá-la eom atenção. Nova-nente senti aquela chama de amor aerepitar dentro de mim.Tenho que comparecer a um com-promisso, menina. Talvez que um diapossamos passear juntos, se você nâo' S\/e-r tri° ocuPac,a- E agora devo ir-me.Muita gente estava a olhar-nos, e eu vi

que ela mordia o lábio inferior. Talvezestivesse recordando daqueles mo-mentos no rio de Santa Maria, sob a açãoios holofotes inimigos.

¦ Ergueu-se rapidamente apanhando aPOlsa e a enfiando no braço. Não aensürei por isso. Não há pessoa famosaQue tolere revolver coisas de um passadoia morto.

Não, Joe. Quem se vai sou eu —^sse ela. E me deixou.

ífenri estava perto, a olhar-me.— Vocô ia almoçar com esta senhora?Não, Henri. Estava apenas cumpri-

ientando-a.Uma estranha mulher, Joe. Sempre;im aqui uma vez por mes e se senta a

esta mesa. Sempre no mesmo dia, o dia

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hies. SeráEU SEI TUDO

que ela tem

arredando todoc chispei. Se eu

nove de cadaalgum pacto?

Senti uma sensação estranha. O ciçarrome escapou de entre os dedos e foi canao solo espalhando faíscas. Fiquei per-piexo, com a cabeça perturbada comaquela notícia: «Todo dia nove de caíaner!,,n£j „sent.ar-se aqui". Exaltado,perguntei a Henri:Que dia é hoje?É nove, Joe!

Saí correndo. Fuimundo para um ladotinírffeiCOm*,íastantc ^locidVdc conse-guina alcança-la antes que ela desaoa-recesse outra vez. Era preciso pegá-la eentão dizer a Gus que o emprego ml¦servia cem por cento, c que eu iriaocupa-lo ao som dos sinos, os sinos dcnosso casamento! E a alcancei.

TRADIÇÃO MAIS FORTE QUE 0PROGRESSO

J£RA de esperar que os povos subdesenvolvido*

que lutam com problemas de escassez de águasoassem encantados com um poço muito bem cons-ruído, feito expressamente para lhes assegurar oiornecimento do precioso líquido. No entanto deacordo com uma notícia que nos chega através daWorthington Corporation, tal situação freqüentementepode se. complicar. Um poço' pode não significarapenas água pura: às vezes, também velhas tradições se vêem envoltas no caso.

A Worthington, conhecida através do mundo porsuas bombas e equipamentos de bombeamentoconta a história de um poço profundo, construídosob os auspícios da Organização Mundial de>Saude na Nigéria que, visitado por um engenheiroda organização, tempos depois de ter sido cons-truido, ainda estava, como verificou aquele técnicomtacto, enquanto as mulheres continuavam trazendoágua lodosa de tres quilômetros de distância, exsvasilhas de vinte litros.

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Se aquilo era marcha-ré, isto deuser a "seaanda".

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EU SEI TUN

»!•

Outubro de 1954449 — Ano XXXVIII N* 5 -SUMÁRIO:

Para o Seu Lar. Ainda e sempre as cores. Sala-de-jantar e Dormitório

Nádia Zagoska (conto) A Bela Encapuçada Só Para AltasJuntos, os Matamos (conto) Automóvel de Bolso (Parece um brinquedo e anda

a 100 km por hora) Existe Vida a Seis Mil Milhas de Profundidade, noOceano

No Século XXI — Maravilhas da Química ........São Coisas da VidaVisão Mundial — O Canal de Suez na Encruzilhada

das InvasõesÒ Seu Nome Recortado — Tenha um filho e logo

500 comerciantes e vendedores serão informadosO Fantasma que Anulou um TestamentoAgora, Já Fizeram ISTO!A Força de Uni Juramento (Romance, continuação)Férias na Itália (conto) LUZ — Luz forte e luz suave — Medir a força da, luz — Chama sem luz — A boneca no copo —., Água opaca — Céu azul e sol laranja — A luz

47

131'415

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222324

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CORRESPONDÊNCIA

que anula as cores — Espelho mágico

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Um olho no Fundo do MarPerfume Para a Minha DamaPor Que as Mulheres Não Têm Barbas?Está claro?Vôos da FantasiaHipnotismo Para Todos (como age o hipnotizador?

— Enrijecer o braço — A voz — Fixação doolhar — Estabelecer contacto vocal recíproco —Criar amnésia parcial — Criar situações ima-ginárias)

Gomo Você Resolveria Isto?Vidas Extraordinárias: O Lendário Fra-Diávolo

(Levado ao mau caminho por amores infelizes,foi êle o célebre bandido da Calábria, que setornou herói por patriotismo e venceu alguns

;- generais de Napoleão)Duas Palavrinhas. . . (É preciso aprender a flutuarnas horas difíceis) A Saúde pelo Jejum (O homem cava o própriotúmulo com os dentes) O Eremita (conto) O Diário de Felix Lane (Romance, continuação)Memento EU SEI TUDO — O mundo há sessenta

dias — Agosto de 1954 Nos Domínios da Gramática Charadas — Quebra-CabeçasO Fumo e o CâncerAbelhas MatemáticasAlto Vácuo . .

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FÉRIAS NA ITÁLIA — Conto de Hilary WildPor lamentável descuido, desses que só podemmesmo compreender os que trabalham em jornal,levados no turbilhão de detalhes técnicos, quetodos devem ser atendidos em sua estonteante

complexidade, êsse conto, que se inicia na pá-gina 47 ficou sem o título: FÉRIAS NA ITÁLIA.Aqui fica a indicação e com ela o nosso pedidode desculpas, que endereçamos aos leitores.

Nelson Mendonça (Be-lém, Pará) — O assuntofoi extraído de publicação técnica. É tudo o quesabem os naturalistas, naatualidade, sobre as abelhas. Gratos por suas amáveis palavras.

Beatriz Guerra Rodri-gues (R. Bahia, Belo Horizonte) — Da relação quenos enviou há alguns sal-tos, referentes a númerosesgotados. Março de 52,fev. e abril de 53. Queiraescrever a respeito.

José Maria Freire Jr.(D. Federal) — Sobre oassunto publicamos, hápoucos meses, longo ar-tigo. Conforme tivemos ocuidado de anunciar* d*'início, tratava-se da opi-nião de conhecido médico—• doublé de jornaLista,dos Estados Unidos. 0resto era uma sucessão defatos comprovados. Agoraperguntamos: Que acha oleitor?

Júlio César Junqueira(D. Federal) — Des-conhecemos. Não seriapossível indicar, ao me-nos o ano em que foi publicado? Com absolutacerteza não existirão maisos clichês. Quanto aosoriginais nada podemosafirmar. Aguardamos.

CAPA — A melancia nãoé apenas gostosa. Mata osede e, por isso mesmo,tem o seu valor para ocarioca, eterno sedento,tanto pelo rigor do seuverão quanto pela eternacrise de água. E por issoachajjnos que era assuntopara uma capa. Bamón fezo resto e o fêz muito bem.