44 horas por semana! - Senado Federal
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Órgão Oficial de Divulgação, da Assembléia Nacional Constituinte Brasma, de 12 a 18 de outubro de 1987 - N'1 20
44 horas por semana!ADIRP/Guilherme Ran....
Ao aprovar a estabilidadedo empregado na empresa,44 horas de trabalhosemanal, a impenhorabilidadede propriedade rural commenos de 25 hectares evárias outras propostas, aComissão de Sistematizaçãoda Assembléia Constituintecomeça a traçar o perfilda futura sociedadebrasileira.Na semana que ·passou, osconstituintes conseguiramvotar todo o capítulo sobreos Direitos Individuais eColetivos, logrando chegara entendimento em tomo dediversos artigos e aindadecidindo pelo voto temasmais polêmicos.A Comissão de Sistematizaçãovem trabalhando a todo vapor,se reunindo de manhã até anoite, a fim de examinar oprojeto do relator BernardoCabral dentro dos prazosfixados pelo Regimento. ~as,em fa~ da impossibilidadede realizar um trabalhocauteloso, como deve, até odia 8, a Comissão pediu eobteve do presidente daAssembléia, UlyssesGuimarães, uma prorrogaçãode mais· vinte dias. Assim,ela deverá concluir ostrabalhos até o próximodia 28, levando aAssembléia NacionalConstituinte a reunir seuplenário soberano, ·paravotação do projeto definitivoa partir do dia 5 denovembro vindouro.Enquanto a Comissão deSistematização prossegueem seu trabalho de·discussão·e votação doprojeto da futura Carta~agna,osgruposde
pressão da SOCiedadecontinuam mobilizados,realizando manifestaçõesvibrantes junto aoCongresso Nacional, comoainda agora aconteceucom os trabalhadoresrurais, que promoveramato em favor da reformaagrária.Nas páginas 3, 4 e 5apresentamos amplomaterial informativosobre as propostas queforam discutidas,aprovadas e rejeitadaspela Comissão de
Reformo AgráriQ. alvo permanente de monifesrações promovidos por entidades de trabalhadons rurais Sistematização.
Greve: crimeou direito?
No Brasil de hoje, cruzar osbraços para reivmdicar é umgesto que ainda coloca malo trabalhador. Mas a futura
Carta deverá equilibraro capital e o trabalho.
<P'ataas 8 e 9)
A estrela doplenário sobe
As votações acen.deram osdebates na ANC. Na prática
todos os membros dagrande comissão estiveram
presentes e o plenárioganhou o' destaque que
muitos vinham reclamando
Entendimentoscontinuam
o relator BernardoCabral (PMDB - AM) teve uma
semana.agitada, mantendoentendimentos com Afonso
Arinos e constituintesde tOdos os partidos
para agilizar a votação
Soluções que o Nordeste esperaProteção parao consumidor
Sociólogos e educadores estão exultantes com o progresso da formaçãoda consciência de cidadania que verga,hoje, o poder público, levando-o aacordar para as suas reivindicaçõesmais legítimas e imediatas.
Isso alenta e encoraja a todos quantos, representando algum segmento dasociedade, lutam pela coisa pública epelo bem comum.
A industrialização, distribuição ecomércio do bem final de consumosempre foram uma preocupação muitogrande do comprador brasileiro que,até bem pouco tempo, não tinha aquem recorrer para qualquer tipo dereclamação. Era ele tratado com nenhuma certeza ou proteção frente aosriscos para a saúde, segurança ou abuso no preço do produto adquirido.
O consumidor é a razão única daempresa industrial ou comercial, poisé ele quem ressace todas as fases daeconomia - primária, secundária outerciária -, no entanto, não tem nenhum acesso ou meio de informaçãosobre o produto que adquire, sendoamiúde enganado por industriais oucomerciantes inescrupulosos.
É função do Estado a criação demecanismos que proporcionem meiospara que se controlem os abusos cometidos contra o consumidor, podendointervir nas questões atinentes ao abuso do poder econõmico desde a CartaConstitucional de 1934.
Começou, na década de setenta, ummovimento popular que culminoucom o surgimento, em 1986, do Decreto-lei n· 9.314, criando o PROCON- Grupo Executivo de Defesa doConsumidor, afeto aos governos dosEstados que, no entanto, encontramuita dificuldade para fazer cuml?rirsuas normas, pois só pode denunCiar,não conta com nennum dispositivoque lhe dê direito de aplicar penas aosinfratores.
Necessidade faz, da criação, dentroda futura Constituição brasileira, denormas, para que, após sua promulgação, a lei ordinária possa normatizarpreceitos buscando: proteger o consumidor contra abusos da indústria, docomércio e da publicidade; coibir criação de monopólios e cartéis que inibam a livre escolha de mercadorias;disciplinar a fiscalização e qualidadede produtos e serviços; fixar penalidades; estabelecer escalas de IDdenização por danos e prejuízos, etc.
Apresentei à Assembléia NacionalConstituinte, na parte relativa às Disposições Transitórias, proposta paraque, dentro de cento e vlDte (120) dias,após a promulgação da futura Constituição, seja elaborado um Código deDefesa do Consumidor.
Passou a proposta em todas as fasesde subcomissões, das comissões temáticas e a~ora, na fase da Comissão deSistematização, persiste ainda e espero, graças à visão dos meus pares, elalogre o êxito esperado, pela comunidade brasileira.
Constituinte Raquel Cândido(PFL - "RO)
EXPEDIENTE
Caminhandocom segurança
Desaguadouro de todas aspropostas e agora, também, foco catalisador das divergênciase tendências que nutrem o debate na Assembléia NacionalConstituinte, a Comissão deSistematização é o núcleo paraonde continuam convergmdoas atenções da opinião pública.O processo de votação segueno ritmo permitido pela complexidade dos temas em exa~e, numa espécie de preparaçao para o embate em tornodas questões mais polêmicas,como o sistema de governo(parlamentarismo ou presidenCIalismo), reforma agrária, estabilidade no emprego e outras. Acompanhando pari possu o andamento dos trabalhosda Comissão de Sistematização, o Jornal da Constituintededica amplo espaço à narração dos lances ah acontecidos.E, paralelamente, prosseguemna realização de mesas-redondas onde se delineiam nitidamente as tendências que serãolevadas ao plenário da Sistematização. A atenção se volta,também, para o acompanhamento da mobilização da sociedade, que continua freqüentando o edifício do CongressoNacional através de suas entidades mais representativas,num esforço continuado paraexpor e convencer os constitumtes quanto às reivindicações das diversas categoriasecon6micas e sociais, que sãoretratadas semanalmente emnossas páginas. A polêmicaquestão dos direitos dos trabalhadores, em especial o de greve, é outro tema que o Jornalda Constituinte busca retratarnesta edição, à luz das opiniõesde constituintes experientesnas relações trabalhistas. Emmeio a toda essa intensa movimentação, permanece visível osinal de que tudo pode caminhar r.ara o entendimento que,afina , viabilizará o encontrode propostas adequadas à realidade e aos anseios nacionais.
Constituinte Marcelo CordeiroPrimeiro-Secret4rio da ANC
Ser nordestino é viver a inquietação do presente e a angústia dofuturo.
As estiagens cíclicas, as secasavassaladoras que matam as lavouras e as criações, não são fatos isolados do martírio do Nordeste.
Há para o Nordeste um desprezosecular das autoridades, que seacostumaram aos discursos cheiosde sentimento e tão pobres deação, derramando lá~masde tristeza enquanto a reahdade afrontao seu povo com uma omissão criminosa e comprometedora.
Temos feito o possível em nossaati,:idade p~rlamentar e, agora,mUito especialmente, na Constituinte.
Nossas propostas, sugestões eemendas estiveram, sempre, dentro de uma dolorosa dicotomia: oBrasil próspero e esperançoso doCentro-Sul, por onde correm oscréditos oficiais e capitais de investimentos e do Brasil sistematicamente empobrecido do Nordeste.
Está evidente que a questão nacional do Brasil, em seus aspectossociais e econômicos, é, antes detudo, a questão do Nordeste.
_As ~istorções em seu prejuízosao eVidentes.
A própria Sudene tem seu orçamento reduzido de ano para ano,até situar-se em cifras inexpressivas.
O fato gritante, no entanto, éo de que região batida por tantasadversidades, para escárnio e revolta de 40 milhões de brasileiros,é, ainda, a fiadora e principal pagadora da dívida externa do país, dela não tendo recebido para seu desenvolvimento nem 0,5% dos 110bilhões de dólares que o Brasil deve ao exterior.
O sistema fiscal e tributário funciona como uma máquina insensível quando se trata do Nordeste.
O mais simples instrumento detrabalho rural na região, a enxada,tem que ser importada do centroSul, produzida por fábricas que foram montadas com os dólares queo Nordeste forneceu.
O colonialismo interno é ,piorque o colonialismo externo. E umcolonialismo fratricida, que sansratodas as nossas reservas, inclUSivee, sobretudo, as reservas humanas,a tal ponto que não resta aos camponeses e aos operários de nossaterra outra solução senão a deabandoná-Ia, enriquecendo com onosso trabalho outras regiões. Ainda bem que são terras do Brasil!
Mas o fato é que essa políticafiscal, tributária, elitista nos vemtransformando numa tribo de migrantes, empurrados para os eitosde trabalho no sul do país, ondeo nordestino é a mão-de-obra aviltada.
Hoje, na Constituinte, temosque lutar para restabelecer as verbas constitucionais que davam suporte financeiro ao Nordeste. PorISSO, a campanha dos parlamentares nordestinos, independente-
mente de siglas partidárias, é a deimplantar a polltica da regionalidade, tão necessária a um país como o nosso com sua extensão continental. E até porque o Nordesterepresenta o desafio secular aopatriotismo e á competência do homem público brasileiro.
O presidente José Sarney,nordestlDo para quem "o Nordesteé a prioridade um", deve assumiressa enorme responsabilidade, valorizando a Sudene, restabelecendo o necessário estímulo ao Bancodo Nordeste, sediado no Ceará ei,!!pedindo, com sua ação de autondade, que não continuemos discriminados, abandonando a política de centralização e voltando-separa a política da regionalidade,atacando os problemas e buscandosoluções permanentes e definitivas.
Em uma das emendas que apresentamos ao texto constitucional,destacamos a necessidade de dotaras reBiões com Estatutos de Autonomia que não permitirão que essas regiões fiquem em grau inferioraos municípios.
A autonomia regional trará umadimensão revitalizadora à ordemfederativa, criando uma nova realidade institucional.
O Nordeste se beneficiaria extraordinariamente com a aprovação dessa nossa emenda, pois alise encontra encravado o maior bolsão de miséria social do TerceiroMundo.
Sem faculdades decisórias, denatureza peculiarmente autodeterminativas, os organismos estataiscomo a Sudene e o Banco do Nordeste, jamais cumprirão os seusfins, nem o Nordeste encontraráa solução para seus problemas.
Na conformidade da emendaque apresentamos, a autodeterminação regional, com um quadro decompetência a ser constitucionalmente definido por lei complementar nos estatutos de organizaçãopolítico-administrativa das regiões, deverá ser a resposta daConstituinte à solução do maisagudo problema da unidade nacional em que a tragédia do Nordestesó tem como saída a fórmula política de sua autonomia.
Mas, não cuidamos apenas deinstitucionalizar a política administrativa regional.
Em uma outra emenda, insistimos que, na execução do plano dedefesa contra os efeitos da seca noNordeste, a União despenderá,anualmente, com obras e serviçosde assistência econômica e social,quantia não inferior a três por cento da sua renda tributária.
E para disciplinar esse plano, umterço desses três por cento da receita tributária deverá ser depositadoem caixa especial destinada ao socorro às populações atingidas pelascalamidades, bem como em determinados casos e épocas, o empréstimo a agricultores e industriais estabelecidos na área abrangida pelaseca.
Mas, a solução regionalizada,implica, ainda, uma valorização domunicípio que é, também, umaforma de assegurar a valorizaçãodo Nordeste.
Com esses objetivos, igualmenteformalizamos uma emenda aosubstitutivo do deputado BernardoCabral, determinando a retençãod~ 60% (sessenta por cento) dostnbutos recolhidos no municípioem benefício de sua administraçãoe população.
E por que o fIZemos? Por9ue éprecIso que a autonomia mumcipalse complete com a retenção degrande parte dos tributos arrecadados em seu território. Não é justo que a União se aposse da quasetotalidade dos recursos obtidos davida produtiva do município e lherestitua um mínimo calculado em7%.
Não se diga que a retenção de60% seja muito alta. Essa conclusão não leva em conta a possibilidade de a Constituição transferirpara o município parte de suas atribuições, o que obrigaria a uma inversão maior de recursos numapropor.ção como a que julgamosapropnada nesta proposta.
Consideramos que a forma maisprática é a de reter a porcentagemque lhe será fixada no texto constitucional, evitando despesas de repassagem de uma escala administrativa a outra, ordenando a operação e desburocratizando os serviços.
Ficou evidenciado (Evaldo Costa, J.B. 16-8-87) que cerca de 1milhão de nordestinos passam deduas a quatro horas por dia durante quatro meses do ano - mesmonaqueles não considerados de seca- empenhados exclusivamente natarefa de conseguir água para beber.
Mas, revela a reportagem doJornal do Brasil, que isso não precisa mais acontecer, pois toda tecnologia necessária para ajudar apopulação nordestina a enfrentara seca foi desenvolvida por um centro de pesquisa brasileirO, estandopronta para ser utilizada, del?endendo apenas de decisão política.
Adotadas soluções definitivaspara o nordestino na época das se~s periódicas, o nordestino passana a usar o seu tempo em atividades produtivas.
Nossa participação no projetoda nova Constituição para o Brasilteve em vista sobretudo o Nordeste, e o nosso sofrido ceará é sempre o exemplo que ergo com fé edeterminação, porque é o postoavançado das lutas progressistasq,:,e marcaram, na história da pátna, a nossa presença, como personagens de uma constante vivênciados problemas regionais e da esperança de que as soluções não estarão distantes se estivermos unidos,solidários e vigilantes.
Constituinte Paes de AndradePrimeiro-Secretário da
Climara dos Deputados
JomaI da CoastItulDte - Veículo semanal editado sob aresponsabilidade da Mesa Diretora da Assembléia NacionalConstituinte.MESA DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE:
Presideote - Ulysses Guimarães; Primeiro-Vice-PresAdeDte- Mauro Benevides; Seguudo-Vice-PresIdente - Jorge Arbage'Primelro-Secretaúio - Marcelo Cordeiro;~- Mário Maia; Ten:eiro-Sec:retmio - Amafdo Faria de Sá.SopIeDtes: Benedita da Silva, Luiz Soyer e Sotero Cunha.APOIO ADMINISTRATIVO:
Secretlirio-GenI da Mesa - -Paulo Affonso M. de OliveiraSobsecretárlo-Geral da Mesa - Nerione Nunes CardosoDirettor-Geral da Cêmara - Adelmar Silveira SabinoDiretor-Geral do SeD8do - José Passos PôrtoProduzido pelo Serviço de Divulgação da Assembléia Na
cional Constituinte.
2 Jornal da Constituinte
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- Distribuição gratuita
do cidadãoÉ livre a expressão da atividade intelectual, artística, cientí
fica e de comunicação, sem censura ou licença. O fim da censuraàs artes foi o fio condutor das matérias aprovadas pela Comissãode Sistematização durante a semana, quando se esgotou tambéma votação do art. 59, do substitutivo que trata dos direitos individuais e coletivos, com seus 55 parágrafos. Tratou-se ainda detemas complexos como o da propriedade privada, direito dereunião, extradição, asilo político, habeas data e habeas corpus.Tudo isso como parte do princípio clássico de que todos sãoiguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.
Como ficamos direitos
REUNIÃO
HABEAS CORPUS
Todos podem reunir-se pacif.icamente, sem armas, em locaiSabertos ao público. Conceder-se-ámandado de segurança para proteção de direito líquido e certo, como também o habeas corpus ouhabeas data, nos casos de abusode poder.
Diz o texto aprovado:Art. 69 •••
§ 39 - Todos podem reunir-sepacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, sem necessidade de autorização, somentecabendo prévio aviso à autoridadequando a reunião possa prejudicaro fluxo normal de pessoas ou veículos.
§ 40 - É plena a liberdade deassociação, exceto a de caráter paramilitar, não sendo exigida autorização para a fundação de associações e cooperativas, vedada ainterferência do Estado em seufuncionamento.
§ 41 - As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial transitada em julgado.
§ 42 - Ninguém poderá sercompelido a associar-se ou a permanecer associado.
§ 43 - As entidades associativas, quando expressamente autorizadas, na forma de seu estatuto, ou seu instrumento constitutivo, têm legitimidade para representar seus filiados em juízo oufora dele.
dos. As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentaistêm aplicação imediata.
§ 44 - Conceder-se-á habeascorpus sempre que alguém sofrerou se achar ameaçado de sofrerviolência ou coação em sua liberdade de locomoção, ou ilegalidadeou abuso de poder.
§ 45 - Conceder-se-á mandado de segurança para a proteçãode direito líquido e certo, individual ou coletivo, não amparadopor habeas corpus, ou habeas da·ta, seja qual for a autoridade responsável pela ilegalidade ou abusodo poder, estendendo-se a proteção contra a conduta de particulares no exercício de atribuiçõesdo poder público.
§ 46 - O mandado de segu-,rança coletivo pode ser impetradopor partidos políticos, com representação na Câmara Federal ouno Senado da República, organizações sindicais, entidades de classe e outras associações, legalmente constituídas, em funcionamentohá {'CIo menos 1 ano, na defesados mtei'esses de seus membros ouassociados.
§ 47 -' Conceder-se-á mandado de injunção, observada a lei,sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício das liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentesà nacionalidade, à soberania dopovo e à cidadania.
§ 48 - Conceder-se-á habeasdata:
I - para assegurar ao cidadãoo conhecimento de informações ereferências relativas à sua pessoa,dos fins a que se destinam, sejamelas registradas por entidades particulares, públicas ou oficiais.
11 - para retificação de dados,em não se preferindo fazê-lo porprocesso sigiloso, judicial ou ad
. ministrativo.
ou omissão, de atos que firam asdisposições desta Constituição.
§ 52 - As ações previstas nosparágrafos 44 e 48 serão gratuitas.
§ 53 - Serão gratuitos todosos atOs necessários ao exercício dacidadania para as pessoas reconhecidamente pobres, na form"ada lei.
§ 54 - O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuitaaos que comprovarem insuficiência de recursos.
§ 55 - Os direitos e as garantias expressos nesta Constituiçãonão excluem outros decorrentesdo regime e dos princípios que elaadota, ou das convenções e atosinternacionais de que o país sejasignatário e tenham sido ratifica-
popular que vise a anular ato ilegalou lesivo ao patrimônio público,à moralidade administrativa, à c0munidade, à sociedade em geral,ao meio ambiente, ao patrimôniohistórico e cultural e ao consumidor. Os autores da ação previstaneste parágrafo estão isentos dascustas judiciais e do ônus da sucumbência, exceção feita a litigantes .de má-(é.
§ 50 - É reconhecida a instituição do júri com a organização quelhe der a lei, assegurados o sigilodas votações, a plenitude de defesa, a soberania dos vereditos e acompetência para o julgamentodos crimes dolosos contra a vida.
§ 51 - Cabe ação de inconstitucionalidade nos casos de ação
Esta a Mesa que dirigir6 a Comissdo de SistemotizaçtJo
AÇÃO POPULAR
Ninguém será identificado criminalmente antes da condenaçãodefinitiva, garante o novo textoconstitucional, e toda pessoa físicapode propor ação popular.
§ 49 - Qualquer pessoa físicaou jurídica domiciliada no Brasilé parte legítima para propor ação
A lei ordinária deverá estabelecer o procedimento para desapropriação por necessidade pública ou interesse social, medianteprévia e justa indenização.
Nesse sentido a Comissão deSistematização aprovou, comemendas, o texto do § 35 do art.59 da nova Constituição, e que diz:
..A propriedade privada é assegurada e protegida pelo Estado.O exercício do direito de propriedade subordina-se ao bem-estarda sociedade, à conservação dosrecursos naturais e à proteção domeio ambiente. A lei estabeleceráo procedimento para desapropriação por necessidade pública ou interesse social, mediante prévia ejusta indenização. Em caso de perigo público iminente, as autoridades competentes poderão usarpropriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dado decorrentedesse uso.
§ 36 - É garantido o direitode herança.
§ 37 - O Estado promoverá,na forma da lei, a defesa dos consumidores.
§ 38 - É livre a assistência religiosa nas entidades civis, militarese de internação coletiva, e seráprestada sempre que solicitada pelo interessado."
PROPRIEDADE
extraditado, salvo o naturalizado,nos crimes comuns, quando estestenham sido praticados antes danaturalização ou nos casos comprovados de envolvimento em tráfico ilícito internacional de drogasentorpecentes, quando a forma deextradição será estabelecida emlei.
§ 34 - Conceder-se-á asilo p0lítico a estrangeiros perseguidos'em razão de convicções políticas,de defesa dos direitos e liberdadesfundamentais da pessoa humana.
Não serão objeto de censura asatividades intelectuais, artísticas,científicas e de comunicação, sendo livre a expressão do pensamento.
Diz o texto aprovado pela Comissão de Sistematização:
Art. 59 .§ 27 - o preso tem direito a
identificação dos responsáveis porsua prisão ou interrogatório policiar.
§ 28 - Por motivo de crençareligiosa ou de convicção filosóficaou política, ninguém será privadode qualquer dos seus direitos, salvo se as invocar para eximir-se deobrigação legal a todos imposta erecusar-se a cumprir prestação alternativa fixada em lei.
§ 29 - É livre a expressão daatividade intelectual, artística,científica e de comunicação, semcensura ou licença. Aos autorespertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reproduçãode suas obras, transmissível aosherdeiros pelo tempo que a lei fixar. É assegurada a proteção, nostermos da lei, às participações individuais em obras coletivas e àreprodução da imagem e voz humana, inclusive nas atividades esportivas.
§ 30 - A lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para a sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade dasmarcas, aos nomes de empresase a outros signos distintivos, tendoem vista o interesse social do Paíse o seu desenvolvimento tecnológico e econômico.
§ 31-Todos têm direito a receber informações verdadeiras, deinteresse particular, coletivo ougeral, ressalvadas apenas aquelascujo sigilo seja imprescindível àsegurança da sociedade e do Estado. As informações requeridas serão prestadas no prazo da lei, sobpena de crime de responsabilidade.
§ 32 - É a todos assegurado odireito de petição aos Poderes PÚblicos em defesa de direitos oucontra ilegalidade ou abuso de poder, bem como a obtenção de certidões junto às repartições públicas, para a defesa de direitos eesclarecimento de situações, independentemente de pagamento detaxas ou emolumentos e de garantia de instância.
§ 33 - Nenhum brasileiro será
Jornal da Constituinte 3
REFORMA TRIBUTÁRIA
combustíveis e sobre energia elétrica, desaparecem, sendo integrados ao novo ICM - Imposto sobre Circulação de Mercadorias,redimensionado e sob a competência dos estados.
IMPOSTOS DA UNIÃO
Art. 175. Compete à Uniãoinstituir impostos sobre:
I - importação de produtos estrangeiros;
U ,;....... exportação, J?ara o exterior, de produtos nacioriais ou nacionalizados;. 111 - renda e proventos dequalquer natureza; .
IV - produtos industrializados' .
V---' operações de crédito, câmbio e,seguro, ou relativos a títulosou valores imobiliários;
VI - propriedade territorialrural.. § 19 É facultado ao Poder
. Executivo, observadas as condições e limites estabelecidos em lei,alteraras alíquotas dos impostosenumerados nos incisos 1,.11, IVe V deste artigo.
§ 29 O imposto de que tratao inciso 111 será informado peloscritérios da generalidade, da universaJidade e da progressividade;na forma da lei.
§ 39 O imposto de que tratao inciso IV:
UNIÃO PERDE
arts. 179, 180 e 181.Parágrafo único.. O Tribunal
de Contas da União efetuará o cálculo das quotas referentes aos fun- .dos de partiCipação referidos noinciso 11.
UNIÃO: 67%
CONSTITUIÇÃO ATUAL
PROJETO'DE CONSTITUIÇÃO
FE: 2%C...:::.;....;...;....;·..:.. ==;;~''''
to da União sobre a propriedadede veículos automotores licenciados em seus territórios;
IV - vinte e cinco por cento doproduto da arrecadação do imposto do estado sobre operações relativas à circulação de mercadoriase sobre prestações de serviços detransporte interestaduais e intermunicipais e qe comunicação.
Parágrafo único. As parcelasde receita pertencentes aos municípios mencionados no inciso IVdeste artigo serão creditadas con-.forme os seguintes critérios:
I - três quartos, no mínimo, naproporção do valor adicionado nasoperações relativas à circulação demercadorias e nas prestações deserviços, realizadas em seus territórios;
11- até um quarto, de acordocom o que dispuser lei estadual.
Art. 181. A União entregará:I - do produto da arrecadação
dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializado.s,quarenta e sete por cento, na fOr-ma seguinte:
a) vinte e um inteiros e cincodécimos por cento ao Fundo deParticipação dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
b) vinte e dois inteiros e cincodécimos por cento ao Fundo de . aos respectivos municípios vínte e .Participação dos Municípios; dcinco por cento' os recursos CJ.ue
c) três por cento para aplica- receberem nos termos do inCiSOção em programas de financia- 11 deste artigo, observados os crimento ao setor. produtivo das re- térios estabelecidos nos incisos I.giões Norte, Nordeste e Centro- e 11 do paTágraf9 único do art. 180.Oeste, através de suas instituições Art. 182. E vedada qualquerfinanceiras de caráter regional, de condição ou restrição à entrega eacordo com osplanos [egiOl~aisde ao emprego dos recursos atribuí- Com pequenas alterações, odesenvolvimento, na forma que a dos, nesta seção, a estados, Dis- . Substitutivo 11 do relator Bernar"lei estabelecer;' trito Federal e municípios, neles .do Cabral reproduz aS decisões.. 11 - do produto da arrecadação compreendidos adicionais e.acrés- . das fases anteriores da Constituindo Impostosobre Prodútos Indus-cjmós relativó~aimpostos. .. te quanto à competêpcia de tributrializados,.dezporcento pai'aoSc: Parágrafo único. '0 dispost() tar da União, dos estados e dosestados e o Distrito Federal,pro-nesteartigo não impede a União municípios.'porcionalmenteao valor dasres-· de condicionar aen:trega·de recur- .pectiva~ ~xportaçõesde.produtQs . sos a estados, Distrito Feder,;lI e . Muitas das disposições que semdustnahzados; municípios ao pagamento de seus. .encontram.hoje rio projeto de
§19 Para efeito de cálculo da créditosemrelaçãoaessaspessoasConstituiçãoqúe está sendo votaentrega a ser efetuada de acordo jurídíeas e respectivas entidades .dona Comissão de Sistematização'..com o previsto no inCiso I, excluir- . da administração indireta. . . para ser levadoao plenário vieram
· se-á a parcelada arrecadação.do· Art. 183. Cabe à lei colí1ple- .daSubcomissão,doSis:tema Tribu-Imposto de Renda e proventos dementar: . ". tário, Orçamento eFinanÇas.
· qualquer natureza, pertencente a I -'-definir valor adicionado pa_ No caso,da .Uriião~ dos onze tri-·estados, Distrito Federalemunicí- ra fins do disposto no incíso I do butosprevistos pela atual Constipios, nos termos do disposto' nO parágrafo' único do artigo 180;' tuição,.ficam l!penas s.eis:- sobreart. 179 e no inciso I do art. 180. 11 - estabelecer normas sobre importàçãoeexportação,lmp.osto
§ 19 A nenhuma unidade fe-' li entregados recursos de qúe trata .. de Renda,linpostQ. sobre Produderada poderá ser destinada par~ o art. 181, especialmente sobre os tos Industrializados, Imposto socela superior a vinte por cento do critérios de rateio dos fundos pre- .bre Operações Financeiras e Immontante a ser entregue, nos ter- vistos no seu inci!!o I, objetivando. postoTerritorial Rural. Até o primos do inciso 11 deste artigo, de- promover o. equihbrio sócio-eco_ meiro substitutivo, o ITR havia sivendo o eventual excedente ser .nômico entre estados. e entre mu_ do destinado aos estados, voltan-distribuído entre os demais parti- nicípios; ." ·do agora para 11 União no Substi- .cipantes, mantido, em relação a . UI-dispor sobre o acompa- tutivo 11. .
· esses, o critério de partilha ali es-· nhamentó, pelos beneficiários, do. Algúns tributos de Competênciatabelecido. . cálculo das ~quotãs e da liberação' da União,cómo os impostos sobre
§ 39 Os e.stados entregarão das partiCipações previstas nos' tran,sporte, sobre lubrificantes e
dos estados. ~ .e munlClploS
Aumenta bolo
A reforma do sistema tributário, uma das bandeiras mais fortesna campanha da grande maioriados constituintes, foi amplamentecontemplada pelo substitutivo aoprojeto de Constituição do relatorBernardo Cabral (PMDB AM.)
Fruto de acordo multipartidário, o novo sistema tributário amplia substancialmente a participa-
· ção dos estados e mumcípios nadivisão do bolo da arrecadação.
No caso dos dois principais tributos - o Imposto de Renda eo Imposto sobre Produtos Industrializados -, os 14% a que osestados tinham direito pela atualConstituição passam a 21,5%. Osmunicípios, que tinham 17%, passam a ter 22,5%.
O Substitutivo 11 garantiu aindaum percentual de 10% sobre o IPIaos estados, proporcional às exportações dos produtos industrializados.
No caso do Fundo Especial,destinado às regiões carentes doNorte, Nordeste e Centro-Oeste,o relator confirmou o repasse de3% do orçamento, condicionandoseu repasse através das instituições financeiras de caráter regional, como a Sudene, Sudam, Sudeco, por exemplo.
Em resumo, na repartição dobolo tributário, os estados e muni_ocípios passam a receber 47% contra os 33% da atual Constituição.
REPARTIÇÃODAS RECEITAS
Art. 179. Pertencem aos estados e. ao Distrito Federal:
I - o produto da arrecadaçãodo imposto da União sobre rendae proventos de qualquer natureza,incidente na fonte sobre rendimentos pagos, a qualquer título,por eles, suaS autarqUIas e pelasfundações que instituírem emanti- .verem; .
11 - vi.nte por cento do pr()duto .Jda arrecadação do impostoque aUnião instituir no exercício dacompetência que lhe é atribuída '.pelo ílrt. 167.·. . .. ' .•.
Art. 180. Pertencem aos inu-nicípios:· . .
· '. i -'- o .produto da arrecadação .· doimpóstoda União· sobre renda
e provehtos de qualquer natureza,incidente· na fonte sobre rendimentos pagos, a qualquer títúlo,por eles, 'suas autarqUIas .e pelasfundações que instituírem e manti-verem;'" .
II - cinqüenta por cento doproduto da arrecadação do imposto do estado sobre a propriedadeterritorial rura)., relativamente aosimóveis nele situados;
.III - éinqüenta pôr cento doproduto da arrecadação do impos-
4 Jornal da Constituinte .
Na base,°respeito ao
contribuinte
I - será seletivo, em função daessencialidade do produto, e nãocumulativo, compensando-se oque for devido em cada operaçãocom o montante cobrado nas anteriores;
11 - não incidirá sobre produtos industrializados destinados aoexterior.
§ 49 O imposto de que tratao inciso IV terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas e não incidirá sobre pequenas glebas rurais nos termos definidos em lei federal, quando asexplore, só ou com sua família,o proprietário que não possua outro imóvel.
Art. 176. A União, na iminência ou no caso de guerra externa, poderá instituir impostos extraordinários, compreendidos ounão em sua competência tributária,. os quais serão suprimidos gradativamente, cessadas as causasde sua criação.
IMPOSTOS DOS ESTADOS
Art. 177. Compete aos estados e ao Distrito Federal instituirimpostos sobre:
I - transmissão causa mortis edoação, de quaisquer bens ou direitos;
11 - operações relativas à circulação de mercadorias e sobreprestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipale de comunicação, ainda que asoperações e as prestações se inicIem no exterior;
111 - propriedades' de veículosautomotores.
§ 19 Os estados e o DistritoFederal poderão instituir um adicionai ao imposto de que trata oart. 175, inciso 111, incidente sobrelucros, ganhos e rendimentos decapital, até o limite de 5%, do imposto pago à União por pessoasfísicas ou jurídicas residentes oudomiciliadas nos respectivos territórios.
§ 29 Relativamente a bensimóveis e respectivos direitos, oimposto de que trata o inciso Icompete ao estado da situação dobem; relativamente a bens móveis, títulos e créditos, o impostocompete ao estado onde se. processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador;se o doador tiver domicílio ou residência no exterior, ou se aí o decujus possuía bens, era residenteou domiciliado ou teve o seu inv7ntário pro~es~ado, ~ competêncIa para mstItUlr o tnbuto observará o disposto em lei complementar.
§ 39 As alíquotas do impostode que trata o inciso I poderão·ser progressivas e não excederãoos limites estabelecidos em resolução do Senado da República.
~ ~9 O imposto de que tratao mClso 11 será não-cumulativo,admitida sua seletividade, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços, compensando-se o que for devido, em cadaoperação relativa a circulação demercadorias ou prestação de serviços, com o montante cobrado nasanteriores, pelo mesmo ou outroestado. A isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação, não implicarácrédito de imposto para compens~ção daquele devido nas operaçoes ou prestações seguintes eacarretará anulação do crédito doimposto, relativo às operações antenores.
§ 59 Em relação ao imposto
de que trata o inciso 11, resoluçãodo Senado da República, por iniciativa do Primeiro-Ministro ou de1/3 dos senãdores, em ambos oscasos aprovada por 2/3 de seusmembros, estabelecerá:
I - as alíquotas aplicáveis àsoperações e prestações interestaduais e de exportação;
11 -'- as alíquotas aplicáveis àsoperações internas realizadas comminerais ..
§ 69 É facultado ao Senado daRepública, também mediante resolução aprovada por 2/3 de seusmembros, estabelecer alíquotasmínimas nas operações internas,não compreendidas no inciso 11 doparágrafo anterior.
§ 7° Salvo deliberação emcontrário dos estados e do DistritoFederal, nos termos do dispostono inciso VII do § 10, as alíquotasin~er~as do imposto qe que tratao mClso 111 não poderão ser inferiores às aliquotas interestaduais,reputando-se operações e prestações internas também as interestaduais realizadas para consumidor final de mercadorias e serviços.
§ 89 O imposto de que tratao inciso 11:
I - incidirá sobre a entrada demercadoria importada no exteriorinclusive quando se tratar de bemdestinado a consumo ou ativo fixodo estabelecimento, bem como sobre serviço prestado no exterior,cabendo o imposto ao estado ondeestiver situado o estabelecimentodestinatário da mercadoria ou serviço;
11 - não incidirá:a) sobre operações que desti
nem ao exterior produtos industrializados, exclusive os semi-elaborados, definidos em lei complementar;
b) sobre operações que destinem a outros estados, petróleo,inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;
111 - não compreenderá, emsua base de cálculo, o montantedo Imposto sobre Produtos Industrializados, quando a operação,realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado a industrialização ou comercialização,configure hipótese de incidência
dos dois iplpostos.§ 99 A exceção dos impostos
de que tratam o inciso 11 deste artigo, os inciso I e 11 do art. 175 eo inciso 111 do art. 178, nenhumoutro tributo incidirá sobre operações relativas a energia elétrica,combustíveis, lubrificantes e minerais do País.
§ 109 Cabe à lei complementar, quanto ao imposto de que trata o inciso 11:
I - definir seus contribuintes;11 - dispor sobre os casos de
substituição tributária;111 - disciplinar o regime de
compensação do imposto;IV - fixar, para efeito de sua
cobrança e defmição do estabelecimento responsável, o local dasoperações relativas à circulação demercadorias e das prestações deserviços;
V - excluir da incidência doimposto, nas exportações para oexterior, serviços e outros produtos além dos mencionados na alínea "a" do inciso 11 do § 8° desteartigo;
VI - prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro estado e exportação para o exterior, de serviçose de mercadorias;
VII - regular a forma como,mediante deliberação dos estadose do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serãoconcedidos e revogados.
IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS
Art. 178. Compete aos municípios instituir impostos sobre:
I - propriedade predial e territorial urbana;
11 - transmissão inter vivos, aqualquer título, por ato oneroso,de bens imóveis, por natureza ouacessão física, e de direitos reaiss?bre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitosa sua aquisição;
111 - vendas de combustíveis líquidos e gasosos a varejo, excetoóleo diesel;
IV - serviços de qualquer natureza, definidos em lei complementar;
§ 19 O imposto de que tratao inciso I poderá ser progressivonos termos de lei municipal, defonna a assegurar o cumprimentoda função social da propriedade.
Sempre que possíve(os impostos terão caráter pessoal e serãograduados segundo a capacidadeeconômica do contribuinte. A administração tributária, especialmente para conferir efetividade aesses objetivos, poderá identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
Esse é um dos princípios basilares do projeto de Constituição, naforma elaborada pelo relator Bernardo Cabral, relativo ao sistematributário nacional. Segundo essesprincípios gerais, cabe à lei complementar dispor sobre conflitosde competência, em matéria tributária, entre a União, os estados,o Distrito Federal e os municípios;regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; e estabelecer normas gerais em matéria delegislação tributária.
Essas normas envolvem a defin.ição de tributos e de suas espéCIes, bem como em relação aos impostos discriminados na Constitui-oção, dos respectivos fatos geradores, base de cálculo e contribuintes, e obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência.
COMPULSÓRIOS
Se praticamente não há discordância em relação aos princípiosgerais, o mesmo não ocorre quando se define a questão dos compulsórios. Segundo o art. 168 do projeto, a União, os estados e o Distrito Federal poderão instituir empréstimos compulsórios para atender a despesas extraordináriasprovocadas por calamidade pública. A União poderá, ainda, instituir empréstImos compulsórios
nos següintes casos: investimentopúblico de relevante interesse nacional; conjuntura que exija absorção temporária de poder aquisitivo; guerra externa ou sua iminência.
Os empréstimos compulsórios,com exceção do caso de guerra externa ou sua iminência, somentepoderão tomar por base fatos geradores compreendidos na competência tributária de pessoa jurídicaque o instituir e dependerão delei aprovada pela maioria absolutados membros do Congresso Nacional ou das respectivas assembléias legislativas.
Estabelece ainda o projetoconstitucional que compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção nodomínio econômico e de interessedas categorias profissionais oueconômicas, como instrumento desua atuação nas respectivas áreas,podendo os estados e municípiosinstituir contribuição, cobrada deseus servidores para o custeio, embenefício destes, de sistemas deprevidência e assistência social.
VEDAÇÃO
Na parte relativa às limitaçõesdo poder de tributar, estabeleceo art. 170 que, sem prejuízo deoutras garantias asseguradas aocontribuinte, é vedado à União,aos estados, ao Distrito Federale aos municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleçae instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, vedada inclusive qualquer distinçãoem razão de ocupação profissionalou função por eles exercida, independentemente da denominaçãoJurídica dos rendimentos, títulosou direitos.
Também é vedada aos três níveis de governo cobrar tributos emrelação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência dalei que os houver instituído ou aumentado e no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituir ou aumentar. Da mesma fonna não serátolerada a utilização do tributo como efeito de confisco, nem o estabelecimento de rrivilégio de natureza processua para a FazendaPública em detrimento do contribuinte..
O art. 171, por sua vez , veda'à União, estados e municípios estabelecer limitações ao tráfego depessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança depedágios pela utilização das viasconservadas pelo poder público,bem como instituir tributos sobrepatrimônio, renda ou serviços, unsdos outros; templos de qualquercuIto; patrimônio, renda ou serviços de partidos políticos, inclusivesuas fundações, das entidades sindicais de trabalhadores e das instituições de educação e assistênciasocial, sem fins lucrativos, observados os requisitos da lei complementar. Não se pode cobrar impostos de livros, jornais, periódic?s e papel destinado à sua impressao.
Jornal da Constituinte 5
Estabilidade
•Insegurança ?
SIGILONão haverá documento sigiloso
a respeito de fatos econômicos,políticos, sociais, históricos e científicos, passados 20 anos de suaprodução. Este o texto de destaque apresentado pelo deputadoEuclides Scalco (PMDB - PR)e defendido ~Io deputado Pimenta da Veiga (PMDB - MG), paraquem não se justifica que aindase mantenha hoje sigilo sobre documentos que datam inclusive daépoca da Guerra do Paraguai. OSigilo não se justifica - prosseguiu- principalmente quando sabemos que historiadores estrangeiros têm acesso a essas informaçõessigilosas, quando pesquisadoresbrasileiros não conseguem o mesmo direito. A proposta foi rejeitada.
crise econômica vivido pelo Paíse o desemprego existente exigemmedidas sociais mais efetivas, odeputado Lysâneas Maciel (PDT- RJ) propôs isentar as famíliascomprovadamente pobres das tarifas de serviços públicos de água,esgoto e energia elétrica. Ao pediro apoio dos demais membros daConstituinte à sua proposta, o deputado disse ser necessário que seadotem medidas práticas para melhorar as condições de vida da população.
A proposta foi apoiada pelo deputado Joaquim Bevilacqua (PTB- SP), {lara quem os serviços essenciais Incluem-se entre os direitos da pessoa humana. Apesar daargumentação, a Comissão de Sistematização optou por rejeitar aproposta, seguindo orientação dorelator-substituto José Fogaça(PMDB - RS) que entende sera matéria objeto de legislação ordinária, até municipal, como jáocorre nos casos de Isenção de tarifas de passagens de transportespúblicos para idosos carentes emenores em idade escolar.
PRISÃO
O deputado Sérgio Brito (PFL- BA) defendeu emenda de suaautoria que torna obrigatório aocondenado de qualquer nível queestiver há menos de dois anos nacidade onde cometeu o delito, ocumprimento da pena em seu estado de origem. Com a medida, segundo a parlamentar, será reduzida a superpopulação carcerárianos grandes centros, além de tornar mais fácil a recuperação dopreso, que ficará em área maispróxima de sua família, principalmente com a criação de colôniasagrícolas.
O deputado Joaquim Bevilacqua (PTB - SP) manifestou-se favoravelmente à proposição, considerando que o convívio do condenado com família facilitará a suarecuperação. Contra a propostamamfestou-se o deputado JoséTavares (PMDB - PR), afirmando que não é através desse expediente que se resolverá o problema pemtenciário. Além do mais- acrescentou -, esta não é matéria a ser tratada na Constituição,mas sim na legislação ordinária.
Ao se pronunciar também contrário à emenda, o senador JoséPaulo Bisol (PMDB - RS) solicitou ao relator, mas não foi atendido, que retirasse o pedido dedestaque, pois, além de a matérianão ser sequer da órbita do CódigoPenal, é flagrantemente autoritária, uma vez que da forma apresentada não permite ao preso odireito de optar ou não pelo retorno ao seu Estado de origem. Essamatéria - afirmou - só pode sertratada na Lei das Execuções Penais.
um teto para morar. Essa é umacondição básica para a continuidade da família, afirmou.
Embora reconhecendo que opropósito do deputado VivaldoBarbosa é o mais elevado, o deputado Antôniocarlos Konder Reis(PDS - SC), em nome do relatorBernardo Cabral, enfatizou que oprojeto já contempla regras substantivas, com vistas a equacionaro problema da moradia, como éo caso dos arts. 20 e 200, que tratam da reforma urbana em diversos itens. A proposta foi rejeitada.
IR E VIRTodo cidadão supostamente
doente tem o direito de recusarser internado, especialmentequando se tratar de internação porproblemas de saúde mental proposta por terceiros. Este é o espírito de emenda proposta pelo deputado Eduardo Jorge (PT - SP),para guem "internação compulsória nao cura ninguém, antes condena quem sofre".
Ao defender sua proposta, oparlamentar paulista justificouque a legislação atual, constituídabasicamente pelo Decreto n°24.559/34, é ditatorial e da épocaem que a eugenia era corrente namentalidade dos legisladores.Destacou, inclusive, que, segundoo art. 10 do mencionado decreto,qualquer indivíduo que perturbea ordem ou a moral púbhca poderá ser recolhido a hospital pSiquiátrico.
Trata-se de lei autoritária, comconseqüências danosas para aspessoas, pois qualquer interessadoem prejudicar pode denunciar alguém por perturbação mental,afirmou, comentando que a Psicologia avançou de tal modo que detectou nas tensões sociais e familiares as causas dos distúrbios. Poroutro lado - acrescentou - países como a Itália e a Inglaterrajá substituíram a internação pelotratamento ambulatorial, medidacuja adoção se justifica tambémpara o Brasil. A Comissão de Sistematização rejeitou a emenda deEduardo Jorge.
TARIFAS
Por entender que o quadro de
Antonio Mariz
judicar a economia do Brasil.Lamentando que o seguro-de
semprego, criado pela Constituinte de 1946 só tenha sido regulamentado 40 anos depois de suapromulgação, o deputado Luiz Salomão (PDT - RJ) lembrou quea participação dos empregadosnos lucros da empresa, criada namesma época, até hoje não foi regulamentada. Diante desse fatoele propôs que a redação originaldo segundo substitutivo seja mantida, por entender que nele estãocontempladas condições mais justas para o trabalhador. A seu ver,o primeiro substitutivo, ao deixarpara a lei ordinária a regulamentação da estabilidade, poderá deixar cair no esquecimento os direitos do trabalhador.
O relator Bernardo Cabralexortou os constituintes a votaremsem envolvimento emocional, devido à importância da matéria, eafirmou que seu substitutivo dariamaior garantia aos trabalhadoresque a emenda proposta.
MORADIAA Comissão de Sistematização
rejeitou proposta do deputado Vivaldo Barbosa, que pretendia assegurar a moradia como um direito fundamental da pessoa humana. Ao defender a medida, o deputado salientou que sua propostarepresenta um anseio nacional, eque foi tema de três emendas populares de associações de moradores, entidades de classes representativas, como a dos engenheiros e arquitetos. Vivaldo Barbosadisse que é fundamental que a família brasileira tenha asseguradona Constituição o direito de ter
José Tavares
que foi aprovada nas subcomissões e comissões temáticas e também que foi fruto de uma emendapopular.
Na opinião de Paulo Paim, aoconceder os mesmos direitos aostrabalhadores urbanos e rurais anova Constituição estará resgatando uma dívida histórica para comos camponeses brasileiros. Também o deputado Augusto Carvalho ressaltou a importância daaprovação da medida que tem oapoio de todos os movimentos sindicais do país. A medida tem basicamente o objetivo de fazer justiçaa uma classe esmagada pelo latifúndio, justificou, e faz jus ao artigo que garante a igualdade de todos perante a lei.
EXCEÇÕESPor entender que é impossível
obter a unanimidade na questãoda estabilidade no emprego, o deputado Antonio Mariz (PMDB PB) propôs que se deixasse paraa lei ordinária estabelecer as exceções, sem decidir pela estabilidadeabsoluta nem pela sua negação radicaI. O destaque apresentado porAntonio Mariz com o objetivo deviabilizar a apreciação da matériapela legislação ordinária foi rejeitado pela Comissão de Sistematização.
A favor da emenda AntonioMariz colocou-se o deputado Pimenta da Veiga (PMDB - MG).Ele conclamou os constituintes avotarem pelo entendimento, emvirtude da relevância do assunto.Alegou ainda que, como se tratade questão que interessa tanto atrabalhadores como empregadores, seria conveniente sua aprovação, dando assim oportunidade deo Brasil avançar na matéria.
Contra a emenda posicionou-seo deputado Francisco Dornelles(PFL - RJ) declarando que, sefor aprovada a estabilidade, criarse-á um clima de insegurança noBrasil, porq;e haverá despedidaem massa dos trabalhadores. Eleentende que a preocupação básicados constituintes deve ser com ageração de emprego e com a justiça social, razão pela qual defendeua indenização progressiva, que favoreceria o trabalhador, sem pre-
/ .e garantIa ou
Ao iniciar os debates do art. 69,
a Comissão de Sistematização enfrentou o tema mais polêmico dessa fase dos trabalhos, ao votar otema da estabilidade no emprego.O deputado Luiz Inácio Lula daSilva apresentou destaque propondo a estabilidade aos 90 diasde trabalho, logo após o encerramento do período de experiência.Em defesa de sua proposta elelembrou que a garantia do emprego será o divisor de águas entreaqueles que defendem os interesses do capital e aqueles que defendem os interesses dos trabalhadores. Depois de demonstrar que arotatividade no emprego provocada pelas empresas é uma maneirade achatar salários, o deputado citou pesquisa mostrando que, em1986, ela foi de 96% no ramo daconstrução civil, 48% no do comércio, 44% no da agricultura,.37% no da indústria e 35% no dosserviços.
Ao contrário do que ocorreu nocapítulo das liberdades políticasaflfmou -, a questão social é umdivisor de águas entre aqueles quedefendem os interesses (los trabalhadores e aqueles que defendemos interesses do capital. Não hámeio termo, até porque a estabili- .dade no emprego é a principal reivindicação dos trabalhadores. Emapoio à proposta, veio o líder doPDT, deputado Brandão Monteiro (RJ), que rejeitou as acusaçõesde que a garantia do emprego quebraria as empresas. Citou depoimento do empresário japonêsAkio Morita, que se confessouperplexo com o nível de rotatividade da mão-de-obra no Ocidentee com a prática empresarial de demitir empregados para reduzircustos.
Contra a proposta, manifestouse o deputado Ricardo Izar (PFL- SP). Ele disse que a estabilidade total não serve às empresasnem aos próprios trabalhadores.Se fosse implantada - prosseguiu-, dentro de um ano os própriostrabalhadores pediriam a sua revogação porque as empresas nãoagüentariam, e o desemprego viriacomo conseqüência inevitável.Disse ainda, com base em experiência empresarial de sua família,que o empregado estável não temboa produtividade. O relator Bernardo Cabral manifestou-se contrário ao destaque e defendeu otexto original do substitutivo, informando que o mesmo foi negociado com empresários e trabalhadores, inclusive com o próprio Lula.
DIREITOSA Comissão aprovou emenda
do deputado Augusto Carvalho(PCB - DF), concedendo aos trabalhadores rurais os mesmos direitos dos trabalhadores urbanos. Odeputado Paulo Paim (PT - RS)defendeu a proposta afirmandoque a medida tem o apoio de umgrande número de parlamentares,
6 Jornal da Constituinte
João Calmon Haroldo Sabóia Mello Reis Itamar Franco Uzio Sathler
na base, inclusive, de coação deempregados e de pessoas humildesdaquele Estado", Paulo Paimacrescentou que espera a modificação do texto, no sentido de queatenda, de fato, aos interesses dostrabalhadores do País, os quais,"apesar de tudo o que vem acontecendo, continuam acreditando nosseus representantes".
ESCLARECIMENTOSComo líder, o constituinte Ita
mar Franco (PL - MG) usou deseu tempo para solicitar à MesaesclareCImentos sobre o não aproveitamento no Substitutivo Bernardo Cabral de emenda de suaautoria, aprovada na Comissão daOrganização dos Poderes, que estabelece a competência do SenadoFederal para escolher o presidentee os diretores do Banco do Brasil.
Pelo representante mineiroconsta, do texto do relator, apenasa indicação do presidente e da diretoria do Banco Central, excluindo assim sua proposta. Estranhando que sua emenda tenha sido preterida, apesar de aprovada na Comissão Temática, o constituinteinsistiu em que o assunto seja diligenciado pela Mesa.
MUDANÇASPor sua vez, o constituinte
Adroaldo Streck (PDT - RS)preferiu abordar um assunto decaráter mais genérico. O parlamentar afirmou querer ver aprovado na nova Carta constitucionalum elenco de medidas que digamrespeito diretamente ao conjuntoda sociedade e disse estar surpresocom o fato de que o Substitutivodo relator da Comissão de Sistematização não traz em seu bojoas mudanças sociais e institucionais exigidas pelo povo brasileiro.
Preocupado com a necessidadede modificações capazes de alterarefetivamente o perfil brasileiro, oparlamentar acentuou que; paraISSO, são necessárias medidas paraimpedir, por exemplo, que o Executivo continue concentrando95% da responsabilidade na condução do País, "quebrando, dessamaneira, a independência e a harmonia entre os poderes da República".
Adroaldo Streck defendeumaior participação da comunidade nas decisões do País, a modernização da Justiça e a criação demecanismos para que cada brasileiro possa se autopromover, através <fe um trabalho com remuneração justa. "Sem isso não serápossível atender às aspirações reclamadas pela sociedade", observou.
A estabilidade no emprego queestava sendo votada pela Comissão de Sistematização também foio~tro assunto que provoc~u ~ea
çoes, como no caso do constltulDteHaroldo Sabóia (PMDB - MA),que disse preferir ver aprovada aproposta de emenda popular articulada pelos movimentos sindicaisnesse sentido e que contou commais de um milhão de assinaturas.
Haroldo Sabóia observou quea proposta dos trabalhadores nãofixa nenhuma estabilidade absoluta, mas, pelo contrário, protegeapenas o empregado não permitindo a demissão imotivada, autorizando a rescisão contratual porfalta grave, por motivo econômico, por força maior, excluindo oscontratos a termo, os contratos deexperiência, os cargos de confian~. Segundo o parlamentar, o obJetivo da emenda popular é o denão permitir a dispensa por qualquer motivo.
INTERESSESTratando do mesmo assunto, o
constituinte Paulo Paim (PT RS), sublinhou que a proposta deestabilidade no emprego em discussão na Comissão de Sistematização, oferecida pelo relatorBernardo Cabral no seu relatório,atende mais aos interesses dos empresários do que dos trabalhadores.
Depois de observar que a matéria contida no SubstitutIvo do relator Bernardo Cabral obedeceu aospropósitos do empresariado gaúcho, "que conseguiu nada menosque 32 mil assinaturas a seu favor,
aos 25 anos de serviço. O parlamentar criticou o substitutivo dorelator Bernardo Cabral por nãoter consagrado tal benefício ouquaisquer outros para a categoria.Ao contrário, destacou ele, o projeto de Constituição de BernardoCabral fez foi retirar uma das principais conquistas do magisténo, aaposentadoria especial.
Sólon Borges dos Reis é autorde um pedido de destaque paraemenda que concede a aposentadoria ao magistério aos 25 anose foi para essa proposta que pediuatenção especial da parte dosconstituintes, lembrando o trabalho já desenvolvido nesse sentidoa partir do início dos trabalhos,quando a matéria foi discutida eaprovada na Subcomissão de Educação e Cultura. Para o parlamentar, a Comissão de Sistematizaçãonão pode deixar de considerar umdireIto adquirido em anos de lutapor parte da categoria.
ESTABILIDADE
No que dizrespeito à
educação, osubstitutivotem pontosque foram
consideradoscomo um
avanço. Jáquanto à
estabUidade,muitas críticas
tor da educação. Mas ainda assiminsistiu que nenhum projeto relativo à área, no Brasil, irá produzirbons resultados se não houver umesforço no sentido de solucionaros mais graves problemas que são.-no seu enten<fer, a ignorância eo analfabetismo.
ESFORÇOFoi essa também a posição do
constituinte Lézio Sathler (PMDB- ES) ao declarar que as distorções existentes no setor são tãograves que somente através de umesforço extraordinário o País poderá modificar uma realidade quese apresenta dramática e que vemimpedindo a sociedade de evoluircomo um todo para o nível de umverdadeiro progresso social.
De igual modo ainda reconheceu no texto do relator inegáveisavanços na área. Entende ele Q.ueo substitutivo apresenta dispoSItivos que realmente irão favorecera educação brasileira. A soluçãoapresentada por Lézio Sathler éa de investimentos públicos maciços para a educação.
APOSENTADORIAJá o constituinte Sólon Borges
dos Reis (PTB - SP) se dissepreocupado com a situação dosprofessores e defendeu a aposentadoria especial para o magIstério
realidade para a educação, "porque somente através dela o Brasilse libertará do subdesenvolvimento social".
PARTICULARESDe igual modo, o constituinte
Mello Reis (PDS - MG) tratouda questão educacional e sua ligação com o texto do relator Bernardo Cabral. O parlamentar elogiouo Substitutivo, o qual, na sua opinião, está consentâneo com a aspiração do povo, na medida em quepromove a continuidade de os estabelecimentos particulares de ensino receberem verbas públicas,desde que atendidas as exigênciasdefen<fidas em lei. Para MelloReis, entretanto, não basta que aConstituinte aprove o texto, é necessário que a rede particular tenha efetivas condições para manter e aprimorar a qualidade de ensino que ministra, oferecendo adequada infra-estrutura física e pedagógica, através de investimentos e salários satisfatórios para ocorpo docente.
O constituinte sustentou que ofinanciamento da educação noBrasil deve ter caráter de prioridade nacional, através da destinação de recursos oficiais ao desenvolvimento de um modelo democrático de ensino. Todavia, MelloReis destacou não ser justo pernútir o enfraquecimento, capaz delevar ao desaparecimento instituições de ensino particulares, cujacomprovada eficiência, tanto doponto de vista pedagó~ico quantogerencial, deveria servIr de modelo aos estabelecimentos oficiais.Ainda fazendo a defesa das escolas particulares, disse o parlamentar que a crítica situação financeirapor que passa a rede de ensinoprivado, diante do recrudescimento do processo inflacionário queprovoca reajustamentos contínuosde composição de custos, enquanto proíbe a atualização dos valoresdas anuidades, poderá provocar ainsolvência de tradicionais e bemadministrados colégios, com prejuízos incalculáveis para as futurasgerações.
UNIÃOO texto do substitutivo do rela
tor Bernardo Cabral, no entanto,mereceu restrições da parte doconstituinte Hermes Zaneti(PMDB - RS), para quem o trabalho deve ser melhorado, atravésda união de todos os constituintes,não importando a que partido pertençam.
Hermes Zaneti, por outro lado,considerou que o substitutivo conseguiu importantes avanços no se- _
Ensino e emprego animam debate~
Para a Comissão de Sistematização continua convergindo todoo esforço da Constituinte. O plenário ainda vive um clima de expectativa, em compasso de espera,do projeto constitucional que estásendo votado, quando, aí sim, tudo - esforço, atenção, debates,negociações - dependerá da palavra final dos 559 constituintes. Assessões plenárias que se sucedem,nesse período, dessa maneira, dãolugar a que os parlamentares usemda tribuna para discutir e tratardos temas que, certamente, vãoocupar grandes espaços para a negocIação. O plenário, na sessão dequarta-feira, escolheu discutir,principalmente, a questão educacional e a estabilidade no emprego que, naquele dia, estava sendovotada pela Comissão de Sistematização.
O constituinte João Calmon(PMDB - ES) referiu-se com entusiasmo ao Substitutivo Bernardo Cabral nos capítulos sobre aeducação, afirmando tratar-se deum avanço e uma possibilidade devitória para o povo brasileiro. Oparlamentar <festacou principalmente a hipótese, a seu ver já tomando corpo entre os constituintes, de consagrar na nova Constituição o princípio da garantia derecursos tributários para manutenção e desenvolvimento do ensino.
João Calmon observou que aemenda constitucional de sua autoria, aprovada pelo Congresso,vinculando ao ensino um mínimode 13% da receita de impostos daUnião e pelo menos 25% da receita de impostos dos Estados, Distrito Federal e municípios, não está sendo cumprida no âmbito dosEstados e municípios. Pelo quedisse, o princípio da garantia derecursos federais à educação fezse presente em todas as Constituições democráticas brasileirasdesde 1934. Quando omitido, destacou, nas Cartas de 1937, do Estado Novo e na de 67 se seguiuum declínio acentuado das verbasatribuídas ao ensino nos orçamentos federais. O constituinte conclamou a todos os senadores e deputados para que vigiem e mobilizem as entidades ligadas à educação no que diz respeito ao cumprimento da norma constitucional emvigor.
O parlamentar sustentou ser necessária, a manutenção dos arts.188 e 238, do Relatório BernardoCabral, que restabelecem a conquista social de concessão de receitas tributárias para o ensino.João Calmon garantiu que a Constituinte vai consagrar uma nova
Jornal da Constituinte 7
crlme ouum direito?
A greve, no Brasil, ainda é tratada como umcrime. Nas civilizações mais adiantadas, ainda nos finsdo século passado, a greve já deixava de ser um crimepara se tornar uma conquista dos trabalhadores nocaminho para a liberdade. Oitenta anos depois aindacorremos o risco de ter essa liberdade boicota_da, casonão fique bem explicitado na nova Constituição o conceito de greve como um direito legítimo, cujo exercícioseja fielmente respeitado. A observação é do constituinte João Paulo (PT- MG), ao analisar a questãodentro das disposições do projeto de texto constitucional elaborado pelo relator Bernardo Cabral.
Tudo parte da falta de garantia no emprego,aponta o constituinte Juarez Antunes (PDT - RJ)que expressa sua descrença nos avanços da nova Cartacom o prognóstico de que "o povo poderá ter umadecepção com a nova Constituição". Quem não compartilha dessa expectativa é o constituinte Carlos Chiarelli (PFL - RS), para quem o projeto parece bastante avançado por atender a princípios mais democráticos e estimular o fortalecimento sindical através daindependência dos sindicatos de toda e qualquer estrutura de governo. Semelhante é o ponto de vista doconstituinte Albano Franco (PMDB - SE), que vêna nova conceituação de "serviços essenciais" e noincentivo à negociação coletiva instrumentos eficazespara um avanço de porte na questão do direito degreve.
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mente o binômio - mais direitose mais deveres - e, no caso, ossmdlcatos poderão, com mais responsabilidade, exercitar o direitode greve Isso Implica, Inclusive,a contrapartida de a entidade responder pela manutenção dos serViÇOS essenciais durante o períodode paralisação Um exemplo bemclaro é o caso de greve num hospital em que o SIndicato da categona deverá (de acordo com disPOSItiVO constitUCIOnal) responderpela manutenção de setores comoa UTI, banco de sangue, maternidade, pronto-socorro etc)
Carlos Chiarelli aponta comoconsagrador dos pnncíplOs estimulantes do fortalecimento smdlcalo dispositivo que determIna aelImmação da barreira que vedavaao serviço público o direito de gre-ve e que, no texto Cabral 11, nãosó estende a esse setor, na esferados três poderes (Executivo, Legislativo e Judlcláno) como o permite também nos três níveis da admlmstração, IStO é, aos funclOnános da UnIão, dos estados e dos ,municípios. A únIca vedação se limita à área militar, o que é lógiCO,pela própna natureza desses serviços cUJos pnncíplOs de organIzação são a disciplina e a hierarqUia.A fIgura da arbitragem é outraInovação avançada do projetoconstitucIOnal, acredIta o representante do RIO Grande do Sul,por buscar duimu os conflItos deforma mais rápida e mais econômica, através da entrega da questão a uma terceira pessoa de IIvryescolha de ambas as partes. "Ebom lembrar - diz Chiarelli que a arbitragem surge no projetocomo uma faculdade, não comouma obrigação."
NEGOCIAÇÃO
O Incentivo à negOCiação coletiva é uma tese defendida peloconstitUInte Albano Franco(PMDB - SE), para quem "o tnpé - direitos fundamentais naConstitUição, regras báSicas na leie conqUistas e novas condições detrabalho no contrato coletivo poderá levar o Brasil a um Direitodo Trabalho que melhor atendaaos Interesses das partes envolVIdas no processo de produção e cuculação de bens". Para o senadorserglpano, o Brasil necessita modermzar-se em maténa de relações do trabalho A principal proposta sena ampliar a prática danegOCiação direta entre as partese diminUir a quantidade de casosrotineiros que, por comodismo oumércla, são levados à Justiça doTrabalho.
Presidente da Federação das Indústrias de Sergipe por seis anos(71-77) e ex-PreSidente da Confederação NaCIOnal da Indústna,Albano Franco destaca o novoconceito de serviços essenCiaisdentro do projeto constitucIOnalcomo mdlcador do avanço que anova Carta prenuncia no campodas relações entre capital e trabalho Da mesma forma; a arbitragem surge, a exemplo de paísesmais adiantados, como uma alternativa louvável na área do entendimento entre empregados e empregadores Albano Franco defende, por outro lado, a substitUição da CLT por um Código doTrabalho capaz de fortalecer as organIzações de empregados e empregadores e de estabelecer regrasmímmas a serem suplementadas,complementadas e melhoradaspelas partes mteressadas na mesade negOCiação
Marza Valdira
Itaipu, quando o ExéfCItO chamado a mtervu pelo Coronel NeyBraga, a pretexto de manter a ordem, reprimIU os trabalhadoresgrevistas fenndo 16 deles a baIOneta. Em 1979, mais um furo nodireito de greve: a promulgaçãodo Decreto-Lei n° 1.632, estabelecendo novos serviços essenCiaiS,como os bancos, os transportes eo serviço público, restnngIU amdamais o âmbito relvmdlcatóno dostrabalhadores através de movImentos paredlstas
"O governo não pode mterfenrem conflitos trabalhistas", acentua João Paulo ao mostrar que éInteiramente mconstItuclOnal a Interferência de um tnbunal paradetermInar a Ilegalidade da grevepor Imposição do Executivo, como tem acontecido no País. "MaisInconstitucIOnal amda - salienta- é, julgada a greve ilegal, determmar a repressão policial." DepOIS de reiterar que o SIndicato éa entidade própna para a negoCiação e a greve o mstrumentomais legítimo, mais poderoso e eficaz de que dispõem os trabalhadores na defesa de seus direitos,João Paulo conclUI que "a faltade soberania no País determma otratamento deSigual que é dispensado ao trabalhador pelo governo,em decorrência da falta de segurança dos 0l?erá~los para discutirsuas relvmdicaçoes. Temos umamassa de salános Irrelevante noPaís. A pobreza e a mlséna sãofruto da debilidade orgamzativados operános brasileiros".
AVANÇO
Uma nova conceituação de atiVidade essencial- agora não maisabrangente em termos de empresaou or~anização alcançada mas restrita a natureza de serviços diferenCiados dentro de um mesmocontexto -, o atendimento a cnténos mais democráticos para odireito de greve, a estimulação depnncípios do fortalecimento sindical e a figura da arbitragem comoalternativa para as negociaçõesentre patrões e empregados sãoos avanços mais consideráveiScontidos no Substitutivo 11 do Relator Bernardo Cabral apontadospelo constituInte Carlos Chiarelli(PFL - RS) com relação aos direitos do trabalhador no capítuloespecífico do direito de greve.
Autor de vánas obras sobrequestões trabalhistas ("SIndicatoe Contrato Coletivo de Trabalho"é uma delas), Chiarelli vê no Projeto Constitucional a consagraçãode um adiantado conceito de autonomia e liberdade sindical que, nasua opinIão, tende a crescer combastante rapidez. Para ele, a nãodependência do SIndicato dequaisquer estruturas de governofaz com que essa organIzação trabalhista passe a ser uma Instituiçãocoletiva, mas não pública, não ofiCial e não estatal. "Isto - observaChiarelli - tira a possibilidade deo governo mterfenr no sindicato,o que dá como resultado o crescImento da atiVidade classista".Neste ponto, o senador gaúcholembra que os corolános mais Imediatos da autonomia são exata-
Presidente da CNI, o constituinte Albano Francodefende a tese do incentivo à negociação coletiva.Para ele, o Direito do Trabalho deve se assentar notripé: direitos fundamentais na Constituição, regrasbásicas na lei e conquistas no contrato coletivo.
Para Juarez Antunes, o direito de greve deveser realmente voltado para os trabalhadores, aos quaisdeveria ser dado estabelecer quais são, de fato, ossetores essenciais - aqueles que não podem parar.A não ser assim, a lei será sempre coercitiva.
Carlos Chiarelli vê avanços no novo substitutivode Bernardo Cabral: a nova conceituação de atividadeessencial, a estimulação ao fortalecimento sindical ea introdução da figura da arbitragem nas negociaçõesentre os patrões e os empregados.
Jornal da Constituinte
CAPITAL & TRABALHO
"Ou se democratizam as relações capItal-trabalho ou não setem democracia neste país", dizo constitumte João Paulo (PT MG) do alto da expenêncla deseus seis anos de mandato comopresidente do SIndicato dos Trabalhadores MetalúrgiCOs de JoãoMonlevade (MG) e de duetor daFederação dos Metalúrgicos deMinas GeraiS, além de dedicadoobservador do smdlcalIsmo europeu, particularmente da Itália e daFrança. Segundo João Paulo, dotratamento que se der ao dispoSItiVO referente à proibição da diSpensa ImotIvada é que se poderáfazer a verdadeua avaliação doProjeto ConstitucIOnal elaboradopor Cabral. Esse ponto que estáem pauta na Comissão de Sistematização determinará ou não a evolução política no país. Muita gente, diz João Paulo, contmua sendocassado no Brasil por militânciasindical, o que equivale a dizer queé cassada pelo exercíCIO de um direito constitucIOnal. "Só em JoãoMonlevade há, no momento, maisde 800 trabalhadores pumdos emvirtude de participação no seu smdicato " A prova mais concretadessa Informação é que ele, JoãoPaulo, está sem receber seu saláriona Companhia Siderúrgica BelgoMineira, desde 1983, tendo Sidoposto num escritóno, longe da fábnca, cUJO acesso lhe fOi vedado.
HOJe, aqui no Brasil, amda hámúmeros juízes que se pronunciam nos conflitos trabalhistasconfigurando a greve como um cnme, observa o deputado mmeuo.Num breve retrospecto do assunto, João Paulo lembra que o direito de greve, entre nós, foi reconhecido pela ConstituInte de 1946que, no entanto, remeteu a regulamentação do seu exercício para alei ordinána Aconteceu que, antes de 46, haVia um arremedo deregulamentação de uma lei e fOiesta que contmuou a ser aplicada,apesar do novo diSPOSitivo, até1964, quando a Lei n° 4.330, relatada por Ulysses GUimarães, praticamente invlabllizou a greve.Nessa altura, o representante petIsta cita o exemplo recente de
temple as aspirações populares".Antunes desmltiflca o jogo demteresses que há por trás da priondade de espaço oferecido pelagrande Imprensa a temas que nãoImplicam a promoção do desenvolVimento. do país, como o mandato presidencial, e o sistema degoverno, em detnmento daquelesque promovenam, de.fato, as mudanças que a sociedade reclama."Além diSSO, a grande Imprensa parece onentada no sentido de Informar à opInião pública de que tudoo que acontece de rUim no paísé culpa da ConstItumte Se o governo não governa, por exemplo,a culpa é da ConstitUInte E todossabemos que Sarney não governapor mcompetêncIa. Ele está mUitopreparado para frequentar a Academia Brasileira de Letras, maspara tomar atitudes em favor dopovo, não."
"O governo não pode interferir em conflitos trabalhistas" - adverte João Paulo, inconformado coma sujeição da legalidade ou não de uma greve ao julgamento de um tribunal. Pior ainda, diz ele, é a repressãopolicial depois que a greve é julgada ilegal.
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nham tel!do tramitação difícil, oque torna a luta nesse sentido bastante decepclOnante. Na sua 0PImão, ISSO se deve ao fato de o Congresso ConstituInte ser formado,em sua malOna, por empresános,latIfundlános, banqueiros e representantes de grupos econômicosalienígenas. Suas esperanças deêXito se concentram mais no plenáno por ser um ambiente maisaberto no qual os constltumtes necessariamente se exporão mais aosseus eleitores, e ISSO ajuda a pesarmais um pouco em favor dos trabalhadores.
O substitutiVO, para os trabalhadores, pouca cOisa tem de nOVidade, garante o parlamentar fluminense, que explica as razões porque dificilmente as emendas porele apresentadas serão vltonosas:"o dueIto de greve, na Subcomissão dos Direitos do Trabalhador,e na Comissão da Ordem Social,saIU como pensávamos, IStO é, ostrabalhadores determmavam ossetores essenciais. Já na Sistematização, Cabral fez o relatóno conforme suas conveniências, não sóquanto ao direito de greve mas emtodos os Itens referentes aos trabalhadores A seu lado forma a grande Imprensa (que está do lado dogoverno) que, ao mvés de ajudarna luta pela conqUista desses dueltos, fica se preocupando em quea ConstItumte está mUito devagarIsto não Importa e sim, que se faça, dentro do prazo que for necessáno, uma ConstitUição que con-
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No momento, o direito de greveestá mUito atrelado à legislaçãosmdlcal O direito estabelecidopela CLT é mUito reduzido, as limitações são mUito grandes, mostra o deputado Juarez Antunes,com a expenêncla que lhe dá otrato com essas questões obtidaem quatro anos de presidência doSmdicato dos MetalúrgiCOs deVolta Redonda e de membro dadireção nacIOnal da CUT, desdea sua fundação. O constituinteeleito pelo RIO de Janeiro mostraque uma mfimdade de serviços foram sendo postos na conta de essenciais como o setor bancáno eo de transportes, de maneira dItatonal, o que torna a lei de grevecada vez mais coercitiva. Para ele,os serviços essenciais devenam serdetermmados pela categoria, pelotrabalhador, desde que fique soba sua responsabilidade a manutenção dos serviços de setores querealmente não podem parar. Juarez Antunes lembra que esse tipode comportamento sempre foiadotado pelos trabalhadores filiados ao smdlcato de Volta Redonda, que nunca deixaram de preservar, mesmo em períodos grevistas,os setores essenciais da empresa,como serviços de gás, OXigênioetc
Desencantado com os rumosque a ConstituInte vem tomando,Juarez Antunes lamenta que nãosó o direito de greve, mas todasas propostas mais reclamadas pelos trabalhadores brasileiros ve-
Greve:
PARTIDOS &TENDÊNCIAS::: PARTIDOS~TENDÊNCIAS ::: PARTIDEntre os temas mais polêmicos em debate na
Assembléia Nacional Constituinte, o sistema degoverno, sem dúvida, é o principal deles. Nestamesa-redonda, organizada pelo Jornal da Constituinte, a discussão se tomou mais dinâmica nomomento em que os partidários do parlamentarismo e do preSidencialismo defenderam seus pontos de vista. Um fato se repetiu com clareza: atéagora, não se obteve o consenso desejado em tomodo sistema de governo.
.Para Carlos Alberto Caó (PDT - RJ), "o mínimo que se pode exigir de um constituinte é queele procure traduzir, nas suas iniciativas e decisões,a vontade geral do povo brasileiro. O povo querescolher o s~u governante".
Já Saulo Queiroz (PFL - MS) afirma que "aconsciência que nos move é a certeza de que oparlamentarismo é o melhor regime de governo".E exemplifica com a Europa Ocidental: "há uma
_lemocracia plena, implantada com revezamento
de poder".Presidencialista, Roberto Jefferson (PTB - RJ)
enfatiza a tentativa de implantação do sistema parlamentar "é um vício do autoritarismo, sem fmalidade doutrinária ou programática. É chegar aopoder e impedir que cheguem ao poder".
Segundo Eduardo Bonfim (PC do B - AL),"no presidencialismo aconteceram 19 golpes deEstado. Não defendemos um parlamentarismoanacrônico. Defendemos um parlamentarismo emque o presidente da República tenha poderes efetivos e reais, de acordo com a tradição brasileira".Esse não foi o único assunto analisado pelos quatroconstituintes. Eles comentaram também o segundosubstitutivo do Relator Bernardo Cabral; a atuação dos grupos que se formaram no interior daANC; as questões da tortura e da censura; a interferência do Executivo nos trabalhos da Constituinte; como foram contempladas as reformas urbana e agrária e, ainda, o problema da dívida externa.
 poloriztítlJo do debate sobre o sistema de govemo leva li condUSl1o de que a madria será resolvida pelo voto, em plenário
Governar, sim. Mas de que forma?JC - Como os senhores anali
sam o segundo Substitutivo do relator Bernardo Cabral?
Roberto Jefferson - Acheimuito bom. Não é perfeito porqueprocura estabelecer pelo menosuma opinião média entre todos osinteresses conflitantes do País. Foium trabalho feito com muito sacrifício, honrando sobremaneira aConstituinte, porque em Bernardo Cabral encontramos uma pessoa aberta ao diálogo, à negociação e sempre em busca de bomsenso. Dentro do possível, nesseconflito de interesses, é minha opinião de que saiu muito bom o relatório chamado "Bernardão".
Eduardo Bonftm - Não se tratade discutir a capacidade pessoaldo nobre Relator Bernardo Cabral, conhecida por todos, mas oresultado r.rático do seu trabalho,que foi o 'Cabral 11". Penso queo relatório do Deputado BernardoCabral, em que pese alguns avanços, é fundamentalmente conservador. Al~umas questões não foram resolVidas e, em alguns aspectos, regrediram, como, por exemplo, o problema das Forças Armadas. Nessa questão do militarismo, estamos assistindo agora à intervenção das Forças Armadas emItaipu, onde o comandante daGuarnição declarou ter recebidoordens do diretor da empresa paraintervir. Nós, que estamos diSCUtindo o papel constitucional dasForças Armadas, defendendo que
. seu papel seja o de defender a inte-
gridãde territorial, a soberania nacional, os poderes constitucionais,enquanto outros defendem que opapel das Forças Armadas se deveestender à questão da lei e da ordem, estamos observando, na prática, 'lue se vai extrapolando a esseprópno parâmetro, porque um diretor de empresa convoca as Forças Armadas para intervir numagreve ilegítima de trabalhadores.Amanhã, será um inspetor deq~arteirãoou qualquer outro cidadao que resolverá convocar asForças Armadas para resolver umconflito até de natureza privada.Acho que com relação a esse problema das Forças Armadas, dasmulheres, dos negros, da mineração, que abre, inclusive, um espaço enorme para que empresas estrangeiras penetrem na exploração de recursos minerais até nasterras dos índios, acho que o problema da empresa nacional precisa ser resolvido com mais eficiência, chegando-se a um denominador comum, já que no relatório de Bernardo Cabral há praticamente uma abertura à penetraçãodo capital estrangeiro no Brasil.
Saulo Queiróz - O relatório deBernardo Cabral é produto, emúltima análise, da metodologiautilizada nos trabalhos para a elaboração da nova Carta Constitucional. O relatório não inovou,não criou, acabou refletindo a média das opiniões existentes dentrodo corpo .da Assembléia NacionalConstituinte. Naturalmente que
Carlos AlbertoCaó: A dividaexterna é uma
questãopolftica, é
uma questão dasoberania e
deve sertratada comotal. Ela tem
de serdiscutida comum governoeleito pelo
voto popular
posições não contempladas, e assistimos ainda há pouco; dentrodo relatório, exercem o legítimoe sagrado direito de crítica, masreafirmo que o relatório é posiçãomédia e os choques ideológicosdentro da Constituição vão teragora, como conseqüência desserelatório, dois tempos: o tempoda sistematização, que já corre, e,finalmente, o tempo do plenário.Uma parcela ponderável das críticas ao Relatório Bernardo Cabralé a frustração de alguns constituintes, que gostariam de ter direitosautorais na Carta, não conseguiram imprimir, como seria impossível que todos o fizessem, sua lavra no documento, mas correçõeseventuais deverão ser feitas, comojá disse, nas votações.
Carlos Alberto Caó - O relatório do Substitutivo 11 do DeputadoBernardo Cabral poderia conteravanços significativos a se tomarpor base as resoluções das decisões tomadas no âmbito das comissões temáticas. Não diria queé um documento emprestado, nãoseria correto dizer isso, mas é umdocumento que representa retrocesso em relação a decisões quejá haviam sido tomadas pela Assembléia Nacional Constituinte noâmbito das comissões temáticas.Vejamos alguns pontos: no que serefere à organização sindical, porvotação expressiva, a comissão temática da Ordem Social decidiuque a estrutura sindical brasileirase basearia no princípio da unici-
dade sindical. O Relatório Cabraldesconheceu essa decisão da Ordem Social e se fixou no princípiodo pluralismo sindical, que é profundamente desastroso para a organização do movimento sindicale o papel que ele terá que desempenhar na construção da estabilidade democrática. Com relaçãoao problema que sempre a legislação brasileira escamoteia, que asConstituições brasileiras costumam passar ao largo, que é o problema racial, taml>ém o RelatórioCabral, o Substitutivo 11, apresenta um grave retrocesso. Diante deuma questão simples, que é declarar, como feito {)ela comissão temática, que o racismo constitui umcrime inafiançável, passa ao largodo problema e invoca e alega questões de natureza técnica, de ordemconstitucional, para não assumira decisão toma(Ja pela comissãotemática. Outro grave, gravíssimoretrocesso, e é até um confrontocom a opinião média da populaçãobrasileira, é o duplo colégio eleitoral que o Substitutivo 11 cria paraa escolha do presidente da República. Ora, se há uma coisa dianteda qual a po{)ulação já se pronunciou, e as várias formas de aferiçãodo sentimento generalizado da população, é que não quer sabermais de colégio eleitoral para aescolha do presidente da República. Mas, para não ficar só nas críticas, vamos apontar um ponto positivo e significativo do RelatórioCabral. Parece-me que esse ponto
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Saulo Queiróz - Acho que asua observação é extremamentepertinente e completa a linha deraciocínio que venho defendendo.Temos, indiscutivelmente, questões temáticas dentro da Constituinte sobre as quais cada um temuma opinião independentementeda linha ideológica, de linha programática ou de linha doutrinaria.Sistema de governo é uma delas.E como o assunto em pauta eraformação de grupos, no nosso grupo não colocamos em discussãosistema de governo. Por quê? Porque as opiniões eram díspares naturalmente, independentementede legendas ou de posição ideológica, porque é o conceitual. Háguem ache que o presidencialismoe melhor, há quem ache que o parlamentarismo é melhor. Na Constituição havia divergências doutrinárias importantes. Por exemplo,na Comissão da Ordem Econômica tínhamos, e vamos ter, divergências doutrinárias importantessobre conceito de empresa nacional, sobre a forma de se processara reforma agrária. Na verdade, éaí que se vai ter, uma separaçãoem linha ideológica.
Carlos Alberto Caó - Qual éa nossa posição? Vão dizer logo:o Caó assume a posição favorávelao presidencialismo porque o Brizola é candidato à Presidência daRepública. É evidente que Brizolaé nosso candidato à Presidênciada República, vamos trabalhar para elegê-lo. Essa é a nossa posiçãoclara. Mas a nossa posição políticaem relação ao sistema de governonão envolve apenas isso, mas simaspectos maiores, mais abrangentes. Achamos que o mínimo quese pode exigir de um constituinteé que ele procure traduzir, nassuas iniciativas, formulações e decisões da vontade geral do povobrasileiro. E essa vontade geral dopovo brasileiro já se manifestouclaramente. O povo quer escolher- depois de ter sido privado dodireito de escolher quem governaa nação - o seu governante. Enão me venham dizer que essavontade geral foi um momentoefêmero da vida política nacional.Ela continua permanentemente semanifestando, através das diferentes formas de aferição.
Não podemos chegar para o povo brasileiro e dizer o seguinte:você não vai mais escolher o chefede governo. Você vai votar em1988 ou 1989 para eleger sequera rainha da Inglaterra. Vocês vãoeleger a princesa Anne, porquequem vai escolher o chefe de governo é o Parlamento. Isso, comtodo respeito, afirmo e reafirmo,soa como um engodo político, como uma fraude polítIca. Não setrata de discutir que o parlamentarismo tem apenas deméritos edesvantagens. Não colocamosdesta forma. Para nós, o que secoloca é o seguinte: a vontade gerai do povo é de escolher quemirá governar este país, porque ficou 20 anos sem escolher.
Roberto Jefferson - Temos assistido a uma prática do autoritarismo. Há corrente que defendao parlamentarismo lento e graduaI, fazendo lembrar a distensãodo Geisel, que era lenta e gradual.Isso é um vício do autoritarismo,trazido para cá. Hoje temos assistido a essa discussão em torno doparlamentarismo gradual. E o queme impressiona nesta discussão éque ela não tem, na maior partedas vezes, uma finalidade doutrinária ou programática, é poder.
soai à sua colocação. Essa questãose refere exatamente ao rumo quea Constituinte está demonstrando,que a linha divisória não é de natureza ideológica. Tenho cá as minhas convicções ideológicas. Cadaum de nós tem as suas convicçõesideológicas, mas temos que partirdo pressuposto que não serão asminhas convicções ideológicas,isoladamente, capazes de impor orumo, o perfil da nova Carta. Nenhum partido político, nenhumagrupamento político terá capacidade de determinar o que será anova Constituição. E vimos claramente isso, agora, no início dostrabalhos da Comissão de Sistematização: a questão da tortura.A emenda foi aprovada com oitenta e três votos dos noventa etrês da Comissão de Sistematização. Ainda não podemos indicarque foi direita, esquerda ou centro. O determinante, aí, foi a posição democrática. Então, para mimpessoalmente e para o meu partido o PDT, o que é que nós queremos, o que é que desejamos danova Constituição? Que ela sejacapaz de instituir as bases para aconstrução da democracia políticaem nosso país.
Eduardo Bonfim - A questãoda tortura foi tratada na Comissãode Sistematização, de forma extremamente avançada. Avançou-semais do que na Argentina, e issoé um fato interessante, porque, naArgentina, os generais que foramos autores intelectuais da tortura,alguns até foram autores materiaisda tortura, foram responsabilizados. Se mantido o texto da Comissão de Sistematização, no referente à tortura, na futura Constituição brasileira, os generais serãoresponsabilizados como torturadores. Os comandantes das guarnições, por exemplo. Necessariamente, a tortura não r.recisa serexecutada num 9uarte , e muitasdas vezes não o e. Não só o torturador, mas aquele que tem a -direção, a autoridade maior sobre ossubordinados que torturaram. Isso é um avanço. E, mais do queisso, a tortura será consideradacrime imprescritível e inafiançável.
Carlos Alberto Caó - Voltandoao tema que estávamos discutindo, na própria Comissão de Sistematização, tivemos outro momento de confluência, de convergênciade opiniões, que foi a decretaçãoconstitucional da extinção da censura de qualquer espécie.
Pela votação havida, nota-seque houve uma confluência. Apartir daí creio que podemos dizerque a linha divisória na Constituinte é profundamente flexível,os ingredientes de natureza ideológica passam para segundo plano,e a linha divisória será naturezapolítica. Será a distinção entre osque querem construir uma democracia política baseada na predominância da ordem civil, da ordemconstitucional e aqueles CJ.ue querem manter esse círculo tnterminável de regimes autoritários.Acho que, em função disso, é quese formarão vários grupos, váriasarticulações que começarão e acabarão dentro do texto que estaremos discutindo. Eu, por exemplo,com relação ao meu amigo, constituinte Eduardo Bonfim, estou irremediavelmente afastado emfunção do sistema de governo. Emrelação a outros temas - liberdades individuais e direitos e garantias individuais - estaremosjuntos.
Eduardo Bonfun:não há a menordúvida de que a
Constituinte,desde o início,
vem sendocerceada do
ponto devista de umPoder quedeveria ser
livre esoberano eassim foi
convocado
quis dizer de fato não é isso, aparticipação do povo pode ocorrerem todos os instantes. O que euquis dizer é que não posso conceber que se vote na Constituiçãosobre pressão ou que algum constituinte abandone as suas idéiasem função de uma manifesação degaleria. Na verdade, contestavauma posição endossada pelo constituinte Eduardo Bonfim. Achoque cada um de nós irá votar aquide acordo com os nossos valores,as nossas convicções, a nossa consciência e não consigo entender como uma mobilização popular,dentro da Constituinte, seja capazde modificar conceitos, idéias quedevem estar estratificadas em cadaum de nós que está aqui representando uma parcela do povo brasileiro.
Carlos Alberto Caó - Vejabem, a segunda questão que queria destacar creio que vai na direção de uma resposta minha pes-
tuinte Saulo Queiróz, vejo que éimportante destacar dois aspectos.O primeiro em concordância como constituinte Roberto Jeffersondo meu Estado, o Rio de Janeiro,fazer uma Constituição num regime ditatorial, num regime militarpode-se fazer em uma ou duas semanas, basta apenas que se convoquem dois ou três sábios iluminados e fazem a Constituição deacordo com a encomenda do ditador de plantão. Já no sistema detransição para a democracia, efetuar a elaboração de uma Constituição é um trabalho que não podeser tão rápido como se deseja. Asdiscussões têm que ser submetidasa um período de maturação, têmque ser aprofundadas, embora todos tenham o maior apreço peloprincípio de representação, temosque nos abrir à participação popular, ouvir o povo, sem que issorepresente uma fragilidade emnossas convicções.
Saulo Queiróz - ConstituinteCarlos ALberto Caó, o que eu
Carlos Alberto Caó - Consti-
o próprio Tancredo Neves defendeu que seu mandato seria de quatro anos.
Outro problema seria o do pluralismo sindical, que divide as próprias esquerdas. Defendemos aunidade sindical, pois achamosque ela é um elemento fundamentai para que as classes operáriase dos trabalhadores se armem politicamente dessa unidade, paradefender seus direitos. A divisãodo movimento sindical significaenfraquecimento da classe operária. São questões que dividem aesquerda também e que dividemos chamados setores liberais e ossetores conservadores.
Um elemento fundamental é amobilização popular. Sem isso teremos uma carta anacrônica, inadequada à realidade brasileira.Nossa realidade exige transformações.
Saulo Queiróz - Parece-meque ocorreu a formação de doisblocos importantes nos trabalhospreparatórios ao relatório doconstituinte Bernardo Cabral.Vou chamá-los de o grupo dos 32e o grupo do consenso. Participeido grupo do consenso' e tenho absoluta convicção de que ele foimuito importante para afirmaçãode alguns pontos consensuais dentro do primeiro e do segundo relatório do constituinte Bernardo Cabral. Havia dentro do grupo a concepção de que, em primeiro lugar,se devia, desde já, buscar esse entendimento para dar um razoávelnível de organicidade ao trabalhodo relator Bernardo Cabral. Mastínhamos também consciência quea partir da votação da Comissãode Sistematização dificilmente esses blocos se manteriam unidos.Era uma probabilidade pequenae que, na minha opinião, se confirma. Na Comissão de Sistematização começa a valer nas votaçõescomo regra, e a exceção só servepara confirmar a regra, as posiçõesmais à direita ou mais à esquerdaou ditas progressistas ou ditas moderadas, e elas, com toda certeza,nortearão a votação da Constituição daqui para frente, porque ospontos de conflito, em situaçõespeculiares, são importantíssimos.Já tivemos aqui manifestações dedois constituintes que defendem aunicidade do sistema-sindicato.Eu, por exemplo, defendo a pluralidade como no relatório. E nãohá como imaginar que os grupospossam influir nessa posição, doravante. Existem conflitos de opinião que, na Comissão de Sistematização e depois no plenário, serãodecididos simplesmente pelo votoe pela posição majoritária. Nãoquero acreditar em duas coisas colocadas pelo constituinte EduardoBonfim. Primeiro, de que umagrande mobilização popular possainfluir no ânimo e nas convicçõesdos membros da Assembléia Nacional Constituinte, porque isso,em última análise, seria admitir afragilidade, a incompetência daqueles que estão aqui representando a sociedade brasileira. E, acima de tudo, não quero, em nenhuma hipótese, participar da opiniãode que as eleições em dois turnos,sendo que o segundo turno seriauma eleição congressual, tenhamqualquer possibilidade de seraprovadas, seja na Sistematização, seja no plenário, porque essa,sim, é uma posiçâo de convergência e de convergência para derrubar.
positivo - altamente significativo- se refere ao direito de greve.Aí o relatório adota uma posiçãode conformidade com a legislaçãomais moderna que tem vigêncianos estados democráticos maismodernos de todo o mundo.
JC - Durante os trabalhos daConstituinte foram formados grupos buscando o consenso em tornode temas polêmicos. Esses gruposestão influindo nas liberações daComissão de Sistematização?
Roberto Jefferson - A Constituinte é formada de grupos. Hágrupos de esquerda, de centro-esquerda, os de centro e centro-direit_a, e lo&icamente e~s~s gruposestao tnflutndo na deftnlção através da Comissão de Sistematização e do próprio relatório do deputado Bernardo Cabral. Temgente que acha que essa Constituinte está demorando muito, queos prazos estão sendo desrespeitados, mas levaram vinte e tantosanos desmoralizando a ordem jurídico-institucional e constitucional do Brasil. E nós temos quearrumar tudo em três ou seis meses? O que é que há? Quer dizer,acabaram com todo o ordenamento político durante vinte anos eagora a Constituinte tem obrigação de consertar o que demoliramnesse tempo? A pressa é inimigada perfeição.
Eduardo Bonfim - Evidentemente que os grupos continuam'atuando na Comissão de Sistematização. O que penso é que oexemplo das recentes votações naComissão demonstra que, além deuma formação de grupos que sãocomuns em posições políticas,doutrinárias e ideológicas, nós temos constituintes, que, independentemente de sua condição ideológica, vão adotando uma posiçãoem função de seus princípios e nãodos grupos. Tivemos na votaçãoda questão referente à tortura umamesclagem muito grande de setores tidos como conservadores, quevotaram com posições avançadas.Penso que a definição e o estabelecimento a priori de dois grandesblocos na Comissão de Sistematização, na verdade, visam a impedir a modernização da Carta. Aperspectiva de avançar é bastantepossível. É claro que questões como a que se refenu o constituinteCarlos Alberto Caó, como o colégio eleitoral, que nós condenamos, o Partido Comunista do Brasil condena o colégio eleitoral queestá no relatório do deputado Bernardo Cabral. O problema das diretas em 1988 está mais ligado aum problema conjuntural do quepropriamente constitucional, umaâiscussão doutrinária, mas está ligado a uma transição política, à
'interpretação de uma transiçãopolítica, ou, se formos mais além,do que é ou não direito adquiridoou se o Presidente Sarney teria esse direito adquirido, se a naçãoexige diretas em 1988 e, quando
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Jornal da Constituinte 11
fundiário que vai chamar as ForçasArmadas para proteger o seu latifúndio porque não quer, digamosque seja um usineiro que não queira pagar o salário do bóia-fria. DepoiS de amanhã será a Ford quenão quer que a greve dos metafúrgicos seja vitonosa, então chamaas Forças Armadas. Depois uminspetor de quarteirão que achaque tem uma confusão no seu bairro e não resolve, chama as ForçasArmadas. Quer dizer, as ForçasArmadas se desmoralizam perante a nação no seu papel essencial,constitucional, diante do direitoconstitucional. Portanto, a pressão é intensa, há pressão do Governo Sarney.
JC - Estudiosos dizem que aquestão urbana é tão grave parao Brasil como a reforma agrária.O substitutivo cuidou bem e, afundo desse assunto?
Carlos Alberto Caó - O substitutivo, em relação ao projeto daComissão de Sistematização conté~ um inegável ~vanço a~ permitir a desapropnação de terrasurbanas com títulos especiais dadívida pública, assim como ao reduzir consideravelmente o período de aquisição do domínio de pequenos fotes através do usucapião.Apresentamos, levando em contaa realidade do Rio de Janeiro,uma emenda a um dos artigos quese refere a essa questão da reformaurbana, reduzmdo de 5 para 2anos a aquisição do domlnio dolote de terra por quem esteja morando nele sem qualquer oposição. Temos uma experiência noRio de Janeiro que demonstroucabalmente, durante o períodoqu~ exercemos o cargo de secretáno do XX Trabalho e Habitação, que a partir do momento emque você permite que uma famíliapobre, que mora naquela favelana periferia, tenha o titulo de propriedade, 5 ou 6 meses depois,sem nenhuma interferência do Poder Executivo, aquela própria família encontra meios de Investirna melhoria das condições da qualidade de habitação. Creio que isso não se trata apenas de uma experiência no Rio de Janeiro, atéporque, segundo as estatísticas,em termos de construção habitacional em nosso país 20% pertencem ao mercado formal de construção com ação do Poder Público, das empresas, 80% é mercadoinformal, a própria famfiia, reunindo de forma precária seus próprios recursos, sob regime de mutirão, de ajuda múltipla, constróia sua própria casa e melhora a suacondição habitacional. Achamos,para fazer justiça ao Relator Bernardo Cabral, que no que se refereà questão urbana, o substitutivoavançou. É preciso que se saibaclaramente que 80% da populaçãobrasileira hoje habita as cidades.O reordenamento do crescimentodas cidades, o planejamento docrescimento das cidades, uma certa disciplina no crescimento das cidades está se tornando fundamental para que as cidades brasileiras
. não se tornem, de modo cabal edefinitivo. ingovernáveis.
Roberto Jefferson - No que toca à reforma urbana no Rio deJaneiro, avançaram muito, porque, até então, era um assuntocompletamente desconhecido erelegado a segundo plano. Temosesta convicção, não pretendemospermitir que a propriedade urbanaseja apenas reserva econômica, étambém uma violência permitirque a propriedade urbana exista
tegração, com efeitos financeiros,o Exército não acatará.
.Como também é abusivo queexatamente no momento em quediscutíamos a reorganização domundo do trabalho o presidenteda República envie ao Legislativo,que praticamente não está funcionando, um projeto de lei dispondosobre a organização sindical. Estátentando atropelar, evidentemente, a Assembléia Nacional Constituinte,
Roberto Jefferson - Não vejo,sinceramente, ingerência algumado Poder Executivo na Constituinte. Pelo contrário, todas as vezesque o Presidente Sarney tem seposicionado as coisas saem sempre<Jiferentes do que quer e pensa.E vou mais longe, quando ele dizque é presidenCialista, está defendendo o Poder. Se é Iobby de todos, o Poder, inclusive o instituído, tem também que exercer pressão.
Quanto ao General LeônidasPires Gonçalves, houve aqui atéuma discussão dura na ocasião,mas ele não declarou nada dissoà imprensa. Numa reunião de ministros - isso já ficou esclarecido- ele colocou seu ponto de vista:"Eu não tenho como pagar. Se tiver que pagar 25 anos, são 50 bilhões de cruzados; não pago".Mas alguém da reunião disse perante a opinião pública não o queo ministro dissera numa entrevista, num recado aos jornalistas,mas numa discussão fechada como presidente da República e os ministros. Acho que estamos dandouma dimensão brutal a um fatoque não tem esta dimensão. Estamos querendo dizer que fomosconstrangidos, que a soberania daConstituinte foi ameaçada. Coisanenhuma. Iremos votar tudo issoindependente.
Eduardo Bonftm - Não há amenor dúvida de que a Constituinte desde a sua instalação vem sendo cerceada brutalmente{!o pontode vista de um Poder que deveriaser livre e soberano e assim foiconvocado, embora eivado de erros o processo de sua convocação.A interferência dos segmentos militaristas da sociedade - e aquifaço um aparte - é porque os setores reaCIonários e conservadoressempre tentam imputar àquelesque denunciam o militarismo nasociedade brasileira como pessoasque são contra a existência dasForças Armadas. As Forças Armadas são instituições necessáriase imprescindíveis a qualquer nação e ao Brasil. A defesa da soberania nacional, a defesa da Pátriaestá ligada a duas questões fundamentais: a primeira é a consciênciado povo na defesa da sua Pátriae, a segunda, as Forças Armadascomo instituição armada - o nome já diz muito bem - que devegarantir a integridade do territórionacional. Mas acontece que os setores militaristas da socie<Jade brasileira querem, aí sim a essênciada doutrina do militarismo, é atransformação de uma instituição,q,ue não deveria se imiscuir na soCIedade civil, em um partido político armado. Esta que éa questão.Aí está a definição clara do militarismo. Desde o primeiro momento da instalação da AssembléiaNacional Constituinte que refinarias são invadidas, deveria ser papei de polícia, até da Polícia Militar. Agora invadiram a binacionalItaipu porque havia uma greve detrabalhadores lutando por melhores salários. Amanhã será o lati-
RobertoJefferson: Achouma violêncianão se'ouviro Judiciário
na questão daimissão
imediata daposse. Não
se deveafastá-lo de
uma questãofundamental:
a posseda terra
essa atitude?Saulo Queiróz - Teoricamen
te, a todo cidadão brasileiro nãose pode negar o direito à opiniãoe a influir, seja da forma que entender válida - para mim a formaválida foi o voto no dia 15 de novembro de 1986 - nos trabalhosda Assembléia Nacional Constituinte. O que temos de evitar éa formação do lobby do&Oderdentro dos trabalhos da onstituinte.
No que falávamos há pouco só para pegar um exemplo - sistema de governo, um tema políticocentral e que interessa todo mundo que faz política, não há porquedeixar de observar e de consideraruma participação cada vez maisativa dos governantes ou das forças que governam este país dentrodos trabalhos da Constituinte. Retorno à tese que há pouco defendi:acredito que todo membro desta·Assembléia tem força e opiniãopara se resguardar de qualquer tipo de pressão, desde a pressão ~~
pular mobilizada, até a pressão doPoder Executivo. Pode até ser queo Poder,por isso, termine pressionando. Quero carregar comigo adúvida do resultado dessa pressão.
Carlos Alberto Caó - Em certamedida, a Assembléia NacionalConstituinte, nesse estágio que estamos vivendo, deve estar abertae ser submetida a pressões da sociedade, através de suas diferentes·formas de organização. ·Pressãodos trabalhadores, pressão dosempresários. Aí se forma o espectro deniocrático. Agqra, um Poder agindo sobre a COnstituinte,CJ.uer seja o Executiyo, o Judiciáno, o militar, deixa de ser pressãopara assumir características até decoação. As declarações do ministro do Exército, General LeônidasPires Gonçalves, são abusivas. Ele.não poderia" de forma alguma, dizer que, caso a ANC vote a emenda concedendo:a anistia com rein-
Ihador discute a inflação.Agora, poder político discutem
as elites, porque vão ficar eterna: mente nessa discussão - o poderé nosso. Então, quando se discute
. sistema de governo, reforma agrária, direito das mulheres, a superação da desigualdade dos ne$rosna sociedade, está se discutindopoder político. O presidencialismo tem 98 anos no Brasil. Nopresidencialismo, aconteceram 19golpes de Estado. No Brasil, opresidencialismo nasceu ao ladodo militarismo, ao contrário dopresidencialismo nos Estados Uniaos, que nasceu de uma revolução. O presidencialismo nasceu deum acordo fruto de um processode libertação, tanto que a Suprema Corte nos Estados Unidos tempoder que em canto nenhum nopresidencialismo tem.
Não defendemos um parlamentarismo anacrônico. Nenhum regime pode ser criado sem se observarem as condições reais daquelasociedade. Defendemos um parlamentarismo em que o presidenteda República tenha poderes efetivos e reais, de acordo com a tradição da sociedade brasileira.
Saulo Queiróz _. Apreciei a forma vibrante e competente comque o deputado Eduardo Bonfimdefendeu o parlamentarismo. Ficona periferia daquilo que ele nãofocalizou e q,ue foi focalizado pelos outros dOIS deputados. Primeiro, o aspecto de que o povo nãoquer o parlamentarismo. Achoque é um argumento falso. Entendo que podemos avançar nessaConstituição, com a implantaçãodo sistema parlamentarista de governo. Vivemos o presidencialismo ao longo de 91 anos, com umpequeno interregno, em que seImplantou um parlamentarismofalsete, onde se buscava, em últim~ análi~c:, resolver uma crise política e militar. Agora, não. O conceito é implantar um parlamenta-rismo definitivo. O conceito é, acima de tudo, a avaliação de queo parlamentarismo é um sistemade governo mais eficiente e eficaz.Quem o defender, por isso, nãotem a preocupação de aval da p0pulação, porque defende o parlamentarismo exatamente na direção da população. A consciênciaque nos move é a certeza de queo parlamentarismo é o melhor re-gime de governo. .
Depois, há de se convir, em pesquisas recentemente feitas, não háuma diferença tão grande da população brasileira em torno desse .assunto. Uma pesquisa feita pelaFolha de S. Paulo indica que 43%preferem o presi~encialismo ~33% o parlamentansmo. Há mUIta gente neste país que prefere oescuro à luz que está aí; que prefere, de fato, mudar, porque há atomada de consciência de que opresidencialismo, como regime,não deu certo. O resto do mundoé exemplo. Onde se tem gravesproblemas para a manutenção dademocracia? Basicamente nos países de regime presidencialista. Poroutro lado, nos países que já praticam o parlamentarismo, não setem esse tipo de crise. Em todaa Europa OCidental há uma democracia plena, implantada com revezamento de poder, com a J;>erspectiva de que as várias doutnnas,os vários programas, um dia, sejam apoia<Jos pelo povo.
JC - Comenta-se muito a influência ou interferência do PoderExecutivo nos trabalhos da Constituinte. Até que ponto é legítima
É chegar ao poder e impedir quecheguem ao poder.
Para o PMDB - e é até desagradável colocarmos assim já quenão há nenhum representante dopartido aqui - mas há um grupogrande do PMDB que quer parlamentarismo agora por dois motivos. Primeiro, para isolar definitivamente o Presidente Sarney. Segundo, J>?rque vai perder a eleiçãode preSidente, e sabe disso, comocomeça a perder a eleição de prefeito na capital, a realizar-se noano que vem. Estão repetindo tudo.
As. Câmaras Municipais, nopróximo ano, estarão com seisanos de mandato e decidirãoquem será o prefeito da cidade.Quer dizer, para não perder o pod~r. É um casuísmo. E uma i.ndi~mdade o que temos assistido aquI.E vou f!1als longe: falar em parlam~nta!1smosem que a opiniao púbhca tivesse tomado alguma deliberação sobre a matéria, porqueninguém aqui pode defraudar averdade. Isso aqui não é Assembléia Constituinte e sim CongressoConstituinte - ninguém colocouem prática essa discussão, nem oPC do B, nem o PCB, nem o PDT,nem o PTB e nem o PFL.
É uma luta de poder que nãorepresenta o pensamento da sociedade brasileira. Aliás, a imprensatC:J!l publicado pesquisas de opimao, e o povo quer saber comoestá o pre~ do aluguel, que disseram que Iam regular e estão aum~ntan~oem 270%; se o governoV8l continuar com o arrocho brutalde salário que ele está vivendo'como fica a mensalidade da escol~de seu filho.
Eduardo Bonfim - A eleiçãoera ideológica mas tinha um {>rograma, situações táticas e conJunturais. E se formavam frentes deacordo com quem se achava naquela frente, em função de avanços ou de recuos. Com relação aoPC do B, ele distribuiu milharesde livros contendo todo o seu programa na Constituinte. E uma dasquestões estratégicas do PC do Bnaquela época era a defesa do parlamentarismo como sistema de governo. Consideramos que a discussão sobre a estrutura da sociedade brasileira, do poder polítiCC2é a questão fundamental hoje. bverdade que a luta econômica dasociedade, a luta do trabalhadorpor melhores condições de vida éa discussão premente, que lhe afeta mais no dia-a-dia. Mas é precisobuscar os mecanismos para a superação das suas contradições. E aíos setores conservadores, commuita habilidade, setores da imprensa ligados ao objetivo de queo trabalhador não busque a suasaída política, que defimrá sua .situação econômica, tentam rebaixar o nível da consciência políticado tra~alhador, fazendo a seguinte máxima: trabalhador só discutea greve: trabalhador discute o preço da carne, 9ue realmente estáhorrível e preCIsa melhorar; traba-
~-o-'~B~AATIDOS&. TENDÊNCIAS ::: PARTIDOS &. TENDÊNCIAS :::PARTIDOS &. TENDÊNCIAS::: PAI•
12 Jornal da Constituinte
Por último, creio que nesse casoFidel Castro tem razão: nós já pagamos esta dívida.
moratória, adotamos uma posiçãode apoio a ação do Governo, massob reservas, porque não acreditávamos que aquela moratória, maisimposta pela incapacidade do Governo em administrar as reservascambiais, pudesse fazer com quea partir dela se desenvolvesse umapolítica de negociação soberanada.dívida ~xterna. Achamos quehOJe a díVida externa, não só noque se refere ao Brasil, mas deum modo geral em relação aos países do chamado Terceiro Mundo,o ponto de estrangulamento dodesenvolvimento sócio-econômico desses países e da afirmaçãodo Estado-Nação desses Países.Portanto, para nós, do PDT aquestão da dívida externa nã~ émeramente econômica, que deve
. ser ent~egue a sua negociação, ouencammhamento de soluções, aum grupo de tecnocratas brilhantes ou ao ministro da Fazenda. A~ívida externa é uma questão políttca, é uma questão da soberaniae deve ser tratada como tal. Pensamos que o atual Governo, por nãocontar com a legitimidade e tampou~o ~m 0_ apoio da populaçãobrastlelra, nao tem condição deadotar as soluções políticas maisadequadas ao desenvolvimento dopaís e afirmação da soberania nacional do que se refere a dívidaexterna. Recebemos, até, com algum alívio e satisfação, a informação de que os credores deixarão para discutir conosco a dívidaexterna depois de promulgada aConstituição. Achamos - e essaé a nossa posição - que a dívidaexterna deve ser discutida, devemser definidas posições com um novo governo, um governo legítimoe legitimado pelo voto popular,porque esse Governo - e não importa quem tenha sido eleito parapresidente da República no presidencialismo brasileiro modificado- terá condições de falar em nome da nação, em nome do povobrasileiro. Dívida externa só se negocia falando em nome da nação,do povo, náo em nome de um partido ou em nome de um grupo deinteresses econômicos que nadatêm a ver com os interesses do povo brasileiro. Começamos por defi!lir algu!,!as prel~minares no quedIZ respeito à díVida externa. Primeiro, saber que dívida é essa?O que é que nós devemos realmente? Hoje ninguém sabe. Daíser necessária a auditagem da dívida externa: o que nós devemos,o que nós pagamos. Os juros acumtilados, Já pagos pelo governobrasileiro, pela sociedade brasileira, pelo povo brasileiro, porquetodos nós estamos pagando essadívida com sacrifícios enormes. Osjuros.acumulados montam, talvez,a m3ls do que o principal que nósd~vemos. Essa é a primeira prelimmar: A segunda preliminar é amaténa de natureza ~nstitucio
nal. Daqui por diante, depois dep~o~u1gada a hova Con~tltuição,nao IDlporta que o Governo con-
o servador, centro-direita, centroesquerda, não pode negociar e renegociar, de forma ampla, a dívidaexterna. Nós temos que formar onosso bloco, ter uma ação coordenada entre os devedores para chegarmos a uma solução para a dívida externa compatível com os interesses de desenvolvimento econômico e de afirmação da soberanianacional desses países do TerceiroMundo.
Roberto Jefferson - Constituinte Eduardo Bonfim, o quepensa da imissão imediata de posse?
JC - Que o eleitor RobertoJefferson formule uma perguntapara o constituinte Eduardo Bonfim.
Eduardo Bonfim - Acho queo problema da reforma agrária éum problema de resolução de umaprofunda contradição que vai existir e existe na sociedade brasileira.São milhões, dezenas de milhõesde homens que não conseguematravés da posse de um pedaço deterra exercer a sua atividade, produzir riquezas para o país. A marginalização desses cidadãos na sociedade gera uma contradiçãoque, se não for resolvida democra-
. ttcamente - e nós, na Constituinte, estamos trabalhando para resolvê-Ia democraticamente - comcerteza, concordo com o constituinte Roberto Jefferson, só seráresolvida pela violência. Ao ladodisso! do problema da reformaagrána e de dezenas de milhõesde homens sem direito à posse daterra, existe. o.problema d~ ~gricultura brastlelfa e sua deflmçãopara exportação. Isso está ligadoao problema da posse da terra qu~exige uma discussão mais profunda. Porquanto acho que a questãoda posse da terra é, acima de tudo,uma questão social, uma questãoestratégica da sociedade brasileira. Discordo da argumentação quea UDR levanta sempre de que a
o propriedade rural no Brasil, sejade que tamanho for, é o santuárioda pátria. Acho que o santuárioda pátria é o homem e a destinação social dessa terra para o homem. Há uma inversão típica dequem imagina o problema da terrado ponto de vista das capitaniashereditárias. Do ponto de vistadoutrinário, essa é a visão do Par- o
tido Comunista do Brasil e creioque é também a visão da maioriado povo brasileiro: democratização da posse da terra; reforma o
agrária dentro de uma perspectivasocial e não dentro do ponto devista de negócios econômicos,porque se corre o risco de, na futura Constituição, que é melhor barganhar com o Governo do pontode vista da entrega daquela terraatravés da indenização, se não fordefinida criteriosamente, do queficar com a mesma, porque o valorda indenização e as circunstânciasque a cercarão serão muito maisvaliosos do que se permanecercom a terra. Coloco, assim, a outra face do problema. Aínão haverá destinação social da propriedade, haverá especulação da propriedade rural para fins de enriquecimento, então não estaremosnos referindo mais à reforma agrária, estaremos nos referindo a umnegócio altamente lucrativo, dentro da perspectiva do sistema capitalista. Acho que essa é a outraface da moeda, a qual o nobreconstituinte Roberto Jefferson tocou no primeiro ato e que' estoutocando no segundo. A resolução,de forma pemocrática, com acuidade dest~ problema, é que poderá dizer que tivemos efetivamenteuma vitória na aplicação da reforma agrária.
Eduardo Bonfim - Perguntariaao deputado Carlos Alberto Caó,como ele vê o próblema da dívidaexterna.
Carlos Alberto Caó .,..- Quandoo Presidente Sarney decretou a
Saulo Queiróz:O relatórionão inovou,
não criou, masrefletiu amédia dasopiniõesexistentesdentro do
corpo da ANC.As correções
eventuaisdeverão serfeitas nasvotações.
reito, no mérito da Justiça?Roberto Jefferson - Sou contra
~ vou colocar minha posição, aliás,Já transparente, dentro da filosofia glasnost, já bem transparente.Acho uma VIOlência não se ouviro Judiciário na imissão imediatade posse. Como está colocado, aimissão de posse se afasta completamente do Judiciário, uma questão fundamental, 'tue é a questãoda posse da terra. E curioso, isso.Se é um ato administrativo, nãohá nem o que se questionar sobreo posicionamento do juiz, porque,no momento em que a Imissãoimediata se faz com o juiz só tendouma alternativa - a de se manifestar a favor - ela cerceou completamente a liberdade de decisãodo Poder Judiciário e o direito dedefesa do produtor rural. Então,como está, ela vai gerar crises, nãovai avançar, porque acho que areforma agrária tem um aspectocapitalista muito importante, porque, no momento em que fixa ohomem à terra, dá a ele título de
propriedade, transforma-o numprodutor, economicamente numpequeno empresário, ela é um veículo do capitalismo. Essa é a questão de se desapropriar a terra produtiva. E está lá, colocado no relatório do relator Bernardo Cabral:se em 90 dias o Judiciário não semanifestar, está consagrada aimissão imediata da posse. E, mesmo que o produtor venha provarque as terras são produtivas, o queele vai receber é o dinheiro à vista.Ele não quer isso. Não se podedesorganizar um sistema que é organizado no país e sustenta estanação. E o decurso de prazo con-
. tra ele em 90 dias, não é nem poração, omissão dele, mas de terceiro. Imissão de posse após decisãodo Judiciário, que pode decidir pela manutenção de Imissão ou não,porque, como está colocado, oJUiz não tem outra condição alémde homologar a imissão - estáno t~xto constitucional.
JC - Que o eleitor Carlos Alberto Caó faça uma pergunta aoConstituinte Saulo Queiróz.
Carlos Alberto Caó - O deputado Saulo Queiróz já se definiuaqui como parlamentarista. Nãoacha o deputado Saulo Queirózque os problemas cruciais, em lugar de residirem no sistema de governo, residem exatamente na estrutura do Estado brasileiro, que,desde que foi criado, é altamentecentrahzado e autoritário?
Saulo Queiróz - O Estado brasileiro é centralizado e autoritário.Só que eu imputo isso ao sistemade governo. O parlamentarismo,na minha opinião, tenderá a resolver os aspectos relacionados como autoritarismo e centralização.Diria que outros aspectos mais,como a ineficácia e ineficiência domodelo de governo.
O presidencialismo conduz, aíjá é questão doutrinária, pela concentração de poder que efe enseja,algumas posições inadequadas àsociedade moderna, como a centralização da economia nas mãosdo governo através da in~erência,
cada vez maior, do própno governo no sistema econômico. Eu diriaque, e acima de tudo, isso é muitoimportante de ser entendido numpais como o Brasil, uma federaçãomúltipla. Uma das coisas que muito me preocupam hoje é que opresidencialismo só se sustentaatravés de eleições diretas, pois fora isso é a antidemocracia, é a certeza de que ele conduzirá ao co-
mando de toda a federação pelosgrandes Estados. Não tenho ne- o
nhuma dúvida de que a meio doperíodo nós vamos chegar a umdeterminado instante em que a exceção neste país será termos umpresidente da República que nãoseja de São Paulo. O que assistimos a~ui, hoje, dentro do Parlamento. De fato, já é o processode comando polítiCO dos grandesEstados em função naturalmente,se grande, da sua importância econômica, e se grande, da sua importância eleitoral. O que nós seríamos, hoje, no regime presidencialista? Uma tendência de que, Estados como São Paulo, Minas eo seu Estado do Rio de Janeiro,se unidos, eles fazem ad eternumo presidente da República, o que,aliás, é apenas uma repetição daHistória, porque, durante, a Velha República, o que se tinha nestepaís era a democracia café-comleite - era um presidente de SãoPaulo e outro de Minas Gerais,um de Minas e outro de São Paulo.O parlamentarismo vai ensejai aoportunidade, porque o parlamentarismo é, acima de tudo, acapacidade política inerente a cada um, para· que outros Estados,os menores Estados, de fato, possam ascender a uma participaçãoefetiva do poder.
JC - Gostaríamos que o eleitorSaulo Queiróz fizesse uma I'ergunta ao constituinte Roberto Jefferson.
Saulo Quelróz - Não abordamos aqui, ao longo desta reunião,um assunto extremamente polêmico dos trabalhos da Constituinte, que diz respeito à reformaagrária. Não tenho nenhuma dúvida de que o deputado, como osdemais constituintes, entende quea reforma agrária tem que ser feita, é indispensável que se faça.Mas, pergunto-lhe: é a favor oucontra a imissão imediata da possesem a manifestação prévia, no di-
apenas como uma reserva econômica sem finalidade social, temque ter finalidade social também.Na minha maneira de ver, temoscondições de estabelecer impostosprogressivos, mas que haja mstrumentos legais que realmente permitam isso e impostos progressivos que num espaço de cinco anostomem o imposto igual ao valorhistórico, valor venal do imóvel.Se está vazio, se o dono está especulando, então o imposto vai incidir sobre isso, porque não podeacontecer que, no momento emque as pessoas não têm lugar raramorar e a construção civil est emcrise, 'está numa débâcle no momento, permitir-se que uma minoria possa fazer reserva econômicacom a casa própria. Isso é umaviolência e acho que a Constituinte avançará no momento em queestabelecer a função social também para a propriedade urbana.
Saulo Queiróz - A questão urbana tem aspectos importantes ealguns já ressaltados pelos deputados Carlos Alberto Caó e Roberto Jefferson, que representaminquestionavelmente um avanço.Basicamente o texto foi ali colocado, nasceu daquilo 9ue colocamosem reuniões pré-Sistematização,quer dizer, a busca do consenso.Na verdade, quase toda a redaçãonasceu de uma troca de informações, de sessões ocorridas dentrodesses grupos. O que me pareceimportante ressaltar é que ela, aotempo em que inova e avança,mantém um razoável nível de flexibilidade, para que a questão urbana tenha os tratamentos diferenciados conforme a região doBrasil e conforme, naturalmente,a própria pressão urbana, em função do tamanho da cidade. Osprincípios de tal ordem e as execuções tratadas na legislação ordinária que pode ser a nossa lei, alei federal, mas que eventualmente possa ser a lei municipal, adaptando-a a circunstâncias e localizadas.
Eduardo Bonfim - Concordocom as observações feitas peloscolegas constituintes ~ penso queo problema da reforma urbana étão grave quanto o problema dareforma agrária e o rroblema dademocracia no Brasi . Não se admite que em uma sociedade comoa nossa milhões de trabalhadoresse vejam alijados do direito inalie-.nável da habitação, quando existeuma extraordinária especulaçãoimobiliária, quando existe um desleixo e um descaso com relaçãoà questão da viabilização urbanados trabalhadores brasileiros.Penso que se não for feita umaefetiva reforma urbana e que sea nova Constituição não garantirque essa reforma seja efetivada,teremos, aí sim, um dos problemasmais graves da sociedade brasileira. O problema da reforma urbanaestá ligado à questão da prioridadesocial na estrutura da sociedadebrasileira.
~~'B~1\RTIDOS&. TENDÊNCIAS ::: PARTIDOS &. TENDÊNCIAS :::PARTIDOS &. TENDÊNCIAS::: PAI,I
Jomal da Constituinte 13
BOituva, 31 de jUlho de 1987.
AtenCiosamente,
grl:i.t;o
]21 t?U fd..:k4 ti,( ~:~~Marcos T.adeu de Lorenzi
J- CADEIA, OuCOLA~INHo BRAN:O.,Co PagO Pelo B~lso
aos srs. responsáveis pela reds<"O do Jornal da COnsti'"inte.,
Sou es tUdos te de 2. gr.".. e co". es '''ses viVendo umper{od, de ,"onsiç"O de,scrátiCa e da cons truçã
o
de uma '!!
Va COSSti'uição, gSstaria de estar be. inrormado, e atr..ves de U:nprOfeSsor de
minha escolét deSCobri qUe há o Jor
nal daCOnstituinte,
então reSolVi por rneio desta, Se não
for do illCÔ/llOdo dos senhores,pedir par.. qUe :De enYiassemeS'e jornal. Pois eu acho 'Ue coso brasil.iro devo se in
rormsr sobre o 'Ue rs,.. P'ra .s.eeurar o rUturo do nosso,
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Scs o"'· '""<1"S 'm Icrocmprcsoh los, 'rOb.l /I'au..rcs c ""'IU~""s ,.r'"lu'orcsrurais' ê .1 fal,o dc consclcntlzooão, gerada pelo molor problema bra_sJleiro qu(' C o CUltural.
Tôn,o os 'robalhadorcs como Os pequenos prOdu'orcs rurais, apesar
PelegUlsn", prcdoml"an'e, es'ão COm os seus movI"",ntos clasSistasritmo crescente, COm trabalhos ue basc assOClatlVlstas.
A classe mlcroempresarlal, qUe é a maIoria absolu'a e o bOluar'e da
~o'''''" ,,;,,~•• , '"'"",~"" 'o, ••0'''""" .,,"'" ,.,~,,,....~"'do ,,1,1"0, vivendo Umo Sltuao50 hU"'llha",c c SubmISsa a minoria formo_
da Pelo yrande ca"l'al c Pelos dcsmondos pOlitiqUeiros dos nossos go_vcrn.Jlltes.
'-. ~,·..'o , .. "."••~, .,,~",o " '''"'''0 "'''''' ....,,~,presârlos "elo SCU IndIVidualismo 'em uma parcela mUllo Slyn!flco'lvade Cu 'Pel.
Uma <1.18 aller"atlvos ViáveIs par" Um 'robalho de consclentlzao,;o e de
edUC.10.io ""SOCla, IVlsta . " ImpI"",.o';o Jn'Cdiota do c",CUSlonlsn", Ur_
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Antonio Marcos dc Souza Icx-mlcrocmpres';rlOJ
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.14 I.. nal da ConstituintecJUr .
Ronielma pedi", ao home~ que tenha dó, não acàbe com a vida! Q. seu apelopatético está numa cartinha de linguagem simples e direta, cOmo só ascrianças sabem escrever. E com ela a menina de Ponta Grossa,-no Paraná,venceu o concurso promovido pelo programa de televisão ZY B Bom. Comoprêmio ela sanhou o direito de entregar pessoalmente ao presidenteda Constitumte a sua carta em defesa da Amazônia. "O mais belo depoimentoem favor do futuro do nosso planeta", disse o presidente Ulysses Guimarãesao ouvir, emocionado, a leitura da mensagem. "Eu fico muito comovido.Inveja é um pecado e peço a Deus perdão para esse pecado, mas eu estoucom muita inveja de você. Eu gostaria de ter escrito esta carta, de tero meu nome nesta carta", completou Ulysses.
Homem; não acabe com a vida!ADlRPlCuuo Jdnior---------..,...,. A sessão da Constituinte estava
quase chegando ao fim quando oPresidente Ulysses Guimarães interrompeu seus afazeres para receber em seu gabinete Ronielmade Miranda, 10 anos, a meninavencedora do concurso de cartassobre a defesa da Amazônia naConstituinte, promovido por umaemissora de TV de São Paulo.Acompanhada da orientadora pe
.dagóglca do programa, jomabstaLenita Miranda de Figueiredo, dodiretor Vicente Burger e do apresentador Jefferson Binas, Ronielma, sorridente e descontraída,cumpriu sua missão: Leu a carta,conversou com o Presidente, beijou-o. Ulysses prometeu enviarcópia da carta a todos os constitUlDtes, para que o apelo nela contido seja transformado em realidade. A solenidade foi gravada peloprograma ZY B Bom. Se o homem continuar destruindo nossasmatas, as crianças que vierem depois de Ronielma saberão ao menos o que é uma rosa ou o micoleão?
Eis a sua carta-mensagem:
"Ponta Grossa, 19 de agosto de1987
Olá turma do ZY B Bom!Meu nome é Ronielma e tenho
10 anos de idade. Eu ~ostaria quena Constituinte existisse uma lei.contra os homens que acabamcom a natureza, contra as árvoresque são derrubadas, contra os animaizinhos serem mortos, enfimcontra a fauna e a flora que estãoacabando.
O homem não corta as árvoresporque J)recisa, mas por ganânciae maldai:le. Será que o homen esqueceu de Que sem a vegetaçãonão há vida~ Será que o homenesqueceu que devemos nossa vidaa mais alta árvore e até o ·,simplesbotão de rosa? De manhã quandoacordo eu abro a janela de meuquarto e vejo a rosa montada doorvalho da noite e penso' que seo homem não parar de desmatarnossas florestas talvez nem a rosasobreviva!
O ~omem só pensa em si próprio quando desmata nossas florestas, traz lucros no momento,mas ele não pensa em nós, crianças. Talvez nós nunca poderemosver uma floresta ou anIMais comoo mico-leão que já está em extinção.
Então eu peço ao homem quetenha compaixão! Não derrubenossas árvores, não acabe com avida!
Ronielma P. de Miranda
Rua Jandaia do Sul - 515
Vila Cipa - Ponta Grossa - PR"
Jomal da Constituinte 15
ADIRPlWilli.... Prescon
Não pára aluta dos"sem-terra"Sem terra. mas dispostos aobtê-la. trabalhadoresrurais liderados pelopresidente da CONTAG.José Francisco da Silva.estiveram com UlyssesGuimarães, presidente daANC. Eles querem veraprovada a emenda dereforma agrária apoiadapela CONTAG. CUT eCGT. Ulysses Guimarãesdestacou a legitimidadeda pressão dos sem-terrae garantiu que a novaCarta será voltada paraas questões sociais.
Amparo aoensino e a
•quem ensinaAposentadoria aos 25 anos,plano unificado paraevitar desigualdade naremuneração domagistério, e destinaçãode verbas públicas sópara as escolas públicas:estes os principaisobjetivos que trouxerama Brasília uma caravanada Confederação dosProfessores do Brasil.Reunida nas dependênciasda Câmara, a classemostrou que quer o melhornão só para eles, maspara o ensino do País.
ANC preocupada com radiação em Goiânia
16 Jornal da Constituinte
o presidente da Comissão Nacional de EnergiaNuclear (CNEN), Rex Nazareth, prestou esclarecimentos aos constituintes sobre o episódioda contaminação radioativa na capital de
Goiás, informando que a situação está sob controle. O assunto foi tema de muitos pronunciamentos na ANC, na Câmara e no Senado. Estevai instalar uma Comissão para investigar oacidente.