Maquinas 62

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Abril 2007

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Rodando por aí

Que destino dar ao óleo usado

Segurança em pequenos tratores

Lubrificação de compressores de ar

Como iniciar a armazenagem em fazendas

Teste drive colhedora

Plataformas multifuncionais

Perdas na colheita de soja

Pulverização eletrostática

Passo a passo: Manutenção na entressafra

Técnica 4x4 - Trilhas em florestas

Índice Nossa Capa

Charles Echer

Destaques

Acima da médiaTestamos a MF 32, o lançamento da MasseyFerguson que chega para preencher a lacunaentre a MF 5650 e a MF 34

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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadaspelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessadospodem solicitá-las à redação pelo e-mail: [email protected]

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos quetodos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitosirão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foramselecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemosfazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões,para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidosnos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a opor-tunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.

NOSSOS TELEFONES: (53)

• GERAL3028.2000• ASSINATURAS3028.2070

• RedaçãoGilvan QuevedoCharles Echer

• RevisãoAline Partzsch de Almeida

• Design Gráfico e DiagramaçãoCristiano Ceia

• ComercialPedro Batistin

Sedeli Feijó• Gerente de Circulação

Cibele Costa• Assinaturas

Simone Lopes• Gerente de Assinaturas Externa

Raquel Marcos• Expedição

Dianferson Alves

Grupo Cultivar de Publicações Ltda.

www.cultivar.inf.brwww.grupocultivar.com

Cultivar MáquinasEdição Nº 62

Ano VI - Abril 2007ISSN - 1676-0158

[email protected]

Assinatura anual (11 edições*): R$ 119,00(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 15,00

Assinatura Internacional:US$ 80,00• 70,00

Pequenos, porém segurosNorma ISO estabelece obrigatoriedadede diversos dispositivos para garantira proteção de operadores detratores menores

Como iniciar a armazenagemProjetos enxutos, com equipamentosmultifuncionais, tornam viáveisestruturas armazenadoras, inclusiveem pequenas propriedades

Matéria de capa

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• Impressão:Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

• REDAÇÃO3028.2060• MARKETING3028.2065

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EncontroNo período de 2 a 5

de maio ocorre noRio Grande do Sul o

XXII EncontroEstadual de

Professores e o VIFórum Nacional deEnsino Agrícola. Os

eventos serãorealizados no

Cadop, em Cachoei-rinha, e no Parque

de Exposições AssisBrasil, em Esteio.

Outras informaçõespelo telefone (51)

3225.5748.

PatrocinadorA logomarca da NewHolland estaráestampada nas camisasdo time italiano defutebol Juventus. A açãopartiu do Grupo Fiat,proprietário da NewHolland, que assinoucontrato com o clube nodia 28 de março. Peloacordo, o Grupo passoua ser o patrocinadoroficial da equipe emtodas as competições,de 1º de julho a 30 dejunho de 2010. Ocontrato final seráassinado no dia 23 deabril e o Grupo Fiat teráo direito de explorar aimagem junto aoJuventus, incluindologos em todas ascamisas.

Novo comandoO pesquisadorHamilton HumbertoRamos é o novodiretor do Centro deEngenharia e Automa-ção do InstitutoAgronômico deCampinas. “Será umafase de novas oportu-nidades e conhecimen-tos em minha vidaprofissional, na qualpretendo auxiliar oCEA/IAC em seucrescimento econstante busca pelaqualidade, onde todossão beneficiados pelosresultados. Sei quenão será tarefa fácil,mas tenho a certeza deque seremos vitorio-sos.”, garante.Hamilton é colabora-dor assíduo dasrevistas do GrupoCultivar.

Linha completaA Toyota marca

presença na 13ª ediçãoda Agrishow Ribeirão

Preto. Durante oevento, a montadora

apresentará toda a sualinha 4x4: Nova Hilux,

Nova Hilux SW4,Land Cruiser Prado e onovo RAV4, que acabade chegar ao Brasil em

sua terceira geração.No estande, umaequipe de vendas

oferecerá condiçõesespeciais para quem

quiser comprar o sedãCorolla e o Corolla

Fielder. A empresa vaioferecer, ainda, umapista off-road, onde

poderão ser testados osveículos para uso em

terrenos fora-de-estrada.

Presença forteA Massey Ferguson conta com uma extensa gama de produtos para atender ao mercadosucroalcooleiro, com potência entre 75 cv e 290 cv, com foco principal para os modelos seiscilindros, com potência a partir de 140 cv até 290 cv. Entre os destaques estão os tratores MF8480 CVT (290 cv), a nova série MF 6300 HD, com os modelos MF 6350 HD, com 190 cve o MF 6360 HD com 215 cv, com exclusivo controle remoto centro fechado de alta vazão de127 lts/min com quatro saídas, regulagemtotal e individual por seção. Além dos trato-res da série MF 600 HD – o modelo MF650 HD é indicado para cultivo e transpor-te e o MF 680 HD para transbordo e pre-paro de solo. Outro trator que tem conquis-tado a preferência das usinas é o MF 290/4RM Carregador Cana com nova transmis-são (Shuttle 8F e 8R).

VisitaO cliente paulista Antonio Titoto, prestadorde serviços e produtor de cana que fornece 500mil toneladas para usinas, visitou a fábrica daJohn Deere em Catalão. Usuário de tratoresJohn Deere, conheceu a linha de produção dascolhedoras de cana CH3510 e manifestou suaadmiração pela qualidade do produto.

Direção seguraAs empresas Randon investem na formação de motoristas atravésda parceria com entidades especializadas. O trabalho existe desde2003 e agora chega à Associação do Transporte Rodoviário (ATRBrasil), em Ribeirão Preto (SP), com o Projeto do Centro de Treina-mento de Condutores de Veículos de Carga. Além da criação daconsciência da responsabilidade nas rodovias, o trabalho traz outrosbenefícios diretos como o aumento da vida útil dos equipamentos eo consumo otimizado de combustível. O diretor comercial da Ran-don, Marcos Zanotti, destaca que a empresa se orgulha deste perfilde ação social porque sabe que o retorno é evidente na redução deacidentes e na segurança nas estradas.

Líder de mercadoNa Coopavel e Expodireto a Agritech se con-solidou mais uma vez como líder no forneci-mento de equipamentos para a agricultura fa-miliar. Em ambos os eventos, clientes lota-ram o estande da empresa.

Sorteio de tratorA Pirelli vai sortear entre os clientes que adquirirem pneus agrícolas – trativos oudirecionais – no período de 15 de abril a 15 dejulho, um trator zero quilômetro New HollandTL75E. O sorteio ocorre no dia 15 de agostoem Santo André (SP), na fábrica da Pirelli. Osconsumidores receberão cupons para serem pre-enchidos e depositados nas urnas de uma das350 lojas que participam da promoção. A listadas revendas pode ser consultada no endereçowww.plantesuasorte.com.br.

Hamilton Ramos

Marcos Zanotti

Milésima colhedoraA Case comemorou em abril a produçãoda milésima colhedora de cana fabricadano Brasil. A máquina saiu da fábrica dePiracicaba, que acaba de completar dezanos de atividade, e foi entregue para aUsina São Martinho, uma das maioresdo mundo. Em 2006, a Case IH teve par-ticipação no mercado interno de 60% nosegmento de colhedoras de cana.

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rerrefino de óleo

O que fazer comlubrificante

usadoNo Brasil, apenas 24% do óleo utilizado em motores

e transmissões é recolhido para o rerrefino. Issosignifica que 750 mil metros cúbicos do produto, por

ano, são desperdiçados e descartados de formairregular, na maioria das vezes, jogados no ambiente

Atendendo à recomendação do fa-bricante da sua máquina (trator,colhedora, pick-up etc.), chegou o

momento de executar a troca de óleo do motorou da transmissão. O motivo da substituiçãodo óleo destes mecanismos é a sua degradação.A degradação do óleo ocorre por dois motivosprincipais:

1) As elevadas temperaturas do meio emque o óleo trabalha no motor, degradam conti-nuamente sua aditivação. Ou seja, os aditivosvão sendo consumidos pela ação da tempera-tura até que as suas presenças em pequenasquantidades os tornam ineficientes ao traba-

lho que deles se espera. Este efeito é conhecidocomo degradação termoxidativa.

2) Contaminação por produtos da combus-tão, borras e contaminantes diversos, presen-tes no sistema de circulação do óleo (poeira,umidade, produtos metálicos de desgaste etc.).

Portanto, após a sua retirada de serviço, acomposição do óleo usado é a seguinte:

• moléculas inalteradas do óleo básico;• compostos oxigenados (ácidos orgânicos

e cetonas);• compostos aromáticos polinucleares de

viscosidade elevada;• resinas e lacas;

• aditivos que foram adicionados ao óleobásico;

• metais de desgaste dos mo-tores e das máquinas lubrifi-

cadas (chumbo, cromo,bário e cádmio etc.) e;

• contaminantes di-versos (água, combustívelnão queimado, poeira etc.).

A classificação do pro-duto óleo lubrificante usa-do é a seguinte, segundonormas da ABNT – Associ-ação Brasileira de NormasTécnicas:

1. Segundo a norma bra-sileira NBR 10.004, o óleo lu-brificante usado é classificadocomo um produto da Classe I– Perigosos.

2. Seu armazenamento deveobedecer às recomendações daNBR 12.235 – Armazenamentode resíduos sólidos perigosos – Pro-

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“As elevadas temperaturas do meio em que o óleo trabalhano motor, degradam continuamente sua aditivação”

cedimento.3. Seu transporte é orientado pela norma

NBR 13.221 – Transporte de resíduos – Proce-dimento.

Após a drenagem do cárter quais as desti-nações dadas aos óleos usados?

Na prática existem algumas possibilidades,sendo algumas proibidas por lei, tais como:

Queima: o óleo usado é muitas vezes utili-zado na substituição de óleos combustíveis.

Descarte na natureza: o óleo é jogado nosolo e irá contaminar o próprio solo, lençóis fre-áticos e cursos d’água.

Algumas destas práticas fazem parte de tra-dicionais procedimentos aplicados em proprie-dades rurais, como: controle de cupins atravésda “pintura” da madeira com óleo queimado,ataque a bernes de bovinos etc.

Porém o mais conveniente é o reaproveita-mento através da reciclagem ou rerrefino doóleo usado que possibilita a obtenção do óleobásico, idêntico ao obtido do petróleo, com oque se formulará um novo óleo lubrificante. Ascaracterísticas do óleo usado após o rerrefino

são semelhantes as do óleo básico virgem (des-tilado do petróleo) com especificações de visco-sidade, cor, ponto de fulgor, acidez, corrosãoetc, idênticas. A rerrefinadora geralmente for-

nece o óleo básico a empresas: formuladoras,misturadoras, envasilhadoras e distribuidorasde lubrificantes. Estas empresas formulam oóleo com aditivos, transformando-o novamen-

Atualmente, a maior parte do óleo usado fica naprópria fazenda, descartado ou utilizado em pequenasdoses para práticas como pintura ou limpeza de peças

Fotos Charles Echer

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Saiba onde estão localizadas as empresas de rerrefino em operação no Brasil.

Brasquímica Lubrificantes Ltda. – Feira de Santana (BA)Brazão Lubrificantes Ltda. – Aguaí (SP)Indústria Petroquímica do Sul Ltda. – Alvorada (RS)Lubrasil Lubrificantes Ltda. – Piracicaba (SP)Lubrificantes Fênix Ltda. – Paulinia (SP)Lwart Lubrificantes Ltda. – Lençóis Paulistas (SP)Perfilub Indústria e Comércio de Produtos de Petróleo Ltda. – Mogi Guaçu (SP)Petrolub Industrial de Lubrificantes Ltda. – Belo Horizonte (MG)Prolub Rerrefino de Lubrificantes Ltda. – Presidente Prudente (SP)Proluminas Lubrificantes Ltda. – Varginha (MG)Tasa Lubrificantes Ltda. – Nova Iguaçu (RJ)

EMPRESAS DE RERREFINO NO BRASIL

te em óleo lubrificante (novo), destinado ao con-sumidor.

Foram criadas pela ANP (Agencia Nacio-nal do Petróleo) portarias que regem o meca-nismo de coleta de óleos lubrificantes usados,cujos conteúdos objetivam reforçar o cumpri-mento da Resolução nº 362 instituída peloConama (Conselho Nacional do Meio Ambi-ente). Esta resolução considera que a recicla-gem do óleo lubrificante usado ou contamina-do é instrumento prioritário para a gestão am-biental. Assim, todo o óleo lubrificante usadoou contaminado deve obrigatoriamente ser re-colhido e ter destinação adequada, de forma anão afetar negativamente o ambiente, sendoproibidos quaisquer descartes em solos, águassubterrâneas, no mar e em sistemas de esgotoou evacuação de águas residuais.

O rerrefino de óleos lubrificantes é um pro-cesso industrial que trata de recuperar parte doóleo usado, principalmente em motores. O usoautomotivo, principalmente em motores a die-sel, representa 70% do consumo nacional.

O rerrefino é feito por empresas rerrefina-doras que devem atender às normas impostaspela ANP através da portaria 127.

As empresas deste setor devem estar cadas-

tradas no Sindirrefino (Sindicato Nacional daIndústria do Rerrefino de Óleos Minerais).

O Brasil consome anualmente cerca de1.000.000 de m3 de óleo lubrificante, geran-do 350.000 m3 de óleo usado. Em 2004, 240milhões de litros foram coletados (24%), pos-sibilitando a fabricação de 170 milhões delitros de óleo básico rerrefinado. Além do

óleo básico do rerrefino obtém-se também: afração asfáltica do óleo que é usada como plas-tificante em derivados de petróleo, o gesso parauso agrícola, combustível pesado para fornosde alta temperatura e compostos orgânicosleves que são usados como combustível. A atu-al Portaria 127/99 da ANP determina que 30%do volume de óleo comercializado seja coleta-do e destinado ao rerrefino.

Nos Estados Unidos e países da Europaa troca de óleo é normalmente feita em casa.Estes países apresentam programas bem for-mulados de coleta, com incentivos à devo-lução de óleos já utilizados, onde o consu-midor obtém abatimento no preço de com-pra do óleo novo. A importância do rerrefi-no pode ser verificada em alguns benefíci-os, como:

1) Recuperação de produtos de vida fi-nita (derivados do petróleo).

2) Preservação ambiental: o descarte in-discriminado do óleo lubrificante causa ter-ríveis estragos ao meio ambiente. Por exem-plo: um litro de óleo polui um milhão delitros d’água.

3) Economia: o rerrefino de lubrifican-tes pode se apresentar como um negócio lu-crativo às empresas do ramo, e abatimentono preço do produto final ao consumidor.No Brasil as empresas de rerrefino compramo óleo usado.

Atualmente há dez empresas de rerefi-no em operação, reunidas no Sindirrefino(Sindicato Nacional da Indústria do Rerre-fino de Óleos Minerais).

Desta forma, armazene o seu óleo usa-do adequadamente em tambor metálico ourecipiente plástico. Entre em contato comuma empresa coletora e, se for o caso, seorganize em grupo para dar a destinação cor-reta a este resíduo.

Marcos Roberto Bórmio,Unesp

M

Cultivar

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segurança

CategoriaT1T2T3T4

CaracterísticaVmáx. = 40 km/h; Bit. mín. = 11150 mm; MSL > 600 kg; VL = 1000 mmVmáx. = 40 km/h; Bit. mín. < 11150 mm; MSL > 600 kg; VL = 600 mm

Vmáx. = 40 km/h; MSL = 600 kg;Aplicação especial

Tabela 1 – Classificação de tratores segundo a comunidade européiapara fins de homologação

Vmáx. = Velocidade máxima; Bit. mín. = Bitola mínima; MSL = massa sem lastro; VL = vão livre.

Um dos princípios básicos daintegração da segurança àmáquina é que ela deve ser apta a

realizar sua função, possibilitar regulagem e ma-nutenção sem que as pessoas se exponham ariscos quando operada de acordo com as ins-truções do fabricante. A adoção desse princí-pio deve ser levada em conta desde a sua con-cepção, eliminando-se os riscos previsíveis. Nãosendo possível eliminá-los totalmente, medidasde proteção devem ser tomadas.

A incorporação de dispositivos de segu-rança nas máquinas agrícolas comercializadasno Brasil ainda não é satisfatória. Por contadisso um grupo formado por representantesdos órgãos de fiscalização do Ministério doTrabalho, de instituições de pesquisa e fabri-cantes de máquinas, discute há cerca de trêsanos a elaboração de um documento norma-tivo que estabeleça os requisitos mínimos desegurança nas máquinas agrícolas. No subgru-po “tratores” o texto, à medida do possível peloconsenso, tem sido baseado em normas ISO.A versão final não disponibilizada para divul-

gação, ainda depende de aprovação e carregapara discussões futuras um item em pendên-cia: a obrigatoriedade dos tratores pequenosportarem estrutura de proteção para capota-gem (EPCC). A principal dificuldade seria deordem construtiva face à limitação de espaçona máquina, segundo os fabricantes. Teriamos tratores de pequeno porte menos riscos?Mas o que seria um trator pequeno? Aquelecom potência inferior a 52 cv? Ou aquele combitola mínima inferior a 1.300 mm? E por quenão adotar o entendimento dado pela ISO eOCDE?

Fazendo uma analogia entre as classifi-cações dos dois organismos (ISOe comunidade européia) podemosentender que o trator standard, otrator estreito e o trator pequenoda ISO correspondem, respectiva-mente, às categorias T1, T2 e T3da comunidade européia. Sejaqual for, porém, a configuração detrator, este é objeto de aplicaçãode normas de segurança.

SEGURANÇA PARA PEQUENOS E ESTREITOSA norma de segurança para tratores peque-

nos e/ou de bitola estreita, que se encontra emelaboração na ISO exigirá a adequação de di-versos itens em tratores de pequeno porte. Adi-antamos as principais exigências sobre os itensde segunraça, com o objetivo de torná-las co-nhecidas e para subsidiar futuras discussões arespeito.

Controles de operaçãoOs controles operados com as mãos de-

vem ter os espaços livres especificados na Fi-gura 1. Controles, como volante de direção,

Char

les

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Pequeno, masseguro

Pequeno, masseguro

Tratores pequenos geralmente possuem menos itens de segurança. Noentanto, esses dispositivos são tão importantes para a proteção dosoperadores quanto em qualquer outra máquina. Agora, uma normaISO que está em fase final de elaboração prevê a obrigatoriedade dediversos componentes para essa categoria

Tratores pequenos geralmente possuem menos itens de segurança. Noentanto, esses dispositivos são tão importantes para a proteção dosoperadores quanto em qualquer outra máquina. Agora, uma normaISO que está em fase final de elaboração prevê a obrigatoriedade dediversos componentes para essa categoria

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“A incorporação de dispositivos de segurança nas máquinasagrícolas comercializadas no Brasil ainda não é satisfatória”

alavancas de marcha, pedais e interruptoresdevem estar de acordo com a ISO/DIS 15077,norma que estabelece as forças de atuação, odeslocamento, a localização e o método deoperação dos controles de operação. Na parteexterna, os externos devem ser localizados demodo que o operador possa ativá-los enquan-to permanece em pé fora da zona de risco, entreo trator e o implemento. Já o controle externoda TDP, se fornecido, deve ser possível de seracionado pelo operador de um local seguro. Aaltura desse controle não deve ser maior que1.800 mm.

Meios de acesso ao posto de operaçõesQuando o piso do posto de operações for

acima de 550 mm, (medidos com os pneus demaior diâmetro) meios de acesso que atendamàs dimensões da figura 2 devem ser fornecidos.

Assento do operadorDeverá ser fornecido um assento com ajus-

te para suportar o operador em todos os modosde trabalho e operação. Também, cinto de se-gurança de dois pontos que atenda aos requisi-tos da série de normas ISO 3776, deve ser for-necido em tratores de bitola estreita que excedauma massa sem lastro de 600 kg.

Tomada de potência (TDP)A TDP traseira deve atender aos requisitos

das normas ISO 500-1 (especificação da TDPpara trator standard) e ISO 500-2 (TDP paratrator de estreito) ou da norma ISO 9193 (re-lativa a microtratores de jardinagem ). A TDPdianteira deve atender aos requisitos da ISO8759-1 (TDP e engate de três pontos monta-dos na dianteira).

Quaisquer componentes do trator quetransmita potência para a TDP e que não seenquadre na ISO 500-1 ou ISO 8759-1, de-vem ser protegidos por localização, por distân-cia de segurança ou com barreiras.

Resistência das proteções e barreirasProteção e barreiras, especialmente barrei-

ras com altura acima de 550 mm, devem serprojetadas de tal modo que possam manter umacarga vertical de 1200 N, a menos que tais pro-teções ou barreiras não possam ser usadas comodegraus.

Equipamento elétricoCabos elétricos devem ser protegidos se lo-

calizados em contato com superfícies potenci-almente abrasivas e devem ser resistentes e pro-teger contra contato com combustível ou lu-brificante. Também devem ser localizados demodo que nenhuma parte esteja em contatocom o sistema de gases de escape, partes mó-veis ou cantos agudos.

Componentes hidráulicosConjuntos de mangueiras hidráulicas fle-

xíveis na vizinhança do assento do operadordevem ser arranjados ou protegidos de modoque não representem risco ao operador em casode falha.

Tanque de combustívelO tanque de combustível deve ser resisten-

te à corrosão e satisfazer teste de vazamento auma pressão igual ao dobro da pressão de tra-

balho ou 30 Kpa a que for maior, e tambémdeve ser protegido das conseqüências de umimpacto na frente ou na traseira do trator.

O bocal de abastecimento do tanque decombustível deve ser localizado fora da cabinee a não mais do que 1.500 mm acima do soloou de uma plataforma.

Proteção contra capotamentoUm sistema de proteção contra capotamen-

to que atenda aos requisitos de ISO 12003-1(tratores agrícolas e florestais – tratores de ro-das de bitola estreita – parte 1: estrutura deproteção contra capotagem montada na dian-teira) e ISO 12003-2 (idem - parte 1; estruturade proteção montada na traseira) deve ser ins-talado no trator que tenha massa igual ou mai-

Figura 1 – Espaço livre para os controles Figura 2 – Dimensões para acesso ao posto de operação

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Nas questões de segurança opro-jeto de norma ISO/DIS

26322-1 (tratores agrícolas e florestais– requisitos de segurança – parte 1: tra-tores standard) se aplica a “tratorescom pelo menos dos eixos com rodaspneumáticas ou esteiras, cuja massasem lastro seja igual ou maior que 600kg e que a menor bitola traseira sejamaior que 1.150 mm”. A maioria dostratores agrícolas se enquadra nessascaracterísticas.

Por sua vez o projeto de norma ISO/WD 26322-2 (idem – parte 2: tratorespequenos e de bitola estreita) define:

a) trator de bitola estreita: tratoragrícola com massa sem lastro maiorque 600 kg, com bitola mínima fixa ouajustável em um dos eixos menor que1.150 mm quando equipado com pneusde maior largura.

b) trator pequeno: trator agrícolacom uma massa sem lastro igual oumenor que 600 kg.

Um pouco mais detalhada, porém,é a definição das categorias de tratorescom relação à homologação na comu-

TRATOR ESTREITO X TRATOR PEQUENOnidade européia. As categorias (sinte-tizadas na Tabela 1) são definidas deacordo com a seguinte classificação:

a) categoria T1: tratores com rodascuja velocidade máxima de desloca-mento não é superior a 40 km/h, emque a bitola mínima em um dos eixos éigual ou superior a 1.150 mm, cujamassa sem lastro é superior a 600 kg ecujo vão livre vertical é inferior ou iguala 1000 mm;

b) categoria T2: tratores com rodascuja velocidade não é superior a 40 km/h, cuja bitola mínima é inferior 1.150mm, cuja massa sem carga é superior a600kg e cujo vão livre vertical é igualou inferior a 600 mm;

c) categoria T3: tratores com rodascuja velocidade não é superior a 40 km/h e cuja massa sem lastro é igual ouinferior a 600 mm;

d) categoria T4: outros tratores comrodas cuja velocidade não é superior a40 km/h mas, que devido à necessida-de de trabalhar em situações especiaissão destinados a utilizações específi-cas.

or do que 600 kg.Baterias, reservatórios de óleo e siste-

mas de refrigeração devem ser localizados,construídos, revestidos e/ou selados paraminimizar o risco de respingo que possaser danoso ao operador em caso de tomba-mento.

Superfícies quentesSuperfícies quentes que possam ser alcan-

çadas não intencionalmente pelo operador du-rante o uso normal da máquina devem ser co-bertas ou isoladas. Isso se aplica às superfíciesquentes próximas de degraus, corrimões, ma-nípulos e partes da máquina usadas como meiode acesso e que possam ser inadvertidamentetocadas.

Gases do escapamentoO sistema de exaustão do motor deverá li-

berar o gás do escapamento para longe do ope-rador e da entrada de ar da cabine.

Sinalização instrucional e de segurançaSinalização de segurança deverá ser

adequadamente visualizada quando for

necessário alertar o operador e outros dorisco de injúria pessoal durante o usonormal de operação e serviço, e deveráobedecer aos requisitos da ISO 11648. Asinalização instrucional relacionada àoperação e manutenção do equipamentodeve ter aparência, especialmente na cor,

diferente da sinalização de segurança noequipamento.

MELHORIA DA SEGURANÇAÉ certo que a melhoria do nível de

segurança encarece a máquina. Entredois equipamentos de mesma capacida-de operacional, o usuário prefere com-prar o mais barato, normalmente despro-vido desses itens. O fabricante que in-veste em segurança compete em desigual-dade com aquele que não oferece prote-ção. Os tratores de pequeno porte, prin-cipalmente pelo baixo preço tendem a sermais onerados com as melhorias. Entre-tanto, não se pode por conta disso negli-genciar a segurança do operador. Oacompanhamento (quando não a parti-cipação) das empresas nas atividades denormalização no exterior e no Brasil podecontribuir para isso.

Outras exigências são a proteção desuperfícies quentes ou sua localização em

área de difícil acesso

Ila Maria Corrêa,CEA/IAC

M

Uma das exigências é a localização do canode escape em local que direcione a emissãodos gases para longe do operador

Charles Echer

Mas

sey

Ferg

uson

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compressores

Compressores de ar são equipa-mentos comuns em empresasrurais e indústrias. Porém, por

desconhecimento, alguns cuidados básicoscom respeito à sua lubrificação são negli-genciados e, com isto, a vida útil destes equi-pamentos é abreviada. Há vários tipos decompressores de ar. Os mais utilizados, po-rém, em empresas rurais e indústrias são oscompressores alternativos, de pistões, ecompressores tipo parafuso.

Antes de falarmos sobre lubrificação decompressores temos que entender que asespecificações técnicas sobre seus lubrifican-tes não são as mesmas que para óleos auto-motivos. É muito comum, principalmenteem compressores alternativos de pistões, autilização de óleo de motor como lubrifi-cante. Apesar de muitos adotarem esta prá-tica há alguns inconvenientes em se fazeristo, pois os óleos automotivos são óleosbastante aditivados e podem formar resíduoscarbonosos na válvula de descarga dos com-pressores provocando o seu travamento pre-

maturo e, até mesmo, explosões.A viscosidade de um óleo, que é a sua

característica mais importante, para utili-zação de compressores deve ser especifica-da de acordo com a norma ISO 3448 con-forme a Tabela 1. Os graus de viscosidadepor esta norma são compostos por númerosque significam o ponto médio da viscosida-de do óleo à temperatura de 40o C. Porexemplo, um compressor que especifiqueum óleo lubrificante ISO VG 100 significaque a viscosidade deste produto deve estarcompreendida, a 40o C, entre 90 – 110 cSt(unidade de medida de viscosidade signifi-cando mm²/s ).

Escolhendo adequadamente a viscosida-de do lubrificante teremos, então, que veri-ficar as suas propriedades físico-químicas.

Trocar o óleo?

Óleos para compressores devem ter excelen-te resistência à oxidação, inibidores de fer-rugem, anti-espumante podendo conter,também, aditivos detergentes/dispersantese antidesgaste.

Para uma seleção correta da viscosidadedo lubrificante para o compressor, é impres-

Ao contrário do que muitos possam pensar, óleos lubrificantes decompressores de ar necessitam de trocas periódicas. Se não realizadas, podem

abreviar a vida útil do equipamento e até mesmo provocar explosões

É muito comum, equivocadamente,a utilização de lubrificantes

automotivos em compressores

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“Por serem equipamentos que ficam em locais de poucavisibilidade a troca do lubrificante é, muitas vezes, esquecida”

Abril 07 • 19

Lei de formação Faixa = + 10% do ponto médioTabela 1 - Padrão ISO 3448

Grau deviscosidade - ISO

2357

101522324668

100150220320460680

10001500

Mínimo1,982,884,146,129,0013,519,828,841,461,290,0135,0198,0288,0414,0612,0900,01350,0

Máximo2,423,525,067,4811,016,524,235,250,674,8

110,0165,0242,0352,0506,0748,0

1100,01650,0

Pto. Médio2,23,24,66,8

10,015,022,032,046,068,0100,0150,0220,0320,0460,0680,0

1000,01500,0

Viscosidade a 40oC (cSt)

cindível consultar os manuais dos fabrican-tes. Via de regra, as seguintes especificaçõessão recomendadas pelos fabricantes de com-pressores: compressores alternativos (pis-tões) ISO VG 100 ou 150. Para compresso-res tipo parafuso ISO VG 46 ou 68.

Outro ponto muito importante, e quefreqüentemente é desconsiderado, é a peri-odicidade de troca do lubrificante. Por se-rem equipamentos que ficam em locais depouca visibilidade, a troca do lubrificanteé, muitas vezes, esquecida. Periodicidadeselevadas de trocas de óleo lubrificante levaà sua oxidação, formação de borras no cár-ter com travamento de anéis de segmento edesgaste precoce de casquilhos ou mancaisde rolamento. Para uma determinação daperiodicidade correta da troca do óleo lu-

Se não trocado, o óleo lubrificante pode oxidar,formando borras no cárter com travamento de anéis desegmento e desgaste precoce de casquilhos ou mancais

brificante deve-se recorrer ao manual dofabricante do equipamento.

Para uma orientação de cunho geral -que não substitui a recomendação do fabri-cante do compressor - têm-se visto as se-guintes recomendações por parte dos fabri-cantes dos compressores: para compresso-res alternativos tipo pistões, troca de óleo acada 300 horas de serviço ou a cada trêsmeses (o que primeiro ocorrer). Para com-pressores tipo parafusos, a troca deve serrealizada entre mil e duas mil horas paraóleos minerais ou a cada 12 meses (o queocorrer primeiro). Caso esteja usando óleossintéticos, o período pode estender-se poraté oito mil horas.

Para compressores tipo parafuso há uma

tendência bastante forte quanto a utiliza-ção de lubrificantes sintéticos. São produ-tos até cinco vezes mais caros que os de basemineral, mas a sua viscosidade é muito maisuniforme e a resistência à oxidação é muitomaior, proporcionando uma lubrificaçãobastante superior aos produtos de base mi-neral e intervalos entre as trocas mais espa-çados.

Muitos usuários de compressores não seapercebem que os óleos de compressores têmtemperaturas limites de trabalho. Em facedisto, é vital que o compressor seja instala-do em local arejado e que se verifique juntoao fabricante qual a temperatura de traba-lho recomendada. Temperaturas de traba-lho acima das recomendadas ou mudançasdrásticas de temperatura são motivo de pre-ocupação e devem ser corrigidas.

Não se pretende, com este artigo, subs-tituir as recomendações dos fabricantes decompressores. Todas as recomendações so-bre manutenção preventiva encontram-senos manuais de serviço e é vital que eles se-jam consultados. O maior custo de manu-tenção do equipamento não é, na maioriadas vezes, de peças de reposição; é a horaparada quando mais se necessita de seu uso.Pequenos cuidados de manutenção podemsignificar vida longa aos compressores.

Marcos mostra quais os cuidadosnecessários para aumentar a

vida útil dos compressores de ar

Marcos Thadeu G. Lobo,Petrobras Distribuidora S.A

M

Esquema de funcionamento de compressoresalternativos pistões

Fotos Marcos Tadeu Lobo

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22 • Abril 07

símbolossilos

Figura 2 – Unidade compacta comsistema de secagem e armazenagem.

(Perspectiva II)

Figura 1 – Unidade compacta comsistema de secagem e armazenagem.

(Perspectiva I)

Éconsenso que a armazenagem napropriedade resulta em uma sé-rie de benefícios. Dentre eles, eco-

nomia no frete, redução dos custos de arma-zenagem com terceiros, venda no momentomais conveniente resultando em maior lu-cratividade.

A interação com a área de pós-colheita,nos reporta num primeiro momento a arma-zéns de fundo plano, ou semi-V, secadores,silos metálicos ou de concreto, equipamen-tos de transporte de grãos, além de uma sériede termos conhecidos desse segmento da ca-deia do agronegócio. Esses termos são conhe-cidos pelo uso diário. Quando falamos emsecagem e armazenagem pensamos em es-truturas babilônicas, num secador, em ele-vadores, silos pulmão, transportadores, siloscom aeração, sendo assim, imagina-se que éimpossível em propriedades menos extensaster-se uma estrutura de armazenagem juntoà propriedade.

Conforme colocado anteriormente, esseé um fator cultural implantado no transcor-rer de décadas, mas que tende mudar. Asbaixas margens no setor do agronegócio, osorçamentos apertados, ao mesmo tempo emque afetam a todos, levam-nos a refletir so-bre opções como ter o produto disponível napropriedade. Porém para uma parcela dosprodutores existe a idéia de impossibilidade

na unidade de armazenagem própria, muitopelos custos de uma unidade nos moldes con-vencionais. Isso quando pensamos naforma convencional, porém se desenvolvidosprojetos enxutos com equipamentos multi-funcionais os custos certamente serão redu-zidos. Para se ter uma unidade enxuta pro-pomos um projeto simples e funcional, obje-tivando economia, funcionalidade e flexibi-lidade.

Trata-se de uma unidade econômica porser secadora e armazenadora no mesmo equi-pamento, funcional porque o fluxo permiteque sejam efetuadas todas as operações deunidades convencionais e flexível, pelo fatode permitir ampliação para fluxos maiores.

Uma unidade nesse padrão (nível fazen-da), com sistema armazenador secador, com-pacto, com movimentação bem dimensiona-da, tem o retorno do investimento em tem-po reduzido, gerando lucro, passando assima ser um modelo viável para a realidade deuma parcela significativa de produtores ru-rais. Como isso é possível? Eliminando equi-pamentos, alguns de alto custo que são utili-zados apenas em curtos períodos do ano agrí-cola. Estamos tratando aqui de uma mudançade paradigma, essencial para o aumento dacapacidade armazenadora a nível fazenda noBrasil.

O começo dessa unidade deve atender anecessidade básica (limpeza, secagem e arma-

Armazenagemque cabe nobolso

Estruturas armazenadoras geralmente lembram altos investimentosfinanceiros, o que restringe a sua expansão nas fazendas. Mas existemprojetos mais enxutos e menores, com equipamentos multifuncionais,viáveis, inclusive, em propriedades menores

Armazenagemque cabe nobolso

Estruturas armazenadoras geralmente lembram altos investimentosfinanceiros, o que restringe a sua expansão nas fazendas. Mas existemprojetos mais enxutos e menores, com equipamentos multifuncionais,viáveis, inclusive, em propriedades menores

GSI

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“Para se ter uma unidade enxuta propomos um projeto simples efuncional, objetivando economia, funcionalidade e flexibilidade”

UmidadeEntrada (%)

22,021,020,019,018,017,016,015,014,5

UmidadeSaída (%)

14,014,014,014,014,014,014,014,014,0

Temp.Amb.300C300C300C300C300C300C300C300C300C

Temp.Secagem

450C450C450C450C450C450C450C450C450C

UR. Ar(%)656565656565656565

Rendimento(ton/h)

2,62,93,44,04,96,59,5

18,919,0

Total deHoras257,9227,0197,1108,0133,0102,669,535,134,9

Tabela 1 – Secagem através de sistema silo secador commesclador (Starsec) modelo 36 06

* Especificações aferidas para o grão milhoCasos de utilização desse sistema de secagem podem ser verificados em situações convencionais,ou em casos específicos, na secagem de sementes em produtos como feijão e milho pipoca, empropriedades, dos estados do RS, GO, SC, MG,MS.

zenagem) com possibilidade de ampliação nodecorrer dos anos. Uma unidade tida comocompacta caracteriza-se pela utilização de umsistema secador armazenador, ou seja, umequipamento que exerce a função de secar e/ou armazenar. Esse modelo de unidade flexí-vel é possível, conforme Figura 1 e Figura 2 econsta de uma moega de recebimento, eleva-dores (dois), correia transportadora, pré-lim-peza e uma unidade armazenadora secadora.

A seguir detalharemos o funcionamen-to se um sistema armazenador secador(Starsec), utilizado na unidade proposta,porém primeiramente devemos esclareceralguns pontos, sobre a secagem nesse siste-ma e a secagem em silos secadores. Seca-gem em silo secador trata-se de uma seca-gem ocasionada pelo alto fluxo de ar em-pregado no processo de aeração, onde nomanejo emprega-se o uso de um ventiladorcentrífugo de elevada vazão.

O sistema aqui proposto (armazenadorsecador) diferencia-se dos silos secadores con-vencionais por possuir três característicasespecíficas junto ao silo: primeira, é um silocom piso totalmente perfurado, ou seja, aratingindo 100% dos grãos ou sementes. Se-gunda é equipado com um sistema ventila-dor aquecedor, e, terceira, possui um siste-ma de revolvimento de grãos que permite asecagem com homogeneidade.

Além de se tratar de uma unidade enxu-ta, esse sistema de secagem proporciona a

eliminação de um agravante das práti-cas de aeração que é à frente de secagem.Frente de secagem nada mais é do que aprimeira camada a receber o ar, sofrendogeralmente uma sobresecagem, o que ocasi-ona perdas econômicas na comercialização.

O diferencial portanto reside no fato dessesistema de ventilação insuflar ar corrigido,com características higroscópicas desejadasatravés de um sistema ventilador queimador,que além da correção ainda proporciona umahomogeneidade de secagem através de umsistema mesclador de grãos.

O cuidado com a secagem, principalmen-te a homogeneidade é um fator determinan-te, principalmente em grãos destinados à ali-

mentação humana como é o caso de arroz efeijão, que podem ter as características físi-cas de cocção (cozimento), modificadas sesecados fora das condições adequadas.

A homogeneidade proporcionada pelosistema de revolvimento (Figura 3a e 3b),ocorre pelo processo de intransilagem den-tro do sistema. A grande vantagem do revol-vimento reside no aumento do espaço inters-ticial (espaço entre os grãos), diminuindo apressão estática, facilitando o fluxo de ar portodos os pontos da massa de grãos.

Figura 3 – Comportamento da secagem estacionária (a), e secagem com mesclagem da massa de grãos. (b)

Figura 4 – Componentes de um sistema armazenador secador

A) B)

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24 • Abril 07

Unidade comsecador top dry e

armazenadores

GSI

* Especificações aferidas para o grão milho.

Tabela 2 – Modelos de sistema armazenador secador. (Brasil)

(sacos)1700230030004700676067606760

(ton.)102138180282405405405

(ton/dia)40516789

114114114

Capacidade Armazenagem(ton/h)

1,782,152,683,724,754,754,75

Capacidade Secagem Ventil.(HP)10102020252525

Umid. inicial

22222222222222

Umid. Final

14141414141414

Altura corpo

6,736,736,736,736,736,736,73

Diâmetro

5,486,407,319,14

10,9710,9710,97

Caracol(No)

2233346

(m) (%)

Quanto às características técnicas de fun-cionamento do sistema starsec, as taxas desecagem (rendimento) encontram-se especi-ficadas (Tabela 1) seguindo característicasambientais pré-definidas. Os rendimentosforam tomados, considerando o corpo do se-cador completo, portanto variam dependen-do da quantidade de produto no secador edas condições ambientais no momento dasecagem.

FLUXO DE SECAGEM DA UNIDADECom o passar dos anos há necessidades

de incrementar a capacidade de armazena-mento e aumentar o fluxo de secagem daunidade. Uma opção de ampliação nessemodelo de secador é aumentar a capacidadede secagem do próprio secador. Desde queplanejado o upgrade da unidade através datransformação de um secador modelo star-sec em um secador de topo. No sistema aquiproposto o upgrade da unidade passa pelatransformação de um silo secador modelo 3606 anéis para um secador de topo, apenascom a mudança de estrutura do telhado. O

fluxo aumenta dos 4,75 t/h para até 55 t/h(milho-baixando cinco pontos)

A transformação do sistema starsec emum secador de topo, é feita através da ade-quação de uma câmara de secagem superior.Essa câmara pode ser instalada em modelosde silos ou secadores de 5,48 a 10,97 m. Lem-bramos que essa possibilidade é válida paralinha de silos GSI, que já estão previamentecalculados para receber os esforços advindosdo telhado de secagem. “Para outros mode-los é possível desde que analisado o diagra-ma de chapas do corpo do silo.”

A previsão de ampliação futura em uni-dades armazenadoras deve ser planejadanos projetos preliminares para que a am-pliação de fluxos de entrada, saída e o au-mento do fluxo de secagem, não fiquemlimitados ao subdimensionamento de tú-

Figura 5 – Ampliação do fluxo de secagem atravésde upgrade do secador

Componentes:1. Cintas de nivelamento (3 un.)2. Pilares de sustentação.3. Sensores de enchimento da câmara.4. Sensores de temperatura (3 un.)5. Difusores de ar6. Anel de reforço central7. Chapas de piso da câmara8. Placas de descarga9. Vigas de suporte do piso da câmara10. Conexão viga C, com corpo secador11. Calhas de descarga12. Coletor de amostras.

neis e poços de elevadores. Da mesma for-ma a inclusão de mais máquinas de limpe-za para ampliação do fluxo deve ser previs-ta no projeto para aumento no fluxo deunidades.

O modelo proposto é um caso específicode secadores cilíndricos. Salientamos queupgrade em secadores contínuos de configu-ração tradicional também é possível atravésda inserção de mais módulos, aumento devazão de ar etc.

A ampliação de fluxos, manejo em seca-dores de diferentes modelos, os princípios defuncionamento de secadores e manejo des-tes, o processo de retirada de umidade do grãosem dano, serão abordados em outra opor-tunidade.

Clóvis Priebe Bervald,GSI

M

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A máquina MF 32 está equipada com cinco saca-palhas, mais compridos que os outros modelos,

sendo mais eficiente na separação

MF32

Recebemos o convite da RevistaCultivar Máquinas para umtest drive com o novo lança-

mento nacional da Massey Ferguson emmáquinas de colheita, a MF 32.

Já sabíamos da existência de uma pré-série trabalhando pelo Brasil e por ou-tros países da América do Sul, mas ain-da não tínhamos contato com a máqui-na, nem conhecíamos suas característi-cas e intuímos encontrar uma miniaturada MF 34, compondo mais um modeloda família Massey Ferguson.

A máquina que testamos tinha pneusradiais, 28LR26 tubeless na dianteira e16.0/70-20 na traseira, que foram pos-tos por pedido exclusivo do produtor queacredita que traga vantagem na reduçãode vibrações, coisa que incomoda emqualquer máquina que utilize pneus di-agonais. Mas este tipo de pneu não é desérie nesta máquina e nem consta na lis-ta de opcionais.

Este modelo é uma reunião de carac-terísticas de duas linhas, a da antiga eeficiente 5650 e a recente 34. É uma má-quina que entra para preencher uma la-cuna, ou seja, superar a barreira dos li-mites tecnológicos da 5650 oferecendouma máquina com alta capacidade deprodução (t/h) para disputar espaço comas concorrentes da sua classe (Classe 4).A 5650 segue como opção, sendo uma

máquina mais simples, mais barata.Esta máquina está dirigida ao merca-

do que exige mais tecnologia, como a queestá presente no Datavision II e em ou-tros itens, e principalmente nos chamoua atenção, as características inovadorasem separação, pois a máquina emboranão tenha crescido em volume, teve umcrescimento em comprimento, o que re-fletiu em maior área de saca-palha e pe-neiras.

O motor é um SISU, modelo 620 DSde 6600 cm³, com potência de 200 cv a2200 rpm. O tanque de combustível é de470 o que confere uma boa autonomia.

O motor, por sinal foi um dos itensque testamos com maior intensidade, au-

mentando a velocidade na operação paravê-lo “sofrer” e mesmo assim ele perma-necia bastante regular no funcionamen-to, caindo muito pouco de rotação e man-tendo perdas na escala baixa, como nosapresentava o painel eletrônico, sensívelao toque.

Para auxiliar a melhor utilização dapotência hidráulica a máquina conta comsistema sensor de carga que devolve parao depósito o óleo que não está sendo uti-lizado. Na maioria das máquinas este sis-tema é aberto fazendo circular uma gran-de quantidade de óleo, sem necessidade.

A transmissão é hidrostática de trêsmarchas com variador de velocidade aci-onado por um joystick onde diversas fun-

Acima da médiaAcima da média

Sistema de dupla cascata utilizado nas peneirasauxilia na limpeza do grão e aumenta o rendimento

e a capacidade operacional da máquina

Testamos a MF 32 antes mesmo dela chegar às revendas. O modelo, que veiopara preencher a lacuna entre a 5650 e a recente MF 34, mostrou que apesar deter tamanho médio, seu desempenho é de máquina grande

Testamos a MF 32 antes mesmo dela chegar às revendas. O modelo, que veiopara preencher a lacuna entre a 5650 e a recente MF 34, mostrou que apesar deter tamanho médio, seu desempenho é de máquina grande

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“Para auxiliar a melhor utilização da potência hidráulica a máquina conta com sistemasensor de carga que devolve para o depósito o óleo que não está sendo utilizado”

Excelentes acessos para as áreas demanutenção incentivam que o agricultorrealize inspeções e antecipe decisões

O produtor notou na hora dadescarga que a máquina tinha

maior produtividade

Muito interessante o sistema que permite escamotear ofiltro de ar, sem desconectá-lo. A altura total da máqui-

na reduz consideravelmente para o armazenamento

ções podem ser acionadas sem a necessi-dade de acesso secundário ao painel decomandos.

Como em todas as máquinas desteporte e categoria, o posto do operador écabinado com eficiente sistema de clima-tização, que em nada lembrava o climaquente lá de fora. Pequenos sinais de mo-dificações da plataforma do sistema au-tomático se ouviam dentro da cabina. Oacesso ao posto de operação e ao local demanutenção de serviço feito por escadasbem projetadas é fácil. Como curiosida-de, vimos um inovador sistema de esca-moteamento da tomada de ar, que facili-ta o acesso da máquina ao local de arma-zenamento, reduzindo a sua altura total.

Aliás, é quase inevitável a atraçãodentro da cabina para o painel do Data-vision II®, colocado na lateral direita emque o operador pode ver instantaneamen-te os dados da sua colheita, como área,tempo, capacidade de produção, veloci-dade, monitoramento de componentesetc. Este sistema é evolucionado do an-

terior e chama-se Datavision II, diferen-te do Fieldstar, que possibilita o uso deagricultura de precisão, que é item opci-onal nesta máquina.

O modelo que testamos equipado comuma plataforma de 20 pés, ou 6,1 metros,a maior das opções disponíveis para omodelo, que ainda pode vir com 16 e 18pés. Neste item inclusive, logo que come-

çamos a tomar impressões do agricultor,ele deixou claro que a queria agora com23 pés, pois, pela sua avaliação, poderiatrabalhar com esta largura sem problemas,porque nenhuma das condições de “em-buchamento” havia provocado problemas,já que a máquina processa bem a soja queele havia colhido.

Também havia satisfação pelo produ-tor, na questão de altura de corte, pois osistema de autonivelamento, o controle dealtura de corte e o controle de altura deplataforma funcionam satisfatoriamente.O molinete tem acionamento hidráulico,com sincronismo de velocidade de deslo-camento e rotação automática.

Este modelo de máquina também estásendo testado no arroz, pois suas carac-terísticas de baixo peso e fácil operação,

Fotos Charles Echer

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28 • Abril 07

O novo modelo estará disponível a partir de maio. Estamáquina faz parte de uma pré-série de 20 máquinasque estão trabalhando no Brasil e países da América

A MF 32 testada já está na suasegunda safra nos 500 hectares dafazenda em XV de Novembro (RS)

resultam em alto rendimento e capaci-dade de produção.

A nova MF 32 vem equipada comuma plataforma flexível Powerflex com asseguintes características: controle auto-mático da altura, sistema de nivelamen-to automático, deslizadores plásticos paraas sapatas flexíveis, pontões divisores la-terais longos e controle automático da ve-locidade do molinete. Os controles au-tomáticos são comandados pelo sistemaDatavision II, onde o operador calibra asfunções de controle da plataforma e fazo ajuste operacional.

Inúmeras são as vantagens do novomodelo as quais podemos obter durantea colheita como, por exemplo, as sapatasflexíveis que faz com que a plataformaacompanhe as ondulações do terreno per-mitindo um corte mais baixo; o moline-te apresenta movimento vertical comumàs demais plataformas, mas com um di-ferencial de poder realizar um movimen-to para frente e para traz comandado ele-tro-hidraulicamente da cabina.

Assim como a velocidade de rotaçãodo molinete, que varia conforme a velo-

cidade de deslocamento da máquina, fei-ta automaticamente pela presença desensores e determinada em função dotipo de cultura e das condições de colhei-ta, conferindo maior comodidade ao ope-rador. O nivelamento automático permi-te que a plataforma acompanhe as irre-gularidades do terreno mediante a incli-nação lateral em até 8° para ambos oslados em relação à máquina, a uma altu-ra pré-determinada em toda a sua exten-são permitindo um corte uniforme e ummelhor recolhimento em relação às de-mais quando operando em terrenos in-clinados, o que diminui as perdas.

Uma outra regulagem pode ser feitana barra de corte, a qual permite ajustaro ângulo de corte em 5° na vertical obje-tivando diminuir a altura de corte, sen-do uma opção a mais para cultivares queapresentam a inserção da primeira vagemmuito baixa.

Além das vantagens operacionais, háuma preocupação crescente com a segu-rança, e a plataforma da MF 32 possuium sistema de proteção para correias,polias e demais componentes com o ob-

jetivo de evitar acidentes, não permitin-do que as partes em movimento fiquemexpostas.

O cilindro de trilha utiliza o sistemaMaxitorque II que permite maior carga so-bre as correias, resultando maior aderên-cia às polias e conseqüentemente menorpatinamento. O cilindro de trilha tam-bém é maior que o da 5650 (600 mmcontra 560 mm). Manteve-se o sistema

Por características da cultura, infestação de insetos e aseca, ocorre desuniformidade de umidade na planta. Amáquina deve ser capaz de trabalhar nestas condições

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“Este modelo de máquina também está sendo testado no arroz, pois suas características debaixo peso e fácil operação, resultam em alto rendimento e capacidade de produção”

Abril 07 • 29

Oteste com a MF 32 foi realizadona localidade de Esquina São Car-

los, no distrito de Pinheirinho, municípiode Ibirubá, centro-norte do estado do RioGrande do Sul. Para sermos mais exatos,na propriedade de Jorge Franken, agricultorexperimentado e que foi um dos que ad-quiriram uma das máquinas da pré-série.Por sinal, este conjunto de vinte máquinasfoi vendido a diferentes agricultores em umsistema bastante criativo, que depende deuma confiança mútua entre empresário e ofabricante. E isto, de ambas as partes ficouclaro que havia de sobra. Franken é clienteantigo da marca e dispõe de outra colhe-dora e tratores da marca. A aquisição é fei-ta com proteção de um contrato em que ofabricante se compromete a adicionar àmáquina entregue, todos os itens que te-nham sido modificados, fruto da evolução

O CAMPO DE PROVASdo projeto. Afinal, são vinte usuários, comsistemas diferentes, proporcionando infor-mação aos diferentes departamentos daempresa fabricante e que, em muitos ca-sos, geram novas idéias e conseqüente-mente, modificações do projeto. Colabo-raram para a evolução deste modelo, agri-cultores do Brasil, Argentina e Bolívia.

Fotos Charles Echer

A plataforma de 20 pés é básica no sistema, maspelo rendimento da máquina poderá utilizar uma

plataforma de 23 pés sem problemas

de alta inércia do conjunto, como na MF34. O côncavo tem 0,8 m² de superfíciecom 11 barras e um ângulo de envolvi-mento de 117 graus.

Como dissemos, os cinco saca-palhassão mais compridos, sendo 50 cm maiorque as duas irmãs 34 e 38, com 4950 mme 241 mm de largura cada, o que lhe con-fere maior eficiência na separação.

Tínhamos uma expectativa criada

para o sistema de separação rotativa, quesabíamos existir neste novo modelo.Frustramos-nos, pois para soja é opcio-nal e não equipava a máquina do test dri-ve. Para o arroz é item de série. Consti-tui-se de um rotor posicionado transver-salmente atrás do cilindro. Este sistemaé muito importante para a colheita commaior umidade. Na soja é comum ter-seponto ótimo de colheita na vagem e ahaste ainda verde com excessiva umida-

de para a operação.A limpeza é feita com um sistema de

dupla cascata, isto é, dois degraus, umno princípio e outro já na bandeja inter-mediária. Quando o fluxo de massa caina primeira cascata, recebe um jato dear. O mesmo acontece quando a massarestante cai na segunda cascata. O inte-ressante neste sistema é que há umagrande separação da palha dos grãos jáneste estágio, não sobrecarregando as

João e Jorge Franken

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30 • Abril 07

Acesso fácil paramanutenção em diversospontos da máquina

Fotos Charles Echer

A equipe de avaliação do Núcleo de Ensaios deMáquinas Agrícolas: Gismael Perin, José Fernando

Schlosser, Reges Durigon e Alexandre Russini

peneiras. Isto confere para a colhedora,mesmo colhendo em velocidades maio-res, uma alta capacidade de limpeza.Além disso, as peneiras superiores pos-suem quatro divisores longitudinais, quepara condições de relevo inclinado, nãosobrecarregam apenas uma parte lateralda peneira.

O sistema de ventilação é outro pon-to que nos chamou a atenção, pois apre-senta fluxo transversal de ar, diferente doradial utilizado nas duas 34 e 38. Estetipo de ventilador distribui melhor o flu-xo de ar no sistema, aumentando a efici-ência da limpeza.

Antes de irmos para o campo operara máquina, perguntamos ao proprietárioda máquina testada, Jorge Franken, qualera a sua opinião sobre a máquina e ou-vimos um lacônico: “muito boa”. Sobreos pontos positivos marcantes ele men-cionou a transmissão hidrostática, a boaprodutividade e as reduzidas perdas. E,ainda insistiu que, em sua opinião, a fá-brica deveria lançar, pelo menos comoopcional, a possibilidade de plataformade 23 pés, pois crê que poderia utilizar

sem problemas, devido à alta capacidadede processamento da máquina.

O fabricante informa que vê com bonsolhos a possibilidade de oferecer esta alter-nativa de plataforma sob consulta para aque-les clientes em que há esta possibilidade eque não tenham problemas de sobrecargado sistema de trilha, separação e limpeza.

O produtor estima que, em relação a suaoutra colhedora, uma 5650, seminova, aprodutividade tenha superado os 50%, poisela consegue aumentar a velocidade de ope-ração, sem aumentar as perdas de grãos. Por

sinal, o ele ressalta como pontos importan-tes em uma máquina, considerando as suascondições particulares, que ela possa sertransportada entre propriedades sem a ne-cessidade de retirar-se a plataforma, passan-do sem problemas por pontes, porteiras etc.Assim uma máquina estreita de bitola é aideal. Também não deixou de elogiar o sis-tema de ventilação e as peneiras. Como pon-to negativo, crê que um sensor de rendimen-to, que lhe permita montar mapas de pro-dutividade é algo necessário, ao lado doDatavision II.

Uma máquina com alto rendimentooperacional permite ao agricultor trabalharcom menores jornadas, aproveitando osmomentos em que a umidade está ideal. Porisso, na sua propriedade só se colhe das 12horas às 18 horas.

Durante o teste, colhemos as velocida-des entre 4,7 km/h e 5,6 km/h com rotaçãode motor em torno de 2200 rpm, e rotaçãode cilindro entre 520 e 550 rpm.

José Fernando Schlosser,Gismael Perin,Reges Durigon eAlexandre Russini,UFSM

M

Page 31: Maquinas 62

Na hora de controlar a ferrugem, porexemplo, geralmente são utilizadas pontas

que produzam gotas menores

plataformas

Com crescente demanda de ma-téria-prima para produção debiodiesel, novas culturas estão sen-

do inseridas ou ampliadas na agricultura brasi-leira, como é o caso do girassol e da mamona.Para a sua produção, algumas máquinas espe-cíficas são necessárias, em alguns casos, ou adap-tações devem ser feitas em implementos con-vencionais.

Para colheita de girassol e mamona, porexemplo, kits com acessórios para adaptação emplataformas de milho, já estão disponíveis nomercado. A GTS do Brasil, que desenvolve ecomercializa plataformas de milho, oferece tam-bém dois kits de acessórios para serem adapta-dos em seus implementos. Os kits foram de-senvolvidos para melhor performance nas co-lheitas de girassol e mamona, realizando sim-ples mudanças na plataforma original para mi-lho.

KIT DE GIRASSOLPara a colheita de girassol, é necessário a

troca de correntes com número maior de aden-

pre desligado e o freio de estacionamento seracionado sempre que precisar fazer alguma re-gulagem ou outro procedimento na platafor-ma. Certifique-se que não foram deixadas fer-ramentas no interior ou sobre a plataforma.

Utilize velocidade adequada durante a co-lheita, transporte e manobras com a platafor-ma. Velocidades elevadas poderão causar da-nos aos componentes, peças e conjuntos e ain-da colocarem em risco a vida de pessoas e ani-mais. Antes de qualquer atitude, leia atenta-mente o manual de operação e siga as adver-tências fixadas na plataforma.

MANUTENÇÃOAntes de iniciar a operação de colheita,

deve-se realizar a manutenção, fazendo um re-paro geral. Verifique pinos e aperto dos parafu-sos fixadores de todos os mancais e das peçasde engate da plataforma para que se evite pos-síveis danos em elementos móveis, e faça umalimpeza criteriosa da plataforma. Não esqueçatambém de ajustar as tensões, alinhar e lubrifi-car os correntes recolhedores e de transmissão.Após término da safra, deverá ser feita uma lim-peza completa da plataforma, com remoção dosrestos de inços e pó, que atraem umidade epodem provocar corrosão em algumas peças.

Se o kit for devidamente instalado e a ma-nutenção for feita regularmente, é possível co-lher mamona e girassol com plataformas demilho sem perdas ou problemas.

MultifunçõesPlataformas para colheita de milho podem ser adaptadaspara colher girassol e mamona. Kits disponíveis nomercado permitem a utilização do mesmo implementopara a colheita de mais de uma cultura Um kit de correntes de escovas, para colheita de

mamona, pode ser facilmente instalado no lugardas correntes com adendo

Plataforma com o kit de escovas instalado. Épossível colher com os bicos em posição normal

ou invertida, com pontas para cima

dos recolhedores, além da troca das engrena-gens dianteiras esticadoras maiores. Deve-setambém incluir uma chapa de fechamento nasmesas possuindo uma contrafaca no meio paraimpedir que a flor caia no meio das mesas reco-lhedoras. O flange esticador e os guias estica-dores também devem ser trocados.

KIT DE MAMONAPara a colheita de mamona, deve-se trocar

as correntes com adendo por correntes comescovas nas pontas. Pode-se colher com os bi-cos em posição normal ou com bicos invertidoscom as pontas para cima.

O sistema de colheita com os kits de aces-sórios para mamona e girassol é o mesmo que osistema de colheita de milho. Poucas são as al-terações de peças para instalação do kit paraseu devido funcionamento, mas alguns cuida-dos devem ser tomados.

CUIDADOSComo em qualquer outro procedimento de

manutenção ou regulagem de implementos,somente pessoas com o completo conhecimentodo conjunto plataforma-colheitadeira devemoperar os mesmos e fazer reparos nos compo-nentes e conjuntos com máxima segurança.

O motor da colheitadeira deve estar sem-

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Abril 07 • 31

Fotos GTS

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32 • Abril 07

perdas

Ocrescimento da mecanizaçãoagrícola aliado às novas tecno-logias permitiram a expansão das

áreas cultivadas tornando o Brasil competitivono mercado internacional.

Na colheita mecanizada, dentre elas a desoja, deve-se estar preocupado com as perdas,devido ser essa a última etapa do processo decultivo. As perdas de maneira geral podem serparcialmente evitadas, tomando-se uma sériede cuidados como: monitoramento rigoroso davelocidade de trabalho da colhedora, aferiçãoregular dos mecanismos de trilha, limpeza eseparação.

Existem diversos tipos de perdas, dentreelas, pode-se citar: perdas na pré-colheita quesão sementes livres (soltas), dentro das vagensexistentes sobre o solo antes da operação dacolheita; portanto, na colheita atrasada é de seesperar o aumento dessa perda em razão degrãos e plantas caídas que não podem ser recu-peradas pela plataforma de corte; as perdas naplataforma, que ocorrem em função da alturade corte, da velocidade do molinete, do posici-onamento do molinete (avançado ou recuado),e da velocidade da máquina; perdas internasdevido aos sistemas de trilha, separação e lim-peza e por fim as perdas totais que são o con-junto de todas as relacionadas anteriormente.

Outro parâmetro que condiciona o nível deperdas é o fluxo de massa no interior da má-

quina, fazendo com que a separação e limpezado produto sejam feitas de maneira correta di-minuindo as perdas e a quebra de grãos, quan-do existe um menor fluxo.

Dentre as colhedoras existentes no merca-do elas podem apresentar um menor ou maiornível de perda em relação à idade, sendo que asde zero a cinco anos, apresentam perdas me-nores, àquelas com mais de seis anos; e as má-quinas com sistema de trilha axial apresenta-ram menores perdas em relação àquelas comsistema de trilha radial (Silva et al., 2004).

As perdas na colheita mecanizada de sojapodem variar desde valores de 62 kg/ha de per-das, até mais de 120 kg/ha principalmente paraas colhedoras entre seis e dez anos de uso.

As perdas durante a colheita mecanizadachegam a ultrapassar duas sacas por hectare,mas o referencial de tolerância é de apenas umasaca por hectare, assim, Mesquita & Hanna(1993) afirmam que é possível reduzir as per-das em ate 80% com efetuação correta das re-gulagens da plataforma de corte e da velocida-de.

DETERMINAÇÕESFoi avaliada a colheita mecanizada na re-

gião de Jaboticabal (SP), com altitude médiade 559 m, declividade média de 4%, em área deaproximadamente 1,5 ha, sob Latossolo Ver-melho com a cultivar Monsoy 5942. Utilizan-

do-se a colhedora da marca SLC (John Deere),modelo 1165, ano 1997/1998, com potênciade 103 kW (140 cv), com plataforma de sojade 3,8 m, dotada de trilha radial rotação de 350rpm e com velocidade de 4 km/h. Nessas con-dições fizeram as seguintes determinações:massa de material não grão - MOG (MatherOther Grain), fluxo total de alimentação na co-lhedora, os fluxos de MOG e de grãos na co-lhedora.

Os dados de perdas na colheita foram cole-tados utilizando a metodologia do copo medi-dor graduado desenvolvida por Mesquita et al.(1982), citada por Mesquita et al. (2001). Como intuito de comparação, foram mensuradas asperdas de soja, em massa, obtidas pela secageme pesagem, com seus valores corrigidos para 13%de umidade, em relação ao copo medidor. As-sim atribuiu-se um erro de medida entre osmétodos diretos (copo medidor) e indireto(massa), calculado pela diferença entre ambose dividindo o resultado pelo maior valor, que-rendo o resultado em porcentagem, multipli-cou o resultado por cem. Com o valor em mas-sa das perdas, relacionou-se as mesmas com aprodutividade, obtendo assim um referencialem porcentagem.

RESULTADOSAnalisando o fluxo de MOG na Figura 1,

constata-se que ocorre o aumento de fluxo

De grão em grãoDe grão em grão

Resultados mostram que a regulagem dos diversos mecanismos da colhedoradiminui as perdas na colheita em até uma saca por hectare, e que a partir dosexto ano, as máquinas geralmente começam a perder em eficiência

Fotos John Deere

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Abril 07 • 33

Para minimizar as perdas é necessário monitoramen-to rigoroso da velocidade de trabalho, aferição regu-lar dos mecanismos de trilha, limpeza e separação

“Na colheita mecanizada, dentre elas a de soja, deve-se estar preocupadocom as perdas, devido ser essa a última etapa do processo de cultivo”

(kg/ha)

120 a96 a150 a

132 a132 a102 a

(%)

1,7 a1,5 a2,1 a

2,0 a1,8 a1,5 a

Copo medidor(kg/ha)

132 a102 a174 a

144 a150 a120 a

Erro(%)

10,3 a11,9 a12,5 a

10,8 a13,7 a10,0 a

Fatores

151620

111417

Densidade

Profundidade (cm)

Perdas calculadas

Tabela 1 - Síntese da análise de variância para perdasapós a colheita

Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si.

quando se incrementa a quantidade de plantaspor metro, e de maneira geral não existe dife-rença entre as profundidades de semeadura nacomposição do fluxo de MOG. Assim densida-des de semeadura acima de 17 plantas por metroincidem sobre um maior fluxo (1,7 kg/s), que éprejudicial à colheita, pois como mencionadoresulta em maiores perdas.

Analisando a superfície do gráfico da Figu-ra 2 pode-se inferir que existe uma faixa demaiores valores de fluxo acima da densidade desemeadura de 17 plantas por metro, que abrangea profundidade de 11 cm, enquanto que nasprofundidades de 14 e 17 cm, os maiores flu-xos se encontram entre as densidades de seme-adura de 18 e 19 plantas por metro.

Na Figura 3 é apresentado o fluxo total nacolhedora, que apresentou resultados que ex-pressam maiores fluxos no intervalo entre asdensidades de semeadura de 17 a 20 plantaspor metro, que abrange as profundidades dedeposição do adubo de 11 a 14 cm. A profun-didade de deposição do adubo de 17 cm apre-sentou também maiores valores de fluxo total,no entanto ficou restrito ao intervalo de 18 a

19 plantas por metro.Observando os resultados dos altos valores

de fluxo total (> 4,9 kg/s), pode-se confirmarque a quantidade de massa dentro da máquinafoi elevada, quando comparada à Ferreira(2006), que encontrou valores de 2,0 kg/s, essadiferença pode-se ser explicada pela grandequantidade de massa produzida por essa culti-var. Outra explicação seria a grande presençade plantas daninhas que faz elevar significati-vamente a quantidade de material a compor ofluxo da colhedora.

Na Tabela 1 são apresentadas as perdas to-tais obtidas após a colheita mecanizada da soja,e essas não foram influenciadas pelas densida-des de semeadura e profundidade de deposiçãodo adubo. As perdas foram altas se comparadascom o limite tolerável de 60 kg/ha para a cultu-ra da soja, sendo uma das razões a colhedoraapresentava sistema radial de trilha, outro mo-tivo seria a idade da colhedora, pois as maisvelhas tendem a apresentar maiores perdas.Observa-se que a porcentagem de perdas emrelação à produção obtida não foi afetada pelostratamentos.

Comparando os métodos de determinaçãodas perdas, observa-se que o método do copomedidor apresentou perdas superiores em to-dos os tratamentos, apresentando perdas aci-ma de 10%, como pode ser verificado pelo Erro.

Portanto a utilização de colhedoras maisantigas, aliada à grande quantidade de plantasdaninhas na área pode elevar significativamen-te as perdas. Também se pode inferir que a maiorquantidade de plantas por metro aumenta ofluxo de material dentro da colhedora, que podeser um motivo para o aumento das perdas.Como foi mencionado o aumento da quanti-dade de plantas por metro, para a cultura dasoja não se justifica, pois ela compensa essa va-riação, não alterando a produtividade. O usode profundidade de adubo maior que 11 cmnão se justifica pois não acarreta no aumentoda produtividade e por sua vez exige mais dotrator na semeadura, aumentando o consumode combustível.

Figura 1 - Fluxo de MOG na colhedora Figura 2 - Fluxo de grãos na colhedora Figura 3 - Fluxo total na colhedora

Jorge Wilson Cortez,Carlos Eduardo Angeli Furlani,Rouverson Pereira da Silva,Danilo César Checchio Grotta eGustavo Naves dos Reis,Unesp - Jaboticabal

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34 • Abril 07

eletrostática

As pesquisas em tecnologia de apli-cação de defensivos agrícolas têmaumentado de forma significativa

nestes últimos tempos, no Brasil e em todomundo. Os esforços têm se concentrado emdesenvolvimento e aperfeiçoamento de técni-cas já existentes como, por exemplo, assistênciade ar na barra de pulverização, indução de arem pontas de pulverização, eletrificação de go-tas e aplicação a taxas variadas. Todas essas ino-vações visam um aumento da eficiência e efi-cácia dos defensivos, maior rendimento e ca-pacidade operacional das máquinas, menor con-taminação do ambiente e menor nível de resí-duos nos produtos.

A deposição de produtos é influenciadapelas características dos pulverizadores, condi-ções meteorológicas (vento, temperatura, umi-dade relativa do ar), arquitetura da planta ecaracterísticas morfológicas das plantas (pilosi-dade, cerosidade etc), bem como do espectro epopulação das gotas.

Para aumentar a deposição e diminuir asperdas de defensivos agrícolas, são empregadasalternativas tais como: alterações no volume deaplicação, formulação do produto, tipos de pon-tas, uso de adjuvantes, uso de sistema de pul-

verização com carga eletrostática, entre outros.A deriva ou o desvio da trajetória de partí-

culas ou gotas formadas durante a pulveriza-ção que não atingem o alvo, constitui uma dasprincipais causas de perdas de defensivos acar-retando não só prejuízos financeiros ao produ-tor e ao ambiente, mas também podendo oca-sionar danos às lavouras próximas e à saúdehumana.

Vários estudos têm demonstrado que oemprego de gotas menores proporciona melho-res resultados no controle de problemas fitos-sanitários. Portanto, gotas muito pequenas, queadquirem pouca energia cinética estão sujeitasa forças que desviam sua trajetória até o alvo,tais como as forças de inércia, força peso e aforça do vento. É justamente em gotas de me-

nores tamanhos, que a indução de cargas ele-trostáticas podem ser favoráveis nas deposiçõesdas pulverizações.

Segundo alguns autores, de 60 a 70%dos defensivos usados não atingem o alvo.Essa porcentagem que não atinge o alvo,acaba indo para o solo ou evaporando, con-tribuindo de maneira bastante significativapara a contaminação ambiental. O empre-go da pulverização eletrostática permite acorreta deposição de produtos em determi-nados locais dentro das plantas, onde os sis-temas convencionais, usando a gravidade ea inércia das gotas não são eficientes.

O princípio da pulverização eletrostáti-ca baseia-se em duas leis básicas, sendo aprimeira: cargas de polaridades opostas se

O uso das cargas eletrostáticas na pulverização é uma excelente alternativapara diminuir derivas e aumentar a deposição correta. Entre as principaisdesvantagens está o alto custo do sistema

Gotas elétricasGotas elétricas

O uso das cargas eletrostáticas na pulverização é uma excelente alternativapara diminuir derivas e aumentar a deposição correta. Entre as principaisdesvantagens está o alto custo do sistema

Figura 1 – Esquema mostrando as forças entre as partículas com cargas opostas (atração) e com cargas iguais (repulsão) . Fonte: Spectrum

AGCO

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Abril 07 • 35

Entre as principais vantagens dapulverização eletrostática, pode-

se afirmar que estão a redução da deriva,menor contaminação do operador, nocaso de pulverizadores costais, melhordeposição, atingindo também a parteinferior das folhas, menor escorrimentode produto para o solo, possibilidade deredução de volume de calda, aumentan-do o rendimento operacional do equipa-mento, sem afetar o efeito biológico dodefensivo e geração de gotas menores, au-mentando o controle fitossanitário.

Apesar do alto custo e de falta de pes-quisa na área, uma das grandes desvan-tagens é a dificuldade de eletrificar cal-das oleosas de alta viscosidade.

De acordo com alguns autores, a di-ficuldade em eletrificar caldas oleosas,está no fato de que, ao contrário da mo-lécula de água, a molécula de calda oleo-sa é apolar, ou seja, o balanço de suascargas se dá no centro da molécula, difi-cultando o processo de adição ou retira-da de elétrons.

VANTAGENS EDESVANTAGENS

atraem e semelhantes se repelem (Figura 1)e a segunda lei: a carga de um corpo carre-gado induzirá uma carga elétrica igual eoposta em algum outro corpo condutor ater-rado próximo.

A matéria pode ser considerada constituí-da de partículas elementares, algumas das quaissão carregadas negativamente (elétrons), algu-mas carregadas positivamente (prótons) e al-gumas que estão em equilíbrio (nêutrons).Geralmente a matéria é neutra em seu estadonatural (Figura 2), ou seja, a quantidade decargas negativas é igual à quantidade de cargaspositivas. Assim, para que um corpo fique car-regado é necessário a adição ou remoção deelétrons.(Figura 3)

Desse modo, a pulverização eletrostáticaconsiste no carregamento das gotas com cargaspositivas ou negativas, criando um campo elé-trico e fazendo com que a gota não desvie desua trajetória, entre o pulverizador e o alvo, sen-do atraída pelo mesmo.

A eletrificação das gotas pode ser feita comgeradores de alta tensão, variando de 1.000 a40.000 volts, e corrente na faixa de 300 a 600microampères.

No Brasil já existem equipamentos aéreose terrestres, dotados de sistema eletrostático depulverização.

Processos utilizados para eletrificação de gotas?A eficiência da pulverização eletrostática

está diretamente relacionada ao processo usa-do para eletrificar a gota, que pode ser por efei-

to corona, indução com eletrificação direta ouindireta.

Na eletrização por efeito corona, um ele-trodo pontiagudo submetido a altas tensõesioniza o ar, e as cargas livres vão de encontro àsgotas produzidas pelo bico, tornando-as eletri-camente carregadas. Este processo só é eficien-te em gotas com tamanhos inferiores a 20 µm.

No processo de indução com eletrificaçãodireta, a indução ocorre entre a planta e o jatode gotas mantido em alta tensão. Como nãoexiste eletrodo de indução, a voltagem usadana eletrificação deve ser alta o suficiente paracriação de um intenso campo elétrico entre obico e a planta.

Um ponto positivo deste sistema é faltada necessidade do eletrodo de indução, elimi-nando a necessidade de utilização de mecanis-mos para evitar a atração de gotas. Como nãoexiste eletrodo de indução, a intensidade decarga das gotas será totalmente dependente dadistância do bico de pulverização em relação àplanta. Como o bico deverá passar a uma dis-tância entre 30 e 50 cm das plantas, a voltagemnecessária para eletrificação das gotas deveráser superior a 30.000 volts e, neste caso, todo ocircuito hidráulico ficará submetido à tensãode eletrificação de gotas.

No processo de indução de cargas por ele-trificação indireta, o líquido é mantido aterra-do, com voltagem zero. As gotas adquirem car-gas na presença de um campo eletrostático for-

mado entre o eletrodo mantido em alta tensãoe o jato de gotas. Neste processo de indução, asgotas adquirem cargas de sinal oposto ao ele-trodo de indução, e devido ao potente campoeletrostático, elas são atraídas para o eletrodode indução, molhando o mesmo e causandoescorrimento. Devido ao molhamento do ele-trodo de indução, o sistema entra em colapso ea eletrificação de gotas fica totalmente prejudi-cada. Devido a este problema, o sistema é maisusado em aeronaves agrícolas, onde a velocida-de e o fluxo de ar evitam o molhamento doeletrodo.

Mauri e Ronaldo explicamo funcionamento do sistemade pulverização eletrostática

Avião agrícola equipado comsistema eletrostático: menos deriva

numa operação que produz bastante vento

Ronaldo Goulart Magno Júnior eMauri Martins Teixeira,UFV

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Figura 2- Molécula de água em estado neutro, sem carga elétrica e Figura 3 – Molécula de água com carga negativa (esquerda) emolécula com carga positiva (direita). Fonte: Spectrum

Comportamento das gotas carregadas eletricamente após a pul-verização. Fonte: Eugênio Passos Schroder

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36 • Abril 07

passo a passo

Aplique o pedal da embreagem até o final etrave-o. Isso evita que o disco cole no platô

Durante o ano, existem períodosem que o trator passa boa partedo tempo inativo, principal-

mente nos períodos entre a colheita e o plan-tio de novas culturas. Para que a máquinafique parada neste período, sem sofrer ava-rias, é necessário prepará-la seguindo algunsprocedimentos. Basicamente, a conservaçãonesse período visa proteger o trator contraos agentes nocivos, como umidade, calor,frio, impurezas etc.

Antes de qualquer coisa, é necessário

fazer uma lavagem rigorosa em todo o tra-tor. Isto já o deixa livre de uma grande quan-tidade de resíduos causadores de oxidaçãodas partes metálicas, bem como degradaçãode elementos não-metálicos como pintura,plásticos, instalação elétrica etc. A lavagem

limpa todas as superfícies, o que evita a pe-netração de impurezas no interior dos com-partimentos mecânicos e facilita o serviço.Aproveite também para realizar a limpezade recipientes e funis utilizados para com-bustíveis e lubrificantes.

Se a inatividade for maior que 30 dias,convém apoiar o peso do trator sobre calçosreforçados e seguros. Retire a água do inte-rior dos pneus e calibre-os com pressão in-ferior àquela recomendada para o trabalho.Caso o peso do trator incida sobre os pneusnuma só posição por muito tempo, ocorre adeformação da banda de rodagem.

Realize o fechamento de saída do esca-pe, do filtro de ar e tubo-respiro do motor.É importante para impedir a penetração deinsetos através destes pontos. Muitos inse-tos podem transportar resíduos para a con-fecção de ninhos, ao interior do motor, oque gera conseqüências desastrosas.

Em embreagens com discos de materialorgânico, é conveniente aplicar o pedal daembreagem até o final do primeiro estágio.Isto evita que o disco da transmissão coleno platô e volante.

Ao desativar o trator, abasteça comple-tamente o(s) tanque (s) de combustível, afim de evitar a condensação da umidade e aconseqüente oxidação do interior do tan-que e danos ao sistema de injeção. Se possí-vel, abasteça os tanques com combustívelespecial para testes de bomba injetora. Façao motor funcionar com este combustívelalguns minutos.

Além disso, proceda a lubrificação detodos os pinos graxeiros, com graxa reco-mendada pelo manual do operador, a fimde atender às especificações necessárias decada máquina. Antes de realizar o procedi-mento, limpe os pinos e posteriormentebombeie a graxa até ela vazar pelas articula-

Hora do descansoMesmo em períodos de inatividade o trator precisareceber manutenção para garantir que nenhumcomponente se deteriore

Mesmo em períodos de inatividade o trator precisareceber manutenção para garantir que nenhumcomponente se deteriore

Para paradas maiores que 30 dias, convém levantare apoiar o trator, aliviando a pressão sobre as rodas

Realize o fechamento de saída do escape,do filtro de ar e tubo-respiro do motor.

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“A lavagem limpa todas as superfícies, o que evita a penetração de impurezasno interior dos compartimentos mecânicos e facilita o serviço”

Abril 07 • 37

Colaboração Cimma Ltda.

Desligue a bateria, lave-a e faça recargasmensalmente, quando a inatividade for grande

ções.Remova a bateria do trator, limpe-a per-

feitamente e guarde-a em local seco, com ní-vel de solução correto. Para remover a bate-ria, desconecte os terminais, começando sem-pre pelo negativo. Lave-a com água e sabão,limpe os bornes usando lixa ou escova de aço.Mensalmente, submeta-a a uma carga lenta,evitando a sulfatação das placas, que ocorretambém por falta de carga. Se deixar a bate-ria no trator, remova o cabo negativo e exe-cute também a carga periódica.

RETORNO AO TRABALHOQuando chegar a hora de colocar o tra-

Limpe adequadamente e lubrifiquetodos os pinos graxeiros

tor no trabalho, novamente é hora de pres-tar um pouco de atenção em alguns proce-dimentos necessários.

Comece removendo as proteções de es-capamento, filtro e tubo-respiro, utilizadaspara impedir a entrada de agentes nocivos.

Revise o nível de água da bateria e reins-tale-a, conectando primeiro o pólo positivo.Verifique o funcionamento das luzes do pa-inel e comandos.

Faça a calibragem e lastragem correta dospneus. Caso não lembre da quantidade decontrapesos ou água necessária para a las-tragem, consulte o manual do operador, paraevitar danos no sistema de rodado ou pro-vocar patinagens.

Antes de dar a partida no motor, drene

Antes do retorno ao trabalho, lastre adequadamente os pneus dianteiros e traseiros, calibre-os com apressão indicada no manual de operação e realize o teste de patinagem

o sedimentador e o filtro do combustível, afim de retirar as impurezas como água ououtros líquidos que estarão depositados pró-ximos ao dreno. Após, corte o fluxo de com-bustível, soltando o fio junto ao solenóideda bomba injetora. Isto permite girar o mo-tor sem que entre em funcionamento, en-quanto todas as partes receberão lubrifica-ção evitando desgastes prematuros devido àausência de óleo nas peças. Troque o óleodo motor e, se estiver próximo do período,também dos demais sistemas.

Drene a água do radiador, faça uma la-vagem interna do sistema de circulação deágua quente. Após, reabasteça o sistema,utilizando inibidor de corrosão.

Ligue novamente o fio do solenóide edê a partida normalmente, certificando-sede que a luz de aviso de pressão não acendano painel. Se esta luz permanecer acesa,desligue o motor imediatamente e verifiquea causa. Acione o motor de partida durantedez segundos no máximo.

Após estes procedimentos, faça um tes-te com os freios e seu trator estará prontonovamente para voltar à ativa.

Antes de dar a partida, drene o filtro decombustível e o sedimentador

Verifique os filtros de ar e troque-os,caso seja necessário

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Fotos Cultivar

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trilhas em florestas

38 • Abril 07

Mata adentroCuidados básicos são importantes para evitar acidentes durante trilhas em

mata fechada. Galhos de árvores, pedras e outros obstáculos escondidosentre a vegetação são armadilhas comuns nesse tipo de travessia

Antes de colocar seu 4x4 em umatrilha por áreas de mata fechada,veja se é permitido circular na

região com veículo motorizado. Também éimportante ter em mente alguns procedi-mentos para evitar impactos ao meio ambi-ente, a você e ao seu utilitário. Estude a tri-lha desconhecida e procure saber se o solo éfirme por baixo das folhas e galhos caídospelo chão. Riachos ou erosões camufladospela vegetação rasteira poderão encalhar oveículo caso ele deslize para fora da trilha.Olhe cuidadosamente os tocos pontiagudosde pequenas árvores, pois podem ter sidocortados ou quebrados há pouco tempo, oque poderá cortar os pneus, danificar a tu-bulação de freio, perfurar o tanque de com-bustível ou até o radiador.

Mantenha as janelas fechadas durantea travessia, galhos próximos podem atingirvocê ou os passageiros. Acidentes envolven-do os olhos são comuns quando se deixamas janelas abertas, o que possibilita tambéma invasão de insetos, aranhas ou até cobras.Quando o seu carro estiver equipado comcapota de lona, independente de ser na ca-bine ou apenas na carroceria, como é co-mum em pick-ups, redobre a sua atenção,

pois a lona é muito sensível a pedaços pon-tiagudos de galhos e troncos de árvores.

Outro cuidado importante que se deveter é quando se tem antenas de rádio FMou radiocomunicação. Uma boa idéia é re-colhê-las ou retirá-las antes da trilha, quan-do possível, porque galhos mais fortes po-derão entortá-las e até quebrá-las durante atravessia. Em trilhas fechadas a carroceriafica exposta a galhos e pedras, que poderãoriscá-la ou até amassá-la em uma manobrainfeliz, situação similar à enfrentada pelascapotas. Então faça o deslocamento commoderação, tendo tempo para frear e admi-nistrar a condução da melhor maneira.

Após abordagens em terrenos barrentos, tire a lamado radiador, para evitar sobreaquecimento do motor

Após as devidas ressalvas é hora de botaro pé na estrada! Prepare o veículo engatandoas rodas-livres, a tração 4x4 e o blocante, usea primeira ou segunda marcha reduzida deacordo com as possibilidades de trânsito.Cada trilha tem suas próprias peculiaridadese cabe a você determinar qual será a marchaideal. Siga monitorando o terreno e a vegeta-ção logo à frente. Ao ver obstáculos comotroncos de árvores, pare, remova-os ou rebo-que-os para o lado da trilha utilizando o guin-cho ou as mãos. O mesmo vale para galhos etroncos que estiverem na altura do pára-bri-sa e do bagageiro. Não esqueça de usar luvasde couro nestas ocasiões!

Dirija devagar, ficando atento aos obs-táculos escondidos entre a vegetação, parafrear a tempo e com segurança. Lembre-setambém de manter o pé longe do pedal deembreagem e use as reduzidas para tracio-nar o veículo e também para freá-lo quandoprecisar reduzir a velocidade. O freio-mo-tor é poderoso e deve ser usado sempre queprecisar segurar o carro momentaneamenteno meio da trilha. Basta aliviar o pé do ace-lerador que o carro praticamente pára, maso motor não morre, dando tempo para es-colher um novo trajeto e seguir adiante.

Após o trecho, dê uma olhada por baixodo carro e tire pedaços de troncos e galhosque podem se enroscar na tubulação de freioe causar algum dano. Tire a lama acumula-da no radiador para evitar sobreaquecimentodo motor. Boas trilhas!

Em trilhas fechadas, faça o deslocamento commoderação para evitar danos à carroceria e pneus

João Roberto de Camargo Gaiotto,www.tecnica4x4.com.br

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