Maquinas 60

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Fevereiro 2007

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Rodando por aí

Ajuste de colhedoras para o arroz

Eliminação de bolsões de ar no plantio

Manutenção do sistema de irrigação

Regulagem de pulverizadores para citrus

Passo a passo

Ensaio de tratores

Show Rural Coopavel

Empresas - Teejet + FAG

Empresas - Goodyear + Syngenta

Técnica 4x4

Índice Nossa Capa

Jacto

Destaques

Desempenho máximoO sucesso na aplicação de defensivos empomares depende de detalhes que vão da escolhado equipamento ao volume de calda necessária

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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadaspelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessadospodem solicitá-las à redação pelo e-mail: [email protected]

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos quetodos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitosirão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foramselecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemosfazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões,para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidosnos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a opor-tunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.

NOSSOS TELEFONES: (53)

• GERAL3028.2000• ASSINATURAS3028.2070

• RedaçãoGilvan QuevedoCharles Echer

• RevisãoAline Partzsch de Almeida

• Design Gráfico e DiagramaçãoCristiano Ceia

• ComercialPedro Batistin

Sedeli Feijó• Gerente de Circulação

Cibele Costa• Assinaturas

Simone Lopes• Gerente de Assinaturas Externa

Raquel Marcos• Expedição

Dianferson Alves

Grupo Cultivar de Publicações Ltda.

www.cultivar.inf.brwww.grupocultivar.com

Cultivar MáquinasEdição Nº 60

Ano VI - Fevereiro 2007ISSN - 1676-0158

[email protected]

Assinatura anual (11 edições*): R$ 119,00(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 15,00

Assinatura Internacional:US$ 80,00• 70,00

Reguladas para o arrozOs passos indispensáveis paraajustar corretamente as colhedoras emaximizar os resultados

Semeadura eficienteComo eliminar bolsões de ar paragarantir excelente germinação eemergência das plântulas

Matéria de capa

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• Impressão:Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

• REDAÇÃO3028.2060• MARKETING3028.2065

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Ulisses Antuniassi

Cenário animadorPaulo Kowalski, gerente regional de Vendas da John Deere, está otimista com os rumosdo agronegócio no Brasil em 2007. “O cliente está plantando com custo mais baixo, o

preço internacional melhorou, a produtividade cresceu porconta do clima e o milho e a soja voltaram a ser rentáveis. Issotudo mudou o astral e o ânimo do produtor”, avalia. Mesmoassim, as despesas represadas têm levado os agricultores a umapostura de cautela em relação a novos investimentos. Para ala-vancar a comercialização, a companhia aposta na venda ante-cipada para os meses de maio, junho e julho, com manuten-ção dos preços cobrados atualmente. “Com isso, quem ganhaé o cliente. Independentemente de quanto aumentar o valordos grãos, irá pagar exatamente o que praticamos hoje”, com-pletou Kowalski .

Massa menorA Frontale foi ogrande destaque daSfil. Segundo ogerente de Marketingda empresa, JonesEduardo Escobar, ogrande diferencial emrelação a outrosmodelos é que oequipamento possuimenor massa, o quereduz a utilização deelevados contrapesosna traseira do trator.Além da Frontale, foimostrada a semeadoraadubadora Soberana,para culturas de verãoe inverno.

Bons ventosO gerente de Vendas daSemeato, Carlos Dolci,aposta que 2007 será oano da recuperação dosetor de máquinasagrícolas. A expectativaotimista se justifica pelagrande procura deprodutores por plantado-ras durante o Show Ruralda Coopavel. As vendasde janeiro também foramanimadoras. “Tivemosum aumento de 200%em relação a 2005 e2006”, informou.

Vendas aquecidasO gerente de Tratores, SilvioRigoni, e o analista de Marke-ting, Nauri Ribeiro, divulga-ram no Show Rural o balançode vendas da Agrale em 2006.A comercialização da empresacresceu 27% em relação a2005. O maior aumento foiverificado nos modelos desti-nados à agricultura familiar epara os segmentos de laranja,café, reflorestamento e horti-cultura.

Pé no plantioA Stara prepara-se para

ingressar no mercado deplantadoras. Segundo oassistente de Marketing

da empresa, MárcioKilpp, a apresentação

visual deste novoproduto já estará

disponível na Expodire-to, em março, no Rio

Grande do Sul. NoShow Rural, a Stara

destacou o pulverizadorCampeiro 500,

compacto, de fáciltransporte e locomoção.

Pulverização eficienteA Pla deu destaque ao pulverizador H 3500F, com movimentação independente nas qua-tro rodas, rodado adaptado para cultura dacana-de-açúcar, computador integrado e van-tagens como a menor compactação do solodurante as operações de pulverização. Pro-duzido no Brasil, possui motor de 215 HP,seis cilindros e barras de 22 a 27 metros, comopção de instalação traseira ou dianteira.

Garantia longaA Firestone destacou dois modelos de pneus, ambos com diferencial de mercado deoito anos de garantia. O Super All Traction possui ângulo de 23º e barras contínuase iguais, o que previne odesgaste desparelho. Já oChampion Ground Grip,para colhedoras de arroz,tem entre seis e 14 lonas.“Os implementos estãocada vez mais pesados, porisso projetamos pneus ca-pazes de resistir ao traba-lho nessas condições”, ex-plicou o analista de Ma-rketing Agrícola da Fires-tone, Rafael Ferrari.

Fé no futuroO vice-presidente sênior

e diretor geral para aAmérica do Sul do

Grupo AGCO, AndréCarioba, acredita na

recuperação daagricultura brasileira e naretomada do crescimentodas vendas de máquinasagrícolas. “O Brasil terá

um ano bastante melhorpela frente”, projeta. A

expectativa do executivoé de que com o aumento

da safra e caixa maissaudável, o produtor

volte a investir no setor.“Janeiro já nos mostra

números bem acima doano passado”, lembrou.

Paulo Kowalski

Eduardo Escobar

Carlos DolciMario Rojas (esq.) e Magali Patrícia Alvanoz

Silvio Rigoni e Nauri Ribeiro

Márcio Kilpp

André Carioba

Viagem grátisO engenheiro agrônomo Márcio Cruzetta é o assinantefelizardo que viajará ao Farm Progress Show nos EstadosUnidos com tudo pago pelo Grupo Cultivar e pela Agri-tours Brasil. A viagem é fruto de uma promoção realizadadurante o Show Rural Coopavel, na semana passada (5 a9/02), em Cascavel (PR), através de parceria entre o Gru-po Cultivar e a Agritours Brasil, agência de turismo especi-alizada em viagens técnicas com enfoque na agropecuária.

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Marco Lorenzzo C. Ripoli

Ulisses Antuniassi

Cartão postal“Um dos melhoreseventos do país em

difusão de tecnologia.Cartão postal para o

mundo”. Assim, odiretor comercial daGTS do Brasil, Assis

Strasser, definiu o ShowRural da Coopavel. O

momento favorável,embalado pelo clima,

aquecimento dos valoresdas comodites e o atual

cenário do mercadointernacional, se refletiudiretamente nas vendas

da empresa durante afeira, que foram 15%

superiores à comerciali-zação do ano passado.

CorreçãoPor um erro de composição, na tabela 2 doartigo de capa da edição anterior, página 13,os valores de grandezas efetivas foram repe-tidos na coluna das grandezas teóricas. Se-gue ao lado a tabela corrigida.

m3/dia45,98

mst/dia67,59Pinus sp.

Tabela 2 – Grandezas médias verificadas

m3/h5,75

mst/h8,45

m3/dia67,52

mst/dia99,26

m3/h8,44

mst/h12,41

Teóricas Efetivas

Pneus em destaqueA Goodyear apresentou no Show Rural o pneuSuperflot +, criado para atender às necessida-des do setor sucroalcooleiro. Trata-se de uma mo-dificação do Superflot, antes usado em eixos li-vres de implementos de arraste e que agora foireforçado para aplicação também em equipamen-tos com eixos de tração, como os autopropeli-dos. “Mesmo com todas as alterações consegui-mos manter o mesmo preço”, destacou o gerentede Produtos de Pneus Agrícolas da empresa, JoséEduardo dos Santos. Outro destaque foi o Su-per Traction R 1, importado da Europa, indica-do para microtratores, cultivadores mecanizadose tratores de baixa potência.

Cana e algodãoA Landini apresentou sua linha de tratores com motorização de 140 cv e 165cvproduzidos no Brasil,além das máquinas commotorização a partir de200cv importados. O focoda empresa está no mer-cado canavieiro, com osmodelos até 165cv, e nomercado de algodão eCentro-Oeste, com osmodelos acima de 200cv.Todos os modelos possu-em transmissão com 36marchas à frente e 36 à ré.

Com gásA Agrale expôs suas linhas 4000 e 5000,de pequeno e médio portes, como os mo-delos 5075 e 5085, além dos modelos6000 e 4230.4 Cargo Compactador. Tam-bém chamou a atenção à parceria feitaentre a empresa e a Coopavel para a uti-lização do trator 4100, movido a gás GLP,no recolhimento de lixo.

Suspensão diferenciadaO destaque da Jacto foi o Uniport 2500/24 Star, com suspensão pneumática automática,que proporciona maior estabilidade à máquina porque amortece os impactos e desníveisdo terreno e reduz o esforço sobre a estrutura do conjunto.

Câmara de arA Maggion acaba delançar a câmara de aragrícola, medida 14.9R24para aplicação em pneusradiais e diagonaistraseiros de tratores.Fabricada com compostoespecial à base de borrachabutílica, garante resistên-cia a elevadas temperatu-ras, impermeabilidadecapaz de evitar perda depressão, maior resistênciaa furos e rompimento,performance em todos ostipos de terreno e altodesempenho na aplicaçãode lastro. Possui garantiade três anos contradefeitos de fabricação egarantia de reposição doconjunto rodante.

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AquisiçãoA KO acaba de contratar

o consultor executivo,Edmur Vieira Júnior,

para ampliar e fortalecersua rede de distribuição

dos produtos. RonaldoNogueira da Cruz,

diretor presidente daempresa, está entusias-

mado com o atualcenário de recuperação

da agricultura. Destacouno entanto, que o

momento ainda é decautela.

PrecisãoO engenheiroRodrigo PellegriniTamani, gerentecomercial daSantiago & Cintra, eequipe, destacaramno Show Rural 2007sua linha de produtosde agricultura deprecisão. A empresatrabalha, também,em novos projetosque serão apresenta-dos ao longo do ano.

Rodrigo Pellegrine

José Eduardo dos Santos Assis Strasser

Edmur Jr. e Ronaldo da Cruz

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Oarroz é uma cultura que temgrande abrasividade, por isto asregulagens são fundamentais para

redução de perdas de grãos. Todos os anos per-demos toneladas de grãos nas lavouras, masgrande parte destas perdas podem ser evitadascom uma série de cuidados como, regulagens eajustes nas colheitadeiras, regulagens estas quetambém têm uma grande importância no as-pecto de melhorar o rendimento e a produtivi-dade da máquina.

Algumas regulagens são muito importan-tes e não podemos esquecê-las como: velocida-de de trabalho da colheitadeira, rotação domolinete, posição do molinete, aferição perió-dica dos ajustes dos mecanismos de trilha e re-trilha, limpeza diária do bandejão e saca-palhae regulagens do fluxo de ar do ventilador.

TIPOS DE PERDAS

Pré-colheitaÉ o primeiro tipo de perda que ocorre no

campo. É uma perda que ocorre sem a inter-

venção ou toque da máquina, pode ser ocasio-nada pelas características da cultura, intempé-ries no campo ou mesmo pela elevada produti-vidade da cultura. Esta perda deve ser analisa-da antes de iniciar a colheita.

PlataformaAs perdas na plataforma são as que mais

interferem na perda total, e representam a mai-or parte das perdas. É um importante item aser analisado e deve ser bem regulada para evi-tar perdas posteriores a esta. As regulagens daplataforma dependem da cultura, condição eprodutividade, para proporcionar uma melhoruniformização do fluxo no interior da colheita-deira. As regulagens estão relacionadas com avelocidade de deslocamento, altura da platafor-ma e distância entre molinete e barra de corte.

Grãos soltosOs grãos soltos no solo, excluindo as per-

das de pré-colheita e plataforma, são causa-dos pelos sistemas de separação (rotores ousaca-palhas) e limpeza (peneiras). Podem ser

ocasionados por peneiras muito fechadas, altarotação do ventilador ou sobrecarga, tantono sistema de separação quanto no sistemade limpeza.

Grãos no cachoEsta perda está relacionada com a regula-

gem do cilindro e côncavo, faltando agressivi-dade na trilha. Pode ser causada pela aberturaexcessiva entre cilindro e côncavo, baixa rota-ção do cilindro trilha, desgastes na barras docilindro e côncavo ou até mesmo a velocidadeexcessiva da máquina

Para analisarmos as perdas de colheita, po-demos dividir uma colheitadeira em 2 grupos:mecanismo de corte e alimentação, responsá-veis por até 80% das perdas, e mecanismos detrilha, separação e limpeza com 20% das per-das. Vejamos algumas dicas de regulagens e ajus-tes para melhorar o rendimento e evitar per-das:

Ponto chave para redução de perdas estáem proporcionar fluxo de material Suave EDistribuição Homogênea da palha dentro da

como regular

Ajustadas parao arrozAjustadas parao arroz

A correta regulagem de velocidade de trabalho da colheitadeira, rotação eposição do molinete, aferição periódica dos ajustes dos mecanismos detrilha e retrilha, limpeza diária do bandejão e saca-palha, além docontrole de fluxo de ar do ventilador, são tarefas indispensáveis paramelhorar o rendimento e evitar perdas na colheita do arroz

A correta regulagem de velocidade de trabalho da colheitadeira, rotação eposição do molinete, aferição periódica dos ajustes dos mecanismos detrilha e retrilha, limpeza diária do bandejão e saca-palha, além docontrole de fluxo de ar do ventilador, são tarefas indispensáveis paramelhorar o rendimento e evitar perdas na colheita do arroz

Fotos John Deere

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“O arroz é uma cultura que tem grande abrasividade, por isto asregulagens são fundamentais para redução de perdas de grãos”

A regulagem do cilindro côncavo éuma das mais importantes para a

qualidade do grão colhido

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colheitadeira, de modo a usar toda a larguradisponível do corpo separador e peneiras.

ORDEM DOS AJUSTES

Ajuste da plataformaA plataforma é a boca da máquina, portan-

to está aí um dos pontos mais importantes parauma alimentação uniforme.

Regulagem deve iniciar sempre pela plata-forma de corte, verificando os seguintes pon-tos:

• Distância entre o sem-fim e o fundo daplataforma;

• Distância entre o sem-fim e o raspadorfixo;

• Distância entre o sem-fim e os raspado-res móveis;

• Extensão dos raspadores deve estar regu-lada de acordo com a largura do alimentador.Em caso de colheita em terreno inclinado, pode-se utilizar as extensões dos raspadores e do sem-fim para que a palha seja direcionada proposi-talmente para o centro do alimentador.

• Extensões do sem-fim devem estar deacordo com a largura da colheitadeira. Em casode colheita em terreno inclinado, pode-se utili-zar as extensões dos raspadores e do sem-fimpara que a palha seja direcionada proposital-mente para o centro do alimentador.

• Distância entre os dedos retráteis e o fun-do da plataforma;

• Altura mínima dos dedos do molineteaté a barra de corte;

A altura do molinete depende muito dobom senso e percepção do operador, se estivermuito perto da navalha, o molinete irá jogarpalha para cima, se este estiver muito longe, omolinete não apoiará o material para o corte danavalha.

Utilizamos os dedos recolhedores inclina-dos quando a cultura estiver acamada. Quan-do o produto estiver em pé deixamos os dedossem inclinação, ficando na posição vertical.

Quando o produto tem menos palha e émenos denso, é utilizado o molinete próximoao sem-fim e quando o produto for denso oucom muita palha, utilizamos o molinete longedo sem fim.

Analisando o ajuste da velocidade de rota-ção do molinete, se esta estiver muito alta, omolinete irá jogar palha para cima, se estivermuito lenta o molinete não empurrará o pro-duto para dentro da plataforma, fazendo comque as perdas aumentem antes de entrar naplataforma. Nas colheitadeiras John Deere1450, 1550 e STS, por exemplo, existe ummecanismo que faz o sincronismo automático

do molinete com a velocidade da máquina, re-duzindo consideravelmente as perdas na pla-taforma.

Alimentador do cilindroPara o alimentador do cilindro o importan-

te é ajustar a altura do rolo central e ajustar atensão das correntes da esteira transportadorade modo que uma das travessas toque ligeira-mente no fundo do alimentador. Para que hajauma alimentação uniforme, se a correia estivermuito solta, o produto embuchará, se estivermuito apertada, ficará uma parte do produtosem ser transportado.

• Verificar a posição do rolo flutuador doalimentador do cilindro e ajustar, se necessário;

• Em culturas de grãos muito frágeis, comofeijão e ervilha, pode-se tentar usar a posiçãoelevada (milho) para minimizar a quebra dosgrãos;

• Verificar o tensionamento da esteira doalimentador do cilindro e ajustar, se necessário;

• Verificar se o alimentador consegue ali-mentar o cilindro de forma suave, sem buchas;

• Verificar se o ângulo de ataque da plata-

forma está correto e ajustar, se necessário;Importante: Em condições extremas, como

arroz ou trigo de alta produtividade com talosverdes, o aumento da velocidade da esteira doalimentador ajuda a “fatiar” as buchas;

Ajuste do sistema de trilhaDevemos verificar o paralelismo entre ci-

lindro e côncavo, para a regulagem ser a maisprecisa possível. O ajuste da abertura do côn-cavo é feito de tal forma que a segunda barrado côncavo fique a uma distância entre sete a 8mm para cilindro de barra e entre 11 a 13 mmpara cilindros de dentes. A penúltima barra docôncavo deve ficar a uma distância entre qua-tro a 5 mm para cilindro de barra e entre oito a10 mm para cilindro de dentes.

A regulagem do cilindro côncavo é uma dasmais importantes para a qualidade do grão, se avelocidade de rotação do cilindro for muito altae com uma abertura pequena, o produto serátriturado e quebrará o grão, porém, se a veloci-dade de rotação do cilindro for baixa e a aber-tura for muito grande, o produto não será tri-lhado.

• Operar a máquina a uma velocidade acei-tável de colheita, de modo a encher de produtoo corpo separador;

• Verificar se a palha está distribuída ho-mogeneamente em toda a largura do alimenta-dor e côncavo. Se necessário, ajustar a platafor-ma e/ou o nivelamento do côncavo;

• Verificar se existem grãos quebrados notanque graneleiro ou grãos não trilhados sobreas peneiras e no elevador de retrilha;

• Ajustar a velocidade do cilindro em pas-sos de 50 a 100 rpm, de acordo com o necessá-rio;

• Caso ainda persistam os problemas, ajus-

O excesso de trilha podesobrecarregar as peneiras e

prejudicar a operação

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O ajuste correto daspeneiras é indispensávelpara evitar perdas

tar a abertura do côncavo em passos de 2 mmconforme necessário;

O excesso de trilha pode sobrecarre-gar as peneiras. É aconselhável reduzir atrilha, abrindo o côncavo, reduzindo a ve-locidade do cilindro ou até mesmo sen-do retirada uma fileira de dentes do côn-cavo.

Ajuste do sistema de separação• Operar a máquina a uma velocidade acei-

tável de colheita, de modo a encher de produtoo corpo separador;

• Verificar se a palha está distribuída ho-mogeneamente em toda a largura dos saca-pa-lhas. Se necessário, verificar extensões do sem-fim e raspadores da plataforma, e nivelamentodo côncavo;

• Verificar nível de perdas dos saca-palhas.Em terreno plano, é normal um nível de perdasentre 10-20% maior nos saca-palhas em rela-ção às peneiras em uma velocidade normal decolheita;

• Verificar se as peneiras dos saca-palhasestão desobstruídas;

• Verificar se existem levantadores faltan-tes, se o modelo e a inclinação são adequados àcultura;

Ajuste do sistema de limpezaO ajuste correto das peneiras é muito im-

portante para evitar perdas. Se a peneira su-perior estiver muito aberta vai sobrecarregara retrilha, se estiver muito fechada acarretaem perdas de grãos. Se as peneiras inferioresestiverem muito abertas geram impurezas notanque graneleiro, se estiverem muito fecha-das geram muitos grãos na retrilha e quebra-diços. A abertura da peneira inferior deve serum pouco maior que o grão que está sendo

colhido, na peneira superior à abertura, deveser o dobro da inferior.

A inclinação da peneira superior podeser ajustada, de modo a utilizarmos penei-ras pouco inclinadas, baixas para terrenospoucos inclinados e de palhas pouco den-sas, e a peneira inclinada para palhas maisdensas e terrenos inclinados, diminuindoassim as perdas de grãos.

As peneiras muito abertas, podem tambémocasionar perdas, pois travam o palhiço, ocor-rendo a sobrecarga nas peneiras.

O ajuste da direção e a intensidade doar devem ser com um direcionamento uni-forme do ar para as peneiras. A vazão deveser ajustada de modo que apenas sopre apalha para fora.

• Verificar se as peneiras e divisórias estãolimpas e sem obstruções;

• Baixar totalmente a extensão da peneirasuperior (se houver regulagem), de modo a ten-tar evitar ao máximo a saída de ar pela aberturaentre a extensão e a tampa de acesso da peneirainferior;

• Ajustar inicialmente as peneiras com aabertura recomendada pelo fabricante para acultura. Ajustes posteriores podem ser neces-sários devido a variações da cultura;

• Operar a máquina a uma velocidade acei-tável de colheita, de modo a encher de produtoo corpo separador;

• Verificar se a palha está distribuída ho-mogeneamente em toda a largura das peneiras.Se necessário, verificar o pente do bandejão epossíveis obstruções nos saca-palhas;

• Ajustar o ventilador para uma rota-ção em torno de 200 rpm mais baixa do queo sugerido no manual do operador para acultura;

• Operar a máquina a uma velocidade de 1

km/h, e verificar se existem perdas nas penei-ras. Caso forem verificadas perdas, baixar a ro-tação do ventilador em passos de 50 a 100 rpmaté desaparecerem as perdas;

• Ainda operando a colheitadeira a umavelocidade de 1 km/h, aumentar a velocidadedo ventilador em passos de 50 a 100 rpm, atéiniciarem as perdas pelas peneiras. Nesse mo-mento, a rotação do ventilador está setada eserá a mais adequada para essa cultura e condi-ções.

Verificação do tanque graneleiro• Operar a máquina a uma velocidade acei-

tável de colheita, de modo a encher de produtoo corpo separador;

• Verificar se existem muitas impurezas notanque graneleiro;

• Se necessário, fechar a peneira inferiorem passos de um “dente” por vez;

Verificação do nível de retrilha• Operar a máquina a uma velocidade acei-

tável de colheita, de modo a encher de produtoo corpo separador;

• Se o volume de retrilha for elevado, veri-ficar se existem muitos grãos livres no elevadorde retrilha. Grão não trilhado/cabeça é um pro-duto normal da retrilha;

• Se o número de grãos livres for elevado,abrir a peneira inferior em passos de um “den-te” por vez;

• Se ainda não resolver, diminuir a veloci-dade do ventilador em passos de 20 rpm;

Para análise das perdas totais, pode-sefazer um quadrado no solo de 30 cm por 30cm, atrás da área de separação da máquina.Para uma plataforma de 20 pés, se encon-trarmos 73 grãos, isto representará uma per-da de 50 kg/ha. M

Alirio Schuler eEduardo Martini,John Deere

Alirio Schuler e Eduardo Martinidestacam a importância daregulagem das colhedoras

Fotos John Deere

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símboloseliminação de bolsões de ar

Autilização das semeadoras emuma propriedade tem por objetivo a realização do plantio de

uma forma rápida e eficiente, dentro deum período pré-estabelecido, de acordocom as exigências das diferentes cultu-ras e diferentes tipos de solo e clima, nasvárias regiões agrícolas do país.

Nos últimos anos tem ocorrido mu-dança significativa na visão da socieda-de de manter e recuperar os recursos na-turais e surgido questionamentos sobreperdas de solo por erosão e a conseqüen-te poluição hídrica. O plantio direto éuma prática que pode minimizar estesefeitos indesejáveis para uma agricultu-ra sustentável. Tendo a propriedade deevitar a degradação da estrutura do solo,esse sistema bem manejado resulta emuma cobertura do solo com restos de cul-tura, melhor proteção contra o aqueci-

mento, além de evitar grandes oscilaçõesde temperaturas diurna e noturna dosolo, estabelecendo, assim, condiçõesmais favoráveis para a emergência dasplântulas.

O estabelecimento de uma culturainicia-se com a semeadura e a subseqüen-te germinação das sementes e emergên-cia das plântulas. Nessa oportunidade, ocomportamento físico do solo ao redordas sementes assume grande importân-cia para o bom desenvolvimento inicialda cultura, assegurando uma populaçãoadequada de plantas, capacitando-a a al-cançar a produtividade desejada.

Na ação de abertura e fechamento dosulco, obtêm-se condições diferenciadasde microclima na região próxima à se-mente, formando os famosos bolsões dear, que resultarão em uma velocidademaior ou menor de emergência das plân-tulas. A redução destes bolsões favoreceos ambientes térmico e hídrico e o con-dicionamento físico do solo ao redor dassementes, assegurando uma populaçãoadequada de plantas e um bom desen-volvimento inicial da cultura.

A movimentação da água até a semen-te, a transferência de calor, aeração, den-sidade do solo e a macroporosidade são

Figura 2 – Mecanismo de abertura do sulco eroda compactadora (da esq. para a dir. Discoduplo, roda de borracha e roda lisa em “V”)

SemeaduraeficienteSemeaduraeficiente

A eliminação de bolsões de ar durante a abertura e fechamento dos sulcos noplantio direto é tarefa importante para garantir a correta germinação,

emergência das plântulas e o bom desenvolvimento na fase inicial da cultura

A eliminação de bolsões de ar durante a abertura e fechamento dos sulcos noplantio direto é tarefa importante para garantir a correta germinação,

emergência das plântulas e o bom desenvolvimento na fase inicial da cultura

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Charles Echer

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Figura 1 - Semeadora-adubadora de plantio

direto utilizada no ensaio

consideravelmente influenciadas pela es-trutura do solo próximo à semente. Es-tas modificações físicas impostas pelosmecanismos de abertura e compactaçãodas sementes exercem uma grande influ-ência no espaço poroso, através do qualse realizam o movimento da água e a tro-ca gasosa no solo, ambos processos degrande importância na germinação eemergência das plantas.

Quando se utilizam diferentes meca-nismos de abertura e fechamento do sul-co, espera-se que ocorram diferenças narelação solo-semente. Entretanto com agrande diversidade de solos encontradosnas diferentes regiões do país, torna-sedifícil e até inviável do ponto de vista prá-tico que uma máquina possua todas ascaracterísticas que possibilite uma redu-ção dos bolsões de ar formados próximoà semente, o qual é prejudicial para a ger-minação das mesmas.

Uma condição fundamental para agerminação das sementes é o teor de águado solo. A semente tem que atingir a umi-dade suficiente para germinar e iniciar ocrescimento radicular. Para culturascomo a soja (leguminosa), é necessárioque as sementes contenham cerca de 50a 60% de água para iniciar o processo degerminação, enquanto que para o milho(gramíneas), esse teor é menor em tornode 35 a 40%. Para isso, é necessário quenão apenas o teor de água do solo sejaadequado, mas que a relação solo-água-semente seja favorável. O fluxo de águaaté a semente é influenciado pela estru-tura do solo deixada pelos mecanismosde abertura de sulco e compactação pró-xima à semente.

Após o aterramento, há necessidadede se compactar o solo sobre as semen-

tes, para que estas absorvam água commais facilidade. São as rodas compacta-doras as responsáveis pela compactaçãodo solo sobre as sementes e, conseqüen-temente, evitando a ocorrência de bol-sões de ar e selamento superficial sobrea linha de semeadura. Existem no mer-cado modelos de rodas compactadorasque facilitam o fechamento evitando aformação destes bolsões de ar.

O desenho e a operação da roda com-pactadora têm considerável influência so-bre o ambiente do solo em torno da se-mente, esta compactação aplicada sobreo solo pelas rodas pode ou não ser bené-

fica ao ambiente geral da semente, o quedependerá do nível de pressão e desenhoda roda, do tipo e umidade do solo e dascondições climáticas entre o período desemeadura e a emergência.

A formação de bolsões de ar é um fa-tor limitante para o processo de semea-dura direta em algumas culturas. Logoalgumas providências devem ser tomadasno sentido de minimizar estes bolsões nomomento da semeadura.

• Regular a pressão de compactaçãona superfície do solo permitindo uma li-geira pressão próxima às sementes.

• Semear a menores profundidadesde acordo com as características das se-mentes.

• Realizar a semeadura com o solo nafaixa friável, principalmente em solos ar-gilosos.

• Utilizar rodas compactadoras quepressionam o solo também nas lateraisdo sulco de semeadura.

Deve ser observado ainda que em sul-cos com a semente bem aterrada, maio-res são as percentagens de emergência de

Figura 3 - Imagem original0,22 kg/kg e ao ladoimagem tratada

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“As “armas” para esse combate são os equipamentos de pulverização em geral, bombashidráulicas, pontas/bicos de pulverização e a munição bastante variada”

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plantas. Assim, a melhoria e a regulagemcorreta dos componentes de abertura, fe-chamento e compactação de uma seme-adora-adubadora de plantio direto po-dem melhorar sensivelmente seu desem-penho na obtenção de melhores índicesde emergência.

DETERMINAÇÃO DA ESTRUTURA DO SOLOAs imagens foram produzidas em um

Latossolo Vermelho Argiloso (43% de ar-gila). Foi utilizada uma semeadora-adu-badora, com configuração para semearduas linhas na cultura do milho, com es-paçamento de 1 m entre linhas (Figura1). A máquina apresentava, conjuntorompedor e distribuidor de fertilizantesdo tipo disco de corte mais disco duplodefasado para o adubo, distribuidor desementes tipo disco duplo defasado, me-canismo de compactação tipo roda deborracha e roda lisa, como mostrado naFigura 2.

Por meio do estudo da micromorfolo-gia de blocos polidos de solo, possibilitoua quantificação da porosidade e distribui-ção dos poros no perfil revolvido pelos me-canismos de abertura e fechamento dosulco da semeadora–adubadora, viabili-zando o estudo do microambiente próxi-

mo à semente. Para tanto, foi necessáriorealizar análise de imagens de seções fi-nas de blocos impregnados, preparados apartir de amostras de solo não deforma-das e que continham a semente.

Sobre a linha de semeadura, em localrepresentativo, foram coletadas amostrasindeformadas de solo cravando uma cai-xa de metal de dimensões de 0,16 x 0,08x 0,08 m, a qual, deveria conter pelomenos uma semente. Cada amostra re-cebeu uma mistura impregnadora, previ-amente preparada, à base de resina de po-liéster, estireno, catalisador da resina e pig-mento Uvitex líquido (Ciba-Geigy®), as-sim que a impregnação foi concluída, fo-ram realizados cortes sucessivos de 0,01m de espessura ao longo do eixo vertical,nos microperfis impregnados, até que foiidentificada a semente (Figura 6). Poste-riormente estes microperfis foram fotogra-fados, tratados e quantificados a porosi-dade em percentual, correspondente à áreabranca da imagem (Figura 3, 4 e 5).

MACROPOROSIDADEO mecanismo tipo disco duplo frag-

mentou o solo de forma mais homogê-nea nos menores teores de água do solo,devido à ação mecânica, favorecendo a

redução do tamanho de partículas e, con-seqüentemente, aumentando a macropo-rosidade, como mostram as figuras 3 e3A. Nos maiores teores de água, houvetendência de maior força de adesão en-tre agregados no sulco, pela natureza cau-linítica do solo em condições de umida-de favoráveis ao estado plástico, contri-buindo para diminuir a macroporosida-de, como mostrado nas figuras 5 e 5A.

A descrição visual das imagens indi-ca tendência geral de formação de agre-gados menores de solo e a formação dosbolsões de ar próximos à semente, emtodos os níveis de umidade de solo estu-dados, devido à pulverização do solo pro-vocada pelo mecanismo tipo disco duplo,como mostrado nas figuras 3, 4 e 5.

O disco apresentou maior valor demacroporosidade dentro do teor de águade 0,22 kg/kg e 0,28 kg/kg, isso devidoao fato de o disco duplo pulverizar o solode forma mais eficaz, favorecendo, assim,a redução do tamanho do agregado e,conseqüentemente, aumentando a ma-croporosidade. Com o teor de água de0,34 kg/kg houve redução do valor de ma-croporosidade, estes valores podem pre-judicar a semente, aumentando o tempode emergência, principalmente em casode falta de água após a semeadura.

Possivelmente os valores de macropo-rosidade do solo dentro dos teores deágua estudados, nos diferentes mecanis-mos compactadores, tenham condiciona-do um microambiente satisfatório paraa emergência das plântulas, pois não hou-ve diferenças significativas nos índices deemergência de plantas. Vale ressaltar queo presente estudo restringiu-se a um tipode solo, devendo-se tomar cuidado comas extrapolações.

Figura 4 - Imagemoriginal 0,28 kg/kg e

abaixo imagem tratada

Figura 5 - Imagemoriginal 0,34 kg/kg e

abaixo imagem tratada

Figura 6 - Foto ilustrativa dos blocospolidos de solo impregnado com a

semente de milho

Elton Fialho dos Reis,UEG/Unucet

M

Fotos Elton Fialho dos Reis

Page 12: Maquinas 60

12 • Fevereiro 07

Na atualidade, uma das ativida-des mais significativas para finsde composição do custo na pro-

dução do arroz é, sem dúvida, a irrigação.Diante deste panorama, é vital a importân-

cia das ações de revisão e manutenção progra-mada efetuadas sobre o sistema de bombea-mento na época da entressafra, pois, logicamen-te, de maneira geral, é neste período que o sis-tema se encontra ocioso ou em hibernação –Sistema Mecanizado de Bombeamento paralavoura de arroz). A introdução de programas e

rotinas de manutenção preventiva nos sistemase instalações, responsáveis pelo fornecimentode água às lavouras de arroz, diminui os riscosde defeito ou falha e, por conseguinte, paradasindesejadas durante o período de irrigação, mi-nimizando os gastos com reparos de urgência eo desperdício de energia; afinal, “tempo é di-nheiro”, e tempo parado é aumento de custo econseqüentemente perda de lucratividade.Outros problemas a médio e longo prazos po-dem advir do mau funcionamento do sistemade irrigação, quais sejam, os efeitos ecológicos

danosos, com impactos ambientais praticamen-te irreversíveis, como extinção da mata ciliar,assoreamento e alterações bioquímicas da água,o que pode resultar em comprometimento dacapacidade de regeneração da fauna e da flora,bem como da própria capacidade de armaze-nagem de água na bacia hidrográfica. Além doenfoque hídrico, tem-se, obrigatoriamente, quefocalizar o atendimento às necessidades de de-manda de energia que, no período de irrigação,sobrecarregam os sistemas de distribuição e asredes das operadoras e concessionárias de ener-

Prevenção naentressafra

Com o fim da colheita de arroz, é hora do produtor pensar na manutenção do sistemamecanizado de bombeamento de água. Alguns cuidados básicos garantem maior vida

útil e previnem paradas indesejadas na safra seguinte

manutenção programada

Cultivar

Page 13: Maquinas 60

“Na atualidade, uma das atividades mais significativas para fins decomposição do custo na produção do arroz é, sem dúvida, a irrigação”

Fevereiro 07 • 13

gia elétrica, o que, obviamente, reverte em cus-to de produção.

SISTEMA DE BOMBEAMENTOÉ fundamental o conhecimento das partes

constituintes do sistema mecanizado de irriga-ção por parte do proprietário e/ou do operador,pois na grande maioria dos casos, são eles queirão detectar os primeiros sinais de mau funci-onamento ou presença de pequenos detalhesindicadores de problemas futuros. Um sistemamecanizado de irrigação compõe-se de:

• Tubulação de sucção e seus acessórios –que tem a função de conduzir a água do pontode captação até a bomba (Tubulações);

• Tubulação de recalque e seus acessórios– que transmite o fluxo até a rede de canais dedistribuição da lavoura;

• A bomba propriamente dita, ou máqui-na operatriz hidráulica (Bombas CentrífugasRadiais);

• O motor e os sistemas de transmis-são, acionamento e acoplamento – quetransformam energia elétrica (ou energiatérmica – motor Diesel) em energia mecâ-nica que irá acionar o eixo e o rotor da bom-ba (Conjunto Motor-Bomba);

• Sistema flutuante ou balsa, quando hou-ver (Balsas – Sistema Flutuante),

PROBLEMAS, AVARIAS E FALHAS COMUNSApesar da maioria dos sistemas mecaniza-

dos de irrigação serem projetados para resisti-rem a condições de serviços em ambientes ex-ternos, sujeitos a intempéries, umidade, tem-peratura, vento e poeira, entre outros, algunsindicadores de danos futuros podem tornarevidente a necessidade de algumas providênci-

as a serem tomadas para que o funcionamentoperfeito do sistema não seja prejudicado du-rante o período de trabalho que, no Rio Gran-de do Sul, varia entre os meses de setembro emarço. Mas, o que podemos apontar como“mau funcionamento” de um sistema de irri-gação? Podemos afirmar os que os principaisindicadores são: a bomba não bombeia; vazãoinsuficiente; pressão insuficiente; bomba per-de escorva após a partida; bomba sobrecarregao motor; bomba vibra excessivamente; engaxe-tamento com vida curta; vazamento excessivoatravés das gaxetas; rolamentos com vida cur-ta; bomba superaquece e/ou grimpa.

Cabe ainda ressaltar que, muitas vezes, omau funcionamento se dá devido ao baixo ní-vel da lâmina d’água do rio ou do reservatórioem relação à plataforma do conjunto moto-bomba, acarretando grandes alturas de sucção

e afetando o nível de submergência do sistema.Outro tipo de problema comum, correspon-

de à ação do ambiente sobre o material de cons-trução mecânica, principalmente no que dizrespeito às canalizações e tubulações, que po-dem apresentar pontos e/ou áreas de oxidação(mancha de ferrugem), no caso de componen-tes fabricados em aço-carbono, que certamen-te irão evoluir para pontos de corrosão, o que,futuramente, abrirá trincas, buracos e/ou fen-das, ou causará a redução da seção transversaldos dutos através de incrustações, provocandovariações na linha de pressão do sistema au-mentando a perda de carga ou vazamentos (es-guichos), ocorrências que influenciam forte-mente na perda de rendimento.

Dentro de uma visão real, é necessário com-preender que todo o sistema técnico é projeta-do para funcionar plenamente e sem defeitosou falhas por um tempo de vida determinado.Mas o tempo de vida estimado para o sistemadepende de uma manutenção periódica de seussubsistemas, cujos componentes nem sempre

Sistema mecanizado debombeamento para

lavoura de arroz

O conjunto motor-bomba,integra o sistema de

bombeamento

Checklist

Fotos Marcelo Melo Soriano

Page 14: Maquinas 60

14 • Fevereiro 07

Bombascentrífugas

radiais

têm a mesma durabilidade do sistema comoum todo; geralmente, as peças ou partes dosistema com vida útil mais curta são aquelasque compõem partes girantes acionadoras ouacionadas, que dependem de lubrificaçãoconstante e que suportam um número limi-tado de ciclos previamente estabelecidos pe-los fabricantes destas partes (mancais de rola-mentos, correias de transmissão, entre outros);ainda pode-se citar as partes e elementos su-jeitos a variações de pressão, vibrações, umi-dade e pó. Sem uma boa planificação de ma-nutenção preventiva não é possível estabele-cer prazos e/ou termos de garantia, que de-vem ser estabelecidos através de documenta-ção clara e objetiva, ou através de pacotes deserviços pré-determinados de assistência téc-nica, o que depende da organização e da capa-cidade de atendimento às necessidades do con-sumidor e do poder de estratégia da empresadesenvolvedora do produto Sistema Mecani-zado de Irrigação.

MANUTENÇÃO PROGRAMADAAlguns exemplos de acessórios e utilitári-

os de apoio capazes de orientar o proprietárioe/ou operador do Sistema Mecanizado de Ir-rigação são aqui apontados, contudo, deve-seesclarecer que são necessários conhecimentosbásicos de tecnologia de manutenção e opera-ções mecânicas, bem como noções de infor-mática e desenho técnico, para o manuseiosatisfatório do material de suporte aqui apre-sentado:

CD Multimídia e Manuais Impressos• Checklist de Verificação: tem a função

de servir como um roteiro de verificação, lis-tando os principais itens a serem observadosnas diferentes partes do sistema durante a ins-

peção; (planilha eletrônica e impressa. Exem-plo de Checklist de Verificação para a Manu-tenção Programada)

• Planilha das Causas de Mau Funcio-namento da Bomba: orienta a identificaçãoimediata das possíveis causas de funciona-mento inadequado, enumerando as partes,componentes e elementos mecânicos relaci-onados com a ocorrência de um determina-do efeito indesejado; (planilha eletrônica eimpressa – Planilha das Causas de Mau Fun-cionamento da Bomba)

• Plantas e Desenhos do Sistema e suaspartes e, ainda, o Manual Específico do Tipode Bomba Utilizada: eventualmente, estesdesenhos e plantas poderão ser necessáriosa prestadores de serviços e técnicos que nãopertencem ao corpo técnico da empresa de-senvolvedora do projeto; (Projeto de Siste-ma Flutuante e – Planta do Sistema deBombeamento)

• Termo de Garantia (impresso e eletrô-nico): é o documento que explicita as condi-ções e prazos de garantia de funcionamento

do sistema de irrigação, certificando ao con-sumidor seus direitos e obrigações relaciona-dos ao bem de consumo em questão;

• Manual do Operador da MáquinaOperatriz Hidráulica: deve ser apresentadoe repassado durante a entrega técnica do sis-tema na propriedade onde o mesmo irá fun-cionar, contendo modelo, dados e especifi-cações do sistema, bem como apresentar ascondições de uso, os riscos e perigos, aler-tas, procedimentos fundamentais, entreoutros;

• Manual de Rotinas Básicas de Manu-tenção Preventiva: apresenta os procedimen-tos diários, semanais, quinzenais, mensais,semestrais e/ou anuais que devem ser ob-servados para o perfeito funcionamento dosistema, de forma clara, sistemática, comcronograma simplificado. O cuidado com asrotinas básicas de manutenção é o que en-doçará o uso do Termo de Garantia no casode quaisquer sinistros ou não conformida-des durante a operação do sistema que, por-ventura, venham a ocorrer.

Projeto de Sistema Flutuante e Planta do Sistema de Bombeamento

Page 15: Maquinas 60

“A obtenção de certos dados referentes ao sistema em funcionamento torna-se muitomais ágil e precisa quando utilizados aparelhos de medição de alta tecnologia”

Fevereiro 07 • 15

MÃO-DE-OBRA, FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOSAlguns produtores rurais mantêm em sua

equipe de colaboradores um ou mais técni-cos em mecânica, responsáveis pela manu-tenção da frota de máquinas agrícolas e im-plementos, considerando, sob certo ponto devista, mais viável a “manutenção em casa”do que a opção pelos serviços técnicos espe-cializados oferecidos pelas empresas do se-tor. Nestes casos, é aconselhável a realizaçãode um curso básico de manutenção muitasvezes oferecido na própria fábrica pela em-presa desenvolvedora do sistema de irriga-ção, ou então um fast course durante a entre-ga técnica do equipamento no próprio localde instalação do levante. A partir daí, serápossível ao empresário rural disponibilizar osrecursos necessários, como software, kit deferramentas, insumos e equipamento míni-mo necessário à execução de reparos e roti-nas de manutenção mecânica preventiva.Normalmente, por cláusula contratual, o fa-bricante exige a realização de um curso porparte do funcionário rural, para a validaçãodo Termo de Garantia, desde que este sejaincumbido de emitir relatórios periódicos aoDepartamento de Assistência Técnica daempresa, ou forneça informações claras eprecisas aos técnicos especializados encarre-gados de inspecionar em campo os sistemasimplantados. A obtenção de certos dados re-ferentes ao sistema em funcionamento tor-na-se muito mais ágil e precisa quando utili-zados aparelhos de medição de alta tecnolo-gia, como manômetro digital, tacômetro óti-co digital, multímetro/cossifímetro, medidorde vazão por ultra-som e medidor-analisa-dor de vibrações, termômetro e decibelíme-tro. Alguns instrumentos de medição tam-

bém podem ser úteis, tais como: trena, com-parador micrométrico, paquímetro, calibra-dor de folgas e relógio apalpador. (Manôme-tro digital e Medidor de Vazão Ultrassôni-co).

CONSELHOS E DICAS ÚTEISAlguns conselhos e dicas úteis podem fa-

cilitar a vida do operador e do proprietário dosistema mecanizado de irrigação, quais sejam:

• Conheça o seu sistema de bombeamen-to (partes constituintes, rendimento, capaci-dade, vazão e consumo de energia.);

• Solicite ao fabricante os manuais de ope-ração e rotinas de manutenção do motor e dabomba no momento da instalação do siste-ma. A empresa de engenharia responsável pelaexecução do projeto do sistema de irrigaçãodeve providenciar a entrega técnica do mes-mo, fornecendo os manuais, termo de garan-tia, alternativas e referências para assistênciatécnica autorizada, métodos e técnicas de ar-mazenagem durante os períodos em que o sis-tema estiver em hibernação;

A manutenção das tubulaçõestem papel importante para o

bom funcionamento do sistema

O sistema flutuante éempregado em

alguns casos

• Mantenha os croquis do sistema e plan-tas de instalação guardados em local seguro,porém de fácil e rápido acesso (diagrama uni-filar da instalação elétrica, manual da bombae do motor, curvas características da bomba,planta baixa das instalações; entre outros);

• Mantenha contato com a empresa res-ponsável pela execução do projeto ao sinal dequalquer mau funcionamento; na maioria doscasos, o serviço de assistência técnica da em-presa só é acionado depois de tentativas malsucedidas por parte de pessoal não especializa-do, o que, geralmente, maximiza o problemacrucial, despendendo o dobro ou mais de tem-po para a solução correta, ou mascara por cer-to tempo com medidas paliativas à causa real,convergindo, assim, para uma parada repen-tina não planejada em época de ultra depen-dência do bom funcionamento; logicamente,isto implica em perdas e, é óbvio, aumento docusto de produção.

É importante solicitar o agendamento pe-riódico de uma visita técnica da empresa res-ponsável pelo seu sistema mecanizado de irri-gação sempre no período subseqüente à fasede irrigação do arroz, pois isso garantirá umstart seguro e sem imprevistos no próximoperíodo de trabalho.

Ulisses Benedetti Baumhardt, Marcelo Melo Sorianoe José Carlos Guimarães recomendam a revisão

programada e preventiva do sistema de irrigação

Distribuição das lavouras de arroz irrigado no Rio Grande do Sul

Marcelo Melo Soriano,José Carlos Guimarães eUlisses Benedetti Baumhardt,UFSM

M

Fotos Marcelo Melo Soriano

Page 16: Maquinas 60

regulagem de pulverizadores

16 • Fevereiro 07

Quando se pensa em pulveriza-ção, não raro, ainda se associa aeficácia do controle única e exclu-

sivamente com o volume de calda aplicado, des-considerando-se todos os demais fatores envol-vidos na eficácia da aplicação. No entanto, autilização de turbopulverizadores na citricul-tura constitui-se num excelente exemplo decomo a adequação e a correta utilização de pul-verizadores podem interferir significativamen-te sobre o custo de produção. Aqui, conceitosempregados nas remotas épocas em que os pul-verizadores de pistolas eram os mais utilizadosnos tratamentos fitossanitários destes pomares,têm sido repassados ao atuais turbopulveriza-dores, gerando graves perdas, comprometendoa eficácia de inovações tecnológicas, prejudican-do o funcionamento dos pulverizadores e one-rando o custo de produção. A baixa eficiênciado sistema tem levado a utilização de volumes

de calda cada vez maiores, principalmente nocontrole do ácaro da leprose, buscando-se com-pensar tais perdas. Para começar a se entenderas diferenças entre os dois sistemas, imagine-secom uma pedra com 10 g em uma das mãos ecom 10 g de areia fina na outra. Ao atirar-se asduas para frente, com a mesma força, a pedrairá mais longe pois a areia se espalhará rapida-mente, caindo próximo ao ponto de lançamen-to. Este é o princípio de funcionamento dospulverizadores de pistola, ou dos pulverizado-res ‘jato lançado‘, onde a gota depende de suamassa, e consequente energia cinética, para atin-gir o alvo. Assim, a pistola de pulverização é

uma ponta de alto volume, com o tamanho dasgotas controlado pelo giro da manopla localiza-do no cabo da mesma. Quanto maior a gota,menor o ângulo do cone de pulverização, mai-or o alcance do jato e vice-versa. A utilizaçãodas pistolas, portanto, pressupõe a utilizaçãode gotas grandes. Nesta situação, normalmen-te, o controle da praga ou doença é diretamen-te proporcional ao volume, pois uma grandequantidade de calda pode ser necessária parareduzir os efeitos das falhas (físicas e huma-nas) inerentes ao sistema. Quando se pensa emturbopulverizadores no entanto, os conceitosdevem ser alterados. Imagine a mesma pedra

Regulagem de altura inadequada(direita) impede que a deposição deprodutos chegue ao topo das plantas

AjustesindispensáveisAjustesindispensáveisA aplicação de defensivos em pomares requer boa dose de cuidados com detalhesdesde a escolha do equipamento até o volume de calda utilizado. Esses aspectosdefinirão o sucesso ou fracasso da operação, que em citricultura requer maioratenção pela quantidade de fatores envolvidos

A aplicação de defensivos em pomares requer boa dose de cuidados com detalhesdesde a escolha do equipamento até o volume de calda utilizado. Esses aspectosdefinirão o sucesso ou fracasso da operação, que em citricultura exige maioratenção pela quantidade de fatores envolvidos

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de 10 g e as mesmas 10 g de areia fina não maisatiradas em direção ao alvo mas sim liberadas àfrente de um ventilador. Nesta situação, a areiairá mais longe pois será mais eficientementetransportada pela corrente de ar gerada. Este éo princípio de funcionamento dos turbopulve-rizadores, ou pulverizadores ‘jato transporta-dos‘, onde a gota deve ter um tamanho ade-quado para ser transportada pela corrente de araté o alvo. A utilização de turbopulverizadores,portanto, pressupõe a utilização de gotas maisfinas e de um volume de ar adequado ao trans-porte destas até a parte que se deseja atingir dacopa.

REGULAGENS, ROTAÇÃO E VELOCIDADETrabalhos com turbopulverizadores, reali-

zados no Estado de São Paulo pelo CentroAvançado de Pesquisa Tecnológica do Agrone-gócio de Engenharia e Automação (CEA) do

Instituto Agronômico (IAC), em parceria como Fundo Paulista de Defesa da Citricultura(Fundecitrus), Fundação de Apoio à Pesquisado Estado de São Paulo (Fapesp), citricultorese fabricantes de máquinas e acessórios de pul-verização, avaliando a eficácia do controle depragas e doenças com diferentes formas de usodeste equipamento, têm confirmado que, paraeste tipo de pulverizador, a eficiência não estádiretamente relacionada ao volume de calda massim a forma como se realiza a sua regulagem etentar-se-a aqui explicar o por que.

Quando da regulagem de turbopulveriza-dores, o primeiro passo é verificar a rotação detrabalho do trator. Em função do transporte eda distribuição das gotas na planta serem reali-zados pela cortina de ar, é importante que estatenha um volume e velocidade adequados àoperação. As turbinas, responsáveis pela gera-ção da cortina, são normalmente acionadas pelatomada de potência (TDP) e estão dimensio-nadas para trabalhar com 540 rpm na TDP,assim, a rotação de trabalho do trator deve sersempre aquela que proporcione esta condição.Quanto menor a rotação, menor a velocidadede rotação da turbina, menor o volume e velo-cidade do ar gerados, mais difícil o transporte edistribuição da pulverização e, consequente-mente, menos eficaz a operação. A grande mai-oria dos tratores trás marcado, em adesivos nosparalamas, painel ou mesmo no próprio mar-cador de rotações, a rotação do motor necessá-ria para proporcionar 540 rpm na TDP. A velo-cidade ideal de deslocamento deve ser buscadaportanto apenas através da seleção da marchaadequada e nunca da alteração da rotação.Quanto mais interno estiver o alvo a ser atingi-do (ácaro da leprose por exemplo) ou maior adificuldade para penetração da calda (plantamuito enfolhada por exemplo), menor deve sera velocidade para que o ar tenha volume e velo-cidade para carregar as gotas até o interior daplanta. Quanto mais externo o alvo (chumbi-

nho por exemplo) ou menor a dificuldade parapenetração da calda, menor a quantidade de arnecessária e portanto maior pode ser a veloci-dade.

VELOCIDADE DO ARSelecionada a rotação e a velocidade, o pas-

so seguinte será avaliar a velocidade do ar aolongo da cortina. Para isso, um método bastan-te simples é utilizar-se de uma vara compridacom fitas plásticas, feitas com material bastan-te fino como o utilizado em sacolas de super-mercado por exemplo, amarradas a espaços re-gulares (50 cm por exemplo). Este acessório,quando posicionado à frente da cortina de ar,próximo às plantas, fornece várias noções im-portantes tais como a distância mínima entre opulverizador e a planta para que haja ar na re-gião da saia e a velocidade e direção do ar aolongo do perfil da planta. Pulverizadores comvelocidades de ar visivelmente diferentes ao lon-go da cortina não devem ser utilizados, em fun-ção da desuniformidade de deposição da caldaque proporcionam na planta. Esta pode ser umaimportante ferramenta também na regulagemdos defletores, ou volutas, no sentido de evitarque uma quantidade excessiva de ar seja perdi-da por sobre a planta.

Além de uma velocidade uniforme aolongo da cortina de ar, outro fator a se observar,e que tem grande interferência sobre a eficáciada pulverização, é a distribuição deste ar noperfil vertical da planta. Turbinas baixas, quan-do utilizadas com árvores altas, fazem com quehaja uma concentração da calda aplicada naregião da saia em função da maior quantidadede bicos nesta área. Como exemplo, uma tur-bina com barra de 24 bicos cujo centro esteja a1,5 m do solo, quando pulverizando um po-mar com plantas de 4 m de altura, terá 12 bicospara pulverizar 1,5 m de copa na saia e 12 para2,5 m na parte superior. Esta desuniformidadede vazão proporcionará uma distribuição irre-

A verificação de uma simples estaca comfitas amarradas em intervalos de 50 cm

ajudam no ajuste da velocidade do ar

“Pulverizadores com velocidades de ar visivelmente diferentes ao longo da cortina nãodevem ser utilizados, em função da desuniformidade de deposição da calda”

Jacto

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18 • Fevereiro 07

Exemplo de cortina de ar bem regulada (esq.) emal regulada (dir.), onde apresenta falhas em

algumas faixas e sobreposição em outras

gular de calda, prejudicando o controle na par-te superior da planta. Turbinas mais baixas, fa-zem também com que o último bico da barrase situe a uma distância bastante grande doponteiro, resultando em sérias implicações.Quanto maior a distância, menor a capacidadedo ar em transportar as gotas, maior a probabi-lidade de evaporação e deriva e maior tambémo efeito da gravidade sobre elas. Para evitar aevaporação, alguns produtores optam por utili-zar pontas de maior vazão na parte superior dabarra de bicos, o que via de regra não resolve oproblema, pois maiores vazões representamgotas maiores, com menor capacidade de trans-porte pelo ar e mais sensíveis aos efeitos da gra-vidade. Por outro lado, turbinas altas, em po-mares adensados na rua, podem fazer com queo primeiro bico da barra esteja bastante alto emuito próximo da planta, proporcionando fa-lhas a pulverização da saia. Assim, ao se dimen-sionar um pulverizador, deve-se levar em con-sideração as características do pomar onde omesmo será utilizado e não apenas o custo deaquisição. A altura ideal da turbina será aquelaque permita uma distribuição equitativa dosbicos entre a parte alta e baixa da planta, possi-bilitando que se trabalhe com pontas de mes-ma vazão em toda a barra, reduzindo a proba-bilidade de erros na calibração. Estão disponí-veis hoje no mercado brasileiro turbopulveri-zadores com diferentes alturas e formatos deturbina, que atendem plenamente a necessida-de dos citricultores. De qualquer forma, a con-sulta a um engenheiro agrônomo capacitado éaconselhável.

VAZÃO, PRESSÃO E PONTASA seleção do modelo, vazão e pressão de

trabalho da ponta de pulverização a ser utiliza-da também está diretamente ligada a eficáciada pulverização. Levando-se em consideraçãoque gotas menores são melhor transportadaspela cortina de ar, as pontas de pulverizaçãoselecionadas para uso nos turbopulverizadoresdevem proporcionar um espectro de gotas ade-quado a esta finalidade. A seleção de gotas muitopequenas (pulverização Muito Fina) potenci-aliza as perdas por evaporação e deriva. Gotasmenores que 100 µm (1 µm = 1 mm/1000)possuem alta probabilidade de se evaporar notrajeto entre a barra de bicos e a planta, elevan-do as perdas e a contaminação do aplicador edo ambiente. Por outro lado, gotas grandes (pul-verização Grossa ou Muito Grossa), além deserem menos eficientemente transportadas peloar, possuem menor capacidade de penetraçãona planta, potencializando o escorrimento naparte externa e prejudicando a deposição na par-te interna. Nos estudos realizados pelo CEA/IAC para a cultura de citros, os melhores, e maisseguros, resultados até o momento estão sendoobtidos com a seleção de pontas que proporci-onam gotas entre 150 e 200 mm (pulverizaçãoFina). Todo fabricante de pontas no Brasil deveser capaz de fornecer tabelas que indicam a va-riação do tamanho de gotas, dos diferentesmodelos que produzem, em função da pressão.Além disso, para aqueles mais técnicos, tam-bém está disponível pelo menos um software

para análise da pulverização, que permite ava-liar o tamanho e concentração de gotas coleta-das sobre papel hidrossensível, posicionadosdiretamente sobre o alvo pulverizado. Tecnica-mente este procedimento é mais adequado, umavez que características da calda podem alteraro tamanho da gota gerada quando comparadoà água pura.

Algumas vezes, em função da adequaçãodo tamanho de gotas, alterações na barra debicos podem ser necessárias. Para um mesmovolume aplicado por planta, numa mesmapressão, uma barra com pequeno número debicos apresenta um maior volume por pontae, consequentemente, gotas maiores. Dessaforma, ao se utilizar 2 pontas jogando 1,0 L/min por exemplo, pode-se ganhar em eficiên-cia (cobertura, deposição e controle) quandocomparado a 1 ponta aplicando 2,0 L/min,por se estar adequando a pulverização ao equi-pamento. O aumento do número de bicos nabarra pode ser obtido de duas formas: atravésdo uso de duplicadores, que permitem alémda duplicação a angulação das pontas, ou atra-vés da troca da barra de bicos por outra comnúmero maior de posições, que reduz a resis-tência do suporte das pontas ao deslocamen-to do ar. Em ambos os casos, pode-se selecio-nar a ponta e a pressão de trabalho que pro-porcionem o tamanho de gota desejável, ade-quando-se o volume por planta através donúmero de pontas na barra.

Utilizando-se os conceitos acima de dis-tribuição do ar, da calda e de adequação do

Hamilton Ramos destaca o grandenúmero de variáveis que existem

na aplicação em pomares

Jact

o

Page 19: Maquinas 60

“Ao se dimensionar um pulverizador, deve-se levar em consideração as característicasdo pomar onde o mesmo será utilizado e não apenas o custo de aquisição”

Fevereiro 07 • 19

Hamilton Humberto Ramos,Kiyoshi Yanai eDouglas Sampaio R. da Rocha,CEA/IACDemétrius de Araújo,UNESPMarcel Bellato Spósito eRenato Beozzo Bassanezi,Fundecitrus

tamanho de gotas diretamente sobre a regula-gem de turbopulverizadores no campo, em di-ferentes épocas do ano, pode-se observar quenão há uma relação direta entre o volume decalda aplicado e o controle de pragas e doen-ças. Aliás, o volume de calda adequado seráuma interação da regulagem realizada no tu-bopulverizador com o produto e o alvo a seratingido pela pulverização, não podendo serpadronizado.

PRODUTOS QUÍMICOSCom relação a produtos, apesar da grande

evolução observada nos agrotóxicos, onde prin-cípios ativos específicos e eficazes em baixasdosagens, formulações com alta capacidade dedispersão e suspensibilidade na calda além deembalagens mais seguras ao trabalhador têmsido desenvolvidas, ainda há uma grande fa-lha em se identificar corretamente os alvos quí-micos e biológicos a serem atingidos por eles.Entende-se por alvo biológico o organismo quese deseja controlar, seja ele um inseto, fungoou planta daninha. Como com os atuais co-nhecimentos e equipamentos disponíveis, nãoé possível atingir somente o alvo biológico, afixação do alvo deve ser mais abrangente, re-caindo sobre outros itens (alvo químico). Dessaforma, enquanto o agente a ser controlado épor exemplo o fungo causador da pinta preta(alvo biológico), botões florais, flores e chum-binhos deverão ser atingidos pela pulveriza-ção (alvo químico).

Quando da utilização de produtos com açãopreventiva, como na aplicação de fungicidas

para controle de doenças na florada e na faseinicial de desenvolvimento dos frutos, o alvoquímico deverá ser considerado também comrelação à sua modificação após o tratamento.Como exemplo, trabalhos realizados pelo CEA/IAC com controle da pinta preta dos citros uti-lizando oxicloreto de cobre, mostram que noperíodo normalmente considerado de 28 diascomo intervalo nas aplicações, na fase imedia-tamente após a florada, os chumbinhos tripli-cam seu tamanho e a quantidade de cobre so-

Ramal normal, apresenta menor número debicos e conseqüentemente, maior volume

por pontas e gotas maiores

Ramal duplicado permite gotasmenores, garantindo maioruniformidade na deposição

bre eles reduz a cerca de 40% da inicial. Assim,muito provavelmente, o baixo controle da do-ença conseguido nesta fase com a utilização defungicidas seja função da alteração na cobertu-ra inicial proporcionada pelo crescimento dofruto, aliado à significativa redução do princí-pio ativo sobre o alvo químico. A redução nointervalo de aplicação ou a utilização de produ-tos com ação de profundidade (menor lavagempor chuvas), boa redistribuição lateral (redis-tribuição com o aumento do chumbinho) e nãotóxicos a cultura nesta fase podem constituirem excelentes opções na solução do problema.

Uma vez regulado o pulverizador e defi-nido o alvo químico, o volume de pulveriza-ção deve ser dimensionado para depositar ade-quadamente o produto fitossanitário sobre omesmo. Os resultados obtidos pelo CEA/IACe seus parceiros confirmam que, na utilizaçãode turbopulverizadores, o volume de calda uti-lizado não possui correlação direta com a efi-cácia do controle e que, utilizando-se os con-ceitos básicos da Tecnologia de Aplicação deProdutos Fitossanitários aqui descritos, gran-des reduções nos volumes de água hoje utili-zados, não raro em porcentagens que ultra-passam os 50%, podem ser possíveis, propor-cionando sensível redução no custo do trata-mento fitossanitário.

Muitas vezes, a determinação doalvo químico pode ser modificada

em função da biologia da praga ou doença aser controlada, facilitando ou dificultando aoperação de controle. Tomemos como exem-plo o controle da mariposa (adulto) do bi-cho-furão. Durante o dia, esta praga fica es-condida no interior da planta, fazendo comque a calda de pulverização tenha que atra-vessar toda a camada de folhas e penetrar naplanta para atingi-la, efetuando o controle.Entretanto, ao anoitecer, inicia seu períodode revoada, localizando-se fora ou na super-fície da planta, facilitando o contato com acalda de pulverização. Dessa forma, volumesde calda consideravelmente menores podemser utilizados ao anoitecer, quando compa-rados à aplicação diurna, sem que isso inter-fira no controle da praga.

Outras vezes ainda, a determinação doalvo químico pode ser modificada em funçãoda capacidade e forma de redistribuição do

UMA ESTRATÉGIA PARA CADA ALVO QUÍMICOproduto na planta, que é a capacidade ou nãodo produto fitossanitáro atingir o alvo bioló-gico de forma indireta por meio de redistri-buição, que pode ocorrer por translocação sis-têmica, movimentação translaminar (mesos-têmica) ou pelo deslocamento superficial dodepósito inicial do produto. Cabe lembrar que,na hipótese do produto ser sistêmico, deve-se identificar se o mesmo tem movimenta-ção apenas ascendente (apoplástica ou acró-peta), apenas descendente (simplástica ou ba-sípeta) ou em ambos os sentidos, antes dese identificar o alvo químico. Além disso,deve-se considerar também esse efeito sistê-mico em relação ao alvo considerado. Produ-tos sistêmicos são aqueles com capacidadede movimentação no sistema vascular daplanta (xilema e floema), logo, como frutosnão possuem sistema vascular, o efeito me-sostêmico tende a ser mais importante doque o sistêmico quando estes são os alvosda pulverização.

M

Fotos Hamilton Ramos

Page 20: Maquinas 60

20 • Fevereiro 07

passo a passo

As manutenções diárias são proce-dimentos simples que evitamtranstornos e gastos desnecessá-

rios, exigindo apenas alguns minutos antesde iniciarem os trabalhos com o trator. Essamanutenção garante maior vida útil aoscomponentes, bem como o funcionamentoadequando, aumentando o desempenho damáquina e garantindo a tranqüilidade du-rante a jornada de trabalho.

Apesar de serem bastante simples, di-versos passos devem ser seguidos para efe-tuar a manutenção completa e, a não-reali-zação desses procedimentos, pode acabar emdanos e até mesmo, perda de garantia dealguns componentes.

PASSO A PASSOO sistema de arrefecimento de alguns

modelos de tratores possui reservatório deexpansão ou compensação, com o objetivode compensar o aumento ou diminuição do

volume da água em função do aquecimentoou resfriamento. Por isso, o nível de águado reservatório deve estar sempre entre osdois níveis indicados, a fim de garantir ofuncionamento correto do sistema.

Verifique também o nível do óleo domotor. Para isso, o trator deve estar em lo-cal nivelado com motor desligado pelo me-nos há 15 minutos. O nível deve estar entreas duas marcas indicadas e, se necessário,complete com óleo indicado pela fábrica,cuja especificação é possível encontrar nomanual do operador.

Antes de dar a partida no motor, dreneo sedimentador e o filtro do combustível, afim de retirar as impurezas, como água ououtros líquidos que estarão depositados pró-ximos ao dreno. É recomendado tambémantes de dar a partida no motor o aciona-mento da válvula de descarga do pó do fil-tro de ar para retirar terra e demais impure-

Tarefa diáriaTarefa diáriaExistem pontos do tratorque devem ser verificados

diariamente, a fim degarantir bom desempenho

e evitar incidentescausados pela falta de

manutenção

O nível do óleo deve estar sempre entre ossinais de mínimo e o máximo

Caso o nível do óleo esteja baixo,deve-se repor até o nível correto

Page 21: Maquinas 60

“As manutenções diárias são procedimentos simples que evitam transtornos e gastosdesnecessários, exigindo apenas alguns minutos antes de iniciarem os trabalhos com o trator”

Fevereiro 07 • 21

Colaboração Cimma Ltda.

zas acumuladas nos trabalhos do dia ante-rior.

Verifique as presilhas das mangueiras dear e combustível, certificando-se de que nãohaja nenhuma folga ou rachaduras, quepossam comprometer o funcionamentoatravés de vazamentos ou de entrada departículas indesejadas nos sistemas. Façatambém, todos os dias ou a cada dez horasde trabalho, a lubrificação de todos os pi-nos graxeiros, de preferência com graxas àbase de lítio, que atendam às especificaçõesnecessárias para cada máquina. Antes derealizar o procedimento, limpe os pinos eposteriormente bombeie a graxa até ela va-zar pelas articulações. A localização dos pon-tos de lubrificação também pode ser encon-trada no manual do operador.

OUTROS PROCEDIMENTOSVerifique a tensão da correia ou correias

do ventilador e mantenha os respiros sem-pre limpos, isso facilita a saída dos gases quese formam naturalmente dentro dos siste-mas. Quando necessário, ajuste a tensão

correta das correias, que não deve ter folgaacima de 1,5cm. Reaperte as porcas das ro-das. Mas atenção ao realizar este procedi-mento, pois os torques devem ser de acordocom o especificado no manual do operador,a fim de evitar que torques exagerados da-nifiquem as roscas de porcas ou parafusos.

Após cada jornada de trabalho, é reco-mendado que se reabasteça o tanque decombustível. Este procedimento elimina osvapores de água que se formam no interiordo tanque por causa do aumento da tempe-ratura, ou aqueles que entram pelo respiro,juntamente com o ar.

Acione a válvula do pó para liberar asimpurezas depositadas no dia anterior

Diariamente, ou a cada dez horas de trabalho,faça a lubrificação de todos os pinos graxeiros

Verifique porcas e reaperte-as diariamente,não exagerando no torque utilizado

Nas mangueiras de ar e combustível, deve-sechecar presilhas e localizar possíveis danos

Confira a folga das correias, que não deve passarde 1,5 cm, e ajuste sempre que necessário

Seguindo diariamente esses passos, vocêgarante o funcionamento perfeito do tra-tor, sem levar sustos com imprevistos. Maslembre-se de que estas não são as únicasmanutenções necessárias. Consulte o ma-nual do operador para verificar as demaismanutenções periódicas. M

Fotos Cultivar

Antes de dar a partida, deve-se drenar osedimentador e o filtro de combustível

Page 22: Maquinas 60

22 • Fevereiro 07

Qualificar e quantificar o desem-penho de um trator é algo quepode não parecer tão importante

na medida em que não se tem acesso a bonsdocumentos que reportem esse tema na atualconjuntura brasileira, ou seja, não se tem aces-so a resultados de ensaios. O assunto já é sufi-cientemente detalhado na literatura e tem umalonga história, que tem como marco importan-te o ano de 1918, quando uma lei foi aprovadano estado de Nebraska (EUA), dando aos usu-ários o direito de ter acesso a resultados de en-saios que comprovassem a veracidade das in-formações emanadas pelos fabricantes de tra-tores quanto ao desempenho de suas máqui-nas. Coube à universidade local implementar aforma de fazer a lei ser cumprida e foram cria-dos procedimentos que permitiam o desenvol-vimento de ensaios padronizados que caracte-rizavam o espécime ensaiado e foi em 1919 quese iniciou efetivamente a realização dessas pro-

vas.Desde então a história é farta de fatos e con-

quistas e em vários centros pelo mundo aforaessa técnica foi desenvolvida e implementada.Criaram-se pacotes normativos que foram sen-do aprimorados ao longo dos anos e tiveramforte influência da Engenharia Automotiva,especialmente no ensaio de motores.

O Brasil também já teve sua fase áurea noensaio de tratores. Durante muitos anos tive-mos o Centro Nacional de Engenharia Agríco-la - Cenea, vinculado diretamente ao entãoMinistério da Agricultura e que encerrou suasatividades repentina e melancolicamente emmarço de 1990. Paralelamente ao Cenea, exis-tia a Divisão de Engenharia Agrícola do Insti-tuto Agronômico, hoje Centro de Engenhariae Automação, que ainda mantém uma estru-tura mínima para a realização de ensaios de tra-tores.

Nessa época a Associação Brasileira de

Normas Técnicas – ABNT, na sua área de nor-matização associada a tratores, também tinhauma boa presença e foi assim que foram cria-das várias Normas Brasileiras. Porém, foi nessemesmo período que várias alterações foram sen-do desencadeadas ao redor do mundo, em cen-tros de pesquisa e desenvolvimento tecnológi-co associados à área. Observou-se, especialmen-te nos últimos 25 anos, um processo de enxu-gamento e extinção de centros de pesquisa, de-senvolvimento tecnológico e mesmo departa-mentos de universidades que tradicionalmen-te se dedicavam à mecanização agrícola e queviram reduzidas suas demandas.

Na área de ensaios esses fatos foram aindamais marcantes e o que ocorreu foi a extinçãode vários centros de grande prestígio e com ple-no domínio das tecnologias e métodos associa-dos a ensaios de tratores e máquinas agrícolas.Alguns exemplos são o “Praire AgriculturalMachinery Institute” do Canadá, que não fe-

Ensaios limitadosA extinção de centros de pesquisa e desenvolvimento tecnológico ligados

à mecanização agrícola tem tornado cada vez mais restrito o acesso aresultados dos testes de desempenho de tratores. Particularmente noBrasil, é urgente a organização coletiva para mudar esta realidade e

fazer com que as informações cheguem aos consumidores

teste de desempenho

Fotos José Paulo Molin

Page 23: Maquinas 60

“Criaram-se pacotes normativos que foram sendo aprimorados ao longo dos anos etiveram forte influência da Engenharia Automotiva, especialmente no ensaio de motores”

Fevereiro 07 • 23

Instalações de teste detratores do “Nebraska

Tractor Test laboratory”

chou, mas alterou profundamente sua missão,bem como o Centro de Ensaios de Upsalla naSuécia. No ano de 2006 encerraram-se as ati-vidades do Silsoe Institute, na Inglaterra, quedetinha um conjunto de laboratórios e de pes-soal para a realização de toda gama de ensaiosde tratores, incluindo os ensaios destrutivos deestruturas de proteção contra capotamento ecabines. Procurando o seu endereço na inter-net se localiza uma informação, um tanto me-lancólica, que simplesmente diz que “o centro,que tanta contribuição deu à agricultura e àengenharia agrícola, encerrou suas atividadesno último dia 31 de março”.

Os tais pacotes normativos tiveram grandecontribuição da então “American Society ofAgricultural Engineers”, atual ASABE, e de-pois da “International Organization for Stan-dardization” – ISO, que difundiram normas emétodos utilizados em todos os demais centrosde ensaios.

Porém, foi em 1959 que a “Organizationfor Economic Co-operation and Development”– OECD chamou para si a responsabilidade deditar normas e procedimentos de ensaios detratores e credenciar centros capacitados a im-plementá-los. Essas normas estabelecem umpadrão mínimo de ensaios a que um espécimeé submetido. Por exemplo, o ensaio padrão deum trator de pneus, segundo a OECD, temcomo itens compulsórios:

• determinação do desempenho do motormedido na TDP

• mensuração do desempenho do sistemahidráulico

• potência hidráulica• capacidade de levante• determinação do desempenho na barra

de tração com o trator lastrado segundo o pa-drão do fabricante

• determinação do raio e espaço de giro• determinação da posição do centro de

gravidade• determinação do espaço de frenagem• mensuração do ruído externo

Nesse mesmo ensaio, apenas a critério dosolicitante, podem ser acrescidos os itens:

• determinação do desempenho do motorremovido do trator

• desempenho em alta temperatura ambi-ente

• partida a baixas temperaturas• determinação do desempenho na barra

de tração e consumo com o trator sem lastroAs atualizações emanadas pela OECD vi-

sam acompanhar a evolução da engenharia detratores. Um exemplo são as recentes transmis-

sões automáticas de variação contínua. Até en-tão o ensaio de desempenho do trator em pistaera feito submetendo-o a cargas progressivas nasdiferentes marchas, sempre com a máxima ace-leração. Esse ensaio visa caracterizar o desem-penho do trator tracionando na sua barra detração na condição padrão de pista de concre-to. Isso permite avaliar o conjunto e em especi-al a transmissão, rodado, distribuição de peso,lastragem e o próprio motor. Para as modernascaixas de câmbio de infinitas combinações, oprocedimento estabelece pontos de velocidadesque vão significar posições da alavanca de co-mando.

Para o credenciamento, um centro de en-saios necessita cumprir uma série de critériosrigorosos relativos à instrumentação dos seuslaboratórios e capacitação de sua equipe. Para adeterminação do desempenho do motor medi-do na TDP é necessário um conjunto comple-to de dinamometria de motor, com mensura-ção de torque, consumo, rotação e de variáveisambientais. Também é necessária uma amplainstrumentação para ensaios cinemáticos ou depista, com um veículo de frenagem e itens como

célula de carga, sensores de rotação e de consu-mo. Para o ensaio de mensuração do desempe-nho do sistema hidráulico são necessários dis-positivos especiais de aplicação de cargas con-troladas ao engate de três pontos, bem comoinstrumentação para mensuração de desloca-mento, vazão, força e pressão. Também são ne-cessários instrumentos específicos para a men-suração de ruído.

Antes do credenciamento de qualquer ins-tituição, há um longo processo de avaliação pre-cedido de um período de aproximação que acon-tece a partir de convite da própria OECD. Alista atualizada com ao menos um centro cre-denciado para a execução desses ensaios é de30 países, sendo quatro não membros da OECD(China, Índia, Federação Russa e Sérvia). DasAméricas, só fazem parte desse seleto grupo oCanadá e os Estados Unidos e desde o iníciodas atividades de ensaios sob essas normas, maisde 2000 modelos de tratores ao redor do mun-do já foram ensaiados.

Um centro de ensaios que tem se destaca-do pela inovação é o “Deutsche Landwirts-chafts-Gesellschaft” – DLG, (Sociedade Ale-mã de Agricultura), com seu centro de ensaiode tratores. Recentemente eles lançaram a dis-cussão sobre critérios muito mais amplos paraa avaliação do desempenho de tratores. A idéiaparte do pressuposto básico de que quando seavalia um espécime a partir do ensaio de de-sempenho do motor medido na TDP, por exem-plo, só é possível ter resultados associados a esseitem. Isso implica em assumir que um trator,quando acionando uma máquina via TDP, es-taria jogando toda a sua potência nela. Ou ain-da, quando do ensaio de determinação do de-sempenho na barra de tração considera-se queo trator está sendo solicitado somente na bar-ra. E se ao mesmo tempo estiver acionando al-gum dispositivo de acionamento hidráulico,como uma semeadora pneumática com turbi-

Ensaios de desempenho de tratores na TDPrealizados no “Nebraska Tractor Testlaboratory”, em Lincoln, Nebraska

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na acionada hidraulicamente? Ou ainda, se aturbina é acionada pela TDP e os dosadores desemente e de fertilizante forem acionados pormotores hidráulicos e não por roda de terra,que aliás é uma das tendências futuras do mer-cado?

Observa-se que há ainda muito espaço paraaprimoramento de critérios e para melhoramen-to do grau de detalhes que se pode obter nainformação advinda de um ensaio. Fala-se hojeem modelagem mais ampla e não apenas delevantamento de parâmetros básicos de desem-penho. Foi assim que o DLG recentementedesenvolveu uma nova geração de instrumen-tal para ensaios que contempla a possibilidadede integrar, ao mesmo tempo, a mensuraçãodo desempenho na barra de tração, desempe-nho do motor medido na TDP e o desempe-nho do sistema hidráulico, tanto em potênciahidráulica como capacidade de levante (Figura1). A esse sistema estão denominando de “DLGPower Mix”, ou seja, mede-se o desempenhodo espécime com a potência sendo consumidaem diferentes pontos.

Considerando uma condição de uso demúltiplas e concomitantes demandas da po-tência gerada no motor, condição relativamen-te comum na lavoura, um ensaio realizado comesse instrumental é realmente algo de inova-dor. Essa nova geração altera totalmente os cri-térios de ensaio, pois permite inclusive varia-ção dinâmica de carga, ou seja, permite alterara demanda de potência em movimento. E essaé outra grande vantagem para a caracterizaçãodo desempenho de tratores com as transmis-sões modernas, semi-automáticas, tipo “full po-wer shift” e automáticas tipo infinitas combi-nações.

A revista Profi, produzida com material doDLG e publicada na Inglaterra, veiculou umamatéria apresentando esses recursos e mostran-do alguns gráficos, a título de exemplo, de como

se podem obter dados muito interessantes (Fi-guras 2, 3 e 4)

Após exaustiva experimentação em campoe coleta de sugestões de fabricantes, o DLG pro-pôs alguns critérios de mistura de potências“power mix”, sempre buscando atender as ca-racterísticas de operações típicas da Alemanhae que denominam de ciclos. Por exemplo, paraforças de tração está propondo dois níveis -100% e 60% da máxima do trator - ainda divi-didos em duas velocidades – 9 km/h e 12 km/h- simulando respectivamente, aração (pesado)e corte de feno (médio). No caso de operaçõesde TDP, ele trabalha, com três condições: ope-ração pesada (100%), média (70%) e leve(40%), também fazendo variar a velocidade,nesse caso de 6 km/h e 16 km/h. Também pro-põe um conjunto de operações, ao qual deno-mina de trabalho misto: espalhar esterco a 7km/h, enfardar a 10 km/h e transportar a altasvelocidades. Nesse caso a própria estação deensaios tem problemas porque a sua pista não

permite velocidade acima de 25 km/h e tratoreuropeu vai, em muitos casos, acima dos 50km/h.

O ensaio acontece com a programação detodos esses ciclos de cargas, os quais o carro detestes é capaz de simular e cada um dura de250 a 500 segundos. Podem também ser inclu-ídas manobras de cabeceira, como é o caso doexemplo ilustrado nas Figuras 2, 3 e 4. Cadaum dos ciclos, oito ao todo, são repetidos trêsvezes e é reportada a média, após a remoção dequalquer anomalia. Com isso é possível a com-paração entre tratores ensaiados porque tudo éigual, o carro de testes, os ciclos e a pista. Otermo de comparação mais importante passa aser o consumo específico médio de cada ciclo,que ao final das contas, é o que interessa.

Esse resultado é representado na Figura 5,que sintetiza os consumos de um espécime ondea origem do gráfico de barras é a média da po-pulação de tratores ensaiados. O que se obser-va é que o trator em questão se adapta bem a

Figura 1 - Esquema do carro de testes da estação de ensaios do DLG, capaz de simular e monitorar distintos ciclos de carga, com variadas proporções, com potência sendo consumida pelabarra de tração, TDP e sistema hidráulico, ao mesmo tempo

José

Pau

lo M

olin

Page 25: Maquinas 60

“Ao mesmo tempo em que estamos parados, há mais de 15 anos, outros países e suas sociedadesorganizadas evoluem para modelos bastante avançados de mensuração de desempenho de tratores”

Fevereiro 07 • 25

operações pesadas de tração (ciclo 1) e opera-ções que demandam potência da TDP (cilcos3 e 4), e teve desempenho no consumo bemabaixo da média para um ciclo de operação naTDP com carga leve (ciclo 5).

Na TDP, a linha verde representa o total dapotência demandada; a depressão representauma manobra de cabeceira; no gráfico do meioé representada, em preto, a linha do consumo(kg/h) e em vermelho o consumo específico (g/kW.h); no último gráfico, a linha preta repre-senta a velocidade (km/h) e a linha vermelha, arotação do motor (rpm) (adaptado de Profi, 04/2006)

De tudo isso o que se pode observar é que

há grupos organizados em alguns locais domundo, bastante preocupados com o usuáriode tratores. É muito importante destacar que oDLG, por exemplo, é uma instituição sem ne-nhum vínculo com órgãos governamentais, ouseja, é uma organização de usuários. As insti-tuições governamentais vêm sendo atacadas pormovimento globalizado de desmanche, o que,por um lado preocupa e por outro, deve incitaras entidades representativas e de organizaçãodos usuários.

Nesse contexto o Brasil ficou para trás e jáfaz tempo. Hoje não temos, sequer um centrode ensaios em condições de pleitear credencia-mento junto à OECD. O modelo está exposto– não há muito espaço para recorrer a institui-ções públicas em busca de soluções. Já é tempode se buscar a organização coletiva das institui-

ções representativas do setor para propor saí-das, afinal somos uma das grandes potênciasagrícolas mundiais.

Ao mesmo tempo em que estamos para-dos, há mais de 15 anos, outros países e suassociedades organizadas evoluem para mo-delos bastante avançados de mensuração dedesempenho de tratores. Para nos adequar-mos a esses novos modelos nós teríamos quededicar um grande esforço de organização,seguido de um certo investimento em tec-nologia, instrumentação, equipamentos e,obviamente, pessoal e nunca é tarde paracomeçar.

Figura 2 - Ciclo pesado de carga na barra de tração: ográfico de cima, com a linha em preto, mostra a potênciana barra de tração e a depressão representa uma manobrade cabeceira; no gráfico do meio é representada, em preto,a linha do consumo (kg/h) e em vermelho o consumoespecífico (g/kW.h); no último gráfico, a linha pretarepresenta a velocidade (km/h) e a linha vermelha, arotação do motor (rpm) (adaptado de Profi, 04/2006)

Figura 3 - Ciclo pesado de carga na TDP: no gráfico decima, a linha em preto, mostra a potência na barra detração, na linha em vermelho, a potência na TDP e alinha verde representa o total da potência demandada;a depressão representa uma manobra de cabeceira; nográfico do meio é representada, em preto, a linha doconsumo (kg/h) e em vermelho o consumo específico(g/kW.h); no último gráfico, a linha preta representa avelocidade (km/h) e a linha vermelha, a rotação domotor (rpm) (adaptado de Profi, 04/2006)

Figura 4 - Ciclo de trabalho misto de enfardamento, comdemanda de potência na barra de tração, TDP e sistemahidráulico: no gráfico de cima, a linha em preto, mostra apotência na barra de tração, na linha em vermelho, apotência na TDP, na linha em azul, a potência hidráulica e alinha verde representa o total da potência demandada; nográfico do meio é representada, em preto, a linha doconsumo (kg/h) e em vermelho o consumo específico (g/kW.h); no último gráfico, a linha preta representa avelocidade (km/h) e a linha vermelha, a rotação do motor(rpm) (adaptado de Profi, 04/2006)

José Paulo Molin,Esalq

Figura 5 - Gráfico de barras (uma para cada condição de trabalho) representando o consumo de um espécimeonde a origem é a média da população de tratores ensaiados (adaptado de Profi, 04/2006)

M

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26 • Fevereiro 07

Coopavel 2007

A19ª edição do Show Rural Coopa-vel, em fevereiro, no Paraná, foi mar-cada pelo otimismo e confiança de

que 2007 será o ano da retomada do desenvol-vimento da agricultura no Brasil. Clima favo-rável, comodites valorizadas e o mercado aque-cido, fizeram com que o evento não lembrasseem nada a edição de 2006, quando a estiageme a grave crise acumulada pelo setor transfor-maram o cenário da feira.

O evento reuniu 143.207 visitantes, 290expositores, envolveu 3,5 mil profissionais econtou com 4,8 mil parcelas experimentais dis-tribuídas em 72 hectares. As novidades apre-sentadas pelo segmento de máquinas agrícolasnovamente se destacaram durante o show detransferência de tecnologia e informação.

DESTAQUESA Massey Ferguson deu ênfase aos tratores

MF 6350 HD, com 190 cavalos e MF 6360,

com 215 cavalos. A principal alteração da sérieé o controle remoto centro fechado de alta va-zão de 127 litros por minuto, com quatro saí-das e regulagem total e individual por seção. Osistema é indicado para todas as operações, emespecial plantio de cana e grãos e atende a to-dos fabricantes de plantadoras, independente-mente do sistema hidráulico utilizado.

Para o setor sucroalcoleiro foram destaca-dos, ainda, os tratores da série MF 600 HD. Omodelo MF 650 HD é recomendado para cul-tivo e transporte e o MF 680 HD para trans-bordo e preparo de solo.

Também mereceu destaque a colheitadeiraMF 5650, com plataforma de corte de 17 pés enovo sistema de descarga de grãos. O tubo dedescarga está mais comprido e mais alto, o queproporciona desacargas em qualquer posição emaior rapidez. Ainda na linha de colheitadei-ras foi apresentada a MF 34 STD, com plata-forma de corte de 25 pés, capaz de colher, em

intervalo de uma hora, até 18 toneladas de sojae 34 toneladas de milho.

O emprego de biodiesel foi outro destaque.Tratores e colheitadeiras da marca estão aptos aoperar com 5% do combustível. Em parceriacom a FAG e a Unioeste foram mostrados osresultados de desempenho a campo do tratorMF 5285, instrumentado para testes com di-ferentes mesclas de biodiesel.

LANÇAMENTOS GTSA GTS do Brasil trouxe para o Show Rural

mais dois lançamentos, ambos voltados para otrabalho de movimentação de solo em peque-nas áreas. A plaina Planner 510 ST possui tec-nologia manual, variadas posições de trabalho,

Colhedora MF 5650 com novo sistema de descarga, linhade tratores e o uso de biodisel foram destaques da Massey

O show da viradaO show da viradaFabiano Dallmeyer

Page 27: Maquinas 60

“As novidades apresentadas pelo segmento de máquinas agrícolas novamentese destacaram durante o show de transferência de tecnologia e informação”

Fevereiro 07 • 27

com operações independentes e os diferenciaisde versatilidade, agilidade e robustez. O com-primento total é de 7,95 metros, a lâmina mede3,65 m, o peso total com lastro é de 2,8 milquilos, a altura de 2,70 m, a largura externa dorodado de 2,20 m, a potência mínima exigidado trator é de 75 cv e máxima de 120 cv.

O modelo Planner 510 HD é hidráulico etambém se destaca pela praticidade de opera-ção e robustez presentes na Planner 510 ST. Ocomprimento total é de 7,95 metros, compri-mento de lâmina de 4,24 m, peso com lastro de3,1 mil quilos, 2,70 metros, largura externa dorodado de 2,25 metros, potência mínima exigi-da do trator de 80 cv e máxima de 140 cv. Ospneus medem 14.9 -26.

JONH DEEREA Jonh Deere demonstrou as vantagens de

seu piloto automático universal, indicado prin-cipalmente para operações de plantio, pulveri-zação e colheita. Um dos pontos fortes do equi-

pamento é a redução da sobreposição durantea aplicação de defensivos na lavoura. Durantea colheita, o piloto não deixa vão na platafor-ma, o que aumenta o rendimento e reduz cus-tos. Outro diferencial é a possibilidade de ex-trair o cartão com as informações e fotos arma-zenadas pelo equipamento e transportá-las parao computador. O aparelho, que se destaca pelaprecisão, trabalha com as correções: SF1= 30cm, SF2 = 10 cm e RTK = 2,5 cm. O pilotoautomático John Deere utiliza os sinais de sa-télite GPS para direcionar com alta precisão otrabalho de equipamentos agrícolas. O novodisplay GS2, com tela colorida, lançado no even-to, torna a operação do sistema de direciona-mento ainda mais fácil, porque permite ao ope-rador visualizar todas as informações sobre oandamento do trabalho do equipamento.

Outra destaque apresentado pela empresafoi o trator 5603, que traz como principal no-vidade a Tomada de Potência Econômica(TDPE). Essa tecnologia permite a redução doconsumo de combustível no trabalho com pul-verização e em outras aplicações que utilizam atomada de potência.

NEW HOLLANDEm meio à sua linha completa, a New Ho-

lland deu destaque à colhedora CS 660, complataforma de 30 pés e tanque graneleiro de 9mil litros, equipada com sistema Maxitorque,que aumenta a tração da correia em caso depatinamento por excesso de carga, prevenindoperdas. A linha TC também foi apresentada,nas versões TC 57 para arroz de sequeiro e irri-

A GTS apresentou plainas voltadas paramovimentação de solo em pequenas áreas

Piloto automático universal da John Deerepromete reduzir a sobreposição

Trator 5603 com Tomada dePotência Econômica

gado, TC 59, com peneiras autonivelantes paracompensar perdas em terrenos inclinados, alémda versão Exitus, todas com sistema de separa-ção de palha e grãos, Rotary Separator, que agepor força centrífuga.

Na linha de tratores, foram destacados asséries TM, com motores PowerStar nas potên-cias de 137 a 177 cv. Os tratores da série sãoequipados com três opções de transmissão: 16x6de transmissão mecânica xincronizada, 24x12por transmissão com recursos Dual Commande 18x6, com marchas Powershift. O sistemahidráulico é do tipo Lift-O-Matic e comandosacionados no painel, para facilitar as operaçõesdo operador.

Além da série TM, a New Holland apre-sentou a série TS, série 30, série TL Exitus esérie TT, vários adaptados especialmente paraatividades dsenvolvidas na agricultura parana-ense.

PLANTADORAA Imasa investe no conceito de plantadei-

ras com chassi segmentado, pivotado e articu-lado. O modelo Plantum DuoFlex, apresenta-do no Show Rural, incorpora cabeçalho de tra-ção, que permite a total independência na arti-culação entre as seções do chassi. “Como resul-tado, o plantio passa a ter uma qualidade supe-rior, mesmo em máquinas com grande núme-ro de linhas, pois a articulação individual per-mite o perfeito acompanhamento das irregula-ridades do solo, mesmo por sobre terraços”,explica o diretor comercial da Imasa, BrenoEduardo Stelzer. O conceito permite ainda eli-minar o uso de máquinas em tandem. Os mo-delos de uso específico para sementes graúdas,estão disponíveis nos tamanhos de 11 a 24 li-nhas, a partir de 0,40 m entre linhas, com chasside duas ou três seções.

A colheita florestal também estevecontemplada no evento

Entre os destaques esteve o TS90 adaptadopara cana-de-açúcar

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Modelo Plantum Duoflex possuichassi segmentado

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28 • Fevereiro 07

TeeJet, FAG e Massey Ferguson

AFundação Assis Gurgacz (FAG)inaugurou em fevereiro, em Casca-vel (PR), o Centro de Desenvolvi-

mento e Treinamento em Mecanização Agrí-cola, desenvolvido pelo curso de Agronomiaatravés de uma parceria com as empresas Mas-sey Ferguson, Jacto, Marchesan e a Camagril.O convênio foi assinado na edição de 2006 doShow Rural Coopavel.

“Em 2004, quando recebemos os primei-ros acadêmicos de Agronomia, dissemos a eles

que o tempo mostraria qual seria a novidadedo nosso curso. A grande maioria dos estudan-tes são filhos de agricultores que voltarão aotrabalho no campo. Por isso surgiu a idéia demontar esta oficina-escola”, explica Assis Gur-gacz, diretor presidente da fundação mantene-dora da FAG.

O centro de treinamento foi criado ao ladode uma fazenda-escola de 64 hectares e estáequipado com simulador de uma colheitadeiraMF 34, com computador de bordo. Na unida-

ATeeJet apresentou durante oShow Rural da Coopavel o con-trolador automático de seções de

barra Swath Manager. O equipamento operavia satélite e traz vantagens como economia dedefensivo através da diminuição de prejuízoscom sobreposição de aplicações, mapeamentoeficiente da área, além de oferecer os subsídiosnecessários para identificação e correção deeventuais falhas durante a operação de pulve-rização.

“Com o controlador automático, o opera-dor não precisa mais ligar e desligar seção porseção. Além disso, o equipamento se desligaquando passa por locais onde o produto já foiaplicado, o que evita sobreposição”, explica odiretor regional da TeeJet, Sergio Santos. Umaoutra possibilidade oferecida pelo controladoré a de que o operador possa escolher a área so-breposta. As opções são 0%, 50% ou 100%.

Diminuir o cansaço do operador, que antestinha de executar as tarefas manualmente, éoutra vantagem do produto. Uma vez progra-mado o equipamento, é só deixá-lo comandar,pois as seções da barra são ligadas e desligadasautomaticamente, de acordo com a configura-ção ajustada.

Em caso de necessidade de mudança nasobreposição, o controlador é de fácil ativaçãomanual. A operação automática ainda eliminaerros nas linhas e assegura a aplicação adequa-da.

O Swath Manager é compatível com o sis-tema de barra de luzes Centerline e pode con-

trolar até dez seções de barras. Basta conectar oequipamento à barra de luzes e atualizar o soft-ware. O ajuste leva apenas alguns minutos.

O Swath Manager pode interagir com amaioria dos sistemas de válvulas solenóides ouválvula de corte de esfera, inclusive com con-troladores de outros fabricantes.

No automático

Parceiros da educaçãode de tratores, estão disponíveis eixos diantei-ros, caixa de câmbio, diferencial e sistemas hi-dráulicos.

Também há ferramentas exclusivas paramontagem e desmontagem de tratores e colhei-tadeiras, bancadas e equipamentos de precisão,ajustes e regulagens das máquinas. Além dasaulas do curso de Agronomia, os alunos e agri-cultores da região poderão participar dos cur-sos que serão ministrados pelos técnicos daMassey Ferguson. Junto ao cento de treinamen-to foi montada uma usina-piloto de biodiesel.

O vice-presidente sênior e diretor geral paraa América do Sul do Grupo AGCO, AndréCarioba, elogiou a iniciativa. “É disso que oBrasil precisa para ajudar o ensino, tecnologia eeducação”, definiu.

Fábio Piltcher, diretor de Marketing daMassey Ferguson, ressalta a rapidez na exe-cução do projeto. “Aqui neste centro de trei-namento estão as chaves para que o Brasilpossa ser aquele país que todos nós quere-mos”, destacou. A Massey Ferguson mantémainda uma parceria de pesquisa com a FAGpara testar o desempenho dos tratores comtodas as mesclas de biodiesel.

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Fevereiro 07 • 29

AGoodyear do Brasil e a Syngentaaproveitaram o Show Rural daCoopavel para a apresentação ofi-

cial da carreta do projeto Saúde e Informaçãopara o Campo, lançado em 2005 e que, entreos meses de setembro e novembro de 2006, járealizou mais de cinco mil atendimentos médi-cos gratuitos a agricultores dos estados de MatoGrosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. A metaem 2007 é de estender o trabalho itinerantepara outras regiões do país. Exames clínico la-boratorial, de oftalmologia, fisioterapia e orien-tação sobre o uso correto de Equipamentos deProteção Individual (EPI) estão entre os servi-ços prestados pelo programa.

Além da apresentação oficial do projeto, oShow Rural serviu também para oferecer aten-dimento aos agricultores participantes da feira.

Gente como o produtor João Paluch, 58 anos,que cultiva soja, milho e fumo em Quedas doIguaçu, no centro-sul paranaense. O trabalhona lavoura, desde os sete anos, sempre foi prio-ridade e o cuidado com a saúde ficou em se-gundo plano. “Faz uns dois anos que não ia aomédico”, confessou. Suspeitas de intoxicaçãoo levaram a procurar o serviço. Em poucos mi-nutos já havia sido atendido, realizado os exa-mes, mostrando-se satisfeito. “É muito impor-tante essa ajuda para gente”, avaliou.

O teste piloto do trabalho começou em2005, inspirado nos programas CaminhoneiroNota 10 e Agricultor Nota 10, desenvolvidospela Goodyear. A parceria com a Syngenta sur-giu da necessidade de expandir o projeto. “Re-solvemos juntar forças para levar esse serviçonão só aos pequenos e médios produtores, mastambém aos grandes e principalmente aos fun-

cionários de fazendas”, explicou José CarlosMoreno, gerente de Vendas e Marketing dePneus Agrícolas da Goodyear do Brasil.

“Trata-se de um projeto altamente inova-dor, voltado para as pessoas que não têm acessoa esse tipo de serviço e informação”, orgulha-seo gerente de Marketing da Syngenta, RicardoPerez. Desde 2006, a companhia é parceira doprograma, que realiza até 1,2 mil atendimen-tos por mês. A carreta transformada em ambu-latório médico tem 18 metros de comprimentopor três metros de largura e conta com cincosalas, especialmente preparadas para receber ospacientes.

A apresentação do projeto no Show Ruralcontou com as presenças do presidente da Co-opavel, Dilvo Grolli, e do superintendente fe-deral do Ministério da Agricultura e Abasteci-mento no Paraná, Valmir Kowalewski.

Dilvo Grolli, da Coopavel, Valmir Kowalewski,do Mapa e José Carlos Moreno da Goodyear

“O projeto é altamente inovador”, RicardoPerez, gerente de Marketing da Syngenta

“Faz uns dois anos que não ia ao médico”,João Paluch, agricultor

Acesso facilitado

Goodyear e Syngenta

Acesso facilitado

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escolha certa

Para escolher seu 4x4 você precisaconsiderar o custo x benefício quese pretende atingir com a aquisi-

ção. Pode-se começar pelo tipo de combustí-vel e perguntando quanto se pretende rodarcom ele mensalmente. Se tiver que fazer gran-des deslocamentos semanais é provável queo custo de um veículo com motor diesel sejamais compensador. O valor elevado de aqui-sição se dissipa pela grande durabilidade domotor. Por outro lado, se não há necessidadede grandes deslocamentos semanais e sua mé-dia de quilometragem é feita dentro da cida-de, um veículo à gasolina é o ideal. Aindamais que, com o espaço de muitos SUV’s, éfácil adaptar o kit a gás e andar por preçomuito baixo no dia-a-dia. A manutenção deum modelo à gasolina também pode ser me-nor quando comparado a um motor diesel.

Resolvida a escolha do tipo de combustí-vel, agora vem a questão do espaço interno.Felizmente o mercado oferece uma varieda-de muito grande de modelos e tamanhos paraescolher. Se você raramente carrega mais quetrês pessoas no veículo, um modelo pequenocomo um Suzuki Samurai, o Troller, o Toyo-ta RAV 4 ou um Land Rover Freelander, sejao ideal. Para quem tem família pequena, aescolha recai sobre os modelos como o Spor-tage da Kia, a Toyota Hilux ou a X-Terra daNissan. Mas se você carrega carga freqüen-temente e ainda necessita transportar pesso-al, considere algumas das pickups cabinedupla como a Defender 130, a Nissan Fron-tier, a Toyota Bandeirante, ou a MitsubishiL-200. Não esqueça de levar em conta a es-tatura média de seus passageiros, já que al-gumas cabines duplas têm um espaço mise-

rável entre os bancos traseiro e dianteiro e acoisa pega ali atrás em viagens longas. O nú-mero de passageiros é outro item importan-te, e a melhor configuração, para uma via-gem prolongada, deve considerar uma mé-dia de 50% de ocupação para o número má-ximo de lugares do veículo. Isto significa quepara uma tripulação de três pessoas, o ideal éque o veículo comporte cinco ou seis, paraque elas tenham um mínimo de conforto eespaço interno.

Os modelos antigos também merecemseu espaço, e os valentes Jeep da Willys e

da Ford, fabricados até a década de oitentano Brasil, são encontrados no mercado deusados com muita facilidade e boa forma.Um Jeep bem cuidado, com a manutençãoem dia, pode promover anos de bom diver-timento e serviços para seu proprietário.As peças de reposição são relativamentefáceis de se encontrar e as lojas especiali-zadas em 4x4 atendem o mercado satisfa-toriamente.

Como escolher 4x4Como escolher 4x4

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Lada Niva, opção barata, com capota de açoe tração 4x4 permanente

Toyota Hilux, modelo para famíliagrande e muito espaço interno

Troller já conquistou seuespaço no off-road nacional

O valente eeterno jeep

João Roberto de Camargo Gaiotto,www.tecnica4x4.com.br

A relação custo x benefícioprecisa ser levada em conta

na hora de optar peloveículo mais adequado,

diante da grande variedadede modelos e tamanhos

oferecidos pelo mercado

A relação custo x benefícioprecisa ser levada em conta

na hora de optar peloveículo mais adequado,

diante da grande variedadede modelos e tamanhos

oferecidos pelo mercado

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Fotos Técnica 4x4

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