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FACULDADES INTEGRADAS DE JACAREPAGUÁ – FIJ
CURSO DE PÓS - GRADUAÇÃO
DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR
RUDINEI HERMINIO DA SILVA
A FORMAÇÃO DO PROFESSOR NO CONTEXTO ATUAL: “REPENSANDO A
ATUAÇÃO PROFISSIONAL.”
Braço do Norte
2010.FACULDADES INTEGRADAS DE JACAREPAGUÁ – FIJ
CURSO DE PÓS - GRADUAÇÃO
DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR
RUDINEI HERMINIO DA SILVA
A FORMAÇÃO DO PROFESSOR NO CONTEXTO ATUAL: “REPENSANDO A
ATUAÇÃO PROFISSIONAL.”
Monografia apresentada como exigênciaparcial para obtenção do Título dePós-Graduado do Curso de Docência doEnsino Superior oferecido pela FIJ-
Faculdades Integradas de Jacarepaguá– Pólo Braço do Norte.
Professor Orientador:
Braço do Norte
2010.
FACULDADES INTEGRADAS DE JACAREPAGUÁ – FIJ
CURSO DE PÓS - GRADUAÇÃO
DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR
RUDINEI HERMINIO DA SILVA
A FORMAÇÃO DO PROFESSOR NO CONTEXTO ATUAL: “REPENSANDO A
ATUAÇÃO PROFISSIONAL.”
Monografia apresentada como exigênciaparcial para obtenção do Título dePós-Graduado do Curso de Docência doEnsino Superior oferecido pela FIJ-Faculdades Integradas de Jacarepaguá– Pólo Braço do Norte.
Professor Orientador:
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
Braço do Norte
2010.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................4
1.1 JUSTIFICATIVA............................................6
1.2 OBJETIVOS.................................................8
1.2.1 Objetivo Geral.........................................8
1.2.1.1 Objetivos Específicos................................8
1.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...............................8
2. A FORMAÇÃO E PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR:..............9
2.1 – FORMAÇÃO PROFISSIONAL NA BUSCA DE SENTIDOS E
SIGNIFICADOS: “UMA LEITURA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO NO MUNDO”.. .9
2.2 – SUPERANDO O TRADICIONAL NA PRÁTICA PEDAGÓGICA.........13
2.2.1 – Conteúdos e as metodologias.........................15
2.3 O QUE O MOMENTO EXIGE: A CONSTRUÇÃO DA COMPETÊNCIA
PROFISSIONAL................................................17
3. EDUCADORES DO SÉCULO XXI: EM BUSCA DE UMA EDUCAÇÃO DE
POSSIBILIDADES E DESAFIOS...................................23
4. UMA ABORDAGEM SOBRE CIDADANIA: A BUSCA POR UMA EDUCAÇÃO MAIS
HUMANA......................................................26
4.1 CIDADANIA E ESCOLA: ALUNO CIDADÃO.......................26
4.2 COMO SURGIU A CIDADANIA.................................27
4.3 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONCEITO DE CIDADANIA.............30
4.4 EDUCAÇÃO E CIDADANIA – UMA QUESTÃO MUNDIAL REEDUCAÇÃO PARA
A FORMAÇÃO CIDADÃO..........................................30
5. CONCLUSAO.................................................33
6. BIBLIOGRAFIA..............................................35
5
1. INTRODUÇÃO
A educação Profissional no Brasil, desde as primeiras
legislações nas décadas de 30, enfrenta sérias dificuldades
para se firmar como modalidade de ensino. Em parte, devido a
inconsistência das próprias leis, somada às deficiências
quanto ao provimento de pessoal para administrar as
disciplinas da forma especial.
Percebe-se que de um lado, a legislação prevê o
preenchimento da lacuna profissional com sugestões das
diversas habilitações, por outro, não prioriza a qualificação
docente para sua efetivação. E como resultado tem-se uma
educação livresca e descontextualizada, onde as metodologias
se desenvolvem desvinculadas da pratica e da realidade social
vigente no país.
Partindo deste contexto, faz-se necessário uma reflexão
acerca do papel do professor e da definição da sua função.
Onde, apesar das precárias condições impostas pelo atual
sistema educacional, ele sendo o possibilitador da busca do
saber, transforme o ambiente em um lugar de fascinação e
inventividade, e não dê espaço a inibição e o tédio.
Neste sentido, a formação profissional destaca-se como
tema crucial e, sem dúvida, um dos temas mais importantes
dentre as políticas públicas para a educação, pois os desafios
colocados a escola, exigem do trabalho educativo em patamar
profissional, muito superior ao hoje existente.
6
A prática educacional, por ser uma atividade
absorvente, necessita de uma análise crítica da postura do
educador e enquanto ser consciente e transformador, esta
compreensão implicará coerência ao seu fazer pedagógico. O
conhecimento é um processo contínuo e necessita do
comprometimento de todos os envolvidos no ato educativo, cujo
êxito depende das relações interpessoais entre atores do
cotidiano escolar, onde educador e educando são, portanto,
sujeitos de um processo de crescimento mútuo.
Assim sendo, é importante lembrar que as políticas de
formação de professores, tem de ser focalizadas em conexão com
dois outros aspectos essências – a carreira e as condições de
trabalho. Afinal, o modo como se trata a formação de
professores define uma parte importante na mediação se
considera a universalidade da educação básica, mas se procura
garantir que, desde as séries iniciais, ela fique nas mãos de
profissionais bem qualificados.
Com base nestes questionamentos, a pesquisa se
fundamenta em abordagens temáticas, que propõem possibilidades
de uma sociedade onde todos tenham seu espaço, onde a formação
humana é o ponto chave do processo ensino-aprendizagem,
inserindo o sujeito num espaço, onde ele desenvolva a cultura,
o prazer na busca do conhecimento.
Considerando o tema proposto, “A formação do professor
no contexto atual: Repensando o atual profissional” e baseado
em referências teóricas, propõem-se aos educadores um repensar
acerca da importância em transformar a ação pedagógica em algo
prazeroso, adquirindo preparação profissional para
7
possibilitar aos educandos um ensino de qualidade e
transformador.
Foi a partir desta forma de entendimento e considerando
o tema abordado que o presente trabalho esta fundamentado em
concepções, cuja temática evidencia a necessidade de educador
e educando serem contagiados pelo prazer do conhecimento. Esta
estruturado em três capítulos, com o propósito de destacar os
fatores que influenciam o processo ensino-aprendizagem no
contexto escolar.
No primeiro capítulo, permite-se uma contextualização
sobre a formação e a pratica pedagógica do professor “Um
desafio para a educação”, onde relata-se que o profissional
preparado para trabalhar hoje, caracteriza-se como um
professor que denomina os instrumentos necessários para o
desempenho competente de suas funções e tem capacidade de
tematizar a própria prática, refletindo criticamente sobre
ela. Relata-se também uma leitura histórica sobre a Educação
no mundo e no Brasil permitindo-nos ver os avanços do ensino e
relacioná-lo com a atualidade.
No segundo capítulo, relata-se a Educação do século
XXI: “Uma educação de possibilidades e desafios”, permitindo-
nos discutir sobre a palavra de ordem da Educação Moderna:
Competências, onde o educador deverá mudar sua postura frente
à classe, com um trabalho contextualizado e interdisciplinar e
estar disposto a aprender com a turma. Apresentam-se as “dez
famílias de COMPETÊNCIAS” de Philippe Perrenoud, onde ele diz
serem importantes para os educadores analisá-las e aplicá-las
em seu fazer pedagógico para serem mais bem sucedidos em sua
8
atividade. Neste capítulo aborda-se também a relação
homem/máquina. Mutações: professor, escola, aluno, onde a
técnica toma cada dia mais o lugar do homem em suas funções
mecânicas e operações mentais, até onde não foi exigida a
especificidade humana. Enfatiza-se que a máquina exerce apenas
um papel auxiliar na relação professor-aluno.
No terceiro capítulo, explicita-se o momento da
intervenção pedagógica como temática de proposta investigada
no qual possibilita aos envolvidos, discussões, desafios e
perspectivas no fazer pedagógico consciente, destacando a
Cidadania como eixo vertebrador da Educação, salientando
direito de igualdade garantindo pela Constituição Federal,
respeito e participação das decisões da sociedade, o cumprindo
e a garantia dos direitos e deveres enquanto cidadãos. Esse
desafio exige dos educadores uma postura consciente, onde o
diálogo seja uma constante e, principalmente, promover
cidadania através do exemplo, construindo e transformando
vidas.
Tais discussões ressaltam com objetividade aspectos
decisivos e imprescindíveis, onde a formação humana é o ponto
chave do processo ensino-aprendizagem, inserindo o sujeito num
espaço, onde ele desenvolva suas potencialidades na busca do
conhecimento.
1.1 Justificativa
9
As discussões sobre formação docente têm revelado a
necessidade de se analisar a complexidade da tarefa de
ensinar. Nesse âmbito, várias questões parecem pertinentes no
encaminhamento de estudos sobre os processos formativos de
professores. Podemos indagar, por exemplo: Que formação
docente tem se delineado no cenário educacional brasileiro? Em
que medida essa formação responde às exigências e aos desafios
da profissão?
O processo de globalização da sociedade e do mundo, o
avanço tecnológico e comunicacional têm posto novas exigências
em relação à escola e à formação docente. No que concerne,
especificamente, à formação de professores observamos sérias
críticas ao modelo formativo predominante, fundamentado na
racionalidade técnica, bem como verificamos o delineamento de
novos pilares para a qualificação do professor, alicerçados na
concepção de que a prática docente constitui-se uma prática
social.
O paradigma da racionalidade técnica pressupõe a
necessidade de dotar os professores e instrumental técnico a
ser aplicado na prática. Trata-se de uma perspectiva de
formação determinística, acrítica, situando o professor como
técnico que dissemina conhecimentos. Os modelos formativos
fundamentados nessa concepção parecem não dar conta das
necessidades formativas dos professores. Em conseqüência
disso, no contexto atual, os debates sobre formação docente
indicam a configuração de um novo paradigma de formação,
deslocando o foco de análise da dimensão técnica (fazer) para
10
a discussão dos saberes e práticas docentes, explicitando o
sentido das experiências nas aprendizagens profissionais.
Discutir sobre formação de professores, portanto,
implica revisar a compreensão de prática pedagógica. Significa
refletir sobre a necessidade de articulação entre teoria e
prática, compreendendo a trajetória profissional, vivenciada
no contexto da sala de aula, como possibilitadora de
aprendizagens sobre a profissão. Representa entender que a
experiência docente configura-se como importante elemento no
processo de desenvolvimento pessoal e profissional do
professor.
Delineia-se, assim, um novo paradigma de formação
docente, baseado no pressuposto de que a qualificação docente
deve articular teoria e prática, valorizando a atitude
crítico-reflexiva como elemento vital num fazer pedagógico
situado enquanto prática social. Compreende-se, pois, a
formação como um continuum, ou seja, como um processo que se
constrói e se reconstrói na trajetória profissional,
representando, nesse caso, um processo de construção de
identidade pessoal e profissional.
Sem dúvida, a formação de professores representa um
grande desafio no contexto atual. Por essa razão, os estudos
sobre formação docente têm avançado e apontam novas questões
para investigação, sugerindo, inclusive, que os processos
formativos devem incorporar o diálogo com as práticas docentes
desenvolvidas nas escolas.
Assim, atualmente as pesquisas sobre formação docente
estão marcadas por enfoques que privilegiam a prática docente
11
e os saberes dos professores, despontando na literatura
estudos que valorizam os saberes da experiência, apresentando
como novo paradigma formativo a perspectiva reflexiva.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Facilitar o trabalho dos professores em sua práxis
diárias, para que eles possam avançar na qualidade e na
eficiência educacional.
1.2.1.1 Objetivos Específicos:
Proporcionar uma relação pedagógica visando a
qualidade de relacionamentos entre as pessoas, contribuindo
12
para uma convivência harmoniosa e para a formação de cidadãos
atuante no processo social;
Desenvolver junto dos educandos e os envolvidos uma
proposta de intervenção transformadora da sua ação e o
compromisso com o fazer pedagógico;
Preparar o homem como ser dotado de liberdade,
consciente de seus direitos e deveres, capazes de criar, fazer
escolhas e dar respostas, criando e recriando a vida social
1.3 Procedimentos Metodológicos
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica e qualitativa,
uma vez que é mais compreensivo e podendo ser aplicado a casos
específicos. O trabalho traz uma fundamentação teórica sobre o
tema, ressaltando sua importância e características.
2. A FORMAÇÃO E PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR:UM DESAFIO PARA A EDUCAÇÃO
13
2.1 – Formação profissional na busca de sentidos e significados: “Uma leitura histórica da educação no mundo”.
Um processo de ensino transformador não poderia deixar-
se conduzir por objetivos que explicitem somente a simples
aquisição de conhecimentos e sim, deverão expressar ações,
tais como a reflexão crítica, a curiosidade científica, a
investigação e a criatividade.
Assim, a tarefa do professor nesse contexto, será
articular uma metodologia de ensino que se caracterize pela
variedade de atividades estimuladoras da criatividade dos
educandos. Descobrir suas expectativas, saber por que estão na
escola, na universidade, qual seu projeto de vida, são
questões que ajudarão na compreensão de sua linguagem, pois é
através da linguagem que o ser humano se constrói enquanto ser
sócio-histórico, modificando seus processos psíquicos.
Conforme a autora: ”Tenho medo do que é novo e tenho
medo de viver o que não entendo – quero sempre ter a garantia
de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar
a desorientação”. (Lispector, 1989, p.53)
Esta citação nos faz refletir a dificuldade dos
educadores em se despir de conceitos ultrapassados sobre sua
ação educativa. É preciso que o professor se pergunte como
tornar importante e única cada atividade, cada tarefa, cada
proposta para a vida de seu aluno.
Faz-se necessário, que o educador estabeleça métodos
com a finalidade de alcançar um propósito, assim, o desafio
didático do momento pedagógico atual é o da concepção de uma
14
metodologia de ensino que minimize as discriminações
econômicas e sociais, geradas fora da escola, porém refletidas
e expressadas na escola pela pessoa do educando. Esse
condicionamento representa o vetor principal do processo de
ensino e do processo de aprendizagem que conduz à unidade de
teoria e da prática.
Acreditando nesta premissa, entende-se que à medida que
a escola se organiza com atividades que facilitem o
crescimento e o desenvolvimento nas várias dimensões do ser
humano, ela se tornará algo interessante, vivo, dinâmico. Pode
tornar-se um lugar de encontro agradável dos estudantes entre
si e com os professores.
Sabemos que o caminho do crescimento e do aprendizado é
áspero, cheio de obstáculos, mas isso não significa que a
escola deve continuar a ser um lugar chato, cheirando a coisa
antiga, desatualizado, ultrapassado e obrigatório. Cabe a
todos envolvidos neste processo educativo, lutar por uma
escola nova, com conteúdos que forneçam elementos de
articulação entre diferentes formas de conhecimento,
capacitando o aluno a desenvolver suas competências
intelectuais e trabalhar com as idéias em diversos contextos.
Considerando tudo isso, podemos dizer que o
profissional preparado para trabalhar, hoje, caracteriza-se
como um professor que domina os instrumentos necessários para
o desempenho competente de suas funções e tem capacidade de
tematizar a própria pratica, refletindo criticamente a
respeito dela.
15
Analisando essas características, percebemos que, além
de boa formação geral, ela supõe que o professor desenvolva
não só um conjunto de competências específicas, mas também a
consciência de sua identidade como profissional da educação.
A educação é um processo que escraviza e liberta
simultaneamente, mas do qual ninguém consegue escapar, vai do
nascimento à morte.
Há 2400 anos morria Sócrates. Filho de um escultor e de
uma parteira, ele foi muito mais do que um filósofo, na época
em que a Grécia era o centro do universo. Nas ruas de Atenas
dedicava-se a ensinar virtude e a sabedoria. Seu método era
dialogar em pequenos grupos em praça mercados. Usava a
consciência da própria ignorância (“Só sei que nada sei”) para
mostrar que todos nós construímos conceitos. Acreditava que
era preciso levar em conta o que a criança já sabe para ajudá-
la a crescer intelectualmente. Na época, essas práticas
representavam uma ameaça porque tiravam mestre do pedestal
para aproximá-los dos discípulos – exatamente o contrario do
que faziam os sofitas, estudiosos e viajantes profissionais
que cobravam caro por uma educação obviamente elitizada.
Por isso, Sócrates foi levado a julgamento e punido com
a condenação à morte levando cicuta, veneno extraído desta
planta.
Vários séculos se passaram até que suas idéias fossem
colocadas em seu devido lugar, o de primeiro professor da
civilização ocidental. Professor, palavra de origem latina, é
aquele que professa ou ensina uma ciência, uma arte, uma
16
técnica, uma disciplina. É o mestre. Como tal deve dar o
exemplo, ser respeitado e imitado.
Acompanhemos a linha do tempo em educação, no mundo ao
longo destas páginas.
Povos Primitivos: os feiticeiros, curandeiros falavam
com os espíritos superiores e transmitiam os conhecimentos
para as crianças e o resto da tribo. Para suprir às
necessidades do dia-a-dia, como alimentação e vestuário as
crianças imitavam os adultos.
China: a educação era baseada na decoreba. As classes
sempre barulhentas, com todos repetindo em voz alta os textos
de Confúcio e seus discípulos – funcionavam em qualquer vaga
em residências particulares.
Grécia: os anciãos educavam os jovens a qualquer hora
e em qualquer lugar. O mestre era o exemplo a ser admirado.
Mulheres tinham o direito a educação, para se tornarem mães de
guerreiros. No século V (a.C.), os sofistas – estudiosos
profissionais – cobravam caro para transmitir o conhecimento
adquirido em viagem e leituras.
Roma: o lar era o centro da educação. As escolas
elementares funcionavam em ruas, praças ou entradas de
templos. Só apareceram como edifícios próprios para o ensino
com a expansão do Império Romano sobre a Grécia, para
imposição dos costumes.
Século VII: ênfase na educação religiosa como forma de
combater o paganismo dos gregos. O imperador Carlos Magno
edita vários capitulares sobre educação. A de 787 ordena que
sacerdotes e monges estudem as letras. Dois anos depois, todo
17
mosteiro é obrigado a ter a própria escola, para ensinar:
salmos, músicas, canto, aritmética e gramática.
Século XI: em 1088, surge a primeira Universidade do
mundo em Bolonha (Itália) como ensino independente da igreja.
Dois séculos depois, 74 instituições de ensino são criadas por
papas e monarcas, com isenção de serviço militar, impostos e
taxas.
Século XIV: na sociedade asteca, os sacerdotes
controlavam a educação. Treinavam meninos e meninas para
tarefas religiosas. As crianças menos disciplinadas iam para
“casa da juventude”, onde aprendiam história, artesanato e
normas religiosas.
Século XV: Erasmo, em sua Educação Liberal, condenava
os métodos bárbaros de disciplina e recomendava mais
atrativos. Aconselhava estudos sobre crianças, enfatizava a
importância dos jogos e dos exercícios. Ele é considerado o
grande da época.
Século XVI: um surto da educação teológica influencia
tanto universidades quanto o ensino elementar. A companhia de
Jesus torna-se o principal instrumento de educação, inclusive
com o envio de missionários jesuítas para catequizar índios no
Brasil.
Século XVII: o pastor João Amos Comênio incluiu em 1632
a Didática Magna, tratado educacional sobre a finalidade do
homem na terra, o papel da educação e da religião e as
exigências universais do ensino e da aprendizagem, além das
metodologias e da disciplina escolar.
18
Século XVIII: em 1760, a imperatriz da Áustria Maria
Tereza declara: “A educação é e sempre foi, um fato político”,
criticando o caráter privado e eclesiástico válido até então.
A Revolução Francesa vira tema dos políticos e filósofos.
Século XIX: o conceito de educação e sua administração
continuam essencialmente religiosos, mas o acesso se amplia.
Isso faz com que os professores não sejam mais escolhidos
entre o clero, mas entre sacristãos, soldados e trabalhadores.
Recomenda-se não usar mais varas nem chicotes para punir o
aluno, só colocá-lo de joelhos, em posição de oração, de
sofrimento e de arrependimento. A corte portuguesa se
transfere para ao Brasil em 1808 e inaugura faculdade de
Ciências Médicas e Econômicas, governadores das capitanias,
autoridades religiosas e corporações de comerciantes pedem
licença para operar cursos de ensino elementar. D. Pedro I
ainda permite que particulares mantenham estabelecimentos de
ensino sem autorização.
A Lei Geral de Ensino: em 15 de outubro de 1827, é a
primeira do tipo no país. Coexistem professores, padres,
associações filantrópicas. Meninas só podiam freqüentar
escolas de meninas.
A primeira escola normal á aberta em 1835. Em Niterói
(RJ). Em 1839, inaugura-se o Colégio Pedro II, marco do ensino
público. Os professores são obrigados a ir à missa aos
domingos e proibidos de se ausentar de freguesia sem permissão
do presidente da província.
Século XX: em 1903, o Estado de São Paulo decide
reduzir o vencimento dos professores. Manifestações explodem e
19
os processos na Justiça se arrastam até os anos 30. A década é
marcada pelo aumento do número de escolas. Diversos Institutos
de Educação formam professores em nível superior e dão nova
dimensão à carreira. Após a Segunda Guerra, a educação entra
em crise e educadores procuram fomentar a solidariedade para a
construção de um mundo melhor.
A Lei das Diretrizes e Bases: é aprovada em 1961,
descentralizando os serviços de ensino. Seu texto garante
autonomia às escolas e poder ao professores para avaliar a
aprendizagem.
O golpe de 1964 reprime toda e qualquer manifestação
crítica. Professores universitários e pensadores são exilados.
O regime militar cria o MOBRAL, para acabar com o
analfabetismo – um fracasso.
A Lei 5.692: recebe 362 emendas (207 com parecer
contrário) antes de ser aprovada, em 1971. Ela obriga
administradores, planejadores, orientadores, inspetores e
supervisores a ter diploma de curso superior. Professor
primário não precisa. É obrigatória a habilitação profissional
já no segundo grau. Ganham forças as gueixas com o baixo
salário.
Em 1988, a nova Constituição é uma luz de esperança.
Em 1996, é promulgada a nova LDB e o MEC edita os
Parâmetros Curriculares.
Um ano mais tarde entra em vigor o Fundo de Manutenção
e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do
Magistério (FUNDEF).
20
De acordo com essa lei, os professores das séries
iniciais do ensino fundamental devem ser formados em nível
superior. Até o final da Década da Educação, em 2006, a
exigência de habilitação em nível superior será estendida a
todos (Art. 87,§4°). Entretanto, ainda existem mais de 100 mil
professores em exercício que não possuem sequer a habilitação
em nível médio.
Esta breve análise nos mostra que tem havido conquistas
nas políticas de formação profissional.
Considerando tudo isso, podemos dizer que o além de boa
formação geral, os profissionais engajados na educação deverão
ter conhecimento das exigências das leis, mas acima de tudo,
ter a consciência de sua identidade como profissional da
educação, garantindo o desenvolvimento de todo o potencial das
novas gerações.
2.2 – Superando o tradicional na prática pedagógica
O propósito deste estudo sobre as exigências para a
formação dos profissionais da educação, e a superação do
trabalho tradicional na prática pedagógica advém do interesse
na questão do preparo dos profissionais da educação.
Este estudo trata ainda das exigências requeridas do
homem do próximo século que reclamará profissionais da
educação preparados para formá-lo de forma diferente do século
XX.
21
O desafio que se coloca neste momento, então, é o de
como formar profissionais que possam responder pela formação
de crianças, jovens e adultos qualificando-os para exercícios
da cidadania.
Antes de entrar em qualquer detalhamento a respeito da
diferença entre o tradicional e o inovado no contexto de
ensino, vale ressaltar o que seja pratica pedagógica, para que
se conheça as nuances que giram em torno de sua efetivação,
haja visto que, em qualquer nível da escolaridade, a prática
desenvolvida pelo educador precisa estar em consonância com
todos os enfoques relacionados à formação dos educandos e
precisamente com a construção do conhecimento.
Definindo prática pedagógica, pode-se dizer que é a
habilidade do educador em reunir recursos que viabilizam o
alcance dos objetivos de uma disciplina, os conteúdos a serem
trabalhados, a metodologia e a forma como se avaliará o
alcance dos objetivos propostos. Desse modo, compreende-se que
a prática pedagógica nada mais é que a postura assumida pelo
educador frente a responsabilidade de educação e formação
integral de seus educandos.
De acordo com Enricone (1996), uma prática pedagógica
inovadora deve levar em consideração quatro esteios básicos do
planejamento que priorizem a formação dos educandos em termos
de realidade sócio-cultural em que estão inseridos, sendo
necessário levar em conta: os objetivos, os conteúdos, a
metodologia e o processo de avaliação. Esses fatores precisam
estar devidamente entrelaçados para que haja um alcance eficaz
dos resultados do ensino.
22
A formação dos objetivos é fundamental e prévia em
qualquer atividade. Todo educador precisa conhecer a meta que
dará sentido aos seus esforços, pois não é possível selecionar
o itinerário mais adequado se não se sabe aonde se quer
chegar. A tarefa do professor é ensinar aos seus alunos, isto
é, orientar a aprendizagem, ajudando-os a modificar o
comportamento.
Em torno da formação dos objetivos, gira todo o
trabalho docente. A seleção dos conteúdos, a metodologia e o
processo de avaliação serão exercitados em função desses
objetivos propostos, levando-se em consideração a realidade
dos alunos e o tipo de formação que se quer alcançar dos
mesmos.
Enricone (1996) afirma que, é bastante lógico supor que
a etapa inicial para se desenvolver diretrizes a respeito das
condições de aprendizagem refere-se à definição de seis
objetivos, há necessidade de se decidir a natureza da
modificação que se pretende.
23
2.2.1 – Conteúdos e as metodologias: que caminhos apontam?
Um dos mais freqüentes problemas que preocupa o
professor relaciona-se aos conteúdos.
O professor de alguns anos atrás encontrava nos
programas oficiais o rol completo de informação a serem
estudados por seus alunos. Era exigido que o professor
esgotasse esse programa, não levando em conta o rendimento do
aluno e sua realidade.
Esta forma de encarar o problema está progressivamente
desaparecendo das escolas. Na atualidade, o conteúdo é visto
numa perspectiva dinâmica e a principal razão desta mudança é
o fato da educação de hoje estar interessada no
desenvolvimento harmônico do educando.
Com o advento desta nova mentalidade, o planejamento
passa a dar realce à outra dimensão. A ênfase que até então
era colocada nos conteúdos, passa a situar-se nos objetivos a
serem alcançados. Os conteúdos são vistos como um meio para a
concretização da aprendizagem, envolvendo, o desenvolvimento
de processos mentais e o tratamento da informação.O desenvolvimento de processos mentais ultrapassa asimples categoria do conhecimento. Para efetivá-lo oaluno deve ser orientado na busca e no aprimoramento desuas capacidades intelectuais, cultivando padrões maisricos e consistentes de pensamento. (Santana, 1996,p.102)
Sendo assim, toda ação escolar é encaminhada passo a
passo, à compreensão, ao discernimento, ao julgamento. O aluno
é estimulado a aprender o que lhe é apresentado.
24
Santa (1996), ainda reforça que: “O tratamento da
informação refere-se ao estudo cuidadoso que se realiza do
conteúdo que vai constituir foco de trabalho junto ao grupo.
Procura-se determinar a contribuição que a informação vai
proporcionar ao desenvolvimento global do aluno”.
Isto é muito importante, pois os conteúdos precisam ter
significado e validade, no tocante ao ingresso de formando no
mercado de trabalho que pertence.
A metodologia corresponde ao conjunto de procedimentos
utilizados pelo educador com vistas a alcançar os objetivos, à
medida que vai trabalhando os conteúdos que foram delineados.
É na realidade, o conjunto de ações exercidas pelo professor e
pelos alunos em busca de um processo interativo, pois a
interação entre quem ensina e quem aprende deve ser uma
constante no cotidiano educacional.
Orientar a aprendizagem dos alunos, de modo a que estes
revertam em crescimento pessoal e se tornem algo significativo
para suas vidas, como pessoas realizadas, é um desafio para o
professor, que vê a aprendizagem não como acumulação dos
conteúdos, mas como uma influência vital e construtiva no
sentido de uma melhor maturidade mental, emocional e social.
Um professor inovador não deve estar apegado a um
“método” único e tradicional, mas deve estar atento as
diversas necessidades que surgem para que possa mudar de
estratégia na hora certa e da forma certa. Em certos momentos
há necessidade de uma atuação mais direta do educador, com
exposição oral de conteúdo, em outros momentos vale mais o
trabalho do educando em busca desses conteúdos a partir de uma
25
pesquisa orientada. O importante é o resultado a que se chega
é a continuação do conhecimento.
Enricone (1996, p.124), evidencia que: “Tudo isso
parece indicar a necessidade de uma ordenação equilibrada nas
formas de aprendizagem e nas quais estas têm lugar, para que
exista igualdade de oportunidades para aprender”. A
metodologia utilizada pelo professor deve partir dos
princípios da realidade e da necessidade, ou seja, do “porquê”
e do “para quê” a aprendizagem se desenvolve. Assim, o desafio
didático do momento pedagógico atual é o da concepção de uma
metodologia de ensino que minimize as discriminações
econômicas e sociais, geradas fora da escola, porém refletidas
e expressadas na escola pela pessoa do educando.
Refletindo sobre a prática pedagógica, relata-se aqui o
processo de avaliação.
Na concepção de Luckesi (1994), a avaliação é um método
de adquirir e processar informações necessárias para melhorar
o ensino e a aprendizagem.
Através da avaliação, o educador vai, cotidianamente,
verificando o nível de desempenho dos educandos e o seu
próprio desempenho, pois atribuir uma avaliação, o educador
estará reconhecendo até que ponto ele foi capaz de, com sua
prática pedagógica, provocar ou estimular a mudança do
comportamento de seus educandos. A avaliação deve ser
utilizada não com intuito de reprovar ou identificar o que o
aluno não aprendeu, ao contrário, ela deve ser o diagnóstico
que facilitará ao educador repensar suas metodologias, os
conteúdos trabalhados e os próprios objetivos propostos.
26
Torndike apud Enricone (1996, p.177) afirma que, a
avaliação em educação significa algo em termos de atributos
selecionados a julgar o grau de aceitabilidade do que foi
descrito. O algo, que deve ser descrito e julgado, não é,
tipicamente um programa escolar, um procedimento curricular ou
o comportamento de um indivíduo ou grupo.
A avaliação, dentro desses parâmetros é peça
fundamental em termos de formação profissional, pois é
imprescindível que haja reconhecimento de habilidades à
formação profissional do educando, especialmente porque estes
se tornarão para os mesmos as principais exigências do mercado
de trabalho.
A postura tradicional é aquele em que o educador se
impões de forma autoritária, usando a metodologia do processo
ensino-aprendizagem a se comportar de forma passiva, não
participando do processo ensino-aprendizagem. Nesses caso, ao
educador pouco interessa quem são seus alunos, de onde vieram
e quais são as suas aspirações. É uma pratica que não prioriza
o diálogo e a relação construtiva entre professor e alunos.
A postura inovadora, ao contrario da tradicional é
aquela que há maior abertura para participação do educando que
atua de forma ativa, não esperando receber o conteúdo pronto e
acabado, mas interagindo junto ao educador. Há priorização do
diálogo, onde o educador vai trabalhando, não como inovador,
mas como um estimulador do processo ensino-aprendizagem.
27
2.3 O que o momento exige: A construção da competência profissional.
Vivemos um momento crucial da nacionalidade, ou
investimos na formação de cidadãos de maneira que ele se
capacite a tomar os rumos da história da pátria em suas mãos,
ou alimentarmos um futuro incerto, no qual talvez a única
certeza seja redução profissional do espaço destinado à vida
humana. E neste contexto mais amplo que vê-se a formação do
educador como uma grande responsabilidade que juntos devemos
assumir.
Dessa forma, desenvolver competência nos alunos é a
palavra de ordem da educação moderna. Para formar pessoas
preparadas para a nova realidade social e de trabalho, o
professor brasileiro enfrenta o desafio de mudar sua postura
frente à classe, ceder tempo de aula para atividades que
integrem diversas disciplinas e estar disposto a aprender com
a turma.
O sociólogo suíço, Philippe Perrenoud, doutor em
Sociologia e especialista em práticas pedagógicas e
instituições de ensino, apresenta-nos o que ele chama de “dez
famílias” de competências que seriam importantes que os
professores tivessem para serem mais bem sucedidos em suas
atividades como educadores.
Citam-se, a seguir essas dez famílias de competências.
Dentre essas, destacam-se as que estão mais relacionadas a
intenção desse estudo. Para essas, apresentam-se alguns
comentários e citações que se julgaram pertinentes aos
28
objetivos deste trabalho. Sugere-se uma leitura mais completa
da obra citada, particularmente no caso de se buscarem
referências para outros tipos de situações ou propostas.
1- Organizar e dirigir situações de aprendizagem.
Conhecer, para determinada disciplina, os conteúdos a
serem ensinadas e sua tradução em objetivos de
aprendizagem;
Trabalhar a partir das representações dos alunos;
Envolver os alunos em atividades de pesquisa;
Trabalhar a partir dos erros e dos obstáculos à
aprendizagem.
... a competência requerida hoje em dia é o domínio dosconteúdos com suficiente fluência e distância paraconstruí-los em situações abertas e tarefas complexas,aproveitando ocasiões partindo do interesse dos alunos.(Perrenoud, 2000, p.27)
2- Administrar a progressão das aprendizagens.
Conhecer e administrar situações – problema ajustadas
ao nível e as possibilidades dos alunos;
Adquirir uma visão longitudinal dos objetivos do
ensino;
Observar e avaliar em situações de aprendizagem.
... assim como o médico, uma vez prescrita a medicação,colabora para o bom funcionamento do processo de curasem controlar cada etapa dele, também o professorcolabora para o processo de aprendizagem sem detalhar as
29
etapas das transformações cognitivas que se produzem nosalunos. (Saint-Onge, 1999)
3- Conhecer e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação.
Administrar a heterogeneidade no âmbito de uma
turma;
Fornecer apoio integrado, trabalhar com alunos
portadores de grandes dificuldades;
Desenvolver a cooperação entre os alunos e certas
formas simples de ensino mútuo.
... heterogeneidade, isso leva o professor a darprioridades às integrações entre os alunos, juntos nummesmo trabalho, sem que isso acarrete o abandono aoapoio ou orientação para tarefas específicas e grupos diferentes.(Perrenoud, 2000, p.58)
4- Envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho.
Suscitar o desejo de aprender, explicitar a relação
com o saber, o sentido do trabalho escolar e
desenvolver na criança a capacidade de auto-avaliação;
Instituir um conselho de alunos e negociar com eles
diversos tipos de regras e de contratos;
Oferecer atividades opcionais de formação;
Favorecer a definição de um projeto pessoal do aluno.
... a atividade que não tem nenhum componente escolhidopelo aluno tem muito poucas chances de envolvê-lo. Os
30
sentimentos de alienação e de ausência de sentidoaumentam quando a organização do trabalho é rígida e nãodeixa nenhuma margem à pessoa para adaptar a tarefa aseus ritmos, seu corpo, suas preferências, sua visão dascoisas. (Perrenoud, 2000, p.74)
5- Trabalhar em equipe.
Elaborar um projeto em equipe, representações comuns;
Dirigir um grupo de trabalho, conduzir reuniões;
Formar e renovar uma equipe pedagógica;
Enfrentar e analisar em conjunto situações complexas,
práticas e problemas profissionais;
Administrar crises ou conflitos interpessoais.
Se um professor tem dificuldades de trabalhar em
equipes, dificilmente pode-se esperar que ele venha a
representar um estímulo a seus alunos para que façam isso.
6- Participar da administração da escola.
Elaborar, negociar um projeto da instituição;
Administrar os recursos de escola;
Coordenar, dirigir uma escola com os seus precisos;
Organizar e fazer evoluir, no âmbito da escola, a
participação dos alunos.
Espera-se que toda escola tenha seu próprio projeto
administrativo, e que, a partir do mesmo evolua, tanto na
31
coordenação de suas atividades como na gestão de seus
recursos. Afinal, os professores não são os únicos atores da
educação chamados a construir novas competências. O pessoal
administrativo também deve aprender a delegar, pedir contas,
incitar sem impor.
7- Informar e envolver os pais.
Dirigir reuniões de informação e de debate;
Fazer entrevistas;
Envolver os pais na construção de saberes.
O envolvimento dos pais na educação de seus filhos
aconteceu de qualquer maneira, quer pela sua participação
efetiva na relação entre eles, quer pela omissão. O
acompanhamento, pelo professor do que acontece com o aluno no
âmbito de sua família pode ser conseguido através de reunião
com os pais. Manter os pais a par da situação em que se
encontram seus filhos no âmbito da escola é do mesmo modo
importante.
8- Utilizar novas tecnologias.
Utilizar editores de texto;
Explorar as potencialidades didáticas dos programas
em relação aos objetivos do ensino;
32
Comunicar-se à distancia por meio da telemática;
Utilizar as ferramentas multimídia de ensino.
Espera-se que o professor esteja constantemente se
atualizando. A sociedade está evoluindo, criando novos objetos
e mecanismos que oferecem mais conforto e desempenho na
realização das tarefas, tanto no lar como para o trabalho.
Cabe ao professor estar atendo ao desenvolvimento para
perceber eventual utilidade de produtos novos que possam
facilitar a aprendizagem de algum conceito ou que possa
facilitar seu trabalho em algum outro aspecto.
9- Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão.
Prevenir a violência na escola e fora dela;
Lutar contra os preconceitos e as discriminações
sexuais, étnicas e sociais;
Participar da criação de regras de vida comuns
referentes à disciplina na escola, às sanções e à
apreciação de conduta;
Analisar a relação pedagógica, a autoridade e a
comunicação em aula;
Desenvolver o senso de responsabilidade, a
solidariedade e o sentimento de justiça.A formação que se deseja para os estudantes é aquela queo torne um cidadão no sentido lato da palavra. Se umjovem sai de uma escola obrigatória persuadido de que asmoças, os negros ou mulçumanos são categoriasinferiores, pouco importa que saiba gramática. A escolaterá falhado drasticamente, porque os professores que
33
poderiam intervir em diversos estágios de seudesenvolvimento escolar não consideram estes assuntosprioritários. (Perrenoud, 2000, p.149)
10- Administrar sua própria formação continuada.
Saber explicitar as próprias práticas;
Estabelecer seu próprio balanço de competência,
formação contínua;
Envolver-se em tarefas de uma ordem de ensino ou de
sistema educativo;
Acolher a formação dos colegas e participar dela;
Ser agente do sistema de formação contínua.
Com base no exposto, é mister que o professor reflita
sobre o fato de que ele próprio não é um produto acabado,
completo. A todo o instante ele se transforma, aprende. A
qualidade da reflexão que faz sobre sua prática determina em
que grau está melhorando seu desempenho como educador.
Além disso, tudo em sua volta está mudando. É
importante que ele procure se aperfeiçoar cada vez mais,
buscando, através dos meios de informação pública e da troca
intensa de seus colegas, novas referencias para seu trabalho.
Em seu livro, Perrenoud (2000) deixa claro que as
competências que apresenta não representam tudo com respeito
ao desejável, uma vez que podem existir situações peculiares
que possam exigir outro tipo de competências alem das
sugeridas por ele.
34
Neste contexto, entende-se competência como a
capacidade de mobilizar múltiplos recursos, para responder às
diferentes demandas das situações de trabalho.
Entende-se, ao analisar que o educador necessita estar
constantemente atualizado bem informado, pois os desafios da
educação são muitos, é necessário à busca e esta só terá
significado real quando o professor se autoavaliar e acreditar
na importância da sua função.
Assim sendo, não se trata de responsabilizar
pessoalmente aos professores pela insuficiência das
aprendizagens dos alunos, mas de considerar que muitas
evidências vêm revelando que a formação de que dispõem não tem
sido suficiente para garantir o desenvolvimento das
capacidades imprescindíveis para que crianças e jovens não só
conquistem sucesso escolar, mas principalmente, capacidade
pessoal que lhes permita participação social num mundo cada
vez mais exigente sob todos os aspectos.
35
3. EDUCADORES DO SÉCULO XXI: EM BUSCA DE UMA EDUCAÇÃO DEPOSSIBILIDADES E DESAFIOS
3.1 A relação Homem/MáquinaMutações: professor, escola, aluno.
Diante das novas demandas da LDB n°9394/96 para a
educação básica e da sociedade contemporânea com a lei da
educação inclusiva, é imprescindível rever o papel dos
educadores e da sua formação inicial e continuada.
É certo que há uma enorme distância entre o perfil do
professor que a realidade atual exige e o perfil que a
realidade até agora criou. Essa circunstância provoca a
necessidade de muito investimento na formação profissional dos
educadores.
Neste contexto, a formação inicial ( ou a continuada)
como preparação profissional tem papel crucial para
possibilitar que os educadores apropriem de determinados
conhecimentos e possam experimentar em seu próprio processo de
aprendizagem, o desenvolvimento das competências necessárias
para atuar nesse novo cenário. A formação de um profissional
de educação tem que estimulá-lo há prender o tempo todo, a
pesquisar, a investir na própria formação e a usar a sua
36
inteligência, criatividade, sensibilidade, capacidade de
interagir com outras pessoas.
As mudanças propostas para a educação básica no Brasil
trazem enormes desafios aos educadores que implementaram essas
mudanças. No mundo contemporâneo, o papel do professor está
sendo questionado e redefinido de diversas maneiras. Para
isso, concorrem as novas concepções sobre educação, as
revisões e atualizações nas teorias de desenvolvimento e
aprendizagem, o impacto da tecnologia de informação e das
comunicações sobre os processos de ensino e de aprendizagem,
suas metodologias, técnicas e materiais de apoio.
É imprescindível rever o papel dos educadores e de sua
formação. É amplamente conhecido que só a existência de
profissionais preparados e comprometidos com a aprendizagem
dos alunos pode dar sustentação, a médio e longo prazos, à
reforma de educação básica e abrir caminho para que as novas
gerações da mesma surjam, a partir da avaliação e ajuste as
medidas que estão sendo implementadas.
E que competências são necessárias para que o educador
do século XXI possa exercer suas funções? Segundo o decreto
3276, de 06/12/99, as competências a serem desenvolvidas pelos
professores que atuarão na educação são: comprometimento com
os valores estéticos, políticos e éticos inspirados da
sociedade democrática; compreensão do papel social da escola,
domínio dos conteúdos a serem socializados, de seus
significados em seus diferentes contextos e de sua articulação
interdisciplinar; domínio do conhecimento pedagógico,
considerando os âmbitos do ensino e da gestão, de forma a
37
promover a efetiva aprendizagem dos alunos, gerenciamento do
próprio desenvolvimento profissional.
A LDB por sua vez, define o artigo 13 as incumbências
dos docentes de educação: participar da elaboração da proposta
pedagógica do estabelecimento de ensino: elaborar e cumprir
plano de trabalho; zelar pela aprendizagem dos alunos;
recuperação para os alunos de menor rendimento; ministrar os
dias letivos e horas-aula estabelecidos; colaborar com as
atividades da escola com a família e com a comunidade.
Fica claro, portanto, que para construir com seus
alunos experiências significativos de aprendizagem e ensiná-
los a relacionar teoria e prática em cada situação escolar, é
preciso que os educadores passem por situações equivalentes de
ensino-aprendizagem, adquirindo-as em educação continuada,
atualizando-se para enfrentar os desafios da modernidade.
É importante ressaltar que, a tecnologia torna cada dia
mais o lugar do homem em suas funções mecânicas e operações
mentais, até onde não foi exigida a especificidade humana.
Desde a invenção da roda, que roubou ao pé a função de
locomover-se em vista de maior eficiência, até as atuais
sofisticadas “gerações” de computadores que controlam viagens
espaciais. Não é sem razão, portanto, que se pergunta: “Será
que as máquinas substituirão o professores?” A esta pergunta
responde B. F. Skinner, que há muitos anos pesquisa melhores
condições tecnológicas de ensino. Ao contrário, afirma ele, as
máquinas de ensinar são equipamentos para uso dos professores,
poupando-lhes tempo e labor. O professor emerge no seu próprio
38
papel como um ser humano indispensável. A máquina exerce
apenas um papel auxiliar na relação professor-aluno.
“Entre esse passado fechado e esse futuro aberto, opresente é o tempo de decisão. O tempo do homem. Atemporalidade é a categoria fundamental de toda açãoeducativa.” (Moacir Gadotti, p.118)
De acordo com o autor, entende-se que o passado é o
lugar do que está feito, o lugar dos projetos realizados,
cristalizados. Enquanto que o futuro é o lugar do que resta a
fazer, o lugar de uma pluralidade de possíveis dos quais nós
somos responsáveis. É o lugar de liberdade.
Portanto, o que se exige do professor não é que “saiba
mais”em temos quantitativos, mas exige-se que “seja mais”. Há
de alguma forma um mistério intransponível no professor que
força o consentimento do aluno.
Sabe-se que a geração de jovens que esta hoje diante de
nós, é a geração “ciberespaço” – da televisão, dos vídeos
clips, dos jogos, do computador. Uma geração com uma nova
identidade, que baseia-se principalmente na fragmentação de
informações.
É de fundamental importância construir atualmente, um
ensino que seja ligado a vida social dos alunos, inerente ao
seu tempo, incorporando ao processo de ensino-aprendizagem a
tecnologia educativa.
Estamos diante de um novo modelo de educação que
precisa ser refletido por toda escola, onde o aluno sinta-se
não só integrado, mas incluído em todo o processo escolar, com
acesso às tecnologias, o seu uso e as formas de interpretá-
las.
39
Neste contexto, a construção da competência específica
do professor, relativa ao domínio dos instrumentos
informatizados, não deve ser isolada do processo mais amplo da
construção de sua competência profissional.
Este é o desafio do nosso tempo: temos que discutir e
analisar com nossos filhos e nossos alunos, a utilização e os
efeitos de mudanças que vivemos ao mesmo tempo que eles. Não
recorrer a quem as tenha vivenciado antes de nós; falta-nos um
referencial crítico anterior...
Cabe-nos então construir este referencial para asgerações futuras.
4. UMA ABORDAGEM SOBRE CIDADANIA: A BUSCA POR UMA EDUCAÇÃOMAIS HUMANA.
40
4.1 Cidadania e Escola: Aluno cidadão
Compreender as atuais mudanças no ensino é uma tarefa
hercúlea e sabemos que existem inúmeros obstáculos e
dificuldades para que elas se efetivem. Na esfera educacional,
encontramos milhares de dificuldades de caráter geral e
específico, próprio de cada realidade escolar, como concepções
erradas, mitos como o pessimismo e a descrença em mudanças, o
autoritarismo, a resistência ao conhecimento pelo medo,
orgulho e vaidade, a insegurança frente ao novo, a ansiedade,
a resistência cultural, pois a escola é uma sociedade humana,
e como tal desenvolve hábitos que se enraizaram. No entanto,
revisar, repensar, investigar, intervir no processo de ensino
aprendizagem, aceitar e promover mudanças se faz necessário.
Assim sendo, preocupados com a importante tarefa que é
o ato de educar e a busca por uma educação mais humana, esta
pesquisa tem por objetivo facilitar o trabalho dos professores
em sua práxis diária, para que eles possam avançar na
qualidade e na eficiência educacional, construindo junto de
seus educandos princípios necessários ao convívio social.
Segundo os autores: ”... há que se cuidar da vida/ há
que se cuidar do mundo / tomar conta da amizade/ alegria e
muito sonho espalhado no caminho/ verdes: plantas e
sentimento/ folha coração, juventude e fé”. (Wagner Tiso e
Milton Nascimento).
Neste contexto, realizou-se uma pesquisa sobre o tema
Cidadania, pois acredita- se de total relevância para o
41
desenvolvimento íntegro dos educandos e educadores, permitindo
intervir na realidade para transformá-la.
Entende-se que o meio é fruto do homem e, por isso
mesmo ele pode ser modificado ou conservado, segundo a sua
vontade... vontade essa que, se educada para a ética,
respeito, trabalho, educação, para a construção da cidadania,
encontrará canais abertos para se efetivar, edificando
princípios sem o egoísmo que dilacera nossa sociedade.
Assim, o grande desafio da escola é preparar o homem
como ser dotado de liberdade, consciente de seus direitos e
deveres, capaz de criar, de fazer escolhas e dar respostas,
criando e recriando a vida social. Nesse processo os homens
constroem não apenas as bases materiais da vida em sociedade,
mas se constroem enquanto cidadãos atuantes no processo
social.
Segundo Vygotsky (1997, p.118):Há necessidade de criar uma escola bem diferente da queconhecemos. Uma escola em que os professores e os alunostenham autonomia, possam pensar refletir sobre seuprocesso de conhecimento e ter acesso a novasinformações. Uma escola em que o conhecimento jásistematizado não é tratado de forma dogmática esvaziadode significado.
A partir destas propostas de uma escola que dá ao aluno
liberdade de escolha num ato verdadeiramente ético / cidadão,
proporciona-se uma relação pedagógica visando à qualidade de
relacionamentos entre as pessoas, contribuindo para uma
vivencia entre o agir humano caracterizado pela atenção,
respeito e parceria de uns com os outros para irem à busca de
uma sociedade onde todos tenham direitos garantidos e deveres
a cumprir.
42
Assim sendo, acredita-se que é a escola o berço do
conhecimento, onde os educandos começam a ter as primeiras
noções de cidadania, onde ela passa a interagir outro grupo
social, além da família, que é a dos professores e colegas. E
neste ambiente onde ela participa troca saberes, conhecer o
valor de tudo que existe, conhece outros parâmetros e modos de
viver diferentes, é nesse momento que o papel do educador é de
suma importância. É necessário auxiliá-los na construção do
conhecimento, para que eles construam um futuro promissor,
sendo capazes de obter compreensão da realidade social em que
vive e criando instrumentos para que possam atuar na
transformação dessa realidade.
Segundo a etimologia, a palavra cidadania vem do latim
“civitas” que significa “cidades”. No entanto, o cidadão é
mais do que o habitante que compõe o cenário democrático de um
lugar, o cidadão é aquele que está interessado no que acontece
em sua comunidade. Para alunos e professores, a cidade é a
escola.
A cidadania consiste desde o gesto de não jogar papel
na rua, não pichar os muros, respeitar os sinais e placas,
respeitar os mas velhos (assim como todas as outras pessoas),
não destruir telefones públicos, saber dizer obrigado,
desculpe, por favor, e bom dia, quando necessário saber lidar
com o abandono e a exclusão das pessoas necessitadas, o
direito das crianças carentes e outros grandes problemas que
enfrentamos em nosso país.
43
4.2 Como surgiu a cidadania.
A idéia de Cidadania surgiu na Idade Antiga, após Roma
conquistar a Grécia (século V d. C.), se expandindo para o
resto da Europa. Apenas homens (maioridade) e proprietários de
terras (desde que não fossem estrangeiros) eram cidadãos.
Diminuindo assim, a idéia de Cidadania, já que mulheres,
crianças, estrangeiros e escravos não eram considerados
cidadãos.
Na Idade Média (2ª era – século V até XV d. C.),
surgiram na Europa, os feudos, (ou fortalezas particulares
feitas para proteger os Bárbaros). A idéia de cidadania se
acaba, pois os proprietários dos feudos passaram a mandar em
tudo, e os servos que habitavam os feudos não podiam
participar de nada.
Após a Idade Média, terminaram-se as invasões Bárbaras,
terminando-se também os feudos, entrando assim, em uma grande
crise. Os feudos se decompõem, formando cidades e depois
países (Os Estados Nacionais).
Entra a 3ª era (Idade Moderna – século XV ao XVIII d.
C.), os países formados após o desaparecimento dos feudos
foram em conseqüência da união de dois grupos: O Rei e a
Burguesia.
Em conseqüência dessa união, a Burguesia ficava cada
vez mais rica e era ela quem dava apoio econômico aos Reis
(através dos impostos).
Com o tempo, o Rei começou a atrapalhar a burguesia,
pois ele usava o poder para sacaneá-la. A Burguesia ficava
cada vez mais rica e independente, vendo o Rei como um perigo
44
e um obstáculo ao seu progresso. Para acabar com o Absolutismo
(poder total do Rei), foram realizadas cinco grandes
revoluções burguesas:
Revolução Industrial;
Iluminismo (Revolução Filosófica);
Revolução Francesa (A maior de todas);
Independência dos Estados Unidos;
Revolução Inglesa;
Todas essas revoluções tinham o mesmo objetivo: tirar o
Rei do poder.
Com o fim do Absolutismo, entre a Idade Contemporânea
(século XVIII, até os dias de hoje), surge um novo tipo de
Estado, o Estado de Direito, que é a grande característica do
modelo atual. E a principal característica do Estado de
Direito é: “Todos tem direitos iguais perante a Constituição”,
percebendo assim, uma grande mudança no conceito de cidadania.
Por um lado, trata-se do mais avançado processo que a
humanidade já conheceu, por outro lado, porém, surge o
processo de exploração e dominação do capital.
A burguesia precisava do povo, e o convencia de que
todos estavam contra o Rei e lutando pela igualdade, surgindo
assim, as primeiras constituições (Estado feito a serviço da
Burguesia).
Acontece a grande contradição: Cidadania X Capitalismo.
Cidadania é a participação de todos em busca de benefício
sociais e igualdade, mas a sociedade capitalista alimenta-se
da pobreza e a grande maioria não pode ter muito dinheiro,
45
afinal, ser capitalista, é ser um grande empresário (por
exemplo). Se todos fossem capitalistas, o capitalismo acabaria
ninguém mais ia trabalhar, pois não existiriam mais operários.
Começavam a ocorrer greves (pressão) contra os
capitalistas, por parte dos trabalhadores, que visavam uma
vida melhor e sem exploração no trabalho.
Da função político, o homem passa para a função de
consumidor, o que é alimentado de forma acentuada pela mídia.
Isso se mantém até os dias de hoje (idéia de consumo). Para
mudar essas idéias, as pessoas devem criar seus próprios
conceitos e a escola aparece como um fator fundamental.
Segundo alguns pensadores (filosóficos) como:
LOCKE – ele parte da proposição de que todo homem é
proprietário daquilo que retira da natureza, sendo que essa
apropriação não precisa do consentimento de todos os homens.
Para ele, o conceito de cidadania e o direito de propriedades
está ligado à pessoas mais diligentes e racionais (mais aptos
à concepção), em vez de preguiçosos e incapazes. Se apropria
das coisas através do trabalho, que é o uso que faz do corpo.
ROUSSEAU – ele propôs uma nova teoria, onde a cidadania
é um conceito que abrange todas as pessoas. Podendo ser
praticada sob o poder de representantes governamentais, assim
como nas decisões tomadas pelo povo.
KANT – ele afirma que o “desenvolvimento da sociedade
humana depende do desenvolvimento da história da sociedade
jurídica, sendo que o cidadão é aquele que utiliza as leis
como uma forma de lutar pêlos seus próprios direitos.
46
KARL MARX – acreditava que a busca da cidadania só
poderia ocorrer com rompimento do sistema capitalista, que
arrasta todo e qualquer tipo de possibilidade do trabalhador,
de viver dignamente.
4.3 Evolução Histórica do conceito de Cidadania.
Observando os dias atuais e nos atendo ao Brasil,
veremos que com o processo de discussão sobre a globalização e
a eclosão dos movimentos sociais, o termo cidadania sofreu
algumas transformações em seu significado. A palavra passou a
significar o direito do exercício da diferença e do
estabelecimento dos conflitos políticos que se originaram das
distintas perspectivas sociais. O cuidado que devemos tomar ao
exercitar o uso do termo cidadania é o de não deixar que se
esvazie do seu significado e se torne uma banalização
cotidiana, desprovida do sentido prático, ético e político e,
principalmente, que se perca o compromisso com a construção de
ações cidadãs.
Sendo assim, o espaço da sala de aula se tona o melhor
lugar para ensinar os alunos a exercitarem as noções de
direitos e deveres. Ou seja, é no ambiente escolar que os
alunos juntamente com os professores, terão a oportunidade de
conhecer a dimensão de cada caso e a diferenciação entre “ser
cidadão” e “exercer a sua cidadania”. Para tanto, a escola
47
deve em conjunto (direção, professores e demais funcionários)
aprender a ouvir.
Neste panorama, o professor que educa seu aluno como
cidadão, atua como medidor do conhecimento, sensível e
crítico, aprendiz permanente, orientador, cooperador curioso
e, sobretudo, um cidadão. O aluno educado por uma escola
comprometida com um projeto político pedagógico, seja base a
cidadania, é sujeito da sua formação. Torna-se curioso,
autônomo, motivado para aprender, disciplinado, organizado,
solidário e , sobretudo, cidadão do mundo, sabendo respeitar a
opinião dos outros indivíduos, ainda que discorde dela.
4.4 Educação e Cidadania – Uma questão mundial Reeducação paraa formação cidadão.
Os desafios enfrentados pelas sociedades contemporâneas
fazem com que a educação apareça mundialmente como elemento
indispensável para que a humanidade possa progredir em direção
aos ideais de paz, liberdade e justiça social. A educação
manifesta-se também como amor pela infância e juventude, que
deverão ser acolhidos na sociedade, na família, na comunidade,
na escola, na Nação.
No mundo contemporâneo, torna-se necessário que a
educação trabalhe a formação ética dos alunos, principalmente
como espaços sociais de construção de significados éticos
48
necessários e constituídos de toda e qualquer ação de
Cidadania.
Seria importante a participação de todos, pois vivemos
numa sociedade que parece esquecer seus cidadãos ou então,
fazem de conta que não vêem as coisas que acontecem ao seu
redor, ou então, deturpam o conceito de Cidadania. A realidade
social é cruel para aqueles cujos direitos são negados,
colocando-os à margem de uma vida digna como é o caso de
muitas famílias do nosso país.
Talvez, por isso é que temos muitos “cidadãos por um
dia”, ou seja, pessoas que são cidadãs somente no dia da
eleição, quando se dirigem até a urna para depositarem o seu
voto, e no dia seguinte, não são mais lembrados por aqueles
que colheram seus votos.
Este é o grande desafio da educação, formar os
educandos para a cidadania ativa, a consciência política e
ética, possibilitando a compreensão da realidade social em que
vive e criando instrumentos para que possam atuar na
transformação dessa realidade, esse desafio exige dos
educadores uma postura mais “agressiva” em relação a ocupação
do espaço na escola, numa perspectiva democrática.
Há um compromisso pedagógico por parte dos educadores
quanto ao seu desempenho profissional para exercer
efetivamente a cidadania, como “exemplo” do processo,
praticando-a, tendo-a por finalidade o pleno desenvolvimento
dos seus educandos.
49
Assim sendo, estabelece-se uma formação básica comum de
acordo com o Projeto Político Pedagógico da escola que
caracteriza um novo aluno, uma nova escola, um novo educador.
Um novo aluno – que compreenda a cidadania, que se
posicione de forma crítica, responsável, que questione a
realidade e saiba comunicar sua idéias.
Uma nova escola- que forneça condições para a
aprendizagem acima dela, que reconheça a participação
construtiva do aluno no processo de ensino e que potencialize
a aprendizagem.
Um novo educador – que se atualize sempre, que seja
mediador, um facilitador da aprendizagem e não apenas um
transmissor.
Tendo em vista, a trajetória da pesquisa, constata-se
que quando se compromete com algo em que se acredita, as
mudanças fluem, as possibilidades do êxito aumentam e ,
principalmente, o fazer pedagógico passa a ter significado,
onde o desejo de alcançar metas estabelecidas que envolvem
possa ser real.
Portanto, foi a partir destes questionamentos que a
pesquisa foi fundamentada e por acreditar que é através de
experiências partilhadas com o outro, que crescemos enquanto
sujeito e, principalmente, como cidadão transformador da
sociedade.
Enfatiza-se também, que a saúde institucional de uma
escola depende de sua capacidade de transmitir boas mensagens
de cidadania, através da formação de seus educandos. E a
mensagem será mais bem transmitida quanto mais naturalmente
50
embutida na atividade, seja na sala, no corredor da escola, no
pátio. O tempo todo. Só o exemplo constrói.
Assim entendendo, infere-se que como educadores que
somos precisamos estabelecer rotas aos nossos educandos; porém
jamais tomar o lema: fornecendo-lhes as “ferramentas”
necessárias para a construção da sua cidadania, encontrando
canais abertos para se efetivar; se cumprir; edificando
princípios sem o egoísmo que aflige a nossa sociedade.
51
5. CONCLUSAO
A partir das abordagens apresentadas no decorrer da
pesquisa, cuja temática central foi sugerir aos educadores uma
reflexão sobre sua formação profissional e a prática
pedagógica, apresentou-se um panorama acerca do papel do
educador enquanto mediador do conhecimento, a repensar da sua
pratica no sentido de provocar desafios e instigar o educando
a apropriar-se dos diversos mundos do saber, recriando espaços
de possibilidades e oportunidades.
A capacidade de propiciar a construção do conhecimento
sem dúvida é uma das maiores contribuições do professor no
processo ensino-aprendizagem.
Para tanto, entende-se que não existem receitas, nem
modelos de atuação, porém existem que possibilidade ao
educador e educando um conhecimento real e significativo para
alunos.
Por isso, a necessidade dos educadores buscarem
embasamentos teóricos que fundamentam sua prática e que sejam
transformadas em formas prazerosas de aprendizagem, exigindo
uma maior competência profissional, um eterno aprendiz, uma
conscientização da sua responsabilidade enquanto companheiro
da busca do saber.
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Portanto, foi a partir destes questionamentos que a
pesquisa foi fundamentada e por acreditar que é através de
experiências partilhadas com o outro, que crescemos enquanto
sujeito e, principalmente, como cidadão transformador da
sociedade.
Sendo assim, parte-se do princípio que toda e qualquer
transformação deverá surgir do querer, que permitia a luta e a
busca de algo em que acreditamos.
Cabe ao educador, proporcionar um ensino prazeroso, de
crescimento emocional, intelectual, e espiritualmente. Ele
pode mostrar aos educandos que a vida tem sentido e que eles
são importantes, que aquilo que eles são, pensam, planejam, é
fundamental para sua própria felicidade. Que os conteúdos
fornecidos e a caminhada escolar sirvam para entender o mundo
que os cerca e para a construção do exercício da cidadania,
aspirando um amanhã melhor.
Entende-se que quando educador consegue olhar para o
educando como um ser humano, ele passa a entender os seus
anseios, despertando nele as características necessárias para
que ele seja feliz, ou seja, nesta concepção o educador é
capaz de ousar, de criar condições de aprendizagem e,
principalmente, levar os educandos aos caminhos do saber.
Tendo em vista, a trajetória da pesquisa, é
imprescindível rever o perfil do profissional da educação, que
ele adquira formação contínua, proporcionando condições
efetivas para que possam exercer sua profissão com a qualidade
que todos nós esperamos.
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A educação de qualidade é um dos caminhos e um dos
instrumentos importantes para a conquista da cidadania e para
a construção de uma sociedade mais justa, mais democrática,
com mais paz e melhor para se viver.
Assim sendo, entende-se que o professor é o sujeito da
história pedagógica, e como tal deverá reconhecer o seu papel
e a seriedade da sua atuação, esforçando-se e aperfeiçoando-se
para que seus conhecimentos teórico-práticos cresçam cada vez
mais, buscando ser um profissional autônomo, capaz de uma
atuação eficiente e eficaz junto do educando, transferindo
conceitos, criando condições de aprendizagem, que permitam o
contato e o calor humano, acima de tudo, que permitia deixar
marcas construtivas na vida daqueles que por ele passarem.
Infere-se também, que o bom profissional não se define
pelo porte de um diploma, mas principalmente pela eficiência
de sua atuação e seriedade com que trata os objetivos e metas
de sua profissionalização.
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6. BIBLIOGRAFIA
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