TCC 20 11 10
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1. INTRODUÇÃO
Desde que os esportes coletivos foram criados, passaram
por muitas modificações, algumas dessas deveriam servir para
coibir as agressões que ocorrem durante os jogos, sendo eles
de competição ou não. Em alguns lugares, a violência no
esporte interpessoal é tolerada e muitas vezes pessoas são
seguidores e aplaudem a ação desses indivíduos.
Segundo Weinberg e Gould (2001) existem dois tipos de
agressão, a boa (ex: ir buscar uma bola “perdida” em uma
partida de tênis) e a ruim (ex: chutar o adversário). Gill
(1986) também define que o termo produz interpretações e
julgamentos automáticos de valor e respostas emocionais
positivas ou negativas. A maioria dos comportamentos
agressivos em ambientes esportivos depende principalmente da
interpretação, ou seja, não ações desejadas por quem faz, mas
consequências de outros acontecimentos. Bartholomeu e Machado
(2008) referem-se à agressão de intimidação, sendo verbal ou
não, são direcionadas a causar prejuízos a outros.
Anshel (1994) propõem diferentes condutas agressivas, que
diferenciam agressividade hostil, que é uma resposta agressiva
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a outros que o irritam ou provocam, também denominada como
agressividade reativa. Há a agressividade instrumental, em que
o autor utiliza-se da agressividade para conquistar um
objetivo, como ganhar um campeonato. Muitas vezes atitudes
agressivas são consideradas como normais, pois os juízes
atuantes no esporte têm de interpretar a regra de acordo com o
que acontece durante uma partida, mesmo tendo especificado em
suas regras que algumas atitudes são punidas.
Existem tipos de violência que não são físicas, mas de
comportamento, podendo ser verbal, pelas ações das pessoas,
discriminação sexual, racial ou religiosa. São ações abstratas
de um grupo ou pessoa sobre o outro. Baron e Richardson
(1967) definem que a agressão pode ser definida como qualquer
forma de comportamento dirigido ao objetivo de prejudicar ou
ferir outro ser vivo que está motivado a evitar tal
tratamento. Hannin (1999, apud HOKINO & CASAL, 2001) afirma
que a ansiedade mal canalizada pode gerar momentos de muita
violência.
Existem teorias que tratam da agressividade, essas têm
como base a frustração, mediante os comportamentos aprendidos
com a observação de outros. A agressão acontece algumas vezes
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não pelos jogadores, mas pelos espectadores. Segundo Paim e
Strey (2007) no momento que a pessoa participa de uma torcida
organizada, ela está constituída de expansão várias emoções,
muitas vezes reprimidas pelos meios sociais do cotidiano. Essa
pessoa se revela e mostra todos suas frustrações e impotência
na sociedade, que acabam sendo diluídas nas arquibancadas na
hora do jogo. Esses torcem com tanta paixão pelo seu time, no
caso futebol, que algumas vezes passam dos limites que a
sociedade impôs e acabam com o jogo e prejudicam seus times. A
violência entre torcidas também está relacionada com a
rivalidade, Smith (1983) verificou que atos agressivos
realizados em campo também estão relacionados com as atitudes
agressivas da torcida.
Existe a influência do técnico, esse tem acesso aos
jogadores, e deve conhecê-los bem para poder agir ou se
posicionar de determinada maneira de acordo com suas emoções,
influenciando positiva ou negativamente. Para tentar amenizar
qualquer ansiedade ou medo, o técnico deve utilizar decisões
sensatas, oferecendo propostas de acordo com a razão e o
raciocínio lógico. Dessa forma, juntamente com a maturidade e
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experiência adquiridas faz com que o técnico seja uma pessoa
respeitada e respeitadora (MACHADO, 2006).
Deve-se também fazer um esforço para que essas agressões,
sejam elas de atletas ou torcedores, diminuam nos
acontecimentos esportivos. Existem formas de fazê-lo,
estudando formas de prevenção com mais segurança, ensinar os
atletas a controlar suas emoções, para que elas não motivem os
espectadores a reagir de forma hostil. O esporte tem atraído
muitos praticantes, e a agressividade durante á prática
esportiva tem sido marcantes, assim qual seria a incidência de
agressão verbal durante uma partida? Comparando dois esportes
de competição, como handebol e futsal, será que existe
diferença entre as agressões?
O estudo desses comportamentos torna-se relevante por não
existir muitos trabalhos que discutam o tema, em que o mesmo
trabalho tem como finalidade mostrar qual o comportamento de
atletas de modalidades diferentes em sua essência. Outro tema
que foi abordado no trabalho é a violência, que tem sido
decorrente no esporte mundial nos últimos tempos. Por esse
motivo, handebol e futsal são modalidades que estão com a
incidência de violência cada vez mais alta nos jogos. Então,
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faz-se necessário um estudo de quais atitudes tomar para
prevenir agressões das pessoas envolvidas no jogo (jogadores,
torcedores e comissão técnica).
Assim, torna-se importante o estudo da agressão verbal nos
dois esportes para que haja maior conhecimento de fatores que
influenciam as pessoas a atitudes para as quais elas se
arrependam depois.
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2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 VIOLÊNCIA
A violência que os jogadores podem levar para os seus
jogos pode vir de casa, de costumes adquiridos durante sua
vida. Garbarino et al (1986) afirmam que a violência
psicológica contra crianças e adolescentes é caracterizada
como uma agressão orquestrada por um adulto. Essas ações tem o
sentido de rejeitar, isolar, aterrorizar, ignorar e corromper
essas crianças e define que qualquer consideração sobre
violência psicológica depende grandemente do contexto
cultural. Moraes & Reichenheim (2002) enfatizam a necessidade
da construção de novos instrumentos de aferição.
Starepravo (2003) argumenta que o desenvolvimento social
está intimamente relacionado à presença do Estado, já que os
mesmos constituem-se em redes de interdependência, em que a
formação do Estado depende do grau de complexidade nas suas
estruturas, do estágio das relações humanas da sociedade e
vice-versa.
Segundo Weinberg e Gould (2001), a agressão é definida
como comportamento que envolve a intenção referente ao
objetivo de prejudicar ou até mesmo de ferir outro ser vivo.
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Gill (1986) corrobora que a agressão é um comportamento físico
ou verbal, sendo uma atitude ou emoção que envolve danos ou
ferimentos que os levam a ser físicos ou psicológicos. Porém
Lorenz (1996) analisam a agressão com um sistema de instinto
que em sua própria energia é gerada de agressividade, e de
difícil controle.
De acordo com Samulski (1992), a expressão da conduta
agressiva vai depender das frustrações anteriormente
vivenciadas pelo sujeito, de uma percepção de justiça, da
intensidade atual que está condicionado á expectativa diante
da meta ou competição. Santos (2005) complementa a idéia
destacando que as agressões consomem energia física e psíquica
do indivíduo e ás reações as frustrações podem variar de
pessoa para pessoa, bem como o tipo de agressão pode ser
gestual, verbal, comportamental ou física.
Bidutte (2005) aponta que o comportamento agressivo no
esporte é o início do comportamento violento, que se forma
prejudicial à equipe, significando a ação violenta a qualquer
ofensa física, verbal enquanto comportamento para dar dano,
qualquer ação intencional.
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Freud (1920, apud DOBRANSZKY & MACHADO, 2000) considera a
agressão como parte do instinto sexual de procura do prazer e
da dor. Acredita-se que todo comportamento agressivo poderá
ser investigado e debitado a partir das seguintes teorias:
agressão como instinto, frustração como causa da agressão e
agressão como aprendizagem social (RIBAS, 1995).
Buss (1975, apud SAMULSKI, 1992) concorda que existem dois
tipos de agressão quanto á intencionalidade, no entanto a
terminologia utilizada difere. Pode ser instrumental e
reativa, ou instrumental e cólera, e ainda instrumental e
afetiva, segundo Samulski (1992). Na agressão cólera, afetiva
e reativa, a intenção é provocar sentimento na vítima, é
iniciada a qualquer estímulo que induza a insulto, ataque na
presença de elementos desagradáveis.
O esporte possui ambiente que proporciona estes dois tipos
de agressividade. Na instrumental, o esporte de alto nível é
sinônimo de competição e outro tipos de agressão, cólera,
reativa e afetiva não importando tanto o nível que é praticado
(WEINBERG & GOULD, 2001). A agressão acontece algumas vezes
não só pelos jogadores, mas sim pelos espectadores. Segundo
Paim e Strey (2007) no momento em que a pessoa participa de
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uma torcida organizada, esta constituída e expansão de várias
emoções. Muitas vezes reprimidas pelos meios sociais do
cotidiano e sua vida sóciocultural, essa pessoa revela e
mostra todas as suas frustrações e impotência na sociedade,
que acabam sendo diluídas nas arquibancadas na hora do jogo.
Para Smith (1983), a violência entre torcidas estão
relacionadas com as rivalidades, verificando assim que os atos
agressivos em campo também estão relacionados com atitudes das
torcidas.
Hokino e Casal (2001) fazem diferenciações entre raiva,
agressividade, agressão e violência. Esclarecem que a raiva
está relacionada com o estado emocional do ser humano e que
abrange sentimentos que variam de aborrecimentos pequenos,
podendo esse sentimento se expandir para a fúria e para a
cólera. Por outro lado, entendem que a agressividade, a
agressão e a violência dirigem-se a outras pessoas, e
objetivos do meio, podendo ser também direcionada à própria
pessoa. Na sequência de suas idéias, pontuam que o sentimento
de raiva, sozinho, não reúne condições suficientes para o
desenvolvimento de comportamentos agressivos, embora os
expressem. Esses comportamentos dependem, sobretudo, de outros
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aspectos, como o da personalidade, determinada por diversos
fatores, entre eles as influências do meio social e cultural
em que vive o sujeito.
Dobranszky e Machado (2000) afirmam que no esporte, a
percepção contra o oponente está relacionada à percepção dele
ser violento ou não. Se o oponente for percebido como não
violento, pequena agressão será o resultado contra ele. Se o
oponente é tido como passível de ato injusto e agressivo, uma
agressão maior pode ser esperada de ambos, espectadores e
participantes.
2.2 VIOLÊNCIA NO ESPORTE
Segundo Bredemeier (1983), o individuo ter o inicio
intencional de comportamento violento é prejudicial. O termo
“Violento” significa qualquer ofensa física, verbal ou não
verbal, enquanto “comportamento para causar dano”, quer dizer,
qualquer intenção ou ação prejudicial. Ou seja, o indivíduo
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torna-se violento devido a ações externas, como em um jogo de
futsal, ao tomar uma cotovelada em uma disputa pela bola,
enquanto a pessoa que tem um comportamento violento para
causar dano entra em jogo com a mentalidade não voltada para o
esporte, mas para causar algum dano a alguma pessoa.
Gabler (1987, apud SAMULSKI, 2002) divide a agressão em
duas tangentes: quando tratada na esfera esportiva, hostil ou
reativa e instrumental. A agressão hostil tem intenção de
lesar ou prejudicar o adversário, e a agressão instrumental
traduz um comportamento que teve como intuito realizar os
objetivos do indivíduo, mesmo que, ás vezes, possa envolver
algum dano a um adversário. A agressividade hostil define-se
pela intenção de machucar alguém, e a agressividade
instrumental mostra que um indivíduo pode “passar por cima” de
outra pessoa para alcançar seu objetivo, podendo assim
lesioná-la.
Bidutte (2005) afirma que a agressão instrumental pode
fazer parte do jogo e ser considerada benéfica para atletas e
equipes, mas a agressão hostil não é saudável e pode ser
prejudicial em todos os aspectos no esporte. Então pode-se
dizer que a agressão instrumental pode ser benéfica desde que
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alcance seus objetivos e a hostil que em nenhum momento deve
ser usada, pois ela é prejudicial para todos.
Para Paim (2009), a violência é uma realidade tão antiga
quanto à humanidade. Está atrelada a “necessidade” de poder,
que é exercido contra o considerado mais fraco; contra a
minoria ou, às vezes, contra a maioria, no caso do poder
público esportivo e religioso, transformando-se em alguns
casos de fanatismo e radicalismo.
A agressão também pode ser considerada como violência,
onde Paim & Strey (2008) afirmam que a violência física é o
tipo mais comum no meio esportivo, mas que existem outros
tipos de violência que não são vistos tão facilmente, que
causam grandes prejuízos a saúde também, como a violência
psicológica e simbólica. Na psicológica, toda ação ou omissão
que causa dano de identidade ou ao desenvolvimento do
indivíduo. São os conhecidos deboches, preconceitos e
estereótipos. Rede Saúde (2001). A violência simbólica tem o
poder de construção da realidade, que tende a estabelecer o
sentido real do mundo, sendo em particular do mundo social.
Segundo estudos realizados por Paim (2005), esses tipos de
violência ficam evidentes quando o foco é colocado em cima de
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mulheres praticantes de esportes, seja por lazer ou de auto-
rendimento, em que ainda são seguidos muitos valores
masculinos, os quais fazem mulheres que se envolveram com o
esporte sejam questionadas por suas escolhas pessoais, vitima
de preconceito, de descriminação, estereótipo, que vem de
todas as partes, da mídia, família e da sociedade em geral.
Segundo Paim & Strey (2007) outro tipo comum de violência,
no contexto esportivo, é o que discrimina a mulher esportiva,
com preconceitos e estereótipos. Esses preconceitos, estigmas,
quando afetam direta e indiretamente as atletas, oprimindo-as
psicologicamente, ou transformando-se em obstáculos e
impedimentos para a participação e progressão da atleta em
qualquer terreno esportivo, afetando ou violando seus
direitos, refletem um tipo especial de violência, a violência
de gênero, neste caso com a mulher esportista.
Saraiva (2005) afirma que as diferenças entre os sexos
foram atribuídas pela sociedade, as quais levam homens e
mulheres a patamares diferentes, podendo acarretar episódios
de violência, mesmo no âmbito esportivo. Estudos de Paim &
Strey (2005) corroboram com a afirmação de que as mulheres são
muito lesadas nos parâmetros esportivos, pois são consideradas
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mais sensíveis que os homens e que a prática do futebol exige
muito esforço físico, que atribuem característica de
liderança, que ainda é considerada pela sociedade como sendo
característica do homem e não das mulheres.
Segundo Paim & Strey (2007), a prática de esportes ainda é
considerada uma atividade de domínio masculino pela sociedade,
principalmente, em se tratando de esportes como futebol,
handebol e lutas. Ás mulheres é permitida a participação nas
ginásticas, bales e atividades físicas ditas femininas, que,
por sua vez, são modalidades “proibidas” para os homens. Strey
(2001) definem este tipo de violência como violência de
gênero, na qual aparecem relações entre violência e as
relações de gênero.
Sabe-se também que um jogador pode mudar todo o contexto
do jogo, fazer com que a torcida jogue com ele, com que o time
tenha acendido um ímpeto pelo ataque e a fome de gol, fazendo
com que o nível técnico e tático do jogo suba e fique cada vez
mais emocionante. O futebol, como o futsal, necessita que seus
times joguem coletivamente e que tenham como válvula de escape
jogadas individuais.
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Para Pereira (2000), a violência é um fenômeno que se
encontra disseminado em diversas instituições da sociedade,
tais como família, escola e o esporte. Cada vez mais presente
na sociedade, afetando a população em geral, desta forma,
pensar, discutir e refletir torna-se um elemento fundamental
para compreendermos a dinâmica cultural contemporânea.
2.3 VIOLÊNCIA NO FUTSAL
O futsal vem de outro esporte adorado por todos da nação
brasileira. Tanto no futebol quanto no futsal, quem rege os
acontecimentos não são somente os jogadores, mas também são as
pessoas que cercam os jogos. Segundo Daolio (1998), o futebol
brasileiro, como qualquer outro fenômeno nacional, é e sempre
será aquilo que a sociedade fizer dele, aquilo que os atores
envolvidos - torcedores, dirigentes, imprensa etc. - forem
constantemente atualizando nele e com ele. Todo e qualquer
esporte deve muito aos seus coadjuvantes, e não somente aos
que o representam.
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O futsal é um esporte como qualquer outro, em que existe
competição, sede pela vitória. Sendo ou não de alto
rendimento, faz com que os atletas realizem ações sem pensar
no que elas podem acarretar. Na violência, exercida pelo ato
de desespero, nas consequências para o time caso perdesse um
jogador ou raiva pela forma que o jogo tomava durante seu
período. Alguns atos que um jogador exerce durante uma partida
podem refletir acontecimentos anteriores, experiências vividas
em casa, na adolescência ou até mesmo em um relacionamento.
Feshbach (1961, apud MACHADO & HIGINO, 2000) afirma que os
atletas sucumbem sob tensão psicológica, quando chegam na hora
do jogo não acertam os fundamentos treinados.
Daolio (1998) afirma que o futebol como esporte coletivo,
exige uma tática grupal para que uma equipe se sobreponha à
outra, além de uma dinâmica tática da equipe, é necessário o
individualismo dos jogadores para vencer a defesa adversária.
Em relação aos gestos específicos, o futsal se assemelha
ao futebol, porem, é disputado em uma área de jogo menor com o
numero proporcional de jogadores. O futsal apresenta sistemas
posicionais ofensivos e defensivos bem definidos, e existe uma
infinidade de padrões de movimento usados dentro desse
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sistema, e os contatos físicos são inevitáveis, pois a
intensidade do jogo é alta. (DE ROSE JUNIOR, 2006).
Não quer dizer que um time deva jogar sempre com jogadas
individuais, deve-se também utilizar jogadas treinadas
anteriormente em bola parada, utilizar a afinidade de
jogadores que estão posicionados do mesmo lado do campo para
criar uma jogada. Um time que saiba aliar formas de se jogar
individualmente e em grupo só precisa conseguir manter os
ânimos calmos para não gerarem nenhuma briga, seja de direta
ou indiretamente. A melhor forma de respeitar um adversário é
jogar com ele de igual para igual, sem nenhum brilhantismo a
mais do costumeiro, assim não haverá reações de agressão um
com os outros (DAOLIO, 1998).
Para Kokubun e Daniel (1992) provavelmente o futsal
possibilita a realização de movimentos mais intensos e curtos.
Por estar constantemente em oposição do adversário, as ações
no futsal devem ser realizadas em tempo curto e com variação
de velocidade, exigindo assim uma elevada capacidade
coordenativa de controle corporal.
O futebol gera também ídolos e as pessoas que o seguem. No
Brasil existem exemplos e tipos diferentes de ídolos. Daolio
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(1998) afirma que o futebol brasileiro gera ídolos como
Ronaldinho, por um lado, e Edmundo, por outro, representam
dois lados dos desejos humanos: ser ao mesmo tempo calmo e
rebelde, manso e feroz, bom e mau, humano e animal. É nesse
sentido que afirmamos ser o futebol expressão da sociedade e
que cada sociedade tem o futebol como um espelho. A sociedade
de acordo com as características dos jogadores definem o que
querem, que tipo de rotulo empregam nessas pessoas, podendo
mesmo sem querer dar-lhes status de vencedor, porque seu
talento se sobrepõe ao se comportamento.
Segundo Paim & Strey (2007) a prática esportiva e/ou a
participação em uma torcida constitui momento de expansão de
emoções reprimidas pelo meio social cotidiano. É a
manifestação do sentimento de impotência e da frustração
pessoal, diluídas no coletivo das arquibancadas. Assim,
pessoas quaisquer, independente de seus credos, dinheiro, vão
a um jogo e se transformam, sendo boas ou ruins suas atitudes.
Daolio (1998) afirma que a rivalidade entre torcidas é uma
constante, sendo que, em alguns momentos extremos, gera
verdadeiras batalhas campais, resultando até mesmo em
ferimentos graves e mortes. O ímpeto que o jogo gera nos
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torcedores é irreal, levando-se em consideração que para
alguns o resultado é vida ou morte.
Betti (1997) define que a comercialização do futebol
profissional nas ultimas décadas provocou uma profunda
alteração neste esporte, no que diz respeito ás pressões que
os atletas sofrem, como por exemplo: ganhar a qualquer preço,
pressão dos patrocinadores, da mídia, etc. Essas pressões
fazem, em muitos casos, que jogadores transgridam as regras
que regem o esporte, ocasionando um aumento do comportamento
violento, seja ele físico ou verbal.
2.4 VIOLÊNCIA NO HANDEBOL
O handebol surgiu no Brasil, por volta de 1.950/52. O
grande impulso a nível nacional começou a acelerar em 1.969
quando foi introduzido nos Iº Jogos Estudantis Brasileiros. Na
Europa o handebol (de salão) teve seu inicio e impulso na
década de 30, portanto, o Brasil está aproximadamente 40 anos
atrás dos países da Europa que desenvolvem o handebol. O
objetivo principal do handebol é conseguir a marcação de gols.
Para se marcar um gol a equipe deve combinar perfeitamente as
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técnicas de ataque, iniciando pelo perfeito domínio dos
diversos tipos de passes, recepção e fintas, além de outros
recursos importantes, que colocam um jogador em condições de
arremessar, após ter conseguido desequilibrar a defesa
adversária (Zamberlan, 1997).
No âmbito esportivo, podemos levar em conta as palavras
de Samulski (1992), ao afirmar que a expressão da conduta
agressiva vai depender das frustrações anteriormente
vivenciadas pelo sujeito, da sua percepção de justiça, da
intensidade da frustração atual que está condicionada a
expectativa diante à meta ou competição.
Com relação a emoção Samulski (2002), diz que existem
emoções negativas como raiva, tensão, fadiga, confusão e
depressão. Diz ainda o autor que o controle emocional é um
aspecto importante no comportamento do atleta.
Em se tratando de agressões no esporte, Santos (2005),
complementa a idéia destacando que as agressões consomem
energia física e psíquica do indivíduo e as reações às
frustrações podem variar de pessoa para pessoa, bem como o
tipo de agressão que pode ser física, gestual, verbal ou
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comportamental, citando como exemplo o fato de um jogador
ficar nu após ser expulso do jogo.
Na disputa de um jogo de handebol podemos verificar uma
“guerra” disfarçada em competição onde o “fair-play” deve
imperar, sem a necessidade de matar e comer o seu adversário.
Segundo Boxiadós(1995, apud ROMEIRO & SILVA, 2009), existem
categorias de valores positivos que são consideradas como boas
para prever se os atletas poderão ter este fair-play: a
primeira é ser capaz de usar corretamente as habilidades
requeridas em situações de jogo, tecnicamente e taticamente,
em segundo jogando com respeito às regras, ao espírito do jogo
e as decisões dos árbitros, e em terceiro buscando um
equilíbrio e apreciar o jogo independentemente do resultado,
experimentando um sentimento de satisfação. Como categorias
negativas o autor citado acima destaca o agir agressivamente
ou violentamente com risco de lesões e ganhar vantagens ou
superioridade no jogo usando para tal, meios ilegítimos. Por
outro lado, com bem assinalam Dunnimg & Maguire (1997, apud
SILVA & ROMERO, 2009), entendem o esporte como a expressão
cultural de valores masculinos. A sociedade, de maneira geral,
atribui a agressividade e a coragem como características
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masculinas, como bem demonstrou Silva e Romero (2009), ao
fazer um estudo entre mais de quatrocentos professores de
Educação Física.
Estas características guerreiras que podem e devem estar
incrementadas de fair-play estão ligadas às qualidades básicas
necessárias e naturais para aqueles que praticam este dinâmico
esporte, o handebol, além daquelas que denominamos adicionais
– agressividade e coragem. Fazemos um contraponto aqui, em
relação às mulheres praticantes.
No handebol, certamente a própria essência do jogo possa
explicar as “necessidades” de agressividade e de coragem, já
que se trata de um jogo de constantes defesas do seu
território – representado por seu espaço defensivo - e
agressões, penetrações do território inimigo, do seu espaço
defensivo, num constante ataque contra defesa, para passar,
quase que imediatamente, para defesa contra ataque.
Agressividade e Coragem são qualidades adicionais, que vão
alicerçar esta disputa territorial. Para as equipes de alto
nível, não importando se masculinas ou femininas, é desejável
que estas qualidades adicionais sejam trabalhadas (Silva &
Romero, 2009 e 2010).
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E um dos seus trabalhos Ribas (1995), observou que os
comportamentos agressivos que apareceram durante o jogo, foram
apresentados pelos defensores, mostrando assim que na maioria
dos casos a agressão parte dos defensores. Ele nos traz também
que existe um equilíbrio da freqüência de agressão entre o
primeiro e segundo tempo.
Romeiro & Silva (2009), ressaltam algumas situações que
podem ser traduzidas como corriqueiras no jogo como: empurrar
com mão, esmurrar, segurar o corpo, empurrar com o antebraço e
chutar com o joelho, caracterizando assim, uma agressividade
passível de punição pelas regras. A conseqüência dessa punição
é prejudicial à equipe por ter jogadores excluídos
temporariamente ou até desqualificados, deixando-a em
inferioridade numérica.
Ribas (1995) confirma que no inicio da partida a agressão
é sensivelmente mais freqüente que nas demais etapas,
diminuindo na metade e aumentando no final da primeira etapa.
No segundo tempo ha um equilíbrio entre o inicio e o meio,
porém observou que houve um leve aumento no final do jogo.
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3. OBJETIVO
A pesquisa a ser realizada tem como objetivo geral
identificar a incidência de agressão em equipes de futsal e
handebol.
O objetivo específico da pesquisa será de identificar a
incidência de agressão no futsal e no handebol e comissões
técnicas participantes dos jogos regionais e comparar os
resultados obtidos.
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4. MATERIAIS E MÉTODO
O presente trabalho possui características de pesquisa
descritiva qualitativa do tipo observacional. Para isso foram
utilizadas câmeras para gravação e observação dos jogos e um
roteiro de observação científica para identificar a
agressividade durante o jogo.
4.1 POPULAÇÃO E AMOSTRA
A população utilizada neste estudo foi formada por
jogadores de handebol e futsal, sendo doze (12) jogadores de
um time de futsal e doze (12) jogadores de um time de handebol
e seus respectivos treinadores. Os times disputaram suas
respectivas modalidades nos Jogos Regionais do Estado de São
Paulo na cidade de Taubaté, no período de 23 a 30 de julho de
2010.
4.2 MATERIAIS
Computador;
Lápis;
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Borracha;
Câmera Digital Sony;
Papel.
4.3 INSTRUMENTOS
Para a identificação da agressividade e violência durante
os jogos da competição, foram utilizadas filmagens e um
roteiro de observação científica com fundamentação no estudo
de Bartholomeu e Machado (2008). A coleta de dados foi
realizada durante os jogos das equipes, em que as câmeras
foram posicionadas nas extremidades da quadra, assim pode-se
filmar e focar cada câmera em uma metade da quadra. Um
terceiro observador ficou responsável pela anotação no roteiro
de observação científica dos atos de agressão e violência que
ocorreram durante a partida. A análise dos dados foi realizada
de acordo com os resultados obtidos pelas anotações no roteiro
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de observação científica e confirmados nas filmagens
(quantificação e qualificação dos atos violentos).
O método de filmagem para o presente estudo mostrou-se
satisfatório e eficiente para a realização do estudo, e houve
a confirmação dos dados anotados pelo observador. Para a
filmagem dos jogos, utilizou-se uma filmadora digital,
possibilitando a visualização dos jogos.
4.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS
A coleta de dados ocorreu durante os Jogos Regionais do
Estado de São Paulo 2010, categoria sub-21, no período de 23 a
30 de julho, na cidade de Taubaté. Durante o campeonato foram
filmados dois jogos da fase inicial do torneio, na fase de
grupos, e dois jogos da segunda fase, semifinal.
Após a gravação dos jogos, foi realizada a observação dos
vídeos. Todos os comportamentos agressivos identificados,
conforme o roteiro de observação científica (ANEXO 02) que
exige as seguintes informações: reação dos jogadores perante a
torcida; sem que o árbitro veja, o jogador faz algo para
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provocar a equipe adversária; provoca os adversários para
intimidá-los; o nível de agressão aumenta quando o time está
perdendo; através de uma agressão verbal acontece uma agressão
física; no decorrer da partida, enquanto acontece uma falta,
muda o comportamento por não aceitar a punição dada pelo
árbitro, sendo ele quem fez ou recebe a falta; agressão de
jogadores da mesma equipe. A observação foi aleatória, assim
pode-se evitar que os observadores dessem maior ênfase a um
tipo de agressão do que ao jogo todo. As observações dos jogos
junto com as informações descritas no roteiro científico
facilitam a compreensão do que e de que forma aconteciam as
agressões durante o jogo, podendo assim chegar a uma melhor
conclusão.
4.5 ANÁLISE DOS DADOS
A primeira coleta de dados foi realizada no local do jogo
pelo pesquisador que fazia o relatório e, em um segundo
momento, estes dados analisados em loco eram confrontados com
as filmagens.
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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Apresentamos a seguir a análise dos jogos da discussão
para facilitar a compreensão do texto. As primeiras análises
são da equipe de handebol e sequencialmente a de futsal.
5.1 ANÁLISE DAS PARTIDAS DE HANDEBOL
Para a primeira partida da fase de grupo analisada na
modalidade de Handebol, categoria sub 21 dos Jogos Regionais,
tendo como sede a cidade de Taubaté-SP, verificamos que os
atletas pesquisados antes mesmo do início da partida entram em
quadra dizendo que a vitória já esta garantida.
No início a partida demonstra ser um pouco agressiva pela
ansiedade de ambas as equipes, segundo Hannin (1999, apud
HOKINO & CASAL, 2001) aponta que a ansiedade é um estado
emocional mais difuso, desfocado e claramente percebido. Essa
ansiedade aumenta quando os atletas pesquisados se deparam com
o grande volume de torcedores e psicologicamente não conseguem
controlar a emoção, no entanto, estes jogadores, no decorrer
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da partida, não encontram dificuldade para abrir e ampliar o
placar. Mas foram surpreendidos por seus adversários que não
se deixam intimidar, Machado (1997) confirma que existem
influências exteriores e inegáveis exercendo um papel
determinante sobre a conduta emocional e motora do atleta.
O contato físico é constante e visível, chegando ser uma
agressão hostil que segundo Samulski (2002), é a agressão onde
se tem intenção de usar ou prejudicar o adversário. Deste
modo, perante tamanha violência, os árbitros da partida são
rígidos e aplicam as advertências necessárias para cada
atleta, porém mesmo diante das punições recebidas, a
agressividade física permaneceu constante ainda mais por se
tratar de um esporte de muito contato. De Rose Junior (2006)
confirma que o handebol é avaliado como um esporte de alto
risco para ocorrência de lesões, pois é uma modalidade
esportiva coletiva com possibilidade de contato entre
oponentes e até mesmo com indivíduo da mesma equipe.
O técnico da equipe pesquisada durante a partida aparenta
estar nervoso com a sequência de erros e por seus atletas não
terem paciência para dar continuidade na jogada programada,
apresentado atitudes agressivas quando vai orientar usando
40
palavras de baixo calão na tentativa de estimular e promover
uma melhora do rendimento. Para Machado (2006) o profissional
do esporte vai influenciar seus atletas positiva e
negativamente, conforme suas atitudes e sua personalidade, em
determinadas situações, podendo ter um técnico inteligente,
porém abalado emocionalmente diante de uma situação que gera
uma grande tensão, assim não conseguindo instruir e controlar
a equipe ou os atletas, que esperam exatamente que ele inverta
a situação desfavorável ou vulnerável.
Termina o primeiro tempo e o resultado é agradável para a
equipe pesquisada. Já no segundo tempo, os atletas pesquisados
aparentam estar mais equilibrados, e apresentam um nível de
agressividade menor que o início. Eles permanecem com a
vantagem de saldo de gols, com isso a comemoração gera
mudanças deixando os adversários desorientados, pois tentam
diminuir desvantagem e não conseguem, ficando bem frustrados
com o resultado negativo. Mediante a desvantagem do placar, os
adversários agem com mais agressividade. Weingberg & Gould
(2001) afirma que a agressão é provável quando os atletas
estão frustrados, os participantes normalmente se sentem assim
quando estão perdendo e consideram as faltas injustas, ficando
41
constrangidos, sofrendo fisicamente ou jogando abaixo de suas
capacidades. Portanto, os profissionais como técnicos e
professores devem ser particularmente sensíveis para detectar
e controlar a agressão física nessa situação frustrante.
Mesmo tendo um bom desempenho, os atletas pesquisados
agridem os adversários de maneira desrespeitosa na tentativa
de intimidá-los com atitudes antidesportivas. Weingberg &
Gould (2001) contradiz dizendo que certamente a relação entre
agressão e desempenho é complexa, considerando a estratégia de
fazer um jogador de menor habilidade cometer atos agressivos
contra o adversário de maior habilidade para distraí-lo ou
atrái-lo para uma briga. O técnico adversário, em seguida, faz
um pedido de tempo técnico para poder orientar melhor seus
atletas que acabaram de sofrer mais um gol, mas o goleiro se
sente ofendido emocionalmente com a comemoração feita pelo
jogador pesquisado, caminha em sua direção e o agride
verbalmente, Baron & Richardson (1994) apontam que, embora a
frustração nem sempre leve à agressão, ela aumenta a
possibilidade de agressão por causa do aumento da excitação e
da raiva. Perante este ocorrido o arbitro presente o pune com
42
uma exclusão que não permite sua presença na partida por
apenas dois minutos.
A partida foi interrompida e não prossegue até o final,
por que o goleiro era o único de sua equipe não havendo outro
substituto regulamento não permite que um jogador de linha
com outra cor de camisa que não seja igual a do goleiro
excluso permaneça na partida, a vitória foi concedida para a
equipe pesquisada.
Já para a segunda partida analisada, observamos que os
atletas pesquisados apresentam um comportamento mais
equilibrado. Este jogo requer muita concentração pois a
disputa faz parte das eliminatórias (semi-final) que vale vaga
para a final.
Durante o aquecimento da partida, os jogadores pesquisados
demonstram estar bem motivados, vibrando e incentivando muitos
uns aos outros. No ginásio há um grande número de torcedores
sendo a grande maioria do time adversário.
A partida inicia de maneira equilibrada onde os jogadores
analisados trabalham pacientemente na construção das jogadas
programadas, porém os adversários se encontram muito bem
43
concentrados, dessa forma saem na frente no placar e os
jogadores pesquisados não se deixam abater e buscam o empate.
A partida prossegue de modo que os jogadores pesquisados,
durante a partida, têm sempre que buscar o placar e isto
começa provocar um pouco de stress e desequilíbrio, o contato
físico é presente e o dialogo entre os jogadores pesquisados
fica um pouco agressivo, tanto para motivar quanto para
cobrar, pois cometem erros individuais. Lipp & Malagris (1995)
considera uma associação entre os estímulos internos e
externos, além de estratégia de enfrentamento do indivíduo,
determina se irão desenvolver stress excessivo ou não.
Os jogadores conseguem em um determinado momento da
partida buscar uma vantagem no placar e ficar à frente no
saldo de gols, entretanto não conseguem manter por muito tempo
este resultado e assim termina o primeiro tempo.
O segundo tempo da partida inicia com os jogadores
pesquisados mais agressivos na marcação, tentando pressionar e
desestabilizar o ataque dos adversários, mesmo assim se
sobressaem conseguindo se infiltrar na defesa. Para Bidutte
(2005), as ações coletivas favorecem o comportamento agressivo
e, como resultado enfraquecem o controle moral.
44
O jogo fica cada vez mais agressivo por que os jogadores
pesquisados estão atrás do placar e quanto mais o tempo passa,
mais dificuldades surgem. O técnico mantém a mesma postura
apresentada no primeiro jogo, utilizando-se de palavras de
baixo calão ao orientá-los dentro de quadra na tentativa de
estimular seus atletas para obter uma mudança de atitude
positiva. Segundo Costa & Samulski (2009), o rendimento
esportivo exige do treinador, além do conhecimento tático e
técnico, o domínio de outras dimensões, tais como os aspectos
coletivos, aspectos de relacionamento social que influencia
diretamente os resultados da equipe segundo Lobo, Moraes e
Nascimento (2005) não existe um estereótipo da personalidade
do treinador, ou do tipo liderança que garanta o sucesso,
podendo ser necessário o emprego de um estilo de liderança
mais severo, para resolver dificuldades da equipe.
O jogo desenvolve um ritmo agressivo, porém a torcida não
corresponde de forma violenta perante a agressividade dos
jogadores dentro de quadras . A partida consiste de muitas
faltas e interrupções. Os árbitros têm um comportamento mais
severo conforme aumenta o nível de agressividade Alguns
autores como Bidutte, Azzi, Raposo & Almeida (2005) analisam a
45
agressão no esporte, nas suas formas e interpretações, sendo
que a definição de um comportamento agressivo hostil ou
instrumental depende do tipo de modalidade, das suas regras,
da posição dos jogadores na equipe e da interpretação o
observador.
Naturalmente fica visível o desequilíbrio dos jogadores
pesquisados que contribuem para um resultado negativo; a
derrota.
De acordo com os dados coletados acima através da
observação analisada, identifica-se como forma inicial de
agressão o contato físico mais hostil do que a modalidade
naturalmente apresenta. Sendo que este é um esporte de muito
contato físico e inteligência tática.
Em consequência dos contatos físicos mais hostis, surgem
as agressões verbais, descontroles emocionais por fim as
agressões físicas como socos e pontapés, gerando um combate
que foge do contexto esportivo.
5.2 ANÁLISE DAS PARTIDAS DE FUTSAL
46
Para o primeiro jogo analisado na modalidade de Futsal
Masculino, categoria sub 21 dos Jogos Regionais, tendo como
sede a cidade de Taubaté-SP, observamos que os atletas
pesquisados iniciam a partida com muita ansiedade e com grande
motivação da torcida. Weingberg & Gould (2001) aponta que a
ansiedade é um estado emocional negativo com sentimentos de
nervosismo, preocupações e apreensão associados com ativação
ou ativação do corpo e a motivação é a direção e a intensidade
do esforço na tentativa de maior superação. A partida esta
equilibrada entre as equipes que apresentam baixo nível de
agressividade.
O técnico da equipe pesquisada durante a partida observa
sentado, seus atletas e só levanta do banco para orientar
quando necessário sem utilizar termos impróprios. Segundo
Machado (2006), cabe ao técnico as chamadas à razão e as
condutas ao raciocínio lógico, a maturidade e a possibilidade
de ter maior experiência para dirigir um grupo, em atitude de
liderança indiscutível, faz do técnico a pessoa respeitada e
respeitadora que é. Uma visão mais especializada e até mais
apurada, e fazendo com que seus conselhos soem como
determinantes, bom senso é um recurso determinante.
47
É importante destacar o comportamento individual que
goleiro da equipe pesquisada apresenta durante o jogo, em que
fala o tempo todo, gesticula bastante com seus parceiros de
equipe dentro de quadra, tendo uma conduta verbal agressiva
tanto para vibrar e motivar, quanto para orientar sua equipe
de falhas. Santos (2005) considera que o indivíduo, ao ser
agressivo, consome energia física e psíquica e as reações
podem variar de pessoa para pessoa, bem como o tipo de
agressão pode ser física, gestual, verbal ou comportamental.
Notamos que ao passar do tempo, as equipes começam a ter
um diálogo agressivo entre si, em consequência ocasionando uma
agressão instrumental referente à disputa de bola que para,
Samulski (2002) a agressão instrumental traduz um
comportamento que teve como intuito realizar os objetivos do
indivíduo mesmo que, às vezes, possa envolver algum dano a um
adversário. O primeiro tempo termina com um resultado/
positivo para os jogadores pesquisados que iniciam o segundo
tempo com o mesmo rendimento e determinação.
Os torcedores presente vibram o tempo todo principalmente
para provocar os jogadores em quadra que não se deixam abater,
não correspondendo às provocações, Paim & Strey (2005) afirmam
48
que se uma pessoa participa de uma torcida organizada, ela
está constituída de expansão de várias emoções. Dabranszky e
Machado (2000) apontam que os torcedores são parte importante
em um espetáculo esportivo, mas a violência entre eles seja
verbalizado ou até mesmo direta, recorrendo a objetos jogados
nos atletas e juízes, é uma variável especifica para o aumento
da agressividade dentro e fora da área de jogo.
A partida está bem disputada e os adversários começam a
cometer muitas falhas se desequilibrando um pouco da partida,
deixando um clima mais tenso. Os jogadores pesquisados durante
a partida começam a ser provocados verbalmente por seus
adversário que não reagem aos insultos, mas os adversários não
satisfeito por não conseguir intimidá-los desta forma tomam
outra atitude, mais agressiva fisicamente, Samulski (2000)
confirma que a agressão representa um instinto inato,
espontâneo, e acumulativo, o qual provoca no organismo humano
uma acumulação contínua de energia agressiva, a qual deve ser
descarregado de vez em quando.
Em consequência de seus atos, os adversários recebem então
advertências e punições pelos árbitros da partida, mesmo assim
a partida fica um pouco mais agressiva e os árbitros novamente
49
intercedem, porém aplicam punições mais severas como a
utilização do cartão vermelho para os adversários da equipe
pesquisada que se encontram em desequilíbrio na partida, os
jogadores pesquisados apresentam bom comportamento e ampliam
mais uma vez o placar, vencendo a partida. Machado (2006)
aponta que no esporte, pela necessidade de afirmação dos seus
componentes, a agressividade e violência podem degradar
relacionamento, desde quando o atleta perde seu autocontrole,
passando pela revolta do espectador sobre o comportamento do
jogador, o descontrole do árbitro, até chegar ao treinador,
que utiliza meios ilícitos para conquistar a vitória.
Já para a segunda partida analisada, verificamos um
comportamento de grande ansiedade e emoção, pois este jogo faz
parte das eliminatórias (semi-final) da competição. A partida
inicia com grande disputa entre as equipes, os atletas
pesquisados durante a partida conseguem conter a emoção e a
ansiedade, trabalhando as jogadas pacientemente. De inicio
abrem o placar. De Rose Junior e Vasconcellos (1997)
consideram a ansiedade-traço competitivo sendo uma
característica psicológica relativamente estável em que o
atleta percebe certos estímulos do meio competitivo como
50
ameaçadores ou não. Esta partida de fato foi bem tranquila
tanto no primeiro tempo, quanto no segundo. Observamos que não
houve nenhuma agressão que colocasse em risco a integridade
física dos jogadores, o contato físico ocorria nas disputas de
bola de maneira limpa sem agressão. A equipe pesquisada
desenvolveu durante a partida um ótimo rendimento que por sua
vez resultou na vitória sem muita dificuldade, garantindo a
vaga para a final do campeonato.
De acordo com os dados analisados através da observação,
verificou-se que as agressões iniciais surgem através de
palavras de baixo calão direcionados tanto para o adversário,
quanto para os companheiros da própria equipe. Com a
incidência da violência verbal, acarretam intimidações que
consequentemente podem gerar agressões físicas.
51
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos dados coletados, verificou-se que a
modalidade de futsal durante a competição apresentou mais
agressividade instrumental durante as partidas do que
agressividade hostil. A agressividade instrumental transparece
através de um comportamento correto, em que os jogadores não
agridem nenhum dos adversários. Por outro lado, verificou-se
que no handebol houve a predominância da agressão hostil no
decorrer da partida, que está presente como característica a
intenção de usar ou prejudicar o adversário.
Assim, o futsal apresenta a agressão verbal sendo a
primeira a aparecer durante as partidas, em um segundo
momento, a agressão física. Já no handebol a agressão que
primeiro se manifestou foi a física e por consequência dessa
surgiam as agressões verbais.
Observou-se que a comissão técnica das equipes possuem
papel importante durante as partidas. O técnico da equipe de
handebol se mostrou explosivo, tendo uma conduta desfavorável
com seus jogadores, mas com o intuito de motivá-los em busca
de um melhor rendimento. Já o técnico da equipe de futsal
possuía uma conduta essencial para o rendimento dos atletas,
52
agindo de forma segura e confiante para dar suporte
necessário.
Propomos que sejam realizados novos estudos visando à
comparação de agressão entre outros esportes de alto nível e
níveis diferentes de rendimento, também estudos sobre a
participação da figura do psicólogo no esporte.
53
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Paulo. 1997.
59
7. ANEXOS
ANEXO I
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Você está sendo convidado (a) para participar, comovoluntário, em uma pesquisa. Após ser esclarecido (a) sobre asinformações a seguir, no caso de aceitar fazer parte doestudo, assine ao final deste documento, que está em duasvias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável.Em caso de recusa você não será penalizado (a) de formaalguma. INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA:
Título do Projeto: Incidência da Violência em EsportesColetivos de CompetiçãoPesquisador Responsável: Enrique Osvaldo Cimaschi NetoTelefone para contato (inclusive ligações a cobrar: ((12)3621-6420)Pesquisadores participantes: Marcelo Chizzilini, MarcusVinicius Oreste Xaubet, Suellen AparecidaTelefones para contato: Marcus Xaubet (12) 81424381, MarceloChizzilini (12) 78137926
Verificar a incidência da violência durante arealização da partida
A participação nesta pesquisa não implica riscofísico algum e nem de constrangimeno e desconforto.
Todo o material coletado será destruído após análise,o que garante o anonimato.
Buscar através de análise a diferença entre aincidência de violência entre duas madalidadesdiferentes.
Nome e assinatura do pesquisador_______________________________________
CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO
60
Eu, _____________________________________,RG______________________________, abaixo assinado, concordo emparticipar do estudo, Incidência da Violência em EsportesColetivos de Competição ,como sujeito. Fui devidamenteinformado e esclarecido pelos pesquisadores MarceloChizzolini, Marcus Vinicius Oreste Xaubet e Suellen Aparecidasobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim comoos possíveis riscos e benefícios decorrentes de minhaparticipação. Foi-me garantido que posso retirar meuconsentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquerpenalidade ou interrupção de meu acompanhamento/assistência/tratamento.
Local e data ___________________/________/________/__________Nome: ________________________________________Assinatura do sujeito ou responsável:________________________________________
61
ANEXO II
ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO CIENTÍFICA
O roteiro de observação científica foi fundamentado em
Bartholomeu e Machado (2008). Será utilizado para verificar a
incidência de agressões, sejam elas verbais ou físicas. Serão
utilizadas tais situações como base de pesquisa:
1. Reação do jogador perante a torcida;
2. Sem que o árbitro veja, o jogador faz algo para provocar
a equipe adversária;
3. Provoca os adversários para intimidá-los;
4. O nível de agressão aumenta quando o time está perdendo;
5. Através de uma agressão verbal acontece a agressão
física;