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ETAPA 01 - A EVOLUÇÃO DO SISTEMA TRIBUTARIO BRASILEIRO AO
LONGO DO SÉCULO
O Direito Tributário Brasileiro principiou a ganhar
consistência sistêmica a partir da Emenda Constitucional nº
18/65. Anteriormente, apesar de já se ter desenvolvido, com
razoável densidade, a técnica impositiva no concernente a
alguns tributos, o certo é que faltava arcabouço capaz de
harmonizar as diversas tendências, aspirações e
necessidades dos diversos entes com competência para
tributar. Os conflitos se sucediam, as formas tributárias
eram utilizadas com imperfeições notórias, as garantias se
diluíam em casuísmos surgidos da melancólica vocação da
Federação brasileira em transformar os governantes em
criadores de despesas úteis e inúteis a serem apenas após
sua projeção cobertas pelas receitas fiscais. Nesta linha
de raciocínio, os abusos e ilegalidades geravam choques
contínuos, com soluções penosas, quando não se consagrava o
arbítrio e a impunidade, pelas poucas forças dos
contribuintes em enfrentar os Erários, levando suas
divergências às barras dos tribunais. Os pagadores de
tributos, sem fôlego ou recursos para as grandes discussões
judiciais recolhiam o injusto, incentivando ainda mais o
espocar de ilegalidades por parte dos governos, visto que
poucos eram os que discutiam. Por outro lado, a própria
lentidão da justiça dificultava aos poderes impositivos a
cobrança judicial dos tributos legais em atraso ou
sonegados, criando-se área de permanente e generalizada
insatisfação. A tudo se acrescia o fato de que, à falta de
um sistema constitucional tributário, os problemas se
multiplicavam para contínuo desassossego entre fiscais e
contribuintes, abrindo-se campo fértil aos ajustes entre
eles, à margem do interesse nacional e de uma máquina
fiscalizadora ainda não modernizada. A Constituição de 1946
trazia alguns princípios constitucionais, porém veiculados
de forma esparsa e inconsistente, em nível de sistema. Uma
reforma da Carta Magna era, portanto, necessidade
imperiosa, imposta pelo crescimento nacional e pela
complexidade decorrencial que a Economia brasileira
ganhava. Os fundamentos básicos da referida reforma
surgiram a partir da percepção do fenômeno federativo, que
no Brasil, por outorgar competência impositiva aos
Municípios, criava tríplice ordem de atuação autônoma,
experiência inexistente no Direito Constitucional dos
demais países com idêntica forma de Estado. A Federação,
portanto, constitui-se no primeiro elemento escultor do
sistema. Objetivando regulá-la, assim como permitir que
suas virtualidades crescessem e fossem corretamente
aproveitadas, nasceu a Emenda Constitucional nº 18/65. Por
outro lado, a sistematização das espécies tributárias era
uma exigência, visto que no desarmônico complexo anterior,
taxas havia que invadiam as áreas pertinentes aos impostos,
assim como contribuições que se confundiam com impostos e
taxas, sobre não se definir com correção e adequação os
fatos geradores dos diversos tributos. A necessidade de um
corpo de princípios e normas gerais revelou-se de aguda
preocupação entre os aplicadores da legislação, razão pela
qual o Código Tributário passou a ser o elemento segundo
desse anseio por um sistema. Por fim, prevaleceu também o
desejo de orientar a própria conformação das finanças
públicas, a partir de um dos três orçamentos, que é o
fiscal, facilitando sua análise e aprovação legislativa,
pela da transparência do sistema.
A Emenda Constitucional nº 18/65 foi, portanto, a
semente do CTN, veiculado, à época, como lei rdinária, mas
recebendo, pouco depois, eficácia de lei complementar,
quando da promulgação da Constituição de 1967. O Sistema
Tributário decorreu, portanto, do crescimento do país, de
sua evolução econômica e dos anseios de fortalecimento da
Federação, em uma concepção centralizadora, autônoma, mas
não ao ponto de permitir o desequilíbrio impositivo, em
nível de carga global a ser suportada pelo contribuinte.
Estou convencido que o sistema fora proposto à luz de uma
visão que considerava a imposição norma de rejeição social,
posto que sobre ser rígido, de um lado, objetivou ofertar à
União –e aos demais entes tributantes- o poder de se
orientar em sua política tributária, sem abrir mão da
harmonia previamente estabelecida nos comandos
constitucionais. O CTN, portanto, passou a ser elemento de
particular relevância na veiculação do sistema introduzido.
DICAS DE ECONOMIA TRIBUTÁRIA - PESSOA FÍSICA
DEDUÇÕES PARA A FONTE PAGADORA
Para não sofrer retenção excessiva do imposto na fonte,
apresente à fonte pagadora os seguintes documentos e
informações, que constituem-se deduções da base de cálculo:
1. Declaração de dependentes, por escrito.
2. O INSS retido deduz da base de cálculo, tanto para o
autônomo quando para o assalariado.
3. Contribuição de previdência privada, para os
assalariados e dirigentes de empresa, desde que o valor
seja encargo da pessoa física, no limite de 12% da renda
tributável do contribuinte.
4. Pensão alimentícia judicial, quando a fonte pagadora
tiver a obrigação de reter.
DEDUÇÃO DE DESPESAS PROFISSIONAIS
Para os profissionais liberais é admissível a dedução, no
livro caixa, das despesas decorrentes de tais atividades.
Desta forma, o recolhimento do imposto mensal (carne-leão
ou mensalão) pode ser minimizado, pois a base de cálculo
compreenderá as receitas auferidas na atividade
profissional menos as despesas escrituradas em livro caixa
(como água, luz, telefone, aluguel de consultório, salários
e encargos pagos aos empregados, etc.)
DEDUÇÕES ANUAIS
Ao longo do ano, vá guardando os recibos (ou cópias dos
cheques nominais emitidos, que também são comprovantes
válidos) com despesas médicas, odontológicas e pagamentos
de seguro-saúde e planos médicos. Estes valores são
dedutíveis na apuração anual do imposto, desde que os
mesmos tenham sido ônus da pessoa física declarante.
ALIENAÇÃO DE BENS E DIREITOS DE PEQUENO VALOR
A partir de 16.06.2005, fica isento do imposto de renda o
ganho de capital auferido na alienação de bens e direitos
de pequeno valor, cujo preço unitário de alienação, no mês
em que esta se realizar, seja igual ou inferior a:
I - R$ 20.000,00 (vinte mil reais), no caso de alienação de
ações negociadas no mercado de balcão;
II - R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), nos demais
casos.
Base: Lei 9.250/1995, artigo 22, na redação dada pelo
artigo 35 da MP 252/2005 (período de 16.06.2005 a
13.10.2005) e artigo 38 da Lei 11.196/2005 (a partir de
14.10.2005).
SIMPLES NACIONAL – DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS
Consideram-se isentos do imposto de renda, na fonte e na
declaração de ajuste do beneficiário, os valores
efetivamente pagos ou distribuídos ao titular ou sócio da
microempresa ou empresa de pequeno optantes pelo Simples
Nacional, salvo os que corresponderem a pro labore,
aluguéis ou serviços prestados.
VENDA DE IMÓVEIS RESIDENCIAIS
A PARTIR DE 14.10.2005
A partir de 14.10.2005, fica isento do imposto de renda o
ganho auferido por pessoa física residente no País na venda
de imóveis residenciais, desde que o alienante, no prazo de
180 (cento e oitenta) dias contado da celebração do
contrato, aplique o produto da venda na aquisição de
imóveis residenciais localizados no País.
No caso de venda de mais de 1 (um) imóvel, o prazo referido
será contado a partir da data de celebração do contrato
relativo à 1a (primeira) operação.
A aplicação parcial do produto da venda implicará
tributação do ganho proporcionalmente ao valor da parcela
não aplicada.
No caso de aquisição de mais de um imóvel, a isenção
aplicar-se-á ao ganho de capital correspondente apenas à
parcela empregada na aquisição de imóveis residenciais.
O contribuinte somente poderá usufruir do benefício de que
trata este artigo 1 (uma) vez a cada 5 (cinco) anos.
Base: artigo 39 da Lei 11.196/2005.
DICAS DE ECONOMIA TRIBUTARIA
Verificar se as dicas se aplicam ou não a sua empresa
é de extrema importância, pois podem haver restrições
quanto a aplicabilidade, de acordo com a forma de
tributação escolhida (Lucro Real, Presumido, Simples) e
outras características específicas que restrinjam o uso do
planejamento.
LOJA VIRTUAL – DISTRIBUIÇÃO VIA ESTADO COM MENOR ICMS
Ao lançar uma loja virtual, é importante verificar se
não há possibilidade de operar a distribuição de seus
produtos através de operação em estado com menor alíquota
do ICMS para o consumidor final. Caso seu produto tenha
substituição tributária, verifique as normas do estado para
viabilizar a não cobrança do imposto, ou o ressarcimento da
diferença do ICMS pago anteriormente sobre a base de
cálculo maior. São planejamentos deste tipo que viabilizam
um preço mais competitivo.
Atenção: com a publicação do Protocolo ICMS 21/2011, as
vendas não presenciais para os Estados que aderiram ao
Protocolo são duplamente oneradas, pois deverá ser
recolhido, a favor da unidade federada de destino da
mercadoria ou bem, a parcela do ICMS – devida na operação
interestadual em que o consumidor final adquire mercadoria
ou bem de forma não presencial por meio de internet,
telemarketing ou showroom.
BENS DE CONSUMO EVENTUAL: ECONOMIA DE IRPJ E CSLL - LUCRO
REAL
A aquisição de bens de consumo eventual, cujo valor
não exceda a 5% do custo total dos produtos vendidos no
exercício social anterior, poderá ser registrada
diretamente como custo (parágrafo único do artigo 290 do
Regulamento do Imposto de Renda). Como regra geral, toda a
matéria-prima em estoque, no final do período, deveria ser
inventariada e mantida em conta do Ativo. Porém, com
relação aos materiais de consumo esporádico cujo valor não
tenha sido superior a 5% do custo total dos produtos
vendidos no exercício social anterior, as eventuais sobras
não necessitam ser inventariadas, podendo ser levadas
integralmente para custos. Desta forma, economiza-se IRPJ e
CSLL devidos sobre o Lucro Real.
DESCONTOS FINANCEIROS X COMERCIAIS: ECONOMIA PARA
FORNECEDOR E CLIENTE
O desconto financeiro, condicionando a sua existência
a evento definido (pagamento no prazo, fidelidade, etc.) é
uma prática muito cara, em termos tributários. Recomendamos
as empresas que o praticam, a reverem seus procedimentos,
adotando, em princípio, sua substituição pelo desconto
comercial.
Desta forma, por exemplo, se desejar premiar os
clientes que pagam pontualmente, bastaria conceder desconto
relativo ao evento no próximo pedido de compra, como
desconto comercial. A economia de tributos, para uma
empresa comercial, optante pelo Lucro Presumido, pode
chegar até 24,73% do valor do desconto concedido. O cálculo
é o seguinte:
até 18% a título de ICMS
3% a título de COFINS (alíquota do lucro presumido)
0,65% a título de PIS (alíquota do lucro presumido)
até 2% a título de IRPJ/Lucro Presumido (8% x até 25% de
alíquota do IRPJ) e
até 1,08% a título de CSLL/Lucro Presumido (12% x alíquota
de 9% da CSLL)
Interessante observar que, para o cliente, o desconto
comercial também pode ser menos oneroso, já que, quando for
tributado pelo Lucro Presumido, o custo tributário pode
chegar a 37,65 % do desconto financeiro obtido (IRPJ até
25%, CSLL até 9%, PIS e COFINS 3,65%). Como desconto
comercial, este custo não existe.
REDUZINDO O IRPJ A PAGAR COM COMPENSAÇÕES NA FONTE
Podem ser compensados, mediante dedução do IRPJ devido
pelas empresas, os valores retidos na fonte, como: a)
remuneração de serviços profissionais, comissões,
propaganda e publicidade, limpeza, conservação de imóveis,
segurança, vigilância e locação de mão de obra; b)
rendimentos de aplicações financeiras; c) importâncias
recebidas de entidades de administração pública federal,
pelo fornecimento de bens e serviços; d) juros do capital
próprio pago ou creditado por empresa da qual tenha
participação societária. Base: Regulamento do Imposto de
Renda (artigos 229 e 231).
ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR - DEDUÇÃO DO EXCESSO DE
GASTOS
Os valores aplicados pelas empresas optantes pelo
Lucro Real no Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT)
que excederem ao limite legal de dedução, poderão ser
deduzidos em até 2 (dois) exercícios subsequentes. Basta
controlar estes valores na Parte "B" do Livro de Apuração
do Lucro Real e deduzi-los de acordo com sua efetiva
utilização. Base: artigo 582 do Regulamento do Imposto de
Renda.
GASTOS COM VEÍCULOS - NÃO TRIBUTAÇÃO (INSS E FGTS)
O valor pago pelas empresas para ressarcimento dos
gastos dos empregados que utilizam seus veículos a serviço
da empresa não sofrerá incidência de INSS ou FGTS, desde
que devidamente comprovada a despesa (notas fiscais). Base:
artigo 214, parágrafo 9, item XVIII do Regulamento da
Previdência Social.
GANHO DE CAPITAL E TRIBUTAÇÃO
O ganho de capital apurado na venda de bens do
imobilizado deverá ser apurado por qualquer empresa,
independentemente de ser optante pelo SIMPLES, Lucro
Presumido ou Real, para fins de tributação do Imposto de
Renda.
O ganho de capital é a diferença positiva entre o
valor de venda e o custo contábil. No caso das empresas
optantes pelo SIMPLES, o custo contábil é o valor corrigido
do bem até 31.12.1995 (utilizando-se a UFIR de 0,8287). Nas
aquisições de 1996 em diante, não há mais correção do
custo. Assim, a venda de um bem adquirido em 30.12.1994,
por exemplo, terá uma correção de 25,219%, reduzindo assim
o eventual ganho de capital e o respectivo pagamento do
Imposto de Renda. Em relação as demais empresas, a
determinação do ganho ou perda de capital terá por base o
valor contábil do bem, assim entendido o que estiver
registrado na escrituração e diminuído, se for o caso, da
depreciação, amortização ou exaustão acumulada (artigo 418
do Regulamento do IR).
O contribuinte poderá diferir a tributação do ganho de
capital obtido na desapropriação de bens, desde que:
I – transfira o ganho de capital para reserva especial de
lucros;
II – aplique, no prazo máximo de dois anos do recebimento
da indenização, na aquisição de outros bens do ativo
permanente, importância igual ao ganho de capital;
III – discrimine, na reserva de lucros, os bens objeto da
aplicação de que trata o inciso anterior, em condições que
permitam a determinação do valor realizado em cada período
de apuração (artigo 422 do Regulamento do Imposto de
Renda).
Está isento do imposto o ganho obtido nas operações de
transferência de imóveis desapropriados para fins de
reforma agrária (Constituição Federal, artigo 184, § 5º).
IPI - APROVEITAMENTO DE TODOS OS CRÉDITOS
Os estabelecimentos industriais e os que lhes são
equiparados poderão creditar-se do IPI em diversas
hipóteses previstas no Regulamento do respectivo imposto,
dentre as quais é destaque:
1. IPI pago na aquisição de materiais, inclusive os
consumidos, destinados ao processo de
industrialização, inclusive de produto isento ou
tributado à alíquota zero (artigo 11 da Lei
9.779/1999). Nota: não confundir o crédito do IPI na aquisição de
insumos (quando destacado o respectivo imposto) com os créditos de
insumos com alíquota zero ou naquelas não tributadas (ou seja, quando
não há destaque do imposto na nota fiscal). Os primeiros são créditos
admissíveis, por Lei, enquanto os últimos não se constituem créditos -
conforme julgado do STF.
2. do imposto pago no desembaraço aduaneiro;
3. do imposto mencionado na nota fiscal que acompanhar
produtos estrangeiros, diretamente da repartição
que o liberou;
4. sobre produtos adquiridos com imunidade, isenção ou
suspensão, quando descumprida a condição, em
operação que dê direito ao crédito;
5. destacado nas notas fiscais relativas a entregas ou
transferências simbólicas do produto, permitidas pelo
Regulamento do IPI;
6. de 50% do valor dos materiais adquiridos de
comerciante atacadista não contribuinte, mediante
aplicação da alíquota correspondente, para os
estabelecimentos industriais.
CUSTO UNITÁRIO DE AQUISIÇÃO DO IMOBILIZADO
O Regulamento do Imposto de Renda (artigo 301) permite
que se deduza como despesa operacional, o custo unitário de
bem imobilizado no valor de até R$ 326,61 – desde que para
sua utilização não se exija um conjunto desses bens.
Assim, ao invés de imobilizar o bem (débito a Ativo
Imobilizado), efetua-se o lançamento a uma conta de
resultado, reduzindo o montante tributável, no caso de
empresa tributada pelo Lucro Real, com redução do Imposto
de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro.
DEPRECIAÇÃO ACELERADA CONTÁBIL - EM FUNÇÃO DOS TURNOS
Em relação aos bens móveis, poderão ser adotados, em
função do número de horas diárias de operação, os seguintes
coeficientes de depreciação acelerada (Lei 3.470/1958,
artigo 69):
I – um turno de oito
horas................................ 1,0
II – dois turnos de oito
horas........................... 1,5
III – três turnos de oito
horas........................... 2,0
Portanto, a utilização da aceleração da depreciação
contábil, quando há mais de um turno diário de operação,
poderá permitir uma contabilização maior de encargos
dedutíveis na apuração do resultado tributável.
DECLARAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA – PESSOA JURÍDICA (DIPJ)
Por ocasião da entrega da DIPJ, observe os seguintes
procedimentos:
1. Não deixe atrasar a entrega, pois isto gera multa.
2. Verifique se todo o Imposto de Renda Retido na Fonte
(aplicações financeiras, serviços, etc.) foi
compensado. Caso tenha esquecido de compensar, efetue
a compensação e utilize o valor pago a maior para
abater o IRPJ no próximo recolhimento deste imposto. O
mesmo procedimento é válido para CSLL, PIS e COFINS
retidos por órgãos públicos ou outras retenções
previstas pelo artigo 30 da Lei 10.833/2003. Caso haja
crédito a utilizar, não esquecer de elaborar a
PER/DCOMP e, se for o caso, retificar DCTF/ DACON.
3. Cheque se todas as aplicações em benefícios fiscais no
Lucro Real foram procedidas, como exemplo: Programa de
Alimentação do Trabalhador – PAT.
4. Antes de entregar a declaração, faça a confrontação
entre os cálculos de tributos a recolher, gerados pelo
programa, e os DARF efetivamente recolhidos. Verifique
especialmente as exclusões/deduções permitidas, que
podem gerar valores recolhidos a maior e compensáveis
(corrigidos pela SELIC) com recolhimentos futuros de
tributos federais arrecadados pela SRF.
5. Cruze os valores informados na DCTF, com os informados
no Imposto de Renda (PIS, COFINS, IRPJ, CSL), com o
objetivo de identificar possíveis divergências.
ETAPA 2
TRIBUTAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS
SIMPLES NACIONAL O Simples nacional é um regime
compartilhado de arrecadação,
cobrança e fiscalização de tributos
aplicável às microempresas e
empresas de pequeno porte, previsto
na Lei Complementar nº 123 de 2006.
Esse regime traz duas
grandes vantagens desejadas
por empresários: as
alíquotas tendem a ser
menores e a administração da
agenda tributária é mais
simples.
SIMPLES NACIONAL
Ideal para micro e pequenos
empreendedores, o imposto é
apurado com base na receita
bruta. A alíquota de imposto
varia em função do segmento
e o valor médio do
recolhimento varia entre 4%
e 17,42%. Além disso, o
pagamento é único,
englobando a maior parte dos
impostos (estão englobados
os impostos: IRPJ, CSLL,
Pis/Pasep, Cofins, IPI, ICMS, ISS e
Contribuição para a Seguridade
Social). Para se enquadrar no
Simples nacional é preciso
preencher requisitos como
atividade da empresa,
faturamento anual, quadro de
sócios, entre outros. Vale
conhecer na íntegra a Lei do
Simples Nacional.
Mas cuidado! Nem tudo são
flores. Se a sua empresa
tiver poucos ou nenhum
funcionário, é recomendado
comparar o regime do Simples
com o Lucro Presumido.
O perfil das empresas
optantes pelo regime de
tributação Simples Nacional
é:
Margens de lucro médias
ou altas.
Custos operacionais
baixos.
Folha salarial média ou
grande.
Mercadorias não
contempladas por
benefícios do ICMS na
modalidade geral.
Mercadorias não
submetidas ao regime de
substituição tributária.
Ter como cliente o
consumidor final.
LUCRO PRESUMIDO O lucro presumido é uma forma de
tributação simplificada para
determinação da base de cálculo do
LUCRO PRESUMIDO
imposto de renda e da CSLL das
pessoas jurídicas que não estiverem
obrigadas à apuração do lucro real.
Esse regime pode ser
vantajoso para empresas cujo
lucro seja superior a 32% do
faturamento bruto. Isso
porque, para maior parte das
empresas a base de cálculo
dos impostos é 32% sobre o
faturamento bruto (essa é a
base presumida). Depois de
obtido o valor do lucro
presumido são calculados os
impostos e contribuições
federais (IRPJ, CSLL, impostos
estaduais e municipais, como ICMS e
ISS).
O perfil das empresas
optantes pelo lucro
presumido é:
Folha salarial baixa.
Margens de lucro
reduzidas.
Custos operacionais
baixos (prédio próprio,
compras sem frete, etc.).
Mercadorias
contempladas por benefícios
do ICMS na modalidade geral.
Mercadorias submetidas
ao regime da substituição
tributária.
Independente do cliente
comprador.
LUCRO REAL
LUCRO REAL
De acordo com o artigo 247 doRIR/1999, lucro real é o lucro líquidodo período de apuração ajustadopelas adições, exclusões oucompensações prescritas ouautorizadas pela legislação fiscal.
A determinação do lucro realserá precedida da apuraçãodo lucro líquido de cadaperíodo de apuração comobservância das leiscomerciais. O lucro real érecomendado para empresascom lucro inferior a 32% dareceita bruta, é calculadono resultado da receita,menos as despesasdedutíveis. Dessa forma éobtido o lucro real onde sãocalculados os impostos econtribuições federais (IRPJ,CSLL, impostos estaduais e
municipais, como ICMS e ISS). Esseregime é normalmente adotadopor empresas de maior porte,pois carregam grandesdespesas ou são obrigadas aadotar esse regime por forçade Lei.
Para optar por essamodalidade é importante teruma rigorosa escrituraçãocontábil, pois somente asdespesas comprovadas poderãoser consideradas para finsde dedução ou compensação.
O perfil das empresasoptantes pelo regime detributação Lucro Real é:
Folha salarial baixa. Margens de lucro baixa.
Custos operacionaisaltos (aluguéis, fretes,energia elétrica e etc.).
Mercadoriascontempladas porbenefícios do ICMS namodalidade geral.
Mercadorias submetidasao regime da substituiçãotributária.
Independente do clientecomprador.
A cobrança de tributos é realizada desde os primórdios
da história, no Brasil em suma aconteceu da seguinte forma:
Durante o período denominado pré-colonial, que vai de
1500 a 1530, a preocupação de Portugal era manter a posse
das terras conquistadas, a primeira atividade econômica
realizada no Brasil foi a extração do pau-brasil, sendo que
para a exportaçãodo mesmo o Rei o fazia por meio de
terceiros, a parir disto passou-se a cobrar o primeiro
imposto pago no Brasil que foi o Quinto, tendo base na
legislação portuguesa. O período que se seguiu, de 1530 a
1580, foram criados novos tributos tais como: o pagamento
pela concessão para exploração e comércio do pau-brasil,
especiarias e drogas; direitos das alfândegas reais;
quintos dos metais e das pedras preciosas; dízima dos
pescados e das colheitas de todos os produtos da terra,
colhidos ou fabricados. Em 1548 constatou-se que a
arrecadação não se dava como era esperado, então se criou a
figura do Provedor-Mor, que se iniciou a estrutura de
administração tributária. Em 1640 com a crise financeira
Portugal dependia do Brasil para se sustentar, assim a
tributação do comércio de escravos passou a ser da seguinte
forma: pela entrada do escravo na colônia, pela mudança de
atividade e taxa adicional. Em 1808 os portugueses se
refugiaram a colônia, foi preciso criar novos impostos para
sustentar a elite lusitana, tais como: décima urbana,
décima de herança e legados, sisa dos bens e meia-sisa dos
escravos; impostos sobre o consumo de gado e água ardente.
O Banco do Brasil foi criado em 1812, a partir dos custos
dos impostos. No período das regências houve revoluções
marcantes, como exemplo, a Farroupilha, esta se motivou
pelos altos impostos que eram cobrados sobre charque e
couro. Ainda neste período ocorreu a primeira reforma
tributária. Em 1844 através da tarifa Alves Branco ampliou-
se as alíquotas dos produtos importados. Nos anos que se
sucederam houve grandes mudanças na economia, tais como o
crescimento da indústria, o início damigração estrangeira e
o crescimento da economia cafeeira.
O início da República no Brasil foi marcado pela hegemonia
da oligarquia cafeeira do oeste paulista. Neste período
cada Estado da federação estabelecia sua própria política
fiscal. Em 1922 foi criado o imposto de Renda, sua cobrança
foi iniciada a partir de 1924. Nos anos de 1930 a 1945
houve um período denominado a Era Vargas, onde ocorreu
forte centralização de poder tendo o governo federal como
foco a eliminação dos regionalistas. Foram criadas regras
tributárias com o objetivo de facilitar a importação de
máquinas e dificultar a importação de mercadorias. Boa
parte da legislação trabalhista, referente aos
trabalhadores urbanos, foi criada neste período.
Durante a república populista (1945—1964) seguiu-se o
modelo da Era Vargas, dando continuidade ao processo
tributário iniciado, tendo a inauguração da política de
isenções fiscais, a criação da SUDAM e SUDENE e concessão
de benefícios fiscais as montadoras de automóveis para se
instalarem no país. O Regime Militar (1964-1985) ofereceu
incentivos fiscais a grandes grupos econômicos. A reforma
tributária realizada durante este período vigorou até a
promulgação da Constituição, em 1988.
ETAPA 3
Toda empresa enquadrada no Simples Nacional deve cumprir
diversas obrigações legais que geralmente são executadas
por seu contador periodicamente.
Veja a tabela abaixo e saiba quando precisam ser feitas as
obrigações legais, o que acontece se elas não forem
cumpridas e descubra como gerenciar a saúde contábil de sua
empresa:
Qual a
periodicid
ade?
Qual a
Obrigação?
E se não for
cumprida?
Como posso
garantir
que está
feita?
Mensal Apurar e
gerar o DAS
do Simples
Nacional,
caso a
empresa
fature no
mês
- Fica
inadimplente
- Paga juros e
multa no recálculo
- Pode ser
excluído do
Simples Nacional
- Cobrando de
seu contador
o envio da
guia do DAS
- Solicitando
o extrato do
Simples
Envio da
GFIP
- Não conseguirá
retirar as
certidões nem
- Solicitar
ao contador a
GFIP enviada.
gerar as guias de
pagamento do INSS
e do FGTS
- Quando
fiscalizado,
poderá ser autuado
Gerar a
folha de
pagamento e
calcular os
encargos de
funcionários
e do pró-
labore
- Pagamentos
equivocados,
causando danos ao
empregado e/ou à
empresa
- Possibilidade de
processo por parte
do empregado, caso
o pagamento tenha
sido incorreto.
- Solicitar
ao contador o
envio do
resumo de
cálculo da
folha de
pagamento.
Enviar
declarações
à Secretaria
da Fazenda
(municipal
para
serviços,
estadual
para
produtos)
- Paga multa por
atraso no envio da
declaração
- Fica
inadimplente na
Secretaria da
Fazenda
- Fica
impossibilitada de
retirar as
respectivas
Solicitar ao
contador o
recibo de
entrega da
declaração
certidões
negativas
Anual,
normalment
e no mês
de março
Entrega do
balanço
patrimonial
e o DRE
Não poderá
participar da
maioria das
licitações
Quando
fiscalizado,
poderá ser autuado
Solicitar ao
contador
Anual,
normalment
e em Abril
Elaboração e
envio da
DASN
- Fica
inadimplente
- Paga juros e
multa no recálculo
- Pode ser
excluído do
Simples Nacional
Solicitar ao
contador o
recibo do
envio da
declaração
Anual Envio da
RAIS
- Paga multa
- Impede o
funcionário de
receber Abono
Salarial
Solicitar ao
contador o
recibo do
envio da
declaração
Na
admissão
ou
demissão
de
Envio CAGED - Paga multa por
funcionário não-
informado
- Quando
fiscalizado,
funcionári
os
poderá ser autuado
Ativo Circulante
R$ 560.000,00
Passivo Circulante
R$ 280.000,00
Ativo Não Circulante
R$ 230.000,00
Passivo Não Circulante
R$ 320.000,00
Patrimônio Liquido
R$ 190.000,00
Total Ativo
R$ 790.000,00
Total Passivo + PL
R$ 790.000,00
O Faturamento Bruto do ano 2011 foi de R$ 450.000,00 e os
custos e despesas equivaleram a 60% do faturamento, sendo
10% despesas gerais e 15% despesas com salários e o
restante (35%) referente ao CMV.
O Faturamento Projetado para 2012 será de R$ 1.200.000,00
A empresa terá que fazer empréstimos bancários em 2012 no
montante de R$ 1.000.000,00 para aumento de sua estrutura.
Devido o aumento de faturamento a empresa terá um aumento
no quadro de funcionário e os valores gastos com salários
em 2012 serão de R$ 250.000,00
O CMV para 2012 está previsto em R$ 400.000,00
E as despesas gerais em 10% do faturamento Bruto
Lembrando que nossa empresa é comercial.
Para os cálculos utilize alíquotas reais e vigentes.
Considerar que todo oestoque comprado foi vendido no mesmo
período.
Informações Importantes:
Para efeito de utilizar base de cálculo para 2011, é sabido
que a empresa iniciou suas atividades em janeiro de 2011.
Faturamento detalhado: (utilizar esta informação para
encontrar alíquotas)
F Faturamento 2011
Faturamento 2012
Mês
Valor R$
Mês
Valor R$
janeiro-11
R$ 25.000,00
janeiro-12
R$ 67.000,00
fevereiro-11
R$ 32.000,00
fevereiro-12
R$ 85.000,00
março-11
R$ 41.000,00
março-12
R$ 110.000,00
abril-11
R$ 44.000,00
abril-12
R$ 120.000,00
maio-11
R$ 36.000,00
maio-12
R$ 10.000,00
junho-11
R$ 52.000,00
junho-12
R$ 140.000,00
julho-11
R$ 45.000,00
julho-12
R$ 120.000,00
agosto-11
R$ 28.000,00
agosto-12
R$ 85.000,00
setembro-11
R$ 35.000,00
setembro-12
R$ 101.000,00
outubro-11
R$ 32.000,00
outubro-12
R$ 105.000,00
novembro-11
R$ 44.000,00
novembro-12
R$ 120.000,00
dezembro-11
R$ 36.000,00
dezembro-12
R$ 137.000,00
Total 2011
R$ 450.000,00
Total 2012
R$ 1.200.000,00
2 Elaborar os cálculos de valores dos tributos que foram
recolhidos no ano de 2011, e calcular os tributos a serem
recolhidos no ano de 2012, supondo que a empresa é optante
do Simples Nacional.
Supondo que a empresa é optante pelo Simples Nacional no
ano de 2012.
Ano 2012
Mês
Receita (R$)
Imposto Simples Nacional (R$)
Soma Parcial(R$)
Jan
67000,00
2680,00
67000,00
Fev
85000,00
3400,00
152000,00
Mar
110000,00
6017,00
262000,00
Abr
120000,00
8208,00
382000,00
Mai
10000,00
684,00
392000,00
Jun
140000,00
9576,00
532000,00
Jul
120000,00
9048,00
652000,00
Ago
85000,00
6460,00
737000,00
Set
101000,00
7676,00
838000,00
Out
105000,00
8694,00
943000,00
Nov
120000,00
9936,00
1063000,00
Dez
137000,00
11453,20
1200000,00
Total
1200000,00
83832,20
Faturamento até 180 mil, aliquota de 4%
de 180 mil até 360 mil, aliquota de 5,47%
de 360 mil a 540 mil, aliquota de 6,84%
de 540 mil a 720 mil, aliquota de 7,54%
de 720 mil a 900 mil, aliquota de 7,60%
de 900 mil até 1080 mil, aliquota de 8,28%
de 1080 mil até 1260 mil, aliquota de 8,36%
Total de Imposto do ano de 2012: R$83.832,20