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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
ANTONIO ANDRADE DOS SANTOS
MODELO DE DISPONIBILIZAÇÃO DO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO
ÚNICO DO PACIENTE EM DISPOSITIVOS MÓVEIS
Mogi das Cruzes, SP
2015
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
ANTONIO ANDRADE DOS SANTOS
MODELO DE DISPONIBILIZAÇÃO DO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO
ÚNICO DO PACIENTE EM DISPOSITIVOS MÓVEIS
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Engenharia Biomédica
da UMC para defesa final, como parte dos
requisitos para obtenção do grau de
Mestre em Engenharia Biomédica.
Área de concentração: Bioengenharia e
Instrumentação Biomédica
Prof. Orientador: Dr. Henrique Jesus Quintino de Oliveira
Mogi das Cruzes, SP
2015
Dedico este trabalho primeiramente a Deus por me dar saúde e força para
acordar e trabalhar todos os dias da minha vida, por me conduzir no caminho do
aprendizado e da busca de um mundo melhor para se viver.
Dedico também a minha tia/mãe (in memorian) Rosa Bagatin Rebelo que me
educou e me conduziu ao caminho da moral, ética e justiça.
AGRADECIMENTOS
Ao professor Dr. Henrique Jesus Quintino de Oliveira que me orientou durante
todo o processo e mostrou a importância da pesquisa científica e seu real valor na
formação de um mestre.
A todos os Mestres Doutores que ministraram aulas nesse período, cada um
a sua forma, contribuindo com meu aprimoramento profissional e pessoal.
À esposa Maria Verônica que sempre me incentivou, ajudou e soube ser
compreensiva nos momentos de ausência pela dedicação necessária aos estudos.
À filha Paola Beatriz que participou em diversos momentos com a criação do
logotipo e design do aplicativo e auxílio com traduções de língua estrangeira.
Aos Professores José Azanha, Gabriel Baptista, Adilson Marques e Norberto
dos Santos que colaboraram, mesmo que pontualmente, mas merecem meu apreço
e sinceros agradecimentos.
Por fim, a todos os meus amigos que souberam entender minha ausência
momentos especiais de socialização, por conta desse meu projeto de vida.
“De todas as ciências, a educação é a mais espiritual, pois aplica-se às almas em
via de evolução e condiciona o futuro de toda a humanidade.”
(Pitágoras)
RESUMO
O Prontuário Eletrônico Único do Paciente (PEUP) é um modelo que foi proposto
para resolver os problemas de fragmentação dos Prontuários Eletrônicos do
Paciente (PEP). Os PEPs são os softwares e bancos de proprietários distintos e,
portanto, fragmentados, o que resulta em redundâncias desnecessárias e dificulta o
acesso devido por parte do paciente e dos profissionais de saúde. O modelo PEUP
é composto por três estruturas de dados: Síntese, Síntese Estendida e o Prontuário
Completo. Essas estruturas são organizadas em grade computacional Java Parallel
Processing Framework (JPPF). Cada conjunto de servidores da grade, com seus
nós de processamento, é chamado de Central Regional PEUP. As centrais são
interligadas através da Internet. Durante esta pesquisa foi desenvolvido um modelo
para disponibilizar o PEUP em dispositivos móveis (DM). O modelo foi testado e
avaliado por meio de um aplicativo PEUP-Mobile (PEUP-M) que permitiu avaliar se o
modelo supre a necessidade de disponibilidade do PEUP aos próprios pacientes e
principalmente aos profissionais da saúde, através de seus DM. Com o modelo do
PEUP-M o profissional médico pode consultar o prontuário no DM do próprio
paciente, mesmo sem internet. O médico ainda pode interagir com o PEUP-M em
seu DM, caso haja conexão. O aplicativo do PEUP-M foi desenvolvido em Java com
SQLite para armazenamento em DM e faz a comunicação com as centrais através
de Web Services, observando-se a necessidade de autenticidade e integridade dos
dados disponibilizados nos DM. Em 400 testes, mesmo em conexão com baixa
velocidade e qualidade de comunicação, realizados em dois DM em três tipos de
conexões com Internet (3G, 3G+ e Wi-Fi), foi obtido aproveitamento de 73% das
sincronizações, com tempo médio de aproximadamente três segundos para
sincronizar a Síntese do PEUP com o DM.
Palavras-chave: Prontuário Eletrônico Único do Paciente (PEUP), Dispositivos Móveis, Computação em Grade.
ABSTRACT
The Unique Electronic Health Record (UEHR) is a model that was presented to solve
the fragmentation problems in Patient’s Electronic Medical Records (PEMR). The
PEMRs are the softwares and distinct proprietary's bank and, therefore, fragmented,
which results in unnecessary duplication and makes it hard to have a right access by
the patient and health professionals. The UEHR model consists on three data
structures: Synthesis, Extended Synthesis and Full Medical Records. These
structures are organized in Java Parallel Processing Framework (JPPF). Each set of
servers, with their processing nodes, is called UEHR Regional Center. The centers
are interconnected through the internet. During this search a model to provide UEHR
in Mobile Devices (MD) was developed. The model was tested and evaluated by a
Mobile-UEHR app (M-UEHR) which allowed assessing whether the model meets the
availability need of PEUP to patients themselves and especially health professionals,
through their MD. With the M-UEHR model, the health professional can refer to the
health record in the patient's own MD, even without internet. The doctor may also
interact with the M-UEHR in your own MD, in case there is connection. The UEHR-M
was developed in Java with SQLite for storage in MD and communicates with the
centrals by Web Services, noticing the need for authenticity and integrity of the data
published in DMs. In 400 tests, even in connection with low speed and quality of
communication, made in two MD in three types of internet connection (3G, 3G + and
Wi-Fi), there was a 73% efficiency of synchronizations with about 3 seconds of mean
time to synchronize the UEHR Synthesis with DM.
Keywords: Electronic Health Records (HER), Mobile Devices, Grid Computing.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Relatório anual da Sociedade do Hospital “New York Hospital” de 1797. .............. 19
Figura 2 - Pulseira carrega histórico médico para situações de emergência ........................... 37
Figura 3 - Clipe do dispositivo GlucoTrack ..................................................................................... 38
Figura 4 - Dispositivo GlucoTrack .................................................................................................... 38
Figura 5 - Dispositivo HG1-c C8 MediSensors .............................................................................. 39
Figura 6 - Diagrama demonstrativo resumido do modelo PEUP-M ........................................... 42
Figura 7 - Diagrama demonstrativo do modelo PEUP com o PEUP-M ..................................... 47
Figura 8 - Criptografia de Chave Privada ....................................................................................... 56
Figura 9 – Mapeamento de rede das PMs para execução de teste do PEUP na grade
Computacional JPPF. ........................................................................................................................ 66
Figura 10 – Mapeamento de rede da VMs para execução de teste do PEUP na grade
Computacional JPPF. ........................................................................................................................ 67
Figura 11 – Modelo de comunicação adotado nos testes. .......................................................... 68
Figura 12 – Sincronização de dados entre JPPF e Servidor em Nuvem. ................................. 71
Figura 13 – Software sincronizador entre Central PEUP e servidor Web em Nuve. ............... 73
Figura 14 - Tela de Parâmetros ....................................................................................................... 74
Figura 15 - Tela de redefinição de parâmetros .............................................................................. 74
Figura 16 - Tela – Edição de checagens ........................................................................................ 75
Figura 17 - Tela – Edição de distância ............................................................................................ 75
Figura 18 - Tela – Edição sincronização ........................................................................................ 76
Figura 19 - Tela – Apresentação inicial .......................................................................................... 76
Figura 20 - Tela inicial do PEUP-M no Samsung Galax Tab II com Android ............................ 77
Figura 21 - Tela de visualização de Síntese do PEUP-M em um Samsung Galax Tab II ...... 77
Gráfico 1 - Teste de integridade e desempenho – Sucesso x Inconformidades e erros ........ 80
Gráfico 2 - Teste de integridade e desempenho – Tempo de sincronização ........................... 81
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Tabelas do servidor PEUP para manter prontuário do paciente............................... 50
Tabela 2: Tabelas do servidor PEUP para manter autenticidade dos dispositivos. ................ 51
Tabela 3: Web Services no servidor PEUP para consumo nos dispositivos. ........................... 58
Tabela 4 – Teste de sincronização entre dispositivos e servidores. .......................................... 78
Tabela 5 – Teste de integridade e desempenho na sincronização ............................................ 80
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABRAMGE Associação Brasileira de Medicina em Grupo ADT Android Developer Tools AMB Associação Médica Brasileira ANS Agencia Nacional de Saúde Suplementar ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária APH Atendimento Pré-Hospitalar API Application Programming Interface CEO Chief Executive Officer (Chefe executivo de Ofício) CFM Conselho Federal de Medicina CFO Conselho Federal de Odontologia CNS Cartão Nacional de Saúde DATASUS Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (SUS) DM Dispositivo Móvel EHR Electronic Health Record - Registro Eletrônico de Saúde (RES) GPS Global Positioning System - Sistema de Posicionamento Global HL7 Health Level Seven HTTP HyperText Transfer Protocol HTTPS HyperText Transfer Protocol Secure IDE Integrated Development Environment IMEI International Mobile Equipment Identity JPPF Java Parallel Processing Framework NHR National Health Service - Serviço Nacional de Saúde (SNS) OPS Operadoras de Planos de Saúde PEP Prontuário Eletrônico do Paciente PEPS Registro Eletrônico Pessoal de Saúde PEUP Prontuário Eletrônico Único do Paciente PIB Produto Interno Bruto PS Pronto Socorro PUP Prontuário Único do Paciente RES Registro Eletrônico de Saúde - Electronic Health Record (EHR) SAMU Serviço de Atendimento Móvel de Urgência SBIS Sociedade Brasileira de Informática em Saúde SDK Software Development Kit SNS Serviço Nacional de Saúde - National Health Service (NHR) SO Sistema Operacional SOA Service Oriented Architecture SOAP Simple Object Access Protocol SUS Sistema Único de Saúde TI Tecnologia da Informação TICS Tecnologia da Informação e Comunicação em Saúde TISS Troca de Informação de Saúde Suplementar
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 13
1.1 OBJETIVOS ............................................................................................................. 15
1.2 ORGANIZAÇÃO DO TEXTO .................................................................................... 16
2 ESTADO DA ARTE .................................................................................................. 18
2.1 EVOLUÇÃO DOS REGISTROS MÉDICOS.............................................................. 18
2.2 A IMPORTÂNCIA DO REGISTRO ELETRÔNICO EM SAÚDE ................................ 20
2.2.1 Dificuldades Técnicas e Políticas na disseminação do RES ..................................... 24
2.3 O PEP E O RES NO BRASIL ................................................................................... 24
2.4 O RES NACIONAL COM PADRÕES INTERNACIONAIS ......................................... 26
2.4.1 O padrão HL7 e o OpenEHR .................................................................................... 27
2.4.2 O RES Nacional com o DATASUS ........................................................................... 29
2.5 A NECESSIDADE DE EVOLULÃO DO PUP ............................................................ 32
2.6 PEUP ....................................................................................................................... 34
2.7 EXEMPLOS DE PRONTUÁRIOS MÓVEIS .............................................................. 36
2.8 TECNOLOGIAS QUE PODEM SER INTEGRADOS AO PEUP-M ............................ 38
3 MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................................... 41
3.1 TECNOLOGIAS DE DESENVOLVIMENTO UTILIZADAS ........................................ 43
3.2 MÉTODOS ............................................................................................................... 45
3.3 PREMISSAS INICIAIS DO PEUP-M ......................................................................... 48
3.4 DETALHAMENTO DO MODELO – PEUP-M ............................................................ 49
3.4.1 Banco de dados do PEUP-M no DM ........................................................................ 49
3.4.2 Comunicação e sincronização entre dispositivos móveis e o PEUP ......................... 53
3.4.3 Disponibilização segura do prontuário no DM........................................................... 54
3.4.4 Segurança na disponibilização dos dados no DM .................................................... 57
3.5 SOFTWARE ............................................................................................................. 58
3.5.1 Prontuário no servidor .............................................................................................. 58
3.5.2 Descritivo das especificações ................................................................................... 59
3.5.3 Teste de consumo de Web Service no PEUP JPPF ................................................. 65
3.5.4 Criação de um Servidor Web doméstico para testes ................................................ 67
4 RESULTADOS ......................................................................................................... 70
4.1 PRONTUÁRIO NO SERVIDOR ................................................................................ 70
4.2 PRONTUÁRIO NO DISPOSITIVO MÓVEL .............................................................. 73
4.3 DISPONIBILIDADE DA SÍNTESE OFF-LINE ........................................................... 78
4.4 TESTES DE INTEGRIDADE E DESEMPENHO DE SINCRONIZAÇÃO ................... 79
5 CONCLUSÕES ........................................................................................................ 82
5.1 TRABALHOS FUTUROS.......................................................................................... 83
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 84
APÊNDICES ........................................................................................................................ 92
13
1 INTRODUÇÃO
Antes do surgimento da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) o
suporte aos cuidados com a saúde era realizado em papel, onde era comum a
constatação de diagnósticos com inconformidades, muitas vezes por
indisponibilidade de informações anteriores, demora no acesso aos dados dos
pacientes e ainda a insuficiência de espaço para armazenamento de todas as
informações necessárias aos registros de saúde (ADESINA et al., 2011).
Ainda assim, mesmo com a tecnologia disponível é fácil constatar deficiências
no atendimento médico causadas pela falta de informações do paciente em tempo
real. A falta de informações, ou a sua imprecisão, ou a demora na sua obtenção
prejudica o atendimento médico ambulatorial ou de emergência. Afinal, em
determinados atendimentos, poucos minutos podem fazer a diferença em relação à
eficiência e ao resultado do atendimento (COSTA, 2012).
Com a aceitação da internet como ferramenta de trabalho para os
profissionais de cuidados com a saúde torna-se possível o acesso aos dados por
estes profissionais de forma dinâmica e compartilhada. Isso possibilita a realização
de serviços tais como: “relatórios clínicos de laboratório; informações de
compromisso com a saúde e relatórios de prevenção; informações de faturamento;
entre outros” (ADESINA et al., 2011).
Graças ao constante e crescente desenvolvimento tecnológico, tornou-se
possível aos centros de atendimento a saúde terem seus próprios sistemas
eletrônicos de registro de atendimento de seus pacientes, que são chamados de
Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) (MIAZAKI et al., 2011).
O PEP trouxe uma melhoria significativa para o atendimento à saúde (FRITZ,
2011) e como sistema de apoio a decisão (MARIN e WEBER, 2014), uma vez que o
registro dos atendimentos armazena informações que auxiliam no atendimento, no
acompanhamento e nos tratamentos do paciente. Dados que podem ainda servir de
base para os mais diversos estudos. Entretanto, o PEP está fragmentado entre
hospitais, clínicas, laboratórios e consultórios particulares, por onde o paciente foi
atendido. Azanha e Oliveira (2014) traz a seguinte indagação: como obter
informações em tempo real com PEPs tão fragmentados?
14
A falta da definição de um modelo de prontuário único acaba causando
problemas de inconsistências de dados entre as instituições, uma vez que cada
instituição de saúde acaba adaptando seus sistemas proprietários, tornando os
PEPs adequados às suas necessidades administrativas e não às necessidades dos
pacientes (AZANHA; OLIVEIRA, 2014, p. 24).
Para sanar estes problemas foi proposto um modelo de Prontuário Eletrônico
Único do Paciente (PEUP). O PEUP é uma proposta de solução para o problema de
fragmentação do PEP, que deve ser do paciente, com registros unificados de toda
sua vida, desde o pré-natal até sua morte (AZANHA; OLIVEIRA, 2014). Esse modelo
resolve o problema de fragmentação dos dados, que existe nos PEPs atuais,
definindo um banco de dados distribuído com as informações unificadas e com a
possibilidade de interação de todos os centros de saúde no compartilhamento de
informações.
Embora o modelo tenha trazido avanços na uniformização dos dados e na
sua distribuição, ainda fica uma lacuna em termos da disponibilidade dos dados e a
possibilidade de acesso em tempo real que seja adequada às novas tecnologias.
É notório o surgimento de tecnologias cada vez mais avançadas e propostas
de melhorias significativas como a do modelo PEUP. Ainda assim existem
dificuldades de acesso aos dados do paciente em atendimentos hospitalares e
principalmente, em atendimentos de emergência. O maior problema do PEUP neste
sentido é que ele depende de uma rede on-line para disponibilizar a informação
(AZANHA; OLIVEIRA, 2014).
Então, torna-se imprescindível a complementação do modelo para que
proporcione a disponibilidade imediata da informação. Pois há estudos que apontam
claramente problemas na agilidade do atendimento médico, principalmente em
atendimentos de emergência, em que muitas vezes o paciente não se encontra em
condições de responder a questionamentos necessários a um pré-atendimento. Por
exemplo, quando está fora de seu estado mental normal por problemas
psiquiátricos, doença, intoxicação, acidente, etc. (SOBANIA, 2015).
O contexto exposto nos leva a alguns questionamentos:
- O PEP é fragmentado e tem fortes restrições de acesso fora dos domínios
de quem o controla. Por outro lado o PEUP é concentrado e tem maior viabilidade
para disponibilização. Então por que não deixá-lo em poder do paciente?
15
- Como fazer para armazenar a parte essencial das informações do PEUP no
próprio dispositivo móvel (DM) do paciente, para que seja possível um acesso
rápido, principalmente em atendimentos de emergência, mesmo que o dispositivo
esteja off-line ou até mesmo parcialmente danificado?
- De que forma a Tecnologia Móvel pode auxiliar no atendimento ambulatorial
ou de emergência ou ambulatoriais?
- Como melhorar a disponibilidade através da redundância?
Para responder a estes questionamentos, é necessário que seja estabelecido
um modelo de síntese do PEUP que possa ser utilizado de forma eficaz, dando
agilidade em atendimentos de emergência. Este modelo pode utilizar os próprios
dispositivos móveis (como celulares e tablets) para o armazenamento de dados
essenciais na agilidade do atendimento.
A ideia do desenvolvimento de um modelo que possibilite atribuir agilidade no
atendimento e ajudar na melhoria da qualidade de vida das pessoas, é fator
essencial de motivação no desenvolvimento desse trabalho, que deve considerar
estudos já realizados de um modelo nacional com padrões internacionais, como o
HL7 (Health Level Seven) e o EHR (Electronic Health Record) (BRASIL, 2015).
Com as tecnologias de dispositivos móveis cada vez mais acessíveis a todas
as camadas sociais, que tal ter no dispositivo do paciente, os dados essenciais de
sua saúde que auxiliem em um imprevisto ou mesmo em um atendimento de rotina?
Além de manter uma síntese do PEUP no DM, informações de locomoção do
paciente obtidas pela tecnologia Global Positioning System (GPS)1, podem ser
enviadas a central PEUP, com o propósito de tornar possível o monitoramento de
pacientes com necessidade de atendimento de emergência por programas de Home
Care.
1.1 OBJETIVOS
O objetivo deste trabalho é desenvolver um modelo que possibilite a
disponibilização da parte essencial, a síntese, do PEUP em DM. O modelo deve
1 GPS = Global Positioning System (Sistema de Posicionamento Global).
16
prever que o acesso poderá ser realizado tanto pelo paciente quanto pelos
profissionais de saúde, em atendimentos de rotina, de urgência ou emergência.
Para atingir este objetivo será proposto o um modelo de comunicação e de
armazenamento que garanta o controle do acesso e a integridade dos dados. O
modelo de armazenamento deve garantir também que os dados contidos no DM
sejam acessados de forma integra em computadores pessoais.
Como objetivo específico é necessário desenvolver um aplicativo para avaliar
o modelo sugerido, que permita a sincronização com o PEUP e a manutenção da
síntese.
O aplicativo passa a ser chamado de PEUP-M e deve ser desenvolvido com
as seguintes funcionalidades:
Sincronizar dados armazenados no dispositivo com a central PEUP
periodicamente.
Receber aviso da central, toda vez que alguma informação for atualizada
em seu prontuário.
Manter a central PEUP atualizada em relação à localização geográfica do
paciente.
Permitir acesso à síntese do paciente mesmo com a troca do chip de
dispositivo.
1.2 ORGANIZAÇÃO DO TEXTO
Esta dissertação está organizada em cinco capítulos, sendo que neste
capitulo são apresentados à contextualização do problema, as justificativas e os
objetivos da pesquisa.
No capítulo 2 foi apresentado o estado da arte em prontuários eletrônicos de
saúde e registros médicos. Também consta o estado atual dos recursos móveis
aplicados aos prontuários eletrônicos.
No capítulo 3 são apresentadas as tecnologias, os matérias e métodos
adotados no desenvolvimento da pesquisa.
O capítulo 4 traz os resultados obtidos com o desenvolvimento do método e
as discussões relativas os demais trabalhos encontrados na literatura.
17
Por fim, o capítulo 5 traz a discussão final e apresenta os resultados obtidos
através dos testes realizados.
18
2 ESTADO DA ARTE
2.1 EVOLUÇÃO DOS REGISTROS MÉDICOS
O mundo está presenciando uma grande mudança de paradigmas em relação
aos registros médicos dos paclientes e na responsabilidade sobre a gestão desses
registros. Através do Registro Eletrônico de Saúdo (RES), que é “uma forma de
organização dos sistemas de informática das instituições”, obtêm-se dados de
pacientes tais como: “informações multiprofissionais sistematizadas a respeito dos
problemas de saúde, exames, diagnósticos, tratamentos e evolução clínica” de
forma individualizada, dando origem ao PEP (VIVANCO e MARIN, 2014; MIAZAKI et
al., 2011).
Segundo Costa (2012), o PEP é a principal ferramenta de Tecnologia da
Informação e Comunicação em Saúde (TICS) que o médico precisa ou precisará
lidar nas suas atividades diárias, seja no consultório, centro diagnóstico ou hospital.
O RES trata do armazenamento e do compartilhamento seguro das informações de
um paciente.
Diante da constante evolução tecnológica, muitas são as possibilidades que
vislumbramos diante de nossos olhos, principalmente em relação à melhoria da
qualidade de vida das pessoas. Afinal, a tecnologia só se justifica se for para auxiliar
as pessoas a terem melhor qualidade de vida (COSTA, 2012; FRITZ, 2011).
Segundo Gillum (2013), as primeiras evidências de transformação nos
registros clínicos ocorreram no início do século XIX, quando os casos clínicos
passaram a ser escritos para fins didáticos. Esses registros ajudaram os médicos a
fazerem pesquisas e a melhorar o atendimento de pacientes. No NewYork-
Presbyterian Hospital2, Hospital universitário de Nova York, os médicos começaram
a manter registros permanentes de pacientes ainda antes, desde o início de 1800
(SIEGLER, 2010).
Em seu trabalho, Siegler (2010) relata que os registros dos casos de
pacientes eram inicialmente realizados de forma livre, sendo influenciados pela
personalidade dos médicos que os faziam. No final do século XIX, a imposição de
uma estrutura de tabela fixa para registro através do uso de fórmulas reduziu
2 Fundado em 1971, chamado apenas de New York Hospital e em 1998 passou a se chamar NewYork-
Presbyterian Hospital. Mais informações: http://nyp.org/about/history.html.
19
drasticamente o volume dos registros de casos reais. Foram necessárias mudanças
no formato de registro para que fosse possível gerenciar o crescente volume de
dados. Veja na Figura 1, um exemplo de registro estruturado em tabela desta época:
Figura 1 - Relatório anual da Sociedade do Hospital “New York Hospital” de 1797.
Fonte: Siegler, 2010, p. 229.
20
O registro dos atendimentos médicos foi evoluindo de forma a necessitar de
regulamentação para definir os direitos e deveres sobre o armazenamento e acesso
aos prontuários. A Resolução CFM nº 1331/89 considera o prontuário um “conjunto
de documentos padronizados e ordenados, destinados ao registro dos cuidados
profissionais prestados ao paciente pelos Serviços de Saúde Pública ou Privado”.
O prontuário é um elemento valioso para o paciente, para os profissionais da
saúde e também ao ensino e pesquisa. Ele deve servir como base de dados
arquivada onde se afere informações das assistências médicas prestadas, dentro
dos conceitos da Ética Médica.
Em Sessão Plenária de 04/08/1989 foi aprovado que o prontuário médico é de
responsabilidade dos estabelecimentos de saúde e deve ficar à disposição para
aferições pelo prazo de até 10 anos, sendo que após esse período os dados podem
ser arquivados de forma a serem restaurados plenamente se necessário (BRASIL,
1989).
Através da Resolução CFM nº 1.639/2002 foi definido consórcio entre o
Conselho Federal de Medicina (CFM) e Sociedade Brasileira de Informática em
Saúde (SBIS) para regulamentar e certificar os sistemas “para guarda e manuseio
de prontuários eletrônicos que estejam de acordo com as normas técnicas
especificadas no anexo a esta resolução.”. Estas normas tratam especificamente de:
- Integridade da Informação e Qualidade do Serviço; Cópia de Segurança; Bancos
de Dados; Privacidade e Confidencialidade; Autenticação; Auditoria; Transmissão de
Dados; Certificação do software; e Digitalização de prontuários (BRASIL, 2002).
Dado a necessidade da inserção de exames, imagens ou outros meios
digitais, esse volume tornou-se cada vez maior, sendo necessário que as
informações fossem reestruturadas.
2.2 A IMPORTÂNCIA DO REGISTRO ELETRÔNICO EM SAÚDE
Após regulamentação através da Resolução nº 1821/2007 que define as
“Normas Técnicas Concernentes à Digitalização e Uso dos Sistemas Informatizados
para a Guarda e Manuseio dos Documentos dos Prontuários dos Pacientes,
Autorizando a Eliminação do Papel e a Troca de Informação Identificada em Saúde”
21
a SBIS define Manual de Certificação para Sistemas de Registro Eletrônico em
Saúde (S-RES) e Manual de Requisitos de Segurança (SBIS, 2015, p.8).
Era necessário que estes dados estivessem armazenados de forma segura e
com fácil acesso, pois havia necessidade de acessá-los, obviamente por pessoas
devidamente autorizadas (SBIS, 2015, p.8).
O RES tem por finalidade controlar todo armazenamento de dados dos
pacientes de forma eletrônica, segura, integra e com alta disponibilidade.
Obedecendo-se estes critérios, têm-se registros eletrônicos confiáveis que podem vir
a ser utilizados como base para acompanhamento dos PEPs dos pacientes ou para
as pesquisas médicas ou epidemiológicas.
Para melhor elucidar sobre a grande importância na utilização do RES, são
apresentados alguns exemplos:
Com o registro realizado em PEPs, torna-se possível a realização de
pesquisas exploratórias temporal como a realizada por Joia (2009), que identificou a
inovação, a eficácia e a segurança sobre determinados medicamentos,
considerando-se um período de registros nos PEPs.
Outro estudo relevante foi o estudo exploratório realizado nos Estados Unidos
por Zwicker (2010) que identificou alguns fatores que contribuem para a adoção de
Inovações Tecnológicas, com o uso de um sistema de PEP em um Pronto Socorro
(PS) e um sistema de apoio ao ensino pela Web em uma Faculdade de Medicina.
O estudo identificou grupos de profissionais agindo no sentido de usar o novo
sistema. Identificou também que há aqueles que rejeitam o novo desafio por ter que
dedicar parte do seu tempo no registro dos atendimentos em sistemas de
computador. No entanto, observou-se que o principal fato que determinou a
preparação para a mudança para que os profissionais passassem a adotar o
sistema, foram os canais utilizados para difusão e preparação dos envolvidos no
processo. É de suma importância que os profissionais envolvidos na implantação de
um novo sistema, tenham plena consciência da importância do registro correto no
PEP (ZWICKER, 2010).
Shih et al. (2011) realizou pesquisa no sentido de reduzir a morbidade e
mortalidade de adultos, através de serviços clínicos preventivos, apoiados no estudo
de registros específico, que foram possíveis com a implementação do RES. As
coletas foram feitas em 2009 e 2010, com análises realizadas em 2010 e 2011. O
resultado foi o melhor controle e o direcionamento de ações práticas sobre
22
pacientes, que apresentavam necessidades de cuidados preventivos em relação à
hipertensão arterial, diabetes e câncer de mama. Isso significa melhor qualidade de
vida às pessoas, possibilitado por ações específicas de médicos e gestores da área
da saúde, com o apoio da Tecnologia da Informação (TI) através do RES eficiente.
Um estudo de caso de prontuário na China proposto pela empresa Intel®3,
demonstra uma forma de implantar uma rede de “hospitais digitais", utilizando
sistemas de informação em rede e tecnologias avançadas para a utilização dos
hospitais e outras áreas de cuidados à saúde que são relevantes a níveis nacionais
e regionais, destacando ainda que os PACS (Picture Archiving and Communication
Systems ou Arquivamento de Imagens e Sistemas de Comunicação) são um
componente crítico desse modelo, por ter “altas exigências de capacidade de
armazenamento, desempenho, escalabilidade e confiabilidade.” (INTEL, 2015).
Como solução, a empresa Intel® propõe um conjunto de produtos e
infraestrutura, buscando suprir todas as necessidades de um armazenamento
unificado de alta capacidade com desempenho otimizado e baixo consumo de
energia, que visa atender às necessidades de um sistema de informações unificado
entre os hospitais do país, agilizando os registros médicos e possibilitando facilitar
também os processos de negócios.
Intel® (2015) declara que o sistema deve apresentar principalmente os
seguintes benefícios:
Apoiar atividades clínicas e de gestão hospitalar, científica e fornecer dados precisos e adequados. Aumentar a eficiência, melhorar a gestão e uso da informação do hospital. Integrar os recursos e a aplicação colaborativa de informações e dos processos em todos os elos da cadeia de serviços médicos. Apoiar os extensos e complexos aplicativos de software utilizados no hospital digital. Aperfeiçoar a infraestrutura de sistemas de informação.
A evolução dos registros médicos se deu com o tempo, à medida que esses
registros foram se tornando úteis e necessários no auxílio aos cuidados com a
saúde dos pacientes e pesquisas científicas.
A estruturação dos registros ainda em papel e sua reestruturação para
armazenamento e controle através de meio eletrônico, com o apoio de resoluções e
instituições legitimamente definidas, contribuiu para que se chegasse a um nível de
3 Nota de direitos autorais do original: Copyright © 2013 Intel Corporation. All rights reserved. Intel, the Intel
logo, Xeon, and Xeon Inside are trademarks of Intel Corporation in the U.S. and other countries. * Other names and brands may be claimed as the property of others. Printed in USA 0413/YMB/VF/PDF Please Recycle
23
maturidade importante em relação ao registro e controle das informações de saúde
das pessoas.
No entanto muitos esforços ainda são necessários para se atingir um nível
satisfatório para um sistema nacional de cuidados com a saúde da população
brasileira. Sendo que um dos problemas identificado que evidencia prioridade está
relacionado à disponibilidade das informações (AZANHA; OLIVEIRA, 2014).
Somente há poucos anos o setor político começa a ver o RES como uma
necessidade. Quer seja pelo poder de centralização de informações geográficas e
do estado de saúde da população, ou impulsionados por pressões internacionais.
Até porque, com a globalização, os fatos ocorridos em um país ultrapassam
fronteiras. O grau de desenvolvimento tecnológico de um país e sua capacidade de
utilização desses recursos serve como medida que define o nível de
desenvolvimento dos pais (UNIFESP, 2011).
De acordo com Takian et al. (2012), muitos governos passam a ver o RES
como uma parte estratégica essencial para reforma da saúde. Passaram a pensar
em recursos viáveis e inclusive a estipular prazos para sua implementação, uma vez
que há muitos seguimentos interessados. Isso torna interessante pensar na melhoria
da saúde da população e ainda gerar benefícios econômicos, tanto aos cofres
públicos, como às outras partes envolvidas. O que antes era uma dificuldade
transforma-se em necessidade e já demonstra resultados positivos em muitos
exemplos espalhados pelo mundo.
Um exemplo de sucesso da adoção do RES está sendo realizado na
Inglaterra através de um projeto que visa “o ser humano em primeiro lugar”. Trata-se
do Serviço Nacional de Saúde (SNS) da Inglaterra, o “NHS England” 4, um projeto
que objetiva melhorar os resultados de saúde para as pessoas na Inglaterra (NHS
ENGLAND, 2014).
A ambição central do projeto é colocar o público e os pacientes no centro das
atenções. Com base em evidências e transparência nas decisões, na maneira de
operar e nos impactos resultantes. Com isso, se coloca os interesses dos pacientes
em primeiro lugar, tratando-os com respeito e atenção.
O NHS capacita e apoia líderes clínicos e ajuda prestadores de serviços com
informações confiáveis, o que proporciona serviço de qualidade, justificando os
4 NHS = National Health Service (ou, Serviço Nacional de Saúde). No Reino Unido, principalmente Inglaterra.
24
gastos patrocinados pelos contribuintes. O NHS ainda envolve sua equipe de
profissionais, compartilhando ideias e conhecimentos, sucessos e fracassos, de
forma colaborativa, com objetivo de oferecer sempre o melhor serviço ao paciente,
não só na Inglaterra, mas no mundo.
2.2.1 Dificuldades Técnicas e Políticas na disseminação do RES
Há alguns anos a implementação do RES no setor público era apenas uma
previsão. Para alguns, até um sonho. Pois, não havia uma visão política que
evidenciasse sua real necessidade, com ganho na saúde pública e,
consequentemente, na economia de recursos públicos da saúde (LOBACH, 2007).
Há aproximadamente oito anos, Lobach et al. (2007) previu um aumento significativo
quanto à disponibilidade e uso do RES nos próximos dez anos. Apesar de
conhecidos os benefícios vitais que o RES poderia proporcionar, há questões
metodológicas críticas a serem avaliadas e também questões políticas que afetavam
diretamente a capacidade de produção dos pesquisadores e dos profissionais de
saúde.
Dois anos mais tarde, em pesquisa realizada entre fevereiro de 2009 e
novembro de 2010, Cresswell et al. (2012) identificaram que os hospitais de
diferentes regiões (Urbanas e Rurais) da Inglaterra enfrentavam problemas técnicos
e políticos na implementação de software de RES. Necessitavam de investimentos
tecnológicos e de treinamento dos usuários para que conseguissem se adaptar às
mudanças complexas. Dessa forma, o RES efetivamente passaria a ser
implementado e utilizado de forma eficaz na melhoria da qualidade de vida da
população e na melhor eficiência do serviço de saúde.
2.3 O PEP E O RES NO BRASIL
No Brasil, implantou-se há alguns anos o Sistema Único de Saúde (SUS).
Com ele, foi implantado também o Departamento de Informática do SUS
25
(DATASUS) (BRASIL, 2015). A regulamentação mais significativa neste sentido veio
através da portaria nº 2.073 de 31 de agosto de 2011, que considera:
[...] As condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes; [...] a política nacional de arquivos públicos e privados, [...] a Lei que redefine o Comitê [...] cuja atribuição é emitir deliberações, normas e padrões técnicos de interoperabilidade e intercâmbio de informações em conformidade com a política de informação e informática em saúde; [...] melhoria e a modernização do seu sistema de gerenciamento de informações; [...] permitir o intercâmbio das informações e a agilização dos procedimentos [...] efetivo e eficiente sistema de registro das ações e eventos de saúde contribui para o gerenciamento do Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo ao cidadão o registro dos dados relativos à atenção à saúde, que lhe é garantida, num sistema informatizado; [...] a organização de uma rede de serviços regionalizada e hierarquizada para a gestão do SUS; [...] a necessidade de garantir ao cidadão o registro dos dados relativos à atenção à saúde; [...] a consolidação da implantação do Cartão Nacional de Saúde (CNS) (BRASIL, 2015).
Outra regulamentação é o decreto 7.508 e as portarias nº 399/GM/MS, de 22
de fevereiro de 2006 e nº 2.072/GM/MS, de 31 de agosto de 2011, que resolveram
regulamentar:
[...] o uso de padrões de informação em saúde e de interoperabilidade entre os sistemas de informação do SUS, nos níveis Municipal, Distrital, Estadual e Federal, e para os sistemas privados e de saúde suplementar; [...] os padrões de informação em saúde e de interoperabilidade; [...] fundamentar arquitetura de informação nacional, independente de plataforma tecnológica de software ou hardware; [...] estruturar as informações referentes aos atendimentos prestados aos usuários do SUS visando à implementação de um Registro Eletrônico de Saúde (RES) nacional e longitudinal; [...] definir o conjunto de mensagens e serviços a serem utilizados na comunicação entre os sistemas de informação em saúde; [...] padrões de interoperabilidade de que trata esta Portaria deverão utilizar mensagens formatadas em padrão eXtensible Markup Language (XML) para troca de informações, de forma a atender aos XML schemas definidos pelo Ministério da Saúde e respectivas definições dos respectivos serviços - Web Service Definition Language (WSDL), quando for o caso; (BRASIL, 2015).
É importante destacar a questão dos custos e responsabilidades dos mesmos
nos âmbitos Federal, Estadual e Municipal. Esta portaria define que os recursos
financeiros necessários à efetivação do projeto ficam por conta do Ministério da
Saúde. No entanto:
Os custos relacionados à adequação de sistemas de informação para uso dos padrões de interoperabilidade e informação em saúde serão de responsabilidade dos proprietários dos respectivos sistemas; [...] Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios arcarão
26
com todas as despesas para adequação de seus sistemas próprios; [...] O Ministério da Saúde arcará com as despesas para adequação de seus sistemas de informação; (BRASIL, 2015).
A portaria regulamenta também as principais tecnologias e modelos a serem
utilizados para interoperabilidade dos sistemas:
[...] Para a interoperabilidade entre os sistemas dos SUS será utilizada a tecnologia Web Service, no padrão SOAP 1.1 (Simple Object Access Protocol) ou superior; [...] Para a definição do Registro Eletrônico em Saúde (RES) será utilizado o modelo de referência OpenEHR; [...] Para estabelecer a interoperabilidade entre sistemas, com vistas à integração dos resultados e solicitações de exames, será utilizado o padrão HL7; [...] Para a definição da arquitetura do documento clínico será utilizado o padrão HL7 CDA; [...] Para a codificação de exames laboratoriais será utilizado o padrão LOINC (Logical Observation Identifiers Names and Codes); [...] Outras classificações que serão utilizadas para suporte à interoperabilidade dos sistemas de saúde: CID, CIAP-2 (Atenção primária de saúde), TUSS e CBHPM (Classificação brasileira hierarquizada de procedimentos médicos) e tabela de procedimentos do SUS (BRASIL, 2015).
Embora todos os itens dessa portaria sejam fundamentais e imprescindíveis
para amparar o desenvolvimento de sistemas de registro e controle da Saúde no
país, vale destacar aqui que o desenvolvimento de sistemas se baseia em padrões
internacionais consolidados.
2.4 O RES NACIONAL COM PADRÕES INTERNACIONAIS
O RES é semelhante ao acrônimo utilizado em Inglês: EHR (Electronic Health
Record). E, conforme norma ASTM E1769 apud Linden 2009, EHR é definido como
"um conjunto abrangente de estrutura de dados e de informações em formato
eletrônico, com dados clínicos, demográficos, ambientais, sociais e financeiros, que
documentam os cuidados com a saúde de um único indivíduo" (LINDEN, 2009,
p.11).
Conforme definido pela ISO/TR 20514:2005, o EHR (ou RES) é um
repositório de informações genérico sobre o cuidado do estado de saúde de um
paciente na forma processável armazenado em computador, transmitido de forma
segura e acessível por vários usuários autorizados. Ele tem um modelo de
informação lógico normalizado de comum acordo que é independente dos sistemas
EHR. Seu principal objetivo é o apoio ao registro de cuidados da saúde de forma
27
eficiente e de qualidade, contínua e integrada, com informações retrospectivas,
simultânea e potencial (LINDEN, 2009, p.11; ISO, 2005).
Conforme demonstrado pela ISO, o termo EHR deve ser utilizado para se
referir ao repositório de informações que compõe um prontuário. Utilizado
genericamente como uma arquitetura de sistemas que suporte e gerencie o
repositório.
Segundo Blumenthal (2010), o uso generalizado de EHRs nos Estados
Unidos é inevitável à medida que melhora o apoio às tomadas de decisões dos
profissionais da Saúde e que é adotado pelos próprios pacientes após terem
experimentado os benefícios dessa tecnologia. Embora seja inevitável, a transição
não é tão fácil. Pois, grandes clínicas ainda têm dificuldades na integração com
clínicas menores, que cuidam da saúde da maioria dos americanos.
Em 2010, o governo dos Estados Unidos lançava um regulamento com regras
de incentivo ao uso do EHR para 2011 e 2012, assim como também estabeleceu
regras para o processo de certificação dos EHR, que promove especial atenção à
questão da segurança dos dados e à coerência com a legislação do país
(BLUMENTHAL, 2010).
O HL7, principal padrão internacional vem sendo debatido há pelo menos
duas décadas e na última década tem sido implementado em diversos territórios
internacionais, inclusive no Brasil.
2.4.1 O padrão HL75 e o OpenEHR
O que é HL7?
Fundada em 1987, Health Level Seven (HL7) é uma norma credenciada da American National Standards Institute (ANSI), organização de padrões para o desenvolvimento sem fins lucrativos, cuja missão é estabelecer normas para o intercâmbio, a integração, compartilhamento e recuperação de informações eletrônicas de saúde; apoio à prática clínica; e apoio à gestão, execução e avaliação dos serviços de saúde. [...] (ANSI, 2007, tradução nossa).
Em comum acordo entre o HL7 e ANSI, qualquer norma publicada pelo HL7
serão...
5 Documentos que descrevem o HL7 e EHR pela ANSI disponível para download em:
http://webstore.ansi.org/RecordDetail.aspx?sku=ANSI%2fHL7+EHR+FM+R1-2007
28
[...] submetidos a ANSI para aprovação, será elaborado e ratificado por um processo que adere aos procedimentos da ANSI para consenso aberto para encontrar um equilíbrio de exigência de juros por atingir perto de uma participação igual no processo de votação pelos diversos círculos eleitorais que são materialmente afetadas pela norma (por exemplo, vendedores, fornecedores, órgãos governamentais, consultores, organizações sem fins lucrativos) (ANSI, 2007, tradução nossa).
Segundo Linden (2015, p.23) em 2001, a fundação openEHR foi criada para
trabalhar na consolidação e na implementação do conhecimento adquirido nos
projetos GEHR, Synapses/Synex e GeHR, através do conceito de arquétipos,
denominado Clinical Document Architecture (CDA). Isso é uma maneira de trocar
informações sob a forma de documentos clínicos. Esta fundação foi criada por um
grupo com interesse especial no HL7 que “estabeleceu um grupo de trabalho em
Registros Eletrônicos em Saúde (EHR-SIG)” (SBIS, 2015, p.12).
O HL7 está sendo implementado em sua versão 3, edição normativa 2015 no
Reino Unido, Canadá, Holanda, México, Alemanha e Croácia, com a pretensão de
atender às necessidades locais do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido; NHS
(UK National Health Service), mas com objetivos mais amplos, projetados para
aplicação universal com impacto mundial (HL7, 2015).
O HL7 inclui uma ampla variação de configurações de saúde com padrões
internacionais de comunicação e gerenciamento dos dados dos pacientes.
Em fevereiro de 2007 foi criado o INSTITUTO HL7 BRASIL para dar apoio
administrativo e jurídico às atividades do HL7 no país, além de "promover e prover
padrões relacionados com a troca, integração, compartilhamento e recuperação de
informação eletrônica, para apoio da prática médica e administrativa, permitindo um
maior controle dos serviços de saúde" (SBIS, 2015, p.12).
O manual de certificação 2013 da SBIS define alguns requisitos fundamentais
ao desenvolvimento de sistemas de integração ao EHR. Os requisitos de estrutura e
conteúdos relevantes para certificação são: a) a utilização da arquitetura de
documentos com base nos modelos de referência HL7/CDA, ASTM/CCR; b) os
serviços de terminologia devem utilizar os modelos HL7 e CTS; c) devem ser
utilizados os modelos UMLS ou SNOMED-CT para criação dos serviços de sistemas
responsáveis pela comunicação e troca de dados; d) a importação ou exportação
dos dados devem utilizar os protocolos HL7 e DICOM; e) o padrão DICOM é
29
utilizado para troca de arquivos de imagem.6; e a estrutura de dados clínicos e
arquétipo de pressão arterial estruturado devem seguir os padrões da openEHR”
(SBIS, 2015, p. -74-75).
As descrições dos procedimentos clínicos devem obedecer o padrão LOINC.
Mesmo quando a informação for traduzida para o português Brasil, deve preservar o
texto original (SBIS, 2015, p. 78).
O padrão HL7 pode ter implantação parcial e gradativa, com a utilização de
esquemas XML, o que torna o trabalho mais flexível e possível (SLAVOV et al.,
2013). O HL7 é um padrão internacional consolidado utilizado como base para os
padrões adotados pelo sistema de saúde brasileiro.
2.4.2 O RES Nacional com o DATASUS
O DATASUS é, no entanto, o responsável pelo desenvolvimento do RES
Nacional, que através de documento publicado na Internet por seu Diretor, Gadelha
(2012), assim define a estrutura do RES Nacional:
o DATASUS mantém diversos datacenters espalhados em regionais pelo
país, interligando uma rede em nuvem do RES Nacional;
o PEP acessa e se integra ao RES através da internet;
o Registro Eletrônico Pessoal de Saúde (PEPS) também se integra ao
RES pela internet.
Através desse sistema e da implantação do Cartão Nacional de Saúde (CNS),
se possibilita manter diversos serviços, tais como:
CADSUS: Sistema de Cadastramento de usuários do SUS
O CADSUS “permite a geração do Cartão Nacional de Saúde, que facilita
a gestão do Sistema Único de Saúde”, contribuindo para melhor eficiência
do “atendimento direto ao usuário” (CADSUS, 2014).
CNES: Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
6 Para melhor entendimento, visite os sites do HL7: http://www.hl7.org e EHR: http://www.hl7.org/EHR
30
O “CNES visa ser a base para operacionalizar os Sistemas de
Informações em Saúde, sendo estes imprescindíveis a um gerenciamento
eficaz e eficiente do SUS.” (CNES, 2014).
Farmácia Popular
Programa criado no Brasil em junho de 2004 e integrado através do CNS
ao RES nacional em maio de 2013, que tem por objetivo oferecer
medicamentos com até “90% menores dos que são cobrados nos
estabelecimentos privados não cadastrados.” (DATASUS, 2014a).
Hórus
Um sistema com implementação de BI (inteligência de negócio),
licenciado pela plataforma Microstrategy para o DATASUS, capaz de
“gerar relatórios analíticos e fazer outras investigações com base nos
dados do Sistema Nacional de Gestão da Assistência Farmacêutica”
(DATASUS, 2014b).
SISREG
É um “Sistema on-line, criado para o gerenciamento de todo complexo
regulatório indo da rede básica à internação hospitalar.” (SISREG, 2014).
SAMU
Sistema para “captura de dados captura de dados do SAMU (Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência)”. Para integração e registro de
procedimentos “realizados nos atendimentos de urgência e que deverão
ser incorporados nos boletins de produção gerenciados pela central de
regulação.” (DATASUS, 2014c).
SISRCA
É um “Sistema de Regulação, Controle e Avaliação (SISRCA).” Que
processa informações referentes à “gestão da informação, com
programação ambulatorial e hospitalar e controle e avaliação dos dados.”,
através de dados fornecidos pelos gestores da área da saúde, visando a
“unificação das funcionalidades existentes nos atuais sistemas de
processamento e agrega novas funções que priorizam a qualidade da
informação e a responsabilidade do gestor” (BRASIL, 2015).
31
Em seminário realizado em São Paulo na Universidade Corporativa
ABRAMGE7, a Dra. Pellegrini (2014) discute sobre a implantação do novo padrão
para a Troca de Informação de Saúde Suplementar (TISS) 3.01, que deveria entrar
em operação em 31/05/2014, sendo adiada para 31/08/2014, dando origem a versão
3.02 com novos ajustes (ANS, 2015b; p.22).
A primeira versão do padrão TISS obrigatório foi implantando em 2007 (ANS,
2015a). Esse padrão determina como deve ser “a interoperabilidade entre os
sistemas de informação em saúde preconizados pela Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS) e pelo Ministério da Saúde (MS)” (ANS, 2015b). A ANS exige
prestação de contas das Operadoras de Planos de Saúde (OPS) que interage com
seus beneficiários (pacientes) e prestadores (contratante individual, por adesão ou
empresarial). Algumas entidades de referências são destinadas a validar sugestões
de alterações no Padrão TISS no intuito de resolver dúvidas técnicas, sendo elas:
Associação Médica Brasileira (AMB); Conselho Federal de Odontologia (CFO);
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA); Confederação Nacional de
Saúde e a SBIS (ANS, 2015b, p.50).
Com o início da implantação do Padrão TISS ocorrida há aproximadamente
sete anos, constataram-se diversas dificuldades. Dentre elas, vale destacar que o
sistema ainda não contempla o desejo de se ter indicadores regionalizados
confiáveis para a ANS, uma vez que com o passar dos anos foram criadas
codificações distintas para procedimentos similares. Pellegrini (2014) se diz
esperançosa no sentido de que esse problema seja minimizado o bastante para não
influenciar negativamente os números apontados nos indicadores a partir dessa
nova versão (3.02).
Embora o padrão TISS ainda mantenha seu foco na troca de informações
entre as instituições de saúde, gerando apenas indicadores genéricos à ANS,
Pellegrini (2014) ressalta a importância de ter o controle das informações referente a
cada tipo de procedimento realizado, tanto para trazer maior realidade financeira às
instituições como para ter um mapeamento do que acontece em termos de saúde da
população. E esse tipo de informação é fundamental tanto para as OPS quanto para
o governo, uma vez que com essas informações pode-se tomar medidas preventivas
no sentido de evitar que determinados problemas de saúde aconteçam.
7 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MEDICINA DE GRUPO (ABRAMGE):
http://www.atendimentoabramge.com.br/operadoras-planos-saude.html#1
32
As OPS têm adotado de forma cada vez mais frequente, programas de
medicina preventiva e o cuidado em domicílio (o chamado Home Care), que traz
benefícios financeiros às OPS e o conforto do tratamento de seus pacientes em seu
próprio lar.
A ANS aponta para possibilidade das próprias OPS auxiliarem na composição
do PEP (Pellegrini, 2014; ANS, 2015c). O que tecnicamente não é difícil de
acontecer, uma vez que grande parte do que deve ser registrado nos PEPs está
contida neste relacionamento controlado pelas OPS, que consiste em todos os
documentos de guias de consultas, guias SP/SADT, guia de internação e resumo de
internação e tratamento odontológico (ANS, 2015b), onde todos os procedimentos
realizados são compartilhados.
Segundo Costa (2012, p.4), o Brasil dispõe do CFM e SBIS para "estabelecer
as normas, padrões e regulamentos para o PEP/RES".
Esse convênio propiciou a criação de um processo de Certificação de Sistemas de Registro Eletrônico de Saúde, com o estabelecimento dos requisitos obrigatórios e, acompanhando a legislação federal para documento eletrônico, reforçou a obrigatoriedade do uso de certificação digital (assinatura eletrônica) para a validade ética e jurídica de um PEP/RES. Um marco regulatório importante foi a publicação da Resolução CFM Nº 1821/2007 (COSTA, 2012, p.4).
2.5 A NECESSIDADE DE EVOLULÃO DO PUP
O Prontuário Único do Paciente (PUP) é uma tentativa de unificar as
informações relativas aos cuidados com a saúde dos pacientes. Um exemplo desse
modelo foi implantado nas cidades de Florianópolis, Belo Horizonte e Curitiba e
apresenta dificuldades na implantação, principalmente em relação ao trânsito das
informações e resistência de implantação da rede pública e privada vinculada à rede
municipal (HARZHEIM, 2011, p.72).
Um exemplo que vale ser citado inclusive fora do País é o HelloHealth
(2014a) desenvolvido no México. Trata-se de uma solução de negócios
desenvolvida por profissionais da área da saúde, visando ganhos aos médicos por
seus esforços extras no atendimento ou acompanhamento médico aos seus
pacientes.
33
O projeto HelloHealth (2014b) é de propriedade da empresa Myca Health Inc.
e se compõe através de sistemas distribuídos em nuvem na internet para o
armazenamento dos prontuários e telefones celulares para possibilitar a
comunicação eficiente, confortável e conveniente entre os médicos e seus
pacientes. Para ter acesso aos serviços prestados pelo HelloHealth (2014c), cada
paciente tem um custo mínimo mensal de $75.00 (pesos mexicanos, cerca de R$
13,008).
O HelloHealth (2014d) aposta em um melhor relacionamento com os
pacientes que podem entrar em contato com os médicos e acessar às atualizações
realizadas em seus prontuários através de um portal que oferece serviços com
funcionalidades para: agendamentos; resultados de exames laboratoriais; acesso
anotações de consultas; troca de mensagens com médicos; contato via vídeo chat;
acesso aos registros médicos através da Web e iPhone.
No Brasil, um dos maiores problemas para a implantação do sistema de PUP
acaba sendo o custo, e principalmente a necessidade de comunicação com a
internet. Isso o torna inviável até mesmo em regiões próximas aos grandes centros,
se pensarmos em termos do enorme território Brasileiro. Além disso, há a
necessidade de vencer as resistências de integração entre os sistemas públicos
nacional, privados e municipais (HARZHEIM, 2011, p.72).
Conforme a Telebrasil (2009), o Brasil finalmente estabelece mudanças
evolutivas. O que significa que, embora a infraestrutura atual não atenda as novas
demandas, tanto em relação à quantidade de novos usuários, como os novos
serviços oferecidos, não há como ignorar todo investimento já realizado, tendo-se
que agregar novas tecnologias às existentes de maneira a se integrarem de forma
harmoniosa.
Para compatibilizar as novas tecnologias, integra-se serviços tais como o já
conhecido Service Oriented Architecture (SOA) que significa arquitetura orientada a
serviço, onde elementos de softwares são programados para fazer a integração
entre sistemas de diferentes fornecedores e diferentes arquiteturas de
hardware/software.
Lobo (2014) afirma que as conexões das coisas estão mais necessárias a
cada dia. Afirma também que Jon Baksaas, presidente e Chefe Executivo (CEO,
8 Conversão realizada pelos sites http://economia.terra.com.br/herramientas/calculadoras/conversor.aspx e
http://pt.exchange-rates.org/converter/MXN/BRL/75
34
Chief Executive Officer) do grupo Telenor, acredita que em breve as conexões terão
importância equivalente a da eletricidade, já que segundo a GSMA (2014), que é
representante das operadoras de telefonia móvel de todo mundo, apresentou em
2013, contribuição da mobilidade para o Produto Interno Bruto (PIB) mundial de
3,6%. Numa expectativa de que passará de 200 milhões para 2,5 bilhões de
conexões 4G no mundo em 2020.
Em pesquisa realizada por Wood (1989), foi utilizada uma técnica
interessante de obtenção das informações, subdividindo-os em três tipos de
agrupamentos: anamnese geral; anamnese específica e administração geral. Esse
método foi utilizado para avaliar a eficácia do acompanhamento médico por telefone,
que resultou em uma documentação escrita.
Estes acompanhamentos foram gravados em fitas que posteriormente foram
analisadas por médico examinador, relata grande preocupação em relação à
fidelidade do atendimento telefônico ao transcrever para o prontuário médico.
No entanto, o que vale ressaltar, é o método utilizado para agrupar as
informações, o que nos remete ao trabalho desenvolvido por Azanha e Oliveira
(2014).
Estes autores identificaram que devido à complexidade que tange o RES
Nacional, o modelo atual não atende à expectativa e necessidade do PEP e
sugerem um modelo de PEUP geograficamente distribuído, que possa atender às
eminentes necessidades da população nacional Brasileira.
2.6 PEUP
Azanha e Oliveira (2014) apresentam o PEUP como um modelo de PEP para
resolver o problema de fragmentação dos dados dos PEPs, através da definição de
um banco de dados distribuído com as informações unificadas, com a possibilidade
de interação de todos os centros de saúde no compartilhamento de informações.
Esse modelo divide o prontuário do paciente em três níveis: síntese; síntese
estendida e prontuário completo trabalham dessa forma, exigindo baixa dependência
da tecnologia, mas com consistente disponibilidade e interoperabilidade através de
um modelo computacional denominado Java Parallel Processing Framework (JPPF).
35
Esse modelo prevê que as informações devem estar disponíveis independentemente
da disponibilidade de uma rede on-line todo o tempo.
A síntese deve ter baixo nível de volume de dados. Deve conter informações
em texto como dados de anamnese e de atendimentos relevantes para exames de
rotina, emergência ou urgência.
A síntese estendida é complementada com imagens e arquivos contendo
maior volume de dados decorrente de um período de 12 a 24 meses, além de um
sumário que possibilitará o acesso a pontos específicos do prontuário completo.
O prontuário completo é uma base mantida na central da região do paciente,
que acumula toda interação no PEUP.
A síntese e a síntese estendida são atualizadas dinâmica e automaticamente
através de gatilhos computacionais entre as regiões pré-estabelecidas pelo PEUP.
Sendo que o prontuário completo ficará fisicamente armazenado somente na central
da região de localização geográfica do paciente, sendo transferido parcialmente
sempre que houver a solicitação por um profissional da saúde devidamente
identificado, através do sumário do prontuário referente a determinado paciente
(AZANHA; OLIVEIRA, 2014).
O projeto do PEUP é uma proposta para atender adequadamente no que
tange ao modelo desejado para um prontuário que garantirá a unicidade exclusiva
do paciente com a possibilidade de armazenamento completo de sua vida em
termos de saúde. O grande problema, no entanto, continua sendo a questão da
disponibilidade em redes não confiáveis que garantam o acesso dos dados sempre
que desejado.
Aqui vale lembrar que alguns questionamentos foram realizados na
introdução desse trabalho, em relação à tecnologia móvel para auxiliar no
atendimento e, principalmente, na disponibilidade do prontuário. Para tentar
responder tais indagações, faz-se necessário aprofundar e direcionar pesquisa
sobre o que há de mais inovador em cuidados com a saúde, ligado a prontuários
eletrônicos, principalmente, no Brasil.
36
2.7 EXEMPLOS DE PRONTUÁRIOS MÓVEIS
Pode-se destacar inicialmente o sistema HelloHealth (2014a) criado no
México e já citado na introdução, um sistema capaz de oferecer serviços de:
agendamentos; resultados de exames laboratoriais; acesso às anotações de
consultas; troca de mensagens com médicos; contato via vídeo chat; acesso aos
registros médicos através da Web e iPhone.
Metzdorf (2013) apresenta outro exemplo interessante que foi desenvolvido
nos EUA. Um software de RES em nuvem denominado drchrono que, através de
ferramentas em seus iPads, possibilita aos médicos interação sobre exames de
imagens e a manterem suas referências, laboratórios, alertas, vídeos, fotos e
centenas de outras características.
Independentemente da especialidade, o médico pode personalizar os
formulários e realizar interação com voz, transformando o que o médico fala, em
texto. O projeto ainda dispõe de um aplicativo móvel, onde os pacientes atualizam
informações demográficas e de seguro, além de um módulo que faz e envia
prescrição médica às farmácias dos EUA.
O sistema drchrono (2014) traz uma versão gratuita que disponibiliza boa
parte do sistema para uso livre. No entanto, as versões pagas com todas as
funcionalidades, variam entre U$ 179.99 a U$ 449.99 por fornecedor (ou profissional
da saúde) por mês9. Inclusive, vale observar que drcrhono se utiliza de estratégias
de marketing empresarial moderna para ganhar novos adeptos, enviando
mensagens por e-mail com seus contatos cadastrados sobre utilização e atualização
do software.
Enquanto a saúde pública caminha em passos lentos e burocráticos, a saúde
privada inova a cada dia e aproveita as novas tecnologias para proporcionar opções
e melhorar o suporte a saúde dos pacientes com melhor custo possível (SAUDE
BUSINESS, 2015).
Como exemplo, vale observar dispositivos como o novo bracelete de 10g
denominado LifeCode, que consegue armazenar anos de histórico médico que
podem ser utilizados quando necessários em consultas médicas ou em
atendimentos de urgência/emergência, desde que o profissional da saúde tenha um
9 Tabela de preços acessada no link: https://www.drchrono.com/pricing
37
computador com acesso USB para acessar os dados contidos no bracelete,
conforme demonstrado na Figura 2 (LIFECODE, 2014).
Figura 2 - Pulseira carrega histórico médico para situações de emergência
Fonte: (LIFECODE, 2014) 10
Analisando o que há de mais inovador disponível no mercado em relação a
dispositivos móveis, que podem auxiliar as pessoas na área da saúde, identifica-se a
importância da definição de um modelo para desenvolvimento de aplicativos que,
além de disponibilizar o PEP no dispositivo, consiga também sincronizar
automaticamente esse prontuário com um PEUP, o que justifica investir no
desenvolvimento do modelo para o aplicativo PEUP-M para sincronizar dados com o
PEUP e manter o PEP atualizado, tanto em uma central como no próprio dispositivo,
com a possibilidade de acesso inclusive off-line.
Dentro de um ambiente hospitalar, o PEUP-M poderá ser utilizado por
profissionais da saúde para acessar a síntese de seus pacientes e fazer as devidas
anotações de atendimento / acompanhamento, definindo o que deve ser adicionado
ao prontuário do paciente.
10 LifeCode guarda toda a ficha médica dos pacientes e custa 195 reais (Foto: Divulgação), por Mauricio Xavier [Com reportagem de Raphael Martins e Ricardo Rossetto], 11.abr.2014. Acesse o link: http://vejasp.abril.com.br/materia/pulseira-carrega-historico-medico-para-situacoes-de-emergencia
38
2.8 TECNOLOGIAS QUE PODEM SER INTEGRADOS AO PEUP-M
Um assunto bastante explorado tem sido o auxílio no controle e tratamento do
diabetes através de métodos não invasivos. Hoskins (2014) afirma que há anos vem
sendo realizadas diversas tentativas de se desenvolver métodos não invasivos
através de tatuagens, lágrimas, suor, saliva, impressões digitais e exames do globo
ocular e até mesmo de lentes de contato. Então Hoskins (2014) apresenta o
GlucoTrack que oferece a capacidade de testar o açúcar no sangue através de um
clipe colocado na orelha, conforme podemos observar na Figura 3. Esse clipe faz a
leitura dos vasos capilares e envia ao dispositivo (Figura 4) para armazenamento
temporário.
Figura 3 - Clipe do dispositivo GlucoTrack
Fonte: (HOSKINS, 2014)
Figura 4 - Dispositivo GlucoTrack
Fonte: (HOSKINS, 2014)
Os dados armazenados no dispositivo, depois são descarregados em um
computador pessoal para análise e acompanhamento clínico. Esse dispositivo vem
sendo desenvolvido desde 2009 e a proposta é que, a partir do segundo semestre
de 2014, comece a ser distribuído comercialmente a um custo aproximado de dois
mil dólares e ainda que o clipe deva ser substituído a cada seis meses, por um custo
de cem dólares.
Já Nimlos (2011) apresenta um monitor de glicose preciso, não invasivo
produzido pela empresa C8 MediSensors. Um projeto que vem sendo desenvolvido
39
desde 2003. O dispositivo tem o nome de HG1-c e faz a medição da glucose por
espectroscopia11 e transmite os dados para um iPhone ou Android. Veja dispositivo
na Figura 5.
Figura 5 - Dispositivo HG1-c C8 MediSensors
Fonte: (MEDSENSORS, 2015)
Esse dispositivo foi apresentado no congresso European Association For The
Study Of Diabetes (EASD) realizada em outubro de 2011 em Istanbul, conforme Dr.
Krakauer (2011) apresenta em vídeo no youtube com título “Congresso EASD - Dr.
Marcio Krakauer - Sensor” 12, dando algumas informações sobre o dispositivo. O
preço previsto para o equipamento é de U$ 4 mil em 2011 e de € 3 mil no mesmo
evento na Espanha em 2012.
11
Espectroscopia é a “técnica de aferimento de dados físico-químicos através da transmissão,
absorção ou reflexão da energia radiante incidente em uma amostra. Sua origem encontra-se no estudo da luz visível dispersa de acordo com seu comprimento de onda, por exemplo, por um prisma”. Segundo o site infoescola.com. Mais informações: http://www.infoescola.com/fisica/espectroscopia 12
Link de acesso ao vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=lQIDDa_Dwbc#t=15
40
Como visto, existe no mercado nacional e, principalmente, internacional uma
gama enorme de dispositivos e aplicativos que auxiliam no cuidado com a saúde.
Um modelo de desenvolvimento de aplicativos para dispositivos móveis para
área da saúde pode atender as necessidades de acesso de profissionais da saúde
em informações relevantes dos prontuários de seus pacientes, com a possibilidade
de registrar informações de atendimento ou acompanhamento, além de poder
disponibilizar informações importantes de saúde ao próprio paciente.
Dessa forma, reforça-se a necessidade de criação de um “Modelo de
Disponibilização do Prontuário Eletrônico Único do Paciente em Dispositivos
Móveis”, o PEUP-M.
41
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Antes de maiores detalhes sobre o modelo, faz-se necessário um prévio
resumo do mesmo, para facilitar o entendimento do objetivo proposto por meio de
um diagrama que incorpora o modelo do PEUP-M ao modelo do PEUP, como pode
ser esclarecido na figura 6. Os itens a, b e c da figura 6 representam o modelo
PEUP com suas centrais que se comunicam entre si para o prontuário completo de
cada paciente em sua região geográfica. A síntese é mantida atualizada em todas as
centrais.
O item d da figura 6 representa os Registros Eletrônicos de Saúde
fragmentados entre (hospitais, clínicas, consultórios particulares, operadoras de
planos de saúde, postos de saúde e laboratórios), que detêm informações dos
prontuários oriundos de consultas, exames, acompanhamentos de home care ou
medicina preventiva, atendimentos pré-hospitalares, atendimentos em postos de
saúde ou prontos socorros, exames laboratoriais, ou qualquer informação que seja
importante para o paciente do ponto de vista médico / hospitalar.
O item e da figura 6 representa o servidor middleware que tem a síntese
atualizada por cada Central PEUP e serve como sincronizador entre os DM dos
pacientes ou dos profissionais da saúde, além de servir de redundância da síntese
nas Centrais PEUP.
O item f da figura 6 representa os DM dos pacientes ou dos profissionais de
saúde que fazem sincronização com o servidor middleware para atualização das
sínteses mantidas pelos PEUPs.
42
Figura 6 - Diagrama demonstrativo resumido do modelo PEUP-M
Neste capítulo é apresentado: as tecnologias de desenvolvimento utilizadas,
os métodos adotados na pesquisa, as premissas iniciais do PEUP-M, o
detalhamento do modelo PEUP-M, o Banco de dados do PEUP-M no DM, a
comunicação e sincronização entre os DM e o PEUP, a disponibilização segura do
prontuário no DM, o prontuário no servidor, o descritivo das especificações, os testes
de consumo de Web Service no PEUP JPPF, a criação de um servidor Web
doméstico para testes e o método de segurança adotado na disponibilização dos
dados para os DM.
43
3.1 TECNOLOGIAS DE DESENVOLVIMENTO UTILIZADAS
A tecnologia a ser utilizada para atingir o objetivo esperado, é um dos
primeiros questionamentos que surgem no início de cada projeto. O PEUP-M, como
próprio nome sugere, precisa atingir o maior número de dispositivos móveis possível.
No entanto, este é um projeto experimental e, por isso, o front-end foi desenvolvido
para o sistema que estiver presente na maior quantidade de dispositivos. Segundo o
portal “Convergência Digital”, o sistema Android está presente em 82% dos
dispositivos móveis no Brasil (LOBO, 2015).
Mesmo o PEUP-M sendo um aplicativo que precisará consumir serviços do
PEUP (com suas tecnologias já definidas), é importante que ele se utilize de
conceitos tecnológicos, para se comunicar com as centrais PEUP, sem
dependências das tecnologias utilizadas no desenvolvimento dos servidores. Assim
sendo, diversas tecnologias foram estudadas, objetivando-se a escolha da melhor
tecnologia com o intuito de atingir o maior número de dispositivos possível.
A seguir, uma breve descrição das tecnologias possíveis e relevantes para se
utilizar no desenvolvimento do projeto PEUP-M:
a) Banco de dados SQLite
O SQLite é uma biblioteca compacta de código fonte aberto que provê as
funções básicas necessárias de um banco de dados relacional para armazenamento
de dados em dispositivos com limitados recursos de memória física, como celulares,
PDAs13 e MP3 players. O SQLite é mantido por uma equipe internacional de
desenvolvedores que o utiliza em tempo integral em suas aplicações. O lema de
seus desenvolvedores é mantê-lo pequeno, rápido e confiável (SQLite, 2014).
No PEUP-M, o SQLite tem a função de armazenar e garantir a privacidade
dos dados armazenados, que só podem ser acessados por ferramentas específicas
de manutenção de bancos de dados.
b) Eclipse
Eclipse é mais que um ambiente de desenvolvimento de sistemas. É um
projeto open source supervisionado por um comitê gestor de projetos que
13
PDAs (Personal Digital Assistants). Assistente digital pessoal (computadores de dimensões reduzidas)
44
disponibilizam ferramentas para um ambiente de desenvolvimento (ECLIPSE, 2014).
Tem sido uma das plataformas mais utilizadas para o desenvolvimento de
aplicativos móveis do mercado. Conforme publicação da revista Computerworld
(2014) em uma publicação sobre dicas para jovens talentos que querem dominar a
linguagem Cobol. O Eclipse foi a principal ferramenta de desenvolvimento do
aplicativo do PEUP-M para teste do modelo proposto.
c) NetBeans
O NetBeans foi a IDE que se mostrou mais amigável para o desenvolvimento
de Web Services no lado servidor, onde foi utilizada a linguagem de programação
PHP que permite acesso ao banco de dados MySQL, juntamente com a biblioteca
NuSOAP, que facilita o tratamento dos dados em XML no lado servidor para retorno
para a aplicação no lado cliente. O NetBeans foi utilizado para tratar a comunicação
entre a Central PEUP e o servidor middleware para atualização da síntese do PEUP
e também dos Web Services que fazem sincronização entre os DM e o servidor
middleware. Foi utilizado com a tecnologia Java para integrar a tecnologia JPPF
através da linguagem de desenvolvimento Java, tornando possível o trabalho com
tarefas executadas no servidor controladas pelo servidor de aplicações GlassFish,
que além de controlar a distribuição das atividades da plataforma JPPF, também
controla as solicitações e as respostas do prontuário através de Web Services. O
GlassFish é um servidor de aplicações open source que suporta todas as
especificações da API Java EE, tais como JDBC, RMI, JMS, JMX.
d) Workbench
Ferramenta de desenvolvimento e acesso ao banco de dados MySQL para
auxiliar no tratamento do armazenamento dos dados.
e) Google Maps
O Google Maps disponibiliza um conjunto de funcionalidades interessantes
em relação à localização, visualização e navegação por GPS. Para acesso e
controle das funcionalidades oferecidas pelo Google Maps, é necessário que se
obtenha uma chave de controle a ser inserida no aplicativo, possibilitando seu
registro e distribuição pelo Google Play (https://play.google.com).
45
f) Astah
O Astah é um software de modelagem de sistemas que torna fácil a
compreensão das funcionalidades a serem desenvolvidas em um sistema. Veja mais
em astah.net.
A principal dúvida no momento de começar o desenvolvimento foi a escolha
da linguagem para o desenvolvimento Mobile. Pois estamos vivendo constantes
sobreposições de paradigmas em termos de tecnologia móvel. Neste momento,
cada fabricante tenta impor padrões ou “sair na frente” para se solidificar no
mercado. Esta é uma concorrência que acaba trazendo muitas inovações, mas que
faz com que os produtores de software tenham que dedicar parte de seus recursos
na busca do conhecimento das novas tecnologias.
Neste sentido e com o intuito de escolher as melhores ferramentas para o
desenvolvimento, veio a tentativa de desenvolver um software Mobile genérico, que
atendesse a todos os modelos de todos os fabricantes.
Após diversas pesquisas e testes, a conclusão foi que o projeto PEUP-M
deveria ser desenvolvido na plataforma Android Java EE, com o auxílio da IDE
Eclipse, repositório de dados SQLite e comunicação via Web Service com o servidor.
Esse conjunto de ferramentas traz um desenvolvimento limitado para
dispositivos com o Android, mas traz mais estabilidade e garantia de funcionamento
nestes aplicativos, sem contar que é o Android o sistema operacional mais utilizado
em dispositivos móveis (LOBO, 2015).
3.2 MÉTODOS
Analisando o modelo PEUP que foi desenvolvido para suprir as diversas
necessidades detectadas nos modelos PEPs, tais como: interoperabilidade;
disponibilidade; acesso por parte do paciente; alto volume de dados e distribuição
geográfica do país, identifica-se que o modelo PEUP pode ser melhorado no sentido
de aumentar a disponibilidade de acesso à síntese do prontuário por profissionais de
saúde e pelo próprio paciente.
Este capítulo apresenta um modelo de acesso, armazenamento e distribuição
de dados do PEUP para ser utilizado em dispositivos móveis. Nas sessões
46
seguintes é apresentado o modelo, que foi elaborado com base nos seguintes
requisitos:
Buscar síntese do paciente em uma central PEUP, geograficamente
mais próxima do paciente;
Manter dados cadastrais do paciente;
Sincronizar e manter dados de saúde do paciente (síntese do PEUP);
Disponibilizar síntese para profissionais da saúde em situações de
urgência / emergência;
Dar acesso à síntese do paciente, mesmo que só com o cartão de
memória.
Este novo modelo prevê a baixa (ou ausência temporária de) disponibilidade
de acesso à internet. Dentre as diversas tecnologias disponíveis para
desenvolvimento de aplicativos para dispositivos móveis, as tecnologias descritas no
tópico de tecnologia de desenvolvimento utilizada, foram escolhidas por serem as
mais consolidadas do mercado.
Este capítulo se destina a descrever as validações realizadas no que diz
respeito a preocupações como a disponibilidade dos dados de forma segura, mesmo
estando off-line. Para melhor entendimento do modelo proposto, vamos analisar a
Figura 7:
47
Figura 7 - Diagrama demonstrativo do modelo PEUP com o PEUP-M
A Figura 7 ilustra a sugestão de modelo computacional com interligação entre
os RES e o PEUP. Os RES podem ser hospitais, clínicas/consultórios, prestadores
de serviços Home Care, medicina preventiva, Atendimento Pré-Hospitalar (APH),
RE
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48
laboratórios e Postos de saúde. O PEUP por sua vez se relaciona entre as Bases de
Dados das diferentes regiões e também com o PEUP-M. A comunicação do PEUP-
M com o PEUP é realizada por sua região geográfica ou com o PEUP de outra
região, caso a região do paciente esteja inacessível. Os dados são atualizados
localmente no DM do paciente (celular ou tablet) e pode ser acessado sempre que
necessário, por um profissional da saúde.
3.3 PREMISSAS INICIAIS DO PEUP-M
No conceito do PEUP-M, uma das primeiras preocupações é o volume de
dados, que consiste no armazenamento dos seus dados cadastrais e na síntese do
seu PEUP. O volume do cadastro é pequeno e relativamente constante para todos
os pacientes. Entretanto, o volume de dados do PEUP correspondente aos últimos
24 meses pode variar, de um paciente para outro, de poucos kilo-bytes até dezenas
de gigabytes. Somado a isto, existe a limitação na capacidade de armazenamento e
de comunicação dos dispositivos móveis. Então, conforme estudo realizado por
Azanha e Oliveira (2014), optou-se por armazenar os textos significativos,
correspondente à síntese do PEUP e os hiperlinks que levem às informações mais
detalhadas como imagens, vídeos e outros dados de maior volume. Porém neste
caso, devido ao grande volume de dados é aconselhável que o acesso seja
realizado através de um computador desktop pelo próprio PEUP. A síntese deve
conter as informações referentes aos últimos atendimentos do paciente e
informações relevantes de caráter permanente que devam ser consideradas em
atendimentos de urgência e emergência.
Para os testes iniciais os dados são apenas em texto, armazenados em
banco de dados compacto, exclusivo para DM. Para tornar o PEUP-M viável foi
necessário desenvolver os seguintes artefatos:
Base de dados e programação para manter o banco de dados no DM,
que seja capaz de suportar a síntese do PEUP e dos dados cadastrais
do paciente;
Módulo de comunicação e de sincronização entre os dispositivos
móveis e o PEUP;
49
Módulo de controle para a disponibilização do prontuário para
profissionais da saúde, em casos de atendimentos de urgência ou
emergência.
3.4 DETALHAMENTO DO MODELO – PEUP-M
Para atender os requisitos foram descritos mais detalhadamente os seguintes
tópicos: a) Descrição do modelo de banco de dados no DM com a síntese e dados
cadastrais do paciente; b) Teste do modelo de comunicação e sincronização com o
PEUP; c) Teste do módulo de disponibilização para os profissionais de saúde.
3.4.1 Banco de dados do PEUP-M no DM
Em relação aos dados a serem mantidos no DM do paciente, temos os
seguintes grupos de informações a serem tratadas:
Dados básicos do paciente - Informações cadastrais como: endereço
completo (logradouro, número, complemento, bairro, cidade, estado,
CEP); dados de contato (telefones, e-mails, Skype); documentos (CPF,
RG, CNS); acesso (usuário e senha) e dados do plano de saúde
(numero da OPS na ANS, Matrícula de associado);
Dados biométricos e características individuais - Informações
biométricas: peso, altura, características físicas relevantes; tipo
sanguíneo; antecedentes mórbidos (familiares e pessoais);
Observações sobre glicemia, frequência cardíaca, pressão arterial e
restrições: alimentares e medicamentosas.
Síntese do prontuário – Conforme Azanha e Oliveira (2014): Registros
dos últimos atendimentos médicos, considerando o mínimo de 24
meses. Informações relevantes registradas no prontuário que sejam de
caráter permanente, com doenças crônicas, sequelas, limitações e
restrições de ordem médica. Nesses registros devem constar os
resultados e/ou laudos de exames, relatos de ocorrências que tenha
50
consequências futuras, relato do estado de saúde recente do paciente
(AZANHA; OLIVEIRA, 2014).
Os dados são mantidos no DM através de banco de dados, podendo ser
acessados e atualizados a qualquer momento. Todos os dados são recebidos do
PEUP via sincronização. No entanto, algumas informações, como os relatos de
sintomas do paciente e seus dados cadastrais, podem ser atualizadas pelo próprio
paciente em seu DM e enviado ao servidor PEUP. Já os dados de atendimentos só
podem ser alterados por profissionais de saúde que devem analisar os relatos do
paciente para auxiliar em seu diagnóstico. Desta forma, a síntese disponibilizada no
DM deve manter a integridade com as informações originais.
Os dados de um prontuário não podem ser alterados ou excluídos. O
prontuário deve apenas receber novas observações e registros de exames,
consultas ou observações, por profissionais de saúde. Neste sentido, a síntese é
formada pelas interações dos profissionais da saúde e mantidas em bancos de
dados do PEUP. O paciente por sua vez, pode apenas fazer alterações referente a
configurações do aplicativo em seu DM e algumas informações tais como endereço,
telefone, dados do plano de saúde e relatos de seu estado de saúde por exemplo.
Ainda assim, qualquer informação só é agregada ao prontuário do paciente por um
profissional de saúde.
As seguintes tabelas são utilizadas para manter os dados no DM e no
servidor.
Na Tabela 1 demonstra as tabelas no servidor PEUP:
Tabela 1: Tabelas do servidor PEUP para manter prontuário do paciente.
Nome da tabela Definição
tb_atendimento
Mantêm os dados mais recentes, os mais relevantes do histórico de atendimentos do paciente. Ou seja, a síntese.
tb_prontuario Mantém todos os dados do histórico de atendimentos do paciente, ou seja, mantem a síntese estendida referente à saúde do paciente.
tb_paciente Mantém dados cadastrais do paciente. O CPF será o campo chave para identificação do paciente pelo DM no PEUP.
51
A Tabela 2 apresenta o conjunto de tabelas necessárias para manter os
dados coletados dos DMs e a autenticidade do paciente.
Tabela 2: Tabelas do servidor PEUP para manter autenticidade dos dispositivos.
Nome da tabela Definição
ps_autenticidade Mantém os dados de registros dos dispositivos. Tendo como chave principal o CPF do paciente para controle de seus dispositivos com o PEUP-M instalado através do código IMEI dos dispositivos.
ps_paciente_log_gps Mantém log do registro de locomoção do paciente quando permitido pelo mesmo para monitoramento e movimentação dos dados do paciente entre servidores se necessário.
ps_paciente_perfil Mantém dados cadastrais do paciente realizados pelo próprio paciente no dispositivo.
ps_relato Mantém dados dos relatos dos pacientes que podem ser considerados pelo médico em atendimentos.
Alguns artefatos foram elaborados para definição do modelo:
a) Paciente, Médico, Administrador e Atendente são os atores que formam
quatro casos de uso para interação com o sistema:
Caso de Paciente: Manter paciente, manter relatos, consultar
prontuário, definir médico responsável, manter usuário, Exames
agendados e Consultas agendadas.
Caso de Médico: Manter médico, consultar relatos, consultar
prontuário, manter usuário, Exames agendados e Consultas
agendadas, manter agendamentos.
Caso de uso Atendente: manter usuários, manter agendamentos.
Caso de uso Administrador: manter usuários, manter
agendamentos, manter perfis.
Para maiores detalhes, ver diagrama de casos de uso no Apêndice A.
b) O Modelo de Entidade e Relacionamento (MER) que represente a
definição das tabelas do banco de dados para manter os dados do
paciente em seu DM e no servidor PEUP.
52
Para maiores detalhes, ver diagrama de Entidade e Relacionamento
(MER) no Apêndice A.
c) Diagrama de sequencia de autenticação do paciente e interação com a
síntese.
Para autenticação o sistema solicita o CPF do paciente e uma senha
previamente cadastrada. Os dados são submetidos ao servidor, que
identifica a autenticação do paciente, disponibilizando em tela apenas as
opções do aplicativo pertinentes ao paciente através de seu perfil. Desta
forma, o paciente tem à disposição a opção de manter seus dados
pessoais, manter seus relatos pessoais de saúde e de consultar seu
prontuário.
Para maiores detalhes ver diagrama de sequência para autenticação e
interação do paciente no Apêndice A.
d) Diagrama de sequencia de autenticação do médico e interação com a
síntese.
Para autenticação o sistema solicita o CRM do médico e uma senha
previamente cadastrada. Os dados são submetidos ao servidor, que
identifica a autenticação do médico, disponibilizando em tela apenas as
opções do aplicativo que tem direito através de seu perfil. Desta forma, o
médico pode manter seus dados pessoais, consultar o prontuário de seus
pacientes para atendimento no dia e registrar informações no prontuário
do paciente, submetendo texto, imagem, som ou vídeo.
Para maiores detalhes ver o diagrama de sequência para autenticação e
interação do médico no Apêndice A.
A comunicação inicia-se na interface do DM do paciente ou do médico, efetua
autenticação no DM para disponibilizar as opções pertinentes à cada perfil e ao fazer
a sincronização com o servidor, efetua autenticação para garantir a segurança da
informação.
O servidor gera as informações para enviar para o DM e gera também um
HASH que é verificado no lado cliente pelo aplicativo no DM. Caso o HASH não
confira, os dados são descartados e nova sincronização é realizada.
53
3.4.2 Comunicação e sincronização entre dispositivos móveis e o PEUP
A comunicação entre o DM do paciente e o PEUP se dá das seguintes
formas:
Sempre que o paciente solicitar;
Sempre que o paciente modificar alguma informação cadastral ou
acrescentar relatos ou dados sobre sua saúde;
Sempre que informações forem adicionadas em seu prontuário por
profissionais de saúde.
Como o objetivo deste modelo é que funcione também com o dispositivo off-
line, toda vez que houver a necessidade de sincronização dos dados, será verificado
se há conexão com a internet. Caso não seja possível, a sincronização ficará
pendente, sendo checada a disponibilidade de rede periodicamente, até que a
sincronização seja concluída.
Na primeira vez que o aplicativo for executado no dispositivo, as tabelas de
armazenamento local são criadas e a primeira sincronização realizada. Assim todos
os dados cadastrais, de saúde e a síntese do prontuário serão atualizados no
dispositivo.
Depois, caso não haja conexão com a internet o paciente poderá utilizar as
funcionalidades do aplicativo. Todas as inserções que ocorrerem off-line são
atualizadas no PEUP ocorrem por meio de sincronização, sempre que houver
conexão com a Internet e o paciente autorizar.
Uma vez que o prontuário esteja atualizado no DM do paciente, através de
suas interações e sincronizações com uma central PEUP, estes dados podem ser
utilizados a qualquer momento em atendimentos de rotina, emergência, urgência, ou
enviado para um profissional da saúde para análise.
No próximo tópico são apresentadas alternativas de como essa
disponibilização ocorre.
54
3.4.3 Disponibilização segura do prontuário no DM
Ao pensar em disponibilizar os dados do prontuário do paciente, é importante
garantir que estes dados são disponibilizados de forma segura e integra.
Adesina et al. (2011, p.1) define que a necessidade de segurança e
privacidade estão ligados diretamente à questão da ética médica e expectativas
sociais. O direito de acesso aos dados, bem como onde, quando e como serão
armazenados e ainda a segurança durante a transmissão e o direito de análise dos
dados são definições políticas e de governo.
O dinamismo com que a tecnologia vem se desenvolvendo nas últimas
décadas, nos faz refletir a cada dia sobre o papel dessa tecnologia no âmbito de
possibilitar uma melhor qualidade de vida para as pessoas.
A tecnologia móvel (mobile), por exemplo, tem se desenvolvido de forma as
vezes "espantosa" nos últimos anos, e ainda assim, quando se faz uma análise de
seu potencial, conclui-se que as possibilidades são infinitas.
Uma maneira de tornar a tecnologia móvel mais útil e talvez até indispensável
seja sua utilização como ferramenta de apoio na área da saúde em geral.
Considerando a afirmação de Pinochet (2011, p.390) que diz que:
O futuro das redes e tecnologias sem fio é promissor, pois estão promovendo a convergência entre telefonia celular (smartphones) e computação móvel (PDAs com comunicação), além de viabilizar redes digitais de área local e de área ampla de alto desempenho, graças às novas tecnologias Wi-Max e OFDM.
É possível se desenvolver aplicações que venham cada vez mais contribuir
para a manutenção da saúde da população em geral, bem como auxiliar em casos
de emergência ou monitorar determinados fatores da saúde para determinação de
tratamentos preventivos a eventuais gravidades (LIMA, 2010, p.12).
Um grande avanço tecnológico tem sido visto por parte das empresas que
tem desenvolvido e implantado sistemas como PEP para melhor atender e dinamizar
o acesso aos dados principalmente no tocante ao âmbito comercial (PINOCHET,
2011, p.388).
Em se tratando de segurança, vale destacar que o Sistema Operacional (SO)
Android tem seu próprio sistema de segurança baseado em "uma estrutura de
aplicativo, bibliotecas de aplicativo e um tempo de execução com base em máquina
virtual" denominada Dalvik, executado em um kernel do Linux que gerencia
55
processos, memória, rede, drivers, etc. (ORTIZ, 2010). A ideia é que o
desenvolvedor não tenha que se preocupar com a segurança de seus aplicativos,
pois outros processos "não podem acessar seu código ou dados privados", a menos
que se tenha permissão específica para isso (ANDROID, 2014).
Com essa afirmação, entendemos que os aplicativos com banco de dados
desenvolvidos para a plataforma Android conta com a segurança do próprio SO em
relação a integridade dos dados.
A comunicação entre os dispositivos móveis e a central PEUP será realizada
através de um protocolo rede segura, o HyperText Transfer Protocol Secure
(HTTPS), que por si garante a criptografia dos dados na transmissão, para garantir
que os dados, mesmo que interceptados, não possam ser cifrados por pessoas não
autorizadas.
É de suma importância que ao pensar na comunicação, seja considerado os
requerimentos necessários na segurança em comunicação de dados (ETI, 2012;
MOECKE et al., 2010; REIS, 2014), que pode ser obtida com uma assinatura digital:
Autenticação: Que deve garantir que a mensagem é originada pelo
emitente, através do uso de usuário e senha, smart cards ou de meios
biométricos se autentica em determinado servidor.
Integridade: Garantir a integridade da informação enviada pelo
emitente ao receptor, através do uso do cálculo de Hash.
Confiabilidade: Garantir que as informações serão acessadas somente
por pessoas autorizadas.
Não-Repúdio: Garantir que não haja como ser negado o envio das
informações pelo emissor, obtido através da utilização de assinaturas
com certificados digitais.
Técnicas de criptografia simétrica ou assimétrica devem ser utilizadas. Na
técnica simétrica, tem-se um remetente que enviará uma mensagem ao destinatário,
sendo essa mensagem encriptada com o auxilio de uma chave privada. A
mensagem criptografada trafega sobre a rede e chega ao destinatário, conforme
demonstrado na parte superior da Figura 8.
Já a técnica de criptografia assimétrica, são duas chaves, sendo uma pública
e outra privada. Para transmitir uma mensagem com segurança através dessa
56
técnica, o emitente encripta a mensagem com a chave pública do destinatário que
só poderá ser decriptografada com a chave privada do mesmo. Para melhor
elucidação, observar a Figura 8.
.
Figura 8 - Criptografia de Chave Privada
Em relação à integridade, utiliza-se a técnica do cálculo de Hash para verificar
se determinada informação ou conjunto de dados estejam íntegros. Ou seja, que
não foram modificados a partir de sua origem.
A fórmula: c=E(k,m); representa a encriptação dos dados. E a fórmula:
m=D(k,c); representa a desencriptação. Sendo que: m = texto (ou mensagem) a ser
encriptado; c = texto cifrado (ou, já com a encriptação aplicada); k = chave de
criptografia; E = algoritmo de encriptação; D = algoritmo de desencriptação. Os
algoritmos devem ser relacionados através de uma “Equação de Consistência”:
m=D(k,E(k,m)).
É de suma importância garantir o não-repúdio, através da técnica de
assinatura digital de criptografia assimétrica, que deve funcionar da seguinte forma:
o remetente gera a mensagem desejada encriptada com a chave privada, passando
a chave pública para o destinatário poder abrir. Isso prova que a assinatura partiu do
remetente específico. A assinatura digital consegue garantir três princípios básicos
da criptografia, autenticação, não repúdio e integridade.
Como o foco desse trabalho destina-se à questão da disponibilização do
PEUP ao paciente, é importante considerar que a questão de segurança e direito de
acesso ao prontuário pelo paciente é assunto tratado e resolvido. Desta forma, vale
57
salientar que os meios de seguranças e critérios éticos devem ser seguidos para
que o acesso ao PEUP através de dispositivos móveis esteja dentro da legitimidade
exigida.
3.4.4 Segurança na disponibilização dos dados no DM
Para assegurar o acesso seguro ao aplicativo do PEUP-M foi desenvolvido
com mecanismo de segurança que verifica autenticidade do DM no servidor através
do CPF e do IMEI do DM toda vez que uma nova versão for instalada. No caso de
mais de um IMEI registrado no servidor, o usuário tem a opção de desabilitar um dos
DM ou deixar que o sistema seja executado em diversos DM. No caso de um
determinado DM não estar mais em poder do paciente, o mesmo poderá ser
desabilitado para acesso. O aplicativo no dispositivo desabilitado terá seus dados
eliminados em qualquer tentativa de acesso. Esse mecanismo de funcionamento
está descrito no item Start (ou principal) no tópico de “Descritivo das especificações”.
É importante lembrar que para implantar o modelo de forma eficiente, não se
deve ignorar um modelo de segurança para comunicação, armazenamento e acesso
seguro. Além de protocolo seguro de comunicação (HTTPS), criptografia para
armazenamento e Hash para verificar integridade dos dados transmitidos. É
importante a implantação de assinatura ou certificado digital e outros programas de
criptografia (CERT.BR, 2015).
O Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no
Brasil (CERT.BR) disponibiliza em http://cartilha.cert.br uma cartilha completa de
segurança para internet, que deve ser considerada na implantação desse modelo,
além dos Níveis de Garantia de Segurança (NGS) disponíveis na cartilha sobre PEP
e certificação de sistemas de RES (SBIS, 2015).
58
3.5 SOFTWARE
3.5.1 Prontuário no servidor
Para que o projeto pudesse ser colocado em prática com testes acessando
diretamente a grade computacional JPPF, foi criado um domínio para hospedagem
denominado: http://peup.adm.br.
Para manter dados de simulação das sínteses e informações sobre o projeto
PEUP-M, foi criado o subdomínio http://peup.aas.pro.br.
É importante lembrar que no servidor do PEUP, o histórico completo de
atendimentos, é mantido em uma tabela (tb_prontuario). Estes dados nunca são
eliminados. No entanto, os dados mais recentes ou mais relevantes para servir de
base para um atendimento de rotina ou de urgência/emergência, estão mantidos em
outra tabela denominada (tb_atendimento). Os dados são armazenados inicialmente
na tabela tb_atendimento e transferidas automaticamente via trigger (gatilho) no
banco de dados para a tabela tb_prontuario. Sendo os registros mais antigos, de
caráter temporário, ou menos significativos para atendimentos, eliminados da tabela
de atendimentos, conforme apresentado na sessão 3.4.1.
O conjunto de tabelas necessárias para manter os dados coletados dos
dispositivos móveis e a autenticidade do paciente pode ser visto na sessão 3.4.1.
Além dessas tabelas, foram desenvolvidos e disponibilizados alguns Web
Services que são consumidos pelos dispositivos móveis, como apresentado na
Tabela 3.
Tabela 3: Web Services no servidor PEUP para consumo nos dispositivos.
Operação Definição
getOutroDispositivo Retorna uma lista de dispositivos cadastrados no mesmo CPF do paciente, exceto o dispositivo que está fazendo acesso no momento. Requer os argumentos CPF do paciente e IMEI do dispositivo.
getAutenticidade Retorna informações para checagem de autenticidade do paciente. Requer os argumentos CPF do paciente e IMEI do dispositivo.
getPaciente Retorna os dados do paciente registrados pelo próprio em seu(s) dispositivo(s). Requer o CPF do paciente como argumento.
59
lockDispositivoRequest Bloqueia dispositivos do próprio paciente na Central PEUP. Os dispositivos que podem ser bloqueados são obtidos através da operação getOutroDispositivo. Requer CPF do paciente e IMEI a ser bloqueado.
setDispositivo Registra o dispositivo na Central, na primeira execução do aplicativo. Requer CPF do paciente e IMEI do dispositivo.
getAtendimentos Retorna os atendimentos mais relevantes (síntese) para manter no DM.
O IMEI do dispositivo é obtido automaticamente pelo aplicativo.
No servidor, a Central PEUP tem a responsabilidade de receber as
solicitações realizadas pelo aplicativo PEUP-M executados nos dispositivos dos
pacientes.
Os dispositivos móveis através do aplicativo PEUP-M, são encarregados de
manter as informações necessárias dos pacientes e acionar o servidor (Central
PEUP) para enviar informações dos dispositivos e receber essas informações se
necessário no futuro em um novo dispositivo ou receber dados referentes à Síntese
de seu prontuário.
A seguir são apresentados os requisitos usados no desenvolvimento do
aplicativo para o DM, no intuito de detalhar a análise do software.
3.5.2 Descritivo das especificações
Após o aplicativo ser baixado do site www.peup.aas.pro.br e instalado,
executa-se o mesmo pela primeira vez. O resumo metodológico vem justificar a
teoria e apresenta as funcionalidades desenvolvidas na aplicação, dividida em
tópicos:
1) Start (ou Principal)
Ao ser acionado, o aplicativo faz alguns testes iniciais, para identificar
alguns fatores que determinam seu comportamento, que estão relacionados
abaixo.
60
Se for a primeira execução, é criado um banco de dados compacto no DM
e alguns valores são inicializados, conforme descrito no item “Preferências” deste
tópico.
O aplicativo passa a obedecer às configurações padrão ou
personalizadas, tais como:
Primeiro acesso no DM.
Troca do DM e registro de mais de um DM no PEUP
Verificação de autenticidade do dispositivo.
Ao iniciar o aplicativo, já nas primeiras interatividades do usuário, o
aplicativo deve detectar o IMEI (International Mobile Equipment
Identity) do DM e efetuar as seguintes verificação:
Se nas preferências locais do dispositivo estiver registrado que o
PEUP-M está bloqueado, apenas apresenta mensagem de
bloqueio.
Ver tela de bloqueio no Apêndice B.
Caso não haja bloqueio do PEUP-M registrado nas preferências
do DM, o aplicativo faz contato com a central PEUP para
verificar se o dispositivo não foi bloqueado por uma instalação
em outro dispositivo ou por opção do próprio paciente. Caso seja
encontrado bloqueio na central, registra-se nas preferências do
dispositivo para que em futuras execuções do aplicativo não
haja necessidade de contato com a central para exibir
mensagem de aplicativo bloqueado. Na condição de bloqueio
todas as informações do paciente são eliminadas do dispositivo.
Esta verificação é realizada via Web Service.
Ver Web Service – Operações: getAutenticidade no Apêndice C.
Em todos os acessos é feita a verificação de bloqueio do dispositivo.
Caso o dispositivo seja válido são solicitados o nome e o CPF do
paciente, com o objetivo de registrar estas informações no dispositivo e
verificar na central PEUP se o paciente está acessando seu prontuário
do mesmo dispositivo que acessou da última vez.
Ver tela de registro de autenticidade no Apêndice B.
61
o Se os dados do paciente forem encontrados na central PEUP, os
mesmos são atualizados no dispositivo. Estes dados são obtidos
da central através do Web Service getPaciente.
Ver Web Service – Operações: getPaciente no Apêndice C.
o Após confirmação do nome e CPF do paciente, informado em sua
primeira execução, o dispositivo é registrado na central PEUP via
Web Service.
Ver Web Service – Operações: setDispositivo no Apêndice C.
Esta atualização ocorre mesmo que o IMEI do dispositivo seja
diferente, proporcionando ao paciente a possibilidade de migrar a
utilização do aplicativo de um DM para outro ou manter seus dados
atualizados em mais de um DM.
o Se na central PEUP existir CPF com IMEI diferente do DM que está
acessando, o PEUP-M perguntará ao paciente se deseja bloquear
o aplicativo no outro dispositivo. O Web Service apresentado no
“Apêndice C – Web Service – Operações: getOutroDispositivo” tem
o objetivo de obter os dados de outros dispositivos registrados com
mesmo CPF na central PEUP, habilitados a utilizar o PEUP-M. Em
caso de opção de bloqueio do uso do PEUP-M, O Web Service
apresentado no “Apêndice C - Web Service – Operações:
lockDispositivo” se encarrega de enviar comando de bloqueio de
cada dispositivo, que será solicitado ao paciente.
Verificação e registro da localização GPS. Em caso de necessidade de
localização rápida do paciente ou monitoramento, o recurso de
localização GPS pode ser ativado para que a localização do paciente
possa ser enviada à central PEUP constantemente. Se o recurso for
ativado o PEUP-M faz o registro de mudança de localização GPS
obedecendo a uma quantidade de verificações por determinado tempo
(que pode ser em horas, minutos ou segundos). Também obedecer a
uma distância mínima de locomoção que pode ser em quilômetros,
metros ou centímetros.
Com esta parametrização é possível a identificação de um
deslocamento do paciente entre cidades ou regiões, ou mesmo um
62
monitoramento de deslocamento de forma intensiva e minuciosa, e
ainda on-line e em tempo real (real time).
Verificação e envio automático de dados à central PEUP. Ao atingir o
tempo determinado (em horas, minutos ou segundos), desde que haja
conexão com a Internet, o aplicativo faz o envio de informações de
registros de locomoção GPS e dos dados de perfil atualizados pelo
paciente.
Será registrada a data/hora em que foi feito a ultima checagem e
atualização na central PEUP.
Verificação e recebimento automático da síntese da central PEUP para
sincronização. Ao atingir o tempo determinado (em horas, minutos ou
segundos), desde que haja conexão com a Internet, o aplicativo faz o
recebimento da síntese da central PEUP, desde que o mesmo tenha
tido alguma atualização.
Será registrada a data/hora em que foi feito a última checagem e
atualização no dispositivo.
Verificação de lembretes. O dispositivo pode lembrar o paciente sobre
horário de tomar remédios, de realizar algum autoexame, de ir ao
hospital, clínica ou laboratórios para realização de consultas ou
exames, ou retirada de resultados.
Exibição de lembretes e LOGs. Na tela de start são apresentados
separadamente os lembretes previamente agendados e os LOGs
acima determinados. - Por exemplo: Data/hora de última tentativa e
atualização do perfil na central PEUP; - Data/hora de ultima tentativa e
atualização da síntese no dispositivo. Data/hora de desativação de
dispositivo; - Data/hora de instalação do aplicativo, etc.
2) Perfil
É exibida uma lista de perfis cadastrados, com o nome, CPF e dispositivo.
Ao ser selecionado um dos itens da lista, é dada opção para realizar as
seguintes operações:
Desativar um determinado dispositivo (desde que haja mais que um).
Manter dados pessoais e de endereço do paciente.
63
A inclusão do paciente é realizada automaticamente logo após ser
informado nome e CPF e identificação do IMEI, conforme descrito no
start da aplicação. No entanto outros dados tais como telefones e,
dados de plano de saúde podem ser atualizados sempre que
necessário.
3) Sincronização
A sincronização é o envio dos dados coletados pelo aplicativo no DM para
central PEUP e o recebimento da síntese atualizada do prontuário para
armazenamento no DM. Esta sincronização ocorrerá automaticamente.
No entanto, caso seja necessário, a sincronização tanto para envio como para
recebimento o paciente pode iniciá-la em opção específica.
3.1. Exportar perfil
Os dados do perfil do paciente armazenados no dispositivo são
exportados para cartão SD no formato XML. Com essa funcionalidade, o
aplicativo visa suprir a necessidade de acesso por profissionais da saúde
em acesso ao próprio DM ou através do cartão SD colocado em outro
dispositivo ou PC.
3.2. Enviar perfil
Enviar informações do perfil para a central PEUP. (utilizando formato CSV
para minimizar impacto de quantidade de dados a trafegar na rede).
Este envio visa manter os dados de perfil atualizados na central PEUP,
possibilitando o acesso por profissionais da saúde se necessário e ainda a
atualização do perfil em outros dispositivos ou recuperação do perfil se
necessário reinstalação do aplicativo no mesmo dispositivo.
O perfil é atualizado na central PEUP;
Os dados de deslocamento GPS são inseridos na central PEUP e
eliminados do DM. Uma vez que estes dados servem apenas para
monitorar o deslocamento do paciente para ação preventiva de socorro
ou atendimento, eles também serão eliminados da central PEUP se
gerados em um período superior a três meses. (não eliminando caso
64
haja um número menor ou igual a 1000 registros de LOG,
independente do tempo em que foi gerado).
3.3. Receber síntese
A síntese do paciente é solicitada à central PEUP através do consumo de
um Web Service específico (getAtendimentos). O resultado dessa
operação é um arquivo XML em memória interna (com integridade
protegida) ou memória externa (cartão SD) para utilização por
profissionais da saúde. Esta opção disponibiliza os dados para acesso por
terceiros (profissionais da saúde, por exemplo, podem guardar os arquivos
para análise futura).
Os dados disponibilizados em memória externa precisam ser validados
através de Hash para verificar sua autenticidade.
4) Visualização
4.1. LOG GPS
Os registros de LOG da mudança de localização realizados por GPS
poderão ser visualizados e analisados no dispositivo, até o momento em
que forem enviados à central PEUP e eliminados do dispositivo.
4.2. Perfil
Visualização da última versão do perfil, previamente exportado no formato
XML.
4.3. Síntese PEUP
Visualização da última versão da síntese previamente recebida da central
PEUP e transformada em arquivo XML.
5) Preferências
Habilitar rastreamento GPS: Pode ser ativado o rastreamento GPS
a qualquer momento, a fim de registrar os deslocamentos regionais
para que o PEUP seja automaticamente remanejado entre
servidores para garantir possibilidade de uso imediato em novo
destino, ou ainda o registro de deslocamento para monitoramento
65
de paciente que necessite de cuidados especiais ou de
atendimento de emergência ou socorro.
Configuração para verificação GPS: Pode ser determinada a
distância mínima de mudança de localização para verificação de
posicionamento GPS, que pode ser em centímetros, metros ou
quilômetros.
Quantidade de verificação para sincronização em determinado
tempo: o PEUP-M pode ser configurado o aplicativo para que faça
um determinado número de verificações em determinado tempo,
que poderá ser em horas, minutos ou segundos.
Intervalo de tempo de sincronização dos dados do DM com a
central PEUP: configuração de intervalo de tempo para envio dos
dados atualizados no dispositivo para a central PEUP. O intervalo
poderá ser determinado em horas, minutos ou segundos.
3.5.3 Teste de consumo de Web Service no PEUP JPPF
Inicialmente, um Web Service foi desenvolvido na linguagem de programação
Java para retornar o prontuário do paciente, com o proposito de realizar os testes
funcionais do recurso computacional. O serviço é executado em servidor GlassFish
que recebe as solicitações do paciente e aciona tarefas da grade computacional
JPPF para distribuir o processamento entre os Nodes disponíveis. Para ver exemplo
de execução desse Web Service, veja o “Apêndice F - Exemplo de teste de Web
Service para obter dados do paciente”.
Depois de informado valor do parâmetro exigido pelo exemplo acima, o
resultado em formato XML pode ser visto no “Apêndice F - Exemplo de teste de Web
Service com dados obtidos do paciente”, assim como os dados de configurações do
WSDL são demonstrados no “Apêndice F - Exemplo de teste de Web Service para
obter dados do paciente – WSDL”.
O ambiente computacional para realização do teste se deu em um laboratório
de informática com a utilização de sete máquinas físicas (Physical Machine – PM) e
66
seis máquinas virtuais (Virtual Machine – VM), conforme demonstrado na Figura 9 e
na Figura 10.
Figura 9 – Mapeamento de rede das PMs para execução de teste do PEUP na grade Computacional
JPPF.
67
Figura 10 – Mapeamento de rede da VMs para execução de teste do PEUP na grade Computacional
JPPF.
3.5.4 Criação de um Servidor Web doméstico para testes
Para a realização dos testes o ideal seria instalar todo ambiente JPPF com o
Driver, Nodes, Administrador e MySQL, além de um Servidor Web em um ambiente
próprio, pois são configurações específicas, que não estão disponíveis a preços
acessíveis, nos provedores tradicionais. Então, optou-se por produzir um ambiente
de testes doméstico.
Todo ambiente foi instalado em dois Notebooks com Windows, com rede local
entre as máquinas físicas e máquinas virtuais criadas com o software Oracle VM
VirtualBox. No entanto, como disponibilizar o acesso através da Web, com baixo ou
nenhum custo adicional?
O problema foi solucionado através das seguintes ações:
• Criação de um domínio no registro.br (peup.adm.br);
68
• Criação de uma hospedagem de redirecionamento na LocaWeb;
• Criação de um subdomínio para resolver DNS dinâmicos no no-ip.com;
• Configuração do roteador de internet (Modem Mini ADSL Sem Fio W-
M1120) para enviar os IPs dinâmicos ao no-ip.com;
• Configuração no provedor LocaWeb para redirecionar as entradas de
peup.adm.br para o no-ip.com (subdomínio peup-sp.no-ip.org:88);
Na Figura 11 pode ser observado um diagrama do modelo de comunicação
que foi adotado para a realização dos testes.
Os testes resumem-se no acesso ao PEUP através dos seguintes passos:
Chamada ao link http://www.peup.adm.br na nuvem;
Redirecionado automaticamente para o no-ip no endereço peup-sp-no-
ip.org que redireciona para o roteador local;
O roteador redireciona para o equipamento local onde se encontra o
conjunto de computadores físicos ou virtuais com a Grade JPPF
instalada e configurada para responder as solicitações.
Figura 11 – Modelo de comunicação adotado nos testes.
Notebooks: Equipamentos
físicos (Windows)
Registro.br: peup.adm.br
No-ip.com: peup-sp.no-ip.org
VMs (JPPF - Driver, Node,
MySQL), instaladas no notebook 2.
VM (JFFP - Admin e Web-Server Java), instalado no notebook 1
69
O detalhamento da implementação da grade computacional JPPF está
descrito no “Apêndice D - Ambiente de testes da grade computacional JPPF”. O
domínio peup.adm.br e o subdomínio peup-sp.no-ip.org foram criados apenas para
testes de acesso direto à grade computacional JPPF. Neste anexo, está sendo
apresentada a criação do ambiente, através da criação de VMs que compõe a grade
computacional JPPF, sendo:
- Uma VM para o Driver JPPF (encarregado de gerenciar a execução das
tarefas distribuídas na grade);
- Uma VM Node JPPF (nó encarregado de fazer o processamento solicitado
pelo Driver JPPF);
- Uma VM para o Banco de Dados que será acessado pelos processamentos
realizados pelas tarefas distribuídas nos Nodes;
- Uma VM Admin JPPF para monitorar e gerenciar toda grade computacional
JPPF.
A grade computacional JPPF pode a qualquer momento agregar outros
Drivers e Nodes, tanto quanto forem necessários para que o bom desempenho dos
processamentos necessários.
70
4 RESULTADOS
O resultado deste projeto foi obtido pelas respostas dos serviços
disponibilizados nos servidores de conteúdo e do aplicativo para DM, conforme
apresentado a seguir.
4.1 PRONTUÁRIO NO SERVIDOR
Os serviços foram disponibilizados em servidores de diferentes configurações.
Um dos servidores utilizados foi um provedor popular de internet e o outro, um
servidor de Grade Computacional JPPF. Para uma melhor ideia da distribuição do
ambiente de testes da grade computacional JPPF, pode ser consultado o “Apêndice
E - Criação de um Servidor Web doméstico para testes”.
O prontuário no servidor Web se conecta diretamente a grade computacional,
pode ser acessada e atualizada por profissionais da saúde em geral. Estes
profissionais atualizam os prontuários dos pacientes de acordo com os atendimentos
realizados.
Cada Central PEUP se comunica com as outras centrais através de
sincronização de bancos de dados pela plataforma JPPF, sempre que for necessário
o transporte de um grande volume de informações, que é o caso da transferência
entre servidores da síntese estendida ou completa do paciente.
No caso da disponibilização da síntese dos dados a serem sincronizados com
os dispositivos móveis dos pacientes, observou-se que um pequeno aplicativo
desenvolvido e instalado no servidor JPPF sincronizando com o servidor em Nuvem,
dá ganho de desempenho e maior disponibilidade para o paciente. Vale observar
também que nos testes realizados com acesso diretamente à plataforma JPPF
utilizou-se do recurso de um DNS para resolver Web Sites que não possuem
numero de IP fixo (no-ip.com). Este recurso influencia negativamente o desempenho
de comunicação, pois exige maior quantidade de processamento a cada acesso que
é realizado na base do PEUP.
Na Figura 12 é apresentado um esquema do processo de sincronização dos
dados a serem disponibilizados aos pacientes através do aplicativo em execução no
71
servidor de grade computacional (Central PEUP). As Centrais PEUP se conectam
com o servidor Web em Nuvem e os pacientes também se conectam com a Nuvem
com seus dispositivos móveis.
É importante destacar que cada Central PEUP (1, 2 e 3) apresentada na
Figura 12, corresponde a uma rede que composta por grades computacionais JPPF
de cada região.
Desta forma, cada Central PEUP se comunica uma com a outra através do
modelo definido por Azanha e Oliveira (2014), e se comunicam com o servidor em
Nuvem para facilitar o acesso à síntese do PEUP de forma simplificada e ágil.
Figura 12 – Sincronização de dados entre JPPF e Servidor em Nuvem.
Cada Central PEUP (ou grade computacional JPPF) atualiza a síntese do
paciente na Nuvem assim que houver dados novos. Isso garantirá que assim que o
paciente acessar com seu sistema no DM (manualmente ou através de tarefa
agendada, periódica), os dados estarão atualizados.
Cada Central PEUP pode através do mesmo software de sincronização,
buscar na Nuvem dados de outra Central PEUP em relação à síntese que não esteja
atualizada localmente. Desta forma, garante-se a redundância dos dados da síntese
que não fica dependente de apenas uma Central PEUP. Neste caso, mesmo que
uma ou mais Centrais PEUP fiquem temporariamente inacessível, as demais
tratarão de manter os dados da síntese disponíveis na Nuvem.
Utilizando-se um servidor em nuvem para centralizar as informações a serem
disponibilizadas como síntese dos prontuários aos pacientes, evita-se também que o
72
aplicativo no dispositivo tenha que identificar o servidor PEUP de acesso aos dados
via GPS.
Uma das premissas definidas na metodologia do projeto baseia-se em:
“Buscar síntese do paciente em uma central PEUP, geograficamente mais próxima
do paciente”.
Com a utilização desta ferramenta de sincronização, essa premissa está
sendo alterada e se justifica, através da identificação do auto consumo de bateria
dos dispositivos quando há a necessidade em manter o GPS ativo por muito tempo
e a possibilidade de não ter acesso de imediato ao servidor PEUP mais próximo por
falta de conexão, fazendo com que o aplicativo tenha que continuar tentando outros
endereços até conseguir a sincronização desejada.
A identificação do posicionamento GPS do paciente passa a ter a
necessidade de utilização apenas quando for necessário em casos especiais, do
monitoramento remoto do mesmo por alguma necessidade específica.
Veja tela de configuração de conexões do software de sincronização (Central PEUP
Control) na Figura 13.
73
Figura 13 – Software sincronizador entre Central PEUP e servidor Web em Nuve.
4.2 PRONTUÁRIO NO DISPOSITIVO MÓVEL
O PEUP-M é responsável por averiguar de tempos em tempos se há novas
informações no servidor disponibilizadas pelas Centrais PEUP para serem
atualizados no DM do paciente.
A sincronização e o intervalo de tempo entre cada sincronização é
parametrizada no aplicativo do DM. O exemplo dessa parametrização pode ser visto
através das seguintes figuras:
A Figura 14 apresenta os principais parâmetros definidos e um botão que dá
acesso para redefinição desses parâmetros e a Figura 15 apresenta a lista de
opções de parâmetros que podem ser redefinidos;
74
Figura 14 - Tela de Parâmetros Figura 15 - Tela de redefinição de parâmetros
A Figura 16 e a Figura 17, apresentam telas de ajustes do intervalo de tempo
entre as checagens de mudança de localização GPS e a Figura 17 apresenta a tela
de ajustes de distância de apontamentos do GPS para que seja considerada
mudança de locomoção do paciente;
75
Figura 16 - Tela – Edição de checagens Figura 17 - Tela – Edição de distância
A Figura 18 apresenta a tela de ajustes do intervalo de tempo entre as
sincronizações com a Central PEUP e a Figura 19 apresenta a tela inicial do
aplicativo, toda vez que for iniciado (desde que não seja a primeira execução, que
não depende mais de sincronização).
Os itens “Alt:” e “Vel:” da Figura 19 correspondem à altitude e velocidade
retornados pelo GPS e não foram utilizados no escopo deste trabalho.
76
Figura 18 - Tela – Edição sincronização Figura 19 - Tela – Apresentação inicial
Uma vez que o PEUP-M entende que a síntese do paciente deve ser
atualizada, ele tenta fazer a atualização automaticamente. Caso não seja possível
devido à falta de conexão com a internet, a atualização é efetivada assim que a
conexão for retomada.
Vale observar que o limite de armazenamento varia de acordo com o modelo
dos DM devido a capacidade de armazenamento livre cada dispositivo.
Outros modelos de dispositivos podem ser utilizados para execução do
aplicativo. Em modelos mais antigos o aplicativo pode não corresponder,
observando porem que, os modelos utilizados para testes já não são modelos de
última geração. Conforme “Apêndice G - Tela de criação de aplicativos da IDE
Android Studio”, utilizando-se a API 14 para Android 4.0, a abrangência de
compatibilidade é de 94%.
Considerando-se que cada registro de LOG de GPS necessite de 16 bytes
para armazenar (CPF, latitude, longitude, altitude e velocidade), armazenando um
registro de locomoção por minuto, teríamos a necessidade de um espaço de 675
kbytes para armazenar um mês de LOG.
77
Toda vez que o aplicativo sincroniza os dados com o servidor, uma
mensagem é exibida no dispositivo, conforme mostra a Figura 20, que apresenta a
tela inicial do PEUP-M em um DM Samsung Galax Tab II.
Figura 20 - Tela inicial do PEUP-M no Samsung Galax Tab II com Android
A Figura 21 apresenta um exemplo da exibição da síntese do paciente,
também em um DM Samsung Galax Tab II.
Figura 21 - Tela de visualização de Síntese do PEUP-M em um Samsung Galax Tab II
Os dados apresentados são inseridos por profissionais da saúde em
atendimento hospitalar ou ambulatorial por interface do sistema PEUP. Para facilitar
a complementação da síntese, pode ser utilizado um banco de palavras e frases
78
formado pelos próprios profissionais da saúde que definem novas palavras e frases
a serem inseridos ao repositório.
4.3 DISPONIBILIDADE DA SÍNTESE OFF-LINE
O PEUP com o poder de seu processamento dinâmico e expansível através
da grade computacional JPPF resolve a questão do processamento e
armazenamento dos prontuários completos em diversas Centrais PEUP espalhadas
pelo país (AZANHA; OLIVEIRA, 2014).
O software sincronizador instalado em cada Central PEUP é responsável pelo
envio dos dados recentes referente às sínteses para um servidor Web em Nuvem. O
aplicativo PEUP-M instalado nos dispositivos móveis dos pacientes é responsável
em atualizar os dados nos dispositivos, através da sincronização com o servidor
Web na Nuvem sempre que possível e necessário.
Desta forma, a síntese do paciente estará em seu poder. Em seu celular ou
tablet para ser utilizado sempre que necessário, mesmo que o dispositivo não esteja
conectado à internet no momento de sua necessidade.
Alguns testes foram realizados para identificar o tempo de sincronização dos
dados diretamente do DM com a Central PEUP para validação do método. Observe
os resultados obtidos analisando a Tabela 4.
Tabela 4 – Teste de sincronização entre dispositivos e servidores.
Tempo de acesso em segundos - Plataforma JPPF e Servidor em nuvem
[J]P
PF
x
[N]u
vem
Dis
po
sitivo
Qtd
e.
de
A
mo
stra
s
Mé
dia
s
Me
dia
nas
Desvi
o
Pa
drã
o
Err
o
Pa
drã
o
J Tablet Samsung 30 18,1333 18,0 15,025 0,2743
J Celular LG 30 17,6667 17,5 16,678 0,3045
N Tablet Samsung 30 2,87 2 2,7258 0,4977
N Celular LG 30 2,57 3 0,9714 0,1774
Para realização dos testes demonstrados, foi utilizado o Teste t de amostras
pareadas de análise estatística.
79
Para validar o modelo, primeiramente foram realizados 30 testes de busca da
Síntese na plataforma JPPF por dispositivos Tablet Samsung modelo GT-P3100,
Android 4.0 e 30 testes em Celular LG modelo LG-E467f Android 4.1.
As duas primeiras linhas da Tabela 4 apresentam os 30 testes em cada
dispositivo acessando a plataforma JPPF e a terceira e quarta linha apresentam os
30 testes em cada dispositivo acessando as informações em nuvem.
Os acessos ao servidor em nuvem foi bem mais rápido, variando entre 2 e 3
segundos em média, em acessos que levaram de 1 a 13 segundos, enquanto que o
acesso à plataforma JPPF foi mais estável, variando entre 13 e 24 segundos.
4.4 TESTES DE INTEGRIDADE E DESEMPENHO DE SINCRONIZAÇÃO
Para os testes de integridade foi criado um mecanismo de hash gerado pelo
servidor e enviado via Web Service para o dispositivo. No dispositivo, outro hash é
gerado pelo aplicativo PEUP-M com os dados recebidos, que é validado com o hash
recebido do servidor. Se houver divergência, nova solicitação da síntese deve ser
enviada ao servidor.
Os testes apresentaram uma variação relevante em relação às
inconformidades e erros. As inconformidades são as ocorrências em que o aplicativo
faz o upload da síntese no servidor middleware e o hash calculado pelo aplicativo
não confere com o que foi enviado pelo servidor. Neste caso, os dados devem ser
descartados, pois eles estão corrompidos. Já os erros, são as ocorrências em que
houve algum tipo de erro de comunicação ou falha de conexão, de modo que
nenhum dado da síntese foi retornado do servidor para o DM. A conexão menos
estável foi a LG 3G (pré-pago) que apresentou erros e uma quantidade menor de
inconformidades. Entre as três conexões semelhantes (LG Wi-Fi, LG 3G+ e
Samsung Wi-Fi) e mais estáveis não foram identificados erros. A melhor conexão
consequentemente obteve menor quantidade de inconformidades.
A Tabela 5 apresenta os testes realizados em dois dispositivos diferentes (um
LG e um Samsung). Foram realizados 400 testes e esses 100 testes foram divididos
em 4 configurações diferentes, sendo: a) Celular LG com rede Wi-Fi com velocidade
de 300 Mbps; b) Celular LG com rede 3G+ de aproximadamente 200 Mbps; c) Tablet
80
Samsung Wi-Fi de 300 Mbps; d) Celular LG 3G de velocidade inferior à 300 Mbps e
intermitente (pré-pago).
Tabela 5 – Teste de integridade e desempenho na sincronização
a) LG Wi-Fi
b) LG 3G+
c) Samsung
Wi-Fi
d) LG 3G
(pré-pago)
Operações realizadas com sucesso 90 95 93 73
Média (tempo em segundos) 1,41 2,97 1,09 3,67
Mediana (tempo em segundos) 1 2 1 3
Quantidade de inconformidades 10 5 7 1
Quantidade de erros 0 0 0 26
Total de inconformidades e erros: 10 5 7 27
Total de operações 100 100 100 100
% Sucesso na operação 90% 95% 93% 73%
Em continuidade à análise dos valores apresentados na Tabela 5, observar os
gráficos apresentados no Gráfico 1 e Gráfico 2 para constatar os diferentes
resultados entre os quatro testes realizados:
Gráfico 1 - Teste de integridade e desempenho – Sucesso x Inconformidades e erros
Os testes demonstraram que:
Mesmo com conexão de internet de baixa qualidade é possível fazer a
sincronização com o dispositivo móvel. No entanto, os testes demonstram
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
a) b) c) d)
105 7
27
9095 93
73Total deinconformidadese erros:
Operaçõesrealizadas comsucesso
81
um aproveitamento de 73% das tentativas, quando que na melhor
hipótese, o aproveitamento é de 95%.
Os testes realizados em redes Wi-Fi e 3G+ não apresentaram erros de
conexão com o servidor, mas apresentaram um número maior de
inconformidade de inconsistência do hash. Já os testes realizados em rede
3G (pré-pago), apresentaram 26% de erros e apenas 1% de
inconformidade.
O retorno mais rápido foi obtido pelo DM Samsung em rede Wi-Fi com
tempo médio de 1,09 segundos por sincronização.
Gráfico 2 - Teste de integridade e desempenho – Tempo de sincronização
O Gráfico 2 apresenta a média e mediana dos tempos obtidos para a
sincronização da síntese, durante os testes, nos quatro tipos de conexão. Os tempos
médios para se obter a síntese varia entre 1,09 segundos na conexão de maior
velocidade e 3,67 segundos na conexão de menor velocidade.
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
a) b) c) d)
1,41
2,97
1,09
3,67
1
2
1
3 Média (tempoem segundos)
Mediana(tempo emsegundos)
82
5 CONCLUSÕES
Esse trabalho se originou da necessidade de disponibilização da síntese do
PEUP em DM dos pacientes, com possibilidade de acesso pelos profissionais da
saúde em situações de urgência, emergência ou atendimento de rotina, mesmo em
situações em que não se tenha acesso à internet. O objetivo foi atingido através do
desenvolvimento de um modelo de disponibilização do PEUP em DM. Foi criado um
aplicativo que executa os acessos e operações previstos no modelo. Dessa forma,
foi possível avaliar os acessos à central de armazenamento do PEUP. A central
PEUP, desenvolvida em grade computacional JPPF, foi modificada para manter as
atualizações da síntese do paciente nos DM.
Os testes realizados envolveram uma grade computacional JPPF completa e
um conjunto de funcionalidades desenvolvidas para acesso e sincronização com a
Central PEUP. Essas funcionalidades foram instaladas em um servidor em nuvem
para servir de middleware, fazendo a interação entre as Centrais PEUP e o
aplicativo do DM do paciente.
Em análise comparativa com os modelos e softwares pesquisados, foi
identificado que o modelo PEUP-M traz avanços em relação à disponibilização do
PEUP. As principais vantagens são: o modelo tem a possibilidade de ser utilizado de
forma ampla, ou seja, por grande número de pessoas e num grande território, como
o Brasil. Ele não depende de conexão, em tempo integral, com a internet, pois
mantem os dados off-line para consulta e atualizações no DM, até que consiga
novamente conexão com a internet para sincronizar novamente as atualizações com
o servidor middleware.
Outra vantagem do modelo PEUP-M é a utilização da síntese como um
conjunto de informações relevantes para atendimentos de urgência ou emergência e
que se adequa ao pouco espaço disponível nos DM. Comparado aos demais
modelos de PEP ou PUP que utilizam apenas um nível de informação (o prontuário
completo) este modelo representa um avanço no que se refere à disponibilidade de
informações relevantes. Pois, o prontuário completo é composto por grande volume
de dados, o que o torna inviável seu uso corriqueiro e principalmente em DM. Além
disso, o prontuário completo está repleto de informações com pouca ou nenhuma
relevância para a grande maioria dos atendimentos, ou que os profissionais de
83
saúde não irão ler para realizar os atendimentos. Já no modelo proposto nesta
pesquisa, o PEUP é estratificado em três níveis de informação o que diminui
drasticamente o volume de dados, mantendo somente as informações relevantes
com disponibilidade em tempo real, mesmo em dispositivos com baixa capacidade
de processamento e de memória, como os dispositivos móveis.
5.1 TRABALHOS FUTUROS
Em trabalhos futuros, pode-se considerar a utilização desse modelo como
sendo um “guardião” do paciente. Uma vez que, através da síntese no DM do
paciente, há a possibilidade de rastreamento com a melhoria dos canais de
comunicação. Além disso, tem-se a possiblidade de determinar que o aplicativo
auxilie nos cuidados com o paciente de muitas outras formas, por exemplo:
- Acoplar dispositivos de leitura de batimento cardíaco, pressão, etc.
- Contatar uma central para ajuda ou socorro em caso de necessidade.
Enfim, a tecnologia móvel tem muito a agregar na área da saúde para ajudar
as pessoas preventivamente, evitando complicações em determinados quadros,
prolongando a vida com qualidade e até, salvando vidas ao detectar
inconformidades com o organismo do paciente, a tempo de busca de socorro.
84
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92
APÊNDICE A - Diagramas de Casos de Uso; Modelo de Entidade e
Relacionamento (MER); Sequência – Autenticação e interação do
paciente; Sequência – Autenticação e interação do médico.
99
APÊNDICE C – Web Services – Operações: getAutenticidade;
setDispositivo; getPaciente; GetOutroDispositivo; lockDispositivo.
104
Ambiente de testes da grade computacional JPPF
Para testes em equipamento local, pode-se trabalhar com Máquinas Virtuais (Virtual
Machine / VM). Claro que é um ambiente mínimo e exclusivamente para testes.
Todas as VMs foram montadas para serem executadas com o VirtualBox rodando
sobre o Windows 8, formatadas com o Sistema Operacional Linux Ubuntu. São
quatro VMs com as seguintes configurações:
Equipamento Base – Windows 8 – IP: 192.168.1.100 (comando: ipconfig via
command)
Configurações das Maquinas Virtuais:
1. DRIVER
Configuração via terminal (atalho: ^ATL+T)
IP: 192.168.1.101 (comando: ifconfig)
Configuração do JPPF - Diretório: ~/JPPF-3.3.7-driver/config
Arquivo: jppf-driver.properties (comando: nano jppf-driver.properties)
Linha: jppf.server.host = 192.168.1.101
Linha: jppf.server.port = 11111
Start do Driver no diretório: ~/JPPF-3.3.7-driver
Comando: ./startDriver.sh
105
2. NODE
Configuração via terminal (atalho: ^ATL+T)
IP: 192.168.1.102 (comando: ifconfig)
Configuração do JPPF - Diretório: ~/JPPF-3.3.7-node/config
Arquivo: jppf-node.properties (comando: nano jppf-node.properties)
Linha: jppf.server.host = 192.168.1.101
Linha: jppf.server.port = 11111
Start do Node no diretório: ~/JPPF-3.3.7-node
106
Comando: ./startNode.sh
3. ADMIN
Configuração via terminal (atalho: ^ATL+T)
IP: 192.168.1.103 (comando: ifconfig)
Configuração do JPPF - Diretório: ~/JPPF-3.3.7-admin-ui/config
Arquivo: jppf-gui.properties (comando: nano jppf-gui.properties)
Linhas: jppf.drivers = driver1
driver1.jppf.server.host = 192.168.1.101
driver1.priority = 10
driver1.jppf.management.host = 192.168.1.101
driver1.jppf.server.port = 11111
Start do Admin no diretório: ~/JPPF-3.3.7-admin-ui
Comando: ./startConsole.sh
107
4. BANCO
Instala-se o banco de dados. O importante é que o IP do banco de dados esteja sendo
utilizado na tarefa de abertura do banco na aplicação que será executada via WebServer
GlassFish no servidor (Admin).
Neste exemplo, o IP do computador com o Banco de Dados (MySQL) devidamente instalado
no S.O. Linux Ubuntu, ficou com IP: 192.168.1.104.
109
Criação de um Servidor Web doméstico para testes
Configurando o Roteador
É necessário identificar o roteador para que se consiga obter informações de como
fazer a configuração adequada. No exemplo, conforme mostram as figuras abaixo
temos um Modem Mini ADSL Sem Fio W-M1120.
Entre os muitos tutoriais e materiais disponíveis na internet, um tutorial que me
auxiliou imensamente nesta configuração foi escrito pelo engenheiro Robson,
denominado: “Informação sobre Modem ADSL / Roteador WiFi 2.4GHz W-M1120
[RT63363E] E DM2277 (Revisão 01/2015)”14. O vídeo de Nilton IbáIbáñez intitulado
“servidor web casero con no-ip y xampp“ também deu boas dicas15.
Para descobrir o IP do roteador, digita-se: ipconfig /all (no Windows):
Para autenticar no roteador, foi colocado no endereço do browser:
http://192.168.1.1/padrao. Na aba de configurações, definido Login (admin) e Senha,
que são os quatro últimos dígitos do MAC do roteador, encontrado na etiqueta do
mesmo.
14 Link: http://robsoneletronico.blogspot.com.br/2015/01/informacao-sobre-modem-adsl-roteador.html 15 Link do Vídeo: https://youtu.be/R7qO3oQ6-5o
110
Para habilitar opções avançadas de configuração do roteador, foi necessário efetuar
o download do software Sagemcom 2864 Tool16
Com esta ferramenta, se obtém as configurações do roteador no botão “Get config”.
Para facilitar o trabalho, já que o arquivo contém uma grande quantidade de linhas
de comandos, pode-se copiar o texto e colar no bloco de notas. Basta encontrar a
palavra home em (role(home)) e substituir por (role(super)) como demonstrado
abaixo:
16 Download em: https://mega.co.nz/#!wF9RGJgL!iwI95LzPbnMERoYbMiOPci9AYaro9UeKIH1IQoGYB6w
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Após a alteração, é preciso habilitar “Unlock...” na tela do Sagemcom, colar o novo
código e clicar no botão “Put config”.
Agora é só fechar o bloco de notas, o Sagemcom e voltar ao browser, digitando
novamente http://192.168.1.1/padrao e efetuando novamente a autenticação com o
usuário admin (Login: admin / Senha: 4 últimos dígitos do MAC do roteador).
Entrar em Serviços / Firewall / Encaminhamento de Porta, clicar em (nova
Entrada):
Selecione o computador local:
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Selecione o serviço (no caso HTTP ou Web Server HTTP) e ok:
Também foi configurado o
No site do No-IP (www.noip.com), é necessário cadastrar-se e em seguida registrar
um subdomínio para acesso via Web ao servidor local:
O site www.noip.com registra o IP de conexão da internet que está sendo utilizado e
terá a tarefa de atualizar esse endereço toda vez que dinamicamente o endereço do
roteador é modificado:
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Por fim, o site hospedado localmente passa a ser acessado pelo endereço:
http://peup-sp.no-ip.org
Liberar porta 80 para que outros computadores além do próprio computador onde
está se executando o servidor web também tenham permissão de acesso:
Clique em adicionar “Regra de Encaminhamento de Porta”:
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Clicar em “Nova Entrada”, selecione o nome do seu computador ou “Definido pelo
Usuário”:
Informar o IP em IPv4 se solicitado (obtido pelo comando ipconfig):
Selecionar Protocolo:
De um nome para o serviço e clique em adicionar:
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Definir o Protocolo TCP, Porta de Destino, informar o número da porta desejado e
OK:
Clicar novamente em adicionar e fazer outra entrada com as mesmas configurações,
só que para o Protocolo UDP.
Aparecerá uma tela com os protocolos configurados. Confirme:
Mais uma vez, confirmar:
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Por fim, clicar em Aplicar / Atualizar e Ok:
Agora, efetuar a configuração em “Provocar a porta”, e selecionar “Definido pelo
Usuário” em “Adicionar”:
Definir regras da mesma forma que foi feito com o passo anterior, para que por fim
seja dado o OK na configuração:
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Por fim, Aplicar e OK:
Agora basta dar um reboot no roteador:
Teste realizado, conectando-se em internet banda larga speedy e 3G:
peup-sp.no-ip.org:88
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No Windows, Acessando um equipamento Linux instalado em uma VM:
Acessando pelo browser no Windows, porque a rede local que está definida para
executar a Grid JPPF nas VMs está sem acesso à Internet:
Definir o IP e depois o Protocolo HTTP e OK:
Configurar regras de porta para os protocolos TCP e UDP, porta 8080 (default do
WebServer GlassFish):
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Direcionamento das portas através da opção “Provocar a porta”:
Aplicar e confirmar as configurações (MyWebSiteVM):
Adicionar Encaminhamento de porta:
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APÊNDICE F - Exemplo de teste de Web Service para obter dados
do paciente com Web Service em Java (wsPaciente); Dados obtidos
através do Web Service; Visão do WSDL.
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Exemplo de teste de Web Service para obter dados do paciente
Exemplo de teste de Web Service com dados obtidos do paciente