TRABALHO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA
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CENTRO UNIVERSITÁRIO PADRE ANCHIETA
Viviane Vieira Cordeiro da Silva – RA: 1205517Danilo Fabio dos Santos – RA: 0905636Johnny Maico Sanchez – RA: 0236724Andreia Malatesta do Prado – RA: 0803903
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA
2
Trabalho de pesquisa apresentado na disciplina de “Filosofia”do curso de Direito da graduação do Centro UniversitárioPadre Anchieta, sob a orientação da Professora Dra. ThaisBattibugli.
JUNDIAÍOUTUBRO/2013
c
SUMÁRIO
1. INTODUÇÃO.................................................3
2. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA..............................5
3. COMPOSIÇÃO................................................7
3.1. Comissões do CNJ.....................................8
4. A HISTÓRIA DO CNJ.........................................10
5. COMPETÊNCIA DO CNJ........................................12
6. PROJETOS E AÇÕES DO CNJ...................................17
6.1. Acesso à Justiça.....................................18
6.1.1..................................................Advocacia Voluntária
..................................................19
6.1.2..................................................Justiça Aberta
..................................................19
6.1.3..................................................Entre sem Bater
..................................................20
6.1.4..................................................Casas da Justiça e Cidadania
..................................................21
6.1.5..................................................Conciliação
..................................................21
3
6.1.6..................................................Justiça Aqui
..................................................22
6.1.7..................................................Mutirões da Cidadania
..................................................22
6.1.8..................................................Mutirão da Conciliação – Sistema Financeiro de
Habitação.........................................23
6.2. Infância e Juventude.................................23
6.3. Mulher...............................................24
6.4. Sistema Carcerário e Execução Penal..................24
6.5. Saúde e Meio Ambiente................................26
6.6. Direitos Humanos.....................................26
7. POLÊMICAS DO CNJ..........................................29
8. SUCESSO DO CNJ............................................31
9. CONCLUSÃO.................................................33
10................................................................BIBLIOGRAFIA
..........................................................34
4
1. INTRODUÇÃO.
Infelizmente em nosso país cresceu uma
triste cultura do obscuro e dissoluto mundo jurídico e
principalmente político.
Claro que não podemos afirmar que seja
uma exclusividade da nossa nação, mas do político e
judiciário de todas as nações e, como Maquiavel, descrevia em
sua obra “O PRÍNCIPE” já no século XVI, para manter um
ministro bom deveria presenteá-lo, enriquece-lo, dar-lhe
honrarias, o que nos dias atuais isso pode ser traduzido em:
para manter um ministro ao seu lado, e assim aprovar projetos
e leis de seu interesse, deve dar-lhe propinas, cargos do
qual não tenha competência para ocupar ou o obtenha sem os
procedimentos adequados, empregar parentes, entre tantos
outros ou descrevendo de forma mais simplória “ceder a alguns
caprichos e vontades” de seus aliados.
Para este mal ser sanado ou ao menos
controlado, beneficiando o desenvolvimento igualitário e
justo de cada sociedade, faz-se necessário criar e um órgão
que fiscalize e regule todos os Poderes de um Estado
Democrático de Direito, caso contrário fica a sociedade a
“mercê” da vontade dos agentes públicos.
No tocante ao judiciário, um dos braços
que integram a evolução, o bem estar, e a concepção de
justiça de toda uma sociedade, o comportamento dos
5
magistrados e demais operadores da lei que integram o quadro
do funcionalismo público do judiciário, devem agir com
transparência, eficiência, lisura e controle.
A corrupção generalizada no sistema
judiciário, a ineficiência, a morosidade da tramitação dos
processos, a desumanização dos magistrados e a incapacidade
das Corregedorias dos Tribunais de fiscalizar adequadamente
os seus tribunais, geraram o anseio social de se criar um
órgão que controle, fiscalize, que institua a modernização, a
transparência e principalmente eficiência do judiciário
Com a necessidade de criar um órgão que
fiscalize o Sistema Judiciário, é que a Constituição Federal
de 88, mediante Emenda Constitucional nº 45, instituiu o
Conselho Nacional de Justiça, visando o resgate da
credibilidade do sistema judiciário, para com isso chegar ao
objetivo máximo que a sociedade almeja desse setor, que é a
busca do direito com igualdade, transparência e a tão ansiada
JUSTIÇA!
6
2. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA.
O Conselho Nacional de Justiça é uma
instituição pública que visa aperfeiçoar o trabalho do
judiciário, principalmente no que diz respeito ao controle e
a transparência administrativa e processual, ou seja, o CNJ
veio para retomar a credibilidade do judiciário brasileiro,
propor propostas que viabilizem a execução de medidas
protetoras dos direitos humanos e criar projetos que visam o
avanço e a modernização do sistema.
Foi criada em 31 de dezembro de 2004 e
instalado em 2005. Possui sede em Brasília, no entanto, atua
em todo território nacional.
A Constituição no artigo 92, I - A o
coloca como órgão do Poder Judiciário e para auxiliar o CNJ,
prestando assessoramento técnico nas atividades relacionadas
ao planejamento, à gestão de projetos, à organização e
normatização do CNJ, bem como à elaboração dos Relatórios
Anual e de Transição, foi criado do Departamento de Gestão.
A Unidade tem por funções prestar
consultoria ao Corpo Diretor do CNJ para execução,
operacionalização e gestão do planejamento estratégico do CNJ
e do Poder Judiciário, assessorando nas atividades
relacionadas à gestão do planejamento, incluindo o
gerenciamento de projetos e a otimização de processos de
trabalho.
7
Estrutura do DGE.
1. Departamento de Gestão Estratégica
1.1. Centro de Gestão Estratégica e Projetos
1.1.1 Seção de Planejamento, Acompanhamento e Avaliação.
1.1.2 Seção de Gerenciamento de Projetos
1.2. Centro de Organização e Normatização
1.2.1 Seção de Gestão de Processos1.
Tão é a vontade de readquirir a
credibilidade do judiciário, a muito perdida, é que o próprio
órgão fiscalizador (CNJ) dá o exemplo e disponibiliza a sua
transparência no seu próprio site, sob o link Transparência,
que divulga todas as informações sobre a sua execução
orçamentária e financeira, além das despesas com pessoal,
licitações e contratos, e suas relações de carros oficiais,
tudo em cumprimento às Resoluções nº 79, 83, 102 e 151 e à
política de transparência que preconiza em relação a todo o
Poder Judiciário, chegando assim, à transparência tão
almejada pela população.
1 Em: < http://www.cnj.jus.br/sobre-o-cnj/organograma/departamento-de-gestao-estrategica-dge>. Acesso em: 06 outubro de 2013.
8
3. COMPOSIÇÃO.
O artigo 103 – B da Constituição dispõe
sobre sua composição que é feita por 15 conselheiros, sendo
nove magistrados, dois membros do Ministério Público, dois
advogados e dois cidadãos de notável saber jurídico e
reputação ilibada, que são:
O Presidente do Supremo Tribunal Federal (redação dada
pela EC nº 61, de 2009);
Um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, que será o
Corregedor Nacional de Justiça;
Um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho;
Um Desembargador de Tribunal de Justiça;
Um Juiz Estadual;
Um Juiz do Tribunal Regional Federal;
Um Juiz Federal;
Um Juiz de Tribunal Regional do Trabalho;
Um Juiz do trabalho;
Um Membro do Ministério Público da União;
Um Membro do Ministério Público Estadual;
Dois advogados
Dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação
ilibada.
O CNJ possui, como todo órgão, um
Regimento Interno para a regulamentação do seu
funcionamento.
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Dentre os direitos e deveres desses
conselheiros estabelecidos pelo Regimento Interno do CNJ,
estão, entre outros:
Elaborar projetos, propostas ou estudos sobre matérias de
competência do CNJ e apresentá-los nas sessões plenárias
ou reuniões de Comissões, observada a pauta fixada pelos
respectivos Presidentes;
Requisitar de quaisquer órgãos do Poder Judiciário, do CNJ
e de outras autoridades competentes as informações e os
meios que considerem úteis para o exercício de suas
funções;
Propor à Presidência a constituição de grupos de trabalho
ou Comissões necessários à elaboração de estudos,
propostas e projetos a serem apresentados ao Plenário do
CNJ;
Propor a convocação de técnicos, especialistas,
representantes de entidades ou autoridades para prestar os
esclarecimentos que o CNJ entenda convenientes;
Pedir vista dos autos de processos em julgamento.
Participar das sessões plenárias para as quais forem
regularmente convocados;
Despachar, nos prazos legais, os requerimentos ou
expedientes que lhes forem dirigidos;
Desempenhar as funções de Relator nos processos que lhes
forem distribuídos.
A presidência do Conselho Nacional de
Justiça é ocupada pelo Presidente do Supremo Tribunal
10
Federal, que é indicado pelos seus pares para exercer um
mandato de dois anos. No caso de ausência ou impedimento do
presidente, o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal o
substitui. Atualmente, o presidente do CNJ é o Ministro
Joaquim Barbosa.
3.1. Comissões do CNJ
As Comissões Permanentes do CNJ são instâncias que estudam
temas e atividades específicas de interesse do Conselho na
busca de soluções para o Judiciário. Atuam nos mais diversos
âmbitos, promovendo campanhas, elaborando propostas para
melhorar o aparelhamento dos tribunais, ou acompanhando a
execução de leis que tramitam no Congresso sobre o
judiciário. As Comissões do CNJ estão instituídas em seu
Regimento Interno, com atribuições especificadas no Art. 28,
do Capítulo VI:
Discutir e votar as proposições sujeitas à deliberação
que lhes forem distribuídas;
Realizar audiências públicas com órgãos públicos,
entidades da sociedade civil ou especialistas;
Receber requerimentos e sugestões de qualquer pessoa
sobre tema em estudo ou debate em seu âmbito de atuação;
Estudar qualquer assunto compreendido no respectivo
campo temático ou área de atividade, podendo propor, no
âmbito das atribuições para as quais foram criadas, a
realização de conferência, exposições, palestras ou
seminários.
12
4. A HISTÓRIA DO CNJ
Na chamada Reforma do Judiciário, em
2004, a Emenda Constitucional nº 45 criou o Conselho Nacional
de Justiça para exercer a função de controle externo do
Judiciário, que inclui dois tipos de atribuições:
planejamento estratégico e gestão administrativa dos
tribunais e o controle disciplinar e correcional das
atividades dos magistrados.
Porém, não foi nesse ano que foi proposta
a criação de um órgão para controle externo do judiciário,
foi em 1992, que foi proposta a criação de um órgão que
estabelecesse alguns padrões e diretrizes nacionais para o
funcionamento dos tribunais, diante do fato de que o
judiciário possui diversos tribunais (estaduais, federais,
comuns, especializados), cada um deles dotado de autonomia
administrativa e financeira, com poucos padrões nacionais
comuns para seu funcionamento e por isso uma atuação
divergente.
Seu foco era padronizar diretrizes
especialmente no que se refere à adminsitração dos recursos
humanos e financeiros, à informatização e à gestão de
informações do judiciário, que estavam demasiadamente parados
no tempo gerando um colapso no sistema judiciário de todos os
tribunais.
Outra justificativa para a criação do CNJ
era a crítica ao corporativismo da magistratura e da
13
necessidade de haver algum controle sobre o único dos três
Poderes que não é submetido ao voto popular.
O CNJ recebeu da EC n.45 o poder de
correição e controle disciplinar, que é o poder de
investigar, corrigir e punir irregularidades e desvios de
condutas praticados por membros do judiciário, que exerce por
meio da Corregedoria Nacional de Justiça em concorrência com
as corregedorias de cada tribunal, responsáveis pela apuração
e punição de infrações disciplinares e irregularidades
administrativas de seus próprios membros.
Por conta da sua composição, que é, em
sua grande maioria, membros do próprio Poder Judiciário, o
CNJ vem enfrentando muita resistencia de alguns magistrados e
de alguns tribunais, pois muitos alegam que não se trata de
um controle verdadeiramente externo.
Quanto ao controle externo do CNJ,
críticos alegam que o fato de pessoas de fora da magistratura
(dois representantes da OAB, um membro do MP Estadual, um do
MP Federal e dois cidadãos indicados pelo Poder Legislativo)
terem a atribuição de gestão e correição sobre os tribunais
afetaria a independência do Poder Judiciário.
14
5. COMPETÊNCIA DO CNJ
A redação do artigo 103-B, § 4º, da
Constituição da República, incluído pela Emenda
Constitucional n. 45, atribuiu ao CNJ competência para o
controle da atuação administrativa e financeira do Judiciário
e do cumprimento dos deveres funcionais dos seus juízes,
cabendo-lhe, além de outras que venham a serem conferidas em
lei, as atribuições previstas nos incisos I a VII desse
dispositivo, também as que lhe forem conferidos pelo Estatuto
da Magistratura:
a. "Na Política Judiciária: zelar pela autonomia do Poder
Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da
Magistratura, expedindo atos normativos e
recomendações;
b. Na Gestão: definir o planejamento estratégico, os
planos de metas e os programas de avaliação
institucional do Poder Judiciário;
c. Na prestação de Serviços ao Cidadão: receber
reclamações, petições eletrônicas e representações
contra membros ou órgãos do Judiciário, inclusive
contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos
prestadores de serviços notariais e de registro que
atuem por delegação do poder público ou oficializado;
d. Na Moralidade: julgar processos disciplinares,
assegurada ampla defesa, podendo determinar a remoção,
a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou
15
proventos proporcionais ao tempo de serviço, e aplicar
outras sanções administrativas;
e. Na Eficiência dos Serviços Judiciais: melhores práticas
e celeridade: elaborar e publicar semestralmente
relatório estatístico sobre movimentação processual e
outros indicadores pertinentes à atividade
jurisdicional em todo o País."
Com base nisso, importante destacar que o
próprio Supremo Tribunal Federal ao reconhecer a
constitucionalidade da criação do Conselho Nacional de
Justiça na ADI 3.367/DF, asseverou que as suas atribuições
são de natureza exclusivamente administrativa, financeira e
disciplinar da magistratura, destacando, também, o seguinte:
"(...)INCONSTITUCIONALIDADE. Ação direta. EmendaConstitucional nº 45/2004. Poder Judiciário.Conselho Nacional de Justiça. Instituição edisciplina. Natureza meramente administrativa.Órgão interno de controle administrativo,financeiro e disciplinar da magistratura.Constitucionalidade reconhecida. Separação eindependência dos Poderes. História, significado ealcance concreto do princípio. Ofensa à cláusulaconstitucional imutável (cláusula pétrea).Inexistência. Subsistência do núcleo político doprincípio, mediante preservação da funçãojurisdicional, típica do Judiciário, e das condiçõesmateriais do seu exercício imparcial eindependente. Precedentes e súmula 649.Inaplicabilidade ao caso. Interpretação dos arts.2º e 60, § 4º, III, da CF. Ação julgadaimprocedente. Votos vencidos. São constitucionais
16
as normas que, introduzidas pela EmendaConstitucional nº 45, de 8 de dezembro de 2004,instituem e disciplinam o Conselho Nacional deJustiça, como órgão administrativo do PoderJudiciário nacional.(...)PODER JUDICIÁRIO. Conselho Nacional de Justiça.Órgão de natureza exclusivamente administrativa.Atribuições de controle da atividadeadministrativa, financeira e disciplinar damagistratura. Competência relativa apenas aosórgãos e juízes situados, hierarquicamente,abaixo do Supremo Tribunal Federal.Preeminência deste, como órgão máximo doPoder Judiciário, sobre o Conselho, cujos atos edecisões estão sujeitos a seu controle jurisdicional.Inteligência dos art. 102, caput, inc. I, letra "r", e §4º, da CF. O Conselho Nacional de Justiça não temnenhuma competência sobre o Supremo TribunalFederal e seus ministros, sendo esse o órgãomáximo do Poder Judiciário nacional, a queaquele está sujeito. PODER JUDICIÁRIO. ConselhoNacional de Justiça. Competência. Magistratura.Magistrado vitalício. Cargo. Perda mediantedecisão administrativa. Previsão em textoaprovado pela Câmara dos Deputados econstante do Projeto que resultou na EmendaConstitucional nº 45/2004. (...)"2
Como o exposto o STF, que controla o
exercício de suas atribuições, reconhece o CNJ como forma de
controle externo do Poder Judiciário, zelando pelo seu bom
funcionamento, sem, contudo, autorizar que este exceda as2 Supremo Tribunal Federal – Tribunal Pleno – Min. Rel. Cezar Peluso –ADI n.º 3.367/DF – Data do julgamento – 13/4/2005 – DJ 17/3/2006 -pp 00004 e DJ 22/9/2006 pp. 00029 – Ement. vol. 02225-01 pp. 00182.
17
suas competências.
Em atenção à função do próprio Conselho,
que visa a Moralidade, a Eficiência e a Efetividade do Poder
Judiciário, é que esse segue as suas orientações e
determinações constituindo um bom exemplo para os demais
órgãos deste Poder.
Os tipos de procedimentos julgados pelo
CNJ e suas formalizações estão previstos no Capítulo III
do Regimento Interno do CNJ (RICNJ).
Vejamos alguns procedimentos que são levados a efeito pela
CORREGEDORIA NACIONAL DE JUSTIÇA.
Inspeção (RICNJ, art. 48);
Correição (RICNJ, art. 54);
Sindicância (RICNJ, art. 60);
Reclamação Disciplinar (RICNJ, art. 67);
Representação por Excesso de Prazo (RICNJ, art. 78);
Avocação de Processo Disciplinar (RICNJ, art. 79);
Outros procedimentos são DISTRIBUÍDOS
LIVREMENTE ENTRE OS CONSELHEIROS, que poderão submetê-los ao
Plenário para julgamento ou determinar o arquivamento liminar
do processo quando a matéria for flagrantemente estranha às
finalidades do CNJ, bem como a pretensão for manifestamente
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improcedente, despida de elementos mínimos para sua
compreensão ou quando estiver ausente interesse geral. São
eles:
Procedimento Administrativo Disciplinar (RICNJ, art. 73);
Revisão Disciplinar (RICNJ, art. 82);
Consulta (RICNJ, art. 89);
Procedimento de Controle Administrativo (RICNJ, art. 91);
Pedido de Providências (RICNJ, art. 109);
Avocação de Processo Disciplinar (RICNJ, art. 79);
Papel Institucional da Corregedoria Nacional de Justiça.
Todas as atribuições do corregedor
Nacional de Justiça estão definidas na Constituição Federal,
no § 5º do art. 103-B, e regulamentadas no artigo 31 do
Regimento Interno do CNJ. São elas:
receber as reclamações e denúncias de qualquer
interessado, relativas aos magistrados e aos serviços
judiciários auxiliares, serventias, órgãos prestadores
de serviços notariais e de registro que atuem por
delegação do poder público ou oficializados;
determinar o processamento das reclamações;
realizar sindicâncias, inspeções e correições, quando
houver fatos graves ou relevantes que as justifiquem;
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requisitar magistrados e servidores, delegando-lhes
atribuições;
elaborar e apresentar relatórios referentes ao conteúdo
próprio de suas atividades de correição, inspeção e
sindicância;
designar, dentre os magistrados requisitados, juízes
auxiliares da Corregedoria do Conselho, com competência
delegada;
expedir instruções, provimentos e outros atos normativos
para o funcionamento dos serviços da Corregedoria;
sugerir ao Plenário do Conselho a expedição de
recomendações e atos regulamentares que assegurem a
autonomia do Poder Judiciário e o cumprimento do
Estatuto da Magistratura;
executar e fazer executar as ordens e deliberações do
Conselho relativas a matéria de sua competência;
dirigir-se, relativamente às matérias de sua
competência, às autoridades judiciárias e
administrativas e a órgãos ou entidades, assinando a
respectiva correspondência;
promover reuniões e sugerir, ao Presidente, a criação de
mecanismos e meios para a coleta de dados necessários ao
bom desempenho das atividades da Corregedoria;
20
manter contato direto com as demais Corregedorias do
Poder Judiciário;
promover reuniões periódicas para estudo, acompanhamento
e sugestões com os magistrados envolvidos na atividade
correcional;
delegar atribuições sobre questões específicas aos
demais Conselheiros.
21
6. PROJETOS E AÇÕES DO CNJ
As principais linhas de atuação do CNJ
estão agrupadas em 11 macroprocessos, o que propicia uma
visão mais clara das linhas de ação do órgão. A atuação do
CNJ está, em sua maioria, direcionada à promoção da
cidadania, acesso à justiça e da modernização do judiciário.
Os macroprocessos definem, englobam e
explicam as principais atribuições desempenhadas pelo
Conselho e sua estrutura permite uma visão sistêmica e
abrangente das macroatividades e da forma como o órgão atua.
Esses macroprocessos divididos em 2
campos: Correição e fiscalização/ Governança Judiciária.
No primeiro campo são: realizar
correições, inspeções e sindicâncias em órgãos judiciais;
acompanhar e fiscalizar o sistema carcerário e de execução de
penas alternativas; julgar processos disciplinares e realizar
o controle dos atos administrativos do Judiciário e expedir
atos normativos que comprovam os princípios da Administração
Pública, esse último também faz parte do segundo campo
(governança Judiciária), assim como, promover estudos e
diagnósticos sobre o Poder Judiciário, promover a comunicação
institucional e a interlocução entre os órgãos do judiciário,
contribuir para o aperfeiçoamento dos recursos humanos do
Judiciário, gerir a estratégia do Judiciário, promover
iniciativas de modernização do Judiciário, promover ações de
acesso à justiça e à cidadania e realizar controle
orçamentário, financeiro e de pessoal do Judiciário.
22
Para auxiliar essa atuação, o CNJ
disponibiliza relatórios, pesquisas, cartilhas e manuais
sobre os programas e ações do Conselho e seus parceiros ou
colaboradores, assim como demais òrgãos da Justiça, tais
como:
Pai presente;
Multirão de Julgamento (Judiciário em dia);
Serviço Extrajudicial;
Programa Justiça plena;
Cartilha da Mulher Presa;
Cartilha da pessoa presa;
Cartilha do empregador;
Cartilha sobre o Crack;
Cartilha sobre o Bullying;
Guia de Normas socioambientais do CNJ;
Aprimoramento dos Juizados Especiais;
Multirão Carcerário;
Cartilha do Adoslecente privado de liberdade;
Manual de Rotinas e Estruturação dos Juizados de Violencia
Doméstica e Familiar contra a mulher;
Cartilha do Divórcio para os pais e a dos adolescentes;
Entre outros
Diante do acima exposto, podemos perceber
a extensa abrangencia do CNJ, porém, o ponto de maior
relevancia da atuação do CNJ é a busca de melhorias na gestão
das varas de primeira instância e tribunais, principalmente
por meio da fixação de metas de produtividade para os juízes.
Diante disso, o Conselho criou regras
23
contra o nepotismo nas cortes e realizou mutirões carcerários
que libertaram milhares de presos que estavam detidos
irregularmente em penitenciárias do país.
O trabalho elaborado pelo Departamento de
Gestão Estratégica (DGE) do CNJ tem o objetivo de auxiliar os
conselheiros e dirigentes do órgão e também ajudar na
ambientação dos novos servidores do Conselho, aprovados em
concurso público.
Com a estrutura dos Macroprocessos, a
qual permite uma visão sistemica e abrangente das
macroatividades e da forma como o CNJ atua e também avalia o
desempenho de cada uma, o seu torna-se importante ferramenta
para os gestores do órgão.
Podemos de forma breve citar os
principais programas do qual o CNJ participa, incentiva ou
promove:
6.1. Acesso À Justiça.
O objetivo do CNJ é de gerar maior
eficiencia ao judiciário, proporcionando maior acesso á
justiça para a sociedade. Para isso, o Conselho vem
implantando diversos programas que beneficiem a sociedade,
que organiza o judiciário e acelera a atuação dos
magistrados, apontando, mediante análises da atuação do
judiciário, quais são os problemas a serem sanados e como o
fazê-lo.
24
O acesso à justiça visa acelerar a
tramitação dos processos na justiça, tendo como proposta a
facilitação do acesso ao judiciário com a garantia de
razoável duração dos processos judiciais, instituindo
programas que colaboram para o alcance desse objetivo.
Então assim, o CNJ propem varios projetos
e ações, em diversas áreas, com esse intuíto.
6.1.1. Advocacia Voluntaria
É um projeto que presta assistência à
presos que não possuem condições de pagar um advogado
particular, assim como, também presta assistência aos
familiares.
Além da assistência judiciária é feito o
trabalho de visita “in loco” para coletar informações que
serão anexadas ao processo dos presos, com o fim de atualizar
e acompanhar a execução da pena dando assim maior celeridade
ao andamento do processo.
Devido ao pouco número de defensores
públicos no Brasil é que o CNJ implantou o Núcleo de
Advocacia Voluntária para ampliar o acesso à Justiça para as
pessoas de baixa renda.
6.1.2. Justiça Aberta
25
Outro programa que também visa dar maior
acessibilidade e transparência aos cidadãos é o programa
“Justiça Aberta” que é um sistema de consulta de informações
sobre localização de varas cíveis, tribunais, cartórios e
outras instituições a serviço do sistema judiciário do
Brasil, assim como fornece informações sobre relatórios de
produtividade das secretarias processuais. Esse banco de
dados simplifica o acesso ás instâncias judiciárias do país
e é gerencia pelo próprio CNJ.
Esse programa, no que tange ao acesso de
cadastro de cartórios, permite á sociedade conhecer a
realidade das serventias extrajudiciais em todo país, e
também ajuda o CNJ a formular políticas de gestão
administrativas, acelerando, modernizando e dando maior
transparência á sociedade dos atos praticados no sistema
judiciário, vez que os dados disponíveis vão desde
informações sobre o titular do cartório, porém não dados
pessoais como CPF, CNPJ ou valores de arrecadação por
estarem protegidos por sigilo, o número de servidores, se o
cartório é ou não informatizado e seus atos praticados,
entre outros.
6.1.3. Entre Sem Bater
A Lei n. 12.527 de 2011 (Lei de Acesso à
Informação), promulgada pelo Conselho e que transformou a
publicidade em regra e o sigilo em exceção, além de
26
proporcionar maior transparência sobre o funcionamento dos
tribunais, torna mais célere e fácil o acesso de qualquer
pessoa á dados dos membros do Sistema do Judiciário, tais
como remuneração dos servidores e magistrados, movimentação
financeira, despesas e processos licitatórios, trazendo
maior transparência e acesso a informações.
Essa Lei já era prevista na Constituição
no seu art. 5º, XXXIII, e para que ela fosse devidamente
cumprida o CNJ publicou a Resolução n. 151 que determina a
divulgação de forma nominal das remunerações recebida por
membros e servidores do Judiciário.
“XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos
públicos informações de seu interesse particular, ou
de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado;”
Essa Lei regulamentadora do dispositivo
constitucional supramencionado, logo em seu artigo 1º mostra
a finalidade de garantir o acesso a informações e para fazer
valer o seu cumprimento o CNJ publicou a Resolução n. 151
que determina a divulgação nominal da remuneração recebida
por membros, servidores e colaboradores do Judiciário na
internet.
Outra forma de garantir o cumprimento da
Lei n. 12.527/11, o CNJ publicou a Portaria n. 156 que
27
determina o prazo de 3 dias para as Unidade do CNJ
responderem às demandas da ouvidoria do órgão e para atender
e orientar o público, informar tramitação de documentos
protocolizar requerimentos de acesso à informação foi
publicado a Portaria n. 66, que é o Serviço de Atendimento ao
Cidadão (SAC).
6.1.4. Casas Da Justiça e Cidadania
Casas da Justiça e Cidadania é uma
iniciativa do CNJ que visa promover o princípio da cidadania,
da proteção dos direitos fundamentais e o acesso à justiça e
a cultura, no qual são oferecidas assistências gratuitas,
informações processuais, audiências de conciliações pré-
consenssual, emissão de documentos e ações de reinserção
social de presos e egressos.
Esse projeto foi formalizado por meio da
Portaria n. 400 que instituiu o Grupo de Gestor Nacional do
Programa.
6.1.5. Conciliação
Todo ano o CNJ, em parceria com os
Tribunais, promove a semana da conciliação, que é um meio
rápido, barato, eficaz e pacifico de se resolver conflitos de
interesses sem a intervenção do judicíário, resolvendo tudo
28
em um único ato e sem a neessidade de produção de provas, no
qual as próprias partes chegam a uma solução dos seus
conflitos.
6.1.6. Justiça Aqui
Em benefício à comunidade do complexo do
Alemão e da Penha, o CNJ e do Tribunal do Estado do Rio de
Janeiro Federal da 2ª Região, TRT da 1ª Região e TRE do RJ,
colocou em funcionamento o Justiça Intinerante, que leva
serviços do TJRJ em um ônibus equipado com defensores e
promotores e/ou juízes para atender a população, no qual pode
se fazer certidões de nascimentos, cursos gratuítos,
denúncias sobre violações de direitos da criança e do
adolescente, acionar defensoria pública e o Conselho Tutelar,
entre outros.
6.1.7. Mutirões Da Cidadania
Para estabelecer medidas concretas para a
garantia de direitos fundamentais do cicadão em situações de
maior vulnerabilidade o CNJ elaborou o programa mutirões da
cidadania, vez que o CNJ tem a atribuição constitucional de
órgão propulsor de políticas institucionais para o Poder
Judiciário.
Seu foco de atuação éa proteção da
29
criança e do adolescente, de portadores de necessidades
especiais, ao idoso, e à mulher vítima de violência doméstica
e familiar.
Para a proteção da mulher vítima de
violência doméstica e familiar, foi elaborado um manual de
rotinas dos Juizados Especializados de Violência contra a
mulher que serve como instrumento para a efetividade da Lei
n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha).
Para acelerar o atendimento inicial ao
menor infrator, foram criadas instalações de Núcleos
Administrativos Multidisciplinar, que fomenta ‘a integração
de órgãos do Judiciário, do MP, da Defensoria, da Segurança
Pública e da Assistência Social. Busca na comunidade serviços
e ações que possibilitem que o menor saia do mundo do crime.
Para garantir o pleno acesso à justiça
para os portadores de necessidades especiais auditivas, o CNJ
promove o curso de libras para os servidores dos tribunais.
No caso de crianças e adolescentes
vítimas de violência física ou psíquicas, foi instituído o
“Depoimento sem Danos” ou Depoimento Especial, que
proporciona um ambiente adequado para a realização de prova
de forma mais receptivas, com a participação de técnicos
especializados e respeitando as condições especiais da
vítima.
Quanto à proteção dos idosos, foi dada
prioridade legal para o julgamento de processos, assim como
30
dispõe o Estatudo do Idoso.
6.1.8. Mutirões De Conciliação – Sistema Financeiro
De Habitação
Esse programa de acesso à justiça vem com
o escopo de mobilizar os Tribunais Regionais Federais de
todas as regiões para promover audiências de conciliações
relacioadas ao sistema fianceiro de habitação, sua
importância se dá diante das suas decisões viabilizarem o
retorno de recursos financeiros ao FGTS e, consequentimente,
novos financiamentos para quem pretende realizar o sonho da
casa própria, assim como desonerar os cofres públicos.
6.2. Infância e Juventude
Esse projeto estimula os programas de
reconhecimento de paternidade, as campanhas de mobilização
nacional para o registro civil do nascimento, cadastro de
jovens e crianças para auxiliar nos procedimentos de adoção e
para atualizar dados de crianças e adolescentes acolhidos em
abrigos, além de programa destinado aos adolescentes
infratores (Justiça ao Jovem).
6.3. Mulher
31
O CNJ disponibilizou em seu site um
espaço que reúne informações sobre violência doméstica e
familiar contra a mulher, sendo possivel verificar dados das
Jornadas Lei Maria da Penha que é um evento coodernado pelo
CNJ para definir ações que coibam esses crimes.
O órgão tem atuado na divulgação do teor
da Lei e no monitoramento da sua eficácia e aplicabilidade no
âmbito dos tribunais, com a instalação de varas e juizados
especializados nesse tipo de crime, com o objetivo de
facilitar o acesso da mulher vítima de violência doméstica e
familiar, assim como contribuir para a implantação de
iniciativas para a eficácia da Lei Maria da Penha
acompanhando os processos abertos e em tramitação, as
audiências realizadas e as sentenças concedidas. Todo esse
trabalho é feito em parceria com órgãos públicos e entidades
de sociedade civil.
Ainda no contesto de proteção à mulher, o
CNJ em conjunto com o Departamento de Monitoramento e
Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Medidas
Socioeducativas, do Departamento Penitenciário Nacional do
Ministério da Justiça, coordena o evento do Encontro Nacional
do Encarcramento Feminino, que discute questões relacionadas
às mulheres privadas de liberdade e egressas, onde debate
assuntos como prisão domiciliar, tratamento de grávidas e
mães com filhos no cárcere, visita íntima, tráfico de
entorpecentes, mulheres em manicômios judiciários e outros.
32
6.4. Sistema Carcerário e Execução Penal
O CNJ desenvolve ações relacionadas ao
Sistema Carcerário e Execução Penal, porém a maior parte
dessas ações é de responsabilidade do Departamento de
Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do
Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas no qual
institui programas como:
Começar de novo : objetiva a sensibilização dos órgãos
públicos e da sociedade civil para que forneçam postos
de trabalhos e cursos de capacitação profissional para
presos e egressos do sistema carcerário promovendo a
cidadania e consequentemente a redução de reincidência
dos crimes;
Geopresídios: que é uma radiografia do sistema
carcerário no qual os Juízes de Execução Criminal
inspecionam mensalmente os presídios sob sua
jurisdição encaminhando um relatório para o CNJ;
Grupos de Monitoramento e Fiscalização do Sistema
Carcerário: no qual o CNJ, por meio da Resolução nº
96/2009, criou tal grupo para coordenar e planejar
mutirões carcerários realizados pelos próprios
tribunais, assim como acompanharem o cumprimento das
recomendações, resoluções e dos compromissos assumidos
nos seminários promovidos pelo CNJ em relação ao
sistema carcerário;
33
Justiça Criminal: o CNJ proproe medida para modernizar
a Justiça Criminal, diante do seu compromisso de atuar
na melhoria da segurança pública;
Mutirão Carcerário : o CNJ percorreu o Brasil com esse
projeto possibilitando a emissão de um raio-x do
Sistema Penitenciário Brasileiro e das Varas Criminais
e de Execução Penal, com o propósito de relatar o
funcionamento do Sistema da Jutiça Criminal, revisar
prisões, implantar o programa começar de novo e por
fim fazer propostas destinadas aos órgãos que compões
o Sistema de Justiça Criminal visando o seu
aperfeiçoamento.
Penas e Medidas Alternativas : através da Portaria nº
46/2011, o CNJ instituiu o Grupo de Trabalho de Juízes
de Varas de Penas e Medidas Alternativas visando a
implantação da política de desencarceramento com a
parceria do Ministério da Justiça, diante das
dificuldades vividas pelo Sistema Carcerário, tais
quais a superotação e a violação da dignidade humana.
6.5. Saúde e Meio Ambiente
Esse é um programa que elebora estudos
para a prevenção de conflitos judiciais na àrea da saúde,
campanhas antidrogas com a distribuição de cartilhas
formuladas por especialistas e distribuidas nos tribunais com
o fim de espalhar informações por meio das Coordenadorias da
Infância e Juventude dos tribunais e o papel do CNJ na adoção
34
de políticas públicas em prol da melhoria da prestação
jurisdicional nas atividades de Gestão Socioambiental.
6.6. Direitos Humanos
Composto por dois programas: Cidadania
Direito de Todos, que contempla o trabalho realizado pela
Funai, na busca da atualização do Registro Administrativo
Nacional do Índio; e o Manual dos Direitos Humanos, documento
destinado aos juízes, procuradores e advogados, contendo a
legislação nacional e internacional sobre o tema.3
Ainda dentro do foco dos direitos
humanos, o CNJ atua de forma ativa na promoção de Simpósios
Internacionais para o Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.
Esses Simpósios dão continuidade aos
trabalhos de conscientização de agentes e autoridades no que
se refere ao combate ao crime do tráfico de pessoas, um
problema que é de grande escala no Brasil, conforme relatório
divulgado pelo Ministério da Justiça em parceria como
Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes, onde
contabiliza 475 vítimas entre 2005 e 2011 e os países de
destino dessas vítimas são principalmente Itália e Espanha.
Esse tema é tão importante quanto difícil
de combater diante da escassez de informações concretas sobre
o destino dessas vítimas e até mesmo os números de vitimas.
3 Em:<http://www.cnj.jus.br/programas-de-a-a-z/cidadania-direito-de-todos>. Acessado em: 20 de out 2013.
35
O trafico de pessoa pode ser destinado a
diversos objetivos, como, extração de órgãos e tecidos,
prostituição, trabalhos forçados, venda de crianças, para
trabalho escravo, mas a sua grande maioria é para a
exploração sexual.
É tão abrangente a atuação do CNJ que
essa pequena relação de projetos e programas elaborados ou
incentivados pelo órgão é apenas um rol exemplificativo não
estando esgotada toda a sua atuação.
Os principais programas voltados à
proteção aos Direitos Humanos, alguns já elucidados neste
trabalho, são: Justiça ao Jovem, Justiça Plena, Lei Maria da
Penha, Mutirão Carcerário, Começar de novo, Cidadania Direito
de Todos, Combate ao Tráfico de Pessoas.
Confira outros programas do CNJ voltados
à proteção dos direitos humanos:
Justiça ao Jovem – Lançado em junho de 2010, o Programa
Justiça ao Jovem inspeciona unidades de internação de jovens
em conflito com a lei, com o objetivo de melhorar a condição
e o tratamento dado a crianças e adolescentes que cumprem
medidas socioeducativas.
Justiça Plena – Monitora e dá transparência ao andamento de
processos de grande repercussão social, como questões
criminais, ações civis públicas, ações populares, processos
em defesa do direito do consumidor e ambientais. Atualmente
36
129 casos são monitorados e 25 já foram finalizados com o
apoio do programa.
Lei Maria da Penha – O CNJ possui uma campanha de
fortalecimento da aplicação da Lei Maria da Penha e da
atuação dos juizados especiais, que tratam de ações de
violência doméstica.
Mutirão Carcerário – Lançado em 2008, o programa inspeciona
unidades prisionais de todo o País, com o objetivo de
melhorar a condição dos presos e garantir o cumprimento da
Lei de Execuções Penais.
Começar de Novo – Busca a reintegração dos presos e ex-
detentos no mercado de trabalho. O objetivo do programa é
promover a cidadania e, consequentemente, reduzir a
reincidência de crimes.
Cidadania, Direito de Todos – Criado em 2010 pelo CNJ, busca
facilitar o acesso da população indígena à documentação
civil. O programa já emitiu cerca de 21 mil documentos, como
certidão de nascimento, CPF e carteira de trabalho.
37
7. POLÊMICAS DO CNJ
Um ponto relevante e também polêmico em
relação ao CNJ é a questão sobre a sua Constitucionalidade,
ou seja, sobre a constitucionalidade da Emenda nº 45 em
relação à criação do órgão, pois a Associação dos Magistrados
do Brasil questionou tal ponto com a fundamentação de que
seria uma violação ao princípio da separação dos Poderes e a
lesão ao princípio federativo.
Porém, o Tribunal rejeitou tal tese com o
fundamento de que o CNJ configura órgão administrativo
interno do Poder Judiciário e não como controle externo.
Além desse questionamento, tem aqueles
que alegam que o CNJ não tem a atribuição verdadeiramente de
controle externo, vez que sua maioria é composta por membros
do próprio judiciário, situação que gera polêmica quanto a
sua atuação de órgão fiscalizador. Para aqueles que aceitam a
tese de que o CNJ é um órgão de controle externo do
Judiciário afirmam que dar Poder de gestão e correição sobre
os tribunais, a pessoas de fora da magistratura, afetaria a
independência do Poder Judiciário, como já mencionado.
Outro destaque na mídia brasileira sobre
o judiciário em torno do Conselho Nacional de Justiça, cuja
corregedoria iniciou investigação sobre movimentações
financeiras suspeitas no Tribunal de Justiça de São Paulo
gerando reações extremadas e uma série de manifestações de
38
alguns dos magistrados, a qual foi contestada em Mandado de
Segurança impetrada pela AMB, AJUFE e ANAMATRA motivo que
ensejou a paralisação das suas investigações, foi sobre a
competência do órgão ser ou não subsidiária às corregedorias
dos tribunais, dependendo das investigações já em andamento
nas corregedorias para atuar.
Ocorre que, diante da cultura de que o
Poder judiciário é intocável, a atuação dada ao CNJ pela
constituição representa uma possibilidade de tornar o
Judiciário mais transparente e isso gera desconforto, com
sensação de que o judiciário está perdendo sua independência,
o que não é verdade vez que uma democracia apenas se sustenta
quando existem controle e fiscalização dos seus Poderes que a
compõem.
Assim, veio a Emenda n.45 ao criar o
Conselho Nacional de Justiça, para efetuar o controle interno
administrativo, disciplinar e financeiro da magistratura e
limitar os seus poderes significa tirar a sua independência
para cumprir tais objetivos, dentre os quais a garantia de um
Judiciário ativo, isento e que zele pela Justiça, combatendo
a corrupção e os desvios internos.4
Mesmo diante desse objetivo que a
Constituição quis alcançar ao instituir o CNJ, o Ministro
Marcos Aurélio de Mello decidiu naquele momento, à favor da
4 NASCIMENTO, Sonia Mascaro e Amauri Mascaro. A Polêmica do CNJ. Em:<
http://www.amaurimascaronascimento.com.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=392:a-polemica-do-cnj&catid=90:opiniao&Itemid=228>.
Acesso em: 20 de out 2013.
39
Ação de Mandado de Segurança que inviabiliza a atuação do
órgão, com o argumento de que a Constituição não autoriza o
CNJ a suprimir a independência dos tribunais.
Com essa liminar cedida pelo STF, reduziu
de forma drástica as competências de investigação do CNJ,
proibindo o órgão de abrir processos disciplinares,
condicionando que o Conselho atue somente depois de concluída
a apuração pelo tribunal de origem do juiz.
As polêmicas não param por ai, tem também
a questão da eventual submissão do Supremo Tribunal Federal
ao CNJ, mas para aplacar esse entendimento a ADI 3.367
prelecionou que, enquanto órgão supremo, o STF não está
submetido a deliberações do CNJ. Nos dizeres do Ministro
Gilmar Mendes:
“Efetivamente, o regime político disciplinardos Ministros do Supremo Tribunal estáregido por normas especiais – processos-crime julgado pelo próprio Tribunal (CF, art.102, I,b) e de responsabilidade perante oSenado Federal (CF. art. 52, II). Ademais, compete ao Supremo TribunalFederal processar e julgar as ações contra oCNJ – e contra o CNMP (CF, art. 102, I, r).”5
Dentro desse senário polêmico, alguns
doutrinadores entendem ser inconcebível que a reforma
judiciária do Poder Constituinte Derivado tenha transformado
os Conselhos em órgão com o mesmo poder que o legislativo,
vez que esses órgãos administrativos expedem atos5 MENDES, Gilmar Ferreira e outros. Curso de Direito Constitucional. 4ª ed. São Paulo. Saraiva. 2009, p.1036.
40
(resoluções, decretos, portarias, etc.) com força de lei,
onde seus reflexos excedem os limites dos direitos
fundamentais, o que é inaceitável dentro do Estado
Democrático de Direito.
Um bom exemplo sobre atos com força de
lei, que ao ver de muitos é inconstitucional por não estar
dentro das atribuições do CNJ, é a Resolução nº. 175 que
versa sobre a proibição de inibir a celebração, habilitação
para casamento e converter união estável em casamento entre
pessoas do mesmo sexo por agentes competentes.
Vê-se que essa competência de grande
significado institucional referente à expedição de atos
regulamentares, gera contestações e polêmicas, assim também,
como é o caso da Resolução sobre o Nepotismo (Resolução nº. 7
de 2005) que disciplina o exercício de cargos, empregos e
funções por parentes, cônjuges e companheiros de magistrados
e de servidores investidos em cargos de direção e
assessoramento, no âmbito judiciário.
8. O SUCESSO DO CNJ
Meio a polêmicas e discussões acaloradas
sobre o alcance da competência do Conselho Nacional de
Justiça, especialistas em Direito e magistrados são unânimes
em reconhecer a eficiência do Conselho em apurar desvios de
juízes e ainda pronunciaram que seria enfraquecido
judiciário, caso o Supremo Tribunal Federal decidisse limitar
41
a atuação do órgão.
Essa polêmica toda adveio depois que o
CNJ promulgou a Resolução n. 135 que uniformiza as normas
relativas ao procedimento administrativo disciplinar
aplicável aos magistrados.
Porém, com sabedoria o STF decidiu em
manter a competência do CNJ para investigação contra
magistrados independentemente da atuação da corregedoria do
tribunal, sem necessidade de fundamentar a decisão.
Essa crise que aconteceu entre o
magistrado e o CNJ é reflexo do sucesso da atuação do órgão,
afirma o ex-procurador-geral do Estado Djalma Pinto, pois ao
logo de sua atuação foram registradas 49 condenações a
magistrados, entre as quais estão: 24 punições com
aposentadorias compulsórias, 15 afastamentos em decisões
liminares, 6 foram colocados à disposição, 2 removidos dos
seus postos originais e 2 foram censurados, e destas
condenações 38 foram de iniciativas do CNJ e apenas 11 das
corregedorias locais e é justamente essa discrepância que foi
respaldado os argumentos daqueles que defendem o órgão.
De modo geral, o trabalho do Conselho tem
sido de extrema eficiência, tanto que a Organização das
Nações Unidas (ONU) esta interessado em conhecer os trabalhos
do órgão para implantar o mesmo modelo em outros países e a
Alta Comissária da Organização das Nações Unidas para os
Direitos Humanos, Navanethem Pillay, em encontro com o,
42
então, corregedor nacional de Justiça, ministro Gilson Dipp,
declarou: “Vocês estão à nossa frene. Temos interesse em levar essa
experiência para outras localidades. Mas tem que ser um órgão com aval
constitucional.” 6
Os números falam por si só falam do
sucesso alcançado pelo Conselho, que diante do trabalho de
relatar os problemas do judiciário, constatou que em
Pernambuco existe um déficit de lotação de 19.942 vagas, onde
existem 23.925 presos e a partir desses tipos de informações
é que o CNJ promove ações de mutirões e até hoje o CNJ,
mediante desse programa, analisou 352 mil processos em todo o
país, permitindo a libertação de 34,5 mil presos, cerca de 9%
do total de processos revisados, e com o exame das condições
legais do cumprimento das penas foram reconhecidos os
direitos a benefícios de 65,7 mil apenados.
E isso não é tudo, foi realizada uma
parceria entre o judiciário brasileiro e a ONU para combater
a corrupção, durante encontro do cientista político americano
com representantes do Poder Judiciário promovido pelo
Conselho. Esta parceria permite identificar vulnerabilidades
do sistema judiciário que facilitam a corrupção.
9. CONCLUSÃO
6 Em:< http://www.cnj.jus.br/index.php?option=com_content&view=article&id=7955&Itemid=675 http://www.cnj.jus.br/index.php?option=com_content&view=article&id=7955&Itemid=675>. Acesso em: 20 outubro 2013.
43
Poderíamos explanar páginas e mais
páginas sobre as beneficies que o Conselho Nacional de
Justiça traz à sociedade, assim como discutir sobre os
projetos que o órgão realiza, incentiva ou promove e ainda
assim sabemos que o CNJ tem de enfrentar a resistência dos
magistrados e as dúvidas dos cidadãos que, desacreditados com
o Sistema Judiciário, ainda não confiam no órgão ou temem que
esse seja corrompido pelas “maçãs podres” que estão contra a
transparência e a fiscalização do Sistema Judiciário.
Mas o que podemos afirmar com certeza, é
que o Conselho chegou pra ficar, e chegou em boa hora, hora
em que a sociedade brasileira reivindica fervorosamente para
que se olhe com lupa as mazelas que assolam os mais fracos e
oprimidos, e que penalizem as violações dos direitos
humanos, que muitas vezes não são observadas no sistema
judiciário.
44
10. BIBLIOGRAFIA
1. ARAUJO, Luiz Alberto David. Curso De Direito Constitucional. 13ª
ed. São Paulo, Saraiva, 2009.
2. MENDES, Gilmar Ferreira e outros. Curso de Direito
Constitucional. 4ª ed. São Paulo. Saraiva, 2009.
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nto-de-gestao-estrategica-dge>. Acesso em: 06 outubro
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4. Em:<http://pt.wikipedia.org/wiki/Conselho_Nacional_de_Justi%C3%A7a >. Acesso em: 26 setembro 2013;
5. Em:
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%C3%A7a>. Acesso em: 26 setembro 2013;
6. Em: <http://direito.folha.uol.com.br/1/post/2012/01/a-
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8. Em: <http://www.cnj.jus.br/images/pesquisas-judiciarias/Publicacoes/relat_panorama_acesso_pnad2009.pdf>. Acesso em: 04 outubro 2013.
9. Em: <
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Acesso em: 04 outubro 2013;
10. Em: <http://www1.folha.uol.com.br/poder/1252521-
atuacao-do-cnj-e-destaque-em-debate-sobre-a-reforma-do-
judiciario.shtml>. Acesso em 03 outubro 2013.
45
11. Em:
<http://www.cnj.jus.br/ouvidoria-page/perguntas-
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pode ser concorrente. Em:<http://www.conjur.com.br/2012-
jan-16/competencia-cnj-nao-concorrente-subsidiaria-
corregedorias>. Acesso em: 07 de outubro 2013.
13. Em:<http://www.oab.org.br/noticia/23324/artigo-cnj-possui-competencia-concorrente>. Acesso em: 07 outubro2013.
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Polêmica do CNJ. Em:<
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2013.
15. Em:
<http://direito-do-estado.jusbrasil.com.br/noticias/2974
807/corregedora-do-cnj-evita-polemica-e-aguarda-
julgamento-no-supremo>. Acesso em: 20 outubro 2013.